PNLD 2026 EM - CAT 1 - COLEÇÃO 360 - REDAÇÃO

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MARIA TEREZA ARRUDA CAMPOS

LUCAS SANCHES ODA

GRETA MARCHETTI

THIAGO GAUDÊNCIO

WILKER SOUSA

ÁREA DO CONHECIMENTO: LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 1

REDAÇÃO

MANUAL DO PROFESSOR

MARIA TEREZA RANGEL ARRUDA CAMPOS

Formada em Letras – Português pela Universidade de São Paulo (USP), possui Mestrado e Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) com estágio na Sorbonne Université – Paris VIII. Atua como professora, curadora e consultora em Educação.

LUCAS KIYOHARU SANCHES ODA

Formado em Letras pela Universidade de Campinas (Unicamp) e em Filosofia pelo Centro Universitário Ítalo Brasileiro, possui Mestrado em Linguística pela Unicamp e Doutorado em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Atua como professor de Língua Portuguesa e é autor de histórias em quadrinhos.

GRETA MARCHETTI

Formada em Letras – Português pela Universidade de São Paulo (USP), possui Mestrado em Educação pela USP e Doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Atua como professora e coordenadora de Língua Portuguesa na rede particular de ensino.

THIAGO GAUDÊNCIO

Formado em Letras – Português pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em Pedagogia pela Universidade Nove de Julho e em Direito pelo Centro Universitário João Pessoa, possui Mestrado em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), Pós-graduação em Formação em Educação a Distância pela Universidade Paulista (Unip), MBA em Gestão Escolar pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e Especialização em Direito do Trabalho pela Universidade Anhembi Morumbi. Atua como professor de Língua Portuguesa e Redação na rede particular de ensino e de Letras e Pedagogia no Ensino Superior.

WILKER SOUSA

Formado em Letras – Português e Francês pela Universidade de São Paulo (USP) e em Jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero, possui Mestrado e Doutorado em Teoria Literária e Literatura Comparada pela USP. Atua como professor no Ensino Superior e como crítico literário.

REDAÇÃO

ÁREA DO CONHECIMENTO: LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS 1

ENSINO MÉDIO

1a edição

São Paulo – 2024

Copyright © Maria Tereza Rangel Arruda Campos, Lucas Kiyoharu Sanches Oda, Greta Nascimento Marchetti, Thiago Carvalho Gaudêncio, Wilker Leite de Sousa, 2024

Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira

Direção de conteúdo e negócios Cayube Galas

Direção editorial adjunta Luiz Tonolli

Gerência editorial Roberto Henrique Lopes da Silva e Nubia de Cassia de M. Andrade e Silva

Edição Ana Luiza Martignoni Spínola (coord.)

Maria Fernanda Neves, Leve Soluções Editoriais

Preparação e revisão de textos Maria Clara Paes (coord.)

Leve Soluções Editoriais

Produção de conteúdo digital João Paulo Bortoluci

Gerência de produção e arte Ricardo Borges

Design Andréa Dellamagna (coord.)

Sergio Cândido (criação), Ana Carolina Orsolin, Everson de Paula

Projeto de capa Sergio Cândido

Imagem de capa Roman Samborskyi/Shutterstock.com

Arte e produção Rodrigo Carraro (coord.)

Leve Soluções Editoriais

Diagramação Leve Soluções Editoriais

Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga

Licenciamento de textos Leve Soluções Editoriais

Iconografia Leve Soluções Editoriais

Ilustrações Leve Soluções Editoriais

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

360º Redação : Volume Único. Maria Tereza Rangel Arruda Campos. [et al.]. 1. ed. São Paulo : FTD, 2024.

Outros autores: Lucas Kiyoharu Sanches Oda; Greta Marchetti; Thiago Gaudêncio; Wilker Sousa. Componente curricular: Redação.

Área do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias.

ISBN 978-85-96-04714-2 (livro do estudante)

ISBN 978-85-96-04715-9 (manual do professor)

ISBN 978-85-96-04716-6 (livro do estudante HTML5)

ISBN 978-85-96-04717-3 (manual do professor HTML5)

1. Língua Portuguesa (Ensino médio) 2. Redação (Ensino médio) I. Campos, Maria Tereza Rangel Arruda. II. Oda, Lucas Kiyoharu Sanches. III. Marchetti, Greta. IV. Gaudêncio, Thiago. V. Sousa, Wilker.

24-228426

CDD-808.0469

Índices para catálogo sistemático:

1. Redação : Língua portuguesa : Ensino médio 808.0469

Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à

EDITORA FTD

Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo-SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300

Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br

Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33

Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

APRESENTAÇÃO

Cara estudante, caro estudante,

Um bom projeto de vida requer planejamento, senso crítico apurado, conhecimento de si, do outro e da sociedade. Nesse sentido, ao privilegiar o aprimoramento dessas habilidades, este livro extrapola o propósito do ensino de Redação. Ele é também um instrumento para expandir o horizonte de sua visão de mundo com retratos multifacetados da realidade e dos sujeitos e com a proposta de olhar para essa complexidade com curiosidade, engajamento, ética e tolerância. As estratégias de argumentação mobilizadas neste volume são, essencialmente, instrumentos para que você expresse sua voz, escreva seu futuro e se inscreva no mundo.

Ao longo destas páginas, você vai se ambientar com a prova de redação do Enem por meio da assimilação de seus fundamentos e critérios avaliativos e da análise minuciosa de redações que, nos últimos anos, receberam a nota máxima no exame. Vai também estudar a estrutura do texto dissertativo-argumentativo, reconhecendo suas partes e as funções de cada uma delas. Em seguida, para consolidar essas aprendizagens e aplicar em suas produções os diversos recursos de escrita, sobretudo argumentativa, você será convidado a produzir simulados da redação do Enem.

Além das propostas de redação e das redações do Enem, você terá a oportunidade de ler e produzir outros gêneros textuais. Essa variedade favorece o autoconhecimento, a fruição estética, a prática de pesquisa e a ampliação dos repertórios de leitura e escrita, elementos importantes para você se posicionar com rigor, apuro e criatividade ao produzir textos e sua redação do Enem.

Que este livro contribua para a escrita de seu futuro!

Os autores

CONHEÇA SEU LIVRO

ABERTURA DE UNIDADE

Este volume é organizado em nove unidades. Todas contam com uma Abertura, cujas imagens e atividades apresentam o núcleo temático predominante em cada uma delas.

As unidades são compostas de três tópicos que abrangem duas seções principais: Leitura em pauta e Produção de texto

InTEGranDO COm

A seção Integrando com relaciona o assunto estudado na unidade com temas de diversos componentes curriculares de Linguagens e suas Tecnologias, bem como de outras áreas do conhecimento.

BOXES

Ao longo do volume, boxes vão ampliar seu conhecimento com informações importantes, como #ficaadica, que apresenta indicações para enriquecer seu repertório; Saiba mais, que acrescenta informações importantes relacionadas ao assunto em estudo; conceito e #paralembrar, que trazem conceitos novos e relembram outros vistos nos Anos Finais do Ensino Fundamental; Hiperlink, que promove a ampliação dos conhecimentos por meio de práticas de pesquisa; e os boxes Eu e o mundo e O mundo e eu, que propiciam reflexões sobre o tema de um ponto de vista pessoal e coletivo, respectivamente.

#fiCAADiCA

SAIBA MAIS

#PARAlEMBRAR

HIPERlINK

EU E O MUNDO

O MUNDO E EU

OBjETOS EDUCACIONAIS DIGITAIS

Os ícones a seguir identificam os diferentes tipos de objetos educacionais digitais presentes neste volume. Esses materiais digitais apresentam assuntos complementares ao conteúdo trabalhado na obra, ampliando a aprendizagem.

lEITURA EM PAUTA

Você vai ler textos de diferentes gêneros, com predominância de exemplares das propostas de redação do Enem e de redações que obtiveram a nota máxima pela banca examinadora do exame.

Pensar e compartilhar

lINGUAGEM EM FOCO

Na sequência, em Pensar e compartilhar, você vai realizar atividades de análise dos textos lidos para, em seguida, refletir sobre um desdobramento do assunto ou se aprofundar nos elementos que permitirão a construção da argumentação Em Linguagem em foco, você vai analisar um aspecto linguístico específico que contribui para a construção da argumentação, por meio do estudo de sua aplicação no texto.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento #naprática

Depois, na seção Produção de texto, você será convidado a produzir textos de diversos gêneros, mantendo a predominância de propostas de produção de simulados da redação do Enem. Antes, contudo, em #aquecimento, vai refletir sobre determinado recurso da língua e realizar algumas atividades de escrita relativas a ele.

Em seguida, em #naprática, é o momento de literalmente colocar em prática seus conhecimentos e produzir um texto no gênero solicitado.

Os sites indicados nesta obra podem apresentar imagens e eventuais textos publicitários junto ao conteúdo de referência, os quais não condizem com o objetivo didático da coleção. Não há controle sobre esses conteúdos, pois eles estão estritamente relacionados ao histórico de pesquisa de cada usuário e à dinâmica dos meios digitais.

MP Esse símbolo remete à Parte 3 – Respostas das Orientações para o professor, a qual reúne as respostas de algumas das atividades propostas.

SUMÁRIO

Passaporte para o futuro 9

Formação e acesso ao Ensino Superior 10

Leitura em pauta

Texto: “Uma prova, novos caminhos” (UOL) 10

Possibilidades de acesso ao Ensino Superior por meio do Enem ......................................................... 15

◗ Integrando com Literatura 17

Linguagem em foco – Registro formal e informal 18

Produção de texto

– Escolha de registro 20

– Relato pessoal ..................................... 20

redação no Enem ................................................ 24

Leitura em pauta

Texto 1: Proposta de redação do Enem 2018 (Inep/MEC) ...................................................................... 24

Texto 2: “Da ficção à realidade”, redação de Maria Eduarda Fionda 25

Repertório e desenvolvimento argumentativo ... 27 Estratégias argumentativas 28

e gênero textual 30

Linguagem em foco – Uso da terceira pessoa na impessoalização do discurso .............................. 32

Produção de texto

#aquecimento – A impessoalidade na construção dos argumentos ..................................... 33

#naprática – Simulado da redação do Enem 34 A avaliação na redação do Enem 37

Leitura em pauta

Texto: A Redação do Enem 2023: cartilha do participante (Inep/MEC) 37 O projeto de texto .......................................................... 38 Integrando com Sociologia ...................................... 40

Linguagem em foco – Critérios de avaliação da Competência I e a escolha vocabular 41

Produção de texto

#aquecimento – A seleção dos substantivos e a adequação ao contexto 44

#naprática – Simulado da redação do Enem ........ 45

Percursos da redação do Enem 48

De onde partir: a introdução na redação do Enem ................................................... 49

Leitura em pauta

Texto 1: Proposta de redação do Enem 2017 (Inep/MEC) .................................................. 49

Texto 2: Redação de Isabella Barros Castelo Branco 50

Possibilidades de introdução da redação

Produção de texto

#aquecimento – O uso dos artigos na precisão das informações 56 #naprática – Mapa mental 56

Formas de conduzir: tipos de argumento 59

Leitura em pauta

Texto 1: Proposta de redação do Enem 2014 (Inep/MEC) 59

Texto 2: “Publicidade infantil: um desafio ético e político”, redação de Leandro Henrique Siqueira Molina ............................. 60

Possibilidades de elaboração de argumentos no gênero redação do Enem 62

Operadores argumentativos na construção textual ...................................................... 63

Linguagem em foco – Os pronomes demonstrativos na promoção de coesão textual 64

Produção de texto

#aquecimento – O uso de pronomes no processo de referenciação 65

#naprática – Simulado da redação do Enem ........ 66

Perspectivas em pauta: a proposta de intervenção

Leitura em pauta

69

Texto 1: Redação de Júlia Neves Silva Dutra 69

Texto 2: Redação de Thaís Fonseca Lopes de Oliveira ...................................................................... 70

Proposta de intervenção na redação do Enem: os cinco elementos avaliados 71

Integrando com Sociologia 73

Linguagem em foco – O adjetivo e a especificação das informações ................................ 74

Produção de texto

#aquecimento – O papel do adjetivo na coesão e coerência textuais .................................................... 75 #naprática – Simulado da redação do Enem 76

3

Fatos, fontes e filtros 79

Fato e opinião ........................................................... 80

Leitura em pauta

Texto 1: “O que diz a principal pesquisa de mídia do mundo sobre o consumo de notícias no Brasil”, de André Lucena (CartaCapital) ............................... 80

Texto 2: “Informação contra a desinformação”, de Taís Seibt (Brasil de Fato) 81

Credibilidade e procedência da informação ........ 82

Linguagem em foco – O modo verbal indicativo para expressar convicção 84

Produção de texto

#aquecimento – O uso do indicativo na apresentação de fatos e opiniões 85

#naprática – Simulado da redação do Enem ........ 86

UNiDADE

Informações em diferentes formatos ........ 89

Leitura em pauta

Texto: “Há futuro para a leitura no Brasil?”, de Vitória Pacheco (Sextante 57) 89

◗ Integrando com Matemática ................................... 94

Leitura e uso de informações em textos multimodais para a construção da argumentação 95

Linguagem em foco – Verbos do dizer .................... 96

Produção de texto

#aquecimento – O uso de citações para legitimar dados, fatos e opiniões 97

#naprática – Post opinativo ..................................... 98

A utilização produtiva das informações 100

Leitura em pauta

Texto: “Como sair das bolhas?”, de Ana Luiza Basilio (CartaCapital) 100

Uso de dados e informações na construção da argumentação ....................................................... 103

Integrando com Educação Digital ...................... 103

Linguagem em foco – O modo verbal subjuntivo e a argumentação 104

Produção de texto

#aquecimento – O uso do modo subjuntivo no desenvolvimento dos argumentos 105

#naprática – Simulado da redação do Enem 106

UNiDADE

Olhares sobre a saúde 108

Tabagismo e adolescência 109

Leitura em pauta

Texto: “Vape causa mais intoxicação do que cigarro convencional, diz pesquisa”, de Aline Gouveia (Correio Braziliense) 109

Argumento por fato: referência a instituições, dados numéricos e explicações na argumentação ........................................................ 112

Integrando com Ciências da Natureza 113

Linguagem em foco – Vozes verbais e intencionalidade discursiva 114

Produção de texto

#aquecimento – O uso das vozes verbais ativa e passiva na construção textual 115 #naprática – Simulado da redação do Enem ....... 116

Conexões entre alimentação saudável e saúde 119

Leitura em pauta

Texto 1: Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome) 119

Texto 2: “Ultraprocessados”, de Drauzio Varella (Folha de S.Paulo) ......................... 120

Sequências textuais expositivas na construção da argumentação 122

Linguagem em foco – Advérbios e locuções adverbiais como operadores argumentativos .. 124

Produção de texto

#aquecimento – O uso dos advérbios e das locuções adverbiais no processo argumentativo .............. 125

#naprática – Artigo de opinião 126

Comportamento de risco: álcool e suas consequências 128

Leitura em pauta

Texto 1: Proposta de redação do Enem 2013 (Inep/MEC) .................................................................... 128

Texto 2: “O volante, o lobo do homem”, redação de Taíssa Gonçalves Leal 129 Argumento de autoridade: possibilidades de articulação textual 131

◗ Integrando com Filosofia 132 Linguagem em foco – Conjunções e relações de sentido .................................................... 133

Produção de texto

#aquecimento – Conjunções e locuções conjuntivas como mecanismos linguísticos para a construção da argumentação 134 #naprática – Simulado da redação do Enem 134

Leitura em pauta

Texto 1: “Carta aberta: Alerta sobre os perigos do projeto do Novo Código da Mineração” (Projeto Manuelzão) 140

Texto 2: “A montanha pulverizada”, de Carlos Drummond de Andrade 142

Argumento por exemplificação: o fato em favor de um princípio 144

Linguagem em foco – As preposições na construção dos sentidos do texto .......................... 145

Produção de texto

#aquecimento – O valor semântico das preposições na elaboração dos argumentos 146 #naprática – Carta aberta 147

Lixo, resíduos e meio ambiente 149

Leitura em pauta

Texto: “Descarte de lixo eletrônico”, de Ketrin Diovana Alves Rodrigues Vargas (CiênciAção) 149

Argumento por definição: a escolha por uma forma de definir 151

◗ Integrando com Biologia 152

Linguagem em foco – O numeral, a fluidez da leitura e a organização das informações 153

Produção de texto

#aquecimento – O numeral como indicador de valor definido e como operador argumentativo 154 #naprática – Simulado da redação do Enem 155

Natureza e ação humana 158

Leitura em pauta

Texto 1: Proposta de redação do Enem 2022 (Inep/MEC) .................................................................... 158

UNiDADE

Texto 2: Redação de Maria Fernanda Simionato ....... 159

Argumento por fato: os olhares para a História ........ 161

◗ Integrando com História 162

Linguagem em foco – A organização dos termos da oração e os efeitos de sentido ........................... 164

Produção de texto

#aquecimento – O deslocamento do adjunto adverbial para realçar sentidos 165

#naprática – Simulado da redação do Enem 166

UNiDADE

Ninguém é igual a ninguém

...... 169

A persistência do racismo ........................... 170

Leitura em pauta

Texto 1: Lei no 14.532, de 11 de janeiro de 2023 170

Texto 2: “A dançarina americana que ajudou a criar 1a lei contra racismo do Brasil”, de Rone Carvalho (BBC News Brasil) ...................... 171

Argumento por princípio: a dignidade da pessoa humana 174

Integrando com Literatura 175

Linguagem em foco – O aposto e a concisão do texto 176

Produção de texto

#aquecimento – O uso do aposto na construção do argumento 177

#naprática – Simulado da redação do Enem ...... 177

Pluralidade linguística 180

Leitura em pauta

Texto: “Falou e disse: A precisão dos clichês”, de Chico Viana (Jornal da Paraíba) ........................ 180

Argumento por exemplificação: o uso dos clichês 182

Linguagem em foco – Denotação e conotação 183

Produção de texto

#aquecimento – O uso da denotação e da conotação na construção textual .......................... 184

#naprática – Crônica argumentativa 184

Migrações e diversidade cultural 186

Leitura em pauta

Texto 1: Proposta de redação do Enem 2012 (Inep/MEC) 186

Texto 2: “Imigração no Brasil: Resolver para poder crescer”, redação de Larissa Reghelin Comazzetto ................................. 187

Argumento de autoridade: vozes respeitadas e reconhecidas 188

◗ Integrando com Arte e Língua Portuguesa ...... 189

Linguagem em foco – Período composto por coordenação: organização dos elementos e valor semântico das orações coordenadas 190

Produção de texto

#aquecimento – O uso das conjunções nas orações coordenadas ................................................. 191

#naprática – Simulado da redação do Enem 192

Janelas abertas para a vida em sociedade 196

Inclusão e mercado de trabalho 198

Leitura em pauta

Texto: “Inclusão de pessoas com deficiência no trabalho ainda enfrenta resistência de empresas”, de Carlos Eduardo Ferreira (Folha de S.Paulo) 198

Argumento de causa e consequência: comprovação e hipótese ........................................... 201

◗ Integrando com Educação Física 202

Linguagem em foco – Período composto por subordinação na elaboração de relações lógicas no texto 203

Produção de texto #aquecimento – Paralelismo sintático na construção dos parágrafos .................................... 204 #naprática – Simulado da redação do Enem 205

A prática do cancelamento e seus efeitos 208

Leitura em pauta

Texto 1: Charge de Adão Iturrusgarai (Forbes) ............................................... 208

Texto 2: “Redes sociais”, de Bráulio Bessa 209

Argumento por exemplificação: a busca por comprovar ideias ................................ 210

Linguagem em foco – As orações subordinadas adjetivas e seus efeitos de sentido 212

Produção de texto #aquecimento – O uso das orações adjetivas nas especificações e nas explicações 213 #naprática – Manifesto ........................................... 214 Cidadania e tecnologia 218

Leitura em pauta

Texto 1: Proposta de redação do Enem 2021 (Inep/MEC) ................................................ 218

Texto 2: Redação de Pedro Henrique Rezende Machado ....................................................... 219

Argumento de causa e consequência: recursos linguísticos e progressão textual . 221 ◗ Integrando com Arte ............................................... 222

Linguagem em foco – As orações subordinadas adverbiais e seus efeitos de sentido I 223

Produção de texto #aquecimento – A construção de argumentos com o uso das orações adverbiais: causais, consecutivas, concessivas e finais ..................... 224 #naprática – Simulado da redação do Enem 225

A construção do amanhã 227

Desenvolvimento sustentável e economia 228

Leitura em pauta

Texto 1: “Michel Spiro: Ciência básica para a sustentabilidade”, de Rodrigo de Oliveira Andrade (Pesquisa Fapesp) 228

Texto 2: “neste depois”, de Arnaldo Antunes 229

Argumento por exemplificação: explicação detalhada ................................................ 231

Linguagem em foco – As orações subordinadas adverbiais e seus efeitos de sentido II 232

Produção de texto

#aquecimento – A construção de argumentos com o uso das orações adverbiais: condicionais, comparativas, conformativas, proporcionais e temporais ................................................................. 233

#naprática – Simulado da redação do Enem ..... 234

Longevidade e etarismo 237

Leitura em pauta

Texto: “Envelhecimento: megatendência do século XXI”, de Luciana Silva Corrêa (Organicom) 237

Argumento por fato: a força dos marcos históricos ..................................................... 240

Linguagem em foco – As orações subordinadas substantivas objetivas diretas na construção dos parágrafos 241

Produção de texto

#aquecimento – O uso das orações subordinadas substantivas objetivas diretas e a introdução de informações 242

#naprática – Entrevista 243

Escolha profissional e equilíbrio

das emoções ........................................................... 246

Leitura em pauta

Texto 1: Proposta de redação do Enem 2020 (Inep/MEC) ................................................................... 246

Texto 2: Redação de Isabella Gadelha 247

Sequências textuais na construção da redação do Enem 249

Integrando com Arte 250

Linguagem em foco – As orações subordinadas substantivas subjetivas e a impessoalização do discurso ................................................................... 251

Produção de texto

#aquecimento – O uso das orações subordinadas subjetivas na elaboração dos argumentos 252 #naprática – Simulado da redação do Enem 252

Leitura em pauta

Texto: “Estudo avalia situação das juventudes e traça possibilidades para acesso a profissões do futuro”, de Vinicius Oliveira e Marina Lopes (Porvir) 258

Argumento por fato: o uso de dados estatísticos ..... 261

◗ Integrando com Geografia 262

Linguagem em foco – A concordância verbal na norma-padrão ...................................................... 263

Produção de texto

#aquecimento – Concordância verbal e inversão de verbo e sujeito na apresentação de informações ... 264 #naprática – Simulado da redação do Enem 264

Projeto de vida e protagonismo juvenil ...................................... 268

Leitura em pauta

Texto 1: “Juventudes no Brasil e os desafios da inserção no mundo do trabalho” (Fundação Telefônica Vivo) ..................................... 268

Texto 2: “Dias de luta”, de Ira! 270 Argumento por comparação: jovens no Brasil e no mundo ................................................................... 271

Linguagem em foco – A concordância nominal na norma-padrão 273

Produção de texto

#aquecimento – A concordância do substantivo e seus modificadores na construção dos enunciados .............................................................. 274 #naprática – Simulado da redação do Enem 274

Trabalho e qualidade de vida 278

Leitura em pauta

Texto 1: Proposta de redação do Enem 2023 (Inep/MEC) 278

Texto 2: Redação de Letícia Vicente da Silva 279 Argumento por definição: a caracterização como base para estabelecer conceitos 280

◗ Integrando com Literatura 281

Linguagem em foco – Regência nominal e verbal na norma-padrão ......................................... 282

Produção de texto #aquecimento – O uso das preposições em verbos transitivos indiretos na elaboração textual ............ 283 #naprática – Simulado da redação do Enem 283

Referências bibliográficas comentadas 287

OBJETOS EDUCACIONAIS DIGITAIS

Vídeo: A estrutura da redação do Enem 30

Podcast: Marketing de influência: desafios e perspectivas 34

Vídeo: A proposta de intervenção na redação do Enem 71

Vídeo: Fato, opinião, tese e argumentação: quais são as diferenças? 82

Carrossel de imagens: Histórias em imagens: a fotorreportagem ..... 92

Mapa clicável: Mais dados sobre a leitura no Brasil ........................ 93

Infográfico clicável: Saúde mental e internet ............................... 103

Podcast: Caminhos para uma agricultura sustentável 167

Podcast: O que é racismo algorítmico? 170

Infográfico clicável: Capacitismo: como combater? 200

Carrossel de imagens: Como o trabalho pode combater o aquecimento global? 228

Infográfico clicável: Profissões do futuro .................................... 266

PASSAPORTE PARA O FUTURO 1

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

As obras do grafiteiro e ativista paulistano Thiago Mundano (1986-) têm como referência situações do dia a dia, além de representações feitas com cactos, plantas conhecidas por viverem em condições adversas, como escassez de água e solo com poucos nutrientes.

A obra Diversidade, do artista Mundano, fez parte da exposição “Vozes Mundanas”, realizada em São Paulo (SP), em 2018. Em seus trabalhos, o artista busca chamar atenção para problemas sociais, processo que identifica como ARTivismo.

2. Os elementos visuais da composição presentes no primeiro plano revelam pontos em comum e outros diferentes, indicando a singularidade de cada um e a diversidade entre eles.

Não escreva no livro.

1. Na obra Diversidade , quais elementos visuais são comuns entre si? Quais são diferentes?

2. Qual é a relação entre o título da obra e os elementos visuais presentes no primeiro plano?

3. Considerando o olhar dos rostos retratados na obra, o que se pode afirmar acerca das percepções e possibilidades humanas?

4. Na obra Diversidade , de que modo os cactos podem ser articulados às figuras representadas?

5. Diante do fato de que o megafone tem a função de amplificar a voz humana, que relação pode ser estabelecida entre ele e a representação da obra Diversidade? MP

5. O megafone pode ser relacionado à necessidade de as vozes, os pensamentos e os argumentos das pessoas representadas na obra, caracterizadas pela diversidade, serem amplificados e ouvidos.

Nesta unidade, você vai conhecer a trajetória de estudantes que tiveram acesso ao Ensino Superior e conhecer os fundamentos da redação do Enem.

Formação e acesso ao

Ensino Superior

Você vai ler uma reportagem e um relato relacionados à trajetória escolar e ao acesso a instituições de Ensino Superior, como faculdades e universidades. A reportagem retrata a trajetória de jovens que tiveram acesso ao Ensino Superior e o relato menciona os desafios enfrentados por uma jovem para prosseguir em sua formação acadêmica. Você vai conhecer também programas que favorecem o acesso ao Ensino Superior, como o Enem, o Sisu e o Prouni. Depois, vai produzir o próprio relato sobre sua trajetória escolar e suas expectativas para o futuro.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

A reportagem a seguir aborda possibilidades de acesso ao Ensino Superior, um tema relevante para a análise das perspectivas dos jovens brasileiros e uma reflexão sobre elas. Você conhece algum processo ou programa que promova esse acesso? Qual(is)? Como o jovem pode se preparar para essa etapa da vida?

Texto

de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Fotografia de 2021.

Uma prova, novos caminhos

Jovens contam como a nota do Enem abriu portas e trouxe mudanças decisivas para suas vidas

Todos os anos, milhares de estudantes brasileiros fazem a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), exame que é considerado a principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil.

Essa fama não existe à toa: com base no desempenho obtido no Enem, é possível tentar a sorte em diferentes frentes, como o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) e o Prouni (Programa Universidade para Todos), que oferecem vagas em universidades públicas e bolsas em faculdades privadas de todo o país.

Mas, mais do que uma prova, o Enem também pode representar uma oportunidade de mudar de vida, abrindo novos caminhos para conquistas pessoais e profissionais.

Um jovem da periferia de Osasco, na Grande São Paulo, pôde ser o primeiro da família a alcançar o ensino superior público. Um garoto do interior do sertão nordestino conseguiu ser aprovado em um disputado curso de medicina de uma universidade federal. Um jovem do Capão Redondo (SP) encontrou oportunidades de estudo e pesquisa no ensino superior. O UOL conta, a seguir, suas histórias.

Jovem de braços abertos no Pátio das Arcadas da Faculdade
KEINY
Não escreva no livro.

Do sertão nordestino à faculdade de medicina

Para o jovem Samuel Castro, 18, entrar para o curso de medicina parecia algo “impossível” e “fora da realidade”. Morador do interior da cidade de São Lourenço do Piauí (a cerca de 550 km de Teresina), no sertão nordestino, Samuel é filho de trabalhadores rurais — ocupação que, pela tradição familiar e pela falta de oportunidades na região, poderia ser também a dele no futuro.

“Aqui é um lugar bem seco, a seca é extensa, a água é escassa. É um local onde as oportunidades são bem restritas”, diz. “É muito difícil romper com o que vem se seguindo nas gerações da minha família: viver da roça, com condições financeiras bem escassas.”

Hoje, o destino de Samuel é bastante diferente: ele se prepara para cursar medicina na UFPI (Universidade Federal do Piauí). Graças ao desempenho obtido no Enem, o jovem foi aprovado pelo Sisu na única vaga disponível para cota de escola pública e baixa renda. [...]

Não faltaram desafios durante a trajetória escolar de Samuel. Ex-aluno da rede pública, ele dependia também do transporte público escolar para ir ao colégio — serviço que nem sempre funcionava. Morando longe da escola, chegou a ficar dois meses sem pisar na sala de aula.

Nessas ocasiões, a alternativa era estudar sozinho, com a ajuda de livros didáticos. Só quando já cursava o 2o ano do ensino médio o jovem conseguiu ter acesso à internet em casa. Em 2020, quando passou para o 3o ano do ensino médio, chegou também a pandemia do coronavírus, e Samuel não teve aulas presenciais.

Mesmo em meio às dificuldades, ele decidiu investir no sonho de cursar medicina. Fez as atividades escolares do ensino médio pelo WhatsApp e se preparou para o Enem com a ajuda de plataformas on-line, treinando bastante em casa.

Os esforços renderam frutos. Com o desempenho obtido no exame, ele conquistou uma bolsa integral pelo Prouni para estudar em uma faculdade particular do Piauí. Pouco depois, veio a notícia da aprovação na UFPI.

“Quando eu vi meu nome [na lista de aprovados do Sisu], foi a melhor sensação da minha vida”, conta o jovem, que deve iniciar os estudos na federal no começo de 2022.

Para Samuel, o Enem foi um “divisor de águas”. “E com certeza é, foi e vai ser ainda na vida de outras pessoas”, diz ele.

Samuel Castro quando cursava a Educação Básica em unidade escolar pública do Piauí. Fotografia de 2021.

Da periferia de Osasco ao direito na USP

Juan Comamala, 23, também viu no Enem a possibilidade de realizar um sonho: entrar para o curso de direito na USP (Universidade de São Paulo). A aprovação veio pelo Sisu, em 2018, depois de mais de três anos de uma rotina intensa dividida entre trabalho, estudos e vestibulares. [...]

Oriundo da periferia de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, Juan foi aluno de escola pública a vida toda. Sua preocupação com os estudos era tamanha que, quando conseguiu um estágio no 2o ano do ensino médio, usou o salário para se matricular em um cursinho pré-vestibular.

“Em 2018, comecei a estudar sozinho, já não tinha mais dinheiro para o cursinho, porque, quando acabou o ensino médio, eu parei de trabalhar”, explica. “Estava inseguro, achando que não ia dar. Pensava comigo mesmo que, se eu não conseguisse daquela vez, não ia tentar de novo. E aí acabou dando certo”, diz.

Com a aprovação pelo Sisu, Juan acabou sendo também o primeiro da sua família a ingressar no ensino superior público — fato que ele comemora, mas também diz ver com certa tristeza.

“Me sinto feliz porque posso mudar essa história pessoal da minha família. Mas, ao mesmo tempo, fico também um pouco triste, porque isso acontece por causa da desigualdade social. Porque minha mãe, minha avó, precisaram trabalhar e largar o ensino médio, precisaram largar a ideia de ter uma educação superior para se alimentar e sobreviver.”

“Ter entrado na universidade pública pelo Enem teve muitos resultados positivos na minha vida, e quero continuar com isso. Tenho como objetivo fazer um mestrado, um doutorado, entender a realidade e o estado brasileiro, os problemas sociais que existem no Brasil. E por meio da pesquisa, do estudo, buscar uma solução. Quero ser um jurista com uma carreira brilhante, seja como advogado ou com um cargo de carreira em órgão público. Mas eu desejo poder mudar o mundo, o Brasil à minha volta.” [...]

Juan Comamala na Faculdade de Direito da USP. Fotografia de 2021.

Do Capão Redondo à UFABC

Foi através do Enem que Lucas Gomes Sima, 21, pôde ter acesso ao ensino superior e hoje estuda na UFABC (Universidade Federal do ABC), onde faz o curso de bacharelado interdisciplinar em ciências e humanidades.

Morador do Jardim das Rosas, bairro que fica na região do Capão Redondo, zona sul de São Paulo, ele foi aluno da rede pública a vida toda e conta que no fim do ensino médio, em 2017, não sabia muito bem quais rumos poderia tomar. [...]

Lucas chegou a prestar o Enem naquela época, mas não obteve uma boa nota. Depois de estudar durante o ano seguinte por conta, conseguiu entrar em um cursinho popular perto de casa. Foi quando aprendeu, então, como funcionam os vestibulares e decidiu prestar para a Fuvest, além do Enem.

“A maioria das pessoas do meu círculo social, de onde eu moro, nem sabem o que é a Fuvest. Elas pensam que a USP é uma universidade particular, muitas vezes”, diz. O jovem não conseguiu passar na USP, mas os estudos com a ajuda do cursinho renderam a ele uma bolsa pelo Prouni [...].

Logo no início do curso, no entanto, Lucas percebeu que talvez não fosse aquela a carreira que mais o interessava — e decidiu, ao mesmo tempo em que cursava direito, voltar a se dedicar aos estudos para o Enem. Dessa vez, ele se inscreveu para a UFABC. “Deu certo e agora está sendo realmente tudo o que eu esperava”, conta. [...]

Apesar de ainda não ter frequentado pessoalmente as salas de aula da UFABC devido à pandemia do coronavírus, Lucas se diz muito animado com as possibilidades de estudo e pesquisa oferecidas pela universidade. “Poder fazer iniciação científica, participar de uma empresa júnior, [tudo isso] vai me preparar muito mais pro mercado de trabalho. Mas não só para isso, para toda a minha trajetória também”, afirma.

Para ele, nenhuma outra experiência foi capaz de “abrir a cabeça” tanto quanto o curso que está fazendo agora. “Percebo que na UFABC eu tenho a oportunidade de fazer e conhecer muitas coisas que eu não teria se não estivesse lá — e só estou lá por causa do Enem”, afirma.

BERMÚDEZ, Ana Carla. Uma prova, novos caminhos. UOL , [s. l.], 20 dez. 2021. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/reportagens-especiais/enem-uma-prova-novos-caminhos/. Acesso em: 19 ago. 2024.

bacharelado: graduação acadêmica em nível superior, caracterizada por uma formação ampla e aprofundada em determinada área. interdisciplinar: próprio de duas ou mais disciplinas. cursinho popular: expressão utilizada para fazer referência a cursos preparatórios com o objetivo de promover maior democratização do acesso ao Ensino Superior. Podem ser gratuitos e, em geral, são ofertados por entidades estudantis.

Lucas Gomes Sima, na área externa da biblioteca do Parque Villa-Lobos, em São Paulo (SP). Fotografia de 2021.

Pensar e compartilhar

1. b) Resposta pessoal. Espera-se que, ao conhecer essas histórias de vida, os estudantes percebam ser possível ter avanços nos estudos por meio de políticas públicas que favoreçam a formação acadêmica.

1. A introdução da reportagem esclarece ao leitor que o texto aborda a trajetória de três estudantes que ingressaram em universidades públicas brasileiras.

a) Nessa parte do texto, é possível notar que as histórias de vida dos estudantes entrevistados têm aspectos em comum. Quais são eles?

1. a) O fato de terem sido estudantes de escolas públicas e de o ingresso no Ensino Superior poder potencializar avanços sociais nas condições de vida de cada um deles.

b) D e acordo com esses aspectos, por que conhecer as histórias de vida desses jovens pode ser relevante para outros estudantes do Ensino Médio?

2. A reportagem lida é organizada em quatro partes: a introdução e os subtítulos que compõem cada uma das três trajetórias. Como esse modo de organização textual favorece o desenvolvimento do texto?

3. Na primeira trajetória apresentada na reportagem, “Do sertão nordestino à faculdade de medicina”, são mencionadas as dificuldades e as superações do estudante Samuel Castro.

a) De acordo com o jovem, que dificuldade relacionada ao deslocamento até a escola ele enfrentava?

b) O que essa dificuldade revela sobre o contexto brasileiro e sobre a frequência e a permanência dos jovens na escola?

c) Como alternativa a dificuldades de deslocamento e à impossibilidade de ir à escola em função do período de isolamento social pela pandemia, que estratégias foram utilizadas por Samuel para dar continuidade aos estudos?

3. c) Samuel fez uso dos livros didáticos e utilizou recursos digitais para realizar as tarefas.

d) O q ue essas estratégias indicam em relação à importância da disponibilidade de recursos educacionais?

3. d) Ao utilizar livros didáticos e recursos digitais, revela-se a importância de disponibilizar para os estudantes recursos educacionais em diferentes formatos, a fim de ampliar as possibilidades de acesso e de estudo.

4. Na segunda trajetória, Juan Comamala comenta os desafios, as dúvidas e as superações que vivenciou. De acordo com as informações da reportagem, responda às questões.

a) De que modo Juan buscou desenvolver mais habilidades e conhecimentos para obter bom desempenho nas avaliações de ingresso ao Ensino Superior?

b) Segundo as falas do estudante, ingressar na universidade causou diferentes sentimentos. Quais foram esses sentimentos e o que eles revelam sobre a realidade vivenciada e observada pelo jovem?

4. b) Felicidade e tristeza. O jovem afirma estar feliz pela conquista, mas triste por saber que outras pessoas, como a mãe e a avó, não tiveram a mesma oportunidade em consequência da desigualdade social no país.

c) Além da realização pessoal, Juan tem o desejo de atuar em um âmbito social. Como isso se revela na fala do jovem?

4. c) Além de almejar projeção profissional na área do Direito, Juan revela querer contribuir na busca de soluções para diversas problemáticas sociais do Brasil.

5. Na última trajetória, além de questões objetivas, é apresentada uma situação de ordem mais subjetiva que trouxe um desafio para a continuidade dos estudos de Lucas Gomes Sima.

a) Que situação foi essa?

5. a) Ao fim do Ensino Médio, Lucas não sabia ao certo o que gostaria de fazer e quais eram seus objetivos daquele momento em diante.

b) Diante desse desafio, qual foi a ação do jovem?

c) A pós acessar o Ensino Superior, Lucas realizou uma mudança significativa em sua trajetória. Que mudança foi essa?

5. c) Após ingressar em um curso superior, Lucas percebeu que não era a carreira que queria. Assim, retomou os estudos para o Enem e conseguiu ingressar em outro curso, em outra universidade.

d) O que a trajetória de Lucas revela acerca desse período de escolhas e continuidade dos estudos na vida dos jovens?

5. d) A trajetória de Lucas revela que, em fases como o Ensino Médio e após o término dessa etapa escolar, é possível haver dúvidas, angústias e mudanças de percurso em relação à vida.

6. Volte à reportagem e releia os três subtítulos que introduzem cada trajetória.

a) Que informação é destacada neles antes de se apresentar cada uma das histórias?

5. b) Mesmo sem ter clareza sobre seus objetivos, Lucas deu continuidade aos estudos, matriculando-se em um cursinho popular. MP Não escreva no livro.

b) Considerando o conteúdo de cada trajetória, por que esse destaque é relevante e orienta o interlocutor durante a leitura?

6. b) Esse destaque é relevante porque indica o acesso de jovens com algum grau de vulnerabilidade social a espaços reconhecidos pelo alto grau de exigência em formação acadêmica, mostrando ao leitor a possibilidade de mobilidade social por meio dos estudos.

Possibilidades de acesso ao Ensino Superior por meio do Enem

7. Ao longo da reportagem, são mencionados programas para seleção e ingresso no Ensino Superior, como o Sisu e o Prouni. Leias as informações a seguir sobre esses programas.

Sisu

O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) reúne em um sistema eletrônico gerido pelo MEC as vagas ofertadas por instituições públicas de ensino superior de todo o Brasil, sendo a grande maioria delas ofertada por instituições federais (universidades e institutos). O sistema executa a seleção dos estudantes com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Até o limite da oferta das vagas, por curso e modalidade de concorrência, de acordo com as escolhas dos candidatos inscritos, eles são selecionados por ordem de maior classificação, em cada uma das duas edições anuais do Sisu.

BRASIL. Ministério da Educação. Oportunidades de Acesso ao Ensino Superior. Portal Único de Acesso ao Ensino Superior, Brasília, DF: [20--]. Disponível em: https://acessounico.mec.gov.br/programas. Acesso em: 20 ago. 2024.

Quem pode se inscrever?

Todos os estudantes que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), edição mais recente antes do processo seletivo do Sisu, obtiveram nota na prova de redação maior do que zero e não declararam estar na condição de treineiro ao se inscrever no Enem.

BRASIL. Ministério da Educação. Sisu. Portal Único de Acesso ao Ensino Superior, Brasília, DF: [20--]. Disponível em: https://acessounico.mec.gov.br/sisu. Acesso em: 20 ago. 2024.

Prouni

O Programa Universidade Para Todos (Prouni) oferta bolsas de estudo, integrais e parciais (50% do valor da mensalidade do curso), em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições de educação superior privadas. O público-alvo do programa é o estudante sem diploma de nível superior.

Como se inscrever?

Para se inscrever é preciso ter realizado pelo menos uma das duas últimas edições do Enem, realizada antes do processo seletivo, e ter alcançado, no mínimo, 450 pontos de médias nas notas das cinco provas do exame. Além disso, o estudante não pode ter tirado zero na prova de redação do Enem e nem ter participado do exame na condição de treineiro.

BRASIL. Ministério da Educação. Prouni. Portal Único de Acesso ao Ensino Superior, Brasília, DF: [20--]. Disponível em: https://acessounico.mec.gov.br/prouni. Acesso em: 20 ago. 2024.

a) Na s explicações sobre o Sisu e o Prouni, é indicada a existência de instituições públicas e privadas de Ensino Superior. Em relação aos custos para o estudante, qual é a diferença entre essas instituições?

b) D e acordo com as informações apresentadas no texto sobre o Sisu e o Prouni, qual é a importância do Enem para participar desses programas?

7. b) Para participar desses programas, é necessário ter realizado o Enem: no Sisu, é preciso que o candidato tenha feito a última edição do exame antes do processo seletivo do programa; no Prouni, é válida a participação em uma das duas últimas edições do Enem antes da seletiva do programa.

Além do Sisu e do Prouni, o Fundo de Financiamento Estudantil — FIES Social é um programa do Governo Federal que tem como objetivo conceder financiamento a estudantes em cursos superiores não gratuitos, reconhecidos pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), aderentes ao programa.

7. a) As instituições públicas de Ensino Superior não têm um valor de mensalidade; já nas instituições privadas há uma mensalidade a ser paga. Se necessário, solicite aos estudantes uma pesquisa sobre a necessidade de pagamento de mensalidade no Ensino Superior.

SAIBA MAIS

HIPERlINK

O Portal Único de Acesso ao Ensino Superior foi desenvolvido pelo Ministério da Educação e tem como objetivo apresentar aos estudantes interessados as condições de participação nos programas Sisu, Prouni e Fies Social. Acesse o site e pesquise as possibilidades de acesso e permanência de estudantes em instituições públicas e privadas. Em relação ao Sisu, identifique como os candidatos inscritos no programa são classificados e os critérios de distribuição de vagas. Em relação ao Prouni, identifique os critérios de comprovação de renda para concorrer a uma bolsa integral ou parcial de estudos em instituições privadas de ensino. Depois, compartilhe essas informações com a turma. Disponível em: https://acessounico. mec.gov.br. Acesso em: 21 ago. 2024.

8. a) Obter nota na redação do Enem maior do que zero, não ter participado do Enem na condição de treineiro e, no caso do Prouni, ter alcançado 450 pontos de média nas notas das cinco provas do exame.

8. Além da participação no Enem, há alguns critérios que necessitam ser cumpridos para participar dos programas Sisu e Prouni.

a) Quais são eles?

1. Espera-se que os estudantes indiquem que, ao longo das trajetórias apresentadas, vislumbram-se possibilidades de estudo, de participação em projetos de pesquisa, entre outros, como resultado do acesso a instituições de Ensino Superior. Além disso, pode-se comentar o potencial de mobilidade social decorrente de uma formação universitária.

8. b) Atribui-se ao estudante nessa condição o nome de “treineiro”.

b) Um dos critérios que impedem a participação no Prouni diz respeito a determinada condição do participante no Enem. Que nome é atribuído ao estudante que participa do Enem nessa condição?

9. Nas três trajetórias apresentadas na reportagem, há menção aos programas de acesso ao Ensino Superior. O que esse fato revela acerca dessas políticas públicas?

9. Esse fato indica como essas políticas possibilitam às pessoas menos favorecidas economicamente o acesso a instituições de Ensino Superior.

10. Dois jovens apresentados ao longo da reportagem tiveram a possibilidade de ingressar no Ensino Superior por mais de um programa.

a) Na t rajetória de quem essa informação está explícita?

10.

b) Q ual dos programas o estudante escolheu para iniciar seus estudos universitários?

c) Na apresentação de outra trajetória, fica implícito que o jovem também pôde acessar o Ensino Superior por meio de dois programas. Quem é ele?

d) De que forma foi possível deduzir essa dupla possibilidade de acesso ao Ensino Superior no caso desse estudante?

11. Há universidades públicas estaduais, como a Universidade de São Paulo (USP), cujo acesso pode ocorrer pelo Enem ou pelo vestibular próprio da instituição, promovido pela Fundação Universitária para o Vestibular, conhecida pela sigla Fuvest.

11. a) Revela que, além do Enem, há outras formas de ingressar em universidades públicas estaduais, como o vestibular da instituição.

a) Na fala do estudante Lucas Sima, é mencionada a tentativa de ingresso nessa instituição. O que essa informação revela acerca dos processos de ingresso em universidades públicas estaduais?

b) Além do curso, Lucas Sima cita a existência de oportunidades no ambiente universitário. Quais são elas?

11. b) A possibilidade de participação em uma iniciação científica e em uma empresa júnior.

c) P esquise o significado das expressões “iniciação científica” e “empresa júnior”. Registre o resultado da sua pesquisa e o compartilhe com a turma.

EU E O MUNDO

A reportagem lida apresenta histórias de ampliação de perspectivas por meio do estudo e de outras possibilidades presentes no universo acadêmico em instituições de Ensino Superior, além de percursos de superação de adversidades. Considerando as trajetórias compartilhadas pelos jovens na reportagem e as suas vivências, converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Conhecer essas histórias de vida fez surgir alguma situação com base na qual se pode refletir sobre a diversidade de oportunidades promovidas no Ensino Superior? Comente.

2. De acordo com os contextos e as vivências apresentados, você identificou algum aspecto que se conecte com sua experiência escolar ou de alguém que você conheça? Explique.

2. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a se expressarem e a apresentarem conexões entre a temática discutida e o contexto vivenciado por eles.

a) Na trajetória de Samuel Castro.
10. b) O Sisu.
10. c) O estudante Lucas Gomes Sima. MP
Vivências e escolhas
Não escreva no livro.

InTEGranDO COm

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

LITERATURA

Educação como alternativa

O texto a seguir compõe a apresentação do romance Memórias de Martha, da escritora carioca Julia Lopes de Almeida (1862-1934). Essa obra literária, publicada pela primeira vez em 1899, ganhou diversas edições, a mais recente delas lançada em 2024.

Capa do livro Memórias de Martha, de Julia Lopes de Almeida.

Neste romance, a protagonista, Martha, já adulta, rememora detalhes de sua vida, desde a infância. A história se passa em um Rio de Janeiro ainda sem iluminação elétrica, sujo e repleto de cortiços. As mulheres eram economicamente dependentes dos homens e apenas as desafortunadas tinham que trabalhar pelo seu sustento em atividades, na maioria das vezes, árduas e desvalorizadas. Essa era a realidade de sua mãe, viúva e com pouca instrução, porém devotada à filha. Martha descreve o horror de viver no cortiço; em contraponto, apresenta a escola, um local de iluminação, de saber e de novas oportunidades. [...] E foi ao entrar na escola que Martha percebeu que havia uma alternativa para mudar a realidade de ambas. São memórias de uma personagem mulher apresentadas sob o ponto de vista de outra mulher, algo extraordinário no tempo em que o romance foi escrito.

BARBOSA, Ana Maria Leite; ENGEL, Carol. Apresentação. In:

1. Embora seja um romance ficcional escrito no século XIX, a narrativa da obra Memórias de Martha dialoga com diversos aspectos do contexto brasileiro contemporâneo. De acordo com a apresentação da obra, quais são esses aspectos?

2. Conforme informado na apresentação, a personagem Martha consegue visualizar uma possibilidade de rompimento do ciclo de exclusão por meio dos estudos escolares.

a) Quando percebe essa oportunidade, quem Martha inclui em suas perspectivas?

2. a) Martha inclui a mãe.

b) Ao agir dessa forma, que característica é destacada em relação ao modo de agir de Martha?

c) Na reportagem lida, um dos jovens apresenta uma fala que dialoga diretamente com a situação familiar de Martha. Qual é esse jovem?

2. c) Juan Comamala.

d) Como a fala desse jovem se conecta com a situação exposta na apresentação da obra literária Memórias de Martha?

3. Segundo o que se lê na apresentação do romance Memórias de Martha, como a temática desenvolvida na obra pode ser relacionada ao que foi tratado na reportagem?

4. Na última frase do texto de abertura do romance, é dado destaque à autora e à protagonista da obra literária.

a) A que esse destaque faz referência?

4. a) Destaca-se o fato de uma mulher ser escritora e ter como protagonista de sua obra, também, uma mulher, em um tempo em que isso não era comum.

b) O que essa referência revela sobre a importância da escritora Julia Lopes de Almeida em relação ao contexto social em que estava inserida?

4. b) Essa referência revela como Julia foi uma precursora no processo de ampliação dos lugares ocupados por mulheres, rejeitando noções patriarcais do período em que vivia.

ALMEIDA, Julia Lopes de. Memórias de Martha Rio de Janeiro: Janela Amarela, 2020.
Não escreva no livro.
REPRODUÇÃO: EDITORA JANELA AMARELA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Registro formal e informal

As pesquisas linguísticas reconhecem a variação como um fenômeno comum a todas as línguas, que ocorre tanto na modalidade oral como na escrita. Essa variação ocorre em função de diversos fatores: geográfico, sociocultural, temporal e contextual. Releia agora os trechos da reportagem “Uma prova, novos caminhos”.

Trecho 1

Hoje, o destino de Samuel é bastante diferente: ele se prepara para cursar medicina na UFPI (Universidade Federal do Piauí). Graças ao desempenho obtido no Enem, o jovem foi aprovado pelo Sisu na única vaga disponível para cota de escola pública e baixa renda. [...]

Não faltaram desafios durante a trajetória escolar de Samuel. Ex-aluno da rede pública, ele dependia também do transporte público escolar para ir ao colégio — serviço que nem sempre funcionava. Morando longe da escola, chegou a ficar dois meses sem pisar na sala de aula.

Nessas ocasiões, a alternativa era estudar sozinho, com a ajuda de livros didáticos. Só quando já cursava o 2o ano do ensino médio o jovem conseguiu ter acesso à internet em casa. Em 2020, quando passou para o 3o ano do ensino médio, chegou também a pandemia do coronavírus, e Samuel não teve aulas presenciais.

Mesmo em meio às dificuldades, ele decidiu investir no sonho de cursar medicina. Fez as atividades escolares do ensino médio pelo WhatsApp e se preparou para o Enem com a ajuda de plataformas on-line, treinando bastante em casa.

Os esforços renderam frutos. Com o desempenho obtido no exame, ele conquistou uma bolsa integral pelo Prouni para estudar em uma faculdade particular do Piauí. Pouco depois, veio a notícia da aprovação na UFPI.

BERMÚDEZ, Ana Carla. Uma prova, novos caminhos. UOL , [s. l.], 20 dez. 2021. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/reportagens-especiais/enem-uma-prova-novos-caminhos/. Acesso em: 21 ago. 2024. Trecho 2

Juan Comamala, 23, também viu no Enem a possibilidade de realizar um sonho: entrar para o curso de direito na USP (Universidade de São Paulo).

A aprovação veio pelo Sisu, em 2018, depois de mais de três anos de uma rotina intensa dividida entre trabalho, estudos e vestibulares. [...]

Oriundo da periferia de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, Juan foi aluno de escola pública a vida toda. Sua preocupação com os estudos era tamanha que, quando conseguiu um estágio no 2o ano do ensino médio, usou o salário para se matricular em um cursinho pré-vestibular.

“Em 2018, comecei a estudar sozinho, já não tinha mais dinheiro para o cursinho, porque, quando acabou o ensino médio, eu parei de trabalhar”, explica. “Estava inseguro, achando que não ia dar. Pensava comigo mesmo que, se eu não conseguisse daquela vez, não ia tentar de novo. E aí acabou dando certo”, diz.

Com a aprovação pelo Sisu, Juan acabou sendo também o primeiro da sua família a ingressar no ensino superior público — fato que ele comemora, mas também diz ver com certa tristeza.

“Me sinto feliz porque posso mudar essa história pessoal da minha família. Mas, ao mesmo tempo, fico também um pouco triste, porque isso acontece por causa da desigualdade social. Porque minha mãe, minha avó, precisaram trabalhar e largar o ensino médio, precisaram largar a ideia de ter uma educação superior para se alimentar e sobreviver.”

BERMÚDEZ, Ana Carla. Uma prova, novos caminhos. UOL , [s. l.], 20 dez. 2021. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/reportagens-especiais/enem-uma-prova-novos-caminhos/. Acesso em: 21 ago. 2024.

1. Nos trechos apresentados, é possível observar o uso de discursos direto e indireto.

a) Os trechos em discurso indireto correspondem à enunciação por parte de quem?

b) Nos trechos em discurso direto, quem assume o lugar de enunciação?

1. a) Os trechos em discurso indireto correspondem à enunciação da jornalista. 1. b) O estudante Juan.

c) A mbos os discursos — direto e indireto — compõem a reportagem. Em relação às modalidades da língua portuguesa, o que cada um deles representa?

1. c) O discurso indireto representa a modalidade escrita; já o discurso direto representa a modalidade falada.

2. No trecho 1, ao apresentar a trajetória de Samuel, a jornalista faz uso de uma expressão em linguagem coloquial.

a) Qual é ela?

2. a) A expressão é “pisar na sala de aula”.

2. b) A expressão indicada está mais próxima do registro informal, pois é mais utilizada em momentos descontraídos, informais.

b) Essa expressão está mais próxima de um registro formal ou informal? Explique.

c) Nesse mesmo trecho, a jornalista utiliza uma locução substantiva e um substantivo para fazer referência ao meio de locomoção utilizado por Samuel para ir à escola. Identifique-os.

d) O que o uso dessa locução substantiva e do substantivo revela em relação ao cuidado da jornalista na elaboração do texto?

2. d) O uso da locução e do substantivo revela a preocupação da jornalista em utilizar termos precisos e evitar repetição.

e) A nalisando o trecho 1, com o emprego de expressão coloquial e o uso da locução substantiva e do substantivo, pode-se afirmar que há predomínio de qual registro da língua? Explique.

2. e) Embora haja uso de uma expressão coloquial, há predomínio do uso de registro formal no trecho 1, pois o texto está de acordo com a norma-padrão.

#PARAlEMBRAR

A linguagem coloquial está relacionada aos usos menos monitorados da língua e a contextos informais. Muitas vezes, ao ser utilizada pontualmente em textos escritos, ela pode indicar uma estratégia do autor de aproximar o texto do público pretendido.

3. No trecho 2, é possível notar nas falas de Juan alguns registros informais.

a) Indique três ocorrências de registro informal na fala do jovem.

b) Por que o uso dessas expressões configura registro informal?

3. a) As três ocorrências são: “não ia dar”; “largar o ensino médio”; “largar a ideia”.

4. Ao analisar o trecho 2, nota-se o uso de determinados termos que demarcam o emprego de registro formal pela jornalista.

a) Indique algumas dessas palavras ou expressões.

b) Considerando o uso da língua portuguesa nesse trecho, qual é o registro predominante? Explique.

MP 4. a) Possibilidades de resposta: “oriundos”; “região metropolitana”, “ingressar”, “ensino superior”, entre outros. 4. b) No trecho, embora haja alguns registros informais, predomina o uso do registro formal, de acordo com a norma-padrão.

Fazer o uso competente da língua portuguesa é um dos objetivos do processo educacional. É importante compreender que nenhuma língua é utilizada de forma homogênea pelos seus falantes; sempre há variações, tanto na modalidade oral como na modalidade escrita. Cada uma dessas modalidades apresenta características de uso de acordo com os contextos comunicativos, e ambas podem apresentar registro formal e registro informal. No registro formal, o uso da língua está mais voltado à adequação à norma-padrão, seguindo o que ela prescreve em relação à utilização de verbos, regência e concordância verbal e nominal, além da precisão na escolha de termos mais adequados ao contexto. No registro informal, a comunicação está mais relacionada a usos coloquiais e à espontaneidade. Vale destacar que a variação de registro pode ser compreendida com base em uma perspectiva social, refletindo-se sobre a influência exercida por questões socioeconômicas, pela idade, pelo grau de escolaridade e pela região geográfica do falante; ou com base em uma perspectiva individual, isto é, quando um mesmo falante modula a sua produção verbal de acordo com o contexto em que está inserido e com o que deseja expressar.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Escolha de registro

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

1. Nos trechos da reportagem analisados na seção Linguagem em foco, tanto a jornalista como os estudantes fazem uso de termos coloquiais. Reescreva-os no caderno, substituindo essas expressões por termos equivalentes e que estejam de acordo com a norma-padrão. Faça as adaptações necessárias.

Trecho 1

Trecho 1: Possibilidade de resposta: Morando longe da escola, ficou dois meses sem frequentar o colégio.

Morando longe da escola, chegou a ficar dois meses sem pisar na sala de aula.

Trecho 2

Trecho 2: Possibilidade de resposta: Os esforços promoveram bons resultados.

Os esforços renderam frutos.

Trecho 3

Trecho 3: Possibilidade de resposta: “Porque minha mãe e minha avó precisaram trabalhar e deixar de frequentar as aulas do ensino médio, precisaram desistir da ideia de ter uma educação superior para se alimentar e sobreviver.”

“Porque minha mãe, minha avó, precisaram trabalhar e largar o ensino médio, precisaram largar a ideia de ter uma educação superior para se alimentar e sobreviver.”

2. Considerando que o público-alvo da reportagem são jovens aspirantes ao Ensino Superior, que tipo de registro parece ser mais adequado: o apresentado no texto original ou o reescrito por você? Explique.

3. Caso essas expressões estivessem em uma redação do Enem, qual dos registros se mostraria mais pertinente? Por quê?

3. Na redação do Enem, o registro mais pertinente seria o formal, ou seja, aquele das expressões reescritas.

2. Espera-se que os estudantes indiquem que, no contexto da reportagem, o uso de expressões coloquiais parece mais adequado, pois trata do tema de uma forma mais leve e próxima dos jovens, além de manter a autenticidade das falas.

#naprática

Relato pessoal

O relato pessoal a seguir, escrito por uma estudante do Ensino Médio, aborda os desafios vivenciados em sua trajetória escolar, em especial na etapa final da Educação Básica, em um contexto pandêmico.

Leia o relato e as explicações sobre as características desse gênero textual.

Texto de Maria Eduarda de Moraes Silva, 16, aluna da Escola Estadual Prefeito Domingos de Souza, em Guarujá (SP).

Um ano de educação na pandemia

Expressões coloquiais aproximam o texto do interlocutor e tornam a comunicação mais espontânea.

Escrito em primeira pessoa Está centrado em um fato que se desdobra no desenvolvimento do texto.

Vamos rebobinar a história e ir para onde tudo começou. No dia 26 de fevereiro, iniciou-se uma nova missão, uma luta pela qual eu nunca imaginei que passaria. Para alguns comerciantes, ambulantes e autônomos, a dificuldade foi bem maior, não esquecendo de médicos e funcionários públicos que lidam com a saúde, pois sei como é difícil ver minha mãe sair pra trabalhar e não ter a certeza se ela estará bem ou se voltará contaminada por esse vírus tão silencioso. [...]

Datas situam o leitor em relação ao momento em que os fatos relatados ocorreram. Expressões que demarcam a progressão temporal auxiliam na promoção da coesão textual.

Verbos no pretérito perfeito conferem efeito de precisão e de situação ocorrida em determinado momento do passado.

Não escreva no livro.

Verbos no pretérito imperfeito expressam ideia de algo que ocorreu de modo contínuo em determinado período.

Interjeição amplia a expressividade.

O uso de advérbios é importante em textos do gênero relato para indicar as circunstâncias de modo, intensidade, dúvida, entre outras.

No começo de 2020 , eu achava que seria algo passageiro, que nós venceríamos o vírus de uma forma rápida e eficaz. Eu veria meus amigos e meus professores. [...] Porém, foi tudo diferente. Minha vida virou de ponta cabeça, meus finais de semana com amigos acabaram como fumaça e meu tempo na escola também foi embora junto.

Fiquei desesperada em saber que ficaria só em casa. Aaah, que tédio Mas tenho consciência de que foi para um bem maior. Fiquei bem perdida quando começaram as aulas on-line , pois era tudo meio mal informado. Em alguns dias tinha aula, em outros não.

Foi complicado, mas passei de ano e consegui vencer essa barreira com ajuda dos meus professores, por mais que tudo estivesse um caos.

O tempo passou e dezembro chegou, pronto! 2021 seria diferente! [...]

No começo de março, tive uma esperança: a escola havia feito um rodízio e iríamos pra escola. Fiquei tão feliz e, ao mesmo tempo, bem receosa, pois a doença não deixaria de estar presente no ar. Mesmo assim eu fui (com muito medo, mas fui), coloquei meu uniforme de costume e meus novos adereços: máscara e álcool em gel.

Nessa parte inicial do texto, é apresentada uma contextualização ao leitor sobre o que será contado.

Pode-se utilizar o registro informal.

Adjetivos ampliam a caracterização das situações vivenciadas.

Chegando lá, vi as cadeiras separadas da forma como foi indicado. Quando meus professores chegaram na sala e vi que eles estavam bem, fiquei muito feliz e matei aquela saudade de ter aula com eles.

Hoje em dia eu vejo a importância da educação na vida de uma criança e adolescente que realmente gosta de estudar e aprender. Hoje dou muito mais valor aos meus professores, pois foram eles que não me deixaram na pior fase da minha vida e na dos outros demais alunos. Hoje meu relato é em homenagem a eles.

Hoje sei e tenho consciência de que vou ter um brilhante futuro na minha vida acadêmica tendo meus professores-amigos do meu lado. [...].

SILVA, Maria Eduarda de Moraes. Um ano de educação na pandemia. PINHO, Angela. “Professores estavam comigo na pior fase da vida”; leia relato de jovem sobre educação na pandemia. Folha de S.Paulo, São Paulo, 18 abr. 2021. Disponível em: www1.folha.uol.com. br/educacao/2021/04/professores-estavam-comigo-na-pior-fase-da -vida-leia-relato-de-jovem-sobre-educacao-na-pandemia.shtml. Acesso em: 21 ago. 2024.

Trechos descritivos detalham ao leitor os acontecimentos relatados.

Após a contextualização inicial, são apresentados os desdobramentos do fato, de forma a desenvolver o texto.

Verbos no presente apresentam os pontos de vista e as reflexões da autora em relação à situação vivenciada.

A parte final do texto revela o processo reflexivo da autora e explicita os pontos de vista construídos com base na vivência relatada.

O relato pessoal é um texto não ficcional, no qual são narrados acontecimentos significativos e que, em geral, revelam um processo reflexivo do autor, compartilhado com o interlocutor. Inspirado no relato que você leu, escreva seu próprio relato pessoal sobre alguma situação desafiadora ocorrida em sua trajetória escolar, conectando-a a reflexões a respeito de seus aprendizados. Para finalizar, comente quais são suas expectativas em relação ao seu futuro acadêmico e, se possível, profissional.

Planejar

1. Selecione o acontecimento com base no qual seu relato será desenvolvido. Lembre-se de que esse acontecimento deve estar relacionado com sua trajetória escolar e ter provocado um processo de análise e reflexão.

2. Planeje como será desenvolvido seu relato, indicando os fatos que vão compor os desdobramentos.

3. Organize essas informações em uma sequência cronológica, de modo que os desdobramentos possam ser inseridos no texto de acordo com a ordem em que ocorreram.

4. Em seguida, apresente o processo reflexivo que você vivenciou e os desdobramentos dele, assim como os pontos de vista e as aprendizagens que você construiu.

5. Ao final, elenque suas expectativas acadêmicas para a etapa escolar do Ensino Médio. Se possível, apresente projeções relacionadas à sua formação pessoal e profissional.

e valorização do outro

No relato, você conheceu parte da história de vida de Maria Eduarda de Moraes Silva. Nele, a estudante reflete sobre a importância do papel desempenhado pelos professores em um momento de extrema fragilidade pessoal e coletiva, decorrente da pandemia de covid-19. Além disso, a jovem revela como essa situação promoveu mudanças em seu modo de perceber os estudos, potencializando a valorização do conhecimento e da atuação dos professores. Diante do contexto apresentado, reflita e converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Para a vida em sociedade, qual é a relevância, principalmente em momentos de dificuldade, de as pessoas se unirem e se ajudarem?

2. De que forma as instituições e os agentes de ensino podem contribuir para a construção de um ambiente escolar mais acolhedor?

2. Nesse momento, incentive a participação dos estudantes e peça sugestões de como eles e a escola podem agir a fim de criar um ambiente de mais aceitação à diversidade, no qual as pessoas possam se ajudar e se desenvolver juntas.

Escrever

1. O relato é um gênero textual em que narração e descrição estão presentes. A narração possibilita a progressão textual, ao passo que a descrição auxilia na caracterização das situações. Utilize sequências de ambos os tipos textuais na escrita do seu relato.

2. O relato deve ser escrito com foco narrativo em primeira pessoa.

3. Para auxiliar na caracterização das pessoas, dos espaços, dos sentimentos, entre outros, faça uso de adjetivos.

4. Ao indicar as circunstâncias em relação aos fatos narrados, use advérbios de intensidade, modo, dúvida, entre outros.

5. Caso julgue adequado, utilize expressões coloquiais e em sentido figurado.

6. Para demarcar o tempo, indique as datas ou os períodos em que os fatos ocorreram.

7. Use os tempos verbais adequados ao contexto: acontecimentos concluídos são narrados no tempo pretérito perfeito; para expor ao leitor pontos de vista construídos com base nas situações vividas, recomenda-se o uso de verbos no tempo presente.

Acolhimento
O MUNDO
Não escreva no livro.

Uso de aspas para destacar expressões

Aspas são sinais de pontuação que podem ser utilizadas para diferentes finalidades: para indicar a reprodução literal de citações, falas, trechos de documentos, o uso de gírias, palavras e expressões coloquiais e em sentido figurado, entre outros. Na reportagem lida na seção Leitura em prática, pode-se notar o uso desses sinais, como indicado a seguir.

1. Uso de aspas para destacar um termo e uma expressão coloquiais, intensificando o significado que cada um deles expressa.

Para o jovem Samuel Castro, 18, entrar para o curso de medicina parecia algo “impossível” e “fora da realidade”.

2. Uso de aspas para destacar expressões em sentido figurado, comumente empregadas em situações informais.

Para Samuel, o Enem foi um “divisor de águas”.

3. Uso de aspas para indicar a citação literal de falas dos entrevistados.

“Em 2018, comecei a estudar sozinho, já não tinha mais dinheiro para o cursinho, porque, quando acabou o ensino médio, eu parei de trabalhar”, explica.

Revisar

1. Verifique se as aspas foram utilizadas corretamente para demarcar termos e expressões em sentido figurado ou para indicar a intensificação do sentido expresso por palavra ou expressão coloquial.

2. Analise se o seu relato apresenta um acontecimento principal, seus desdobramentos, a reflexão que ele gerou, os pontos de vista construídos com base nele, assim como as expectativas em relação à sua formação no Ensino Médio.

3. Verifique se os desdobramentos apresentados no relato estão organizados em ordem cronológica, com a indicação de datas ou períodos em que ocorreram.

4. Certifique-se de que o relato foi estruturado utilizando a primeira pessoa do discurso.

5. Observe se há caracterização de espaços, pessoas e sentimentos por meio do uso de adjetivos.

6. Analise se foram utilizados advérbios junto aos fatos mencionados no relato para indicar circunstâncias específicas.

7. Verifique se os diferentes tempos verbais e o que eles expressam estão de acordo com a situação comunicativa.

Avaliar, reescrever e compartilhar

1. Após revisar o seu relato e verificar se os itens indicados foram cumpridos, reescreva o texto fazendo as correções necessárias.

2. Em seguida, sob a orientação do professor, compartilhe oralmente seu relato pessoal e converse com a turma sobre as expectativas para o Ensino Médio apresentadas pelos colegas.

A redação no Enem

Você vai iniciar os estudos sobre a proposta de redação do Enem. O gênero solicitado nessa proposta, a redação do Enem, apresenta uma série de características e solicita do autor domínio de técnicas argumentativas, além de conhecimentos sobre temas relevantes da atualidade.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Leia a proposta do Enem 2018 e, na sequência, uma redação que teve o desempenho avaliado com nota máxima pela banca corretora do exame. O tema da redação foi “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados da internet”. O que você sabe sobre esse assunto?

Não escreva no livro.

Texto 1

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser feito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo consideradas “texto insuficiente”.

4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

TEXTOS MOTIVADORES

Texto I

Às segundas-feiras pela manhã, os usuários de um serviço de música digital recebem uma lista personalizada de músicas que lhes permite descobrir novidades. Assim como os sistemas de outros aplicativos e redes sociais, este cérebro artificial consegue traçar um retrato automatizado do gosto de seus assinantes e constrói uma máquina de sugestões que não costuma falhar. O sistema se baseia em um algoritmo cuja evolução e usos aplicados ao consumo cultural são infinitos. De fato, plataformas de transmissão de vídeo on-line começam a desenhar suas séries de sucesso rastreando o banco de dados gerado por todos os movimentos dos usuários para analisar o que os satisfaz. O algoritmo constrói assim um universo cultural adequado e complacente com o gosto do consumidor, que pode avançar até chegar sempre a lugares reconhecíveis. Dessa forma, a filtragem de informação feita pelas redes sociais ou pelos sistemas de busca pode moldar nossa maneira de pensar. E esse é o problema principal: a ilusão de liberdade de escolha que muitas vezes é gerada pelos algoritmos.

VERDÚ, Daniel. O gosto na era do algoritmo. Disponível em: https://brasil.elpais.com. Acesso em: 11 jun. 2018 (adaptado).

Texto II

No sistema dos gigantes da internet, a filtragem de dados é transferida para um exército de moderadores em empresas localizadas do Oriente Médio ao Sul da Ásia, que têm um papel importante no controle daquilo que deve ser eliminado da rede social, a partir de sinalizações dos usuários. Mas a informação é então processada por um algoritmo, que tem a decisão final. Os algoritmos são literais. Em poucas palavras, são uma opinião embrulhada em código. E estamos caminhando para um estágio em que é a máquina que decide qual notícia deve ou não ser lida.

PEPE ESCOBAR. A silenciosa ditadura do algoritmo. Disponível em: http://outraspalavras.net. Acesso em: 5 jun. 2017 (adaptado).

Texto III

Internet no Brasil em 2016. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 18 jun. 2018 (adaptado).

ENEM, 2018

Texto IV

Mudanças sutis nas informações às quais somos expostos podem transformar nosso comportamento. As redes têm selecionado as notícias sob títulos chamativos como “ trending topics ” ou critérios como “relevância”. Mas nós praticamente não sabemos como tudo isso é filtrado. Quanto mais informações relevantes tivermos nas pontas dos dedos, melhor equipados estamos para tomar decisões. No entanto, surgem algumas tensões fundamentais: entre a conveniência e a deliberação; entre o que o usuário deseja e o que é melhor para ele; entre a transparência e o lado comercial. Quanto mais os sistemas souberem sobre você em comparação ao que você sabe sobre eles, há mais riscos de suas escolhas se tornarem apenas uma série de reações a “cutucadas” invisíveis. O que está em jogo não é tanto a questão “homem versus máquina”, mas sim a disputa “decisão informada versus obediência influenciada”.

CHATFIELD, Tom. Como a internet influencia secretamente nossas escolhas. Disponível em: https://www.bbc.com. Acesso em: 3 jun. 2017 (adaptado).

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

EXAME NACIONAL DO ENSINO

MÉDIO. Prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação. Prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias. Caderno 1, Azul, Enem 2018. p. 19. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2018/1DIA_01_AZUL_BAIXA.pdf. Acesso em: 21 jun. 2024.

Texto 2

Da ficção à realidade

distopia: lugar imaginário onde se vive um regime de opressão.

George Orwell, em sua célebre obra “1984”, descreve uma distopia na qual os meios de comunicação são controlados e manipulados para garantir a alienação da população frente a um governo totalitário. Entretanto, apesar de se tratar de uma ficção, o livro de Orwell parece refletir, em parte, a realidade do século XXI, uma vez que, na atualidade, usuários da internet são constantemente influenciados por informações previamente selecionadas, de acordo com seus próprios dados. Nesse contexto, questões econômicas e sociais devem ser postas em vigor, a fim de serem devidamente compreendidas e combatidas.

Convém ressaltar, em primeiro plano, que o problema advém, em muito, de interesses econômicos. Segundo o sociólogo alemão Theodor Adorno, a chamada “Indústria Cultural”, visando o lucro, tende a massificar e uniformizar os gostos a partir do uso dos meios de comunicação. Sob esse viés, é possível depreender que a utilização de dados dos internautas por determinados grupos empresariais constitui uma estratégia de divulgação de produtos e pensamentos conforme seus interesses. Dessa maneira, ocorre a seleção de informações e propagandas favoráveis a essas empresas, levando o usuário a agir e consumir inconscientemente, de acordo com padrões estabelecidos por esses grupos. Outrossim, o mau uso das novas tecnologias corrobora com a perpetuação dessa problemática. Sob a ótica do teórico da comunicação Marshall McLuhan, “os homens criam as ferramentas e as ferramentas recriam o homem”. Nessa perspectiva, é perceptível que o advento da internet, apesar de facilitar o acesso a informações, contribui com a diminuição do senso crítico acerca do conteúdo visualizado nas redes. Isso ocorre, principalmente, por conta do bombardeamento constante de propagandas e notícias, muitas vezes, sem a devida profundidade e sem o acompanhamento de análises de veracidade. Consequentemente, os internautas são cada vez menos estimulados a questionar o conteúdo recebido, culminando, então, em um ambiente favorável à manipulação de comportamentos. É possível defender, portanto, que impasses econômicos e sociais constituem desafios a superar. Para tanto, o Poder Público deve restringir o acesso de empresas a dados pessoais de usuários da internet, por meio da elaboração de uma legislação eficaz referente ao problema. Ademais, a mídia, associada a ONGs, deve alertar a população sobre as mazelas de não questionar o conteúdo acessado em rede, por meio de campanhas educativas. Isso pode ocorrer com a realização de narrativas ficcionais engajadas, como novelas e seriados, e reportagens que tratem do tema, a fim de contribuir com o uso crítico das novas tecnologias. Assim, será possível restringir, de fato, a distopia de Orwell à ficção.

FIONDA, Maria Eduarda. Da ficção à realidade. In: ENEM 2018: leia as redações nota mil. G1, 19 mar. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/03/19/enem-2018-leia-redacoes-nota-mil.ghtml. Acesso em: 15 ago. 2024.

Pensar e compartilhar

1. Em “Instruções para a redação”, é informado ao participante que o texto a ser escrito deve ser do tipo dissertativo-argumentativo. Compreendendo que dissertar significa expor um assunto de forma ampla e analítica e argumentar é a ação de sustentar um posicionamento, apoiando-se em dados, fatos, ideias concatenadas, citações, entre outras estratégias, por que é possível afirmar que a redação lida é um texto dissertativo-argumentativo?

1. Porque a redação apresenta informações sobre o tema, conectadas na apresentação de argumentos em defesa de um ponto de vista.

2. Em “Textos motivadores”, são apresentados quatro textos aos participantes. Qual é o enfoque de cada um deles?

3. Um dos textos motivadores apresenta informações em um infográfico. Como essas informações podem auxiliar no desenvolvimento de um texto do tipo dissertativo-argumentativo?

A proposta de redação do Enem oferece uma coletânea de textos sobre o tema. Esses textos auxiliam na promoção de reflexões dos participantes, ajudando-os a desenvolver um pensamento autônomo sobre o tema e a escolher diferentes estratégias argumentativas para colocar em prática na argumentação.

4. Na parte intitulada “Proposta de redação”, são apresentadas instruções para o participante elaborar a redação de acordo com os critérios avaliados no Enem.

4. a) Os conhecimentos construídos ao longo de toda a formação dos participantes.

a) Além das informações presentes nos textos motivadores, que outros conhecimentos são importantes para elaborar a redação?

4. b) A orientação é a de que seja utilizado o registro formal da língua.

b) Qual é a orientação sobre o grau de formalidade da língua no texto solicitado no Enem?

c) Na proposta de redação, são indicados o tema da redação e a necessidade de elaborar uma proposta de intervenção. A que essa proposta se relaciona?

4. c) A proposta de intervenção se relaciona ao tema solicitado.

d) Quais são suas hipóteses acerca do que deve compor uma proposta de intervenção?

MP

5. De acordo com as informações e os argumentos expostos na redação, qual foi o enfoque escolhido pela autora em relação ao tema solicitado na proposta?

6. Em relação à proposta de intervenção, responda.

5. O enfoque escolhido foi o da utilização das informações disponibilizadas pelos próprios usuários da internet a fim de beneficiar grupos econômicos por meio da influência no consumo e da manipulação de comportamentos.

a) Em qual parágrafo do texto é possível verificar o atendimento a essa solicitação? Justifique sua resposta.

6. a) No quarto e último parágrafo, em que se indica o que deve ser feito para as pessoas utilizarem as tecnologias de modo consciente, além de ações para coibir o uso inadequado de informações dos usuários da internet.

b) L eia a explicação publicada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) sobre os direitos humanos.

Os direitos humanos são normas que reconhecem e protegem a dignidade de todos os seres humanos. Os direitos humanos regem o modo como os seres humanos individualmente vivem em sociedade e entre si, bem como sua relação com o Estado e as obrigações que o Estado tem em relação a eles.

A lei dos direitos humanos obriga os governos a fazer algumas coisas e os impede de fazer outras. Os indivíduos também têm responsabilidades: usufruindo dos seus direitos humanos, devem respeitar os direitos dos outros. Nenhum governo, grupo ou indivíduo tem o direito de fazer qualquer coisa que viole os direitos de outra pessoa.

O QUE são direitos humanos? Unicef Brasil, Brasil, 2015. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/o-que-sao-direitos-humanos. Acesso em: 21 jun. 2024.

• B aseando-se na definição do Unicef, responda: Por que a proposta de intervenção apresentada na redação está de acordo com os direitos humanos?

6. b) A proposta de intervenção apresentada na redação está de acordo com os direitos humanos porque sugere como o poder público pode auxiliar na elaboração de leis efetivas que possam proteger as pessoas do uso inadequado de seus dados, além de indicar possibilidades de ação por parte da sociedade civil para que haja mais criticidade diante dos conteúdos que circulam na internet.

Não escreva no livro. MP MP

Repertório e desenvolvimento argumentativo

7. Ao analisar a redação apresentada, pode-se identificar um projeto de texto que originou uma produção exemplar. Esse projeto consiste em apresentar um contexto, indicar um problema, inserir uma tese a respeito desse problema e escolher informações que comporão a base argumentativa, relacionando-a a uma proposta de intervenção. Considerando essa afirmação, responda às questões.

7. a) O repertório de leitura mobilizado foi o livro 1984, de George Orwell.

a) Que repertório de leitura foi mobilizado pela participante do Enem para elaborar a introdução da redação, construindo um contexto com base no qual ela desenvolveu a redação?

b) Como esse repertório é articulado ao tema apresentado na proposta de redação?

c) Com base no contexto exposto na redação, é indicado um problema. Qual é ele?

8. Com base no problema exposto na redação, ao longo do texto é apresentada, desenvolvida e comprovada uma tese.

a) I dentifique a tese presente na redação e exponha-a com suas palavras.

b) Indique o parágrafo em que ela se encontra.

8. b) A tese se encontra no 1o parágrafo.

O livro 1984, do escritor britânico George Orwell (1903-1950), foi publicado em 1949. Desde seu lançamento, a obra foi editada em diversos idiomas e obteve sucesso de público e crítica. De forma original e verossímil, o romance propõe uma reflexão acerca da liberdade, do poder, da opressão e de Estados totalitários.

8. a) A tese apresentada é a de que há questões econômicas e sociais envolvidas no uso dos dados dos usuários. É necessário compreender esse fenômeno para poder combatê-lo.

c) Por que é importante que a tese esteja localizada nesse parágrafo?

8. c) É importante que a tese esteja presente no 1o parágrafo porque, no modelo esperado para as redações do Enem, o processo argumentativo é organizado com base nela.

A palavra tese origina-se do termo grego thesis, cujo significado é “proposição”. Esse termo faz referência ao que será exposto e defendido ao longo do texto por meio de argumentos comprováveis e consistentes, com o objetivo de convencer o interlocutor a respeito da validade do ponto de vista evidenciado. Embora tenha caráter opinativo, a tese deve ser elaborada de modo impessoal, a fim de propiciar um efeito de sentido de objetividade.

9. Ao analisar as estratégias argumentativas utilizadas no desenvolvimento do texto, é notável o uso de repertório obtido durante a formação da participante do exame.

a) Que dados desse repertório são identificáveis no 2o e no 3o parágrafos do texto?

b) Esse repertório estabelece relação, prioritariamente, com que áreas do conhecimento?

c) Como a autora articula na redação a mobilização desse repertório e a breve exposição das ideias dos pensadores citados?

9. c) Ela relaciona o conceito de Theodor Adorno aos interesses econômicos da Indústria Cultural e a citação de Marshall McLuhan às ferramentas utilizadas por ela para manipular dados pessoais. Assim, esse repertório dá sustentação à tese apresentada no texto.

Ao elaborar um texto do tipo dissertativo-argumentativo, é importante selecionar as estratégias argumentativas que serão utilizadas para sustentar a tese. Uma dessas estratégias é o argumento de autoridade: nele, sustenta-se um ponto de vista valendo-se da legitimidade de uma pessoa respeitada e reconhecida em determinado campo de atuação. Ao utilizar essa estratégia, em geral, citam-se autores, pesquisadores ou instituições que tenham competência reconhecida no assunto tratado, favorecendo a adesão do interlocutor à tese proposta.

10. Ao longo do 3 o e do 4 o parágrafos, a utilização do argumento de autoridade está integrada a outra estratégia argumentativa, relacionando uma causa a uma consequência.

a) No 3o parágrafo, que ação a autora do texto afirma ser realizada por algumas empresas com base no uso de dados dos internautas?

b) De acordo com a autora da redação, qual é a consequência dessa ação?

MP

MP 10. a) Algumas empresas utilizam os dados dos internautas para direcionar a divulgação de produtos e pensamentos conforme seus interesses.

c) No 4o parágrafo, é apontado um contexto relacionado ao modo como os conteúdos são disponibilizados e acessados em meios virtuais. Como é esse contexto?

d) Segundo o raciocínio desenvolvido na redação, o contexto apresentado gera uma consequência. Qual é ela?

10. d) Como consequência do contexto apresentado, as pessoas são menos estimuladas a questionar os conteúdos a que têm acesso, o que gera um ambiente favorável à manipulação de comportamentos.

Uma das estratégias presentes na construção da argumentação é a de expor a causa de dada situação. A causalidade supõe uma ligação entre os fatos, em que um acontecimento anterior provoca determinado efeito, ou seja, uma consequência. Ao elaborar o texto, é importante estar atento ao fato de que um mesmo fenômeno pode ter causas e consequências diversas; nesse caso, o enunciador seleciona aquele ou aqueles mais favoráveis à comprovação da tese que expôs.

11. a) Ao tratar da indústria cultural e da massificação de gostos, a autora do texto estabelece relação com os interesses econômicos

presentes nas ações de uso e de manipulação de dados dos usuários da internet.

11. A utilização dessas estratégias no desenvolvimento do texto auxilia na consolidação da tese.

a) De que maneira o argumento utilizado no 2o parágrafo se articula com a tese defendida?

b) No 3o parágrafo, como se estabelece a relação entre o argumento apresentado e a tese proposta na redação?

11. b) A autora estabelece essa relação ao apresentar a citação de McLuhan, assim como a causa e a consequência relacionadas ao excesso de propagandas e à superficialidade das informações.

12. Como a autora da redação articula a proposta de intervenção com a tese proposta no texto?

13. A análise da redação permite afirmar que a argumentação desenvolvida ao longo do texto foi efetiva no tocante à fundamentação da tese? Explique.

Estratégias argumentativas

MP MP

Além dos argumentos de autoridade e de causa e consequência, existem diversas possibilidades para desenvolver a argumentação nos textos, como a utilização de diferentes tipos de argumento. Os mais comumente mobilizados em redações do Enem são definição, comparação, fato, exemplificação e princípio.

Leia os exemplos a seguir, retirados de redações sobre o tema “manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados da internet”, que também obtiveram nota máxima no Enem 2018.

Definição

Consiste em fazer uma declaração ou fornecer uma explicação sobre algo, com a indicação de características e/ou da função, com o objetivo de apresentar o sentido de um termo.

Em primeiro plano, a estruturação do meio cibernético fomenta a conjuntura regida pela denominada pós-verdade, traduzida na sobreposição do conhecimento fundamentado por conotações subjetivas de teor apelativo.

ENEM 2018: leia redações nota mil. G1, 19 mar. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2019/03/19/enem-2018-leia-redacoes-nota-mil.ghtml. Acesso em: 8 ago. 2024.

Nesse trecho, é apresentada uma definição para o conceito de pós-verdade, a fim de esclarecer, para o interlocutor, o sentido desse termo.

Comparação

Caracteriza-se por aproximar ou diferenciar de outros um objeto, uma situação, um dado contexto, possibilitando um viés mais concreto no processo argumentativo.

Fato

No filme “Matrix”, clássico do gênero ficção científica, o protagonista Neo é confrontado pela descoberta de que o mundo em que vive é, na realidade, uma ilusão construída a fim de manipular o comportamento dos seres humanos [...]. Embora seja uma obra ficcional, o filme apresenta características que se assemelham ao atual contexto brasileiro, pois, assim como na obra, os mecanismos tecnológicos têm contribuído para a alienação dos cidadãos [...].

DEUS, Fernanda Carolina Santos Terra de. In: BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A redação do Enem 2019: cartilha do participante. Brasília, DF: Inep/MEC, 2019. p. 43. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2019/ redacao_enem2019_cartilha_participante.pdf. Acesso em: 10 set. 2024.

Nesse trecho, há uma aproximação entre a situação apresentada no filme e o contexto atual do Brasil, auxiliando a autora na sustentação da argumentação.

A utilização de fatos pressupõe a citação de dados, de referências históricas e de situações ou acontecimentos de amplo conhecimento público, elementos que têm aparência de objetividade e neutralidade. Apesar dessas características, o enunciador pode selecionar os fatos a serem apresentados e utilizar a interpretação que faz deles de acordo com a intencionalidade com que escreve o texto.

I – Primeiramente, é notável que o acesso a esse meio de comunicação ocorre de maneira, cada vez mais, precoce. Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, no ano de 2016, apenas 35% dos entrevistados, que apresentavam idade igual ou superior a 10 anos, nunca haviam utilizado a internet. Isso acontece porque desde cedo a criança tem contato com aparelhos tecnológicos que necessitam da disponibilidade de uma rede de navegação, que memoriza cada passo que esse jovem indivíduo dá para traçar um perfil de interesse dele e, assim, fornecer assuntos e produtos que tendem a agradar ao usuário.

ENEM 2018: leia redações nota mil. G1, 19 mar. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/ noticia/2019/03/19/enem-2018-leia-redacoes-nota-mil.ghtml. Acesso em: 6 ago. 2024.

II – O mundo conheceu novos equipamentos ao longo do processo de industrialização, com destaque para os descobrimentos da Terceira Revolução Industrial, que possibilitou a expansão dos meios de comunicação e controle de dados em inúmeros países.

ENEM 2018: leia redações nota mil. G1, 19 mar. 2019. Disponível em: https://g1.globo.com/ educacao/noticia/2019/03/19/enem-2018-leia-redacoes-nota-mil.ghtml. Acesso em: 6 ago. 2024.

III – Convém ressaltar, a princípio, o estabelecimento do comércio virtual e sua contribuição para a continuidade da problemática. Quanto a esse fator, é válido considerar a alta capacidade publicitária da web, bem como sua consolidação enquanto espaço mercantil – possibilitador de compra e venda de produtos.

CONFIRA redações nota mil do Enem 2018. Flacso, 20 mar. 2019. Disponível em: https://flacso.org.br/2019/03/20/confira-redacoes-nota-mil-do-enem-2018/. Acesso em: 6 ago. 2024.

Nesse caso, usa-se um dado numérico seguido de uma análise na qual se estabelece relação entre a porcentagem de pessoas que nunca acessaram a internet, faixa etária, construção de perfis de usuários da rede e mapeamento de interesses, de modo a construir uma argumentação alinhada à reflexão sobre a manipulação do comportamento dos usuários pelo controle de dados da internet.

No início do parágrafo, há uso de uma referência histórica com a qual se contextualiza o processo em que se instaura o desenvolvimento da internet.

Neste trecho, é inserida uma afirmação considerada de conhecimento geral: a internet como espaço de amplo potencial comercial. Essa afirmação auxilia o autor do texto na construção do processo argumentativo.

Exemplificação

Na argumentação por exemplos ocorre um processo de indução, no qual se parte de fatos concretos para construir um princípio geral, a fim de se comprovar uma tese.

[...] percebe-se que a seleção informacional como um meio alienante antecede a internet, de modo a ser visto, por exemplo, no período ditatorial do Brasil, que, ao censurar notícias negativas sobre o panorama do país, criou a ideia de uma nação livre de problemas sociais, econômicos e de segurança. Infere-se, então, que o uso maléfico da internet na moldagem de opiniões por meio de ações controladoras propicia uma redução na capacidade de senso crítico da comunidade.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A redação do Enem 2019: cartilha do participante. Brasília, DF: Inep/MEC, 2019. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2019/redacao_enem2019 _cartilha_participante.pdf. Acesso em: 6 ago. 2024.

Princípio

O argumento baseado em princípios fundamenta-se em um conjunto de diretrizes que orientam comportamentos e tomadas de decisão em diversos âmbitos da vida em uma dada sociedade, numa determinada época.

Em primeira análise, é lícito postular que a informação é um bem de valor social, o qual é responsável por modular a cosmovisão antropológica pessoal e influenciar os processos de decisão humana. Nesse raciocínio, as notícias e acontecimentos que chegam a um indivíduo exercem forte poder sobre tal, estimulando ou suprimindo sentimentos como empatia, medo e insegurança.

ROCHA, Pedro Assaad Salloum Moreira da. In: BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A redação do Enem 2019: cartilha do participante. Brasília, DF: Inep/ MEC, 2019. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/ downloads/2019/redacao_enem2019_cartilha_participante.pdf. Acesso em: 25 set. 2024.

Tipo e gênero textual

Ao analisar a redação do Enem, uma das possibilidades de enfoque, articulada ao gênero textual, diz respeito às sequências e aos tipos textuais.

14. Consideran do a redação do Enem escrita por Maria Eduarda Fionda ( Texto 2), responda.

14. a) O objetivo é esclarecer o interlocutor sobre as ideias e os conceitos mobilizados no desenvolvimento do processo argumentativo.

a) A o apresentar informações sobre a obra 1984 , sobre o conceito de indústria cultural e sobre um pensamento de Marshall McLuhan, qual é o objetivo da participante do exame?

b) Entendendo que as sequências textuais podem ser narrativas, argumentativas, expositivas, descritivas ou injuntivas e dialogais, qual delas parece predominante nessas explicações?

14. b) A sequência predominante nessas explicações é a expositiva.

15. Após as explicações relativas à obra 1984, ao conceito de indústria cultural e ao pensamento de Marshall McLuhan, a autora da redação realiza um procedimento comum nos três parágrafos.

a) Qual é esse procedimento?

Neste parágrafo, nota-se a apresentação de um fato específico utilizado como exemplo para comprovar o fato de que a filtragem, a seleção e o direcionamento de informações podem moldar comportamentos e opiniões.

Neste parágrafo, é apresentada uma afirmação fundamentada em um principio no qual entende-se que a informação é um direito de todas as pessoas, a partir do qual pode-se realizar decisões mais assertivas e condizentes com valores como liberdade e pensamento crítico.

A influência do digital

Considerando o que você leu e as reflexões feitas, converse com os colegas sobre a questão a seguir.

• De que forma você sente a influência das novas tecnologias em seu processo de tomada de decisões? MP interpretação sobre a obra, conceito ou pensamento exposto, articulando-os ao seu ponto de vista.

15. a) Após cada uma das explicações, a autora da redação introduz uma

b) Ao realizar esse procedimento, qual sequência textual parece predominar?

15. b) Nesse processo interpretativo, há predomínio da sequência textual argumentativa, pois a autora da redação articula o exposto ao seu ponto de vista, realizando um processo interpretativo, de acordo com a sua percepção.

EU E O MUNDO
Não escreva no livro.

16. Agora leia a introdução completa do trecho de redação visto anteriormente para exemplificar o argumento por comparação.

No filme “Matrix”, clássico do gênero ficção científica, o protagonista Neo é confrontado pela descoberta de que o mundo em que vive é, na realidade, uma ilusão construída a fim de manipular o comportamento dos seres humanos, que, imersos em máquinas que mantêm seus corpos sob controle, são explorados por um sistema distópico dominado pela tecnologia. Embora seja uma obra ficcional, o filme apresenta características que se assemelham ao atual contexto brasileiro, pois, assim como na obra, os mecanismos tecnológicos têm contribuído para a alienação dos cidadãos, sujeitando-os aos filtros de informações impostos pela mídia, o que influencia negativamente seus padrões de consumo e sua autonomia intelectual.

DEUS, Fernanda Carolina Santos Terra de. In: BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A redação do Enem 2019: cartilha do participante. Brasília, DF: Inep/MEC, 2019. p. 43. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2019/redacao_enem2019_cartilha_participante.pdf. Acesso em: 10 set. 2024.

a) Ao a presentar, de forma resumida, o enredo do filme, a autora da redação faz uso de qual sequência textual?

16. a) Sequência textual explicativa.

b) Após a utilização dessa sequência, a participante do Enem faz uso do mesmo procedimento observado na redação elaborada por Maria Eduarda Fionda. Explique essa afirmação.

16. b) Da mesma forma que no texto de Maria Eduarda Fionda, a autora dessa redação compara a situação exposta ao contexto atual, articulando-a a seu ponto de vista.

Os textos, independentemente do gênero ao qual pertencem, são formados por sequências textuais que possuem características linguísticas específicas, como a predominância de certas classes de palavras, estrutura sintática e uso de determinados tempos e modos verbais. Essas características são alguns exemplos que nos permitem distinguir os diferentes tipos textuais, sendo essa uma classificação que faz referência ao texto como um todo. Os gêneros textuais, por sua vez, apropriando-se dessas características, adaptam-nas ao uso concreto e social, de acordo com a intenção comunicativa. É importante observar que as noções de gênero textual e tipo textual são complementares, não excludentes.

No quadro a seguir, é apresentada uma relação entre tipo textual e gênero.

TIPO TEXTUAL

GÊNERO TEXTUAL

Narrativo Conto, fábula, romance.

Descritivo Cardápio, laudo, relatório técnico.

Explicativo ou expositivo Livro didático, palestra, seminário.

Argumentativo Carta de reclamação, editorial, artigo de opinião.

Instrucional ou injuntivo Manual de Instruções, receita, regulamento.

Dialogal

Entrevista, peça de teatro, conversação telefônica.

17. Observando as análises realizadas, responda:

Fontes de pesquisa: KOCHE, Vanilda Salton; BOFF, Odete Maria Benetti; MARINELLO, Adiane Fogali. Leitura e produção textual: gêneros textuais do argumentar e expor. Petrópolis: Vozes, 2010. p. 21-43; MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. p. 144-225; SILVEIRA, Maria Inez Matoso. Análise de gênero textual: concepção socio-retórica. Maceió: Edufal, 2005. p. 11-32.

a) Qual é o efeito de sentido obtido ao utilizar as sequências textuais identificadas nas redações do Enem?

17. a) O efeito de sentido é o de conferir materialidade ao argumento, trazendo referências verificáveis e consistentes.

b) Considerando as sequências textuais presentes na redação do Enem escrita por Maria Eduarda Fionda, que tipo textual é predominante no texto como um todo?

17. b) O tipo textual dissertativo-argumentativo, pois expõem-se dados, fatos, pensamentos, citações, entre outros elementos, construindo um raciocínio lógico e persuasivo, em que a argumentação se faz presente de forma efetiva.

Uso da terceira pessoa na impessoalização do discurso

Releia a seguir trechos da redação apresentada anteriormente e observe os trechos destacados.

1 N o 1o parágrafo, que ação é indicada na tese apresentada? Os verbos ou locuções verbais referentes a ela estão flexionados em que pessoa do discurso?

1. A ação de compreender questões econômicas e sociais, a fim de combater o uso indevido de dados. Estão conjugados na terceira pessoa.

2 A locução verbal empregada no início do 2o parágrafo apresenta que tipo de sujeito? Que efeito de sentido esse uso produz em relação ao processo argumentativo?

2. Sujeito indeterminado. O efeito de sentido é o de impessoalidade, por meio do qual se atribui um caráter objetivo ao texto.

Não escreva no livro. Estratégias

George Orwell, em sua célebre obra “1984”, descreve uma distopia na qual os meios de comunicação são controlados e manipulados para garantir a alienação da população frente a um governo totalitário. Entretanto, apesar de se tratar de uma ficção, o livro de Orwell parece refletir, em parte, a realidade do século XXI, uma vez que, na atualidade, usuários da internet são constantemente influenciados por informações previamente selecionadas, de acordo com seus próprios dados. Nesse contexto, questões econômicas e sociais devem ser postas em vigor, a fim de serem devidamente compreendidas e combatidas.

Convém ressaltar, em primeiro plano, que o problema advém, em muito, de interesses econômicos. Segundo o sociólogo alemão Theodor Adorno, a chamada “Indústria Cultural”, visando o lucro, tende a massificar e uniformizar os gostos a partir do uso dos meios de comunicação. Sob esse viés, é possível depreender que a utilização de dados dos internautas por determinados grupos empresariais constitui uma estratégia de divulgação de produtos e pensamentos conforme seus interesses. [...]

[...]

É possível defender, portanto, que impasses econômicos e sociais constituem desafios a superar. Para tanto, o Poder Público deve restringir o acesso de empresas a dados pessoais de usuários da internet, por meio da elaboração de uma legislação eficaz referente ao problema. Ademais, a mídia, associada a ONGs, deve alertar a população sobre as mazelas de não questionar o conteúdo acessado em rede, por meio de campanhas educativas. Isso pode ocorrer com a realização de narrativas ficcionais engajadas, como novelas e seriados, e reportagens que tratem do tema, a fim de contribuir com o uso crítico das novas tecnologias. Assim, será possível restringir, de fato, a distopia de Orwell à ficção.

3 A expressão em destaque indica uma opinião da autora do texto. Em que pessoa do discurso essa expressão está estruturada? Qual é o efeito de sentido obtido com o uso dessa expressão?

3. Na terceira pessoa do discurso. Essa expressão reforça o efeito de impessoalidade, o que se mostra coerente com o desenvolvimento geral do texto.

4 No parágrafo final, que relação pode ser estabelecida entre o uso de expressões com o verbo ser flexionado nos tempos presente e futuro do indicativo e o processo argumentativo desenvolvido ao longo da redação?

4. Essas expressões, em terceira pessoa, permitem impessoalizar o discurso, o que se mostra coerente com o texto, no qual essa estratégia é utilizada para assegurar um efeito de objetividade.

Em textos do tipo dissertativo-argumentativos, é fundamental que a opinião seja expressa de modo impessoal, a fim de que o enfoque recaia na informação. Recursos linguísticos como o uso de verbos na terceira pessoa promovem essa impessoalização do discurso.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

A impessoalidade na construção dos argumentos

Leia um trecho da notícia intitulada “Pesquisador brasileiro alerta para riscos de manipulação dos usuários no mundo digital”, publicada no site do Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil.

Para se beneficiar das tecnologias digitais, países precisam não apenas universalizar o acesso à Internet, mas capacitar cidadãos para atuar na rede e compreender os riscos do mundo on-line, como a perda de privacidade e a manipulação da informação para fins políticos e econômicos. A avaliação é do brasileiro e especialista em inteligência artificial Edson Prestes, que integra o Painel de Alto Nível da ONU sobre Cooperação Digital.

[...]

Para Prestes, que é doutor em Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), não basta “ter acesso pelo acesso” à tecnologia. O pesquisador defende o que descreve como empoderamento digital, isto é, a difusão de habilidades que permitam aos usuários compreender o que podem fazer com as tecnologias emergentes. Segundo o especialista, isso pode gerar oportunidades de negócios e inclusão econômica, como tem acontecido na China e na Índia.

[...]

Para trabalhar num mercado cada vez mais digitalizado, Prestes argumenta que é necessário preparar os profissionais com capacidade de reflexão crítica e de adaptação a diferentes contextos produtivos. “As pessoas têm que aprender a aprender”, aponta o especialista em entrevista para o Centro de Informação das Nações Unidas no Brasil (UNIC Rio).

[...]

“Quando eu falo sobre empoderamento, eu falo sobre não somente saber como usar a tecnologia, mas saber também a que essa pessoa está exposta. Saber que ela pode estar sendo manipulada e por que ela está sendo manipulada, (entender) o poder que os dados que ela disponibiliza têm e quem está lucrando com esses dados”, ressalta Prestes.

Uma das preocupações do Painel da ONU sobre Cooperação Digital é com a crescente influência dos algoritmos sobre os usuários de dispositivos digitais, que podem ser induzidos a escolher determinado produto ou serviço ou a ficar mais tempo conectados.

PESQUISADOR brasileiro alerta para riscos de manipulação dos usuários no mundo digital. Nações Unidas Brasil, Brasília, DF, 3 jul. 2019. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/83587-pesquisador-brasileiro-alerta-para-riscos-de -manipula%C3%A7%C3%A3o-dos-usu%C3%A1rios-no-mundo-digital. Acesso em: 22 ago. 2024.

1. Ao longo da notícia, são transcritas algumas falas do pesquisador brasileiro.

Não escreva no livro.

a) Qual dessas falas está elaborada em terceira pessoa e apresenta uma opinião do especialista em relação a uma ação que as pessoas devem realizar?

1. a) A fala “as pessoas têm que aprender a aprender”.

b) Como essa frase poderia ser reescrita para deixar a impessoalização mais clara?

2. Em uma das falas do entrevistado, a opinião é expressa em primeira pessoa. Identifique-a e reescreva-a, de modo a impessoalizar o discurso. Para isso, faça uso de verbos em terceira pessoa. Faça as adaptações necessárias.

3. Ao impessoalizar o discurso, utilizando verbos em terceira pessoa, que efeito de sentido é possível notar em relação à argumentação?

3. O discurso parece ser mais assimilável em razão de apresentar maior objetividade.

#naprática

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Simulado da redação do Enem

Agora é sua vez de produzir um simulado da redação do Enem que atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho do simulado da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

Texto I

Influenciadores digitais têm impacto na decisão de compra

Os influenciadores têm desempenhado um papel crucial na transformação do cenário atual de marketing. Os números revelam um aumento notável na conscientização, um engajamento amplificado e um crescimento sustentável nas vendas, evidenciando o impacto significativo que eles exercem sobre a indústria.

À medida que personalidades ganham destaque na esfera digital, as marcas se aproveitam dessa tendência para alcançar novos públicos através de parcerias estratégicas. Esta abordagem tem respaldo em estudos e pesquisas que destacam o impacto significativo que os influenciadores têm nas decisões de compra dos consumidores.

Uma pesquisa recente conduzida pelo Instituto QualiBest revelou que, nos dias atuais, os influenciadores ocupam a segunda posição como fonte mais consultada para decisões de compra, mencionados por 49% dos participantes, ficando atrás apenas de amigos e familiares, com 57%. Além disso, os dados também apontam que 76% dos entrevistados seguem ao menos um influenciador digital, o mesmo percentual de usuários que relataram ter adquirido produtos ou serviços recomendados por esses influenciadores.

INFLUENCIADORES digitais têm impacto na decisão de compra. Terra, São Paulo, 31 ago. 2023. Disponível em: www.terra.com.br/noticias/ influenciadores-digitais-tem-impacto-na-decisao -de-compra,7b9dbce6d503fa48dad6bb54c359dbc 5pc3x3j0i.html. Acesso em: 2 ago. 2024. MARTINGO, Neide. Mais de 43% dos brasileiros já fizeram compras estimulados por influenciadores na internet. Valor Investe, São Paulo, 12 jul. 2022. Disponível em: https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-politica/noticia/2022/07/12/mais -de-43percent-dos-brasileiros-ja-fizeram-compras-estimulados-por-influenciadores -na-internet.ghtml. Acesso em: 9 ago. 2024.

Texto II

Texto III

Não se pode fugir do consumo, faz parte do seu metabolismo! O problema não é consumir, é o desejo infinito de continuar consumindo... Desde o Paleolítico, o ser humano busca a felicidade... mas os desejos são infinitos. As relações humanas são sequestradas por esta mania de apropriação do máximo de coisas possível.

BAUMAN, Zygmunt. Resulta muy difícil encontrar una persona feliz entre los ricos. Jornal La Vanguardia, Barcelona, maio 2014. Disponível em: www.lavanguardia.com/vida/20140517/54408010366/zygmunt-bauman-dificil-encontrar-feliz -ricos.html. Acesso em: 16 jun. 2024. [Tradução nossa].

Texto IV

Admirável Chip Novo (Pitty)

Pane no sistema, alguém me desconfigurou

Aonde estão meus olhos de robô?

Eu não sabia, eu não tinha percebido

Eu sempre achei que era vivo

Parafuso e fluido em lugar de articulação

Até achava que aqui batia um coração

Nada é orgânico, é tudo programado

E eu achando que tinha me libertado

Mas lá vêm eles novamente

Eu sei o que vão fazer

Reinstalar o sistema

Pense, fale, compre, beba Leia, vote, não se esqueça

Use, seja, ouça, diga Tenha, more, gaste, viva

Pense, fale, compre, beba Leia, vote, não se esqueça Use, seja, ouça, diga

Não senhor, sim senhor, não senhor, sim senhor [...]

ADMIRÁVEL Chip Novo. Compositor e intérprete: Pitty. Rio de Janeiro: Deckdisc, 2003. Disponível em: https://www.letras.mus.br/ pitty/admiravel-chip-novo/. Acesso em: 9 ago. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Impactos dos influenciadores digitais nas relações de consumo”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Planejar

1. Com base nos textos motivadores, verifique as possibilidades de abordagem do tema proposto.

2. De acordo com seu repertório, selecione referências que extrapolem os textos motivadores para usar na construção dos argumentos, como conceitos, informações históricas, entre outras.

3. Considerando o tema proposto, a análise dos textos motivadores e suas possibilidades de repertório, articule-os e estabeleça um contexto, um problema e uma tese a serem apresentados em sua redação.

4. Após essa etapa inicial, escolha os argumentos que darão suporte a seu ponto de vista e estabeleça a relação deles com o problema exposto e a tese defendida.

5. Verifique se os argumentos selecionados têm fonte confiável, como livros ou estudos chancelados por universidades e institutos de pesquisa. Caso as fontes não sejam precisas, pesquise a procedência e a confiabilidade de cada informação que pretende utilizar, a fim de localizar a referência adequada.

6. Na conclusão, elabore uma proposta de intervenção que seja factível, indicando o agente, a ação a ser realizada, o que fazer para executá-la e a finalidade de sua implementação.

MUNDO E EU Não escreva no livro.

O argumentar nos processos democráticos

Ouvir o outro, expor uma opinião de forma respeitosa e saber realizar uma contrapartida fundamentada são práticas que auxiliam no fortalecimento de um debate saudável e, por conseguinte, do próprio Estado democrático. Converse com os colegas a respeito das questões a seguir.

1. De que modo o estudo da argumentação pode contribuir para uma sociedade mais empática?

2. Como a prática da argumentação pode ser estimulada e desenvolvida em seu meio social?

2. Espera-se que os estudantes relacionem ações como reuniões feitas em associações de bairro, encontros comunitários, consultas públicas, entre outros eventos, como oportunidades de prática da argumentação relativa ao meio social em que vivem.

Escrever

1. Faça uma primeira versão de sua redação, utilizando a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Na elaboração, utilize verbos conjugados na terceira pessoa do plural para conferir impessoalidade e objetividade ao discurso.

3. Fique atento à aplicação das convenções da língua portuguesa, como a apresentada a seguir.

DE OlHO NA lINGUAGEM

Desinência verbal em terceira pessoa

A estrutura verbal da língua portuguesa apresenta quatro elementos constitutivos: o radical, a vogal temática, a desinência (sufixo) modo-temporal e a desinência (sufixo) número-pessoal. O radical é o núcleo do verbo e faz referência a determinado sentido; a vogal temática estabelece conexão entre o radical e as desinências; as desinências, por sua vez, indicam as flexões do verbo em número, pessoa, modo e tempo. Analise o exemplo a seguir.

Todos chegarão cedo para as aulas.

-ão = desinência número-pessoal (terceira pessoa do plural)

-ra = desinência modo-temporal (futuro do presente do modo indicativo) vogal temática radical (do verbo chegar)

Os verbos podem ser regulares e irregulares. No primeiro caso, radical e desinências se mantêm em todas as formas, conforme o modelo de sua conjugação; no segundo, o radical e as desinências se alteram.

Em relação à conjugação de verbos regulares, a desinência -u indica a terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo (exemplos: abdicou, viveu, sentiu), a desinência -m indica a terceira pessoa do plural do tempo presente ou do pretérito perfeito (exemplos: estudam/estudaram, comem/comeram, pede m /pedira m) e a desinência -ão indica a terceira pessoa do plural do tempo futuro do presente (exemplos: calarão, debaterão, abrirão).

Revisar

1. Verifique se o texto está elaborado em terceira pessoa e com nível de formalidade adequado.

2. Observe se o parágrafo inicial apresenta o contexto, o problema e a tese.

3. Avalie se os argumentos selecionados extrapolam os textos motivadores, se estão relacionados ao problema e se auxiliam na sustentação da tese.

4. G aranta que a conclusão do texto apresente proposta de intervenção factível e responda ao problema apresentado.

5. Cheque se há indicação precisa das fontes que embasam os argumentos apresentados.

6. Verifique se os verbos flexionados na terceira pessoa estão redigidos com as desinências conforme a norma-padrão.

Avaliar, reescrever e compartilhar

1. Depois de revisar sua redação, reescreva o texto realizando as alterações necessárias.

2. Em seguida, sob orientação do professor, compartilhe-o com a turma e converse com os colegas sobre o encaminhamento argumentativo escolhido pelos demais estudantes.

A avaliação na

redação do Enem

Você vai conhecer as competências avaliadas na redação do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. A correção da redação abarca cinco competências, as quais se espera que o estudante tenha desenvolvido ao longo de sua escolaridade. Assim, os critérios de correção especificam o que será avaliado na redação. Depois de conhecê-los, você vai realizar um simulado de redação do Enem.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O texto a seguir faz parte do documento A redação do Enem 2023: cartilha do participante e apresenta informações sobre a avaliação da redação solicitada por esse exame. Para haver coerência no processo de correção textual, foram estabelecidos procedimentos e critérios como parâmetros para a atribuição de notas. O que você pensa ser relevante avaliar em uma redação do Enem? Qual é a importância de conhecer os procedimentos e critérios pelos quais essa redação é avaliada?

Texto

QUEM VAI AVALIAR A REDAÇÃO?

Linguística: ciência que estuda as línguas humanas em todos os aspectos de sua manifestação.

O texto produzido por você será avaliado por, pelo menos, dois professores graduados em Letras ou Linguística, de forma independente, sem que um conheça a nota atribuída pelo outro.

COMO A REDAÇÃO SERÁ AVALIADA?

Os dois professores avaliarão seu desempenho de acordo com os critérios do quadro a seguir.

Competência IDemonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa.

Competência II

Competência III

Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.

Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.

Competência IV Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.

Competência V Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

COMO SERÁ ATRIBUÍDA A NOTA À REDAÇÃO?

Cada avaliador atribuirá uma nota entre 0 e 200 pontos para cada uma das cinco competências. A soma desses pontos comporá a nota total de cada avaliador, que pode chegar a 1.000 pontos. A nota final do participante será a média aritmética das notas totais atribuídas pelos dois avaliadores.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A redação do Enem 2023: cartilha do participante. Brasília, DF: Inep/MEC 2023. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_ basica/a_redacao_no_enem_2023_cartilha_do_participante.pdf. Acesso em: 9 ago. 2024.

Não escreva no livro.

Pensar e compartilhar

1. Considerando a primeira pergunta dos esclarecimentos feitos na cartilha do participante do Enem, responda:

a) A que aspecto do processo de avaliação da redação ela se relaciona?

1. a) A primeira pergunta diz respeito ao avaliador, ou seja, a quem avaliará a redação.

b) O texto abaixo dessa pergunta esclarece o questionamento que ela apresenta? Explique.

1. b) Sim, pois informa que a redação será corrigida por dois avaliadores, que a avaliarão de forma independente.

2. A segunda pergunta diz respeito aos critérios que serão utilizados na correção da redação, conhecidos como “Matriz de Referência”.

a) De acordo com as competências apresentadas, qual delas faz referência, de forma prioritária, ao uso da norma-padrão da língua portuguesa?

2. a) A competência I.

b) Que outra competência está relacionada à avaliação de recursos linguísticos que auxiliam no estabelecimento de conexão entre as partes do texto?

2. b) A competência IV.

3. No quadro da “Matriz de Referência”, uma das competências indicadas estabelece conexão com diferentes conhecimentos construídos ao longo do processo escolar, o repertório sociocultural do participante.

a) Qual é essa competência?

3. a) A competência II.

3. b) Essa relação é estabelecida por meio da indicação de que o participante deve compreender a proposta de redação e desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.

b) A lém de se referir a esse repertório sociocultural, essa competência estabelece relação com a proposta de redação apresentada ao participante do Enem. Explique como isso ocorre.

4. A competência III trata das relações de sentido entre as ideias apresentadas no texto e a relevância delas na defesa de um ponto de vista.

a) D e que modo é possível selecionar informações, fatos, opiniões e argumentos para produzir a redação no Enem?

4. a) Podem-se selecionar essas informações por meio dos textos motivadores presentes na proposta de redação e pela mobilização do repertório sociocultural do participante.

b) Nessa mesma competência afirma-se a necessidade de defender um ponto de vista. Como essa necessidade se articula com a importância de selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos?

4. b) A defesa do ponto de vista deve ser sustentada por informações, fatos e argumentos selecionados e desenvolvidos pelo participante na redação.

5. A última competência indicada nos critérios de correção do Enem estabelece a necessidade de elaboração de uma proposta de intervenção. Como essa competência se conecta com o problema apresentado no texto?

5. Essa competência estabelece a necessidade de propor uma ação que busque auxiliar na solução do problema apresentado na parte inicial da redação.

6. Considerando as três perguntas que apresentam informações sobre o processo de correção da redação do Enem, por que é relevante adotar critérios para a análise das redações?

6. Os critérios conferem especificidade à correção, uma vez que todos os participantes devem ser avaliados de acordo com os mesmos critérios, independentemente de quem seja o avaliador.

O projeto de texto

7. Para elaborar uma redação centrada em uma ideia coerente a ser defendida, é importante fazer um projeto de texto. Nele, deve-se prever um esquema de organização estratégica dos argumentos a serem utilizados para a sustentação do ponto de vista apresentado.

a) Ao elaborar o projeto de texto, que leitor se deve considerar como o possível interlocutor da redação do Enem?

b) P ara que o projeto de texto seja coerente com a proposta de redação, qual deve ser o primeiro procedimento do participante do exame em relação ao texto a ser produzido?

c) Como esse procedimento favorece o participante do Enem?

d) A pós esse procedimento, é importante mobilizar repertório que possa auxiliar na abordagem do tema. Como essa mobilização de repertório pode ser realizada?

Não escreva no livro.

8. Após realizar a mobilização de repertório, seguem-se as demais etapas de planejamento do texto.

a) Para estabelecer uma organização textual, o que precisa ser definido para compor a introdução do texto?

b) Definido o que constará na introdução do texto, qual é a próxima etapa a ser planejada?

c) Ao longo dessas etapas de planejamento, o que deve ser considerado em relação à mobilização e à seleção de repertório para o desenvolvimento das ideias apresentadas na redação?

9. No projeto de texto, é importante estabelecer a progressão adequada ao desenvolvimento do tema, de forma que as ideias sejam apresentadas gradualmente na defesa do ponto de vista. De que modo o projeto de texto pode contribuir para o estabelecimento dessa progressão?

10. Para planejar a proposta de intervenção, o que deve ser considerado em relação à introdução e ao desenvolvimento da redação?

11. Considerando a situação de produção – um exame voltado a pessoas que estão em fase de conclusão ou concluíram a etapa de escolarização básica e um instrumento para ingresso no ensino superior –, assim como a proposta de redação, o possível interlocutor e as competências avaliadas, que aspectos devem estar contemplados nesse projeto de texto?

Em qualquer situação de escrita formal, é recomendável a elaboração de um projeto de texto. Para elaborar um texto do tipo dissertativo-argumentativo, como é o caso da redação do Enem, é importante organizar um projeto de texto que considere a mobilização de amplo repertório e a seleção de fatos, informações e argumentos condizentes com a posição assumida pelo autor em relação ao tema proposto na redação. Segundo a própria cartilha do participante, o projeto de texto é o planejamento prévio à escrita da redação. Trata-se de um esquema que pode ser percebido pela organização estratégica dos argumentos no texto. Nele, são definidos os argumentos a serem utilizados para a defesa do ponto de vista e a ordem de apresentação desses argumentos no texto, a fim de garantir articulação, clareza e coerência à produção final.

12. De acordo com o objetivo do projeto de texto e as informações que devem estar dispostas nesse planejamento, qual(is) formato(s) você julga adequado(s) para estruturá-lo? Por quê?

12. É possível indicar diferentes formatos para esse planejamento, como esquemas, mapa mental e organização por tópicos. Deve-se analisar a coerência entre o formato e a justificativa desse uso.

EU E O MUNDO Critérios, escolhas, projetos e relações sociais

Com base nos estudos que você fez até aqui, converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

8. a) Para compor a introdução do texto, deve-se definir o repertório a ser utilizado para a elaboração do contexto a ser apresentado na redação, a identificação do problema a ser tratado e a construção da tese.

8. b) A próxima etapa a ser planejada é a do desenvolvimento textual, na qual devem constar informações, fatos e argumentos que auxiliarão na reflexão sobre o problema e na defesa do ponto de vista exposto na tese.

8. c) Deve ser considerada a pertinência do repertório selecionado, o que deve ser feito tendo em vista a sustentação da tese apresentada no parágrafo inicial da redação.

#fiCAADiCA

1. Por que o fato de haver critérios claros para uma avaliação favorece a transparência das instituições e contribui para relações sociais mais saudáveis?

2. Ao realizar projetos relacionados à vida pessoal, profissional ou familiar, por que é importante agir de forma ética e responsável? MP

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que, ao agir de forma ética e responsável, garantem-se os direitos fundamentais da pessoa, como o direito à vida, à paz, à dignidade, à justiça social e à democracia.

A redação do Enem 2023: cartilha do participante , publicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) está disponível para consulta no site do próprio instituto. Também é possível acessar cartilhas referentes a exames realizados em anos anteriores. De modo claro e objetivo, nesse documento são apresentadas informações sobre a Matriz de Referência do exame, além de redações comentadas que obtiveram nota 1 0 00. Disponível em: https:// download.inep.gov.br/ publicacoes/institucionais/ avaliacoes_e_exames_ da_educacao_basica/ a_redacao_no_enem _2023_cartilha_do_ participante.pdf. Acesso em: 9 ago. 2024.

Não escreva no livro.

InTEGranDO COm

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

SOCIOLOGIA

Declaração Universal dos Direitos Humanos

Leia um cartaz e um trecho de texto sobre a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que celebrou 75 anos, em 2023, desde sua publicação.

MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS E DA CIDADANIA. Declaração Universal dos Direitos Humanos – 75 anos. Brasília, DF, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/comunicacao/campanhas-do-mdhc/2023/75-anos-dadh. Acesso em: 14 ago. 2024.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi promulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 10 de dezembro de 1948, após o fim da Segunda Guerra Mundial, como uma resposta aos crimes praticados contra a humanidade durante esse conflito. Composta de 30 artigos e assinada por diversos países, incluindo o Brasil, a Declaração busca o compromisso das nações em promover o respeito universal aos direitos e às liberdades fundamentais do ser humano, como o direito à liberdade, à alimentação e ao ensino, entre outros.

1. De que forma o texto e a imagem do cartaz estabelecem conexão com o compromisso indicado na Declaração Universal dos Direitos Humanos?

1. O cartaz, que faz referência aos 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, mostra um indígena, uma mulher e uma criança olhando na mesma direção, o que sugere mirar no ideal comum de que todos devem ter direitos assegurados.

Não escreva no livro.

2. O cartaz expressa, por meio de uma frase, um desafio relacionado à Declaração Universal dos Direitos Humanos. Qual é essa frase?

2. “O ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações”.

A declaração a seguir é de Patrícia Oliveira, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Ceará (OAB-CE), e foi publicada em uma notícia acerca dos 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Leia-a.

Ela [declaração] traz o mínimo ético político sob uma visão do que é o básico [...]. A ideia de direitos humanos deveria ser a ideia do mínimo, mas hoje é como se fosse ainda uma utopia para grande parte da população mundial. Falar dos direitos humanos é falar os direitos em inúmeras dimensões.

ALMEIDA, Gabriela. Legados e desafios: 75 anos da Declaração dos Direitos Humanos. O Povo, 10 dez. 2023. Disponível em: https://www.opovo.com.br/noticias/brasil/2023/12/10/legados -e-desafios-75-anos-da-declaracao-dos-direitos-humanos.html Acesso em: 9 ago. 2024.

3. Em que sentido a declaração da advogada dialoga com o cartaz?

4. Qual é a relevância de se solicitar, na proposta de redação do Enem, o respeito aos direitos humanos e de esse tópico também ser indicado na Matriz de Referência para a correção do texto?

4. A indicação de respeito aos direitos humanos na redação, assim como a menção a esse aspecto na Matriz de Referência, reforça o compromisso das instituições responsáveis pela elaboração do exame com o respeito à legislação, em especial, à relativa à garantia dos direitos humanos.

lINGUAGEM EM FOCO

A campanha “Eu existo”, divulgada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania brasileiro, apresenta alguns dos artigos que fazem parte da Declaração dos Direitos Humanos. Disponível em: https://www.youtube. com/watch?v=dwvql 05daLQ. Acesso em: 21 jun. 2024.

3. Ao afirmar que os direitos humanos ainda são uma utopia para grande parte da população mundial, a fala da advogada dialoga com a indicação, no cartaz, de que a Declaração Universal dos Direitos Humanos é um ideal comum a ser atingido, ou seja, ela ainda não faz parte da realidade de muitas pessoas.

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Critérios de avaliação da Competência I e a escolha vocabular

Na Matriz de Referência para correção da redação do Enem, a Competência I indica como critério de avaliação o domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa, o que está de acordo com o solicitado na proposta de redação disponibilizada aos participantes do Exame. No quadro a seguir, são indicados os seis níveis de desempenho nessa competência, de acordo com documento publicado pelo Inep.

200 pontos

160 pontos

Demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de convenções da escrita serão aceitos somente como excepcionalidade e quando não caracterizarem reincidência.

Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita.

Domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa refere-se à adequação do texto à norma-padrão: respeito às convenções da escrita e às regras gramaticais, construção gramatical, escolha de registro e escolha vocabular precisa. Em relação à construção gramatical, os períodos devem ser estruturados de forma completa, sugerindo-se o uso de períodos que apresentem certa complexidade, composto de orações subordinadas e intercaladas.

São considerados desvios gramaticais situações de inadequação relativas à regência, à concordância, à pontuação, à falta de paralelismo sintático, ao emprego impróprio de pronomes e à ausência ou uso inadequado de crase.

120 pontos

80 pontos

40 pontos

Demonstra domínio mediano da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro, com alguns desvios gramaticais e de convenções da escrita

Demonstra domínio insuficiente da modalidade escrita formal da língua portuguesa, com muitos desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita.

Demonstra domínio precário da modalidade escrita formal da língua portuguesa, de forma sistemática, com diversificados e frequentes desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita.

Desvios de convenção da escrita são relacionados ao modo como se escrevem as palavras. São desvios dessa natureza falta de acento ou palavra escrita incorretamente, ausência de hífen na translineação ou em termos que requerem o uso, separação silábica equivocada e utilização indevida de letras maiúsculas e minúsculas.

Note que os adjetivos “excelente”, “bom”, mediano”, “insuficiente” e “precário” acompanham a variação da atribuição de pontos, indo do maior domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa (200 pontos) até o desconhecimento dessa modalidade (0 ponto).

A escolha de registro diz respeito ao uso da língua portuguesa de acordo com a modalidade escrita formal, sem marcas de oralidade ou coloquialidade.

0 ponto

Demonstra desconhecimento da modalidade escrita formal da língua portuguesa.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A redação do Enem 2023: cartilha do participante. Brasília, DF: Inep/MEC, 2023. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_ basica/a_redacao_no_enem_2023_cartilha_do_participante.pdf. Acesso em: 9 ago. 2024.

A Matriz de Referência para correção da redação do Enem indica a relevância do uso de vocabulário preciso, com o emprego das palavras adequadas ao contexto em que estão inseridas. Ao elaborar textos de gêneros diversos, a seleção de vocabulário, sejam substantivos, adjetivos, advérbios, verbos, entre outros, é fundamental para a construção de sentido que se pretende exprimir.

Leia, a seguir, os parágrafos iniciais de uma redação do Enem sobre o tema “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”. Depois, responda ao que se pede.

Historicamente, a partir da implementação das missões jesuíticas no Brasil colonial, os povos nativos tiveram suas tradições suprimidas e o seu conhecimento acerca das peculiaridades territoriais menosprezado. Na contemporaneidade, a importância dessas populações configura um fator indispensável à compreensão da diversidade étnica do nosso país. Contudo, ainda persistem desafios à valorização dessas comunidades, o que interfere na preservação de seus saberes. Logo, urgem medidas estatais que promovam melhorias nesse cenário.

Sob esse viés, é válido destacar a fundamentalidade dos povos tradicionais como detentores de uma pluralidade histórica e cultural, que proporciona a disseminação de uma vasta sabedoria na sociedade. Nesse sentido, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) afirma as heranças tradicionais desses grupos como constituintes do patrimônio imaterial brasileiro. Dessa forma, sabe-se que a contribuição desses indivíduos para a formação intelectual do corpo social engloba práticas de sustentabilidade, agricultura familiar e, inclusive, confere a eles uma participação efetiva na economia do país. Assim, evidencia-se a extrema relevância dessas comunidades para a manutenção de conhecimentos diferenciados, bem como para a evolução da coletividade. [...]

LEMES, Maria Fernanda Siminonato de. In: BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A redação do Enem 2023: cartilha do participante. Brasília, DF: Inep/MEC, 2023. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_basica/ a_redacao_no_enem_2023_cartilha_do_participante.pdf. Acesso em: 9 ago. 2024.

1. O tema da redação faz referência aos povos e às comunidades tradicionais.

a) Ao longo dos parágrafos, que substantivos são utilizados para fazer referência a pessoas pertencentes a esses povos?

b) Ao utilizar essa diversidade de substantivos, qual é o efeito de sentido construído?

2. Em um dos parágrafos, é utilizado um substantivo para nomear uma organização relacionada à preservação histórica e cultural brasileira.

a) Qual é a relação entre essa instituição e o tema solicitado na redação?

1. a) Os substantivos povos, populações, comunidades, grupos e indivíduos. MP MP

b) Considerando o contexto em que esse texto foi produzido – uma redação voltada ao Enem –, qual é a relevância em nomear essa instituição?

2. b) A relevância consiste em apresentar uma informação significativa na abordagem do tema com o respaldo de uma instituição legítima e reconhecida por sua atuação.

3. Na redação, são apresentadas algumas contribuições sociais dos povos e das comunidades tradicionais, com o objetivo de desenvolver o processo argumentativo.

a) Quais são essas contribuições?

3. a) As contribuições são as de: “práticas de sustentabilidade”, “agricultura familiar”, “manutenção de conhecimentos diferenciados” e “evolução da coletividade”.

b) C ada uma dessas contribuições é nomeada com a combinação de um substantivo e de um ou mais termos. Quais são esses substantivos?

3. b) Os substantivos: são práticas, agricultura, manutenção e evolução

c) O uso dessa diversidade de substantivos favorece que percepção, da parte do leitor, em relação à relevância dos povos e das comunidades tradicionais?

3. c) A diversidade de substantivos aponta para uma diversidade de práticas socioculturais dessas populações e, portanto, pode favorecer a percepção da amplitude das contribuições dessas populações tradicionais.

#PARAlEMBRAR

Todo texto apresenta intencionalidade e, em sua composição, articulam-se diferentes níveis da língua. Uma dessas articulações ocorre no nível morfológico, que estuda as classes de palavras, como os substantivos, os adjetivos, os verbos, os advérbios e outras classes gramaticais. Outro nível de articulação da língua é o sintático, que tem como objeto de estudo as relações das palavras na oração e a função de cada um de seus termos. É importante lembrar que, embora haja níveis distintos de articulação, a morfologia e a sintaxe, ao envolver classe gramatical e função sintática, estão conectadas.

Exemplo:

O texto abarcou problemáticas do contexto brasileiro.

adjunto adnominal verbo transitivo direto núcleo do sujeito objeto direto complemento nominal = nível sintático

sujeito predicado artigo substantivo verbo substantivo preposição substantivo adjetivo = nível morfológico

4. A seleção e o uso dos substantivos ao longo dos parágrafos se conectam, especificamente, a que critério indicado na Matriz de Referência para correção da redação do Enem? 4. A seleção e o uso dos substantivos se conectam à escolha de registro e à escolha vocabular.

Os substantivos são utilizados para denominar diferentes elementos, como pessoas, fatos etc. Quando selecionados com precisão conferem especificidade ao texto, em relação ao que se referem. Além disso, é recomendável o uso de substantivos sinônimos, para dar mais amplitude lexical ao texto e indicar o domínio da modalidade formal da língua portuguesa.

Não escreva no livro.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

A seleção dos substantivos e a adequação ao contexto Leia um trecho de um post de blogue de uma educadora em um site jornalístico.

Redação Enem: domínio da escrita vai além de não cometer erros

Nota máxima na redação do Enem: é o sonho de todo candidato. Significa turbinar o resultado e, provavelmente, entrar numa faculdade de excelência. Como alcançar essa meta? Ora, é necessário garantir os 200 pontos em cada um dos cinco itens avaliados separadamente e somados para gerar a nota final.

Muitos estudantes não dão a devida importância ao critério número 1 de correção, que avalia se o candidato demonstra domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa. Pensam que se trata, simplesmente, de não cometer erros de ortografia. Então, quando analisam o espelho da redação, não entendem uma nota baixa dada a um texto sem nenhuma palavra incorreta, ou se surpreendem ao ver que redações com um ou outro erro alcançam nota mil.

Isso acontece porque o item que julga o domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa vai muito além da mera ortografia.

RAMAL, Andrea. Redação Enem: domínio da escrita vai além de não cometer erros. G1, 18 jul. 2016. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/blog/andrea-ramal/post/redacao-enem-dominio-da-escrita-vai-alem-de-nao-cometer-erros.html. Acesso em: 9 ago. 2024.

1. De acordo com o texto, o atendimento à Competência I na redação do Enem abarca requisitos além do domínio da ortografia. Com base em suas análises, que outros conhecimentos linguísticos estão relacionados a essa competência?

2. Considerando as informações apresentadas na notícia, responda às questões.

a) Qual é o objetivo de muitos participantes do Enem?

b) Qual seria um meio para alcançar esse objetivo?

2. a) O objetivo é o de entrar em uma faculdade de excelência.

2. b) Um dos meios é o de obter nota máxima na redação do Enem, garantindo 200 pontos em cada competência avaliada.

c) Ao fazer referência a esse objetivo, que substantivo foi utilizado?

2. c) O substantivo meta

d) Qual foi o efeito de sentido obtido com a seleção e o uso desse substantivo?

2. d) O efeito de sentido de evitar repetições e garantir precisão ao que está sendo escrito.

e) De acordo com o contexto em que o post está publicado – um blogue de uma educadora vinculado a um portal de notícias de um veículo de comunicação de amplo alcance – e com o tema tratado, qual é a importância de construir esse efeito de sentido?

3. Ao longo do texto são utilizados dois substantivos para fazer referência aos participantes do Enem.

a) Quais são esses substantivos?

3. a) Candidato e estudante

b) Além da utilização desses substantivos, que recurso linguístico é empregado na retomada desses termos?

3. b) Utiliza-se elipse em relação ao sujeito das formas verbais pensam, analisam, entendem e surpreendem

c) Considerando o contexto, que outros substantivos poderiam ter sido utilizados para evitar a repetição das palavras candidato e estudante?

3. c) Poderiam ter sido utilizados os substantivos participante e partícipe, por exemplo.

d) E xplique a relevância na utilização de diferentes estratégias a fim de retomar determinado substantivo.

3. d) Ao combinar o uso de diferentes estratégias de retomada de termos, garante-se fluidez ao texto e revela-se domínio da modalidade formal da língua portuguesa.

Não escreva no livro.

#naprática

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Simulado da redação do Enem

Agora é sua vez de realizar um simulado da redação do Enem que atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho do simulado da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos motivadores terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

TEXTO I

Três em cada quatro professores concordam com o uso da tecnologia e inteligência artificial como ferramenta de ensino. Os docentes também dizem que a tecnologia impactou a educação tanto positivamente, com acesso mais rápido à informação, quanto negativamente, fazendo com que os estudantes fiquem mais dispersos.

Os dados são da pesquisa inédita Perfil e Desafios dos Professores da Educação Básica no Brasil, divulgada nesta quarta-feira (8), pelo Instituto Semesp – entidade que representa mantenedoras de ensino superior. A pesquisa foi realizada entre 18 a 31 de março de 2024, com 444 docentes das redes pública e privada, do ensino infantil ao médio, de todas as regiões do país. Segundo o levantamento, 74,8% dos entrevistados concordam parcial ou totalmente com o uso da tecnologia e inteligência artificial no ensino. Apesar disso, apenas pouco mais de um terço, 39,2%, dos professores entrevistados disseram que sempre utilizam a tecnologia como ferramenta de ensino.

[...]

TOKARNIA, Mariana. Inteligência artificial pode ser ferramenta de ensino, mostra estudo. Agência Brasil, Rio de Janeiro, 8 maio 2024. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2024-05/inteligencia -artificial-pode-ser-ferramenta-de-ensino-mostra-estudo. Acesso em: 9 ago. 2024.

TEXTO II

Em meio à rápida expansão da inteligência artificial (IA), crescem as preocupações com a possibilidade da tecnologia perpetuar e até mesmo intensificar as disparidades sociais. As IAs, como também podem ser chamadas, são cada vez mais empregadas em processos de tomada de decisões cruciais, como seleção de candidatos a emprego, concessão de empréstimos, definição de sentenças judiciais e até mesmo diagnósticos médicos. Porém, a recente identificação de casos em que a IA foi influenciada pela cultura dominante presente nos bancos de dados, contribuindo para a estratificação social e acentuando a desigualdade, levanta questionamentos sobre o impacto desses algoritmos. [...]

INTELIGÊNCIA artificial utiliza base de dados que refletem preconceitos e desigualdades. Jornal da USP, 7 jul. 2023. Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/inteligencia-artificial-utiliza-base-de-dados-que-refletem-preconceitos-e-desigualdades/. Acesso em: 24 out. 2024.

TEXTO III

INÁCIO, Bruno. Novas tirinhas de André Dahmer transformam algoritmo em personagem intrometido. Le Monde Diplomatique, Brasil, 27 jul. 2023. Disponível em: https://diplomatique.org.br/novas-tirinhas-de-andre-dahmer-transformam-algoritmo-em-personagem-intrometido/. Acesso em: 9 ago. 2024.

TEXTO IV

Se tarefas repetitivas estão cada vez mais automatizadas e mais empregos exigem competências de pensamento de ordem superior, a pressão sobre instituições educacionais para desenvolver essas competências aumentará. Se trabalhos escritos não indicam mais o domínio de certas habilidades, os métodos de avaliação terão de ser revistos. Se a instrução inteligente substituir pelo menos algumas tarefas de ensino, a preparação e as práticas dos professores terão de mudar respectivamente. Embora muitas tecnologias que antes foram promovidas como transformadoras não tenham correspondido às expectativas, o simples aumento do potencial computacional por trás da inteligência artificial generativa suscita a pergunta: será que essa tecnologia é o ponto de virada?

UNESCO. Resumo do Relatório de Monitoramento Global da Educação 2023 – A tecnologia na educação: uma ferramenta a serviço de quem? Paris: Unesco, 2023. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000386147_por/PDF/386147por.pdf.multi. Acesso em: 9 ago. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A utilização de inteligência artificial e suas implicações no contexto escolar”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

Planejar

1. De acordo com o tratado no tópico “Projeto de texto”, planeje sua redação considerando a leitura e a análise dos textos motivadores, o tema solicitado na proposta, a seleção de enfoque a ser tratado na redação, as escolhas de argumentos e a estrutura textual na qual o texto será desenvolvido.

2. Certifique-se de que todos os itens abarcados no tema estão contemplados no seu processo argumentativo.

3. Fique atento à confiabilidade dos argumentos, verificando a legitimidade deles. Para tanto, certifique-se de que suas fontes são confiáveis, como livros ou estudos chancelados por universidades, institutos de pesquisa, entre outras.

4. No caderno, organize um esquema da redação explicitando a estrutura e as partes que a compõem. Esse esquema auxiliará na organização e no desenvolvimento do texto.

Um dos temas em amplo debate na atualidade diz respeito ao uso da inteligência artificial (IA). Sabe-se que as tecnologias baseadas em IA têm gerado mudanças em diferentes campos profissionais e estão presentes em processos relacionados à automatização de tarefas administrativas e atendimentos a clientes, por exemplo. Junto a essas transformações, surgem dilemas sobre como essas tecnologias podem impactar a vida das pessoas, em diferentes contextos – por exemplo, no universo acadêmico, nas ciências, nas relações pessoais e de trabalho. Além disso, tecnologias pautadas em IA podem ser treinadas a fim de reproduzir vieses e preconceitos presentes na sociedade. Considerando a problemática apresentada, reflita sobre as questões a seguir e dialogue com os colegas e o professor a respeito delas.

1. Qual é a relevância de uma reflexão sobre ética e direitos humanos relacionada ao desenvolvimento e à utilização de tecnologias baseadas em inteligência artificial?

2. Como as instituições públicas e privadas podem auxiliar a preparar as populações para lidar com esse contexto?

2. As instituições governamentais e privadas necessitam investir para que as populações – em especial as mais vulneráveis – tenham formação acadêmica e profissional a fim de poderem atuar em um contexto no qual a tecnologia digital se faz presente de forma tão incisiva.

Escrever

1. No caderno, faça um rascunho da redação, utilizando a norma-padrão da língua portuguesa e atendendo as cinco competências avaliadas na redação do Enem, em especial a Competência I, que trata do domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa.

2. Ao escrever seu texto, verifique a seleção de substantivos e a precisão dos termos para evitar repetições e promover fluidez no texto, considerando o contexto, e lembre-se de utilizar estratégias diversas para evitar repetição de palavras, como o emprego de diferentes substantivos para retomar termos já utilizados.

MP
Impactos da inteligência artificial
O MUNDO E EU Não escreva no livro.

O uso do s e do z nas terminações -ês, -esa , -ez , -eza

Algumas dúvidas ortográficas situam-se em relação ao uso das terminações -ez, -eza, -ês e -esa, pois esses sufixos representam o mesmo som. Veja a seguir algumas regras relativas a esses usos:

I. Usa-se os sufixos -ês e -esa:

• em palavras que indicam origem ou procedência, além de títulos de nobreza. Exemplos: holandês, holandesa, marquês, marquesa, duquesa.

• em substantivos relacionados a verbos terminados em -ender. Exemplos: defender/defesa; surpreender/ surpresa; despender/despesa.

II. Usa-se os sufixos -ez e -eza:

• em substantivos abstratos derivados de adjetivos relacionados a qualidade ou estado. Exemplos: certo/ certeza; triste/tristeza, gentil/gentileza.

Leia o trecho de uma notícia a seguir.

1. A palavra empresas. Nela, o sufixo -esa se deve ao fato de o substantivo se originar do verbo empreender, terminado em -ender

Dia Mundial da Água: Startup paraense faz limpeza em combate à poluição dos rios da Amazônia

Uma startup paraense realiza neste fim de semana uma ação voltada à limpeza dos rios em Belém. Em celebração ao Dia Mundial da Água, celebrado nesta sexta-feira (22), a atividade pretende mobilizar a sociedade, empresas e governo no combate à poluição das águas.

DIA Mundial da Água: startup paraense faz limpeza em combate à poluição dos rios da Amazônia. G1, Belém, 22 mar. 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/pa/para/noticia/2024/03/22/dia-mundial-da-agua-startup-paraense-faz-limpeza -em-combate-a-poluicao-dos-rios-da-amazonia.ghtml. Acesso em: 14 out. 2024.

1. No parágrafo citado da notícia, é utilizada uma palavra que é sinônima da expressão em língua inglesa startup. Qual é essa palavra? Que regra explica o uso do sufixo presente nela?

2. No título da notícia, é utilizado um termo com terminação -eza. Que situação justifica o uso desse sufixo?

2. No substantivo abstrato limpeza, há uso do sufixo -eza, pois ele deriva do adjetivo limpo.

Revisar

1. Ao revisar seu texto, verifique se há palavras terminadas em -ez , -eza, -ês, -esa. Se houver, verifique se estão de acordo com os casos indicados no boxe anterior. Caso não localize as informações necessárias, pesquise em uma gramática outros usos desses sufixos e verifique a adequação.

2. Analise se sua redação está de acordo com o projeto de texto.

3. Verifique se a redação cumpre as cinco competências referentes aos critérios de correção.

4. Observe se os argumentos estão elaborados de forma adequada, com referências atualizadas.

5. Analise se há diversidade de substantivos e se os usos estão adequados à situação de produção.

6. Verifique se foram aplicadas diferentes estratégias para evitar a repetição de termos, de modo a assegurar a fluidez do texto e o nível de formalidade adequado.

Avaliar, reescrever e compartilhar

1. A pós revisar sua redação, verificando se os itens indicados foram cumpridos, reescreva-a realizando as alterações necessárias.

2. Sob orientação do professor, compartilhe sua redação com a turma e converse com os colegas sobre o projeto de texto e o atendimento às competências avaliadas.

Não escreva no livro.

PERCURSOS DA REDAÇÃO DO ENEM 2

Estratégias didáticas nas Orientações do professor.

Metaesquema, nome da obra do artista plástico carioca Hélio Oiticica (1937-1980), sugere uma estrutura que transcende, vai além de um simples plano ou organização. O gênero redação do Enem também deve ir além de uma estrutura básica de introdução, desenvolvimento e conclusão. É preciso transcender a simples organização de ideias, articulando informação, fato, opinião e proposta de intervenção.

OITICICA, Hélio. Metaesquema. 1958. Guache sobre cartão, 68 cm ✕ 50 cm. Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

1. A obra é composta predominantemente de formas geométricas simples, como quadrados e retângulos.

1. Que elementos na pintura estão associados a formas geométricas?

2. Como a disposição das formas na obra pode ser interpretada em relação ao conceito de movimento e dinamismo?

3. Considerando a resposta à questão anterior, é possível afirmar que o artista sugere, na pintura, uma experiência estética que envolve a participação do espectador na interpretação da obra? Comente. MP

3. Sim, a obra convida o espectador a participar ativamente de sua interpretação. A disposição dinâmica das formas geométricas, que parecem em constante movimento, faz com que cada observador perceba a composição de modos diferentes, dependendo do ângulo ou da perspectiva escolhida.

Esta unidade tem como foco as diferentes maneiras de elaborar as partes que compõem a redação do Enem. Nessa direção, relacionam-se algumas estratégias que podem ser mobilizadas no processo de construção textual.

Não escreva no livro.

De onde partir: a introdução na redação do Enem

Primeiro contato do leitor com o texto, a introdução no gênero redação do Enem requer uma estratégia cuidadosa: deve ser clara, objetiva e alinhada ao que será discutido ao longo da redação. Lembre-se de que essa parte do texto é tão importante quanto as demais, ou seja, o desenvolvimento e a conclusão da redação. Por isso, agora você vai conhecê-la melhor.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações do professor.

A seguir, você vai ler a proposta do Enem 2017 e, na sequência, uma redação que recebeu a nota máxima da banca corretora do exame. O tema da redação daquele ano foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”. De que forma você faria a introdução de uma redação sobre esse tema?

Texto 1

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 linhas.

A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

• desrespeitar os direitos humanos.

• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”.

• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.

• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

TEXTO I

TEXTOS MOTIVADORES

CAPÍTULO IV

DO DIREITO À EDUCAÇÃO

Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.

Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação.

Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: [...] IV – oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas; [...] XII – oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e participação.

BRASIL. Lei no 13.146, de 6 de julho de 2015. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 9 jun. 2017 (fragmento).

Não escreva no livro.

TEXTO II

TEXTO IV

TEXTO III

Disponível em: https://servico.prt4.mpt.mp.br. Acesso em: 3 jun. 2017 (adaptado).

No Brasil, os surdos só começaram a ter acesso à educação durante o Império, no governo de Dom Pedro II, que criou a primeira escola de educação de meninos surdos, em 26 de setembro de 1857, na antiga capital do País, o Rio de Janeiro. Hoje, no lugar da escola funciona o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines). Por isso, a data foi escolhida como Dia do Surdo. Contudo, foi somente em 2002, por meio da sanção da Lei no 10.436, que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida como segunda língua oficial no País. A legislação determinou também que devem ser garantidas, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Libras como meio de comunicação objetiva.

Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 9 jun. 2017 (adaptado).

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO. Prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação. Prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias. Caderno 1, Azul, Enem 2017. p. 19. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2017/2017_PV_impresso_D1_CD1.pdf. Acesso em: 22 ago. 2024.

Texto 2

Na obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, o realista Machado de Assis expõe, por meio da repulsa do personagem principal em relação à deficiência física (ela era “coxa”), a maneira como a sociedade brasileira trata os deficientes. Atualmente, mesmo após avanços nos direitos desses cidadãos, a situação de exclusão e preconceito permanece e se reflete na precária condição da educação ofertada aos surdos no País, a qual é responsável pela dificuldade de inserção social desse grupo, especialmente no ramo laboral.

Convém ressaltar, a princípio, que a má formação socioeducacional do brasileiro é um fator determinante para a permanência da precariedade da educação para deficientes auditivos no País, uma vez que os governantes respondem aos anseios sociais e grande parte da população não exige uma educação inclusiva por não necessitar dela. Isso, consoante ao pensamento de A. Schopenhauer de que os limites do campo da visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo que a cerca, ocorre porque a educação básica é deficitária e pouco prepara cidadãos no que tange ao respeito às diferenças. Tal fato se reflete nos ínfimos investimentos governamentais em

Fonte: Inep.

capacitação profissional e em melhor estrutura física, medidas que tornariam o ambiente escolar mais inclusivo para os surdos.

Em consequência disso, os deficientes auditivos encontram inúmeras dificuldades em variados âmbitos de suas vidas. Um exemplo disso é a difícil inserção dos surdos no mercado de trabalho, devido à precária educação recebida por eles e ao preconceito intrínseco à sociedade brasileira. Essa conjuntura, de acordo com as ideias do contratualista John Locke, configura-se uma violação do “contrato social”, já que o Estado não cumpre sua função de garantir que tais cidadãos gozem de direitos imprescindíveis (como direito à educação de qualidade) para a manutenção da igualdade entre os membros da sociedade, o que expõe os surdos a uma condição de ainda maior exclusão e desrespeito.

Diante dos fatos supracitados, faz-se necessário que a Escola promova a formação de cidadãos que respeitem as diferenças e valorizem a inclusão, por intermédio de palestras, debates e trabalhos em grupo, que envolvam a família, a respeito desse tema, visando ampliar o contato entre a comunidade escolar e as várias formas de deficiência. Além disso, é imprescindível que o Poder Público destine maiores investimentos à capacitação de profissionais da educação especializados no ensino inclusivo e às melhorias estruturais nas escolas, com o objetivo de oferecer aos surdos uma formação mais eficaz. Ademais, cabe também ao Estado incentivar a contratação de deficientes por empresas privadas, por meio de subsídios e Parcerias Público-Privadas, objetivando ampliar a participação desse grupo social no mercado de trabalho. Dessa forma, será possível reverter um passado de preconceito e exclusão, narrado por Machado de Assis, e ofertar condições de educação mais justas a esses cidadãos.

CASTELO BRANCO, Isabella Barros. [Redação do Enem]. In: ENEM 2017: leia redações nota mil. G1, [s. l.], 19 mar. 2018. Educação. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/leia-redacoes-nota-mil-do-enem-2017.ghtml. Acesso em: 22 ago. 2024.

Pensar e compartilhar

2. Uma redação que ocupe apenas sete linhas ou menos na folha, seja com texto escrito, seja com desenhos e/ou rasuras. Não escreva no livro.

1. Em “Instruções para redação”, são informadas ao participante as situações em que a redação poderá receber nota zero. Uma dessas situações é fugir ao tema proposto.

a) De acordo com seus conhecimentos prévios, qual é a diferença entre “tema” e “assunto”?

b) Agora, leia o trecho a seguir e responda: No contexto do Enem, qual é a diferença entre “tema” e “assunto”?

O tema constitui o núcleo das ideias sobre as quais o ponto de vista se organiza e é caracterizado por ser uma delimitação de um assunto mais abrangente. Por isso, é preciso atender ao recorte temático definido para evitar tangenciá-lo (abordar parcialmente o tema) ou, ainda pior, desenvolver um tema distinto do determinado pela proposta.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A Redação do Enem 2023: cartilha do participante. Brasília, DF: Inep/MEC, 2023. p. 13. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_basica/ a_redacao_no_enem_2023_cartilha_do_participante.pdf. Acesso em: 22 ago. 2024.

c) Que situação configuraria a presença de uma “parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto” na redação?

2. Considerando ainda as informações apresentadas em “Instruções para redação”, o que seria entendido como “texto insuficiente”?

3. a) De acordo com a autora, para o filósofo alemão, os limites do campo de visão de uma pessoa determinam seu entendimento do mundo. Nesse sentido, grande parte da população não exige uma educação inclusiva por não necessitar dela.

3. b) Uma educação básica inadequada contribui para a exclusão dos deficientes auditivos ao não preparar os cidadãos para respeitar as diferenças. Com uma formação deficiente, as pessoas não adquirem a consciência necessária para exigir uma educação inclusiva.

4. a) A tese é: “Atualmente, mesmo após avanços nos direitos desses cidadãos, a situação de exclusão e preconceito permanece e se reflete na precária condição da educação ofertada aos surdos no País, a qual é responsável pela dificuldade de inserção social desse grupo, especialmente no ramo laboral.”

4. b) A linguagem usada é mais impessoal, uma vez que apresenta fatos e análises de forma objetiva, ou seja, sem uso de expressões que indiquem opinião pessoal ou subjetividade.

do livro

3. Em relação ao Texto 2, redação a que foi atribuída nota mil, responda:

a) Qual é a relação estabelecida pela autora do texto entre o pensamento de Arthur Schopenhauer e a precariedade da educação para deficientes auditivos no Brasil?

b) De que forma uma educação básica deficitária contribui para a exclusão dos deficientes auditivos no Brasil?

c) Por que a teoria do contrato social de John Locke é utilizada no texto para criticar a situação das pessoas surdas no Brasil?

d) Como é possível promover uma educação inclusiva para surdos?

e) Em que resulta a falta de investimentos governamentais na educação de pessoas surdas no Brasil?

3. e) A falta de investimentos governamentais impacta negativamente a qualidade da educação ofertada às pessoas surdas no Brasil, resultando, por exemplo, na falta de infraestrutura adequada nas escolas e na escassez de profissionais capacitados.

Possibilidades de introdução da redação do Enem

4. Volte ao Texto 2 e releia a introdução da redação.

Na obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, o realista Machado de Assis expõe, por meio da repulsa do personagem principal em relação à deficiência física (ela era “coxa”), a maneira como a sociedade brasileira trata os deficientes. Atualmente, mesmo após avanços nos direitos desses cidadãos, a situação de exclusão e preconceito permanece e se reflete na precária condição da educação ofertada aos surdos no País, a qual é responsável pela dificuldade de inserção social desse grupo, especialmente no ramo laboral.

a) Qual é a tese apresentada pela autora?

b) A linguagem usada é mais impessoal ou mais subjetiva?

c) De que modo a menção à obra de Machado de Assis contribui para a apresentação da tese?

MP

d) De que modo fica evidente que a autora mobilizou seu repertório para compor a introdução?

4. d) Em “Textos motivadores” não há nenhum trecho do livro Memórias póstumas de Brás Cubas, o que evidencia que a autora mobilizou repertório próprio de leitura ao mencionar a obra de Machado de Assis.

É considerado repertório, na redação do Enem, a referência a um estudo, a um fato ou a um produto cultural resultante de uma área do conhecimento. A introdução por citação, como a expressão sugere, é uma estratégia de introdução que envolve o uso de uma citação relevante, direta ou indireta, de um autor renomado ou especialista no tema abordado.

O livro Memórias póstumas de Brás Cubas, do escritor Machado de Assis (1839-1908), foi publicado no formato de folhetim em 1880. No enredo, o defunto autor, uma das personagens mais icônicas da literatura brasileira, dedica sua obra ao verme que primeiro roeu seu cadáver. A obra, que teve inúmeras edições no Brasil e no exterior, foi adaptada para filme, peça teatral e HQ.

Capa
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.

5. Agora, leia os tipos de introdução e relacione-os aos trechos a seguir.

A. Introdução por fato B. Introdução por definição

I. Na antiga Esparta, crianças com deficiência eram assassinadas, pois não poderiam ser guerreiras, profissão mais valorizada na época. Na contemporaneidade, tal barbárie não ocorre mais, porém há grandes dificuldades para garantir aos deficientes – em especial os surdos – o acesso à educação, devido ao preconceito ainda existente na sociedade e à falta de atenção do Estado à questão.

MASCARENHAS, Mariana Camelier. [Redação do Enem]. In: BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Redação no Enem 2018: cartilha do participante. Brasília, DF: Inep/MEC, 2018. p. 29. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2018/manual_de_redacao_do_enem_2018.pdf. Acesso em: 22 ago. 2024.

II. A plena formação acadêmica dos deficientes auditivos, uma parcela das chamadas Pessoas com Deficiência (PCD), é um direito assegurado no recém-aprovado Estatuto da Pessoa com Deficiência, de 2015, também conhecido como Lei da Acessibilidade. Além de um direito legalmente garantido, a educação para esse grupo social é sociologicamente analisada como essencial para uma sociedade tolerante e inclusiva. Entretanto, observa-se o desrespeito a essa garantia devido ao preconceito, muitas vezes manifestado pela violência simbólica, e à insuficiência estrutural educacional brasileira.

HASPARYK, Ursula Gramiscelli. [Redação do Enem]. In: BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Redação no Enem 2018: cartilha do participante. Brasília, DF: Inep/MEC, 2018. p. 33. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2018/manual_de_redacao_do_enem_2018.pdf. Acesso em: 22 ago. 2024.

I-A e II-B.

• Justifique sua resposta.

MP

Na introdução por fato, o recorte temático pode ser justificado, por exemplo, pelo contexto histórico. O participante do Enem retoma acontecimentos passados para explicar fatos presentes, com o objetivo de afirmar que determinada situação se mantém ou se transforma em função desses elementos. Já a introdução por definição, amplamente utilizada pelos estudantes, confere credibilidade ao texto. A definição pode assumir diferentes formas: de teoria acadêmica, de dicionário e, até mesmo, de conhecimento de mundo do autor.

A boa formulação da introdução é essencial para garantir a progressão adequada das demais partes do texto. Além disso, um mesmo recurso pode ser utilizado na introdução ou no desenvolvimento da redação do Enem, pois ambas as partes contribuem para a execução da linha argumentativa traçada no projeto de texto. 1. Resposta pessoal. A superação das barreiras pelas pessoas surdas pode inspirar os estudantes a transformar desafios em oportunidades. Exemplos concretos incluem a persistência em concluir os estudos mesmo diante de dificuldades financeiras e/ou sociais ou a escolha de uma carreira que exige a superação de preconceitos.

Resiliência e superação

Os textos lidos apresentam várias informações e questões relacionadas à formação educacional de pessoas surdas. Considerando o que você leu e as reflexões feitas, converse com os colegas sobre as questões a seguir.

1. Como a superação das barreiras enfrentadas pelas pessoas surdas pode servir de inspiração para você enfrentar obstáculos da vida?

2. De que forma as características individuais, como resiliência e autoestima, podem moldar a capacidade das pessoas para lutar por seus direitos?

2. Resposta pessoal. Características como resiliência e autoestima são essenciais para o enfrentamento a desafios e para a luta por direitos. Estudantes que apresentam alta autoestima e resiliência estão mais aptos a superar fracassos e adversidades. Pessoas surdas, por exemplo, muitas vezes desenvolvem essas qualidades ao enfrentar e superar barreiras comunicacionais e sociais.

Não escreva no livro.

InTEGranDO COm

A ética de Schopenhauer

Estratégias didáticas nas Orientações do professor

FILOSOFIA

Leia, a seguir, um trecho de uma entrevista com Katia Santos, doutora em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) sobre o filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860), mencionado na redação do Enem lida anteriormente.

Nascimento de Arthur Schopenhauer

Grande filósofo alemão, Arthur Schopenhauer é considerado um dos principais representantes da corrente filosófica idealista

[...]

Serviço de Comunicação Social : Quais aspectos da filosofia schopenhaueriana você considera os mais relevantes?

Arte produzida por Larissa Gomes em homenagem ao dia do nascimento do filósofo alemão Arthur Schopenhauer. Publicada em 22 de fevereiro de 2024.

Katia Santos: Do meu ponto de vista, o aspecto mais relevante da filosofia de Schopenhauer é sua ética, porque ela tem como base uma igualdade radical entre todos os seres, incluindo aí os animais. Para Schopenhauer, como eu já disse, o núcleo de tudo o que existe é uma Vontade metafísica, que não é apanágio apenas do ser humano, mas está presente até mesmo no mundo inorgânico. A ética schopenhaueriana é baseada na compaixão, que é, segundo ele, o único sentimento capaz de frear o egoísmo que está na base do ser humano. O egoísmo está na base do ser humano porque cada um, ainda que não saiba disso, tem sua vida voltada para satisfazer a Vontade, que é uma vontade de Vida, isto é, de existir e se afirmar seja como for. [...]

apanágio: atributo, característica particular.

A ética de Schopenhauer, que teve influência do hinduísmo e do budismo, enfatiza a origem comum de todos, o destino comum e a necessidade de frear o egoísmo. Para ele, somente a compaixão pode representar esse freio, porque ela é tão forte quanto o seu oposto. [...] A humanidade é o que é, não faz sentido uma ética prescritiva, mas, apesar disso, no mundo realmente existem ações éticas, que são aquelas que têm por base a compaixão, a qual nega a vontade do próprio indivíduo e coloca no lugar a vida e o bem-estar de outro. A compaixão possibilita sentir a dor de outro ser, humano ou animal, impulsionando para a busca do alívio, para a justiça e a caridade. GOMES, Larissa. Nascimento de Arthur Schopenhauer. FFLCH 90 anos, São Paulo, 22 fev. 2024. Disponível em: https://www.fflch.usp.br/169239. Acesso em: 24 ago. 2024.

Não escreva no livro.

1. Segundo a entrevistada, o aspecto mais relevante da filosofia de Arthur Schopenhauer é sua ética.

a) Qual é a base da ética schopenhaueriana?

1. a) De acordo com a entrevistada, a base da ética schopenhaueriana é a igualdade radical entre todos os seres.

b) Essa ética se baseia em que sentimento? E o que ele possibilita?

c) Quais são as forças em conflito entre a base das ações éticas e a base de todo ser humano, segundo Schopenhauer?

1. c) As forças em conflito são o egoísmo, base de todo ser humano, e a compaixão, que nega a própria vontade individual e faz com que o indivíduo se coloque no lugar do outro.

2. De que maneira a ética de Schopenhauer se alinha à tese defendida pela autora da redação nota mil que você leu em relação à formação das pessoas no Brasil? MP

2. Ao guardar a noção de que a vida em sociedade deve se basear na igualdade entre os seres, fica claro que, de acordo com a ética de Schopenhauer, toda pessoa deve encontrar na sociedade a satisfação de suas necessidades e que não há justificativas para sobrepor quaisquer argumentos a esse. Desse modo, fazem parte da formação dos indivíduos ações éticas que busquem a satisfação para todas as pessoas que vivem em sociedade.

Estratégias didáticas nas Orientações do professor

Artigo definido e indefinido e a precisão nas informações

Releia, a seguir, a redação reproduzida anteriormente e observe os trechos destacados.

Não escreva no livro.

1 Em relação ao primeiro parágrafo, responda:

a) Qual é a expressão com que a autora caracteriza Machado de Assis?

1. a) A expressão “o realista”.

b) O artigo utilizado nessa expressão é definido ou indefinido? Justifique.

c) O s artigos podem ser contraídos com algumas preposições. Que exemplos podemos retirar dessa primeira parte do texto?

1. b) Definido, pois especifica o substantivo realista

1. c) Na, da, do, à, nos, pela, no.

Na obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, o realista Machado de Assis expõe, por meio da repulsa do personagem principal em relação à deficiência física (ela era “coxa”), a maneira como a sociedade brasileira trata os deficientes. Atualmente, mesmo após avanços nos direitos desses cidadãos, a situação de exclusão e preconceito permanece e se reflete na precária condição da educação ofertada aos surdos no País, a qual é responsável pela dificuldade de inserção social desse grupo, especialmente no ramo laboral.

Convém ressaltar, a princípio, que a má formação socioeducacional do brasileiro é um fator determinante para a permanência da precariedade da educação para deficientes auditivos no País [...]. Isso, consoante ao pensamento de A. Schopenhauer de que os limites do campo da visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo que a cerca, ocorre porque a educação básica é deficitária e pouco prepara cidadãos no que tange ao respeito às diferenças. Tal fato se reflete nos ínfimos investimentos governamentais em capacitação profissional e em melhor estrutura física, medidas que tornariam o ambiente escolar mais inclusivo para os surdos.

2 Analise o uso dos artigos para expressar a precisão nas informações no início do segundo parágrafo:

a) Qual é o efeito de sentido do uso do artigo definido a em “a má formação sociocultural do brasileiro”?

MP

b) Q ue sentido o artigo indefinido um confere à frase em que está inserido?

2. b) O artigo indefinido um confere à frase o sentido de que há vários outros possíveis fatores que contribuem para a permanência da precariedade da educação voltada a pessoas surdas.

3 No t recho , por que a autora utilizou o artigo indefinido em vez do artigo definido?

Em consequência disso, os deficientes auditivos encontram inúmeras dificuldades em variados âmbitos de suas vidas. Um exemplo disso é a difícil inserção dos surdos no mercado de trabalho, devido à precária educação recebida por eles e ao preconceito intrínseco à sociedade brasileira. [...]

MP Em textos dissertativo-argumentativos, como é o gênero redação do Enem, é fundamental prestar atenção ao uso dos artigos definidos e indefinidos, pois essa classe de palavras contribui significativamente para a precisão e a coesão do texto, possibilitando o desenvolvimento da argumentação, ora especificando e dando ênfase a um aspecto do tema, ora generalizando ou indicando a ideia de possibilidade ou multiplicidade de fatores envolvidos na discussão.

4 Como os artigos definidos empregados nas expressões conferem precisão à informação do texto analisado? MP

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O uso dos artigos na precisão das informações

1. Leia, a seguir, o parágrafo de introdução de outra redação sobre o tema “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”.

Após a Segunda Guerra Mundial, a ONU promulgou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual assegura, em plano internacional, a igualdade e a dignidade da pessoa humana. Entretanto, no Brasil, há falhas na aplicação do princípio da isonomia no que tange à inclusão de pessoas com deficiência auditiva. Consequentemente, a formação educacional é comprometida, o que pressupõe uma análise acerca dos entraves que englobam esta problemática.

SILVA, Eduarda Judith Dias Jacome. [Redação do Enem]. In: BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Redação no Enem 2018: cartilha do participante. Brasília, DF: Inep/MEC, 2018. p. 39. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2018/manual_de_redacao_do_enem_2018.pdf. Acesso em: 3 set. 2024.

a) Que estratégia foi utilizada para realizar a introdução da redação do Enem?

1. a) Foi utilizada uma introdução por fato, retomando um dado contexto histórico.

b) Considerando a situação de produção da redação, por que o uso dos artigos em destaque se mostra favorável?

1. b) O uso dos artigos definidos mostra-se favorável, pois reforça o caráter objetivo do texto, algo esperado em textos argumentativos em geral e na própria redação do Enem.

c) No trecho, há uso de um único artigo indefinido. O que justifica esse uso no trecho apresentado?

2. Considerando suas respostas à atividade 1, elabore no caderno um parágrafo argumentativo que dê continuidade a essa introdução. Ao produzir essa continuidade, faça uso de artigos definidos e indefinidos, de acordo com o sentido pretendido.

3. Releia o parágrafo elaborado por você.

3. a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes identifiquem todos os artigos definidos e indefinidos que empregam no texto que produziram.

a) Faça um levantamento dos artigos definidos e indefinidos empregados e destaque-os.

b) Considerando o levantamento realizado, é possível que haja predomínio de um dos tipos de artigo. Isso ocorreu em seu texto? Explique.

c) Considerando o sentido produzido pelo uso dos artigos definidos e indefinidos, é possível afirmar que esse efeito se restringe a textos mais voltados à esfera do argumentar? Explique.

3. c) Professor, espera-se que os estudantes infiram que não, pois independentemente da esfera discursiva, o uso dos artigos definidos e indefinidos conecta-se à expressão de precisão ou imprecisão.

#naprática

Mapa mental

Depois de ter lido uma proposta de redação e uma redação nota mil do Enem e de ter analisado aspectos de linguagem relacionados a possibilidades de introdução da redação, você vai organizar o que aprendeu em um mapa mental.

Esse gênero é uma ferramenta útil de estudo e pode ser feito à mão ou por meio de um programa ou aplicativo digital. Em geral, o mapa mental é composto de palavras-chave, expressões e frases curtas, além de cores diversas para destacar os principais pontos abordados.

Antes de planejar sua produção, você lerá um exemplo desse gênero para, então, criar um mapa mental sobre tipos de introdução da redação do Enem.

Não escreva no livro.

Mapa mental sobre mulheres incríveis para citar na redação, produzido pelo perfil @med_rabiscos, no Instagram, em abril de 2020.

Planejar

O mapa mental é um diagrama estruturado que visa à gestão de informações, conhecimento, memorização e aprendizado. Usado para organizar visualmente informações de maneira associativa, nele podem ser incluídos conceitos-chave de uma área de conhecimento, ideias ou tarefas. Trata-se de uma ferramenta excelente para revisar conteúdos, sistematizar conhecimentos, gerar ideias ou organizar projetos. Além disso, é estruturado em uma hierarquia radial (similar aos ramos de uma árvore), ordenando os aspectos dos mais genéricos aos mais específicos. A diferenciação e o agrupamento dos temas são marcados pelo uso de diferentes cores, em que tópicos semelhantes recebem cores idênticas.

1. Liste algumas possibilidades de introdução do gênero redação do Enem. Se necessário, faça uma pesquisa.

2. Com base no tema proposto, defina os subtópicos do mapa mental.

3. Defina qual será a ferramenta digital utilizada na produção do mapa. Existem softwares especializados para a elaboração de mapas mentais e alguns sites oferecem essa possibilidade gratuitamente.

4. Lembre-se de não poluir o mapa com excesso de informações: deixe espaços em branco para tornar o visual agradável e legível.

E EU

1. O estudo das formas de introdução no gênero redação do Enem e a elaboração de um mapa mental não só aprimoram as habilidades de escrita dos estudantes, como também estimulam o pensamento crítico e reflexivo, ao desafiá-los a pensar de maneira estratégica sobre determinado tema.

Diversidade e inclusão

As formas de atuação na sociedade são variadas e refletem a complexidade das interações humanas, o que reforça o debate sobre diversidade e inclusão. Historicamente, no contexto educacional, essas noções são essenciais para um ambiente de aprendizado igualitário e respeitoso. Nesse sentido, a educação desempenha papel fundamental na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva, capacitando os indivíduos a entender os desafios contemporâneos e a agir sobre eles. Converse com os colegas sobre as questões a seguir.

1. De que modo o estudo das formas de introdução no gênero redação do Enem e a elaboração de um mapa mental podem contribuir para estimular o pensamento crítico e reflexivo?

2. Por que a discussão de diferentes teses para os problemas sociais, nos diversos gêneros textuais em circulação na sociedade, é importante para a promoção de respeito e tolerância?

2. A diversidade de teses contribui para um debate mais rico e complexo sobre os problemas sociais existentes na sociedade. Isso ajuda os leitores a se colocarem no lugar do outro, desenvolvendo empatia e compreendendo experiências e opiniões alheias. Além disso, quando diferentes teses são apresentadas e discutidas em variados gêneros textuais, cria-se um espaço para o diálogo construtivo.

O MUNDO
Não escreva no livro.

O uso dos artigos e dos substantivos na estrutura paralelística

O paralelismo é uma técnica que torna a leitura mais fluida e agradável. Ele ocorre quando há semelhança entre duas ou mais palavras, termos ou ideias que apresentam uma relação de continuidade e de concatenação de ideias. Portanto, o uso dos artigos e dos substantivos na estrutura paralelística é fundamental e contribui para a progressão textual.

Exemplo 1

A deficiência na implementação de políticas públicas e a insuficiência de programas de apoio comprometem a inclusão educacional dos alunos surdos.

Exemplo 2

A escassez de recursos financeiros para a educação e a limitação de investimentos em infraestrutura escolar prejudicam o avanço educacional de surdos.

1. Nos exemplos, foram empregados artigos e substantivos na estrutura paralelística. Justifique esse uso.

2. Identifique duas estruturas paralelísticas no mapa mental da página anterior.

3. Avalie o papel do paralelismo como técnica capaz de melhorar a retenção de informações.

Produzir

1. Faça uma primeira versão do mapa mental, lembrando-se de utilizar a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Insira o tópico central no meio da página para facilitar a expansão das ideias em torno dele.

3. Sistematize ao redor do tópico central as informações que foram colhidas na etapa do planejamento.

4. Inclua linhas que conectem o tema central aos subtópicos.

5. Use palavras-chave ou frases curtas para representar cada subtópico. Na elaboração do texto, utilize estruturas paralelísticas. No nível morfológico e sintático da língua, esses usos são essenciais para manter a simetria entre os tópicos.

6. Adicione, se necessário, sub-ramificações aos subtópicos para incluir detalhes, exemplos ou informações adicionais.

7. Apresente as informações de forma hierárquica, isto é, com informações mais detalhadas se ramificando a partir das mais gerais.

8. Utilize diferentes cores para tema central, subtópicos e sub-ramificações, a fim de facilitar a visualização do mapa mental.

Revisar

1. Verifique se o tópico central foi inserido no meio da página.

2. Garanta que o tópico central esteja conectado a subtópicos relacionados a ele.

3. Cheque se você usou palavras-chave ou frases curtas para representar cada subtópico.

4. Avalie se você adicionou eventuais sub-ramificações aos subtópicos.

5. Veja se utilizou diferentes cores para tema central, subtópicos e sub-ramificações a fim de facilitar a visualização.

6. Verifique se utilizou os artigos para expressar o sentido pretendido.

7. Observe se utilizou estrutura paralelística a fim de contribuir com a organização das informações

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar sua produção e verificar se os itens indicados foram cumpridos, reelabore o mapa mental, realizando as alterações necessárias. Em seguida, sob a orientação do professor e de forma coletiva, compartilhe os textos digitalmente e converse com os colegas sobre os recursos estruturais e linguísticos escolhidos pela turma.

Não escreva no livro.

Formas de conduzir: tipos de argumento

Ao apresentar informações, fatos e opiniões ao longo da redação do Enem, é preciso realizar escolhas linguísticas a fim de convencer os leitores, isto é, os membros da banca avaliadora desse exame. Por isso, agora você vai aprender sobre as possibilidades de elaboração de argumentos nesse gênero.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

A seguir, você vai ler a proposta do Enem 2014 e, na sequência, uma redação que obteve nota máxima de acordo com a avaliação da banca corretora. O tema da redação daquele ano foi “Publicidade infantil em questão no Brasil”. Você já debateu esse tema com alguém?

Texto 1

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PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema Publicidade infantil em questão no Brasil, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

A aprovação, em abril de 2014, de uma resolução que considera abusiva a publicidade infantil, emitida pelo Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), deu início a um verdadeiro cabo de guerra envolvendo ONGs de defesa dos direitos das crianças e setores interessados na continuidade das propagandas dirigidas a esse público. Elogiada por pais, ativistas e entidades, a resolução estabelece como abusiva toda propaganda dirigida à criança que tem “a intenção de persuadi-la para o consumo de qualquer produto ou serviço” e que utilize aspectos como desenhos animados, bonecos, linguagem infantil, trilhas sonoras com temas infantis, oferta de prêmios, brindes ou artigos colecionáveis que tenham apelo às crianças. Ainda há dúvidas, porém, sobre como será a aplicação prática da resolução. E associações de anunciantes, emissoras, revistas e de empresas de licenciamento e fabricantes de produtos infantis criticam a medida e dizem não reconhecer a legitimidade constitucional do Conanda para legislar sobre publicidade e para impor a resolução tanto às famílias quanto ao mercado publicitário. Além disso, defendem que a autorregulamentação pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) já seria uma forma de controlar e evitar abusos.

IDOETA, P. A.; BARBA, M. D. A publicidade infantil deve ser proibida? Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso em: 23 maio 2014 (adaptado).

TEXTO II

REPRODUÇÃO/ENEM 2014

A PUBLICIDADE PARA CRIANÇAS NO MUNDO

Disponível em: www1.folha.uol. com.br. Acesso em: 24 jun. 2014 (adaptado).

TEXTO III

Precisamos preparar a criança, desde pequena, para receber as informações do mundo exterior, para compreender o que está por trás da divulgação de produtos. Só assim ela se tornará o consumidor do futuro, aquele capaz de saber o que, como e por que comprar, ciente de suas reais necessidades e consciente de suas responsabilidades consigo mesma e com o mundo. SILVA, A. M. D.; VASCONCELOS, L. R. A criança e o marketing: informações essenciais para proteger as crianças dos apelos do marketing infantil. São Paulo: Summus, 2012 (adaptado).

INSTRUÇÕES:

• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

• O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 linhas.

• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”.

• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo.

• apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos.

• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.

EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO. Prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação. Prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias. Caderno 5, Amarelo, Enem 2014. p. 2. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/ provas/2014/CAD_ENEM_2014_DIA_2_05_AMARELO.pdf. Acesso em: 4 set. 2024.

Texto 2

Publicidade infantil: um desafio ético e político

“O progresso roda constantemente sobre duas engrenagens. Faz andar uma coisa esmagando sempre alguém”. A frase, do escritor e pensador francês Vitor Hugo, exprime a ideia de que o sistema capitalista funciona baseando-se na exploração constante dos indivíduos. Analisando esse conceito atrelado à conjuntura atual, nota-se que a publicidade direcionada às crianças, no Brasil, possui um caráter predatório, funcionando como meio de criação de futuros consumistas e explorando a relativa facilidade de se persuadir uma criança, através do uso de elementos do universo infantil. A necessidade de criação de uma lei só existe quando um conceito de ética que já deveria ser parte do senso comum é ausente. Dessa forma, nota-se que a criação de leis que proíbem ou normatizam a publicidade infantil nos países considerados desenvolvidos revela que esse setor da mídia não age de maneira ética. Isso se deve ao fato de que, com o advento do Neoliberalismo, houve a necessidade de difusão do consumismo, e a publicidade, como a principal forma de imposição desse ideal, passou a explorar a ingenuidade do imaginário infantil para adaptar as crianças a esse formato, incentivando sempre o desejo.

O resultado desse processo é a criação de uma infância voltada para o consumo. As crianças, alienadas pela mídia, são incorporadas ao capitalismo antes mesmo de possuírem consciência e discernimento para compreendê-lo. Suas vidas passam a ser ditadas pelos desejos que lhes foram impostos, tornando tudo – inclusive as datas comemorativas, as quais perdem seu sentido – uma forma de exigir produtos. Essas crianças, sem conceito de real necessidade, crescem para se tornarem adultos egoístas, totalmente submissos ao capitalismo e utilitaristas, estabelecendo como objetivo maior o acúmulo de capitais, visando à satisfação dos desejos e transmissão desses ideais aos seus filhos.

O Estado, como defensor dos direitos da população e do bem-estar social, deve criar leis que impeçam a dominação das crianças pelo consumismo, impedindo a associação entre produtos e elementos atrativos a elas. Deve-se utilizar da educação, principal elemento transformador da sociedade, para criar nas crianças o discernimento entre o frívolo e o necessário, coibindo o egoísmo e estimulando a solidariedade. A sociedade, por sua vez, deve conscientizar-se, limitando o consumo das crianças para impedir o desenvolvimento da cultura de consumo. Dessa forma, será possível criar um corpo social ético, harmonioso e saudável.

MOLINA, Leandro Henrique Siqueira. Publicidade infantil: um desafio ético e político. In: ENEM: confira redações nota mil de 2014. O Globo, Rio de Janeiro, 4 out. 2019. Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/educacao/enem-e-vestibular/enem-confira-redacoes-nota-1000-de-2014-23653651. Acesso em: 4 set. 2024.

Pensar e compartilhar

Não escreva no livro.

1. Em “Textos motivadores”, são apresentados três textos aos participantes. Acerca do primeiro texto motivador, responda:

a) Ele trata da aprovação, em abril de 2014, de uma resolução pelo Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) que considera abusiva a publicidade dirigida ao público infantil. Qual foi a consequência da aprovação dessa resolução?

b) Por que a resolução do Conanda considera que a publicidade infantil é abusiva?

c) L evante hipóteses: de que forma desenhos animados, bonecos, linguagem infantil, trilhas sonoras com temas infantis, ofertas de prêmios, brindes ou artigos colecionáveis podem incentivar o consumismo nas crianças?

Os recursos persuasivos estão presentes em diversos gêneros textuais, incluindo os textos publicitários, pois estes têm a função de vender produto ou serviço ou promover a adesão a uma ideia, criando uma necessidade ou influenciando uma atitude no público-alvo.

2. O segundo texto motivador, que explora elementos verbais e não verbais, foi publicado em um jornal de grande circulação, embora tenha como fontes originais a OMS e o Conar.

a) Qual é o significado dessa sigla e desse acrônimo, respectivamente?

2. a) A sigla OMS significa Organização Mundial da Saúde

e o acrônimo Conar, Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária.

b) Considerando elementos como construção composicional, conteúdo temático e estilo, de que gênero textual estamos tratando? Justifique.

2. b) De um infográfico, pois consiste em um recurso gráfico que também apresenta informação.

No gênero proposta de redação do Enem, é muito comum constar, entre os textos motivadores, pelo menos um em cuja composição se utilizem a linguagem verbal e a não verbal, como o infográfico. Nesse sentido, além de reconhecer a forma composicional, o conteúdo temático e o estilo desses gêneros, é preciso utilizar diferentes estratégias de leitura que auxiliem na interpretação e na compreensão desses textos. Na análise de infográficos, por exemplo, é necessário ficar atento ao título e à fonte de onde foram extraídas as informações.

3. Com base no terceiro texto motivador, qual é a importância de preparar as crianças desde cedo para compreender a divulgação de produtos por meio da publicidade?

3. Só assim elas se tornarão consumidores conscientes e críticos no futuro.

4. De que maneira ocorre a transmissão de ideais consumistas de pais para filhos?

4. Crianças que cresceram com valores consumistas tendem a criar os filhos com os mesmos princípios.

5. De acordo com a leitura do Texto 2, redação a que foi atribuída nota mil, responda:

a) Por que o autor cita, na introdução, uma frase do escritor francês Victor Hugo?

b) De forma metafórica, o que a frase desse escritor sugere e como ela se relaciona à abordagem temática realizada pelo candidato?

A metáfora, muitas vezes, apresenta caráter argumentativo. Mesmo nos textos literários, em que é geralmente empregada na construção de imagens e na ampliação de significados, ela auxilia na argumentação. Nos textos argumentativos, tem como objetivo principal o convencimento. Além disso, a capacidade da metáfora de conectar razão e emoção faz dela uma ferramenta poderosa para fortalecer a argumentação, bem como para convencer e persuadir.

Possibilidades de elaboração de argumentos no gênero redação do Enem

6. Ao analisar a redação apresentada, qual é o argumento utilizado pelo autor para justificar a falta de ética na publicidade infantil?

7. Segundo o autor, de que maneira a mídia contribui para a criação de uma infância voltada ao consumo?

8. Quais são as consequências, na vida adulta, de uma infância alienada pela mídia?

9. É possível afirmar que o autor apresentou informações, fatos e opiniões ao longo do texto? Justifique.

10. Leia alguns tipos de argumento retirados da redação analisada anteriormente. Em seguida, relacione-os aos comentários sobre a argumentação do texto, indicados por algarismo romano. Por fim, justifique sua resposta.

( ) Autoridade. ( ) Causa e consequência. ( ) Fato. ( ) Comparação.

I. Há uma comparação implícita entre a regulamentação da publicidade infantil em países desenvolvidos, onde foram estabelecidas leis, e a ausência de ética em países que ainda não dispõem de tais legislações. Isso evidencia a necessidade de implementar regulamentações para proteger as crianças da exploração.

II. A redação destaca a chegada do neoliberalismo e seu papel ao intensificar a disseminação do consumismo, sugerindo que as mudanças econômicas e políticas resultaram na exploração da ingenuidade infantil pela publicidade.

III. O autor sustenta que a publicidade infantil é predatória e contribui para formar uma infância orientada para o consumo. Como resultado, as crianças são moldadas para que se tornem futuras consumidoras, em virtude de sua exposição à mídia e ao sistema capitalista.

IV. O texto menciona Victor Hugo para sustentar a ideia de que o progresso capitalista depende da exploração dos indivíduos, fornecendo um fundamento robusto para o argumento sobre a exploração promovida pela publicidade infantil.

Conforme estudado na primeira unidade, existem várias possibilidades para desenvolver a argumentação nos textos. Na redação analisada, o percurso argumentativo deixa evidentes o raciocínio defendido pelo participante e o uso de alguns tipos de argumento: de autoridade, de causa e consequência, por fato e por comparação.

11. É possível afirmar que, do ponto de vista estrutural, a quantidade de parágrafos utilizados no desenvolvimento do texto está adequada? Justifique.

O desenvolvimento socioemocional infantil

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Os textos lidos apresentam diversas informações e questões relacionadas ao universo infantil. Considerando o que você leu e as reflexões feitas até o momento, converse com os colegas sobre as questões a seguir.

1. Na infância, como foi sua relação com a exposição a conteúdos midiáticos e publicitários? Você acredita que essa exposição pode influenciar o desenvolvimento socioemocional infantil? Comente.

2. De que forma você pode contribuir para diminuir o impacto do consumismo na vida das crianças? MP MP

Operadores argumentativos na construção textual

12. Leia um trecho de outra redação do Enem e analise o encadeamento dos argumentos.

Em primeiro lugar, nota-se que as propagandas voltadas ao público mais jovem podem influir nos hábitos alimentares, podendo alterar, consequentemente, o desenvolvimento físico e a saúde das crianças. Os brindes que acompanham as refeições infantis ofertados pelas grandes redes de lanchonetes, por exemplo, aumentam o consumo de alimentos muito calóricos e prejudiciais à saúde pelas crianças, interessadas nos prêmios. Esse aumento da ingestão de alimentos pouco saudáveis pode acarretar o surgimento precoce de doenças como a obesidade.

Em segundo lugar, observa-se que a publicidade infantil é um estímulo ao consumismo desde a mais tenra idade. O consumo de brinquedos e aparelhos eletrônicos modifica os hábitos comportamentais de muitas crianças que, para conseguir acompanhar as novas brincadeiras dos colegas, pedem presentes cada vez mais caros aos pais. Quando esses não podem comprá-los, as crianças podem ser vítimas de piadas maldosas por parte dos outros, podendo também ser excluídas de determinados círculos de amizade, o que prejudica o desenvolvimento emocional e psicológico delas.

Em decorrência disso, cabe ao Governo Federal e ao terceiro setor a tarefa de reverter esse quadro. O terceiro setor – composto por associações que buscam se organizar para conseguir melhorias na sociedade – deve conscientizar, por meio de palestras e grupos de discussão, os pais e os familiares das crianças para que discutam com elas a respeito do consumismo e dos males disso. Por fim, o Estado deve regular os conteúdos veiculados nas campanhas publicitárias, para que essas não tentem convencer pessoas que ainda não têm o senso crítico desenvolvido. Além disso, ele deve multar as empresas publicitárias que não respeitarem suas determinações. Com esses atos, a publicidade infantil deixará de ser tão prejudicial e as crianças brasileiras poderão crescer e se desenvolver de forma mais saudável.

ARAÚJO, Antônio Ivan. [Redação do Enem.] In: LEIA redações do Enem que tiraram nota máxima no exame de 2014. G1, [s. l.], 21 abr. 2015. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/enem/2015/noticia/2015/05/leia-redacoes-do-enem -que-tiraram-nota-maxima-no-exame-de-2014.html. Acesso em: 19 set. 2024.

a) Que recurso é usado para encadear os argumentos? Por que esse recurso aparece em parágrafos diferentes?

b) O terceiro parágrafo é introduzido pela expressão Em decorrência disso. A que ela se refere? Que sentido ela opera em relação ao que é referido?

c) No primeiro parágrafo, qual é a intenção de mencionar os brindes que acompanham as refeições infantis em grandes lanchonetes? Que expressão é usada para denotar essa intenção?

12. c) A intenção é de exemplificação, denotada pela expressão por exemplo.

d) No terceiro parágrafo, o que motiva o uso da expressão Além disso?

MP

O encadeamento dos argumentos é favorecido pelos operadores argumentativos, elementos coesivos que estabelecem uma ampla variedade de relações. O uso correto desses recursos implica a adequação deles à intenção desejada. A nota máxima na redação do Enem prevê o uso correto de ao menos dois operadores argumentativos interparágrafos (entre os parágrafos) e um intraparágrafo (dentro do parágrafo).

l INGUAGEM EM FOCO

Os pronomes demonstrativos na promoção de coesão textual

Releia a seguir um trecho da redação reproduzida anteriormente e responda às questões.

1

Em relação ao primeiro parágrafo, responda:

a) Que ideia o pronome demonstrativo retoma?

b) C onsiderando que essa relação de coesão referencial ocorreu no próprio texto, trata-se de uma referenciação intra ou extratextual?

Justifique. MP

2 Explique por que a expressão destacada contribui para a coesão referencial desse trecho.

2. A expressão dessa forma contribui para a coesão referencial ao retomar as ideias já apresentadas no trecho, conectando-as à conclusão do argumento. Ela atua como um elo entre as ações sugeridas para o Estado, a educação, a sociedade e o objetivo final de construir “um corpo social ético, harmonioso e saudável”, como mencionado ao final da redação.

“O progresso roda constantemente sobre duas engrenagens. Faz andar uma coisa esmagando sempre alguém”. A frase, do escritor e pensador francês Vitor Hugo, exprime a ideia de que o sistema capitalista funciona baseando-se na exploração constante dos indivíduos. Analisando esse conceito atrelado à conjuntura atual, nota-se que a publicidade direcionada às crianças, no Brasil, possui um caráter predatório, funcionando como meio de criação de futuros consumistas e explorando a relativa facilidade de se persuadir uma criança, através do uso de elementos do universo infantil.

A necessidade de criação de uma lei só existe quando um conceito de ética que já deveria ser parte do senso comum é ausente. Dessa forma, nota-se que a criação de leis que proíbem ou normatizam a publicidade infantil nos países considerados desenvolvidos revela que esse setor da mídia não age de maneira ética. Isso se deve ao fato de que, com o advento do Neoliberalismo, houve a necessidade de difusão do consumismo, e a publicidade, como a principal forma de imposição desse ideal, passou a explorar a ingenuidade do imaginário infantil para adaptar as crianças a esse formato, incentivando sempre o desejo.

O resultado desse processo é a criação de uma infância voltada para o consumo. As crianças, alienadas pela mídia, são incorporadas ao capitalismo antes mesmo de possuírem consciência e discernimento para compreendê-lo. Suas vidas passam a ser ditadas pelos desejos que lhes foram impostos, tornando tudo – inclusive as datas comemorativas, as quais perdem seu sentido – uma forma de exigir produtos. [...]

3 No trecho destacado, de que forma o pronome isso contribui para a referenciação? MP

4 A expressão destacada retoma um termo ou ideia mencionado anteriormente ou posteriormente no texto? MP

5 Uma vez que a palavra texto deriva do latim textum (tecido, entrelaçamento), de que modo a referenciação por meio de pronomes contribui para a textualidade?

5. A referenciação contribui para a textualidade na medida em que promove a coesão e confere fluidez ao texto, evitando, por exemplo, a repetição de termos.

O gênero redação do Enem exige que elementos coesivos estejam aplicados em toda a redação. Além disso, deve haver raras ou nenhuma repetição de palavras e expressões. Os pronomes demonstrativos permitem a criação de um sistema de referenciação fundamental para a coesão e a coerência e, assim, para a atribuição de sentidos na leitura.

Não escreva no livro.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O uso de pronomes no processo de referenciação

Releia agora a parte relativa ao desenvolvimento da redação.

A necessidade de criação de uma lei só existe quando um conceito de ética que já deveria ser parte do senso comum é ausente. Dessa forma, nota-se que a criação de leis que proíbem ou normatizam a publicidade infantil nos países considerados desenvolvidos revela que esse setor da mídia não age de maneira ética. Isso se deve ao fato de que, com o advento do Neoliberalismo, houve a necessidade de difusão do consumismo, e a publicidade, como a principal forma de imposição desse ideal, passou a explorar a ingenuidade do imaginário infantil para adaptar as crianças a esse formato, incentivando sempre o desejo.

O resultado desse processo é a criação de uma infância voltada para o consumo. As crianças, alienadas pela mídia, são incorporadas ao capitalismo antes mesmo de possuírem consciência e discernimento para compreendê-lo. Suas vidas passam a ser ditadas pelos desejos que lhes foram impostos, tornando tudo – inclusive as datas comemorativas, as quais perdem seu sentido – uma forma de exigir produtos.

1. Segundo os argumentos apresentados, como as datas comemorativas são afetadas pela publicidade infantil?

2. A quem o pronome lhes se refere em “Suas vidas passam a ser ditadas pelos desejos que lhes foram impostos”?

2. O pronome lhes refere-se às crianças.

3. Na frase “a criação de leis que proíbem ou normatizam a publicidade infantil nos países considerados desenvolvidos”, a que termo se refere o pronome relativo que?

3. O pronome que se refere ao termo leis

4. O uso dos pronomes na exposição dos argumentos promove a coesão textual? Comente.

Além dos pronomes demonstrativos, outros tipos de pronomes, como os pessoais, os possessivos e os relativos, contribuem para a coesão textual no processo de referenciação em um texto.

5. Reescreva n o caderno os t rechos a seguir, preenchendo as lacunas com pronomes que garantam a coesão textual.

I. A publicidade infantil no Brasil tem sido alvo de discussões intensas em razão do impacto que causa nas crianças. A exposição constante a anúncios direcionados pode fazer com que desenvolvam desejos e necessidades que não são realmente . Para combater problema, é necessário que as leis restrinjam a forma como publicidade é veiculada, garantindo que respeite a integridade das crianças.

II. Quando se fala em regulamentar a publicidade infantil, muitos argumentam que é uma forma de proteger as crianças da manipulação. Entretanto, também é importante considerar a liberdade comercial das empresas. A solução pode estar em encontrar um equilíbrio, em que regulamentações sejam aplicadas de maneira a proteger as crianças, sem prejudicar os direitos dos anunciantes.

5. Respostas: I. elas / seus / esse / essa / ela. II. isso / essas

MP
Não escreva no livro.

#naprática

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Simulado da redação do Enem

Agora, você vai produzir uma redação que atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

TEXTO I

Vários países estão unidos no combate ao trabalho infantil

No dia 20 de novembro de 1959, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a “Declaração dos Direitos da Criança”. Em 1989, a Assembleia das Nações Unidas adotou a “Convenção sobre os Direitos da Criança” que, entre outros assuntos, determinou a proteção da criança contra a exploração econômica bem como contra a realização de qualquer trabalho que possa ser perigoso ou interferir em sua educação, ou que seja nocivo para sua saúde ou para seu desenvolvimento físico, mental, espiritual, moral ou social. Afirmou, ainda, que os países devem definir uma idade mínima para admissão em empregos, bem como seus horários e condições. Essa Convenção foi ratificada pelo Brasil em 1990. De grande importância também é a Convenção 182 de 1999, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) que foi ratificada em 2000 pelo Brasil e dispôs sobre a proibição das piores formas de trabalho infantil, apontando atividades cuja realização é proibida para crianças com menos de 18 anos de idade e determinando a urgência na sua eliminação. E outra de igual relevância é a Convenção 138 de 1973 da OIT, que foi ratificada em 2002 pelo Brasil e define a imposição de uma idade mínima para o emprego ou trabalho levando em consideração, dentre outros fatores, a escolaridade obrigatória e a proteção à saúde e à segurança da criança.

BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Saiba tudo sobre o trabalho infantil. Brasília, DF: MTE, 2022. Disponível em: www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/assuntos/inspecao-do-trabalho/areas-de-atuacao/ Combate-trabalho-infantil/cartilhas/cartilha_trabalho_infantil_2022-1.pdf. Acesso em: 5 set. 2024.

NERY, Carmen; CABRAL, Umberlândia; SZPIZ, Helga (arte). De 2019 para 2022, trabalho infantil aumentou no país. Agência IBGE, [s. l.], 20 dez. 2023. Disponível em: https:// agenciadenoticias. ibge.gov.br/agencia -noticias/2012 -agencia-de-noticias/ noticias/38700-de -2019-para-2022 -trabalho-infantil -aumentou-no-pais. Acesso em: 5 set. 2024.

TEXTO II REPRODUÇÃO/AGÊNCIA

TEXTO III

Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990.

Art. 4 o É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1990. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 5 set. 2024 (fragmento).

CAMPANHA lança olhar para a invisibilidade do trabalho infantil no Brasil. Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), [s. l.], 5 jun. 2024. Disponível em: https://fnpeti.org.br/ noticias/2024/06/05/campanha-lanca-olhar-para-a-invisibilidade-do -trabalho-infantil-no-brasil/. Acesso em: 5 set. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base em seus conhecimentos, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios para combater o trabalho infantil no Brasil”. Apresente e organize argumentos e informações com coerência e coesão e apresente uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.

Planejar

1. Com base na coletânea ofertada, verifique as possibilidades de abordagem em relação ao tema proposto.

2. De acordo com seu repertório, selecione referências que extrapolem a coletânea e possam ser utilizadas para a construção dos argumentos: citações de filósofos, conceitos da Sociologia, textos literários, definições, informações históricas, entre outros.

3. Apoiando-se no tema proposto, na análise da coletânea e nas possibilidades de repertório, articule-os e trace uma contextualização, um problema e uma tese a serem apresentados em sua redação.

4. Em seguida, escolha os argumentos que darão suporte a seu ponto de vista e estabeleça a relação deles com o problema exposto e a tese.

5. Verifique se o argumento selecionado apresenta fonte confiável, como livros ou estudos chancelados por universidades, institutos de pesquisa, entre outros. Caso as fontes não sejam precisas, faça uma pesquisa a fim de verificar a procedência e a confiabilidade da informação.

6. Na conclusão do texto, elabore uma proposta de intervenção que seja viável e factível, indicando o agente, a ação a ser realizada, o modo/meio de executá-la e a finalidade de sua implementação.

O MUNDO E EU

Combate ao trabalho infantil

São muitos os acordos e os documentos legais que buscam assegurar os direitos da criança e do adolescente. Em contrapartida, o trabalho infantil ainda é praticado na sociedade. Converse com a turma sobre a seguinte questão:

• Que medidas poderiam ser tomadas para a erradicação do trabalho infantil?

Resposta pessoal. Os estudantes podem elencar algumas possíveis medidas, como o fortalecimento das equipes e dos órgãos de fiscalização e a promoção de campanhas educativas para que a população identifique e denuncie esses casos.

TEXTO IV
Não escreva no livro.

Escrever

1. Faça um rascunho da redação. Ao redigi-lo, utilize a norma-padrão da língua portuguesa.

2. A fim de promover a coesão textual, elabore o texto usando pronomes e processos de referenciação.

3. Assegure-se de que os elementos coesivos empregados estabeleçam a relação de sentido desejada.

O uso de pronomes oblíquos átonos

A colocação pronominal diz respeito à posição que o pronome oblíquo ocupa em relação ao verbo. Na língua portuguesa, muitas vezes esse pronome acompanha o verbo como objeto. Ele pode se posicionar antes, depois ou no meio do verbo. Os principais tipos de colocação pronominal são:

• Próclise: o pronome oblíquo é colocado antes do verbo.

Exemplo: Dito isso, a sociedade precisa desenvolver uma autonomia crítica, não se deixando influenciar pela indústria cultural.

• Mesóclise: o pronome oblíquo é colocado entre o prefixo e o verbo principal, geralmente com verbos no futuro do presente ou do pretérito.

Exemplo: Entregar-lhe-ia o presente se não tivéssemos nos desencontrado.

• Ênclise: o pronome oblíquo é posicionado após o verbo.

Exemplo: Amanhã, irei visitá-la.

1. Releia um trecho que consta na seção #aquecimento.

Suas vidas passam a ser ditadas pelos desejos que lhes foram impostos, tornando tudo – inclusive as datas comemorativas, as quais perdem seu sentido – uma forma de exigir produtos.

a) No trecho, o pronome lhes foi empregado antes de uma locução verbal. Justifique esse uso.

b) Se utilizássemos a frase “Suas vidas passam a ser ditadas pelos desejos que lhes foram impostos” na forma negativa, o pronome oblíquo permaneceria antes da locução verbal? Justifique.

MP

Revisar

1. Verifique se o parágrafo inicial apresenta o contexto, o problema e a tese.

2. Analise se os argumentos selecionados estão conectados ao problema e auxiliam na sustentação da tese.

3. Observe se a conclusão apresenta proposta de intervenção factível.

4. Avalie se os argumentos utilizados no texto extrapolam a coletânea apresentada.

5. Verifique se há indicação precisa das fontes em relação aos argumentos apresentados no texto.

6. Avalie se o texto está elaborado em escrita formal.

7. Veja se foram utilizados pronomes e outros recursos coesivos a fim de obter coesão textual.

8. Verifique se os elementos coesivos empregados estabelecem a relação de sentido desejada.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar sua redação e verificar se os itens indicados foram cumpridos, reescreva-a realizando as alterações necessárias. Em seguida, sob a orientação do professor, compartilhe seu texto com os colegas e conversem sobre o encaminhamento argumentativo escolhido pela turma.

Não escreva no livro.

Perspectivas em pauta: a proposta de intervenção

Na redação do Enem, a proposta de intervenção demonstra a capacidade de o participante propor uma solução para um problema de natureza social, científica, cultural ou política, respeitando os direitos humanos. Essa capacidade evidencia uma formação sólida, baseada em princípios democráticos, éticos e solidários.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Você vai ler, a seguir, mais duas redações do Enem, ambas sobre temas trabalhados nesta unidade e que obtiveram a nota máxima segundo a banca avaliadora do Exame. A primeira, do Enem 2014, versa sobre “A publicidade infantil em questão no Brasil”, e a segunda, do Enem 2017, tem como tema “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”. Que propostas de intervenção elas podem ter apresentado?

Texto 1

A Revolução Industrial, ocorrida inicialmente na Inglaterra durante o século XVIII, trouxe a necessidade de um mercado consumidor cada vez maior em função do aumento de produção. Para isso, o investimento em publicidade tornou-se um fator essencial para ampliar as vendas das mercadorias produzidas. Na sociedade atual, percebe-se as crianças como um dos focos de publicidade. Tal prática deve ser restringida pelo Estado para garantir que as crianças não sejam persuadidas a comprar determinado produto.

A partir da mecanização da produção, o estímulo ao consumo tornou-se um fator primordial para a manutenção do sistema capitalista. De acordo com Karl Marx, filósofo alemão do século XIX, para que esse incentivo ocorresse, criou-se o fetiche sobre a mercadoria: constrói-se a ilusão de que a felicidade seria alcançada a partir da compra do produto. Assim, as crianças tornaram-se um grande foco das empresas por não possuírem elevado grau de esclarecimento e por serem facilmente persuadidas a realizarem determinada ação.

Para atingir esse objetivo, as empresas utilizam da linguagem infantil, de personagens de desenhos animados e de vários outros meios para atrair as crianças. O Conselho Nacional de Direitos de Criança e do Adolescente aprovou uma resolução que considera a publicidade infantil abusiva, porém não há um direcionamento concreto sobre como isso vai ocorrer. É imprescindível uma maior rigidez do Estado sobre as campanhas publicitárias infantis, pois as crianças farão parte do mercado consumidor e devem ser educadas para se tornarem consumidores conscientes.

Logo, o Estado deve estabelecer um limite para os comerciais voltados ao público infantil por meio da proibição parcial, que estabelece horários de transmissão e faixas etárias. Além disso, o uso de personagens de desenhos animados em campanhas publicitárias infantis deve ser proibido. Para efetivar as ações estatais, instituições como a família e a escola devem educar as crianças para consumirem apenas o que é necessário. Apenas assim o consumo consciente poderá se realizar a médio prazo.

DUTRA, Júlia Neves Silva. [Redação do Enem]. In: LEIA redações do Enem que tiraram nota máxima no exame de 2014. G1, [s. l.], 21 maio 2015. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/enem/2015/noticia/2015/05/leia-redacoes-do-enem -que-tiraram-nota-maxima-no-exame-de-2014.html. Acesso em: 5 set. 2024.

Não escreva no livro.

Texto 2

Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus a rolar uma enorme pedra morro acima eternamente. Todos os dias, Sísifo atingia o topo do rochedo, contudo era vencido pela exaustão, assim a pedra retornava à base. Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta cotidiana dos deficientes auditivos brasileiros, os quais buscam ultrapassar as barreiras as quais os separam do direito à educação. Nesse contexto, não há dúvidas de que a formação educacional de surdos é um desafio no Brasil o qual ocorre, infelizmente, devido não só à negligência governamental, mas também ao preconceito da sociedade.

A Constituição cidadã de 1988 garante educação inclusiva de qualidade aos deficientes, todavia o Poder Executivo não efetiva esse direito. Consoante Aristóteles no livro “Ética a Nicômaco”, a política serve para garantir a felicidade dos cidadãos, logo se verifica que esse conceito encontra-se deturpado no Brasil à medida que a oferta não apenas da educação inclusiva, como também da preparação do número suficiente de professores especializados no cuidado com surdos, não está presente em todo o território nacional, fazendo os direitos permanecerem no papel.

Outrossim, o preconceito da sociedade ainda é um grande impasse à permanência dos deficientes auditivos nas escolas. Tristemente, a existência da discriminação contra surdos é reflexo da valorização dos padrões criados pela consciência coletiva. No entanto, segundo o pensador e ativista francês Michel Foucault, é preciso mostrar às pessoas que elas são mais livres do que pensam para quebrar pensamentos errôneos construídos em outros momentos históricos. Assim, uma mudança nos valores da sociedade é fundamental para transpor as barreiras à formação educacional de surdos.

Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse problema. Cabe ao Ministério da Educação criar um projeto para ser desenvolvido nas escolas o qual promova palestras, apresentações artísticas e atividades lúdicas a respeito do cotidiano e dos direitos dos surdos – uma vez que ações culturais coletivas têm imenso poder transformador – a fim de que a comunidade escolar e a sociedade no geral – por conseguinte – conscientizem-se. Desse modo, a realidade distanciar-se-á do mito grego e os Sísifos brasileiros vencerão o desafio de Zeus.

OLIVEIRA, Thaís Fonseca Lopes de. [Redação do Enem]. In: ENEM 2017: leia redações nota mil. G1, [s. l.], 19 mar. 2018. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/leia-redacoes-nota-mil-do-enem-2017.ghtml. Acesso em: 5 set. 2024.

Pensar e compartilhar

1. Como as autoras das redações introduziram os respectivos repertórios nos parágrafos iniciais, e de que forma eles se conectam com o tema de cada proposta?

2. Os textos lidos demonstram domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa, embora essa competência se manifeste de maneiras distintas. Com relação à linguagem utilizada, responda:

a) A norma-padrão da língua portuguesa foi respeitada? Justifique.

b) Como o grau de formalidade contribui para o propósito comunicativo de cada redação?

c) O Texto 2 apresenta uma linguagem mais hermética, com uso de termos pouco correntes na língua. Quais são eles? Comente.

Não escreva no livro.

No gênero redação do Enem, é necessário demonstrar excelente domínio da norma-padrão da língua portuguesa e na escolha do registro apropriado. Desvios gramaticais ou das convenções da escrita são aceitos em casos excepcionais e quando não houver reincidência. Quanto à estrutura sintática, é importante analisar como as orações e os períodos do texto foram construídos, a fim de verificar se estão completos, se contribuem para a fluidez da leitura, entre outros aspectos relacionados à sintaxe.

HIPERlINK

No início do Texto 2, é realizada uma referência à mitologia grega. Os gregos buscavam, por meio de seus mitos, entender e dar sentido a temas como a origem da vida e a existência após a morte. No gênero redação do Enem, desde que seja possível estabelecer conexões com o tema proposto, você pode tecer relações intertextuais com histórias não só da mitologia grega, como também de diversas culturas, a fim de tornar os argumentos mais consistentes e de traçar comparações ou exemplificações. A quantidade de mitologias é enorme e reflete a grande diversidade cultural que existe no mundo. Com o objetivo de conhecê-las melhor e ampliar seu repertório, junte-se a dois colegas, formando um trio, para realizar uma pesquisa sobre uma mitologia. Em seguida, compartilhem o que pesquisaram com o restante da turma. Não deixem de anotar e apresentar as fontes de pesquisa para respaldar as informações que coletarem.

3. As citações, tanto diretas quanto indiretas, desempenham papel fundamental na construção da argumentação, pois fortalecem as ideias apresentadas. Você considera pertinentes ao tema das redações as citações indiretas realizadas pelas autoras? Explique.

MP

A apresentação de um repertório de prestígio atrelado ao tema da redação é essencial na construção da força argumentativa do texto. Nesse sentido, a utilização de repertórios de prestígio – como referências a filósofos renomados, obras literárias, teorias científicas ou fatos históricos – eleva o nível de credibilidade do argumento . Para isso, é possível utilizar citação a uma informação obtida de outra fonte ou fazer referência a ela. A citação direta pode ocorrer, por exemplo, na transcrição de um trecho de um autor; já a citação indireta, na apresentação das ideias de um autor com as palavras de quem escreve.

Proposta de intervenção na redação do Enem: os cinco elementos avaliados

4. Releia o último parágrafo do Texto 1.

Logo, o Estado deve estabelecer um limite para os comerciais voltados ao público infantil por meio da proibição parcial, que estabelece horários de transmissão e faixas etárias. Além disso, o uso de personagens de desenhos animados em campanhas publicitárias infantis deve ser proibido. Para efetivar as ações estatais, instituições como a família e a escola devem educar as crianças para consumirem apenas o que é necessário. Apenas assim o consumo consciente poderá se realizar a médio prazo.

a) A autora apresenta uma proposta de intervenção para o problema abordado no texto, respeitando os direitos humanos? Comente.

b) Conforme explicitado no parágrafo, qual é o papel do Estado na promoção do consumo consciente entre crianças?

MP 4. b) O Estado é responsável por implementar políticas que regulam a publicidade infantil.

c) Por meio da análise da conclusão do texto, é possível inferir que o uso de personagens de desenhos animados em campanhas publicitárias pode contribuir para a não ocorrência de consumo consciente? Explique.

4. c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que sim, pois, segundo o texto, “o uso de personagens de desenhos animados em campanhas publicitárias infantis deve ser proibido”.

d) Considerando a resposta dada aos itens anteriores, pode-se afirmar que a autora apresentou pelo menos uma ação na proposta de intervenção que compõe a redação? Comente.

MP

e) Na proposta de intervenção, o agente é o ator social que realiza determinada ação. No texto lido, é apresentado pelo menos um agente? Se sim, identifique-o(s).

4. e) Sim. Os agentes apresentados foram o Estado, a família e a escola.

5. Agora, releia o último parágrafo do Texto 2

Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse problema. Cabe ao Ministério da Educação criar um projeto para ser desenvolvido nas escolas o qual promova palestras, apresentações artísticas e atividades lúdicas a respeito do cotidiano e dos direitos dos surdos – uma vez que ações culturais coletivas têm imenso poder transformador – a fim de que a comunidade escolar e a sociedade no geral – por conseguinte –conscientizem-se. Desse modo, a realidade distanciar-se-á do mito grego e os Sísifos brasileiros vencerão o desafio de Zeus.

a) Na proposta de intervenção, de que modo a autora propõe resolver o problema?

b) Qual é o efeito, ou seja, o resultado desejado, a ser obtido com a implantação da ação proposta pela autora?

MP 5. b) A conscientização da comunidade escolar e da sociedade de modo geral sobre o cotidiano e os direitos das pessoas surdas.

c) Além de apresentar o modo de resolver o problema e o resultado desejado, que outra informação a autora adicionou para explicar a proposta de intervenção?

5. c) Ela adicionou a explicação de que ações culturais coletivas têm imenso poder transformador.

No gênero redação do Enem, é essencial apresentar uma proposta de intervenção diretamente relacionada ao tema, integrada à argumentação desenvolvida ao longo do texto e que exponha uma ou mais formas de lidar com o problema levantado. Essa proposta será avaliada conforme os parâmetros da competência V do exame (ver página 37). Ela precisa ser explícita e não pode ser vaga. Para isso, deve ser composta de acordo com uma estrutura que responda às seguintes perguntas por meio destes cinco elementos: ação, agente, modo ou meio, efeito e detalhamento. A saber:

AÇÃO + AGENTE + MODO/MEIO + EFEITO +DETALHAMENTO

O que deve ser feito?

EU E O MUNDO

Quem executa?

Como se executa? Por que meio?

Para quê? Que outra informação sobre esses elementos foi acrescentada?

A publicidade e os projetos de vida Não escreva no livro.

Os textos lidos apresentam discussões relacionadas a temas de relevância social. Considerando o que você leu e as reflexões feitas sobre a importância de haver regras e limites para a veiculação de peças publicitárias destinadas ao público infantil e sobre a necessidade de garantir formação educacional de qualidade para pessoas surdas no Brasil, converse com os colegas sobre as questões a seguir.

1. De que forma as influências socioculturais, como campanhas publicitárias, impactam a formação de seu projeto de vida?

2. Como o ambiente familiar pode influenciar os sonhos e as motivações de um jovem surdo?

MP MP

COm

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

SOCIOLOGIA

Inclusão social

Leia, a seguir, um trecho do texto jornalístico para responder às questões.

O que é inclusão social?

A inclusão social envolve todas as ações tomadas para integrar grupos marginalizados, como homossexuais, negros e pessoas com deficiência, no meio social.

[...]

Quais são os grupos mais afetados pela exclusão social?

Muitas pessoas sofrem com a exclusão social, mas quando analisamos o histórico e a formação social de países colonizados, como o Brasil, alguns grupos se destacam no processo de marginalização.

Entre eles, os negros e povos indígenas, que foram marginalizados pelas ideologias racistas da época e pelas consequências do período escravocrata.

A homossexualidade e a transexualidade também sentem os impactos da exclusão social. Com anos de preconceito e repreensão do sistema legal em muitos países, o grupo LGBTQIA+ como um todo segue na luta por seus direitos.

Quais são os grupos mais afetados pela exclusão social?

Além deles, pessoas com deficiência ou qualquer tipo de limitação, seja física ou intelectual, também enfrentam desafios na sociedade. Neste caso, o problema está relacionado às condições de mobilidade urbana oferecidas.

Falta de rampas de acesso, piso tátil e calçadas esburacadas são alguns exemplos de obstáculos que atrapalham a mobilidade de quem tem alguma limitação física.

Aqui, se encaixam também questões de acesso à educação para pessoas com deficiência mental.

Considerando os grupos mais afetados pela exclusão social, a população de baixa renda, bem como pessoas em situação de rua, tende a ter maior dificuldade de acesso a serviços básicos de qualidade e oportunidades igualitárias.

INCLUSÃO social: entenda o que é, importância, exemplos e como promover. CNN Brasil, [s. l.], 7 fev. 2023. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/inclusao-social/. Acesso em: 6 set. 2024.

escreva no livro.

1. O conceito de inclusão social, conforme descrito no texto, pode ser aplicado à educação de surdos no Brasil? Explique.

2. De acordo com o texto jornalístico, quais são os principais desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência na sociedade brasileira? Relacione esses desafios ao contexto da educação de surdos.

3. Que relação é possível estabelecer entre as condições de mobilidade urbana mencionadas no texto e as barreiras enfrentadas por surdos no acesso à educação?

4. Com base no texto, converse com os colegas sobre como a exclusão social afeta a população de baixa renda. Depois, estabeleça um paralelo com os desafios enfrentados pelos surdos no acesso à educação. MP MP MP

4. A população de baixa renda enfrenta exclusão social decorrente da falta de acesso a serviços básicos e de oportunidades igualitárias. Similarmente, os surdos enfrentam desafios no acesso à educação, como a falta de materiais pedagógicos adaptados e de professores capacitados em Libras, o que limita as oportunidades de aprendizagem e de desenvolvimento profissional. Esses grupos necessitam de políticas públicas específicas que promovam a inclusão social e garantam o acesso a oportunidades de forma igualitária.

Não

l INGUAGEM EM FOCO

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O adjetivo e a especificação das informações

Não escreva no livro.

Releia, a seguir, um trecho da primeira redação reproduzida e observe os vocábulos destacados.

1 Qual é a função do adjetivo essencial ao descrever o investimento em publicidade no contexto da Revolução Industrial? MP

3 Acerca do segundo parágrafo do texto, responda:

a) Qual é a importância do adjetivo primordial na especificação das informações fornecidas pelo texto?

b) Q ue adjetivo caracteriza o grau de esclarecimento das crianças, sugerindo que elas são mais suscetíveis à influência da publicidade?

3. a) O adjetivo primordial enfatiza a centralidade do consumo na lógica capitalista, destacando a importância desse fator no desenvolvimento econômico.

3. b) O adjetivo elevado.

A Revolução Industrial, ocorrida inicialmente na Inglaterra durante o século XVIII, trouxe a necessidade de um mercado consumidor cada vez maior em função do aumento de produção. Para isso, o investimento em publicidade tornou-se um fator essencial para ampliar as vendas das mercadorias produzidas. Na sociedade atual, percebe-se as crianças como um dos focos de publicidade. Tal prática deve ser restringida pelo Estado para garantir que as crianças não sejam persuadidas a comprar determinado produto.

A partir da mecanização da produção, o estímulo ao consumo tornou-se um fator primordial para a manutenção do sistema capitalista. De acordo com Karl Marx, filósofo alemão do século XIX, para que esse incentivo ocorresse, criou-se o fetiche sobre a mercadoria: constrói-se a ilusão de que a felicidade seria alcançada a partir da compra do produto. Assim, as crianças tornaram-se um grande foco das empresas por não possuírem elevado grau de esclarecimento e por serem facilmente persuadidas a realizarem determinada ação.

Para atingir esse objetivo, as empresas utilizam da linguagem infantil, de personagens de desenhos animados e de vários outros meios para atrair as crianças. O Conselho Nacional de Direitos de Criança e do Adolescente aprovou uma resolução que considera a publicidade infantil abusiva, porém não há um direcionamento concreto sobre como isso vai ocorrer. É imprescindível uma maior rigidez do Estado sobre as campanhas publicitárias infantis, pois as crianças farão parte do mercado consumidor e devem ser educadas para se tornarem consumidores conscientes.

2 D e que maneira o adjetivo atual é utilizado para contrastar as práticas publicitárias da sociedade moderna com as da época da Revolução Industrial? MP

4 Como você explica a importância do adjetivo abusiva na caracterização da publicidade infantil citada pela autora do texto? Esse adjetivo contribui para a argumentação apresentada na redação? MP

5 Por que é possível considerar que o adjetivo conscientes se relaciona diretamente a informações, fatos e opiniões desenvolvidos ao longo do texto? MP

No gênero redação do Enem, os adjetivos permitem especificar as informações. Além disso, podem ser utilizados para fortalecer os argumentos, exprimir julgamentos, criar contrastes e comparações, assim como contribuir para a construção de textos coesos e coerentes. Cabe destacar que, apesar de alguns adjetivos exprimirem uma avaliação sobre os substantivos que qualificam, outros podem apenas indicar uma possível categorização desses substantivos, sem necessariamente emitir juízo de valor sobre eles.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

O papel do adjetivo na coesão e coerência textuais

Releia os últimos parágrafos dos textos apresentados anteriormente.

Texto 1

Logo, o Estado deve estabelecer um limite para os comerciais voltados ao público infantil por meio da proibição parcial, que estabelece horários de transmissão e faixas etárias. Além disso, o uso de personagens de desenhos animados em campanhas publicitárias infantis deve ser proibido. Para efetivar as ações estatais, instituições como a família e a escola devem educar as crianças para consumirem apenas o que é necessário. Apenas assim o consumo consciente poderá se realizar a médio prazo.

Texto 2

Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse problema. Cabe ao Ministério da Educação criar um projeto para ser desenvolvido nas escolas o qual promova palestras, apresentações artísticas e atividades lúdicas a respeito do cotidiano e dos direitos dos surdos – uma vez que ações culturais coletivas têm imenso poder transformador – a fim de que a comunidade escolar e a sociedade no geral – por conseguinte – conscientizem-se. Desse modo, a realidade distanciar-se-á do mito grego e os Sísifos brasileiros vencerão o desafio de Zeus.

Não escreva no livro.

1. Segundo a proposta de intervenção apresentada no Texto 1, responda:

a) A autora cita que “o Estado deve estabelecer um limite para os comerciais voltados ao público infantil por meio da proibição parcial ”. Qual é a importância do uso desse adjetivo para o sentido que se pretendeu exprimir?

b) Na expressão público infantil , pode-se dizer que o adjetivo apenas fornece uma classificação relacionada ao substantivo, sem fornecer uma avaliação? Justifique.

c) O s adjetivos utilizados no trecho estão destacados ao lado. Selecione pelo menos um deles e elabore duas frases em que o adjetivo escolhido apresente diferentes significados de acordo com o contexto em que será empregado.

infantil parcial

necessário consciente

d) Considerando a resposta ao item anterior, é possível inferir que o uso de adjetivos pode interferir na coerência do texto? Explique.

2. Conforme a proposta de intervenção apresentada no Texto 2 , responda:

a) No trecho “medidas são necessárias para resolver esse problema”, de que forma o adjetivo em destaque orienta a percepção do leitor sobre a proposta?

b) Na f rase “ações culturais coletivas têm imenso poder transformador”, de que maneira o adjetivo destacado contribui para a construção da proposta de intervenção? Em que elemento dessa proposta ele foi inserido (ação, agente, modo/meio, efeito ou detalhamento)?

c) Por que é possível afirmar que os adjetivos utilizados ajudam a manter a coesão temática do texto?

2. c) Porque eles conferem precisão, reforçam a ideia central e especificam o tema abordado. Adicionalmente, asseguram que o texto mantenha uma estrutura lógica e focada em seu propósito.

#naprática

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Simulado da redação do Enem

Agora é sua vez de produzir uma redação que atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo; 4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

TEXTO I

Deve-se entender a proteção integral como o conjunto de direitos que são próprios apenas dos cidadãos imaturos; estes direitos, diferentemente daqueles fundamentais reconhecidos a todos os cidadãos, concretizam-se em pretensões nem tanto em relação a um comportamento negativo (abster-se da violação daqueles direitos) quanto a um comportamento positivo por parte da autoridade pública e dos outros cidadãos, de regra dos adultos encarregados de assegurar esta proteção especial. Em força da proteção integral, crianças e adolescentes têm o direito de que os adultos façam coisas em favor deles.

CURY, Munir (coord.). Estatuto da criança e do adolescente comentado: comentários jurídicos e sociais. 9. ed. atual. São Paulo: Malheiros, 2008. p. 36.

TEXTO II

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2016]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 21 jun. 2024.

TEXTO III

TEXTO IV

ECA em tirinhas para crianças. 4. ed. Brasília, DF: Câmara dos Deputados; Edições Câmara, 2015. p. 29. (Série Ações de Cidadania, n. 21). Disponível em: https://plenarinho.leg.br/ wp-content/uploads/2018/07/ ECA_2015_150dpi.pdf. Acesso em: 21 jun. 2024.

As crianças e adolescentes que se encontram em situação de vulnerabilidade social são aquelas que vivem negativamente as consequências das desigualdades sociais; da pobreza e da exclusão social; da falta de vínculos afetivos na família e nos demais espaços de socialização; da passagem abrupta da infância à vida adulta; da falta de acesso à educação, trabalho, saúde, lazer, alimentação e cultura; da falta de recursos materiais mínimos para sobrevivência; da inserção precoce no mundo do trabalho; da falta de perspectivas de entrada no mercado formal de trabalho; da entrada em trabalhos desqualificados; da exploração do trabalho infantil; da falta de perspectivas profissionais e projetos para o futuro; do alto índice de reprovação e/ou evasão escolar; da oferta de integração ao consumo de drogas e de bens, ao uso de armas, ao tráfico de drogas. REZENDE, Kamila; CAPPELLARI , Heloisa Cristina Luiz; PAGANI, Lucas Augusto Gaioski. Crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social no Brasil. Research, Society and Development , [s. l.], v. 11, n. 1, 2022. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/24587. Acesso em: 5 out. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

Com base na leitura dos textos motivadores e em seus conhecimentos, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Caminhos para a proteção integral de crianças e adolescentes em vulnerabilidade social no Brasil”. Apresente a proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione e organize argumentos e informações com coerência e coesão e apresente uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.

Planejar

1. Com base na coletânea ofertada, verifique as possibilidades de abordagem em relação ao tema proposto.

2. De acordo com seu repertório, selecione referências que extrapolem a coletânea e possam ser utilizadas para a construção dos argumentos: pensamentos filosóficos, conceitos da Sociologia, textos literários, definições, informações históricas, entre outros.

3. Apoiando-se no tema proposto, na análise da coletânea e nas possibilidades de repertório, articule-os e trace um contexto, um problema e uma tese a serem apresentados em sua redação.

4. Em seguida, escolha os argumentos que darão suporte ao seu ponto de vista e estabeleça a relação deles com o problema exposto e a tese.

5. Verifique se o argumento selecionado apresenta fonte confiável, como livros ou estudos chancelados por universidades e institutos de pesquisa. Caso as fontes não sejam precisas, faça uma pesquisa a fim de confirmar a procedência e a confiabilidade da informação, assim como para localizar a referência adequada.

6. Na conclusão do texto, elabore uma proposta de intervenção que seja viável e factível, indicando o agente, a ação a ser realizada, o modo/meio de executá-la e a finalidade de sua implementação.

1. Ser protagonista na transformação de uma sociedade é atuar como um agente de mudança, contribuindo ativamente para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e igualitária.

O MUNDO E EU

Pensamento crítico a serviço do interesse comum

A proposta de intervenção requer que o autor da redação reflita criticamente sobre problemas sociais e sugira soluções. Esse processo incentiva o desenvolvimento do pensamento crítico e a habilidade de avaliar questões de interesse comum, competências fundamentais para o exercício da cidadania. Nesse sentido, a proposta de intervenção amplia a compreensão de que a participação democrática vai além do voto: ela engloba a habilidade de sugerir mudanças, discutir questões públicas e envolver-se na formulação de políticas e práticas que favoreçam a sociedade. Converse com os colegas sobre as perguntas a seguir.

1. O que é ser protagonista na transformação de uma sociedade?

2. De que maneira é possível atuar como cidadão para garantir a proteção de crianças e adolescentes?

2. Essa atuação requer uma abordagem que combine, por exemplo, identificação dos casos de violação de direitos, denúncia, participação comunitária e apoio emocional às pessoas envolvidas.

Escrever

1. Faça um rascunho do texto dissertativo-argumentativo utilizando a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Assim como nas redações lidas, utilize citações diretas e/ou indiretas a fim de conferir credibilidade ao texto.

3. Escolha citações que ajudem a apoiar e a fortalecer os argumentos apresentados, fornecendo evidências concretas e corroborando as ideias discutidas.

4. Utilize adjetivos para criar contraste, ressaltar ideias e adicionar precisão a seu texto. Quando você qualifica um substantivo com um adjetivo, oferece ao leitor uma descrição mais detalhada.

5. Lembre-se de escolher adjetivos adequados ao contexto e que ajudem a manter a unidade do texto.

6. Evidencie a viabilidade da proposta de intervenção, mostrando que ela é bem planejada. Para isso, mencione os cinco elementos estudados (ação, agente, modo ou meio, efeito e detalhamento).

Não escreva no livro.

O uso do hífen e a separação silábica

Quando não há espaço no final da linha para escrever uma palavra completa, é possível dividi-la em duas partes. Nessa divisão, indicada por um hífen, adotam-se as regras de silabação. Os componentes de cada sílaba não podem ser separados. Além disso, lembre-se de que a vogal é o núcleo da sílaba, e, sem ela, uma sílaba não pode existir. Portanto, é importante relembrar as diretrizes a seguir.

Separam-se as letras que representam:

I. Vogais de hiatos:

Exemplos: pa-ís, po-e-ta, sa-ú-de.

II. Consoantes seguidas que pertencem a sílabas diferentes:

Exemplos: ab-di-car, subs-cre-ver, trans-por-tar.

Também se separam os dígrafos rr, ss, sc, sç e xc:

Exemplos: ter-ra, pro-fes-sor, ex-ce-der.

1. Releia um trecho do Texto 1.

Observação: Se em uma palavra já se usa um hífen, seja por ser composta, seja por se tratar de uma forma verbal acompanhada de pronome átono, e se o fim da linha coincide com o hífen, deve-se repeti-lo no início da linha seguinte para manter a clareza.

Exemplos:

• luso-brasileiro = luso-/-brasileiro

• primeiro-ministro = primeiro-/-ministro

• vê -los = vê-/-los

A partir da mecanização da produção, o estímulo ao consumo tornou-se um fator primordial para a manutenção do sistema capitalista. De acordo com Karl Marx, filósofo alemão do século XIX, para que esse incentivo ocorresse, criou-se o fetiche sobre a mercadoria: constrói-se a ilusão de que a felicidade seria alcançada a partir da compra do produto. Assim, as crianças tornaram-se um grande foco das empresas por não possuírem elevado grau de esclarecimento e por serem facilmente persuadidas a realizar determinada ação.

a) Se a forma verbal constrói-se estivesse no final da linha, com quebra no hífen, de que maneira deveria ser feita a separação silábica?

b) Como deve ser feita a separação silábica das palavras crianças e esclarecimento?

MP 1. b) Cri-an-ças e es-cla-re-ci-men-to.

Revisar

1. Verifique se o parágrafo inicial apresenta o contexto, o problema e a tese.

2. Analise se os argumentos selecionados estão conectados ao problema, se auxiliam na sustentação da tese e se extrapolam a coletânea apresentada.

3. Certifique-se de que a conclusão do texto apresenta proposta de intervenção factível.

4. Avalie se, no texto, aparecem todos os elementos da proposta de intervenção, incluindo o detalhamento.

5. Garanta que haja indicação precisa das fontes em relação aos argumentos que compõem o texto.

6. Observe se o texto está elaborado em escrita formal.

7. Veja se foram utilizados adjetivos para adicionar precisão ao texto.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar sua redação e verificar se os itens indicados foram cumpridos, reescreva-a realizando as alterações necessárias. Em seguida, sob a orientação do professor, compartilhe seu texto com os colegas e conversem sobre a proposta de intervenção apresentada pela turma.

Não escreva no livro.

3 FATOS, FONTES E FILTROS

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O acesso à informação nunca foi tão fácil. Acervos e meios de comunicação do mundo todo estão hoje ao alcance imediato de um clique, de um toque. Nesse contexto, a checagem das informações é fundamental para evitar que o descuido e a pressa causem danos duradouros ou até permanentes aos indivíduos e à sociedade. Observe esta colagem e responda.

Uma das colagens da série “Banquete indigesto”, produzida pela artista e webdesigner Carol Malavolta especialmente para ilustrar a reportagem homônima, publicada pelo UOL VivaBem, 2020.

1. O que as mãos representadas tocam?

1. As mãos tocam talheres, louças, “pedaços de notícias” e utensílios de cozinha.

2. Os objetos tocados pelas mãos costumam ser usados para que ação cotidiana?

2. São objetos usados na alimentação (pratos, copo, talheres).

3. Qual é a diferença entre o que é consumido na ação cotidiana indicada na questão 2 e o que é consumido na obra?

3. Na vida diária, consomem-se alimentos, ao passo que na obra se consomem informações, dados, notícias.

4. Considerando a leitura da imagem, o título “Banquete indigesto” e o fato de a obra integrar um conjunto de colagens que ilustram uma reportagem homônima, é possível afirmar que há um posicionamento claro sobre o consumo de informações? Em caso afirmativo, qual é ele? MP

A proposta desta unidade é apurar seu consumo de informações. As discussões e atividades propostas oferecem mais ferramentas para você selecionar informações fidedignas e usá-las em proveito de sua redação e de seu projeto de vida.

Não escreva no livro.

Fato e opinião

A distinção entre fato e opinião – marcada, em tese, pela isenção, presente no primeiro caso e ausente no segundo – é importante para a construção de textos dissertativo-argumentativos. Igualmente importante é compreender que o ponto de partida de todo bom trabalho com a informação é a escolha das fontes.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

A seguir, você vai ler uma notícia e um artigo de opinião. Cada qual com seu viés, ambos os textos abordam a relação do brasileiro com a informação. Como os brasileiros se informam? Quais são as possíveis causas e consequências desses hábitos de consumo e de compartilhamento de informação?

Texto 1

O que diz a principal pesquisa de mídia do mundo sobre o consumo de notícias no Brasil

41% dos entrevistados pelo Instituto Reuters no País disseram evitar se manter informados; em 2022, eram 54%

Da invenção da primeira máquina de impressão em tipos móveis até a popularização das redes sociais, o alcance da atividade jornalística sempre esteve ligado ao desejo – ora maior, ora menor –por informação. Entre os diversos desafios do ofício jornalístico ao longo do tempo, poucos podem ser comparados à instantaneidade permanente criada pelas plataformas digitais. É o que aponta a nova edição do Digital News Reports, publicado pelo Reuters Institute nesta quarta-feira 14.

A pesquisa, realizada em 46 países – entre eles, o Brasil –, mostrou uma tendência já verificada nos últimos anos: o jornalismo, como um todo, enfrenta não apenas dificuldades de financiamento, mas se vê diante de um público cada vez mais seletivo a respeito de como e sobre o quê deseja se informar – especialmente por confiar cada vez menos em grupos tradicionais de mídia.

Os números do Brasil

O caso brasileiro é emblemático: 41% dos entrevistados do país disseram que evitam se manter informados. Embora o número seja significativo, ele já foi maior. No ano passado [2022], quando em meio à disputa entre Lula e Bolsonaro, 54% dos entrevistados diziam evitar as notícias.

A taxa atual do Brasil é levemente superior à média mundial, de 36%. No contexto global, os países nos quais as pessoas menos evitam se informar, segundo o estudo, são Japão (11%), Taiwan (17%), Dinamarca (19%), Coreia do Sul (20%) e Finlândia (21%) – que também surgem no topo dos rankings globais da educação.

No plano global, a pesquisa indicou que 48% das pessoas se disseram muito ou extremamente interessadas em notícias. O índice, porém, era de 63% em 2017. O estudo mostrou, também, que, cada vez menos, as pessoas no mundo acessam notícias diretamente por sites e aplicativos, preferindo redes sociais como Instagram e TikTok.

A questão é que o relatório também apontou que nessas mídias, no geral, o público costuma prestar mais atenção a celebridades, influenciadores e personalidades das redes sociais, em comparação a jornalistas profissionais.

A pesquisa buscou saber, também, se as pessoas costumam confiar nas notícias a que têm acesso. No Brasil, houve uma queda no índice de confiança: de 48% para 43% nesta. Nesta seara, o ranking é liderado pela Finlândia, onde 69% dos entrevistados disseram confiar na maior parte das notícias, a maior parte do tempo. Os Estados Unidos ocupam a 36a posição, com índice de confiança de 32%.

Não escreva no livro.

Tanto o percentual da população brasileira que evita se manter informada, como o índice sobre baixa confiança nas notícias dizem respeito, inevitavelmente, a um reflexo captado pela pesquisa: dois terços dos entrevistados no país afirmaram que ouvem ou veem, com frequência, pessoas criticando a imprensa. [...]

Focando nas pessoas que buscam se manter informadas, o estudo procurou saber por onde elas buscam informações. No Brasil, 79% dos entrevistados disseram que se informam on-line (incluindo mídias digitais). O consumo de notícias via mídias sociais, entretanto, caiu em relação a 2022: de 64% para 47%. O mesmo vale para a televisão, que saiu de 55% para 51%. Em relação ao ambiente on-line, 20% dos entrevistados brasileiros disseram que pagam assinaturas.

Os números sobre os diferentes meios pelos quais as pessoas no Brasil se informam confirmam um cenário que não é novo e diz respeito ao meio impresso. Jornais e revistas, hoje, são a escolha prioritária de apenas 12% dos entrevistados – percentual que se manteve estável nos últimos dois anos. Há exatos dez anos, 50% diziam que se informavam pelo meio impresso. [...]

LUCENA, André. O que diz a principal pesquisa de mídia do mundo sobre o consumo de notícias no Brasil. CartaCapital, São Paulo, 14 jun. 2023. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/mundo/o-que-diz-a-principal-pesquisa-de -midia-do-mundo-sobre-o-consumo-de-noticias-no-brasil/. Acesso em: 10 jul. 2024.

Texto 2

Informação contra a desinformação

Alfabetização digital não é simplesmente dar acesso à internet. É preciso compreender como funciona esse ecossistema

A internet não inventou o boato e a mentira nem as teorias da conspiração, mas tem ajudado a disseminar esse tipo de conteúdo – e assim minar a confiança nas instituições. A desintermediação, ou seja, o acesso “direto” ao que o presidente, o jogador de futebol e o comediante famoso diz ou pensa, via redes sociais, infla críticas nem sempre embasadas à imprensa – aquela que manipula, distorce ou apenas esconde. O que a Globo não mostra está no WhatsApp. O presidente é meu “amigo” na rede social. Rede é relação, relação pressupõe confiança. E assim transferimos credibilidade a mensagens que recebemos de quem confiamos. Minha tia não teria por que mentir. Muito menos o presidente. Se ele disse, deve ser verdade. Quanto aos jornalistas, nem sei quem eles são. São todos ingênuos ou mal-intencionados. [...] Prefiro confiar nas minhas fontes – e manter as minhas crenças inabaláveis. Eis a essência da “pós-verdade”: emoções e crenças pessoais são mais importantes do que fatos objetivos para formar opiniões. Por isso, pouco importa apontar verdades ou mentiras. Compartilhamos opiniões prontas, com as quais concordamos a priori, sem questionar os fatos.

Pode ser que sua tia não tenha intenção de mentir para você, mas ela pode estar desinformada. Os jornalistas também nem sempre ajudam. Chamadas sensacionalistas e palavras mal colocadas favorecem interpretações precipitadas. Às vezes tudo isso é proposital. É impossível saber sem antes questionar. São as perguntas, não as respostas, que abrem o caminho do conhecimento. De onde veio essa informação? Essa informação é atual? É uma informação de segunda mão? Foi isso mesmo que saiu na fonte original? Quem é essa fonte? O que ela representa? Quais são seus interesses?

Alfabetização digital não é simplesmente dar acesso à internet. É preciso compreender como funciona esse ecossistema: como é a estrutura dessa rede, quem (e o quê) está por trás das informações que recebemos diariamente, porque não podemos confiar em tudo o que recebemos – mesmo das pessoas em quem mais confiamos. Isso é coisa para discutir em comunidade, de acordo com a realidade de cada comunidade. A comunidade deve ser a primeira conexão.

SEIBT, Taís. Informação contra a desinformação. Brasil de Fato, Porto Alegre, 27 jun. 2019. Disponível em: https://www.brasildefators.com.br/2019/06/27/artigo-or-informacao-contra-a-desinformacao. Acesso em: 11 jul. 2024.

Pensar e compartilhar

Não escreva no livro.

1. O estudo de que trata a notícia foi realizado pelo Instituto Reuters e apresenta, entre outros dados, o índice de pessoas de vários países que evitam se informar.

a) Qual é o índice brasileiro? Ele é superior ou inferior à média mundial?

1. a) O índice brasileiro é de 41%; ele é superior à média mundial (36%).

b) Segundo o estudo, o que há em comum entre os países com menor índice de pessoas que evitam se informar?

1. b) Os países em que esse índice é menor estão entre os primeiros nos rankings mundiais de educação.

c) Com base na resposta ao item anterior, o que é possível inferir sobre a relação entre educação e desejo por informação?

1. c) Quanto maior for o índice de educação, maior será o interesse por se informar.

2. Com base nos dados disponibilizados pelo Instituto Reuters, qual é a tendência mundial no que diz respeito ao interesse por notícias?

2. A tendência é de queda. Os dados mais recentes de pessoas que se disseram muito interessadas por notícias é de 48%; menor do que 2017, quando era de 63%.

3. O estudo aponta mudança na preferência por fontes de notícia. Qual é essa mudança?

4. A pesquisa também analisou o nível de confiança das pessoas nas notícias.

a) No que diz respeito a esse quesito, qual é a tendência entre os brasileiros?

4. a) A tendência é de queda, uma vez que passou de 48% para 43%.

b) O índice de confiança dos brasileiros em notícias se aproxima do índice da população da Finlândia, líder do ranking mundial?

4. b) Não. Na Finlândia, o índice é de 69%, enquanto no Brasil é de 43%.

c) A notícia relaciona esse índice brasileiro a outro dado do estudo. Que dado é esse? Identifique e explique a relação existente entre esses dados.

5. Os atuais hábitos de consumo de notícias entre os brasileiros resultam em que mudanças nos meios de publicação de conteúdo jornalístico? MP MP MP

Credibilidade e procedência da informação

6. Como você se mantém informado? Você se identifica com algum perfil dos entrevistados para o estudo? Em caso afirmativo, qual?

7. O que você leva em consideração ao escolher uma fonte de informação?

8. Releia o título e a linha fina da notícia.

O que diz a principal pesquisa de mídia do mundo sobre o consumo de notícias no Brasil

41% dos entrevistados pelo Instituto Reuters no País disseram evitar se manter informados; em 2022, eram 54%

a) Que expressão é utilizada no título para qualificar os dados que serão apresentados no texto?

8. a) A expressão a principal pesquisa de mídia do mundo.

b) Que efeito o uso dessa expressão confere à fonte da informação?

8. b) Confere um efeito de relevância e abrangência da fonte da informação.

c) Q ue informação da linha fina reforça a credibilidade da pesquisa? Explique.

SAIBA MAIS

Localizado na Inglaterra, o Instituto Reuters foi fundado em 2006 no Departamento de Política e Relações Internacionais da Universidade de Oxford, com a finalidade de unir o trabalho do dia a dia do jornalismo com o estudo acadêmico.

8. c) O nome do instituto de pesquisa responsável pela realização da pesquisa. Com essa informação, é possível conferir a reputação do instituto para avaliar a credibilidade da informação fornecida por ele.

As notícias são fontes secundárias de informação. Ao explicitar as fontes primárias da informação, a notícia confere credibilidade ao texto, pois permite ao leitor a avaliação da procedência da informação

9. Agora, releia a linha fina do artigo de opinião “Informação contra a desinformação”.

Alfabetização digital não é simplesmente dar acesso à internet. É preciso compreender como funciona esse ecossistema

a) Qual é a tese apresentada nela?

b) Na linha fina da notícia também é apresentada uma tese? Explique.

9. a) A tese é a de que a alfabetização digital não se restringe ao mero acesso à internet; trata-se de compreender como ela funciona.

9. b) Não. A linha fina da notícia informa dados: “41% dos entrevistados pelo Instituto Reuters no País disseram evitar se manter informados; em 2022, eram 54%”.

Linha fina é uma frase sem ponto-final que aparece logo após o título em gêneros do campo jornalístico, como reportagem, entrevista, editorial, notícia e artigo. Em geral, ela complementa o título e desdobra sentidos ou fornece mais dados sobre o assunto abordado.

10. O artigo aborda a “desintermediação” no processo de informação.

a) Indique como esse fenômeno aparece contemplado na pesquisa sobre consumo de notícias do Instituto Reuters.

b) Nesse contexto, o que seria “intermediação”?

11. Releia o seguinte trecho do artigo de opinião.

Rede é relação, relação pressupõe confiança. E assim transferimos credibilidade a mensagens que recebemos de quem confiamos. Minha tia não teria por que mentir. Muito menos o presidente. Se ele disse, deve ser verdade.

11. a) Em um familiar (na tia) e em pessoas que ocupam cargo de prestígio (no presidente).

a) No cenário traçado pelo artigo, em quem se confia?

b) Que fatores sustentam essa confiança?

11. b) Afinidades pessoais, afinidades de visão de mundo, discurso de autoridade.

c) P or que essa relação de confiança, segundo o artigo, pode levar à desinformação?

12. No artigo, fala-se em compartilhamento de “opiniões prontas” sem o questionamento dos fatos.

a) O que, segundo o artigo, leva as pessoas a essa prática?

Com um colega, pesquise na internet os principais critérios de credibilidade das informações. Atualmente, o que faz uma pessoa acreditar em determinada informação e não em outra? Anote e compartilhe com a turma o que vocês descobriram. Lembre-se de registrar e comunicar as fontes de pesquisa utilizadas.

12. a) A concordância, a priori, com essas opiniões.

b) E xplique a relação entre a prática apresentada no item a e a escolha das fontes de informação descritas no artigo.

12. b) Na medida em que são escolhidas fontes por afinidade afetiva e de pensamento, é muito forte a tendência em concordar de pronto com as opiniões nelas apresentadas e repassá-las.

13. A autora do artigo de opinião propõe uma mudança de foco ao consumir informação para abrir “o caminho do conhecimento”.

a) Qual seria essa mudança?

13. a) Para Taís Seibt, é impossível adquirir conhecimento sem questionar; para ela, são as perguntas, e não as respostas, que abrem caminho para o conhecimento.

b) Como colocar em prática a orientação da autora no consumo de informação?

c) A rticule essa proposta com a tese apresentada na linha fina. MP MP

EU E O MUNDO Infoxicação

Em 1995, o físico espanhol Alfons Cornella cunhou o termo infoxicação para designar o consumo excessivo de informação, comportamento que pode ser nocivo à saúde. Hoje em dia, com as mídias digitais e os smartphones, o contexto certamente é muito mais favorável à infoxicação do que no período em que o termo surgiu.

1. Como você reage à oferta de informações no mundo contemporâneo?

2. Seu consumo de informação é saudável e de qualidade?

1 e 2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reflitam sobre como usam as mídias digitais e sobre o impacto delas no próprio consumo de informação e compartilhem suas experiências com o assunto.

HIPERlINK
Não escreva no livro.

l INGUAGEM EM FOCO

O modo verbal indicativo para expressar convicção

Releia três parágrafos do artigo de opinião e preste atenção nos trechos em destaque.

1 Observe a expressão na primeira frase.

a) Nessa frase, a autora expressa convicção ou dúvida?

1. a) Expressa convicção.

b) Se, em vez de inventou, ela empregasse teria inventado, o sentido seria o mesmo? Explique.

1. b) Não. Com essa mudança, o sentido seria de suposição.

3

No período do segundo parágrafo:

a) Como as formas verbais são e estão contribuem para expressar a relação de confiança entre quem se informa e sua fonte de informação?

b) o pronome todos e o advérbio sempre expressam que tipo de postura diante da realidade? Não escreva no livro.

3. b) Expressam uma visão de mundo generalizante.

A internet não inventou o boato e a mentira nem as teorias da conspiração, mas tem ajudado a disseminar esse tipo de conteúdo – e assim minar a confiança nas instituições. A desintermediação, ou seja, o acesso “direto” ao que o presidente, o jogador de futebol e o comediante famoso diz ou pensa, via redes sociais, infla críticas nem sempre embasadas à imprensa – aquela que manipula , distorce ou apenas esconde . O que a Globo não mostra está no WhatsApp. O presidente é meu “amigo” na rede social. Rede é relação, relação pressupõe confiança. E assim transferimos credibilidade a mensagens que recebemos de quem confiamos. Minha tia não teria porque mentir. Muito menos o presidente. Se ele disse, deve ser verdade. Quanto aos jornalistas, nem sei quem eles são. São todos ingênuos ou mal-intencionados. Estão sempre contra este ou aquele. Prefiro confiar nas minhas fontes – e manter as minhas crenças inabaláveis. Eis a essência da “pós-verdade”: emoções e crenças pessoais são mais importantes do que fatos objetivos para formar opiniões. Por isso, pouco importa apontar verdades ou mentiras. Compartilhamos opiniões prontas, com as quais concordamos a priori, sem questionar os fatos.

Alfabetização digital não é simplesmente dar acesso a internet. É preciso compreender como funciona esse ecossistema: como é a estrutura dessa rede, quem (e o quê) está por trás das informações que recebemos diariamente, por que não podemos confiar em tudo o que recebemos –mesmo das pessoas em quem mais confiamos. Isso é coisa para discutir em comunidade, de acordo com a realidade de cada comunidade. A comunidade deve ser a primeira conexão.

3. a) Elas expressam certeza, o que salienta a falta de confiança nos jornalistas profissionais.

2 Em outro trecho do primeiro parágrafo, estão destacados três formas verbais

a) Qual é o sujeito desses verbos representado pelo pronome aquela?

b) De acordo com o texto, quem atribui as ações de manipular, distorcer e esconder ao sujeito identificado no item anterior?

2. a) A imprensa.

2. b) Não é a autora, mas sim os influenciadores que se tornam formadores de opinião.

4 O t recho do terceiro parágrafo retoma a relação de confiança descrita no parágrafo anterior.

a) A retomada defende ou critica essa relação? Explique.

b) No trecho, a expressão não podemos expressa possibilidade? Explique. MP MP

Modo verbal é a propriedade do verbo de expressar a atitude do enunciador em relação ao enunciado. Essas atitudes podem ser de certeza, incerteza, suposição, mando, entre outras. O modo indicativo se caracteriza por expressar certeza. Na construção da argumentação, é preciso demonstrar convicção sobre o ponto de vista defendido e exatidão em algumas colocações, de modo a sustentar a opinião.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O uso do indicativo na apresentação de fatos e opiniões

Leia o trecho de uma reportagem sobre evasão escolar. Este é o tema sobre o qual você vai escrever uma redação simulada do Enem na seção a seguir.

Perda econômica da evasão é de R$ 215 bi, maior do que gasto para manter alunos na escola: ‘Não faz sentido’, diz pesquisadora

‘Deixamos de ganhar R$ 395 mil por jovem evadido, enquanto, para formar cada um desses jovens, o custo é de cerca de R$ 22 mil’, explica Laura Muller, economista do Insper coautora de estudo

Brenda Souza se arrepende de uma decisão que tomou quando tinha apenas 13 anos. Naquele momento, ela, ainda uma pré-adolescente, saiu da escola para nunca mais voltar, o que comprometeu todo o seu futuro. Estudos apontam que pessoas que deixaram a escola têm menor empregabilidade e remuneração quando adultos. Isso tem um custo pessoal enorme e também para o país. Um grupo de pesquisadores do Insper, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, concluiu no estudo “Consequências da violação do direito à educação” que o país perde R$ 214 bilhões por ano por deixar 17,5% dos jovens sem terminar o ensino médio.

— Deixamos de ganhar R$ 395 mil por jovem evadido, enquanto, para formar cada um desses, o custo é de cerca de R$ 22 mil. É quase 20 vezes o custo/benefício. Não faz nenhum sentido permitir que essa perda aconteça — afirmou a economista Laura Muller, que assina a pesquisa com Ricardo Paes de Barros, ambos professores do Insper, e mais as pesquisadoras Grazielly Rocha e Danielle Zanon.

ALFANO, Bruno. Perda econômica da evasão é de R$ 215 bi, maior do que gasto para manter alunos na escola: “Não faz sentido”, diz pesquisadora. O Globo, Rio de Janeiro, 8 out. 2023. Educação. Disponível em: https://oglobo.globo.com/brasil/educacao/noticia/2023/10/08/perda-economica-da-evasao-e-de-r-215 -bi-maior-do-que-gasto-para-manter-alunos-na-escola-nao-faz-sentido-diz-pesquisadora.ghtml. Acesso em: 8 ago. 2024.

1. Releia o título da reportagem e responda:

a) Que trecho do título apresenta um fato e que trecho apresenta uma opinião? Justifique.

b) O que não faz sentido? Explique o que a pesquisadora quis dizer com essa frase e seu efeito de sentido.

c) Que formas verbais são utilizadas na apresentação do fato e da opinião? Em que modo verbal elas estão?

1. c) As formas verbais é e faz. Ambas estão no modo indicativo.

2. Agora, releia o trecho a seguir.

Estudos apontam que pessoas que deixaram a escola têm menor empregabilidade e remuneração quando adultos.

a) Que forma verbal é usada para informar o resultado dos estudos?

2. a) A forma verbal apontam.

b) Reescreva a frase em seu caderno substituindo essa forma verbal por outra sem alteração de sentido.

2. b) Possibilidade de resposta: Estudos indicam que pessoas que deixaram a escola têm menos empregabilidade e remuneração quando adultos.

Fato e opinião convivem em textos de variados gêneros, como é o caso das reportagens e do artigo de opinião que você leu. Saber distinguir frases informativas de opinativas contribui para uma escrita mais consciente, em que os fatos colaboram para respaldar as opiniões.

Não escreva no livro.

#naprática

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Simulado da redação do Enem

Você leu um texto informativo e um opinativo. As análises individuais e comparadas dos textos permitiram identificar funções e marcas de estilo e estrutura de cada um deles. Além disso, você refletiu sobre hábitos de informação no mundo contemporâneo e as consequências que eles provocam na esfera individual e na sociedade como um todo. Agora, você vai produzir uma redação simulada do Enem que atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

TEXTO I

Estatuto da Criança e do Adolescente

Capítulo IV

Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se-lhes:

I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II – direito de ser respeitado por seus educadores;

III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores;

TEXTO II

EDITORIA DE ARTE/AGÊNCIA O GLOBO

IV – direito de organização e participação em entidades estudantis;

V – acesso à escola pública e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma etapa ou ciclo de ensino da educação básica.

Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.

BRASIL. Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, DF: MDHC, 2023. p. 38-39. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por -temas/crianca-e-adolescente/publicacoes/eca_mdhc_2024.pdf. Acesso em: 8 ago. 2024.

LIMA, Ludmilla de. Evasão no ensino médio custa R$ 135 bilhões anuais ao país, aponta estudo da Firjan SESI. Extra, Rio de Janeiro, 16 abr. 2023. Disponível em: https://extra.globo.com/brasil/ noticia/2023/04/evasao -no-ensino-medio-custa-r-135 -bilhoes-anuais-ao-pais-aponta -estudo-da-firjan-sesi.ghtml. Acesso em: 8 ago. 2024.

TEXTO III

Em 2023, 41,7% dos jovens de 14 a 29 anos com nível de instrução inferior ao médio completo apontaram a necessidade de trabalhar como fator prioritário para terem abandonado ou nunca frequentado escola, proporção que subiu 1,5 p.p. em comparação a 2022.

Para 53,4% dos homens nesse grupo etário, o principal motivo para deixar a escola foi a necessidade de trabalhar, seguido pela falta de interesse em estudar (25,5%). Para as mulheres, o principal motivo foi também a necessidade de trabalhar (25,5%), seguido pela gravidez (23,1%) e por não ter interesse em estudar (20,7%).

BELLO, Luiz; BRITTO, Vinícius. Uma em cada quatro mulheres de 15 a 29 anos não estudava e nem estava ocupada em 2023. Agência IBGE Notícias, Rio de Janeiro, 22 mar. 2024. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/ noticias/39531-uma-em-cada-quatro-mulheres-de-15-a-29-anos-nao-estudava-e-nem-estava-ocupada-em-2023html. Acesso em: 15 jul. 2024.

TEXTO IV

É que, no fundo, uma das radicais diferenças entre a educação como tarefa dominadora, desumanizante, e a educação como tarefa humanizante, libertadora, está em que a primeira é um puro ato de transferência de conhecimento, enquanto a segunda é ato de conhecer.

FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a Liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. p. 80.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Consequências da evasão e do abandono escolar para a sociedade brasileira”. Apresente e organize argumentos e informações com coerência e coesão e apresente uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.

Planejar

1. Selecione dados e reflexões da coletânea que possam dar suporte à formulação e à defesa de seu ponto de vista sobre o tema proposto.

2. Mobilize também seu repertório. Selecione referências que possam contribuir para a defesa de seu ponto de vista sobre o assunto. Seja criterioso na escolha. Veículos reconhecidos da imprensa, estudos de universidades e institutos, e pensadores renomados são fontes mais seguras. Informações divulgadas por fontes que não prezam pelo cuidado e pela checagem da informação podem prejudicar ou até mesmo comprometer sua abordagem.

3. Articule previamente as referências escolhidas, identificando como elas conversam entre si por afinidades ou contrastes.

4. Estabeleça um contexto, identifique um problema nele e apresente uma tese a respeito. Ainda que a proposta de intervenção para o problema seja identificada somente no final do texto, é importante que sua tese já a tenha em vista. Portanto, exponha uma tese que esteja alinhada com a proposta de intervenção.

5. Defina os argumentos com que você defenderá sua tese. Para embasá-los, use os materiais de apoio selecionados previamente. O uso de informações veiculadas em fontes confiáveis é muito útil como estratégia argumentativa, pois confere respaldo para as opiniões e demonstra que o autor da tese conhece bem o tema.

6. Proponha, no final do texto, uma intervenção factível para o problema abordado. Para isso, além da ação, apresente seu agente, a ação a ser realizada, o que fazer para executá-la e a finalidade de sua implementação.

Aprendizagem e estímulo

O abandono escolar é muito maior entre os estratos menos favorecidos da sociedade, o que aponta para o fator econômico como causa importante desse fenômeno. Nesse contexto, a evasão é essencialmente uma necessidade. No entanto, há quem abandone a escola precocemente por escolha, alegando que o ambiente escolar é pouco atraente. Converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Que práticas da educação você considera desestimulantes? Por quê?

2. O processo de aprendizagem deve ser necessariamente prazeroso?

3. Ao longo de sua formação escolar, que práticas motivaram você a aprender?

1 a 3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes avaliem as práticas como um todo, desde a relação com o professor, a organização da turma em sala de aula, o uso ou não de tecnologias etc. Para estimular a discussão, pergunte aos estudantes o que pensam sobre dedicação e disciplina e se elas são prazerosas no processo de aprendizagem.

O MUNDO E EU Não escreva no livro.

Escrever

1. Escreva uma primeira versão da redação. O texto deve estar de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Para apresentar as informações com convicção e respaldar sua opinião, empregue os verbos no modo indicativo. Outro recurso que pode ser mobilizado para enfatizar ações é a nominalização dos verbos. Confira no boxe a seguir.

Nominalização dos verbos

Nominalização de verbos é a formação de um substantivo com base em um verbo. Esse processo pode ser realizado por meio de sufixação, ou seja, do acréscimo de um sufixo. Analise os exemplos.

VERBO SUFIXO SUBSTANTIVO construir -ção construção decidir -são decisão lembrar -ança lembrança acolher -mento acolhimento

Um dos efeitos de sentido da nominalização de verbos é dar enfoque ao fato, à ação em detrimento de seu agente.

• Releia o trecho a seguir, da primeira frase da notícia trabalhada nesta sequência.

Da invenção da primeira máquina de impressão em tipos móveis até a popularização das redes sociais [...].

1. Que substantivos resultam de nominalização de verbos?

1. São eles: invenção, impressão e popularização.

2. Os agentes das ações designadas por esses substantivos são mencionados?

3. Que efeito de sentido esses substantivos produzem nesse trecho?

MP

2. Não.

3. Apresente seus argumentos com clareza e desenvolva-os com coerência e coesão.

4. Escreva sua proposta de intervenção de modo que ela forneça uma resposta plausível e embasada ao problema.

Revisar

1. Verifique se a escrita está de acordo com a norma-padrão.

2. Avalie se os dados utilizados embasam a opinião.

3. Observe se o contexto, o problema e a tese foram apresentados no 1o parágrafo

4. Veja se os argumentos mobilizados estão condizentes com o tema e contribuem para a sustentação da tese.

5. Confira se as fontes consultadas estão devidamente referenciadas e contribuem para apresentar o contexto e sustentar a argumentação.

6. Verifique se a proposta de intervenção oferece resposta factível ao problema e se foram indicados o agente e a finalidade da proposta e os meios para executá-la

Avaliar, reescrever e compartilhar

1. Após revisar sua redação, escreva a versão final com os ajustes necessários.

2. Sob orientação do professor, compartilhe o texto produzido com os colegas e, em uma roda de conversa, discuta com eles as fontes consultadas e as teses e estratégias argumentativas de todos.

Não escreva no livro.
DE OlHO NA lINGUAGEM

Informações em diferentes formatos

A forma de veicular fatos e estatísticas varia em função do meio de publicação. O rádio se limita à palavra falada e outros elementos sonoros, enquanto os meios audiovisuais podem usar textos escritos, imagens, vídeos e áudios.

A forma como consumimos e interpretamos informações está passando por uma transformação significativa, principalmente com a democratização do acesso do consumo e de produção dos meios audiovisuais. Essa mudança reflete uma tendência crescente em direção ao consumo digital e ao uso de mídias digitais, o que pode estar contribuindo para o declínio do consumo de materiais impressos. O impacto dos meios audiovisuais na disseminação de dados e informações altera a maneira como esses conteúdos são apresentados e como são recebidos e compreendidos pelo público.

lEITURA EM PAUTA

Você vai ler uma reportagem com gráficos sobre leitura e acesso a livros no Brasil. Como você imagina ser o hábito de leitura no país? Qual seria o objetivo do uso de gráficos na reportagem?

Texto

Há futuro para a leitura no Brasil?

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor Não escreva no livro.

Em meio ao aumento do uso de internet e das redes sociais, os livros perderam a atratividade entre os brasileiros. Mas o futuro pode estar nas bibliotecas comunitárias

Em setembro de 2020, foi lançada a quinta edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, e os resultados foram, em parte, preocupantes. De 2015 a 2019, o país perdeu cerca de 4,6 milhões de leitores, e boa parte deles nas faixas etárias de 14 a 17 anos e de 18 a 24, chegando a oito pontos percentuais de diferença. Mas o que isso quer dizer para o futuro da leitura no país?

A pesquisa realizada quadrienalmente pelo Instituto Pró-Livro (IPL) é dedicada a avaliar o comportamento do leitor brasileiro, buscando contribuir para discussão e promoção de políticas públicas que estimulem o hábito da leitura. O estudo apontou que o número de leitores no país caiu de 56% para 52% — totalizando os 4,6 milhões. Ele considera como leitor toda pessoa que leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos três meses antes da aplicação da entrevista. Os dados apontam que o brasileiro lê, em média, cinco livros por ano — mas apenas dois e meio completos.

Na apresentação dos resultados, promovida pelo Itaú Cultural, Zoara Failla, coordenadora da pesquisa, afirmou que a internet, redes sociais e aplicativos, como o WhatsApp, ganharam muito espaço entre as atividades preferidas no tempo livre entre todos os entrevistados. Enquanto, em 2015, 47% alegaram utilizar internet no tempo livre, na atual pesquisa esse número aumentou para 66%. Já entre os entrevistados que relataram utilizar o WhatsApp, o aumento foi de 15 pontos percentuais.

VITÓRIA PACHECO/ACERVO DA AUTORA

VITÓRIA PACHECO/ACERVO DA AUTORA

É possível perceber a queda na porcentagem de pessoas leitoras na maioria das faixas etárias e o aumento do uso da internet e WhatsApp entre os anos de 2015 e 2019.

Esses dados estão relacionados, principalmente, com as faixas etárias que tiveram maior queda percentual de leitores. Thobias Pontes Barcelos, de 16 anos, morador de Gravataí e estudante da Escola Estadual de Ensino Médio José Maurício, conta que o que mais gosta de fazer em seu tempo livre é ficar no celular ou no computador consumindo vídeos e podcasts, além de jogar em consoles. Apesar de gostar de ler, faz isso com pouca frequência. “O último livro que li faz uns dois meses, chamado O homem de giz”, afirma o estudante, que está cursando o segundo ano do Ensino Médio. A obra da escritora inglesa C. J. Tudor tem uma trama de suspense e assassinatos.

O poder das influências

Manuela Petri, de 14 anos, se considera uma leitora voraz e conta que sua irmã mais velha foi um dos seus exemplos para gostar de ler. Além disso, destaca que compartilhar a leitura com as amigas fez com que o hábito se tornasse mais frequente. Manuela mora em Porto Alegre e está no nono ano do Ensino Fundamental. Ela conta que lê mais de 15 livros por ano.

Esse é um dos grandes fatores que influenciam a leitura: o incentivo de outras pessoas. Cerca de 34% dos entrevistados para a pesquisa do IPL disseram que alguém os estimulou a gostar de ler, sendo a família e os professores os mais citados como influenciadores.

O professor de Português e Inglês Dêner Ramos, de 27 anos, sempre vê seus alunos consumindo conteúdos ligados à cultura pop. “Cultura pop é tudo que tem alguma lógica midiática por trás. Eu os vejo consumindo muito mídias visuais, como animes, filmes e séries. Muitos jogam videogame no celular ou nos próprios consoles e computadores”, explica o professor, que leciona em uma escola municipal em Porto Alegre.

Fonte: Retratos da Leitura no Brasil.

Já o interesse pela leitura é baixo. Dêner relata que poucos de seus estudantes, que estão entre o sexto e o nono ano do Ensino Fundamental, já têm o hábito de ler livros. Quando se refere a livros, destaca que não se trata somente de livros com textos escritos, mas também de livros com textos visuais, como mangás e histórias em quadrinhos. O professor explica que os alunos só conseguem ter interesse pela leitura se aquilo que leem faz sentido em suas vidas. “Para incentivar os alunos a ler, é necessário partir do contexto deles e do que eles gostam para então fazer relações com literatura”, explica. Nesse sentido, para estimular o hábito da leitura entre seus alunos, Dêner desenvolveu um projeto na escola que foi bem aceito.

É através da intertextualidade entre grandes obras literárias e os conteúdos de interesse dos alunos que Dêner constrói, de alguma forma, o vínculo das crianças com a leitura. Após a realização do seu projeto de análise de fanfiction, um dos alunos lhe procurou pedindo mais indicações de leitura. “E eu me senti muito, muito, muito bem, porque foi sensacional saber que fiz um trabalho que permitiu que aquele aluno construísse a possibilidade de, na vida dele, entrar no mundo da leitura”, comemora. [...]

As bibliotecas comunitárias

Mas há alternativas para este cenário preocupante? Na contramão dos índices de leitura que estão diminuindo e das dificuldades de acesso aos livros no Brasil, estão as bibliotecas comunitárias, espaços que propõem não só a garantia de acesso à leitura, mas à cultura e à informação para pessoas que, em grande parte das vezes, não possuem outras oportunidades.

Ainda segundo a pesquisa do IPL, 7% das pessoas acessam hoje livros através de bibliotecas públicas ou comunitárias. No país, existem diversas bibliotecas geridas e organizadas pela sociedade civil. A Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias (RNBC), por exemplo, reúne 115 bibliotecas em todo território brasileiro, subdivididas em outras 11 redes locais nos estados do Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Trata-se de um movimento pela democratização do acesso ao livro, à leitura, à literatura e às bibliotecas.

[...]

Em novembro de 2020, a rede lançou uma ferramenta para conectar os leitores às bibliotecas comunitárias: um Mapa da Leitura. A funcionalidade permite que as pessoas encontrem as bibliotecas espalhadas pelo Brasil, possibilitando o contato virtual com espaços de leitura dos mais diversos cantos do país, além de ter a possibilidade de acessar o fórum do mapa e trocar experiências com as bibliotecas. [...]

O futuro e o presente dos livros

Márcia Cavalcante, coordenadora colegiada da ONG Cirandar, de Porto Alegre, diz que as bibliotecas comunitárias não são apenas o futuro, mas também o presente para o acesso aos livros no Brasil. Trabalhando com bibliotecas há mais de 20 anos, compreende que o cenário era muito diferente do atual. “Hoje o livro e a leitura estão cada vez mais presentes não só no imaginário, possuindo um valor simbólico, como também fazendo parte do dia a dia das comunidades”, afirma. A Cirandar tem, entre outros, o objetivo de promover a leitura entre crianças e jovens.

Além disso, para Márcia, atualmente há uma maior diversidade editorial: temos publicações de todos os tipos, para todos os gostos, com uma pluralidade muito grande, e isso permite que as pessoas também se enxerguem e se reconheçam na literatura. Márcia afirma que, apesar da situação econômica vivida pelo país, as bibliotecas seguem resistindo e sendo um território fértil para semear o amor aos livros. “Vejo aí um movimento muito bonito de bibliotecas em outras cidades fora de Porto Alegre, como Eldorado do Sul, Alvorada, Cachoeirinha, Caxias do Sul, Canoas, Alegrete. Uma rede grande assim de bibliotecas que vão se espalhando por iniciativas comunitárias e que confirmam o interesse, curiosidade e amor ao livro e à leitura”, diz.

HIPERlINK

A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil ocorre a cada quatro anos. Pesquise a edição mais recente e compare com os resultados de 2020. O interesse pela leitura diminuiu, estabilizou ou aumentou?

Quais fatores podem ter influenciado isso?

Apesar da força da internet e das dificuldades de acesso aos livros, o trabalho de professores, bibliotecários, profissionais da saúde e voluntários tem sido fundamental para manter o interesse pela leitura por pelo menos parte dos brasileiros. Como diz o professor Dêner, quando o leitor percebe conexão entre a leitura e a sua vida, ela passa a fazer sentido, e a construção de conhecimento passa a ser natural e prazerosa. E esse é um direito de todos, independente do lugar onde se vive, ou da condição social.

PACHECO, Vitória. Há futuro para a leitura no Brasil? Sextante 57: um país plural, Porto Alegre, nov. 2021. Disponível em: https://www.ufrgs.br/sextante/ha-futuro-para-a-leitura-no-brasil/. Acesso em: 23 ago. 2024.

Pensar e compartilhar

1. No título e na linha fina da reportagem, são apresentadas a causa e a possível solução para determinado problema. Identifique o problema, a causa e a possível solução para ele.

2. A reportagem aborda resultados da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. Ela enfatiza o decréscimo de um índice, acompanhado do aumento de outro. Que índices são esses e qual é a relação entre eles?

3. Retome o primeiro gráfico da reportagem com atenção.

a) Há algum dado positivo em relação à leitura no intervalo entre 2015 e 2019 ou todos os dados apresentados são negativos? Explique.

b) O que é possível inferir sobre a relação entre interesse pela leitura e faixa etária?

3. b) A partir da faixa etária entre 11 e 13 anos, depreende-se que, quanto maior for a faixa etária, menor é o interesse pela leitura.

4. Releia este trecho:

Esses dados estão relacionados, principalmente, com as faixas etárias que tiveram maior queda percentual de leitores.

4. a) As faixas etárias com maior queda percentual de leitores foram a de 14-17 anos e 18-24 anos, ambas com queda de 8%.

5. b) O segundo gráfico apresenta maior abrangência temporal em relação ao primeiro, ou seja, permite acompanhar a evolução dos índices em maior intervalo de tempo.

6. a) O jovem estudante de Ensino Médio representa a faixa etária em que se verificou a maior perda de leitores durante o período contemplado pela pesquisa. Já o professor e as representantes de ONGs ligadas a bibliotecas comunitárias representam incentivadores de leitura, atores fundamentais para o enfrentamento do problema da queda do interesse por livros e pela leitura de textos verbais constatada na pesquisa.

a) Quais foram as faixas etárias com maior queda percentual de leitores?

b) Onde esses índices estão indicados? No texto verbal ou no gráfico?

4. b) Estão indicados no primeiro gráfico da reportagem.

c) O que é possível inferir sobre a relação entre o texto verbal e o gráfico? Trata-se de uma relação de complementação ou de reforço de informações?

4. c) Trata-se de uma relação de complementação de informações: o gráfico complementa os dados apresentados no texto verbal.

5. No segundo gráfico foram usadas mais cores do que no primeiro.

a) Nele, as cores desempenham a mesma função que no primeiro gráfico? Explique.

5. a) Sim, em ambos os gráficos as cores foram utilizadas para indicar os anos que representam o intervalo de tempo analisado na pesquisa.

b) A maior variação de cores no segundo gráfico indica um ganho informativo em relação ao primeiro. Qual é esse ganho?

6. Após veicular e comparar dados da pesquisa, a reportagem cita depoimentos de fontes de diferentes perfis.

a) Considerando o problema abordado pela reportagem e a possível solução apontada na linha fina, explique a escolha dessas fontes.

b) Que efeito a mudança do viés predominantemente informativo do início da reportagem para o viés predominantemente de experiência de vida gera no tratamento do assunto da reportagem?

6. b) Essa mudança de viés humaniza os dados captados pela pesquisa, ou seja, mostra em experiências de vida o que a pesquisa mensurou apenas em números.

Não escreva no livro.

7. A pesquisa Retratos da leitura no Brasil foi realizada 208 municípios brasileiros. Confira a seguir os resultados das capitais (com exceção de Boa Vista) e do Distrito Federal a dois tópicos abordados na quinta edição da pesquisa. Para computar esses dados, a pesquisa considerou leitor quem leu, inteiro ou em partes, pelo menos 1 livro nos últimos 3 meses, e perguntou aos entrevistados se sabem ou ouviram falar da existência de uma biblioteca pública em sua cidade ou seu bairro.

MAPA DA LEITURA NO BRASIL

Rio Branco

Boa Vista

Trópico de Capricórnio

Porcentagem da população considerada leitora.

Porcentagem dos entrevistados que sabem de ao menos uma biblioteca pública na cidade ou no bairro.

Fonte dos dados: INSTITUTO PRÓ-LIVRO. Leitura e leitores nas capitais e regiões. Retratos da leitura no Brasil. São Paulo, 2019. Disponível em: https://www.prolivro.org.br/leitura-e-leitores-nas-capitais-e-regioes/. Acesso em: 18 set. 2024.

a) Se você fosse um gestor público federal, qual dessas capitais você priorizaria para realizar ações de incentivo à leitura? Por quê?

b) Com base nos dados desses dois tópicos, que ação pública de incentivo à leitura tende a ser efetiva? Explique. 7. b) A criação de bibliotecas públicas. Campo Grande, a capital com menor índice de leitores é também aquela com menor presença de bibliotecas públicas. Já Curitiba, uma das capitais com maior índice de leitores (63%), é aquela com maior presença de bibliotecas públicas (65%). 7. a) A capital seria Campo Grande, pois, entre elas, é a que apresenta menor porcentagem de leitores.

EU E O MUNDO Influenciadores de leitura

A reportagem aponta a influência de outras pessoas como um dos principais fatores de estímulo à leitura. Entre esses influenciadores, familiares e professores são os mais citados pelos entrevistados. Converse com os colegas sobre as questões a seguir.

1 a 3. Respostas pessoais. Incentive os estudantes a compartilhar suas experiências e vivências em relação aos estímulos à leitura. Não escreva no livro.

1. Quem são as pessoas que mais influenciam você a ler? Por quê?

2. O que você considera essencial para se sentir motivado a ler?

3. Você já influenciou alguém a ler? Em caso afirmativo, o que fez para incentivar essa pessoa?

SAMIRA DANTAS

InTEGranDO COm MATEMÁTICA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Disposição das informações em gráficos

O Gráfico 1 foi publicado na reportagem lida anteriormente e o Gráfico 2 integra a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil. Analise-os com atenção e responda às perguntas a seguir.

Gráfico 1

Gráfico 2

FAILLA, Zoara (org.). Retratos da Leitura no Brasil, 5. São Paulo: Instituto Pró-Livro, 2021. p. 306. Disponível em: https://www. prolivro.org.br/wp-content/ uploads/2021/06/Retratos _da_leitura_5__o_livro_IPL. pdf. Acesso em: 23 ago. 2024.

Existência de biblioteca

Existe na sua cidade ou bairro uma biblioteca pública?

2. b) Essa alteração de formato deixaria o gráfico mais largo, o que consiste em uma desvantagem espacial. Do modo original, ele cumpre sua função de forma mais objetiva e sucinta.

1. No segundo gráfico, as barras de cores diferentes estão justapostas, formando uma barra multicor.

a) Como esse recurso contribui para a divulgação das respostas por ano?

1. a) Esse recurso permite contabilizar e representar a totalidade e a variedade das respostas para cada ano em uma única barra.

b) Considerando a pergunta que norteia o primeiro gráfico, por que o recurso de barras justapostas não poderia ser utilizado nele?

2. Os dados do segundo gráfico poderiam ser representados como no primeiro gráfico.

a) E xplique como eles seriam organizados nesse formato.

2. a) As barras coloridas poderiam ser desmembradas verticalmente e, embaixo delas, ficaria a menção ao ano a que o dado corresponde. Isso valeria para cada um dos anos contemplados.

b) Considerando a disposição visual dos elementos, que desvantagem essa mudança traria?

3. Em sua opinião, qual dos dois formatos de gráfico é mais eficaz em representar visualmente as variações de porcentagem? Explique. MP

3. Resposta pessoal. Para justificar a resposta, os estudantes devem considerar e comparar recursos de cada formato de gráfico.

Não escreva no livro.

Leitura e uso de informações em textos multimodais para a construção da argumentação

A seguir, analise um gráfico da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil e um depoimento de Marcos Pereira, vice-presidente do Instituto Pró-Livro (IPL).

Gráfico – Motivos para frequentar mais a biblioteca

ABE, Stephanie Kim. Retratos da leitura no Brasil: por que estamos perdendo leitores. Saberes e Práticas, São Paulo, 22 set. 2020. Disponível em: https://saberesepraticas.cenpec.org.br/tematicas/retratos-da -leitura-no-brasil-por-que-estamos-perdendo-leitores. Acesso em: 7 out. 2024.

Depoimento

“Infelizmente, não estamos indo para lugar nenhum. E a pesquisa das bibliotecas mostra que o investimento em profissionais formadores do hábito de leitura é a coisa mais importante de todo esse ciclo. Claro que a gente precisa de bons acervos, boas instalações, precisamos trabalhar com outras mídias, mas não estamos investindo nos profissionais: o formador, o professor, o bibliotecário, o contador de história”, defende [Marcos Pereira].

ABE, Stephanie Kim. Retratos da leitura no Brasil: por que estamos perdendo leitores. Saberes e Práticas, São Paulo, 22 set. 2020. Disponível em: https://saberesepraticas.cenpec.org.br/tematicas/retratos-da-leitura-no-brasil-por-que-estamos-perdendo-leitores. Acesso em: 7 out. 2024.

8. Para Marcos Pereira, qual é a principal ação para enfrentar o desinteresse pela leitura?

9. Em que dados do gráfico ele se apoia para defender essa ideia?

10. Proponha outra ação de fomento à leitura amparada nos dados apresentados pelo gráfico.

8. Investir em formadores de leitura: professores, contadores de história e bibliotecários. MP 9. Nos índices “Ter um bom atendimento” (13%) e “Ser atendido por um profissional que oriente sobre o que ler” (7%); ambos estão relacionados ao papel de profissionais que formam leitores.

A compreensão, a análise e a seleção de dados dispostos em gráficos podem auxiliar na defesa de determinado ponto de vista. Em propostas de redação do Enem, é comum a apresentação de um texto multimodal, como gráficos e infográficos. Fazer uso produtivo dessas informações contribui para a construção da argumentação em uma redação.

Verbos do dizer

Releia parte da reportagem sobre hábitos de leitura no Brasil e preste atenção nos destaques.

1 O primeiro parágrafo do trecho traz dois depoimentos do estudante Thobias.

a) Qual desses depoimentos está no discurso direto e qual está no discurso indireto?

b) As formas verbais se referem a quais desses discursos?

c) Qual desses tipos de discurso dá destaque ao entrevistado? Por quê?

d) Considerando o conteúdo da reportagem, apresente uma hipótese para explicar o efeito de sentido obtido com o emprego dessa variação de tipos de discurso.

1. d) O uso do discurso direto confere mais destaque ao fato de o estudante ter lido o último livro dois meses antes de ter sido entrevistado e ao título dessa obra, o que pode ser explicado pelo tema da reportagem, sobre hábitos de leitura.

Thobias Pontes Barcelos, de 16 anos, morador de Gravataí e estudante da Escola Estadual de Ensino Médio José Maurício, conta que o que mais gosta de fazer em seu tempo livre é ficar no celular ou no computador consumindo vídeos e podcasts, além de jogar em consoles. Apesar de gostar de ler, faz isso com pouca frequência. “O último livro que li faz uns dois meses, chamado O homem de giz”, afirma o estudante, que está cursando o segundo ano do Ensino Médio. A obra da escritora inglesa C. J. Tudor tem uma trama de suspense e assassinatos. [...]

Dêner relata que poucos de seus alunos, que estão entre o sexto e o nono ano do Ensino Fundamental, já têm o hábito de ler livros. Quando se refere a livros, destaca que não se trata somente de livros com textos escritos, mas também de livros com textos visuais, como mangás e histórias em quadrinhos. O professor explica que os alunos só conseguem ter interesse pela leitura se aquilo que leem faz sentido em suas vidas. “Para incentivar os alunos a ler, é necessário partir do contexto deles e do que eles gostam para então fazer relações com literatura”, explica. Nesse sentido, para estimular o hábito da leitura entre seus alunos, Dêner desenvolveu um projeto na escola que foi bem aceito. É através da intertextualidade entre grandes obras literárias e os conteúdos de interesse dos alunos que Dêner constrói, de alguma forma, o vínculo das crianças com a leitura. Após a realização do seu projeto de análise de fanfiction, um dos alunos lhe procurou pedindo mais indicações de leitura. “E eu me senti muito, muito, muito bem, porque foi sensacional saber que fiz um trabalho que permitiu que aquele aluno construísse a possibilidade de, na vida dele, entrar no mundo da leitura”, comemora

2 O segundo parágrafo traz quatro formas verbais em destaque.

a) Se elas fossem substituídas por formas do verbo dizer, a função de indicar o depoimento do professor seria preservada?

b) E quanto ao sentido? Essa substituição acarretaria prejuízos? Explique.

2. b) Sim, haveria alteração de sentido. O verbo dizer é mais neutro, não expressa a intenção com que ou o modo como algo foi dito. Ao usar formas dos verbos relatar, destacar e explicar, a repórter expressa diferentes intenções da fala do entrevistado.

3 Observe a forma verbal em destaque no terceiro parágrafo.

a) O que justifica o emprego dessa forma verbal?

b) Substitua essa forma verbal por outra sem prejuízo de sentido. MP

3. b) Opções de resposta: celebra, alegra-se.

O bom uso dos verbos do dizer indica não só uma declaração do falante como também as intenções com que ele fala. Em vez do verbo dizer, o mais neutro entre todos os verbos usados com essa função, é preferível empregar outros que expressem as nuances de sentido de cada fala. Ao citar declarações de fontes em sua Redação do Enem, sendo um argumento de autoridade, a contextualização de um problema ou a proposição de uma intervenção, explore bem esse recurso. Verbos como argumentar, defender, discordar e explicar reforçam para o leitor as funções de cada citação em seu texto.

2. a) Sim.
Não escreva no livro.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O uso de citações para legitimar dados, fatos e opiniões

Releia outro trecho da reportagem “Há futuro para a leitura no Brasil?” e responda às questões.

O futuro e o presente dos livros

Márcia Cavalcante, coordenadora colegiada da ONG Cirandar, de Porto Alegre, diz que as bibliotecas comunitárias não são apenas o futuro, mas também o presente para o acesso aos livros no Brasil. Trabalhando com bibliotecas há mais de 20 anos, compreende que o cenário era muito diferente do atual. “Hoje o livro e a leitura estão cada vez mais presentes não só no imaginário, possuindo um valor simbólico, como também fazendo parte do dia a dia das comunidades”, afirma. A Cirandar tem, entre outros, o objetivo de promover a leitura entre crianças e jovens. Além disso, para Márcia, atualmente há uma maior diversidade editorial: temos publicações de todos os tipos, para todos os gostos, com uma pluralidade muito grande, e isso permite que as pessoas também se enxerguem e se reconheçam na literatura. Márcia afirma que, apesar da situação econômica vivida pelo país, as bibliotecas seguem resistindo e sendo um território fértil para semear o amor aos livros. “Vejo aí um movimento muito bonito de bibliotecas em outras cidades fora de Porto Alegre, como Eldorado do Sul, Alvorada, Cachoeirinha, Caxias do Sul, Canoas, Alegrete. Uma rede grande assim de bibliotecas que vão se espalhando por iniciativas comunitárias e que confirmam o interesse, curiosidade e amor ao livro e à leitura”, diz.

Apesar da força da internet e das dificuldades de acesso aos livros, o trabalho de professores, bibliotecários, profissionais da saúde e voluntários tem sido fundamental para manter o interesse pela leitura por pelo menos parte dos brasileiros. Como diz o professor Dêner, quando o leitor percebe conexão entre a leitura e a sua vida, ela passa a fazer sentido, e a construção de conhecimento passa a ser natural e prazerosa. E esse é um direito de todos, independente do lugar onde se vive, ou da condição social.

PACHECO, Vitória. Há futuro para a leitura no Brasil? Sextante 57: um país plural, Porto Alegre, nov. 2021. Disponível em: https://www.ufrgs.br/sextante/ha-futuro-para-a-leitura-no-brasil/. Acesso em: 17 ago. 2024.

1. O intertítulo desse trecho é O futuro e o presente dos livros

a) Quem é a fonte entrevistada pela repórter que fala a respeito do futuro e do presente dos livros?

b) O intertítulo é um recurso de destaque na reportagem. Explique o efeito de sentido causado pelo uso, no intertítulo, de expressões tiradas de uma citação.

2. Analise a última frase da reportagem: “E esse é um direito de todos, independente do lugar onde se vive, ou da condição social”.

a) De quem é essa frase? Ela é informativa ou opinativa?

1. a) Márcia Cavalcante, coordenadora colegiada da ONG Cirandar, de Porto Alegre. MP 2. a) Essa frase é da repórter e é opinativa.

b) Iniciada pela conjunção e , a frase está ligada em coesão e sentido com uma declaração anterior, mas cujo autor é outro. Quem é esse autor?

2. b) O autor da declaração anterior, em discurso indireto, é o professor Dêner.

c) E xplique o efeito de sentido provocado na reportagem por esse alinhamento de pensamento entre diferentes autores.

2. c) A repórter mostra-se alinhada ao pensamento do professor Dêner, de modo que a escolha dessa fonte contribui para que a profissional expresse sua visão particular sobre a conexão entre vida e leitura.

3. Escolha, entre as citações dos entrevistados, alguma que esteja alinhada à sua opinião sobre o universo da leitura. Depois, escreva no caderno um breve parágrafo opinativo em terceira pessoa.

3. Resposta pessoal. Possibilidade de resposta:

A presença do livro nas comunidades é fundamental para ampliar o acesso à leitura e ressignificar a vida das pessoas. Um exemplo vem de Porto Alegre. Márcia Cavalcante, coordenadora da ONG Cirandar, relata que “o livro e a leitura estão cada vez mais presentes não só no imaginário, possuindo um valor simbólico, como também fazendo parte do dia a dia das comunidades”.

Não escreva no livro.

#naprática

Post opinativo

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Se você já leu conteúdos jornalísticos na internet, possivelmente deve ter notado a seção de comentários, comum nesse tipo de publicação. Nesse espaço, os leitores podem apontar erros no texto, fazer sugestões, compartilhar experiências pessoais sobre temas correlatos, mas o que predomina é o viés opinativo, ou seja, a emissão de juízo de valor sobre o conteúdo lido.

Agora você vai produzir um post opinativo para a reportagem Há futuro para a leitura no Brasil? Contudo, antes de planejar sua produção, você lerá um post opinativo publicado no site da reportagem que você leu.

L ogo no início do post, a leitora explicita sua opinião . Em seguida, desenvolve sua avaliação em relação à reportagem.

Excelente matéria!!! Um informativo muito importante que deve chegar até os gestores públicos, profissionais da educação e professores que trabalham nas duas primeiras etapas da Educação Básica, principalmente dos alfabetizadores. Sou professora e palestrante, tratando com vários temas relacionados a currículo, letramento, alfabetização, leitura e escrita e essa matéria tá perfeita pra enriquecer meu trabalho. SILVA, Terezinha de Jesus. Há futuro para a leitura no Brasil? Sextante 57: um país plural, Porto Alegre, nov. 2021. Comentários. Disponível em: https://www.ufrgs.br/sextante/ha-futuro-para-a -leitura-no-brasil/. Acesso em: 23 ago. 2024.

O post está escrito em primeira pessoa, mas também poderia ter sido escrito em terceira, como em uma Redação do Enem. O emprego da forma verbal em destaque indica um índice de informalidade, pois o post não tem necessariamente um tom formal. Entretanto, como todo texto opinativo, ele exige uma argumentação clara e coerente.

Planejar

1. Releia atentamente a repor tagem “Há futuro para a leitura no Brasil?”.

Depois, a leitora relata sua experiência profissional, a qual confere credibilidade à opinião emitida, uma vez que se trata de alguém que atua na área abordada pela reportagem. Por último, ela reforça sua opinião em relação ao texto.

Not e que, em apenas um parágrafo, a leitora apresentou e desenvolveu sua opinião sem perder de vista o conteúdo do artigo.

2. Escolha aspectos e trechos que deseja comentar em seu post. Que dados e/ou relatos chamaram sua atenção?

3. Anote no caderno se você sentiu falta de algo na reportagem, especificando dados, fontes ou determinada abordagem de que tenha sentido falta.

4. Registre também se os gráficos cumpriram sua função informativa. Caso entenda que não, reflita sobre o que poderia ser melhorado nessa questão.

5. Como o post é um texto breve, selecione elementos específicos da reportagem para comentar.

6. Organize sua opinião de forma clara e coesa. Tenha em vista a escrita de, no máximo, dois parágrafos curtos.

7. Escolha uma citação externa à reportagem para legitimar sua opinião, um recurso trabalhado na seção #aquecimento. Isso evitará que sua opinião seja frágil e centrada apenas em opiniões e hipóteses pessoais e mostrará que você dialoga bem com o conteúdo da reportagem.

8. Escolha a pessoa do discurso de seu post : primeira ou terceira. Se optar pela primeira opção, lembre-se de fundamentar sua opinião, a fim de evitar impressões subjetivas.

Comunidades do livro

Bibliotecas comunitárias são espaços criados pela sociedade civil que agregam pessoas por meio de atividades ligadas ao livro: debates, saraus, lançamentos, oficinas e ações coletivas. Converse com os colegas sobre esse relevante espaço cultural voltado ao despertar e cultivar o prazer da leitura.

1. Você já visitou uma biblioteca comunitária? Como foi a experiência?

1. Resposta pessoal. Promova uma troca entre os estudantes de modo que quem já visitou uma biblioteca comunitária possa relatar a experiência aos demais.

2. Como a sociedade civil pode se organizar para criar uma biblioteca comunitária?

3. Que ações podem engajar a comunidade na prática da leitura?

3. Uma biblioteca comunitária pode promover rodas de leitura, saraus, visitas guiadas, mediação e assistência para empréstimo do acervo, entre outras ações.

Escrever

1. Escreva uma primeira versão do post. O texto pode apresentar marcas de informalidade, no entanto as regras de ortografia ou de concordância verbal e nominal devem ser seguidas.

2. Em razão da brevidade do post, é desejável que sua opinião seja explicitada logo no início.

3. Demonstre que você leu a reportagem, resumindo a estrutura ou citando trechos relevantes.

4. Use citações externas para fundamentar sua opinião e, se possível, relate experiências pessoais.

5. Conclua o post ratificando sua opinião ou apresentando uma sugestão.

As

siglas e a utilização de letras maiúsculas

e minúsculas

Sigla é o conjunto das letras iniciais de palavras que formam um nome ou expressão; ONU é a sigla de Organização das Nações Unidas. Se a sigla tiver até três palavras, todas as letras devem ser maiúsculas; se exceder esse número, somente a primeira letra será maiúscula, como em Otan, sigla de Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Se as letras da sigla forem pronunciadas individualmente, como em INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) todas devem ser maiúsculas, mesmo que sejam mais de três.

Há casos em que letras minúsculas são adicionadas para evitar confusões com outras siglas, como CBAt (Confederação Brasileira de Atletismo), em que se acrescentou a letra t, para distingui-la da sigla de CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo).

Na reportagem comentada por você, é citada a sigla ONG.

1. O que ela significa?

1. Ela significa organização não governamental.

2. Por que todas as letras dessa sigla foram grafadas em maiúsculas?

Revisar

2. Porque a sigla ONG é formada por três palavras e, conforme a regra geral, deve ser grafada em letra maiúscula.

Agora, releia o texto que você produziu e verifique se ele atende aos critérios a seguir.

1. Analise se sua opinião foi devidamente apresentada, fundamentada e concluída.

2. Avalie se o post está curto, objetivo e claro.

3. Verifique se o texto segue as regras de ortografia e concordância.

4. Observe se as citações externas estão indicadas e embasam a opinião.

5. Caso tenha mencionado alguma sigla, confirme se ela foi grafada de modo a ser reconhecida pelos leitores. Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar seu rascunho e fazer os ajustes necessários, escreva a versão final de seu post. Com a orientação do professor, acesse o link da reportagem e publique seu comentário.

Não

A utilização produtiva

das

informações

O acesso à informação é essencial para o desenvolvimento crítico e a tomada de decisões embasadas, mas a proliferação de notícias falsas distorce a realidade e influencia negativamente as opiniões. É crucial que todos aprendam a identificar fontes confiáveis, a checar fatos e a discutir criticamente as informações que consomem.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

A seguir, você vai ler o trecho de uma entrevista, realizada em 2018, sobre a disseminação de notícias falsas no mundo contemporâneo, analisando as intenções por trás desse fenômeno, as consequências e as alternativas para enfrentá-lo. Você sabe quais são as principais características de uma notícia falsa? Já ouviu falar no conceito de pós-verdade?

Texto

Como sair das bolhas?

A pesquisadora Pollyana Ferrari fala sobre fake news , o conceito de pós-verdade e o papel da educação para construir ética, senso crítico e permitir leituras de mundo

O ano de 2016 trouxe um episódio de fôlego para a pesquisa de pós-doutorado de Pollyana Ferrari, jornalista e pesquisadora em mídias digitais. Donald Trump tinha acabado de chegar à presidência dos Estados Unidos, depois de uma campanha baseada em informações falsas a seu favor. “Naquele momento, quis entender como os grandes veículos enfrentariam as fake news”, conta a pesquisadora que viajou para Portugal e percorreu redações do jornal português Público e do espanhol El País. Mais tarde, o Dicionário Oxford elege o termo pós-verdade como a palavra do ano, por entender que seu uso cresceu no contexto das eleições americanas até se tornar um termo comum nas análises políticas. O verbete ganhou como significado: “relativo ou referente a circunstâncias nas quais os fatos objetivos são menos influentes na opinião pública do que as emoções e as crenças pessoais”. [...]

Em entrevista ao Carta Educação, a autora fala sobre os riscos das fake news, sobre as alternativas de checagens para a sobrevivência do debate público em sociedades democráticas e o papel da educação como contraponto ético e crítico às inverdades. [...]

Carta Educação: Há como mensurar o início das fake news? Vivemos uma ascensão das notícias falsas?

Pollyana Ferrari: As fake news sempre existiram. No meu livro eu cito relatos e resumos de jornais fake desde Roma Antiga. Então não é que a gente não tinha, sempre tivemos a imprensa marrom, o próprio Cidadão Kane, de 1941, é um exemplo, bem como a Guerra dos Mundos, de Orson Welles. Não estamos diante de um fenômeno novo, que começa em 2016. O que temos de considerar é a questão da escala.

imprensa marrom: termo pejorativo que designa um tipo de imprensa sensacionalista que prioriza conteúdo escandaloso e polêmico.

O que mudou é a questão da escala. Com as redes sociais, basicamente as temos há 14 anos, todo mundo ganhou voz, temos produção de conteúdo via celulares, blogs, influenciadores digitais. E, veja, eu não sou contra esse movimento, é positivo termos outras vozes para além da grande mídia. A questão é que nos grandes veículos há etapas de apuração de informação, um mínimo de checagem,

Não escreva no livro.

independentemente da linha editorial que sigam. Não estou falando de viés político, mas de etapas de apuração. Com a pulverização, isso se perde. E, sim, estamos em um momento de ascensão das fake news, o que é muito preocupante.

Carta Educação: Qual a relação entre fake news e pós-verdade?

Pollyana Ferrari: A pós-verdade aponta para uma sociedade informacional que compartilha personas digitais, desejos que não têm lastro com o real. Vejo que às vezes as pessoas até têm dimensão de que determinada informação é falsa, mas como isso vai ao encontro do seu desejo, ela compartilha. [...]

Carta Educação: Quais são os riscos das fake news?

Pollyana Ferrari: Em 2014, Fabiane de Jesus foi linchada no Guarujá, litoral de São Paulo, por ser acusada de praticar magia negra com crianças. A informação era falsa, era um boato de internet. Quando se dissemina uma inverdade com o intuito de prejudicar alguém, se perde a dimensão desse impacto. Depois que se espalha, você pode até tirar a informação do ar, mas às vezes os casos são incontornáveis. Recentemente, tivemos o caso da vereadora Marielle. Quantas vezes foi preciso repetir que ela não era amante de um traficante para que essa informação voltasse para a memória das pessoas de novo? Porque aí a maldade se espalha, se comenta no ônibus, no bar e não se checa a retratação posterior. É preciso muito cuidado, uma informação mentirosa pode destruir a vida de alguém, uma reputação, acabar com uma empresa, uma escola, uma família. [...]

Carta Educação: No livro você usa a expressão “bolha”. O que entende por isso e por que diz da necessidade de sair dela?

lastro: embasamento. polarização: concentração de modos de pensar em extremos opostos e com pouca moderação.

Pollyana Ferrari: Bolha são as redes sociais e proponho uma reflexão sobre a necessidade de sairmos desse espaço que te induz a compartilhar com os seus “iguais”. Sobretudo nesses tempos de polarização, temos cada vez mais excluído os que pensam diferente de nós, o que nos deixa em uma zona de conforto, mas também nos prova de uma leitura de contexto. E a gente não tem ideia do perigo disso. As pessoas acabam se refugiando naquilo que entendem ser igual a elas e com isso perdem embasamento e senso crítico para o debate. Precisamos transitar mais pelos grupos divergentes, ver mensagens de outros grupos, da grande mídia porque, ainda que manipulado, o discurso dá uma dimensão do que está acontecendo. [...]

Carta Educação: Como o sair da bolha se relaciona com o enfrentamento às fake news?

Pollyana Ferrari: Os algoritmos são softwares e eles fortalecem as bolhas. Se você fala de comida orgânica, só receberá anúncios e marcas desse tipo, aí entra no círculo. Os produtores de fake news também compram perfis falsos para entrar nas bolhas e oferecer discursos sob medida. Os algoritmos seguem as nossas pegadas nessas redes para oferecer conteúdo. Então, se você é uma pessoa que transita, é possível confundi-los e isso é benéfico a partir do momento que você não fica na mão da plataforma, sai desse universo e consegue fazer outras leituras e estabelecer diálogos.

Carta Educação: Em que medida isso esbarra na educação?

Pollyana Ferrari: Dando o exemplo do jornalismo, tem muitos veículos que se recusam a olhar esse tempo dos algoritmos e aí ficam no seu quadrado e acabam perdendo relevância. É o mesmo para as escolas. A gente tem a questão das fake news, das bolhas, do Bullying, de gênero, isso faz parte da vida dos jovens todos os dias. Escolher deixar isso de fora é perder a chance de ajudá-los a sair da bolha, a construir seu senso crítico e serem adultos mais críticos e éticos. Temos esse papel social enquanto educadores, não consigo ver a sala de aula sem essa função.

BASILIO, Ana Luiza. Como sair das bolhas? CartaCapital, São Paulo, 17 abr. 2018. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/educacao/como-sair-das-bolhas/. Acesso em: 23 ago. 2024.

Pensar e compartilhar

1. Releia o significado do termo pós-verdade citado na abertura da entrevista, de acordo com o Dicionário Oxford:

[...] relativo ou referente a circunstâncias nas quais os fatos objetivos são menos influentes na opinião pública do que as emoções e as crenças pessoais [...].

a) Em que tipo de influência a pós-verdade é baseada?

1. a) A pós-verdade é baseada em crenças e opiniões pessoais mais do que em fatos objetivos.

b) Qual é a relação entre essa influência e o compartilhamento de notícias falsas?

c) Reflita sobre esse tipo de influência e responda: Quando uma notícia interessa?

2. Pós-verdade foi eleita a palavra do ano pelo Dicionário Oxford . Por que esse fato fez com que a entrevistada entendesse que sua pesquisa ia além do Jornalismo?

3. Considerando o título que Pollyana deu a seu livro, Como sair das bolhas, responda aos itens a seguir.

a) Que relação é possível inferir entre o que ela chama de bolha e a pós-verdade?

b) Cite ao menos uma proposta de Pollyana Ferreira para sair das bolhas.

4. A única diferença entre o título do livro e o da entrevista é o ponto de interrogação utilizado na segunda.

a) Por que a entrevista assume um viés propositivo em relação ao livro?

b) Qual é a diferença entre o modo como a entrevistada propõe sair das bolhas e o modo apresentado na entrevista?

5. Releia o trecho:

4. b) Em seu livro, Pollyana Ferreira deve apresentar suas propostas de modo direto, ou seja, as propostas foram elaboradas por ela depois de realizar estudos e pesquisas. Na entrevista, por sua vez, as propostas são apresentadas de modo indireto ao leitor ao dar voz a uma fonte especializada no tema.

E, veja, eu não sou contra esse movimento, é positivo termos outras vozes para além da grande mídia. A questão é que nos grandes veículos há etapas de apuração de informação, um mínimo de checagem, independentemente da linha editorial que sigam. Não estou falando de viés político, mas de etapas de apuração. Com a pulverização, isso se perde.

a) Nesse contexto, o que significa pulverização? Seu sentido é positivo ou negativo? Explique.

b) Que proposta de combate à desinformação está implícita nesse trecho? Explique.

6. A entrevistada afirma que os algoritmos fortalecem as bolhas.

a) O que está na base do funcionamento dos algoritmos?

b) Nesse contexto, a relação que se pode depreender entre o usuário e os algoritmos é ativa ou passiva? Explique.

c) Considerando o princípio de funcionamento dos algoritmos, é possível, segundo a entrevistada, reverter essa relação? Explique.

#fiCAADiCA

6. a) Os algoritmos funcionam com base no histórico de conteúdos consumidos pelos usuários, as chamadas “pegadas digitais”. 6. c) Sim. Como os algoritmos funcionam à base dos rastros dos usuários, basta confundi-los com rastros variados.

Em 1938, na véspera de Halloween, Orson Welles causou alvoroço nos Estados Unidos com o programa de rádio A guerra dos mundos. Inspirado no romance de ficção científica homônimo de H. G. Wells, o programa adaptou o enredo do livro em boletins jornalísticos de rádio, o que levou ouvintes a acreditar que o país estava sendo invadido por marcianos. Três anos depois, Welles escreveu, dirigiu e protagonizou o filme Cidadão Kane, que narra a história de Charles Foster Kane, um magnata fictício da imprensa, inspirado, porém, em um empresário estadunidense (William Hearst), que usou escândalos e manipulação midiática em seus jornais para fazer valer seus interesses políticos e comerciais.

Cartaz do filme Cidadão Kane, de 1941.

Uso de dados e informações na construção da argumentação

7. Embora Pollyana Ferreira afirme que as fake news não são um fenômeno recente, o que há de novo nelas hoje em dia, e que informações ela utiliza para sustentar essa afirmação?

8. Que riscos das fake news a entrevistada busca evidenciar ao citar os casos de Fabiane de Jesus e Marielle Franco? Esses exemplos são suficientes para sustentar sua tese? Sugira ao menos outro dado ou informação que a pesquisadora poderia usar para reforçar sua argumentação. MP MP

Mobilizar dados estatísticos, fatos e informações favorece a argumentação, pois revela conhecimento ancorado na realidade, o que contribui para persuadir o interlocutor em favor do argumento defendido.

EU E O MUNDO

Bolhas

Conviver apenas com pessoas que pensam exatamente como nós é confortável, pois evita conflitos. Entretanto, essa prática pode ser nociva para o indivíduo e para a sociedade. Converse com os colegas a esse respeito.

1. Como compreender quando af inidades deixam de ser saudáveis e passam a constituir uma bolha?

2. Você já se sentiu em uma bolha? Se sim, como foi?

3. O conflito com o outro é necessariamente negativo? Há vantagens em conviver com o diferente? Explique. MP MP

HIPERlINK

Pesquise na internet detalhes dos episódios citados pela entrevistada envolvendo Fabiane de Jesus e Marielle Franco. Quem foram essas mulheres? Que fatores socioculturais podem ter motivado o tipo de conteúdo falso divulgado sobre elas e a disseminação em massa dessas inverdades? Houve retração ou punição? De que maneira isso ocorreu?

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam o aspecto benéfico no conflito de ideias e visões de mundo. Essa relação pode, por exemplo, fazer com que os envolvidos questionem as próprias perspectivas e ampliem seus repertórios. Vale destacar que o convívio com o diferente é um exercício de respeito e tolerância.

InTEGranDO COm

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

EDUCAÇÃO DIGITAL

Você sabe o que são algoritmos? Leia a definição e a tirinha do quadrinista André Dahmer a seguir e responda às perguntas propostas.

[...] um algoritmo é qualquer procedimento computacional bem definido que toma algum valor ou conjunto de valores como entradas e produz algum valor ou conjunto de valores como saída.

MANZANO, José Augusto N. G. (org.). Algoritmos: lógica para desenvolvimento de programação de computadores. 28. ed. São Paulo: Érica, 2019. p. 25.

DAHMER, André. In: INÁCIO, Bruno. Novas tirinhas de André Dahmer transformam algoritmo em personagem intrometido. Le Monde Diplomatique Brasil, [s. l.], 27 jul. 2023. Disponível em: https://diplomatique.org.br/novas-tirinhas-de-andre-dahmer-transformam -algoritmo-em-personagem-intrometido/. Acesso em: 27 ago. 2024.

Não escreva no livro.

Com base na definição de algoritmo citada e na leitura da tirinha, quais são os valores de entrada e de saída do algoritmo apresentado? Além disso, considerando os mesmos valores de entrada, que outros valores de saída o algoritmo poderia gerar para a personagem? Explique.

Os valores de entrada no algoritmo são o gosto da personagem por ioga, gatos, cerâmica, constelação familiar e comida sem glúten, e o valor de saída é o curso de encadernação artesanal. Há várias opções de resposta, desde que baseadas nos hábitos e preferências da personagem.

ANDRÉ
DAHMER/ACERVO DO CARTUNISTA

l INGUAGEM EM FOCO

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O modo verbal subjuntivo e a argumentação

Leia o trecho de um artigo acadêmico sobre o combate à desinformação e preste atenção nos destaques.

1 Que relação é estabelecida no artigo entre as bolhas e a disseminação das fake news? MP

espúrio: desonesto. paradigma: modelo. dialética hegeliana: lei segundo a qual a realidade é um movimento permanente e contraditório fundado em três momentos sequenciais –tese, antítese e síntese.

2 Que intenção é expressa pelo emprego da forma verbal do presente do subjuntivo no segundo parágrafo? Explique.

2. A intenção é de desejo, o de que haja leis de regulamentação democrática da mídia.

[...] A superficialidade das relações estabelecidas nas redes sociais virtuais e a homogeneidade dos filtros-bolha abre um espaço amplo para a disseminação de crenças infundadas, baseadas em informações espúrias indicativas de fake news. Isso porque sem a prática do pensamento crítico advindo da autorreflexão e da reflexão em relação ao diferente, ao outro, é mais fácil disseminar fake news porque não há parâmetros de comparação para tecer críticas sólidas onde impera a homogeneidade.

Entre tantas formas de combate à disseminação de fake news , principalmente de cunho político, como afirma Bartlett, estão a educação que envolve aprendizado sobre fake news , fiscalização de algoritmos e leis que englobem a regulamentação democrática da mídia.

Entretanto, consideramos que nenhuma das decisões de combate a fake news serão eficazes se não houver a reestruturação do pensamento através do paradigma da complexidade. Essa reestruturação do pensamento envolve a percepção de que fazemos parte, segundo Morin, de uma realidade multidimensional e interligada, onde há possibilidade de organização mesmo através de elementos que geram incertezas, onde o global e o individual convivem, estabelecendo comunicação. Essa comunicação tem como uma de suas bases o princípio dialógico que une princípios antagônicos para formar o pensamento complexo. [...] Diferentemente da dialética hegeliana, a qual as contradições buscam superar os antagonismos para chegar a uma unidade superior; na dialógica, os antagonismos permanecem, gerando fenômenos ou entidades complexas.

MORONI, Juliana. Fake news e colonialidade de mentes: Considerações via paradigma da complexidade. Perspectiva Filosófica, Recife, v. 48, n. 1, p. 376-377, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/perspectivafilosofica/article/ view/249958/38137. Acesso em: 7 out. 2024.

3 N o terceiro parágrafo, a forma verbal que norteia a proposta de intervenção estabelece que relação de sentido com a efetividade das ações de combate às notícias falsas?

3.

4 Considere esta reescrita da proposta de intervenção: "consideramos que deve haver reestruturação do pensamento através do paradigma da complexidade para que as decisões de combate às fake news sejam eficazes". Em qual das versões a proposta de intervenção está mais clara e objetiva? Por quê? MP

O argumento, no fundo, é um exercício em defesa de uma vontade, portanto, o uso do modo subjuntivo é conveniente para expressar desejo e possibilidade, mas não só. Em um texto opinativo, pode enriquecer o argumento e a proposta de intervenção por estabelecer relações diversas, como hipótese, sugestão, desejo e recomendação, entre pensamentos, ideias, fatos e ações.

Relação de condição.
Não escreva no livro.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O uso do modo subjuntivo no desenvolvimento dos argumentos

Leia a seguir o trecho de um artigo de opinião.

Nossa guerra de informação já começa pelo nome: PL das fake news (para não dizer PL chega de mentira, por exemplo) e os adversários da ideia criaram nome de resistência, denominando-o de “PL da censura”. A lógica do nome de resistência é que o mundo digital deve permanecer um território marcado pela impunidade, em que se diz o que se quer, sem consequências, sob o escudo da liberdade de expressão, como se ali tudo coubesse, como agir contra a democracia, desinformar pessoas em momentos agudos, como ocorreu durante a pandemia ou durante as eleições.

Nosso grande problema foi a precipitada decisão de impor urgência de votação num tema que o mundo está debatendo, procurando um caminho e aprendendo a assimilar, em que as dúvidas são gigantes. [...]

Na Europa, o tema está aberto à consulta da sociedade até março de 2024, apesar de aprovado, podendo-se inclusive retroceder. A construção extremamente cautelosa e democrática da solução (depois de revogada a urgência de votação) seria imprescindível também para que a sociedade pudesse melhor compreender o alcance do tema – que não se trata de iniciativa autoritária, buscando controlar o direito de manifestação de cada indivíduo, mas de se querer evitar a disseminação impune de mentiras.

[...]

Que não se tenha a ilusão que a nova lei antidisseminação de mentiras construirá um admirável mundo novo. O ideal seria imediatamente recuar-se em relação à urgência de votação e começar-se a construir caminho regulatório de forma democrática, cujo amadurecimento fosse fruto de discussões profundas, refletidas e plurais. Partindo-se das premissas de incluir a responsabilização de políticos e big techs, além da criação de órgão regulador externo e independente.

big tech: do inglês, conjunto de empresas que dominam o mercado de tecnologia e inovação no mundo.

LIVIANU, Roberto. É preciso retroceder em urgência da votação do PL da fake news Poder 360, Brasília, DF, 16 maio 2023. Disponível em: https://www.poder360.com.br/opiniao/e-preciso-retroceder-em-urgencia-da-votacao-do-pl-da-fake-news/. Acesso em: 24 ago. 2024.

1. Para se contrapor à urgência na votação do Projeto de Lei, o autor emprega, no terceiro parágrafo, uma oração subordinada cuja forma verbal está no modo subjuntivo.

a) Q ual é o sentido expresso pelo modo subjuntivo nesse trecho e como ele contribuiu para a argumentação?

1. a) O sentido é de finalidade, e contribui para explicar a ideia de que a discussão aprofundada do projeto é imprescindível.

b) Escreva um argumento contra ou a favor desse Projeto de Lei utilizando a forma verbal no modo subjuntivo com o mesmo sentido expresso no trecho.

2. Ao fazer sua proposta de intervenção para o problema da urgência na votação do PL, o autor emprega, no quarto parágrafo, o verbo ser no pretérito imperfeito do subjuntivo.

a) Qual é o sentido expresso pela forma verbal nesse trecho e como esse sentido se relaciona à ideia de proposta de intervenção?

b) E screva outra proposta de intervenção para esse problema utilizando a forma verbal no modo subjuntivo com o mesmo sentido expresso nesse trecho.

Não escreva no livro.

#naprática

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Simulado da redação do Enem

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo; 4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

TEXTO I

“[...] a expressão fake news designa uma notícia fabricada com má intenção, que se vale do aspecto de uma notícia jornalística com o propósito de enganar o público. É muito diferente, portanto, de um erro jornalístico, coisas que acontecem todo dia. Uma boa redação jornalística quando comete um erro, ela procura se corrigir. As notícias fraudulentas vêm não se sabe exatamente de onde; são produzidas de forma quase clandestina, ilegal. São coisas completamente diferentes.”

CONFIRA íntegra da entrevista com Eugênio Bucci. OP+, Fortaleza, 7 jan. 2018. Disponível em: https://mais.opovo.com.br/jornal/ dom/2018/01/confira-integra-da-entrevista-com-eugenio-bucci. html. Acesso em: 24 ago. 2024.

TEXTO III

TEXTO II

Quase 90% da população brasileira admite ter acreditado em conteúdos falsos. É o que revela uma pesquisa do Instituto Locomotiva e obtida com exclusividade pela Agência Brasil. Segundo o levantamento, oito em cada dez brasileiros já deu credibilidade a fake news Mesmo assim, 62% confiam na própria capacidade de diferenciar informações falsas e verdadeiras em um conteúdo.

AGÊNCIA BRASIL. Quase 90% dos brasileiros admitem ter acreditado em fake news, diz pesquisa. Diário de Pernambuco, Recife, 1o abr. 2024. Disponível em: https://www. diariodepernambuco.com.br/ultimas/2024/04/quase-90-dos -brasileiros-admitem-ter-acreditado-em-fake-news.html. Acesso em: 24 ago. 2024.

GALHARDO, Caco. Bicudinho – negacionismo climático. Folha de S.Paulo, São Paulo, 9 maio 2024.

TEXTO IV

O cérebro é programado para absorver notícias falsas, aponta estudo publicado na revista Science. De acordo com os pesquisadores, a tendência cerebral do ser humano é aceitar com maior facilidade informações que confirmem crenças preexistentes e repelir – ou ignorar – as que desafiam suas opiniões.

Essa inclinação é conhecida pela ciência como viés de confirmação, considerada um dos motivos pelos quais as fake news são tão apelativas e se espalham mais rápido do que informações verdadeiras. O estudo, apresentado na

convenção anual da American Psychological Association (APA), nos Estados Unidos, afirma que essa “habilidade” começa a ser desenvolvida ainda na infância, quando a criança está aprendendo a distinguir entre a realidade e a fantasia.

[...]

POR QUE o cérebro tem facilidade para aceitar ‘fake news’. Veja, São Paulo, jun. 2024. Disponível em: https://veja.abril.com.br/ saude/por-que-o-cerebro-tem-facilidade-para-aceitar-fake-news/. Acesso em: 24 ago. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos e com base em seus conhecimentos, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os impactos da disseminação de fake news na sociedade brasileira”. Apresente e organize argumentos e informações com coerência e coesão em uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.

Planejar

1. Selecione dados e reflexões da coletânea textual que possam apoiar seu ponto de vista sobre o tema.

2. Mobilize seu repertório em defesa de seu ponto de vista e articule as referências escolhidas.

3. Estabeleça um contexto, identifique um problema e apresente uma tese sobre ele.

4. Defina os argumentos e proponha, ao final do texto, uma intervenção factível para o problema abordado.

O MUNDO E EU

Pulverizar conhecimento

Não escreva no livro.

Depois de tudo o que foi discutido, você certamente está mais preparado para enfrentar a disseminação de informações falsas, mas muitas pessoas ainda não. Converse sobre isso com os colegas.

1. Você conhece pessoas próximas que consomem e compartilham notícias falsas? Qual meio elas mais usam?

2. Que argumentos você pode mobilizar para convencer essas pessoas a interromper essa prática?

3. Que dicas você gostaria de compartilhar com essas pessoas para ajudar na identificação de fake news?

1 a 3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes compartilhem informações entre eles e possam trocar argumentos e dicas de como evitar essa prática.

Escrever

1. Escreva uma primeira versão do texto usando a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Apresente seus argumentos com clareza e desenvolva-os com coerência e coesão.

3. Empregue o modo verbal subjuntivo para desenvolver seus argumentos.

4. Escreva sua proposta de intervenção respondendo ao problema apresentado.

DE OlHO NA lINGUAGEM

A terminação -sse em verbos no modo subjuntivo

O pretérito imperfeito do subjuntivo, identificado pela terminação -sse (desinência modo-temporal), não expressa apenas uma ação passada; ele pode também expressar ações presentes e futuras. Os exemplos a seguir comprovam isso.

Ainda que a situação fosse complexa, havia meios de contorná-la. (passado)

Agem como se a população não precisasse de auxílio. (presente)

Talvez houvesse mais engajamento se estimulassem mais debates públicos. (futuro)

Revisar

Releia o seu texto e verifique se ele atende aos critérios a seguir.

1. Verifique se a escrita está de acordo com a norma-padrão.

2. Cheque se o contexto, o problema e a tese foram apresentados no primeiro parágrafo.

3. Observe se os argumentos estão condizentes com o tema e sustentam a tese.

4. Avalie se o modo subjuntivo foi aplicado na argumentação.

5. Verifique se as fontes estão devidamente referenciadas.

6. Veja se a proposta de intervenção oferece resposta factível ao problema.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após verificar se seu rascunho atende aos critérios da etapa anterior, escreva a versão final com os ajustes necessários. Sob a orientação do professor, compartilhe seu texto com os colegas e, em uma roda de conversa, discuta com eles as teses e as estratégias argumentativas mobilizadas para abordar o tema.

OLHARES SOBRE A SAÚDE 4

Grafite produzido para o evento “Rocinha de Braços Abertos”, em 2012, no qual foram realizadas corridas de 5 e 10 quilômetros, além de uma modalidade voltadas às crianças. O evento contou com atividades culturais e com o concurso artístico “Grafite seu esporte”, tendo como curador o artista plástico Marcelo Lamarca.

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Temas relacionados à saúde estão presentes nos mais diferentes contextos: em debates públicos relacionados aos direitos humanos, em campanhas eleitorais, no noticiário, em postagens nas redes sociais, em conversas da esfera pessoal, entre outros.

1. O grafite da foto foi apresentado no evento “Rocinha de Braços Abertos”. A Rocinha é uma das maiores comunidades do Brasil, localizada na cidade do Rio de Janeiro (RJ).

a) Considerando esse contexto, as construções representadas no grafite fazem referência a quê?

MP

b) O que as pessoas representadas estão fazendo nesse local?

1. b) As pessoas estão participando de uma corrida.

c) Ao construir essa cena, o uso das cores remete a qual sensação?

2. No grafite, há utilização das palavras “Paz”, “Saúde” e “Chegada” e da expressão “Pratique Esporte”. Considerando o contexto e o significado dos termos, de que forma essas palavras e essa expressão se conectam?

3. Como esse grafite se relaciona com a ideia de haver diferentes olhares e perspectivas sobre a saúde?

3. A saúde e o bem-estar estão relacionados não somente com o aspecto biológico, mas com o bem-estar social e com a convivência em espaços públicos pacíficos, nos quais há possibilidades de prática de lazer, arte, em vivência comunitária. Nesta unidade, ao abordar essa temática, busca-se apresentar e fomentar análises e reflexões sobre diferentes perspectivas relacionadas à saúde e ao bem-estar, tendo como enfoque relações de consumo, relações entre os próprios indivíduos e a vida em sociedade.

Não escreva no livro.

Tabagismo e adolescência

Os temas relacionados à saúde costumam despertar a atenção da opinião pública por estarem geralmente conectados ao bem-estar das pessoas e da sociedade como um todo. O uso de cigarros, em especial os eletrônicos, é um desses temas. O assunto gera preocupação por conta dos danos que esses aparelhos podem causar à saúde. Por isso, a necessidade de divulgação de informações sobre os malefícios dessa prática.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

A seguir, você vai ler uma notícia sobre o tabagismo e o uso de cigarros eletrônicos. Pensando nas pessoas que você conhece e nas situações que vivencia, esse tema se mostra relevante? Por quê? De que modo as informações relativas ao tabagismo e ao uso desses dispositivos eletrônicos podem ser úteis para as pessoas?

Texto

Vape causa mais intoxicação do que cigarro convencional, diz pesquisa

A pesquisa detectou que os níveis de nicotina presentes nesses usuários são de três a seis vezes maiores em relação aos fumantes de cigarros convencionais

O consumo de cigarro eletrônico, conhecido também como vape, provoca níveis de intoxicação mais altos do que o cigarro convencional. A informação consta na pesquisa realizada pela Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde de São Paulo, em parceria com o Instituto do Coração (Incor) e o Laboratório de Toxicologia da Universidade de São Paulo (USP), divulgada na última quinta-feira (6/6).

O estudo inicial foi realizado com base nos dados de 200 fumantes de cigarros eletrônicos. A pesquisa detectou que os níveis de nicotina presentes nesses usuários são de três a seis vezes maiores em relação aos fumantes de cigarros convencionais.

“O estudo indica que a intoxicação por nicotina em quem usa o cigarro eletrônico é tão alta quanto, ou até pior, que nos usuários de cigarro tradicional. Também foi notada uma falta de conhecimento entre os mais jovens sobre os riscos de dependência, regras de uso e consumo em ambientes fechados, conforme a Lei Antifumo. Esses dados foram coletados durante a pesquisa por meio de questionários aplicados aos usuários de cigarros eletrônicos/vapes”, explicou a médica cardiologista Jaqueline Scholz, diretora do Núcleo de Tabagismo do Incor e coordenadora da pesquisa.

A cardiologista ressalta que os riscos para a saúde dos usuários de vape são equivalentes aos dos usuários de cigarros convencionais com filtro. No entanto, os perigos são potencializados, com uma chance duas vezes maior de ter um infarto ou um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Se o usuário faz uso dos dois tipos de cigarro, o risco é quadriplicado.

Atualmente, 3% da população do Brasil utiliza cigarros eletrônicos. “Parar de usar o produto por conta própria é uma fantasia. Trata-se de um produto altamente viciante que contém substâncias extremamente tóxicas, que também afetam as pessoas ao redor. Ao inalar as partículas ultrafinas depositadas no ar, estas chegam ao sistema respiratório, atravessando a membrana pulmonar e causando uma grande inflamação”, destaca a médica Jaqueline Scholz, em comunicado divulgado pelo governo de São Paulo.

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Em abril, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) manteve a proibição dos cigarros eletrônicos no Brasil. “A consulta pública realizada não trouxe fato ou argumento científico que alterasse o peso das evidências já ratificadas por esta Colegiada anteriormente, sendo que a regulamentação proposta segue por manter proibida a fabricação, a importação, a comercialização, a distribuição, o armazenamento, o transporte e a propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar, em adição ao fortalecimento das medidas que versam pelo combate aos dispositivos eletrônicos para fumar supracitadas”, disse o diretor da Anvisa, Antônio Barra Torres.

GOUVEIA, Aline. Vape causa mais intoxicação do que cigarro convencional, diz pesquisa. Correio Braziliense, Brasília, 13 jun. 2024. Ciência e Saúde. Disponível em: www.correiobraziliense.com.br/ciencia-e-saude/2024/06/6876837-vape-causa -mais-intoxicacao-do-que-cigarro-convencional-diz-pesquisa.html. Acesso em: 22 ago. 2024.

Pensar e compartilhar

1. Qual é o assunto relacionado aos cigarros eletrônicos abordado na notícia lida?

2. No desenvolvimento da notícia, uma informação central é apresentada ao leitor.

a) Qual é essa informação e de que forma é possível perceber que é a ideia central do texto?

b) No último parágrafo do texto, uma informação complementar confirma a ideia central da notícia. Identifique essa informação complementar.

c) Qual é o efeito de sentido obtido pela inserção dessa informação complementar no texto em relação ao principal fato noticiado?

2. c) A inserção dessa informação garante maior legitimidade à importância da divulgação dos resultados da pesquisa realizada.

3. Apresenta-se na notícia um dado quantitativo de usuários de cigarros eletrônicos.

a) Qual é esse dado?

3. a) O dado é o de que 3% da população brasileira faz uso de cigarro eletrônico.

b) No mesmo parágrafo em que esse dado é revelado, é introduzida a fala da médica que coordenou a pesquisa noticiada. Qual é a relação entre esse dado e a fala que o acompanha?

c) De que forma essa relação é estabelecida na notícia?

4. Os gráficos a seguir, publicados pelo Ministério da Saúde em 2024, representam o resultado da pesquisa telefônica realizada pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Leia-os.

Gráfico 1

Percentual de adultos ( 18 anos) que usam cigarro eletrônico diariamente ou ocasionalmente no conjunto das capitais de estados brasileiros e no Distrito Federal, por sexo

Não escreva no livro.

4. a) O Gráfico 1 faz referência à porcentagem de adultos –com idade igual ou maior a 18 anos – que usam cigarro eletrônico diariamente ou ocasionalmente nas capitais de estados brasileiros e no Distrito Federal, nos anos de 2019 a 2023, exceto 2022.

4. b) Esse gráfico tem como enfoque apresentar a porcentagem de jovens que usaram, ocasionalmente ou em uma situação específica, cigarros eletrônicos no período de março de 2022 a abril de 2023.

4. c) O Gráfico 1 indica o percentual de usuários diários ou ocasionais de cigarros eletrônicos, enquanto Gráfico 2 apresenta o percentual de pessoas que usaram ao menos uma vez cigarro eletrônico em dado período.

Prevalência do uso na vida de Dispositivos Eletrônicos para Fumar entre jovens de 18 a 24 anos no Brasil

Fonte dos gráficos: BRASIL. Instituto Nacional de Câncer – Inca. Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEF). Inca, Brasília, 4 abr. 2024. Disponível em: www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional -de-saude/observatorio-da-politica-nacional-de-controle-do-tabaco/ dados-e-numeros-do-tabagismo/def-dados-e-numeros. Acesso em: 9 set. 2024.

a) Observando esses gráficos, é possível notar algumas particularidades em relação às informações contidas em cada um deles. A que se referem as informações apresentadas no Gráfico 1?

b) O t ítulo que acompanha o Gráfico 2 se refere à prevalência do uso em vida de dispositivos eletrônicos por jovens de determinada faixa etária. A expressão “uso na vida” indica a possibilidade de essa utilização não ser diária ou frequente, mas de ocorrer em dada situação. Com base nessa informação, identifique o enfoque do gráfico.

c) Q ual é a diferença fundamental entre os dois gráficos em relação ao tratamento das informações?

d) Qual gráfico apresenta informações que dialogam diretamente com o dado percentual presente na notícia? Explique.

5. Ao longo da notícia, são reproduzidas duas falas da médica Jaqueline Scholz, coordenadora da pesquisa que foi divulgada.

a) A s falas da médica indicam alguns problemas envolvidos na utilização de cigarros eletrônicos. Quais são eles?

b) Os dados que compõem os gráficos confirmam a preocupação expressa nas falas da médica? Justifique. MP MP

4. d) O Gráfico 1. As informações constantes nesse gráfico dialogam com a notícia, pois nela é indicada a porcentagem da população brasileira que utiliza cigarro eletrônico. Embora o gráfico mostre a porcentagem de 2,9% de homens e 1,4% de mulheres que utilizam diariamente ou ocasionalmente cigarros eletrônicos nas capitais brasileiras –percentuais que não são idênticos ao apresentado na notícia –, os dados se aproximam, possibilitando o estabelecimento desse diálogo.

#fiCAADiCA

Ao longo da notícia, faz-se referência à lei que proíbe a propaganda de cigarros e o uso deles em ambientes fechados. Aprovada em 1996, alterada em 2011 e regulamentada em 2014, a Lei no 9.294/2011, conhecida como Lei Antifumo, é válida em todo o território nacional. Para saber mais sobre essa legislação, acesse a página do Ministério da Saúde: www.gov.br/inca/ pt-br/assuntos/gestor -e-profissional-de-saude/ observatorio-da-politica -nacional-de-controle-do -tabaco/politica-nacional/ ambientes-livres-de-tabaco. Acesso em: 22 ago. 2024.

Argumento por fato: referência a instituições, dados numéricos e explicações na argumentação

6. Além do dado percentual, há na notícia uma informação sobre o número de pessoas participantes do estudo realizado pela Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde de São Paulo, em parceria com o Instituto do Coração e o Laboratório de Toxicologia da Universidade de São Paulo.

a) Identifique o número de pessoas que participaram desse estudo.

6. a) O texto indica que houve 200 participantes no estudo.

b) Ao evidenciar esse número e o nome das instituições responsáveis pelo estudo, que percepção se favorece em relação ao fato noticiado?

7. A notícia também revela dados acerca do resultado obtido na pesquisa e os riscos pertinentes ao uso de cigarros eletrônicos.

a) Quais são esses dados?

b) Como as informações sobre os resultados da pesquisa e os riscos relacionados ao uso de cigarros eletrônicos foram inseridos na notícia?

c) A identificação das instituições envolvidas no estudo e a apresentação dos dados numéricos, bem como o modo como foram indicados os riscos relacionados ao uso dos cigarros eletrônicos, conferem à notícia que nível de credibilidade e relevância? Justifique.

8. Em uma das falas da médica, é explicado o impacto dos cigarros eletrônicos no organismo das pessoas próximas a quem fuma.

a) Em qual das falas da médica consta essa explicação?

b) Qual é a relevância dessa explicação na notícia?

8. a) Na segunda fala.

8. b) A explicação amplia a compreensão do interlocutor a respeito da problemática envolvendo o consumo de cigarros eletrônicos, ao detalhar o modo como o produto atua no organismo.

A referência a instituições voltadas ao ensino e à pesquisa em conjunto com a apresentação de dados e explicações precisas agrega maior legitimidade aos textos, sejam eles mais voltados à exposição dos fatos, como é o caso de textos do gênero notícia , sejam direcionados à esfera da argumentação, como os textos do gênero redação do Enem . Em ambos os contextos, a precisão das informações e a legitimidade das instituições mencionadas são fundamentais para conferir credibilidade ao texto.

EU E O MUNDO

Informações e tomada de decisões

Na notícia e nos gráficos que integram essa sequência, foram fornecidos dados e explicações sobre o uso de cigarros, em especial os eletrônicos. Além disso, foram abordadas situações como a falta de conhecimento a respeito da lei em vigência no país sobre esse tema e as implicações do uso desses dispositivos eletrônicos no organismo humano. O uso de cigarro e o desconhecimento da Lei Antifumo podem acarretar atitudes que colocam em risco a própria saúde e a das pessoas com quem se convive. Em face desse contexto e das reflexões realizadas durante as propostas, converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. De modo geral, você procura obter informações sobre produtos que utiliza no dia a dia? Em caso afirmativo, como você as busca?

2. As informações sobre os produtos que consumimos podem nos auxiliar a fazer escolhas mais assertivas? Por quê? 1 e 2. Respostas pessoais. Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Não escreva no livro.

InTEGranDO COm CIÊNCIAS DA NATUREZA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O funcionamento do cigarro eletrônico

Este infográfico, publicado no site de um hospital especializado no diagnóstico, no tratamento e na pesquisa sobre o câncer em humanos, mostra o funcionamento de um dispositivo eletrônico para fumar. Analise-o com atenção e responda às questões a seguir.

1. Para explicar o funcionamento do dispositivo eletrônico para fumar, as informações foram organizadas nas laterais e na parte inferior da imagem.

O aparelho é dividido em 3 partes principais:

Componente que fornece energia para o funcionamento da parte eletrônica.

a) A s informações dispostas na lateral direita fazem referência a quê?

b) Como essas informações estão conectadas àquelas distribuídas na lateral esquerda da imagem?

MP

c) O bservando as explicações apresentadas nas laterais direita e esquerda, que termos possibilitam as conexões entre uma parte e outra?

1. c) Os termos parte eletrônica, resistência e solução química.

2. Um dos termos posicionados em uma das laterais tem um desdobramento que dá origem a uma nova explicação.

CIGARRO eletrônico é droga? A.C.Camargo Cancer Center, São Paulo, 29 ago. 2022. Disponível em: https://accamargo.org.br/sobre-o-cancer/ noticias/cigarro-eletronico-e-droga. Acesso em: 10 set. 2024.

a) Qual é o recurso gráfico utilizado para indicar a conexão entre o termo e a explicação relacionada a ele?

2. a) O termo solução química foi grifado e conectado, por um traço pontilhado, a uma caixa de texto na qual foi inserida uma explicação.

b) Ao realizar esse desdobramento, optou-se por ofertar maior destaque a determinada substância que compõe o cigarro eletrônico. O que pode ter motivado essa escolha?

MP

c) N essa parte do texto, o leitor toma conhecimento do nome da substância envolvida na produção do vapor inalado por meio do cigarro eletrônico. Qual é ela?

2. c) Trata-se do propileno glicol.

d) Além dessa informação, é fornecida outra, relativa a uma utilização adicional dessa substância. Qual é essa informação?

2. d) A informação de que o propileno glicol é utilizado, também, em produtos de limpeza.

e) Qual é o efeito de sentido produzido pela inserção dessa informação adicional?

2. e) O efeito de sentido é o de reforçar a percepção de que o uso dessa substância pode ser prejudicial à saúde.

3. O infográfico apresentado consta na página do site de uma instituição de pesquisa e serviços relacionados à área da saúde. As informações que o integram se conectam a esse contexto? Explique.

3. Sim, pois a área da saúde está relacionada a conhecimentos das Ciências da Natureza, especificamente Química, Física e Biologia, conectando-se ao enfoque apresentado no infográfico.

Não escreva no livro.

didáticas nas Orientações para o professor

Vozes verbais e intencionalidade discursiva

Releia os trechos a seguir, presentes na notícia, e, depois, o boxe #paralembrar

Trecho 1

O estudo indica que a intoxicação por nicotina em quem usa o cigarro eletrônico é tão alta quanto, ou até pior, que nos usuários de cigarro tradicional.

Trecho 2

O estudo inicial foi realizado com base nos dados de 200 fumantes de cigarros eletrônicos

1. Analise esses trechos, bem como as orações neles grifadas, e responda:

a) Em qual das orações o agente da ação é indicado?

Não

1. a) Na oração do Trecho 1, indica-se o agente da ação, ou seja, o estudo

b) No Trecho 2, a oração em que o sujeito recebe a ação é formada por dois verbos. Quais são eles?

#PARAlEMBRAR

1. b) O verbo ser, no tempo pretérito perfeito, mais o particípio passado do verbo principal, no caso a forma verbal realizado

Os verbos estabelecem relações com os sujeitos de diferentes maneiras; chamadas de vozes verbais, essas relações podem se manifestar por meio das vozes ativa, passiva e reflexiva. Na voz ativa, a forma verbal indica que o sujeito da oração é também o agente da ação. Na voz passiva, o sujeito da oração é paciente, pois recebe a ação verbal, enquanto na voz reflexiva, o sujeito da oração pratica e recebe a ação ao mesmo tempo.

2. Sobre a voz passiva, consulte gramáticas ou sites relacionados a estudos sobre a língua portuguesa e responda às questões a seguir.

a) Que tipo de voz passiva é formada por uma combinação de verbos?

2. a) A voz passiva analítica.

b) Além desse tipo de voz passiva, há outra forma de utilizar essa voz verbal. Prossiga em sua pesquisa e indique como ela é denominada.

2. b) Trata-se da voz passiva sintética.

c) Agora, reescreva a oração do Trecho 2 em voz passiva usando a forma pesquisada no item b. Faça as adaptações necessárias.

2. c) Realizou-se o estudo inicial com base nos dados de 200 fumantes de cigarros eletrônicos.

3. De acordo com o uso das vozes verbais tratadas nas questões anteriores, responda:

a) Na oração em que se emprega voz ativa, qual é o elemento em destaque?

MP MP

b) Retorne à notícia de que o Trecho 1 foi extraído e observe o contexto em que essa oração está inserida. Apoiando-se nessa observação, pode-se afirmar que esse destaque é relevante para a construção de sentido do texto? Por quê?

c) Na oração do Trecho 2, em que há uso de voz passiva, o destaque está relacionado a que termo?

3. c) No Trecho 2, destaca-se o termo estudo.

d) Como esse termo é classificado sintaticamente?

3. d) Ele é classificado como sujeito paciente.

e) Considerando o termo em destaque, a escolha dessa estruturação das orações parece ser intencional? Por quê?

3. e) Sim, essa forma de estruturação parece ser intencional porque, ao conferir destaque ao termo estudo, novamente se enfatiza a pesquisa realizada.

Os modos de estruturar as orações, utilizando determinada voz verbal, contribuem para a construção de efeitos de sentido específicos. Na voz ativa, destaca-se o sujeito agente, uma possibilidade de construção conveniente de oração quando se quer esse realce. Já na voz passiva analítica, a perspectiva é a do sujeito paciente, o qual assume posição de destaque. O uso da voz passiva sintética enfatiza o processo verbal, o que traz maior impessoalidade ao texto.

escreva no livro.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

O uso das vozes verbais ativa e passiva na construção textual Leia as informações e responda às questões.

Voz ativa

Pesquisadores acadêmicos

Sujeito

publicaram, informações confiáveis sobre a utilização de cigarros eletrônicos.

Predicado

Construção de voz ativa com a utilização de sujeito da oração como agente da ação.

Voz passiva analítica

Informações confiáveis sobre a utilização de cigarros eletrônicos

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor. foram publicadas por pesquisadores acadêmicos.

Sujeito

Predicado

Construção de voz passiva analítica por meio de locução verbal foram publicadas, formada por verbo ser (no tempo pretérito perfeito) + verbo na forma nominal de particípio (publicadas).

Voz passiva sintética

Publicaram-

Verbo transitivo direto se Pronome apassivador (se)

informações confiáveis sobre a utilização de cigarros eletrônicos em artigos científicos.

Sujeito

Construção de voz passiva sintética por meio do verbo transitivo direto publicar + pronome apassivador se .

Não escreva no livro.

1. Releia este trecho da notícia e reescreva-o no caderno, passando-o da voz ativa para a voz passiva analítica. Faça as adaptações necessárias.

1. Possibilidade de resposta: Cigarros eletrônicos são utilizados atualmente por 3% da população do Brasil.

Atualmente, 3% da população do Brasil utiliza cigarros eletrônicos.

2. Ao realizar a reescrita do trecho, qual mudança de foco ocorreu?

2. O foco na oração passou a ser o sujeito paciente.

3. Agora, reescreva estes outros trechos, também retirados da notícia, passando-os da voz passiva analítica para a voz passiva sintética. Faça as adaptações necessárias.

Trecho 1

3. Trecho 1 (possibilidade de resposta): Notou-se, também, uma falta de conhecimento entre os mais jovens sobre os riscos de dependência, regras de uso e consumo em ambientes fechados, conforme a Lei Antifumo. Trecho 2 (possibilidade de resposta): Coletaram-se dados durante a pesquisa por meio de questionários aplicados aos usuários de cigarros eletrônicos/vapes.

Também foi notada uma falta de conhecimento entre os mais jovens sobre os riscos de dependência, regras de uso e consumo em ambientes fechados, conforme a Lei Antifumo.

Trecho 2

Esses dados foram coletados durante a pesquisa por meio de questionários aplicados aos usuários de cigarros eletrônicos/vapes.

4. Ao realizar a reescrita dos trechos, que efeito de sentido é possível notar em relação ao uso da voz passiva sintética? 4. Ao utilizar a voz passiva sintética, provoca-se o efeito de impessoalidade, destacando o processo verbal.

#naprática

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Simulado da redação do Enem

Agora, você vai produzir uma redação que atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, em folha própria, em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

TEXTO I

Cigarros eletrônicos comercializados no mercado são fortemente direcionados ao público jovem. Atualmente, 34 países proíbem sua venda, 88 países não estipulam idade mínima para venda e 74 não têm regulamentação sobre esses produtos nocivos.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse: “Os cigarros eletrônicos são comercializados para pessoas muito jovens para torná-los dependentes da nicotina. As autoridades nacionais devem agir de forma

TEXTO II

decisiva para impedir o consumo destes produtos e, assim, proteger os seus cidadãos e cidadãs, especialmente as crianças e os jovens.”

ORGANIZAÇÃO Pan-Americana da Saúde (Opas). Medidas urgentes são necessárias para proteger as crianças e os jovens dos cigarros eletrônicos. Opas, Brasília, DF, 14 dez. 2023. Disponível em: www.paho.org/pt/noticias/14-12-2023-medidas-urgentes-sao -necessarias-para-proteger-criancas-e-os-jovens-dos. Acesso em: 22 ago. 2024.

Percentual de adultos (≥ 18 anos) que usam cigarro eletrônico diariamente ou ocasionalmente no conjunto das capitais de estados brasileiros e no Distrito Federal, por ano, segundo características sociodemográficas. Vigitel* 2019-2023

BRASIL. Instituto Nacional de Câncer – Inca. Dispositivos eletrônicos para fumar (DEF). Inca, Brasília , DF, 4 abr. 2024. Disponível em: www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/observatorio-da-politica-nacional -de-controle-do-tabaco/dados-e-numeros-do-tabagismo/def-dados-e-numeros. Acesso em: 22 ago. 2024.

TEXTO III

Anvisa publica resolução que proíbe cigarro eletrônico no Brasil

Medida entra em vigor esta quarta-feira | Publicado em 24/04/2024

Na última sexta-feira (19), a diretoria colegiada da Anvisa decidiu por manter a proibição de cigarros eletrônicos no Brasil. Os cinco diretores da agência votaram para que a vedação, em vigor desde 2009, continue no país. Com a

decisão, qualquer modalidade de importação desses produtos fica proibida, inclusive para uso próprio.

Em seu voto, o diretor-presidente da Anvisa e relator da matéria, Antonio Barra Torres, leu por cerca de duas horas pareceres de 32 associações científicas brasileiras, além de posicionamentos dos ministérios da Saúde, da Justiça e Segurança Pública e da Fazenda. Ele citou ainda consulta pública realizada entre dezembro de 2023 e fevereiro deste ano sobre o tema.

[...]

Também foram apresentados argumentos pedindo a regulamentação do consumo e da venda dos produtos pela Anvisa, apontando a redução de danos aos fumantes de cigarro comum e o combate à venda ilegal de produtos irregulares, sem controle toxicológico e de origem desconhecida.

LABOISSIÈRE, Paula. Anvisa publica resolução que proíbe cigarro eletrônico no Brasil. Agência Brasil, Brasília, DF, 24 abr. 2024. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/ noticia/2024-04/anvisa-publica-resolucao-que-proibe-cigarro -eletronico-no-brasil. Acesso em: 10 set. 2024.

TEXTO IV

Países que liberam vapes fixam diversas regras: cigarros eletrônicos podem ser classificados como produtos de tabaco, farmacêuticos ou de consumo. Portugal e Itália estabelecem

limites de nicotina presente no líquido e tamanho do refil para recarga.

Também há indicações de veto da venda a adolescentes ou de uso em áreas fechadas. Na Austrália, cigarros eletrônicos de nicotina são considerados medicamentos e só podem ser obtidos com receita médica. A ideia da norma, de 2021, é conter o uso por jovens – de 2016 a 2019, a taxa de australianos de 18 a 24 anos que relatam usar os dispositivos quase dobrou, de 2,8% para 5,3%, segundo a OMS. Há ainda países, como Finlândia e Hungria, que vetam qualquer sabor que não seja o de tabaco.

ESTADÃO Conteúdo. Onde cigarro eletrônico é liberado e onde venda é proibida? IstoÉ Dinheiro, [s. l.], 6 jul. 2022. Disponível em: https://istoedinheiro.com.br/onde-cigarro-eletronico-e-liberado -e-onde-venda-e-proibida/. Acesso em: 10 set. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

Com base na leitura dos textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A problemática do consumo de cigarros eletrônicos por jovens brasileiros”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Planejar

1. Elabore seu projeto de texto, considerando os estudos sobre a notícia, a leitura e a análise dos textos motivadores, bem como o tema solicitado na proposta, a seleção do enfoque a ser tratado na redação, as escolhas de argumentos e a estrutura textual na qual o texto será desenvolvido.

2. Certifique-se de que todos os itens concernentes ao tema estão contemplados em seu processo argumentativo.

3. Atente à diversidade e à confiabilidade dos argumentos; para isso, verifique a possibilidade de utilizar diferentes estratégias. Em relação à legitimidade das informações, priorize as disponibilizadas em artigos científicos e em publicações de órgãos como o Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde.

4. No caderno, organize um esquema da redação, explicitando a estrutura e as partes que a compõem. Esse esquema auxiliará na organização e no desenvolvimento do texto.

#fiCAADiCA

Para realizar pesquisas em publicações acadêmicas, recomenda-se a utilização da biblioteca eletrônica SciELO, que contempla uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros. Conheça mais sobre as instituições que fomentam esse programa, no site da plataforma, disponível em: www.scielo.br. Acesso em: 12 out. 2024.

Os temas relativos à saúde requerem amplo conhecimento e diálogo entre setores da sociedade, além da atuação do poder público. A atuação governamental ocorre por meio das políticas públicas, que têm como objetivo promover o bem-estar da população. É importante observar que as políticas voltadas a essa área intentam garantir que os direitos assegurados aos brasileiros sejam cumpridos, conforme especificado na Constituição Federal de 1988, na qual se reconhece a saúde como direito fundamental e um dever do Estado. Considerando as situações apresentadas, dialogue com os colegas e o professor e reflita sobre as questões a seguir.

1. Qual é a conexão entre o tema da proposta de redação e as políticas públicas voltadas à saúde?

2. As políticas públicas em saúde conseguem atender às necessidades da população brasileira? Justifique. MP

Políticas públicas e promoção da saúde
O MUNDO E EU
Não escreva no livro.

Escrever

1. N o caderno, faça um rascunho da redação, observando a organização dos parágrafos e das frases e o desenvolvimento das ideias.

2. Ao elaborar os períodos, preste atenção à formulação das orações. Observe o uso das vozes verbais ativa e passiva – analítica e sintética –, conforme o efeito de sentido que se pretende produzir.

3. Atente ao cumprimento das cinco competências avaliadas na redação do Enem, em especial a competência I, que faz referência ao uso da norma-padrão na escrita, e a competência III, relacionada à organização das ideias em defesa de um ponto de vista.

4. Ao escrever seu texto, verifique a seleção e a precisão dos termos, a fim de evitar repetições e deixar o texto fluido, considerando o contexto de produção.

O uso da partícula “se” como pronome apassivador

Como você viu na seção #aquecimento, a voz passiva sintética é formada por um verbo acompanhado do pronome pessoal do caso oblíquo se. Nessa situação de uso, esse pronome é denominado partícula apassivadora. Como o próprio nome indica, esse modo de estruturar a voz verbal possibilita sintetizar uma ideia ocultando-se o agente da ação. Observe os exemplos a seguir.

I. Os artigos científicos divulgam informações sobre questões de saúde pública.

III. Divulgam-se informações sobre questões de saúde pública. agente da passiva sujeito agente voz ativa objeto direto sujeito paciente

II. Informações sobre questões de saúde pública são divulgadas por artigos científicos.

voz passiva sintética voz passiva analítica

partícula apassivadora (Lembre-se sempre de que a partícula apassivadora é separada do verbo pelo hífen e de que o verbo sempre concorda com o sujeito da oração.)

Revisar

1. Ao revisar seu texto, verifique se foram usadas orações estruturadas em voz passiva sintética e se a partícula apassivadora está registrada em conformidade com a norma-padrão.

2. Analise se sua redação está de acordo com o projeto de texto.

3. Verifique se a redação cumpre as cinco competências referentes aos critérios de correção.

4. Observe se os argumentos estão elaborados adequadamente, com o uso de diferentes estratégias e de dados consultados em fontes legítimas.

5. Analise se os termos utilizados são precisos e adequados à situação de produção.

6. Certifique-se de ter adotado diferentes estratégias para evitar a repetição de termos e favorecer a fluidez do texto e o nível de formalidade adequado.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar a redação e verificar se os itens indicados foram cumpridos, reescreva-a realizando as alterações necessárias. Sob a orientação do professor, em trios, compartilhem as redações e comentem os argumentos utilizados em cada texto. Aproveitem o momento de partilha e conversem sobre as escolhas linguísticas feitas e sobre o uso das vozes ativa e passiva na estruturação das orações.

DE OlHO NA lINGUAGEM

Conexões entre alimentação saudável

e saúde

Questões relacionadas à alimentação e à promoção da saúde conectam-se a práticas culturais, conhecimentos científicos e políticas públicas. Um olhar sobre o tema “alimentação saudável e bem-estar” possibilita diversas reflexões sobre como as situações vivenciadas no dia a dia estão diretamente ligadas à qualidade de vida e como as informações e o conhecimento podem nos auxiliar a fazer escolhas mais proveitosas e adequadas para o equilíbrio do organismo.

lEITURA EM PAUTA

Você vai ler o trecho de um documento chamado Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas, organizado por um grupo de trabalho ligado aos ministérios da Saúde e da Educação e elaborado com a contribuição de vários setores da sociedade. Em seguida, é apresentado o trecho de um artigo de opinião em que se aborda a presença de alimentos ultraprocessados no dia a dia dos brasileiros e no qual se evidencia como esses produtos afetam a saúde das pessoas. Qual será o objetivo de um documento como esse? Você sabe o que caracteriza um alimento ultraprocessado? Pensando no sentido do termo, ele parece fazer referência a quê?

Texto 1

5. Conceito de Educação Alimentar e Nutricional [EAN]

Não escreva no livro.

A adoção de um conceito de EAN deve considerar aspectos que contemplem desde a evolução histórica e política da EAN no Brasil às múltiplas dimensões da alimentação e do alimento e os diferentes campos de saberes e práticas conformando uma ação que integre o conhecimento científico ao popular.

Adota-se o termo Educação Alimentar e Nutricional e não o termo Educação Nutricional ou o termo Educação Alimentar para que o escopo de ações abranja desde os aspectos relacionados ao alimento e alimentação, os processos de produção, abastecimento e transformação aos aspectos nutricionais.

Portanto, “Educação Alimentar e Nutricional, no contexto da realização do Direito Humano à Alimentação Adequada e da garantia da Segurança Alimentar e Nutricional, é um campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, transdisciplinar, intersetorial e multiprofissional que visa promover a prática autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. A prática da EAN deve fazer uso de abordagens e recursos educacionais problematizadores e ativos que favoreçam o diálogo junto a indivíduos e grupos populacionais, considerando todas as fases do curso da vida, etapas do sistema alimentar e as interações e significados que compõem o comportamento alimentar.”

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor escopo: alcance ou abrangência de determinada atividade. transdisciplinar: que abarca mais de uma disciplina.

intersetorial: que envolve dois ou mais setores de um órgão público, de uma empresa, entre outros.

multiprofissional: integração de vários profissionais com formações e especialidades diferentes.

6. Princípios para as ações de Educação Alimentar e Nutricional

III. Valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes naturezas

A alimentação brasileira, com suas particularidades regionais, é uma das expressões do nosso processo histórico e de intercâmbio cultural entre os diferentes povos que formaram nossa nação. Assim, a EAN deve considerar a legitimidade dos saberes oriundos da cultura, religião e ciência. Respeitar e valorizar as diferentes expressões da identidade e da cultura alimentar de nossa população, reconhecendo e difundindo a riqueza incomensurável dos alimentos, das preparações, das combinações e das práticas alimentares locais e regionais. Esse princípio trata da diversidade na alimentação e deve contemplar as práticas e os saberes mantidos por povos e comunidades tradicionais, bem como diferentes escolhas alimentares, sejam elas voluntárias ou não, como por exemplo as pessoas com necessidades alimentares especiais.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas. Brasília, DF: MDS, 2012. p. 23-25. Disponível em: www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/marco_EAN.pdf. Acesso em: 7 set. 2024.

Texto 2

Ultraprocessados

Produtos favorecem obesidade, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2

Alimentos ultraprocessados estão cada vez mais presentes em nossa dieta. Os levantamentos indicam que de 13% a 21% do total de calorias ingeridas diariamente pelos brasileiros vêm dos ultraprocessados. O fenômeno é mundial. Nos Estados Unidos, respondem por 60% do aporte médio de calorias diárias. Eles são produzidos a partir de componentes ou substâncias derivadas dos alimentos naturais, em que o processamento industrial adiciona flavorizantes, corantes, preservantes, adoçantes artificiais, entre outros agentes químicos. É o caso de salsichas, linguiças, salames e demais embutidos, refrigerantes diet, sopas instantâneas e uma grande variedade de salgadinhos acondicionados nos pacotes coloridos que enfeitam as prateleiras dos supermercados.

São diferentes dos processados ou dos minimamente processados, alimentos integrais cozidos ou fermentados aos quais o fabricante acrescentou dois ou três ingredientes, geralmente sal, açúcar e óleo. Esses dois grupos incluem queijos, pães frescos, sardinha em lata e outros.

Ilustração de Libero para coluna de Drauzio Varella de 9 de maio de 2024.

O ultraprocessado típico recebe pelo menos dez aditivos que não faziam parte das refeições que nossas avós levavam à mesa. A função é torná-lo mais palatável, crocante, prático e com vida longa nas prateleiras.

O grupo de Eduardo Nilson, da USP, publicou um trabalho sobre o impacto desses alimentos na mortalidade precoce de adultos entre 30 e 69 anos. No período de fevereiro a abril de 2022, ocorreram no Brasil 541 mil óbitos nessa faixa etária. Por meio de modelos matemáticos, os autores concluíram que cerca de 57 mil (10,5% deles) foram causados pelo consumo de ultraprocessados.

Publicado no American Journal of Preventive Medicine, o estudo permitiu concluir que uma redução do consumo de ultraprocessados seria capaz de prevenir de 10% a 50% dessas mortes prematuras.

Uma pesquisa norte-americana publicada na revista Neurology, em julho de 2022, concluiu que um aumento de 10% no consumo de ultraprocessados é suficiente para aumentar o risco de demência em pessoas mais velhas.

[...]

O ultraprocessamento torna os alimentos macios ou crocantes e mais palatáveis e acrescenta a eles mais sal e açúcar, propriedades que estimulam as pessoas a comer mais depressa, sem dar tempo para o intestino enviar ao cérebro os sinais que inibem a fome à medida que comemos.

Eles estão associados à redução dos níveis de PYY, um mediador produzido no intestino para induzir saciedade. Ao mesmo tempo, provocam aumento dos níveis de grelina, mediador produzido no estômago para aumentar a fome.

[...]

A educação será o caminho para lidarmos com essa ameaça à saúde pública. Proibi-los é inviável, taxá-los com impostos mais pesados não é fácil: são práticos, acessíveis e relativamente baratos, num país em que milhões de pessoas convivem com a fome.

VARELLA, Drauzio. Os alimentos ultraprocessados e a nossa saúde. Folha de S.Paulo, São Paulo, 9 maio 2024. Ilustrada, C3.

Pensar e compartilhar

1. O documento Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas foi elaborado coletivamente por profissionais especialistas no tema. Em relação ao trecho apresentado, responda:

a) Que partes compõem os excertos lidos?

b) Analisando os trechos, é possível notar que cada uma das partes apresenta determinado objetivo comunicativo. Que objetivos são esses?

2. Embora as partes que compõem o Marco de Referência apresentem objetivos específicos, elas têm fundamentos comuns e integram um todo.

a) Que fundamento perpassa as duas partes do documento?

b) Considerando esse fundamento, a leitura do excerto e as informações sobre o Marco de Referência , o que é possível supor sobre a perspectiva presente nesse documento no que se refere à alimentação?

2. b) Espera-se que os estudantes infiram que o documento compreende a alimentação em um sentido amplo, em uma perspectiva social, sem a reduzir à dimensão biológica.

1. a) As partes são: “Conceito de educação alimentar e nutricional” e “Princípios para as ações de educação alimentar e nutricional”.

1. b) Na parte intitulada “Conceito de educação alimentar e nutricional”, a finalidade é apresentar o conceito de EAN. Na seguinte, expõem-se as conexões entre as concepções norteadoras das ações de educação alimentar e os processos históricos e culturais.

2. a) O fundamento de que a alimentação se reveste de múltiplas dimensões, integrando conhecimento científico e popular, além de ser expressão de processo históricos e intercâmbio cultural entre povos.

HIPERlINK

Ao longo do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas, há menção às escolhas alimentares voluntárias. Em artigo publicado no periódico da Revista Brasileira Multidisciplinar , intitulado “Escolhas alimentares brasileiras: do que estamos falando”, são analisadas as motivações que as embasam e o impacto que provocam na saúde da população. O artigo está disponível em: https://revistarebram. com/index.php/ revistauniara/article/ view/1522 (acesso em: 30 ago. 2024).

Não escreva no livro.

3. O artigo de opinião ( Texto 2) apresenta uma abordagem que dialoga com a temática desenvolvida no Texto 1.

3. a) O artigo de opinião aborda o consumo de alimentos ultraprocessados e os impactos deles na saúde humana.

a) Que problema é abordado prioritariamente no artigo de opinião?

b) De que forma essa abordagem se conecta ao Texto 1?

4. No início do artigo de opinião, é apresentado um dado estatístico.

4. a) Ao apresentar a porcentagem de consumo de alimentos ultraprocessados no Brasil e nos Estados Unidos, o articulista

a) Qual é a relevância da inserção dessa informação nessa parte do texto?

b) A pós a apresentação de dados, explicita-se no texto uma diferença entre os alimentos ultraprocessados e os processados, ou minimamente processados. Em que consiste essa diferença?

5. Após a indicação das diferenças sobre o processamento dos alimentos, são introduzidas informações acerca de dois estudos relacionados aos impactos dos ultraprocessados na saúde das pessoas.

a) Quais foram as conclusões obtidas nesses estudos?

b) Diante dos resultados obtidos nas pesquisas mencionadas, qual é o efeito de sentido construído pela inserção dessas informações no texto?

6. Ao fim do artigo de opinião, é apresentado ao leitor o posicionamento do articulista em relação à problemática abordada no texto.

6. a) De acordo com o articulista, os alimentos ultraprocessados são mais práticos, acessíveis e relativamente baratos, de modo que seria complexo diminuir o

a) Há , nesse posicionamento, um paradoxo. Qual é ele?

b) Como o paradoxo apresentado pelo articulista se conecta à abordagem presente no Texto 1?

6. b) A problemática do consumo dos alimentos ultraprocessados está associada a questões sociais. Dessa forma, a existência de políticas públicas relacionadas à alimentação pode contribuir para diminuir o consumo desses produtos. consumo desses produtos em um país em que muitos convivem com a fome.

Sequências textuais expositivas na construção da argumentação

7. O excerto lido do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas é organizado por meio da apresentação de várias explicações a respeito do conceito de EAN e dos princípios referentes ao tema tratado.

a) Qual é a finalidade dessas explicações?

7. a) Elas pretendem esclarecer o interlocutor sobre o conceito de educação alimentar e nutricional e as abordagens relacionadas a ela. chama a atenção do leitor para a amplitude do problema abordado no artigo de opinião.

b) E ntendendo que as sequências textuais podem ser narrativas, argumentativas, expositivas, descritivas ou injuntivas, qual delas é predominante no texto? Explique.

8. Leia os trechos a seguir, presentes no Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas e referentes ao contexto de elaboração e aos objetivos do documento.

2. O Contexto de Elaboração do Marco de Referência

A EAN é um campo de ação da Segurança Alimentar e Nutricional e da Promoção da Saúde e tem sido considerada uma estratégia fundamental para a prevenção e controle dos problemas alimentares e nutricionais contemporâneos. Entre seus resultados potenciais identifica-se a contribuição na prevenção e controle das doenças crônicas não transmissíveis e deficiências nutricionais, bem como a valorização das diferentes expressões da cultura alimentar, o fortalecimento de hábitos regionais, a redução do desperdício de alimentos, a promoção do consumo sustentável e da alimentação saudável.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas. Brasília, DF: MDS, 2012. p. 13. Disponível em: www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/marco_EAN.pdf. Acesso em: 7 set. 2024.

8. a) Sim. Espera-se que os estudantes observem que o documento apresenta uma visão ampliada sobre a alimentação, não restrita a aspectos biológicos. Dessa forma, assume-se um posicionamento diante do fato de a educação alimentar e nutricional

3. Objetivos do Marco de Referência

estar relacionada a uma prática social, integrando as dimensões biológica, sociocultural, ambiental e econômica, por exemplo.

O Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas tem o objetivo de promover um campo comum de reflexão e orientação da prática, no conjunto de iniciativas de Educação Alimentar e Nutricional que tenham origem, principalmente, na ação pública, e que contemple os diversos setores vinculados ao processo de produção, distribuição, abastecimento e consumo de alimentos.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para as Políticas Públicas. Brasília, DF: MDS, 2012. p. 15. Disponível em: www.cfn.org.br/wp-content/uploads/2017/03/marco_EAN.pdf Acesso em: 7 set. 2024.

a) Tendo em vista o contexto de elaboração do Marco de Referência , pode-se afirmar que há alguma tomada de posição em relação ao tema tratado no documento? Explique.

b) O documento tem como propósito predominante apresentar informações ou motivar a realização de ações por parte do interlocutor e dos agentes públicos? Como você chegou a essa conclusão?

c) D e acordo com a resposta apresentada no item a e com a identificação do propósito do documento solicitada no item b, pode-se concluir que o Marco de Referência tem viés argumentativo? Por quê?

9. No artigo de opinião ( Texto 2), apresentam-se dados e são fornecidas explicações a respeito deles.

a) Pensando no texto como um todo, predominam nele sequências textuais narrativas, argumentativas, expositivas, descritivas ou injuntivas? Explique.

b) Qual é a finalidade comunicativa do artigo de opinião?

9. b) Divulgar a dimensão da problemática sobre o consumo de alimentos ultraprocessados e defender que a educação é uma das formas de diminuir o consumo de tais produtos.

c) O a rtigo de opinião é um gênero relacionado à esfera da argumentação. Nesse caso, como se explica a predominância das sequências textuais indicadas no item a?

Conforme percebido nos textos em estudo, as explicações e as apresentações de dados, conceitos, princípios, entre outros, constituem sequências expositivas que podem estar presentes em produções de diversos gêneros textuais. No caso de textos de gêneros relacionados diretamente à esfera do argumentar, como são os artigos de opinião e as redações do Enem, sequências desse tipo podem ser utilizadas como recurso argumentativo, mediante a apresentação de informações e a formulação de explicações, conferindo legitimidade ao texto.

EU E O MUNDO

Contexto social e escolhas alimentares

Nos textos lidos, foi possível perceber como fatores sociais estão relacionados à alimentação. Em face da desigualdade social no Brasil e pautando-se em perspectivas individuais, converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. É sempre possível realizar escolhas alimentares? Que fatores impactam esse processo de seleção e o modo de utilização dos alimentos?

2. Você consegue realizar escolhas alimentares em seu dia a dia? Comente como esse processo ocorre e/ou o que dificulta essa seleção.

A alimentação é um fenômeno social, e diversos fatores impactam as escolhas alimentares.

1 e 2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes possam compartilhar suas visões sobre o impacto das desigualdades socioeconômicas na alimentação das famílias e dos indivíduos, bem como relatem suas experiências em relação à alimentação.

Não escreva no livro.

l

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Advérbios e locuções adverbiais como operadores

argumentativos

Releia o trecho a seguir do artigo de opinião “Os alimentos ultraprocessados e a nossa saúde”.

Não escreva no livro.

1 No trecho em análise, há várias ocorrências de determinado advérbio.

a) Qual é esse advérbio? Identificando as situações de uso, que sentido esse advérbio expressa?

b) A utilização desse advérbio provoca que efeito de sentido nas informações e na opinião expressas nesse trecho? Explique.

1. a) É o advérbio mais. O sentido é de intensidade, porém há também a indicação de certa imprecisão nas informações. No trecho “[...] é suficiente para aumentar o risco de demência em pessoas mais velhas”, o uso do advérbio mais torna vaga a faixa etária a que se faz referência. 1. b) O uso do advérbio mais confere maior ênfase às informações e à opinião, intensificando a problemática abordada no artigo de opinião.

Uma pesquisa norte-americana publicada na revista Neurology, em julho de 2022, concluiu que um aumento de 10% no consumo de ultraprocessados é suficiente para aumentar o risco de demência em pessoas mais velhas.

O ultraprocessamento torna os alimentos macios ou crocantes e mais palatáveis e acrescenta a eles mais sal e açúcar, propriedades que estimulam as pessoas a comer mais depressa, sem dar tempo para o intestino enviar ao cérebro os sinais que inibem a fome à medida que comemos.

Eles estão associados à redução dos níveis de PYY, um mediador produzido no intestino para induzir saciedade. Ao mesmo tempo, provocam aumento dos níveis de grelina, mediador produzido no estômago para aumentar a fome.

A educação será o caminho para lidarmos com essa ameaça à saúde pública. Proibi-los é inviável, taxá-los com impostos mais pesados não é fácil: são práticos, acessíveis e relativamente baratos, num país em que milhões de pessoas convivem com a fome.

3 N o terceiro parágrafo do trechoem análise, usa-se uma locução adverbial de tempo.

a) O uso dessa locução adverbial indica a ocorrência concomitante de duas situações. Quais são elas?

b) Além da ideia de tempo, o que o uso dessa locução adverbial indica?

3. a) A redução de um mediador produzido no intestino para induzir a saciedade quando se consomem alimentos ultraprocessados e a ampliação dos níveis da grelina, mediador produzido no estômago para aumentar a fome.

3. b) O uso da locução adverbial ao mesmo tempo indica a ocorrência de duas situações em paralelo, concomitantemente, ampliando a problemática relacionada ao consumo de alimentos ultraprocessados.

2 Operadores argumentativos são elementos linguísticos cuja função se relaciona com a demonstração do direcionamento argumentativo de um texto. De acordo com essa afirmação, pode-se afirmar que o advérbio analisado atua como um operador argumentativo? Por quê?

2. Sim, pode-se considerar o advérbio mais como um operador argumentativo, pois, ao intensificar a problemática tratada no artigo de opinião, intensifica-se também a força da argumentação.

Advérbios e locuções adverbiais , além de expressar circunstância – de tempo, modo, intensidade, lugar, entre outros –, podem atuar como elemento modificador, potencializando ou atenuando a argumentação, ao assumir a função de operadores argumentativos . Há alguns advérbios e algumas locuções adverbiais que evidenciam essa função, como felizmente , certamente , evidentemente , lamentavelmente , muito , pouco , com certeza , sem dúvida , de forma alguma , por certo , entre outros. Contudo, advérbios e locuções adverbiais que, a princípio, não sugerem tão claramente uma orientação argumentativa também podem funcionar como operadores argumentativos de acordo com a situação de uso .

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O uso dos advérbios e das locuções adverbiais no processo argumentativo

Leia o trecho de um artigo de opinião sobre escolhas alimentares e responda às questões.

Ao discutirmos como melhorar os padrões de alimentação de uma população, uma das primeiras ideias que vem à cabeça é educação nutricional. Antes de tudo, quando falamos em ensinar as pessoas a comer, precisamos primeiro estar de acordo com o que significa comer corretamente. A regra básica da boa alimentação é variedade e moderação, mas educação nutricional vai muito além.

O papel da educação nutricional é possibilitar a autonomia nas escolhas alimentares, fornecendo uma compreensão abrangente de todos os alimentos dentro do contexto de uma dieta balanceada. Trata-se de incluir, não excluir, e reconhecer as necessidades únicas e variadas de cada indivíduo. Quando as pessoas são capacitadas com conhecimentos e habilidades, elas podem navegar pelo cenário diversificado de escolhas alimentares com confiança e prazer, levando a melhores resultados de saúde e a um relacionamento mais positivo com os alimentos.

[...]

Escolhas alimentares são decisões que indivíduos e famílias fazem sobre o que e como comer. Elas são influenciadas por fatores conscientes e inconscientes, e dependem da disponibilidade e acessibilidade dos alimentos, principalmente para pessoas de baixa e média renda. Mesmo com limitações, as preferências pessoais guiam como as pessoas comem. Fatores como custo, sabor, conveniência e saúde são importantes, mas são os valores culturais mais profundos que realmente definem como as pessoas decidem sobre sua alimentação. Esses valores incluem necessidades biológicas, interações sociais e a sobrevivência da civilização e são universais em todas as sociedades.

TERRA, Márcia. Consciência alimentar como ferramenta de escolha. Correio Braziliense, Brasília, DF, 5 jan. 2024. Opinião. Disponível em: www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2024/01/6780445-artigo-consciencia-alimentar-como-ferramenta-de-escolha.html. Acesso em: 7 set. 2024.

1. Nesse trecho, foi empregado um advérbio que possibilita delimitar o grupo social a que a autora faz referência. Qual é esse advérbio?

1. É o advérbio principalmente

2. Que efeito o uso do advérbio identificado na atividade anterior provoca do desenvolvimento argumentativo?

3. No trecho em análise, de que modo a locução adverbial de tempo antes de tudo contribui para o processo argumentativo em adição ao fato de expressar ideia de tempo?

2. O advérbio principalmente destaca os fatores econômicos envolvidos na escolha alimentar, chamando atenção do interlocutor para essa situação. MP

4. Identificando o uso dos advérbios e das locuções adverbiais e os sentidos expressos por eles no artigo de opinião, reescreva o texto, substituindo os termos por outros da mesma classe de palavras com efeito semelhante. Faça as adaptações necessárias.

5. No texto em análise, advérbios e locuções adverbiais atuam como operadores argumentativos. Diante desse uso, é possível afirmar que esses recursos textuais são adequados para serem empregados em redações do Enem? Por quê?

5. Sim, é possível utilizar esses operadores argumentativos em redações do Enem, porém deve-se atentar para o equilíbrio ao usá-los, evitando construir uma argumentação com marcas de subjetividade ou parcialidade.

Não escreva no livro.

#naprática

Artigo de opinião

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Os textos lidos anteriormente trazem informações, análises e pontos de vista sobre o conceito de alimentação e os fatores implicados na escolha de alimentos e na promoção à saúde. Para expressar o que você pensa a respeito dessas questões, propõe-se a escrita de um artigo de opinião sobre o seguinte tema: “Práticas de alimentação saudável e promoção da saúde”. Ao finalizar a produção, seu artigo será compartilhado com a turma.

Planejar

1. Para auxiliar na ampliação de repertório sobre o tema, pesquise outros artigos acadêmicos publicados na Scielo, a biblioteca virtual de revistas científicas brasileiras, disponível em: www.scielo.br. Estas são algumas orientações para realizar a busca na base de pesquisa:

• No campo destinado à busca, utilize palavras-chave ou expressões (entre aspas) relacionadas ao tema, como “alimentação saudável”, “saúde e alimentação”, “nutrição e saúde”, “práticas alimentares”, entre outras.

• Também é possível utilizar filtros para realizar a pesquisa, tais como “idioma”, “ano de publicação” e “área temática”. Esse recurso proporciona maior foco no processo de pesquisa, favorecendo a indicação de textos com maior probabilidade de estarem de acordo com os objetivos da proposta.

• Cada artigo científico publicado nessa base traz um resumo de seu conteúdo. A leitura dos resumos permite reconhecer se o enfoque desenvolvido no texto está em conformidade com as necessidades de sua pesquisa.

2. Feita a pesquisa, elabore seu projeto de texto, considerando os estudos envolvendo a articulação entre alimentação e saúde. Defina qual será o ponto de vista a ser defendido no artigo de opinião a ser escrito e quais argumentos serão desenvolvidos para sustentar esse posicionamento.

3. Atente-se à diversidade e à confiabilidade dos argumentos, verificando a possibilidade de utilizar diferentes estratégias.

4. Em relação à legitimidade das informações, cite as fontes de pesquisa e o ano de publicação, a fim de indicar a atualidade dos dados apresentados.

5. N o caderno, organize um esquema para o artigo de opinião, explicitando a estrutura e as partes que o compõem. Esse esquema auxiliará na organização e no desenvolvimento do texto.

MUNDO E EU

Insegurança alimentar

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o conceito de insegurança alimentar se aplica a situações temporárias ou permanentes em que se verifica falta de acesso a alimentos de qualidade ou em quantidade insuficiente para suprir as necessidades nutricionais de uma pessoa ou família. No Brasil, dados publicados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Segurança Alimentar – 2023, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada em 2023, revelam que 72,4% dos domicílios brasileiros apresentavam segurança alimentar, em 27,6% deles havia algum grau de insegurança alimentar e em 4,1% dos domicílios a insegurança alimentar era grave.

Considerando esses dados e as reflexões realizadas, converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. De que forma a situação social, sobretudo no Brasil, compromete uma política pública voltada à educação alimentar e nutricional?

2. Como os estudos sobre educação alimentar e nutricional podem contribuir para modificar o cenário de insegurança alimentar no Brasil?

2. Resposta pessoal. Professor, é importante que os estudantes percebam que os estudos sobre educação alimentar e nutricional, ao levarem em conta a dimensão biológica e social do indivíduo, podem favorecer tomadas de decisão mais coerentes em relação a aspectos culturais e às necessidades da população, de modo a se mostrarem mais efetivos em relação à diminuição da insegurança alimentar.

Não escreva no livro.

Escrever

1. No caderno, ou em um editor de texto, faça a primeira versão de seu artigo de opinião. Analise a organização dos parágrafos e das frases e o desenvolvimento das ideias.

2. Ao elaborar os períodos, atente à inserção de advérbios e locuções adverbiais que funcionem como operadores argumentativos e auxiliem no direcionamento da argumentação. No entanto, tenha em mente que esse uso deve ser equilibrado, a fim de evitar conferir um caráter subjetivo ao texto.

3. Ao escrever o texto, verifique a seleção e a precisão dos termos para evitar repetições e deixá-lo fluido, considerando o contexto de produção.

Advérbios e locuções adverbiais e o uso das vírgulas na construção do texto

O emprego de advérbios e locuções adverbiais ocorre com certa frequência em textos da esfera da argumentação. De acordo com a situação de uso, esses advérbios e essas locuções podem ser acompanhados por vírgulas. Os exemplos, retirados do artigo de opinião “Consciência alimentar como ferramenta de escolha”, comprovam isso.

Locuções adverbiais, em especial de tempo e lugar, quando posicionadas no início ou no meio da oração, solicitam a utilização de vírgula. Caso sejam termos de curta extensão – como hoje, pela manhã, agora, na cidade, entre outros –, esse uso é facultativo.

I – Antes de tudo, quando falamos em ensinar as pessoas a comer, precisamos primeiro estar de acordo com o que significa comer corretamente

Advérbios ou locuções adverbiais utilizados na posição padrão (ou seja, no fim da oração ou ao lado do verbo a que se referem) não necessitam de vírgula.

II – Elas são influenciadas por fatores conscientes e inconscientes, e dependem da disponibilidade e acessibilidade dos alimentos, principalmente para pessoas de baixa e média renda.

Nesse caso, a vírgula foi usada antes do advérbio a fim de denotar ênfase. A utilização de vírgulas em advérbios e locuções adverbiais depende da intenção comunicativa do enunciador, por isso é fundamental estar atento ao efeito de sentido que se pretende produzir e à promoção de coesão no enunciado.

Revisar

1. Ao revisar o texto, verifique se as vírgulas foram utilizadas adequadamente, em especial ao isolar advérbios ou locuções adverbiais.

2. Analise se o artigo de opinião está de acordo com o projeto de texto.

3. Confira se os argumentos estão elaborados adequadamente, com o uso de diferentes estratégias e dados provenientes de fontes legítimas.

4. Verifique se as sequências expositivas estão bem estruturadas e apresentam explicações coerentes.

5. Analise se os termos selecionados são precisos e adequados à situação de produção.

6. Certifique-se de que foram empregadas diferentes estratégias para evitar repetição de termos, de maneira a assegurar a fluidez do texto e o nível de formalidade adequado.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar seu artigo de opinião e verificar se os itens indicados foram cumpridos, elabore a segunda versão, realizando as alterações necessárias. Sob a orientação do professor, compartilhe os textos e comente o repertório mobilizado para elaborá-lo, assim como as estratégias argumentativas presentes nos artigos de opinião. Caso seja viável, verifique a possibilidade de participar de um espaço virtual em que os textos possam ser compartilhados, de modo que todos os estudantes da turma tenham acesso aos artigos produzidos.

Comportamento de risco: álcool e suas consequências

O consumo de bebidas alcoólicas é um tema que envolve questões de saúde, relações sociais, legislação e outras perspectivas tanto individuais como da vida em sociedade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo de álcool – em qualquer nível – pode causar mais de duzentas doenças, além de lesões resultantes de violência e acidentes de trânsito.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

A seguir, leia a proposta de redação do Enem 2013 e uma redação que teve o desempenho avaliado com nota máxima pela banca corretora. O tema da proposta de redação foi “Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”. O que você sabe a respeito dessa legislação?

Texto 1

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Qual o objetivo da “Lei Seca ao volante”?

De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), a utilização de bebidas alcoólicas é responsável por 30% dos acidentes de trânsito. E metade das mortes, segundo o Ministério da Saúde, está relacionada ao uso do álcool por motoristas. Diante deste cenário preocupante, a Lei 11.705/2008 surgiu com uma enorme missão: alertar a sociedade para os perigos do álcool associado à direção.

Para estancar a tendência de crescimento de mortes no trânsito, era necessária uma ação enérgica. E coube ao Governo Federal o primeiro passo, desde a proposta da nova legislação à aquisição de milhares de etilômetros. Mas para que todos ganhem, é indispensável a participação de estados, municípios e sociedade em geral. Porque para atingir o bem comum, o desafio deve ser de todos.

Disponível em: www.dprf.gov.br. Acesso em: 20 jun. 2013.

Disponível em: www.brasil.gov.br. Acesso em: 20 jun. 2013.

Disponível em: www.operacaoleisecarj. rj.gov.br. Acesso em: 20 jun. 2013 (adaptado).

Não escreva no livro.

Repulsão magnética a beber e dirigir

A lei da física que comprova que dois polos opostos se atraem em um campo magnético é um dos conceitos mais populares desse ramo do conhecimento. Tulipas de chope e bolachas de papelão não servem, em condições normais, como objetos de experimento para confirmar essa proposta. A ideia de uma agência de comunicação em Belo Horizonte foi bem simples. Ímãs foram inseridos em bolachas utilizadas para descansar os copos, de forma imperceptível para o consumidor. Em cada lado, há uma opção para o cliente: dirigir ou chamar um táxi depois de beber. Ao mesmo tempo, tulipas de chope também receberam pequenos pedaços de metal mascarados com uma pequena rodela de papel na base do copo. Durante um fim de semana, todas as bebidas servidas passaram a pregar uma peça no cliente. Ao tentar descansar seu copo com a opção dirigir virada para cima, os ímãs apresentavam a mesma polaridade e, portanto, causando repulsão, fazendo com que o descanso fugisse do copo; se estivesse virada mostrando o lado com o desenho de um táxi, ela rapidamente grudava na base do copo. A ideia surgiu da necessidade de passar a mensagem de uma forma leve e no exato momento do consumo. Disponível em: www.operacaoleisecarj.rj.gov.br. Acesso em: 20 jun. 2013 (adaptado).

INSTRUÇÕES:

O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na falha própria, em até 30 linhas.

A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “insuficiente”. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada com o tema proposto.

EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO. Prova de Redação e de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Prova de Matemática e suas Tecnologias. Caderno 5, Amarelo, Enem 2013. p. 2. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2013/dia2_ caderno5_amarelo.pdf. Acesso em: 17 set. 2024.

Texto 2

O volante, o lobo do homem

vestigial: relativo a vestígio, marca, indício.

Egoísmo, irresponsabilidade e traços mais do que meramente vestigiais de irracionalidade: essas são as únicas explicações cabíveis para tentar justificar o que leva uma pessoa que consome bebida alcoólica a dirigir e pôr em risco a sua e tantas outras vidas. A Lei Seca, que recentemente foi implantada no Brasil, tem o intuito de coibir a associação de álcool e direção, e de reduzir o número de mortes causadas por essa associação. Apesar de já mostrar alguns resultados, a lei demanda maior fiscalização, pois, é preciso eliminar a habitual certeza de impunidade que há no país.

Thomas Hobbes, filósofo inglês, dizia que o estado de natureza humano é um risco à sobrevivência da própria espécie, e que instituições que regulamentem o comportamento e as ações do homem são essenciais para evitar o caos e a extinção da humanidade. A Lei Seca é uma dessas instituições. Mesmo cientes de que o álcool como droga neurodepressora altera a capacidade de raciocínio, reflexo e de coordenação motora, muitos motoristas, por comodidade e falta de responsabilidade, não demonstram o mínimo apreço ou zelo pela vida quando decidem dirigir após terem consumido bebida alcoólica.

Apesar de já implantada a Lei Seca ainda não atingiu o seu potencial. É preciso que haja um compartilhamento de responsabilidades entre Estado e sociedade para que os objetivos dessa lei sejam alcançados com maior eficácia. O Estado precisa destinar mais verbas à fiscalização, colocar mais policiais equipados com etilômetros nas vias para que os transgressores da lei sejam devidamente punidos. Também fazem-se necessários investimentos em palestras públicas que mostrem a realidade e o sofrimento de famílias que perderam entes em acidentes relacionados ao uso de álcool, e os sobreviventes cujas sequelas trouxeram dificuldades crônicas para suas vidas. A Educação no

Trânsito deveria ser inserida na grade curricular obrigatória das escolas para que crianças e adolescentes tenham contato e consciência das responsabilidades as quais é preciso ter como motorista, passageiro, ciclista ou pedestre.

Como dizia Hobbes, “o homem é o lobo do homem”. Portanto, a Lei Seca é um mecanismo essencial para que o homem não se torne, ao mesmo tempo, predador e presa de sua própria espécie.

LEAL, Taíssa Gonçalves. O volante, o lobo do homem. In: CONFIRA exemplos de redações nota 1.000 do Enem 2013. UOL , São Paulo, 7 abr. 2014. Educação. Disponível em: https://educacao.uol.com.br/noticias/2014/04/07/confira-exemplos-de-redacoes-nota-1000-do-enem-2013.htm. Acesso em: 17 set. 2024.

Pensar e compartilhar

1. Cada um dos textos que compõem a coletânea que você leu apresenta uma perspectiva do tema “Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”.

a) Qual é o enfoque do primeiro texto?

1. a) No primeiro texto, explica-se o porquê da necessidade de implantar a Lei Seca no Brasil, tendo como embasamento os dados referentes a mortes e acidentes de trânsito relacionados ao uso de álcool.

b) N esse primeiro texto, foi utilizada a palavra etilômetro. Pesquise o significado desse termo e registre-o no caderno, de acordo com a situação de uso.

c) No mesmo texto, é mencionada a Lei no 11.705/2008. Faça uma pesquisa a respeito dessa lei e explique a que ela se refere.

d) Que relação pode ser estabelecida entre o texto presente na propaganda divulgada pela Polícia Rodoviária Nacional e o Ministério da Justiça e o que é informado no primeiro texto da coletânea?

e) No terceiro texto da coletânea, “Lei Seca em números”, que característica conecta todos os dados apresentados?

2. No último texto da coletânea (“Repulsão magnética a beber e dirigir”), comenta-se uma ação desenvolvida a fim de chamar atenção para o tema “consumo de álcool e direção de veículos”. Além de propiciar a formação de repertório, como esse texto pode favorecer os participantes do exame?

3. A introdução da redação nota 1.000 que você leu é organizada em três partes. A que cada uma delas se refere?

4. No desenvolvimento da redação, apresenta-se uma explicação dos impactos do álcool no corpo humano.

a) Qual é essa explicação?

b) De que forma essa explicação contribui para o desenvolvimento da argumentação?

c) Além dessa explicação, ao longo do processo de argumentação são apontadas possibilidades de atuação sobre o problema relacionado ao uso do álcool associado à condução de veículos. Em qual parágrafo essas indicações são majoritariamente feitas?

4. b) Ao apresentar conhecimentos científicos e fundamentação sobre as afirmações feitas no texto, a autora conferiu maior credibilidade ao processo argumentativo. 4. c) Essas indicações são feitas majoritariamente no terceiro parágrafo.

d) Entre as propostas apresentadas, qual estabelece conexão direta com o que é indicado na tese? Explique.

5. Embora se trate de uma redação que obteve nota máxima no Exame Nacional do Ensino Médio, ao longo do texto se notam alguns desvios da norma-padrão.

a) No parágrafo inicial, que desvio pode ser observado em relação à inserção indevida de vírgula? Explique.

b) Em um dos desvios em relação ao uso das vírgulas, a autora do texto deixou de inseri-la no início de um dos parágrafos. Identifique em qual frase do texto isso ocorre e explique o porquê de ser considerado um desvio da norma-padrão.

c) No texto, há, ainda, um desvio da norma-padrão referente à colocação do pronome apassivador se . Em que trecho esse desvio ocorre? Como ele poderia ser reescrito com vistas a evitá-lo?

d) Os desvios gramaticais identificados na redação provocaram algum efeito em relação à organização das ideias desenvolvidas no texto? Explique.

5. d) Espera-se que os estudantes percebam que os desvios não impactam na organização, na compreensão das ideias expostas ou na defesa dos argumentos, mas sofrem penalização na Competência I.

Não escreva no livro.

Entre os critérios de correção da redação do Enem, a competência 1 relaciona-se à demonstração de excelente domínio da modalidade formal da língua portuguesa e de escolha de registro . Os desvios gramaticais ou de convenções da escrita são aceitos somente de forma excepcional, sem caracterizar reincidência. A redação lida, mesmo com os desvios identificados, foi avaliada com nota máxima em todas as competências. Deve-se atentar ao fato de que o número de desvios aceitos para se obter a nota máxima na competência 1 pode variar conforme critérios estabelecidos pela instituição responsável pelo exame. Assim, deve-se evitar qualquer situação de desvio ao elaborar o texto.

Argumento de autoridade: possibilidades de articulação textual

6. No desenvolvimento da redação, a participante fez referência a um pensamento desenvolvido pelo matemático, teórico político e filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679).

a) De acordo com a redação, como esse pensamento pode ser sintetizado?

b) Além da explicação contida no desenvolvimento do texto, há na redação outras duas referências a esse pensamento de Thomas Hobbes. Em que situações elas ocorrem?

c) Como tais referências se conectam ao pensamento de Hobbes?

6. b) As referências ao pensamento de Hobbes ocorrem no título e no parágrafo final da redação.

d) D iante das referências à ideia desenvolvida pelo pensador Thomas Hobbes feitas ao longo da redação, qual é o efeito de sentido obtido no que tange à construção da argumentação?

7. Considerando a proposta de redação em face do texto produzido, responda:

a) Como a participante do Enem conseguiu desenvolver o processo argumentativo incluindo a referência a Thomas Hobbes?

7. a) A participante fez uso de repertório próprio, desenvolvido ao longo de seu processo de formação, pois não há referência a esse pensador nos textos motivadores.

b) Qual é a relação entre a referência utilizada pela autora da redação e a tese apresentada no texto?

MP

c) Ao mobilizar o repertório e a relação estabelecida entre essa referência e a tese, que competências concernentes à redação do Enem a participante contemplou?

MP

O uso de repertório construído durante a formação escolar é fundamental no processo argumentativo a ser utilizado em redações do Enem. No texto analisado, a participante fez uso produtivo do argumento de autoridade, aplicando-o ao desenvolvimento textual, empregando-o como fundamento para a tese defendida. O uso desse tipo de argumento pode ser bastante favorável, porém é necessário que ele esteja articulado à tese exposta e ao desenvolvimento textual como um todo.

EU E O MUNDO

Não escreva no livro.

Na proposta de redação e no texto elaborado pela participante do Enem, são abordadas diversas situações relacionadas ao consumo de álcool e a comportamentos de risco sem um recorte etário específico. Pense em comportamentos que você observa entre as pessoas com as quais convive e de conhecidos em geral. Depois, converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Em sua opinião, os adolescentes estão mais propícios a assumir comportamentos de risco, considerando o consumo de álcool e potenciais consequências? Por quê?

2. Você concorda com o pensamento de Hobbes de que “o homem é o lobo do homem”? Comente a razão de seu posicionamento.

Comportamentos de risco e adolescência 1 e 2. Respostas pessoais. Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

InTEGranDO COm

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

FILOSOFIA

Pacto social e poder soberano

A seguir, você vai ler a parte inicial de uma resenha crítica do livro Leviatã ou matéria, forma e poder de uma república eclesiástica e civil, escrito por Thomas Hobbes, e a capa de uma edição dessa obra, organizada pelo acadêmico inglês Richard Tuck (1949-).

Texto 1

“Leviatã” foi a obra-prima do autor inglês Thomas Hobbes, escrita em 1651, em meio a um contexto político conturbado. A Inglaterra passava por uma guerra civil, e [...] o país deixou de ser monarquia e passou a viver sob um regime republicano. O Leviatã foi muito influenciado por este quadro de instabilidade e conflitos. O livro é dividido em 4 partes, selecionadas pela temática, de modo a torná-lo mais didático.

[...]

De acordo com o autor, a socialização humana seria fruto do pacto social, ou seja, a necessidade pela paz e proteção fez com que mulheres e homens passassem a viver em comunidades. Assim, o “Homem Artificial” seria o indivíduo que passou a viver em sociedade e cedeu parte de seus direitos de defesa para o Estado, além de aceitar seguir as leis desta instituição. Desse modo, o autor defende a ideia de pacto: a sociedade como um todo concederia todos os seus direitos naturais a um ser ou conjunto de seres humanos que concentrariam todo o poder e defenderiam os interesses do grupo, e isso originaria o Estado, que o autor denomina de Leviatã.

SILVA, Marianna Fernandes Batista. Resenha crítica do livro O Leviatã, Thomas Hobbes. Neari em revista, [s. l.], v. 3, n. 3, 2017. Disponível em: https://revistas.faculdadedamas.edu.br/index.php/neari/article/view/519/456. Acesso em: 19 set. 2024.

Texto 2

1. O nome Leviatã refere-se originalmente a uma figura mítica sobrenatural, um monstro marinho, símbolo do caos e do mal.

1. O nome Leviatã tem diversos significados. Pesquise em um dicionário ou em um site voltado a estudos históricos e explique a que esse substantivo faz referência.

2. Agora, observe a capa do livro. Que elementos presentes nela remetem à ideia de poder e ordem?

3. Na resenha, é apresentada uma breve explicação a respeito da ideia geral desenvolvida e defendida na obra.

a) De modo geral, qual é a ideia defendida por Hobbes?

b) Q ue relação pode ser estabelecida entre a imagem da capa do livro e a ideia defendida por Hobbes apresentada na resenha?

c) Como é possível relacionar o significado do título da obra, apontado na resenha crítica, à representação que compõe a capa do livro?

Capa do livro Leviatã ou matéria, forma e poder de uma república eclesiástica e civil, de Thomas Hobbes.

3. c) De acordo com a explicação contida na resenha, o Leviatã seria o Estado, e a capa do livro indica o poder soberano e centralizador desse ser. Esse poder, soberano em relação a todos, é papel do Estado, personificado pela figura do rei, ligado por isso à imagem do Leviatã.

Não escreva no livro.

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Conjunções e relações de sentido

Releia o trecho a seguir da redação analisada anteriormente.

Egoísmo, irresponsabilidade e traços mais do que meramente vestigiais de irracionalidade: essas são as únicas explicações cabíveis para tentar justificar o que leva uma pessoa que consome bebida alcoólica a dirigir e pôr em risco a sua e tantas outras vidas. A Lei Seca, que recentemente foi implantada no Brasil, tem o intuito de coibir a associação de álcool e direção, e de reduzir o número de mortes causadas por essa associação. Apesar de já mostrar alguns resultados, a lei demanda maior fiscalização, pois, é preciso eliminar a habitual certeza de impunidade que há no país.

Thomas Hobbes, filósofo inglês, dizia que o estado de natureza humano é um risco à sobrevivência da própria espécie, e que instituições que regulamentem o comportamento e as ações do homem são essenciais para evitar o caos e a extinção da humanidade. A Lei Seca é uma dessas instituições. Mesmo cientes de que o álcool como droga neurodepressora altera a capacidade de raciocínio, reflexo e de coordenação motora, muitos motoristas, por comodidade e falta de responsabilidade, não demonstram o mínimo apreço ou zelo pela vida quando decidem dirigir após terem consumido bebida alcoólica.

Não escreva no livro.

1. Conjunções são palavras que conectam orações ou termos de um mesmo enunciado, estabelecendo relações de sentido. Observando o texto em análise, responda:

a) Na segunda frase, iniciada por “A Lei Seca...”, é apresentada a associação entre dois termos que remetem a um comportamento de risco. Que termos são esses?

1. a) Os termos são álcool e direção.

b) Que conjunção estabelece a conexão entre esses dois termos? Que sentido ela expressa?

c) A mesma conjunção é utilizada para introduzir uma nova informação. Identifique-a.

d) A fim de evitar repetição e conferir maior precisão ao texto, que outra conjunção ou locução conjuntiva poderia ser utilizada, mantendo a relação de sentido pretendida?

1. d) Poderia ser usada a conjunção para ou as locuções conjuntivas de modo a, de maneira a, por exemplo.

2. Na parte final do primeiro parágrafo, é dada uma explicação em relação a uma demanda.

a) Que demanda é essa?

2. a) A demanda por maior fiscalização no que se refere à aplicação da Lei Seca.

b) Por que é importante atender a ela?

2. b) Porque é necessário eliminar a noção de impunidade existente no país.

c) Que conjunção é utilizada para conectar a demanda identificada pela autora à explicação sobre ela?

3. No segundo parágrafo, é apresentada de forma sintética uma ideia desenvolvida por Thomas Hobbes.

a) Essa ideia é associada a um objetivo. Identifique ambos: a ideia e a finalidade a ela associada.

b) Que conjunção é utilizada para expressar essa finalidade?

2. c) A conjunção pois é utilizada para conectar a demanda à explicação. MP 3. b) A conjunção para é utilizada para expressar essa finalidade.

Conjunções e locuções conjuntivas são utilizadas para conectar orações ou termos de uma mesma oração, estabelecendo relações de sentido entre as partes de um texto. Em alguns casos, elas relacionam ideias entre períodos. Para compreender a relação de sentido expressa por esses conectivos, deve-se analisar o contexto em que o termo foi utilizado.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Conjunções e locuções conjuntivas como mecanismos linguísticos para a construção da argumentação

1. Leia a seguir o trecho com a parte final da redação analisada.

Apesar de já implantada a Lei Seca ainda não atingiu o seu potencial. É preciso que haja um compartilhamento de responsabilidades entre Estado e sociedade para que os objetivos dessa lei sejam alcançados com maior eficácia. O Estado precisa destinar mais verbas à fiscalização, colocar mais policiais equipados com etilômetros nas vias para que os transgressores da lei sejam devidamente punidos. Também fazem-se necessários investimentos em palestras públicas que mostrem a realidade e o sofrimento de famílias que perderam entes em acidentes relacionados ao uso de álcool, e os sobreviventes cujas sequelas trouxeram dificuldades crônicas para suas vidas. A Educação no Trânsito deveria ser inserida na grade curricular obrigatória das escolas para que crianças e adolescentes tenham contato e consciência das responsabilidades as quais é preciso ter como motorista, passageiro, ciclista ou pedestre. Como dizia Hobbes, “o homem é o lobo do homem”. Portanto, a Lei Seca é um mecanismo essencial para que o homem não se torne, ao mesmo tempo, predador e presa de sua própria espécie.

a) No trecho, pode-se notar a repetição da conjunção para com o intuito de expressar finalidade e de uma conjunção indicativa de adição. Como essas repetições podem ser evitadas?

MP

b) Tendo em vista a situação de uso, qual é o sentido expresso pelas conjunções destacadas no último parágrafo da redação?

1. b) A conjunção como expressa conformidade, e a conjunção portanto indica conclusão.

c) Com base no processo argumentativo desenvolvido na redação, que situação justifica o uso dessas conjunções na parte final do texto?

2. Releia os dois parágrafos finais da redação, atentando para o uso das conjunções, para eventuais desvios relacionados ao uso dos sinais de pontuação e para a colocação pronominal, assuntos tratados na seção Pensar e compartilhar. Reescreva os dois parágrafos, fazendo os ajustes necessários e evitando a repetição de termos, em especial de conectivos. No parágrafo final, em que não há desvio ou repetição de palavras, troque os conectivos por outros de valor semelhante, a fim de ampliar as possibilidades de uso desses termos.

#naprática

Simulado da redação do Enem

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, em folha própria, em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4. 3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

Não escreva no livro.

Texto I

Não há consenso na literatura científica sobre o quanto seria beber com parcimônia, algo como um padrão de consumo sem repercussões negativas ou com impactos quase desprezíveis na saúde física e mental. Nas últimas décadas, alguns estudos sugeriam que o consumo de pequenas doses de álcool, geralmente vinho tinto, poderia ser benéfico ao coração, mas o tema permanece polêmico e hoje é contestado por muitos trabalhos. O pouco que se ganharia em termos de proteção cardiovascular seria anulado pelo aumento de probabilidade do surgimento de outras doenças [...].

A conclusão dominante de um conjunto de estudos e recomendações mais recentes é a de que não há dose, por pequena que seja, com risco zero à saúde. Quanto menor for a ingestão de álcool, menor o risco de desenvolver doenças relacionadas a esse hábito, como problemas no coração, alguns tipos de câncer, cirrose hepática, distúrbios mentais e alcoolismo, sofrer ou provocar acidentes e se envolver em violência física. Essa é a mensagem central da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de boa parte dos trabalhos científicos atuais. PIVETTA, Marcos. Limite considerado como consumo moderado de álcool cai no mundo. Pesquisa Fapesp, [s. l.], n. 327, maio 2023. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/limite-considerado -como-consumo-moderado-de-alcool-cai-no-mundo/#o-fim-do -paradoxo. Acesso em: 19 set. 2024.

III

Texto II

Seis em cada dez brasileiros são favoráveis ao aumento de impostos e do preço das bebidas alcoólicas como forma de reduzir o consumo e ajudar as pessoas a beber menos. A maioria (67%) considera barato o preço desses produtos. O apoio a outras medidas preventivas também é grande. Dois terços (66%) da população, por exemplo, defendem o aumento da idade legal para beber, 58% defendem a proibição de publicidade na TV, rádio e redes sociais e 57% são a favor da redução do horário em que bebidas alcoólicas possam ser compradas e consumidas.

A conclusão é de um levantamento nacional realizado pela Vital Strategies, organização internacional de saúde pública que atua em 73 países. Foram ouvidos 1.001 brasileiros com 18 anos ou mais, de modo a representar todo o país, entre 8 de março e 11 de abril deste ano [2024]. A margem de confiança é de 95%. [...]

COLLUCCI, Cláudia. Maioria é a favor de aumentar preço de bebida alcoólica para reduzir consumo, diz pesquisa. Folha de S.Paulo. São Paulo, 17 jun. 2024. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/ equilibrioesaude/2024/06/maioria-e-a-favor-de-aumentar-preco -de-bebida-alcoolica-para-reduzir-consumo-diz-pesquisa.shtml. Acesso em: 6 set. 2024.

COLLUCCI, Cláudia. Crescem taxas de mortes e de internações de mulheres por uso abusivo de álcool. Folha de S.Paulo, São Paulo, 26 jul. 2023. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2023/07/crescem-taxas-de-mortes-e-de -internacoes-de-mulheres-por-uso-abusivo-de-alcool.shtml. Acesso em: 19 set. 2024.

Texto IV

Quadro 2. Estratégias da indústria de bebidas alcoólicas para promover seus produtos e interferir em políticas públicas

ESTRATÉGIAS O QUE A INDÚSTRIA FAZ O QUE ACONTECE

Marketing persuasivo

Afirma ser publicamente comprometida com medidas voltadas para reduzir o acesso aos produtos por crianças e adolescentes (APISWA – ASIA PACIFIC INTERNATIONAL SPIRITS AND WINES ALLIANCE, [s. d.])

Minimiza a exposição de crianças e jovens à normalização e à glamourização (sentimento de pertencimento, autoestima, liberdade e felicidade) do consumo de álcool nas redes sociais e no espaço público (NOEL, Jonathan K.; SAMMARTINO; ROSENTHAL, 2020).

BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Bebidas alcoólicas no Brasil: disponibilidade, marketing e desafios regulatórios. Brasília, DF: MJSP. Caderno de Debates. p. 22. Disponível em: www.gov.br/mj/pt-br/ assuntos/sua-protecao/politicas-sobre-drogas/fiocruz-projeto-alcool-diagramacao-f-pagina-simples.pdf. Acesso em: 19 set. 2024.

Texto
EDITORIA

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A problemática do consumo abusivo de álcool no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Planejar

1. Elabore seu projeto de texto, considerando os estudos realizados, a leitura e a análise dos textos motivadores sobre a problemática do consumo de álcool, o tema solicitado na proposta, a seleção de enfoque a ser tratado na redação, as escolhas de argumentos e a estrutura na qual o texto será desenvolvido.

2. Certifique-se de que todos os itens abarcados no tema estão contemplados em seu processo argumentativo.

3. Atente à diversidade e à confiabilidade dos argumentos, verificando a possibilidade de utilizar diferentes estratégias, em especial o argumento de autoridade. Em relação à legitimidade das informações, priorize pesquisas encontradas em sites de órgãos como o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde. Também é recomendável acessar artigos disponibilizados na Biblioteca Eletrônica Científica SciELO.

4. No caderno ou por meio de um editor de texto digital, organize o esquema da redação, explicitando a estrutura e as partes que a compõem. Isso auxiliará você na organização e no desenvolvimento do texto.

O MUNDO E EU Não escreva no livro.

Compromisso social e valorização da vida

Em muitos momentos, as pessoas colocam a si mesmas e aos outros em situação de risco, como pode ocorrer como resultado da combinação de consumo de bebidas alcoólicas e direção de veículos. Sabe-se da importância de uma legislação efetiva em relação a esse tema, porém é necessário considerar também a necessidade de uma formação educacional voltada à cidadania e à valorização da vida. Diante das situações apresentadas, reflita sobre as questões a seguir e dialogue com os colegas e o professor.

1. De que maneira as políticas públicas podem favorecer uma formação voltada à valorização da cidadania, incluindo reflexões acerca dos direitos e dos deveres das pessoas?

2. Como é possível ampliar a problematização sobre o consumo abusivo do álcool e de outras substâncias prejudiciais às pessoas e à vida em comunidade?

Escrever

MP 2. Resposta pessoal. Possibilidade de resposta: Em espaços coletivos, presenciais e virtuais, podem-se levantar questões envolvendo o consumo abusivo de álcool, com vistas a ampliar o debate e a visibilidade dessa situação.

1. N o caderno, faça um rascunho da redação, observando a organização dos parágrafos e das frases e o desenvolvimento das ideias.

2. Ao elaborar os períodos, atente à formulação das orações e frases, bem como ao uso de conjunções e locuções conjuntivas, conforme a relação que pretende estabelecer e o efeito de sentido a ser atingido.

3. Apresente seus argumentos com clareza e desenvolva-os com coerência e coesão.

4. É pr eciso levar em consideração o cumprimento das cinco competências avaliadas na redação do Enem, em especial a competência 1, relativa ao uso adequado da norma-padrão da língua na escrita, e a competência 4, relacionada ao conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.

5. E screva sua proposta de intervenção de modo que ela forneça uma resposta plausível e embasada ao problema.

6. Ao escrever seu texto, verifique a seleção e a precisão dos termos, a fim de evitar repetições e de deixar o texto fluido, tendo em vista o contexto de produção.

DE OlHO NA lINGUAGEM

Usos e significados de porque/por que/por quê/porquê

I. A palavra porque – grafada junto e sem acento – é uma conjunção utilizada para conectar orações e estabelecer relação de causa (com o sentido de “já que”), explicação (com o sentido de “pois”) ou de finalidade (com o sentido de “para quê”).

Exemplo: As inscrições foram encerradas porque todas as vagas tinham sido preenchidas. (conjunção indicativa de causa)

II. O termo por que é a junção da preposição por e do pronome interrogativo que; tem o sentido de “por qual razão”. Também pode ser usado como a junção dessa mesma preposição e o pronome relativo que Nesse caso, assume o sentido de “pelo qual”.

Exemplos:

Por que o documento não foi entregue? (sentido de “por qual razão”)

Ninguém sabe a razão por que o documento não foi entregue. (sentido de “pelo qual”)

III. O termo por quê é também uma junção da preposição por e do pronome interrogativo que. É utilizado em final de frase.

Exemplo:

O documento não foi entregue por quê? (sentido de “por qual razão”)

IV. O termo porquê – grafado junto e com acento – é um substantivo.

Exemplo:

Todos desconhecem o porquê de o documento não ter sido enviado. (sentido de “motivo”, “razão”)

Revisar

1. Ao revisar seu texto, verifique se há repetição de conjunções ou locuções conjuntivas. Caso necessário, faça ajustes. Verifique também se foi feito uso da conjunção porque, observando o registro adequado do termo.

2. Analise se sua redação está de acordo com o projeto de texto.

3. Verifique se a redação cumpre as cinco competências referentes aos critérios de correção.

4. Observe se os argumentos foram elaborados adequadamente, com o uso de diferentes estratégias, em especial argumento de autoridade, e dados consultados em fontes legítimas.

5. Analise se os termos utilizados são precisos e adequados à situação de produção.

6. Certifique-se de que foram aplicadas diferentes estratégias para evitar a repetição de termos, de forma a assegurar a fluidez do texto e o nível de formalidade esperado.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar sua redação, verifique se os itens indicados foram cumpridos e reescreva-a, realizando as alterações necessárias. Sob a orientação do professor, forme um grupo com os colegas e façam a leitura compartilhada das produções. Nesse momento, aproveite e comente o uso das estratégias argumentativas adotadas, sobretudo do argumento de autoridade. Aproveite o momento de partilha e converse sobre as escolhas linguísticas realizadas, em específico sobre a diversidade de conjunções e locuções conjuntivas.

SABERES SOBRE A NATUREZA 5

Menino da etnia e aldeia Kamayura mostrando peixe na palma da mão. Parque Indígena do Xingu, Gaúcha do Norte (MT), 2023.

1. A posição do menino, centralizado na fotografia, e a perspectiva da imagem contribuem para esse destaque.

2. Ele une as mãos em forma concha para abrigar o peixe.

3. A relação é de integração: o menino está na água (possivelmente de um rio) e interage com o peixe, sem tirá-lo do próprio hábitat.

4. Sabidamente, os indígenas são profundos conhecedores da natureza, com a qual têm uma relação de integração e harmonia.

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

O foco desta unidade é a relação entre ser humano e meio ambiente. Embora dependente da natureza, em determinados contextos, as pessoas adotam atitudes que a prejudicam com o intuito de atender a objetivos e interesses individuais ou coletivos. Contudo, a indiferença e o confronto à natureza são nocivos à própria humanidade, sobre quem recaem os prejuízos causados ao meio ambiente, haja vista as mudanças climáticas e a poluição do ar e das águas. Assim, é necessário um esforço coletivo no sentido de equilibrar a relação entre o meio ambiente e a humanidade, entre o consumo e a conservação da natureza.

1. O menino e o peixe estão em destaque na fotografia. Que elementos contribuem para esse destaque?

2. Como o menino favorece o destaque ao peixe?

3. Que relação entre ser humano e natureza é possível depreender dessa imagem? Explique.

4. De que modo o menino indígena retratado na imagem simboliza os saberes sobre a natureza?

Apesar de haver cenários preocupantes na relação do ser humano com o meio ambiente, você vai conhecer possibilidades de revertê-los por meio de ações sustentáveis, que respeitam e colaboram com a conservação da natureza. Por meio das discussões e atividades propostas nesta unidade, você poderá ampliar seu conhecimento sobre esse tema e suas habilidades de leitura e de escrita, sobretudo a escrita argumentativa.

Não escreva no livro.
RICARDO TELES/PULSAR IMAGENS

Consumo e sustentabilidade

Se a publicidade pode ditar hábitos de consumo, hábitos de consumo também podem ditar processos produtivos. Nesse sentido, consumidores atentos a questões ambientais tendem a recusar produtos e serviços de empresas que não promovem a sustentabilidade, o que pode levar à reformulação da cadeia de produção. Por meio de uma carta aberta, um poema e um artigo de opinião, você vai se informar sobre esse tema cada vez mais relevante no mundo contemporâneo e discuti-lo com os colegas.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Você vai ler a seguir uma carta aberta e um poema que abordam a atividade de mineração no Brasil. Considerando a função social desses gêneros textuais e o tema que abordam, que reivindicação você associaria à carta aberta? Sobre o poema, que impressões e experiências do eu lírico poderiam ser mobilizadas?

Texto 1

Carta aberta: Alerta sobre os perigos do projeto do Novo Código da Mineração

Queremos, através desta carta, alertar a população brasileira para o grande risco que estamos correndo diante do Projeto de Código da Mineração da relatora Greyce Elias (Avante-MG).

Esse projeto, que não foi discutido com a sociedade civil, propõe que a mineração seja entendida como essencial à vida humana e de utilidade pública, facilitando sua prática no país.

Entendemos que o Novo Código da Mineração é bastante problemático, se apresenta como um infame muro que se constrói entre a sociedade e seu direito a um meio ambiente sadio, tendo como maiores pontos de atenção:

• Flexibilização da fiscalização das atividades minerárias pela Agência Nacional de Mineração (ANM), criando uma “aprovação tácita” dos empreendimentos caso a agência não se manifeste em 180 dias;

silencioso.

• Dispensa de licença ambiental para as atividades de pesquisa mineral que sejam genericamente definidas como destituídas de impacto ambiental;

• Limitação do poder de Estados e Municípios de aceitar ou não projetos minerários em seus territórios;

• Impossibilidade de demarcação de Unidades de Conservação, áreas de proteção ambiental, tombamentos e outras demarcações como Terras Indígenas, Comunidades Quilombolas e Assentamentos de Reforma Agrária, que sejam impeditivos à mineração nas regiões visadas pelas empresas;

• Legalização do garimpo, tornando o garimpeiro um Microempreendedor Individual (MEI) e isentando de licença ambiental a concessão da Permissão de Lavra Garimpeira;

• Ausência de punição para mineradoras e garimpeiros, não prevendo a perda do título quando for utilizado trabalho análogo à escravidão, trabalho degradante e/ou trabalho infantil e, outras infrações como sonegação de informações para pagar menos impostos, operação intencional fora da área de concessão e quando não se cumprirem os determinantes ambientais;

• Não aumento da arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), um dos únicos impostos pago pelas mineradoras e que é um dos mais baixos entre os países minerários.

tácito:
Não escreva no livro.

Diante disso, vemos que a proposta de mudança do Código reflete apenas os interesses do setor mineral e não agrega as necessidades da sociedade brasileira de proteção dos seus direitos e do meio ambiente. Corroboram os interesses de empresas transnacionais e seus megaprojetos de mineração, incluindo mineração a céu aberto, que tem afetado diversos territórios no Pampa, no Cerrado, na Amazônia e em diversos países da América Latina, além de garantir a continuidade do garimpo, que já demonstrou ser extremamente danoso para os ecossistemas, para as águas e para a saúde da população. Esses projetos são de MORTE e não de vida.

Não queremos que desastres como os de Brumadinho e de Mariana se propaguem pelo país. Nossos biomas estão em risco, nossa saúde está em risco, os modos de vida de populações tradicionais estão em risco. Deste modo, colocar a mineração como “atividade de utilidade pública, de interesse social, de interesse nacional e essencial à vida humana”, torna-se irresponsável e ilegítimo. Uma forma equivocada de conceber o desenvolvimento.

Os desastres ambientais vividos no país mostram o quanto a mineração é nociva a qualquer forma de produção das condições materiais de vida dos grupos sociais afetados. Devastadora de territórios, memória social, conhecimentos tradicionais e projetos de futuro de comunidades inteiras, compromete água, alimentação, produção, redes de cuidado e processos identitários de diferentes gerações. Sobretudo, retira perspectivas de crianças e jovens, ou seja, das futuras gerações.

Quem defende Megaprojetos de Mineração não vive nestes territórios, não sente o impacto de morte na sua vida e na vida dos seus. É sabido que impactos sociais e econômicos não são sentidos da mesma forma por todas e todos: a dor dos megaprojetos tem rosto, cor e gênero. A Frente “Elas na Luta contra a Megamineração” vem discutindo, de modo particular, como as mulheres dos diferentes grupos sociais são afetadas por esses projetos de morte. Suas rendas são destituídas, suas famílias deslocadas, seus filhos e filhas veem-se com dificuldades de adaptação escolar, suas autonomias (em todas as esferas do cotidiano) são arrancadas. Isso não lhes têm conferido melhoria de vida. É desumano que o Congresso Nacional venha a compactuar com o discurso posto neste Código. Não aceitamos esse retrocesso. Há uma trajetória de construção de legislações e normas que, a duras penas, têm tentado estabelecer um conjunto de procedimentos para garantir o mínimo de segurança dos empreendimentos minerários (e outros que possam ter impacto ambiental). Esta nova proposta renega todo este processo. O Estado precisa aperfeiçoar o controle em relação à mineração, e não o diminuir.

Utilidade pública é a VIDA, interesse social é a saúde de nossa população, a proteção dos nossos ecossistemas e dos nossos direitos.

Assinam esta carta:

Frente Elas na Luta contra a Megamineração na Pampa / Assembleia Permanente de Entidades em Defesa do Meio Ambiente – APEDeMA-RS / Associação Amigos do Gomeral (AAG) / Associação Terceira Via / Comitê de Combate à Megamineração no RS – CCM / Grupo de Pesquisa Tecnologia, Meio Ambiente e Sociedade – TEMAS/UFRGS / Sesunipampa – Seção Sindical dos Docentes da Unipampa / EcoLavras Bioma Pampa / Movimento Roessler para Defesa Ambiental / AIPAN –Associação Ijuiense de Proteção ao Ambiente Natural / Instituto Mira-Serra / União Protetora do Ambiente Natural – UPAN / Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural – AGAPAN / Instituto Econsciencia / Centro de Estudos Ambientais – CEA / DESMA/UFRGS – Núcleo de Estudos em Desenvolvimento Rural Sustentável e Mata Atlântica / Grupo de Pesquisa Tuna: gênero, educação e diferença – Unipampa/CNPq / Curso de Educação do Campo – Unipampa/Campus Dom Pedrito / Amigos da Terra Brasil / Amigos do Meio Ambiente – AMA Guaíba / Instituto Guaicuy / Projeto Manuelzão / São Sepé Sustentável

PROJETO Manuelzão et al. Carta aberta: Alerta sobre os perigos do projeto do Novo Código da Mineração. Projeto Manuelzão, Belo Horizonte, 30 nov. 2021. Disponível em: https://manuelzao.ufmg.br/carta-aberta-alerta-sobre -os-perigos-do-projeto-do-novo-codigo-da-mineracao/. Acesso em: 25 ago. 2024.

Texto 2

A montanha pulverizada

Chego à sacada e vejo a minha serra, a serra de meu pai e meu avô, de todos os Andrades que passaram e passarão, a serra que não passa.

Era coisa dos índios e a tomamos para enfeitar e presidir a vida neste vale soturno onde a riqueza maior é sua vista e contemplá-la.

De longe nos revela o perfil grave. A cada volta de caminho aponta uma forma de ser, em ferro, eterna, e sopra eternidade na fluência.

Esta manhã acordo e não a encontro.

Britada em bilhões de lascas deslizando em correia transportadora entupindo 150 vagões no trem-monstro de 5 locomotivas – o trem maior do mundo, tomem nota –foge minha serra, vai deixando no meu corpo e na paisagem mísero pó de ferro, e este não passa.

DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Boitempo: esquecer para lembrar. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. p. 51. E-book

Pensar e compartilhar

soturno: melancólico.

1. A carta aberta busca dar publicidade a uma opinião, e seu conteúdo é destinado à sociedade. O interlocutor costuma ser uma autoridade ou órgãos convidados a debater o assunto.

a) Na c arta aberta que você leu, que trecho do primeiro parágrafo indica se tratar de um conteúdo aberto à sociedade?

1. a) O trecho “Queremos, através desta carta, alertar a população brasileira”.

b) A c arta menciona uma autoridade pública. A quem a carta é destinada: à sociedade brasileira ou a essa autoridade? Explique.

2. A carta defende uma tese. Identifique-a e explique a relação que ela estabelece com o acesso público da carta aberta.

3. A carta é assinada por diversos signatários.

a) Como essa multiplicidade de signatários está representada no texto?

b) Quem são, em geral, os signatários da carta?

3. a) Está representada pela pessoa do discurso que conduz o texto: a primeira pessoa do plural (nós).

3. b) Os signatários da carta são, em geral, representantes de entidades que defendem o meio ambiente e de instituições de ensino, como universidades.

c) Considerando a quantidade de signatários e a área em que atuam, a assinatura da carta interfere no poder reivindicatório dela? Explique.

d) Você seria um signatário dessa carta? Por quê?

3. c) Sim. Composta de diversos signatários que representam instituições de prestígio, como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a assinatura contribui para fortalecer o poder reivindicatório da carta.

3. d) Resposta pessoal. O objetivo da questão é explorar o alinhamento (total, parcial ou nulo) dos estudantes com o conteúdo da carta.

Não escreva no livro.
MARINA

4. O pronome minha e o pronome meu (empregado duas vezes) demonstram a relação particular do eu lírico com a serra, que é parte da história da família dele.

4. Na primeira estrofe do poema de Carlos Drummond de Andrade, há alguns pronomes possessivos. O que eles demonstram sobre a relação do eu lírico com a serra que ele observa da sacada?

5. Na segunda estrofe do poema, observe a forma verbal tomamos, empregada na primeira pessoa do plural.

a) Ela se refere a que ação sistemática na História do Brasil?

5. a) Ela se refere à tomada de terras dos povos originários.

b) Considerando essa referência, explique o efeito de sentido gerado pelo alargamento de perspectiva da primeira pessoa do singular para a primeira pessoa do plural.

MP

6. O verbo passar é empregado na primeira e na última estrofe do poema.

a) No contexto, qual é o sentido desse verbo?

6. a) No contexto do poema, o sentido do verbo passar é o de mostrar que algo é efêmero, transitório.

b) Com base nesse sentido, que diferença é possível inferir entre os Andrades e a serra?

6. b) Os Andrades são efêmeros e a serra é eterna.

c) Que acontecimento narrado na última estrofe suspende essa diferença?

6. c) A destruição da serra, “Britada em milhões de lascas”.

d) Considerando a relação entre os Andrades e a serra, comente o impacto causado por esse acontecimento no eu lírico.

7. O poema cita o substantivo riqueza .

6. d) A destruição da serra é a destruição de uma memória familiar, de uma paisagem afetiva.

a) Quais são os dois sentidos de riqueza empregados no poema?

MP

b) Como essa diferença de sentidos se relaciona ao acontecimento que norteia o poema?

8. Releia um trecho da carta aberta.

7. b) O modo como a mineradora entende a riqueza do vale é o que determina a pulverização da serra, sobrepondo-se, portanto, ao entendimento de riqueza imaterial do eu lírico em relação ao lugar.

[...]. Devastadora de territórios, memória social, conhecimentos tradicionais e projetos de futuro de comunidades inteiras, compromete água, alimentação, produção, redes de cuidado e processos identitários de diferentes gerações.

• E mbora o foco do tema da mineração na carta seja outro, esse trecho converge com a perspectiva apresentada no poema. Explique essa afirmação.

8. O ponto de convergência com o poema é a devastação da memória social provocada pela mineração, perspectiva íntima, lírica, que norteia o poema.

#fiCAADiCA

Boitempo é o nome da série memorialística de poemas de Carlos Drummond de Andrade. Foi publicada entre 1968 e 1979, composta de três livros: Boitempo: (in) memória (volume I), Boitempo: menino antigo (volume II) e Boitempo: esquecer para lembrar (volume III). O poema “A montanha pulverizada”, que você leu e analisou, foi originalmente publicado no terceiro volume da série. Em 2023, essa série foi republicada em dois volumes pela editora Record.

Capa do livro Boitempo II: esquecer para lembrar, da editora Record.

Novo Código de Mineração

Em 10 de novembro de 2021, o projeto de lei para um Novo Código de Mineração foi apresentado na Câmara dos Deputados. Em 1o de dezembro, a relatora desse projeto apresentou uma nova versão do texto, em que recuou da proposta inicial de retirar de estados e municípios o poder de decisão sobre a extração mineral, porém o projeto foi arquivado e não chegou a se tornar lei. Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei em: https://www. camara.leg.br/noticias/ 573454-SAIBA-MAIS -SOBRE-A-TRAMITACAO -DE-PROJETOS-DE-LEI. Acesso em: 28 ago. 2024.

Capa do livro Boitempo I: menino antigo, da editora Record.

SAIBA MAIS

HIPERlINK

Na carta aberta, menciona-se o Novo Código da Mineração, pois, quando o projeto foi apresentado, o código vigente no Brasil era de 1967. Com um colega, pesquise os desdobramentos da legislação da mineração no Brasil e respondam às questões a seguir. Registrem os dados pesquisados e compartilhem o resultado da pesquisa com a turma.

1. O código de 1967 ainda está vigente?

2. Houve novos projetos de lei após essa tentativa de 2021 apresentada no texto da carta? Em caso afirmativo, quais foram as propostas e qual foi o processo de tramitação delas?

1. Sim, esse código continua vigente.

2. Sim, houve uma nova proposta de alteração do Código da Mineração por meio do Projeto de Lei no 957/2024, que, em abril desse ano, estava em análise na Câmara dos Deputados. Fonte de pesquisa: www.camara.leg.br/ noticias/1049643-projeto -que-altera-legislacao-sobre -mineracao-esta-pronto-para -ser-analisado-pelo-plenario. Acesso em: 30 set. 2024.

Argumento por exemplificação: o fato em favor de um princípio

9. Releia este trecho da carta aberta e responda às questões a seguir.

Não queremos que desastres como os de Brumadinho e de Mariana se propaguem pelo país. Nossos biomas estão em risco, nossa saúde está em risco, os modos de vida de populações tradicionais estão em risco. Deste modo, colocar a mineração como “atividade de utilidade pública, de interesse social, de interesse nacional e essencial à vida humana”, torna-se irresponsável e ilegítimo. Uma forma equivocada de conceber o desenvolvimento.

Os desastres ambientais vividos no país mostram o quanto a mineração é nociva a qualquer forma de produção das condições materiais de vida dos grupos sociais afetados.

a) Esse trecho da carta se opõe a que ideia defendida pelo Novo Código da Mineração?

b) Que princípio geral é usado para contrariar essa ideia?

c) Que fatos ocorridos no país são usados para embasar esse princípio geral?

9. c) Os desastres ambientais de Brumadinho e de Mariana, no estado de Minas Gerais.

d) Os acontecimentos citados precisariam ser descritos. Que informações seriam importantes para caracterizá-los?

e) Como a falta de informações sobre os fatos mencionados na carta impacta a argumentação?

f) Faça uma breve pesquisa sobre os desastres ocorridos em Brumadinho e em Mariana e levante informações essenciais para caracterizar cada um deles.

9. f) Resposta pessoal. Para a pesquisa, oriente os estudantes a consultar fontes seguras.

g) Com os dados coletados, reescreva o trecho da carta caracterizando os acontecimentos que embasam a argumentação.

No argumento por exemplificação, usam-se fatos concretos para construir um princípio geral que visa comprovar uma tese.

EU E O MUNDO

Natureza e memória afetiva

A serra de que trata o poema “A montanha pulverizada” está relacionada à memória pessoal do eu lírico. É a serra vista da sacada de sua casa, a serra dele e “de todos os Andrades que passaram”. Desse modo, a cena final é também a implosão de uma parte da memória do eu lírico. Converse com os colegas sobre a relação entre natureza, afeto e memória.

1. Há alguma paisagem ou algum lugar da natureza que tenha para você um valor afetivo, memorialístico?

2. Se sim, qual é esse lugar? Ele permanece intacto ou sofreu alguma mudança significativa como a serra citada no poema?

3. Em sua opinião, uma lei sobre a mineração deveria levar em conta a memória social das áreas pretendidas para a exploração mineral ou o fator econômico deve ser preponderante?

3. Resposta pessoal. O objetivo é que, ao responder a essa questão, os estudantes mobilizem não só a visão particular deles, mas levem em conta igualmente os conteúdos da carta e do poema.

Não escreva no livro.
Não escreva no livro.

As preposições na construção dos sentidos do texto Leia, a seguir, o trecho inicial de uma notícia sobre consumo e sustentabilidade, prestando atenção aos termos em destaque. Depois, responda às questões.

Não escreva no livro.

1 No primeiro parágrafo, há uma preposição empregada duas vezes. O sentido, nas duas ocorrências, é o mesmo? Explique.

1. Não. Na primeira ocorrência, o sentido é de participação e, na segunda, de propósito.

Os impactos ambientais e a sustentabilidade são cada vez mais considerados pelos consumidores ao redor do mundo, é o que aponta a pesquisa Future Consumer Index, da EY, realizada com 21.000 entrevistados de 27 países. Entre os brasileiros, por exemplo, 73% estão profundamente preocupados com a fragilidade do planeta, isto é maior do que a média global de 64%. Já 35% esperam que a mudança climática piore nos próximos 6 meses, versus 43% globalmente.

4 Que preposições em destaque no texto conferem o sentido de tempo?

4. As expressões nos e após

2 A notícia apresenta dados de uma pesquisa. O emprego da preposição entre contribui para apresentar que característica típica de pesquisas estatísticas?

2. Essa preposição contribui para apresentar segmentos da pesquisa; neste caso, delimita o segmento dos brasileiros.

O que chama a atenção também é que a maior parte dos entrevistados no país dizem adotar a sustentabilidade como estilo de vida, quando 60% acreditam que comprar e se comportar de forma sustentável é um princípio de vida e 71% pretendem prestar mais atenção ao impacto ambiental de seu consumo no futuro.

A preocupação com o meio ambiente também se reflete em ação e mudanças de comportamentos dos brasileiros. Isto porque 77% afirmam usar sacolas reutilizáveis, 93% tentam economizar água, 73% tentam reduzir as emissões e 80% reciclam/reaproveitam produtos após o uso.

Consumo e sustentabilidade

3 Substitua a preposição versus , em destaque no primeiro parágrafo, por outra de sentido equivalente.

3. Contra.

Em relação ao consumo, 46% estão dispostos a pagar mais por produtos feitos de maneira sustentável, 66% tomam decisões de compra com base no impacto ambiental de um produto ou serviço, 68% tomam decisões de compra com base no impacto ético de um produto ou serviço e 73% estão mudando para alternativas sustentáveis nos produtos que compram.

Os números são próximos da escala global, que ficam em 42%, 60%, 58% e 60%, respectivamente. FILIPPE, Marina. Preocupação dos brasileiros com o planeta afeta consumo e 73% estão mudando para opções sustentáveis. Exame, [s. l.], 21 nov. 2023. Disponível em: https://exame.com/esg/ preocupacao-dos-brasileiros-com-o-planeta-afeta-consumo-e-73 -estao-mudando-para-opcoes-sustentaveis/. Acesso em: 12 ago. 2024.

5 A l ocução prepositiva em relação a introduz o trecho após o intertítulo.

a) Que aspecto da pesquisa ela apresenta?

b) Como essa locução prepositiva contribui para a coesão textual? MP

5. b) Ao introduzir um elemento novo, essa locução prepositiva contribui para organizar, no texto, os variados segmentos da pesquisa.

6 O t recho apresenta outra locução prepositiva: com base no

a) A que ação dos participantes da pesquisa essa locução prepositiva se relaciona?

b) Qual é a contribuição dessa locução prepositiva para divulgar essa ação? MP MP

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

O valor semântico das preposições na elaboração dos argumentos

Leia, a seguir, um trecho de um artigo de opinião sobre consumo consciente publicado em um jornal e responda às questões.

Precisamos falar de consumo consciente

A cobrança em torno dos grandes geradores de lixo levantou a necessidade de outra discussão importante em Campo Grande: a produção desenfreada de lixo e o descaso com que temos tratado esse assunto. Recentemente, Mato Grosso do Sul foi considerado o estado mais arborizado do País. Somos conhecidos pelas belezas naturais e, embora não esteja entre os principais pontos turísticos do Estado, a Capital também é caracterizada por seus belos parques e arborização. Mesmo assim, estamos longe de nos tornar uma capital sustentável no que se refere a resíduos sólidos. Pelo contrário. Apesar de sermos um dos poucos municípios brasileiros que têm a coleta seletiva implantada, ela está muito aquém do seu propósito. Em Campo Grande, são produzidas diariamente 900 toneladas de lixo. Deste total, estima-se que só 2% é destinado à reciclagem. Ou seja, das 24 mil toneladas de lixo produzidas mensalmente na Capital, só 500 toneladas são, de fato, encaminhadas para reciclagem. O restante vai parar em aterros. Este número chega a ser inferior ao do restante do Brasil, que estima reciclar o insignificante índice de 3%.

Para comparar o quão irrisório é este número, o sistema de reciclagem da Suécia atingiu 99% de todo o lixo, funcionando tão bem que, por anos, o país teve de comprar lixo de seus vizinhos para manter suas plantas funcionando. Essa diferença gritante é consequência da falta de conscientização da população, mas, principalmente, de investimento na área. Até hoje, por exemplo, o serviço de coleta seletiva – previsto no Plano Nacional dos Resíduos Sólidos, do governo federal, de 2010 – não chegou a todos os bairros de Campo Grande. O fato é que, de forma geral, nós consumimos como um país de primeiro mundo, mas, na hora de gerir seu lixo, ficamos em pé de igualdade com países de terceiro mundo. [...]

VACCARI, Glaucea. Precisamos falar de consumo consciente. Correio do Estado, Campo Grande, 15 jan. 2019. Disponível em: https:// correiodoestado.com.br/cidades/artigos-e-opiniao/confira-o-editorial-desta-terca-feira-br-precisamos-falar-de-consum/345202/. Acesso em: 27 ago. 2024.

1. Essa locução prepositiva indica ponderação por parte da autora. Embora avalie negativamente o cenário da coleta seletiva em Campo Grande, ela não deixa de reconhecer um aspecto positivo nesse contexto.

1. A última frase do primeiro parágrafo do texto é introduzida pela locução prepositiva apesar de . O uso dessa locução prepositiva, e a oposição que ela proporciona, indica a postura da autora em relação ao diagnóstico do problema discutido no artigo? Explique.

2. A preposição para inicia o terceiro parágrafo do artigo e mobiliza a estratégia argumentativa de comparação. Em sua opinião, a estratégia intencionada foi efetiva na defesa da tese?

3. No final do artigo, a autora afirma que o Brasil se equipara a países de terceiro mundo no gerenciamento do lixo, sem apresentar, porém, dados que sustentem essa afirmação. Faça uma breve pesquisa para encontrar dados que a comprovem e escreva no caderno um parágrafo para embasar a afirmação da autora. Ao citar as fontes, use preposições ou locuções prepositivas como conforme , de acordo com e segundo

Não escreva no livro. MP MP

#naprática

Carta aberta

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Agora é o momento de produzir uma carta aberta. Reúna-se com os colegas e escrevam uma carta aberta sobre a necessidade de haver educação ambiental voltada a práticas e hábitos sustentáveis de consumo

Planejar

1. Retomem a carta aberta apresentada na seção Leitura em pauta, atentando à estrutura do gênero e à argumentação desenvolvida pelos autores.

2. Mobilizem seu repertório sobre sustentabilidade e consumo no mundo contemporâneo.

3. Consultem fontes confiáveis e façam um levantamento de dados e análises relevantes que permitam traçar o cenário dos hábitos de consumo atuais no Brasil e no mundo, a fim de identificar possíveis problemas e conhecer práticas sustentáveis de consumo e iniciativas de educação ambiental que possam contribuir para enfrentá-los.

4. Definam o destinatário da carta. Será uma autoridade, uma instituição ou um grupo de pessoas?

5. Listem os argumentos que pretendem mobilizar para persuadir o destinatário em favor da necessidade da educação ambiental para práticas e hábitos sustentáveis de consumo.

6. Definam o título da carta. Iniciem o título com o nome do gênero – carta aberta – e, em seguida, citem a reivindicação ou o destinatário, como na carta que vocês leram.

O MUNDO E EU

Consumo consciente

Não escreva no livro.

No Brasil, existem os chamados selos de sustentabilidade. São mais de 30, voltados a diferentes setores da economia. Para certificar a sustentabilidade de uma empresa, eles levam em conta critérios como gestão da água, gestão de resíduos, eficiência energética, manejo florestal e preservação da biodiversidade. Oferecido pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), um dos principais é o conferido pela ISO 14001, que especifica os requisitos de gestão ambiental das empresas. Converse com os colegas sobre práticas de consumo consciente e responda às questões:

1. Ao comprar um produto, você checa se ele é produzido por uma empresa sustentável?

1. Resposta pessoal. Assegure um ambiente respeitoso para que os estudantes possam manifestar as próprias vivências.

2. Se você tomasse conhecimento de que um empresa não segue padrões de sustentabilidade, ainda assim compraria o que ela produz?

2. Resposta pessoal. Esta atividade visa despertar os estudantes para uma atuação social que promova a sustentabilidade.

3. Além desses selos, que ações podem estimular a sociedade ao consumo consciente?

Escrever

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes citem ações como a promoção de campanhas educativas, inclusive compartilhando informações sobre o tema com pessoas com as quais convivem, e da economia circular, a implantação de políticas públicas que incentivem a sustentabilidade, entre outras.

1. Pesquisem ferramentas de escrita colaborativa on-line. Há opções gratuitas na internet.

2. Organizem-se em três grupos: os elaboradores, os editores e os revisores. Feita essa organização, os elaboradores devem escrever a primeira versão da carta, seguindo as definições da etapa de planejamento.

3. Façam uma introdução para contextualizar e identificar o objetivo de sua carta.

4. Ao apresentar argumentos e propostas, vocês podem organizá-los em bullets (tópicos), como na carta aberta que vo cês leram

5. Utilizem ao menos um argumento por exemplificação. Atentem para que um ou mais exemplos desse argumento estejam bem apresentados e descritos, de modo que sirvam para construir o princípio geral com que vocês pretendem sustentar uma tese.

6. Na conclusão, retomem brevemente a reivindicação inicial e, de forma breve, reforcem a defesa dos argumentos.

7. Se quiserem, escrevam uma despedida ao destinatário.

8. Assinem a carta. Se preferirem, mencionem antes da assinatura a data e o local de produção da carta.

9. Após a elaboração, os editores devem editar o texto, ajustando imprecisões e adequando trechos. Verifiquem, por exemplo, se a carta foi escrita com o uso da terceira pessoa do discurso. Embora haja cartas abertas em primeira pessoa, o emprego da terceira pessoa contribui para o tratamento distanciado da questão abordada.

10. Os editores devem dar um título à carta e, mesmo se vocês optarem por mencionar o destinatário no título, escrevam, antes do corpo da frase, uma saudação a ele. Esse recurso confere ao texto um tom respeitoso que deve permanecer ao longo da escrita.

Revisar

1. Os revisores devem ler atentamente a carta e fazer os ajustes necessários para adequação do texto à norma-padrão da língua. Verifiquem o atendimento às regras de ortografia, assim como à concordância verbal e à nominal. Por exemplo, se o destinatário for feminino e mencionado no título da carta aberta, não se esqueçam do acento indicativo de crase, afinal a carta é destinada a alguém. Leiam, a seguir, a explicação sobre essa e outras contrações de preposição com artigo.

DE OlHO NA lINGUAGEM

A contração de preposição com artigo e o uso de crase

Em língua portuguesa, preposições e artigos podem se ligar. Quando, nesse processo, a preposição sofre redução, ocorre uma contração (em + a = na, em + um = num, de + a = da). Quando ela não se altera, ocorre uma combinação (exemplo: a + o = ao).

Um dos principais exemplos de contração de preposição com artigo na língua portuguesa é a crase, de que participam a preposição a e os artigos a ou as. A crase é sinalizada pelo acento grave (`) sobre a vogal a Exemplos:

Vou à praia sempre que posso. (a + a = à) Dedicou sua fala às mães presentes. (a + as = às)

Em ambas as frases, a preposição a é exigida pelo verbo.

2. Identifiquem se o título da carta começa com a expressão “Carta aberta” e se há uma saudação ao destinatário.

3. Chequem se a carta foi escrita em terceira pessoa e se a reivindicação está presente no início da carta, devidamente apresentada.

4. Verifiquem se os argumentos em defesa da reivindicação estão bem sustentados e se o argumento por exemplificação caracteriza satisfatoriamente o exemplo que o ampara.

5. Confiram se a conclusão retoma o que foi discutido de modo que reforce a reivindicação e se a carta está assinada.

Avaliar, reescrever e compartilhar

1. Após verificar se a carta atende aos critérios de revisão, escrevam a versão final do texto, fazendo as correções necessárias.

2. Com a orientação do professor, publiquem a carta aberta da turma em perfis da rede social, caso os colegas os disponibilizem, ou no blogue da escola.

Lixo, resíduos e meio ambiente

Você conheceu alguns dos impactos que o consumismo pode causar ao meio ambiente e refletiu sobre como o consumo consciente pode colaborar para um mundo mais sustentável. Agora, vai se aprofundar no tema sustentabilidade.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O artigo de opinião a seguir aborda o descarte irregular de lixo eletrônico. Nesse texto, além de definirmos o que vem a ser esse tipo de lixo, chama-se atenção para os danos ambientais causados por ele em razão de seu aumento crescente. Também são propostas ações para enfrentar esse problema. O que você sabe sobre a produção e o descarte de lixo eletrônico?

Não escreva no livro.

Texto

Descarte de lixo eletrônico

Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE) é um nome técnico para lixo eletrônico, o qual não se limita apenas a computadores e celulares. REEE diz também respeito a qualquer tipo de eletrodoméstico, como geladeiras, micro-ondas, entre outros. O descarte de lixo eletrônico é um assunto que sempre foi uma grande preocupação não só no Brasil, mas mundialmente, principalmente, devido ao seu descarte irregular.

Todo ano, em média, aumenta em 4% o lixo eletrônico no mundo. O Brasil se tornou, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), um dos países subdesenvolvidos com maior índice de lixo eletrônico, descartando em média mais de 90 mil toneladas de computadores, 2,2 toneladas de celulares e 17,2 toneladas de impressoras.

O hábito de realizar o descarte incorreto ainda é preocupante. Por mais que existam campanhas de conscientização, as pessoas não têm o hábito de separar e fazer o descarte corretamente do lixo eletrônico. Isso acarreta inúmeros problemas, não só para a saúde como também para o meio ambiente. Uma possível solução seria conscientizar, especialmente, as crianças a desenvolverem o hábito de realizar o correto descarte. Outra possível solução para esse problema é criar mais pontos de descarte fixos para esses eletrônicos, para que tenham um fim correto. Há, segundo dados disponibilizados pelo Governo Federal, 170 pontos de coleta, porém eles são insuficientes. A partir da coleta adequada, seria possível fazer a separação e a seleção do que pode ser aproveitado e, com isso, realizar consertos ou até mesmo montar novos equipamentos com a finalidade de serem distribuídos para pessoas sem condições de comprar um equipamento eletrônico. Assim, os REEE seriam mais bem aproveitados e, ao mesmo tempo, poderiam beneficiar quem realmente precisa.

Fontes

BRASIL. Saúde Ambiental: Brasil vai aumentar pontos de coleta de lixo eletrônico, 31 jan. 2020. Disponível em: https://www.gov.br/pt-br/noticias/meio-ambiente-e-clima/2020/01/brasil-vai-aumentar-pontos-de-coleta-de-lixo-eletronico. Acesso em: 9 jul. 2021.

NOTÍCIAS Concursos. Atualidades: Problemas do descarte de lixo eletrônico no ambiente, 13 set. 2020. Disponível em: https://noticiasconcursos.com.br/atualidades-problemas-do-descarte-de-lixo-eletronico-no-ambiente. Acesso em: 9 jul. 2021. AGÊNCIA Brasil. Agência Brasil explica: como é o descarte correto do lixo, 15 maio 2021. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2021-05/agencia-brasil-explica-como-e-o-descarte-correto-do-lixo-eletronico. Acesso em: 9 jul. 2021.

GREEN Eletron. Como descartar lixo eletrônico durante a quarentena, 11 jul. 2021. Disponível em: https://greeneletron.org.br/blog/como-descartar-o-lixo-eletronico-durante-a-quarentena/. Acesso em: 13 jul. 2021.

VARGAS, Ketrin Diovana Alves Rodrigues. Descarte de lixo eletrônico. CiênciAção – Observatório Interdisciplinar de Divulgação Científica e Cultural, [s. l.], 7 dez. 2021. Disponível em: https://sites.unipampa.edu.br/cienciacao/2021/12/07/descarte-de-lixo-eletronico/. Acesso em: 5 set. 2024.

1. a) A ideia de que o lixo eletrônico se resume a computadores e celulares sem utilidade.

1. b) A definição apresentada por ela expande essa ideia do senso comum por meio da afirmação de que, para além de computadores e celulares, qualquer eletrodoméstico descartado é considerado lixo eletrônico.

3. a) Provavelmente ela pretendeu chamar a atenção do leitor para o crescimento do problema, isto é, para sua tendência de agravamento.

3. b) Resposta possível: O consumismo elevado e a obsolescência programada de equipamentos eletrônicos são fatores que contribuem para o aumento crescente de lixo eletrônico no mundo.

HIPERlINK

A Lei no 12.305/2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil. Faça uma pesquisa na internet para conhecer os princípios dessa lei e os benefícios que ela trouxe para a sociedade brasileira desde sua implementação. Outro documento normativo a respeito do lixo eletrônico é o Decreto n o 10.240/2020, que fixa normas para o sistema de logística reversa de produtos eletroeletrônicos de uso doméstico e seus componentes. Em sua pesquisa, identifique os principais aspectos desse decreto.

Pensar e compartilhar

1. O modo como a autora do artigo de opinião inicia o texto indica que ela pressupõe haver uma ideia geral equivocada sobre lixo eletrônico.

a) Que ideia é essa?

b) Como a definição apresentada pela autora corrige essa ideia?

2. Releia um trecho do artigo de opinião.

O descarte de lixo eletrônico é um assunto que sempre foi uma grande preocupação não só no Brasil, mas mundialmente, principalmente, devido ao seu descarte irregular.

a) E xplique qual é o enfoque dado nesse trecho ao problema discutido no artigo.

2. a) Parte-se de um âmbito geral (descarte do lixo eletrônico) para uma particularidade (o descarte irregular desse tipo de lixo).

b) Que advérbio contribui para esse enfoque?

2. b) O advérbio principalmente.

c) Que outro elemento do artigo contribui para destacar o problema em discussão?

2. c) O título.

3. De acordo com o artigo, o lixo eletrônico aumenta, em média, 4% ao ano no mundo.

a) Tendo em vista o problema discutido, qual é a provável intenção da autora ao citar esse dado?

b) No artigo, a autora não cita as causas do crescimento do lixo eletrônico no mundo. Com base em seu conhecimento sobre os hábitos de consumo no mundo contemporâneo, levante ao menos uma hipótese de causa para esse crescimento contínuo.

4. Segundo a autora do artigo de opinião, as campanhas de conscientização sobre o descarte correto do lixo eletrônico hoje veiculadas são ineficientes.

a) Que alteração de direcionamento ela propõe para mudar esse quadro?

4. a) A autora propõe que as campanhas de conscientização sejam voltadas, sobretudo, às crianças.

b) Com base no texto, qual é a razão implícita para a ineficiência de tais campanhas? Explique.

5. A autora do artigo de opinião menciona que o aumento dos pontos de coleta seria outra solução para o descarte irregular de lixo eletrônico no Brasil.

a) Segundo o texto, que outro benefício essa solução traria e como seria possível viabilizá-la?

5. b) Seria positivo, uma vez que reduziria a quantidade de lixo eletrônico

b) Qual seria o impacto dessa solução no ambiente?

descartado de modo irregular todo ano.

c) O que é possível depreender do texto, considerando o benefício que seria obtido com a implementação da sugestão dada pela autora?

#fiCAADiCA

A pesquisa Resíduos eletrônicos no Brasil – 2021 contém dados sobre o descarte de lixo eletrônico no país. Para consultá-los, leia a notícia disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2021-10/brasil-e-o-quinto-maior -produtor-de-lixo-eletronico. Acesso em: 5 set. 2024.

5. c) É possível depreender que ao menos parte dos aparelhos descartados tem conserto. Portanto, se eles fossem consertados antes do descarte, a quantidade de lixo eletrônico diminuiria.

Não escreva no livro.

Argumento por definição: a escolha por uma forma de definir

6. Releia, no Texto 1, a definição de lixo eletrônico fornecida no artigo de opinião. Nos Textos 2 , 3 e 4, leia definições para o mesmo conceito, publicadas em outras fontes.

Texto 1

Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE) é um nome técnico para lixo eletrônico, o qual não se limita apenas a computadores e celulares. REEE diz também respeito a qualquer tipo de eletrodoméstico, como geladeiras, micro-ondas, entre outros.

Texto 2

O lixo eletrônico é um tipo de resíduo gerado pelo descarte de aparelhos eletrônicos no final de sua vida útil.

O QUE é lixo eletrônico e como descartar de maneira correta? Exame, São Paulo, 4 dez. 2023. Disponível em: https://exame.com/ esg/o-que-e-lixo-eletronico-e-como-descartar-de-maneira-correta/. Acesso em: 5 set. 2024.

Texto 3

E-lixo é o termo guarda-chuva para qualquer produto descartado que tenha um plugue ou uma bateria e frequentemente contém substâncias tóxicas e perigosas, como mercúrio e chumbo.

RAMIREZ, Rachel. Lixo eletrônico chegou a nível recorde; entenda o problema. CNN Brasil, [s. l.]. 20 mar. 2024. Disponível em: https:// www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/lixo-eletronico-chegou-a-nivel-recorde-entenda-o-problema/. Acesso em: 5 set. 2024.

Texto 4

Os Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE), também chamados de lixo eletrônico (e-lixo) e lixo tecnológico, são resíduos de equipamentos eletrônicos obsoletos como televisores, telefones celulares, rádios, eletrodomésticos portáteis, ferramentas elétricas, computadores, brinquedos eletrônicos, filmadoras, videogames e outros dispositivos criados para facilitar a nossa vida.

DUARTE, Viviane de Barros Duarte et al. Responsabilidade compartilhada: o papel do consumidor no descarte do lixo eletrônico. Revista Augustus, Rio de Janeiro, v. 25, n. 50, p. 111-129, mar./jun. 2020. Disponível em: https://revistas.unisuam.edu.br/index.php/ revistaaugustus/article/download/441/279/. Acesso em: 3 set. 2024.

a) Quais dessas definições não apresentam terminologia técnica?

b) Considerando a publicação no meio acadêmico, se uma das definições apresentadas nos Textos 2, 3 e 4 substituísse a definição presente no artigo de opinião, qual seria a consequência da ausência da terminologia técnica?

6. a) As definições presentes nos Textos 2 e 3 6. b) A consequência seria a perda de rigor científico.

c) Entre as quatro definições de lixo eletrônico, qual não questiona a ideia geral de que o lixo eletrônico se resume a computadores e celulares?

d) Ao citar componentes do lixo eletrônico, a definição apresentada no Texto 3 , se usada no artigo, contribuiria para chamar atenção do leitor para qual problema do descarte irregular citado no artigo?

6. c) A definição apresentada no Texto 2 MP

e) Entre as definições apresentadas nos Textos 2, 3 e 4, qual poderia substituir a definição do artigo de opinião sem prejuízo de intencionalidade? Por quê?

6. e) A definição 4, porque apresenta terminologia técnica e cumpre a função de problematizar a ideia geral corrente de que o lixo eletrônico se limita a computadores e celulares.

Ao contrário do que habitualmente se pensa, não há uma única maneira de definir. A variação de definições para um mesmo termo se deve ao objetivo de impor determinado sentido ou aspecto em detrimento de outros. No entanto, a força argumentativa da definição se deve, em grande parte, à crença comum em seu caráter único, irrevogável. Se o interlocutor a considera isenta e categórica, tende a aderir a ela prontamente e sem contestação.

1. Resposta possível: O consumismo, impulsionado pela inovação tecnológica, pode ser um dos principais fatores. Assim, é possível que o prazer que se tem com a compra de um equipamento mais tecnológico seja maior do que o prazer obtido com o conserto de um equipamento.

EU E O MUNDO

Descarte de lixo eletrônico

Não escreva no livro.

Quando um celular, um computador ou outro aparelho eletroeletrônico perde a funcionalidade ou o usuário não mais se interessa por ele, é como se deixassem de existir. Mas eles não deixam de existir para a natureza, que fica cada vez mais atulhada quando esses aparelhos são descartados de modo irregular. Com base na leitura do artigo de opinião e em seus hábitos de consumo de eletroeletrônicos, converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Que fatores sociais podem levar alguém a descartar um aparelho quebrado sem se informar se há conserto?

2. Você já trocou de aparelho eletrônico por algum outro motivo que não a perda da funcionalidade? Se sim, o que o motivou a fazer essa compra?

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem a própria experiência com base nos fatores sociais levantados na questão anterior.

3. Como você descarta seu lixo eletrônico?

3. Resposta pessoal. O objetivo dessa questão é levar os estudantes a refletir sobre os próprios hábitos, levando em conta o descarte de lixo eletrônico e sua aderência à sustentabilidade. Se julgar oportuno, amplie a discussão perguntando a eles se consideram o descarte que fazem adequado e, se não for, o que podem fazer para tomar atitudes alinhadas aos princípios da sustentabilidade.

InTEGranDO COm

BIOLOGIA

Criando uma definição

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

A contaminação das águas dos rios e dos mares por metais pesados está entre os principais danos ambientais causados pelo descarte irregular de lixo eletrônico. Quando aparelhos eletrônicos entram em contato com a água, podem liberar metais cancerígenos como mercúrio e cádmio, que, além de contaminá-la, podem atingir a fauna, a flora e até mesmo o ser humano. A contaminação dos seres vivos por esses metais pode ocorrer, entre outros motivos, pelos processos de bioacumulação e biomagnificação, explicados no infográfico a seguir.

BIOACUMULAÇÃO

BIOMAGNIFICAÇÃO

SANTOS, Teresa. Mercúrio: contaminação causa diferentes problemas à saúde. InVivo, Rio de Janeiro, 19 abr. 2023. Disponível em: https://www.invivo.fiocruz.br/ biodiversidade/contaminacao-por -mercurio/. Acesso em: 5 set. 2024.

Não escreva no livro.

1. A autora do artigo de opinião que você leu o inicia com a definição de lixo eletrônico. Agora é sua vez de criar uma definição. Analise o infográfico e defina bioacumulação e biomagnificação.

2. Faça uma breve pesquisa e compare a definição que você redigiu com a definição de especialistas. Se identificar alguma imprecisão, faça as correções necessárias.

2. Resposta pessoal. Professor, ajude os estudantes a encontrar fontes confiáveis com base nas quais possam fazer correções adequadas nas definições que criaram, tornando-as mais precisas.

O numeral, a fluidez da leitura e a organização das informações

Leia, a seguir, o trecho de um artigo de opinião sobre a reciclagem de resíduos sólidos no Brasil. Preste atenção aos numerais em destaque e, depois, responda às questões. Não escreva no livro. lINGUAGEM

O que está faltando para a reciclagem decolar no Brasil

[...]

É bem verdade que, na última década, a gestão dos resíduos no Brasil deu passos importantes. A aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal no 12.305/2010) – que, entre outras medidas, estabeleceu metas para o fechamento dos lixões – e a assinatura de Acordos Setoriais de Logística Reversa, com a consequente ampliação dos investimentos governamentais e privado em reciclagem, estimularam esse cenário.

Porém, há ainda no país uma enorme quantidade de resíduos que poderiam ser reciclados e não são. De acordo com os números sistematizados pela Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) em seu Panorama de Resíduos Sólidos do Brasil, o país gerou em 2017 mais de 78,4 milhões de toneladas de resíduos (1,035 kg/ hab/dia), sendo que 40,9% desses resíduos acabaram em lixões ou aterros inadequados. Além disso, de acordo com o relatório técnico da primeira fase do acordo setorial de logística reversa, 68,1% das embalagens (papel, plástico, alumínio) que poderiam ter sido recuperadas em 2017 não foram.

Esse desperdício traz, ao menos, três consequências graves. Primeiro, deposita-se em aterros sanitários já exauridos ou lixões uma quantidade de resíduos que poderia ser reciclada, prejudicando o meio ambiente. Em segundo lugar, a ausência de reciclagem afeta diretamente o orçamento das prefeituras ou consórcios, na medida em que aumenta o custo de transporte dos resíduos para aterros e lixões. Segundo estimativas do setor de limpeza urbana, a crise fiscal dos municípios pode gerar inadimplência de até R$ 5,2 bilhões no ano de 2019, fazendo com que prefeituras e consórcios já enfrentem, atualmente, dificuldades para pagar pelos serviços regulares de coleta. Terceiro, perdem-se oportunidades de geração de renda por meio da reciclagem, especialmente para catadores e catadoras pobres, que têm na coleta de material sua principal fonte de renda. Portanto, é preciso empreender um novo conjunto de medidas para que a reciclagem efetivamente decole no país. A primeira delas é dobrar a aposta na utilização da reciclagem como ferramenta para inclusão social. Investimentos realizados nas cooperativas de catadores já geraram retorno destacado. Na primeira fase do acordo setorial no setor de embalagens, por exemplo, houve aumento de 29% da recuperação das embalagens. Avaliada por material, a recuperação aumentou de 69% para 87,2% no caso de alumínio, 41% para 52,3% para as embalagens de papel/papelão e de 7,5% para 8,2% para as de plástico, conforme o Panorama de Resíduos Sólidos do Brasil. O trabalho de catadores e catadoras foi essencial para que esse aumento pudesse ocorrer. [...]

SANTANA, Diogo; LAUREANO, Roberto; MANETTI, Dione. O que está faltando para a reciclagem decolar no Brasil. Nexo, [s. l.], 3 nov. 2019. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/o-que -esta-faltando-para-a-reciclagem-decolar-no-brasil. Acesso em: 5 set. 2024.

1 Em sua opinião, o que justifica o uso do numeral milhões combinado com o número 78,4 no segundo parágrafo, em vez do uso apenas de algarismos para representar a quantidade indicada?

2 Qual é o objetivo dos autores ao citar o dado “78,4 milhões de toneladas de resíduos”?

3 O objetivo do uso do numeral três no início do terceiro parágrafo é quantificar as consequências mais graves do problema apresentado. Quais numerais ordinais estão relacionados ao cardinal três? Qual é o objetivo dos autores ao usar um numeral relacionado a artigo?

4 O artigo define as consequências do desperdício como graves. Há um critério de relevância na ordem dessas consequências, ou seja, a primeira é a mais grave? Explique. MP MP MP MP

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O numeral como indicador de valor definido e como operador argumentativo

Releia um trecho do artigo de opinião que você conheceu na seção Linguagem em foco.

Esse desperdício traz, ao menos, três consequências graves. Primeiro, deposita-se em aterros sanitários já exauridos ou lixões uma quantidade de resíduos que poderia ser reciclada, prejudicando o meio ambiente. Em segundo lugar, a ausência de reciclagem afeta diretamente o orçamento das prefeituras ou consórcios, na medida em que aumenta o custo de transporte dos resíduos para aterros e lixões. Segundo estimativas do setor de limpeza urbana, a crise fiscal dos municípios pode gerar inadimplência de até R$ 5,2 bilhões no ano de 2019, fazendo com que prefeituras e consórcios já enfrentem, atualmente, dificuldades para pagar pelos serviços regulares de coleta. Terceiro, perdem-se oportunidades de geração de renda por meio da reciclagem, especialmente para catadores e catadoras pobres, que têm na coleta de material sua principal fonte de renda. Portanto, é preciso empreender um novo conjunto de medidas para que a reciclagem efetivamente decole no país.

A primeira delas é dobrar a aposta na utilização da reciclagem como ferramenta para inclusão social. Investimentos realizados nas cooperativas de catadores já geraram retorno destacado. Na primeira fase do acordo setorial no setor de embalagens, por exemplo, houve aumento de 29% da recuperação das embalagens.

Não escreva no livro.

1. Nesse trecho, são enumeradas três consequências graves do descarte indevido de resíduos sólidos urbanos no Brasil. Reúna-se com um colega para fazer uma breve pesquisa sobre o tema. Depois, com as informações obtidas, escrevam uma quarta consequência grave desse desperdício. Iniciem o texto com o numeral cardinal adequado e, se citarem dados, mobilizem os numerais cardinais, fracionários ou multiplicativos.

2. No trecho lido é apresentado um conjunto de medidas “para que a reciclagem efetivamente decole no país”; em seguida, apresenta-se uma dessas medidas. Com base na pesquisa que você fez, escreva outra medida que promova a reciclagem de resíduos sólidos. Ao redigir, use o numeral ordinal correto e, se citar dados, mobilize os numerais cardinais, fracionais ou multiplicativos.

2. Espera-se que os estudantes comecem o texto com o uso de “a segunda” e tragam outra ideia de reciclagem de resíduos sólidos.

3. De acordo com a pesquisa Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, estima-se que aproximadamente 77,1 milhões de toneladas de resíduos sólidos foram geradas em 2022 e que 93% desse montante tenha sido devidamente coletado. Ao comparar esses dados com aqueles apresentados no artigo de opinião, pode-se dizer que a reciclagem de resíduos, no Brasil, está decolando? Explique.

MP MP

Em textos argumentativos, os numerais podem indicar dados e estatísticas que caracterizam um problema e dão mais solidez aos argumentos. Os numerais ordinais, por exemplo, podem organizar etapas de uma proposta de intervenção para um problema. Além dessa função, os numerais podem estabelecer a ordem de importância de argumentos ou ações.

#naprática

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Simulado da redação do Enem

Agora é sua vez de produzir uma redação que atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos motivadores terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

TEXTO I

[...] o consumismo, em aguda oposição às formas de vida precedentes, associa a felicidade não tanto à satisfação de necessidades (como suas “versões oficiais” tendem a deixar implícito), mas a um volume e uma intensidade de desejos sempre crescentes, o que por sua vez implica o uso imediato e a rápida substituição dos desejos destinados a satisfazê-la. Ele combina, como Don Slater [sociólogo britânico] identificou com precisão, a insaciabilidade dos desejos com a urgência e o imperativo de “sempre procurar mercadorias para se satisfazer”. Novas necessidades exigem novas mercadorias, que por sua vez exigem novas necessidades e desejos; o advento do consumismo augura uma era de “obsolescência embutida” dos bens oferecidos no mercado e assinala um aumento espetacular na indústria de remoção do lixo.

BAUMAN, Zygmunt. Vida para o consumo: a transformação de pessoas em mercadoria. Trad. Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008. p. 44-45.

TEXTO II

À medida que as economias se desenvolvem e o estilo de vida mais direcionado para o consumo se espalha pelo mundo, o lixo eletrônico se transformou em uma crise ambiental de grandes proporções. As pessoas que vivem em países de alta renda possuem, em média, 109 dispositivos elétrico-eletrônicos per capita, enquanto as que vivem em países de baixa renda têm apenas quatro. Um novo relatório da ONU revela que, em 2022, a humanidade produziu 62 milhões de toneladas de lixo eletrônico – mais de 7,7 quilos para cada pessoa na Terra – e reciclou menos de um quarto disso. [...] Isso também representa cerca de US$ 62 bilhões em materiais recuperáveis, como ferro, cobre e ouro, que chegam aos aterros de lixo eletrônico todos os anos. Nesse ritmo, o lixo eletrônico crescerá 33% até 2030, enquanto a taxa de reciclagem poderá cair para 20%. [...]

ANVERSA, Luiz. Geração de lixo eletrônico atingiu ponto alarmante, diz relatório da ONU. Exame, São Paulo, 21 mar. 2024. Disponível em: https://exame.com/esg/geracao-de-lixo-eletronico-atingiu-ponto-alarmante-diz-relatorio-da-onu/. Acesso em: 5 set. 2024.

TEXTO III

[...]

Extrair a matéria-prima, fabricar, consumir e jogar fora. Desde a revolução industrial é esse o ciclo de um produto na economia tradicional, popularmente conhecida como linear.

Percebendo os recursos finitos do planeta e o aumento da população, iniciaram novos estudos, visando identificar movimentos capazes de tornar a economia mais sustentável.

Assim surgiu a economia circular, cuja intenção é o uso da matéria-prima até seu esgotamento. Ou seja, usando-a quando não há mais possibilidade de reutilizar ou reciclar.

[...]

Enquanto a economia linear baseia-se em retirar da natureza, produzir e logo após descartar o produto, a economia circular visa exatamente o contrário, tendo como objetivo reutilizar este produto que seria descartado.

[...]

O QUE é Economia Circular? PUCRS Online, Porto Alegre, 17 dez. 2020. Disponível em: https://online.pucrs.br/blog/economia-circular#:~:text=Enquanto%20a%20economia%20linear%20baseia. Acesso em: 5 set. 2024.

Fonte: RESÍDUOS Eletrônicos no Brasil 2023. Green Eletron, São Paulo, 2023. Disponível em: https://greeneletron.org.br/download/RELATORIO_DADOS_2023.pdf. Acesso em: 14 ago. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A produção crescente e o descarte irregular de lixo eletrônico no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Planejar

1. Selecione dados e reflexões dos textos motivadores que possam favorecer a identificação do problema e do contexto em que ele está inserido, bem como seu ponto de vista sobre o tema.

2. Mobilize seu repertório e outras fontes de informação confiáveis, articulando-as.

3. Estabeleça um contexto, identifique um problema existente nele e apresente uma tese a respeito.

4. Elabore os argumentos, com base nas informações e nos dados que selecionou. Pautando-se neles, selecione ao menos uma definição conceitual que esteja alinhada com seu ponto de vista sobre o tema.

5. Proponha, no final do texto, uma intervenção factível para o problema. Para isso, além da ação, apresente o agente e a finalidade dela e como deve ser executada.

Destinar corretamente os resíduos é fundamental para reduzir danos ao meio ambiente e impulsionar a cadeia produtiva da reciclagem. Considerando esse tema, dialogue sobre as questões a seguir.

1. Caso não haja coleta seletiva onde você vive, que setor municipal deve ser acionado para solicitar a implementação e que argumentos poderiam convencê-lo a implementá-la?

2. Que ideias e ações a comunidade escolar poderia adotar para melhorar a coleta seletiva na escola?

Escrever

1. No caderno, faça um rascunho da redação, utilizando a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Ao escrever seus argumentos, utilize ao menos uma definição que esteja alinhada ao seu ponto de vista.

3. Utilize numerais ordinais para encadear seus argumentos e/ou para estabelecer a ordem de importância entre eles. Você pode usá-los ainda para caracterizar etapas de um processo citado em uma ou mais partes da estrutura do texto.

4. Faça uso de diversos numerais para citar estatísticas que possam embasar seu texto. No caso de números indicativos de porcentagem, siga a regra de concordância verbal explicada no boxe a seguir.

Leia as afirmações a seguir.

Apenas 3% do lixo eletrônico é reciclado no Brasil.

Apenas 3% do lixo eletrônico são reciclados no Brasil.

O dado, de 2023, é verídico, mas e a concordância verbal? Em qual das duas frases ela foi aplicada corretamente? Será que em ambas? A concordância entre sujeito formado por números indicativos de porcentagem e verbos pode gerar dúvida; para resolvê-la, é preciso atentar à presença ou à ausência de substantivo posposto à porcentagem. Nesse caso, considera-se a seguinte regra de concordância verbal:

• Se houver substantivo após o número de porcentagem, o verbo concorda com o número ou com o substantivo.

• Se não houver substantivo após o número de porcentagem, o verbo concorda necessariamente com o número.

Portanto, as duas afirmações estão de acordo com a regra de concordância verbal. No entanto, se uma das afirmações fosse “Apenas 3% é reciclado.”, estaria em desacordo com a regra; nesse caso, o verbo deve concordar necessariamente com o numeral, ou seja, o correto seria “Apenas 3% são reciclados.”.

Revisar

1. Ao revisar seu texto, verifique se o problema foi identificado e caracterizado.

2. Observe se há ao menos um argumento por definição e se ele está alinhado à tese defendida.

3. Analise se os argumentos estão encadeados e se embasam sua tese.

4. Verifique se os numerais cumprem as funções pretendidas no texto e se a concordância entre números indicativos de porcentagem e verbos está correta.

5. Certifique-se de ter adotado estratégias para evitar repetições e favorecer a fluidez da leitura e de que não há erros de ortografia no texto.

Avaliar, reescrever e compartilhar

1. Após revisar sua redação, reescreva-a, fazendo as correções necessárias.

2. Com a orientação do professor, compartilhe-a em algum perfil de rede social que você tenha e acrescente hashtags (#) temáticas para que sua redação alcance mais leitores interessados no tema.

Natureza e ação humana

Sustentabilidade é um tema que tem ganhado cada vez mais destaque no debate público atual. Contudo, algumas práticas sustentáveis são milenares e estão presentes na cultura dos povos tradicionais do Brasil. Conhecê-las é fundamental para disseminar esses saberes na sociedade contemporânea.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

A redação do Enem que você vai ler a seguir contemplou o tema “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil” e recebeu nota máxima no exame. Você conhece algum dos desafios para a valorização desses povos? Qual?

Texto 1

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;

4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

TEXTOS MOTIVADORES

TEXTO I

Você sabe quais são as comunidades e os povos tradicionais brasileiros? Talvez indígenas e quilombolas sejam os primeiros que passam pela cabeça, mas, na verdade, além deles, existem 26 reconhecidos oficialmente e muitos outros que ainda não foram incluídos na legislação. São pescadores artesanais, quebradeiras de coco-babaçu, apanhadores de flores sempre-vivas, caatingueiros, extrativistas, para citar alguns, todos considerados culturalmente diferenciados, capazes de se reconhecerem entre si. Para uma pesquisadora da UnB, essas populações consideram a terra como uma mãe, e há uma relação de reciprocidade com a natureza. Nessa troca, a natureza fornece “alimento, um lugar saudável para habitar, para ter água. E elas se responsabilizam por cuidar dela, por tirar dela apenas o suficiente para viver bem e respeitam o tempo de regeneração da própria natureza”, diz. Disponível em: https://g1.globo.com. Acesso em: 17 jun. 2022 (adaptado).

TEXTO II

Disponível em: https://g1.globo.com. Acesso em: 17 jun. 2022 (adaptado).

TEXTO III

Povos e comunidades tradicionais

O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) preside, desde 2007, a Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT), criada em 2006. Fruto dos trabalhos da CNPCT, foi instituída, por meio do Decreto n o 6.040, de 7 de fevereiro de 2017, a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT). A PNPCT foi criada em um contexto de busca de reconhecimento e preservação de outras formas de organização social por parte do Estado.

Disponível em: http://mds.gov.br. Acesso em: 17 jun. 2022 (adaptado).

Não escreva no livro.

TEXTO IV

Carta da Amazônia 2021

Aos participantes da 26a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26)

Não podia ser mais estratégico para nós, Povos Indígenas, Populações e Comunidades Tradicionais brasileiras, reafirmarmos a defesa da sociobiodiversidade amazônica neste momento em que o mundo volta a debater a crise climática na COP26. Uma crise que atinge, em todos os contextos, os viventes da Terra! Nossos territórios protegidos e direitos respeitados são as reivindicações dos movimentos sociais e ambientais brasileiros. Não compactuamos com qualquer tentativa e estratégia baseada somente na lógica do mercado, com empresas que apoiam legislações ambientais que ameaçam nossos direitos e com mecanismos de financiamento que não condizem com a realidade dos nossos territórios. Propomos o que temos de melhor: a experiência das nossas sociedades e culturas históricas, construídas com base em nossos saberes tradicionais e ancestrais, além de nosso profundo conhecimento da natureza. Inovação, para nós, não pode resultar em processos que venham a ameaçar nossos territórios, nossas formas tradicionais e harmônicas de viver e produzir.

Amazônia, Brasil, 20 de outubro de 2021. Entidades signatárias: CNS; Coiab; Conaq; MIQCB; Coica; ANA Amazônia e Confrem Disponível em: https://s3.amazonaws.com. Acesso em: 17 jun. 2022 (adaptado).

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO. Prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação. Prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias. Caderno 1, Azul, Enem 2022. p. 20. Disponível em: https://download.inep.gov.br/enem/provas_e_gabaritos/2022_PV_impresso_D1_CD1.pdf. Acesso em: 10 set. 2024.

Texto 2

Historicamente, a partir da implementação das missões jesuíticas no Brasil colonial, os povos nativos tiveram suas tradições suprimidas e o seu conhecimento acerca das peculiaridades territoriais menosprezado. Na contemporaneidade, a importância dessas populações configura um fator indispensável à compreensão da diversidade étnica do nosso país. Contudo, ainda persistem desafios à valorização dessas comunidades, o que interfere na preservação de seus saberes. Logo, urgem medidas estatais que promovam melhorias nesse cenário.

Sob esse viés, é válido destacar a fundamentabilidade dos povos tradicionais como detentores de pluralidade histórica e cultural, que proporciona a disseminação de uma vasta sabedoria na sociedade. Nesse sentido, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) afirma as heranças tradicionais desses grupos como constituintes do patrimônio imaterial brasileiro. Dessa forma, sabe-se que a contribuição desses indivíduos para a formação intelectual do corpo social engloba práticas de sustentabilidade, agricultura familiar e, inclusive, confere a eles uma participação efetiva na economia do país. Assim, evidencia-se a extrema relevância dessas comunidades para a manutenção de conhecimentos diferenciados, bem como para a evolução da coletividade. Entretanto, a falta de representantes políticos eleitos para essa classe ocasiona a desvalorização das suas necessidades sociais, que não são atendidas pelos demais legisladores. Nesse contexto, a Constituição Federal assegura direitos inalienáveis a todos os cidadãos brasileiros, abordando o dever de inclusão de povos tradicionais nas decisões públicas. Desse modo, compreende-se que a existência de obstáculos para o reconhecimento da importância de populações nativas se relaciona à ineficácia na incorporação de representantes que sejam, de fato, interessados na perpetuação de saberes e técnicas ancestrais propagados para esses grupos. Sendo assim, comprova-se a ocorrência de um grave problema no âmbito coletivo, o qual impede a garantia plena dos direitos básicos dessas pessoas.

suprimir: extinguir. inalienável: que não pode ser tirado, transferido.

Diante do exposto, denota-se a urgência de propostas governamentais que alterem esse quadro. Portanto, cabe ao Estado – cuja função principal é a proteção dos direitos de seus cidadãos – a implantação de mudanças no sistema eleitoral, por meio da criação de cotas rígidas para a eleição de políticos oriundos de localidades nativas. Tal reestruturação terá como finalidade a valorização de povos tradicionais, reconhecendo a sua fundamentalidade na composição histórica e cultural da sociedade brasileira.

SIMIONATO, Maria Fernanda. [Redação do Enem]. In: Enem 2022: leia redações nota mil. G1, [s. l.], 10 abr. 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2023/04/10/enem-2022-leia-redacoes-nota-mil.ghtml. Acesso em: 10 set. 2024.

Pensar e compartilhar

1. Nas “Instruções para a redação”, como o terceiro item colabora para reforçar a finalidade dos textos motivadores?

2. Ao produzir a redação do Enem, é fundamental ater-se ao tema proposto, pois fugir dele implica nota zero, como prevê a orientação 4.2.

a) O primeiro texto motivador problematiza uma ideia comum sobre os povos tradicionais brasileiros. Qual é essa ideia?

2. a) Trata-se da ideia de que os povos tradicionais brasileiros se limitam aos indígenas e aos quilombolas.

b) Para quem partilha dessa ideia, o texto motivador em questão contribui para alargar ou para restringir o tema proposto na redação? Explique.

c) Diante desse conteúdo, qual é a função educativa do primeiro texto motivador?

3. O terceiro texto motivador cita ações do poder público. Considerando as ações listadas, que objetivo se pode inferir ao mencioná-las como apoio para a discussão do tema proposto?

3. O objetivo que se pode inferir é o de valorizar a atuação do poder público em favor dos povos tradicionais brasileiros.

4. A redação do Enem deve se basear não só na leitura dos textos motivadores, como também nos conhecimentos adquiridos pelo participante ao longo de sua formação. Se você fosse participante dessa edição do Enem:

a) Como usaria os textos de apoio?

b) Como mobilizaria seu repertório?

4. a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes expressem a própria opinião sobre o tema da redação do Enem elaborando argumentos com base nos textos lidos. 4. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes indiquem a necessidade de relacionar o próprio repertório ao conteúdo dos textos lidos.

5. Para delimitar o problema, a autora da redação faz uma abordagem geral para, então, ater-se a detalhes. Releia o primeiro e o terceiro parágrafos da redação do Enem e explique como esse processo foi conduzido.

6. Releia um trecho da redação do Enem.

Sob esse viés, é válido destacar a fundamentabilidade dos povos tradicionais como detentores de pluralidade histórica e cultural, que proporciona a disseminação de uma vasta sabedoria na sociedade. Nesse sentido, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) afirma as heranças tradicionais desses grupos como constituintes do patrimônio imaterial brasileiro.

a) A r eferência ao Iphan está relacionada a qual ideia defendida no texto? Que expressão coesiva explicita essa relação?

b) Qual é a estratégia argumentativa pretendida com essa relação?

c) Em sua opinião, a estratégia foi eficaz?

6. b) A estratégia consiste em utilizar uma instituição renomada para embasar a ideia, ou seja, construir um argumento de autoridade.

7. Para resolver o problema levantado no início do texto, a autora propõe a criação de “cotas rígidas para a eleição de políticos oriundos de localidades nativas”.

a) Com isso, que avaliação positiva está implícita na relação entre representatividade direta e luta por interesses?

b) E xplique como a relação entre representatividade e luta por interesses aparece no quarto texto motivador.

7. b) O quarto texto motivador é uma carta aberta enunciada por “nós, Povos Indígenas, Populações e Comunidades Tradicionais brasileiras”, ou seja, as reivindicações não são mediadas: são eles mesmos os enunciadores da fala, e não alguém de fora do grupo.

Não escreva no livro.
MP

Argumento por fato: os olhares para a História

8. Releia este trecho da redação do Enem.

Historicamente, a partir da implementação das missões jesuíticas no Brasil colonial, os povos nativos tiveram suas tradições suprimidas e o seu conhecimento acerca das peculiaridades territoriais menosprezado. Na contemporaneidade, a importância dessas populações configura um fator indispensável à compreensão da diversidade étnica do nosso país. Contudo, ainda persistem desafios à valorização dessas comunidades, o que interfere na preservação de seus saberes. [...]

a) Por que a menção às “missões jesuíticas no Brasil colonial” é apropriada nesse momento da discussão do tema proposto?

b) Como o uso da locução a partir da denota a força argumentativa dessa alusão histórica?

8. b) Essa locução denota que as missões são o marco inaugural do desrespeito à cultura dos povos nativos no Brasil.

c) A autora da redação afirma que “ainda persistem desafios à valorização dessas comunidades”. Em face da distância temporal entre esse fato histórico e o cenário que segue adverso para as comunidades nativas, o que é possível depreender a respeito da postura do Brasil em relação a esses povos? Como essa informação implícita favorece a argumentação?

d) O fato histórico citado não é apresentado em detalhes pela autora da redação. Tendo em vista a nota atribuída ao texto, pode-se pressupor que a ausência desse detalhamento não prejudicou a argumentação. Que fatores relativos à produção e à recepção do texto podem ter sido, então, levados em conta pelos avaliadores no que se refere a essa ausência?

9. Escolha outro fato histórico que preserve a intencionalidade original da autora e reescreva no caderno a primeira frase da redação.

SAIBA MAIS

Segundo o Iphan, os padres jesuítas fundaram aldeamentos chamados de reduções, local de habitação dos indígenas guarani catequizados. Um desses aldeamentos foi São Miguel, no Rio Grande do Sul. As ruínas da igreja ali construída e a edificação do Museu das Missões foram declaradas Patrimônio Mundial pela Unesco em 2 de dezembro de 1983. Havendo a possibilidade, sugere-se a visita guiada ao Museu das Missões, localizado no Sítio Histórico São Miguel Arcanjo. Acesse o site para obter mais informações sobre visitação ao sítio histórico e ao museu: https://museudasmissoes. museus.gov.br/planeje-sua-visita/. Acesso em: 24 out. 2024.

HIPERlINK

A redação do Enem alude às missões jesuíticas no Brasil, ações implementadas no século XVI e que perduraram até o século XVIII. Em dupla, pesquisem as informações gerais sobre essas missões e respondam às seguintes questões: Quais eram os objetivos das missões jesuíticas no Brasil? Que ações eram realizadas pelos colonizadores? Que consequências elas acarretaram no que se refere à vida dos povos originários? Por que essas missões acabaram?

A estratégia argumentativa amparada em fato consiste na apresentação de informações de amplo domínio público em favor da intencionalidade do enunciador. A alusão histórica é um exemplo dessa estratégia. Na redação analisada, aludir às missões jesuíticas contribui para evidenciar o longo processo de desvalorização étnico-cultural sofrido pelos povos nativos no Brasil. Contudo, não há única interpretação para os eventos históricos, de modo que o enunciador pode escolher citar a que lhe convier.

Ruína da igreja de São Miguel das Missões (RS).

InTEGranDO COm

HISTÓRIA

Riqueza linguística

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Leia um trecho de uma reportagem sobre a presença da língua tupi no português falado no Brasil. Depois, responda às questões no caderno.

Herança do Tupi presente no português falado no Brasil

Língua indígena era a principal falada no Brasil até meados do século 18, quando foi proibida pela corte portuguesa. Mas era tarde: o tupi já nomeara grande parte da fauna, flora e cidades costeiras do país

Os povos que habitavam o território brasileiro antes da chegada dos primeiros colonizadores portugueses falavam cerca de mil línguas, segundo registros da Faculdade de Filosofia; Letras e Ciências da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP).

Além da riqueza linguística, a maioria deles, principalmente os que habitavam o litoral, onde se formaram as primeiras cidades do país, falava uma língua comum, o tupi antigo. Chamado de “língua brasílica” pelos portugueses, ele foi utilizado no Brasil durante séculos, por jesuítas, colonizadores e até bandeirantes. Na verdade, os falantes do tupi antigo, assim como os do guarani – vale ressaltar que tupi-guarani não é uma língua, mas uma família de línguas indígenas –, iam muito além do Brasil e se espalhavam por um vasto território da América do Sul, na época da chegada dos europeus ao continente.

Dentro do Brasil, o tupi antigo apresentava variações linguísticas ao longo da costa. Os potiguares do Paraíba até os tamoios do Rio de Janeiro, por exemplo, pronunciavam inteiros os verbos acabados em consoante, enquanto os tupis de São Vicente não pronunciavam a última consoante. Mas eram variações próximas, que permitiram aos colonizadores identificarem uma unidade entre os povos.

Segundo o professor da FFLCH-USP Eduardo Navarro, atualmente um dos principais estudiosos da matéria, o tupi é considerado o idioma indígena clássico do Brasil, uma vez que “foi a única língua indígena, das centenas que foram faladas no país, que se fez representar significativamente no léxico da língua portuguesa”.

BIBLIOTECA NACIONAL, RIO DE JANEIRO
Edição histórica de Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil, de José de Anchieta.

Por isso, até hoje é possível encontrar milhares de palavras do tupi no dia a dia dos brasileiros, que vão desde nomes de alimentos (como abacaxi, mandioca, açaí, paçoca, pipoca), animais (capivara, tatu, arara, jacaré-açu, jabuti, perereca), cidades e estados (Pará, Paraná, Manaus, Sergipe, Maceió), rios (Xingu, Xapuri, Ipiranga), vegetação em geral (cipó, capim, jacarandá, samambaia) até nomes próprios (Iracema, Iara, Araci, Jacira, Maiara).

O tupi antigo está presente até mesmo nos primórdios da literatura nacional, tendo, inclusive, duas gramáticas publicadas: uma em 1595, Arte de gramática da língua mais usada na costa do Brasil, de autoria do padre José de Anchieta, e outra de 1621, organizada pelo também jesuíta Luís Figueira.

MODELLI, Laís. Herança do Tupi presente no português falado no Brasil. DW Brasil, 22 fev. 2022. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/curitiba-ubatuba-pipoca-chorar-as-pitangas-o-tupi-presente-no-portugu%C3%AAs-falado-no-brasil/a-60874458. Acesso em: 10 set. 2024.

1. A reportagem cita duas gramáticas do tupi escritas por jesuítas, com destaque para a de autoria de José de Anchieta, de 1595. Ante o propósito catequizante das missões, o que explica o interesse dos jesuítas pelo estudo do tupi?

1. Para catequizar os indígenas guarani, era fundamental comunicar-se com eles, razão pela qual se fez necessário o estudo do tupi, língua falada por esse povo.

2. Apesar do propósito catequizante, as gramáticas dos jesuítas podem, em contrapartida, ter contribuído de algum modo para que o tupi seja “o idioma indígena clássico do Brasil”? Por quê?

2. Sim. Ao sistematizar o estudo do tupi no Brasil, essas gramáticas contribuíram para valorizá-lo.

3. A alusão às missões jesuíticas nesta reportagem tem a mesma intenção daquela feita na redação do Enem que você leu anteriormente? Explique.

3. Não. Na redação a alusão é em tom essencialmente crítico, como exemplo de desvalorização da cultura dos povos originários. Na reportagem, não há uma perspectiva crítica em relação aos jesuítas.

EU E O MUNDO

Eventos históricos podem ser reinterpretados. A descoberta de documentos e mesmo o momento histórico presente podem levar à revisão de interpretações consolidadas sobre acontecimentos da História. Esse movimento é chamado de revisionismo histórico.

Um dos exemplos mais recentes no Brasil envolve a trajetória dos bandeirantes. Durante séculos vistos majoritariamente como heróis da expansão do território brasileiro no período colonial, eles têm sido alvo de críticas em razão de terem provocado a captura e o extermínio de indígenas e de negros escravizados. Atentados recentes contra monumentos dedicados a bandeirantes e a pressão popular contra a escolha do nome de Fernão Dias para uma estação de metrô em São Paulo mostram o posicionamento social sobre o tema. Converse com os colegas para responder às questões a seguir.

1. Em sua opinião, como devem ser classificados os danos causados a monumentos dedicados aos bandeirantes em razão do revisionismo: vandalismo ou busca por justiça histórica?

MP

2. Você acredita ser possível agir com equilíbrio, consciência, responsabilidade e ética em situações de conflito social, a exemplo dos atentados contra monumentos dedicados aos bandeirantes? De que modo isso pode ser feito?

2. Respostas pessoais. O objetivo da questão é levar os estudantes a refletir sobre a garantia do exercício da cidadania, tendo como fundamento os direitos humanos.

3. Além de documentos e novas descobertas, como o pensamento de uma época pode influenciar a reinterpretação da História?

Não escreva no livro.
Não escreva no livro.
José de Anchieta, padre que esteve entre os primeiros estudiosos da língua tupi.

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

A organização dos termos da oração e os efeitos de sentido

Leia o trecho de uma notícia sobre um estudo de uma prática indígena de manejo do solo amazônico. Preste atenção aos termos em destaque e responda às questões no caderno.

Adubo pré-histórico foi planejado por indígenas da Amazônia no passado

Pesquisadores estudam práticas agrícolas dos povos originários que enriquecem o solo enquanto ajudam a manter o carbono longe da atmosfera

Um novo estudo traz evidências de que a terra preta amazônica, com alto teor de carbono e nutrientes, teria sido criada intencionalmente há milhares de anos. De acordo com os cientistas, os nativos manipulavam o lixo e o fogo de maneira controlada para elevar a produtividade de alimentos, o que teria aumentado a fertilidade do solo da floresta ao longo dos anos.

A pesquisa revela que esse solo é uma herança do manejo da terra feito pelos povos indígenas que viveram na floresta nos últimos 5 mil anos. A terra preta é um solo mais fértil que outros bastante arenosos presentes na região tropical. Por esse motivo, é mais requisitado para o plantio.

O estudo foi liderado pelo pesquisador Morgan Jason Schmidt, da Universidade Federal de Santa Catarina e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos, em parceria com o Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP e outras instituições.

Schmidt inicialmente teve apoio da Fundação Nacional da Ciência dos Estados Unidos (NSF) e, posteriormente, da Fundação Wenner-Gren, voltada a pesquisas antropológicas. O artigo com a descoberta foi publicado na revista Science Advances. O pesquisador também contou com o apoio do grupo de estudos Ecologia Histórica dos Neotrópicos, coordenado pelo professor Eduardo Neves, do MAE

“A terra preta existe em quase toda a Amazônia, dentro e fora do Brasil, mas há lugares onde ela não aparece: na bacia do Rio Juruá, por exemplo. Os nossos estudos mostram que ela foi mais disseminada a partir de mais ou menos 2.500 anos atrás”, esclarece Neves, ao ressaltar a contribuição à biodiversidade amazônica trazida pelo manejo indígena. O Rio Juruá nasce no Peru, passa pelos estados do Acre e do Amazonas e deságua no Rio Solimões, tendo uma bacia afunilada.

CONTERNO, Ivan. Adubo pré-histórico foi planejado por indígenas da Amazônia no passado. Jornal da USP, São Paulo, 11 out. 2023. Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/adubo-pre -historico-foi-planejado-por-indigenas-da-amazonia-no-passado/. Acesso em: 10 set. 2024.

#PARAlEMBRAR

Período é o nome que se dá à frase organizada em uma ou mais orações. Se estiver organizado em uma única oração, o período é simples; se em mais de uma, composto. Na língua portuguesa, prevalece a ordem direta dos termos da oração, também chamada de SVC em razão dos termos que a compõem: sujeito, verbo e complemento verbal. Se, após o complemento verbal, houver na oração advérbio, podemos falar em estrutura SVCA. Essa estrutura favorece a clareza e a fluidez dos enunciados.

1 Se o título da notícia estivesse na voz ativa, em vez de na voz passiva analítica, qual seria o sujeito?

2 Qual é o objetivo de empregar a voz passiva no título?

3 Do ponto de vista semântico, o que há em comum entre os sujeitos dos trechos destacados? O que se busca enfatizar com o uso desses sujeitos?

4 No trecho destacado, explique a intenção do autor do texto ao deslocar o adjunto adverbial de causa.

5 Na oração destacada, por que o deslocamento do adjunto adverbial também da ordem direta é necessário?

6 Considerando as características do gênero notícia, explique o predomínio da ordem direta dos termos da oração. MP

Não escreva no livro.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

O deslocamento do adjunto adverbial para realçar sentidos

Releia um trecho da redação do Enem que você analisou anteriormente. Depois, responda às questões.

Historicamente, a partir da implementação das missões jesuíticas no Brasil colonial, os povos nativos tiveram suas tradições suprimidas e o seu conhecimento acerca das peculiaridades territoriais menosprezado. Na contemporaneidade, a importância dessas populações configura um fator indispensável à compreensão da diversidade étnica do nosso país. Contudo, ainda persistem desafios à valorização dessas comunidades, o que interfere na preservação de seus saberes. Logo, urgem medidas estatais que promovam melhorias nesse cenário.

Sob esse viés, é válido destacar a fundamentabilidade dos povos tradicionais como detentores de pluralidade histórica e cultural, que proporciona a disseminação de uma vasta sabedoria na sociedade. Nesse sentido, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) afirma as heranças tradicionais desses grupos como constituintes do patrimônio imaterial brasileiro. Dessa forma, sabe-se que a contribuição desses indivíduos para a formação intelectual do corpo social engloba práticas de sustentabilidade, agricultura familiar e, inclusive, confere a eles uma participação efetiva na economia do país. Assim, evidencia-se a extrema relevância dessas comunidades para a manutenção de conhecimentos diferenciados, bem como para a evolução da coletividade.

1. Reescreva no caderno a primeira frase com os termos da oração em ordem direta.

Não escreva no livro.

1. a) Os advérbios de tempo “historicamente” e “a partir da implementação das missões jesuíticas no Brasil colonial”.

a) Do modo como foi escrita, que termos foram deslocados da ordem direta?

b) Qual é o efeito de sentido causado por esse deslocamento?

1. b) Esse deslocamento enfatiza os advérbios de tempo, ou seja, a alusão histórica às missões.

2. O segundo parágrafo manifesta a importância de “destacar a fundamentabilidade dos povos tradicionais” para a sociedade.

a) Segundo a autora, no contexto em que esse trecho aparece, por que esses povos são fundamentais para a sociedade contemporânea?

2. a) Esses povos são fundamentais porque detêm uma pluralidade histórica e cultural que proporciona uma vasta sabedoria à sociedade contemporânea.

b) Escreva uma frase cuja ordem sintática ressalte a razão dessa fundamentalidade.

MP

3. A autora da redação afirma que “[...] a contribuição desses indivíduos para a formação intelectual do corpo social engloba práticas de sustentabilidade, agricultura familiar [...]”. Com base no conteúdo do trecho, escreva uma frase cuja ordem sintática enfatize tais práticas dos povos tradicionais brasileiros.

3. Resposta possível: As práticas de sustentabilidade e agricultura familiar desses povos contribuem para a formação intelectual do corpo social brasileiro.

A ênfase é o principal efeito de sentido que decorre da inversão lógica dos termos da oração. Você pôde notá-lo no início da redação. Dos termos, aquele que tem trânsito mais livre na oração é o adjunto adverbial em virtude de sua independência sintática, já que ele não é um argumento, uma necessidade do verbo. O deslocamento do adjunto adverbial pode realçar sentidos diversos pretendidos pelo enunciador.

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Simulado da redação do Enem

Agora é sua vez de produzir uma redação que atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos motivadores terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

TEXTO I

“A agricultura sustentável não constitui algum conjunto de práticas especiais, mas sim um objetivo: alcançar um sistema produtivo de alimento e fibras que: aumente a produtividade dos recursos naturais e dos sistemas agrícolas, permitindo que os produtores respondam aos níveis de demanda engendrados pelo crescimento populacional e pelo desenvolvimento econômico; produza alimentos sadios, integrais e nutritivos que permitam o bem-estar humano; garanta uma renda líquida suficiente para que os agricultores tenham um nível de vida aceitável e possam investir no aumento da produtividade do solo, da água e de outros recursos; e corresponda às normas e expectativas da comunidade.”

NCR (National Research Council). Alternative agriculture. Washington, DC: National Academy Press, 1989. In: São Paulo (Estado). Secretaria do Meio Ambiente/Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais. Agricultura sustentável. São Paulo: SMA, 2011. Disponível em: https://arquivo.ambiente.sp.gov.br/cea/2014/11/13-agricultura-sustentavel1.pdf. Acesso em: 10 set. 2024.

TEXTO II

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil

Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável

2.1 Até 2030, acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas, em particular os pobres e pessoas em situações vulneráveis, incluindo crianças, a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano [...]

2.3 Até 2030, dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos produtores de alimentos, particularmente das mulheres, povos indígenas, agricultores familiares, pastores e pescadores, inclusive por meio de acesso seguro e igual à terra, outros recursos produtivos e insumos, conhecimento, serviços financeiros, mercados e oportunidades de agregação de valor e de emprego não agrícola

2.4 Até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes, que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, às condições meteorológicas extremas, secas, inundações e outros desastres, e que melhorem progressivamente a qualidade da terra e do solo

OS OBJETIVOS de Desenvolvimento Sustentável no Brasil.

Nações Unidas Brasil, 2024. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/2. Acesso em: 10 set. 2024.

TEXTO III

[...] Um estudo recente publicado na revista Nature alerta para a perda de terras agricultáveis nos próximos anos. Segundo os autores, as alterações climáticas na região Amazônia-Cerrado já tiraram 28% das atuais terras agrícolas das suas condições favoráveis denominado “ótimo climático”. Este cenário pode se agravar drasticamente nas próximas décadas se não houver uma mudança radical no modelo de produção com foco na sustentabilidade. Neste cenário, a agricultura familiar que já se encontra em situação de alta vulnerabilidade socioeconômica necessitará de apoio de políticas públicas e incentivos econômicos para se adaptar aos efeitos das alterações no clima e impulsionar uma transição para sistemas produtivos mais sustentáveis e resilientes. Os desafios para este setor composto por pequenos produtores, povos indígenas, extrativistas e outros grupos, reconhecidos pela lei n. 11.326 de 2006, passa também por questões que não podem ser deixadas de lado. Vale citar os problemas de regularização fundiária, falta de acesso aos serviços básicos (como saúde, educação e infraestrutura) e carência de serviços de assistência técnica e extensão rural, entre os entraves para o desenvolvimento sustentável dos territórios por elas ocupados. [...]

PINTO, Erika; MAZZETTI, Cristiane; ALTMANN, Alexandre. Caminhos para uma agricultura sustentável. Nexo, São Paulo, 27 fev. 2023. Disponível em: https://pp.nexojornal.com.br/opiniao/2023/02/27/ caminhos-para-uma-agricultura-sustentavel. Acesso em: 10 set. 2024.

em: https://ciorganicos.com.br/wp -content/uploads/2017/10/ciorganicos-20230616-141015.pdf. Acesso em: 10 set. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Dificuldades e perspectivas para o desenvolvimento da agricultura sustentável no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Planejar

1. Leia atentamente os textos da coletânea a fim de conhecer o problema e o contexto em que ele está inserido.

2. Escolha uma parte desse problema para discuti-lo e apresente uma tese sobre ele.

3. Selecione as informações e reflexões da coletânea e mobilize seu repertório e outras fontes confiáveis para sustentar sua tese para o tema proposto.

4. Defina os argumentos com que você defenderá sua tese. Um deles deve fazer uma alusão histórica.

5. Proponha, no fim do texto, uma intervenção factível para o problema. Para isso, além da ação, apresente o agente e a finalidade dela e como deve ser executada.

Horta orgânica comunitária

É possível que você conheça hortas orgânicas comunitárias ou ao menos já tenha ouvido falar nelas. Além de sustentáveis, em decorrência de não se usarem nelas adubos industriais, tais hortas são uma alternativa para reduzir o custo com o consumo de alimentos orgânicos, pois a compra é feita diretamente dos produtores. Converse com os colegas sobre esse assunto para responder às questões a seguir.

1. Você sabe o que é preciso para criar uma horta orgânica comunitária?

2. Você sabe como os produtores se organizam?

3. Em sua opinião, quais ações são possíveis, na esfera individual e na esfera do poder público, para estimular iniciativas de implantação de hortas orgânicas comunitárias?

O MUNDO E EU
Fonte: ORGANIS. Panorama do consumo de orgânicos no Brasil 2023. Disponível
Não escreva no livro.

Escrever

1. No caderno, faça um rascunho da redação, utilizando a norma-padrão da língua portuguesa. Ao escrever seus argumentos, lembre-se de utilizar ao menos uma alusão histórica.

2. Varie a ordem sintática dos elementos da oração para promover ênfase de sentido. Fique atento ao uso da vírgula, empregando a regra de concordância verbal explicada no boxe a seguir.

DE OlHO NA lINGUAGEM

A vírgula entre termos da oração

Releia um trecho da redação do Enem.

Na contemporaneidade, a importância dessas populações configura um fator indispensável à compreensão da diversidade étnica do nosso país.

Nessa oração, o adjunto adverbial foi deslocado para o início da frase, o que atribui ênfase ao aspecto temporal. Note que o deslocamento foi acompanhado de vírgula. O adjunto adverbial é o único entre os termos da oração (SVCA) que, quando deslocado da ordem direta, pode receber esse sinal de pontuação.

1. Se o adjunto adverbial for curto (composto de até três palavras), a vírgula no deslocamento é obrigatória apenas se o intuito for enfatizá-lo, como nas frases a seguir.

Hoje fez sol. Hoje, fez sol.

A pontuação de ambas está correta, mas note que a vírgula, em razão da pausa, realça o adjunto adverbial.

2. Se o adjunto adverbial for extenso ou em forma de oração, a vírgula no deslocamento é obrigatória, como nos exemplos a seguir.

Durante toda a manhã de segunda-feira, fez sol.

Durante as horas em que pedalamos, fez sol.

Revisar

1. Ao revisar seu texto, verifique se o problema foi identificado e se ao menos uma alusão histórica foi utilizada em favor da argumentação.

2. Analise se os argumentos mobilizados estão condizentes com o tema e contribuem para a sustentação da tese.

3. Verifique se houve ao menos uma inversão de termos da oração para dar ênfase de sentido.

4. Certifique-se de ter evitado repetições e empregado a concordância verbal e a ortografia, favorecendo a fluidez da leitura.

5. Identifique se a proposta de intervenção oferece resposta factível ao problema e se foram indicados o agente e a finalidade da proposta, assim como os meios para executá-la.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar sua redação com base nos critérios da etapa anterior, reescreva a versão final com os ajustes necessários. Sob a orientação do professor e com os colegas, organize uma coletânea com os textos produzidos pelos estudantes da turma. Depois, vocês podem depositar a coletânea na biblioteca da escola ou na biblioteca pública do município ou da comunidade onde moram. Assim, divulgarão o conhecimento construído sobre a agricultura sustentável no Brasil.

NINGUÉM É IGUAL A NINGUÉM 6

2. O título Somos muitos reforça a ideia de diversidade presente na obra. Ele sugere que, embora existam muitas pessoas diferentes, todas fazem parte de uma coletividade. Isso destaca a pluralidade de identidades e a importância de cada uma na construção da sociedade. O título, assim como a imagem, convida a uma reflexão sobre esse tema.

Somos muitos, obra do muralista Eduardo Kobra, publicada em edição da revista Veja, dezembro de 2017.

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Você já ouviu falar sobre diversidade? Cada pessoa tem suas próprias características, experiências e seus valores. No Ensino Médio, você está em uma fase de formação de sua identidade e de compreensão do mundo ao redor e, por isso, é importante discutir e aprender a diversidade.

1. Que elementos visuais, como cores, formas e expressões, transmitem a ideia de diversidade nessa imagem?

2. Como o título Somos muitos auxilia na interpretação da mensagem dessa obra? Analise a relação entre o título e os elementos visuais da composição.

3. Que emoções ou sentimentos a obra pode evocar no espectador? Justifique sua resposta com base nos elementos visuais observados.

4. Essa obra pode ser interpretada como um reflexo da sociedade contemporânea? Explique.

5. Explique como a obra pode ser relacionada a contextos de movimentos sociais que lutam por igualdade e justiça social.

6. Considerando as respostas às questões anteriores, comente a importância de obras como essa na promoção de debates sobre inclusão e diversidade.

Nesta unidade, você vai refletir sobre temas caros à sociedade, como a persistência do racismo, a pluralidade linguística e os movimentos migratórios e sua contribuição para a diversidade cultural.

Não escreva no livro.
© KOBRA, EDUARDO/AUTVIS, BRASIL, 2024

A persistência do racismo

Você vai conhecer a história da penalização do racismo no Brasil e entender como a injúria racial passou a ser considerada um crime que não prescreve e não permite fiança, assim como outros crimes de racismo. Com isso, poderá enriquecer sua argumentação sobre esse tema no simulado de redação do Enem.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

A seguir, você vai ler dois textos com diferentes perspectivas sobre o racismo. O primeiro traz alguns artigos de uma lei que modificou o Código Penal brasileiro para tipificar a injúria racial como crime de racismo; o segundo é uma reportagem sobre a influência da dançarina e coreógrafa estadunidense Katherine Dunham (1909-2006) na criação da primeira lei contra o racismo no Brasil. Você sabe qual é a diferença entre injúria racial e racismo? Conhece a história da legislação brasileira contra o racismo no país? Esses são os temas explorados a seguir.

Texto 1

LEI No 14.532, DE 11 DE JANEIRO DE 2023

Altera a Lei no 7.716, de 5 de janeiro de 1989 (Lei do Crime Racial), e o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para tipificar como crime de racismo a injúria racial, prever pena de suspensão de direito em caso de racismo praticado no contexto de atividade esportiva ou artística e prever pena para o racismo religioso e recreativo e para o praticado por funcionário público.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o A Lei no 7.716, de 5 de janeiro de 1989 (Lei do Crime Racial), passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 2o A Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional.

Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de metade se o crime for cometido mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas.”

[...]

BRASIL. Lei no 14.532, de 11 de janeiro de 2023. Altera a Lei no 7.716, de 5 de janeiro de 1989 (Lei do Crime Racial), e o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) [...]. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2023-2026/2023/lei/l14532.htm. Acesso em: 1o set. 2024.

reclusão: pena privativa de liberdade na qual o condenado é enviado a uma penitenciária para cumprir a sentença que lhe foi atribuída, aplicada geralmente a crimes de maior gravidade.

Não escreva no livro.

Texto 2

A dançarina americana que ajudou a criar 1a lei contra racismo do Brasil

Quando a dançarina e coreógrafa americana Katherine Dunham (1909-2006) chegou para dar entrevista aos repórteres que acompanhavam sua estreia no Teatro Municipal de São Paulo, em 11 de julho de 1950, todos imaginavam que seria a oportunidade de conseguir uma palavra da renomada artista americana.

Eles não imaginavam que um “desabafo” dela durante a conversa seria um divisor de águas na luta contra o racismo no Brasil.

Na ocasião, Katherine relatou que, dias antes da apresentação, o gerente de um hotel cinco estrelas vizinho do teatro, o Hotel Esplanada, havia se recusado a hospedá-la por ser uma “mulher de cor”.

O caso de racismo caiu como uma bomba.

Isso porque Katherine havia sofrido racismo no país que vendia a imagem de mais perfeito exemplo de democracia racial no mundo.

“Dizer que existia racismo no Brasil não era bom para a política de boa vizinhança que o país tentava repassar ao mundo, mas era uma situação que acontecia muito no país”, diz Lucia Helena Oliveira Silva, professora do departamento de história da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Assis, que pesquisou sobre o caso de racismo contra Katherine Dunham.

Na época, jornais brasileiros classificaram o caso de discriminação racial como um “revoltante incidente”, conforme reportagem do Correio Paulistano, e um “odioso procedimento de discriminação”, como publicou o Jornal de Notícias.

“Diferente de outros países que tinham escancaradamente casos de segregação racial, no Brasil, os atos de discriminação aconteciam de forma camuflada, e muitos não tinham coragem de denunciar como Katherine”, afirma Silva.

A 1a lei contra racismo do Brasil

democracia racial: sociedade na qual as raças são tratadas de maneira igualitária. segregação racial: forma de discriminação, em geral institucionalizada, em que determinado grupo racial não tem os mesmos direitos que os demais.

Em busca de dar uma pronta resposta à artista e à comunidade internacional, o deputado federal Afonso Arinos apresentou menos de uma semana depois do ocorrido um projeto de lei na Câmara dos Deputados para transformar atos racistas em contravenção penal, uma espécie de delito abaixo do crime e com penas mais brandas.

Proposta em 17 de julho de 1950, a Lei no 1.390 ficou conhecida pelo nome de seu idealizador e entrou em vigor em 3 de julho de 1951, quase um ano depois do caso de racismo ocorrido com Katherine Dunham.

Seu texto previa punição de multa para quem recusasse hospedar, servir, atender e receber cliente, comprador ou estudante por preconceito de raça e pena de até um ano de prisão.

Também previa perda do cargo para agente público flagrado cometendo ato racista.

Foi a primeira vez que uma lei previa punição para quem cometesse racismo no país, que há 68 anos havia abolido a escravidão.

“Costumo dizer que a Lei Afonso Arinos foi uma lei para americano ver”, diz Walter de Oliveira Campos, autor de uma tese na Unesp de Assis sobre a legislação.

“Era uma forma do Brasil mostrar ao mundo que estava adotando alguma medida de combate ao racismo. A punição era similar de quem praticasse jogo do bicho, ou seja, menor que um ano. Isso impedia que alguém fosse preso por ato racista.”

Na prática, por a pena ser muito baixa, são aplicadas medidas alternativas de punição em seu lugar.

Campos destaca que a lei foi importante por ter sido a primeira antirracista da história do Brasil, no entanto, as condutas tipificadas como crime por ela eram muito difíceis de serem comprovadas pelas vítimas.

“Isso fez com que a lei praticamente ficasse somente no papel, tendo poucos registros de condenações por ela.”

tipificado: classificado legalmente como pertencente a determinada categoria.

Foi o que comprovou o historiador Jerry Dávila, por meio de levantamento com base em ações judiciais relacionadas à Lei Afonso Arinos, entre 1951 e 1989.

Em quase quatro décadas de vigência, segundo o estudo, apenas seis pessoas foram condenadas.

Lei foi pouco efetiva

Monica Grin, professora de história contemporânea da Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ), ressalta que, ao ser pouca aplicada, a Lei Afonso Arinos acabou por produzir um efeito inverso no combate ao racismo.

“Por sua ineficácia, passou-se a falar que a lei atestava que o Brasil vivia de fato uma democracia racial. Porque, se não tinha denúncias, era porque não havia racismo no país.”

Ainda segundo Grin, a falsa crença de que o Brasil tinha uma democracia racial, desencorajava os que tentavam destoar dessa atmosfera ideológica.

“Como era uma lei sem efetividade, as pessoas deixavam de acioná-la em situações de discriminação”, diz a professora.

“Ademais, há o fato de que, em pouco mais de uma década após a promulgação da lei, a ditadura militar – em 1964 – se instalou no país, e as garantias do Estado de direito se evaporaram.”

Silva aponta que a própria mídia brasileira da época contribuiu para que a lei não tivesse grande efetividade.

“Os registros mostram que, quando se tratava de racismo a mídia da época não falava que era o brasileiro que cometia o ato, sempre diziam que era cometido por imigrantes não habituados à harmonia racial do país”, diz.

“Quando era um brasileiro, o caso sempre era tratado como um ato isolado.”

De Arinos a Caó

Foi a partir da Constituição de 1988 que o racismo passou a ser mais combatido no país, apontam especialistas.

O texto da Carta previu no inciso 42 do artigo 5o que “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”.

Isso foi regulamentado por outro marco legal, instituído em 1989 a partir de uma proposta feita pelo advogado e jornalista Carlos Alberto Caó.

Caó foi um dos poucos parlamentares negros que participaram da elaboração da atual Constituição e foi responsável pela inclusão do inciso sobre racismo no artigo 5o.

Intitulada Lei Caó, em homenagem ao deputado federal, a lei fez o racismo deixar de ser contravenção penal, previsto pela então Lei Afonso Arinos, tornando-o crime inafiançável e imprescritível tal qual estabelecido pela Constituição.

inafiançável: crime pelo qual o acusado não pode ser liberado mediante pagamento de fiança. imprescritível: crime que não perde a possibilidade de ser julgado, independentemente do tempo decorrido desde sua prática.

“Isso fez com que quem cometesse crime de racismo pudesse ser preso e não mais apenas pagar multa”, diz Silva.

No rol de inovações trazidas pela Lei Caó (Lei 7.716/89), está a ampliação de crimes de discriminação racial.

Se antes apenas algumas atitudes poderiam ser consideradas racistas, com ela, qualquer prática de preconceito de raça, cor e etnia passaram a ser punidos com pena de reclusão de dois a cinco anos e multa.

Outra mudança foi o enquadramento de práticas de intolerância religiosa, principalmente contra as religiões de matriz africana no rol de crimes de discriminação racial.

Também em 1997 foi incluído no Código Penal o crime de injúria racial – uma espécie de desdobramento do crime de racismo. Entenda a diferença abaixo:

• Injúria racial: está associado ao uso de palavras depreciativas referentes a cor, raça ou etnia com a intenção de ofender a honra da vítima. Ou seja, diz respeito principalmente a situações que envolvem a honra de um indivíduo específico, geralmente por meio do uso de palavras preconceituosas.

• Racismo: está mais associado com situações que a vítima passa como, por exemplo, ser impedida de entrar em estabelecimento comercial ou de entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais devido sua raça. Ocorre quando o agressor atinge um grupo ou coletivo de pessoas, ou seja, pressupõe uma ofensa a toda comunidade negra.

“Junto com isso, recentemente tivemos outras conquistas, como Estatuto da Igualdade Racial e as cotas raciais que representam uma ampliação da luta e do entendimento do que significa o racismo no Brasil”, aponta Monica Grin da UFRJ.

O que diz a legislação atual

Atualmente, com a recente Lei do Crime Racial (Lei 14.532/2023), o crime de injúria racial passou a se equiparar ao crime de racismo em termos de punição.

“Essa mudança foi importante, pois ao equiparar a punição de injúria racial ao racismo, não existe mais a brecha do registro da maior parte dos casos de discriminação racial pela pena mais branda”, ressalta Silva.

Isso ocorre porque, antes de 2023, a injúria era um crime menos grave que o racismo.

Assim, o acusado além de ter uma pena menor poderia ter a possibilidade de responder em liberdade com o pagamento de fiança, o que não é autorizado no caso de racismo.

Agora, assim como o racismo, o crime de injúria racial é inafiançável, imprescritível e punido com prisão de 2 a 5 anos.

Anteriormente, a pena era de 1 a 3 anos de prisão e pagamento de multa.

CARVALHO, Rone. A dançarina americana que ajudou a criar 1a lei contra racismo do Brasil. BBC News Brasil, São José do Rio Preto, SP, 13 mar. 2024. Disponível em: www.bbc.com/portuguese/articles/crgk9gxld3do. Acesso em: 14 set. 2024.

Pensar e compartilhar

1. Como a Lei no 14.532, de 2023, modifica a classificação da injúria racial no Brasil? E por que essa mudança é significativa para o combate ao racismo?

2. A legislação prevê penas mais severas para crimes de injúria racial cometidos por duas ou mais pessoas. Elabore hipóteses sobre as possíveis consequências dessa previsão.

3. Quais são os contextos específicos mencionados na Lei no 14.532, de 2023, em que o racismo é tratado com maior rigor?

3. Essa lei trata com maior rigor o racismo praticado em contextos que envolvem atividades esportivas, artísticas e religiosas e o praticado por funcionários públicos, estabelecendo penas mais severas para essas situações.

4. Como o caso de racismo contra Katherine Dunham contribuiu para a criação da primeira lei antirracista no Brasil?

MP

5. Por que a Lei Afonso Arinos, embora historicamente importante, foi considerada pouco efetiva?

6. Compare as abordagens da Lei Afonso Arinos (1951) e da Lei Caó (1989) no combate ao racismo.

MP

6. A Lei Caó (1989) representou um avanço significativo no combate ao racismo ao tipificá-lo como crime inafiançável e imprescritível, com penas mais severas de reclusão. A lei também ampliou a definição de racismo para incluir qualquer prática discriminatória baseada em raça, cor ou etnia, além de ter abordado a intolerância religiosa, especialmente contra religiões de matriz africana. A lei em questão tornou o combate ao racismo mais eficaz, penalizando com maior rigor atos de preconceito.

Não escreva no livro.

Argumento por princípio: a dignidade da pessoa humana

7. Na reportagem lida, qual foi o percurso argumentativo empregado para justificar a criação da Lei Afonso Arinos em 1951, considerando o contexto histórico e social do Brasil naquela época?

8. Sobre o percurso argumentativo apresentado na reportagem, relacione os trechos às alternativas.

I. A reportagem discute as limitações da Lei Afonso Arinos e destaca sua ineficácia, apesar do valor simbólico.

II. A reportagem relata o caso de racismo sofrido por Katherine Dunham em um hotel em São Paulo em 1950.

III. A reportagem apresenta as novas leis, como a Lei Caó e a Lei no 14.532/2023, criadas para corrigir falhas das legislações anteriores.

IV. A reportagem descreve a proposta de criação de uma lei para tipificar o racismo como contravenção penal, de autoria de Afonso Arinos, em resposta ao incidente com Katherine Dunham.

V. A reportagem explora a contradição entre a imagem de “democracia racial” promovida pelo Brasil e a realidade de práticas racistas.

a) ( ) Apresentação do incidente.

b) ( ) Contextualização do racismo no Brasil.

c) ( ) Resposta legislativa.

d) ( ) Crítica à Lei Afonso Arinos.

e) ( ) Evolução da legislação antirracista.

8. Resposta: a-II; b-V; c-IV; d-I; e-III.

9. Considerando os argumentos apresentados na reportagem, é possível afirmar que nele se defende a evolução das leis antirracistas no Brasil?

9. Sim, pois o texto menciona a ideia de que a evolução das leis antirracistas no Brasil reflete um compromisso crescente com a justiça social e a igualdade de direitos.

10. O princípio da dignidade da pessoa humana refere-se à qualidade essencial de cada indivíduo que exige respeito, proteção contra atos degradantes e condições mínimas para uma vida saudável e com participação ativa na sociedade. Diante desse aspecto, como esse princípio foi empregado como fundamento para a criação da Lei Afonso Arinos?

11. Uma vez que o argumento por princípio se fundamenta em valores éticos e morais, é possível afirmar que a Lei no 14.532/2023 se justifica com base nesse princípio? Explique.

Princípios são diretrizes essenciais que orientam o comportamento e a tomada de decisões em diversas áreas da vida. Nesse contexto, o argumento por princípio envolve a defesa de um direito, amparado em exigências de justiça, equidade e outras dimensões éticas e morais.

1. O racismo persistente impacta negativamente os sonhos e as aspirações das pessoas negras porque muitas vezes elas enfrentam barreiras que desvalorizam suas capacidades e limitam suas oportunidades.

EU E O MUNDO

Com base no que você leu e em suas vivências, converse com os colegas sobre as questões a seguir.

1. Por que o racismo, ainda persistente na sociedade, pode impactar negativamente os sonhos e as aspirações de pessoas negras?

2. O ambiente escolar pode contribuir para evitar a persistência do racismo e, ao mesmo tempo, influenciar a realização dos sonhos e incentivar as motivações dos estudantes negros? Comente.

2. Sim, o ambiente escolar tem o potencial de influenciar positivamente os sonhos e as motivações de estudantes negros, caso promova a inclusão, valorize a diversidade e ofereça suporte adequado. Escolas que implementam políticas antirracistas e programas de mentoria podem ajudar a construir um ambiente de apoio que encoraja todos os estudantes a alcançar pleno potencial. Não escreva no livro.

Construir sonhos, derrubar muros
MP

InTEGranDO COm LITERATURA

Herança colonial

O livro Nós matamos o cão tinhoso! , do escritor moçambicano Luís Bernardo Honwana (1942-), reúne sete contos que retratam a realidade opressiva vivida pelos trabalhadores moçambicanos durante a colonização portuguesa, destacando as experiências de crianças e trabalhadores negros no período colonial. Leia, a seguir, o trecho de uma resenha do conto “As mãos dos pretos”.

As mãos dos pretos, de Luís Bernardo Honwana

Capa do livro Nós matamos o cão tinhoso!, do autor moçambicano Luís Bernardo Honwana.

O racismo é um problema que atinge pessoas do mundo inteiro, sobretudo no Brasil, onde o índice de pessoas negras que sofrem discriminação racial no país é bastante alto. O conto do autor Luís Bernardo Honwana, “As mãos dos pretos” ajuda-nos a compreender melhor como o preconceito racial é disseminado a partir de ditos populares ou concepções utópicas produzidas por pessoas de diversas posições sociais, interrogadas por um garoto que se sente incomodado pelo fato de as palmas das mãos dos pretos serem brancas.

Já não sei a que propósito é que isso vinha, mas o senhor professor disse um dia que as palmas das mãos dos pretos são mais claras do que o resto do corpo porque ainda há poucos séculos os avós deles andavam com elas apoiadas ao chão, como os bichos do mato, sem as exporem ao sol, que lhes ia escurecendo o resto do corpo.

(Honwana, 2000, p. 35)

Em nosso cotidiano, estão presentes afirmativas bastante similares a que o professor respondeu ao garoto e há quem acredite, haja vista a teoria de Darwin que apregoa que a raça humana teve surgimento a partir da evolução do macaco. Porém, essa teoria passou a ter um aspecto bastante negativo, no que se refere à difusão de um racismo absurdo no mundo inteiro direcionado a pessoas de cor preta ou parda, indivíduos de cor branca ou clara não “desfrutaram” dessa nomenclatura.

OLIVEIRA FILHO, Jesiel Ferreira; CRUZ, Ezequiel Santos. Resenha “As mãos dos pretos”, de Luís Bernardo Honwana. Revista África e Africanidades, ano 8, n. 20, jul. 2015. Disponível em: https://africaeafricanidades.com.br/documentos/006020072015.pdf. Acesso em: 3 set. 2024.

1. Qual é o tema central do conto “As mãos dos pretos”?

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor. Não escreva no livro.

1. O tema central desse conto é o racismo, especialmente a desumanização e o preconceito racial.

2. A explicação dada pelo professor sobre as palmas das mãos dos pretos pode ser interpretada como um reflexo das concepções racistas enraizadas na sociedade? Justifique.

2. Sim, pois ela reproduz uma visão desumanizadora e que inferioriza pessoas negras.

3. Em face da abordagem temática do conto apresentada na resenha, como ela se relaciona com a necessidade histórica de legislações como a Lei Afonso Arinos e a Lei no 14.532/2023?

3. O conto ilustra a naturalização do preconceito racial, que justifica e perpetua a discriminação contra pessoas negras. Esse tipo de racismo estrutural, abordado pelo conto, foi precisamente o que motivou a criação de legislações como a Lei

e a Lei no 14.532/2023,

Afonso Arinos, a primeira a criminalizar o racismo no Brasil,
que equipara injúria racial ao crime de racismo, demonstrando um avanço na luta contra a discriminação racial.
EDITORA KAPULANA/ACERVO DA EDITORA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O aposto e a concisão do texto

Releia um trecho da reportagem apresentada anteriormente e responda às questões.

1 O t recho destacado no primeiro parágrafo é um aposto. Como ele contribui para a compreensão do texto? Justifique.

Quando a dançarina e coreógrafa americana Katherine Dunham (1909-2006) chegou para dar entrevista aos repórteres que acompanhavam sua estreia no Teatro Municipal de São Paulo, em 11 de julho de 1950, todos imaginavam que seria a oportunidade de conseguir uma palavra da renomada artista americana.

Eles não imaginavam que um “desabafo” dela durante a conversa seria um divisor de águas na luta contra o racismo no Brasil.

4 Considere que um aposto pode ser empregado para:

I. enumerar ou recapitular;

2 No terceiro parágrafo, o aposto em destaque contribui para conferir mais credibilidade à reportagem? Comente.

Na ocasião, Katherine relatou que, dias antes da apresentação, o gerente de um hotel cinco estrelas vizinho do teatro, o Hotel Esplanada, havia se recusado a hospedá-la por ser uma “mulher de cor”.

O caso de racismo caiu como uma bomba. Isso porque Katherine havia sofrido racismo no país que vendia a imagem de mais perfeito exemplo de democracia racial no mundo.

II . marcar uma distribuição; III. marcar uma especificação;

IV. explicar, resumir ou identificar.

Com qual desses casos o aposto do sexto parágrafo se identifica? Explique.

3 S obre o aposto em destaque no sexto parágrafo, responda:

a) Com que função ele foi empregado?

b) Que hipóteses podem ser levantadas sobre o objetivo desse aposto na construção da informação?

“Dizer que existia racismo no Brasil não era bom para a política de boa vizinhança que o país tentava repassar ao mundo, mas era uma situação que acontecia muito no país”, diz Lucia Helena Oliveira Silva, professora do departamento de história da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Assis, que pesquisou sobre o caso de racismo contra Katherine Dunham. Na época, jornais brasileiros classificaram o caso de discriminação racial como um “revoltante incidente”, conforme reportagem do Correio Paulistano, e um “odioso procedimento de discriminação”, como publicou o Jornal de Notícias.

3. b) Uma das hipóteses é a de que, ao destacar a formação acadêmica e a especialização da professora, o aposto fortalece a argumentação do texto, pois confere credibilidade à fonte citada.

5 É possível afirmar que os apostos destacados auxiliam na construção da narrativa sobre o impacto de Katherine Dunham na luta contra o racismo no Brasil?

O aposto é um recurso importante para enriquecer uma frase ao fornecer informações adicionais ou esclarecer o sentido do termo ao qual está associado. Os diferentes tipos de aposto conferem maior precisão, clareza e detalhamento ao que se deseja expressar. Na escrita formal, seu uso adequado é essencial, pois elimina a necessidade de redigir novas sentenças, tornando o texto mais conciso. Além disso, o aposto facilita a compreensão do leitor e promove uma comunicação mais eficiente.

Não escreva no livro.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

O uso do aposto na construção do argumento

Leia mais alguns trechos da reportagem e responda às questões no caderno.

Trecho 1

Também em 1997 foi incluído no Código Penal o crime de injúria racial – uma espécie de desdobramento do crime de racismo.

Trecho 2

“Costumo dizer que a Lei Afonso Arinos foi uma lei para americano ver”, diz Walter de Oliveira Campos, autor de uma tese na Unesp de Assis sobre a legislação.

Trecho 3

Foi o que comprovou o historiador Jerry Dávila, por meio de levantamento com base em ações judiciais relacionadas a Lei Afonso Arinos, entre 1951 e 1989.

1. Qual é a função dos apostos destacados nos fragmentos reproduzidos?

Não escreva no livro.

2. Reescreva os trechos no caderno, substituindo os apostos ou trocando-os de posição. Faça as adaptações necessárias.

3. É possível perceber alguma diferença no efeito de sentido com o deslocamento do aposto em uma frase? Explique.

4. O uso do aposto pode contribuir para a precisão e a economia de palavras em um argumento? Explique.

4. Sim, o aposto contribui para a precisão e a economia de palavras em um argumento, ao condensar informações adicionais em um termo ou em uma expressão curta, sem a necessidade de desenvolver uma nova frase ou oração. Ao empregar o aposto, o

#naprática

autor consegue inserir importantes detalhes com concisão, tornando o texto mais direto e evitando redundâncias.

Simulado da redação do Enem

Agora, você vai produzir uma redação que atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

TEXTO I

O ser humano e o direito à liberdade

Não há, nunca houve, nem haverá escravos. O ser humano, sob violência física ou simbólica, tem sido escravizado, mas não escravo. O escravo é um ser inerte convencido de sua inferioridade face ao opressor, subordinado em todas as esferas da vida. Isso, nenhum ser humano o é.

O que o mundo conhece sobre dominações – adiciono escravidão, escravatura, escravismo – são formas de violência, impedindo e opondo-se ao exercício da liberdade. Alguém, muitas vezes falseando amor ou proteção, submete pessoas. Em família, em uniões amorosas, observam-se formas suaves e racionais de escravizar o outro mediante formas de violências simbólicas. Violência simbólica, como pensada pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, constrange, submete e provoca dor moral.

A liberdade é condição da espécie humana, integra a nacionalidade dos humanos. Liberdade é oposição da escravização, posto que escravidão seja apenas a dominação de formas de escravização como vigentes na antiguidade. As contribuições de Kant confirmam a dignidade como atributo de todo ser humano e a liberdade também o é. Somente pela verve violenta se escravizam pessoas. Pensa-se livremente, o direito de pensar é livre e assim absoluto. Ao direito, expressando o sentido do justo em sociedade, cabe garantir expressões do exercício dessa liberdade – seja ela de comunicação, locomoção, permanência ou crenças –, mas também é seu dever discipliná-lo.

PRUDENTE, Eunice. A escravização e racismo no Brasil, mazelas que ainda perduram. Jornal da USP, 10 jun. 2020. Disponível em: https://jornal.usp.br/artigos/a-escravizacao-e-racismo-no-brasil-mazelas-que-ainda-perduram/. Acesso em: 4 set. 2024.

TEXTO II

BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Estimativa aponta mais de 1,4 milhão de vítimas de escravidão moderna em países de língua portuguesa . Disponível em: https://tst.jus.br/-/estimativa -aponta-mais-de-1-4-milhão-de-vítimas-de-escravidão-moderna -em-países-de-língua-portuguesa. Acesso em: 21 out. 2024.

TEXTO III

Devemos aprender com a história do feminismo negro, que nos ensina a importância de nomear as opressões, já que não podemos combater o que não tem nome. Dessa forma, reconhecer o racismo é a melhor forma de combatê-lo. Não tenha medo das palavras “branco”, “negro”, “racismo”, “racista”. Dizer que determinada atitude foi racista é apenas uma forma de caracterizá-la e definir seu sentido e suas implicações. A palavra não pode ser um tabu, pois o racismo está em nós e nas pessoas que amamos – mais grave é não reconhecer e não combater a opressão. Chegamos, assim, à seguinte pergunta: o que, de fato, cada um de nós tem feito e pode fazer pela luta antirracista? O autoquestionamento – fazer perguntas, entender seu lugar e duvidar do que parece “natural” – é a primeira medida para evitar reproduzir esse tipo de violência, que privilegia uns e oprime outros.

RIBEIRO, Djamila. Pequeno manual antirracista . São Paulo: Companhia das Letras, 2019. p. 21-22. Adaptado.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos e com base em seus conhecimentos, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema “O legado da escravidão e do racismo no Brasil: caminhos para a superação”. Apresente uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos, organize os argumentos e informações com coerência e coesão e apresente uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.

Planejar

1. Selecione dados da coletânea e verifique as possibilidades de abordagem em relação ao tema proposto.

2. Mobilize seu repertório. Selecione informações que possam contribuir para a construção dos argumentos.

3. Articule essas informações à tese a ser apresentada em sua redação.

4. Selecione os argumentos que sustentarão seu ponto de vista.

5. Verifique se os argumentos selecionados provêm de fontes confiáveis.

6. Defina os argumentos com que você defenderá sua tese.

7. Proponha uma intervenção factível para o problema, indicando o agente, a ação, o modo e a finalidade de sua implementação.

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a importância da atuação coletiva na busca por solucionar problemas e construir ambientes de ajuda mútua, promovendo a troca de saberes e a vida em comunidade. Incentive-os a compartilhar experiências pessoais de participação em campanhas, mutirões ou outras atividades de engajamento social.

Considerando suas vivências e as reflexões feitas ao longo de seus estudos, reflita e converse sobre esse tópico com os colegas.

1. De que forma seu envolvimento com a luta antirracista contribui para o exercício pleno de sua cidadania?

2. Como a educação antirracista pode influenciar o desenvolvimento do senso de responsabilidade social?

2. Resposta pessoal. A educação antirracista contribui para o desenvolvimento do senso de responsabilidade social entre os jovens ao sensibilizá-los sobre a importância do combate ao preconceito e à discriminação racial. Ao compreender as consequências do racismo

Escrever

e a importância de valorizar a diversidade, os jovens desenvolvem responsabilidade social e empatia, elementos fundamentais para o exercício pleno da cidadania.

1. Escreva a primeira versão de sua redação em modalidade escrita formal da língua portuguesa.

2. Empregue o argumento por princípio para dar credibilidade ao texto e desenvolva-o com clareza, atentando à coerência e coesão textual.

3. Use o aposto para enriquecer frases, fornecendo informações adicionais ou esclarecendo algum termo importante para a construção de sentido no texto.

4. Proponha uma intervenção viável, que responda ao problema de forma clara e embasada.

A vírgula na estruturação de orações com o uso do aposto

A vírgula é usada para delimitar o aposto, que acrescenta informações complementares ao substantivo ou ao pronome. Pode ser obrigatória, dependendo do tipo e da função do aposto na frase. Observe:

1. O aposto explicativo é separado por vírgulas, pois insere uma explicação adicional.

O escritor Luís Bernardo Honwana, um dos ícones da literatura moçambicana, é autor do livro de contos Nós matamos o cão tinhoso!.

2. O aposto resumidor ou recapitulativo é separado por vírgulas para destacar o termo que resume os elementos citados.

Discriminação, intolerância, desigualdade, todas são formas de racismo que devemos combater.

3. O aposto enumerativo lista elementos da mesma categoria mencionada no termo principal da oração.

Ela dedicou sua vida a combater várias injustiças: racismo, discriminação, intolerância e desigualdade.

Revisar

1. Verifique se foi utilizada a escrita formal, se o texto apresenta coerência e coesão e se o uso do aposto está adequado.

2. Observe se o contexto, o problema e a tese foram apresentados no primeiro parágrafo.

3. Analise se foi empregado o argumento por princípio, se ele extrapola os textos motivadores, se é condizente com o tema e se contribui para a sustentação da tese.

4. Certifique-se de que as fontes consultadas sejam confiáveis e de que a conclusão do texto apresente proposta de intervenção factível e responda ao problema.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Escreva a versão final, fazendo os ajustes necessários. Sob a orientação do professor, compartilhe o texto com os colegas e discutam as teses e as estratégias argumentativas mobilizadas para abordar o tema.

Luta contra o racismo
O MUNDO E EU
DE OlHO NA lINGUAGEM
Não escreva no livro.

Pluralidade linguística

Vamos explorar como a pluralidade linguística faz parte do cotidiano. Prepare-se para descobrir mais dessa riqueza cultural e linguística.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

A seguir, você vai ler uma crônica argumentativa sobre o uso dos clichês. No texto, o autor discute como estes, apesar de criticados, têm uma capacidade de comunicação eficaz, o que explica por que continuam presentes na linguagem. A crônica nos convida a refletir sobre a escrita, levantando a questão: Será que devemos sempre evitar os clichês ou há situações em que eles podem ser a melhor escolha?

Texto

Falou e disse: A precisão dos clichês

Os manuais de redação dizem que escrever bem é evitar lugares-comuns. Nada compromete mais o estilo do que o uso de expressões batidas, do feijão com arroz linguístico, que nada acrescenta à expressão. Mas não é fácil fugir ao clichê (acabei de usar um no período anterior: “feijão com arroz”). Por que é tão difícil escapar dessas fórmulas? Em parte, porque a língua tem um estoque limitado de imagens; não se pode a todo momento criar uma metáfora e, menos ainda, fazê-la atraente ao leitor. O público às vezes leva tempo para se afeiçoar tanto à semântica quanto à sonoridade de uma imagem nova.

Nelson Rodrigues dizia que seu maior achado era a repetição. Fiel a isso, recheava seus textos com expressões que os leitores já sabiam de cor. Tanto nas crônicas quanto nos romances, deparamo-nos a todo momento com referências à “ricaça das narinas de cadáver”, ao “Narciso às avessas, que cospe na própria imagem”, ao sol de “rachar catedrais”. São imagens criadas pelo próprio Nelson, é certo, mas que perderam a novidade de tanto ser repetidas.

Nem por isto a sua prosa é menos sedutora. Pelo contrário, lemos o autor de “Vestido de noiva” com um prazer oposto ao que nos propicia, por exemplo, um Guimarães Rosa. Lemos para nos deparar com o mesmo, o conhecido, o quase-igual. Para gozar daquele “prazer de reencontro”, de que nos fala Freud.

Uma boa explicação para o sucesso dos clichês encontro na página 199 de “O caçador de pipas”, de Khaled Hosseini. Vale a pena transcrever a passagem:

“Um professor de redação que tive na San Jose State sempre dizia, referindo-se aos clichês: ‘Tratem de evitá-lo como se evita uma praga’. E ria da própria piada. A turma toda ria junto com ele, mas sempre achei que aquilo era uma tremenda injustiça. Porque, muitas vezes, eles são de uma precisão impressionante. O problema é que a adequação das expressões-clichês é ofuscada pela natureza da expressão enquanto clichê.”

Não deixa de ser irônico: ao orientar os estudantes a rejeitar os clichês, o professor não escapa de produzir um deles (“como se evita uma praga”). Isso mostra que o clichê parece mesmo inevitável; funciona porque é preciso, exato. A precisão faz com que muitas vezes o escolhamos a despeito da sua natureza de lugar-comum. Servimo-nos dele não por preguiça mental, ou carência vocabular, mas por em dado momento não nos ocorrer nada mais expressivo. [...]

VIANA, Chico. Falou e disse: A precisão dos clichês. Jornal da Paraíba, [s.l.], 2 fev. 2015. Disponível em: https://jornaldaparaiba.com.br/cotidiano/falou-e-disse-precisao-dos-cliches. Acesso em: 6 set. 2024.

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Pensar e compartilhar

1. Clichês são expressões batidas e desgastadas, que não acrescentam originalidade ao estilo e comprometem a qualidade da escrita, motivo pelo qual os manuais de redação desaconselham seu uso.

1. Na crônica, o autor comenta que há manuais de redação que desaconselham o uso de clichês na escrita. Por que isso acontece?

2. Segundo o autor, qual é a principal dificuldade em evitar clichês na escrita?

3. Como a crônica aborda a relação entre a eficácia dos clichês e a inevitabilidade deles no discurso?

4. No texto, o autor faz referência a Nelson Rodrigues, um dos mais renomados dramaturgos, jornalistas e escritores do Brasil do século XX.

a) De que maneira Nelson Rodrigues utilizava clichês em suas obras?

b) O que o autor destaca sobre o impacto dos clichês na leitura das obras de Nelson Rodrigues?

c) É p ossível comparar o uso de expressões repetitivas adotado por Nelson Rodrigues e o feito por Guimarães Rosa? Justifique a resposta.

5. De que forma a referência ao livro O caçador de pipas, de Khaled Hosseini, contribui para a compreensão do papel dos clichês na linguagem, especialmente no que diz respeito à precisão e à inevitabilidade dessas expressões na comunicação cotidiana?

6. Releia o trecho a seguir.

2. A principal dificuldade no que se refere aos clichês reside no fato de que a língua conta com um estoque limitado de imagens e criar metáforas ou expressões atraentes é um desafio que nem sempre é bem recebido pelos leitores.

5. A referência a esse livro contribui para a compreensão do papel dos clichês ao destacar que, embora frequentemente criticados, eles têm uma precisão que justifica seu uso, ainda que sejam considerados expressões desgastadas.

Isso mostra que o clichê parece mesmo inevitável; funciona porque é preciso, exato.

a) O que o autor quis dizer ao afirmar que o clichê “funciona porque é preciso”?

b) De acordo com o texto, por que os clichês são utilizados, mesmo sendo considerados lugares-comuns?

c) Por que o uso de um clichê pode não estar relacionado à falta de criatividade ou de vocabulário?

7. Apesar da utilidade dos clichês em muitos contextos, como a repetição de expressões estereotipadas pode reforçar preconceitos sociais e culturais?

Cite um exemplo.

8. O preconceito é uma atitude individual que reflete as ideias de uma sociedade. Em sua opinião, uma pessoa pode sofrer preconceito pelo modo como se expressa, seja na fala, seja na escrita? Comente.

6. c) A escolha de um clichê pode ser uma decisão intencional, baseada em sua eficácia e precisão. MP MP

Preconceito linguístico é a expressão que designa julgamentos negativos dirigidos às variedades linguísticas de menor prestígio social. Esse tipo de preconceito está intimamente relacionado a outras formas de discriminação, como preconceito regional, cultural e socioeconômico. No Brasil, ele afeta sobretudo pessoas de regiões mais pobres do país e de áreas menos favorecidas dos grandes centros urbanos.

O caçador de pipas, escrito por Khaled Hosseini, é um romance que narra a tocante história de amizade entre Amir e Hassan, dois meninos que crescem no Afeganistão da década de 1970. O livro, que foi adaptado para o cinema pelo diretor Marc Forster, emociona leitores no mundo inteiro desde seu lançamento, proporcionando uma rica visão da cultura afegã. A obra aborda temas importantes, como o sistema de castas, a religião e a condição da mulher na sociedade desse país, além de trazer uma profunda reflexão sobre culpa, redenção e amizade.

Capa do livro O caçador de pipas, de Khaled Hosseini.

Não escreva no livro.

9. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes sugiram que a evolução da linguagem é um processo contínuo, em que nem todas as novas expressões são imediatamente adotadas ou compreendidas. Além disso, autores como Nelson Rodrigues, citado no texto, ajudam a perpetuar certas expressões, contribuindo para a preservação de elementos linguísticos na cultura.

9. Com base na crônica de Chico Viana, é possível refletir sobre a história da língua portuguesa, especialmente em relação ao desenvolvimento e à preservação de expressões e formas de linguagem ao longo do tempo. Por que isso acontece?

Argumento por exemplificação: o uso dos clichês

10. O autor do texto explora um tema cotidiano, típico das crônicas, para defender um ponto de vista. Para isso, apresenta argumentos para convencer o leitor. Quais são eles?

11. Na crônica lida, o autor argumenta que, embora os clichês com frequência sejam vistos como sinais de uma linguagem pobre e repetitiva, eles não devem ser automaticamente desqualificados. O que o autor sugere com essa argumentação?

12. Releia o trecho a seguir.

11. O autor sugere que a precisão e a eficácia comunicativa dos clichês os tornam úteis em muitos contextos, mesmo com sua aparente banalidade.

Nelson Rodrigues dizia que seu maior achado era a repetição. Fiel a isso, recheava seus textos com expressões que os leitores já sabiam de cor. Tanto nas crônicas quanto nos romances, deparamo-nos a todo momento com referências à “ricaça das narinas de cadáver”, ao “Narciso às avessas, que cospe na própria imagem”, ao sol de “rachar catedrais”. São imagens criadas pelo próprio Nelson, é certo, mas que perderam a novidade de tanto ser repetidas.

12. Sim, os exemplos de clichês usados por Nelson Rodrigues mostram que repeti-los pode ser um recurso eficaz na comunicação. Esses exemplos reforçam a ideia de que, a despeito do uso reiterado, essas imagens mantêm sua força expressiva, ilustrando a precisão e a importância dos clichês.

• É possível afirmar que o autor utiliza os exemplos de Nelson Rodrigues para sustentar seu argumento sobre a precisão dos clichês na comunicação? Analise o impacto desses exemplos na construção do argumento.

13. O uso de exemplos no texto de Chico Viana reforça a ideia de que, embora criticados, os clichês têm um valor comunicativo importante. Como esses exemplos afetam a percepção do leitor sobre o tema?

MP MP

14. O autor da crônica utiliza a exemplificação para contestar a visão negativa dos clichês. Qual é a eficácia dessa estratégia argumentativa?

O argumento por exemplificação é uma estratégia argumentativa utilizada para reforçar e esclarecer uma ideia ou um ponto de vista. Nela, o autor apresenta exemplos específicos para que um conceito abstrato se torne mais claro e fácil de entender. Esses exemplos, ao ajudar o leitor a visualizar o que está sendo discutido, colaboram para uma compreensão mais efetiva e tornam o argumento mais convincente.

EU E O MUNDO

O poder dos clichês

Não escreva no livro.

Embora sejam expressões repetitivas, os clichês podem refletir a diversidade cultural e linguística de uma comunidade, além de funcionar como uma ponte entre diferentes gerações e grupos sociais. Com base no que você leu e em suas experiências, discuta com os colegas as questões a seguir.

1. Alguma vez você já se sentiu influenciado por um clichê? Em caso afirmativo, como foi essa experiência?

1. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a compartilhar com a turma as experiências que vivenciaram.

2. Clichês sobre sucesso e realização pessoal podem influenciar a motivação das pessoas?

Comente.

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam que sim. Clichês dessa natureza podem tanto inspirar e promover resiliência quanto causar pressão e ansiedade, além de oferecer uma visão limitada sobre os desafios reais do caminho para o sucesso. O impacto depende muito da forma como eles são interpretados e do contexto em que são aplicados.

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Denotação e conotação

Releia um trecho da crônica de Chico Viana e responda às questões.

1 E m relação ao primeiro parágrafo, responda:

a) Qual é o sentido do trecho em destaque? Justifique.

b) Fora desse contexto, o que significa a expressão feijão com arroz?

c) No contexto apresentado, o que significam expressões batidas?

2 Q ual é o sentido da expressão destacada?

2. A expressão indica a intensidade do calor, sugerindo uma força tão extrema que poderia danificar construções imponentes como catedrais.

Os manuais de redação dizem que escrever bem é evitar lugares-comuns. Nada compromete mais o estilo do que o uso de expressões batidas, do feijão com arroz linguístico, que nada acrescenta à expressão. Mas não é fácil fugir ao clichê (acabei de usar um no período anterior: “feijão com arroz”).

[...]

Nelson Rodrigues dizia que seu maior achado era a repetição. Fiel a isso, recheava seus textos com expressões que os leitores já sabiam de cor. Tanto nas crônicas quanto nos romances, deparamo-nos a todo momento com referências à “ricaça das narinas de cadáver”, ao “Narciso às avessas, que cospe na própria imagem”, ao sol de “rachar catedrais”. São imagens criadas pelo próprio Nelson, é certo, mas que perderam a novidade de tanto ser repetidas.

Nem por isto a sua prosa é menos sedutora. Pelo contrário, lemos o autor de “Vestido de noiva” com um prazer oposto ao que nos propicia, por exemplo, um Guimarães Rosa. Lemos para nos deparar com o mesmo, o conhecido, o quase-igual. Para gozar daquele “prazer de reencontro”, de que nos fala Freud.

#PARAlEMBRAR

Não escreva no livro.

1. a) A expressão tem sentido de algo comum ou banal. Foi utilizada no contexto para descrever uma linguagem sem inovação ou criatividade.

1. b) A expressão dá nome ao prato mais básico e comum da culinária brasileira.

1. c) Expressões que perderam originalidade e impacto devido ao uso excessivo, tornando-se comuns e previsíveis.

3 Em que medida as expressões Narciso às avessas e ricaça das narinas de cadáver contribuem para a crítica social de Nelson Rodrigues? Justifique.

MP

4 Qual é o efeito de sentido gerado pela expressão prazer de reencontro no contexto da leitura de trechos repetitivos?

4. A expressão evoca a satisfação de reconhecer expressões familiares em um texto, gerando um sentimento de conforto e familiaridade.

O sentido denotativo é o significado literal de uma palavra ou expressão, enquanto o sentido conotativo diz respeito ao seu uso figurado ou subjetivo, indo além do significado literal. A denotação é relativa ao uso literal de um termo, com a transmissão de informações sem ambiguidades, com o primeiro significado que encontramos no dicionário, o mais comum. A conotação, por sua vez, relaciona-se ao sentido figurado de uma palavra, ou seja, ao significado atribuído a ela com base no contexto em que é empregada. Vai além do sentido literal e é muito usada na literatura para conferir expressividade ao texto, permitindo múltiplas interpretações e enriquecendo a comunicação. Por meio da conotação, as palavras ganham novos usos e significados, adaptando-se a diferentes situações e intenções.

Enquanto a denotação assegura clareza e objetividade, a conotação enriquece o texto ao adicionar a ele novos significados e emoções. Na escrita, equilibrar esses dois usos das palavras permite ao autor comunicar-se com precisão e, ao mesmo tempo, envolver o leitor ao tornar o texto mais expressivo.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

O uso da denotação e da conotação na construção textual

1. Os trechos a seguir fazem parte da crônica lida anteriormente. No caderno, identifique se as palavras ou expressões neles destacadas são usadas em sentido denotativo (D) ou conotativo (C ).

a) ( ) Nelson Rodrigues dizia que seu maior achado era a repetição.

b) ( ) Fiel a isso, recheava seus textos com expressões que os leitores já sabiam de cor.

c) ( ) O clichê parece mesmo inevitável; funciona porque é preciso, exato.

2. Crie duas frases usando a palavra clichê, uma com sentido denotativo e outra com sentido conotativo.

3. Leia o trecho a seguir.

2. Resposta pessoal. Possibilidades de resposta: “O autor utilizou um clichê em sua frase.” e “Aquela cidade era um verdadeiro clichê romântico.” Nesses exemplos, a palavra clichê foi usada, respectivamente, com sentido denotativo e conotativo.

Tanto nas crônicas quanto nos romances, deparamo-nos a todo momento com referências à “ricaça das narinas de cadáver”, ao “Narciso às avessas, que cospe na própria imagem”, ao sol de “rachar catedrais”.

3. A expressão sugere autocrítica ou rejeição de si mesmo. Ela evoca uma imagem forte, rapidamente processada pelos leitores como um gesto de repulsa.

• A e xpressão em destaque está empregada no sentido conotativo. Explique esse sentido e como ele contribui para a expressividade do texto.

4. Crie uma metáfora semelhante aos exemplos citados pelo autor da crônica que você leu, isto é, que poderia ser utilizada como exemplo por ele nessa crônica, com linguagem impactante e original. Em seguida, explique o efeito de sentido que esse uso teria no leitor.

#naprática

4. Resposta pessoal. Possibilidade de resposta: Ela tinha um olhar que rasgava o silêncio da noite. Essa metáfora tem como efeito a sugestão de que o olhar da personagem é penetrante e perturbador, causando impacto em quem a observa. Seu uso cria uma atmosfera de tensão e intensidade.

Crônica argumentativa

Agora é o momento de produzir uma crônica argumentativa sobre o tema preconceito linguístico. Depois de pronta, você vai compartilhá-la em sala com os colegas e na internet.

Planejar

1. Defina o objetivo de sua crônica: você quer promover uma reflexão crítica sobre preconceito linguístico e sobre o modo como ele se manifesta no cotidiano.

2. Faça uma pesquisa sobre o tema, consultando fontes confiáveis, como livros de Sociolinguística e Linguística Aplicada, artigos científicos e entrevistas com especialistas no assunto.

3. Utilize dados da pesquisa, relacionando-os com suas reflexões.

4. Estabeleça argumentos claros para defender seu ponto de vista sobre o preconceito linguístico, demonstrando o impacto que ele provoca na sociedade.

O MUNDO E EU Respeito à pluralidade

1. Resposta pessoal. A linguagem, como ferramenta poderosa de expressão e identidade, pode influenciar a maneira como os jovens são percebidos e como eles próprios percebem em espaços de participação pública.

A pluralidade linguística decorre da coexistência de diferentes formas de linguagem em uma comunidade ou em uma sociedade. Ela reflete a riqueza cultural de um grupo e desempenha um papel essencial na construção de uma sociedade mais democrática e inclusiva. Discuta com os colegas as questões a seguir.

1. De que maneira a pluralidade linguística pode influenciar a participação dos jovens na sociedade?

2. Qual é a importância de criar espaços onde diferentes formas de expressão sejam respeitadas?

2. Resposta pessoal. Respeitar as diferentes formas de expressão é essencial para construir uma sociedade mais justa, inclusiva e democrática, com a criação de espaços que acolham a diversidade linguística em lugares de participação pública.

Não escreva no livro.
Não escreva no livro.

Escrever

1. Antes de escrever a crônica argumentativa sobre preconceito linguístico, considere o público-alvo: seus leitores serão os colegas da escola, além de professores, amigos e usuários da internet.

2. Elabore um rascunho da crônica utilizando a norma-padrão da língua portuguesa.

3. Na crônica argumentativa, é possível mesclar sequências narrativas e argumentativas. Por exemplo, você pode começar narrando um fato ou uma situação que desperte o interesse e a curiosidade do leitor, incentivando-o a seguir a leitura até o fim do texto.

4. Use citações diretas ou indiretas para dar credibilidade ao texto, tal como no modelo de crônica lido.

5. Empregue o argumento por exemplificação, utilizando exemplos concretos para ilustrar seus pontos.

6. Use a denotação para clareza e precisão e a conotação para agregar significado e emoção ao texto.

7. Escolha um título que sintetize o tema e atraia a atenção dos leitores.

Neologismo

Neologismo é a criação de uma palavra ou a atribuição de um novo significado a uma palavra já existente. Pode também designar a incorporação de um termo estrangeiro à língua. Fora dos contextos literários ou publicitários, o neologismo surge da necessidade de nomear algo ou de responder a mudanças e a acontecimentos sociais. Esse recurso está relacionado ao caráter social da linguagem.

Os neologismos são uma expressão concreta da pluralidade linguística, uma vez que demonstram como a língua evolui para refletir as necessidades e a criatividade dos diferentes grupos sociais que fazem uso dela. A seguir, veja alguns exemplos.

Ele ainda usa emojis antigos, e isso é tão cringe.

Cringe: palavra utilizada para descrever algo que causa constrangimento ou vergonha alheia. Esse termo se popularizou especialmente entre as gerações mais jovens nas redes sociais.

Os fãs adoram shippar os protagonistas da série.

Shippar: verbo que significa apoiar ou torcer para que pessoas, reais ou fictícias, formem um casal.

Vamos sextar com uma maratona de filmes e pipoca? Não existe melhor forma de começar o fim de semana!

Sextar: neologismo que se popularizou nas redes sociais para celebrar a chegada da sexta-feira, marcando o início do fim de semana.

Revisar

1. Verifique se o texto está escrito em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Analise se você fez uso de citações diretas e/ou indiretas a fim de dar credibilidade ao argumento.

3. Observe se o argumento por exemplificação foi aplicado de forma clara.

4. Avalie se a denotação e a conotação foram utilizadas de maneira adequada na construção textual.

5. Confira se o título dado à crônica tem potencial para atrair o leitor.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar sua crônica argumentativa, faça as alterações necessárias para aprimorar seu texto. Em seguida, sob a orientação do professor, publique sua produção na internet, em seus perfis nas redes sociais, por exemplo. Em sala de aula, compartilhe o texto com os colegas e observem as diferentes perspectivas sobre preconceito linguístico nas crônicas produzidas pela turma.

DE OlHO NA lINGUAGEM

Migrações e diversidade cultural

Analisar os movimentos migratórios que ocorreram ao longo da história do Brasil é fundamental para compreender a diversidade cultural do país. Isso permite refletir sobre questões de identidade e respeito às diferenças, além de evidenciar o papel da multiculturalidade na construção de uma sociedade mais inclusiva e democrática.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

A seguir, você lerá a proposta de redação do Enem 2012 e, na sequência, uma redação avaliada com nota máxima pela banca corretora do exame. O tema da proposta de redação é “O movimento imigratório para o Brasil no século XXI”. Você conhece os principais grupos migratórios que recentemente escolheram o Brasil como destino e os motivos que os trouxeram? Em sua opinião, de que maneira as culturas que chegam com esses grupos podem nos influenciar?

Texto 1

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema O MOVIMENTO IMIGRATÓRIO PARA O BRASIL NO SÉCULO XXI, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Ao desembarcar no Brasil, os imigrantes trouxeram muito mais do que o anseio de refazer suas vidas trabalhando nas lavouras de café e no início da indústria paulista. Nos séculos XIX e XX, os representantes de mais de 70 nacionalidades e etnias chegaram com o sonho de “fazer a América” e acabaram por contribuir expressivamente para a história do país e para a cultura brasileira. Deles, o Brasil herdou sobrenomes, sotaques, costumes, comidas e vestimentas. A história da migração humana não deve ser encarada como uma questão relacionada exclusivamente ao passado; há a necessidade de tratar sobre deslocamentos mais recentes. Disponível em: https://www.museudaimigracao.org.br. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

Disponível em: https://mg1.com.br. Acesso em: 19 jul. 2012.

Acre sofre com invasão de imigrantes do Haiti

Nos últimos três dias de 2011, uma leva de 500 haitianos entrou ilegalmente no Brasil pelo Acre, elevando para 1.400 a quantidade de imigrantes daquele país no município de Brasileia (AC). Segundo o secretário-adjunto de Justiça e Direitos Humanos do Acre, José Henrique Corinto, os haitianos ocuparam a praça da cidade. A Defesa Civil do estado enviou galões de água potável e alimentos, mas ainda não providenciou abrigo.

A imigração ocorre porque o Haiti ainda não se recuperou dos estragos causados pelo terremoto de janeiro de 2010. O primeiro grande grupo de haitianos chegou a Brasileia no dia 14 de janeiro de 2011. Desde então, a entrada ilegal continua, mas eles não são expulsos: obtêm visto humanitário e conseguem tirar carteira de trabalho e CPF para morar e trabalhar no Brasil. Segundo Corinto, ao contrário do que se imagina, não são haitianos miseráveis que buscam o Brasil para viver, mas pessoas da classe média do Haiti e profissionais qualificados, como engenheiros, professores, advogados, pedreiros, mestres de obras e carpinteiros. Porém, a maioria chega sem dinheiro.

Os brasileiros sempre criticaram a forma como os países europeus tratavam os imigrantes. Agora, chegou a nossa vez – afirma Corinto.

Disponível em: https://www.dpf.gov.br. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

Não escreva no livro.

Trilha da Costura

Os imigrantes bolivianos, pelo último censo, são mais de 3 milhões, com população de aproximadamente 9,119 milhões de pessoas. A Bolívia em termos de IDH ocupa a posição de 114 o de acordo com os parâmetros estabelecidos pela ONU. O país está no centro da América do Sul e é o mais pobre, sendo 70% da população considerada miserável. Os principais países para onde os bolivianos imigrantes dirigem-se são: Argentina, Brasil, Espanha e Estados Unidos.

Assim sendo, este é o quadro social em que se encontra a maioria da população da Bolívia, estes dados já demonstram que as motivações do fluxo de imigração não são políticas, mas econômicas. Como a maioria da população tem baixa qualificação, os trabalhos artesanais, culturais, de campo e de costura são os de mais fácil acesso.

OLIVEIRA, R. T. Disponível em: https://www.ipea.gov.br. Acesso em: 19 jul. 2012 (adaptado).

INSTRUÇÕES:

• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.

A redação com até 7 (sete) linhas escritas será considerada “insuficiente” e receberá nota zero.

A redação que fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo receberá nota zero.

A redação que apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos receberá nota zero.

• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção.

EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO. Prova de Redação e de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Prova de Matemática e suas Tecnologias. Caderno 5, Amarelo, Enem 2012. p. 1. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/provas/2012/dia2_caderno5_amarelo.pdf. Acesso em: 6 nov. 2024.

Texto 2

Imigração no Brasil: Resolver para poder crescer

Japoneses, italianos, portugueses, açorianos ou espanhóis. Durante o século XIX, muitos foram os povos que, em busca de trabalho e bem-estar social, desembarcaram no Brasil e enriqueceram nossa cultura. Atualmente, em pleno século XXI, a imigração para o Brasil mantém-se crescente, desafiando não somente nossa sociedade como também nossa economia. Assim como os antigos imigrantes, os indivíduos que hoje se instalam em território brasileiro anseiam por melhores e mais dignas condições de vida. Muitos deles, devido à Crise Econômica originada em 2008, viram-se obrigados a se dirigir para outras nações, como o Brasil. Os espanhóis, por exemplo, por terem sido intensamente atingidos pela recessão, já somam uma quantidade expressiva na periferia de São Paulo. Diante disso, a fração da sociedade que reside em tal localidade vem enfrentando muitas dificuldades em “dividir” seu espaço, que, inicialmente, não era adequado à sobrevivência, quem dirá após a chegada dos europeus. Segundo pesquisas realizadas pelo jornal “A Folha de São Paulo”, no primeiro semestre de 2012, brasileiros e espanhóis dos arredores de São Paulo vivem em constantes conflitos e a causa traduz-se, justamente, na irregularidade habitacional que ambos compartilham. Como se não bastasse, a economia brasileira também tem sofrido com a chegada dos imigrantes. Existem, entre eles, tanto trabalhadores desqualificados como profissionais graduados. O problema reside na pouca oferta de emprego a eles destinada. Visto que não recebem oportunidades, passam a integrar setores informais da economia, sem direitos trabalhistas e com ausência de pagamento dos devidos impostos. O Estado, dessa forma, deixa de arrecadar capital e de aproveitar a mão-de-obra disponível, o que auxiliaria no andamento da economia nacional. Assim, com a finalidade de preparar a sociedade e a economia brasileiras para a chegada dos novos imigrantes, medidas devem ser tomadas. O Estado deve oferecer incentivos às empresas que empregarem os recém-chegados; essas, por sua vez, devem prepará-los para o mercado brasileiro, oferecendo treinamentos adequados e cursos de Língua Portuguesa e, ainda, garantir seus direitos trabalhistas. É imprescindível que o governo procure habitações para os imigrantes e que nós, brasileiros, respeitemos os povos que, seja no passado ou no presente, somente têm a nos acrescentar. COMAZZETTO, Larissa Reghelin. Imigração no Brasil: Resolver para poder crescer. In: A Redação do Enem 2013: guia do participante. Brasília, DF: Inep/MEC, 2013. p. 30. Disponível em: https://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/ guia_participante/2013/guia_participante_redacao_enem_2013.pdf. Acesso em: 20 set. 2024.

2. Os imigrantes dos séculos XIX e XX contribuíram para a economia ao trabalhar em setores-chave, como a agricultura e a indústria (Texto 1), do mesmo modo como podem contribuir os imigrantes do século XXI, se amparados pelas políticas sugeridas pela autora da redação (Texto 2).

3. A redação discute os conflitos sociais resultantes da imigração contemporânea, como a competição por recursos como habitação e emprego, especialmente em áreas periféricas.

4. Espera-se que os estudantes respondam que a imigração deve ser vista como uma oportunidade. O Texto 1 destaca as contribuições culturais e econômicas dos imigrantes no passado. Já o Texto 2 sugere que, com políticas adequadas de inclusão e respeito, a imigração contemporânea também pode gerar benefícios econômicos e sociais para o país.

5. Os imigrantes, em seu processo de integração, contribuíram com costumes, sobrenomes e tradições, tornando a identidade brasileira mais plural e diversa. Esse processo se mantém no século XXI, reforçando o caráter multicultural da sociedade brasileira.

6. Essa estratégia foi utilizada apenas no Texto 1, no trecho em que o secretário-adjunto de Justiça e Direitos Humanos do Acre, José Henrique Corinto, fala sobre a imigração haitiana.

HIPERlINK

Nos textos que você leu, o tema trabalho aparece como elemento central na vida dos imigrantes. Para conhecer mais sobre esse tema, reúna-se com dois colegas para pesquisar, em fontes seguras e confiáveis, a influência da imigração na transformação do mercado de trabalho brasileiro na atualidade. Depois, compartilhem o que descobriram com a turma.

Pensar e compartilhar

1. O que motivou os imigrantes a se deslocarem para o Brasil, tanto nos séculos XIX e XX como no século XXI?

2. De que forma os imigrantes dos séculos anteriores e os que chegaram recentemente influenciaram e podem influenciar a economia brasileira?

3. De que modo a redação lida no Texto 2 aborda conflitos sociais relacionados à imigração? Justifique.

4. Com base nos textos lidos, a imigração deve ser vista como uma oportunidade ou um problema? Explique.

5. De que maneira a diversidade cultural trazida pelos imigrantes contribuiu para a construção da identidade brasileira? Quais foram os principais elementos culturais incorporados pela sociedade e associados aos povos que escolheram o país como destino?

Argumento de autoridade: vozes respeitadas e reconhecidas

6. Como estudado em unidades anteriores, ao elaborar um texto dissertativo-argumentativo, é essencial escolher estratégias argumentativas que sustentem a tese. Uma dessas estratégias é o argumento de autoridade que, geralmente, envolve a citação de autores ou especialistas, contribuindo para a adesão do leitor à tese apresentada. Nos textos lidos, essa estratégia foi utilizada? Comente.

7. Por que a escolha de fontes confiáveis é essencial na construção de argumentos de autoridade?

8. No gênero redação do Enem, a referência aos meios de comunicação, como redes sociais, mídia e jornais, quando mobilizados como fontes de informação, configura repertório sociocultural. Em qual passagem da redação lida esse repertório é evidenciado? Faça uma análise. MP MP MP

No gênero redação do Enem, o repertório sociocultural é integrado por informação, fato, citação ou experiência que contribua para enriquecer a discussão apresentada pelo candidato. Nesse contexto, o argumento de autoridade se constitui em ferramenta útil, pois agrega ao texto referências de vozes respeitadas e reconhecidas, o que fortalece a argumentação. Além disso, ao fazer uso dessas fontes confiáveis, o candidato demonstra à banca avaliadora que está mobilizando repertório sociocultural de forma eficaz.

9. Nos textos lidos, como o uso de fatos reforça, para o leitor, a clareza e a acessibilidade da argumentação?

10. Considerando a resposta à questão anterior, é possível afirmar que, em um mesmo texto, o argumento de autoridade pode ser combinado com outro tipo de argumento? Justifique. MP MP

Não escreva no livro.

InTEGranDO COm ARTE E LÍNGUA PORTUGUESA

Língua e integração cultural

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Leia a seguir o trecho de uma notícia sobre a exposição “Sonhei em português!”, realizada no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, entre novembro de 2021 e junho de 2022.

Entra em cartaz nesta sexta-feira (12), no Museu da Língua Portuguesa, a exposição “Sonhei em Português!”, sobre as migrações do século 21 e como o processo de adaptação em uma nova terra é atravessado pela questão do idioma. A mostra ocupa o primeiro andar do prédio, dedicado às exposições temporárias, e poderá ser visitada até junho de 2022.

Logo na entrada o visitante encontra uma obra em que letras e caracteres de nove alfabetos que parecem flutuar sobre estilhaços de vidro. À frente são exibidos retratos de imigrantes em diversas partes de mundo, e nessa mesma sala as rotas dos fluxos migratórios contemporâneos são projetadas em um mapa, acompanhadas de dados oficiais. Há, por exemplo, a informação de que em 2020 havia 281 milhões migrantes no mundo, 3,6% da população do planeta, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

[...]

Instalação Travessia, do artista Leandro Lima, na exposição “Sonhei em português!”, no Museu da Língua Portuguesa.

O nome da mostra foi inspirado em um desses relatos, da síria Joanna Abrahim, que contou que, após mais de um ano em solo brasileiro, compreendeu, a partir de um sonho, que estava integrada a uma nova cultura. “Sonhar em português marcou o momento em que se integrou a partir da língua”, diz Isa Grinspum Ferraz, curadora do museu e responsável também pela exposição “Sonhei em Português!”.

MELO, Débora. Museu da Língua Portuguesa lança olhar poético sobre as migrações com “Sonhei em português!”. Guia Folha, São Paulo, 12 nov. 2021. Disponível em: https://guia.folha.uol.com.br/passeios/2021/11/museu-da-lingua-portuguesa-lanca-olhar -poetico-sobre-as-migracoes-com-sonhei-em-portugues.shtml. Acesso em: 20 set. 2024.

Não escreva no livro.

1. De que maneira o título da exposição expressa a relação entre a língua e o processo de integração dos imigrantes no Brasil?

MP

2. Observe a imagem da instalação Travessia . A que ela remete?

2. Ela remete a uma embarcação. No contexto da exposição, estabelece relação com a chegada dos imigrantes pelo mar.

EU E O MUNDO

Culturas em movimento

Não escreva no livro.

As migrações enriquecem a diversidade cultural de um país ao integrar à sua identidade diferentes costumes e tradições. No entanto, também oferece desafios, principalmente nas esferas econômica e social. Diante do que você leu e de suas vivências, converse com os colegas sobre as questões a seguir.

1. Você já foi influenciado por alguém de uma cultura diferente da sua? Se sim, como isso aconteceu?

2. Você acredita que o ambiente cultural em que vive pode influenciar seus interesses acadêmicos e profissionais? Por quê? De que maneira isso pode acontecer?

MP MP

MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA, SÃO PAULO

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Período composto por coordenação: organização dos elementos e valor semântico das orações coordenadas

1. Releia o trecho a seguir, retirado da proposta de redação do Enem 2012.

Nos últimos três dias de 2011, uma leva de 500 haitianos entrou ilegalmente no Brasil pelo Acre, elevando para 1.400 a quantidade de imigrantes daquele país no município de Brasileia (AC). Segundo o secretário-adjunto de Justiça e Direitos Humanos do Acre, José Henrique Corinto, os haitianos ocuparam a praça da cidade. A Defesa Civil do estado enviou galões de água potável e alimentos, mas ainda não providenciou abrigo.

A imigração ocorre porque o Haiti ainda não se recuperou dos estragos causados pelo terremoto de janeiro de 2010. O primeiro grande grupo de haitianos chegou a Brasileia no dia 14 de janeiro de 2011. Desde então, a entrada ilegal continua, mas eles não são expulsos: obtêm visto humanitário e conseguem tirar carteira de trabalho e CPF para morar e trabalhar no Brasil.

Segundo Corinto, ao contrário do que se imagina, não são haitianos miseráveis que buscam o Brasil para viver, mas pessoas da classe média do Haiti e profissionais qualificados, como engenheiros, professores, advogados, pedreiros, mestres de obras e carpinteiros. Porém, a maioria chega sem dinheiro.

a) No primeiro texto destacado, a conjunção mas conecta duas orações coordenadas. Explique o valor semântico dessa conjunção no contexto.

b) Como a conjunção mas organiza as informações e qual é o impacto dela no entendimento da relação entre as ações apresentadas?

c) No segundo texto destacado, são utilizadas as conjunções coordenativas mas e porém . Qual é o valor semântico da conjunção mas no contexto da primeira oração?

d) De que forma a conjunção porém contribui para a relação entre as ideias apresentadas na segunda parte desse destaque?

e) Reescreva a segunda frase substituindo a conjunção porém por outra conjunção coordenativa de mesmo valor semântico, mantendo o sentido original.

2. Agora, releia um trecho da redação.

1. e) Sugestão de resposta: “Contudo, a maioria chega sem dinheiro.”. A conjunção contudo preserva o valor de oposição, mantendo o sentido original da frase.

Segundo pesquisas realizadas pelo jornal “A Folha de São Paulo”, no primeiro semestre de 2012, brasileiros e espanhóis dos arredores de São Paulo vivem em constantes conflitos e a causa traduz-se, justamente, na irregularidade habitacional que ambos compartilham

Como se não bastasse, a economia brasileira também tem sofrido com a chegada dos imigrantes. Existem, entre eles, tanto trabalhadores desqualificados como profissionais graduados. O problema reside na pouca oferta de emprego a eles destinada. Visto que não recebem oportunidades, passam a integrar setores informais da economia, sem direitos trabalhistas e com ausência de pagamento dos devidos impostos. O Estado, dessa forma, deixa de arrecadar capital e de aproveitar a mão-de-obra disponível, o que auxiliaria no andamento da economia nacional.

2. a) A conjunção e.

a) Observe o primeiro texto destacado. Qual é a conjunção que conecta as duas orações coordenadas?

b) Indique o valor semântico dessa conjunção.

2. b) O valor semântico dessa conjunção é de adição, pois reúne as informações de seu conflito e sua causa.

Não escreva no livro.

2. c) Oração 1: “O Estado, dessa forma, deixa de arrecadar capital”. Oração 2: “O Estado deixa de aproveitar a mão de obra disponível”.

c) Observe o segundo texto em destaque. Nele, há duas orações coordenadas. Quais são elas?

d) Essas orações são coordenadas sindéticas aditivas, ligadas pela conjunção e. Ela indica a adição de que ações que não foram realizadas pelo Estado?

2. d) A conjunção e adiciona as ações de “arrecadar capital” e “aproveitar a mão de obra disponível”. Ambas são ações que o Estado deixou de realizar.

#PARAlEMBRAR

Orações coordenadas são aquelas que mantêm independência sintática, ou seja, cada uma delas pode ser compreendida de forma isolada, sem perder o sentido. No entanto, essas orações se conectam por meio de uma relação de sentido em comum. Essa ligação pode ocorrer por conjunções ou sinais de pontuação, como a vírgula. A coerência do período composto por coordenação surge da relação de sentido que as orações estabelecem umas com as outras. Quando uma oração coordenada não conta com uma conjunção que a introduza, ela é chamada de oração coordenada assindética. Quando há uma conjunção que faz essa conexão, tem-se uma oração coordenada sindética, em que a conjunção é o elemento responsável por essa ligação, também conhecido como síndeto

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O uso das conjunções nas orações coordenadas

1. Na frase a seguir, foi utilizada a conjunção mas

A imigração no Brasil aumentou, mas os recursos para acolher os imigrantes são escassos.

a) Reescreva-a, no caderno, substituindo essa conjunção por outra de mesmo valor semântico.

b) E xplique o valor semântico da conjunção substituída na nova frase.

2. Identifique o valor semântico da conjunção portanto na frase a seguir.

Os imigrantes conseguiram se adaptar ao Brasil, portanto a economia local foi beneficiada.

a) Reescreva o período, no caderno, utilizando uma conjunção que indique a ideia de oposição.

b) Por que a mudança na conjunção altera a relação entre as orações?

3. No caderno, relacione corretamente as frases da coluna A com as conjunções ou locuções conjuntivas que expressam o valor semântico adequado na coluna B

Coluna A

1. O Brasil tem recebido muitos imigrantes, ainda enfrenta desafios econômicos.

2. A economia brasileira cresceu, muitos imigrantes conseguiram emprego.

3. A sociedade brasileira se beneficiou da diversidade cultural, alguns imigrantes ainda sofrem preconceito.

4. Os imigrantes enfrentam dificuldades a adaptação ao novo país não é fácil.

5. Muitos imigrantes não se qualificaram, não conseguiram vagas formais de trabalho.

Coluna B (A) porque (B) portanto (C) mas (D) entretanto (E) por isso

Não escreva no livro.

4. Complete, no caderno, as frases a seguir utilizando uma conjunção coordenativa adequada e respeitando o valor semântico indicado entre parênteses.

a) A maioria dos imigrantes veio para o Brasil em busca de trabalho, enfrentam muitos obstáculos para se estabelecerem. (oposição)

4. a) Possibilidade de resposta: mas.

b) O s imigrantes são qualificados, precisam de mais oportunidades para se destacarem. (conclusão)

4. b) Possibilidade de resposta: portanto.

c) A s escolas receberam estudantes imigrantes adaptaram seus currículos para atender às necessidades deles. (adição)

4. c) Possibilidade de resposta: e.

#PARAlEMBRAR

As conjunções ou as locuções conjuntivas coordenativas podem ser classificadas em cinco tipos, de acordo com o valor semântico que estabelecem entre as orações. As aditivas, como e, nem, além disso, indicam acréscimo de ideias. As adversativas, como mas, porém, entretanto, contudo, expressam oposição ou contraste. As alternativas, como ou, ora... ora, quer... quer, sugerem alternância entre possibilidades. As conclusivas, como portanto, logo, assim, introduzem uma conclusão. Por fim, as explicativas (casos de pois, porque, porquanto) esclarecem uma ideia anterior. Essas conjunções conectam orações e estabelecem uma relação lógica entre elas.

#naprática

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Simulado da redação do Enem

Agora é sua vez de elaborar uma redação que atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

PARA A REDAÇÃO

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “Texto insuficiente”; 4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo; 4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

Texto I

Os membros da Escola de Frankfurt, Theodor Adorno e Max Horkheimer, formularam o conceito de indústria cultural, empregado pela primeira vez no livro Dialektik der Aufklarung (Dialética do Iluminismo), no qual buscavam explicar a situação da arte na sociedade moderna. Para eles: “O consumidor não é rei, como a indústria cultural gostaria de fazer crer, ele não é o sujeito dessa indústria, mas seu objeto”.

ADORNO, T. A Indústria Cultural. In: COHN, G. (org.). Theodor W. Adorno São Paulo: Ática, 1986. p. 96. (Grandes Cientistas Sociais).

Texto II

SEÇÃO II

DA CULTURA

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

§ 1o O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.

§ 2o A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes segmentos étnicos nacionais.

§ 3o A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem à:

I – defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; II – produção, promoção e difusão de bens culturais;

III – formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas dimensões; IV – democratização do acesso aos bens de cultura; V – valorização da diversidade étnica e regional.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Seção II: Da Cultura. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 13 set. 2024. Texto III

Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura – PNAB

A Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB), instituída pela Lei no 14.399, de 8 de julho de 2022, tem como objetivo fomentar a cultura em todos os estados, municípios e Distrito Federal.

Com recursos previstos até 2027, a PNAB é uma oportunidade histórica de estruturar o sistema federativo de financiamento à cultura, mediante repasses da União aos demais entes federativos de forma continuada.

Diferente das ações da Lei Aldir Blanc 1 e da Lei Paulo Gustavo (LPG), que tinham caráter emergencial, projetos e programas que integrem a Política Nacional Aldir Blanc receberão investimentos regulares. Fomento que será repassado a ações culturais por meio de editais para trabalhadoras(es) da área cultural, bem como pela execução dos recursos de maneira direta. Ao longo de cinco anos de PNAB, serão repassados R$ 3 bilhões anuais aos entes federativos para execução de ações e atividades culturais, totalizando R$ 15 bilhões de investimento no período de 2023 a 2027. Deste total, serão disponibilizados para o Distrito Federal R$ 36.550.102,14.

DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Cultura e Economia Criativa . Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura. Disponível em: www.cultura.df.gov.br/politica-nacional-aldir-blanc-de-fomento-a-cultura/. Acesso em: 13 set. 2024. Texto IV

REPRODUÇÃO/MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

LEI Paulo Gustavo disponibiliza R$ 165,4 milhões para fomento cultural no Pará. Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Brasília, DF, 11 maio 2023. Disponível em: https:// www.gov.br/secom/pt-br/ assuntos/noticias -regionalizadas/lei-paulo -gustavo/lei-paulo -gustavo-disponibiliza-r-165 -4-milhoes-para-fomento -cultural-no-para. Acesso em: 11 out. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

Com base na leitura dos textos e em seus conhecimentos, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema “A importância da valorização da diversidade de manifestações culturais no Brasil”. Apresente uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos, organize os argumentos e informações com coerência e coesão e apresente uma defesa argumentativa para seu ponto de vista.

Planejar

1. Selecione dados e reflexões da coletânea e verifique as possibilidades de abordagem em relação ao tema proposto.

2. Tendo como base o tema proposto, a análise da coletânea e as possibilidades de repertório, articule-os e estabeleça um contexto, um problema e uma tese a serem apresentados em sua redação.

3. Mobilize seu repertório e selecione referências que extrapolem a coletânea, com textos informativos, históricos, filosóficos, sociológicos, literários ou outros que possam contribuir para aprofundar o tema por meio da construção de argumentos bem fundamentados.

4. Articule previamente as referências escolhidas por você, identificando como elas podem sustentar seu ponto de vista e sua argumentação.

5. Verifique se os argumentos selecionados provêm de fontes confiáveis, como livros ou estudos publicados por universidades, institutos de pesquisa, entre outros. Caso as fontes não sejam precisas, faça uma pesquisa a fim de comprovar a procedência e a confiabilidade dessa informação.

6. D efina os argumentos com que você defenderá sua tese. Para embasá-los, use os materiais de apoio selecionados por você.

7. Proponha, no fim do texto, uma intervenção factível, indicando o agente, a ação, o modo de executá-la e a finalidade de sua implementação.

O MUNDO E EU

Caminhos cruzados

Não escreva no livro.

A integração de diferentes culturas enriquece o tecido social e oferece novas perspectivas de cidadania. Nesse sentido, é fundamental refletir sobre o papel dos jovens na construção de uma sociedade mais inclusiva e plural, valorizando os aspectos sociais e coletivos e a participação ativa de cada indivíduo. Converse com os colegas sobre as questões a seguir.

1. Quais são os principais desafios enfrentados pelos jovens imigrantes ao se integrarem a uma nova sociedade? Como isso pode impactar as perspectivas de cidadania deles?

MP

2. A participação dos jovens na sociedade pode ser fortalecida pela compreensão dos desafios migratórios e pela valorização da diversidade cultural? Por quê?

2. Sim. Ao entender os desafios enfrentados pelos imigrantes, como adaptação cultural e exclusão social, os jovens desenvolvem empatia, o que os motiva a atuar em prol da inclusão e da justiça social. Além disso, ao valorizar a diversidade cultural, eles podem se tornar agentes de transformação, contribuindo para a construção de uma sociedade mais democrática, que respeita as diferenças e promove a cidadania para todos.

Escrever

1. Elabore uma primeira versão de texto na modalidade formal da língua portuguesa.

2. Utilize a terceira pessoa para promover a impessoalidade textual.

3. Apresente seus argumentos com clareza e desenvolva-os com coerência e coesão.

4. Empregue o argumento de autoridade para dar credibilidade ao texto.

5. Use as conjunções coordenativas de acordo com o efeito de sentido que deseja exprimir nos períodos.

6. Evidencie a viabilidade e o planejamento da proposta de intervenção.

7. E screva sua proposta de intervenção de modo que ela responda ao problema com clareza, plausibilidade e embasamento.

O uso das vírgulas na organização do período composto por coordenação

A seguir, veja como funciona a pontuação nas orações coordenadas.

I. Aditivas

A cultura brasileira é diversa e representa diferentes povos.

Não há vírgula entre as orações, pois o sujeito da primeira oração é retomado na segunda.

A cultura brasileira é diversa, e a população valoriza suas manifestações.

Há vírgula entre as orações, pois elas apresentam sujeitos diferentes.

II. Adversativas

A cultura brasileira é rica, porém precisa ser mais valorizada.

Utiliza-se vírgula entre as orações para expressar sentido de oposição.

A cultura brasileira é rica, e precisa ser mais valorizada.

A conjunção e introduz uma oração com sentido de oposição. Assim, utiliza-se vírgula entre as orações.

III. Alternativas

Ora a cultura brasileira é valorizada, ora é subestimada.

Quando há repetição de conjunções que expressam sentido de alternância, usa-se vírgula entre as orações.

A redação deverá ser sobre as manifestações culturais ou será anulada.

Em geral, não há vírgula entre as orações de sentido alternativo quando há uma única conjunção e/ou as orações são breves.

IV. Conclusivas

As manifestações culturais são importantes, logo devem compor o currículo escolar.

Utiliza-se vírgula entre as orações para expressar sentido de conclusão.

V. Explicativas

As manifestações culturais são importantes, pois compõem a identidade humana.

Utiliza-se vírgula entre as orações para expressar sentido de explicação.

Revisar

1. Ao revisar o texto, verifique se empregou a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Observe se a escrita adotada é a formal e se o texto foi redigido em terceira pessoa.

3. Verifique se utilizou argumento de autoridade, se as fontes estão devidamente referenciadas e se contribuem para apresentar o contexto e sustentar a argumentação.

4. Avalie se os argumentos mobilizados estão condizentes com o tema e contribuem para a sustentação da tese.

5. Certifique-se de que os argumentos selecionados extrapolam a coletânea apresentada.

6. Observe se as conjunções coordenativas foram usadas de acordo com o efeito de sentido que você pretendeu exprimir nos períodos e se a vírgula foi empregada de acordo com a norma-padrão da língua.

7. Avalie se a conclusão do texto apresenta proposta de intervenção factível e responde ao problema apresentado.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após verificar se o texto atende aos critérios da etapa anterior, escreva a versão final realizando os ajustes necessários. Sob a orientação do professor, compartilhe-o com os colegas e, em uma roda de conversa, discuta com a turma os argumentos de autoridade mobilizados para abordar o tema.

JANELAS ABERTAS PARA A VIDA EM SOCIEDADE 7

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Vista parcial da instalação interativa Rituais da Complexidade, do artista visual uruguaio Fernando Velázquez (1970-), São Paulo, 2021.

1. a) Provavelmente, a pessoa fotografada está fazendo uma consulta à inteligência artificial.

1. b) A imagem projetada em laser parece fazer referência à resposta procurada pela pessoa fotografada.

1. c) A presença dos rostos contribui para a ideia de que as pessoas, de forma geral, têm dúvidas e buscam respostas.

2. a) A palavra oráculo diz respeito a divindades e também pode estar associada a determinadas cerimônias em que se realizavam consultas a elas. Ao propor essa temática e usar o termo rituais, o artista faz referência a essas cerimônias e práticas relacionadas a essas tradições.

2. b) Ele sugere um contexto de dúvidas e questionamentos complexos que perpassam a história da humanidade.

3. Considerando o contexto, é provável que o artista esteja propondo uma reflexão a respeito da complexidade da vida pessoal e social e da busca, por muitos, de respostas simplistas.

4. A obra apresenta a complexidade do mundo atual, as dúvidas e as buscas do ser humano por respostas ligadas a temas da vida pessoal e da sociedade.

As experiências vividas no cotidiano e as relações entre as pessoas geram sentimentos muitas vezes contraditórios. Essas percepções estão ligadas a debates sobre identidade, inclusão social, cidadania e o impacto das tecnologias, especialmente as digitais, no mundo atual.

A imagem de abertura desta unidade mostra a instalação interativa Rituais da Complexidade , do artista Fernando Velázquez. A obra, inspirada em oráculos da Antiguidade – cujo significado faz referência à possibilidade de buscar respostas para uma questão pessoal por meio de um ser divino –, usa inteligência artificial (IA) conectada a saberes ancestrais em busca de promover reflexões sobre os desafios contemporâneos da sociedade e as fronteiras entre passado, presente e futuro.

1. A instalação é uma obra interativa na qual cada visitante envia uma mensagem por aplicativo e uma inteligência artificial devolve uma resposta.

a) O que a pessoa fotografada na instalação parece estar fazendo?

b) A que a imagem projetada em laser parece fazer referência?

c) A base da projeção é composta de imagens de rostos. Qual é a ideia que se quer transmitir com esse cenário?

2. O título Rituais da Complexidade ajuda a entender a proposta da obra de Fernando Velázquez.

a) Qual é a relação que pode ser estabelecida entre os termos rituais e oráculo?

b) O que o artista sugere ao combinar os termos rituais e complexidades?

3. O que o artista propõe ao usar inteligência artificial para responder às perguntas das pessoas? Explique.

4. Como a instalação Rituais da Complexidade se relaciona com o tema desta unidade “Janelas abertas para a vida em sociedade”?

Nesta unidade, você vai refletir sobre essa complexidade, analisando temas relevantes e que estão sempre em pauta no dia a dia das pessoas.

Não escreva no livro.
FERNANDO
VELÁZQUEZ/ACERVO DO ARTISTA

Inclusão e mercado de trabalho

A inclusão no mercado de trabalho envolve temas como saúde, legislação e diversidade, fundamentais para a construção de um ambiente de trabalho mais acessível e justo. Em outubro de 2021, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Ministério Público do Trabalho (MPT) publicaram o guia Incluir: O que é, como e por que fazer, cujo foco é a promoção da inclusão de pessoas com deficiência (PcD) no mercado formal de trabalho, abordando não apenas os direitos garantidos pela legislação, mas também os desafios e as práticas recomendadas para assegurar a acessibilidade plena (ver boxe #ficaadica a seguir). O objetivo da publicação é informar, sensibilizar e incentivar reflexões sobre a importância da inclusão, da acessibilidade e do direito ao trabalho, destacando a necessidade de garantir acessibilidade e igualdade de oportunidades para todos.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

A seguir, você vai ler um artigo de opinião sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho que analisa como as empresas lidam com a contratação e a permanência desses profissionais em suas equipes. O artigo explora a resistência das empresas em cumprir as leis de cotas, as políticas de inclusão, as barreiras enfrentadas pelos profissionais e algumas iniciativas para transformar o ambiente corporativo em um espaço acessível e igualitário. Que dificuldades você supõe existir nesse processo? Você conhece instituições ou empresas que promovem essa inclusão?

Texto

Inclusão de pessoas com deficiência no trabalho ainda enfrenta

resistência de empresas

Mundo corporativo precisa superar barreiras estruturais para inserção efetiva de pessoas com deficiência em sua rotina

Carlos Eduardo Ferreira é advogado no Araúz Advogados, especialista em direito do trabalho e processo do trabalho pela Escola da Associação dos Magistrados do Trabalho do Paraná, e graduado em Direito pelo Centro Universitário Franciscano do Paraná.

Inclusão ainda é um debate que perpassa vários níveis de discussão no Brasil, sendo necessário pensar constantemente em novas atitudes inclusivas e não excludentes para pessoas com deficiência. Mas, apesar de avanços significativos, ainda nos deparamos com uma barreira preocupante: a resistência de empresas em relação ao cumprimento de cotas legais para esses trabalhadores.

Nosso país conta com mais de 17 milhões de pessoas com deficiência, isto é, 8,4% da população acima de dois anos, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019. Assim, conforme o art. 93, da Lei Federal n.º 8.213/91, empresas com cem ou mais empregados devem preencher de 2% a 5% dos cargos com pessoas com deficiência habilitadas ou beneficiários reabilitados.

No entanto, algumas empresas têm apresentado “dificuldade” no cumprimento dessa cota. Ao exigir experiência nas funções, domínio e conhecimento em atividades específicas, conhecimento em outras línguas, disponibilidade para trabalhar em turnos, entre outros requisitos, que acabam desqualificando a maioria dos trabalhadores com deficiência e dificultam a inclusão social. Ainda temos, talvez, a ideologia de incapacidade desses trabalhadores, uma barreira ainda mais crítica.

Não escreva no livro.

Dificuldade em estabelecer quais as vagas para pessoas com deficiência (assim como a baixa atratividade em função da qualidade “ruim” das vagas para pessoas com deficiência), resistência dos gestores e pouco apoio da liderança para a contratação do perfil, são algumas das situações encontradas nas rotinas das empresas.

Além disso, com o intuito de afastar a sua obrigação, muitas empresas realizam a divulgação de vagas na tentativa de preencher a cota ou justificar que não há mão de obra suficiente no mercado de trabalho. Indo além da mera divulgação das vagas, algumas empresas demonstram complicações na identificação e mapeamento interno sobre as suas atividades e o que o mercado pode oferecer, sendo que a dificuldade no cumprimento da cota está enraizada como um problema estrutural no mundo corporativo.

Pensando nisso, o Ministério Público do Trabalho e a Justiça do Trabalho vêm atuando incisivamente para impor às empresas o cumprimento efetivo da cota, considerando a “resistência” de alguns empregadores.

Além da aplicação de multa por descumprimento do empregador –podendo ser de R$ 3.100,06 até R$ 310.004,70 por profissional não contratado –, a Justiça do Trabalho também aplica multas a título de dano moral coletivo.

Ademais, sob a forma da lei, a Instrução Normativa n.º 98/2012 garante o acesso às etapas de recrutamento, seleção, contratação e admissão, capacitação e ascensão profissional, sem ocorrência de exclusões com base na deficiência ou na condição de reabilitado, tendo como parâmetro as reais potencialidades individuais e as habilidades requeridas para a atividade.

Isto posto, é importante ressaltar um elemento em alta no processo de inclusão de pessoas com deficiência em empresas: a adoção de uma postura atitudinal ativa. Imprescindível para consolidar a inclusão, empresas devem adotar medidas efetivas com a intenção de reduzir as barreiras de exclusão enfrentadas por pessoas com deficiência para trabalhar, além da adequação do meio ambiente do trabalho, com uma mudança de paradigma e adaptações para acessibilidade desses profissionais.

Não estamos afirmando que o descumprimento da cota é uma culpa exclusiva da empresa, em razão de ser um resultado de uma sociedade historicamente estruturada pelo capacitismo, exclusão e segregação, contudo, há a necessidade de comprovar que a empresa está se adequando para sua função social. Aprimorar os processos e criar um ambiente acessível é importante, mas transformar a visão e a cultura organizacional dentro das empresas para que todos entendam o potencial das pessoas com deficiência é essencial.

Existem inúmeras formas de empresas cumprirem a cota, como a avaliação interna ou criação de projetos e parcerias, no entanto, esse deveria ser apenas um mero detalhe e não o elemento que motiva a contratação da pessoa com deficiência. Inclusão social da pessoa com deficiência é um tema sensível e que precisa de atenção, sendo cada vez mais oneroso para a empresa a não contratação desses trabalhadores.

FERREIRA, Carlos Eduardo. Inclusão de pessoas com deficiência no trabalho ainda enfrenta resistência de empresas. Folha de S.Paulo, São Paulo, ano 103, n. 34.447, 26 jul. 2023. Mercado, p. 4.

Com o objetivo de responder às perguntas mais comuns quando o assunto é inclusão de pessoas com deficiência (PcD) no mercado formal de trabalho, o guia Incluir: O que é, como e por que fazer? apresenta um amplo panorama da empregabilidade de PcD no Brasil, reunindo conceitos básicos, leis brasileiras e documentos internacionais que propõem e norteiam políticas públicas e sugestões de implementação de comitês e programas de inclusão nas empresas. A publicação está disponível em: https:// www.ilo.org/pt-pt/publica tions/incluir-o-que-e-como -e-por-que-fazer. Acesso em: 22 out. 2024.

1. c) Apresentar essas informações no início do texto prepara o leitor para a abordagem adotada no artigo de opinião, mais voltada a um viés do Direito e da legislação brasileira em relação à resistência das empresas à inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho.

2. c) O leitor pode pressupor que há uma lei que regulamenta a questão de cotas legais para pessoas com deficiência. Essa informação é importante para o encaminhamento da leitura, pois com base nela serão tratadas questões relacionadas à empregabilidade e ao cumprimento da legislação.

3. a) Mostrar esses dados no início do texto ajuda o leitor a ter a dimensão da problemática exposta, ao considerar que, de acordo com o IBGE, em 2019, mais de 8% da população brasileira acima de 2 anos tinha alguma deficiência.

3. b) A apresentação da legislação indica, mais uma vez, que o texto será encaminhado, prioritariamente, por meio da associação da problemática tratada com a condução dela nas esferas legais.

4. b) O articulista sugere melhorar processos, criar ambientes acessíveis, mudar a cultura organizacional, fazer avaliações internas de sua cultura e de sua estrutura, criar projetos e fazer parcerias.

#fiCAADiCA

Para saber mais sobre questões relacionadas ao capacitismo e à diversidade humana, consulte o guia publicado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e pelo Ministério da Saúde, disponível em: www.tjsp.jus.br/Download/ Acessibilidade/Cartilha -Combata-o-Capacitismo. pdf (acesso em: 22 out. 2024).

Pensar e compartilhar

1. Na linha fina do artigo, foram empregados os termos mundo corporativo e barreiras estruturais

a) O que eles significam? Faça uma pesquisa em sites de universidades e de institutos de pesquisa para auxiliar na busca pelos respectivos significados.

b) Q ual é o efeito de sentido desses termos no texto que complementa o título?

c) Informações sobre o autor do artigo de opinião são fornecidas no início do texto. Qual é a importância da inserção dessas informações nessa parte do texto?

2. No segundo parágrafo, o articulista faz uma afirmação e apresenta um problema.

2. a) A afirmação é de que a inclusão perpassa vários níveis de discussão, com destaque para a necessidade de pensar sobre atitudes inclusivas e não excludentes.

a) Qual é essa afirmação?

b) Qual é o problema apresentado?

c) O que o leitor pode deduzir sobre a legislação em discussão? E por que isso é importante?

3. O texto apresenta alguns dados sobre a quantidade de pessoas com deficiência no Brasil e a legislação que trata da inclusão delas no mercado de trabalho.

a) Qual é a importância de mostrar esses dados no início do texto?

b) O que a apresentação da legislação indica?

4. O texto traz exemplos e propostas sobre inclusão.

a) Que afirmação o articulista faz sobre a postura necessária das empresas a respeito desse tema?

4. a) Ele afirma que as empresas devem ter uma postura ativa ao tratarem desse problema.

b) Que ações o articulista sugere para as empresas?

5. Ao final do artigo de opinião, o articulista explica por que as empresas têm dificuldade em praticar a inclusão.

5. a) Os fatores históricos são o capacitismo, a exclusão e a segregação.

a) Que fatores históricos estão relacionados a isso?

b) Qual desses fatores está relacionado, exclusivamente, à condição das pessoas com deficiência?

5. b) O capacitismo.

c) Consulte fontes confiáveis e indique o que significa capacitismo

5. c) Capacitismo faz referência a qualquer tipo de discriminação contra uma pessoa em função de ela ter alguma deficiência.

Ao analisar a estrutura do artigo de opinião, observa-se a importância da apresentação objetiva de um contexto , assim como de um problema , e da defesa de um ponto de vista, fundamentados por informações e dados voltados, prioritariamente, a aspectos legais . Além disso, ao final, há indicações de propostas para promover uma inclusão mais efetiva, reforçando e consolidando um processo argumentativo coeso e coerente

Não escreva no livro.

Argumento de causa e consequência: comprovação e hipótese

6. Releia o trecho a seguir, extraído do artigo de opinião que você acabou de ler.

No entanto, algumas empresas têm apresentado “dificuldade” no cumprimento dessa cota. Ao exigir experiência nas funções, domínio e conhecimento em atividades específicas, conhecimento em outras línguas, disponibilidade para trabalhar em turnos, entre outros requisitos, que acabam desqualificando a maioria dos trabalhadores com deficiência e dificultam a inclusão social. Ainda temos, talvez, a ideologia de incapacidade desses trabalhadores, uma barreira ainda mais crítica.

6. a) As causas envolvidas são exigência de experiência, domínio e conhecimento em atividades específicas, conhecimentos de idiomas e disponibilidade para trabalhar em turnos.

a) Quais são as causas envolvidas na dificuldade de contratação de pessoas com deficiência?

b) Qual é a consequência dessas exigências?

6. b) Elas desqualificam a maioria dos trabalhadores com deficiência, dificultando sua inclusão.

c) O que o uso das aspas junto à palavra dificuldade indica sobre a posição do autor?

6. c) O uso das aspas indica que o articulista questiona o real comprometimento das empresas com a inclusão.

d) Que outra possível causa para a falta de inclusão é mencionada no trecho?

6. d) Menciona-se a possibilidade de haver uma ideologia de incapacidade de pessoas com deficiência.

e) Ao tratar essa causa como uma possibilidade, que atitude o autor do artigo demonstra em seu argumento?

7. Além das causas apresentadas na questão anterior, nos parágrafos seguintes o autor comenta a existência de outras relacionadas à dificuldade de inclusão de pessoas com deficiência.

a) Que outras causas são essas?

b) Que mecanismos legais foram criados para reduzir essa resistência?

6. e) O autor do artigo revela cautela em seu argumento. MP

7. a) As outras causas são a dificuldade em criar vagas para diferentes tipos de deficiência, a resistência dos gestores, a falta de apoio da liderança e as dificuldades no mapeamento das atividades e na adequação do mercado para pessoas com deficiência.

c) Esses mecanismos legais podem ser considerados uma consequência da resistência dos empregadores? Explique.

7. c) Sim, os mecanismos legais foram criados justamente para combater a resistência das empresas em contratar pessoas com deficiência e evitar a exclusão.

Ao estruturar o processo de construção da argumentação com base em relações de causa e consequência , é possível apresentar causas comprovadas e suas consequências, indicando consistência no desenvolvimento textual. Também é possível a indicação de causas prováveis , possíveis, porém não comprovadas. Nesse caso, é importante que haja uma modalização do discurso, explicitando ao interlocutor que se trata de uma hipótese em relação à causa de uma determinada consequência. Ou seja, é necessário deixar claro para o leitor que ele está diante de uma suposição ou uma possibilidade em análise. Essa distinção entre fato e hipótese é crucial para manter a transparência da argumentação e assegurar que o leitor compreenda o nível de certeza envolvido na discussão, evitando a apresentação de conjecturas como verdades absolutas.

EU E O MUNDO

Inclusão no dia a dia Não escreva no livro.

O texto em análise discute a resistência e as dificuldades das empresas em incluir pessoas com deficiência no ambiente de trabalho, ressaltando que essa situação também ocorre em outras áreas. Converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Você observa situações de inclusão de pessoas com deficiência em seu cotidiano? Em caso afirmativo, em que contextos isso ocorre?

2. Você já presenciou ou vivenciou casos de capacitismo? Se sim, comente.

MP MP

InTEGranDO COm EDUCAÇÃO FÍSICA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Esporte e inclusão

Observe a foto da atleta baiana Raissa Machado (1996-), participante dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024.

Raissa Machado, atleta paralímpica de atletismo, nos Jogos Paralímpicos de Paris, França, 2024. Não escreva no livro.

1. Raissa Machado é uma atleta paralímpica brasileira de lançamento de dardo. Pesquise e explique em que consiste essa modalidade esportiva.

2. O registro fotográfico foi realizado durante os Jogos Paralímpicos de Paris 2024, no qual Raissa conquistou medalha de prata. Observe a postura corporal e a expressão facial da atleta.

a) O que elas expressam?

2. a) A postura corporal expressa segurança e uma saudação ao público, enquanto a expressão facial reflete alegria e vibração.

b) Como essas expressões auxiliam na construção da imagem da atleta?

2. b) As expressões de segurança, alegria e vibração constroem a ideia de alguém vitorioso e realizado.

3. Qual é a relevância da divulgação de eventos e conquistas de atletas paralímpicos para a inclusão?

4. Em dupla, escolha m outro esporte paralímpico, pesquisem sobre a modalidade e suas categorias e sobre atletas brasileiros que a praticam. Apresentem os resultados e discutam como esses esportes podem contribuir para a inclusão.

MP

lINGUAGEM EM FOCO

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Período composto por subordinação na elaboração de relações

lógicas no texto

Leia os trechos a seguir com atenção.

Trecho 1

Inclusão ainda é um debate que perpassa vários níveis de discussão no Brasil [...]

Trecho 2

Pensando nisso, o Ministério Público do Trabalho e a Justiça do Trabalho vêm atuando incisivamente para impor às empresas o cumprimento efetivo da cota [...]

Trecho 3

Não estamos afirmando que o descumprimento da cota é uma culpa exclusiva da empresa, em razão de ser um resultado de uma sociedade historicamente estruturada pelo capacitismo, exclusão e segregação [...]

1. a) As orações são “Inclusão ainda é um debate” (oração principal) e “que perpassa vários níveis de discussão no Brasil” (oração subordinada adjetiva).

1. No Trecho 1, há um período composto por subordinação com duas orações.

a) Quais são essas orações? Classifique sintaticamente cada uma delas.

b) Qual é a relação de sentido entre essas duas orações?

Não escreva no livro.

1. b) A oração subordinada adjetiva especifica o debate mencionado na oração principal, detalhando-o.

2. O Trecho 2 também contém um período composto por subordinação.

a) Quais são as orações no trecho grifado?

2. a) As orações são: “o Ministério Público do Trabalho e a Justiça do Trabalho vêm atuando incisivamente” e “para impor às empresas o cumprimento efetivo da cota”.

b) Classifique sintaticamente essas orações.

2. b) A primeira é a oração principal, e a segunda, uma oração subordinada adverbial final.

c) Qual é a relação lógica construída com essas orações?

3. Analise o período no Trecho 3.

a) Quantas orações compõem esse trecho?

2. c) A relação de finalidade, com a indicação do objetivo das ações do Ministério Público do Trabalho e da Justiça do Trabalho.

3. a) Três orações o compõem.

b) Qual é a primeira oração e como ela é classificada?

3. b) A primeira oração é “Não estamos afirmando”, classificada como oração principal.

c) Que informação é introduzida na oração seguinte? Como essa oração é classificada?

d) Qual é a relação lógica estabelecida entre as orações?

MP

4. Ao final do Trecho 3, o articulista expressa um ponto de vista.

a) Qual é a última oração presente nesse trecho?

MP

4. a) A oração “em razão de ser um resultado de uma sociedade historicamente estruturada pelo capacitismo, exclusão e segregação”.

b) Qual é a relação lógica entre essa oração e o trecho anterior?

c) Como essa oração é classificada?

MP

4. c) Trata-se de uma oração subordinada adverbial causal.

O uso de período composto por subordinação auxilia no estabelecimento de relações lógicas entre orações principais e subordinadas (substantivas, adjetivas e adverbiais), enriquecendo a argumentação. Recomenda-se usar esse recurso em textos argumentativos para aumentar a complexidade deles, conforme a Competência I do Enem.

#PARAlEMBRAR

Os períodos analisados a seguir são compostos por subordinação, com orações subordinadas que funcionam como um termo do período simples, assumindo o papel de substantivo, advérbio ou adjetivo

em torno de um verbo ou locução verbal.

1. Espero a sua inscrição. (Período simples)

substantivo

Espero que você se inscreva. (Período composto)

oração subordinada substantiva objetiva direta

2. No fim de semana, a inscrição estará pronta. (Período simples)

locução adverbial

Assim que o fim de semana chegar, a inscrição estará pronta. (Período composto)

oração subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo

3. Os cursos gratuitos encerraram as inscrições. (Período simples)

adjetivo

Os cursos que não são pagos encerraram as inscrições. (Período composto)

oração subordinada adjetiva restritiva

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Paralelismo sintático na construção dos parágrafos

1. O trecho a seguir foi retirado do artigo de opinião de autoria de Carlos Eduardo Ferreira. Releia-o e responda às questões propostas.

Além disso, com o intuito de afastar a sua obrigação, muitas empresas realizam a divulgação de vagas na tentativa de preencher a cota ou justificar que não há mão de obra suficiente no mercado de trabalho.

a) Qual ação está sendo tratada no trecho?

1. a) Trata-se da ação de divulgar vagas voltadas a pessoas com deficiência.

b) A pós a indicação dessa ação, são apresentadas duas finalidades relacionadas a ela, cada qual em uma oração. Identifique cada uma dessas orações e transcreva-as.

1. b) As orações são: “preencher a cota” e “ou justificar”.

c) O que os verbos das orações têm em comum? E qual é o efeito de sentido criado pela repetição dessa forma verbal? Explique.

1. c) Ambos estão na forma verbal do infinitivo. A repetição do infinitivo reforça a coesão textual e torna a ideia mais clara.

O encadeamento de ideias entre orações com estruturas sintáticas semelhantes, conhecido como paralelismo sintático, favorece a precisão dos enunciados, possibilitando a construção de parágrafos mais objetivos e coesos. O paralelismo sintático não se baseia em uma regra gramatical, uma vez que é mais voltado à estilística do texto.

Não escreva no livro.

2. No trecho da questão anterior, o paralelismo sintático poderia ser aperfeiçoado com a inserção de uma preposição no início de uma das orações.

a) Que preposição é essa?

2. a) A preposição de, na oração “de justificar que [...]”.

b) Por que o articulista teria omitido essa preposição?

3. Reescreva o trecho a seguir fazendo uso de paralelismo sintático.

2. b) Provavelmente para evitar a repetição excessiva da preposição de, já usada em “divulgação de” e “tentativa de”. MP

Imprescindível para consolidar a inclusão, empresas devem adotar medidas efetivas com a intenção de reduzir as barreiras de exclusão enfrentadas por pessoas com deficiência para trabalhar, além da adequação do meio ambiente do trabalho, com uma mudança de paradigma e adaptações para acessibilidade desses profissionais.

4. Que efeito de sentido é possível notar em relação ao parágrafo reescrito?

4. Espera-se que os estudantes notem que o parágrafo ficou mais coeso, o que contribui para a fluidez e a objetividade da ideia apresentada.

#naprática

Simulado

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

de redação do Enem

Agora, você vai produzir uma redação que atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”; 4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo; 4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

TEXTO I

Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991 […]

Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:

I – até 200 empregados ............................................ 2%;

II – de 201 a 500 .......................................................... 3%;

III – de 501 a 1.000 ..................................................... 4%; IV – de 1.001 em diante ............................................ 5%.

BRASIL. Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 24 jun. 1991. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8213compilado.htm. Acesso em: 22 out. 2024.

TEXTO II

Pessoas com deficiência têm maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho e acesso à educação, aponta IBGE

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, comprova que as pessoas que vivem com algum tipo de deficiência têm maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho e acesso à educação.

Recepcionista em uma grande rede de supermercados é o primeiro emprego do Flávio Henrique Alves Leitão depois que ele perdeu parte da perna em um atropelamento há cinco anos.

“Passei mais ou menos um ano, um ano e meio me adaptando. Fiquei na muleta, no andador, depois que fui para prótese. Aí, graças a Deus, estou andando bem”, conta Flávio.

Empregado, ele faz parte de uma minoria. A pesquisa do IBGE revela que, no fim de 2022, apenas 26% das pessoas com deficiência estavam no mercado de trabalho. Entre as pessoas sem deficiência, eram 60%. Mais da metade trabalhava na informalidade. Sem deficiência, 38%.

A diferença aparece também nos salários. O rendimento do trabalho das pessoas com deficiência é 30% menor que a média Brasil: R$ 1.860 contra R$ 2.690.

JORNAL NACIONAL. Pessoas com deficiência têm maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho e acesso à educação, aponta IBGE. G1, Rio de Janeiro, 7 jul. 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2023/07/07/pessoas-com-deficiencia -tem-maior-dificuldade-de-insercao-no-mercado-de-trabalho-e-acesso-a-educacao-aponta-ibge.ghtml. Acesso em: 22 out. 2024.

TEXTO III

O que é Capacitismo?

O termo refere-se à discriminação e [a]o preconceito contra as pessoas com deficiência. São atitudes, práticas, determinados tratamentos, formas de comunicação, bem como barreiras físicas e arquitetônicas que impedem o pleno exercício da cidadania dessas pessoas. Caracteriza-se, principalmente, ao pressupor que alguém é incapaz apenas pelo fato de possuir alguma deficiência.

CAMPANHA Combata o Capacitismo. Gov.br, Brasília, DF: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, 22 maio 2024. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por -temas/pessoa-com-deficiencia/acoes-e-programas/campanha -combata-o-capacitismo#:~:text=O%20que%20%C3%A9%20 capacitismo,exerc%C3%ADcio%20da%20cidadania%20dessas%20 pessoas. Acesso em: 22 out. 2024.

TEXTO IV

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios para promover a inclusão de pessoas com deficiência em ambientes de trabalho no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

Planejar

1. Elabore o texto, considerando os estudos realizados, os textos motivadores sobre inclusão, especialmente de pessoas com deficiência, o tema proposto, o enfoque escolhido e os argumentos a serem utilizados, além da estrutura do texto.

2. Verifique se todos os itens foram abordados em seu processo argumentativo.

3. Certifique-se da diversidade e da confiabilidade dos argumentos, utilizando diferentes estratégias, como a de causa e consequência. Priorize informações de fontes confiáveis, como o Ministério da Saúde, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o IBGE e artigos da Scielo.

4. Para ajudar na construção da redação, organize um esquema no caderno ou em editor de texto digital, detalhando a estrutura e as partes do texto.

Inclusão e responsabilidade social

No artigo de opinião que compõe o capítulo, menciona-se a dificuldade de algumas empresas cumprirem a cota de contratação de pessoas com deficiência. Segundo o texto analisado, essa dificuldade está ligada a pensamentos excludentes e segregadores, de origem histórica. Diante das situações apresentadas, reflita e discuta com os colegas e o professor as questões a seguir.

1. Como as organizações podem ser mais efetivamente conscientizadas sobre a importância e os benefícios da inclusão?

2. Em adição ao cumprimento da legislação, qual é a relevância de implementar ações voltadas à ampliação da inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho? MP 2. Possibilidade de resposta: A legislação garante os direitos das pessoas com deficiência, mas é fundamental que as empresas promovam a inclusão por entenderem os benefícios dessa prática, e não apenas para cumprir a lei.

Não escreva no livro.
O MUNDO E EU
RICARDO FERRAZ/ACERVO DO CARTUNISTA

Escrever

1. Escreva uma primeira versão do texto na modalidade escrita formal da língua portuguesa.

2. Atente à formulação das orações e dos períodos, observando o uso de orações subordinadas e as relações lógicas estabelecidas ao longo do texto.

3. Articule os argumentos de causa e consequência utilizando conjunções e locuções conjuntivas apropriadas.

4. Aplique o paralelismo sintático nos parágrafos para garantir maior clareza e precisão ao texto.

5. Preste atenção no cumprimento das cinco competências avaliadas na redação do Enem.

6. Selecione os termos com precisão, a fim de evitar repetições e de conferir fluidez ao texto, considerando o contexto de produção.

DE OlHO NA lINGUAGEM

O uso de vírgulas e ponto-final dentro do parágrafo

A estrutura sintática está diretamente ligada ao uso correto da pontuação. Ao elaborar períodos compostos, em especial com subordinação, podem ocorrer períodos truncados, justapostos, com excesso ou ausência de palavras. Esses problemas caracterizam-se, em geral, pelo uso de ponto-final separando duas orações que deveriam formar um único período ou o uso de vírgula no lugar de ponto-final, constituindo uma justaposição. Ocorrências como essas interferem na qualidade da estrutura sintática e prejudicam a compreensão do texto como um todo. O trecho a seguir exemplifica o uso correto da vírgula e do ponto-final. Nosso país conta com mais de 17 milhões de pessoas com deficiência, isto é, 8,4% da população acima de dois anos, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019. Assim, conforme o art. 93, da Lei Federal no 8.213/91, empresas com cem ou mais empregados devem preencher de 2% a 5% dos cargos com pessoas com deficiência habilitadas ou beneficiários reabilitados.

A vírgula foi utilizada para demarcar o uso de uma locução conjuntiva explicativa. Neste caso, o uso da vírgula justifica-se pela introdução de uma oração subordinada adverbial conformativa. O ponto-final dentro do parágrafo demarca a introdução de uma relação de consequência, com a inserção de uma nova informação. Evita-se, assim, o excesso de orações em um único período, o que comprometeria a estrutura sintática e a compreensão leitora.

A vírgula foi empregada após o uso de uma conjunção conclusiva. Aqui foi utilizado um aposto isolado por vírgulas.

Revisar

1. Confira se você usou corretamente diferentes tipos de período em cada parágrafo, prestando atenção no uso de vírgulas e pontos-finais.

2. Verifique se sua redação segue o planejamento do texto.

3. Certifique-se de que a redação atende às cinco competências dos critérios de correção.

4. Avalie se os argumentos foram desenvolvidos adequadamente, com a utilização de diferentes estratégias, especialmente a de causa e consequência.

5. Atente à precisão e à adequação dos termos usados em relação ao contexto.

6. Certifique-se de que há variação de estratégias, a fim de evitar repetição de termos, garantindo fluidez e o nível de formalidade adequado ao texto.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Escreva a versão final do texto, fazendo os ajustes necessários. Sob a orientação do professor, compartilhe-o com os colegas e, em uma roda de conversa, debatam as teses e as estratégias argumentativas mobilizadas para abordar o tema. Aproveite para comentar o uso das estratégias argumentativas, atentando ao uso do argumento de causa e consequência. Analise com os colegas as escolhas linguísticas feitas, focando as orações subordinadas e as relações lógicas estabelecidas, assim como o paralelismo sintático.

A prática do cancelamento e

seus efeitos

Nos últimos anos, o fenômeno do cancelamento tem ganhado destaque. Redes sociais tornaram-se palco de debates acalorados e, muitas vezes, de ações que têm por objetivo eliminar ou diminuir a influência de pessoas, empresas ou instituições em razão de atitudes, posicionamentos ou declarações considerados inapropriados por determinado grupo.

Essa prática, conhecida como cancelamento, acontece quando pessoas se unem para criticar e deslegitimar outra pessoa, geralmente depois de ela ter feito uma declaração ofensiva ou reprovável ou ter sido vista cometendo algum ato dessa natureza. Na maioria das vezes, essas reações nascem de uma busca por justiça social e pela responsabilização daqueles que cometeram o erro. Contudo, o cancelamento pode gerar efeitos indesejados, como a propagação de injustiças e o julgamento precipitado.

Refletir sobre os efeitos do cancelamento e seu papel nas dinâmicas de justiça social nos faz questionar até que ponto essas ações são justas e produtivas e sobre como podemos construir um ambiente digital mais equilibrado, em que o diálogo prevaleça sobre o julgamento sumário. De que modo essas reflexões podem contribuir para que os cidadãos argumentem de maneira consciente e sejam capazes de lidar com as complexidades do mundo digital de forma ética e responsável?

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Nesta seção, você vai ler uma charge e um cordel que abordam o uso das redes sociais e da prática de cancelamento. A charge, criada pelo artista visual Adão Iturrusgarai, foi publicada junto a uma entrevista realizada com o psicanalista, psiquiatra e escritor Jorge Forbes, em que se discutiu o cancelamento entre familiares e amigos, principalmente em contextos de polarização social. Já o cordel é de autoria de Bráulio Bessa, conhecido escritor, palestrante e compositor cearense, e nele se aborda a vida nas redes sociais, incluindo temas como o cancelamento.

Você já presenciou ou ouviu falar de situações de cancelamento envolvendo pessoas, empresas ou instituições? Em sua opinião, como essa prática pode impactar a vida social e emocional das pessoas?

Texto 1

ITURRUSGARAI, Adão. [Charge]. Um Brasil, São Paulo, 6 jun. 2022. Sociedade. Disponível em: https://umbrasil.com/charges/ entrevista-jorge-forbes/. Acesso em: 25 set. 2024.

Não escreva no livro.

Texto 2

Redes sociais

1

Lá nas redes sociais o mundo é bem diferente, dá pra ter milhões de amigos e mesmo assim ser carente. Tem like, a tal curtida, tem todo tipo de vida pra todo tipo de gente.

2 Tem gente que é tão feliz que a vontade é de excluir. Tem gente que você segue mas nunca vai lhe seguir. Tem gente que nem disfarça, diz que a vida só tem graça com mais gente pra assistir.

3 Por falar nisso, tem gente que esquece de comer, jogando, batendo papo, nem sente a fome bater. Celular virou fogão, pois no toque de um botão o rango vem pra você.

4 Mudou até a rotina de quem tá se alimentando. Se a comida for chique, vai logo fotografando. Porém, repare, meu povo: quando é feijão com ovo não vejo ninguém postando.

5

Esse mundo virtual tem feito o povo gastar, exibir roupas de marca, ir pra festa, viajar, e claro, o mais importante, que é ter, de instante em instante, um retrato pra postar.

6 Tem gente que vai pro show do artista preferido, no final volta pra casa sem nada ter assistido, pois foi lá só pra filmar. Mas pra ver no celular nem precisava ter ido.

7 Lá nas redes sociais todo mundo é honesto, é contra a corrupção, participa de protesto, porém, sem fazer login, não é tão bonito assim.

O real é indigesto…

8 Fura a fila, não respeita quando o sinal tá fechado, tenta corromper um guarda quando está sendo multado. Depois, quando chega em casa, digitando manda brasa criticando um deputado.

9 Lá nas redes sociais a tendência é ser juiz e condenar muitas vezes sem saber nem o que diz. Mas não é nenhum segredo que quando se aponta um dedo voltam três pro seu nariz.

10 Conversar por uma tela é tão frio, tão incerto. Prefiro pessoalmente, pra mim sempre foi o certo. Soa meio destoante, pois junta quem tá distante mas afasta quem tá perto.

11 Tem grupos de todo tipo, todo tipo de conversa com assuntos importantes e outros, nem interessa. Mas tem uma garantia: receber durante o dia um cordel do Bráulio Bessa.

12 E se você receber esse singelo cordel que eu escrevi à mão num pedaço de papel, que tem um tom de humor mas no fundo é um clamor lhe pedindo pra viver. Viva a vida e o real, pois a curtida final ninguém consegue prever.

BESSA, Bráulio. Redes Sociais. Tudo é poema, 14 maio 2019. Disponível em: https://www.tudoepoema.com.br/braulio-bessa-redes-sociais/. Acesso em: 25 set. 2024.

Pensar e compartilhar

1. A charge é um gênero textual que utiliza humor, ironia e crítica para abordar comportamentos ou situações do cotidiano.

1. a) A personagem parece estar falando consigo mesma, porém sem perceber claramente que se trata de uma conversa interna.

a) Com quem a personagem da charge parece estar falando?

b) Onde a personagem parece estar?

1. b) A personagem parece estar dentro de uma estrutura fechada, como se estivesse isolada em caixas ou algo semelhante.

c) É possível perceber qual é a perspectiva da personagem por meio de suas falas? Comente.

d) Que comportamento está sendo criticado na charge?

2. Que relação pode ser estabelecida tendo em vista o conteúdo da charge, o contexto de sua publicação e a prática do cancelamento?

2. A charge reflete como a limitação de escuta e de reflexão favorece o cancelamento, já que as reações às divergências são, frequentemente, o rompimento de laços e o isolamento.

3. Cordel é um poema narrativo que integra a cultura popular, sobretudo a do Nordeste, por meio da mistura de humor e crítica social.

a) Qual é o ponto de vista do eu lírico em relação à exposição da vida nas redes sociais? Cite versos que comprovem sua afirmação.

b) Q ue versos fazem referência à busca por visibilidade e engajamento nas redes sociais? Como o eu lírico vê esse comportamento?

4. O cordel aborda temas como alimentação, consumo e ética nas redes sociais.

a) C omo o comportamento relacionado ao entretenimento digital afeta a alimentação, segundo o eu lírico?

b) De que forma o eu lírico relaciona o consumo e o lazer com as redes sociais?

c) Como o eu lírico aborda a dualidade entre comportamento público e privado?

MP

5. Há no cordel alguns versos que se conectam diretamente à prática do cancelamento.

a) Em qual estrofe esses versos estão presentes?

5. a) Os versos estão na nona estrofe.

b) Como o ato de julgar e condenar é caracterizado nesses versos?

6. Ao final do cordel, o eu lírico faz um pedido ao leitor.

a) Qual é esse pedido?

#fiCAADiCA

MP

6. a) Para que as pessoas vivam a vida real, sem tanta interferência das redes sociais. MP

b) A justificativa a esse apelo é construída de forma metafórica. Que sentido se pode inferir com base nessa metáfora?

Para ampliar os conhecimentos sobre esse tema, acesse a reportagem “A cultura do cancelamento nas redes”, disponível em: www.ufsm.br/midias/ experimental/meio -mundo/2024/03/12/a -cultura-do-cancelamento -nas-redes. Acesso em: 25 set. 2024.

Argumento por exemplificação: a busca por comprovar ideias

7. O trecho a seguir foi publicado junto à charge que você leu anteriormente e faz parte da introdução de uma entrevista com o psiquiatra, psicanalista e escritor Jorge Forbes. Leia-o e responda às questões. Este processo de “cancelamento” existe porque estamos lendo a época em que vivemos com instrumentos do passado, Forbes analisa. Segundo ele, esta época é de múltiplas opções, em contraponto ao passado, quando algumas opções eram mais importantes do que outras, então, buscava-se convencer o outro e se chegar à aceitação de um acordo, de uma razão maior. “No mundo de hoje, com múltiplas razões, tentamos lidar com essa multiplicidade como se houvesse uma razão maior do que as outras, mas isso não existe”, frisa. “O nosso erro é não gerarmos novos conceitos.”

Não escreva no livro.

“Neste momento, não existe uma razão única. Devemos juntar as pessoas em suas diferenças. Um exemplo: quem tem razão, o chofer de táxi quando diz que está sendo lesionado ou o motorista de aplicativo – em sua liberdade de poder alugar o seu veículo? Não dá para dizer se é esse ou aquele. Não há razão superior. A resposta não é definitiva, duas verdades convivem, e você não consegue extrair delas uma posição de consenso. A questão não é como chegar a um acordo, mas como suportar as diferenças”, propõe.

GALENO, Renato. Política de “cancelamento” revela sociedade que não aprende a suportar as diferenças. Um Brasil, 8 abr. 2022. Sociedade. Disponível em: https://umbrasil.com/videos/politica-de-cancelamento-revela-sociedade-que-nao-aprende-a-suportar-as-diferencas/. Acesso em: 25 set. 2024.

a) De acordo com Jorge Forbes, por que a prática de cancelamento ocorre?

b) Que frase da introdução da entrevista confirma essa visão?

c) Que estratégia argumentativa o entrevistado utiliza para comprovar seu raciocínio?

d) Como essa estratégia é aplicada no texto?

8. No cordel, vários exemplos são dados com o intuito de reforçar as ideias do eu lírico.

a) N a estrofe que aborda atitudes consideradas desonestas ou impróprias, que exemplos são oferecidos?

b) Que efeito de sentido é construído com a apresentação desses exemplos?

8. a) Os exemplos oferecidos são furar a fila, não respeitar o sinal de trânsito quando está fechado e tentar corromper um guarda para evitar ser multado. MP

9. Reflita sobre o desenvolvimento do cordel “Redes sociais” e responda: É possível afirmar que ele apresenta uma vertente argumentativa? Justifique.

9. Embora o cordel seja predominantemente narrativo, espera-se que os estudantes respondam que há um claro viés argumentativo, pois o eu lírico assume um posicionamento crítico em relação às redes sociais e às atitudes nelas observadas. Essa tomada de posição evidencia a presença de argumentação no texto.

O uso de exemplos é uma estratégia importante para a construção da argumentação , pois possibilita conectar as ideias defendidas com experiências do cotidiano. Além de esclarecer e fortalecer os argumentos, os exemplos auxiliam no desenvolvimento das ideias em diversos gêneros e tipologias textuais. No cordel, gênero predominantemente narrativo, e na redação do Enem, gênero de caráter dissertativo-argumentativo, os exemplos desempenham papel crucial ao aproximar o leitor das situações descritas.

EU E O MUNDO

Na charge, no cordel e no texto introdutório da entrevista, observa-se como a interação nas redes sociais afeta diversas áreas da vida, como relações pessoais, consumo e lazer. Nesse cenário, destaca-se a prática do cancelamento, que pode ser analisada sob diferentes perspectivas: por um lado, ela pressiona pessoas, instituições e empresas a refletir mais sobre suas ações; por outro, pode acarretar injustiças. Considerando essas visões, discuta com os colegas e o professor as questões a seguir.

1. D e que maneira a prática do cancelamento influencia as atitudes das pessoas no dia a dia?

2. Você já presenciou ou soube de algum caso de cancelamento? Como você avalia essa situação?

1 e 2. Respostas pessoais. Incentive a troca de experiências e vivências entre os estudantes, para que relatem casos e possam aproveitar ao máximo o tema em discussão.

#fiCAADiCA

Para se aprofundar nos aspectos históricos do cancelamento no contexto contemporâneo, consulte o artigo acadêmico “Liberdade de expressão, democracia e cultura do cancelamento”, disponível em: https:// repositorio.ufop.br/ server/api/core/bitstre ams/03200571-1697-41d 3-8810-3725b5fd5553/ content. Acesso em: 20 set. 2024.

Redes sociais e cancelamentos no dia a dia
Não escreva no livro.

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

As

orações

subordinadas adjetivas e seus efeitos de sentido

1. Releia a charge apresentada em Leitura em pauta .

a) Quantas orações há no período formado pela fala da personagem?

b) Identifique e transcreva a primeira oração, classificando-a.

Não escreva no livro.

1. a) Há duas orações.

1. b) A primeira oração é: “O bom do Brasil é o brasileiro...”; é a oração principal.

c) Identifique e transcreva a segunda oração presente na fala da personagem.

1. c) A segunda oração é: “... que pensa igual a mim!”.

d) Diante da informação contida na primeira oração, qual é a importância da segunda?

e) De acordo com o sentido da charge, o texto teria o mesmo efeito sem a segunda oração? Justifique.

2. Agora, releia a estrofe final do cordel apresentado e responda aos itens.

E se você receber esse singelo cordel que eu escrevi à mão num pedaço de papel, que tem um tom de humor mas no fundo é um clamor lhe pedindo pra viver.

Viva a vida e o real, pois a curtida final ninguém consegue prever.

2. a) As orações são: “E se você receber esse singelo cordel que eu escrevi à mão num pedaço de papel, que tem um tom de humor”.

2. b) A segunda e a terceira orações fazem referência ao termo cordel

2. c) Elas destacam as características do cordel: o fato de ter sido escrito à mão, o que lhe confere um caráter artesanal, e o tom de humor do texto.

2. d) A oração “que eu escrevi à mão” destaca o contraste, ao ressaltar o caráter manual e tradicional da criação do cordel, em oposição ao uso de tecnologias digitais.

a) Identifique e transcreva as três primeiras orações da estrofe, destacando os verbos.

b) A segunda e a terceira orações fazem referência a que termo presente no período?

c) Qual é a importância dessas duas orações para a construção do sentido da estrofe?

d) Qual dessas orações revela um contraste entre a tecnologia mencionada no poema e outro modo de registrar informações?

#PARAlEMBRAR

As orações “que pensa igual a mim!”, “que eu escrevi à mão” e “que tem um tom de humor” descrevem os termos brasileiro e cordel. Elas são chamadas de orações subordinadas adjetivas. Esse tipo de oração pode ser dividido em duas categorias: adjetivas restritivas e adjetivas explicativas, de acordo com a função sintática e semântica que exercem. Analise os exemplos a seguir.

I. Quando a oração amplia o sentido de um termo antecedente, é chamada de oração subordinada adjetiva explicativa e deve vir acompanhada por vírgulas, travessões ou parênteses. Por exemplo: Os estudantes refletiram sobre o cancelamento, que se tornou uma prática comum nos meios virtuais. oração principal oração subordinada adjetiva explicativa

II. Quando a oração particulariza o termo antecedente, ela é chamada de oração subordinada adjetiva restritiva e não tem de ser separada do antecedente. Por exemplo: Os estudantes refletiram sobre o cancelamento que ocorreu com um dos alunos da escola oração principal oração subordinada adjetiva restritiva

O uso de orações subordinadas adjetivas – tanto restritivas como explicativas – é fundamental nos processos argumentativos, pois, ao especificar ou explicar os termos antecedentes, essas orações proporcionam maior detalhamento e objetividade ao desenvolvimento do texto.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

O uso das orações adjetivas nas especificações e nas explicações

Leia a introdução de uma entrevista em áudio publicada no site do Jornal da USP sobre questões relacionadas à cultura do cancelamento.

Cultura do cancelamento promove intolerância ao buscar justiça

Cultura do cancelamento é um termo bastante recente, conhecido e discutido principalmente entre os mais jovens nas redes sociais. A expressão é utilizada para denominar um comportamento que em sua essência busca por justiça social, mas acaba realizando uma espécie de linchamento virtual dos indivíduos que agem ou dão declarações politicamente incorretas.

O professor e sociólogo Marco Antônio de Almeida, do Departamento de Educação, Informação e Comunicação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, explica que esse comportamento deriva de causas bastante justas e bem-intencionadas, mas caminhou para a intolerância. [...] O comportamento tende a ser mais associado aos adolescentes e aos jovens adultos. E ocorre, principalmente, pela maior presença dessa faixa etária nas redes sociais. “Nas redes sociais as questões relacionadas ao cancelamento tendem a ter um peso muito grande, que acabam por envolver com bastante força os jovens, que são mais sensíveis a esse tipo de influência, já que passam muito mais tempo nas redes do que as pessoas mais velhas.”

COLTRI, Flavia. Cultura do cancelamento promove intolerância ao buscar justiça. Jornal da USP, Ribeirão Preto, SP, 10 ago. 2024. Atualidades. Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/cultura-do-cancelamento-promove-intolerancia-ao-buscar-justica/. Acesso em: 26 set. 2024.

Não escreva no livro.

1. Considerando o texto, responda às questões a seguir.

a) No parágrafo inicial, há uma oração voltada à especificação do que seria o comportamento relacionado ao cancelamento. Que oração é essa?

1. a) A oração é: “que em sua essência busca por justiça social”.

b) Considerando as funções sintática e semântica da oração, como ela é classificada e por que é importante para a construção de sentido do texto?

c) Identifique no texto o contraponto a essa característica do cancelamento.

2. No segundo parágrafo do texto, há uma explicação que reforça a ideia do parágrafo anterior. Qual é essa explicação?

2. A explicação é a de que, embora a cultura do cancelamento tenha origens em causas justas e bem-intencionadas, ela também serve à intolerância.

3. No terceiro parágrafo, estabelece-se uma relação entre faixa etária e prática de cancelamento.

a) Que faixa etária é mais propensa à prática do cancelamento?

3. a) A faixa etária composta de adolescentes e jovens adultos.

b) Na fala transcrita do professor, há uma oração que amplia o sentido de um termo associado a essa faixa etária. Que oração é essa? Transcreva-a.

3. b) A oração é: “que são mais sensíveis a esse tipo de influência”.

c) A que termo essa oração faz referência? Que sinal de pontuação o separa da oração identificada no item b?

3. c) Ao termo jovens; o sinal de pontuação que o separa da oração seguinte é a vírgula.

d) Como essa oração é classificada, considerando a função sintática e semântica que desempenha?

e) Qual é a relevância do uso dessa oração para a construção dos sentidos do texto?

3. d) Ela é classificada como oração subordinada adjetiva explicativa. MP

4. No texto, a expressão “politicamente incorreto” é utilizada em oposição a “politicamente correto”. Em dupla, façam uma pesquisa em livros ou em sites sobre Ciências Humanas e elaborem um parágrafo explicando esses termos. No parágrafo, utilizem uma oração subordinada adjetiva restritiva e uma oração subordinada adjetiva explicativa. Atenção à coerência textual e ao uso correto da pontuação, principalmente das vírgulas! Na sequência, compartilhem o parágrafo com a turma, lendo-o em voz alta.

#naprática

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Manifesto

Você leu informações, análises e textos com diferentes perspectivas sobre a cultura do cancelamento. Agora, vai produzir um manifesto com o objetivo de apresentar a problemática envolvida nessa questão e de incentivar a mobilização contra essa prática. Estruturado de forma dissertativo-argumentativa e, em geral, compartilhado por meios digitais, o manifesto busca a adesão das ideias nele defendidas. Antes de produzi-lo, você vai ler um manifesto para verificar algumas características desse gênero.

O manifesto apresenta um título que expressa o tema e a reivindicação central.

No primeiro parágrafo e na primeira metade do segundo, são expostas a problemática e o contexto: a necessidade de proteger crianças e adolescentes no que se refere a conteúdos da internet e a responsabilização das plataformas digitais por essa proteção.

Manifesto: Regular plataformas digitais para proteger nossas crianças

O Brasil está diante de uma oportunidade única quanto à proteção e à liberdade de crianças e adolescentes na Internet, na mesma linha de outros países democráticos que já trilharam esse caminho.

Observe como as orações subordinadas adjetivas restritivas contribuem para a especificação de termos, como no caso do substantivo propostas.

Todos os poderes da República têm discutido e apresentado propostas para garantir maior responsabilização das plataformas digitais pela proteção de seus usuários, especialmente crianças e adolescentes – população mais vulnerável e que mais gravemente sofre com as violações cometidas pelas plataformas. Os recentes ataques às escolas brasileiras, crianças sujeitas à exploração e violência sexual, extremismo, exploração comercial, danos à privacidade, bullying e prejuízos à saúde mental justificam a urgência em avançarmos sobre propostas que refreiem a nossa ruína civilizatória e assegurem direitos com absoluta prioridade garantidos a crianças e adolescentes.

Crianças e adolescentes representam ⅓ dos usuários de Internet no Brasil e no mundo. De acordo com a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2022, 96% dos usuários de 9 a 17 anos acessaram a Internet todos os dias ou quase todos os dias. As redes sociais foram visitadas por 86% dos entrevistados.

Após a introdução, são apresentados dados que fundamentam a argumentação, comprovando a relevância da pauta defendida no manifesto.

Após a apresentação do problema, são listadas as motivações e as razões pelas quais o problema é considerado relevante.

Ao longo do manifesto, são utilizadas formas verbais no presente do indicativo, destacando a atualidade das questões abordadas.

No desenvolvimento textual, outras estratégias argumentativas são empregadas, como a apresentação de fatos e definições para legitimar a causa defendida no texto.

Em direção à conclusão, o manifesto propõe medidas legais para garantir a privacidade, a proteção de dados e a segurança de crianças e adolescentes no tocante à internet. Além disso, é introduzida uma reflexão que conduz ao fechamento do texto.

É preciso, por um lado, celebrar essa presença, que pode e precisa ser benéfica e potencializadora de oportunidades. Mas não se pode ignorar que essas plataformas, além de não terem sido pensadas para esse público, se mantêm a partir de um modelo de negócio baseado na economia da atenção que busca “prender” o usuário por mais tempo na rede, na coleta e no uso de dados pessoais, que explora crianças e adolescentes – pessoas em fase única de desenvolvimento biopsicossocial.

O desenho das redes sociais explora as hipervulnerabilidades inerentes a esse público, principalmente entre adolescentes, oferecendo conteúdos tóxicos e extremistas que tendem a engajar mais, como desinformação, discurso de ódio e publicidade desenfreada.

Por isso, a proteção integral e prioritária dos direitos fundamentais das crianças e adolescentes e o melhor interesse dessas pessoas devem ser parâmetros dos serviços das plataformas, com a adoção de medidas para assegurar sua privacidade, proteção de dados e segurança. Precisamos de direitos das crianças por design.

As principais democracias do mundo já contam com medidas regulatórias sobre o ambiente on-line, e em todas elas a proteção de crianças e adolescentes está presente. E isso não é censura, ao contrário: é uma medida importante para garantir que sua liberdade seja exercida de forma responsável e em respeito aos direitos dos demais usuários.

As crianças, adolescentes, famílias e comunidade escolar não podem ser abandonadas pelo Estado brasileiro! As empresas, por meio de seus produtos e serviços, são parte da sociedade e devem ser igualmente responsáveis pela proteção de nossas crianças e adolescentes em todos os espaços – inclusive na Internet.

MANIFESTO: Regular plataformas digitais para proteger nossas crianças. Instituto Alana, 15 maio 2023. Disponível em: https://alana.org.br/proteger-plataformas-digitais/. Acesso em: 22 set. 2024.

#fiCAADiCA

Pode-se notar o uso de oração subordinada adjetiva explicativa, que amplia o sentido do termo rede

A utilização de exemplos também é uma estratégia importante para o desenvolvimento argumentativo.

Ao fim, há um apelo ao Estado e a seus agentes legais no que diz respeito à criação de leis que responsabilizem as empresas pela proteção das crianças e dos adolescentes brasileiros.

O manifesto lido foi publicado no site do Instituto Alana . Para conhecer os princípios e as iniciativas dessa instituição e obter mais informações sobre suas ações voltadas ao cuidado e à proteção às crianças, acesse: https://alana.org.br/instituto-alana/. Acesso em: 10 out. 2024.

Agora é o momento de produzir um manifesto contra a cultura do cancelamento. Depois de pronto, você vai compartilhá-lo com os colegas de turma e na internet.

Planejar

1. Re úna-se com alguns colegas de turma e definam o objetivo do manifesto, ou seja, a reinvindicação específica, como criação de leis o u a realização de campanhas de conscientização, entre outros, sobre o tema proposto: medidas contra a cultura do cancelamento.

2. Façam uma pesquisa sobre o tema, consultando fontes confiáveis, como publicações acadêmicas e entrevistas com especialistas no assunto.

3. Atentem à diversidade e à confiabilidade dos argumentos, verificando a possibilidade de utilizar diferentes estratégias.

4. Usem argumentos claros para defender seu ponto de vista.

5. Organizem um esquema para a elaboração do manifesto, explicitando a estrutura e as partes que o compõem. Esse esquema auxiliará na organização e no desenvolvimento textual.

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes identifiquem que, embora o cancelamento não seja um julgamento oficial, ele contraria o princípio da Constituição brasileira, que garante o direito de defesa e julgamento justo e imparcial.

EU

Direito à defesa

Não escreva no livro.

De acordo com artigo 5o da Constituição Federal de 1988, todos os brasileiros têm assegurado o princípio do contraditório e da ampla defesa. Isso significa que ninguém pode sofrer os efeitos de uma sentença sem ter tido a possibilidade de participar do processo e garantir sua defesa. Além disso, o juiz deve agir de modo imparcial ao julgar. Com base nesse princípio, converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Como a prática do cancelamento pode ser relacionada ao que está expresso na Constituição Federal?

2. De que forma o acesso à ampla defesa e a um julgamento imparcial pode contribuir para o estabelecimento de relações sociais mais equilibradas?

Escrever

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a importância de o Estado assegurar a todos os cidadãos o direito à ampla defesa e a um julgamento imparcial, promovendo relações sociais mais equilibradas, fortalecendo a confiança no sistema jurídico e ampliando o senso de justiça.

1. Antes de escrever o manifesto, reúna-se com os colegas e considerem o público-alvo a que ele se destina.

2. Elaborem um rascunho do manifesto, utilizando a norma-padrão da língua portuguesa, observando a organização dos parágrafos e das frases, assim como o desenvolvimento das ideias.

3. Para estruturar o manifesto, sigam as orientações.

• Utilizem um ou dois parágrafos iniciais para apresentar a problemática e o contexto em que ela está inserida. Lembrem-se de explicitar a reinvindicação do manifesto.

• O desenvolvimento do texto pode ser feito em dois ou três parágrafos, nos quais devem ser fornecidos dados e informações fidedignas que comprovem a seriedade e a legitimidade da reivindicação.

• Citem as fontes corretamente, incluindo o ano de publicação dos documentos utilizados.

• Na conclusão do manifesto, insiram uma reflexão sobre a problemática abordada no texto e apresente uma proposta que atenda ao que está sendo demandado.

• Ao final, incluam o local, a data e o nome completo dos autores do manifesto.

4. Na elaboração dos períodos, atentem à inclusão de orações subordinadas adjetivas explicativas e restritivas, para ampliar ou especificar termos apresentados ao longo do texto.

5. Ao escreverem o manifesto, verifiquem a seleção e a precisão dos termos para evitar repetições no texto e garantir sua fluidez, considerando o contexto de produção.

Diversidade no uso dos pronomes relativos (que/quem/o qual/onde/cujo)

Os pronomes relativos são termos que conectam orações, retomando palavras da oração anterior e contribuindo para a coesão textual. Em períodos compostos por subordinação, os pronomes relativos introduzem as orações subordinadas adjetivas, tanto as restritivas quanto as explicativas. É o que se verifica nos exemplos a seguir.

I. O manifesto foi elaborado pelos estudantes que cursam o Ensino Médio.

oração principal o pronome relativo que retoma um termo que designa coisa, pessoa ou lugar

II. Os professores acompanharam o estudante a quem foi entregue o manifesto.

oração principal o pronome relativo quem retoma um termo que designa pessoa

III. O estudante selecionará o argumento o qual será utilizado no manifesto.

oração principal os pronomes relativos o qual, a qual, os quais e as quais retomam um termo que designa coisa, pessoa ou lugar

IV. O manifesto cita a capital Belém, onde o texto foi escrito

oração principal o pronome relativo onde retoma termo que designa lugar

V. Serão selecionados os manifestos cujos argumentos estiverem bem fundamentados oração principal os pronomes relativos cujos, cujas, cujo e cuja retomam termo expressando relação de posse

O uso dos pronomes relativos varia, portanto, de acordo com o contexto e a relação que se pretende estabelecer entre os elementos da oração.

1. Considerando o tema “prática de cancelamento”, elabore ao menos três frases que contenham orações subordinadas adjetivas e apresentem variedade de pronomes relativos.

2. I ndique a relação estabelecida pelos pronomes relativos utilizados nas frases que você criou na atividade anterior.

2. Resposta pessoal. Possibilidades de resposta: Onde: estabelece uma relação de lugar, referindo-se ao país (Brasil) em que os debates precisam ser intensificados. Cuja: indica uma relação de posse entre o influenciador e sua opinião, conectando-os. Que: estabelece uma relação de sujeito, ligando as pessoas à ação de participar da campanha de cancelamento.

Revisar

1. Verifiquem se o texto está escrito em conformidade com a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Observem se os pronomes relativos foram utilizados adequadamente e de forma diversificada e se as orações subordinadas adjetivas auxiliam nas especificações e explicações de termos ao longo do manifesto.

3. Analisem se o manifesto apresenta a estrutura necessária.

4. Observem se os argumentos foram bem elaborados, com o uso de diferentes estratégias, e se os dados apontados podem ser consultados em fontes legítimas.

5. Verifiquem se os termos utilizados são precisos e apropriados à situação de produção.

6. Certifiquem-se de que foram empregadas diferentes estratégias para evitar repetição de termos, de modo a assegurar a fluidez do texto e o nível de formalidade adequado.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisarem o manifesto, garantam que os itens indicados foram atendidos. Façam as alterações necessárias para aprimorar o texto. Em seguida, sob a orientação do professor, publiquem a produção na internet, nas redes sociais, por exemplo. Em sala de aula, compartilhem-no com os colegas e aproveite o momento para discutir as diferentes perspectivas sobre a cultura do cancelamento.

Não escreva no livro.

Cidadania e tecnologia

O conceito de cidadania está atrelado ao exercício de direitos e deveres do indivíduo perante o Estado. Em sentido amplo, a cidadania deve ser entendida como um processo contínuo em busca de uma sociedade mais justa e que respeite os direitos humanos. Nesse viés, a tecnologia digital assume papel relevante, uma vez que é direito de todos ter acesso à internet e aos bens e serviços públicos cujo alcance ocorre por meio dela. Por isso, é preciso compreender o funcionamento e os princípios que a norteiam.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

A seguir, você vai ler a proposta do Enem 2021 e uma redação que recebeu a nota máxima segundo a banca avaliadora do exame. O tema foi “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”. Você sabe que documento é o registro civil e como ele está ligado ao acesso a bens e serviços públicos?

Texto 1

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4.2. fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;

4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

TEXTOS MOTIVADORES

Texto I

Toda sexta-feira, o ônibus azul e branco estacionado no pátio da Vara da Infância e da Juventude, na Praça Onze, Centro do Rio, sacoleja com o entra e sai de gente a partir das 9h. Do lado de fora, nunca menos de 50 pessoas, todas pobres ou muito pobres, quase todas negras, cercam o veículo, perguntam, sentam e levantam, perguntam de novo e esperam sem reclamar o tempo que for preciso. Adultos, velhos e crianças estão ali para conseguir o que, no Brasil, é oficialmente reconhecido como o primeiro documento da vida – a certidão de nascimento. [...]

Ao longo do discurso desses entrevistados, fica clara a forma como os usuários se definem: “zero à esquerda”, “cachorro”, “um nada”, “pessoa que não existe”, entre outras, todas são expressões que conformam claramente a ideia da pessoa sem registro de nascimento sobre si mesma como uma pessoa sem valor, cuja existência nunca foi oficialmente reconhecida pelo Estado.

ESCÓSSIA, F. M. Invisíveis: uma etnografia sobre identidade, direitos e cidadania nas trajetórias de brasileiros sem documento. 2019. Tese (Doutorado em História, Política e Bens Culturais) – Fundação Getulio Vargas, Rio de Janeiro, 2019.

Texto II

A Lei n o 9 534 de 1997 tornou o registro de nascimento gratuito no Brasil. Só que o problema persiste, mostrando que essa exclusão é complexa e não se explica apenas pela dificuldade financeira em pagar pelo registro, por exemplo.

2021

Disponível em: https://estudio.r7.com. Acesso em: 22 jul. 2021 (adaptado).

Não escreva no livro.

Texto III

A certidão de nascimento é o primeiro e o mais importante documento do cidadão. Com ele, a pessoa existe oficialmente para o Estado e a sociedade. Só de posse da certidão é possível retirar outros documentos civis, como a carteira de trabalho, a carteira de identidade, o título de eleitor e o Cadastro de Pessoa Física (CPF). Além disso, para matricular uma criança na escola e ter acesso a benefícios sociais, a apresentação do documento é obrigatória.

Disponível em: https://www.senado.leg.br/.

Acesso em: 21 jul. 2021.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

Disponível em: https:// www.ufrgs. br/humanista. Acesso em: 26 jul. 2021 (adaptado).

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO. Prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação. Prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias. Caderno 1, Azul, Enem 2021. p. 21. Disponível em: https://download.inep.gov.br/enem/provas_e_gabaritos/2021_PV_impresso_ D1_CD1.pdf. Acesso em: 29 out. 2024.

Texto 2

Para a filósofa estadunidense Nancy Fraser, o conceito de justiça social funde-se em duas frentes, sendo uma delas a do reconhecimento, referente à existência e à visibilidade de um determinado grupo ou indivíduo perante o poder público e a sociedade. Nesse viés, a fim do efetivo asseguramento da cidadania de seus indivíduos, o corpo estatal exige a materialização do existir de seus cidadãos mediante documentos oficiais, os quais proporcionam o acesso a prerrogativas e serviços que lhes cabem aos indivíduos registrados. No entanto, não raras são as ocasiões em que não há tais registros, o que levanta debates acerca da importância dos documentos civis e da devida regularização dos cidadãos à garantia de acesso à cidadania plena e, portanto, à visibilidade, no Brasil, embasados, sobretudo, na oportunidade de indivíduos alijados à sociedade ascenderem de condições de vida, somada à possibilidade de estes construírem ser verdadeiro “eu”. Tendo isso em vista, o Estado deve agir visando à facilitação e à democratização de tal processo civil.

De início, é notório o caráter indispensável do registro civil na promoção da cidadania, em especial, de indivíduos à margem da sociedade e da atuação do poder público, possibilitando sua ascensão social. Segundo o geógrafo Milton Santos, o Brasil vive um cenário de cidadanias mutiladas, em que, embora a Constituição preveja, de forma universal e indistinta, o acesso a prerrogativas, estas não são efetivamente consubstanciadas na prática, engendrando disparidades sociais baseadas, principalmente, no poder econômico dos membros da sociedade. Nesse contexto, pessoas em uma posição inferior de pirâmide social têm seus direitos renegados, em uma estrutura baseada no capital, restando ao Estado o dever de, ainda que parcialmente, complementar a iniciativa privada na oferta de serviços e de prerrogativas mercantilizadas, em busca de uma conjuntura de maior equidade social. Dessa forma, o registro civil, ao estabelecer a conexão indivíduo-poder público, permite que este atue de forma localizada e eficiente sobre comunidades ou cidadãos, com o fito de promover sua ascensão social, tendo o documento papel primordial nesse intermédio. Além disso, já em um âmbito existencialista, a regularização do indivíduo, ao materializar sua existência, fornece um importante amparo na síntese de seu verdadeiro “eu”. Conforme o filósofo Jean-Paul Sartre, o homem é dotado de liberdade para construir sua essência, mediante tomadas de

Texto IV

decisões, porém apenas quando sobre ela precede a existência humana. Nessa perspectiva, o fato de existir é imprescindível para que o cidadão, em seu íntimo, seja capaz de, ao longo de sua vivência, sintetizar quem ele realmente é, com toda a liberdade intrínseca a sua existência. Desse modo, o registro civil de uma família, por exemplo, permitirá que esta, sob um regime de supervisão e auxílio do Estado, seja atriz de sua própria história, definindo a essência de cada um de seus membros e sintetizando, de forma ativa, seu legado a gerações futuras, tornando-se mais visíveis a elas, ao corpo estatal e à sociedade como um todo, o que ressalta sua cidadania.

Portanto, em vista dos benefícios inerentes ao registro civil e sua facilitação, no que se refere à cidadania, faz-se necessário que o Estado, através de parcerias entre as esferas federal, estadual e municipal, democratize a retirada de documentos cidadãos, por meio da construção de centros de registro e cartórios em zonas periféricas ou interioranas, os quais disponibilizem atendimento integral e direcionado a indivíduos de baixa renda que não tiveram a oportunidade de reivindicar seus documentos. A finalidade de tal ação é ampliar e garantir o acesso à cidadania plena no Brasil, já que esta só pode ser integralmente alcançada, na maioria dos casos, com, no mínimo, a certidão de nascimento, justamente por informar o poder público a respeito de sua existência como cidadão. Somente assim, poder-se-á construir um cenário de justiça social e de reconhecimento igualitário dos indivíduos perante o corpo social e estatal, universalizando prerrogativas e fazendo da sociedade uma instituição harmoniosa e, em seu conjunto, cidadã.

MACHADO, Pedro Henrique Rezende. [Redação do Enem]. In: BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. A redação do Enem 2022: cartilha do participante. Brasília, DF: Inep/MEC, 2022. p. 27. Disponível em: https://download.inep.gov.br/download/ enem/cartilha_do_participante_enem_2022.pdf. Acesso em: 17 out. 2024. 1. a) Os termos são “zero à esquerda”, “cachorro”, “um nada”, “pessoa que não existe”. O efeito de sentido mostra a gravidade da situação, uma vez que pessoas não se reconhecem como seres humanos.

3. A falta de registro impede a obtenção de documentos essenciais e o acesso a serviços disponíveis para a população. A imagem do rosto no quarto texto motivador se relaciona à identidade pessoal, de grande importância no exercício da cidadania.

#fiCAADiCA

Para aprofundar o conhecimento sobre a obra da filósofa estadunidense Nancy Fraser, que aborda temas como reconhecimento e identidade, políticas afirmativas, democracia, justiça e feminismo, recomenda-se a leitura da entrevista publicada pelo Instituto Humanitas Unisinos. Disponível em: https://ihu.unisinos. br/611020-o-feminismo -tem-que-ser-uma-luta -que-ilumine-todas-as -complexidades-de -nossa-vida-entrevista -com-nancy-fraser. Acesso em: 7 out. 2024.

Pensar e compartilhar

1. O primeiro texto motivador apresenta a forma como algumas pessoas afetadas pela falta de registro civil se referem a si mesmas.

a) Q ue termos foram usados por essas pessoas e qual é o efeito de sentido produzido por eles no texto?

b) O texto menciona uma ação pública conduzida em uma grande cidade para ajudar essas pessoas. Que ação é essa?

c) O que o texto permite deduzir sobre a falta de registro civil?

2. Por que o termo estimativa foi usado no segundo texto mot ivador ao fazer referência ao número de pessoas sem registro?

3. De acordo com o terceiro texto motivador, qual é o impacto da falta de registro civil na vida de uma pessoa? Como o quarto texto motivador conecta a imagem do rosto presente na campanha de conscientização à cidadania?

4. Em relação à redação ( Texto 2), os argumentos de autoridade utilizados são coerentes à proposta de intervenção apresentada? Explique.

5. Como a redação e os textos motivadores se conectam?

A coerência de um texto depende da articulação clara entre suas partes. É essencial que a relação entre a tese, os argumentos selecionados e a proposta de intervenção seja evidente ao longo do desenvolvimento, criando uma progressão lógica das ideias.

5. Os textos motivadores apontam o registro civil como um documento primordial para a condição de cidadão e salientam a importância da atuação do Estado para que o acesso a esse documento se efetive. Toda a redação se embasa na relação entre a atuação do Estado e a construção da cidadania, estando alinhada, portanto, ao que é proposto na coletânea e na própria proposta de redação.

Não escreva no livro.

Argumento de causa e consequência: recursos linguísticos e progressão textual

6. a) Descreve-se um cenário de “cidadanias mutiladas”, em que uma estrutura baseada no capital impede o acesso igualitário a direitos, principalmente por parte dos mais vulneráveis. Isso exige uma intervenção do Estado para oferecer serviços que deveriam ser garantidos, mas são comercializados.

6. O autor da redação estabelece uma relação de causa e consequência apoiando-se em uma referência ao pensamento do geógrafo Milton Santos.

a) Como o cenário brasileiro é descrito em relação à cidadania, segundo Milton Santos?

b) Que situação esse cenário provoca?

c) E xplique a relação de causa e consequência entre as situações apontadas nos itens a e b

7. Na redação, o autor faz referência ao pensamento de Jean Paul-Sartre e estabelece outra relação de causa e consequência.

a) Que relação de causa e consequência é apresentada na redação embasada no pensamento desse filósofo francês?

b) Conforme o desenvolvimento da redação, qual é a consequência da situação indicada no item a?

8. Pautando-se nas relações de causa e consequência abordadas nas questões anteriores, faça o que se pede.

a) D e que maneira essas relações auxiliam na progressão das ideias desenvolvidas na redação?

b) Ao longo da redação, foram utilizados recursos linguísticos que auxiliam no estabelecimento de relações, como as de causa e consequência, e na progressão textual. Identifique alguns desses recursos presentes nesse texto.

8. b) O uso de termos como “Nesse contexto”, “Dessa forma” (segundo parágrafo), “Nessa perspectiva” e “Desse modo” (terceiro parágrafo) auxiliam no estabelecimento das relações desenvolvidas na redação, inclusive as de causa e consequência.

A progressão textual está diretamente ligada ao uso de recursos linguísticos, como os conectivos, que estabelecem relações de sentido e fazem o texto avançar com coesão. Quando bem construídas, as relações de causa e consequência favorecem o encadeamento das ideias e contribuem para uma progressão textual clara e eficiente.

EU E O MUNDO Cidadania no dia a dia

A cidadania envolve tanto aspectos objetivos, como o acesso a documentos e a outros direitos básicos, como aspectos subjetivos, exemplificados pelo reconhecimento de si mesmo como cidadão capaz de realizar escolhas. Reflita a respeito de seu cotidiano e converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Apenas o acesso a direitos básicos é suficiente para uma pessoa se sentir cidadã? Explique.

2. Em que situações cotidianas você percebe pessoas vivendo em condições que se distanciam dos princípios da cidadania? Comente.

2. Resposta pessoal. Situações em que as pessoas não têm acesso a direitos básicos podem ser percebidas no cotidiano, como a falta de saneamento básico em muitas localidades do país. O mesmo distanciamento ocorre quando os cidadãos não cumprem as leis ou ferem os direitos alheios.

Para mais informações sobre a vida, a trajetória acadêmica e a obra do geógrafo baiano Milton Santos (19262001), um dos principais intelectuais brasileiros, conhecido por suas reflexões sobre globalização e espaço urbano, acesse: https://miltonsantos.com. br/site/biografia/. Acesso em: 7 out. 2024.

Para conhecer mais sobre a obra do filósofo francês Jean Paul-Sartre (19051980), recomenda-se a leitura do artigo de Roberto Carlos Favero, “Sartre: uma filosofia em defesa da liberdade e dos direitos do homem”, publicado na Revista Interdisciplinar Internacional, Caxias do Sul, v. 15, n. 2, 2018. Disponível em: https://periodicos.ufsc. br/index.php/interthesis/ article/view/1807-1384. 2018v15n2p19. Acesso em: 17 out. 2024.

8. a) Ao recorrer a repertório externo à coletânea e estabelecer relações de causa e consequência entre as ideias desenvolvidas, promove-se um encadeamento entre elas; dessa maneira, o processo argumentativo se desenvolve de forma progressiva e se mostra consistente.

1. Resposta pessoal. A cidadania abrange um conjunto de direitos e deveres. É importante que, em uma sociedade democrática, os cidadãos estejam resguardados em seus direitos e cumpram seus deveres para com a sociedade.

Não escreva no livro.

InTEGranDO COm

ARTE

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Cidadania e identidade

A pintura a seguir é um exemplar de arte naïf. Criada por Helena Coelho, esta obra é intitulada Catira.

1. a) As pessoas parecem estar participando de uma apresentação de catira.

COELHO, Helena. Catira. 2003. Óleo sobre tela, 50 cm ✕ 70 cm. Galeria Jacques Ardies, São Paulo (SP).

Não escreva no livro.

1. A palavra catira faz referência a uma dança folclórica brasileira, a qual, por meio da dança, das vestimentas, da viola e da música, expressa a vida rural e a cultura de um grupo.

a) Considerando o título da obra, o que as pessoas retratadas parecem estar fazendo?

b) Como é o ambiente em que ocorre a cena retratada?

2. Agora, leia a explicação sobre arte naïf retirada do site da galeria Jacques Ardies.

1. b) A cena retrata uma festa popular realizada

em um local público, rural, cercado por natureza, montanhas e árvores, com algumas casas compondo o cenário. Ainda se veem barracas e um tablado ao centro.

A arte naïf, também conhecida como arte ingênua, é uma forma de expressão artística que se destaca pela sua simplicidade e autenticidade. A palavra “naïf” é de origem francesa e significa “ingênuo ou inocente”. Esse estilo artístico é caracterizado pela simplificação de elementos e pelo uso abundante de cores vibrantes. Desta forma destacam temas cotidianos e manifestações culturais populares.

[...]

A arte naïf é uma expressão artística profundamente enraizada em suas localidades de origem, assumindo as características peculiares de cada lugar. Apesar dessa diversidade regional, há algumas características comuns que definem esse estilo artístico [...].

ARTE naïf – A espontânea arte brasileira. Galeria Jacques Ardies, [s. l.], 18 set. 2023. Disponível em: https://ardies.com/arte-naif-a-espontanea-arte-brasileira/#_Toc145953223. Acesso em: 17 out. 2024.

a) Que conexões podem ser feitas entre as explicações apresentadas e a obra Catira?

2. a) Na obra Catira, usam-se cores vibrantes para retratar um tema cotidiano e fazer referência a manifestações populares.

b) Algumas características relativas à arte naïf podem ser associadas ao conceito de cidadania. Que características são essas?

2. b) A valorização de manifestações culturais populares e o reconhecimento das características peculiares de um lugar são características associadas à cidadania.

c) Considerando o reconhecimento da existência do indivíduo como um dos pilares da cidadania, que relação pode ser estabelecida entre esse fundamento e a arte naïf ?

d) Como a obra Catira pode ser conectada ao conceito de cidadania?

2. d) Ao retratar uma festa popular, com uma apresentação artística conectada à coletividade, a obra estabelece relação com o conceito de cidadania, pois envolve a valorização de uma expressão popular e o acesso ao lazer, à cultura, à vivência em espaços públicos e ao próprio vínculo entre população e expressões artísticas.

2. c) Na arte naïf, a valorização das expressões populares e das localidades de origem das pessoas contribui para o senso de pertencimento e de reconhecimento da identidade dos indivíduos, o que se relaciona à construção da cidadania.

GALERIA JACQUES ARDIES, SÃO PAULO.

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

As orações subordinadas adverbiais e seus efeitos de sentido I Releia o trecho a seguir, retirado do último parágrafo da redação analisada.

A finalidade de tal ação é ampliar e garantir o acesso à cidadania plena no Brasil, já que esta só pode ser integralmente alcançada, na maioria dos casos, com, no mínimo, a certidão de nascimento [...].

1. O trecho é composto de quatro orações, duas delas desenvolvidas e duas reduzidas.

a) Reescreva o trecho transformando as orações reduzidas em desenvolvidas.

b) Qual é a diferença entre o uso dos conectivos no texto original e no reescrito?

1. b) Ao desenvolver as orações, houve repetição da conjunção que, tornando o texto repetitivo.

2. No trecho, apontam-se duas ações que devem ser realizadas para que mais pessoas tenham acesso ao registro civil e, assim, possam exercer sua cidadania.

a) Que orações indicam essas ações?

2. a) As orações “ampliar” e “garantir o acesso à cidadania plena no Brasil”.

b) Que locução conjuntiva une as orações que indicam as ações a serem realizadas e o que precisa ser feito para que se concretizem?

c) Qual é a relação de sentido estabelecida entre as orações?

2. b) A locução conjuntiva já que 2. c) Há uma relação de causa e consequência: a certidão de nascimento (causa) permite ampliar e garantir a cidadania (consequência).

d) Como é classificada a oração introduzida pela locução conjuntiva identificada?

2. d) Ela é uma oração subordinada adverbial causal.

As orações subordinadas adverbias expressam circunstâncias como causa, consequência, finalidade, concessão, entre outras, e são essenciais para estabelecer essas relações ao longo dos textos. É fundamental selecionar adequadamente as conjunções e as locuções conjuntivas que introduzem as orações. Em redações do Enem, o uso estratégico de orações subordinadas adverbiais favorece a progressão textual e contribui para a construção de sentido claro e coeso em todo o texto.

#PARAlEMBRAR

As orações subordinadas adverbiais atuam como adjuntos adverbiais desenvolvidos da oração principal. Elas são classificadas em nove tipos de oração. A seguir, revisaremos quatro. Os outros tipos serão abordados na próxima unidade.

Causal: expressa causa ou motivo. Conjunções e locuções: porque, que, como, na medida em que, visto que, já que. Exemplo:

O registro civil é fundamental, visto que possibilita o acesso a diversos serviços.

Oração principal oração subordinada adverbial causal

Consecutiva: expressa consequência. Conjunções e locuções: que, de modo que, de forma que. Exemplo:

Os postos de atendimento para emissão do registro civil são escassos,

Oração principal

oração subordinada adverbial consecutiva de forma que poucos conhecem os serviços prestados.

Concessiva: expressa ideia de concessão em relação à oração principal. Conjunções e locuções: embora , conquanto, ainda que, mesmo que. Exemplo:

Poucos obtiveram a certidão de nascimento, embora a ação tenha sido bem planejada.

Oração principal

oração subordinada adverbial concessiva

Final: expressa finalidade. Conjunções e locuções conjuntivas: que, a fim de que, para que.

As ações foram bem divulgadas, a fim de que todos os interessados tivessem acesso às informações necessárias.

Oração principal

oração subordinada adverbial final

Não escreva no livro.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

A construção de argumentos com o uso das orações adverbiais: causais, consecutivas, concessivas e finais

1. Analise o trecho inicial de outra redação que também recebeu a nota máxima no Enem 2021.

Sob a perspectiva sociológica de Jessé Souza, o Brasil é majoritariamente formado por subcidadãos, visto que uma ampla parcela da população não usufrui plenamente de seus direitos. Essa subcidadania criticada pelo sociólogo é facilmente observada na invisibilidade de um vasto contingente de brasileiros que não possuem certidão de nascimento. Tal contexto excludente é motivado, sobretudo, pelo desconhecimento acerca das formas de obtenção do registro civil, resultando na restrição de um conjunto de garantias constitucionais. Assim, é fundamental a atuação governamental para o combate a esse atentado à cidadania. Convém ressaltar, inicialmente, a influência da falta de informações na manutenção do grande número de brasileiros sem documentação pessoal. Nesse sentido, segundo o filósofo Immanuel Kant, a ausência de saberes configura um estado de “menoridade”, no qual os indivíduos não possuem autonomia para agir individualmente. Consoante esse pensamento, como uma significativa parcela da população desconhece as alternativas para a formulação de seu registro civil, ela se torna incapaz de buscar a posse dessa garantia fundamental. Tendo isso em vista, fica evidente que o enfrentamento à desinformação é crucial para a democratização das certidões de nascimento no Brasil e, consequentemente, para erradicar a subcidadania.

COSTA, Mariana Mariah Idalgo. [Redação do Enem]. In: BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. A redação do Enem 2022: cartilha do participante. Brasília, DF: Inep/MEC, 2022. p. 39. Disponível em: https://download.inep.gov.br/download/enem/cartilha_do_participante_enem_2022.pdf. Acesso em: 18 out. 2024.

1. a) A condição de ser subcidadão, cuja causa é o fato de ampla parcela da população não usufruir plenamente de seus direitos.

a) Qual é a condição atribuída à parte da população brasileira e qual é a causa dessa condição?

b) Qual é a locução conjuntiva que estabelece a relação entre a afirmação e a indicação de causa? Que outras conjunções ou locuções conjuntivas poderiam substituí-la sem alterar o sentido da frase?

2. Na apresentação da tese, usa-se o período simples.

1. b) A locução conjuntiva é visto que; ela pode ser substituída por pois, na medida em que, já que, uma vez que, entre outras.

a) Identifique a tese e reescreva-a utilizando um período composto com uma oração subordinada adverbial, sem alterar o sentido original.

b) Ao transformar o período simples em período composto, que relação de sentido foi evidenciada?

3. No segundo parágrafo, é feita a indicação de uma relação de causa e consequência.

a) Que causa é atribuída à incapacidade de parte da população de buscar a posse de um direito fundamental? Transcreva a oração que indica essa causa.

b) Q ue conjunção foi utilizada para introduzir a oração subordinada adverbial causal? Que outras conjunções poderiam ser empregadas?

4. Reescreva o trecho a seguir de forma que a oração subordinada adverbial expresse relação de consequência.

Consoante esse pensamento, como uma significativa parcela da população desconhece as alternativas para a formulação de seu registro civil, ela se torna incapaz de buscar a posse dessa garantia fundamental.

4. Possibilidade de resposta: Consoante esse pensamento, uma significativa parcela da população desconhece as alternativas para a formulação de seu registro civil, de modo que ela se torna incapaz de buscar a posse dessa garantia fundamental.

Não escreva no livro.

#naprática

Simulado da redação do Enem

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Agora, você vai produzir uma redação que atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

TEXTO I

[...] cidadania é um conceito relacionado aos direitos e deveres que os indivíduos possuem dentro da sociedade a qual pertencem. A cidadania se refere à capacidade de participar ativamente da vida em sociedade, exercer seus direitos e cumprir deveres civis, políticos e sociais, e contribuir para o bem comum.

A cidadania digital também envolve a atuação intensa na comunidade, mas, desta vez, na on-line. Ou seja, inclui o engajamento em debates e discussões construtivas, o respeito pela diversidade de opiniões e perspectivas e a colaboração com outros usuários para resolver problemas e criar soluções inovadoras.

ENTENDA o que é cidadania digital e como melhorar a sua. CIEE Paraná, Curitiba, 11 maio 2023. Disponível em: https://www.cieepr.org.br/blog/entenda-o-que-e-cidadania-digital -e-como-melhorar-a-sua/. Acesso em: 18 out. 2024.

TEXTO III

Jovens brasileiros entre 10 e 24 anos de idade não são maioria entre aqueles que têm uma experiência completa na internet no Brasil. [...] “Quando entendemos a conectividade como um todo, fica claro que uma parcela importante desse grupo possui condições precárias de conectividade e vai ingressar no mercado de trabalho com uma desvantagem grande”, declara [a coordenadora do estudo, Graziela Castello].

ESTUDO contraria ideia de que jovens brasileiros fazem parte de faixa etária que mais usa internet. G1, [s. l.], 17 abr. 2024. Tecnologia. Disponível em: https://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2024/04/17/estudo-contraria-ideia -de-que-jovens-brasileiros-fazem-parte-de-faixa-etaria-que-mais-usa -internet.ghtml. Acesso em: 18 out. 2024.

TEXTO IV

Governo Eletrônico: o que é e quais os seus objetivos?

Fonte:

É uma infraestrutura única de comunicação compartilhada por diferentes órgãos públicos, a partir da qual a tecnologia da informação e da comunicação é usada de forma intensiva para melhorar a gestão pública e o atendimento ao cidadão.

Objetivos:

– Diminuir as distâncias entre os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e os cidadãos;

– Diálogo para análise de propostas;

– Otimização de serviços;

– Discussão de assuntos relevantes.

CAVALCANTI, Ana Elizabeth Lapa Wanderley et. al Cartilha Cidadania Digital. São Paulo: Secretaria da Justiça e Cidadania/Centro Universitário FMU. Disponível em: https://justica.sp.gov.br/wp-content/uploads/2022/11/CartilhaCidadaniaDigital2022FMUSJC.pdf. Acesso em: 29 out. 2024.

PNDA Contínua: Tecnologia da Informação e Comunicação – 2019/2022/2023. Agência IBGE Notícias.
TEXTO II

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos e com base em seus conhecimentos, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tem “A cidadania digital e o acesso democrático à tecnologia no Brasil”. Organize os argumentos e informações com coerência e coesão e apresente uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.

Planejar

1. Elabore seu texto com base nos estudos feitos e no tema proposto e cerifique-se de incluir todos os itens do tema.

2. Use argumentos confiáveis, como de órgãos oficiais (IBGE, Ministério dos Direitos Humanos, por exemplo). Consulte a Cartilha Cidadania Digital e organize um esquema para estruturar a redação.

O MUNDO E EU Não escreva no livro.

Cidadania digital e inclusão

O acesso à tecnologia é essencial na sociedade digital. Reflita e converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Que ações podem melhorar o acesso à informação e aos serviços digitais?

1. Possibilidades de resposta: Ações como campanhas de esclarecimento; mutirões para cadastro de pessoas em serviços públicos acessados por meio digital; cursos para capacitar pessoas na utilização de Escrever

2. Como a escolarização pode ajudar a expandir a cidadania digital?

2. Possibilidades de resposta: Os processos de escolarização possibilitam a ampliação de habilidades leitoras, fundamentais para o acesso à cidadania digital, tendo em vista a exigência de leitura e interpretação de informações, reconhecimento de dados, entre outras ações.

1. Faça um rascunho da redação no caderno, organizando parágrafos e ideias.

2. Atente à construção dos períodos e ao uso adequado de orações subordinadas, assim como de conjunções.

3. Garanta o cumprimento das competências 1, 3 e 4 do Enem. plataformas digitais, entre outras.

DE OlHO NA lINGUAGEM

O uso dos termos a fim de que / afim – contudo / com tudo

Alguns termos da língua portuguesa geram dúvidas quanto ao uso. A seguir, são apresentados alguns exemplos e a forma correta de utilizá-los.

I. A fim de que: locução conjuntiva indicativa de finalidade, é utilizada para introduzir orações subordinadas adverbiais finais. Exemplo: Os cursos foram realizados a fim de que todos tivessem conhecimento do tema. (locução conjuntiva)

II. Afim: adjetivo utilizado para expressar relação de afinidade, de aproximação. Exemplo: O argumento utilizado na redação é afim ao apresentado na coletânea. (adjetivo)

III. Contudo: conjunção coordenativa que expressa adversidade. Exemplo: Os argumentos são válidos, contudo não foram organizados de modo adequado. (conjunção)

IV. Com tudo: expressão formada pela preposição com e pelo pronome indefinido tudo, expressa a ideia de somatório. Exemplo: A documentação foi entregue com tudo o que foi solicitado. (preposição + pronome)

Revisar

1. Verifique se usou adequadamente as orações adverbiais e as conjunções, fazendo ajustes, se necessário.

2. Confira se a redação segue o plano original e cumpre as cinco competências de correção.

3. Analise se foi usado o argumento de causa e consequência, acompanhado de dados de fontes confiáveis.

4. Garanta a precisão e a adequação dos termos e assegure a fluidez do texto mantendo a formalidade.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar a redação, faça as alterações que julgar necessárias. Em grupos formados por quatro ou cinco integrantes, escolham uma redação para compartilhar com a turma, utilizando um projetor. Durante a apresentação, comentem as estratégias argumentativas adotadas e as escolhas linguísticas feitas, especialmente o uso de orações subordinadas adverbiais e a progressão do texto.

Submersa. Fotografia de projeção visual sobre ambiente natural, de Roberta Carvalho. Série

Projeto Symbiosis, 2019.

A CONSTRUÇÃO DO AMANHÃ

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

O amanhã trará sempre consigo uma parcela de acaso e incerteza, assim como o presente tem muito do que foi herdado de outras gerações e o futuro terá muito das ações humanas de hoje. Quanto melhor você puder construir seu futuro, mais autonomia terá diante das circunstâncias que vão surgir.

1. A primeira parte da resposta é ampla e espera-se que os estudantes façam uma descrição geral. Na segunda parte, espera-se que identifiquem e descrevam o rosto humano projetado

1. O que você vê na imagem? O que está em primeiro plano?

Não escreva no livro.

2. Simbiose é um termo que designa a interação entre duas espécies que vivem juntas. Diante do título da série, Projeto Symbiosis (simbiose, em português), como a simbiose é representada na obra e que elemento visual a propicia?

2. A simbiose ocorre entre a vegetação e o ser humano. O elemento visual que a propicia é a sobreposição de traços humanos à vegetação.

3. Essa simbiose é benéfica? Por quê?

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem a intenção positiva, de harmonia, que norteia essa simbiose. em uma árvore.

4. O que a humanidade pode fazer para que as gerações futuras consigam desfrutar da simbiose simbolizada na obra?

4. Resposta pessoal. Possibilidade de resposta: Promover uma economia sustentável e a educação ambiental e preservar os biomas, entre outras ações.

Ao longo da unidade, você será convidado a aprimorar seu projeto de vida com base na reflexão sobre economia sustentável, respeito aos mais velhos e saúde mental. Esse trabalho temático é acompanhado de atividades voltadas à análise de leitura e à produção escrita. Com isso, você estará mais preparado para escrever seu futuro.

ROBERTA CARVALHO/ACERVO DA ARTISTA

Desenvolvimento sustentável e economia

Após séculos de desenvolvimento econômico pautado pelo interesse financeiro, a Terra dá sinais de agonia cada vez mais contundentes, e todos os seres vivos sofrem. Com isso, faz-se urgente um modelo econômico que, para pensar a própria sobrevivência, deve zelar pela saúde do planeta.

lEITURA EM PAUTA

Você vai ler uma entrevista e um poema. Na entrevista, um físico francês defende o estímulo às ciências básicas (aquelas que não têm aplicação imediata) em prol do desenvolvimento sustentável. No poema, uma mudança no céu impossibilita a contemplação das estrelas. Como as ciências básicas podem contribuir para um futuro sustentável? O que pode ter causado essa mudança no céu do poema?

Texto 1

Michel Spiro: Ciência básica para a sustentabilidade Físico francês mostra como as pesquisas baseadas na curiosidade podem ajudar nos esforços para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

O mundo corre contra o tempo para alcançar até 2030 os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), conjunto de metas globais estabelecido em 2015 pela Assembleia Geral das Nações Unidas voltado à erradicação da pobreza e promoção da qualidade de vida, dentro das condições que o planeta oferece e sem comprometer o futuro das próximas gerações. E as ciências básicas são essenciais para alcançar esses objetivos, segundo o francês Michel Spiro, de 76 anos, presidente da União Internacional de Física Pura e Aplicada (Iupap), organização que congrega várias sociedades de física no mundo em prol do desenvolvimento da área e cooperação entre pesquisadores de diferentes países.

[...]

Temos ciência básica suficiente para alcançar os ODS?

Não. É preciso investir mais. É verdade que muitos países se comprometeram a destinar entre 1% e 3% de seu Produto Interno Bruto [PIB] para ciência e tecnologia, mas, pelo que temos visto, muitos ainda lutam para alcançar suas próprias metas de investimento nessa área. Além disso, os governos, em geral, tendem a privilegiar atividades de pesquisa que deem um retorno visível e imediato, e consideram os recursos para as ciências básicas uma extravagância. Essa não me parece ser uma atitude sensata, sobretudo porque sabemos de experiências do passado que pesquisas movidas pela curiosidade intelectual dos cientistas constituem a fonte do conhecimento que as futuras gerações irão usar para enfrentar seus problemas.

Onde estão as principais lacunas?

Em todos os ODS, uma vez que eles estão profundamente conectados entre si. Por exemplo, uma das metas é assegurar padrões de produção e consumo sustentáveis no mundo até 2030. Isso significa que precisaremos desenvolver estratégias que nos permitam fazer uma gestão sustentável e um uso eficiente dos recursos naturais, de modo a reduzir a geração e o descarte de resíduos. Perceba que, para isso, teremos de aumentar substancialmente a participação de energias renováveis na matriz energética global. Ou seja, uma meta depende da outra.

Não escreva no livro.

E de que maneira essas metas dependem das ciências básicas?

Uma das ideias por trás dos objetivos de desenvolvimento sustentável é alcançar um modelo de economia circular, baseado na reutilização de recursos naturais e na redução de resíduos. Para isso, será preciso investir em estratégias que deem conta de descarbonizar ao máximo o setor elétrico. Isso depende de muitas inovações e essas inovações dependem de conceitos e conhecimentos produzidos pelas ciências básicas, que não só podem ajudar a melhorar o desempenho de baterias e supercapacitores, como também gerar ideias completamente novas, capazes de ir além e criar novos paradigmas.

Pode dar um exemplo de uma grande contribuição das ciências básicas?

supercapacitor: dispositivo eletrônico que armazena grande quantidade de carga elétrica.

paradigma: padrão. proeminente: de destaque. transistor: dispositivo semicondutor para controlar o fluxo de eletricidade.

Um dos exemplos mais proeminentes dos laços entre pesquisa básica e mudanças socioeconômicas foi o transistor. O primeiro transistor surgiu no mercado no início da década de 1950, após quase meio século de pesquisas básicas em laboratórios públicos. Isso abriu caminho para o desenvolvimento dos primeiros chips. Desde então, a miniaturização dos circuitos integrados possibilitou a fabricação de dispositivos cada vez menores, muitos deles usados hoje em dia na produção de alimentos, na geração de energia limpa, no desenvolvimento de medicamentos, vacinas etc. É esse tipo de contribuição que devemos buscar.

Existem países mais avançados nesse sentido?

Coreia do Sul, Israel, Estados Unidos, Japão e nações da Europa estão desempenhando um papel importante.

O que eles estão fazendo?

Eles parecem ter compreendido a importância estratégica das ciências básicas para o desenvolvimento e competitividade de suas economias, fortalecimento da defesa nacional e manutenção da saúde e bem-estar de sua população e aumentaram o financiamento a projetos dessa natureza. O que queremos agora é ir além e destacar a importância das ciências básicas também para o desenvolvimento sustentável. É importante que se entenda que essas pesquisas buscam responder a questões fundamentais, permitindo-nos seguir adiante e enfrentar problemas concretos – muito embora uma parte dela servirá exclusivamente para ampliar o limiar do conhecimento. Seja como for, ideias realmente revolucionárias demandam um longo tempo de maturação. [...]

ANDRADE, Rodrigo de Oliveira. Michel Spiro: Ciência básica para a sustentabilidade. Pesquisa Fapesp, n. 323, jan. 2023. Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/michel-spiro-ciencia-basica-para-a-sustentabilidade/. Acesso em: 28 set. 2024.

Texto 2

algures vênus alhures sírius mas aqui fura neste depois neste depois agulha alguma

o céu de CO2

ANTUNES, Arnaldo. Agora aqui ninguém precisa de si. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 13.

algures: em alguma parte.

alhures: em outro lugar.

sírius: Sirius, a estrela mais brilhante do céu noturno, pode ser vista de quase todo ponto da Terra.

Pensar e compartilhar

Não escreva no livro.

1. No Texto 1, o entrevistado critica o financiamento público prioritário a pesquisas com retorno visível e imediato.

a) Com base no sentido desses adjetivos, que critérios os governos consideram mais relevantes para o financiamento em pesquisa?

1. a) A visibilidade, ou seja, a condição de gerar resultados perceptíveis sem grande esforço, e o imediatismo, isto é, o caráter de gerar retorno rápido, no curto prazo.

b) Com base nesses critérios, explique por que, para os governos, o investimento em ciências básicas seria uma extravagância.

1. b) Porque os resultados dessas pesquisas são demorados e abstratos, sem aplicabilidade imediata. MP

c) Usado pelos governantes para criticar as pesquisas em ciências básicas, o fator tempo é também usado pelo entrevistado, mas para defendê-las. Explique como Michel Spiro mobiliza isso a seu favor.

2. Em uma das respostas, o entrevistado estabelece uma relação entre: economia circular (I), estratégias de descarbonização (II) e inovações e conceitos produzidos pelas ciências básicas (III).

a) Q ual é o tipo de relação criada por ele entre esses elementos? Que verbo salienta a relação estabelecida?

2. a) A relação é de dependência, representada pelo verbo depender: “Isso depende de muitas inovações e essas inovações dependem de conceitos e conhecimentos produzidos pelas ciências básicas [...].”

b) Com base no tipo de relação entre os elementos, crie no caderno um esquema em pirâmide, composto de três níveis, e preencha-os com os três elementos.

c) Qual deles está na base do esquema?

MP

2. c) Na base estão “inovações e conceitos produzidos pelas ciências básicas”.

MP

d) O que o entrevistado defende na relação entre as ciências básicas e o desenvolvimento sustentável?

3. O que explica a importância das ciências básicas em áreas tão distintas, como defesa nacional, saúde e sustentabilidade?

3. O que explica a importância dessas ciências em campos tão diferentes é o objetivo de responder a questões fundamentais, que perpassam as mais variadas áreas.

4. Há dois planos espaçotemporais no poema.

4. a) A expressão neste depois pressupõe a existência de um antes, um naquele antes

a) Como o título expressa a existência desses dois planos temporais?

b) Que advérbios evidenciam a existência de dois planos espaciais?

c) O poema é enunciado de qual plano espaçotemporal?

4. b) Os advérbios alhures e algures marcam um plano, enquanto aqui assinala o outro.

4. c) O poema é enunciado do plano do presente, do “aqui”, “neste depois”.

5. No primeiro plano espaçotemporal estão vênus e sírius . Esses substantivos estão ligados semanticamente a que outro substantivo citado no segundo plano? Explique.

MP

6. Essa ligação semântica salienta que experiência visual humana? Em qual dos planos essa experiência não é possível? Por quê?

6. A ligação semântica remete à observação do céu noturno. Essa experiência não é possível no segundo plano, o do “neste depois”, em razão do “céu de CO2”.

7. Os quatro versos iniciais estão distantes lateralmente uns dos outros, enquanto os dois últimos estão centralizados. Como essa disposição visual dos versos representa a impossibilidade dessa experiência visual humana na passagem de um plano a outro do poema?

MP

8. Na entrevista, o físico Michel Spiro defende a importância de investir em estratégias de descarbonização, processo explicado no boxe Saiba mais, na página seguinte.

8. a) É possível inferir que o gás carbônico é um problema na contemporaneidade.

a) O que é possível depreender sobre a ação do gás carbônico na contemporaneidade, tempo em que o físico está?

8. b) No segundo plano temporal do poema, o gás carbônico também é apontado como um problema, pois obstrui a observação do céu noturno.

b) Com base nisso, que semelhança é possível estabelecer entre o contexto da entrevista e o plano temporal do poema em que o gás carbônico é citado?

9. No poema, “neste depois” rima com “CO2 ”. Explique como essa semelhança sonora simboliza a ligação de sentido entre eles no contexto do poema.

9. O “neste depois” é o tempo em que o “CO2” obstrui a visão do céu. Em outras palavras, “neste depois” é o tempo do “CO2”.

Descarbonização é a redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE), sobretudo o dióxido de carbono (CO2), popularmente conhecido como gás carbônico. Uma das principais ações em prol da descarbonização é diminuir a dependência econômica de combustíveis fósseis cuja queima libera justamente esse gás nocivo ao meio ambiente e ao ser humano. Com esse intuito, instituições nacionais e internacionais têm discutido e incentivado a substituição das fontes de energias poluidoras por fontes de energia limpa. Esse processo, chamado de transição enérgica, compreende a troca de uma matriz energética que causa danos ao meio ambiente por uma matriz energética renovável e com baixa emissão de CO2, além da implantação de tecnologias capazes de capturar e armazenar esse gás. No caso do Brasil, o foco de implantação da transição enérgica são os setores da indústria, do transporte e da própria geração de energia.

Argumento por exemplificação: explicação detalhada

10. Releia o trecho da entrevista e responda às questões.

Um dos exemplos mais proeminentes dos laços entre pesquisa básica e mudanças socioeconômicas foi o transistor. O primeiro transistor surgiu no mercado no início da década de 1950, após quase meio século de pesquisas básicas em laboratórios públicos. Isso abriu caminho para o desenvolvimento dos primeiros chips. Desde então, a miniaturização dos circuitos integrados possibilitou a fabricação de dispositivos cada vez menores, muitos deles usados hoje em dia na produção de alimentos, na geração de energia limpa, no desenvolvimento de medicamentos, vacinas etc. É esse tipo de contribuição que devemos buscar.

a) O entrevistado classifica o exemplo do transistor como “proeminente”, ou seja, “relevante”, “de destaque”. A explicação dele para o exemplo justifica o emprego desse adjetivo? Explique.

10. a) Sim, pois o transistor abriu caminho para o surgimento dos chips, que estão na base de tecnologias usadas em diversas áreas.

b) Como o exemplo do transistor contribui para sustentar a crítica do entrevistado ao financiamento público prioritário em pesquisas de retorno imediato?

10. b) O transistor foi fruto de quase meio século de pesquisas, mas os resultados propiciados por ele são longevos e positivos para a sociedade, ou seja, o investimento a longo prazo compensa.

c) Qual dos usos do transistor demonstra que ele é um exemplo de contribuição das ciências básicas para a sustentabilidade?

10. c) O uso dele na geração de energia limpa.

A explicação detalhada de exemplos mobilizados na argumentação é uma estratégia importante de convencimento. Um exemplo bem caracterizado vale mais que vários deles listados sem a devida explicação, principalmente em textos breves, como a redação do Enem.

EU E O MUNDO

Efeitos da poluição

Não escreva no livro.

O poema de Arnaldo Antunes trata de um tempo e de um lugar em que as estrelas não podem ser observadas em razão da densa camada de CO2

1. Em seu cotidiano, você sente efeitos da poluição atmosférica, visual ou sonora? Alguma experiência prazerosa sua com a natureza já foi prejudicada pela poluição?

MP

2. Como problemas dessa natureza podem influenciar seu projeto de vida? Você pensaria em mudar de ambiente ou em ações para mudar esse ambiente?

2. Resposta pessoal.

A degradação do meio ambiente pode levar as pessoas a se mudar em busca de lugares com mais qualidade de vida. No entanto, elas também podem se sentir desafiadas a lutar para reverter esse quadro, o que pode gerar ações comunitárias efetivas.

SAIBA MAIS

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

As orações adverbiais e seus efeitos de sentido II

Leia a seguir o trecho de uma reportagem sobre os chamados minerais de transição energética. Com atenção aos termos em destaque, responda às questões.

Não escreva no livro.

1 A primeira frase após o título está na ordem indireta.

a ) Qual seria a ordem direta?

b) A locução conjuntiva introduz que tipo de oração subordinada adverbial?

c) Qual é o efeito de sentido provocado ao iniciar a frase com essa oração subordinada?

d) E ssa locução conjuntiva poderia ser substituída por contanto que sem alteração de sentido? Explique.

1. b) A locução conjuntiva desde que introduz uma oração subordinada adverbial temporal. 1. c) O efeito é o de enfatizar o longo período de dependência dos seres humanos em relação aos combustíveis fósseis. 1. d) Não. Contanto que transmite a ideia de condição.

#PARAlEMBRAR

O que são minerais de transição energética e como eles podem destravar a era da energia limpa?

Desde que o primeiro pedaço de carvão foi queimado, há milhares de anos, os combustíveis fósseis desempenharam um papel central na história da humanidade. Mas, à medida que o mundo se afasta dessas fontes de energia que aquecem o planeta, a demanda está mudando para um subconjunto de minerais como lítio, níquel e cobalto.

O mercado de minerais de transição energética está crescendo?

Sim. Entre 2017 e 2022, a demanda por lítio triplicou, a demanda por níquel aumentou 40% e a demanda por cobalto saltou 70%, de acordo com a Agência Internacional de Energia. Se o mundo quiser adotar integralmente as energias renováveis e atingir emissões líquidas zero de gases de efeito estufa, o uso de minerais de transição energética precisará aumentar seis vezes até 2040. [...]

O QUE são energias minerais de transição energética e como eles podem destravar a era da energia limpa? ONU Programa para o Meio Ambiente, 19 fev. 2024. Disponível em: www.unep.org/pt-br/noticias-e-reportagens/reportagem/o-que -sao-minerais-de-transicao-energetica-e-como-eles-podem. Acesso em: 28 set. 2024.

2 A f rase em que aparece outra locução conjuntiva também está em ordem indireta.

a ) Em razão da proximidade, essa mudança de ordem favorece a retomada de que termos mencionados na frase anterior?

b) Que outra locução poderia ser usada na frase sem alterar seu sentido? MP MP

3 E xplique como a inversão da ordem direta na frase iniciada pela conjunção subordinativa se paradoxalmente chama a atenção para o assunto da reportagem.

MP

As orações subordinadas adverbiais funcionam como adjuntos adverbiais desenvolvidos da oração principal. Relembre outras orações subordinadas adverbiais, o que expressam em relação à oração principal e algumas conjunções e locuções subordinativas que as introduzem.

• Condicional: expressa condição. É introduzida por se, caso, desde que, contanto que

• Comparativa: expressa comparação. É introduzida por como, tal qual, tanto... quanto, tão... quanto.

• Conformativa: expressa conformidade. É introduzida por como, conforme, segundo, de acordo com, em conformidade com

• Proporcional: expressa proporção. É introduzida sempre por locuções como à medida que, à proporção que, quanto mais, quanto menos

• Temporal: expressa ideia de tempo. É introduzida por enquanto, quando, desde que, depois que.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

A construção de argumentos com o uso das orações adverbiais: condicionais, comparativas, conformativas, proporcionais e temporais

Leia um trecho de um artigo de opinião em defesa da educação ambiental. Atente ao uso das orações subordinadas adverbiais e faça as atividades a seguir.

Sem educação ambiental, projetos sustentáveis ficam incompletos

Sem um esforço sistemático de conscientização das novas gerações, é impossível falar sério sobre sustentabilidade

Cuidar do meio ambiente é, por definição, uma tarefa multigeracional. Assim como sofremos hoje as consequências climáticas de séculos de abuso do homem em relação à natureza, só um esforço de longo prazo poderá reverter ou, mais provavelmente, frear os efeitos dramáticos do aquecimento global.

Ademais, a aposta em um modo de vida mais sustentável não produz efeitos imediatos. Se mudássemos radicalmente nossas cadeias produtivas, zerando o desmatamento, reduzindo a produção de lixo e a emissão de gases poluentes, adotando fontes limpas de energia, ainda assim, demoraríamos um bom tempo para colher os frutos dessa mudança.

MARQUES, Fernando de Castro. Artigo: Sem educação ambiental, projetos sustentáveis ficam incompletos. Correio Braziliense, 4 nov. 2023. Disponível em: www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2023/11/6530988-artigo-sem-educacao -ambiental-projetos-sustentaveis-ficam-incompletos.html. Acesso em: 18 set. 2024.

Não escreva no livro.

1. A oração subordinada adverbial comparativa introduzida pela locução assim como tem o objetivo de chamar a atenção para que aspecto essencial no enfrenatamento dos efeitos do aquecimento global? Explique.

1. O objetivo do emprego dessa locução é chamar a atenção para a necessidade de que esse esforço seja pensado a longo prazo. O aquecimento global é fruto de longa ação humana no meio ambiente, portanto sua reversão também será.

2. Embora a conjunção subordinativa se comumente introduza orações subordinadas condicionais, não é o caso nesse trecho.

a) Que relação de sentido a oração subordinada introduzida pelo termo se apresenta em relação à oração principal?

2. a) A relação semântica é de concessão.

b) Que expressão entre a oração subordinada e a principal reforça esse sentido?

2. b) A expressão, intercalada entre as orações, que reforça esse sentido é “ainda assim”.

3. Desenvolva o adjunto adverbial do título em uma oração subordinada adverbial que preserve o sentido original. Faça as alterações necessárias.

4. Com o intuito de defender a necessidade de haver educação ambiental para um futuro mais sustentável, escreva no caderno duas frases com orações subordinadas adverbiais: uma proporcional e a outra temporal.

5. Em trecho posterior ao reproduzido aqui, o autor afirma: “Diz o ditado que uma boa sociedade é aquela em que as pessoas plantam árvores em cuja sombra jamais poderão descansar [...].”.

a) Que analogia implícita nesse ditado favorece a argumentação? Explique.

b) A oração inicial “Diz o ditado” expressa que sentido em relação ao restante da frase?

5. b) O sentido é de conformidade.

c) Sem alteração de sentido, reescreva o trecho usando uma conjunção subordinativa. Faça as alterações necessárias.

5. c) Resposta pessoal. Possibilidade de resposta: Como/Conforme/Segundo diz o ditado, uma boa sociedade é aquela em que as pessoas plantam árvores em cuja sombra jamais poderão descansar.

#naprática

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Simulado da redação do Enem

Agora, você vai elaborar uma redação que atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos motivadores terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

TEXTO I

A economia verde é definida pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, principal organismo da ONU sobre o tema, como “uma economia que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo que reduz os riscos ambientais e a escassez ecológica”.

A fórmula para esse tipo de economia é baseada em três pilares: baixa emissão de carbono (principal causa da mudança climática), eficiência no uso de recursos naturais e busca pela inclusão social, com ofertas de empregos, adoção de novos padrões de consumo, uso de energia e tecnologias limpas, e proteção da biodiversidade.

A expressão foi citada pela primeira vez no Relatório Brundtland, que em 1987 concebeu a noção de desenvolvimento sustentável. Acabou popularizada na ECO-92, conferência da ONU realizada no Rio de Janeiro em 1992 para discutir a agenda ambiental global, num contexto de aumento da percepção dos riscos ambientais associados ao modelo de crescimento em vigor.

VICK, Mariana. O que é economia verde. E por que ela é defendia para o Brasil. Nexo, 18 ago. 2020. Disponível em: www.nexojornal.com.br/expresso/2020/08/18/o-que-e-economia-verde-e-por-que-ela-e-defendida-para-o-brasil.

Acesso em: 18 set. 2024.

TEXTO II

5 setores que se destacam em empregos verdes

Agricultura Sustentável: Práticas de produção de alimentos que minimizam o impacto ambiental, conservam recursos naturais e garantem a segurança alimentar. Isso impulsiona empregos relacionados à produção de alimentos orgânicos, agroecologia e manejo sustentável de florestas.

Construção Sustentável: Adoção de práticas ecológicas na construção para reduzir o consumo de recursos naturais, minimizar resíduos e melhorar a eficiência energética. Neste sentido, surgem empregos na concepção, planejamento, projeto, construção e manutenção de edifícios sustentáveis.

Transporte Limpo: Uso de veículos e modais de transporte que reduzem o impacto ambiental e emissões de gases de efeito estufa. Isso impulsiona empregos na fabricação, manutenção e operação de veículos elétricos, bicicletas, e transporte coletivo sustentável.

Gestão de Resíduos: Adoção de práticas para reduzir o volume de resíduos e promover reciclagem, reutilização e disposição adequada. Isso cria empregos na coleta, triagem, reciclagem e gerenciamento de resíduos sólidos e líquidos.

Turismo Sustentável: Práticas de turismo que conservam recursos naturais e culturais, e promovem o desenvolvimento econômico local, geram empregos em hospedagem, gastronomia e atividades de lazer e entretenimento que valorizam a cultura local e a natureza.

AGUIAR, Iris. Empresas brasileiras apostam em ‘empregos verdes’ e ESG para crescimento sustentável. Diário do Comércio, 17 mar. 2024. Disponível em: https://diariodocomercio.com.br/sustentabilidade/empresas-brasileiras-empregos-verdes-habilidades/. Acesso em: 18 set. 2024.

TEXTO III

A verdadeira alternativa é a economia da floresta em pé, em substituição à economia da destruição da natureza que predomina hoje. Essa economia do conhecimento da natureza é composta de elementos que já existem de maneira precária ou que ainda não existem, mas são potenciais. Os que existem de maneira precária e precisam ser desenvolvidos referem-se às cadeias de valor baseadas em produtos da floresta em pé. O açaí é o exemplo mais emblemático, o rendimento de um hectare de açaí é muito superior ao de um hectare de soja. [...]

Além disso, o turismo ecológico no mundo cresce 15% ao ano, e na Amazônia ele tem um potencial de crescimento imenso. E você tem também todo um potencial de moléculas da biodiversidade para a produção de fármacos. O Brasil vive o paradoxo de ser o país com a maior diversidade do mundo e ter uma indústria farmacêutica concentrada na produção de genéricos, pouco voltada a inovações para as principais moléstias do século 21. É outro potencial para a valorização da floresta em pé que não estamos aproveitando.

DEUTSCHE Welle. Como desenvolver a economia na Amazônia sem desmatar. Ministério Público do Estado do Mato Grosso, 11 maio 2020. Disponível em: www.mpmt.mp.br/portalcao/news/731/85034/ como-desenvolver-a-economia-na-amazonia-sem-desmatar. Acesso em: 18 set. 2024.

TEXTO IV

BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Fontes renováveis atingem 49,1% na matriz energética brasileira. Agência Gov, 20 jun. 2024. Disponível em: https://agenciagov.ebc.com.br/noticias/202406/ fontes-renovaveis-atingem-49-1-na-matriz-energetica-brasileira. Acesso em: 18 set. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “caminhos para a geração de empregos a partir de investimentos sustentáveis no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Planejar

1. Leia atentamente os textos da coletânea a fim de conhecer o problema e o contexto em que ele está inserido.

2. Escolha uma parte desse problema e apresente uma tese sobre ele.

3. Selecione as informações e reflexões da coletânea e mobilize seu repertório e outras fontes confiáveis para sustentar sua tese.

4. Defina os argumentos com que você defenderá sua tese. Entre eles, use um argumento por exemplificação.

5. Proponha, no final do texto, uma intervenção factível para o problema. Para isso, além da ação, apresente seu agente, sua finalidade e como ela deve ser executada.

Com base nas leituras sobre desenvolvimento econômico sustentável, reflita sobre o meio em que você vive e converse com os colegas sobre as questões a seguir.

1. Q ue ações de economia sustentável podem ser implementadas no cotidiano das empresas e dos cidadãos como alternativas de geração de renda que não agridam o meio ambiente?

2. Considerando a realidade do bairro em que você vive, que ações de economia sustentável seriam viáveis?

1. Resposta pessoal. Reúso de água por parte de empresas, diminuição da emissão de carbono, tratamento de resíduos e uso de energia limpa (solar, 2. Resposta pessoal. Ao refletir sobre as ações de economia sustentável que poderiam ser implementadas no bairro em que vivem, os estudantes podem ser encorajados a planejar essas ações de acordo com a realidade socioeconômica deles. eólica) são alguns exemplos de ações que podem ser praticadas no dia a dia.

REPRODUÇÃO/MINISTÉRIO
MINAS
ENERGIA (MME)

Escrever

1. No caderno, faça um rascunho da redação, utilizando a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Em sua escrita, faça uso de, no mínimo, um argumento por exemplificação e empregue ao menos um dos seis tipos de oração subordinada adverbial trabalhados neste capítulo (causal, condicional, comparativa, conformativa, proporcional e temporal).

3. Se optar por escrever uma oração subordinada adverbial proporcional, atente ao conteúdo do boxe a seguir.

DE OlHO NA lINGUAGEM

Locuções conjuntivas à medida que e na medida em que

Embora muito parecidas, as locuções conjuntivas à medida que e na medida em que apresentam sentidos diferentes. Leia os enunciados a seguir.

À medida que o mundo enfrenta crises ambientais e energéticas, a presença e o impacto das mulheres na busca por soluções sustentáveis serão cada vez mais decisivos.

BHERING, Janayna. Congresso “Mulheres da energia 2024” tem foco na sustentabilidade e inovação. Diário do Comércio, 29 ago. 2024. Disponível em: https://diariodocomercio.com.br/opiniao/coluna/inovacao-coluna/congresso-tem-foco-sustentabilidade-inovacao/. Acesso em: 29 set. 2024.

No âmbito de grandes projetos de mineração e metalurgia, a agenda de sustentabilidade social também ganha importância, na medida em que essas operações impactam a rotina e a qualidade de vida das populações do entorno.

DESAFIOS da mineração: desenvolvimento e inovação para redução dos impactos ambientais e sociais. BNDES, 7 ago. 2017. Disponível em: www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/conhecimento/noticias/noticia/inovacao-tecnologia-mineracao-metais. Acesso em: 29 set. 2024.

1. No primeiro enunciado, que relação de sentido é expressa, na oração principal, pela oração subordinada adverbial iniciada por “à medida que”?

1. A oração subordinada adverbial iniciada por “à medida que” indica relação de proporcionalidade.

2. No segundo enunciado, o fato de operações de mineração e a metalurgia impactarem a vida das pessoas do entorno estabelece que relação de sentido com a importância da busca de sustentabilidade por esses setores?

3. Com base nas questões anteriores, conclui-se que as locuções conjuntivas à medida que e na medida em que introduzem, respectivamente, que tipos de oração subordinada adverbial? MP

3. Elas introduzem, respectivamente, oração subordinada adverbial proporcional e causal.

Revisar

1. Ao revisar seu texto, verifique se o problema foi bem identificado e caracterizado.

2. Observe se ao menos um dos argumentos é do tipo de princípio e se em ao menos um deles foi usado um dos seis tipos de oração subordinada adverbial trabalhados.

3. Analise se os argumentos estão bem apresentados e encadeados e se embasam a tese defendida.

4. Certifique-se de ter adotado estratégias para evitar repetições e favorecer a fluidez da leitura.

5. Verifique se a concordância verbal e a ortografia estão corretas.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar sua redação com base nos itens elencados, reescreva-a com os ajustes necessários. Sob a orientação do professor, crie com os colegas um grupo de discussão sobre sustentabilidade em um aplicativo de troca de mensagens e compartilhe sua redação nesse grupo.

Não escreva no livro.

Longevidade e etarismo

A transformação da pirâmide etária ao redor do mundo, favorecida pelo aumento da expectativa de vida, é uma oportunidade para outra transformação, mas de natureza sociocultural: reeducar o olhar para as pessoas idosas. Ao longo desta sequência, você é convidado a refletir sobre a pluralidade do processo de envelhecimento e a identificar e combater estereótipos que fecham as portas para quem continua disposto – e apto – a contribuir na sociedade. Ao final, para consolidar o que foi discutido, você vai produzir uma entrevista sobre o tema.

lEITURA EM PAUTA

Você vai ler, a seguir, o trecho de um artigo científico sobre o crescimento da população idosa com enfoque no contexto brasileiro. Além do fator demográfico, que outros aspectos podem estar atrelados à discussão desse fenômeno? O mundo está pronto para essa transformação que há décadas se anuncia?

Texto

Envelhecimento: megatendência do século XXI

Tema bastante discutido na atualidade, o rápido envelhecimento da população mundial é caracterizado nas primeiras décadas do século XXI como uma das mais significativas megatendências, com grande potencial de transformação da economia, da sociedade e da cultura, segundo o United Nations Population Fund (UNFPA, 2012).

Os debates sobre envelhecimento estão na agenda internacional de preocupações desde a década de 1980, quando a ONU realizou a primeira Assembleia Mundial sobre Envelhecimento na cidade de Viena, na Áustria. Uma segunda assembleia sobre o tema foi realizada em 2002, na cidade de Madri, na Espanha, quando a entidade desenhou o Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento (ONU, 2003), um documento no qual foram traçadas proposições de políticas públicas que dessem vazão às demandas da crescente população idosa, especialmente em países em desenvolvimento.

No Brasil, essa tendência tem sido acompanhada de perto por instituições como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), buscando compreender o fenômeno não somente do ponto de vista censitário, como também do ponto de vista econômico, social e cultural.

Um estudo divulgado pelo Ipea em 2021 confirma que a mudança na estrutura da pirâmide etária do país é inevitável e projeta que a proporção de idosos na população geral chegará a 40,3% em 2100, enquanto a população de jovens com 15 anos ou menos decrescerá de 24,7% em 2010 para 9% em 2100 (Bonifácio; Guimarães, 2021).

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor ensejar: possibilitar.

Esses números são expressivos e, por si só, já despertam a atenção. Contudo, muito além deles, a mudança da pirâmide etária no país traz consigo uma questão humana bastante relevante, ensejando não somente um olhar quantitativo para o fenômeno como, principalmente, um olhar qualitativo que aborde aspectos biológicos e cronológicos, assim como sociais, econômicos e culturais que os envolvem.

Para Debert (2012), ater-se somente ao fato demográfico é “perder a oportunidade de descrever os processos por meio dos quais o envelhecimento se transforma em problema que ganha expressão e legitimidade, no campo das preocupações sociais do momento” (Debert, 2012, p. 12). Segundo a autora, a transformação do status da velhice na atual geografia social está ligada à revisão da ideia de que o envelhecimento é caracterizado somente pelas perdas, abrindo espaço para uma nova visão que

Não escreva no livro.

se contrapõe a estereótipos associados à idade madura, substituindo-os por uma nova noção de que a maturidade é época propícia para novas conquistas, com mais satisfação pessoal e prazer, a partir das experiências vividas e saberes acumulados (Debert, 2012).

Ainda segundo Debert (2012), no mundo pós-moderno, a cronologia das idades é obliterada em favor de um “estilo unietário” (Debert, 2012, p. 73), no qual a flexibilização dos padrões de comportamento leva à conclusão de que a idade cronológica não é mais um marcador significativo na vida dos indivíduos e que o curso da vida não é definido somente pela questão etária e muito menos de forma uniformizada ou ritualizada, mas sim pelas experiências interpretadas individualmente.

Com isso reforça-se o entendimento de que o momento histórico atual não permite mais a divisão da vida de qualquer indivíduo em três fases claramente demarcadas: “a juventude e a vida escolar; o mundo adulto e o trabalho; e a velhice e a aposentadoria” (Debert, 1999, p. 75).

Em um mundo veloz e multifacetado, os maduros da pós-modernidade se adaptaram a novas formas de viver e experimentar o envelhecimento. O século XXI abre espaço para um processo que oblitera as fronteiras etárias, revendo as concepções anteriores de uma sequência evolutiva linear para uma maior flexibilização no que tange ao comportamento adequado, às obrigações e aos direitos de cada grupo etário. Embora a cronologização da vida ainda tenha sua razão de ser e continue como parte fundamental da definição de status de uma pessoa, nota-se a dissociação entre a “juventude e uma faixa etária específica e a transformação da juventude em um bem, um valor que pode ser conquistado em qualquer etapa da vida, através da adoção de formas de consumo e estilos de vida adequados” (Debert, 1999, p. 72), levando a um “compromisso com um tipo determinado de envelhecimento produtivo” (Debert, 1999, p. 72).

[...]

Tais questões nos levam a observar o caráter heterogêneo do envelhecimento em maior profundidade. Envelhecer é um processo natural, a que todo ser humano se encontra sujeito. Contudo, muitas são as formas como este processo se desenvolve, a partir da confluência de uma série de fatores. Especialmente, na contemporaneidade, quando a diversidade nas relações humanas toma contornos de grande relevância, o envelhecimento é vivido de forma igualmente diversa, abrindo-se espaço para experiências multifacetadas, a serem acolhidas social e culturalmente.

CORRÊA, Luciana Silva. Envelhecimento feminino e etarismo nas organizações: o desafio da mulher madura no mundo do trabalho. Organicom, São Paulo, ano 20, n. 41, p. 120-134, jan./abr. 2023. Disponível em: www.revistas.usp.br/organicom/article/view/206721/192323. Acesso em: 19 set. 2024. obliterar: apagar.

Referências citadas no trecho do artigo científico

BONIFÁCIO, Gabriela; GUIMARÃES, Raquel. Projeções populacionais por idade e sexo para o Brasil até 2100. Brasília, DF: Ipea, 2021. Disponível em: https://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/10889. Acesso em: 18 out. 2024.

DEBERT, Guita Grin. A reinvenção da velhice: socialização e processos de reprivatização do envelhecimento. São Paulo: Edusp; Fapesp, 2012.

DEBERT, Guita Grin. Velhice e o curso da vida pós-moderno. Revista USP, São Paulo, n. 42, jun./ago. 1999, p. 70-83.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Plano de ação internacional sobre o envelhecimento, 2002. Tradução de Arlene Santos, revisão de português de Alkmin Cunha, revisão técnica de Jurilza M. B. de Mendonça e Vitória Gois. Brasília, DF: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2003. (Série Institucional em Direitos Humanos, v. 1).

United Nations Population Fund (UNFPA). Ageing in the twenty-first century: a celebration and a challenge. New York: UNFPA; London: HelpAge International, 2012. Disponível em: https://www. unfpa.org/publications/ageing-twenty-first-century. Acesso em: 22 out. 2024.

Pensar e compartilhar

1. O artigo menciona uma renomada fonte internacional (UNFPA) que considera o rápido envelhecimento da população mundial uma megatendência. Que dados do contexto brasileiro são mobilizados para mostrar que o Brasil acompanha essa tendência?

MP

2 . As instituições brasileiras responsáveis por divulgar esses dados intentam compreender essa megatendência “não somente do ponto de vista censitário, como também do ponto de vista econômico, social e cultural”.

a) Os adjetivos econômico, social e cultural retomam quais locuções adjetivas citadas no primeiro parágrafo?

2. a) Esses adjetivos retomam as locuções “da economia”, “da sociedade” e “da cultura”.

b) Com essa retomada, a autora sinaliza que abordará que característica dessa megatendência apontada pelo UNFPA?

2. b) A autora sinaliza que abordará o potencial de transformação econômico, social e cultural dessa megatendência.

3. Releia o trecho a seguir.

[...] nota-se a dissociação entre a “juventude e uma faixa etária específica e a transformação da juventude em um bem, um valor que pode ser conquistado em qualquer etapa da vida, através da adoção de formas de consumo e estilos de vida adequados” (Debert, 1999, p. 72), levando a um “compromisso com um tipo determinado de envelhecimento produtivo” (Debert, 1999, p. 72).

3. a) Propõe-se abandonar o critério cronológico. Na medida em que a juventude se transforma em um bem a ser conquistado, pessoas de qualquer idade podem ser consideradas jovens ao conquistá-lo.

a) P ara defender a revisão da ideia de juventude, propõe-se abandonar qual critério de definição? Como essa revisão contribui para um novo olhar para o envelhecimento?

b) A ideia de envelhecimento produtivo contraria que senso comum sobre a velhice?

MP

c) Como a ideia de envelhecimento produtivo contribui para a discussão sobre o aspecto econômico dessa tendência demográfica mundial?

MP

4. O artigo propõe substituir o antigo paradigma sociocultural sobre a velhice por um paradigma atual ou propõe contestar o emprego de um paradigma em busca de novas formas de pensar o envelhecimento? Explique.

4. O artigo propõe contestar o emprego de um paradigma sociocultural do envelhecimento. Os conceitos mobilizados visam justamente identificar e discutir com profundidade o caráter heterogêneo dessa etapa da vida.

SAIBA MAIS

Citado no artigo, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA, na sigla em inglês) é a agência da ONU responsável por questões populacionais. Criado em 1969 e presente em mais de 150 países, o UNFPA implementa, entre outras ações, programas para o desenvolvimento populacional norteados por eixos como saúde sexual, planejamento familiar e igualdade de gênero. Conheça os estudos que o Fundo desenvolve, na versão brasileira do site, disponível em: https://brazil.unfpa.org/pt-br. Acesso em: 22 out. 2024.

EU E O MUNDO

Não

O trecho do artigo científico que você leu destaca a heterogeneidade do envelhecimento e, com isso, questiona estereótipos sobre a idade madura. Converse com os colegas sobre o olhar que devemos lançar para pessoas nesse estágio da vida.

1. Com base em sua convivência com idosos, há um perfil homogêneo ou heterogêneo de maturidade?

MP Olhares para o envelhecimento

2. Segundo uma das fontes citadas no artigo, a juventude não é um estágio, mas sim um valor que pode ser conquistado. Vocês concordam com essa revisão da ideia de juventude?

2. Resposta pessoal. Essa resposta pode ser dada com base nas experiências dos estudantes junto aos idosos com quem convivem ou conheçam, que alcançaram bem-estar físico e mental graças à adoção de hábitos saudáveis.

escreva no livro.
Não escreva no livro.

Argumento por fato: a força dos marcos históricos

5. Releia um trecho do artigo ( Texto 1); depois, leia o trecho de outro artigo sobre o mesmo tema ( Texto 2) e responda às questões.

Texto 1

Os debates sobre envelhecimento estão na agenda internacional de preocupações desde a década de 1980, quando a ONU realizou a primeira Assembleia Mundial sobre Envelhecimento na cidade de Viena, na Áustria. Uma segunda assembleia sobre o tema foi realizada em 2002, na cidade de Madri, na Espanha, quando a entidade desenhou o Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento (ONU, 2003), um documento no qual foram traçadas proposições de políticas públicas que dessem vazão às demandas da crescente população idosa, especialmente em países em desenvolvimento.

Texto 2

Em 2002, na II Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento da ONU foram elaborados dois documentos, a Declaração Política e o Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento, que tratam sobre os desafios do envelhecimento da população no século XXI e a promoção do desenvolvimento de uma sociedade para todas as idades.

NOGUEIRA, Ingrid Rochelle Rêgo; CARVALHO, Maria Clotilde Barbosa Nunes Maia. Instituições de Longa Permanência para Idosos (as) (ILPI) e intergeracionalidade: caminhos para o cuidado. Mais 60, São Paulo, n. 85, 16 jan. 2024. Disponível em: www.sescsp.org.br/editorial/ed-85 -instituicoes-de-longa-permanencia-para-idosos-as-ilpi-e-intergeracionalidade-caminhos-para-o-cuidado. Acesso em: 19 set. 2024.

a) Considerando a discussão feita no artigo ( Texto 1), qual é a intenção de informar que o envelhecimento está na agenda de debates internacionais desde a década de 1980?

b) Dos eventos sobre esse tema realizados desde então, a autora cita, no Texto 1, dois deles. Qual é a relevância da alusão a esses eventos para a discussão do tema?

c) Nos dois trechos reproduzidos, cita-se o Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento, mas o Texto 1 cita um enfoque geográfico desse documento que não é abordado no Texto 2. Qual é esse enfoque?

5. a) O intuito é chamar atenção para o longo tempo em que o tema está em discussão e, com isso, salientar sua relevância em âmbito mundial. MP 5. c) Apenas o Texto 1 informa que as políticas públicas do documento visam atender demandas da população idosa “especialmente em países em desenvolvimento”.

d) Como a menção a esse enfoque contribui para direcionar a abordagem desse tema no artigo?

5. d) Mencionar essa característica do documento favorece o direcionamento para a abordagem local do tema, uma vez que o Brasil é um dos países em desenvolvimento.

SAIBA MAIS

As citações de terceiro no primeiro artigo lido seguem o padrão previsto pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Quando as citações são parafraseadas, o sobrenome do autor aparece entre parênteses no corpo do texto com apenas a inicial maiúscula seguido do ano da publicação. Se as citações forem diretas, o texto reproduzido deve estar entre aspas e, ao final, devem ser informados entre parênteses o sobrenome do autor também com a inicial maiúscula, o ano da publicação e a página da fonte consultada.

Mesmo quando a alusão a um fato histórico é de natureza informativa, ou seja, quando não é baseada em uma intepretação histórica, ainda assim ela serve aos interesses de quem alude. A simples escolha de citar um evento ou documento histórico em detrimento de outro já traz consigo uma intencionalidade. Além disso, é possível citar particularidades estatísticas ou descritivas desse fato que convenham à determinada abordagem argumentativa

lINGUAGEM EM FOCO

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

As orações subordinadas substantivas objetivas diretas na construção dos parágrafos

Leia o trecho de um artigo de opinião sobre idadismo. Depois, responda às questões.

Não escreva no livro.

1 O primeiro parágrafo do trecho menciona as artistas Helen Mirren, Madonna e Marieta Severo.

a) A opinião delas em comum é citada diretamente ou é parafraseada?

b) Como a primeira oração subordinada substantiva objetiva direta em destaque contribui para essa forma de citação?

1. a) A opinião delas é parafraseada.

1. b) A oração complementa o que, segundo essas atrizes e cantora, a sociedade espera das mulheres: que elas “se comportem de acordo com estereótipos específicos de idade”.

O idadismo afeta particularmente as mulheres. Artistas como Helen Mirren, Madonna e Marieta Severo destacam como a sociedade muitas vezes espera que as mulheres se comportem de acordo com estereótipos específicos de idade, o que pode incluir abandonar certas atitudes, atividades, vestimentas e desejos. Isso pode levar à invisibilidade das mulheres mais velhas na cultura popular e até mesmo à discriminação em certas profissões. Em 2016, um estudo sobre diálogos cinematográficos a partir de roteiros de mais de 2.000 filmes de vários gêneros concluiu que a percentagem de falas disponíveis para as mulheres diminuiu significativamente com a idade em comparação com os homens. Os homens com mais de 40 anos tiveram mais papéis e diálogo falado (55 milhões de palavras para a faixa etária dos 42-65 anos) em comparação com as mulheres da mesma faixa etária (11 milhões de palavras). [...] O impacto do idadismo é enorme. O relatório mundial sobre idadismo 3, publicado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) [...] mostra que o idadismo tem consequências graves e de longo alcance para a saúde, o bem-estar e os direitos humanos das pessoas e alto custo financeiro, da casa dos bilhões, à sociedade. Ele pode aumentar o risco de violência e abuso contra as pessoas idosas. Também está associado a piores saúdes física e mental, ao aumento do isolamento social e da solidão, à maior insegurança financeira, à diminuição da qualidade de vida e até mesmo à morte prematura. COMINETTI, Marcia Regina. Idadismo, já ouviu falar? Instituto da Cultura Científica, UFSCar, São Carlos, [20--]. Disponível em: www. icc.ufscar.br/pt-br/projetos/sementes-da-cultura-cientifica/coluna -envelheciencia/idadismo-ja-ouviu-falar. Acesso em: 22 out. 2024.

2 O q ue há em comum no emprego das duas outras orações subordinadas substantivas objetivas diretas em destaque?

2. Ambas complementam informações sobre documentos (um estudo e um relatório).

3 Se, em vez de orações, os complementos das formas verbais fossem substantivos, que elementos perderiam destaque?

3. Perderiam destaque, respectivamente, “as mulheres”, “a percentagem de falas disponíveis para mulheres” e o “idadismo”, que, nas orações, ocupam a função de sujeito e, nesse caso, o agente das ações.

As orações subordinadas substantivas objetivas diretas são úteis para detalhar, aprofundar e destacar os complementos dos verbos transitivos diretos das orações principais. Com isso, favorecem uma construção mais apurada de frases e parágrafos.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O uso das orações subordinadas substantivas objetivas diretas e a introdução de informações

Releia um trecho do artigo científico e responda às questões.

Um estudo divulgado pelo Ipea em 2021 confirma que a mudança na estrutura da pirâmide etária do país é inevitável e projeta que a proporção de idosos na população geral chegará a 40,3% em 2100, enquanto a população de jovens com 15 anos ou menos decrescerá de 24,7% em 2010 para 9% em 2100 (Bonifácio; Guimarães, 2021).

1. Qual é o sujeito em comum das formas verbais confirma e projeta? Além do sujeito, o que esses verbos têm em comum quanto à transitividade?

1. O sujeito é “Um estudo divulgado pelo Ipea em 2021”. Ambos os verbos são transitivos diretos.

2. O quadro a seguir contém as porcentagens de idosos no mercado de trabalho no Brasil entre 2012 e 2023, segundo o IBGE.

Nível da ocupação (%), na semana de referência, das pessoas de 60 anos ou mais de idade, por idade, segundo as Grandes Regiões – 2012-2023

60 anos ou mais

REPRODUÇÃO/IBGE

Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Pesquisas por Amostra de Domicílios. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Quarto trimestre de 2023. Rio de Janeiro: IBGE, 2024. p. 31. Disponível em: https://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Nacional_por_Amostra_de_Domicilios_continua/Trimestral/ Fasciculos_Indicadores_IBGE/2023/pnadc_202304_trimestre_caderno.pdf. Acesso em: 22 out. 2024.

a) Para fazer um comparativo das porcentagens de 2012 e 2023 no cenário nacional, escreva um período composto com verbo transitivo direto na oração principal e uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

MP

b) Agora, para fazer um comparativo das porcentagens de 2012 e 2023 na sua região, escreva um período composto com verbo transitivo direto na oração principal e uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

2. b) Resposta pessoal, de acordo com a região em que o estudante vive. A resposta pode apresentar a seguinte estrutura: Pesquisa do IBGE realizada entre 2012 e 2023 indica que houve [aumento ou diminuição, seguido da porcentagem correspondente a essa situação na região] de idosos no mercado de trabalho na região [nome da região]: [apresentação das porcentagens em 2012 e em 2023].

O emprego de orações subordinadas substantivas objetivas diretas na apresentação de informações favorece o desenvolvimento dos dados com base em verbos que expressam análises e conclusões ou contêm informações adicionais. Esse recurso é muito comum em textos jornalísticos, mas também aparece com frequência em gêneros dissertativo-argumentativos, como é o caso da redação do Enem.

Não escreva no livro.

#naprática

Entrevista

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Depois de refletir sobre questões contemporâneas ligadas ao envelhecimento no Brasil e no mundo, você vai produzir uma entrevista cujo tema é: “Perspectivas, mercado de trabalho e qualidade de vida para o idoso”. Antes de planejar e produzir seu texto, leia o trecho comentado de uma entrevista e preste atenção às características principais desse gênero.

Com sua função de destaque, o título pode ser usado para informar o tema da entrevista ou destacar algum conteúdo dela, como acontece neste caso, em que é citada uma fala relevante do entrevistado.

“Queremos acrescentar vida aos anos e não apenas anos à vida”, diz Alexandre Kalache

Em entrevista ao Habitability, médico-gerontólogo Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional da Longevidade (ILCBrasil) fala sobre a conquista (e os desafios) de envelhecer

Em pouco mais de um século, a humanidade acrescentou cerca de 30 anos na expectativa de vida média da população. O Brasil acompanhou esses passos, mas ainda tropeça quando o assunto é oferecer melhor qualidade de vida, proteção social, econômica e dignidade às pessoas mais idosas.

A linha fina apresenta brevemente o entrevistado e o tema da entrevista.

Tradicionalmente, antes das perguntas e respostas, a entrevista contém uma abertura para contextualizar o tema e apresentar o entrevistado.

Na apresentação do entrevistado, são fornecidas informações sobre a profissão e o cargo de destaque ocupado por ele, elementos que deixam claro para o leitor que o entrevistado é uma autoridade no assunto.

Em entrevistas, as perguntas ficam em uma linha à parte. Nesse caso, note que não se trata de uma pergunta, mas de uma fala que cumpre a função de dar início à conversa.

“Nós conseguimos a façanha de envelhecer sem ter enriquecido antes, na contramão da história dos países desenvolvidos”, explica o médico-gerontólogo Alexandre Kalache, presidente do Centro Internacional da Longevidade (ILC-Brasil), referência mundial em estudos sobre a longevidade.

Entre 1995 e 2008, ele foi diretor do Departamento de Envelhecimento e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS), onde idealizou e conduziu diversos estudos e políticas públicas ligados ao tema do envelhecimento. Entre eles, o Programa Cidade Amiga do Idoso.

[...]

Apesar de todos os desafios presentes e futuros, que inclui preparar as cidades para acompanhar essa radical alteração demográfica, Kalache afirma que as mudanças são positivas. “A grande conquista social nos últimos cem anos foi o envelhecimento. É a revolução da longevidade”, explica o médico, em entrevista exclusiva ao Habitability. Você costuma dizer que precisamos trazer mais vida aos anos e não mais anos à vida.

Alexandre Kalache – Eu nasci em 1945, logo tenho 78 anos. Isso mostra que sou completamente diferente de qualquer ancestral meu. Até 1900, a expectativa de vida no planeta girava em torno de 30 anos. A mais alta do mundo era a da Alemanha, com 46 anos. Nesses últimos 120 anos, nós acrescentamos mais de 30 anos à expectativa de vida e não é só um aumento da expectativa de vida ao nascer. Isso quer dizer que acrescentamos anos à vida, mas não necessariamente vida aos anos. Há muitas pessoas que apenas sobrevivem em meio a tantos problemas, como a pobreza. Logo, o que nós queremos é acrescentar vida aos anos e não apenas anos à vida.

Falas do entrevistado podem ser citadas no corpo do texto. Devem estar sempre entre aspas.

Ainda na abertura, é importante mencionar o gênero entrevista e o veículo (ou a pessoa) a quem ela foi concedida.

Separadas das perguntas, as respostas ficam sem aspas e precedidas do nome do entrevistado em destaque.

LOPES, Marcus. “Queremos acrescentar vida aos anos e não apenas anos à vida”, diz Alexandre Kalache. Habitability, [s. l.], 29 abr. 2024. Disponível em: https://habitability.com.br/queremos-acrescentar-vida-aos-anos-e-nao-apenas-anos-a-vida-diz-alexandre-kalache/. Acesso em: 22 out. 2024.

Se você quiser se aprofundar no gênero entrevista, conheça o livro Entrevista – O diálogo possível, de Cremilda Medina. Publicado originalmente em 1986, esse livro breve e esclarecedor tornou-se um clássico no estudo do gênero. A autora propõe entender a entrevista não só pelo viés da técnica, do simples questionário a ser respondido, mas sobretudo pelo viés da comunicação humana, daí a importância da palavra diálogo no título.

Capa do livro

Entrevista –O diálogo possível, de Cremilda Medina.

1. Resposta pessoal. Caso eles desconheçam ações dessa natureza, convém incitá-los a refletir justamente a respeito dessa ausência, seja em razão da falta de ações, seja em razão da falta de conhecimento deles sobre o tema. É também oportuno apresentar para a turma algumas ações importantes de combate ao etarismo e discutir a eficácia (ou não) delas.

2. Essa questão visa mobilizar o olhar e as propostas de intervenção dos estudantes para esse problema social sensível na contemporaneidade. A pluralidade de olhares e propostas deve ser discutida de modo a estimular o debate e o enriquecimento do repertório deles.

Planejar

1. E scolha uma fonte que possa render uma boa entrevista sobre o tema. Pode ser uma autoridade no assunto, mas também alguém cuja experiência pessoal permita delinear um perfil interessante (um idoso inserido no mercado de trabalho, um idoso que encontra resistência para voltar a esse mercado etc.).

2. D epois de definir a fonte, faça uma pesquisa sobre ela (trajetória profissional, história de vida) e sobre o tema da entrevista. Consulte fontes confiáveis.

3. Com base nas pesquisas feitas, elabore cinco perguntas claras e objetivas. Elas serão a base de sua entrevista.

4. Em ordem de preferência, o formato da entrevista pode ser presencial, por telefone ou videoconferência. Evite o formato e-mail. Falas e gestos do entrevistado transmitem intencionalidades que se perdem no formato escrito.

5. Combine com o entrevistado o dia e o horário da entrevista.

6. A entrevista deve ser gravada, por isso disponha de algum recurso tecnológico para isso: um gravador, um celular, uma ferramenta de gravação do programa de videoconferência. Teste a gravação antes de dar início à entrevista.

7. No dia e horário combinados, faça e grave a entrevista. Ela deve ser conduzida pelas perguntas formuladas previamente, mas é natural surgirem outras no desenrolar do diálogo.

1. Vocês conhecem ações da sociedade ou do poder público voltadas ao combate do etarismo (preconceito por idade) no mercado de trabalho?

2. Q ue ações o poder público poderia tomar para incluir idosos no mercado de trabalho? Você é a favor de cotas para esse público nas empresas ou defende que essa inclusão deve passar exclusivamente pela conscientização da sociedade?

Escrever

1. Transcreva o conteúdo da entrevista. Para isso, convém usar um aplicativo ou software de uso livre, mas é necessário fazer uma revisão integral enquanto ouve novamente o áudio da entrevista.

2. Dê um título e escreva uma linha fina para a entrevista.

3. E screva uma abertura para contextualizar o tema da entrevista e apresentar o entrevistado. Ao fazer isso, apresente informações utilizando orações subordinadas substantivas objetivas diretas. Se utilizar outros tipos de orações subordinadas, fique atento às regras de pontuação comentadas no De olho na linguagem. Estereótipos sobre a idade madura estão entre as causas, se não a principal, da dificuldade de idosos se inserirem ou reinserirem no mercado de trabalho. Com isso, o atributo do saber acumulado é negligenciado em razão de uma ideia equivocada de improdutividade associada a esse estágio da vida. Converse com os colegas sobre esse tema.

Etarismo em pauta
O MUNDO E EU
Não escreva no livro.

4. Edite as respostas. Em uma conversa, digressões são naturais. No entanto, como a entrevista será publicada em formato escrito, é necessário fazer ajustes (cortes, reelaborações etc.) que tornem a leitura clara e objetiva sem distorcer o sentido original. Evite transcrever as respostas em períodos muito longos.

5. Escreva as perguntas e as respostas na ordem em que elas foram feitas oralmente. Não se esqueça de mencionar o nome do entrevistado no início de todas as respostas.

A pontuação na elaboração de períodos compostos por subordinação

Termos essenciais e integrantes da oração não podem ser separados por vírgula. Essa regra elementar é valiosa quando se vai empregar pontuação em períodos compostos por subordinação.

Releia dois trechos do artigo científico trabalhado nesta sequência.

I. Um estudo divulgado pelo Ipea em 2021 confirma que a mudança na estrutura da pirâmide etária do país é inevitável [...].

II. O século XXI abre espaço para um processo que oblitera as fronteiras etárias [...].

No primeiro trecho, a oração subordinada introduzida por que funciona como objeto direto do verbo confirmar, ou seja, por ser essencial para a oração principal, ela não é precedida de vírgula. O mesmo vale para os outros tipos de subordinada substantiva. No caso do segundo trecho, a ausência de vírgula também se deve a isso, pois a oração subordinada introduzida por que é essencial para o sentido do substantivo processo (trata-se, então, de uma subordinada adjetiva restritiva).

Agora, leia a frase a seguir.

O etarismo ou ageísmo, que é derivado do termo aging, do inglês, é o preconceito por idade.

1. A oração subordinada introduzida por que está isolada da oração principal por vírgulas. Por que isso ocorre? Essa oração subordinada é de que tipo?

Ainda no que se refere à essencialidade dos termos, por funcionar como advérbio, que é um termo acessório da oração, a subordinada adverbial é preferencialmente introduzida por vírgula, mesmo se o período composto estiver na ordem direta. Se deslocada para o início da frase, a vírgula após a subordinada adverbial é obrigatória.

1. Essa oração traz uma informação acessória, dispensável ao sentido da oração principal, por isso está entre vírgulas. Trata-se de uma oração subordinada adjetiva explicativa.

Revisar

1. Verifique se o título, a linha fina e a abertura cumprem as respectivas funções.

2. Certifique-se de, ao apresentar dados, ter empregado ao menos uma oração subordinada substantiva objetiva direta. Se usou tipos diferentes de subordinada, confira se a pontuação está correta.

3. Analise se as perguntas e as respostas da entrevista propiciam uma leitura fluida.

4. Verifique a concordância verbal e a ortografia.

Avaliar, reescrever e compartilhar

1. Após revisar seu texto com base nos itens descritos anteriormente, reescreva-o fazendo os ajustes necessários.

2. Sob orientação do professor, crie um blogue com os colegas, produza um texto de apresentação sobre a proposta de produção e publique as entrevistas. Por fim, divulgue o link para os textos em seus perfis e canais digitais.

DE OlHO NA lINGUAGEM
Não escreva no livro.

Escolha profissional e equilíbrio das emoções

O trabalho está ligado à realização pessoal, à independência financeira, à satisfação de exigências familiares ou a outras necessidades. Quando precisamos fazer escolhas relacionadas à vida profissional, tendemos a misturar expectativas, sonhos e incertezas – e decisões importantes mobilizam uma miríade de emoções.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Você vai ler a proposta do Enem 2020 e uma redação que recebeu nota máxima segundo a avaliação da banca corretora do exame. O tema da redação foi “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”. Considerando o tema, que informações e reflexões você imagina que foram citadas nos textos motivadores? Qual terá sido o enfoque dado ao tema na redação selecionada?

Texto 1

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”; 4.2. fugir ao tema ou não atender ao tipo dissertativo-argumentativo; 4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;

TEXTOS MOTIVADORES

Texto I

A maior parte das pessoas, quando ouve falar em “saúde mental”, pensa em “doença mental”. Mas a saúde mental implica muito mais que a ausência de doenças mentais. Pessoas mentalmente saudáveis compreendem que ninguém é perfeito, que todos possuem limites e que não se pode ser tudo para todos. Elas vivenciam diariamente uma série de emoções como alegria, amor, satisfação, tristeza, raiva e frustração. São capazes de enfrentar os desafios e as mudanças da vida cotidiana com equilíbrio e sabem procurar ajuda quando têm dificuldade em lidar com conflitos, perturbações, traumas ou transições importantes nos diferentes ciclos da vida. A saúde mental de uma pessoa está relacionada à forma como ela reage às exigências da vida e ao modo como harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, ideias e emoções. Todas as pessoas podem apresentar sinais de sofrimento psíquico em alguma fase da vida.

Disponível em: www.saude.pr.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2020 (adaptado).

Texto II

A origem da palavra “estigma” aponta para marcas ou cicatrizes deixadas por feridas. Por extensão, em um período que remonta à Grécia Antiga, passou a designar também as marcas feitas com ferro em brasa em criminosos, escravos e outras pessoas que se desejava separar da sociedade “correta” e “honrada”. Essa mesma palavra muitas vezes está presente no universo das doenças psiquiátricas. No lugar da marca de ferro, relegamos preconceito, falta de informação e tratamentos precários a pessoas que sofrem de depressão, ansiedade, transtorno bipolar e outros transtornos mentais graves.

Achar que a manifestação de um transtorno mental é “frescura” está relacionado a um ideal de felicidade que não é igual para todo mundo. A tentativa de se encaixar nesse modelo cria distância dos sentimentos reais, e quem os demonstra é rotulado, o que progressivamente dificulta a interação social. É aqui que redes sociais de enorme popularidade mostram uma face cruel, desempenhando um papel de validação da vida perfeita e criando um ambiente em que tudo deve ser mostrado em seu melhor ângulo. Fora dos holofotes da internet, porém, transtornos mentais mostram-se mais presentes do que se imagina. Disponível em: www.abrata.org.br. Acesso em: 27 jul. 2020 (adaptado).

Não escreva no livro.

Disponível em: https://zenklub.com.br. Acesso em: 27 jul. 2020 (adaptado).

PROPOSTA DE REDAÇÃO

REPRODUÇÃO/ENEM 2020

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO. Prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação. Prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias. Caderno 1, Azul, Enem 2020. p. 19. Disponível em: https://download.inep.gov.br/enem/provas_e_gabaritos/2020_PV_impresso_D1_CD1.pdf. Acesso em: 11 set. 2024.

Texto 2

Nise da Silveira foi uma renomada psiquiatra brasileira que, indo contra a comunidade médica tradicional da sua época, lutou a favor de um tratamento humanizado para pessoas com transtornos psicológicos. No contexto nacional atual, indivíduos com patologias mentais ainda sofrem com diversos estigmas criados. Isso ocorre, pois faltam informações corretas sobre o assunto e, também, existe uma carência de representatividade desse grupo nas mídias.

Primariamente, vale ressaltar que a ignorância é uma das principais causas da criação de preconceitos contra portadores de doenças psiquiátricas. Sob essa ótica, o pintor holandês Vincent Van Gogh foi alvo de agressões físicas e psicológicas por sofrer de transtornos neurológicos e não possuir

o tratamento adequado. O ocorrido com o artista pode ser presenciado no corpo social brasileiro, visto que, apesar de uma parcela significativa da população lidar com alguma patologia mental, ainda são propagadas informações incorretas sobre o tema. Esse processo fortalece a ideia de que integrantes não são capazes de conviver em sociedade, reforçando estigmas antigos e criando novos. Dessa forma, a ignorância contribui para a estigmatização desses indivíduos e prejudica o coletivo. Ademais, a carência de representatividade nos veículos midiáticos fomenta o preconceito contra pessoas com distúrbios psicológicos. Nesse sentido, a série de televisão da emissora HBO, “Euphoria”, mostra as dificuldades de conviver com Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), ilustrado pela protagonista Rue, que possui a doença. A série é um exemplo de representação desse grupo, nas artes, falando sobre a doença de maneira responsável. Contudo, ainda é pouca a representatividade desses indivíduos em livros, filmes e séries, que quando possuem um papel, muitas vezes, são personagens secundários e não há um aprofundamento de sua história. Desse modo, esse processo agrava os estereótipos contra essas pessoas e afeta sua autoestima, pois eles não se sentem representados. Portanto, faz-se imprescindível que a mídia – instrumento de ampla abrangência – informe a sociedade a respeito dessas doenças e sobre como conviver com pessoas portadoras, por meio de comerciais periódicos nas redes sociais e debates televisivos, a fim de formar cidadãos informados. Paralelamente, o Estado – principal promotor da harmonia social – deve promover a representatividade de pessoas com transtornos mentais nas artes, por intermédio de incentivos monetários para produzir obras sobre o tema, com o fito de amenizar o problema. Assim, o corpo civil será mais educado e os estigmas contra indivíduos com patologias mentais não serão uma realidade do Brasil.

GADELHA, Isabella. [Redação do Enem]. In: Enem: leia redações nota mil da edição 2020 da prova. G1, [s. l.], 28 abr. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/enem/2021/noticia/2021/05/28/enem-leia-redacoes-nota-mil-em-2020.ghtml. Acesso em: 2 out. 2024.

Pensar e compartilhar

Não escreva no livro.

1. A palavra estigma é citada apenas no segundo texto motivador, no qual se explicam sua origem e seu significado no âmbito da saúde mental.

a) Que características dessa definição permitem concluir que o primeiro texto motivador, embora não cite explicitamente essa palavra, também aborda o estigma na saúde mental? Explique.

MP

b) Como o primeiro texto motivador problematiza esse estigma?

MP

2. A redação aponta duas causas para os estigmas sobre saúde mental no Brasil atual.

a) Quais são elas?

2. b) O problema é a falta de informação, explícita em: “No lugar da marca de ferro, relegamos preconceito, falta de informação [...]”.

b) Que problema apontado no segundo texto motivador aparece claramente em uma dessas causas? Identifique no segundo texto motivador o trecho em que esse problema é citado.

c) Com isso, a autora da redação faz uso apropriado ou inapropriado do texto motivador? Explique.

3. A autora da redação afirma que “apesar de uma parcela significativa da população lidar com alguma patologia mental, ainda são propagadas informações incorretas sobre o tema”.

b) Qual texto da coletânea ampara a informação sobre a incidência desse tipo de doença?

3. b) A campanha publicitária com os índices de depressão no Brasil. fito: objetivo.

a) Como a alta incidência de patologias mentais no Brasil, aludida em uma frase com sentido concessivo, contribui para caracterizar o problema da desinformação sobre elas?

4. Qual é a função, na redação, do segundo e do terceiro parágrafos? Como essa estrutura favorece a coesão do texto?

2. a) A carência de informações sobre saúde mental e a carência de representatividade dos doentes na mídia. MP MP MP

5. No último parágrafo, a autora apresenta duas propostas de intervenção. Considerando o que foi apresentado e discutido ao longo do texto, qual é a lógica desse número de propostas?

5. A autora se dedica a discutir duas causas para o problema dos estigmas de saúde mental no Brasil. Ao final, ela propõe uma ação de enfrentamento para cada causa.

Sequências textuais na construção da redação do Enem

6. Tendo em vista que as sequências textuais podem ser narrativas expositivas, descritivas ou injuntivas e dialogais, releia dois trechos da redação e responda às questões a seguir.

Trecho 1

Nise da Silveira foi uma renomada psiquiatra brasileira que, indo contra a comunidade médica tradicional da sua época, lutou a favor de um tratamento humanizado para pessoas com transtornos psicológicos.

Trecho 2

Sob essa ótica, o pintor holandês Vincent Van Gogh foi alvo de agressões físicas e psicológicas por sofrer de transtornos neurológicos e não possuir o tratamento adequado.

a) Que sequência textual predomina nesses trechos? Explique.

b) Qual é a intenção da autora da redação ao usar esse tipo de sequência textual envolvendo os nomes de Nise da Silveira e Van Gogh? MP MP

7. Agora, releia outro trecho da redação.

7. a) A sequência textual predominante é a expositiva, que se caracteriza pelo objetivo

de explicar algo. Nesse caso, ela explica o tema da série.

Ademais, a carência de representatividade nos veículos midiáticos fomenta o preconceito contra pessoas com distúrbios psicológicos. Nesse sentido, a série de televisão da emissora HBO, “Euphoria”, mostra as dificuldades de conviver com Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), ilustrado pela protagonista Rue, que possui a doença.

a) Que sequência textual predomina nesse trecho? Explique.

b) Qual é a intenção da autora da redação ao usar esse tipo de sequência textual e citar essa série? 7. b) A intenção é apresentar um exemplo positivo, uma exceção de obra artística em que pessoas em sofrimento psíquico são representadas.

Embora a sequência textual argumentativa predomine na redação do Enem, outros tipos de sequência textual podem ser mobilizados a depender da intencionalidade. A sequência narrativa, por exemplo, pode ser usada para resumir o enredo de um livro ou filme, contar um acontecimento da biografia de alguém ou qualquer outra história cuja citação convenha à construção da redação.

EU E O MUNDO

Estigmas por quê?

escreva no livro.

A redação lida nesta sequência propõe ações para combater estigmas sobre saúde mental. Estigmas, em qualquer contexto, são redutores, excludentes, e por isso impedem uma compreensão mais complexa e humana dos indivíduos e da sociedade. Converse com os colegas sobre esse tema.

1. Você já sofreu algum estigma ou já julgou alguém com base em um? Em caso afirmativo, como foi essa experiência?

2. Que fatores socioculturais podem levar alguém a julgar o outro com base em estigmas? A quem interessa agir dessa forma?

2. Visão redutora do mundo e do outro, herança cultural, desejo de minimizar o outro podem ser motivações de estigmas. Em um contexto de poder, por exemplo, o estigma pode ser usado para impedir a ascensão e o sucesso de alguém.

Van Gogh: a vida, de Steven Naifeh e Gregory White Smith

Com a mais vasta documentação já reunida sobre o artista holandês Vincent van Gogh (18531890), Steven Naifeh (1952-) e Gregory White Smith (1951-2014), biógrafos do pintor, desfizeram imprecisões e mitos sobre ele nessa obra de fôlego. Nascido em um vilarejo no sul da Holanda, Van Gogh teve um relacionamento conturbado com os pais e uma amizade profunda com o irmão Théo, que lhe deu suporte enquanto ele tentava, sem sucesso, ser reconhecido como pintor.

Capa do livro Van Gogh: a vida, de Steven Naifeh e Gregory White Smith.

Não

InTEGranDO COm ARTE

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Olhar interior e exterior

Em 1889, Van Gogh se internou voluntariamente no sanatório de Saint-Rémy-de-Provence, na França, onde pintou A noite estrelada.

2. Representar pictoricamente objetos como coisas individuais pressupõe levar em conta sua forma própria, representá-los de maneira figurativa. Na obra de Van Gogh, essa individualidade é perturbada pelo movimento dos traços e pelos tons parecidos, como se os redemoninhos e os tons de azul arrastassem e “desfigurassem” as

VAN GOGH, Vincent. A noite estrelada. 1889. Óleo sobre tela, 74 cm ✕ 92 cm. Museu de Arte Moderna, Nova York.

Essa obra icônica na história da arte rendeu e continua a render várias interpretações. Uma das linhas interpretativas defende que, para pintar o quadro, Van Gogh não olhou só pela janela do quarto do sanatório, mas também para dentro de si, como se o resultado fosse uma mistura de paisagens: a exterior e a interior.

Leia, a seguir, o trecho de uma dessas interpretações e responda às questões.

Este quadro exibe um vertiginoso dinamismo, uma energia que nunca havia sido empregada, não apenas em sua obra, mas, talvez, em toda a história da pintura. Como apontou o filósofo e psiquiatra alemão Karl Jaspers, no estudo sobre Van Gogh, os objetos, como coisas individuais, desapareceriam para se converter em redemoinhos. Era como se o artista já não desejasse descrever a cena, mas apenas manifestar um estado de ânimo.

FOLHA DE S.PAULO. Vincent van Gogh. São Paulo: Folha de S.Paulo, 2007. p. 74-75. (Coleção Folha Grandes Mestres da Pintura, v. 1).

Não escreva no livro.

1. Que elementos da obra permitem afirmar que ela exibe um “vertiginoso dinamismo”?

1. As linhas ondulantes das árvores sinuosas, do horizonte e dos redemoinhos de vento indicam esse dinamismo vertiginoso.

2. O filósofo defende que os objetos desaparecem como coisas individuais. O que seria a representação pictórica de objetos como coisas individuais? O que, no quadro, perturba essa individualidade?

3. Se Van Gogh, como defende Karl Jaspers, queria manifestar um estado de ânimo, qual seria ele? Que elementos da obra levam você a essa conclusão?

3. Resposta pessoal. Espera-se, contudo, que, para justificar o estado de ânimo manifestado na obra em análise, os estudantes levem em consideração o dinamismo, os redemoinhos, os tons de cores, em suma, os elementos principais nela presentes.

MUSEU DE ARTE MODERNA, NOVA YORK, EUA

As orações subordinadas substantivas subjetivas e a impessoalização do discurso

Leia, a seguir, o trecho de um artigo de opinião sobre cuidados com a saúde mental e responda às questões. Não escreva no livro.

1 No segundo parágrafo, considere o trecho em destaque e responda:

a) Q uantas orações subordinadas há no trecho?

1. a) Quatro.

b) Todas são do mesmo tipo? Quais são esses tipos?

Saúde mental: A importância de cuidar de quem cuida de nós

c) O verbo da oração principal pressupõe constatação ou impressão?

1. c) Constatação.

d) Q ue função essas orações subordinadas desempenham no processo argumentativo? MP MP

3 As orações principais da primeira e da última oração subordinada em destaque têm estrutura semelhante.

a) Quem manifesta essa intenção, porém, não é o sujeito dessa estrutura. Explique.

b) Essa dissociação resulta em uma abordagem mais pessoal ou impessoal na argumentação? Explique.

Quando um profissional da saúde adoece, é essencial que ele receba a compreensão e o apoio dos gestores e colegas. Estar preparado para essa eventualidade, especialmente quando a doença está relacionada à saúde mental, é vital para enfrentar o estigma que ainda prevalece. A busca por tratamento é uma parte fundamental da vida de todos os colaboradores da área da saúde. Apesar de ter acesso a uma vasta quantidade de informações e, teoricamente, maiores condições de prevenção e tratamento, muitos profissionais de saúde enfrentam desafios únicos que dificultam a busca por ajuda. Observa-se que esses profissionais apresentam maior vulnerabilidade, procuram menos ajuda, apresentam altas taxas de abandono ao tratamento e enfrentam complicações significativas. [...]

Para enfrentar esse cenário, é necessário integrar o assunto em diferentes políticas públicas. [...]

ROMANO, João. Saúde mental: A importância de cuidar de quem cuida de nós. Medicina S/A , [s. l.], 4 set. 2024. Disponível em: https://medicinasa.com.br/saude-quem-cuida. Acesso em: 23 set. 2024.

#PARAlEMBRAR

2 Releia a oração subordinada em destaque no último parágrafo.

a) Q ue diferença estrutural ela apresenta em relação às demais orações destacadas?

b) A f unção sintática desempenhada por essa oração em relação à oração principal é a mesma das demais orações em destaque? Explique.

c) Quanto ao processo argumentativo, qual é a função desempenhada por essa oração? MP MP

2. c) A função é a de apresentar uma proposta de intervenção para enfrentar o problema relativo à saúde mental de profissionais da saúde.

As orações subordinadas substantivas subjetivas funcionam como sujeitos da oração principal. Quando apresentam o verbo em uma das formas nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio), são classificadas como reduzidas, mais especificamente como orações subordinadas substantivas subjetivas reduzidas de infinitivo, de gerúndio ou de particípio.

O emprego de orações subordinadas substantivas subjetivas favorece a impessoalização do discurso ao distanciar um juízo, uma avaliação ou a constatação de sua fonte, ou seja, de seu enunciador. Desse modo, o enfoque se volta ao conteúdo e atenua sua natureza parcial, subjetiva.

3. a) O sujeito dessa estrutura é a oração subordinada. A intenção é do enunciador, no caso, quem assina o texto. 3. b) As orações subordinadas substantivas subjetivas promovem um distanciamento do enunciador em relação às opiniões, o que contribui para tornar o enunciado impessoal.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O uso das orações subordinadas subjetivas na elaboração dos argumentos

Releia o último parágrafo da redação vista anteriormente e responda às questões a seguir.

Portanto, faz-se imprescindível que a mídia – instrumento de ampla abrangência – informe a sociedade a respeito dessas doenças e sobre como conviver com pessoas portadoras, por meio de comerciais periódicos nas redes sociais e debates televisivos, a fim de formar cidadãos informados. Paralelamente, o Estado – principal promotor da harmonia social – deve promover a representatividade de pessoas com transtornos mentais nas artes, por intermédio de incentivos monetários para produzir obras sobre o tema, com o fito de amenizar o problema. Assim, o corpo civil será mais educado e os estigmas contra indivíduos com patologias mentais não serão uma realidade do Brasil.

1. Nesse parágrafo, a autora apresenta duas propostas de intervenção. Em qual das propostas ela utiliza uma oração subordinada substantiva subjetiva?

1. Na proposta de ação contra a desinformação sobre saúde mental.

2. Qual é a oração principal a que está relacionada essa oração subordinada? Que adjetivo da oração principal denota intencionalidade opinativa?

2. A oração principal é “faz-se imprescindível”. O adjetivo é imprescindível MP

3. Uma proposta de intervenção deve apresentar três elementos: o agente, a finalidade e o modo de execução. Quais desses elementos estão presentes nessa oração subordinada substantiva subjetiva?

4. Faça outra proposta de intervenção para o mesmo problema abordado na redação usando a terceira pessoa do discurso e a mesma estrutura sintática descrita a seguir:

• período composto com oração subordinada substantiva subjetiva (reduzida ou desenvolvida);

• oração principal com a expressão ser + adjetivo.

Lembre-se dos três elementos da proposta de intervenção: agente, finalidade e modo de execução.

#naprática

4. Possibilidade de resposta: É essencial/fundamental/prioritário que o Ministério da Saúde promova ampla discussão sobre saúde mental com a sociedade por meio de palestras, conferências e ciclos de debate em âmbito nacional a fim de desfazer os estigmas que impedem o devido acolhimento e cuidado das pessoas com transtornos mentais.

Simulado da redação do Enem

Agora é sua vez de produzir uma redação que atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta em até 30 linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos motivadores terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4. 3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

Não escreva no livro.

TEXTO I

O sentido usual diz que ser maduro é estar “plenamente desenvolvido; completamente formado”. Comparando com uma fruta, que ao amadurecer está pronta para ser saboreada, poderíamos nos perguntar se alguém estaria plenamente pronto para uma escolha e mais ainda, de uma profissão? Seria um processo psicobiológico que em algum momento atingiria um ponto ótimo? Nosso entendimento diz que isto não existe. O momento da escolha não é possibilitado por um suposto desenvolvimento psicobiológico, mas é dado socioculturalmente.

BOCK, Silvio Duarte. O jovem brasileiro tem maturidade para escolher tão cedo sua profissão? In: BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi (org.). Psicologias: Uma introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva Educação, 2001. p. 426-427.

TEXTO II

Divisão por faixa etária entre os 26,8% de brasileiros que receberam diagnóstico de ansiedade no primeiro trimestre de 2023

Faixa etária

Fonte dos dados: VITAL STRATEGIES BRASIL. Inquérito telefônico de fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis em tempos de pandemia – Covitel 2023. São Paulo: Vital Strategies; Umane, 2023. Disponível em: https://observatoriodaaps.com.br/ static/frontend/data/covitel/relatorio_covitel_2023.pdf. Acesso em: 23 set. 2024.

TEXTO III

Mais da metade das ocupações que existem hoje no Brasil podem desaparecer em cerca de duas décadas. Esta é a conclusão de pesquisadores brasileiros que usaram como base um modelo da Universidade de Oxford (Reino Unido) e adaptaram os cálculos para a realidade do mercado de trabalho do Brasil.

Eles calculam que 58,1% dos empregos no país podem desaparecer em cerca de vinte anos devido à automação, considerando as tecnologias já existentes. O estudo avança em relação a outros levantamentos ao incluir os postos de trabalho informal, além daqueles com carteira assinada. [...]

10 ocupações com maiores probabilidades de automação

Operadores de entrada de dados (digitador) – 99%

Profissionais de nível médio de direito e afins (assistente) – 99%

Agentes de seguros – 99%

Operadores de máquinas para fabricar equipamentos fotográficos – 99%

Vendedores por telefone – 99%

Despachantes aduaneiros – 99%

Contabilistas e guarda livros – 98%

Secretários jurídicos – 98%

Condutores de automóveis, táxis e caminhonetes – 98%

Balconistas e vendedores de lojas – 98%

ALEGRETTI, Laís. Trabalhador ou máquina? As 10 ocupações com maior (e menor) chance de sumir no Brasil. G1, [s. l.], 23 jul. 2022. Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/07/23/trabalhador-ou-maquina-as-10-ocupacoes -com-maior-e-menor-chance-de-sumir-no-brasil.ghtml. Acesso em: 23 set. 2024.

TEXTO IV

Eu havia caído numa estrada sem volta. Até o dia da minha morte, podia ou não encontrar o sucesso de público, a fama, o dinheiro. Podia ou não ser adorado por multidões de leitores. Podia ou não ser entendido por meia dúzia de especialistas. Qualquer escolha profissional traz esses riscos, e você só fica seguro de que escolheu a carreira certa quando chega à conclusão de que mesmo que dê tudo errado terá valido a pena. De que o fracasso na tentativa ainda é motivo de orgulho, enquanto que ter passado a vida sem tentar seria uma humilhação insuportável, como se você fosse ridicularizado pelo seu próprio destino.

LACERDA, Rodrigo. O fazedor de velhos. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

Com base na leitura dos textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Escolha profissional: os impactos e as consequências para a saúde mental dos adolescentes”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Planejar

1. Selecione dados e reflexões dos textos motivadores que possam favorecer a identificação do problema e do contexto em que ele está inserido.

2. Escolha uma parte desse problema para discuti-lo e apresente uma tese sobre ele.

3. Além de informações e reflexões da coletânea, mobilize seu repertório e outras fontes confiáveis para sustentar sua tese para o tema proposto.

4. Defina os argumentos com que você defenderá sua tese.

5. Verifique se os argumentos selecionados têm fonte confiável, como livros ou estudos chancelados por universidades e institutos de pesquisa. Caso as fontes não sejam precisas, pesquise a procedência e a confiabilidade de cada informação que pretende utilizar, a fim de localizar a referência adequada.

6. Defina uma intervenção factível para o problema. Para isso, além da ação, será necessário apresentar seu agente, sua finalidade e o modo como ela deve ser executada.

Ao longo desta sequência, o tema da saúde mental foi discutido em diferentes contextos. Converse com os colegas sobre as barreiras sociais enfrentadas por quem apresenta sofrimento psíquico e as iniciativas de escuta e acolhimento dessas pessoas.

1. Em que a sociedade brasileira avançou e no que ela ainda precisa avançar para acolher e tratar as pessoas em sofrimento psíquico e emocional?

2. Em caso de sofrimento psíquico ou emocional, você já se sentiu ou se sentiria à vontade para buscar ajuda especializada? Em caso negativo, qual seria o motivo?

3. Em sua opinião, que hábitos da vida contemporânea podem desencadear algum tipo de sofrimento psíquico?

3. Resposta pessoal. Embora a resposta seja pessoal, essa questão oferece a oportunidade de discutir danos à saúde mental causados por fatores contemporâneos, como tempo longo de exposição a telas, distanciamento físico e social provocado pelas redes sociais e ritmo de vida acelerado em centros urbanos.

Escrever

1. No caderno, faça um rascunho da redação utilizando a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Na elaboração, empregue outros tipos de sequências textuais além da argumentativa. Os tipos narrativo e explicativo podem ser bem-vindos, a depender da intenção.

3. Utilize orações subordinadas substantivas subjetivas em favor da impessoalização do discurso.

4. Para evitar a repetição da conjunção que, empregue também orações reduzidas, como se explica no boxe a seguir.

Acolhimento em saúde mental
O MUNDO E EU
Não escreva no livro.

A importância do uso das orações reduzidas para evitar a repetição da conjunção que

Leia o trecho de um artigo publicado em um blogue e preste atenção aos trechos em destaque.

Para lidar com esses desafios, é fundamental promover a conscientização sobre a importância da saúde mental e fornecer recursos de apoio. As instituições de ensino, os pais e os próprios estudantes devem considerar que a pressão não deve ser a motivação principal para o sucesso no vestibular. Em vez disso, é crucial encorajar o autocuidado, a busca de equilíbrio entre estudo e lazer, e a procura de ajuda profissional, quando necessário.

UNICEF. O vestibular e a mente. 28 nov. 2023. Disponível em: www.unicef.org/brazil/blog/o-vestibular-e-a-mente. Acesso em: 23 set. 2024.

No trecho reproduzido, o emprego de orações subordinadas substantivas subjetivas reduzidas de infinitivo evita a repetição da conjunção que.

1. Como seria a primeira frase do trecho se, em vez de orações subordinadas reduzidas, houvesse subordinadas desenvolvidas?

1. Para lidar com esses desafios, é fundamental que se promova/seja promovida a conscientização sobre a importância da saúde e que se forneçam/sejam fornecidos recursos de apoio.

2. Em sua opinião, qual das versões apresenta maior fluidez de leitura? Agora, leia outro trecho desse mesmo artigo.

O foco é essencial para a conquista dos objetivos acadêmicos, mas é importante que não seja 8 ou 80: não se deve abrir mão do lazer, de espairecer a mente e fazer disso também parte da rotina.

2. Resposta pessoal. Espera-se, contudo, que os estudantes percebam que a ausência da conjunção nessas orações dá mais ritmo à leitura e concretude às ações usando-se os verbos (designando exatamente o que se deve realizar) e não os substantivos, que são abstratos e deixam menos claras as ações.

UNICEF. O vestibular e a mente. 28 nov. 2023. Disponível em: www.unicef.org/brazil/blog/o-vestibular-e-a-mente. Acesso em: 23 set. 2024.

3. C omo seria a oração subordinada em destaque se, em vez de desenvolvida, ela fosse reduzida de infinitivo? 3. A oração seria “não ser 8 ou 80”.

Revisar

1. Ao revisar seu texto, confira se o problema foi bem identificado e caracterizado.

2. Verifique se você usou outros tipos de sequências textuais além da argumentativa.

3. Certifique-se de ter empregado orações subordinadas substantivas subjetivas em favor da impessoalização do discurso.

4. Certifique-se de ter adotado estratégias para evitar repetições e para favorecer a fluidez da leitura.

5. Confira a concordância verbal e a ortografia.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar sua redação com base nos itens indicados, reescreva-a com os ajustes necessários. Sob a orientação do professor, compartilhe-a com os colegas e participe de uma roda de conversa para discutir o tema com base nas redações produzidas por vocês.

Não escreva no livro.

O FUTURO É LOGO ALI! 9

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

Na obra Sem título (Estúdio), em tradução livre, do artista estadunidense Henry James Marshall (1955-), há diversos símbolos sobre espaços e acessos da população negra ao universo das artes.

A formação educacional e as mudanças no mercado de trabalho estão diretamente ligadas ao projeto de vida e ao protagonismo juvenil. Refletir sobre as próprias escolhas e os próprios interesses permite às pessoas construir um futuro profissional com equilíbrio entre trabalho e qualidade de vida. Atualmente, o mercado de trabalho valoriza jovens que assumem o controle de sua jornada em busca de oportunidades que combinem realização profissional e bem-estar. Como você tem se preparado para enfrentar essas transformações?

1. A obra de Henry James Marshall contém elementos que remetem à criação e à construção de uma identidade. De que maneira essa obra pode nos inspirar a refletir sobre o futuro das novas gerações em relação à representação da identidade negra na arte e na sociedade?

2. Nessa obra, observa-se um ambiente no qual as pessoas negras estão diretamente envolvidas no processo criativo. Por que essa cena dialoga com a ideia de que “o futuro é logo ali”?

3. O artista usa sua arte para destacar a construção contínua de identidades e de novas narrativas culturais. Essa ideia de construção pode ser aplicada ao contexto educacional e profissional de pessoas jovens que hoje se preparam para um mercado de trabalho em constante transformação? Comente.

1. A obra de Henry James Marshall destaca a centralização da identidade negra, sugerindo que o futuro das novas gerações está ligado à criação de novas narrativas. Ao resistir a estereótipos, os representantes dessas gerações podem se afirmar em espaços anteriormente negados, reforçando o papel da arte na construção de uma sociedade mais inclusiva.

2. A ideia de que “o futuro é logo ali” indica que esse protagonismo está em processo de realização e que as novas gerações têm a oportunidade de moldar os próprios caminhos, tanto nas artes como em outras áreas da sociedade. Essa representação fortalece a noção de que o futuro será mais inclusivo e diversificado, com maior reconhecimento e valorização do papel das pessoas negras em diferentes esferas.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes relacionem a ideia de construção contínua de identidades expressa na obra de Marshall ao contexto educacional e profissional dos jovens. Assim como as pessoas representadas na obra, os jovens precisam ajustar a própria trajetória de acordo com as mudanças do mercado de trabalho, adquirindo novas habilidades e redefinindo seus objetivos, sempre em busca de equilíbrio entre realização pessoal e adaptação às transformações.

Não escreva no livro.

Formação educacional e mudanças no mercado de trabalho

A formação educacional e as mudanças no mercado de trabalho estão ligadas ao projeto de vida e ao protagonismo juvenil. Portanto, identificar os desafios que os jovens têm de enfrentar e adotar estratégias para lidar com eles permitem planejar o início da vida profissional com mais assertividade.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

A reportagem a seguir apresenta uma pesquisa sobre as juventudes brasileiras e destaca algumas tendências e oportunidades no mercado de trabalho para jovens de 15 a 29 anos. Nela, ressalta-se a importância da inclusão produtiva, assim como da adaptação às mudanças tecnológicas e econômicas. Com base na leitura do título, da linha fina e dos intertítulos, o que você acha que será apresentado e proposto em relação a esse assunto?

Texto

Estudo avalia situação das juventudes e traça possibilidades para acesso a profissões do futuro

Pesquisa identifica tendências e oportunidades do mundo do trabalho para a população que possui entre 15 e 29 anos. Confira os destaques

A sociedade precisa se articular para apoiar jovens a alcançar profissões qualificadas em um mundo cada vez mais digital e em meio a uma transição para uma economia verde. Só assim será possível superar o atual contexto de vulnerabilidades e incertezas em relação ao futuro, com desigualdades persistentes de raça, cor, gênero e renda.

O Itaú Educação e Trabalho, a Fundação Arymax, a Fundação Roberto Marinho, a Fundação Telefônica Vivo e GOYN SP, com execução do Instituto Cíclica, em parceria com o Instituto Veredas, promoveram uma pesquisa entre agosto e novembro de 2022. Intitulado “O Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras”, o levantamento identificou tendências do mundo do trabalho e oportunidades para a inclusão produtiva dessa parcela da população que possui entre 15 e 29 anos, com foco na formação profissional e tecnológica.

“É importante salientar que inclusão produtiva significa basicamente construir e ampliar oportunidades para que jovens, principalmente os que se encontram em condição de maior vulnerabilidade, com marcadores sociais específicos de raça, gênero e classe, possam ter maiores condições de acesso tanto a formas de educação e qualificação quanto ao mercado de trabalho”, afirma Eduardo Georjão Fernandes, diretor do Instituto Cíclica, durante lançamento, transmitido ao vivo pelo Canal Futura. Em relação às tendências do mundo do trabalho que impactam a juventude brasileira, o estudo destaca seis pontos:

• Mudanças no padrão de globalização: Após a pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia, o comércio internacional diminuiu. Houve falta de matérias-primas em diversos setores, menor oferta de mercadorias e elevação de preços. Como resultado, países internalizaram a produção e protegeram as indústrias nacionais em um processo classificado por especialistas como “desglobalização”.

Não escreva no livro.

• Mudanças demográficas: O envelhecimento da população e a reversão do “bônus demográfico” brasileiro afetam as oportunidades de emprego para jovens com aumento do desemprego e da informalidade.

• Digitalização da economia: Postos de trabalho estão sendo substituídos por máquinas. Por um lado, essa situação cria oportunidades no setor de TI; por outro, ressalta a desigualdade entre jovens com e sem acesso à internet.

• Flexibilização das relações de trabalho: Novas leis de trabalho levaram a um aumento da informalidade e de empreendedores individuais e a um contexto de menor proteção social.

• Mudanças climáticas: O clima do planeta também muda a dinâmica do trabalho e afeta o trabalho tradicional, que aos poucos dará lugar a “empregos verdes”. Para as juventudes, existe o risco de aumento das taxas de insegurança alimentar entre os mais pobres, bem como da migração de jovens rurais para o meio urbano em busca de oportunidades.

• Mudanças no padrão de consumo: Ampliação do comércio digital e maior preocupação com o caráter sustentável e ético dos produtos consumidos, algo valorizado pela juventude.

Cenário atual

E como a juventude brasileira está posicionada para enfrentar tais desafios? Representantes de uma fatia de 24% da população, eles são em sua maioria pretos e pardos, vivem em áreas urbanas e ganham até dois salários mínimos. “Esse contexto interfere demais na inserção digna dos jovens no mercado de trabalho e no aumento da produtividade das empresas no país”, ressalta João Alegria, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho.

Ao longo da última década, tiveram taxa de desocupação mais alta que outras faixas etárias –especialmente as mulheres, negros e menos escolarizados. O estudo também aponta que esferas como a família e acesso às políticas sociais produzem diversos impactos nas trajetórias de jovens, seja pela reprodução, seja pelo enfrentamento de vulnerabilidades.

Recomendações

Para atacar essa situação, o estudo recomenda que sejam ampliadas as oportunidades de formação para o desenvolvimento de habilidades. E a maior parte das ações depende de políticas públicas, a saber: serviços de emprego, banco de dados integrados, orientação profissional, políticas de apoio ao primeiro emprego – incluindo incentivos aos empregadores – e programas públicos de emprego.

“Nós precisamos formular no Brasil uma estratégia de desenvolvimento que inclua essas juventudes”, afirma Ronald Luiz dos Santos, secretário Nacional da Juventude. Ele destaca que não é possível falar de desenvolvimento do país sem um olhar para as juventudes. “Quem vai promover o desenvolvimento para o futuro é a juventude do agora.”

E para que o empreendedorismo supere a subsistência, o estudo defende o desenvolvimento de habilidades empreendedoras além do suporte por meio de editais públicos e facilitação do acesso ao crédito e ao microcrédito.

Quanto às desigualdades persistentes de raça, gênero e renda, é necessário que empresas, sociedade civil e governos adotem agendas inclusivas agindo ativamente para combater as desigualdades no mundo do trabalho.

Profissões do futuro

Também foi organizada uma lista de economias emergentes capazes de gerar oportunidades para absorver a mão de obra jovem:

• Economia verde, com empregos que contribuem para preservar ou restaurar o meio ambiente;

• Economia criativa, também denominada economia laranja, que engloba atividades artísticas e culturais;

1. Apoiar os jovens é essencial para que eles possam se adaptar às mudanças no mercado de trabalho, caracterizadas pela digitalização e pela transição para uma economia verde. Isso ajuda a combater vulnerabilidades e desigualdades, proporcionando melhores condições de qualificação e emprego.

2. A desglobalização reduz oportunidades em setores tradicionais, enquanto a digitalização cria novas vagas, especialmente em TI. No entanto, a desigualdade de acesso à internet dificulta o aproveitamento dessas oportunidades por parte dos jovens em situação de vulnerabilidade.

3. Jovens negros, mulheres e pessoas de baixa renda, enfrentam mais desafios de acesso à educação, à qualificação e às redes de apoio, resultando em menos oportunidades no mercado de trabalho e em aumento da informalidade.

HIPERlINK

A pesquisa O Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras 2023 apresenta um retrato das juventudes brasileiras no mundo do trabalho, além de informações relacionadas a carreiras de futuro. Esse documento pode ser um importante instrumento para seu projeto de vida. Disponível em: https:// observatorioept.org.br/ conteudos/o-futuro-do -mundo-do-trabalho -para-as-juventudes -brasileiras. Acesso em: 18 out. 2024.

• Economia do cuidado, que compreende as carreiras de atenção e atendimento à saúde, carreiras de bem-estar e carreiras de suporte doméstico familiar;

• Economia prateada, relacionada às atividades econômicas que têm como público consumidor as pessoas com 50 anos ou mais;

• Economia digital, que integra recursos digitais incorporados a diferentes cadeias de produção. Inclui áreas como educação (ensino híbrido e educação a distância), saúde (telemedicina), marketing (ciência de dados), entre outras.

Para que jovens encontrem abertas essas portas para profissões do futuro, a recomendação para atores estratégicos passa por questões como a expansão e a democratização da profissionalização para as juventudes. Isso significa ampliar as matrículas e os cursos em todas as modalidades de educação profissional e tecnológica.

Na visão de Anna Clara Souza Freitas, estudante do ensino médio e jovem aprendiz que participou do lançamento da pesquisa, a escola ainda não dá conta de preparar os jovens para o mundo do trabalho. “Eu acho que a escola poderia oferecer mais alguns cursos básicos para preparar os jovens para o mercado de trabalho, como gestão de tempo, inteligência emocional. Alguma coisa que faça eles se autoconhecerem para estarem mais preparados.”

Além disso, deve haver um consistente trabalho de orientação profissional e de acompanhamento de carreira das juventudes. Isso significa apoiar e orientar jovens em suas escolhas profissionais, conectando a escolha individual às demandas do desenvolvimento do país.

E, claro, tais ações demandam amplo diálogo social para a pactuação e a coordenação entre os agentes do ecossistema de inclusão produtiva. A governança deve envolver governos e órgãos públicos, gestores, instituições de ensino, empresas privadas e locais de trabalho, organizações da sociedade civil, universidades e instituições de pesquisa, jovens e organizações juvenis.

OLIVEIRA, Vinícius; LOPES, Marina. Estudo avalia situação das juventudes e traça possibilidades para acesso a profissões do futuro. Porvir, São Paulo, 16 mar. 2023. Disponível em: https://porvir.org/estudo -avalia-situacao-das-juventudes-e-traca-possibilidades-para-acesso-a-profissoes-do-futuro/. Acesso em: 22 set. 2024.

Pensar e compartilhar

1. De acordo com a reportagem, qual é a importância de apoiar os jovens no acesso às profissões relacionadas ao mundo digital e à economia verde?

2. Como as mudanças no padrão de globalização e a digitalização da economia impactam as oportunidades de emprego para os jovens brasileiros?

3. De que modo as desigualdades de raça, gênero e renda influenciam as chances de inserção no mercado de trabalho, segundo consta na reportagem?

4. Diversas áreas emergentes da economia podem gerar oportunidades de emprego para os jovens. Por que esses setores apresentam grande potencial de crescimento e geração de oportunidades no futuro?

5. A orientação profissional e o acompanhamento de carreira podem auxiliar os jovens a fazer escolhas profissionais mais alinhadas com as demandas de desenvolvimento do país? Explique.

5. Sim, essa orientação e esse acompanhamento ajudam os jovens a entender as demandas do mercado e a identificar áreas de crescimento. Isso permite escolhas profissionais mais alinhadas com as necessidades do desenvolvimento do país, aumentando as chances de inserção mais rápida dos jovens no mercado de trabalho.

Não escreva no livro.

6. Os principais agentes são governos, empresas, instituições de ensino e sociedade civil, que devem se voltar ao desenvolvimento de políticas públicas, à oferta de oportunidades, ao ajuste dos currículos escolares e à promoção da inclusão de jovens em situação de vulnerabilidade.

6. Para garantir a inclusão produtiva dos jovens, é necessário amplo diálogo social. Quais são os principais agentes envolvidos nesse diálogo e que ações podem colaborar para facilitar a entrada dessa parcela da população no mercado de trabalho?

7. Considerando o aspecto de políticas públicas, iniciativas como orientação profissional e programas de primeiro emprego podem facilitar a inserção de jovens no mercado de trabalho? Justifique.

7. Sim, essas iniciativas facilitam a inserção dos jovens no mercado de trabalho, conectando-os a ele. Serviços de orientação profissional e programas de primeiro emprego dão oportunidades para quem não tem experiência, o que aumenta as chances de inserção no mercado formal.

Argumento por fato: o uso de dados estatísticos

8. Em relação às tendências do mundo do trabalho que impactam os jovens brasileiros, quais pontos são destacados na reportagem?

9. Você já estudou alguns tipos de argumento, como por definição, por comparação, por fato e por exemplificação. Qual deles foi mobilizado para destacar as tendências do mundo do trabalho que impactam os jovens brasileiros? Justifique.

10. Em que passagem do texto se faz uso de dados estatísticos para sustentar a argumentação? Explique.

O argumento por fato consiste em apresentar informações verificáveis e objetivas para sustentar uma tese. Quando esse tipo de argumento é construído com base em dados estatísticos, ele pode se tornar ainda mais persuasivo, pois utiliza dados numéricos que conferem maior precisão e confiabilidade à argumentação.

11. Você já estudou que uma das estratégias de construção da argumentação consiste em expor a causa de uma situação. A causalidade implica uma conexão entre os fatos, em que um evento anterior gera determinado efeito ou consequência. Por que é correto afirmar que essa estratégia também está presente na reportagem lida?

MP

12. Certos gêneros combinam características de diferentes tipos textuais, geralmente com predominância de um deles. Por que a reportagem que você leu pode ser classificada como um texto do tipo expositivo-argumentativo?

MP

13. De acordo com o percurso argumentativo apresentado na reportagem, relacione, no caderno, as informações a seguir.

I. Evento que causou mudanças no mercado de trabalho.

II. Consequências das mudanças no comércio internacional.

III. Público mais afetado pelas novas tendências no mercado de trabalho.

a) Jovens entre 15 e 29 anos.

a) Os estudantes devem associar ao item III.

b) Pandemia de covid-19 e guerra na Ucrânia.

b) Os estudantes devem associar ao item I.

c) Aumento de preços e menor oferta de mercadorias.

c) Os estudantes devem associar ao item II.

EU E O MUNDO

Escolhas e desafios

1. Porque tais fatores, representados pelo acesso à educação de qualidade, por influências da comunidade e por oportunidades de acesso aos bens culturais, podem moldar as expectativas e as possibilidades de carreira de um jovem.

A reportagem destaca tendências e oportunidades no mercado de trabalho para jovens, além de propor políticas públicas para a inclusão produtiva e a redução das desigualdades sociais entre essa parcela da população. Considerando suas vivências, converse com os colegas sobre as questões a seguir.

1. Por que fatores socioculturais podem interferir em sua escolha profissional?

2. Em sua opinião, quais tipos de apoio, no contexto familiar e fora dele, são essenciais para ajudar os jovens a superar desafios e alcançar os objetivos de vida? 2. Resposta pessoal. No contexto familiar, o apoio inclui incentivo emocional, orientação e, quando possível, suporte financeiro para a educação. Além do apoio nessa seara, o acesso à educação de qualidade, às políticas públicas de inclusão no mercado de trabalho e o acesso a recursos tecnológicos e a bens culturais ajudam os jovens a superar desafios e alcançar os objetivos de vida.

MP

Não escreva no livro.

InTEGranDO COm

GEOGRAFIA

O fenômeno da desglobalização

Desglobalização: como o comércio internacional é impactado por guerras e crises

Especialistas explicam se fenômeno se tornou uma tendência no período pós-pandemia de Covid-19

Em um contexto global de crise generalizada, alimentada pela pandemia de Covid-19 e pela guerra entre Ucrânia e Rússia, entre outros conflitos, as relações políticas e econômicas ficaram mais frágeis. [...]

Para Maria Antonieta Del Tedesco Lins, professora de Política Internacional na Universidade de São Paulo (USP), a desglobalização é um movimento político. “Na prática, significa para o desenho da economia internacional mais protecionismo e menos integração”, colocou a professora, mas defendeu que ainda é um tema que fica “em aberto, sem uma resposta única”. “O que está ficando conhecido como um processo de desglobalização seria um recuo em todo o processo de unificação que estamos vivendo nos últimos 30-40 anos”, destacou Maria Antonieta. Ela lembra que a unificação a que se refere diz respeito à união de mercados e padrões que ocorrem por meio de processos econômicos. “Desde o fim dos anos 80, com uma onda forte de liberalismo e políticas que promoveram a liberação comercial financeira, os mercados estariam se integrando e, consequentemente, as pessoas ficando mais parecidas, à medida que você encontra os mesmos produtos e que você tem uma internacionalização de bens culturais.”

Na análise da especialista, o termo ganha força a partir dos anos 2000 após uma sucessão de crises na segunda metade dos anos 90, que afetou países na época emergentes, como Brasil, Argentina, México e toda a Ásia. “Vários países pensaram: ‘eu tenho que me proteger dos efeitos dessas crises’ porque quanto mais integradas estão as economias no mundo, maior é o efeito que uma crise em qualquer lugar vai ter sobre as economias individuais’”, explica Maria.

A desglobalização nada mais é que um fenômeno interno à globalização, explica João Jung, professor do curso de Relações Internacionais da PUCRS, que prefere adotar o termo “recuo” ou “retração”. “Faz parte do sistema como um respiro ao processo de globalização existir essas fases de recuo, essa retração na globalização. O processo de globalização seria então essa curva para baixo nessa tendência de curvas acima, e que se apresenta como um processo natural, um fenômeno natural de qualquer sociabilidade”, destacou Jung.

[...]

FERNÁNDEZ, Brenda. Desglobalização: como o comércio internacional é impactado por guerras e crises. Correio do Povo, Porto Alegre, 21 out. 2023. Disponível em: www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/economia/desglobaliza%C3%A7%C3%A3o -como-o-com%C3%A9rcio-internacional-%C3%A9-impactado-por-guerras-e-crises-1.1405059. Acesso em: 22 set. 2024.

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor Não escreva no livro.

1. Que mudanças nas relações econômicas globais surgiram em decorrência da pandemia de covid-19 e da guerra entre a Ucrânia e a Rússia, entre outros conflitos da atualidade?

2. A professora entrevistada afirma que o processo de desglobalização representa um recuo na unificação dos mercados observada nas últimas décadas. Por que a integração dos mercados globais desde o final dos anos 1980 impactou as esferas econômicas e culturais?

3. De que modo a retração na globalização contribui para o equilíbrio econômico global? MP

3. Essa retração permite ajustes naturais no processo de globalização e adaptação das economias a crises e conflitos. Ela funciona como uma fase temporária para fortalecer as bases econômicas antes de uma possível retomada da integração global.

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

A concordância verbal na norma-padrão

Releia um trecho da reportagem apresentada na seção Leitura em pauta. Depois, responda às perguntas.

O Itaú Educação e Trabalho, a Fundação Arymax, a Fundação Roberto Marinho, a Fundação Telefônica Vivo e GOYN SP, com execução do Instituto Cíclica, em parceria com o Instituto Veredas, promoveram uma pesquisa entre agosto e novembro de 2022. Intitulado “O Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras”, o levantamento identificou tendências do mundo do trabalho e oportunidades para a inclusão produtiva dessa parcela da população que possui entre 15 e 29 anos, com foco na formação profissional e tecnológica.

“É importante salientar que inclusão produtiva significa basicamente construir e ampliar oportunidades para que jovens, principalmente os que se encontram em condição de maior vulnerabilidade, com marcadores sociais específicos de raça, gênero e classe, possam ter maiores condições de acesso tanto a formas de educação e qualificação quanto ao mercado de trabalho”, afirma Eduardo Georjão Fernandes, diretor do Instituto Cíclica, durante lançamento, transmitido ao vivo pelo Canal Futura.

Em relação às tendências do mundo do trabalho que impactam a juventude brasileira, o estudo destaca seis pontos:

• Mudanças no padrão de globalização: Após a pandemia de Covid-19 e a guerra na Ucrânia, o comércio internacional diminuiu. Houve falta de matérias-primas em diversos setores, menor oferta de mercadorias e elevação de preços. Como resultado, países internalizaram a produção e protegeram as indústrias nacionais em um processo classificado por especialistas como “desglobalização”.

• Mudanças demográficas: O envelhecimento da população e a reversão do “bônus demográfico” brasileiro afetam as oportunidades de emprego para jovens com aumento do desemprego e da informalidade.

• Digitalização da economia: Postos de trabalho estão sendo substituídos por máquinas. Por um lado, essa situação cria oportunidades no setor de TI; por outro, ressalta a desigualdade entre jovens com e sem acesso à internet.

• Mudanças climáticas: O clima do planeta também muda a dinâmica do trabalho e afeta o trabalho tradicional, que aos poucos dará lugar a “empregos verdes”. Para as juventudes, existe o risco de aumento das taxas de insegurança alimentar entre os mais pobres, bem como da migração de jovens rurais para o meio urbano em busca de oportunidades.

• Mudanças no padrão de consumo: Ampliação do comércio digital e maior preocupação com o caráter sustentável e ético dos produtos consumidos, algo valorizado pela juventude.

1 N o trecho em vermelho, o verbo empregado para se referir ao conjunto de instituições envolvidas na pesquisa está de acordo com a norma-padrão?

1. Sim, pois concorda com o sujeito composto, formado pelo nome de várias instituições, o que exige o verbo no plural.

2 O verbo h aver, no sentido de “existir”, “acontecer”, “ocorrer” é impessoal, portanto, deve ficar na terceira pessoa do singular. No trecho , como a frase seria escrita se fosse utilizado o verbo acontecer ou ocorrer no lugar de haver?

2. Aconteceram/Ocorreram falta de matérias-primas em diversos setores, menor oferta de mercadorias e elevação de preços.

3 A gora, observe o trecho em azul.

a) Se o sujeito fosse “Posto de trabalho”, como a forma verbal ficaria?

b) Nesse caso, o sentido da frase seria alterado se o sujeito estivesse no singular? Explique.

3. a) Ficaria no singular: “Posto de trabalho está sendo substituído por máquinas.”.

3. b) Sim, pois indicaria que só um posto de trabalho estaria sendo substituído, o que diminuiria a gravidade do problema.

Não escreva no livro.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Concordância verbal e inversão de verbo e sujeito na apresentação de informações

Releia um trecho do texto apresentado na seção Leitura em pauta: Postos de trabalho estão sendo substituídos por máquinas.

Agora, observe o mesmo trecho reescrito.

Estão sendo substituídos por máquinas os postos de trabalho.

No trecho reescrito, observe que a inversão entre verbo e sujeito acontece sem prejudicar a concordância verbal.

Utilize essa possibilidade para reescrever no caderno os exemplos a seguir, mantendo a concordância verbal de acordo com a norma-padrão.

Exemplo 1

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor #naprática

Exemplo 1. Resposta possível: Afetam as oportunidades de emprego para jovens as mudanças demográficas.

As mudanças demográficas afetam as oportunidades de emprego para jovens.

Exemplo 2

Exemplo 2. Resposta possível: Criam dificuldades para os jovens os novos desafios no mercado de trabalho.

Os novos desafios no mercado de trabalho criam dificuldades para os jovens.

Exemplo 3

Exemplo 3. Resposta possível: Surgiram recentemente as oportunidades no setor de TI.

As oportunidades no setor de TI surgiram recentemente.

Exemplo 4

As novas políticas de trabalho promoveram mudanças significativas.

1. Com base na reescrita dos exemplos 1 a 4, responda às perguntas.

a) Tendo em vista que a ordem direta no português brasileiro segue a estrutura sujeito + verbo + complemento, pode-se afirmar que você realizou a inversão da ordem direta? Justifique.

Exemplo 4. Resposta possível: Promoveram mudanças significativas as novas políticas de trabalho. 1. a) Sim, pois os verbos foram inseridos antes de seus respectivos sujeitos. MP

b) É possível perceber algum efeito de sentido na inversão da ordem direta em cada exemplo? Explique.

c) Em sua opinião, a inversão de sujeito e verbo pode sempre garantir a clareza das informações? Justifique.

1. c) Espera-se que o estudante responda que não. A inversão de sujeito e verbo não é sempre necessária para garantir a clareza das informações. Embora possa ser útil para dar ênfase a uma ação ou tornar a comunicação mais objetiva em certos contextos, como em textos jornalísticos ou argumentativos, a ordem direta (sujeito + verbo + complemento) também pode garantir a clareza e é a estrutura mais comum no português brasileiro.

Simulado da redação do Enem

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho do simulado da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta em até 30 (trinta) linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos motivadores terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

Não escreva no livro.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”; 4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo; 4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

TEXTO I

A sociedade contemporânea impõe um olhar inovador e inclusivo a questões centrais do processo educativo: o que aprender, para que aprender, como ensinar, como promover redes de aprendizagem colaborativa e como avaliar o aprendizado. No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo, analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de informações. Requer o desenvolvimento de competências para aprender a aprender, saber lidar com a informação cada vez mais disponível, atuar com discernimento e responsabilidade nos contextos das culturas digitais, aplicar conhecimentos para resolver problemas, ter autonomia para tomar decisões, ser proativo para identificar os dados de uma situação e buscar soluções, conviver e aprender com as diferenças e as diversidades.

TEXTO II

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC/SEB, 2018. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=79611-anexo-texto-bncc -aprovado-em-15-12-17-pdf&category_slug=dezembro-2017-pdf&Itemid=30192. Acesso em: 22 set. 2024.

Qual é o futuro da escola?

O pedagogo do IFSC Fabrício Spricigo sustenta que as mudanças são mais amplas que o uso de assistentes virtuais ou outros recursos por alunos e professores. As transformações no mundo do trabalho provocadas pela tecnologia exigem que a própria escola se transforme. Se a Inteligência Artificial pode executar tarefas repetitivas, ocupando até mesmo o lugar do humano, e auxiliar estudantes e professores na busca de informações e na solução de problemas, o papel da escola deveria se ampliar, promovendo uma formação de cidadãos capazes de encarar o mundo em constante transformação.

“O mundo do trabalho está exigindo cada vez mais o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. A maioria das empresas contrata profissionais pela dimensão cognitiva, mas o número de demissões é cada vez mais pela dimensão socioemocional. Esse mundo cada vez mais incerto e imprevisível exige do sujeito cada vez mais o domínio dessa dimensão que é extracognitiva. Eu acredito que, para além do cognitivo, a dimensão socioemocional da instituição de ensino nunca vai se perder”, afirma. Spricigo reforça que acesso à informação é diferente de conhecimento, e é papel da escola formar cidadãos críticos e com capacidade de reflexão e ação diante dos problemas que se apresentam. Mais do que o acesso à informação, será necessário que o profissional e cidadão do futuro seja capaz de transformá-la em conhecimento, a partir da reflexão sobre a ação. “A escola, historicamente, sempre privilegiou o conhecimento puramente teórico. Porém, essa realidade vem mudando. A mudança nas políticas educacionais contemporâneas aponta para a necessidade de desenvolvimento de outros conhecimentos que perpassem o saber-pensar e o saber-agir, diminuindo a distância entre teoria e prática no intuito de promover mudanças e produzir novos conhecimentos que beneficiem o organismo social”, diz o pedagogo do Câmpus Criciúma. “Nesse processo, o papel do professor não será como o de outrora em que tal personagem era a única fonte de conhecimento. Hoje e no futuro se desenham cenários em que a docência exercerá muito mais o papel de mediação pedagógica entre os objetos de conhecimento e os estudantes. Por isso, o educar pela pesquisa e extensão se tornam tão significativos”, propõe.

QUAIS OS impactos do ChatGPT e da Inteligência Artificial na Educação? IFSC Verifica , Florianópolis, 28 fev. 2023. Disponível em: www.ifsc.edu.br/web/ifsc-verifica/w/quais-os-impactos-do-chatgpt-e-da-inteligencia-artificial-na-educacao-. Acesso em: 22 set. 2024.

TEXTO III

CAZO. Mudanças no mercado de trabalho... Blog do AFTM , [s. l.], 7 maio 2023. Disponível em: https://blogdoaftm.com.br/charge-mudancas-no-mercado-de -trabalho-2/. Acesso em: 22 set. 2024.

Empregos ameaçados pela inteligência artificial (IA) por localidade (em porcentagem)

Fonte dos dados: BLOOMBERG Línea. In: MEIRA, Victor. Brasil tem 23% dos empregos ameaçados pela inteligência artificial. Eu quero investir, Balneário Camboriú, 3 abr. 2023. Disponível em: https://euqueroinvestir.com/ economia/empregos -ameacados-inteligencia -artificial. Acesso em: 19 jul. 2024.

PROPOSTA PARA A REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios para a formação educacional no contexto escolar diante das mudanças do mercado de trabalho na contemporaneidade”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Planejar

1. Após a leitura dos textos motivadores, verifique as possibilidades de abordagem do tema proposto.

2. Selecione outras referências de seu repertório, como textos, conceitos e definições, informações históricas, que sustentem os argumentos que serão construídos. Se necessário, faça pesquisas em livros, artigos chancelados por universidades ou institutos de pesquisa. Caso as fontes não sejam precisas, verifique a procedência e a confiabilidade da informação.

3. Articule os textos motivadores e as referências de seu repertório ao tema proposto, estabelecendo um contexto, um problema e uma tese a serem apresentados em sua redação.

4. Escolha os argumentos que darão suporte ao seu ponto de vista e estabeleça a relação deles com o problema exposto e a tese.

5. Elabore uma proposta de intervenção que seja viável e factível, indicando o agente, a ação a ser realizada, o modo como executá-la e a finalidade de sua implementação.

A reportagem lida na seção Leitura em pauta tem como foco as juventudes brasileiras, explorando as oportunidades profissionais em um contexto de inclusão produtiva, com destaque para a digitalização e a economia verde. Em face desse contexto, reflita e converse com os colegas e o professor sobre as questões a seguir.

1. Que papel a educação desempenha no preparo do jovem brasileiro para enfrentar os futuros desafios do mercado de trabalho?

2. A digitalização e a economia verde geram novas oportunidades para os jovens no mercado de trabalho. Por que essas oportunidades são importantes para

2. Essas oportunidades fortalecem a cidadania ao incentivar os jovens a atuar em áreas que promovem sustentabilidade e inovação, contribuindo para o progresso da sociedade. Ao se engajarem em questões sociais e ambientais, eles exercem seu papel como cidadãos plenos.

Escrever

1. Faça um rascunho de texto do tipo dissertativo-argumentativo, adequando-o à norma-padrão da língua portuguesa.

2. Empregue o argumento por fato aliado ao uso de dados estatísticos, a fim de dar credibilidade à sua redação.

3. Use a concordância verbal, de acordo com a norma-padrão, na apresentação das informações.

4. Estruture bem sua proposta de intervenção e evidencie que ela é viável.

Acento diferencial nos verbos ter e vir

O acento diferencial é utilizado para permitir a identificação de palavras homófonas, ou seja, que têm a mesma pronúncia. Nos verbos ter e vir, esse acento se aplica às formas do plural para diferenciá-las das formas do singular. É o que se verifica no quadro a seguir.

ter Ele tem Eles têm vir Ela vemElas vêm

Os verbos derivados de ter e vir, como deter, manter, reter, intervir e convir, seguem as regras de acentuação das palavras oxítonas. Assim, na terceira pessoa do singular, devem ser acentuados. No entanto, na terceira pessoa do plural, utiliza-se o acento circunflexo para marcar a distinção entre o singular e o plural, como exemplificado a seguir.

manter Ele mantémEles mantêm

intervir Ele intervém Eles intervêm

Revisar

1. Ao revisar seu texto, verifique se você empregou a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Identifique se fez uso de citações diretas e/ou indiretas a fim de dar credibilidade ao texto.

3. Analise se foi usado o argumento por fato, com a indicação de dados estatísticos, e se fez uso de citações diretas e/ou indiretas, a fim de dar credibilidade ao texto.

4. Observe se a concordância verbal está de acordo com a norma-padrão.

5. Verifique se está evidente que a proposta de intervenção é viável.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar sua redação e verificar se os itens indicados foram cumpridos, reescreva-a, fazendo as correções necessárias. Sob orientação do professor, compartilhe-a com a turma e converse com os colegas sobre a evidência de dados estatísticos nos textos apresentados e como eles fortalecem os argumentos.

Verbo Singular Plural
Verbo Singular Plural

Projeto de vida e protagonismo juvenil

Ser protagonista da própria vida requer assumir responsabilidade pelas escolhas, agir ativamente na construção de uma trajetória, traçar objetivos e tomar decisões responsáveis que permitam moldar ofuturo e fazer diferença no mundo.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Você vai ler o trecho inicial de uma reportagem que aborda os desafios enfrentados pelas juventudes brasileiras na inserção no mercado de trabalho. Na sequência, vai ler uma letra de música que promove reflexões sobre o amadurecimento e as incertezas da juventude em relação ao futuro. Com base nos títulos de ambos os textos, de que modo você acha que eles se complementam e/ou se contrapõem? Que reflexões sobre a juventude e o futuro você acha que eles promovem?

Texto 1

Juventudes no Brasil e os desafios da inserção no mundo do trabalho

Realizar a inclusão produtiva de qualidade das juventudes no Brasil é urgente e exige oferta de melhores oportunidades de educação e de emprego

As juventudes no Brasil representam 24% da população. Embora sejam o principal grupo produtivo no país, sua inserção no mundo do trabalho se dá de forma precarizada e desigual, como indicam os dados apresentados no estudo O Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras, lançado recentemente por Fundação Telefônica Vivo, Itaú Educação e Trabalho, Fundação Roberto Marinho, Fundação Arymaz e GOYN SP. Foi realizado pelo Instituto Cíclica em parceria com oInstituto Veredas.

Desde 2014, a conjuntura econômica e o contexto de instabilidade política no Brasil estão piorando a relação dos jovens com o mundo do trabalho. A pandemia da Covid-19 agravou a situação, reduzindo oportunidades de emprego e estudo e aumentando as vulnerabilidades de grupos que já enfrentam obstáculos históricos, como é o caso de pessoas negras, indígenas e de baixa renda.

Duas situações são importantes para entender o atual cenário enfrentado pelas juventudes brasileiras em relação ao mercado de trabalho: o número significativo de jovens sem oportunidade de emprego e estudo, os chamados jovens sem-sem, e o desemprego, maior entre os jovens do que na média da população.

Vejamos a seguir o que compõe cada um desses cenários, bem como as principais recomendações do estudo para superar barreiras na inclusão produtiva das juventudes no Brasil.

Os jovens sem-sem

Os jovens sem-sem formam a população de 15 a 29 anos que está em situação de vulnerabilidade social e sem oportunidade de formação acadêmica e/ou emprego formal. Representam 27% das juventudes no Brasil e são atravessados por marcadores de raça, gênero e classe.

Dados levantados pelo estudo O Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes no Brasil demonstram que a maior parte desse grupo é formada por pessoas de baixa renda, predominantemente

Não escreva no livro.

mulheres negras. Além disso, essa condição incide mais sobre jovens mães, jovens não brancos, jovens que moram no Nordeste, jovens da zona rural ou em residências com chefe de família com baixa escolaridade.

As principais barreiras elencadas para inclusão produtiva de qualidade desse grupo são responsabilidades domésticas precoces, maternidade precoce, baixa inclusão digital e insegurança física e alimentar.

Sem-sem ou nem-nem?

Antigamente, a nomenclatura mais utilizada por pesquisadores era “jovens nem-nem”, da expressão “nem trabalham nem estudam”. No entanto, atualmente há a opção de usar nomenclaturas que não responsabilizam os sujeitos e apontam para as condições de vida enfrentadas por eles. Por isso, adotou-se o termo “sem-sem” ou ainda “jovem-potência”, como forma de sinalizar que essas juventudes precisam de oportunidades para se desenvolver e alcançar uma condição melhor. Fonte: GOYN SP.

Tarefa de toda a sociedade

Em comparação ao cenário internacional, o percentual de juventudes brasileiras sem oportunidade de estudo e trabalho é alto. O relatório Education at a glance 2022, da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), traz o Brasil em segundo lugar no ranking dos jovens “sem-sem”, com 36,9% considerando a faixa etária de 18 a 24 anos. Dentre os 38 países-membros da OCDE, estamos atrás apenas da África do Sul (46,2%).

Embora essa condição seja transitória, o afastamento prolongado das juventudes no mercado de trabalho pode gerar o chamado “efeito cicatriz”, em que há impacto negativo nas trajetórias laborais ao longo de uma vida, a partir de experiências precárias no início da jornada produtiva.

Para Carla Chiamareli, gerente de gestão do conhecimento do Itaú Educação e Trabalho, a solução passa por uma mudança de cultura que envolve toda a sociedade. Começa na escola, com a ampliação da educação profissional e com mais cursos técnicos de qualidade. “Além disso, o currículo da escola deve ter foco em desenvolver competências socioemocionais, trazendo situações reais de aprendizagem”, diz.

O estudo ressalta que, além das competências socioemocionais, o desenvolvimento das competências digitais é fundamental para a inclusão produtiva desse jovem. São identificadas as seguintes competências digitais como essenciais: gestão da informação, comunicação digital, trabalho colaborativo virtual, visão digital estratégica, liderança digital, segurança digital, automação de escritórios e edição de conteúdo.

Mas o mundo do trabalho também precisa mudar. “Não adianta só oferecer vagas, é preciso também apoiar o jovem em seu processo de desenvolvimento e se manter um diálogo constante com o sistema educativo, a nível médio e superior, e com políticas intersetoriais, que envolvam também cultura, desenvolvimento econômico, ciência e tecnologia. Todas essas pastas têm papel importante na vida do jovem”, explica Chiamareli.

JUVENTUDES no Brasil e os desafios da inserção no mundo do trabalho. Fundação Telefônica Vivo, São Paulo, 23 maio 2023. Disponível em: www.fundacaotelefonicavivo.org.br/noticias/juventudes-no-brasil-e-os-desafios-da-insercao-no-mundo-do-trabalho/. Acesso em: 10 out. 2024.

Texto 2

Dias de luta

Só depois de muito tempo

Fui entender aquele homem

Eu queria ouvir muito

Mas ele me disse pouco

Quando se sabe ouvir

Não precisam muitas palavras

Muito tempo eu levei

Pra entender que nada sei

Que nada sei!

Só depois de muito tempo

Comecei a entender

Como será meu futuro

Como será o seu

Se meu filho nem nasceu

Eu ainda sou o filho

Se hoje canto essa canção

O que cantarei depois?

Cantar depois!

Se sou eu ainda jovem

Passando por cima de tudo

Se hoje canto essa canção

O que cantarei depois?

Só depois de muito tempo

Comecei a refletir

Nos meus dias de paz

Nos meus dias de luta

Se sou eu ainda jovem

Passando por cima de tudo

Se hoje canto essa canção

O que cantarei depois?

Se sou eu ainda jovem

Passando por cima de tudo

Se hoje canto essa canção

O que cantarei depois?

Cantar depois!

DIAS de luta. Intérprete: Ira! Compositor: Edgard Scandurra. In: IRA! Vivendo

Pensar e compartilhar

1. A reportagem destaca as barreiras que dificultam a inserção dos jovens no mercado de trabalho. Quais são os principais fatores que agravam a situação dos “jovens sem-sem” no Brasil e como isso afeta suas perspectivas de futuro?

2. O termo jovem-potência foi introduzido para substituir a expressão nem-nem . Por que houve essa mudança de nomenclatura e de que forma essa nova abordagem impacta a percepção social sobre esses jovens?

3. Os dados apresentados na reportagem mostram um cenário preocupante para as juventudes brasileiras. De acordo com o texto, qual é o impacto das políticas públicas ou da falta delas na inclusão produtiva dos jovens?

4. De acordo com a reportagem, o afastamento prolongado dos jovens do mercado de trabalho pode gerar o chamado “efeito cicatriz”. O que esse conceito significa e como as dificuldades enfrentadas no início da vida profissional podem impactar as trajetórias futuras dos jovens?

5. A letra da canção “Dias de luta” instiga uma reflexão sobre o processo de amadurecimento e autoconhecimento ao longo da vida.

5. a) O eu lírico reflete sobre o aprendizado gradual ao longo do tempo, reconhecendo que ainda há muito a descobrir e questionando o futuro.

a) De que modo o eu lírico expressa essa reflexão no decorrer da música?

b) Quais são os principais questionamentos do eu lírico sobre o futuro e como eles refletem as incertezas comuns à juventude?

6. A letra da música aborda o processo de amadurecimento e reflexão sobre o futuro. Como esse amadurecimento pode ser afetado pelos desafios de inclusão produtiva destacados na reportagem?

A pesquisa O Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras, realizada em 2023 e mencionada na reportagem que você leu, traça um perfil de jovens entre 14 e 29 anos e traz dados levantados após consulta a 34 organizações. O documento está disponível para download em: www.fundacaotelefonicavivo.org.br/acervo/pesquisa-futuro-do-mundo-do-trabalho-para-as -juventudes-brasileiras/. Acesso em: 19 out. 2024.

Argumento por comparação: jovens no Brasil e no mundo

7. A palavra tese remete à ideia que será defendida em um texto por meio de argumentos, de forma impessoal, para transmitir objetividade a fim de convencer o interlocutor. Qual é a tese apresentada na reportagem?

8. A reportagem estabelece comparações entre a situação dos “jovens sem-sem” no Brasil e a de outros países. Por que essas comparações ajudam a entender a urgência em melhorar as oportunidades de educação e trabalho para as juventudes brasileiras?

10. Em que trecho da reportagem fica explícito o uso do argumento por comparação? 7. A tese da reportagem é que a inclusão produtiva das juventudes no Brasil é urgente, pois muitos jovens enfrentam barreiras que os afastam do mercado de trabalho e da educação, afetando seu futuro.

9. Considerando que há diversos tipos de argumento para desenvolver um texto, entre eles, causa e consequência, definição, comparação, fato e exemplificação, que tipo de argumento foi usado na reportagem ao comparar a situação dos “jovens sem-sem” no Brasil com a de outros países? Justifique.

Não escreva no livro.

11. No caderno, associe o tipo de argumento ao trecho correspondente.

I. A rgumento por causa e consequência

II. A rgumento por fato

III. A rgumento de autoridade

a) “Para Carla Chiamareli, gerente de gestão do conhecimento do Itaú Educação e Trabalho, a solução passa por uma mudança de cultura que envolve toda a sociedade.”

11. a) III. Argumento de autoridade.

b) “A pandemia da Covid-19 agravou a situação, reduzindo oportunidades de emprego e estudo e aumentando as vulnerabilidades de grupos que já enfrentam obstáculos históricos, como é o caso de pessoas negras, indígenas e de baixa renda.”

11. b) I. Argumento por causa e consequência.

c) “As juventudes no Brasil representam 24% da população. Embora sejam o principal grupo produtivo no país, sua inserção no mundo do trabalho se dá de forma precarizada e desigual, como indicam os dados apresentados no estudo O Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras.”

11. c) II. Argumento por fato. MP

12. A carência de dados ou o uso de informações não confiáveis podem ocorrer em textos jornalísticos, embora não sejam práticas desejáveis. A primeira acontece quando o texto apresenta informações vagas, sem dados suficientes para sustentar as afirmações feitas; a segunda ocorre quando um texto tem como base fontes de baixa credibilidade, rumores, dados imprecisos ou informações sem verificação. Em face desses aspectos, é possível afirmar que a reportagem apresenta alguma dessas fragilidades argumentativas? Justifique sua resposta.

O argumento por comparação permite ao autor de um texto relacionar e confrontar diferentes elementos ou fenômenos, podendo até realizar comparações por oposição. Isso significa estabelecer um paralelo entre duas realidades distintas, seja no tempo, seja no espaço ou em características físicas, por exemplo. Esse tipo de argumento pode focar aspectos secundários, deixando de lado algumas diferenças essenciais. Embora os elementos comparados apresentem semelhanças, eles não serão completamente idênticos, pois variam conforme a finalidade, as forças sociais que os sustentam ou o tipo de sociedade em que se desenvolveram.

EU E O MUNDO

Dilemas da juventude

Não escreva no livro.

A reportagem Juventudes no Brasil e os desafios da inserção no mundo do trabalho e a letra da música “Dias de luta” exploram as expectativas e os dilemas dos jovens na sociedade. O primeiro texto aborda os desafios enfrentados pelas juventudes brasileiras na inserção no mercado de trabalho, enquanto o segundo, o crescimento pessoal e as dúvidas em relação ao futuro.

Considerando esses textos e suas vivências, converse com os colegas para responder às questões a seguir.

1. De que forma o acesso à informação e às redes sociais pode impulsionar ou distorcer seus sonhos e suas motivações no âmbito profissional?

MP

2. Por que o autoconhecimento pode facilitar a escolha de metas de curto, médio e longo prazo?

2. O autoconhecimento permite a definição de metas realistas, alinhadas com as paixões, as habilidades e as limitações de cada indivíduo. Isso facilita o planejamento e a tomada de decisões, pois, quando o jovem sabe o que deseja, pode traçar as ações necessárias para alcançar cada objetivo ao longo do tempo.

lINGUAGEM EM FOCO

A

concordância nominal na norma-padrão

Releia alguns trechos da reportagem apresentada na seção Leitura em pauta e responda às questões.

Juventudes no Brasil e os desafios da inserção no mundo do trabalho

1 N o trecho em laranja , qual é a relação de concordância entre os adjetivos precarizada e desigual com o substantivo forma?

1. Os adjetivos precarizada e desigual concordam com o substantivo forma, que está no singular e feminino.

Realizar a inclusão produtiva de qualidade das juventudes no Brasil é urgente e exige oferta de melhores oportunidades de educação e de emprego

As juventudes no Brasil representam 24% da população. Embora sejam o principal grupo produtivo no país, sua inserção no mundo do trabalho se dá de forma precarizada e desigual , como indicam os dados apresentados no estudo O Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes Brasileiras, lançado recentemente por Fundação Telefônica Vivo, Itaú Educação e Trabalho, Fundação Roberto Marinho, Fundação Arymaz e GOYN SP. Foi realizado pelo Instituto Cíclica em parceria com o Instituto Veredas.

[...]

Dados levantados pelo estudo O Futuro do Mundo do Trabalho para as Juventudes no Brasil demonstram que a maior parte desse grupo é formada por pessoas de baixa renda, predominantemente mulheres negras. Além disso, essa condição incide mais sobre jovens mães, jovens não-brancos, jovens que moram no Nordeste, jovens da zona rural ou em residências com chefe de família com baixa escolaridade.

2 No trecho em vermelho, o adjetivo levantados está no masculino e no plural. O que justifica esse uso? Se estivesse no singular, haveria alteração na concordância com o substantivo? Justifique.

2. No trecho, o adjetivo levantados (particípio com função de adjetivo) está no masculino e plural porque concorda diretamente com o substantivo dados, que também está no masculino e plural. A regra da concordância nominal exige que adjetivos, particípios e pronomes concordem em gênero (masculino/ feminino) e número (singular/ plural) com o substantivo ao qual se referem. Se o substantivo estivesse no singular, a forma adequada do adjetivo seria “levantado”, no masculino e singular, para manter a concordância. Portanto, qualquer mudança no número do substantivo implicaria uma alteração correspondente no particípio para manter a concordância nominal.

3 N o trecho em verde, como ocorre a concordância entre os adjetivos e o substantivo barreiras?

3. Os adjetivos principais e elencadas concordam com o substantivo barreiras, que está no plural e feminino.

As principais barreiras elencadas para inclusão produtiva de qualidade desse grupo são responsabilidades domésticas precoces, maternidade precoce, baixa inclusão digital e insegurança física e alimentar.

Concordância nominal é a relação de concordância, em gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural), entre o substantivo e os elementos que o acompanham, como o adjetivo, o pronome adjetivo, o artigo, o numeral e o particípio.

4 No trecho em azul, a concordância nominal entre os adjetivos e os substantivos é utilizada para reforçar o sentido da frase. De que maneira essa concordância contribui para destacar a ideia principal do trecho?

4. A concordância nominal entre responsabilidades (plural e feminino), domésticas (plural e feminino) e precoces (plural e feminino) reforça a ideia de que essas responsabilidades afetam grande número de jovens em situação de vulnerabilidade. O uso dos adjetivos concordando com o substantivo em gênero e número destaca a seriedade e abrangência do problema enfrentado.

Não escreva no livro.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

A concordância do substantivo e seus modificadores na construção dos enunciados

1. Releia, a seguir, um trecho da reportagem.

As juventudes no Brasil representam 24% da população.

1. a) Juventudes está no plural, concordando com o artigo As População está no singular, concordando com o artigo a (de + a).

a) Como os substantivos juventudes e população estão modificados? Justifique.

b) No caderno, reescreva o trecho substituindo o substantivo juventudes por juventude . Quais alterações são necessárias para manter a concordância?

c) Agora, reescreva o trecho trocando juventudes por jovens e ajuste a concordância nominal conforme necessário. Justifique as mudanças que você fizer.

2. Com base nas palavras extraídas do texto e indicadas no quadro a seguir, elabore uma frase com coesão e coerência. Atente-se às regras de concordância nominal. MP MP

2. Possibilidade de resposta: As juventudes brasileiras enfrentam desafios significativos, pois as barreiras de vulnerabilidade social limitam as oportunidades de inclusão dos jovens no mercado de trabalho e dificultam seu acesso à educação de qualidade.

juventudes vulnerabilidade barreiras oportunidades trabalho

inclusão educação desafios jovens

3. Agora, releia outro trecho da reportagem.

As principais barreiras elencadas para inclusão produtiva de qualidade desse grupo são [...].

a) No caderno, reescreva esse trecho substituindo barreiras por barreira . Faça os ajustes necessários.

3. a) A principal barreira elencada para inclusão produtiva de qualidade desse grupo é [...].

b) Com base na resposta dada no item a, explique como a concordância nominal adequada influencia a coesão e a coerência textuais.

3. b) A concordância adequada entre o substantivo e seus modificadores mantém a coesão textual e contribui para haver coerência, com vistas a assegurar que os elementos da frase se relacionem de modo lógico e claro. No exemplo do item anterior, substituir barreiras por barreira exige a mudança do artigo as para a, a fim de manter a estrutura da frase coesa e coerente.

#naprática

Simulado da redação do Enem

Agora é sua vez de produzir uma redação que atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho do simulado da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta em até 30 (trinta) linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos motivadores terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

Não escreva no livro.

TEXTO I

Projetar a vida perpassa por questionamentos sobre as diferentes violências físicas e simbólicas que se configuram diante das desigualdades sociais, étnicas e de gênero. Idealizar a própria vida é ter consciência da responsabilidade de cada um em sua atuação social, descobrindo-se a si mesmo, aos outros e o meio em que vive. É o momento em que são percebidas as tantas formas e jeitos de ser. É também quando alguns dos preconceitos construídos socialmente atingem e afetam as crianças, o que pode ser revertido a partir do compromisso da escola em se importar com o outro.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular Brasília, DF: MEC/SEB, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/ caderno-de-praticas/aprofundamentos/200-projeto-de-vida-ser-ou -existir. Acesso em: 19 jul. 2024.

TEXTO II

O Protagonismo Juvenil parte do pressuposto de que o que os adolescentes pensam, dizem e fazem pode transcender os limites do seu entorno pessoal e familiar e influir no curso dos acontecimentos da vida comunitária e social mais ampla. Em outras palavras, o protagonismo juvenil é uma forma de reconhecer que a participação dos adolescentes pode gerar mudanças decisivas na realidade social, ambiental, cultural e política onde estão inseridos. Neste sentido, participar para o adolescente é envolver-se em processos de discussão, decisão, desenho e execução de ações, visando, através do seu desenvolvimento na solução de problemas reais, desenvolver o seu potencial criativo e a sua força transformadora.

COSTA, Antônio Carlos Gomes da; VIEIRA, Maria Adenil. Protagonismo Juvenil: adolescência, educação e participação democrática. 2. ed. São Paulo: FTD, 2006.

– Curiosidade para aprender – Imaginação criativa

– Interesse artístico

– Iniciativa social

– Assertividade

– Entusiasmo

– Empatia – Respeito – Confiança

– Autoconfiança

– Tolerância ao estresse e à frustração

– Curiosidade para aprender

– Imaginação criativa

– Interesse artístico

GOMES, Daniela Bezerra de Menezes. Clubes Estudantis. [E-book]. Disponível em: www.ced.seduc.ce.gov.br/wp-content/uploads/ sites/82/2022/05/ISG_FASCICULOS_CLUBES-ESTUDANTIS.pdf. Acesso em: 3 out. 2024.

TEXTO IV

Capítulo II

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

I – ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;

II – opinião e expressão;

III – crença e culto religioso;

IV – brincar, praticar esportes e divertir-se;

V – participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;

VI – participar da vida política, na forma da lei;

VII – buscar refúgio, auxílio e orientação.

TEXTO III

Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1990. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm. Acesso em: 3 out. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A construção do projeto de vida e suas implicações para o protagonismo do jovem brasileiro”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

Planejar

1. Com base nos textos motivadores, verifique as possibilidades de abordagem do tema proposto.

2. Selecione outras referências de seu repertório, como conceitos filosóficos e sociológicos, textos literários, definições, informações históricas, que extrapolem os textos motivadores para usar na construção dos argumentos. Consulte fontes confiáveis, como livros ou estudos chancelados por universidades, institutos de pesquisa, entre outros.

3. Articule o tema proposto aos textos motivadores e às suas possibilidades de repertório e estabeleça um contexto, um problema e uma tese a serem apresentados em sua redação.

4. Escolha os argumentos que darão suporte ao seu ponto de vista e estabeleça a relação deles com o problema exposto e a tese.

5. Na conclusão da redação, elabore uma proposta de intervenção que seja viável e factível, indicando o agente, a ação a ser realizada, o modo como executá-la e a finalidade de sua implementação.

Autonomia e progresso

A discussão sobre projeto de vida e protagonismo juvenil envolve não apenas a definição de objetivos pessoais e profissionais, como também o reconhecimento de que os jovens são agentes ativos na construção de uma sociedade benéfica para todos. Reflita sobre as questões a seguir e converse com os colegas e o professor.

1. Quais são os benefícios para a sociedade quando você tem um projeto de vida alinhado com os princípios da cidadania e do bem comum?

MP

2. Por que ter liberdade para planejar e direcionar seu projeto de vida é fundamental para que você atue com protagonismo na sociedade?

2. Ter liberdade para planejar o próprio projeto de vida permite ao jovem fazer escolhas conscientes e desenvolver responsabilidade, o que fortalece seu protagonismo na sociedade. Essa autonomia o capacita a influenciar positivamente o meio em que vive e a ser agente de transformação.

Escrever

1. Faça um rascunho da redação utilizando a norma-padrão da língua portuguesa, atentando para a concordância nominal.

2. Utilize o argumento por comparação a fim de dar credibilidade a sua redação.

3. Evidencie que a proposta de intervenção é viável e bem planejada.

4. Atente ao uso de palavras com função de pronome adjetivo e de advérbio. Consulte o quadro a seguir.

O MUNDO E EU
Não escreva no livro.

O uso de palavras com função de pronome adjetivo e de advérbio: meio, bastante, pouco e muito

As palavras meio, bastante, pouco e muito podem exercer diferentes funções, modificando substantivo, adjetivo ou advérbio. Como pronomes adjetivos, elas concordam em gênero e número com o substantivo a que se referem; como advérbios, permanecem invariáveis, modificando adjetivos ou outros advérbios. Os exemplos a seguir tratam de casos específicos.

substantivo

muito(s) pouco(s) bastante(s) meio(s)

muita(s) pouca(s) bastante(s) meia(s) copo(s) garrafa(s)

pronome adjetivo

cheio(s) cheia(s) adjetivo

muito pouco bastante meio

muito pouco bastante provavelmente advérbio

advérbio

1. Leia as frases a seguir e identifique se as palavras destacadas exercem a função de pronome adjetivo ou de advérbio. Justifique sua resposta.

a) A geração Z está muito conectada à tecnologia.

1. a) Advérbio, pois modifica o adjetivo conectada

b) Ele estava meio perdido nas questões de trabalho e futuro.

1. b) Advérbio, modificando o adjetivo perdido

c) Muitos funcionários estavam dispostos a seguir as regras do ambiente corporativo.

1. c) Pronome adjetivo, concordando com o substantivo funcionários (masculino plural).

2. No caderno, reescreva as frases a seguir com meio, bastante, pouco ou muito, adequando-as ao contexto das funções de pronome adjetivo ou advérbio.

a) Na canção, o eu lírico estava reflexivo sobre seu futuro.

2. a) muito (advérbio)

b) A geração Z tem dificuldade para usar ferramentas tradicionais no trabalho.

c) Os gestores relataram reclamações sobre o comportamento dos jovens.

d) Havia participantes interessados no feedback construtivo.

2. b) bastante (advérbio)

2. c) muitas (pronome adjetivo)

2. d) poucos (pronome adjetivo)

e) Os profissionais mostraram-se engajados em entender as diferenças geracionais no ambiente de trabalho.

2. e) muito (advérbio)

Revisar

1. Ao revisar sua redação, verifique se você empregou a norma-padrão da língua portuguesa, aplicando as regras de concordância nominal na construção dos enunciados.

2. Certifique-se de ter usado o argumento por comparação.

3. Confirme se a proposta de intervenção foi bem planejada e se é viável.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar sua redação com base nos itens indicados, reescreva-a realizando as alterações necessárias. Sob a orientação do professor, compartilhe-a com os colegas e converse com eles sobre o efeito do argumento por comparação nos textos produzidos pela turma.

Não escreva no livro.
DE OlHO NA lINGUAGEM

Trabalho e qualidade de vida

O equilíbrio entre trabalho e qualidade de vida é essencial para o bem-estar físico e mental dos indivíduos, especialmente para as mulheres, que, além do emprego formal, muitas vezes assumem o trabalho de cuidado não remunerado.

lEITURA EM PAUTA

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

A invisibilidade do trabalho feminino de cuidado foi tema da proposta do Enem 2023. Além da proposta de redação desse exame, você vai ler uma redação que obteve nota máxima de acordo com a avaliação da banca corretora. Você já parou para refletir sobre como a invisibilidade desse trabalho afeta o funcionamento da sociedade?

Não escreva no livro.

Texto 1

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta preta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para a contagem de linhas.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2 . fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4. 3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto; 4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

TEXTO I

O trabalho de cuidado não remunerado e mal pago e a crise global da desigualdade

O trabalho de cuidado é essencial para nossas sociedades e para a economia. Ele inclui o trabalho de cuidar de crianças, idosos e pessoas com doenças e deficiências físicas e mentais, bem como o trabalho doméstico diário que inclui cozinhar, limpar, lavar, consertar coisas e buscar água e lenha. Se ninguém investisse tempo, esforços e recursos nessas tarefas diárias essenciais, comunidades, locais de trabalho e economias inteiras ficariam estagnados. Em todo o mundo, o trabalho de cuidado não remunerado e mal pago é desproporcionalmente assumido por mulheres e meninas em situação de pobreza, especialmente por aquelas que pertencem a grupos que, além da discriminação de gênero, sofrem preconceito em decorrência de sua raça, etnia, nacionalidade e sexualidade. As mulheres são responsáveis por mais de três quartos do cuidado não remunerado e compõem dois terços da força de trabalho envolvida em atividades de cuidado remuneradas.

Documento informativo – Tempo de Cuidar. Disponível em: https://www.oxfam.org.br. Acesso em: 18 de jul. de 2023 (adaptado).

TEXTO II

Média de horas dedicadas pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade aos afazeres domésticos e/ou às tarefas de cuidado de pessoas, por sexo

Fonte: IBGE – Pnad contínua anual. Disponível em: https:// agenciadenoticias.ibge.gov.br. Acesso em: 18 de jul. 2023 (adaptado).

TEXTO III

A sociedade brasileira tem passado por inúmeras transformações sociais ao longo das últimas décadas. Entre elas, as percepções sociais a respeito dos valores e das convenções de gênero e a forma como mulheres têm se inserido na sociedade. Algumas permanências, porém, chamam a atenção, como a delegação quase que exclusiva às famílias – e, nestas, às mulheres – de atividades relacionadas à reprodução da vida e da sociedade, usualmente nominadas trabalho de cuidado. Disponível em: https://repositorio.ipea.gov.br. Acesso em: 24 maio 2023 (adaptado).

Capa da revista Pesquisa Fapesp. Disponível em: https:// revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 23 maio 2023 (adaptado).

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.

EXAME NACIONAL DO ENSINO MÉDIO. Prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Redação. Prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias. Caderno 1, Azul, Enem 2023. p. 19. Disponível em: https://download.inep.gov.br/enem/provas_e_ gabaritos/2023_PV_impresso_D1_CD1.pdf. Acesso em: 7 out. 2024.

Texto 2

Como símbolo da discriminação feminina no Brasil, o papel social da mulher, originado e consolidado na colonização portuguesa, é caracterizado pelo trabalho, exclusivamente, doméstico, haja vista que a escravização de indígenas e africanas restringiu as suas funções ao labor do lar – como cozinheiras, faxineiras e até cuidadoras de crianças e senhores de engenho. Nesse contexto, é válido ressaltar que, embora não seja um tópico de constante discussão, o serviço das mulheres, especificamente o de cuidar de outras pessoas, é invisibilizado pela desvalorização e pela invisibilidade recebidas da sociedade, sendo uma marca do desafio enfrentado por essa minoria cotidianamente. Ademais, torna-se viável relacionar essa complicação à perpetuação de valores preconceituosos e à precarização dessa atividade laboral. Nessa perspectiva, é possível citar que a criação de estereótipos agrava a permanência de raízes estruturais, tradicionalmente, discriminatórias, uma vez que a mulher se torna uma figura funcional padronizada. Sob esse viés, como afirma a escritora contemporânea Chimamanda Adiche, grupos minoritários são marginalizados pelo corpo social devido às características preestabelecidas sobre eles, de forma que a imagem feminina seja um exemplo dessa situação ao ser relacionada, constantemente, ao trabalho de cuidado com uma conotação social negativa. Nessa conjuntura, é perceptível inferir que, analogamente à teoria de Chimamanda, a associação das mulheres ao cuidado, comunitário ou doméstico, é histórico, cultural e literário, como retratado na obra de Letícia Wischezavi, “A casa das sete mulheres” – que conta os 15 anos da Revolução Farroupilha pela visão de 7 mulheres destinadas a cuidar das feridas –, servindo de exemplo para o reforço de estereótipos femininos nos diversos âmbitos sociais, principalmente, no laboral. Outrossim, a precarização do trabalho de cuidado realizado pela mulher brasileira é um dos inúmeros desafios que essas profissionais enfrentam diariamente, sendo um modo de invisibilização a atuação no mercado profissional. Sob essa ótica, segundo o sociólogo Ricardo Antunes, a sociedade atual possui uma tendência de precarizar as atividades laborais, influenciada pela bolha ideológica que a isola no comportamento capitalista de luta desigual frequente. Nesse prisma, pode-se concluir que, em consonância com o pensamento de Antunes, um grande desafio para quem vive esse exercício trabalhista é a desvalorização, já que, além das más remunerações financeiras e sociais, há o agravante da desigualdade de gênero que, historicamente, é uma pauta em discussão para erradicação.

Portanto, é indubitável constatar que medidas são necessárias para corrigir essa problemática. Assim, é imprescindível que o Ministério do Trabalho – órgão governamental responsável pela garantia de direitos – promova por meio de incentivos fiscais, programas de fiscalização das garantias trabalhistas das mulheres cuidadoras, a fim de diminuir os desafios enfrentados por essas profissionais cotidianamente. Paralelamente, é dever da mídia – máximo canal de informações da atualidade – viabilizar, por intermédio

de comerciais televisivos, campanhas de conscientização sobre o papel da mulher na sociedade, com o intuito de eliminar estereótipos associados às funções exercidas por ela. Dessa forma, será possível uma maior visibilidade do trabalho de cuidado e das múltiplas atividades que uma mulher exerce.

SILVA, Letícia Vicente da. In: FERREIRA, Ludmila. Confira redações nota mil do Enem 2023. Guia do Estudante, São Paulo, 20 mar. 2024. Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/enem/confira-redacoes-nota-mil-do-enem-2023. Acesso em: 7 out. 2024.

Pensar e compartilhar

1. O trabalho de cuidado é essencial para o funcionamento da sociedade e da economia, mas ainda é desproporcionalmente realizado por mulheres. Por que esse trabalho permanece invisível e desvalorizado?

2. A sociedade brasileira passou por diversas mudanças nas últimas décadas, mas a atribuição do trabalho de cuidado ainda recai majoritariamente sobre as mulheres. Por que ainda permanece essa divisão do trabalho de cuidado, apesar de tantas mudanças já ocorridas?

3. Fatores como gênero, raça e classe social contribuem para a desvalorização e a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado por mulheres em situação de pobreza? Justifique.

Chimamanda Ngozi Adichie (1977-) é uma escritora nigeriana conhecida por suas obras de ficção que tratam de temas como raça, gênero, imigração e a história da Nigéria. Seu trabalho explora temas relacionados às desigualdades sociais, culturais e políticas. Conheça um pouco mais sobre a autora em: https://www.ufrgs.br/africanas/ chimamanda-adichie-1977/. Acesso em: 7 out. 2024.

A autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, em 2021.

4. A desvalorização do trabalho de cuidado afeta as condições de vida das mulheres que o realizam. Quais são os principais impactos dessa desvalorização no contexto social e econômico das mulheres?

5. A precarização do trabalho de cuidado está relacionada ao sistema capitalista, segundo os autores mencionados no Texto 2 . Qual é a relação entre a lógica capitalista e a desvalorização desse trabalho?

Argumento por definição: a caracterização como base para estabelecer conceitos

6. Ao longo da história, o papel social da mulher foi moldado por influências culturais e históricas que reforçaram a ideia de que suas funções principais se restringiam ao ambiente doméstico e ao cuidado dos outros. Que definição sobre o papel social da mulher é apresentada no texto?

7. O argumento é um recurso linguístico utilizado em textos com o objetivo de persuadir o leitor ou levá-lo a concordar com o que foi escrito. Com base nisso e no Texto 2, responda às perguntas a seguir.

a) Ao definir o papel social da mulher, a autora usa uma estratégia argumentativa? Justifique.

b) No trecho “o papel social da mulher [...] é caracterizado pelo trabalho, exclusivamente, doméstico”, que verbo foi empregado na conjugação em destaque?

7. b) Foi utilizado o verbo ser.

O verbo ser é frequentemente utilizado para definir ou caracterizar, estabelecendo equivalência entre palavras ou expressões e os respectivos conceitos. Desse modo, ele desempenha um papel fundamental na estruturação do argumento por definição, cujo objetivo é persuadir o leitor por meio da formulação de uma identidade ou conceito claro.

SAIBA MAIS
Não escreva no livro.

8. No argumento de autoridade , o verbo ser pode ser usado para legitimar uma pessoa respeitada e reconhecida em determinado campo de atuação a fim de sustentar um ponto de vista. Em que passagens do texto isso acontece? MP

Não escreva no livro.

EU E O MUNDO

Entre laços

Assumir responsabilidades de trabalho no âmbito familiar pode influenciar as expectativas e os sonhos dos jovens. Com base nos textos lidos e em suas vivências, responda às perguntas a seguir.

1. Em sua opinião, assumir responsabilidades de trabalho doméstico impacta seus sonhos e suas motivações? De que maneira essa realidade interfere em sua qualidade de vida e em seus estudos?

2. As expectativas de outras pessoas sobre você impactam suas metas e motivações? Explique.

MP

2. Resposta pessoal. As expectativas de outras pessoas podem impactar metas e motivações de um estudante ao impor certos papéis ou responsabilidades que limitam suas oportunidades. Essas pressões podem afetar as decisões sobre o futuro, gerando a necessidade de conciliar os interesses pessoais com as expectativas da família e da sociedade, o que pode desviar o foco dos sonhos e das metas profissionais.

InTEGranDO COm

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

LITERATURA

Evento histórico na perspectiva feminina

“A

Casa das Sete Mulheres”, Leticia Wierzchowski

Na luta dos latifundiários rio-grandenses contra o Império brasileiro, o líder da Revolução Farroupilha (1835-1845), Bento Gonçalves da Silva, decide proteger as mulheres da sua família levando-as para a Estância da Barra, no interior da província, para afastá-las das áreas de conflito. A guerra que se prolongou por 10 anos, transformou a vida daquelas sete mulheres confinadas na solidão. A narrativa de “A Casa das Sete Mulheres” de Leticia Wierzchowski, ocorre durante esse período histórico e apresenta grandes emoções. [...]

A história se alterna em diferentes versões e tempos, com a visão das personagens, podemos acompanhar como tudo foi difícil para elas: as perdas, as mortes e a esperança aos poucos se findando. A cada capítulo do livro, também são utilizados trechos dos cadernos da personagem Manuela, que narram os acontecimentos, esperanças e sentimentos dela.

Capa do livro A casa das sete mulheres, publicado pela editora Bertrand Brasil, em 2018.

FIDELIS, Vitória. “A Casa das Sete Mulheres”, Letícia Wierzchowski. Biblioteca José de Alencar UFRJ, Rio de Janeiro, 24 maio 2023. Disponível em: https://letras.biblioteca.ufrj.br/a-casa-das-sete-mulheres-leticia-wierzchowski/. Acesso em: 7 out. 2024.

Não escreva no livro.

1. De acordo com a resenha, de que forma a autora do livro usa o contexto histórico para desenvolver os sentimentos e as angústias das personagens?

2. Qual é a importância do uso dos cadernos de Manuela como recurso narrativo para o desenvolvimento da trama e para o entendimento dos sentimentos das personagens?

l INGUAGEM EM FOCO

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor.

Regência nominal e verbal na norma-padrão

Releia trechos dos textos motivadores apresentados no Texto 1 da seção Leitura em pauta

Texto I

1 N o trecho destacado, qual é a regência do verbo ser e como ele conecta os termos na oração?

1. O verbo ser não exige preposição e estabelece uma relação de equivalência entre o sujeito e a característica atribuída a ele. É um verbo de ligação que conecta o sujeito “O trabalho de cuidado” ao predicativo “essencial”.

3 N o trecho destacado, qual é a regência do adjetivo responsáveis e como ele se conecta ao complemento?

3. O adjetivo responsáveis rege a preposição por, que introduz o complemento “mais de três quartos do cuidado não remunerado”. Esse complemento especifica a função atribuída às mulheres, indicando a relação de responsabilidade.

5 A inda no trecho sublinhado, qual é a regência do verbo passar no contexto apresentado?

O trabalho de cuidado é essencial para nossas sociedades e para a economia . Ele inclui o trabalho de cuidar de crianças, idosos e pessoas com doenças e deficiências físicas e mentais, bem como o trabalho doméstico diário que inclui cozinhar, limpar, lavar, consertar coisas e buscar água e lenha. Se ninguém investisse tempo, esforços e recursos nessas tarefas diárias essenciais, comunidades, locais de trabalho e economias inteiras ficariam estagnados. Em todo o mundo, o trabalho de cuidado não remunerado e mal pago é desproporcionalmente assumido por mulheres e meninas em situação de pobreza, especialmente por aquelas que pertencem a grupos que, além da discriminação de gênero, sofrem preconceito em decorrência de sua raça, etnia, nacionalidade e sexualidade. As mulheres são responsáveis por mais de três quartos do cuidado não remunerado e compõem dois terços da força de trabalho envolvida em atividades de cuidado remuneradas.

Texto III

A sociedade brasileira tem passado por inúmeras transformações sociais ao longo das últimas décadas. Entre elas, as percepções sociais a respeito dos valores e das convenções de gênero e a forma como mulheres têm se inserido na sociedade. Algumas permanências, porém, chamam a atenção, como a delegação quase que exclusiva às famílias – e, nestas, às mulheres – de atividades relacionadas à reprodução da vida e da sociedade, usualmente nominadas trabalho de cuidado.

2 No trecho destacado, essencial é um adjetivo e desempenha a função sintática de predicativo do sujeito. Considerando que ele deve reger a preposição para quando indica finalidade ou benefício, a regência nominal utilizada no texto está adequada?

2. Sim, o adjetivo essencial indica finalidade ou benefício, já que se refere à importância do trabalho de cuidado para o bom funcionamento da sociedade e da economia.

4 Para determinar a regência de locuções verbais, é importante observar o verbo principal da locução, já que é ele quem define a regência da estrutura. No trecho sublinhado, como o uso da locução verbal tem passado contribui para o sentido de continuidade da ação? Justifique.

#PARAlEMBRAR

Regência é a relação que se estabelece entre uma palavra e seus complementos, caracterizada por um termo regente e por um termo regido. Algumas vezes, a preposição que une os termos modifica também o sentido do enunciado. Há dois tipos de regência: a nominal e a verbal. Regência nominal é a relação entre um nome (substantivo, palavra substantivada, adjetivo ou advérbio) e seus complementos, geralmente estabelecida por uma preposição. Regência verbal é a relação entre um verbo e seus complementos (objetos direto e indireto) e adjuntos.

Não escreva no livro.

PRODUÇÃO DE TEXTO

#aquecimento

Estratégias didáticas nas Orientações para o professor

O uso das preposições em verbos transitivos indiretos na elaboração textual

1. No Texto 2 da seção Leitura em pauta , a autora comenta: “O serviço das mulheres [...] é invisibilizado pela desvalorização [...]”.

a) Nesse trecho, o verbo invisibilizar está na voz passiva, em que o sujeito recebe a ação do verbo. Já na voz ativa, o sujeito é quem executa a ação. No caderno, reescreva a oração na voz ativa e, depois, indique a regência do verbo no novo período.

b) Agora, reescreva a frase que você deu como resposta no item a substituindo o verbo invisibilizar pelo verbo referir-se .

MP 1. b) A desvalorização refere-se ao serviço das mulheres.

c) O que você observou quanto à regência do verbo na resposta dada ao item b?

2. No caderno, reescreva as frases a seguir substituindo os verbos em destaque pelos verbos indicados nos parênteses. Faça as alterações necessárias.

a) A s mulheres respondem por mais de três quartos do cuidado não remunerado. (representar)

2. a) As mulheres representam mais de três quartos do cuidado não remunerado.

b) O desenvolvimento econômico precisa do trabalho de cuidado. (depender)

2. b) O desenvolvimento econômico depende do trabalho de cuidado.

c) A s mulheres adotam os princípios do trabalho de cuidado. (aderir)

2. c) As mulheres aderem aos princípios do trabalho de cuidado.

d) O texto menciona os estereótipos femininos no trabalho de cuidado. (aludir)

2. d) O texto alude aos estereótipos femininos no trabalho de cuidado.

e) A s mulheres colaboram com o desenvolvimento das famílias. (ajudar)

2. e) As mulheres ajudam no desenvolvimento das famílias.

3. Considerando a resposta que foi dada ao item c na questão anterior, explique a diferença de sentido que ocorre ao substituir o verbo original pelo verbo indicado. Em sua resposta, destaque como a nova regência (com a preposição) altera a relação entre os termos da oração

MP

SAIBA MAIS

O verbo reger tem origem no latim rego, cujo significado é “dirigir”, “guiar”. Por isso, o termo regência é utilizado para descrever os processos que determinam como o verbo ou o nome se conectam a seus complementos, por meio de preposição ou não.

#naprática

Simulado da redação do Enem

Agora é sua vez de produzir uma redação que atenda à proposta a seguir.

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2. O texto definitivo deve ser escrito à tinta em até 30 (trinta) linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos motivadores terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

Não escreva no livro.

TEXTO I

Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho e Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho

O Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, celebrado em 28 de abril, é uma data significativa que ressalta a importância da prevenção de acidentes e doenças profissionais. Instituído pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2003, este dia serve como um lembrete solene das consequências trágicas que podem ocorrer nos ambientes de trabalho e da necessidade de uma cultura de segurança e saúde ocupacional robusta.

A data também coincide com o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, estabelecido no Brasil pela Lei n o 11.121/2005, que homenageia aqueles que perderam suas vidas ou sofreram lesões devido a condições de trabalho inadequadas. Este dia é um chamado à ação para governos, empregadores e trabalhadores para participarem ativamente na promoção de um ambiente de trabalho seguro e saudável.

Vale ressaltar que, na III Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador (2011), cujo lema era “Trabalhar, sim! Adoecer, não!” um dos eixos temáticos assinalava a necessidade de efetivar a gestão participativa no âmbito dos governos. Desse modo, o controle social na saúde do trabalho seria inserido em todas as instâncias da vida política do país, inclusive, com a participação democrática do trabalhador na gestão laboral, por meio das organizações por locais de trabalho.

As celebrações e eventos em torno deste assunto proporcionam uma oportunidade para destacar as melhores práticas, discutir novos riscos ocupacionais e reforçar o compromisso com a melhoria contínua das condições de trabalho. É um momento para refletir sobre os progressos alcançados e os desafios que ainda precisam ser superados. Nesse sentido, a prevenção de acidentes e adoecimentos é fundamental para garantir que os trabalhadores possam desempenhar suas funções com dignidade.

DIA Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho e Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. Faculdade de Farmácia – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 28 mar. 2024. Disponível em: https://farmacia.ufba.br/dia -mundial-da-seguranca-e-saude-no-trabalho-e-dia-nacional-em -memoria-das-vitimas-de-acidentes-e-0#. Acesso em: 7 out. 2024

TEXTO II

Os pequenos intervalos que têm efeito poderoso no bem-estar do trabalhador Há uma cena na clássica série cômica dos anos 2000, The Office, em que um chefe sem bom senso faz um discurso motivacional. “O riso é o melhor remédio”, introduz. Brent segue dizendo que isso reduz o estresse e que, por isso, ele o pratica várias vezes durante a jornada de trabalho. Em seguida, demonstra sua técnica caindo em uma gargalhada solitária. Sob um olhar mórbido da sala inteira, os 30 segundos de riso parecem uma eternidade. Mas, na verdade, Brent parece finalmente ter razão. Ele estava, de certo modo, descrevendo o que os especialistas chamam de “microintervalo”, ou seja, qualquer atividade breve que ajude a quebrar a monotonia de tarefas que provoque um

desgaste físico ou mental. A estratégia pode durar de alguns segundos a vários minutos e envolve desde tomar uma xícara de chá até alongar ou assistir a um clipe de música.

[...]

GORVETT, Zaria. Os pequenos intervalos que têm efeito poderoso no bem-estar do trabalhador. BBC Brasil, São Paulo, 6 maio 2019. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/vert -cap-48044157. Acesso em: 7 out. 2024.

TEXTO III

ABRIL Verde: mês de prevenção, segurança e saúde no trabalho. Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo, Vitória, 1 abr. 2021. Disponível em: https://saude.es.gov.br/ Not%C3%ADcia/abril-verde-mes-de-prevencao -seguranca-e-saude-no-trabalho. Acesso em: 7 out. 2024.

TEXTO IV

LEI No 6.514, DE 22 DE DEZEMBRO DE 1977.

Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo a segurança e medicina do trabalho e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o – O Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, passa a vigorar com a seguinte redação:

CAPÍTULO V

DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO SEÇÃO I

Disposições Gerais

[...]

Art. 155 – Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho:

I – estabelecer, nos limites de sua competência, normas sobre a aplicação dos preceitos deste Capítulo, especialmente os referidos no art. 200;

II – coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho;

III – conhecer, em última instância, dos recursos, voluntários ou de ofício, das decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e medicina do trabalho.

[...]

REPRODUÇÃO/MINISTÉRIO

Art. 157 – Cabe às empresas:

I – cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;

II – instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;

III – adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente;

IV – facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

Art. 158 – Cabe aos empregados:

I – observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior;

Il – colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo.

Parágrafo único – Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada:

a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior;

b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa.

[...]

BRASIL. Lei no 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Altera o Capítulo V do Título II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo a segurança e medicina do trabalho e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1977. Disponível em: https:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6514.htm. Acesso em: 7 out. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma-padrão da língua portuguesa sobre o tema “Práticas para o cuidado e para a qualidade de vida em ambientes de trabalho no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Planejar

1. Com base nos textos motivadores, verifique as possibilidades de abordagem do tema proposto.

2. De acordo com seu repertório, selecione referências que extrapolem os textos motivadores, como pensamentos filosóficos, conceitos, informações históricas, entre outras.

3. Considerando o tema proposto, a análise dos textos motivadores e suas possibilidades de repertório, articule-os e estabeleça um contexto, um problema e uma tese a serem apresentados em sua redação.

4. Escolha os argumentos que darão suporte ao seu ponto de vista e estabeleça a relação deles com o problema exposto e a tese defendida.

5. Verifique se o argumento selecionado apresenta fonte confiável, como livros ou estudos chancelados por universidades e institutos de pesquisa. Se necessário, pesquise a procedência e a confiabilidade da informação.

6. Na conclusão do texto, elabore uma proposta de intervenção que seja factível, indicando a ação a ser realizada, o agente, a finalidade dela e o modo como deve ser executada.

Os textos que você leu na seção Leitura em pauta discutem a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado por mulheres e ressaltam que, apesar de ser essencial para a sociedade, esse trabalho permanece desigual, ao ser majoritariamente assumido por mulheres, o que reforça estereótipos de gênero. Reflita e converse com os colegas sobre as questões a seguir.

1. Quais são os impactos da desvalorização do trabalho de cuidado sobre a igualdade de gênero na sociedade?

2. De que forma você pode influenciar a percepção social sobre o valor do trabalho de cuidado da mulher? MP

2. Os jovens podem influenciar a percepção social ao desafiar estereótipos tradicionais e promover campanhas de conscientização, exigindo políticas públicas que valorizem o trabalho de cuidado e promovam igualdade de gênero.

Escrever

1. No caderno, faça um rascunho da redação, utilizando a norma-padrão da língua portuguesa.

2. Utilize o argumento por definição a fim de conferir credibilidade à sua redação.

3. Na apresentação das informações, use a regência nominal e a regência verbal, de acordo com a norma-padrão.

4. Certifique-se de que a proposta de intervenção foi bem planejada e é viável.

Redefinir estereótipos
Não escreva no livro.
O MUNDO E EU

A regência dos verbos assistir / visar / acarretar / implicar no registro formal

No registro formal da língua portuguesa, a regência verbal deve ser observada especialmente em relação a verbos que podem ter diferentes significados conforme a preposição que os acompanha. Alguns exemplos são dados a seguir.

Assistir

Quando tem o sentido de “ver”, é verbo transitivo indireto e exige a preposição a: Assistimos ao filme ontem. No sentido de “prestar assistência”, é verbo transitivo direto, ou seja, não necessita de preposição: Os médicos assistiram os pacientes.

Visar

Quando significa “mirar”, é verbo transitivo direto e não exige preposição: O arqueiro visou o alvo. Contudo, quando significa “ter como objetivo”, requer a preposição a: A empresa visa ao crescimento.

Acarretar

Este verbo é sempre transitivo direto, ou seja, nunca exige preposição: A falta de planejamento acarretou problemas.

Implicar

É transitivo direto no sentido de “causar”: Sua atitude implicou uma mudança nos planos. No sentido de “envolver” ou “resultar”, exige a preposição em: Este projeto implica em maior responsabilidade.

1. No caderno, reescreva as frases a seguir empregando a preposição adequada, quando necessário, de acordo com a regência verbal, e o pretérito perfeito do indicativo.

a) Nós (assistir) uma palestra interessante sobre regência verbal.

1. a) assistimos a

b) O professor (visar) aprimoramento dos alunos com suas aulas detalhadas.

c) O novo projeto (implicar) maiores gastos no próximo trimestre.

1. b) visou ao 1. c) implicou em

2. No caderno, reescreva as frases a seguir corrigindo possíveis inadequações de regência verbal.

a) A série que assistimos ontem foi emocionante.

2. a) A série a que assistimos ontem foi emocionante.

b) A proposta do gestor visou a melhoria dos processos da empresa.

2. b) A proposta do gestor visou à melhoria dos processos da empresa.

c) As reformas na empresa acarretaram em mudanças estruturais profundas.

2. c) As reformas na empresa acarretaram mudanças estruturais profundas.

Revisar

1. Ao reler sua redação, verifique se você empregou a norma-padrão da língua portuguesa, usado a regência nominal e a regência verbal adequadas na apresentação das informações.

2. Identifique se fez uso de citações diretas e/ou indiretas de pessoas com autoridade no assunto, a fim de dar credibilidade ao texto e se aplicou o argumento por definição.

3. Identifique se a proposta de intervenção oferece resposta factível ao problema e se foram indicados o agente e a finalidade da proposta, assim como os meios para executá-la.

Avaliar, reescrever e compartilhar

Após revisar sua redação e verificar se os itens indicados foram cumpridos, escreva a versão final fazendo os ajustes necessários. Sob a orientação do professor, compartilhe-a com os colegas e avaliem se o argumento por definição conferiu credibilidade aos textos.

Não escreva no livro.

REFERÊNCIAS BIBlIOGRAFICAS COMENTADAS

ALVES, I. M. Neologia e implicações textuais. In: LEFFA, V. J. (comp.). Tela – Textos em Linguística Aplicada, Pelotas: Educat, 2009. Ideia, 2009. Disponível em: https://www.leffa.pro. br/tela4/Textos/Textos/Anais/ABRALIN_2009/PDF/Ieda%20 Maria%20Alves%20-%20ok.pdf. Acesso em: 12 out. 2024.

Dedicado ao estudo de neologismos, o artigo aborda relações da unidade lexical neológica com outras unidades no âmbito textual. As unidades lexicais enfocadas são aquelas formadas por derivação (prefixal e sufixal) de caráter intensivo.

BAGNO, M. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola, 2012. Avesso ao tradicional ensino da gramática pautado pela fixação de conceitos em si mesmos, Marcos Bagno estuda nessa gramática os fenômenos linguísticos em seus contextos de uso. A descrição do português brasileiro não se separa da descrição histórica, abordagem chamada de pancrônica.

BAGNO, M. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola, 2007.

Nessa obra, o sociolinguista Marcos Bagno investe em conceitos fundamentais sobre variação linguística, de modo a esclarecer profissionais e estudantes sobre as principais noções que envolvem esse fenômeno.

BAGNO, M. Preconceito linguístico. São Paulo: Parábola, 2015.

Nessa obra, Bagno desfaz a associação entre língua e gramática normativa que está na raiz do preconceito linguístico. Para tanto, ele aprofunda os fenômenos do português falado e do escrito no Brasil, a fim de evidenciar que a língua é plural e vasta, enquanto a gramática é apenas a descrição de uma fração da língua. Assim, faz cair por terra a noção de “certo” e “errado” no uso da língua.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução de Maria Ermantina Galvão Gomes Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

Coletânea de textos de diferentes momentos da carreira de Bakhtin. Os três primeiros capítulos são voltados à literatura. No quarto, intitulado “Os gêneros do discurso”, o autor discute a episteme do conceito de gênero discursivo, reflexão que se tornou referência nos estudos sobre o tema.

BRAIT, B.; SILVA, M. C. S. Texto ou discurso? São Paulo: Contexto, 2012.

Resultado da reunião de estudos de diferentes segmentos das Ciências da Linguagem, como Linguística Textual, Semiótica e Estudos Discursivos, este livro constrói um vasto e rico painel para entender, aproximar e distinguir os conceitos de texto e discurso.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. A redação do Enem 2023: cartilha do participante. Brasília, DF: Inep, 2023. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/ institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_ basica/a_redacao_no_enem_2023_cartilha_do_ participante.pdf. Acesso em: 23 out. 2024.

Voltada ao participante do Enem, essa cartilha detalha a prova de redação do Exame. É dividida em duas partes: a primeira é dedicada à Matriz de Referência para a Redação, e a segunda, a um conjunto de redações que obtiveram nota máxima segundo a banca avaliadora. Com base em informações gerais sobre a prova e seus critérios de correção, bem como nos comentários das redações avaliadas com nota máxima, oferecem-se ao participante mais subsídios para obter êxito na prova.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC/SEB, 2018. Disponível em: https:// www.gov.br/mec/pt-br/escola-em-tempo-integral/BNCC_ EI_EF_110518_versaofinal.pdf. Acesso em: 6 nov. 2024. Documento normativo homologado em 2017 e 2018 que norteia a Educação Básica brasileira. Concebida por especialistas de todas as áreas do conhecimento, a BNCC entrelaça a aprendizagem e a realidade dos estudantes com vistas a engajá-los e prepará-los para o futuro.

COSTA, S. R. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.

Em cerca de 600 verbetes de A a Z, Sérgio Roberto Costa caracteriza gêneros textuais escritos e orais, além de gêneros híbridos e multimodais. A objetividade, o didatismo e a concisão dos verbetes ampliam o uso do dicionário para além dos docentes.

CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. São Paulo: Lexikon, 2019.

Clássica no Brasil, essa gramática esmiúça os fenômenos linguísticos do português atual sob a perspectiva da norma-padrão. Os autores não se restringem ao exame da palavra e sua função, pois também discutem seus variados efeitos expressivos.

DECAT, M. B. N. Uma abordagem funcionalista para o estudo de processos linguísticos em gêneros textuais do português em uso. Revista Linguística, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, jun. 2012.

Nesse artigo, a docente da UFMG aborda os aspectos formais dos gêneros textuais, além de discutir e enfatizar os aspectos funcionais que os diferenciam. Para isso, propõe estreita correlação entre os fatos gramaticais e os elementos pragmáticos da situação em que os gêneros se materializam.

FIORIN, J. L. Argumentação. São Paulo: Contexto, 2020. O linguista e professor José Luiz Fiorin apresenta nessa obra as estratégias de construção da argumentação. Ao sistematizá-la, elencando seus variados tipos, o autor evidencia que todo discurso tem uma dimensão argumentativa, seja explícita, seja velada.

FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. P. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2007.

Fruto de anos de pesquisa e prática em sala de aula, esse livro visa melhorar significativamente as competências de leitura e produção de textos com base no conhecimento dos mecanismos de produção do sentido textual. O livro se organiza em 44 lições que favorecem o conhecimento paulatino desses mecanismos.

KOCH, I. G. V. Argumentação e linguagem. São Paulo: Cortez, 2018.

Esse livro, inserido no contexto da semântica argumentativa ou macrossintaxe do discurso, é referência no estudo de operadores argumentativos, recursos valiosos na construção da argumentação. A obra é resultado da tese de doutorado da autora, que foi docente da Unicamp-SP.

KOCHE, V. S.; BOFF, O. M. B.; MARINELLO, A. F. Leitura e produção textual: gêneros textuais do argumentar e expor. Petrópolis: Vozes, 2010.

Livro que tem por objetivo familiarizar os estudantes com a exposição, a defesa e a fundamentação de ideias. Para tanto, enfoca a produção de gêneros textuais que contemplam total ou parcialmente esses três segmentos, tais como editorial, carta argumentativa, carta do leitor e anúncio publicitário.

MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P. et al Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.

Nesse ensaio, Luiz Antônio Marcuschi discute a distinção entre gêneros e tipos textuais. Entre outras diferenças, o autor salienta que os gêneros são realizações linguísticas concretas com intenções sociocomunicativas, enquanto os tipos constituem uma construção teórica com base em sua natureza linguística de composição.

MARCUSCHI, L. A. Linguística de texto: o que é e como se faz. São Paulo: Parábola, 2012.

Nessa obra que se tornou referência no Brasil, Marcuschi promove uma análise sistemática da linguística do texto, ramo da Linguística que surgiu na década de 1960 e é norteado pela ideia de que o texto é uma unidade linguística superior à frase.

MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008.

Sob a perspectiva sociointeracionista da língua, o livro discute em profundidade os conceitos de língua, texto e gênero textual. Os estudos reunidos na obra são organizados em três eixos: produção textual com

ênfase na linguística de texto de base cognitiva, análise sociointerativa de gêneros textuais no contínuo fala-escrita e processos de compreensão textual e produção de sentido.

ROJO, R. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola, 2012. Organizado em seis capítulos, esse livro apresenta uma reflexão aprofundada sobre desempenho escolar relacionando-o à questão da inclusão/exclusão social. Também reúne e sistematiza conceitos importantes do campo da educação linguística e propõe alguns instrumentos para a prática pedagógica.

ROJO, R.; MOURA, E. Letramentos, mídias, linguagens

São Paulo: Parábola, 2019.

Em razão do desenvolvimento das Tecnologias Digitais de Informação, a divisão entre as mídias impressa, eletrônica e digital mostra-se obsoleta. Esse livro discute justamente esse cenário contemporâneo. Trata-se de uma síntese das pesquisas e reflexões dos autores sobre letramentos, multiletramentos, novos letramentos, tecnologias, mídias e diferentes linguagens.

ROJO, R.; MOURA, E. (org.). Multiletramentos na escola

São Paulo: Parábola, 2012.

Nessa obra, Roxane Rojo contextualiza e define a pedagogia dos multiletramentos. Em seguida, os demais autores que participaram da escrita da obra discutem práticas de multiletramento que podem ser aplicadas no contexto escolar.

SILVEIRA, M. I. M. Análise de gênero textual: concepção sócio-retórica. Maceió: Edufal, 2005.

Inserido nos estudos de linguística textual, esse livro dedica-se ao estudo do ofício, gênero textual do campo administrativo e empresarial, ao analisar o contexto de sua produção e recepção, sua organização retórico-discursiva, seus aspectos textuais e seus dispositivos retórico-gramaticais.

VIEIRA, F. E.; FARACO, C. A. Gramática do português brasileiro escrito. São Paulo: Parábola, 2023.

Fundamentada no reconhecimento de uma língua brasileira, essa gramática propõe um estudo da língua escrita por meio do detalhamento e da análise dos princípios norteadores da norma-padrão brasileira contemporânea. Embora tenha caráter normativo, isso não implica ignorar a variabilidade dessa norma-padrão.

XAVIER, G.; REBELLO, I.; MONNERAT, R. (org.). Semiolinguística aplicada ao ensino. São Paulo: Contexto, 2021.

As reflexões contidas nesse livro são baseadas na teoria semiolinguística de análise do discurso. Com base em exemplos variados, da literatura à propaganda, o livro aplica essa teoria nas aulas de Língua Portuguesa. Pode ser utilizado tanto no Ensino Fundamental – Anos Finais como no Ensino Médio.

ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR

APRESENTAÇÃO

Cara professora, caro professor, Trabalhar redação é uma oportunidade de conjugar teorias e práticas do uso da língua, procedimentos de construção textual e estruturas argumentativas, tudo isso à luz da discussão de temas relevantes para pensar o indivíduo, a sociedade e o planeta. Esta obra almeja explorar essa convergência de aprendizagens com base em sequências didáticas que dão destaque à estrutura do texto dissertativo-argumentativo. Para tanto, toma como referência o gênero redação do Enem.

Em virtude desse enfoque, das competências gerais da Educação Básica previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), privilegia-se nesta obra a de número 7, centrada na argumentação. O alinhamento com a BNCC se efetiva ainda na proposta interdisciplinar, evidenciada na mobilização de saberes de diferentes áreas do conhecimento em atividades de leitura, de apuro argumentativo e estilístico e de produção textual. Contudo, embora prevaleçam as propostas de simulados da redação do Enem, o eixo de produção textual no livro não se resume a elas. Acreditamos que o exercício da argumentação e o uso responsável e produtivo de informações em outros contextos e com outras intenções refinam essas habilidades.

Inicialmente, o livro delineia a prova de redação do Enem ao esmiuçar suas características essenciais e elencar estratégias argumentativas. Em seguida, o enfoque é a estrutura do texto dissertativo-argumentativo. São apresentadas e discutidas diferentes possibilidades de elaborar a introdução, a argumentação e as propostas de intervenção em textos voltados ao exame. Amparado pela leitura da matriz de avaliação do Enem e de redações avaliadas com a nota máxima pela banca corretora, esse trabalho inicial visa promover a aprendizagem dos fundamentos dessa prova de redação.

Assim, em conformidade com as competências do Enem, o livro aplica esses fundamentos na discussão de assuntos ligados a temas contemporâneos transversais, o que enriquece os repertórios técnico e cultural dos jovens. Ao longo dessa etapa, a retomada, com novas nuances, de tipos de argumento soma-se à apresentação e à aplicação de outras estratégias argumentativas com o propósito de aprimorar a capacidade reflexiva, crítica e linguística dos estudantes a fim de se tornarem mais aptos para obter êxito na prova.

Bom trabalho a todas e a todos!

Os autores.

PARTE 1 - Conhecendo a obra

As bases do volume de Redação

Tendo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC1) como documento norteador para a construção de currículos educacionais e obras didáticas, este volume de Redação volta-se ao desenvolvimento das competências e habilidades nela indicadas, em especial no que tange à consolidação da aprendizagem da modalidade escrita formal da língua portuguesa e ao atendimento à competência geral 7, que enfoca a argumentação com base em dados, fatos e informações confiáveis. A perspectiva é de um trabalho interdisciplinar, fundamentado na articulação de propostas didáticas voltadas a processos argumentativos e a temas alicerçados nas diferentes áreas do conhecimento, com foco em questões sociais, o que favorece o trabalho docente e a necessária contextualização das aulas e do estudo da língua portuguesa com vistas à produção textual.

Nesse sentido, nesta obra de Redação analisam-se textos de gêneros diversos, com ênfase nas produções textuais voltadas ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), destacando suas características e levando os estudantes a adotá-las como parâmetro para as próprias produções.

Ao longo das sequências didáticas, a obra também busca promover o autoconhecimento e o desenvolvimento de relações interpessoais, incentivando o protagonismo nas dimensões pessoal, social e acadêmica, além de contribuir para o desenvolvimento cognitivo e socioemocional dos estudantes.

Dessa forma, concebe-se o trabalho em Redação como uma conexão entre teoria e prática de uso da língua, entre conhecimentos relativos a tipos e estruturas argumentativas e procedimentos de construção textual, com o intento de assumir maior protagonismo e obter sucesso nas situações em que a modalidade escrita formal da língua é requerida, mas não só, pois não menos importante se trata de favorecer a formação de sujeitos capazes de agir no mundo por meio da linguagem e de alcançar metas e objetivos traçados nos projetos de vida, por meio da reflexão sobre si, sobre o outro e sobre um futuro mais justo e igualitário para todos.

Pressupostos teórico-metodológicos e proposta didático-pedagógica

A obra fundamenta-se em uma perspectiva enunciativo-discursiva da linguagem, em que se considera que todo enunciado é elaborado por um sujeito ativo em determinada situação e com dada finalidade, implicando uma relação entre o sujeito e o contexto em que está inserido. O texto norteia a ação docente no desenvolvimento de reflexões em relação à leitura e à produção textual escrita, conectadas a contextos de análises linguística e semiótica, com espaço para análises críticas, com o propósito de ampliar o letramento dos estudantes

Ancorando essa concepção, os pressupostos teóricos são o conceito de gênero e dialogismo bakhtinianos: “Qualquer enunciado considerado isoladamente é, claro, individual, mas cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, sendo isso que denominamos gêneros do discurso”2. Por sua vez, eles são integrados à interação discursiva e social: “[...] se como ensinava Bakhtin, o dialogismo preside a construção de todo o discurso, então um discurso será uma voz nesse diálogo incessante que é a história”3. Segundo essa referência, todos os discursos são argumentativos, pois um discurso é sempre sobre outro discurso, “refutando, apoiando, contestando, sustentando, contradizendo um dado posicionamento”4

Considerando esses pressupostos, concebe-se que os textos apresentados e analisados apresentam uma natureza argumentativa, de modo que as propostas de leitura exijam dos estudantes a produção de inferências e a adoção de posicionamento crítico sobre o que leem, promovendo o desenvolvimento de habilidades relativas à argumentação, além de enriquecer o repertório dos jovens em relação a temas de diversas áreas do conhecimento.

Uma distinção conceitual pertinente à fundamentação desta obra é entre tipo textual e gênero textual. De acordo com Marcuschi5, o primeiro é caracterizado por traços internos e linguísticos, enquanto o segundo, por critérios externos ao texto, determinados pelo contexto social em que o texto se insere, de acordo com uma finalidade comunicativa. Ainda conforme Marcuschi6, tipos e gêneros textuais são categorizados como indicado a seguir.

1 BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: www.gov.br/mec/pt-br/escola-em-tempo-integral/ BNCC_EI_EF_110518_versaofinal.pdf. Acesso em: 9 set. 2024.

2 BAKHTIN, Mikhail. Os gêneros do discurso. Tradução de Paulo de Bezerra. Notas da edição russa de Serguei Botcharov. São Paulo: Editora 34, 2016. p. 279.

3 FIORIN, José Luiz. Argumentação. São Paulo: Contexto, 2020. p. 31.

4 FIORIN, ref. 3

5 MARCUSCHI, Luiz Antônio. Linguística de texto: o que é e como se faz. São Paulo: Parábola, 2012.

6 MARCUSCHI, ref. 5, p. 22.

Tipos e gêneros textuais

Tipos textuais Gêneros textuais

1. São constructos teóricos definidos por propriedades linguísticas intrínsecas.

2. Constituem sequências linguísticas ou sequências de enunciados no interior dos gêneros e não são textos empíricos.

3. Sua nomeação abrange um conjunto limitado de categorias teóricas determinadas por aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas, tempo verbal.

4. Designações teóricas dos tipos: narração, argumentação, descrição, injunção e exposição.

1. São realizações linguísticas concretas definidas por propriedades sociocomunicativas.

2. Constituem textos empiricamente realizados cumprindo funções em situações comunicativas.

3. Sua nomeação abrange um conjunto aberto e praticamente ilimitado de designações concretas determinadas pelo canal, estilo, conteúdo, composição e função.

4. Exemplos de gêneros: telefonema, sermão, carta comercial, carta pessoal, aula expositiva, romance, reunião de condomínio, lista de compras, conversa espontânea, cardápio, receita culinária, inquérito policial etc.

Fonte dos dados: MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, Angela Paiva et al. Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.

No tocante à tipologia textual e à sua abordagem ao longo da obra, compreende-se, de acordo com Schneuwly e Dolz7, que essas categorias não devem ser tratadas de forma isolada, mas sim exploradas em situações em que, no interior dos gêneros, as sequências textuais forem significativas e potencializadoras de estudos voltados ao desenvolvimento de habilidades leitoras e produtoras de textos.

De acordo com Decat8, percebe-se consenso ao considerar gênero textual como determinante das estruturas linguísticas materializadas em um texto. Segundo essa autora: [...] as diferentes práticas sociais a que estamos sujeitos em nossas atividades de interação proporcionam a variabilidade da língua, o que acaba por levar a uma variedade de gêneros textuais, cuja identificação apresenta-se, às vezes, difusa e aberta. A distinção entre um gênero e outro não é propriamente linguística, mas calca-se em aspectos funcionais e pragmáticos.

No entanto, Decat salienta que esse fato não significa desprezar os aspectos de natureza linguística nos estudos sobre os gêneros; trata-se de promover a descoberta de uma possível relação entre fatores gramaticais e aspectos pragmáticos.

Diante dessas concepções, a obra de Redação estrutura-se em dois eixos principais: leitura e produção textual. O eixo de análise linguística/semiótica é tratado de maneira transversal, articulando habilidades dessa vertente e habilidades relativas às práticas de uso, em especial na produção de textos dissertativo-argumentativos voltados ao Enem. Sobre esses textos, é importante destacar que tanto as propostas de produção da redação do Enem como as redações do Enem em si compõem gêneros textuais, uma vez que têm forma relativamente estável de enunciado, os quais, conforme Bakhtin, apresentam:

• conteúdo temático típico do gênero;

• forma composicional, como traços de posição enunciativa, sequências textuais recorrentes e tipos discursivos que organizam o texto internamente;

• recursos estilísticos, ou seja, marcas linguísticas recorrentes.

Para comportar esses eixos de trabalho, a obra está organizada em nove unidades, cada uma delas composta de três sequências didáticas. Além dos eixos estruturantes e transversal, cada unidade tem como referência os Temas Contemporâneos Transversais (TCT), contemplando uma ou mais macroáreas em cada unidade: Meio Ambiente, Economia, Saúde, Cidadania e Civismo, Multiculturalismo e Ciência e Tecnologia.

As sequências didáticas são iniciadas pela leitura e culminam na produção textual. Parte-se de um ou dois textos, em que se concebe um leitor ativo, que participa de processos inferenciais e se posiciona criticamente em face do que lê. As seções de leitura contemplam textos de gêneros diversos, além de propostas de redação do Enem e de redações que obtiveram nota máxima no exame, chanceladas pelo processo de correção oficial, ou seja, textos autênticos que foram divulgados como parâmetros de produção.

Nesse processo de leitura e de produção textual, são desenvolvidos aspectos relacionados, em especial, às competências II, III e V avaliadas na redação do Enem. Progressivamente, encaminham-se propostas de análise linguística/semiótica, de modo que se identifiquem e se analisem fenômenos linguísticos articulados às organizações discursivas, em especial às utilizadas na persuasão e avaliadas nas competências I e IV, conforme indicado no quadro a seguir.

7 SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2010.

8 DECAT, Maria Beatriz Nascimento. Uma abordagem funcionalista para o estudo de processos linguísticos em gêneros textuais do português em uso. Revista Linguística, Rio de Janeiro, v. 8, n. 1, p. 150, jun. 2012.

Quadro de competências avaliadas na redação do Enem

Competência I Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa.

Competência II Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.

Competência III Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.

Competência IV Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.

Competência V Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. A redação do Enem 2024: cartilha do(a) participante. Brasília, DF: Inep, 2024. Disponível em: https://download.inep.gov.br/publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_educacao_basica/a_ redacao_no_enem_2024_cartilha_do_participante.pdf. Acesso em: 21 out. 2024.

No que tange ao trabalho de leitura, a obra reúne textos verbais e multissemióticos de diferentes campos de atuação, com predominância de textos do campo jornalístico-midiático, além de oferecer diversas propostas de redação do Enem e os próprios textos do gênero redação do Enem, em busca de consolidar e aprofundar as habilidades de leitura, bem como de ampliar o repertório dos estudantes-leitores. Concebendo a leitura como um processo que exige compreensão, análise e reconstrução dos sentidos de um enunciado, segundo Koch e Elias9, nessa abordagem a leitura leva em conta o contexto de produção e de circulação, informações explícitas e/ou implícitas e questões estilísticas ou semânticas, objetivando a identificação e a análise da camada argumentativa dos textos, conforme proposto nas atividades da subseção Pensar e compartilhar. Na sequência, ainda na seção de leitura, propõe-se, sobretudo a partir da unidade 4 do livro, a análise de um tópico relacionado ao desenvolvimento argumentativo do texto, com o intuito de promover a compreensão e a análise de processos de argumentação dos quais todo texto é portador. Nesse sentido, esses tópicos do eixo leitura foram delineados de acordo com os contextos apresentados nos próprios textos, orientando uma prática de análise e reflexão pautada em diferentes estratégias argumentativas.

Nos boxes Eu e o mundo, são apresentadas brevemente questões relativas à maneira como o sujeito se posiciona em relação às problemáticas abordadas na seção Leitura em pauta, colocando em diálogo diferentes hipóteses, modos de ver e ideias com base nas experiências e nas vivências individuais dos estudantes. Complementando o trabalho com a leitura dos textos, a seção Integrando com propõe um diálogo mais explícito com a própria área de Linguagens – em interdisciplinaridade com Literatura, Arte e Educação Física, por exemplo – e com as demais áreas do conhecimento, potencializando saberes e contribuindo para a ampliação das habilidades leitoras, exigindo posicionamentos e argumentação. Diante dos pressupostos e do desenvolvimento analítico da leitura, é importante notar que as respostas das atividades não refletem, de forma exata, as formulações dos estudantes, funcionando como um apoio às discussões e às reflexões sugeridas. Relacionadas à leitura de diferentes gêneros, à análise das estratégias argumentativas e às reflexões sobre a língua, as propostas do eixo da produção textual, presentes na subseção #naprática, solicitam, predominantemente, produções de texto de redação do Enem, contemplando também outros gêneros textuais, voltados, sobretudo, à esfera do argumentar, como artigo de opinião, carta aberta, manifesto e post opinativo. Em alguns casos, o gênero proposto não foi oferecido na seção Leitura em pauta, de modo que, na própria seção de produção, é efetuada a leitura de um texto do gênero em questão, com vistas a favorecer a orientação de trabalho por meio de uma referência do que o estudante deverá produzir. Algumas dessas propostas são dedicadas às práticas sociais do mundo digital, privilegiando discussões sobre a confiabilidade das fontes, o desenvolvimento de estratégias de pesquisa em plataformas digitais, entre outros. É importante destacar que, em todas as orientações de produção de texto, considera-se o trabalho com a estratégia argumentativa abordada nas seções de leitura, assim como os recursos linguísticos voltados à argumentação trabalhados em análise linguística/semiótica, conforme desenvolvido na seção #aquecimento, na qual se promovem atividades de aplicação e prática de escrita que favorecem a produção textual. Além disso, no boxe O mundo e eu, presente em cada seção de produção, é apresentada uma situação pautada em questões sociais que buscam incentivar reflexões acerca de determinado recorte temático relacionado à proposta de redação, de forma a contribuir para a construção da argumentação. Ainda, cada unidade conta com uma proposta extra de produção de texto, disponível nestas Orientações para o professor. Os Simulados extras da redação do Enem possibilitam mais uma oportunidade de o estudante exercitar a produção desse gênero (ver p. 306).

Cabe mencionar que, nas seções Leitura em pauta, os exemplares das propostas de redação do Enem foram reproduzidos conforme as provas originais, de modo que a disposição desses textos segue o exato padrão do ano de aplicação do exame. Esse esclarecimento é necessário, pois, ao longo dos anos, a estrutura composicional da proposta de redação do Enem sofreu

9 KOCH, Ingedore G. V.; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.

alterações, havendo provas que iniciam com “Proposta de redação” e outras com “Instruções para a redação”. Já nas seções #naprática em que são oferecidos simulados da redação do Enem, o padrão estabelecido foi a do exame de 2023. Nesses simulados, não há a reprodução do item “4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto”, pois o docente pode solicitar aos estudantes que a produção textual seja realizada no caderno ou em outro suporte que julgar mais conveniente.

Há nas unidades uma progressão em relação ao desenvolvimento dos processos argumentativos e da abordagem de temas. Nas unidades 1 a 3, há uma introdução e o desenvolvimento dos fundamentos relativos ao texto dissertativo-argumentativo solicitado no Enem. Nas unidades 4 a 9, são abordadas diferentes estratégias argumentativas em consonância com a complexidade crescente dos temas – dado o recorte temático mais abrangente nas primeiras unidades e, gradualmente, mais específico até a unidade final, em um movimento progressivo e em espiral no desenvolvimento de habilidades leitoras e escritoras.

De forma transversal aos eixos estruturantes da leitura e da produção de texto, a análise linguística/semiótica considera, sobretudo, a norma, respaldando-se em gramáticos como Cunha e Sintra10 e Bechara11, mas também orientada pelo uso, como em Bagno12, Moura Neves13 e Faraco14. Para embasar o trabalho, são utilizados como fundamentos Koch15, Travaglia16 e Fiorin17. As abordagens discursivas amparam-se, sobretudo, nas contribuições de Bakhtin18 e de seus comentadores, como Brait e Silva19 e Faraco20. Assim, na seção Linguagem em foco, abarcam-se as categorias morfológicas e sintáticas, em uma perspectiva aplicada, ou seja, pautada na realização da língua em textos autênticos e de circulação real. Em consonância com o trabalho em leitura e apontando as possibilidades de usos linguísticos na produção textual, exploram-se os efeitos de sentido de determinadas formulações, tendo como foco o favorecimento dos processos argumentativos. Compondo os estudos linguísticos, o boxe De olho na linguagem abarca questões de ordem notacional que incidem diretamente sobre o uso de acordo com a norma-padrão.

Ademais, é válido ressaltar que, embora as sequências didáticas estejam estruturadas em uma organização progressiva no que se refere aos processos argumentativos e à abordagem temática, a obra pode ser utilizada em sequência diferente da apresentada, reforçando a autonomia docente e a adequação ao contexto escolar.

Objetivos que fundamentam a proposta didático-pedagógica

Partindo dos estudos sobre competências e habilidades, que se referem à “capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles”21, a obra de Redação visa auxiliar no desenvolvimento de capacidades relativas à busca e à seleção de informações por parte dos estudantes, utilizando-as com propriedade e responsabilidade, trabalhando em conjunto a fim de propor soluções – criativas, factíveis e sustentadas em princípios éticos – para questões da vida em comunidade.

Nesse sentido, a obra tem como objetivo desenvolver habilidades relativas à leitura e à produção textual, além de subsidiar o reconhecimento dos efeitos de sentido obtidos por determinadas escolhas de recursos da língua, aprofundando a análise sobre as linguagens e seu funcionamento e alargando “as referências estéticas, éticas e políticas que cercam a produção e recepção dos discursos, ampliando as possibilidades de fruição, de construção e produção de conhecimentos, de compreensão crítica e intervenção na realidade e participação social dos jovens, nos âmbitos da cidadania, do trabalho e dos estudos”22

Adicionalmente, evidenciam-se as habilidades voltadas ao trato das informações e da opinião, com atenção à veracidade e à confiabilidades das informações, além da validade e da coerência da argumentação, fomentando o debate de ideias e o respeito à diversidade de posicionamentos. Objetiva-se também explorar as potencialidades do acesso e da disponibilização das informações em meios digitais, instigando ambientes colaborativos voltados à pesquisa, à produção e ao compartilhamento de textos. Nessa perspectiva, um dos objetivos a ser alcançado é o conhecimento, pelos estudantes, de políticas públicas destinadas ao acesso ao Ensino Superior no Brasil, em específico via Enem.

Em face dos pressupostos teórico-metodológicos, bem como da proposta didático-pedagógica, o trabalho com a argumentação, eixo central da obra, é entendido como prática da tolerância, do diálogo e do respeito. Dessa forma, pretende-se também auxiliar os estudantes em sua formação como cidadãos éticos, responsáveis e atuantes na sociedade.

10 CUNHA, Celso; SINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Lexikon, 2019.

11 BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 39. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019.

12 BAGNO, Marcos. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola, 2012.

13 NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática de uso do português. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Editora Unesp, 2011.

14 FARACO, Carlos Alberto. Linguagem e diálogo: ideias linguísticas do Círculo de Bakhtin. São Paulo: Parábola, 2009.

15 KOCH, Ingedore G. V.; ELIAS, Vanda Maria. Ler e escrever: estratégias de produção textual. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2011.

16 TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Integração entre ensino de gramática e ensino de produção/compreensão de textos e de léxico. In: HEYE, Jurgen (org.). Flores verbais: Uma miscelânea em homenagem à Eneida do Rego Monteiro Bomfim no seu 70o aniversário. Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio, 1995. p. 103‐119.

17 FIORIN, José Luiz. As astúcias da enunciação: as categorias de pessoa, espaço e tempo. São Paulo: Contexto, 2016.

18 BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Tradução de Maria Ermantina Galvão Gomes Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

19 BRAIT, Beth; SILVA, Maria Cecília Souza e. Texto ou discurso? São Paulo: Contexto, 2012.

20 FARACO, ref. 14.

21 PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens, entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.

22 BRASIL, ref. 1, p. 498.

O trabalho com as competências da BNCC

Conforme exposto anteriormente, o livro promove o desenvolvimento das Competências Gerais da Educação Básica23 , propostas pela BNCC. São elas:

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

23 BRASIL, ref. 1, p. 9.

24 BRASIL, ref. 1, p. 490.

As competências gerais são amplas e transversais, o que permite sua adaptação a diferentes contextos educacionais. Diante desse aspecto, a competência geral 7 tem seu desenvolvimento privilegiado nesta obra de Redação em razão da predominância de propostas de produção textual que se configuram como simulados da redação do Enem e do trabalho constante com textos da esfera do argumentar, com o uso de fontes confiáveis e a formulação de argumentos sólidos e embasados.

As competências gerais se conectam não apenas ao desenvolvimento intelectual dos estudantes, mas também a habilidades socioemocionais e à formação ética, ou seja, elas traduzem um compromisso com a educação integral dos jovens, uma vez que considera as dimensões intelectual, emocional, social e cultural dos seres humanos. Por exemplo, a competência geral 9 propõe o exercício da empatia, do diálogo e da resolução de conflitos, promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, ao passo que a competência geral 6 solicita a valorização da diversidade de saberes e de vivências culturais.

Ao oferecer textos que tematizam diferentes contextos e vivências culturais, abrangendo questões relacionadas ao mundo do trabalho, como na unidade 9, com enfoque em propostas que propiciam a reflexão crítica sobre a multifacetada sociedade contemporânea, esta obra, em consonância com a BNCC, incentiva o desenvolvimento da capacidade argumentativa (ver tópico seguinte), sem se furtar de dar sua contribuição para a formação de estudantes capazes de manejar uma quantidade cada vez maior de informações e de mobilizar seus repertórios. Busca-se, portanto, criar oportunidades de construir um projeto de vida que possa atender aos anseios e aos desejos dos estudantes, em uma atuação ética e responsável em diferentes contextos, por meio de propostas diversas que contribuem para o desenvolvimento das competências gerais, tratando de temas socialmente relevantes. Para isso, os estudantes são instigados a elaborar argumentos a serem aplicados na redação exigida na prova do Enem e também em outras produções relacionadas aos mais diversos espaços do mundo digital e da vida em sociedade, resolvendo problemas, tomando decisões com autonomia e, principalmente, valorizando e respeitando as diferenças e as diversidades. A obra, portanto, tem como foco o preparo dos estudantes para o exercício pleno da cidadania e a inserção desses jovens no mundo do trabalho.

Com relação às Competências Específicas de Linguagens e suas Tecnologias para o Ensino Médio24, temos:

1. Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.

2. Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitando as diversidades e a pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando o autoconhecimento, a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza.

3. Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem o outro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global.

4. Compreender as línguas como fenômeno (geo)político, histórico, cultural, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo suas variedades e vivenciando-as como formas de expressões identitárias, pessoais e coletivas, bem como agindo no enfrentamento de preconceitos de qualquer natureza.

5. Compreender os processos de produção e negociação de sentidos nas práticas corporais, reconhecendo-as e vivenciando-as como formas de expressão de valores e identidades, em uma perspectiva democrática e de respeito à diversidade.

6. Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais, considerando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções autorais individuais e coletivas, exercendo protagonismo de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.

7. Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando as dimensões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de produzir sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas, e de aprender a aprender nos campos da ciência, cultura, trabalho, informação e vida pessoal e coletiva.

Como visto, tais competências abrangem a compreensão, a análise, a mobilização, a apreciação e a utilização das linguagens e de suas práticas sociais, bem como do resultado dessas práticas, exemplificadas pelas produções artísticas e culturais, a fim de promover o aprofundamento da capacidade crítica e analítica dos estudantes. Na Parte 2 – Encaminhamento das unidades destas Orientações para o professor, é elencado a cada unidade o trabalho com as competências específicas de área, de acordo com as propostas presentes no Livro do Estudante.

A seguir, listam-se as habilidades de Linguagens e suas Tecnologias e as habilidades de Língua Portuguesa para o Ensino Médio, para que você possa consultar os textos na íntegra, uma vez que os códigos alfanuméricos serão citados mais adiante, também na Parte 2. Antes, contudo, cabe ressaltar, primeiro, que esta obra prioriza habilidades voltadas à produção textual, especialmente o texto dissertativo-argumentativo, conforme exigido no Enem, e, segundo, que ela não atende a todas as habilidades de Língua Portuguesa, as quais terão atendimento garantido na obra específica desse componente curricular.

De acordo com a BNCC do Ensino Médio, a organização das habilidades específicas de Linguagens é atrelada às respecti25 BRASIL, ref. 1, p. 491-497.

vas competências da área. Já as habilidades de Língua Portuguesa são organizadas no documento por campo de atuação, sem divisão por prática social da linguagem. A seguir são reproduzidos os textos de tais habilidades.

HABILIDADES DE LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS25 Relacionadas à competência específica 1

(EM13LGG101) Compreender e analisar processos de produção e circulação de discursos, nas diferentes linguagens, para fazer escolhas fundamentadas em função de interesses pessoais e coletivos.

(EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes nos discursos veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação, interpretação e intervenção crítica da/na realidade.

(EM13LGG103) Analisar o funcionamento das linguagens, para interpretar e produzir criticamente discursos em textos de diversas semioses (visuais, verbais, sonoras, gestuais).

(EM13LGG104) Utilizar as diferentes linguagens, levando em conta seus funcionamentos, para a compreensão e produção de textos e discursos em diversos campos de atuação social.

(EM13LGG105) Analisar e experimentar diversos processos de remidiação de produções multissemióticas, multimídia e transmídia, desenvolvendo diferentes modos de participação e intervenção social.

Relacionadas à competência específica 2

(EM13LGG201) Utilizar as diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes contextos, valorizando-as como fenômeno social, cultural, histórico, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso.

(EM13LGG202) Analisar interesses, relações de poder e perspectivas de mundo nos discursos das diversas práticas de linguagem (artísticas, corporais e verbais), compreendendo criticamente o modo como circulam, constituem-se e (re)produzem significação e ideologias.

(EM13LGG203) Analisar os diálogos e os processos de disputa por legitimidade nas práticas de linguagem e em suas produções (artísticas, corporais e verbais).

(EM13LGG204) Dialogar e produzir entendimento mútuo, nas diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais), com vistas ao interesse comum pautado em princípios e valores de equidade assentados na democracia e nos Direitos Humanos. Relacionadas à competência específica 3

(EM13LGG301) Participar de processos de produção individual e colaborativa em diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais), levando em conta suas formas e seus funcionamentos, para produzir sentidos em diferentes contextos.

(EM13LGG302) Posicionar-se criticamente diante de diversas visões de mundo presentes nos discursos em diferentes linguagens, levando em conta seus contextos de produção e de circulação.

(EM13LGG303) Debater questões polêmicas de relevância social, analisando diferentes argumentos e opiniões, para formular, negociar e sustentar posições, frente à análise de perspectivas distintas.

(EM13LGG304) Formular propostas, intervir e tomar decisões que levem em conta o bem comum e os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global.

(EM13LGG305) Mapear e criar, por meio de práticas de linguagem, possibilidades de atuação social, política, artística e cultural para enfrentar desafios contemporâneos, discutindo princípios e objetivos dessa atuação de maneira crítica, criativa, solidária e ética.

Relacionadas à competência específica 4

(EM13LGG401) Analisar criticamente textos de modo a compreender e caracterizar as línguas como fenômeno (geo)político, histórico, social, cultural, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso.

(EM13LGG402) Empregar, nas interações sociais, a variedade e o estilo de língua adequados à situação comunicativa, ao(s) interlocutor(es) e ao gênero do discurso, respeitando os usos das línguas por esse(s) interlocutor(es) e sem preconceito linguístico.

(EM13LGG403) Fazer uso do inglês como língua de comunicação global, levando em conta a multiplicidade e variedade de usos, usuários e funções dessa língua no mundo contemporâneo.

Relacionadas à competência específica 5

(EM13LGG501) Selecionar e utilizar movimentos corporais de forma consciente e intencional para interagir socialmente em práticas corporais, de modo a estabelecer relações construtivas, empáticas, éticas e de respeito às diferenças.

(EM13LGG502) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder presentes nas práticas corporais, adotando posicionamento contrário a qualquer manifestação de injustiça e desrespeito a direitos humanos e valores democráticos.

(EM13LGG503) Vivenciar práticas corporais e significá-las em seu projeto de vida, como forma de autoconhecimento, autocuidado com o corpo e com a saúde, socialização e entretenimento.

Relacionadas à competência específica 6

(EM13LGG601) Apropriar-se do patrimônio artístico de diferentes tempos e lugares, compreendendo a sua diversidade, bem como os processos de legitimação das manifestações artísticas na sociedade, desenvolvendo visão crítica e histórica.

(EM13LGG602) Fruir e apreciar esteticamente diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, assim como delas participar, de modo a aguçar continuamente a sensibilidade, a imaginação e a criatividade.

(EM13LGG603) Expressar-se e atuar em processos de criação autorais individuais e coletivos nas diferentes linguagens artísticas (artes visuais, audiovisual, dança, música e teatro) e nas intersecções entre elas, recorrendo a referências estéticas e culturais, conhecimentos de naturezas diversas (artísticos, históricos, sociais e políticos) e experiências individuais e coletivas.

(EM13LGG604) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política e econômica e identificar o processo de construção histórica dessas práticas.

Relacionadas à competência específica 7

(EM13LGG701) Explorar tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC), compreendendo seus princípios e funcionalidades, e utilizá-las de modo ético, criativo, responsável e adequado a práticas de linguagem em diferentes contextos.

(EM13LGG702) Avaliar o impacto das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) na formação do sujeito e em suas práticas sociais, para fazer uso crítico dessa mídia em práticas de seleção, compreensão e produção de discursos em ambiente digital.

(EM13LGG703) Utilizar diferentes linguagens, mídias e ferramentas digitais em processos de produção coletiva, colaborativa e projetos autorais em ambientes digitais.

(EM13LGG704) Apropriar-se criticamente de processos de pesquisa e busca de informação, por meio de ferramentas e dos novos formatos de produção e distribuição do conhecimento na cultura de rede.

26 BRASIL, ref. 1, p. 506-526.

HABILIDADES DE LÍNGUA PORTUGUESA26

Na sequência, são reproduzidos os textos na íntegra das habilidades de Língua Portuguesa, divididos por campos de atuação, conforme a legenda a seguir.

• Todos os campos de atuação social

• Campo de vida pessoal

• Campo de atuação na vida pública

• Campo das práticas de estudo e pesquisa

• Campo jornalístico-midiático

• Campo artístico-literário

PRÁTICAS Leitura, escuta, produção de textos (orais, escritos, multissemióticos) e análise linguística/semiótica

(EM13LP01) Relacionar o texto, tanto na produção como na leitura/escuta, com suas condições de produção e seu contexto sócio-histórico de circulação (leitor/audiência previstos, objetivos, pontos de vista e perspectivas, papel social do autor, época, gênero do discurso etc.), de forma a ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de análise crítica e produzir textos adequados a diferentes situações.

(EM13LP02) Estabelecer relações entre as partes do texto, tanto na produção como na leitura/escuta, considerando a construção composicional e o estilo do gênero, usando/reconhecendo adequadamente elementos e recursos coesivos diversos que contribuam para a coerência, a continuidade do texto e sua progressão temática, e organizando informações, tendo em vista as condições de produção e as relações lógico-discursivas envolvidas (causa/efeito ou consequência; tese/argumentos; problema/ solução; definição/exemplos etc.).

(EM13LP03) Analisar relações de intertextualidade e interdiscursividade que permitam a explicitação de relações dialógicas, a identificação de posicionamentos ou de perspectivas, a compreensão de paráfrases, paródias e estilizações, entre outras possibilidades.

(EM13LP04) Estabelecer relações de interdiscursividade e intertextualidade para explicitar, sustentar e conferir consistência a posicionamentos e para construir e corroborar explicações e relatos, fazendo uso de citações e paráfrases devidamente marcadas.

(EM13LP05) Analisar, em textos argumentativos, os posicionamentos assumidos, os movimentos argumentativos (sustentação, refutação/contra-argumentação e negociação) e os argumentos utilizados para sustentá-los, para avaliar sua força e eficácia, e posicionar-se criticamente diante da questão discutida e/ou dos argumentos utilizados, recorrendo aos mecanismos linguísticos necessários.

(EM13LP06) Analisar efeitos de sentido decorrentes de usos expressivos da linguagem, da escolha de determinadas palavras ou expressões e da ordenação, combinação e contraposição de palavras, dentre outros, para ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de uso crítico da língua.

(EM13LP07) Analisar, em textos de diferentes gêneros, marcas que expressam a posição do enunciador frente àquilo que é dito: uso de diferentes modalidades (epistêmica, deôntica e apreciativa) e de diferentes recursos gramaticais que operam como modalizadores (verbos modais, tempos e modos verbais, expressões modais, adjetivos, locuções ou orações adjetivas, advérbios, locuções ou orações adverbiais, entonação etc.), uso de estratégias de impessoalização (uso de terceira pessoa e de voz passiva etc.), com vistas ao incremento da compreensão e da criticidade e ao manejo adequado desses elementos nos textos produzidos, considerando os contextos de produção.

(EM13LP08) Analisar elementos e aspectos da sintaxe do português, como a ordem dos constituintes da sentença (e os efeitos que causam sua inversão), a estrutura dos sintagmas, as categorias sintáticas, os processos de coordenação e subordinação (e os efeitos de seus usos) e a sintaxe de concordância e de regência, de modo a potencializar os processos de compreensão e produção de textos e a possibilitar escolhas adequadas à situação comunicativa.

(EM13LP09) Comparar o tratamento dado pela gramática tradicional e pelas gramáticas de uso contemporâneas em relação a diferentes tópicos gramaticais, de forma a perceber as diferenças de abordagem e o fenômeno da variação linguística e analisar motivações que levam ao predomínio do ensino da norma-padrão na escola.

(EM13LP10) Analisar o fenômeno da variação linguística, em seus diferentes níveis (variações fonético-fonológica, lexical, sintática, semântica e estilístico-pragmática) e em suas diferentes dimensões (regional, histórica, social, situacional, ocupacional, etária etc.), de forma a ampliar a compreensão sobre a natureza viva e dinâmica da língua e sobre o fenômeno da constituição de variedades linguísticas de prestígio e estigmatizadas, e a fundamentar o respeito às variedades linguísticas e o combate a preconceitos linguísticos.

(EM13LP11) Fazer curadoria de informação, tendo em vista diferentes propósitos e projetos discursivos.

(EM13LP12) Selecionar informações, dados e argumentos em fontes confiáveis, impressas e digitais, e utilizá-los de forma referenciada, para que o texto a ser produzido tenha um nível de aprofundamento adequado (para além do senso comum) e contemple a sustentação das posições defendidas.

(EM13LP13) Analisar, a partir de referências contextuais, estéticas e culturais, efeitos de sentido decorrentes de escolhas de elementos sonoros (volume, timbre, intensidade, pausas, ritmo, efeitos sonoros, sincronização etc.) e de suas relações com o verbal, levando-os em conta na produção de áudios, para ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de apreciação.

(EM13LP14) Analisar, a partir de referências contextuais, estéticas e culturais, efeitos de sentido decorrentes de escolhas e composição das imagens (enquadramento, ângulo/vetor, foco/ profundidade de campo, iluminação, cor, linhas, formas etc.) e de sua sequenciação (disposição e transição, movimentos de câmera, remix, entre outros), das performances (movimentos do corpo, gestos, ocupação do espaço cênico), dos elementos sonoros (entonação, trilha sonora, sampleamento etc.) e das relações desses elementos com o verbal, levando em conta esses efeitos nas produções de imagens e vídeos, para ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de apreciação.

(EM13LP15) Planejar, produzir, revisar, editar, reescrever e avaliar textos escritos e multissemióticos, considerando sua adequação às condições de produção do texto, no que diz respeito ao lugar social a ser assumido e à imagem que se pretende passar a respeito de si mesmo, ao leitor pretendido, ao veículo e mídia em que o texto ou produção cultural vai circular, ao contexto imediato e sócio-histórico mais geral, ao gênero textual em questão e suas regularidades, à variedade linguística apropriada a esse contexto e ao uso do conhecimento dos aspectos notacionais (ortografia padrão, pontuação adequada, mecanismos de concordância nominal e verbal, regência verbal etc.), sempre que o contexto o exigir.

(EM13LP16) Produzir e analisar textos orais, considerando sua adequação aos contextos de produção, à forma composicional e ao estilo do gênero em questão, à clareza, à progressão temática e à variedade linguística empregada, como também aos elementos relacionados à fala (modulação de voz, entonação, ritmo, altura e intensidade, respiração etc.) e à cinestesia (postura corporal, movimentos e gestualidade significativa, expressão facial, contato de olho com plateia etc.).

(EM13LP17) Elaborar roteiros para a produção de vídeos variados (vlog, videoclipe, videominuto, documentário etc.), apresentações teatrais, narrativas multimídia e transmídia, podcasts,

playlists comentadas etc., para ampliar as possibilidades de produção de sentidos e engajar-se em práticas autorais e coletivas.

(EM13LP18) Utilizar softwares de edição de textos, fotos, vídeos e áudio, além de ferramentas e ambientes colaborativos para criar textos e produções multissemióticas com finalidades diversas, explorando os recursos e efeitos disponíveis e apropriando-se de práticas colaborativas de escrita, de construção coletiva do conhecimento e de desenvolvimento de projetos.

(EM13LP19) Apresentar-se por meio de textos multimodais diversos (perfis variados, gifs biográficos, biodata, currículo web, videocurrículo etc.) e de ferramentas digitais (ferramenta de gif, wiki, site etc.), para falar de si mesmo de formas variadas, considerando diferentes situações e objetivos.

(EM13LP20) Compartilhar gostos, interesses, práticas culturais, temas/problemas/questões que despertam maior interesse ou preocupação, respeitando e valorizando diferenças, como forma de identificar afinidades e interesses comuns, como também de organizar e/ou participar de grupos, clubes, oficinas e afins. (EM13LP21) Produzir, de forma colaborativa, e socializar playlists comentadas de preferências culturais e de entretenimento, revistas culturais, fanzines, e-zines ou publicações afins que divulguem, comentem e avaliem músicas, games, séries, filmes, quadrinhos, livros, peças, exposições, espetáculos de dança etc., de forma a compartilhar gostos, identificar afinidades, fomentar comunidades etc. (EM13LP22) Construir e/ou atualizar, de forma colaborativa, registros dinâmicos (mapas, wiki etc.) de profissões e ocupações de seu interesse (áreas de atuação, dados sobre formação, fazeres, produções, depoimentos de profissionais etc.) que possibilitem vislumbrar trajetórias pessoais e profissionais. (EM13LP23) Analisar criticamente o histórico e o discurso político de candidatos, propagandas políticas, políticas públicas, programas e propostas de governo, de forma a participar do debate político e tomar decisões conscientes e fundamentadas. (EM13LP24) Analisar formas não institucionalizadas de participação social, sobretudo as vinculadas a manifestações artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e formas de expressão típica das culturas juvenis que pretendam expor uma problemática ou promover uma reflexão/ação, posicionando-se em relação a essas produções e manifestações.

(EM13LP25) Participar de reuniões na escola (conselho de escola e de classe, grêmio livre etc.), agremiações, coletivos ou movimentos, entre outros, em debates, assembleias, fóruns de discussão etc., exercitando a escuta atenta, respeitando seu turno e tempo de fala, posicionando-se de forma fundamentada, respeitosa e ética diante da apresentação de propostas e defesas de opiniões, usando estratégias linguísticas típicas de negociação e de apoio e/ou de consideração do discurso do outro (como solicitar esclarecimento, detalhamento, fazer referência direta ou retomar a fala do outro, parafraseando-a para endossá-la, enfatizá-la, complementá-la ou enfraquecê-la), considerando propostas alternativas e reformulando seu posicionamento, quando for caso, com vistas ao entendimento e ao bem comum.

(EM13LP26) Relacionar textos e documentos legais e normativos de âmbito universal, nacional, local ou escolar que envolvam a definição de direitos e deveres – em especial, os voltados a adolescentes e jovens – aos seus contextos de produção, identificando ou inferindo possíveis motivações e finalidades, como forma de ampliar a compreensão desses direitos e deveres.

(EM13LP27) Engajar-se na busca de solução para problemas que envolvam a coletividade, denunciando o desrespeito a direitos, organizando e/ou participando de discussões, campanhas e debates, produzindo textos reivindicatórios, normativos, entre outras possibilidades, como forma de fomentar os princípios democráticos e uma atuação pautada pela ética da responsabilidade, pelo consumo consciente e pela consciência socioambiental.

(EM13LP28) Organizar situações de estudo e utilizar procedimentos e estratégias de leitura adequados aos objetivos e à natureza do conhecimento em questão.

(EM13LP29) Resumir e resenhar textos, por meio do uso de paráfrases, de marcas do discurso reportado e de citações, para uso em textos de divulgação de estudos e pesquisas.

(EM13LP30) Realizar pesquisas de diferentes tipos (bibliográfica, de campo, experimento científico, levantamento de dados etc.), usando fontes abertas e confiáveis, registrando o processo e comunicando os resultados, tendo em vista os objetivos pretendidos e demais elementos do contexto de produção, como forma de compreender como o conhecimento científico é produzido e apropriar-se dos procedimentos e dos gêneros textuais envolvidos na realização de pesquisas. (EM13LP31) Compreender criticamente textos de divulgação científica orais, escritos e multissemióticos de diferentes áreas do conhecimento, identificando sua organização tópica e a hierarquização das informações, identificando e descartando fontes não confiáveis e problematizando enfoques tendenciosos ou superficiais. (EM13LP32) Selecionar informações e dados necessários para uma dada pesquisa (sem excedê-los) em diferentes fontes (orais, impressas, digitais etc.) e comparar autonomamente esses conteúdos, levando em conta seus contextos de produção, referências e índices de confiabilidade, e percebendo coincidências, complementaridades, contradições, erros ou imprecisões conceituais e de dados, de forma a compreender e posicionar-se criticamente sobre esses conteúdos e estabelecer recortes precisos. (EM13LP33) Selecionar, elaborar e utilizar instrumentos de coleta de dados e informações (questionários, enquetes, mapeamentos, opinários) e de tratamento e análise dos conteúdos obtidos, que atendam adequadamente a diferentes objetivos de pesquisa. (EM13LP34) Produzir textos para a divulgação do conhecimento e de resultados de levantamentos e pesquisas – texto monográfico, ensaio, artigo de divulgação científica, verbete de enciclopédia (colaborativa ou não), infográfico (estático ou animado), relato de experimento, relatório, relatório multimidiático de campo, reportagem científica, podcast ou vlog científico, apresentações orais, seminários, comunicações em mesas-redondas, mapas dinâmicos etc. –, considerando o contexto de produção e utilizando os conhecimentos sobre os gêneros de divulgação científica, de forma a engajar-se em processos significativos de socialização e divulgação do conhecimento.

(EM13LP35) Utilizar adequadamente ferramentas de apoio a apresentações orais, escolhendo e usando tipos e tamanhos de fontes que permitam boa visualização, topicalizando e/ou organizando o conteúdo em itens, inserindo de forma adequada imagens, gráficos, tabelas, formas e elementos gráficos, dimensionando a quantidade de texto e imagem por slide e usando, de forma harmônica, recursos (efeitos de transição, slides mestres, layouts personalizados, gravação de áudios em slides etc.).

(EM13LP36) Analisar os interesses que movem o campo jornalístico, os impactos das novas tecnologias digitais de informação e comunicação e da Web 2.0 no campo e as condições que fazem da informação uma mercadoria e da checagem de informação uma prática (e um serviço) essencial, adotando atitude analítica e crítica diante dos textos jornalísticos.

(EM13LP37) Conhecer e analisar diferentes projetos editoriais – institucionais, privados, públicos, financiados, independentes etc. –, de forma a ampliar o repertório de escolhas possíveis de fontes de informação e opinião, reconhecendo o papel da mídia plural para a consolidação da democracia.

(EM13LP38) Analisar os diferentes graus de parcialidade/imparcialidade (no limite, a não neutralidade) em textos noticiosos, comparando relatos de diferentes fontes e analisando o recorte feito de fatos/dados e os efeitos de sentido provocados pelas escolhas realizadas pelo autor do texto, de forma a manter uma ati-

tude crítica diante dos textos jornalísticos e tornar-se consciente das escolhas feitas como produtor.

(EM13LP39) Usar procedimentos de checagem de fatos noticiados e fotos publicadas (verificar/avaliar veículo, fonte, data e local da publicação, autoria, URL, formatação; comparar diferentes fontes; consultar ferramentas e sites checadores etc.), de forma a combater a proliferação de notícias falsas (fake news).

(EM13LP40) Analisar o fenômeno da pós-verdade – discutindo as condições e os mecanismos de disseminação de fake news e também exemplos, causas e consequências desse fenômeno e da prevalência de crenças e opiniões sobre fatos –, de forma a adotar atitude crítica em relação ao fenômeno e desenvolver uma postura flexível que permita rever crenças e opiniões quando fatos apurados as contradisserem.

(EM13LP41) Analisar os processos humanos e automáticos de curadoria que operam nas redes sociais e outros domínios da internet, comparando os feeds de diferentes páginas de redes sociais e discutindo os efeitos desses modelos de curadoria, de forma a ampliar as possibilidades de trato com o diferente e minimizar o efeito bolha e a manipulação de terceiros.

(EM13LP42) Acompanhar, analisar e discutir a cobertura da mídia diante de acontecimentos e questões de relevância social, local e global, comparando diferentes enfoques e perspectivas, por meio do uso de ferramentas de curadoria (como agregadores de conteúdo) e da consulta a serviços e fontes de checagem e curadoria de informação, de forma a aprofundar o entendimento sobre um determinado fato ou questão, identificar o enfoque preponderante da mídia e manter-se implicado, de forma crítica, com os fatos e as questões que afetam a coletividade.

(EM13LP43) Atuar de forma fundamentada, ética e crítica na produção e no compartilhamento de comentários, textos noticiosos e de opinião, memes, gifs, remixes variados etc. em redes sociais ou outros ambientes digitais.

(EM13LP44) Analisar formas contemporâneas de publicidade em contexto digital (advergame, anúncios em vídeos, social advertising, unboxing, narrativa mercadológica, entre outras), e peças de campanhas publicitárias e políticas (cartazes, folhetos, anúncios, propagandas em diferentes mídias, spots, jingles etc.), identificando valores e representações de situações, grupos e configurações sociais veiculadas, desconstruindo estereótipos, destacando estratégias de engajamento e viralização e explicando os mecanismos de persuasão utilizados e os efeitos de sentido provocados pelas escolhas feitas em termos de elementos e recursos linguístico-discursivos, imagéticos, sonoros, gestuais e espaciais, entre outros.

(EM13LP45) Analisar, discutir, produzir e socializar, tendo em vista temas e acontecimentos de interesse local ou global, notícias, fotodenúncias, fotorreportagens, reportagens multimidiáticas, documentários, infográficos, podcasts noticiosos, artigos de opinião, críticas da mídia, vlogs de opinião, textos de apresentação e apreciação de produções culturais (resenhas, ensaios etc.) e outros gêneros próprios das formas de expressão das culturas juvenis (vlogs e podcasts culturais, gameplay etc.), em várias mídias, vivenciando de forma significativa o papel de repórter, analista, crítico, editorialista ou articulista, leitor, vlogueiro e booktuber, entre outros. (EM13LP46) Compartilhar sentidos construídos na leitura/escuta de textos literários, percebendo diferenças e eventuais tensões entre as formas pessoais e as coletivas de apreensão desses textos, para exercitar o diálogo cultural e aguçar a perspectiva crítica. (EM13LP47) Participar de eventos (saraus, competições orais, audições, mostras, festivais, feiras culturais e literárias, rodas e clubes de leitura, cooperativas culturais, jograis, repentes, slams etc.), inclusive para socializar obras da própria autoria (poemas, contos e suas variedades, roteiros e microrroteiros, videominutos, playlists comentadas de música etc.) e/ou interpretar obras de outros, inserindo-se nas diferentes práticas culturais de seu tempo.

(EM13LP48) Identificar assimilações, rupturas e permanências no processo de constituição da literatura brasileira e ao longo de sua trajetória, por meio da leitura e análise de obras fundamentais do cânone ocidental, em especial da literatura portuguesa, para perceber a historicidade de matrizes e procedimentos estéticos.

(EM13LP49) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários (a apreensão pessoal do cotidiano nas crônicas, a manifestação livre e subjetiva do eu lírico diante do mundo nos poemas, a múltipla perspectiva da vida humana e social dos romances, a dimensão política e social de textos da literatura marginal e da periferia etc.) para experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.

(EM13LP50) Analisar relações intertextuais e interdiscursivas entre obras de diferentes autores e gêneros literários de um mesmo momento histórico e de momentos históricos diversos, explorando os modos como a literatura e as artes em geral se constituem, dialogam e se retroalimentam.

(EM13LP51) Selecionar obras do repertório artístico-literário contemporâneo à disposição segundo suas predileções, de modo a constituir um acervo pessoal e dele se apropriar para se inserir e intervir com autonomia e criticidade no meio cultural.

(EM13LP52) Analisar obRas significativas das literaturas brasileiras e de outros países e povos, em especial a portuguesa, a indígena, a africana e a latino-americana, com base em ferramentas da crítica literária (estrutura da composição, estilo, aspectos discursivos) ou outros critérios relacionados a diferentes matrizes culturais, considerando o contexto de produção (visões de mundo, diálogos com outros textos, inserções em movimentos estéticos e culturais etc.) e o modo como dialogam com o presente.

(EM13LP53) Produzir apresentações e comentários apreciativos e críticos sobre livros, filmes, discos, canções, espetáculos de teatro e dança, exposições etc. (resenhas, vlogs e podcasts literários e artísticos, playlists comentadas, fanzines, e-zines etc.). (EM13LP54) Criar obras autorais, em diferentes gêneros e mídias – mediante seleção e apropriação de recursos textuais e expressivos do repertório artístico –, e/ou produções derivadas (paródias, estilizações, fanfics, fanclipes etc.), como forma de dialogar crítica e/ou subjetivamente com o texto literário.

Capacidade argumentativa e foco na competência geral 7

Como já mencionado, o Enem exige a produção de um texto dissertativo-argumentativo que demonstre que o participante domina a norma-padrão da língua portuguesa e tem a capacidade de sustentar opiniões com argumentos bem fundamentados. Nesse contexto, a capacidade argumentativa é indispensável para alcançar boa pontuação no exame.

De acordo com os princípios bakhtinianos de linguagem, a construção da capacidade argumentativa envolve a articulação dialógica entre diferentes pontos de vista. O conceito de dialogismo proposto por Bakhtin27 aponta que o discurso só se completa quando considera a interação com o outro. Na redação do Enem, isso significa que o candidato deve prever possíveis objeções e responder a elas, demonstrando uma compreensão ampla e crítica do tema proposto. Vale destacar: a argumentação se enriquece ao incorporar vozes di-

27 BAKHTIN, ref. 2.

vergentes, evidenciando maturidade do participante ao lidar com diferentes perspectivas.

Ainda nessa linha de pensamento, Perelman e Olbrechts-Tyteca28, defendem que a argumentação não se limita ao campo da lógica; ela se estende igualmente à capacidade de persuadir um auditório, real ou imaginário. Na redação do Enem, o estudante deve organizar seus argumentos de modo a convencer os membros da banca avaliadora. Estratégias argumentativas eficazes, como a antecipação de contra-argumentos e a refutação, são fundamentais para alcançar esse objetivo.

Segundo a abordagem interacionista da argumentação, a interação entre discursos divergentes é o núcleo do processo argumentativo. Essa perspectiva aponta que a argumentação se desenvolve em situações reais de comunicação, em que diferentes pontos de vista são confrontados. Na redação do Enem – bem como nos simulados propostos nesta obra –, isso implica não apenas expor uma opinião, mas interagir com outras perspectivas, dialogar com os textos motivadores ou antecipar possíveis contrapontos. A argumentação, portanto, é vista como troca social, na qual diferentes discursos se encontram e se transformam.

Plantin29 explica que “a argumentação ocorre quando dois discursos em oposição interagem, cada um sustentando sua própria perspectiva, em um processo de avaliação crítica”. Esse princípio é essencial na redação do Enem, em que o participante deve sustentar sua tese de forma convincente e demonstrar compreensão de outras visões sobre o tema.

Nesse sentido, a argumentação não é inata, mas uma competência que se desenvolve por meio da prática e da interação social. Com os simulados da redação do Enem, essa capacidade é desenvolvida quando o estudante sustenta uma tese coerente, utiliza dados e exemplos que fundamentem sua opinião e propõe uma intervenção que responda às questões levantadas pelo tema.

A justificação é a primeira operação mental necessária para a construção de uma argumentação sólida, resultante do ato de fornecer razões e evidências que sustentem a tese defendida. Ao produzir uma redação do Enem, essa habilidade se manifesta na articulação entre argumentos e proposta de intervenção, a qual deve ser concreta e viável, a fim de atender ao que é estabelecido no exame. A refutação, por sua vez, é a capacidade de antecipar e contestar possíveis contra-argumentos, o que mostra que o participante detém uma visão crítica do tema. Já a negociação de posições trata de demonstrar flexibilidade, com o reconhecimento da complexidade do tema em debate e com o diálogo com outras perspectivas.

A BNCC reforça a importância de desenvolver a competência argumentativa na Educação Básica como algo essencial para o pleno exercício da cidadania. No Enem, isso significa que o participante deve mobilizar conhecimentos de várias áreas do saber para sustentar sua tese e propor soluções. A interdisciplinaridade, um dos pilares

28 PERELMAN, Chaïm; OLBRECHTS-TYTECA, Lucie. Tratado de argumentação: a nova retórica. Tradução de Maria Ermantina de Almeida Prado Galvão. 3. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2014.

29 PLANTIN, Christian. A argumentação: história, teorias, perspectivas. Tradução de Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola, 2008. p. 64.

desse exame, reflete-se na capacidade de conectar conhecimentos históricos, culturais e científicos na construção da argumentação. Leituras, reflexões e análises, assim como atividades de escrita e reescrita, são fundamentais para desenvolver a capacidade de articular ideias e responder criticamente a outras perspectivas.

Por fim, é relevante lembrar que a capacidade argumentativa depende do conhecimento de mundo dos estudantes. Para construir uma argumentação convincente, é preciso estar informado e mobilizar dados e fatos relevantes. Além de dominar técnicas de escrita, é necessário demonstrar uma compreensão crítica e interdisciplinar do tema.

Estratégias e abordagens

Temas Contemporâneos Transversais

A homologação da BNCC consolidou a proposta de uma educação voltada à cidadania, tendência que vinha se desenhando desde o final da década de 1990. Essa proposta é norteada pelos chamados Temas Contemporâneos Transversais (TCT). São contemporâneos porque procuram refletir a realidade dos estudantes e da sociedade; e transversais, pois atravessam as áreas do conhecimento.

A BNCC contempla quinze TCT, divididos em seis grandes áreas temáticas, conforme o esquema a seguir30

MEIO AMBIENTE

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Ciência e Tecnologia

MULTICULTURALISMO

Diversidade Cultural

Educação para Valorização do Multiculturalismo nas Matrizes Históricas e Culturais Brasileiras

Educação Ambiental

Educação para o Consumo

Neste livro, os TCT são abordados essencialmente na perspectiva transdisciplinar , com as áreas do conhecimento articuladas, a fim de que os saberes construídos pelos estudantes extrapolem o contexto escolar. A natureza de produção de texto dissertativo-argumentativo favorece esse propósito, pois os jovens são convidados a refletir sobre a contemporaneidade à luz de conhecimentos diversos e a propor ações de intervenção, atuando na gestão de conflitos em favor da transformação da sociedade.

Os TCT aparecem também em perspectiva interdisciplinar nas seções Integrando com, nas quais conhecimentos de outros componentes e de outras áreas são mobilizados para enriquecer a discussão de temas abordados nas unidades.

Confira os TCT abordados em cada unidade do livro:

• Unidade 1: Ciência e Tecnologia.

• Unidade 2: Educação em Direitos Humanos.

• Unidade 3: Ciência e Tecnologia.

• Unidade 4: Saúde, Educação Alimentar e Nutricional.

• Unidade 5: Educação Ambiental, Educação para o Consumo, Educação para Valorização do Multiculturalismo nas Matrizes Históricas e Culturais Brasileiras.

• Unidade 6: Educação para Valorização do Multiculturalismo nas Matrizes Históricas e Culturais Brasileiras, Educação em Direitos Humanos.

• Unidade 7: Educação em Direitos Humanos e Ciência e Tecnologia.

• Unidade 8: Saúde, Trabalho, Educação Ambiental, Processo de Envelhecimento, Respeito e Valorização do Idoso.

• Unidade 9: Trabalho, Economia.

ECONOMIA Trabalho

Educação Financeira

Educação Fiscal

SAÚDE

Saúde

Educação Alimentar e Nutricional

CIDADANIA E CIVISMO

Vida Familiar e Social Educação para o Trânsito Educação em Direitos Humanos Direitos da Criança e do Adolescente Processo de Envelhecimento, Respeito e Valorização do Idoso Temas Contemporâneos Transversais BNCC

Macroáreas temáticas e respectivos Temas Contemporâneos Transversais.

Culturas juvenis – Saberes legítimos

Como salienta Viana 31, é direito dos jovens compartilhar suas experiências e seus saberes, os quais, “por muito tempo, permaneceram à margem da sociedade”. Em seguida, a autora, que é docente de Arte, questiona o papel da educação nessa marginalização da cultura juvenil: “Os currículos são capazes de reconhecer e incorporar esses saberes, esses processos tensos de construção de identidades, de valores e de coletividades?”.

A BNCC pode ser lida como uma resposta afirmativa a essa pergunta, ao preconizar uma Educação Básica voltada ao “acolhimento, reconhecimento e desenvolvimento pleno” do estudante “nas suas singularidades e diversidades”32, compromisso que implica “considerar as diferentes infâncias e juventudes, as diversas culturas juvenis e seu potencial de criar novas formas de existir”.

30 BRASIL. Ministério da Educação. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília, DF: MEC, 2019. p. 7. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/contextualizacao_temas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 22 out. 2024.

31 VIANA, M. L. Estéticas, experiências e saberes: artes, culturas juvenis e Ensino Médio. In: DAYRELL, J.; CARRANO, P.; MAIA, C. L. (org.). Juventude e Ensino Médio: sujeitos e currículos em diálogo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014. p. 250.

32 BRASIL, ref. 1, p. 14.

Incorporar as culturas juvenis à escola vai muito além de estampar grafites em seus muros externos – o que é sintomático. Expressão artística comumente associada aos jovens, o grafite apresenta uma diversidade de estilos intimamente ligados às múltiplas realidades urbanas e, é claro, ao mosaico social e sensível, único de cada artista. Potencialidades como essas não podem ser negligenciadas pela escola. Defende Viana:

Cabe às escolas de Ensino Médio assumir as formas artísticas e culturais dos jovens como LEGÍTIMAS, não apenas permitindo que se manifestem nos seus espaços, mas compreendendo seus significados, identificando seus códigos, relacionando-os com outros. Cabe, também, construir e criar propostas pedagógicas inter(multi)disciplinares que sejam capazes de favorecer o desenvolvimento dos estudantes como de diferentes culturas.33

Jogos de videogame, podcasts, séries, romances juvenis, redes sociais... Muitas são as formas culturais (sobretudo contemporâneas) de cujos códigos e signos os jovens se apropriam para se expressar, ler o mundo e o outro. No entanto, o acesso a esse amplo repertório não lhes garante “análise crítica, articulada e relacional com outros conhecimentos e com outras vivências”34. Desse modo, mobilizar essas referências na escola e mediá-las é essencial para potencializá-las e engajar os estudantes na aprendizagem de outros saberes.

Teia de saberes

Tendo em vista a natureza deste livro, o repertório cultural dos estudantes é mobilizado, sobretudo, em favor da produção da redação do Enem. Mais especificamente, a cada tema em discussão nas propostas de produção de texto, eles são convidados a articular seu repertório com os conteúdos dos textos motivadores, para que formulem suas teses de maneira efetiva e as sustentem com propriedade. Contudo, essa é apenas a etapa final de uma articulação iniciada na seção Leitura em pauta, cujas questões preliminares têm o objetivo de mobilizar o horizonte de expectativa dos estudantes à luz dos próprios repertórios. Além disso, os boxes Eu e o mundo e O mundo e eu articulam diferentes perspectivas deles em relação aos temas em pauta nos textos de apoio. Para auxiliá-lo nessa mediação, sugerimos ler atentamente as orientações que constam na Parte 2 – Encaminhamento das unidades destas Orientações para o professor.

33 VIANA, ref. 31, p. 265.

34 VIANA, ref. 31, p. 258.

O direito à educação inclusiva

Os dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são parte da Agenda 2030, um compromisso assumido pelos 193 Estados-membros da ONU. O quarto deles tem como meta “Garantir o acesso à educação inclusiva, de qualidade e equitativa, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”. No que concerne às pessoas com deficiência (PcDs), a meta 4.5 desse objetivo prevê, até o ano de 2030, “garantir a igualdade de acesso a todos os níveis de educação e formação profissional para os mais vulneráveis, incluindo as pessoas com deficiência [...]”35

Afora seu caráter democrático, a educação inclusiva é comprovadamente benéfica para o desenvolvimento dos estudantes, inclusive os sem deficiência. Pesquisa publicada em 2016 pelo Instituto Alana e ABT Associates e coordenada por um professor da Universidade de Harvard, Graduate School of Education, evidencia esse cenário36 Amparada em um conjunto robusto de estudos de 25 países, a pesquisa concluiu que, em comparação com os estudantes com deficiência que frequentam escolas especiais, aqueles que participam da educação inclusiva sobressaíram nas habilidades de Leitura e Matemática; eles também faltam menos e estão mais aptos a concluir o Ensino Médio. Além disso, estudos que integram a pesquisa apontam em sua maioria efeitos neutros ou positivos sobre os resultados acadêmicos dos estudantes sem deficiência.

No Brasil, há várias leis em favor da educação inclusiva. O artigo 27 da Lei Brasileira de Inclusão (no 13.146/2015) assegura às pessoas com deficiência um “sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem”37. Outra lei importante é a que institui o Plano Nacional de Educação (PNE)38, cuja meta 4 tem por objetivo:

[...] universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.

35 OS OBJETIVOS de Desenvolvimento Sustentável no Brasil. Organização das Nações Unidas. [S. l.], c2024. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/4. Acesso em: 22 out. 2024.

36 INSTITUTO ALANA; ABT ASSOCIATES. Os benefícios da educação inclusiva para estudantes com deficiência. São Paulo, ago. 2016. Disponível em: https://alana.org.br/wp-content/uploads/2016/11/Os_Beneficios_da_Ed_Inclusiva_final.pdf. Acesso em: 22 out. 2024.

37 BRASIL. Lei no 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília, DF: Presidência da República, 2015. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 22 out. 2024.

38 BRASIL. Lei no 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2014. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm. Acesso em: 17 out. 2024.

Cabe ainda citar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) (no 9.394/1996), cujo artigo 59, inciso I, assegura, “aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação”, “currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades”39.

Portanto, é dever da escola propiciar a todos uma educação inclusiva por meio de estratégias que integrem estudantes com deficiência à comunidade escolar.

Enem inclusivo

O Inep, responsável pela aplicação do Enem, oferece várias medidas de inclusão nesse Exame. Quanto à realização da prova, entre os recursos mais solicitados pelos participantes estão: auxílio para leitura e para transcrição, prova e cartão-resposta ampliados e tempo adicional. Se necessário, adote esses recursos no seu ambiente de ensino para estudantes com deficiência.

Além disso, o Inep disponibiliza três cartilhas específicas, respectivamente, para participantes com dislexia, surdez/ deficiência auditiva e Transtorno do Espectro Autista (TEA). Caso haja em sua turma estudantes que se enquadrem nesses casos, convém ler as cartilhas, disponibilizadas on-line e gratuitamente. Embora dirigidas aos participantes, elas apresentam e comentam critérios específicos de correção da prova, tendo em vista especificidades desses três tipos de deficiência. A leitura dará a você subsídios para aplicar e avaliar as redações que eles farão com base nas propostas deste livro. Esse trabalho, certamente, será mais produtivo se combinado com o Plano Educacional Individualizado (PEI) do estudante, documento que consolida o direito previsto no inciso I do artigo 59 da LDB.

Pensamento computacional –

Aliar potencialidades

À primeira vista, falar em pensamento computacional em um livro didático pode sugerir orientações para odomínio de ferramentas do mundo digital de edição e compartilhamento dos textos. Contudo, não é disso que se trata. Em linhas gerais, pensamento computacional é o uso da lógica da programação para resolver problemas da vida prática. Ele conjuga as potencialidades do computador e do ser humano na resolução de problemas, respondendo às perguntas de que a professora Jeannette Wing parte para cunhar essa expressão: “O que humanos fazem melhor que computadores? E o que computadores fazem melhor que humanos?”40

O pensamento computacional apresenta quatro pilares.

Decomposição

Divisão do problema em partes menores, de modo a facilitar a organização de ideias.

Reconhecimento de padrões

Identificação de elementos que se repetem no problema.

Abstração

Classificação e filtragem de dados e informações essenciais.

Elaboração de orientações claras para resolver o problema. Pensamento computacional

Algoritmos

Pilares do pensamento computacional.

Fonte: BRACKMANN, Christian Puhlmann. Desenvolvimento do pensamento computacional através de atividades desplugadas na Educação Básica. 2017. Tese (Doutorado em Informática na Educação) –Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017. p. 33-41.

O pensamento computacional nesta obra

Os pilares do pensamento computacional perpassam seções desta obra e sobressaem essencialmente na subseção #naprática, subordinada à seção Produção de texto. O pilar decomposição se faz notar na seção Leitura em pauta, por exemplo, nas atividades que visam diferenciar conteúdos informativos e opinativos em textos diversos e naquelas voltadas à identificação e à distinção de sequências textuais (narrativas, argumentativas, expositivas, descritivas ou injuntivas e dialogais) em redações do Enem. Com isso, o estudante se torna apto a compreender os efeitos que resultam da articulação dessas partes no texto.

Ainda na Leitura em pauta, o reconhecimento de padrões estruturais e linguísticos em variados gêneros textuais denota a presença de outro pilar do pensamento computacional: o reconhecimento de padrões. Esse trabalho, para o qual também contribui a seção Linguagem em foco, é essencial para que os estudantes assimilem os recursos linguísticos mobilizados nos textos e seus efeitos de sentido.

Os quatro pilares do pensamento computacional se evidenciam na seção #naprática, sobretudo nas propostas de simulado da redação do Enem. Para conhecer o tema sobre o qual discutirão na redação, primeiro os estudantes são instruídos a segmentá-lo, identificando fatores e questões ligadas a ele (decomposição). Para isso, também contribui o reconhecimento de elementos crônicos desse problema (reconhecimento de padrões). Escolhida a parte do problema que será discutida, os estudantes são orientados a selecionar dados, informações e reflexões essenciais para abordá-lo (abstração). Por fim, com base em argumentos bem fundamentados, eles propõem medidas de enfrentamento ou a resolução do problema (algoritmo).

Desse modo, em consonância com a BNCC, a presença do pensamento computacional nesta obra favorece o aprimora-

39 BRASIL. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l9394.htm. Acesso em: 22 out. 2024. 40 WING, Jeannette. Pensamento computacional. Um conjunto de atitudes e habilidades que todos, não só cientistas da computação, ficaram ansiosos para aprender e usar. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia: periódico científico da UTFPR, Curitiba, v. 9, n. 2, 2016. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/rbect/article/view/4711. Acesso em: 11 out 2024.

EDITORIA DE ARTE

mento das competências leitora e escritora dos estudantes e, sobretudo, a abordagem das questões que são convidados a discutir ao produzir simulados da redação do Enem.

Avaliação e trabalho com a matriz do Enem

Os modelos avaliativos desempenham diferentes papéis no contexto educacional, cada um com objetivos específicos.

A avaliação somativa mede o conhecimento dos estudantes ao final de um período de aprendizado e é utilizada para verificar se eles alcançaram os objetivos estabelecidos. Segundo Luckesi41, esse tipo de avaliação é associado à atribuição de notas, classificando o desempenho dos estudantes de forma definitiva. No Enem, ela está presente na estrutura do exame, que avalia se as competências necessárias foram adquiridas ao final do Ensino Médio.

A avaliação formativa monitora o progresso contínuo dos estudantes. De acordo com Perrenoud42, ela acompanha as aprendizagens e contribui para desenvolvê-las, ao regular as ações pedagógicas. O foco está nos processos que levam à construção do conhecimento, permitindo que professor e estudante ajustem suas práticas pedagógicas. Nos simulados da redação do Enem, ela pode ser aplicada na preparação dos jovens, permitindo identificar dificuldades específicas, como o uso inadequado de mecanismos de coesão ou a falta de clareza na argumentação, e intervir de forma direcionada. Durante a elaboração de textos dissertativo-argumentativos, o feedback contínuo oferece a oportunidade de melhorar esses e outros aspectos.

A avaliação diagnóstica ocorre no início do processo de ensino, para mapear os conhecimentos prévios dos estudantes e definir estratégias pedagógicas. Ela é fundamental para orientar o planejamento e a personalização das atividades de ensino, permitindo ao professor adaptar suas metodologias conforme as necessidades da turma.

A avaliação comparativa mede o desempenho dos estudantes em relação a uma média nacional ou regional, enquanto a avaliação ipsativa compara o desempenho atual deles a seu desempenho anterior, incentivando o desenvolvimento contínuo.

A prova de redação do Enem exige um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa, sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política, além da apresentação de uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. A redação é avaliada com base na Matriz de Referência para a Redação, cujas competências foram apresentadas anteriormente nestas Orientações para o professor (ver p. 294). Por se tratar de uma matriz de avaliação, sugere-se empregá-la na correção dos simulados da redação do Enem, bem como nas conversas e feedbacks com os estudantes sobre as redações produzidas, de modo que eles ganhem familiaridade com os critérios de correção. Assim, nesta obra, a matriz é uma ferramenta a ser utilizada de forma integrada às práticas pedagógicas.

41 LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 2014. 42 PERRENOUD, ref. 21.

As cinco competências avaliadas na matriz de referência apresentam uma escala de 0 a 200 pontos, totalizando 1.000 pontos. A correção das redações, portanto, deve ser feita conforme o critério indicado a seguir43:

• Competência I – Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa: são observados aspectos como ortografia, concordância nominal e verbal, regência, pontuação, emprego de pronomes e crase, entre outros.

200 pontos

160 pontos

120 pontos

80 pontos

Demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de convenções da escrita serão aceitos somente como excepcionalidade e quando não caracterizarem reincidência.

Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e de convenções da escrita.

Demonstra domínio mediano da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro, com alguns desvios gramaticais e de convenções da escrita.

Demonstra domínio insuficiente da modalidade escrita formal da língua portuguesa, com muitos desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita.

40 pontos

0 ponto

Demonstra domínio precário da modalidade escrita formal da língua portuguesa, de forma sistemática, com diversificados e frequentes desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita.

Demonstra desconhecimento da modalidade escrita formal da língua portuguesa.

• Competência II – Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.

200 pontos

160 pontos

120 pontos

Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um repertório sociocultural produtivo, e apresenta excelente domínio do texto dissertativo-argumentativo.

Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente e apresenta bom domínio do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argumentação e conclusão.

Desenvolve o tema por meio de argumentação previsível e apresenta domínio mediano do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, argumentação e conclusão.

80 pontos

Desenvolve o tema recorrendo à cópia de trechos dos textos motivadores ou apresenta domínio insuficiente do texto dissertativo-argumentativo, não atendendo à estrutura com proposição, argumentação e conclusão.

43 Os quadros reproduzidos nesta e na página seguinte foram extraídos de: BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. A redação do Enem 2024: cartilha do(a) participante. Brasília, DF: Inep, 2024. p. 14-31. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/centrais-de-conteudo/acervo-linha -editorial/publicacoes-institucionais/avaliacoes-e-exames-da-educacao-basica/a-redacao-do-enem-cartilha-do-a-participante. Acesso em: 22 out. 2024.

40 pontos

0 ponto

Apresenta o assunto, tangenciando o tema, ou demonstra domínio precário do texto dissertativo-argumentativo, com traços constantes de outros tipos textuais.

Fuga ao tema/não atendimento à estrutura dissertativo-argumentativa. Nestes casos a redação recebe nota zero e é anulada.

• Competência III – Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa do ponto de vista proposto : observa-se um projeto claro e organizado, um texto argumentativo estruturado, com ideias encadeadas de forma lógica e coerente, com progressão adequada e sem lacunas de sentido.

200 pontos

160 pontos

120 pontos

Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, de forma consistente e organizada, configurando autoria, em defesa de um ponto de vista.

Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, de forma organizada, com indícios de autoria, em defesa de um ponto de vista.

Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, limitados aos argumentos dos textos motivadores e pouco organizados, em defesa de um ponto de vista.

80 pontos

40 pontos

0 ponto

Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, mas desorganizados ou contraditórios e limitados aos argumentos dos textos motivadores, em defesa de um ponto de vista.

Apresenta informações, fatos e opiniões pouco relacionados ao tema ou incoerentes e sem defesa de um ponto de vista.

Apresenta informações, fatos e opiniões não relacionados ao tema e sem defesa de um ponto de vista.

Competência IV – Domínio dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação: observa-se a capacidade de articular as ideias no texto de forma coesa.

200 pontos

160 pontos

120 pontos

80 pontos

40 pontos

Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos.

Articula as partes do texto, com poucas inadequações, e apresenta repertório diversificado de recursos coesivos.

Articula as partes do texto, de forma mediana, com inadequações, e apresenta repertório pouco diversificado de recursos coesivos.

Articula as partes do texto, de forma insuficiente, com muitas inadequações, e apresenta repertório limitado de recursos coesivos.

Articula as partes do texto de forma precária.

0 ponto Não articula as informações.

• Competência V – Elaborar uma proposta de intervenção clara, viável e que respeite os direitos humanos.

200 pontos

160 pontos

120 pontos

80 pontos

40 pontos

0 ponto

Elabora muito bem proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto.

Elabora bem proposta de intervenção relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto.

Elabora, de forma mediana, proposta de intervenção relacionada ao tema e articulada à discussão desenvolvida no texto.

Elabora, de forma insuficiente, proposta de intervenção relacionada ao tema, ou não articulada com a discussão desenvolvida no texto.

Apresenta proposta de intervenção vaga, precária ou relacionada apenas ao assunto.

Não apresenta proposta de intervenção ou apresenta proposta não relacionada ao tema ou ao assunto.

A redação pode ser anulada caso haja assinatura ou identificação do candidato no corpo do texto; desenhos, números ou símbolos gráficos sem função evidente; texto ilegível ou escrito predominantemente em língua estrangeira; cópia integral dos textos motivadores; fuga ao tema e não atendimento ao tipo dissertativo-argumentativo.

Simulados extras da redação do Enem

A folha de redação disponível na página seguinte pode ser utilizada para a aplicação das propostas extras dos simulados da redação do Enem. Ela tem as dimensões da folha oficial do exame, de modo que os estudantes podem se familiarizar com a quantidade de texto compatível com o limite de 30 linhas estabelecido para a redação. A depender da organização do calendário escolar (ver sugestão de cronograma na p.318), as propostas extras podem servir de avaliação somativa. São nove propostas relacionadas aos temas e conteúdos vistos em cada uma das unidades deste volume.

Para efeito de correção dos simulados da redação do Enem, pode-se fazer uso da grade corretora a seguir.

44 Na escala, 0 corresponde a 0 ponto; 1 corresponde a 40 pontos; 2 corresponde a 80 pontos; 3 corresponde a 120 pontos; 4 corresponde a 160 pontos; e 5 corresponde a 200 pontos.

Unidade 1

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho do simulado da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2 . O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4. 3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;

4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

TEXTO I

Um estudo realizado pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP) demonstrou que no Brasil 85% dos adolescentes entre 12 e 14 anos jogam videogame, e o país está no topo de rankings internacionais sobre o tempo de uso de consoles. O termo “Internet Gaming Disorder ” foi conceituado pela primeira vez pelo DSM-5, na seção destinada para “condições que merecem mais estudos”. Tendo sua descrição como o uso recorrente de jogos on-line associado a prejuízo ou sofrimento significativo e indicado pela presença de cinco ou mais dos sintomas (BREDA, et. al. 2014).

MORAES, Raquel de Oliveira; MENEGUZZI, Camila. A influência dos jogos digitais na saúde mental de crianças e adolescentes. RevistaFT, Rio de Janeiro, v. 27, n. 128, 13 nov. 2023. Disponível em: https://revistaft. com.br/a-influencia-dos-jogos-digitais-na-saude-mental-de -criancas-e-adolescentes/. Acesso em: 28 out. 2024.

TEXTO II

De acordo com o psiquiatra Renato Silva, [...] algumas pesquisas sugerem que o uso de jogos eletrônicos pode gerar benefícios [...]. Em contrapartida, o profissional diz que alguns autores sugerem que muitos dos usuários que fazem uso excessivo de videogames e internet apresentam formas exacerbadas de vulnerabilidade pessoal, como, por exemplo, uma baixa tolerância à frustração, ansiedade social, e problemas relacionados à autoestima.

O psiquiatra diz que também existe uma possível relação entre a dependência e transtornos mentais como depressão, transtorno bipolar e de deficit de atenção e hiperatividade. [...]

GURGEL, Yasmin. Saúde mental: quando o excesso de jogos eletrônicos vira um problema. Metrópoles, São Paulo, 18 jan. 2023. Disponível em: www.metropoles.com/saude/saude-mental-quando-o-excesso-de -jogos-eletronicos-vira-um-problema. Acesso em: 28 out. 2024.

TEXTO III

O número de brasileiros que se divertem através dos jogos eletrônicos continua crescendo, e neste ano o país atingiu a marca de 74,5% de sua população que diz jogar games. Isso significa que três em cada quatro pessoas no Brasil usam celulares, videogames ou computadores para jogar.

[...]

Segundo a pesquisa, os jogos eletrônicos são populares em todas as idades, mas a faixa etária de 20 a 24 anos é a que predomina no público gamer do Brasil, com 25,5% dos usuários. Em seguida, o hábito de jogar games é mais comum para os adolescentes de 16 a 19 anos, com 17,7%.

TADEU, Vinícius; TORTELLA, Tiago. Público gamer cresce e 3 em cada 4 brasileiros consomem jogos eletrônicos. CNN Brasil, São Paulo, 18 abr. 2022. Disponível www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/publico -gamer-cresce-e-3-em-cada-4-brasileiros-consomem-jogos -eletronicos/. Acesso em: 28 out. 2024.

FELIX, Paula. Novos estudos revelam os graves impactos do uso de celulares por crianças. Veja, São Paulo, 10 maio 2024. Disponível em: https://veja.abril. com.br/saude/novos-estudos-revelam-os-graves -impactos-do-uso-de-celulares-por-criancas. Acesso em: 28 out. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

VEJA/ABRIL COMUNICAÇÕES S.A.

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A influência dos jogos eletrônicos nas práticas de lazer dos jovens brasileiros”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO IV

Unidade 2

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho do simulado da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2 . O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4. 3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;

4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

TEXTO I

LEI No 13.344, DE 6 DE OUTUBRO DE 2016.

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre o tráfico de pessoas cometido no território nacional contra vítima brasileira ou estrangeira e no exterior contra vítima brasileira.

[...]

CAPÍTULO IV – DA PROTEÇÃO E DA ASSISTÊNCIA ÀS VÍTIMAS

§1o A atenção às vítimas dar-se-á com a interrupção da situação de exploração ou violência, a sua reinserção social, a garantia de facilitação do acesso à educação, à cultura, à formação profissional e ao trabalho e, no caso de crianças e adolescentes, a busca de sua reinserção familiar e comunitária.

BRASIL. Lei no 13.344, de 6 de outubro de 2016. Dispõe sobre prevenção e repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas e sobre medidas de atenção às vítimas. Brasília, DF: Presidência da República, 2016. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2015-2018/2016/lei/l13344.htm. Acesso em: 28 out. 2024.

TEXTO II

De acordo com especialistas, a exploração sexual envolvendo crianças e adolescentes é caracterizada quando se busca a obtenção de lucros ou ganhos financeiros. Ocorre, principalmente, como consequência da pobreza e violência doméstica, que faz meninos e meninas nessa faixa etária deixarem os lares e se refugiarem em locais que os exploram em troca de moradia ou algum ganho eventual. Essas violações são típicas em redes de prostituição, pornografia, tráfico de pessoas e turismo sexual. Vale ressaltar que crianças e adolescentes não se prostituem, são abusadas.

EXPLORAÇÃO sexual: a cada 24 horas, 320 crianças e adolescentes são vítimas no Brasil. Movimento de mulheres, São Gonçalo, RJ, 2024. Disponível em: https://www.movimentomulheres.com.br/single-post/ exploração-sexual-a-cada-24-horas-320-crianças-e-adolescentes -são-vítimas-no-brasil. Acesso em: 28 out. 2024.

TEXTO III

Em 2024, houve um caso de tráfico de pessoas registrado por dia no Brasil. O Ministério dos Direitos Humanos catalogou, de 1o de janeiro a 7 de abril, 98 violações relacionadas ao tráfico humano no país.

A maioria das violações têm como vítimas crianças e adolescentes. Confira abaixo os números:

•2023: 232 violações com vítimas sendo crianças e adolescente de 0 a 17 anos (69%)

•2024: 85 violações com vítimas sendo crianças e adolescentes de 0 a 16 anos (86,7%)

Além disso, o local mais perigoso para as vítimas é onde elas moram. O cenário da violação, na maioria dos casos tanto em 2023 como em 2024, foi a casa da vítima ou a casa onde a vítima e o suspeito moram

BASTOS, Fernanda. Tráfico de pessoas: Brasil teve um caso por dia em 2024, diz Ministério dos Direitos Humanos. G1, Brasília, DF, 15 abr. 2024. Disponível em: g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2024/04/15/ trafico-de-pessoas-brasil-teve-um-caso-por-dia-em-2024-diz -ministerio-dos-direitos-humanos.ghtml. Acesso em: 28 out. 2024.

TEXTO IV

Tabela – Características individuais de violência sexual contra crianças de 0 a 9 anos

Características

etária

Fonte dos dados: GARCIA, Gustavo; MAZUI, Guilherme; PARREIRA, Marcelo. Brasil registrou 202,9 mil casos de violência sexual contra crianças e adolescentes de 2015 a 2021, diz boletim. G1, Brasília, DF, 18 maio 2023. Disponível em: https://g1.globo.com/politica/ noticia/2023/05/18/brasil-registrou-2029-mil-casos-de -violencia-sexual-contra-criancas-e-adolescentes-de-2015-a-2021-diz -boletim.ghtml. Acesso em: 28 out. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Combate ao tráfico de crianças e adolescentes no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Unidade 3

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho do simulado da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2 . O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4.2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4.3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;

4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

TEXTO I

Diversos estudos têm apontado atrasos cognitivos e de linguagem associados ao uso excessivo de telas na primeira infância, época importante na organização estrutural e na plasticidade cerebral, sobretudo nos menores. De uma maneira geral, a atitude das crianças diante das telas é passiva. O interesse e a atenção são mantidos na oferta de múltiplos e contínuos estímulos, cujos resultados obedecem a uma lógica imediatista. Na interação digital, a resposta é rápida e pronta, o que deixa pouco lugar para investigação,

TEXTO II

REPRODUÇÃO/PODER 360

imaginação, apreensão e interpretação dos conteúdos que vão sendo apresentados. Tais habilidades, tão necessárias e importantes para a leitura, vão sendo paulatinamente desestimuladas e atrofiadas na exposição prolongada às telas, sobretudo, quando não há curadoria e mediação de um adulto durante este uso.

TANABE, Roberta. O uso das telas e o desenvolvimento infantil. [Entrevista cedida a Suely Amarante]. IFF/Fiocruz , Rio de Janeiro, 3 jan. 2022. Disponível em: www.iff.fiocruz.br/index. php/pt/?view=article&id=35:uso-das-telas&catid=8. Acesso em: 28 out. 2024.

TEXTO III

LEI No 13.696, DE 12 DE JULHO DE 2018.

Art. 2o São diretrizes da Política Nacional de Leitura e Escrita: I – a universalização do direito ao acesso ao livro, à leitura, à escrita, à literatura e às bibliotecas; II – o reconhecimento da leitura e da escrita como um direito, a fim de possibilitar a todos, inclusive por meio de políticas de estímulo à leitura, as condições para exercer plenamente a cidadania, para viver uma vida digna e para contribuir com a construção de uma sociedade mais justa; III – o fortalecimento do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), no âmbito do Sistema Nacional de Cultura (SNC); BRASIL. Lei no 13.696, de 12 de julho de 2018. Institui a Política Nacional de Leitura e Escrita. Brasília, DF: Presidência da República, 2018. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015 -2018/2018/lei/l13696.htm. Acesso em: 29 out. 2024.

TEXTO IV

BRASIL está entre os 17 países com pior nota em matemática da OCDE. Poder 360, Brasília, DF, 5 dez. 2023. Disponível em: https://www. poder360.com.br/educacao/brasil-esta-entre-os-17-paises-com-pior -nota-em-matematica-da-ocde/. Acesso em: 22 out. 2024.

O desafio é formar pessoas desejosas de embrenhar-se em outros mundos possíveis que a literatura nos oferece [...]. Assumir este desafio significa abandonar as atividades mecânicas e desprovidas de sentido, que levam as crianças a distanciar-se da leitura por considerá-la uma mera obrigação escolar, significa também incorporar situações em que ler determinados materiais seja imprescindível para o desenvolvimento dos projetos que se estejam levando a cabo, ou – e isto é igualmente importante – que produzam o prazer que é inerente ao contato com textos verdadeiros e valiosos.

LERNER, Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Tradução de Ernani Rosa. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 28.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Entraves para o fortalecimento de práticas leitoras de crianças e jovens no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Unidade 4

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho do simulado da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2 . O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4. 3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;

4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

TEXTO I

LEI No 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990.

[...]

Art. 2o A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.

§ 1o O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.

BRASIL. Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1990. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm. Acesso em: 29 out. 2024.

TEXTO II

Princípios do SUS

Universalização: a saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas e cabe ao Estado assegurar este direito, sendo que o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação ou outras características sociais ou pessoais.

Equidade: O objetivo desse princípio é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior.

Integralidade : [...] o princípio de integralidade pressupõe a articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar uma atuação intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida dos indivíduos.

BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema Único de Saúde – SUS. Brasília, DF: Ministério da Saúde, ca. 2024. Disponível em: www.gov.br/saude/ pt-br/sus. Acesso em: 29 out. 2024.

TEXTO III

O Sistema Único de Saúde (SUS), vezes defendido e vezes alvo de intensos debates, trata milhões de brasileiros todos os anos. Com origem na década de 1980, é considerado um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, sendo o único a “garantir assistência integral e completamente gratuita” [...].

A criação do SUS

Mesmo antes de a Constituição assegurar o direito à saúde, vários grupos que integravam o movimento sanitário idealizaram e lutaram nos anos 70 e 80 por um sistema público de saúde. [...] antes do SUS ser criado, a saúde pública era liderada pelo Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (Inamps), criado em 1977.

Contudo, esse sistema não fornecia acesso universal à saúde, pois somente quem trabalhava em empregos formais e contribuía com a Previdência Social era atendido.

GOMES, Giovanna. Como surgiu o SUS – e como era antes do sistema. Aventuras na História, São Paulo, 12 jan. 2021. Disponível em: https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/reportagem/como-surgiu -o-sus-e-como-era-antes-do-sistema.phtml. Acesso em: 29 out. 2024.

TEXTO IV

FREIRE, Sabrina. 29% dos brasileiros dependem sempre do serviço público de saúde, mostra Poder Data. Poder 360, Brasília, DF, 22 jan. 2021. Disponível em: www.poder360.com.br/brasil/29-dos-brasileiros -dependem-sempre-do-servico-publico-de-saude-mostra-poderdata/. Acesso em: 29 out. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios e propostas para o sistema público de saúde no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Unidade 5

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho do simulado da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2 . O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4. 3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;

4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

TEXTO I

As mudanças climáticas são alterações, a longo prazo, nas características do clima e da temperatura do planeta. A diferença entre mudanças climáticas e variabilidade climática é que as mudanças climáticas são atribuídas às atividades humanas que podem alterar a composição da atmosfera, enquanto a variabilidade é atribuída a causas naturais, ou seja, as mudanças climáticas só acontecem porque o homem afeta a natureza.

MATTEUCCI, Mayra Portela Silva; CANÇADO, Maria Luiza Naves; SILVA, Fátima Maria Moraes. Afinal, o que são as mudanças climáticas? Unicef, Brasília, DF, 14 jul. 2022. Disponível em: www.unicef.org/brazil/ historias/afinal-o-que-sao-mudancas-climaticas. Acesso em: 29 out. 2024.

TEXTO

II

Em 2023, o El niño demonstrou sua natureza mais severa sobre oBrasil. No Sul, chuvas torrenciais e inundações desencadearam calamidades e perdas humanas. Enquanto isso, o Norte e o Nordeste enfrentaram intensas estiagens, com secas recordes em rios afluentes da Amazônia e na bacia do Rio Paraguai, que alimenta o Pantanal. No Sudeste e Centro-Oeste, ondas de calor intensas castigaram a população. [...]

ABREU, Tarcísio Lyra dos Santos. Impacto das mudanças climáticas na biodiversidade brasileira. Correio Braziliense, Brasília, DF, 16 mar. 2024. Opinião. Disponível em: www.correiobraziliense.com.br/ opiniao/2024/03/6819366-impacto-das-mudancas-climaticas-na -biodiversidade-brasileira.html. Acesso em: 29 out. 2024.

TEXTO III

LEI No 14.904, DE 27 DE JUNHO DE 2024

[...]

Art. 3o Os planos de adaptação à mudança do clima assegurarão a adequada implementação das estratégias traçadas, prioritariamente nas áreas de:

I – infraestrutura urbana e direito à cidade, incluídos habitação, áreas verdes, transportes, equipamentos de saúde e educação, saneamento, segurança alimentar e nutricional, segurança hídrica e transição energética justa [...];

II – infraestrutura nacional, incluídas infraestruturas de comunicações, energia, transportes, finanças e águas, entre outras que tenham dimensão estratégica e sejam essenciais à segurança e à resiliência dos setores vitais para o funcionamento do País; III – infraestrutura baseada na natureza, que utiliza elementos da natureza para fornecer serviços relevantes para adaptação às consequências da mudança do clima, com vistas a criar resiliência e proteção da população, de bens e do meio ambiente ecologicamente equilibrado, de forma sustentável, com a possibilidade de integrar simultaneamente ações de adaptação e mitigação da mudança do clima.

BRASIL. Lei no 14.904, de 27 de junho de 2024. Estabelece diretrizes para a elaboração de planos de adaptação à mudança do clima. Brasília, DF: Presidência da República, 2024. Disponível em: www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_Ato2023-2026/2024/Lei/L14904.htm. Acesso em: 29 out. 2024.

O tamanho dos quadrados equivale à área de vegetação nativa perdida.

Fonte dos dados: PERDA de vegetação nativa no Brasil acelerou na última década. MapBiomas Brasil, [s. l.], 31 ago. 2023. Disponível em: https://brasil.mapbiomas.org/2023/08/31/perda-de-vegetacao-nativa-no-brasil-acelerou-na-ultima-decada/. Acesso em: 29 out. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Mudanças climáticas e seus efeitos nos biomas brasileiros”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO IV

Unidade 6

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho do simulado da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2 . O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4. 3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;

4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

TEXTO I

A atriz Yara Charry, de 25 anos, defende que não basta colocar pessoas pretas em novelas para lutar contra o racismo. A intérprete de Joy em “Todas as Flores” diz que é preciso observar a importância do personagem e o que ele representa para a história daquela trama.

[...]

“(O debate) Não é eu ser uma mulher negra interpretando a Joy, mas sim o que representa na trama. Nesse momento da trama, ela está trabalhando em um lugar importante e não chegou nesse espaço do nada, ela estudou para estar ali. É uma personagem que tem suas camadas e faz um papel importante na história... Qualquer papel, independente do nível social, pode ser feito por uma atriz negra, branca, indígena. Pessoas pretas podem fazer qualquer tipo de personagem.”

PAVÃO, Filipe. Por que é importante escalar atores negros para personagens diversos? UOL Splash, Rio de Janeiro, 23 dez. 2022. Televisão. Disponível em: www.uol.com.br/splash/noticias/2022/12/23/ por-que-e-importante-escalar-atores-negros-para-personagens -diversos.htm. Acesso em: 29 out. 2024.

TEXTO II

[Em setembro de 2024], viralizou nas redes sociais uma suposta novela que entraria na faixa das 21h na Globo, a Pé de Chinesa. Criado por usuários da rede social [...], o folhetim já possuía uma escalação de elenco, abertura e até enredo definidos. Entretanto, os estereótipos com pessoas amarelas incomodaram internautas e artistas. Em carta de repúdio, da qual o Estadão teve acesso, nomes como Ana Hikari , Jacqueline Sato e Bruna Aiiso repudiaram a “novela”.

A carta explica que não vê o suposto folhetim como engraçado: “Reforça o racismo recreativo contra pessoas amarelas [...]. Não é de hoje que utilizam nossos corpos, etnias e raça para sermos alívio cômico”.

ARTISTAS amarelos criticam suposta novela “Pé de Chinesa” e citam racismo: “não somos alívio cômico”. Estadão, São Paulo, 13 set. 2024. Disponível em: www.estadao.com.br/emais/tv/artistas-amarelos -criticam-suposta-novela-pe-de-chinesa-e-citam-racismo-nao -somos-alivio-comico/. Acesso em: 13 out. 2024.

TEXTO III

[...] No ensaio “Black Feminism: The Politics of Articulation” [Feminismo negro: a política da articulação], a diretora Pratibha Parmar afirma: “as imagens desempenham um papel crucial na definição e no controle do poder político e social a que têm acesso indivíduos e grupos sociais marginalizados. A natureza profundamente ideológica das imagens determina não só como outras pessoas pensam a nosso respeito, mas como nós pensamos a nosso respeito”.

HOOKS, Bell. Olhares negros: raça e representação. Tradução de Stephanie Borges. São Paulo: Elefante, 2019. Disponível em: https://cpdel.ifcs.ufrj.br/wp-content/uploads/2020/10/bell-hooks -Olhares-Negros.pdf. Acesso em: 13 out. 2024.

TEXTO IV

Levantamento da CÁSPER mapeou os elencos das novelas dos anos de 1990 a 1994, 2000 a 2004, 2010 a 2014 e 2020 a 2024 da Globo, Record e SBT

Brasileiros pretos e pardos Pretos ou pardos nas novelas

SUZUKI, Mariana. Um retrato do Brasil. Cásper, São Paulo, n. 37, maio-ago. 2024. Disponível em: https://revistacasper.casperlibero.edu. br/edicao-37/um-retrato-do-brasil/. Acesso em: 29 out. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A importância da representatividade de grupos sociais minoritários nas telenovelas e séries brasileiras”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Unidade 7

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho do simulado da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2 . O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4. 3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;

4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

TEXTO I

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, orientando os sistemas de ensino para garantir: acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados do ensino; transversalidade da modalidade de educação especial desde a educação infantil até a educação superior; oferta do atendimento educacional especializado; formação de professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação para a inclusão; participação da família e da comunidade; acessibilidade arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações e informação; e articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial (SEESP). Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva . Brasília, DF: MEC/SEESP, 2008. p. 14. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf. Acesso em: 29 out. 2024.

TEXTO II

De acordo com o Censo Escolar 2023, pesquisa realizada pelo Inep, existem, aproximadamente, 1,6 milhões de alunos brasileiros da Educação Especial matriculados em classes comuns. Isso representa 91% do total. Esse número destaca a importância em termos escolas inclusivas em diversas particularidades, garantindo que todos os ambientes escolares, bem como a comunidade escolar, estejam preparados para atender às necessidades de todos os seus estudantes.

formação de professores é um pilar essencial para uma Educação de fato inclusiva. [...] Porém, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha, 67% dos entrevistados concordam que os professores não têm formação para ensinar crianças com deficiência [...].

EDUCAÇÃO Inclusiva: como a inclusão acontece nas escolas brasileiras. Todos pela educação, São Paulo, 12 abr. 2024. Disponível em: https://todospelaeducacao.org.br/noticias/educacao-inclusiva -como-a-inclusao-acontece-nas-escolas-brasileiras. Acesso em: 29 out. 2024.

ALFANO, Bruno; CASTRO, Mayra. Apenas 0,1% das escolas brasileiras são acessíveis; ferramenta do GLOBO mostra as que se saem melhor. O Globo, Rio de Janeiro, 29 fev. 2024. Disponível em: https://oglobo. globo.com/brasil/noticia/2024/02/29/apenas-01percent-das-escolas -brasileiras-sao-totalmente-acessiveis-ferramenta-do-globo-mostra -as-que-se-saem-melhor.ghtml. Acesso em: 13 out. 2024.

TEXTO IV

O número de crianças com deficiência que frequentam a educação infantil regular duplicou, de 2006 para 2022, conforme levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), apresentado pela secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Anna Paula Feminella. Durante o debate, promovido pela Comissão de Educação, a secretária reconheceu as fragilidades do atual sistema de ensino, como a falta de professores capacitados a atender alunos com demandas específicas.

“Embora tenhamos um grande número de alunos com deficiência na educação básica, nós não temos todas as escolas ainda com salas de recursos, com profissionais fazendo o atendimento educacional especializado”, disse. “Isso ainda não foi regulamentado como um todo porque temos contextos de municípios muito diferentes”, complementou.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Especialistas apontam falta de recursos para a educação inclusiva . Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 2023. Disponível em: www.camara.leg.br/noticias/ 1003617-especialistas-apontam-falta-de-recursos-para -a-educacao-inclusiva. Acesso em: 29 out. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Caminhos para a educação inclusiva no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO III

Unidade 8

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho do simulado da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2 . O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4. 3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;

4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

TEXTO I

[...] Participar na vida da sociedade e contribuir com a definição dos seus rumos não é só um direito, mas uma responsabilidade da juventude que precisa ser viabilizada. O seu aguçado senso de justiça e desejo de contribuir para a melhora social são indispensáveis para qualquer sociedade que queira enfrentar os novos desafios que se apresentam em todo o mundo. Por meio da participação dos jovens, é possível encontrar novas soluções e possibilidades, muitas vezes rompendo com formas tradicionais e já desgastadas de abordar os problemas. Uma boa governança pública pode capacitar e empoderar jovens, de modo a promover uma distribuição equitativa de recursos entre as gerações [...]. Alcançar resultados de políticas que atendam aos jovens de hoje e às gerações futuras depende do bom funcionamento de instituições públicas, da elaboração de leis e políticas e estruturação de processos de tomada de decisão. Dessa forma, a participação social e política dos jovens é um debate essencial que possibilita desdobramentos e discussões de diversas outras demandas [...]. JUVENTUDES + participação social e política: desafios. In: ATLAS das juventudes: evidências para a transformação das juventudes. , [s. l.], [2021]. p. 290. Disponível em: https://atlasdasjuventudes.com.br/wp-content/uploads/2021/11/ATLAS-DAS-JUVENTUDES-2021-COMPLETO.pdf. Acesso em: 29 out. 2024.

TEXTO II

[...] As estruturas partidárias – pelo menos as grandes – não têm mais força alguma para mobilizar as pessoas. E os pequenos partidos cobram caro pela mobilização: um tipo de adesão que acredito que boa parte dos jovens não está disposta a dar, pelas melhores razões. Eles não querem virar instrumentos para uma lógica partidária. Essas mobilizações se fazem em torno de temas: você se organiza para certos objetivos, cria estruturas ou fóruns ligados a eles; depois, eles se dissolvem. É bem provável que isso seja cada vez mais utilizado.

SAFATLE, Vladimir. Safatle: juventude perdeu o medo do capitalismo. [Entrevista cedida a] Beatriz Macruz, Guilherme Zocchio e Rute Pina. Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, Rio de Janeiro, 17 jun. 2013. Disponível em: https://cebes.org.br/safatle-juventude-perdeu-o -medo-do-capitalismo/9130. Acesso em: 29 out. 2024.

TEXTO IV

TEXTO III

Filiação partidária por faixa etária no Brasil – 2023

BRASIL. Tribunal Superior Eleitoral. Dados de filiação partidária revelam baixa participação política de jovens e mulheres. Tribunal Superior Eleitoral, Brasília, DF, 2023. Disponível em: www.tse.jus.br/ comunicacao/noticias/2023/Novembro/dados-de-filiacao-partidaria -revelam-baixa-participacao-politica-de-jovens-e-mulheres. Acesso em: 29 out. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

BECK, Alexandre. Armandinho São Paulo, 26 jan. 2015. Tumblr: @tirasarmandinho. Disponível em: www.tumblr.com/ tirasarmandinho/109203386834/ tirinha-original. Acesso em: 29 out. 2024.

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Juventude e engajamento: pautas e alternativas para mobilizar a sociedade”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Unidade 9

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

1. O rascunho do simulado da redação deve ser feito no espaço apropriado.

2 . O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 (trinta) linhas.

3. A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação terá o número de linhas desconsiderado para efeito de correção.

4. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que:

4.1. tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”;

4. 2. fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo;

4. 3. apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto;

4.4. apresentar nome, assinatura, rubrica ou outras formas de identificação no espaço destinado ao texto.

TEXTO I

A automação tem o potencial de substituir tarefas repetitivas e perigosas, liberando os trabalhadores para funções mais estratégicas e criativas. [...] No entanto, muitas etapas do processo ainda dependem da intervenção humana, seja para ajustes finos, seja para a resolução de problemas complexos que surgem durante a produção.

CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIOPET. O futuro do trabalho na era da IA: Adaptação e resiliência profissional. G1, Curitiba, PR, 14 jun. 2024. Disponível em: https://g1.globo.com/pr/parana/especial-publicitario/uniopet/opet-inovacao-em-rede/noticia/2024/06/14/o-futuro-do-trabalho-na-era -da-ia-adaptacao-e-resiliencia-profissional.ghtml. Acesso em: 29 out. 2024.

TEXTO II

[...] Espera-se que o emprego de analistas e cientistas de dados, especialistas em big data, especialistas em aprendizado de máquina de IA e profissionais de segurança cibernética cresça, em média, 30% até 2027. O treinamento de funcionários para utilizar IA e big data será priorizado por 42% das empresas pesquisadas nos próximos cinco anos, ficando atrás do pensamento analítico (48%) e do pensamento criativo (43%) em termos de importância. O comércio digital levará aos maiores ganhos absolutos em empregos: são esperadas aproximadamente 2 milhões de novas funções habilitadas digitalmente, como especialistas em comércio eletrônico, especialistas em transformação digital e especialistas em marketing e estratégia digital.

O FUTURO do emprego. Ibitinga: Associação Comercial de Ibitinga, 2023. Disponível em: https://www.acibitinga.com.br/noticias:o-futuro-do-emprego-. Acesso em: 13 out. 2024.

TEXTO III

A IA generativa [...] ganhou muita repercussão neste ano. [...] Por conta desse impulso, o estudo concluiu que 97% dos empregadores pesquisados e 94% dos funcionários esperam usar, de alguma forma, a IA Generativa em suas organizações nos próximos cinco anos. [...] 80% dos empregadores consideram a contratação de talentos com habilidades e experiência em IA uma prioridade. No entanto, a maioria deles (68%) dizem não encontrar os talentos que procuram. Por outro lado, quase 80% dos trabalhadores mencionam ter um interesse em desenvolver habilidades na área no futuro, como forma de avançar em suas carreiras. Número que cresce ainda mais quando recortado: 92% das mulheres entrevistadas indicam interesse em adquirir competências na área. Quando separado por gerações, o interesse é sempre superior a 80%.

DIAS, Ana Beatriz. Pesquisa mostra impacto da Inteligência Artificial no futuro do trabalho. CNN Brasil, São Paulo, 27 nov. 2023. Disponível em: www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/pesquisa-mostra-impacto-da -inteligencia-artificial-no-futuro-do-trabalho. Acesso em: 29 out. 2024.

SNAQ. Trabalhos que podem ser automatizados por IA . São Paulo. 29 abr. 2024. Instagram: @snaq.co. Disponível em: www.instagram. com/snaq.co/p/C6XOKGtOQJM. Acesso em: 29 out. 2024.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto do tipo dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Efeitos da automação no futuro das profissões no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO IV
ELABORAÇÃO SNAQ CONTEÚDOS

Organização do Livro do Estudante

Este volume é composto de nove unidades. A estrutura da obra dedica-se a promover o processo de ensino-aprendizagem envolvido na construção da argumentação e no desenvolvimento da competência escritora, com enfoque voltado à produção do gênero redação do Enem. Assim, na organização do volume, são encontrados os elementos descritos a seguir.

Abertura de unidade

As aberturas de unidade são sempre acompanhadas de uma imagem, cujas leitura e atividades subsequentes apresentam e introduzem o tema de estudo. O fio condutor do trabalho, portanto, é temático e estará sempre relacionado a um Tema Contemporâneo Transversal (TCT).

Leitura em pauta

Trata-se de uma seção estruturante, uma vez que apresenta texto(s) de diferentes gêneros que dialoga(m) com o tema da unidade e propiciam o aprendizado do gênero redação do Enem de diferentes modos, seja pelo tratamento da informação, seja pela perspectiva sobre o assunto ou, ainda, pelo formato de apresentação de dados. A seleção textual atende às diversas demandas do aprendizado da competência argumentativa, bem como à promoção de repertório e do pensamento crítico a respeito de diferentes temas relevantes da sociedade contemporânea.

Integrando com

Seção que relaciona o assunto abordado na leitura com os saberes de diferentes componentes curriculares, tanto da própria área de Linguagens e suas Tecnologias como de outras áreas do conhecimento.

Linguagem em foco

Seção complementar à seção de leitura, solicita do estudante a análise de um aspecto linguístico específico que contribui para a construção da argumentação, por meio do estudo de sua aplicação no texto.

Produção de texto

Assim como a Leitura em pauta, trata-se de uma seção estruturante da obra. É responsável por convidar o estudante a produzir textos de diferentes gêneros, mantendo a predominância de propostas de produção de simulados da redação do Enem. As propostas, quando não são relativas a esse exame, demandam a produção de textos de gêneros argumentativos e de gêneros que guardam relação com diferentes campos de atuação social com o intuito de promover a aprendizagem da competência argumentativa.

#aquecimento

Antes de partir para a proposta de produção, essa seção incentiva os estudantes a refletir sobre determinado recurso da língua, de modo a realizar, como em um aquecimento, algumas atividades de escrita.

#naprática

Seção que apresenta formalmente a proposta de produção de texto e encaminha o passo a passo para que os estudantes produzam o gênero solicitado.

Boxes

Têm como função apoiar o estudante, apresentando informações adicionais em Saiba mais, recomendando a ampliação de repertório em #ficaadica, destacando tópicos importantes do estudo no boxe conceito e em #paralembrar, propondo atividades de pesquisa em Hiperlink e promovendo a reflexão e o debate de questões relacionadas ao tema em análise em uma abordagem subjetiva em Eu e o mundo e coletiva em O mundo e eu

Organização das Orientações para o professor

As partes que compõem estas Orientações para o professor formam um componente importante que procura auxiliar e otimizar o trabalho docente em sala de aula.

Parte 1 – Conhecendo a obra

Além da fundamentação já apresentada, integram a Parte 1 as propostas extras de simulado da redação do Enem, esta apresentação da organização da obra e uma sugestão de cronograma para o trabalho com o volume.

Parte 2 – Encaminhamento das unidades

Apresenta objetivos e justificativas, competências e habilidades mobilizadas e estratégias didáticas para cada uma das seções das unidades do Livro do Estudante. Ao final das unidades, oferece orientações para aplicação de simulado extra e para acompanhamento da aprendizagem. Também oferece sugestões de ampliação de repertório para a formação docente e para compartilhamento com os estudantes por meio dos boxes Midiateca do professor e Midiateca do estudante

Parte 3 – Respostas das atividades

Reúne as respostas detalhadas das atividades propostas no Livro do Estudante, por vezes acompanhadas de comentários para subsidiar e potencializar o aproveitamento dessas propostas pelo professor, ampliando-as com base em reflexões ou desdobramentos suscitados pelos temas e conteúdos abordados.

Cronograma do volume

A seguir, apresenta-se uma proposta de cronograma para o desenvolvimento deste volume, tendo em vista um planejamento semestral, trimestral e bimestral. Considere que esta proposta é apenas uma sugestão e que o cronograma deve ser adequado às escolhas feitas pela comunidade escolar, de acordo com a quantidade de aulas estabelecidas no ano letivo para a área de Linguagens e suas Tecnologias.

1o ano1

1 o Trimestre

1 o Bimestre

1a

Formação e acesso ao Ensino Superior Leitura em pauta Integrando com Literatura 1 2a Linguagem em foco Produção de texto (PT): #aquecimento 1

3a

em pauta 1 5a Leitura em pauta 1 6a

A proposta de redação e a redação do Enem

8a

em foco

A avaliação na redação do Enem Leitura em pauta Integrando com História 1 9a Linguagem em foco PT:

da avaliação

1 Para os calendários escolares bimestrais, sugere-se que as avaliações somativas e os feedbacks ocorram, oportunamente, da seguinte maneira: 1o bimestre, após o tópico A proposta de redação e a redação do Enem; 2o bimestre, após o tópico Formas de conduzir: tipos de argumento; 3o bimestre, após o tópico Fato e opinião; 4o bimestre, após o tópico A utilização produtiva das informações. Para os calendários semestrais, são sugeridos dois momentos de avaliação somativa: o primeiro, após o tópico Formas de conduzir: tipos de argumento; e o segundo, após o tópico A utilização produtiva das informações.

de

2 Para os calendários escolares bimestrais, sugere-se que as avaliações somativas e os feedbacks ocorram, oportunamente, da seguinte maneira: 1o bimestre, após o tópico Conexões entre alimentação saudável e saúde; 2o bimestre, após o tópico Lixo, resíduos e meio ambiente; 3o bimestre, após o tópico A persistência do racismo; 4o bimestre, após o tópico Migrações e diversidade cultural. Para os calendários semestrais, são sugeridos dois momentos de avaliação somativa: o primeiro, após o tópico Lixo, resíduos e meio ambiente; e o segundo, após o tópico Migrações e diversidade cultural.

1a

2a

1 o Trimestre

1 o Bimestre

Inclusão e mercado de trabalho

Leitura em pauta Integrando com Educação Física 7

em foco

#aquecimento 7

3a PT: #naprática 7 4a

A prática do cancelamento e seus efeitos

Cidadania e tecnologia Leitura em pauta

com Arte 7 9a

2 o Bimestre 11a Avaliação

em foco

#naprática 7

3 Para os calendários escolares bimestrais, sugere-se que as avaliações somativas e os feedbacks ocorram, oportunamente, da seguinte maneira: 1o bimestre, após o tópico A prática do cancelamento e seus efeitos; 2o bimestre, após o tópico Longevidade e etarismo; 3o bimestre, após o tópico Formação educacional e mudanças no mercado de trabalho; 4o bimestre, após o tópico Trabalho e qualidade de vida. Para os calendários semestrais, são sugeridos dois momentos de avaliação somativa: o primeiro, após o tópico Longevidade e etarismo; e o segundo, após o tópico Trabalho e qualidade de vida

PARTE 2 - Encaminhamento das unidades

Unidade 1 Passaporte para o futuro

Objetivos e justificativas

Nesta unidade, será feita a introdução dos estudos sobre redação com foco na preparação dos estudantes para o Enem. Esse percurso se inicia com o reconhecimento de possibilidades de acesso ao Ensino Superior, em especial por intermédio desse exame. Por isso, parte-se da leitura e da análise de uma reportagem sobre jovens que lograram sucesso nele, passando pela produção de um relato sobre desafios da trajetória escolar dos estudantes. Na sequência, então, propõe-se o estudo das características e dos conceitos básicos da redação nesse contexto, por meio da leitura e da análise de propostas de redação, de redações que obtiveram a nota máxima segundo a avaliação da banca corretora e dos critérios de correção de textos produzidos para o Enem. Os objetivos de aprendizagem propostos para a unidade estão elencados a seguir.

Ler e compreender reportagem sobre trajetórias de vida impactadas pelo acesso ao Ensino Superior e discutir perspectivas relacionadas a ele, em especial a contextos relativos a políticas públicas educacionais.

Ler e analisar exemplares do gênero redação do Enem, reconhecendo e compreendendo a estrutura e as partes que o compõem.

Ler e compreender propostas de produção de redações do Enem, analisando os textos motivadores que compõem a coletânea disponibilizada aos participantes do exame. Estabelecer relações entre textos de gêneros diversos.

Analisar as estratégias argumentativas utilizadas em desenvolvimentos textuais, bem como a adequação de registros formal e informal, a impessoalização do discurso e a seleção lexical de acordo com o contexto.

Promover o reconhecimento das competências relacionadas à redação do Enem, analisando os critérios de avaliação dos textos produzidos para o exame.

Promover e orientar a prática de produção de textos voltada à esfera da vida pessoal e das práticas de estudo, em especial textos do gênero redação do Enem. De acordo com os objetivos propostos, o estudo desta unidade se justifica por potencializar aos estudantes o conhecimento das possibilidades de acesso ao Ensino Superior e promover reflexões sobre elas, além de um aprofundamento sobre práticas voltadas ao desenvolvimento de competências leitoras e escritoras, as quais favorecem a construção de textos em contextos diversos, em especial para o Enem. Além disso, busca-se o desenvolvimento de propostas relacionadas à diversidade de saberes e vivências culturais, a fim de incentivar uma atuação social em que os jovens exerçam protagonismo, com posicionamento ético e autoria na vida pessoal e coletiva.

Competências e habilidades

Competências gerais da Educação Básica

1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.

Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias

1, 2, 3, 4, 6 e 7.

Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias

EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG402, EM13LGG602, EM13LGG701 e EM13LGG704.

Habilidades de Língua Portuguesa

EM13LP01, EM13LP02, EM13LP05, EM13LP06, EM13LP07, EM13LP10, EM13LP11, EM13LP12, EM13LP13, EM13LP15, EM13LP26, EM13LP31 e EM13LP45 .

Estratégias didáticas

ABERTURA DA UNIDADE (p. 8)

A imagem de abertura mostra o grafite Diversidade, criado por Thiago Mundano, cujo processo artístico é relacionado a causas ambientais e aos direitos humanos. Nesse sentido, a obra dialoga com a necessidade de respeito à diversidade.

A unidade visa evidenciar como as questões sociais estão conectadas à vida de cada pessoa, impactando tanto no contexto geral vivenciado como nas escolhas de cada um, indicando que a perspectiva de futuro é entendida em um viés coletivo e individual. Assim, ao analisar a obra com os estudantes, é recomendável estabelecer essa conexão entre o título da unidade, o grafite Diversidade e a própria trajetória dos estudantes apresentados em Formação e acesso ao Ensino Superior, no qual as histórias de vida retratadas revelam diversidade e inclusão. Além disso, em A redação no Enem e A avaliação na redação do Enem, abordam-se processos argumentativos, em conexão com a imagem de abertura, como meios de expressar pontos de vista e possibilidade de mudança nas realidades sociais.

Competência geral 7

Ao longo de toda a unidade, promove-se o desenvolvimento de habilidades voltadas à argumentação. Em Formação e acesso ao Ensino Superior, os estudantes conhecerão trajetórias de vida e se posicionarão acerca dos contextos apresentados. Em A redação no Enem, o enfoque recai na análise da proposta de redação do Enem e da própria redação, que consiste em um exemplar de texto dissertativo-argumentativo, com base no qual serão apresentadas e analisadas as conexões entre utilização de repertório e estratégias argumentativas. Em A avaliação na redação do Enem, é proposta a análise dos critérios de correção de textos elaborados para o exame, nos quais há especifi-

cações a respeito do que se espera do processo argumentativo presente no gênero textual redação do Enem.

Prepare-se

Recomenda-se o estudo prévio das possibilidades de acesso ao Ensino Superior pelo Enem. A seguir, são indicadas algumas sugestões de leitura.

• BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Brasília, DF: Inep, [2024]. Site . Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/ areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/ enem. Acesso em: 7 out. 2024. No portal, há informações sobre o exame e suas possibilidades de aplicação, assim como sobre utilização de nota, provas e gabaritos, acessibilidade.

CALABRIA, V. F. S.; LEURQUIN, E. V. L. F. O conceito de autoria e a redação do Enem: uma compreensão para a didatização do gênero escolar. Revista Linguagem em (dis)curso , Tubarão, v. 22, n. 1, jan./ abr. 2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ld/a/ pLgQFZKHRSyrBP3WCrTjLts/#. Acesso em: 7 out. 2024. A leitura desse artigo propicia um aprofundamento no conceito de autoria em redações do Enem que pode auxiliar na preparação das aulas. Ademais, nas propostas referentes às seções Integrando com Literatura e Integrando com Sociologia, sugerem-se parcerias entre os professores das áreas de Linguagens e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

FORMAÇÃO E ACESSO AO

ENSINO SUPERIOR (p. 10 a 23)

Leitura em pauta (p. 10 a 16)

Proponha a leitura coletiva da reportagem, na qual são abordadas as trajetórias de três jovens que ingressaram no Ensino Superior. Converse com os estudantes sobre as políticas públicas de acesso às instituições universitárias, destacando possibilidades de mobilidade social por meio do estudo. Durante a realização das atividades, incentive a reflexão da turma sobre a própria experiência escolar, abordando expectativas e projetos de formação por meio do estudo. Conforme sugerido no boxe Hiperlink (p. 16), oriente os estudantes a explorar o Portal Único de Acesso ao Ensino Superior e a partilhar as informações obtidas.

Integrando com Literatura (p. 17)

Explore com os estudantes o contexto em que a personagem Martha está inserida socialmente. Se possível, verifique se há exemplares da obra na biblioteca da escola ou acesse o link a seguir, de forma a incentivá-los a ler o livro.

ALMEIDA, J. L. de. Memórias de Martha: narrativa. Sorocaba: Casa Durski, 1899. Disponível em: https://digital.bbm.usp. br/handle/bbm/7037. Acesso em: 8 out. 2024.

Linguagem em foco: Registro formal e informal (p. 18 e 19)

A seção aborda o uso do registro formal e informal de acordo com diferentes contextos, focando, sobretudo, os usos expressivos da linguagem e a escolha de determinadas palavras e expressões, em uma abordagem relacionada à construção de sentidos e ao uso crítico da língua portuguesa. Nesse viés, sugere-se destacar com os estudantes a motivação dessas escolhas em relação às condições de produção e de circulação do texto jornalístico, como o leitor previsto, o gênero textual reportagem e a variedade linguística apropriada a esse contexto.

Produção de texto (p. 20 a 23)

#aquecimento: Escolha de registro (p. 20)

Na condução das atividades dessa seção, é importante ressaltar as diferentes possibilidades de uso da língua portuguesa, retomando o conteúdo analisado na seção Linguagem em foco. Na questão 3, ao tratar da escolha de registro em uma redação do Enem, embora os estudantes ainda não tenham adentrado o estudo desse gênero, verifique as hipóteses deles em relação às expectativas sobre as exigências de uso da língua portuguesa em redações de caráter acadêmico, indicando a necessidade do uso formal.

#naprática: Relato pessoal (p. 20 a 23)

A proposta de produção de texto da unidade envolve o gênero relato pessoal, por isso é importante trabalhar com os estudantes o relato “Um ano de educação na pandemia”, de forma que tenham acesso a um modelo para a própria produção. Nesse sentido, sugere-se fazer uma sondagem acerca dos conhecimentos prévios da turma sobre relatos pessoais e a finalidade de textos desse gênero. Após essa etapa inicial, solicite a leitura do relato apresentado e, em seguida, peça que relacionem o texto lido às explicações contidas nas laterais do relato. Saliente que essas explicações estão associadas ao próprio texto, daí a importância do cotejamento entre as explicações e o relato lido. Em seguida, solicite-lhes que leiam a proposta e o tópico de produção Planejar. Porém, antes de solicitar a elaboração do planejamento, desenvolva com a turma a reflexão proposta no boxe O mundo e eu, a fim de que a análise realizada, de modo coletivo, potencialize o relato a ser elaborado por eles. Para tanto, convide um estudante a ler em voz alta o texto presente nesse boxe e proponha as questões indicadas com vistas a incentivar comentários, análises e reflexões sobre as situações apresentadas. Depois desse momento, eles devem ser orientados a realizar o planejamento no caderno ou em um processador de textos.

Com o planejamento pronto, peça que verifiquem as etapas de escrita, especificadas no tópico Escrever. Durante a elaboração do relato, verifique com os estudantes o entendimento dos itens solicitados, remetendo às explicações apresentadas no início da seção e ao que está sendo desenvolvido nesta sequência didática. A escrita do relato pode ser feita de forma manual ou digital, de acordo com os recursos disponíveis e a intencionalidade didática.

Para finalizar essa etapa, antes da entrega do relato para correção, é importante que os estudantes verifiquem as ex-

plicações contidas no boxe De olho na linguagem, as quais fazem referência ao uso de aspas para destacar expressões. O objetivo dessa explicação é, durante a revisão do texto, levá-los a verificar o tópico tratado no boxe; esse é um dos itens da revisão, a qual deve abarcar, de modo geral, o uso formal da língua portuguesa. Finalizada a etapa de revisão, o texto será entregue para sua correção, a qual deverá ser feita conforme as orientações indicadas nas etapas de planejamento, escrita e revisão. Se necessário, o estudante deverá reescrever o relato, de acordo com as orientações feitas na correção. Por fim, os textos serão compartilhados com a turma em uma roda de leitura, com o intuito de evidenciar as experiências escolares e as expectativas para a continuidade dos estudos.

A REDAÇÃO NO ENEM

(p. 24 a 36)

Leitura em pauta (p. 24 a 31)

Antes da leitura, dialogue com os estudantes sobre o tema da proposta de redação, verificando a compreensão deles a respeito do enunciado. Explore os textos motivadores, atentando para a diversidade de informações. Nessa etapa, destaque as informações apresentadas nos tópicos Instruções para a redação e Proposta de redação, indicando tratar-se de uma regularidade nas propostas de redação do Enem. Em seguida, solicite a leitura individual da redação apresentada.

Feita a leitura, converse com a turma acerca das conexões entre a redação, a proposta e os textos motivadores. Na sequência, solicite a realização das atividades da seção Pensar e compartilhar em duplas. Na correção coletiva, destaque a explicação da atividade 6, item b, sobre os direitos humanos, conectando-a à proposta de redação. Depois, solicite a realização das questões em A exposição e os argumentos, relacionando essa abordagem à coletânea da redação e aos conhecimentos prévios dos estudantes. Na atividade 7, relativa ao projeto de texto – conceito fundamental para o ensino da escrita, baseado no planejamento textual –, indique que esse tópico será tratado de forma mais específica posteriormente. Durante a correção, destaque as explicações sobre tese, argumentos de autoridade e de causa e consequência presentes nos boxes.

Em seguida, desenvolva a abordagem das Estratégias argumentativas, solicitando a leitura das explicações e dos exemplos. Peça aos estudantes que façam, no caderno, anotações sobre o que entenderam em relação a cada uma das estratégias e motive-os a comentar coletivamente a importância desse conhecimento para a construção de textos.

Peça-lhes, então, que realizem as atividades do tópico Tipo e gênero textual, desenvolvendo as noções sobre gênero textual, sequências e tipos textuais, as quais fornecem embasamento para o processo de construção do texto.

Por fim, trabalhe a questão apresentada no boxe Eu e o mundo, com vistas a retomar a leitura dos textos estudados.

Linguagem em foco: Uso da terceira pessoa na impessoalização do discurso (p. 32)

Ao desenvolver o conteúdo dessa seção, explique aos estudantes que, ao redigir um texto dissertativo-argumentativo, é

necessário estar atento ao modo como os argumentos são expostos. Enfatize que, por mais que se tenha uma opinião pessoal sobre determinado assunto, para criar uma base argumentativa consistente e obter credibilidade e adesão do leitor, é necessário conferir um sentido de objetividade e precisão, omitindo marcas de subjetividade. Dessa maneira, em textos do gênero redação do Enem, é fundamental que a opinião seja expressa de maneira impessoal, para que o enfoque recaia na informação. Um dos recursos linguísticos favoráveis a essa finalidade é o uso de verbos em terceira pessoa. Embora sejam utilizadas orações subordinadas substantivas subjetivas no decorrer do texto – e essa utilização contribua efetivamente para a impessoalização do discurso –, esse tópico será tratado na Unidade 8.

Produção de texto (p. 33 a 36)

#aquecimento: A impessoalidade na construção dos argumentos (p. 33)

Ao realizar a correção das questões, destaque o fato de as escolhas linguísticas promoverem determinados efeitos de sentido e que, por se tratar de falas apresentadas por um entrevistado em uma notícia, com o uso de primeira pessoa, isso não compromete a legitimidade. Porém, na redação do Enem, esse uso pode fragilizar o processo argumentativo.

#naprática: Simulado da redação do Enem (p. 34 a 36)

Como se trata da primeira proposta de escrita de um texto do gênero redação do Enem, é importante fornecer uma orientação passo a passo da produção solicitada. Primeiro, solicite aos estudantes a leitura das Instruções para a redação, dos Textos motivadores e da Proposta de redação. Depois, peça que conversem entre si sobre as informações apresentadas e possíveis abordagens do tema. Esse momento coletivo pode auxiliá-los a observar diferentes pontos de vista sobre a proposta, ampliando a compreensão leitora e potencializando a produção textual, que será individual. Após essa etapa, peça que leiam o tópico Planejar. Antes de solicitar a elaboração do planejamento, desenvolva com a turma a reflexão proposta no boxe O mundo e eu, pois a análise realizada favorecerá o entendimento da importância da argumentação e os motivará a essa prática. Em seguida, oriente-os a realizar o planejamento no caderno, individualmente. Com o planejamento pronto, peça que verifiquem as etapas de escrita especificadas em Escrever Antes da elaboração do texto e da entrega para correção, é importante que os estudantes se inteirem das explicações contidas no boxe De olho na linguagem, as quais fazem referência à desinência verbal em terceira pessoa, e respondam às questões no caderno. Feito isso, eles devem revisar os textos, verificando otópico tratado no boxe e o uso formal da língua portuguesa. Concluída a revisão, a produção deles será corrigida (ver tópicos sobre correção em Avaliação e o trabalho com a matriz do Enem, na Parte 1 deste material). Com os textos corrigidos, se necessário, oriente-os a reescrevê-los. Por fim, podem-se formar grupos para que troquem as redações, leiam-nas e comentem as estratégias argumentativas utilizadas.

Midiateca do estudante

• BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Provas e gabaritos. Brasília, DF: Inep, [c2024]. Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/ areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/ enem/provas-e-gabaritos. Acesso em: 8 out. 2024. Para conhecer o formato do Exame Nacional do Ensino Médio, recomenda-se acessar o caderno de questões, do qual constam os testes e a proposta de redação.

A AVALIAÇÃO NA REDAÇÃO

DO ENEM (p. 37 a 47)

Leitura em pauta (p. 37 a 39)

Antes da leitura, converse com os estudantes sobre os critérios avaliativos do exame e peça que leiam os tópicos Quem vai avaliar a redação?, Como a redação será avaliada? e Como será atribuída a nota à redação?. Depois, promova a leitura compartilhada, esclarecendo termos técnicos referentes às competências, como “áreas do conhecimento”, “mecanismos linguísticos” e “proposta de intervenção”. Em seguida, peça que realizem as atividades do Pensar e compartilhar em grupos. Na correção coletiva, destaque a atividade 6, que retoma o viés da pergunta anterior. Na sequência, incentive a realização das atividades presentes em O projeto de texto. Pergunte se já realizaram projetos de textos em outras situações e, em caso afirmativo, de que forma esse procedimento os auxiliou no desenvolvimento da escrita. Se possível, apresente algumas possibilidades de esquemas, tópicos, organização por meio de palavras-chave, entre outras, que os ajudem a pensar em formas para efetuar o registro do projeto de texto. Na atividade 8, item c, retome o conteúdo da seção anterior, sobre a importância do repertório na elaboração dos argumentos. Ao desenvolver a atividade 12, destaque a explicação sobre a necessidade de elaborar um projeto de texto, presente no boxe conceitual, e, caso tenham sido apresentados, no início da seção, exemplos de registro para o projeto de texto, estes podem ser recuperados e ampliados. Finalize com as questões do boxe Eu e o mundo, com o propósito de motivar uma reflexão sobre a importância de parâmetros objetivos em processos avaliativos e seletivos, entre outros, para promover credibilidade e equilíbrio na busca por oportunidades.

Integrando com Sociologia (p. 40 e 41)

A competência V relativa à redação do Enem explicita a necessidade de elaborar proposta de intervenção, respeitando os direitos humanos. Antes da análise do cartaz, pergunte aos estudantes o que entendem sobre esses direitos. Em seguida, desenvolva a proposta da seção e, se possível, estabeleça parcerias com professores da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, a fim de obter maior aprofundamento sobre o tema.

Linguagem em foco: Critérios de avaliação da competência I e escolha vocabular (p. 41 a 43)

A seção é composta de um quadro com os seis níveis de desempenho relacionados à competência I, que avalia o do-

mínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa. Por apresentar uma linguagem que envolve conceitos técnicos e de certa complexidade – como orações intercaladas, paralelismo sintático, entre outros –, é importante que seja feita uma mediação cuidadosa ao desenvolver essa atividade. Solicite aos estudantes que leiam o quadro, em duplas, anotem no caderno os termos desconhecidos e os pesquisem em gramáticas e/ou sites confiáveis sobre os conceitos. Em seguida, incentive-os a compartilhar os resultados obtidos. Vale destacar que esses conceitos serão desenvolvidos ao longo das unidades. Na sequência, chame a atenção da turma para a explicação que acompanha o quadro, encaminhe a atividade e ressalte a explicação sobre seleção lexical presente no boxe conceito sobre o uso dos substantivos.

Produção de texto (p. 44 a 47)

#aquecimento: A seleção dos substantivos e a adequação ao contexto (p. 44)

A seção reitera a importância da seleção lexical – em especial dos substantivos – com o intuito de evitar a repetição de termos – mobilizando sinônimos – e de realizar processos de referenciação. Explore o texto proposto em relação às questões e à abordagem da competência I, em especial o fato de a modalidade formal da língua portuguesa não se reduz à ortografia, abarcando períodos estruturados de forma completa e com certa complexidade.

#naprática: Simulado da redação do Enem (p. 45 a 47)

O tema da proposta de produção será o uso da inteligência artificial (IA) e suas implicações no contexto escolar. Oriente os estudantes a ler os textos da coletânea e a identificar problemas relacionados ao tema, escolhendo um ou dois deles para discussão. É importante salientar que, na seleção das estratégias argumentativas, durante o Planejar, deve-se considerar, além do exposto nos textos motivadores, o repertório construído ao longo do processo escolar e em outras instâncias culturais. Antes do planejamento, desenvolva a reflexão proposta no boxe O mundo e eu, de modo que a análise possa auxiliá-los na ampliação da abordagem do tema, direcionando-os para uma discussão acerca da conexão entre ética, direitos humanos e inteligência artificial. Em seguida, oriente-os a realizar o planejamento, compondo um projeto de texto. Para tanto, pode-se recorrer às estratégias trabalhadas na seção O projeto de texto. Durante essa etapa, converse com eles sobre a frase temática, chamando atenção para a verificação de que todos os itens nele indicados tenham sido contemplados no projeto. Com o planejamento pronto, peça que verifiquem as etapas de escrita especificadas em Escrever, atentando para a diversidade lexical a fim de evitar repetições e para a realização de processos de referenciação. Antes da elaboração do texto e entrega para correção, é importante que os estudantes verifiquem o boxe De olho na linguagem, sobre o uso dos sufixos -ês, esa, ez, eza. Por fim, cada um deles deve revisar o texto produzido e entregá-lo para correção, depois da qual, se necessário, será feita a reescrita. Algumas redações podem ser compartilhadas, se possível projetando-as, para que a turma

possa tecer comentários a respeito das estratégias argumentativas e das maneiras como o projeto de texto auxiliou na construção da redação.

Simulado extra

Como sugestão, indica-se que, ao finalizar a unidade, seja apresentada a proposta aos estudantes, de modo que a desenvolvam com autonomia, sem a sua mediação.

O tema proposto – “A influência dos jogos eletrônicos nas práticas de lazer dos jovens brasileiros” – está conectado ao TCT Ciência e Tecnologia. Entregue a proposta aos estudantes – se possível, fotocopie-a, assim como a folha de redação, disponibilizando-as como material impresso. Peça que leiam a proposta, analisem os textos motivadores, as problemáticas abordadas e o tema da redação. Em seguida, solicite que desenvolvam as etapas de planejar, escrever e revisar, tal como proposto nas sequências de produção textual. Em especial, lembre-os de organizar, de forma articulada, o projeto de texto, o qual será a base para a escrita.

Esse projeto poderá ser realizado no verso da folha de produção, simulando, também, os recursos que terão durante o Enem. Por fim, os estudantes devem escrever a redação, à caneta, na folha apropriada, na qual constam 30 linhas, sem a necessidade de título. É importante, também, monitorar o tempo de produção, não ultrapassando duas horas, as quais terão de ser diminuídas conforme eles forem se apropriando, de maneira consistente, da escrita de textos dissertativo-argumentativos. Concluída a correção, em aula posterior, é fundamental retomar a coletânea e realizar a leitura coletiva, de modo que, com a sua mediação, possam reconhecer as problemáticas apresentadas. Ao final dessa etapa, analise com eles as estratégias argumentativas utilizadas, observando as fragilidades e as potencialidades. De posse da correção individual e da análise coletiva, os estudantes podem ser orientados a reescrever os textos, qualificando-os.

Acompanhamento da aprendizagem

Ao longo de toda a unidade, há atividades que podem ser utilizadas como recursos de avaliação contínua dos estudantes. Nas sequências didáticas, conforme eles interagem em aula, apresentando dúvidas e respostas, pode-se ter uma referência sobre como estão se desenvolvendo em relação às habilidades abordadas. As propostas de produção de texto, nas seções #naprática, são excelentes instrumentos para analisar a aprendizagem da turma, além de desempenharem a função de instrumentos de avaliação formativa. O próprio Simulado extra configura-se como um instrumento relevante para a análise da aprendizagem, assim como para a necessidade de retomada de determinados conceitos e/ou procedimentos que se revelem fragilizados durante a análise dos textos produzidos, podendo ser aplicados como instrumento de avaliação somativa. A reescrita das produções, após a sua mediação, também se caracteriza como um instrumento pri-

vilegiado para a verificação, a análise e o planejamento das ações docentes, de acordo com o que evidenciam acerca da aprendizagem dos estudantes.

Unidade 2 Percursos da redação do Enem

Objetivos e justificativas

O principal objetivo da unidade é fornecer subsídios para oestudante elaborar a redação do Enem, com ênfase na estrutura dissertativo-argumentativa. Assim, são exploradas as etapas de introdução, desenvolvimento e, por fim, conclusão, em que é apresentada proposta de intervenção para solucionar questões sociais, como a publicidade infantil e a formação educacional de surdos. Diante disso, outros objetivos de aprendizagem se mostram relevantes, indicados a seguir.

• Interpretar textos que possam subsidiar a construção de argumentos consistentes na redação do Enem.

• Compreender e utilizar elementos coesivos que garantam a clareza e a progressão textual, fortalecendo a articulação entre os parágrafos e o desenvolvimento do ponto de vista.

• Usar adequadamente os artigos definidos e os indefinidos no texto dissertativo-argumentativo, garantindo precisão e clareza na articulação das ideias e na construção coesa dos parágrafos.

• Utilizar pronomes para assegurar a coesão textual e adjetivos na especificação e na qualificação das ideias, contribuindo para a clareza e a eficácia persuasiva dos argumentos na redação.

• Elaborar uma redação do Enem completa, com introdução, desenvolvimento e conclusão, apresentando proposta de intervenção eficaz e que respeite os direitos humanos.

• Selecionar informações relevantes e confiáveis para a fundamentação de argumentos, desenvolvendo habilidades de curadoria de textos.

• Refletir sobre temas sociais importantes, como a inclusão educacional e a responsabilidade do consumo, cultivando empatia e senso de responsabilidade social.

A proposta de estudo desta unidade se justifica por abordar aspectos fundamentais na produção de uma redação, como a interpretação de textos motivadores, as formas de introdução e o desenvolvimento de argumentos sólidos. Além disso, o foco no uso adequado de artigos, pronomes e adjetivos reforça a precisão linguística, enquanto a proposta de intervenção exige uma reflexão crítica sobre temas sociais, promovendo oexercício da cidadania. Ao desenvolver competências de pesquisa e curadoria de informações, bem como habilidades socioemocionais, o conteúdo da unidade contribui para a formação de um pensamento crítico e responsável, preparando o estudante para desafios acadêmicos e sociais.

Competências e habilidades

Competências gerais da Educação Básica

1, 3, 4, 5, 6, 7 e 9.

Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias

1, 2, 3, 5 e 7.

Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias

EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG402, EM13LGG702, EM13LGG703 e EM13LGG704.

Habilidades de Língua Portuguesa

EM13LP01, EM13LP02, EM13LP05, EM13LP07, EM13LP11, EM13LP12, EM13LP15 e EM13LP36.

Estratégias didáticas

ABERTURA DA UNIDADE (p. 48)

O tema central da unidade é a elaboração da redação do Enem, com foco na articulação clara e coesa de ideias, indo além da simples estrutura básica de introdução, desenvolvimento e conclusão. A abordagem conecta-se com os TCT, em especial Educação em Direitos Humanos, incentivando os estudantes a refletir sobre questões sociais e a apresentar propostas de intervenção que respeitem os direitos humanos e promovam o bem comum. A imagem de abertura, Metaesquema, de Hélio Oiticica, estabelece uma analogia visual com o processo de construção textual: a obra, composta de formas geométricas simples, como quadrados e retângulos, sugere um dinamismo e um movimento que vão além de sua organização rígida, assim como a redação deve ir além da simples disposição de ideias, articulando fato, opinião e proposta. As questões de leitura da imagem propiciam uma reflexão sobre a relação entre forma e conteúdo. A primeira convida os estudantes a identificar os elementos geométricos nela presentes; a segunda, a interpretar como a disposição das formas cria uma sensação de movimento; por fim, a terceira os leva a considerar a participação ativa do espectador, em um paralelo com o envolvimento crítico que o leitor da redação deve ter ao interpretar o texto produzido.

Competência geral 7

Em De onde partir: a introdução na redação do Enem, os estudantes aprendem a introduzir temas por meio de fatos e dados confiáveis, essenciais para uma boa argumentação. Já em Formas de conduzir: tipos de argumento, são exploradas estratégias argumentativas que utilizam informações precisas para defender pontos de vista, respeitando os direitos humanos. Por fim, em Perspectivas em pauta: a proposta de intervenção, os estudantes devem propor soluções que reflitam o compromisso ético com o bem comum e a cidadania. Nessa direção, por meio da produção de mapas mentais, eles aprendem a organizar informações de maneira estruturada.

Nos tópicos seguintes, nos simulados de redação do Enem, os estudantes produzem textos em que devem integrar dados e argumentos, além de apresentar uma proposta de intervenção eficaz.

Prepare-se

Recomenda-se a leitura prévia da Cartilha do Participante do Enem dos anos de 2014 e de 2017 (edições do ano das redações oferecidas para leitura), disponíveis no site do Inep. Essas cartilhas fornecem orientações detalhadas sobre os critérios de correção da redação, além de exemplos de redações que obtiveram nota máxima. Utilize-as para esclarecer as expectativas em relação a aspectos como estrutura, coesão, coerência e respeito aos direitos humanos, fundamentais para o desenvolvimento do texto dissertativo-argumentativo. A leitura desse material o auxiliará a entender o que é exigido em cada parte da redação – introdução, desenvolvimento e conclusão –, a fim de preparar os estudantes para o trabalho com as etapas da unidade. Antes de realizar o trabalho com os textos da seção Leitura em pauta, familiarize-se com o repertório sociocultural apresentados pelos autores das redações do Enem a serem analisadas. Além disso, nas propostas referentes às seções Integrando com Filosofia e Integrando com Sociologia, podem ser organizadas parcerias com os professores das áreas de Linguagens e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas com vistas ao aprofundamento das abordagens e, se possível, ao encaminhamento de uma aula conjunta.

DE ONDE PARTIR: A INTRODUÇÃO NA REDAÇÃO DO ENEM

(p. 49 a 58)

Leitura em pauta (p. 49 a 53)

Leia em voz alta a proposta de redação do Enem 2017, “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil” e, na sequência, uma redação que recebeu a nota máxima da banca corretora do exame. Antes de iniciar a leitura dos textos, proponha uma discussão sobre as diferentes formas de realizar uma introdução em textos dissertativo-argumentativos. Questione os estudantes sobre como costumam estruturar suas redações e sobre as estratégias que acreditam ser mais eficazes.

Em seguida, apresente o tema “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”. Explore os textos motivadores que acompanham a proposta, explicando a relevância do tema e como ele se insere no contexto de cidadania e inclusão. Além disso, aborde com a turma os direitos previstos na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência e destaque o contexto histórico da educação de surdos no Brasil.

Durante a análise da redação nota mil, realize uma leitura mediada com paradas estratégicas para discussão, permitindo que os estudantes reflitam e façam inferências sobre como o texto foi elaborado. Faça perguntas como: Qual é a tese defendida pelo autor? De que forma a introdução prepara o leitor para o restante da argumentação?

Por fim, anote na lousa o tipo de introdução que foi utilizado e peça-lhes que compartilhem exemplos de introduções que já aplicaram em redações anteriores. Depois, sistematize os tipos de introdução: citação, fato ou definição.

O objetivo pedagógico da leitura dos textos é promover a compreensão dos mecanismos de organização textual e argumentativa, bem como estimular uma reflexão sobre questões sociais relevantes, como a inclusão educacional de pessoas surdas. Com isso, os estudantes serão convidados a observar como a introdução de um texto dissertativo-argumentativo é estruturada tendo em vista a clareza, a objetividade e a coerência com a tese defendida. Busca-se, assim, incentivar a prática da leitura crítica e reflexiva, à medida que eles são desafiados a interpretar textos complexos e a relacionar as ideias apresentadas com as próprias percepções sobre o tema. Assim, ampliam-se as habilidades de leitura e escrita e desenvolvem-se as competências exigidas pelo Enem.

Integrando com Filosofia (p. 54)

A seção traz o trecho de uma entrevista sobre a ética de Arthur Schopenhauer, centrada na compaixão e na igualdade entre os seres, em que se relacionam esses conceitos com a questão dos direitos humanos e a inclusão social. Pretende-se com isso promover uma reflexão interdisciplinar, conectando Filosofia a temas como preconceito, violência e exclusão, e incentivar os estudantes a pensar criticamente sobre as desigualdades e os desafios da sociedade contemporânea. O trabalho em sala de aula pode ser iniciado por você e pelo professor de Filosofia por meio de uma discussão sobre direitos humanos e preconceito, seguida da leitura e da análise do texto. Além disso, o professor de Filosofia pode sugerir textos, filmes, podcasts, entre outros recursos pedagógicos, para ampliar o repertório dos estudantes sobre o tema.

Com base nessa análise, a turma é convidada a relacionar a filosofia com temas como exclusão social e a desenvolver futuramente uma produção textual que mobilize esses conceitos.

Midiateca do estudante

CONHEÇA Arthur Schopenhauer, conhecido como “filósofo da vontade”. São Paulo: Fundação Padre Anchieta, 27 jan. 2022. Vídeo (ca. 5 min). Publicado pelo canal Jornalismo TV Cultura. Disponível em: https:// www.youtube.com/watch?v=X9BlSy1m5TM. Acesso em: 14 out. 2024.

A jornalista Thaís Oyama conversa com o filósofo Luiz Felipe Pondé sobre a vontade, conceito amplamente discutido por Schopenhauer. O vídeo também traz uma breve biografia do filósofo alemão.

Linguagem em foco: Artigo definido e indefinido e a precisão nas informações (p. 55)

Na redação analisada, o uso de a, em “a má formação socioeducacional”, especifica um conceito já estabelecido, e o de um, em “um fator determinante”, sugere que há outras possibilidades, mas destaca uma em particular. Nesse sentido, o uso dos artigos em textos dissertativo-argumentativos desempenha um papel importante na particularização e na generalização das informações.

Para trabalhar esses conceitos em sala de aula, realize a análise de um trecho da redação que foi disponibilizado na seção, destacando o uso dos artigos e sua função no texto. Além disso, fontes como gramáticas normativas e a cartilha do Enem oferecem suporte teórico e prático para essa abordagem.

Produção de texto (p. 56 a 58)

#aquecimento: O uso dos artigos na precisão das informações (p. 56)

Ao analisar um parágrafo introdutório de uma redação nota mil, observando como os artigos foram usados para particularizar ou generalizar as informações, os estudantes vão refletir sobre o impacto do uso dos artigos na construção da argumentação e na coesão textual. Na sequência, ao produzir um parágrafo de continuidade ao texto analisado na atividade 1, eles devem empregar os conceitos discutidos. Essa atividade de aquecimento visa capacitá-los a fazer escolhas linguísticas que aprimorem a clareza e a objetividade em suas produções textuais.

#naprática: Mapa mental (p. 56 a 58)

Para conduzir o trabalho de produção do mapa mental, oriente os estudantes na realização dos seguintes passos: primeiro, revise as formas de introdução de redações dissertativo-argumentativas, listando as principais estratégias, como introdução por fato ou por definição; depois, solicite que escolham uma ferramenta digital para organizar essas informações em um mapa mental. Lembre-os de centralizar otema no meio da página e conectá-lo aos subtópicos por meio de linhas ou setas. Em seguida, peça-lhes que revisem a produção, a fim de verificar se usaram adequadamente os artigos para garantir precisão, como discutido no boxe De olho na linguagem, que destaca a importância do paralelismo e da correta estruturação gramatical para uma leitura fluida.

Midiateca do professor

• STURM, L. O gênero mapa mental e o letramento do professor de línguas. Revista Linguagem & Ensino , Pelotas, v. 22, n. 3, jul./set. 2019. Disponível em: https:// periodicos.ufpel.edu.br/index.php/rle/issue/view/898. Acesso em: 9 out. 2024.

O artigo aborda os mapas mentais como ferramenta pedagógica no desenvolvimento do letramento de professores.

FORMAS DE CONDUZIR: TIPOS DE ARGUMENTO

(p. 59 a 68)

Leitura

em pauta (p. 59 a 63)

Antes da leitura, faça o levantamento dos conhecimentos prévios da turma sobre o tema da redação do Enem 2014, “Publicidade infantil em questão no Brasil”, valorizando os saberes dos estudantes. Depois, leia os textos motivadores e explore diferentes estratégias de leitura. Primeiro, realize uma leitura silenciosa para que eles anotem no caderno informações importantes. Em seguida, organize uma leitura compar-

tilhada em voz alta e, ao final de cada parágrafo, incentive-os a refletir sobre as ideias apresentadas. Durante essa etapa, peça-lhes que observem os elementos persuasivos e argumentativos dos textos. Por fim, proponha uma discussão em grupo sobre os tipos de argumento e anote-os na lousa: autoridade, fato, comparação e causa e consequência.

Linguagem em foco: Os pronomes demonstrativos na promoção de coesão textual (p. 64)

Apresente aos estudantes as noções de referenciação intratextual, que acontece quando o pronome faz referência a algo dentro do próprio texto, e de referenciação extratextual, que ocorre quando o pronome faz referência a informações fora do texto, mas conhecidas pelo leitor.

Produção de texto (p. 65 a 68)

#aquecimento: O uso de pronomes no processo de referenciação (p. 65)

Revise com os estudantes o conceito de pronomes como elementos que promovem coesão textual ao substituir ou retomar termos já mencionados, evitando a repetição. Em seguida, peça que releiam o trecho fornecido e identifiquem os pronomes, discutindo a que palavra ou expressão eles se referem. Com base nas atividades, reforce que, além dos pronomes demonstrativos, outros tipos de pronome, como os pessoais, os possessivos e os relativos, desempenham papel importante na coesão textual, pois atuam no processo de referenciação.

#naprática: Simulado da redação

do Enem (p. 66 a 68)

Oriente os estudantes a ler com atenção a proposta de redação e os textos motivadores, destacando as informações mais importantes. Em seguida, peça que façam um rascunho dessa produção, lembrando-os de seguir a estrutura dissertativo-argumentativa e de utilizar pronomes e outros recursos coesivos para garantir a fluidez do texto. Depois, solicite que revisem se os argumentos estão bem articulados e se há uma proposta de intervenção clara e viável. Finalize orientando a reescrita do texto e o compartilhamento das produções entre os colegas para promover devolutivas sobre a organização e a coesão textual.

PERSPECTIVAS EM PAUTA: A PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

(p. 69 a 78)

Leitura em pauta (p. 69 a 72)

Faça o levantamento coletivo de hipóteses sobre as propostas de intervenção das duas redações e, após a leitura, oriente a turma a verificar se elas se confirmaram ou não. Isso permite que os estudantes observem como as propostas são elaboradas de acordo com os cinco elementos avaliados: ação, agente, modo/meio, efeito e detalhamento.

Incentive os estudantes a compartilhar os conhecimentos que detêm sobre os temas das redações. Em seguida, proponha uma leitura individual dos textos; oriente-os a anotar no caderno trechos importantes e a observar a conexão dos repertórios usados com o tema. Motive-os a identificar como os autores usaram repertórios de prestígio para fortalecer a argumentação. Depois da leitura, peça-lhes que reflitam sobre os cinco elementos de uma proposta de intervenção e avaliem se os textos analisados atendem a esses critérios. Finalize com uma atividade prática, solicitando que elaborem propostas de intervenção, aplicando os elementos discutidos e utilizando repertórios que demonstrem aprofundamento crítico, como sugerido no tópico Proposta de intervenção na redação do Enem: os cinco elementos avaliados

Integrando com Sociologia (p. 73)

O texto “Inclusão social: entenda o que é, importância, exemplos e como promover” discute a inclusão de grupos marginalizados, como negros, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência. A intenção pedagógica dessa seção é promover reflexões sobre a inclusão social, conectando o tema à educação de surdos e outras minorias. Inicie a abordagem com a leitura do texto. Em seguida, oriente os estudantes a relacionar o conceito de inclusão social com os desafios educacionais dos surdos. A interdisciplinaridade pode ser destacada ao integrar conceitos de Sociologia e Educação, com a condução de discussões sobre políticas inclusivas. Para isso, solicite aos estudantes que disponham as carteiras em roda, finalizando com uma atividade em grupo, em uma conversa sobre ações que possam promover a inclusão desses grupos na escola e na sociedade.

Linguagem em foco: O adjetivo e a especificação das informações (p. 74)

Com base em um trecho da primeira redação reproduzida no Livro do Estudante, as atividades dessa seção visam explorar o uso dos adjetivos para especificar informações e fortalecer a argumentação. Peça aos estudantes que releiam o trecho e respondam às questões 1 a 3, que abordam a função dos adjetivos essencial, atual, primordial e de outros usados no texto. Incentive uma discussão sobre o modo como eles qualificam as ideias, estabelecem contrastes e reforçam a argumentação. Finalize com uma revisão em grupo, reforçando a importância do emprego de adjetivos na construção de um texto claro e persuasivo.

Produção de texto (p. 75 a 78)

#aquecimento: O papel do adjetivo na coesão e coerência textuais (p. 75)

Revise com os estudantes a importância dos adjetivos para especificar informações e construir argumentos sólidos. Peça-lhes que releiam os últimos parágrafos dos textos apresentados e respondam às questões 1 e 2 , que contemplam o uso dos adjetivos parcial , necessárias e imenso , analisando como estes afetam a interpretação do leitor e contribuem para a clareza da

proposta de intervenção. Em seguida, incentive-os a fazer pequenas modificações nos trechos, alterando os adjetivos e verificando o impacto na coesão e na coerência do texto. Finalize com uma discussão em grupo sobre a importância da escolha cuidadosa dos adjetivos ao se escrever uma redação.

#naprática: Simulado da redação

do Enem (p. 76 a 78)

Para conduzir o trabalho, explique aos estudantes a importância de seguir as orientações dadas previamente, como olimite de 30 linhas e o uso da norma-padrão da língua portuguesa. Em seguida, peça-lhes que leiam atentamente os textos motivadores, discutindo os temas em grupo e levantando ideias que possam ser utilizadas na argumentação. Oriente-os a planejar a redação, definindo a tese, os argumentos principais e uma proposta de intervenção que respeite os direitos humanos, com atenção aos cinco elementos vistos anteriormente. Após o planejamento, eles devem redigir um rascunho e revisar o texto produzido, a fim de verificar a coerência, a coesão e a clareza da proposta de intervenção. Finalize com a escrita do texto definitivo e a troca de redações entre os colegas, promovendo um momento de discussão coletiva sobre o uso de estratégias argumentativas e a elaboração da proposta de intervenção.

Simulado extra

Para o simulado extra da unidade, o tema sugerido é “Combate ao tráfico de crianças e adolescentes no Brasil”. Esse é um tema de extrema relevância e complexidade, que aborda a violação dos direitos fundamentais e a exploração de crianças e adolescentes – um problema que ainda persiste no Brasil.

Aplique o simulado nos moldes das orientações da Unidade 1 (página 325).

Acompanhamento da aprendizagem

Para acompanhar a aprendizagem ao longo desta unidade, faça a análise conjunta das redações do Enem que sejam nota máxima. Essa atividade permite que os estudantes identifiquem pontos fortes e de melhoria nas próprias produções, além de compreenderem como cada competência é avaliada.

O compartilhamento das correções das produções de textos propostas na seção #naprática também pode ser um valioso instrumento de acompanhamento da aprendizagem dos estudantes. Essas produções possibilitam a verificação do desenvolvimento da competência argumentativa e das capacidades de escrita dos estudantes, de modo a fornecer subsídios para que você possa sugerir intervenções mais direcionadas aos estudantes. Após ler e corrigir as produções dos estudantes, dê orientações claras sobre os pontos que precisam ser melhorados. Nesse contexto, você pode sugerir uma reescrita orientada por esse feedback Nesse sentido, a retomada do conteúdo também pode ser

conduzida em grupo, como a análise de introduções em redações sobre temas sociais, de modo a incentivar o diálogo entre os estudantes e a enriquecer o processo de reescrita dos textos.

Unidade 3 Fatos, fontes e filtros

Objetivos e justificativas

O fio condutor da unidade é o trabalho com a informação, com foco na distinção entre fato e opinião. Também são esmiuçados diferentes formatos de veiculação de informações, com enfoque no uso produtivo delas em textos dissertativo-argumentativos. Diante disso, os objetivos de aprendizagem da unidade são indicados a seguir.

• Ler e compreender textos do campo jornalístico-midiático, para identificar e articular informações, bem como conteúdos opinativos explícitos e implícitos.

• Identificar o uso e a função de recursos linguísticos na veiculação de informações e citações e na construção de argumentos.

• Promover a curadoria da informação com base no enfoque temático e na seleção criteriosa de fontes.

• Reconhecer a pluralidade de pensamentos e a importância do convívio com opiniões distintas de modo a exercer a tolerância e a enriquecer as próprias opiniões.

• Compreender a realidade e formular pontos de vista com base em informações confiáveis.

O trabalho com a informação é essencial na redação do Enem, por isso a unidade abarca desde parâmetros para a identificação de fontes confiáveis até a análise criteriosa das informações e sua aplicação. Esse processo inclui discussões sobre hábitos de consumo e compartilhamento de informações na contemporaneidade.

Competências e habilidades

Competências gerais da Educação Básica

1, 2, 3, 5, 6 e 7.

Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias

1, 2, 3, 4 e 7.

Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias

EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG402, EM13LGG702, EM13LGG703 e EM13LGG704.

Habilidades de Língua Portuguesa

EM13LP01, EM13LP02, EM13LP11, EM13LP12, EM13LP15, EM13LP27, EM13LP36, EM13LP38, EM13LP40, EM13LP41, EM13LP42 e EM13LP43.

Estratégias didáticas

ABERTURA DA UNIDADE (p.

79)

Ao privilegiar a curadoria da informação na redação do Enem, a unidade enfoca o TCT Ciência e Tecnologia. Na abertura, promova a análise da colagem de Carol Malavolta e peça aos estudantes que discutam as questões propostas. Oriente-os a refletir sobre a relação simbólica entre alimentação e consumo de informação, explorando os sentidos de excesso e malefício sugeridos pelo título da reportagem: “Banquete indigesto”.

Competência

geral 7

Em Fato e opinião, as atividades com base na notícia e no artigo de opinião pedem a análise comparada desses dois textos, visando a distinção entre o teor informativo e opinativo sobre o consumo de informações no Brasil. Em Informações em diferentes formatos, a leitura de uma reportagem destaca a relação entre texto escrito e gráficos na veiculação de informações. Em A utilização produtiva das informações, a discussão sobre notícias falsas e o uso de dados na argumentação contribui para o uso responsável da informação. A produção de simulados de redação do Enem consolida a articulação entre informação e argumentação.

Prepare-se

Como preparo para discutir o tema da unidade, é recomendável estudá-lo previamente. A seguir, algumas sugestões: FATO e opinião: você sabe diferenciar um do outro?

Instituto Federal de Santa Catarina , 19 abr. 2023. Disponível em: https://www.ifsc.edu.br/web/blog/w/ fato-e-opiniao-voce-sabe-diferenciar-um-do-outro-. Acesso em: 10 out. 2024.

RAGI, T. R.; BELIZÁRIO, V. A.; SILVA, L. F. C. A leitura em sala de aula: implicações sobre o gênero multimodal. Discursividades, v. 10, n. 1, e-1012206, jan-jun. 2022. Disponível em: https://revista.uepb.edu.br/REDISC/ article/view/952/757. Acesso em: 10 out. 2024.

INEP. A redação do Enem 2024: cartilha do participante. Disponível em: https://download.inep.gov.br/ publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_ da_educacao_basica/a_redacao_no_enem_2024_ cartilha_do_participante.pdf. Acesso em: 10 out. 2024. (Recomenda-se, sobretudo a leitura do item 1.3, sobre a competência III.)

Para as atividades interdisciplinares propostas, em que se mobiliza a leitura de gráficos e se explora o funcionamento de algoritmos, convém consultar o docente de Matemática para obter indicações de fontes.

FATO E OPINIÃO

(p. 80 a 88)

Leitura em pauta (p. 80 a 83)

Antes da leitura, pergunte aos estudantes o que entendem por informação e opinião. Após esse momento, verifique se suas hipóteses se confirmaram.

A notícia divulga dados de um estudo baseado em entrevistas, apresentando tendências e contextos, mas sem avaliá-los. Discuta e analise com os estudantes se existe isenção plena na veiculação de uma notícia. A seleção e a ordem dos dados já revelam as escolhas do repórter, assim como o uso do adjetivo emblemático. Amplie a discussão, perguntando: “A caracterização do cenário do Brasil como emblemático é uma constatação ou uma interpretação?”.

O artigo interpreta a queda no interesse pelos meios tradicionais de comunicação como resultado da valorização de crenças e afetos pessoais em detrimento dos fatos. Solicite que citem dados da notícia que fundamentam essa interpretação e aborde o papel da informação em textos opinativos, destacando as marcas da tipologia dissertativo-argumentativa.

A leitura dos dois textos evidencia o tema da credibilidade da informação. Neste momento, peça aos estudantes que realizem a pesquisa solicitada no boxe Hiperlink e compartilhem os resultados em uma roda de conversa.

Linguagem em foco: O modo verbal indicativo para expressar convicção (p. 84)

Nessa seção, analisa-se um trecho do artigo de opinião lido na seção anterior, de modo que os estudantes reconheçam o uso do modo verbal indicativo como uma estratégia que visa, sobretudo, demonstrar a autoridade da articulista na discussão do tema e na defesa dos argumentos. Analise com a turma cada ocorrência e oriente-os a identificar essa intenção.

Vale destacar que, em m algumas passagens, a autora usa o indicativo para aludir não à sua convicção, mas à de quem critica a imprensa. Nesse sentido, a intenção da análise é questionar essas convicções e convidar o leitor a rever suas posturas. Discuta com os estudantes a eficácia dessa estratégia argumentativa e incentive-os a incorporá-la ao próprio repertório.

Produção de texto (p. 85 a 88)

#aquecimento: O uso do indicativo na apresentação de fatos e opiniões (p. 85)

A seção contribui para apurar a leitura dos estudantes e prepará-los para o Simulado da redação do Enem. Para complementar, pode-se apresentar outro texto do campo jornalístico-midiático em que haja variação de verbos no indicativo que indiquem intenções e nuances diversas de informação e opinião.

#naprática: Simulado da redação do Enem (p. 86 a 88)

No momento da leitura dos textos motivadores, auxilie os estudantes a identificar os aspectos significativos do tema e a escolher um deles para discutir na redação. Oriente-os também a selecionar as informações e as reflexões que favoreçam sua tese e argumentação.

Na elaboração da tese, instrua-os a mobilizar e articular dados e a empregar o modo indicativo para apresentar e sustentar argumentos. Para as propostas de intervenção, oriente-os a listar e a decidir as mais adequadas para o enfrentamento do problema.

INFORMAÇÕES EM

DIFERENTES FORMATOS (p. 89 a 99)

Leitura em pauta (p. 89 a 95)

Antes da leitura da reportagem com gráficos, pergunte: “Como vocês imaginam que esses textos se articulam? Que relação é possível identificar entre os dois formatos? Por que existem variados tipos de gráfico?”.

O objetivo das atividades iniciais (2 e 3) é localizar dados essenciais da reportagem e inferir contextos e cenários sobre hábitos de leitura no Brasil. As atividades 4 e 5 enfocam o papel dos gráficos na reportagem. Destaque que a complementação entre gráficos e texto evita repetições desnecessárias. Convide-os a comentar essas duas formas de veiculação de informações com base em fatores como tempo de leitura, clareza e espaço. Pergunte: “Que contextos são mais apropriados para uso de cada forma? Quando convém articulá-las?”.

Na atividade 6, oriente-os a identificar a progressão do tratamento do tema na reportagem, que parte dos dados estatísticos para enfim abordar alguns desses contextos na vida diária. Promova, então, uma roda de conversa sobre o boxe Eu e o mundo.

Midiateca do professor

Consulte o site do Instituto Pró-Livro para acessar os dados mais recentes da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil e conhecer ações relevantes de incentivo à leitura, disponível em: https://www.prolivro.org.br/. Acesso em: 25 out. 2024.

Integrando com Matemática (p. 94)

Na seção, são comparados gráficos de barras verticais e horizontais justapostas. Ambos são soluções para articular partes de um contexto (no caso, dados sobre leitura). Pergunte aos estudantes: “Por que escolher uma forma e não outra? As escolhas foram acertadas? Alguma outra forma de gráfico conviria para apresentar essas informações? Qual?”.

Linguagem em foco: verbos do dizer (p. 96)

A seção enfoca as nuances de sentido no emprego dos verbos do dizer, com o propósito de levar os estudantes a refinar esse recurso ao citar declarações em uma redação.

Produção de texto (p. 97 a 99)

#aquecimento: O uso de citações para legitimar dados, fatos e opiniões (p. 97)

Propõe-se neste momento a análise do emprego de citações, recurso muito comum em textos dissertativo-argumentativos, sobretudo no uso do argumento de autoridade.

Ao final, os estudantes vão escolher uma citação para embasar uma opinião sobre o universo da leitura usando o verbo do dizer apropriado ao contexto.

#naprática: Post opinativo (p. 98 e 99)

Os estudantes vão produzir um post opinativo amparando a opinião deles com uma citação. Incentiva-se, assim, o uso

responsável da opinião no espaço virtual. Converse sobre fatores socioculturais e situacionais (no caso, o espaço virtual) relacionados à postura desrespeitosa e ofensiva de leitores em posts opinativos.

A UTILIZAÇÃO PRODUTIVA DAS INFORMAÇÕES

(p. 100 a 107)

Leitura em pauta (p. 100 a 103)

A leitura da entrevista sobre notícias falsas delineia o fenômeno, suas motivações e impactos na sociedade, preparando os estudantes para o Simulado da redação do Enem. Antes da leitura, pergunte-lhes: “Que interesses existem na disseminação de notícias falsas e quais são suas consequências?”. Após a leitura, peça à turma que comente se o repertório prévio se confirmou ou não.

A entrevista permite a análise de um percurso argumentativo: o problema (a disseminação das notícias falsas), a tese (influência das bolhas virtuais) e a proposta de intervenção (sair das bolhas, ouvir outras opiniões). O uso de fatos conhecidos para citar danos causados pelas notícias falsas é um exemplo do uso de dados e informações na construção da argumentação.

Promova uma roda de conversa sobre causas e consequências dessas notícias, abordando a pesquisa proposta no boxe Hiperlink, e o conteúdo do boxe Eu e o mundo. Recomenda-se que os estudantes sejam organizados em grupos, dispondo as carteiras para fazer uma roda de conversa entre os integrantes em um primeiro momento. Depois, as reflexões dos grupos devem ser socializadas com toda a turma.

Integrando

com Educação Digital (p. 103)

Antes da leitura da tirinha da personagem Algoritmo, pergunte aos estudantes o que entendem por “entrada” e “saída” na definição técnica de algoritmo, pois isso facilitará a interpretação da tirinha apresentada e a resolução das questões. Linguagem em foco: O modo verbal subjuntivo e a argumentação (p. 104)

As atividades da seção visam identificar intenções próprias do uso do subjuntivo com base na leitura de trecho de um artigo acadêmico. Enfoque com os estudantes dois usos clássicos do subjuntivo na argumentação: expressar vontade e condição (atividades 2 e 3). O uso de estruturas condicionais na proposta de intervenção tem nota limitada ao nível 2 na redação do Enem, por isso a análise da reescrita da proposta de intervenção do artigo acadêmico foi solicitada, a fim de que os estudantes reconheçam uma proposição mais clara e direta (atividade 4).

Produção de texto (p. 105 a 107)

#aquecimento: O uso do modo subjuntivo no desenvolvimento dos argumentos (p. 105)

A seção reitera o sentido de vontade expresso pelo subjuntivo na argumentação ( atividade 1 ) e aborda a re -

lação de finalidade subjacente a esse modo verbal ( atividade 2 ). Oriente os estudantes a empregar o subjuntivo na escrita de um argumento e de uma proposta de intervenção. Organize grupos de quatro integrantes para que compartilhem as respostas das atividades e avaliem ouso do subjuntivo.

#naprática: Simulado da redação

do Enem (p. 106 e 107)

Oriente os estudantes a identificar problemas relevantes para o tema e a escolher um deles para discutir na redação. Enfoque o uso de informações e citações na redação para demonstrar conhecimento do tema e favorecer a persuasão do leitor. Retome a importância do subjuntivo na argumentação e na proposta de intervenção, trabalhando o boxe De olho na linguagem

Em uma roda de conversa, avalie o processo de produção do texto. Comente que a escolha e a delimitação do enfoque temático são decisivas para a solidez da argumentação e discuta as questões do boxe O mundo e eu

Simulado extra

Diferentemente dos simulados propostos na seção #naprática, nessa ocasião não será permitida consulta de fontes externas e a duração sugerida é de 1h30. Utilize a folha-padrão do Enem, reproduzida neste manual. Oriente os estudantes a usar o verso como rascunho ou forneça uma folha à parte.

Informe o horário de início e, a cada 30 minutos, avise o tempo decorrido. Nos últimos 15 minutos, oriente-os a concluir o texto. Ao final, recolha as redações.

No próximo encontro, devolva as redações corrigidas e promova uma roda de conversa para discutir a experiência de mobilizar os textos da coletânea e o próprio repertório, administrar o tempo, fazer o rascunho e revisar o texto. Disponibilize tempo para tirar eventuais dúvidas sobre a correção.

Acompanhamento da aprendizagem

Ao final da unidade, verifique se os estudantes:

• Identificam e diferenciam conteúdos informativos e opinativos em textos do campo jornalístico-midiático.

• Usam recursos linguísticos na veiculação de informações e citações e na construção de argumentos.

• Assimilam critérios de credibilidade e legitimidade.

• Apresentam postura ponderada e tolerante ao expressar suas opiniões.

Atente à evolução deles nas práticas de pesquisa e nas discussões, identifique dificuldades e proponha soluções para problemas de compreensão e assimilação dos conteúdos.

Unidade

4 Olhares sobre a saúde

Objetivos e justificativas

Nessa unidade, os estudantes vão refletir sobre diferentes perspectivas a respeito da saúde e da promoção do bem-estar e identificar posicionamentos, estratégias e mecanismos linguísticos que colaboram para a construção da argumentação. Os objetivos de aprendizagem da unidade são:

• Ler e compreender textos de gêneros diversos para ampliar o repertório relativo ao tema discutido.

• Identificar posicionamentos e estratégias argumentativas utilizadas em textos dissertativo-argumentativos.

• Analisar a relevância da utilização de informações confiáveis, citações, dados e argumentos de autoridade na construção textual e as possibilidades de uso de sequência textual expositiva para compor textos dissertativo-argumentativos.

• Perceber como o uso de advérbios e locuções adverbiais como operadores argumentativos e de conjunções e locuções conjuntivas como mecanismos linguísticos colabora para a construção da argumentação.

• Produzir texto voltado à esfera do argumentar, em textos dos gêneros artigo de opinião e redação do Enem. O estudo da unidade se justifica pela possibilidade de ampliação do repertório e das competências leitoras e escritoras dos estudantes. O aprofundamento das estratégias argumentativas e do uso de recursos linguísticos a favor da argumentação potencializa as práticas de produção textual, em especial de textos do gênero redação do Enem.

Competências e habilidades

Competências gerais da Educação Básica

1, 2, 3, 4, 5, 7, 8 e 9.

Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias

1, 2, 3, 4 e 7.

Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias

EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG402 e EM13LGG704.

Habilidades de Língua Portuguesa

EM13LP01, EM13LP02, EM13LP05, EM13LP06, EM13LP07, EM13LP11, EM13LP12, EM13LP15, EM13LP26, EM13LP27, EM13LP31 e EM13LP37.

Estratégias didáticas

ABERTURA DA UNIDADE (p. 108)

Explore a imagem de abertura, relacionando os termos nela presentes à saúde do corpo, da mente e das relações entre indivíduos, de modo a promover o entendimento de que a saúde está associada tanto a aspectos individuais como à vida em sociedade. Com base na recomendação da Midiateca do estudante a seguir, se estiver no Rio de Janeiro, incentive os estudantes a visitar o Museu de Arte Urbana do Porto (MAUP).

Midiateca do estudante

No site do Museu de Arte Urbana do Porto (MAUP), há muitos murais de Marcelo Lamarca na região do Porto, na cidade do Rio de Janeiro. Disponível em: https://maup.rio/ marcelo-lamarca/. Acesso em: 10 out. 2024.

Competência geral 7

A unidade promove o desenvolvimento de habilidades voltadas a argumentar com base em dados, fatos e informações confiáveis, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo e do outro. As propostas de leitura analisam o percurso da argumentação e as de produção visam à construção de textos pautados na argumentação.

Prepare-se

É importante familiarizar-se com questões relacionadas à saúde, como tabagismo, uso de cigarros eletrônicos, desafios para uma alimentação saudável e uso de álcool. Desenvolva as seções Integrando com Ciências da Natureza e Integrando com Filosofia em parceria com professores dessas áreas.

Midiateca do professor

O Relatório Final do Conselho de Economia de Saúde para Todos disponibiliza informações sobre as relações entre saúde, desigualdade e políticas públicas. Disponível em: https://cdn.who.int/media/docs/default-source/council -on-the-economics-of-health-for-all/relatorio-oms_port -br.pdf?sfvrsn=a6505c22_6&download=true. Acesso em: 10 out. 2024.

TABAGISMO E ADOLESCÊNCIA

(p. 109 a 118)

Leitura em pauta (p. 109 a 112)

Após a leitura da notícia, evidencie a importância da precisão para a construção de ideias assertivas sobre os acontecimentos. Na questão 4, oriente a leitura dos gráficos e dos títulos que os acompanham, destacando a integração das linguagens para a construção de sentido. Na questão 7, ressalte a relevância da indicação das instituições envolvidas nos estudos e dados citados e a importância das explicações

em um processo de legitimação textual. Oriente os estudantes a consultar a lei sugerida no boxe #ficaadica, a fim de ampliar o repertório, e a discutir, em roda de conversa, a proposta do boxe Eu e o mundo.

Integrando com Ciências da Natureza (p. 113)

O infográfico se relaciona com as falas dos especialistas apresentadas na notícia e com informações técnicas acerca do efetivo funcionamento dos cigarros eletrônicos e dos prejuízos que causam à saúde. Se possível, proponha a realização de uma aula conjunta com um professor de Ciências da Natureza.

Linguagem em foco: Vozes verbais e intencionalidade discursiva (p. 114)

No boxe #paralembrar, retome o conceito de vozes verbais. Oriente, então, a pesquisa solicitada na atividade 2, recorrendo a gramáticas presentes na biblioteca da escola. Comente com os estudantes que, embora os exemplos trabalhados tenham sido retirados da notícia em análise, os efeitos de sentido produzidos pelos usos das vozes verbais estendem-se a textos de outras esferas discursivas.

Produção de texto (p. 115 a 118)

#aquecimento: O uso das vozes verbais ativa e passiva na construção textual (p. 115)

Nessa seção exercitam-se as possibilidades de escrita e se realizam escolhas conscientes que favoreçam o processo argumentativo. Após explorar a atividade 1, pergunte aos estudantes: “A escolha das vozes verbais identificadas na notícia lida revela certa intencionalidade diante do que se quer destacar?”. Espera-se que eles percebam que o uso da voz ativa confere ao texto o efeito de objetividade, com ênfase no sujeito agente. Com a voz passiva, desvia-se a atenção do leitor para o sujeito agente, concentrando-se no resultado da ação, o que reflete certa intencionalidade do autor.

Solicite que reflitam sobre como o conhecimento das vozes verbais pode auxiliá-los nas escolhas linguísticas na produção de textos. Comente que, em textos com enfoque argumentativo, como a redação do Enem, o conhecimento sobre as vozes verbais e os efeitos de sentido obtidos pode auxiliar na construção de orações mais objetivas, quando se opta pela voz ativa. Para destacar o resultado de uma ação em um processo argumentativo, pode-se usar a voz passiva analítica e, para tornar o discurso mais impessoal, indica-se a voz passiva sintética.

#naprática: Simulado da redação do Enem (p. 116 a 118)

Antes da produção da redação, proponha à turma a discussão sugerida no boxe O mundo e eu. Em seguida, encaminhe a leitura dos textos motivadores e da proposta de redação e oriente-os a compor um projeto de texto com base em Planejar. Destaque a importância da seleção de dados confiáveis e da referência a instituições e órgãos com legitimidade pública. Em Escrever, instrua-os a atentar à formulação das orações e do uso das vozes

verbais e às explicações em De olho na linguagem. Peça que revisem o texto e, depois de corrigi-los, oriente a reescrita. Proponha a formação de trios e a leitura da redação uns dos outros, para identificar se tudo o que foi requisitado foi atingido.

CONEXÕES ENTRE ALIMENTAÇÃO

SAUDÁVEL E SAÚDE (p. 119 a 127)

Leitura em pauta (p. 119 a 123)

A leitura dos textos propostos na seção abarca os objetivos comunicativos, a perspectiva sobre alimentação em cada um deles e o uso de dados e informações precisos para a construção de efeito de sentido relativo à objetividade. Embora o Marco de referência esteja mais voltado à esfera do expor e o artigo de opinião seja da esfera do argumentar, ambos fazem uso de sequências expositivas a fim de atingir a finalidade comunicativa. Ao trabalhar as questões 8 e 9, ressalte que há um objetivo fundamental no documento, que é o de pautar ações públicas, assumindo, portanto, uma dimensão argumentativa. Sugira a consulta ao documento. Oriente-os a ler e a discutir as questões do boxe Eu e o mundo, em um reflexão conjunta sobre a importância de políticas públicas destinadas à alimentação, considerando a desigualdade social.

Linguagem em foco: Advérbios e locuções adverbiais como operadores argumentativos (p. 124)

Ao atuar como função de operadores argumentativos, advérbios e locuções adverbiais contribuem para o encaminhamento do texto. É válido destacar as diferentes perspectivas de análise de termos, de acordo com cada situação de uso, potencializando as habilidades analíticas e interpretativas dos estudantes.

Produção de texto (p. 125 a 127)

#aquecimento: O uso dos advérbios e das locuções adverbiais no processo argumentativo (p. 125)

Converse com os estudantes sobre os pontos de conexão entre o trecho do artigo de opinião da seção e os textos presentes em Leitura em pauta. Espera-se que eles notem que os textos se aproximam pela ideia de que a alimentação abrange fatores biológicos e sociais. Peça-lhes que analisem o uso de principalmente no terceiro parágrafo do artigo de opinião; esse advérbio destaca os fatores econômicos envolvidos na escolha alimentar.

#naprática: Artigo de opinião (p. 126 e 127)

As orientações da etapa Planejar potencializam as habilidades voltadas a práticas de pesquisa. Verifique, com a gestão escolar, a possibilidade de usar smartphones ou tablets na sala de aula ou os computadores da escola. Encaminhe a reflexão proposta em O mundo e eu, levando a turma a relacionar questões sociais a práticas alimentares. Oriente-os a realizar o projeto de texto com base nos dados pesquisados. Auxilie-os na seleção dos argumentos, retomando as características de um artigo de opinião. Solicite que façam a eta-

pa Escrever e leiam as explicações contidas em De olho na linguagem, verificando o uso adequado dos advérbios e das locuções adverbiais na construção textual, com enfoque no emprego de vírgulas. Peça que revisem o texto para entrega e correção; se necessário, oriente a reescrita. Promova a publicação dos textos em plataformas digitais, incentivando a participação dos estudantes no ambiente virtual e agregando significado social ao trabalho desenvolvido.

COMPORTAMENTO DE RISCO: ÁLCOOL E SUAS CONSEQUÊNCIAS

(p. 128 a 137)

Leitura em pauta (p. 128 a 131)

Mostre para os estudantes a disposição das informações na Prova de Redação de 2013, organizadas em sequência diferente daquela dos exames mais recentes, em que as instruções vêm antes dos textos motivadores e a Proposta de Redação se situa ao final da página. Solicite a leitura dos textos motivadores e a identificação das problemáticas. Converse sobre as informações mais relevantes dos textos motivadores, incentivando-os a partilhar as próprias percepções. Em seguida, proponha a leitura da redação produzida no exame, destacando que, atualmente, o Enem não solicita títulos para as redações.

Convide um estudante a fazer a leitura em voz alta e converse com a turma sobre as conexões entre a redação, a proposta e os textos motivadores. Na sequência, solicite que façam as questões em Pensar e compartilhar em dupla. Nas questões 6 e 7, motive-os a relacionar a abordagem da redação ao repertório do participante do exame e à articulação do argumento desenvolvido. Em relação à questão 6, item a, converse com os estudantes acerca do uso de citação indireta relativa ao pensamento de Thomas Hobbes, indicando a necessidade de precisão, por parte do autor do texto, da ideia sintetizada. Ao tratar do item b, dessa mesma questão, indique o uso feito no texto da citação direta “o homem é o lobo do homem”, atribuída a Hobbes, a qual está demarcada por aspas. Nesse momento, explique que esse recurso deve ser utilizado a fim de destacar uma ideia ou conceito, de modo criterioso, breve e fidedigno ao texto original. Depois, explore coletivamente a reflexão proposta em Eu e o mundo

Integrando com Filosofia

(p. 132)

A seção aborda Leviatã, de Thomas Hobbes, por meio da análise do trecho inicial de uma resenha crítica e a capa de uma das edições da obra. Desse modo, analisam-se elementos verbais e não verbais e promove-se a construção de significados em diferentes linguagens. Se possível, explore a obra e as ideias do autor com a colaboração de um professor de Filosofia.

Linguagem em foco: Conjunções e relações de sentido (p. 133)

A análise de um trecho da redação do Enem lida em Leitura em pauta, cujo enfoque se volta para as relações de sentido construídas por meio de conjunções, propicia a retomada da Matriz de referência para a redação do Enem, especialmente a competência IV, que abarca a demonstração de conhecimento dos mecanismos linguísticos para a construção da argumentação.

Produção de texto (p. 134 a 137)

#aquecimento: Conjunções e locuções conjuntivas como mecanismos linguísticos para a construção da argumentação (p. 134)

Propõem-se nesse tópico a análise e a reescrita de outro trecho da redação do Enem lida em Leitura em pauta, de modo a qualificar o texto do ponto de vista da diversidade na utilização de conjunções e locuções conjuntivas. Em seguida, proponha a análise do efeito de sentido obtido com a troca de conectivos, da adequação à colocação pronominal, e com o ajuste no uso da vírgula. Pergunte aos estudantes se esse efeito impactou o viés argumentativo do texto. Espera-se que percebam a melhoria no vocabulário e na coesão textual. Assim, o processo argumentativo se torna mais claro e favorece a adesão às ideias.

#naprática: Simulado da redação

do Enem (p. 134 a 137)

Oriente os estudantes a ler os textos motivadores e a identificar problemáticas relativas ao tema. Em seguida, proponha a discussão apresentada em O mundo e eu e oriente-os nas etapas do planejamento do texto, compondo um projeto de texto. Destaque a possibilidade do uso de argumentos de autoridade e a necessidade de utilizar fontes confiáveis nas pesquisas. Na sequência, peça que sigam as etapas de Escrever, observando o emprego de conectivos e de locuções conectivas e as explicações do boxe De olho na linguagem. Peça que revisem o texto produzido e, depois de corrigi-los, oriente a reescrita. Proponha a troca redações. Comente as estratégias argumentativas utilizadas, em especial o argumento de autoridade, e as relações estabelecidas pelas conjunções e locuções conjuntivas.

Simulado extra

O tema do simulado extra está conectado aos TCT Saúde e Educação em Direitos Humanos. Providencie cópias da proposta de redação e da folha para escrita. Peça aos estudantes que leiam a proposta e que analisem os textos motivadores, as problemáticas abordadas e o tema da redação. Solicite que desenvolvam as etapas indicadas. Lembre-os de organizar o projeto de texto no verso da folha de produção, assim como ocorre no Enem. Oriente-os a escrever a redação à caneta na folha apropriada, sem a necessidade de título. Monitore o tempo de produção para que não ultrapasse 1h30, tempo médio para a elaboração de uma redação em situação de exame. Feita a correção do texto, analise com a turma as estratégias argumentativas adotadas, observando fragilidades e potencialidades.

Acompanhamento da aprendizagem

As atividades da unidade servem como meio de avaliação contínua da turma. Observe como os estudantes interagem em aula e se apresentam dúvidas e respostas, estabelecendo parâmetros sobre o desenvolvimento deles em relação às habilidades e competências trabalhadas. As propostas de produção de texto e o simulado extra constituem-se em instru-

mentos para analisar a aprendizagem em relação à escrita e para verificar a necessidade de retomar conceitos e/ou procedimentos específicos. A reescrita, após a mediação do professor, também se caracteriza como um instrumento privilegiado para verificar e planejar possíveis ações docentes.

Unidade 5 Saberes sobre a natureza

Objetivos e justificativas

Os textos da unidade remetem aos TCT Educação Ambiental, Educação para o Consumo e Educação para Valorização do Multiculturalismo nas Matrizes Históricas e Culturais Brasileiras. Os gêneros selecionados promovem a compreensão de argumentos de exemplificação, definição e fato e ampliam o repertório deles sobre os temas abordados. Os objetivos de aprendizagem da unidade estão elencados a seguir.

• Ampliar o repertório sobre preservação do meio ambiente e valorização dos povos tradicionais brasileiros.

• Aprimorar a estratégia argumentativa com base na definição, na assimilação e na prática dos argumentos de exemplificação, definição e fato.

• Identificar o uso e a função de preposições e numerais na construção de argumentos.

• Produzir textos adequados à norma-padrão da língua portuguesa e ao emprego dos termos da oração de acordo com o efeito de sentido pretendido. Em face dos efeitos nocivos das mudanças climáticas na contemporaneidade e da repercussão do assunto nos meios de comunicação, justifica-se o trabalho proposto na unidade como percurso para discutir a relação entre ação humana e natureza como modo de colaborar com a construção de um futuro mais harmonioso, que conjugue interesses econômicos e bem-estar individual e social.

Competências e habilidades

Competências gerais da Educação Básica

1, 2, 3, 6, 7, 9 e 10.

Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias

1, 2, 3, 4, 6 e 7.

Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias

EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305, EM13LGG401, EM13LGG402, EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG604, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

Habilidades de Língua Portuguesa

EM13LP01, EM13LP02, EM13LP05, EM13LP06, EM13LP07, EM13LP08, EM13LP11, EM13LP12, EM13LP15, EM13LP27, EM13LP30, EM13LP31, EM13LP32, EM13LP38, EM13LP43 e EM13LP49.

Estratégias didáticas

ABERTURA DA UNIDADE (p. 138 e 139)

Na imagem de abertura da unidade, destaque a posição central da criança indígena e do peixe que ela segura nas mãos, os elementos simbólicos mais evidentes da valorização dos indígenas brasileiros e da relação harmoniosa deles com a natureza, evidenciada pelo fato de o menino estar dentro do rio.

Competência geral 7

Em Consumo e sustentabilidade, a leitura de uma carta aberta permite analisar estratégias argumentativas para criticar um projeto de lei que flexibiliza regras da atividade mineradora. Em Lixo, resíduos e meio ambiente, a leitura de um artigo de divulgação científica evidencia o problema da produção crescente e do descarte irregular do lixo eletrônico, oferecendo dados e informações confiáveis sobre o tema. Em Natureza e ação humana, a análise de uma redação nota mil do Enem salienta o trabalho conjunto entre argumentação e a pauta socioambiental. Ao final de todas as etapas, por meio de propostas de simulados de redação do Enem, os estudantes formulam, negociam e defendem ideias em favor da consciência socioambiental.

Prepare-se

Recomenda-se o estudo prévio dos temas abordados na unidade e a consulta aos docentes das áreas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas para coletar fontes confiáveis que abordem os temas bioacumulação e biomagnificação e missões jesuíticas no Brasil.

Midiateca do professor

ABREMA. Panorama dos resíduos sólidos no Brasil 2023 . São Paulo: Abrema, 2023. Disponível em: https://www.abrema.org.br/wp-content/uploads/dlm_ uploads/2024/03/Panorama_2023_P1.pdf. Acesso em: 11 out. 2024.

Relatório da pesquisa Panorama dos resíduos sólidos no Brasil, com conceitos e dados detalhados.

CONSUMO E SUSTENTABILIDADE

(p. 140 a 148)

Leitura em pauta (p. 140 a 144)

Antes da leitura da carta aberta e do poema relacionados ao tema da mineração no Brasil, incentive os estudantes a relatar o que sabem sobre a essa atividade econômica (impactos positivos e negativos da mineração para a sociedade). Mobilize o repertório deles sobre os gêneros textuais carta aberta e poema e peça que elaborem hipóteses sobre como o tema será abordado em cada texto. Após a leitura, pergunte se as hipóteses se confirmaram ou não e por quê.

Depois da leitura da carta, revise a estrutura do texto, como ouso de bullets para enumerar problemas ou propostas de ação, assim como o tom respeitoso e formal para se referir a uma autoridade ou instituição.

Ao explorar o poema, verifique se os estudantes depreendem as acepções do substantivo riqueza (financeira ✕ contemplativa). Comente que a montanha pulverizada era o Pico do Cauê, em Itabira, cidade natal do poeta. Drummond foi um crítico ferrenho da exploração de minério de ferro e na transformação que ela provocou na paisagem. Proponha que leiam e respondam às questões do boxe Eu e o mundo.

Em Argumento por exemplificação: o fato em favor de um princípio, no trecho da carta aberta destacado na atividade 9, defende-se um princípio geral, e os exemplos das tragédias de Brumadinho e de Mariana dão força a ele. No entanto, a ausência de contextualização dos dois desastres – possivelmente por pressupor que o interlocutor (a sociedade brasileira) os conhecesse muito bem – fragiliza o argumento. Ao explorar a leitura do trecho, enfatize a necessidade de caracterizar e contextualizar o exemplo no argumento por exemplificação, sobretudo quando o interlocutor do texto é amplo e diverso.

Linguagem em foco: As preposições na construção dos sentidos do texto (p. 145)

Explore as variações de sentido e a coesão resultantes do uso de preposições e locuções prepositivas para segmentar dados estatísticos, incentivando a turma a identificar como apresentam e encadeiam informações.

Produção de texto (p. 146 a 148)

#aquecimento: O valor semântico das preposições na elaboração dos argumentos (p.146)

Entre as preposições e locuções prepositivas mobilizadas com fins argumentativos no artigo de opinião, reforce o emprego de apesar de para expressar ponderação, posicionamento importante em textos opinativos, pois impede uma visão unilateral e limitada dos problemas discutidos, e trabalhe a importância de usar dados para amparar conclusões em textos opinativos.

#naprática: carta aberta (p. 147 e 148)

A produção da carta aberta consolida os tópicos trabalhados nas seções anteriores, sobretudo o argumento de exemplificação e o emprego de preposições para apresentar dados e produzir diferentes sentidos ao informar e argumentar. Em De olho na linguagem, proponha uma discussão sobre a contração de preposição com artigo e o uso de crase.

Na produção de texto, as etapas Planejar, Escrever e Revisar promovem o uso das técnicas argumentativas na escrita e mobilizam os conhecimentos dos estudantes sobre educação ambiental e hábitos sustentáveis de consumo. Ao organizar a turma em elaboradores, editores e revisores, verifique se os estudantes internalizaram as etapas desse processo, a fim de que identifiquem eventuais problemas e façam ajustes nas tarefas em que vão atuar.

LIXO, RESÍDUOS E

MEIO AMBIENTE (p. 149 a 157)

Leitura em pauta (p. 149 a 152)

Pergunte aos estudantes o que sabem sobre o descarte irregular de lixo eletrônico, qual tese preveem que será defendida no artigo de opinião e que ações poderiam ser propostas para enfrentar esse problema. Ao final da leitura, verifique com eles se as expectativas se confirmaram ou não.

Pergunte-lhes por que, segundo a autora, esse tipo de lixo “não se limita apenas a computadores e celulares”. Verifique se há a inferência de que ela faz menção ao senso comum.

A identificação desse pressuposto é importante para que, adiante, eles compreendam o argumento por definição.

Incentive os estudantes a refletir sobre o que é necessário para que a afirmação que abre o terceiro parágrafo seja lida como uma constatação amparada na realidade. Comente que citar o índice de descarte irregular de lixo no Brasil delinearia o cenário preocupante de que fala a autora, oque evidencia a importância do uso de dados e informações para amparar análises e constatações.

Em Argumento por definição: a escolha por uma forma de definir, para evidenciar a multiplicidade de definições e a intenção do uso de uma delas no artigo de opinião, leia e discuta com os estudantes as outras definições de lixo eletrônico apresentadas na atividade, destacando os diferentes contextos de publicação.

Integrando com Biologia (p. 152)

O descarte irregular de lixo eletrônico pode gerar o acúmulo de metais cancerígenos na natureza, daí a importância de uma abordagem interdisciplinar. Proponha aos estudantes a leitura atenta do infográfico e uma pesquisa em fontes especializadas, a fim de propiciar uma comparação das definições dos conceitos indicados com as produzidas por eles.

Linguagem em foco: O numeral, a fluidez da leitura e a organização das informações (p. 153)

Caso aos estudantes apresentem dificuldade para inferir o critério de fluidez da leitura que norteia a combinação de algarismo e numeral, pergunte a eles como seria a leitura do trecho do artigo de opinião se a quantidade estivesse expressa apenas em algarismos. Se houver dificuldades na inferência do critério de relevância na ordem das consequências do descarte irregular do lixo, reitere que o artigo discute uma política ambiental.

Produção de texto (p. 154 a 157)

#aquecimento: O numeral como indicador de valor definido e como operador argumentativo (p. 154)

Oriente os estudantes a consultar fontes confiáveis sobre odescarte indevido de resíduos sólidos urbanos no Brasil e a

apresentar dados relevantes com o uso de numerais. Solicite que façam uso variado dos tipos de numeral (fracional, multiplicativo, cardinal) e reserve um momento para o compartilhamento das respostas, incentivando-os a verificar se o uso dos numerais está de acordo com a proposta da seção.

#naprática: Simulado da redação

do Enem (p. 155 a 157)

Na produção da redação, oriente os estudantes a usar numerais e ao menos um argumento de definição. Trabalhe o conteúdo do boxe De olho na linguagem para sistematizar a concordância entre porcentagem e verbos.

Em Planejar, oriente-os a identificar problemas relacionados ao tema e a escolher um deles. Em seguida, é preciso selecionar informações e reflexões que favoreçam a caracterização do problema e a fundamentação dos argumentos.

Para elaborar o argumento por definição, destaque a importância de refletir sobre a intenção pretendida. Quanto às propostas de intervenção, solicite que apresentem algumas hipóteses para, então, selecionar a mais adequada ao enfrentamento do problema.

Converse com os estudantes sobre o meio mais apropriado para a publicação do texto: o perfil deles em rede social ou um blogue da turma ou da escola.

NATUREZA E AÇÃO HUMANA

(p. 158 a 168)

Leitura em pauta (p. 158 a 161)

Antes da leitura, pergunte aos estudantes como eles imaginam que o tema será abordado na redação. Que problemas serão identificados? Que possíveis ações de intervenção serão propostas? Verifique ao final se o horizonte de expectativa deles se confirmou e por quê.

Nas atividades 1 a 3, são analisados os textos motivadores. Em 1, espera-se que os estudantes depreendam o propósito inspirador de tais textos. Em 2, incentive-os a identificar o trecho de um dos textos da coletânea que amplia a noção de povos tradicionais do Brasil. Em 5, destaque a estratégia da autora: apresentar um problema amplo (desafios para a valorização dos povos indígenas) e, em seguida, um dos desafios relacionados a ele (a falta de representantes desses povos no poder público), objeto da análise a ser feita por ela. Certifique-se de que os estudantes se apropriaram desse aspecto do texto. Em 7, promova a análise do alinhamento entre a proposta de intervenção e o quarto texto motivador, o que pode sugerir uma inspiração por parte da autora. Em 8 e 9, incentive-os a identificar a alusão a um evento histórico (as missões jesuíticas como marco inicial da desvalorização dos povos nativos do Brasil) como estratégia argumentativa, o que configura um uso específico do argumento por fato. Comente que esse argumento foi potencializado ao se deixar implícita a ideia de que o problema perdura desde as missões. Proponha a realização da pesquisa do Hiperlink e promova um momento para o compartilhamento das informações obtidas. Discuta os diferentes olhares para a História e a importância de mobilizar um deles para denotar, na redação, uma intenção subjetiva.

Integrando com História (p. 162 e 163)

A seção enfoca o papel dos jesuítas na normatização do tupi e, consequentemente, nos estudos dessa língua no Brasil. Esclareça que essa iniciativa tinha um propósito catequizante, ou seja, os jesuítas tinham de compreender os indígenas e ser compreendidos por eles para impor uma cultura dita “superior”. Contudo, essa iniciativa pioneira é inequivocamente importante para os estudos do tupi no Brasil. Esse aspecto positivo pode ser visto como contraponto à alusão aos jesuítas na redação, o que salienta as várias intenções possíveis ao se fazer uma alusão histórica. Trabalhe as questões do boxe Eu e o mundo para esclarecer oconceito de revisionismo histórico.

Linguagem em foco: A organização dos termos da oração e os efeitos de sentido (p. 164)

Revise os termos elementares da oração e explore os efeitos de sentido segundo a ordem em que foram usados. Incentive os estudantes a identificar o emprego desse recurso na notícia para enfatizar o estudo e o adubo utilizado por indígenas. Nas questões 1 e 2, explore a ordem direta e a voz passiva analítica e demonstre que o objeto da voz ativa se torna sujeito na voz passiva. Em 3, explore o uso da voz ativa e destaque a ênfase dada ao adubo utilizado por indígenas ao colocá-lo na posição de sujeito.

Produção de texto (p. 165 a 168)

#aquecimento: O deslocamento do adjunto adverbial para realçar sentidos (p. 165)

Solicite aos estudantes que releiam os dois parágrafos iniciais da redação e identifiquem efeitos de sentido decorrentes da inversão da ordem lógica dos termos da oração. Peça que reescrevam a frase em ordem direta e identifiquem a ênfase de sentido no elemento histórico. Ao abordar o boxe conceitual, reforce que o adjunto adverbial é o único termo que tem livre trânsito na oração. Explique a eles que, para deslocar um complemento verbal para o início da frase a fim de realçá-lo, é possível usar a voz passiva analítica, transformando-o em sujeito, como exemplifica o texto da seção #aquecimento

#naprática: Simulado da redação do Enem (p. 166 a 168)

Oriente os estudantes a escolher um entre os problemas relacionados ao tema proposto para o simulado. Na argumentação, peça que usem ao menos um argumento por fato com enfoque histórico, atentando se ele está de acordo com o tema e se contribui para embasar a argumentação. No plano sintático, oriente-os a empregar a inversão da ordem lógica dos termos da oração e explore oboxe De olho na linguagem para facilitar o uso dessa estratégia.

Simulado extra

Providencie cópias e disponibilize o material referente ao simulado. Esclareça as condições de aplicação da prova do Enem; ressalte que não será permitido consultar fontes externas e que o tempo máximo de realização será de 1h30. Oriente-os a usar o verso da folha com os textos motivadores como rascunho.

Informe o horário de início e, a cada 30 minutos, avise o tempo decorrido. Nos últimos 15 minutos, oriente-os a concluir o texto. Encerrado o tempo, recolha as redações.

Converse com os estudantes sobre as condições de realização da prova e motive-os a relatar como se sentiram. Comente os desafios e as estratégias aplicadas para superá-los.

Na próxima aula, reserve um momento para que façam comentários sobre esse processo e indique os ajustes necessários nas redações produzidas.

Acompanhamento da aprendizagem

Durante e após as atividades propostas, avalie se os estudantes aprimoraram a técnica argumentativa com base na assimilação e no uso dos argumentos por exemplificação, definição e fato; se utilizaram proposições e numerais e os recursos de organização dos termos da oração na construção de argumentos; se demonstraram ampliação do repertório sobre os temas discutidos na unidade. Considere também recorrer a possíveis registros arquivados por você e a participação dos estudantes em atividades coletivas, como rodas de conversa, pesquisas e outras interações em duplas ou em grupos.

Unidade 6 Ninguém é igual a ninguém

Objetivos e justificativas

A unidade volta-se ao desenvolvimento da competência argumentativa na abordagem de temas como racismo e diversidade cultural. Nesse percurso, analisam-se textos e legislações antirracistas e se realizam atividades que incentivam a construção de argumentos e a organização de ideias. O trabalho culmina em propostas de gêneros do argumentar, com ênfase no simulado da redação do Enem. Para isso, buscam-se os seguintes objetivos de aprendizagem:

• Ler, compreender e relacionar textos de diferentes gêneros sobre temáticas afins.

• Desenvolver leitura crítica por meio da análise de textos.

• Identificar pontos de vista, argumentos e elementos contextuais que aprofundem a compreensão dos temas abordados.

• Aplicar conhecimentos de análise linguística, observando recursos coesivos e estratégias argumentativas, como ouso de apostos e conectivos, para aprimorar a clareza e a persuasão em textos dissertativo-argumentativos.

• Produzir textos dissertativo-argumentativos com coesão e coerência, apresentando argumentos consistentes e, nos simulados da redação do Enem, proposta de intervenção.

• Selecionar informações e fontes confiáveis para embasar a argumentação.

• Praticar as competências socioemocionais na discussão de temas sensíveis e no desenvolvimento de propostas de intervenção voltadas à promoção da inclusão e da justiça social. A unidade trata da diversidade cultural, da pluralidade linguística e do racismo, temas fundamentais para a formação crítica e cidadã dos estudantes. Ao abordar a diversidade de identidades e experiências, encoraje-os a refletir sobre a importância da valorização das diferenças no convívio social. Além disso, o estudo das leis antirracistas, como a Lei Afonso Arinos e a Lei no 14.532/2023, aprofunda a compreensão da evolução da legislação no Brasil e seu impacto na luta contra a discriminação racial. Destaque que a luta por igualdade é contínua e demanda a participação de todos.

Competências e habilidades

Competências gerais da Educação Básica

1, 3, 4, 6, 7, 8, 9 e 10.

Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias

1, 2, 3, 4, 6 e 7.

Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias

EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG401, EM13LGG402, EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG604 e EM13LGG704.

Habilidades de Língua Portuguesa

EM13LP01, EM13LP02, EM13LP04, EM13LP05, EM13LP06, EM13LP07, EM13LP08, EM13LP10, EM13LP11, EM13LP12, EM13LP15, EM13LP20, EM13LP26, EM13LP27, EM13LP38, EM13LP46 e EM13LP49.

Estratégias didáticas

ABERTURA DA UNIDADE (p. 169)

A unidade estabelece diálogo com o TCT Educação para Valorização do Multiculturalismo nas Matrizes Históricas e Culturais Brasileiras e Educação em Direitos Humanos. Trabalhe a leitura da imagem Somos muitos e a maneira como ela reflete esse conceito com suas múltiplas faces e cores. Solicite aos estudantes que respondam coletivamente às atividades propostas, discutindo como a diversidade apresentada na imagem se relaciona às discussões sobre racismo, pluralidade linguística e migração.

Competência geral 7

A competência geral 7 é desenvolvida ao se incentivar o desenvolvimento da argumentação com base em dados e fontes confiáveis, com a defesa de pontos de vista que respeitem os direitos humanos. Em A persistência do racismo, reflete-se sobre a evolução das leis brasileiras de combate ao racismo, o que permite fundamentar as argumentações em informações históricas e legislativas. Em Pluralidade linguística, aborda-se o preconceito linguístico e incentiva-se uma discussão embasada na valorização da diversidade cultural e linguística. Em Migrações e diversidade cultural, os estudantes exploram os impactos sociais e econômicos da imigração, utilizando dados para defender a inclusão e a diversidade.

Prepare-se

Para o planejamento, utilize os temas da unidade para as discussões interdisciplinares, integrando componentes como História, Sociologia e Língua Portuguesa. A metodologia inclui a análise das estruturas do texto dissertativo-argumentativo, com foco em dados, fatos e opiniões bem fundamentadas. No trabalho com os demais professores, enfoque a evolução das leis antirracistas ao longo da história brasileira, a diversidade linguística e os impactos sociais da migração.

A PERSISTÊNCIA

DO RACISMO (p. 170 a 179)

Leitura em pauta (p. 170 a 174)

A seção promove a leitura da lei brasileira que tipificou injúria racial como crime de racismo e de um texto que trata da influência da dançarina e coreógrafa estadunidense Katherine Dunham na criação da primeira lei contra o racismo no país. Ao apresentar a lei, destaque suas implicações, como a imprescritibilidade e a inafiançabilidade. Ao explorar a reportagem, promova uma reflexão sobre a evolução da legislação e a importância da luta contra o racismo na construção de uma sociedade mais justa. Após a leitura, articule os conteúdos discutidos pela turma com a análise dos textos da seção.

Peça aos estudantes que participem das atividades da subseção Pensar e compartilhar e reflitam sobre como a Lei no 14.532/2023 modificou a classificação de injúria racial e discutam a relevância dessas mudanças no combate ao racismo. Incentive a elaboração de hipóteses sobre as consequências de penas mais severas para crimes de injúria racial cometidos por grupos, destacando o impacto do racismo coletivo. Explore também os contextos específicos da lei, para ampliar a compreensão sobre áreas em que o racismo ainda se perpetua.

Em Argumento por princípio: a dignidade da pessoa humana, trabalhe o percurso argumentativo apresentado na reportagem, salientando como a criação da Lei Afonso Arinos foi impulsionada. Peça que identifiquem os elementos que justificam a criação da lei no contexto histórico brasileiro e relacionem os argumentos da reportagem às alternativas oferecidas, analisando como o autor constrói o texto e sustenta suas ideias. Por fim, proponha uma reflexão sobre o princípio da dignidade humana nas leis antirracistas, priorizando a justiça social.

Midiateca do estudante

• UFJF no combate ao racismo – Ep. 1: O caso da bailarina Katherine Dunham e Lei Afonso Arinos. 2023. Vídeo (4min26s). Publicado pelo tvufjf. Disponível em: https:// www.youtube.com/watch?v=pAL9DI2-Hhw. Acesso em: 16 out. 2024.

O vídeo aborda o caso da bailarina Katherine Dunham e a Lei Afonso Arinos. Desenvolvido pela Universidade Federal de Juiz de Fora, pode complementar o conteúdo da seção.

Integrando com Literatura (p. 175)

A resenha “As mãos dos pretos” aborda o racismo e a desumanização de pessoas negras, evidenciando como o preconceito é disseminado por meio de concepções racistas enraizadas na sociedade. A intenção é promover a reflexão crítica dos estudantes sobre o tema, incluindo o repertório legislativo estudado. Leia coletivamente a resenha, seguida de análise das questões históricas e sociais levantadas. Em seguida, promova discussões sobre o conto e os repertórios anteriores, incentivando a reflexão de como a literatura pode fomentar a crítica à sociedade. As atividades podem ser desenvolvidas em conjunto com professores de História e Sociologia.

Linguagem em foco: O aposto e a concisão do texto (p. 176)

Leia o trecho da reportagem, incentivando os estudantes a identificar os apostos e sua função no texto. Peça que façam as atividades e conduza a discussão sobre como o aposto contribui para a clareza do texto. Comente ainda que, por meio dele, podem ser dadas informações adicionais sem a necessidade de criar novas sentenças. Incentive os estudantes a responder como o aposto impacta na credibilidade do texto e em sua especificação e detalhamento, construindo argumentos mais precisos e eficazes

Produção de texto (p. 177 a 179)

#aquecimento: O uso do aposto na construção do argumento (p. 177)

Leia coletivamente os trechos destacados e peça aos estudantes que respondam à questão 1. Na atividade 2, solicite que reescrevam os trechos variando o uso do aposto, para que percebam as diferenças no efeito de sentido e na ênfase propostas na atividade 3. Por fim, promova a discussão conforme o que se pede na atividade 4.

#naprática: Simulado da redação do Enem (p. 177 a 179)

Oriente os estudantes a iniciar o simulado pela leitura atenta da proposta e dos textos motivadores, selecionando dados relevantes para a construção dos argumentos. Em seguida, guie-os na elaboração do projeto de texto. Durante a escrita, enfatize o uso do registro formal e da impessoalidade, lembrando-os de que devem aplicar as estratégias trabalhadas, como o uso do aposto para enriquecer o texto e o argumento de princípio para fortalecer a credibilidade.

Produzido o rascunho, oriente uma revisão ativa e coletiva, em que eles possam verificar o uso adequado da estrutura textual, a clareza da tese e dos argumentos, além da viabilidade da proposta de intervenção. Finalize com a reescrita e o compartilhamento das produções em uma roda de conversa.

Midiateca do professor

• CONHEÇA o projeto de educação antirracista do Centro Educacional Maria Quitéria. Globo, [s. l.], 24 jul. 2024. Disponível em: https://redeglobo.globo.com/ redebahia/conexao-bahia/noticia/conheca-o-projeto-de -educacao-antirracista-do-centro-educacional-maria -quiteria.ghtml. Acesso em: 31 out. 2024.

Conheça o projeto sobre educação antirracista de Vitalina Silva, professora de Língua Portuguesa do 8o ano no Centro Educacional Maria Quitéria (Camaçari/BA), vencedora do Prêmio LED.

PLURALIDADE LINGUÍSTICA

Leitura em pauta (p. 180 a 182)

(p. 180 a 185)

O texto da seção discute a eficácia dos clichês na comunicação e levanta a questão: Devemos sempre evitá-los ou há situações em que eles são a melhor escolha? Verifique se os estudantes utilizam ou evitam essa estratégia em seus textos.

Em uma leitura guiada, incentive uma reflexão sobre a função e a eficácia dos clichês no texto. Em Pensar e compartilhar, peça que discutam o motivo de os manuais de redação desaconselharem seu uso.

Ao trabalhar o tópico Argumento por exemplificação: o uso dos clichês, destaque como o autor utiliza exemplos literários para mostrar que os clichês podem ser eficazes. Discuta como a exemplificação sustenta a argumentação e peça aos estudantes que reflitam sobre o impacto dos exemplos na construção dos argumentos.

Linguagem em foco: Denotação e conotação (p. 183)

As atividades da seção exploram como uma mesma palavra assume sentidos diferentes dependendo do contexto. Oriente os estudantes a identificar o uso denotativo e o uso conotativo das expressões destacadas nas atividades 1 a 4. Promova uma discussão sobre como esses sentidos contribuem para a expressividade do texto e para a criação de imagens mais impactantes.

Produção de texto (p. 184 e 185)

#aquecimento: O uso da denotação e da conotação na construção textual (p. 184)

A atividade 1 convida à análise de estruturas denotativas e conotativas. Na atividade 2, solicite aos estudantes que criem frases utilizando ambos os sentidos. Na atividade 3, peça que expliquem o sentido conotativo no trecho destacado. Na atividade 4, eles devem explicar os efeitos de sentido metafóricos criados na crônica lida. O objetivo é desenvolver a capacidade de identificar e utilizar diferentes sentidos de palavras para aprimorar a expressividade nos textos.

#naprática: Crônica argumentativa (p. 184 e 185)

Para o planejamento da estrutura da crônica, oriente os estudantes a pesquisar em fontes confiáveis e a usar exemplos e citações para embasar os argumentos. Destaque a importância de mesclar sequências narrativas e argumentativas. Após a escrita, promova a revisão, com enfoque na coesão, na coerência e na adequação da linguagem. Por fim, peça que compartilhem os textos em uma discussão coletiva sobre as melhorias possíveis.

MIGRAÇÕES E DIVERSIDADE CULTURAL

(p. 186 a 195)

Leitura em pauta (p. 186 a 188)

Questione os estudantes sobre os grupos migratórios no Brasil e suas influências culturais. Realize uma sondagem dos conhecimentos prévios da turma e incentive-os a formular hipóteses sobre a abordagem do tema e dos argumentos na redação que será lida. Verifique se elas se confirmaram ou não.

Guie-os na identificação das estratégias argumentativas, como o uso de argumento de autoridade, presente na fala de especialistas, e de fontes confiáveis que reforçam a credibilidade do texto.

Leia coletivamente a proposta de redação e a redação, destacando a estrutura coesa e coerente do texto. Peça-lhes que identifiquem o uso do argumento de autoridade e sua contribuição na defesa do ponto de vista. Em Pensar e compartilhar, promova uma discussão sobre o impacto dos movimentos migratórios no Brasil, destacando como o uso de fontes confiáveis e da citação de especialistas ajuda a construir uma argumentação sólida.

Fontes respeitadas reforçam a argumentação, enquanto fontes não identificadas ou duvidosas podem enfraquecer a tese e comprometer a confiança do leitor no texto. Oriente-os a analisar como essa estratégia utilizada influencia a adesão do leitor ao argumento apresentado.

Integrando com Arte e Língua Portuguesa (p. 189)

O texto explora as migrações do século XXI e a relação entre idioma e adaptação cultural, com a intenção de promover uma reflexão sobre como as experiências de imigrantes enriquecem a cultura brasileira e sua integração por intermédio da língua. Na leitura compartilhada da notícia, incentive os estudantes a relacionar as informações com o conteúdo histórico e linguístico. Explore a interdisciplinaridade com a análise de manifestações culturais e os desafios migratórios, discutindo a importância da língua como ferramenta de integração e cidadania.

Linguagem em foco: Período composto por coordenação: organização dos elementos e valor semântico das orações coordenadas (p. 190 e 191)

Na atividade 1, peça aos estudantes que identifiquem as conjunções coordenativas e suas funções. Na atividade 2,

oriente-os a analisar como essas conjunções conectam ideias e expressam valores semânticos, como oposição ou adição. Se julgar necessário, proponha mais atividades de prática de reescrita, substituindo conjunções para observar as mudanças de sentido.

Produção de texto (p. 191 a 195)

#aquecimento: O uso das conjunções nas orações coordenadas (p. 191 e 192)

Nas atividades 1 e 2, peça aos estudantes que identifiquem e expliquem o valor semântico das conjunções nas frases apresentadas. Na 3, proponha que relacionem corretamente as frases. Na 4, discuta como as conjunções escolhidas conectam as ideias e afetam o sentido das frases.

#naprática: Simulado da redação

do Enem (p. 192 a 195)

Leia a proposta de redação coletivamente, incentivando a leitura individual e atenta dos textos motivadores. Oriente a turma a planejar a estrutura do texto e, durante a escrita, destaque a importância de usar o repertório sociocultural relevante e o argumento de autoridade. Feito o rascunho, realize uma revisão coletiva, compartilhando os textos e fornecendo feedbacks.

Simulado extra

O tema proposto para esse simulado é “A importância da representatividade de grupos sociais minoritários nas telenovelas e séries brasileiras”. Disponibilize o material referente ao simulado. Esclareça que não será permitido consultar fontes externas e que o tempo máximo de realização será de 1h30. Oriente-os a usar o verso da folha com os textos motivadores como rascunho. Informe o horário de início e, a cada 30 minutos, avise o tempo decorrido. Nos últimos 15 minutos, oriente-os a concluir o texto. Encerrado o tempo, recolha as redações.

No próximo encontro, devolva as redações corrigidas e promova uma roda de conversa para tirar as dúvidas sobre o processo de correção. Faça comentários sobre as principais fragilidades e potencialidades dos textos produzidos.

Acompanhamento da aprendizagem

A reescrita orientada se destaca como uma estratégia eficaz para avaliar as aprendizagens e aprimorar a competência textual dos estudantes. Ao comparar as produções deles com os critérios exigidos na matriz de avaliação do Enem, torna-se possível identificar lacunas de desenvolvimento e realizar correções orientadas. Observe, portanto, como os estudantes implementam as mudanças por meio na revisão dos textos produzidos.

Unidade 7 Janelas abertas para a vida em sociedade

Objetivos e justificativas

O enfoque da unidade é a abordagem de textos de gêneros diversos com temáticas voltadas a desafios relacionados a situações complexas, como diversidade e relações de trabalho, posicionamentos em meios virtuais e construção de cidadania. Ao tratar desses temas, conectados a processos argumentativos, promovem-se reflexões acerca das relações sociais em diferentes contextos. Assim, os objetivos de aprendizagem dessa unidade são:

Ler e compreender textos sobre inclusão no mercado de trabalho, prática de cancelamento no universo digital e acesso à internet como um direito à cidadania.

Aprimorar repertório relativo aos temas tratados, por meio da análise de textos de gêneros diversos em abordagens interdisciplinares.

Analisar posicionamentos assumidos e estratégias argumentativas utilizadas em textos dissertativo-argumentativos.

Analisar e compreender a relevância da utilização de relações de causa e consequência e de exemplificação para a construção da argumentação.

Compreender e utilizar estruturas sintáticas e possibilidades de construção de sentido favoráveis à argumentação.

Produzir textos voltados à esfera do argumentar, como os gêneros manifesto e redação do Enem.

Os temas propostos na unidade abordam o contexto do mundo do trabalho e da vida em sociedade, sendo relevantes para discussões acerca de relações éticas. Além disso, o trabalho pedagógico justifica-se pela possibilidade de ampliação das competências leitoras e escritoras dos estudantes em conexão com outras áreas do conhecimento. O aprofundamento acerca das estratégias argumentativas e do uso de recursos linguísticos favoráveis à argumentação potencializa as práticas de produção textual, em especial de textos do gênero redação do Enem.

Competências e habilidades

Competências gerais da Educação Básica

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 e 9.

Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias

1, 2, 3, 4, 6 e 7.

Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias

EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG402, EM13LGG602, EM13LGG703 e EM13LGG704.

Habilidades de Língua Portuguesa

EM13LP01, EM13LP02, EM13LP03, EM13LP05, EM13LP06, EM13LP07, EM13LP08, EM13LP10, EM13LP11, EM13LP12, EM13LP15, EM13LP27, EM13LP37, EM13LP45, EM13LP46 e EM13LP49.

Estratégias

didáticas

ABERTURA DA UNIDADE

(p. 196 e 197)

A instalação representada é uma obra interativa inspirada em oráculos, cujo significado refere-se à busca de respostas de uma instância divina. As questões que acompanham a imagem buscam estabelecer relações entre a obra e as inquietações humanas. O diálogo sobre os desafios da vida em sociedade explora os TCT Educação em Direitos Humanos e Ciência e Tecnologia. Assim, a unidade dialoga com as demandas da sociedade contemporânea e com as incertezas diante de sua complexidade.

Competência geral 7

Nas propostas de leitura e produção, são abarcados processos argumentativos voltados às relações de causa e consequência e à exemplificação, para formular e defender ideias com respeito à diversidade e promoção aos direitos humanos.

Prepare-se

Para desenvolver as propostas da unidade, sugere-se que seja feito um estudo acerca dos temas abordados. Para tanto, recomenda-se o estudo dos itens indicados na Midiateca do professor. Se possível, faça parcerias com os professores dos componentes Educação Física e Arte, para ampliar as análises das seções Integrando com

Midiateca do professor

• GOMES, I. Pessoas com deficiência têm menor acesso à educação, ao trabalho e à renda. Agência notícias IBGE , Rio de Janeiro, 7 jul. 2023. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov. br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/ noticias/37317-pessoas-com-deficiencia-tem-menor -acesso-a-educacao-ao-trabalho-e-a-renda. Acesso em: 10 nov. 2024.

A reportagem, publicada pela Agência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), traz como destaque importantes dados estatísticos e vários gráficos sobre o acesso de pessoas com deficiência (PcD) à educação e ao trabalho.

• MANFIO, Ellen; BRASIL, Maria Eduarda. A cultura do cancelamento nas redes. Revista Meio Mundo , Santa Maria, 12 mar. 2024. Disponível em: https://www.ufsm. br/midias/experimental/meio-mundo/2024/03/12/a -cultura-do-cancelamento-nas-redes. Acesso em: 10 nov. 2024.

Reportagem da revista da Universidade Federal de Santa Maria sobre a prática de cancelamento e seu impacto na saúde mental.

INCLUSÃO E MERCADO

DE TRABALHO (p. 198 a 207)

Leitura em pauta (p. 198 a 201)

A seção propõe a leitura de um artigo de opinião com dados relacionados à inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, alertando para a dificuldade no cumprimento da legislação brasileira. Elaborado por um especialista, o artigo é estruturado em torno de vários argumentos voltados às leis e de dados relativos ao seu cumprimento, remetendo a aspectos históricos e culturais.

Destaque a organização do texto, cujas partes convergem para uma solução coerente com todo o desenvolvimento argumentativo. Em Argumento de causa e consequência: comprovação e hipótese, destaque que, de acordo com a situação, a indicação de causas prováveis pode se configurar como uma fragilidade argumentativa, conforme a questão 6. O boxe Eu e o mundo estabelece uma conexão entre o tema inclusão e o mercado de trabalho. Incentive o posicionamento dos estudantes sobre a problemática tratada.

Integrando com Educação Física (p. 202)

A fotografia da atleta relaciona-se com as questões tratadas no artigo de opinião. A seção, ao tratar da atuação de atletas paraolímpicos, aponta para a importância de ampliar a visibilidade de pessoas com deficiência. Se possível, convide o professor de Educação Física para orientar os estudantes nesse assunto.

Linguagem em foco: Período composto por subordinação nas relações lógicas do texto (p. 203 e 204)

A análise de trechos do artigo de opinião da Leitura em pauta, cujo foco são as orações subordinadas e as relações de sentido, é oportuna para retomar a Matriz de referência para a redação do Enem, especialmente a competência I, que avalia o uso de estruturas sintáticas. Explique que os textos dissertativo-argumentativos apresentam períodos com certa complexidade em sua construção. Logo, o uso das orações subordinadas para o desenvolvimento de ideias mais complexas, por meio do estabelecimento de relações lógicas entre as orações, ganha importância.

Produção de texto (p. 204 a 207)

#aquecimento: Paralelismo sintático na construção dos parágrafos (p. 204 e 205)

Para que os estudantes apliquem o conhecimento sobre sintaxe de modo a tornar o processo argumentativo mais coeso e adequado à escrita formal da língua portuguesa, saliente que o uso de estruturas paralelísticas é um recurso importante para a elaboração de textos de gêneros diversos, como a redação do Enem, pois favorece a precisão e a objetividade.

#naprática: Simulado da redação

do Enem (p. 205 a 207)

Peça aos estudantes que se organizem em grupos de três ou quatro integrantes e compartilhem informações sobre os textos motivadores e as questões do boxe O mundo e eu. Em seguida, peça que compartilhem as discussões feitas em grupo. Oriente-os a observar a diversidade de pontos de vista e se posicionar de forma ética e com respeito aos direitos humanos. Depois, peça a eles que façam o planejamento textual de forma individual. Destaque a possibilidade de usar argumentos de causa e consequência – em especial, de causas comprovadas – e a necessidade de consultar fontes confiáveis. Feito o planejamento, peça que verifiquem as etapas de escrita, atentando-se ao uso das orações subordinadas e ao estabelecimento de relações lógicas.

Em seguida, converse sobre a explicação do boxe De olho na linguagem, relacionando o uso do ponto-final e o da vírgula na estrutura sintática. Peça aos estudantes que revisem o texto e o entreguem para a correção. Se necessário, oriente-os a reescrever os textos. Para concluir a atividade, eles podem ler as produções, compartilhando as estratégias argumentativas utilizadas e a estruturação dos períodos compostos por subordinação.

A PRÁTICA DE CANCELAMENTO E SEUS EFEITOS

(p. 208 a 217)

Leitura em pauta (p. 208 a 211)

A charge e o cordel ampliam as propostas de leitura e de interpretação textual, bem como o reconhecimento da argumentação em textos diversos, potencializando a compreensão de que todos os textos têm natureza argumentativa. É importante que os estudantes identifiquem informações explícitas em ambos os textos e construam inferências em um processo de análise textual, posicionando-se criticamente em relação ao que leram. Em Argumento por exemplificação: a busca por comprovar ideias, estabeleça relações intertextuais entre a charge e o trecho da entrevista. Ao analisar o cordel, foque o uso da exemplificação como estratégia argumentativa. O boxe Eu e o mundo problematiza situações relacionadas ao cancelamento e seu impacto na vida das pessoas. Proponha reflexões relacionadas à busca por justiça e às contradições envolvidas nesses processos.

Linguagem em foco: As orações subordinadas adjetivas e seus efeitos de sentido (p. 212)

Utilize as falas nos textos lidos para verificar o conhecimento dos estudantes sobre as orações subordinadas adjetivas e, se necessário, explore as explicações apresentadas no boxe #paralembrar . Destaque como os conhecimentos linguísticos auxiliam em processos interpretativos, sendo o estudo das orações subordinadas adjetivas favorável a esse entendimento. Ao analisar as orações do cordel, nota-se um uso da vírgula que

não corresponde à pontuação das orações subordinadas adjetivas restritivas: “E se você receber / esse singelo cordel / que eu escrevi à mão / num pedaço de papel, / que tem um tom de humor [...]”. Como se trata de um texto literário, esse uso é um recurso estilístico. Amplie a discussão acerca das escolhas do autor do cordel e os efeitos de sentido.

Produção de texto (p. 213 a 217)

#aquecimento: O uso das orações adjetivas nas especificações e nas explicações (p. 213)

Reforce com os estudantes que, de acordo com texto jornalístico lido, o uso das orações subordinadas adjetivas restritivas e explicativas contribui para a construção de efeitos de sentido, ora atuando na especificação, ora na explicação de um termo. Na atividade 4, oriente-os na escrita de um parágrafo sobre as informações obtidas, com orações adjetivas explicativas e restritivas, construindo sentidos de especificação e explicação.

#naprática: Manifesto (p. 214 a 217)

Explique aos estudantes que o gênero manifesto se trata de um texto em uma pessoa ou de um grupo de pessoas que se manifesta acerca de um tema de interesse geral, com cunho social, cultural, político, entre outros. Estruturados em uma tipologia dissertativo-argumentativa, os manifestos voltam-se a uma problemática e à mobilização em torno de um tema. Leia o texto da introdução da seção, que eles podem utilizar como um modelo para a própria produção. Solicite a leitura do manifesto e das explicações nas laterais. Em seguida, organizados em grupos de três a quatro integrantes, peça que leiam a proposta e o tópico de produção Planejar. Antes da elaboração, desenvolva a reflexão proposta no boxe O mundo e eu para potencializar omanifesto que será elaborado.

Oriente-os a planejar o texto no caderno ou em um editor de textos. Peça que verifiquem as etapas de escrita no tópico Escrever. Durante a elaboração, verifique o entendimento deles sobre os itens solicitados e a estruturação do manifesto. O texto pode ser escrito com recursos digitais, com alguma ferramenta de escrita compartilhada, na qual seja possível acessar o mesmo documento em diferentes equipamentos, construindo-o de forma colaborativa.

Após essa etapa, solicite que leiam o boxe De olho na linguagem. Em seguida, proceda à revisão do manifesto. Após a revisão, se necessário, oriente os estudantes à reescrita. Os manifestos podem ser publicados em plataformas digitais para socializar as diferentes abordagens sobre o tema.

Midiateca do estudante

• ANDRADE, Oswald. Manifesto Antropófago e outros textos. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

Escrito e publicado em 1928 pelo escritor Oswald de Andrade, esse manifesto repensa questões culturais do Brasil.

CIDADANIA E TECNOLOGIA

(p. 218 a 226)

Leitura em pauta (p. 218 a 221)

Converse com a turma sobre o que entendem por “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania”, tema proposto na redação do Enem em 2021, e peça aos estudantes que levantem hipóteses sobre otema. Depois, solicite a leitura individual dos textos da coletânea, para que possam verificar as hipóteses levantadas. Se possível, projete os textos II e IV a fim de que possa ser feita uma análise coletiva do “Mapa da Invisibilidade no Brasil” e do anúncio. Na sequência, proponha a leitura em voz alta dos textos motivadores I e III e peça aos estudantes que indiquem a problemática tratada em cada um deles. Solicite a leitura individual da redação e converse sobre o entendimento geral dos textos e das conexões entre eles. Peça que façam as questões presentes em Pensar e compartilhar e em Argumento de causa e consequência: recursos linguísticos e progressão textual , associando o uso de conectivos ao estabelecimento de relações e à progressão textual, focalizando o uso de argumentos de causa e consequência na redação analisada. Por fim, converse sobre as questões do boxe Eu e o mundo

Integrando com Arte (p. 222)

A obra Catira, da artista brasileira Helena Coelho, revela uma cena envolvendo arte e cultura popular, e está conectada ao exercício da cidadania e à vida em sociedade. A fim de um aprofundamento sobre a obra e seus fundamentos artísticos, se possível, faça uma aula integrada com o professor de Arte, explorando conceitos de art naïf e manifestações culturais.

Linguagem em foco: As orações subordinadas adverbiais e seus efeitos de sentido I (p. 223)

A seção volta-se para as relações de sentido construídas pelo uso das orações subordinadas adverbiais, consecutivas, finais e concessivas, e das conjunções e locuções conjuntivas favoráveis à progressão textual, em consonância com a Matriz de referência para a redação do Enem, especialmente a competência IV, que abarca a utilização de recursos que encadeiam o texto.

Produção de texto (p. 224 a 226)

#aquecimento: A construção de argumentos com o uso de orações adverbiais: causais, consecutivas, concessivas e finais (p. 224)

Com base em dois parágrafos iniciais de outra redação elaborada para o Enem, são propostas análises e reescritas de trechos, para que os estudantes exercitem o uso das orações adverbiais em processos argumentativos nas produções textuais propostas.

#naprática: Simulado da redação

do Enem (p. 225 e 226)

Organize os estudantes em grupos e oriente-os a ler os textos da coletânea, a identificar os problemas relacionados ao tema e a analisar as questões propostas no boxe O mundo e eu. Em seguida, solicite que cada grupo compartilhe os entendimentos sobre os textos e as questões propostas no boxe. Este é o momento para ampliar os processos analíticos dos estudantes, por meio da expressão de diferentes pontos de vista sobre a problemática abordada. Em seguida, peça aos estudantes que realizem individualmente as etapas do planejamento do texto. Destaque a possibilidade de usar argumentos de causa e consequência, com atenção à progressão textual, sem descuidar do uso de outras estratégias argumentativas.

Peça aos estudantes que escrevam o texto e observem o uso das orações adverbiais, das conjunções e das locuções conjuntivas, principalmente as estudadas na seção Linguagem em foco. Depois, peça que leiam o boxe De olho na linguagem, verificando o uso adequado da conjunção contudo e da locução conjuntiva a fim de que. Depois, oriente-os a revisar o texto para a entrega. Após corrigir, se necessário, oriente os estudantes à reescrita. Peça a cada estudante que leia sua redação e analise coletivamente as estratégias argumentativas utilizadas, como o uso de argumento de causa e consequência, a progressão textual e as relações estabelecidas pelas conjunções e locuções conjuntivas.

Simulado extra

Apresente a proposta do simulado extra para que eles a desenvolvam de forma autônoma, ou seja, a sua mediação. Como orientado em unidades anteriores, fotocopie a proposta e a folha de redação. Peça que leiam a proposta, analisem os textos motivadores, as problemáticas abordadas e o tema da redação. Em seguida, solicite que elaborem a redação. No planejamento, lembre-os de organizar, de forma articulada, oprojeto de texto no verso da folha de produção, simulando os recursos que terão no exame. Depois, os estudantes devem escrever a redação, à caneta, na folha apropriada, com 30 linhas, sem a necessidade de criar um título. Determine 1h30 para a elaboração da redação e oriente-os a monitorar o tempo. Depois de corrigir as redações, selecione uma delas e apresente-a à turma, para que todos analisem as estratégias argumentativas utilizadas.

Acompanhamento da aprendizagem

Ao longo da unidade, são propostas atividades que podem ser utilizadas como recursos de avaliação contínua. Observe como os estudantes interagem em aula, apresentando dúvidas e soluções. A reescrita das produções pode ser utilizada para a verificação, a análise e o planejamento das ações docentes, considerando o que evidenciam acerca da aprendizagem dos estudantes.

Unidade 8 A construção do amanhã

Objetivos e justificativas

O fio condutor da unidade são os TCT Saúde, Trabalho, Educação Ambiental e Processos de Envelhecimento, Respeito e Valorização do Idoso. Com base nesses temas, aprimora-se a técnica argumentativa dos estudantes com novos enfoques sobre os argumentos por princípio e fato. Além disso, são trabalhadas sequências textuais que podem ser utilizadas para elaborar a redação do Enem. Assim, os objetivos de aprendizagem da unidade são:

• Ler e compreender textos de gêneros diversos para ampliar o repertório sobre temas relevantes da atualidade.

• Exercitar o uso de argumentos por exemplificação e fato.

• Analisar e praticar a construção do texto dissertativo-argumentativo com base em sequências textuais.

• Identificar e empregar efeitos de sentido no uso de orações subordinadas adverbiais condicionais, comparativas, conformativas, proporcionais e temporais na construção de argumentos.

• Utilizar orações subordinadas substantivas objetivas diretas para introduzir informações.

• Identificar e empregar efeitos de sentido ao usar orações subordinadas substantivas subjetivas para construir argumentos.

Neste momento da aprendizagem dos estudantes, expectativas sobre a carreira profissional e novas relações sociais para além do âmbito escolar mobilizam e potencializam muitas emoções. Desse modo, é oportuno pensar no futuro com base nos cuidados com a saúde e no respeito à natureza e ao outro.

Competências e habilidades

Competências gerais da Educação Básica

1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9 e 10.

Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias

1, 2, 3, 4, 6 e 7.

Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias

EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202,EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305,EM13LGG401, EM13LGG402, EM13LGG602, EM13LGG604, EM13LGG701 e EM13LGG704.

Habilidades de Língua Portuguesa

EM13LP01, EM13LP02, EM13LP05, EM13LP06, EM13LP07, EM13LP08, EM13LP11, EM13LP12, EM13LP14, EM13LP15, EM13LP27, EM13LP31, EM13LP38, EM13LP43 e EM13LP49.

Estratégias didáticas

ABERTURA DA UNIDADE (p. 227)

A obra da artista Roberta Carvalho é mobilizada a fim de projetar um futuro em que natureza e ser humano estejam em harmonia. Na atividade 1, deixe os estudantes à vontade para comentar as primeiras impressões da imagem, destacando os elementos em primeiro e segundo plano. Na atividade 2, é essencial que eles notem as árvores através do rosto, integrando as imagens, de modo a salientar a simbiose. Na atividade 3, eles refletem sobre a harmonia proposta entre humanidade e natureza. Na atividade 4, direcione-os a interpretar essa harmonia como uma perspectiva positiva de futuro da humanidade e do planeta.

Competência geral 7

No âmbito da técnica argumentativa, Desenvolvimento sustentável e economia e Longevidade e etarismo analisam, respectivamente, variações no emprego dos argumentos por exemplificação e fato. Nos planos informativo e reflexivo, esses tópicos e o último, Escolha profissional e equilíbrio das emoções, oferecem textos com informações confiáveis e opiniões bem fundamentadas como subsídios para que os estudantes formulem, negociem e defendam ideias em favor da consciência socioambiental e do cuidado de si, do outro e do planeta.

Prepare-se

Como preparo para fundamentar a discussão dos temas da unidade, recomendam-se as leituras:

IDADISMO no Brasil: artigos refletem sobre seu avanço e as consequências deste tipo de preconceito. Sesc-SP, São Paulo, 27 out. 2023. Disponível em: https://www.sescsp. org.br/editorial/idadismo-no-brasil-artigos-refletem -sobre-seu-avanco-e-as-consequencias-deste-tipo-de -preconceito/. Acesso em: 13 out. 2024.

ROSSI, W. Ansiedade e adolescência: suas implicações na escolha profissional. Núcleo do conhecimento , São Paulo, 6 jul. 2022. Disponível em: https://www. nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/ansiedade -e-adolescencia. Acesso em: 13 out. 2024.

Na seção interdisciplinar com Arte, os estudantes vão analisar uma interpretação de A noite estrelada, de Van Gogh. Apresente o pintor e sua estética. Peça ao professor de Arte que indique fontes confiáveis. Relacione a análise com o trabalho da psiquiatra Nise da Silveira, que, a partir de 1944, no Hospital do Engenho de Dentro (RJ), utilizou a arte para reabilitar seus pacientes. Seus métodos, reconhecidos nos âmbitos terapêutico e artístico, podem ser explorados no link disponível em: https://www.itaucultural. org.br/ocupacao/nise-da-silveira/arte-e-psiquiatria/ (acesso em: 13 out. 2024).

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

E ECONOMIA

(p. 228 a 236)

Leitura em pauta (p. 228 a 231)

Nessa seção, os estudantes vão ler uma entrevista com um físico francês e um poema de Arnaldo Antunes. Ambos abordam o excesso de CO2 na atmosfera. As questões pré-leitura mobilizam as expectativas dos estudantes. Ao final, retome a conversa para comparar as expectativas com o conteúdo e a forma dos textos, avaliando o que se confirmou e o que não se confirmou.

Na atividade 2b, peça aos estudantes que descrevam oralmente os níveis da pirâmide e desenhe-a na lousa, destacando a utilidade do esquema para mostrar a relação de dependência entre as ciências puras. Pergunte que outro esquema visual poderia organizar esse processo. A atividade 4 trata da análise do poema. Se houver dificuldade na compreensão do enunciado, comente que o poema apresenta dois planos com espaço e tempo distintos. Se quiser aprofundar a discussão sobre a visualidade no poema, acesse a Midiateca do professor, que indica um verbete de enciclopédia sobre a poesia concreta, corrente brasileira dos anos 1950 que, entre outras marcas, constrói novos sentidos por meio da disposição das palavras na página. A influência do concretismo é marcante na obra de Arnaldo Antunes.

Midiateca do professor

• CONCRETISMO na literatura. Enciclopédia do Itaú Cultural, [s. l.], 7 fev. 2024. Disponível em: https://enciclopedia. itaucultural.org.br/termo9594/concretismo-na-literatura. Acesso em: 17 out. 2024.

O verbete “Concretismo na Literatura” aborda em detalhes as origens, a ideia e as características formais dessa importante vertente da poesia brasileira do século XX. Se quiser se informar especialmente sobre o aspecto visual da poesia concreta, leia o tópico “Estilo – características gerais”.

Em Argumento por Exemplificação: explicação detalhada (p. 231), releia o trecho destacado e peça aos estudantes que façam as atividades. É importante que eles reconheçam como o detalhamento do exemplo do transistor contribui para sustentar a crítica do entrevistado ao financiamento em pesquisas de retorno imediato (questão 10b) e sobretudo para demonstrar que essa criação é um ótimo exemplo de contribuição das ciências básicas para a sustentabilidade (questão 10c). Com isso, espera-se enfatizar a relevância do detalhamento de exemplos mobilizados na argumentação.

Linguagem em foco: As orações adverbiais e seus efeitos de sentido II (p. 232)

Por meio da leitura do trecho de uma reportagem sobre minerais de transição energética, os estudantes vão identificar efeitos de sentido produzidos por orações subordinadas adverbiais: temporal, proporcional e condicional. Ao tratar da questão 1d, comente que, embora expresse tempo, a locução conjuntiva “desde que” também pode ser sinônima de “contanto que”, ao expressar condição. Exemplo: Desde que chegue cedo, você conseguirá um

bom lugar na plateia. As atividades também abordam ênfases de sentido promovidas pelo deslocamento de orações subordinadas adverbiais na estrutura do período composto.

Produção de texto (p. 233 a 236)

#aquecimento: A construção de argumentos com o uso das orações

adverbiais: condicionais, comparativas, conformativas, proporcionais e temporais (p. 233)

Faça a leitura compartilhada do trecho apresentado e peça aos estudantes que identifiquem o emprego de uma oração subordinada adverbial comparativa e concessiva em favor da argumentação. Solicite que escrevam subordinadas condicionais, proporcionais e conformativas. Como o foco é a escrita, peça que leiam em voz alta as respostas das atividades 3 a 5 para identificar se assimilaram o que foi pedido. Se necessário, proponha ajustes.

#naprática:

Simulado da redação

do Enem (p. 234 a 236)

Para consolidar as abordagens temática e linguística que perpassaram as seções anteriores, essa seção propõe aos estudantes a escrita do simulado da redação do Enem sobre “Caminhos para a geração de empregos a partir de investimentos sustentáveis no Brasil”. Oriente-os a mobilizar o próprio repertório e fontes confiáveis e a ler com atenção a coletânea para identificar questões correlatas. Depois, peça que formulem a tese.

Na argumentação, oriente-os a utilizar um argumento por exemplificação. Se necessário, volte ao boxe conceito na p.231. Para argumentar, podem-se mobilizar efeitos de sentido expressos pelos tipos de oração subordinada adverbial estudados: condicional, comparativa, conformativa, proporcional e temporal. Para essa última tarefa, utilize o boxe De olho na linguagem (p. 236).

Na etapa de revisão, solicite aos estudantes que verifiquem se o argumento por exemplificação foi bem detalhado e se o sentido gerado pelo uso da subordinada adverbial está adequado ao contexto e favorece a argumentação.

LONGEVIDADE E ETARISMO

Leitura em pauta (p. 237 a 240)

(p. 237 a 245)

A seção propõe a leitura de um artigo científico sobre a mudança da pirâmide etária no Brasil em razão do crescimento da população idosa. As questões pré-leitura mobilizam as expectativas dos estudantes sobre o tema. Ao final, pergunte se as hipóteses se confirmaram.

Para discutir a longevidade no Brasil, o artigo retoma os potenciais transformadores mundiais dessa tendência: econômicos, sociais e culturais, fundamentando a discussão em âmbitos local e mundial. Por isso, certifique-se de que os estudantes respondam adequadamente às atividades 1 e 2. Na atividade 3, comente que a citação é um recurso comum em artigos científicos,

porque demonstra aprofundamento e embasamento por meio de argumentos de autoridade para discutir um tema. Comente com eles os dois tipos de citação: direta (literal) e indireta (paráfrase). Explique que a paráfrase é uma síntese pessoal de uma ideia alheia. O uso dela implica bom domínio das competências leitora e escritora, uma vez que é necessário compreender o conteúdo do texto original e mobilizar recursos linguísticos tais como sinônimos e variações sintáticas a fim de não reproduzi-la ipsis litteris. Quanto às citações diretas (literais), convém usá-las com moderação na redação do Enem. São desejáveis para destacar conceitos e frases de autores e pensadores, como filósofos, sociólogos, entre outros, desde que breves. Na redação do Enem, utiliza-se com frequência paráfrases, um recurso importante em textos dissertativo-argumentativos. Se julgar conveniente, como atividade extra, escolha citações diretas e peça aos estudantes que as parafraseiem.

Em Argumento por fato: a força dos marcos históricos (p. 240), retome o argumento por fato, salientando a importância de citar acontecimentos relevantes historicamente, como a primeira e a segunda edição da Assembleia Mundial sobre Envelhecimento elaboradas pela ONU, respectivamente, em 1980 e 2001. Ao citar esses eventos, a autora indica o longo tempo de discussão desse tema em âmbito mundial (atividades 5a e 5b) e, por conseguinte, valida a relevância do tema abordado.

Linguagem em foco: As orações subordinadas substantivas objetivas diretas na construção dos parágrafos (p. 241)

Com base na leitura do trecho de um artigo de opinião sobre idadismo, abordam-se os variados papéis das orações subordinadas substantivas objetivas diretas para organizar parágrafos. Na atividade 1, trabalhe esse tipo de subordinada na produção de uma paráfrase. Na atividade 2, destaque o uso desse recurso para veicular informações. Certifique-se de que os estudantes assimilaram os dois usos, para que possam mobilizá-los em seus textos dissertativo-argumentativos.

Produção de texto (p. 242 a 245)

#aquecimento: O uso das orações subordinadas substantivas objetivas diretas e a introdução de informações (p. 242)

Nas atividades 1 e 2, peça aos estudantes que reconheçam o uso de orações subordinadas substantivas objetivas diretas para introduzir informações. Na atividade 3, eles devem elaborar esse tipo de subordinada substantiva para informar. Atente-se às respostas: possivelmente, vão apresentar uma variedade de verbos transitivos diretos usados para esse fim, como indicar, informar, apontar etc. Anote-os na lousa e peça que tomem nota. Ajuste as frases, se necessário.

#naprática: Entrevista (p. 243)

A produção de uma entrevista é uma oportunidade para a prática de pesquisa. Para escolher o entrevistado, os estudantes devem consultar fontes confiáveis sobre o tema “Perspectivas, mercado de trabalho e qualidade de vida para o idoso”, definir um recorte do tema e escolher depoimentos que favoreçam a discussão desse aspecto em profundidade. Nessas definições, está a escolha entre dois tipos de fonte de acordo com a abordagem pretendida: a de autoridade e experiência e a de um cidadão comum cuja experiência de vida favoreça uma abordagem mais humana e menos técnica e teórica do assunto. Oriente-os nesse processo. Na etapa de revisão, convém ler algumas produções para verificar se as características gerais do gênero foram contempladas.

ESCOLHA PROFISSIONAL E EQUILÍBRIO

DAS EMOÇÕES

(p. 246 a 255)

Leitura em pauta (p. 246 a 249)

A seção propõe a leitura de uma redação do Enem que recebeu nota máxima no exame. As questões pré-leitura visam mobilizar as expectativas dos estudantes sobre o tema abordado. Ao final, discuta se as formulações foram confirmadas.

As três primeiras questões exploram a relação entre a redação e a coletânea. Na atividade 2, é importante que os estudantes identifiquem o uso apropriado de um dos textos motivadores (o segundo, que contribuiu para apontar uma das causas do estigma relacionado à saúde mental discutidas na redação). Reitere com eles que esse é o uso que se espera da coletânea, ou seja, que os textos sejam informativos, inspiradores, deflagradores.

Nas atividades 4 e 5, certifique-se de que os estudantes compreenderam a coerência que permeia a estrutura do texto: dedica-se um parágrafo e uma proposta de intervenção para cada uma das causas do problema. Para complementar, ressalte como os operadores argumentativos no início do segundo, terceiro e quarto parágrafos contribuem para isso.

Em Sequências textuais na construção da redação do Enem , as atividades 6 e 7 identificam os tipos de sequência textual dos trechos e sua intencionalidade, reforçando a abordagem a um tópico trabalhado inicialmente na Unidade 4, em que o enfoque foi o uso da sequência textual expositiva na redação do Enem. Nessa unidade, para além desse tipo de sequência ( atividade 7 ), analisa-se o uso da sequência textual narrativa ( atividade 6 ). Comente que as sequências narrativas dão sabor ao texto, pois atendem ao gosto do ser humano de conhecer histórias. Nessa redação, esse uso é muito eficaz, pois mobiliza a história de duas personalidades de amplo conhecimento nacional (Nise da Silveira) e mundial (Van Gogh).

Integrando com Arte (p. 250)

A alusão a Van Gogh na redação enseja um trabalho interdisciplinar com Arte. A seção trabalha a corrente interpretativa das obras de Van Gogh que relaciona sua arte e sua doença mental. Para isso, os estudantes analisam uma interpretação de A noite estrelada, uma de suas obras mais célebres. Na atividade 2, comente que a singularidade das coisas é a diferenciação entre elas; no âmbito pictórico, é expressa por uma representação realista. Nessa obra, as curvas e os redemoinhos perturbam essa singularidade ao juntar o que, em uma perspectiva realista, estaria separado. Na atividade 3, incentive os estudantes a citar e a interpretar elementos da obra de forma opinativa e pessoal. Com base na sugestão do link indicado na etapa de preparação das aulas para esta unidade, aproveite para comentar a relação da psiquiatra brasileira Nise da Silveira com a arte.

Linguagem em foco: As orações subordinadas substantivas subjetivas e a impessoalização do discurso (p. 251)

Com base na leitura do trecho de um artigo de opinião sobre cuidados com a saúde mental, os estudantes vão analisar o emprego de orações subordinadas substantivas subjetivas e seu efeito de impessoalização do discurso.

Na atividade 3b, para que compreendam esse efeito de sentido, é essencial que os estudantes diferenciem o enunciador e o sujeito de uma intenção argumentativa. O sujeito são as orações subordinadas; e o enunciador é o autor do artigo. Desse modo, ao ocuparem a função de sujeito, as orações distanciam o autor e suas intenções argumentativas, atenuando a subjetividade.

Produção de texto (p. 252 a 255)

#aquecimento: O uso das orações subordinadas subjetivas na construção de argumentos (p. 252)

A seção retoma o parágrafo final da redação do Enem lida anteriormente. Oriente os estudantes a identificar uma subordinada substantiva subjetiva e a intenção argumentativa desse uso, que, no caso, é construir uma proposta de intervenção. A atividade 4 também tem esse propósito. Como a prática da escrita é o objetivo da seção, peça a estudantes voluntários que leiam os períodos compostos formulados e apontem eventuais ajustes.

#naprática: Simulado da redação do Enem (p. 252 a 255)

Oriente os estudantes a ler atentamente a coletânea e a mobilizar outras fontes que apresentem informações relevantes sobre o tema “Escolha profissional: os impactos e as consequências para a saúde mental dos adolescentes”. Eles devem escolher uma tese para discutir em profundidade na redação. Na elaboração, oriente-os a variar as sequências textuais e empregar, se possível, ao menos uma oração subordinada substantiva subjetiva com intenção argumentativa, por exemplo, na proposta de intervenção.

Simulado extra

Essa proposta almeja simular ao máximo o contexto do exame. Não será permitido consultar fontes externas, e a duração é de 1h30. Recomenda-se o uso da folha padrão do Enem, reproduzida neste manual. Se possível, faça cópias dela e distribua. Oriente os estudantes a usar o verso como rascunho ou forneça uma folha à parte.

Informe horário de início e, a cada 30 minutos, avise o tempo decorrido. Nos últimos 15 minutos, peça que concluam o texto. Ao final, recolha as redações.

Organize uma roda de conversa para discutir a experiência de mobilizar os textos da coletânea e o próprio repertório, administrar o tempo, fazer o rascunho, revisar o texto e produzir a versão final na folha de redação.

Após a correção, organize a turma em duplas para leitura dos textos corrigidos. Ofereça feedback individual especialmente no caso de uma abordagem rasa, ou seja, tangente ao tema.

Acompanhamento da aprendizagem

Ao final da unidade, avalie a assimilação dos objetivos principais e da evolução da aprendizagem dos estudantes.

Em relação aos tópicos da unidade, verifique se eles ampliaram o repertório dos temas; praticaram os argumentos por exemplificação e fato; aplicaram os efeitos de sentido de orações subordinadas adverbiais condicionais, comparativas, conformativas, proporcionais e temporais, e subordinadas substantivas objetivas diretas; e identificaram diferentes sequências textuais na redação produzida. Além disso, observe como foi o engajamento deles nas discussões propostas; a postura adotada por eles nas rodas de conversa; a evolução na escolha e na leitura das fontes e no compartilhamento dos resultados das produções de texto; e a organização das notas tomadas durante as atividades.

Unidade 9 O futuro é logo ali!

Objetivos e justificativas

As propostas dessa unidade buscam incentivar os estudantes a refletir sobre as transformações no mercado de trabalho e promover o protagonismo juvenil, bem como auxiliá-los a traçar seus projetos de vida com base em escolhas conscientes e com responsabilidade. Para isso, são abordadas a invisibilidade do trabalho de cuidado realizado por mulheres e a importância do bem-estar na trajetória profissional. Desse modo, os objetivos de aprendizagem dessa unidade são:

• Ler e refletir criticamente sobre as transformações no mercado de trabalho, os principais desafios enfrentados pelos jovens e o protagonismo juvenil.

• Reconhecer e aplicar corretamente os recursos das concordâncias nominal e verbal.

• Pesquisar e selecionar informações para construir argumentos, fazendo a curadoria de fontes confiáveis e de conteúdos relevantes.

• Elaborar textos dissertativo-argumentativos adequados ao tema proposto, apresentando propostas de intervenção relacionadas ao equilíbrio entre trabalho e qualidade de vida.

• Desenvolver a autonomia, a responsabilidade e a capacidade de tomar decisões assertivas em relação ao próprio projeto de vida e à inserção no mercado de trabalho.

A abordagem de temas essenciais para o desenvolvimento integral dos jovens, como o protagonismo juvenil, as transformações no mercado de trabalho e o equilíbrio entre trabalho e qualidade de vida, justifica o trabalho proposto nesta unidade. Além disso, o estudo das concordâncias verbal e nominal, bem como a produção de texto sobre temas atuais, fortalece as habilidades de comunicação e o pensamento crítico, assim como promovem a inserção na sociedade.

Competências e habilidades

Competências gerais da Educação Básica

1, 3, 4, 6, 7, 8, 9 e 10.

Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias 1, 2, 3, 4, 6 e 7.

Habilidades de Linguagens e suas Tecnologias

EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG401, EM13LGG402, EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG604 e EM13LGG704.

Habilidades de Língua Portuguesa

EM13LP01, EM13LP02, EM13LP04, EM13LP05, EM13LP06, EM13LP07, EM13LP08, EM13LP10, EM13LP11, EM13LP12, EM13LP15, EM13LP20, EM13LP26, EM13LP27, EM13LP36, EM13LP38, EM13LP46 e EM13LP49.

Estratégias didáticas

ABERTURA DA UNIDADE (p. 256 e 257)

A unidade aborda a formação educacional e as mudanças no mercado de trabalho, destacando como os jovens podem se preparar para enfrentar desafios atuais e planejar seus projetos de vida, com ênfase no TCT Trabalho. Ao explorar a imagem de abertura, reforce a importância da construção da identidade e de representações, bem como a necessidade de as novas gerações moldarem suas trajetórias profissionais de forma consciente e inovadora, considerando as transformações econômicas e sociais. Nas perguntas da abertura, incentive-os a refletir sobre o impacto das próprias escolhas no futuro e a influência da economia em suas oportunidades de inserção no mercado de trabalho.

Competência geral 7

A competência geral 7 é desenvolvida por meio de discussões sobre a formação educacional, o protagonismo juvenil e a relação entre trabalho e qualidade de vida. Ao abordar as mudanças no mercado de trabalho, os estudantes são incentivados a refletir sobre os impactos dessas transformações nos direitos humanos e a argumentar com base em dados e informações confiáveis. A construção de projetos de vida e o protagonismo juvenil fortalecem as capacidades de negociar e de defender decisões éticas, com foco na responsabilidade individual e coletiva. Além disso, a abordagem sobre a importância do equilíbrio entre trabalho e qualidade de vida proporciona um espaço para a valorização do trabalho de cuidado, integrando a reflexão ética sobre o cuidado de si, dos outros e do planeta.

Prepare-se

Recomenda-se sondar os conhecimentos prévios do estudantes sobre os temas e os gêneros textuais que serão abordados; explorar metodologias ativas, como debates e estudos de caso, para estimular a capacidade argumentativa e o raciocínio crítico dos estudantes; propor atividades em grupo, para que eles negociem ideias e trabalhem de forma colaborativa; organizar aulas com a colaboração de professores da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, conectando os temas abordados a outros campos do conhecimento.

FORMAÇÃO EDUCACIONAL E

MUDANÇAS NO MERCADO DE TRABALHO (p. 258 a 267)

Leitura em pauta (p. 258 a 261)

Faça a leitura guiada da reportagem, incentivando a participação dos estudantes nas discussões propostas. Pause a leitura em momentos-chave para fazer perguntas que estimulem a reflexão crítica. As atividades em Pensar e compartilhar podem ser exploradas nesses momentos, para que os estudantes compreendam como as mudanças no mercado de trabalho afetam suas perspectivas de futuro e os desafios enfrentados por diferentes grupos sociais.

Após a leitura, organize os estudantes em pequenos grupos para discutir as respostas às perguntas, promovendo a troca de ideias e o desenvolvimento de habilidades argumentativas. Depois, proponha um debate para que os grupos compartilhem as reflexões e confrontem diferentes pontos de vista.

Ao introduzir o tópico Argumento por fato: o uso de dados estatísticos (p. 261), desafie os estudantes a identificar, no texto, os dados apresentados e como são usados para sustentar as argumentações. Reforce a importância de usar informações confiáveis para que eles aprendam a pesquisar em fontes confiáveis.

Também é possível pedir aos estudantes que conversem em duplas, façam anotações individuais sobre os pontos mais relevantes do texto e participem de um debate para que cada um processe a leitura de forma autônoma e socialize as ideias, fortalecendo a leitura crítica e o desenvolvimento de competências argumentativas.

Integrando com Geografia (p. 262)

Leia o texto e explique aos estudantes os conceitos de globalização e desglobalização, destacando o impacto globais das crises mencionadas no texto e no caso específico do Brasil. Organize os estudantes em grupos para que conversem sobre as consequências econômicas dessas crises e suas implicações para o futuro das relações comerciais e do trabalho, promovendo uma abordagem interdisciplinar e crítica.

Linguagem em foco: A concordância verbal na norma-padrão (p. 263)

Solicite aos estudantes que verifiquem se o verbo no trecho destacado em vermelho está em conformidade com a concordância verbal na norma-padrão e justifiquem sua resposta. Discuta o uso impessoal do verbo haver e as alterações na frase ao substituir esse verbo por acontecer ou ocorrer, exercitando a reescrita com essas formas verbais. Peça que observem o ajuste da concordância se o sujeito estivesse no singular e reescrevam o trecho destacado em azul de acordo com a mudança proposta.

Produção de texto (p. 264 a 267)

#aquecimento: Concordância verbal e inversão de verbo e sujeito na apresentação de informações (p. 264)

Explique aos estudantes como a ordem padrão sujeito +verbo pode ser invertida sem prejudicar a concordância. Solicite a eles que reescrevam os trechos 1 a 4 , aplicando a inversão e mantendo a concordância verbal correta. Após a reescrita, discuta o efeito de sentido gerado pela inversão, que pode dar ênfase à ação ou ao sujeito. Por fim, leve os estudantes a refletir sobre a aplicabilidade ou não dessa inversão para garantir a clareza das informações no texto.

#naprática: Simulado da redação

do Enem (p. 264 a 267)

Explique as instruções básicas para o simulado da redação do Enem e oriente os estudantes a ler os textos motivadores e a selecionar informações relevantes que possam embasar a argumentação. Ao planejar a redação, peça que definam uma tese clara e organizem os argumentos de maneira lógica, utilizando dados confiáveis. Na escrita, destaque a importância da concordância verbal, pedindo que garantam esse aspecto da norma-padrão. Após o rascunho, oriente os estudantes a revisar a coesão do texto, corrigir possíveis desvios da norma-padrão e verificar se a proposta de intervenção está bem articulada e é viável. Por fim, peça que escrevam a versão final e, posteriormente, discuta a correção individual ou coletivamente. Caso opte pela discussão coletiva, apresente modelos de textos sem mencionar a autoria, para preservar a identidade dos estudantes.

PROJETO DE VIDA E

PROTAGONISMO JUVENIL

(p. 268 a 277)

Leitura em pauta (p. 268 a 272)

Ao explorar a reportagem e a letra de música, converse sobre o amadurecimento e as incertezas da juventude em relação ao futuro e sobre os impactos dessas barreiras no desenvolvimento pessoal e profissional deles. Mencione a importância do amadurecimento emocional nesse processo. Proponha a leitura coletiva da reportagem e, em seguida, uma conversa sobre os principais obstáculos enfrentados pelos jovens “sem-sem” no Brasil. Depois, solicite que respondam às perguntas do Pensar e compartilhar, incentivando-os a discutir os fatores que contribuem para a exclusão social e suas consequências para o futuro dos jovens. Em seguida, peça que leiam a letra da música e, se possível, coloque o áudio para escutarem. Incentive-os a refletir sobre os sentimentos e as incertezas expressos pelo eu lírico e sua relação com os desafios discutidos na reportagem.

Compare a situação dos jovens brasileiros com a da juventude de outros países, com base nos dados apresentados na reportagem, e debata como as barreiras econômicas e sociais afetam a juventude em diferentes contextos, estimulando a reflexão sobre possíveis soluções para a inclusão produtiva e oamadurecimento emocional. Ao final, peça aos estudantes que elaborem uma síntese das discussões, estimulando-os a utilizar dados e reflexões extraídos dos textos lidos como base para a argumentação.

Linguagem em foco: A concordância

nominal na norma-padrão (p. 273)

Peça aos estudantes que releiam o trecho da reportagem anterior, observando a concordância dos adjetivos e dos particípios em gênero e número com os substantivos a que se referem. Oriente a análise de trechos em que os particípios concordam com substantivos no plural e discuta a alteração dessas concordâncias quando o substantivo está no singular. Por fim, proponha uma reflexão sobre a importância da concordância nominal para a clareza e a coesão do texto. Para isso, peça aos estudantes que expliquem a relevância desse aspecto gramatical na compreensão da mensagem transmitida.

Produção de texto (p. 274 a 277)

#aquecimento: A concordância do substantivo e seus modificadores na construção dos enunciados (p. 274)

Solicite aos estudantes que releiam o trecho destacado da reportagem e observem como os substantivos estão modificados, analisando a concordância em gênero e número. Em seguida, oriente a reescrita do trecho, substituindo “juventudes” por “juventude” e ajustando os modificadores conforme necessário. Depois, solicite que façam a substituição de “juventudes” por “jovens” e justifiquem as alterações de concordância necessárias.

#naprática: Simulado da redação do Enem (p. 274 a 277)

Inicialmente, leia o item Instruções para a redação Em seguida, oriente os estudantes a ler os textos motivadores e destaque a importância de selecionar argumentos fundamentados em dados confiáveis. Incentive ouso do argumento por comparação, que permite contrastar diferentes contextos para reforçar a argumentação. Em Planejar , oriente-os a estruturar uma tese clara e organizar os argumentos de maneira coesa, observando as regras de concordância nominal trabalhadas. Em Revisar , oriente-os a verificar o uso da concordância entre substantivos e modificadores, garantindo clareza e coerência, e do argumento por comparação, conectando-o à proposta de intervenção viável e com respeito aos direitos humanos. Após a escrita da versão final, compartilhe os textos para análise coletiva e a adequação da concordância nominal e a força retórica da argumentação.

TRABALHO E QUALIDADE DE VIDA

(p. 278 a 286)

Leitura em pauta (p. 278 a 281)

Verifique os conhecimentos prévios dos estudantes sobre a invisibilidade do trabalho de cuidado exercido pela mulher. Após a leitura dos textos propostos, pergunte se os textos condizem com a visão deles sobre o tema. Leia e analise a redação do Enem para que os estudantes identifiquem como o tema foi abordado e as definições utilizadas para caracterizar essa questão social.

Ao abordar o tópico Argumento por definição: a caracterização como base para estabelecer conceitos, discuta como o uso de definições claras e bem fundamentadas pode fortalecer a argumentação em um texto dissertativo-argumentativo. Peça a eles que identifiquem, nos textos lidos, as definições que sustentam a argumentação e como elas foram utilizadas para esclarecer o problema da invisibilidade do trabalho de cuidado.

Midiateca do professor

• ESTUDO analisa o trabalho doméstico feminino à margem do contrato de trabalho. Novos cientistas USP, São Paulo, 10 out. 2024. Disponível em: https://jornal.usp.br/podcast/ estudo-analisa-o-trabalho-domestico-feminino-a -margem-do-contrato-de-trabalho/. Acesso em: 17 out. 2024.

O podcast indicado no link comenta uma pesquisa de Mestrado apresentada na Faculdade de Direito da USP sobre a condição feminina e sua relação com o trabalho doméstico não remunerado.

Integrando com Literatura (p. 281)

Encoraje a reflexão dos estudantes sobre o papel das mulheres em diferentes momentos históricos, conec-

tando as experiências femininas de isolamento, perda e resistência ao contexto de invisibilidade do trabalho de cuidado. Depois de ler a resenha da obra, compare as condições enfrentadas pelas mulheres da Revolução Farroupilha, tema da obra apresentada, com as experiências das mulheres contemporâneas com o trabalho de cuidado invisível, explorando as semelhanças e as diferenças ao longo do tempo.

Linguagem em foco: Regência nominal e verbal na norma-padrão (p. 282)

Peça aos estudantes que analisem a regência do verbo no trecho destacado em vermelho, observando como ele conecta os termos da oração e estabelece uma relação de equivalência. Em seguida, oriente-os a identificar a regência correta dos adjetivos essencial e responsáveis, atentando para o uso das preposições que introduzem os complementos adequados. Posteriormente, peça que analisem o uso das preposições em verbos que exigem complementos, considerando a norma-padrão e os sentidos das frases.

Produção de texto (p. 283 a 286)

#aquecimento: O uso das preposições em verbos transitivos indiretos na elaboração

textual (p. 283)

Solicite aos estudantes que leiam e analisem o trecho extraído da redação do Enem e analisem as vozes ativa e passiva do verbo invisibilizar, observando a influência da regência na reescrita do verbo. Peça a eles que reescrevam a frase substituindo “invisibilizar” por “referir-se”, atentando para as alterações na regência verbal, que passa a exigir a preposição a. Por fim, incentive a reflexão sobre a diferença de sentido causada pela troca de verbos, destacando o papel da regência na construção de enunciados claros e precisos.

#naprática: Simulado da redação

do Enem (p. 283 a 286)

Leia o tópico Instruções para a redação e oriente os estudantes a ler atentamente os textos motivadores, selecionando informações e argumentos relevantes. Reforce a importância das regências nominal e verbal, incentivando-os a garantir a correção gramatical e a coesão dos enunciados. Explique que eles devem utilizar o argumento por definição, para fortalecer o ponto de vista que vão defender. Após a escrita do rascunho, solicitem que revisem a redação, certificando-se de que todos os elementos da proposta de intervenção (agente, ação, meio, finalidade e detalhamento) foram inseridos. Por fim, compartilhe as redações, para que os estudantes discutam os textos e recebam devolutivas construtivas, visando aprimorar a produção final.

Simulado extra

Prepare o material necessário para a aplicação do simulado extra de redação. Enfatize as instruções para a redação, lembrando as regras de aplicação do Enem. Oriente-os a ler os textos motivadores, refletir sobre os impactos da automação e da digitalização no mercado de trabalho e relacioná-los com o tema da unidade, bem como a planejar a redação, articulando argumentos fundamentados em dados e informações confiáveis, a revisar a coesão, a clareza dos argumentos e a adequação da proposta de intervenção, garantindo que ela seja viável e respeite os direitos humanos, e a transcrever a versão final do texto na folha para correção.

Corrija as redações e, em aula posterior, é fundamental entregar os textos corrigidos, de modo que, com a sua mediação, possam analisar as estratégias argumentativas utilizadas, observando as fragilidades e as potencialidades das produções. De posse da correção individual e da análise coletiva, os estudantes podem, se julgar pertinente, ser orientados a reescrever os textos, qualificando-os.

Acompanhamento da aprendizagem

A avaliação no processo de ensino-aprendizagem vai além de medir o conhecimento adquirido. Ela deve atuar como um instrumento que favorece a reflexão crítica dos estudantes sobre o próprio desempenho e os orienta em sua trajetória de desenvolvimento. Nesse sentido, recomenda-se que, na Unidade 9, o foco seja a autoavaliação, especialmente por se tratar de um estágio avançado do processo ensino-aprendizagem, já que é a última unidade do livro. Essa prática possibilita aos estudantes que reconheçam suas conquistas e as habilidades a melhorar, ao comparar os textos produzidos nas seções #naprática dessa última unidade com os parâmetros estabelecidos na grade de correção do Enem.

A autoavaliação deve ser guiada pela grade de correção do Enem com foco nos critérios de nível 5. Forneça uma grade simplificada para que os estudantes analisem suas redações e identifiquem pontos que precisam ser aprimorados. Dessa forma, a análise das cinco competências se torna uma ferramenta essencial para guiar a avaliação deles. Relembre-os de que o Enem avalia cinco competências principais e cada uma apresenta o nível 5 como nota máxima (200 pontos).

Ao comparar suas produções com os requisitos da máxima pontuação, eles podem identificar os ajustes necessários para melhorar seu desempenho na organização do texto, no uso de repertório sociocultural ou na elaboração de uma proposta de intervenção

Após a avaliação inicial e a comparação com os critérios de correção da redação do Enem, incentive-os a reescrever os textos buscando alcançar a máxima pontuação nas cinco competências. Por fim, a realização do simulado extra tem destaque especial nesta unidade, pois permite aos estudantes que apliquem, talvez pela última vez, suas habilidades antes do dia do exame.

PARTE 3 - Respostas das atividades

Unidade 1 – Passaporte para o futuro

Abertura da unidade (p. 9)

1. Os elementos em comum na obra são os rostos de tamanho semelhante e que apresentam cores vivas. Destacam-se a boca e os olhos, bem como a estruturação desses rostos em cactos. Os elementos diferentes são a expressão facial e o sorriso único de cada rosto, além do olhar direcionado para lados específicos.

3. Ao considerar as características de cada rosto representado, pode-se afirmar que, embora tenham uma unidade e estejam conectados, cada um deles direciona o olhar para determinado lugar, o que indica os interesses e as perspectivas próprios de cada ser humano, em sua subjetividade.

4. Os rostos representados na obra, ao apresentarem cactos como partes constitutivas, podem indicar a resistência das pessoas diante de adversidades, problemas sociais e ambientais, entre outros.

Formação e acesso ao Ensino Superior

Leitura em pauta (p. 10 a 16)

2. Essa forma de organização textual dá destaque à história de cada jovem de modo sequenciado, evitando confusão na apresentação das informações.

3.a) Samuel morava longe da escola e dependia do transporte público escolar para chegar até ela, o qual nem sempre estava disponível.

3.b) Espera-se que os estudantes percebam que, em muitos casos, a frequência e a permanência na escola não dependem somente da vontade do estudante, mas de uma organização mais ampla, envolvendo, por exemplo, setores do poder público.

4.a) Enquanto cursava o Ensino Médio, Juan matriculou-se em um cursinho pré-vestibular e, após concluir essa etapa escolar, continuou os estudos sozinho.

6.a) A informação acerca do local de origem de cada um dos jovens e a universidade ou faculdade em que eles ingressaram.

10. d) Essa dedução é possibilitada pela indicação de que, em um primeiro momento, Lucas iniciou um curso por meio do Prouni, em uma instituição privada. No entanto, o jovem refez o Enem e conseguiu o acesso à Universidade Federal do ABC, uma instituição pública; portanto, esse ingresso ocorreu por meio do Sisu.

11.c) Iniciação científica é um programa que envolve pesquisa orientada para que os estudantes possam aprofundar seus conhecimentos em determinada área. Empresa júnior é uma entidade organizacional administrada por estudantes de graduação, respaldados por uma instituição de ensino, com o

objetivo de realizar projetos e serviços para obter desenvolvimento acadêmico e profissional.

Integrando com Literatura (p. 17)

1. Muitas mulheres, em condição de vulnerabilidade, realizam trabalhos pouco valorizados, e, em muitas ocasiões, são as únicas responsáveis pelos filhos e pela manutenção da família.

2.b) A ação de Martha revela o fato de ela comprometer-se consigo mesma e com a família, no caso a mãe, em uma relação de cuidado e auxílio mútuos.

2. d) Juan reflete sobre o fato de a mãe e a avó não terem podido estudar, pois tinham de trabalhar e sustentar a casa. No texto sobre o livro, menciona-se que a mãe de Martha apresenta pouca instrução e realiza trabalhos desvalorizados pela sociedade para a manutenção da família.

3. É possível notar que o livro aborda o acesso ao estudo e à formação acadêmica como uma possibilidade de superação de questões sociais. Na reportagem, também se evidenciam, pelo encaminhamento do texto e da apresentação das trajetórias dos jovens universitários, perspectivas relacionadas à educação e à mudança socioeconômica propiciadas pelo acesso ao estudo e à formação acadêmica.

Linguagem em foco (p. 18)

2.c) A locução substantiva é “transporte público escolar” e o substantivo é “serviço”.

3.b) O uso da expressão “não ia dar” e do verbo “largar” nos outros dois casos está relacionado a comunicações orais mais espontâneas, com menor monitoramento no que se refere à precisão dos termos.

Produção de texto (p. 20 a 23)

#naprática (p. 20 a 23)

O mundo e eu – Acolhimento e valorização do outro (p. 22)

1. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a importância da atuação coletiva na busca da resolução de problemas e na construção de ambientes de ajuda mútua, favorecendo a troca de saberes e facilitando a vida em comunidade. Nesse momento, é importante incentivá-los a relatar experiências vividas nas quais houve esse tipo de atuação, como campanhas, mutirões, entre outras.

A redação no Enem

Leitura em pauta (p. 24 a 31)

2. O primeiro texto aborda a ilusória liberdade de escolha gerada pelos algoritmos que sugerem músicas e outros produtos culturais aos usuários; o segundo texto trata da filtragem de dados e do processamento, por algoritmos, da disponibilização de informações via redes sociais; o terceiro

texto apresenta dados estatísticos sobre uso da internet; e o quarto texto contempla a falta de transparência no processo de filtragem de informações realizado pelas redes.

3. As informações apresentadas no infográfico são compostas de dados numéricos e podem fornecer ao participante do exame uma visão mais objetiva acerca do tema a ser abordado na redação, auxiliando esse participante na construção da argumentação.

4.d) Resposta pessoal. Espera-se que o estudante relacione a proposta de intervenção a alguma ação a ser realizada com base em um problema relativo ao tema tratado na redação.

7.b) O livro mencionado trata de uma realidade distópica, na qual os meios de comunicação são controlados e manipulados, gerando alienação da população. O tema da redação do Enem dialoga com essa temática, pois propõe uma reflexão sobre como o uso e o controle de dados da internet podem resultar na manipulação das pessoas.

7. c) O problema indicado reside no fato de os usuários da internet serem constantemente influenciados por informações previamente selecionadas, com base nos próprios dados. Esse cenário distópico não é apenas ficcional; ele faz parte da realidade contemporânea.

9.a) No 2o parágrafo, é apresentado o conceito da indústria cultural elaborado pelo pensador alemão Theodor Adorno; no parágrafo, é reproduzida uma citação do autor canadense Marshall McLuhan.

9.b) Prioritariamente, com as áreas de Ciências Humanas e Linguagens. Pode-se mencionar as diversas áreas do conhecimento conforme especificado em: https://lattes.cnpq.br/web/ dgp/arvore-do-conhecimento (acesso em: 25 set. 2024).

10.b) Como consequência dessa ação, o interlocutor age inconscientemente e acaba por aderir aos produtos ou pensamentos divulgados, conforme a expectativa e os padrões estabelecidos por essas empresas.

10.c) Nesse contexto há excesso de disponibilização de propagandas e de notícias sem a devida profundidade e checagem da veracidade.

.A tese propõe que questões econômicas e sociais envolvendo o uso de dados precisam ser compreendidas e combatidas. Dessa forma, destaca a necessidade de haver uma legislação mais atualizada sobre a utilização dos dados pessoais de usuários da internet, assim como de elaborar campanhas educativas a fim de propiciar a ampliação da compreensão e do senso crítico da população no que diz respeito à situação apresentada na tese.

13.Sim, pois, na redação, é apresentado um contexto de modo articulado ao tema proposto e a indicação de um problema. Ao longo do texto é exposto, sinteticamente, o pensamento de dois estudiosos de amplo reconhecimento na área de Ciências Humanas e Linguagens, relacionado ao problema e à tese apresentados. Na proposta de intervenção, são indicadas ações que dialogam, também, com o problema exposto na parte inicial da redação.

Eu e o mundo – A influência do digital (p. 30)

Incentive os estudantes a comentar sobre a vivência deles no universo virtual. Instigue-os a identificar conteúdos que

chegam até eles por meio de anúncios patrocinados, que levam em considerações dados do usuário das redes, levando-os a refletir se esses conteúdos os levam a consumir produtos ou serviços e se consideram esse consumo necessário ou supérfluo.

Produção de texto (p. 33 a 36)

#aquecimento (p. 33)

1. b) Resposta possível: “É importante que as pessoas aprendam a aprender”.

2. Resposta possível: Quando a fala é sobre empoderamento, é importante entender que não se trata somente de saber como usar a tecnologia, mas saber também a que essa pessoa está exposta. Saber que ela pode estar sendo manipulada e por que ela está sendo manipulada, (entender) o poder que os dados que ela disponibiliza têm e quem está lucrando com esses dados.

#naprática (p. 34 a 36)

O mundo e eu – O argumentar nos processos democráticos (p. 35)

1. Espera-se que os estudantes associem os estudos sobre argumentação à convivência harmônica e empática dos indivíduos na sociedade: ao mesmo tempo que permite organizar o próprio pensamento e expressar a própria vontade, a prática pública da argumentação possibilita estabelecer consensos necessários à vida social.

A

avaliação

na redação do Enem

Leitura em pauta (p. 37 a 39)

7.a) A princípio, deve-se considerar como interlocutor da redação o avaliador, porém, por se tratar de uma redação que aborda uma questão social, científica, política ou cultural, é importante ampliar essa perspectiva e ter em vista como possíveis leitores jovens e adultos de modo geral, em especial os cidadãos brasileiros.

7.b) O primeiro procedimento deve ser ler as instruções da redação, seguido da análise dos textos motivadores e da proposta de redação, a fim de definir a abordagem do texto.

7.c) Esse procedimento auxilia o participante a compreender as diversas dimensões do tema apresentadas nos textos motivadores, de forma que ele possa definir, com maior assertividade, a abordagem de sua redação. Além disso, é importante uma leitura atenta da proposta, a fim de não fugir ou tangenciar o tema.

7.d) A mobilização de repertório pode ser feita por meio da retomada de conceitos, ideias, dados, entre outras informações apreendidas ao longo da escolaridade, por meio da realização de leituras, da vivência de atividades culturais e de entretenimento, entre outras situações que contribuem para a formação sociocultural do participante.

9. O projeto de texto pode contribuir com essa progressão à medida que o participante define uma ordem de exposição para as informações, os fatos e os argumentos selecionados para compor o texto, acompanhados da interpretação sobre

eles e do estabelecimento de relação com o problema apresentado e com a tese formulada.

10. Ao planejar a proposta de intervenção, deve-se considerar o problema e a tese especificados, além do desenvolvimento textual, de modo que a proposição do que deve ser realizado em relação ao tema se conecte com as demais partes do texto, formando um todo coerente.

11. Espera-se que os estudantes indiquem que o projeto de texto deve considerar o contexto de produção e partir do tema proposto, analisando as perspectivas apresentadas nos textos motivadores. Em seguida, deve-se mobilizar repertório e selecioná-lo de acordo com a abordagem do tema, estabelecendo o que constará na introdução da redação, no desenvolvimento textual e na proposta de intervenção.

Eu e o mundo – Critérios escolhas, projetos e relações sociais (p. 39)

1. Resposta pessoal. Evidencie aos estudantes que a transparência das instituições está atrelada a direitos sociais, como o direito de tomar conhecimento sobre ações que afetam direitos individuais e coletivos.

Linguagem em foco (p. 41 a 43)

1.b) Ao utilizar substantivos diversos para nomear os povos e as comunidades tradicionais, cria-se o efeito de amplitude vocabular e domínio do idioma.

2.a) De acordo com o texto, o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) é a instituição que identifica as heranças dos povos e das comunidades tradicionais como constituintes do patrimônio imaterial brasileiro, o que confere valor a essas comunidades.

Produção de texto (p. 44 a 47)

#aquecimento (p. 44)

1. Além do domínio da ortografia, o participante do exame deve utilizar estruturas sintáticas mais complexas, como o uso de orações subordinadas e intercaladas; ter atenção à regência e à concordância nominal e verbal e ao uso de pronomes, além de estar atento à escolha vocabular e evitar termos coloquiais e marcas de oralidade.

2.e) A importância de validar o que a autora do post afirma em relação à relevância do domínio da língua portuguesa nas redações do Enem.

#naprática (p. 45 a 47)

O mundo e eu – Impactos da inteligência artificial (p. 46)

1. Resposta possível: Considerando o impacto da inteligência artificial nos diferentes contextos apresentados, é fundamental que o desenvolvimento dessas tecnologias seja acompanhado por um debate amplo – envolvendo sociedade civil, organizações diversas, governos, empresas, entre outros – sobre questões éticas e legais de modo a buscar equilíbrio entre as necessidades e os direitos humanos e o alcance e o potencial tecnológicos.

Unidade 2 – Percursos da redação do Enem

Abertura da unidade (p. 48)

2. A disposição das formas geométricas na obra sugere uma sensação de movimento e dinamismo. As formas não foram distribuídas de maneira rígida ou uniforme, mas, sim, com espaço irregulares entre elas, com o intuito de criar um efeito visual que parece estar em constante transformação.

De onde partir: a introdução na redação do Enem

Leitura em pauta (p. 49 a 53)

1. a) Resposta pessoal. É possível que os estudantes respondam que essas palavras são sinônimas e que dizem respeito a algo sobre o qual se fala ou se escreve.

1. b) No contexto do Enem, o tema diz respeito ao foco específico que a redação deve abordar, enquanto o assunto é mais amplo e engloba o contexto geral do qual o tema faz parte.

1.c) A situação “parte desconectada” pode ser caracterizada pela presença de palavras, expressões ou trechos que comprometem a seriedade da prova, assim como a própria situação comunicativa do exame, e/ou estão desconectados do tema ou do projeto de texto/discussão proposto pelo participante.

3. c) Porque, segundo essa teoria, o Estado deve assegurar direitos fundamentais para preservar a igualdade, o que não ocorre quando se analisa a situação das pessoas surdas no Brasil.

3. d) Por meio de palestras, debates e trabalhos em grupo organizados pelas escolas para fomentar a educação inclusiva para surdos e da contratação de pessoas com deficiência em empresas privadas.

4.c) A citação a um autor renomado e a menção à obra Memórias póstumas de Brás Cubas, uma das mais importantes da literatura brasileira, contribuem para a eficiência a tese da autora, segundo a qual a exclusão dos deficientes e o preconceito contra essa população continuam presentes, especialmente no caso dos surdos, cuja educação precária dificulta a inserção deles no mercado trabalho.

5. No trecho I, a introdução por fato é justificada porque a participante do Enem retomou acontecimentos passados para explicar fatos presentes. No trecho II, diz-se que a introdução é por definição porque a participante apresentou a noção plena sobre a formação acadêmica dos deficientes auditivos como um direito assegurado no recém-aprovado Estatuto da Pessoa com Deficiência, de 2015, também conhecido como Lei da Acessibilidade.

Integrando com Filosofia (p. 54)

1. b) Baseia-se na compaixão, a qual possibilita sentir a dor de outro ser, humano ou animal.

Linguagem em foco (p. 55)

2. a) O artigo definido a é utilizado na expressão para explicar que se trata de uma formação específica e conhecida, característica da sociedade brasileira.

3. O autor escolheu o artigo indefinido um em “um exemplo” para indicar que a difícil inserção dos surdos no mercado de trabalho é apenas um caso entre muitos.

4. Os artigos presentes nas contrações à e ao conferem precisão às frases ao especificar os problemas discutidos. Os artigos definidos facilitam a compreensão do leitor sobre os problemas detalhados, especificando-os.

Produção de texto (p. 56 a 58)

#aquecimento (p. 56)

1.c) O uso do artigo indefinido uma em “[...] o que pressupõe uma análise acerca dos entraves que englobam essa problemática” justifica-se pelo fato de que essa análise ainda não foi apresentada: ela será desenvolvida e definida ao longo da redação.

Resposta pessoal. Possibilidade de elaboração: Inicialmente, é importante destacar a dificuldade de inclusão escolar em todas as etapas de escolaridade, seja Ensino Fundamental, Médio ou Superior, considerando que as instituições de ensino, em geral, não possuem uma infraestrutura adequada a essa população, como intérpretes de Libras ou profissionais especializados nessa modalidade de inclusão. Cabe ainda destacar que essa fragilidade contradiz o indicado na Constituição Federal do Brasil, a qual assegura a educação como direito de todos. Dessa forma, nota-se a distância entre o apregoado pela legislação e o que, de fato, ocorre em variadas instituições.

3. b) De acordo com o solicitado, é provável que haja mais artigos definidos do que indefinidos nos parágrafos elaborados pelos estudantes. Isso se explica pelo fato de o parágrafo se relacionar com uma proposta voltada ao tratamento mais objetivo dos fatos.

#naprática (p. 56 a 58)

De olho na linguagem (p. 58)

O uso de artigos e substantivos em uma estrutura paralelística cria um padrão repetitivo que organiza as ideias com coesão e coerência. Nesse sentido, a repetição de artigos definidos seguida de substantivos estabelece um paralelismo que facilita a leitura e a compreensão do período.

Os substantivos próprios subordinados ao tópico central e os substantivos + adjetivos subordinados a eles.

Em mapas mentais, o paralelismo organiza as informações de forma sistemática, o que auxilia na retenção e na assimilação de ideias ou conceitos. Ao revisar conteúdo com um mapa mental que emprega paralelismo, o estudante é capaz de identificar rapidamente padrões e correlações, o que reforça a memória e facilita o entendimento dos conceitos.

Formas de conduzir: tipos de argumento

Leitura em pauta (p. 59 a 63)

1.a) A aprovação dessa resolução provocou uma intensa disputa entre ONGs defensoras dos direitos das crianças e setores que desejam manter as propagandas voltadas a esse público.

1. b) De acordo com o texto, essa resolução considera a publicidade infantil abusiva considerando a “intenção de persuadir

a criança para o consumo de qualquer produto ou serviço” e por utilizar elementos como desenhos animados, bonecos, linguagem infantil, trilhas sonoras com temas infantis, além da oferta de prêmios, brindes ou artigos colecionáveis que tenham apelo junto às crianças.

1.c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes argumentem que as crianças podem ser mais suscetíveis e influenciáveis em relação ao consumismo incentivado por esses produtos, sobretudo quando, na publicidade, são adotadas estratégias que envolvem produtos que fazem parte do que se consome na faixa etária delas.

5. a) O autor utiliza um tipo de introdução por citação de argumento de autoridade a fim de dar credibilidade ao seu ponto de vista, pois é com base nessa referência que ele apresenta sua tese.

5.b) A frase de Victor Hugo sugere que o progresso no sistema capitalista se pauta na exploração de indivíduos, o que está alinhado à tese apresentada pelo autor de que o capitalismo opera explorando constantemente pessoas para manter o crescimento econômico. Nesse sentido, a publicidade infantil exemplifica essa exploração, ao utilizar a ingenuidade das crianças para incentivar o consumismo.

6. Para o autor da redação, a necessidade de estabelecer uma lei surge apenas quando um princípio ético que deveria ser intrínseco ao senso comum está ausente. Assim, a criação de leis que proíbem ou regulamentam a publicidade infantil em países desenvolvidos indica que esse segmento da mídia não opera de forma ética.

7. A mídia contribui para uma infância voltada ao consumo ao alienar as crianças e inseri-las no mundo do capitalismo antes que desenvolvam consciência e discernimento.

8. Uma infância alienada pela mídia leva à formação de adultos egoístas, submissos ao capitalismo e utilitaristas. Esses adultos perpetuam os valores consumistas ao transmitir esses ideais para seus filhos, o que cria um ciclo contínuo de consumismo e alienação.

9. Sim. O texto foi construído de maneira organizada, consistente e estratégica, sem deixar lacunas para o leitor preencher, resultado de um projeto bem estruturado e de um bom desenvolvimento das ideias.

10. A ordem correta é IV-III-II-I. No exemplo IV (autoridade), a citação a Victor Hugo nesse contexto é considerado um argumento de autoridade porque ele foi um escritor e pensador influente, reconhecido por suas obras em que, frequentemente, abordava questões sociais, econômicas e éticas. No exemplo III (causa e consequência), há referência a esse tipo de argumento porque se estabelece uma relação direta entre dois eventos: a publicidade infantil (causa) e a formação de uma infância orientada para o consumo (consequência). No exemplo II (fato), mencionam-se eventos e circunstâncias históricas e econômicas para apoiar a ideia central. O autor refere-se à chegada do neoliberalismo e à intensificação do consumismo como fenômenos históricos e econômicos reais, amplamente reconhecidos e documentados. Por fim, no exemplo I (comparação), realiza-se uma análise comparativa entre duas situações distintas: a regulamentação da publicidade infantil em países desenvolvidos e a falta de regulamen-

tação em outros países, sugerindo uma diferença significativa no tratamento ético dessa questão.

11. Sim, pois o candidato utiliza dois parágrafos no desenvolvimento do texto, o mínimo sugerido na estrutura do gênero redação do Enem.

12.a) São usadas expressões com numerais ordinais (Em primeiro lugar, Em segundo lugar). Essas expressões diferenciam os argumentos abordados em cada parágrafo, mas também os encadeiam, na medida em que segundo pressupõe a existência do primeiro.

12.b) A expressão se refere aos dois argumentos (logo, aos dois parágrafos anteriores) e traz a noção de consequência em relação a eles. Mais especificamente, visa introduzir a proposta de intervenção como decorrente dos problemas discutidos nos argumentos.

12. d) Ela é usada para acrescentar uma proposta de ação do Estado para reverter os danos causados pela publicidade infantil; no caso, a multa para empresas que desrespeitarem a regulação desse tipo de conteúdo publicitário.

Eu e o mundo – O desenvolvimento social infantil (p. 62)

1. Resposta pessoal. Os estudantes podem compartilhar a relação deles, quando crianças, com a publicidade. Comente que a exposição precoce a conteúdos midiáticos pode de fato influenciar o desenvolvimento socioemocional infantil: crianças são especialmente suscetíveis às mensagens transmitidas pela mídia, pois ainda estão em processo de formação de valores, crenças e comportamentos.

2. Várias práticas podem ser adotadas nesse sentido. Uma das mais importantes consiste em educá-las sobre o valor das coisas além do preço cobrado por elas, ensinando a diferença entre necessidades e desejos. Incentivar o consumo consciente, explicando os impactos ambientais e sociais das compras, pode ajudá-las a fazer escolhas mais bem informadas. Além disso, é fundamental limitar a exposição à publicidade, como restringir o tempo de uso de telas (computadores e celulares) e selecionar cuidadosamente os conteúdos a que elas vão assistir.

Linguagem em foco (p. 64)

1. a) O pronome demonstrativo esse retoma a ideia expressa na frase de Victor Hugo.

1. b) Referenciação intratextual. Caso a informação, o fato ou a opinião que o termo retoma não estivesse presente no texto, a referenciação seria extratextual.

3. Ao retomar a ideia anterior sobre a criação de leis que proíbem ou regulam a publicidade infantil e a falta de ética na mídia, conectando a justificativa para essas leis com o contexto histórico do neoliberalismo.

4. Retoma uma ideia mencionada anteriormente.

Produção de texto (p. 65 a 68)

#aquecimento (p. 65)

1. Com a publicidade infantil, essas datas perdem seu significado inicial e se transformam em uma oportunidade para as

crianças exigirem produtos, refletindo a transformação delas, que passam a ser consumidores que valorizam a aquisição de bens materiais.

4. Sim. O uso dos pronomes, na parte do desenvolvimento do texto, não só evita a repetição excessiva de palavras como também estabelece com clareza as relações entre os diferentes períodos, garantindo a coesão referencial e a fluidez na leitura.

#naprática (p. 66 a 68)

De olho na linguagem (p. 68)

1. a) A colocação pronominal utilizada é a próclise, pois o pronome oblíquo lhes está posicionado antes da locução verbal foram impostos.

1.b) Sim, porque, nesse caso, a negação não altera a regra gramatical que justifica a colocação pronominal. Na presença de palavras negativas como não, o pronome oblíquo ainda se posiciona antes da locução verbal, estando de acordo com a regra da próclise.

Perspectivas em pauta: a proposta de intervenção

Leitura em pauta (p. 69 a 72)

1. No Texto 1, a autora inicia a redação com uma referência à Revolução Industrial e ao filósofo Karl Marx para contextualizar a discussão sobre a publicidade infantil. Esse repertório histórico e filosófico conecta-se diretamente ao tema da redação, mostrando como práticas comerciais surgiram e evoluíram ao ponto de impactar crianças. No Texto 2, a autora começa a redação com uma referência à mitologia grega, especificamente ao mito de Sísifo, para ilustrar a luta contínua e difícil dos brasileiros surdos na busca por educação. O repertório mitológico é utilizado para reforçar a ideia de que os desafios enfrentados por essa comunidade são persistentes e exaustivos, alinhando-se ao tema da redação sobre a formação educacional de surdos. No segundo parágrafo, a autora faz menção à Constituição Federal de 1988 e ao filósofo Aristóteles.

2.a) Sim, pois os dois textos seguem as convenções estabelecidas pela gramática normativa no que diz respeito às regras ortográficas e gramaticais, bem como à escolha apropriada de registro e vocabulário. Além disso, orações e períodos foram construídos de maneira eficiente, o que favorece a fluidez da leitura.

2. b) Ambos os textos utilizam o registro formal, adequado ao gênero redação do Enem. Isso fica evidente pelo vocabulário adotado, pelas estruturas sintáticas complexas, bem como pela ausência de coloquialidade. A escolha estilística realizada pelas autoras contribui para o propósito comunicativo de cada redação, conferindo seriedade e credibilidade aos argumentos apresentados.

2.c) A linguagem adotada no Texto 2 é marcada pelo uso de termos pouco comuns no cotidiano ou mais formais, que a tornam mais densa. Entre alguns desses termos, destacam-se “hodiernamente”, “consoante”, “outrossim” e “indu-

bitavelmente”. Pode-se chamar atenção também para o uso de mesóclise (distanciar-se-á).

3. Sim. No Texto 1, a autora cita Karl Marx ao discutir o conceito de “fetiche sobre a mercadoria”. Essa citação é significativa porque Marx é uma figura central na crítica ao capitalismo, e sua teoria sobre o fetiche das mercadorias é diretamente relacionada à maneira como os produtos são apresentados como símbolos de felicidade e status. No Texto 2, a autora faz duas citações importantes: a primeira é a Aristóteles, referindo-se à obra Ética a Nicômaco e à função da política em garantir a felicidade dos cidadãos, e a segunda é a Michel Foucault, sobre a necessidade de as pessoas perceberem que são mais livres do que pensam. A citação de Aristóteles destaca a falha do governo em assegurar a educação inclusiva prometida pela Constituição Federal de 1988, ao passo que a de Foucault é usada para desafiar a sociedade a questionar preconceitos históricos, sugerindo que a mudança de mentalidade da população é essencial para superar as barreiras enfrentadas pelos surdos.

4. a) Sim, a proposta de intervenção para o problema do consumismo infantil apresentada pela autora do texto respeita os direitos humanos. Envolve ações do Estado, da família e da escola que visam proteger as crianças dos impactos negativos da publicidade excessiva.

4. d) Sim. Como ações, a autora sugere “estabelecer um limite para os comerciais voltados ao público infantil” e “educar as crianças para consumirem apenas o que é necessário”.

5.a) A autora propõe que o Ministério da Educação promova “palestras, apresentações artísticas e atividades lúdicas a respeito do cotidiano e dos direitos dos surdos”.

Eu e o mundo – A publicidade e os projetos de vida (p. 72)

Resposta pessoal. É possível verificar em que medida as influências socioculturais, como é o caso das campanhas publicitárias, desempenham um papel importante na formação do projeto de vida dos estudantes, pois a publicidade tem potencial de moldar os sonhos e os interesses dos jovens no que se refere ao consumo.

Resposta pessoal. Comente com os estudantes que o apoio emocional, o incentivo à aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e a participação ativa da família nas decisões educacionais podem criar um ambiente que valorize a educação e promova o desenvolvimento das aspirações dos jovens surdos. Além disso, é essencial que a família esteja envolvida e bem informada sobre as necessidades e os direitos educacionais dessas pessoas.

Integrando com Sociologia (p. 73)

1. Sim. A inclusão social visa integrar grupos marginalizados no meio social. Portanto, pode ser aplicada à educação de surdos por meio da criação de políticas educacionais que assegurem o acesso igualitário à educação de qualidade para essa população. Isso inclui a formação de professores em Libras e a oferta de suporte especializado, como intérpretes e tecnologias assistivas, para garantir que os estudantes surdos possam participar plenamente do processo educativo.

2. O texto destaca desafios relacionados à mobilidade urbana, como a falta de rampas e calçadas adequadas, e a dificuldade de acesso à educação para pessoas com deficiência mental. No contexto da educação de surdos, esses desafios podem incluir a falta de acessibilidade nas escolas, a ausência de materiais pedagógicos adaptados e a insuficiência de profissionais capacitados em Libras; isso impede que estudantes surdos tenham as mesmas oportunidades educacionais que os estudantes ouvintes.

3. A falta de rampas e de pisos táteis, por exemplo, representa uma barreira significativa para pessoas com deficiência, incluindo os surdos, que dependem de um ambiente acessível para se deslocar e participar plenamente da sociedade. Essas barreiras também podem afetar o acesso à educação, pois a dificuldade de locomoção até as instituições de ensino pode desestimular ou impedir a frequência regular de estudantes surdos, comprometendo seu processo educativo.

Linguagem em foco (p. 74)

1. O adjetivo essencial qualifica o investimento em publicidade como algo indispensável para ampliar as vendas das mercadorias produzidas durante a Revolução Industrial, indicando a sua importância no contexto econômico da época.

2. O adjetivo atual estabelece um contraste temporal entre as práticas publicitárias da época da Revolução Industrial e as práticas contemporâneas. Ele sugere que, embora as táticas de publicidade tenham evoluído, a necessidade de regulá-las, especialmente em relação às crianças, permanece relevante e é urgente na sociedade moderna.

4. O adjetivo abusiva é usado para qualificar a publicidade infantil como prejudicial e excessiva, sugerindo que ela ultrapassa os limites éticos e legais. Isso fortalece o argumento proposto no texto de que essa prática precisa ser regulamentada e controlada, especialmente para proteger as crianças.

5. Esse adjetivo descreve o tipo de educação que as crianças devem receber, com o objetivo de se tornarem capazes de tomar decisões responsáveis no futuro. Além disso, relaciona-se à medida que pode ser posta em prática pelo Estado: formar cidadãos que consumam de maneira consciente.

Produção de texto (p. 75 a 78)

#aquecimento (p. 75)

1.a) O adjetivo utilizado especifica o tipo de proibição, indicando que não se trata de uma proibição total, e sim de algo mais moderado. Isso mostra que a intervenção propõe uma medida equilibrada, que busca controlar, mas não eliminar completamente, os comerciais voltados ao público infantil.

1. b) Sim, pois, nesse caso, o adjetivo infantil apenas especifica o tipo de público ao qual se refere, sem acrescentar juízo de valor ou opinião a respeito dele.

1.c) Possibilidade de resposta com o adjetivo infantil. Relativo à infância: A nova série de livros foi cuidadosamente elaborada para o público infantil, com histórias educativas e ilustrações coloridas. Relativo à imaturidade ou a algo inadequado para adultos: O debate se tornou um verdadeiro espe-

táculo infantil, com os participantes discutindo de forma rasa e desorganizada, sem a profundidade esperada.

1. d) Sim, dependendo do contexto em que são empregados, os adjetivos podem apresentar sentidos diferentes e, portanto, interferir na coerência do texto.

2.a) Ele orienta o entendimento de que as ações sugeridas não podem ser negligenciadas. Nesse sentido, o adjetivo contribui para destacar a urgência e a importância das medidas, reforçando a seriedade da situação.

2.b) O adjetivo imenso contribui para intensificar a ideia de que as ações culturais coletivas possuem um significativo poder transformador. Ele foi inserido no elemento detalhamento da proposta de intervenção.

#naprática (p. 76 a 78)

De olho na linguagem (p. 78)

1.a) O hífen teria de ser duplicado na linha de baixo. Se uma palavra já apresenta hífen, em razão de ser composta ou de ser uma forma verbal seguida de pronome átono, e se o fim da linha coincide com o hífen, é necessário repeti-lo no início da linha abaixo.

Unidade 3 – Fatos, fontes e filtros

Abertura da unidade (p. 79)

4. Sim, o posicionamento é de crítica ao consumo de informações em excesso e de qualidade duvidosa. A obra e o título prenunciam, assim, os efeitos adversos do excesso de informação, os quais são discutidos na reportagem.

Fato e opinião

Leitura em pauta (p. 80 a 83)

3. As pessoas têm acessado cada vez mais as redes sociais como fonte de informação em detrimento dos sites e aplicativos da imprensa.

4.c) O outro dado do estudo indicado na notícia é a constatação de que dois terços dos entrevistados ouvem, com frequência, críticas à imprensa. O baixo índice de confiança dos brasileiros em notícias reflete, segundo a notícia, esse hábito de ouvir críticas frequentes à imprensa.

5. Eles resultam em queda no contato com notícias por intermédio dos meios impressos, como jornais e revistas. Dez anos antes do estudo, a preferência por esses meios era de 50%, ao passo que em 2023 (ano de divulgação do estudo) era de apenas 12%.

6 e 7. Resposta pessoal. Com base nos hábitos de informação dos estudantes e nos cenários descritos na notícia e no artigo de opinião, estimule a turma a refletir sobre os critérios a adotar no momento de escolher as fontes. O que é mais importante como critério: afinidades pessoais (visão de mundo, faixa etária, grupo social) ou o profissionalismo, a credibilidade da fonte? O que define a credibilidade de uma fonte? Também é oportuno discutir o impacto do imediatismo nesse contexto.

Checar a credibilidade de uma fonte pode demandar tempo, o que destoa do imediatismo diário, sobretudo na área da informação. Que consequências a pressa para se informar pode acarretar aos indivíduos e à sociedade?

10. a) A pesquisa constata “que, cada vez menos, as pessoas no mundo acessam notícias diretamente por sites e aplicativos, preferindo redes sociais como Instagram e TikTok””. Esse público, segundo a pesquisa, “costuma prestar mais atenção a celebridades, influenciadores e personalidades das redes sociais, em comparação a jornalistas profissionais”. Ou seja, dessa maneira, a pesquisa mostra que a informação é obtida sem a intermediação de jornalistas profissionais.

10.b) Intermediação é o trabalho realizado por profissionais da imprensa de consultar as fontes de informação e, após checagem, repassá-las ao público articuladas em um texto.

11.c) Essas afinidades vão ao encontro de nossas crenças pessoais, o que é problemático no contexto da informação, pois nem sempre a realidade é como desejamos. Além disso, profissionais da informação (jornalistas) têm conhecimento técnico para apurar e checar fatos, enquanto amadores, não.

13.b) Por meio da checagem e do pensamento crítico, com base nas perguntas a seguir. De onde veio essa informação? Ela é atual? É uma informação de segunda mão? Foi isso mesmo que saiu na fonte original? Quem é essa fonte? O que ela representa? Quais são seus interesses?

13. c) Os questionamentos levantados antes do consumo de informação devem nortear a alfabetização digital defendida na tese. Em outras palavras, não basta ter acesso à internet; é necessário, com base em perguntas como essas, entender como ela funciona.

Linguagem em foco (p. 84)

4.a) Ela critica, questiona, ao defender que não se deve confiar cegamente em tudo o que se recebe.

4. b) Não. Ela expressa a convicção de que não se deve confiar em tudo o que recebemos.

Produção de texto (p. 85 a 88)

#aquecimento (p. 85)

1.a) O trecho “Perda econômica da evasão é de R$ 215 bi, maior do que gasto para manter alunos na escola” apresenta um fato, pois se respalda em dados numéricos aferíveis, e otrecho “Não faz sentido” representa uma opinião, pois expressa o que a pesquisadora pensa sobre o assunto.

1.b) Não faz sentido o custo da evasão ser maior que o de manutenção dos estudantes na escola. Com essa frase, o efeito de sentido é de indignação diante dessa realidade, pois o prejuízo da evasão impacta toda a sociedade.

#naprática (p. 86 a 88)

De olho na linguagem (p. 88)

3. Desacompanhados dos agentes das ações que designam, esses substantivos enfatizam os atos de inventar a máquina de impressão em tipos móveis, imprimir em tipos móveis e popularizar as redes sociais.

Informações em diferentes formatos

Leitura em pauta (p. 89 a 93)

1. O problema é a queda do interesse pela leitura no Brasil, provocado pelo aumento do uso da internet e das redes sociais (causa). A possível solução para esse problema é a existência das bibliotecas comunitárias.

2. Na reportagem, enfatizam-se a perda de 4,6 milhões de leitores entre 2015 e 2019 e o aumento do uso da internet no tempo livre (de 47% para 66% no mesmo período). No contexto apresentado, o decréscimo no interesse pela leitura (problema discutido na reportagem) está relacionado ao aumento do interesse pela internet.

3. a) Sim, há um único dado positivo no gráfico mencionado: o aumento da porcentagem de leitores na faixa etária entre 5 e 10 anos (de 67% para 71%).

Integrando com Matemática (p. 94)

1.b) Ao contrário do que acontece no segundo gráfico, as espostas para a pergunta que norteia o primeiro não são excludentes, ou seja, um entrevistado pode, por exemplo, responder que em seu tempo livre gosta de acessar a internet e de assistir televisão. Isso implica uma grande combinação de respostas para totalizar os 100%, que é o propósito do formato de barras contíguas. As porcentagens por ano, no primeiro gráfico, representam a menção a determinado hábito de lazer, que não é, porém, uma opção exclusiva; por essa razão, se somadas, as porcentagens excedem 100%.

Leitura e uso de informações em textos multimodais para a construção da argumentação (p. 95)

Respostas possíveis: Proposta de ampliação e renovação do acervo de bibliotecas, embasada no índice de 26% de entrevistados que responderam “Ter mais livros ou títulos novos” e no índice de 20% de entrevistados que responderam “Ter títulos interessantes ou que me agradem” como razão para frequentar mais as bibliotecas. Proposta de ampliação de bibliotecas em espaços públicos com acesso a acervos de livros, embasada no índice de 19% de entrevistados que responderam “Ser mais próxima de casa ou de fácil acesso” como razão para frequentar mais as bibliotecas.

Linguagem em foco (p. 96)

1. a) No primeiro depoimento, usa-se o discurso indireto ao se relatar o que o estudante prefere fazer em seu tempo livre. No segundo depoimento, escrito com o uso do discurso direto, é apresentada a leitura mais recente do jovem.

1. b) A forma verbal conta refere-se ao primeiro depoimento, enquanto afirma diz respeito ao segundo.

1.c) O segundo, em discurso direto, pois apresenta a fala do entrevistado sem intermediação da repórter.

3. a) O professor demonstra em sua fala estar muito contente pelo fato de ter incentivado um dos estudantes para quem leciona a descobrir o gosto pela leitura.

Produção de texto (p. 97 a 99)

#aquecimento (p. 97)

1.b) Ao usar no intertítulo expressões derivadas de uma citação, a repórter endossa a opinião da fonte entrevistada de que o futuro e o presente do livro estão nas bibliotecas comunitárias. Como a fonte é uma escolha da repórter, a citação contribui para legitimar um ponto de vista dessa profissional sobre o contexto que está sendo apresentado.

#naprática (p. 98 e 99)

O mundo e eu – Comunidades do livro (p. 99)

2. Possibilidade de resposta: Um grupo de pessoas pode buscar apoio junto a órgãos públicos, como Secretarias Municipais de Cultura e de Educação, e a entidades sem fins lucrativos, como associações de moradores.

A utilização produtiva das informações

Leitura em pauta (p. 100 a 103)

1. b) Com essa influência, o critério para o compartilhamento de notícias não é sua veracidade, mas seu alinhamento com crenças e emoções pessoais.

1.c) A notícia só interessa se estiver alinhada com crenças e emoções pessoais do leitor.

2. Espera-se que os estudantes compreendam que a transformação de pós-verdade em verbete e sua eleição como palavra do ano fizeram com que a entrevistada percebesse que o uso e a força de informações falsas extrapolavam os âmbitos político e jornalístico.

3.a) Ao dar o título Como sair das bolhas para seu livro, Pollyana relaciona as bolhas ao fenômeno da pós-verdade. Ao reunir pessoas que pensam da mesma maneira, as bolhas consomem e difundem conteúdos que vão ao encontro de emoções e interesses pessoais em detrimento de fatos objetivos, justamente o cerne da definição de pós-verdade.

3.b) Para sair das bolhas, Pollyana Ferreira propõe transitar em grupos diferentes e consumir conteúdo da grande mídia.

4.a) A entrevista assume um viés propositivo em relação ao título do livro, pois presume-se que a entrevista vai ao menos discutir respostas a essa pergunta, ou seja, respostas que indicam como sair das bolhas.

5. a) O sentido da palavra pulverização no contexto do trecho indicado do texto é o de disseminar informações impulsivamente, sem checagem. O sentido é negativo, pois a pulverização faz com que a apuração e a checagem da informação, consideradas práticas fundamentais no jornalismo, sejam perdidas, o que pode resultar na circulação de conteúdos infundados e mal-intencionados.

5.b) Nesse trecho, a proposta implícita de combate à desinformação é a de consultar veículos da grande mídia, pois, independentemente da linha editorial adotada, seguem ações profissionais de tratamento da informação, como checagem e apuração.

6.b) No contexto de que algoritmos fortalecem as bolhas, a relação entre usuário e os algoritmos é passiva. Com base na preferência do usuário, o algoritmo produz conteúdo sob me-

dida, de modo que o usuário é induzido a consumir e a difundir somente conteúdos com que já tem contato, ficando preso na “bolha”. É a situação descrita pela entrevistada como ficar “na mão da plataforma”.

7. Pollyana Ferreira sustenta que as fake news não são um fenômeno recente, citando em sua pesquisa relatos e resumos de jornais falsos desde a Roma antiga e mencionando obras de Orson Welles que tratam do tema. No entanto, ela destaca que a novidade atual está na escala sem precedentes, impulsionada pela existência e disseminação por meio das redes sociais.

8. Ao citar o linchamento de Fabiane de Jesus e a tentativa de difamar a vereadora assassinada Marielle Franco, a entrevistada alerta sobre os graves riscos da disseminação de fake news, que podem manipular a opinião pública e causar danos irreparáveis. Assim, espera-se que os estudantes reconheçam a gravidade desses casos como base para sustentar a ideia de que a divulgação de fake news é perigosa. Eles também podem sugerir outros exemplos de danos causados por fake news em áreas como entretenimento, esporte ou política.

Eu e o mundo – Bolhas (p. 103)

1. Grupos criados por afinidades tornam-se bolhas quando ignoram a realidade que está além desse grupo, ou seja, quando as afinidades amparam uma visão de mundo que é tomada pelos integrantes do grupo como a única possível.

2. Ao discutir o perigo das bolhas sociais, espera-se que os estudantes reflitam sobre momentos em que conviveram apenas com opiniões semelhantes, limitando seu pensamento crítico e diálogo. Espera-se que os estudantes explorem tanto o conforto dessas situações quanto os impactos negativos para o crescimento pessoal e social. O objetivo é que os estudantes reconheçam a importância de se abrir para diferentes perspectivas e desenvolver uma postura crítica.

Linguagem em foco (p. 104)

1. A relação é de causa e consequência, na medida em que o comportamento das bolhas favorece o consumo e a disseminação de notícias falsas.

4. Na versão reescrita, a proposta de intervenção está mais clara e objetiva. Isso ocorre nessa versão porque, em primeiro lugar, a ação é proposta de modo inequívoco (proposição denotada pela forma verbal deve) e, em segundo lugar, seu efeito é descrito.

Produção de texto (p. 105 a 107)

#aquecimento (p. 105)

1.b) Respostas possíveis: Esse Projeto de Lei é fundamental para que se possa responsabilizar as big techs pela disseminação de notícias falsas. / Barrar esse Projeto de Lei é necessário para que se possa preservar a livre manifestação de ideias nas redes sociais.

2.a) O sentido expresso por essa forma verbal é de vontade, desejo. Toda proposta de intervenção expressa um desejo, uma sugestão, portanto o uso do modo subjuntivo convém a esse propósito.

2.b) Resposta possível: Para uma sociedade mais democrática e tolerante, seria fundamental que os cidadãos convivessem e discutissem não só com seus pares, mas, principalmente, com aqueles que pensam de modos diferentes.

Unidade

4 – Olhares sobre a saúde

Abertura da unidade (p. 108)

1. a) As construções representadas no grafite fazem referências às moradias, às escadarias, ao comércio e aos locais da própria comunidade.

1.c) O uso de cores vibrantes e de tons coloridos remete à sensação de vitalidade, de uma ação intensa e potente em uma comunidade alegre e entusiasmada.

2. A palavra saúde e a expressão pratique esporte conectam-se diretamente à ideia de vida saudável. Já o termo chegada, relaciona-se à ideia de atingir um objetivo, de algo a se conquistar. A palavra paz conecta-se a um estado de tranquilidade, de vida em harmonia. Nesse caso, as palavras e a expressão relacionam-se com o sentido da promoção de bem-estar físico e mental.

Tabagismo e adolescência

Leitura em pauta (p. 109 a 112)

1. O foco da notícia é a divulgação dos dados publicados por uma pesquisa sobre o consumo de cigarros eletrônicos realizada pela Vigilância Sanitária da Secretaria de Saúde de São Paulo em conjunto com o Instituto do Coração e o Laboratório de Toxicologia da Universidade de São Paulo.

2.a) Trata-se do fato de os cigarros eletrônicos provocarem níveis de intoxicação mais altos do que os do cigarro convencional. Pode-se notar que essa informação é a central porque ela aparece em destaque no título e no subtítulo da notícia, além de ser a primeira a ser expressa na fala de Jaqueline Scholz, médica diretora do Núcleo de Tabagismo do Incor e coordenadora da pesquisa.

2. b) A informação complementar é a de que, anteriormente à publicação da notícia, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária havia mantido a proibição de cigarros eletrônicos no Brasil.

3. b) A relação entre tais elementos está no fato de que essa porcentagem de usuários da população brasileira desenvolveu dependência desse produto, causando prejuízos à própria saúde e à saúde das pessoas ao redor.

3.c) Essa relação não é construída explicitamente, por meio de algum conectivo ou termo que relacione o dado à fala da médica. Porém, o leitor pode estabelecer a conexão entre os dados por eles estarem próximos e fazerem referência ao mesmo tema.

5.a) Os problemas dizem respeito à intoxicação por nicotina, à falta de conhecimento dos jovens sobre a dependência dessa substância, ao desconhecimento de legislação relativa ao uso de cigarros em ambientes fechados, à dificuldade de cessar o uso de cigarros eletrônicos, às substâncias contidas

nesses dispositivos e ao modo como as pessoas ao redor do fumante são afetadas.

5.b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam afirmativamente, pois os gráficos indicam uma porcentagem alta de jovens entre 18 e 24 anos (23,9%) que usaram ao menos uma vez cigarros eletrônicos, com a probabilidade de parte deles se tornarem usuários contínuos desses dispositivos. Além disso, cerca de 3% da população brasileira faz uso de cigarro eletrônico diariamente ou de forma eventual, o que pode acarretar, nessas pessoas e nas que estão no entorno, problemas de saúde relacionados a esse uso.

6.b) Ao evidenciar esse número e o nome das instituições, favorece-se a legitimidade do estudo e dos dados apresentados, revelando transparência sobre a pesquisa realizada e sobre a notícia divulgada.

7.a) A pesquisa revela que os níveis de nicotina nos usuários de cigarro eletrônico são de três a seis vezes maiores do que os encontrados nos fumantes de cigarros convencionais. Também se menciona que há duas vezes mais chance de um usuário de cigarro eletrônico ter um infarto ou um acidente vascular cerebral em comparação com um usuário de cigarro convencional com filtro.

7.b) As informações foram inseridas no texto da notícia por meio da elaboração do próprio jornalista e, também, pela transcrição da fala da médica Jaqueline Scholz.

7.c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes constatem que todas essas referências conferem alta confiança e ampla relevância ao fato noticiado, pois envolvem instituições voltadas ao trabalho científico e indicam parâmetros claros em relação à pesquisa realizada.

Integrando com Ciências da Natureza (p. 113)

1.a) Essas informações fazem referência às partes que compõem o cigarro eletrônico: bateria, atomizador e cartucho.

1. b) A parte intitulada “Bateria” conecta-se ao que está indicado em “Ao acender”; a parte “Atomizador” está conectada ao texto presente em “Ao tragar”; e “Cartucho” está conectada ao explicado em “A fumaça”.

2.b) Essa escolha foi motivada, provavelmente, porque se trata da substância que provoca dependência no usuário, a nicotina, e das que são causadoras de danos à saúde, como os diluentes.

Linguagem em foco (p. 114)

3.a) O sujeito agente da ação é o elemento em destaque. No caso da oração em que há uso de voz ativa, o sujeito é “o estudo”.

3. b) Sim, esse destaque é relevante, pois dá ênfase ao termo “estudo”, com base no qual se informa que a intoxicação por nicotina de quem usa o cigarro eletrônico é tão alta quanto (ou até pior) a dos usuários do cigarro tradicional, ressaltando, portanto, a fonte de onde a informação foi retirada.

Produção de texto (p. 115 a 118)

#naprática (p. 116 a 118)

O mundo e eu – Políticas públicas e promoção da saúde (p. 117)

1. Resposta possível: A problemática envolvendo o tabagismo e o cigarro eletrônico relaciona-se diretamente com as políticas públicas de saúde, pois há conexão direta entre o uso desses dispositivos e o impacto na saúde e no bem-estar das pessoas.

2. Resposta possível: Embora existam políticas públicas para a saúde e elas consigam repercutir junto à população, como se pode comprovar com dados sobre campanhas de vacinação, atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS), entre outros, há inúmeros problemas sociais que demandam maior efetividade dessas políticas. São muitos os desafios a ser superados para que haja com efeito um atendimento universal de acordo com as necessidades da população brasileira.

Conexões entre alimentação saudável e saúde

Leitura em pauta (p. 119 a 123)

3.b) Ao tratar do consumo de alimentos ultraprocessados e dos impactos que estes causam na saúde, o texto divulga informações sobre práticas alimentares a ser evitadas, complementando as informações e orientações presentes no Texto 1

4.b) Os alimentos ultraprocessados são produzidos a partir de componentes ou substâncias oriundas de alimentos naturais, mas passam por processamento industrial e a eles são adicionados agentes químicos. Os alimentos processados ou minimamente processados são alimentos integrais cozidos ou fermentados, com adição de dois ou três ingredientes.

5. a) Em estudo realizado por um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), concluiu-se que a redução no consumo de ultraprocessados poderia prevenir de 10% a 20% das mortes prematuras de adultos entre 30 e 69 anos. A outra pesquisa, publicada no American Journal of Preventive Medicine, concluiu que um aumento de 10% no consumo de ultraprocessados aumenta o risco de demência em pessoas mais velhas.

5.b) Ao inserir os resultados obtidos nas duas pesquisas mencionadas, legitima-se o problema tratado no artigo de opinião: o consumo de ultraprocessados tem impacto negativo na saúde das pessoas.

7.b) Predominam as sequências expositivas. Espera-se que os estudantes observem a predominância dessa sequência, pois na maior parte do texto há explicações sobre otema tratado.

8.b) Espera-se que os estudantes infiram que, apesar de o documento apresentar várias informações e explicações, ele tem como propósito principal gerar ações nos interlocutores, em especial nos agentes públicos, com a finalidade de construir políticas que contemplem a visão indicada no Marco de Referência

8.c) Sim, pois, embora as partes analisadas do documento sejam prioritariamente estruturadas em sequências expositivas, ele busca uma mudança de atitude do interlocutor por meio da implementação de políticas que levem em consideração as explicações nele contidas. Portanto, a argumentação perpassa o documento.

9.a) Há predominância de sequências expositivas, como é possível perceber na apresentação das estatísticas, nas explicações sobre o processamento dos alimentos, na indicação de dois estudos sobre o tema e dos resultados por eles obtidos, além das informações acerca de como os alimentos ultraprocessados interagem com o organismo humano.

9.c) Apesar de o texto ser predominantemente estruturado em sequências expositivas, as explicações apresentadas estão a serviço da argumentação e voltam-se à comprovação do problema abordado no artigo de opinião. Além disso, no último parágrafo do texto há uma sequência prioritariamente argumentativa, de modo a efetivar o posicionamento do articulista.

Produção de texto (p. 125 a 127)

#aquecimento (p. 125)

3. O uso dessa locução promove a ideia de prioridade, de que, antes da tomada de algumas ações, é necessário haver consenso sobre o que é alimentar-se corretamente, indicando um ponto de vista da articulista.

4. Possibilidade de resposta: Ao discutirmos como melhorar os padrões de alimentação de uma população, uma das primeiras ideias que vem à cabeça é educação nutricional. Inicialmente, quando falamos em ensinar as pessoas a comer, precisamos primeiro estar de acordo com o que significa comer adequadamente. A regra básica da boa alimentação é variedade e moderação, mas educação nutricional é um conceito mais amplo.

O papel da educação nutricional é possibilitar a autonomia nas escolhas alimentares, fornecendo uma compreensão abrangente de todos os alimentos dentro do contexto de uma dieta balanceada. Trata-se de incluir, não excluir, e reconhecer as necessidades únicas e variadas de cada indivíduo. Quando as pessoas são capacitadas com conhecimentos e habilidades, elas podem navegar pelo cenário diversificado de escolhas alimentares com confiança e prazer, levando a melhores resultados e a um aperfeiçoamento na relação com os alimentos. [...]

Escolhas alimentares são decisões que indivíduos e famílias fazem sobre o que e como comer. Elas são influenciadas por fatores conscientes e inconscientes, e dependem da disponibilidade e acessibilidade dos alimentos, especialmente para pessoas de baixa e média renda. Mesmo com limitações, as preferências pessoais guiam como as pessoas comem. Fatores como custo, sabor, conveniência e saúde são importantes, mas são os valores culturais, em maior intensidade, que efetivamente definem como as pessoas decidem sobre sua alimentação. Esses valores incluem necessidades biológicas, interações sociais e a sobrevivência da civilização e são universais em todas as sociedades.

#naprática (p. 126 e 127)

O mundo e eu – Insegurança alimentar (p. 126)

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que a desigualdade e a vulnerabilidade social comprometem a qualidade alimentar e nutricional da população e que as políticas públicas voltadas a esse tema, para serem efetivas, precisam estar articuladas a demandas sociais.

Comportamento de risco: álcool e suas consequências

Leitura em pauta (p. 128 a 131)

1.b) Etilômetro é o aparelho com que se mede a concentração de álcool no sangue de uma pessoa; também conhecido como bafômetro.

1.c) A Lei no 11.705/2008, também chamada de Lei Seca, ou Lei de Alcoolemia Zero, tem como objetivo inibir oconsumo de bebida alcoólica por condutor de veículo automotor, conforme divulgado no portal eletrônico da Câmara dos Deputados. A ementa da lei e dados relativos à sua publicação podem ser encontrados em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2008/lei-11705 -19-junho-2008-576771-norma-pl.html. E o texto da lei na íntegra está disponível em: https://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11705.htm. Acesso em: 3 nov. 2024.

1.d) Na propaganda, faz-se um alerta à população sobre o crime de dirigir alcoolizado e sobre o fato de que isso pode resultar em prisão. O primeiro texto da coletânea tem justamente o objetivo de informar sobre a criação da Lei no 11.705/2008, conhecida como Lei Seca.

1.e) Todos os dados mostram-se favoráveis à criação da Lei Seca, indicando que a implementação dessa legislação provocou redução de atendimentos hospitalares, de vítimas em acidentes no Grande Rio e de vítimas fatais na média nacional. Também se revela que 97% da população aprovou o uso de bafômetros.

2. Resposta pessoal. Ao apresentar uma ideia sobre uma ação desenvolvida para inibir o uso de álcool combinado à direção de automóveis, o texto estimula a busca por alternativas que também possam auxiliar nesse sentido. Essas ideias podem se transformar em propostas de intervenção a ser desenvolvidas na redação do Enem.

3. A primeira frase traz uma afirmação sobre a relação entre consumo de álcool e direção, enquanto a segunda faz referência à Lei Seca e seus objetivos; na terceira, é desenvolvida a tese da necessidade de maior fiscalização de aplicação da lei, pois muitas pessoas, movidas pela convicção da impunidade, continuam a beber e dirigir.

4. a) No desenvolvimento da redação, explica-se que o álcool é uma droga neurodepressora, que altera a capacidade de raciocínio, reflexo e coordenação motora.

4.d) Na tese, a autora da redação indica a necessidade de haver maior fiscalização no tocante à aplicação da Lei Seca. Nesse caso, a proposta que se conecta diretamente à tese é a de que o Estado deveria destinar mais verbas à fiscali-

zação e ter mais policiais equipados com etilômetros nas vias públicas.

5.a) Há desvio em relação à inserção de vírgula em: “Apesar de já mostrar alguns resultados, a lei demanda maior fiscalização, pois, é preciso eliminar a habitual certeza de impunidade que há no país.”. O desvio se deu, pois não se deve utilizar vírgula após a conjunção, exceto em situações em que se pretende obter algum efeito de sentido específico, o que também não parece ser a intenção.

5.b) Na frase “Apesar de já implantada a Lei Seca ainda não atingiu o seu potencial.”, há ausência de vírgula após a oração adverbial reduzida “Apesar de já implantada”. Trata-se de um desvio, pois, de acordo com a norma-padrão, indica-se com vírgula a oração adverbial deslocada.

5.c) Espera-se que os estudantes percebam que a partícula está sendo indevidamente aplicado com o verbo fazer no trecho “Também fazem-se necessários investimentos em palestras públicas...”. O verbo fazer não pode ser utilizado com a partícula quando tem o sentido de existência, necessidade ou ocorrência. As alternativas possíveis de reescrita são: “Também são necessários investimentos...”, ou “Também se requerem investimentos”.

6.a) Espera-se que os estudantes tenham compreendido que, para Hobbes, é necessária a existência de instituições que regulem o comportamento e as ações humanos, pois o estado natural das pessoas é um risco à própria espécie.

6.c) Na conclusão da redação, é citada a conhecida frase atribuída a Hobbes, de que “o homem é o lobo do homem”, indicando que as ações humanas, se não reguladas por instituições, geram prejuízos ao próprio ser humano. No título da redação, “O volante, o lobo do homem”, a autora faz um trocadilho com a frase de Hobbes para indicar que o ato de dirigir, associado à condução de automóveis, ato representado pela menção ao volante, pode ser maléfico.

6.d) Ao fazer essas referências, busca-se legitimar os argumentos desenvolvidos na redação, além de articular as partes do texto: a autora o inicia com a referência à frase de Hobbes no título, explica o conceito no desenvolvimento e retoma essa ideia no parágrafo final.

7. b) O argumento mobilizado, relacionado à ideia de Hobbes de que as ações humanas precisam ser reguladas por instituições, conecta diretamente à tese apresentada pela autora, que defende a necessidade de maior fiscalização para que a Lei Seca seja, de fato, cumprida.

7. c) A participante contemplou as competências 2 e 3, pois agregou ao seu texto informações de outra área do conhecimento, neste caso das Ciências Humanas, para desenvolver o tema da redação. Além disso, relacionou, organizou e interpretou a ideia elaborada por Hobbes, aplicando-a ao tema solicitado, de forma a defender o ponto de vista exposto na tese.

Integrando com Filosofia (p. 132)

2. A figura de um rei, com todos os seus ornamentos, segurando um cetro.

3. a) Na resenha, indica-se que a ideia defendida por Hobbes é a de pacto: a sociedade disponibilizaria todos os direitos na-

turais, ou seja, o conjunto de normas e direitos que nascem incorporados ao homem, a um ser humano ou a um conjunto de pessoas que deteria o poder e a quem recairia a responsabilidade de defender os interesses do grupo.

3. b) Na capa da obra, a representação do rei, cercado de elementos que remetem ao poder – coroa, manto, cetro –, faz referência à ideia de alguém que detém autoridade sobre determinado território e a quem cabe, por essa razão, conduzir e normatizar as relações humanas.

Linguagem em foco (p. 133)

1.b) A conjunção e estabelece a conexão entre os termos mencionados, expressando o sentido de adição.

1.c) A conjunção e é usada para introduzir a informação de que, coibindo a associação entre álcool e direção, haverá redução no número de mortes causadas por essa conjuntura.

3.a) A ideia apresentada, baseada no pensamento de Thomas Hobbes, diz respeito à existência de instituições que regulamentem as ações humanas com a finalidade de evitar o caos e o fim da própria humanidade.

Produção de texto (p. 134 a 137)

#aquecimento (p. 134)

1.a) A conjunção para pode ser substituída por outras conjunções ou locuções conjuntivas, como a fim de e de modo, já a repetição da conjunção e pode ser evitada reformulando a frase em que ela está inserida. Por exemplo: Também fazem-se necessários investimentos em palestras públicas que mostrem a realidade bem como o sofrimento [...]; Também fazem-se necessários investimentos em palestras públicas que mostrem tanto a realidade como o sofrimento [...].

1. c) Como esse é o parágrafo de conclusão do texto, espera-se que se utilize uma conjunção que retome o que foi tratado ao longo da redação; a conjunção conformativa como exerce essa função. Também se espera que haja um fechamento das ideias apresentadas ao longo do texto; a conjunção portanto é um marcador de conclusão.

2. Resposta possível: Apesar de já implantada, a Lei Seca ainda não atingiu o seu potencial. É preciso que haja um compartilhamento de responsabilidades entre Estado e sociedade para que os objetivos dessa lei sejam alcançados com maior eficácia. O Estado precisa destinar mais verbas à fiscalização, colocar mais policiais equipados com etilômetros nas vias a fim de que os transgressores da lei sejam devidamente punidos. Também se fazem necessários investimentos em palestras públicas que mostrem a realidade e o sofrimento de famílias que perderam entes em acidentes relacionados ao uso de álcool, além de relatos de sobreviventes cujas sequelas trouxeram dificuldades crônicas para suas vidas. A Educação no Trânsito deveria ser inserida na grade curricular obrigatória das escolas, de modo que crianças e adolescentes tenham contato com as responsabilidades as quais é preciso ter como motorista, passageiro, ciclista ou pedestre e consciência delas. Conforme dizia Hobbes, “o homem é o lobo do homem”. Dessa forma, a Lei Seca é um mecanismo essencial para que o homem não se torne, ao mesmo tempo, predador e presa de sua própria espécie.

#naprática (p. 134 a 137)

O mundo e eu – Compromisso social e valorização da vida (p. 136)

1. Resposta pessoal. Possibilidade de resposta: A legislação (e consequentemente seu cumprimento) é uma ferramenta muito importante para regular a vida em sociedade. Em adição, a formação cidadã pode auxiliar na promoção de uma sociedade em que haja maior preocupação e cuidado entre as pessoas, de forma a desenvolver relações mais empáticas, saudáveis e pautadas no respeito mútuo. Nesse sentido, políticas públicas que favoreçam essa abordagem, em escolas e em outros espaços educacionais e culturais, podem contribuir para a formação de uma sociedade menos violenta e mais acolhedora, possibilitando a redução de pessoas que colocam a si mesmas e os outros em situação de risco.

Unidade 5 – Saberes sobre a natureza

Consumo e sustentabilidade

Leitura em pauta (p. 140 a 144)

1.b) A carta é destinada à sociedade brasileira. Embora se mencione o nome da relatora do projeto de alteração do Código da Mineração, o texto se volta diretamente à população com o intuito de alertar a todos sobre os perigos do projeto.

2. Segundo a tese, o Novo Código da Mineração é problemático porque atende aos interesses das mineradoras em detrimento dos interesses da sociedade e dos impactos da mineração ao meio ambiente. Dado seu caráter federal, o Código impacta toda a sociedade brasileira. Desse modo, convém que a carta seja pública.

5. b) O efeito de sentido gerado é o de que o eu lírico se inclui na parcela da sociedade brasileira historicamente responsável por tomar terras dos povos originários.

7.a) Para o eu lírico, a riqueza do vale onde está a serra é a contemplação. Já, para a mineradora, trata-se de uma riqueza material, associada aos minérios existentes no lugar.

9.a) Esse trecho se opõe à ideia citada no Novo Código da Mineração de que a mineração é uma “atividade de utilidade pública, de interesse social, de interesse nacional e essencial à vida humana”.

9. b) O princípio de que “a mineração é nociva a qualquer forma de produção das condições materiais de vida dos grupos sociais afetados”.

9.d) Seriam informações importantes para caracterizar os dois desastres ambientais mencionados na carta aberta: a causa, quando ocorreram, a área atingida, o número de vítimas fatais e de pessoas desalojadas e dados sobre o impacto ambiental deles decorrente.

9.e) A falta de informações sobre os fatos ocorridos impacta negativamente a argumentação, pois, sem dimensionar a gravidade das tragédias, os exemplos ficam rasos, frágeis.

Comente com os estudantes que as tragédias de Brumadinho e de Mariana podem não ter sido minimamente caracterizadas na carta em razão de serem recentes na data de produção da carta e, desse modo, a gravidade já seria do conhecimento do leitor em geral e seria facilmente lembrada pelos brasileiros. Contudo, reforce que a descrição dos fatos tem relevância ao contexto da escrita porque, considerando que a carta é destinada a toda a população brasileira, certamente haveria pessoas nesse grupo com pouco conhecimento ou até desconhecimento de alguns fatos concernentes às tragédias, até mesmo pela incompletude de sua divulgação pela mídia. 9. g) Espera-se que os estudantes insiram as informações de modo que os acidentes de Brumadinho e de Mariana fiquem bem caracterizados, mas sem alongar muito o texto. O objetivo é que as informações inseridas pelos estudantes no trecho sejam eficientes para dimensionar a gravidade dos acidentes. Verifique se eles identificam que o ideal é apresentar essas informações após a primeira frase do trecho.

Eu e o mundo – Natureza e memória

afetiva (p. 144)

1. Resposta pessoal. Caso os estudantes não tenham exemplo pessoal a citar, pergunte-lhes se algum familiar ou amigo tem memórias ligadas à natureza.

2. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a comparar a paisagem que eles guardam na memória com a que se configura na atualidade.

Linguagem em foco (p. 145)

5.a) Ela apresenta a parcela de pessoas dispostas a pagar mais por um produto sustentável.

6. a) Ela se relaciona às decisões de compra dos participantes da pesquisa.

6.b) Ela apresenta as diferentes motivações que levam os participantes a comprar.

Produção de texto (p. 146 a 148)

#aquecimento (p. 146)

2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que a grande disparidade dos índices (3% no Brasil e 99% na Suíça) contribui para a comprovação de que o índice de reciclagem na cidade de Campo Grande (2%) é irrisório. Sugestão de resposta: De acordo com a International Solid Waste Association (ISWA), associação não governamental que acompanha a gestão dos resíduos no mundo, o Brasil recicla apenas 4% dos resíduos sólidos que produz. O índice é quatro vezes menor do que o de países com mesmo grau de desenvolvimento econômico, como Chile, Argentina, África do Sul e Turquia. Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/ noticia/2022-06/indice-de-reciclagem-no-brasil-e-de-4 -diz-abrelpe. Acesso em: 13 ago. 2024.

3. Sugestão de resposta: De acordo com a International Solid Waste Association (ISWA), associação não governamental que acompanha a gestão dos resíduos no mundo, o Brasil recicla apenas 4% dos resíduos sólidos que produz. O índice é quatro vezes menor do que o de países com mesmo grau de desenvolvimento econômico, como Chile, Argentina, África do

Sul e Turquia. Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/ noticia/2022-06/indice-de-reciclagem-no-brasil-e-de-4 -diz-abrelpe. Acesso em: 13 ago. 2024.

Lixo, resíduos e meio ambiente

Leitura em pauta (p. 149 a 152)

4. b) De acordo com o texto, a ineficiência dessas campanhas deve-se ao público-alvo. Ao propor que elas sejam destinadas, sobretudo, às crianças, a autora deixa implícito no texto que o público-alvo de outras faixas etárias é mais resistente à conscientização.

5.a) O outro benefício da solução apresentada no texto é de ordem social, pois pessoas que não têm condições de adquirir equipamentos eletrônicos poderiam ser beneficiadas com equipamentos recondicionados.

6.d) Essa definição poderia chamar atenção do leitor para os danos à saúde causados pelo descarte irregular de lixo eletrônico, em razão de mencionar a presença, nesse tipo de lixo, de mercúrio e chumbo, duas substâncias altamente tóxicas.

Integrando com Biologia (p. 152)

Resposta possível: Bioacumulação é o acúmulo progressivo de um contaminante em um ser vivo ao longo do tempo. Biomagnificação é o aumento progressivo de um contaminante ao longo da cadeia alimentar: quanto maior o nível trófico (também conhecido como nível alimentar), maior a concentração do contaminante.

Linguagem em foco (p. 153)

O que justifica a combinação é a fluidez da leitura. Se a quantidade estivesse expressa apenas por algarismos, o número não seria lido com a mesma fluência.

O objetivo é dimensionar o problema da tímida reciclagem de resíduos sólidos no Brasil diante de um número significativo de lixo gerado.

Os numerais ordinais relacionados ao cardinal três são primeiro, segundo e terceiro.

O objetivo é o de explicar, seguindo uma ordem, cada uma das três consequências do problema discutido.

Produção de texto (p. 154 a 157)

#aquecimento (p. 154)

1. Possibilidade de resposta: A quarta consequência está relacionada com infestações e pragas, uma vez que o lixo descartado indevidamente atrai ratos e insetos que podem se proliferar e transmitir doenças à população. Ou: Em quarto lugar estão infestações e pragas [...].

3. Com base na comparação dos dados da pesquisa com os do artigo de opinião, pode-se afirmar que a reciclagem está em expansão no Brasil, ou seja, está “decolando”. Menciona-se no artigo que, em 2017, 40,9% dos resíduos sólidos urbanos eram descartados inadequadamente. Já em 2022, esse número caiu para aproximadamente 7%, o que indica melhora significativa do índice de reciclagem no país.

#naprática (p. 155 a 157)

O mundo e eu – Coleta seletiva (p. 156)

1. Resposta possível: Em geral, as prefeituras dispõem de canais de comunicação (telefone, site, e-mail) disponíveis aos munícipes, por meio dos quais é possível solicitar a coleta seletiva. A responsabilidade por esse tipo de coleta costuma ser compartilhada por vários órgãos municipais, mas é tarefa, sobretudo, das secretarias do Meio Ambiente e de Obras. Para embasar a solicitação, os estudantes podem citar dados apresentados nos textos lidos e outros mais específicos da realidade do município, por exemplo: o descarte irregular de lixo eletrônico polui o meio ambiente, contaminando, por exemplo, o solo e a água, o que prejudica o próprio homem que o descarta. No que diz respeito ao lixo comum, como plásticos e alumínio, por exemplo, o seu direcionamento correto, além de não gerar acúmulo em aterros e lixões, ou acabar em rios e mares (no caso de o descarte acontecer em córregos, por exemplo), pode gerar renda para famílias que o coletam e vendem para lugares onde ocorre a reciclagem (ou que trabalham em usinas de reciclagem).

2. Resposta possível: Se não houver coleta seletiva na escola, pode ser feito um pedido de verbas para a compra de lixeiras de coleta seletiva e a produção de cartazes com orientações para o descarte correto do lixo. Se isso não for viável, podem ser comprados adesivos para que os estudantes identifiquem as lixeiras existentes na escola. Se a coleta seletiva já tiver sido implementada, é importante identificar falhas, por exemplo, se o lixo é descartado incorretamente, se isso ocorre na escola como um todo ou em áreas e horários específicos. Cartazes com orientações podem ajudar a solucionar esse problema. Outro recurso são palestras e seminários abertos à comunidade escolar.

Natureza

e ação humana

Leitura em pauta (p. 158 a 161)

1. O terceiro item inibe a cópia de trechos dos textos motivadores, uma vez que se informa que o conteúdo deles será desconsiderado da contagem total de linhas da redação. Essa inibição indica que os textos motivadores devem ser usados como inspiração e como deflagradores de ideias e contextos, e não como conteúdo a ser reproduzido na redação.

2. b) Esse texto motivador contribui para alargar o tema, pois informa que há 26 povos tradicionais reconhecidos oficialmente, além de muitos outros que ainda não foram incluídos na legislação.

2. c) O primeiro texto contribui para combater o senso comum sobre os povos tradicionais brasileiros, expandindo o olhar do leitor no tocante ao reconhecimento desses povos.

5. No primeiro parágrafo, a autora identifica o problema geral, que é a “persistência de desafios à valorização” dos povos nativos brasileiros. No terceiro parágrafo, ela se concentra em um desses desafios, no caso, a falta de representantes desses povos no poder público, que é o problema em foco na redação.

6.a) A referência ao Iphan está relacionada à ideia da fundamentalidade dos povos tradicionais como detentores de pluralidade histórica e cultural. A expressão coesiva que estabelece essa relação é “nesse sentido”.

6.c) Resposta pessoal. No entanto, espera-se que os estudantes reconheçam a força persuasiva decorrente da mobilização de uma instituição renomada para defender essa ideia.

7.a) Fica implícita a ideia de que representantes diretos de um grupo ou povo têm mais condições de reivindicar o atendimento a seus interesses na medida em que conhecem mais profundamente a própria realidade e, como resultado disso, suas necessidades.

8.a) As missões jesuíticas implementadas durante o Brasil Colônia são um dos exemplos históricos mais representativos da coerção a que povos originários foram submetidos, tendo em vista sua amplitude e sua natureza etnocêntrica, que visava impor o catolicismo aos indígenas.

8. c) É possível depreender que, mesmo passados aproximadamente 500 anos desde as missões jesuíticas, o Brasil não soube resolver a contento o problema da valorização dos povos originários. Com isso, a autora da redação reforça a gravidade do problema apontado por ela.

8.d) Podem ser apontados como fatores o espaço restrito para a produção da redação (até 30 linhas) e, sobretudo, o fato de as missões jesuíticas serem de amplo conhecimento dos avaliadores e de parte considerável da sociedade.

9. Resposta possível: Pode-se apontar como um dos marcos iniciais da violência contra os povos originários no Brasil as expedições conduzidas pelos bandeirantes, que, em busca de metais preciosos e da expansão do território colonizado, dizimaram grande parte dessa população nativa entre os séculos XVI e XVIII.

Integrando com História (p. 162 e 163)

Eu e o mundo – Revisionismo histórico (p. 163)

1. Para catequizar os indígenas guarani, era fundamental comunicar-se com eles, razão pela qual se fez necessário o estudo do tupi, língua falada por esse povo.

3. Resposta pessoal. O caso específico dos bandeirantes ilustra como um momento histórico pode levar à reinterpretação do passado. Segundo a pesquisadora Thabata Dias Haynal, da Universidade de São Paulo (USP), os bandeirantes não eram considerados heróis no século XVII: “A valorização dos bandeirantes que surgiu de lá para cá, em específico no começo do século 20, se deve ao modernismo brasileiro, em um contexto de exaltação de São Paulo dentro do cenário nacional”. Disponível em: https://jornal.usp.br/diversidade/entre-a-homenagem -e-a-agressao-pesquisa-analisamonumentos -polemicos-de-sao-paulo/#:~:text=O%20caso%20 dos%20bandeirantes&text=Antes%20vistos%20como%20 figuras%20heroicas,a%20povos%20ind%C3%ADgenas%20 e%20negros. Acesso em: 10 set. 2024.

Linguagem em foco (p. 164)

1. O sujeito seria “Indígenas da Amazônia”.

2. O objetivo é enfatizar a importância do adubo pré-histórico, objeto do estudo abordado na notícia.

3. Ambos se referem à pesquisa sobre o adubo, ou seja, são sinônimos. Busca-se enfatizar a pesquisa destacada no texto.

4. O deslocamento é motivado por uma questão de coesão, pois a expressão retoma (com maior proximidade) a causa exposta na frase anterior.

5. Se o adjunto adverbial estivesse no fim da oração, como prevê a ordem direta, o sentido ficaria prejudicado em razão do aposto: “O pesquisador contou com o apoio do grupo de estudos Ecologia Histórica dos Neotrópicos, coordenado pelo professor Eduardo Neves, do MAE, também.”.

6. A notícia tem por objetivo fornecer uma informação de forma clara e objetiva, o que é favorecido pela ordem direta dos termos da oração.

Produção de texto (p. 165 a 168)

#aquecimento (p. 165)

2. b) Resposta possível: Em razão de sua pluralidade histórica e cultural, os povos tradicionais são fundamentais para a sociedade brasileira.

#naprática (p. 166 a 168)

O mundo e eu – Horta orgânica comunitária (p. 167)

1. Como essas hortas são criadas em terrenos públicos, exigem autorização de um órgão competente. É importante que os terrenos sejam ensolarados e planos. Além disso, para osucesso do negócio, é preciso orientar os produtores sobre como manejar o solo e gerir as finanças.

2. Os produtores podem tabelar os preços, especificar as culturas, escalonar jornadas de trabalho para a realização dos procedimentos necessários nesse tipo de horta, como o revezamento na rega e a adubação.

3. Na esfera individual, os estudantes podem citar ações como participar da implementação desse tipo de horta, colaborar com a conservação desse espaço, tornar-se colaborador voluntário etc. Na esfera do poder público, eles podem indicar, por exemplo, iniciativas como o uso de terrenos da União para a instalação das hortas, o fornecimento de matéria-prima para o preparo do solo e cursos de fomento ao empreendedorismo ou de gerenciamento financeiro para produtores.

Unidade 6 – Ninguém é igual a ninguém

Abertura da unidade (p. 169)

1. Os elementos visuais da imagem, como as cores vibrantes que atravessam os rostos de diferentes pessoas, sugerem que, independentemente das diferenças, todos compartilham algo em comum. As formas geométricas sobrepostas podem representar o modo que as várias identidades estão interconectadas, demonstrando que a diversidade é uma parte essencial enriquecedora da sociedade. As expressões

dos rostos, que parecem olhar diretamente para o espectador, chamam à reflexão sobre a importância de reconhecer e valorizar a diversidade.

3. A obra Somos muitos pode evocar sentimentos de admiração, empatia e orgulho no espectador. A admiração vem da complexidade e da beleza visual da obra, com suas cores vibrantes e seus padrões geométricos. A empatia é despertada pelo reconhecimento das diferentes faces humanas, que simbolizam diversas histórias e experiências de vida. O orgulho surge do reconhecimento da diversidade como uma riqueza, evidenciada pelo destaque e dignidade dados a cada rosto representado na imagem.

4. A obra Somos muitos pode ser interpretada como um reflexo da sociedade contemporânea, destacando a diversidade que compõe mundo atual. Em uma sociedade globalizada, em que culturas se misturam e interagem constantemente, a obra de Eduardo Kobra parece capturar essa realidade.

A diversidade das pessoas retratadas na obra reflete as múltiplas vozes e experiências que se unem na luta por direitos iguais, sugerindo que a união na diversidade é uma força poderosa para a transformação social.

Ao apresentar uma diversidade de rostos e identidades, a obra incentiva a reflexão sobre a importância de valorizar todas as culturas e indivíduos, combatendo preconceitos e estereótipos. Além disso, ela mostra como a arte pode ser um meio para abordar questões sociais, ajudando a formar cidadãos mais conscientes e engajados na construção de uma sociedade mais inclusiva.

A persistência do racismo

Leitura em pauta (p. 170 a 174)

A lei em questão modifica a Lei no 7.716, de 1989, ao tipificar a injúria racial como crime de racismo, diferentemente do que ocorria antes, quando ela era tratada de forma distinta, com penalidades menos severas. Com a nova lei, injúria racial passou a ser equiparada ao crime de racismo, com penas de reclusão de dois a cinco anos e multa, o que fortalece o combate ao racismo, proporcionando maior proteção às vítimas e ampliando as consequências legais para os agressores. Ao reconhecer essa prática como racismo, a lei sublinha a gravidade desse tipo de ofensa e seu papel na perpetuação do preconceito racial.

2. Resposta pessoal. Sugestão de resposta: A previsão de penas mais severas para grupos que cometem injúria racial tem impacto relevante, pois visa combater com maior eficácia o racismo coletivo, que amplifica o dano psicológico e social à vítima. Ao agravar a pena nesses casos, a lei busca desestimular ações coletivas de racismo, reconhecendo a maior gravidade e o potencial de dano aumentado de tais atos.

4. O caso de racismo contra Katherine Dunham, renomada artista estadunidense, em um hotel em São Paulo, em 1950, foi o catalisador para a criação da primeira lei antirracista do Brasil, a Lei Afonso Arinos. Esse incidente expôs o racismo presente em um país que promovia a imagem de democracia

racial, levando à criação de uma lei que tipificava atos racistas como contravenção penal.

5. Apesar de sua importância histórica, a Lei Afonso Arinos foi pouco efetiva em razão das penas brandas que previa e da dificuldade de comprovação dos crimes, o que limitava seu impacto prático.

7. O percurso argumentativo para a criação da Lei Afonso Arinos em 1951 foi fundamentado na necessidade de responder ao caso de racismo sofrido por Katherine Dunham, artista estadunidense que foi vítima de racismo em um país que se proclamava como uma “democracia racial”. O argumento central foi o de que o Brasil precisava mostrar ao mundo seu compromisso com o combate a essa prática, o que resultou na formulação de uma legislação antirracista, ainda que de caráter simbólico. O contexto de pós-guerra e a política de boa vizinhança com os Estados Unidos também influenciaram a criação da lei, na tentativa de alinhar oBrasil aos valores democráticos que estavam se consolidando globalmente.

10. O princípio da dignidade humana foi fundamental para a criação da Lei Afonso Arinos, justificando-a, em resposta ao caso de racismo sofrido por Katherine Dunham. A dignidade humana exige que todas as pessoas sejam tratadas com respeito e sem discriminação, independentemente de sua cor ou origem. O incidente com Dunham revelou uma séria violação desse princípio e levou o Brasil a reconhecer a necessidade de uma legislação que punisse atos racistas.

11. Sim, a lei mencionada se justifica com base no princípio da igualdade e dignidade humana, sustentando que todas as formas de discriminação racial devem ser punidas de forma equitativa. Ao pautar a lei em princípios éticos fundamentais, os textos argumentam que a nova legislação é essencial para promover justiça e eliminar qualquer brecha que permita o tratamento desigual de atos de discriminação racial.

Linguagem em foco (p. 176)

1. Esse trecho contribui significativamente para a compreensão do texto ao fornecer informações adicionais sobre a identidade da artista, como o nome e as datas de nascimento e morte, esclarecendo assim quem é a figura central do texto. Além disso, estabelece sua relevância histórica e contextualiza o impacto de suas ações na luta contra o racismo no Brasil.

2. Sim. Ao nomear o hotel, fornece-se uma informação concreta e detalhada que ajuda a situar o leitor no contexto do evento. Com isso, torna-se o relato mais vívido e real, outorgando credibilidade à reportagem e enfatizando a seriedade do incidente.

3.a) O aposto foi usado no sexto parágrafo com o propósito de fornecer informações adicionais sobre Lucia Helena Oliveira Silva.

4. No parágrafo em questão, o aposto em destaque se relaciona com o item IV, pois tem a função de explicar ou especificar mais claramente o substantivo, em geral destacando uma característica, uma função, um título ou qualquer informação que ajude a identificar melhor o termo.

5. Sim. Por meio dos apostos destacados, foram fornecidas informações detalhadas e contextuais sobre as personagens

e os locais envolvidos no fato ocorrido, permitindo ao leitor uma compreensão mais efetiva do contexto em que o episódio ocorreu. Ao esclarecer quem são as pessoas e em que locais ocorreram os fatos, os apostos enriquecem a narrativa e enfatizam a importância do caso no contexto mais amplo da luta contra o racismo.

Produção de texto (p. 177 a 179)

#aquecimento (p. 177)

1. Nos trechos 1 e 2, o aposto explica uma informação (o crime de injúria racial em 1 e a contravenção penal em 2). No trecho 3, fornece informações sobre a fonte consultada. No trecho 4, por sua vez, tem a função de identificá-la.

2. Resposta possível. Trecho 1: Também em 1997 foi incluída no Código Penal uma espécie de desdobramento do crime de racismo: o crime de injúria racial. Trecho 2: “Costumo dizer que a Lei Afonso Arinos foi uma lei para americano ver”, diz o autor de uma tese sobre a legislação, defendida na Unesp de Assis, Walter de Oliveira Campos. Trecho 3: Foi o que comprovou, por meio de levantamento com base em ações judiciais relacionadas à Lei Afonso Arinos entre 1951 e 1989, o historiador Jerry Dávila.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que sim, pois o deslocamento do aposto em uma frase pode alterar a ênfase dada a determinada informação, o que, por sua vez, pode influenciar a força do argumento apresentado em um texto.

Pluralidade linguística

Leitura em pauta (p. 180 a 182)

3. Argumenta-se no texto que os clichês são eficazes porque são precisos e facilmente compreendidos. Sua inevitabilidade decorre do fato de que, muitas vezes, não há expressão mais apropriada ou impactante do que o próprio clichê, a despeito de sua natureza desgastada.

4. a) Nelson Rodrigues usava clichês e expressões repetitivas de forma intencional, pois considerava a repetição como um de seus grandes trunfos. Ele incorporava esses clichês nos textos para assinalar um estilo inconfundível.

4.b) O autor ressalta que, apesar da repetição de clichês, a escrita de Nelson Rodrigues mantém seu encanto, oferecendo ao leitor o prazer de revisitar algo familiar, em contraste com a experiência de novidade, como a proposta por Guimarães Rosa.

4. c) Sim. Enquanto Nelson Rodrigues valoriza a repetição e a familiaridade dos clichês, Guimarães Rosa prioriza a inovação e a originalidade, desafiando o leitor com novas imagens e construções linguísticas inéditas.

6. a) Ao fazer essa afirmação, o autor emite sua opinião a respeito da eficácia dos clichês na comunicação em razão de sua clareza e capacidade de serem rapidamente compreendidos, mesmo quando usados de maneira reiterada.

6.b) Os clichês são utilizados porque em muitas situações eles são a melhor opção, por não haver uma expressão mais adequada ou eficiente para transmitir a ideia pretendida.

7. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes comentem que, algumas vezes, os clichês podem perpetuar preconceitos sociais e culturais, reforçando estereótipos e estruturas de discriminação. Exemplos como “Todo político é corrupto” ou “Os jovens de hoje não têm respeito por nada” ilustram como essas expressões podem influenciar negativamente a percepção de certos grupos.

8. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes digam que sim, uma pessoa pode ser discriminada pela forma como fala ou escreve. Expressões linguísticas regionais ou maneiras de se comunicar podem ser julgadas e provocar atitudes de preconceito, refletindo estereótipos sociais.

10. O autor defende o valor dos clichês ao usar exemplos literários, refletir sobre a eficiência comunicativa deles e analisar sua inevitabilidade e sua função na linguagem. Esses argumentos são utilizados para desafiar a visão negativa sobre os clichês, destacando seu papel positivo na comunicação.

13. Os exemplos mostram de forma prática como os clichês, apesar de sua simplicidade, cumprem um papel essencial na linguagem, o que ajuda a modificar a percepção do leitor e a valorizá-los como ferramentas eficazes de comunicação.

14. A exemplificação é eficaz porque transforma uma ideia preconcebida negativa em uma apreciação da funcionalidade dos clichês. Ao oferecer exemplos concretos de seu uso, Chico Viana mostra como os clichês podem ser valiosos e impactantes, mudando a percepção do leitor.

Linguagem em foco (p. 183)

3. Narciso refere-se ao personagem mitológico que se apaixona pela própria imagem. A expressão Narciso às avessas descreve alguém que rejeita a própria imagem, numa autoaversão ou autocrítica. Essa inversão contribui para a crítica social, pois sugere que o desprezo por si mesmo pode ser tão problemático quanto o egocentrismo. Já a expressão ricaça das narinas de cadáver resulta em uma imagem grotesca e repulsiva e reforça uma crítica às pessoas que, apesar da riqueza material, são moral ou espiritualmente vazias.

Migrações e diversidade cultural

Leitura em pauta (p. 186 a 188)

1. Os imigrantes, tanto dos séculos XIX e XX como os do século XXI, vieram para o Brasil motivados por melhores condições de vida.

7. A escolha de fontes confiáveis é essencial porque o argumento de autoridade se apoia na credibilidade da pessoa citada. Fontes respeitadas, como especialistas, reforçam a argumentação, enquanto fontes não verificadas ou duvidosas podem enfraquecer a tese e comprometer a confiança do leitor no texto.

8. Na redação lida (Texto 2), o repertório sociocultural é evidenciado quando a autora menciona uma pesquisa realizada pelo jornal Folha de S.Paulo, que aponta conflitos entre brasileiros e imigrantes espanhóis na periferia de São Paulo provocados pela irregularidade habitacional. A citação de um veículo de mídia reconhecido nacionalmente configura reper-

tório sociocultural, por utilizar uma fonte confiável e amplamente conhecida ao fortalecer a argumentação dos desafios da imigração contemporânea.

9. Ao apresentar situações reais, os textos tornam a argumentação mais tangível, mais próxima daqueles que os lê. O uso de fatos apresenta dados verificáveis, como o número de imigrantes que entraram no Brasil e as condições em que eles se encontram, bem como informações históricas, como o terremoto de 2010 no Haiti, que impulsionou essa imigração. 10. Sim, é possível combinar o argumento de autoridade com o argumento por fato no mesmo texto. O argumento de autoridade, que se apoia em fontes confiáveis ou na fala de especialistas, traz credibilidade, enquanto o argumento por fato pressupõe a citação de dados, de referências históricas e de situações ou acontecimentos de amplo conhecimento público. No Texto 1, por exemplo, essa combinação é evidente: a citação de especialista é complementada por dados verificáveis, tornando a argumentação mais robusta e acessível.

Integrando com Arte e Língua Portuguesa (p. 189)

De acordo com a notícia, o título “Sonhei em português!” foi escolhido com base no relato de uma imigrante síria. A curadora do museu e responsável pela exposição explica que essa imigrante só se sentiu integrada ao Brasil após um ano vivendo no país, quando sonhou em português.

Eu e o mundo – Culturas em movimento (p. 189)

Resposta pessoal. Incentive os estudantes a compartilhar relatos de experiências de convívio que possam ter tido com pessoas de culturas diferentes.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam afirmativamente. Além disso, eles podem argumentar que o ambiente cultural molda as aspirações ao destacar determinadas profissões como mais valorizadas ou mais tradicionais. Em um contexto de diversidade cultural, o estudante pode se sentir motivado a seguir áreas que reflitam as expectativas sociais ou culturais do grupo ao qual pertence, mas também pode explorar novas oportunidades por meio da diversidade cultural.

Linguagem em foco (p. 190)

1.a) A conjunção mas tem valor semântico de oposição. Ela conecta duas ações da Defesa Civil: o envio de água potável e alimentos e a falta de providência em relação ao abrigo para os haitianos. A oposição está no contraste entre o envio de recursos essenciais e a ausência de um atendimento completo, concretizado na existência de abrigo para os imigrantes.

1.b) A conjunção mas organiza as informações ao estabelecer contraste entre uma ação positiva (o envio de recursos) e uma falha (a ausência de abrigo). Isso impacta o entendimento do leitor ao mostrar que, apesar de alguns esforços, a resposta da Defesa Civil ainda é insuficiente, revelando uma contradição na atuação.

1.c) A conjunção mas tem valor semântico de oposição. Ela contrasta a expectativa dos possíveis leitores (de que os haitianos que imigram para o Brasil são miseráveis) com a realidade apresentada por Corinto (de que são, na realidade, pessoas da classe média e profissionais qualificados).

1.d) A conjunção porém também exprime oposição, indicando um contraste entre a qualificação dos imigrantes haitianos e a condição com que chegam ao Brasil (sem dinheiro). Ela organiza as ideias e mostra que, apesar de serem qualificadas, muitas dessas pessoas enfrentam dificuldades financeiras.

Produção de texto (p. 191 a 195)

#aquecimento (p. 191)

1. a) Sugestão de resposta: “A imigração no Brasil aumentou, porém/contudo/entretanto os recursos para acolher os imigrantes são escassos.”.

1.b) As conjunções porém/contudo/entretanto têm o mesmo valor semântico de oposição que a conjunção mas, estabelecendo um contraste entre o aumento da imigração e a falta de recursos.

2.a) Sugestão de resposta: “Os imigrantes conseguiram se adaptar ao Brasil, mas a economia local não foi beneficiada.”

2. b) A mudança da conjunção portanto (que indica conclusão) para a conjunção mas (que indica oposição) cria uma relação de adversidade, sugerindo que, apesar da adaptação dos imigrantes, o benefício econômico esperado não ocorreu.

3.1-C ou 1-D: O Brasil tem recebido muitos imigrantes, mas/entretanto ainda enfrenta desafios econômicos. 2-E: A economia brasileira cresceu, por isso muitos imigrantes conseguiram emprego. 3-D ou 3-C: A sociedade brasileira se beneficiou da diversidade cultural, entretanto/ mas alguns imigrantes ainda sofrem preconceito. 4-A: Os imigrantes enfrentam dificuldades porque a adaptação ao novo país não é fácil. 5-B: Muitos imigrantes não se qualificaram, portanto não conseguiram vagas formais de trabalho. Reforce com os estudantes que as conjunções mas e entretanto têm o mesmo significado quando empregadas para estabelecer uma relação de oposição ou contraste entre duas ideias em uma frase. Ambas indicam que a informação apresentada a seguir contrasta com o que foi dito anteriormente. A diferença está no uso: mas é uma conjunção coordenativa aditiva de uso mais comum e informal, enquanto entretanto é uma conjunção adversativa de tom mais formal.

#naprática (p. 192 a 195)

O mundo e eu – Caminhos cruzados (p. 194)

1. Os jovens imigrantes enfrentam desafios como barreiras linguísticas, preconceito, falta de acesso à educação e dificuldades de adaptação cultural, os quais podem prejudicar sua integração e limitar o exercício pleno de seus direitos de cidadania. No entanto, ao superá-los, eles podem reforçar o senso de pertencimento e engajar-se mais ativamente na sociedade, de modo a vivenciar uma cidadania mais consciente e participativa.

Unidade 7 – Janelas abertas para a vida em sociedade

Inclusão e mercado de trabalho

Leitura em pauta (p. 198 a 201)

1. a) Mundo corporativo é a expressão que designa empresas e suas regras, enquanto barreiras estruturais são obstáculos físicos e ambientais que dificultam o acesso das pessoas. Se julgar pertinente, é possível sugerir como fonte de pesquisa para os estudantes os sites: Organização Pan-Americana de Saúde (https://www.paho.org/pt/topicos/ deficiencia) e ONU Brasil (https://brasil.un.org/pt-br/157418 -oit-empresas-est%C3%A3o-atentas-%C3%A0-diversidade -mas-inclus%C3%A3o-ainda-%C3%A9-desafio-no-mundo -corporativo). Acessos em: 11 nov. 2024.

1.b) O uso desses termos confere um caráter mais técnico e preciso à abordagem do tema tratado no artigo de opinião.

2. b) O problema apresentado no segundo parágrafo é o fato de algumas empresas resistirem ao cumprimento de cotas legais para pessoas com deficiência.

7.b) O estabelecimento de multa para empresas que não cumprem a cota e uma lei que garante o acesso de pessoas com deficiência a todas as etapas de recrutamento, seleção e capacitação.

Eu e o mundo – Inclusão no dia a dia (p. 201)

1. Resposta pessoal. Os estudantes podem mencionar exemplos de inclusão que observam no dia a dia, como a presença de pessoas com deficiência em ambientes de trabalho, em instituições de ensino, em atividades de lazer ou em transportes públicos acessíveis. Eles podem destacar situações como o uso de rampas de acesso, a presença de intérpretes de Libras, o uso de tecnologias assistivas, ou ações inclusivas em eventos esportivos e culturais. Caso não observem inclusão, a resposta pode abordar a falta de acessibilidade ou de oportunidades que dificultam a participação plena das pessoas com deficiência.

2. Resposta pessoal. Os estudantes podem relatar experiências em que presenciaram atitudes capacitistas, como piadas, comentários depreciativos ou a subestimação das habilidades das pessoas com deficiência. Podem também citar situações em que perceberam a falta de acessibilidade ou a exclusão de pessoas com deficiência em diferentes contextos, como na escola, no trabalho ou em atividades sociais. A resposta pode incluir uma reflexão sobre como essas atitudes reforçam estereótipos negativos e criam barreiras para a inclusão. Caso não tenham presenciado diretamente, podem discutir a relevância do tema na sociedade.

Integrando com Educação Física (p. 202)

1. O lançamento de dardo é uma modalidade do atletismo em que se lança um dardo o mais longe possível. Na versão pa-

ralímpica da modalidade, atletas com comprometimento nos membros inferiores fazem os lançamentos sentados.

3. A divulgação de eventos paralímpicos e das conquistas desses atletas pode auxiliar na redução do preconceito e no incentivo à reflexão e a ações de inclusão em diversos contextos da vida em sociedade.

4. Indique algumas fontes de pesquisa para os estudantes, como o site do Comitê Paralímpico Brasileiro (disponível em: https://cpb.org.br) e o site oficial dos Jogos Paralímpicos Paris 2024, com enfoque no Brasil (disponível em: https:// olympics.com/pt/paris-2024/jogos-paralimpicos). Acesso em: 5 nov. 2024.

Linguagem em foco (p. 203)

3.c) A informação é a de que o descumprimento da cota relativa às vagas de pessoas com deficiência não é culpa exclusiva das empresas. A oração é classificada como subordinada substantiva objetiva direta.

3.d) A oração principal anuncia uma informação, e a oração subordinada apresenta o conteúdo dessa informação.

4. b) Essa oração indica a causa principal de algumas empresas não cumprirem a cota relativa ao preenchimento de vagas de pessoas com deficiência.

Produção de texto (p. 204 a 207)

#aquecimento (p. 204)

3. Possibilidade de resposta: Imprescindível para consolidar a inclusão, empresas devem adotar medidas efetivas com a intenção de reduzir as barreiras de exclusão enfrentadas por pessoas com deficiência para trabalhar, além de adequar o meio ambiente do trabalho, com uma mudança de paradigma e adaptações para acessibilidade desses profissionais.

#naprática (p. 205 a 207)

O mundo e eu – Inclusão e responsabilidade social (p. 206)

1. Possibilidade de resposta: A conscientização pode ser promovida pela divulgação de exemplos e dados que destaquem a importância da diversidade nas empresas. Isso pode ser feito em plataformas digitais ou por meio de encontros presenciais com lideranças.

A prática do cancelamento e seus efeitos

Leitura em pauta (p. 208 a 211)

1.c) As falas revelam que a personagem valoriza somente quem compartilha das mesmas ideias que ela.

1.d) A charge critica pessoas que não consideram outras perspectivas, limitando-se a interagir apenas com quem pensa da mesma forma.

3.a) O eu lírico vê as redes sociais como um espaço de artificialidade, como mostram os versos: “Lá nas redes sociais / omundo é bem diferente, / dá pra ter milhões de amigos / e mesmo assim ser carente”.

3.b) Nos versos da segunda estrofe “Tem gente que nem disfar ça, / diz que a vida só tem graça / com mais gente pra assistir”, o eu lírico critica a busca incessante por visibilidade, destacando que nem sempre há reciprocidade, como em “Tem gente que você segue / mas nunca vai lhe seguir”.

4.a) No que diz respeito à alimentação, aborda-se a distração que o acesso a determinadas plataformas e aplicativos gera, levando as pessoas a não priorizar suas refeições, uma vez que podem fazer escolhas e pedidos de pratos de forma impulsiva, em serviços on-line de venda e entrega de alimentos. Além disso, o eu lírico faz referência às postagens de comidas e pratos considerados elaborados, mas que, com frequência, não fazem parte do dia a dia das pessoas.

4.b) De acordo com o eu lírico, algumas pessoas tendem a assumir atitudes exibicionistas, ao ostentar nas redes sociais roupas caras, viagens e festas, gerando, muitas vezes, comportamentos consumistas. Em relação ao lazer, muitos usuários de redes sociais vão a shows e espetáculos, mas, em vez de usufruir do momento, preferem ocupar-se em filmar o evento e em fazer postagens nas redes sociais.

4.c) Essa dualidade diz respeito ao fato de, em âmbito público, por meio de redes sociais, muitos condenarem atitudes desonestas, posicionando-se contra ações inadequadas e ilegais. Porém, na vida pessoal, esses mesmos críticos apresentam condutas que se constituem em infração à lei e que, portanto, também denotam falta de ética.

5. b) Nas redes sociais, o ato de julgar e condenar é, em geral, caracterizado como precipitado e sem fundamento, como indicam os versos: “Lá nas redes sociais / a tendência é ser juiz / e condenar muitas vezes / sem saber nem o que diz.”.

6. b) A metáfora sugere que a vida é imprevisível e que devemos aproveitá-la de maneira autêntica, sem nos perdermos na superficialidade das redes sociais.

7.a) Forbes argumenta que o cancelamento decorre da existência, no mundo contemporâneo, de uma multiplicidade de opções e, em geral, busca-se considerar uma única razão a mais importante, o que não condiz com as necessidades atuais.

7.b) A frase “Este processo de ‘cancelamento’ existe porque estamos lendo a época em que vivemos com instrumentos do passado, Forbes analisa.”.

7. c) Ele utiliza a estratégia argumentativa da exemplificação.

7.d) A exemplificação é feita por Forbes ao mencionar uma situação vivida

8. b) O efeito de sentido construído é o de incoerência entre as atitudes condenadas nas redes sociais e os comportamentos corruptos fora do meio virtual, revelando hipocrisia entre o discurso online e a prática na vida real.

Linguagem em foco (p. 212)

1.d) Na primeira oração, ao afirmar que o bom do Brasil é o brasileiro, a ideia é apresentada de forma genérica. A segunda especifica que apenas o brasileiro que pensa igual à personagem é considerado “bom”, delimitando o sentido da afirmação fornecida na primeira oração.

1.e) Não, o texto perderia seu efeito, pois a crítica na charge está justamente na restrição feita pela personagem, que só considera “bom” quem pensa igual a ela.

Produção de texto (p. 213 a 217)

#aquecimento (p. 213)

1. b) Essa oração é classificada como oração subordinada adjetiva restritiva. Ela é essencial porque especifica o objetivo do comportamento relacionado ao cancelamento: buscar a promoção de justiça social.

1.c) O contraponto está no fato de que, em vez de promover justiça social, o cancelamento muitas vezes resulta em um linchamento virtual de pessoas por declarações ou ações consideradas politicamente incorretas.

3. e) Ao ampliar a explicação sobre os jovens, a oração oferece maior clareza ao leitor sobre a razão de essa faixa etária ser vista como a mais suscetível à prática do cancelamento, o que enriquece a compreensão das ideias expostas.

4. Sugira aos estudantes a leitura do tópico 2 – “Politicamente correto: contextualização do objeto” –, presente no artigo “Efeitosdesentidoemcharges:umestudosobreopoliticamente correto”, de Reinaldo César Zanardi e Rosemeri Passos Baltazar Machado, da Universidade Estadual de Londrina (disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/forum/ article/view/1984-8412.2018v15n3p3180; acesso em: 26 set. 2024).

#naprática (p. 214 a 217)

De olho na linguagem – Diversidade no uso dos pronomes relativos (que/quem/o qual/ onde/cujo) (p. 217)

1. Resposta pessoal. Possibilidades de resposta: As redes sociais, onde as discussões acontecem de forma rápida, são os principais espaços de prática de cancelamento. O influenciador, cuja opinião gerou polêmica, foi alvo de cancelamento em diversas plataformas. As pessoas que participaram da campanha de cancelamento não refletiram sobre as consequências de seus atos.

Cidadania e Tecnologia

Leitura em pauta (p. 218 a 221)

1. b) Trata-se de um ônibus, estacionado no pátio da Vara da Infância e da Juventude, na cidade do Rio de Janeiro. O veículo funciona como um cartório itinerante, no qual pessoas muito pobres aguardam atendimento para obter a certidão de nascimento.

1.c) Com base no primeiro texto da coletânea, é possível deduzir que a falta de registro civil afeta moradores tanto de áreas urbanas como das rurais e envolve pessoas de todas as idades, principalmente as muito pobres e, em sua maioria, negras.

2. O termo foi usado no segundo texto motivador porque, uma vez que as pessoas não têm a posse do registro oficial, não é possível calcular o número exato delas; portanto, trata-se apenas de uma estimativa.

4. Sim, os argumentos de autoridade são coerentes, pois estabelecem relação entre os pensamentos apresentados e a atuação do Estado, uma vez que, na proposta de intervenção, o Estado é o agente principal da ação indicada.

6. b) Esse cenário representa a negação dos direitos das pessoas que apresentam maior vulnerabilidade, ou seja, ele retrata uma realidade de invisibilidade dessas pessoas que, pela falta de documentação, vivem marginalizadas, sem qualquer perspectiva de ascensão social. Daí ser necessária a atuação do Estado na oferta de serviços que, embora constituam direitos, são comercializados.

6. c) A estrutura baseada no capital, com essa lógica perpassando os direitos, configura um cenário de “cidadanias mutiladas”, causa de o Estado ter de atuar de forma efetiva a fim de assegurar direitos básicos, em especial para populações mais vulneráveis.

7.a) De acordo com o pensamento do filósofo Jean-Paul Sartre, uma pessoa tem liberdade para construir sua essência, mediante tomadas de decisões, quando é reconhecida como ser existente (reconhecida como alguém que existe e, ao mesmo tempo, reconhece-se como tal). Dessa maneira, a consequência de a pessoa ter liberdade advém da causa de ela existir.

7.b) Com o reconhecimento da existência, desenvolve-se a possibilidade de liberdade e tomada de decisões. A pessoa se torna protagonista da própria vida e se configura como cidadã.

Linguagem em foco (p. 223)

1.a) As orações são: “A finalidade de tal ação é”; “ampliar;: garantir o acesso à cidadania plena no Brasil”; “já que esta só pode ser integralmente alcançada, na maioria dos casos, com, no mínimo, a certidão de nascimento.”. A reescrita do trecho, desenvolvendo as orações seria: A finalidade de tal ação é que haja ampliação e que seja garantido o acesso à cidadania plena no Brasil, já que esta só pode ser integralmente alcançada, na maioria dos casos, com, no mínimo, a certidão de nascimento.

Produção de texto (p. 224 a 226)

#aquecimento (p. 224)

2.a) A tese é: “Assim, é fundamental a atuação governamental para o combate a esse atentado à cidadania.”. A reescrita, utilizando período composto e oração adverbial ficaria: Assim, é fundamental a atuação governamental para que seja combatido esse atentado à cidadania. A relação de sentido evidenciada foi a de finalidade, pois houve a transformação de um adjunto adverbial final em uma oração subordinada adverbial final, o que confere destaque à finalidade indicada.

2. b) A oração “Assim, é fundamental a atuação governamental” é a oração principal, enquanto “para que seja combatido esse atentado à cidadania é oração subordinada adverbial final. A locução conjuntiva a fim de que. Caso o estudante já a tenha utilizado na reescrita, nesta resposta é provável que seja feita a indicação de para que

3. a) A causa indicada é a de que uma parcela significativa da população não conhece as possibilidades existentes para a obtenção do registro civil. A oração é: “Consoante esse pensamento, como uma significativa parcela da população desconhece as alternativas para a formulação de seu registro civil [...]”. A oração é: “Consoante esse pensamento, como uma significativa parcela da população desconhece as alternativas para a formulação de seu registro civil [...]”.

3.b) A conjunção como. Poderiam ser usadas a conjunção porquanto e as locuções conjuntivas na medida em que, visto que, já que, uma vez que, entre outras.

Unidade 8 – A construção do amanhã

Desenvolvimento sustentável e economia

Leitura em pauta (p. 228 a 231)

1. c) Spiro reconhece que as pesquisas nessa área demandam mais tempo, porém os resultados obtidos podem perdurar: “sabemos de experiências do passado que pesquisas movidas pela curiosidade intelectual dos cientistas constituem a fonte do conhecimento que as futuras gerações irão usar para enfrentar seus problemas.”.

2. b)

economia circular

estratégias de descarbonização

inovações e conceitos produzidos pelas ciências básicas

2.d) Na entrevista, ele demonstra (e com isso defende) a essencialidade das ciências básicas para a economia circular, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

5. Os substantivos vênus e sírius estão ligados semanticamente ao substantivo céu, que indica o lugar em que ambos (um planeta e uma estrela) são vistos.

7. Interpretação possível: No primeiro plano, vênus e sírius podem ser observados; destacam-se, desse modo, a abertura e a amplitude do céu, representadas pelo espaçamento lateral dos versos. Já no segundo plano, eles não podem mais ser vistos em razão da presença do CO2, obstrução representada pela justaposição das estrofes finais no centro da página. Visualmente, desenha-se um estreitamento, um bloqueio.

EDITORIA DE ARTE

Eu e o mundo – Efeitos da poluição (p. 231)

1. Resposta pessoal. Danos à natureza, como é o caso da poluição, podem impactar negativamente não só a saúde física, como também a saúde mental. O excesso de barulho e de informação visual pode causar estresse. Além disso, pode privar as pessoas de experiências prazerosas, como a observação do céu noturno, do nascer e do pôr do sol.

Linguagem em foco (p. 232)

1. a) Os combustíveis fósseis desempenharam um papel central na história da humanidade desde que o primeiro pedaço de carvão foi queimado, há milhares de anos.

2. a) O termo “combustíveis fósseis”.

2. b) Possibilidades: “à proporção que”, “quanto mais”.

A inversão salienta a condição a ser cumprida para que se alcance a transição energética – justamente o gasto com esses minerais. Em outras palavras, a grande meta da transição energética só será alcançada com gastos voltados à obtenção desses minerais.

Produção de texto (p. 233 a 236)

#aquecimento (p. 233)

Resposta pessoal. Possibilidades de resposta: Se não houver educação ambiental, projetos sustentáveis ficarão incompletos. / Sem que haja educação ambiental, projetos sustentáveis ficam incompletos. Ressalte com eles que a formulação original (sem oração) atende às necessidades de um título de texto jornalístico, que, entre outras características, deve ser breve.

Resposta pessoal. Possibilidades de resposta: Quanto mais investirmos em educação ambiental, maiores serão as chances de um futuro sustentável. / Quando a educação ambiental for prioridade, o mundo estará mais perto da sustentabilidade.

5.a) A ideia diz respeito à necessidade de pensar nas gerações futuras, de promover ações com resultados de longo prazo. Nesse sentido, quem investir em educação ambiental possivelmente não vai ver os resultados, ou usufruir deles, mas isso será possível para as gerações vindouras.

#naprática (p. 234 a 236)

De olho na linguagem – Locuções conjuntivas à medida que e na medida em que (p. 236)

2. A relação é de causa. Em decorrência dos impactos que causam à população, essas empresas precisam se preocupar com a sustentabilidade.

Longevidade e etarismo

Leitura em pauta (p. 237 a 240)

1. O artigo cita a projeção da pirâmide etária no Brasil para 2100: a proporção de idosos na população geral chegará a 40,3%, enquanto a população de jovens com 15 anos ou menos será de 9%.

3.b) A ideia de envelhecimento produtivo contraria a ideia de que idosos são improdutivos; de que, a essa altura da vida, devem apenas desfrutar da aposentadoria.

3.c) Essa ideia contribui para uma reflexão sobre a inserção dos idosos no mercado de trabalho. Na medida em que podem produzir e fazer uso de saberes acumulados, os idosos podem continuar ativos, desde que o mercado não feche as portas para eles.

5.b) Embora sejam apenas dois eventos, a primeira e a segunda Assembleia Mundial sobre Envelhecimento, eles têm relevância singular, pois ambos foram promovidos pela ONU.

Eu e o mundo – Olhares para o envelhecimento (p. 239)

1. Resposta pessoal. É muito provável que os estudantes identifiquem as diferenças (de saúde, comportamento etc.) entre os idosos com os quais convivem, o que pode contribuir para problematizar uma visão estereotipada do envelhecimento (caso partilhem dessa visão) ou para apurar o olhar plural e complexo deles para o envelhecimento.

Produção de texto (p. 242 a 245)

#aquecimento (p. 242)

2.a) Resposta pessoal. Possibilidade de resposta: Pesquisa do IBGE realizada entre 2012 e 2023 indica que a porcentagem de idosos no mercado de trabalho no Brasil oscilou pouco ao longo desse período: 22,5% em 2012 e 23,1% em 2023.

Escolha profissional e equilíbrio de emoções

Leitura em pauta (p. 246 a 249)

1.a) As características são preconceito e desinformação. O primeiro texto aborda e problematiza uma ideia do senso comum que entende saúde mental como sinônimo apenas de doença mental.

1.b) O Texto 1 problematiza esse estigma ao defender que a noção de saúde mental é mais ampla (“implica muito mais que a ausência de doenças mentais”), pois engloba também todo tipo de sofrimento psíquico a que as pessoas estão sujeitas ao longo da vida.

2.c) O uso é apropriado. O segundo texto motivador cita a falta de informação como manifestação do estigma contra quem sofre transtornos psíquicos. Na redação, ela tematiza esse problema, mas dá outro encaminhamento a ele, aprofundando-o e propondo uma ação para combatê-lo.

3. a) A alta incidência de patologias mentais no país contribui para chamar atenção para a gravidade do problema: é preciso discuti-las mais e de maneira embasada para combater a desinformação sobre esse tema.

4. A função é caracterizar as causas do problema: o segundo parágrafo caracteriza a desinformação sobre saúde mental, e o terceiro, a falta de representatividade nas artes de pessoas em sofrimento mental. Essa divisão é positiva para a coesão do texto, pois discute individualmente e com igual peso os dois problemas.

6.a) A sequência textual predominante nos trechos é a narrativa, que se caracteriza por contar uma história. Nesse caso, são mencionados acontecimentos da vida de Nise da Silveira e de Van Gogh.

6.b) No caso de Nise da Silveira, a intenção da autora da redação é citar um exemplo notório de história de vida de uma brasileira que lutou em favor de pessoas com transtornos psicológicos e, por conseguinte, contra os estigmas direcionados a elas. Assim, a autora narra fatos da vida dessa personalidade, que atestam a relevância de sua atuação. No tocante a Van Gogh, com base na alusão a uma personalidade de amplo conhecimento, pretende-se chamar atenção para os impactos negativos decorrentes dos estigmas e da falta de cuidado com pessoas que sofrem de doenças mentais. Para isso, a autora recorre à narração de alguns fatos da vida do artista, conturbada pelos problemas psiquiátricos.

Eu e o mundo – Estigmas por quê? (p. 249)

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes identifiquem o fundo preconceituoso e, por conseguinte, redutor resultante de estigmas. A depender da experiência relatada, poderá ser compartilhada a injustiça sofrida ou avaliada a injustiça cometida contra alguém. Ambas as experiências oferecem a oportunidade de realização de uma discussão aprofundada sobre os temas respeito e empatia.

Linguagem em foco (p. 251)

1. b) Sim, todas são substantivas subjetivas.

1. d) As orações desempenham a função de elencar os desafios específicos enfrentados pelos profissionais da saúde na busca por apoio em saúde mental.

2. a) Ela não apresenta a conjunção integrante que 2.b) Não implica diferença de função. Como as outras, ela exerce função de sujeito da oração principal.

Produção de texto (p. 252 a 255)

#aquecimento (p. 252)

3. Nessa oração subordinada estão presentes, respectivamente, o agente e o modo de realização: “que a mídia – instrumento de ampla abrangência – informe a sociedade a respeito dessas doenças e sobre como conviver com pessoas portadoras, por meio de comerciais periódicos nas redes sociais e debates televisivos.”.

#naprática (p. 252 a 255)

O mundo e eu – Acolhimento em saúde mental (p. 254)

1. O exemplo de Nise da Silveira, citado na redação lida, pode ser um bom ponto de partida para discutir essa questão. Pode-se comparar o contexto do tratamento a doentes mentais naquela época e na atualidade, o que passa diretamente pela questão manicomial. Há poucas décadas, os pacientes eram apartados da sociedade, recebiam tratamento sub-humano e tinham pouca possibilidade de recuperação ou reinserção social; hoje se entende que há

diversas possibilidades de reabilitação, tratamentos humanizados e respeitosos etc. para aqueles que são internados em instituições psiquiátricas.

2. Resposta pessoal. A ideia dessa questão é entender como os estudantes lidam com a saúde mental, se há ou não algum tipo de estigma ou vergonha por parte deles e que percepção têm a respeito da postura da sociedade ao tratar essa questão de saúde.

Unidade 9 – O futuro é logo ali!

Formação educacional e mudanças no mercado de trabalho

Leitura em pauta (p. 258 a 261)

4. As áreas emergentes, como a economia verde, a digital, a criativa e a do cuidado, têm potencial de crescimento e de geração de oportunidades no futuro porque estão ligadas às tendências globais, como a sustentabilidade, a inovação tecnológica e o envelhecimento da população. Essas demandas geram novas oportunidades de emprego para os jovens, especialmente em setores que exigem soluções inovadoras.

8. A reportagem destaca mudanças no padrão de globalização, mudanças demográficas, digitalização da economia, flexibilização das relações de trabalho, mudanças climáticas e mudanças no padrão de consumo.

9. Foi mobilizado o argumento de fato. Esse tipo de argumento se baseia na apresentação de informações objetivas e concretas, como dados estatísticos e eventos reais, que descrevem as mudanças no mercado de trabalho e o modo como impactam os jovens. Ao mencionar aspectos como novas demandas por competências e a transformação digital, por exemplo, são utilizados fatos que ilustram o impacto dessas mudanças na vida profissional da juventude, fortalecendo a argumentação com base em evidências.

10 . Nesta passagem: “Representantes de uma fatia de 24% da população, eles são em sua maioria pretos e pardos, vivem em áreas urbanas e ganham até dois salários mínimos.”. Nesse trecho, são apresentados dados demográficos sobre a juventude brasileira, como a porcentagem que representa essa faixa etária da população (24%), além de informações sobre características socioeconômicas, como cor, local de residência e faixa salarial. Esses dados são usados para fortalecer o argumento sobre as condições de vulnerabilidade dos jovens no mercado de trabalho.

11 . Porque essa estratégia argumentativa é utilizada na reportagem para explicar as relações entre as tendências do mercado de trabalho e como elas impactam os jovens. Por exemplo, ao mencionar que, após a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia, houve redução no comércio internacional e falta de matérias-primas, o texto utiliza a lógica de causa (pandemia e guerra) e consequência (dimi-

nuição do comércio e aumento dos preços) para explicar as mudanças no mercado de trabalho e os efeitos delas nas juventudes brasileiras.

12 . A reportagem pode ser classificada como um texto do tipo expositivo-argumentativo porque, além de expor informações e dados sobre as tendências do mercado de trabalho que afetam as juventudes brasileiras (tipo expositivo), apresenta argumentos que sustentam essas informações, como o uso de dados estatísticos e a indicação de causas e consequências (tipo argumentativo). Assim, o texto combina a explicação de fatos com uma construção argumentativa para defender a importância de políticas públicas e de mudanças possíveis para a inclusão produtiva dos jovens.

Integrando com Geografia (p. 262)

Esses eventos fragilizaram as relações globais, aumentando o protecionismo e retraindo a globalização. Para se proteger, os países buscaram diversificar.

Desde o fim dos anos 1980, a integração dos mercados internacionais, impulsionada por políticas liberais, resultou em maior uniformidade econômica e na internacionalização de bens culturais, com a comercialização global de produtos semelhantes e a promoção da padronização cultural e econômica.

Produção de texto (p. 264 a 267)

#aquecimento (p. 264)

1.b) Espera-se que o estudante responda que sim. Quando o verbo é colocado antes do sujeito, a ênfase da frase pode recair sobre a ação ou o evento descrito pelo verbo, destacando o que está acontecendo antes de mencionar quem ou o que está envolvido na ação. Construções como essa podem tornar a comunicação mais objetiva e direta, já que focam, inicialmente, no acontecimento, o que é útil em contextos informativos ou jornalísticos.

#naprática (p. 264 a 267)

O mundo e eu – Oportunidades para superação (p. 266)

A educação desempenha um papel essencial no preparo para enfrentar os desafios futuros do mercado de trabalho, pois oferece conhecimento técnico, habilidades práticas e desenvolvimento de competências socioemocionais. Ela ajuda o jovem a se adaptar às mudanças tecnológicas e econômicas, além de promover o pensamento crítico e a capacidade de resolução de problemas, fatores essenciais para alcançar o sucesso profissional em um mercado em constante transformação.

Projeto de vida e protagonismo juvenil

Leitura em pauta (p. 268 a 272)

1. As principais barreiras são a falta de formação, a exclusão digital e as questões como raça e gênero, que afetam especialmente jovens de baixa renda. Isso reduz suas opor-

tunidades e expectativas, gerando o “efeito cicatriz”, que impacta negativamente suas trajetórias futuras.

2. A mudança de “nem-nem” para “jovem-potência” busca evitar a responsabilização dos jovens, destacando que eles têm potencial, mas enfrentam condições adversas. Isso muda a percepção social, focando as oportunidades de que esses jovens precisam.

3. A falta de políticas públicas que promovam educação e competências adequadas às juventudes brasileiras dificulta a inclusão dos jovens no mercado de trabalho. Isso agrava a exclusão dessa população e reduz suas oportunidades de desenvolvimento pessoal e profissional.

4. O “efeito cicatriz” se refere ao impacto negativo do afastamento prolongado do mercado de trabalho, resultando em dificuldades futuras, como salários menores e maior instabilidade profissional para os jovens.

5. b) O eu lírico questiona como será o futuro, tanto o próprio como o do filho, e reflete sobre as incertezas e a busca por sentido na vida. Esses questionamentos constituem-se em dúvidas comuns à juventude em relação ao que está por vir e ao seu papel no mundo.

6. O amadurecimento dos jovens, como mencionado na música, pode ser afetado pelas dificuldades de inclusão produtiva descritas na reportagem, como a falta de oportunidades de emprego e estudo. Essas barreiras podem atrasar ou dificultar o desenvolvimento pessoal e profissional dos jovens, fazendo com que suas reflexões sobre ofuturo sejam marcadas por incertezas e inseguranças, impactando suas trajetórias de vida e sua capacidade de tomar decisões assertivas.

8. As comparações mostram que o Brasil tem uma alta porcentagem de “jovens sem-sem” em relação a outros países, evidenciando a urgência de melhorar as oportunidades de educação e trabalho para evitar que esses jovens fiquem excluídos do mercado e do estudo.

9. O tipo de argumento utilizado é o argumento por comparação. A reportagem compara a situação dos “jovens sem-sem” no Brasil com as dos de outros países para destacar a gravidade do problema e reforçar a urgência em melhorar as oportunidades de educação e trabalho dessa população no país.

10. No trecho “Em comparação ao cenário internacional, opercentual de juventudes brasileiras sem oportunidade de estudo e trabalho é alto. O relatório Education at a glance 2022, da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), traz o Brasil em segundo lugar no ranking dos jovens ‘sem-sem’, com 36,9% considerando a faixa etária de 18 a 24 anos. Dentre os 38 países-membros da OCDE, estamos atrás apenas da África do Sul (46,2%).”.

12. Não, a reportagem não apresenta essas fragilidades argumentativas, visto que utiliza dados confiáveis e específicos, como os fornecidos pela OCDE no relatório Education at a Glance 2022, além de estudos realizados por instituições reconhecidas, como o Instituto Cíclica e o Instituto Veredas, em parceria com fundações de credibilidade. Esses elemen-

tos dão respaldo às informações, evitando carência de dados ou o uso de fontes não confiáveis.

Eu e o mundo – Dilemas da juventude (p. 272)

1. O acesso à informação e às redes sociais pode ampliar as perspectivas do estudante, permitindo que descubram novas carreiras e interesses. No entanto, a pressão das redes sociais e a exposição a padrões irreais de sucesso podem criar expectativas distorcidas, levando-os à frustração ou desmotivação.

Produção de texto (p. 274 a 277)

#aquecimento (p. 274)

1.b) “A juventude no Brasil representa 24% da população.” A alteração exige que o artigo As seja trocado por A e a forma verbal representam seja modificada para representa, para manter a concordância em gênero e número.

1. c) “Os jovens no Brasil representam 24% da população.” Ao trocar juventudes por jovens, é necessário alterar o artigo As para Os e manter a forma verbal representam no plural, pois jovens também está no plural. A concordância nominal se ajusta de acordo com o gênero (masculino) e número (plural) do substantivo jovens

#naprática (p. 274 a 277)

O mundo e eu – Autonomia e progresso (p. 276)

1. Quando o jovem desenvolve um projeto de vida alinhado à cidadania e ao bem comum, a sociedade se beneficia diante da maior participação social, da inovação e de uma cultura de responsabilidade coletiva, o que colabora na construção de uma comunidade mais unida e preocupada com o progresso de todos.

Trabalho e qualidade

de vida

Leitura em pauta (p. 278 a 281)

1. A invisibilidade e a desvalorização do trabalho de cuidado refletem estruturas históricas e sociais que atribuem às mulheres o papel de cuidadoras. Essa divisão de responsabilidades é reforçada por estereótipos de gênero, em que otrabalho doméstico e de cuidado não é visto como uma atividade produtiva ou digna de remuneração justa, sendo, portanto, desvalorizado.

2. Apesar das transformações sociais ocorridas nas últimas décadas, a divisão do trabalho de cuidado ainda recai sobre as mulheres devido à persistência de normas culturais e de estereótipos de gênero que associam as mulheres ao espaço privado e aos cuidados com a família. Essas permanências dificultam o estabelecimento de uma nova dinâmica social, em que haja uma redistribuição mais equitativa dessas responsabilidades entre homens e mulheres.

3. Sim. As mulheres em situação de pobreza, especialmente aquelas pertencentes a minorias étnicas ou raciais, não raro se veem em posições mais vulneráveis, realizando trabalhos mais precários e mal remunerados.

Essa situação de múltiplas desvantagens faz com que elas sejam ainda mais invisibilizadas, em comparação com mulheres de classes mais altas ou pertencentes a grupos racialmente privilegiados, perpetuando a desigualdade social e de gênero.

4. A desvalorização do trabalho de cuidado impacta as mulheres tanto social como economicamente, pois elas ficam restritas a trabalhos mal remunerados e sem garantias formais de direitos trabalhistas. Esse fato perpetua ciclos de pobreza e exclusão social, limitando o acesso delas a oportunidades de crescimento profissional e pessoal.

5. A lógica capitalista privilegia o trabalho que gera lucro imediato e desvaloriza aquele relacionado ao cuidado, que não é diretamente produtivo em termos econômicos. Esse fato contribui para a precarização desse tipo de trabalho, realizado majoritariamente por mulheres, bem como para sua invisibilidade no mercado formal, reforçando situações de desigualdade e de exploração.

6. Segundo o texto, o papel social da mulher foi historicamente construído e consolidado desde a colonização portuguesa, no qual as mulheres, especialmente as indígenas e as africanas escravizadas, tiveram sua atuação restrita ao trabalho doméstico.

7. a) Sim. Ao caracterizar esse papel como algo historicamente construído durante a colonização portuguesa, quando as mulheres foram limitadas ao trabalho doméstico e de cuidado, a autora emprega um argumento por definição.

8. O verbo ser aparece associado a um argumento de autoridade nas passagens em que são citados Chimamanda Adichie e Ricardo Antunes. A primeira passagem usa a legitimidade da autora para reforçar a marginalização dos grupos minoritários, incluindo as mulheres: “Sob esse viés, como a rma a escritora contemporânea Chimamanda Adiche, grupos minoritários são marginalizados pelo corpo social devido às características preestabelecidas sobre eles”.

Já na segunda se menciona o sociólogo para sustentar a precarização do trabalho: “Nesse prisma, pode-se concluir que, em consonância com o pensamento de Antunes, um grande desafio para quem vive esse exercício trabalhista é a desvalorização [...]”.

Eu e o mundo – Entre laços (p. 281)

1. Espera-se que a resposta à primeira questão seja afirmativa. Assumir responsabilidades de trabalho doméstico pode afetar os sonhos e as motivações de um estudante, já que essas tarefas consomem tempo e energia, gerando estresse e cansaço, fato que pode prejudicar tanto o desempenho escolar como o planejamento de futuro, criando desequilíbrio entre as obrigações familiares e os objetivos pessoais.

Integrando com Literatura (p. 281)

1. A autora utiliza o contexto da Revolução Farroupilha para destacar o isolamento e as angústias das personagens, que enfrentam perdas e incertezas. A guerra serve como pano de fundo para explorar as emoções e a gradual perda de esperança delas.

2. Os cadernos de Manuela oferecem uma visão íntima dos acontecimentos e sentimentos, permitindo ao leitor compreender melhor as emoções e as esperanças das personagens, além de desenvolver a narrativa.

Linguagem em foco (p. 282)

4. A locução verbal tem passado indica uma ação que começou no passado e segue acontecendo no presente. O uso do verbo auxiliar tem, no presente do indicativo, junto ao particípio passado, confere à frase um sentido de continuidade, mostrando que as transformações sociais são um processo em andamento, ainda não concluído, o que reforça a ideia de que as mudanças estão ocorrendo ao longo do tempo, sem um ponto final definido.

O verbo passar nesse contexto é transitivo indireto, exigindo a preposição por para introduzir o complemento “inúmeras transformações sociais”.

Produção de texto (p. 283 a 286)

#aquecimento (p. 283)

1. a) Voz ativa: A desvalorização invisibiliza o serviço das mulheres. O verbo invisibilizar é transitivo direto, ou seja, exige um complemento direto, que na frase ativa é “o serviço das mulheres”, sem preposição.

1. c) Observa-se, no item b, que o verbo referir-se é transitivo indireto, exigindo a preposição a para ligar-se ao complemento “serviço das mulheres”. Essa regência é diferente da do verbo invisibilizar, que é transitivo direto e não necessita de preposição para o complemento.

3. Resposta possível: Ao substituir adotar por aderir , o sentido muda de uma escolha ativa (adotar) para um alinhamento ou vinculação (aderir). Além disso, aderir exige a preposição a , enquanto adotar é transitivo direto, sem a necessidade de preposição. Esta altera a relação, indicando uma conexão com os princípios, em vez de mera aceitação.

#naprática (p. 283 a 286)

O mundo e eu – Redefinir estereótipos (p. 285)

1. A desvalorização do trabalho de cuidado reforça a desigualdade de gênero ao perpetuar estereótipos que associam essas tarefas exclusivamente às mulheres. Esse fato limita o reconhecimento do papel delas na sociedade e impede uma distribuição mais igualitária das responsabilidades entre mulheres e homens.

REFERÊNCIAS BIBlIOGRAFICAS COMENTADAS

ALVES, I. M. Neologia e implicações textuais. In: LEFFA, V. J. (comp.). TELA (Textos em Linguística Aplicada), Pelotas: Educat, 2009. Disponível em: https://www.leffa.pro.br/ tela4/Textos/Textos/Anais/ABRALIN_2009/PDF/Ieda%20 Maria%20Alves%20-%20ok.pdf. Acesso em: 31 out. 2024. Nesse artigo, a autora dedica-se ao estudo de neologismos, abordando relações da unidade lexical neológica com outras unidades no âmbito textual. As unidades lexicais enfocadas são aquelas formadas por derivação (prefixal e sufixal) de caráter intensivo.

BAGNO, M. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola, 2012.

O sociolinguista Marcos Bagno, avesso ao tradicional ensino da gramática pautado pela fixação de conceitos em si mesmos, estuda os fenômenos linguísticos em seus contextos de uso. A obra intitula-se pedagógica, pois tem objetivo de colaborar com a formação docente. Nela, a descrição do português brasileiro não se separa da descrição histórica, abordagem chamada de pancrônica.

BAGNO, M. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola, 2007. Didático e esclarecedor, o livro apresenta os fundamentos para que conceitos como variação e mudança, norma-padrão

e norma culta, estigma e prestígio, letramento e oralidade sejam abordados com rigor nas mais diversas áreas.

BAGNO, M. Preconceito linguístico. São Paulo: Parábola, 2015.

O autor desfaz a associação entre língua e gramática normativa, que é a raiz do preconceito linguístico. Além disso, aprofunda a análise de fenômenos do português falado e do escrito no Brasil, de modo a evidenciar que a língua é plural e vasta, enquanto a gramática é apenas a descrição de uma fração da língua.

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Tradução de Maria Ermantina Galvão Gomes Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

A obra é fruto de uma coletânea de textos de diferentes momentos da carreira de Bakhtin. Em “Os gêneros do discurso”, o autor discute a episteme do conceito de gênero discursivo, reflexão que se tornou referência nos estudos sobre o tema.

BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. Tradução de Paulo de Bezerra. Notas da edição russa de Serguei Botcharov. São Paulo: Editora 34, 2016.

Além dos ensaios canônicos “Os gêneros do discurso” e “O texto na linguística, na filologia e em outras ciências huma-

nas”, o livro traz dois textos intitulados “Diálogos” que serviram de base para a escrita do primeiro desses ensaios.

BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. 39. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2019. Das gramáticas mais clássicas do Brasil, essa obra de Evanildo Bechara combina a descrição sincrônica com a gramática normativa a fim de retratar a língua nos mais variados espaços sociais.

BRAIT, B.; SILVA, M. C. S. e. Texto ou discurso? São Paulo: Contexto, 2012.

Resultado da reunião de estudos de diferentes segmentos das Ciências da Linguagem, como Linguística textual, Semiótica e Estudos discursivos, o livro constrói um vasto painel para se entender, aproximar e distinguir os conceitos de texto e discurso.

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. A redação do Enem 2024: cartilha do(a) participante. Brasília, DF: Inep, 2024. Disponível em: https://download.inep.gov.br/ publicacoes/institucionais/avaliacoes_e_exames_da_ educacao_basica/a_redacao_no_enem_2024_cartilha_do_ participante.pdf. Acesso em: 31 out. 2024. Voltada ao participante do Enem, a cartilha detalha a prova de redação do exame, dividindo-se em duas partes: a primeira dedicada à Matriz de Referência para a Redação e os critérios de correção e pontuação, e a segunda, a um conjunto de redações que obtiveram nota máxima segundo a banca avaliadora.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: https:// www.gov.br/mec/pt-br/escola-em-tempo-integral/BNCC_ EI_EF_110518_versaofinal.pdf. Acesso em: 24 out. 2024. Homologado em 2017 e 2018, trata-se do principal documento propositivo que norteia a Educação Básica brasileira. Concebida por especialistas de todas as áreas do conhecimento, a BNCC entrelaça a aprendizagem e a realidade dos estudantes com vistas a engajá-los e prepará-los para o futuro.

BRASIL. Ministério da Educação. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília, DF: MEC, 2019. Disponível em: http:// basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/ contextualizacao_temas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 24 out. 2024.

Documento que caracteriza os Temas Contemporâneos Transversais (TCT), contextualiza-os na Educação Básica e apresenta pressupostos pedagógicos para abordá-los.

COSTA, S. R. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.

Nesse livro, o autor caracteriza gêneros textuais escritos e orais, além de gêneros híbridos e multimodais, em cerca de 600 verbetes de A a Z. A objetividade, o didatismo e a con-

cisão dos verbetes ampliam o uso do dicionário para além dos docentes.

CUNHA, C.; SINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Lexikon: 2019.

Essa gramática esmiúça os fenômenos linguísticos do português atual sob a perspectiva da norma-padrão. Os autores não se restringem ao exame da palavra e sua função, pois também discutem seus variados efeitos expressivos.

DECAT, M. B. N. Uma abordagem funcionalista para o estudo de processos linguísticos em gêneros textuais do português em uso. Revista Linguística, Rio de Janeiro, v. 8, n.1, jun. 2012.

Nesse artigo, a docente da UFMG aborda os aspectos formais dos gêneros textuais, além de discutir e enfatizar os aspectos funcionais que os diferenciam. Para isso, propõe estreita correlação entre os fatos gramaticais e os elementos pragmáticos da situação em que os gêneros se materializam.

EDUCAÇÃO inclusiva. Instituto Rodrigo Mendes, São Paulo, 2022. Disponível em: https://institutorodrigomendes.org. br/wp-content/uploads/2022/08/Educacao-Inclusiva_ Ed.Ja2022.pdf. Acesso em: 31 out. 2024.

Documento lançado em 2022 com o objetivo de contribuir para a melhoria da Educação Especial na perspectiva inclusiva.

FARACO, C. A. Linguagem e diálogo: ideias linguísticas do Círculo de Bakhtin. São Paulo: Parábola, 2009.

Destinado tanto a especialistas como a iniciantes na obra de Bakthin, esse livro funciona como um roteiro geral para compreender a filosofia da linguagem do círculo bakthiniano.

FERNANDES, D. Para uma teoria da avaliação no domínio das aprendizagens. Estudos em Avaliação Educacional: revista da Fundação Carlos Chagas, São Paulo, v. 19, n. 41, p.347-372, set./dez. 2008. Disponível em: https://www.fcc. org.br/pesquisa/publicacoes/eae/arquivos/1454/1454.pdf. Acesso em: 31 out. 2024.

Nesse artigo, o autor discute questões essenciais a respeito da construção teórica do processo avaliativo no âmbito das aprendizagens. Suas reflexões suscitam perspectivas no desenvolvimento do arcabouço teórico da aprendizagem dos estudantes.

FIORIN, J. L. Argumentação. São Paulo: Contexto, 2020. O linguista e professor José Luiz Fiorin apresenta nessa obra as estratégias de construção da argumentação. Ao sistematizá-la, elencando seus variados tipos, o autor evidencia que todo discurso tem uma dimensão argumentativa, seja explícita ou velada.

FIORIN, J. L. As astúcias da enunciação: as categorias de pessoa, espaço e tempo. São Paulo: Contexto, 2016. Com base em teorias da análise do discurso e da enunciação e em vários exemplos, esse livro faz uma descrição aprofun-

dada das categorias de pessoa, espaço e tempo na língua portuguesa.

FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. P. Para entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2007. Fruto de anos de pesquisa e prática em sala de aula, esse livro visa aprimorar as competências de leitura e produção de textos com base no conhecimento dos mecanismos de produção do sentido textual. O livro se organiza em 44 lições que favorecem o conhecimento paulatino desses mecanismos.

KOCH, I. G. V. Argumentação e linguagem. São Paulo: Cortez, 2018.

Esse livro, inserido no contexto da semântica argumentativa ou macrossintaxe do discurso, é referência no estudo de operadores argumentativos, recursos valiosos na construção da argumentação.

KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006. Voltado essencialmente a docentes da Educação Básica, esse livro apresenta de forma objetiva e didática as estratégias de que os leitores dispõem para participar de maneira ativa da construção de sentido.

KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2011. Com base em exemplos dos mais variados meios de comunicação, essa obra conjuga teorias sobre o texto e a escrita e as práticas de ensino.

KOCHE, V. S.; BOFF, O. M. B.; MARINELLO, A. F. Leitura e produção textual: gêneros textuais do argumentar e expor. Petrópolis: Vozes, 2010.

O livro tem por objetivo familiarizar os estudantes com a exposição, a defesa e a fundamentação de ideias. Para isso, enfoca a produção de gêneros textuais que contemplam total ou parcialmente esses três segmentos, como editorial, carta argumentativa, carta do leitor e anúncio publicitário.

LUCKESI, C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 2014.

Voltado tanto a educadores como a estudantes de Pedagogia e licenciaturas, esse livro reúne estudos críticos sobre avaliação no contexto escolar e oferece perspectivas para torná-la mais construtiva.

MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, A. P. et al. Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.

Nesse ensaio, Luiz Antônio Marcuschi discute a distinção entre gêneros e tipos textuais. Entre outras diferenças, o autor salienta que os gêneros são realizações linguísticas concretas com intenções sociocomunicativas, enquanto os

tipos se constituem em uma construção teórica com base na sua natureza linguística de composição.

MARCUSCHI, L. A. Linguística de texto: o que é e como se faz? São Paulo: Parábola, 2012.

Nessa obra, que se tornou referência no Brasil, Marcuschi promove uma análise sistemática da linguística do texto, ramo da Linguística que surgiu na década de 1960 e é norteado pela ideia de que o texto é uma unidade linguística superior à frase, uma vez que o falante se comunica por meio de textos, sejam eles curtos, como um bilhete de poucas palavras, sejam eles longos, como um romance de muitas páginas.

MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008. Sob a perspectiva sociointeracionista da língua, o livro discute em profundidade os conceitos de língua, texto e gênero textual. Os estudos reunidos na obra são organizados em três eixos: produção textual com ênfase na linguística de texto de base cognitiva, análise sociointerativa de gêneros textuais no contínuo fala-escrita e processos de compreensão textual e produção de sentido.

NEVES, M. H. de M. Gramática de uso do português. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Editora Unesp, 2011. Essa gramática parte da observação dos usos da língua portuguesa no Brasil para, então, sistematizá-los. Com isso, organiza as possibilidades de construção dos variados efeitos de sentido no uso corrente da língua.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS BRASIL. Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4: Educação de qualidade. Brasília, DF: ONU, 2015. Disponível em: https://brasil.un.org/ pt-br/sdgs/4. Acesso em: 24 out. 2024.

Texto da ONU Brasil dedicado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4 – Educação de qualidade, que trata de pontos importantes para alcançar a garantia desse direito na promoção da igualdade.

PERELMAN, C. OLBRECHTS-TYTECA, L. Tratado de argumentação: a nova retórica. Tradução de Maria Ermantina de Almeida Prado Galvão. 3. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes , 2014.

Nesse livro, o estudo da argumentação é norteado pelos autores clássicos da Antiguidade Clássica e da Renascença.

PERRENOUD, P. Avaliação : da excelência à regulação das aprendizagens, entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 1999.

Reunião de vários textos do autor sobre a complexidade do processo avaliativo no contexto escolar, esse livro analisa a avaliação não em si mesma, mas como componente de um sistema de ação.

PLANTIN, C. A argumentação: história, teorias, perspectivas. Tradução de Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola, 2008. As principais teorias e noções da argumentação são discutidas nesse livro conjugando profundidade e síntese.

ROJO, R. A teoria dos gêneros discursivos do Círculo de Bakhtin e os multiletramentos. In: ROJO, R. (org.). Escola conectada: os multiletramentos e as TICs. São Paulo: Parábola, 2013.

Nesse texto do livro, Rojo evidencia como a teoria dos gêneros do discurso não é datada nem se limita aos gêneros contemporâneos e a seus autores.

ROJO, R. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social São Paulo: Parábola, 2012.

Organizado em seis capítulos, esse livro apresenta uma reflexão aprofundada sobre conceitos como alfabetização e alfabetismo funcional, de modo a diferenciá-los do conceito de letramento e seus desdobramentos posteriores.

ROJO, R.; MOURA, E. Letramentos, mídias, linguagens. São Paulo: Parábola, 2019.

Esse livro é uma síntese das pesquisas e reflexões dos autores sobre letramentos, multiletramentos, novos letramentos, tecnologias, mídias e diferentes linguagens.

ROJO, R.; MOURA, E. (org.). Multiletramentos na escola. São Paulo: Parábola, 2012.

Nesse livro, os autores contextualizam e definem a pedagogia dos multiletramentos. Em seguida, os demais autores que participaram da escrita da obra discutem práticas de multiletramento que podem ser aplicadas no contexto escolar.

SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução de Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. 2.ed. Campinas: Mercado de Letras, 2010.

O livro auxilia docentes a refletir sobre gêneros escritos e orais e mostra como ensiná-los em sala de aula tendo em vista diretrizes de ensino contemporâneas.

SILVEIRA, M. I. M. Análise de gênero textual: concepção sócio-retórica. Maceió: Edufal, 2005.

Inserido nos estudos de linguística textual, esse livro enfoca a análise do ofício, gênero textual do campo administrativo e empresarial, ao mobilizar o contexto de sua produção e recepção, sua organização retórico-discursiva, seus aspectos textuais e seus dispositivos retórico-gramaticais.

TRAVAGLIA, L. C. Integração entre ensino de gramática e ensino de produção/compreensão de textos e de léxico. In: HEYE, J. (org.). Flores verbais: Uma miscelânea em homenagem à Eneida do Rego Monteiro Bomfim no seu 70o aniversário. Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio, 1995. p. 103‐119.

Nesse artigo, Luiz Carlos Travaglia propõe uma forma de ensino de gramática capaz de integrar com êxito o ensino de vocabulário com a produção e a compreensão de textos.

VIANA, M. L. Estéticas, experiências e saberes: artes, culturas juvenis e o Ensino Médio. In: DAYRELL, J.; CARRANO, P.; MAIA, C.L. (org.). Juventude e Ensino Médio: sujeitos e currículos em diálogo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014. Voltado ao docente de Ensino Médio, o artigo aborda a cultura e as artes em suas dimensões simbólicas e estéticas e discute a presença delas na realidade das escolas. Para isso, mobiliza exemplos de arte urbana e da indústria cultural.

VIANNA, H. M. A prática da avaliação educacional: algumas colocações metodológicas. Estudos em Avaliação Educacional: revista da Fundação Carlos Chagas, São Paulo, v. 25, n. 60, p. 178195, dez. 2014. Edição especial. Disponível em: https://publicacoes. fcc.org.br/eae/article/view/3335. Acesso em: 31 out. 2024. Nesse artigo, o autor discute metodologias da prática da avaliação no contexto escolar e defende, entre outras ideias, uma avaliação que leve em conta os aspectos do meio educacional de aplicação, de modo a evitar modelos preestabelecidos nem sempre adequados a todos os contextos.

VIEIRA, F. E.; FARACO, C. A. Gramática do português brasileiro escrito. São Paulo: Parábola, 2023. Fundamentada no reconhecimento de uma língua brasileira, essa gramática propõe um estudo da língua escrita por meio do detalhamento e da análise dos princípios norteadores da norma-padrão brasileira contemporânea. Embora de caráter normativo, não ignora a variabilidade dessa norma-padrão.

WING, J. Pensamento computacional. Um conjunto de atitudes e habilidades que todos, não só cientistas da computação, ficaram ansiosos para aprender e usar. Revista Brasileira de Ensino de Ciência e Tecnologia: periódico científico da UTFPR, Curitiba, v. 9, n. 2, 2016. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/rbect/article/view/4711. Acesso em: 31 out. 2024.

Artigo pioneiro na defesa do uso do pensamento computacional na vida prática e na Educação Básica.

XAVIER, G.; REBELLO, I.; MONNERAT, R. (org.) Semiolinguística aplicada ao ensino. São Paulo: Contexto, 2021.

As reflexões contidas nesse livro são baseadas na teoria semiolinguística de análise do discurso. Com base em exemplos variados, da literatura à propaganda, o livro aplica essa teoria nas aulas de Língua Portuguesa.

TRANSCRIÇÃO DOS PODCASTS

Marketing de influência: desafios e perspectivas

[Áudios extraídos de vídeos]

“Vamos pra um desafio inédito hoje aqui no canal, que é um novo tipo de ranking. Presta atenção que eu vou explicar e você vai entender mole”.

“Você tem problemas pra fazer sobrar dinheiro?

Eu preciso de dinheiro!

Nesse vídeo vou te ensinar oito dicas para sobrar dinheiro no final do mês”.

Você ouviu trechos de vídeos de dois brasileiros muito famosos na internet. O primeiro, que começou conquistando crianças e adolescentes ao falar de diversos assuntos, é seguido atualmente por mais de 46 milhões de pessoas. A segunda dá dicas de investimentos para quase 8 milhões de pessoas.

Eles estão no topo de uma carreira cada vez mais comum e desejada, principalmente pelos jovens: a de influenciador digital.

Segundo a empresa de pesquisas Nielsen, o Brasil já tem 500 mil influenciadores com mais de 10 mil seguidores cada um. Para efeito de comparação, esse grupo de influenciadores é maior do que a quantidade de dentistas trabalhando no país e mais que o dobro do número de arquitetos.

[Música de transição]

Outro levantamento, agora das agências Hootsuite e We Are Social, apresenta o Brasil como o segundo país que mais segue influenciadores no mundo, ficando atrás apenas das Filipinas nesse ranking. De acordo com a pesquisa, 44,3% dos usuários brasileiros de redes sociais acompanham pelo menos um influenciador digital.

E o que faz um influenciador digital? Ele cria conteúdos a fim de atrair muitos seguidores e se tornar uma pessoa com credibilidade diante desse público para, assim, influenciá-lo a consumir produtos e serviços. Um dos objetivos é receber patrocínio de empresas e marcas por esse trabalho, conhecido como marketing de influência, uma nova forma de fazer propaganda, considerada mais eficaz.

Na mídia tradicional, como a TV ou o rádio, um comercial é exibido para o público em geral, abrangendo pessoas de todas as idades e classes sociais, com interesses muito diferentes. Quando um banco anuncia seus produtos e serviços no intervalo comercial de uma novela, por exemplo, ele alcança muitas pessoas, mas apenas uma pequena parcela realmente se interessa pelo assunto.

Por outro lado, se esse banco investir em uma estratégia de marketing de influência, patrocinando canais digitais especializados em finanças e investimentos, ele atingirá um público relativamente menor em relação ao da TV, mas provavelmente mais interessado no assunto. Então, a chance de transformar esses usuários em clientes é bem maior.

As redes sociais têm canais especializados para cada tipo de assunto: investimentos, bem-estar, maquiagem, carros, viagens, gastronomia, saúde, futebol, entre tantos outros... Existe oferta de conteúdo em abundância para qualquer nicho de público. [Áudio extraído de vídeo]

“Pra mim, o estilo de vida saudável, ele está muito além de se alimentar bem, de praticar exercícios físicos. Eu acho que é uma

questão emocional também. Eu acredito que quando a pessoa ela está feliz, ela é feliz, ela naturalmente já é saudável”.

Você ouviu uma influenciadora digital seguida por quase 6 milhões de pessoas. Do nicho de estilo de vida, saúde e bem-estar, ela é mais uma a ocupar um espaço no topo da profissão.

Além do patrocínio de empresas e marcas, esses grandes influenciadores digitais recebem pagamento das próprias redes sociais. Cada uma delas remunera os donos de canais e perfis de acordo com as próprias regras e a audiência que eles proporcionam.

Na prática, as redes sociais são beneficiadas pelo aumento de tráfego, ou seja, pelo crescimento contínuo do número de pessoas que os criadores de conteúdo atraem para as plataformas de mídia. Mas não há regulamentação dessa profissão, nem garantia de direitos trabalhistas a esses profissionais. É uma relação que, muitas vezes, gera controvérsia. Afinal, quem realmente ganha nesse processo?

[Música de transição]

Sabemos que o Brasil tem grandes nomes do marketing de influência, mas nem todos que atuam nessa atividade atingem uma multidão. Muitas pessoas que entram nessa área se encaixam na categoria de microinfluenciadores, como são chamados os influenciadores digitais com número de seguidores entre 10 mil e 50 mil pessoas. Eles costumam investir em equipamentos para criar posts e vídeos atrativos, dedicam horas de trabalho para criar estratégias que conquistem e fidelizem a audiência, mas, por causa do número de seguidores considerado baixo, o retorno financeiro é menor.

Uma pesquisa feita pela agência Influency.me revelou que 41% dos influenciadores digitais recebem até 500 reais por mês. Por outro lado, a taxa de engajamento, ou seja, o nível de interação dos usuários com esses influenciadores é mais alta, porque eles conseguem alcançar quase todo o seu público e falar diretamente com ele. Vamos ouvir o que Felipe Oliva, sócio de uma agência de marketing de influência com base em dados, diz sobre isso. [Áudio extraído de entrevista em vídeo]

“Acho que o marketing de influência é a única estratégia que ela permite, de fato, que você personalize a comunicação. Então, quando a gente trabalha com vários microinfluenciadores simultâneos, lembra, cada microinfluenciador vai fazer do seu jeitinho. Cada um deles vai impactar a sua comunidade. E essa adaptação da comunicação é única.”

Apesar dos desafios, o trabalho com marketing de influência continua crescendo.

No entanto, com o aumento do número de profissionais e omaior interesse de marcas e plataformas em contratar esse serviço, pode ser necessária a regulamentação dessa profissão para que ninguém seja prejudicado.

[Música de transição]

Créditos:

O trecho do vídeo Desafio Top 10 – Acerte os 10 mais... foi retirado do Canal Felipe Neto. O vídeo Como sobrar dinheiro no fim do mês: 8 dicas infalíveis! é do canal Me Poupe! O vídeo Gabriela Pugliesi está no canal de mesmo nome. O trecho da entrevista com Felipe Oliva foi retirado do vídeo Marketing de influência versus outros tipos de marketing, do canal Papo de Influência by Wake. Todos os canais são do YouTube. Outros áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound.

Caminhos para uma agricultura sustentável

[Música de transição]

A sustentabilidade é uma questão cada vez mais debatida e urgente na sociedade. Esse conceito se refere ao equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e social de um país e a preservação do meio ambiente.

Uma atividade que enfrenta o desafio de conservar os recursos naturais e, ao mesmo tempo, produzir uma quantidade de alimento necessária para sustentar a população do planeta é a agricultura. A busca por essa harmonia, que pode garantir a sobrevivência das gerações futuras, é a proposta da agricultura sustentável

[Áudio extraído de programa televisivo]

“– O fruto do Mandacaru, por exemplo, minha mãe, em muitos lugares é uma iguaria. Enquanto o povo daqui, quando vão plantar roça, derrubam tudo”.

“– Mas, meu filho, é o único jeito de se produzir nessa terra!”.

“– Não é não, mainha. Não é o único jeito e nem o melhor de produzir.”

O diálogo que ouvimos da novela Velho Chico, veiculada em 2016, ilustra uma preocupação do personagem com os métodos usados para cultivar alimentos, que, muitas vezes, prejudicam o meio ambiente. Naquele ano, a teledramaturgia trouxe à tona termos que ecoavam pelo mundo, como a própria “agricultura sustentável” e a “agrofloresta”, uma forma de ocupação do solo que associa plantio e manejo de árvores a culturas agrícolas, como soja, milho e arroz. [Música de transição]

A promoção da agricultura sustentável é um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável definidos pela Organização das Nações Unidas, a ONU. Os chamados ODS são um plano de ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e garantir prosperidade às pessoas. A intenção é atingir esses objetivos no Brasil até 2030.

O objetivo número 2 dessa lista pretende acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável.

Isso significa que a agricultura sustentável pode ser aliada no combate ao problema da fome no Brasil. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, revelam que, em 2023, quase 9 milhões de pessoas enfrentaram a insegurança alimentar e nutricional grave no país.

[Música de transição]

Para ser considerada sustentável, a prática agrícola precisa estar alinhada com os três pilares da sustentabilidade, que são as dimensões social, econômica e ambiental.

No âmbito social, além de beneficiar o consumidor final, que passa a receber alimentos de qualidade, é importante valorizar o produtor, garantindo capacitação profissional e condições de trabalho justas e dignas. Essa valorização melhora a geração e a distribuição de renda, tornando a agricultura sustentável economicamente viável. Já a esfera ambiental refere-se à preservação do solo, dos recursos naturais e da biodiversidade durante essa prática.

[Música de transição]

A agricultura sustentável pode ajudar, por exemplo, no combate aos problemas relacionados às mudanças climáticas e ao aquecimento global, que ameaçam o futuro da sobrevivência humana na Terra. Um solo bem preservado contribui para o cultivo de alimentos e para o armazenamento de

gás carbônico, o que minimiza a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera.

No Brasil, diversas práticas sustentáveis já são realidade. Podemos citar, por exemplo, a agricultura orgânica, que busca produzir alimentos naturais saudáveis sem o uso de fertilizantes e pesticidas artificiais. Essa prática diminui a poluição dos corpos de água e garante uma boa manutenção do armazenamento de água doce do planeta.

Apesar de ser parecida com a agricultura sustentável, a agricultura orgânica não tem como foco a alta produção de alimentos para suprir uma grande parcela da população, e sim o abastecimento de uma comunidade local.

Outra prática sustentável é a agricultura de conservação, que utiliza resíduos orgânicos de plantações anteriores para proteger o solo antes da plantação de uma nova cultura, reduzindo o escoamento e combatendo a erosão do solo. [Áudio extraído de programa televisivo]

“E tudo o que se corta, mas não é colheita, vai ajudar outras plantas”.

“É o nosso adubo, né? O adubo que a gente utiliza para as espécies que estão aqui. Se você olhar, nós temos o solo… olha pra isso aqui. A quantidade de matéria orgânica que tem, né? Um solo vivo, rico”.

O trecho da reportagem do programa Globo Rural apresenta a adubação verde, uma técnica agrícola que promove a reciclagem de nutrientes do solo por meio do plantio de diversas espécies de plantas. Ela ajuda a recuperar solos degradados e melhorar solos pobres, além de conservar os que já são produtivos.

Essa técnica é muito utilizada em um tipo de agricultura chamada de sintrópica , que também visa recuperar áreas degradadas e proteger o meio ambiente. Esse sistema reúne, na mesma área, a produção de hortaliças, frutas e madeiras para reordenar o ambiente natural.

[Música de transição]

Novas tecnologias e incentivos governamentais vêm fortalecendo práticas sustentáveis de agricultura no Brasil. Um sistema que tem recebido incentivos de políticas públicas é a agricultura familiar, na qual pessoas de uma mesma família trabalham no cultivo, na colheita e no tratamento dos alimentos, que são voltados para o consumo familiar e para a subsistência da sua comunidade.

De acordo com o último Censo Agropecuário, realizado pelo IBGE em 2017, 77% das propriedades agrícolas do país utilizam esse sistema, o que torna a agricultura familiar uma das maiores responsáveis pelo abastecimento do mercado agrícola do país.

[Som de chuva e trovoada]

Portanto, é o pequeno produtor, atuando de forma sustentável, que abastece boa parte da mesa dos brasileiros. Assim, ele também contribui para a soberania alimentar do país, que consiste na autonomia de decisões sobre a organização e a distribuição de alimentos no nosso território. A soberania alimentar garante a democratização do acesso à terra e a promoção de modelos produtivos sustentáveis, além de contribuir para a erradicação da fome e da desnutrição.

Agora, você já sabe como a agricultura sustentável é importante e consiste em um pilar fundamental para um país produzir o seu próprio alimento de qualidade.

[Música de transição]

Créditos:

A novela Velho Chico, cujo trecho você ouviu, foi ao ar em 2016 pela TV Globo. A reportagem do Globo Rural foi ao ar em 6 de agosto de 2017 e está disponível no site do G1. Os outros áudios deste podcast são da Freesound.

O que é racismo algorítmico?

[Música de transição]

Vivemos em um mundo no qual a tecnologia avança rapidamente e, a todo momento, modifica a maneira como interagimos uns com os outros. Com a abundância de ferramentas e informações à nossa disposição, era de se esperar que já tivéssemos superado problemas sociais como o preconceito e a discriminação.

Mas o que fazer quando a própria tecnologia reforça julgamentos e estereótipos? É o que você vai entender agora. [Música de transição]

Você já ouviu falar de racismo algorítmico? Essa é uma expressão que, aos poucos, tem ganhado espaço na mídia e entre pesquisadores do assunto. Ela é usada para designar o racismo presente no comportamento dos algoritmos digitais, que atuam, por exemplo, em sites de busca e nas redes sociais.

Mas, antes de sabermos como o racismo algorítmico funciona e afeta nossa vida, precisamos dar um passo atrás e entender um conceito-chave relacionado ao racismo no Brasil: o racismo estrutural.

[Música de transição]

O racismo estrutural não se restringe a um ato isolado ou até mesmo consciente de racismo. Trata-se de um tipo de discriminação que vem de um processo histórico e, por isso, está enraizado em nossa sociedade. Isso significa que ele não é totalmente explícito, mas está presente, por exemplo, na falta de políticas públicas para pessoas negras e indígenas, na falta de representantes negros e indígenas em cargos de chefia em empresas ou em instituições de Ensino Superior e no maior índice de abordagens policiais a pessoas negras. Como resultado, temos a perpetuação de uma sociedade desigual, que privilegia pessoas brancas.

[Música de transição]

O racismo algorítmico, por sua vez, é uma espécie de continuação do racismo estrutural, envolvendo agora o ambiente digital. É o modo pelo qual as tecnologias digitais reproduzem e fortalecem a desigualdade e os preconceitos. [Áudio extraído de entrevista em vídeo]

“E o que que é basicamente o racismo algorítmico? Ele é como o racismo. Ele vai, a partir do desenvolvimento tecnológico, colocar mais ônus, mais perdas, mais violações para a população negra, e mais bônus, mais avanços, mais eficiência para as pessoas brancas.”

A voz que você acabou de ouvir é de Pablo Nunes, doutor em Ciência Política e coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, o Cesec, no Rio de Janeiro. Ele explica o que é o racismo algorítmico. Mas como ele funciona na prática?

Um exemplo evidente é a tecnologia de reconhecimento facial, criada para identificar padrões faciais. Embora essa tecnologia já exista há alguns anos, até hoje ela registra diversos

erros, que, em muitos casos, são resultado de uma estrutura digital discriminatória.

De acordo com dados da Rede de Observatório da Segurança, entre 2019 e 2020, de cada dez pessoas presas no Brasil por reconhecimento facial, nove eram negras. Algumas nunca tiveram passagem pela polícia e, portanto, não sabiam como estavam integrando o banco de dados de criminosos.

Segundo um artigo publicado no site do canal Futura, em novembro de 2023, [Ao fundo, entra som de digitação]

“[...] Diversos softwares de reconhecimento facial não conseguem identificar quando pessoas negras tentam realizar o reconhecimento. Isso ocorre porque a tecnologia foi desenvolvida não apenas por profissionais brancos, mas para reconhecer rostos de pessoas brancas. Dessa maneira, quando pessoas negras procuram acessar, não conseguem realizar o reconhecimento: a base algorítmica do sistema não reconhece os rostos com tonalidades de pele com mais melanina”.

[Música de transição]

Há, ainda, outros exemplos de racismo algorítmico presentes em nosso dia a dia.

Em sites de busca de imagens, é o algoritmo, ou seja, um sistema automatizado, que faz a escolha das fotos que serão mostradas ao usuário. Em geral, pessoas brancas, principalmente homens, estão associadas a imagens de poder, enquanto pessoas negras estão associadas a posições de servidão.

Em uma rede social, foi identificado outro problema relacionado a imagens: fotos de pessoas brancas são enquadradas de forma clara e mantidas em evidência, enquanto imagens de pessoas negras ficam fora do enquadramento e sem destaque, mesmo quando elas são mais conhecidas. Foi o que aconteceu em 2020 com o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que teve sua foto prejudicada em relação à de Mitch McConnell, líder da minoria do Congresso estadunidense.

[Música de transição]

Sabemos que a tecnologia já trouxe e pode trazer ainda mais benefícios à sociedade, mas também é preciso reconhecer e eliminar os graves problemas que ela apresenta. Para começar a combater o racismo algorítmico, é necessária maior diversidade dentro das empresas de tecnologia. Para se ter uma ideia, de acordo com uma pesquisa feita pela PretaLab em conjunto com a ThoughtWorks, em mais de 30% das empresas do setor, não há nenhuma pessoa negra. E o quadro de pessoas negras nas empresas restantes é pequeno.

[Música de transição]

Agora que você já sabe como o racismo algorítmico funciona, é importante ter em mente que a busca por inclusão e igualdade nas tecnologias começa fora delas.

Se o racismo algorítmico é uma extensão do racismo estrutural, o combate a ambos se inicia na sociedade, com a adoção de práticas antirracistas e a promoção de políticas públicas que promovam a justiça social.

[Música de transição]

Créditos:

A entrevista com Pablo Nunes está disponível no canal Preto, do YouTube. Os outros áudios inseridos neste conteúdo são da Freesound.

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