PARTE II | Materiais Utilizados na Prática Endovascular
Powerlink Intuitrak® System – Endologix®
A Gore® recomenda a utilização dessa endoprótese para aneurismas aórticos abdominais com pelo menos 1cm de colo, e com diâmetro entre 19 e 29mm. No colo, não deve haver trombos em mais de 25% da circunferência ou com mais de 2mm de espessura. Também não deve haver angulação maior que 60 graus. Há disponibilidade de extensão ilíaca reta e cônica (tipo bell bottom), e recomenda-se sua utilização em ilíacas com diâmetro de 8 a 18,5mm, com uma zona de aposição de pelo menos 20mm.8 Em relação ao sistema de liberação, a Excluder® é montada em um cateter flexível que navega sobre fio-guia de 0,035 sem uso de bainha, utilizando-se de introdutores valvulados, como, por exemplo, o disponibilizado pela própria Gore®, o sistema DrySeal®. Neste, o sistema antirrefluxo é formado por um balão de PTFEe, proporcionando uma navegação dos dispositivos mais segura e com mínima perda sanguínea. Há disponibilidade desse introdutor em diâmetros de 12 a 20Fr, o que possibilita seu uso tanto para implante do corpo principal como para extensão contralateral. Desde 2011 foi disponibilizado o sistema C3 de liberação da endoprótese, que consiste em um ajuste no sistema de entrega, tornando-o completamente reposicionável após sua liberação parcial. Esse novo sistema proporciona mais precisão na liberação da endoprótese, sendo muito útil para aneurisma de anatomia mais desafiadora. A TAG® é o modelo de endoprótese reta da Gore® desenvolvido para uso na aorta torácica (Figura 10.9). O modelo atual recebeu aprovação da Food and Drug Administration (FDA) em 2005, quando foi lançado o modelo sem barra de sustentação, frente a problemas prévios de fratura desta. Nesse sistema, da mesma forma que no sistema bifurcado, há um exoesqueleto autoexpansível de nitinol sobre um tecido de PTFEe e FEP. Há também, em sua porção proximal, uma membrana de vedação externa composta de PTFEe e FEP. Também para melhorar a conformabilidade proximal e a aposição na aorta, foi desenvolvido o sistema C-TAG® (Conformable Gore TAG®), o que acarretou melhor adaptação dessa endoprótese frente à curvatura do arco aórtico. Para sua liberação, apresenta o sistema SIM-PULL®, pelo qual, ao se puxar uma corda que reveste a endoprótese, ocorre o disparo instantâneo de toda a endoprótese. Uma vez que a endoprótese se abre do meio para as extremidades, o risco de migração durante o disparo é mínimo, porém a precisão de liberação proximal pode ser comprometida.8,9
A endoprótese Relay® é um sistema desenvolvido exclusivamente para tratamento de aneurismas da aorta torácica, apresenta estrutura com conformação para se adaptar à anatomia tortuosa do arco aórtico. É uma prótese tubular formada por uma estrutura de stents independentes de nitinol e fixada por sutura cirúrgica em um tecido de poliéster maleável (Figura 10.13).
Figura 10.9 Endoprótese TAG® (Gore®)
Figura 10.10 Ilustração da endoprótese Powerlink (Endologix®)
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Esta endoprótese, fabricada pela Endologix®, foi desenvolvida no Arizona Heart Institute, EUA. Trata-se de uma endoprótese bifurcada unimodular, ou seja, uma única peça bifurcada com ramos para ambas as ilíacas de igual tamanho (Figura 10.10). Há disponibilidade de extensão proximal e ilíaca, conforme a anatomia do aneurisma. Apresenta endoesqueleto de cromocobalto formando uma rede losangular no interior do tecido (Figura 10.11), que é constituído de PTFEe de baixa porosidade e muito resistente. As suturas do tecido estão presentes somente nas extremidades proximal e distal do dispositivo. O principal mecanismo de fixação dessa endoprótese é anatômico, ou seja, pela força colunar exercida pela prótese ao se apoiar na bifurcação aórtica. Há também fixação, de menor importância nesse dispositivo, exercida pela força radial. Essa endoprótese é desprovida de ganchos para fixação. Há extensões proximais disponíveis sem e com free-flow para os casos em que houver necessidade de fixação suprarrenal. O sistema de liberação (de 21Fr) é pull back. Após subir o corpo principal pela aorta, pesca-se o fio-guia que sai da perna contralateral da endoprótese, exteriorizando-o pela femoral contralateral. A endoprótese é então tracionada, assentando-se na bifurcação aórtica e, quando liberada, fica com seus ramos já no interior das artérias ilíacas. Uma vez que não há necessidade de cateterização da perna contralateral na porção terminal da aorta, é possível utilizar essa endoprótese em casos de aorta com estenose na porção distal (até 14mm). O sistema de entrega contralateral é de 9Fr; dessa forma, o procedimento pode ser realizado sem necessidade de dissecar ambas as femorais. Nos últimos anos, esse dispositivo foi aprimorado, tendo sido desenvolvido o sistema Strata® para o colo proximal, constituído de um tecido de várias camadas de PTFEe, que minimiza a possibilidade de endoleaks do tipo Ia (Figura 10.12).10,11
Relay® e Treovance® – Bolton Medical®
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