Bases da Nutrição Clínica

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8 BASES DA NUTRIÇÃO CLÍNICA

Equação SIRI para %MM na densitometria: %MM = 100 × (densidade de 4,95–1 – 4,5)

Água corporal total A água corporal total (ACT) permite a análise da composição corporal, assumindo-se um estado de hidratação fixo para a MM, geralmente 73%. A estimativa da massa corporal (MC = peso) e da ACT permite calcular a MM como ACT/0,73, sendo, portanto, MG = MC – MM. A ACT pode ser conhecida mediante a diluição de isótopos do hidrogênio ou oxigênio, tais como 3H, 2H e 18O. Parte-se da premissa de que sua distribuição será idêntica à da água. Na prática, fornece-se a um indivíduo uma dose oral ou venosa de água marcada com os isótopos, aguardam-se pelo menos duas horas para haver equilíbrio, e em seguida colhem-se amostras dos fluidos corporais. Há diferenças de dose, tempo de equilíbrio e fluido corporal utilizado conforme o isótopo selecionado, a via de administração e as instalações do laboratório. O trítio, ou 3H, é medido em câmara de cintilação líquida. O deutério (2H) e o oxigênio 18 (18O) são isótopos estáveis, sendo que o 2H pode ser medido em maiores concentrações com absorção infravermelha, e ambos os isótopos podem ser medidos em baixas concentrações utilizando-se a espectrometria de massa com fração isotópica (EMFI). Os fluidos corporais para a amostra podem ser saliva, sangue ou urina. Como assinalado, o tempo de equilíbrio para injeção venosa e coleta de amostra também venosa deve ser de, no mínimo, duas horas. No entanto, se a administração for por via oral e a amostragem urinária, um tempo mínimo de quatro a seis horas para o equilíbrio serão imprescindíveis. A determinação da ACT fundamentase na seguinte relação: Cd × Vd = (C1 – C0) × ACT onde: Cd – concentração do isótopo na dose. Vd – volume da dose. C0 – concentração basal do isótopo. C1 – concentração do isótopo após consumo da dose (Figura 1.2.)

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Figura 1.2 Representação esquemática da medida da massa gorda (MG) e da massa magra (MM) com diluição isotópica para estimativa da água corpórea total (ACT). O cálculo da ACT apóia-se na relação Cd × Vd = (C1 – C0) × ACT, onde Cd e Vd são a concentração do isótopo e o volume da dose, e C1 e C0 assinalam a concentração do isótopo na água corporal depois e antes da sua introdução no organismo

Na prática, quando se recorre a um método nãoinvasivo com isótopos estáveis em baixas concentrações, administra-se uma dose de água marcada em jejum, retirando-se previamente uma amostra inicial de saliva ou urina. Os valores pré-teste de 2H costumam ser de 150ppm, e os de 18O, de 2.000ppm (partes por milhão). É preciso elevar esta taxa em pelo menos 100ppm para uma boa dosagem. Após o período de equilíbrio, com duração de quatro a seis horas, uma nova amostra final de saliva ou urina é processada. No caso da urina, pede-se que antes o paciente esvazie a bexiga, a qual pode conter resíduos anteriores à administração do isótopo. É sempre mais vantajoso utilizar o 18O porque seu espaço de distribuição reproduz com maior exatidão a ACT do que o 3H ou 2H. Os valores são, respectivamente, 1% maiores que a real ACT com o uso do 18O e 4% maiores com os marcadores hidrogenados porque tecidos não-aquosos participam

31/10/2007 11:11:51


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