PNLD 2026 EM - CAT 1 - COLEÇÃO 360 - EDUCAÇÃO FÍSICA

Page 1


ALCIDES SCAGLIA

ANANSA CAMPOS

RODOLFO GAZZETTA ÁREA

MANUAL DO PROFESSOR

FÍSICA

EDUCAÇÃO FÍSICA

ALCIDES JOSÉ SCAGLIA

Livre-docente em Pedagogia do Esporte pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Doutor em Pedagogia do Movimento, mestre em Pedagogia do Esporte, licenciado em Educação Física e bacharel em Educação Física pela Unicamp. Docente pleno no programa de pós-graduação, mestrado e doutorado, da Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp.

ANANSA BARBOSA CAMPOS

Formada em Educação Física pela Faculdade Social da Bahia. Especialista em Atividade Física e Saúde no contexto da Educação Básica pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Pós-graduada em Psicopedagogia Escolar e Clínica pela Faculdade de Ciências Humanas de Vitória. Autora de materiais didáticos, atua na área escolar como professora e coordenadora de Educação Física.

RODOLFO GAZZETTA

Formado em Educação Física – bacharelado e licenciatura – pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e mestre em Desenvolvimento Humano e Tecnologias pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Atua na área escolar como professor de Educação Física e como treinador de equipes esportivas.

FÍSICA EDUCAÇÃO FÍSICA

E SUAS TECNOLOGIAS 3

VOLUME

ENSINO MÉDIO

ÁREA DO CONHECIMENTO: LINGUAGENS

Copyright © Alcides José Scaglia, Anansa Barbosa Campos, Rodolfo Gazzetta, 2024

Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira

Direção de conteúdo e negócios Cayube Galas

Direção editorial adjunta Luiz Tonolli

Gerência editorial Nubia Andrade e Silva, Roberto Henrique Lopes da Silva

Edição Paulo Roberto Ribeiro (coord.)

André Saretto, Carolina Bianchini, Sarita Borelli

Preparação e revisão Maria Clara Paes (coord.)

Ana Carolina Rollemberg, Cintia R. M. Salles, Denise Morgado, Desirée Araújo, Eloise Melero, Kátia Cardoso, Márcia Pessoa, Maura Loria, Veridiana Maenaka, Yara Affonso

Produção de conteúdo digital João Paulo Bortoluci

Gerência de produção e arte Ricardo Borges

Design Andréa Dellamagna (coord.)

Sergio Cândido (criação), Ana Carolina Orsolin, Everson de Paula

Projeto de capa Sergio Cândido

Imagem de capa Ljupco Smokovski/Shutterstock.com

Arte e produção Rodrigo Carraro (coord.)

Adriana Santana

Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga

Licenciamento de textos Erica Brambilla

Iconografia Bruna Lambardi Parronchi

Ilustrações Daniel Almeida, Hector Gómez, Estúdio Rufus, Renato Bassani e Marcelo de Almeida

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Scaglia, Alcides José 360° Educação Física : ensino médio : volume único / Alcides José Scaglia, Anansa Barbosa Campos, Rodolfo Gazzetta. -- 1. ed. -São Paulo : FTD, 2024.

Componente curricular: Educação física. Área de conhecimento: Linguagens e suas tecnologias.

ISBN 978-85-96-04614-5 (livro do estudante)

ISBN 978-85-96-04615-2 (manual do professor)

ISBN 978-85-96-04616-9 (livro do estudante HTML5)

ISBN 978-85-96-04617-6 (manual do professor HTML5)

1. Educação física (Ensino médio) I. Campos, Anansa Barbosa. II. Gazzetta, Rodolfo. III. Título.

24-227447

Índices para catálogo sistemático:

CDD-796.07

1. Educação física : Ensino médio 796.07

Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à

EDITORA FTD

Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300

Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br

Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33

Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

APRESENTAÇÃO

Cara estudante, caro estudante,

Esta coleção foi pensada para consolidar e aprofundar sua trajetória formativa na Educação Básica. Nós nos esforçamos para idealizar propostas e experiências que possibilitem a formação de estudantes cada vez mais ativos, críticos e conscientes de seu protagonismo na sociedade, não apenas com a Educação Física mas também na integração com as demais áreas do conhecimento.

Na etapa do Ensino Médio, a Educação Física, enquanto componente curricular da área de Linguagens e suas Tecnologias, tem por objetivo aprofundar e ampliar os saberes relacionados à cultura corporal de movimento, contribuindo para a formação integral, crítica, ética e cidadã conectada aos cuidados de si e dos outros.

Desse modo, você vai encontrar, nesta coleção, propostas de leitura, reflexão, pesquisa e produção que buscam contribuir para a sua formação como sujeito capaz de usufruir, produzir e transformar a cultura corporal de movimento. Essas propostas são norteadas por temas que dialogam com as culturas juvenis e com diferentes dimensões da vida em sociedade no mundo contemporâneo, a fim de que você possa conhecer, contextualizar, problematizar, experienciar e ressignificar os conteúdos sistematizados, tanto na escola quanto fora dela.

Nesse sentido, as propostas de leitura, de discussão, de pesquisa e de criação no âmbito das manifestações da cultura corporal de movimento só fazem sentido se estiverem a favor da construção da identidade e do desenvolvimento da potência de agir. Portanto, elas são oferecidas aqui também para promover a sua participação, colaboração e fruição, sem deixar de lado as emoções mobilizadas e a possibilidade de adotar novos estilos de vida que contemplem o lazer, a saúde e o bem-estar individual e coletivo. Acreditamos que é assim que podemos apoiá-lo em direção ao que deseja construir, contribuindo para a sociedade e o mundo em que almeja viver.

Neste momento tão especial da sua vida, em que tantas descobertas estão por vir, desejamos que esta coleção acompanhe você nos próximos anos, dando-lhe o suporte necessário em sua trajetória escolar.

Os autores

CONHEÇA O VOLUME

LER O MUNDO

ABERTURA DE UNIDADE

A abertura, com título, imagem e texto introdutório, apresenta o tema que norteará os quatro capítulos que compõem a unidade.

A observação da imagem e as atividades propostas possibilitam acionar conhecimentos prévios e acessar experiências de mundo, antecipando os conteúdos que serão abordados nos capítulos.

Propõe atividades de sondagem, diagnóstico e sensibilização temática, que aproximam o estudante das discussões, reflexões e práticas que serão desenvolvidas no capítulo, incentivando o compartilhamento de experiências e o levantamento de hipóteses e de repertório sobre os conteúdos do respectivo capítulo.

#PARALER

A seção sempre apresenta duas leituras que nortearão as atividades propostas na sequência. A Leitura 1 oferece uma ou mais imagens, enquanto a Leitura 2 apresenta textos de diferentes gêneros que dialogam com os conteúdos do capítulo.

A seleção desses textos procura atender às diversas demandas do estudante em sua vida escolar, pessoal, profissional e social, inserindo-o num contexto de protagonismo na reflexão e no debate dos temas propostos.

ABERTURA DE CAPÍTULO

A abertura de capítulo, com título, apresenta texto introdutório ao tema que será abordado e propostas de questionamentos presentes em Ler o mundo.

é tão querida na cidade, antigamente ser capoeirista era estar deslocado da identidade “verdadeira”, a de imigrante europeu. Naquele tempo, tudo era mais difícil e existiam vários estereótipos atribuídos àquele que jogasse a capoeira. Chamar o berimbau de “cachimbo de preto”, capoeirista de macumbeiro, de vadio ou bandido eram alguns dos modos de o preconceito se manifestar. Entretanto, os capoeiristas não desistiram, não arredaram o pé. E foi por terem resistido ontem que podemos desfrutar hoje desta expressão nacional e regional.

Jeferson do Nascimento Machado (1989-) é mestre em História pela Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná e autor de publicações que enfocam a prática da capoeira. SOBRE Pensar e compartilhar

1. A imagem da Leitura foi produzida no século XIX pelo pintor e viajante alemão Rugendas e retrata uma roda de capoeira no período escravista no Brasil. Compare a gravura com fotografia da abertura do capítulo e explique o sentido que a capoeira assume na obra de Rugendas.

2. O título da gravura de Rugendas Jogar capoeira ou Danse de la guerre (“dança da guerra”, em francês). Considerando essa informação e texto da Leitura 2 responda: quais elementos permitem associar a capoeira ao jogo, à dança e luta (a que palavra guerra faz referência)?

3. Com base na imagem apresentada na Leitura 1 e na abertura do capítulo, você diria que a prática da capoeira exige grande capacidade e habilidade físicas? Explique.

4. Na crônica da Leitura 2 o autor descreve o lugar onde as pessoas estão praticando a capoeira. Qual é a importância da escolha do lugar para a realização dessa prática?

5. A capoeira é classificada em duas variações principais: angola regional. a) Pesquise as diferenças entre elas e escreva, no caderno, um resumo das informações que você encontrar.

b) O autor da crônica da Leitura 2 descreve os movimentos que os jogadores estão executando. Com base na pesquisa que você realizou, possível supor a variação de capoeira que está sendo praticada? Justifique.

6. Releia este trecho da crônica: Todavia, se hoje a capoeira é tão querida na cidade, antigamente ser capoeirista era estar deslocado da identidade “verdadeira”, de imigrante europeu. Quem são os capoeiristas de antigamente por que essas pessoas estavam deslocadas de uma identidade “verdadeira”? 7. Por que é importante combater preconceito contra

PENSAR E COMPARTILHAR

Apresenta atividades de compreensão, reflexão crítica e discussão de assuntos propostos na Leitura 1 e na Leitura 2, abordando discursos, representações, sentidos, significados e valores associados a manifestações da cultura corporal de movimento e a questões relacionadas a elas.

INTEGRANDO COM…

Apresenta proposta de integração entre os conteúdos de Educação Física e as demais áreas do conhecimento e seus respectivos componentes curriculares.

#NÓSNAPRÁTICA

Propõe produções autorais e vivências de práticas corporais de forma individual ou coletiva, todas elas organizadas em etapas que conduzem o processo.

BOXES

#PARAEXPLORAR

Apresenta propostas que ampliam o tema que atravessa o capítulo por meio de atividades e práticas de pesquisa que reforçam o protagonismo do estudante em seu processo de aprendizagem no âmbito da cultura corporal de movimento.

Os boxes da coleção têm como função apoiar o estudante nos estudos: SOBRE apresenta dados biográficos resumidos a respeito de autores; FICA A DICA traz indicações de sites, vídeos, podcasts, livros e outros materiais para consulta; SAIBA MAIS apresenta informações complementares que ampliam a compreensão de algum tema ou conteúdo; PARA A VIDA explora aspectos de competências socioemocionais em diálogo com assuntos e práticas corporais abordados, relacionando-as à vida do estudante. Além disso, também há os boxes conceito, glossário e destaque.

ÍCONES

As faixas de áudio e os objetos educacionais digitais presentes na coleção, identificados por meio de ícones, indicam materiais complementares ao conteúdo do livro impresso, facilitando a associação entre o livro e os recursos digitais, com o objetivo de acrescentar, ampliar e dinamizar os temas e conteúdos tratados.

SUMÁRIO

CAPÍTULO 3 – Danças regionais............................... 55

#PARALER: Danças tradicionais .............................. 56 Pensar e compartilhar .................................................. 58

INTEGRANDO COM Língua Portuguesa e Arte: A dança no cordel e na xilogravura 59

#PARAEXPLORAR: Danças regionais ...................... 62

#NÓSNAPRÁTICA: Xaxado 63

CAPÍTULO 4 – Corpo natural, corpo cultural 64

#PARALER: Atividade × inatividade 65 Pensar e compartilhar 67

#PARAEXPLORAR: Habilidades físicas................... 68

#NÓSNAPRÁTICA: Movimentos naturais 69

COM… Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Saúde física da pessoa idosa 79

CAPÍTULO 2 – Corpo e mente em equilíbrio ......... 81 #PARALER: Cuidar de si 82 Pensar e compartilhar .................................................. 84 #PARAEXPLORAR:

3 – As capacidades físicas dos seres humanos ....................................................... 88

#PARALER: Capacidades físicas 89 Pensar e compartilhar ................................................... 91 #PARAEXPLORAR: Pega-pega pelo mundo ............. 92 #NÓSNAPRÁTICA: Plano de desenvolvimento das capacidades físicas ....................................................... 94

CAPÍTULO 4 – Práticas corporais de aventura na natureza 96

#PARALER: Práticas corporais de aventura e preservação ambiental 97 Pensar e compartilhar .................................................. 99 #PARAEXPLORAR: Modalidades de práticas corporais de aventura na natureza 100 #NÓSNAPRÁTICA: Caminhada em um parque ou uma praça da cidade ................................ 101

CAPÍTULO 1 – Esporte e espaço urbano 104

#PARALER: Basquete de rua .................................... 105 Pensar e compartilhar 107

INTEGRANDO COM… História e Língua Inglesa: Diferentes perspectivas ............................................. 108

#PARAEXPLORAR: Reapropriação e ressignificação de espaços públicos ..................... 109

#NÓSNAPRÁTICA: Festival de basquete de rua ... 110

CAPÍTULO 2 – Práticas corporais na cidade 112

#PARALER: Corpo e espaço público 113 Pensar e compartilhar ................................................. 116

#PARAEXPLORAR: Práticas corporais das juventudes 117

#NÓSNAPRÁTICA: Deslocamentos pelo bairro .... 119

CAPÍTULO 3 – Práticas corporais de aventura urbanas 121

#PARALER: Skate: nas ruas e nas Olimpíadas ..... 122 Pensar e compartilhar ................................................ 124

#PARAEXPLORAR: Modalidades de skate............. 125

#NÓSNAPRÁTICA: Exercícios de equilíbrio, estabilização e força abdominal 126

CAPÍTULO 4 – Danças urbanas: breaking 128

#PARALER: A cultura hip-hop 129 Pensar e compartilhar ................................................ 130

#PARAEXPLORAR: Breaking 132

#NÓSNAPRÁTICA: Festival de hip-hop.................. 133

UNiDADE

Ética e cidadania nas práticas corporais .................... 134 5

CAPÍTULO 1 – Esporte adaptado e esporte paralímpico 136

#PARALER: Inclusão no esporte 137 Pensar e compartilhar ................................................ 139

#PARAEXPLORAR: Atletas com deficiência visual......................................................... 140

#NÓSNAPRÁTICA: Goalball ........................................ 141

CAPÍTULO 2 – Práticas corporais, preconceito e discriminação .................................. 143

#PARALER: Racismo e esporte ................................ 144 Pensar e compartilhar 146

#PARAEXPLORAR: Instrumentalização social de práticas corporais ..................................... 148

#NÓSNAPRÁTICA: Campanhas antirracismo nas práticas corporais................................................ 149

CAPÍTULO 3 – Esporte e gênero 150

#PARALER: Mulheres no esporte............................. 151 Pensar e compartilhar ................................................ 153

#PARAEXPLORAR: Mulheres no universo esportivo ....................................................... 154

#NÓSNAPRÁTICA: Bandeirinha 155

INTEGRANDO COM… Sociologia: Questões de gênero no esporte e fake news ................................. 156

CAPÍTULO 4 – Padrões estéticos e uso indevido de substâncias .................................. 158

#PARALER: Imagem corporal .................................. 159 Pensar e compartilhar ................................................. 161

#PARAEXPLORAR: Riscos do uso indevido de anabolizantes e outras substâncias 162

#NÓSNAPRÁTICA: Padrões estéticos na propaganda............................................................... 163

UNiDADE

Corpo, movimento e meio ambiente ................................164

CAPÍTULO 1 – Corpo e natureza 166

#PARALER: Aventuras na natureza 167 Pensar e compartilhar ................................................ 169

#PARAEXPLORAR: Turismo de aventura .............. 170

#NÓSNAPRÁTICA: Trekking de regularidade....... 171

CAPÍTULO 2 – Práticas corporais e consciência ambiental 173

#PARALER: Poluição e exercícios físicos 174

Pensar e compartilhar ................................................ 176

#PARAEXPLORAR: Reportagem sobre esporte e poluição 177

#NÓSNAPRÁTICA: Corrida e caminhada contra a poluição .......................................................... 178

CAPÍTULO 3 – Práticas corporais e sustentabilidade 180

#PARALER: Esporte e meio ambiente 181 Pensar e compartilhar ................................................ 182

#PARAEXPLORAR: Festival sustentável de práticas corporais .................................................. 184

#NÓSNAPRÁTICA: Construção de brinquedos com materiais recicláveis 185

CAPÍTULO 4 – Práticas corporais de aventura na natureza pela cidade 186

#PARALER: Da natureza para as cidades 187

Pensar e compartilhar ................................................ 189

Integrando com… Geografia: Classificação das áreas verdes urbanas ......................................... 190

#PARAEXPLORAR: Práticas corporais e grupos de afinidade 191

#NÓSNAPRÁTICA: Parkour na escola .................... 192

SUMÁRIO

UNiDADE

Lazer, trabalho e projeto de vida .........................194 7

CAPÍTULO 1 – Movimento para todos 196

#PARALER: Ginástica geral 197 Pensar e compartilhar ................................................ 199

#PARAEXPLORAR: Ginástica acrobática ............. 200

#NÓSNAPRÁTICA: Sequência coreográfica de ginástica geral 201

CAPÍTULO 2 – Ergonomia nos estudos e no trabalho 204

#PARALER: Ergonomia no dia a dia 205 Pensar e compartilhar ................................................207

#PARAEXPLORAR: Pesquisa: a escola é ergonômica? .............................................. 208

#NÓSNAPRÁTICA: Alongamentos estáticos ....... 209

CAPÍTULO 3 – Autonomia na prática de exercícios físicos 212

#PARALER: Exercícios físicos e saúde 213 Pensar e compartilhar ................................................ 214

INTEGRANDO COM… Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: Análise estatística da prática de atividades físicas .............................. 216

#PARAEXPLORAR: Minha comunidade é fisicamente ativa? 217

#NÓSNAPRÁTICA: Corpo em movimento .............. 218

CAPÍTULO 4 – Corpo em movimento no trabalho e no lazer ............................................... 219

#PARALER: Corpo e trabalho .................................. 220 Pensar e compartilhar ................................................ 221

#PARAEXPLORAR: Não ao trabalho infantil, sim ao lazer e aos esportes 222

#NÓSNAPRÁTICA: Festival do lazer ...................... 224

UNiDADE

8

Corpo, mídia e cultura .......... 226

CAPÍTULO 1 – Corpo, cultura e identidade 228

#PARALER: Potencialidades do corpo e padrões estéticos 229

Pensar e compartilhar ............................................... 230

#PARAEXPLORAR: Estereótipos de gênero e padrões estéticos e de comportamento .............. 231

INTEGRANDO COM Língua Portuguesa e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: Indústria, mídia e padrões ....................................... 232

#NÓSNAPRÁTICA: Transtornos alimentares ..... 234

CAPÍTULO 2 – Corpos e padrões da mídia ........ 235

#PARALER: Desafiando padrões............................ 236 Pensar e compartilhar 238

#PARAEXPLORAR: Combate à exclusão corporal ........................................................ 239

#NÓSNAPRÁTICA: Dança pela diversidade de corpos .......................................................................... 241

CAPÍTULO 3 – A luta pela igualdade no esporte ...................................................................... 242

#PARALER: Diversidade e inclusão no esporte..................................................................... 243 Pensar e compartilhar ............................................... 245

#PARAEXPLORAR: Ações contra o preconceito no esporte 246

#NÓSNAPRÁTICA: Práticas corporais pela inclusão ................................................................. 248

CAPÍTULO 4 – Inclusão no esporte 249

#PARALER: Atletas e paradesporto 250 Pensar e compartilhar ................................................ 251

#PARAEXPLORAR: Explorando os sentidos 252

#NÓSNAPRÁTICA: Festival da inclusão nos esportes .................................................................. 254

UNiDADE

9

CAPÍTULO 1 – Corpo e tecnologia ........................ 258

#PARALER: Impactos da tecnologia no corpo humano e no esporte................................ 259 Pensar e compartilhar ................................................ 261

#PARAEXPLORAR: IA e esporte ............................... 262

#NÓSNAPRÁTICA: Xadrez off-line e on-line....... 264

CAPÍTULO 2 – Hábitos diários e tecnologias digitais 265

#PARALER: Tecnologia e estilo de vida 266 Pensar e compartilhar 268

INTEGRANDO COM… Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: Violência no ambiente virtual .......................................................... 269

#PARAEXPLORAR: Mapeamento da inatividade física ......................................................... 271 #NÓSNAPRÁTICA: Dia do movimento 272 Corpo, movimento e tecnologia 256

CAPÍTULO 3 – Jogos digitais na

#PARALER: Exergames e inclusão digital 275 Pensar e compartilhar ................................................

#PARAEXPLORAR: Jogos digitais e juventudes ...................................................................

#NÓSNAPRÁTICA: Da tela para a quadra .............

CAPÍTULO 4 – E-sports: jogos digitais ou esportes?

#PARALER: E-sports e esportes tradicionais

FAIXAS DE ÁUDIO E OBJETOS EDUCACIONAIS

DIGITAIS

Os sites indicados nesta obra podem apresentar imagens e textos variáveis, os quais não condizem com o objetivo didático dos conteúdos citados. Não temos controle sobre essas imagens nem sobre esses textos, pois eles estão estritamente relacionados ao histórico de pesquisa de cada usuário e à dinâmica dos meios digitais.

CORPO, MOVIMENTO E CULTURA

Leia orientações e sugestões para esta Unidade em Orientações para o Professor

O conjunto de práticas culturais de diferentes grupos sociais em que o movimento e a gestualidade são mediadores da produção de sentidos é chamado de cultura corporal de movimento. Na Educação Física, a cultura corporal de movimento se estrutura nas práticas corporais, que se organizam em diferentes manifestações, como jogos, brincadeiras, danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura – além de contemplar aspectos de autocuidado com o corpo e a saúde, de lazer e de socialização.

Nesta unidade, você vai vivenciar diferentes experiências corporais integradas a reflexões sobre a cultura corporal de movimento. Assim, terá a oportunidade de se apropriar de saberes ligados a essas práticas corporais, produzi-los e transformá-los, em diálogo com outras dimensões da vida em sociedade.

Leia o título desta unidade e observe a imagem de abertura. Depois, converse com a turma sobre as questões a seguir.

1. Respostas pessoais.

1. O que você sabe sobre a capoeira? Para você, ela é um jogo, uma luta ou uma dança? Por quê?

2. Em sua percepção, como a cultura se expressa nas práticas corporais?

Resposta pessoal.

3. Você acredita que contribui para a construção, a preservação e/ou a transformação das práticas corporais? Se sim, de que forma? Comente.

Respostas pessoais.

Grupo Projeto Cultural Capoeira Sempre Alerta. Salvador (BA), 2023.
Não escreva no livro.

Jogos: tradição e cultura

Habilidades (abertura): EM13LGG101 e EM13LGG202.

A criação, a apropriação e a ressignificação de algumas práticas corporais são comuns nas mais diferentes regiões e culturas. Alguns contextos exigem, por exemplo, que jogos e brincadeiras se adaptem às necessidades e aos anseios de determinadas comunidades, especialmente com base na interação entre os praticantes, nas características sociais e culturais locais. Dessa forma, estabelece-se uma cultura lúdica diversa por meio do movimento. Essas mudanças também podem ocasionar novas formas de organização interna das práticas e de vivência cultural. É o que acontece no caso das diferentes ressignificações que o futebol ganhou Brasil adentro, que contribuíram para desenvolver novas habilidades de chute, domínio e drible, além de proporcionarem meios de lazer diversificados e alimentarem a imaginação de jovens que sonham em praticar esse esporte profissionalmente.

As interações lúdico-corporais podem ajudar as pessoas a, por exemplo, entender o significado de equipe e a compreender a importância de disputas de superação individual e coletiva, além de constantemente trazer elementos da cultura geral, ressignificando-os ou mesmo incorporando-os aos jogos. Isso faz os participantes assimilarem diferentes linguagens e atribuírem significado às suas ações, desenvolvendo o entendimento de regras, que podem ser negociadas e modificadas de acordo com as circunstâncias, as necessidades e os desejos dos jogadores.

1. Respostas pessoais.

1 Você conhece jogos tradicionais da região em que vive? Se sim, quais? Compartilhe com os colegas.

2 O que os jogos mencionados pela turma revelam a respeito da cultura da região? E o que eles podem proporcionar aos participantes?

Respostas pessoais.

3 Em sua opinião, os jogos tradicionais correm risco de desaparecer? Por quê? Em caso positivo, o que poderia ser feito para preservá-los?

Respostas pessoais.

Os jogos se tornam tradicionais por se popularizarem em determinada região ou grupo social e são transmitidos e, ao mesmo tempo, modificados pelos jogadores que os jogam. Algumas mudanças podem levar os participantes a preferir, por exemplo, cooperar em vez de vencer o jogo. Isso porque, em muitos casos, existem outros fatores considerados mais importantes que a vitória, como a superação individual ou o simples prazer de jogar. É isso que você vai estudar neste capítulo.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.

#PARAlER Jogos adaptados

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG202 e EM13LGG203.

É comum que jogos tradicionais muito populares passem por adaptações regionais e locais. A seguir, na Leitura 1, observe uma imagem que mostra jovens jogando futebol na rua. Depois, na Leitura 2, leia uma reportagem que fala do bets, também conhecido como taco.

Leitura 1

Leitura 2

Tem jogo que lembre mais como é ser criança do que Bets na rua?

Paula Maciulevicius | 12/10/2016 07:05

Na história de separar brincadeiras para o dia 12 de Outubro, “Bet”, “Bets” ou “Taco” surgiu entre os queridinhos da infância. Se tem um jogo que fala mais sobre o que é ser criança do que os tacos, a bolinha, a marcação e a lata de óleo, Campo Grande desconhece. […]

No Facebook, convidamos uma turma que quisesse armar um jogo para explicar as regras na prática. De pronto, uma galera se manifestou, movida pela nostalgia, e, entre eles, o casal Juliana e Rangel, que foi quem se dispôs a madrugar no último domingo para voltar à infância. O horário marcado para a partida foi 7h da manhã, no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande. Na faixa etária dos participantes, uma lembrança veio à memória: a lata de óleo que não é mais comercializada. No lugar, entraram garrafas PET cheias de água.

Jovens jogam futebol na rua. São Paulo (SP), 2024.

Quem aceitou armar o jogo para a gente foi o auxiliar de produção Rangel Castanho, de 26 anos. Quando menino, ele jogava bets nas ruas do bairro Aero Rancho, onde se criou, até que mais tarde ingressou no beisebol, chegando até a jogar profissionalmente.

“Bet funciona assim: são duas duplas, uma pessoa vai no taco e outra no arremesso, para tentar acertar a garrafa. Ganha o jogo quem fizer 24 pontos primeiro”, explica Rangel. […].

E, para saber que dupla começava, não foi “par ou ímpar” a decidir, não. E sim “seco e molhado”, que é quando um dos jogadores cospe no taco (ripa de madeira) e joga para o alto, repetindo a ação três vezes, no caso de haver empate. Quem escolheu molhado e viu o cuspe, vence e pode começar.

As partidas podiam durar o dia todo, levar um tampão do dedo do pé, até porque quase sempre era descalço.

Em cada região, tanto as regras como até o nome do jogo variam. No caso de Rangel, a brincadeira foi passada de geração em geração. “E nessa jornada aí tem pelo menos 12 anos”, brinca. “O interessante do jogo é que é uma diversão, não tem competição e pode jogar criança e adulto”, frisa. A contagem de pontos, bem como as regras da queima – quando acontece alguma falta e quem está com o taco o entrega para o adversário –, depende de um acordo entre as duplas. Como bets pode mudar de [um] bairro para o outro, é preciso ter um combinado em cima das regras. Rangel sempre jogou contando de dois em dois, sem tirar o taco do buraco – a não ser para rebater – e gritando “vitorinha 1, 2, 3” quando a soma chega aos 24 pontos.

Vendedora, Indiante Flávio da Silva tem 27 anos de idade e uma memória que volta lá para a cidade de Pedro Gomes quando ela começa a jogar. “Lembra a infância, na rua, na escola, tinham campeonatos. Parece que eu tenho 15 anos de novo.”

[…]

Esposa de Rangel, Juliana Ferreira, de 27 anos, quer voltar à ativa no esporte. Também moradora do Aero Rancho quando menina, era lá que jogava. Hoje, ao olhar para o filho mais velho, vê que a ideia de brincar já não é mais a mesma e só tem a lamentar por isso.

“É uma coisa de celular, videogame. Eu, com essa idade, só brincava de basquete, queimada, bandeirinha, minha vontade é de continuar e incentivar os filhos”, explica.

[…]

MACIULEVICIUS, Paula. Tem jogo que lembre mais como é ser criança do que Bets na rua? Campo Grande News, Campo Grande, 12 out. 2016. Disponível em: https://www.campograndenews.com.br/lado-b/comportamento-23-08-2011-08/tem-jogo-que-lembre-mais-como-e-sercrianca-do-que-bets-na-rua. Acesso em: 8 ago. 2024.

2. a) O objetivo do portal era resgatar uma memória que fizesse parte da vida das crianças daquela cidade em determinada época. Assim, faz sentido que as pessoas que participaram da prática sejam adultas, pois podem relembrar sua infância.

P ensar e compartilhar

1. Observe novamente a imagem da Leitura 1.

2. c) O jogo de bets é um jogo simples, cuja vitória não é o principal objetivo, e proporciona

momentos de lazer e aprendizado. Além disso, o jogo não exige materiais muito específicos ou caros para ser praticado (a maior parte pode ser adaptada com objetos simples do cotidiano).

a) D escreva, com detalhes, o que a fotografia apresenta: o que os jovens estão fazendo, em que ambiente estão, o que é possível identificar nesse cenário, entre outros elementos que chamem a sua atenção.

b) Você já jogou futebol na rua? Se sim, com quem? Com que materiais e regras?

É possível observar um grupo de jovens jogando futebol na rua, em meio a residências. Acolha outros detalhes apontados pelos estudantes. Respostas pessoais.

c) Em sua opinião, jogos como esse incentivam a vivência de outras práticas corporais? Explique sua resposta.

Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reconheçam que sim, pois jogos como o futebol podem ser a porta de entrada para outras práticas corporais, ou mesmo uma forma de vivência corporal rotineira.

2. A reportagem da Leitura 2 foi publicada em um portal de notícias de Campo Grande (MS), como parte de um especial de Dia das Crianças, celebrado anualmente em 12 de outubro no Brasil.

a) O texto relata um jogo de bets organizado entre leitores após um convite de uma jornalista. Por que apenas adultos participaram da prática? Essa escolha se justifica?

b) No texto, cita-se algumas vezes o passado como referência de tempo. Por que não se evidencia a prática do bets no presente?

Porque, em geral, brincadeiras e atividades de rua como o bets, que marcaram a história de muitas crianças de gerações passadas, são menos presentes na atualidade.

c) A jornalista relata o sucesso que foi o jogo no passado. Quais eram as razões desse sucesso?

d) Mesmo sabendo que a regra do jogo tem diversas interpretações, como seria possível realizar uma partida de bets entre pessoas de regiões diferentes?

3. Ainda segundo a reportagem, Rangel Castanho, um dos organizadores da partida, jogava bets nas ruas do bairro quando criança e, mais velho, chegou a ingressar no beisebol profissionalmente. Em sua opinião, a prática esportiva e os jogos na infância, mesmo que pareçam descompromissados, podem incentivar as pessoas a considerar o esporte profissionalmente? Discuta essa questão com os colegas.

4. Atualmente, quais podem ser os principais obstáculos e dificuldades que os jovens enfrentam para praticar jogos e brincadeiras nas ruas?

Resposta pessoal. Os estudantes podem mencionar, por exemplo, questões de segurança, priorização de atividades de lazer em ambiente doméstico, entre outras possibilidades.

5. Em seu bairro ou comunidade, essas práticas ainda são frequentes? Se sim, quais? Você participa delas?

Seria necessário que os participantes combinassem as regras antes de jogar, construindo um acordo coletivo. Respostas pessoais. Respostas pessoais.

6. A reportagem apresenta homens e mulheres praticando bets juntos. Você costuma observar essa integração de gêneros em outras práticas corporais? Comente.

Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes observem que, em geral, isso não é comum, pois o preconceito de gênero costuma interferir nessa integração.

7. O bets é um jogo simples, que carrega elementos importantes do jogo coletivo tradicional, como características competitivas (ganhar e perder; defender e atacar; pontuar).

7. a) Resposta pessoal. Além de cooperação e diálogo, espera-se que os estudantes mencionem aspectos como habilidades de negociação, respeito, senso de justiça, entre outros.

a) Em sua opinião, como os praticantes do bets podem se desenvolver pessoalmente ao jogar?

b) Como os jogos que você pratica ou já praticou contribuem para o seu desenvolvimento pessoal?

Resposta pessoal.

Os esportes são jogos que se caracterizam como práticas corporais que possuem regras mais formais, rígidas e universais, institucionalizadas por organizações como federações e confederações esportivas. As brincadeiras, como práticas corporais, também são jogos e se diferenciam dos esportes por se caracterizarem pela flexibilização e adaptação de suas regras, advindas da vontade e da necessidade de quem joga, ou mesmo da tradição da cultura lúdica transmitida ao jogar. Por não possuírem regras universais e, principalmente, por exigirem acordos dos praticantes, inclusive em momentos de lazer, as brincadeiras desenvolvem habilidades como a cooperação, o diálogo e a criatividade.

Não escreva no livro.

InTEGranDO COm...

SOCIOLOGIA

Técnicas corporais

Habilidades: EM13LGG202, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG604 e EM13LGG702; EM13CHS103, EM13CHS104 e EM13CHS202.

Nos campos da Sociologia e da Antropologia, existe um conceito chamado de técnica corporal, ou técnica do corpo, desenvolvido pelo sociólogo e antropólogo francês Marcel Mauss (1872-1950). Trata-se das formas como os seres humanos usam o corpo para viver em sociedade, que se constituem também na própria vida em sociedade e nas atividades desenvolvidas nos diferentes contextos culturais.

Os jogos e as brincadeiras, por exemplo, são atividades socialmente e culturalmente contextualizadas que colaboram para a construção das técnicas corporais ao longo das épocas.

Observe, a seguir, a imagem da obra Jogos infantis, do neerlandês Pieter Bruegel, o Velho (c. 1525-1569). A obra apresenta inúmeros jogos e brincadeiras pertencentes ao universo da cultura lúdica infantil de seu tempo.

BRUEGEL, Pieter (o Velho). Jogos infantis. 1560. Óleo sobre madeira, 116,4 cm × 160,3 cm. Museu de História da Arte, Viena, Áustria.
MUSEU DE HISTÓRIA DA ARTE, VIENA, ÁUSTRIA.

Essa obra pode ajudar a conduzir uma reflexão sobre as técnicas corporais em diferentes épocas. No trecho do artigo científico a seguir, os autores falam das transformações pelas quais essas técnicas corporais passam em função de fatores como os avanços tecnológicos e as mudanças nos hábitos sociais.

[…] podemos dizer que de 1560, data do quadro de Pieter Bruegel, até os dias atuais, o mundo passou por incontáveis avanços e transformações, porém algumas brincadeiras tradicionais sobreviveram a todas possíveis intempéries culturais. Mas na contemporaneidade, em particular, os jogos tradicionais e, por concomitância, a cultura lúdica sofreram intensas ressignificações, reestruturações e modificações, principalmente devido ao intenso avanço tecnológico e profundas mudanças nos hábitos sociais, notadamente, nos grandes centros urbanos. Vivemos uma nova era, com novos jogos que transformam a cultura lúdica, logo, o corpo, e o modo com que os indivíduos valem-se dele, mudou, consequentemente, impactando significativamente suas técnicas corporais.

SCAGLIA, Alcides José; FABIANI, Débora Jaqueline F.; GODOY, Luís Bruno de. Dos jogos tradicionais às técnicas corporais: um estudo a partir das relações entre jogo e cultura lúdica. Corpoconsciência, Cuiabá, v. 24, n. 2, p. 187-207, 2020. p. 202. Disponível em: https:// periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/corpoconsciencia/article/view/10780. Acesso em: 8 ago. 2024.

Agora, reflita e converse com os colegas com base nas questões a seguir.

1. Observe novamente a imagem da obra Jogos infantis e leia, a seguir, mais um trecho do artigo científico Dos jogos tradicionais às técnicas corporais: um estudo a partir das relações entre jogo e cultura lúdica . Nele, os autores buscam identificar os jogos tradicionais representados na pintura.

Ao vislumbrarmos o quadro, identificamos vários jogos tradicionais: pega-pega, balanço, 5 Marias (5 pedrinhas, ou saquinhos, ou ainda ossinhos), pião, plantar bananeira, cata-vento, perna de pau, pula-sela (um na mula, anamula), balança caixão, arco, cadeirinha, bonecas, bafo, brincar na água, construir castelo na areia, birosca (bolinha de gude), trenzinho, passa-anel, cabra-cega (cobra-cega), cavalo de pau, cavalo de barril, cambalhota, rolar, equilibrar a vassoura no dedo, lutinha, pomponeta, subir na árvore, batuque, cirandas, fita, dança da cadeira, tiro ao alvo, cavalo de guerra e trepa-trepa.

SCAGLIA, Alcides José; FABIANI, Débora Jaqueline F.; GODOY, Luís Bruno de. Dos jogos tradicionais às técnicas corporais: um estudo a partir das relações entre jogo e cultura lúdica. Corpoconsciência, Cuiabá, v. 24, n. 2, p. 187-207, 2020. p. 196. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/corpoconsciencia/article/view/10780. Acesso em: 8 ago. 2024.

a) Você e os colegas conseguiram identificar esses jogos na imagem? Foi possível identificar outros? Se sim, quais? Respostas pessoais.

b) Muitos dos jogos identificados pelos autores ainda são praticados hoje em dia. O que isso revela em relação às técnicas corporais daquele tempo e da atualidade?

Revela que muitas dessas técnicas permaneceram.

2. É possível afirmar que há uma relação estreita entre jogo, cultura e sociedade. Se, por exemplo, as crianças nos dias atuais não brincam mais com determinados jogos tradicionais, as técnicas corporais desenvolvidas são diferentes. Quais as consequências disso no processo de aprendizagem dos jogos, das brincadeiras e dos esportes para as crianças atualmente?

3. Em sua opinião, as transformações das técnicas corporais decorrentes do surgimento e do desaparecimento de jogos e brincadeiras são mais positivas ou mais negativas para as pessoas? Por quê?

Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes observem que pode haver tanto efeitos considerados positivos quanto negativos. No entanto, é importante que compreendam que as técnicas corporais são inerentes ao contexto social e cultural e que atendem a necessidades específicas que se manifestam. Nesse sentido, determinado conjunto de técnicas corporais

2. A consequência mais evidente é a dificuldade inicial das crianças dos dias atuais em aprender a jogar jogos que exigem desenvolvimento de habilidades motoras básicas (correr, saltar, arremessar, agachar etc.), além do fato de haver, na atualidade, um processo de enfraquecimento das identidades locais, devido à superexposição à valorização das identidades globais.

Não escreva no livro.

Futebol do seu jeito #PARAEXPlORAR

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG301, EM13LGG305, EM13LGG501, EM13LGG503 e EM13LGG704.

Pessoas jogam futevôlei em praia. Rio de Janeiro (RJ), 2022.

Pesquisar

Como outras práticas corporais, o futebol também se manifesta de diversas maneiras em ruas, praias, várzeas, escolas, entre muitos outros espaços de convívio. Inúmeras formas de jogar futebol, em diferentes lugares do Brasil e do mundo, utilizam elementos gestuais do esporte tradicional, mas algumas acabam sendo mais populares do que outras nas diferentes regiões. Há ainda práticas que unem elementos do futebol a outros esportes, como é o caso do futevôlei.

Para complementar seus conhecimentos sobre esse tema, forme um grupo de três ou quatro integrantes e, juntos, realizem as atividades propostas a seguir.

Há inúmeras variações do futebol em diferentes regiões do Brasil, por exemplo: golzinho, rebatida, três dentro três fora, controle, toquinho mineiro, entre outras.

1. Escolham uma variação de futebol – que pode ser uma das mencionadas ou outra que conheçam ou que seja popular na região em que vivem. Pesquisem, identifiquem e descrevam as suas principais características, seguindo o roteiro proposto a seguir.

• Em que região do Brasil essa prática é mais popular? De que maneira ela surgiu?

• Qual é o perfil dos praticantes (faixa etária, gênero, classe social etc.)?

• Em geral, onde a variação costuma ser praticada (várzeas, campos, areia etc.)?

• Q uais são os fundamentos do futebol tradicional desenvolvidos (como dribles, chutes, passes)?

• Quais são os materiais utilizados?

2. Em um dia previamente combinado entre os grupos e o professor, compartilhem os resultados da pesquisa com a turma e assistam às apresentações dos outros grupos. É interessante usar recursos de apoio, como vídeos, fotografias e slides

Experimentar

Depois de todas as apresentações, reúnam-se com os demais grupos e organizem um momento de experimentação das variações de futebol pesquisadas. Para isso, providenciem o material necessário, organizem os espaços e observem o funcionamento das práticas.

Avaliar

Ao final, reflitam sobre as atividades realizadas e troquem impressões com a turma.

1. Durante a pesquisa, foram consultadas fontes confiáveis? O grupo encontrou todas as informações que procurava? Vocês ficaram satisfeitos com a apresentação? Por quê?

2. Quais foram os fundamentos do futebol tradicional exigidos nas variações experimentadas? Foi possível compreender a lógica e o contexto em que cada prática costuma ser desenvolvida? Comente. Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG501 e EM13LGG503.

#NOSNAPRATICA Jogo de bets

Jogos e brincadeiras são práticas que trazem benefícios diversos às pessoas, como desenvolvimento da imaginação e da criatividade, do comportamento em equipe e da competitividade saudável. Esses benefícios, para praticantes de qualquer idade, são decorrentes da interação e da diversão proporcionadas pelo ato de brincar.

O que você vai fazer

Você e os colegas vão organizar um jogo de bets. Para isso, lerão as regras comuns apresentadas mais adiante, discutirão as regras regionais ou as que o grupo quiser estabelecer e escolherão os times.

Material

• Dois tacos de madeira.

• Uma bolinha de borracha ou de tênis.

• Dois objetos idênticos de tamanho médio, como garrafas, latas, ou três ripas de madeira pequenas.

Planejar

1. Escolham o local adequado para o jogo. Deve ser um espaço sem obstáculos, livre de qualquer objeto que possa causar acidentes e, de preferência, amplo.

2. Depois de definirem o local, leiam e analisem as regras gerais do jogo, descritas a seguir.

Regras do jogo

• O jogo é disputado entre duas duplas. Uma dupla é formada por dois rebatedores, que devem ter a posse dos tacos; e a outra, por dois lançadores, que devem alternar a posse e o arremesso da bola.

• A e xtensão do campo de jogo é determinada em um acordo entre as equipes.

• Em cada extremidade do campo é desenhada uma circunferência (base), dentro da qual devem ser posicionadas as casinhas, representadas pelos objetos escolhidos.

• Os rebatedores, para assegurar o direito de posse dos tacos, devem mantê-los com a ponta encostada no chão, dentro da base.

• O objetivo do ataque é derrubar a casinha, e o da defesa é protegê-la rebatendo a bola.

• Se um lançador derruba a casinha com a bola, ele e seu parceiro de jogo ganham a posse dos tacos.

• Se a bola for rebatida, os rebatedores devem correr de uma base a outra, indo e voltando o maior número

Lançador

Rebatedor

Rebatedor Base

Ilustração demonstrativa de um jogo de bets.

Lançador DANIEL

de vezes que conseguirem, até que a equipe de lançadores retorne à base em posse da bola. O número de pontos marcados pelos rebatedores corresponde a quantas vezes conseguem correr de uma base para a outra até o retorno da equipe de lançadores.

• O jogo acaba quando uma das duplas atingir o total de pontos combinado previamente e completar o ritual de encerramento da partida, que varia de região para região.

Praticar

1. Montem as equipes, providenciem o material, escolham o campo, decidam o seu tamanho e façam as marcações.

2. Combinem as duplas que se enfrentarão nas partidas e decidam qual delas começa arremessando e qual começa rebatendo.

3. Sigam as regras analisadas e revisadas pela turma. Lembrem-se de combinar o total de pontos que indica a meta das equipes: com quantos pontos se ganha um jogo?

Avaliar

1. Reflita individualmente sobre como foi sua vivência no jogo de bets.

a) No decorrer da atividade, você conseguiu lidar com as próprias limitações e com as dos colegas? Como foi?

b) Houve algum progresso no desenvolvimento de suas habilidades relacionadas à técnica de rebater, bem como em suas capacidades de força, agilidade e velocidade?

c) Você se sente mais preparado para adotar um estilo de vida mais saudável? Como os jogos tradicionais podem fazer parte disso?

2. Depois da avaliação individual, reúna-se com a turma toda e, juntos, compartilhem as impressões que tiveram sobre as questões a seguir.

a) Quais foram os pontos positivos da atividade?

b) Quais foram as principais dificuldades dos jogadores? Elas foram superadas? Como?

c) Foi possível compreender a organização interna dos movimentos e a lógica do bets?

d) Que desafios devem ser trabalhados individual e coletivamente para aprimorar outras práticas?

Críquete: a possível origem do bets

O críquete é uma modalidade esportiva que surgiu na Inglaterra, no século XVI. Oficialmente, é praticado em um campo oval ou circular com uma área retangular ao centro que possui duas estacas de madeira, cada uma fincada em uma extremidade do retângulo, chamadas de wicket. A disputa ocorre entre dois times com 11 jogadores cada, e o objetivo é atingir com a bola o wicket defendido pelo time adversário e rebater os lançamentos feitos por eles.

Assim como ocorre com outros jogos e esportes, o críquete teve suas regras adaptadas a diferentes contextos sociais: em muitas cidades da Índia, por exemplo, é comum ver crianças e adolescentes jogando críquete pelas ruas.

Jovem joga críquete na rua. Mumbai (Índia), 2023.

Não escreva no livro.
SAIBA MAIS

Dança como manifestação da cultura 2

A dança, em suas mais variadas modalidades, é uma forma de expressão que carrega em si experiências pessoais e coletivas, manifesta estados de emoção e estabelece comunicação, contribuindo para construir a cultura de um povo e fortalecer, no ser humano, a sensação de pertencimento a uma comunidade.

1. Resposta pessoal. Os estudantes podem citar aspectos como idade, momento histórico, experiências pessoais, entre outros.

Existem vários estilos de dança com movimentos, estética, trajes e acessórios específicos. Por meio da dança, as pessoas manifestam diferentes características identitárias, relacionadas a aspectos como etnia, gênero, geração, classe social, religião, entre outros.

1 Que outros aspectos relacionados às características identitárias podem influenciar a dança?

2 Na região onde você mora, há algum estilo de dança que seja popular? Se sim, qual? Descreva suas principais características: tipo de movimento, traje, grupo social que o pratica, entre outras.

3 Qual é a sua experiência com a dança? Conte aos colegas.

Respostas pessoais.

Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes compartilhem experiências vividas na escola e fora dela, com os colegas, com a família etc.

Neste capítulo, você vai explorar a dança como expressão cultural, ser convidado a experimentar o movimento do seu corpo e perceber as diferentes dinâmicas que ele proporciona na dança. As danças são praticadas em diferentes contextos políticos, econômicos, culturais, étnicos e sociais. Por meio da dança, é possível expressar emoções, como alegria e tristeza, simbolizar marcos, como vida e morte, celebrar conquistas, estabelecer tradições, entre muitas outras possibilidades.

Apresentação do Grupo Maracatu Palmeira Imperial. Paraty (RJ), 2012.

Habilidade (abertura): EM13LGG302.
lER O MUNDO
Não escreva no livro.

#PARAlER Funk brasileiro

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG302, EM13LGG502, EM13LGG601, EM13LGG602 e EM13LGG604.

O funk brasileiro é uma das práticas de dança mais populares no país. Observe, na Leitura 1, a imagem de um jovem dançando funk. Na Leitura 2, você vai conhecer uma iniciativa que leva o funk aos palcos convencionais de dança.

Leitura 1

Grupo de pessoas participa de encontro de passinho. Rio de Janeiro (RJ), 2015.

Leitura 2

Origens do funk

Muitos são os exemplos de manifestações culturais que retratam a diversidade em uma sociedade. Um deles é o funk brasileiro. Inspirado no funk estadunidense (que, por sua vez, tem inspiração no soul e no rhythm and blues) e em outros estilos musicais, como o rap e a música eletrônica, esse ritmo começou a se popularizar em comunidades de São Paulo e do Rio de Janeiro no fim da década de 1970. A música e a dança nos bailes funk tornaram-se uma forma de expressão cultural que, por vezes, é alvo de preconceito em razão de suas raízes periféricas. Apesar das críticas, o funk vem ganhando a simpatia de pessoas de diferentes camadas sociais da população brasileira.

Espetáculo #Passinho leva a dança urbana da periferia para os palcos

Coreógrafo Rodrigo Vieira conta como vem divulgando essa expressão artística para o público dos grandes espetáculos

Bruno Torres 27/9/2019

Em uma mistura de passos de funk, hip-hop, break, kuduro, popping, samba, forró, frevo e ritmos do Recôncavo Baiano, o passinho nasceu nos bailes funk da periferia da cidade do Rio de Janeiro há mais de uma década. Sabará, cruzada, embolada, passada e caída são alguns dos passos dessa dança genuinamente brasileira, que já emplacou diferentes modalidades. O passinho do menor da favela e o passinho do romano são as mais conhecidas.

SAIBA MAIS
MARIO TAMA/GETTY IMAGES

Além do show livre e irreverente feito por crianças e jovens nas festas, a Batalha do Passinho é também uma forma de apresentação muito comum da dança. A disputa desafia os dançarinos, que se apresentam individualmente para mostrar quem faz melhor e com mais manha cada um dos movimentos.

Antes limitada às comunidades cariocas ou a vídeos na internet, essa dança urbana energética vem ganhando maturidade artística contagiando novos palcos e um novo público.

O espetáculo #Passinho (lê-se hashtag passinho) surgiu para confirmar o êxito. Trata-se de um projeto que acontece há dois anos, com nove dançarinos de diferentes comunidades da cidade do Rio de Janeiro […].

O projeto surgiu de um convite feito aos renomados coreógrafos de dança contemporânea Rodrigo Vieira e Lavínia Bizzoto para coreografar o primeiro trabalho com residência artística no Complexo do Alemão em 2014. A proposta era montar números com os passos dos dançarinos. Estes já eram conhecidos por Vieira e Bizzoto, pois eles já haviam trabalhado [com] os garotos em um espetáculo anterior, o “Na Batalha”. Os movimentos que antes eram feitos na liberdade da rua foram adaptados para o espaço limitado do palco, respeitando as exigências de uma criação artística profissional.

O processo criativo durou três meses em 2015 na comunidade de Manguinhos e contou com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. O desenvolvimento do projeto dispôs de uma experiência de imersão artística […]. Os coreógrafos também receberam a missão de formular um enredo com letras e trilhas sonoras baseadas na história de vida dos garotos.

[…]

Michel Quebradeira Pura, um dos dançarinos, escreveu em seu perfil do Facebook um texto sobre a importância de sua origem. “O que me orgulha mais é que nós, favelados, criamos a primeira dança urbana brasileira. Uma dança que o mundo todo está conhecendo e que tem muito pela frente”, conta orgulhoso. Ele também lembra que a dança já tirou vários garotos de situações de vulnerabilidade. “Algo que para mim era uma diversão anos atrás, hoje virou profissional”, conta realizado sobre o #Passinho, que já tem até um fã-clube formado.

Vieira também se mostra satisfeito com os resultados das últimas temporadas do espetáculo em setembro e dezembro de 2015 na cidade de São Paulo. “Ver o público vibrar e se emocionar com um espetáculo que traz a alegria e a esperança da manifestação cultural brasileira de uma dança urbana só reforça minha missão e propósito de que a arte é também cultura da paz”, reflete o coreógrafo que já teve o seu trabalho apresentado pelos meninos no Theatro Municipal e no Teatro João Caetano do Rio de Janeiro, e até no Lincoln Center, em Nova York, nos Estados Unidos.

[…] Os coreógrafos viajam para o Rio de Janeiro e criam as coreografias dentro das próprias comunidades. “Estamos numa fase de buscar parcerias, patrocinadores e apoio em editais para a manutenção do projeto. Esperamos que com o tempo possamos dispor de manutenção mensal e diária aos meninos, como forma de apoiar e valorizar o trabalho destes dançarinos de funk . Como acontece com bailarinos com formação clássica e contemporânea, que atuam em companhias de dança”, aspira o coreógrafo. […]

REDAÇÃO NAMU. Espetáculo #Passinho leva a dança urbana da periferia para os palcos. São Paulo: Portal Namu, 27 set. 2019. Disponível em: https://namu.com.br/portal/sustentabilidade/cidades/espetaculo-passinho-leva-a-danca-urbana-da-periferia-para-os-palcos/. Acesso em: 12 ago. 2024.

2. a) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes respondam que o dançar livre dá mais espaço para expressar a individualidade e a subjetividade, enquanto dançar com base em uma coreografia requer rigidez e disciplina para seguir um planejamento.

P ensar e compartilhar

4. b) A elaboração das coreografias tem como base o próprio repertório gestual que o passinho apresenta dentro das comunidades, que conta com elementos criativos de outras danças e influências urbanas. Esse repertório é absorvido pelos coreógrafos, que o misturam com elementos técnicos da dança.

1. O funk é o ritmo que inspira o movimento corporal do jovem retratado na Leitura 1.

a) Descreva o que você observa na imagem.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que há um jovem dançando em primeiro plano, enquanto outras pessoas o observam.

b) L evante hipóteses sobre qual é o contexto da foto: em que ambiente e evento foi tirada?

2. O passinho é um movimento coreografado, uma padronização característica do funk .

a) Compare o dançar livre com o dançar com base em uma coreografia padronizada. Isso muda a forma de desfrutar a dança? Explique.

1. b) O número de identificação no peito do jovem pode indicar que se trata de uma competição de dança.

b) Quais são os aspectos positivos e negativos de haver movimentos coreografados para praticar um gênero de dança?

2. b) Resposta pessoal.

3. a) Palcos de teatro, como o Theatro Municipal, o Teatro João Caetano e o Lincoln Center. Esses locais apresentam, tradicionalmente, manifestações artísticas de prestígio, como o balé clássico ou contemporâneo de grandes companhias.

3. O texto da Leitura 2 trata de uma situação em que o funk passou a ocupar espaços além das comunidades de origem.

a) Quais são esses espaços e que tipos de manifestação artística costumam ser apresentados neles?

b) Qual é o impacto que o funk produz ao ocupar esses espaços? O que ele pode representar para os seus praticantes nesse contexto?

O funk pode ajudar a quebrar estereótipos em relação aos seus praticantes e apreciadores, colocando-se em posição de igualdade com as danças institucionalizadas e historicamente valorizadas.

4. O texto se refere a dois espetáculos: #Passinho e Na batalha .

a) O que os nomes de cada espetáculo sugerem sobre eles?

b) Segundo o texto, como as coreografias do espetáculo #Passinho são elaboradas?

5. Espetáculos como o #Passinho geralmente são viabilizados por incentivos e parcerias que utilizam recursos públicos e/ou privados.

5. a) Ter apoio financeiro é uma forma de profissionalizar a dança, ou seja, permitir que as pessoas que dançam dediquem-se totalmente à prática e sejam remuneradas por isso.

a) Como o apoio financeiro pode influenciar a vida de quem se envolve nesses projetos?

b) Qual é o alcance social de iniciativas como a empreendida por esses coreógrafos?

fiCA A DiCA

• Respeita a nossa história: sons da periferia que conquistaram o mundo. Publicado por: Central Periférica. Disponível em: https://www.centralperiferica.org/post/respeita-a-nossa-história-sons-da-periferia-que-conquistaram-o-mundo. Acesso em: 12 ago. 2024.

Esse texto expõe como o funk e outros gêneros periféricos alcançaram certo prestígio internacionalmente.

6. Releia esta fala de um dos coreógrafos do espetáculo:

6. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes compreendam que um espetáculo como o #Passinho valoriza a diversidade e promove a inclusão de pessoas historicamente marginalizadas e em situação de vulnerabilidade, colaborando para um maior equilíbrio social.

“Ver o público vibrar e se emocionar com um espetáculo que traz a alegria e a esperança da manifestação cultural brasileira de uma dança urbana só reforça minha missão e propósito de que a arte é também cultura da paz”.

5. b) Iniciativas como essa oferecem oportunidades a jovens socialmente vulnerabilizados e marginalizados e que, historicamente, não têm sua cultura reconhecida.

• Por que um espetáculo como o #Passinho pode contribuir para a cultura de paz?

7. O funk é uma manifestação cultural brasileira ainda estigmatizada em razão de sua origem social. Além do funk , você conhece algum ritmo ou dança que é alvo de preconceito? Por que isso acontece?

Respostas pessoais. Incentive os estudantes a compartilhar experiências vividas ou observadas, para que pratiquem a criticidade e reflitam sobre comportamentos preconceituosos, evitando-os e combatendo-os.

Por meio da dança, é possível expressar aspectos complexos do cotidiano, como religião, política, sexualidade e relações socioeconômicas, promovendo reflexões, ampliação de conhecimento e revisão de pontos de vista.

4. a) #Passinho sugere que o foco do espetáculo são os passos do gênero, e Na batalha, além de ser uma referência às próprias batalhas de dança, comuns em bailes funk, pode fazer referência à vida dos dançarinos, dos próprios coreógrafos e de seus patrocinadores que batalham para dar visibilidade a essa dança.

Não escreva no livro.

#PARAEXPlORAR

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG601, EM13LGG603, EM13LGG604 e EM13LGG704.

Danças e novos significados

Como você viu, o funk é uma forma de expressão que teve influência de outros gêneros musicais. Agora, você vai pesquisar outro exemplo de dança brasileira que tenha passado por um processo de transformação e ressignificação. Sua pesquisa deverá ser apresentada em um cartaz a ser exposto na escola.

Planejar o trabalho

1. Forme um grupo com quatro colegas.

2. Pesquisem manifestações culturais de dança existentes no Brasil e escolham uma dessas manifestações para aprofundar a pesquisa.

Coletar informações e escrever o texto

1. Procurem informações sobre as origens e as características da dança escolhida. Para isso, consultem e confrontem fontes de informação confiáveis, como livros, artigos publicados em revistas acadêmicas, enciclopédias e sites de organizações institucionais, como museus, institutos de pesquisa e universidades. Outras fontes de informação igualmente relevantes são podcasts e familiares e integrantes da comunidade com saberes específicos relacionados a essa dança.

2. Informem-se sobre as características dos gêneros musicais e dos movimentos que se relacionam à dança em questão. Descubram também o grupo social que mais se associa a essa dança e as transformações que ela já teve.

3. Selecionem os dados mais relevantes encontrados na pesquisa para serem utilizados no trabalho. Elaborem o texto em uma folha avulsa, com linguagem clara e de acordo com a norma-padrão da língua.

Revisar e finalizar o texto

1. Troquem o texto com outro grupo, para que vocês se ajudem na revisão das informações. Observem e comentem a adequação dos seguintes pontos no texto dos colegas: identificação e descrição da dança escolhida; identificação de ritmos e movimentos que se relacionam com a dança; indicação do grupo social que mais se associa à dança.

2. Destroquem os textos e revejam se é necessário fazer ajustes ou acrescentar informações.

3. Finalizado o texto, escrevam-no em um cartaz e colem imagens que ilustrem a dança escolhida.

4. Exponham os cartazes em um local apropriado da escola para a apreciação de outras turmas.

Avaliar

Individualmente, reflita sobre sua participação e seu envolvimento em cada etapa do trabalho (planejamento, levantamento de dados, escrita, revisão e finalização). Depois, coletivamente, converse com a turma sobre as impressões que teve sobre os elementos das danças investigadas, como a organização interna e a forma como se transformaram e se manifestam culturalmente.

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG301, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#NOSNAPRATICA Videoclipe de passos de funk

Na dança, o corpo realiza movimentos, que podem ser acompanhados de música, e expressa sentimentos e visões de mundo, criando manifestações relacionadas à cultura de um povo.

O que você vai fazer

Para envolver-se ainda mais com a cultura do funk , você vai formar um grupo com quatro colegas para apresentar uma dança nesse ritmo e gravar um videoclipe para ser divulgado no blogue da turma ou nas redes sociais da escola para que a comunidade aprecie.

Planejar

1. Em grupo, pesquisem na internet um estilo de funk que mais lhes agrade.

2. Escolham a música que será dançada por vocês, que pode ser apenas uma base melódica, sem letra.

3. Observem em vídeos quais são os gestos, movimentos e passos do estilo de funk escolhido.

4. Organizem-se para decidir quem ficará responsável pela filmagem no dia da gravação.

Ensaiar

1. Conversem entre si para decidir como será a gravação: se todos os integrantes do grupo dançarão o tempo todo, se vão se revezar, fazer solos etc.

2. Pratiquem com o grupo os passos do estilo de funk escolhido. Além das referências coletadas na etapa de planejamento, usem a criatividade para expressar a individualidade na dança.

3. Ensaiem quantas vezes forem necessárias para se sentirem seguros no momento da gravação.

Gravar

1. Na data combinada, reúnam-se em grupo para a gravação do videoclipe.

2. Providenciem a reprodução da música que acompanhará a dança.

3. O estudante responsável pela gravação dos videoclipes deve adequar a posição da câmera considerando o enquadramento e a iluminação do local.

Assistir e divulgar

1. Combinem com o professor uma data para assistir aos videoclipes com toda a turma.

2. Comentem os videoclipes, as coreografias e o envolvimento dos colegas na dança.

3. Publiquem os videoclipes no blogue ou nas redes sociais da escola.

Avaliar

Individualmente, responda às questões orientadoras a seguir.

• Colaborei durante a pesquisa, identificando a lógica e a organização de gestos, movimentos e passos característicos do estilo de funk escolhido?

• Comprometi-me com os ensaios, comparecendo e praticando a coreografia conforme combinado? Como lidei com as minhas limitações e as dos colegas?

Capoeira: uma prática corporal afro-brasileira 3

1. A capoeira conta parte da história do Brasil sob o olhar dos negros escravizados, que lutavam para sobreviver à opressão da elite e para evitar que as raízes e tradições de seu povo fossem esquecidas ou apagadas.

Habilidade (abertura): EM13LGG302.

A identidade de um povo é consequência de um complexo processo de construção histórica e cultural articulado a fatores políticos, religiosos e sociais.

A formação da identidade brasileira, por exemplo, incorpora elementos de diferentes povos e culturas.

Algumas práticas corporais expressam esse intercâmbio cultural, em meio às ressignificações e produções culturais originais que podem compor a identidade nacional. É o caso da capoeira, que será o foco deste capítulo.

A capoeira é uma prática corporal complexa que integra elementos da luta, da dança e da música. A junção desses elementos mostra sua particularidade em relação a outras formas de luta e de dança.

1 Uma mesma história pode ter diferentes narrativas. Em sua percepção, sob qual perspectiva a capoeira conta parte da história brasileira?

2 A capoeira era um instrumento de defesa física dos povos escravizados contra a perseguição e os açoites a que eram submetidos. Como você imagina que os elementos da dança e da música foram incorporados à prática? Resposta pessoal.

3 Na fotografia desta abertura de capítulo, qual sentido a capoeira assume para os praticantes? Espera-se que os estudantes infiram que, na fotografia, a capoeira assume o sentido de prática esportiva e/ou de lazer.

A capoeira é uma prática reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade que se inspirou em ritmos, movimentos e elementos das culturas dos povos trazidos da África para o Brasil e aqui escravizados.

Mais do que uma luta, a capoeira se desenvolveu como esperança de liberdade e de sobrevivência para o povo escravizado, que a praticava, nas épocas colonial e imperial, como forma de defesa e resistência. Hoje, ela segue sendo praticada por milhões de afrodescendentes, que preservam a memória de seus antepassados, e por pessoas de outras etnias, no Brasil e fora dele, contribuindo para a permanência dessa prática.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.
Roda de capoeira. Salvador (BA), 2019.
SERGIO PEDREIRA/PULSAR IMAGENS

#PARAlER Capoeira

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG502, EM13LGG601, EM13LGG602 e EM13LGG604.

A capoeira é uma prática corporal de origem afro-brasileira. Observe a gravura apresentada na Leitura 1 . Em seguida, leia a crônica da Leitura 2 para ampliar seus conhecimentos sobre a capoeira.

Leitura 1

RUGENDAS, Johann Moritz. Jogar capoeira ou Danse de la guerre. 1835. Litogravura. 34,5 cm x 53,8 cm. Fundação Biblioteca Nacional (Rio de Janeiro).

Leitura 2

A Praça da Matriz e a Capoeira […]

Johann Moritz Rugendas (1802-1858) foi um pintor alemão que integrou, em 1822, uma expedição ao Brasil que tinha o objetivo de descrever detalhadamente a flora, a fauna e a população nativa brasileira. SOBRE

[…] Noto que várias pessoas, vestidas de branco e algumas segurando instrumentos, aglomeram-se abaixo de algumas árvores. Aos poucos se forma um círculo. Em seguida, passam a tocar e a cantar. Aqueles que não empunham instrumentos caem nas palmas e respondem o coro. Sem demora, duas pessoas se dirigem sob os que tocam os instrumentos, agacham-se, tocam a mão um do outro e adentram o círculo, realizando uma cambalhota. Agora eles estão no centro do círculo e realizam movimentos em grande sincronia. Parece uma luta! Parece uma dança! Trata-se de uma tradicional roda de capoeira, que ocorre aqui desde a década de noventa. Aliás, as primeiras aulas de capoeira da cidade foram realizadas nesse local.

Não tarda e a roda começa a seduzir os transeuntes. Homens, mulheres, crianças e casais que estavam passando agrupam-se em torno da roda. Imediatamente, mesmo que de forma tímida, passam a bater palmas e a responder o coro. Isso anima os capoeiristas, que aceleram o jogo e começam a realizar movimentos cada vez mais complexos. Alguns dos transeuntes, mais extrovertidos, chegam a entrar na roda e arriscar algumas pernadas.

4. É importante que o local tenha visibilidade para que a roda seja percebida como uma prática representativa da resistência de uma cultura e para que o maior número possível de pessoas a aprecie. Outro ponto essencial da escolha é que o local seja público: quando um espaço público, antes proibido para a prática da capoeira, é ocupado exalta-se a resistência frente à opressão.

Todavia, se hoje a capoeira é tão querida na cidade, antigamente ser capoeirista era estar deslocado da identidade “verdadeira”, a de imigrante europeu. Naquele tempo, tudo era mais difícil e existiam vários estereótipos atribuídos àquele que jogasse a capoeira. Chamar o berimbau de “cachimbo de preto”, o capoeirista de macumbeiro, de vadio ou bandido eram alguns dos modos de o preconceito se manifestar. Entretanto, os capoeiristas não desistiram, não arredaram o pé. E foi por terem resistido ontem que podemos desfrutar hoje desta expressão nacional e regional.

MACHADO, Jeferson do Nascimento. A praça da Matriz e a capoeira. Crônicas dos Campos Gerais. Campos Gerais do Paraná, 2 dez. 2019. Disponível em: https://cronicascamposgerais.blogspot.com/2019/12/a-praca-da-matriz-e-capoeira.html. Acesso em: 26 set. 2024.

5. b) O trecho “os capoeiristas […] aceleram o jogo e começam a realizar movimentos cada vez mais complexos” sugere que as pessoas estão praticando a capoeira regional, que requer mais agilidade e flexibilidade do que a capoeira angola.

SOBRE

Jeferson do Nascimento Machado (1989-) é mestre em História pela Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná e autor de publicações que enfocam a prática da capoeira.

6. As pessoas trazidas da África e escravizadas no Brasil. Porque, sendo africanas e estando na condição de escravidão, essas pessoas não eram consideradas cidadãs de direitos e não compartilhavam da identidade “verdadeira” atribuída ao imigrante europeu.

P ensar e compartilhar

No caso da gravura, a capoeira aparece fortemente vinculada à cultura de resistência e à luta dos negros escravizados.

1. A imagem da Leitura 1 foi produzida no século XIX pelo pintor e viajante alemão Rugendas e retrata uma roda de capoeira no período escravista no Brasil. Compare a gravura com a fotografia da abertura do capítulo e explique o sentido que a capoeira assume na obra de Rugendas.

2. O título da gravura de Rugendas é Jogar capoeira ou Danse de la guerre (“dança da guerra”, em francês). Considerando essa informação e o texto da Leitura 2, responda: quais elementos permitem associar a capoeira ao jogo, à dança e à luta (a que a palavra guerra faz referência)?

3. Com base na imagem apresentada na Leitura 1 e na abertura do capítulo, você diria que a prática da capoeira exige grande capacidade e habilidade físicas? Explique.

Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reconheçam que, assim como todo jogo (com fins esportivos ou não), é preciso desenvolver habilidades e movimentos adequados e específicos que podem ser aprendidos e aprimorados.

4. Na crônica da Leitura 2, o autor descreve o lugar onde as pessoas estão praticando a capoeira. Qual é a importância da escolha do lugar para a realização dessa prática?

5. A capoeira é classificada em duas variações principais: angola e regional.

5. a) Sugestão de resposta: As principais características da capoeira angola são o ritmo musical lento e os golpes realizados com o corpo mais abaixado, próximo ao solo, com a estratégia de enganar o adversário. A capoeira regional é caracterizada por movimentos mais ágeis e flexíveis.

a) Pesquise as diferenças entre elas e escreva, no caderno, um resumo das informações que você encontrar.

b) O autor da crônica da Leitura 2 descreve os movimentos que os jogadores estão executando. Com base na pesquisa que você realizou, é possível supor a variação de capoeira que está sendo praticada? Justifique.

6. Releia este trecho da crônica:

Todavia, se hoje a capoeira é tão querida na cidade, antigamente ser capoeirista era estar deslocado da identidade “verdadeira”, a de imigrante europeu.

• Quem são os capoeiristas de antigamente e por que essas pessoas estavam deslocadas de uma identidade “verdadeira”?

7. P or que é importante combater o preconceito contra a capoeira? Converse com os colegas.

2. Resposta pessoal. A capoeira pode ser considerada um jogo se praticada como recreação. Ela também é uma luta, um esporte com regras, movimentos e golpes específicos. A prática ainda pode ser considerada uma dança por seus movimentos gingados, sincronizados e no ritmo da música.

fiCA A DiCA

• Capoeira: um ato de resistência. Publicado por: Politize! Disponível em: https://www. politize.com.br/ capoeira-um-ato-de-resistencia/. Acesso em: 12 ago. 2024. Esse texto apresenta informações sobre a origem afro-brasileira da capoeira, suas características, sua história de resistência e o seu reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

Respostas pessoais. Leve os estudantes a refletir sobre a importância de valorizar a cultura e as práticas de origem africana e afro-brasileira que contribuíram para a formação do povo brasileiro. Os afrodescendentes ainda hoje são marginalizados, pois a mentalidade escravocrata não foi completamente superada. Logo, é imprescindível lutar contra o racismo estrutural e seus reflexos, como o preconceito contra a capoeira.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG105, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG301, EM13LGG402, EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG604, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Práticas corporais ressignificadas

Você vai apresentar, em um vídeo, um exemplo de prática corporal que, assim como a capoeira, foi trazida para o Brasil e foi ressignificada.

Planejar o trabalho

1. Forme um grupo de seis integrantes

2. Façam uma pesquisa sobre as práticas corporais presentes no país e aprofundem-se na análise de uma delas. Pesquisem as origens e os responsáveis por difundir, no Brasil, a prática corporal escolhida. Para isso, consultem mais de uma fonte de informação, como livros e sites de organizações institucionais. Filtrem as informações mais relevantes para contextualizar a prática no roteiro do vídeo.

3. Informem-se sobre as circunstâncias que levaram à ressignificação e à transformação da prática corporal escolhida, repetindo as etapas de pesquisa em fontes diversas e a curadoria de informações.

Roteirizar e gravar o vídeo

1. Organizem as informações e escrevam um roteiro para o vídeo.

2. Ensaiem a gravação do vídeo, a fim de perceber a relevância das informações apresentadas e o tempo-limite de duração, que deve ser combinado previamente com o professor.

3. Façam os ajustes necessários e gravem a versão final do vídeo.

Apresentar e divulgar

1. Combinem uma data com o professor para a apresentação dos vídeos e levem suas produções.

2. Façam uma rodada de conversas para comentar os vídeos dos colegas e compartilhar aprendizados.

3. Publiquem os vídeos no blogue ou nas redes sociais da escola.

Avaliar

Avalie seu desempenho na atividade refletindo sobre: seu papel na elaboração do vídeo, nas etapas de planejamento, pesquisa, seleção de informações, escrita do roteiro e gravação; sua interação com os colegas do grupo; seu comprometimento em atender as ações necessárias e os prazos de cada etapa; sua participação na rodada de comentários sobre os vídeos dos colegas; a relevância dos conhecimentos construídos para a compreensão dos elementos das práticas corporais.

Jiu-jítsu brasileiro

O jiu-jítsu, arte marcial japonesa que tem parentesco com o judô, é outro exemplo de prática corporal ressignificada no Brasil. Quem trouxe a prática para o país, em 1914, foi Mitsuyo Esay Maeda, também conhecido como Conde Koma, e dois de seus alunos brasileiros, Carlos Gracie e Hélio Gracie, foram os responsáveis por desenvolver uma variação da luta, intitulada jiu-jítsu brasileiro. Tanto a variação tradicional japonesa quanto a brasileira usam técnicas de pressão e estrangulamento, além da força na alavanca (princípio que foi aprimorado pela família Gracie). Atualmente, o jiu-jítsu brasileiro é uma luta praticada no mundo todo.

Não escreva no livro.
SAIBA MAIS

#NOSNAPRATICA Roda de capoeira

Habilidades: EM13LGG501, EM13LGG503 e EM13LGG602.

Como outras práticas presentes na cultura corporal de movimento, a capoeira tem alguns elementos básicos e movimentos essenciais que a caracterizam, como ginga, ritmo, golpes de ataque, esquivas e fugas, floreios e defesas.

O que você vai fazer

Você vai participar de uma roda de capoeira e alternar entre papéis: cantor e ritmista (como parte do coro e seguindo o ritmo das músicas com as palmas) e jogador.

Planejar

Antes de praticar, todos devem vivenciar os movimentos básicos (ginga, golpe, esquiva e aú) apresentados na sequência.

• Ginga: a ginga é o movimento constante de troca dos pés de apoio, acompanhado pela alternância dos braços, que o capoeirista faz de acordo com o ritmo da música. É um movimento de vai e vem, avanço e recuo, com intenção de iludir o adversário e buscar a melhor oportunidade para desferir golpes. Desenhe um triângulo no chão e use-o como guia para fazer a ginga. Fique frente a frente com um colega e iniciem os movimentos da ginga. Um deve espelhar o outro, ou seja, quando você estiver fazendo os movimentos para a sua esquerda, o colega deve fazer para a direita dele. É da ginga que saem todos os movimentos de ataque e de defesa. Repitam a ginga quantas vezes for necessário, até conseguirem se movimentar de forma espontânea e sincronizada, no ritmo da música.

Ilustração demonstrativa da ginga.

• Queixada (golpe de ataque) : dê um passo à frente com o pé que está atrás na ginga (por exemplo, o direito). Gire o tronco e o pé direito aproximadamente 90 graus para a direita. Depois, vire-se para frente novamente e faça um movimento circular ascendente com a perna, levando o pé direito em direção ao corpo do oponente, como se fosse atingi-lo com a lateral do pé.

Ilustração demonstrativa da queixada.

DANIEL ALMEIDA
DANIEL ALMEIDA

• Esquiva lateral: abaixe o corpo de frente para o adversário para desviar de um golpe. Com um dos braços protegendo o rosto e a costela, mantenha uma perna um pouco flexionada para a frente e a outra dobrada para o lado. O apoio do corpo deverá ser sobre a perna que está dobrada.

Ilustração demonstrativa da esquiva lateral.

• Aú (estrela ou estrelinha) : leve uma mão ao solo, em um movimento lateral, e dê impulso para cima com as pernas, fazendo um movimento circular, tocando o chão com a outra mão. As pernas ficarão suspensas no ar por um momento. A perna que subiu primeiro é também a primeira a atingir o solo, e, para isso, deve-se dobrar o joelho antes de tocar o chão.

Ilustração demonstrativa do aú.

Praticar

1. Forme uma grande roda com os colegas. Os dois estudantes que estiverem mais próximos do professor serão os primeiros a entrar na roda.

2. O professor dará o comando para começar e terminar o jogo a cada dupla, estabelecendo um tempo médio de 30 segundos, e poderá motivar a turma com perguntas sobre os movimentos. Os golpes não devem ser realizados com a intenção de acertar o oponente, mas para praticar os movimentos.

3. Os estudantes que não estiverem jogando devem participar como ritmistas, cantando o coro das músicas e acompanhando-as com palmas.

Avaliar

Individualmente, autoavalie-se com relação a: conhecimentos prévios que você tinha da prática, e se foram confirmados ou não no momento da roda; nível de compreensão da mecânica dos movimentos; facilidade de execução dos movimentos; papel que foi mais satisfatório na roda (jogar, cantar ou marcar o ritmo da música); possibilidade de incorporar a prática da capoeira à rotina, como forma de cuidar da saúde.

Não escreva no livro.
DANIEL ALMEIDA
DANIEL ALMEIDA

Esportes coletivos: na quadra, o voleibol 4

1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes mencionem suas preferências, salientando as contribuições da atividade para o desenvolvimento dos aspectos atitudinais (integração social, respeito, empatia etc.) de seus praticantes e espectadores.

Habilidades (abertura): EM13LGG101, EM13LGG103 e EM13LGG502.

Ao longo desta unidade, você conheceu e explorou aspectos culturais de jogos tradicionais, danças e lutas. Neste capítulo, o foco será a prática de esportes, com ênfase na sua dimensão coletiva e destaque para o voleibol. Dentre as inúmeras manifestações de esporte, as modalidades coletivas costumam atrair o maior número de adeptos, em razão da universalização de suas regras: joga-se formalmente futebol, basquetebol, handebol, entre outros esportes coletivos, da mesma forma em qualquer região do planeta.

Como lazer, competição ou aprendizado escolar, as práticas corporais podem ajudar as pessoas a reconhecer suas limitações e potencialidades, estabelecer relações sociais e praticar a empatia.

1 Qual é o tipo de prática corporal coletiva de que você mais gosta? Por quê? Ela o ajuda em algo?

2 Em sua região ou comunidade, quais são os jogos ou esportes coletivos mais praticados pelos jovens? Você acha que existe uma razão para essas práticas se destacarem mais que outras? Se sim, qual?

3 Esses jogos ou esportes propiciam interação social? Ela acontece somente entre os jogadores ou também com os espectadores? Como você classificaria essa interação social nos esportes e nos jogos coletivos, de forma geral?

2. Respostas pessoais. Os estudantes podem apontar razões como os aspectos da cultura local, o incentivo de pessoas ou entidades, a facilidade de acesso, a disponibilidade de espaços propícios para a prática, entre outras.

Aprender a resolver problemas é uma das capacidades mais importantes nas modalidades esportivas coletivas. Para atingir o sucesso, os jogadores de cada equipe devem trabalhar conjuntamente suas habilidades esportivas, integrando aspectos motores, cognitivos, afetivos e emocionais. O vôlei é uma das modalidades que mais representam a individualidade em prol da coletividade. Nele, o trabalho em equipe é importante para cumprir as ações ofensivas e defensivas e para que os objetivos sejam alcançados. O fato de o ponto ser marcado quando a bola toca o chão eleva o nível de atenção dos jogadores para que as tomadas de decisão sejam rápidas e certeiras, demandando empenho e dedicação de todos os jogadores que estão na quadra. Erros de movimentos com e sem a bola são frequentes e exigem dos jogadores a identificação rápida de suas emoções e as de seus parceiros, para tentar dominá-las e usá-las de maneira positiva na jogada seguinte. O controle das emoções potencializa as ações ofensivas e defensivas do time e ajuda o jogador a não perder a confiança em si mesmo e em seus companheiros de equipe, que dependem uns dos outros para que a busca pela vitória seja possível.

3. Espera-se que os estudantes respondam que a interação social ocorre dentro e fora do jogo, entre participantes e torcedores ou aficionados. Caso apontem que a interação entre os praticantes do esporte costuma levar a conflitos, comente que, para evitá-los, é possível lançar mão de regulações táticas e técnicas ou de cobranças e incentivos de técnicos e de espectadores.

lER O MUNDO Não escreva no livro.

#PARAlER Esporte e coletividade

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG302 e EM13LGG303.

Os esportes coletivos contribuem para o desenvolvimento físico, social e afetivo de seus praticantes. Observe a imagem da Leitura 1, que mostra uma partida entre equipes de voleibol feminino. Depois, na Leitura 2, leia o trecho de uma entrevista que fala da importância do trabalho colaborativo.

Leitura 1

Partida da Liga das Nações de Voleibol Feminino entre Brasil e Canadá. Rio de Janeiro (RJ), 2024.

Leitura 2

“A

missão de um verdadeiro líder é desenvolver pessoas”

Por Karen Rodrigues 31/8/2023

Multicampeão de voleibol, Bernardinho compartilha suas experiências à frente de grandes seleções e aconselha os líderes corporativos sobre como construir equipes de alto nível […]

Em entrevista exclusiva para a ADM PRO, Bernardinho conta os desafios de uma boa liderança, explica o que deve ser feito para se manter no topo e, ainda, dá conselhos para quem quer atuar no alto escalão organizacional. Confira!

Revista ADM PRO – Sua carreira é marcada por grandes conquistas no vôlei do Brasil. O que o motivou a compartilhar a experiência de liderança vivenciada nas quadras em palestras voltadas para o universo corporativo?

Bernardinho – Minha carreira foi marcada por conquistas, mas também por derrotas. Tivemos grandes alegrias, algumas frustrações, mas muito aprendizado, muita paixão pelo processo. Eu acredito que o interesse em compartilhar com as empresas e o fato de muitas pessoas quererem me ouvir em relação à liderança de grupos e formação de times tem a ver com essa similaridade que existe entre os mundos corporativo e esportivo. Dirigir uma equipe no mundo esportivo de altíssimo desempenho e competitividade é como estar numa empresa, onde você tem metas, planejamento, treinamento, capacitação, contratação, demissão, ou seja, tudo aquilo que acontece no mercado corporativo requer muita atenção e foco, assim como no mundo esportivo. Acho que o esporte nos dá essa transposição clara e direta e há uma correlação muito forte que pode ser utilizada como forma de gerar reflexões no ambiente corporativo.

[…]

ADM PRO – Você assumiu as seleções feminina e masculina do Brasil, além de um time feminino na Itália, quando estavam na pior fase e os levou ao lugar mais alto do pódio. Que caminhos você trilhou ao gerenciar as crises nos times, que servem de exemplo para os líderes corporativos que vivenciam situações adversas em sua gestão?

Rocha Rezende durante partida. Rio de Janeiro (RJ), 2024.

Bernardinho – É aquela história, será que a melhor seleção que você pode montar é formada pelos melhores ou pelos certos? Será que se o melhor quiser ser reconhecido permanentemente como tal, mas não compartilhar isso com os outros, o seu time vai ter a melhor performance? O time é complementaridade, é todo mundo. Quando entramos na seleção masculina, em 2002, era ano de campeonato mundial e tinha uma premiação. O título renderia a cada jogador R$ 20 mil. Mas os títulos individuais, como o melhor atacante, melhor saque, melhor levantador, por exemplo, levariam um prêmio de US$ 100 mil. Ninguém ganhava isso na temporada. Decidi que era hora de entrar. Cheguei para o grupo, ainda na fase de treinamentos, e disse que tinha uma proposta a fazer. Se algum deles ganhasse, dividiria a premiação individual: 50% permaneceriam com o jogador, por meritocracia, desempenho, dedicação e talento, e os outros 50% iriam para o restante do time. Todos aceitaram e fomos campeões, pela primeira vez na história. Até hoje isso permanece como parte da nossa cultura. Todo prêmio individual tem uma participação coletiva e essa é uma forma prática de reconhecer a importância de todo mundo. Time é isso, é colaboração o tempo inteiro. […]

REZENDE, Bernardo Rocha. “A missão de um verdadeiro líder é desenvolver pessoas”. [Entrevista cedida a] Karen Rodrigues. ADM PRO, São Paulo, 31 ago. 2023. Disponível em: https://crasp.gov.br/admpro/site/entrevistas/a-missao-de-um-verdadeiro-lider-e-desenvolver-pessoas. Acesso em: 9 ago. 2024.

SOBRE

Karen Rodrigues é jornalista, com pós-graduação em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte. Trabalha em comunicação institucional interna e externa, assessoria de imprensa e gestão de mídias sociais.

organizacional: referente a organizações, como empresas ou instituições.

Bernardo
LORANDO LABBE/FOTOARENA

6. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reflitam de forma crítica sobre a questão, considerando que o esporte tem dinâmicas próprias que diferem das encontradas no ambiente corporativo, o que deve ser considerado ao estabelecer diálogos como esses, que dificilmente se dariam de forma “clara e direta”, mas sim em disputa, com contradições e contextos diversos a se considerar.

P

ensar e compartilhar

1. a) As jogadoras canadenses aparentam preocupação, enquanto as brasileiras demonstram satisfação e celebram. Possivelmente, as brasileiras marcaram um ponto sobre as adversárias ou venceram um set da partida.

1. É possível perceber, na imagem da Leitura 1, algumas emoções das jogadoras.

a) Quais emoções podem ser observadas? Quais podem ser os motivos delas?

b) Pensando na dinâmica e nas regras do vôlei, na quantidade de pontos necessários para uma equipe ser vencedora e na duração da partida, é possível que essas emoções perdurem por toda a partida? Por quê?

Espera-se que os estudantes respondam que não, pois, ao longo de uma partida de vôlei, uma mesma equipe pode experimentar emoções muito variadas.

2. Suponha que as jogadoras brasileiras, ao marcarem um ponto sobre as canadenses, caçoassem das adversárias, tripudiassem e as humilhassem. O que essa atitude demonstraria em relação às jogadoras brasileiras? Comente.

Espera-se que os estudantes indiquem que a atitude demonstraria falta de respeito e de empatia com as adversárias, o que contraria o espírito esportivo.

3. Você já observou em si alguma reação emocional durante a prática de um jogo ou esporte que o tenha afetado de maneira muito intensa? Se sim, compartilhe com a turma qual foi a emoção, a sua reação, e quais foram os aprendizados obtidos nessa situação. Respostas pessoais.

4. Na entrevista da Leitura 2, o técnico Bernardinho destaca a importância da participação coletiva e da colaboração em um time. É possível observar esses aspectos nas duas equipes mostradas na imagem da Leitura 1? Justifique.

Sim. Tanto celebrar uma conquista com as colegas de time, no caso da equipe brasileira, quanto consolar, acolher e aconselhar, no caso da equipe canadense, demonstram a importância da colaboração e da coletividade.

5. Nessa entrevista, Bernardinho compara o ambiente esportivo com o ambiente corporativo e cita semelhanças entre eles. Você concorda com as comparações feitas? Por quê? Respostas pessoais.

6. Os esportes são práticas culturais com valores e sentidos próprios que derivam do movimento. Você acredita que é possível fazer uma transposição “clara e direta” dos esportes para o mundo corporativo, como afirmado na entrevista? Explique.

7. E m sua opinião, o que a prática de esportes coletivos, como o vôlei, pode oportunizar na vida das pessoas?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes considerem os esportes coletivos como oportunidades de lazer/entretenimento e/ou de cuidado com o corpo e a saúde.

As práticas corporais coletivas são importantes manifestações sociais que mobilizam complexas relações socioafetivas. Interagir com companheiros de time, adversários e espectadores de maneira intensa propicia que os praticantes desenvolvam mecanismos para identificar, entender e adequar suas próprias emoções. No esporte, essa é uma tarefa importante, que contribui para o desenvolvimento individual e, consequentemente, social.

Autogestão, habilidades de relacionamento e tomada de decisão responsável Aprender a jogar voleibol, ou esportes coletivos em geral, exige empenho e dedicação. Além disso, é preciso desenvolver autocontrole e, ao mesmo tempo, ser responsável por tomadas de decisão que podem definir os rumos de uma partida. Isso também envolve a relação com a coletividade, pois cada jogador é responsável por um setor da quadra e precisa tomar decisões se relacionando com o time. Em quais outras áreas da vida essas competências podem ser importantes? Além dos esportes coletivos, que outras práticas podem ajudar a desenvolvê-las? Respostas pessoais.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG301, EM13LGG502, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR Vôlei no Brasil

O vôlei do Brasil conta com muitos títulos mundiais, conquistados pelas seleções feminina e masculina e por duplas de vôlei de praia, e campeonatos nacionais de alto nível e competitividade.

Agora, você e a turma vão investigar diferentes temas relacionados ao vôlei no Brasil e montar uma playlist comentada coletiva de vídeos que ajude vocês e outras pessoas a conhecer melhor os aspectos desse esporte no país. Pode ser interessante desenvolver este trabalho em conjunto com o professor de Língua Portuguesa.

Planejar

1. Coletivamente, definam os temas que serão pesquisados. Podem ser os sugeridos a seguir ou outros que despertem o interesse da turma: histórico do voleibol no Brasil (chegada, popularização e conquistas); jogadores emblemáticos (das seleções feminina e masculina); vôlei nas escolas/na educação; possibilidades e benefícios do vôlei (saúde, lazer etc.); vôlei e questões de gênero.

2. Organizem a turma em grupos de acordo com os temas que serão pesquisados.

Pesquisar, organizar e compartilhar

1. Cada grupo vai pesquisar e selecionar alguns vídeos com informações confiáveis e consistentes sobre o tema em foco. Podem ser consultados sites jornalísticos, plataformas de compartilhamento de vídeos, redes sociais de vídeos curtos etc.

2. Os grupos deverão elaborar comentários sobre cada um dos vídeos selecionados, descrevendo o conteúdo e explicando por que são relevantes para se aprofundar no tema em foco.

3. A turma deve reunir em um documento único a seleção de vídeos de todos os grupos, com os respectivos comentários, formando uma grande playlist comentada coletiva.

4. Escrevam uma apresentação para a playlist , compartilhem com outras turmas e, se possível, publiquem o conteúdo na internet para que um público mais amplo possa acessar. Aproveitem e explorem a playlist feita pela turma para saber mais do vôlei no Brasil.

Avaliar

1. Individualmente, reflita sobre a sua contribuição na pesquisa e seleção de vídeos, pensando também se o material reunido era confiável e adequado ao tema do seu grupo. Avalie também a escrita dos comentários, pensando se eles trataram corretamente dos vídeos a que se referiam.

2. Depois, reúna-se com a turma, e, juntos, discutam a experiência de trabalhar coletivamente, como as negociações necessárias na seleção do material e na escrita dos comentários, entre outros aspectos.

• O surgimento do saque jornada nas estrelas de Bernard no mundialito 82 com Luciano do Valle. Publicado por: História com o Dhé. Vídeo (2 min). Disponível em: https://youtu.be/wDnp-q9gs-k. Acesso em: 26 set. 2024. E sse vídeo mostra o trecho de uma partida de vôlei entre Brasil e Coreia do Sul no Mundialito de 1982, narrada por Luciano do Valle. Nesse campeonato, o jogador Bernard Rajzman apresentou o famoso saque jornada nas estrelas.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG501, EM13LGG502 e EM13LGG503.

#NOSNAPRATICA Fundamentos e práticas do vôlei

Agora, você vai ser convidado a realizar atividades práticas relacionadas ao vôlei, a fim de experimentar fundamentos desse esporte e exercitar o trabalho em equipe.

Prática 1

Nesta proposta, você e os colegas vão desenvolver um exercício de cooperação em grupo usando os fundamentos do vôlei.

1. Junte-se a cinco colegas para formar um grupo.

2. Encontrem um espaço de aproximadamente 5 m² para que haja liberdade nas movimentações.

3. Dispostos em círculo, vocês tentarão manter a bola no alto, sem deixá-la cair no chão. Cada jogador poderá tocar apenas uma vez na bola, inicialmente sem se preocupar com os fundamentos específicos do voleibol, pois o desafio mais importante é, de forma cooperativa, não deixar a bola cair no chão.

Ilustração demonstrativa da manchete.

Ilustração demonstrativa de posicionamento das mãos na manchete.

4. Depois dessa primeira fase da exploração, os jogadores deverão usar os fundamentos do vôlei para manter a bola no alto: manchetes, toques e cortadas (observem as ilustrações e atentem às orientações do professor). As cortadas devem ser brandas para possibilitar que os colegas consigam dar sequência à atividade.

5. Após experimentar esses fundamentos, vocês terão o desafio de manter a bola no alto executando os movimentos com uma ordem determinada: o primeiro jogador começa o desafio com o toque; o jogador seguinte realiza a manchete; o terceiro a tocar na bola executa a cortada; o quarto jogador faz a manchete; o seguinte o toque; e assim sucessivamente.

Ilustração demonstrativa de toque.

RENATO BASSARI

Prática 2

Ilustração demonstrativa da cortada.

O vôlei é um esporte disputado nas Olimpíadas em duas modalidades: o vôlei de quadra e o vôlei de praia. Há ainda uma terceira modalidade, disputada nas Paralimpíadas: o vôlei sentado.

O vôlei sentado é uma adaptação do vôlei convencional para pessoas com algum tipo de deficiência física que dificulte a locomoção.

Com os colegas, pesquise as regras do vôlei sentado e, depois, organize com o professor e a turma um momento para experimentar essa prática. Combinem a formação dos times e em que espaço da escola as partidas podem ser realizadas. Lembrem-se de que o piso tem de ser liso para possibilitar os deslocamentos.

Pessoas praticam o vôlei sentado em evento dedicado ao esporte paralímpico. Vitória (ES), 2023.

Avaliar

Para avaliar a atividade, você pode se basear nas questões a seguir.

• Houve participação e empenho de todos no planejamento e na realização das atividades?

• Você e os companheiros de grupo souberam lidar com as próprias limitações e as dos colegas, exercitando a tolerância e a empatia?

• Em momentos adversos das práticas, você se sentiu afetado por sentimentos de raiva, insegurança ou desânimo? Esses sentimentos comprometeram seu desempenho ou você conseguiu lidar bem com eles? Não escreva no livro.

VINICIUS
RENATO BASSARI

UNIDADE CORPO, MOVIMENTO

E IDENTIDADE

A interação entre corpo, movimento e identidade é essencial para a compreensão de como as práticas corporais influenciam e fortalecem as culturas. Desde os primórdios, o corpo humano tem sido um instrumento de expressão cultural, refletindo e moldando tradições, valores e identidades.

O movimento corporal expressa identidades individuais e coletivas, como acontece nas danças folclóricas que celebram a história de um povo. Já exemplos como as danças indígenas, em todo o continente americano, e a capoeira, no Brasil, mostram o movimento como símbolo de resistência e coesão comunitária.

Nesta unidade, você vai refletir sobre como as práticas corporais podem ajudar a preservar e fortalecer culturas, promovendo o entendimento e o respeito pelas tradições e a valorização da diversidade.

Leia orientações e sugestões para esta Unidade em Orientações para o Professor.

Leia o título desta unidade e observe a imagem de abertura. Depois, converse com os colegas.

1. Há alguma prática corporal específica que seja importante para a sua identidade cultural? Em caso positivo, compartilhe com a turma.

Respostas pessoais.

2. Você já participou de algum evento, festival ou competição que envolvesse e integrasse diferentes culturas?

Resposta pessoal.

3. De que maneira as novas gerações podem contribuir para a preservação das práticas corporais tradicionais?

Resposta pessoal.

Grupo Samba de Roda do Quilombo. Laranjeiras (SE), 2013.
Não escreva no livro.

Esportes nas culturas indígenas

Habilidades (abertura): EM13LGG202 e EM13LGG502.

Segundo dados do Censo Demográfico de 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 1 694 836 indígenas no Brasil, o que corresponde a 0,83% da população do país. De acordo com informações coletadas no Censo Demográfico de 2010, essas pessoas fazem parte de 305 etnias que, somadas, falam 274 línguas, o que mostra a grande diversidade cultural desses povos.

Cada grupo étnico tem sua própria cultura corporal de movimento, que reflete suas identidades e seus ambientes únicos. Por exemplo: entre os yanomami, que habitam a região amazônica, as competições de luta são comuns e servem não apenas como entretenimento mas também como uma maneira de resolver conflitos e demonstrar bravura. Já os kayapó, também da Amazônia, praticam jogos de bola em que desenvoltura e destreza são valorizadas. Para os guarani, que habitam várias regiões do Brasil, a corrida é uma atividade fundamental, muitas vezes realizada como parte de rituais religiosos e festivais comunitários. Os xavante, do Centro-Oeste brasileiro, têm tradições de jogos com bolas de sementes e corridas de tora, que não só promovem a cooperação e a competição saudável mas também celebram a relação entre o povo e a natureza.

Os exemplos apresentados destacam a diversidade e a riqueza das práticas corporais dos povos originários do Brasil.

1 Qual é a importância das práticas corporais para a sua vida e para a sua comunidade?

Resposta pessoal.

2 O esporte, para os indígenas, expressa valores como união comunitária, conexão com a natureza e herança ancestral. Pensando nas práticas corporais que você realiza, quais valores se manifestam ou poderiam se manifestar? Como eles afetam sua relação com a comunidade?

Respostas pessoais.

3 E xistem cerimônias, rituais, festivais ou outros tipos de evento na região em que você mora que tenham alguma prática corporal entre as manifestações apresentadas? Se sim, você consegue identificar quais são seus principais elementos culturais e os benefícios para a população?

Respostas pessoais.

Hoje em dia, é possível observar um aumento da popularização dos esportes indígenas, resgatados e valorizados em eventos como os Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, que promovem e preservam essas tradições. Essas práticas refletem a riqueza cultural e a conexão com a natureza, com regras, rituais e significados simbólicos próprios.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.

#PARAlER Indígenas e esportes

Habilidades: EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG302 e EM13LGG502.

Os esportes indígenas incluem atividades diversas, como arco e flecha, arremesso de lança, corrida de toras, jogos de bola, competições aquáticas e lutas corporais. A seguir, na Leitura 1, observe uma imagem que mostra pessoas realizando atividades de subsistência. Em seguida, na Leitura 2, leia uma reportagem sobre Graziela Paulino dos Santos, arqueira indígena da seleção brasileira de tiro com arco.

Leitura 1

Indígenas enawenê-nawê pescam com arco e flecha em área com aguapés do Rio Iquê. Juína (MT), 2020.

Leitura 2

Uma arqueira indígena brasileira rumo à Olimpíada

Tobias Käufer

03/05/2024 04h00 […]

A arqueira brasileira Graziela Santos é uma atleta fora do comum. “Sou a primeira mulher indígena na equipe brasileira de tiro com arco”, diz ela. “Esse é um marco histórico para todos nós”. Ela quer ser a primeira mulher indígena a competir pelo Brasil nos Jogos Olímpicos. […] Seria também uma premiação para um projeto de desenvolvimento na Amazônia, que apoia jovens atletas indígenas.

Quando Graziela Santos soube do projeto da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), ela ainda estava na escola. “Era uma viagem de barco de cinco horas da aldeia onde morávamos até Manaus. Naquela época, havia apenas uma escola primária”, lembra a brasileira [...]. Ela soube que a FAS estava montando um projeto de arco e flecha e procurava talentos interessados. “Esse esporte vem da nossa cultura antiga, porque usamos arcos e flechas há muito tempo”, lembra.

Graziela Santos. Manaus (AM), 2015.

Hoje, aos 28 anos, ela integra a equipe brasileira de tiro com arco e treina no Centro de Treinamento de Tiro com Arco em Maricá, no estado do Rio de Janeiro. Santos pertence à etnia Karapanã e vem da comunidade Nova Kuanã, localizada às margens do rio Cuieiras, a cerca de 80 quilômetros de Manaus. Na língua indígena, ela é chamada de Yaci (“Lua”). […] Seu irmão Gustavo Santos também é membro da equipe brasileira.

Grande potencial entre os atletas indígenas

O fato de Graziela Santos ter chance de chegar à Olimpíada se deve ao seu talento, ao seu trabalho árduo nos treinos, aos seus técnicos e ao apoio da FAS. Na época, a organização estava procurando especificamente por talentos indígenas. No entanto, há algumas diferenças entre o arco e flecha tradicional e o arco e flecha olímpico que precisaram ser superadas primeiro.

“Há semelhanças, é claro, mas também há algumas diferenças marcantes”, explica Graziela. “No arco e flecha, temos toda uma gama de equipamentos, as lâminas, as cordas, o estabilizador, a mira, para que possamos obter um resultado melhor.”

Ela está convencida de que os povos indígenas têm um potencial que ainda não foi totalmente explorado. “Nós fazemos de tudo. Corremos, nadamos, atiramos com arco e flecha, caçamos, pescamos. Temos uma ótima coordenação motora”. […]

Modelo para outros povos indígenas

[…]

Graziela Santos se sente uma pioneira e um exemplo para outras mulheres indígenas. “Meu exemplo mostra que somos capazes de estar aqui”, diz. “Podemos escolher nossos objetivos e provar que um dia os alcançaremos.”

KÄUFER, Tobias. Uma arqueira indígena brasileira rumo à Olimpíada. DW, [s l.], 3 maio 2024. Disponível em: https://www.dw.com/pt-br/umaarqueira-indígena-brasileira-rumo-à-olimpíada/a-68992946. Acesso em: 12 ago. 2024.

SOBRE

Tobias Käufer (1967-) é um jornalista alemão. Trabalha como correspondente na América Latina, cobrindo principalmente assuntos de política, esporte e meio ambiente.

2. O domínio do próprio corpo pelos povos indígenas, conforme mencionado na entrevista, é adquirido e aperfeiçoado em razão do estilo de vida tradicional das comunidades indígenas, com atividades físicas ao ar livre, como caça e pesca, que contribuem para o desenvolvimento da coordenação motora desde a infância.

P ensar e compartilhar

1. b) Espera-se que os estudantes respondam que sim. Nos Jogos Mundiais

dos Povos Indígenas, a inclusão do arco e flecha ressalta e fortalece essa prática, destacando a diversidade de habilidades e práticas culturais das diferentes comunidades indígenas.

Não escreva no livro.

1. Analise a fotografia da Leitura 1 e considere seus conhecimentos prévios sobre o arco e flecha. a) Como você compreende a importância cultural do arco e flecha para as comunidades indígenas? b) Você acha importante que essa prática faça parte dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas? Por quê?

1. a) A prática do arco e flecha é fundamental para as comunidades indígenas como método tradicional de caça e pesca.

2. Na reportagem da Leitura 2, a arqueira Graziela Santos afirma que os povos indígenas têm uma notável coordenação motora. Como esse domínio do próprio corpo foi formado?

3. Graziela também faz a seguinte afirmação: “Esse esporte vem da nossa cultura antiga, porque usamos arcos e flechas há muito tempo”. No seu entendimento, o uso de arco e flecha é exclusivo dos povos originários do Brasil? Explique.

Espera-se que os estudantes respondam que não. Há registros do uso de arco e flecha em povos de diferentes regiões do mundo, o que indica que essa prática corporal dialoga com diferentes culturas.

O tiro com arco é um esporte que utiliza um arco e flechas com o objetivo de atingir um alvo determinado. Essa prática surgiu como atividade de caça e instrumento de guerra, com indícios de existência ainda na Pré-História.

4. A falta de oportunidade de realizar brincadeiras e outras atividades lúdicas em ambientes naturais nas áreas urbanas pode afetar a experimentação e a fruição de práticas corporais diversificadas entre as crianças.

4. Com base nas Leituras 1 e 2 e em seus conhecimentos, compare o acesso a ambientes naturais entre as crianças indígenas que vivem em áreas rurais e de mata e as crianças indígenas e não indígenas que vivem em áreas urbanas: como isso afeta a vivência de práticas corporais dessas crianças?

5. a) Os estudantes podem mencionar atitudes como determinação, dedicação e foco.

5. A reportagem fala da busca de Graziela Santos por uma vaga nos Jogos Olímpicos.

a) Quais atitudes você acredita que são necessárias para essa busca?

b) Como essas atitudes podem influenciar a prática esportiva e outras áreas da vida das pessoas?

6. Em sua opinião, figuras como Graziela Santos podem influenciar positivamente outras jovens indígenas? Por quê?

Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes percebam que a participação de Graziela Santos no esporte é um marco importante para a representatividade das mulheres indígenas. Sua presença na equipe brasileira de tiro com arco quebra estereótipos e promove a imagem da mulher indígena, podendo inspirar outras jovens indígenas a seguir seus sonhos.

Quarup

O Quarup é uma festa tradicional indígena celebrada por diferentes povos indígenas da região do Alto Xingu, como os kuikuro, os kamaiurá, os kalapalo, entre outros. Essa cerimônia representa um dos pilares culturais dessas comunidades, marcando um momento de homenagem aos mortos, além de simbolizar a renovação da vida e a continuidade das tradições.

Jogos como a corrida de toras, arco e flecha, lutas corporais e canoagem, além de danças, são comuns durante as festividades do Quarup. Essas práticas corporais não apenas refletem a habilidade física e a destreza dos participantes mas também trazem uma profunda dimensão simbólica, representando valores como a união da comunidade, a conexão com a natureza e a herança ancestral.

Indígenas da etnia mehinako da Aldeia Uyapiyuku dançam enfileirados durante ritual do Quarup. Gaúcha do Norte (MT), 2022.

5. b) No esporte, a determinação, a dedicação e o foco são essenciais para lidar com a pressão e os desafios durante as competições. Fora do esporte, a determinação, a dedicação e o foco podem contribuir para um maior bem-estar emocional e mental, facilitando a tomada de decisões conscientes e o gerenciamento eficaz do estresse.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG301, EM13LGG305, EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503, EM13LGG701 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Em outras partes do mundo, como na América do Norte, os povos originários têm uma longa história de esportes tradicionais, como o lacrosse e a corrida de cabresto, que são valorizados como práticas corporais carregadas de rituais sagrados e símbolos de identidade cultural. Da mesma forma, comunidades originárias como os aborígenes na Austrália e os maoris na Nova Zelândia mantêm tradições que expressam suas gestualidades e desempenham um papel importante em sua cultura, promovendo a integração, a saúde e a preservação de suas heranças ancestrais.

Para conhecer melhor essas práticas, você e os colegas vão investigar esportes e jogos que fazem parte da tradição de povos indígenas de diferentes lugares do mundo.

Pesquisar e apresentar

Jogos e esportes indígenas pelo mundo

Mulheres indígenas kayapós da Aldeia Môikàràkô participam de competição de corrida de toras de madeira. São Félix do Xingu (PA), 2016.

1. Dividam-se em grupos de cinco ou seis integrantes. Cada grupo ficará responsável por pesquisar um jogo ou esporte indígena de um povo específico.

2. Investiguem as regras do jogo, a história por trás dele, sua importância cultural e qualquer outro aspecto que julgarem relevante. Vocês podem usar recursos on-line, livros ou consultar especialistas para obter as informações. Lembrem-se de avaliar a confiabilidade das fontes consultadas.

3. Após a pesquisa, preparem uma apresentação para compartilhar os resultados com a turma. Vocês podem criar slides , cartazes ou usar outros recursos de apoio.

Experimentar

Após as apresentações, experimentem as práticas corporais pesquisadas. É importante que todos participem e experimentem as diferentes práticas corporais indígenas.

Avaliar

1. Vocês compreenderam os aspectos históricos e culturais das práticas corporais indígenas pesquisadas? Foi possível perceber relações entre elas?

2. Usaram fontes de informação variadas e confiáveis, abordando-as criticamente?

3. Comunicaram claramente os pontos principais da pesquisa e suas conexões com os temas discutidos?

4. O que aprenderam sobre a cultura indígena por meio da experimentação das práticas corporais pesquisadas pela turma? Ela ajudou a compreender melhor os conceitos teóricos discutidos? Não escreva no livro.

DELFIM MARTINS/PULSAR IMAGENS

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG301, EM13LGG501 e EM13LGG503.

#NOSNAPRATICA Cabeçabol

Organizar e jogar

Homem indígena joga cabeçabol em campo de areia. Palmas (TO), 2015.

O cabeçabol, ou jikunahati, é um esporte praticado pelos indígenas das etnias paresí, manoki, nambikwara e enawenê-nawê, que vivem no estado do Mato Grosso. Esse esporte é jogado com uma bola feita artesanalmente com a seiva de mangabeira. Agora, a turma vai jogar o cabeçabol. Cada partida é disputada por dois times (não há número fixo de jogadores por equipe), um de cada lado do campo, que é dividido por uma linha central. Os jogadores não têm um gol para acertar, pois a pontuação é dada quando um time não consegue rebater a bola para o campo do adversário e ela ultrapassa uma linha traçada no final do seu campo. Os toques (lançamentos) na bola são feitos somente usando a cabeça.

1. Na quadra de esportes, no pátio, no campo de areia ou no gramado da escola ou do entorno, a turma vai demarcar os limites e a linha divisória do campo. O contorno pode ser retangular, circular ou outro formato que prefiram.

Material

• Bolas leves (podem ser de voleibol ou bolas de plástico infláveis).

Com orientação do professor, avalie formas seguras de explorar a proximidade do corpo com o chão, a fim de evitar lesões ou ferimentos.

• Cones, cordas ou fitas para demarcação da linha divisória e dos limites do campo.

2. Formem times de três a cinco integrantes para jogar as partidas.

3. Decidam coletivamente a ordem dos times e a duração das partidas.

4. Façam um aquecimento. Somente usando a cabeça, executem lançamentos (passes) curtos uns para os outros, tentando não perder o controle da bola nem a lançar para fora do alcance dos demais do grupo.

5. Depois, organizem as partidas entre os grupos e joguem o cabeçabol.

Avaliar

Não escreva no livro.

1. Reflita sobre sua vivência pessoal no cabeçabol e converse com os colegas de time: houve respeito às suas próprias limitações e às dos colegas?

2. Você compreendeu o funcionamento e a importância do cabeçabol para os povos indígenas?

3. Por meio do cabeçabol, foi possível aprimorar suas capacidades de força, agilidade, velocidade e precisão dos movimentos? Por quê?

Consciência social e habilidades de relacionamento

O cabeçabol ( jikunahati ) é uma oportunidade para você e os colegas exercitarem a empatia, a abertura para a diversidade cultural, a cooperação e o respeito com os colegas. Reflita sobre essa prática e converse com a turma: em quais momentos da atividade foi possível desenvolver esses aspectos? Como eles podem contribuir para outras dimensões da sua vida? Respostas pessoais.

BUDA
PARA A ViDA

2Luta é resistência

EM13LGG302 e EM13LGG502.

É possível que você já tenha ouvido falar de modalidades de lutas como o jiu-jítsu, o taekwondo, o judô e o boxe, mas você conhece a huka-huka ou o maracá?

As lutas, de forma geral, são práticas corporais com códigos, valores e relações históricas e sociais complexas, que devem ter suas culturas de origem respeitadas e valorizadas. Nesse sentido, preconceitos e estereótipos relacionados a esse universo devem ser problematizados e combatidos, especialmente no contexto das lutas tradicionais.

As lutas indígenas são exemplos de lutas tradicionais. Elas são práticas corporais fundamentais para a preservação da cultura e da identidade dos povos originários, representando a resistência em prol dos direitos e dos territórios e contra a marginalização e a destruição ambiental.

Ali Can Özcan (à direita), da Turquia, anima o oponente Sabir Zeynalov (à esquerda), do Azerbaijão, após vencê-lo em luta de taekwondo, categoria até 58 kg, nos Jogos Paralímpicos Paris 2024. Paris (França), 2024.

A defesa dos direitos indígenas é uma questão de justiça social. Reconhecer e garantir a dignidade e a autonomia desses povos diante das constantes ameaças e das violações a que são historicamente submetidos enriquece a diversidade cultural e contribui para a sustentabilidade do planeta.

1. Respostas pessoais. É importante que os estudantes tenham em mente o caráter esportivo das lutas, que se diferenciam das brigas e de outras práticas violentas e destrutivas.

É muito comum que os brasileiros tenham mais acesso a informações relacionadas às artes marciais de outros lugares do mundo, como as de origem oriental, do que às lutas indígenas brasileiras.

1 Qual é a percepção que você tem da prática de lutas? Você já teve experiências com esse tipo de prática corporal?

2 Você conhece alguma luta de matriz indígena? Em caso positivo, explique como a conheceu e compartilhe o que sabe dela.

3 C onsidere seu repertório e responda: que elementos da cultura brasileira evidenciam a influência indígena? Por que é importante preservar esses elementos?

2. Respostas pessoais. É possível que os estudantes tenham conhecimento de lutas indígenas por meio das mídias digitais ou da televisão, ou mesmo que já as tenham praticado na escola ou em outro contexto.

As lutas corporais indígenas carregam em sua essência rituais que misturam técnica, música, dança, crenças e pinturas corporais. Essas práticas também geram oportunidades para que diversos povos possam interagir, dialogar, competir e se divertir, fomentando o conhecimento e a valorização da cultura ancestral de diferentes etnias, pois, ao ser expressa, resiste ao tempo e ao apagamento.

3. Respostas pessoais. É possível que os estudantes citem elementos como: culinária, artesanato, conhecimentos medicinais baseados em plantas nativas, entre outros. Espera-se que eles reconheçam que preservar a cultura indígena é fundamental para promover e garantir a diversidade cultural, para proteger o conhecimento tradicional e para garantir a liberdade, a autonomia e os direitos dos povos originários.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.
Habilidades (abertura): EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204,

#PARAlER Lutas tradicionais

Habilidades: EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG302 e EM13LGG502.

Reconhecer a diversidade e as tradições que compõem as matrizes culturais brasileiras é fundamental para a defesa da dignidade e da liberdade dos diferentes povos e, por consequência, fortalece uma democracia inclusiva. A seguir, na Leitura 1, observe duas imagens que registram lutas tradicionais, a huka-huka, de matriz indígena, e a capoeira, de matriz afro-brasileira. Depois, na Leitura 2, leia uma reportagem que trata de uma luta tradicional indígena, suas particularidades, seus significados e sua importância.

Leitura 1

Indígenas disputam na luta marcial huka-huka durante cerimônia do Quarup. Parque Indígena do Xingu, Querência (MT), 2021.

Pessoas participam de roda de capoeira durante inauguração da EMIA (Escola Municipal de Iniciação Artística)

Chácara do Jockey, realizada no Parque Chácara do Jockey. São Paulo (SP), 2023.

Índios do Xingu montam competição de luta tradicional no centro de Brasília; vídeo

Huka-Huka é modalidade esportiva praticada entre aldeias.

Luta fez parte de programação do Museu da República neste domingo.

Por Marília Marques, G1 DF 22/04/2018 19h30 • Atualizado há 6 anos

Indígenas da tribo Yawalapiti, que vivem no Parque do Xingu (MT), levaram cores e movimento à Esplanada dos Ministérios no fim da tarde deste domingo (22). Sobre um tatame, o grupo demonstrou como acontece o Huka-Huka, a luta tradicional que acontece no dia a dia das aldeias.

[…]

A modalidade exige força e, ao mesmo tempo, cuidado entre os participantes para evitar lesões. Em dia de competição, o esporte é assunto sério para os guerreiros.

Huka-Huka, luta tradicional dos indígenas da região do Alto Xingu.

Inspirados no que veem na mata, os atletas simulam os mesmos movimentos de alguns animais, como a onça-pintada. A regra, criada pelos próprios índios, dá a vitória a quem desequilibrar o adversário primeiro.

“A luta representa uma cultura muito importante para nós”, afirmou […] Kaminata Yawalapiti, de 18 anos. Um dos lutadores a se apresentar […], ele conta que tomar chá de algumas raízes é uma das estratégias para se manter forte e competir, normalmente, na época do Quarup. O ritual acontece em honra a mortos que tiveram importância para a tribo.

[…]

“Ganhar a luta significa ganhar respeito, é o que a gente sempre quer, ser o melhor lutador. É uma arte misturada com luta.”

Luta milenar

Baseada em quedas, imobilizações e chaves, o Huka-Huka é uma luta similar a algumas modalidades de artes mistas, mas sem golpes traumáticos. A luta esportiva, que começa de joelhos, tem o objetivo de levantar o atleta e derrubá-lo novamente no chão.

Fora da competição, a luta é usada para os jovens índios mostrarem que estão prontos para a vida adulta. Durante o Quarup, o chefe do grupo de lutas começa o combate, intimando o atleta que deve enfrentar. Caso seja derrotado, ele perde o status de líder até reconquistar dentro da luta.

Aos 35 anos, Walako Yawalapiti treina desde os sete anos. “A gente se prepara ainda criança e continua na adolescência”. Ele explica que o adversário não pode tocar na perna e não pode cair de costas.

[…]

4. Espera-se que os estudantes reconheçam que os indígenas valorizam as lutas e seus lutadores. Segundo relatos reproduzidos na reportagem, eles encaram as lutas como um momento de provar seu valor perante seu povo; para serem respeitados; como um rito de passagem para a vida adulta; como prática para defender seu povo em jogos; e como manifestação do Quarup.

Mulheres na luta

No Huka-Huka, as mulheres indígenas do Xingu também têm vez. […]

Tão importante quanto na luta masculina, a força física também é usada entre as atletas, mas com um detalhe: o cabelo às vezes também é puxado.

Segundo os competidores, no dia a dia as mulheres yawalapiti também são incentivadas a lutar, mas não podem competir na época do Quarup. No ritual, a luta é restrita aos homens.

MARQUES, Marília. Índios do Xingu montam competição de luta tradicional no centro de Brasília; vídeo. G1, Brasília, DF, 22 abr. 2018. Disponível em: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/indios-do-xingu-montam-competicao-de-luta-tradicional-no-centro-de-brasilia-video.ghtml. Acesso em: 12 ago. 2024.

SOBRE

Marília Marques é jornalista, formada pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Atua como repórter e editora jornalística em Brasília (DF). Além do jornalismo local, tem interesse na cobertura de política e de assuntos internacionais.

1. Semelhanças: ambas as imagens mostram práticas corporais ligadas a culturas tradicionais. Nas duas, há presença da comunidade participando ou assistindo. Diferenças: a primeira imagem mostra uma luta tradicional indígena, em um território indígena, enquanto a segunda mostra a capoeira, uma mistura de luta, dança e jogo de origem afro-brasileira, em um espaço público de ambiente urbano. Os

P ensar e compartilhar

participantes da luta indígena usam pinturas corporais e acessórios tradicionais, enquanto os capoeiristas usam uniformes brancos específicos da capoeira e tocam instrumentos como o berimbau.

1. Observe novamente as imagens da Leitura 1. Analise o contexto que cada fotografia apresenta e identifique suas semelhanças e diferenças.

2. Observe que, na Leitura 2, a reportagem apresenta um vídeo da huka-huka. Em sua opinião, esse é um recurso importante para abordar essa prática corporal? Por quê?

Espera-se que os estudantes respondam que sim, pois o vídeo ajuda a ilustrar como a luta se desenvolve.

3. Como você imagina que a prática da huka-huka foi recebida pelo público ao ser praticada em um espaço público da capital federal do Brasil?

Resposta pessoal. É possível que os estudantes se refiram à curiosidade, a uma

reação mais positiva de manifestação de apreço de valorização, de interesse pela cultura dos povos indígenas do Xingu.

4. Qual é a importância cultural e social da luta huka-huka para os indígenas do Xingu?

5. A s mulheres também praticam a huka-huka.

a) Qual é o recurso que a prática feminina tem de diferente em relação à masculina?

As mulheres podem puxar os cabelos de suas adversárias de luta.

b) Na reportagem, afirma-se que: “No huka-huka, as mulheres indígenas do Xingu também têm vez”. A participação de mulheres e homens é igualitária nessa luta? Explique.

Espera-se que os estudantes percebam que não, pois as mulheres yawalapiti só podem praticar a huka-huka em suas aldeias, enquanto os homens podem praticá-la e competir contra outros povos indígenas no ritual do Quarup.

A huka-huka é uma tradicional forma de combate praticada pelos povos indígenas do Alto Xingu, no Brasil, em que dois lutadores se enfrentam em uma arena circular, começando ajoelhados no centro, segurando-se pelos braços e ombros. O objetivo principal é derrubar o oponente no chão, e a luta é vencida quando um dos lutadores cai com as costas ou a lateral do corpo no solo. A luta não tem um tempo fixo e continua até que um dos lutadores seja derrubado. O combate é conduzido com grande respeito mútuo, sem golpes desleais ou agressões.

Essa prática corporal é mais do que uma competição; é um ritual cultural que faz parte das celebrações do Quarup, em que os lutadores participam para honrar seus antepassados e fortalecer os laços comunitários.

Não escreva no livro.

#PARAEXPlORAR

Cultura das lutas

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG305, EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

Desde a defesa pessoal até o desenvolvimento do autocontrole e da disciplina, as lutas oferecem benefícios significativos para o corpo e a mente. Entre as práticas mais populares estão o judô, o karatê, o taekwondo, o muay thai, o jiu-jítsu, entre outras. As lutas têm um papel cultural e histórico importante, refletindo tradições e valores sociais de diferentes povos.

As lutas, também conhecidas como artes marciais, são práticas físicas, que podem envolver aspectos espirituais, com raízes antigas em diversas culturas do mundo. Elas englobam uma variedade de estilos e técnicas, com princípios e filosofias únicas.

Para complementar seus conhecimentos sobre esse tema, forme um grupo de quatro ou cinco integrantes e, juntos, realizem as atividades propostas a seguir.

Pesquisar e apresentar

1. Escolham uma luta, que pode ser uma das mencionadas anteriormente ou outra que conheçam ou que seja popular na região em que vivem.

2. Pesquisem, identifiquem e descrevam suas principais características históricas e culturais, acompanhando as perguntas propostas a seguir.

• História e origem: quando e onde essa luta foi criada? Quem foram os principais criadores e/ou influenciadores?

• Filosofia e princípios: quais são os valores, as técnicas e os golpes da modalidade de luta escolhida?

• A spectos culturais: como essa luta é vista e praticada na cultura de origem? Existe algum evento associado a ela?

• Benefícios físicos e mentais: quais são os principais benefícios para quem pratica essa luta?

• Regras e competições: quais são as regras básicas dessa luta? Existem competições oficiais dela? Se sim, como são organizadas?

3. Cada grupo deverá preparar uma apresentação de até dez minutos sobre suas descobertas, utilizando recursos de apoio como cartazes, slides , vídeos e demonstrações práticas, se possível.

Avaliar

1. Avaliem as apresentações com base nos critérios a seguir.

a) A pesquisa foi feita em fontes confiáveis?

b) A s informações apresentadas foram suficientes para conhecer as lutas?

c) A s informações foram apresentadas com clareza e objetividade?

d) A t urma se envolveu na apresentação do grupo?

e) Foi possível demonstrar a luta pesquisada? Se sim, o que acharam da experiência?

2. Após as apresentações, façam uma discussão coletiva em classe sobre o que foi aprendido, destacando as diferenças e similaridades entre as diversas modalidades de luta pesquisadas.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG301, EM13LGG501 e EM13LGG503.

#NOSNAPRATICA Luta maracá

Tanto a luta huka-huka quanto a luta maracá são práticas tradicionais de combate originárias de diferentes povos indígenas brasileiros. Apesar de distintas em sua lógica e no contexto cultural, têm semelhanças na prática e nas técnicas de luta.

A luta maracá, também conhecida como derruba-toco, é uma antiga arte marcial praticada por diversos povos indígenas no Brasil. Ela faz parte das tradições culturais das comunidades e desempenha um papel importante na formação e no desenvolvimento físico, mental e espiritual dos seus praticantes.

O que você vai fazer

A proposta a seguir abre oportunidade para você e seus colegas explorarem e vivenciarem a prática da luta maracá.

Planejar e organizar

1. Providenciem o material necessário para a prática e organizem o espaço em que ela será desenvolvida. Geralmente, essa luta é realizada em um espaço aberto, com chão de terra ou areia. Mas, na escola, se possível, providenciem uma área acolchoada para minimizar o risco de lesões. Tatames ou gramados, por exemplo, podem ser usados para amortecer as quedas. A área da luta pode ser circular ou retangular.

Material e espaço

• Espaço amplo, como a quadra de esportes, o pátio ou um gramado.

• Fita colorida para delimitar o campo.

• Roupas confortáveis.

• Garrafas PET ou pequenos cones.

Ilustração demonstrativa da luta maracá.

2. Apropriem-se das regras da luta e, se necessário, discutam e decidam eventuais adaptações.

Regras da luta

As regras específicas da luta maracá podem variar dependendo da comunidade indígena que a pratica e das tradições locais. Em geral, há algumas diretrizes comuns, como as descritas a seguir.

• Respeito mútuo : a luta maracá é conduzida com respeito entre os participantes. Os lutadores devem demonstrar espírito de luta justo e competitivo, sem recorrer à violência. O autocontrole, a concentração e a disciplina são valorizados durante toda a prática.

DANIEL
ALMEIDA

• Objetivo da luta: o objetivo é derrubar o toco usando alguma parte do corpo do oponente, por meio de técnicas de projeção, puxões e quedas controladas. O lutador que conseguir derrubar o toco usando o oponente é declarado vencedor do confronto.

• Início e término: a luta começa com um cumprimento entre os lutadores como sinal de respeito mútuo. Pode ser encerrada por um dos lutadores desistindo ou quando um dos participantes consegue derrubar o toco ao centro da área de luta usando uma parte do corpo do oponente.

• Proibições: algumas técnicas podem ser proibidas dependendo das regras locais ou das tradições da comunidade. Por exemplo: golpes violentos como tapas, socos, chutes, mordidas, ou qualquer ação que possa resultar em lesões.

Praticar

1. A turma vai se dividir em grupos de quatro ou cinco integrantes.

2. Coloquem o toco no centro da área de luta. Se possível, é interessante que haja mais de uma área de luta, para que se possa realizar mais de uma luta ao mesmo tempo.

3. Definam os confrontos e a ordem em que acontecerão. Considerem que se trata de uma luta entre duplas e que as meninas lutam separadamente dos meninos. É importante que todos do grupo experimentem lutar com os demais oponentes. Ou seja, todos lutam contra todos os companheiros de grupo.

Avaliar

1. Escreva um breve relato sobre sua experiência durante a prática da luta maracá, de acordo com as orientações a seguir.

a) O que você aprendeu depois de praticar a luta maracá?

b) Quais foram as principais dificuldades enfrentadas? Quais capacidades físicas (força, resistência, velocidade etc.) foram mais exigidas?

c) Como você se sentiu em relação à vivência cultural que essa luta propicia?

2. Troque de relato com um colega com quem você tenha experimentado a luta maracá. Avaliem os textos produzidos, verificando se respondem às perguntas indicadas.

3. Depois, entregue o texto ao professor para que ele possa avaliá-lo e, posteriormente, devolvê-lo a você.

4. Depois da avaliação individual, reúna-se com a turma toda e, juntos, compartilhem as impressões que tiveram com base nas questões a seguir.

a) Quais foram os pontos positivos da atividade?

b) Quais foram as principais dificuldades dos lutadores? Como elas foram superadas?

c) Houve respeito mútuo?

d) Que desafios devem ser trabalhados individual e coletivamente para aprimorar outras práticas?

Autoconsciência e consciência social Experimentar a luta indígena maracá, ou derruba-toco, requer respeito pelas culturas e tradições indígenas, bem como pelos oponentes de luta. Além disso, é preciso ter disposição para reconhecer as próprias forças e limitações. Foi possível perceber o trabalho com essas competências durante a prática? De que outras formas seria possível desenvolvê-las na sua vida? Converse com a turma.

Respostas pessoais.

Não escreva no livro.
PARA A ViDA

Danças regionais 3

As tradições culturais são fruto de transformações históricas, sociais e econômicas, assim como da miscigenação de povos de diferentes etnias que influenciam costumes e crenças, imprimindo marcas identitárias nas regiões onde se estabelecem. Algumas dessas tradições extrapolam seus locais de origem, expandindo-se para outras partes do território nacional.

As danças são formas de expressão com códigos próprios e historicamente construídos, que permitem identificar movimentos e ritmos musicais específicos associados a cada uma delas. Como parte de manifestações culturais populares, corporais e artísticas, expressam crenças religiosas, contam lendas e homenageiam acontecimentos importantes de um povo, colaborando para traçar a sua história.

1 E xiste uma dança tradicional na região onde você mora? Se sim, o que ela representa para a cultura local?

Respostas pessoais.

2 A ssim como a lenda da Mãe Catirina, do Festival de Parintins mostrado na fotografia desta abertura de capítulo, as danças podem contar histórias. Você conhece alguma outra dança que conte uma história? Compartilhe com a turma.

Respostas pessoais.

3 De que forma as danças tradicionais regionais contribuem para a formação da cultura de um povo?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que a prática das danças tradicionais contribui para perpetuar a história de uma região e de um povo por meio da expressão artística.

As danças são manifestações da cultura corporal de movimento que utiliza o corpo como instrumento de comunicação e expressão. Muitas vezes, elas são acompanhadas de músicas, dramatização e trajes típicos, a fim de expressar elementos culturais e históricos de um povo.

Samba, maracatu, frevo, jongo, carimbó, catira e forró são exemplos da diversidade cultural da dança que compõem o patrimônio nacional. Neste capítulo, você conhecerá um pouco mais a diversidade de danças do Brasil.

Apresentação do Boi Garantido, personagem da lenda da Mãe Catirina, no Festival de Parintins. Parintins (AM), 2019.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.

#PARAlER Danças tradicionais

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG302, EM13LGG601, EM13LGG602 e EM13LGG604.

As danças tradicionais estão presentes em todo o país. Observe, na imagem da Leitura 1, um grupo de pessoas dançando a catira, também chamada de cateretê, dança tradicional do Sudeste. Depois, leia o poema de cordel da Leitura 2, que trata das quadrilhas juninas.

Leitura 1

Leitura 2

Salve, salve minha gente

Em cordel quero mostrar

A história de uma tradição

Que devemos preservar, É a quadrilha matuta,

Um festejo popular.

Dançada no mês de junho

No Brasil e especialmente

Nos estados do Nordeste

Onde permanentemente

O povo se esforça para

Viver sempre alegremente.

Quadrilha junina

A quadrilha é um misto

De teatro, música e dança

Onde aquilo que é cantado

A plateia embalança

E agrada do mais velho

À mais nova criança.

Baião, xote e xaxado, Nosso forró pé de serra

São tocados por sanfona,

Só quem sabe é quem não erra, O triângulo, a zabumba

Fazem o som da nossa terra.

Apresentação da dança tradicional catira na Festa do Divino Espírito Santo. São Luiz do Paraitinga (SP), 2014.

Uns dizem que foi na França,

Outros que na Inglaterra

Onde a quadrilha surgiu,

Mas aqui em nossa terra

Fora bem assimilada

Pelo homem do pé da serra,

[…]

Com o tempo o povo simples

Estas danças conheceu,

Mas não gostou do que viu

E por isso resolveu

Fazer uma adaptação,

Veja o que se sucedeu:

A música lenta e suave

Foi logo modificada,

Entrou um ritmo mais forte,

Mais alegre e foi usada

Uma orquestra diferente

Da que era apresentada.

O piano deu lugar

À sanfona e também

À zabumba e ao triângulo,

Trio que sabemos, vem

Do nosso e bom forró,

Som bonito que entretém.

SOBRE

Francisco Diniz (1967-) é natural de Santa Helena (PB). Cordelista e professor de Educação Física, dedica-se à valorização e à divulgação da literatura de cordel, ministrando palestras e oficinas em cidades da Paraíba.

Foi o povo do interior,

O primeiro a dançar

A quadrilha desse jeito

E logo passou a usar

As roupas que eram então

Típicas do seu lugar.

Assim veio o chapéu de palha,

Vestido ou saia de chita,

A calça bem remendada,

Florada, mas bem bonita,

A camisa de xadrez,

Gravata e laço de fita.

A sandália currulepe,

Alpercata ou botina,

O lenço branco de seda,

Um toque de gente fina,

E também o xale de renda

No pescoço da menina.

Outros tantos adereços

Enfeitam o povo a dançar

A quadrilha, que em pares

Passa a se apresentar Festejando um casamento

E a colheita do lugar.

Francisco Diniz.

matuto: que se refere ao campo, à roça. chita: tecido feito de algodão estampado colorido.

currulepe: chinelo rústico feito de couro e borracha de pneu.

alpercata: sandália de tiras de couro, borracha ou tecido.

DINIZ, Francisco. Quadrilha junina . João Pessoa: Editora UFPB, 2006.

P ensar e compartilhar

1. Retome a imagem da Leitura 1

Que a dança é uma tradição passada de geração para geração.

a) O que a presença de pessoas de diferentes gerações indica sobre a catira?

Não escreva no livro.

b) O t raje dos dançarinos e do músico em cima do palco sugere o ambiente em que a catira foi criada. Que ambiente é esse?

Esse traje sugere que essa é uma dança oriunda de ambiente rural.

c) A s botas têm um papel fundamental na dança da catira. Levante hipóteses sobre qual pode ser esse papel.

Sugestão de resposta: As botas são usadas para proporcionar e evidenciar a característica mais marcante dessa dança, que são os passos de bate-pé.

2. É possível dizer que os trajes da catira da Leitura 1 se assemelham ao da quadrilha junina, descrito na Leitura 2? Por quê?

Sim, pois ambos apresentam elementos ligados ao contexto rural, como o chapéu e a bota/botina.

3. A origem da quadrilha junina é imprecisa.

3. a) Os versos “Uns dizem que foi na França, / Outros que na Inglaterra / Onde a quadrilha surgiu” sugerem a imprecisão da origem dessa dança.

a) Justifique essa afirmação com um trecho do cordel Quadrilha junina , apresentado na Leitura 2 .

b) Você acredita ser comum que danças e outras manifestações culturais tradicionais não tenham origens exatas? Justifique.

Respostas pessoais. Incentive os estudantes a refletir sobre a ressignificação de manifestações culturais.

4. Forró pé de serra, xote, xaxado e baião são ritmos musicais que costumam embalar as quadrilhas juninas.

a) Que instrumentos são utilizados nesses ritmos musicais?

Sanfona, triângulo e zabumba.

b) Esses ritmos estão associados à Região Nordeste. Quais outros ritmos musicais nordestinos você conhece? Há danças associadas a eles?

5. Releia a terceira estrofe do cordel.

A quadrilha é um misto

De teatro, música e dança

Onde aquilo que é cantado

A plateia embalança

E agrada do mais velho

À mais nova criança.

Respostas pessoais. Sugestões de resposta: frevo, axé, maracatu, samba de roda etc.

7. a) Porque é uma forma de reverenciar a cultura tradicional do país e os povos a ela associados, fortalecendo identidades, valorizando modos de vida, costumes e símbolos e promovendo a inclusão social e a diversidade.

a) De que modo a quadrilha junina une teatro, música e dança?

Na quadrilha, além da música e da dança, há a encenação de um casamento.

b) Que versos sugerem que a quadrilha junina é uma tradição que atravessa gerações?

“E agrada do mais velho / À mais nova criança.”

6. Com base na leitura do cordel e em seus conhecimentos prévios, explique como se dança a quadrilha junina.

Sugestão de resposta: As pessoas dançam a quadrilha junina em pares, fazendo passos coreografados tradicionais com a orientação de um orador ou marcador.

7. Leia, a seguir, um trecho da Lei no 14.900, de 21 de junho de 2024.

“Art. 1o As festas juninas e as quadrilhas juninas são reconhecidas como manifestação da cultura nacional.”

BRASIL. Lei no 14.900, de 21 de junho de 2024. Altera a Lei no 14.555, de 25 de abril de 2023, para reconhecer as quadrilhas juninas como manifestação da cultura nacional. Brasília, DF: Presidência da República, 2024. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2024/Lei/L14900.htm. Acesso em: 13 ago. 2024.

a) Por que é relevante o reconhecimento, por lei, de manifestações culturais como a quadrilha junina?

b) E xiste alguma manifestação cultural brasileira que você acredita que deveria ter esse reconhecimento? Se sim, qual e por quê?

Respostas pessoais. Acolha as respostas dos estudantes, incentivando-os a argumentar para justificar suas escolhas.

LÍNGUA PORTUGUESA e ARTE

A dança no cordel e na xilogravura

Populares na cultura nordestina, os cordéis contam histórias em forma de poema e têm forte ligação com as narrativas orais, o repente, a embolada, a glosa e a declamação. Os processos migratórios contribuíram para que essa expressão cultural se estabelecesse em outras regiões do país.

O cordel tem baixo custo de produção, sendo geralmente impresso em folhas de papel sulfite cortadas e grampeadas para formar um livreto. A palavra cordel faz referência ao suporte no qual os livretos são pendurados para serem expostos à venda em feiras e eventos.

As histórias contadas nos cordéis são muito variadas e englobam desde acontecimentos do dia a dia a referências a mitos, lendas, cidades e personalidades históricas. Sua riqueza está principalmente no vocabulário, permeado de regionalismos.

É comum que os cordéis sejam ilustrados com xilogravura, técnica artística que envolve esculpir uma imagem em uma matriz de madeira e transferi-la com tinta para uma folha de papel.

Na Leitura 2 da seção #paraler, você leu um cordel de Francisco Diniz sobre as quadrilhas juninas. Leia, agora, o trecho de um poema de cordel sobre a cultura nordestina.

Cordel da Cultura Nordestina I

A cultura nordestina-se

Transcende o regional

Xaxado-maracatu

Xote frevo carnaval

Sanfona de Gonzagão:

Forró-baião literal…

Literatura de Cordel

Improviso e embolada

Ciranda, boi e reisado

Praia, arte, luarada

Lobisomem à meia-noite:

Em busca da madrugada…

[…]

São João em Campina Grande

Castro Alves condoreiro

Ariano Suassuna-nos

Cordelisa o Romanceiro

Auto da Compadecida:

Sucesso no mundo inteiro…

Glauber Rocha Cinearte

Torquato em Teresina

Mário Faustino traduz

O raio da silibrina…

João Gilberto Bossa Nova: Tem essência nordestina… 4

Elba, Gal, Gil e Betânia

Voz de Anísio Teixeira

A arte de Caetano

Repente de Zé Limeira

Patativa do Assaré:

Encanto da Mulher Rendeira…

Na Chapada Diamantina

Horácio… Manuel Quirino

Irecê e Pai Inácio

Morro do Chapéu cristalino

Recife de Ibititá:

Canarana me destino…

Herói Zumbi dos Palmares

Nísia Floresta vital

Poesia de Auta de Souza

Nunca ouvi nada igual

Luís da Câmara Cascudo

Folclorista magistral…

[…]

A cultura nordestina

É orgulho nacional

O Nordeste é um primor

É uma terra sem igual

Eu canto a minha aldeia:

Na seara universal…

DOURADO, Gustavo. Cordel da Cultura Nordestina I. [S l.: s n., 19--]. Disponível em: http://www.gustavodourado.com.br/ cordel/Cordel%20da%20Cultura%20Nordestina%20I.htm. Acesso em: 13 ago. 2024.

condoreiro: relativo a Condoreirismo, corrente literária do Romantismo brasileiro. silibrina: criança arteira, levada. magistral: relativo a mestre; exemplar, impecável.

Responda às atividades.

Não escreva no livro.

Gustavo Dourado (1960-) nasceu em Ibititá (BA) e é professor, escritor e cordelista.

Gustavo Dourado.

1. Muitas são as referências de Gustavo Dourado no Cordel da Cultura Nordestina I .

b) Respostas pessoais. Sugestões de resposta: xaxado, maracatu, xote, frevo, carnaval, forró, baião, reisado, São João em Campina Grande e repente.

a) Você conhece as personalidades citadas no cordel? O que você sabe delas?

Consulte as Orientações para o Professor

b) Você já ouviu falar em alguma das manifestações culturais brasileiras relacionadas à música e à dança que foram mencionadas no texto? Quais?

c) Musicistas e artistas da música nordestinos que se expressam em estilos musicais variados são exaltados no cordel, como João Gilberto, Elba Ramalho e Gilberto Gil. O que essa diversidade revela sobre a cultura nordestina?

Essa diversidade revela a riqueza da cultura nordestina.

Luís da Câmara Cascudo

Os estudos do folclore e da cultura popular brasileiros têm no historiador e sociólogo potiguar Luís da Câmara Cascudo (1898-1986) um de seus principais expoentes. Ele teve uma atuação relevante no registro de diferentes expressões da cultura brasileira, recolhendo e documentando especialmente a história oral brasileira, ou seja, o conhecimento transmitido ao longo das gerações, que se manifesta na diversidade de características culturais do Brasil, com as crenças, as danças, as lendas, os gestos, as religiosidades e as tradições alimentares das diferentes regiões do país.

SAIBA MAIS
SOBRE

2. a) Os estudantes podem relacionar a cena com as menções às diferentes manifestações de dança e música presentes no cordel, especialmente a ciranda, que dá título à obra.

2. Agora, observe a cena da xilogravura Ciranda , de Severino Borges.

BORGES, Severino. Ciranda. 1998. Xilogravura sobre papel, 32 cm x 53 cm. Coleção particular.

a) Como essa xilogravura dialoga com o Cordel da Cultura Nordestina I?

b) Em sua opinião, essa obra de arte poderia ilustrar o cordel de Gustavo Dourado? Explique.

Respostas pessoais.

SOBRE

Severino Borges (1968-) nasceu em Escada (PE). É sobrinho de J. Borges (1935-2024) e filho de Amaro Borges (1939-), dois mestres xilogravuristas pernambucanos que tiveram bastante influência em sua formação artística. Severino participa de feiras e congressos em todo o Brasil, divulgando sua arte e a expressão da xilogravura.

Severino Borges.

3. Considere o título da xilogravura: Ciranda . Esse título indica a manifestação de dança a que a obra faz referência.

a) Qual parece ser o lugar em que as pessoas retratadas estão dançando? Justifique sua resposta com elementos da imagem.

É possível que os estudantes infiram que se trata de um lugar amplo ao ar livre, como um terreiro ou uma praça, por causa da presença do mastro com bandeirinhas e alto-falantes.

b) Quem seriam as personagens retratadas na obra? O que a dança parece representar na relação entre elas?

Possivelmente, as personagens são moradoras ou visitantes do local. A dança pode representar uma relação de proximidade e afeto entre elas.

c) Qual pode ser o propósito ou o significado da prática da ciranda da cena?

Pode se tratar de um momento de socialização, lazer e/ou celebração.

d) Em quais outros locais você acha que uma cena de dança como essa poderia acontecer?

• Cordelteca. Publicado por: Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular. Disponível em: http://acervosdigitais. cnfcp.gov.br/Literatura_de_Cordel_C0001_a_C7176. Acesso em: 13 ago. 2024.

A Cordelteca é um acervo organizado pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFC) que disponibiliza a digitalização de exemplares de folhetos de cordel que datam desde o final do século XIX. Nela, é possível consultar cordéis por autor e tema, além de palavras-chave que aparecem nos textos.

3. d) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes infiram que não há lugar certo para a dança, e que ela pode ser realizada no lugar em que as pessoas se dispuserem a praticá-la.

fiCA A DiCA

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG105, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG402, EM13LGG501, EM13LGG503, EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG604, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Danças regionais

Agora, você poderá conhecer ainda mais as danças regionais brasileiras. Você vai pesquisar uma dança regional brasileira, buscando informações sobre sua história, seu significado, seu modo de dançar, entre outros aspectos. Depois, você poderá colocar a teoria em prática, preparando uma apresentação oral a respeito da dança e uma demonstração dela. Essa prática será registrada em vídeo para, posteriormente, ser divulgada para a turma.

Planejar

1. A turma deverá se organizar em cinco grupos. Cada grupo ficará responsável por pesquisar uma dança tradicional típica de uma região do Brasil (Norte, Sul, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste).

2. Na pesquisa, vocês devem identificar a história da dança, o contexto em que é dançada, a música e os instrumentos que a acompanham, os trajes, os movimentos corporais, entre outras características que julgarem relevantes.

3. Assistam a vídeos de demonstração da dança, a fim de se prepararem para a atividade prática.

4. Em um segundo momento, dividam-se, de modo que alguns estudantes fiquem responsáveis: pela escrita das informações a serem apresentadas; pela escolha da música; pela coreografia; pela demonstração da dança; e pela gravação do vídeo.

Executar e compartilhar

1. Com os dados da pesquisa em mãos, preparem a apresentação em vídeo, que deverá ter uma parte teórica oral, em que serão informadas as características da dança, e uma parte prática, com a demonstração da dança.

2. Podem ser acrescentadas à primeira parte do vídeo imagens que ajudem a caracterizar a dança.

3. Combinem com o professor o tempo-limite de duração dos vídeos e lembrem-se de dividir esse tempo considerando a parte teórica e a parte prática.

4. Após a gravação das duas partes, utilizem um programa ou aplicativo para edição de vídeo para juntá-las. Acrescentem legendas, a fim de tornar o vídeo acessível.

5. Em uma data combinada previamente com o professor, cada grupo deve reproduzir o vídeo para a turma toda assistir.

6. Apreciem os vídeos dos colegas de maneira respeitosa e evitem fazer comentários que os desabonem. Lembrem-se de que, se forem fazer críticas, elas devem ser construtivas e compartilhadas no momento apropriado.

Avaliar

Ao término das apresentações, faça uma autoavaliação individual, refletindo sobre seu papel no trabalho em grupo (se a dança foi escolhida por você, o motivo da escolha; se foi determinada pelos colegas, se foi uma decisão que fez sentido para o bom andamento da atividade), seu comprometimento com prazos, se você teve uma postura colaborativa e conseguiu ouvir e ser ouvido, a qualidade e relevância das informações pesquisadas e da demonstração da dança, entre outros pontos que achar importantes.

Habilidades: EM13LGG301, EM13LGG501, EM13LGG503, EM13LGG601, EM13LGG602 e EM13LGG603.

#NOSNAPRATICA Xaxado

O xaxado, originalmente, era uma dança de guerra realizada pelos cangaceiros, que se espalhou rapidamente por todos os bandos do sertão nordestino. Dançado para celebrar as vitórias do bando, o xaxado era estritamente masculino: o chefe do grupo ia na frente de uma fila indiana e puxava os versos cantados, respondidos em coro pelo restante dos homens. As letras eram geralmente de insulto aos inimigos, de lamento pelas mortes de companheiros ou de valorização das suas aventuras e conquistas.

O que você vai fazer

Você e os colegas vão dançar o xaxado como ele é hoje em dia e usar a criatividade para criar os trajes típicos dessa manifestação.

Planejar

1. Formem grupos de seis pessoas.

2. Façam uma breve pesquisa para comparar o xaxado original com o xaxado atual, a fim de conhecer o que foi mantido e o que foi transformado.

3. Procurem imagens de apresentações recentes de xaxado, observando os trajes utilizados pelos dançarinos. Escolham algumas das peças do traje do xaxado para confeccioná-las. Para isso, vocês devem usar a criatividade, adaptando roupas e acessórios que vocês já têm.

4. Escolham uma música para ser dançada por vocês.

5. Busquem vídeos de xaxado para aprender os passos característicos da dança. Com a orientação do professor, criem uma coreografia.

6. Ensaiem a coreografia algumas vezes para se apropriarem dela.

Apresentar

1. Na data combinada com o professor, cada grupo deve trazer a música escolhida e os trajes confeccionados para apresentar a dança aos colegas.

2. Façam das apresentações um momento de fruição. Quem está dançando deve lembrar de executar a coreografia, mas também imprimir sua personalidade à dança e aproveitar a prática. Quem estiver assistindo, pode acompanhar a música com palmas, incentivando os colegas.

Avaliar

1. Após a última apresentação, formem uma roda de conversa sobre a experiência de dançar o xaxado, compartilhando impressões e sentimentos que a vivência despertou.

2. Individualmente, reflita sobre o seu desempenho e envolvimento em cada etapa realizada: pesquisa de informações e imagens; adaptação de roupas e acessórios para o traje do xaxado; escolha da música a ser dançada; apropriação dos passos característicos da dança; apresentação para a turma; apreciação da apresentação dos colegas; e compartilhamento de impressões e experiências.

• Conheça o Museu do Cangaço, que resgata a história de Lampião e preserva a cultura nordestina. Publicado por: Brasil de Fato. Disponível em: https://www. brasildefato.com. br/2023/01/21/conheca-o-museu-do-cangaco-que-resgata-a-historia-de-lampiao-e-preserva-a-cultura-nordestina. Acesso em: 27 set. 2024.

Essa reportagem apresenta o Museu do Cangaço, localizado em Serra Talhada, e destaca a cultura do cangaço com todos os seus elementos, como a região, a indumentária, a poesia e a música, representada pelo xaxado.

Não escreva no livro.

Corpo natural, corpo cultural

Habilidades (abertura): EM13LGG202 e EM13LGG502.

O corpo é o resultado da interação entre natureza e cultura. Essas duas dimensões agem nos indivíduos o tempo todo. Ao sentir fome, por exemplo, está em ação um instinto básico. Ao comer, porém, pode-se usar instrumentos como os talheres, o que indica um determinado comportamento social e culturalmente estabelecido.

O ser humano recebe influência social desde a infância, e ela molda seus comportamentos, atitudes e valores. Por exemplo: cada gesto feito, a forma de se sentar, a maneira de caminhar expressam características culturais socialmente construídas. Isso vale também para os esportes, as brincadeiras, as danças, as lutas, as ginásticas, o teatro, os cuidados estéticos com o corpo, entre outras atividades e comportamentos. Esses também são aspectos que impactam na construção de identidades individuais, de povos e de sociedades.

1. Sugestões de resposta: comer, dormir, descansar etc. As formas de satisfazer as necessidades vão variar de acordo com a rotina, o repertório, os costumes e os exemplos indicados.

No cotidiano, é possível identificar necessidades básicas iguais para todos, como alimentação, comunicação e descanso, mas diferentes modos de satisfazê-las. Esses modos são distintos porque recebem a influência da cultura em que cada um está inserido.

Reflita sobre as questões a seguir e converse com os colegas.

1 Dê exemplos de necessidades naturais do ser humano e, para cada uma delas, responda: como você faz para satisfazê-las?

2 Em áreas urbanas, para quais funções ou atividades você acha que o corpo humano é mais acionado? E nas áreas rurais? Explique.

3 Em sua opinião, a avaliação de um corpo por seu aspecto visual ou pela sua funcionalidade é uma ação cultural ou natural? Por quê?

4 Como você acredita que a identidade se constrói e se manifesta nas interações naturais e culturais do ser humano?

Resposta pessoal.

3. Espera-se que os estudantes respondam que se trata de uma ação cultural, pois a avaliação do corpo pelo seu aspecto visual decorre de padrões estéticos impostos pela sociedade.

O ser humano chegou ao atual estágio de desenvolvimento como resultado de um processo de apropriação de comportamentos e atitudes. Isso o torna diferente dos outros animais, pois sua capacidade de produzir cultura e transmiti-la entre as gerações foi a principal razão de sobrevivência e evolução da espécie. Portanto, pode-se dizer que o ser humano é um ser cultural.

Uma vez que a natureza e a cultura se transformam, cabe perguntar: o corpo também estaria mudando? É isso que você vai estudar neste capítulo.

2. Os estudantes poderão citar tarefas diversas, como as ligadas à realização de trabalhos domésticos, ao trabalho e a manifestações culturais mais comumente encontradas em cada área. No caso das áreas urbanas, é possível que destaquem exemplos com menor gasto de energia.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.

#PARAlER Atividade x inatividade

Habilidades: EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG302, EM13LGG502 e EM13LGG702.

A falta de atividade física vem transformando culturalmente o corpo humano em um corpo que mostra cada vez mais dificuldade de realizar movimentos como andar, correr, saltar, rolar, nadar, escalar, entre outros. A seguir, na Leitura 1, observe as imagens que mostram o canoísta brasileiro Isaquias Queiroz, medalhista olímpico, e um pescador remando uma canoa em um rio. Depois, leia o artigo de opinião da Leitura 2, que trata da inatividade física.

O corpo deve ter um equilíbrio entre o movimento e o repouso. Quanto mais o ser humano se afasta do movimento, menos desenvolve as habilidades físicas básicas. As práticas corporais tornam-se importantes elementos para o corpo desenvolver os movimentos básicos de maneira saudável.

Isaquias Queiroz, atleta brasileiro da canoagem, em disputa pela medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio, na baía da capital japonesa. Tóquio (Japão), 2021.

Pescador rema em canoa no Rio Tocantins, na comunidade quilombola Mangabeira. Mocajuba (PA), 2020.

Leitura 1

Leitura 2

Ai, que preguiça

Publicado em: 13/01/2014 – Revisado em: 11/08/2020

O desperdício de energia vai contra a natureza humana, daí a dificuldade de abandonar a vida sedentária.

O corpo humano é uma máquina desenhada para o movimento.

É dotado de dobradiças, músculos que formam alavancas capazes de deslocar o esqueleto em qualquer direção, ossos resistentes, ligamentos elásticos que amortecem choques, e sistemas de alta complexidade para mobilizar energia, consumir oxigênio e manter a temperatura interna constante.

[…]

A possibilidade de ganharmos a vida sem andar é aquisição dos últimos 50 anos. A disponibilidade de alimentos de qualidade acessíveis a grandes massas populacionais, mais recente ainda. A mesa farta e as comodidades em que viviam os nobres da antiguidade estão ao alcance da classe média, em condições de higiene bem superiores.

Para quem já morou em cavernas, a adaptação a um meio com vacinas, saneamento básico, antibióticos, alimentação rica em nutrientes e tecnologia para fazer chegar a nossas mãos tudo o que necessitamos foi imediata. Em boa parte dos países a expectativa de vida atingiu 70 anos, privilégio de poucos no tempo de nossos avós.

Os efeitos adversos desse estilo de vida, no entanto, não demoraram para surgir: sedentarismo, obesidade, e seu cortejo nefasto: complicações cardiovasculares, diabetes, câncer, degenerações neurológicas, doenças reumáticas e muitas outras.

[…]

Se todos reconhecem que a atividade física faz bem para o organismo, por que ninguém se exercita com regularidade?

Por uma razão simples: descontadas as brincadeiras da infância, fase de aprendizado, nenhum animal desperdiça energia. Só o fazem atrás de alimento, sexo ou para escapar de predadores. Satisfeitas as três necessidades, permanecem em repouso até que uma delas volte a ser premente

Vá ao zoológico. Você verá uma onça dando um pique para manter a forma? Um chimpanzé – com quem compartilhamos 99% de nossos genes – correndo para perder a barriga?

É tão difícil abandonar a vida sedentária, porque malbaratar energia vai contra a natureza humana. Os planos para andar, correr ou ir à academia naufragam no dia seguinte sob o peso dos seis milhões de anos de evolução, que desaba sobre nossos ombros.

Quando você ouvir alguém dizendo que pula da cama louco de disposição para o exercício, pode ter certeza: é mentira. Essa vontade pode nos visitar num sítio ou na praia com os amigos, na rotina diária jamais.

Digo por experiência própria. Há 20 anos corro maratonas, provas de 42 quilômetros que me obrigam a levantar às cinco e meia para treinar. Tenho tanta confiança na integridade de meu caráter, que fiz um trato comigo mesmo: ao acordar, só posso desistir de correr depois de vestir calção, camiseta e calçar o tênis.

Se me permitir tomar essa decisão deitado na cama, cada manhã terei uma desculpa. Não há limite para as justificativas que a preguiça é capaz [de] inventar nessa hora.

[…] O primeiro quilômetro é dominado por um pensamento recorrente: “não há o que justifique um homem passar pelo que estou passando”.

1. b) O pescador usa o rio como meio de subsistência, a fim de obter alimento (peixes). O atleta usa a água como espaço de prática esportiva e de sua atividade como atleta profissional. As duas imagens representam situações em que as pessoas dependem do meio ambiente para trabalhar e sobreviver.

Vencido esse martírio inicial, a corrida se torna suportável. Boa mesmo, só fica quando acaba. Nessa hora, a circulação inundada de endorfinas traz uma sensação de paz celestial […]. Por isso, caro leitor, se você está à espera da chegada da disposição física para sair da vagabundagem […], tire o cavalo da chuva: ela não virá. Praticar exercícios com regularidade exige disciplina militar, a mesma que você tem na hora de ir para o trabalho. Ai, que preguiça.

VARELLA,

. [S l.]: Drauzio Varella, 11 ago. 2020. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/ drauzio/artigos/ai-que-preguica-artigo/. Acesso em: 13 ago. 2024.

premente: urgente. malbaratar: desperdiçar. endorfina: hormônio produzido pelo corpo que alivia a dor e cria uma sensação geral de bem-estar.

Drauzio Varella (1943-) é médico oncologista, escritor e atleta de maratona. Foi um dos pioneiros no tratamento da aids no Brasil. Entre os seus livros de maior sucesso estão Estação Carandiru, Por um fio, O médico doente e Correr, no qual fala dos desafios de vencer a inatividade física para se dedicar à corrida.

1. a) Os elementos naturais são os corpos de água (baía e rio) e a vegetação. Os elementos culturais são os tipos de embarcação e de remo e as roupas.

P ensar e compartilhar

1. Observe os usos da canoa nas imagens da Leitura 1.

3. a) Sugestão de resposta: praticar exercícios físicos, trabalhar, estudar e tocar algum instrumento. Essas atividades não suprem necessidades instintivas fisiológicas, como comer e dormir, mas têm relação com as

a) Quais são os elementos naturais retratados nas imagens? E quais são os culturais? Explique.

b) Qual é a relação que as pessoas retratadas têm com o meio ambiente?

Sugestão de resposta: O uso do arco e flecha, por exemplo, originalmente restrito à caça, foi ressignificado como um esporte (tiro com arco).

necessidades humanas de realização dos seus potenciais.

2. Você conhece alguma outra modalidade esportiva que teve sua origem em alguma atividade cotidiana? Comente.

3. No artigo de opinião da Leitura 2, o autor cita algumas atividades cotidianas comuns aos seres humanos.

a) Com base em seus conhecimentos e nas informações do texto, cite quatro atividades cotidianas que não são realizadas pelo ser humano para suprir necessidades instintivas fisiológicas, mas ainda assim são realizadas, e explique por quê.

3. b) Espera-se que os estudantes infiram que sim, pois a identidade também é construída por meio de atividades e comportamentos.

b) Em sua opinião, essas atividades têm relação com a construção da identidade? Por quê?

4. Em sua opinião, como o desenvolvimento das tecnologias digitais de informação e comunicação influencia nas mudanças de comportamento apontadas no artigo? Resposta pessoal.

5. O texto atribui a falta de atividade à falta de necessidade, à preguiça, ao princípio de economia de energia. Você concorda com essa relação? Explique.

Espera-se que os estudantes considerem fatores como a falta de necessidade de desempenhar determinadas atividades, o que leva à

poupança de energia. E essa necessidade de poupar energia pode gerar preguiça. Drauzio Varella. São Paulo (SP), 2023.

6. No texto, o autor destaca o que sente nos momentos iniciais da sua prática de corrida: “não há o que justifique um homem passar pelo que estou passando”.

a) Com qual objetivo o autor pode ter exposto esse pensamento?

6. a) Com o objetivo de mostrar que mesmo ele, um médico e maratonista, não tem uma relação tão amigável com a prática de exercícios.

b) Você pratica exercícios físicos? Em caso afirmativo, como você se sente ao se exercitar? O sentimento é semelhante ao do autor do artigo? Respostas pessoais.

c) Em sua opinião, o texto incentiva a prática regular de exercícios? Justifique. Respostas pessoais.

7. Mais do que uma questão pessoal, praticar exercícios físicos é uma questão social. Você acredita que todas as pessoas, independentemente da classe social a que pertencem, têm condições de ter uma rotina de exercícios físicos? Converse com os colegas sobre isso.

Respostas pessoais. Consulte as Orientações para o Professor.

Não escreva no livro.
SOBRE

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG301, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Habilidades físicas

Habilidades físicas como saltar, correr, andar, sentar, deitar, rolar, equilibrar, carregar, empurrar, entre outras, estão presentes em esportes, danças, ginásticas, lutas, práticas corporais de aventura, brincadeiras e em diversas atividades do cotidiano. O exercício dessas habilidades permite vivenciar e desenvolver movimentos do ser humano e trabalhar a dualidade movimento-repouso.

Com um colega da turma, realize uma pequena pesquisa sobre habilidades físicas mobilizadas em um esporte praticado no Brasil, de livre escolha de vocês. Depois, vocês vão apresentar as descobertas à turma.

Pesquisar

1. Combinem com a turma os esportes que serão pesquisados, para que não haja repetição. É interessante escolher esportes variados e não se restringir aos mais midiáticos, para que o conteúdo seja diverso e para que conheçam novas modalidades.

2. Busquem informações sobre como esse esporte foi criado e como chegou ao Brasil. Nesse momento, verifiquem como a cultura influenciou a sua prática e o seu aperfeiçoamento.

3. Identifiquem as habilidades físicas que os praticantes precisam desenvolver para a sua realização, como saltar, correr, equilibrar, empurrar etc.

4. Relacionem essas habilidades e os movimentos naturais do corpo humano.

Apresentar

1. Preparem uma apresentação da pesquisa para a turma. Para isso, considerem os passos a seguir.

• Organizem a apresentação em partes que cumpram todos os itens pesquisados.

• Utilizem algum recurso visual, como vídeos curtos ou fotografias que evidenciem as habilidades físicas e os movimentos da prática investigada.

• Com o tempo da apresentação definido previamente, ensaiem. Lembrem-se de considerar um tempo depois da apresentação para que a turma faça perguntas.

2. Combinem com o professor e a turma a data da apresentação. No dia das apresentações, fiquem atentos ao conteúdo dos colegas e, se tiverem dúvidas, aguardem o momento das perguntas, ao final das apresentações.

Avaliar

Depois das apresentações, avalie o seu desempenho e o dos colegas.

1. Algo do que foi apresentado era novidade para você? O quê?

2. Gostou da sua apresentação? E da dos colegas? Por quê? Faria algo diferente?

3. Todas as duplas conseguiram identificar corretamente as habilidades físicas relacionadas com os esportes pesquisados?

4. Foi possível observar como a cultura influenciou a prática dos esportes pesquisados?

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG104, EM13LGG301, EM13LGG501 e EM13LGG503.

#NOSNAPRATICA Movimentos naturais

Uma prática que desenvolve com muita eficiência os movimentos naturais do ser humano é o chamado treinamento funcional.

O treinamento funcional sistematiza e padroniza uma sequência de exercícios de puxar, empurrar, estabilizar, levantar, agachar, arremessar, correr ou saltar, configurando-se como uma eficiente ferramenta que possibilita ao corpo produzir esses movimentos.

O que você vai fazer

Você vai idealizar e realizar, de maneira lúdica, uma sequência de exercícios que reproduzam os movimentos do corpo humano.

Materiais

• Músicas motivantes selecionadas pelos grupos.

• Equipamento de som.

Planejar

1. Você e os colegas vão se organizar em grupos de até quatro integrantes.

2. Cada grupo deverá elaborar uma sequência de movimentos que utilizem habilidades simples. As sequências serão executadas pela turma toda ao som das músicas escolhidas pelos grupos.

Praticar

Homem realiza exercício de agachamento em parque. São Paulo (SP), 2023.

1. Cada grupo deve fazer uma demonstração da sequência. Em seguida, a turma toda executará a sequência demonstrada.

2. Os exercícios serão realizados no tempo estipulado pelo professor. Quando a sequência de um grupo acabar, o professor dará o comando e todos mudarão para a sequência proposta pelo grupo seguinte, até que as sequências de exercícios de todos os grupos tenham sido experimentadas pela turma.

Avaliar

1. Individualmente, faça uma avaliação de como você desenvolveu a atividade.

a) Você pretende praticar alguma sequência de movimentos aprendida na atividade? Como elas podem contribuir para o seu dia a dia e para o seu desenvolvimento?

b) O que você percebeu nas suas próprias habilidades, como agachar, rolar, saltar etc.?

2. Depois, reúna-se com a turma toda em uma roda de conversa para discutir os pontos positivos e os negativos das atividades realizadas. Aproveite para trocar impressões sobre as avaliações individuais. Não escreva no livro.

SAÚDE E BEM-ESTAR

Saúde e bem-estar são fundamentais para uma boa qualidade de vida. Para conscientizar-se quanto a isso e perseguir esses objetivos, é necessário compreender os fatores que influenciam os estados físico, mental e social do ser humano, como a alimentação, o sono e a qualidade dos relacionamentos interpessoais.

Esta unidade abordará o papel do exercício físico regular e seus benefícios, a importância de desenvolver as capacidades físicas e as vantagens de praticar atividades na natureza para a manutenção da saúde e do bem-estar.

Leia orientações e sugestões para esta Unidade em Orientações para o Professor

Não escreva no livro.

Leia o título desta unidade e observe a imagem de abertura. Depois, reflita sobre as questões a seguir.

1. Analise seu estilo de vida: alimentação, sono, prática de exercícios físicos, relacionamentos interpessoais e momentos de lazer. De que forma você está cuidando da sua saúde e do seu bem-estar?

Resposta pessoal.

2. Qual é a sua relação com os exercícios físicos? Eles estão presentes em sua rotina? Converse sobre isso com os colegas.

Respostas pessoais.

3. Em sua opinião, o que é necessário para adotar um estilo de vida saudável?

Resposta pessoal.

Mulher pratica ioga durante o pôr do sol na Praia do Leme. Rio de Janeiro (RJ), 2015.

Ginástica de condicionamento físico

Habilidades (abertura): EM13LGG103 e EM13LGG204.

A ginástica de condicionamento físico é uma prática que abrange uma série de exercícios destinados a aprimorar capacidades como força, flexibilidade, resistência, coordenação e equilíbrio. Ela promove a saúde mental por estar associada à liberação de endorfinas, hormônios que proporcionam sensação de bem-estar e reduzem o estresse.

A conscientização corporal – capacidade de perceber e controlar os movimentos do próprio corpo – é fundamental para a execução correta dos movimentos, a prevenção de lesões e o aumento da eficiência dos exercícios físicos.

Embora seja de conhecimento geral que a ginástica de condicionamento físico é uma prática que promove a saúde e o bem-estar, há entraves para adotá-la como hábito, como a falta de tempo e de motivação, além do acesso limitado a instalações apropriadas ou equipamentos adequados, o que pode restringir a variedade e a eficácia dos treinos.

1 Você já enfrentou alguma dificuldade relacionada à prática de exercícios físicos? Como lidou com isso? Respostas pessoais.

2 Na região onde você vive há espaços públicos, academias ou grupos de treino que promovem a prática de exercícios físicos? Resposta pessoal.

3 Que tipo de ação poderia incentivar a população da sua região a adotar o hábito de praticar exercícios físicos regularmente? Resposta pessoal.

A prática regular e diversificada de exercícios físicos – respeitando os princípios de aquecimento, progressão gradual, técnica correta e descanso – é essencial para um condicionamento físico equilibrado e sustentável. Ao incorporar a ginástica de condicionamento físico e a conscientização corporal na rotina diária, é possível alcançar uma vida mais ativa, saudável e equilibrada. A musculação e os exercícios calistênicos são exemplos de ginásticas de condicionamento físico que podem ser realizadas individual e coletivamente. A musculação, que utiliza pesos livres e máquinas de resistência, é eficaz para o aumento da força e da massa muscular, bem como para a reabilitação de lesões. Já os exercícios calistênicos, que utilizam o peso do corpo como carga, desenvolvem a força funcional, a coordenação e a agilidade, além de serem acessíveis, pois podem ser realizados em qualquer lugar. É importante lembrar que as atividades devem ser orientadas por um profissional de Educação Física, para evitar riscos à saúde.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.

#PARAlER Prática de exercícios físicos

Habilidades: EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305 e EM13LGG502.

Os recursos que viabilizam a prática de exercícios físicos influenciam diretamente no seu nível de acessibilidade, e refletir sobre esse tema é o primeiro passo para analisar a realidade e tomar decisões conscientes em prol de uma boa saúde. Observe, na Leitura 1, diferentes situações de práticas de exercícios físicos. Na Leitura 2, leia uma reportagem que aborda os obstáculos para sua efetivação entre as mulheres.

Leitura 1

Aula de Educação Física no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT). Tangará da Serra (MT), 2018.

Pessoas praticam exercícios físicos em academia ao ar livre. Rio de Janeiro (RJ), 2024.

LUCIANA WHITAKER/PULSAR IMAGENS

Leitura 2

Estudantes fazem exercícios físicos em academia do campus Bela Vista do IFMT. Cuiabá (MT), 2018.

Por que as mulheres estão desistindo de se exercitar? Pesquisa responde

Falta de tempo, insegurança corporal e ambientes intimidadores estão entre os motivos para elas pararem a atividade física

Por Simone Blanes

Atualizado em 8 maio 2024, 12h35 – Publicado em 7 mar. 2024, 11h27

Mais da metade das mulheres no mundo estão desistindo ou parando completamente de se exercitar. E, por causa disso, comprometendo seu próprio bem-estar físico e emocional. […]

Segundo a pesquisa, chamada Move Her Mind, que envolveu mais de 24.000 pessoas em 40 países, as mulheres se sentem 52% mais felizes, 50% mais energizadas, 48% mais confiantes, 67% menos estressadas e 80% menos frustradas quando se exercitam regularmente. O que comprova essa correlação entre estado físico e mental.

Contudo, há inúmeras barreiras para transformar a prática em realidade.

“Nosso estudo mostrou que a lacuna de gênero nos exercícios é um desafio complexo que não surgiu da noite para o dia. Como não possui uma causa única, não será resolvido com apenas uma solução”, afirmou Dee Dlugonski, professora do Sports Medicine Research Institute, da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, e coautora do trabalho.

“Mas, quando perguntadas sobre o que poderia ajudar, as mulheres observaram que tornar o movimento mais acessível, inclusivo e reconhecido em todas as formas, além de desafiar as expectativas de gênero da sociedade, as ajudaria a se movimentarem mais.”

A questão é que mais da metade delas está insatisfeita com seus níveis de exercício. Todas apontam algum tipo de obstáculo para se exercitarem ao longo da vida, desde questões relacionadas ao tempo disponível (74%) e baixa autoconfiança (35%) até ambientes intimidadores (44%) ou por não se sentirem suficientemente atletas (42%).

1. Primeira imagem: professor e estudantes fazem exercícios de alongamento em área verde. Segunda imagem: pessoas idosas fazem exercícios de força, de alongamento e aeróbicos em academia ao ar livre. Terceira imagem: estudantes fazem exercícios de força e aeróbicos em academia em ambiente fechado.

O estudo mostra, ainda, que as mulheres com filhos sofrem mais com os desafios para a prática de atividades físicas. A maternidade é citada como o principal motivo pelo qual interromperam os exercícios ou esportes por 61% das entrevistadas. Isso porque são elas as responsáveis por arcar com a maior parte dos cuidados com a família, além das responsabilidades domésticas.

O que pensam os homens?

2. O local da segunda imagem (academia ao ar livre) é público, portanto, pode ser usufruído por qualquer pessoa que consiga acessá-lo. Já a área do campus do IFMT em Tangará da Serra, na primeira imagem, e a academia do campus de Cuiabá, na terceira imagem, embora se trate de instituições públicas, provavelmente só podem ser usufruídas pelos membros da comunidade acadêmica (estudantes, professores e funcionários).

A pesquisa também apontou as percepções dos homens sobre os desafios que as mulheres enfrentam, bem diferentes da realidade deles. Apenas 34% dos homens reconheceram a falta de tempo como uma barreira para o exercício das mulheres, apesar de 74% das mulheres citarem o problema.

[…]

5. d) As responsabilidades da criação dos filhos, dos cuidados com a família e com as atividades domésticas deveriam ser equilibradas entre os membros da própria família, para que as mulheres não ficassem sobrecarregadas e tivessem tempo livre.

Na verdade, das cinco principais barreiras ao exercício percebidas pelos homens, apenas uma (custos gerais para prática de atividades físicas) apareceu na lista de travas mais comuns relatadas pelo público feminino, destacando uma disparidade entre as percepções entre os gêneros.

BLANES, Simone. Por que as mulheres estão desistindo de se exercitar? Pesquisa responde. Veja, [São Paulo], 8 maio 2024. Disponível em: https:// veja.abril.com.br/saude/por-que-as-mulheres-estao-desistindo-de-se-exercitar. Acesso em: 14 ago. 2024.

SOBRE

Simone Blanes é repórter, redatora e editora com mais de 20 anos de experiência em jornalismo, comunicação e assessoria de imprensa.

5. c) Essa disparidade revela que há atividades e tarefas exercidas pelas mulheres que ocupam muito de seu tempo e não são

P ensar e compartilhar

consideradas pelos homens. Dessa forma, boa parte dos homens não acredita que esse seja um argumento válido.

Não escreva no livro.

1. Descreva cada ambiente das imagens da Leitura 1 e o tipo de exercício físico que está sendo realizado nele.

2. Reflita sobre o acesso aos ambientes retratados nas imagens. Quem pode usufruir desses locais?

3. Quais são as vantagens de praticar exercícios físicos em ambientes públicos e ao ar livre? E as desvantagens? E quais são as vantagens e desvantagens da prática em ambientes fechados ?

Consulte as Orientações para o professor

4. Você conhece iniciativas públicas que promovem a prática de exercícios físicos na sua região? Se sim, comente como são os espaços onde são desenvolvidas. Em caso negativo, faça uma pesquisa para se informar e descobrir. Respostas pessoais.

5. Retome a Leitura 2

5. a) A falta de tempo, a baixa autoconfiança, os ambientes intimidadores, o fato de não se sentirem suficientemente atletas, a maternidade e a responsabilidade com os cuidados com a família e com as tarefas domésticas.

a) Identifique os principais motivos que têm levado as mulheres a parar de se exercitar fisicamente.

b) Quais desses motivos estão relacionados entre si?

A falta de tempo, a maternidade e a responsabilidade com os cuidados com a família e com as tarefas domésticas.

c) A pesar de 74% das mulheres alegarem a falta de tempo como um obstáculo para a prática de exercícios físicos, apenas 34% dos homens reconhecem esse argumento. O que essa disparidade revela sobre a realidade das mulheres?

d) De que maneira esses obstáculos poderiam ser superados, para que as mulheres pudessem dedicar-se a si mesmas e cuidar melhor de sua saúde?

6. P or que a falta de ambientes seguros e adequados pode desmotivar a prática de exercícios físicos pelas mulheres?

Porque elas podem sentir-se vulneráveis a situações de assédio ou violência.

7. Que papel as políticas públicas e as iniciativas comunitárias podem desempenhar na redução de obstáculos e na promoção de exercícios físicos entre as mulheres?

As políticas públicas e as iniciativas comunitárias podem proporcionar infraestrutura adequada, oferecer programas de exercícios gratuitos ou subsidiados, criar campanhas de conscientização e segurança e promover ambientes inclusivos e seguros.

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG301, EM13LGG501, EM13LGG503, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Ginástica

aeróbica

Nesta seção, você e os colegas vão elaborar cartazes e uma playlist de vídeos de treinos de ginástica aeróbica para divulgar essa prática para a comunidade escolar.

A ginástica aeróbica é uma modalidade de exercício físico caracterizada pela execução de movimentos rítmicos e coordenados, frequentemente realizados em grupos e acompanhados de música. Os exercícios, que podem incluir saltos, agachamentos e sequências coreografadas, elevam a frequência cardíaca, otimizam a eficiência do sistema cardiovascular e aumentam o bem-estar psicológico de seus praticantes. Além disso, a atividade melhora a resistência muscular e a flexibilidade, e pode ser adaptada para atender diferentes níveis de condicionamento físico, o que a torna acessível e inclusiva.

Pesquisar e produzir

1. Façam uma pesquisa sobre a ginástica aeróbica: características, história, onde e em que época foi criada, adeptos e transformação da prática ao longo do tempo. Para isso, consultem fontes de informação confiáveis, que podem ser impressas, como livros, enciclopédias e revistas, e on-line , como sites de instituições de esporte, portais acadêmicos, podcasts e vídeos.

2. Façam um resumo das principais informações que vocês encontrarem. Com base nelas, elaborem cartazes informativos, que podem ser criados em um programa de edição de texto e imagem ou feitos à mão em folhas de papel e digitalizados. Pesquisem e selecionem imagens que ilustrem a prática da ginástica aeróbica, a fim de ampliar os sentidos comunicados pelos cartazes. Atentem para a distribuição das informações, o tamanho e a cor das fontes utilizadas, para que os cartazes tenham apelo visual.

3. Procurem vídeos de pessoas realizando ginástica aeróbica. Cada estudante deverá selecionar um vídeo e indicá-lo para compor a playlist da turma. É importante observar, na pesquisa de vídeos, se pessoas de diferentes etnias e características aderem à prática, a fim de mostrar essa diversidade na playlist

Compartilhar e experimentar

1. Publiquem nas redes sociais ou no blogue da escola os cartazes criados pela turma, formando um mural virtual.

2. Reservem alguns minutos da aula para visualizar e comentar todos os cartazes, avaliando o conteúdo.

3. Acrescentem a esse mural virtual de cartazes a playlist de vídeos de ginástica aeróbica, que, além de ilustrarem a prática, servem como referência e motivação para aqueles que quiserem se exercitar.

4. Escolham um dos vídeos da playlist e pratiquem alguns minutos de ginástica aeróbica com toda a turma.

Avaliar

Não escreva no livro.

Autoavalie-se nesta atividade refletindo sobre os seguintes pontos: facilidades e dificuldades na tarefa de pesquisa; habilidade no uso de programa de edição de texto e imagem; criatividade na elaboração dos cartazes; curadoria de vídeo de acordo com o critério estabelecido; atuação na divulgação dos cartazes e da playlist de vídeos; comentários sobre as produções da turma; e participação na prática de ginástica aeróbica.

Habilidades: EM13LGG501 e EM13LGG503.

#NOSNAPRATICA Calistenia

Uma atividade que desenvolve com muita eficiência alguns movimentos do ser humano é a calistenia.

A calistenia é uma prática corporal que usa o peso do próprio corpo na realização de movimentos específicos, com o objetivo de alongar e fortalecer os músculos.

O que você vai fazer

Em grupo, você vai idealizar e realizar uma sequência de exercícios de calistenia.

Planejar

1. Os estudantes deverão formar grupos de até quatro pessoas.

2. Cada grupo vai elaborar uma sequência de movimentos calistênicos (realizados com o peso do próprio corpo) para propor ao restante da turma. A seguir, há exemplos desse tipo de exercício, mas, se necessário, façam uma pesquisa para descobrir outras possibilidades, com orientação do professor.

Representação de agachamento.

Representação de exercício de tríceps.

• A calistenia é a terceira modalidade com mais interesse no mundo Publicado por: Jornal da USP. Disponível em: https://jornal.usp. br/atualidades/a-calistenia-e-a-terceira-modalidade-com-mais-interesse-no-mundo/. Acesso em: 12 set. 2024.

A reportagem aborda a popularização da calistenia, os potenciais benefícios e os cuidados relacionados à prática.

DANIEL ALMEIDA
fiCA A DiCA
DANIEL ALMEIDA

Representação de prancha.

Representação de flexão.

3. Os movimentos deverão ser realizados ao som de músicas; portanto, elas precisam ser escolhidas previamente.

Praticar

1. Na data combinada com o professor, cada grupo deverá ocupar um espaço no pátio ou na quadra de esportes para propor aos colegas os exercícios de calistenia.

2. Os grupos deverão formar um circuito, de modo que, ao término de um exercício, os estudantes sigam para a próxima prática, até passar por todos os grupos. O tempo sugerido para os exercícios em cada espaço é de 1 minuto. É necessário ter à disposição um aparelho de som para reproduzir as músicas escolhidas.

Avaliar

Faça uma autoavaliação após a atividade respondendo às perguntas a seguir.

1. Você teve limitações ao realizar os exercícios de calistenia? Como você lidou com isso?

2. Em comparação com outros exercícios físicos, o que você achou da calistenia? Foi mais fácil ou mais desafiador? Foi prazeroso ou desagradável? Por quê?

3. Que efeitos você observou em si mesmo após a prática de exercícios de calistenia? Quais deles são positivos e quais são negativos?

4. Você se sente motivado a continuar praticando exercícios de calistenia? Por quê?

Autoconsciência, consciência social e habilidades de relacionamento

Praticar exercícios em grupos e equipes nas aulas de Educação Física exige uma série de competências socioemocionais para garantir um ambiente saudável, colaborativo e produtivo. Algumas atitudes devem ser tomadas para assegurar que as aulas sejam proveitosas para todos, como expressar-se claramente e ouvir com atenção; colocar-se no lugar do outro e não fazer julgamentos; e desenvolver a autoconfiança, acreditando em suas habilidades e potencialidades e desafiando-se a experimentar novas atividades.

Todas as pessoas encontram obstáculos e dificuldades. Converse com os colegas: quais são os desafios enfrentados por vocês na prática de exercícios físicos? Como é possível superá-los na busca por um estilo de vida saudável? Como esses desafios servem de aprendizado para situações de outras áreas da vida?

Respostas pessoais.

PARA A ViDA
Não escreva no livro.
DANIEL
ALMEIDA
DANIEL ALMEIDA

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG204, EM13LGG302 e EM13LGG303; EM13CHS101 e EM13CHS106; EM13CNT207.

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS e CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS

Saúde física da pessoa idosa

As habilidades físicas de força, flexibilidade, resistência, coordenação e equilíbrio são necessárias em todas as fases da vida, especialmente a partir dos 60 anos, pois elas estão relacionadas à manutenção da boa saúde física e da independência para realizar tarefas diárias e corriqueiras.

Você vai ler, a seguir, o trecho de uma reportagem de divulgação científica sobre um estudo que descobriu os benefícios do treino de força para a saúde das pessoas idosas.

Aumento no volume de treino de força reverte perda muscular em idosos

Pesquisa com idosos saudáveis de ambos os sexos mostrou que aumentar séries de exercícios de resistência pode ser uma estratégia simples para elevar a massa muscular e a força entre os que não respondem ao treino de baixo volume

[…]

Treinos de força, como a musculação, são considerados altamente eficazes para promover ganhos de massa muscular (hipertrofia) em idosos e recuperar sua capacidade funcional, porém, nem todos respondem bem a essa atividade. Enquanto alguns apresentam aumentos expressivos de massa magra (considerados como “responsivos”) outros relatam ganhos insignificantes (“não responsivos”).

Pesquisadores da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP demonstraram que o aumento no volume de treinamento pode mitigar a falta de resposta entre idosos. Do total de voluntários não responsivos, 80% deles responderam melhor aos treinos após a intervenção, e entre os responsivos, 47% aumentaram ainda mais a massa muscular em função dos exercícios realizados.

Os resultados desse trabalho foram publicados no artigo Resistance training volume and non responsiveness in older individual no Journal of Applied Physiology, em fevereiro de 2024, […].

Segundo o estudo, após os 30 anos, o declínio de massa muscular acontece em torno de 3 a 8% e, depois dos 60 anos, […][o declínio] é ainda mais drástico. “Essa condição torna as pessoas mais vulneráveis e propensas a quedas, fraturas e a outros traumas”.

Embora se saiba que a aplicação de estímulos de exercícios padronizados não resulta em respostas de ganhos de força e de massa muscular uniformes entre sujeitos distintos, os reais motivos destas diferenças ainda não são totalmente compreendidos, diz [Hamilton] Roschel. Segundo o pesquisador, há fatores extrínsecos (a alimentação, o sono e níveis de estresse), mas existem também fatores intrínsecos (a genética e o perfil hormonal, por exemplo) que desempenham papel igualmente importante na performance do ganho de massa muscular.

FERREIRA, Ivanir. Aumento no volume de treino de força reverte perda muscular em idosos. Jornal da USP, São Paulo, 1 abr. 2024. Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/aumento-no-volume-de-treino-de-forca-reverte-falta-de-ganho-muscular-em-idosos/. Acesso em: 14 ago. 2024.

2. a) As mulheres são menos fisicamente ativas dos 18 aos 24 anos e a partir dos 55 anos. Os homens vão ficando menos ativos fisicamente de maneira gradual ao longo da vida.

Agora, reflita e converse com os colegas sobre as questões a seguir.

1. Você convive com pessoas idosas? Em caso positivo, você percebe uma diminuição do volume e da força muscular em pessoas dessa faixa etária, em comparação com pessoas mais jovens? Explique.

2. Observe, a seguir, um gráfico que apresenta dados de 2023 sobre a população adulta fisicamente inativa. Não escreva no livro. 1. Respostas pessoais. É possível que os estudantes confirmem que as pessoas idosas têm menos volume e força muscular. Isso é perceptível pela observação de sua constituição corporal e pela maneira como realizam atividades diárias.

Percentual de adultos (> 18 anos) fisicamente inativos, por sexo, nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito Federal, segundo faixa etária. Vigitel, 2023

2. b) Espera-se que os estudantes percebam que as duas possibilidades são válidas. Considerando que nas primeiras décadas de vida o ser humano tem mais massa muscular, pode-se entender que a inatividade física leva à diminuição da massa muscular e, também, que uma pessoa com pouca massa muscular e, consequentemente, pouca força muscular, pode ter mais dificuldades para a prática.

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Percentual de adultos (> 18 anos) fisicamente inativos, por sexo, nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito Federal, segundo faixa etária Brasília, DF, 2023. Disponível em: https:// svs.aids.gov.br/rstudio/ vigitel/vigitel.Rmd. Acesso em: 14 ago. 2024.

a) Observe as barras do gráfico. O que é possível afirmar sobre o estilo de vida de homens e mulheres ao longo da vida?

b) D e acordo com a reportagem lida, o declínio de massa muscular após os 60 anos é drástico. Analise mais uma vez o gráfico e levante hipóteses: é a inatividade física que leva ao declínio da massa muscular ou é a diminuição da massa muscular que impede as pessoas de terem um estilo de vida ativo? Justifique.

3. Leia o artigo 9 o do Estatuto da Pessoa Idosa e um trecho do artigo 3 o da Lei Geral do Esporte, respectivamente.

Art. 9o É obrigação do Estado garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e em condições de dignidade.

BRASIL. Lei no 10.741, de 1o de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto da Pessoa Idosa e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm. Acesso em: 14 ago. 2024

Art. 3o Todos têm direito à prática esportiva em suas múltiplas e variadas manifestações. § 1o A promoção, o fomento e o desenvolvimento de atividades físicas para todos, como direito social, notadamente às pessoas com deficiência e às pessoas em vulnerabilidade social, são deveres do Estado e possuem caráter de interesse público geral.

BRASIL. Lei no 14.597, de 14 de junho de 2023. Institui a Lei Geral do Esporte. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/cciviL_03/////_Ato2023-2026/2023/Lei/L14597.htm. Acesso em: 14 ago. 2024.

a) A leitura do gráfico indica que essas leis estão sendo plenamente cumpridas? Explique.

b) Considerando os trechos de lei que você leu, que tipo de ação poderia ser promovida pelo Estado para assegurar que a pessoa idosa envelheça com saúde e um estilo de vida ativo?

3. a) Não. O percentual de pessoas que inativas fisicamente na velhice ultrapassa os 30%.

3. b) Sugestão de resposta: Além de fazer campanhas de conscientização e incentivo à prática de exercícios físicos entre pessoas idosas, o Estado deve viabilizar a prática contratando profissionais de Educação Física para atendê-las e dar aulas em centros sociais de atendimento a pessoas idosas, cujo acesso deve ser gratuito.

Corpo e mente em equilíbrio 2

Habilidades (abertura): EM13LGG101, EM13LGG303 e EM13LGG502.

Realizar atividades que trazem equilíbrio ao corpo e à mente é essencial para o bem-estar das pessoas. Essas práticas proporcionam uma pausa no ritmo acelerado da vida moderna, permitindo autocuidado e reconexão interna. Incorporá-las na rotina promove a saúde integral, abrangendo o aspecto físico e o mental, e prepara as pessoas para enfrentar desafios com mais equilíbrio e resiliência.

1. Respostas pessoais. É possível que os estudantes mencionem fatores como pressão acadêmica, expectativas familiares, redes sociais, insegurança sobre o futuro etc. A combinação desses elementos pode gerar estresse, ansiedade e um sentimento de sobrecarga.

As juventudes em todo o mundo vêm enfrentando problemas de saúde mental, como ansiedade, depressão e outros sofrimentos psíquicos. As expectativas sobre desempenho escolar, aparência física e sucesso futuro produzem pressão constante, afetando negativamente o bem-estar. Além disso, a falta de apoio emocional adequado e de recursos para lidar com o estresse diário agrava essas dificuldades. Refletir sobre o que leva a quadros como esses ajuda a reconhecer os desafios a serem superados e a procurar ajuda profissional.

1 E xistem vários motivos que podem levar um jovem a se sentir pressionado, sem autoconfiança ou com ansiedade, entre outras questões. Você já passou por isso? É possível identificar os fatores que levaram a essa situação?

2 Você conhece alguém que já sofreu com as questões citadas na atividade 1 e que usou exercícios físicos para ajudar a superá-las? Caso se sinta confortável, compartilhe com a turma.

Respostas pessoais.

3 Na comunidade ou região em que vive, existe alguma iniciativa que ofereça apoio emocional, psicológico ou psiquiátrico para a população? Se sim, como funciona esse apoio?

Nos dias de hoje, em que o ritmo de vida acelerado e a exposição excessiva às tecnologias podem prejudicar a saúde física e mental das pessoas, as ginásticas de conscientização corporal podem trazer muitos benefícios. Neste capítulo, você verá que, por meio delas, é possível promover pausas conscientes no cotidiano agitado, permitindo um momento de reconexão consigo mesmo.

3. Respostas pessoais. É possível que os estudantes indiquem iniciativas públicas, como centros comunitários ou Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), programas de esportes e lazer, oficinas de arte, eventos culturais, serviços de aconselhamento gratuito, e campanhas de conscientização sobre saúde.

Grupo de pessoas pratica ioga ao ar livre em parque. São José dos Campos (SP), 2023.
lER O MUNDO
Não escreva no livro.
LUCAS LACAZ RUIZ/FOTOARENA

#PARAlER Cuidar de si

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG502 e EM13LGG702.

A sociedade moderna muitas vezes impõe um ritmo frenético às pessoas, que pode levar ao esgotamento físico e mental. Isso exige uma preocupação cada vez maior com o bem-estar e o autocuidado. A seguir, na Leitura 1, observe um cartum que trata, com humor, de questões existenciais da era digital. Depois, na Leitura 2, leia uma reportagem sobre práticas que estão mudando a saúde e o bem-estar de um grupo de mulheres.

Leitura 1

DUKE. [Doutor, quem eu sou?]. O Tempo, Belo Horizonte, dez. 2019.

Leitura 2

Eduardo dos Reis Evangelista (1973-), conhecido pelo pseudônimo Duke, é um cartunista, chargista e ilustrador mineiro. É formado em Belas Artes pela Universidade Federal de Minas Gerais, publica suas charges e cartuns em diferentes veículos nacionais. Também teve participação relevante em eventos e premiações voltadas ao humor e aos quadrinhos.

Práticas de promoção da saúde que estão mudando os hábitos de vida de um grupo de mulheres

por Gerônimo Vicente Santos — Publicado: 18/10/2022 08h45, Última modificação: 16/02/2024 09h11

A dona Maria José, que gosta de ser chamada de Margarida, disse que as dores nos ossos sumiram, assim como a dona Maria de Lourdes que afirmou [que] está se movimentando melhor. “As dores nos ossos que eu estava sentindo desapareceram e essa é a grande diferença”, relatou. A dona Josefa Ferreira explica que as dores surgem depois das atividades, mas horas depois passam e ela se sente melhor do que antes. Os relatos são de três mulheres sexagenárias que estão mudando os seus hábitos depois que foram inseridas no projeto de extensão denominado “Práticas Integradas na Promoção de Saúde da Comunidade”, realizado todas as quintas-feiras à tarde no campus Benedito Bentes do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) […].

A ação descrita pelas mulheres e que mudou o estilo de vida das participantes é a ioga, uma prática que trabalha com o corpo e mente de forma interligada com exercícios que auxiliam no controle do estresse, ansiedade, dores no corpo e na coluna, além de promover o bem-estar das pessoas.

Duke.
SOBRE
© DUKE/ACERVO
DO CARTUNISTA

Esta atividade faz parte de uma série de outras que ocorrem desde o início do segundo semestre no campus para promover saúde e bem-estar das pessoas da comunidade integrante do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) do conjunto Selma Bandeira, uma das localidades do bairro Benedito Bentes, na parte alta de Maceió. São cerca de 20 pessoas, entre adultos e idosos, que estão engajadas no processo de reversão do sedentarismo e da ampliação de conhecimentos. No campus, além da ioga, essas mulheres recebem orientações em oficina sobre o autoconhecimento, saúde mental e sobre as práticas meditativas.

A oficina sobre autoconhecimento foi ministrada pelo professor Wellington Brito, do campus do Ifal Viçosa, e, na ocasião, foram aplicadas dinâmicas sobre a percepção de sensibilidade e sobre a capacidade de desenvolver habilidades. Em outra oportunidade, as mulheres receberam orientações da psicóloga do campus Benedito Bentes, Lívia Teixeira […].

[…]

Juliana Costa, autora do projeto de extensão e que conduz as práticas de ioga, pensou na ideia há cerca de três anos, a partir de uma experiência própria em que mudou seus hábitos a partir desta e de outras práticas de promoção do bem-estar. “Ioga tem contribuído com a recuperação da minha saúde e a intenção de fazer um projeto na área nasceu quando era servidora do campus Viçosa. Depois que fui removida, coloquei em prática no campus Benedito Bentes. A ideia de promover práticas integrativas como a ioga veio com a identificação da sua capacidade transformadora a nível físico, mental e espiritual, como vêm atestando algumas pesquisas. Além disso, pelo baixo custo na sua execução prática, não necessitando de outros recursos tecnológicos, e a possibilidade de diálogo com as mais diversas áreas. Basta um(a) instrutor(a) e uma comunidade dispostos a praticar”, ressaltou. […]

A comunidade participante tem dado um retorno positivo à ação e os relatos colhidos por meio de pesquisa interna mostram que a maioria está empolgada, os hábitos mudaram para melhor depois de as mulheres serem acolhidas pelo projeto […].

SANTOS, Gerônimo Vicente. Práticas de promoção da saúde que estão mudando os hábitos de vida de um grupo de mulheres. Maceió: Instituto Federal de Alagoas, 16 fev. 2024. Disponível em: https://www2.ifal.edu.br/campus/benedito/noticias/ praticas-comunitarias-de-promocao-da-saude-que-estao-mudando-os-habitos-de-vida-de-um-grupo-de-mulheres. Acesso em: 14 ago. 2024.

remover: transferir funcionário de um lugar para outro. prática integrativa: tipo de prática que utiliza recursos terapêuticos com base em conhecimentos de medicinas tradicionais, complementares e alternativas.

Aulas de ioga aplicadas com as integrantes do Cras Selma Bandeira.
GERÔNIMO

1. a) O cartum critica o uso excessivo e a dependência de tecnologias e ferramentas digitais. Isso é feito por meio do humor, ao colocar um psicólogo buscando na internet respostas às perguntas trazidas por um paciente.

P ensar e compartilhar

1. Analisando a Leitura 1, e com base em seus conhecimentos, responda às questões a seguir.

a) Q ual é a crítica presente no cartum? Como ela é construída?

b) Você concorda com essa crítica? Por quê? Respostas pessoais.

1. c) Os estudantes podem mencionar práticas como a psicoterapia, a ioga, a meditação, entre outras com potencial de trabalhar o corpo e a mente e promover reflexões sobre questões importantes da vida.

c) Você conhece práticas que podem ajudar a responder a perguntas importantes sobre a existência humana? Se sim, quais? Comente-as.

2 . Quais são as principais dificuldades que jovens como você enfrentam ao tentar entender e gerenciar sua saúde física e mental em um mundo digital acelerado? Em sua opinião, o que pode ajudar a superar essas dificuldades? Respostas pessoais.

3. A reportagem da Leitura 2 fala da ioga como uma prática integrativa que pode trazer diferentes benefícios aos praticantes.

3. b) Por meio do trabalho com o corpo e a mente de forma interligada, os exercícios da ioga podem auxiliar no controle do estresse, da ansiedade, das dores no corpo, além de promover o bem-estar das pessoas.

a) Você conhecia essa prática? Já a experimentou ou se interessou por ela?

Respostas pessoais.

b) Q uais são os benefícios que ela poderia trazer, segundo a reportagem?

c) Em sua opinião, a ioga poderia ajudar a personagem retratada no cartum da Leitura 1 a responder às perguntas feitas por ela? Justifique. Respostas pessoais.

4. O projeto Práticas Integradas na Promoção de Saúde da Comunidade, de que trata a reportagem, é uma iniciativa individual ou coletiva? Explique.

5. Além dos benefícios ao público diretamente atendido, que outros atores envolvidos no projeto são beneficiados? Explique.

6. Quais benefícios você acredita que a prática da ioga poderia trazer à sua vida? Comente.

Respostas pessoais.

A ioga é um tipo de ginástica de conscientização corporal. Trata-se de uma prática de origem oriental com técnicas que podem ajudar a trabalhar, de forma integrada, aspectos físicos, mentais e emocionais dos praticantes. Entre os principais benefícios da ioga estão o fortalecimento do corpo, o aumento da flexibilidade, a redução do estresse, a regulação do sistema nervoso e da respiração e o aumento da capacidade de concentração.

As ginásticas de conscientização corporal, também chamadas de práticas corporais alternativas, introjetivas, introspectivas ou suaves, trabalham a conscientização corporal por meio da execução de movimentos, a fim de proporcionar bem-estar e desenvolvimento integral ao indivíduo praticante. Alguns exemplos dessas práticas, além da ioga, são o tai chi chuan e a ginástica chinesa.

4. Espera-se que os estudantes infiram que se trata de uma iniciativa coletiva, que funciona como um projeto de extensão de uma instituição de ensino e envolve diferentes profissionais da instituição.

fiCA A DiCA

• PODCAST Yoga além dos Ásanas # 023 - Como o Yoga pode nos ajudar a manter o equilíbrio. Publicado por: Instituto Hermógenes. Vídeo (38 min). Disponível em: https://youtu.be/E1HTEGxJySg?si=bZTeRX0ddBJWAQvN. Acesso em: 30 set. 2024.

Nesse vídeo, Thiago Leão reflete sobre a importância da ioga no controle da ansiedade.

5. Os pesquisadores, bolsistas e servidores que atuam no projeto, pois se desenvolvem no âmbito acadêmico, além do próprio Instituto Federal de Alagoas (Ifal), que amplia sua relação com a comunidade e promove a difusão de conhecimento.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG301, EM13LGG305, EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Ginásticas de conscientização corporal

Diversas ginásticas de conscientização corporal fazem parte da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (PNPIC), estabelecida no Brasil em 2006, que promove o oferecimento dessas práticas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

fiCA A DiCA

• Brasil. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS. 2. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2015. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_praticas_integrativas_ complementares_2ed.pdf. Acesso em: 26 jul. 2024.

O documento apresenta informações sobre o oferecimento das práticas integrativas e complementares no SUS, além de detalhes sobre as práticas contempladas pela política.

Para complementar seus conhecimentos acerca dessas práticas, forme um grupo de três ou quatro integrantes e, juntos, realizem as propostas a seguir.

Pesquisar e apresentar

1. Escolham uma ginástica de conscientização corporal e pesquisem suas origens, seus benefícios e como é praticada. Usem o roteiro a seguir para orientar a pesquisa.

• Onde e quando a prática teve origem? Como ela se espalhou pelo mundo e chegou ao Brasil?

• Quais são os benefícios físicos e mentais associados a essa prática? Existem estudos científicos que comprovem ou rejeitem esses benefícios?

• Quem são os principais praticantes (faixa etária, gênero, classe social etc.)?

• Onde geralmente é praticada (academias, parques, escolas etc.)?

• Quais são os materiais e os fundamentos necessários para a prática?

2. Reúnam e interpretem as informações e elaborem uma apresentação de até 10 minutos. Utilizem recursos de apoio, como vídeos, fotografias e slides , para enriquecer a apresentação.

3. Em um dia previamente combinado, compartilhem os resultados da pesquisa com a turma.

Experimentar

Após as apresentações de todos os grupos, organizem uma sessão para experimentar, com a turma toda, as práticas pesquisadas. Para isso, providenciem os materiais necessários, preparem os locais e observem como cada prática funciona, com a orientação do professor.

Avaliar

Ao final, reflitam sobre a pesquisa e as experimentações que fizeram.

1. Durante a pesquisa, foram consultadas fontes confiáveis? Você e os colegas de grupo ficaram satisfeitos com o resultado da apresentação? Por quê?

2. O que você sentiu ao experimentar ginásticas de conscientização corporal? Houve alguma dificuldade?

3. Quais são as semelhanças e diferenças entre as práticas experimentadas?

4. Foi possível perceber benefícios físicos e mentais das práticas experimentadas? Comente. Não escreva no livro.

#NOSNAPRATICA Ioga

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG301, EM13LGG501 e EM13LGG503.

Ao envolver o corpo e a mente de forma harmoniosa, a ioga melhora a flexibilidade, a força muscular e a postura, ao mesmo tempo que pode ajudar a reduzir o estresse e a ansiedade. Através de sua abordagem holística, isto é, que busca um entendimento integral dos fenômenos, a ioga se destaca como uma ferramenta eficaz para a promoção da saúde e da qualidade de vida.

O que você vai fazer

Nesta atividade, você terá a oportunidade de experimentar algumas posturas de ioga que ajudam a desenvolver força, flexibilidade e equilíbrio, enquanto conecta sua respiração com os movimentos, o que é essencial para o desenvolvimento da prática de ioga.

Material

• Tapetes de ioga ou placas de EVA para conforto e estabilidade durante as posturas.

• Roupas confortáveis que permitam liberdade de movimento.

• Blocos de ioga para suporte adicional nas posturas (opcional).

• Música calma para criar um ambiente relaxante (opcional).

Preparar

1. Com os colegas, escolham um local calmo e espaçoso, onde todos possam se mover livremente. Preparem os tapetes de ioga alinhados e organizem os blocos, se forem utilizá-los.

2. Iniciem com um breve aquecimento para preparar o corpo. Façam exercícios leves como alongamentos de braços e pernas e respiração profunda para preparar os músculos e a mente.

Praticar

Ao praticar as posturas sugeridas a seguir, lembre-se de manter uma respiração profunda e conectada com os movimentos.

1. Postura da montanha (tadasana ). Execução: fique em pé, com os pés juntos e o peso distribuído igualmente entre os dois pés. Mantenha a coluna ereta, os ombros relaxados e os braços ao longo do corpo. Respire profundamente e sinta o alinhamento do corpo.

• Benefícios: melhora a postura e o equilíbrio.

2. Postura do guerreiro I (virabhadrasana I ). Execução: dê um passo grande para trás com a perna esquerda, mantendo o pé direito à frente. Flexione o joelho direito e estique os braços acima da cabeça, com as palmas voltadas uma para a outra. Mantenha a postura por 30 segundos e troque de lado.

• Benefícios: fortalece as pernas e abre os quadris.

Ilustração demonstrativa da postura do guerreiro I.

Ilustração representativa da postura da montanha.

3. Postura da árvore (vrksasana ). Execução: fique em pé, com o peso concentrado em uma perna, e coloque a sola do pé oposto na parte interna da coxa da perna de apoio. Junte as palmas das mãos e estique os braços acima da cabeça. Mantenha a postura por 30 segundos e troque a perna de apoio.

• Benefícios: melhora o equilíbrio e a concentração.

4. Postura da ponte (setu bandhasana ). Execução: deite-se de costas, com os joelhos dobrados e os pés alinhados com os quadris. Eleve os quadris em direção ao teto, mantendo os ombros e os pés no chão. Mantenha a posição por 30 segundos.

• Benefícios: fortalece as costas e os glúteos, alonga o peito.

5. Postura da criança (balasana ). Execução: sente-se sobre os calcanhares, estique os braços à frente e encoste a testa no chão. Relaxe na postura por 1 a 2 minutos.

• Benefícios: relaxa a coluna e acalma a mente.

Avaliar

Ao final, avalie a vivência com as posturas de ioga.

Ilustração demonstrativa da postura da árvore.

Ilustração demonstrativa da postura da ponte.

Ilustração demonstrativa da postura da criança.

1. Como você se sentiu ao executar cada postura? Houve alguma dificuldade ou desconforto? Como você lidou com isso?

2. A conexão entre respiração e movimento foi fácil de seguir? Houve algum desafio específico na sincronização da respiração com os movimentos?

3. O que você aprendeu a respeito das suas capacidades físicas e mentais durante a prática? Identifique aspectos que foram desafiadores e aqueles que você conseguiu realizar com facilidade.

4. Como foi a experiência de praticar ioga em grupo? A interação e o ambiente influenciaram sua prática de alguma forma?

5. Qual foi a sua sensação geral após a prática? Você percebeu alguma mudança no seu estado físico ou mental?

Origens da ioga

As origens da ioga são incertas. A hipótese mais difundida é de que a prática foi criada na Índia, há cerca de 5 mil anos. A ioga integra correntes filosóficas indianas, que consideram concepções do ser humano e de suas relações com a natureza. Por isso, a ioga é considerada um exercício físico abrangente.

Um dos primeiros registros de sistematização da ioga de que se tem notícia data de 150 d.C.: são os chamados “Ioga sutras”, atribuídos ao indiano Patanjali, que apresentam os valores da prática. Ao longo dos séculos, a ioga mudou e se adaptou, se espalhou pelo mundo e foi reconhecida por seus inúmeros benefícios para a saúde e o bem-estar dos praticantes.

Não escreva no livro.
SAIBA MAIS
DANIEL ALMEIDA
DANIEL ALMEIDA
DANIEL ALMEIDA

1. Resposta pessoal. Flexibilidade para puxar a corda para trás; coordenação motora para segurar a corda e puxála para trás; força para vencer a resistência do time adversário, que está puxando a corda no sentido contrário; velocidade para puxar a corda o mais rápido possível e vencer a prova; equilíbrio, para manter-se em pé e não cair enquanto puxa a corda; e resistência para manter-se puxando a corda até vencer a equipe adversária.

As capacidades físicas dos seres humanos

Habilidade (abertura): EM13LGG103.

Ossos, músculos e tendões são algumas das partes do corpo que propiciam os movimentos e a interação com o ambiente, permitindo que o ser humano pratique atividades e exercícios físicos, que podem ser potencializados pelas capacidades físicas (atributos físicos treináveis).

Força, equilíbrio, resistência, flexibilidade, velocidade, agilidade e coordenação motora são capacidades físicas do corpo humano que interferem no desempenho de atividades físicas, mesmo as diárias, como andar, correr ou subir escadas. Uma das principais características dessas capacidades é serem treináveis e passíveis de aprimoramento. Desenvolver as capacidades físicas possibilita ao ser humano ter uma melhor execução de toda a variedade dos gestos motores.

1 Observe a imagem desta abertura de capítulo. Que capacidades físicas você acha que são utilizadas na prática do cabo de guerra?

2 Por que é importante que as capacidades físicas sejam desenvolvidas?

3 D ê exemplos de como você imagina que as capacidades físicas possam ser aprimoradas.

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes considerem que as capacidades físicas são treináveis por meio de exercícios físicos diversos.

As capacidades físicas podem ser aprimoradas por qualquer pessoa, ao longo da vida, sejam crianças, adolescentes, jovens, adultos, pessoas idosas e pessoas com ou sem deficiências ou dificuldades de mobilidade.

2. Os estudantes podem mencionar que desenvolver as capacidades físicas pode ser importante para os indivíduos realizarem tarefas básicas do dia a dia, executarem trabalhos ou participarem de práticas corporais.

Mulheres em competição de cabo de guerra nos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas. Palmas (TO), 2015.

lER O MUNDO Não escreva no livro.
BUDA MENDES/GETTY IMAGES

#PARAlER Capacidades físicas

Habilidades: EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG601, EM13LGG602 e EM13LGG604.

Embora sejam inerentes a todos os seres humanos, as capacidades físicas – também chamadas de aptidão física – podem ser aprimoradas com treinamentos e estímulos direcionados. Na Leitura 1, observe imagens que retratam situações de uso de algumas capacidades físicas. Na Leitura 2 , leia o que é aptidão física de acordo com o Glossário Saúde Brasil, do Ministério da Saúde.

Leitura 1

PORTINARI, Candido. Moleques pulando sela. 1958. Óleo sobre tela, 59,5 cm x 72,5 cm. Projeto Portinari, Rio de Janeiro (RJ).

Candido Portinari (1903-1962) nasceu em Brodowski (SP) e foi pintor, gravador, ilustrador e professor. Em sua produção, é possível observar a ocorrência de mudanças de técnicas ao longo do tempo. Na obra reproduzida aqui, é possível perceber o lado lírico de sua arte, que remete à infância e representa momentos de alegria e ternura.

Atleta Juliana Campos em competição na modalidade salto com vara feminino nos Jogos Pan-Americanos. Santiago (Chile), 2023.

Candido Portinari.
SOBRE

Leitura 2

GLOSSÁRIO SAÚDE BRASIL

Aptidão física

Capacidade do corpo humano de realizar atividades físicas

Aula de ginástica ao ar livre para pessoas idosas. Santos (SP), 2019.

Seja no tempo livre, no trabalho, no estudo, no deslocamento ou nas tarefas domésticas, a atividade física é parte natural do dia a dia do ser humano. Ela é importante para uma vida plena. […]

A atividade física também tem a ver com a aptidão física, […] conjunto de atributos relacionados aos aspectos funcionais do corpo humano.

E todos esses atributos podem derivar não só de uma vida fisicamente ativa, mas também de uma herança genética, do estado de saúde e da qualidade da alimentação do indivíduo. Outro ponto importante é que o conceito de aptidão física se divide em outros dois: aptidão física relacionada à performance/ao desempenho e aptidão física relacionada à saúde.

Aptidão física e performance/desempenho

A aptidão física relacionada à performance/ao desempenho, está relacionada aos atributos necessários para uma melhor performance na execução das atividades físicas, seja no lazer, no trabalho, nos exercícios físicos ou nos esportes. Compõem a aptidão física relacionada à performance/ao desempenho os seguintes atributos: […]

Agilidade: refere-se à habilidade de mudar a posição do corpo de forma rápida e de controlar os movimentos corporais.

Equilíbrio: envolve a capacidade de manter a postura do corpo ereta enquanto se está parado ou em movimento.

Velocidade: diz respeito à habilidade de realizar um movimento ou cumprir uma determinada distância em um curto período de tempo.

Potência: refere-se à utilização da força de forma rápida. Ou seja, envolve tanto a força quanto a velocidade.

1. b) A capacidade física de força é usada no salto com vara porque a atleta deve ter uma contração muscular para vencer uma carga ao saltar, a gravidade, que puxa o peso do corpo dela para o chão. Já o equilíbrio é usado para que a atleta mantenha-se firme no ar, apoiada na vara, enquanto ultrapassa o obstáculo sem encostar nele nem o derrubar.

Coordenação: está relacionada à habilidade de utilizar os sentidos junto com os movimentos do corpo, por exemplo, dos braços e das pernas, ou de utilizar de forma conjunta duas ou mais partes do corpo.

Tempo de reação: é a quantidade de tempo que o indivíduo leva para se movimentar ou para reconhecer a necessidade de realizar uma ação.

Aptidão física e saúde

1. c) Respostas pessoais. A flexibilidade faz com que a pessoa consiga esticar a musculatura sem sentir alguma dor. Espera-se que os estudantes reflitam que essa capacidade ajuda pessoas idosas a continuar realizando movimentos simples em atividades diárias, como agachar e levantar, vestir uma peça de roupa etc.

Entende-se como aptidão física relacionada à saúde os atributos considerados fundamentais para uma vida ativa e saudável. Isso porque os elementos descritos envolvem aspectos que influenciam na prevenção de doenças, na disposição para executar as atividades cotidianas e na construção de uma vida com mais autonomia e longevidade. Compõem a aptidão física relacionada à saúde os seguintes atributos: […]

Força e resistência muscular: refere-se à capacidade dos músculos de produzir força e de executar movimentos repetidos em um período determinado sem diminuir a eficiência.

Flexibilidade: refere-se à mobilidade corporal. Tem a ver com a amplitude dos movimentos exercidos pelo corpo.

Aptidão cardiorrespiratória: refere-se à capacidade do coração e do aparelho respiratório de funcionar adequadamente durante a execução da atividade física.

Composição corporal: refere-se, principalmente, ao nível de gordura corporal, mas também à distribuição de outros elementos, como ossos, músculos, órgãos e tecidos.

BRASIL. Ministério da Saúde. Glossário Saúde Brasil. Aptidão física. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 7 nov. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/glossario/aptidao-fisica. Acesso em: 15 ago. 2024.

1. a) A brincadeira de pular sela mobiliza a flexibilidade e a força muscular das pernas para saltar por cima de uma pessoa.

P ensar e compartilhar

2. a) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes argumentem que agilidade, equilíbrio

e coordenação são capacidades necessárias também à vida diária e estão relacionadas a uma boa saúde.

1. Observe novamente as imagens apresentadas na Leitura 1

a) Que capacidades físicas são mobilizadas na brincadeira de pular sela, retratada na obra de Candido Portinari?

2. b) Espera-se que os estudantes argumentem que essas aptidões são próprias a todas as faixas etárias e à diversidade de características físicas pessoais. As capacidades físicas podem ser treinadas e aprimoradas por qualquer indivíduo.

b) A atleta brasileira Juliana Campos mobiliza principalmente as capacidades físicas de força e equilíbrio no esporte salto com vara. Descreva como essas capacidades são utilizadas por ela.

c) A s pessoas que estão se exercitando ao ar livre estão fazendo alongamentos, que mobilizam a flexibilidade. Explique, com suas palavras, o que é essa capacidade física e reflita sobre a importância dela para as pessoas idosas.

4. a) Respostas pessoais. Incentive os estudantes a pensar em todos os atributos relacionados à aptidão física e como eles os utilizam ou não na rotina diária.

2. Na Leitura 2 , o Glossário Saúde Brasil descreve algumas capacidades físicas como atributos que compõem a aptidão física relacionada à performance /ao desempenho e à saúde.

a) No seu entendimento, agilidade, equilíbrio, velocidade, potência, coordenação e tempo de reação são capacidades necessárias apenas a atividades físicas de lazer, trabalho, exercícios e esportes? Explique.

b) Força e resistência muscular, flexibilidade, aptidão cardiorrespiratória e composição corporal, segundo o glossário, são atributos relacionados à saúde. Esses atributos são próprios de alguma faixa etária? Eles estão associados a indivíduos com características específicas?

3. Qual é a relação entre o desenvolvimento das capacidades físicas e a autonomia?

4. Agora que você já sabe o que é capacidade física (ou aptidão física), reflita sobre a sua rotina diária.

a) Você considera que tem uma boa aptidão física relacionada à performance /ao desempenho e à saúde? Por quê?

3. Desenvolver capacidades físicas permite ao ser humano realizar tarefas diárias (como locomover-se, sentar-se e levantar-se, alcançar e carregar objetos, praticar exercícios etc.) de maneira independente e com menor risco de lesão.

b) O que é necessário para que você melhore suas capacidades físicas?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes tenham compreendido que a prática de exercícios físicos é um caminho que leva à melhora das capacidades físicas, assim como adotar uma alimentação saudável e cuidar da saúde de modo geral.

Não escreva no livro.

#PARAEXPlORAR

Pega-pega pelo mundo

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG301, EM13LGG402, EM13LGG501, EM13LGG503, EM13LGG701 e EM13LGG704.

Não é incomum que atividades consideradas brincadeiras infantis sejam modificadas, organizadas de acordo com regras específicas, se tornem esportes e até mesmo cheguem a ter competições internacionais. É o caso do pega-pega, com múltiplas versões experimentadas mundo afora.

Em uma dessas competições, duas equipes de seis jogadores competem. A cada turno, um pegador e um fugitivo, um de cada equipe, se enfrentam. A arena tem vários obstáculos, como barras e rampas, para dificultar a fuga e a perseguição, por isso, os participantes utilizam algumas técnicas do parkour (prática que propõe usar o próprio corpo e as capacidades de força e agilidade para ultrapassar barreiras e obstáculos) para passar pelos obstáculos de maneira mais rápida e eficiente.

Em grupos, você e os colegas vão pesquisar variações da brincadeira pega-pega que se tornaram competições mundiais ou são muito populares em uma região. Depois, a turma deverá experimentar cada modalidade apresentada.

Planejar

1. Formem grupos de até quatro estudantes.

2. Pesquisem, em fontes confiáveis, variações de pega-pega que se tornaram competições mundiais ou que são muito populares em uma região. São fontes confiáveis jornais, revistas, sites institucionais e artigos e pesquisas acadêmicas, por exemplo. Outra fonte de informação que também pode ser consultada são familiares e integrantes da comunidade com saberes específicos, que podem contar se há uma variação regional da brincadeira onde vocês moram.

3. Atentem para as características que diferenciam a variação escolhida da brincadeira original e observem, também, quais são as capacidades físicas mais mobilizadas na prática.

4. Algumas modalidades de pega-pega fazem uso de equipamentos e obstáculos. Se esse for o caso da variação escolhida pelo seu grupo, verifiquem com antecedência de que maneira vocês podem utilizar os materiais disponíveis na escola no momento da prática.

5. Escrevam a definição da variação e as regras estabelecidas para apresentar a prática aos colegas em uma data combinada com o professor.

Praticar

1. Na data combinada, façam um sorteio para definir a ordem de apresentação de cada variação do pega-pega.

2. O primeiro grupo a se apresentar deve ler para a turma as características e regras do pega-pega escolhido, enfatizando também as capacidades físicas mobilizadas. Certifiquem-se de que os colegas entenderam as regras antes de começar a praticar o pega-pega.

3. Se for o caso, organizem o espaço e disponham equipamentos e obstáculos necessários para a prática.

4. Estabeleçam um tempo-limite para vivenciar cada prática. Ao término da primeira variação, o segundo grupo deve se apresentar, arrumar o espaço e propor a próxima modalidade.

5. Sigam essas instruções até que todos os grupos tenham apresentado as variações escolhidas e a turma tenha experimentado as diferentes modalidades.

Avaliar

Depois de ter vivenciado muitas possibilidades da brincadeira de pega-pega, faça uma avaliação da atividade e uma autoavaliação respondendo às perguntas a seguir.

1. Qual foi o seu nível de dedicação em cada etapa da atividade? Considere a pesquisa, a iniciativa de organizar equipamentos e obstáculos, a escrita das características e regras da variação escolhida, a observação das capacidades físicas mobilizadas de acordo com os conceitos construídos no capítulo, a apresentação da modalidade à turma e a participação no pega-pega

2. Pensando na interação social, como foi seu desempenho em cada etapa da atividade?

3. Considerando todas as variações que você conheceu, qual foi a capacidade física mais exigida nos diferentes tipos de pega-pega e por quê?

4. Entre os conceitos que você aprendeu no capítulo, você considera que há alguma capacidade física que não foi mobilizada em nenhuma variação de pega-pega? Se sim, qual?

5. Pense em outras brincadeiras infantis que você conhece. Elas podem se transformar em um esporte? O que é necessário para que isso aconteça?

fiCA A DiCA

• Mapa do Brincar. Publicado por: Folha de S.Paulo. Disponível em: https://mapadobrincar.folha.com.br/. Acesso em: 21 ago. 2024.

O Mapa do Brincar é um site que reúne brincadeiras populares em todo o país. Essas informações foram compartilhadas por crianças em alguns estados brasileiros, durante a curadoria dos dados, seus relatos foram preservados nas descrições das brincadeiras. Essa é uma fonte de pesquisa que pode ser utilizada na proposta da seção.

Representação de variação de pega-pega.

Outra brincadeira popular entre as crianças e que se tornou uma modalidade esportiva, nesse caso, olímpica, é o cabo de força ou cabo de guerra. Nessa prática, duas equipes se enfrentam, cada uma puxando, com força, uma ponta de uma grande corda, até que a outra equipe saia do lugar e cruze uma linha no chão.

O cabo de força foi uma modalidade presente nas Olimpíadas de 1900 e 1920. Nessas competições, a disputa não foi entre países, mas entre clubes esportivos. As equipes que ganharam mais medalhas foram as da Grã-Bretanha.

Não escreva no livro.
Cabo de força

#NOSNAPRATICA Plano

de desenvolvimento das capacidades

Habilidades: EM13LGG201, EM13LGG301, EM13LGG501 e EM13LGG503.

físicas

Ao longo deste capítulo, você refletiu sobre as capacidades físicas e aprendeu que elas podem ser aperfeiçoadas por pessoas de diferentes características e idades, entendendo que um corpo que se movimenta e busca explorar todo o seu potencial físico por meio das práticas corporais tem uma vida mais saudável, autônoma e com bem-estar.

O que você vai fazer

Você vai observar e registrar, em um quadro, como você utiliza as capacidades físicas na sua rotina. Depois, você vai ser convidado a incluir na sua programação algum exercício físico ou prática corporal e analisar as mudanças que eles geraram em seus atributos físicos.

Diagnosticar

1. Em uma folha à parte, elabore um quadro com separação por dias da semana e turnos, como exemplificado a seguir.

2. Você deve anotar, no dia e no turno em que a prática acontecer, o exercício físico ou prática corporal que você realizou e qual foi a capacidade física mobilizada com ele. Por exemplo: se você fez uma caminhada em uma segunda-feira à tarde, então deve anotar, no espaço correspondente à tarde desse dia, caminhada (prática corporal) e resistência muscular e velocidade (capacidades físicas); se fez algum exercício de musculação na quarta-feira à noite, então anotará musculação e força e resistência no espaço correto; e assim por diante.

3. Lembre-se das capacidades físicas abordadas neste capítulo: agilidade, equilíbrio, velocidade, potência, coordenação, tempo de reação, força e resistência muscular, flexibilidade e aptidão cardiorrespiratória.

Analisar

1. Após os sete dias de anotações, você deve analisar o quadro de maneira crítica e reflexiva com base nas perguntas a seguir.

• Qual exercício/prática corporal você mais realizou na semana?

• Quais capacidades físicas foram mais evidentes na sua rotina?

• Quais capacidades não apareceram?

• Em algum desses dias, você precisou utilizar alguma capacidade física e notou que ela não estava tão bem desenvolvida? Qual capacidade foi essa?

2. Reflita, também, sobre o tempo que você tinha disponível nessa semana e de que forma você o utilizou para cuidar da sua saúde, para além das práticas de exercícios físicos.

Planejar a próxima semana

1. Com o intuito de aprimorar e potencializar as suas capacidades físicas, você deve elaborar um plano de desenvolvimento para a sua rotina semanal, incluindo pelo menos uma das práticas corporais das categorias sugeridas a seguir.

• B rincadeiras e jogos (pular corda, pega-pega, jogos de tabuleiro etc.).

• Esportes (futebol, basquete, vôlei etc.).

• Danças (valsa, forró, samba etc.).

• Lutas (caratê, judô, boxe etc.).

• Ginásticas (musculação, pilates, ioga etc.).

• Práticas corporais de aventura (slackline , skate , ciclismo etc.).

2. Pense nas capacidades físicas que você quer desenvolver com essas práticas e planeje o que deverá observar em si mesmo enquanto as realiza.

Avaliar

Ao final da semana, analise seu plano de desenvolvimento de capacidades físicas e faça uma autoavaliação com base nas questões a seguir.

1. Você teve facilidade ou dificuldade em identificar as atividades da sua rotina que mobilizam capacidades físicas?

2. Essa facilidade ou dificuldade tem mais a ver com a sua compreensão do que são as capacidades físicas ou com o fato de realizar ou não realizar atividades que requerem esses atributos?

3. Como você avalia a qualidade das suas capacidades físicas?

4. De que outras maneiras você cuidou da sua saúde?

5. Você seguiu o plano de desenvolvimento de capacidades físicas elaborado?

6. Você teve alguma dificuldade para incluir na sua rotina alguma das sugestões de práticas corporais? Se sim, qual? Por quê?

7. Você notou diferença tanto nas suas capacidades físicas quanto no seu bem-estar de maneira geral ao término do plano de desenvolvimento de capacidades físicas? Se sim, o que mudou?

8. Como seria possível manter as práticas corporais na sua rotina para continuar desenvolvendo as diferentes capacidades físicas?

Não escreva no livro.
Ciclistas na Ponte Hercílio Luz. Florianópolis (SC), 2020.

Práticas corporais de aventura na natureza 4

As práticas corporais de aventura na natureza são vivenciadas em ambientes externos e oferecem um risco controlado ao praticante. Tais práticas promovem a consciência socioambiental para a preservação da natureza.

Prática de mountain bike na Serra da Canastra. Delfinópolis (MG), 2013.

A aventura em um espaço não tradicional, a produção de adrenalina e o risco controlado são indicadores de que as práticas corporais de aventura na natureza tiram o praticante de sua zona de conforto.

1 Você já experimentou alguma prática corporal de aventura na natureza? Se sim, como foi essa experiência? Respostas pessoais.

2 Pupilas dilatadas, aumento da frequência cardíaca e respiração mais ofegante são reações que as pessoas têm quando realizam práticas corporais de aventura. No seu entendimento, por que isso ocorre durante essas práticas?

Entre os benefícios das práticas corporais de aventura estão a superação de desafios, o contato com a natureza, o fortalecimento de músculos e ossos, a melhora na captação de oxigênio pelos pulmões e a regulação do humor pela liberação de hormônios relacionados ao bem-estar, como adrenalina e endorfina. Além disso, conhecer e experimentar práticas corporais de aventura é uma maneira de ampliar referências para além das tradicionais práticas corporais experimentadas na escola.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.
Habilidade (abertura): EM13LGG103.
Resposta pessoal.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304 e EM13LGG305.

#PARAlER Práticas corporais de aventura e preservação ambiental

A grande variedade de práticas corporais de aventura na natureza está relacionada à existência de ambientes naturais diversos. Na Leitura 1 , observe as imagens que mostram diferentes tipos de práticas corporais de aventura realizadas na terra, no ar e na água. Na Leitura 2 , leia um artigo que apresenta a possibilidade de realizar uma prática corporal de aventura visando à preservação da natureza.

Leitura 1

Pessoa pratica escalada na Pedra Ana Chata. São Bento do Sapucaí (SP), 2024.
Pessoas saltam do alto da Serra da Rocinha para voar de asa-delta. São José dos Ausentes (RS), 2021.

Pessoas praticam canoagem no Rio Atuel. Mendoza (Argentina), 2024.

Leitura 2

A revolução do plogging

[…]

Nos últimos anos, temos assistido a um crescimento do acúmulo de lixo residual na natureza, desde as marés de plástico no mar até os depósitos de lixo nas florestas. Reverter essa tendência não é fácil, mas é necessário e, felizmente, possível. A implementação de ações de preservação do planeta está cada vez mais integrada por diversos setores, entre eles o esporte. Esse estímulo permite ver iniciativas inovadoras, como o plogging, que nos permite praticar um esporte ao ar livre ao mesmo tempo em que cuidamos do meio ambiente. Tal ação também inspira outras pessoas, pois mostra como é nossa responsabilidade cuidar do planeta.

[…]

O plogging é uma atividade que combina esporte ao ar livre com recolhimento de lixo. Ou seja, consiste em aproveitar qualquer atividade ao ar livre, seja em meio à natureza ou em ambiente urbano, para recolher os resíduos encontrados ao longo do caminho.

[…]

Para a prática do plogging, além dos equipamentos e materiais necessários à realização do esporte que se pretende praticar, recomendamos trazer um par de luvas de segurança e sacos de lixo. As luvas proporcionam maior segurança e higiene, protegendo as mãos caso você se depare com objetos pontiagudos, como vidros quebrados. Por outro lado, os sacos de lixo permitirão que você coloque o lixo que encontrar ao longo do caminho para reciclá-lo adequadamente mais tarde. […]

[…]

Todo mundo pode adaptar os exercícios e os percursos de acordo com as suas capacidades físicas, o que torna o plogging ideal para qualquer perfil, idade e condição física.

PLOGGING RREVOLUTION. A revolução do plogging. [S l.]: Wikiloc, 1 abr. 2021. Disponível em: https://pt.wikiloc.com/planet/planeta-bemestar/a-revolucao-do-plogging/. Acesso em: 16 ago. 2024.

1. a) Na escalada, o praticante escala apoiando-se em uma montanha ou em um paredão rochoso; na asa-delta, o praticante salta de um local alto na natureza e usa as correntes de ar para se locomover no céu; na canoagem, o praticante locomove-se em um rio, um lago, uma lagoa ou no mar usando uma canoa e remos.

1. b) É possível considerar benefícios como: melhorar o condicionamento físico (fortalecendo músculos, ossos e articulações), diminuir o estresse por meio do contato com a natureza, respirar ar mais puro, superar desafios pessoais etc.

P ensar e compartilhar

2. Sugestões de resposta: caminhadas e trilhas em matas e praias.

1. Observe novamente as imagens da Leitura 1.

a) E xplique de que forma os ambientes de terra, ar e água parecem ser utilizados nas práticas corporais de aventura retratadas.

3. a) Sugestões de resposta: desmatamento, prejuízos para a flora e ameaças à fauna.

b) D escreva três benefícios que o contato com a natureza proporciona à saúde das pessoas que realizam práticas corporais de aventura no espaço natural.

2. De acordo com o artigo da Leitura 2 , o plogging é uma ação que pode ser realizada ao mesmo tempo em que se pratica um esporte. Pesquise exemplos de práticas corporais de aventura na natureza e cite as que você acredita que poderiam ser combinadas com o plogging

3. Além da poluição, malefício que se procura reverter com o plogging , as práticas corporais de aventura podem trazer outros impactos negativos para a natureza.

a) Quais são eles?

3. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes argumentem que as pessoas que realizam práticas corporais de aventura na natureza não devem: extrair elementos dela desnecessariamente (como pedras, plantas, flores e conchas); aproximar-se de animais silvestres ou interagir com eles; deixar marcas permanentes, como pichações; deixar dejetos em vez de recolhê-los; entre outras ações.

b) Em sua percepção, o que é necessário fazer para preservar a natureza ao realizar práticas corporais de aventura?

4. a) Escalada: capacete, corda e cadeirinha; asa-delta: capacete, joelheira e cinto de voo; canoagem: capacete e colete salva-vidas.

4. Para vivenciar práticas corporais de aventura na natureza, é imprescindível a utilização de equipamentos de segurança.

a) Descreva os equipamentos observados nas práticas retratadas na Leitura 1.

b) De acordo com o artigo da Leitura 2, quais são os equipamentos de segurança necessários para a prática de plogging?

Além dos equipamentos próprios da prática corporal de aventura realizada no momento do plogging, é necessário usar luvas de segurança.

5. Leia novamente o último parágrafo do artigo da Leitura 2. De acordo com o texto, as práticas corporais de aventura são apropriadas também para pessoas com deficiência? Converse com os colegas sobre isso.

Respostas pessoais.

A ViDA

Tomada de decisão responsável

O debate sobre sustentabilidade e proteção da natureza deve estar presente nos diálogos sociais, institucionais e também nas práticas corporais.

A consciência ambiental tem sido promovida no âmbito das práticas corporais de aventura nos ambientes naturais, onde o cuidado tem de ser redobrado, pois a preservação da natureza interfere diretamente na viabilização dessas práticas. Campanhas contra a poluição e a degradação da natureza bem como punições em competições para atletas que desrespeitam esses espaços são exemplos desse compromisso.

Respeitar a natureza possibilitará ao ser humano usufruir dos recursos que ela provê de maneira responsável e duradoura. Reflita e converse com os colegas: de que forma é possível desenvolver a consciência ambiental no dia a dia? Como as práticas corporais podem contribuir para isso? Por que cuidar da natureza é também cuidar de si mesmo e das outras pessoas? O que significa “tomada de decisão responsável” quando se fala de ações relacionadas à natureza?

Respostas pessoais.

• Advogado e cão impulsionam o ‘plogging ’ a favor da reciclagem no Chile. Publicado por: AFP Português. Vídeo (2 min). Disponível em: https://www.dailymotion.com/video/x8unciw. Acesso em: 13 set. 2024. O vídeo apresenta a experiência de um homem que explorou a prática do plogging no Chile com o seu cachorro e ajudou a chamar a atenção para a importância da reciclagem.

Não escreva no livro.
PARA
fiCA A DiCA

#PARAEXPlORAR

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

Modalidades de práticas corporais de aventura na natureza

Você aprendeu que as práticas corporais de aventura podem ser realizadas na natureza e categorizadas de acordo com o local onde acontecem. As aquáticas são praticadas no mar, em lagos, lagoas e rios. Já as aéreas são realizadas em grandes alturas e utilizam-se do vento. As terrestres, por sua vez, ocorrem em terrenos como florestas, matas e montanhas.

Para aprofundar seus conhecimentos sobre as modalidades de práticas corporais de aventura na natureza, você vai fazer uma pesquisa e apresentá-la para a turma.

Planejar, pesquisar e executar

1. Formem seis grupos de estudantes. Dois grupos vão pesquisar práticas corporais de aventura aquátic a s; outros dois, práticas corporais de aventura aéreas; e os dois remanescentes, práticas corporais de aventura terrestres. Cada grupo deve se aprofundar em uma única prática.

2. Pesquisem a prática corporal de aventura escolhida em jornais impressos e on-line , sites e canais de esportes de aventura, portais acadêmicos etc. Uma opção que pode complementar a pesquisa é conversar com pessoas conhecidas, familiares e membros da comunidade que tenham envolvimento com a prática em questão, a fim de colher depoimentos e observações.

3. As informações coletadas deverão compor uma apresentação de cartazes ou slides . Atentem para os dados que não podem faltar, listados a seguir.

• Nome da prática corporal de aventura pesquisada e suas principais características (origem, tipo de local onde é realizada, regras, curiosidades etc.).

• Relação da prática corporal de aventura com a natureza e quais são as ações necessárias, no momento da prática, para preservar o meio ambiente e não o danificar.

• Cuidados ao realizar a prática corporal de aventura e equipamentos de segurança necessários.

4. Informem-se sobre a acessibilidade da prática corporal de aventura escolhida (no aspecto econômico, de adaptação para limitações motoras etc.) e se há locais, nos arredores da escola, em que ela é realizada.

Compartilhar

1. Na data combinada, apresentem os cartazes ou slides sobre a prática corporal de aventura pesquisada.

2. Reservem um momento, após as apresentações, para falar sobre as práticas corporais de aventura citadas, se já as conheciam, se já tiveram a oportunidade de realizar alguma delas etc.

Avaliar

Não escreva no livro.

Faça uma autoavaliação do seu desempenho na atividade.

1. Qual foi a sua colaboração no momento da pesquisa?

2. Você teve alguma dificuldade no processo de seleção de informações ou na escrita dos cartazes ou slides? Se sim, como essa dificuldade pode ser superada em uma experiência futura?

3. Como você se preparou para a apresentação do trabalho? Você ensaiou a sua parte? Como você se sentiu no momento de falar?

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG304, EM23LGG503, EM13LGG701 e EM13LGG704.

#NOSNAPRATICA Caminhada

em um parque ou uma praça da cidade

Existe, na sua cidade, algum espaço, como um parque público ou uma praça, em que seja possível fazer caminhada? Ainda que você more em um centro urbano, é provável que na sua região haja uma praça ou um parque com áreas verdes onde as pessoas possam usufruir do contato com a natureza enquanto fazem um exercício físico.

O que você vai fazer

Você e os colegas vão visitar uma praça ou um parque público da cidade para realizar uma caminhada.

Planejar

1. Pesquisem se há praças ou parques públicos com áreas verdes nos arredores da escola. Para isso, vocês podem conversar com pessoas da comunidade e familiares. Outra possibilidade é usar um site ou aplicativo de navegação, visualização de mapas e imagens de satélites, que mostram lugares do mundo todo. Coloquem o endereço da escola e explorem virtualmente as imediações, procurando um parque ou uma praça.

2. Compartilhem com o professor os locais encontrados e façam uma lista com os endereços. Elejam um desses lugares para visitar.

3. O professor vai determinar um dia e um horário para a visita ao espaço público escolhido e encaminhar uma autorização que deve ser assinada pelo responsável de cada estudante e entregue ao professor antes do dia do passeio.

4. Sigam normas e cuidados combinados com o professor durante a visita.

Visitar

• No dia da visita, procurem explorar todo o espaço público com responsabilidade.

• Façam um breve alongamento antes de iniciar a caminhada.

• Aproveitem o passeio para usufruir do contato com a natureza, relaxando a mente e respirando fundo.

• Não danifiquem a natureza arrancando folhas ou galhos de árvores. Caso haja animais no local, não se aproximem deles.

• Observem se o local está preservado, com boa higiene e adequado para a população aproveitá-lo.

Avaliar

Após a visita, formem uma roda de conversa com o professor e os colegas para refletir sobre essa vivência. Depois, individualmente, faça uma autoavaliação da sua participação na atividade.

• As fontes de pesquisa que você consultou para descobrir os parques ou as praças nos arredores da escola foram efetivas?

• Você se preparou adequadamente para a visita: vestiu-se de maneira apropriada, levou água para manter o corpo hidratado? Sentiu falta de algo durante a caminhada?

• A caminhada foi fácil ou difícil? Você manteve um ritmo consciente de caminhada e respiração?

• Você se comportou de forma responsável em relação à preservação da natureza? Tem sugestões de melhoria para a preservação do espaço que visitaram?

• Quais efeitos você observou em si mesmo após ter entrado em contato com a natureza durante a vivência e fruição desta prática corporal? Não escreva no livro.

E OCUPAÇÃO DA CIDADE

Leia orientações e sugestões para esta Unidade em Orientações para o Professor.

A urbanização crescente e o aumento da concentração populacional na maioria das cidades brasileiras, especialmente nas regiões metropolitanas e nas capitais, impactaram dinâmicas da vida em sociedade, trazendo mudanças culturais significativas.

As práticas corporais, pertencentes à cultura corporal de movimento, não ficaram de fora desse processo. No mundo todo, muitas delas sofreram adaptações, como o futebol e o basquete de rua; outras surgiram, como as danças urbanas, o slackline e o parkour; e algumas ganharam muito destaque e projeção, como o skate, integrado ao rol dos esportes olímpicos desde as Olimpíadas de Tóquio 2020 (realizadas em 2021, em razão da pandemia de covid-19).

Nesta unidade, você vai explorar e refletir sobre diferentes manifestações das práticas corporais nos centros urbanos, com ênfase na apropriação dos espaços públicos, na relação do corpo com a cidade e no direito a usufruir da cultura corporal de movimento.

Leia o título desta unidade e observe a imagem de abertura. Depois, converse com a turma sobre as questões a seguir.

1. A dança se manifesta na sociedade em diversos espaços e situações: em uma roda de samba, em uma ciranda infantil, como exercício físico nas academias etc. Como a dança se manifesta nos espaços em que você está inserido?

Resposta pessoal.

2. Além do breaking , retratado aqui, você conhece alguma outra dança urbana? Se sim, qual?

Respostas pessoais.

3. Quais práticas corporais você conhece que se relacionam com o espaço urbano? Você pratica alguma delas?

Respostas pessoais.

B-girl francesa Sissy em disputa de breaking nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Paris (França), 2024.
Não escreva no livro.

1. Espera-se que os estudantes identifiquem e descrevam os espaços públicos utilizados pela população de sua região para realizar práticas corporais ou para conviver, como praças, parques, ruas, entre outros, diferenciando os espaços públicos dos privados e observando se há alguma forma de pagamento – como taxas de ingresso, estacionamento, entre outros – para usufruir de alguma estrutura.

Esporte e espaço urbano

Habilidades (abertura): EM13LGG102 e EM13LGG204.

Assim como o grafite, por exemplo, pode ser uma manifestação de resistência à exclusão social de alguns grupos, o esporte pode favorecer formas de ocupação do espaço urbano que promovam a convivência social e contemplem demandas de lazer da população. A criação de possibilidades de ocupação do espaço para manifestações culturais diversas, como as práticas corporais, é um exemplo de uso social do espaço público.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente, cerca de 55% da população mundial vive em áreas urbanas – até 2050, projeta-se que esse número chegue a 68%. No Brasil, segundo dados do Censo de 2022 do IBGE, 61% da população vive nas chamadas concentrações urbanas, que contemplam áreas com mais de 100 mil habitantes, como capitais e regiões metropolitanas.

Frequentemente, as pessoas se deslocam para as cidades em busca de oportunidades de estudo e trabalho. Com maior concentração de pessoas nesses lugares, surgem as demandas coletivas por equipamentos culturais adequados e por opções de lazer e de melhor convívio social.

1 Q uais espaços públicos do seu bairro, ou da sua cidade, são usados para o lazer (como realização de práticas corporais lúdicas e competitivas) e para a convivência? Esses espaços são de fato públicos?

2 Em sua opinião, é importante que existam espaços planejados e estruturados para práticas corporais em uma cidade? Por quê?

2.

Nos centros urbanos, espaços que permitem a prática de linguagens associadas ao movimento do corpo nem sempre são acessíveis à população. Para driblar essa dificuldade, algumas práticas corporais passam por adaptações e acabam sendo ressignificadas para se adequar a novos espaços e, consequentemente, atingir um número maior de pessoas. O basquete de rua, que você estudará neste capítulo, é um ótimo exemplo da ressignificação de uma modalidade esportiva para uma nova realidade.

a importância de haver espaços públicos destinados às práticas corporais, bem como ao convívio social, para que a saúde mental e física da população seja valorizada e desenvolvida de maneira espontânea e prazerosa.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.
Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes considerem
Jogo de basquete de rua. Nova York (Estados Unidos), 2016.

#PARAlER Basquete de rua

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG203, EM13LGG204 e EM13LGG502.

As adaptações espontâneas e autênticas dos jogos funcionam como resistência às fronteiras urbanas, muitas delas de origem social, que afastam as pessoas da prática esportiva. A criação e a popularização de novas práticas corporais estimulam o desenvolvimento de espaços coletivos mais democráticos e dão novos usos aos já existentes. A seguir, na Leitura 1, observe a fotografia de um garoto jogando basquete em uma quadra ao ar livre. Depois, na Leitura 2, leia uma reportagem que fala do basquete 3x3.

Leitura 1

Garoto arremessa bola de

(AP), 2024.

Origens do basquete de rua

Nos Estados Unidos, o basquete de rua, também chamado de streetball, já é uma prática corporal consolidada e reconhecida. Esse esporte tem forte ligação com as comunidades periféricas dos centros urbanos e com o movimento hip-hop. Este, por sua vez, surgiu no final dos anos 1960 e ganhou força nas décadas de 1970 e 1980. Entre seus principais elementos estão o MC (mestre de cerimônias), o DJ (disc jockey), o breaking e o grafite.

No Brasil, o basquete de rua foi inicialmente ofuscado pelo seu equivalente no futebol, a “pelada”. Com o tempo, ganhou força, e parques, ruas e clubes se tornaram cenários frequentes para a prática.

A modalidade ultrapassou as fronteiras das periferias urbanas e alcançou o status de esporte olímpico ao ser incluída nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021, com o nome de basquete 3x3.

basquete em quadra de rua. Macapá
SAIBA MAIS

Leitura 2

Basquete 3x3: veja regras, o que é e história do esporte

Surgido a partir de jogos amadores nas ruas dos Estados Unidos, esporte foi incluído no programa olímpico com o intuito de atrair os jovens

Por Diego Cataldo, para o ge – Paris, França 15/7/2024 03h00 […]

Originário da cultura de rua dos Estados Unidos, o Basquete 3x3 é uma das modalidades mais novas dos Jogos Olímpicos e fez sua estreia na edição de Tóquio 2020. O esporte é uma versão reduzida do tradicional basquete e é visto como uma versão mais criativa do jogo; […]

O que é?

Também conhecido como streetball ou bask3t, o esporte é uma variação do basquete tradicional disputada com equipes de três jogadores. Os jogos acontecem em espaço equivalente a uma metade da quadra, com apenas uma cesta, e os arremessos valem 1 e 2 pontos. Surgida nas ruas das cidades americanas nos anos 1980, a modalidade se tornou popular em comunidades ao redor do mundo antes de ser oficialmente reconhecida pela Federação Internacional de Basquete (FIBA) em 2007.

A modalidade 3x3 possui regras específicas que deixam o jogo mais dinâmico se comparado ao basquete tradicional. Uma delas é a da posse de bola, na qual um time tem apenas 12 segundos para definir uma jogada e arremessar a bola em direção à cesta.

História

O esporte tem raízes nas partidas amadoras disputadas em áreas urbanas, muitas vezes em quadras ao ar livre. O formato ganhou popularidade nos Estados Unidos, especialmente em bairros de Nova York, Chicago e Los Angeles, antes de se espalhar para outras partes do mundo. […] […]

Basquete 3x3 nas Olimpíadas

Em nível olímpico, o Basquete 3x3 fez sua estreia nos Jogos Olímpicos da Juventude em Singapura 2010, seguido por Nanjing 2014 e Buenos Aires 2018. O sucesso da modalidade levou o Comitê Olímpico Internacional (COI) a incluí-la no programa oficial dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Essa decisão foi impulsionada pela atmosfera urbana do esporte, alinhada ao objetivo do COI de atrair a atenção dos jovens para os jogos.

[…]

Basquete 3x3 estreou em Tóquio 2020.

CATALDO, Diego. Basquete 3x3: veja regras, o que é e história do esporte. GE , Paris, França, 15 jul. 2024. Disponível em: https://ge.globo.com/ olimpiadas/guia/2024/07/15/c-basquete-3x3-veja-regras-o-que-e-e-historia-do-esporte.ghtml. Acesso em: 16 ago. 2024.

1. b) No entorno do local é possível observar vias de trânsito, árvores e edificações. Trata-se de uma área urbana, pois apresenta uma área de superfície construída significativa (edificações, calçamento, paisagismo), com infraestrutura de transporte estruturada (semáforo, placas de sinalização).

P ensar e compartilhar

1. Observe novamente a imagem da Leitura 1.

a) Descreva como o espaço retratado na imagem está ocupado.

Não escreva no livro.

2. Espera-se que os estudantes infiram que não é possível afirmar isso. Por jogar sozinho, o garoto pode estar apenas praticando fundamentos do basquete. Além disso, o basquete de rua demanda mais de um jogador.

b) O que é possível observar em relação ao entorno do local? Trata-se de uma área urbana ou rural? Explique.

1. a) A fotografia retrata uma quadra em um espaço público (possivelmente uma praça) sendo utilizada durante o dia por um garoto para a prática individual do basquete.

c) No seu bairro ou na sua cidade, há equipamentos semelhantes ao mostrado na fotografia? Se sim, você já os utilizou para alguma prática? Respostas pessoais.

2. É possível afirmar que a imagem da Leitura 1 retrata a prática do basquete de rua? Por quê?

3. Diferentemente do basquete tradicional, o basquete de rua pode ser realizado com flexibilidade e adaptações em suas regras e na maneira de jogar. Considere o texto da Leitura 2 e seus conhecimentos e aponte as principais diferenças existentes entre as modalidades de basquete de rua e de basquete de quadra (tradicional).

4. Você acredita que práticas como o basquete de rua podem ser consideradas mais democráticas que as do esporte tradicional? Por quê?

Espera-se que os estudantes considerem que sim. Entre outros aspectos, não há necessidade de uma quadra inteira para o basquete de rua, nem é preciso um uniforme específico. Essa flexibilidade torna a prática mais democrática.

5. Quais práticas culturais você conhece que podem promover a democratização dos espaços públicos da cidade? Comente. Respostas pessoais.

6. O basquete de rua ganhou status de esporte olímpico nas Olimpíadas de Tóquio, realizadas em 2021, na modalidade basquete 3x3.

a) Em sua opinião, ao ser integrado ao programa olímpico, a prática do basquete de rua se afasta de suas origens? Por quê?

6. a) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes considerem que, em um evento esportivo consagrado, como as Olimpíadas, a prática perde parte de suas características de origem, como a maior flexibilidade, o caráter de ocupação e democratização dos espaços públicos e a socialização comunitária.

b) Você acredita que a inclusão da modalidade na categoria de esporte olímpico pode trazer vantagens ou desvantagens para o esporte? Por quê?

Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reconheçam que a inclusão na categoria de esporte olímpico traz mais visibilidade à modalidade e pode

7. Você acredita que essa modalidade pode crescer no Brasil? Por quê?

Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes infiram que existe esse potencial, pois o basquete de rua pode ser uma possibilidade para a ocupação de espaços públicos, o lazer e a socialização. incentivar outras pessoas a praticá-la.

O basquete de rua é uma manifestação cultural que conta com os mesmos fundamentos do basquete tradicional, como arremessos, dribles e passes, mas segue regras diferentes e uma lógica adequada ao ambiente em que é jogado. Diferentes tipos de malabarismos e truques com a bola são permitidos aos jogadores, mesmo os feitos com os pés e com a cabeça. Essas manobras permitem ao jogador a liberdade de criar e improvisar jogadas que são valorizadas e valem pontos, o que as torna elementos importantes para a pontuação de cada equipe.

fiCA A DiCA

• Elas ocuparam as quadras de SP e levaram o basquete para muitas mulheres. Publicado por: Dibradoras. Disponível em: https://dibradoras.com.br/2018/08/09/elas-ocuparam-as-quadras-de-sp-e-levaram-o-basquete-para-muitas-mulheres/. Acesso em: 16 ago. 2024.

A reportagem conta a história de mulheres que queriam utilizar uma quadra esportiva para jogar basquete e encontraram resistência dos garotos que utilizavam aquele espaço para a prática de futsal, mas conseguiram se apropriar de um espaço que lhes era negado.

3. Enquanto o basquete tradicional exige uma quadra com duas tabelas e suas respectivas cestas, o basquete de rua demanda apenas metade dessa estrutura. Outro ponto importante é que o basquete de rua pode ser jogado em qualquer superfície plana, como ruas e praças, enquanto a modalidade tradicional precisa de uma quadra oficial com suas linhas demarcatórias.

4. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes observem que os textos tomam diferentes perspectivas para apontar o surgimento do basquete de rua. Na reportagem da Leitura 2, o referencial é o movimento hip-hop e as populações periféricas que o desenvolveram na segunda metade do século XX, enquanto o texto “The birth of streetball” parte do desejo de populações negras dos Estados Unidos de participar do basquete tradicional, no início do século XX.

InTEGranDO COm...

HISTÓRIA e LÍNGUA INGLESA

Habilidades: EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG403 e EM13LGG502; EM13CHS101, EM13CHS103 e EM13CHS503.

Diferentes perspectivas

Muitas vezes, é possível encontrar narrativas diferentes em relação a processos e eventos históricos, que convivem e disputam legitimidade em diferentes contextos e perspectivas. A seguir, leia o excerto de um texto em inglês que trata do surgimento do basquete de rua nos Estados Unidos. Para isso, você pode contar com o apoio do professor de Língua Inglesa.

The birth of streetball

Street ball was born in the early 1900’s in Washington D.C. and New York City, specifically in Harlem where many basketball players were never given the opportunity to showcase their talents to professional scouts and become a professional basketball player. The idea that black basketball could become a very profitable enterprise was first thought of around the time after World War I. After World War I, when the populations of some cities grew, so too did amateur black basketball. Amateur street ball leagues emerged as more people began to play. Some of the very first teams were the Harlem Renaissance or “The Rens” and the Celtics. These two teams were both very dominant but the Harlem Renaissance was the preeminent team in the 1920’s. After World War II the Rens and some other street ball teams would travel to compete against all white teams. Many of these black players would later enroll in historically black colleges. Not only did street ball give them a way to showcase their talents and make money off of it, it also allowed them to have the drive to get an education. The excitement surrounding these teams grew and with that growth came more fans and more recognition, which even led to greater profit.

[…] 1. Eram jogadores negros que não tinham oportunidade de mostrar suas habilidades para agentes do basquete profissional e buscaram desenvolver a prática em suas comunidades.

THE BIRTH of streetball. [Nova York]: New York City Streetball, [20--]. Disponível em: https://nycstreetball.weebly.com/birth-of-streetball.html. Acesso em: 16 ago. 2024. 3. O texto “The birth of streetball” traz o início dos anos 1900 como origem do basquete de rua, enquanto a reportagem “Basquete 3x3: veja regras, o que é e história do esporte” indica os anos 1980.

Não escreva no livro. Reflita e converse com os colegas com base nas questões a seguir.

1. De acordo com o texto, quem eram os praticantes do basquete de rua no seu início? Explique.

2. O que esse jogadores conseguiram alcançar por meio do basquete de rua?

Conseguiram alcançar ganhos financeiros e acesso à educação.

3. Qual é a divergência de informação sobre o surgimento do basquete de rua entre o texto “The birth of streetball” e a reportagem que você leu na Leitura 2, em #paraler?

4. Qual motivo você acredita que leva à existência dessa divergência entre essas duas fontes de informação? Em sua opinião, é possível afirmar que uma das informações é incorreta? Por quê?

5. É possível dizer que há, nas duas fontes, uma semelhança no contexto de surgimento do basquete de rua em relação aos praticantes? Explique.

Espera-se que os estudantes infiram que sim. Tanto as populações negras do início do século XX nos Estados Unidos quanto as populações periféricas no contexto do movimento hip-hop fazem parte de grupos historicamente marginalizados.

#PARAEXPlORAR

Frequentemente, algumas fronteiras dificultam o uso dos espaços públicos e criam certo distanciamento entre as pessoas e a cidade. Muitas vezes, os locais que deveriam abrigar as práticas corporais ficam em estado de abandono, o que inviabiliza sua utilização. Há, ainda, casos em que um determinado público já usa um local específico e impede que outros grupos o utilizem, o que configura uma atitude antidemocrática. Há casos como esses na região em que você vive?

Pesquisar

Reapropriação e ressignificação de espaços públicos

Fotografia aérea de obras de balneário público em estado de abandono. Cassilândia (MS), 2024.

1. Com um colega, realize uma pesquisa sobre um espaço público da cidade onde vivem que ofereça barreiras para a sua utilização, seja social, seja de infraestrutura. Para isso, vocês podem conversar com pessoas da comunidade, ler publicações jornalísticas, entre outras estratégias.

2. Apresentem à turma e detalhem quais são os obstáculos enfrentados pela população para utilizar o espaço em questão.

Propor e intervir

1. Após todas as apresentações, reflitam coletivamente se seria possível e/ou o que seria necessário para que a população pudesse utilizar plenamente os espaços mapeados pela turma.

2. Elaborem propostas de intervenção ou de reivindicação para que esses espaços sejam reapropriados ou ressignificados em prol da população como um todo, utilizando argumentos consistentes. Para isso, com apoio do professor de Língua Portuguesa, vocês podem elaborar abaixo-assinados, petições on-line , projetos de intervenção social, cartas abertas etc.

3. Encaminhem as propostas às instâncias responsáveis e pressionem pelo atendimento das demandas.

Avaliar

1. Reflita com o colega de dupla sobre a experiência de investigar os espaços públicos da região. Foi difícil fazer esse mapeamento? Como vocês superaram as dificuldades? Foi possível compreender os obstáculos que afastam a população desses espaços? Como?

2. Depois, reflitam com a turma sobre as propostas elaboradas.

a) Foi difícil pensar nas propostas de intervenção ou reivindicação? Como foi negociá-las com os colegas? Todos conseguiram expressar seu ponto de vista?

b) Vocês ficaram satisfeitos com as propostas elaboradas? Fariam algo diferente? Acreditam que elas podem viabilizar as demandas apresentadas? Por quê?

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG105, EM13LGG301, EM13LGG501, EM13LGG503, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG701 e EM13LGG703.

#NOSNAPRATICA Festival de basquete de rua

O basquete de rua incentiva a participação de todos independentemente do seu preparo físico ou da sua experiência. A forma de pontuação auxilia os jogadores a desenvolver suas habilidades técnicas, como dribles, enterradas e malabarismos com a bola.

Mulheres jogam basquete de rua. São Paulo (SP), 2023.

O que você vai fazer

Inspirados na origem da prática, você e os colegas vão organizar, na escola, um festival de basquete de rua cujas partidas podem ser realizadas ao som de rap. A ideia é vivenciar a cultura hip-hop e praticar conscientemente suas manifestações esportivas e artísticas, integrando a comunidade. Para tanto, o festival pode contar, além de jogos e músicas, com espaços destinados à prática do grafite e de outras artes urbanas.

Planejar

1. Primeiramente, a turma vai se organizar em dois grupos que irão se enfrentar, metade de um lado da quadra e metade do outro.

2. Depois, cada grupo deve ser dividido em trios ou quartetos (dependendo do tamanho da turma). Se a turma tiver mais de 30 estudantes, os times devem conter quatro jogadores.

3. Enquanto um trio ou um quarteto joga, o restante do time deve ficar na reserva e aguardar a sua vez de entrar no jogo. Se a escola não contar com tabelas de basquete, pode-se improvisar.

4. Planejem as atividades artísticas que serão desenvolvidas no festival. Pensem em formas de integrar manifestações das artes urbanas e difundi-las na comunidade.

Praticar

1. Estas são as regras básicas do basquete de rua, mas elas podem ser adaptadas, antes do início do jogo, de acordo com a realidade da turma.

Jogo na quadra

• Na e xecução de um drible, são permitidos movimentos como tocar a bola com os pés ou esconder a bola embaixo da camisa, entre outros.

• O jogador não pode ficar mais de 3 segundos dentro do garrafão.

• Não é permitido interceptar a bola com os pés.

• C ada equipe tem no máximo 12 segundos para efetuar o arremesso.

• A marcação deve ser feita individualmente.

• A s faltas cometidas fora do garrafão devem ser cobradas da linha lateral. Já as cometidas dentro do garrafão resultam em lance livre direto para a equipe que sofreu a falta.

• C ada jogador pode cometer, no máximo, quatro faltas por jogo; caso esse número seja ultrapassado, o jogador deve ser substituído por outro companheiro de equipe.

Pontuação

• Um ponto deve ser marcado sempre que o jogador: acertar um lance livre; acertar um arremesso da linha dos dois pontos (linha do basquete tradicional); executar um drible, como a “caneta” (o jogador passa a bola entre as pernas do adversário e completa a jogada pegando-a do outro lado).

• Dois pontos devem ser marcados sempre que o jogador enterrar a bola na cesta. Caso a enterrada aconteça após uma “ponte aérea” (quando o jogador recebe um passe no alto, durante um salto em direção à cesta, e o completa com uma enterrada), a equipe ganhará um ponto extra.

2. Enquanto uma parte da turma joga, a outra fica responsável por filmar e fotografar os jogos para, ao final, avaliar a vivência.

3. Paralelamente às partidas, promovam as atividades artísticas planejadas para o festival. Também é importante registrá-las em fotografias e vídeos.

4. A turma deve criar um videoclipe ao som de uma das músicas reproduzidas durante o festival. Busquem ferramentas de edição de vídeo disponíveis para o celular ou o computador. Se houver consentimento de todos, compartilhem o vídeo em um blogue ou uma página da turma na internet.

Avaliar

Ao final da atividade, assista com os colegas aos registros e avalie os melhores lances, discutindo por que foram selecionados. Reflitam também sobre as vivências de outras linguagens que foram utilizadas no festival, analisando como essas manifestações dialogaram entre si e o que buscaram expressar, além de observar como a comunidade participou das propostas.

Em relação aos jogos de basquete de rua, é importante que vocês também analisem se houve respeito aos companheiros de time, aos adversários e às suas próprias limitações e se foram mantidas atitudes adequadas e condizentes com o esporte.

Avaliem também se, ao final da atividade, houve algum progresso com relação ao desenvolvimento de suas habilidades de força, agilidade, velocidade, precisão dos movimentos e gestos técnicos.

Não escreva no livro.

Práticas corporais na cidade

Habilidades (abertura): EM13LGG204 e EM13LGG305.

Com a industrialização e o crescimento da população urbana, um número cada vez maior de automóveis, motos e outros veículos motorizados tem ocupado as cidades. Muitas vezes, esses veículos acabaram sendo priorizados em detrimento de usos dos espaços que promovam a convivência entre as pessoas e o lazer.

Nos últimos anos, no entanto, a saúde e o bem-estar da população têm recebido destaque em discussões de planejamento urbano, visando desenvolver soluções para incentivar as pessoas a se movimentarem e a incorporarem exercícios físicos em sua rotina. Dessa forma, o espaço urbano tem possibilitado releituras e modificações nas formas de se movimentar das pessoas.

Espaços públicos, academias e clubes fechados e ao ar livre são opções de locais que oferecem uma grande variedade de práticas corporais que podem ser realizadas por lazer e cuidado com a saúde, para melhoria do condicionamento físico, da qualidade de vida ou para treinamento de atletas.

1 Você pratica esportes ou exercícios físicos ao ar livre? Em caso afirmativo, cite quais e diga onde costuma realizá-los. Em caso negativo, comente os fatores que têm impedido que essas práticas façam parte do seu dia a dia.

Respostas pessoais.

2 Que outras atividades, além das mencionadas na resposta anterior, poderiam ser praticadas ao ar livre, considerando as possibilidades existentes onde você e os colegas vivem?

Resposta pessoal.

3 Você sabe se o bairro ou a cidade em que você vive oferecem condições para a realização de práticas corporais em espaços públicos fechados ou ao ar livre? Comente.

Respostas pessoais.

4 De forma geral, em sua percepção, quais são os principais obstáculos para a realização de práticas corporais no ambiente urbano?

É possível que os estudantes mencionem questões como o tempo de deslocamento, a poluição do ar e a falta de estruturas adequadas para realizar determinadas práticas, entre outras possibilidades.

Nem sempre as cidades contam com espaços públicos voltados à realização de esportes e outras práticas corporais. Em alguns casos, por falta de locais adequados, as pessoas acabam realizando práticas corporais ao ar livre em espaços que não foram planejados para esse fim. Por isso, o ambiente urbano também deve ser discutido e encarado como um espaço em que se deve garantir a promoção da saúde física e mental dos cidadãos. Esse é o tema que você vai estudar neste capítulo.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.

#PARAlER Corpo e espaço público

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG204, EM13LGG304 e EM13LGG305.

A ocupação dos espaços públicos urbanos por meio de práticas corporais pode beneficiar a relação entre a comunidade e seus espaços de convivência. A seguir, você vai ler, na Leitura 1 e na Leitura 2, respectivamente, uma fotografia e um artigo científico que abordam formas de interação entre as pessoas e os espaços da cidade.

Leitura 1

Pessoas utilizam a ciclovia e as pistas para caminhada do Parque dos Coqueiros. Florianópolis (SC), 2022.

Leitura 2

Como os espaços públicos abertos podem contribuir para a promoção da atividade física?

Introdução

Cerca de 55% da população mundial reside em áreas urbanas e estima-se que, em 2050, esse valor atinja 68%. No Brasil, 85% da população vive nas cidades e esta proporção é elevada comparada aos padrões internacionais. Com o crescimento da urbanização torna-se cada vez mais importante a discussão sobre como os atributos ambientais podem afetar a saúde e a qualidade de vida da população. Esta pauta é relevante para que planejadores, gestores e pesquisadores possam repensar espaços públicos saudáveis e sustentáveis.

A Nova Agenda Urbana publicada na Conferência das Nações Unidas sobre Habitação e Desenvolvimento Urbano Sustentável e a Agenda 2030 priorizam a construção e revitalização de espaços saudáveis, equitativos, seguros e sustentáveis [Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11 – cidades e comunidades sustentáveis]. No Brasil, o Estatuto da Cidade estabelece a garantia do direito às cidades sustentáveis, que permitam o direito à terra, moradia, saneamento, infraestrutura urbana, deslocamento, serviços públicos, trabalho e ao lazer. Ainda, assegura que a função social da cidade esteja no centro da discussão sobre as políticas urbanas para permitir às pessoas um local adequado para o desenvolvimento humano e da cidadania. Neste contexto, os espaços públicos abertos (EPA) possuem um papel importante para a implementação destas agendas. Parques, praças, áreas verdes e praias são locais para o convívio das pessoas e estão relacionados à recreação. A promoção de atividade física (AF) por meio da oferta de EPA tem-se mostrado promissora, especialmente pelo potencial de mitigar as iniquidades de acesso a locais para essa prática. Contudo, ainda é preciso avançar na discussão sobre o papel destes espaços em contribuir com o aumento das oportunidades e programas de promoção de AF, e reconhecer que esses locais beneficiam a saúde das pessoas por vias além da prática de AF. Para potencializar a utilização dos locais é necessário conceituá-lo para que seja possível identificar de que maneira as suas características poderiam reduzir as iniquidades de gênero, idade, renda, entre outros. O Plano Global de Atividade Física 2018-2023, da Organização Mundial da Saúde (OMS), sugere que a construção e a revitalização de ambientes ativos é um dos objetivos-chave para a redução da inatividade física. No entanto, apenas 42% dos países possuem programas de AF em EPA; e ainda não existem dados sobre Políticas Públicas em nível nacional de incentivo ao uso de EPA para promoção de AF nos países investigados. […]

Conceituando Espaços Públicos Abertos

Para que seja possível interpretar e compreender o significado e a relevância dos EPA para a AF e a saúde pública, é necessário conhecer o significado de alguns termos. Conceitualmente, “espaço” é compreendido como a extensão superficial ou a dimensão limitada de uma área. Enquanto “público” é um adjetivo relativo à população, coletividade ou algo que pertence a todas as pessoas. Portanto, “espaço público” é um lugar que está disponível para a população. O que é distinto do “espaço privado”, que pode ser administrado ou fechado de acordo com o interesse do proprietário. Neste sentido, um espaço público é propriedade do estado e de domínio e utilização da população. Na área de Geografia, a expressão “espaço público” é a denominação genérica para áreas urbanas abertas. Enquanto na área de Arquitetura e Planejamento Urbano, “espaço público” é qualquer espaço urbano livre e aberto para a utilização pela população. Na área de ambiente urbano e saúde pública, EPA são locais de livre acesso à população; independentemente do tamanho, desenho, estrutura ou qualidade; destinados, principalmente, para o lazer ou a recreação, sejam ativos ou passivos. No cenário brasileiro, alguns exemplos de EPA são os parques, praças, bosques, áreas verdes, ciclovias, ciclofaixas, calçadas, polos do Programa Academia da Saúde, ruas abertas, faixa de areia beira-mar, entre tantos outros lugares contextuais inerentes a municípios de pequeno, médio ou grande porte. […]

Benefícios dos espaços públicos abertos

A OMS recomenda a construção, revitalização e manutenção de ambientes favoráveis para a AF como um dos meios para conter a pandemia de inatividade física. Porém, esses espaços podem apresentar outros cobenefícios, para além da AF. Os EPA podem proporcionar benefícios para a

saúde física, mental e social da população, além de positivo impacto econômico, para a sustentabilidade ambiental e segurança pública.

A presença e a proximidade a EPA, como parques e áreas verdes, podem promover saúde física e mental da população, especialmente por meio da prática de atividades contemplativas ou físicas nos locais. Pessoas que vivem próximas a estes espaços apresentam menor prevalência de doenças crônicas, assim como a proximidade a áreas verdes podem promover a saúde mental em diferentes grupos etários. Os EPA proporcionam maior coesão e interação social, as quais favorecem a AF nos locais por meio da maior percepção de apoio social e segurança. Assim, a realização de eventos comunitários programados nos locais (competições esportivas, eventos comemorativos, aulas de AF) podem proporcionar importantes benefícios sociais para a população.

Outro cobenefício pouco investigado no Brasil é o impacto econômico dos EPA. O número de locais está positivamente relacionado com a AF, melhor saúde física e mental, o que pode reduzir os custos com a saúde pública. Também, pode aumentar a valorização comercial de residências e terrenos próximos a EPA, além da abertura de comércios no entorno que podem estimular a economia na região. Além disso, espaços públicos com áreas verdes podem mitigar os efeitos do aquecimento global, diminuindo a temperatura na região, tornando-os mais agradáveis para a AF. Outros exemplos relacionados com a sustentabilidade ambiental são as ciclovias/ciclofaixas, que podem estimular a utilização da bicicleta no deslocamento, reduzindo a emissão de CO2 e os ruídos de veículos automotores. […]

Fatores que podem afetar a utilização e prática de atividades físicas nos espaços públicos abertos

Conhecer os fatores que afetam a utilização dos EPA pode auxiliar no planejamento de mudanças ambientais e políticas para a promoção da AF nestes locais. A literatura destaca alguns fatores como acesso (proximidade/distância); quantidade e diversidade; condições do entorno e internas do local (tamanho, qualidade, estruturas, segurança). […]

Considerações finais

O Plano Global de Atividade Física 2018-2030 sugere que a construção, revitalização e manutenção de EPA é uma estratégia necessária e viável em países de baixa e média renda, os quais apresentam elevadas desigualdades de acesso à prática de AF, para que se atinja a meta da redução em 15% da inatividade física. Acredita-se que os EPA apresentam grande impacto para a promoção da saúde e devem fazer parte de uma agenda intersetorial, em que gestores, técnicos em diferentes áreas e pesquisadores possam articular os planejamentos que otimizam e potencializam o uso destes espaços para tornar a sociedade, as pessoas, os ambientes e os sistemas mais ativos.

RECH, Cassiano Ricardo et al. Como os espaços públicos abertos podem contribuir para a promoção da atividade física? Revista Brasileira de Atividade Física & Saúde, Florianópolis, v. 28, p. 1-6, 2023. Disponível em: https://rbafs.org.br/RBAFS/article/view/15057/11282. Acesso em: 19 ago. 2024.

função social da cidade: princípio jurídico que determina funções a que as cidades devem atender, como habitação, mobilidade, lazer, trabalho, sustentabilidade, saúde, educação etc., a fim de garantir os direitos fundamentais dos cidadãos, de acordo com a Constituição.

iniquidade: desigualdade.

contextual: referente ao contexto; que varia conforme a situação.

inerente: que existe como característica essencial de algo.

cobenefício: benefício associado a outro.

1. c) Respostas pessoais. Se necessário, oriente os estudantes a pesquisar na internet imagens de outros espaços ao ar livre destinados à prática esportiva e ao lazer no bairro, na cidade ou na região em que vivem.

1. d) Espera-se que os estudantes considerem fatores como infraestrutura dos espaços públicos, manutenção e segurança desses locais.

2. Os EPA promovem a saúde física e mental, reduzem a ocorrência de doenças crônicas e melhoram a coesão social. Além disso, ajudam na sustentabilidade ambiental, ao mitigar efeitos do aquecimento global, e têm impacto econômico positivo.

P ensar e compartilhar

1. Considere a imagem da Leitura 1 e pense nos parques, nas praças e nas áreas verdes disponíveis perto de você para responder às questões a seguir.

5. A imagem mostra um parque com pessoas praticando atividades como corrida e ciclismo. Isso exemplifica como espaços públicos abertos oferecem oportunidades para a prática dessas atividades, contribuindo para a saúde física e mental, conforme mencionado no texto.

6. b) A imagem de um parque ativo reflete a ideia de que a cidade deve cumprir uma função social: atender às necessidades da população, oferecendo espaços públicos, bem projetados e acessíveis, que propiciem o desenvolvimento humano, favorecendo a saúde e o bem-estar social.

fiCA A DiCA

Stacy Torres e Isabel Ginters (org.). Cartilha reforma urbana já!

São Paulo: Instituto Pólis, 2016. Disponível em: https://polis. org.br/wp-content/ uploads/2020/03/ Cartilha_Reforma_ urbana.pdf. Acesso em: 19 set. 2024. O documento apresenta conteúdo voltado a formar sujeitos críticos, capazes de atuar a favor do pleno exercício do direito à cidade.

Capa do livro Cartilha reforma urbana já!, organizado por Stacy Torres e Isabel Ginters.

REPRODUÇÃO/FÓRUM NACIONAL DE REFORMA URBANA

a) E sses lugares próximos de você são parecidos com o da imagem? Comente. Respostas pessoais.

b) Onde estão localizados? O acesso a eles é fácil para a população em geral? Por quê? Respostas pessoais.

c) Esses espaços são bem mantidos, seguros e acessíveis? Como essas características influenciam sua decisão de usá-los?

d) O que poderia ser melhorado em sua região para incentivar as pessoas a realizar mais atividades ao ar livre?

2. Quais são os principais benefícios dos Espaços Públicos Abertos (EPA) para a saúde da população, de acordo com o texto da Leitura 2?

3. Que fatores, segundo o texto, podem influenciar a utilização dos EPA para atividades físicas?

O acesso (proximidade ou distância), a quantidade e a diversidade dos espaços, além das condições do local, como tamanho, qualidade, estruturas e segurança.

4. Você considera esses fatores ao decidir utilizar algum EPA na sua região? Justifique. Respostas pessoais.

5. Como a imagem da Leitura 1 reflete a importância dos espaços públicos abertos na promoção da atividade física, conforme discutido no artigo científico da Leitura 2?

6. Considere o conceito de função social da cidade, citado no artigo científico.

a) Em sua percepção, na sua cidade, esse princípio está assegurado? Se sim, comente. Em caso negativo, dê exemplos de funções ou direitos que não estejam sendo atendidos adequadamente. Respostas pessoais.

b) Como esse conceito de função social da cidade pode ser pensado com base na fotografia da Leitura 1?

7. O artigo faz uma diferenciação entre o espaço público e o espaço privado. Por que a existência de espaços privados de lazer e convivência em uma determinada região não garante os mesmos benefícios de um EPA?

8. É dever do poder público cuidar da manutenção dos espaços públicos destinados ao lazer e à prática esportiva, o que ajuda no cumprimento da função social da cidade. Você sabe se, em sua cidade ou região, há algum projeto que vise à manutenção de áreas como essas? Se sim, qual? Pesquise na internet ou em jornais e compartilhe sua resposta com os colegas.

Respostas pessoais.

Espaços públicos abertos e adequados às práticas corporais são essenciais para as comunidades porque promovem a saúde física e mental ao oferecerem um ambiente seguro e acessível para a realização de atividades físicas ao ar livre, como esportes, exercícios etc. Eles também incentivam a convivência social e a interação entre os moradores, além de contribuírem para a sustentabilidade ambiental e o bem-estar geral.

7. Porque os espaços privados estão sujeitos aos interesses dos respectivos proprietários, o que pode afetar fatores como o acesso (pago ou gratuito) e o funcionamento (horários, oferta de atividades etc.), enquanto os EPA pertencem ao poder público e devem servir à coletividade.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG304, EM13LGG305, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Práticas corporais das juventudes

As práticas corporais na cidade são muito diversas e refletem a cultura local e as possibilidades que cada espaço do ambiente urbano oferece. Desde caminhadas em praças e parques até campeonatos esportivos organizados em centros comunitários ou escolas, as cidades podem proporcionar variadas oportunidades para essas atividades.

Nesta seção, você vai explorar como a infraestrutura dos espaços públicos influencia as práticas corporais da população jovem da sua cidade, fazer um diagnóstico dessas práticas e elaborar um manifesto em vídeo para reivindicar melhorias nesse cenário.

Pesquisar

1. Forme um grupo com mais três ou quatro colegas e, juntos, escolham uma prática corporal que costuma ser realizada por jovens como vocês em espaços públicos na sua cidade. Para descobrir as práticas corporais mais populares entre os jovens da região, vocês podem realizar uma enquete on-line , que pode ser divulgada por meio de redes sociais ou aplicativos de mensagens. Também é possível pesquisar dados de órgãos oficiais relacionados aos espaços e práticas na cidade (por exemplo, secretarias estaduais ou municipais de esportes, lazer ou correlatas) ou pesquisar nos portais e redes sociais locais.

Jovem pratica bicicross no Parque das Bicicletas. São Paulo (SP), 2021.

2. Pesquisem as informações a seguir a respeito da prática escolhida.

• Origem e popularidade dessa prática na região.

• Perfil dos praticantes (faixa etária, gênero, classe social etc.).

• L ocais onde essa prática é mais comum e as condições desses espaços (acesso, manutenção, segurança etc.).

• Materiais necessários para a prática.

• In formações sobre benefícios que essa prática traz para a comunidade jovem.

Apresentar e debater

• Assista ao vídeo manifesto da campanha “Indígenas, no plural” (Abril Indígena 2024). Publicado por: Canal MPF. Vídeo (50 s). Disponível em: https:// www.youtube.com/ watch?v=xFOT7IZn7S4. Acesso em: 19 ago. 2024.

A ssista a um exemplo de manifesto em vídeo criado pelo Ministério Público Federal como parte da campanha “Indígenas, no plural”, lançada em 2024 pelo órgão.

1. Reúnam e interpretem as informações coletadas na pesquisa e elaborem uma apresentação de cinco a dez minutos. Utilizem recursos de apoio que ilustrem as práticas e os espaços onde elas ocorrem.

2. Apresentem as descobertas para a turma toda e compartilhem as impressões que tiveram tanto das práticas como dos espaços mapeados durante a pesquisa.

3. Depois das apresentações, organizem um momento de debate entre os grupos, escolhendo as questões mais importantes ou relevantes socialmente para a discussão. Discutam se essas práticas são acessíveis e inclusivas para todos os grupos da comunidade e, caso não sejam, pensem em como seria possível melhorar esse cenário.

Produzir e compartilhar

1. Reúnam-se com a turma toda e elaborem um manifesto em vídeo a fim de destacar a importância de garantir aos jovens espaços e oportunidades para a realização de práticas corporais. Para isso, vocês podem contar com o apoio dos professores de Arte e de Língua Portuguesa.

2. Após produzirem o vídeo, divulguem esse material para a comunidade e o encaminhem para os órgãos responsáveis por essas demandas na região em que vivem.

3. Fiquem atentos à repercussão e aos desdobramentos das demandas apresentadas por vocês.

Avaliar

Avalie o desenvolvimento das atividades e produções propostas com base nas questões a seguir.

1. As informações coletadas durante a pesquisa foram suficientes e confiáveis?

2. Como foi a experiência de debater sobre os espaços públicos e as práticas corporais das juventudes? Houve respeito aos diferentes pontos de vista?

3. Vocês conseguiram, por meio da pesquisa e do debate, compreender melhor os problemas e as possíveis soluções envolvidos nessa questão?

4. Como foi a experiência de criar coletivamente um manifesto em vídeo? Todos puderam expressar suas ideias? O resultado foi satisfatório para todos?

5. Como o manifesto foi recebido pela comunidade e pelos órgãos responsáveis? Houve progressos?

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG304, EM13LGG501, EM13LGG503, EM13LGG701 e EM13LGG703.

#NOSNAPRATICA Deslocamentos pelo bairro

Chegou a hora de pensar em um projeto de “cidade ideal”, que inclua mobilidade urbana sustentável e políticas públicas de promoção da saúde e do bem-estar da população. É importante a participação de toda a turma nesta atividade para reunir várias opiniões sobre o tema abordado.

O que você vai fazer

Com toda a turma, você fará uma caminhada nos arredores da escola para identificar as possibilidades e os obstáculos para a prática de atividades como a corrida, a caminhada e o ciclismo na região.

Pessoas andam de bicicleta no Parque Metropolitano do Pituaçu. Salvador (BA), 2022.

Planejar

1. A turma deve se organizar em grupos de cinco integrantes para planejar os critérios de observação.

a) C ada grupo pode montar dois checklists – um a respeito das possibilidades de práticas corporais que a região oferece e outro sobre as condições do espaço para o deslocamento urbano a pé ou de bicicleta.

b) Depois de montar os checklists , planejem com o professor o dia para a realização da caminhada.

c) Elaborem um roteiro para orientar o trajeto dessa caminhada. Analisem a rota previamente e avaliem o tempo de duração da caminhada para ir e voltar.

Praticar

1. Organizem-se no grupo formado na etapa anterior, provideciem o material e sigam as orientações.

Material

• Roupas e calçados confortáveis para caminhar.

• Celular ou outro dispositivo para tirar fotografias e gravar vídeos.

• Caderno e caneta ou lápis para fazer anotações.

a) Realizem a caminhada nos arredores da escola para analisar os itens elencados nos checklists .

b) Façam anotações no caderno a respeito dos aspectos observados e, se possível, tirem fotografias ou filmem os locais que considerarem adequados e aqueles que precisam de reparos e melhorias.

c) Voltem para a escola e discutam, com toda a turma, as possibilidades de práticas corporais que a região oferece. Escolham aquelas que, segundo a percepção de vocês, podem ser realizadas.

2. Em um dia combinado com o professor, voltem ao local pesquisado e realizem as práticas corporais escolhidas. Durante a atividade, procurem observar se as impressões iniciais das condições do local estavam corretas ou se há a necessidade de mais reparos, só percebidos por meio da prática.

3. Depois da atividade, em sala de aula, revejam as anotações, os vídeos e as fotografias e conversem sobre a realização da prática escolhida no local pesquisado.

a) Troquem ideias sobre todas as práticas corporais que poderiam ser realizadas na região e quais são seus benefícios para a saúde e o bem-estar.

b) Discutam as melhorias necessárias para que essas práticas sejam realizadas de maneira segura.

c) Conversem também sobre a qualidade das vias públicas para o deslocamento a pé e de bicicleta e pensem em algumas melhorias que auxiliem na mobilidade nesses locais.

Avaliar

Não escreva no livro.

Depois da conversa, avalie a realização das atividades e compare o que cada um dos grupos observou, respondendo às questões a seguir.

1. Todos observaram as mesmas coisas? O que foi igual? O que foi diferente?

2. A percepção inicial que tiveram em relação aos espaços observados mudou após a realização das práticas corporais? Em caso afirmativo, a diferença de percepção foi grande ou pequena? Por quê?

3. Se a turma fosse montar apenas uma lista com todas as sugestões de melhorias para a região, que itens entrariam nela? Por quê?

Habilidades de relacionamento e tomada de decisão responsável

As práticas corporais realizadas em espaços públicos, como caminhadas e esportes de rua, oferecem importantes oportunidades de interação social e comunitária. Ao interagir com outras pessoas durante as atividades, é possível aprender a observar e a respeitar os outros, além de trabalhar a capacidade de negociar acordos, como os que envolvem a utilização democrática desses espaços por múltiplos grupos.

Discuta com os colegas: ao utilizar um espaço público para realizar práticas corporais, quais são as suas responsabilidades? Você acredita que as tem cumprido? Em sua opinião, como as práticas corporais realizadas em espaços públicos podem ajudar você a fortalecer os laços sociais e a contribuir para a construção de um ambiente mais colaborativo e saudável na sua comunidade?

Respostas pessoais.

PARA A ViDA

Práticas corporais de aventura urbanas 3

Habilidades (abertura): EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG302 e EM13LGG502.

A fluidez e o desenvolvimento das relações sociais, bem como a busca por pertencimento a novos grupos, são características notáveis das juventudes. Os jovens se interessam muito pela experimentação e pelos desafios de novas vivências socioafetivas. Essa fase também pode ser marcada pelo desafio do autoconhecimento, parte constitutiva do desenvolvimento de cada um. O esporte e o lazer podem fazer parte dessa jornada.

Pertencer a um grupo fora da família representa uma oportunidade de socialização importante para construir e afirmar valores e identidades. Dentro do grupo, é possível compartilhar as próprias ideias e legitimar emoções e sentimentos, criando a própria realidade e identificando-se com a de seus pares.

Muitas vezes, as práticas sociais em que se dão essas dinâmicas podem ser associadas ao esporte, ao lazer e à aventura, como é o caso do skateboard , ou simplesmente skate , que atrai muitos jovens com histórias de superação, coragem, amizade e determinação que puderam criar vínculos e afirmar sua identidade nos contextos em que essa prática corporal se insere.

1 Você observa a prática do skate na sua comunidade? Se sim, quais são os locais onde essa prática é realizada? Ela acontece em grupo ou individualmente? Respostas pessoais.

2 Você consegue identificar um padrão estético entre os praticantes do skate? Se sim, você acredita que o estilo de se vestir, de andar, de falar, entre outros costumes, faz parte de uma identidade? Por quê? Respostas pessoais.

3 Quais práticas corporais você diria que oferecem aos jovens oportunidades de socialização e desenvolvimento de suas identidades? Explique sua resposta.

Os diferentes contextos de manifestação da prática também podem fomentar novas interações e agrupamentos em torno de valores e identidades das juventudes. Neste capítulo, você vai estudar mais sobre isso. Respostas pessoais.

A utilização do espaço urbano para a prática de skate permite a interação do corpo humano com a cidade e cria um novo modo de relacionamento com o ambiente, favorecendo a construção de identidades individuais e coletivas. Ao propiciar esse encontro consigo e com o outro, o skate favorece trocas que afetam diversos aspectos sociais, como a aproximação dos praticantes, permitindo o (re)conhecimento de si e do outro e abrindo um lugar legítimo de fala.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303 e EM13LGG502.

#PARAlER Skate: nas ruas e nas Olimpíadas

Deslizar pelas ruas da cidade e transformar, entre outros espaços, praças, escadas, bancos e ladeiras em “picos” faz do skate uma prática corporal urbana democrática, socialmente acessível, dinâmica e criativa. Em um contexto esportivo, envolve superação dos próprios limites e exige dedicação, persistência e resiliência física e mental. A seguir, na Leitura 1, observe uma imagem que mostra um jovem praticando skate em uma pista. Depois, na Leitura 2, leia uma reportagem que trata do impacto dos Jogos Olímpicos do ponto de vista do skate como esporte no Brasil.

Leitura 1

Leitura 2

Skatista realiza manobra em pista de skate na orla da praia do Náutico. Fortaleza (CE), 2022.

Skate: qual o impacto dos Jogos Olímpicos na visão brasileira sobre o esporte?

[…]

Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, que na realidade ocorreram em 2021 por conta da pandemia de covid-19, trouxeram consigo alguns esportes novos, entre eles o skateboard, ou mais popularmente conhecido como Skate. Essa exposição midiática traz benesses para atletas e estilos mais famosos, relegando a um papel secundário outros menos afamados, além de até certa mágoa e sentimento de desprezo por praticantes que levam o esporte como estilo de vida.

[…]

A participação do Skate nos Jogos suscitou debates – uma vez que muitos skatistas não queriam que o esporte fosse para as Olimpíadas –, promoveu à modalidade a visibilidade de novos públicos e, no caso do Brasil, também trouxe uma série de repercussões principalmente pela conquista de três medalhas de prata.

Uma historiografia do skate

Os primórdios da ideia do que hoje conhecemos como Skate decorrem dos anos de 1900 a 1940 e apresentam uma forte conexão inicial com o Surf. Entretanto, com o decorrer do tempo, o Skate assume uma personalidade própria e incorpora contornos muito característicos de uma cultura e estilo de vida que vão além do esporte em si. […]

[…]

O Skate passou por alguns ciclos até se estabilizar a partir dos anos 1990. Em entrevista, Fabio Bolota, que anda de skate desde 1978 […], comenta:

[…]

“O Skate é um esporte novo. Particularmente, desde os anos 80, a gente nunca quis encarar o Skate como esporte assim, em uma categoria esportiva cheia de critérios e regulamentos, porque o Skate sempre foi muito mais um estilo de vida, agregado a competições”.

[…]

Eduardo, 25 anos, que anda desde os 15, fez questão de ressaltar a popularização da imagem do skate:

“Eu sempre andei na rua, né, mas no meu ponto de vista eu reparei num pessoal novo nas ruas, mas por causa das Olimpíadas, também, o pessoal vem andando mais nas pistas de skate, algo que a Olimpíada deu uma melhorada”.

Da parte dos atletas, o que se percebe é a concentração dos patrocínios e contratos publicitários em nomes famosos, que normalmente moram no exterior e não ajudam a promover o esporte no cotidiano do Brasil. […]

[…]

Quanto aos praticantes não esportistas, o skate está ligado à contracultura, ao punk rock e Hip-Hop, parte da cultura de pessoas marginalizadas. Esse excesso de exposição só serviu para encarecer os equipamentos de skate. O sentimento parece um misto de uma invasão numa prática tão íntima dessas pessoas, aliado a um desrespeito com a forma que essa cobertura é feita, como se a prática fosse “roubada” dos praticantes e eles permanecessem marginalizados, sem seu Skate, sem seu reconhecimento.

Entretanto, mesmo com todas essas questões, o Skate integrou como novo esporte as Olimpíadas de Tóquio 2020. […]

Ainda, para o público brasileiro, o sucesso do Skate nos Jogos Olímpicos ultrapassou a conquista das medalhas e cativou a população como um esporte em que predominou um espírito de coletividade e solidariedade entre todos os atletas. […]

[…]

Em entrevista, Eugenio Amaral, mais conhecido como Geninho, ex-skatista profissional que começou sua carreira em 1985 […], compartilha um pouco de suas percepções sobre esse cenário:

“Eu só fui me dar conta de que as Olimpíadas foram muito legais para o esporte a partir do momento que começou a ter uma grande influência do Skate feminino, porque na minha época o Skate sempre foi muito machista”.

[…]

Patrocínios

e estilo de vida

Outro ponto que as Olimpíadas acentuaram no Skate foi o viés do patrocínio em torno dos campeonatos. Geninho comenta que nos anos 1990 havia uma atenção muito maior de patrocinadores aos skatistas populares, com mais estilo e que representavam “a cara do Skate”, mesmo que estes não fossem necessariamente os maiores vencedores de campeonatos.

3. a) Esses elementos culturais ajudam a definir o skate como uma prática de resistência e identidade para grupos marginalizados, o que contribui para que o skate seja tratado como uma forma de expressão cultural que questiona normas e padrões socialmente estabelecidos.

Mas, segundo Geninho, as Olimpíadas mudam essa lógica. Os Jogos envolvem muito dinheiro e os atletas não precisam mais “vender tênis”, porque eles passam a integrar a Confederação Brasileira e ganhar patrocínio por suas vitórias. […]

[…]

4. Embora o skate tenha se tornado mais popular após as Olimpíadas de Tóquio 2020, especialmente com a presença de novos praticantes nas pistas, ainda existem barreiras para que se torne acessível economicamente. O aumento dos preços dos equipamentos e a concentração de patrocínios em atletas famosos sugerem que o skate ainda enfrenta desafios para ser mais democrático.

Um balanço final sobre o skate

O Skate nasceu como uma brincadeira ou uma atividade de lazer, passou a ser incorporado como um estilo de vida e agregou a faceta de esporte competitivo, uma verdadeira profissão. Esporte que já foi proibido e estigmatizado por uma parcela da população, agora acolhido pelas Olimpíadas e por um novo público que admira as medalhas e sua essência. Mas, em suma, o que isso significa? […]

1. O jovem realiza uma manobra em uma pista de skate localizada em um espaço público urbano, na orla de uma praia. A presença de grafites e de outros jovens indica que o local provavelmente é de livre acesso, onde pessoas se reúnem para praticar a modalidade e socializar.

2. A infraestrutura da pista facilita a prática de diferentes manobras e promove a inclusão social ao oferecer

STEFANELLI, Francisco et al. Skate: qual o impacto dos Jogos Olímpicos na visão brasileira sobre o esporte? Esquinas, São Paulo, 2 fev. 2023. Disponível em: https://revistaesquinas.casperlibero.edu.br/esportes/skate-qual-o-impacto-dos-jogos-olimpicos-na-visao-brasileira-sobre-o-esporte/. Acesso em: 19 ago. 2024.

3. b) Espera-se que os estudantes percebam que sim, um espaço seguro e acessível. A localização da pista, na orla de uma praia, colabora para que os frequentadores da praia também se apropriem do espaço. pois o viés de contracultura do skate, que questiona normas e padrões, se opõe à formalidade e aos regulamentos rígidos da prática esportiva.

P ensar e compartilhar

1. Descreva as características do ambiente da pista de skate retratada na fotografia da Leitura 1.

2. Como a infraestrutura e o espaço público observados na imagem contribuem para a prática do skate e para a inclusão social? E a localização da pista, também contribui?

6. a) O skate é uma forma de expressão

3. Considere a relação entre o skate e movimentos de contracultura, como o punk rock e o hip-hop , mencionada na reportagem da Leitura 2

que permite aos praticantes se sentirem livres para experimentar e se desafiar. A prática em espaços públicos reflete a inclusão e o respeito às diferenças, pois pessoas de diferentes origens e estilos de vida compartilham o mesmo espaço, aprendendo umas com as outras.

a) Como esses elementos contribuem para que o skate seja associado a grupos marginalizados?

b) De acordo com o texto, é possível dizer que existe uma contradição entre a inclusão do skate como modalidade esportiva e a visão que os praticantes têm do skate enquanto estilo de vida? Explique.

c) O texto ressalta um sentimento de invasão entre os praticantes tradicionais do skate ao ver a sua inclusão como modalidade olímpica, pois essa inclusão teria reforçado a dualidade entre a profissionalização do skate e a preservação de sua essência como estilo de vida. Como você avalia essa dualidade?

Resposta pessoal.

4. Considerando a popularização do skate após a sua inclusão nas Olimpíadas, você acha que o esporte se tornou mais acessível e democrático no Brasil? Justifique sua resposta com base no texto.

5. Como a participação feminina no skate olímpico, mencionada por Eugenio Amaral, ajuda a transformar a percepção do esporte? De que forma essa participação desafia o machismo historicamente presente no skate?

A participação feminina ajuda a desfazer ideias preconceituosas e estereotipadas que afastavam as mulheres do skate, desafiando o machismo historicamente presente na prática ao demonstrar e reafirmar,

6. Reflita sobre o skate ser uma forma de expressão e liberdade para os jovens.

a) Considerando a Leitura 1 e a Leitura 2, em sua opinião, de que maneira a prática do skate em espaços públicos pode promover a socialização e o respeito às diferenças?

com destaque, que elas também podem estar nesse meio.

b) Como a visibilidade conquistada após as Olimpíadas pode influenciar a maneira como o skate é praticado e percebido em locais como o da fotografia da Leitura 1? Pense nas mudanças no acesso, no aumento do número de praticantes e no interesse pelo esporte.

O skate, como prática da cultura corporal de movimento, carrega estilos próprios de comportamento, o que inclui maneiras de se vestir e de se comunicar. Assim, não é apenas lazer, mas um modo de vida que pode também se articular a expressões da arte.

6. b) A inclusão do skate nas Olimpíadas aumentou significativamente a visibilidade do esporte, o que pode incentivar mais pessoas a praticá-lo, gerando um aumento no número de skatistas em espaços, melhorias na infraestrutura e desenvolvimento de programas que incentivem a prática. Por outro lado, a popularização do skate pode deixar equipamentos mais caros e inviabilizar o acesso ao esporte a pessoas de baixa renda.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG301, EM13LGG305, EM13LGG502, EM13LGG503, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Modalidades de skate

Não se sabe exatamente quando o skate foi inventado, mas há registros de versões rudimentares do equipamento na virada do século XX. O skate como se conhece hoje começou a ser praticado nos Estados Unidos, na década de 1960, inicialmente conhecido como “surfe de calçada”. Desde então, essa prática corporal passou por várias transformações, adaptando-se a diferentes espaços e contextos ao redor do mundo.

Para aprofundar seus conhecimentos sobre o universo do skate, forme um grupo de quatro ou cinco integrantes e, juntos, realizem as propostas a seguir.

Pesquisar e apresentar

Jovens praticam skate em parque. Nova York (Estados Unidos), 1965.

1. Escolham uma modalidade de skate (como street , park , vert , downhill, entre outras) e pesquisem, identifiquem e descrevam suas principais características: em que regiões do Brasil ou do mundo essa modalidade é mais popular? Como ela começou e se desenvolveu? Qual é o perfil mais comum dos praticantes (faixa etária, gênero, classe social etc.)? Onde ela costuma ser praticada (pistas específicas, praças, parques etc.)? Quais são as habilidades específicas desenvolvidas (manobras, técnicas, controle do skate )? Quais são os materiais utilizados e os cuidados de segurança necessários?

2. Em um dia previamente combinado com a turma e o professor, compartilhem os resultados da pesquisa com os colegas. É interessante usar recursos de apoio, como vídeos, fotografias e slides que ilustrem a modalidade e/ou apresentem falas de praticantes.

Explorar e experimentar

1. Com a turma e o professor, organizem uma visita guiada a uma pista de skate do bairro ou da região em que vocês vivem. Explorem o ambiente e as características da pista, observando se existem outras formas de expressão cultural desenvolvidas no espaço.

2. Se possível, considerem um momento de experimentação, na pista visitada de algumas das modalidades de skate pesquisadas, tomando as precauções de segurança necessárias.

Avaliar

Ao final, reflita sobre as atividades realizadas, avalie a experiência e troque impressões com a turma.

1. Durante a pesquisa, foram consultadas fontes confiáveis? O grupo encontrou todas as informações que procurava a respeito da modalidade de skate escolhida?

2. O grupo conseguiu identificar os cuidados de segurança necessários para a prática do skate e refletir sobre eles? Que conclusões tiraram dessas reflexões?

3. Como a visita guiada contribuiu para a compreensão prática das modalidades de skate e da sua relação com outras práticas culturais?

4. A experimentação foi bem-sucedida em termos de compreensão das modalidades?

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG301, EM13LGG501 e EM13LGG503.

#NOSNAPRATICA Exercícios de equilíbrio, estabilização e força abdominal

Entre as habilidades técnicas que precisam ser aprimoradas para a prática do skate estão o equilíbrio e a consciência corporal, que devem ser desenvolvidas para que os deslocamentos e as manobras sejam executados com precisão e mais segurança. Além dos alongamentos necessários para iniciar qualquer atividade física, deve-se desenvolver exercícios abdominais em isometria (quando os músculos fazem força para manter o corpo estático, parado) e exercícios de equilíbrio.

O equilíbrio é a base para a realização correta de qualquer movimento do corpo. Para conseguir desempenhar uma prática esportiva ou atividade corporal, é necessário vencer a força da gravidade com exercícios que promovam o desenvolvimento da estabilidade, garantindo resultados positivos quando se é jovem e maior chance de autonomia no futuro, com o avançar da idade.

O que você

vai fazer

Você vai realizar exercícios de estabilização, abdominais em isometria (prancha reta e lateral), unipodais (exercícios realizados com apenas um dos pés no chão) básicos de agachamento e de equilíbrio em uma tábua de madeira.

Planejar e praticar

1. Escolha um espaço livre na quadra da escola, de aproximadamente 2 m2 para que não ocorra nenhum acidente com você ou com qualquer colega da turma.

2. Realize os abdominais em isometria, conforme indicação a seguir.

a) Prancha reta: deite-se de barriga para baixo e apoie os antebraços no chão. Eles devem ficar paralelos e afastados em uma largura igual à dos ombros. Levante o quadril e deixe o corpo alinhado, mantendo o peso apenas nas pontas dos pés e nos antebraços. Mantenha o abdômen sempre contraído. A duração do exercício varia de acordo com o preparo físico de cada um. Porém, para obter ganhos no sistema musculoesquelético, é necessário que os músculos trabalhados sejam exigidos intensamente. Então, respeite a orientação do professor e fique atento aos sinais de seu corpo, para que não ocorram lesões e para que o exercício seja realmente eficiente.

b) P rancha lateral : fique de lado, com o antebraço direito apoiado no chão e o braço esquerdo apoiado sobre o corpo; as pernas ficam estendidas e unidas. Os quadris não devem tocar o chão e a cabeça deve ficar alinhada com o pescoço. O corpo deve formar uma linha reta dos tornozelos aos ombros. Repita o exercício, mas, dessa vez, com o antebraço esquerdo apoiado no chão.

Ilustração de execução da prancha reta.

Ilustração de execução da prancha lateral.

3. Agora, como exercício unipodal, você irá realizar o pistol squat , um agachamento que usa apenas um pé como apoio, enquanto a outra perna permanece estendida à frente. Esse exercício é complexo e exige muita força nas pernas; por isso, é fundamental que você sinta seu corpo se estabilizando na descida, que deve ser realizada lentamente, para que o equilíbrio seja trabalhado de maneira eficiente. As repetições e a amplitude dos movimentos devem ser realizadas de acordo com sua realidade musculoesquelética, para não provocar acidentes ou lesões. Por isso, respeite as orientações do professor.

Ilustração de execução do agachamento pistol squat

4. Por último, você e os colegas vão fazer exercícios de equilíbrio. Para isso, precisam providenciar os materiais e seguir as orientações de segurança descritas, além de estar atentos a alguns cuidados.

Material

Se necessário, esse exercício poderá ser realizado em duplas, para que uma pessoa auxilie quem estiver em cima da prancha oferecendo apoio e segurança com as mãos.

• Uma garrafa PET cilíndrica de 2 litros.

• Um shape de skate sem os eixos (somente a madeira) ou um pedaço de tábua de madeira de aproximadamente 1 m de comprimento por 20 cm de largura.

Orientações de segurança

• Escolha um local seguro e apropriado para a prática, como um gramado ou uma área com superfície macia, para minimizar o risco de lesões em caso de quedas.

• Utilize equipamentos de proteção, como capacete, joelheiras e cotoveleiras, se possível, para garantir maior segurança.

a) Encha a garrafa PET com água, feche-a bem, para que não vaze, e a coloque deitada no chão.

b) Coloque a tábua ou o shape em cima da garrafa, em sentido perpendicular a ela, e ponha um dos pés sobre a parte da madeira que estiver encostada no chão.

c) Depois, coloque o outro pé sobre o outro lado da madeira e tente se equilibrar sobre a prancha, de modo que nenhum dos lados toque o chão.

Avaliar

Ao final da atividade, a turma toda irá se reunir para discutir a vivência da prática.

1. Como o local e os materiais escolhidos influenciaram na prática dos exercícios?

2. Como você avaliaria a dificuldade dos exercícios? Você percebeu a necessidade de desenvolver melhor aspectos como o equilíbrio ou a estabilização?

3. Quais foram as principais sensações, dificuldades e desafios enfrentados durante a prática?

• Aprender e aperfeiçoar suas técnicas de skate. Publicada por: Sikana Brasil / Português. Playlist (27 vídeos). Disponível em: https://www.youtube.com/playlist?list=PLxnE_2BdU4eADwaEGlZ3ZO4uSlShoa1pf. Acesso em: 19 ago. 2024.

Nessa playlist, você encontra vídeos educativos sobre skate. Entre eles, há vídeos com dicas para melhorar o equilíbrio no skate.

HECTOR
GÓMEZ
fiCA A DiCA

Danças urbanas: breaking

Habilidade (abertura): EM13LGG302.

A dança está inserida no ambiente social desde os primeiros registros da presença do ser humano no planeta. Os humanos pré-históricos dançavam como forma de culto à natureza, agradecendo pela chuva ou pela colheita. Na Grécia Antiga, a dança estava presente em cerimônias religiosas e cívicas, em festas e mesmo no treinamento militar.

Batalha de breaking na festa de comemoração dos 50 anos do hip-hop na Praça Maria Izabel. Marília (SP), 2023.

Muitas danças fazem parte do conjunto de manifestações da cultura popular formado também por festas, artesanatos, mitos e lendas que expressam a identidade de um povo. Esse conjunto é chamado de folclore, palavra de origem inglesa que significa “sabedoria do povo”.

1 Em sua percepção, atualmente, a dança é utilizada para qual finalidade? Resposta pessoal.

2 Da s danças que você conhece, quais são de origem brasileira? Alguma delas faz parte do folclore do país? E quais são populares no Brasil, apesar de terem origens estrangeiras? Respostas pessoais.

3 Por que a dança pode ser considerada uma linguagem? Resposta pessoal.

Hoje em dia, a dança é uma prática corporal e uma forma de expressão difundida nos mais variados contextos, com diferentes sentidos e significados atribuídos por diversos grupos sociais. Na década de 1970, o bairro do Bronx, em Nova York, agregava uma diversidade de culturas, origens e povos: afro-americanos, latino-americanos e caribenhos. Em um contexto em que a criminalidade e a violência estavam muito presentes, a música, a dança e o grafite tornaram-se formas de expressão significativas e uma alternativa para os jovens fugirem dessa dura realidade. Assim começa o hip-hop, movimento que une música, dança e artes visuais e que será explorado neste capítulo.

lER O MUNDO Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG502, EM13LGG601, EM13LGG602 e EM13LGG604.

#PARAlER A cultura hip-hop

O hip-hop tem forte ligação com a cultura de rua urbana, com formas de expressão que dialogam com a realidade das populações periféricas social e historicamente marginalizadas. Na Leitura 1, você vai observar a imagem de um material de divulgação de uma exposição que contextualiza o começo do hip-hop. Na Leitura 2, você vai conhecer um pouco mais a fundo as origens dessa manifestação cultural e como ela chegou ao Brasil.

Leitura 1

Material de divulgação da exposição Hip-hop: Conscious, Unconscious , que ocorreu no museu Fotografiska New York, em Nova York (Estados Unidos), em 2023.

Leitura 2

Hip-hop: 50 anos de cultura de rua

Caminhos da Reportagem

NO AR em 12/11/2023 – 22:00

O hip-hop é uma cultura de origem negra, que surgiu no bairro do Bronx – um gueto negro, caribenho e latino de Nova York. Foi numa festa de volta às aulas organizada pelos irmãos Kool Herc e Cindy Campbell em agosto de 1973 que o hip-hop nasceu. No evento, Herc lançou as bases do hip-hop ao improvisar uma técnica que isolou e repetiu batidas de música com dois toca-discos e que ficou conhecida como breakbeat.

O hip-hop costuma ser descrito em quatro elementos: o breaking (a dança), o DJ, o MC e o grafite. Nas festas que se popularizaram como “block parties”, aconteciam as apresentações de mestres de cerimônia, os “MCs”, que rimam palavras e frases com uma batida de fundo. A princípio, o MC tinha o papel de introduzir o DJ e animar o público, mas as rimas ganharam espaço e fôlego numa fala sincopada, dando origem ao rap. Quem dançava ao som dos breaks/batidas ficou conhecido como break-boys e break-girls – na abreviação, b-boys e b-girls.

No ano em que se comemora os 50 anos do surgimento do hip-hop, também se celebra os 40 anos desta cultura no Brasil. A chegada do hip-hop no país está relacionada à dança que acontecia na esquina entre as ruas 24 de maio e Dom José de Barros, no centro de São Paulo. Era 1983 quando Nelson Triunfo, dançarino de breaking e figura pioneira do hip-hop no Brasil, começou a dançar na rua e a sentir o impacto da repressão policial durante a ditadura militar.

Os dançarinos migraram para outro espaço: o Largo São Bento, no entorno da estação de metrô. É na São Bento que surge a primeira coletânea de hip-hop do país, com gravações de nomes como Thaíde e DJ Hum, Sharylaine e o grupo O Credo. Ponto de encontro de b-boys e b-girls, grafiteiros, DJs e MCs, a São Bento também é o local em que KL Jay e Mano Brown se conhecem e criam os Racionais MC’s, um dos principais grupos de rap do Brasil. KL Jay comenta sobre o que era esperado deles: “falar de polícia, de racismo, violência, isso aí é só lá nos Estados Unidos. Aqui no Brasil é alegria, todo mundo quer alegria. Falaram isso pra gente na nossa cara. E a gente falou que não dá não”.

Mas o hip-hop não é uma cultura que se manifesta apenas em São Paulo. No Sul do país, ainda nos anos 80, Porto Alegre também foi palco da efervescência do hip-hop. Com uma trajetória que começou nos bailes black no final dos anos 70 na periferia de Porto Alegre, DJ Nezzo comenta o início do hip-hop na cidade: “nós consideramos, aqui, o nosso ponto de referência é a primeira roda de breaking na Rua da Praia em 1983”.

Conhecido como o poeta do rap nacional, o rapper Gog destaca que “o hip-hop é música preta” e o grande sucesso da cultura no Brasil se dá porque “traduziu no dia a dia o que as pessoas falavam de forma complexa e complicada”. Rincon Sapiência, um dos expoentes da cultura hip-hop contemporânea, fala que “sempre é uma luta de alguma forma. Então ele (o hip-hop) sempre contemplou aqueles menos ouvidos, menos representados”.

Eugênio Lima, DJ, ator-MC e pesquisador, compreende o hip-hop enquanto tecnologia de pensamento “ela abre as portas pra juventude periférica porque abre a possibilidade de você narrar sua própria história, de ter a possibilidade do direito sagrado de rimar sua própria vida”.  […]

MELLO, Daniel. Hip-hop: 50 anos de cultura de rua. EBC , Brasília (DF), 12 nov. 2023. Disponível em: https://tvbrasil.ebc.com.br/ caminhos-da-reportagem/2023/11/hip-hop-50-anos-de-cultura-de-rua. Acesso em: 20 ago. 2024.

breaking: dança que combina gestos acrobáticos, agilidade para mover os pés e movimentos inspirados nas artes marciais e na ginástica.

DJ: pessoa responsável pelo som das festas, comandando as pick-ups (equipamento que consiste em dois toca-discos e um aparelho que possibilita que duas músicas toquem de forma sincronizada). sincopado: fortemente marcado.

Não escreva no livro. 1. a) Resposta pessoal. Conhecendo as origens do hip-hop, espera-se que os estudantes infiram que a fotografia foi tirada na década de 1970, considerando que é uma imagem em preto e branco, provavelmente na periferia de Nova York, que também é o local da exposição.

P ensar e compartilhar

1. Observe novamente a imagem apresentada na Leitura 1

a) Levante hipóteses sobre o lugar e a época em que a cena foi fotografada, justificando seu argumento.

b) Q ual é a relação entre o contexto da imagem e as circunstâncias em que o hip-hop surgiu nos Estados Unidos? Que elementos característicos do hip-hop podem ser identificados na imagem?

A imagem retrata um dos elementos importantes na cultura hip-hop, a música. O aparelho de som, as roupas, os tênis e acessórios similares entre si indicam haver uma identificação cultural entre as pessoas, possivelmente habitantes de um bairro periférico.

1. c) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que podem ter sido apresentadas fotografias de pessoas e eventos, objetos, peças de roupas, entre outros elementos relacionados à cultura hip-hop Divulgar a exposição e convidar as pessoas a visitá-la.

c) A imagem é um material de divulgação da exposição Hip-hop: Conscious, Unconcious (em português: “Hip-hop : Consciente, Inconsciente”), que celebrou os 50 anos da cultura hip-hop. O que você imagina que foi apresentado na exposição?

d) Qual é a finalidade desse material de divulgação?

2. A reportagem da Leitura 2 explica a chegada do hip-hop ao Brasil.

a) Em sua percepção, por que o breaking , dança característica da cultura hip-hop , começou a ser praticado em espaços públicos?

Espera-se que os estudantes infiram que esses eram locais aos quais as pessoas tinham fácil acesso, por serem de uso público.

b) Você acha que praticar a dança em espaços públicos é uma forma de divulgar a cultura hip-hop? Justifique.

Espera-se que os estudantes argumentem que sim, pois, em um espaço público, qualquer pessoa que esteja passando pode ver a dança, se interessar por ela e juntar-se ao grupo.

3. Na música, um dos gêneros característicos do hip-hop é o rap . Na reportagem, o DJ KL Jay, membro do grupo de rap Racionais MC’s, comenta:

“falar de polícia, de racismo, violência, isso aí é só lá nos Estados Unidos. Aqui no Brasil é alegria, todo mundo quer alegria. Falaram isso pra gente na nossa cara. E a gente falou que não dá não”.

a) Em sua opinião, por que o grupo disse que não seria possível expressar só alegria e deixar de lado temas como polícia, racismo e violência?

b) Qual é a relação entre essas temáticas e a realidade vivida pelas pessoas envolvidas na cultura hip-hop, seja no Brasil, seja nos Estados Unidos?

4. Leia, a seguir, um trecho da introdução de uma entrevista concedida pela rapper Sharylaine (1969-).

Rapper Sharylaine luta para abrir caminho para mulheres no hip-hop

Artista avalia que machismo ainda é obstáculo a ser superado

Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil – Publicado em 14/11/2023 – 07:32

Ao longo de 38 anos de carreira, a rapper Sharylaine não só lutou para abrir caminho no hip-hop, mas também trabalhou para deixar as portas abertas para as mulheres que vieram depois. Para a artista, mesmo 40 anos após a chegada dessa cultura ao Brasil, o machismo ainda é um obstáculo a ser superado. […]

3. b) As pessoas envolvidas na cultura hip-hop, em sua maioria, têm origem em comunidades marginalizadas, que sofrem, historicamente, a violência expressa pelo racismo.

MELLO, Daniel. Rapper Sharylaine luta para abrir caminho para mulheres no hip-hop. Agência Brasil, São Paulo, 14 nov. 2023. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-11/rapper-sharylaine-luta-para-abrir-caminho-para-mulheres-no-hip-hop. Acesso em: 20 set. 2024.

a) Do ponto de vista de Sharylaine, o machismo é um obstáculo no meio do hip-hop para as mulheres. Considerando sua experiência, essa é uma particularidade desse meio ou o problema está presente na sociedade de forma geral?

Espera-se que os estudantes percebam que o machismo está presente no meio do hip-hop e de forma geral na sociedade.

b) Como você acha que esse obstáculo pode ser superado no hip-hop?

Sugestão de resposta: Combatendo o preconceito reproduzido pelos homens nesse meio e divulgando as mulheres que já estão inseridas nele.

Sharylaine

A rapper e ativista paulistana Sharylaine formou o primeiro grupo de rap feminino do Brasil, o Rap Girl’s. Atualmente, além da música, Sharylaine se dedica a causas como o combate ao racismo e ao machismo na cultura hip-hop, apoiando a atuação de outras mulheres negras e participando de eventos que debatem o tema.

Sharylaine em roda de conversa em comemoração do Dia Nacional do Rap, no Museu Afro Brasil Emanoel Araujo. São Paulo (SP), 2023.

3. a) Espera-se que os estudantes argumentem que o grupo tinha vontade de expressar sua realidade, que abarcava os temas citados. Falar só de alegria não seria verdadeiro e fiel à realidade.

SAIBA MAIS

Breaking #PARAEXPlORAR

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG301, EM13LGG501, EM13LGG503, EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG701 e EM13LGG704.

As competições internacionais de breaking (também chamado de break ou breakdancing) foram realizadas pela primeira vez na década de 1990 com o objetivo de valorizar e popularizar esse estilo de dança.

O breaking fez sua estreia nos Jogos Olímpicos da Juventude em Buenos Aires em 2018 e fez parte das Olimpíadas de Paris 2024.

Nessa dança urbana, os dançarinos usam a criatividade para elaborar os passos, que misturam acrobacias, movimentos inspirados na ginástica e nas artes marciais, posturas congeladas, entre outros elementos.

Em grupos, você e os colegas vão pesquisar movimentos básicos do breaking. Depois, vocês vão apresentá-los em uma oficina para que a turma toda aprenda a dançar.

Pesquisar e praticar

1. Formem grupos de até três estudantes.

2. Cada grupo deve pesquisar dois movimentos (passos de dança) usados no breaking

3. Vejam fotografias e vídeos e anotem, em uma folha à parte, o passo a passo de cada movimento.

4. Pratiquem esses passos, se possível, para demonstrá-los para a turma. É interessante escolher uma música da cultura hip-hop para embalar a dança.

Apresentar

1. Em uma data combinada com o professor, façam uma oficina de breaking

2. Cada grupo deve apresentar para os demais colegas os movimentos pesquisados e explicar, por meio de desenhos, textos ou demonstrações, como executá-los.

3. Após as explicações e a execução dos movimentos, a turma deve criar, coletivamente, uma coreografia de break com duração de até 5 minutos para dançar.

Avaliar

Não escreva no livro.

Ao término da atividade, faça uma reflexão e uma autoavaliação dessa experiência com o breaking.

1. Você participou ativamente da pesquisa, da escolha dos movimentos e da apresentação deles para a turma?

2. O que orientou a pesquisa do seu grupo no momento de escolher os movimentos de breaking : passos mais fáceis de reproduzir, mais desafiadores, mais criativos?

3. Você sente que foi ouvido e respeitado pelos colegas nesse trabalho colaborativo? Justifique.

4. Você ouviu e respeitou os colegas durante a atividade? Que ações você deve manter e quais deve rever em um trabalho coletivo no futuro?

• Os heróis que espalharam a capoeira pelo mundo – e influenciaram até o breaking. Publicado por: BBC News Brasil. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c36n19kr646o. Acesso em: 20 ago. 2024. Uma das influências do breaking é a capoeira, arte marcial brasileira. Leia a reportagem para conhecer um pouco mais dessa relação.

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG301, EM13LGG402, EM13LGG501, EM13LGG503, EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG604 e EM13LGG704.

#NOSNAPRATICA Festival de hip-hop

Neste capítulo, você aprendeu que diversos elementos compõem a cultura hip-hop: o breaking , o DJ , o MC, o grafite e o rap. Uma característica essencial dessa cultura é sua origem popular e o fato de ter possibilitado a jovens de áreas marginalizadas manterem-se distantes da violência e da criminalidade e expressarem sua individualidade.

O que você vai fazer

Você e os colegas vão formar grupos para apresentar elementos da cultura hip-hop em um festival.

Planejar

1. A turma deve se organizar em quatro grandes grupos. Cada grupo será responsável por apresentar um elemento do hip-hop , conforme explicado a seguir.

• Grupo 1 – breaking : responsável por elaborar uma coreografia diferente da que foi feita na atividade da seção anterior.

• Grupo 2 – rap : responsável por escrever uma letra de música para ser cantada nesse ritmo.

• Grupo 3 – DJ : responsável por escolher músicas relacionadas à cultura hip-hop para tocar no dia da apresentação. Elas podem ser remixadas e modificadas.

• Grupo 4 – grafite: responsável por pintar um painel que deverá compor o cenário do festival.

2. Cada estudante deve escolher o grupo que quer integrar, considerando suas afinidades e habilidades com os elementos do hip-hop

3. O professor de Educação Física pode acompanhar de perto a preparação do grupo de breaking ; o professor de Língua Portuguesa, a do grupo de rap, explorando os aspectos que caracterizam o gênero; e o professor de Arte pode apoiar os grupos de DJ e grafite.

4. Divulguem o festival de hip-hop , convidando toda a comunidade escolar a participar.

Apresentar

Na data planejada, organizem o espaço do festival, que pode ser o pátio ou a quadra da escola. O grupo 4 pode optar por fazer o grafite no momento do festival, preparar o painel antecipadamente ou ambas as opções. Os demais grupos devem alternar as apresentações e podem se organizar para se apresentar simultaneamente. Façam do festival um momento de fruição e expressão pessoal e artística, em que todos tenham a oportunidade de participar e se divertir.

Avaliar

Não escreva no livro.

Depois do festival, formem uma roda de conversa para refletir sobre a experiência. Façam, também, uma autoavaliação individual, guiando-se pelas questões a seguir.

• O que motivou a escolha para participar de um grupo específico?

• Você considera que conseguiu expressar sua individualidade por meio de um elemento da cultura hip-hop?

• De que maneira você participou da organização do festival?

• Que emoções você sentiu no festival, tanto na sua apresentação quanto na apresentação dos colegas?

5

ÉTICA E CIDADANIA NAS PRÁTICAS CORPORAIS

Ética é o conjunto de valores morais, princípios e regras que orientam o comportamento humano e regem a vida em sociedade. Cidadania refere-se aos direitos e deveres civis, políticos e sociais de qualquer pessoa em uma sociedade e que visam ao bem comum. Ambos os conceitos estão interligados.

A Educação Física desempenha um papel fundamental na garantia de que a ética e a cidadania encontrem, nas práticas corporais, um espaço de expressão. Não se deve pensar nelas como práticas disciplinadoras. Também não se pode restringi-las àqueles considerados talentosos, nem focar no rendimento a qualquer custo, utilizando-se de métodos antiéticos, como o doping. Além disso, as práticas corporais não devem refletir valores sociais que perpetuem preconceitos como racismo, capacitismo ou machismo.

Nesta unidade, serão explorados temas como o esporte paralímpico, manifestações de preconceito e discriminação nas práticas corporais, questões de gênero, uso indevido de substâncias e padrões estéticos.

Leia orientações e sugestões para esta Unidade em Orientações para o Professor.

Leia o título desta unidade e observe a imagem de abertura.

Depois, converse com a turma sobre as questões a seguir.

1. Você já observou ou soube de manifestações de preconceito no esporte? Por que você acha que elas acontecem? Como poderiam ser combatidas?

Respostas pessoais.

2. Converse com os colegas sobre as práticas corporais realizadas por vocês na escola. Essas práticas favorecem a integração entre estudantes de diferentes gêneros, com diferentes habilidades, com e sem deficiências? Explique.

Respostas pessoais.

3. Considerando o que você já observou nas mídias, quais práticas corporais possibilitam que homens e mulheres participem conjuntamente?

Resposta pessoal.

Vitor Tavares, atleta brasileiro do badminton, em partida na qual conquistou a medalha de bronze da modalidade nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Paris (França), 2024.

Não escreva no livro.

Esporte adaptado e esporte paralímpico

O esporte é uma das mais significativas manifestações da cultura corporal de movimento e envolve diversas áreas, como a social, a afetiva e a profissional. As práticas esportivas podem apresentar grandes desafios, que requerem incentivos e valorização para que aqueles que as praticam possam vencê-los, afinal, um dos valores promovidos pelo esporte é a superação.

Muitas vezes, as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida são encorajadas a realizar práticas corporais para melhorar a condição física e trabalhar necessidades terapêuticas, bem como integrar-se socialmente.

1 Você conhece pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida que realizam práticas corporais de forma rotineira? Conte aos colegas. Respostas pessoais.

2 Em sua percepção, de que forma as práticas corporais, como os esportes adaptados, motivam as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida?

Habilidades (abertura): EM13LGG204 e EM13LGG303. Resposta pessoal. É possível inferir, por exemplo, que as práticas corporais ajudam a desenvolver resiliência para enfrentar desafios com maior segurança.

Uma das formas de combater o preconceito contra as pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida é ampliar o acesso dessa população à atuação social e política. No âmbito das práticas corporais, viabilizar adaptações e possibilitar a profissionalização dos esportes adaptados são exemplos de ações que promovem a inclusão e a ampliação do exercício da cidadania.

As mesa-tenistas brasileiras Bruna Alexandre, à esquerda, e Giulia Takahashi, à direita, disputam partida de duplas na modalidade tênis de mesa durante os Jogos Olímpicos de Paris. Paris (França), 2024.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.

#PARAlER Inclusão no esporte

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG401 e EM13LGG502.

A inclusão das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida nas práticas corporais é um direito previsto por lei. Observe e analise a imagem da Leitura 1. Em seguida, na Leitura 2, leia uma reportagem sobre um projeto de incentivo à prática de exercícios físicos voltado a pessoas com deficiência.

Leitura 1

O menino Rio Woolf, aos 5 anos, em encontro com os atletas Jonnie Peacock (ao centro) e Alan Fonteles (à direita) durante uma competição comemorativa de paratletismo. Londres (Inglaterra), 2013.

Leitura 2

Projetos e iniciativas proporcionam inclusão através do esporte a pessoas com deficiência

“Praia para todos” e “Adaptsurf” possuem aulas de surfe, vôlei e frescobol adaptados na praia da Barra

Rodrigo Berthone

11/9/2016 – 04:30

RIO – A Paralimpíada [Rio 2016] deu destaque a histórias de atletas cujas limitações físicas não foram suficientes para impedir a prática do esporte. Seja no atletismo, na natação, no futebol ou no rúgbi, os competidores defendem com garra suas nações e, de quebra, inspiram e incentivam novos esportistas. Proporcionando atividades físicas adaptadas, dentro e fora do período paralímpico, diferentes projetos e iniciativas na Barra e nos bairros vizinhos também são um incentivo para esse público.

Duas vezes por semana, um trecho das areias da Praia da Barra, na altura do Posto 3, é demarcado para o início de partidas de vôlei sentado. A modalidade faz parte da programação do projeto Praia para Todos, cujo principal objetivo pode ser resumido na palavra acessibilidade. Entre as atividades adaptadas estão frescobol, surfe, stand up paddle e o banho de mar sobre cadeiras anfíbias – equipamento que facilita o traslado da pessoa com deficiência da areia até o mar.

Organizado pelo Instituto Novo Ser, o projeto gratuito pretende facilitar o acesso do usuário à praia e estimular o contato com a natureza. O aposentado Jorge da Costa é um dos frequentadores mais assíduos das partidas de vôlei sentado. Vítima de um erro médico que resultou na amputação de uma de suas pernas, ele encontrou no esporte um motivo para se reerguer.

— Este projeto mudou a minha vida, me trouxe incentivo e um novo caminho para continuar vivendo. Sempre fui uma pessoa muito alegre, mas desde que perdi minha perna comecei a sofrer de depressão. Isso faz parte do passado agora. Conto as horas para chegar o sábado e vir para a praia — conta o aposentado, fazendo questão de mencionar que também pratica canoagem na Lagoa Rodrigo de Freitas.

O lado social da empreitada é uma das razões pelas quais o cadeirante Heitor Menezes sai de casa em direção às areias do Posto 3.

— O ambiente de praia por si só já é saudável. Acaba acontecendo uma troca de experiências interessante com pessoas que têm deficiências parecidas ou diferentes da sua. Fora o contato com os voluntários do projeto — observa.

Idealizado e coordenado por Ricardo Gonzales — que perdeu os movimentos das pernas e dos braços após sofrer uma lesão cervical, consequência de um acidente de carro –, o Praia para Todos está em sua oitava edição e luta por uma mudança na mentalidade da sociedade com relação às pessoas com deficiência.

— As pessoas não devem enxergar o deficiente como coitado; somos pessoas com direitos e deveres também, mas com características diferentes. Por isso, precisamos da cidade preparada para nós. Deficientes não são as pessoas, e sim a sociedade e a cidade que, em alguns aspectos, não estão preparadas para a deficiência — opina Gonzales.

[…]

Mãe de Letícia Maria, de 11 anos, que tem síndrome de Down, Luciana Dias sempre acreditou no esporte como um complemento no processo de educação da menina, aluna do projeto desde 2013.

Cadeira anfíbia possibilita o traslado entre a areia e o mar.

5. a) Espera-se que os estudantes listem eventos e fatos relacionados a outras edições dos Jogos Parapan-Americanos; Jogos Parapan-Americanos; festivais paralímpicos; campeonatos brasileiros e mundiais de paratletismo; circuitos escolares paralímpicos etc.

— O surfe ajuda na automotivação, na autovalorização. É importante para a minha filha saber que ela é capaz de fazer qualquer coisa. Não é porque ela tem Down que se torna incapaz de realizar determinada atividade, e este é um exemplo de superação. Não é qualquer um que consegue surfar, não – opina a mãe orgulhosa, vendo Letícia se equilibrar sobre a prancha.

A paralisia cerebral não impediu que Monique Oliveira também surfasse no mar da Barra. Para ela, as aulas significam um divisor de águas.

— Eles estão aumentando a qualidade de vida das pessoas com deficiência. Graças ao projeto, criei minha independência e hoje faço faculdade de Educação Física — conta. […]

2. A acessibilidade é importante para que as pessoas com deficiência possam ter autonomia e participar ativamente da vida em sociedade.

1. Resposta pessoal. Por ser uma pessoa com deficiência física, é importante para o menino ver-se representado em situações diversas da vida social, como são as competições esportivas.

BERTHONE, Rodrigo. Projetos e iniciativas proporcionam inclusão através do esporte a pessoas com deficiência. O Globo, Rio de Janeiro, 11 set. 2016. Disponível em: https://oglobo.globo.com/rio/bairros/projetos-iniciativas-proporcionam-inclusao-atraves-do-esporte-pessoascom-deficiencia-20081093. Acesso em: 20 ago. 2024.

P ensar e compartilhar

1. Observe novamente a imagem da Leitura 1. Em sua opinião, qual é a importância, para aquele menino, de assistir a uma competição de paratletismo e interagir com os atletas?

2 . As modalidades do paradesporto requerem certas adaptações, considerando as diferentes deficiências. Leia esta fala de uma pessoa com deficiência motora:

“Se você está em um lugar que não tem pessoas com deficiência, não é porque nós não existimos, é porque aquele lugar não é adaptado, não é convidativo. Mas nós somos muitos”, diz Luiza Habib.

4. Espera-se que os estudantes infiram que iniciativas como essa podem desenvolver ou trazer de volta a autoestima e a autoconfiança, o sentimento de pertencimento a um grupo e a certeza de que todos são importantes e capazes.

CRUZ, Carolina. Paralimpíadas: atletas explicam por que ‘superação’ não resume suas histórias. G1, Brasília, DF, 29 ago. 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2021/08/29/paralimpiadas-atletas-explicam-porque-superacao-naoresume-suas-historias.ghtml. Acesso em: 20 ago. 2024.

3. Os benefícios ressaltados são motivação para enfrentar dificuldades, troca de experiências, autovalorização, desenvolvimento da independência e aumento da qualidade de vida em geral.

• Por que a acessibilidade é importante na vida cotidiana, não só nos esportes?

3. Conforme os relatos de pessoas que participam dos projetos Praia para todos e Adaptsurf e seus familiares, citados na reportagem da Leitura 2, quais são os principais benefícios dos esportes adaptados?

4. De que modo iniciativas como a do projeto Praia para todos podem ajudar pessoas com algum tipo de deficiência a ingressar no mundo do trabalho?

5. Faça uma pesquisa para saber se houve outros eventos de esportes adaptados para pessoas com deficiência desde as Paralimpíadas de 2016, mencionadas na Leitura 2

a) Faça uma lista desses eventos e registre fatos importantes relacionados a eles, se houver.

b) Em sua percepção, qual é a importância desses eventos para a inclusão e a visibilidade das pessoas com deficiência no esporte?

5. b) Essas competições contribuem para a quebra de barreiras e preconceitos, além de inspirar novas gerações de atletas.

SAIBA MAIS

Desenvolvimento dos esportes adaptados

Os esportes adaptados foram criados em 1944 pelo médico alemão naturalizado britânico Ludwig Guttmann (1899-1980) para reabilitar militares que sofreram lesões na coluna durante a Segunda Guerra Mundial. Porém, a primeira Paralimpíada só aconteceu em 1960, e somente em 1989 foi criado o Comitê Paralímpico Internacional, que futuramente selaria o acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI) para que a cidade-sede dos Jogos Olímpicos também organizasse os Jogos Paralímpicos.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG402, EM13LGG501, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Atletas com deficiência visual

Os esportes adaptados exigem muito mais do que uma simples transposição dos esportes originais para um formato diferente. É preciso repensar as regras, os materiais esportivos e outros elementos específicos de cada esporte conforme as necessidades de cada categoria e dos atletas. Para as pessoas com deficiência visual, por exemplo, disputar um jogo de futebol do jeito conhecido tradicionalmente pode oferecer riscos.

A quantidade de modalidades adaptadas tem aumentado, e os atletas com deficiência têm conquistado cada vez mais destaque no cenário esportivo, especialmente nas modalidades paralímpicas. A pesquisa proposta a seguir permitirá conhecer melhor suas trajetórias, conquistas e o impacto de suas atuações no esporte brasileiro.

Pesquisar e apresentar

1. Formem grupos de até quatro integrantes.

2. Pesquisem paratletas brasileiros cegos ou com outra deficiência visual.

3. Incluam na pesquisa: modalidades praticadas e suas adaptações; capacitação; quando, como e onde os atletas tiveram o primeiro contato com a modalidade; quando começaram a treinar de fato; conquistas e marcas.

4. Conversem com os outros grupos para evitar pesquisas sobre os mesmos atletas.

5. Em uma data combinada com o professor, apresentem as pesquisas para a turma.

Experimentar

Em outro momento, você formará dupla com um colega para simular os desafios enfrentados por pessoas com deficiência visual.

1. Um dos participantes será vendado e deverá caminhar pelas dependências da escola, guiado pelo colega.

2. Excluam do trajeto escadas e outros obstáculos perigosos.

3. Antecipem oralmente ao colega conduzido possíveis dificuldades, como degraus, piso molhado, desníveis do solo etc.

4. Alternem as posições de guia e pessoa vendada.

Avaliar

Ao final, reflita sobre as atividades realizadas, avalie a experiência e troque impressões com a turma.

1. Que reflexões as modalidades praticadas pelos atletas pesquisados suscitaram em você?

2. Como foi a experiência de ser guiado e de guiar um colega vendado e quais foram os principais desafios? Os alertas orais dados e recebidos no percurso foram adequados?

3. Como a vivência e a pesquisa contribuíram para sua compreensão sobre inclusão no esporte e em outras esferas da sociedade?

Faça, também, uma autoavaliação da sua participação nas atividades propostas: como foi a sua participação na pesquisa? Você considera que sua postura durante a vivência foi adequada?

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG501 e EM13LGG503.

#NOSNAPRATICA Goalball

Agora, é hora de praticar o goalball, esporte pautado pelas percepções tátil e auditiva e jogado por jogadores com deficiência visual. Durante as partidas, todos os jogadores utilizam vendas para garantir igualdade de condições.

Time brasileiro feminino de goalball em disputa da medalha de bronze contra os Estados Unidos nos Jogos Paralímpicos do Rio. Rio de Janeiro (RJ), 2016.

O que você vai fazer

Você vai praticar o goalball adaptado para as condições da escola, utilizando as marcações da quadra de voleibol e materiais de fácil acesso.

Material

• Uma bola de basquete.

• Um saco plástico.

• Vendas para todos os jogadores.

• Garrafas PET com um pouco de água ou terra no fundo ou cones para demarcar os gols.

Planejar

1. Para a organização do espaço, utilize as marcações da quadra de voleibol como referência para o jogo. Coloque dois cones ou garrafas PET em cada extremidade da quadra para delimitar que o espaço entre eles (na largura da quadra) é o gol de cada time.

2. Para a preparação dos materiais, deve-se envolver a bola de basquete no saco plástico, para fazer barulho ao ser lançada, e distribuir vendas para todos os jogadores.

3. A turma deve ser dividida em times mistos com três jogadores cada.

Regras do jogo

• Todos os jogadores devem permanecer vendados durante o jogo.

• A bola só pode ser jogada de forma rasteira, e os jogadores devem utilizar as percepções tátil e auditiva para guiar os movimentos.

• A equipe que fizer dois gols primeiro vence a partida.

fiCA A DiCA

• Conheça a modalidade paraolímpica do goalball. Publicado por: CanalGov. Vídeo (3 min). Disponível em: https://youtu.be/UinvTFoRpP8. Acesso em: 20 ago. 2024.

No vídeo, membros do time brasileiro de goalball explicam posições, regras e especificidades do esporte.

Praticar

1. Dois times por vez devem se posicionar na quadra e iniciar o jogo. O objetivo é marcar gols.

2. Comunique-se com os jogadores do seu time para facilitar a movimentação e o entendimento do jogo.

3. Desenvolva estratégias para realizar os passes de bola, arremessos e deslocamentos na quadra.

Avaliar

Você e os colegas devem formar uma roda para refletir sobre a experiência no jogo e avaliar a realização da atividade, respondendo às perguntas a seguir.

1. Foi fácil ou difícil seguir as regras do jogo? Comente.

2. Como foi lidar com as limitações impostas pelas regras e depender das percepções táteis e auditivas?

3. No decorrer do jogo, foi possível perceber melhorias nas habilidades de passe de bola, arremesso e deslocamento?

Em um segundo momento, faça uma autoavaliação individual, refletindo sobre seu empenho e as estratégias que utilizou para jogar; a importância da comunicação e da colaboração para realizar ataques e defesas, e qual foi a sua participação nisso; que ações você manteria e quais você mudaria em um próximo jogo.

Não escreva no livro.
Ilustração demonstrativa da prática de goalball em quadra adaptada.
DANIEL ALMEIDA

Práticas corporais, preconceito e discriminação 2

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam que adversários, assim como inimigos, são aqueles que estão em lados opostos em uma disputa. Mas, diferentemente do inimigo, o adversário não tem necessariamente uma relação hostil, mantendo a oposição apenas no contexto da disputa, seja no esporte, seja na política, seja em qualquer outro contexto.

Habilidades (abertura): EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303 e EM13LGG502.

O conceito de rivalidade existe desde o início da história, seja na busca pela sobrevivência dos grupos, seja no desejo de controle de um território.

No contexto das práticas corporais, a competição trouxe novas motivações para que um povo, uma nação ou uma equipe sejam definidos como rivais. No entanto, muitas vezes, as disputas por uma medalha ou um título não começam nem terminam nos ambientes esportivos.

2. Respostas pessoais. É possível que os estudantes citem, por exemplo, a rivalidade entre torcidas organizadas de times de futebol brasileiros e estrangeiros e práticas violentas realizadas nesse contexto.

O que antes era uma questão de sobrevivência, agora se manifesta em disputas por títulos e medalhas, que muitas vezes ultrapassam os limites das práticas corporais e alimentam preconceitos, estereótipos e violências. Mas também há exemplos de posturas positivas, respeitosas e éticas, como a da fotografia desta abertura de capítulo.

1 Em sua percepção, qual é a diferença entre adversário e inimigo?

2 Você conhece exemplos de rivalidades que ultrapassam o contexto das práticas corporais e incentivam a inimizade e a violência entre atletas, equipes ou grupos sociais? Se sim, compartilhe com os colegas e dê sua opinião sobre os casos levantados pela turma.

3 Em sua opinião, como seria possível promover o respeito e valorizar as diferenças nas práticas corporais?

Resposta pessoal.

Tanto no âmbito das práticas corporais quanto em outros campos da atuação humana, é essencial refletir sobre como a rivalidade pode ser canalizada de forma positiva, especialmente para evitar que ela acabe servindo de pretexto para a prática de múltiplas formas de violência. É preciso problematizá-la constantemente, promover o respeito e a valorização das diferenças, a fim de construir uma sociedade pautada por princípios da cultura de paz e dos direitos humanos.

Tamires Araújo, jogadora da Seleção Brasileira de Handebol, carrega nos braços a rival Albertina Kassoma, de Angola, que se machucou durante uma partida nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Paris (França), 2024.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.
ERNADETT SZABO/REUTERS/FOTOARENA

#PARAlER Racismo e esporte

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303 e EM13LGG502.

A rivalidade no esporte pode revelar muito sobre questões sociais, culturais e históricas. Com certa frequência, há, por exemplo, registros de discriminação racial no meio esportivo, que mostram como essa violência histórica ainda é uma realidade na atualidade. A seguir, na Leitura 1, observe uma fotografia que mostra jogadores de futebol em uma campanha contra o racismo. Depois, na Leitura 2, leia um artigo de opinião sobre os ataques racistas sofridos pelo jogador brasileiro Vinicius Jr., uma referência na luta global contra o racismo no futebol.

Leitura 1

Jogadores dos times Bahia e Internacional em ação da campanha “Com racismo não tem jogo”, que destaca a importância da igualdade e do respeito no esporte. Porto Alegre (RS), 2023.

Leitura 2

Caso Vini Jr. já é um marco histórico na luta antirracista global

Jeferson Tenório

23/5/2023 11h24 | Atualizada em 23/5/2023 11h24

Assim como Rosa Parks, ativista negra que, em 1955, no Alabama (EUA), se recusou a ceder um lugar no ônibus para uma pessoa branca, ou ainda quando Martin Luther King liderou um movimento para que negros pudessem entrar numa piscina num hotel em 1965, a atitude do jogador Vinicius Jr. diante de torcedores racistas deve ser encarada como mais desses marcos históricos que pontuam um posicionamento importante na luta contra o racismo.

Encarar esse episódio como um marco nos ajuda a ter uma dimensão histórica, lúcida e complexa da recorrência do racismo. Após toda a reação global, que extrapolou o ambiente futebolístico e ganhou, com isso, contornos diplomáticos, a Europa tem agora uma grande oportunidade para se pensar e se reconhecer como racista. É dolorido olhar para as próprias feridas colonialistas, mas necessário e urgente. Sem essa reflexão profunda, não sairemos de punições individuais, que são importantes, mas não atacam o problema em sua essência.

RAUL PEREIRA/FOTOARENA

O avanço da extrema-direita na Europa não pode servir como desculpa para que nada seja feito ou para encarar a violência racial apenas como crime de ódio. A naturalização do racismo é um dos instrumentos de sobrevivência do próprio racismo. A banalidade do mal, como diria a filósofa Hannah Arendt, não consiste em pensar a maldade como algo banal, mas como um projeto social que faz a maldade se passar por algo banal. Como algo sem importância, comezinho e corriqueiro.

Nesse sentido, a estrutura do futebol parece ser um espaço próprio para isso, como se torcer pudesse estar acima de tudo. Um lugar para extravasar as paixões. Um lugar onde um xingamento racista pode ser minimizado, pois, num estádio, no calor da hora, tudo é permitido, como se a lei, ali dentro, perdesse toda a autoridade.

O caso de Vini Jr. é feito de eventos absurdos. O presidente da liga espanhola acusa Vini Jr. de manchar a imagem do Real Madrid. Em outras palavras, o que ele está dizendo é o seguinte: olha, se você foi chamado de macaco pelo estádio inteiro, se penduraram um boneco enforcado com o número da sua camisa, fique quieto, sua reclamação pode atrapalhar o nosso campeonato. Este tipo de argumento é a evidência mais cristalina de que a manutenção do racismo é um projeto, fruto de uma ideologia e de uma herança colonialista muito mal resolvida.

As reações a esses episódios racistas de Vinicius Jr. infelizmente não irão acabar com o preconceito, porque não existe bala de prata contra o racismo. Não há um antídoto único, não há um remédio único. Cuidemos para não cairmos nessa armadilha. A questão está para além da punição de torcedores, clubes e ligas. A questão está na sociedade espanhola, está na Europa e em como essas práticas racistas são naturalizadas há séculos.

Vinicius Jr. aponta para torcedor após sofrer ofensas racistas em Valencia x Real Madrid.

TENÓRIO, Jeferson. Caso Vini Jr. já é um marco histórico na luta antirracista global. UOL , São Paulo, 23 maio 2023. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/colunas/jeferson-tenorio/2023/05/23/caso-vini-jr-ja-e-um-marco-historico-na-luta-antirracista-global.htm. Acesso em: 20 ago. 2024. lúcido: preciso, bem formulado.

diplomático: relativo às relações entre países. colonialista: relativo ao processo histórico de colonização.

comezinho: simples, banal.

SOBRE

Jeferson Tenório (1977-) é um escritor, professor e pesquisador fluminense, radicado em Porto Alegre (RS). É graduado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua como professor de língua e literatura na rede pública de ensino de Porto Alegre. Venceu o Prêmio Jabuti na categoria melhor romance com o livro O Avesso da pele, em 2021.

O escritor Jeferson Tenório no I Flipetrópolis. Petrópolis (RJ), 2024.

2. O autor compara a luta e o enfrentamento de Vinicius Jr. ante os ataques racistas que vem sofrendo no futebol europeu ao ativismo de Rosa Parks e Martin Luther King visando ressaltar a importância dessa resistência no ambiente esportivo.

P ensar e compartilhar

1. Na Leitura 1, você observou uma fotografia relacionada à campanha “Com racismo não tem jogo”, promovida pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em parceria com três ministérios: dos Esportes; dos Direitos Humanos e da Cidadania; e da Igualdade Racial. Responda às questões a seguir.

a) O que pode ter levado a CBF a promover essa campanha?

b) Qual é a importância de promover a campanha durante uma partida entre times brasileiros?

2. Considerando o texto da Leitura 2, por que o autor compara Vinicius Jr. a personagens históricas como Rosa Parks e Martin Luther King?

1. a) Espera-se que os estudantes infiram que a campanha, provavelmente, foi uma resposta a manifestações de racismo no futebol brasileiro e internacional.

3. No futebol, as faltas fazem parte do jogo e podem determinar fatores como posse de bola e oportunidades de chute a gol.

1. b) A presença da campanha em um evento de grande visibilidade ajuda a amplificar a mensagem de que o racismo não será tolerado e promove um ambiente mais inclusivo para todos.

a) Em alguns momentos, a disputa pela bola pode levar a desentendimentos entre os jogadores e a atos violentos durante o jogo. De que maneira esse tipo de atitude pode ser evitado?

b) Pesquise quais são as infrações associadas a práticas violentas reconhecidas nas regras do futebol e as possibilidades de punição para cada uma delas. Consulte as Orientações para o Professor

3. c) Respostas pessoais.

c) Há alguma prática violenta que você identifica no futebol, mas que ainda não é considerada uma infração? Se sim, qual?

3. a) Os estudantes poderão citar, por exemplo, a importância de desenvolver um trabalho socioemocional com os jogadores fora do campo, incentivando o respeito aos colegas e aos

4. Leia, a seguir, o trecho de outro artigo de opinião.

adversários e a identificação e a compreensão de seus sentimentos, principalmente os relacionados à raiva e à frustração.

Evento esportivo não é lugar de manifestação política

Um evento como um jogo de futebol serve a manifestações políticas? Eu acho que não […]

Nos Estados Unidos, Colin Kaepernick, jogador da NFL, a liga de futebol americano, resolveu se ajoelhar durante o hino americano para protestar contra a forma como a polícia trata os negros. […] Independentemente do que você, leitor, ache, Kaepernick está desempregado. Nenhum time quis esse “troublemaker” no elenco. […]

Será que o evento esportivo é um local apropriado para manifestações políticas? Eu acho que não. Olhando por todos os lados, não vejo motivos para politizar o esporte.

Do ponto de vista do atleta: ele veste uma camisa que não é dele (que, aliás, ele largará por um salário melhor), uma camisa que representa torcedores que caem por todo o espectro político. A câmera e o microfone só estão apontados para aquele jogador por causa da camisa que ele está vestindo e de sua performance esportiva.

Não acho justo ele hackear esse momento, pelo qual está sendo pago, para levar adiante causas pessoais. É para isso que existe a rede social: ali, o jogador faz o que quiser. No campo? Ele está para entreter e representar até mesmo os torcedores que votam e pensam diferente.

LEIFERT, Tiago. Evento esportivo não é lugar de manifestação política. GQ Brasil, Rio de Janeiro, 26 fev. 2018. Disponível em: https://gq.globo. com/Colunas/Tiago-Leifert/noticia/2018/02/evento-esportivo-nao-e-lugar-de-manifestacao-politica.html. Acesso em: 20 ago. 2024. troublemaker: pessoa que causa problemas, desordeiro. hackear: aproveitar-se de brechas ou desdobrar regras para alcançar um objetivo.

4. a) No trecho citado, o autor dá o exemplo de Colin Kaepernick, que ficou desempregado depois de se manifestar contra o racismo. Ele afirma

a) O autor do artigo defende que não se deve misturar esporte e política. Qual ou quais argumentos sustentam a ideia dele?

também que um jogador é contratado por um time e, portanto, não representa a si, mas a um clube e seus torcedores, que se identificam com diferentes partes do espectro político.

b) De acordo com esse posicionamento, você acredita que o autor aprovaria a ação da campanha analisada na Leitura 1? Por quê?

Respostas pessoais. Os estudantes podem tanto afirmar que não, pela discordância da mistura entre manifestação política e evento esportivo, quanto que sim, pois, nesse caso, a campanha é promovida pela entidade que organiza o futebol no país, não é uma ação individual de jogadores.

5. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes consigam refletir sobre o fato de que os esportes não existem apartados da vida social e, assim, possam argumentar que o racismo e outras questões sociais ou políticas estão nos esportes e podem ser enfrentadas neles.

5. Considerando os argumentos apresentados pelo autor do artigo de opinião e as reflexões propostas até aqui, responda: em sua opinião, os esportes devem andar separadamente das discussões políticas? Você acha que o esporte deve ser um campo para discutir e combater problemas sociais ou deve se manter separado dessas questões? Explique.

6. Leia a manchete a seguir e a linha fina que a acompanha e responda ao que se pede.

Colin Kaepernick é eleito “cidadão do ano” pela GQ USA

Boicotado após protestar contra a violência policial contra negros, ex-quarterback do San Francisco 49ers é enaltecido pela sua luta em edição especial da revista.

COLIN Kaepernick é eleito “cidadão do ano” pela GQ USA. GQ Brasil, Rio de Janeiro, 13 nov. 2017. Disponível em: https://gq.globo.com/Corpo/ Esportes/noticia/2017/11/colin-kaepernick-e-eleito-cidadao-do-ano-pela-gq-usa.html. Acesso em: 20 ago. 2024.

• O t recho do artigo de opinião lido na atividade 4 e a notícia correspondente à manchete lida agora foram publicados no site da mesma revista, a GQ Brasil . A edição estadunidense da revista está alinhada com as opiniões do autor do artigo sobre o protesto de Colin Kaepernick? Explique.

Colin Kaepernick

Em 2016, Colin Kaepernick (1987-), jogador do time de futebol americano San Francisco 49ers, chamou a atenção da mídia ao se posicionar publicamente durante um jogo da pré-temporada da National Football League (NFL, em português, “Liga Nacional de Futebol”). Ele se ajoelhou durante o hino nacional e se recusou a cantá-lo, em sinal de protesto contra o racismo nos Estados Unidos, especialmente associado à violência e ao abuso praticados por policiais contra a população negra. Na época, a NFL e o 49ers se posicionaram contra os protestos de Kaepernick, que teve seu contrato rescindido com a equipe.

Colin Kaepernick (ao centro) ajoelhado durante execução do hino nacional antes de partida da NFL. Santa Clara (Estados Unidos), 2016.

Em 2017, ele apresentou uma queixa contra a NFL sob alegação de que os times estariam conspirando para mantê-lo fora da liga. Em 2019, após um acordo confidencial, a reclamação foi retirada. Desde o episódio de 2016, Kaepernick atua como um ativista pelos direitos civis e contra o racismo.

fiCA A DiCA

• Heloísa Helena Baldy Reis. Futebol e violência. Campinas: Autores Associados, 2006. A obra reúne os conhecimentos produzidos ao longo de anos de pesquisa da autora sobre a temática da violência no esporte, em particular no futebol.

Capa do livro Futebol e violência, de Heloísa Helena Baldy Reis.

6. A edição dos Estados Unidos da revista não está alinhada com o autor brasileiro, que considera inapropriada a atitude do jogador de usar eventos esportivos para fazer manifestações políticas e “levar adiante causas pessoais”. A revista estadunidense, por sua vez, destaca a atitude de Kaepernick, dando visibilidade à sua luta, e elege o atleta o “cidadão do ano”.

SAIBA MAIS

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG305, EM13LGG502, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Instrumentalização social de práticas corporais

As práticas corporais, muitas vezes, se transformam em símbolos de superação e instrumentos de manifestação social, tanto para indivíduos quanto para grupos. Um exemplo marcante disso foi a Copa do Mundo de Rúgbi, realizada na África do Sul em 1995, oportunidade em que Nelson Mandela (1918-2013) usou o esporte para unir negros e brancos do país recém-libertado do regime de apartheid. Nesta seção, você e um colega vão pesquisar, em dupla, outros exemplos de como práticas corporais foram instrumentalizadas ao longo da história, em diversos contextos e com diferentes objetivos.

Pesquisar e apresentar

Nelson Mandela cumprimenta François Pienaar, capitão da seleção sul-africana, na entrega do troféu da Copa do Mundo de Rúgbi. Joanesburgo (África do Sul), 1995.

1. Em duplas, pesquisem outro exemplo de um evento em que uma prática corporal foi usada para defender, nacional ou internacionalmente, ideais políticos, étnicos, religiosos, culturais e/ou econômicos. Busquem responder às perguntas a seguir.

a) Qual foi o contexto histórico e social em que a prática corporal foi utilizada?

b) Qual foi a causa ou a ideia defendida? Tratou-se de um movimento democrático ou antidemocrático?

c) Quem foram os protagonistas dessa história? O que a prática corporal em questão representava em suas vidas?

d) Quais foram os efeitos produzidos pela ação praticada?

2. Em uma data combinada com o professor, compartilhem os resultados da pesquisa com a turma. Utilizem recursos de apoio, como vídeos, fotografias e slides .

Discutir

Após as apresentações, organizem uma roda de conversa sobre as pesquisas realizadas pela turma. Discutam a possibilidade de usar as práticas corporais como plataforma para difundir discursos em diversas situações e momentos históricos. Analisem, especialmente, como essas práticas podem ser exploradas em prol da superação de desafios coletivos e para a promoção de valores fundamentais como a liberdade, a democracia e os direitos humanos.

Avaliar

1. Durante a pesquisa, a dupla conseguiu encontrar e utilizar informações relevantes e confiáveis?

2. Vocês ficaram satisfeitos com o resultado da pesquisa e da apresentação? Em caso negativo, quais aspectos poderiam ser melhorados?

3. A turma discutiu com respeito os pontos de destaque das apresentações? Algum ponto de vista chamou a atenção da dupla?

4. Como o aprendizado desta atividade pode ser aplicado em outras situações da vida de vocês? Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG105, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG304, EM13LGG502, EM13LGG701 e EM13LGG703.

#NOSNAPRATICA Campanhas antirracismo nas práticas corporais

As práticas corporais podem ser poderosas ferramentas de transformação social, capazes de unir pessoas de diferentes origens e promover valores como respeito, inclusão e igualdade. No entanto, ainda existem desafios como o racismo, que afeta atletas e praticantes de várias modalidades.

O que você vai fazer

Você e os colegas vão organizar-se em grupos para planejar e desenvolver campanhas antirracismo em diferentes práticas corporais.

Cada grupo será responsável por idealizar uma peça de campanha em uma única mídia (impressa, digital, sonora ou audiovisual), com foco em uma determinada prática corporal e com linguagem e mecanismos de persuasão próprios.

Além de idealizar as próprias peças, os grupos também serão responsáveis por transpor para as demais mídias as peças de campanha criadas pelos colegas. Por exemplo: se um grupo é responsável por criar uma peça audiovisual, além da sua própria peça, ele será responsável por transpor para a mídia audiovisual as peças impressas, digitais e sonoras criadas pelos demais grupos.

Planejar

1. Decidam qual prática corporal será o foco da campanha. Pesquisem como o racismo pode se manifestar nesse contexto específico e investiguem campanhas antirracismo já existentes relacionadas a ele.

2. Planejem a mensagem principal da campanha e os elementos visuais, gráficos e/ou sonoros que usarão, de acordo com a mídia que o grupo vai explorar.

3. Decidam quais tipos de peças vocês vão produzir (cartazes, vídeos, postagens de redes sociais etc.) e dividam as tarefas entre os membros do grupo (pesquisa, design , redação, gravação, edição etc.).

Criar e compartilhar

1. Providenciem o material necessário e elaborem as peças, seguindo o planejamento.

2. Façam a transposição das peças dos outros grupos para a mídia pela qual vocês ficaram responsáveis.

3. Revisem coletivamente as peças, verificando se a mensagem está clara e se atende aos objetivos da campanha. Façam os ajustes necessários, como correção de texto, melhoria no design etc.

4. Compartilhem as peças da campanha com a escola e com a comunidade utilizando os meios disponíveis.

Avaliar

1. Reflita sobre sua vivência pessoal na elaboração da campanha: como você contribuiu para o desenvolvimento da campanha? O que você aprendeu sobre o combate ao racismo nas práticas corporais?

2. Depois da avaliação individual, reúna-se com a turma toda e compartilhem as impressões que tiveram: todos conseguiram atingir os objetivos propostos na elaboração da campanha? As peças produzidas comunicam a mensagem de combate ao racismo de forma eficaz? A transposição de mídias foi feita adequadamente? O resultado ficou satisfatório em todos os casos?

Não escreva no livro.

Habilidade

Esporte e gênero 3

As modalidades de esporte são práticas corporais que podem ser realizadas por homens e mulheres. Tais modalidades são ora separadas por gêneros, ora mistas, e podem ser individuais ou coletivas. A participação feminina nas práticas corporais pode parecer comum, espontânea e óbvia, porém, mesmo nesse âmbito aparentemente democrático e inclusivo, nem sempre a presença das mulheres foi aceita, respeitada e incentivada. No passado, acreditava-se que as práticas de esportes e exercícios físicos poderiam comprometer as funções maternas do corpo, consideradas por muito tempo o principal papel das mulheres na sociedade. No Brasil, por exemplo, as mulheres foram impedidas por lei de praticar futebol, proibição que só foi derrubada em 1979, mas não integralmente: foi permitida às mulheres a prática de esportes que fossem reconhecidos internacionalmente – o que não era o caso do futebol feminino. Apenas em 1983, o impedimento deixou de existir definitivamente, gerando impactos no desenvolvimento do futebol feminino no país, que são sentidos até hoje.

Ainda que a sociedade tenha avançado em garantir igualdade às mulheres, prevista por leis, há um longo caminho a ser trilhado para que a vida social seja justa para elas, inclusive no que diz respeito ao reconhecimento de sua participação nos esportes e nas práticas corporais no âmbito profissional.

1 A s mulheres do seu convívio tiveram liberdade de escolha para estudar e exercer atividades profissionais? Resposta pessoal.

2 Como você observa a participação feminina nas aulas de Educação Física?

3 Pense no esporte profissional. Em sua percepção, há mais homens ou mais mulheres com reconhecimento e posição de destaque nesse campo e na mídia? Comente. Respostas pessoais.

Durante muitos anos, a Educação Física escolar distanciou meninos de meninas apoiada na ideia de que jogos de contato eram adequados para os meninos, por incentivar a virilidade, e de que práticas de ginástica eram mais interessantes para as meninas, para desenvolver “graciosidade”. Isso demonstra que a luta por direitos sociais – e, consequentemente, pela participação em campos diversos da atividade humana, como os esportes – para as mulheres foi e continua sendo necessária.

Neste capítulo, você vai estudar aspectos da participação feminina nos esportes, refletindo sobre questões de gênero que ainda são emergentes na atualidade. Resposta pessoal.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG401 e EM13LGG502.

#PARAlER Mulheres no esporte

Analisar acontecimentos históricos é uma maneira de acompanhar o progresso da participação feminina no esporte. Observe as imagens da Leitura 1. Na Leitura 2, leia uma reportagem sobre uma pesquisa que levantou opiniões sobre a igualdade de gênero no ambiente esportivo.

Leitura 1

Rayssa Leal, a mais jovem medalhista olímpica brasileira, competindo na modalidade skate street nas Olimpíadas de Paris 2024. Nessa edição do evento, ela conquistou a medalha de bronze. Paris (França), 2024.

Kathrine Switzer foi a primeira mulher a participar oficialmente de uma maratona (que era exclusiva para homens), para a qual ela se inscreveu usando um pseudônimo. Ao longo da corrida, os organizadores da Maratona de Boston a descobriram e tentaram removê-la da competição. Boston (Estados Unidos), 1967.

PAUL J. CONNELL/THE

Mulheres no esporte: Pesquisa sobre equidade de gênero

19/8/2021 10h00

O Instituto de Pesquisa DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência (OMV), realizou pesquisa qualitativa para ouvir brasileiras que atuam como atletas, paratletas e técnicas desportivas sobre experiências e perspectivas em relação à igualdade de gênero no ambiente esportivo. Foram realizadas 22 entrevistas em profundidade entre 7 de dezembro de 2019 e 5 de março de 2020.

Atletas começam a se sentir representadas

A partir das entrevistas, é possível constatar que, mesmo diante dos desafios, as atletas afirmam ter havido avanços na história da mulher no esporte. Marcos recentes são as transmissões televisivas de campeonatos como a Copa Mundial Feminina de Futebol 2019 e a projeção de figuras públicas que valorizam o esporte feminino.

[…]

O impacto de ser mulher no desenvolvimento da carreira

Apesar dos avanços em relação a mulheres no esporte, é possível observar que, já na infância, a menina vivencia suas primeiras experiências de desigualdade diante da prática do esporte, mesmo que não compreenda naquele período. […]

A percepção é de que as mulheres são menos incentivadas a ingressar no esporte de alto rendimento. Segundo as entrevistadas, as próprias famílias, de modo geral, recuam no apoio às atletas quando elas estão prestes a entrar em categorias de alto rendimento. Enquanto os homens seriam beneficiados por uma cultura de amplo incentivo ao esporte.

[…]

De acordo com as entrevistadas, a mulher ainda é considerada mais frágil e com menor potencial em termos de desempenho do que os atletas masculinos. Por consequência, elas são menos valorizadas.

[…]

Os temas correlacionados à mulher também se tornam tabus pela falta de informação e debate no ambiente esportivo. São grandes os desafios que as atletas enfrentam em relação a:

• Casamento e gravidez

• Falta de reconhecimento da atleta enquanto profissional

• Discriminação sexual com mulheres que praticam esportes considerados masculinos

• Clubes, equipes e patrocinadores privilegiam times masculinos

• Assédio no meio esportivo

[…]

Políticas públicas de apoio e incentivo à mulher atleta

[…] as atletas entrevistadas com as mais diversas experiências apresentam indicações de políticas públicas que permeiam educação, ressignificação cultural, apoio financeiro, promoção de acessibilidade, inclusão e, não menos importante, reconhecimento. Os pilares fundamentais elencados são postos em políticas públicas básicas, com a intenção genuína de valorização das histórias de mulheres que lutaram e lutam para ocupar um espaço predominantemente masculino no esporte.

A equidade de gênero no esporte brasileiro é vista pelas atletas como um processo ainda em andamento. […]

BRASIL: Senado Federal. Mulheres no esporte: pesquisa sobre equidade de gênero. Brasília, DF: Senado Federal, 19 ago. 2021. Disponível em: https://www12.senado.leg.br/institucional/datasenado/materias/pesquisas/mulheres-no-esporte-pesquisa-sobre-equidade-de-genero. Acesso em: 23 ago. 2024.

1. a) Espera-se que os estudantes infiram que sim. Enquanto a corredora Kathrine Switzer foi quase impedida de terminar a corrida na Maratona de Boston em 1967, a skatista Rayssa Leal competiu na modalidade skate street feminino nas Olimpíadas de 2024.

P ensar e compartilhar

1. Observe novamente as imagens da Leitura 1

a) É p ossível dizer que houve mudança na participação feminina nos esportes e nas competições profissionais de 1967 a 2024? Comente.

b) Q ual foi a possível intenção de Kathrine Switzer ao participar de uma maratona que era exclusiva para os homens?

Sugestão de resposta: Ela queria provar que as mulheres também gostam de correr e têm condições de disputar uma prova como aquela.

c) Em sua opinião, a atitude de Kathrine Switzer colaborou de alguma forma para incentivar a participação feminina nas competições esportivas ou desincentivou as mulheres? Justifique sua resposta.

Respostas pessoais.

2. Em sua percepção, qual é a importância do incentivo, tanto na vida pessoal quanto no ambiente profissional, para que um atleta possa conseguir competir em alto nível e ser reconhecido pelo seu desempenho? Como você observa a situação desse incentivo e desse reconhecimento no Brasil em relação a homens e mulheres? Respostas pessoais.

3. Considere a pesquisa sobre equidade de gênero abordada na Leitura 2 .

a) Por que as transmissões televisivas da Copa Mundial Feminina de Futebol de 2019 são importantes para o avanço da história das mulheres no esporte?

b) A s mulheres entrevistadas na pesquisa afirmam que a mulher é considerada mais frágil e com menor potencial de desempenho do que os atletas homens. Você concorda com essa perspectiva? Justifique sua resposta.

Respostas pessoais.

4. Um dos desafios enfrentados pelas atletas de alto rendimento é que os clubes, as equipes e os patrocinadores privilegiam o esporte masculino. Em sua opinião, qual pode ser a motivação dessa decisão? Levante hipóteses e troque ideias com a turma. Respostas pessoais.

5. Leia, a seguir, um parágrafo da lei no 14.597, de 14 de junho de 2023, que institui a Lei Geral do Esporte.

§ 3o É direito da mulher, em qualquer idade, ter oportunidades iguais de participar em todos os níveis e em todas as funções de direção, de supervisão e de decisão na educação física, na atividade física e no esporte, para fins recreativos, para a promoção da saúde ou para o alto rendimento esportivo.

BRASIL. Lei no 14.597, de 14 de junho de 2023. Institui a Lei Geral do Esporte. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/cciviL_03/////_Ato2023-2026/2023/Lei/L14597.htm. Acesso em: 23 ago. 2024.

a) Em seu entendimento, por que há um parágrafo na lei que trata exclusivamente da participação feminina no esporte?

Resposta pessoal. Essa especificidade mostra que a igualdade no acesso ao esporte ainda não foi atingida, precisando ser amparada pela lei.

b) De acordo com as atletas entrevistadas na pesquisa mencionada na Leitura 2, o que é necessário para que a mulher tenha oportunidade de praticar atividades físicas e esportes como atleta de alto rendimento, conforme prevê o texto legal?

Políticas públicas que envolvam educação, ressignificação cultural, apoio financeiro, promoção de acessibilidade, inclusão e reconhecimento.

• Fundação Dom Cabral. Aspirações Brasileiras #7: Mulheres no esporte, maio 2022. Spotify. Disponível em: https://open.spotify.com/episode/4DP3UX8XvpYwUxDW3fiq6t?si=0RnjERNsRCq1Fwc-OYbZ_w. Acesso em: 23 ago. 2024. Esse episódio do podcast da Fundação Dom Cabral convida Ana Moser, ex-jogadora da seleção brasileira de vôlei, e Isabel Swan, primeira atleta brasileira a conquistar uma medalha olímpica na vela, para debater sobre o esporte como ferramenta de luta pela igualdade de gênero.

3. a) As transmissões televisivas dão visibilidade ao esporte, atraindo a atenção do público e possibilitando que as pessoas reconheçam o esporte feminino, o que também é uma forma de incentivo às mulheres. Essa também é uma maneira de dar reconhecimento às atletas, que podem atrair o interesse de patrocinadores e ter melhor remuneração pela sua atividade profissional.

Não escreva no livro.
fiCA A DiCA

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG301, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Mulheres no universo esportivo

Ser atleta não é a única possibilidade para as mulheres que têm afinidade pelos esportes, pois há pessoas com outras profissões que atuam nesse universo. Nesta atividade, você conhecerá quais são essas oportunidades por meio de uma pesquisa a ser apresentada para toda a turma.

Planejar

1. Formem grupos de até quatro estudantes.

2. Façam uma breve pesquisa para descobrir mulheres importantes no universo do esporte ao longo da história. Vocês devem escolher uma dessas pessoas para fazer uma pesquisa mais completa e aprofundada. Não se restrinjam a atletas, explorem todos os campos de atuação esportiva: treinadoras, professoras de Educação Física, gestoras de clubes, narradoras e comentaristas, apresentadoras de programas televisivos, fisioterapeutas etc.

3. Coletem informações sobre essa mulher em fontes de pesquisa confiáveis e façam um breve resumo ou uma linha do tempo da trajetória dela em um software de edição de texto e imagem. O enfoque são as informações da vida profissional da pessoa escolhida, mas dados da vida pessoal que ajudem a explicar decisões e caminhos tomados no âmbito profissional também podem ser inseridos.

4. Acrescentem fotografias, vídeos, áudios e outros recursos para enriquecer a apresentação.

5. Reflitam sobre as informações encontradas e anotem os pontos positivos da participação dessa mulher na profissão escolhida. Esses dados deverão ser compartilhados com a turma na apresentação, complementando o resumo ou a linha do tempo elaborados, a fim de tornar esse momento mais dinâmico.

Apresentar

1. Em uma data combinada com o professor, apresentem a produção para os colegas e as reflexões que a pesquisa suscitou no grupo.

2. Ao término das apresentações, formem uma roda para conversar sobre as mulheres pesquisadas, fazendo comentários e compartilhando as informações que acharam mais interessantes.

3. Se possível, divulguem os trabalhos produzidos no blogue ou nas redes sociais da escola, para que a pesquisa tenha um alcance ainda maior.

Avaliar

Faça uma autoavaliação da sua participação na atividade, respondendo às perguntas orientadoras a seguir.

1. Engajei-me na pesquisa, ajudando o grupo a selecionar uma profissão relacionada ao esporte e uma mulher que atua nessa atividade?

2. Eu e meu grupo entramos em consenso a respeito da pesquisa e do papel de cada um na atividade? Foi fácil ou difícil tomar essas decisões?

3. Minha atuação colaborou para facilitar o trabalho em equipe? Se sim, o que fiz de positivo? Se não, o que eu poderia ter feito diferente?

4. Essa atividade contribuiu para ampliar minha perspectiva das possibilidades de participação feminina no universo dos esportes?

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG501 e EM13LGG503.

#NOSNAPRATICA Bandeirinha

Você já jogou bandeirinha (também conhecido como rouba-bandeira, pega-bandeira, pique-bandeira etc.)? A fim de romper com lógicas sexistas, a proposta desta atividade é de uma prática esportiva mista.

O que você vai fazer

A turma deverá se dividir em dois times mistos para jogar bandeirinha. O objetivo desse jogo é capturar as duas bandeiras da equipe adversária sem ser pego.

Praticar

Cada time deve providenciar dois objetos a serem resgatados, por exemplo, um colete vermelho e outro amarelo. Um dos objetos deverá ser capturado por uma menina do time e outro, por um menino.

É importante que o uso da força no contato físico durante o jogo seja moderado, a fim de torná-lo seguro para todos.

Regras

• Caso um jogador seja pego ao tentar atravessar a área adversária para capturar a bandeira, este deve permanecer imóvel até que algum jogador do seu próprio time consiga encostar nele para que ele retorne ao jogo.

• O lugar na quadra onde as bandeiras ficam é uma área neutra. Isso significa que ninguém pode ser pego se estiver dentro desse espaço.

• Vence o jogo o time que conseguir capturar as duas bandeiras do time adversário e retornar para o seu lado da quadra sem ser pego.

• As bandeiras têm de, necessariamente, ser capturadas por um menino e uma menina. Se somente meninos ou meninas as capturarem, vence o time adversário.

Avaliar

Avalie sua participação nesta atividade. As perguntas a seguir podem orientar sua reflexão.

1. Jogar em um time misto foi uma experiência nova? Se sim, como foi?

2. Quais foram as principais diferenças entre jogar em um time misto e jogar em um time dividido por gênero?

3. Tive que adotar estratégias diferentes para jogar em um time misto? Que raciocínio utilizei para desenvolver essas estratégias?

4. Pela minha percepção, o time jogou de forma colaborativa e harmoniosa?

5. Foi possível perceber alguma diferença de habilidade entre meninos e meninas

6. Que atitudes devo manter ou mudar ao jogar mais vezes com colegas de outro gênero? Por quê? Não escreva no livro.

• Bandeirinha Basquete

Publicado por: sergiosilva educação física. Vídeo (2 min). Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=rLRWsM6DocM. Acesso em: 8 out. 2024. O vídeo apresenta uma variação do jogo bandeirinha que inclui o basquete. Se possível, experimente-a com os colegas e o professor.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG401, EM13LGG502 e EM13LGG702; EM13CHS503 e EM13CHS605.

SOCIOLOGIA

Questões de gênero no esporte e fake news

As questões de gênero, que vêm ganhando maior visibilidade nos últimos anos, atravessam também o campo dos esportes. As Olimpíadas de Paris 2024, por exemplo, foram palco de polêmicas que geraram muita repercussão nas lutas de boxe feminino, especialmente relacionadas às atletas Imane Khelif (1999-), da Argélia, e Lin Yu-ting (1995-), de Taiwan, que conquistaram medalhas de ouro em suas respectivas categorias.

Boxeadora argelina Imane Khelif celebra a conquista da medalha de ouro no boxe feminino, categoria até 66 kg, nas Olimpíadas de Paris. Paris (França), 2024.

Boxeadora taiwanesa Lin Yu-ting celebra a conquista da medalha de ouro no boxe feminino, categoria até 57 kg, nas Olimpíadas de Paris. Paris (França), 2024.

Ambas foram vítimas de fake news e desinformação sobre seu sexo biológico e sua identidade de gênero, que culminaram em ataques preconceituosos e discursos de ódio. Leia a seguir o trecho de uma checagem de fatos sobre o ocorrido.

Alvo de desinformação, boxeadoras são de categorias diferentes e não vão competir entre si por ouro

Postagens preconceituosas alegam falsamente que final feminina de boxe será ‘masculina’; conteúdo reforça boato já desmentido sobre gênero das atletas

Por Gabriel Belic

7/8/2024 | 17h45

O que estão compartilhando: “dois homens biológicos” competirão pelo ouro no boxe feminino “depois de derrotar todas as mulheres” nas Olimpíadas de Paris.

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. A argelina Imane Khelif e a taiwanesa Lin Yu-ting são mulheres cisgênero e não competem na mesma categoria. Imane compete na categoria até 66kg, enquanto Lin luta no boxe feminino até 57kg. […]

BELIC, Gabriel. Alvo de desinformação, boxeadoras são de categorias diferentes e não vão competir entre si por ouro. Estadão, São Paulo, 7 ago. 2024. Disponível em: https://www.estadao.com.br/estadao-verifica/olimpiadas-boxe-feminino-final-dois-homens-desinformacao/. Acesso em: 30 ago. 2024.

O fenômeno das fake news é objeto de estudo da Sociologia. De acordo com Byung-Chul Han (1959-), a violência anônima e a falta de respeito estão se disseminando na internet. O sociólogo sul-coreano nomeia de “tempestade de indignação” (tradução do inglês shitstorm) as campanhas virtuais de difamação contra pessoas ou empresas que tomam grandes proporções e promovem uma indignação generalizada. Leia, a seguir, o que ele diz sobre o termo.

O Shitstorm tem causas múltiplas. Ele é possível em uma cultura de falta de respeito e de indiscrição. Ele é, antes de tudo, um genuíno fenômeno da comunicação digital. Assim, ele se distingue fundamentalmente das cartas de leitores, que estão ligadas às mídias escritas analógicas e que ocorrem de modo expressamente nominal. Cartas de leitores anônimas acabam rapidamente no cesto de lixo de redações de jornal. Uma outra temporalidade caracteriza a carta de leitor. Enquanto se a redige esforçadamente à mão ou com a máquina de escrever, a exaltação imediata já desvaneceu. A comunicação digital, em contrapartida, torna uma descarga de afetos instantânea possível. Já por conta de sua temporalidade ela transporta mais afetos do que a comunicação analógica. A mídia digital é, desse ponto de vista, uma mídia de afetos.

A conexão digital favorece a comunicação simétrica. Hoje em dia, aqueles que tomam parte na comunicação não consomem simplesmente a informação passivamente, mas sim a geram eles mesmos ativamente. Nenhuma hierarquia clara separa o remetente do destinatário. Todos são simultaneamente remetentes e destinatários, consumidores e produtores. […] […]

4. A transfobia é prejudicial à sociedade como um todo. Nesse caso, por expor a julgamentos pessoas que não se encaixam nos padrões de gênero do senso comum.

[…] O Shitstorm atualmente em expansão por todos os lugares aponta para o fato de que vivemos em uma sociedade sem respeito recíproco. O respeito exige distância. Tanto o poder como o respeito são meios de comunicação produtores de distância e distanciadores.

HAN, Byung-Chul. No enxame: perspectivas do digital. Petrópolis: Vozes, 2018. E-book. Localizável em: capítulo Sem respeito.

Considerando o conceito de shitstorm e as fake news que vitimizaram as boxeadoras argelina e taiwanesa nas Olimpíadas de 2024, reflita e converse com os colegas sobre as questões a seguir.

Não escreva no livro.

1. Resposta pessoal.

1. Em sua opinião, quais podem ser os objetivos das pessoas ao criar e compartilhar notícias falsas?

2. Que efeitos as notícias falsas podem gerar?

De modo geral, as notícias falsas podem gerar desmoralização, demissão, riscos à saúde e à vida, entre outras consequências.

3. Como é possível identificar uma notícia falsa? E o que é necessário para combater esse fenômeno?

4. Imane Khelif e Lin Yu-ting foram vítimas de transfobia mesmo não sendo mulheres trans. O que isso revela sobre a abrangência desse tipo de violência?

5. No seu entendimento, como seria possível superar formas de violência como a transfobia?

Resposta pessoal.

• Identidades de Gênero. Publicado por: Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da Universidade Federal de Minas Gerais. Disponível em: https://www.ufmg.br/prae/diretoria-de-acoes-afirmativas/identidades-de-genero/. Acesso em: 26 set. 2024.

O texto apresenta informações sobre sexualidades, identidades de gênero, diversidade e formas de preconceito, que devem ser combatidas.

• Estudo pioneiro na América Latina mapeia adultos transgêneros e não-binários no Brasil. Publicado por: Jornal da Unesp. Disponível em: https://jornal.unesp.br/2021/11/12/estudo-pioneiro-na-america-latina-mapeiaadultos-transgeneros-e-nao-binarios-no-brasil/. Acesso em: 26 set. 2024.

Essa reportagem de divulgação científica aborda uma pesquisa sobre o quantitativo da população adulta brasileira de pessoas transgênero ou não binárias.

3. As notícias falsas geralmente não circulam em fontes de informação confiáveis, como jornais e revistas comprometidos com os direitos humanos e com valores democráticos. Para evitar que se propaguem, é preciso ter cautela ao compartilhar notícias, conferindo se foram compartilhadas em fontes de informação oficiais.

fiCA A DiCA

Habilidade (abertura): EM13LGG303.

Padrões estéticos e uso indevido de substâncias 4

O uso de substâncias proibidas no esporte para a melhora no desempenho caracteriza o doping e é considerado uma forma de trapaça. Essa é uma questão complexa que exige uma abordagem abrangente e multifacetada.

As novas gerações, como futuros cidadãos críticos, devem estar cientes dessas questões e engajadas na busca por soluções que promovam um ambiente justo e democrático, com base nos princípios éticos fundamentais que devem orientar as práticas corporais: respeito à dignidade humana, ao espírito olímpico e à universalidade do esporte; rejeição a qualquer forma de discriminação, preconceito, violência ou abuso; segurança e bem-estar dos praticantes; e respeito às regras e ao público.

Há atletas e pessoas que praticam exercícios físicos e usam substâncias como esteroides anabolizantes de forma indiscriminada. Porém, esses recursos podem ser perigosos à saúde física e mental. Uma das causas desse uso é o culto a ideias de “corpo perfeito”, que são irreais e afetam a autoestima das pessoas.

1 Você já se sentiu pressionado a alcançar padrões físicos ou estéticos nas práticas corporais? Se sim, como você lidou com isso? Respostas pessoais.

2 Você conhece algum caso de grande repercussão na mídia de uma pessoa que tenha usado alguma substância legal ou ilegal de maneira indevida? Comente. Respostas pessoais.

3 Quais alternativas saudáveis e éticas você imagina que podem ser utilizadas para a melhora no desempenho físico? Resposta pessoal.

O uso de substâncias como esteroides anabolizantes não está associado apenas aos exercícios físicos e aos esportes. Como você vai estudar neste capítulo, esse uso também tem relação com a busca por se enquadrar em padrões estéticos específicos, que não contemplam as características e a beleza da diversidade, e levam as pessoas a colocar em risco a saúde em busca de aceitação social.

A mídia e as redes sociais têm grande responsabilidade na perpetuação de padrões estéticos irreais: simetria rigorosa, alta estatura, musculatura definida, baixo percentual de gordura e pele “sem imperfeições”. Portanto, é importante que a sociedade desenvolva uma perspectiva crítica em relação ao consumo e à produção de conteúdo nessas plataformas.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG401, EM13LGG502, EM13LGG601, EM13LGG602 e EM13LGG604.

#PARAlER Imagem corporal

A imagem corporal pode ser definida como a percepção que uma pessoa tem do seu próprio corpo e as consequências dessa percepção em seus pensamentos e sentimentos. Na Leitura 1, observe duas imagens que representam ideias de corpo de diferentes épocas.

Na Leitura 2, leia o trecho de uma nota publicada no site da Sociedade de Pediatria de São Paulo sobre o uso de esteroides anabolizantes na adolescência.

Leitura 1

DA VINCI, Leonardo. Homem vitruviano. 1490. Lápis e tinta sobre papel, 34 cm × 24 cm. Galeria da Academia de Veneza.

SOBRE

Míron (século V a.C.), nascido em Elêutras, na Grécia, foi um dos três principais escultores do período chamado século de Péricles, a “idade de ouro” de Atenas, momento de grandes transformações na economia, nas artes, na arquitetura e, principalmente, na política.

SOBRE

Leonardo da Vinci (1452-1519), nascido em Anchiano, Itália, foi um dos maiores representantes do Renascimento. Foi pintor, escultor, cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, arquiteto, botânico, poeta e músico.

MÍRON. Discóbolo. Século II. Mármore, 170 cm × 105 cm × 63 cm. Museu Britânico, Londres, Reino Unido. O Discóbolo de Townley é uma cópia romana do original grego.

REPRODUÇÃO/ACADEMIA DE BELAS ARTES DE VENEZA, VENEZA, ITÁLIA

Uso de esteroides anabolizantes e similares na adolescência

Na sociedade atual existe um apelo muito grande pela aparência física. Tal fato é estimulado pelas mídias e redes sociais, onde o corpo perfeito é almejado. A adolescência é uma fase de transição em que o desenvolvimento final corporal ainda não está estabelecido. Toda ação hormonal exógena nesta fase pode ter consequências momentâneas e futuras, atingindo meninos e meninas.

Entre os meninos, cultua-se como perfeito um corpo musculoso e forte, não compatível com um adolescente em desenvolvimento e, muitas vezes, só obtido com o uso de anabolizantes. Entre as meninas o apelo para o uso de esteroides é menor, mas percebe-se também um progressivo aumento de busca pelo aumento da massa muscular. Para atingi-lo, muitas vezes a testosterona e seus derivados são usados indevidamente e com vários riscos à saúde. […] […]

A reposição terapêutica de testosterona tem seu uso na medicina, sendo indicada em situações de deficiência diagnosticada em homens e no cuidado à pessoa com incongruência de gênero ou transgênero. Nestes casos existem doses e formas de tratamento já padronizadas, mas o seu uso de forma inadvertida traz inúmeras preocupações dos especialistas com relação à segurança a longo prazo. O uso dessas substâncias para fins de ganho de desempenho no esporte amador, para fins estéticos ou como agentes antienvelhecimento é desprovido de qualquer base científica, sendo acompanhado de riscos bem descritos na literatura […].

Adolescentes estudantes do ensino médio representam um grupo de risco altamente vulnerável para o uso de EAS e, portanto, devem ser o principal alvo de programas educativos e preventivos. […]

O culto atual ao “corpo perfeito” estimula o uso de EAS, independentemente de sexo, idade e condição cultural e social. Os vários riscos resultantes da abusiva aplicação sem indicação médica (off label) e antiética desses agentes são desconsiderados, em prol de um mercado extremamente lucrativo, irregular e definitivamente não seguro. […] […]

exógeno: que se produz no exterior do organismo.

EAS: sigla para “esteroides anabolizantes e similares”.

ginecomastia: aumento do volume das mamas no homem. abscesso: acumulação de pus em tecidos orgânicos.

Os efeitos colaterais do abuso com EAS incluem falta de produção do hormônio masculino pelo testículo, infertilidade, ginecomastia, acne, calvície, lesão no fígado, perturbações psiquiátricas (comportamento agressivo e suicida, depressão, risco de crimes aumentado), dependência, abscessos cutâneos e musculares e lesões ortopédicas. Nas mulheres, além de vários desses eventos adversos, são comuns as manifestações de hiperandrogenismo, que incluem excesso de pelos, engrossamento da voz, aumento do clitóris e queda de cabelo. No sistema nervoso central ocorrem mudanças que facilitam o desenvolvimento de comportamentos de dependência de drogas. No coração, o abuso prolongado de doses altas dos anabolizantes pode levar à alteração na fibra cardíaca, com hipertensão e disfunção, que podem gerar arritmias e morte súbita. Além disso, promove outros efeitos deletérios, como elevação dos níveis de colesterol e alterações na coagulação, que resultam numa taxa de mortalidade por problemas cardiovasculares três vezes maior entre os usuários de EAS.

3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes respondam que sim, podendo apontar como exemplos peças publicitárias, propagandas direcionadas nas redes sociais, conteúdos de influenciadores etc.

5. Porque eles estão em uma fase de transição em que o desenvolvimento final corporal ainda não está estabelecido, e o uso dessas substâncias pode ter consequências momentâneas e futuras diversas.

Os pais, assim como o médico pediatra, devem estar atentos para sinais de transtornos corporais em adolescentes, como aumento rápido da massa muscular, e mesmo para a intenção de uso de EAS nessa população, trabalhando educação e acolhimento. […] Programas educacionais com orientações sobre o risco devem ser estimulados para diminuir a intenção de uso e a taxa de primeiro uso. Esses programas educacionais precisam ser direcionados às salas de aula do ensino médio e aos cenários de práticas esportivas individuais e coletivas, amadoras e de alto rendimento, nessa faixa etária. […]

8. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem, por exemplo: promoção de campanhas educativas; programas de

HABER, Jesselina Francisco dos Santos; MACEDO, Clayton Luiz Dornelles. Uso de esteroides anabolizantes e similares na adolescência

São Paulo: SPSP, 14 dez. 2022. Disponível em: https://www.spsp.org.br/uso-de-esteroides-anabolizantes-e-similares-na-adolescencia/. Acesso em: 30 ago. 2024.

saúde na escola; apoio psicológico; e incentivo a alternativas responsáveis de cuidados com a saúde, como alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos orientados por profissionais.

P ensar e compartilhar

1. Analise as imagens da Leitura 1.

Não escreva no livro.

1. b) O esporte é o lançamento de disco (uma modalidade do atletismo praticada ainda hoje) e a ação representada é um arremesso.

a) No seu entendimento, o que Da Vinci quis retratar no Homem vitruviano?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes estabeleçam relações entre as formas geométricas e as medidas e proporções do corpo humano.

b) Que esporte e que ação foram representados na escultura Discóbolo?

2. A escultura Discóbolo e o Homem vitruviano são obras de épocas muito distantes no tempo: a primeira, da Antiguidade, a segunda, do século XV.

a) O q ue é possível observar de comum na representação do corpo nessas obras?

b) Você acredita que os aspectos indicados no item anterior podem sugerir algo em relação aos padrões estéticos de cada época? Justifique sua resposta.

Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes apresentem seus pontos de vista mobilizando o repertório artístico e o conhecimento de mundo. Ambas destacam a harmonia e as proporções do corpo humano.

c) Reflita sobre padrões estéticos nos tempos atuais. Eles se aproximam ou se distanciam dos padrões representados no Homem vitruviano e no Discóbolo? Troque ideias com a turma.

Respostas pessoais. Consulte as Orientações para o Professor.

3. Considere a nota da Leitura 2 . No seu dia a dia, você percebe o apelo pela aparência física de que fala o texto? Se sim, de que forma?

4. No segundo parágrafo, o texto indica ideias de “corpo perfeito” que seriam cultuadas pelos jovens, tanto meninos quanto meninas.

a) Que efeitos esse culto pode produzir nos jovens?

Consulte as Orientações para o Professor.

b) Em sua opinião, como é possível desconstruir esses padrões?

Resposta pessoal.

5. Por que o texto aponta os adolescentes como um grupo de risco para o uso de esteroides anabolizantes?

6. Esses elementos se relacionam porque o uso indiscriminado de esteroides anabolizantes pode estar associado ao culto atual ao “corpo perfeito”. Respostas pessoais.

6. De acordo com a nota, qual é a relação entre o uso de esteroides anabolizantes sem indicação médica, os padrões estéticos e a imagem corporal? Você concorda com esse ponto de vista? Por quê?

7. Quais podem ser os malefícios do abuso de EAS?

8. A nota divulgada no site da Sociedade de Pediatria de São Paulo chama a atenção de médicos e familiares, além de indicar a necessidade de programas educacionais de conscientização dos adolescentes. No seu entendimento, que ações poderiam fazer parte desses programas para conscientizar os jovens dos riscos do uso de esteroides anabolizantes?

Autoconsciência e tomada de decisão responsável

Usar esteroides anabolizantes de maneira indiscriminada coloca a saúde em risco e é um recurso antiético passível de punição quando se trata de competições esportivas. Respeitar regras é uma ação fundamental que colabora para um ambiente de justiça e equidade em competições e na vida social. Assim como é necessário que um atleta ou competidor entenda as próprias limitações no contexto de sua atuação, isso também é importante na vida de forma geral. Você costuma refletir sobre as próprias limitações no campo das práticas corporais? Como lida com elas? Quais seriam os caminhos possíveis para o seu aprimoramento, considerando a ética e respeitando as normas e a própria saúde?

Respostas pessoais.

7. Nos homens, pode afetar a produção da testosterona, causar infertilidade, calvície, acne, aumento de mamas, lesões no fígado e alterações comportamentais como agressividade. Nas mulheres, pode causar ainda queda de cabelo, excesso de pelos corporais e engrossamento da voz. No geral, podem surgir alterações cardíacas, intoxicação e aumento do risco de doenças crônicas.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305, EM13LGG401, EM13LGG402, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Riscos do uso indevido de anabolizantes e outras substâncias

As discussões e os estudos realizados até aqui consideraram os impactos do uso indevido de anabolizantes na saúde física e mental. No mundo dos esportes, além da preocupação com a saúde, usar essas substâncias ainda pode levar os atletas a serem excluídos de competições. Com o objetivo de informar e conscientizar a comunidade escolar dos perigos do consumo de esteroides anabolizantes, para que faça escolhas mais seguras e saudáveis, a turma vai formar grupos para elaborar e divulgar fôlderes sobre o tema.

Pesquisar

1. Formem grupos de até cinco integrantes.

2. Cada grupo deve pesquisar casos de atletas que usaram alguma substância, como esteroides anabolizantes, de maneira indevida e irresponsável e foram penalizados por isso. Essas informações serão utilizadas como base para a elaboração de um fôlder. Vejam, a seguir, as sugestões de encaminhamento da pesquisa.

• Identificar a substância utilizada.

• E xplicar como a substância age no corpo (efeitos comuns e colaterais à saúde física e mental).

• L evantar possíveis consequências do uso da substância.

• Conscientizar sobre o uso dessa substância, considerando o cuidado com a saúde, a cultura de jogo limpo, a ética e a integridade no esporte.

Escrever

1. Cada grupo deve elaborar um fôlder, e os grupos devem tratar de casos em que as substâncias identificadas no exame de doping foram diferentes.

2. Usem linguagem clara e objetiva e, se pertinente, imagens para chamar a atenção do leitor.

3. Revisem e façam os ajustes necessários para finalizar os fôlderes. Isso pode ser feito em ferramentas de edição de texto e imagem.

Divulgar e compartilhar

1. Finalizados os fôlderes, os grupos devem distribuí-los em locais de grande circulação de pessoas, como cantina, biblioteca, salas de aula etc.

2. Terminem a atividade com uma roda de conversa para discutir as descobertas e reflexões com os colegas de turma.

Avaliar

Não escreva no livro.

Autoavaliem-se individualmente, refletindo sobre o nível de participação no trabalho colaborativo, se ouviram e foram ouvidos, quais decisões foram acertadas e quais precisam ser repensadas em uma produção futura; e qual é a relação entre os aprendizados construídos no capítulo e sua vida pessoal.

Com relação ao fôlder, considerem e avaliem a adequação e a confiabilidade das fontes de pesquisa consultadas, a elaboração do texto, a escolha das imagens ilustrativas, a organização e distribuição do conteúdo e as estratégias de divulgação.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG105, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG401, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#NOSNAPRATICA Padrões estéticos na propaganda

Como você viu neste capítulo, o apego a padrões estéticos irreais e ideias de “corpo perfeito” pode causar problemas de autoestima e levar as pessoas a colocar sua saúde em risco na tentativa de serem socialmente aceitas.

O que você vai fazer

Em grupo, você vai analisar três propagandas divulgadas na mídia ou em redes sociais em que uma pessoa aparece apresentando algum serviço ou produto. O foco da análise é o padrão estético reforçado nas propagandas e a efetividade das peças em representar a diversidade.

Pesquisar

1. Forme um grupo de até cinco integrantes.

• Iza e o padrão de beleza na infância | Espelho. Publicado por: Canal Brasil. Vídeo (4 min). Disponível em: https://youtu.be/ mcm2TK6feGA?si=kVW7dbnpGsm5VMU4. Acesso em: 8 out. 2024. No vídeo, a cantora Iza (1990-) fala de como os padrões de beleza da sociedade influenciaram a visão que tinha de si na infância.

2. Pesquisem e selecionem as propagandas em revistas e jornais on-line ou impressos e em redes sociais. Atentem para a data em que as propagandas foram divulgadas, pois essa informação é importante para contextualizar a análise. Se possível, imprimam as imagens das propagandas.

3. Analisem e discutam as propagandas selecionadas. Busquem identificar se elas reforçam padrões estéticos e o culto ao “corpo perfeito” ou se retratam a diversidade. Registrem as reflexões e impressões do grupo, em uma folha de papel avulsa.

Apresentar

1. Levem a pesquisa para a aula em uma data combinada com o professor.

2. Apresentem, oralmente, as reflexões do grupo para a turma.

3. Observe com atenção as propagandas apresentadas pelos colegas de outros grupos e façam comentários, a fim de contribuir para ampliar as reflexões propostas.

Produzir

1. Após as reflexões coletivas, escolham uma das propagandas apresentadas para fazer uma releitura. Tomem como princípio a representatividade e a diversidade de corpos da sociedade. Para isso, você pode fazer um desenho ou uma montagem digital.

2. A turma pode fazer um mural na sala de aula ou em outro espaço da escola para divulgar essas produções, que devem ser apreciadas por todos e mostrar a representatividade de utilizar diferentes corpos e características em propagandas.

Avaliar

Não escreva no livro.

Ao término da atividade, faça uma autoavaliação e reflita sobre o que você aprendeu, observando: seu empenho e contribuição na pesquisa; adequação dos critérios utilizados para pesquisar e escolher as propagandas; capacidade de verbalizar suas reflexões sobre as propagandas tanto na discussão do grupo quanto na apresentação oral; facilidade ou dificuldade de mobilizar os conhecimentos construídos no capítulo e o repertório pessoal no momento da reflexão; importância de analisar a diversidade na mídia.

CORPO, MOVIMENTO E MEIO AMBIENTE

Quando se fala de meio ambiente, trata-se de uma complexa rede de elementos e processos físicos, biológicos e químicos que interagem constantemente.

Os seres humanos, enquanto corpos que se movimentam interagindo com a natureza, como todo ser vivo que habita o planeta Terra, são afetados por essa rede e a afetam. Isso acontece por meio de diferentes práticas e processos, como a agricultura, as ações de proteção da fauna e da flora, e também por meio do desmatamento, do crescimento desordenado de concentrações urbanas, da poluição gerada pela queima de combustíveis fósseis e da exploração exacerbada de recursos naturais. Mas quais são as possíveis relações do meio ambiente com a Educação Física? Nesta unidade, você vai refletir sobre essa pergunta ao explorar relações entre o corpo e a natureza, como as experiências com as práticas corporais de aventura nesse meio, além de refletir sobre formas de aumentar o nível de consciência e comprometimento socioambientais para a preservação do meio ambiente e promover a sustentabilidade no âmbito das práticas corporais.

Leia orientações e sugestões para esta Unidade em Orientações para o Professor

Não escreva no livro.

Leia o título desta unidade, observe a imagem de abertura e converse com a turma sobre as questões a seguir.

1. O que você considera uma prática corporal de aventura? E o que seriam as práticas corporais de aventura urbanas e as na natureza?

Respostas pessoais.

2. Você acha que é possível que as práticas corporais de aventura na natureza sejam vivenciadas em espaços urbanos? Justifique sua resposta.

Respostas pessoais.

3. Em sua percepção, quais são os cuidados e os requisitos de segurança para realizar práticas corporais como a apresentada na imagem de abertura desta unidade?

Resposta pessoal.

Pessoas praticam arvorismo. Campos do Jordão (SP), 2020.

Corpo e natureza

A associação de aventura com a ideia de liberdade está presente em muitos produtos culturais que circulam na sociedade. Peças publicitárias, séries e filmes, por exemplo, costumam associar a aventura a diferentes emoções e, até mesmo, a um certo risco.

Quando a aventura envolve o corpo e a natureza, são possíveis diferentes interações do ser humano com esse meio através do movimento.

Há uma grande variedade de práticas corporais que colocam o ser humano em contato direto com a natureza. Essa interação pode trazer consequências econômicas, sociais e ambientais, tanto positivas quanto negativas, para a região onde essas práticas são desenvolvidas.

1 Nem todas as práticas corporais de aventura na natureza respeitam o meio ambiente. Considerando o seu repertório, quais delas podem trazer danos à natureza? E quais são os tipos de danos causados?

2 Em sua percepção, quais podem ser os benefícios econômicos para as regiões que exploram a natureza local para promover a realização de práticas corporais de aventura?

Resposta pessoal.

3 Quais benefícios você acredita que as práticas corporais de aventura na natureza podem trazer para os praticantes? Explique.

Respostas pessoais.

1. Respostas pessoais. É possível que os estudantes mencionem diferentes práticas realizadas em meio à natureza, como o trekking (ou trilha), o montanhismo e a escalada. Entre os danos, podem indicar o lixo deixado pelos praticantes, os distúrbios para a vida animal local, os riscos de incêndios etc.

Muitas práticas corporais de aventura na natureza envolvem riscos físicos e exigem preparo emocional. Por esse motivo, são necessários treinamentos constantes e cuidados diversos para realizá-las de forma segura, a fim de que a experiência seja prazerosa e tenha seus riscos controlados. Além disso, toda interação do ser humano com o meio ambiente merece atenção, pois certas práticas podem provocar impactos e degradação na natureza.

M M VIEIRA/SHUTTERSTOCK.COM

Prática de off-road. Arambaré (RS), 2019.

lER O MUNDO Não escreva no livro.
Habilidades (abertura): EM13LGG103, EM13LGG204 e EM13LGG304.

#PARAlER Aventuras na natureza

Habilidades: EM13LGG102, EM13LGG104, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303 e EM13LGG502.

Existe uma grande variedade de práticas corporais de aventura na natureza, proporcional à diversidade de ambientes naturais. A seguir, na Leitura 1, é apresentada uma fotografia de praticantes de trekking. Na Leitura 2, há uma reportagem sobre um alpinista brasileiro, feita com base em uma entrevista dada por ele a uma emissora de rádio. Leia-as.

Leitura 1

Leitura 2

Pessoas atravessam curso de água em prática de trekking na Serra da Mantiqueira. Piquete (SP), 2022.

Se necessário, esclareça aos estudantes que a pessoa que está com um facão embainhado é, provavelmente, o guia que conduz as pessoas na prática de trekking. O facão é utilizado quando há a necessidade de abrir a mata que será atravessada.

Rodrigo Raineri sobre Everest: Quem tem medo, se preserva. O sucesso vem quando você chega vivo

Quando se fala em atletas brasileiros bem-sucedidos, logo vêm à cabeça nomes de jogadores de futebol renomados, de pilotos de Fórmula 1 vencedores e de alguns campeões olímpicos. O fato é que existem brasileiros que fogem do conhecimento de muitas pessoas, mas que elevam o esporte e se tornam referência para a prática no mundo todo. Um desses casos diz respeito a Rodrigo Raineri, um dos alpinistas mais experientes e técnicos do Brasil. […]. Em 2016, tornou-se o único brasileiro a guiar expedições aos sete cumes, projeto que abrange escalar as mais altas montanhas de cada continente. Foi ainda o primeiro brasileiro a escalar três vezes com sucesso o Monte Everest, a montanha mais alta do planeta, a 8 848 metros. […]

Pico das Agulhas Negras e treinamento pesado

Rodrigo Raineri é nascido em Ibitinga, no interior paulista, mas sua vida começou a mudar quando veio para Campinas estudar engenharia de computação na Unicamp, em 1988. […] Fazendo colegial em Ribeirão Preto, ele teve oportunidade de visitar as cavernas no Vale do Ribeira. “Aquilo mudou a minha vida”, resume. A primeira escalada aconteceu no dia 7 de setembro de 1988. Já aluno da Unicamp, ele aproveitou o feriado e foi com um grupo de amigos para o Parque Nacional do Itatiaia, na Serra da Mantiqueira. “Fomos escalar o Pico das Agulhas Negras. Aí o negócio me pegou. Eu adorei e nunca mais parei.”

BETO CELLI/PULSAR IMAGENS

A dificuldade de comunicação e a falta de equipamentos foram o primeiro obstáculo no início da carreira. “Não havia internet e os equipamentos de segurança não eram comercializados no Brasil. A gente tinha que descobrir quem eram as pessoas que sabiam de alguma coisa ou que poderiam trazer coisas para gente do exterior.” Raineri teve persistência no início. Ele foi em busca de cursos com especialistas em montanhismo, para se especializar. Na época, o esporte era uma novidade e pouco praticado no Brasil. Mas, graças a sua própria dedicação, hoje os novos adeptos encontram muito mais facilidade. […]

Quem resolver aderir ao montanhismo deve ter uma coisa em mente: é preciso (e muito) trabalhar a parte física. “Eu diria que mais do que uma forma atlética, é um estilo de vida. Praticar atividade física, ter uma qualidade de sono boa”, afirma. E essa consciência só despertou em Rodrigo Raineri após dar os primeiros passos mais ousados na carreira. “Eu nunca tinha me empenhado em treinamento. Só fui pensar nisso quando fui para o Aconcágua. Aí parei e percebi que eu precisava treinar”, revela.

“O treinamento gera resultado. Não só físico, mas também técnico e mental”

Porém, é preciso ter a cabeça no lugar e respeitar os limites de seu corpo. “Você não pode ultrapassar os seus limites. Senão o seu esforço deixa de dar resultado e começam a surgir as lesões”, alerta. Depois vem a parte técnica, que só aparece com a prática da atividade.

No alto da montanha e o sucesso

O planejamento para o montanhista pode significar algo entre a vida e a morte. Por isso, cada passo dado rumo ao objetivo deve sempre ser bem pensado e preparado. “São vários desafios para subir uma montanha como o Everest, por exemplo. São dois, três meses. Você tem que abastecer bem o acampamento-base e os superiores. Você tem que estar tranquilo para tomar boas decisões em situação de estresse”, revela.

[…] E a altitude traz outra complicação. “Com a falta de oxigênio, o seu metabolismo diminui. Então o seu corpo fica mais fraco, o seu raciocínio fica mais lento e a digestão mais demorada. Então se você comer alguma comida indigesta prejudica demais o seu desempenho.”

[…]

Mesmo quando o cume não é atingido, a expedição pode ser considerada um sucesso. “Na última vez que fui ao Everest, eu precisei ser resgatado duas vezes de helicóptero”, conta aos risos. “Eu dou risada, porque hoje estou aqui, está tudo bem. Mesmo com os problemas que tive, podemos dizer que a expedição foi um sucesso”, acredita.

Medos e perdas

[…]

Em situações tão extremas, as tragédias acabam acontecendo. Seja com conhecidos ou com um grande amigo. [...] O mais duro golpe foi em 2006, quando o amigo Vítor Negrete morreu numa expedição que faziam juntos ao Everest. Naquele momento, tudo que movia Rodrigo Raineri passou a ser questionado por ele próprio. E aí surgiu o medo.

“O medo é saudável. É bom ter medo. Quem tem um pouco de medo acaba se preservando mais”

[…]

Turismo de risco

[…]

A prática de montanhismo pode ser feita por qualquer pessoa. “Não há restrições, há limitações. Existem níveis de escaladas, das mais simples às mais perigosas. A pessoa conhecendo seu limite pode desfrutar bem do esporte”, afirma. […]

1. A fotografia que mostra o trekking sugere a apreciação e a contemplação de um ambiente natural, possivelmente com traços mínimos da ação humana. Os praticantes interagem com a natureza ao percorrer a pé diferentes terrenos e superar obstáculos como rios, pedras, aclives e declives.

A prática doméstica do esporte é relativamente barata e bem acessível. Mas para quem almeja as grandes expedições tem que pagar caro. “Uma expedição no Vinson, na Antártida, custa a partir de US$ 45 mil. No Everest, esse valor sobe para US$ 65 mil”, diz. E esse turismo de risco preocupa Raineri. “Para mim, a popularização do esporte é ótima. O problema é quando você começa a colocar pessoas com pouca experiência em lugares que deveria só ter gente com mais experiência”, revela. […]

De todo modo, a orientação do mais vitorioso alpinista brasileiro é sempre buscar pessoas e guias comprometidos com a segurança e curtir o esporte sem riscos.

GUARIZZO, Marco; BUENO, Henrique; LAS CASAS, Leandro. Rodrigo Raineri sobre Everest: Quem tem medo, se preserva. O sucesso vem quando você chega vivo. CBN Campinas, Campinas, 20 dez. 2019. Disponível em: https://portalcbncampinas.com.br/2019/12/rodrigoraineri-sobre-o-everest-quem-tem-medo-se-preserva-o-sucesso-vem-quando-voce-chega-vivo-em-casa/. Acesso em: 5 set. 2024.

2. Para a prática do trekking, com base na imagem, é possível identificar a necessidade de uma mochila, que pode servir para carregar alimentos, roupas, kits de primeiros socorros etc. Também se deve usar roupas compridas e confortáveis, para se proteger do sol e de

P ensar e compartilhar

insetos, além de calçados adequados.

1. E xplique como se dá a interação do ser humano com a natureza na prática corporal apresentada na imagem da Leitura 1.

2. Com base na observação da imagem da Leitura 1, quais equipamentos você identifica que são necessários para a prática de trekking?

3. Como garantir que práticas como a mostrada na Leitura 1 propiciem uma interação saudável entre o ser humano e a natureza?

4. b) Os praticantes passam por momentos que exigem muito preparo do corpo como um todo e precisam sempre colocar a sua segurança e a de seus companheiros em primeiro lugar.

4. Na Leitura 2, o texto revela por que práticas corporais de aventura na natureza são, ao mesmo tempo, atraentes e assustadoras.

4. a) Essas práticas envolvem riscos, que devem ser vivenciados de forma controlada por meio de planejamento, preparo e muito treino para que sejam realizadas com segurança e eficiência.

a) Quais são os principais desafios envolvidos nessas práticas?

b) Que preocupações seus praticantes devem ter?

5. É possível supor que Rodrigo Raineri realiza a prática de alpinismo de maneira sustentável? Explique.

6. De acordo com o texto da Leitura 2, as grandes expedições de alpinismo exigem investimentos. Quais? Como eles impactam a possibilidade de acesso a essas práticas?

Requerem investimentos em treinamento, equipe, viagens, equipamentos etc., o que pode significar um obstáculo para que as pessoas as realizem, restringindo o acesso a praticantes com maior poder aquisitivo.

As práticas corporais de aventura na natureza são caracterizadas pela interação de seus praticantes com o ambiente natural, na terra, na água ou no ar. Elas devem ser feitas de maneira estruturada e sustentável, a fim de que os riscos sejam enfrentados de forma controlada, garantindo a segurança.

5. Sugestão de resposta: Sim, pois ele busca desafiar a natureza sem agredi-la, seguindo os protocolos de segurança. Embora não fale disso diretamente, o fato de respeitar limites permite supor que os respeita também no trato com a natureza.

Autoconsciência, autogestão e tomada de decisão responsável

A vontade de se explorar, de se desafiar e de estar sempre aberto a aprender com as novas situações, além de ter resiliência, persistência e disposição e saber enfrentar os momentos mais difíceis para alcançar os objetivos, são qualidades fundamentais para a realização de práticas corporais de aventura na natureza. Também é preciso avaliar e reconhecer as próprias forças e limitações, gerenciar as emoções em situações de estresse e se preparar adequadamente, a fim de garantir que os objetivos possam ser alcançados de forma segura. Reflita e converse com os colegas: que relação é possível estabelecer entre essas competências socioemocionais e outras esferas da vida? Em quais situações o desenvolvimento desses aspectos pode ser proveitoso? Como você observa esse desenvolvimento em si próprio?

Respostas pessoais.

3. No trekking, as pessoas atuam como espectadoras e contempladoras da natureza. Para garantir que essa prática não agrida o ambiente, devem-se evitar intervenções na fauna e na flora locais e a produção de lixo. Do ponto de vista da própria segurança, é preciso usar equipamentos adequados.

PARA A ViDA
Não escreva no livro.

#PARAEXPlORAR

Turismo

de aventura

Habilidades: EM13LGG102, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG402, EM13LGG502, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

Muitas práticas corporais de aventura foram integradas a modalidades de turismo que vêm crescendo na preferência das pessoas, por serem uma alternativa à vida frenética dos grandes centros urbanos e por promoverem a saúde e o bem-estar dos praticantes. No entanto, é preciso garantir uma exploração consciente do potencial econômico e social dessas modalidades de turismo, a fim de inibir atividades ilegais, como desmatamento, venda de madeira sem certificação ambiental, garimpo, contrabando de animais, entre outras.

Refletir

1. A seguir, leia o trecho de uma notícia que fala de aspectos econômicos do turismo de aventura e do ecoturismo.

O Turismo de Natureza e o Ecoturismo já representam 60% do faturamento do setor, é o que aponta uma pesquisa divulgada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com o apoio do Ministério do Turismo. De acordo com o levantamento chamado Ecoar, o Ecoturismo já é oferecido por 65,9% das empresas da indústria de viagens. O estudo foi realizado pelo Polo Sebrae de Ecoturismo e ouviu cerca de 3,2 mil empresários do segmento, e teve também a colaboração da Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura (Abeta) e da Embratur.

BISPO, Cláudia. Pesquisa aponta turismo de natureza e ecoturismo como responsáveis por 60% do faturamento no setor. Brasília, DF: Ministério do Turismo, 20 mar. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/turismo/pt-br/assuntos/noticias/pesquisa-aponta-turismo-denatureza-e-ecoturismo-como-responsaveis-por-60-do-faturamento-no-setor. Acesso em: 5 set. 2024.

2. Agora, reflita com a turma: em sua opinião, ao serem incorporadas pela indústria do turismo, as práticas corporais de aventura se tornam bens de consumo? Nesse cenário, como garantir possibilidades de acesso democrático a essas práticas? Respostas pessoais.

Escrever e compartilhar

1. Após as reflexões, elabore um artigo de opinião se posicionando sobre a seguinte questão: “Turismo de aventura: produto ou direito?”. Conte com o apoio do professor de Língua Portuguesa.

2. Pesquise fatos e dados que possam contribuir para sustentar seus argumentos e seu posicionamento.

3. Troque seu texto com um colega para fazer uma revisão dos artigos de opinião escritos por vocês. Faça os ajustes que considerar necessários e finalize seu texto.

4. Compartilhe seu texto com a turma e, se possível, organize com os colegas e o professor a publicação dos textos no blogue ou no site da escola.

Avaliar

Não escreva no livro.

Para avaliar a atividade, considere estas questões: como as reflexões iniciais ajudaram você a definir um ponto de vista a defender no artigo? Você ficou satisfeito com o resultado do texto? Foi possível encontrar informações que ajudassem a sustentar a sua opinião? Alguma concepção que você tinha das práticas corporais de aventura na natureza se alterou? Se sim, qual?

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG301, EM13LGG501 e EM13LGG503.

#NOSNAPRATICA Trekking de regularidade

O trekking , que você viu na imagem da Leitura 1 , no início deste capítulo, é uma prática corporal de aventura na natureza muito difundida entre quem busca maior contato com esse ambiente.

Trekking é uma modalidade de caminhada realizada em trilhas em meio à natureza, frequentemente em grupos. Praticado como forma de lazer ou em modo competitivo, o trekking se caracteriza por caminhadas de média a longa durações – às vezes, exige que os praticantes acampem ao longo do percurso, que pode durar vários dias.

O que você vai fazer

Organizados em grupos e com orientação do professor, você e os colegas vão realizar um jogo de trekking de regularidade, que consiste em um percurso preestabelecido que deve ser percorrido em tempo determinado e conta com pontos intermediários de controle. Para isso, vocês também vão simular dificuldades que podem ser encontradas na natureza.

Planejar

1. Com orientação do professor, a turma vai montar uma trilha no interior da escola ou em um espaço possível do entorno.

2. Incluam os desafios a serem superados em meio à caminhada e estipulem o tempo que cada grupo terá para realizar a atividade.

Grupo faz trekking no Himalaia. Nepal, 2024.

A zona anaeróbia de frequência cardíaca está situada entre 80% e 90% da frequência cardíaca máxima (FCM). A FCM, convencionalmente, é obtida ao tomar 220 batimentos por minuto (bpm) e subtrair a idade da pessoa. Exemplo: para uma pessoa de 15 anos, a FCM é 205 bpm; portanto, a zona anaeróbia está entre 164 bpm e 184 bpm.

3. A depender do tamanho da trilha, é possível estabelecer um número de voltas, pois o trekking de regularidade não é um circuito de velocidade, mas de resistência. Por isso, a frequência cardíaca (FC) dos praticantes não deve se aproximar da zona anaeróbia.

4 . Estabeleçam dois ou três desafios intercalados com distâncias de caminhadas em diferentes ritmos. Em Praticar, são sugeridos alguns desafios, mas a criatividade do professor e da turma pode enriquecer o jogo.

5. É importante elaborar um mapa de navegação indicativo do percurso. Nele, devem constar pontos fixos de parada para verificação da FC. O grupo só poderá sair do ponto de verificação se a FC de todos os integrantes estiver abaixo da zona anaeróbia. O número de pontos de verificação deve ser estabelecido com base no tamanho da trilha e no número de desafios a serem superados.

Praticar

1. Ao realizar a prática, usem roupas e calçados confortáveis. A ideia é que os grupos vençam o percurso o mais próximo possível do tempo estipulado. Logo, não se trata de um jogo de quem chega mais rápido, mas de quem consegue controlar o tempo da caminhada, alterando velocidades e superando os desafios e as barreiras existente pelo caminho.

2. A seguir, há algumas sugestões de desafios a serem superados no percurso.

• Travessia de terreno irregular: em uma parte da trilha, fazer marcações no chão com distâncias e sentidos variados (esquerda e direita). Para atravessar o terreno, será preciso pisar apenas nas demarcações.

• Transposição de grande obstáculo: caso não exista na escola um morro ou outro obstáculo a ser escalado no meio da trilha, é possível criar um obstáculo com alguns aparelhos para saltos de ginástica.

• Travessia de uma pinguela estreita: este desafio pode ser simulado com a utilização de uma prancha de madeira, uma trave de ginástica, uma fita, ou mesmo ao andar sobre as linhas da quadra.

• Colaboração para transpor obstáculo: ao cruzar um espaço delimitado, alguns membros do grupo deverão ser transportados, um de cada vez, por meio da “cadeirinha” feita com os braços ou de “cavalinho”, nas costas de alguém.

• Travessia de uma caverna com teto baixo : em um trecho estabelecido na trilha, o grupo deverá atravessar se deslocando em quatro apoios.

Avaliar

1. Discutam as impressões do grupo sobre a experiência com o trekking de regularidade. É importante refletir sobre a possível dificuldade em conter a ansiedade de completar a trilha em menor tempo e de comparar a velocidade do seu grupo com a dos outros grupos. Pensem no aspecto colaborativo da prática e observem se, no decorrer da atividade, houve respeito entre os integrantes do grupo e como cada um lidou com as próprias limitações e as limitações dos colegas.

2. Depois, discutam com a turma: quais foram as maiores dificuldades de planejar e praticar o trekking de regularidade na escola? Como cada grupo controlou o tempo e o ritmo para cumprir o percurso? Algum desafio foi mais difícil de superar? Por quê? Como o trekking poderia colaborar para que vocês tenham um estilo de vida mais ativo e saudável?

Não escreva no livro.

Práticas corporais e consciência ambiental 2

Habilidade (abertura): EM13LGG104.

As ações humanas podem afetar, modificar e ameaçar a natureza, e suas consequências podem ter efeito direto ou indireto na vida das pessoas. Ao descartar irregularmente resíduos em locais inapropriados, por exemplo, não apenas a fauna e a flora locais são prejudicadas, mas também a saúde e o bem-estar de todos são colocados em risco. De que modo as práticas corporais afetam o meio ambiente? E como a poluição afeta as práticas corporais? Essas questões serão investigadas neste capítulo.

As diferentes formas de poluição nas cidades afetam negativamente os ambientes públicos, pois impedem as pessoas de desfrutar de espaços de lazer que beneficiariam a rotina diária.

1 Em sua percepção, o que a poluição do ar e o lixo urbano podem ocasionar ao meio ambiente, à população em geral e a quem realiza práticas corporais ao ar livre?

Resposta pessoal.

2 Considere os exercícios físicos que você pratica ou gostaria de praticar ao ar livre e responda: a poluição do ar, o lixo urbano atrapalham seu desempenho ou impedem que você os realize? De que maneira isso ocorre?

Respostas pessoais.

Refletir sobre as consequências da poluição e do lixo urbano é o primeiro passo para desenvolver um comportamento consciente e sustentável, que valorize a importância de haver espaços públicos com condições sanitárias adequadas, convidativos para a realização de práticas corporais e que colaborem para uma vida mais saudável.

Praça mal preservada, com acúmulo de dejetos. Natal (RN), 2024.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.

#PARAlER Poluição e exercícios físicos

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG305 e EM13LGG401.

Exercícios físicos e outras práticas corporais podem gerar impactos ambientais, principalmente em eventos de grande porte, por isso a importância do planejamento e da consciência ambiental. Na Leitura 1, observe a imagem da geração de resíduos durante uma corrida de rua. Na Leitura 2, leia uma reportagem de divulgação científica que aborda os benefícios da prática de exercícios físicos mesmo em ambientes poluídos.

Leitura 1

Dezenas de copos descartados em meio a uma maratona. Los Angeles (Estados Unidos), 2024.

Leitura 2

Prática de exercícios é benéfica mesmo em ambiente poluído, mostra estudo

2 de janeiro de 2023 […]

Karina Ninni | Agência FAPESP – Muitos estudos recentes sugerem que a prática de exercícios de resistência em ambientes poluídos pode produzir efeitos indesejados na saúde humana. Mas um trabalho publicado recentemente no American Journal of Physiology por cientistas do Grupo de Estudos em Desempenho Aeróbio da Faculdade de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE/USP) aponta que, talvez, isso não seja verdade para os praticantes já habituados à poluição veicular.

A equipe avaliou dez ciclistas recreativos do sexo masculino, a maior parte deles acostumada a treinar em uma ciclovia e dentro do Campus da Universidade de São Paulo, onde a Agência Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) reporta níveis de poluição veicular que ultrapassam os limites anuais impostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ao contrário do que se esperava, eles descobriram que os marcadores de inflamação no sangue desses ciclistas […] não se alteraram. E, por outro lado, aumentou o nível sanguíneo da proteína BDNF (ou brain-derived neurothophic factor), relacionada a benefícios do exercício para a neuroplasticidade do cérebro.

A partir desses resultados, os pesquisadores formularam outra hipótese: a de que haveria um certo tipo de aclimatação desses indivíduos ao ambiente poluído. Afinal, são residentes em São Paulo e estão acostumados a treinar em ambiente aberto. “Assim, podemos dizer que, neste caso, os benefícios do exercício se sobrepõem aos efeitos deletérios do ambiente poluído”, resume André Casanova Silveira, primeiro autor do artigo.

Ele explica que o grupo partiu de dois estudos publicados pelo professor Rômulo Bertuzzi, coordenador do Grupo de Estudos em Desempenho Aeróbio, nos quais foi usado um modelo de exercício de carga constante com pessoas fisicamente ativas. […]

[…]

O experimento foi realizado numa câmara localizada no estacionamento da Faculdade de Medicina da USP (FM-USP), na avenida Doutor Arnaldo, em São Paulo, a 20 metros da beira da rua e a 150 m de um cruzamento de tráfego movimentado. […]

Os ciclistas simularam a participação em uma prova de 50 km (mais ou menos 1 hora e meia de exercício), contra o relógio. “Colocávamos a bike do indivíduo no rolo e ele fazia um circuito de realidade virtual. É uma competição simulada, ele vê uma pista no computador. A pista tem uma certa pressão, é como se ele estivesse pedalando na rua. Ele pode controlar a intensidade e mudar de marcha.”

[…]

Os ciclistas realizaram o circuito em dois dias distintos, com intervalo de pelo menos 48h. De forma randomizada, fizeram a prova ou no ambiente poluído (sem filtro), ou no ambiente com ar filtrado. “A poluição mimetiza uma situação mais real. […]”

[…]

A equipe concluiu que não houve diferenças significativas entre os experimentos realizados em distintas condições para as respostas dos marcadores IL-6, CRP e IL-10. Entretanto, a prova realizada sob efeito da poluição veicular provocou aumento nos níveis de BDNF induzido pelo exercício, bem como redução dos níveis de ICAM-1.

“O aumento nos níveis de BDNF promove o crescimento e a proliferação de células no hipocampo [fenômeno ligado à formação das memórias e associado ao aprendizado e às emoções]. O BDNF também está envolvido na diferenciação neuronal, plasticidade, sobrevivência celular e aprendizado. Esse aumento nos níveis de BDNF que diagnosticamos em ambiente poluído foi o resultado mais curioso de nosso trabalho, porque a literatura diz que o exercício em ambiente poluído suprimiria a expressão dessa proteína. […]”, revela Silveira.

neuroplasticidade: capacidade do cérebro de se reconfigurar. aclimatação: adaptação. deletério: prejudicial à saúde. randomizado: aleatório. mimetizar: imitar.

hipocampo: região localizada no lobo temporal do cérebro, relacionada ao aprendizado e à memória.

5. a) Sugestão de resposta: A reportagem da Agência FAPESP foi publicada em 2023, e a notícia do jornal O Globo foi publicada em 2022. Portanto, a reportagem se baseia em pesquisas mais recentes sobre o assunto. Ainda que apresentem conclusões opostas, podese afirmar que ambas as pesquisas têm credibilidade.

Já o ICAM-1 é uma molécula de adesão (que permite a ligação entre células) relacionada aos processos inflamatórios. “[…] Em nosso experimento, caso tivéssemos observado um aumento da inflamação por causa da poluição, o ICAM-1 poderia estar bem expresso no teste feito em ambiente poluído, e não foi isso o que aconteceu. Mas existe muito pouco na literatura para que possamos discutir o ICAM-1 e os resultados referentes a ele, ainda.” […]

2. Espera-se que os estudantes sugiram o uso de recipientes reutilizáveis para beber água, como bolsas de hidratação que podem ser carregadas nas costas e não atrapalham a prática.

[…] a maior conclusão do trabalho é que o exercício faz bem mesmo em ambientes poluídos, para pessoas adaptadas a esse tipo de ambiente.

NINNI, Karina. Prática de exercícios é benéfica mesmo em ambiente poluído, mostra estudo. Agência FAPESP, São Paulo, 2 jan. 2023. Disponível em: https://agencia.fapesp.br/pratica-de-exercicios-e-benefica-mesmo-em-ambiente-poluido-mostra-estudo/40367. Acesso em: 5 set. 2024.

P ensar e compartilhar

1. Considere a imagem da Leitura 1.

1. a) Espera-se que os estudantes tomem como base a pessoa descar tando um copo enquanto corre para inferir que, durante a corrida, são oferecidos copos com água aos atletas para que possam se hidratar e se refrescar e que, após o consumo, os corredores jogaram os copos vazios no chão em vez de descartá-los em uma lixeira.

a) Qual é a relação entre os participantes da corrida e os copos no chão?

b) De que maneira o descarte irregular de resíduos prejudica os atletas retratados nessa imagem no que diz respeito à prática da corrida?

Os copos de papel atrapalham o percurso da corrida, tornando-o irregular e expondo seus praticantes a riscos de acidentes.

2. O papel pode levar até 6 meses para se decompor na natureza. Pense em soluções para evitar cenas como a que foi retratada na imagem da Leitura 1 e compartilhe suas sugestões com a turma.

3. De acordo com o texto da Leitura 2, quem são as pessoas que se adaptaram a ambientes poluídos e por que houve essa adaptação?

São pessoas que costumam treinar em ambientes abertos, expostos à poluição. Essa exposição levou à adaptação.

4. Por que os pesquisadores chegaram à conclusão de que os exercícios físicos são benéficos mesmo em ambientes poluídos?

Porque os testes realizados mostraram que não houve diferença nos marcadores medidos em condições distintas de exposição à poluição.

5. Leia o trecho de uma notícia que cita a relação entre poluição e prática de esportes apontada por outras pesquisas científicas.

Fazer exercícios físicos em lugares poluídos pode resultar na perda de alguns dos benefícios que essa atividade proporciona, de acordo com dois novos grandes estudos sobre exercício, qualidade do ar e saúde do cérebro.

As pesquisas, que envolveram dezenas de milhares de britânicos, descobriram que, na maioria das vezes, as pessoas que correm e pedalam vigorosamente têm volumes cerebrais maiores e menores riscos de demência do que seus colegas menos ativos. Mas se as pessoas se exercitavam em áreas com níveis moderados de poluição do ar, as melhorias esperadas do exercício quase desapareciam.

5. b) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes argumentem ponderando tanto os riscos de praticar exercícios físicos em locais poluídos quanto os riscos de não praticar exercícios.

REYNOLDS, Gretchen. Por que não se deve praticar exercícios perto do trânsito. O Globo, [Rio de Janeiro], 28 fev. 2022. Disponível em: https://oglobo.globo.com/saude/por-que-nao-se-deve-praticar-exercicios-perto-do-transito-25414229. Acesso em: 5 set. 2024.

a) O que pode justificar as diferenças entre as conclusões dessa notícia e do texto da Leitura 2?

b) A reportagem de divulgação científica e a notícia mostram a pluralidade de visões sobre o mesmo assunto. Considerando os argumentos dos textos lidos, você praticaria exercícios físicos ao ar livre em um ambiente com grandes níveis de poluição do ar? Justifique.

6. Além da contaminação do ar, outras formas de poluição podem gerar prejuízos à saúde e à qualidade da prática de exercícios. Converse com um colega sobre o impacto que diferentes formas de poluição (do ar, da água, sonora etc.) podem ter no corpo e nas práticas corporais

Resposta pessoal. Os estudantes poderão citar a poluição de rios, lagos e praias, que prejudica esportes como natação em águas abertas, canoagem, vela e surfe, e a poluição das ruas, que prejudica corridas e caminhadas. Esses dois casos podem ainda expor os praticantes a doenças e outros problemas, seja pela possibilidade de contaminação por resíduos tóxicos, seja pelo risco de ferimento por contato inesperado com materiais descartados irregularmente.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG402, EM13LGG701 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Reportagem sobre esporte e poluição

Algumas modalidades esportivas são diretamente ligadas à natureza, e esse é mais um motivo para preservá-la. Um exemplo de como a falta de ações de preservação pode ser prejudicial ocorreu nas Olimpíadas de Paris, em 2024. Mesmo com preparo e planejamento, não foi possível realizar a limpeza completa do Rio Sena a tempo, obrigando os atletas do triatlo e da maratona aquática a competir em águas com alta concentração de resíduos sólidos e de esgoto. Essa situação expôs os competidores a riscos de doenças provocadas pelo contato com água contaminada, e, em alguns casos, os atletas tiveram, de fato, a saúde comprometida. Você vai se reunir com colegas da turma e realizar uma pesquisa sobre um evento esportivo que tenha sido afetado diretamente pela poluição em seu local de prática. Com base nessa pesquisa, vocês vão produzir uma reportagem que explore a relação entre poluição, esporte e conscientização ambiental. Contem com o apoio do professor de Língua Portuguesa.

Pesquisar e escrever

Os grupos devem fazer a pesquisa em fontes confiáveis, como jornais, sites de organizações ambientais, reportagens e documentários em plataformas de vídeo.

Após a pesquisa, é hora de produzir uma reportagem escrita sobre um desses eventos. Imaginem que vocês são jornalistas e que precisam relatar os impactos da poluição gerada pelo evento, as medidas tomadas pelos organizadores e as reações dos atletas e do público.

1. Criem um título chamativo que resuma o evento e o impacto ambiental.

2. Introduzam o evento, a data, o local e os esportistas envolvidos.

3. Descrevam como a poluição interferiu na realização da competição e incluam informações sobre a origem da poluição e o impacto sobre a saúde e o desempenho dos atletas.

4. Incluam trechos de depoimentos ou entrevistas com atletas, organizadores ou especialistas, destacando suas opiniões sobre a situação.

5. Finalizem a reportagem sugerindo possíveis soluções para evitar problemas como esse em eventos futuros.

6. Em uma data combinada com o professor, compartilhem com os colegas as reportagens produzidas e façam uma roda de conversa para comentar os trabalhos.

Avaliar

Não escreva no livro.

Ao término da atividade, reflita sobre as questões a seguir.

1. O que mais o surpreendeu ao pesquisar e relatar os impactos da poluição em eventos esportivos?

2. Como, em sua opinião, os organizadores de eventos esportivos podem contribuir para minimizar o impacto ambiental?

3. Durante a produção da reportagem, quais foram os desafios encontrados? Como você e o seu grupo lidaram com eles?

4. Após a pesquisa e a escrita da reportagem, como você percebe o papel dos atletas e do público na preservação do meio ambiente em eventos esportivos?

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG402, EM13LGG501 e EM13LGG503.

#NOSNAPRATICA Corrida e caminhada contra a poluição

Você analisou como a poluição do meio ambiente pode prejudicar os exercícios físicos e os esportes e apresentar riscos aos seres humanos. No entanto, nem todas as pessoas têm consciência da relação entre descarte irregular de resíduos e saúde. Nesta atividade, você poderá colaborar para disseminar informações a fim de conscientizar a comunidade sobre a importância da preservação ambiental.

O que você vai fazer

Com o objetivo de incentivar a prática de exercícios físicos e compartilhar informações importantes sobre preservação do meio ambiente e manutenção da saúde, a turma irá propor um evento de corrida e caminhada contra a poluição em uma área pública nos arredores da escola e convidar a comunidade para participar e engajar-se na causa.

Planejar e praticar

Para a concretização do evento, a turma deverá ser dividida em três grupos: organizadores, realizadores e divulgadores.

Organizadores

Esse grupo ficará responsável pelo planejamento e pela organização do evento.

Escolham uma data, um horário e um espaço público para a realização da prova, como uma praça, um parque ou ruas do entorno da escola que possam ter o tráfego interrompido. Organizem, também, um sistema de inscrições, que podem ser feitas de acordo com categorias (conforme níveis de experiência) e com os circuitos que serão percorridos. A caminhada, por exemplo, pode ter um percurso de 3 km, enquanto a corrida pode ter 5 km.

Por último, organizem como a limpeza da área de prova ocorrerá antes da realização e após a finalização do evento.

Realizadores

Esse grupo ficará responsável pelas atividades práticas da prova. Os estudantes deverão propor exercícios de alongamento e aquecimento, realizar as provas de corrida e caminhada com os demais participantes e, ao final, propor exercícios de relaxamento muscular.

A seguir, há uma sugestão de sequência de exercícios de alongamento e de relaxamento.

• Rotação de tronco: 10 repetições de cada lado. Com as pernas afastadas, dobre o corpo para frente em direção ao chão e balance o tronco e os braços de um lado para o outro.

Ilustração demonstrativa de rotação de tronco.

• Alongamento de membros inferiores: 10 repetições. Dobre a perna direita para trás e segure o pé com a mão direita em direção ao glúteo, enquanto estica o braço esquerdo para frente. Depois, alongue o tronco para frente e, se possível, toque os pés. Faça o primeiro movimento com o lado oposto do corpo e continue alternando entre as duas posturas.

Ilustração demonstrativa de alongamento de membros inferiores.

• Flexão quadril-joelho: 10 repetições de cada lado. Dobre um joelho e erga a perna até a altura do quadril. Repita o movimento com a outra perna.

Ilustração demonstrativa de flexão quadril-joelho.

• Alongamento de membros superiores: 10 repetições de cada lado. Estique o braço esquerdo para a direita e segure-o nessa posição com a ajuda do braço direito. Depois, erga o braço esquerdo e dobre o cotovelo, levando a mão esquerda em direção às costas com a ajuda da mão direita. Repita os movimentos com o braço direito.

Divulgadores

Ilustração demonstrativa de alongamento de membros superiores.

Esse grupo definirá os meios de comunicação utilizados para a divulgação do evento, que poderão ser físicos (cartazes, painéis, banners e panfletos) ou digitais (vídeos e postagens em redes sociais). Os estudantes deverão preparar o material para mostrar para a comunidade escolar a importância de se engajar em iniciativas em prol da preservação do meio ambiente e do espaço público. Também ficarão responsáveis por captar imagens do evento e associá-las a mensagens sobre a importância de praticar exercícios físicos e de cuidar do meio ambiente.

Avaliar

Ao final, a turma deve se reunir para avaliar os pontos positivos e negativos do evento. Em seguida, cada estudante deve fazer uma avaliação da atividade com base nas questões a seguir.

1. Como foi sua participação na atividade? Você contribuiu com sugestões e ideias?

2. Ficou clara, para você, a possibilidade de haver uma relação sustentável entre práticas corporais e meio ambiente? Se não, o que você ainda precisa compreender melhor?

3. Que desafios você enfrentou ao participar da concretização do evento? Como você lidou com esses desafios?

4. Houve colaboração entre os participantes de cada grupo na execução das tarefas? O que deve ser mantido e o que pode ser melhorado nos trabalhos em grupo?

5. O evento foi bem-sucedido em promover a conscientização ambiental? Dê exemplos de ações ou discussões que você observou.

6. Se você pudesse melhorar algum aspecto do evento, qual seria e por quê?

7. Em sua opinião, a prática corporal realizada contribui para a manutenção de uma boa saúde?

Não escreva no livro.

Práticas corporais e sustentabilidade 3

Eventos esportivos desempenham um papel importante no desenvolvimento econômico e social das regiões onde são realizados, pois, muitas vezes, transformam esses locais em destinos turísticos. Além da presença de atletas e equipes, esses eventos atraem muitos visitantes, torcedores e turistas que movimentam a economia local e aumentam a demanda por serviços de hospedagem, alimentação, transporte e entretenimento, gerando receita e criando empregos temporários e permanentes. A infraestrutura desenvolvida ou aprimorada para receber esses eventos e as melhorias nos sistemas de transporte e comunicação podem deixar um legado positivo para a comunidade local.

Outro impacto positivo da realização de grandes eventos esportivos é que eles têm o poder de despertar o interesse dos jovens da região pela prática de exercícios físicos, um dos elementos constituintes de uma vida saudável, servindo também de inspiração para que se dediquem profissionalmente e se tornem futuros atletas. Porém, tais eventos não trazem apenas consequências positivas, pois eles podem contribuir para a degradação dos locais onde são realizados se não houver um compromisso com a sustentabilidade.

1 Na região onde você mora, já aconteceu ou costuma acontecer algum evento esportivo que atrai um grande público? Se sim, como ele influencia a vida dos moradores locais? Respostas pessoais.

2 Pensando em sustentabilidade, que impactos os eventos esportivos podem trazer para os locais onde ocorrem? Resposta pessoal.

3 Em sua opinião, a sustentabilidade deve ser uma preocupação da organização do evento ou das pessoas que o frequentam? Por quê? Respostas pessoais.

Os eventos esportivos que ocorrem em ambientes naturais têm grande potencial para incentivar a preservação ambiental, pois promovem uma conexão profunda com a natureza. Contudo, esses eventos também podem trazer impactos negativos, como a degradação de áreas naturais e a destruição da vegetação nativa. A produção de lixo sem a devida coleta e tratamento é outra preocupação, uma vez que resíduos que poluem o solo e a água também ameaçam a biodiversidade e o equilíbrio ambiental. Neste capítulo, você vai refletir um pouco mais sobre a importância de considerar a sustentabilidade ao planejar e realizar eventos esportivos, além de explorar formas de destinação de material reciclável, como o reaproveitamento para a confecção de brinquedos.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.
Habilidades (abertura): EM13LGG104 e EM13LGG303.

#PARAlER Esporte e meio ambiente

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304 e EM13LGG401.

A preocupação com a preservação da natureza deve guiar todas as ações humanas. Observe, na Leitura 1, pessoas retirando o lixo deixado por alpinistas no Monte Everest. Na Leitura 2, leia o trecho de uma reportagem que trata do impacto dos eventos esportivos no meio ambiente.

Leitura 1

Leitura 2

Grandes

Por AFP

Pessoas coletam lixo deixado por alpinistas. Monte Everest (Tibete), 2020.

eventos esportivos e meio ambiente, um casamento forçado

19/10/2021 às 10:09

São Paulo, SP

Plantar milhares de árvores, fazer arquibancadas com plástico reciclado ou medalhas com materiais usados: os organizadores de grandes eventos esportivos que atraem milhares de espectadores procuram, em menor ou maior grau, fazer a sua parte na defesa do meio ambiente e mostrar o seu lado ecologista.

[…]

“Hoje a pressão sobre os organizadores é cada vez maior”, explica Didier Lehénaff, que lançou os “ecogames”, um evento esportivo ecorresponsável.

Nesse sentido, ele cita o Tour de France, “que estabeleceu áreas para disposição de resíduos” e sanciona as equipes não conformes.

Este ex-presidente da união europeia do triatlo se colocou “do lado verde da força” na década de 2000 para “tornar o esporte mais ecológico”.

Para além das infraestruturas, um dos fatores mais poluentes dos grandes eventos é a circulação de espectadores e equipes, explica este membro do “ think tank ” Esporte e Cidadania à AFP.

2. a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes argumentem que os mais prejudicados são os moradores da região do Monte Everest, pelos resíduos químicos tóxicos liberados no ar e pela contaminação da água, mas que a poluição prejudica a sociedade como um todo.

“Assunto estratégico”

O chefe da RSA (Responsabilidade Social Ambiental) das 24 Horas de Le Mans, Jérôme Lachaze, trabalha para que os 250 mil espectadores semanais que vêm ao circuito optem pelo trem. Ele também prioriza o futuro combustível “100% renovável” na pista para 2022 e evoca um projeto para “testar os recuperadores de poeira dos freios”.

“A pressão agora vem dos patrocinadores, eles falam: ‘qual é a sua estratégia de RSA?’, e se não tem estratégia não recebe financiamento”, conta à AFP este antigo membro da WWF.

Da nova sede repleta de certificados de excelência ambiental do COI (Comitê Olímpico Internacional), Marie Sallois, diretora de desenvolvimento sustentável do COI, explica à AFP que se tornou uma “questão estratégica” para o órgão olímpico desde 2015.

Quanto aos espectadores, os Jogos a portas fechadas de Tóquio reduziram a conta sem querer, enquanto o COI está “atento a todas as iniciativas de transporte aéreo no desenvolvimento de soluções de redução de carbono”.

[…]

AFP. Grandes eventos esportivos e meio ambiente, um casamento forçado. Gazeta Esportiva, São Paulo, 19 out. 2021. Disponível em: https:// www.gazetaesportiva.com/mais-esportes/grandes-eventos-esportivos-e-meio-ambiente-um-casamento-forcado/. Acesso em: 6 set. 2024.

P ensar e compartilhar

1. O acúmulo de lixo revela que os visitantes não têm o compromisso de coletar e descartar corretamente os próprios dejetos produzidos durante a prática de alpinismo.

1. Observe novamente a imagem da Leitura 1. O que o acúmulo de lixo no Monte Everest, montanha de maior altitude do mundo, revela sobre o comportamento dos visitantes?

2. Leia, a seguir, o trecho de uma notícia.

[…] Os visitantes que chegam ao Monte Everest e aos arredores do Parque Nacional Sagarmatha trazem cerca de 1 000 toneladas de resíduos a cada ano. Destas, são deixadas cerca de 50 toneladas no próprio Everest e cerca de 75 toneladas no acampamento-base desse monte. […]

O Comitê de Controle da Poluição de Sagarmatha (SPCC) é quem gerencia a coleta de lixo do acampamento-base do Everest e das trilhas do parque nacional. Mas, apesar dos seus esforços, todos os anos a região fica cheia de tendas esfarrapadas, equipamentos abandonados e dejetos humanos.

Os dejetos das pessoas são coletados em barris no acampamento-base do Monte e levados [pelos] trabalhadores do SPCC para serem despejados em fossas. Outros resíduos, por vezes tóxicos, são enterrados em aterros sanitários no parque (Lobuche). Porém, outros são queimados, liberando produtos químicos tóxicos no ar e contaminando as águas subterrâneas, o que acaba por trazer mais um problema ambiental para o Parque Nacional de Sagarmatha.

MONTE Everest sofre com a quantidade de lixo deixado pelos alpinistas. Tribuna Ribeirão, Ribeirão Preto, 23 fev. 2024. Disponível em: https:// www.tribunaribeirao.com.br/monte-everest-sofre-com-a-quantidade-de-lixo-deixado-pelos-alpinistas/. Acesso em: 6 set. 2024.

2. b) Sugestão de resposta: A iniciativa individual de coletar o próprio lixo é importante para a redução da poluição e para a responsabilização compartilhada da preservação da montanha.

a) Em seu entendimento, quem são as pessoas mais prejudicadas pelo acúmulo de lixo no Monte Everest e pelos consequentes malefícios da poluição à natureza?

b) Considere a quantidade de lixo produzida pelos alpinistas e visitantes que vão ao Monte Everest. Por que a iniciativa individual de se responsabilizar pelo próprio lixo é tão importante para a preservação da montanha?

c) Por que a poluição no Monte Everest também é prejudicial à prática de alpinismo?

A poluição do local oferece riscos à saúde dos alpinistas e pode desencorajar a prática ou inviabilizá-la, se os danos forem tão grandes a ponto de ser necessário proibir a prática no local.

Não escreva no livro.

3. Resposta pessoal. Incentive os estudantes a refletir sobre ações como essa, que podem ser realizadas mais com objetivo de chamar a atenção para o evento do que para efetivamente preservar a natureza.

3. Releia o primeiro parágrafo da reportagem da Leitura 2 . Em sua opinião, plantar árvores e usar materiais reciclados são ações significativas que compensam o impacto ambiental dos eventos esportivos de grande magnitude?

4. Com menos carros nas ruas, há menos poluição por queima de combustíveis.

4. Por que ao usar o transporte público para se deslocar, como no caso do trem, citado na reportagem, as pessoas minimizam o impacto ambiental dos eventos esportivos?

5. De acordo com a reportagem, os patrocinadores passaram a exigir estratégias de Responsabilidade Social Ambiental das empresas produtoras de eventos para que possam receber financiamento.

a) Por que essa exigência foi necessária? Qual pode ser a origem dela?

b) Em sua opinião, por que fatores financeiros têm sido mais determinantes nessa mudança do que uma preocupação objetiva com o meio ambiente?

6. Leia, a seguir, o trecho de um artigo de opinião que trata dos impactos das mudanças climáticas para os atletas que participam de grandes eventos esportivos.

Os Jogos Olímpicos de Paris promovem a sustentabilidade por um bom motivo: A mudança climática está colocando em risco os atletas e seus esportes

Brian P. McCullough | 26 de julho de 2024 […]

5. a) Espera-se que os estudantes argumentem que a decisão de não financiar eventos não sustentáveis foi a maneira encontrada pelos patrocinadores para promover estratégias de sustentabilidade, que não eram prioridade dos organizadores de grandes eventos esportivos. A origem dela pode ser uma preocupação dos patrocinadores em construir uma imagem de responsabilidade ambiental.

A Europa está no meio de uma onda de calor e, embora os atletas olímpicos em Paris possam ser poupados do pior, o clima ainda será quente.

Com o aumento das temperaturas globais, grandes eventos esportivos como as Olimpíadas e a Copa do Mundo da FIFA tiveram de se adaptar ao calor intenso e às tempestades extremas para manter a segurança dos atletas e torcedores e permitir a realização dos jogos.

Os organizadores olímpicos transferiram eventos como maratonas para as primeiras horas da manhã e até mesmo para cidades mais frias. A FIFA, órgão dirigente do futebol mundial, adiou a Copa do Mundo Masculina de 2022 de sua data habitual em junho para o final de novembro para que pudesse ser realizada no Qatar.

[…]

5. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que o temor dos organizadores de perder financiamento é maior que a preocupação com a preservação ambiental.

MCCULLOUGH, Brian P. Os Jogos Olímpicos de Paris promovem a sustentabilidade por um bom motivo: a mudança climática está colocando em risco os atletas e seus esportes. Ludopédio, São Paulo, v. 181, n. 27, 26 jul. 2024. Disponível em: https://ludopedio.org.br/arquibancada/ os-jogos-olimpicos-de-paris-promovem-a-sustentabilidade-por-um-bom-motivo-a-mudanca-climatica-esta-colocando-em-risco-osatletas-e-seus-esportes/. Acesso em: 6 set. 2024.

a) Você já tinha pensado que os próprios atletas que participam de grandes eventos esportivos também são alvo dos impactos das mudanças climáticas? Comente. Respostas pessoais.

b) Quais podem ser os efeitos desses impactos na prática dos atletas nesses eventos?

c) Além das estratégias mencionadas no trecho, quais outras poderiam ser utilizadas para garantir a segurança dos atletas?

fiCA A DiCA

6. b) Sugestões de resposta: Temperaturas elevadas podem fazer com que o atleta se desidrate mais rapidamente, causando desmaios ou cansaço extremo, e locais onde a umidade do ar é baixa podem dificultar a respiração.

• Como as Nações Unidas apoiam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil. Publicado por: Nações Unidas Brasil. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs. Acesso em: 6 set. 2022.

O s Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas enfocam desafios que devem ser enfrentados para erradicar a pobreza, proteger o meio ambiente e promover uma cultura de paz e prosperidade na sociedade.

6. c) Sugestões de resposta: ter uma estratégia de aclimatação; prezar pela hidratação; evitar deslocamentos entre lugares com diferença brusca de temperatura, a fim de evitar choque térmico etc.

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305, EM13LGG402, EM13LGG501, EM13LGG503, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Festival sustentável de práticas corporais

Com o objetivo de promover a conscientização sobre atitudes sustentáveis, ao mesmo tempo em que se incentiva a realização de práticas corporais, a turma vai se dividir em grupos para idealizar um festival sustentável de práticas corporais.

Pesquisar e idealizar

Organizem-se em grupos de cinco ou seis estudantes. Cada grupo deve pesquisar quais são os elementos básicos de uma modalidade de prática corporal de escolha livre a ser incentivada e viabilizada no dia do festival. Depois, os grupos devem elaborar um plano de ação para o festival, considerando os pontos a seguir.

1. Escolha do local: considerar a acessibilidade e o impacto ambiental.

2. Gestão de resíduos: propor soluções para reduzir, reutilizar e reciclar resíduos gerados durante o evento.

3. Transporte: promover, para os dias do evento, o uso de transporte público, caronas, bicicletas e outros meios sustentáveis, que gerem menos emissão de gases de efeito estufa do que o transporte individual por automóvel.

4. Materiais e suprimentos: dar preferência a materiais biodegradáveis, recicláveis ou reutilizáveis.

5. Educação e conscientização: elaborar cartazes de conscientização ambiental para os participantes e espectadores.

Compartilhar e realizar

1. Cada grupo apresentará seu plano para a turma, explicando suas escolhas e como pretende garantir a sustentabilidade do evento. Essa apresentação poderá ser feita por meio de slides , cartazes etc.

2. Após as apresentações, a turma deve discutir os pontos fortes de cada projeto com base na criatividade, na viabilidade e no impacto ambiental e propor melhorias, se necessário. Os critérios a seguir podem ser utilizados na avaliação.

• O grupo investigou e compreendeu os conceitos teóricos e culturais que envolvem a sustentabilidade?

• O grupo explorou fontes de informação variadas e confiáveis para fundamentar suas ideias?

• O grupo abordou de forma crítica as informações apresentadas?

• A apresentação foi organizada de forma lógica e coerente? O grupo conseguiu expor claramente os pontos principais da pesquisa e suas conexões com os temas discutidos?

3. Coletivamente, a turma escolherá um dos planos para executar. Para isso, vocês podem se organizar em equipes e dividir as tarefas que forem necessárias, sob orientação do professor.

Avaliar

Não escreva no livro.

Após a realização da proposta escolhida, reúnam-se e avaliem coletivamente os resultados alcançados. Reflitam sobre o nível de cumprimento do plano, sobre as expectativas que vocês tinham no início e sobre os impactos observados no público participante do festival, tanto na realização das práticas quanto como espectadores. Pensem e discutam também as ações e iniciativas de sustentabilidade executadas, bem como a efetividade de promover a conscientização ambiental.

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG201e EM13LGG402.

#NOSNAPRATICA Construção de brinquedos com materiais recicláveis

Antigamente, as crianças utilizavam materiais disponíveis na natureza ou reciclavam objetos do cotidiano para criar os próprios brinquedos, demonstrando criatividade e uma prática de reutilização que hoje é considerada sustentável. No século XX, o uso de plásticos e outros materiais sintéticos tornou-se predominante, exacerbando os problemas ambientais em razão da lenta degradação desses materiais. Hoje, há um movimento de valorização de práticas mais sustentáveis e retorno a antigos hábitos, como a construção de brinquedos com materiais recicláveis.

O que você vai fazer

Você vai se unir a dois colegas para planejar e construir um brinquedo com materiais recicláveis.

Planejar e confeccionar

Cada trio deve pesquisar e planejar que tipo de brinquedo quer construir, como diabolô, carrinho, boneco, jogo de tabuleiro, entre outros. Observem, a seguir, sugestões de materiais.

• Garrafas PET.

• Tampas de garrafa.

• Caixas e rolos de papelão (de papel higiênico ou de papel-toalha).

• Jornais ou revistas.

• Tesoura.

• Fita adesiva.

• Cola quente.

• Tintas e pincéis.

Apresentar e explorar

Em uma data combinada previamente com o professor, cada trio deve apresentar o brinquedo confeccionado para a turma, explicando como foi feito e quais foram os materiais utilizados, além de demonstrar como brincar com ele.

Após as apresentações, a turma deverá organizar, em local apropriado, estações com os brinquedos confeccionados de acordo com categorias, por exemplo, jogos de tabuleiros, bonecos e bonecas, brinquedos para brincar em duplas, em grupos, e assim por diante, para que todos explorem os diferentes brinquedos.

Avaliar

Ao término da atividade, faça uma avaliação com base nas questões orientadoras a seguir.

1. Encontrei facilmente e em fontes de informação variadas ideias ou instruções para a construção de brinquedos feitos de materiais recicláveis?

2. Que dificuldades enfrentei para confeccionar o brinquedo com materiais recicláveis?

3. Desenvolvi a criatividade nessa atividade? Como?

4. Os conhecimentos construídos ao longo do capítulo me motivaram a realizar essa atividade? Por quê?

5. Quais são os benefícios do uso de materiais reciclados para confeccionar novos objetos?

Não escreva no livro.

Práticas corporais de aventura na natureza pela cidade

Ao longo da história, é possível observar que o ser humano busca constantemente adaptar os seus espaços de vivência para atender a diferentes necessidades. Isso também ocorre ao explorar espaços nos centros urbanos para a realização de práticas corporais de aventura que costumam ter como cenários apenas os espaços naturais, seja na terra, seja na água, seja no ar.

Práticas corporais de aventura na natureza, como rapel, tirolesa, esqui aquático, bungee jumping e escalada, hoje, já podem ser realizadas e observadas nos centros urbanos, em locais como praças, lagoas e parques públicos, passarelas, edifícios etc.

Ao pensar sobre a dinâmica da vida cotidiana, observa-se que as práticas corporais de aventura, seja as na natureza, seja as urbanas, limitam-se à realização em momentos fora da rotina diária, ficando restritas às temporadas de férias, aos feriados ou aos fins de semana.

1 Alguma prática corporal de aventura na natureza ou urbana faz parte da sua rotina? Em caso negativo, você gostaria de incluir alguma? Comente. Respostas pessoais.

2 Na região em que você mora, é possível observar práticas corporais de aventura sendo realizadas? Se sim, elas são praticadas nos contextos em que costumam ser desenvolvidas, isto é, as urbanas em espaços urbanos e as na natureza em ambientes naturais? Respostas pessoais.

3 Os espaços públicos de lazer da cidade em que você vive têm estruturas para práticas corporais de aventura? Se sim, descreva-as. Respostas pessoais.

Em 2015, a Assembleia Geral das Nações Unidas estabeleceu 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma série de compromissos assumidos pelos países na chamada Agenda 2030, que contemplam temas como erradicação da pobreza, acesso a água e saneamento, proteção e uso sustentável dos oceanos e dos ecossistemas terrestres, saúde e bem-estar, entre outros.

O ODS 3, Saúde e Bem-Estar, tem como propósito “Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades”. Com essa diretriz em mente, pode-se refletir sobre o potencial das práticas corporais de contribuir para a melhora da saúde da população. Neste capítulo, você vai estudar como os espaços das cidades podem ser (re)criados, adaptados e explorados a fim de promover a adoção de um estilo de vida saudável.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.
Habilidades (abertura): EM13LGG101 e EM13LGG202.

#PARAlER Da natureza para as cidades

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG302 e EM13LGG502.

Muitas vezes, basta que sejam criadas oportunidades para que as pessoas se apropriem das práticas corporais de aventura na natureza, inclusive nas cidades. A seguir, na Leitura 1 , observe imagens de duas dessas práticas sendo realizadas em áreas urbanas. Depois, na Leitura 2 , leia o trecho de uma reportagem que trata um pouco da desigualdade de acesso às práticas corporais.

Leitura 1

Atleta desce de rapel por torre de igreja em ação de incentivo ao turismo regional. Vera Cruz (SP), 2023.

Prática de f lyboard no Lago Paranoá. Brasília (DF), 2016.

Favela Radical: O esporte levado para as comunidades do Rio

Projeto sediado no morro do Turano, zona norte da cidade, busca democratizar o esporte e [o] levar para a população das favelas cariocas

A cidade maravilhosa adora vender para o mundo as imagens monumentais das belezas naturais e geológicas, o estilo hedonista da prática de esportes à beira-mar e o cultivo saudável do corpo. Infelizmente, o usufruto de tais atividades está predominantemente restrito à parcela mais abastada e privilegiada da sociedade.

[…]

O uso desigual do esporte no Brasil

Em 2015 foi publicado o relatório “Práticas Esportivas e Atividades Físicas”, da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que apontou que enquanto apenas 37,9% da população brasileira disse ter praticado alguma atividade física em um ano, 53,6% dos brasileiros entre 15 e 17 anos de idade realizaram estas atividades. Outro fator demarcador de população é escolaridade, que expõe uma escala ascendente. Enquanto 28,4% dos praticantes tinham fundamental incompleto, 51,9% [tinham] superior completo. No tocante à renda, 32% dos que auferem até 1 salário mínimo mensal são praticantes […]. O cruzamento entre escolaridade e poder aquisitivo provém do vínculo entre o acréscimo da educação formal e uma maior disponibilidade dos equipamentos e bens culturais. A ascensão nas escalas da pirâmide social é acompanhada, segundo o sociólogo francês Pierre Bourdieu em “A Distinção”, pelo delineamento de “classes” de gosto, a distinção social no uso do corpo e a percepção deste com a assepsia do conhecimento científico sobre saúde. Assim se formam hábitos de classe, como frequentar clubes e atividades esportivas geralmente apropriadas em espaços privados e pagos.

[…]

Jefferson Quirino é idealizador do Instituto Favela Radical, organização social sem fins lucrativos que oferece, desde 2017, aos jovens da comunidade do Turano, zona norte da cidade, a prática de esportes radicais, como o surf, skate e a escalada, tradicionalmente hegemonizada por jovens da classe média da zona sul da cidade.

Crianças e jovens do morro do Turano são convidados a uma jornada que transcende o circuito geográfico da cidade, como praias e montanhas de escalada, e inclui um aprendizado [de] como reapropriar os espaços […].

Cristiano Mezzaroba, doutor em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em “Pertencimento à classe social e práticas sociais”, alerta para a pouca atenção dada à atividade física por jovens de periferia e aponta que “muitos comportamentos adquiridos na infância e adolescência permanecem na fase adulta, sendo que os reflexos dessa dinâmica são claramente sentidos em escala global”. O Instituto Favela Radical se preocupa justamente com crianças e jovens em idade de formação, e é este o legado para a vida destas crianças e jovens, que possam multiplicar a experiência para a comunidade e seus descendentes, reapropriando os espaços e desnaturalizando apartações. […]

hedonista: que busca o prazer incessantemente como forma de vida. auferir: obter. transcender: ir além de determinado limite, extrapolar. apartação: separação, segregação.

CUNHA, Rafael. Favela Radical: o esporte levado para as comunidades do Rio. Terra, [s. l.], 29 abr. 2022. Disponível em: https://www.terra.com. br/visao-do-corre/deu-jogo/favela-radical-o-esporte-levado-para-as-comunidades-do-rio,e64789b71f5dfd90f05d2ce5f16806bckxqc04ai.html. Acesso em: 6 set. 2024.

1. b) Para o rapel, foi preciso uma construção elevada (a torre de uma igreja) e os mesmos equipamentos de segurança que se usaria em ambientes naturais (cordas, luvas, capacete etc.). Para o flyboard, foi necessária uma acumulação significativa de água (o Lago Paranoá) e equipamentos como o dispositivo de propulsão e colete salva-vidas.

P ensar e compartilhar

1. a) Espera-se que os estudantes mencionem, no caso da primeira imagem, formas de relevo

Não escreva no livro.

elevadas, como formações rochosas; no caso da segunda imagem, podem citar rios, lagos e lagoas naturais, baías e o mar.

1. As imagens da Leitura 1 retratam práticas corporais de aventura que costumam ser realizadas principalmente em ambientes naturais.

6. a) Espera-se que os estudantes infiram que podem ser necessárias adaptações como variação e ajustes em equipamentos, seleção de locais que se adequem

a) Em quais ambientes naturais você esperaria observar práticas como essas acontecendo?

melhor às práticas, propiciando experiências mais próximas das que seriam vivenciadas em ambientes naturais, entre outras.

b) Quais recursos e equipamentos foram necessários para realizá-las nos locais retratados?

2. Pensando nas características das práticas corporais de aventura na natureza, quais diferenças podem ser encontradas ao observar as mesmas modalidades sendo praticadas em áreas urbanas? Considere fatores como segurança e acesso.

6. b) Pode representar uma oportunidade de quebrar segregações sociais, além de possibilitar que as experiências sejam difundidas para a comunidade e repassadas a gerações futuras.

3. As intempéries também afetam a realização dessas práticas corporais de aventura em áreas urbanas? Explique sua resposta.

4. Segundo o texto, são os fatores de renda (“poder aquisitivo”) e escolarização. Essa desigualdade se demonstra no que o texto chama de “hábitos de classe”, como frequentar clubes e realizar práticas corporais em espaços privados e pagos.

4. De acordo com a reportagem da Leitura 2 , quais são os principais fatores que impactam o acesso a práticas corporais? Como essa desigualdade é demonstrada?

5. Na reportagem da Leitura 2, é abordado um projeto social que promove práticas popularmente chamadas de “esportes radicais” com crianças e jovens de uma favela do Rio de Janeiro (RJ).

a) C omo você observa o acesso a esse tipo de prática em comunidades e espaços socialmente vulnerabilizados?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes compartilhem suas percepções com base em fatos e dados. É provável que apontem que as populações que vivem nesses espaços não têm acesso garantido a esse tipo de prática.

b) O que a possibilidade de realizar essas práticas pode significar para essas populações?

6. Releia este trecho do texto.

Essas práticas podem significar uma oportunidade para que essas populações adotem um estilo de vida mais ativo, promovendo o lazer, a saúde e o bem-estar.

Crianças e jovens do morro do Turano são convidados a uma jornada que transcende o circuito geográfico da cidade, como praias e montanhas de escalada, e inclui um aprendizado [de] como reapropriar os espaços […].

a) Quais adaptações podem ser necessárias para realizar as práticas corporais de aventura na natureza de uma forma acessível em áreas urbanas vulnerabilizadas?

b) O que o aprendizado para reapropriar espaços pode significar para essas crianças e jovens?

SAIBA MAIS

2. Espera-se que os estudantes citem características como maior regularidade de superfícies (no caso de uso das construções para a prática), além de maior controle das situações em que as práticas se desenvolvem, o que impacta a segurança. Quanto ao acesso, a transposição dessas práticas para áreas urbanas amplia as possibilidades de sua realização.

Áreas verdes urbanas e práticas corporais

As áreas verdes urbanas são espaços que apresentam cobertura vegetal, como árvores, arbustos e gramíneas, tanto nativas quanto exóticas, que contribuem para a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental de áreas urbanizadas nas cidades, desempenhando funções ecológicas, paisagísticas e recreativas.

Muitas dessas áreas, como praças e parques públicos, canteiros centrais de avenidas, jardins botânicos e jardins de orla, possibilitam a realização de diferentes práticas corporais, incluindo as de aventura urbanas e na natureza, ainda que de forma adaptada para os recursos e as estruturas disponíveis.

Pessoa pratica slackline na Área de Lazer Luigi Borghesi, conhecida como Zerão. Londrina (PR), 2020.

3. Espera-se que os estudantes respondam que sim. Ainda que se possa considerar um controle maior das situações e dos riscos, as intempéries também podem afetar e até inviabilizar as práticas em determinados momentos, ainda que isso aconteça em menor grau do que nos ambientes naturais, mais sujeitos a imprevisibilidades.

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG204, EM13LGG304 e EM13LGG503; EM13CHS205, EM13CHS206, EM13CHS301, EM13CHS502 e EM13CHS606.

InTEGranDO COm...

GEOGRAFIA

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes respondam sobre a facilidade ou não de acesso às áreas verdes, a qualidade dos equipamentos e espaços e se esses fatores impactam positiva ou negativamente sua motivação para práticas corporais.

2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes avaliem a quantidade e a localização das lixeiras para reciclagem, o uso de materiais sustentáveis no mobiliário e nos equipamentos de lazer, a presença de sinalização educativa sobre sustentabilidade, entre outros aspectos.

Classificação das áreas verdes urbanas

Áreas verdes urbanas são essenciais para promover a sustentabilidade e a qualidade de vida nas cidades. Leia, no quadro a seguir, informações sobre categorias e tipologias dessas áreas.

Categoria

Sociocultural

Categorias e tipologias de áreas verdes urbanas

Tipologia

Praça: espaço público de livre circulação destinado à convivência, à recreação e a atividades econômicas e culturais. Geralmente é equipado com mobiliário urbano para descanso e/ou lazer.

Canteiro: área ajardinada e/ou arborizada que acompanha vias de circulação, como rotatórias.

Jardim zoológico: empreendimento de pessoa jurídica, constituído de coleção de animais silvestres mantidos vivos em cativeiro ou em semiliberdade e expostos à visitação pública, para atender a finalidades científicas, educativas, socioculturais e de conservação.

Área verde institucional: áreas como cemitérios e campi universitários.

Horto florestal: área verde destinada à recreação, à educação ambiental, à pesquisa, à produção de mudas e à multiplicação de espécies de plantas.

Socioambiental

Econômica

Ecológica

Jardim botânico: área protegida, constituída por coleções de plantas vivas cientificamente reconhecidas, organizadas, documentadas e identificadas para estudo, pesquisa e documentação do patrimônio florístico do país. É acessível ao público, no todo ou em parte.

Agricultura urbana: área verde pública destinada à produção agropecuária.

Parque: espaço público com predominância de atributos naturais, destinado à proteção de ecossistemas, à socialização, ao lazer e à prática de esportes e de atividades econômicas.

Bosque: espaço público com remanescente florestal e com predominância de atributos naturais. É destinado à proteção e ao uso sustentável de serviços ecossistêmicos, à socialização, ao lazer e a atividades recreativas e culturais.

Áreas protegidas urbanas: área destinada a alcançar objetivos específicos de conservação.

Elaborado com base em: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Programa Cidades+Verdes. Brasília, DF: Ministério do Meio Ambiente, 2021. p. 17-18. Disponível em: https://www.gov.br/mma/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/programa-projetos-acoes-obras-atividades/. Acesso em: 6 set. 2024.

1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reflitam sobre o próprio entorno e relatem as emoções e as sensações (alegria ou tristeza, segurança ou insegurança, paz, entre outras) ao frequentar essas áreas.

Não escreva no livro.

Considerando as informações lidas e o seu conhecimento de mundo, responda às questões a seguir.

1. Quais tipologias de áreas verdes urbanas há na região em que você vive e em quais categorias elas se enquadram? Você costuma visitá-las? Se sim, como se sente nelas?

2. Você percebe uma preocupação com a sustentabilidade nesses locais, como lixeiras para reciclagem, uso de materiais ecológicos etc.? Comente.

3. Como a proximidade e a qualidade dessas áreas influenciam sua rotina com práticas corporais?

4. Descreva brevemente como é sua percepção sobre a utilização, a acessibilidade e a conservação das áreas verdes urbanas pela comunidade local. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes abordem o uso adequado das áreas verdes, a frequência de uso e possíveis sugestões de melhorias sobre a limpeza, a segurança e a acessibilidade desses espaços.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG302, EM13LGG305, EM13LGG502 e EM13LGG503.

#PARAEXPlORAR

Práticas corporais e grupos de afinidade

A vivência de práticas corporais, como as de aventura urbanas e na natureza, muitas vezes proporciona a formação de grupos de afinidade e vínculos sociais, especialmente em espaços e momentos de lazer. Em algumas dessas práticas, como o surfe (uma prática corporal de aventura na natureza) e o skate (uma prática corporal de aventura urbana), é comum que seus adeptos apresentem “estilos de vida” próprios, que envolvem gostos musicais, vestimentas e outras afinidades que refletem as múltiplas culturas juvenis.

Refletir

Leia, a seguir, o trecho de um artigo científico e converse com os colegas sobre as questões propostas.

Os espaços de cultura, arte, esporte e lazer são apresentados como alternativa de participação, para que os/as jovens possam reagir à exclusão econômica, social e cultural. Contudo, esses espaços não atendem à demanda tanto no que se refere à quantidade quanto às necessidades e satisfação pessoal dos jovens.

Outra visão contemporânea sobre o lazer e juventude é a potencialidade de consumo que a indústria cultural e a indústria do lazer visualizam através dos/as jovens. O lazer se transforma em mercadoria, com toda uma estratégia de marketing, com suas ofertas de espaços privatizados. O corpo dos/as jovens se transforma em vitrine desse mercado que cria necessidades, como as marcas de tênis, roupas para desenvolver esportes. O mercado fabrica corpos de atletas, indumentárias para cada estilo de ser jovem, como, por exemplo, a roupa de surfista, de roqueiro.

O corpo juvenil anuncia novidades, formata estilos, produz desejos e necessidades, mas também cria resistências. […]

VERAS SALES, Celecina de Maria. Juventudes e lazer: interações e movimento. Linguagens, Educação e Sociedade, Teresina, n. 29, p. 413-437, 2013. p. 416. Disponível em: https://periodicos.ufpi.br/index.php/lingedusoc/article/view/1356. Acesso em: 6 set. 2024.

1. Como você observa a formação e o comportamento de grupos de afinidade nos espaços de cultura, esporte e lazer da sua região? Resposta pessoal.

2. Como esses grupos são percebidos socialmente? Há algum preconceito que os atinge? Respostas pessoais.

3. Em sua opinião, esses grupos atendem à expectativa de consumo de que trata o texto? Como você percebe essa questão? Respostas pessoais.

Dialogar e experimentar

Com orientação do professor e autorização dos responsáveis, busque com a turma estabelecer contato com grupos de afinidade formados por meio de práticas corporais na região em que vivem. Organizem um encontro com esses grupos, que pode ser na escola, e experimentem as práticas desenvolvidas por eles, de acordo com os interesses pessoais.

Avaliar

Ao final, analise como foi a experiência de vivenciar as práticas com os grupos encontrados. Pense se você se interessaria em se integrar a algum deles e por quê. Avalie também a questão dos estilos observados: como eles são construídos? Há similaridades entre grupos distintos? Eles denotam incentivo ao consumismo? Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG301, EM13LGG403, EM13LGG501, EM13LGG503 e EM13LGG704.

#NOSNAPRATICA Parkour na escola

Uma prática simples de adaptar em diferentes contextos, tanto em ambientes naturais quanto urbanos, é o parkour, que costuma promover a formação de grupos entre seus adeptos.

O parkour é uma prática corporal de origem francesa que consiste na superação de obstáculos e distâncias em um ambiente usando apenas o próprio corpo como instrumento, de forma ágil e eficiente. Entre os seus fundamentos, há uma série de técnicas para a realização de saltos, subidas e escaladas em paredes e muros, aterrissagens, rolagens no chão e quedas controladas, que demandam diferentes capacidades físicas, como força, velocidade e resistência.

Que tal praticar o parkour na escola?

Speed vault (“salto veloz”, em tradução livre). O salto consiste em apoiar uma mão sobre o obstáculo e ultrapassá-lo pulando com rapidez.

Pesquisar e planejar

1. Forme um grupo com mais quatro ou cinco colegas. Como essa atividade é de exploração e introdução ao parkour, os grupos devem se apoiar e se ajudar para compartilhar informações e descobertas, além de avaliar e minimizar os riscos da prática, com a orientação do professor.

2. Pesquisem os fundamentos do parkour e selecionem vídeos e fotografias que possam ajudar a compreender como são realizados os movimentos dessa prática e que tipos de obstáculo costumam ser mais explorados.

3. Em grupos, circulem pelos espaços da escola e observem se e como eles poderiam ser explorados para a prática do parkour, considerando os fundamentos pesquisados pela turma.

4. Identifiquem locais, estruturas e obstáculos que variem os níveis de dificuldade, de acordo com as habilidades que vocês têm, e experimentem livremente os fundamentos pesquisados, tomando os devidos cuidados.

5. Tracem um percurso no caderno e descrevam os obstáculos que farão parte dele. Considerem tanto as estruturas fixas quanto o mobiliário da escola, cuidem para que nada seja danificado e zelem pela segurança e integridade física de todos. Sigam as orientações do professor.

Compartilhar e praticar

Os grupos vão compartilhar os seus percursos com o restante da turma. A ideia é que todos experimentem os fundamentos do parkour nos diferentes percursos elaborados.

Avaliar

Ao final da atividade, retomem em uma roda de conversa como foi esse momento de exploração de uma prática de aventura dentro da escola.

1. Vocês já tinham pensado em utilizar o espaço da escola para realizar uma prática corporal de aventura? Como foi essa experiência?

2. Qual foi o grau de dificuldade encontrado em cada circuito? Foi possível realizá-los integralmente? Por quê?

3. Como se sentiram durante a prática? Quais percepções corporais e emocionais puderam ser identificadas, como necessidade de mais força muscular, tensão, medo, adrenalina?

4. Como vocês buscaram garantir a própria segurança e a dos colegas durante a prática?

5. Após experimentarem o parkour na escola, vocês se sentiram motivados a explorar a prática em outros espaços? Como seria possível fazer isso com segurança?

6. Essa prática poderia contribuir para que vocês adotem um estilo de vida mais ativo e saudável? Por quê?

SAIBA MAIS

Freerunning

Derivado do parkour, o freerunning é uma prática corporal que incorpora elementos performáticos, como cambalhotas, movimentos acrobáticos e de danças, conhecidos como tricks (ou “truques”, em português). Dessa forma, no freerunning enfatiza-se mais a expressividade corporal do que a velocidade dos movimentos ou sua eficiência na superação de obstáculos.

O freerunning costuma ser considerado uma prática corporal mais democrática que o parkour, por ser mais livre, permitir a incorporação de movimentos originários de outras práticas (como ginásticas, danças, esportes etc.) e por ter mais foco na expressividade do que no desempenho dos praticantes.

Jovem realiza parada de mão sobre chão de cimento. Espanha, 2021.

Não escreva no livro.

LAZER, TRABALHO E PROJETO DE VIDA

Leia orientações e sugestões para esta Unidade em Orientações para o Professor

O lazer pode ser entendido como o tempo livre que uma pessoa tem para realizar atividades de acordo com sua vontade, a fim de repousar, divertir-se, entreter-se, desenvolver-se, distrair-se, atuar socialmente e/ou criativamente de forma voluntária – o que pode incluir as práticas corporais.

Nesta unidade, o estudo de manifestações da cultura corporal de movimento será direcionado às reflexões sobre o cuidado de si, tanto no ambiente de trabalho quanto fora dele, a fim de ajudar a promover uma vida ativa, saudável e sustentável, com foco na construção de projetos de vida que considerem a inclusão de práticas corporais e busquem o equilíbrio entre o lazer, as demandas do trabalho e do cotidiano e o cuidado com o corpo.

Para isso, a unidade tratará da ginástica geral como forma de promoção de saúde, da ergonomia no trabalho e nos estudos, da relação entre corpo e movimento nas profissões e do direito ao lazer. O estudo desses temas nas aulas de Educação Física tem como objetivo promover emancipação e qualidade de vida, incentivando reflexões críticas que favoreçam a formação de jovens conscientes de seus direitos e deveres como cidadãos, especialmente em relação ao autocuidado.

Não escreva no livro.

Leia o título desta unidade e observe a imagem de abertura. Depois, converse com a turma sobre as questões a seguir.

1. Você consegue incluir atividades de lazer no seu dia a dia? Há práticas corporais entre essas atividades? Se sim, quais?

2. Em seu entendimento, quais são os desafios de equilibrar trabalho e/ou estudos com lazer e cuidado com o corpo no cotidiano?

3. Na sua opinião, como é possível construir um projeto de vida equilibrado entre trabalho, saúde e lazer?

Resposta pessoal.

1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reflitam sobre o próprio dia a dia e considerem a importância de incluir práticas corporais nos momentos de lazer, buscando promover o próprio bem-estar e reservar tempo para si.

2. Espera-se que os estudantes identifiquem dificuldades de alcançar esse equilíbrio decorrentes das responsabilidades diárias, da intensidade das rotinas, da falta de consciência para o autocuidado, das desigualdades socioeconômicas etc.

Crianças e jovens em momento de lazer na praia da Volta da Jurema. Fortaleza (CE), 2022.

2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reconheçam que ambientes que incentivam o bem-estar físico e emocional ajudam a promover equilíbrio e motivação, o que, por sua vez, pode melhorar o desempenho acadêmico e profissional, assim como a qualidade das relações interpessoais. As aulas de Educação Física podem ser consideradas nesse escopo.

Movimento para todos

Muitas pessoas ficam tão preocupadas com o futuro profissional, com a relação com os outros e com os estudos que acabam se esquecendo da importância de cuidar de si mesmas. Cuidar do próprio bem-estar não é uma atitude egoísta; ao contrário, é de fundamental importância sentir-se bem e, assim, desenvolver-se nas diferentes esferas da vida de forma equilibrada. No entanto, é preciso ter consciência de que esse equilíbrio não depende somente da vontade pessoal. Questões socioeconômicas, pressões sociais e outras condições da vida contemporânea no Brasil e no mundo podem afetar de diversas formas a construção de projetos de vida e o desenvolvimento integral das pessoas.

1. Resposta pessoal. É possível que os estudantes apontem fatores como rotinas exaustivas, cansaço, falta de tempo etc.

Na perspectiva da pessoa que interage no mundo do trabalho, por exemplo, é essencial fazer escolhas responsáveis e ter garantias de qualidade de vida e do direito ao bem-estar.

1 Em sua percepção, quais são as maiores dificuldades relacionadas ao mundo do trabalho que as pessoas encontram para cuidar de si?

2 P ara você, é importante que escolas e empresas favoreçam e estimulem o bem-estar de seu público de estudantes e trabalhadores? Por quê?

3 Como você acha que as práticas corporais podem contribuir para a promoção do bem-estar de estudantes e trabalhadores?

Ser saudável, agir com protagonismo e ter uma carreira profissional consistente pode parecer objetivos óbvios e unânimes entre os jovens, mas o caminho para atingi-los tem muitos desafios. Para trilhá-lo, o desenvolvimento do autoconhecimento é imprescindível e orientará futuras escolhas. No caso da busca pelo bem-estar e pelo equilíbrio, manifestações da cultura corporal de movimento, como as lutas, as ginásticas, as práticas corporais de aventura, os esportes, as danças, os jogos e as brincadeiras, podem ser importantes elementos integrantes do projeto de vida de cada pessoa, a fim de possibilitar a autoexpressão, o autodesenvolvimento e o autocuidado. JAQUE

Grupo de praticantes de ginástica posa para fotografia em academia. Londrina (PR), 2024.

3. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam que as práticas corporais podem ser um recurso importante para o autocuidado e a promoção do bem-estar, por meio do lazer e da adoção de um estilo de vida saudável.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.
Habilidades (abertura): EM13LGG103, EM13LGG204 e EM13LGG502.

#PARAlER Ginástica geral

Habilidades: EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG302 e EM13LGG502.

As práticas corporais, em suas diferentes manifestações, são importantes aliadas no processo de autodesenvolvimento. Observe as fotografias da Leitura 1, que mostram grupos com pessoas diversas praticando diferentes tipos de ginástica. Depois, na Leitura 2, leia o trecho de uma tese acadêmica em que a autora descreve a ginástica geral.

Leitura 1

Pessoas praticam ginástica em academia.

Estados Unidos, 2021.

Pessoas praticam ginástica em via pública. Yogyakarta (Indonésia), 2023.

Leitura 2

Ginástica

Geral: uma

área do conhecimento da Educação Física

2.1.1. A Concepção de Ginástica Geral da Federação Internacional de Ginástica (FIG)

Segundo esta organização, a Ginástica Geral é a parte da Ginástica que está orientada para o lazer, onde pessoas de todas as idades participam principalmente pelo prazer que sua prática proporciona. Desenvolve a saúde, a condição física e a interação social, contribuindo desta forma para o bem-estar físico e psicológico de seus praticantes. Oferece um vasto campo de atividades, respeitando as características, interesses e tradições de cada povo, expressados através da variedade e beleza do movimento corporal. […]

[…] A Ginástica Geral tem como pressuposto a valorização e o respeito às tradições e à cultura dos povos, ampliando ilimitadamente as expressões possíveis nesta área. Cada cultura tem suas próprias características, “ portanto seria um grave erro rejeitar gestos, músicas ou aspectos estéticos que não são conhecidos por nós ou esperar que o gosto seja universal ”. […]. Desta maneira, a Ginástica Geral contribui ativamente para a integração de diferentes estilos e formas estéticas.

Dentre a enorme diversidade de possibilidades de sua prática, a Ginástica Geral compreende as seguintes atividades:

• Ginástica e Dança

• Exercícios com aparelhos

• Jogos

[…]

Ela reúne uma grande quantidade de pessoas que por diferentes razões optaram por praticar uma atividade física não seletiva e que não exija um alto nível de performance […].

Segundo a FIG […], a Ginástica Geral é um fenômeno educacional que proporciona o crescimento humano e social, respeita a individualidade e deve ser praticada com um espírito alegre e despreocupado, onde a pessoa deve estar consciente do valor do esporte e sentir-se como uma parte do contexto esportivo.

O estímulo à criatividade, ao bem-estar e à união entre as pessoas são metas da Ginástica Geral, assim como o prazer na sua prática, conseguido ao proporcionar saúde a si próprio, ao comunicar-se, ao encontrar pessoas, ao fazer amigos e diminuir o estresse que diariamente interfere na existência humana.

SOUZA, Elizabeth Paoliello Machado de. Ginástica geral: uma área do conhecimento da Educação Física. Tese (Doutorado em Educação Física) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997. p. 35-38. Disponível em: https://repositorio. unicamp.br/acervo/detalhe/114431. Acesso em: 10 set. 2024.

SOBRE

Elizabeth Paoliello (1951-) é doutora e mestre em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professora aposentada, pesquisadora e cofundadora do Grupo Ginástico Unicamp, criado em 1989, seus estudos e suas pesquisas concentram-se na área da Ginástica Geral, ou Ginástica para Todos.

1. a) Espera-se que os estudantes apontem benefícios como o trabalho de capacidades físicas, tais quais força, equilíbrio e flexibilidade, o desenvolvimento de aspectos psicológicos como a alegria, o enfrentamento do medo de realizar determinado movimento e da vergonha de se apresentar em público, além da possibilidade de ser praticada por pessoas de diferentes faixas etárias.

2. As expressões de satisfação e as posturas dinâmicas nas imagens sugerem que os participantes estão desfrutando da atividade. Essas expressões podem indicar que a GG oferece benefícios emocionais, como a melhoria da autoestima e o prazer na atividade, além de benefícios físicos.

Federação Internacional de Ginástica (FIG)

3. É possível inferir que a GG pode ser praticada em locais variados, como espaços públicos e privados, abertos e fechados.

A FIG é a entidade que representa mundialmente as modalidades da ginástica competitiva. Ela é filiada ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e é composta por federações do mundo todo. A organização se descreve como a primeira federação internacional relacionada tanto ao esporte competitivo quanto ao esporte recreativo.

5. b) Espera-se que os estudantes reconheçam que desenvolver boa saúde, além da socialização, é importante para garantir um bom desempenho em um mundo que exige adaptabilidade e colaboração.

1. b) As imagens indicam que a GG é acessível e inclusiva, permitindo que indivíduos de diversos perfis se engajem nas práticas. Isso é perceptível pela diversidade de gênero, de etnia e de idade retratada, além da presença de uma pessoa com deficiência na primeira imagem.

P ensar e compartilhar

4. b) É possível apontar timidez, falta de confiança e baixa autoestima como fatores impeditivos da prática.

1. Observe novamente as fotografias apresentadas na Leitura 1.

a) Quais benefícios você acredita que a ginástica geral (GG) pode proporcionar para o bem-estar físico e emocional das pessoas que a praticam? Explique.

b) Quais elementos visuais das imagens indicam que a GG promove a inclusão e a diversidade entre os praticantes?

4. a) Respostas pessoais. Com base nas imagens e no texto, espera-se que os estudantes reconheçam a GG como uma prática corporal democrática, pois não apresenta barreiras econômica, social, de gênero, idade etc. que impeçam alguém de praticá-la.

A ginástica geral (GG), ou ginástica para todos (GPT), é um tipo de prática corporal que une fundamentos da ginástica a movimentos ligados a expressões culturais diversas, como movimentos folclóricos, circenses, de danças e cênicos, em prol do desenvolvimento do eu enquanto corpo que é agente transformador de si mesmo.

Voltada a promover o bem-estar e a saúde, trabalhando qualidades como força, flexibilidade, resistência, agilidade, equilíbrio, aspectos estéticos e interações sociais, a GG também desenvolve a criatividade, pois não se restringe à imitação de gestos predefinidos, mas proporciona também a construção deles.

5. a) Espera-se que os estudantes pensem na importância da saúde e de uma boa condição física para ter qualidade de vida e longevidade. Os ganhos de uma boa saúde física e de interações sociais adequadas se refletem em relações interpessoais mais empáticas, além de contribuir para fortalecer a saúde mental, condições favoráveis para a construção de uma sociedade harmônica.

2. Como as expressões e as posturas dos participantes nas imagens evidenciam os benefícios emocionais e físicos da GG?

6. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes argumentem positivamente e reconheçam que a liberdade de utilizar gestos, músicas e aspectos estéticos particulares de cada cultura é uma forma de dar visibilidade e reconhecimento a elas.

3. E em relação aos locais de prática, o que é possível inferir sobre a GG ao observar as imagens?

4. A definição de GG dada pela FIG, apresentada na Leitura 2 , enfatiza a diversidade de características de seus praticantes.

a) Em sua opinião, a ginástica geral é de fato para todos? Por quê?

b) O que poderia impedir uma pessoa de praticá-la? Justifique sua resposta.

5. De acordo com a Leitura 2, a GG desenvolve a saúde, a condição física e a interação social.

a) Em sua opinião, quais seriam os ganhos sociais que poderiam ser atingidos com esses benefícios pessoais? Explique.

b) Esses benefícios podem ter um papel importante no mundo do trabalho? Explique.

6. É possível afirmar que valorizar gestos, músicas e aspectos estéticos de diferentes culturas é uma forma de celebrar a diversidade na GG? Justifique sua resposta.

7. Como as imagens da Leitura 1 e o texto da Leitura 2 podem se relacionar para destacar a importância da GG na promoção da inclusão e no desenvolvimento pessoal?

8. Você consideraria incluir a ginástica geral no seu rol de práticas corporais? Por quê? Como isso seria possível? Respostas pessoais.

7. As imagens mostram a diversidade entre os participantes, enquanto o texto destaca a característica agregadora da GG, enfatizando a inclusão e o desenvolvimento pessoal. Juntos, as imagens e o texto ilustram como a ginástica geral pode ser uma prática acessível e enriquecedora para todos, ajudando na superação de limites e na expressão individual de maneira criativa.

Não escreva no livro.

#PARAEXPlORAR

Ginástica acrobática

A ginástica geral tem em sua composição fundamentos de diferentes práticas de ginástica. Agora, você vai conhecer melhor a ginástica acrobática.

A ginástica acrobática consiste na apresentação coreográfica de diversos movimentos de acrobacia no solo inspirados nos da ginástica artística: exercícios dinâmicos, como saltos impulsionados por parceiros; exercícios estáticos, como movimentos de equilíbrio e força; e exercícios individuais de equilíbrio, giros etc.

Para complementar seus conhecimentos sobre essa prática corporal, forme uma dupla ou um trio e, juntos, façam as atividades propostas a seguir.

Pesquisar

1. Com orientação do professor, pesquisem e descubram movimentos estáticos da ginástica acrobática que possam ser realizados em duplas ou em trios. Analisem os fatores de equilíbrio e força envolvidos, bem como as técnicas de apoio entre os parceiros.

2. Pesquisem também vídeos que mostrem técnicas e coreografias da ginástica acrobática. Observem a sincronia e a cooperação entre os participantes na realização de coreografias.

Compartilhar e experimentar

1. Pratiquem os movimentos estáticos que vocês observaram na pesquisa. Depois, a fim de explorar apoio e equilíbrio, pratiquem também movimentos dinâmicos de solo e estáticos (no caso dos trios, é possível realizar pirâmides de duas alturas, por exemplo). Preparem-se para apresentar as descobertas aos colegas e a outras turmas.

2. Após todas as apresentações, reúnam-se com os demais trios e duplas e experimentem as possibilidades de movimentos pesquisados e apresentados por eles.

Avaliar

Ao final, reflita sobre as atividades realizadas, avalie a experiência e troque impressões com a turma.

1. Durante a pesquisa sobre ginástica acrobática, a dupla ou o trio encontrou todas as informações necessárias sobre os movimentos e as técnicas envolvidas para realizá-los?

2. Foi possível perceber as habilidades específicas exigidas pela ginástica acrobática em cada movimento ou sequência experimentados?

3. Quais foram as principais dificuldades encontradas para realizar essa prática corporal? Foi possível superá-las? De que maneira?

4. Reflita sobre a segurança dos movimentos e a necessidade de confiança nos parceiros: o desafio colaborativo foi atingido? De que forma?

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG301, EM13LGG501 e EM13LGG503.

#NOSNAPRATICA Sequência coreográfica de ginástica geral

Agora, você vai ter a oportunidade de experimentar movimentos básicos de ginástica geral e elaborar uma sequência coreográfica. Para isso, escolherá a música e o material que serão utilizados, se necessário.

O que você vai fazer

Primeiro, você vai realizar alguns movimentos básicos de ginástica geral, como a estrela, a parada de mão e o aviãozinho, com base nas indicações desta seção e com orientação do professor. Depois, vai criar uma sequência coreográfica de ginástica geral, treinar os movimentos e apresentá-los para a turma.

Material

Os materiais usados para os ensaios e as apresentações podem ser os mais variados e criativos encontrados na escola, como fitas de ginástica rítmica, bolas, caixas, cabos de vassouras, tatames, colchonetes, entre muitos outros.

Praticar

1. Para a realização dos movimentos estrela, parada de mão e aviãozinho, você e um colega escolherão um espaço livre de aproximadamente 3 m² n a quadra de esportes. O espaço livre adequado é necessário para evitar acidentes com você ou com qualquer colega da turma.

2. Leia a descrição dos movimentos e observe as respectivas ilustrações para orientar a prática.

Estrela

Para a realização da estrela, uma pessoa da dupla ficará deitada no chão com as pernas e os braços juntos ao corpo. A outra pessoa, que estará de pé, colocará um braço em cada lado do colega deitado e passará uma perna de cada vez por cima dele, realizando a estrela. Importante: cada estudante deverá repetir o movimento várias vezes para os dois lados, até executá-lo com segurança e confiança.

Ilustração demonstrativa de execução da estrela.

Parada de mão

Para a realização da parada de mão, uma pessoa da dupla ficará responsável pela ajuda e pela segurança do colega que realizará o movimento. A outra deverá apoiar as duas mãos no solo ao mesmo tempo, com uma distância entre elas próxima à da largura dos ombros. Com um impulso, um pé de cada vez deverá deixar o chão. Se possível, manter as pernas estendidas. A pessoa responsável pelo apoio deverá segurar os dois pés do colega no ar e ajudá-lo a manter o equilíbrio e a sustentação por um tempo estipulado pelo realizador do movimento. Importante: cada estudante deve repetir o movimento várias vezes, até executá-lo com segurança e confiança. Observe a ilustração.

Ilustração demonstrativa de execução da parada de mão.

Aviãozinho

Para a realização do movimento de aviãozinho, uma pessoa da dupla se deitará com as costas no chão e os pés para cima. A outra apoiará os quadris nos pés da que está deitada. A dupla ficará de mãos dadas. A pessoa que está em pé se projetará para a frente, tirará os pés do chão e será sustentada pelos pés e pelas mãos da pessoa que está deitada. Importante: a posição deve ser mantida até que o equilíbrio seja totalmente estabelecido, como mostra a figura. HECTOR

Ilustração demonstrativa de execução do aviãozinho.

Criar

1. Para elaborar a sequência coreográfica de ginástica geral, a turma irá se dividir em cinco grupos e deverá utilizar a quadra ou o pátio da escola.

2. Os grupos ficarão responsáveis por escolher a sequência de movimentos que será realizada, bem como a música, o figurino e o material que irão usar em sua apresentação.

3. A sequência de movimentos deverá prever:

• uma entrada ou pose inicial;

• movimentos de dança e de ginásticas (acrobática, artística, rítmica), circenses, folclóricos etc., de acordo com a ideia da ginástica geral;

• deslocamentos e trocas de posições;

• e xploração do material escolhido para a apresentação.

4. Além dos movimentos básicos (estrela, parada de mão e aviãozinho) praticados em duplas pela turma, os grupos podem pesquisar outros que achem interessantes. É importante praticá-los para que possam ser incorporados com segurança à sequência elaborada.

5. Ensaiem quantas vezes acharem necessário. Durante os ensaios, observem se a sequência elaborada está de acordo com o que o grupo gostaria de expressar. Caso não esteja, vocês podem fazer ajustes e continuar experimentando até que todos se sintam seguros e satisfeitos com a criação.

Apresentar e compartilhar

1. Em uma data e um espaço combinados com o professor e a turma, apresentem a sequência de movimentos elaborada pelo grupo. Cada apresentação terá a duração de uma música.

2. Ao final de todas as apresentações, a turma pode se reunir, compartilhar experiências e fruir livremente os movimentos que os grupos trouxeram, de acordo com os interesses de cada um.

• X FÓRUM Internacional de Ginástica para Todos (FIGPT). Publicada por: GYMNUSP Ginastica para Todos. 1 playlist (23 vídeos). Disponível em: https://youtube.com/playlist?list=PLl19EN-XvzFpWkO3KjW2G9FeEkLFZyJ4P. Acesso em: 3 out. 2024.

A playlist reúne vídeos de apresentações do X Fórum Internacional de Ginástica para Todos, realizado em Campinas (SP), em 2022.

Avaliar

Reflita sobre sua atitude durante a atividade, se agiu com respeito aos colegas, como você lidou com as próprias limitações e com as dos outros e como foram suas interações sociais dentro do grupo durante as discussões sobre o desenvolvimento da atividade.

É importante avaliar se, ao final da prática, houve algum progresso com relação ao desenvolvimento das habilidades relacionadas à técnica de dança, dos movimentos ginásticos e das capacidades e habilidades físicas envolvidas neles, como equilíbrio, força, flexibilidade e resistência. Avalie, também, se houve progresso em relação à superação de alguns limites emocionais, como vergonha, medo, entre outros.

Tente observar, ainda, de que forma a troca de experiências entre os grupos pode enriquecer seu repertório de práticas corporais e contribuir para que elas sejam incorporadas no seu dia a dia.

Ao final, a turma toda deverá se reunir para discutir e relatar as sensações, as dificuldades e os desafios enfrentados na realização e na pesquisa dos movimentos, na elaboração e na apresentação das sequências. Pensem também nas exigências e nas contribuições que a prática apresenta para a relação interpessoal.

Não escreva no livro.

2

Ergonomia nos estudos e no trabalho

Habilidade (abertura): EM13LGG104.

A relação entre corpo e trabalho é fortemente influenciada pelo espaço em que o indivíduo realiza as práticas do cotidiano; por isso, é preciso que o trabalho ocorra em um ambiente que promova o conforto, a segurança e a saúde física e mental. Da mesma forma, nos estudos, os ambientes e o mobiliário devem propiciar conforto para os estudantes, tanto em casa quanto nas escolas e universidades.

A ergonomia estuda a relação de interação entre o corpo e os outros elementos ligados às condições de realização de atividades (mobiliários, equipamentos, máquinas etc.) em diferentes contextos (como trabalho e estudo). Considerando esses fatores, a ergonomia possibilita a elaboração de projetos e ambientes que buscam garantir o bem-estar para as pessoas que desenvolvem determinada atividade.

A rotina diária de trabalho ou estudo expõe as pessoas a fatores que podem levar ao estresse físico e mental.

1 Pense nas profissões das pessoas do seu convívio e levante hipóteses sobre cuidados ergonômicos necessários para que os trabalhos delas sejam realizados com segurança, conforto e eficiência. Compartilhe suas ideias com a turma.

Respostas pessoais.

2 Você conhece alguém que já sofreu uma lesão ou foi afastado por alguma falha ou negligência do planejamento ergonômico no trabalho? Se sim, compartilhe o caso com os colegas. Respostas pessoais.

3 De que maneira você imagina que a ergonomia afeta a rotina de trabalho de seu professor?

4 E quanto aos seus estudos, como a ergonomia afeta a sua rotina, tanto na escola quanto em casa?

Resposta pessoal. Resposta pessoal.

Pensar em como a carga e as condições ambientais de trabalho ou de estudo impactam não só o desempenho nessas atividades como também a saúde e o bem-estar de trabalhadores e estudantes é fundamental para construir uma atitude e um engajamento conscientes e críticos em relação às questões que afetam a coletividade. Neste capítulo, você vai refletir mais sobre a ergonomia no dia a dia e sobre formas de promover o bem-estar.

Grupo de funcionários alonga-se antes da jornada de trabalho. Itatiba (SP), 2021.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.

#PARAlER Ergonomia no dia a dia

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG302 e EM13LGG702.

A falta de acesso a práticas corporais e o uso excessivo de ferramentas das tecnologias digitais podem prejudicar a saúde e o bem-estar. A seguir, na Leitura 1, leia uma tirinha que retrata a presença das tecnologias digitais na vida de um jovem. Na Leitura 2, leia uma reportagem que trata de ergonomia.

Leitura 1

HUMOR COM CIÊNCIA. Um a zero. Humor com Ciência. [S. l.], 2024. Disponível em: https://www.humorcomciencia.com/ tirinhas/#https-www-humorcomciencia-com-wp-content-uploads-2024-09-um-a-zero-360x150-jpg-504570. Acesso em: 10 set. 2024.

Leitura 2

Ergonomia na hora de estudar

Escrito por Marília Pedroza, […] 04:00 23 de junho de 2019. […]

antropometria: estudo das dimensões e medidas do corpo. fabril: relativo a fábrica.

Ergonomia é uma ciência […] que visa estudar o ambiente de trabalho e o ser humano, seu corpo e sua antropometria, no sentido de gerar um posto de trabalho ou um ambiente que seja adaptado àquela pessoa. Quem explica é Lia Costa Mamede, arquiteta, urbanista e professora da Universidade de Fortaleza (Unifor).

Kaila Mendes Lima, arquiteta e urbanista […], lembra que essa ciência multidisciplinar, por envolver engenheiros, arquitetos, fisioterapeutas, médicos, entre outros profissionais, vem ganhando destaque, sendo aplicada em situações diversas. “Desde a análise de uma planta fabril e maquinário industrial, ao desenvolvimento de mobiliário, objetos dos mais diversos, até o design de ícones de aplicativos. Isso tudo para tornar a experiência humana mais adequada, confortável, segura e prazerosa”, sinaliza Kaila Lima.

[…] As vantagens de investir em ergonomia são significativas e importantes, defende a profissional, pois a produtividade está muito ligada ao conforto e à adequação desses ambientes ao ser humano.

“O nível de concentração, o desempenho, o conforto e, acima de tudo, a saúde podem ser diretamente afetados por essas circunstâncias. Cansaço, dores, letargia, fadiga, lesão por esforço repetitivo (LER), entre outros males, podem ser ocasionados por uma má postura e por um ambiente de trabalho mal-adaptado para o ser humano”, afirma a arquiteta.

Iluminação e leitura

Lia Costa ressalta que não é necessária muita sofisticação para melhorar o seu ambiente de estudo. A primeira medida que ela sugere é na hora de ler, em que a posição da cabeça voltada para baixo, lendo, pode gerar muito desconforto na cervical e na região do trapézio. Se a pessoa estiver lendo sentada, numa mesa, por exemplo, ensina a profissional, é interessante visualizar em que base ela vai estar lendo, se é um livro ou uma tela digital. “Sendo uma tela digital, ela deve aumentar o contraste e diminuir o brilho. […]”, alerta Lia.

Ainda sobre a tela do computador ou dos objetos de leitura, Kaila Lima indica que esses objetos devem ficar posicionados na altura do seu olho (quando sentado), para que seu pescoço não sofra demasiado esforço.

Ela destaca que a iluminação deve ser suficiente e confortável para que não demande esforços excessivos aos olhos. […]

Objetos

Kaila diz para observar a altura das coisas: a mesa deve ser de uma altura (cerca de 75 cm) que permita ao braço ficar repousado em 90° em cima dela. É importante também conseguir repousar o braço todo em cima da mesa e não apenas o antebraço, oferecendo maior apoio e alternativas de descanso e menos sobrecarga no ombro, frisa a arquiteta.

Posicionar a mesa de forma que não fique de frente para uma janela, mas sim de lado, para que a luz não venha a ofuscar sua vista, é uma solução simples que pode fazer uma grande diferença.

A indicação de Kaila Lima para a cadeira é que esta fique numa altura tal que seus pés encostem no chão totalmente (cerca de 45 cm), e sua perna fique dobrada também em um ângulo de 90°. O encosto da cadeira deve oferecer amparo para toda a coluna, com uma forma cuja curvatura se adapte ao corpo e proteja a região lombar.

[…]

Lia Costa chama atenção para os pés, que não devem estar suspensos quando a pessoa estiver sentada.

Postura

Se a pessoa tem o costume de estudar deitada, Lia Costa Mamede diz ser interessante que ela observe a posição do pescoço, para que ele não fique muito inclinado. “Se estiver deitado, o interessante é que seja meio sentado. Pode estar com as pernas esticadas, e é interessante um apoio nas costas, um travesseiro também na lombar e atenção à iluminação”, comenta a profissional. Ela também evidencia como é importante respeitar as pausas, de pelo menos 15 minutos a cada duas horas. Nessas pausas, a pessoa precisa se movimentar, se alongar, de preferência caminhar, olhar para longe e deixar o olho relaxar. […]

1. O humor da tirinha ocorre pelos múltiplos sentidos da palavra jogar. A pessoa responsável pelo jovem utiliza a expressão “jogar futebol” para sugerir que ele saia para movimentar o corpo e praticar o esporte com os amigos. Quando o rapaz responde que já está jogando, ele se refere ao jogo on-line, como se fosse equivalente à atividade física de jogar futebol.

Atenção

“As pessoas podem, de imediato, colher alguns benefícios de pequenas melhoras ergonômicas, como colocar um apoio para os pés, levantar a tela, ter uma cadeira que tenha apoio para os braços, proteção na lombar. E é muito importante investir nisso. […]”, argumenta Lia Costa Mamede.

6. a) A parte estrutural, que inclui iluminação e mobiliário, deve ser pensada e oferecida pela escola, enquanto os estudantes devem ter cuidado com o uso das estruturas, além de atentar para a própria postura no dia a dia.

PEDROZA, Marília. Ergonomia na hora de estudar. Diário do Nordeste, Fortaleza, 23 jun. 2019. Disponível em: https://diariodonordeste. verdesmares.com.br/projetos/empregos/ergonomia-na-hora-de-estudar-1.2113412. Acesso em: 10 set. 2024.

SOBRE

Marília Pedroza é uma jornalista e comunicadora social que escreve sobre temas variados para portais de notícias.

2. a) Não, porque ele está com a coluna curvada e o pescoço projetado para a frente, causando sobrecarga ao sistema musculoesquelético.

P ensar e compartilhar

2. b) Resposta pessoal. Sugestão de resposta: Usar corretamente o encosto de cadeiras apropriadas, deixar telas na altura dos olhos, manter a coluna alinhada etc.

1. Explique como se constrói o humor na tirinha apresentada na Leitura 1

2. Observe a postura do rapaz ilustrado na tirinha.

a) É uma postura ergonômica? Explique.

5. b) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mencionem, por exemplo, a questão da iluminação, que deve ser suficiente para não sobrecarregar a visão, as dimensões do mobiliário e o apoio para a lombar, que devem favorecer uma postura corporal correta.

b) Em sua opinião, qual seria a solução para evitar possíveis problemas causados pela má postura durante o uso de computadores e celulares no dia a dia?

3. Qual é a diferença entre o jogo físico de futebol e o jogo de futebol em ambiente on-line?

4. Em sua percepção, quais são os impactos negativos do uso excessivo de tecnologias digitais como computadores e celulares? Você acredita que o uso que faz dessas ferramentas no seu dia a dia é saudável e adequado? Por quê?

5. A reportagem da Leitura 2 informa quais são as condições adequadas para um ambiente de estudo.

a) O ambiente que você tem disponível para estudos na sua casa está em boas condições de ergonomia? Comente. Respostas pessoais.

b) Se necessário, o que poderia ser feito para tornar seu espaço de estudo mais ergonômico?

c) De que forma um ambiente com ergonomia adequada favorece os estudos?

d) Você acredita que todas as pessoas têm condições de ter um ambiente ergonômico para estudar? Justifique sua resposta.

4. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes mencionem aspectos como prejuízos à saúde física decorrentes, por exemplo, da má postura, além de impactos na saúde mental, como isolamento, ansiedade etc.

6. Considere o espaço da escola em que você estuda.

a) Para que o ambiente de estudos seja ergonômico, que cuidados são de responsabilidade da escola e qual é o comportamento esperado dos estudantes?

b) Em sua percepção, essas responsabilidades têm sido cumpridas por todos na comunidade escolar? Justifique sua resposta. Respostas pessoais.

5. c) Um ambiente com ergonomia adequada é confortável, o que favorece a concentração, além de prevenir mal-estar, lesões e doenças.

7. Reflita sobre o seu dia a dia de estudos, tanto na escola quanto em casa.

a) Você acredita que utiliza adequadamente os espaços e o mobiliário da escola? Por quê?

b) Você costuma utilizar os espaços disponíveis para estudo na sua casa, caso existam? Comente.

7. c) Respostas pessoais. 5. d) Respostas pessoais. Respostas pessoais. Respostas pessoais.

c) C aso haja espaços destinados a isso na sua casa, você os utiliza adequadamente? Comente.

3. No jogo físico, a pessoa movimenta bastante o corpo, porque é necessário correr, chutar a bola, dominá-la e impedir que o adversário marque gols. No ambiente on-line, os jogadores passam a maior parte do tempo parados, pois o controle das ações é realizado remotamente. Além disso, as interações sociais são diferentes; presencialmente, a comunicação e a expressão de emoções são potencializadas.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG304, EM13LGG305, EM13LGG402, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR Pesquisa:

a escola é ergonômica?

Será que o ambiente escolar é adequado e seguro para você, para os professores e para os demais profissionais que o utilizam? As estruturas da escola devem prover conforto e segurança, a fim de garantir o bem-estar de todos os que frequentam e utilizam os diferentes espaços. Você vai fazer uma pesquisa, na escola, para verificar se a saúde, a segurança e o bem-estar de todos estão sendo atendidos do ponto de vista da ergonomia.

Preparar

A sua turma deve se organizar em grupos de até quatro integrantes para analisar os espaços da escola, como salas de aula, sala de informática, refeitório, sala dos professores, secretaria, biblioteca, laboratório, quadra etc.

Após escolher um dos locais, cada grupo deve fazer uma pesquisa de campo, indo até o espaço designado para averiguar as condições de uso.

Visitar

A reportagem da Leitura 2 da seção #paraler apresenta informações sobre dimensões e características de mesas e cadeiras para o ambiente de estudo. Façam uma pesquisa na internet para descobrir as dimensões e características adequadas para o mobiliário, a iluminação e os equipamentos do ambiente que será analisado, a fim de ter bases de referência. No momento da visita, procurem fazer registros por meio de imagens e/ou vídeos.

Uma sugestão de complemento aos registros é realizar uma breve entrevista com as pessoas que utilizam o ambiente, a fim de averiguar os prós e os contras do local com relação à acessibilidade e ao conforto para todos. Para preparar a entrevista, vocês devem discutir regência as necessidades ergonômicas do espaço escolar, a fim de fazer perguntas direcionadas.

Usem o próprio caderno para anotar as principais informações e observações coletadas na pesquisa de campo.

Elaborar

Após realizar a pesquisa de campo, cada grupo deve elaborar um relatório sobre a ergonomia do local pesquisado, com descrição, imagens (se possível) e sugestões de melhorias e adaptações que poderiam ser feitas.

Em um dia combinado previamente, os grupos deverão apresentar os relatórios para a turma. Os relatórios e a documentação produzida pelos grupos podem ser reunidos para formar um dossiê dos espaços escolares, a ser entregue à direção.

Tanto para o relatório quanto para o dossiê, contem com o apoio do professor de Língua Portuguesa.

Avaliar

Reflita sobre a atividade e avalie se foi surpreendente analisar os espaços escolares que você ocupa diariamente do ponto de vista da ergonomia; se a escola tem boas condições de ergonomia; que atitudes dependem de você para cuidar da postura, da segurança e da saúde no ambiente escolar etc.

Com a turma, avalie o resultado e a consistência do dossiê produzido e discuta as mudanças que vocês esperam que ele promova na escola.

Não escreva no livro.

#NOSNAPRATICA Alongamentos estáticos

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG501 e EM13LGG503.

Embora ajustes ergonômicos contribuam para a saúde e o bem-estar em ambientes de trabalho e de estudo, a rotina ainda exige que as pessoas fiquem longos períodos em uma mesma posição (sentadas ou em pé). A fim de prevenir doenças e lesões, é essencial reservar momentos no cotidiano para descansar e fazer alongamentos.

O que você vai fazer

Para aliviar a tensão do dia a dia e cuidar da saúde do seu corpo, você vai realizar alguns exercícios de alongamento. Siga as orientações do professor.

Material

• Aparelho de som ou celular para reproduzir músicas.

• Colchonetes.

Preparar

Na quadra ou em outro espaço amplo da escola, coloque o colchonete no chão para iniciar o alongamento. Os colchonetes devem ser posicionados com distância entre si, para não atrapalhar a movimentação de ninguém. Coletivamente, escolham uma ou mais músicas para acompanhar a atividade, que sejam, de preferência, calmas e relaxantes.

Praticar

Observe as instruções a seguir com as sequências de alongamentos para cada parte do corpo. Durante o alongamento, se você começar a sentir dor, tente identificar qual é o músculo que está incomodando e pare ou mude o movimento para não se machucar. Concentre-se em sua respiração e em cada movimento do seu corpo, a fim de que esse momento seja prazeroso.

Para cada alongamento proposto, os estudantes devem fazer o movimento com duração de 15 até 45 segundos.

Alongamento de músculos do pescoço

Figura 1 – Gire o pescoço lentamente cinco vezes para o sentido horário e, depois, cinco vezes para o anti-horário, mantendo o queixo afastado do peito.

Figura 2 – Faça pressão com a mão direita sobre a orelha esquerda, tracionando a cabeça em direção ao ombro. Repita o movimento para o outro lado.

Representação de alongamento do pescoço com giro.

Representação de alongamento lateral do pescoço.

MARCELO DE ALMEIDA
MARCELO DE ALMEIDA

Figura 3 – Coloque as mãos nos quadris, mantendo a coluna alongada e a cabeça inclinada para trás.

Representação de alongamento do pescoço com inclinação para trás.

Figura 4 – Fique em pé com os pés juntos. Com as mãos atrás da cabeça, puxe-a para a frente para que o queixo encoste no peito.

Representação de alongamento do pescoço com inclinação para frente.

Alongamento dos músculos do tronco, dos ombros, dos braços e dos antebraços

Figura 5 – Com um braço esticado na frente do corpo, pressione-o contra o peito com a outra mão para alongar o ombro. Repita o movimento com o outro braço.

Representação de alongamento do ombro.

Figura 8 – Segure em um poste ou apoie na parede com a mão posicionada de modo que o polegar fique para cima. Lentamente, gire o corpo no sentido contrário, a fim de alongar seu músculo peitoral. Repita o movimento com o outro braço.

Figura 6 – Com as mãos e os joelhos no chão, lentamente, leve os quadris para trás até encostar a testa e o peito no chão. Os braços devem permanecer esticados.

Representação de alongamento das costas.

Figura 7 – Com as pernas afastadas, gire o pé direito em 90°, coloque a mão direita o mais baixo possível sobre a perna direita ou no chão, mantendo as costas retas, enquanto a mão esquerda deve estar levantada apontando para cima e o olhar voltado para ela. Repita o movimento para o outro lado.

Representação de alongamento das pernas e da lateral do tronco.

Representação de alongamento do peitoral.

Figura 9 – Estenda os dois braços à frente e use uma das mãos para colocar pressão sobre o dorso da outra. Repita o movimento com a outra mão.

Representação de alongamento do antebraço.

Alongamento dos músculos do quadril, das coxas e das pernas

Figura 10 – Sentado, junte as solas dos pés na frente do corpo e, com as mãos, coloque pressão sobre os joelhos. Para aumentar a intensidade do exercício, mantenha os calcanhares mais próximos do corpo.

Representação de alongamento borboleta, para o interior das coxas.

Figura 11 – Mantenha o pé direito no chão à frente do quadril e o joelho esquerdo no chão atrás do quadril. Avance o quadril para frente enquanto, com a mão esquerda, puxa o pé esquerdo em direção ao glúteo. Repita o movimento do outro lado.

Figura 13 – Sentado, estenda as pernas à frente do corpo, com os pés unidos, e leve as mãos na direção dos pés, tentando segurar os dedos dos pés. Certifique-se de que sua coluna esteja reta.

Representação de alongamento da parte de trás das pernas.

Figura 14 – Comece o movimento sentado e, gradualmente, puxe uma perna com o objetivo de encostar a lateral interna do calcanhar no peito (mantendo a coluna reta), enquanto a outra perna fica estendida. Repita o movimento com a outra perna.

Representação de alongamento da parte da frente das coxas.

Figura 12 – Fique em pé na borda de um degrau, apoiando-se na ponta dos pés, e desça os calcanhares em direção ao chão, de modo a deixar o calcanhar abaixo da linha dos dedos e alongar os músculos da panturrilha.

Representação de alongamento dos glúteos.

Avaliar

Ao término do alongamento, faça uma reflexão com base nas perguntas a seguir.

1. Quais grupos musculares tive mais facilidade e quais tive dificuldade para alongar?

Representação de alongamento das panturrilhas.

2. Senti alguma dor ou algum incômodo muscular durante a realização dos exercícios?

3. Que sensações senti após os alongamentos? Senti melhora na disposição ou uma sensação de relaxamento?

4. Por que esses alongamentos são importantes para a minha saúde? Considero a possibilidade de inseri-los no meu dia a dia? Por quê?

Não escreva no livro.

3

Autonomia na prática de exercícios físicos

Habilidades (abertura): EM13LGG204 e EM13LGG502.

Desenvolver hábitos relacionados a um comportamento fisicamente ativo tem feito com que pessoas busquem praças, parques, ruas e academias para se exercitar. Mas é comum notar que boa parte dessas pessoas pratica exercícios físicos sem a orientação e o acompanhamento de um profissional de Educação Física, o que pode gerar um efeito contrário ao pretendido e colocar a saúde em risco.

A conscientização sobre a forma adequada de praticar exercícios físicos é tão importante quanto a própria prática. A abrangência desse tema toca em questões como acesso à informação e condições socioeconômicas que viabilizem o autocuidado com o corpo e com a saúde. Além disso, as diferentes práticas corporais podem ser formas de promover o autoconhecimento, a socialização, o lazer e o entretenimento.

lER O MUNDO

Não escreva no livro.

O debate sobre a importância de cuidar da saúde vem ganhando força nos últimos anos. Alimentação adequada, tempo suficiente de descanso, de sono e de exposição ao sol e a prática regular de exercícios físicos são estratégias essenciais para promover a qualidade de vida.

1 De que forma você e as pessoas do seu convívio cuidam da saúde?

Resposta pessoal.

2 A prática de exercícios físicos faz parte do seu autocuidado com a saúde? Em caso positivo, quais são as práticas corporais que fazem parte desse cuidado?

Respostas pessoais.

3 C aso pratique exercícios físicos, você tem acompanhamento de um profissional? Se sim, como é essa experiência? Em caso negativo, quais são os impeditivos para esse acompanhamento?

Respostas pessoais.

Pode parecer óbvio que, para ter mais qualidade de vida, é preciso adotar hábitos saudáveis, como praticar exercícios físicos, mas nem todas as pessoas sabem da importância dessas ações ou têm a possibilidade de inseri-las na rotina diária. Isso pode contribuir para que uma parcela da sociedade seja excluída dos benefícios que as práticas corporais podem trazer para a vida e fique numa situação de vulnerabilidade, em que a saúde e a longevidade são colocadas em risco. Por outro lado, é possível manter o corpo em movimento mesmo com pequenas ações do dia a dia. Esses assuntos serão tema de reflexões neste capítulo.

#PARAlER Exercícios físicos e saúde

Habilidades: EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204 e EM13LGG302.

Há várias formas de cuidar da saúde. Observe, na Leitura 1, uma imagem de duas pessoas fazendo musculação em uma academia. Na Leitura 2, leia um trecho do Guia de atividade física para a população brasileira

Leitura 1

Leitura 2

Atividade física para crianças e jovens de 6 a 17 anos […]

Por que você deve fazer atividade física?

Mulheres fazem musculação em academia. Brasil, 2024.

São muitos os benefícios que você pode ter com a prática de atividade física, sendo alguns deles:

• Promove o seu desenvolvimento humano e bem-estar, ajudando a desfrutar de uma vida plena com melhor qualidade;

• Melhora as suas habilidades de socialização;

• Melhora a saúde do seu coração e a sua condição física;

• Desenvolve suas habilidades motoras, como correr, saltar e arremessar;

• Melhora o seu humor e reduz a sensação de estresse e os sintomas de ansiedade e de depressão;

• Ajuda no seu melhor desempenho escolar;

• Auxilia no controle do peso adequado e na diminuição do risco de obesidade;

• Ajuda na adoção de uma vida saudável, como melhora da sua alimentação e diminuição do seu tempo em comportamento sedentário (como tempo em frente ao celular, computador, tablet, videogame e televisão).

2. c) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reflitam que nem todas as classes sociais têm acesso ao mercado fitness e a esses segmentos, que requerem um razoável poder aquisitivo para que se possa adquirir e usufruir desse estilo de vida.

Além disso, quando você é fisicamente ativo na infância ou adolescência, tem mais chances de manter a prática de atividade física ao longo da vida.

Quanto tempo de atividade física você deve fazer?

Você deve praticar 60 minutos ou mais de atividade física por dia. Dê preferência para aquelas que façam a sua respiração e os batimentos do seu coração aumentarem. Nessas atividades você vai conseguir conversar com certa dificuldade enquanto se movimenta e não vai conseguir cantar. Como parte desses 60 minutos ou mais por dia, inclua, em pelo menos 3 dias na semana, atividades de fortalecimento dos músculos e ossos, que envolvam movimentos como: saltar (como você faz ao pular corda), puxar ou empurrar (como você faz para movimentar algum objeto ou peso ou brincar de cabo de guerra).

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de atividade física para a população brasileira . Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2021. p. 16-17. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saps/ecv/publicacoes/guia-de-atividade-fisica-para-populacao-brasileira/view. Acesso em: 10 set. 2024.

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes infiram que o uso de aparelhos de musculação deve ser orientado por um profissional de Educação Física, que explica a posição correta dos pés e das mãos, a postura,

P ensar e compartilhar

a necessidade de mexer ou deixar paradas certas partes do corpo enquanto se faz o exercício etc.

1. Observe novamente a imagem da Leitura 1. Em seu entendimento, as pessoas aprendem a utilizar aparelhos de musculação, como os retratados, espontaneamente ou precisam de ajuda de um profissional de Educação Física?

2. Leia, a seguir, o trecho de uma postagem em blogue sobre o mercado de academias no Brasil.

O mercado fitness no Brasil fatura R$ 12 bilhões ao ano, de acordo com o Panorama Setorial de 2023, elaborado pela Fitness Brasil. […]

Três segmentos dominam esse mercado fitness:

• as academias especialistas: com 40% dos estabelecimentos;

• as academias de musculação com aulas coletivas: com 20%;

• e as academias multisserviços: com 18%.

Já no quesito atividades físicas, as mais oferecidas são o treino funcional (presente em 74% dos centros), a musculação (68%) e o alongamento (57%).

Mas vale lembrar que o mercado fitness está diretamente ligado a outros segmentos da economia. Temos os ramos da alimentação saudável, de suplementos, de produtos esportivos, de roupas e calçados e até de maquiagens e cosméticos específicos para o público ativo.

MERCADO fitness: como as academias podem crescer no Brasil? In: NEGÓCIOS SC. Florianópolis, 11 abr. 2024. Disponível em: https://www. negociossc.com.br/blog/mercado-fitness-como-as-academias-podem-crescer-no-brasil/. Acesso em: 10 set. 2024.

2. a) Da alimentação saudável, de suplementos, de produtos esportivos, de roupas e calçados e de maquiagens e cosméticos.

a) A postagem trata de um “mercado fitness ”, que tem estreita relação com outros segmentos da economia além das academias. Que segmentos são esses?

b) Em sua opinião, esses segmentos ligados ao mercado fitness têm mais relação com a prática de exercícios físicos ou com um consumismo e uma busca por se adequar a certos padrões? Justifique sua resposta.

c) O mercado fitness e os segmentos ligados a ele são para todos? Converse com os colegas.

3. De acordo com o Guia de atividade física para a população brasileira , a prática de exercícios físicos melhora o humor e os sintomas de ansiedade e depressão, além de reduzir o estresse. Pensando na sua experiência com exercícios físicos, você já percebeu esses benefícios? Comente.

Respostas pessoais.

2. b) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes argumentem que, com exceção da alimentação saudável, os segmentos de suplementos, produtos esportivos, roupas, calçados, maquiagens e cosméticos relacionados ao mercado fitness podem desencadear uma postura consumista e a busca por se adequar a certos padrões estéticos e de vida.

Não escreva no livro.

5. Sugestão de resposta: A melhora da habilidade de socialização, assim como do humor, é importante para a comunicação com o professor e os colegas; a redução do estresse e dos sintomas de ansiedade pode ajudar a lidar melhor com a pressão dos estudos; e a adoção de um estilo de vida mais ativo e a redução do tempo gasto com celular, tablet, videogame e televisão permitem que o jovem tenha mais disponibilidade para os estudos.

4. Leia, a seguir, o trecho de um artigo científico em que os pesquisadores investigaram a relação entre a inatividade física e a presença de transtornos mentais em adolescentes.

[…] transtornos mentais comuns estão associados à inatividade física no lazer (0 minuto/semana) e na escola durante a adolescência. Atividade física no tempo de lazer, mesmo sem atingir a recomendação atual para a saúde (≥ 300 minutos/semana), pode reduzir a razão de chances de transtornos mentais comuns, de acordo com os dados do presente estudo. Prática esportiva e educação física escolar também podem ter efeitos benéficos na saúde mental dos jovens. […]

FERREIRA, Vanessa Roriz et al. Inatividade física no lazer e na escola está associada à presença de transtornos mentais comuns na adolescência. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 54, p. 1-10, 2020. p. 8. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsp/a/ WYy4npBGn9DcK8LXFr3cgTp/?format=html&lang=pt#. Acesso em: 10 set. 2024.

a) Faça uma pesquisa para saber quais são os transtornos mentais comuns e como eles afetam a vida das pessoas que desenvolvem esses problemas. Consulte as Orientações para o Professor

b) O artigo científico, assim como o Guia de atividade física para a população brasileira, indica parâmetros de frequência de tempo para a prática de exercícios físicos. Sua prática de exercícios físicos está dentro dos parâmetros recomendados? Resposta pessoal.

5. De que maneira os benefícios das atividades físicas mencionados na Leitura 2 podem ajudar na melhora do desempenho escolar?

6. Leia, a seguir, o trecho de uma notícia sobre o impacto da inatividade física nos gastos do sistema público de saúde.

[…]

Segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), a inatividade física é um fenômeno que envolve mais de 20% da população mundial de adultos e mais de 80% da população mundial de adolescentes. […]

[…]

6. b) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes argumentem que uma alimentação inadequada do ponto de vista da saúde e más condições de trabalho e moradia, por exemplo, podem levar as pessoas a desenvolver DCNTs.

Marco Antonio explica que, além de representar um fator de risco crescente para a saúde populacional, a maior incidência de inatividade física no mundo tem acarretado um aumento expressivo nos gastos com saúde, particularmente com tratamentos de DCNTs […].

O coordenador ressalta que as internações que podem ser atribuídas à inatividade física decorrentes de DCNTs representaram um custo estimado em cerca de R$ 290 milhões para o SUS em 2019. […]

ESTUDO da UFF analisa impacto da inatividade física nos gastos do SUS com a saúde. Niterói: Universidade Federal Fluminense, 8 out. 2021. Disponível em: https://www.uff.br/08-10-2021/estudo-da-uff-analisa-impacto-da-inatividade-fisica-nos-gastos-do-sus-com-a-saude/. Acesso em: 10 set. 2024.

DCNT: Doenças Crônicas Não Transmissíveis (como diabetes e hipertensão).

a) Considerando a notícia e as informações apresentadas na Leitura 2, em sua percepção, os benefícios dos exercícios físicos são de conhecimento geral? Resposta pessoal.

b) Além da inatividade física, você imagina que há outros fatores que levam ao desenvolvimento de DCNTs e ao consequente impacto para o sistema público de saúde? Quais?

c) No seu entendimento, além do Guia de atividade física para a população brasileira , apresentado na Leitura 2, que ação ou política pública poderia ser implementada para diminuir o percentual de pessoas inativas fisicamente e, consequentemente, promover a saúde da população?

6. c) Sugestão de resposta: Ampliar o acesso à informação e aos conhecimentos sobre os benefícios dos exercícios físicos para a saúde física e mental; ampliar as possibilidades de praticar exercícios físicos, com programas gratuitos que ofereçam aulas com profissionais de Educação Física e espaços adequados para a prática, especialmente em locais mais vulneráveis e carentes; entre outras possibilidades. 215

InTEGranDO COm…

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG401, EM13LGG402 e EM13LGG502; EM13CHS103, EM13CHS402, EM13CHS404 e EM13CHS606.

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS

4. Sugestão de resposta: Não ter acesso à informação, não ter tempo livre suficiente, não ter recursos financeiros, não ter acesso a locais adequados para a prática etc.

Análise estatística da prática de atividades físicas

A fim de ampliar as reflexões sobre a possibilidade de adoção de uma rotina de exercícios físicos, um caminho é analisar o contexto socioeconômico do país. Observe, a seguir, gráficos que apresentam dados sobre a prática de atividades físicas no Brasil por grau de instrução e por classe de rendimento.

Porcentagem dos que praticaram esportes ou atividades físicas por grau de instrução (Brasil – 2015)

Porcentagem dos que praticaram esportes ou atividades físicas por classe de rendimento (Brasil – 2015)

FundamentalincompletoFundamentalcompleto Médio incompleto Médio completo Superior incompleto Superiorcompleto 0amenosde1/21/2amenosde1 1amenosde2 2amenosde3 3amenosde5 5oumais

Médio incompleto Médio completo Superior incompleto Superiorcompleto 0amenosde1/21/2amenosde1 1amenosde2 2amenosde3 3amenosde5 5oumais

de instrução

mínimos)

Fonte dos dados: PRÁTICA de esportes e atividades físicas. [Rio de Janeiro]: IBGE Educa, [2017]. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/jovens/ materias-especiais/19051-pnad-esportes-2015-pratica-de-esportes-e-atividades-fisicas.html. Acesso em: 10 set. 2024.

2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes argumentem que o acesso à prática de atividades físicas é desigual, dada a disparidade das porcentagens entre os diferentes graus de escolaridade e classes de rendimento.

Com base nos gráficos e em seus conhecimentos de mundo, reflita e converse com os colegas sobre as questões a seguir.

5. Sugestão de resposta: A impossibilidade de ascender socioeconomicamente pode privar as pessoas de ter acesso a bens e serviços que proporcionariam uma vida com mais bem-estar e ampliariam seu repertório

1. O que é possível observar acerca da prática de atividade física em relação à escolaridade? E em relação à renda?

cultural. A democratização do acesso a bens e serviços como os ligados aos exercícios físicos pode ser viabilizada por meio de políticas públicas e ações da sociedade civil organizada.

2. Considerando a resposta à questão anterior, você diria que o acesso à prática de atividades físicas no Brasil é desigual ou equivalente quando se comparam os diferentes recortes sociais? Explique sua resposta.

1. As pessoas com maior grau de escolaridade e de renda são as que mais praticam esportes e atividades físicas.

3. Descreva as semelhanças que podem ser observadas nos dois gráficos. É possível identificar algum padrão nessas semelhanças? Se sim, qual? Por que você acha que elas existem?

4. Que fatores podem impedir ou prejudicar o incentivo e o acesso à prática de exercícios físicos para pessoas de baixo nível de escolaridade e baixo rendimento econômico?

5. De que forma a impossibilidade de ascender socioeconomicamente pode refletir na saúde e no bem-estar de uma pessoa? Como seria possível reverter possíveis efeitos negativos desse contexto? Converse com os colegas sobre isso.

3. De modo geral, os dois gráficos mostram uma curva ascendente: quanto maior a escolaridade e a classe de rendimento, maior a adesão à prática de atividades físicas. Espera-se que os estudantes argumentem que o nível de escolaridade está diretamente relacionado à classe de rendimento.

Grau de instrução
SONIA VAZ
Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG304, EM13LGG305, EM13LGG402 e EM13LGG703.

#PARAEXPlORAR

Minha comunidade é fisicamente ativa?

O corpo humano foi feito para o movimento. Todos os órgãos e os sistemas funcionam em perfeita harmonia, e quando há uma prática sistematizada de exercícios, o bem-estar físico e mental é consequência.

Nesta atividade, você poderá incentivar a comunidade escolar a cuidar da saúde por meio da prática de exercícios físicos.

Planejar

1. Em grupos, façam um mapeamento dentro da própria comunidade escolar sobre os tipos de exercícios físicos que as pessoas praticam e com que frequência. No caso de pessoas que não se exercitam, procurem saber o que as impede.

2. A turma deve se reunir para fazer a tabulação das informações e calcular, do total de pessoas, a porcentagem daquelas que se exercitam e das que não se exercitam. Entre as pessoas que se exercitam, categorizem as práticas relatadas: esportes e outras práticas corporais, como danças e lutas, exercícios de força e resistência como musculação, exercícios cardiovasculares como o treino funcional etc.

3. Organizem essas informações para apresentá-las para a comunidade em cartazes escritos à mão ou elaborados no computador e impressos.

4. Com base nos conhecimentos construídos até aqui, discutam estratégias para apresentar os benefícios de uma vida fisicamente ativa (redução do estresse, melhora na capacidade de socialização, prevenção de doenças, entre outros); no caso de pessoas que se exercitam pouco, pensem em sugestões para aumentar a frequência da prática. As melhores propostas também devem ser apresentadas em cartazes.

5. Combinem com o professor uma data para as apresentações. Convidem as pessoas entrevistadas e outros membros da comunidade escolar para esse momento.

Apresentar

No dia da apresentação, afixem em um espaço da escola os cartazes com os dados sobre a prática de exercícios físicos na comunidade e organizem o local para que as pessoas possam se sentar para um bate-papo.

Convidem os membros da comunidade a explorar as informações apresentadas nos cartazes e, depois, a participar de uma roda de conversa sobre o tema. Sugere-se incentivar principalmente as pessoas que praticam exercícios físicos com regularidade a contar aos demais os benefícios que elas percebem em sua saúde.

Avaliar

Faça uma autoavaliação do seu desempenho na atividade, refletindo sobre suas habilidades de socialização e comunicação e a facilidade ou dificuldade de realizar uma atividade colaborativa, de conversar com pessoas conhecidas e desconhecidas, de se fazer entender, de ouvir com atenção, de mobilizar os conhecimentos construídos para analisar as informações coletadas, de organizar essas informações para apresentá-las, entre outros aspectos que julgar relevantes.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG304 e EM13LGG503.

#NOSNAPRATICA Corpo em movimento

Como você avalia sua qualidade de vida? Que espaço o movimento ocupa na sua rotina? No dia a dia, há muitas possibilidades de aumentar a prática de exercícios físicos, que você já sabe que são benéficos e podem melhorar a sua qualidade de vida e a sua saúde.

O que você vai fazer

Você vai avaliar qual é a sua relação com a atividade física e o exercício físico, percebendo o quanto você se movimenta intencionalmente. Você vai observar se, na sua rotina, há atividades ou exercícios físicos que possibilitem vivenciar benefícios para sua saúde. Essa reflexão servirá como ponto de partida para um desafio de transformação dos seus hábitos.

Refletir

Observe cada aspecto da sua rotina e de que maneiras as atividades diárias estão relacionadas ao movimento corporal. Perceba se há o uso de facilitadores de tarefas que, por outro lado, diminuem as chances de você se movimentar, como elevadores e escadas rolantes. Nas grandes cidades, também é comum que as pessoas façam trajetos pequenos, que poderiam ser realizados a pé, usando transportes públicos ou privados. Observe se esse é o seu caso.

Ainda que você não tenha esses facilitadores na sua rotina, contabilize quanto tempo por dia seu corpo fica em repouso, ou seja, gastando pouca energia, como durante atividades em que você passa muito tempo sentado para estudar, jogar videogame , utilizar o celular e assistir à televisão.

Reflita também sobre sua participação nas aulas de Educação Física.

Elaborar

Com base nas reflexões sobre suas atividades diárias, pense nos hábitos que você pode transformar e crie janelas na sua rotina para tentar melhorar a frequência com que você pratica atividades e exercícios físicos. Para isso, converse com seu professor, que deverá ajudá-lo a traçar metas realistas, de acordo com o seu perfil.

Coloque seu plano em prática e anote diariamente o que você fez e por quanto tempo. Converse periodicamente com o professor, para que ele possa acompanhar seu progresso e orientá-lo.

Após um mês, reflita sobre as mudanças feitas e avalie se houve melhora na sua saúde física e mental com a adoção dos novos hábitos.

Avaliar

Autoavalie seu desempenho na atividade, refletindo sobre sua disposição para perceber e modificar hábitos diários, sua motivação, as dificuldades que notou durante o processo, a organização da nova rotina e adaptação a ela, entre outros pontos que julgar relevantes. Não escreva no livro.

Autoconsciência, autogestão, consciência social e tomada de decisão responsável Como você viu, as consequências da inatividade física podem ser desde malefícios que atingem as pessoas individualmente até problemas sociais, que afetam boa parte da população. Converse com os colegas: quais são os fatores que o impedem de realizar as práticas corporais conforme você gostaria e incluí-las no seu projeto de vida? Como esses fatores poderiam ser superados? Você precisaria de apoio para isso? De quem?

Respostas pessoais.

PARA A ViDA

Corpo em movimento no trabalho e no lazer 4

Habilidade (abertura): EM13LGG104.

Em profissões que demandam esforço físico, como nas áreas da agricultura e da saúde, o corpo é peça fundamental. Embora muitas profissões comuns nos ambientes urbanos (especialmente as que têm como local de trabalho os escritórios) envolvam menos esforço físico do trabalhador, o corpo também é afetado pelas jornadas laborais.

Por isso, os momentos de lazer são essenciais para a manutenção do bem-estar e da qualidade de vida das pessoas.

1. Respostas pessoais. Entre os fatores que podem influenciar a predominância, os estudantes podem mencionar aspectos socioeconômicos, como escolaridade, classe social, desenvolvimento da região etc.

Nas áreas rurais, o corpo humano é uma ferramenta central para o trabalho diário. Os trabalhadores enfrentam longas jornadas de trabalho, muitas vezes sob condições adversas e em posturas que podem ser desgastantes. Trabalhos braçais também são comuns em áreas urbanas, como no ramo da construção, ainda que nesses ambientes predominem profissões que não requerem o uso da força física. Mas, mesmo nessas profissões, o corpo é afetado pelas longas jornadas em que os trabalhadores ficam em pé ou sentados, nas quais o corpo passa muitas horas em repouso ou fazendo movimentos repetitivos.

O lazer, que ocorre nos momentos de não trabalho, pode atender a diferentes interesses culturais dos trabalhadores rurais e urbanos, inclusive aqueles ligados às práticas corporais.

1 Na região onde você vive, os tipos de trabalho mais comuns são os que exigem força e habilidades físicas ou não? Quais fatores influenciam essa predominância?

2 Pensando em uma profissão que você gostaria de exercer, de que maneira você imagina que o trabalho afetaria seu corpo e sua saúde física e mental?

Resposta pessoal.

3 Ao conversar sobre trabalho com pessoas de seu círculo social, elas apresentam queixas sobre os impactos do trabalho na saúde física? Se sim, quais?

Respostas pessoais.

4 Como você observa a presença de momentos de lazer na vida das pessoas do seu convívio?

Resposta pessoal.

A saúde física é diretamente influenciada pelas condições de trabalho; portanto, a preocupação com a ergonomia e com a prevenção de lesões é essencial para a qualidade de vida dos profissionais. Além do direito a condições adequadas de trabalho, as pessoas têm o direito ao descanso e ao lazer, e devem buscar o autocuidado com o corpo e a saúde, com alimentação saudável e equilibrada, tempo suficiente de sono e prática de exercícios físicos.

lER O MUNDO Não escreva no livro.

#PARAlER Corpo e trabalho

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302 e EM13LGG402.

Manter uma boa saúde é um cuidado que tem relação direta com o trabalho realizado diariamente. A seguir, na Leitura 1, observe as imagens de trabalhadores de diferentes áreas. Depois, na Leitura 2, leia o trecho de um artigo de divulgação científica que trata dos malefícios do excesso de trabalho.

Leitura 1

Pessoas trabalham na construção de uma cerca de pedras. Júlio de Castilhos (RS), 2023.

Leitura 2

O que trabalhar por muitas horas faz com seu corpo?

[…]

De acordo com o U.S. Bureau of Labor Statistics, os trabalhadores civis ficam sentados, em média, 3,46 horas por dia. Para os funcionários de escritório, esse número pode ser de oito a 10 horas por dia, enquanto que, para os trabalhos manuais, esse número pode ser de apenas uma hora por dia.

Para os funcionários de escritório, passar longas horas sentado em uma mesa pode ter um efeito ao longo do tempo, aumentando o risco de desenvolver várias doenças crônicas, como pressão alta ou diabetes tipo 2. […]

[…]

Esses problemas de saúde podem ser  compensados com exercícios, sendo que os riscos diminuem sensivelmente em pessoas que praticam uma média de  150 a 300 minutos de atividade física por semana. […]

[…]

Para as pessoas que trabalham em trabalhos manuais e físicos – que usam muito a força, no entanto, o aumento da atividade física pode trabalhar contra elas, um fenômeno conhecido como o paradoxo da atividade física. Embora o aumento da atividade física no tempo livre ajude a proteger contra doenças cardiovasculares, o aumento da atividade física como parte do trabalho, na verdade, aumenta o risco de doenças cardiovasculares.

Mulher borda tecido. Três Marias (MG), 2023.

1. b) Sugestão de resposta: Pessoas que trabalham na construção civil usam mais as capacidades físicas de força e resistência, o que impacta a coluna, os membros superiores e os membros inferiores. Já pessoas artesãs/bordadeiras precisam ter boa coordenação motora fina, o que impacta as articulações das mãos e dos braços. Por ficarem longos períodos paradas, pode haver impacto na coluna e nos membros inferiores. Além disso, elas podem forçar a visão.

Os pesquisadores ainda estão tentando entender as razões desse paradoxo, mas uma possível explicação é que, ao contrário do que acontece no tempo livre, os trabalhadores não têm controle sobre a duração e a intensidade de sua atividade física.

Os atletas de elite, por outro lado, não percebem um efeito negativo de seus altos níveis de atividade física. Isso provavelmente pode ser atribuído ao fato de que, para manter seu desempenho atlético, eles precisam priorizar o descanso, a recuperação e a boa nutrição fora do trabalho.

1. a) Espera-se que os estudantes respondam que as duas imagens mostram trabalhos que dependem das habilidades físicas dos trabalhadores. Enquanto na construção se emprega mais força física, no artesanato são muito utilizados os movimentos das mãos e dos dedos, além de criatividade e minúcia.

FAIRBANK, Rachel. O que trabalhar por muitas horas faz com seu corpo? National Geographic , [s. l.], 20 ago. 2024. Disponível em: https:// www.nationalgeographicbrasil.com/ciencia/2024/08/o-que-trabalhar-por-muitas-horas-faz-com-seu-corpo. Acesso em: 10 set. 2024.

SOBRE

3. Espera-se que os estudantes argumentem que todos os trabalhos geram desgastes físicos e mentais em alguma medida. Trabalhos que requerem o uso de força física ou muitos movimentos corporais, como a faxina, são mais desgastantes fisicamente do que um trabalho de escritório, por exemplo. Esse último, por sua vez, pode ser mais desgastante mentalmente.

Rachel Fairbanks é uma comunicadora que escreve sobre ciência, saúde, medicina, parentalidade e alimentação.

2. a) Sugestão de resposta: A pessoa que sofre de pressão alta tem uma sobrecarga no coração que pode ocasionar um acidente vascular cerebral (AVC), um infarto, um aneurisma e uma insuficiência cardíaca. Quem tem diabetes tipo 2 sente mais sede, urina com mais frequência e pode sentir fome excessiva, sentir-se cansado, ter a visão turva, ter formigamento nos pés e nas mãos e feridas que demoram para cicatrizar, o que pode levar à amputação de partes do corpo.

P ensar e compartilhar

1. Observe com atenção as imagens da Leitura 1.

2. b) O excesso de uso da força física pode ocasionar problemas cardiovasculares.

a) Quais são as semelhanças e as diferenças entre os trabalhos retratados?

b) L evante hipóteses sobre quais podem ser os maiores desafios físicos para os trabalhadores em questão e justifique-as com argumentos.

2. Considere a Leitura 2 .

2. c) Espera-se que os estudantes respondam positivamente. Os atletas de elite utilizam o próprio corpo como ferramenta de trabalho e fazem longos treinos diários que equivalem a uma carga horária laboral.

a) Faça uma pesquisa para saber como doenças crônicas como pressão alta ou diabetes tipo 2 podem afetar a vida de uma pessoa. Anote no caderno as informações que você encontrar.

b) Por que as atividades físicas podem prejudicar as pessoas que realizam trabalhos que requerem o uso da força física?

c) É possível afirmar que o atleta de elite também é considerado um trabalhador? Justifique sua resposta.

d) No artigo, afirma-se que é necessário que os atletas de elite descansem, recuperem-se e tenham uma boa nutrição. No seu entendimento, são só os atletas de elite que têm essas necessidades ou elas são compartilhadas com trabalhadores de outros ramos? Justifique.

3. Em sua opinião, é possível afirmar que há tipos de trabalho que geram mais desgastes físicos e mentais do que outros?

4. Pense em ações ou políticas públicas necessárias para proteger e promover a saúde física e mental dos trabalhadores. No seu entendimento, o que elas deveriam prever? Converse com os colegas sobre isso.

Respostas pessoais. É possível que os estudantes indiquem que os trabalhos, de forma geral, poderiam ter as cargas horárias reduzidas, garantindo que o tempo de repouso seja suficiente entre uma jornada e outra; que fossem instituídas pausas na rotina diária de trabalho; que fosse garantida, ao menos no período de trabalho, uma alimentação saudável e nutritiva; entre outras sugestões.

O estado emocional pode gerar efeitos físicos. O estresse e a ansiedade, por exemplo, frequentemente desencadeados por desafios profissionais, podem se manifestar no corpo por meio de sintomas como cansaço e dores. Cuidar do próprio corpo de maneira integral (realizar exercícios físicos regulares, alimentar-se de maneira adequada, colocar as técnicas de relaxamento em prática e desfrutar de momentos de lazer, por exemplo) pode ser de extrema valia para manter o equilíbrio emocional, a qualidade de vida e a saúde.

2. d) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes argumentem que todos os trabalhadores necessitam de descanso, recuperação e uma boa nutrição, pois, ainda que não usem as potencialidades físicas do corpo, precisam manter uma boa saúde para realizar atividades diárias (que também geram desgastes).

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG305, EM13LGG402, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Não ao trabalho infantil, sim ao lazer e aos esportes

O trabalho é uma atividade fundamental na sociedade. No Brasil, por exemplo, é comum que as pessoas trabalhem pelo menos desde a idade adulta até a velhice, por isso a importância de ter uma boa saúde e boas condições de trabalho.

A Constituição Federal de 1988 proíbe o trabalho antes dos 14 anos – e, ainda assim, até os 16 anos somente pode ser realizado na condição de aprendiz, conforme reproduzido a seguir.

Capítulo II

Dos Direitos Sociais

XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; […]

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art7xxxiii. Acesso em: 11 set. 2024.

O compromisso do Brasil em proteger crianças e adolescentes do trabalho infantil é confirmado por sua adesão aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, plano de ação global lançado pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo 8, que trata de trabalho decente e crescimento econômico, apresenta entre suas metas erradicar o trabalho infantil. Leia um trecho dele a seguir.

8.7 - Tomar medidas imediatas e eficazes para erradicar o trabalho forçado, acabar com a escravidão moderna e o tráfico de pessoas, e assegurar a proibição e eliminação das piores formas de trabalho infantil, incluindo recrutamento e utilização de crianças-soldado, e até 2025 acabar com o trabalho infantil em todas as suas formas.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil 8: trabalho decente e crescimento econômico. Brasil: Organização das Nações Unidas, c2024. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs/8. Acesso em: 11 set. 2024.

Além de garantir a erradicação do trabalho infantil, no Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente também garante às crianças e aos jovens o direito ao lazer. Leia um trecho dele a seguir.

Art. 4o É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

BRASIL. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 11 set. 2024.

Com base nessas informações, você vai produzir um cartaz de conscientização sobre a proibição do trabalho infantil e a promoção do direito ao lazer e aos esportes.

Produzir

Você deve se juntar a dois colegas para elaborar cartazes com o objetivo de conscientizar a comunidade escolar sobre o trabalho infantil e o direito dos jovens ao lazer e aos esportes.

Planejem as estratégias que serão utilizadas pelo trio a fim de chamar a atenção para a causa, como a intencionalidade no emprego da linguagem, o uso de recursos gráficos diversos e a apresentação de imagens que ilustrem a mensagem. É importante evidenciar, no cartaz, que o trabalho infantil é proibido por lei; logo, quem desrespeita essa determinação está sujeito às penalidades legais.

Pesquisem em fontes de referência confiáveis como livros, revistas e artigos científicos e acadêmicos argumentos que embasem a importância de ter acesso ao lazer e aos esportes nos períodos da infância e da adolescência. Leiam esses materiais com criticidade, selecionando os pontos de vista e as justificativas que se aproximam das suas visões de mundo para apresentá-las nos cartazes.

Os cartazes podem ser feitos à mão, em cartolina, ou em aplicativos e softwares digitais para depois serem impressos. Se possível e necessário, utilizem a sala de informática da escola.

• Trabalho infantil se agrava no país, segundo PNAD Contínua. Publicado por: Educação e Território. Disponível em: https://educacaoeterritorio.org.br/reportagens/trabalho-infantil-se-agrava-no-brasil-segundo-pnad-continua/. Acesso em: 11 set. 2024.

Dados coletados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) entre 2019 e 2022, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ajudam a compreender de que forma o trabalho infantil ainda ocorre no país. Na reportagem indicada, são destacados cinco pontos sobre esse cenário. Tais informações podem ajudar a embasar a produção desta atividade.

Compartilhar

Em uma data combinada com o professor, exponham os cartazes produzidos pela turma em áreas comuns da escola, para que toda a comunidade escolar tenha acesso a eles.

Observem e leiam com atenção os cartazes produzidos pelos outros trios e façam uma roda de conversa para compartilhar os conhecimentos construídos nesta atividade.

Avaliar

Não escreva no livro.

Ao final, reflita sobre a atividade realizada avaliando a sua experiência.

1. Realizei as pesquisas necessárias à atividade de maneira precisa e objetiva?

2. Colaborei com o grupo, ajudando a desenvolver estratégias para chamar a atenção para o cartaz produzido? Em que baseei minhas sugestões?

3. Usei conhecimentos prévios e criatividade na produção do cartaz?

4. Relacionei-me adequadamente com os colegas do trio? Ouvi e fui ouvido no processo da atividade? Se não, de que maneira eu poderia compartilhar minha experiência com os colegas e criar uma oportunidade de resolver esse problema de comunicação?

5. Cumpri prazos e combinados com o trio e com o professor? Se não, como posso me organizar futuramente para que isso não aconteça de novo?

fiCA A DiCA

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG301, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305, EM13LGG501, EM13LGG502 e EM13LGG503.

#NOSNAPRATICA Festival do lazer

Como você viu ao longo desta unidade, é fundamental garantir que as pessoas tenham tempo e acesso a espaços para o lazer no seu cotidiano, de modo que haja um equilíbrio entre as diferentes dimensões da vida, como trabalho e estudos.

Jovens e crianças brincam com bambolês no Museu do Pontal. Rio de Janeiro (RJ), 2023.

O lazer, afinal, é um direito de todas as pessoas, conforme prevê a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, em seu artigo 24. Leia esse artigo a seguir.

Artigo 24

Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Brasília, DF: Unicef, [202-]. Publicada originalmente em 1948. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos. Acesso em: 2 out. 2024.

De modo semelhante, no Brasil, a Constituição Federal de 1988 também garante esse direito. Leia, a seguir, um trecho do artigo 6o dela.

Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2024]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art6. Acesso em: 2 out. 2024.

Com base na Constituição, outras normas brasileiras reforçam o direito ao lazer para a população do país, como o Estatuto da Pessoa com Deficiência (lei no 13.146/2015), o Estatuto da Pessoa Idosa (lei no 10.741/2003) e o ECA, citado em #paraexplorar

Como o lazer se faz presente na sua vida? Nesta seção, você poderá refletir sobre isso e trocar ideias e experiências com os colegas e a comunidade.

LUCIANA WHITAKER/PULSAR IMAGENS

O que você vai fazer

Você e os colegas vão organizar e realizar um festival do lazer, a fim de discutir questões ligadas ao tema e explorar práticas corporais diversas que vocês costumam vivenciar em momentos de lazer.

Planejar e organizar

1. Reúna-se com a turma e, com orientação do professor, planejem a realização, na escola, de um festival com foco no lazer. Além de outras turmas e da comunidade escolar, é importante que o evento envolva a comunidade do entorno.

2. Esse festival contará com uma roda de conversa sobre o lazer e com oficinas de práticas corporais (brincadeiras, jogos, danças, ginásticas, esportes, lutas e práticas corporais de aventura) que vocês costumam realizar em momentos de lazer e possam ser realizadas na escola. Por isso, é importante que vocês, primeiramente, reflitam de forma individual e, depois, conversem e listem quais são essas práticas.

3. Com base na listagem feita, façam agrupamentos de interesses para verificar quais estudantes se dedicarão aos diferentes tipos de práticas corporais nas oficinas. A ideia é compartilhá-las com os participantes e promover momentos de diversão e socialização.

4. Organizem-se em grupos para dividir as tarefas necessárias para que o evento aconteça. Pensem e planejem como compartilhar as práticas na escola (horários, espaços e material necessários). Combinem com o professor uma data para o festival.

Compartilhar e praticar

Na data combinada, executem o que planejaram anteriormente. A seguir, há algumas sugestões para a realização da roda de conversa e das oficinas.

Roda de conversa

Para a roda de conversa, que deve envolver os diferentes públicos participantes do festival, vocês podem considerar algumas questões norteadoras, como as sugeridas a seguir.

• O que cada um entende por lazer?

• O que cada um faz nos seus momentos de lazer?

• O lazer está presente na vida de todos da forma que gostariam? Caso não esteja, por que isso acontece?

Oficinas

Ao propor e realizar as oficinas, garantam que todos os participantes se sintam acolhidos. Compartilhem as práticas corporais selecionadas por vocês e troquem experiências com as pessoas presentes.

Avaliar

Não escreva no livro.

Ao término da atividade, façam uma reflexão coletiva com base nas questões sugeridas a seguir.

1. Quais foram as principais reflexões sobre o lazer realizadas no festival? Algo mudou na percepção de vocês em relação ao tema?

2. Como vocês observaram o engajamento do público nas atividades do festival?

3. Houve alguma dificuldade em realizar as práticas corporais selecionadas? Que efeitos essa dificuldade gerou em vocês e no público participante?

4. Vocês consideram incluir alguma prática corporal vivenciada ou apreciada em momentos futuros de lazer? Por quê?

CORPO, MÍDIA E CULTURA

Leia orientações e sugestões para esta Unidade em Orientações para o Professor.

Explorar as potencialidades e as habilidades físicas humanas é um dos objetivos das práticas corporais. Mas, por melhores que sejam as habilidades de uma pessoa, seja ela uma atleta profissional, seja alguém que realize essas práticas de forma amadora, ela ainda pode ser vítima de objetificação corporal, ser julgada e avaliada se estiver distante de padrões estéticos construídos socialmente e sofrer violências e ataques pessoais, além de questionamentos sobre a legitimidade do seu direito de realizar as práticas corporais em razão da sua aparência física.

Esta unidade abordará as relações entre corpo, mídia e cultura, propondo reflexões sobre efeitos dos padrões estéticos, transtornos alimentares, violência de gênero no esporte, diversidade e inclusão nas práticas corporais.

Converse com os colegas sobre as questões a seguir.

1. No seu dia a dia, você já observou a existência e a valorização de um padrão físico e estético para ser atleta ou para realizar práticas corporais? Se sim, comente.

2. Qual pode ser a origem de padrões físicos e estéticos presentes nas práticas corporais e na vida social?

3. De que forma os padrões físicos e estéticos moldam uma cultura? Quais são seus possíveis impactos na vida das pessoas?

Não escreva no livro. Resposta pessoal. Respostas pessoais. Respostas pessoais.

Aniek van Koot, dos Países Baixos, na partida de disputa pelo bronze no tênis individual feminino nas Paralimpíadas de Paris 2024. Paris (França), 2024.

Corpo, cultura e identidade

Habilidade (abertura): EM13LGG104.

Cada corpo tem um conjunto de características que tornam as pessoas seres únicos. O corpo é parte da identidade e tem papel crucial no modo como cada um experimenta e vivencia o mundo. No entanto, ainda que o corpo seja fundamental na expressão da identidade e da individualidade, a existência de padrões estéticos pode se revelar como imposição social, transformando a autoimagem e modificando as relações.

Há, no inconsciente coletivo, modelos de corpo ideal. Um corpo magro e musculoso para os homens, e magro e esbelto para as mulheres, padrões irreais que também reforçam estereótipos de gênero e transparecem a ideia da virilidade masculina e a objetificação do corpo feminino. É importante compreender que tais ideais são fruto de construções sociais, e não condições naturais e espontâneas. Isso significa que o ideal de corpo não é dado objetivamente, pois ele reflete normas, valores e práticas sociais de determinada cultura. Por isso, padrões estéticos podem ser diferentes em cada sociedade ou região e mudar de tempos em tempos, acompanhando as transformações culturais.

Da mesma maneira, esses padrões podem se configurar como formas de preconceito corporal que se manifestam, por exemplo, em relação a idade, gênero e etnia, interferindo na forma como as pessoas se apropriam, produzem e socializam as manifestações da cultura corporal de movimento.

Considere suas experiências pessoais para responder às questões a seguir.

1 P ense em suas características corporais, potencialidades e habilidades. De que modo elas compõem sua identidade?

Resposta pessoal. É importante que os estudantes façam essa reflexão de forma positiva, com foco na autoaceitação e na crítica a preconceitos corporais.

2 C omo você observa a influência dos padrões físicos e estéticos nas manifestações da cultura corporal de movimento? Em sua percepção, eles atraem ou afastam as pessoas das práticas corporais?

3 De que forma os padrões físicos e estéticos socialmente estabelecidos o afetam em relação à autoestima e à realização de práticas corporais? Resposta pessoal.

As aulas de Educação Física são oportunidades de refletir sobre corpo, potencialidades, capacidades físicas, padrões estéticos e sobre a influência da cultura nesses temas, que deveriam primar, sobretudo, pela saúde e pela busca de uma boa qualidade de vida. Este capítulo contribuirá para que você continue a construir noções relacionadas a essas temáticas.

2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reflitam sobre os efeitos que os padrões físicos e estéticos podem produzir enquanto preconceitos corporais, interferindo na forma de produção e socialização das manifestações da cultura corporal de movimento.

lER O MUNDO Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303 e EM13LGG401.

#PARAlER Potencialidades do corpo e padrões estéticos

Pensar sobre potencialidades do corpo humano e padrões estéticos leva a reflexões que envolvem saúde, comportamento, sociedade e cultura. Observe, na Leitura 1, a imagem de um atleta do arremesso de peso. Na Leitura 2, leia uma reportagem sobre a relação entre transtornos alimentares e padrões de beleza.

Leitura 1

Leitura 2

Darlan Romani, arremessador brasileiro de peso, no Campeonato Mundial de Atletismo. Budapeste (Hungria), 2023.

Transtornos alimentares: entenda como o padrão de beleza pode ser um fator de risco para anorexia e bulimia

por Maiara Ribeiro

Publicado em 10/11/2022 – Revisado em 11/11/2022 […]

A busca pelo corpo “perfeito” por meio de dietas restritivas, a percepção de que somente pessoas muito magras são bonitas, comentários a respeito do peso, frequentes no ambiente familiar, e questões genéticas: são muitos os fatores que podem levar uma pessoa a desenvolver um transtorno alimentar, distúrbio psiquiátrico que causa disfunções no comportamento alimentar, muitas vezes acompanhadas de preocupação excessiva com o peso e grande sofrimento psíquico.

Estima-se que hoje, em todo o mundo, mais de 70 milhões de pessoas tenham algum transtorno alimentar, como anorexia nervosa, bulimia nervosa e compulsão alimentar, entre outros. […]  […]

O padrão de beleza adoece

[…] especialistas são enfáticos em afirmar que a supervalorização de um corpo padrão, considerado o corpo “ideal”, é um fator que tem impacto no desenvolvimento dos transtornos alimentares em geral.

1. Sugestão de resposta: O arremesso de peso é uma modalidade esportiva em que o atleta arremessa uma esfera de metal o mais longe possível dentro de uma área determinada. Há diversas técnicas para fazer o arremesso, como a de empurrar, a de girar e a de deslizar. Cada técnica é caracterizada por uma sequência de movimentos coordenados. O arremesso de peso requer do atleta bom condicionamento cardiovascular, equilíbrio, coordenação motora e força.

De acordo com Fábio [Salzano, psiquiatra e vice-coordenador do Programa de Transtornos Alimentares (Ambulim) do Instituto de Psiquiatria da USP (IPq/HCFMUSP)], existem diversos trabalhos feitos em países de culturas diferentes, como países na Ásia, no Oriente Médio e Ilhas Fiji, mostrando que a exposição aos modelos de beleza do Ocidente – ou seja, Estados Unidos e Europa Ocidental – que geralmente são pessoas brancas e com peso abaixo do habitual, causa danos àqueles que não são dessa etnia. […]

[…]

“Infelizmente, vivemos numa sociedade que cultua a magreza a qualquer custo e vende a ideia de que qualquer pessoa pode alcançar esse corpo idealizado”, completa Caroline [Bartholo, nutricionista especialista em transtornos alimentares].

Vanessa [Tomasini, psicóloga aprimorada em transtornos alimentares pelo HCFMUSP e psicóloga voluntária da Enfermaria de Comportamento Alimentar (Ecal) e do Ambulatório de Atendimento para Homens com Transtorno Alimentar (Geahta) do IPq] destaca que a nossa forma física e o nosso peso dependem de diversos fatores, e não somente do quanto se come ou o quanto se gasta em atividade física. O primeiro ponto é ter consciência disso. […]

Na visão de Caroline, o caminho é se fortalecer, aumentar o senso crítico e entender que nossa beleza, valor pessoal e sucesso independem da forma física. “Questionar esse modelo de corpo, ter em mente que o padrão de beleza foi feito para gerar exclusão, consumir conteúdos positivos nas redes sociais, praticar o “unfollow terapêutico” deixando de seguir perfis que te fazem se sentir mal com o seu corpo e com a sua alimentação, ler sobre o assunto e não esquecer que por trás disso existe uma indústria que lucra muito com a nossa insatisfação corporal”, afirma a nutricionista.

[…]

2. b) Sugestão de resposta: A pressão estética poderia levar o atleta de arremesso de peso a abandonar a dieta com alta ingestão de calorias e a adotar uma dieta restritiva, o que impactaria negativamente sua rotina de treinos. Isso poderia incapacitá-lo de continuar praticando a modalidade esportiva, que também é o meio de subsistência dos atletas profissionais, ou seja, afetaria muitos aspectos de sua vida.

RIBEIRO, Maiara. Transtornos alimentares: entenda como o padrão de beleza pode ser um fator de risco para anorexia e bulimia [S l.]: Drauzio Varella, 10 nov. 2022. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/reportagens/transtornos-alimentares-entenda-como-opadrao-de-beleza-pode-ser-um-fator-de-risco-para-anorexia-e-bulimia/. Acesso em: 16 set. 2024.

P ensar e compartilhar

1. Faça uma pesquisa para responder brevemente, no caderno, o que é o arremesso de peso, retratado na Leitura 1, e quais são os atributos necessários para praticá-lo.

2. A rotina de um atleta do arremesso de peso inclui exercícios físicos específicos, além de uma dieta com alta ingestão de calorias.

2. a) Os atletas apresentam alto desempenho, têm uma vida ativa e, provavelmente, saudável, de cuidado com o corpo e desenvolvimento constante das capacidades físicas,

a) De que forma essa rotina contraria os preconceitos corporais decorrentes dos padrões estéticos dominantes?

contrariando suposições que possam ser feitas com base em sua aparência física.

b) C omo a pressão por um ideal estético dominante poderia afetar a vida de um atleta dessa modalidade?

3. Reflita sobre a reportagem apresentada na Leitura 2 .

a) De que forma os padrões estéticos afetam as relações sociais?

b) Quais podem ser as consequências, para a saúde, da pressão estética?

As pessoas podem desenvolver transtornos alimentares, como anorexia, bulimia e compulsão alimentar.

c) Você concorda que há uma indústria que lucra com a insatisfação corporal das pessoas? Justifique sua resposta.

Respostas pessoais. Os estudantes devem mobilizar conhecimentos prévios e experiências vividas para responder à atividade.

4. A reportagem aborda o ato de praticar o “unfollow terapêutico”. Você acredita que as redes sociais também são responsáveis por disseminar certos padrões estéticos? Por quê? Converse com os colegas sobre isso. Respostas pessoais.

3. a) Sugestão de resposta: É possível que o apego a padrões estéticos reflita na interação entre as pessoas, que podem fazer comentários a respeito do corpo de outras e evitar estabelecer relações com quem julgam desviar dos padrões. O constrangimento do julgamento pode levar as pessoas a entrar numa busca para se enquadrar em padrões estéticos inalcançáveis a fim de obter aprovação social.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303 e EM13LGG402.

#PARAEXPlORAR

Estereótipos de gênero e padrões estéticos e de comportamento

Estereótipo é um conceito generalizado e padronizado que se origina de uma interpretação cultural e que pode limitar e constranger as pessoas que não se encaixem nele. Você já parou para refletir sobre os estereótipos relacionados aos gêneros masculino e feminino? E quanto aos padrões estéticos e de comportamento que também reproduzem ideias do que caracteriza cada gênero?

Você vai entrevistar pessoas para saber o que elas entendem por estereótipos de gênero, se elas notam padrões estéticos e de comportamento predeterminados, e como isso está presente no dia a dia delas. Depois, com base nas informações coletadas e em sua própria experiência, a turma vai discutir os efeitos dessas problemáticas na sociedade.

Planejar e executar

1. A princípio, esta atividade será realizada individualmente. Pense em pelo menos três pessoas da escola, da sua família e dos seus círculos sociais que você pretende entrevistar.

2. Com base no tema da pesquisa, escreva um roteiro para a entrevista, planejando as perguntas que você fará. É possível que você tenha que explicar aos entrevistados o que são estereótipos e padrões estéticos e de comportamento, então prepare-se para isso.

3. Comunique às pessoas sua intenção de entrevistá-las, a fim de se certificar de que elas aceitam participar, e agende uma data para as entrevistas. Informe que suas identidades serão omitidas e preservadas, pois o que importa é o conteúdo de suas falas.

4. Verifique a possibilidade de utilizar um gravador de voz no momento da entrevista, para que você possa revisitar as respostas dos entrevistados posteriormente. Caso não seja possível gravar, transcreva falas importantes da conversa durante a entrevista.

5. Reúna as respostas dadas pelas pessoas entrevistadas e analise-as, observando similaridades e particularidades. Esse é um momento oportuno para perceber como esses temas afetam as pessoas de forma subjetiva.

Compartilhar

Em uma data combinada com o professor, a turma deverá se reunir para compartilhar a experiência das entrevistas, fazer uma análise coletiva das informações coletadas por todos e refletir sobre o impacto dos estereótipos de gênero e dos padrões estéticos e de comportamento na vida das pessoas.

Avaliar

Não escreva no livro.

Faça uma autoavaliação do seu desempenho na atividade, refletindo sobre a qualidade do seu planejamento, a sua capacidade de se comunicar, se fazer entender e ouvir com atenção e a assertividade das perguntas feitas aos entrevistados para compreender as opiniões deles. Observe também se sua visão de mundo foi ampliada e enriquecida pelas conversas e se elas o sensibilizaram para lidar com questões coletivas, que podem envolver preconceitos corporais de idade, gênero, etnias e estéticos, e de que forma tais questões se relacionam com a cultura corporal de movimento.

InTEGranDO COm...

LÍNGUA

PORTUGUESA

Habilidades: EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG401, EM13LGG602 e EM13LGG604; EM13LP46; EM13CHS502.

E CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS

Indústria, mídia e padrões

Estereótipos e padrões também podem envolver questões relacionadas ao consumo e aos efeitos que a indústria e as mídias produzem em sociedades capitalistas. Leia o poema “Eu, etiqueta”, de Carlos Drummond de Andrade, e atente para as reflexões que ele suscita.

EU, ETIQUETA

Em minha calça está grudado um nome que não é meu de batismo ou de cartório, um nome… estranho.

[…]

Minhas meias falam de produto que nunca experimentei, mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso, meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidência, costume, hábito, premência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada. Estou, estou na moda. É doce estar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade, trocá-la por mil, açambarcando todas as marcas registradas, todos os logotipos do mercado.

proclama: anúncio de casamento. premência: urgência. itinerante: que se desloca constantemente. açambarcar: tomar posse.

3. Sugestão de resposta: Por estar atrelada a uma ação de consumo, a moda exclui aqueles que não têm poder aquisitivo; e, uma vez que a indústria dita tendências, quem não as segue pode se sentir excluído por não se enquadrar nos padrões socialmente impostos.

Com que inocência demito-me de ser eu que antes era e me sabia tão diverso de outros, tão mim mesmo, ser pensante, sentinte e solidário com outros seres diversos e conscientes de sua humana, invencível condição.

Agora sou anúncio, ora vulgar ora bizarro, em língua nacional ou em qualquer língua (qualquer, principalmente).

E nisto me comprazo, tiro glória de minha anulação.

Não sou — vê lá — anúncio contratado.

Eu é que mimosamente pago para anunciar, para vender em bares festas praias pérgulas piscinas, e bem à vista exibo esta etiqueta global no corpo que desiste de ser veste e sandália de uma essência tão viva, independente, que moda ou suborno algum a compromete.

2. a) Espera-se que os estudantes respondam afirmativamente, pois a moda cria tendências e impacta diretamente o comportamento dos consumidores.

pérgula: galeria construída em jardim com colunas paralelas geralmente cobertas por plantas ou trepadeiras.

idiossincrasia: traço de comportamento peculiar.

Onde terei jogado fora meu gosto e capacidade de escolher, minhas idiossincrasias tão pessoais, tão minhas que no rosto se espelhavam, e cada gesto, cada olhar, cada vinco da roupa resumia uma estética?

Hoje sou costurado, sou tecido, sou gravado de forma universal, saio da estamparia, não de casa, da vitrina me tiram, recolocam, objeto pulsante mas objeto que se oferece como signo de outros objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não eu, mas artigo industrial, peço que meu nome retifiquem.

Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é coisa.

Eu sou a coisa, coisamente.

DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Eu, etiqueta. In: DRUMMOND DE ANDRADE, Carlos. Corpo. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. E-book.

SOBRE

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) nasceu em Itabira (MG) e foi um poeta, contista, cronista, ensaísta, tradutor e um dos principais representantes do Modernismo brasileiro. Deixou uma obra extensa em que trata, sobretudo, da condição humana.

1. O eu lírico se percebe como um “homem-anúncio itinerante”, o que significa que seu corpo é utilizado como suporte de anúncio para as marcas das roupas, dos calçados e dos acessórios que utiliza.

Agora, reflita e converse com os colegas sobre as questões a seguir.

1. No poema, qual é a relação do eu lírico com o corpo?

Não escreva no livro.

2 . Releia estes versos: “É doce estar na moda, / ainda que a moda / seja negar minha identidade, / trocá-la por mil, açambarcando / todas as marcas registradas, / todos os logotipos do mercado”.

a) É possível dizer que “estar na moda” é reproduzir padrões? Justifique sua resposta.

b) Você concorda com a visão do eu lírico de que, ao valorizar marcas e logotipos, e não a expressão pessoal, a moda pode negar a identidade de alguém? Explique. Respostas pessoais.

3. Em sua percepção, de que forma a moda pode ser excludente do ponto de vista socioeconômico e ao reafirmar certos padrões estéticos? Converse sobre isso com os colegas.

4. No final do poema, o eu lírico diz que não o convém o título de homem, mas que seu novo nome é “coisa”. Por que é possível afirmar que se enquadrar em padrões em busca de validação social é uma forma de despersonalização?

Sugestão de resposta: A necessidade de adequar-se a padrões para ser aceito socialmente pode levar as pessoas a renunciar a características e gostos que as tornam únicas. Os padrões estéticos, de comportamento e de moda tornam as pessoas iguais.

ARQUIVO/ESTA
Carlos Drummond de Andrade. Rio de Janeiro (RJ), 1981.

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305, EM13LGG401, EM13LGG402, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#NOSNAPRATICA Transtornos alimentares

Na seção #paraler, iniciou-se uma reflexão sobre transtornos alimentares. A necessidade de discutir esse tema se justifica principalmente por sua recorrência entre crianças e adolescentes. Leia o trecho de uma entrevista com Arthur Eumann Mesas, especialista em Saúde Coletiva que estuda a temática.

Os [Transtornos Alimentares] TA são transtornos de saúde mental caracterizados por um comportamento persistente relacionado com o consumo de alimentos e podem prejudicar a saúde física e psicológica de crianças e, principalmente, de adolescentes e adultos jovens. […] Em nossa revisão sistemática, encontramos uma prevalência global de 22,4% de possíveis casos de TA a partir de evidências obtidas em 32 estudos realizados em 16 países, entre eles o Brasil. […] […]

A revisão evidenciou que, embora os TA estejam presentes em ambos os sexos, a prevalência desse transtorno é maior em meninas (30%) que em meninos (17%). […]

MAIS de 20% dos jovens apresentam transtorno alimentar. Brasília, DF: Capes, 19 abr. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/capes/pt-br/ assuntos/noticias/mais-de-20-dos-jovens-apresentam-transtorno-alimentar. Acesso em: 16 set. 2024.

O que você vai fazer

Você e os colegas vão se juntar para pesquisar transtornos alimentares, a fim de realizar uma campanha de conscientização na comunidade escolar.

Elaborar

1. A turma deve formar grupos para que cada um pesquise um dos tipos de transtornos alimentares mais comuns: anorexia, bulimia, compulsão alimentar, ortorexia e vigorexia.

2. Em sites confiáveis e livros, informem-se sobre as características do transtorno, as causas comuns, os prejuízos e riscos à saúde e as possibilidades de tratamento.

3. Façam uma seleção das informações mais relevantes que encontrarem e planejem como esses dados serão apresentados em cartazes que deverão ficar expostos para toda a comunidade escolar.

Compartilhar

1. Em uma data combinada com o professor, façam um momento de conversa para compartilhar as descobertas realizadas e informar-se sobre os transtornos pesquisados pelos outros grupos.

2. Depois, divulguem o material produzido para que sirva de conscientização para toda a comunidade escolar. Se elaborados à mão, em cartolinas, os cartazes podem ser espalhados pela escola, em locais de grande circulação. Se elaborados digitalmente, uma sugestão é publicar essas produções no blogue ou nas redes sociais da escola, se houver.

Avaliar

Avalie seu desempenho na atividade, refletindo sobre sua colaboração no trabalho em grupo, sua capacidade de comunicação verbal e escrita, seu comprometimento em realizar os combinados da produção e sua participação no momento de troca de ideias entre a turma. Pense se a atividade colaborou de alguma forma para sua noção de saúde, para o compromisso de adotar um estilo de vida saudável e para a reflexão sobre empatia com relação a questões coletivas, ato que envolve conhecer diferentes realidades e combater preconceitos de naturezas diversas.

Corpos e padrões da mídia 2

Habilidades (abertura): EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG502 e EM13LGG702.

Na sociedade contemporânea, as mídias desempenham um papel relevante na formação e propagação de valores e percepções, inclusive de preconceitos. Um dos aspectos mais impactados por essa influência é a padronização dos corpos, especialmente entre os jovens. As mídias promovem um ideal de beleza que, muitas vezes, é irreal ou inatingível, resultando em consequências significativas para a autoestima e a saúde mental das pessoas.

1. Respostas pessoais. Os estudantes podem mencionar que os padrões de beleza criam expectativas sobre o corpo, gerando comparações e inseguranças. Amigos e familiares também podem sentir essa pressão para seguir os padrões.

Os padrões de beleza mudam ao longo do tempo, refletindo transformações culturais. Na década de 1950, por exemplo, o “ideal” de feminilidade era representado por corpos curvilíneos; já o “ideal” masculino valorizava músculos definidos. Nos anos 1960 e 1970, a magreza e o visual andrógino e extravagante ligado ao rock ganharam força. Nas décadas seguintes, a musculatura e o padrão entendido como “fitness ” predominaram.

No século XXI, embora haja movimentos de maior aceitação de diferentes tipos corporais, a discriminação ainda existe.

1 Como os padrões de beleza atuais, influenciados pelas redes sociais, afetam sua percepção sobre o próprio corpo e suas interações com outras pessoas? Você nota que a pressão para seguir esses padrões impacta seus amigos e familiares?

2 Em sua percepção, a pressão para atender a determinados padrões de beleza impostos socialmente afeta homens e mulheres da mesma forma? Justifique sua resposta.

3 Você observa algum movimento de promoção da diversidade de padrões de beleza nas mídias sociais? Se sim, eles são realmente inclusivos ou ainda existem ideais predominantes? Como isso afeta sua percepção sobre si mesmo e sobre os outros?

Respostas pessoais. Os estudantes podem perceber que, apesar da maior visibilidade de diferentes padrões, ainda há uma hierarquização de certos ideais que cria comparações e pressões, influenciando a percepção sobre si e os outros.

É importante reconhecer que os corpos reais são plurais e que a saúde não pode ser medida apenas pela aparência física; fatores como genética, metabolismo e estilo de vida desempenham um papel fundamental na saúde corporal de cada indivíduo. As práticas corporais podem ser importantes aliadas para melhorar a saúde, a autoestima e o bem-estar. No entanto, quando praticadas excessivamente ou como busca por padrões estéticos inalcançáveis, podem prejudicar a saúde física e mental. Por isso, é essencial que cada indivíduo tenha uma visão equilibrada e aceite seu próprio corpo, compreendendo que a padronização difundida nas mídias afeta a percepção e os sentimentos em relação à própria imagem corporal.

2. Espera-se que os estudantes observem que não, pois, historicamente, as mulheres enfrentam mais pressão em relação a padrões estéticos do que os homens. Além disso, o tipo de padrão difundido é diferente entre os gêneros: enquanto mulheres são pressionadas a cultivar um corpo magro e esbelto, homens são incentivados a ter um corpo musculoso. No entanto, ambos os gêneros lidam com inseguranças relacionadas a esses padrões.

lER O MUNDO Não escreva no livro.

#PARAlER Desafiando padrões

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG502 e EM13LGG702.

A representação dos corpos na mídia e no esporte frequentemente reflete ideais estéticos inatingíveis, tanto para atletas quanto para não atletas. A seguir, você vai ler uma tira, na Leitura 1, e um trecho de um artigo de opinião, na Leitura 2. Os dois textos permitem explorar como esses padrões de beleza afetam a percepção das pessoas e como se pode desafiar estereótipos, promovendo a valorização da diversidade corporal.

Leitura 1

Quadrinhos na Cia., 2016. p. 164.

Leitura 2

Afinal, quem tem cara (e corpo) de atleta?

A vitória de Beatriz é mais do que simbólica – é uma mensagem. Uma bandeira clara que nos lembra que o esporte é sim para todos

POR BETA BOECHAT

2/8/2024 18h40

Corpos torneados, músculos que saltam dos uniformes, proporções milimetricamente controladas. Mesmo que nosso calendário esteja bem avançado nos séculos, o imaginário humano do universo atlético ainda remonta ao berço dos Jogos Olímpicos. Em uma rápida busca pelas redes sociais, não é difícil encontrarmos listas e mais listas dos corpos mais admirados, entre fãs e atletas, expostos em posições que não perdem em nada para o catálogo de enormes estátuas de pedra calcária datadas antes de Cristo, abertas à visitação a poucos metros da competição, no famoso museu do Louvre.

[…]

Verdade seja dita: nosso olimpo já vem sofrendo novas ocupações nos anos recentes. […]

Em Peruíbe, cidade litorânea do estado de São Paulo, uma menina de sete anos de idade foi levada aos seus primeiros treinos de judô, incentivada pelo pai, atleta aposentado. Das três irmãs, só ela decidiu seguir em frente na carreira e seguir seus passos. Desde pequena, seu corpo sempre chamou atenção. Por ser grande, lutava sempre com os adultos. De alguma forma, ela conseguiu se desvencilhar de duas grandes barreiras que poderiam impedir seu sucesso.

DAHMER, André. [Sinto muito, Olívia…]. In: DAHMER, André. Quadrinhos dos anos 10. São Paulo:

Além da dificuldade feminina de acessar o universo das artes marciais, seu corpo fora dos padrões estabelecidos para uma menina de sua idade poderia ter sido uma das grandes pedras no seu caminho. Não foi. E uma nação inteira hoje agradece por não ter sido.

eatriz Souza

medalha

Beatriz Souza, aos 26 anos, subiu em um pódio que valeu por muitos. Sua medalha de ouro na categoria +78 kg do judô inaugura enfim o placar dourado da presença brasileira na França. Mas não para por aí. Essa mulher negra de 135kg também é a sexta brasileira a conquistar uma medalha de ouro em competições individuais e a única a realizar esse feito em sua estreia nos Jogos. Em um momento em que corpos fora do padrão parecem ter sumido das vitrines, das passarelas, da publicidade e da TV, é no esporte que eles voltam a mostrar sua força. E não estamos falando apenas de corpos gordos. Afinal, é impossível esquecer o orgulho brasileiro em acompanhar os atletas que competem no desafio que começa logo em seguida, os Jogos Paralímpicos. A vitória de Beatriz é mais do que simbólica – é uma mensagem. Uma bandeira clara que nos lembra que o esporte é sim para todos. Que, entre Apolo e Zeus, existe um panteão enorme de deuses e deusas prontos para subirem no posto mais alto [do] pódio. E tudo isso começa com uma oportunidade: a de sonhar. Das meninas, negras, com deficiência, gordas, periféricas, que hoje também podem se imaginar não só no esporte, mas, quem sabe, em Los Angeles 2028.

BOECHAT, Beta. Afinal, quem tem cara (e corpo) de atleta? Carta Capital, São Paulo, 2 ago. 2024. Disponível em: https://www. cartacapital.com.br/opiniao/afinal-quem-tem-cara-e-corpo-de-atleta/. Acesso em: 17 set. 2024.

panteão: conjunto de deuses de uma cultura ou mitologia; conjunto de figuras conhecidas pela atuação em determinada área, que ficam registradas na memória individual ou coletiva.

SOBRE

Beta Boechat (1987-) é comunicadora, escritora e ativista pela diversidade corporal e de gênero. É uma das fundadoras do Movimento Corpo Livre, plataforma virtual que promove a autoestima feminina e a aceitação corporal.

Beta Boechat, 2024.

B
celebra conquista da
de ouro nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Paris (França), 2024.

5. A mídia pode ajudar a desmistificar os estereótipos mostrando uma diversidade de corpos de atletas em diferentes modalidades esportivas, destacando suas habilidades e conquistas, em vez de focar na aparência física. Isso ajudaria a construir uma visão mais realista e inclusiva dos corpos no esporte.

P ensar e compartilhar

2. Porque esses padrões excluem certos tipos de corpos ao promover estereótipos limitantes e inatingíveis, como se vê na tira, em que Olívia Palito, uma personagem magérrima, ironicamente é considerada “acima do peso” para os padrões da TV.

1. Qual mensagem a tira da Leitura 1 tenta passar para os leitores sobre a exigência imposta pela mídia aos corpos femininos? Explique sua resposta.

2. Por que é importante questionar e desafiar os padrões de beleza da mídia?

3. O que você acha que é possível fazer para se criar uma representação mais diversa e inclusiva na mídia, sobretudo de corpos femininos? Você acredita que a tira contribui para isso? Por quê?

4. A Leitura 2 discute a ideia de que o corpo idealizado de um atleta nem sempre corresponde à realidade. Como essa idealização pode impactar negativamente os atletas e a sociedade em geral?

5. A trajetória de Beatriz Souza, apresentada na Leitura 2 , desafia estereótipos corporais no esporte. De que maneira a mídia poderia ajudar a desmistificar esses estereótipos e promover uma visão mais inclusiva e realista sobre os corpos dos atletas?

6. Como é possível promover uma visão mais positiva e inclusiva sobre os diferentes tipos de corpos na escola e na comunidade? Quais ações você acha que poderiam fazer a diferença?

Respostas pessoais. É esperado que os estudantes respondam que isso é possível por meio de ações de educação sobre diversidade, incentivando o respeito e a aceitação, como palestras, campanhas de conscientização etc.

SAIBA MAIS

Gordofobia

4. A idealização de um corpo atlético específico pode gerar pressão para que atletas e não atletas se esforcem para se enquadrar nesse padrão, muitas vezes de forma prejudicial à saúde física e mental. Além disso, essa percepção reforça a exclusão de pessoas que, embora talentosas, não se encaixam nesse padrão.

A gordofobia é um dos principais efeitos que os padrões físicos e estéticos da mídia e da sociedade produzem. Trata-se de uma forma de preconceito que se manifesta contra pessoas e corpos gordos, atribuindo-lhes características negativas, excluindo-os das esferas afetiva, social e profissional.

A gordofobia também se expressa de formas mais sutis na sociedade; é comum, por exemplo, que corpos gordos não sejam considerados durante a criação, o desenvolvimento e a oferta de produtos e serviços, ou mesmo nos projetos de acessibilidade de espaços, que são pensados, muitas vezes, considerando apenas corpos que se enquadram nos padrões dominantes. A aviação é um desses casos.

Em muitas aeronaves, os assentos são estreitos e a distância entre uma fileira e outra é pequena, o que torna a viagem desconfortável e dificulta a movimentação das pessoas. Além disso, um item essencial para a segurança dos passageiros, o cinto de segurança disponível nos assentos, não se adapta a corpos grandes.

3. Sugestão de resposta: Podese trabalhar pela inclusão e pela diversidade, apoiando a aceitação corporal e criando discussões educativas sobre esse tema. A tirinha faz uma crítica direta à pressão exagerada sobre os corpos, especialmente os femininos, portanto é possível dizer que ela contribui para a busca de uma representação de corpos mais diversa e inclusiva.

Fileiras de assentos vazios em uma aeronave.

1. A tirinha tenta mostrar que a exigência da mídia com os corpos femininos é absurda e inalcançável, ao colocar a personagem Olívia Palito, que já é extremamente magra, sendo rejeitada por estar “acima do peso”. Isso evidencia como os padrões de beleza são exagerados, irreais e podem criar pressões injustas e perigosas sobre as mulheres.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305, EM13LGG502, EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Combate à exclusão corporal

Os preconceitos e as discriminações contra o corpo se manifestam de várias formas, como a propagação de estereótipos, o bullying e outras situações de constrangimento. Diante disso, em 2021, o Ministério Público Federal (MPF) lançou a campanha Ser diferente é legal, a fim de combater qualquer forma de discriminação, inclusive a gordofobia. Observe, a seguir, um cartaz dessa campanha.

BRASIL. Ministério Público Federal. Ser diferente é legal. 2021. 1 cartaz.

REPRODUÇÃO/MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Inspirados nessa campanha, nesta atividade, você e os colegas vão explorar diferentes manifestações de preconceito corporal, entender como esses preconceitos afetam os indivíduos, discutir maneiras de promover o respeito, a aceitação e a inclusão e produzir cartazes de conscientização.

• Respeite a diferença. Publicado por: Ministério Público Federal. Vídeo (1 min). Disponível em: https://respeiteadiferenca.mpf.mp.br/www/index.html. Acesso em: 17 set. 2024.

O site reúne conteúdos da campanha Ser diferente é legal, como peças, textos e um glossário informativo.

Pesquisar

1. A turma vai se dividir em grupos de cinco ou seis integrantes.

2. Em grupo, escolham um tipo de preconceito corporal para investigar, como: gordofobia, capacitismo, estereótipos relacionados à aparência física (magreza extrema, musculação excessiva etc.), entre outros.

3. Levantem exemplos de como esse preconceito se manifesta (comentários negativos, representações na mídia, exclusão social etc.) e discutam seus impactos nas pessoas afetadas.

Criar e compartilhar

1. Os grupos vão criar cartazes de conscientização sobre o tipo de preconceito corporal que escolheram. O objetivo é sensibilizar todos para a importância de respeitar e valorizar a diversidade corporal e trabalhar para criar um ambiente mais acolhedor e livre de preconceitos, especialmente considerando o direito de todos acessarem as práticas corporais.

2. Cada grupo apresentará seu cartaz para a turma e explicará o tipo de preconceito abordado e a ideia proposta para promover o respeito à diversidade no âmbito das práticas corporais.

3. Após as apresentações, a turma vai realizar uma discussão sobre os temas apresentados, refletindo se eles acontecem dentro e/ou fora da escola, e como as diferentes formas de preconceito corporal podem ser combatidas no dia a dia.

4. Em seguida, façam um resumo coletivo das principais descobertas e discussões da atividade.

5. Divulguem os cartazes produzidos pela turma nos murais da escola e nas redes sociais, para que possam impactar um número maior de pessoas.

Avaliar

Depois de pesquisar preconceitos e produzir os cartazes, reflita sobre as questões a seguir.

1. Como você reagiu às apresentações dos outros grupos? Que aspectos o impactaram mais?

2. Quais foram suas principais descobertas sobre as formas de preconceito corporal?

3. Suas percepções sobre preconceitos corporais mudaram após essa atividade? Se sim, de que forma? Em caso negativo, por quê?

4. O que você pode fazer para combater preconceitos corporais em sua própria vida e em seu cotidiano? Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503, EM13LGG603, EM13LGG702 e EM13LGG704.

#NOSNAPRATICA Dança pela diversidade de corpos

Ao longo da história, o corpo humano foi retratado como símbolo de perfeição, harmonia e beleza em diferentes épocas, com ideais que excluíam aspectos como a imperfeição e a diversidade de corpos. Hoje, é fundamental reconhecer a diversidade e combater os estereótipos.

No contexto da dança contemporânea, por exemplo, algumas noções de ideal de corpo e de habilidades específicas foram desconstruídas. Isso democratizou o acesso à prática da dança e permitiu que corpos, gestos e movimentos mais diversos pudessem se expressar.

O que você vai fazer

Em grupo, você vai discutir estereótipos corporais na sociedade e, em seguida, criar uma coreografia colaborativa que explore a diversidade de corpos, a inclusão, o respeito e a valorização das diferenças.

Discutir

I ntegrantes do grupo de dança contemporânea Olivier Dubois se apresentam em abertura de exposição fotográfica no Museu de Arte Contemporânea Donnaregina. Nápoles (Itália), 2018.

1. Pesquisem os padrões de beleza do passado e a necessidade de respeito à diversidade de corpos do mundo atual. Reflitam: quais estereótipos ainda persistem na sociedade hoje?

2. Discutam, em grupo, a forma como a mídia, a arte e a sociedade moldam as percepções de corpo e beleza.

Praticar

1. Em grupo, planejem uma coreografia que explore a diversidade dos corpos. Pesquisem e assistam a vídeos de dança que tenham a diversidade de corpos como tema central. Imaginem como expressar, por meio do movimento, a importância da inclusão e do respeito às diferenças.

2. Apresentem a coreografia para a turma, destacando como os movimentos escolhidos representam as discussões sobre estereótipos e inclusão.

Avaliar

1. Como as pesquisas sobre padrões de beleza e sobre danças inclusivas ajudaram você a refletir sobre a igualdade e a inclusão?

2. Quais foram os maiores desafios na criação de uma coreografia que respeite a diversidade de corpos? Como ela expressou os temas discutidos sobre estereótipos corporais e inclusão?

Não escreva no livro.

A luta pela igualdade no esporte 3

Habilidades (abertura): EM13LGG102, EM13LGG204, EM13LGG303 e EM13LGG502.

A imagem da ginasta paulista Rebeca Andrade (1999-) no pódio das Olimpíadas de Paris 2024 enquanto recebe a reverência das atletas estadunidenses Simone Biles (1997-) e Jordan Chiles (2001-) traz à tona questões que vão além do esporte. Mais do que uma celebração de conquistas, essa cena simboliza a presença e a luta das mulheres negras e periféricas no esporte de alto rendimento.

A trajetória de atletas como Rebeca Andrade, entre outras, reflete desafios como a desigualdade de gênero, a discriminação e a pressão social que enfrentam cotidianamente.

1. Espera-se que os estudantes reconheçam que há esportes historicamente considerados exclusivos de homens, como por muito

tempo foi o caso do futebol, ou de mulheres, como a ginástica rítmica. Essas classificações se baseiam em estereótipos de gênero – que envolvem, por exemplo, capacidades de força e resistência –, ou mesmo de sexualidade.

Observar as situações enfrentadas pelas mulheres na sociedade, de forma geral, e no esporte, em específico, leva a algumas importantes reflexões. Discuta com a turma as questões a seguir.

1 E m sua percepção, existem esportes considerados “de homens” e “de mulheres”? Quais estereótipos estão por trás dessas classificações?

2 E m sua opinião, o que o pódio só com mulheres negras mostrado na fotografia que abre este capítulo simboliza em termos de inclusão e diversidade no esporte?

Espera-se que os estudantes reconheçam que o fato retratado simboliza a representatividade das mulheres negras no esporte.

3 Q ue políticas e ações o Estado e as organizações desportivas podem adotar para garantir a igualdade de direitos e a proteção das mulheres no esporte e na sociedade?

Sugestão de resposta: Implantar políticas de incentivo e permanência das mulheres no esporte, além de mecanismos de punição a atitudes abusivas e/ou discriminatórias e de educação para a igualdade de gênero.

Simone Biles e Jordan Chiles reverenciam Rebeca Andrade no pódio do solo na ginástica artística nas Olimpíadas de Paris 2024. Paris (França), 2024.

Nas Olimpíadas de Paris 2024, pela primeira vez, as mulheres representaram a maioria da delegação brasileira, com 55% do total de atletas, e contribuíram significativamente para o quadro de medalhas: das 20 medalhas conquistadas pelo Brasil, 12 vieram de mulheres, incluindo três ouros de atletas negras. No entanto, as conquistas esportivas não eliminam as barreiras que essas atletas enfrentam.

Além da luta por reconhecimento e igualdade, questões como a violência e a objetificação do corpo feminino continuam a ocorrer no contexto esportivo.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.

#PARAlER Diversidade e inclusão no esporte

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303 e EM13LGG502.

Refletir sobre diversidade e inclusão no esporte é fundamental para promover um ambiente mais respeitoso e democrático no campo das práticas corporais e na sociedade. Na Leitura 1, você vai analisar um cartum que aborda o tema do preconceito no esporte. Na Leitura 2, há uma reportagem que explora como o preconceito e a discriminação se manifestam no esporte, especialmente contra atletas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queer, intersexo, assexuais e outras orientações sexuais e identidades de gênero (LGBTQIAPN+).

Leitura 1

Leitura 2

SOBRE

Caio Gomez (1984-) é um ilustrador, cartunista e quadrinista brasiliense. Desenvolve trabalhos para diferentes veículos de comunicação.

GOMEZ, Caio. [Sem título].

In: PARRINI, Victor. Jogada de respeito. Correio Braziliense, Brasília, DF, 21 maio 2023. p. 19.

Como o preconceito afeta o atleta e quais ações já existem para coibir a homofobia no esporte

Em alusão ao Dia Internacional do Orgulho LGBT, O Liberal conversa com entidades e atletas que buscam desconstruir o preconceito em estádios e agremiações

Pedro Cruz e Beatriz Reis / O Liberal 26/6/2021 16h00

O esporte é apenas um reflexo da sociedade. Sob esta ótica, é inevitável entender que casos de homofobia permeiem as modalidades. A premissa é ratificada por Carlos Lobato, presidente da comissão de esportes da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] e ex-presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Pará. […]

©CAIO GOMEZ/ACERVO DO CARTUNISTA

A homofobia pode ser percebida em atos comuns e naturalizados dentro dos esportes. No futebol, por exemplo, cânticos e xingamentos estão ligados à sexualidade. Chamar o goleiro de “bicha” ou o adversário de “viado” é praxe nos estádios.

“O que temos que refletir é: por que são esses os xingamentos? Por que, ainda na nossa sociedade, existe a associação pejorativa a esses termos? A gente sabe que eles são utilizados com o objetivo de ‘desumanização’, de não reconhecimento enquanto pessoa, enquanto sujeito de direitos”, explica João Jorge, da Comissão de Diversidade Sexual e População LGBTQI da OAB-PA.

Mas o futebol não é o único espaço esportivo em que o constrangimento, o medo e a própria violência – seja ela física ou verbal – são comuns quando o assunto é expor a sexualidade. Algo que deveria ser natural ainda é considerado tabu. Não só nas arquibancadas, mas dentro das agremiações.

A jogadora de handebol Mariana Braga revela que optou por esconder, por anos, a orientação sexual por receio de como seria recebida pelas companheiras de time.

“Demorei muito tempo, acho que uns três ou quatro anos, para que eu conseguisse chegar para minhas colegas, que jogavam comigo, e falar ‘olha, eu tenho uma namorada’. [Antes] Elas sempre me pressionavam. ‘Você não tem um namorado?’”, relembra.

[…]

Ausência de dados

[…]

Apesar da amplitude e do conhecimento público de diversos casos de homofobia no esporte, oficialmente nenhum caso foi registrado no Pará – apenas pela ausência de formalização de denúncias.

“Quem fornece os dados não são as instituições oficiais, é, na verdade, o jornalismo. Todas as coberturas de eventos, inclusive internacionais, o mais recente foi a Eurocopa, você vai encontrar um relato de racismo ou homotransfobia. Você vai encontrar alguma situação, seja praticada pela torcida, de maneira presencial nos estádios, ou virtual, em uma postagem. Quando um atleta publica uma foto com o seu parceiro ou parceira, eles vão ser atacados”, reitera João Jorge.

Medidas de repreensão

Ao longo dos últimos anos, cresceu o número de ações de conscientização para combater o preconceito de gênero e a favor da diversidade. As medidas trabalham em duas frentes: a educativa e a punitiva.

“A gente vem promovendo fiscalizações, campanhas educativas e esse diálogo vem sendo feito com o Tribunal de Justiça Desportiva, que precisa ser provocado. Então, o que há é uma conscientização principalmente com os árbitros, que estão lá para verificar casos de homofobia e preconceito racial. O STJD [Superior Tribunal de Justiça Desportiva] determina que os árbitros coloquem na súmula qualquer comportamento homofóbico que ocorra dentro ou fora de campo”, explicou Carlos Lobato.

Atualmente, a legislação desportiva prevê sanções a clubes e entidades por casos de preconceito.

“O Código de Justiça Desportiva prevê a punição por ato discriminatório. Essa punição pode significar a perda dos pontos e também uma multa de até R$ 100 mil, dependendo do caso. […]”, conclui Lobato.

1. a) Os balões com exclamações, provavelmente, representam agressões verbais e manifestações de preconceito, comuns em estádios e ambientes esportivos. Esses sinais evidenciam os ataques que pessoas LGBTQIAPN+ enfrentam, especialmente no meio esportivo. 1. b) A bandeira representa as pessoas LGBTQIAPN+. Ao segurarem a bandeira juntos, eles mostram que a luta contra a LGBTfobia no esporte não é individual, mas exige a colaboração e o apoio de todos para enfrentar o preconceito.

“Toda a pessoa, seja o atleta, o torcedor, a torcida ou a família, que se sinta atingida com a prática de homotransfobia ou LGBTfobia deve procurar, sim, a delegacia, registrar uma denúncia, procurar o Ministério Público, procurar a OAB, para que possamos apoiá-la e atuar no sentido de garantir a responsabilização dessas pessoas, para tentar, por esse meio, mudar”, finalizou Jorge.

3. Espera-se que os estudantes infiram que sim. A força dos atletas unidos segurando a bandeira pode ser interpretada como um símbolo de resistência e a crença de que, com união e apoio, é possível combater a LGBTfobia no esporte e criar um ambiente mais justo e inclusivo.

CRUZ, Pedro; REIS, Beatriz. Como o preconceito afeta o atleta e quais ações já existem para coibir a homofobia no esporte. O Liberal, Belém, 26 jun. 2021. Disponível em: https://www.oliberal.com/esportes/como-o-preconceito-afeta-de-um-atleta-e-quais-acoes-ja-existem-paracoibir-a-homofobia-no-esporte-1.402983. Acesso em: 16 set. 2024.

2. O cartum provoca uma reflexão sobre a necessidade de inclusão de pessoas LGBTQIAPN+ nos espaços esportivos, alertando para as violências enfrentadas por atletas LGBTQIAPN+.

P ensar e compartilhar

4. Os desafios principais incluem o preconceito, a discriminação e a exclusão que atletas LGBTQIAPN+

Não escreva no livro.

enfrentam. Na reportagem, são citados exemplos como xingamentos e hostilidade em eventos esportivos, medo de expor a própria sexualidade e dificuldade de aceitação por parte de suas equipes e colegas de competição.

1. Retome o cartum da Leitura 1 e responda às questões a seguir.

a) O que os balões de fala com exclamações representam na imagem? Como eles se conectam com o preconceito no esporte?

5. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes observem que a sociedade não costuma aceitar bem pessoas que fogem ao que é considerado “norma” e, por isso, consideram pejorativamente termos associados às populações fora desse padrão socialmente imposto.

b) O que a bandeira segurada pelos atletas simboliza nesse contexto? Por que é significativo que eles tenham uma postura de união para levantá-la?

6. A discriminação pode afetar negativamente o desempenho e a carreira desses atletas ao diminuir sua autoconfiança, criar um ambiente hostil e até

2. De que forma esse cartum pode gerar uma reflexão sobre a diversidade e a inclusão no esporte?

3. Você acha que esse cartum sugere alguma solução ou esperança para o problema? Explique.

mesmo levar ao afastamento do esporte.

4. Quais são os principais desafios enfrentados por atletas LGBTQIAPN+ no ambiente esportivo, de acordo com a reportagem da Leitura 2? Cite exemplos mencionados no texto.

12. O esporte é capaz de transmitir valores fundamentais como respeito, igualdade, inclusão e solidariedade

5. João Jorge, da Comissão de Diversidade Sexual e População LGBTQI da OAB-PA, faz um questionamento no texto a respeito de xingamentos ligados à sexualidade: “Por que, ainda na nossa sociedade, existe a associação pejorativa a esses termos?”. Como você responderia a essa pergunta?

6. Como a discriminação pode afetar o desempenho e a carreira dos atletas?

7. A reportagem menciona medidas nas frentes educativa e punitiva para combater o problema da discriminação nos esportes. Em sua percepção, essas medidas têm surtido o efeito esperado? Justifique sua resposta.

8. Como o cartum da Leitura 1 pode ser relacionado aos exemplos de discriminação e luta por inclusão mencionados na reportagem da Leitura 2?

9. De acordo com a reportagem da Leitura 2, o esporte é "um reflexo da sociedade”.

a) Por que essa fala é usada para explicar o preconceito no esporte?

É possível que os estudantes respondam negativamente, pois ainda são registradas atitudes preconceituosas no meio esportivo. ao se propor a combater preconceitos. Ao promover a aceitação das diferenças, o esporte se torna um espaço democrático em que todos podem participar. Sem estatísticas, os problemas podem ser subestimados e não tratados de maneira apropriada.

b) Você acha que esse argumento explica a ocorrência de atitudes preconceituosas no esporte? Por quê?

10. Além da LGBTfobia, que outras formas de preconceito e discriminação se expressam no âmbito do esporte?

É possível que os estudantes mencionem o racismo, o machismo, a gordofobia, o etarismo, a xenofobia, entre outras.

11. Quais são as possíveis consequências da falta de dados sobre manifestações de preconceito no esporte?

12. Que valores o esporte é capaz de transmitir ao se propor a combater preconceitos?

fiCA A DiCA

11. A falta de dados dificulta a implementação de políticas públicas eficazes, a criação de campanhas de conscientização e a punição de atos discriminatórios. 9. a) O esporte, assim como a sociedade em geral, reflete os preconceitos estruturais presentes na cultura. Se há discriminação contra pessoas LGBTQIAPN+ na sociedade, essa mesma discriminação se manifestará nos esportes.

• Segurança em números 2024. Publicado por: Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Disponível em: https:// apidspace.forumseguranca.org.br/server/api/core/bitstreams/c2423188-bd9c-4845-9e66-a330ab677b56/content. Acesso em: 16 set. 2024.

8. O cartum se relaciona diretamente com os exemplos da reportagem, que menciona a discriminação e a luta contínua por inclusão no esporte. Ambos os textos destacam a força e a resistência de atletas LGBTQIAPN+ em meio a adversidades e a importância de combater o preconceito com atitudes positivas e de inclusão. 9. b) É possível que os estudantes respondam tanto que sim, pois observam a manifestação, no esporte, de preconceitos comuns na sociedade, quanto que não, porque consideram um argumento simplista.

Nesse infográfico, que integra a 18a edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicada em 2024 com dados de 2023, é possível conhecer dados do Brasil sobre violência contra as mulheres, crimes de ódio raciais e contra pessoas LGBTQIAPN+, entre outros recortes.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305, EM13LGG502, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Ações contra o preconceito no esporte

O jogador de vôlei Douglas Souza (1995-) exemplifica a luta de atletas homossexuais contra o preconceito no esporte. Em 2024, Douglas comentou o assunto. Leia uma declaração dele a seguir.

“É meio exaustivo todo santo ano ter que ficar falando sobre sexualidade dentro do esporte, mas infelizmente é uma coisa que a gente tem que falar. (Estamos em) 2024 e a gente ainda está falando sobre isso, ‘Ah, o Douglas é homossexual’, tá, mas e daí? O Douglas vai ser cobrado do mesmo jeito, sendo homossexual, sendo heterossexual, sendo o que for, ele vai ser cobrado se não tiver 50, 60, 70% de ataque em um jogo.”

HIDESHIMA, Erica et al. Douglas Souza diz que precisou se impor para ser aceito: “Ah, Douglas é homossexual… tá, mas e daí?”. GE , Belo Horizonte, 28 jun. 2024. Disponível em: https://ge.globo.com/abre-aspas/noticia/2024/06/28/douglas-souza-desabafa-e-meio-exaustivotodo-santo-ano-ter-que-falar-sobre-sexualidade-no-esporte.ghtml. Acesso em: 11 set. 2024. Falar sobre o assunto e se posicionar são formas de resistência a atitudes discriminatórias. Agora, você e os colegas vão investigar outras ações e manifestações contra o preconceito no esporte e reuni-las em um dossiê analítico coletivo. Sigam as orientações e contem com o apoio do professor de Língua Portuguesa.

Pesquisar

Douglas Souza, medalhista de ouro nas Olimpíadas do Rio 2016, foi o primeiro jogador abertamente homossexual a ser campeão olímpico com a seleção brasileira de vôlei masculino. Tóquio (Japão), 2021.

1. Com orientação do professor, a turma será dividida em grupos de até cinco integrantes.

2. Pesquisem ações contra o preconceito no esporte realizadas por clubes, atletas e instituições esportivas. A investigação pode incluir notas públicas em redes sociais oficiais, reportagens de veículos reconhecidamente confiáveis e comprometidos com princípios democráticos, campanhas de conscientização e iniciativas judiciais.

Analisar, escrever e publicar

1. Após a pesquisa, os grupos deverão organizar um dossiê das ações identificadas. Para isso, observem as orientações a seguir.

• Criem um título para o dossiê que resuma a essência das ações contra o preconceito que vocês pesquisaram.

• Apresentem as ações pesquisadas, o contexto e a importância de cada iniciativa.

• Descrevam as ações em detalhes, incluindo como foram implementadas, quem participou e qual foi o impacto percebido.

• Incluam citações ou resumos de entrevistas com representantes de clubes, atletas ou instituições envolvidos.

2. Analisem coletivamente a eficácia das ações e, se for o caso, pensem em possíveis sugestões de melhorias ou novas iniciativas. Registrem essas ideias ao final do dossiê, como forma de refletir criticamente sobre as informações e contribuir para a promoção de um ambiente mais democrático nos esportes.

3. Revisem e publiquem o dossiê no site ou blogue da escola para que mais pessoas possam conhecer as iniciativas e ações, além das análises feitas pela turma.

Avaliar

Depois de pesquisar iniciativas e ações individuais e coletivas contra o preconceito no esporte, responda às questões a seguir.

1. O que você aprendeu sobre a luta contra o preconceito no esporte?

2. Quais foram os maiores desafios durante a pesquisa e a elaboração do dossiê?

3. A turma conseguiu analisar as iniciativas e ações mapeadas?

4. Essa pesquisa contribuiu para que você se engaje em iniciativas de combate ao preconceito?

5. Em sua opinião, como o dossiê produzido pela turma pode contribuir para promover um ambiente esportivo mais democrático e inclusivo?

“Teste de feminilidade”: preconceito institucionalizado

Hoje em dia, diferentes instituições do esporte promovem ações de combate ao preconceito, mas, no passado, muitas delas já foram responsáveis por ações discriminatórias. O Comitê Olímpico Internacional (COI), por exemplo, de 1968 até o ano 2000, exigiu que as mulheres realizassem o chamado “teste de feminilidade”, em que elas ficavam nuas diante de um comitê para comprovar serem mulheres.

Edinanci Silva, reconhecida no Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB) como pioneira no judô feminino no Brasil. São Paulo (SP), 2023.

Essa foi uma preocupação para a judoca brasileira Edinanci Silva (1976-), que participou de quatro Olimpíadas (Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008). Edinanci enfrentou preconceito e discriminação no meio esportivo por ser uma mulher intersexo. Ela tinha testículos internos e apresentava quantidade aumentada de hormônios masculinos. A atleta foi submetida a uma cirurgia para retirada dos testículos em abril de 1996, pois havia o risco de câncer no longo prazo e, também, porque o procedimento garantiria a aprovação no “teste de feminilidade” do COI.

Em 2000, o COI abandonou essa exigência e, desde 2022, não recomenda quaisquer protocolos discriminatórios, como exames físicos invasivos e políticas que exijam que mulheres modifiquem seus níveis hormonais para competir.

Não escreva no livro.
SAIBA MAIS

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG304, EM13LGG501, EM13LGG502 e EM13LGG503.

#NOSNAPRATICA Práticas corporais pela inclusão

O Dia Internacional da Mulher (8 de março), o Dia Nacional da Visibilidade Trans (29 de janeiro) e o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAPN+ (28 de junho) são exemplos de datas que reforçam a luta pela garantia de direitos e inclusão dessas populações social e historicamente minorizadas.

O que você vai fazer

Você e os colegas vão promover um evento de práticas corporais para a comunidade escolar, com o objetivo de discutir e combater o preconceito por meio do movimento.

Planejar e executar

1. Organizem a turma em grupos, cada um responsável por diferentes tarefas do evento, conforme descrito a seguir.

• Oficina de práticas corporais inclusivas: organizem a realização de práticas corporais que promovam e incentivem a participação de todos, como esportes adaptados, ginástica geral, danças coletivas, torneios mistos, jogos, brincadeiras, práticas corporais de aventura, lutas etc. Observem a realidade da escola e escolham os tipos de prática que podem ser feitas com os materiais disponíveis.

• Divulgação: criem materiais para divulgar o evento em diferentes mídias da escola, como murais e redes sociais.

• Registro do evento: registrem a realização do evento por meio de fotografias e vídeos para compartilhar com a comunidade escolar.

2. No dia do evento, com orientação do professor, procurem garantir que o público se sinta à vontade para participar das práticas disponíveis. Aproveitem a oportunidade para vivenciá-las com a comunidade.

Compartilhar

1. Após o evento, criem uma exposição de fotografias para ser divulgada na escola e nas redes sociais.

2. Escrevam um breve relato coletivo sobre as experiências do evento. Esse registro poderá ser enviado para órgãos públicos ou organizações da sociedade civil, incentivando que ações inclusivas semelhantes sejam implementadas em outros contextos.

Avaliar

Após o evento, reflitam e discutam sobre as questões a seguir. Os registros e o relato coletivo podem auxiliar nessa reflexão.

1. Como o evento impactou sua percepção sobre inclusão e respeito à diversidade?

2. Em sua opinião, de que forma as práticas corporais podem contribuir para a mudança de mentalidade em relação às mulheres e pessoas LGBTQIAPN+? E quanto a outras populações minorizadas?

3. Quais foram os maiores desafios na organização do evento?

4. Como foi o envolvimento da comunidade escolar durante o evento?

5. Quais sugestões você daria para melhorar eventos futuros voltados à inclusão?

Não escreva no livro.

Inclusão no esporte 4

Habilidade (abertura): EM13LGG104.

O esporte é uma prática democrática que pode ser realizada de diferentes maneiras: como lazer, permite que as regras sejam flexibilizadas para a diversão ser o foco; como exercício físico, prevê o movimento corporal com base na sistematização de atividades programadas, planejadas e que podem ser personalizadas para cada pessoa. A prática do esporte como passatempo é informal e permite que o corpo distensione das atividades da rotina; já o esporte como atividade profissional exige dos atletas cuidados específicos com o corpo e maior disciplina.

O movimento corporal é o principal elemento das práticas corporais. As danças, as lutas, as ginásticas, os jogos e as brincadeiras, as práticas corporais de aventura e os esportes não requerem que seus praticantes tenham um corpo padronizado ou características específicas, por isso podem ser considerados democráticos em sua essência.

1 Pense em uma prática corporal de sua preferência e descreva-a. Que características e habilidades é necessário desenvolver para realizá-la? Respostas pessoais.

2 Que adaptações podem ser feitas nessa prática corporal para que ela seja realizada por pessoas com características e habilidades mais diversas? Resposta pessoal.

A inclusão de pessoas com deficiência nas práticas esportivas tem raízes em acontecimentos históricos e está relacionada aos movimentos sociais, que conquistaram mais força e visibilidade a partir do século XX.

A primeira edição dos Jogos Paralímpicos, em 1960, por exemplo, é um marco na história dos atletas com deficiência, pois puderam mostrar ao mundo sua potencialidade.

A halterofilista brasileira Tayana Medeiros conquistou medalha de ouro e estabeleceu um novo recorde nas Paralimpíadas de Paris 2024. Paris (França), 2024.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG401, EM13LGG402, EM13LGG502, EM13LGG701 e EM13LGG704.

#PARAlER Atletas e paradesporto

A potencialidade do corpo humano, independentemente das características que ele tem, ganha notoriedade e evidência nas práticas esportivas. Observe, na Leitura 1, a imagem do australiano Nick Vujicic (1982-). Em seguida, na Leitura 2, conheça um pouco da história do paratleta brasileiro Daniel Dias (1988-).

Leitura 1

Leitura 2

O surfista australiano Nick Vujicic. Ele nasceu sem os membros superiores e inferiores em razão de uma rara condição genética.

Daniel Dias, 14 vezes campeão paralímpico: “Imagina o reconhecimento se eu fosse atleta olímpico?”

Dono de 100 medalhas entre Paralimpíadas, Mundiais e Parapan-americanos, o ex-nadador fala ao EL PAÍS sobre preconceito contra pessoas com deficiência, a carreira vitoriosa e o desejo de seguir lutando pelo desenvolvimento do esporte

DIOGO MAGRI

São Paulo – 30 NOV 2021 – 20:54

Aos 33 anos, Daniel Dias é o maior nome da história do esporte paralímpico brasileiro. Aliás, seus feitos na natação não se comparam ao de nenhum outro esportista do Brasil, com ou sem deficiência. São 27 medalhas em Paralimpíadas: 14 ouros, 7 pratas e 6 bronzes. Outros 40 pódios em Mundiais, 31 deles dourados. Em Jogos Parapan-americanos, disputou 33 provas e ganhou todas. Mesmo assim, os louros não lhe satisfazem plenamente, porque faz parte de uma categoria de atletas paralímpicos que, quando comparados aos convencionais, ficam em segundo plano. “Se eu fosse um atleta olímpico, você imagina o reconhecimento que eu teria?”, diz durante entrevista [...]

Dias fala cerca de dois meses após se aposentar das piscinas. Foram 17 anos de carreira encerrados na Paralimpíada de Tóquio 2020, onde aumentou sua lista com três medalhas de bronze, nas provas de 100 metros livre, 200 metros livre e revezamento 4 x 50 metros livre misto. A competição foi sua pior em conquistas, apesar de suas marcas pessoais não terem piorado. O rendimento foi afetado por uma polêmica reclassificação de deficiências na natação, feita pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC).

REPRODUÇÃO/NICK VUJICIC

2. Sugestão de resposta: Embora estivesse prevista a inclusão da modalidade nos Jogos Paralímpicos de Los Angeles de 2028, até 2024 o comitê organizador havia decidido não contemplar o surfe adaptado na edição com a justificativa de que os custos seriam altos, alguns dos locais possíveis para o evento (as praias de Lower Trestles e de Huntington, na Califórnia) poderiam apresentar problemas de acessibilidade

A natação paralímpica tem 14 categorias funcionais para abranger todas as PcDs (pessoas com deficiência). Atletas com deficiências motoras, como Daniel Dias, competem nas categorias de S1 a S10. Quanto maior o número, menos dificuldades motoras. Desde o início da carreira, o brasileiro disputa provas na classe S5. Uma mudança de critérios em 2019 passou a incluir atletas da S6 (com menos dificuldades motoras) na categoria dele. O ex-atleta admite que a mudança esteve entre as razões que o levaram a deixar as piscinas. Agora, pretende se dedicar à luta contra o capacitismo. Além de compor o conselho internacional de atletas, assumiu o cargo de secretário de Esportes de Atibaia, no interior de São Paulo, onde vive com a família.

e a organização demandaria uma logística muito complexa. Entre os argumentos contrários à alegada complexidade, defendidos por atletas e apoiadores do esporte, está o uso de piscinas de ondas, por exemplo, o que resolveria os três principais problemas apontados pelo comitê organizador. Resposta pessoal. A última questão deve ser respondida considerando os acontecimentos mais recentes relacionados ao tema.

MAGRI, Diogo. Daniel Dias, 14 vezes campeão paralímpico: “Imagina o reconhecimento se eu fosse atleta olímpico?”. El País, São Paulo, 30 nov. 2021. Disponível em: https://brasil.elpais.com/esportes/2021-11-30/daniel-dias-14-vezes-campeao-paralimpico-imaginao-reconhecimento-que-eu-teria-se-fosse-atleta-olimpico.html. Acesso em: 16 set. 2024.

5. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes argumentem que a mídia deveria focar aspectos próprios da rotina do paratleta e os esforços, as capacidades e as habilidades desenvolvidas, valorizando a potencialidade que o faz chegar a um

P ensar e compartilhar

nível profissional de competição, sem tratá-lo de forma inferior e reduzi-lo a sua deficiência.

1. Considere a imagem da Leitura 1. Para surfar, Nick Vujicic utiliza um equipamento que prende seu corpo à prancha. Por que essa adaptação é necessária para ele praticar o esporte?

2 . Faça uma pesquisa na internet para descobrir por que, até 2024, o surfe adaptado ainda não era reconhecido como modalidade paralímpica e quais eram os argumentos contrários ao não reconhecimento. Depois de analisar as informações pesquisadas, argumente contra ou a favor da inclusão da modalidade nas Paralimpíadas e investigue se, atualmente, há essa modalidade esportiva nos Jogos Paralímpicos.

1. Por não ter membros superiores e inferiores, Nick Vujicic precisa do equipamento para conseguir manter o corpo ereto na prancha e movimentá-lo conforme as ondas.

3. Na reportagem da Leitura 2, o paratleta Daniel Dias propõe uma reflexão sobre a diferença entre o reconhecimento que recebe hoje e o que receberia se fosse um atleta olímpico, e não paralímpico. Em sua opinião, por que ele não é suficientemente reconhecido? Converse com os colegas sobre isso.

4. Qual é o papel da mídia na divulgação dos esportes e das conquistas paralímpicas?

5. Leia, no trecho de uma reportagem apresentado a seguir, o depoimento da atleta paralímpica Edênia Garcia (1987-) sobre o sensacionalismo feito pela mídia ao tratar de paratletas.

— De todas as matérias que fizeram sobre mim, quase 90% são sobre superação. Sempre com esse viés inconsciente: “Só de ela ser atleta já superou a deficiência, é uma guerreira”. Não é só isso. Vamos além? O que vem antes: a deficiência ou a pessoa? É a pessoa. Vamos pensar numa pessoa performando, colocando em prática o que treina e se aperfeiçoa diariamente.

CAMPOS, Bruna; LOMBA, Gabi. Entenda por que não é bacana chamar atletas das Paralimpíadas de exemplos de superação. GE , Tóquio, Rio de Janeiro, 23 ago. 2021. Disponível em: https://ge.globo.com/paralimpiadas/noticia/entenda-por-que-nao-e-bacana-chamar-atletas-dasparalimpiadas-de-exemplos-de-superacao.ghtml. Acesso em: 16 set. 2024.

• Em sua opinião, de que maneira a mídia poderia valorizar a atuação das pessoas com deficiência no esporte?

3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a visibilidade dos esportes paralímpicos comparada à dos esportes olímpicos e os motivos que levam a essa diferença de valorização.

6. Um dos motivos que levou Daniel Dias a se aposentar das competições foi a falta de clareza nos critérios, adotados em 2019, para as novas regras de classificação dos atletas segundo o grau e a natureza de suas deficiências. Pesquise na internet quais foram essas mudanças, os argumentos que as justificaram e o nível de participação dos atletas na discussão. Depois, reflita sobre o tema para dar sua opinião. Consulte as Orientações para o Professor.

4. A mídia tem um papel crucial nessa divulgação, pois pode oportunizar que o esporte e as conquistas paralímpicas alcancem mais pessoas, o que contribui para eliminar estigmas e preconceitos contra pessoas com deficiência. Essa divulgação seria benéfica, sobretudo, para as próprias pessoas com deficiência, que poderiam perceber o esporte como uma possibilidade de atividade (profissional ou de lazer).

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG402, EM13LGG603, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR Explorando os sentidos

A relação do ser humano com o meio exterior, que o cerca e com o qual interage, ocorre por meio de estímulos recebidos pelos órgãos dos sentidos responsáveis pelo tato, paladar (ou gustação), visão, olfato e audição. A privação ou o funcionamento deficiente de um desses sentidos demanda uma série de adaptações para o indivíduo desenvolver formas alternativas de interação com o mundo a sua volta.

A fim de colaborar para a desconstrução de preconceitos contra as pessoas com deficiência, você vai participar de oficinas que requerem o uso de sentidos específicos para realizar certas tarefas. Com as experiências e reflexões resultantes dessas oficinas, você e os colegas vão criar um podcast

Vivenciar

A atividade inicia com a vivência das oficinas. Para isso, a turma deve se dividir em dois grupos para planejar e realizar as quatro oficinas sugeridas. Os estudantes que ficarem no grupo 1 realizam as atividades organizadas pelos colegas do grupo 2 e vice-versa.

As oficinas a seguir são sugestões, e outras ideias e propostas podem ser compartilhadas pela turma para enriquecer a atividade.

Será necessário providenciar pelo menos duas vendas para os estudantes usarem em todas as oficinas.

• O ficina 1 – Tato : Cada grupo deve providenciar uma caixa de papelão ou um recipiente com uma abertura por onde seja possível colocar a mão. Disponibilizem objetos feitos de diferentes materiais e texturas. A venda será utilizada por um colega do outro grupo por vez. A atividade consiste em descobrir, apenas com o tato, qual é o objeto dentro da caixa. Se possível, providenciem no mínimo dois ou três objetos por pessoa, e coloquem na caixa apenas um objeto por vez.

Jovem com venda nos olhos.

Na Oficina 1, atentem à escolha dos objetos para prevenir acidentes. Não é permitido colocar nas caixas objetos pontiagudos, com lâminas, que liberem substâncias tóxicas ou que possam causar alergia, por exemplo.

• O ficina 2 – Paladar : Cada grupo deve providenciar alguns alimentos para os colegas do outro grupo descobrirem quais são. Isso deve ser feito apenas pela gustação, sem que possam enxergá-los nem tocar neles. Estudantes que tenham intolerâncias ou alergias alimentares devem se manifestar para não receberem alimentos que não podem consumir.

Sugira alimentos in natura, como frutas e legumes, ou minimamente processados.

• Oficina 3 – Olfato: Essa oficina é similar à do paladar, mas, em vez de provar alimentos, os estudantes terão de adivinhar diferentes odores, com os olhos vendados e sem tocar nos alimentos.

• Oficina 4 – Audição: Para explorar o sentido da audição, os grupos devem selecionar áudios variados, como sons da natureza (do mar, de água corrente, de pássaros etc.) e sons da cidade (como buzinas, motor de carro, trem etc.). Cada estudante, na sua vez, terá os olhos vendados e se sentará no centro de uma sala (que pode ser a sala de aula). Um colega do outro grupo reproduzirá um som para ser adivinhado. É importante identificar, além do tipo de som, de que canto da sala ele veio. Variem o local da sala de onde os sons serão reproduzidos.

Refletir e compartilhar

1. Ao término das oficinas, formem grupos de até quatro estudantes para refletir sobre as experiências vivenciadas e trocar ideias sobre como foi utilizar apenas alguns sentidos para realizar as atividades propostas.

2. Elejam a oficina que vocês consideraram a mais interessante e pensem sobre os sentidos mais apurados na realização de cada oficina.

3. Pesquisem na internet, em livros e em revistas para descrever detalhadamente o conceito desses sentidos.

4. Criem um roteiro de podcast com base nas informações pesquisadas e em suas reflexões.

5. Com base no roteiro elaborado, o podcast será gravado. Para isso, podem ser usados equipamentos do laboratório de informática da escola ou celulares pessoais e programas de captação e edição de voz gratuitos.

6. Após a gravação, façam a transcrição do podcast , para que o conteúdo fique acessível para um público maior.

7. As duas versões, a gravada e a transcrita, devem ser divulgadas para a turma e a comunidade escolar.

Avaliar

• Podcast Deficiência em Foco. Spotify. Disponível em: https://open.spotify. com/show/60S0lxypvPiC8OxjCVKRkT?si=97097d45835e46d0&nd=1&dlsi=eba71b2c5a344b69. Acesso em: 13 set. 2024.

1. Ao término da atividade, faça uma avaliação individual com base nas questões sugeridas a seguir.

• Como você se sentiu ao ser privado de utilizar determinado sentido para participar das oficinas? Você teve reações ou reflexos específicos de tentar, espontaneamente, utilizar o sentido que não podia?

• Qual foi a oficina mais difícil de vivenciar? Por quê?

• Em relação à interação com os colegas, como foi trabalhar em um grupo grande? Você teve facilidade ou dificuldade de se comunicar e colaborar com os colegas? Por quê?

• Como foi a experiência no grupo menor? Ela o ajudou a ampliar pontos de vista?

• Você teve alguma dificuldade durante a pesquisa sobre os sentidos? Se sim, qual? Foi possível superá-la? Como?

• Ao ouvir a gravação do podcast do seu grupo, você acha que ficaram claras as definições dos sentidos e as reflexões que as oficinas suscitaram em vocês?

2. Depois, reúna-se com toda a turma e troquem ideias e impressões sobre os podcasts produzidos pelos grupos: quais reflexões podem ser extraídas deles? Não escreva no livro.

N os episódios desse podcast, são discutidas, por meio de várias perspectivas, algumas deficiências, a fim de disseminar informações relacionadas a temas como cultura inclusiva, acessibilidade, filosofia, mundo do trabalho, tecnologias, entre outros que dialogam com a realidade das pessoas com deficiência.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG402, EM13LGG501, EM13LGG503, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#NOSNAPRATICA Festival da inclusão nos esportes

A fim de compartilhar com a comunidade escolar os conhecimentos construídos até aqui, você e os colegas da turma vão planejar e promover um festival que divulgue e celebre a inclusão de pessoas com deficiência nos esportes.

Planejar e executar

Lahja Ishitile e seu guia Sem Shimanda, do time da Namíbia, e a brasileira Jerusa Geber dos Santos com seu guia Gabriel Aparecido dos Santos Garcia, disputam a final dos 200 metros para atletas com deficiência visual quase total nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Paris (França), 2024.

A turma se organizará em grupos, e cada estudante terá autonomia para decidir de que forma participará do planejamento e da execução das atividades propostas no festival. É importante que o evento ofereça experiências variadas, como rodas de discussão, exposição de cartazes e outros materiais com histórias de paratletas e oficinas de esportes adaptados, além de outras atividades que a turma considerar interessantes. Combinem com o professor uma data para a realização do festival.

Rodas de discussão

Para essa atividade, os estudantes devem pesquisar, em grupo, as principais modalidades esportivas praticadas por pessoas com deficiência, sejam elas amadoras ou profissionais. Vocês poderão aprofundar a pesquisa e informar-se sobre as características das deficiências. Será interessante se o grupo puder levantar depoimentos que explorem a relação entre as pessoas com deficiência e os esportes.

A proposta é promover um bate-papo sobre esse tema com a comunidade escolar. Para isso, os estudantes devem se instrumentalizar e construir repertório sobre o assunto. Criem um ambiente confortável para a conversa, com cadeiras, tapetes e almofadas em uma área silenciosa da escola.

Galeria de paratletas

Os estudantes que se reunirem para realizar essa atividade devem pesquisar informações sobre paratletas, suas histórias de vida, as competições de que participaram e como colaboraram para a visibilidade do esporte. Os dados recolhidos devem ser apresentados de forma atrativa em cartazes ilustrados, vídeos ou podcasts que devem ser divulgados no dia do festival.

TOM WELLER/VOIGT/GETTYIMAGES

Oficinas de esportes adaptados

Para as oficinas de esportes adaptados, os estudantes deverão providenciar os materiais necessários, como vendas para olhos, barbante, rede de vôlei (ou uma corda) e bola com guizos.

• Um dos esportes adaptados deve ser a corrida vendada . Os participantes devem realizar a corrida em um percurso previamente explorado. Uma pessoa colocará uma venda nos olhos e segurará a ponta de um barbante. Um guia segurará a outra ponta do barbante e permanecerá perto do participante, conduzindo-o na corrida.

• O segundo esporte adaptado deve ser o voleibol sentado. Na quadra da escola, ajustem a rede de vôlei a uma altura de 1 metro do chão. Caso não haja rede, pode-se fazer a substituição por uma corda suspensa na mesma altura. Os jogadores das duas equipes devem estar sentados para praticar o vôlei e não podem se levantar. Cada partida pode durar de 3 a 5 minutos, a fim de que todos possam jogar.

• A última modalidade esportiva adaptada é o futebol para atletas cegos ou com baixa visão. Formem times de seis integrantes. Cinco deles vão jogar e o sexto (denominado chamador) ficará atrás do gol adversário e será responsável por guiar os atletas na partida. Os jogadores, exceto os goleiros, devem usar uma venda nos olhos, e a bola deve ter guizos ou pode ser envolvida em um saco plástico para que se ouça melhor o seu movimento. A duração das partidas pode ser de 3 a 5 minutos.

Avaliar

Após o festival, você e os colegas devem se reunir para trocar impressões sobre o evento e refletir sobre o planejamento e a realização dele. Depois, faça uma autoavaliação com base nas questões a seguir.

• O que influenciou sua decisão sobre qual atividade ajudar a planejar e executar?

• Que habilidades você mobilizou no planejamento e na execução da atividade, como organização, comunicação, escrita etc.?

• Que dificuldades você enfrentou na execução da atividade? Elas poderiam ter sido previstas?

• De que forma o festival realizado pela turma o ajudou a ampliar sua visão sobre a relação entre as pessoas com deficiência e o esporte?

PARA A ViDA

Consciência social e habilidades de relacionamento

Conversar sobre a inclusão nos esportes, conhecer a história de paratletas e vivenciar oficinas de esportes adaptados são formas de ampliar sua visão de mundo e desenvolver empatia para atuar na luta contra o preconceito em relação às pessoas com deficiência. Lançar luz sobre a realidade das pessoas com deficiência é um caminho para pensar na sua inclusão no dia a dia. Caso haja pessoas com deficiência na turma e na comunidade escolar, procurem escutá-las: que adaptações de acessibilidade existem ou deveriam existir na escola e na cidade onde vivem? Além disso, reflitam e respondam: como vocês podem contribuir para as melhorias de acessibilidade? Respostas pessoais

fiCA A DiCA

• Precisamos falar sobre capacitismo | Rosana Bastos | TEDxBeloHorizonte. Publicado por: TEDx Talks. Vídeo (16 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DyizBjIqubE. Acesso em: 16 set. 2024. Esse vídeo apresenta um depoimento da palestrante Rosana Bastos, ex-integrante da Seleção Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas, em que ela compartilha sua experiência de vida, reflete sobre sua história pessoal e explica como o capacitismo afeta e subjuga as pessoas com deficiência.

Não escreva no livro.

Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes respondam afirmativamente, considerando aspectos como a adequação das ferramentas digitais a diferentes faixas etárias; a ética e a segurança na preservação de dados pessoais; e questões de saúde física e mental atreladas ao comportamento dependente/vicioso no uso de tecnologias.

Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reflitam sobre a presença das tecnologias em diferentes áreas, como no transporte público e privado, em atividades de lazer, nas comunicações, em processos burocráticos etc.

Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes mobilizem conhecimentos prévios e formulem hipóteses para responder às perguntas.

CORPO, MOVIMENTO E TECNOLOGIA

A incorporação da tecnologia às práticas corporais amplia não apenas a maneira como o ser humano se movimenta mas também como entende e gerencia o próprio corpo.

Nesta unidade, serão discutidas as implicações sociais, éticas, culturais e econômicas da integração da tecnologia na cultura corporal de movimento. Serão temas de reflexão: como essas inovações estão transformando o movimento humano; como aplicativos e dispositivos de rastreamento de atividade física podem fornecer informações detalhadas sobre o desempenho, permitindo ajustar rotinas de treino de acordo com as necessidades individuais; e como a realidade virtual está criando ambientes imersivos para modificar o movimento, para propor outras formas de interação com o meio e de fruição das práticas corporais.

Também serão propostas reflexões sobre os jogos digitais e os e-sports , bem como seu impacto nos jovens, reconhecendo tanto seu potencial como ferramenta educativa e de inclusão quanto os riscos associados a essas tecnologias, por exemplo, a inatividade física e o vício.

Leia orientações e sugestões para esta Unidade em Orientações para o Professor

Discuta com os colegas as questões a seguir.

1. Em seu entendimento, o acesso a ferramentas digitais, a privacidade dos dados coletados por empresas e instituições e o risco de dependência das tecnologias são questões que exigem regulamentação legal? Por quê?

2. Como você avalia o uso de ferramentas e processos tecnológicos no seu dia a dia? Em quais atividades diárias eles estão presentes?

3. Em sua opinião, é possível que as tecnologias digitais beneficiem e potencializem as práticas corporais? Justifique sua resposta.

Jovens jogam no computador.

São Paulo (SP), 2022.

Não escreva no livro.

Corpo e tecnologia

O desenvolvimento das diferentes tecnologias e da inteligência artificial (IA), que dão origem a ferramentas como próteses inteligentes e óculos de realidade virtual, está mudando a forma como o corpo humano é percebido e utilizado. Se, por um lado, esse progresso tecnológico pode levar a melhorias na saúde e nas habilidades humanas, por outro, há uma preocupação com questões éticas e com a desigualdade social, por exemplo, que pode ficar ainda mais latente.

Nos últimos anos, a expansão do uso da IA tem levantado questões pertinentes sobre os papéis do corpo humano em um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia. Conforme a IA se torna mais sofisticada, surgem debates sobre a possibilidade de o corpo humano ser considerado obsoleto em comparação com as capacidades da IA.

A evolução da tecnologia sempre esteve relacionada de alguma forma com o corpo humano. Isso pode ser verificado desde a Pré-História, com o desenvolvimento das primeiras ferramentas e utensílios que permitiram que os povos ancestrais ampliassem suas capacidades físicas e intelectuais. O uso das linguagens, por exemplo, permite expressar e comunicar ideias e conhecimentos, e o desenvolvimento da habilidade e da tecnologia de escrita possibilitou que essa produção intelectual fosse e continuasse sendo preservada.

1 E m seu entendimento, como a evolução tecnológica influenciou o uso que os seres humanos fazem do corpo?

2 Você conhece recursos tecnológicos que se relacionam com práticas corporais? Se sim, comente com a turma.

Respostas pessoais. É possível que os estudantes mencionem relógios inteligentes e celulares que contêm aplicativos os quais monitoram as atividades e os exercícios físicos e as habilidades mobilizadas nessas práticas.

O desenvolvimento tecnológico traz consigo perspectivas otimistas e pessimistas sobre os caminhos que a evolução da humanidade vem tomando, sobretudo no que se refere à relação das máquinas com o corpo humano.

A IA pode ser uma alternativa eficaz para o aprimoramento das capacidades humanas por meio da ampliação de habilidades cognitivas e físicas. Por exemplo, dispositivos de exoesqueleto controlados por IA podem ampliar a força e a resistência física de pessoas com deficiências, permitindo-lhes realizar tarefas que anteriormente seriam muito desgastantes ou impossíveis. Um ponto negativo desse avanço para os seres humanos é o risco de dependência das tecnologias, que pode diminuir o uso de habilidades importantes como memória e raciocínio. Neste capítulo, você poderá refletir mais sobre esses assuntos.

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mobilizem conhecimentos prévios para responder à pergunta, que se refere a tecnologias em geral, como o uso de ferramentas e utensílios pelos povos pré-históricos, até a presença atual das tecnologias digitais em brincadeiras e jogos em consoles que têm, por exemplo, sensores motores.

Habilidade (abertura): EM13LGG104.
lER O MUNDO
Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG402 e EM13LGG704.

#PARAlER Impactos da tecnologia no corpo humano e no esporte

As tecnologias podem ser benéficas quando são desenvolvidas com o objetivo de suprir necessidades humanas ou facilitar de alguma forma as tarefas realizadas em diferentes áreas.

Observe o uso da tecnologia das próteses nas imagens da Leitura 1. Na Leitura 2, há um artigo sobre o uso da IA no futebol.

Leitura 1

Mulheres demonstram interação entre pessoas com uso de sistema robótico acoplado ao corpo. O acessório está em teste por pesquisadores da Universidade de Tóquio e tem por finalidade aumentar as capacidades humanas na realização de tarefas. Tóquio (Japão), 2022.

Expositor toca teclado musical para demonstrar funcionamento de mão biônica em feira de tecnologia. Haikou (China), 2023.

XINHUA

Inteligência artificial muda o futebol e já pode ser considerada uma auxiliar técnica

A IA está revolucionando o futebol, permitindo uma experiência interativa para os torcedores e auxiliando técnicos e jogadores com análises precisas, porém existem desafios com a proteção de dados e a ética no uso das informações por Gabriel Alberto e Bruna Damin | 04/07/2023

A inteligência artificial tem desempenhado um papel fundamental no campo do futebol ao possibilitar a melhoria dos treinos, a análise de jogadores, a identificação de padrões técnicos durante as partidas, compreensão de estatísticas e até mesmo a prospecção de novos atletas. O principal problema é a segurança e privacidade dos dados dos times, que não possuem nenhuma garantia de que não serão vazados, o que gera um sério problema ético.

A principal forma que esse sistema revolucionou o futebol foi no “scout”, a famosa sondagem de jogadores. […]

Segundo Ricardo Pombo Sales, analista de desempenho da Confederação Brasileira de Futebol e Instrutor dos Cursos de Análise de Desempenho (CBF), a inteligência artificial vem para automatizar o processo de construção das informações. “Em vez de viajar para conhecer determinado jogador, as pessoas estão ligando para pegar dados. Isso substitui o trabalho do analista? Não, isso vai facilitar. […]”.

Outro ponto importante é que as máquinas podem gerar grandes volumes de dados em tempo real, identificando padrões e gerando insights valiosos para os treinadores e jogadores. Dessa forma, a inteligência artificial se torna uma ferramenta poderosa para melhorar o desempenho esportivo, montando treinos específicos para cada atleta, criando simulações de jogo com base em informações e dados do time adversário e desenvolvendo táticas para o time dentro de campo.

[…]

Por mais que esses sistemas criem uma facilidade para os times, eles também criam um custo muito alto para serem mantidos. Ricardo diz que os custos para manter um sistema como esse são muito caros para a maioria dos clubes do Brasil. “Depende do nível competitivo que cada equipe está e os valores que investem para obter o retorno dessas informações. Então, vejo que para as equipes que estão em alto nível, o dinheiro para manter esses dados não é nada demais.”

Um problema apontado pelo analista de dados da confederação é a limitação que as inteligências artificiais possuem. Sua maior dificuldade é a necessidade de interpretação correta dos dados durante uma partida. Ainda não se é possível ter uma análise 100% precisa de uma máquina durante uma partida, o que exige o desenvolvimento contínuo da tecnologia, aprimoramento das fontes de dados e a colaboração efetiva entre humanos e máquinas.

[…]

Em meio ao avanço da inteligência artificial no futebol, questões relacionadas à proteção de dados se tornam mais relevantes. Para Israel [Teoldo, consultor técnico da CBF], “a gente tem que aprender a lidar com a tecnologia a nosso favor”. A preocupação com a utilização ética e confiável dos dados é compartilhada por especialistas como o analista Ricardo Pombo Sales.

2. b) O uso da IA no futebol pode acentuar as desigualdades entre clubes mais e menos abastados, comprometendo a ética esportiva e a equidade nas competições. Clubes com mais recursos podem obter vantagens significativas pelo uso de IA, criando um desequilíbrio de condições e oportunidades, o que vai contra os princípios de fair play

Sales destaca a importância de abordar essas questões para preservar a privacidade dos jogadores e garantir benefícios para o esporte. No atual cenário, existem diversas plataformas que fornecem informações detalhadas sobre jogadores, contratos e suas vidas pessoais, e é fundamental discutir meios de proteção e ética no uso desses dados na inteligência artificial aplicada ao esporte. O objetivo principal é que as informações não sejam utilizadas de forma punitiva, mas sim para aprimorar o desempenho dos atletas e contribuir para o desenvolvimento das equipes.

2. a) Essa análise pode reduzir a autonomia dos jogadores e treinadores, uma vez que as estratégias e ações dentro de campo podem se tornar cada vez mais dependentes de algoritmos e recomendações baseadas em IA. Embora a IA melhore a eficiência tática, ela também pode limitar a criatividade e a intuição humanas, características essenciais no futebol.

ALBERTO, Gabriel; DAMIN, Bruna. Inteligência Artificial muda o futebol e já pode ser considerada uma auxiliar técnica. Contraponto Digital, São Paulo, 4 jul. 2023. Disponível em: https://contrapontodigital.pucsp.br/noticias/inteligencia-artificial-muda-o-futebol-e-ja-pode-serconsiderada-uma-auxiliar-tecnica. Acesso em: 19 set. 2024.

P ensar e compartilhar

1. a) Sugestão de resposta: A mão biônica permite cuidar da própria higiene, limpar a casa, dirigir, praticar exercícios físicos e esportes, cozinhar, usar o celular e o computador etc.

1. Observe novamente as imagens apresentadas na Leitura 1.

a) Em sua opinião, que tarefas diárias é possível supor que são facilitadas pelo uso de uma prótese como a mão biônica, retratada na primeira imagem?

b) E pelo uso da mochila com braços, retratada na segunda imagem?

2. Considere o artigo da Leitura 2

1. b) Sugestão de resposta: A mochila com braços poderia tornar mais ágeis as tarefas cotidianas e profissionais, por exemplo, lavar a louça, operar mais de uma máquina simultaneamente etc.

a) Quais são as possíveis consequências, para os jogadores de futebol e os treinadores, da análise de dados criada pela IA, em termos de tomada de decisão e autonomia dentro do campo?

b) Como a introdução da IA no futebol pode influenciar a ética esportiva e a equidade nas competições, especialmente considerando a diferença de acesso a essas tecnologias por clubes mais e menos abastados?

3. c) Sugestão de resposta: investigações, auditorias, multas, penalidades como advertências e suspensões, processos judiciais por danos morais e materiais etc.

3. Leia, a seguir, um trecho da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liberdade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei.

3. b) A exposição de informações pessoais dos jogadores e de seus contratos com os clubes colocam em risco sua segurança física e os deixam suscetíveis a fraudes, roubos de identidade, ameaças e chantagens.

BRASIL. Lei no 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Brasília, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm. Acesso em: 19 set. 2024.

a) Em sua opinião, qual é a importância de existir uma lei como essa? Você já a conhecia?

b) Que tipo de risco os jogadores correm se os dados produzidos pela IA, conforme descrito no artigo da Leitura 2, forem ilegalmente acessados?

c) Pesquise, na internet, quais são as consequências legais para uma empresa que desobedeça à LGPD. Registre suas descobertas no caderno e compartilhe-as com os colegas.

4. Se a IA continuar evoluindo no futebol, em que medida você acredita que a tecnologia pode substituir o papel dos seres humanos, como o de treinadores, e quais seriam as consequências dessa substituição para o futebol? Troque ideias sobre isso com os colegas. Respostas pessoais.

• Car tilha de Segurança para Internet . Publicado por: CERT.br/NIC.br. Disponível em: https://cartilha.cert.br/fasciculos/. Acesso em: 9 out. 2024.

No site indicado, é possível encontrar fascículos temáticos da Cartilha de Segurança para Internet , elaborada pelo Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT. br), um dos serviços prestados pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), o braço executivo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes considerem que a tecnologia pode substituir tarefas analíticas e repetitivas, mas dificilmente será capaz de substituir a intuição e a liderança humana de treinadores. Se isso acontecesse, haveria um comprometimento da essência criativa e emocional do futebol e uma desumanização do esporte.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG401, EM13LGG402, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

IA e esporte #PARAEXPlORAR

A IA está promovendo transformações no mundo dos esportes e do condicionamento físico por oferecer novas formas de acompanhar e melhorar o desempenho, personalizar treinamentos e monitorar a saúde dos atletas. Sua capacidade de captar e analisar dados em tempo real e possibilitar o desenvolvimento de estratégias tem modificado a maneira como treinadores e atletas se relacionam com o esporte.

Nesta atividade, você formará um grupo com os colegas com o objetivo de explorar como a IA está sendo aplicada em áreas específicas relacionadas ao corpo humano.

Planejar

Homem usa exoesqueleto em centro de fisioterapia especializado em reabilitação. Colômbia, 2021.

A turma deve ser dividida em seis grupos. Cada grupo ficará responsável por pesquisar um dos temas listados e descritos a seguir, o que pode ser combinado conforme os interesses dos estudantes. Outra opção é fazer um sorteio.

• Grupo 1 – Medicina preventiva e esportes: como a IA auxilia na detecção precoce de lesões e de outras condições de saúde que podem afetar o desempenho dos atletas.

• Grupo 2 – Reabilitação física esportiva: uso de IA na fisioterapia esportiva e na recuperação de lesões, como exoesqueletos controlados por IA e programas de exercícios personalizados para atletas.

• G rupo 3 – Saúde mental e desempenho esportivo: aplicativos de IA que ajudam a monitorar e melhorar a saúde mental dos atletas, prevenindo problemas como ansiedade e síndrome de burnout (distúrbio psicológico depressivo relacionado ao esgotamento profissional físico e mental) e auxiliando no tratamento deles.

• Grupo 4 – Nutrição personalizada para atletas: como a IA pode ajudar a criar planos de nutrição individuais e personalizados para otimizar o desempenho físico, com base em dados biológicos e de estilo de vida dos atletas.

• Grupo 5 – Otimização do desempenho esportivo: ferramentas de IA que monitoram e analisam o desempenho dos atletas, ajustando treinamentos e estratégias para melhorar o rendimento.

• Grupo 6 – Dispositivos e acessórios para monitoramento de atletas: acessórios e outros dispositivos (como relógios inteligentes) que utilizam IA para monitorar em tempo real indicadores de saúde e desempenho, como frequência cardíaca, nível de fadiga e qualidade do sono.

Caso alguns estudantes da turma queiram pesquisar um tema que não foi listado, conversem com o professor para que avalie a pertinência da sugestão.

Pesquisar

1. A turma deve combinar com o professor o prazo para a realização das pesquisas, que devem prever coleta de dados, exemplos de uso prático no contexto esportivo, benefícios, desafios e perspectivas futuras. Vocês também devem investigar possíveis dificuldades ou efeitos negativos relacionados aos temas pesquisados e refletir sobre eles.

2. As pesquisas devem ser feitas em fontes confiáveis, como artigos científicos, estudos de caso em esportes, entrevistas com profissionais da área de saúde esportiva e reportagens sobre inovações tecnológicas no esporte. Outras fontes de informação que também podem ser consultadas, se pertinentes, são programas de televisão, podcasts , familiares e integrantes da comunidade com saberes específicos e vivências relacionadas aos temas pesquisados.

Compartilhar

1. Cada grupo deve preparar uma apresentação de 10 a 15 minutos de duração. A apresentação deve considerar os itens a seguir.

• Slides ou cartazes para organizar as informações, enriquecidos com gráficos e imagens. Os slides podem ser elaborados no laboratório de informática da escola, com softwares de edição de texto e imagem. Os cartazes podem ser feitos manualmente em cartolina. Apresentem as informações de maneira clara e objetiva e usem estratégias para deixar a leitura dos cartazes atrativa, com cores e recursos gráficos chamativos, de acordo com o que quiserem destacar.

• Considerações do grupo sobre o tema explorado. No momento da pesquisa e da elaboração dos slides ou cartazes, procurem se apropriar do conteúdo estudado para falar, no momento da apresentação, de forma espontânea, sem ter que ler. O material preparado deve apenas complementar a fala do grupo.

• Bibliografia pesquisada. Lembrem-se de acrescentar ao material a bibliografia pesquisada, para que os colegas possam consultá-la, caso queiram aprofundar os conhecimentos sobre o tema.

• V ídeos curtos retirados da internet ou produzidos pelo grupo podem compor a apresentação, a fim de deixá-la mais dinâmica.

2. Combinem com o professor uma data para as apresentações. Ao término de cada uma, abram espaço para comentários e esclarecimento de dúvidas.

3. Após todas as apresentações, façam uma roda para trocar ideias sobre as pesquisas e refletir conjuntamente sobre as mudanças que a IA está promovendo no esporte.

Avaliar

Para concluir a atividade, como forma de autoavaliação, cada estudante deve elaborar um pequeno texto sobre a experiência de planejamento, pesquisa e apresentação, refletindo também sobre seu nível de participação na atividade, suas capacidades de se comunicar, de mobilizar habilidades sociais, de escrever, entre outros pontos que considerar pertinentes. Esse texto deve ser compartilhado com o professor para que ele possa fornecer orientações de aprimoramento, se necessário.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG503 e EM13LGG701.

#NOSNAPRATICA Xadrez off-line e on-line

O xadrez é um dos jogos de tabuleiro mais antigos de que se tem notícia. No contexto da cultura corporal de movimento, pode ser considerado um jogo, uma brincadeira ou um esporte, com regras que podem variar de acordo com o contexto. Assim, por meio do corpo e do movimento, as dinâmicas e os conteúdos do xadrez ganham sentido e significado, especialmente na sua aprendizagem em aulas de Educação Física.

O que você vai fazer

A proposta desta atividade é que você e os colegas joguem xadrez entre si e contra o computador. No jogo, vocês poderão desenvolver o raciocínio lógico, o pensamento estratégico e a tomada de decisões.

Jogar

1. Caso algum estudante da turma conheça as características e as regras básicas do xadrez, seria interessante que ensinasse o jogo aos colegas que as desconhecem. O professor também pode fornecer orientações.

2. Cada par de alunos deve desenhar, em uma cartolina, um tabuleiro com oito linhas horizontais e oito linhas verticais. Pintem alternadamente de preto os quadrados formados, chamados de casas. Cada estudante deve desenhar as próprias peças de xadrez em pequenos pedaços de papel, utilizando diferentes símbolos para representar cada uma: rei, rainha, torre, bispo, cavalo e peão.

3. A princípio, vocês jogarão entre si mesmos. Em um segundo momento, vocês deverão utilizar o celular ou o laboratório de informática para jogar xadrez contra o computador. Há diversos sites e aplicativos que disponibilizam o jogo gratuitamente, e vocês podem testar algumas opções para ver de qual mais gostam.

4. Após algumas partidas, conversem sobre a diferença entre jogar contra colegas e contra o computador, compartilhando também as estratégias utilizadas, os erros cometidos e as lições aprendidas.

Avaliar

Ao final da atividade, faça uma avaliação individual, refletindo sobre a facilidade ou dificuldade em aprender as regras do jogo, desenvolver estratégias, tentar prever os movimentos do adversário, vantagens e desvantagens de jogar contra uma pessoa e contra o computador, habilidades mentais requeridas para jogar com destreza, entre outros pontos que achar importante.

Garry Kasparov e o Deep Blue

A relação entre seres humanos e tecnologias digitais inteligentes pode criar marcos históricos. Em 1997, Garry Kasparov (1963-), um dos maiores enxadristas de todos os tempos, aceitou mais uma vez o desafio de enfrentar um dos primeiros computadores equipados com uma IA, o Deep Blue. Kasparov, que já havia derrotado computadores em 1985 e 1996, acreditava que seria novamente bem-sucedido. Contudo, desta vez, ele foi superado pelo Deep Blue, e foi a primeira ocasião em que um computador derrotou um campeão mundial de xadrez. Esse evento foi um marco para o que agora é chamado de computação cognitiva, tecnologia que se caracteriza pela simulação do pensamento humano, mobilizada para resolver problemas complexos.

Não escreva no livro.

Hábitos diários e tecnologias digitais 2

1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reflitam se a vida on-line compete com as experiências fora das telas, limitando o tempo para atividades presenciais, e se ela pode ser complementar às experiências off-line, por ampliar conexões e conhecimentos, desde que se consiga manter um equilíbrio saudável.

Habilidade (abertura): EM13LGG104.

As atividades nas esferas digitais são parte do cotidiano de muitas pessoas, inclusive dos jovens. Nesse contexto, as tecnologias digitais oferecem uma gama de experiências, de jogos e redes sociais a ambientes de trabalho virtuais, permitindo que o mundo digital seja aproveitado de maneiras antes inimagináveis.

Carreiras que surgem especificamente no ambiente virtual, como as de influenciador digital e de jogador profissional de e-sports, são comuns atualmente e aparecem como possibilidades e aspirações para os jovens que desejam transformar hobbies em profissões. Esse é mais um indício da incorporação das tecnologias digitais na rotina.

Ainda que as atividades que envolvem tecnologias digitais sejam interessantes e atrativas, é importante ponderar os impactos na saúde mental e física do uso excessivo delas, além de buscar um equilíbrio entre a vida on-line e as experiências no mundo off-line, pois, com o aumento do tempo despendido nessas atividades, surge um desafio significativo para a saúde: o de manter uma vida saudável e fisicamente ativa.

É importante que os hábitos relacionados ao uso de tecnologias digitais e as novas referências de sucesso virtual não se sobreponham às vivências e às interações fora das telas. É preciso considerar, especialmente, que, no ambiente digital, há expectativas e pressões variadas, que podem afetar a vida das pessoas de diferentes formas.

1 A s atividades no ambiente on-line ocupam o mesmo espaço que as experiências que você tem longe das telas? Converse com os colegas sobre isso.

2 Como o ambiente virtual afeta as relações e prioridades que você tem fora desse ambiente? Você percebe algum tipo de pressão social nesse ambiente? Se sim, qual?

3 O ambiente virtual influencia suas possíveis escolhas e perspectivas de carreira? Você considera seguir uma profissão no mundo digital, como jogador de e-sports ou influenciador digital, por exemplo? Por quê? Respostas pessoais.

O uso prolongado de telas tem sido apontado como um fator de risco para a saúde física e mental, mas isso não significa que as experiências digitais sejam essencialmente negativas. Quando usadas de forma equilibrada, as atividades e tecnologias digitais podem complementar as atividades físicas tradicionais e proporcionar novas formas de entretenimento, desde que não impeçam a adoção de hábitos saudáveis.

3. Respostas pessoais. Os estudantes podem dizer que se sentem atraídos por profissões no mundo digital em razão da popularidade de influenciadores digitais e jogadores de e-sports que acompanham, mas também refletir sobre como isso afetaria suas vidas e se seria algo sustentável para eles. Eles podem reconhecer tanto as oportunidades quanto os desafios desse ambiente, mencionando a pressão para estar sempre conectados e a necessidade de equilíbrio com a vida off-line, por exemplo.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303 e EM13LGG401.

#PARAlER Tecnologia e estilo de vida

O avanço tecnológico e a popularização de dispositivos digitais influenciam hábitos e comportamentos diários. A seguir, na Leitura 1, observe as imagens que mostram pessoas realizando atividades com óculos de realidade virtual. Na Leitura 2, leia uma reportagem que apresenta dados sobre o uso do videogame por adolescentes brasileiros.

Leitura 1

Jovem utiliza óculos de realidade virtual e volante gamer. Taiwan, 2020.
Mulher idosa utiliza óculos de realidade virtual. Romênia, 2020.

Quase 30% dos adolescentes brasileiros fazem uso problemático de videogame, aponta estudo da USP

[…]

08/09/2022 05h00 […]

Por Fernanda Bassete, da Agência Einstein

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP/USP) aponta que quase 30% dos adolescentes brasileiros fazem uso problemático de jogos eletrônicos e se encaixam nos critérios do Transtorno de Jogo pela Internet (TJI) – um distúrbio que acarreta prejuízos emocionais e sociais. […]

O estudo foi realizado pela psicóloga Luiza Chagas Brandão, doutora em psicologia clínica e especialista no atendimento a crianças e adolescentes. A ideia de pesquisar o impacto do videogame nesse público partiu da observação de Luiza ao perceber um aumento no número de pais buscando apoio psicológico para seus filhos.  […]

Para fazer o trabalho, Luiza usou como base os dados do #Tamojunto 2.0, um programa do Ministério da Saúde voltado para a prevenção do uso de drogas e álcool por adolescentes estudantes de escolas públicas.

Segundo a pesquisadora, o programa foi adaptado do modelo europeu de prevenção ao uso de drogas ao contexto brasileiro e foi testado por meio de um ensaio controlado realizado em 2019 (pré-pandemia) em três cidades. […]

Os estudantes responderam a um questionário com 60 perguntas que investigavam questões como consumo de drogas, bullying, uso de jogos eletrônicos e questões socioemocionais. A última pergunta – que era relacionada aos games – foi adaptada da descrição do transtorno descrito no DSM (o manual de diagnósticos de transtornos mentais, a “bíblia” da psiquiatria) e incluía nove questões para responder “sim” ou “não”.

O adolescente que respondesse “sim” a pelo menos cinco delas se enquadraria naqueles que foram considerados de uso problemático: ao todo, 28,1% dos jovens que afirmaram jogar videogame se encaixaram no critério. Luiza ainda fez mais um desdobramento nas questões, perguntando se o adolescente já jogou para esquecer ou aliviar problemas da vida real. Ao todo, 57% dos adolescentes disseram que sim.

De acordo com Luiza, o uso excessivo de jogos é caracterizado quando começa a causar desequilíbrios e impactar na vida do jovem, como quando ele não quer mais sair de casa para jogar, começa a ir mal na escola, passa a ter distúrbios do sono, irritabilidade, sintomas emocionais, entre outros.

[…]

“57% da amostra joga para esquecer problemas. Isso por si só, independente de preencher os critérios para se enquadrar no transtorno, já está relacionado com desfechos mais negativos, como uso de tabaco, bullying, sintomas emocionais, problemas na escola, problemas de relacionamento com os pais, entre outros”, alerta a psicóloga.

Para Laura Delciello de Souza, psicopedagoga da área materno-infantil […], esses resultados são preocupantes e podem afetar o desenvolvimento do adolescente, que não vai saber lidar com as frustrações.

1. b) Na primeira imagem, o rapaz parece estar jogando um jogo de corrida automobilística, pois, além dos óculos de realidade virtual, ele está utilizando um acessório que se assemelha a um volante de carro. Provavelmente, os óculos mostram imagens de modo que o jogador sente que está dentro de um carro em um autódromo realista. Na segunda imagem, a mulher parece estar meditando, pois está em uma postura de meditação em um colchonete utilizado para a prática de exercícios físicos. Provavelmente, o ambiente virtual em que ela está é de relaxamento, como um parque cercado por natureza.

Duas hipóteses de Luiza para tentar explicar o fenômeno do uso abusivo de videogames são a violência (que impacta os encontros presenciais) e a falta de opções de lazer e de esportes para que os jovens se ocupem.  […]

O tratamento do uso problemático de jogos vai depender de cada caso […]. “Ainda é muito incipiente o que existe de tratamento para o transtorno. De maneira geral, prevenir é melhor do que remediar. Os pais precisam entender que o videogame é uma área de lazer que precisa ter limites para que o uso não ganhe proporções problemáticas lá na frente”, finalizou Luiza.

incipiente: iniciante.

BASSETTE, Fernanda. Quase 30% dos adolescentes brasileiros fazem uso problemático de videogame, aponta estudo da USP. Agência Einstein, [São Paulo], 8 set. 2022. Disponível em: https://www.agenciaeinstein.com.br/texto/quase-30-dos-adolescentes-brasileirosfazem-uso-problematico-de-videogame-aponta-estudo-da-usp/. Acesso em: 9 out. 2024. 1. a) Sugestão de resposta: Os óculos de realidade virtual são acessórios que podem funcionar de forma independente ou ser conectados a outros aparelhos eletrônicos, como computadores e videogames. Eles exibem imagens em 3D, uma realidade virtual. Ao utilizá-los, é possível ter experiências imersivas, uma vez que as imagens por eles criadas geram sensações nas pessoas que os utilizam, como se aquelas situações

P ensar e compartilhar

1. Considere as imagens da Leitura 1

estivessem acontecendo na realidade física.

3. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes demonstrem preocupação com a atitude de optar por realizar uma atividade para não lidar com os problemas, que não deixam de existir quando são ignorados.

a) D escreva o que você sabe sobre o funcionamento de óculos de realidade virtual e para que são utilizados.

7. Sugestão de resposta: estabelecer horários fixos para exercícios diários; organizar desafios de atividade física com amigos; limitar o tempo de tela e fazer pausas ativas; criar ambientes que incentivem o movimento, como instalar equipamentos de exercício em casa etc.

b) L evante hipóteses sobre as atividades que as pessoas das imagens parecem estar fazendo e os possíveis ambientes em que elas estão no mundo virtual.

c) Em sua opinião, quais podem ser os aspectos positivos e negativos do uso dos óculos de realidade virtual para a realização de práticas corporais? Resposta pessoal.

2. De acordo com a reportagem da Leitura 2, quais são os prejuízos do uso excessivo do videogame por adolescentes?

Não querer mais sair de casa para ficar jogando, começar a ir mal na escola, ter distúrbios do sono e apresentar irritabilidade e sintomas emocionais negativos.

3. Jogar videogame para esquecer os problemas mostra uma forma de dependência. Por que isso é problemático? Converse com os colegas sobre isso.

4. Você joga videogame? Se sim, com que frequência? Reflita sobre o uso que você faz do videogame para identificar possíveis prejuízos e converse com os colegas sobre maneiras de superar esse problema, se for o caso.

Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reflitam e pensem em soluções com base nas referências lidas e discutidas e nos conhecimentos que estão sendo construídos ao longo das aulas.

5. De acordo com a reportagem, a violência e a falta de opções de lazer e de esportes podem levar os jovens ao uso excessivo do videogame .

a) Em sua opinião, como esses elementos se relacionam com o contexto socioeconômico e cultural dos jovens?

b) De que forma políticas públicas poderiam reverter essa situação e que benefícios isso traria aos jovens? Converse sobre isso com os colegas.

Respostas pessoais. Consulte as Orientações para o Professor Esses elementos são intensificados em contextos socioeconômicos de vulnerabilidade, em que o acesso a alternativas saudáveis e seguras é mais limitado, e as ferramentas digitais acabam prevalecendo como alternativa de lazer.

6. De que maneira a tendência de utilizar em exagero o ambiente virtual pode impactar o bem-estar psicológico e social? Como isso pode afetar a qualidade de vida e as relações entre as pessoas?

7. Considerando os riscos à saúde, que estratégias poderiam ser implementadas no cotidiano dos jovens para incluir mais tempo de atividades físicas e equilibrar o uso das tecnologias digitais?

6. Substituir o mundo real por ambientes virtuais pode impactar negativamente o bem-estar psicológico e social ao reduzir interações face a face, o que enfraquece vínculos emocionais e pode levar à sensação de solidão, além do risco de criar uma desconexão com a realidade, afetando a qualidade de vida e a capacidade de engajamento em atividades sociais do mundo físico.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG401 e EM13LGG702; EM13CHS403 e EM13CHS502.

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS

Violência no ambiente virtual

Cyberbullying é um termo da língua inglesa que define as agressões, as intimidações, as manifestações de preconceito e as perseguições, entre outras práticas de assédio que ocorrem de forma sistemática em ambiente virtual. Muitas vezes, jogos e plataformas de comunicação que são utilizadas enquanto se joga são palco para a prática de cyberbullying . A fim de prevenir esse comportamento e dar respaldo judicial às vítimas dessa forma de assédio, desde 2024 essa atitude é considerada crime no Brasil, de acordo com a lei no 14.811, de 12 de janeiro de 2024.

Pensar sobre o cyberbullying levanta uma dúvida: é possível afirmar que são os jogos com conteúdos violentos que promovem a violência, ou seria a sociedade violenta que usa o jogo para manifestar sua toxicidade e contaminar mais pessoas? O artigo a seguir ajuda a refletir sobre essa questão.

A toxicidade nos jogos on-line e os impactos para a infância

Apesar de não existir comprovação científica que mostre ligação entre jogos e comportamentos violentos, por que essa associação ainda é tão recorrente?

Eduarda Ramos

Publicado em 27.04.2023

[…]

Davi Gomes, 25, costumava chegar da escola durante o ensino médio e jogar […], utilizando plataformas de áudio para se comunicar por voz com seu grupo de amigos. Ele relata como xingar usuários do mesmo time ou do time inimigo era uma atitude recorrente em jogos on-line e ele mesmo já xingou, confessa, mas também fez inúmeras denúncias de usuários tóxicos, racistas e/ou preconceituosos que passaram por suas partidas.

Em uma partida […] em 2022, “o cara do meu time ficou o tempo todo chamando um adversário de preto e pobre”, diz Hugo Alves, 25, parceiro de Davi nos jogos on-line. No […] jogo que simula uma guerra, já presenciou falas de cunho nazista no chat de voz. Já no […] jogo de tiro estratégico em que o objetivo é explodir uma espécie de bomba no mapa inimigo, “rolou de jogar a partida quase toda de boa até um dos membros do meu time abrir o microfone e ter voz feminina, aí uma pessoa do meu time não quis mais jogar por ter uma mulher com a gente”, relata. Ele evita ao máximo jogos on-line sem times fechados, para poupar eventuais estresses.

A toxicidade em jogos on-line já foi confirmada por uma pesquisa realizada pela ONG Anti-Defamation League, em 2021, que apontou que 60% dos jogadores norte-americanos de 13 a 17 anos já sofreram algum tipo de assédio enquanto jogavam on-line. Jucinara Rodrigues,

2. b) As ofensas de cunho racista não se baseiam na individualidade, mas em uma ideia de inferioridade de um grupo étnico-racial. Essa ideia, por muitos anos, esteve no imaginário social como se fosse um fato, e não uma construção com raízes históricas de opressão, dominação e violência contra pessoas negras.

psicóloga clínica e mestra em psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco, explica que comportamentos violentos podem impactar diretamente na saúde mental dos jogadores, relatando sintomas como baixa autoestima, sentimentos de desvalorização e uso excessivo de telas. Apesar da toxicidade ser comum no ambiente gamer, não existe comprovação científica que associe o ato de jogar a cometer violências e crimes.

“A narrativa de que jogos tornam as pessoas violentas foi muito reproduzida na mídia, mas recorrer ao senso comum não dá soluções para problemas multifatoriais”

[…]

RAMOS, Eduarda. A toxicidade nos jogos on-line e os impactos para a infância. Lunetas, [São Paulo], 27 abr. 2023. Disponível em: https://lunetas.com.br/a-toxicidade-nos-jogos-on-line-e-os-impactos-para-a-infancia/. Acesso em: 19 set. 2024.

Reflita e converse com os colegas sobre as questões a seguir.

Não escreva no livro.

1. Em seu entendimento, de que forma o cyberbullying pode afetar a vida de quem o pratica e de quem é vitimizado por esse tipo de atitude?

Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes mobilizem habilidades socioemocionais como a empatia para responder à pergunta.

2. Leia, a seguir, um excerto que define o que é racismo estrutural.

[…] o racismo estrutural não diz respeito ao ato discriminatório isolado (como xingar pejorativamente alguém por conta da cor da sua pele) ou até mesmo um conjunto de atos dessa natureza. Ele representa um processo histórico em que condições de desvantagens e privilégios a determinados grupos étnico-raciais são reproduzidos nos âmbitos políticos, econômicos, culturais e até mesmo nas relações cotidianas.

RÊ, Eduardo de et al. O que é racismo estrutural? [S. l.]: Politize!, 22 jun. 2021. Disponível em: https://www.politize.com.br/equidade/o-que-eracismo-estrutural/. Acesso em: 19 set. 2024.

5. b) É possível que os estudantes mencionem fatores como a desigualdade, a violência de Estado, a vulnerabilidade social, preconceitos e discriminações, distúrbios psicológicos, entre outros.

a) O que as ofensas racistas observadas no ambiente virtual do meio gamer indicam em relação à sociedade, de maneira geral?

Elas são um reflexo, no ambiente virtual, do racismo que permeia a sociedade.

b) P or que é possível afirmar que ofensas racistas como a relatada no artigo são fruto do racismo estrutural?

3. Revela que parte da sociedade não acredita que as mulheres tenham direito de se engajar em atividades consideradas do universo masculino, como jogar videogame, e prefere se retirar da atividade a aceitar incluir as mulheres nela.

3. Com base na ideia de racismo estrutural, é possível fazer um paralelo com o machismo, a inferiorização da mulher e os papéis sociais. O que a atitude de um dos jogadores, que parou de jogar ao perceber que havia uma mulher no time, revela?

6. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes reflitam sobre medidas que são formas de reparação para as vítimas; além de serem educativas, elas mostram não só para a pessoa que cometeu a violência mas para todos os jogadores que

4. Levante hipóteses para explicar por que o ambiente virtual e os jogos digitais podem fazer as pessoas se sentirem autorizadas a proferir ofensas e adotar posturas preconceituosas contra outras pessoas.

5. Retorne ao artigo e leia novamente o último parágrafo.

essas atitudes não são toleráveis e podem excluir quem as descumpre dessa prática social e de entretenimento.

a) Em sua opinião, por que o senso comum acredita que os jogos incentivam a violência? Qual é a sua opinião a respeito disso?

Sugestão de resposta: Por estarem, muitas vezes, contextualizados em narrativas e cenários violentos, como jogos de guerra e de tiro estratégico. Resposta pessoal.

b) D e acordo com a fala da psicóloga Jucinara Rodrigues, a violência é um problema multifatorial, que não pode ser reduzido a um efeito dos jogos considerados violentos. Em sua percepção, que fatores podem estar envolvidos nessa questão?

6. A toxicidade em comunidades de jogos on-line pode comprometer a saúde mental de quem frequenta esses ambientes. Além de punições como ser banido de jogos e acusado criminalmente por cyberbullying , o que pode ser feito para combater essa toxicidade? Considerando as reflexões realizadas até aqui, qual é a sua parcela de responsabilidade nesse tema?

4. Uma hipótese é que as pessoas podem se sentir blindadas e encorajadas a ofender outras pessoas no ambiente virtual e em jogos digitais justamente por estarem por trás de videogames ou computadores, muitas vezes, de forma anônima ou sem revelar a identidade, confiando que suas atitudes não gerarão consequências significativas, diferentemente do que poderia acontecer em uma interação face a face.

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG301 e EM13LGG503.

#PARAEXPlORAR

Mapeamento da inatividade física

A média de tempo diário recomendada para a prática de atividades físicas é de 60 minutos para crianças e jovens.

A fim de mapear sua inatividade física, você vai observar quanto tempo por dia dedica a atividades que não demandam esforço físico, como assistir à televisão, jogar videogame e usar redes sociais. Com essa observação, você poderá refletir se o tempo nesse tipo de atividade poderia ser equilibrado com o tempo despendido para movimentar o corpo e ter uma rotina mais ativa e saudável.

fiCA A DiCA

• Edina Maria de Camargo e Ciro Romelio Rodriguez Añez. Diretrizes da OMS para atividade física e comportamento sedentário: num piscar de olhos. [S. l.: s. n.], 2020. Disponível em: https://iris.who.int/bitstream/ handle/10665/337001/9789240014886-por.pdf. Acesso em: 23 set. 2024. Esse documento apresenta informações sobre frequência, intensidade e duração de atividades físicas recomendadas para todas as faixas etárias, a fim de prevenir doenças e obter melhor saúde.

Planejar e mapear

Elabore uma planilha de monitoramento das atividades diárias realizadas durante uma semana. A planilha deve incluir as informações descritas nos itens a seguir, entre outras que você julgar relevante.

• Data.

• T ipo de atividade realizada que não requereu movimento.

• Tempo gasto (em minutos).

• Observações: como se sentiu após passar muito tempo em inatividade, se percebeu algum desconforto físico, se sentiu ansiedade etc.

• Tempo gasto em atividades físicas de qualquer natureza.

Analisar

1. Ao término da semana, forme dupla com um colega para analisar os registros da planilha.

2. Anotem, no caderno, se há padrões de comportamento nos diferentes tipos de atividades realizadas e qual foi o tempo gasto nelas.

3. Depois, escrevam a soma de tempo gasto em atividades que demandaram esforço físico e a soma de tempo gasto naquelas que não demandaram, a fim de comparar essas informações e verificar se vocês estão cumprindo a recomendação de realizar 60 minutos diários de atividades físicas.

4. Por fim, reflitam sobre suas rotinas e pensem em estratégias e soluções simples que ajudariam a torná-las mais ativas e saudáveis.

Avaliar

Não escreva no livro.

Após a análise, faça uma autoavaliação do desempenho nessa proposta, refletindo sobre o comprometimento em preencher a planilha diariamente com informações verdadeiras, o cumprimento do prazo, o uso de habilidades de organização, raciocínio lógico e comunicação no momento da análise e a facilidade ou dificuldade em planejar uma rotina diária mais ativa com o objetivo de cuidar da saúde.

Habilidades: EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG304, EM13LGG402, EM13LGG501, EM13LGG503, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#NOSNAPRATICA Dia do movimento

Agora é sua vez de utilizar os conhecimentos construídos até aqui para promover um dia da valorização das práticas corporais na escola. O objetivo desta atividade é engajar a comunidade escolar em experiências corporais diversas e conscientizá-la da importância do movimento corporal para a manutenção da saúde.

Planejar

Os estudantes da turma devem se dividir em grupos de modo que cada um deles terá responsabilidade sobre uma tarefa: conscientização, logística e liderança de práticas corporais (essa última dividida em subgrupos: aquecimento e alongamento, atividades lúdicas, esportes, danças, jogos cooperativos alternativos e relaxamento). Os estudantes podem participar de mais de um grupo. O professor vai apoiá-los no planejamento e na condução das atividades.

Material

• Equipamentos de som.

• C artazes informativos com recomendações e benefícios de incluir práticas corporais na rotina.

• Acessórios, equipamentos esportivos e objetos variados para as práticas (bolas, lençol ou pedaço grande de tecido para o volençol, fronhas para a corrida de saco, cordas para pular, bambolês etc.).

• C âmera fotográfica ou celular com câmera.

Praticar

1. Abertura do evento

Apresentação: o grupo responsável pela tarefa de conscientização deve elaborar cartazes que expliquem a importância de incluir práticas corporais na rotina diária e as recomendações para cada faixa etária. Informações sobre benefícios para a saúde e prevenção de doenças devem constar nesse material, a fim de impactar as pessoas que participarem do evento. Os cartazes podem ser feitos à mão ou digitalmente, no computador ou em aplicativos de edição de texto e imagem, e devem ser afixados na quadra da escola, onde o evento deverá acontecer.

Aquecimento e alongamento coletivo: o grupo responsável pela liderança de práticas corporais deverá planejar e propor exercícios de aquecimento e alongamento para toda a comunidade escolar, envolvendo músicas animadas e exercícios simples de aquecimento e alongamento, como alongamentos de pescoço, braços, mãos, costas e pernas, marcha no lugar, rotação de ombros e pescoço, flexões etc. Contem com a ajuda do professor para realizar o aquecimento e o alongamento corretamente.

2. Rotação por estações de atividades

Para incentivar a convivência no evento, uma sugestão é formar grupos de pessoas de diferentes faixas etárias para aproveitar as estações a seguir com orientação dos grupos de liderança de práticas corporais. A proposta é valorizar a participação e o empenho dos participantes, e não o aspecto da competitividade.

• Estação 1 – atividades lúdicas: corrida de saco, cabo de guerra, pular corda, rodar bambolê etc.

• Estação 2 – minifestivais esportivos recreativos: futebol, vôlei, basquete, entre outros esportes, com partidas de curta duração.

• Estação 3 – dança e ritmo: oficinas de danças ligadas ao hip-hop, como o breaking , e a ritmos populares e danças brasileiras diversas, como frevo, maracatu etc.

• Estação 4 – jogos cooperativos alternativos: volençol, estafetas e outros desafios de equipe. O volençol é uma disputa entre duas equipes de até cinco pessoas. Para jogar, é necessário estar na quadra de vôlei e providenciar uma bola e dois lençóis. Cada equipe deve ficar em pé, segurando pelas beiradas um lençol. Uma equipe joga a bola impulsionada pelo lençol para o outro lado da rede e a outra equipe deve tentar pegar a bola também com o lençol. Se a bola cair no chão, o ponto é da equipe que jogou a bola.

As estafetas são variações de jogos de corrida e revezamento em que as equipes cumprem percursos que podem ter obstáculos para transpor, desviar, saltar etc.

Ilustração demonstrativa de jogo de volençol.

• Estação 5 – relaxamento: exercícios de relaxamento.

3. A equipe responsável pela tarefa de conscientização poderá registrar as atividades realizadas com vídeos e fotografias que mostrem o engajamento da comunidade escolar no evento. Esses registros podem ser publicados no blogue ou nas redes sociais da escola.

Avaliar

Após o evento, faça uma avaliação individual com base nas questões a seguir.

1. Os conhecimentos construídos no decorrer das aulas de Educação Física foram bem empregados em todas as etapas e atividades do evento?

2. Como foi o engajamento da comunidade no evento? Os estudantes participaram das atividades propostas? Alguma delas fez mais sucesso?

3. Como foi a atuação de cada grupo nas tarefas designadas? Todos colaboraram para que o evento ocorresse conforme planejado?

4. Como você avalia sua participação na atividade, considerando a escolha do(s) grupo(s) de atividades, as habilidades de comunicação com os colegas e com as pessoas da comunidade, entre outros pontos relevantes?

5. Dê uma nota de zero a dez considerando se o objetivo de promover uma vida mais ativa e saudável foi cumprido e bem comunicado à comunidade. Justifique sua nota apontando possíveis melhorias e pontos a manter em um evento futuro.

Não escreva no livro.
DANIEL ALMEIDA

Jogos digitais na Educação Física 3

, o primeiro videogame de arcade que alcançou sucesso comercial, lançado em 1972. Museu Nacional Videogame. Texas (Estados Unidos).

Odyssey, o primeiro console de videogame doméstico comercial, lançado em 1972.

Habilidades (abertura): EM13LGG103, EM13LGG202 e EM13LGG702.

Os jogos eletrônicos têm sua origem na década de 1950. Considerado o jogo mais antigo criado especificamente para o entretenimento, a adaptação de tênis para computador Tennis for Two (“Tênis para dois”, em português), do físico estadunidense William Higinbotham (1910-1994), desenvolvida em 1958, consistia em uma perspectiva simplificada de uma quadra dividida ao meio, com um simulacro de bola deslocando-se entre os dois lados de acordo com os comandos dos jogadores.

Tennis for Two. Laboratório Nacional de Brookhaven. Long Island (Estados Unidos).

Com o passar dos anos, os jogos eletrônicos foram ganhando espaço e diversidade. Sua popularização foi impulsionada pela criação dos chamados arcades, populares máquinas de jogos eletrônicos de tela em certos estabelecimentos comerciais – conhecidos no Brasil como fliperamas –, e dos consoles domésticos.

lER O MUNDO

Com os avanços das tecnologias digital e computacional, houve uma evolução expressiva dos consoles de videogames , acompanhada do desenvolvimento de jogos, inicialmente, para computadores e, em décadas mais recentes, para celulares. Reflita sobre a sua experiência com esses jogos e converse com a turma.

1 Você costuma jogar jogos digitais? Se sim, quais? E com quais dispositivos?

Não escreva no livro. Respostas pessoais.

2 Desde a sua primeira experiência com jogos digitais, você já observou evoluções tecnológicas em algum aspecto desses produtos? Comente. Respostas pessoais.

3 Você já experimentou jogos digitais nas aulas de Educação Física? Se sim, quais?

Respostas pessoais.

Atualmente, o aperfeiçoamento digital na definição das imagens, as narrativas envolventes e o design dos jogos têm atraído e cativado um público cada vez maior de jogadores de todas as idades, gerando impactos sociais, culturais e econômicos diversos.

Essa evolução possibilitou, inclusive, o uso dos jogos digitais na Educação Física, introduzindo a experimentação e a fruição desse tipo de prática no cotidiano escolar de estudantes de diferentes faixas etárias, a fim de explorar as potencialidades dos jogos e analisar os avanços das tecnologias e as respectivas exigências corporais durante sua aplicação.

Habilidades: EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG502 e EM13LGG702.

#PARAlER Exergames e inclusão digital

Os jogos digitais estão cada vez mais presentes na vida de crianças, jovens e adultos. A seguir, na Leitura 1, você vai conhecer um mapa que mostra a situação do acesso à internet nas escolas brasileiras e um cartum sobre o uso de celulares na infância. Depois, na Leitura 2, você vai ter contato com um trecho da introdução de um artigo científico que trata do uso de jogos digitais na Educação Física escolar.

Leitura 1

Brasil: percentual de escolas da Educação Básica com acesso à internet, por município (2023)

Equador

OCEANO PACÍFICO

Trópico de Capricórnio

De 0,0 a 30,0%

De 30,01 a 50,0%

De 50,1 a 70,0%

De 70,1 a 95,0%

De 95,1 a 100,0%

Limite estadual

Fronteira

Elaborado com base em: BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo da Educação Básica 2023: notas estatísticas. Brasília, DF: Inep/MEC, 2024. p. 13. Disponível em: https://download.inep.gov.br/ publicacoes/institucionais/estatisticas_e_indicadores/notas_estatisticas_censo_da_educacao_basica_2023.pdf. Acesso em: 23 set. 2024.

SOBRE

Bruno Galvão é de São José dos Campos (SP) e cria charges críticas e irônicas, principalmente sobre questões políticas e sociais.

GALVÃO, Bruno. [Dia das Crianças]. Charges do Bruno, [s. l.], 30 out. 2013. Disponível em: https:// chargesbruno.blogspot.com/2013/10/#4514421107939624899. Acesso em: 23 set. 2024.

Leitura 2

Exergames como conteúdo estratégico na educação física escolar INTRODUÇÃO

Vivemos em uma sociedade em que a tecnologia vem avançando constantemente, ocasionando alterações nas estruturas econômicas de cada país em decorrência das pesquisas, modernização e urbanização. O mundo digital se faz presente na vida das pessoas, possibilitando que gerações se conectem sem nenhuma fronteira. Isso possibilita que nos jogos virtuais a comunicação seja em tempo real entre pessoas de diferentes locais.

[…]

Desde os anos 1960, os videogames vêm se solidificando como um fenômeno cultural global. A “cultura dos videogames” vem sendo incorporada a outras mídias das indústrias do entretenimento, alterando a linguagem do cinema, dos livros, bem como modificando diretamente, através da perspectiva da “gamificação”, as dinâmicas e expectativas em relação ao trabalho, ao ensino, entre outros. […]

Com uma linguagem própria que alinha narrativas ao audiovisual, sistemas de regras lúdicas e possibilidades diversas de interatividade, o videogame permite que jogadores explorem e interajam em ambientes digitais que contêm representações e interpretações sobre o mundo social e o passado humano. Combinados ao avanço tecnológico, surgiram os exergames, que são equipamentos com interação virtual que utilizam os movimentos do corpo humano, diferentemente dos videogames tradicionais, que não promovem movimentação significativa do corpo. […]

Os exergames são a mistura de jogos eletrônicos com atividade física, podendo ser utilizados como trabalho terapêutico e treinamento individualizado em espaços especializados. Isso permite que a fascinação pelo mundo virtual possa ser tão proveitosa quanto a prática de exercício físico. Além disso, promovem um lugar para vivências lúdicas, trabalhando com as habilidades cognitivas, atenção visual, memória e resolução de problemas, tornando-se um ambiente prazeroso e motivador no processo de ensino-aprendizagem.

1. b) Em relação à abrangência geográfica, a pior situação é a da Região Norte, onde predominam as cores vermelho, laranja e amarelo. Considerando a quantidade de municípios, pode-se afirmar que o acesso à internet nas escolas é pior na Região Nordeste, por onde se espalham várias pequenas áreas de cor vermelha, laranja e amarela, além de grandes áreas verde-claro.

1. c) Espera-se que os estudantes mencionem a necessidade de desenvolver políticas públicas de expansão da conectividade, seja por meio físico, com cabos, seja por antenas ou satélites.

Nesse sentido, os exergames podem ser utilizados como uma ferramenta pedagógica, podendo fazer parte dos conteúdos do planejamento do professor, contribuindo para o processo de ensino-aprendizagem. Também podem ampliar as expectativas dos alunos, a motivação, promover interação social, satisfação, aprendizado, sendo benéficos à saúde e às novas experiências nas aulas de educação física. Para tal, testar formas de introduzir os exergames na cultura escolar contribui para a organização destes no planejamento dos conteúdos. […]

SILVA, Siomara Aparecida da et al Exergames como conteúdo estratégico na educação física escolar. Revista Psicopedagogia, São Paulo, v. 38, n. 117, p. 364-374, set./dez. 2021 . p. 364-365. Disponível em: https://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoped/v38n117/06.pdf. Acesso em: 23 set. 2024.

5. a) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes respondam que sim, pois os exergames podem, por exemplo, diversificar as práticas corporais a que os estudantes têm acesso na escola.

P ensar e compartilhar

5. b) Espera-se que os estudantes infiram que podem ser necessários consoles de videogame

1. Considerando o mapa da Leitura 1, responda às perguntas a seguir.

e jogos compatíveis com a prática dos exergames, além de espaços adequados e, eventualmente, conexão de internet.

a) Qual é a situação do acesso à internet nas escolas em que você já estudou e na que estuda atualmente? Essa situação sempre foi a mesma ou melhorou com o tempo? Respostas pessoais.

b) A nalisando a abrangência geográfica, em qual grande região do Brasil o acesso à internet nas escolas é pior? E levando em conta a quantidade de municípios? Explique.

c) Como você acha que seria possível melhorar o acesso à internet nas escolas brasileiras que ainda não estão plenamente conectadas?

2. c) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes apresentem e defendam o próprio ponto de vista com argumentos consistentes, com base em fatos e dados observáveis.

2. O cartum apresentado na Leitura 1 faz referência a mudanças causadas pelos jogos eletrônicos na cultura lúdica da sociedade.

4. É possível que os estudantes mencionem desenvolvimento das capacidades físicas (como força, velocidade, resistência e flexibilidade), além de melhorias do bem-estar físico e mental.

a) Que mudanças são essas, de acordo com o cartum?

b) Quais podem ser as consequências dessas modificações, pensando no desenvolvimento integral das crianças, nas dimensões social, econômica, intelectual, motora, de saúde etc.?

c) Você concorda com o ponto de vista expresso no cartum? Por quê?

3. Considere o trecho do artigo da Leitura 2 . Você já conhecia a expressão exergames? Já teve a oportunidade de experimentar essa prática? Se sim, relate a sua experiência.

Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes relatem o contexto e as impressões que tiveram da experiência com exergames.

Exergames são jogos digitais que combinam a experiência das práticas corporais com a ludicidade advinda dos videogames. Eles permitem que cada jogador assuma o controle das ações desenvolvidas no jogo por meio da leitura que os equipamentos fazem de seus movimentos corporais, e podem ser utilizados para fins terapêuticos, para treinamento individualizado, ou mesmo para lazer e entretenimento.

7. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes respondam que não, pois o trabalho com os exergames nas escolas passa por uma mediação educativa de professores, com intencionalidades pedagógicas definidas.

4. Em sua percepção, quais podem ser os benefícios dos exergames para a saúde?

5. O artigo trata da utilização de exergames na escola.

a) Em sua opinião, esse uso seria interessante? Justifique sua resposta.

b) Quais seriam as necessidades materiais para explorar os exergames nas escolas?

6. A falta de conectividade à internet nas escolas pode ser um fator indicativo de exclusão digital mais ampla. Como essa questão pode afetar o acesso dos estudantes aos exergames no Brasil, considerando os dados do mapa da Leitura 1?

Espera-se que os estudantes infiram que, nos municípios com menos acesso à internet, pode-se enfrentar um problema de exclusão digital que inviabilizaria a prática dos exergames. O cartum aponta para uma substituição dos brinquedos e brincadeiras tradicionais pelos celulares.

7. Em sua opinião, uma eventual inclusão dos exergames nas escolas pode gerar os impactos sugeridos no cartum da Leitura 1? Justifique sua resposta.

2. b) Os estudantes podem mencionar impactos econômicos e sociais, estabelecendo diferentes níveis de aquisição de conhecimentos lúdicos em decorrência da estratificação social produzida pelo acesso a determinados aparelhos; intelectual e motor, tendo em vista que as crianças passam a se movimentar de modo diferente de outras gerações; na saúde, com crianças em estilo de vida menos ativo; entre outras questões.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG102, EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG502, EM13LGG701, EM13LGG702 e EM13LGG703.

#PARAEXPlORAR

Jogos digitais e juventudes

Você sabe quais são os jogos mais populares entre os estudantes da sua escola? Nesta atividade, você e os colegas vão investigar essa e outras questões relacionadas e produzir um infográfico.

Planejar e pesquisar

1. Com orientação do professor, a turma deverá construir um questionário quantitativo e qualitativo sobre a relação dos estudantes da escola com os jogos digitais. Elaborem perguntas procurando identificar os pontos descritos nos itens a seguir em relação ao público de estudantes de Ensino Médio, entre outros que a turma considerar importantes.

a) Quais jogos são mais jogados no geral? E pelos meninos especificamente? E quanto às meninas?

b) Como conheceram os jogos? Quem os ensinou a jogar?

c) Quanto tempo em média os estudantes destinam à prática de jogos digitais por semana?

d) Quais são os aparelhos usados (celular, console, computador)?

e) Os jogos digitais impactam na realização de outras práticas corporais? De que forma?

f) Os jogos digitais têm atrapalhado os estudos de alguma forma?

2. Organizem a turma em grupos e apliquem o questionário aos colegas de Ensino Médio da escola. O questionário pode ser impresso em papel ou feito no formato digital e compartilhado por mensagens. Sigam as orientações do professor.

Analisar e compartilhar

1. Com orientação do professor e, se possível, em parceria com o professor de Matemática, reúnam e organizem os dados.

2. Decomponham e analisem os dados quantitativos e criem gráficos ou tabelas que ajudem a visualizá-los. Façam o mesmo com os dados qualitativos, buscando observar se há padrões nas respostas e como elas podem ser apresentadas em conjunto de forma objetiva. Considerem a seguinte pergunta orientadora: o que os dados revelam sobre a relação dos estudantes com os jogos digitais?

3. Coletivamente, elaborem um infográfico que reúna e apresente os dados qualitativos e quantitativos coletados e analisados. Definam quais informações terão mais destaque, como será a composição visual e se a produção será feita digitalmente ou em papel.

Avaliar

Ao final, avaliem coletivamente a atividade: o questionário elaborado foi adequado para a pesquisa? Houve dificuldades ao aplicá-lo? Se sim, quais? O que vocês descobriram de mais interessante quanto à relação dos colegas de outras turmas com os jogos digitais? Como foi a experiência de analisar os dados coletados? Quais foram as dificuldades enfrentadas? O infográfico elaborado comunicou adequadamente as informações da pesquisa?

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG105, EM13LGG201, EM13LGG204, EM13LGG301, EM13LGG501, EM13LGG503, EM13LGG701 e EM13LGG704.

#NOSNAPRATICA

Da tela para a quadra

Que tal adaptar um jogo digital para que seja praticado na quadra da escola?

O que você vai fazer

Organizados em grupos e com orientação do professor, você e os colegas vão escolher jogos digitais que não sejam esportivos e transpô-los para práticas físicas em quadra.

Planejar

1. Coletivamente, escolham três ou quatro jogos digitais não esportivos para adaptar.

2. Organizem-se em grupos. Cada grupo ficará responsável por adaptar um jogo, analisando o funcionamento e as regras originais dele, modificando-o e transformando-o em uma atividade possível de ser realizada na quadra. Avaliem se o jogo demanda interpretação de papéis para personagens específicos.

3. Explorem o jogo criado dentro do grupo, testando e ajustando suas regras, de modo que ele possa ser praticado de forma segura e não violenta pela turma toda.

Circuito com obstáculos em quadra.

4. Registrem as definições por escrito e por imagem, a fim de ilustrar o funcionamento do jogo. Deixem enfatizados os objetivos e as ações que devem ser executadas.

Compartilhar e praticar

1. Apresentem o jogo adaptado pelo grupo para toda a classe, explicando o jogo de origem e como idealizaram as adaptações. Demonstrem o funcionamento e expliquem as regras do jogo adaptado.

2. Providenciem o material necessário e, na quadra, experimentem os jogos adaptados por todos os grupos. Se necessário, organizem rodadas para que a turma toda possa participar de todas as práticas.

Avaliar

1. Reflita com o seu grupo sobre a atividade: o jogo escolhido para a adaptação foi adequado para a prática em quadra? Quais foram os desafios dessa adaptação? Foi necessário realizar muitas mudanças nas dinâmicas do jogo original? Ao testar o jogo, vocês conseguiram observar a necessidade de ajustes? Como eles foram feitos?

2. Depois, conversem com a turma: todos os grupos conseguiram apresentar e demonstrar perfeitamente as adaptações desenvolvidas para os jogos? Quais foram as exigências corporais observadas? Algum dos jogos ofereceu mais dificuldade para a prática em quadra? Se sim, como lidaram com isso? Que tipo de negociações e acordos foram necessários para as práticas? Todos respeitaram as regras definidas? Foi preciso interpretar papéis em alguma prática? Se sim, como foi essa experiência?

Não escreva no livro.

1. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes compartilhem livremente suas eventuais experiências de contato com os e-sports, seja como jogadores seja como espectadores. Eles podem até citar os games que eles jogam.

E-sports: jogos digitais ou esportes? 4

Habilidade (abertura): EM13LGG104.

A questão proposta no título deste capítulo é objeto de discussão na Educação Física. Os e-sports (“esportes eletrônicos”, do inglês) são jogos eletrônicos realizados em ambiente virtual que promovem atividades esportivas de forma organizada e têm a competição como finalidade. Podem ser classificados em diferentes categorias, como de estratégia em tempo real, de cartas colecionáveis e de esportes.

Entre os argumentos contrários a classificá-los como esportes, há o de que a competência dos seus jogadores não pode ser medida por habilidades físicas, reforçando o viés de que movimento e desempenho físico são os responsáveis por definir o que é atividade esportiva. No entanto, há uma popularidade e ampla aceitação dos e-sports, no Brasil e no mundo, que contribuem para que se adote a perspectiva de que eles podem, sim, ser considerados esportes. Argumentos a favor dessa ideia seriam a possibilidade de que se tornem futuramente esportes convencionais, dado o avanço tecnológico nas sociedades; e o fato de que há transmissões de seus campeonatos, comentados em tempo real por especialistas, realizadas por empresas específicas da área e por redes televisivas do ramo, acrescentando um caráter de jornalismo esportivo a esses eventos.

Os e-sports são muito populares entre pessoas que se entretêm com jogos eletrônicos. De acordo com a Pesquisa Game Brasil 2024, mais de 80% dos gamers brasileiros jogam jogos do universo dos e-sports .

1 Você já teve contato com os chamados e-sports? Se sim, conte aos colegas.

2 Em sua opinião, os e-sports podem ser considerados esportes? Por quê?

Superação de limites, participação de uma comunidade com interesses afins e mobilização de emoções em partidas competitivas são características do esporte que também são compartilhadas por pessoas que jogam nas competições de e-sports e as acompanham. Neste capítulo, você poderá ampliar as reflexões sobre esse tema.

Equipe brasileira disputa competição de e-sport futebolístico. Riad (Arábia Saudita), 2023.

2. Respostas pessoais. Não se espera que os estudantes cheguem a conclusões fechadas neste momento, mas que se sensibilizem e reflitam sobre a questão com base em seu conhecimento de mundo.

lER O MUNDO
Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG202, EM13LGG204, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG502 e EM13LGG702.

#PARAlER E-sports e esportes tradicionais

A popularização dos e-sports leva a transformações sociais, culturais e econômicas. Na Leitura 1, atente à imagem de uma arena de competição de e-sports. Na Leitura 2, leia um artigo de opinião que faz uma análise tecnológica do videogame e aborda seus impactos na economia.

Leitura 1

Competição de e-sport que reuniu mais de 30 mil espectadores na arena e quatro milhões on-line. Gyeongju (Coreia do Sul), 2024.

Leitura 2

O impacto dos Videogames na sociedade

Por Marina Anater 25/10/2023 […]

Análise tecnológica e econômica dos videogames

A indústria de jogos eletrônicos tem crescido exponencialmente nas últimas décadas, tornando-se uma das formas de entretenimento mais populares e lucrativas em todo o mundo. […]

A análise tecnológica dos jogos envolve o estudo das tecnologias utilizadas no desenvolvimento, distribuição e jogabilidade dos videogames. Ao longo dos anos, houve avanços estáveis em termos de hardware e software, o que permitiu o desenvolvimento de jogos cada vez mais complexos e realistas. A evolução dos consoles, computadores e dispositivos móveis trouxe maior

capacidade de processamento, gráficos avançados, recursos de realidade virtual e aumentada, além de interfaces mais intuitivas, como controles sensíveis ao toque e sensores de movimento. Essas tecnologias contribuíram para a imersão dos jogadores e para a criação de experiências mais envolventes.

No ambiente econômico, uma análise dos jogos envolve o estudo dos aspectos financeiros e mercadológicos da indústria. Os jogos eletrônicos se tornaram um mercado multibilionário, com uma ampla base de consumidores e uma variedade de modelos de negócios. A venda de jogos em formato físico e digital, assinaturas de serviços de jogos, publicidade in-game e e-sports são algumas das principais fontes de receita para as empresas do setor. A monetização dos jogos evoluiu, com a popularização de modelos free-to-play, em que o jogo é disponibilizado gratuitamente, mas oferece itens ou recursos facilitados para compra. Além disso, a indústria de games se expandiu para além dos consoles e computadores, com o crescimento dos jogos para dispositivos móveis e incluídos em plataformas de streaming de jogos. […]

2. a) Resposta pessoal. Os estudantes podem argumentar a favor das duas perspectivas. Incentive-os a responder com base em experiências pessoais e observações sobre o uso dos videogames na sociedade.

ANATER, Marina. O impacto dos videogames na sociedade. Jornal Comunicação, Curitiba, 25 out. 2023. Disponível em: https:// jornalcomunicacao.ufpr.br/o-impacto-dos-videogames-na-sociedade/. Acesso em: 20 set. 2024.

hardware: conjunto de peças e equipamentos eletrônicos de computadores e sistemas eletrônicos.

software: programas e dados que permitem a execução das funções de computadores, celulares e outros dispositivos eletrônicos.

monetização: conversão em dinheiro.

1. Espera-se que os estudantes percebam que o campeonato de e-sport reuniu, em uma arena esportiva, jogadores profissionais de e-sports e uma grande quantidade de espectadores e torcedores, assim como ocorre com competições de esportes tradicionais.

P ensar e compartilhar

1. Observe com atenção o evento de e-sport retratado na Leitura 1. De que forma é possível relacioná-lo com eventos voltados a esportes tradicionais, como o futebol, por exemplo?

2. Considere o artigo apresentado na Leitura 2 .

a) Você acredita que foram os avanços tecnológicos que contribuíram para popularização dos jogos de videogame ou, no seu entendimento, foi essa popularização que impulsionou o progresso tecnológico na área?

b) Em sua opinião, conhecer os impactos financeiros do videogame pode atrair as pessoas para essa indústria? Explique sua resposta.

3. Leia, a seguir, o trecho de um artigo de divulgação científica que explica, de uma perspectiva das ciências exatas, o que é jogo.

Uma situação é um “jogo” quando: (i) mais de uma pessoa toma uma decisão e (ii) as decisões das pessoas afetam a todas.

Quase tudo que fazemos na vida é um jogo no sentido da teoria dos jogos. Jogamos em casa, na escola, aonde quer que vamos, em praticamente tudo. Não acredita? Pense no começo de seu dia, quando acordou. A rapidez com que você saltou da cama afetou seus pais e a hora em que eles o acordaram afetou você: então, foi um jogo! Pense também no que aconteceu depois, ao longo do dia. Do banheiro à mesa do café da manhã, na sala de aula e no pátio do recreio, você faz escolhas que afetam os outros e a você igualmente. Você joga! Conhecer a teoria dos jogos pode ajudá-lo a enriquecer sua experiência nessas situações – não apenas a “vencer”, mas a melhorar seus relacionamentos para levar uma vida mais feliz.

2. b) Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes respondam afirmativamente, considerando o fato de ser um mercado multibilionário que agrega modelos de negócios variados, como venda de jogos, assinatura de serviços, publicidade e e-sports

Não escreva no livro.

4. b) Revelam que o conceito de esporte pode ser flexibilizado conforme as inovações e os avanços tecnológicos. Esse fato pode ser uma prerrogativa para que o e-sport também seja classificado como esporte.

A teoria dos jogos é usada para estudar como as pessoas provavelmente irão se comportar em situações estratégicas, com aplicações na economia, na ciência política, nos negócios, no direito, no empreendedorismo e na ciência militar, para só citar algumas. Assim como a física descreve como os planetas giram em torno do Sol, a teoria dos jogos procura descrever de que modo as pessoas tomam decisões nos jogos. […]

MCADAMS, David. Teoria dos jogos e cooperação: por que pensar primeiro nos outros beneficia a todos. São Paulo: Unesp para Jovens, 27 jul. 2022. Disponível em: https://parajovens.unesp.br/teoria-dos-jogos-e-cooperacao-por-que-pensar-primeiro-nos-outros-beneficia-a-todos/. Acesso em: 20 set. 2024.

3. a) Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes argumentem levando em consideração as escolhas que fazem diariamente, que afetam não somente suas próprias vidas mas as pessoas ao redor.

a) Considerando o conceito de jogo e sua relação com a tomada de decisões, como o jogo está presente no seu dia a dia?

3. b) Espera-se que os estudantes respondam que sim, pois as ações individuais dos jogadores de e-sports impactam as pessoas envolvidas no jogo.

b) De acordo com esse conceito de jogo, é possível considerar que os e-sports são jogos? Justifique. 4. Agora, leia o trecho de um artigo científico que discute a classificação dos e-sports como esportes.

[…] “o conceito geral do esporte se modifica junto à cultura, acompanhando a evolução tecnológica e se reinventando ao longo das eras (…)” (BEZERRA, 2017, p. 36). Alguns elementos são preservados ao longo do tempo: a cultura, a competição, o entretenimento e o espetáculo (presentes no eSport). O autor avança nessa discussão, dizendo que não há como separar corpo e mente do cyber atleta, confirmando assim o movimento e, portanto, a condição esportiva do eSport. Para alguém que não conhece a atividade, um gesto que parece menor e “simples” pode ser algo grandioso como o drible de um jogador de futebol, que necessita coordenar o raciocínio e o gesto técnico para encontrar o melhor caminho e movimento para sua ação em um momento e local bem específico do jogo. No caso do cyber atleta, é preciso um olhar atento e uma interpretação visual rápida para se ter a resposta manual veloz para uma performance perfeita.

Apoiando esta lógica, Savonitti e Nishida (2019) acreditam que a definição clássica de esporte que remete à obrigatoriedade da atividade física se trata de uma definição ancestral criada em uma época anterior à invenção do motor. Relembra-se aqui que o automobilismo, que teve sua primeira competição em 1894 na França, foi, por diversos anos, não reconhecido como esporte (por fazer uso de motores), segundo a Carta Olímpica de Portugal (COMITÊ OLÍMPICO DE PORTUGAL, 2001). Somente em 2011 a Federação Mundial de Automobilismo foi oficialmente reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), dando o então indiscutível status de esporte à modalidade. Destaca-se, assim, uma flexibilização e modernização do conceito de “esporte” segundo o COI, agregando inovação ao seu repertório.

ANASTÁCIO; Bruna Santana et al. Jogos eletrônicos, e-sports e educação física: aproximações e distanciamentos. Licere, Belo Horizonte, v. 25, n. 1, p. 459-486, mar. 2022. p. 469-470. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/licere/article/ view/39115/30211. Acesso em: 20 set. 2024.

a) Identifique os argumentos favoráveis e contrários à classificação dos e-sports como esportes.

b) O que a rejeição do automobilismo como atividade esportiva e a posterior inclusão dele nessa categoria revelam sobre a mudança no conceito de esporte? Qual é a relação desse fato com a polêmica de definição do que são os e-sports?

5. Após as reflexões empreendidas até aqui, compartilhe novamente qual é a sua opinião: os e-sports podem ser considerados esportes? Por quê? Respostas pessoais.

• Ernest Cline. Jogador número 1. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2021. O livro conta uma história que se passa no ano de 2045 e mostra uma sociedade que desistiu do mundo real e passa a vivenciar cada vez mais um mundo utópico virtual que permite aos usuários serem o que eles quiserem por meio de um jogo. Em 2018, o livro ganhou uma adaptação cinematográfica.

4. a) Argumentos favoráveis: a evolução tecnológica promove transformações culturais na sociedade e permite ressignificar o que se entende por esporte; assim como nos esportes tradicionais, os e-sports têm como elementos a cultura, a competição, o entretenimento e o espetáculo; corpo e mente são indissociáveis, então há movimento em jogos de e-sports; os e-sports mobilizam a coordenação de raciocínio e gestos técnicos. Argumento contrário: os e-sports não são atividades físicas.

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG201, EM13LGG301, EM13LGG402, EM13LGG701, EM13LGG703 e EM13LGG704.

#PARAEXPlORAR

Desenvolvimento de jogos eletrônicos

Você percebeu que a indústria de jogos eletrônicos é enorme e diversificada. Nesta atividade, você vai formar um grupo com colegas para pesquisar algumas profissões desse universo e desenvolver a ideia de um jogo eletrônico.

Pesquisar e apresentar

A turma deve se organizar em grupos, e cada um deve pesquisar uma profissão relacionada aos jogos digitais, como desenvolvedor, designer, testador, funções associadas a marketing e produção executiva, entre outras que despertarem o interesse de vocês. As pesquisas podem ser realizadas na internet, em jornais e em revistas especializadas, além do contato com profissionais que possam compartilhar experiências.

Em uma data combinada com o professor, façam uma roda de conversa para que cada grupo apresente oralmente a profissão pesquisada.

Criar e compartilhar

Vocês devem manter os grupos das pesquisas para assumir a função de designers de jogos. Para criar a ideia de um jogo, pensem no objetivo dele, categoria, história que o contextualiza, cenários, personagens e estrutura básica (como jogar).

Organizem o planejamento da proposta de jogo em slides narrados ou em um cartaz, digital ou impresso, que apoiará a apresentação oral para a turma na data combinada com o professor.

Cada grupo deve apresentar sua proposta de jogo para a turma como se a estivesse apresentando para uma empresa que desenvolve jogos, com o objetivo de convencê-la a comprar a ideia do jogo. Depois, discutam as ideias apresentadas considerando se são originais, interessantes, bem planejadas e se despertaram na turma a vontade de jogar.

Avaliar

Depois das atividades, reflita sobre as experiências vivenciadas e avalie sua disposição para o trabalho em grupo, as habilidades sociais mobilizadas, o uso da criatividade e da inventividade na elaboração do jogo, a atenção aos detalhes e aos requisitos, entre outros pontos desenvolvidos e discutidos com os colegas de grupo e com a turma e o professor.

SAIBA MAIS 12

Trilhas sonoras de videogames

As trilhas sonoras de videogames permitem uma imersão ainda maior do jogador e colaboram para criar narrativas audiovisuais pelo entrosamento com a história do jogo. Há trilhas sonoras tão marcantes que atravessam gerações.

A evolução da trilha sonora nos videogames acompanhou o avanço tecnológico da indústria. Com maior capacidade de armazenamento e memória nas mídias eletrônicas, as trilhas passaram de sons sintetizados a orquestras tocadas ao vivo. Se, no início, elas eram utilizadas para preencher espaço na narrativa, hoje as trilhas são consideradas um dos elementos mais importantes dos jogos.

Não escreva no livro.

Habilidades: EM13LGG104, EM13LGG303, EM13LGG402, EM13LGG501 e EM13LGG503.

#NOSNAPRATICA Competição de jogos digitais

Neste capítulo, você aprofundou seus conhecimentos sobre os e-sports , jogos digitais praticados em contextos de competição com regras preestabelecidas. Nesta atividade, você e os colegas vão escolher alguns jogos digitais, de acordo com os interesses da turma, para experimentar e organizar um campeonato de e-sports com um deles.

Planejar e praticar

Grupo de jovens utiliza celulares. Itália, 2022.

1. Você e os colegas devem fazer um levantamento com os estudantes da própria turma para saber quais são os jogos digitais mais jogados no celular, no computador e em console de videogame

2. Façam uma votação para selecionar alguns desses jogos e, conforme a disponibilidade, organizem-se para que toda a turma possa experimentá-los.

3. De acordo com a disponibilidade da escola, organizem um campeonato do jogo digital mais popular entre os estudantes. Adotem uma postura saudável e amigável de competição, e dirijam-se aos colegas com educação e cordialidade, sem proferir ofensas ou fazer provocações.

Avaliar

Ao término da atividade, faça uma reflexão sobre as experiências vivenciadas.

1. Se você já tinha familiaridade com os jogos digitais, sua experiência prévia colaborou para essa atividade? Se não tinha, como foi vivenciar essa nova atividade?

2. Você teve alguma dificuldade durante a atividade? Se sim, qual é a razão dessa dificuldade e como você lidou com ela?

3. Essa experiência o deixou mais confiante para uma atividade coletiva futura? Por quê?

4. Que habilidades mentais, físicas e de interação pessoal foram mobilizadas no campeonato?

Autogestão, habilidades de relacionamento e tomada de decisão responsável

Os e-sports e os jogos digitais têm dividido espaço com os jogos e esportes tradicionais e são parte da cultura lúdica, modificada em razão dos avanços tecnológicos da sociedade. Esses jogos impactam o mundo analógico, produzindo desde efeitos psicológicos, por mexerem com as emoções e requererem interações sociais, a efeitos físicos, dado o longo tempo que uma pessoa permanece sem movimentar o corpo todo enquanto joga. Reflita e converse com os colegas: que cuidados são necessários, ao jogar, para não prejudicar a saúde? O ambiente on-line exime as pessoas de terem empatia e respeito pelo outro? Que atitudes se deve ter ao interagir socialmente em jogos digitais? Respostas pessoais.

Não escreva no livro.
PARA A ViDA

REFERÊNCIAS COMENTADAS

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/escolaem-tempo-integral/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal.pdf. Acesso em: 25 set. 2024.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece diretrizes para a educação básica no Brasil, visando uniformizar o ensino em todo o território nacional. O documento define competências e habilidades essenciais que devem ser desenvolvidas ao longo da formação escolar, abordando conteúdos que promovem uma educação integral e inclusiva, alinhada às necessidades sociais e culturais do país.

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de atividade física para a população brasileira. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/ pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-me-exercitar/ documentos/pdf/guia_atividade_fisica_populacao_ brasileira.pdf. Acesso em: 25 set. 2024.

Esse material apresenta orientações sobre a prática de exercícios, destacando seus benefícios para a saúde física e mental por meio de recomendações específicas para diferentes faixas etárias. Além das sugestões de atividades, o guia enfatiza a importância da inclusão e da acessibilidade para a democratização de uma vida ativa e saudável.

CABRAL, Umberlândia. De 2010 a 2022, população brasileira cresce 6,5% e chega a 203,1 milhões. Agência IBGE Notícias, Rio de Janeiro, 27 out. 2023. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencianoticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/37237-de2010-a-2022-populacao-brasileira-cresce-6-5-e-chega-a203-1-milhoes. Acesso em: 25 set. 2024.

Essa reportagem analisa o crescimento da população brasileira entre 2010 e 2022, que alcançou 203,1 milhões de habitantes. O texto destaca as principais tendências demográficas, como a urbanização e o envelhecimento da população, além de discutir as implicações sociais e econômicas desse crescimento para o país.

CAMPOS, Félix William Medeiros; MALDONADO, Daniel Teixeira. Comunidades quilombolas, práticas corporais e Educação Física escolar: o estado da arte. Revista Educação Popular, Uberlândia, v. 22, n. 2, p. 150-175, maio/ago. 2023. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/ article/view/68905/36801. Acesso em: 25 set. 2024.

Os estudos que originaram esse artigo tiveram por objetivo conhecer a cultura das práticas corporais em comunidades

quilombolas e investigar se essas manifestações têm espaço nas aulas de Educação Física escolar.

GODTSFRIEDT, Jonas; CARDOSO, Fernando Luiz. E-Sports: uma prática esportiva atual. Motrivivência: Revista de Educação Física, Esporte e Lazer, Florianópolis, v. 33, n. 64, p. 1-14, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufsc. br/index.php/motrivivencia/article/view/80001/47510. Acesso em: 25 set. 2024.

Esse artigo discute a legitimidade dos e-sports no contexto esportivo, abordando questões como a formação de comunidades, a inclusão digital e as novas dinâmicas de competição. Reflete, ademais, sobre as implicações culturais e educacionais dos e-sports, ressaltando sua importância no cenário atual e as oportunidades que oferecem para jovens atletas.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010: resultados gerais da amostra. Rio de Janeiro: IBGE, 2011. Disponível em: https://www. ibge.gov.br/estatisticas/sociais/populacao/9662-censodemografico-2010.html?edicao=9748&t=destaques. Acesso em: 25 set. 2024.

O Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresenta um panorama detalhado da população brasileira, abordando aspectos como distribuição geográfica, idade, sexo, educação e condições de vida em 2010. A pesquisa é fundamental para a formulação de políticas públicas e o planejamento de recursos.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2022: panorama. Rio de Janeiro: IBGE, 2023. Disponível em: https://censo2022.ibge.gov.br/ panorama/. Acesso em: 25 set. 2024.

O Censo Demográfico de 2022, realizado pelo IBGE, fornece uma análise atualizada da população brasileira, destacando características demográficas, sociais e econômicas de 2022.

MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.

Nesse livro, Marcel Mauss explora as interconexões entre a Sociologia e a Antropologia, destacando como a prática social e cultural molda o comportamento humano.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil. Brasília, DF: Nações Unidas, c2024. Disponível em: https://brasil.un.org/ pt-br/sdgs. Acesso em: 25 set. 2024.

O Brasil é um dos países signatários do compromisso estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que visam promover um futuro mais sustentável, justo e igualitário. Os ODS abordam questões como erradicação da pobreza, educação de qualidade, igualdade de gênero e ação contra a mudança global do clima, incentivando a ação colaborativa entre governos, sociedade civil e setor privado para alcançar essas metas até 2030.

PESQUISA GAME BRASIL. Report gratuito: panorama dos e-sports. São Paulo: PGB24, 2024.

Essa pesquisa apresenta informações sobre o perfil das pessoas que jogam jogos digitais e seus hábitos de consumo e de comportamento em consoles, computadores e smartphones

SCAGLIA, Alcides José; FABIANI, Débora Jaqueline Farias; GODOY, Luís Bruno de. Dos jogos tradicionais às técnicas corporais: um estudo a partir das relações entre jogo e cultura lúdica. Corpoconsciência, Cuiabá, v. 24, n. 2, p. 187-207, maio/ago. 2020. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/ corpoconsciencia/article/view/10780. Acesso em: 25 set. 2024.

O artigo aborda como a contemporaneidade, incluindo os jogos eletrônicos, influencia o uso dos corpos, afetando as relações sociais, a dinâmica cultural e o jogo, problematizando as inter-relações entre a sociedade contemporânea, a cultura lúdica e suas técnicas corporais, desenvolvidas pelos jogos tradicionais.

TORRES, Laís Crozera. Danças urbanas no Brasil: relatos de uma história. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Educação Física) – Faculdade de Ciências, Universidade Estadual Paulista, Bauru, 2015. Disponível em: https:// repositorio.unesp.br/server/api/core/bitstreams/33a166c49e75-43f0-a894-b6a4499281cc/content. Acesso em: 25 set. 2024.

A autora dessa monografia se propôs a investigar as origens das danças urbanas, em especial as relacionadas à cultura hip-hop, e como elas chegaram ao Brasil e se popularizaram. YOGA e meditação: documentários. [S l.: s n.], 2023. 1 vídeo (26 min). Publicado pelo Canal Saúde Oficial. Disponível em: https://youtu.be/3uXAeYNqNP0. Acesso em: 25 set. 2024.

Esse documentário explora a ioga e a meditação nas Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), com informações sobre suas potencialidades e seus usos a partir de experiências concretas de trabalho terapêutico.

CRÉDITOS E TRANSCRIÇÕES DAS FAIXAS DA COlETÂNEA DE ÁUDIOS

Faixa 1 (página 24). PASSINHO dos crias. Intérprete: OzCrias. Compositores: Pablinho Fantástico, Diogo Breguete, Yuri Mister Passista e WB Negão. In: PASSINHO dos crias. Intérprete: OzCrias. Rio de Janeiro: [s n.], 2021. Deezer. Disponível em: https://www.deezer.com/br/ album/249013952. Acesso em: 3 out. 2024.

Transcrição: Ritmo contagiante é fácil de fazer / São só quatro movimentos que você vai aprender / Já é moda na favela / Todo mundo pede mais / Esse é o passinho dos crias / Vou mostrar como é que faz / O pezinho vai no lado / O pezinho vai na frente / O pezinho vai no lado / O pezinho vai atrás / O pezinho vai no lado / O pezinho vai na frente / O pezinho vai no lado / O pezinho vai atrás / É lado, frente, lado, trás / Lado, frente, lado, trás / Esse é o passinho dos crias / Vou ensinar como é que faz / Aprendeu, cria?

Faixa 2 (página 31). SÃO BENTO Grande. Intérpretes: Mestre Suassuna e Dirceu. Compositores: Mestre Suassuna e Dirceu. In: CAPOEIRA cordão de ouro. Intérpretes: Mestre

Suassuna e Dirceu. Rio de Janeiro: Continental, 1975. 1 vinil (lado A), faixa 4.

Transcrição: Base instrumental de capoeira.

Faixa 3 (página 56). CATIRA de Mariamar. Intérprete: Ivan Vilela, Luiz Henrique Fiaminghi e Roberto Magrão Peres. Compositor: Ivan Vilela. In: PAISAGENS. Intérprete: Ivan Vilela. São Paulo: Tratore, 1998. 1 CD, faixa 12.

Transcrição: Música instrumental inspirada na catira.

Faixa 4 (página 59). FESTA na roça. Intérprete: Robertinho do Acordeon. Compositores: Mario Zan (Mario João Zandomenighi) e Palmeira (Diogo Mulero). In: PULA fogueira. Rio de Janeiro: MZA Music, 2010. 1 CD, faixa 6.

Transcrição: Base instrumental da canção junina.

Faixa 5 (página 86). YOGA meditation. Intérprete: Babel. Compositor: Babel. [S. l.: s. n.], c2024. Shutterstock.

Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/music/ track-1232500-yoga-meditation. Acesso em: 3 out. 2024. Transcrição: Música instrumental relaxante.

Faixa 6 (página 113). PARQUE cidade de Toronto com sons da natureza. [S l.: s n.]: 2021. 1 vídeo (11 min). Publicado pelo canal São Paulo Urbana. Disponível em: https://youtu.be/ tIM--7-IEkA?si=J9FbFhbtvcjGVfNT. Acesso em: 13 out. 2024.

Transcrição: Paisagem sonora de natureza em área urbana.

Faixa 7 (página 132). JUSTIFIED. Intérprete: DJ Cable. Compositor: DJ Cable. In: JUSTIFIED. [S l.]: triangulum, 2015. Soundcloud. Disponível em: https://soundcloud. com/triangulum/dj-cable-justified-trfree001. Acesso em: 3 out. 2024.

Transcrição: Yeah / Drums / Drums / Hey hey hey hey / Drums / Drums / Hey hey hey hey / Drums / Yeah / Drums / Hey hey hey hey / Drums / Drums / Hey hey hey hey / Yeah

Tradução: Sim / Bateria / Bateria / Ei ei ei ei / Bateria / Bateria / Ei ei ei ei / Bateria / Sim / Bateria / Ei ei ei ei / Bateria / Bateria / Ei ei ei ei / Sim

Faixa 8 (página 154). RAYSSA Leal dá entrevista após a conquista do bronze olímpico | CNN 360°. São Paulo: CNN Brasil, 2024. Vídeo (7 min). Publicado pelo canal CNN Esportes. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=-qMMU9tWBFk. Acesso em: 21 out. 2024.

Transcrição: Olha, eu admiro muito… é, muitas mulheres, assim, porque, cara… a gente tem uma força, assim, inacreditável, e todas as meninas que… meninas e mulheres que eu conversei na vila e que compartilhou a experiência de cada uma comigo, cada história, sabe? Me fez… é, me inspirou bastante, me motivou muito. Só de estar aqui é uma... é uma... é um ganho muito grande. Então, eu gosto muito da Rebeca, a gente é de time juntas.

Tem a Bia, do tênis; tem as meninas do vôlei, todas elas; tem de handebol, que eu gosto bastante, que eu acompanhei o primeiro jogo, o segundo eu não consegui acompanhar porque eu tava competindo; é… cara, a Rafa, muito, muito irado; é… pô, o boxe, todas as meninas que tão... tão lutando, que é muito forte; e fora, também, eu gosto muito da Ana Vitória; a Ari também, que nós é do Maranhão junto, que eu espero que a gente esteja também juntas na vila. Enfim, muitas meninas que compartilham histórias, que me inspiram todos os dias. E a Letícia Bufoni, que não pode faltar, que foi... é... a que mais me inspirou, assim, me motivou, é, quando criança para continuar andando de skate e ser uma menina skatista.

Faixa 9 (página 167). PANTANAL após a tempestade de verão: sons da natureza (90 minutos: sons naturais). [S. l.: s. n.]: 2015. 1 vídeo (88 min). Publicado pelo canal Amadeus – Tema. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=bsSRcPegB3Q. Acesso em: 3 out. 2024.

Transcrição: Paisagem sonora de natureza.

Faixa 10 (página 201). MARACATU ritmo característico. Intérprete: Ari Colares. (1 min 29 s).

Transcrição: Base instrumental de música de maracatu.

Faixa 11 (página 232). IMPACTANTE poema de Drummond _Eu, etiqueta (Poesia falada) | Verso que se escreve. [S. l.: s. n.], 2022. Publicado pelo canal Verso que se escreve. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=rK4j6atJOTM. Acesso em: 23 out. 2024.

Transcrição: Em minha calça está grudado um nome / que não é meu de batismo ou de cartório, / um nome… estranho. […] / Minhas meias falam de produto / que nunca experimentei, / mas são comunicados a meus pés. / Meu tênis é proclama colorido / de alguma coisa não provada / por este provador de longa idade. / Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, / minha gravata e cinto e escova e pente, / meu copo, minha xícara, / minha toalha de banho e sabonete, / meu isso, meu aquilo, / desde a cabeça ao bico dos pés, / são mensagens, / letras falantes, / gritos visuais, / ordens de uso, abuso, reincidência, / costume, hábito, premência, / indispensabilidade, / e fazem de mim homem-anúncio itinerante, / escravo da matéria anunciada. / Estou, estou na moda. / É duro andar na moda, / ainda que a moda / seja negar minha identidade, / trocá-la por mil, açambarcando / todas as marcas registradas, / todos os logotipos do mercado. / Com que inocência demito-me de ser / eu que antes era e me sabia / tão diverso de outros, tão mim mesmo, / ser pensante, sentinte e solidário / com outros seres diversos e conscientes / de sua humana, invencível condição. / Agora sou anúncio, / ora vulgar ora bizarro, / em língua nacional ou em qualquer língua / (qualquer, principalmente). / E nisto me comparo, tiro glória / de minha anulação. / Não sou — vê lá — anúncio contratado. / Eu é que mimosamente pago / para anunciar, para vender / em bares festas praias pérgulas piscinas, / e bem à vista exibo esta etiqueta / global no corpo que desiste / de ser veste e sandália de uma essência / tão viva, independente, / que moda ou suborno algum a compromete. / Onde terei jogado fora / meu gosto e capacidade de escolher, / minhas idiossincrasias tão pessoais, / tão minhas que no rosto se espelhavam, / e cada gesto, cada olhar, / cada vinco da roupa / sou gravado de forma universal, / saio da estamparia, não de casa, / da vitrine me tiram, recolocam, / objeto pulsante, mas objeto / que se oferece como signo de outros / objetos estáticos, tarifados. / Por me ostentar assim, tão orgulhoso / de ser não eu, mas artigo industrial, / peço que meu nome retifiquem. / Já não me convém o título de homem. / Meu nome novo é coisa. / Eu sou a coisa, coisamente.

Faixa 12 (página 284). DANDARA’S Purpose. Compositor, produtor e mixador: Thommaz Kauffmann. In: DANDARA: Trials of Fear Edition Original Soundtrack. Estocolmo: Raw Fury, 2020.

Transcrição: Trilha sonora instrumental.

ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR

Cara professora, caro professor,

Este material foi pensado para apoiar e complementar seu planejamento didático no uso desta coleção, fornecendo subsídios para a organização, a sistematização, o desenvolvimento e a avaliação de todo o processo de ensino-aprendizagem percorrido por você e pelos estudantes, num esforço para proporcionar experiências pedagógicas significativas que possibilitem a formação de jovens cada vez mais críticos e conscientes de seu protagonismo social.

A Educação Física, no Ensino Médio, enquanto componente curricular da área de Linguagens e suas Tecnologias, objetiva aprofundar e ampliar os saberes relacionados à cultura corporal de movimento, contribuindo para atender ao direito dos estudantes de acessar uma formação integral, crítica, cidadã e conectada aos cuidados de si e dos outros.

Desse modo, neste material, você vai encontrar o apoio necessário para a realização das propostas de leitura, reflexão, pesquisa e produção apresentadas na coleção, com o intuito de contribuir para a formação dos estudantes enquanto sujeitos capazes de usufruir, produzir e transformar a cultura corporal de movimento. Em diálogo com as culturas juvenis e com diferentes dimensões da vida em sociedade no mundo contemporâneo, organizamos todo o material pedagógico para que você possa apoiar os estudantes na jornada de conhecer, contextualizar, problematizar, experienciar e ressignificar as práticas corporais tematizadas na escola.

Nesse sentido, sugerimos situações pedagógicas de variados níveis de interação, com propostas de leitura, de discussão, de pesquisa e de criação em torno das manifestações da cultura corporal de movimento, a fim de provocar reflexão, emoção e questionamentos, além de promover a colaboração e a fruição e instigar novas atitudes nos estudantes em relação à vida. Acreditamos que é esse jogo provocativo que pode despertar o desejo, nos estudantes, de colaborar para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e que respeite as diferenças. Esperamos que este material apoie e auxilie você em seu dia a dia escolar, no desenvolvimento do nobre ofício que é ser professora e professor. Todo sucesso é o que desejamos!

Os autores

Orientações gerais

Estrutura das Orientações para o Professor

As Orientações para o Professor estão organizadas em duas partes: esta primeira parte, geral, apresenta os princípios que embasam a proposta didático-pedagógica e os pressupostos teórico-metodológicos desta coleção; a segunda parte apresenta orientações e sugestões didáticas para apoiá-lo na realização das práticas pedagógicas no dia a dia escolar.

Na primeira parte, além da fundamentação que embasa a proposta da coleção, apresenta-se o quadro programático do Livro do estudante, com sugestões de organização dos temas em bimestres, trimestres ou semestres.

Na segunda parte, são apresentadas as Orientações específicas, com objetivos, justificativas, sugestões de encaminhamento, comentários e eventuais respostas ou respostas sugeridas para as atividades, além das competências e habilidades contempladas, Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) abordados, sugestões de integração com outros componentes curriculares etc.

Introdução

Apresenta as informações relacionadas à BNCC, os objetivos, a justificativa e a articulação que estabelecem com a abordagem teórico-metodológica da obra.

Orientações didáticas

Sistematiza as orientações e sugestões para a realização das propostas do Livro do estudante.

Indicação

Apresenta sugestões de material complementar (livros, vídeos, filmes, sites etc.) para ampliar o repertório do professor e/ou apoiar a aprendizagem dos estudantes.

Atividade complementar

Apresenta propostas de atividades que complementam a abordagem ou algum tópico do Livro do estudante, com desdobramento, aprofundamento etc.

Objeto educacional digital

Contextualiza e fornece orientações didáticas para uso dos objetos educacionais digitais presentes na coleção.

Estrutura do Livro do estudante

A coleção está organizada em volume único destinado aos três anos que compõem o Ensino Médio. O volume é estruturado em nove unidades, subdivididas em quatro capítulos temáticos, com seções, subseções e boxes que apoiam a jornada dos estudantes por meio de textos, atividades, reflexões, pesquisas, práticas etc.

Abertura de unidade

A abertura, com título, imagem e texto introdutório, apresenta o tema que direcionará os quatro capítulos que compõem a unidade. A observação da imagem e as atividades propostas possibilitam acionar e diagnosticar conhecimentos prévios e acessar experiências de mundo dos estudantes, antecipando os temas da cultura corporal de movimento que serão abordados nos capítulos.

Abertura de capítulo

A abertura de capítulo, com título, apresenta texto introdutório ao tema que será abordado e propostas de questionamentos presentes em Ler o mundo

Ler o mundo

Propõe atividades de sondagem, diagnóstico e sensibilização temática, que aproximam os estudantes das discussões, reflexões e práticas que serão desenvolvidas no capítulo, incentivando o compartilhamento de experiências e o levantamento de hipóteses e de repertório sobre os conteúdos do respectivo capítulo.

# PARALER

A seção sempre apresenta duas leituras que irão direcionar as atividades propostas na sequência.

A Leitura 1 oferece uma ou mais imagens, enquanto a Leitura 2 apresenta textos de diferentes gêneros que dialogam com a tematização do capítulo. A seleção desses textos procura atender às diversas demandas dos estudantes em sua vida escolar, pessoal, profissional e social, inserindo-os num contexto de protagonismo na reflexão e no debate sobre os assuntos propostos.

Pensar e compartilhar

Apresenta atividades de compreensão, reflexão crítica e discussão sobre assuntos propostos na Leitura 1 e na Leitura 2, abordando discursos, representações, sentidos, significados e valores associados a manifestações da cultura corporal de movimento e a questões relacionadas a elas.

#PARAEXPLORAR

Apresenta propostas que ampliam algum aspecto do tema que atravessa o capítulo por meio de atividades e práticas de pesquisa que reforçam o protagonismo dos estudantes em seu processo de aprendizagem no âmbito da cultura corporal de movimento.

# NÓSNAPRÁTICA

Propõe produções autorais e experiências com as práticas corporais de forma individual ou coletiva, todas elas organizadas em etapas que conduzem o processo.

Integrando com…

Apresenta proposta de integração entre os conteúdos de Educação Física e as demais áreas do conhecimento e seus respectivos componentes curriculares.

Boxes

Os boxes da coleção têm como função apoiar os estudantes nos estudos.

SOBRE: apresenta dados biográficos resumidos a respeito de autores.

FICA A DICA: traz indicações de sites, vídeos, podcasts, livros e outros materiais para consulta.

SAIBA MAIS: apresenta informações complementares que ampliam a compreensão de algum tema ou conteúdo.

PARA A VIDA: explora aspectos de competências socioemocionais em diálogo com assuntos e práticas corporais abordados, relacionando-as à vida dos estudantes.

Além desses, também há os boxes conceito, glossário e destaque, que buscam apresentar e destacar conceitos, conteúdos e termos relevantes para a apreensão dos temas abordados.

Faixas de áudio e objetos educacionais digitais

Os objetos educacionais digitais presentes na coleção oferecem materiais complementares ao conteúdo do livro impresso. Eles são identificados por meio de ícones, facilitando a associação entre o livro e os recursos digitais, com o objetivo de acrescentar, ampliar e dinamizar os temas e conteúdos tratados.

Entre esses objetos, há as faixas da coletânea de áudios, que complementam a abordagem de temas e conteúdos relacionados a práticas de linguagens (verbais, artísticas e corporais), especialmente nas áreas de música e dança. Já os demais objetos educacionais digitais (carrosséis de imagens, vídeos, podcasts, mapa clicável e infográficos clicáveis) complementam e apoiam os temas e conteúdos trabalhados no Livro do estudante de maneira prática, criativa e dinamizadora do processo de ensino-aprendizagem.

Conheça, a seguir, os ícones indicativos dos recursos digitais.

CARROSSEL DE IMAGENS
VÍDEO

Uma proposta didático-pedagógica para a Educação Física no Ensino Médio

A Educação Física, enquanto componente curricular da área de Linguagens e suas Tecnologias na Educação Básica, deve assumir a tarefa de oportunizar problematizações referentes à cultura corporal de movimento, possibilitando a formação de um cidadão que possa, de forma reflexiva, crítica e ética, continuar a produzi-la, reproduzi-la e transformá-la. Dessa forma, possibilitar que usufruam das suas diferentes manifestações – brincadeiras, jogos, esportes, danças, lutas, ginásticas e práticas corporais de aventura –, nas diversas finalidades humanas, favorece a participação dos jovens de forma confiante e autoral na sociedade.

Desde o Ensino Fundamental, a Educação Física tem por objetivo possibilitar aos estudantes experiências corporais integradas à reflexão sobre a cultura corporal de movimento – conforme preconiza a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) –, entendida como o conjunto de práticas culturais em que os movimentos são os mediadores do conteúdo simbólico e significante de diferentes grupos sociais, no sentido de fomentar a formação de jovens capazes de usufruir, produzir e ressignificar os saberes vinculados a essas práticas corporais, ao mesmo tempo em que desenvolvem competências como autocontrole, autoconhecimento, consciência social, entre outras, para potencialização de suas habilidades de relacionamento e para responsabilização pelas tomadas de decisão consciente em diferentes esferas da atuação humana. É também tarefa da Educação Física preparar o estudante para ser consumidor crítico e ativo das diferentes práticas corporais profissionalizadas e espetacularizadas, incentivando-o a observar, apreciar e conhecer seus aspectos estéticos e técnicos, bem como suas relações políticas, econômicas, históricas e sociais, para que ele possa se posicionar ativamente perante assuntos sensíveis, como os que envolvem o doping, interesses políticos e econômicos, reprodução de estereótipos, manifestações de preconceito e violência, entre outras problemáticas.

A Educação Física, nesse sentido, deve levar o estudante a descobrir motivos e sentidos nas mais diferentes práticas corporais, favorecendo o desenvolvimento de atitudes positivas, e a aprender por meio da resolução dos conflitos inerentes às práticas corporais e à vida.

Na Educação Física escolar, a construção de habilidades e competências não se dissocia de vivências concretas, pois a ação pedagógica a que se propõe o componente curricular será sempre a de fruir, experimentar e desenvolver conhecimentos, movimentos, sentimentos e relações ligados às práticas corporais. Essa construção é um processo engajado em saberes biológicos, sociais, políticos e econômicos e objetivos específicos que variam de pessoa para pessoa, de região para região, sempre ancorados na cultura. Por conta disso, devem-se respeitar as realidades de cada estudante, incentivando os protagonismos em suas vidas, de modo que possam se empoderar e, assim, fazer escolhas conscientes e embasadas tanto em critérios éticos, estéticos e sem preconceitos quanto nas experiências e nos conhecimentos construídos individual e coletivamente no processo de ensino-aprendizagem.

A Educação Física, no Ensino Médio, tendo por alicerce a BNCC, deve, ainda, consolidar e aprofundar os conhecimentos advindos da cultura corporal de movimento, tendo por referência o que já foi desenvolvido durante o Ensino Fundamental. Nesse sentido, esta obra está organizada em nove unidades autônomas, que podem ser exploradas em diferentes ordenações, de acordo com o planejamento idealizado para atender às especificidades de cada grupo de estudantes considerando e respeitando a intelectualidade do professor e da professora, bem como a cultura e as especificidades locais de cada escola. A adequação à cultura local, no entanto, não significa desconsiderar o objetivo de integrar os jovens à cultura corporal de movimento, mas sim proporcionar a eles a apropriação plena dessa cultura, tornando-os capazes de fazer uso consciente e significativo das suas diferentes manifestações.

A intencionalidade da obra é proporcionar uma abordagem mais complexa e profunda de aspectos que compõem o desvelamento da cultura corporal de movimento, por meio do estudo e da vivência contextualizada das diferentes práticas corporais. Para isso, a Educação Física possui métodos e estratégias de ensino-aprendizagem

nos campos das ginásticas, dos esportes, das danças, dos jogos, das brincadeiras, das práticas corporais de aventura e das lutas, que variam de acordo com a realidade da comunidade escolar na qual seus protagonistas (estudantes, professores, familiares, comunidade escolar e do entorno) estão inseridos. Assim, o objetivo de cada unidade ou capítulo da obra não é padronizar a práxis nem tolher a autonomia do professor, mas fornecer elementos que possam auxiliá-lo no desenvolvimento de propostas interdisciplinares que explorem e valorizem a cultura corporal de movimento.

É oportuno observar que, na Educação Física, as discussões sobre a organização metodológica e didática das aulas do componente curricular vêm avançando constantemente1,2, problematizando saberes que são construídos nas escolas brasileiras à luz de teorias e publicações científicas da área.3

Dessa forma, esta obra apresenta propostas diversificadas de reflexão, de pesquisa, de problematização, de experimentação, de fruição e de expressão no âmbito das práticas corporais da cultura corporal de movimento. Tome-se como exemplo o Capítulo 2 – Dança como manifestação da cultura, da Unidade 1 – Corpo, movimento e cultura. Nele, os estudantes terão a oportunidade de: refletir e discutir sobre a expressão corporal e aspectos socioculturais do funk brasileiro; pesquisar e analisar, em grupos, danças brasileiras que passaram por processos de transformação e ressignificação; explorar e experimentar passos de diferentes estilos de funk para criar, em grupos, videoclipes que apresentem esses passos. Isso acontece em um contexto didático que apresenta, ainda, o Capítulo 1 – Jogos: tradição e cultura, o Capítulo 3 – Capoeira: uma prática corporal afro-brasileira e o Capítulo 4 – Esportes coletivos: na quadra, o voleibol, demonstrando a abrangência e a diversidade das propostas apresentadas em cada unidade desta coleção.

Essas e outras propostas – como debates e rodas de conversa sobre temas relacionados à cultura corporal de movimento, discussões sobre imagens e textos de diferentes gêneros e campos de atuação, pesquisas e produções discursivas individuais, em duplas e em grupos – estão presentes em toda a obra, a fim de proporcionar experiências de ensino-aprendizagem da Educação Física que sejam significativas para todas e todos.

Objetivos da obra

Nesta obra, tem-se como premissa explorar e problematizar a relação entre os saberes advindos da cultura corporal de movimento, pertinentes às práticas corporais, que garantem especificidade e identidade à Educação Física e, em integração com as demais áreas do conhecimento, evidenciam a responsabilidade desse componente curricular na formação de jovens cada vez mais críticos e conscientes de seu protagonismo social.

Essa premissa se desdobra nos seguintes objetivos gerais:

Possibilitar aos estudantes a ampliação e a incorporação crítica dos conhecimentos relativos às diversas práticas corporais, inseridas na cultura corporal de movimento, e seus respectivos contextos;

Proporcionar situaç ões didático-pedagógicas que incentivem a solução de problemas de corpo inteiro, partindo do pressuposto de que mente e corpo são atributos da mesma substância, isto é, não existe mente sem corpo nem corpo sem mente – nesse sentido, os desafios, os problemas e as propostas apresentados devem ser solucionados de corpo inteiro, ou seja, devem envolver, ao mesmo tempo, aspectos motores, cognitivos, afetivos, morais, éticos, sociais, culturais, históricos, políticos, enfim, multidimensionais, ampliando, assim, as competências interpretativas dos estudantes à medida que tomam consciência de suas ações corporais de forma contextualizada, desenvolvendo a autonomia, o autoconhecimento e conquistando sua emancipação.

1 CAPARROZ, Francisco Eduardo; BRACHT, Valter. O tempo e o lugar de uma didática da educação física. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 28, n. 2, p. 21-37, 2007.

2 GONZÁLEZ, Fernando Jaime; FENSTERSEIFER, Paulo Evaldo. Entre o “não mais” e o “ainda não”: pensando saídas do não-lugar da EF escolar I. Cadernos de formação RBCE, [s l.], v. 1, n. 1, p. 9-24, 2009. Disponível em: http://revista.cbce.org.br/index.php/cadernos/article/view/929. Acesso em: 12 out. 2024.

3 BRACHT, Valter. A educação física escolar no Brasil: o que ela vem sendo e o que pode ser: elementos de uma teoria pedagógica para a Educação Física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2019.

Pressupostos teórico-metodológicos da obra

Esta obra de Educação Física parte de uma perspectiva comum aos demais componentes curriculares, que é a de criar ambientes de aprendizagem para auxiliar os estudantes, com conhecimentos sistematizados, a viver em sociedade, pensando em interação com ela e agindo nela. Assim, passa a ser intencional pensar, organizar e aplicar ações pedagógicas planejadas, vinculadas às necessidades de compreender a sociedade e seus respectivos contornos culturais, impregnados de símbolos, sentidos e significados advindos de diferentes grupos sociais – que, no contexto da Educação Física, delineiam a cultura corporal de movimento, conceito que […] deve ser entendido a partir do processo de ruptura com a visão biologicista-mecanicista do corpo e do movimento situado de forma hegemônica na Educação Física até o início da crise epistemológica ocorrida nos anos 80. Assim sendo, o conceito veio representar a dimensão histórico-social ou cultural do corpo e do movimento.4

Ao mesmo tempo em que se tem essa intencionalidade das ações pedagógicas, fomentam-se formas de problematizar, dialogar e construir processos de vida, desencadeando ações conscientes no cotidiano social e cultural5,6,7. Essas são condições para o desenvolvimento da consciência humana, de modo que os indivíduos reflitam sobre a realidade sem renunciar ao protagonismo na busca de seu lugar no mundo. Nesse contexto, a abordagem dialógica proposta por Paulo Freire8,9,10,11 parece relevante à elucidação da relação entre docentes e estudantes, na medida em que ambos se envolvem mutuamente nas situações de aprendizagem.12

Não se deve incorrer no equívoco de pensar a escola e/ou a Educação Física como panaceias. Por meio da práxis docente, seu objetivo central e primordial é promover a humanização (ou seja, o desenvolvimento humano, pois é na relação com o aprender que o indivíduo atinge a condição humana) e a emancipação (esclarecimento para consciência verdadeira) dos estudantes, problematizando saberes da experiência, especialmente aqueles advindos da cultura corporal de movimento, e relacionando-os com saberes científicos e fortunas críticas construídos ao longo dos tempos.13,14,15

Desse modo, pode-se dizer que, enquanto disciplina da prática social,

O objetivo da educação física deve ser levar a criança a aprender a ser cidadã de um novo mundo, em que o coletivo não seja sobrepujado pelo individual; em que a ganância não supere a solidariedade; em que a compaixão não seja esmagada pela crueldade; em que a corrupção não seja referência de vida; em que a liberdade seja um bem superior; em que a consciência crítica seja patrimônio de toda pessoa; em que a inteligência não seja reduzida a saber calcular e falar línguas estrangeiras. As técnicas ensinadas nas disciplinas de educação física, de português, de matemática ou de química podem ser importantes, mas não passam de acessórios de uma formação maior, para a autonomia. A formação do cidadão de um novo mundo só pode ser conseguida com a educação para a atitude autônoma; afinal, quando estivermos maduros, seremos o somatório das atitudes tomadas ao longo de nossas vidas.16

4 PICH, Santiago. Cultura Corporal de Movimento. In: GONZÁLEZ, Fernando Jaime; FENSTERSEITER, Paulo Evaldo (org.). Dicionário crítico de Educação Física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2019. E-book. p. 163.

5 FRANCO, Maria Amélia do Rosário Santoro. Pedagogia e prática docente. São Paulo: Cortez, 2012.

6 FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. 55. ed. São Paulo: Paz & Terra, 2023.

7 FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 43. ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2011.

8 FREIRE, ref. 6.

9 FREIRE, Paulo. Por uma pedagogia da pergunta. 11. ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2021.

10 FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 84. ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2019.

11 FREIRE, ref. 7.

12 MALDONADO, Daniel Teixeira; NOGUEIRA, Valdilene Aline. Educação física no ensino médio: experiências educativas inspiradas pelos ensinamentos freireanos. Caderno de educação física e esporte, Marechal Cândido Rondon, v. 18, n. 1, p. 49-54, jan./abr. 2020.

13 CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto Alegre: Artmed, 2000.

14 FRANCO, ref. 5.

15 FRANCO, Maria Amélia do Rosário Santoro. Pedagogia como ciência da educação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008.

16 FREIRE, João Batista; SCAGLIA, Alcides José. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003. p. 32.

Os conhecimentos desenvolvidos nas aulas de Educação Física devem, portanto, advir das relações de saberes de si, entre as pessoas e com o mundo 17. A ampliação dos saberes relativos à cultura corporal de movimento, nesse contexto, passa pela superação da sociedade e da escola da informação. Sendo a informação apenas dados que precisam ser contextualizados, discutidos, refletidos e experienciados, tornando-se conhecimentos que ressignificam os saberes 18, os quais são entendidos como conhecimentos usados na relação com outros saberes da vida, como os saberes do mundo, dos outros e os saberes particulares 19,20 –enquanto os saberes prátic os são advindos de práticas que não necessariamente dependem da escola, pois são saberes vividos.

Todos adquirem conhecimentos sobre práticas corporais, principalmente as lúdicas, fora da escola. Não é preciso frequentar aulas de Educação Física para aprender a brincar de pega-pega, por exemplo. Praticam-se futebol, queimada, pega-pega, entre outras práticas corporais, a partir da relação com os saberes práticos vividos. No entanto, as aulas de Educação Física, os professores desse componente e suas práticas pedagógicas são necessários para que os saberes práticos possam ser confrontados com os saberes da escola, refletidos e debatidos com a rigorosidade científica, possibilitando aos estudantes perceber contextos, sentidos e significados antes não problematizados e adquirir consciência crítica. Dessa forma, não apenas se joga futebol, mas compreende-se o futebol como uma prática corporal que, no interior da cultura corporal de movimento, é impregnada de sentidos e significados sociais e culturais que podem levar facilmente à alienação e à reprodução de padrões de comportamento tanto dentro de campo – como jogadores – quanto fora dele – como sujeitos pertencentes a uma sociedade que consome o futebol de inúmeras formas. Os saberes vividos, agora percebidos, permitem novas relações entre saberes na/da vida, potencializando e gerando experiências 21,22 Experiências são entendidas, aqui, não como vivências, mas como acontecimentos que modificam os sujeitos 23, os atravessam, os afetam, aumentando a potência de agir, gerando alegrias ativas 24 e deixando marcas, como adverte Jorge Larrosa 25, ou mesmo, de modo semelhante, Paulo Freire 26. Já os saberes da experiência são saberes concebidos, não apenas racionalizados, mas experienciados e incorporados na perspectiva de um corpo inteiro indissociável da mente. A partir da escola, os saberes da experiência habilitam a ponte entre a tradição cultural herdada e a competência (conhecimento em situação) de contribuir crítica e criativamente para essa tradição, ao mesmo tempo em que ela é vivida plenamente.

Desse modo, seguindo com o exemplo ilustrativo do futebol, na escola, ele se converte no futebol possível da escola e reverbera para fora dos seus muros, permitindo aos estudantes rever suas relações com o jogo a partir de outras perspectivas, compreendendo, entre outras coisas, que o jogo de futebol reflete a sociedade e reproduz suas mazelas e suas virtudes. Essa construção de fluxo de saberes pode ser visualizada no esquema ao lado.

17 CHARLOT, ref. 13.

SABERES PRÁTICOS

Vividos

SABERES CIENTÍFICOS

Percebidos (consciência teórica)

SABERES DA EXPERIÊNCIA

Concebidos

Na relação com a sociedade

Na relação com a escola

Na relação com a vida

Esquema representativo de fluxo de saberes construídos pelo estudante.27

18 MORIN, Edgar. Educação e complexidade: os setes saberes e outros ensaios. São Paulo: Cortez, 2002.

19 CHARLOT, ref. 13.

20 CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber às práticas educativas. São Paulo: Cortez, 2013.

21 CHARLOT, ref. 13.

22 CHARLOT, ref. 20.

23 LARROSA, Jorge. Tremores: escritos sobre experiência. Belo Horizonte: Autêntica, 2022.

24 SPINOZA, Baruch. Ética. Belo Horizonte: Autêntica, 2023.

25 LARROSA, ref. 23.

26 FREIRE, ref. 6, 7, 10.

27 Elaborado pelos autores.

Fica evidente, dessa forma, que as aulas de Educação Física não devem possibilitar exclusivamente o desenvolvimento motor, ou mesmo apenas reflexões. Há necessidade de se viver experiências corporais totalizantes, quer jogando, quer pesquisando, na busca pelo confronto de saberes inseridos nas práticas corporais da cultura corporal de movimento, guiados pelo conhecimento pedagógico organizado em um ambiente de aprendizagem mediado pelo professor ou pela professora.

O ambiente de aprendizagem é o espaço em que se manifesta o processo de ensino, com base na gestão intencional do professor. Trata-se de seu local de ofício28, onde ele seleciona os conteúdos, estabelece os objetivos, sistematiza o planejamento, organiza a sessão de aula e avalia todo o processo. Na Educação Física, esse ambiente de aprendizagem deverá criar possibilidades de ensino aos estudantes, para que se relacionem e aprendam com saberes sistematizados historicamente, permitindo-lhes acesso a conhecimentos produzidos ao longo dos muitos séculos da existência humana. Nesse momento, entra a didática, entendida como teoria do ensino, que, assumindo uma perspectiva crítica29,30, irá subsidiar o trabalho de organização, sistematização, aplicação e avaliação em todo o processo de ensino-aprendizagem.

O ponto de partida didático-metodológico, então, é estabelecer que os conteúdos da Educação Física sejam desenvolvidos por meio de conhecimentos em situação, isto é, por meio de competências, entendidas como potências em ato, ou seja, conhecimentos em situação que regulam os recursos – potencialidades – frente a diferentes contextos, na medida em que se materializa a intenção na ação31. Isso não acontece necessariamente de forma hierárquica e por etapas lineares; todo o desenvolvimento de conteúdos, a fim de gerar relação entre os saberes, deverá passar pelo crivo das competências de:

CONHECER, ter contato com parte do que foi produzido pela humanidade em meio ao seu desenvolvimento cultural e social, delimitado pela cultura corporal de movimento;

CONTEXTUALIZAR todos esses conhecimentos, relacioná-los aos momentos e à razão de sua produção (quer no passado, quer no presente);

PROBLEMATIZAR os conhecimentos, criticando-os e colocando-os em perspectiva dialógica, à luz de um debate democrático;

EXPERIENCIAR os conhecimentos como práticas corporais, afetando e sendo afetados por eles, subvertendo a racionalização apenas estática pela aprendizagem crítica ativa, em movimento;

RESSIGNIFICAR conhecimentos, perspectivando incorporá-los criticamente como saberes concebidos aos respectivos cotidianos, almejando protagonismo e identidade.

Pedagogia do jogo e cultura corporal de movimento

Nas aulas de Educação Física, a organização e a operacionalização das ações visam não apenas à assimilação de saberes pertencentes à cultura corporal de movimento, mas também construir novas relações com eles. Essas novas relações de saberes se estabelecem, na maioria das vezes, jogando.

De modo a construir uma abordagem teórico-prática para a Educação Física, materializando e operacionalizando a proposta didático-metodológica que privilegia o jogo e o trabalho e constituindo uma pedagogia do jogo, é necessário entender o que é jogo, diferenciando o fenômeno jogo do “objeto” cultural que se denomina jogo: […] O jogo é uma categoria maior, uma metáfora da vida, uma simulação lúdica da realidade, que se manifesta, se concretiza, quando as pessoas praticam esportes, quando lutam, quando fazem ginástica, ou quando as crianças brincam. […]32

28 LARROSA, Jorge. Esperando não se sabe o quê: sobre o ofício de professor. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.

29 LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

30 LONGAREZI, Andrea Maturano; PIMENTA, Selma Garrido; PUENTES, Roberto Valdés (org.). Didática crítica no Brasil. São Paulo: Cortez, 2023.

31 BRONFENBRENNER, Urie. A ecologia do desenvolvimento humano: experimentos naturais e planejados. Porto Alegre: Artmed, 1996.

32 FREIRE; SCAGLIA, ref. 16, p. 33.

O fenômeno jogo é complexo; nele, o ato (atitude) de jogar manifesta a intencionalidade do jogador. Logo, trata-se de uma ação corporal revelada por uma intenção no desenvolvimento do ato lúdico, impregnado pela liberdade de expressão entendida como o lúdico. Sendo assim, enquanto fenômeno, o jogo é sentido por meio do que se chama estado de jogo, um afeto que aumenta a potência de agir dos sujeitos e os coloca num estado de engajamento33, 34. Já enquanto “objetos” culturais, os jogos são materializados nas práticas corporais que perfazem a cultura corporal de movimento, criando condições propícias para o fenômeno jogo se manifestar. Os esportes, as brincadeiras, as ginásticas, as lutas e demais manifestações da cultura corporal de movimento são, antes de tudo, jogos que convivem e habitam em um ambiente de jogo.

Ao enaltecer o potencial pedagógico do jogo, didaticamente se deve criar uma relação entre o ambiente de aprendizagem, que se caracteriza pela organização do processo de ensino, e o ambiente de jogo, no qual se manifesta o fenômeno lúdico, propiciando o desencadear de aprendizagens significativas.

Todavia, essa pedagogia do jogo – em sua perspectiva operacional, didático-metodológica – não pode ser confundida com uma “pedagogia do joguinho”, caracterizada pelo jogo-livre, muito menos ser apropriada pelas ideias neoliberais de cunho mercadológico difundidas pela chamada gamificação e seus propagados jogos-funcionais. A gamificação é uma usurpação do jogo pela lógica neoliberal, com fins utilitários de rendimento, aplicados a jogadores vistos como ingênuos.

Para gerar mais produtividade, o capitalismo da emoção também se apropria do jogo […]. Ele “gamifica” o mundo do trabalho e a vida. O jogo emocionaliza e até dramatiza o trabalho, criando assim mais motivação. Através da rápida sensação de realização e do sistema de recompensas, o jogo gera mais desempenho e rendimento. […]35

O jogo-livre, por meio de suas características – como o fim nele mesmo, o espontaneísmo e o prazer –, na visão do senso comum pedagógico (principalmente entre os inatistas), possibilitaria por si só a aquisição de conhecimentos naturais. Nessa concepção, tanto o conhecimento quanto o jogo seriam próprios da natureza dos seres humanos, indicando que esse conhecimento, em consonância com a necessidade de jogar, já se encontraria no interior dos sujeitos; logo, à escola caberia apenas possibilitar estímulos e tempo para que dons e talentos aflorassem. Nesse sentido, a aula do jogo-livre é centrada no estudante, e seu objetivo está apenas no efeito proporcionado pelos jogos: o prazer espontâneo e momentâneo. Nesse cenário, o professor passa a ser apenas um “vigia” que observa e cumpre suas funções burocráticas, cuja intervenção pedagógica se limita à oferta de materiais para que os estudantes possam brincar livremente.

Já o jogo-funcional surge como uma abordagem neoliberal que atribui ao jogo um valor utilitário, tomando-o apenas como veículo para se aprender alguma coisa que está além dele mesmo. Todavia, esse caráter funcionalista atribuído ao jogo abriu caminho para concepções desenvolvimentistas que, por meio do prazer gerado pelo jogo, consideram, com a direção do professor, desenvolver por meio da imposição determinadas habilidades nos estudantes. É o ensino pelo jogo. A aula centra-se no professor, que a comanda organizando todos os jogos, oferecendo aos estudantes apenas a oportunidade de jogar; parte-se do princípio de que, jogando da forma como o professor determinar, o estudante aprenderá, atingindo o objetivo da aula com prazer, devido à suposta presença da ludicidade. Nesse contexto, […] Uma atividade de aprendizagem, controlada pelo educador, toma o aspecto de brincadeira para seduzir a criança. Porém, a criança não toma a iniciativa da brincadeira nem tem o domínio de seu conteúdo e de seu desenvolvimento. O domínio pertence ao adulto, que pode certificar-se do valor e do conteúdo didático transmitido dessa forma. Trata-se de utilizar o interesse da criança a fim de desviá-la, de utilizá-la para uma boa causa. Compreendemos que aí só existe brincadeira por analogia, por uma remota semelhança.36

33 SPINOZA, ref. 24.

34 SCAGLIA, Alcides José. Jogo: um sistema complexo. In: VENÂNCIO, Silvana; FREIRE, João Batista. O jogo dentro e fora da escola. Campinas: Autores Associados, 2005. p. 37-69.

35 HAN, Byung-Chul. Psicopolítica: o neoliberalismo e as novas técnicas de poder. Belo Horizonte: Âyiné, 2018. p. 69.

36 BROUGÈRE, Gilles. Brinquedo e cultura. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2006. p. 96-97.

Sendo assim, os estudantes não devem ir à escola apenas para jogar, muito menos devem ser iludidos com ojogo-placebo, induzidos a aprender algo de forma descontextualizada ou se viciando em um jogo alienante, como adverte Célestin Freinet37. Partindo dos estudos sobre a teoria do jogo nas Ciências Humanas38, 39, 40 e de suas implicações pedagógicas41, observa-se que as duas abordagens de jogo citadas não dão conta de resolver os problemas da educação – quiçá da Educação Física –, muito menos podem ser a base de uma pedagogia do jogo, pois elas não proporcionam condições para que o ambiente de jogo seja levado em consideração no processo dialógico de ensino-aprendizagem – essas propostas não levam em consideração as causas do jogo, apenas o seu efeito.

Por meio das aulas de Educação Física, os estudantes necessitam trabalhar e viver plenamente o jogo, imersos no ambiente de jogo, aprendendo no jogo, jogando com seus desejos em relação com os desejos dos outros, em situações contextualizadas e problematizadas no ambiente de aprendizagem.

Sob influência de Freinet42, 43, 44, pensador inserido no contexto das pedagogias libertárias, entende-se que uma pedagogia do jogo que respeite os ambientes de aprendizagem e o ambiente de jogo em interação deve se pautar no binômio jogo-trabalho. Dessa forma, no trabalho que se configura imbricado no jogar, os jogos e demais atividades reflexivas e de pesquisa, as quais colocam os desafiados estudantes em movimento, oportuniza-se o conhecer, o contextualizar, o problematizar, o experienciar e o ressignificar das práticas corporais pertencentes à cultura corporal de movimento.

Essa é, aliás, a tarefa essencial da proposta didático-metodológica apresentada neste material: criar uma atmosfera de trabalho produtivo e formativo e, ao mesmo tempo, prever e preparar os saberes didático-metodológicos (pedagógicos) que tornam esse trabalho acessível aos estudantes. Ou seja, construir um ambiente em que o jogo guarde as suas características essenciais (causas), concomitantemente à possibilidade de satisfação das necessidades de aprendizagem, as quais passam por agir, criar, interagir, interpretar, comunicar-se, expressar-se e avaliar-se45.

Ao pensar no binômio jogo-trabalho, o professor deve criar um ambiente para o jogo, respeitando as características que evidenciam o fenômeno jogo e estabelecendo situações desafiadoras que levem em consideração as potencialidades dos estudantes, seus saberes práticos, vividos, adquiridos em meio à cultura corporal de movimento. O docente deve assumir o papel de mediador e problematizador no processo, proporcionando as situações de efetiva necessidade dos saberes se relacionarem, concomitante à descentralização de muitas das decisões, permitindo a tomada de consciência das ações desenvolvidas nas aulas e aumentando o grau de comprometimento e responsabilidade dos estudantes no desenrolar do processo de aprendizagem.

Nesse contexto, no jogo-trabalho proporcionado, o professor confrontará os saberes práticos dos estudantes sobre a cultura corporal de movimento com os saberes científicos oportunizados no ambiente de aprendizagem, gerando consciência crítica à medida que os saberes passam a ser percebidos pelos estudantes. Nessas relações de saberes práticos (vividos) com os saberes científicos (percebidos), perspectivam-se os saberes da experiência, agora concebidos, em meio à consolidação e ao aprofundamento dos saberes concernentes à cultura corporal de movimento, potencializando o viver a vida emancipado.

37 FREINET, Célestin. Educação do trabalho. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

38 SCAGLIA, ref. 34.

39 FREIRE, João Batista. O jogo entre o riso e o choro. Campinas: Autores Associados, 2002.

40 GRILLO, Rogério de Melo; SCAGLIA, Alcides José; CARNEIRO, Kleber Tüxen (org.). Em defesa do jogo: diálogos epistemológicos contemporâneos. Curitiba: Appris, 2022.

41 FREIRE, João Batista; SCAGLIA, Alcides José. Educação como prática corporal. São Paulo: Scipione, 2003.

42 FREINET, ref. 37.

43 FREINET, Célestin. Pedagogia do bom senso. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

44 FREINET, Célestin. Para uma escola do povo. São Paulo: Martins Fontes, 1995.

45 FREINET, ref. 37.

Não se pode deixar de destacar que, nas aulas, também deve haver o compromisso de enfatizar a compreensão das lógicas que estão em pauta nos diferentes jogos que configuram as práticas corporais, privilegiando o jogar em detrimento ao esportear46 principalmente quando algum dos jogos esportivos forem tematizados nas aulas. O jogar prima pela ética, ou seja, pelo desejo e pela vontade de quem joga, com base em suas potencialidades. Exemplo: joga-se futebol a partir de recursos e habilidades reconhecidos em si, os quais se aprimoram à medida que se joga, trocando saberes com os outros (professor e demais jogadores). O esportear se estabelece pela moral, normatizando ações e movimentos, estabelecendo o dever de respeitá-la e tendo a responsabilidade de se adaptar a todo momento. Exemplo: joga-se o mesmo futebol, mas forçando-se a reproduzir padrões motores pré-estabelecidos que, muitas vezes, têm de ser dominados antes de começar o jogo, sob o risco de exclusão caso não se obtenha sucesso ao reproduzir os modelos ditados externamente por quem regula o processo.

Nesse sentido, entende-se que a execução de padrões de gestos técnicos não pode ser o objetivo principal, pois, nos jogos esportivos, deve-se ensinar as técnicas mediante as circunstâncias táticas, ou seja, a necessidade da técnica surge em decorrência das situações geradas pelos jogos. Portanto, são as situações-problemas que desencadeiam uma ação para a solução de uma necessidade do jogo.

Por fim, todo o processo de desenvolvimento de uma pedagogia do jogo que privilegia o jogo-trabalho em suas práticas pedagógicas deve estimular a aproximação de pensamento e ação na relação de saberes da cultura corporal de movimento. Isso deve acontecer por meio da exploração das possibilidades de ensino nos jogos e da adequação dos jogos às potencialidades de aprendizagem dos estudantes, garantindo espaços para a criação e compartilhamento de novos jogos entre toda a turma – ou mesmo com outras turmas da escola –, almejando, também, ultrapassar os muros escolares, impactando a sociedade.

Educação Física na BNCC

A BNCC, em sua introdução, aponta um conjunto de competências gerais da Educação Básica que se inter-relacionam e se desdobram para estruturar, ao longo dos segmentos da Educação Básica, as diferentes áreas de conhecimento e seus respectivos componentes curriculares.

Competências gerais da educação básica47

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e e xplicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

46 LEONARDO, Lucas; SCAGLIA, Alcides José. “Temos que devolver o jogo ao(à) jogador(a)”: as dimensões éticas e morais da pedagogia dos esportes coletivos a partir de abordagens baseadas no jogo. Movimento, Porto Alegre, v. 28, p. 1-21, 2022. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/Movimento/article/ view/119990. Acesso em: 4 out. 2024.

47 BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018. p. 9-10. Disponível em: http://basenacionalcomum. mec.gov.br. Acesso em: 11 out. 2024.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar c om base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

Entre as áreas do conhecimento comprometidas com esse conjunto de competências gerais, está a de Linguagens e suas Tecnologias, na qual se inscreve o componente curricular Educação Física. No segmento do Ensino Médio, essa área apresenta sete competências específicas.

Competências específicas de linguagens e suas tecnologias para o ensino médio48

1. Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas culturais (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.

2. Compreender os processos identitários, conflitos e relações de poder que permeiam as práticas sociais de linguagem, respeitando as diversidades e a pluralidade de ideias e posições, e atuar socialmente com base em princípios e valores assentados na democracia, na igualdade e nos Direitos Humanos, exercitando o autoconhecimento, a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, e combatendo preconceitos de qualquer natureza.

3. Utilizar diferentes linguagens (artísticas, corporais e verbais) para exercer, com autonomia e colaboração, protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva, de forma crítica, criativa, ética e solidária, defendendo pontos de vista que respeitem ooutro e promovam os Direitos Humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável, em âmbito local, regional e global.

4. Compreender as línguas como fenômeno (geo)político, histórico, cultural, social, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso, reconhecendo suas variedades e vivenciando-as como formas de expressões identitárias, pessoais e coletivas, bem como agindo no enfrentamento de preconceitos de qualquer natureza.

5. Compreender os processos de produção e negociação de sentidos nas práticas corporais, reconhecendo-as e vivenciando-as como formas de expressão de valores e identidades, em uma perspectiva democrática e de respeito à diversidade.

6. Apreciar esteticamen te as mais diversas produções artísticas e culturais, considerando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções autorais individuais e coletivas, exercendo protagonismo de maneira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas.

7. Mobilizar práticas de linguagem no universo digital, considerando as dimensões técnicas, críticas, criativas, éticas e estéticas, para expandir as formas de produzir sentidos, de engajar-se em práticas autorais e coletivas, e de aprender a aprender nos campos da ciência, cultura, trabalho, informação e vida pessoal e coletiva.

48 BRASIL, ref. 47, p. 490.

A BNCC indica um trabalho pedagógico no qual se entrelaçam o desenvolvimento das competências gerais previstas para a Educação Básica e das competências específicas da área de Linguagens e suas Tecnologias. Tal entrelace implica uma abordagem em que se mobilizem conhecimentos, atitudes e valores em prol da participação crítica e ativa do estudante, nos diversos campos de atividade dos componentes da área. Os textos e as atividades propostos nesta coleção contemplam esses princípios, oferecendo ao professor e à professora suporte para mapear o repertório que os estudantes trazem para a sala de aula, e contribuem para que se enfrente o desafio de explorá-los com grupos numerosos e diversos, visando selecionar procedimentos metodológicos que respeitem os variados ritmos e necessidades dos “diferentes grupos de alunos, suas famílias e cultura de origem, suas comunidades, seus grupos de socialização” 49 .

Em termos práticos, a BNCC coloca foco no trabalho com as competências. Os conhecimentos (conceitos e procedimentos), em conjunto com as habilidades (que consistem na capacidade de aplicação desses conhecimentos nas situações reais de uso), estimulam atitudes (mecanismos internos que impulsionam a mobilização dos conhecimentos e habilidades) e valores (princípios subjacentes às práticas dos conhecimentos e habilidades, tais como o compromisso com os direitos humanos e a justiça social, ética e consciência ambiental).

Na coleção, as seções # PARAEXPLORAR e # NÓSNAPRÁTICA , por exemplo, ao articularem teoria e prática, conhecimentos científicos e cotidianos, oferecem condições aos estudantes para que exerçam sua autonomia e vivenciem, no âmbito da cultura corporal de movimento e de questões relacionadas a ela, experiências significativas e situadas que favoreçam o enriquecimento cultural e as práticas cidadãs, atendendo às demandas próprias da vida cotidiana e do mundo do trabalho. No Capítulo 2 – Práticas corporais, preconceito e discriminação da Unidade 5 – Ética e cidadania nas práticas corporais , por exemplo, a seção # PARAEXPLORAR propõe a investigação, em duplas, de exemplos de instrumentalização social das práticas corporais ao longo da história; já a seção # NÓSNAPRÁTICA propõe a criação e remidiação, em grupos, de campanhas antirracismo nas práticas corporais.

Ao trabalhar as habilidades vinculadas às competências específicas, o professor e a professora abrem caminho para o desenvolvimento do pensamento autônomo, comprometido com princípios éticos, inclusivos, sustentáveis e solidários. O trabalho com conhecimentos, habilidades, atitudes e valores requer uma abordagem interdisciplinar, de modo a permitir a exploração conjunta de temas multifacetados, como a discriminação racial e de gênero ou os impactos das redes sociais e da mídia na reprodução de padrões e estereótipos corporais, favorecendo a ampliação do repertório cultural dos estudantes e instrumentalizando-os para se posicionarem com autonomia e protagonismo acerca de temas que lhes sejam significativos, nos diversos campos de atuação social.

Linguagens

e suas Tecnologias, Educação Física

e interdisciplinaridade

Cada uma das sete competências específicas da área de Linguagens e suas Tecnologias tem um conjunto de habilidades atreladas a elas, que devem ser trabalhadas em articulação com o desenvolvimento de atitudes e valores. A competência específica 5, em especial, define as aprendizagens relativas às especificidades da Educação Física no âmbito da área de Linguagens e suas Tecnologias, por meio de três habilidades que contemplam os saberes historicamente construídos nesse componente, a saber:

49 BRASIL, ref. 47, p. 17.

• (EM13LGG501) Selecionar e utilizar movimentos corporais de forma consciente e intencional para interagir socialmente em práticas corporais, de modo a estabelecer relações construtivas, empáticas, éticas e de respeito às diferenças.

• (EM13LGG502) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder presentes nas práticas corporais, adotando posicionamento contrário a qualquer manifestação de injustiça e desrespeito a direitos humanos e valores democráticos.

• (EM13LGG503) Vivenciar práticas corporais e significá-las em seu projeto de vida, como forma de autoconhecimento, autocuidado com o corpo e com a saúde, socialização e entretenimento.50

As dinâmicas do componente curricular Educação Física, no entanto, não excluem o trabalho com as habilidades relacionadas às demais competências. Pelo contrário, a conjunção dos componentes da área pressupõe uma perspectiva abrangente, transversal e integradora dos saberes ligados às práticas de linguagem, dentre os quais se inserem as práticas corporais. A área de Linguagens e suas Tecnologias, portanto, é constitutivamente interdisciplinar.

Na coleção, essa interdisciplinaridade se constrói por meio da seleção de textos, das temáticas, nas diversas proposições de atividades práticas, nos estudos teóricos etc. Se é verdade a ideia de que o indivíduo se constitui na e pela linguagem, pode-se afirmar que essa área não só perpassa pela construção de todos os saberes (mesmo daqueles que lançam mão de outras linguagens em sua construção, como os componentes curriculares das áreas de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e de Matemática e suas Tecnologias) como também faz parte da própria construção do indivíduo, de sua identidade e de sua alteridade, se concorda-se com o fato de que a identidade é construída na interação com o outro.

A Educação Física pode se articular, na escola, na organização de um projeto integrado e interdisciplinar com os demais componentes, almejando desenvolver a consciência sobre a experiência humana e a autonomia, por meio de práticas corporais variadas. A interdisciplinaridade, então, deve ser entendida pela perspectiva da complexidade. O desafio interdisciplinar é compreender as tramas dos conhecimentos que são tecidos juntos51, 52 , ou seja, a problematização dos temas da Educação Física se dá em relação dialógica com os conhecimentos dos demais componentes curriculares.

Isso é o que se demonstra mais destacadamente nas ocorrências da seção Integrando com… desta obra.

Na Unidade 3 – Saúde e bem-estar, por exemplo, a Educação Física dialoga com as áreas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e de Ciências da Natureza e suas Tecnologias ao abordar a saúde física da pessoa idosa. Já na Unidade 4 – Corpo e ocupação da cidade, o diálogo é estabelecido com os componentes curriculares História e Língua Inglesa ao analisar e refletir sobre diferentes perspectivas e narrativas em relação a processos e eventos históricos, como as origens do basquete de rua.

Temas contemporâneos transversais (TCTs)

Os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs), previstos na BNCC, são organizados em macroáreas temáticas, a saber: Meio Ambiente, Economia, Saúde, Cidadania e Civismo, Multiculturalismo e Ciência e Tecnologia. Essas macroáreas objetivam possibilitar um conhecimento contextualizado, que seja relevante para a formação dos estudantes, para que eles atuem de forma autônoma e crítica, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, solidária e democrática.

50 BRASIL, ref. 47, p. 495.

51 MORIN, ref. 18.

52 MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.

As macroáreas temáticas dos TCTs abarcam temas mais específicos, aqueles a que nos referimos nesta coleção nas orientações específicas:

MEIO AMBIENTE

Educação ambiental Educação para o consumo

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Ciência e tecnologia

MULTICULTURALISMO

Diversidade cultural

Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras

Temas Contemporâneos

Transversais na BNCC

CIDADANIA E CIVISMO

Vida familiar e social Educação para o trânsito

Educação em Direitos Humanos Direitos da Criança e do Adolescente Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso

Macroáreas temáticas e respectivos Temas Contemporâneos Transversais.53

ECONOMIA

Trabalho

Educação financeira

Educação fiscal

SAÚDE

Saúde

Educação alimentar e nutricional

No âmbito da Educação Física, as manifestações da cultura corporal de movimento e suas dinâmicas histórica, social, cultural, política e econômica são terreno fértil e atravessado por diferentes TCTs, como se demonstra no desenvolvimento desta obra. Na Unidade 1 – Corpo, movimento e cultura , por exemplo, ao abordar aspectos dos jogos, das danças, das lutas e dos esportes coletivos enquanto manifestações culturais, evidencia-se o TCT Diversidade cultural; já na Unidade 8 – Corpo, mídia e cultura , destacam-se os TCTs Saúde e Educação em Direitos Humanos na abordagem e na problematização de padrões estéticos, transtornos alimentares, violência de gênero no esporte, diversidade e inclusão nas práticas corporais.

Esses e outros TCTs atravessam as propostas desenvolvidas nas outras sete unidades desta obra, num indicativo de que sua concepção se estruturou em uma perspectiva que contempla as temáticas emergentes no mundo contemporâneo, de forma interdisciplinar e em diálogo com a realidade dos estudantes e as culturas juvenis.

Avaliação em Educação Física

A avaliação em Educação Física tem características e dificuldades comuns aos demais componentes curriculares. Por muito tempo, essa avaliação teve seu foco na aptidão física e técnica. O que se propõe com esta coleção, no entanto, é que cabe ao professor avaliar os aspectos conceituais, procedimentais e atitudinais das aprendizagens, de forma processual, interativa e qualitativa.

Para isso, o professor pode fazer diagnósticos individuais e coletivos, considerar a capacidade de aprendizagem do estudante, e este, com sua criticidade, se autoavaliar, de acordo com critérios preestabelecidos em conjunto com o professor. Essa avaliação deve ocorrer como um processo ao longo do ano letivo, recomendando-se que não se reduza apenas a uma prova classificatória que condensará, em poucas questões, todo o conteúdo programático.

53 BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: contexto histórico e pressupostos pedagógicos. Brasília, DF: MEC/SEB, 2019. p. 13. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/contextualizacao_temas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 24 set. 2024.

Conforme Rodolfo Rozengardt,

A avaliação é um processo contínuo que forma parte do processo de ensino e aprendizagem e, por sua vez, adquire dimensões diferenciadas. Ou seja, lhe pertence e, ao mesmo tempo, pode separar-se em práticas e momentos específicos ou especializados. Como processo, tem fases que integram funções, momentos, instrumentos e carregam decisões particulares em relação à própria avaliação e à tarefa de ensino em sua totalidade.

[…]

A Educação Física se constitui numa área de conhecimento e seus conteúdos têm relevância cultural e validez social, formam parte dos valores significativos da cultura e seu conhecimento e disponibilidade por parte do aluno são parte de seus direitos de cidadão. […] O conhecimento do para quê e por quê se ensina, a possibilidade de desenvolver projetos próprios em conjunto com os professores e a avaliação do processo e seus resultados são direitos do aluno e revelam a necessidade de participar da própria formação. 54

Ao longo do período letivo, portanto, todos os trabalhos propostos pelo próprio livro didático (discussões, produções, práticas etc.), entre outros tipos de trabalho combinados entre professor e estudantes, podem integrar a avaliação. Também podem variar as dinâmicas, propondo-se as feitas pelos próprios estudantes, em grupos ou individualmente, num processo de autoavaliação, de modo que aqui se trabalha também a atitude necessariamente respeitosa, construtiva e consequente para com o outro.

Modelos avaliativos e instrumentos de avaliação

A avaliação é um dos mais importantes instrumentos pedagógicos e, se aplicada e analisada de maneira coerente com os objetivos traçados, pode trazer informações valiosas que auxiliam tanto o professor – a obter os resultados do seu trabalho – quanto os estudantes –a observar o próprio desenvolvimento.

Assim como em outros componentes curriculares, na Educação Física, a avaliação permite analisar se os objetivos de aprendizagem traçados no planejamento foram alcançados. Para isso, é possível recorrer a diferentes modelos avaliativos, conforme descrito no quadro a seguir.

Modelo avaliativo

Diagnóstico

Somativo

Formativo

Comparativo

Objetivo55

Analisar os conhecimentos prévios e o repertório do estudante e/ou da turma, a fim de obter informações fundamentais para o desenvolvimento dos planos de ação.

Identificar o grau de domínio das aprendizagens dos estudantes ao final de um período predeterminado.

Mensurar as aprendizagens ao longo do processo, fornecendo dados que auxiliam o professor em possíveis ajustes de rota no planejamento.

Comparar o domínio de aprendizagens do estudante antes e depois de determinado período (como uma aula) ou trabalho.

54 ROZENGARDT, Rodolfo. Avaliação. In: GONZÁLEZ, Fernando Jaime; FENSTERSEITER, Paulo Evaldo (org.). Dicionário crítico de Educação Física. Ijuí: Ed. Unijuí, 2019. E-book. p. 71-74.

55 Elaborado com base em: BONINO, Rachel; FIRMINO, Carol. Por que e como ir além das provas tradicionais? São Paulo: Nova Escola, 27 nov. 2023. Disponível em: https://novaescola.org.br/conteudo/21266/boas-praticas-de-avaliacao-por-que-e-como-diversificar-os-formatos. Acesso em: 14 out. 2024.

Há, ainda, o chamado modelo ipsativo, que muito se assemelha ao comparativo e se vincula essencialmente ao modelo formativo.

É geralmente reconhecido que avaliação formativa tem uma dupla natureza. É criterial quando as aprendizagens dos alunos se analisam em termos de critérios mais ou menos específicos, previamente definidos, não sendo assim comparadas com algum padrão ou norma. É ipsativa quando as aprendizagens dos alunos são analisadas tendo como referência os próprios alunos. Dito de outro modo, comparam-se os alunos consigo mesmos, tendo muitas vezes em conta aspectos tais como o esforço, o interesse e os progressos alcançados.56

Para pôr esses diferentes modelos em prática, é possível recorrer a instrumentos como: debates, discussões, questionários, entrevistas e produções de textos, no caso do modelo diagnóstico; trabalhos de conclusão de etapas/projetos, no modelo somativo; trabalhos em grupo, autoavaliação, seminários, discussões em grupo, jogos e diário de aprendizagem, no modelo formativo; e diário de aprendizagem, relatórios e autoavaliação, no modelo comparativo. Observe-se que há instrumentos que podem ser mobilizados em mais de um modelo, o que demonstra que não se excluem, mas sim, concorrem para obter as informações sobre as aprendizagens dos estudantes.

Nesta obra, a estrutura do Livro do estudante possibilita desenvolver processos avaliativos de modo recorrente. As aberturas de unidade e de capítulos, por exemplo, podem ser importantes momentos de avaliação diagnóstica; as atividades da subseção Pensar e compartilhar podem tanto propiciar momentos de avaliação diagnóstica quanto formativa, assim como as seções Integrando com…; já as seções #PARAEXPLORAR e # NÓSNAPRATICA , por meio de atividades de pesquisa, produção e prática, bem como em suas respectivas propostas de autoavaliação (que ocorrem sempre na etapa Avaliar), podem ser momentos férteis para avaliações formativas, comparativas e somativas, a depender do período letivo e do planejamento docente. É importante, nesse contexto, estabelecer com clareza os objetivos que se pretende atingir em cada etapa do trabalho, além de critérios que possam auxiliar o professor a observar o desempenho dos estudantes nas diferentes propostas. Isso pode ser feito por meio de rubricas.

A rubrica é um instrumento de avaliação que pode ser apresentado em forma de quadro e/ou tabela e é elaborada com base em critérios específicos sobre o que se quer avaliar. Tem como característica principal estabelecer um conjunto de critérios coerentes relacionados às atividades que os estudantes realizam e que geram níveis que ajudam a descrever o desempenho observado, promovendo, assim, uma melhor compreensão de quão próximo ou distante o estudante está em relação ao desempenho esperado.

As rubricas são muito relevantes para o monitoramento da aprendizagem por permitirem a interpretação em relação ao progresso dos estudantes e a identificação de possíveis incompreensões que precisam ser (re)trabalhadas.57

Por meio de critérios objetivos, claros e explícitos, as rubricas possibilitam melhorar a qualidade no que se está avaliando e, por consequência, identificar níveis de conhecimento de estudantes de uma turma ou individualmente. Desta forma, os ajustes e as intervenções pedagógicas podem ser realizados pelo docente com maior assertividade e personalizados para a turma ou o estudante.

No caso desta coleção, as rubricas podem ser feitas com base nos objetivos de cada unidade, apresentados nas Orientações específicas, nas habilidades da BNCC trabalhadas em cada seção e/ou nas competências desenvolvidas em cada capítulo ou unidade. Destaca-se que é fundamental que tanto os objetivos quanto os critérios de avaliação das aprendizagens sejam compartilhados com os estudantes, que podem, inclusive, participar dessa construção em diálogo com o professor.

56 FERNANDES, Domingos. Para uma teoria da avaliação no domínio das aprendizagens. Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo, v. 19, n. 41, p. 347–372, 2008. p. 358. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/eae/article/view/2065. Acesso em: 14 out. 2024.

57 AVALIA e aprende. Avaliações formativas. São Paulo: Instituto Reúna, 2021. Disponível em: https://biblioteca.institutoreuna.org.br/Documento_Orientador_ Formativas_Avalia_e_Aprende.pdf. Acesso em: 14 out. 2024.

Educação Física, culturas juvenis e formação integral cidadã

Quando se discorre sobre a cooperação e a competição na Educação Física escolar, também se deve elucidar que um dos mais importantes mecanismos de ação desses dois universos será dado pelo movimento humano, por meio das interações sociais por ele proporcionadas, manifestadas nas práticas corporais. Será nessas práticas, por meio de atividades cooperativas ou competitivas, que o estudante poderá expressar sentimentos como alegria, prazer, tristeza, frustração e raiva. Mauro Betti, por sua vez, defende que a inserção do estudante na prática corporal há de ser plena se “é afetiva, social, cognitiva e motora. Vale dizer, é a integração de sua personalidade”58

Aprender a conhecer, a fazer, a ser e a conviver formam os quatro pilares da educação discutidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco)59. Esses quatro pilares funcionam como alicerces no ensino dos estudantes-cidadãos, para impulsionar as habilidades não somente através de conteúdos didáticos, mas também por meio do envolvimento com projetos multidisciplinares relacionados a questões sociais, esportivas, comunitárias, históricas ou a outros temas de interesse, os quais estão para além dos muros escolares e são parte da vida familiar, social ou profissional.

A formação integral cidadã, nesta obra, é promovida organicamente por meio da seleção de temas, conhecimentos e práticas diversificados, que contemplam as culturas juvenis e os interesses dos estudantes, além de questões de gênero, raça, classe e orientação sexual emergentes na contemporaneidade. Esse trabalho é guiado por princípios voltados à superação de toda forma de violência, notadamente as manifestações de violência contra a mulher e o racismo estrutural, um traço da sociedade brasileira que deve ser considerado e compreendido em sua complexidade, sem banalizações.

A herança discriminatória da escravidão (todas as relações com base na ideia de inferioridade dos negros que foram transmitidas) em conjunto com a falta de medidas e ações que integrassem os negros e indígenas na sociedade, como políticas de assistência social ou de inclusão racial no mercado de trabalho, gerou o que se entende por racismo estrutural, ou seja, uma discriminação racial enraizada na sociedade. […]

Vamos tentar simplificar. Em uma sociedade, como a brasileira, na qual as suas instituições (normas e padrões que condicionam o comportamento dos indivíduos) foram criadas e consolidadas a partir de uma visão racista de mundo, temos que a estrutura dessa sociedade possui o racismo como seu componente 60

Competências socioemocionais

No contexto da formação integral do estudante, destaca-se a abordagem das competências socioemocionais, que, na BNCC, estão presentes em todas as competências gerais da Educação Básica – logo, a dimensão socioemocional subjaz todo o trabalho proposto nesta obra com o componente Educação Física. Há, no entanto, propostas de reflexão e discussão mais destacadas no âmbito das competências socioemocionais, feitas no boxe PARA A VIDA , que considera as cinco competências descritas na seção de Aprofundamentos

58 BETTI apud BET TI, Mauro; ZULIANI, Luiz Roberto. Educação Física escolar: uma proposta de diretrizes pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 73-81, jan. 2002. p. 75. Disponível em: http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/remef/article/view/1363. Acesso em: 24 set. 2024.

59 DELORS, Jacques et al Educação: um tesouro a descobrir: relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI: destaques. Brasília, DF: Unesco, 2010. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000109590_por. Acesso em: 12 out. 2024.

60 RÊ, Eduardo de et al O que é racismo estrutural? [S l.]: Politize!, 2021. Disponível em: https://www.politize.com.br/equidade/o-que-e-racismo-estrutural/. Acesso em: 19 set. 2024.

do Caderno de Práticas disponibilizado no site da BNCC para fomentar a sua implementação. Essas cinco competências têm base no trabalho do The Collaborative for Academic, Social, and Emotional Learning (Casel) e são apresentadas a seguir.

Autoconsciência

Envolve o conhecimento de cada pessoa, bem como de suas forças e limitações, sempre mantendo uma atitude otimista e voltada para o crescimento.

Autogestão

Relaciona-se ao gerenciamento eficiente do estresse, ao controle de impulsos e à definição de metas.

Consciência social

Necessita do exercício da empatia, do colocar-se “no lugar dos outros”, respeitando a diversidade.

Habilidades de relacionamento

Relacionam-se com as habilidades de ouvir com empatia, falar clara e objetivamente, cooperar com os demais, resistir à pressão social inadequada (ao bullying, por exemplo), solucionar conflitos de modo construtivo e respeitoso, bem como auxiliar o outro quando for o caso.

Tomada de decisão responsável

Preconiza as escolhas pessoais e as interações sociais de acordo com as normas, os cuidados com a segurança e os padrões éticos de uma sociedade.61

Essas competências são trabalhadas em diálogo com assuntos e práticas corporais abordados na obra, estabelecendo relações com outras dimensões da vida do estudante. Na Unidade 2 – Corpo, movimento e identidade, por exemplo, o boxe PARA A VIDA, em sua primeira ocorrência, destaca as competências Consciência social e Habilidades de relacionamento, em diálogo com a prática do cabeçabol (jikunahati); já em sua segunda ocorrência, na mesma unidade, trabalha as competências Autoconsciência e consciência social, dialogando com a prática da luta maracá.

Pensamento computacional, argumentação e inferência

O pensamento computacional é um processo de resolução de problemas que envolve a formulação de questões que vão além da simples programação ou do uso de computação plugada, com aparelhos, e englobam uma série de habilidades e práticas aplicáveis em diversas áreas do conhecimento.

De acordo com a BNCC, o pensamento computacional “envolve as capacidades de compreender, analisar, definir, modelar, resolver, comparar e automatizar problemas e suas soluções, de forma metódica e sistemática, por meio do desenvolvimento de algoritmos”62. Para que se opere esse processo, há etapas que devem ser consideradas de acordo com o problema em face: decomposição, abstração, reconhecimento de padrões e algoritmo.

A decomposição consiste em dividir um problema complexo em partes menores e mais manejáveis. Por exemplo: em vez de tentar programar um jogo inteiro de uma vez, pode-se decompor em trabalhos menores para criar personagens, desenvolver o cenário, estabelecer as regras do jogo etc. A abstração demanda focar os aspectos essenciais de um problema, ignorando detalhes desnecessários. Por exemplo: ao criar um programa para calcular a média de notas, a abstração permitiria que se ignorasse a complexidade de diferentes sistemas de pontuação e se focasse apenas no cálculo necessário. Já o reconhecimento de padrões implica identificar semelhanças ou padrões dentro dos problemas; quando se observa que certos problemas têm partes similares, é possível aplicar soluções semelhantes, economizando tempo e esforço. O algoritmo, enfim, envolve testar e revisar soluções para garantir que elas funcionem corretamente e sejam otimizadas por meio de processos automatizados, com instruções e operações que visam alcançar um objetivo específico.

61 BRASIL. Ministério da Educação. Competências socioemocionais como fator de proteção à saúde mental e ao bullying. Brasília, DF: MEC, [20--]. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/195-competencias-socioemocionaiscomo-fator-de-protecao-a-saude-mental-e-ao-bullying. Acesso em: 24 set. 2024.

62 BRASIL, ref. 47, p. 474.

O pensamento computacional é uma habilidade fundamental no século XXI, pois ajuda a desenvolver uma mentalidade crítica e estruturada, essencial para navegar no mundo digital e na resolução de problemas complexos tanto em meio digital quanto analógico. Embora explicitamente descrito na área de Matemática e suas Tecnologias e na BNCC Computação63, o pensamento computacional perpassa tanto pela área de Linguagens e suas Tecnologias como por outras áreas do conhecimento, haja vista que pode auxiliar no desenvolvimento de processos cognitivos como inferência, abstração, resolução de problemas, algoritmização, argumentação e inferenciação.

Retomando a argumentação como um dos focos desta coleção, reitera-se a importância da perspectiva dialógica adotada, considerando que, no contexto da sociedade atual, imersa na cultura digital (ainda que não acessível a todos), é fundamental construir propostas pedagógicas que articulem os conhecimentos escolares e os próprios das práticas digitais, de modo a propiciar condições para que os estudantes não somente se apropriem de forma técnica e crítica de recursos digitais, mas também participem, de forma autônoma e protagonista, das múltiplas linguagens, na coexistência e convergência de mídias e discursos multissemióticos em diferentes campos de atuação social, demandas nas quais a argumentação é subjacente.

Ao longo do volume desta coleção, competências e habilidades relacionadas ao pensamento computacional podem ser desenvolvidas por meio de atividades que requeiram resolução de problemas que envolvem tanto situações cotidianas quanto a elaboração de rotinas próprias do pensamento algorítmico. Isso acontece, por exemplo, na seção # PARAEXPLORAR do Capítulo 3 – Jogos digitais na Educação Física da Unidade 9 –Corpo, movimento e tecnologia, em que os estudantes são estimulados a investigar a relação dos colegas de outras turmas com os jogos digitais, demandando processos cognitivos do pensamento computacional para estruturar a coleta, a organização, a interpretação e a apresentação de dados quantitativos e qualitativos. Outros textos e atividades da coleção favorecem, em situações que englobam a natureza, a sociedade, a ciência e a tecnologia, o desenvolvimento do pensamento computacional, à medida que exploram, por exemplo: o raciocínio analítico, a coleta de dados e o reconhecimento de padrões para uma pesquisa; a abstração necessária para a elaboração de um roteiro para a produção de um projeto coletivo; a decomposição de uma atividade de produção discursiva em etapas; a realização de inferências, para compreender e interpretar de forma crítica e reflexiva discursos e questões a eles relacionadas; e a sequência investigativa, selecionando-se a representação de linguagem mais adequada para alcançar um posicionamento a respeito de um tema.

Favorecer o pensamento computacional pressupõe a formação de estudantes capazes de não apenas identificar as informações, mas, principalmente, participar ativamente de situações discursivas, utilizando as múltiplas linguagens (incluindo-se as das tecnologias digitais da informação e comunicação) para enfrentar desafios e refletir sobre si e o outro, o particular e o geral, o individual e o coletivo.

Organização dos espaços e metodologias ativas

Considerando os estudantes como protagonistas do processo de aprendizagem e agentes ativos na construção do conhecimento, produzido em rede e a partir de diferentes linguagens, faz-se necessário adotar novas pedagogias, em que se abandone a premissa de que há uma hierarquia em que o professor é o detentor absoluto dos saberes, para que a sala de aula e outros espaços de aprendizagem se tornem, de fato, mais democráticos.

O componente Educação Física favorece a exploração dos mais variados espaços, tanto intraescolares, como a quadra de esportes, a biblioteca, o pátio, o laboratório de informática, o anfiteatro etc., quanto extraescolares, como parques, praças e equipamentos culturais do entorno. Quando em sala de aula, no entanto, sugere-se ir além do modelo tradicional de carteiras enfileiradas e propor outros formatos, como a organização em meia-lua ou em círculo, em duplas ou trios, ou em grupos maiores, a fim de fomentar a interação entre os estudantes e entre eles e o professor.

63 BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular Computação: complemento à BNCC. Brasília, DF: MEC, 2022. Disponível em: http://portal. mec.gov.br/docman/fevereiro-2022-pdf/236791-anexo-ao-parecer-cneceb-n-2-2022-bncc-computacao/file. Acesso em: 11 out. 2024.

Ilustração demonstrativa de formatos de organização de carteiras em sala de aula. Da esquerda para a direita: meia-lua; duplas ou trios; e grupos.

Há muitos desafios relativos ao ensino e à aprendizagem atualmente. Muitos deles dizem respeito às dificuldades para motivar os estudantes e envolvê-los nesses processos. Além de explorar diferentes espaços e equipamentos, bem como formatos de organização, as chamadas metodologias ativas têm se mostrado estratégias importantes na promoção do engajamento e de uma posição ativa na aprendizagem por parte dos estudantes.

Com as metodologias ativas, os estudantes podem se dedicar, por exemplo, à resolução de problemas de forma contextualizada; à realização de projetos de pesquisa que dialoguem com os problemas da Educação Física e com a realidade dos estudantes; ao trabalho de campo; entre outras estratégias. A atuação dos professores, nesse contexto, se dá por meio da mediação e da facilitação dos processos envolvidos em cada proposta, que, articulando teoria e prática, possibilitam que os estudantes “aprendam fazendo”.

O trabalho de campo, em especial, é mais uma oportunidade para que os estudantes tenham vivências fora do espaço da sala de aula e tenham contato com objetos e situações reais em que possam aplicar os conceitos aprendidos. Isso pode acontecer por meio de projetos de pesquisa, em que os estudantes podem selecionar temas de relevância e investigar os aspectos que julgarem mais interessantes.

Nos diferentes contextos, propostas e formatos de organização, é importante garantir que os estudantes também explorem a aprendizagem colaborativa, uma metodologia que privilegia o desenvolvimento de trabalhos em grupo entre os estudantes em torno de um objetivo comum. Essa estratégia ainda possibilita que os estudantes desenvolvam habilidades socioemocionais, como a empatia, a liderança, a tomada de decisão responsável, a regulação das próprias emoções etc.

Estratégias de adaptação e inclusão

Uma educação inclusiva pressupõe a igualdade de oportunidades de aprendizagem para todas as pessoas. Nesse sentido, um planejamento que seja inclusivo, idealmente, é universal, atende a todos e não demanda adaptações. A inclusão representa um desafio nas escolas brasileiras, e isso não é diferente nas aulas de Educação Física. Para que todos os estudantes sejam acolhidos e respeitados em sua singularidade, é preciso que o planejamento pedagógico tenha uma perspectiva inclusiva, o que inclui pensar o processo de aprendizagem e a estrutura física dos espaços, além da necessidade de garantir um ambiente plural e acolhedor para todos, conduzindo mediações e intervenções de forma sensível e empática.

Qualquer atividade pode apresentar obstáculos para algum estudante, seja ele com deficiência, seja sem deficiência. Portanto, cabe à escola, como instituição, e ao professor, como um dos atores do processo de ensino e aprendizagem, diagnosticar as necessidades dos estudantes para construir o seu planejamento, contemplando tanto o desenvolvimento de aprendizagens quanto necessidades de acessibilidade, como: explorar diferentes linguagens e formas de comunicação em aulas expositivas e momentos de conversa; adaptar os materiais (por exemplo, se possível, utilizar bolas com guizos, diferentes pesos e medidas para facilitar a manipulação desses

ALEX SILVA

objetos); ampliar as possibilidades de escolha para a execução das tarefas propostas, incentivando que decidam coletivamente as adaptações a serem feitas nos momentos das aulas, de forma a incluir todos.

Em suma, é fundamental que a Educação Física seja um espaço democrático, incluindo todas e todos os estudantes em suas atividades, reposicionando o seu planejamento para que os estudantes com deficiências também possam experimentar e fruir das práticas corporais de maneira sensível, dentro da perspectiva da cultura corporal de movimento.

Organização de conteúdos e sugestão de cronogramas

Apoiando-se na necessidade de disponibilizar subsídios para a autonomia dos professores que farão uso desta coleção, optou-se por organizá-la, como já afirmado no início deste material, em unidades didáticas; essas unidades, por sua vez, estruturam-se em capítulos com seções, subseções e boxes de apoio.

A seguir, há uma sugestão de distribuição das unidades didáticas que considera o Ensino Médio com duração de três anos, com possíveis arranjos em bimestres, trimestres e semestres. Trata-se de uma evolução sequencial sugerida; entretanto, as unidades da coleção podem ser trabalhadas de forma autônoma, o que permite rearranjos não lineares. Nesse sentido, cabe ao professor adaptar o planejamento à realidade da rede em que está inserido, da escola – considerando o projeto político-pedagógico – e de cada turma específica.

Sugestão de plano de desenvolvimento bimestral

1o ano 2o ano 3o ano

1o bim.: Unidade 1, Capítulos 1, 2 e 3 1o bim.: Unidade 4, Capítulos 1, 2 e 3 1o bim.: Unidade 7, Capítulos 1, 2 e 3

2o bim.: Unidade 1, Capítulo 4 e Unidade 2, Capítulos 1 e 2

2o bim.: Unidade 4, Capítulo 4 e Unidade 5, Capítulos 1 e 2

2o bim.: Unidade 7, Capítulo 4 e Unidade 8, Capítulos 1 e 2

3o bim.: Unidade 2, Capítulos 3 e 4 e Unidade 3, Capítulo 1 3o bim.: Unidade 5, Capítulos 3 e 4 e Unidade 6, Capítulo 1 3o bim.: Unidade 8, Capítulos 3 e 4 e Unidade 9, Capítulo 1

4o bim.: Unidade 3, Capítulos 2, 3 e 4 4o bim.: Unidade 6, Capítulos 2, 3 e 4 4o bim.: Unidade 9, Capítulos 2, 3 e 4

Sugestão de plano de desenvolvimento trimestral

ano

ano

ano

1o trim.: Unidade 1, Capítulos 1, 2, 3 e 4 1o trim.: Unidade 4, Capítulos 1, 2, 3 e 4 1o trim.: Unidade 7, Capítulos 1, 2, 3 e 4

2o trim.: Unidade 2, Capítulos 1, 2, 3 e 4 2o trim.: Unidade 5, Capítulos 1, 2, 3 e 4 2o trim.: Unidade 8, Capítulos 1, 2, 3 e 4

3o trim.: Unidade 3, Capítulos 1, 2, 3 e 4 3o trim.: Unidade 6, Capítulos 1, 2, 3 e 4 3o trim.: Unidade 9, Capítulos 1, 2, 3 e 4

Sugestão de plano de desenvolvimento semestral

1o ano 2o ano 3o ano

1o sem.: Unidade 1, Capítulos 1, 2, 3 e 4 e Unidade 2, Capítulos 1 e 2

2o sem.: Unidade 2, Capítulos 3 e 4 e Unidade 3, Capítulos 1, 2, 3 e 4

1o sem.: Unidade 4, Capítulos 1, 2, 3 e 4 e Unidade 5, Capítulos 1 e 2

2o sem.: Unidade 5, Capítulos 3 e 4 e Unidade 6, Capítulos 1, 2, 3 e 4

1o sem.: Unidade 7, Capítulos 1, 2, 3 e 4 e Unidade 8, Capítulos 1 e 2

2o sem.: Unidade 8, Capítulos 3 e 4 e Unidade 9, Capítulos 1, 2, 3 e 4

Essa sugestão de cronogramas se materializa no quadro programático do volume único que compõe esta coleção, apresentado a seguir. Nele estão indicados, para cada unidade, os conteúdos principais dos respectivos capítulos.

Quadro programático – Volume único

Unidades/ Capítulos

Capítulo 1 –

Jogos: tradição e cultura

Conteúdos 1 –Corpo, movimento e cultura

Capítulo 2 –Dança como manifestação da cultura

Capítulo 3 –Capoeira: uma prática corporal afro-brasileira

Capítulo 4 –

Esportes coletivos: na quadra, o voleibol

Capítulo 1 –Esportes nas culturas indígenas

movimento e identidade

Capítulo 2 –Luta é resistência

Capítulo 3 –Danças regionais

Capítulo 4 –Corpo natural, corpo cultural

#PARALER – Jogos adaptados: fotografia de jogo de futebol na rua; reportagem: “Tem jogo que lembre mais como é ser criança do que Bets na rua?”, de Paula Maciulevicius

#PARAEXPLORAR – Futebol do seu jeito: pesquisa e experimentação de variações do futebol

#NÓSNAPRÁTICA – Jogo de bets: planejamento e prática de bets Integrando com… Sociologia: Técnicas corporais

#PARALER – Funk brasileiro: fotografia de encontro de passinho; reportagem: “Espetáculo

#Passinho leva a dança urbana da periferia para os palcos”, de Redação Namu

#PARAEXPLORAR – Danças e novos significados: pesquisa de danças brasileiras

#NÓSNAPRÁTICA – Videoclipe de passos de funk: produção de videoclipe

#PARALER – Capoeira: gravura: Jogar capoeira ou Danse de la guerre, de Johann Moritz Rugendas; crônica: “A Praça da Matriz e a Capoeira”, de Jeferson do Nascimento Machado

#PARAEXPLORAR – Práticas corporais ressignificadas: apresentação em vídeo

#NÓSNAPRÁTICA – Roda de capoeira: planejamento e prática de roda de capoeira

#PARALER – Esporte e coletividade: fotografia de partida de vôlei; entrevista: “‘A missão de um verdadeiro líder é desenvolver pessoas’”, de Bernardo Rocha Rezende

#PAREXPLORAR – Vôlei no Brasil: pesquisa e elaboração de playlist comentada de vídeos

#NÓSNAPRÁTICA – Fundamentos e práticas do vôlei: experimentação de fundamentos do vôlei e prática de vôlei sentado

#PARALER – Indígenas e esportes: fotografia de indígenas enawenê-nawê pescando com arco e flecha; reportagem: “Uma arqueira indígena brasileira rumo à Olimpíada”, de Tobias Käufer

#PARAEXPLORAR – Jogos e esportes indígenas pelo mundo: pesquisa e experimentação de jogos e esportes indígenas

#NÓSNAPRÁTICA – Cabeçabol: jogo de cabeçabol (jikunahati)

#PARALER – Lutas tradicionais: fotografias de luta huka-huka e de roda de capoeira; reportagem: “Índios do Xingu montam competição de luta tradicional no centro de Brasília; vídeo”, de Marília Marques

#PARAEXPLORAR – Cultura das lutas: pesquisa de lutas

#NÓSNAPRÁTICA – Luta maracá: prática de luta maracá

#PARALER – Danças tradicionais: fotografia de apresentação de catira; poema de cordel: “Quadrilha junina”, de Francisco Diniz

#PARAEXPLORAR – Danças regionais: pesquisa e demonstração de danças regionais brasileiras

#NÓSNAPRÁTICA – Xaxado: apresentação de xaxado

Integrando com… Língua Portuguesa e Arte: A dança no cordel e na xilogravura

#PARALER – Atividade × inatividade: fotografias de prova de canoagem olímpica e de pescador em canoa; artigo de opinião: “Ai, que preguiça”, de Drauzio Varella

#PARAEXPLORAR – Habilidades físicas: pesquisa de habilidades físicas mobilizadas em esportes

#NÓSNAPRÁTICA – Movimentos naturais: treinamento funcional

3 –Saúde e bem-estar

Capítulo 1 –Ginástica de condicionamento físico

Capítulo 2 –Corpo e mente em equilíbrio

Capítulo

3 –As capacidades físicas dos seres humanos

Capítulo 4 –Práticas corporais de aventura na natureza

Capítulo 1 –Esporte e espaço urbano

Corpo e ocupação da cidade

Capítulo 2 –Práticas corporais na cidade

Capítulo 3 –Práticas corporais de aventura urbanas

Capítulo 4 –Danças urbanas: breaking

# PARALER – Prática de exercícios físicos: fotografias de aula de Educação Física, de prática de exercícios em academia ao ar livre e de prática de exercícios em academia em ambiente fechado; reportagem: “Por que as mulheres estão desistindo de se exercitar? Pesquisa responde”, de Simone Blanes

#PARAEXPLORAR – Ginástica aeróbica: pesquisa e experimentação de ginástica aeróbica

#NÓSNAPRÁTICA – Calistenia: elaboração e prática de sequência de exercícios calistênicos Integrando com… Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Ciências da Natureza e suas Tecnologias: Saúde física da pessoa idosa

#paraler – Cuidar de si: cartum: “[Doutor, quem eu sou?]”, de Duke; reportagem: “Práticas de promoção da saúde que estão mudando os hábitos de vida de um grupo de mulheres”, de Gerônimo Vicente Santos

#PARAEXPLORAR – Ginásticas de conscientização corporal: pesquisa e experimentação de ginásticas de conscientização corporal

#NÓSNAPRÁTICA – Ioga: prática de posturas de ioga

#PARALER – Capacidades físicas: pintura: Moleques pulando sela, de Candido Portinari, e fotografias de salto com vara e de aula de ginástica ao ar livre; verbete de glossário: “Aptidão física”, do Ministério da Saúde

#PARAEXPLORAR – Pega-pega pelo mundo: pesquisa e experimentação de variações de pega-pega

#NÓSNAPRÁTICA – Plano de desenvolvimento das capacidades físicas: diagnóstico e planejamento de desenvolvimento das capacidades físicas

#PARALER – Práticas corporais de aventura e preservação ambiental: fotografias de escalada, de voo de asa-delta e de canoagem; artigo: “A revolução do plogging”, de Plogging RRevolution

#PARAEXPLORAR – Modalidades de práticas corporais de aventura na natureza: pesquisa de práticas corporais de aventura na natureza

#NÓSNAPRÁTICA – Caminhada em um parque ou uma praça da cidade: visitação e caminhada em praça ou parque público

#PARALER – Basquete de rua: fotografia de basquete em quadra de rua; reportagem: “Basquete 3x3: veja regras, o que é e história do esporte”, de Diego Cataldo

#PARAEXPLORAR – Reapropriação e ressignificação de espaços públicos: pesquisa e proposta de intervenção em espaço público

#NÓSNAPRÁTICA – Festival de basquete de rua: organização de festival de basquete de rua Integrando com… História e Língua Inglesa: Diferentes perspectivas

#PARALER – Corpo e espaço público: fotografia de pessoas pedalando e caminhando em parque; artigo científico: “Como os espaços públicos abertos podem contribuir para a promoção da atividade física?”, de Cassiano Ricardo Rech et al

#PARAEXPLORAR – Práticas corporais das juventudes: pesquisa, diagnóstico e manifesto em vídeo sobre infraestrutura de espaços públicos

#NÓSNAPRÁTICA – Deslocamentos pelo bairro: caminhada para diagnóstico do entorno

#PARALER – Skate: nas ruas e nas Olimpíadas: fotografia de pista de skate; reportagem: “Skate: qual o impacto dos Jogos Olímpicos na visão brasileira sobre o esporte?”, de Francisco Stefanelli et al

#PARAEXPLORAR – Modalidades de skate: pesquisa e experimentação de modalidades de skate

#NÓSNAPRÁTICA – Exercícios de equilíbrio, estabilização e força abdominal: prática de exercícios de equilíbrio, estabilização e força abdominal

#PARALER – A cultura hip-hop: material de divulgação da exposição Hip-hop: Conscious, Unconscious, do museu Fotografiska New York; reportagem: “Hip-hop: 50 anos de cultura de rua”, de Daniel Mello

#PARAEXPLORAR – Breaking: pesquisa e oficina de movimentos básicos do breaking

#NÓSNAPRÁTICA – Festival de hip-hop: organização de festival de hip-hop

5 –Ética e cidadania nas práticas corporais

Capítulo 1 –Esporte adaptado e esporte paralímpico

Capítulo 2 –Práticas corporais, preconceito e discriminação

Capítulo 3 –Esporte e gênero

Capítulo 4 –Padrões estéticos e uso indevido de substâncias

Capítulo 1 –Corpo e natureza

Capítulo 2 –Práticas corporais e consciência ambiental

Capítulo 3 –Práticas corporais e sustentabilidade

Capítulo 4 –Práticas corporais de aventura na natureza pela cidade

#PARALER – Inclusão no esporte: fotografia de paratletismo; reportagem: “Projetos e iniciativas proporcionam inclusão através do esporte a pessoas com deficiência”, de Rodrigo Berthone

#PARAEXPLORAR – Atletas com deficiência visual: pesquisa de atletas com deficiência visual

#NÓSNAPRÁTICA – Goalball: prática de goalball

#PARALER – Racismo e esporte: fotografia de campanha antirracismo no futebol; artigo de opinião: “Caso Vini Jr. já é um marco histórico na luta antirracista global”, de Jeferson Tenório

#PARAEXPLORAR – Instrumentalização social de práticas corporais: pesquisa de casos de instrumentalização social de práticas corporais

#NÓSNAPRÁTICA – Campanhas antirracismo nas práticas corporais: criação e remidiação de campanhas antirracismo

#PARALER – Mulheres no esporte: fotografias de maratona e de prova de skate street olímpico; reportagem: “Mulheres no esporte: Pesquisa sobre equidade de gênero”

#PARAEXPLORAR – Mulheres no universo esportivo: pesquisa de mulheres de destaque no esporte

#NÓSNAPRÁTICA – Bandeirinha: jogo misto de bandeirinha Integrando com… Sociologia: Questões de gênero no esporte e fake news

#PARALER – Imagem corporal: desenho Homem vitruviano, de Leonardo Da Vinci, e escultura Discóbolo de Townley; nota: “Uso de esteroides anabolizantes e similares na adolescência”, da Sociedade de Pediatria de São Paulo

#PARAEXPLORAR – Riscos do uso indevido de anabolizantes e outras substâncias: produção de fôlderes de conscientização

#NÓSNAPRÁTICA – Padrões estéticos na propaganda: pesquisa, análise e releitura de propagandas

#PARALER – Aventuras na natureza: fotografia de prática de trekking; reportagem: “Rodrigo Raineri sobre Everest: Quem tem medo, se preserva. O sucesso vem quando você chega vivo”, de Marco Guarizzo, Henrique Bueno e Leandro Las Casas

#PARAEXPLORAR – Turismo de aventura: produção de artigo de opinião sobre a questão “Turismo de aventura: produto ou direito?”

#NÓSNAPRÁTICA – Trekking de regularidade: jogo de trekking de regularidade

#PARALER – Poluição e exercícios físicos: fotografia de resíduos em maratona; reportagem de divulgação científica: “Prática de exercícios é benéfica mesmo em ambiente poluído, mostra estudo”, de Karina Ninni

#PARAEXPLORAR – Reportagem sobre esporte e poluição: pesquisa e produção de reportagem sobre poluição, esporte e conscientização ambiental

#NÓSNAPRÁTICA – Corrida e caminhada contra a poluição: organização de evento de corrida e caminhada contra a poluição

#PARALER – Esporte e meio ambiente: fotografia de pessoas retirando o lixo deixado por alpinistas no Monte Everest; reportagem: “Grandes eventos esportivos e meio ambiente, um casamento forçado”, de AFP

#PARAEXPLORAR – Festival sustentável de práticas corporais: idealização de festival sustentável de práticas corporais

#NÓSNAPRÁTICA – Construção de brinquedos com materiais recicláveis: planejamento e construção de brinquedos com materiais recicláveis

#PARALER – Da natureza para as cidades: fotografias de rapel em torre de igreja e de prática de flyboard em lago; reportagem: “Favela Radical: O esporte levado para as comunidades do Rio”, de Rafael Cunha

#PAREXPLORAR – Práticas corporais e grupos de afinidade: reflexão e exploração de práticas corporais de grupos de afinidade

#NÓSNAPRÁTICA – Parkour na escola: pesquisa e prática de parkour

Integrando com… Geografia: Classificação das áreas verdes urbanas

7 –Lazer, trabalho e projeto de vida

Capítulo 1 –Movimento para todos

Capítulo 2 –Ergonomia nos estudos e no trabalho

#PARALER – Ginástica geral: fotografias de prática de ginástica em academia e em via pública; tese acadêmica: Ginástica Geral: uma área do conhecimento da Educação Física, de Elizabeth Paoliello

#PARAEXPLORAR – Ginástica acrobática: pesquisa e experimentação de ginástica acrobática

#NÓSNAPRÁTICA – Sequência coreográfica de ginástica geral: prática de movimentos de ginástica geral

#PARALER – Ergonomia no dia a dia: tirinha: “Um a zero”, de Humor Com Ciência; reportagem: “Ergonomia na hora de estudar”, de Marília Pedroza

#PARAEXPLORAR – Pesquisa: a escola é ergonômica?: pesquisa sobre ergonomia na escola

#NÓSNAPRÁTICA – Alongamentos estáticos: prática de alongamentos estáticos

Capítulo

3 –Autonomia na prática de exercícios físicos

Capítulo 4 –Corpo em movimento no trabalho e no lazer

Capítulo 1 –Corpo, cultura e identidade

Capítulo 2 –Corpos e padrões da mídia

Capítulo 3 –A luta pela igualdade no esporte

Capítulo 4 –Inclusão no esporte

#PARALER – Exercícios físicos e saúde: fotografia de prática de musculação; guia: Guia de atividade física para a população brasileira, do Ministério da Saúde

#PARAEXPLORAR – Minha comunidade é fisicamente ativa?: mapeamento de exercícios e frequência de prática na comunidade escolar

#NÓSNAPRÁTICA – Corpo em movimento: diagnóstico e análise da rotina de atividades e exercícios físicos

Integrando com… Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: Análise estatística da prática de atividades físicas

#PARALER – Corpo e trabalho: fotografias de trabalhadores em construção e de bordadeira de tecidos; artigo de divulgação científica: “O que trabalhar por muitas horas faz com seu corpo?”, de Rachel Fairbank

#PARAEXPLORAR – Não ao trabalho infantil, sim ao lazer e aos esportes: produção de cartaz de conscientização

#NÓSNAPRÁTICA – Festival do lazer: organização de um festival do lazer

#PARALER – Potencialidades do corpo e padrões estéticos: fotografia de atleta de arremesso de peso; reportagem: “Transtornos alimentares: entenda como o padrão de beleza pode ser um fator de risco para anorexia e bulimia”, de Maiara Ribeiro

#PARAEXPLORAR – Estereótipos de gênero e padrões estéticos e de comportamento: realização de entrevistas e discussão sobre estereótipos de gênero e padrões estéticos e de comportamento

#NÓSNAPRÁTICA – Transtornos alimentares: pesquisa e produção de campanha de conscientização sobre transtornos alimentares Integrando com… Língua Portuguesa e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: Indústria, mídia e padrões

#PARALER – Desafiando padrões: tirinha: “[Sinto muito, Olívia…]”, de André Dahmer; artigo de opinião: “Afinal, quem tem cara (e corpo) de atleta?”, de Beta Boechat

#PARAEXPLORAR – Combate à exclusão corporal: pesquisa, discussão e produção de cartazes de conscientização sobre preconceito corporal

#NÓSNAPRÁTICA – Dança pela diversidade de corpos: discussão e criação de coreografia sobre a diversidade de corpos

#PARALER – Diversidade e inclusão no esporte: cartum: Sem título de Caio Gomez; reportagem: “Como o preconceito afeta o atleta e quais ações já existem para coibir a homofobia no esporte”, de Pedro Cruz e Beatriz Reis

#PARAEXPLORAR – Ações contra o preconceito no esporte: pesquisa e produção de dossiê analítico sobre ações contra o preconceito no esporte

#NÓSNAPRÁTICA – Práticas corporais pela inclusão: organização de evento de práticas corporais inclusivas

#PARALER – Atletas e paradesporto: fotografia de surfista com deficiência; reportagem: “Daniel Dias, 14 vezes campeão paralímpico: ‘Imagina o reconhecimento se eu fosse atleta olímpico?’”, de Diogo Magri

#PARAEXPLORAR – Explorando os sentidos: vivência e exploração de sentidos

#NÓSNAPRÁTICA – Festival da inclusão nos esportes: organização de festival de celebração da inclusão e oficinas de esportes adaptados

Capítulo 1 –Corpo e tecnologia

Capítulo 2 –Hábitos diários e tecnologias digitais

Capítulo

3 –Jogos digitais na Educação Física

Capítulo

4 –E-sports : jogos digitais ou esportes?

#PARALER – Impactos da tecnologia no corpo humano e no esporte: fotografias de demonstração de uso de uma mão biônica e de interação entre pessoas com uso de sistema robótico; artigo: “Inteligência artificial muda o futebol e já pode ser considerada uma auxiliar técnica”, de Gabriel Alberto e Bruna Damin

#PARAEXPLORAR – IA e esporte: pesquisa sobre usos da IA no esporte

#NÓSNAPRÁTICA – Xadrez off-line e on-line: jogos de xadrez entre pessoas e contra o computador

#PARALER – Tecnologia e estilo de vida: fotografias de jovem com óculos de realidade virtual e volante gamer, e de mulher idosa com óculos de realidade virtual; reportagem: “Quase 30% dos adolescentes brasileiros fazem uso problemático de videogame, aponta estudo da USP”, de Fernanda Bassete

#PARAEXPLORAR – Mapeamento da inatividade física: análise de inatividade física

#NÓSNAPRÁTICA – Dia do movimento: organização de evento de valorização das práticas corporais

Integrando com… Ciências Humanas e Sociais Aplicadas: Violência no ambiente virtual

#PARALER – Exergames e inclusão digital: mapa: “Brasil: percentual de escolas da Educação Básica com acesso à internet, por município (2023)”, do Inep, e cartum “[Dia das Crianças]”, de Bruno Galvão; artigo científico: “Exergames como conteúdo estratégico na educação física escolar”, de

Siomara Aparecida da Silva et al

#PARAEXPLORAR - Jogos digitais e juventudes: pesquisa de jogos populares na escola e produção de infográfico

#NÓSNAPRÁTICA – Da tela para a quadra: transposição e prática de jogos digitais em quadra

#PARALER – E-sports e esportes tradicionais: fotografia de arena de e-sport; artigo de opinião: “O impacto dos Videogames na sociedade”, de Marina Anater

#PARAEXPLORAR – Desenvolvimento de jogos eletrônicos: pesquisa de profissões e ideação de jogo eletrônico

#NÓSNAPRÁTICA – Competição de jogos digitais: campeonato de jogo digital

Transcrição das faixas de áudio

e podcasts

Como descrito anteriormente, esta coleção conta com faixas de áudio e podcasts para acrescentar, ampliar e dinamizar os temas e conteúdos abordados. A seguir, são disponibilizadas as transcrições desses materiais.

Faixas de áudio

Faixa de áudio número 1: Passinho dos crias.

PASSINHO dos crias. Intérprete: OzCrias. Compositores: Pablinho Fantástico, Diogo Breguete, Yuri Mister Passista e WB Negão. In: PASSINHO dos crias. Intérprete: OzCrias. Rio de Janeiro: [s. n.], 2021. Deezer. Disponível em: https://www. deezer.com/br/album/249013952. Acesso em: 3 out. 2024. Transcrição: Ritmo contagiante é fácil de fazer / São só quatro movimentos que você vai aprender / Já é moda na favela / Todo mundo pede mais / Esse é o passinho dos crias / Vou mostra como é que faz / O pezinho vai no lado / O pezinho vai na frente / O pezinho vai no lado / O pezinho vai atrás / O pezinho vai no lado / O pezinho vai na frente / O pezinho vai no lado / O pezinho vai atrás / É lado, frente, lado, trás / Lado, frente, lado, trás / Esse é o passinho dos crias / Vou ensinar como é que faz / Aprendeu, cria?

• Faixa de áudio número 2: São Bento Grande. SÃO BENTO Grande. Intérpretes: Mestre Suassuna e Dirceu. Compositores: Mestre Suassuna e Dirceu. In: CAPOEIRA

cordão de ouro. Rio de Janeiro: Continental, 1975. 1 vinil (lado A), faixa 4.

Transcrição: Base instrumental de capoeira.

• Faixa de áudio número 3: Catira de Mariamar.

CATIRA de Mariamar. Intérprete: Ivan Vilela, Luiz Henrique Fiaminghi e Roberto Magrão Peres. Compositor: Ivan Vilela. In: PAISAGENS. Intérprete: Ivan Vilela. São Paulo: Tratore, 1998. 1 CD, faixa 12.

Transcrição: Música instrumental inspirada na catira.

• Faixa de áudio número 4: Festa na roça.

FESTA na roça. Intérprete: Robertinho do Acordeon. Compositores: Mario Zan (Mario João Zandomenighi) e Palmeira (Diogo Mulero). In: Pula a fogueira. Rio de Janeiro: MZA Music, [s.d.]. 1 CD, faixa 6.

Transcrição: Base instrumental da música junina.

• Faixa de áudio número 5: Yoga meditation.

YOGA meditation. Intérprete: Babel. Compositor: Babel. [S. l.: s. n.], c2024. Shutterstock. Disponível em: https://www. shutterstock.com/pt/music/track-1232500-yoga-meditation. Acesso em: 3 out. 2024.

Transcrição: Música instrumental relaxante.

• Faixa de áudio número 6: Parque cidade de Toronto com sons da natureza.

PARQUE cidade de Toronto com sons da natureza. [S. l.: s. n.]: 2021. 1 vídeo (11 min). Publicado por: São Paulo Urbana. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=tIM--7-IEkA. Acesso em: 3 out. 2024.

Transcrição: Paisagem sonora de natureza em área urbana.

• Faixa de áudio número 7: Justified.

JUSTIFIED. Intérprete: DJ Cable. Compositor: DJ Cable. In: Justified. [S.l.]: triangulum, 2015. Soundcloud. Disponível em: https://soundcloud.com/triangulum/dj-cable-justified-trfree001. Acesso em: 3 out. 2024.

Transcrição: Yeah / Drums / Drums / Hey hey hey hey / Drums / Drums / Hey hey hey hey / Drums / Yeah / Drums / Hey hey hey hey / Drums / Drums / Hey hey hey hey / Yeah

Tradução: Sim / Bateria / Bateria / Ei ei ei ei / Bateria / Bateria / Ei ei ei ei / Bateria / Sim / Bateria / Ei ei ei ei / Bateria / Bateria / Ei ei ei ei / Sim

• Faixa de áudio número 8: Entrevista – Rayssa Leal. Rayssa Leal dá entrevista após a conquista do bronze olímpico | CNN 360°. São Paulo: CNN Brasil, 2024. Vídeo (7 min). Publicado pelo canal CNN Esportes. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-qMMU9tWBFk. Acesso em: 21 out. 2024.

Transcrição: Olha, eu admiro muito… é, muitas mulheres, assim, porque, cara… a gente tem uma força, assim, inacreditável, e todas as meninas que… meninas e mulheres que eu conversei na vila e que compartilhou a experiência de cada uma comigo, cada história, sabe? Me fez… é, me inspirou bastante, me motivou muito. Só de estar aqui é uma... é uma... é um ganho muito grande. Então, eu gosto muito da Rebeca, a gente é de time juntas.

Tem a Bia, do tênis; tem as meninas do vôlei, todas elas; tem de handebol, que eu gosto bastante, que eu acompanhei oprimeiro jogo, o segundo eu não consegui acompanhar porque eu tava competindo; é… cara, a Rafa, muito, muito irado; é… pô, o boxe, todas as meninas que tão... tão lutando, que é muito forte; e fora, também, eu gosto muito da Ana Vitória; a Ari também, que nós é do Maranhão junto, que eu espero que a gente esteja também juntas na vila. Enfim, muitas meninas que compartilham histórias, que me inspiram todos os dias. E a Letícia Bufoni, que não pode faltar, que foi... é... a que mais me inspirou, assim, me motivou, é, quando criança para continuar andando de skate e ser uma menina skatista.

Faixa de áudio número 9: Pantanal após a tempestade de verão: sons da natureza.

PANTANAL após a tempestade de verão: sons da natureza (90 Minutos: sons naturais). [S. l.: s. n.]: 2015. 1 vídeo (88 min). Publicado por: Amadeus – Tema. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bsSRcPegB3Q.

Acesso em: 3 out. 2024.

Transcrição: Paisagem sonora de natureza.

Faixa de áudio número 10: Maracatu ritmo característico.

MARACATU ritmo característico. Intérprete: Ari Colares. (1 min 29 s).

Transcrição: Base instrumental de música de maracatu.

• Faixa de áudio número 11: Declamação – Eu, etiqueta.

Eu, etiqueta (Poesia falada) | Verso que se escreve. [S l.: s n.], 2022. Publicado pelo canal Verso que se escreve. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=rK4j6atJOTM.

Acesso em: 23 out. 2024.

Transcrição: Em minha calça está grudado um nome / que não é meu de batismo ou de cartório, / um nome… estranho. […] / Minhas meias falam de produto / que nunca experimentei, / mas são comunicados a meus pés. / Meu tênis

é proclama colorido / de alguma coisa não provada / por este provador de longa idade. / Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, / minha gravata e cinto e escova e pente, / meu copo, minha xícara, / minha toalha de banho e sabonete, / meu isso, meu aquilo, / desde a cabeça ao bico dos pés, / são mensagens, / letras falantes, / gritos visuais, / ordens de uso, abuso, reincidência, / costume, hábito, premência, / indispensabilidade, / e fazem de mim homem-anúncio itinerante, / escravo da matéria anunciada. / Estou, estou na moda. / É duro andar na moda, / ainda que a moda / seja negar minha identidade, / trocá-la por mil, açambarcando / todas as marcas registradas, / todos os logotipos do mercado. / Com que inocência demito-me de ser / eu que antes era e me sabia / tão diverso de outros, tão mim mesmo, / ser pensante, sentinte e solidário / com outros seres diversos e conscientes / de sua humana, invencível condição. / Agora sou anúncio, / ora vulgar ora bizarro, / em língua nacional ou em qualquer língua / (qualquer, principalmente). / E nisto me comparo, tiro glória / de minha anulação. / Não sou — vê lá — anúncio contratado. / Eu é que mimosamente pago / para anunciar, para vender / em bares festas praias pérgulas piscinas, / e bem à vista exibo esta etiqueta / global no corpo que desiste / de ser veste e sandália de uma essência / tão viva, independente, / que moda ou suborno algum a compromete. / Onde terei jogado fora / meu gosto e capacidade de escolher, / minhas idiossincrasias tão pessoais, / tão minhas que no rosto se espelhavam, / e cada gesto, cada olhar, / cada vinco da roupa / sou gravado de forma universal, / saio da estamparia, não de casa, / da vitrine me tiram, recolocam, / objeto pulsante, mas objeto / que se oferece como signo de outros / objetos estáticos, tarifados. / Por me ostentar assim, tão orgulhoso / de ser não eu, mas artigo industrial, / peço que meu nome retifiquem. / Já não me convém o título de homem. / Meu nome novo é coisa. / Eu sou a coisa, coisamente.

• Faixa de áudio número 12: Dandara’s purpose.

DANDARA’S Purpose. Compositor, produtor e mixador: Thommaz Kauffmann. In: DANDARA: Trials of Fear Edition Original Soundtrack. Estocolmo: Raw Fury, 2020.

Transcrição: Trilha sonora instrumental.

Podcasts

1. O surgimento da capoeira no Brasil Entrevista de Natália Dias Fiu, professora do Grupo de Capoeira Família Irmãos Unidos, e o trecho cantado por Arthur Fiu, professor do Grupo de Capoeira Família Irmãos Unidos, além dos áudios de rodas de capoeira, foram extraídos do documentário Capoeira, a cultura da ginga, produzido pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, em 2016. Trecho sobre Mestre Pastinha foi extraído do documentário A vida de Mestre Pastinha, rei da capoeira, que foi produzido e dirigido por Carolina Canguçu e exibido na TVE da Bahia.

Os demais áudios inseridos neste podcast são da Freesound.

Transcrição: O surgimento da capoeira no Brasil

[Música de transição: toque de berimbau para roda de capoeira]

[Locutor] Duvido que, ao ouvir esse som, você não tenha vontade de balançar o pé, a mão ou até mesmo de sair dançando. Essa musicalidade faz parte da capoeira, a prática corporal de raízes africanas que mistura esporte, arte marcial, cultura popular, dança e, claro, música. A capoeira surgiu no século XVII e era praticada pelos negros escravizados.

A técnica era feita nos campos abertos, sem vegetação. Tanto é que a palavra capoeira tem origem tupi-guarani: é uma junção de káá, que quer dizer “mata”, e pûera, que significa “o que foi”, ou seja, “o que foi mata”. Nesses locais, os escravizados socializavam e lembravam suas origens africanas. Mas a técnica era, principalmente, uma forma de expressar a resistência negra ao sistema escravagista, já que os movimentos da capoeira eram praticados pelos escravizados, e depois pelos libertos, para se defenderem da opressão dos colonizadores. Ao longo do tempo, a capoeira passou por transformações. Atualmente, existem três estilos diferentes dessa prática. A mais antiga é a Capoeira Angola, com movimentos mais lentos e próximos do chão. Nesse estilo, a música também é mais lenta e os praticantes não batem palmas. Outro estilo é a Capoeira Regional, criada pelo famoso Mestre Bimba, que mudou a história da capoeira no Brasil. Já, já vamos falar mais dele. A Capoeira Regional apresenta movimentos mais suaves, mas o ritmo musical é mais rápido e seco. Nesse estilo, capoeiristas jogam enquanto outros ficam em pé e batem palmas. O terceiro é a Capoeira Contemporânea, que surgiu na década de 1970 e mescla características da Capoeira Angola e da Capoeira Regional, com movimentos mais rápidos e mais energéticos.

[Música de transição: música em roda de capoeira, com instrumentos e palmas]

[Locutor] No coração da capoeira está a roda, considerada um ritual, que reúne cantos e gestos sobre visão de mundo, hierarquia, código de ética, companheirismo e individualidade. A capoeira também é uma luta e se destaca por golpes e movimentos ágeis e complexos, como chutes e rasteiras, além de cabeçadas, joelhadas, cotoveladas e acrobacias aéreas ou no solo.

[Música de transição: música em roda de capoeira, com instrumentos e palmas]

[Locutor] Mas não pense que basta ser bom nos golpes ou seguir o ritmo da música. A capoeira tem regras, que são fundamentais para o andamento da roda. Entre essas regras estão orespeito entre os capoeiristas, a atenção à música, o uso consciente do espaço para não esbarrar nos jogadores ou nos músicos e o controle dos movimentos para evitar lesões. Você já percebeu que sem música não há capoeira, não é mesmo? Essa é a principal diferença entre a capoeira e as outras artes marciais. Afinal, os praticantes não só lutam e jogam como também tocam e cantam. Os sons da capoeira vêm de instrumentos típicos, como berimbau, pandeiro e atabaque.

[Canto em roda de capoeira na voz de Arthur Fiu, do grupo de capoeira Família Irmãos Unidos] “Eu levo a vida cantando/Eu levo a vida a cantar/Não tenho hora pra sair/Não tenho hora pra voltar”.

[Locutor] A capoeira nem sempre foi uma prática aceita pela sociedade. Até a abolição da escravatura, a lei punia quem praticasse a capoeira. Mesmo depois do fim da escravidão, ela foi considerada crime previsto em lei até 1937. Quem praticava capoeira nas ruas era preso, e a pena chegava a até seis meses de prisão.

[Música de transição: sons de grades se abrindo e se fechando, em referência às prisões]

[Locutor] As percepções sobre a capoeira só começaram a mudar com Manoel dos Reis Machado, o Mestre Bimba. No final da década de 1920, Mestre Bimba criou a Capoeira Regional baiana com base em seus conhecimentos na Capoeira de Angola. Ele foi o primeiro a desenvolver um método de ensino com sequências e aulas realizadas em

ambiente fechado. Por causa do Mestre Bimba, a capoeira passou a ser reconhecida como um esporte nacional.

[Trecho de entrevista com Natália Dias Fiu, professora do grupo de capoeira Família Irmãos Unidos] “A capoeira é realmente um instrumento muito bom para trabalhar com crianças, com adultos, e com qualquer idade, porque ela trabalha todo o corpo, né. Ela... além de ser uma prática esportiva aeróbica constante né, muito boa, ela te dá toda a possibilidade de trabalhar, junto, a cultura brasileira, a história do seu país, do seu povo, né, musicalidade, danças. Então ela é muito abrangente. Ela trabalha da luta à arte, de um extremo ao outro”.

[Locutor] Quem também contribuiu muito para a legitimação da capoeira no Brasil foi Vicente Ferreira Pastinha, oMestre Pastinha, que assumiu a organização da Capoeira Angola e devolveu a ela seu valor e sua visibilidade, enfraquecidos pela popularização da Capoeira Regional. Mestre Pastinha fundou, em Salvador, na Bahia, o Centro Esportivo Capoeira Angola, a primeira escola de Capoeira Angola do Brasil. Em 1910, ele foi proclamado por Jorge Amado como oguardião da capoeira por sua visão prática e didática da Capoeira de Angola.

[Trecho de uma homenagem a Mestre Pastinha na ocasião de sua morte, retirado de um vídeo antigo, com ruídos de fundo] “O teu nome esquecerá, pois foste quem deste a ela a glória em que hoje está, e outro Pastinha na Terra não nasceu, nem nascerá.”

[Locutor] Se antes a capoeira era a luta dos escravizados e considerada crime, depois de Mestre Pastinha e Mestre Bimba, ganha reconhecimento e respeito da sociedade. Em 1972, passa a ser oficializada pelo Conselho Nacional de Desporto como prática esportiva nacional. Em 2014, a roda de capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a Unesco. Essa conquista não só ajuda a manter viva uma tradição de origem africana incorporada à cultura brasileira mas também difunde a capoeira em diversos países. E você? Já acompanhou uma roda de capoeira? Como foi? Você sentiu vontade de jogar?

[Música de transição: toque de berimbau]

[Locutor] Créditos: entrevista de Natália Dias Fiu, professora do Grupo de Capoeira Família Irmãos Unidos, e o trecho cantado por Arthur Fiu, professor do Grupo de Capoeira Família Irmãos Unidos, além dos áudios de rodas de capoeira, foram extraídos do documentário Capoeira, a cultura da ginga, produzido pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, em 2016. Trecho sobre Mestre Pastinha foi extraído do documentário A vida de Mestre Pastinha, rei da capoeira, que foi produzido e dirigido por Carolina Canguçu e exibido na TVE da Bahia. Os demais áudios inseridos neste podcast são da Freesound.

2. A história do skate

As músicas “Lifelong” e “Road Tripzzz” foram retiradas da biblioteca de áudio do YouTube.

Transcrição: A história do skate

[Música de transição: Ofshane – Road Tripzzz]

[Locutor] Quando um grupo de garotos estadunidenses começou a andar em pranchas sobre rodas, no início do século passado, eles talvez não imaginassem que estavam criando um dos esportes mais populares do mundo. O skate se desenvolveu conforme o crescimento das cidades nos Estados Unidos, uma vez que os primeiros skatistas se

apropriaram dos elementos urbanos para inventar esse esporte. Atualmente, a prática do skate movimenta um mercado multimilionário, com campeonatos transmitidos pela TV e grandes patrocínios, e os skatistas ditam moda e inspiram tendências. O skate chegou, enfim, aos Jogos Olímpicos e virou “coisa séria”. Nem parece que essa história começou como uma grande brincadeira!

[Música de transição: Ofshane – Road Tripzzz]

[Locutor] As raízes do skate estão nos Estados Unidos dos anos 1920, quando adolescentes começaram a tirar o guidom de patinetes para deslizar sobre quatro rodas com as mãos livres. Eles circulavam pelas cidades e chamavam a atenção de quem passava, mas, naquela época, o que eles faziam era considerado apenas uma brincadeira um pouco perigosa. Foi só na década de 1960, quando surfistas do estado da Califórnia, nos Estados Unidos, não encontraram ondas no mar, que o skate começou a ganhar vida própria como esporte. Os surfistas colocaram rodas em suas pranchas, tiraram a areia do corpo e foram fazer manobras no asfalto. É por isso que os primeiros skatistas ficaram conhecidos como “surfistas de calçada”. E foram esses surfistas que organizaram os primeiros campeonatos da nova modalidade. As revistas, os jornais e os programas de TV acompanharam as primeiras manobras de skate. E as famílias estadunidenses se espantaram com aqueles adolescentes descendo rampas e desafiando a gravidade sobre quatro rodas. Naquela época, o skate era considerado uma atividade muito perigosa, pois oequipamento, feito de madeira ou de metal, não dava estabilidade aos skatistas, que saíam dos torneios muito machucados. Em 1972, o engenheiro, surfista e skatista estadunidense Frank Nasworthy desenvolveu as rodas de uretano, um tipo de plástico que ajudaria a manter a integridade física dos skatistas e mudaria a história do esporte. As novas rodas deram mais estabilidade e aderência ao solo, o que permitiu aos atletas aumentar a velocidade de deslize e inovar as manobras. Mas foi outro fator que impulsionou a popularidade do skate nos anos 1970: uma grave seca que atingiu a costa oeste dos Estados Unidos.

[Música de transição: Anno Domini Beats - Lifelong]

[Locutor] A seca histórica fez o governo da Califórnia decretar racionamento de água na região. Os jovens skatistas viram nas piscinas vazias com fundo arredondado o cenário ideal para as manobras que eles queriam inventar. Um grupo autointitulado Z-Boys ficou famoso por entrar em mansões para andar de skate nas piscinas secas e transformou o esporte em febre urbana. Mas os skatistas não conheciam limites. Eles não dependiam de piscinas vazias ou parques para andar de skate. Bancos de praça, corrimões, calçadas, escadaria… qualquer parte do mobiliário urbano podia servir como obstáculo ou cenário para as manobras. O skate, então, saiu dos Estados Unidos e se espalhou pelas cidades do mundo. No Brasil, o esporte começou no Rio de Janeiro, com jovens que compravam skates de amigos estrangeiros ou adaptavam suas pranchas para surfar no asfalto. Foi na década de 1970, sob a influência da atitude dos Z-Boys, que o skate se popularizou por aqui. O primeiro parque com pistas de skate do Brasil foi construído em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, em 1974. O skate, assim como o hip-hop e o movimento punk, contribuiu para o desenvolvimento de uma nova cultura urbana. Os campeonatos mundiais ajudaram a profissionalizar os skatistas, e atletas, como o estadunidense Tony Hawk, viraram jogos de videogame e ícones dessa nova fase. Não demoraria para o skate se tornar também um esporte olímpico.

[Música de transição: Anno Domini Beats - Lifelong]

[Locutor] A Olimpíada de Tóquio marcou a estreia do skate nos Jogos Olímpicos. O skate olímpico é disputado em duas modalidades: o street e o park. No street, os atletas competem em uma pista que simula um ambiente urbano, com escadarias, calçadas e corrimões. Já a pista do park lembra as piscinas vazias da Califórnia com suas rampas, nas quais os atletas precisam fazer manobras em grande velocidade e altura. Atualmente, os principais skatistas olímpicos são japoneses, mas o Brasil tem nomes importantes nas duas modalidades. Com uma medalha de prata e outra de bronze no street, as duas conquistadas antes dos 17 anos, a maranhense Rayssa Leal representa a nova geração do esporte. Rayssa se tornou famosa nas redes sociais quando foi filmada aos 7 anos fazendo manobras na cidade de Imperatriz, no Maranhão. O vídeo acabou sendo compartilhado por Tony Hawk, o mesmo que ajudou a popularizar o skate na década de 1990. A trajetória de Rayssa até o pódio olímpico mostra como o skate está presente na vida cotidiana de milhões de jovens no mundo todo, dos Estados Unidos ao Japão, da Europa ao interior do Maranhão. E você, gostou de conhecer um pouco da história desse esporte? Ficou com vontade de andar de skate ou já costuma praticá-lo?

[Música de transição: Anno Domini Beats - Lifelong] [Locutor] Créditos: As músicas “Lifelong” e “Road Tripzzz” foram retiradas da biblioteca de áudio do YouTube.

3. A história da maratona

A música “Momentos de Glória” é tema do filme “Carruagens de Fogo”, de 1981, e foi composta pelo grego Vangelis. O som de clarinetes é da Banda Saxsom em Anúncios para Entrada de Noiva (clarinadas). Os demais áudios são da Freesound.

Transcrição: A história da maratona

[Música de transição: sopro do vento]

[Locutor] Vento no rosto, sensação de liberdade, a adrenalina a mil e, por fim, cansaço. Quem pratica corrida, de forma amadora ou profissional, diz que uma maratona provoca tudo isso junto e misturado. Imagine correr por 42 quilômetros sem parar? Só de pensar… já cansa, não? Então, vamos começar a falar sobre maratona, e, até o final deste podcast, você vai correr para saber ainda mais sobre oassunto.

[Música de transição: som dos passos ritmados de uma corrida]

[Locutor] A história da maratona começa em aproximadamente 490 a.C. e é inspirada na lenda do soldado grego Pheidippides. Durante a Batalha de Maratona, ele teria corrido 40 quilômetros da cidade de mesmo nome, Maratona, até a cidade de Atenas para anunciar a vitória do exército grego sobre os persas, já que a população aguardava o resultado da guerra. Mas, depois de concluir o trajeto e fazer o anúncio, diz a lenda que o corredor não resistiu e morreu de exaustão. Muitos séculos depois, o Comitê Olímpico Internacional se inspirou nessa lenda e decidiu incluir uma corrida de 40 quilômetros no projeto da primeira edição dos Jogos Olímpicos, em Atenas, na Grécia. Assim, em 1896, a maratona passou a ser uma modalidade fixa em que somente os homens podiam participar. Desde então, a prova é disputada em todas as edições dos Jogos Olímpicos da Era Moderna.

[Música de transição: aplausos]

[Locutor] Uma informação interessante é que o percurso da maratona mudou a partir da Olimpíada de Londres, na Inglaterra. Em 1908, a família real queria ver a maratona do jardim do Palácio de Buckingham. Para atender ao pedido real, os organizadores acrescentaram mais um trecho, resultando em 42 quilômetros e 195 metros, distância oficializada em 1921 e que permanece até hoje.

[Música de transição: som de clarinetes que anunciam uma entrada triunfal]

[Locutor] As mulheres foram proibidas de participar de maratonas até 1967, ano em que a americana Kathrine Switzer participou da Maratona de Boston, nos Estados Unidos. Nos Jogos Olímpicos, as mulheres só puderam disputar oficialmente uma maratona em 1984, na Olimpíada de Los Angeles, nos Estados Unidos.

[Música de transição: Carruagens de fogo]

[Locutor] Uma maratona acontece sempre em percursos que misturam trechos urbanos e áreas arborizadas. Nos Jogos Olímpicos, a largada e a chegada são feitas em locais simbólicos para as cidades-sede ou em pontos turísticos, mas também podem começar e terminar em estádios. Por tradição, a maratona é o último evento dos Jogos Olímpicos. Para disputar uma maratona, não basta ter fôlego, força e resiliência. A prova também tem regras, entre elas o uso de uniformes. Na largada, todos saem juntos. Os atletas que cruzarem a linha de chegada completam oficialmente a prova, e o tempo de corrida é registrado. A ordem de chegada determina a classificação. Não existe um tempo específico para a duração da competição, mas os organizadores podem determinar um tempo máximo.

[Música de transição: tique-taque do relógio]

[Locutor] Ao longo dos anos, a maratona se tornou popular e está entre as práticas esportivas preferidas em todo o mundo. E é simples entender por que isso acontece. A corrida é de fácil adesão, custa pouco e não precisa de muitos acessórios para praticá-la. A prática regular da corrida traz muitos benefícios à saúde do corpo e da mente. É reconhecido pela Ciência que correr contribui para reduzir o risco de doenças do coração, ajuda na manutenção do peso do corpo e no controle do diabetes tipo 2 e da hipertensão. Já para a mente, as endorfinas, substâncias químicas produzidas pelo corpo e liberadas na corrente sanguínea durante a corrida, podem trazer calma e relaxamento para muitas pessoas. Por outro lado, como qualquer atividade física feita em excesso, a corrida pode ser um fator de risco e causar infarto ou até morte súbita. Os efeitos adversos mais comuns são lesões nos músculos, como cãibra, dores nas articulações, tendinite, entre outras. No entanto, isso tudo também vai depender da genética, da idade e do sexo biológico da pessoa. Segundo o Guia de Atividade Física para a População Brasileira, elaborado pelo Ministério da Saúde, é recomendado que um adulto pratique de 150 a 300 minutos de atividade física moderada por semana. E se você já está pensando em correr, saiba que a primeira vez que uma maratona incluiu atletas amadores foi durante os Jogos Olímpicos de Paris, na França, em 2024. Vinte mil maratonistas amadores do mundo inteiro participaram de uma seletiva e puderam correr o mesmo percurso dos atletas profissionais. Mais de 50 brasileiros estavam entre os selecionados para essa iniciativa inédita na história dos Jogos Olímpicos. Legal, né? Não é à toa que a maratona tem conquistado cada vez mais adeptos e admiradores. Quem corre diz que inspiração, superação dos desafios e bem-estar físico e mental são algumas das motivações para

permanecer com a prática. Quem sabe você não se empolga depois de ouvir este podcast. Bora correr?

[Música de transição: som dos passos ritmados de uma corrida]

[Locutor] Créditos: A música “Momentos de Glória” é tema do filme “Carruagens de Fogo”, de 1981, e foi composta pelo grego Vangelis. O som de clarinetes é da Banda Saxsom em Anúncios para Entrada de Noiva (clarinadas). Os demais áudios são da Freesound.

Referências comentadas

• BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de atividade física para a população brasileira. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/ saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-meexercitar/documentos/pdf/guia_atividade_fisica_ populacao_brasileira.pdf. Acesso em: 11 out. 2024. Esse material apresenta orientações sobre a prática de exercícios, destacando seus benefícios para a saúde física e mental por meio de recomendações específicas para diferentes faixas etárias. Além das sugestões de atividades, o guia enfatiza a importância da inclusão e da acessibilidade para a democratização de uma vida ativa e saudável.

• CABRAL, Umberlândia. De 2010 a 2022, população brasileira cresce 6,5% e chega a 203,1 milhões. Agência IBGE Notícias, Rio de Janeiro, 27 out. 2023. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov. br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/ noticias/37237-de-2010-a-2022-populacaobrasileira-cresce-6-5-e-chega-a-203-1-milhoes. Acesso em: 11 out. 2024.

Essa reportagem analisa o crescimento da população brasileira entre 2010 e 2022, que alcançou 203,1 milhões de habitantes. O texto destaca as principais tendências demográficas, como a urbanização e o envelhecimento da população, além de discutir as implicações sociais e econômicas desse crescimento para o país.

• CAMPOS, Félix William Medeiros; MALDONADO, Daniel Teixeira. Comunidades quilombolas, práticas corporais e Educação Física escolar: o estado da arte. Revista Educação Popular, Uberlândia, v. 22, n.2, p. 150-175, maio-ago. 2023. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/ view/68905/36801. Acesso em: 4 out. 2024.

Os estudos que originaram esse artigo tiveram por objetivo conhecer a cultura das práticas corporais em comunidades quilombolas e investigar se essas manifestações têm espaço nas aulas de Educação Física escolar.

• FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física. São Paulo: Scipione, 1991.

A obra aborda como a Educação Física é fundamental para a aquisição de um aprendizado integral que vai além do desenvolvimento de capacidades motoras. O trabalho realizado, nesse contexto, contribui para o aperfeiçoamento da cognição e de processos mentais essenciais para a prática educativa em sua totalidade.

• GODTSFRIEDT, Jonas; CARDOSO, Fernando Luiz. E-Sports: uma prática esportiva atual. Motrivivência: Revista de Educação Física, Esporte e Lazer, Florianópolis, v. 33, n. 64, p. 1-14, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/ article/view/80001/47510. Acesso em: 11 out. 2024. Esse artigo discute a legitimidade dos e-sports no contexto esportivo, abordando questões como a formação de comunidades, a inclusão digital e as novas dinâmicas de competição. Reflete, ademais, sobre as implicações culturais e educacionais dos e-sports, ressaltando sua importância no cenário atual e as oportunidades que oferecem para jovens atletas.

• INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010: resultados gerais da amostra. Rio de Janeiro: IBGE, 2011. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/ sociais/populacao/9662-censo-demografico-2010. html?edicao=9748&t=destaques. Acesso em: 11 out. 2024.

O Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresenta um panorama detalhado da população brasileira, abordando aspectos como distribuição geográfica, idade, sexo, educação e condições de vida em 2010. A pesquisa é fundamental para a formulação de políticas públicas e o planejamento de recursos.

• INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2022: panorama. Rio de Janeiro: IBGE, 2023. Disponível em: https://censo2022.ibge.gov.br/panorama/. Acesso em: 11 out. 2024.

O Censo Demográfico de 2022, realizado pelo IBGE, fornece uma análise atualizada da população brasileira, destacando características demográficas, sociais e econômicas de 2022.

• MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. Nesse livro, Marcel Mauss explora as interconexões entre a Sociologia e a Antropologia, destacando como a prática social e cultural molda o comportamento humano. São analisados conceitos fundamentais como o dom, a reciprocidade e a solidariedade, e é proposta uma reflexão profunda sobre as relações sociais e a estrutura da sociedade.

• ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil. Brasília, DF: Nações Unidas, c2024. Disponível em: https:// brasil.un.org/pt-br/sdgs. Acesso em: 11 out. 2024.

O Brasil é um dos países signatários do compromisso estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que visam promover um futuro mais sustentável, justo e igualitário. Os ODS abordam questões como erradicação da pobreza, educação de qualidade, igualdade de gênero e ação contra a mudança global do clima, incentivando a ação colaborativa entre governos, sociedade civil e setor privado para alcançar essas metas até 2030.

• PESQUISA GAME BRASIL. Report gratuito: panorama dos e-sports. São Paulo: PGB24, 2024. Essa pesquisa apresenta informações sobre o perfil das pessoas que jogam jogos digitais e seus hábitos de consumo e de comportamento em consoles, computadores e smartphones.

• SCAGLIA, Alcides José. O futebol e as brincadeiras de bola: a família dos jogos de bola com os pés. São Paulo: Phorte, 2011.

A bola, mais do que um instrumento lúdico, é explorada em seu aspecto simbólico e representativo. Seu uso parte da necessidade de brincar e construir significados e experiências.

• SCAGLIA, Alcides José. Jogo e Educação Física escolar: por quê? Para quê? In: MOREIRA, Wagner W.; SIMÕES, Regina (org.). Educação Física: intervenção e conhecimento científico. Piracicaba: Ed. Unimep, 2004.

O texto parte de uma crítica ao ensino tradicional da Educação Física, para na sequência justificar seu objeto de estudo e objetivos a partir de referenciais advindos da didática crítica.

• SCAGLIA, Alcides José; FABIANI, Débora Jaqueline Farias; GODOY, Luís Bruno de. Dos jogos tradicionais às técnicas corporais: um estudo a partir das relações entre jogo e cultura lúdica. Corpoconsciência, Cuiabá, v.24, n. 2, p. 187-207, maio/ago. 2020. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index. php/corpoconsciencia/article/view/10780. Acesso em: 11 out. 2024.

O artigo aborda como a contemporaneidade, incluindo os jogos eletrônicos, influencia o uso dos corpos e afeta as relações sociais, a dinâmica cultural e o jogo, problematizando as inter-relações entre a sociedade contemporânea, a cultura lúdica e suas técnicas corporais, desenvolvidas pelos jogos tradicionais.

• YOGA e meditação: documentários. [S l.: s n.], 2023. 1 vídeo (26 min). Publicado pelo Canal Saúde Oficial. Disponível em: https://youtu.be/3uXAeYNqNP0. Acesso em: 11 out. 2024.

Esse documentário explora a ioga e a meditação nas Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), com informações sobre suas potencialidades e seus usos a partir de experiências concretas de trabalho terapêutico.

Orientações específicas

Unidade 1 Corpo, movimento e cultura

• Tema contemporâneo transversal : Diversidade cultural.

• Campos de atuação social: campo da vida pessoal, campo das práticas de estudo e pesquisa, campo jornalístico-midiático, campo de atuação na vida pública, campo artístico-literário.

• Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 3, 4, 6, 8, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias

• Capítulo 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG305), 5 (EM13LGG501, EM13LGG503), 6 (EM13LGG604) e 7 (EM13LGG702, EM13LGG704).

• Capítulo 2: 1 (EM13LGG104), 2 (EM13LGG202, EM13LGG203), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302), 5 (EM13LGG502), 6 (EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG604) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 3: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG105), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303), 4 (EM13LGG402), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503), 6 (EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG604) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 4: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

Objetivos e justificativa

• Conhecer ressignificações de práticas corporais, especialmente do futebol e do bets, e explorar como as adaptações culturais e sociais influenciam a criação e o desenvolvimento de jogos e brincadeiras, promovendo uma cultura lúdica inclusiva e diversificada.

• Entender o contexto e as características de danças e ritmos populares e ressignificados no Brasil, como o funk, compreendendo-os como formas de expressão cultural e de emoções que fortalecem o senso de pertencimento a comunidades e grupos sociais.

• Contextualizar a capoeira como prática corporal afro-brasileira e compreender o intercâmbio histórico, cultural e social que molda a identidade brasileira e sua cultura corporal de movimento, reconhecendo suas possibilidades de ressignificação e a diversidade que representa.

• Conhecer e experienciar a prática do vôlei, compreendendo a importância da colaboração para a resolução de problemas nas práticas corporais coletivas e da integração de habilidades motoras, cognitivas, afetivas e emocionais para o sucesso nas modalidades esportivas e na vida.

Os objetivos descritos ajudam a desenvolver habilidades físicas, culturais e sociais e a enriquecer a identidade e o senso de pertencimento dos envolvidos nas práticas corporais em suas comunidades e grupos sociais. Os conhecimentos construídos ampliam a visão crítica sobre a cultura corporal de movimento e incentivam a valorização das tradições, o combate a preconceitos e a adaptação às demandas contemporâneas, habilidades fundamentais para uma formação integral, consciente e cidadã.

Introdução

Os objetivos, as competências e as habilidades indicados nesta unidade mobilizam conhecimentos ligados a diferentes campos. Para desenvolvê-los, são propostas experiências corporais integradas a reflexões sobre a cultura corporal de movimento que oportunizam a fruição, a produção e a ressignificação dos saberes vinculados às práticas corporais.

A BNCC NA UNIDADE 1

Os estudantes poderão ampliar a visão crítica e o repertório da cultura corporal de movimento, além de desenvolver competências como autocontrole, autoconhecimento e consciência social para potencializar habilidades de relacionamento e a responsabilização em momentos de tomada de decisão nas atividades propostas, que envolverão jogos, brincadeiras, danças, lutas e esportes.

Orientações didáticas

Abertura da Unidade 1 p. 10

Ao pensar na cultura corporal de movimento, é possível analisar de que formas os seres humanos expressam, organizam e experienciam o corpo em movimento ao longo da história. Esta unidade convida à reflexão sobre danças, esportes, lutas, jogos e brincadeiras, que expressam identidades e valores culturais, sociais e históricos, além de reforçar tradições.

1. Incentive os estudantes a compartilhar suas percepções iniciais. Nesta unidade, eles compreenderão que a capoeira é uma manifestação cultural que pode ser caracterizada, simultaneamente, como jogo, luta e dança.

2. e 3. As perguntas propõem reflexões iniciais para que os estudantes relacionem a dimensão cultural às práticas corporais. Pergunte aos estudantes o que estudaram nas aulas de Educação Física no decorrer do Ensino Fundamental, a fim de levantar os repertórios trazidos por eles e perceber o nível de familiaridade que têm com o conceito de cultura corporal de movimento.

Capítulo 1 – Jogos: tradição

e cultura p. 12

Este capítulo explora a relação entre as práticas lúdicas e as tradições culturais em diferentes contextos sociais, partindo do conceito de cultura lúdica, que considera os jogos e as brincadeiras como expressões que refletem situações do cotidiano, valores, costumes e crenças transmitidos de geração em geração, construindo e preservando identidades.

Jogos tradicionais como o futebol (e suas ressignificações) e o bets (também chamado de taco, tacobol, entre outros) serão apresentados, e a turma vai perceber como esses rituais lúdicos incentivam o respeito à diversidade cultural.

Ler o mundo

1. Peça aos estudantes que comentem as características principais, a lógica, as regras, o perfil dos jogadores e o material utilizado nos jogos que mencionarem.

2. Espera-se que os estudantes percebam que os jogos tradicionais revelam aspectos culturais particulares de uma região, como valores, costumes e histórias, refletindo a identidade e as tradições da comunidade em que estão inseridos. Os jogos podem desenvolver a socialização e as habilidades motoras e cognitivas dos participantes.

3. É possível que os estudantes respondam afirmativamente, se considerarem a crescente influência da tecnologia e a urbanização, que afastam as novas gerações de práticas tradicionais. Para que sejam preservados, os jogos tradicionais podem ser vivenciados na escola e nos grupos sociais e ser adaptados ao contexto da época, cuidando para que não percam suas características essenciais.

#PARALER – Jogos adaptados p. 13

Incentive os estudantes a observar atentamente a imagem da Leitura 1. Depois, encoraje-os a fazer uma leitura individual e silenciosa da reportagem da Leitura 2, seguida de uma leitura compartilhada em voz alta.

Caso a turma não conheça o bets, apresente a reportagem disponível em: https://youtu.be/ vAqVHGFNWME (acesso em: 24 set. 2024), que mostra uma partida desse jogo.

Pensar e

compartilhar p. 15

As atividades desta subseção visam estimular uma reflexão crítica sobre as práticas corporais, as tradições culturais e as mudanças sociais que afetam os jogos de rua.

1.b) Acolha as diferentes experiências compartilhadas pelos estudantes. É possível que alguns deles nunca tenham jogado futebol na rua e outros sim, com amigos e vizinhos, usando pedras ou chinelos para fazer a função de traves, por exemplo. Em relação às regras, pode ser que mencionem que eram flexíveis, adaptadas ao espaço e ao número de jogadores, com pausas para carros passarem etc.

3. Sugestão de resposta: Sim, pois, ao vivenciar essas experiências de forma lúdica, muitas pessoas descobrem qualidades pessoais e interesses que

podem ser aprimorados futuramente em um contexto profissional.

5. A resposta pode variar de acordo com o contexto em que os estudantes vivem. De maneira geral, é possível que, com o contínuo desenvolvimento das cidades e das tecnologias digitais, a prática de jogos e brincadeiras nas ruas, que era muito comum para gerações anteriores, hoje não ocorra com tanta frequência. Mas é possível que essa prática ainda seja comum em bairros afastados dos centros nas grandes cidades ou em municípios menores.

7.b) Espera-se que os estudantes reflitam sobre a contribuição dos jogos para o desenvolvimento pessoal ao melhorar as habilidades sociais, como o trabalho em equipe, para a disciplina, para o desenvolvimento físico e para a capacidade de lidar com desafios e frustrações.

INDICAÇÃO

• Jogos, brinquedos e brincadeiras do Brasil Publicado por: Espacios en Blanco – Serie Indagaciones. Disponív el em: www.redalyc. org/pdf/3845/384539806007.pdf. Acesso em: 10 out. 2024.

Nesse artigo, discute-se como jogos e brincadeiras estão relacionados à tradição, à cultura e à história.

Integrando com… Sociologia –

Técnicas corporais p. 16

Nesta seção, se possível, proponha um trabalho em conjunto com o professor de Sociologia. Nela, os estudantes vão elaborar hipóteses e compor argumentos relativos a processos culturais de constituição e permanência dos jogos tradicionais, por meio da análise de uma pintura e da leitura de trechos de um artigo científico. Dessa forma, poderão também identificar conhecimentos, valores e práticas culturais e identitárias de diferentes povos, além de analisar como as tecnologias impactam essas dinâmicas na atualidade.

A fim de compreender de forma mais aprofundada oconceito de técnica corporal ou técnica do corpo, leia oexcerto a seguir, retirado da Enciclopédia de Antropologia da USP.

[…] o corpo é o primeiro instrumento do homem e, ainda, o primeiro objeto e meio técnico do homem. Atribuindo à noção de técnica o que chama de ato tradicional eficaz, Mauss afirma não existir técnica nem transmissão se não houver tradição. Técnicas do corpo referem-se então aos modos pelos quais as pessoas sabem servir-se de seus corpos de maneira tradicional, o que varia de uma sociedade a outra.

HAIBARA, Alice; SANTOS, Valéria Oliveira. As técnicas do corpo. In: ENCICLOPÉDIA DE ANTROPOLOGIA. São Paulo: Universidade de São Paulo, Departamento de Antropologia, 2 jun. 2016. Disponível em: https://ea.fflch.usp.br/obra/tecnicas-do-corpo. Acesso em: 8 out. 2024.

Leia, com os estudantes, a imagem da obra de arte Jogos infantis, de Pieter Bruegel (o Velho), e o trecho do artigo científico apresentado na seção. Durante a leitura da imagem, peça que descrevam o que observam. Depois, proponha que realizem, em duplas, as atividades propostas, auxiliando-os se surgirem dúvidas.

1.a) Sugira aos estudantes que elaborem uma lista coletiva dos jogos identificados na imagem, a fim de ampliar o repertório da turma de forma colaborativa.

#PARAEXPLORAR

– Futebol do seu jeito p. 18

No item 1 de Pesquisar, instrua os estudantes a, se possível, fotografar e/ou filmar o jogo de futebol pesquisado para mostrar as características dele à turma. Crie um ambiente amistoso no qual os estudantes possam assistir, de forma respeitosa, as apresentações dos colegas.

As reflexões propostas em Avaliar são um estímulo ao aprendizado coletivo e à apreensão significativa e contextualizada dos conhecimentos sobre as práticas corporais abordadas por meio das pesquisas e das experimentações. É importante que os estudantes registrem os pontos avaliados e discutidos e as observações que julgarem pertinentes, a fim de que possam revisitá-los em outros momentos e acompanhar o próprio desenvolvimento.

Objeto Educacional Digital

O infográfico clicável Copa do mundo de futebol apresenta um panorama geral sobre a Copa do Mundo de Futebol, destacando sua importância como um dos maiores eventos esportivos do mundo. Ele aborda a criação do torneio nas modalidades masculina e feminina e contém curiosidades sobre os países campeões ao longo da história.

#NÓSNAPRÁTICA – Jogo de bets p. 19

Antes de realizar a atividade proposta, alerte os estudantes quanto às precauções necessárias para garantir a integridade física no momento do jogo.

É possível que nem todos se interessem pela proposta. Ressalte que a experiência coletiva, do planejamento à prática, tem mais valor do que a performance individual baseada no resultado dos jogos.

Em Avaliar, o mais importante é que os estudantes analisem se houve uma troca respeitosa e ética na experiência individual e coletiva (com os adversários e a equipe). A avaliação individual prévia ajudará a enriquecer a discussão coletiva proposta, a fim de que os estudantes possam compartilhar saberes e apoiar o desenvolvimento dos colegas.

Capítulo 2 – Dança como manifestação

da cultura p. 21

Ao longo do capítulo, incentive de forma recorrente o pluralismo de ideias e a ampliação das relações entre movimento corporal e cultura. Sempre que possível, aproveite os conhecimentos prévios dos estudantes sobre cada tema, valorizando aspectos da cultura juvenil e o que aprenderam no percurso escolar anterior.

Faça perguntas para ajudar os estudantes a observar a imagem da abertura deste capítulo, incentivando-os a descrever as posturas e os gestos corporais das pessoas e a analisar o local onde estão e as roupas utilizadas.

Ler o mundo

2. Se necessário, para ajudar os estudantes a identificar estilos de dança populares na região onde moram, incentive-os a lembrar festas tradicionais ou eventos sociais que podem envolver esse tipo de prática.

#PARALER – Funk brasileiro p. 22

Na Leitura 1, incentive os estudantes a descrever a imagem e os elementos que permitem caracterizar opassinho, dança relacionada ao funk, como a posição dos braços e das pernas da pessoa que está dançando.

Antes da Leitura 2, pergunte aos estudantes se conhecem alguma batalha de passinho ou o espetáculo #Passinho, a fim de incorporar os conhecimentos prévios deles à prática pedagógica.

Pensar e compartilhar p. 24

As atividades desta subseção viabilizam análises críticas e o desenvolvimento da capacidade de argumentação oral e escrita dos estudantes. A indicação do boxe Fica a dica pode colaborar para promover o respeito e a valorização da diversidade cultural.

2.b) Incentive os estudantes a refletir sobre a padronização dos movimentos de danças variadas e a encontrar aspectos positivos (como maior visibilidade da prática corporal) e negativos (como ser um fator excludente para as pessoas que não conseguem realizar os passos com facilidade).

Faixa de áudio número 1

Reproduza a canção Passinho dos crias para aprofundar a reflexão sobre a padronização dos movimentos coreografados no funk, mencionada na atividade 2

A letra da canção está no final do Livro do estudante. Se os estudantes demonstrarem interesse, proponha que experimentem a coreografia de passinho descrita na letra da canção.

#PARAEXPLORAR

– Danças e novos significados p. 25

Em Revisar e finalizar o texto, lembre os estudantes de que a análise do texto de outro grupo deve ser respeitosa e que os comentários que porventura fizerem devem ser construtivos.

Em Avaliar, incentive os estudantes a considerar o que aprenderam, os desafios enfrentados e como contribuíram com o grupo. Verifique se eles apreenderam os elementos da dança de forma significativa no contexto de estudo e pesquisa proposto.

#NÓSNAPRÁTICA – Videoclipe

de passos de funk p. 26

Recomenda-se auxiliar a turma na formação dos grupos desta atividade, para que as habilidades e as potencialidades dos estudantes sejam contempladas e eles próprios se sintam acolhidos. Assim, quem tiver vergonha de se expor em uma prática de dança deverá ser encorajado respeitosamente ou recebido em um grupo que já conte com colegas mais desembaraçados. A divisão das tarefas internas do grupo deve considerar essa questão.

Em Planejar, oriente os estudantes sobre a importância de escolher músicas adequadas, que não façam apologia a ilicitudes e não abordem temas inadequados para a faixa etária.

Em Gravar, após a gravação, os estudantes devem escolher um software de edição de vídeo gratuito e fácil de usar. Oriente-os a ajustar o áudio da música, adicionar transições suaves e incluir elementos visuais, como legendas ou créditos, se desejarem.

Na impossibilidade de gravar, agende uma data para que os grupos apresentem as danças para os colegas assistirem e ignore a etapa da divulgação.

Em Assistir e divulgar, caso a turma não tenha um blogue ou uma página nas redes sociais, esse pode ser um momento para criá-los. É importante que a divulgação das imagens dos estudantes seja autorizada pelos responsáveis por eles.

Em Avaliar, lembre os estudantes de que a avaliação faz parte de um processo evolutivo, para que não se prendam a conceitos estanques, como bom ou ruim, certo ou errado. É importante que identifiquem aspectos que podem ser consolidados e aprimorados.

Capítulo 3 – Capoeira:

uma prática corporal afro-brasileira

p. 27

A leitura do texto introdutório deste capítulo é uma oportunidade de apresentar ou resgatar o conceito de diáspora africana e explicar que a incorporação de elementos de diversas culturas pelo povo brasileiro carrega marcas de um passado escravocrata e desigual. Nesse sentido, ainda que no Brasil a pluralidade cultural seja muito rica, é preciso combater inúmeros preconceitos que, por vezes, consideram inferiores determinadas práticas sociais, artísticas ou religiosas, como a capoeira.

O tema deste capítulo possibilita promover positivamente a cultura, a história e a imagem afro-brasileira, valorizando suas tradições, saberes e valores, além de proporcionar o debate crítico acerca dos compromissos contemporâneos de superação da violência, especialmente do enfrentamento ao racismo estrutural.

Objeto Educacional Digital

O podcast O surgimento da capoeira no Brasil explora a origem e a evolução da capoeira, apresentando suas características, além de mencionar a contribuição dos mestres capoeiristas Bimba e Pastinha para a legitimação da prática.

Ler o mundo

Ao explorar este boxe, uma sugestão é fazer uma roda de conversa com os estudantes para discutir as formas de resistência negra no período da escravidão e nos dias atuais, no Brasil e no mundo.

2. A capoeira incorporou elementos da dança e da música para disfarçar sua prática de atividade recreativa. Seus movimentos fluidos e acrobáticos serviam para a autodefesa e também refletiam a cultura e a resistência dos escravizados. A música ajudava a criar um ambiente de união e força, além de orientar os movimentos dos capoeiristas.

#PARALER – Capoeira p. 28

Na Leitura 1, compartilhe duas possíveis interpretações para a obra de arte. Uma delas revelaria uma leitura romantizada do período da escravidão no Brasil, por ocultar as violências sofridas pela população negra, já que o recorte retratado não mostra as verdadeiras condições de vida a que essas pessoas eram submetidas. Uma segunda interpretação considera a resistência da população escravizada que, mesmo sofrendo inúmeras violências, encontrou uma forma de desenvolver suas tradições, como a capoeira.

Na Leitura 2, se julgar pertinente, faça a leitura da crônica com a participação do professor de Língua Portuguesa, para que ele reforce as características do gênero textual, como as marcas de subjetividade e a descrição da cena observada.

O texto abre espaço para discussões importantes sobre o preconceito contra os praticantes de capoeira e, por extensão, contra as culturas negras e as religiões de matriz africana.

Pensar e compartilhar p. 29

As atividades desta subseção têm o objetivo de explorar a capoeira sob diferentes perspectivas históricas, culturais e corporais. Se possível, converse com a turma sobre a identidade dos capoeiristas no passado e o preconceito que enfrentavam, destacando a importância de valorizar a prática e combater os estigmas associados a ela.

Atividade complementar: reflexões sobre a capoeira

Proponha a atividade a seguir para os estudantes.

• Em sua opinião, o percurso histórico da capoeira, que deixou de ser criminalizada e foi reconhecida como

patrimônio cultural, acompanhou as mudanças sociais ocorridas no Brasil? Justifique sua resposta. Resposta: Espera-se que os estudantes reconheçam que o percurso histórico da capoeira, ainda que demonstre um maior reconhecimento da cultura negra, não pode ser entendido como a superação do racismo no Brasil. Explique que o racismo se manifesta de diversas formas e que o avanço em uma esfera da sociedade não significa necessariamente um avanço em todas. O racismo, ainda muito presente no país, resulta em inúmeras violências contra a população negra.

INDICAÇÃO

• Capoeira, herdeira da diáspora negra do Atlântico: de arte criminalizada a instrumento de educação e cidadania . Publicado por: Revista do Instituto de Estudos Brasileiros. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rieb/a/ z6PmLtDRxtQ9bHdcMvLXXrJ/abstract/?lang=pt. Acesso em: 10 out. 2024.

• Esse artigo apresenta a capoeira como uma expressão da ancestralidade afro-brasileira e seu percurso na história do país.

#PARAEXPLORAR – Práticas corporais ressignificadas p. 30

Para dar um exemplo de prática corporal ressignificada, fale com os estudantes sobre o futebol, que também foi trazido para o Brasil por imigrantes (ainda que em circunstâncias totalmente distintas da capoeira) e foi aperfeiçoado, tornando-se um esporte coletivo representativo da cultura brasileira. Em relação ao boxe Saiba mais, vale a mesma ressalva: ainda que o jiu-jítsu tenha sido trazido ao Brasil por imigrantes, o contexto de desenvolvimento do esporte em muito se diferencia da capoeira, uma vez que os africanos vieram ao Brasil por meio da migração forçada, ou seja, foram obrigados a deixar os países de origem e aqui foram escravizados, em um contexto histórico muito diferente da imigração japonesa.

Em Planejar o trabalho, a contextualização, a ressignificação e a transformação da prática devem ser exploradas com atenção, com os estudantes repetindo oprocesso de pesquisa e seleção de dados.

Em Avaliar, incentive uma autoavaliação verdadeira sobre o trabalho realizado, esclarecendo que o

objetivo não é obter um conceito ou uma pontuação, mas perceber o próprio desempenho na atividade e identificar pontos positivos e pontos a melhorar em atividades futuras. Além disso, é importante que os estudantes reconheçam e valorizem os saberes construídos e compartilhados.

# NÓSNAPRÁTICA – Roda de capoeira p. 31

Em Planejar, não é necessário ter experiência com a prática da capoeira para participar da atividade. Será enriquecedor se você puder convidar um professor (mestre) de capoeira para participar da uma roda de conversa com os estudantes, para que ouçam as experiências e vivências dele com a prática. Após a conversa, o mestre pode ser convidado a prestigiar a roda de capoeira que será realizada pela turma.

Em Praticar, recomenda-se estar atento aos estudantes com deficiência, que requerem atenção especial. É muito importante incluí-los na prática, considerando que a participação na roda de capoeira pode ser realizada não só como jogador, mas também como espectador, ritmista ou cantor. Lembre-se de que participar de práticas corporais é um direito de todos os estudantes e uma forma de autoconhecimento, autocuidado com o corpo e com a saúde, socialização, entretenimento e lazer.

A etapa Avaliar, por ser individual, pode ser realizada pelos estudantes em um momento extraclasse. Coloque-se à disposição caso eles queiram conversar ou tirar dúvidas sobre a autoavaliação. Verifique os sentidos e os significados que eles atribuíram à prática vivenciada e como a consideram em seu projeto de vida.

Faixa de áudio número 2

A canção São Bento Grande, que é uma base instrumental de capoeira, pode ser utilizada tanto na vivência de movimentos da etapa Planejar quanto na roda de capoeira da etapa Praticar

Capítulo 4 – Esportes coletivos: na quadra, o voleibol p. 33

No desenvolvimento deste capítulo, reforce que os jogos contribuem para a formação corporal, afetiva e cognitiva de crianças e jovens e, por terem um aspecto lúdico, são atrativos, desenvolvem a inteligência e fortalecem o caráter, o respeito a regras e a disciplina.

Relacione a prática de esportes coletivos ao desenvolvimento integral do ser humano. Dentro e fora de campos, arenas e quadras, sonhos, metas e objetivos, aliados a metodologias de desenvolvimento e capacitação humana, podem proporcionar mudanças positivas e resultar em conquistas em todas as áreas da vida: social, pessoal, esportiva e profissional.

Ler o mundo

Crie um ambiente acolhedor, em que os estudantes se sintam livres para responder às atividades. Incentive o respeito ao pluralismo de ideias e às preferências pessoais.

Pode ser que nem todos os estudantes tenham tido a oportunidade de praticar esportes individuais ou coletivos, mas vale a pena ressaltar que a integração social nessas práticas não ocorre apenas entre os jogadores mas também entre aqueles que acompanham os esportes e/ou torcem pelas equipes.

#PARALER – Esporte e coletividade p. 34

Em relação à Leitura 1, peça aos estudantes que observem e descrevam o que chama atenção na imagem, que mostra um momento de uma partida de vôlei feminino. Chame a atenção deles para as expressões faciais, as posturas corporais e o posicionamento das jogadoras na quadra. Com base nessas observações, pergunte se é possível reconhecer qual time acabou de pontuar ou está vencendo e qual sofreu o ponto ou está perdendo.

Antes de propor aos estudantes que leiam o trecho da entrevista apresentado na Leitura 2, explore os conhecimentos prévios dos estudantes acerca de Bernardinho. Pergunte-lhes se o conhecem, o que sabem a seu respeito e qual é a importância dele para o esporte nacional.

Pensar e compartilhar p. 36

Oriente os estudantes a responder as atividades desta subseção em duplas. Uma sugestão é propor, ao término das atividades, uma roda de conversa para que eles troquem ideias e reflitam sobre as reações que os jogos e as competições esportivas suscitam no público: a agressividade fora do campo é motivada por fatores intrínsecos ou extrínsecos aos jogos? Se os jogos propiciam interação social, por que a violência chega a níveis tão alarmantes?

3. Possibilite que cada estudante exponha suas experiências com segurança, contando com o respeito de todos.

5. Acolha as respostas dos estudantes, incentivando-os a justificá-las com argumentos adequados. Sua mediação nessa reflexão é importante, uma vez que a atividade toca em questões críticas sobre as relações de trabalho e mais profundas quanto à cultura corporal de movimento, para a qual o esporte: pode ser lúdico, e não um produto do qual poucas pessoas têm a posse e cujos valores podem ser apropriados em uma lógica mercadológica; tem a função de denunciar questões sociais, e não as reforçar; pode melhorar a qualidade de vida de quem o pratica; e pode incentivar a cidadania, e não intensificar processos excludentes e discriminatórios.

Ao explorar o boxe Para a vida, incentive os estudantes a refletir sobre a importância da autogestão, das habilidades de relacionamento e da tomada de decisão responsável no contexto do voleibol e de outros esportes coletivos. Comente que aprender a jogar exige engajamento, dedicação e autocontrole, já que as decisões tomadas em equipe podem impactar diretamente o desempenho coletivo e, consequentemente, o resultado da partida. Leve os estudantes a refletir sobre o impacto de certas atitudes em outras áreas da vida, como na escola, no trabalho e em relações interpessoais. No que se refere às perguntas feitas nesse boxe, comente que existem outras práticas que podem ser beneficiadas por essas competências, como atividades artísticas, projetos de voluntariado ou trabalhos escolares em grupo. Incentive os estudantes a compartilhar experiências que os ajudaram a mobilizar as competências em questão.

#PARAEXPLORAR – Vôlei no Brasil p. 37

Em Pesquisar, organizar e compartilhar, é importante reforçar com os estudantes a necessidade do respeito às apresentações dos colegas e da escuta atenta. Incentive-os a compartilhar opiniões sobre aspectos que consideraram relevantes nas apresentações.

Em Avaliar , é importante que os estudantes se sintam confortáveis para compartilhar a experiência pessoal no trabalho coletivo, tomando os devidos cuidados para estabelecer uma comunicação respeitosa e empática. A troca de feedback , se feita adequadamente, colabora para o desenvolvimento pessoal e coletivo.

#NÓSNAPRÁTICA – Fundamentos e

práticas do vôlei p. 38

No vôlei, o trabalho em equipe é importante para cumprir as ações ofensivas e defensivas e para que os objetivos sejam alcançados.

Na Prática 1, explique aos estudantes que essa proposta tem por objetivo despertar a consciência de cooperação e promover uma prática colaborativa efetiva.

O vôlei sentado, da Prática 2, é uma oportunidade de diversão e de exercício das atitudes de respeito, empatia e combate ao preconceito contra as pessoas com deficiência. Se houver pessoas com deficiência na turma, incentive-as a liderar esse momento e a apresentar a prática à turma, caso a conheçam. As particularidades dessa modalidade do esporte mostrarão aos estudantes as potencialidades que podem ser desenvolvidas nele, considerando a diversidade de características que as pessoas podem apresentar, e como a participação em esportes diversos propicia o autoconhecimento, o autocuidado com o corpo e a saúde, a socialização, o entretenimento e o lazer.

Em Avaliar, oriente os estudantes a considerar: a participação na prática em grupo; se desenvolveram ou reforçaram a empatia com as próprias limitações e as dos colegas; e como regularam as próprias emoções nos jogos das práticas propostas. Como o vôlei é uma prática recorrente na Educação Física, pode ser interessante propor aos estudantes que analisem de que forma estão se aprofundando em relação ao que já estudaram no Ensino Fundamental.

Unidade 2 Corpo, movimento e identidade

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias

• Capítulo 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG305), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG704).

• Capítulo 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG305), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 3: 1 (EM13LGG103, EM13LGG104, EM13LGG105), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302), 4 (EM13LGG401, EM13LGG402), 5 (EM13LGG501, EM13LGG503), 6 (EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG604) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 4: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG202, EM13LGG203), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703, EM13LGG704).

Objetivos e justificativa

• Conhecer a importância do jogo e do esporte nas culturas indígenas, analisando sua relevância social e cultural no fortalecimento da identidade das comunidades indígenas.

• Contextualizar as lutas indígenas como formas de resistência cultural e física, explorando seu significado histórico, simbólico e social.

• Tema contemporâneo transversal: Educação para a valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras.

• Campos de atuação social: campo da vida pessoal, campo das práticas de estudo e pesquisa, campo jornalístico-midiático, campo artístico-literário.

• Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9 e 10.

• Experienciar e ressignificar danças regionais brasileiras, discutindo seu papel na formação de identidades locais.

• Compreender as diferenças entre corpo natural e corpo cultural, refletindo sobre suas influências em práticas culturais e padrões sociais. Esta unidade busca ampliar a compreensão crítica dos estudantes sobre manifestações culturais e

A BNCC NA UNIDADE 2

corporais em diferentes contextos. Ao explorarem práticas como esportes, lutas indígenas e danças regionais e refletirem sobre o movimento de forma contextualizada e crítica, os estudantes podem compreender ocorpo não apenas biologicamente, mas como um construto social em interação constante com a cultura.

Introdução

Nesta unidade, as relações de saberes sobre corpo e movimento como manifestação de identidade e da cultura são trabalhadas por meio de pesquisas, vivências e da fruição corporal e artística. Para contemplar as competências e habilidades previstas, a proposta inclui o estudo do jogo e do esporte indígenas, além da vivência de danças regionais, problematizando as influências culturais sobre o corpo e promovendo uma Educação Física que integra conhecimentos, experiências e reflexão crítica, além de competências relacionadas à autoconsciência, à consciência social e às habilidades de relacionamento, em diálogo com o projeto de vida do estudante.

Orientações didáticas

Abertura da Unidade 2 p. 40

Esta unidade destacará a importância de entender as práticas corporais como expressões culturais que refletem a identidade, a história e os valores de diferentes comunidades. Incentive a participação ativa dos estudantes, valorizando o respeito na apreciação das diversas manifestações culturais.

1. Espera-se que os estudantes respondam afirmativamente e indiquem uma ou mais práticas corporais (como danças, brincadeiras, jogos, lutas etc.) que os conectem com suas raízes e permitam expressar a cultura da comunidade à qual pertencem.

2. Espera-se que os estudantes citem apresentações de danças, com músicas e comidas típicas de várias culturas, campeonatos esportivos, entre outros.

3. Sugestão de resposta: As novas gerações podem contribuir para a preservação das práticas corporais tradicionais ao se envolverem ativamente em danças, lutas e esportes, eventos e oficinas que se relacionem com essas tradições e as valorizem.

Capítulo 1 – Esportes nas culturas indígenas p. 42

Com a colonização europeia, muitos esportes e jogos tradicionais indígenas foram proibidos, considerados “primitivos” pelos colonizadores, que buscavam impor seus próprios costumes; por isso, muitas dessas práticas desapareceram. Apesar disso, as comunidades indígenas continuaram a desenvolver suas práticas corporais como forma de resistência cultural e preservação de identidade.

Neste capítulo, os estudantes estudarão algumas dessas manifestações, compreendendo-as como parte da cultura corporal de movimento.

Ler o mundo

1. Espera-se que os estudantes respondam que as práticas corporais são importantes por promoverem saúde física e mental e melhorarem a qualidade de vida dos indivíduos. Na dimensão social comunitária, elas podem fortalecer as relações por meio da cooperação, do trabalho em equipe e do respeito mútuo. Além disso, promovem a inclusão social, oferecendo oportunidades de integração e desenvolvimento pessoal.

2. É possível que os estudantes mencionem valores como respeito, solidariedade, cooperação, disciplina e inclusão. Esses valores fortalecem comportamentos colaborativos, reduzem conflitos, estimulam os sentimentos de pertencimento e orgulho e melhoram a qualidade das relações dentro da comunidade.

3. É esperado que os estudantes saibam da existência de eventos como corridas de rua, competições esportivas, festivais de dança, entre outros. Esses eventos promovem a saúde e o bem-estar dos participantes, estimulam a economia local e aumentam a visibilidade cultural.

#PARALER – Indígenas e esportes

p. 43

Muitos esportes indígenas têm suas raízes em atividades de subsistência, como a caça e a pesca. Peça aos estudantes que observem a imagem na Leitura 1 e converse sobre a importância dessas práticas para os povos originários e sobre os processos pelos quais elas teriam passado para se transformar em jogos e esportes. Depois, na Leitura 2, promova uma leitura coletiva da reportagem e converse com a

turma sobre a importância de preservar essas atividades e como elas contribuem para construir a identidade cultural de um povo.

Objeto Educacional Digital

O infográfico clicável Tiro com arco apresenta brevemente a origem do tiro com arco, as regras e as especificidades dos equipamentos usados para a prática do esporte, como o arco, a flecha e o alvo. Por fim, os estudantes poderão conhecer Marcus D’Almeida, um dos grandes nomes da modalidade no Brasil e no mundo.

Pensar e compartilhar p. 45

Além de contemplar reflexões sobre as práticas de arco e flecha e tiro com arco, respectivamente, nos contextos das comunidades indígenas e do esporte indígena e não indígena, as atividades desta subseção destacam a importância de valorizar a imagem da mulher e sua participação em diversas áreas, como nos esportes, nas brincadeiras, nos espaços de poder etc., a fim de promover uma discussão sobre tradições e ressignificações e sobre a não violência de gênero.

#PARAEXPLORAR – Jogos e esportes indígenas pelo mundo p. 46

Em Pesquisar e apresentar, forneça as orientações necessárias sobre como os grupos deverão organizar as informações coletadas e combine com os estudantes uma data para as apresentações.

Em Experimentar, incentive todos os estudantes a participar ativamente das práticas corporais pesquisadas, orientando-os quanto a eventuais adaptações que sejam necessárias. Lembre-os de manter uma atitude respeitosa e aberta durante as atividades, pois isso enriquece a aprendizagem e a compreensão das tradições.

Em Avaliar, favoreça um ambiente em que os estudantes possam pensar e se expressar sobre a experiência e o aprendizado durante a atividade. Incentive uma reflexão sobre o que aprenderam com as práticas corporais e peça que estabeleçam relações com os conceitos teóricos discutidos anteriormente.

#NÓSNAPRÁTICA

– Cabeçabol p. 47

Em Organizar e jogar, oriente os estudantes sobre a importância de trabalhar em equipe para definir o formato do campo, a disposição dos jogadores, a ordem dos times e a duração das partidas. Incentive a diversão e o espírito esportivo, promovendo um ambiente

acolhedor em que todos se sintam à vontade para participar. É importante alertar para os riscos e garantir a segurança de todos na prática; por isso, sugere-se propor, inicialmente, que os estudantes explorem a proximidade com o chão de forma mais controlada.

Em Avaliar, após as reflexões individuais, proponha uma discussão coletiva sobre a prática do cabeçabol. Esse momento permitirá aos estudantes conectar suas experiências práticas ao conhecimento cultural e às habilidades físicas trabalhadas durante a atividade.

No boxe Para a vida, encoraje os estudantes a considerar como as competências socioemocionais destacadas podem ser aplicadas em outras áreas da vida, como em relacionamentos familiares, amizades e na convivência em ambientes escolares e comunitários. Verifique se percebem a presença de valores como empatia, respeito à diversidade cultural e cooperação durante o jogo, em situações de apoio mútuo, comunicação ou ao negociar e respeitar as regras coletivamente.

Capítulo 2 – Luta é resistência p. 48

As lutas corporais dos povos indígenas devem ser abordadas por uma perspectiva decolonial, reconhecendo que elas não são apenas manifestações físicas mas também parte de um vasto patrimônio cultural que foi historicamente marginalizado e estigmatizado pela colonização europeia. A decolonialidade convida a desconstruir as visões coloniais que frequentemente desconsideram a complexidade e a riqueza dessas práticas corporais, relegando-as a segundo plano ou distorcendo seus significados. Ao ignorar a cultura dos povos originários, podem ser reproduzidos preconceitos ou normalizados atos de discriminação e violência contra comunidades indígenas. Portanto, uma abordagem decolonial, essencial para o trabalho com este capítulo, instiga a apreciar a diversidade cultural e a questionar e reverter os efeitos da colonização sobre as tradições e os saberes indígenas.

Ler o mundo

Ao trabalhar este boxe, é interessante explorar a fotografia dos lutadores de taekwondo, luta de origem oriental, como exemplo de modalidade mais midiatizada e, consequentemente, popularizada. A intenção, também por meio das questões propostas, é contribuir para o reconhecimento e a valorização das matrizes culturais brasileiras.

#PARALER – Lutas tradicionais p. 49

Nesta seção, tanto na Leitura 1 quanto na Leitura 2, os estudantes serão incentivados a conhecer e contextualizar a diversidade cultural do Brasil, comparando duas práticas tradicionais de lutas: a huka-huka, de matriz indígena, e a capoeira, de matriz afro-brasileira. É importante que os estudantes compreendam que tanto a huka-huka quanto a capoeira são mais do que práticas de luta. Elas carregam profundas significações culturais e históricas, sendo símbolos de resistência e preservação de identidades. Destaque a importância de valorizar as culturas indígena e afro-brasileira, não apenas como “heranças do passado” mas como elementos vivos e presentes na construção da sociedade brasileira atual.

Na Leitura 2, explique que, ainda que o título da reportagem tenha empregado a palavra índios (“Índios do Xingu montam competição de luta tradicional no centro de Brasília; vídeo”), esse termo é considerado inadequado. É preferível se referir a essas pessoas como indígenas. O uso do termo tribo (“O ritual acontece em honra a mortos que tiveram importância para a tribo.”) também pode ser problemático, pois simplifica e reduz a diversidade das culturas indígenas, que são compostas de diversas nações e povos com identidades, línguas e tradições distintas.

INDICAÇÃO

• Luta corporal indígena: contribuições à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Publicado por: Somanlu: Revista de Estudos Amazônicos. Disponível em: https://www.periodicos. ufam.edu.br/index.php/somanlu/article/ view/9359/7199. Acesso em: 20 set. 2024.

Esse artigo apresenta informações sobre as lutas corporais de origem indígena, dando subsídios para que sejam trabalhadas e exploradas mesmo em escolas não indígenas.

Pensar e compartilhar p. 51

Incentive os estudantes a refletir sobre o significado cultural e social da huka-huka para os povos indígenas do Xingu. O boxe conceito apresenta informações importantes para essa contextualização.

2. O objetivo desta questão é fazer com que os estudantes reconheçam a presença do vídeo no texto (que

pode ser observada por meio da barra de reprodução característica de vídeos na internet), refletindo sobre a sua importância no contexto de uma publicação jornalística. Se considerar pertinente, peça a eles que assistam ao vídeo, ou exiba-o em sala de aula.

5.b) Pergunte aos estudantes se o texto manifesta algum juízo de valor em relação à não participação das mulheres na prática da huka-huka durante o Quarup. Espera-se que percebam que não, pois o texto apresenta essa informação de forma objetiva. Ao tratar desse tema, seja cuidadoso ao discutir a diferença de participação entre homens e mulheres, evitando julgamentos reducionistas. Incentive os estudantes a pensar sobre o papel tradicional e contemporâneo das mulheres nas práticas culturais indígenas.

#PARAEXPLORAR – Cultura das lutas p. 52

Neste momento, o foco é explorar os benefícios físicos e mentais das lutas, além de destacar o papel cultural e histórico dessas práticas em diversas sociedades.

Em Avaliar, além da autoavaliação dos grupos e da discussão coletiva propostas, certifique-se de que os critérios de avaliação sejam aplicados de maneira justa e transparente para todos os grupos; lembre a turma da importância de ouvir e respeitar as opiniões e otrabalho dos colegas durante a discussão coletiva; e encoraje os estudantes a refletir não apenas sobre as lutas em si mas também sobre o processo de pesquisa e apresentação.

#NÓSNAPRÁTICA – Luta maracá p. 53

Em Planejar e organizar, lembre os estudantes da importância de praticar a luta com respeito e cuidado, evitando comportamentos que possam levar a lesões. Enfatize a importância de respeitar as tradições e a cultura dos povos indígenas durante a atividade, reforçando que a luta maracá é uma expressão de identidade e cultura. Garanta que todos os estudantes tenham a oportunidade de participar, independentemente de seu nível de habilidade. O foco deve ser a fruição e a colaboração.

Em Avaliar, analise os relatos a fim de observar como os estudantes percebem o próprio desenvolvimento. Forneça um feedback construtivo para eles, a fim de que identifiquem e trabalhem as próprias potencialidades.

Se achar pertinente, crie um compilado de trechos dos relatos dos estudantes e, depois, compartilhe esse material com a turma, para que todos entrem em contato com a produção dos colegas e ampliem suas reflexões.

O boxe Para a vida apresentado ao final desta seção tem o objetivo de promover a reflexão sobre o respeito às culturas indígenas, além da importância da autoconsciência e da consciência social nas práticas de luta. Comente que, para desenvolver essas competências na vida cotidiana, as pessoas podem se envolver em atividades que promovam o respeito às diferenças, como trabalhar em grupo em projetos intra e extraescolares ou participar de debates sobre cultura e diversidade.

Capítulo 3 – Danças regionais

p. 55

O estudo das danças regionais possibilita o desenvolvimento de aulas integradas com os professores de Arte e dos componentes da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, com o objetivo de reconhecer, a partir da manifestação cultural da dança, características culturais, expressivas, históricas, geográficas e sociais das regiões brasileiras.

Antes da leitura do texto introdutório, explique aos estudantes que a dança é uma manifestação cultural repleta de tradições e diversidades.

Objeto Educacional Digital

O vídeo Maracatu traz informações sobre a história e a tradição do maracatu, além de apresentar as variações do maracatu nação e do maracatu rural. Trata-se de um exemplo de manifestação tradicional brasileira que envolve a dança e pode ser explorada com os estudantes no contexto de estudo das danças regionais.

Ler o mundo

Proponha a leitura da fotografia que retrata a apresentação do Boi Garantido e comente que, no contexto do Festival de Parintins, no Amazonas, a lenda da Mãe Catirina narra a história de uma mulher que, ao saber que seu filho estava doente, decidiu ir ao fundo da floresta em busca de uma planta mágica. Para isso, ela se disfarçou de Mãe Catirina e, durante sua jornada, se envolveu em várias aventuras, revelando temas como amor, fé e resiliência. A dança associada a essa lenda reflete a cultura local, as tradições e as crenças da comunidade.

1. Incentive os estudantes a lembrar de danças tradicionais da região e a refletir sobre suas origens e características, bem como sobre dinâmicas promovidas por suas apresentações, como a movimentação turística e a preservação da cultura local.

2. Os estudantes podem citar danças como o frevo, que conta a história da luta e da resistência do povo pernambucano, ou o samba, que expressa as histórias e vivências das comunidades afro-brasileiras. As respostas devem incluir a descrição do que essas danças representam para a cultura local e como suas histórias refletem a identidade e os valores do povo.

#PARALER – Danças tradicionais p. 56

Este é um momento oportuno para destacar aos estudantes que o termo linguagem abarca não só expressões de caráter oral, escrito e visual-motor mas também manifestações culturais que utilizam outros recursos, como o corpo e o movimento, para expressar sentimentos, emoções e ideias.

Para que os estudantes possam conhecer o ritmo e os movimentos da dança catira, ilustrada na Leitura 1 , proponha uma pesquisa de vídeos dessa manifestação cultural.

Sugere-se destacar o uso de regionalismos no vocabulário do cordel apresentado na Leitura 2.

Após a leitura do cordel da Leitura 2 , se possível, fomente uma discussão com os estudantes sobre a relação entre a história do Brasil e a dança da quadrilha. Esse é um momento oportuno para explorar de que maneira as representações culturais que se utilizam do corpo também podem servir como linguagem de resistência ou de crítica social para a população.

Faixa de áudio número 3

Reproduza a música instrumental inspirada na catira, Catira de Mariamar , propondo aos estudantes que observem os sons das palmas e do bater das botas, da dança também ilustrada na fotografia da Leitura 1

Pensar e compartilhar p. 58

Explique aos estudantes que algumas danças, como a quadrilha, demandam a formação de pares para os movimentos. Originalmente, esses eram formados por um homem e uma mulher, mas, atualmente, há grupos que contemplam outras duplas e arranjos.

Explore o sentido de que, assim como as identidades, as danças também são modificadas com o passar do tempo. Ainda que as danças regionais tenham por objetivo manter a tradição da região em questão, é possível elaborar propostas de aprimoramento, de modo que se tornem mais inclusivas e, ao mesmo tempo, preservem sua herança cultural.

5. Para encontrar a terceira estrofe, oriente o estudante a contar os conjuntos de versos, ou seja, as estrofes, desde o início do poema. A terceira estrofe será o terceiro bloco de versos, após as duas primeiras estrofes.

Atividade complementar: a catira e outras danças brasileiras

Proponha as atividades a seguir para os estudantes. A dança é compreendida c omo uma linguagem porque pode apresentar, por meio de seus elementos, como o ritmo, o movimento, a música e o vestuário, narrativas sobre determinadas culturas.

a) Com base na imagem da Leitura 1, crie hipóteses sobre o surgimento da dança catira.

Resposta: Espera-se que os estudantes infiram que a dança é mais ligada a regiões interioranas, devido aos trajes utilizados.

b) Após o levantamento de hipóteses, realize uma pesquisa para comprová-las ou refutá-las e discorra brevemente sobre as origens da catira.

Resposta: Espera-se que os estudantes discorram sobre a origem antiga da catira, presente no Brasil desde os tempos coloniais. A dança foi incluída nos festejos tradicionais e inicialmente era dançada apenas por homens; além disso, ela mistura as tradições africana, espanhola e portuguesa.

Integrando com… Língua Portuguesa e Arte – A dança no cordel e na xilogravura p. 59

Ao estudar a xilogravura, os estudantes podem desenvolver habilidades artísticas enquanto se aprofundam em questões sociais e históricas ligadas à cultura popular. Atividades que envolvem a leitura de cordéis podem ser enriquecidas com debates sobre expressão corporal na interpretação de textos orais e escritos, favorecendo o desenvolvimento das competências gerais e específicas da BNCC de forma integrada e interdisciplinar.

1.a) Ative os conhecimentos prévios dos estudantes sobre as personalidades citadas no cordel. É interessante propor uma pesquisa coletiva e colaborativa para descobrir informações sobre as personalidades que não sejam conhecidas pela turma.

1.b) Promova a familiarização com manifestações culturais brasileiras ligadas à música e à dança, como oxaxado, o frevo, o forró, o maracatu e o reisado. O reisado, manifestação típica do ciclo natalino, mistura dança dramática, música e teatro, configurando uma importante expressão da cultura popular nordestina.

2.b) Incentive a reflexão sobre a conexão entre as artes visuais e a literatura, sugerindo que os estudantes observem o estilo gráfico da xilogravura de Severino Borges e como as cenas de celebração e socialização na ciranda dialogam com a atmosfera festiva e tradicional descrita no cordel.

Faixa de áudio número 4

Reproduza a canção Festa na roça, uma base instrumental de música de quadrilha junina. Uma das manifestações citadas no cordel da seção é o São João de Campina Grande (PB), que pode ser usado como referência para explorar o áudio e verificar a familiaridade dos estudantes com os festejos juninos.

#PARAEXPLORAR – Danças

regionais p. 62

Em Avaliar, oriente a autoavaliação individual dos estudantes, buscando identificar eventuais necessidades de mediação e/ou de apoio formativo. Incentive-os a perceber como os saberes construídos na pesquisa e na prática das danças investigadas se relacionam entre si, além de identificar afinidades com essas práticas corporais.

#NÓSNAPRÁTICA – Xaxado p. 63

A pesquisa sobre o xaxado pode ser ampliada com odesenvolvimento de aulas integradas com o professor de História, estimulando a análise do cangaço e seus aspectos históricos.

O xaxado originalmente era dançado apenas por homens, com batidas no chão com a coronha do rifle e em fila indiana. A figura feminina começou a ser incluída a partir de 1930, com Maria Bonita e outras mulheres no bando de Lampião. Hoje, o xaxado é dançado aos pares, com passos mais percussivos.

De acordo com Luís da Câmara Cascudo (1898-1986), onome xaxado deriva de uma onomatopeia, o som xa-xa-xa das sandálias dos cangaceiros arrastadas no chão durante a dança.

Em Avaliar, a discussão coletiva prévia pode ajudar a enriquecer as reflexões individuais subsequentes. Explique aos estudantes a importância da autoavaliação para o desenvolvimento pessoal e para o trabalho em grupo. Destaque que essa reflexão os ajudará a identificar pontos fortes e a melhorar.

Capítulo 4 – Corpo natural, corpo cultural p. 64

Neste capítulo, é abordado o conceito de sedentarismo, frequentemente usado nas mídias e no senso comum para referir-se à falta de atividade física. É essencial problematizar esse termo, que muitas vezes carrega uma conotação negativa, levando a estigmatizações e desinformação. O termo inatividade física permite uma compreensão mais ampla, sem atribuir valores negativos a quem não se exercita regularmente. É importante enfatizar que ser fisicamente ativo não garante uma vida saudável. A saúde envolve uma abordagem holística em áreas como atividades físicas, alimentação, sono e bem-estar emocional.

Antes de propor o trabalho com a abertura deste capítulo, pergunte aos estudantes o que eles entendem por “corpo natural” e “corpo cultural”. É importante considerar os conhecimentos prévios deles antes das discussões, a fim de propiciar análises críticas, criativas e propositivas.

Ler o mundo

Incentive os estudantes a produzir análises críticas, fazendo perguntas que os ajudem a desconstruir padrões, preconceitos e estereótipos socialmente construídos.

3. A avaliação de um corpo, seja por sua aparência, seja por sua funcionalidade, é uma ação essencialmente cultural, influenciada por normas sociais, históricas e culturais que variam entre sociedades e épocas. Promova a inclusão, valorizando a diversidade dos corpos e problematizando preconceitos e estereótipos, para que todos os corpos sejam respeitados, independentemente de suas habilidades.

4. Os estudantes devem refletir sobre as interações entre o natural e o cultural nos seres humanos,

identificando aspectos da identidade, como formas de brincar, mobilizar o corpo e atender a necessidades físicas.

#PARALER –

Atividade x inatividade p. 65

Na Leitura 1, sugere-se observar e discutir impressões sobre as imagens. Espera-se que os estudantes identifiquem diferenças como as roupas e a função da canoa em cada fotografia.

Antes de iniciar a Leitura 2, explique que a afirmação “o desperdício de energia vai contra a natureza humana, daí a dificuldade de abandonar a vida sedentária” pode ser considerada reducionista, pois considera apenas aspectos fisiológicos, mas, da perspectiva da cultura corporal de movimento, a prática de exercícios físicos como forma de promover a saúde e o bem-estar não é contra a natureza humana, pois trata-se de um traço cultural. Se a leitura do artigo de opinião for individual, destaque passagens importantes que aproximam o autor do leitor. Caso opte por leitura coletiva em voz alta, incentive a variação da entonação para destacar o tom de humor do texto.

Objetos educacionais digitais

O carrossel de imagens Canoagem pode ser usado como aprofundamento da Leitura 1, pois explora as possibilidades da canoagem como esporte e como prática recreativa em águas doces e salgadas. Apresenta também as modalidades de canoagem nos jogos olímpicos e o atleta brasileiro Isaquias Queiroz, medalhista olímpico do Brasil no esporte. Já o carrossel de imagens Atividade x Inatividade explora os benefícios de se manter ativo e os impactos negativos da inatividade física, além de apresentar dicas para melhorar o bem-estar físico e mental; portanto, pode ser apresentado para enriquecer as reflexões decorrentes da Leitura 2.

Pensar e compartilhar p. 67

Incentive os estudantes a refletir sobre a interação entre elementos naturais e culturais nas imagens e analisar como isso molda a identidade cultural e a consciência ambiental.

4. Sugestão de resposta: As tecnologias digitais simplificam tarefas e reduzem a necessidade de ações físicas, enquanto exigem novas habilidades para seu uso, provocando mudanças significativas.

6.b) e 6. c) Incentive os estudantes a refletir criticamente sobre o texto e relacionar os pontos desenvolvidos na argumentação do autor com a própria rotina, avaliando a presença ou não de exercícios físicos. Espera-se que percebam que, de forma irônica e bem-humorada, o texto busca incentivar a prática de exercícios físicos.

7. Espera-se que os estudantes infiram que nem todas as pessoas têm as mesmas condições para manter uma rotina de exercícios. Mulheres, especialmente mães, enfrentam falta de tempo devido a responsabilidades familiares. Pessoas de renda mais baixa, trabalhadores com longas jornadas ou que moram longe do trabalho também têm menos tempo para se exercitar, limitando a possibilidade de adotar um estilo de vida ativo.

#PARAEXPLORAR – Habilidades

físicas p. 68

As atividades de pesquisa e apresentação sobre habilidades físicas nos esportes podem ajudar a promover o trabalho com o pensamento computacional. Ao investigar as habilidades físicas mobilizadas em diferentes esportes, os estudantes poderão identificar padrões e construir repertório para realizar análises e resolver problemas de desempenho e técnica, reconhecendo suas próprias habilidades e limitações e compreendendo como a cultura influencia as práticas esportivas.

Em Pesquisar, oriente-os a explorar habilidades físicas em esportes praticados no Brasil, relacionando-as a movimentos naturais do corpo humano no cotidiano.

Em Avaliar , promova um momento de avaliação coerente com as pesquisas e com as apresentações. É importante que os estudantes reconheçam os momentos de estudo e compartilhamento coletivos como estratégias de construção ativa e significativa de saberes.

#NÓSNAPRÁTICA – Movimentos naturais p. 69

Explique aos estudantes os possíveis riscos da atividade e os cuidados necessários para a sua prática, especialmente fora da escola ou sem supervisão.

Em Planejar, certifique-se de que os exercícios propostos pelos grupos sejam adequados, seguros e motivadores, fazendo intervenções para que os objetivos

sejam alcançados. Promova um ambiente inclusivo, especialmente para estudantes com deficiência.

Em Praticar, observe sinais de cansaço e oriente-os sobre hidratação e pausas.

Em Avaliar, incentive os estudantes a compartilhar as percepções que tiveram da prática e se consideram incluí-las de alguma forma em sua rotina como forma de autoconhecimento e autocuidado, socialização ou lazer, reconhecendo as diferenças entre os corpos e suas histórias.

Unidade 3 Saúde e bem-estar

• Temas contemporâneos transversais: Educação Ambiental e Saúde.

• Campos de atuação social: campo da vida pessoal, campo das práticas de estudo e pesquisa, campo jornalístico-midiático, campo de atuação na vida pública, campo artístico-literário.

• Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 3, 4, 6, 8, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias

• Capítulo 1: 1 (EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG305), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 3: 1 (EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302), 4 (EM13LGG402), 5 (EM13LGG501, EM13LGG503), 6 (EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG604) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG704).

A BNCC NA UNIDADE 3

• Capítulo 4: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305), 5 (EM23LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

Objetivos e justificativa

Praticar a ginástica de condicionamento físic o e conhecer suas contribuições para o desenvolvimento de capacidades físicas como força, flexibilidade, resistência, coordenação e equilíbrio, além de analisar a relação entre a prática regular de exercícios físicos e a saúde física, mental e emocional.

Compreender c omo as práticas que promovem equilíbrio entre corpo e mente colaboram para o autocuidado e o bem-estar, oferecendo uma pausa no ritmo acelerado da vida moderna.

Reconhec er a importância das capacidades físicas treináveis para a realização de atividades e exercícios físicos que fortalecem o sistema musculoesquelético, visando a melhoria da qualidade dos movimentos e da saúde.

Identificar como as práticas corporais de aventura na natureza promovem o autocuidado, o desenvolvimento físico, mental e social dos praticantes e a consciência socioambiental.

Esta unidade apresenta variadas formas de movimentar o corpo e adquirir bem-estar. Propõe-se que os estudantes ressignifiquem a relação que têm com ocorpo, a mente e o ambiente, o que ocorrerá com a contextualização, no cotidiano, de práticas como a ginástica de condicionamento físico e as práticas corporais de aventura na natureza.

Introdução

Os objetivos, as competências e as habilidades indicados nesta unidade mobilizam conhecimentos ligados a diferentes campos. Para desenvolvê-los, os estudantes vão refletir sobre o impacto das escolhas cotidianas na qualidade de vida dos seres humanos por meio de temas que envolvem saúde, bem-estar e consciência ambiental.

O repertório de práticas da cultura corporal de movimento será ampliado com discussões sobre a importância da atividade física regular e promoverá o desenvolvimento de habilidades socioemocionais e do autoconhecimento.

Orientações didáticas

Abertura da Unidade 3 p. 70

A cultura corporal de movimento é o conjunto de práticas, valores e conhecimentos relacionados ao movimento humano. Esta unidade aborda como a incorporação dessas práticas pode contribuir para a vida dos estudantes, ampliando as noções de cuidados com o corpo e a mente e a relação entre saúde e movimento.

1. Incentive os estudantes a refletir sobre o que consomem nas refeições, quantas horas dormem à noite e se têm um sono reparador, se se dedicam a praticar exercícios físicos e como se relacionam com as pessoas - nos quesitos comunicação, respeito etc.

2. Acolha as respostas dos estudantes sem reprimir ou expor aqueles que não praticam exercícios físicos. Em geral, para os jovens, a relação com os exercícios físicos é positiva, ainda que a frequência e a consistência variem. Alguns conseguem incluir exercícios físicos na rotina de forma regular, enquanto outros enfrentam desafios que podem estar relacionados à falta de tempo, de motivação e a barreiras sociais.

3. Espera-se que os estudantes citem fatores como alimentação equilibrada e nutritiva, sono de qualidade e prática regular de exercícios físicos, por exemplo.

Capítulo 1 – Ginástica de condicionamento físico p. 72

Fale com a turma sobre a importância dos princípios de aquecimento, progressão gradual, técnica correta e descanso, que são fundamentais para garantir o desenvolvimento equilibrado do condicionamento físico.

Incorporar a ginástica de condicionamento físico na rotina diária pode ajudar a desenvolver a conscientização corporal e levar a uma vida mais ativa. Por meio dela, os estudantes ampliarão o que conhecem dos valores e benefícios da cultura corporal de movimento.

INDICAÇÃO

• Ginástica de condicionamento físico: guia completo. Publicado por: Dicas Educação Física. Disponível em: https://www.dicaseducacaofisica. info/ginastica-de-condicionamento-fisico/2/. Acesso em: 10 out. 2024.

Essa publicação apresenta características da ginástica de condicionamento físico, objetivos e benefícios, além de sugestões de planos de aula para o professor.

Ler o mundo

Além dos obstáculos mencionados na introdução deste boxe, complemente que a falta de conhecimento sobre a execução correta dos exercícios também é um entrave para a prática da ginástica de condicionamento físico e pode acarretar lesões. Ademais, pessoas com deficiência ou que tenham limitações físicas podem precisar de adaptações e acompanhamento profissional específicos.

1. Podem surgir depoimentos relacionados ao bullying e a outras formas de agressão que impactam negativamente a autoimagem e levam as pessoas a desistir de praticar exercícios. Caso isso aconteça, tente criar um ambiente seguro e acolhedor para que os estudantes se sintam à vontade para compartilhar experiências sem medo de julgamentos.

2. As respostas dos estudantes podem variar dependendo do bairro onde vivem e revelar se a existência desses espaços é de conhecimento geral da população.

3. Incentive os estudantes a refletir sobre os obstáculos que as pessoas encontram para praticar exercícios. Identificando os obstáculos, eles podem pensar em soluções.

#PARALER – Prática de exercícios físicos p. 73

Peça aos estudantes que compartilhem o que observam nas imagens da Leitura 1, a fim de perceber o nível de familiaridade que têm com as práticas corporais retratadas.

A reportagem da Leitura 2 pode ampliar a visão crítica da turma a respeito da participação da mulher em diferentes espaços e ser o ponto de partida para reflexões sobre a importância de construir uma sociedade não sexista, justa e igualitária.

Pensar e compartilhar p. 75

As atividades desta subseção podem ser realizadas em pequenos grupos para que os estudantes tenham acesso a diferentes pontos de vista durante as reflexões propostas.

3. Vantagens de praticar exercícios físicos em ambientes públicos e ao ar livre: gratuidade; a exposição à luz solar em horários adequados aumenta a produção de vitamina D pelo corpo; se a atividade for realizada na natureza, há benefícios como respirar ar mais puro. Desvantagens: possibilidade de superlotação e suscetibilidade a variações climáticas; a ausência de um profissional de Educação Física para apoiar a prática de atividades pode levar as pessoas a se lesionarem; na natureza, há riscos como terrenos irregulares, presença de animais silvestres e o próprio isolamento geográfico, que pode dificultar o acesso em casos de emergência.

Vantagens de praticar exercícios físicos em ambientes fechados: abrigo do sol em determinados horários e proteção contra o frio. Desvantagens: espaço restrito, que limita a capacidade de receber pessoas, e presença de ar-condicionado ou aparelhos de ventilação forçada que podem gerar desconforto.

4. É possível que os estudantes mencionem academias ao ar livre instaladas em parques e praças e programas comunitários com aulas de dança, caminhada e treinamento funcional em áreas como quadras e ginásios.

#PARAEXPLORAR – Ginástica

aeróbica p. 76

Nesta seção, os estudantes vão conhecer a ginástica aeróbica e experimentá-la após a atividade de pesquisa.

Em Pesquisar e produzir, compartilhe com a turma o site da Confederação Brasileira de Ginástica, disponível em: https://cbginastica.com.br/ (acesso em: 10 out. 2024) como exemplo de fonte de informação confiável. Se for possível propor a elaboração dos cartazes em softwares ou aplicativos de edição de texto e imagem, verifique a viabilidade de uso do laboratório de informática da escola.

Em Compartilhar e experimentar, no momento da prática da ginástica aeróbica, fique atento à execução dos movimentos, orientando os estudantes para que não se machuquem.

Em Avaliar, além dos pontos mencionados no Livro do estudante, incentive-os a considerar a possibilidade de incluir a ginástica aeróbica na rotina de exercícios físicos como forma de autoconhecimento, autocuidado com o corpo e com a saúde, socialização, entretenimento e lazer.

#NÓSNAPRÁTICA – Calistenia p. 77

Para se certificar de que os estudantes entenderam o conceito de calistenia, explore com eles as ilustrações que exemplificam essa prática corporal.

Em Planejar, encoraje-os a pesquisar e experimentar diferentes movimentos, promovendo a autonomia e a investigação. Lembre-os de considerar a progressão dos exercícios, contemplando todos os níveis de habilidade. Para garantir a participação de estudantes com deficiência, se houver, auxilie os grupos a adaptar os movimentos, buscando sempre a inclusão e um aprendizado significativo.

Em Praticar, crie um ambiente motivador e colaborativo e observe os estudantes para garantir a segurança e a execução correta dos movimentos. Lembre-os da atenção à respiração e do descanso.

Em Avaliar, reforce para os estudantes que as perguntas são uma oportunidade de analisarem limitações, sensações e aprendizados da atividade com sinceridade, pois podem ajudar na compreensão de suas próprias habilidades e de aspectos em que podem melhorar.

O boxe Para a vida os incentiva a refletir sobre as experiências da prática de exercícios em grupo. Comente que as habilidades desenvolvidas no enfrentamento de desafios, como a colaboração, a comunicação assertiva e a superação de limites, beneficiam a atividade física e outras áreas da vida, como os relacionamentos e a busca por objetivos e metas pessoais. As perguntas desse boxe podem ser o ponto de partida para uma mudança de atitude em prol de uma vida mais saudável.

Integrando com… Ciências

Humanas e Sociais Aplicadas e Ciências da Natureza e suas

Tecnologias – Saúde física da pessoa idosa p. 79

É interessante propor as atividades desta seção em parceria com professores das áreas de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Ciências da Natureza e suas

Tecnologias, a fim de ampliar as reflexões sobre os desafios contemporâneos de manter constância na prática de atividades físicas ao longo da vida, visando à saúde e ao bem-estar, e possibilitar aos estudantes a análise de fontes de informação em linguagem gráfica de forma crítica, significativa, reflexiva e ética para que compreendam processos sociais com recorte de gênero e faixa etária.

Evidencie a importância, para as pessoas idosas, das capacidades físicas como força, flexibilidade, resistência, coordenação e equilíbrio para a manutenção da saúde e a independência em atividades diárias, como subir escadas e carregar objetos.

Ao explorar o trecho da reportagem, incentive a turma a refletir sobre o impacto positivo da prática de exercícios de força para a qualidade de vida dos idosos.

Atividades complementares: práticas corporais para pessoas idosas

1. Faça uma pesquisa para descobrir quais são as práticas corporais mais indicadas às pessoas idosas.

Sugestão de resposta: musculação, hidroginástica, pilates, caminhada, vôlei etc. Incentive os estudantes a consultar como fonte de informação o Guia de atividade física para a população brasileira, elaborado pelo Ministério da Saúde, disponível em: https://www.gov. br/saude/pt-br/composicao/saps/ecv/publicacoes/ guia-de-atividade-fisica-para-populacao-brasileira/ view (acesso em: 10 out. 2024).

2. Faça um mapeamento dessas práticas na região onde você vive.

Resposta: o mapeamento pode variar de acordo com as possibilidades oferecidas na região onde os estudantes vivem. Oriente-os a pesquisar academias e centros de ginástica e a consultar associações comunitárias ou observar parques e áreas públicas para verificar quais oferecem aulas específicas para idosos.

Capítulo 2 – Corpo e mente em equilíbrio p.

81

O equilíbrio entre corpo e mente é um aspecto essencial para o desenvolvimento integral do ser humano que deve ser abordado nas práticas pedagógicas. O conceito de conscientização corporal envolve a percepção do corpo em ação, a compreensão de suas capacidades e limitações e a influência dos aspectos emocionais e mentais na performance motora.

A inter-relação entre corpo e mente é evidenciada em diversos estudos que destacam como o estado emocional e mental podem impactar o desempenho físico e vice-versa. Quando o corpo está em equilíbrio com a mente, há uma melhora na eficiência do movimento e na resposta adaptativa ao ambiente.

Ler o mundo

Na rotina agitada e cheia de cobranças que muitos jovens enfrentam, o estresse, a ansiedade, a pressão por desempenho acadêmico, as exigências sociais e a constante exposição ao ambiente digital podem impactar negativamente a saúde.

Ao trabalhar práticas que integram corpo e mente com os estudantes, desenvolve-se o movimento de forma consciente como um mecanismo de regulação emocional e de melhora da atenção, da concentração e do autocontrole. Crie um ambiente acolhedor para que as conversas estabelecidas sejam francas e transparentes.

2. Explique aos estudantes que, caso queiram compartilhar um caso conhecido, não é necessário nomear as pessoas ou identificá-las.

#PARALER – Cuidar de si p. 82

Explore o cartum da Leitura 1, que faz uma crítica ao uso indiscriminado das tecnologias digitais. Certifique-se de que os estudantes identificam a situação retratada e sabem qual é a função de um psicólogo, o que é essencial para que as inferências que provavelmente fizerem ao perceberem que a cena em questão é uma sessão de terapia sejam contestadas com a leitura do texto.

A reportagem da Leitura 2 pode ser lida de forma compartilhada pelos estudantes. É importante que eles percebam como as práticas integrativas transformam positivamente a saúde e o bem-estar das pessoas.

Pensar e compartilhar p. 84

Para responder às atividades desta subseção, os estudantes deverão analisar os textos da Leitura 1 e da Leitura 2 de forma crítica e reflexiva, mobilizando conhecimentos prévios e a capacidade argumentativa e de inferência.

1.b) A resposta para essa atividade requer que os estudantes percebam que o que se espera de um profissional da área da saúde mental são conhecimentos técnicos e especializados que orientem uma abordagem ética e adequada de acolhimento aos pacientes.

Na internet, não é possível encontrar uma resposta pronta para dilemas existenciais que sensibilizam as pessoas de modo particular.

2. Sugestão de resposta: As principais dificuldades que jovens enfrentam são a sobrecarga de informações, a comparação constante com os outros nas redes sociais e a falta de tempo para cuidar de si mesmos. Se necessário, comente que práticas como a meditação e o exercício físico regular são boas alternativas para proporcionar momentos de pausa e autocuidado. Outro ponto importante é buscar apoio emocional quando necessário.

3.a) Caso os estudantes respondam às questões afirmativamente, peça-lhes que compartilhem suas experiências com a turma.

3.c) Sugestão de resposta: A ioga poderia ajudar a personagem a responder às perguntas feitas por ela por desenvolver a autoconsciência e o equilíbrio emocional, fazendo-a refletir e trazendo uma sensação de paz interior.

6. Sugestão de resposta: Flexibilidade, redução do estresse, melhoria da concentração, sensação de tranquilidade e desenvolvimento do autoconhecimento.

#PARAEXPLORAR – Ginásticas de conscientização corporal p. 85

Esta atividade tem como objetivo proporcionar aos estudantes uma compreensão mais aprofundada sobre as ginásticas de conscientização corporal e seus benefícios.

Em Pesquisar e apresentar, verifique a disponibilidade do laboratório de informática para a elaboração das apresentações, que podem ser feitas em softwares e aplicativos gratuitos.

Em Experimentar, escolha um espaço amplo e adequado para os estudantes se movimentarem confortavelmente e com segurança.

Em Avaliar, oriente-os a utilizar as questões como guia para a reflexão sobre o que aprenderam a respeito das ginásticas de conscientização corporal e incentive-os a pensar em maneiras de aplicar os conhecimentos adquiridos na rotina diária. Se necessário, sugira que façam o registro dos principais aprendizados obtidos no decorrer da atividade. Isso pode ajudar a consolidar o conhecimento e promover uma maior conscientização sobre a importância do autocuidado para o bem-estar.

#NÓSNAPRÁTICA

– Ioga p. 86

Em Preparar, planeje uma sequência de exercícios de alongamento para propor à turma e oriente-a a conscientizar-se da respiração lenta e profunda. Ao preparar o espaço e os exercícios, considere as particularidades de todos os estudantes, incluindo aqueles com deficiência, se houver. Use recursos que garantam que todos possam participar, como tapetes mais largos, e prepare variações nas posturas que atendam às diferentes necessidades.

As questões propostas em Avaliar são abertas, com o objetivo de promover reflexões profundas sobre os desafios vencidos e os aprendizados obtidos. É importante que os estudantes se sintam confortáveis para compartilhar suas experiências e impressões com honestidade, tendo a clareza de que a prática da ioga pode ser diferente para cada pessoa.

Faixa de áudio número 5

Reproduza canção Yoga meditation, um áudio instrumental relaxante para a prática de ioga, durante a etapa Praticar desta atividade.

Capítulo 3 – As capacidades

físicas dos seres humanos p. 88

Este capítulo aborda como as principais capacidades físicas dos seres humanos (força, flexibilidade, resistência, velocidade, coordenação etc.) podem ser desenvolvidas no contexto esportivo e na vida cotidiana para melhorar a saúde, o bem-estar e o desempenho físico.

Ler o mundo

Incentive os estudantes a refletir sobre os movimentos realizados na prática de cabo de guerra, a fim de perceberem como cada capacidade física é utilizada e como, em conjunto, elas atuam para que seja atingido o objetivo de puxar a corda e derrubar os oponentes. É importante que a turma perceba que desenvolver os atributos físicos treináveis permite ao ser humano usar com plenitude as potencialidades do corpo.

#PARALER – Capacidades físicas p. 89

Incentive os estudantes a tentar identificar as capacidades físicas utilizadas em cada situação reproduzida na Leitura 1. Chame a atenção deles para a diferença

etária das pessoas retratadas, a fim de mostrar que as capacidades físicas são utilizadas durante toda a vida.

Para aprofundar a análise da pintura de Portinari, se possível, planeje um momento de reflexão com o professor de Arte, que pode falar com a turma sobre o artista e as características de sua obra.

Em seguida, peça aos estudantes que façam a leitura do conceito de aptidão física apresentado na Leitura 2. Pensar e compartilhar p. 91

Nesta subseção, os estudantes vão refletir sobre a aplicação prática das capacidades físicas em diferentes contextos, desde o esporte de alto rendimento até as atividades diárias. Incentive-os a formar duplas ou trios para realizarem as atividades e depois promova uma correção coletiva.

#PARAEXPLORAR – Pega-pega pelo mundo p. 92

Nesta seção, converse sobre o uso de habilidades como força, agilidade e coordenação motora nas variações do pega-pega e aproveite para valorizar o aspecto cultural de adaptação da brincadeira em diferentes regiões.

Em Praticar, auxilie os grupos na realização do sorteio para definir a ordem de apresentação. Ajude-os a organizar o espaço e os equipamentos que forem utilizar, verificando a possibilidade de fazer adaptações para incluir a participação de estudantes com deficiência, se houver, como ajustes nos obstáculos e nas regras. Assegure a participação ativa de todos e o respeito às regras e às recomendações de segurança, para prevenir acidentes e lesões.

Em Avaliar, os estudantes devem refletir sobre a experiência na atividade respondendo às questões de forma crítica e honesta. Incentive-os a analisar com atenção como interagiram socialmente, destacando a importância do trabalho em equipe e da comunicação nas apresentações e práticas. Comente que a autoavaliação desenvolve o autoconhecimento e colabora para que percebam a importância de observarem a si mesmos em atividades futuras.

#NÓSNAPRÁTICA – Plano de desenvolvimento das capacidades físicas p. 94

A proposta desta seção oferece experiências corporais acompanhadas de momentos de refle -

xão, uma vez que os estudantes devem pensar em como utilizam as capacidades físicas nas atividades que exercem.

Em Planejar a próxima semana, oriente-os a incluir observações sobre o próprio desempenho e progresso após realizarem as práticas escolhidas, para que fique mais fácil identificar áreas que necessitam de mais atenção e esforço. Evidencie a importância da regularidade e da adaptação das atividades ao nível de condicionamento de cada um.

Os estudantes podem enfrentar dificuldades para a realização de atividades físicas, incluindo limitações de tempo devido a compromissos, falta de motivação ou acesso restrito a espaços e equipamentos adequados. Pessoas com deficiência podem encontrar barreiras adicionais, como a falta de adaptações que atendam às suas necessidades específicas. Essas dificuldades tornam essencial o suporte e a conscientização sobre a importância da inclusão e da acessibilidade no contexto da atividade física.

Ao término da semana, incentive-os a analisar as mudanças em suas capacidades físicas, assegurando que ampliem a consciência a respeito dos movimentos e dos recursos para o cuidado de si mesmos, de modo a desenvolverem a autonomia para se apropriarem e utilizarem a cultura corporal de movimento.

Em Avaliar, enfatize a importância da autoavaliação para a compreensão de experiências e desafios vividos na atividade. Incentive os estudantes a considerar não apenas suas habilidades mas também a qualidade de suas práticas, a compreensão das capacidades físicas e o impacto geral em seu bem-estar. Reforce a importância de manter um compromisso contínuo com a prática de exercícios para aprimorar a saúde física e mental.

Capítulo 4 – Práticas corporais de aventura na natureza p. 96

Neste capítulo, os estudantes verão como as práticas corporais de aventura na natureza oportunizam o desenvolvimento da consciência socioambiental.

Ler o mundo

1. Dê oportunidade para que todos compartilhem suas vivências e incentive-os a ouvir os colegas com atenção.

2. Comente que essas reações ocorrem devido à liberação de adrenalina, hormônio que o corpo produz em resposta a situações de desafio ou risco. A adrenalina prepara o corpo para reagir, dilatando as pupilas para melhorar a visão, aumentando a frequência cardíaca para bombear mais sangue e oxigênio para os músculos e acelerando a respiração. Essa resposta, conhecida como “luta ou fuga”, ajuda o corpo a enfrentar ou evitar o que ele percebe como um desafio ou possível ameaça, proporcionando mais energia e foco.

#PARALER – Práticas corporais

de aventura e preservação ambiental p. 97

Nas imagens da Leitura 1, incentive os estudantes a explorar a relação entre os diferentes ambientes naturais (terra, ar e água) e as práticas corporais de aventura retratadas.

O artigo da Leitura 2 apresenta uma maneira de utilizar as práticas corporais de aventura na natureza como ferramenta para a conscientização e a preservação ambiental. Incentive os estudantes a fazer uma primeira leitura individual e, depois, proponha uma leitura compartilhada entre a turma.

Pensar e compartilhar p. 99

As atividades desta subseção permitem que os estudantes desenvolvam uma visão ampla sobre práticas corporais de aventura na natureza, incentivando-os a refletir sobre os impactos delas no meio ambiente.

Releia o último parágrafo do artigo apresentado na Leitura 2, que sugere que as práticas corporais de aventura também podem ser aproveitadas por pessoas com deficiência. Para que isso ocorra, é necessário fazer adaptações a fim de atender às necessidades específicas de cada um, que podem incluir ajustes nos equipamentos, no local de prática ou no nível de intensidade.

O boxe Para a vida propõe que os estudantes discutam a importância de ações que preservam a natureza e impactam positivamente a sociedade.

Quanto às questões propostas no boxe, espera-se que os estudantes percebam que é possível desenvolver a consciência ambiental no dia a dia adotando práticas como reduzir o consumo de plástico, fazer reciclagem e economizar água e energia. As práticas corporais em ambientes naturais incentivam a conexão com a natureza e evidenciam a importância de preservá-la.

Espera-se, também, que os estudantes compreendam que cuidar da natureza é cuidar de si porque a vida do ser humano depende de recursos naturais como água, ar puro e alimentos. A preservação do meio ambiente garante qualidade de vida e bem-estar, inclusive para gerações futuras.

#PARAEXPLORAR – Modalidades de práticas corporais de aventura na natureza p. 100

Em Planejar, pesquisar e executar, avalie se a formação dos grupos pode ser feita de maneira autônoma pela turma ou se a melhor opção é fazer um sorteio ou formar grupos de estudantes com habilidades heterogêneas, conforme observações que você tenha coletado ao longo do tempo sobre qualidades e pontos a melhorar de cada um.

Em Avaliar, os estudantes vão refletir sobre o desempenho individual na atividade. A estratégia de autoavaliação permitirá que pensem sobre os aspectos atitudinais envolvidos na aprendizagem, uma vez que o conteúdo já foi discutido com a turma depois das apresentações. Eles poderão reconhecer suas conquistas e pontos a desenvolver, construindo um aprendizado mais significativo.

#NÓSNAPRÁTICA – Caminhada em um parque ou uma praça da cidade p. 101

Em Planejar , é fundamental que você se informe sobre o local escolhido para a visitação da turma, que não deve apresentar riscos de nenhuma natureza à segurança dos estudantes. Faça combinados com eles para que se preparem para a visita (usar roupas e calçados confortáveis, protetor solar, boné ou chapéu para se proteger do sol e levar água para se hidratar).

A roda de conversa proposta em Avaliar pode ser feita no próprio local onde ocorrerá a prática, ao final dela, e a autoavaliação, em um momento posterior. As questões norteadoras propõem reflexões sobre aspectos atitudinais e comportamentais adotados pelos estudantes, desde o planejamento até a visita ao parque ou à praça. Tais reflexões contribuem para o autoconhecimento, a criticidade, as habilidades sociais e a consciência ambiental.

Unidade 4 Corpo e ocupação da cidade

• Temas contemporâneos transversais : V ida Familiar e Social e Diversidade Cultural.

• Campos de atuação social: Campo da vida pessoal; campo das práticas de estudo e pesquisa; campo jornalístico-midiático; campo de atuação na vida pública e campo artístico-literário.

• Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias:

• Capítulo 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13L GG103, EM13LGG104, EM13LGG105), 2 (EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG304, EM13LGG305), 4 (EM13LGG403), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503), 6 (EM13LGG602, EM13LGG603) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703).

• Capítulo 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG204,) 3 (EM13LGG301, EM13LGG304, EM13LGG305), 5 (EM13LGG501, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 3: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103), 2 (EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG305), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 4: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303), 4 (EM13LGG402), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503), 6 (EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG603, EM13LGG604) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG704).

A BNCC NA UNIDADE 4

Objetivos e justificativa

• Identificar e vivenciar práticas corporais nos espaços urbanos, refletindo sobre a ressignificação e ocupação desses locais públicos.

• Compreender c omo o planejamento urbano das cidades pode incentivar o movimento e a adoção de exercícios físicos na rotina.

• Experienciar práticas corporais de aventura urbanas que, além do movimento, promovem interações e agrupamentos relacionados às identidades das juventudes. Conhecer e praticar danças urbanas que são parte de movimentos culturais, com ênfase na apropriação dos espaços públicos, na relação do corpo com a cidade e no direito à cultura corporal de movimento. Os objetivos indicados propiciam o desenvolvimento de habilidades sociais e físicas, ampliando o repertório dos estudantes e suas possibilidades de participação na cultura corporal de movimento. Os conteúdos abordados os incentivam a apurar a criticidade e a exercer a cidadania ao encarar os espaços públicos como locais potenciais para as práticas corporais, a construção de relações e a identificação a grupos sociais.

Introdução

Os objetivos, as competências e as habilidades desenvolvidos nesta unidade relacionam conhecimentos de diferentes campos. As propostas apresentadas permitem que os estudantes conheçam as práticas corporais urbanas e usufruam delas, incentivando a reflexão sobre a vida contemporânea, a construção de uma consciência crítica e ética na ocupação dos espaços e a valorização das manifestações da cultura corporal nas cidades, com base em critérios estéticos e na sensibilidade.

Além de oferecer subsídios para a ampliação da visão crítica dos estudantes, as atividades e as discussões permitirão que eles utilizem a criatividade, a colaboração, as capacidades físicas e as habilidades de investigação e comunicação.

Orientações didáticas

Abertura da Unidade 4 p. 102

Esta unidade concentra reflexões sobre as práticas corporais urbanas, com destaque para o basquete de rua, o skate e o breaking, que faz parte da cultura hip-hop. Será discutido como os espaços urbanos são

locais potenciais para as práticas corporais que colaboram para o autocuidado com o corpo e com a saúde.

1., 2. e 3. Espera-se que os estudantes contem, com base em experiências pessoais, se têm contato com as práticas corporais mencionadas.

Capítulo 1 – Esporte e espaço urbano

p. 104

É comum pensar que as práticas corporais estão relacionadas a certos espaços, públicos ou privados, destinados especificamente a essas finalidades. O primeiro capítulo desta unidade amplia essa visão, dialogando com os estudantes sobre a apropriação dos espaços públicos de lazer e sua ressignificação como ambientes que podem ser ocupados para a realização de práticas corporais.

Ler o mundo

Além das informações apresentadas no texto introdutório deste boxe, comente sobre o dever do Estado de ouvir as demandas da população com relação a opções de lazer e de garantir a oferta de espaços públicos para essa finalidade. Para que respondam às perguntas propostas no boxe, crie com os estudantes um ambiente respeitoso de diálogo, valorizando a escuta ativa e o pensamento crítico.

#PARALER – Basquete de rua p. 105

Incentive os estudantes a identificar a prática esportiva retratada na Leitura 1, analisando seus elementos.

Antes de propor que leiam a reportagem da Leitura 2, converse com eles sobre variações do basquete e pergunte o que sabem do assunto, se conhecem o basquete 3 x 3, se já jogaram etc. Em seguida, instrua-os a ler o texto individualmente, em silêncio, para depois propor uma leitura coletiva em voz alta.

Pensar e compartilhar p. 107

As atividades desta subseção podem ser realizadas individualmente ou em grupo. Peça aos estudantes que compartilhem suas respostas, promovendo uma correção coletiva.

Ao ler o boxe que conceitua o basquete de rua, comente que, no basquete tradicional, as jogadas de efeito são quase inexistentes, salvo um ou outro drible, pois, na lógica do jogo, ganha a partida quem faz mais cestas.

1.c) Aproveite a atividade para incentivar os estudantes a utilizar esses equipamentos, caso existam nos arredores de onde moram.

5. Práticas culturais como esportes tradicionais ou contemporâneos e manifestações folclóricas podem ser mencionadas nesse contexto.

Integrando com… História e Língua Inglesa – Diferentes

perspectivas p. 108

O texto reproduzido nesta seção apresenta uma perspectiva diferente para a origem do basquete de rua em relação ao que foi lido na Leitura 2 da seção #PARALER. Por meio de um trabalho interdisciplinar, em que é sugerida a parceria com professores de História e de Língua Inglesa, os estudantes poderão analisar e comparar essas duas fontes, a fim de compreender processos históricos, sociais e culturais e compor argumentos relativos a essas informações.

As atividades desta seção desenvolvem o raciocínio espaço-temporal e o pensamento crítico sobre a produção, a circulação e a recepção de textos.

A leitura de textos em língua inglesa pode ser feita usando duas estratégias principais: o scanning, que consiste na busca por informações específicas por meio de uma leitura rápida, focando em palavras-chave, números e destaques gráficos (como negrito e itálico); e o skimming, leitura mais abrangente, ainda que superficial, que ajuda a captar a ideia principal do texto. Compartilhe com os estudantes a tradução do texto apresentado no Livro do estudante, se necessário, e proponha que as atividades sejam realizadas coletivamente.

O nascimento do basquete de rua

O basquete de rua nasceu no início dos anos 1900 em Washington D.C. e Nova York, especificamente no Harlem, onde muitos jogadores de basquete nunca tiveram a chance de mostrar seus talentos para olheiros profissionais e de se tornar jogadores profissionais. A ideia de que o basquete negro poderia se tornar um negócio muito lucrativo foi pensada pela primeira vez, mais ou menos, na época da Primeira Guerra Mundial. Depois da Primeira Guerra Mundial, quando a população de algumas cidades cresceu, também cresceu o basquete negro amador. As ligas de basquete de rua amadoras emergiram conforme mais pessoas começaram a jogar. Alguns dos primeiros times foram o Harlem Renaissance ou “Os Rens”, e o Celtics. Esses dois times eram muito dominantes, mas o Harlem Renaissance, era o time proeminente na década de 1920. Depois da Segunda Guerra Mundial, os Rens e outros times de basquete de

rua viajavam para competir contra times só com jogadores brancos. Muitos desses jogadores negros mais tarde se matriculariam em universidades historicamente negras. O basquete de rua não só deu a eles uma forma de mostrar seus talentos e ganhar dinheiro com isso, como também permitiu que tivessem o desejo de estudar. A excitação em torno desses times cresceu e com esse crescimento surgiram mais fãs e mais reconhecimento, o que levou a um maior lucro. […]

THE BIRTH of streetball. [Nova York]: New York City Streetball, [20--]. Disponível em: https://nycstreetball.weebly.com/birth-of-streetball. html. Acesso em: 17 out. 2024.

#PARAEXPLORAR

Reapropriação e ressignificação de espaços públicos p. 109

A interação com professores de História ou de Geografia pode enriquecer a análise do espaço público no contexto urbano, histórico e social, ampliando a compreensão dos estudantes sobre a ocupação e a reapropriação desses locais.

Conforme as orientações em Propor e intervir, indica-se o apoio do professor de Língua Portuguesa, que pode colaborar para uma comunicação mais clara e eficaz, essencial para a elaboração das propostas. Entre os argumentos apresentados, é interessante pensar no uso do espaço para as práticas corporais capazes de integrar os indivíduos de uma comunidade e contribuir para a saúde e o bem-estar.

Na reflexão em dupla da etapa Avaliar, é importante que os estudantes avaliem o próprio desempenho e contem com o ponto de vista do colega para uma compreensão mais ampla dos processos que resultaram no mapeamento feito na atividade. Na reflexão conjunta com a turma, é importante que cada um tenha um momento para compartilhar seu ponto de vista. Essa reflexão pode ser ampliada com o uso de uma rubrica avaliativa, para avaliar as diferentes etapas do projeto e oenvolvimento dos estudantes em cada uma.

#NÓSNAPRÁTICA – Festival de basquete de rua p. 110

Em Planejar, se for necessário improvisar uma tabela de basquete, pode-se utilizar um bambolê, por exemplo, e amarrá-lo com barbante a uma grade da quadra.

Em Praticar, chame a atenção para os cuidados na execução dos movimentos e dribles, de forma que a

segurança de todos seja preservada. Estudantes com deficiência podem participar como jogadores, com as adaptações necessárias, ou na arbitragem.

Em Avaliar, além das orientações dadas no Livro do estudante, instrua os estudantes a se autoavaliarem considerando comportamentos como proatividade, responsabilidade, cooperação, respeito e ética. Permita que compartilhem como se sentiram na organização e no jogo, destacando pontos positivos e possíveis melhorias.

Capítulo 2 – Práticas corporais

na cidade p. 112

Este capítulo pode ser desenvolvido em parceria com os professores de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e de Ciências da Natureza e suas Tecnologias. O tema abordado propicia reflexões sobre a importância de um planejamento urbano que valorize a saúde e o bem-estar dos cidadãos e incentive o exercício físico e as práticas corporais. É importante que os estudantes percebam a inter-relação entre esses elementos.

Ler o mundo

1. Os estudantes podem responder que jogam futebol em quadras, praças, parques, campos de várzea, na rua ou na praia; que andam de skate ou bicicleta; que fazem caminhadas; entre outras possibilidades.

2. O acesso a espaços como quadras e parques pode depender de fatores como a condição socioeconômica do bairro. Sugira que os estudantes pesquisem a realidade em diferentes regiões e a comparem com a própria realidade.

3. Comente que atividades como caminhada, corrida e ciclismo podem ser feitas na cidade, desde que com as devidas precauções.

#PARALER – Corpo e espaço

público p. 113

Chame a atenção da turma, na Leitura 1, para os aspectos que tornam esse espaço público adequado para o lazer, como a manutenção adequada da vegetação do entorno e as sinalizações pintadas no asfalto, que determinam o espaço da ciclovia e onde e em que direção as pessoas devem caminhar.

O artigo científico apresentado na Leitura 2 pode ser lido coletivamente, com pausas para assegurar a compreensão das ideias e dos argumentos. Por meio dele, é possível desenvolver o pensamento crítico so-

bre como essas ideias circulam e são divulgadas e recebidas em textos científicos.

Faixa de áudio número 6

Durante as leituras desta seção, reproduza a paisagem sonora de natureza em área urbana Parque cidade de Toronto com sons da natureza. Possivelmente, os estudantes já estudaram paisagens sonoras no Ensino Fundamental, no componente Arte. Se necessário, no entanto, esclareça que se trata do registro dos diferentes sons que compõem um determinado ambiente, os quais são produzidos por variadas fontes.

Pensar e compartilhar p. 116

As atividades desta subseção trabalham a criticidade e preparam os estudantes para o exercício da cidadania, pois os argumentos desenvolvidos os conscientizam do papel dos Espaços Públicos Abertos (EPA) na garantia de que as cidades cumpram sua função social.

1. a) Incentive os estudantes a identificar semelhanças e diferenças entre a imagem e os espaços disponíveis perto deles.

1. b) Instrua-os a pensar na oferta de transporte público na região, por exemplo.

4. Os estudantes devem avaliar se o acesso (proximidade ou distância), a quantidade, a diversidade e as condições do local (tamanho, estrutura, segurança) dos EPA influenciam na escolha deles.

6. a) Incentive os estudantes a levantar exemplos de direitos atendidos, total ou parcialmente, e não atendidos no que se refere à função social da cidade onde vivem.

8. Oriente-os a formar grupos para pesquisar a informação e combine uma data para a apresentação das pesquisas para a turma.

#PARAEXPLORAR – Práticas corporais das juventudes p. 117

Em Pesquisar, auxilie os estudantes na criação da enquete on-line, se possível no laboratório da escola. Uma sugestão é pesquisar e utilizar sites ou aplicativos de formulários on-line que tenham versão gratuita. Uma alternativa é escrever a enquete à mão em uma folha avulsa.

Em Produzir e compartilhar, o apoio do professor de Arte é interessante na etapa de criação e edição do vídeo. Para editar o vídeo, os estudantes podem utilizar as ferramentas gratuitas de algum aplicativo para celular. O professor de Língua Portuguesa pode ajudar

na criação do roteiro do manifesto. Consulte os canais de comunicação da Prefeitura da cidade para auxiliar os estudantes a encaminhar o vídeo.

Em Avaliar, os estudantes devem analisar individualmente aspectos procedimentais e atitudinais da atividade, refletindo sobre as próprias atitudes, a interação com os colegas, a capacidade de comunicação e a compreensão do conteúdo. Acompanhar o progresso da recepção do manifesto pela comunidade e pelos órgãos responsáveis contribuirá para a noção de responsabilidade e o desenvolvimento da cidadania.

#NÓSNAPRÁTICA – Deslocamentos pelo bairro p. 119

Para esta proposta, os estudantes precisarão de autorização dos responsáveis para sair da escola sob a sua supervisão.

Em Planejar, auxilie os estudantes na elaboração dos checklists. No primeiro, façam uma lista das práticas corporais conhecidas, a fim de verificar se são realizadas nos arredores da escola. No segundo, elejam critérios a verificar, como qualidade do calçamento, presença de buracos, aclives ou declives que poderiam atrapalhar as práticas, entre outros.

Em Praticar, acompanhe os estudantes para garantir a segurança e a correta realização dos movimentos nas práticas.

Em Avaliar, discuta com os estudantes os resultados da caminhada, refletindo se o entorno da escola oferece condições adequadas para uma “cidade ideal” em termos de mobilidade, promoção da saúde e interação social. Se achar pertinente, façam, de fato, uma lista com sugestões de melhoria para a região, incentivando os estudantes a compartilhar suas opiniões.

A discussão trazida pelo boxe Para a vida promove reflexões sobre responsabilidade no uso de espaços públicos, inclusive na interação social. Por meio das questões apresentadas, os estudantes refletirão sobre a importância de preservar e compartilhar com as pessoas os espaços públicos, entendendo que a boa convivência pode promover ainda a proximidade e a criação de laços de amizade.

Capítulo 3 –

Práticas

corporais de aventura urbanas

As práticas corporais de aventura urbanas, como o skate, aproximam pessoas com interesses semelhan-

tes, criando comunidades que fortalecem essas modalidades. Pergunte aos estudantes se eles participam de grupos formados no contexto de práticas esportivas, para conhecer melhor seus interesses e usar essas informações no desenvolvimento do tema.

Ler o mundo

1. Incentive os estudantes a observar se o skate é praticado em seus bairros ou cidades, identificando se ocorre em locais públicos, privados ou ambos.

2. Proponha uma reflexão sobre os padrões estéticos e linguísticos dos skatistas (roupas, gírias, piercings, tatuagens), explicando que esses padrões podem desafiar normas sociais, mas não definem o caráter ou o intelecto dos praticantes.

3. As práticas corporais vão além da atividade física, sendo ferramentas para a socialização, a construção de identidade e a promoção da saúde. Incentive os estudantes a refletir sobre práticas presentes em suas comunidades e os valores que elas promovem.

#PARALER – Skate: nas ruas e nas Olimpíadas p. 122

Ao explorar com os estudantes a imagem da Leitura 1, compartilhe também o texto explicativo das pistas de skate, disponível em: https://skateboarding. com.br/index.php/skateboard/modalidades-doskate1.html (acesso em: 18 out. 2024), incentivando-os a classificar a pista da imagem, que parece ser um banks.

A reportagem da Leitura 2 continua explorando um tema de interesse da cultura juvenil e mostra a pluralidade de discursos em relação à inclusão do skate como modalidade olímpica.

INDICAÇÃO

• Aprendendo a andar de skate em uma zona de guerra (se você for uma menina), direção de Elena Andreicheva. Reino Unido, 2019.

O documentário, que mostra o cotidiano de uma escola no Afeganistão que ensina meninas a andar de skate a fim de encorajá-las a tomar decisões na vida, venceu a categoria Melhor Documentário de Curta-Metragem no Oscar 2020 e no Festival de Cinema Tribeca de 2019.

Pensar e compartilhar p. 124

Oriente os estudantes a formar trios para responder juntos às atividades desta subseção.

3.c) Os estudantes podem concordar que a profissionalização do skate e a visibilidade trazida pelas Olimpíadas proporcionaram benefícios, como maior reconhecimento e patrocínios, mas também levantar questões sobre a preservação da essência do skate como estilo de vida, que se relaciona à contracultura e não à cultura massiva, da qual agora faz parte.

#PARAEXPLORAR – Modalidades de skate p. 125

Caso haja na turma algum estudante com deficiência, sugere-se buscar estratégias adaptativas para esta atividade e para os exercícios propostos na seção #NÓSNAPRÁTICA. Para se inspirar, leia a reportagem “Como projeto levou prática do skate a 600 crianças com deficiência”, disponível em: https:// www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2020/02/08/ como-projeto-levou-pratica-do-skate-a-600criancas-com-deficiencia-no-rs.htm (acesso em: 1 out. 2024).

Em Avaliar , os estudantes vão refletir sobre as etapas teórica e prática da pesquisa, consolidando o skate como uma prática corporal de aventura que tem uma cultura própria. Espera-se que se conscientizem das habilidades físicas e sociais desenvolvidas nessa proposta.

Objeto Educacional Digital

O podcast A história do skate apresenta aos estudantes as origens e a história do skate, passando pela sua inclusão como esporte olímpico e tratando também da sua presença no Brasil.

#NÓSNAPRÁTICA – Exercícios de equilíbrio, estabilização e força abdominal p. 126

Para os exercícios propostos em Planejar e praticar, se possível, providencie colchonetes para o conforto dos estudantes durante a execução das pranchas.

Para os exercícios de equilíbrio em cima da tábua ou do shape , incentive os estudantes a ajudarem-se mutuamente, dando a mão ou o braço ao colega como apoio enquanto estes ganham confiança para equilibrarem-se com autonomia, mas com atenção

para que, caso o estudante que está se equilibrando escorregue, a tábua não machuque o colega que está próximo.

Em Avaliar, é importante que os estudantes considerem, além das questões propostas, se os exercícios promoveram um momento de entretenimento, interação e lazer, além de terem colaborado para o autocuidado com o corpo e com a saúde.

Capítulo 4 – Danças urbanas: breaking p. 128

Neste capítulo, a prática corporal da dança será contextualizada como linguagem que comunica, informa, denuncia e expressa elementos característicos de um grupo social. Os estudantes poderão conhecer os elementos que constituem o hip-hop, como o breaking, o que ajudará a promover positivamente a cultura negra.

Ler o mundo

1. Sugestões de resposta: atividade física, profissão, lazer etc.

2. Sugestões de resposta: são danças brasileiras o samba, o forró, o frevo, as danças indígenas etc. São danças populares no Brasil, apesar de terem origem em outros países o breaking (Estados Unidos), o tango (Argentina), a valsa (Alemanha) etc.

3. Espera-se que os estudantes argumentem que a dança é uma linguagem corporal por utilizar os movimentos do corpo para interagir com o meio externo e demonstrar a individualidade.

#PARALER – A cultura hip-hop p. 129

Incentive os estudantes a observar a imagem do material de divulgação apresentado na Leitura 1 com atenção aos detalhes.

Peça-lhes que leiam individualmente a reportagem da Leitura 2 e, depois, proponha uma leitura coletiva, solicitando voluntários para ler cada parágrafo. A fim de ampliar conhecimentos, compartilhe com a turma otexto que explica como funciona uma pick-up de DJ, disponível em: https://super.abril.com.br/mundoestranho/como-funciona-uma-pickup-de-dj (acesso em: 18 out. 2024).

Além disso, sugere-se apresentar aos estudantes ovídeo que acompanha a reportagem da Leitura 2,

disponível em: https://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosda-reportagem/2023/11/hip-hop-50-anos-decultura-de-rua (acesso em: 18 out. 2024).

Pensar e compartilhar p. 130

As atividades desta seção podem ser feitas em pequenos grupos, com uma posterior correção coletiva. Dê destaque às informações apresentadas no boxe Saiba mais, a fim de promover positivamente a imagem dos afrodescendentes e da mulher, considerando sua participação em diferentes espaços e valorizando sua visibilidade e protagonismo social.

4.b) Amplie a discussão e incentive os estudantes a refletir sobre maneiras de combater o machismo em todos os setores da sociedade.

Atividades complementares: hip-hop como forma de expressão

Proponha as atividades a seguir para os estudantes.

1. O que caracteriza o grafite?

Resposta: O grafite é uma forma de expressão artística que pode se manifestar como caligrafia elaborada ou desenhos feitos livremente ou com o uso de moldes (estêncil). É criado com pincéis ou sprays em paredes e muros de espaços públicos, muitas vezes trazendo mensagens sociais e culturais.

2. Como você relaciona o grafite com a cultura hip-hop?

Sugestão de resposta: O grafite se relaciona com a cultura hip-hop pela escolha dos espaços públicos como suporte para a arte, tornando-a acessível a todos.

#PARAEXPLORAR – Breaking p. 132

Em Pesquisar e praticar, se necessário, sugira à turma vídeos de tutoriais de passos de breaking, como o disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=BonajVkVaEA (acesso em: 18 out. 2024). Ressalte a importância de praticar os movimentos acrobáticos em um espaço seguro, próximo ao solo, para evitar lesões.

Em Avaliar, os estudantes poderão refletir sobre os aspectos comportamentais desenvolvidos na proposta, para que analisem em que medida utilizaram habilidades sociais e de comunicação e envolveram-se no trabalho em equipe.

Faixa de áudio número 7

A canção Justified pode ser utilizada nas apresentações de breaking, caso os estudantes desejem.

#NÓSNAPRÁTICA – Festival de hip-hop p. 133

Em Planejar, incentive o grupo 1, responsável pelo breaking, a incorporar os passos apresentados na oficina da seção #PARAEXPLORAR à coreografia, acrescentando novos elementos para tornar a dança mais interessante. Sugira ao grupo 2, responsável pelo rap, que agregue à letra que escreverão trechos de outras canções de rap que gostem e dialoguem com suas ideias. Incentive os DJs do grupo 3 a selecionar músicas de diferentes gerações do hip-hop. Sugira que os estudantes do grupo 4, de grafite, conversem entre si e pensem em palavras-chaves relacionadas à cultura hip-hop, a fim de que elas possam inspirar seus grafites.

Em Avaliar, espera-se que os estudantes troquem impressões e vivências, considerando que o festival promoveu um momento de lazer e descontração em que eles puderem usar a criatividade e interagir para valorizar a cultura hip-hop. A autoavaliação incentiva a reflexão sobre as escolhas feitas na proposta, a capacidade de expressão pessoal e os efeitos emocionais que a participação no festival promoveu.

Unidade 5 Ética e cidadania nas práticas corporais

• Temas contemporâneos transversais: Vida familiar e social e Educação em Direitos Humanos.

• Campos de atuação social: Campo da vida pessoal; campo das práticas de estudo e pesquisa; campo jornalístico-midiático; campo de atuação na vida pública e campo artístico-literário.

• Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias:

• Capítulo 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303), 4 (EM13LGG401, EM13LGG402), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

A BNCC NA UNIDADE 5

• Capítulo 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13L GG103, EM13LGG104, EM13LGG105), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305), 5 (EM13LGG502) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 3: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303), 4 (EM13LGG401), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 4: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13L GG103, EM13LGG104, EM13LGG105), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305), 4 (EM13LGG401, EM13LGG402), 5 (EM13LGG502), 6 (EM13LGG601, EM13LGG602, EM13LGG604) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

Objetivos e justificativa

Conhecer e experienciar práticas corporais adapta das e criadas para pessoas com deficiência, e perceber a importância da ética e da cidadania nas relações sociais, na prática esportiva e fora dela.

Discutir e ressignificar a rivalidade no esporte, valorizando as diferenças, a fim de colaborar para a construção de uma sociedade pautada por valores como respeito, inclusão e igualdade.

Compreender e desmistificar preconceitos contra a participação feminina no esporte, refletindo sobre questões de gênero nas práticas corporais. Refletir sobre a relação entre padrões estéticos e o uso indevido de substâncias proibidas, conscientizando-se da importância de questionar padrões e cuidar da saúde.

Os objetivos descritos permitem verificar como a ética e a cidadania são aplicáveis às práticas corporais, da legimitidade do esporte paralímpico, passando pelas manifestações de preconceito e discriminação nas práticas corporais em relação às questões de gênero, até o uso indevido de substâncias, culminando em reflexões sobre imagem corporal e padrões estéticos.

Introdução

Conhecimentos de diferentes campos de atuação social são trabalhados por meio dos objetivos, das competências e das habilidades indicados nesta unidade. As experimentações propostas e as reflexões suscitadas pelos temas abordados permitirão aos estudantes ressignificar as práticas da cultura corporal de movimento.

A ética e a cidadania são os conceitos fundamentais que embasarão as discussões propostas nesta unidade, possibilitando a percepção de como moldam as práticas corporais e promovem a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Habilidades sociais como respeito, cooperação e trabalho em equipe serão desenvolvidas para ampliar as noções de acessibilidade, valorização da diversidade e combate a preconceitos.

Orientações didáticas

Abertura da Unidade 5 p. 134

Esta unidade explora o esporte paralímpico, as manifestações de preconceito raciais e de gênero no esporte, os efeitos do uso de anabolizantes na adolescência e a percepção da imagem corporal, propiciando odesenvolvimento de reflexões críticas.

1. Espera-se que os estudantes reflitam sobre situações vividas ou observadas. Ao verbalizarem por que tais manifestações preconceituosas acontecem, é importante que percebam o quanto isso é ofensivo e fere a diversidade. No decorrer da unidade, poderão pensar em soluções para combater essas posturas.

2. Incentive-os a nomear as práticas corporais vivenciadas na escola e a refletir sobre a participação de meninos, meninas, pessoas com mobilidade reduzida ou com deficiência, pessoas com diferentes corpos e estaturas etc.

3. Sugestões de resposta: tênis, badminton, vela, triatlo etc. Se possível, mostre à turma imagens de atletas homens e mulheres competindo juntos nessas modalidades.

Capítulo 1 – Esporte adaptado e esporte paralímpico p. 136

Pergunte aos estudantes o que acreditam ser uma deficiência e, a partir das respostas elaboradas, explique que é o termo utilizado para se referir aos corpos

cuja maneira de estar no mundo é tida como diferente, em aspecto intelectual ou físico. Muitas das limitações encontradas pelas pessoas com deficiência se relacionam à estruturação do espaço físico e às práticas sociais que não os consideram. Os esportes adaptados são práticas corporais nas quais essas pessoas conseguem explorar seu potencial em um ambiente cujas diferenças são respeitadas.

INDICAÇÃO

• Modelo social: uma nova abordagem para otema deficiência . Publicado por: Revista Latino-americana de Enfermagem. Disponível em: www.scielo.br/pdf/rlae/v18n4/pt_22.pdf.

Acesso em: 14 out. 2024.

Esse artigo traz uma reflexão acerca do termo e do tema “deficiência”, a partir do modelo social, em oposição ao modelo médico.

Ler o mundo

1. Se houver alguma pessoa com deficiência na turma, incentive-a a falar de suas experiências pessoais com as práticas corporais de movimento. Caso os estudantes respondam afirmativamente à questão, incentive-os a explicar o tipo de deficiência que a pessoa conhecida tem, o que ela pratica e se foi preciso alguma adaptação para que pudesse realizar a prática corporal.

#PARALER – Inclusão no esporte p. 137

Converse com os estudantes sobre a importância da representatividade, observada na Leitura 1, para que as pessoas com deficiência consigam traçar perspectivas de futuro para si mesmas que estejam desvinculadas dos estereótipos negativos que as percebem como incapazes.

Ao trabalhar a Leitura 2, evidencie as falas das pessoas com deficiência na reportagem, pois todas percebem o esporte como instrumento de motivação e oportunidade de socialização, colaborando para o sentimento de pertencimento social.

Pensar e compartilhar p. 139

Oriente os estudantes a responder às perguntas em duplas ou trios, dialogando e refletindo entre si.

Após a leitura do boxe Saiba mais, evidencie a lacuna temporal entre o início do trabalho com o esporte adaptado (1944), no fim da Segunda Guerra Mundial, e a primeira Paralimpíada (1960), que mostra a dificuldade dessa população para obter legitimidade nas práticas corporais.

4. Converse com a turma sobre a maneira como as pessoas com deficiência são percebidas pelo mercado de trabalho. Explique que, segundo a lei no 8213/91, toda empresa com cem ou mais funcionários precisa ter de 2% a 5% de seu efetivo ocupado por pessoas com deficiência. Leve-os a reconhecer que a lei só se fez necessária em razão da segregação das pessoas com deficiência pelas empresas e da exclusão do mercado de trabalho.

Atividades complementares: participação de pessoas com deficiência na sociedade

Proponha as atividades a seguir para os estudantes.

• Em sua opinião, as competições profissionais de esportes adaptados e as iniciativas relacionadas a práticas corporais de movimento voltadas às pessoas com deficiências colaboram para combater o preconceito contra essa população? Converse com os colegas.

Espera-se que os estudantes argumentem que sim, pois essas competições e iniciativas mostram que as pessoas com deficiência não se resumem às suas deficiências e têm capacidade de realizar as mais diversas atividades, inclusive profissionalmente.

#PARAEXPLORAR – Atletas com deficiência visual p. 140

Em Pesquisar e apresentar, fale com os estudantes sobre a importância de não reconhecer a pessoa pesquisada como um atleta de alto nível apenas por sua deficiência. Restringir a pessoa a esse aspecto também é uma forma de preconceito, por ignorar as potencialidades e a individualidade do sujeito. Comente que o esporte, para muitos paratletas, é uma ferramenta de inclusão e independência.

A prática proposta em Experimentar pode ser considerada uma etapa preparatória para o goalball, indicado na seção #NÓSNAPRÁTICA. Durante a atividade prática, comente com os estudantes que as pessoas cegas se utilizam dos demais sentidos para perceber

omundo e são capazes de fazê-lo de forma diferente das pessoas que possuem visão, que, por sua vez, são dependentes daquilo que enxergam para executar suas atividades diárias. Assim, ainda que os estudantes vivenciem uma atividade sem fazer uso do sentido da visão, não é possível dizer que estão na mesma situação que pessoas cegas.

Em Avaliar, a autoavaliação será um recurso propício para desenvolver o autoconhecimento e reconhecer aspectos particulares da atividade. O compartilhamento de experiências e impressões trabalhará as habilidades de comunicação e escuta atenta. Esses processos consolidarão as reflexões suscitadas e incentivarão a empatia pelas pessoas com deficiência, contribuindo para a construção de uma sociedade justa e igualitária.

#NÓSNAPRÁTICA

– Goalball p. 141

Informe aos estudantes que o esporte que eles vão praticar nesta atividade não é a adaptação de uma modalidade existente, pois o goalball foi criado especificamente para as pessoas com deficiência visual. Para esse esporte ou qualquer outro que seja destinado a praticantes cegos ou com baixa visão, adaptações no espaço são necessárias e orientações devem ser seguidas para garantir a igualdade no jogo e a qualidade da execução dos movimentos.

Em Praticar, incentive os estudantes a aproveitar o momento para socializar e se entreter. Alerte-os sobre os riscos que correm por estarem se movimentando com os olhos vendados, recomendando que tenham cuidado consigo mesmos e atenção com os colegas.

Em Avaliar, instrua-os a analisar a experiência no jogo fazendo comentários construtivos, com o intuito de promover melhorias em práticas futuras. A autoavaliação permite a reflexão sobre características positivas e pontos a melhorar, levando-os a perceber que as habilidades, em qualquer prática corporal, se desenvolvem por meio do esforço contínuo.

Capítulo 2 – Práticas corporais, preconceito e discriminação p. 143

As reflexões propostas neste capítulo proporcionarão o debate crítico acerca dos compromissos contemporâneos de superação de toda forma de violência, com especial atenção ao racismo estrutural.

Ler o mundo

3. Ouça as respostas dos estudantes para conduzir uma conversa que apresente as diferenças como outra maneira de perceber e considerar o mundo. No esporte, elas contribuem com novas formas de jogar, interpretar movimentos, pensar regras etc.

#PARALER – Racismo e esporte p. 144

Explore com os estudantes o slogan de campanha reproduzido na faixa da imagem da Leitura 1 . Em “Com racismo não tem jogo”, faz-se referência ao jogo de futebol, a partida que está prestes a acontecer, e também à expressão “dar jogo”, que significa dar bom resultado. Incentive-os a refletir sobre os sentidos da mensagem: manifestações racistas não são toleradas no futebol.

O artigo de opinião da Leitura 2, que pode ser lido coletivamente, reforça a reflexão de que a luta racial ultrapassa as agendas esportivas e evidencia a necessidade de uma mudança que não pode acontecer somente dentro de campo.

Pensar e compartilhar p. 146

Invista em estratégias de trabalho coletivo que envolvam respeitosamente tanto os estudantes que gostam de esportes quanto os que porventura não se interessem tanto pelo tema. As atividades desta subseção permitem desenvolver a argumentação e a capacidade para fazer análises críticas, criativas e propositivas.

Evidencie o pluralismo de discursos que existem na sociedade fazendo uma comparação entre o artigo apresentado na Leitura 2 e o artigo de opinião da atividade 4, levando a turma a analisar as diferenças de pontos de vista e as estratégias de argumentação dos autores.

2. Incentive os estudantes a pesquisar quem foram Rosa Parks e Martin Luther King Jr., importantes ativistas dos Estados Unidos que lutaram pelos direitos civis da população negra na década de 1960.

3.b) São punidas ações realizadas com imprudência, temeridade ou uso excessivo de força, como saltar sobre um adversário, dar (ou tentar dar) pontapé, calço, rasteira, usar linguagem e/ou gestos ofensivos etc. São infrações puníveis com expulsão: fazer um jogo brusco (ação que põe em perigo a integridade física de um adversário ou é praticada com o uso de força excessiva ou brutalidade); morder ou cuspir em alguém;

ter conduta violenta (tentar usar força excessiva ou brutalidade contra um adversário sem que haja disputa de bola, ou contra um companheiro, oficial de equipe, oficial de arbitragem ou espectador, independentemente de existir ou não contato); e usar linguagem ou gestos ofensivos, injuriosos ou grosseiros.

3.c) Incentive os estudantes a responder considerando as experiências que têm jogando ou assistindo a partidas de futebol.

#PARAEXPLORAR –

Instrumentalização social de práticas corporais p. 148

Com relação ao título da proposta, é importante esclarecer para a turma que o termo instrumentalização não implica necessariamente algo bom ou ruim, mas indica o uso de algo com determinado objetivo.

As questões apresentadas em Avaliar propiciam reflexões sobre a qualidade do trabalho colaborativo, ao analisar aspectos comportamentais, e a transposição do tema abordado na atividade para outras áreas da vida, levando os estudantes a estabelecer relações e desenvolver a criticidade.

#NÓSNAPRÁTICA – Campanhas

antirracismo nas práticas corporais p. 149

Discutir e combater o racismo é essencial para garantir que todos tenham a oportunidade de se expressar e participar das práticas corporais da cultura corporal de movimento de maneira justa, igualitária e segura.

Em Avaliar, evidencie a importância da reflexão individual para a posterior troca de ideias com a turma. Nas duas etapas, os estudantes poderão refletir sobre as habilidades desenvolvidas na atividade, que envolvem comunicação assertiva, colaboração, compreensão das características da mídia escolhida e capacidade de utilizá-las de forma crítica e criativa.

Capítulo 3 – Esporte e gênero

p. 150

Este capítulo propicia reflexões sobre as questões de gênero no esporte com o objetivo de colaborar para a construção de uma sociedade não sexista, justa e igualitária.

É importante conversar com a turma sobre os direitos pelos quais as mulheres lutaram e seguem lutando, como a possibilidade de votar, ter conta em banco, entre outros exemplos. No campo das práticas esportivas, hoje as mulheres têm assegurado o direito de jogar, participar de campeonatos e exercer o esporte como profissão.

Ler o mundo

1. Sugira aos estudantes que procurem se informar sobre isso com as mulheres da família ou da comunidade em momento extraclasse, para ampliar as respostas dadas nessa atividade. Essas informações podem ser retomadas em um segundo momento para que os estudantes reflitam sobre a participação feminina no mundo acadêmico e do trabalho.

2. Incentive-os a refletir sobre os esportes e as práticas corporais realizadas pelas meninas nas aulas e se a decisão sobre o que será praticado parte delas (nesse caso, também podem levantar hipóteses sobre a razão dessas escolhas) ou do professor. Proponha que façam um comparativo com a participação masculina nas aulas de Educação Física.

3. Sugere-se que os estudantes sejam desafiados a falar nomes de jogadores/jogadoras e atletas profissionais em 30 segundos, por exemplo, enquanto o professor anota esses nomes na lousa. Depois, vocês podem contar quantos homens e quantas mulheres foram lembrados e refletir sobre a atividade.

#PARALER – Mulheres no esporte p. 151

Incentive os estudantes a observar as imagens da Leitura 1. Comente que, apesar de demonstrarem diferentes realidades da presença da mulher no esporte, ambas são carregadas de significados. Com relação ao contexto da primeira imagem, explique que, na cena, um dos organizadores tenta tirar Kathrine Switzer da competição, mas outros corredores o seguram para que ela possa completar a prova.

A reportagem da Leitura 2 pode ser dividida em partes para a leitura de estudantes voluntários ou escolhidos pelo professor. Se possível, aprofunde a reflexão sobre os desafios enfrentados pelas atletas relacionados a: casamento e gravidez; falta de reconhecimento enquanto profissional; discriminação ao praticarem esportes considerados masculinos; falta

de apoio de clubes, equipes e patrocinadores, que privilegiam times masculinos; e assédio no meio esportivo. Reforce, ainda, que essas barreiras não podem ser superadas com o esforço individual, para que os estudantes percebam a importância de todos lutarem pelos direitos das mulheres.

Objeto Educacional Digital

O podcast A história da maratona indicado apresenta um panorama sobre a evolução da maratona, desde suas origens e mitos fundadores até a sua popularização como modalidade esportiva, destacando tanto os benefícios quanto os riscos da prática.

Pensar e compartilhar p. 153

Oriente os estudantes a responder as atividades individualmente. Em seguida, promova uma correção coletiva.

1.c) Alguns estudantes podem argumentar que essa foi uma maneira de inspirar outras mulheres a lutar pelo direito de competir nos esportes; outros podem achar que, pela agressividade com que tentaram retirar a corredora da prova, outras pessoas podem ter se sentido desincentivadas e com medo de sofrer agressões e ataques.

2. Os estudantes podem recorrer a experiências pessoais ou a histórias de vida de atletas que acompanham para responder à atividade. É importante que reflitam sobre o incentivo e os obstáculos enfrentados por homens e mulheres na trajetória pela profissionalização.

3. b) Caso surjam, na turma, argumentos que reforcem uma suposta superioridade masculina com relação à força e à resistência física, é importante pontuar que mesmo isso não impediria a criação de competições esportivas para atletas femininas, que competem com outras mulheres, e não com homens; assim como diferenças biológicas não devem ser impeditivo para que atletas com deficiência possam competir, tanto é que há competições paralímpicas.

4. Comente que clubes, equipes e patrocinadores investem em atletas pensando no rendimento financeiro que eles trarão. Se há pouca ou nenhuma visibilidade para o esporte feminino, a lógica desse mercado é não investir (ou pouco investir) em atletas mulheres, porque elas não trarão o retorno financeiro esperado. Também por isso é preciso dar visibilidade ao esporte feminino: para que as atletas e jogadoras possam ser vistas pe-

los financiadores do esporte profissional e receber reconhecimento financeiro por seu desempenho.

#PARAEXPLORAR – Mulheres no universo esportivo p. 154

A atividade proposta nesta seção é uma oportunidade de promover positivamente a imagem da mulher, considerando sua participação em diferentes trabalhos, profissões e espaços de poder, valorizando sua visibilidade e protagonismo social.

No item 3 de Planejar, permita que os estudantes utilizem o laboratório de informática da escola para elaborar as apresentações, que podem ser feitas em softwares gratuitos de criação e edição de slides.

A autoavaliação proposta em Avaliar incentiva os estudantes a refletir sobre aspectos atitudinais e comportamentais envolvidos na realização da atividade e colabora para o autoconhecimento e o desenvolvimento de habilidades sociais relacionadas à comunicação e à colaboração. Coloque-se à disposição caso precisem de ajuda para analisar pontos que causarem dúvida.

Faixa de áudio número 8

Reproduza a Entrevista – Rayssa Leal para a turma conhecer um pouco mais da skatista brasileira.

#NÓSNAPRÁTICA – Bandeirinha p. 155

Em Praticar, chame a atenção dos estudantes para os cuidados necessários durante a prática, a fim de que ninguém se machuque. Oriente-os a não empurrar ou puxar os colegas da equipe adversária com força.

As perguntas sugeridas em Avaliar incentivam os estudantes a refletir sobre a experiência de jogar em times mistos, avaliando detalhes da dinâmica do jogo com base em observações que podem envolver agilidade nos movimentos e uso da força, por exemplo. É importante que eles percebam que jogar com colegas de outro gênero é apenas uma forma diferente de realizar as práticas corporais, que propicia socialização, entretenimento e lazer, além de ser uma oportunidade de autocuidado com o corpo e com a saúde.

Integrando com… Sociologia –Questões de gênero no esporte e fake news p. 156

Discutir questões relacionadas à identidade de gênero é importante para promover o respeito e a

empatia necessários não só no ambiente escolar, mas em qualquer esfera social. A falta de conhecimento sobre o tema pode levar os estudantes a expressar manifestações de preconceito que ferem a dignidade de pessoas que não se encaixam em padrões estabelecidos tradicional e culturalmente. As atividades propostas nesta seção exploram esse assunto que desafia a sociedade moderna e podem colaborar para a construção de uma sociedade não sexista, justa e igualitária.

Leia com os estudantes o trecho da checagem de fatos sobre duas boxeadoras que competiram nas Olimpíadas de Paris de 2024. Se necessário, esclareça que o termo cisgênero, que aparece no texto, refere-se a pessoas que se identificam com o sexo biológico (masculino ou feminino) que lhes foi atribuído ao nascerem.

Ao ler o trecho do conceito de “tempestade de indignação”, do sociólogo Byung-Chul Han, pode-se explorar o uso do termo afetos, que, nesse contexto, se refere às emoções exaltadas expressas pelas pessoas de forma impulsiva.

Certifique-se de que os estudantes fizeram uma análise crítica dos textos apresentados antes de pedir que respondam às atividades.

1. Sugestão de resposta: As pessoas criam e compartilham notícias falsas por diversos motivos: desde a busca por atenção e reconhecimento até a manipulação da opinião pública para fins políticos ou econômicos.

5. A superação da transfobia e de outras formas de violência requer uma abordagem multifacetada que envolve educação, legislação, mudanças culturais e ativismo. Dialogue com a turma sobre a necessidade de promover a educação sobre diversidade de gênero nas escolas e em diversos ambientes, além de fortalecer as leis que protegem as pessoas trans. É importante refletir acerca de mudanças culturais, como a representação positiva das pessoas trans na mídia e o combate ao discurso de ódio, bem como sobre a organização de movimentos sociais que fortalecem a luta por direitos.

Capítulo 4 – Padrões estéticos e uso indevido de substâncias p. 158

A fim de ampliar as reflexões sobre o doping, comente com a turma que o uso de esteroides anabolizantes, hormônios de crescimento e outras substâncias pode causar problemas cardíacos, hepáticos

e hormonais, além de efeitos psicológicos adversos, como depressão e agressividade. Em muitos casos, os efeitos negativos são irreversíveis. Além disso, o doping compromete a integridade do esporte, pois viola a justiça e a igualdade de condições, pilares fundamentais das competições esportivas.

Ler o mundo

1. Esse tema pode disparar gatilhos em estudantes que têm problemas com a autoimagem ou dificuldades em práticas corporais, então incentive-os a compartilhar experiências apenas se sentirem confortáveis.

2. A intenção é falar de casos que se tornaram públicos, e não expor eventuais situações que ocorreram com pessoas conhecidas, para não expor ninguém a julgamento.

3. Sugestão de resposta: boa alimentação, descanso adequado e exercícios regulares e orientados. Incorporar essas práticas na rotina demanda organização e disciplina para respeitar o horário de cada compromisso.

#PARALER – Imagem corporal p. 159

As imagens da Leitura 1 servem como ponto de partida para a reflexão sobre a ideia do corpo perfeito, presente na sociedade há séculos e ainda difundida. Se possível, analise as imagens com o apoio do professor de Arte, que pode contextualizar com mais propriedade os artistas, a época, as técnicas e as circunstâncias em que foram criadas as obras de Da Vinci e Míron.

A nota publicada no site da Sociedade de Pediatria de São Paulo, cujo trecho foi apresentado na Leitura 2, pode ser lida coletivamente com pausas para assegurar a compreensão tanto das palavras destacadas no glossário quanto dos parágrafos como um todo.

Pensar e compartilhar p. 161

Oriente os estudantes a responder às atividades desta subseção em duplas.

O boxe Para a vida convida a uma reflexão sobre o respeito a regras e a importância do autoconhecimento para entender as próprias limitações nas práticas corporais. As questões têm por objetivo normalizar essas limitações, particulares de cada pessoa, que podem ser superadas considerando princípios éticos e o cuidado com a própria saúde.

2.c) Espera-se que os estudantes percebam que, atualmente, há a perspectiva da beleza na diversidade

e a defesa da valorização da individualidade, mas com menor destaque que os padrões de beleza próximos ao ideais clássicos, representados pelas obras mencionadas.

4.a) Sugestão de resposta: As pessoas que não se aproximam do padrão de “corpo perfeito” podem ter problemas de autoimagem e baixa autoestima e buscar se aproximar dos padrões a qualquer custo, ainda que coloquem em risco a própria saúde (por meio do uso de substâncias ilícitas, rotinas de exercícios físicos exageradas e dietas restritivas sem acompanhamento).

4. b) Sugestão de resposta: promover a educação sobre a diversidade corporal, aumentar a representação de corpos diversos na mídia, fortalecer a autoestima e ter criticidade quanto aos padrões impostos pela sociedade.

#PARAEXPLORAR – Riscos do uso indevido de anabolizantes e outras substâncias p. 162

Será interessante se o trabalho na etapa Escrever puder ser realizado em parceria com o professor de Língua Portuguesa, para que ele apoie os estudantes na elaboração do fôlder, explorando as características e finalidades do gênero textual. Os fôlderes podem ser elaborados a mão ou em softwares e aplicativos digitais, no laboratório de informática.

Em Avaliar, os estudantes farão uma autoavaliação, refletindo sobre o próprio desempenho na atividade, especialmente no que se refere a aspectos atitudinais e comportamentais. É importante que eles aproveitem as reflexões suscitadas na atividade como forma de autocuidado com o corpo e com a saúde.

#NÓSNAPRÁTICA – Padrões estéticos na propaganda p. 163

Em Produzir, certifique-se de que os estudantes entenderam o que é releitura (interpretação ou adaptação de uma obra original – nesse caso, de uma propaganda – com base em sua própria visão de mundo).

Explique que, na autoavaliação proposta em Avaliar, eles serão responsáveis por analisar o quanto se empenharam na atividade em termos de comprometimento, comunicação com os colegas, estratégias utilizadas na pesquisa e a relação desses pontos com a compreensão do conteúdo trabalhado.

Unidade 6 Corpo, movimento e meio ambiente

• Tema contemporâneo transversal : Educação ambiental.

• Campos de atuação social: campo da vida pessoal, campo das práticas de estudo e pesquisa, campo jornalístico-midiático.

• Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias

• Capítulo 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304), 4 (EM13LGG402), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305), 4 (EM13LGG401, EM13LGG402), 5 (EM13LGG501, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG704).

• Capítulo 3: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305), 4 (EM13LGG401, EM13LGG402), 5 (EM13LGG501, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 4: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG304, EM13LGG305), 4 (EM13LGG403), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG704).

A BNCC NA UNIDADE 6

Objetivos e justificativa

• Conhecer e experienciar práticas corporais de av entura na natureza, refletindo sobre os riscos e as possibilidades de vivências e exploração econômica dessas práticas em ambiente natural, na terra, na água ou no ar, com segurança e sustentabilidade.

• Problematizar relações entre a prática de esportes e a degradação da natureza, refletindo sobre a necessidade de desenvolver um comportamento ambientalmente consciente e sustentável.

Discutir e refletir sobre a sustentabilidade e a produção de lixo em práticas corporais no ambiente natural, promovendo a conscientização sobre atitudes sustentáveis.

Conte xtualizar, problematizar e experienciar práticas corporais de aventura na natureza por meio de suas adaptações para realização em espaços urbanos, promovendo reflexões sobre vínculos sociais e sobre a adoção de um estilo de vida ativo e saudável.

Refletir sobre diferentes relações entre o corpo e o meio ambiente, como as proporcionadas pelas experiências com as práticas corporais de aventura na natureza e pelos eventos esportivos, favorece o aumento do nível de consciência e comprometimento socioambientais. Além disso, desvela alternativas para a adoção de estilos de vida saudáveis e sustentáveis, que contemplem um engajamento consciente, crítico, ético em relação às questões coletivas ligadas ao meio ambiente no âmbito das práticas corporais.

Introdução

Corpo, movimento e meio ambiente estabelecem os temas centrais desta unidade e orientam a construção dos objetivos e o trabalho com as competências e habilidades indicados, em diálogo com os campos da vida pessoal, das práticas de estudo e pesquisa e jornalístico-midiático. Nesse contexto, compreender omeio ambiente como um sistema complexo, no qual seres humanos e natureza coexistem e se influenciam mutuamente, é fundamental, a fim de mobilizar conhecimentos de diferentes áreas, como Ciências da Natureza, Geografia e Educação Física, para construir uma visão integrada e crítica sobre a relação entre o corpo e o meio ambiente.

Orientações didáticas

Abertura da Unidade 6 p. 164

O trabalho, nesta unidade, inicia-se com uma conversa sobre os saberes relacionados às práticas corporais de aventura na natureza e urbanas, a fim de diferenciá-las e, então, focar naquelas realizadas em ambientes naturais.

1. Espera-se que os estudantes respondam que as práticas corporais de aventura proporcionam a exploração de ambientes diversos que causam a sensação de vertigem do risco controlado. As práticas corporais de aventura da natureza são realizadas no ambiente natural (florestas, lagos, mar, montanhas etc.) e as urbanas em espaços das cidades (praças, calçadas, parques etc.) – a chamada “paisagem de cimento”.

2. Espera-se que os estudantes infiram que as práticas corporais de aventura na natureza podem ser adaptadas ou modificadas para a realização em diferentes espaços, inclusive os urbanos.

3. Os estudantes podem comentar que o arvorismo requer cuidados com a segurança, como o uso de calçados e roupas adequados, de capacetes e de cordas que prendem o praticante a um cabo de aço para evitar que ele caia ou se desequilibre.

Capítulo 1 – Corpo e natureza p. 166

As práticas corporais de aventura na natureza exigem que os praticantes desenvolvam habilidades que estão além de capacidades físicas ou técnicas para execução dos movimentos, de forma que sejam observados os riscos e as responsabilidades nas diferentes possibilidades de vivência.

Ler o mundo

2. A exploração das práticas corporais de aventura na natureza pode gerar desenvolvimento econômico para a região ao atrair praticantes e turistas nacionais e estrangeiros, gerando emprego e renda. Um exemplo de emprego direto são os guias de ecoturismo, muitas vezes pessoas da própria comunidade que auxiliam os esportistas e os turistas nas práticas de aventura. Além disso, com o turismo, cresce a demanda por alimentação, hospedagem e venda de artesanato local.

3. É possível que os estudantes pensem em aspectos como incentivo à realização de outras práticas corporais, promoção da saúde, bem como a possibilidade de conscientização para a preservação do meio ambiente.

#PARALER – Aventuras na

natureza p. 167

Ao conduzir a Leitura 1, oriente os estudantes a observar aspectos como o ambiente em que a prática se realiza e a imaginar os riscos aos quais os praticantes estão expostos. Antes da Leitura 2, verifique a familiaridade dos estudantes com a prática de alpinismo, a fim de que, durante e após a leitura, eles possam confrontar as noções prévias com as informações apresentadas no texto.

Faixa de áudio número 9

A paisagem sonora Pantanal após a tempestade de verão: sons da natureza pode ser usada como forma de sensibilizar os estudantes para sons que podem ser encontrados na natureza. Se necessário, retome o conceito de paisagem sonora, já apresentado.

Objeto Educacional Digital

O vídeo Trekking apresenta as principais características desse esporte, com exemplos de trilhas que podem ser feitas em todas as regiões do Brasil e dos equipamentos necessários para a prática e a relação das trilhas com a história da humanidade. Ele pode ser usado para ampliar as reflexões disparadas pela fotografia da Leitura 1

Pensar e compartilhar p. 169

Oriente os estudantes a responder às perguntas propostas acerca das práticas corporais de aventura na natureza abordadas na Leitura 1 e na Leitura 2

Avalie a possibilidade de que os estudantes realizem as atividades em duplas ou em pequenos grupos, com posterior compartilhamento de respostas com a turma toda.

Na abordagem do boxe Para a vida, dialogue com os estudantes sobre a forma como as práticas corporais de aventura na natureza mobilizam competências como a autoconsciência, a autogestão e a tomada de

decisão responsável. Espera-se que os estudantes observem a importância dessas aprendizagens socioemocionais para saber lidar com desafios em situações que os levem ao limite ou em situações de medo e dificuldade, lidando com resiliência, coragem e persistência. Oriente-os a pensar em situações pessoais em que eles possam trabalhar essas competências, por exemplo em fases da vida relacionadas à finalização dos estudos na Educação Básica, o vestibular, a escolha profissional etc.

6. Se achar oportuno, chame a atenção dos estudantes para a falta de acesso de boa parte da população a práticas corporais de aventura na natureza como o alpinismo, já que exigem investimentos significativos de tempo e dinheiro, o que pode dar a elas um caráter de bem de consumo, e não de práticas corporais democráticas.

#PARAEXPLORAR – Turismo de aventura p. 170

Nesta atividade, se necessário, esclareça aos estudantes o conceito de bens de consumo: são aqueles produtos destinados ao usufruto pelo consumidor final, podendo ser classificados em duráveis (que têm vida útil longa, como eletrodomésticos e móveis) e não duráveis (com vida útil curta, como alimentos e roupas). No caso do turismo de natureza e do ecoturismo, as práticas envolvidas podem se enquadrar no consumo de experiências, ou seja, a compra da fruição de algo.

Essas conceituações podem auxiliar a fomentar as reflexões propostas no item 2 de Refletir. Nesse item, espera-se que os estudantes infiram que as práticas corporais de aventura podem se tornar bens de consumo, pois, ao se tornarem produtos turísticos, passam a ser comercializadas e consumidas por um público que tem poder aquisitivo para isso. Nesse sentido, o acesso democrático pode ser viabilizado por meio de políticas públicas que assegurem o cuidado e a manutenção das áreas exploradas, assim como a participação de pessoas que não teriam condições materiais de adquirir serviços turísticos.

INDICAÇÃO

• “Consumo de experiência” e “experiência de consumo”: uma discussão conceitual. Publicado por: LOGOS 43. Dossiê: Cotidiano e Experiência, v.22, n. 2, 2o semestre 2015. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/logos/article/ view/19523/16043. Acesso em: 16 out. 2024.

O artigo busca elaborar uma definição para o conceito de “consumo de experiência”, estabelecendo sua distinção daquilo que seria a “experiência de consumo”.

• Infográfico – Turismo de Natureza. Publicado por: Embratur. Disponível em: https://embratur. com.br/wp-content/uploads/2023/03/ Embratur_Infografico_Turismo_de_Natureza_ Mar2024.pdf. Acesso em: 16 ut. 2024.

Em complemento à reflexão proposta no item 2 da etapa Refletir, indique aos estudantes a leitura deste infográfico.

Na etapa Avaliar, oriente os estudantes a responder, individualmente, às perguntas propostas no Livro do estudante. Após esse momento inicial, proponha uma roda de conversa para que os estudantes compartilhem as reflexões individuais e troquem ideias sobre a produção do artigo.

#NÓSNAPRÁTICA –Trekking de regularidade p. 171

Na etapa Planejar, oriente a montagem do circuito de trekking na escola, garantindo que o material usado e os desafios propostos sejam seguros e adequados para todos, a fim de garantir a integridade física dos estudantes.

Verifique a compreensão dos estudantes em relação ao conceito de frequência cardíaca máxima (FCM) para que eles saibam qual é a sua zona anaeróbia de frequência cardíaca. Oriente-os a fazer a medição da frequência cardíaca nos pontos de verificação estabelecidos. Para isso, eles podem tomar o pulso por 15 segundos e multiplicar o resultado por quatro, a fim de obter um dado estimado para um minuto.

Na etapa Avaliar, com base nas observações do item 1, oriente os grupos a se reunirem e discutirem as impressões sobre a atividade. Proponha que des-

taquem, no diálogo com o grupo, aspectos técnicos relacionados a cada etapa do circuito, à mensuração da frequência cardíaca; impressões sobre eventual cansaço do corpo e sobre a respiração durante a prática; além de aspectos socioemocionais, como medo, ansiedade, alegria, raiva ou frustração, entre outros.

Depois, peça que os estudantes compartilhem com toda a turma as impressões e reflexões com base nas perguntas do item 2.

Capítulo 2 – Práticas corporais e consciência ambiental p. 173

Neste capítulo, os estudantes poderão explorar como as práticas corporais e o meio ambiente podem se influenciar mutuamente, com foco nos impactos da poluição e do descarte irregular de lixo no usufruto de espaços públicos, especialmente para a prática de exercícios físicos e de esportes.

Ler o mundo

1. Espera-se que os estudantes considerem que a poluição do ar e o lixo urbano são problemas que afetam a todos. É fundamental que as indústrias, as empresas, a sociedade e o Estado se engajem em ações e políticas para reduzir a produção de lixo, melhorar a gestão dos resíduos e adotar práticas mais sustentáveis para garantir um futuro mais saudável para as próximas gerações. A poluição e a gestão inadequada do lixo podem impactar as águas, a vegetação, a qualidade do ar, gerando consequências para a população e para a biodiversidade. No caso das práticas corporais, impactam as funções cardiorespiratórias dos praticantes pela inalação de poluentes, além de afetar o pleno uso dos espaços, pois os resíduos podem prejudicar a realização das práticas.

2. O objetivo desta pergunta é fazer com que os estudantes pensem e reflitam, com base na própria experiência, sobre os possíveis males trazidos pela poluição e pelo lixo urbano a quem realiza ou deseja realizar práticas corporais.

#PARALER -Poluição e exercícios físicos p. 174

Oriente a observação dos elementos que estão em evidência na fotografia da Leitura 1 e dialogue

com os estudantes acerca da geração de resíduos nas práticas corporais e como isso pode afetar o meio ambiente.

Na Leitura 2 , é apresentada uma reportagem de divulgação científica, que favorece o desenvolvimento do pensamento crítico sobre produção, circulação e recepção de textos de divulgação científica. Sugerese aproveitar a oportunidade para desenvolver a capacidade de inferência na leitura. É interessante que você leia a íntegra da reportagem de divulgação científica apresentada na Leitura 2 (disponível em: https://agencia.fapesp.br/pratica-de-exercicios-ebenefica-mesmo-em-ambiente-poluido-mostraestudo/40367; acesso em: 2 out. 2024), a fim de facilitar o esclarecimento de dúvidas e fomentar as discussões.

Dê destaque ao seguinte parágrafo do texto: “Ele explica que o grupo partiu de dois estudos publicados pelo professor Rômulo Bertuzzi, coordenador do Grupo de Estudos em Desempenho Aeróbio, nos quais foi usado um modelo de exercício de carga constante com pessoas fisicamente ativas. […]”. Aproveite a oportunidade para comentar com os estudantes que a produção de conhecimento científico é fruto de esforço coletivo. Nesse caso, o estudo de que o texto trata partiu de outras duas pesquisas para testar uma nova hipótese ainda não desenvolvida pelos dois primeiros grupos de cientistas.

Sugere-se, para ampliação dos conhecimentos, propor um trabalho em parceria com o professor de Biologia, a fim de abordar os marcadores que aumentam no organismo em resposta a processos inflamatórios. É importante apresentar a explicação de cada sigla para os estudantes: interleucina-6 (IL-6) é uma citocina pró-inflamatória que é secretada por linfócitos, monócitos, macrófagos e fibroblastos em resposta a lesões ou infecções; proteína C-reativa (CRP) é uma proteína plasmática cujo nível aumenta em resposta a níveis elevados de IL-1 ou IL-10 ou 1L-10 e IL-6; interleucina-10 (IL-10) regula negativamente a resposta imune e a resposta inflamatória.

Pensar e compartilhar p. 176

Ao conduzir as atividades propostas, incentive os estudantes a retomar os pontos discutidos antes e durante a realização das Leituras 1 e 2

2. O dado sobre decomposição do papel foi retirado do texto “Reciclagem”, publicado no site da Fiocruz (disponível em: https://www.fiocruz.br/biosseguranca/ Bis/infantil/reciclagem.html; acesso em: 2 out. 2024). Se possível, compartilhe a referência com os estudantes e aproveite para explorar com eles o tempo que outros materiais levam para se decompor na natureza.

4. Comente com os estudantes que também houve um aumento na produção da proteína BDNF e redução dos níveis da molécula inflamatória ICAM-1.

#PARAEXPLORAR – Reportagem sobre esporte e poluição p. 177

Na etapa Pesquisar e escrever, se possível, estabeleça uma parceria com o professor de Língua Portuguesa, tanto para a realização da pesquisa quanto para a escrita das reportagens, a fim de garantir a adequação das produções ao gênero.

Ao fim da proposta, na etapa Avaliar, além das questões apresentadas, é importante que os estudantes observem como foi o processo de produção das reportagens e como esse trabalho contribuiu para construir novas percepções e aprendizagens. Sugere-se que as perguntas sejam respondidas pelos grupos, para que reflitam também sobre os resultados do trabalho colaborativo.

#NÓSNAPRÁTICA – Corrida e caminhada contra a poluição p. 178

Na etapa Planejar e praticar , oriente o grupo de organizadores na escolha da data, do horário e do espaço para a realização da prova. Auxilie os estudantes a solicitar as autorizações necessárias, o que deve ocorrer tanto na esfera da gestão escolar quanto na esfera do poder público – se necessário, solicitar a presença de agentes de trânsito e segurança pública, por exemplo.

Avalie a necessidade de fazer adaptações no percurso planejado para garantir a participação de pessoas com deficiência. Para pessoas com deficiência motora, pode-se ter um percurso mais curto e sem barreiras ou obstáculos que atrapalhem o deslocamento. Para pessoas com deficiência visual, oriente os estudantes a guiá-las e a auxiliá-las no deslocamento pelo trajeto, dialogando com os participantes sobre o percurso.

É importante que tanto os exercícios de alongamento e de aquecimento, antes da prova, quanto os exercícios de alongamento e de relaxamento sugeridos para o momento posterior à prova tenham orientação dos professores de Educação Física da escola. Apoie o grupo de realizadores nesse momento.

Na etapa Avaliar , é importante retomar com os estudantes os objetivos de terem realizado essa prática, a fim de que verifiquem também se conseguiram alcançá-los como gostariam. Os registros feitos pelo grupo de divulgadores podem apoiar essa avaliação. Com base nas respostas que os estudantes derem às perguntas propostas, sugere-se a elaboração de um relatório coletivo sobre a atividade realizada (que pode contar com a parceria do professor de Língua Portuguesa), a ser divulgado para a comunidade junto com os registros em fotografia e vídeo.

Capítulo 3 – Práticas corporais e sustentabilidade p. 180

Este capítulo traz discussões sobre a sustentabilidade e as mudanças climáticas, temas que mobilizam e desafiam a sociedade contemporânea e levarão os estudantes à reflexão acerca da conscientização ambiental no contexto das práticas corporais e eventos esportivos.

Ler o mundo

1. Incentive os estudantes a pensar em jogos, campeonatos, provas de atletismo de rua, entre outros eventos que ocorrem pontualmente ou com regularidade na região onde moram. Esse tipo de evento costuma impactar o trânsito na região onde é realizado, além de gerar barulho e produção de resíduos; pode também gerar impactos positivos, como maior movimentação nos setores de hospedagens e alimentação, por exemplo.

2. Espera-se que os estudantes considerem a poluição gerada, o descarte de lixo, ou mesmo ações de promoção da sustentabilidade que esses eventos podem acarretar. Oriente-os a pensar também nos ambientes naturais que recebem esses eventos e em como isso pode influenciar na degradação desses locais.

3. Espera-se que os estudantes concluam que sim. Verifique se eles compreendem que a maior responsabilidade na sustentabilidade ambiental em um evento é das empresas e da organização e que o público também precisa fazer sua parte.

#PARALER – Esporte e meio-ambiente p. 181

Na Leitura 1, oriente os estudantes a analisar a imagem, enfatizando a importância da relação entre as práticas corporais e o meio ambiente. Na Leitura 2, essa relação se evidenciará por meio da abordagem dos grandes eventos esportivos e dos impactos ambientais que podem produzir.

Durante a leitura da reportagem, esclareça para os estudantes o que é um think tank: trata-se de uma instituição que atua promovendo e difundindo ideias, pesquisas e análises acerca de diferentes temas a fim de influenciar políticas públicas. Se necessário, comente também sobre a WWF (World Wide Fund for Nature, uma organização não governamental que atua na preservação do meio ambiente) e o Tour de France (uma competição anual de ciclismo de estrada realizada na França).

Pensar e compartilhar p. 182

Ao final das atividades desta subseção, na qual os estudantes poderão problematizar relações entre as práticas corporais e o meio ambiente, sugere-se acessar com eles o link indicado no boxe Fica a dica e propor que apontem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que têm conexão com as práticas corporais.

2. Sugere-se explorar um pouco mais a questão social levantada. O alpinismo e o turismo no Monte Everest e arredores são importantes para a economia das comunidades locais. Mas os custos ambientais para a população também devem ser considerados.

4. Explore o último parágrafo da reportagem, que fala da redução da poluição nas Olimpíadas de Tóquio, que não teve público. Pode-se levantar uma discussão para que os estudantes reflitam sobre quais seriam os impactos de restringir o acesso do público a esses grandes eventos. Se, por um lado, os impactos ambientais poderiam ser positivos, por outro, haveria impactos negativos para a economia local, com

perdas na indústria do turismo, e para o caráter de comunhão social entre povos e culturas que o evento busca promover.

6.a) Espera-se que os estudantes reflitam sobre as condições ambientais para as práticas corporais e esportivas e deem exemplos do que já vivenciaram ou do que observaram na mídia. Sugere-se realizar a leitura integral do artigo de opinião apresentado.

#PARAEXPLORAR – Festival sustentável de práticas corporais p. 184

Na etapa Pesquisar e idealizar, há oportunidades de trabalho interdisciplinar com Língua Portuguesa (oprofessor pode orientar a produção dos cartazes e do plano de ação) e com Ciências da Natureza e Suas Tecnologias (o professor pode auxiliar na orientação da pesquisa e da elaboração do plano).

Ao final do processo, na etapa Avaliar , proporcione um momento de avaliação do projeto, com foco no cumprimento do plano inicial, na efetividade das ações de sustentabilidade implementadas e no impacto do evento no público participante e no desenvolvimento da consciência ambiental dos próprios estudantes.

#NÓSNAPRÁTICA – Construção de brinquedos com materiais recicláveis p. 185

Antes da atividade, sugere-se perguntar aos estudantes de que material eram feitos os brinquedos que tinham na infância e os que têm na juventude.

Na etapa Planejar e confeccionar, incentive os estudantes a utilizar materiais não plásticos, como papelão e madeira. Oriente-os na construção dos brinquedos, ajudando com o uso de tesouras, cola quente e outras ferramentas, a fim de garantir a integridade física de todos. Se possível, faça uma parceria com o professor de Arte para realizar esta proposta.

Oriente os estudantes a criar brinquedos que também possam ser utilizados por pessoas com diferentes deficiências, a fim de que as produções sejam inclusivas.

Na etapa Avaliar , faça uma roda de conversa com os estudantes para que reflitam sobre as pro -

postas realizadas e as etapas da execução. Verifique a percepção que têm de como os estudos do capítulo contribuíram para a realização da atividade, bem como para atribuir sentido a ela. Observe também a relação que eles têm com brinquedos e brincadeiras na juventude.

Capítulo 4 – Práticas corporais

de aventura na natureza pela cidade p. 186

Neste capítulo, serão objeto de estudo práticas corporais de aventura na natureza adaptadas para serem realizadas nos centros urbanos, a fim de discutir alternativas de acesso a elas por pessoas que moram nas cidades, com vistas à adoção de um estilo de vida saudável e ativo.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), mencionados na abertura do capítulo, podem ser consultados no site disponível em: https://brasil. un.org/pt-br/sdgs (acesso em: 2 out. 2024).

Ler o mundo

Antes de abordar as perguntas deste boxe, discuta com os estudantes a predominância das práticas corporais de aventura, tanto na natureza quanto as urbanas, em momentos específicos, como férias, feriados ou fins de semana, fora da rotina diária.

1. Espera-se que os estudantes respondam com base em suas experiências e desejos. Se possível, selecione e apresente imagens de algumas modalidades para que os estudantes possam ter como referência.

2. As respostas partirão do ponto de vista dos estudantes, com base no que já observaram no seu entorno.

3. É esperado que os estudantes considerem o conhecimento que têm da cidade e dos equipamentos públicos disponíveis. Incentive-os a pensar nos espaços onde podem ocorrer e onde eventualmente já ocorrem práticas corporais de aventura.

#PARALER – Da natureza para as cidades p. 187

Ao propor a leitura das fotografias da Leitura 1, converse com os estudantes sobre os indícios de que as práticas são realizadas em áreas urbanas (na pri-

meira imagem, destaca-se a edificação; na segunda, a ponte e as construções ao fundo indicam que o lago está incrustado em uma área urbana – comente que se trata de um lago artificial).

Pensar e compartilhar p. 189

Promova a leitura do boxe Saiba mais que pode ajudar tanto a enriquecer as discussões propostas nas atividades desta subseção quanto a preparar os estudantes para o aprofundamento interdisciplinar que será feito na sequência, na seção Integrando com… Geografia

Integrando com… Geografia –

Classificação das áreas verdes urbanas p. 190

Possibilite a ampliação das aprendizagens realizando o estudo sobre a classificação das áreas verdes urbanas em parceria com o professor de Geografia. Além da leitura do quadro, se possível, sugere-se a leitura integral do documento Programa Cidades+Verdes (disponível em: https:// www.gov.br/mma/pt-br/acesso-a-informacao/ acoes-e-programas/programa-projetos-acoesobras-atividades/agendaambientalurbana/ cidadesmaisverdes/programacidadesmaisverdes_ vdefeso.pdf; acesso em: 17 out. 2024).

Se possível, organize uma visita de campo pelo entorno do território para que os estudantes explorem e identifiquem as classificações com base em espaços da região e observem seu estado.

#PARAEXPLORAR – Práticas corporais e grupos de afinidade p. 191

Na etapa Refletir, em uma roda de conversa, aborde a dualidade entre a importância dos espaços de lazer para a inclusão social dos jovens e a exploração comercial do lazer juvenil, mostrando que os jovens podem ser tanto consumidores quanto agentes de transformação cultural.

A pergunta 1 da etapa Refletir pode fomentar reflexões sobre as múltiplas culturas juvenis e os variados interesses e vivências dos jovens; espera-se que eles considerem esses fatores ao respondê-la. Caso os estudantes apontem a ocorrência de

manifestações de preconceito na reposta à pergunta 2, é importante problematizá-las e discuti-las, além de avaliar se elas têm origem em estereótipos e debater formas de combater essas discriminações. Na pergunta 3, espera-se que os estudantes apresentem suas respostas e pontos de vista de forma crítica e reflexiva com base na leitura que fizeram do texto e no conhecimento de mundo; é importante problematizar com eles como manifestações da cultura corporal de movimento podem ser cooptadas por lógicas de consumo, em especial no contexto das culturas juvenis.

Na etapa Dialogar e experimentar, é importante que os responsáveis tenham ciência do objetivo dessa atividade e autorizem a ida dos estudantes às visitas de campo.

Após terem realizado a visita, na etapa Avaliar, converse com a turma sobre a experiência de conhecer grupos que carregam afinidades e características comuns e sobre a relação entre preconceitos e a criação de estereótipos que podem ter surgido no diálogo e observação na visita, problematizando-os.

#NÓSNAPRÁTICA

– Parkour

na escola p. 192

Na etapa Pesquisar e planejar, organize a formação dos grupos para que possam pensar a prática do parkour na escola. Ressalte que é importante que os estudantes pesquisem os tipos de movimento, criem um mapa de locais possíveis para a prática na escola e zelem pela integridade física de todos. Auxilie-os a obter os materiais necessários, como equipamentos de ginástica disponíveis na escola.

Durante a etapa de Compartilhar e praticar, acompanhe a execução dos percursos para observar os movimentos realizados de acordo com os fundamentos do parkour, orientando-os para minimizar possíveis riscos da prática.

Ao final da atividade, na etapa de Avaliar, incentive os estudantes a compartilhar impressões sobre a vivência de uma prática corporal de aventura dentro da escola. Com base nas respostas que eles derem às questões propostas no Livro do estudante, evidencie aspectos que podem contribuir para que os estudantes adotem um estilo de vida mais ativo e saudável.

Unidade 7 Lazer, trabalho e projeto de vida

• Temas contemporâneos transversais: Trabalho e Saúde.

• Campos de atuação social: campo da vida pessoal; campo das práticas de estudo e pesquisa; campo de atuação na vida pública e campo artístico-literário.

• Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias

• Capítulo 1: 1 (EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG704).

• Capítulo 2: 1 (EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG304, EM13LGG305), 4 (EM13LGG402), 5 (EM13LGG501, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 3: 1 (EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305), 4 (EM13LGG401, EM13LGG402), 5 (EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG703).

• Capítulo 4: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305), 4 (EM13LGG402), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701).

Objetivos e justificativa

• Conhecer a ginástica geral e a ginástica acrobática e refletir sobre as relações entre saúde e movimento no lazer, nos estudos e no trabalho.

• Compreender o conceito de ergonomia e sua importância para a rotina de estudo e de trabalho para promover o bem-estar ao longo da vida.

• Refletir sobre o papel do exercício físico na saúde individual e coletiva, além de discutir os fatores que influenciam sua prática do ponto de vista socioeconômico, pensando em formas de desenvolver hábitos saudáveis em um projeto de vida ativo e consciente.

• Conscientizar-se quanto ao direito a condições adequadas de trabalho e a momentos de lazer para ter qualidade de vida.

Os objetivos elencados colaboram para o desenvolvimento de habilidades físicas, sociais e culturais ao ampliar a noção de saúde e sua relação com o movimento nos compromissos com os estudos e o trabalho e para evidenciar a importância de incluir o movimento nas práticas de lazer. Dessa forma, é possível perceber a presença da cultura corporal de movimento nas diversas fases e áreas da vida, compreendendo seu papel na formação de indivíduos críticos e conscientes de seus direitos.

Introdução

Conhecimentos de diferentes campos serão requeridos e modificados a fim de contemplar os objetivos, as competências e as habilidades trabalhados nesta unidade. As práticas corporais no cotidiano são orientadas pelo senso comum e moldadas pelas exigências do trabalho e da sociedade. Por meio dos temas abordados, será possível contextualizar essas dinâmicas sociais e confrontá-las com o conhecimento científico, promovendo a aquisição de uma consciência crítica e uma emancipação fundamentada no esclarecimento e na prática corporal, ressignificando saberes para a formação de uma sociedade mais crítica e ativa.

Orientações didáticas

Abertura da Unidade 7 p. 194

Esta unidade aborda a cultura corporal a partir dos temas movimento, lazer, trabalho e projeto de vida. Os estudantes poderão refletir e experienciar a ginástica geral como prática democrática que promove a saúde e o movimento em todas as idades. Ergonomia e exercícios laborais também serão objeto de estudo, além da construção da autonomia para a prática de exercícios físicos. O movimento corporal no trabalho e no lazer será o centro das reflexões que fecham a unidade.

3. Recomenda-se que, ao longo da unidade, os estudantes revejam as respostas que deram a essa atividade inicial à luz dos novos conhecimentos, tornando-se

A BNCC NA UNIDADE 7

capazes de transformar e usufruir da cultura corporal de movimento na vida e na sociedade.

Capítulo 1 – Movimento para todos p. 196

Inicie o capítulo incentivando os estudantes a refletir sobre suas rotinas, especialmente em relação às práticas corporais. Pergunte que exercícios físicos realizam e com que frequência, incentivando-os a trocar experiências. Em seguida, discuta o acesso a essas práticas no entorno e a importância da atividade física ao longo da vida. Promova também reflexões sobre os sentimentos envolvidos nas práticas corporais e sobre os motivos que levam as pessoas a não aderir às práticas corporais.

Ler o mundo

1. É importante trazer para a discussão marcadores de desigualdade (de raça, gênero, classe, geração etc.), a fim de incentivar a criticidade.

INDICAÇÃO

• André Trindade. Mapas do corpo : educação postural de crianças e adolescentes. São Paulo: Summus, 2016.

Nesse livro, o autor explora como pais e professores podem auxiliar no desenvolvimento postural de crianças e adolescentes. A obra combina elementos de psicologia, linguagem corporal e anatomia para formar os “mapas do corpo”, que facilitam a coordenação motora.

#PARALER – Ginástica geral

p. 197

A Leitura 1 e a Leitura 2 estimulam reflexões sobre práticas corporais relacionadas às ginásticas. Leve os estudantes a perceber que essas práticas podem ser exercidas por todas as pessoas. Não há pré-requisitos para sua realização, a não ser a motivação, inspirada pelo prazer de se movimentar e obter bem-estar e benefícios à saúde.

A tese acadêmica apresentada possibilita o desenvolvimento do pensamento crítico sobre produção, circulação e recepção de textos de divulgação científica. Para conhecer mais sobre o Grupo Ginástico da Unicamp (GGU), acesse o site do grupo, disponível em: www.ggu.com.br (acesso em: 21 out. 2024).

Pensar e compartilhar p. 199

Oriente os estudantes a responder às perguntas desta subseção em duplas, discutindo-as antes de escreverem as respostas. Ao abordar o conceito de ginástica geral, promova uma conversa sobre outras práticas corporais que combinam bem-estar e cuidado com o corpo e a mente, como a ioga.

8. Os estudantes podem considerar incluir a ginástica geral na rotina por ser uma modalidade acessível, que promove saúde e bem-estar de forma democrática, sem que seja necessário ter habilidades específicas. Eles podem mencionar que essa prática melhora tanto a força física quanto a flexibilidade, além de proporcionar prazer e autocuidado. Isso seria possível integrando-a a atividades escolares, por exemplo.

#PARAEXPLORAR – Ginástica acrobática p. 200

Ao experimentar os movimentos acrobáticos, em Compartilhar e experimentar, certifique-se de que o espaço esteja livre de obstáculos para não oferecer risco à segurança dos estudantes. Incentive-os a planejar e praticar os movimentos com cuidado, priorizando a técnica e a cooperação para evitar lesões. Oriente-os a realizar os exercícios sempre sob supervisão de um adulto, preferencialmente o professor de Educação Física.

Em Avaliar, promova uma reflexão coletiva sobre as experiências, incentivando os estudantes a relatar as habilidades envolvidas e os desafios superados, valorizando o trabalho em equipe e o desenvolvimento da responsabilidade e da colaboração entre eles.

#NÓSNAPRÁTICA – Sequência coreográfica de ginástica geral p. 201

Em Praticar, a fim de garantir a segurança dos estudantes, incentive-os a tomar cuidado com o equilíbrio e o uso da força para realizar os movimentos de ginástica durante as atividades, preservando a si mesmos e aos colegas. Lembre-os dessas recomendações nas demais etapas da atividade.

Em Criar, caso haja estudantes com deficiência na turma, apoie os grupos para pensar em formas de inclui-los nas coreografias.

Em Avaliar, solicite que cada grupo escreva um relatório sobre o processo, destacando o que mais gostou, as dificuldades, as interações sociais, as emoções,

o desenvolvimento de habilidades envolvidas nas danças e nos movimentos ginásticos e relacionadas às capacidades físicas, entre outros apontamentos. Ao final, cada grupo deve apresentar o seu relatório, e o professor pode pedir que identifiquem similaridades e singularidades das experiências de cada grupo.

Faixa de áudio número 10

Reproduza para a turma a canção Maracatu ritmo característico, uma base instrumental de música de maracatu que pode ser utilizada pelos grupos nas apresentações, se desejarem.

Capítulo 2 – Ergonomia nos estudos e no trabalho p. 204

Muitos estudos apontam os benefícios da ergonomia (área que estuda a relação de interação entre o corpo e os outros elementos ligados às condições de realização de atividades em diferentes contextos) no mundo do trabalho e da escola. Neste capítulo, os estudantes poderão aprender a avaliar as possibilidades de incorporar a ergonomia o mais cedo possível em suas vidas.

Ler o mundo

1. Aproveite para levantar conhecimentos prévios dos estudantes sobre segurança no trabalho relacionada a maquinário, procedimentos, equipamentos etc.

2. Caso os estudantes respondam afirmativamente à questão, peça-lhes que detalhem o que causou a lesão, como ela foi tratada etc.

3. Incentive os estudantes a refletir sobre a rotina dos professores, considerando os impactos relacionados à ergonomia, como ficar muito tempo em pé e passar muito tempo escrevendo.

4. Essa atividade permite levantar conhecimentos prévios relacionados à ergonomia no ambiente escolar. Essas informações poderão ser ampliadas no decorrer do capítulo.

#PARALER – Ergonomia no dia a dia p. 205

Explore a Leitura 1, solicitando aos estudantes que interpretem a tirinha e identifiquem a crítica nela.

Na Leitura 2, organize-os para uma leitura individual e silenciosa. Espera-se que eles sejam capazes de mobilizar estratégias para uma análise global do texto

e fazer predições, observando também a estrutura da reportagem, o título e os intertítulos. Em seguida, proponha uma leitura coletiva e em voz alta. Esse segundo momento cria oportunidade para os estudantes concretizarem a compreensão das informações e buscarem apoio em caso de dificuldades.

Pensar e compartilhar p. 207

Permita que os estudantes escolham se preferem fazer as atividades individualmente ou em duplas. Para a correção, solicite que se voluntariem para ler em voz alta as respostas, compartilhando-as com a turma.

5.a) As respostas a essa pergunta podem variar bastante de acordo com as condições socioeconômicas dos estudantes. Essa variação deve ser considerada para promover reflexões sobre como a desigualdade afeta diferentes áreas da vida.

5.d) O objetivo desta atividade é levantar uma discussão para a conscientização social do direito ao conforto e a condições ergonômicas adequadas em situações diárias, como o estudo. Espera-se que os estudantes argumentem que nem todas as pessoas podem adquirir mesa e cadeira com dimensões e características adequadas. Procure ampliar a discussão para que os estudantes pensem em possibilidades de melhoria no ambiente mesmo nesses casos.

6.a) e 6. b) É importante lembrar os estudantes de que tanto eles quanto a escola devem estar atentos às necessidades de adequação de ergonomia: caso haja algum problema estrutural no mobiliário, por exemplo, os estudantes devem apontá-lo para a gestão da escola, para que as devidas substituições ou ajustes sejam feitos; da mesma forma, o professor pode exigir dos estudantes atenção à postura. Comente também que a ergonomia contribui para a qualidade da aprendizagem, mas a dedicação e o comprometimento com as aulas devem ser uma preocupação dos estudantes.

7.a), 7. b) e 7. c) Espera-se que os estudantes analisem como se relacionam com o ambiente de estudo em casa e na escola, considerando os conhecimentos construídos nas aulas de Educação Física.

Atividade complementar: Lesão por esforço repetitivo (LER)

Proponha a atividade a seguir para os estudantes.

• A reportagem da Leitura 2 cita um dos males associados a problemas de ergonomia, a lesão por

esforço repetitivo (LER). Faça uma pesquisa em fontes confiáveis e registre no caderno o que causa essa lesão e como preveni-la.

Resposta: A LER é causada por esforços repetitivos constantes, ou seja, movimentos repetitivos que sobrecarregam tendões, ligamentos e músculos e causam inflamação. Pode-se prevenir a LER adaptando ergonomicamente o ambiente onde ocorre a atividade, fazendo intervalos ao longo do dia e mantendo o corpo hidratado.

#PARAEXPLORAR – Pesquisa: a escola é ergonômica? p. 208

Explique aos estudantes que a pesquisa-ação que vão realizar nesta atividade é uma investigação prática que parte de um problema para buscar soluções.

Em Elaborar, se possível, proponha que a construção do relatório seja feita em parceria com o professor de Língua Portuguesa, a fim de que ele auxilie os estudantes a organizar, estruturar e apresentar as informações levantadas e os registros disponíveis.

Em Avaliar, após a avaliação individual, proponha aos estudantes que formem uma roda de conversa para compartilhar experiências com a pesquisa-ação e para registrar, individualmente, os aspectos mais significativos em seus diários de aprendizagem.

#NÓSNAPRÁTICA – Alongamentos

estáticos p. 209

Inicie retomando os benefícios do alongamento para o corpo, como melhora da postura, aumento da flexibilidade, sensação de relaxamento, ativação da circulação, aumento da consciência corporal e prevenção de lesões e dores, incluindo tendinites e LER.

Em Praticar, a fim de garantir a segurança física dos estudantes, peça-lhes que evitem fazer pressão excessiva nas articulações e que se movimentem com respeito aos próprios limites.

Nos alongamentos do pescoço, explique que os músculos trabalhados são o esternocleidomastóideo e o trapézio. Oriente-os a manter a coluna reta e focar apenas no movimento do pescoço. Nos exercícios para tronco, ombros, braços e antebraços, evidencie o trabalho com músculos como o deltoide lateral, o grande dorsal, os oblíquos externos, os peitorais e os extensores do antebraço. No alongamento representado pela figura 8, fale para os estudantes terem cuidado para não tracionar

muito, pois isso pode resultar em uma dor na articulação do ombro. Já nos alongamentos de quadril, coxas e pernas, explique que os músculos trabalhados são adutores, quadríceps, psoas, gastrocnêmio, sóleo, isquiotibiais e glúteos. Oriente-os a repetir os movimentos para ambos os lados e a ajustar os exercícios conforme necessário, como dobrar os joelhos levemente se não conseguirem alcançar os pés no exercício representado pela figura 13. Instrua-os a fazer o alongamento representado na figura 12 próximo a uma parede ou corrimão, para que possam se apoiar se perderem o equilíbrio.

Em Avaliar, os estudantes analisarão aspectos procedimentais dos alongamentos e os impactos na saúde e no bem-estar, o que contribuirá para o autoconhecimento. Como proposta complementar, oriente os estudantes a registrar no caderno, durante 15 dias, suas rotinas de alongamentos. Eles devem descrever quais exercícios fizeram, por quanto tempo, com qual frequência e como se sentiram fisicamente ao longo desse período.

Capítulo 3 – Autonomia na prática de exercícios físicos

A inatividade física é um problema que pode ser combatido com a aquisição de conhecimentos que promovam mudanças de hábitos. A Educação Física na escola é essencial para esclarecer dúvidas, desafiar crenças e ampliar saberes que incentivem a autonomia sobre exercícios físicos e o desenvolvimento do autocuidado.

Ler o mundo

1. Incentive os estudantes a refletir sobre como eles e seus familiares cuidam da saúde, diferenciando aqueles que valorizam a prevenção dos que só se cuidam quando se deparam com doenças.

2. Os estudantes podem citar desde a participação nas aulas de Educação Física até as práticas corporais que realizam fora do ambiente escolar.

3. As respostas podem incluir experiências positivas ou desafios enfrentados ao praticar exercícios físicos com apoio de um profissional. Entre os impeditivos para ter acompanhamento profissional, podem ser citados falta de tempo, de recursos financeiros ou de acesso a profissionais qualificados, por exemplo.

#PARALER – Exercícios físicos e saúde

p. 213

Na Leitura 1, é importante que os estudantes atentem aos detalhes da imagem, como a postura das pessoas e os grupos musculares envolvidos nos exercícios. Promova uma leitura coletiva do trecho do Guia de atividade física para a população brasileira, apresentado na Leitura 2. Comente que o trecho “Nessas atividades você vai conseguir conversar com certa dificuldade enquanto se movimenta e não vai conseguir cantar” sinaliza um parâmetro de percepção da intensidade, e não uma consequência negativa da prática.

Pensar e compartilhar

p. 214

As atividades desta subseção abordam exercício físico, mercado fitness, relação entre inatividade física e presença de transtornos mentais em adolescentes e impacto da inatividade física na saúde pública. Se possível, amplie as reflexões propostas incentivando os estudantes a estabelecer relações entre os temas e a realidade deles.

3. Espera-se que os estudantes façam uma reflexão a fim de melhorar a percepção sobre os cuidados que têm consigo mesmos, o que, por consequência, ajuda a desenvolver a autonomia com relação às práticas corporais.

4.a) Esclareça que os transtornos mentais comuns (TMC) estão relacionados com a presença de sintomas de depressão e ansiedade. A pesquisa dos estudantes pode trazer como respostas o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), o transtorno bipolar, a esquizofrenia etc.

4.b) Incentive os estudantes a avaliar se realizam ao menos 60 minutos de exercícios fisicos por dia, considerando inclusive as práticas corporais que fazem nas aulas de Educação Física.

6. Sugere-se a leitura na íntegra do texto apresentado na atividade, disponível em: https://www.uff.br/0810-2021/estudo-da-uff-analisa-impacto-dainatividade-fisica-nos-gastos-do-sus-com-a-saude/ (acesso em: 22 out. 2024).

6.a) Esta atividade se relaciona com as informações a serem apresentadas na seção Integrando com… Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e pode ser utilizada para provocar uma reflexão sobre o acesso ao conhecimento, que poderia acarretar uma mudança de atitude

da população fisicamente inativa, ainda que só saber que há benefícios em praticar exercícios físicos não seja o bastante/não garanta que as pessoas poderão, de fato, incorporar esse hábito à rotina.

Integrando com… Ciências

Humanas e Sociais Aplicadas –Análise estatística da prática de atividades físicas p. 216

Nesta seção, os estudantes farão inferências e análises relacionadas à área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, compondo argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais e culturais com base na sistematização de dados e informações dadas pelos gráficos. Os dados permitirão analisar indicadores de grau de escolaridade e de renda, associando-os a processos de desigualdade socioeconômica, além de possibilitar aos estudantes que identifiquem e discutam os múltiplos aspectos do trabalho em diferentes circunstâncias e seus efeitos sobre as gerações. A análise das características socioeconômicas da sociedade brasileira será o ponto de partida para propor medidas com o objetivo de enfrentar problemas e construir uma sociedade mais próspera, justa e inclusiva.

4. Espera-se que, com os conhecimentos adquiridos nas aulas de Educação Física, os estudantes expliquem as relações econômicas e sociais que vinculam os incentivos e o acesso às práticas de atividades físicas para as classes favorecidas. É fundamental que desenvolvam um olhar crítico sobre esse problema social brasileiro, resultado da histórica desigualdade social.

#PARAEXPLORAR – Minha comunidade é fisicamente ativa? p. 217

Em Planejar, ao fazer o mapeamento dos tipos de exercícios físicos praticados na comunidade escolar e identificar fatores que impedem a prática, como falta de tempo ou acesso a locais adequados, os estudantes podem desenvolver um entendimento mais profundo sobre o contexto em que vivem. A tabulação dos dados e as porcentagens encontradas podem ser registradas em gráficos para facilitar a visualização das informações. Para isso, se possível, trabalhe com o apoio do professor de Matemática.

A autoavaliação proposta em Avaliar incentiva os estudantes a analisar aspectos atitudinais e comportamentais trabalhados na proposta. Essa reflexão os ajuda a desenvolver um olhar crítico sobre suas experiências, promovendo aprendizado e aprimoramento contínuos.

#NÓSNAPRÁTICA – Corpo em

movimento p. 218

Em Elaborar, auxilie os estudantes, individualmente ou em pequenos grupos, ajudando-os na construção de um plano de atividades e exercícios físicos. Acompanhe-os ao longo do mês, orientando-os quando necessário.

Em Avaliar, incentive-os a refletir sobre todas as etapas da proposta, autoavaliando-se quanto ao empenho para identificar oportunidades de mudança, facilidades, dificuldades e as estratégias utilizadas para vencer os desafios. Reforce a importância dessa atividade para a promoção da saúde física e mental.

O boxe Para a vida resume as reflexões abordadas neste capítulo e convida os estudantes a trocar ideias que podem levá-los a delinear planos de ação para incluir as práticas corporais no projeto de vida de cada um, visando a uma boa qualidade de vida e de saúde.

Capítulo 4 – Corpo em movimento no trabalho e no lazer p. 219

Inicie o capítulo destacando que a saúde física reflete a importância do cuidado integral com o corpo, já que problemas físicos podem afetar o desempenho e o bem-estar. Ao tratar de profissões, mencione também as áreas relacionadas à arte, como a dança, o teatro e a música, que exigem preparo físico e consciência corporal. O movimento realizado nos momentos de lazer é fundamental para a saúde física e mental. O tempo livre favorece a criatividade desvinculada da pressão do trabalho e dos estudos, e o descanso é crucial para a manutenção de uma boa saúde.

Ler o mundo

As atividades deste boxe destacam as relações existentes entre trabalho, exigências físicas, lazer e saúde. Com base em conteúdos desenvolvidos anteriormente, que levaram a um posicionamento crítico sobre desigualdade socioeconômica, os estudantes

devem identificar como essas relações se manifestam em diferentes tipos de trabalho e no tempo de lazer que as pessoas têm disponível.

2. Se for necessário explicar à turma como o trabalho pode afetar a saúde física e mental, uma sugestão é falar sobre sua experiência como docente.

3. Caso haja, na turma, estudantes que já trabalham, incentive-os a refletir e compartilhar com os colegas se o trabalho afeta negativamente a saúde física deles de alguma forma.

4. Se julgar pertinente, incentive os estudantes a comparar os tipos de lazer usufruídos pelas pessoas do convívio, a fim de encontrar semelhanças e diferenças.

#PARALER – Corpo e trabalho p. 220

Introduza a Leitura 1 e a Leitura 2, pedindo aos estudantes que observem as imagens e leiam o artigo de divulgação científica sobre os malefícios do excesso de trabalho. Encoraje-os a refletir sobre os tipos de habilidades físicas exigidas em diferentes profissões e como isso afeta a saúde de cada trabalhador.

Pensar e compartilhar p. 221

Oriente os estudantes a formar duplas para realizar as atividades. Depois, proponha à turma que compartilhe as respostas e troque ideias em uma roda de conversa.

#PARAEXPLORAR – Não ao trabalho infantil, sim ao lazer e aos esportes p. 222

Nesta seção, é possível propor uma articulação com as áreas de Sociologia e História. Os textos legais apresentados contextualizam a proibição do trabalho infantil e o direito ao lazer e aos esportes. É essencial que os estudantes compreendam que esses documentos não são apenas normas, mas garantias que visam promover uma infância saudável e digna, livre da exploração laboral. Sugira que realizem uma leitura atenta e discutam como esses direitos se aplicam à realidade deles.

Em Produzir, a criação dos cartazes é uma oportunidade de trabalho interdisciplinar com Língua Portuguesa, uma vez que os estudantes poderão aplicar conhecimentos relacionados à construção de textos argumentativos e de técnicas de persuasão, além de expressar opiniões de forma clara.

Em Avaliar, os estudantes vão refletir sobre aspectos conceituais, atitudinais e procedimentais desenvolvidos na atividade e terão a oportunidade de aprimorar as habilidades sociais e de comunicação ao avaliar o trabalho em grupo e conversar com os colegas sobre possíveis dificuldades vivenciadas ao longo da atividade.

#NÓSNAPRÁTICA – Festival do lazer p. 224

Em Compartilhar e praticar, você pode ser o mediador da roda de conversa ou designar um estudante para isso. Com relação às oficinas, alerte a turma quanto aos cuidados necessários para preservar a segurança e prevenir acidentes e lesões, de acordo com as práticas corporais escolhidas.

Em Avaliar, os estudantes discutirão como o festival foi recebido pelo público, analisando o engajamento das pessoas e o nível de dificuldade das práticas corporais realizadas, fatores que podem estar relacionados com as capacidades corporais e também com a organização do evento.

Unidade 8 Corpo, mídia e cultura

A BNCC NA UNIDADE 8

• Temas contemporâneos transversais : Saúde e Educação em Direitos Humanos.

• Campos de atuação social: campo da vida pessoal, campo das práticas de estudo e pesquisa, campo jornalístico-midiático, campo de atuação na vida pública, campo artístico-literário.

• Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10. Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias

• Capítulo 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305), 4 (EM13LGG401, EM13LGG402), 6 (EM13LGG602, EM13LGG604) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503), 6 (EM13LGG603) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 3: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LGG305), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 4: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG203, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303), 4 (EM13LGG401, EM13LGG402), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503), 6 (EM13LGG603) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

Objetivos e justificativa

• Contextualizar e problematizar estereótipos e padrões corporais, estéticos e de comportamento sociais e culturalmente construídos e/ou impostos, relacionando-os a práticas de objetificação do corpo e à corpolatria.

• Conte xtualizar, problematizar e ressignificar, por meio de práticas corporais e outros discursos, questões relacionadas ao corpo e a padrões de representação e exposição impostos pelas diferentes mídias, valorizando a diversidade.

• Conhecer, contextualizar e problematizar desigualdades e discriminações de gênero, de raça e de orientação sexual nas práticas corporais, a fim de superar os preconceitos estruturais da sociedade e incluir e respeitar as diversidades corporais, sociais, raciais, sexuais e de gênero.

• Conhecer, problematizar e experienciar práticas corporais relacionadas à inclusão de pessoas com deficiência, reconhecendo a importância do paradesporto e dos esportes adaptados.

Os objetivos indicados são estabelecidos com base nas necessidades que a sociedade contemporânea

apresenta de conhecer, contextualizar, problematizar, experienciar e ressignificar práticas corporais pertencentes à cultura corporal de movimento, enfatizando, especialmente, discursos, ideias e práticas culturais e sociais advindas das relações (controversas) entre corpo, mídia e cultura.

Introdução

Nesta unidade, corpo, mídia e cultura são os temas que direcionam a construção dos objetivos estabelecidos para efetivar a problematização e a análise de saberes advindos das práticas corporais pertencentes à cultura corporal de movimento.

Nos discursos de diferentes campos de atuação social, é possível observar que o corpo como objeto está arraigado na base estrutural dos preconceitos da sociedade, padronizando corpos tanto em seus aspectos físicos (que impregnam os saberes vividos, adquiridos no convívio social) quanto em seus aspectos estéticos (como as tendências e os padrões de beleza difundidos nas e pelas mídias digitais).

No campo da Educação Física, esses temas devem oportunizar uma confrontação na relação entre os saberes práticos e os saberes científicos, de modo que os estudantes possam conhecer, contextualizar, problematizar, experienciar e ressignificar os saberes da experiência em suas respectivas relações com a vida cotidiana e o mundo contemporâneo, com especial foco na saúde e no respeito aos direitos humanos e à diversidade, a fim de que desenvolvam o autoconhecimento e se empoderem, libertando-se das imposições midiáticas que, muitas vezes, produzem alienação.

Orientações didáticas

Abertura da Unidade 8 p. 226

Os temas desenvolvidos nesta unidade podem ser especialmente sensíveis para alguns estudantes. Por isso, recomenda-se uma abordagem respeitosa e delicada.

Esta unidade inicia-se com uma conversa que problematiza padrões físicos e estéticos nas práticas corporais pertencentes à cultura corporal de movimento. Faça as mediações necessárias para inibir manifestações de preconceito.

1. e 3. Espera-se que os estudantes possam associar essas imposições a questões de gênero, raça e classe social, refletindo sobre os preconceitos arraigados na sociedade e compreendendo relações de poder e disputas por legitimidade presentes na cultura corporal de movimento e em suas diferentes manifestações, discursos e representações, com reflexos em outras dimensões da vida das pessoas (como trabalho, socialização, autoestima etc.).

2. Espera-se que os estudantes reflitam sobre discursos, representações e valores associados a práticas esportivas, exercícios e outras práticas corporais, principamente as ligadas ao mundo fitness, compreendendo a existência de imposições sociais e culturais.

Capítulo 1 – Corpo, cultura e identidade

O corpo humano apresenta um conjunto de características responsáveis por tornar cada pessoa um ser único, o que reforça o direito de afirmar a própria identidade, reconhecer as belezas que essa identidade apresenta e explorar suas potencialidades. No entanto, ainda que o corpo como expressão da identidade seja um processo individual, existem imposições sociais de certos padrões estéticos que interferem nessa expressão.

Ler

o mundo

O objetivo das atividades deste boxe é desenvolver nos estudantes a capacidade de produzir análises críticas, criativas, éticas, propositivas e não preconceituosas. Recomenda-se mediar a discussão e propor intervenções e questionamentos quando necessário.

3. Espera-se que os estudantes possam iniciar e/ou reforçar o processo de tomada de consciência crítica sobre os padrões físicos e estéticos socialmente estabelecidos, a fim de compartilhar como eles os têm afetado. Garanta um ambiente acolhedor e respeitoso; esta é uma oportunidade para desconstruir estereótipos e problematizar preconceitos.

#PARALER – Potencialidades do corpo e padrões estéticos p. 229

A Leitura 1 e a Leitura 2 estimulam reflexões e discussões acerca das relações entre as práticas corporais, os padrões estéticos e a saúde em meio às pressões sociais e culturais.

Proponha uma observação coletiva da fotografia e verifique se os estudantes conhecem o atleta Darlan Romani. Se necessário, você pode sugerir uma rápida busca de informações sobre ele na internet. Depois, peça que realizem uma leitura individual e silenciosa do texto da reportagem.

Pensar e compartilhar p. 230

Oriente os estudantes a responder às atividades 1 a 3 desta subseção em duplas; a atividade 4 propõe uma discussão coletiva. Mantenha a escuta atenta para fazer mediações quando necessário.

2. Comente com os estudantes que o ambiente em que os atletas do arremesso de peso estão inseridos pode ser considerado relativamente “blindado” de algumas influências ligadas a padrões estéticos e preconceitos corporais, dadas as exigências da modalidade.

3. c) Comente com os estudantes sobre a indústria farmacêutica e a fabricação de remédios para emagrecer, a indústria alimentícia (especialmente em relação aos ultraprocessados que se vendem como saudáveis), as cirurgias para remodelar o corpo em certo padrão estético e as dietas restritivas e da “moda”, principalmente as que são divulgadas por influenciadores digitais de forma irresponsável.

4. Discuta com os estudantes o uso de filtros de imagem que distorcem fotografias e vídeos e transformam e padronizam a aparência das pessoas. Fale também da quantidade de influenciadores que utilizam e propagam padrões estéticos irreais e inatingíveis na internet.

#PARAEXPLORAR – Estereótipos de gênero e padrões estéticos e de comportamento p. 231

Na etapa Planejar e executar, dê subsídios para que os estudantes possam organizar um roteiro de entrevista; é importante que o roteiro seja o mesmo para todos, a fim de que as análises e comparações possam ser feitas. Tanto para a elaboração do roteiro quanto para as análises das respostas, é interessante estabelecer uma parceria com o professor de Língua Portuguesa, a fim de que ele também dê suporte no trabalho com o gênero entrevista e suas particularidades. Destaque que as perguntas não devem induzir respostas. As respostas precisam ser objetivas (mas ir além de “sim” ou “não”); logo as perguntas não devem ser abertas demais, que levem o entrevistado a divagar ou fugir da resposta.

O item 5 de Planejar e executar e a etapa Compartilhar são oportunidades para que os estudantes trabalhem o pensamento computacional, por meio da análise e da comparação das informações das entrevistas, e exercitem a capacidade de inferência com base na decomposição, na abstração e no reconhecimento de padrões dessas informações. Sugere-se organizar os estudantes em pequenos grupos, de modo que cada grupo encontre as semelhanças e diferenças entre as respostas dadas a uma parte das perguntas da entrevista. Essas informações podem ser tabuladas e reunidas para uma análise mais ampla, de modo coletivo.

Na etapa Avaliar, reúna a turma e discuta os resultados, permitindo que os estudantes expressem suas experiências em todas as etapas do processo, bem como suas opiniões sobre o conteúdo e a análise das respostas. Por fim, peça a eles que registrem o que ficou de mais marcante após esta investigação, a fim de verificar se desenvolveram uma postura mais empática e como relacionam as questões abordadas com a cultura corporal de movimento.

Integrando com… Língua Portuguesa e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – Indústria, mídia e padrões p. 232

Nesta seção, sugere-se uma parceria com os professores de Língua Portuguesa, a fim de apoiar a leitura, a contextualização e a interpretação do poema apresentado, e dos componentes curriculares da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, especialmente Geografia e Sociologia, com o objetivo de enriquecer a abordagem das questões socioeconômicas e culturais suscitadas.

Inicialmente, pode-se propor uma leitura individual e silenciosa do poema, para que os estudantes mobilizem estratégias para uma análise global do texto, procurando entender a sua estrutura e o ritmo da leitura, reconhecendo e ampliando o vocabulário. Em seguida, é recomendável ler o poema de forma coletiva e em voz alta, de modo a perceber e analisar coletivamente os aspectos estéticos do texto.

2. b) Espera-se que os estudantes respondam afirmativamente e, ao explicar, expressem o entendimento de que “estar na moda” é se submeter a padrões; e, quanto mais alienada, ou seja, sem consciência, for essa aceitação,

maior será o risco de dependência da sua identidade em relação à aprovação do outro, ou dos estereótipos estabelecidos pelos diferentes grupos sociais.

Faixa de áudio número 11

A faixa de áudio Declamação – Eu, etiqueta apresenta uma declamação expressiva do poema “Eu, etiqueta”, de Carlos Drummond de Andrade. Além da leitura coletiva em voz alta, promova a escuta dessa faixa, a fim de que os estudantes tenham acesso a uma outra interpretação oral do texto. Verifique se eles observam que a declamação tem pequenas diferenças em relação ao poema original apresentado no Livro do estudante: “desde a cabeça ao bico dos pés [sapatos],”; “É duro [doce] estar na moda,”; “E nisto me comparo [comprazo], tiro glória”; além da supressão dos versos “resumia uma estética? / Hoje sou costurado, sou tecido,”. Pergunte a eles quais mudanças nos efeitos de sentido essas diferenças produzem.

#NÓSNAPRÁTICA – Transtornos

alimentares p. 234

Para a etapa Compartilhar, faça uma mediação da conversa e, se possível, convide um profissional da área de Psiquiatria ou Psicologia para participar. Oriente os estudantes no processo de compartilhar as produções com a comunidade escolar e outros públicos, seja em mídia física, seja em digital, respeitando as regras da escola.

Em Avaliar, é fundamental observar como a atividade sensibilizou os estudantes em relação aos transtornos alimentares e como eles desenvolveram ideias relacionadas à própria saúde e a questões de saúde que afetam a coletividade. Faça uma roda de conversa com toda a turma, promovendo um espaço de troca de experiências e pontos de vista.

INDICAÇÃO

• Saúde mental | Transtornos alimentares

Publicado por: Ministério da Saúde. Vídeo (9 min). Disponível em: https://www.youtube. com/watch?v=HANYTI0kRMQ. Acesso em: 19 out. 2024.

No vídeo, a psiquiatra Mara Maranhão explica as consequências físicas e psicológicas de doenças como a anorexia e a bulimia.

Capítulo 2 – Corpos e padrões da mídia p. 235

Neste capítulo, será importante que os estudantes tenham em mente como as mídias constroem e disseminam padrões corporais. Redes sociais, revistas, televisão e internet são repletas de imagens de corpos que seguem um padrão estético específico, geralmente, magreza extrema para mulheres e musculatura definida para homens. A constante exposição a esses padrões pode gerar insatisfação com o próprio corpo; a comparação com imagens idealizadas pode levar a sentimentos de inadequação e baixa autoestima. Além disso, a busca incessante pelo “corpo perfeito” pode resultar em comportamentos prejudiciais, como dietas restritivas extremas, uso de substâncias nocivas e até mesmo transtornos alimentares, como anorexia e bulimia. A saúde mental também é afetada, com um aumento na incidência de ansiedade e depressão.

Ler o mundo

Desenvolver uma visão crítica sobre os padrões de beleza é essencial para que as pessoas possam resistir às pressões externas e valorizar suas próprias características, promovendo uma cultura de bem-estar e preservando a autoestima.

Antes de trabalhar as questões deste boxe, sugere-se selecionar e apresentar aos estudantes imagens que mostrem corpos de homens e mulheres em diferentes momentos históricos, permitindo que eles expressem suas impressões iniciais. É importante também trazer imagens de corpos fora do padrão hegemônico. É possível que, neste momento, os estudantes expressem seus preconceitos, por isso, prepare-se para mediar a conversa e problematizar as questões sociais e econômicas associadas aos padrões estéticos.

#PARALER – Desafiando padrões p. 236

Ao trabalhar a tirinha da Leitura 1, pergunte aos estudantes se todos conhecem os personagens presentes na história: o marinheiro Popeye, que come espinafre para ficar forte e proteger sua namorada, Olívia Palito, de seu inimigo, o “valentão” Brutus. É importante destacar que há três estereótipos de corpo representados pelos três personagens principais.

O artigo de opinião da Leitura 2 oportuniza a valorização de uma mulher negra em posição de protagonismo no esporte, além de permitir a problematização de estereótipos e preconceitos em relação ao corpo.

Pensar e compartilhar p. 238

Sugere-se organizar os estudantes em pequenos grupos para discutir e responder às questões, a fim de desenvolver de forma colaborativa as capacidades de inferência e argumentação. Na sequência, é importante organizar uma conversa com toda a turma, procurando destacar, explorar e aprofundar as respostas dos grupos. Aborde também o boxe Saiba mais sobre gordofobia, a fim de que os estudantes reconheçam essa forma de preconceito e se conscientizem das formas sutis que os preconceitos podem assumir na sociedade.

#PARAEXPLORAR – Combate à exclusão corporal p. 239

Em Pesquisar, garanta que os grupos não repitam otipo de preconceito que será investigado. Oriente-os a analisar diferentes contextos, como campanhas publicitárias, ambientes de trabalho ou escola, programas de televisão e redes sociais etc.

Em Criar e compartilhar, incentive os estudantes a usar imagens, frases e informações relevantes para tornar os cartazes informativos e impactantes. É interessante estabelecer uma parceria com o professor de Língua Portuguesa, com foco no uso de recursos persuasivos. Faça a mediação da discussão geral e promova um ambiente de respeito e aceitação.

Na etapa Avaliar, sugere-se utilizar as perguntas do Livro do estudante para provocar reflexões e a elaboração de sínteses, confrontando os saberes vividos com os percebidos, a fim de construir a consciência crítica, expressa, agora, pelos saberes da experiência.

#NÓSNAPRÁTICA – Dança pela diversidade de corpos p. 241

Para o trabalho com esta seção, se possível, estabeleça uma parceria com o professor de Arte, a fim de mobilizar o repertório, fomentar as discussões e orientar os processos criativos no âmbito da dança contemporânea.

Em Avaliar, os estudantes devem expressar sua experiência por meio da discussão, da reflexão e da síntese de todo o processo. Neste momento, é importante observar como as reflexões de Discutir são mobilizadas, consolidadas e aprofundadas pelos estudantes.

Capítulo 3 – A luta pela igualdade no esporte p. 242

Neste capítulo, as temáticas de defesa da diversidade e de luta por igualdade e inclusão serão abordadas por diferentes perspectivas, particularmente por meio de questões de gênero, de raça e relacionadas às populações LGBTQIAPN+. Exige-se uma mediação sensível, a fim de inibir e desconstruir manifestações de preconceito, além de acolher a diversidade dos estudantes.

Ler o mundo

2. Comente que a fotografia do momento histórico com três atletas negras no pódio (Rebeca Andrade, Simone Biles e Jordan Chiles) da prova de solo da ginástica artística feminina nas Olímpiadas de Paris 2024 ficou marcada pela decisão da Corte Arbitral do Esporte (CAS) de considerar irregular o acréscimo de 0,100 à nota de Chiles por meio de recurso após a prova, pontuação que deu à ginasta estadunidense a medalha de bronze. Sem o recurso, a atleta ficaria em quinto lugar, sendo ultrapassada pelas romenas Ana Barbosu e Sabrina Voinea. Após a revisão, que deu a medalha de bronze a Ana Barbosu, Chiles também entrou com recursos para que fosse revista a decisão posterior do tribunal, mas eles não foram atendidos e ela perdeu a medalha (embora houvesse uma sugestão da Federação Romena de Ginástica de que a medalha fosse dividida entre as duas atletas romenas e Chiles).

#PARALER – Diversidade e inclusão

no esporte p. 243

Esta seção oportuniza explorar e contextualizar como o esporte reflete os desafios sociais, abordando questões de homofobia, transfobia e discriminações de gênero por meio de um cartum e de uma reportagem. Sugere-se organizar a turma em grupos mistos com quatro ou cinco estudantes. Cada grupo deve ser orientado a ler os textos das Leituras 1 e 2 e, na sequência, discutir suas respectivas impressões iniciais, respaldados por seus saberes vividos.

Pensar e compartilhar p. 245

As impressões iniciais trazidas pelos grupos serão oponto de partida para que os estudantes respondam às atividades desta subseção. Se considerar pertinente, proponha que os grupos se mantenham formados e discutam as questões propostas, registrando os principais

pontos, e, posteriormente, organize uma conversa coletiva para que a turma troque ideias, sempre prezando pelo respeito à diversidade e aos direitos humanos.

9.b) É importante que os estudantes apresentem argumentos para sustentar seus pontos de vista. É possível que também surjam apontamentos em relação ao ambiente de competitividade e de rivalidade que, muitas vezes, acaba abrindo espaço para comportamentos agressivos que não seriam observados em situações corriqueiras do cotidiano.

#PARAEXPLORAR – Ações contra o preconceito no esporte p. 246

Ao explorar o depoimento do jogador de voleibol Douglas Souza, reforce que o atleta considera exaustivo tratar de sua sexualidade, mas que reconhece ser necessário. Verifique se os estudantes percebem que essa necessidade se dá por causa da homofobia presente na sociedade e no meio esportivo. A leitura do boxe Saiba mais – “Teste de feminilidade”: preconceito institucionalizado, ao final desta seção, também pode fomentar as reflexões sobre manifestações de preconceito no esporte e formas de combatê-las.

Por fim, na etapa Avaliar, peça aos estudantes que respondam individualmente às questões propostas no Livro do estudante. Depois, sugere-se uma roda de conversa para que a turma troque impressões, observando odesenvolvimento de um engajamento consciente, crítico, ético e não preconceituoso pelos estudantes.

INDICAÇÃO

• A força de uma mulher. Publicado por: UOL. Disponível em: https://www.uol.com.br/esporte/ reportagens-especiais/edinanci-aceita-contarsua-historia-sofri-com-haters-na-rua-tododia/. Acesso em: 22 out. 2024.

O texto apresenta um depoimento dado por Edinanci Silva, no qual ela aborda também as manifestações de preconceito que enfrentou no meio esportivo, inclusive vindas da imprensa.

#NÓSNAPRÁTICA

– Práticas

corporais pela inclusão p. 248

Na etapa Planejar e executar , além das oficinas, se considerar pertinente e houver interesse da

turma, podem ser propostas palestras para tratar de temas como violência contra a mulher, homofobia e transfobia, além de outras formas de preconceito no contexto das práticas corporais.

É importante garantir que o grupo responsável pelo registro do evento esteja presente em todas as atividades, a fim de garantir a realização da proposta de Compartilhar. Nessa etapa, organize e oriente a escrita e a divulgação do relato coletivo.

Em Avaliar, observe se os estudantes mobilizam os registros e o relato coletivo para realizar as reflexões propostas. É importante verificar se eles desenvolvem uma postura mais crítica, inclusiva e socialmente consciente, sem preconceitos e com respeito à diversidade em suas diferentes dimensões.

Capítulo 4 – Inclusão no esporte p. 249

Tão importante quanto pensar nos diferentes tipos de esportes é pensar que os corpos que os praticam também são diferentes. Nesta abertura, os estudantes poderão explorar essa premissa em uma perspectiva inicial, que será aprofundada no desenvolvimento deste capítulo, considerando as pessoas com e sem deficiência.

Ler o mundo

1. Espera-se que os estudantes citem e descrevam práticas que realizam com certa regularidade. Se necessário, auxilie-os a pensar nas características e habilidades necessárias para a prática; isso pode ser feito, por exemplo, por meio da decomposição de regras, fundamentos, movimentos etc.

2. Espera-se que os estudantes mobilizem as análises da prática feitas na atividade 1, reflitam se ela é uma prática democrática e, se for o caso, pensem em formas de torná-la mais acessível a públicos diversos, considerando que as práticas corporais são um direito de todos.

#PARALER – Atletas e paradesporto p. 250

Sugere-se pedir aos estudantes que observem a fotografia da Leitura 1 e comentem as suas impressões iniciais. Estabeleça um ambiente para que eles se sintam seguros para expressar seus saberes e escutar os colegas. Após esse momento, peça que leiam,

individualmente, o texto da Leitura 2. Verifique o conhecimento que a turma tem de paratletas e, se possível, traga alguns exemplos de paratletas de diferentes modalidades para compartilhar com eles.

Objeto Educacional Digital

O infográfico clicável Esportes paralímpicos apresenta algumas modalidades esportivas disputadas nos Jogos Paralímpicos (ciclismo, esgrima, bocha e basquete) e propõe uma reflexão sobre a importância dos paradesportos para toda a sociedade. Sugere-se explorar esse objeto digital com os estudantes para ampliar o repertório deles e enriquecer as discussões de #PARALER.

Pensar e compartilhar

p. 251

Inicialmente, organize a sala em duplas para que os estudantes respondam às questões. Depois, promova uma discussão em roda, a fim de que a turma compartilhe as respostas e os diferentes pontos de vista.

5. Problematize com os estudantes as perspectivas com viés sensacionalista que costumam predominar na mídia quando são abordadas as pessoas com deficiência, particularmente os paratletas. Se possível, selecione outros exemplos para fomentar a discussão.

6. Espera-se que os estudantes, com base nas pesquisas que fizerem na internet, possam entender que a classificação funcional para a natação paralímpica é dividida em três momentos: teste clínico, teste na água e observação durante competições. A mudança que afetou o paratleta Daniel Dias foi de que os testes na água passaram a ser pontuados de 0 a 300. Antes, os movimentos realizados dentro da piscina não eram quantificados. E os critérios para definir a pontuação, segundo Daniel, ficaram mais subjetivos, permitindo diferentes interpretações. Faça a mediação das discussões, garantindo um ambiente de respeito.

#PARAEXPLORAR – Explorando os sentidos p. 252

Em Vivenciar, no momento de formar os grupos, oriente os estudantes a realizar a atividade de maneira empática e respeitosa com as pessoas com deficiência. Caso haja estudantes com deficiência na turma, é importante que eles tenham protagonismo e opinem sobre as propostas.

Nesta etapa, é muito importante conscientizar os estudantes de que a proposta das oficinas não é uma

brincadeira ou uma “emulação” de deficiências. Trata-se de uma atividade para confrontar os saberes vividos dos estudantes, adquiridos na relação com a sociedade, com os saberes refletidos e percebidos na escola, de modo a gerar saberes anticapacitistas em meio à experiência explorada e problematizada. Oriente a escolha dos materiais, a fim de garantir a segurança e a integridade física de todos.

Em Refletir e compartilhar, organize a formação dos grupos e oriente as pesquisas dos estudantes –se possível, com apoio do professor de Biologia. Para a escrita, a gravação e a divulgação dos podcasts, se possível, estabeleça uma parceria com o professor de Língua Portuguesa.

Em Avaliar, sugere-se que os estudantes respondam às questões individualmente. Na sequência, organize uma roda de conversa para que eles compartilhem as respostas e troquem ideias sobre as atividades realizadas, com especial atenção para o desenvolvimento da sensibilidade, de uma postura crítica, ética e sem preconceitos e para o reconhecimento da pluralidade.

#NÓSNAPRÁTICA – Festival da inclusão nos esportes p. 254

Os diferentes corpos, com ou sem deficiência, têm o direito de usufruir de quaisquer práticas corporais. Esse deve ser o mote para engajar os estudantes nas propostas desta seção, a fim de possibilitar que paradigmas e preconceitos sociais possam ser desconstruídos.

Em Planejar e executar, oriente as pesquisas, garantindo uma postura respeitosa em relação às pessoas com deficiência e a modalidades esportivas praticadas por elas. Se necessário, você pode atuar na mediação da roda de discussão, ou mesmo propor uma mediação coletiva dos próprios estudantes.

Em Avaliar, realize uma roda de conversa para que todos possam trocar suas experiências com as atividades e com o planejamento do evento em si.

O boxe Para a vida pode ajudar a aprofundar as reflexões disparadas anteriormente, com foco na consciência social e nas habilidades de relacionamento essenciais para combater o preconceito contra pessoas com deficiência. Espera-se que os estudantes possam exercitar a empatia e a escuta ativa de pessoas com deficiência, especialmente dos colegas de escola, a fim de adotar e difundir posturas anticapacitistas.

Unidade 9 Corpo, movimento e tecnologia

• Tema contemporâneo transversal : Ciência e Tecnologia.

• Campos de atuação social: campo da vida pessoal; campo das práticas de estudo e pesquisa; campo jornalístico-midiático; campo de atuação na vida pública e campo artístico-literário.

• Competências gerais da Educação Básica: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.

Competências específicas e habilidades de Linguagens e suas Tecnologias

• Capítulo 1: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303), 4 (EM13LGG401, EM13LGG402), 5 (EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 2: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303, EM13LGG304), 4 (EM13LGG401, EM13LGG402), 5 (EM13LGG501, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 3: 1 (EM13LGG101, EM13LGG102, EM13L GG103, EM13LGG104, EM13LGG105), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703, EM13LGG704).

• Capítulo 4: 1 (EM13LGG102, EM13LGG103, EM13LGG104), 2 (EM13LGG201, EM13LGG202, EM13LGG204), 3 (EM13LGG301, EM13LGG302, EM13LGG303), 4 (EM13LGG402), 5 (EM13LGG501, EM13LGG502, EM13LGG503) e 7 (EM13LGG701, EM13LGG702, EM13LGG703, EM13LGG704).

Objetivos e justificativa

• Contextualizar, problematizar e experienciar práticas corporais que surgem das relações entre os avanços

tecnológicos, o corpo e seus movimentos, e impactam a cultura corporal de movimento.

• Perceber possibilidades de incorporar as tecnologias digitais a práticas corporais e refletir sobre os efeitos, para a saúde, da presença dessas tecnologias em atividades da rotina.

• Conhecer usos e impactos dos jogos digitais na Educação Física, ressignificando as práticas corporais.

• Refletir sobre o universo dos e-sports e de outros jogos digitais, compreendendo-os como objetos de estudo crítico na área de Educação Física.

Os objetivos descrevem como serão abordadas as relações entre corpo, movimento e tecnologia. Serão discutidas as implicações sociais, éticas, culturais e práticas da integração das tecnologias nas práticas corporais e na rotina diária. Os temas explorados permitem o desenvolvimento de habilidades físicas, sociais e culturais, expandindo as possibilidades de atuação na cultura corporal de movimento.

Introdução

Por meio da fruição, da produção e da ressignificação de conhecimentos associados às práticas corporais, em propostas de reflexão e vivências práticas que promovem a autonomia e a criticidade, será possível ampliar os saberes a respeito da cultura corporal de movimento.

Conhecer, contextualizar, problematizar e experimentar movimentos corporais impactados pelos avanços tecnológicos digitais será uma maneira de transformar e dar novos sentidos às práticas corporais que requerem, ainda, a mobilização de habilidades sociais e as competências socioemocionais de autogestão e tomada de decisão responsável.

Orientações didáticas

Abertura da Unidade 9 p. 256

Esta unidade explora temas que se aproximam das culturas juvenis ao relacionar tecnologia digital e movimento e impulsionar reflexões críticas sobre os impactos das inovações tecnológicas no movimento humano em suas mais diferentes formas e sentidos.

Os estudantes poderão perceber possibilidades de incorporar as tecnologias aos hábitos diários e

A BNCC NA UNIDADE 9

conhecerão ferramentas e acessórios que simulam uma realidade virtual e criam ambientes imersivos, transformando o movimento e as práticas corporais tradicionais. Os impactos dos jogos digitais e dos e-sports para o corpo e para a saúde, também será objeto de estudo.

Capítulo 1 – Corpo e tecnologia p. 258

Em complemento às informações apresentadas na abertura deste capítulo, comente com a turma que um exemplo da relação positiva entre corpo e tecnologia são os robôs cirurgiões assistidos por inteligência artificial (IA), que podem realizar procedimentos cirúrgicos com mais precisão e eficiência do que os seres humanos sozinhos, trazendo melhores resultados para os pacientes.

Outro ponto positivo é o acesso à informação e a conectividade, pois o uso de dispositivos inteligentes e assistentes virtuais facilita a comunicação em tempo real e possibilita o acesso instantâneo a informações variadas, trazendo mais eficiência para tarefas cotidianas.

Porém, a impossibilidade de acessar certas tecnologias por grande parte da população, em razão de questões econômicas, pode agravar ainda mais as desigualdades, o que levanta discussões relacionadas à inclusão social.

Ler o mundo

Complemente as informações apresentadas neste boxe comentando com os estudantes que, desde as primeiras lanças e machados de pedra até as ferramentas mais complexas da Idade do Bronze, a tecnologia tem influenciado e transformado o corpo humano e suas habilidades.

A escrita, inicialmente gravada em tabuletas de argila e papiros, é um tipo de tecnologia que permitiu novas formas de comunicação e a preservação da história e da cultura ao longo do tempo.

#PARALER – Impactos da tecnologia no corpo humano e no esporte p. 259

Esta seção pretende ampliar os conhecimentos dos estudantes sobre os usos possíveis das tecnologias digitais capazes de transformar a vida e a cultura humanas. Incentive-os a observar as imagens da Leitura 1 e a formar pares para leitura e discussão do artigo da Leitura 2

Pensar e compartilhar p. 261

Permita aos estudantes que decidam se querem realizar as atividades desta subseção individualmente ou em duplas. Para a correção, escolha alguns deles para ler em voz alta as respostas.

1. Promova uma reflexão sobre o papel de tecnologias, como as apresentadas nas imagens, na vida de pessoas com deficiência, levando os estudantes a pensar na importância do acesso a essas próteses e acessórios para uma melhor qualidade de vida.

3.a) Espera-se que os estudantes compreendam que as mudanças ocorridas na sociedade com o avanço das tecnologias digitais requer a criação de regulamentações e leis específicas.

#PARAEXPLORAR – IA e esporte p. 262

Em Pesquisar, se necessário, auxilie os estudantes indicando fontes de informação confiáveis, como o Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), disponível em: https://catalogodeteses.capes.gov.br/ catalogo-teses/#!/ (acesso em: 24 out. 2024).

A autoavaliação sugerida em Avaliar pode ser registrada pelos estudantes no diário de aprendizagem, a fim de que eles possam revisitá-la no decorrer do ano letivo e perceber a evolução dos aspectos atitudinais, procedimentais e conceituais desenvolvidos.

#NÓSNAPRÁTICA – Xadrez off-line e on-line p. 264

Em Jogar, se necessário, compartilhe com a turma as instruções para jogar xadrez, disponíveis em https:// institutobhfuturo.com.br/wp-content/uploads/2020/05/ XADREZ-REGRAS.pdf (acesso em: 24 out. 2024). Ofereça apoio e orientação aos estudantes durante a atividade, especialmente aos que estejam menos familiarizados com o jogo.

Como proposta complementar, sugere-se construir com os estudantes um tabuleiro de xadrez na quadra da escola. Para jogar, cada estudante deve fazer a função de uma peça específica. Dois estudantes devem ficar de fora do tabuleiro, a fim de orientar a movimentação das peças numa competição. Incentive-os a dar uma interpretação teatral para as peças no momento em que elas forem movidas no jogo.

A avaliação requerida em Avaliar pode ser desenvolvida e revisitada posteriormente pelos estudantes caso tenham interesse em continuar jogando xadrez de forma on-line ou off-line, a fim de que possam perceber a evolução de suas habilidades no jogo.

Objeto Educacional Digital

O vídeo Xadrez apresenta origens, características e regras do jogo, além de benefícios que pode promover aos seus praticantes.

Capítulo 2 – Hábitos diários e tecnologias digitais

p. 265

É importante que a turma saiba que antes da popularização das tecnologias digitais, muitas atividades de lazer dos jovens envolviam estar ao ar livre, jogando futebol ou andando de bicicleta. Embora essas atividades continuem a ser praticadas e nem todos os jovens tenham substituído as atividades físicas pelas atividades no ambiente virtual, há uma crescente adesão às experiências digitais.

Ainda que essas mudanças sociais e culturais sejam inevitáveis, é essencial priorizar o cuidado com o corpo e com a saúde física e mental. Neste capítulo, os estudantes poderão refletir sobre esses assuntos.

Ler o mundo

2. Espera-se que os estudantes reflitam e tomem consciência dos motivos, pessoais ou sociais, que os levam a estabelecer escolhas e prioridades no ambiente virtual e fora dele.

#PARALER – Tecnologia e estilo de vida p. 266

Incentive os estudantes a identificar o uso das tecnologias digitais nas imagens da Leitura 1. Depois, sugere-se uma leitura coletiva da reportagem da Leitura 2. O texto contribui para que os estudantes aprimorem a criticidade e possam tomar decisões éticas, conscientes e reflexivas, percebendo a importância de repensar hábitos nocivos e adotar hábitos saudáveis, como a realização das práticas corporais, em seus projetos de vida e na sociedade.

Se julgar pertinente, esclareça aos estudantes o que é o Transtorno de Jogo pela Internet (TJI), mencionado na reportagem: condição de saúde mental que se caracteriza pelo uso excessivo de jogos eletrônicos e

prejudica áreas da vida como relacionamentos sociais, nutrição e educação.

Recomenda-se reforçar o perigo dos desfechos negativos relacionados ao uso do videogame como forma de escape da realidade (uso do tabaco, bullying, problemas de relacionamento com pais), que geram más consequências para a saúde física e mental e prejudicam o convívio social.

Pensar e compartilhar p. 268

Solicite aos estudantes que formem trios para discutir as atividades propostas, especialmente aquelas cujas respostas são de cunho pessoal, para que possam comparar diferentes perspectivas. Em seguida, oriente-os a formar uma roda e promova a correção coletiva das atividades.

1.c) Espera-se que os estudantes respondam que a interação com o ambiente virtual pode promover uma experiência imersiva e personalizada, criando um ambiente que talvez não fosse viável e acessível, naquele momento, na realidade física. Porém, distrações e desconfortos ergonômicos podem ocorrer, comprometendo a qualidade dos exercícios e levando a uma prática inadequada ou menos eficiente.

5.b) A garantia de segurança em espaços públicos e a criação de programas e locais de lazer e esportes, como quadras e centros de entretenimento com profissionais qualificados a atender a população, poderiam engajar os jovens e fazê-los aproveitar mais experiências fora de casa, levando-os a socializar, conhecer outras pessoas e ampliar interesses culturais, artísticos e relacionados a práticas físicas.

Integrando com… Ciências

Humanas e Sociais

Aplicadas – Violência no ambiente virtual p. 269

O trabalho desta seção pode ser realizado em parceria com professores da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. Por meio das reflexões suscitadas, os estudantes poderão analisar os impactos das transformações tecnológicas nas relações sociais em situações da vida cotidiana, problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação.

Oriente-os a formar uma roda e promova uma leitura coletiva do artigo apresentado. As atividades

propostas também podem ser feitas de modo coletivo, para incentivar a troca de ideias.

#PARAEXPLORAR – Mapeamento da inatividade física p. 271

Em Analisar, os estudantes poderão desenvolver opensamento computacional, pois vão: decompor o dia em atividades, separando momentos de inatividade e atividade física; reconhecer padrões ao analisar os dados da planilha; fazer abstrações, refletindo para conseguir diminuir o tempo gasto em atividades que não requerem movimento corporal; e otimizar o tempo para práticas corporais, o que envolve simplificar e generalizar soluções.

Em Avaliar, sugira aos estudantes que registrem, no diário de aprendizagem, a autoavaliação, que enfoca os aspectos procedimentais e atitudinais desenvolvidos na proposta e permite aprimorar o autoconhecimento e a conscientização da importância de uma rotina ativa para a manutenção da saúde.

#NÓSNAPRÁTICA – Dia do movimento p. 272

Em Praticar, a rotação por estações de atividades é uma metodologia ativa que incentiva a autonomia dos estudantes, deixando-os livres para decidir a ordem em que preferem visitar cada estação e para voltarem às estações de que mais gostaram.

Alerte os estudantes quanto aos eventuais riscos na realização das atividades, a fim de garantir a integridade física deles e das demais pessoas que estiverem participando do evento.

Em Avaliar, os estudantes são convidados a refletir sobre os aspectos conceituais, atitudinais e procedimentais desenvolvidos na proposta. Peça-lhes que compartilhem com a turma a resposta à questão 5, a fim de promover uma comparação entre as perspectivas deles e incentivar uma reflexão conjunta sobre a atividade como um todo.

Capítulo 3 – Jogos digitais na Educação Física p.

Os avanços tecnológicos são característicos das revoluções industriais, tema que pode ser ampliado em parceria com o professor de História, a fim de promover reflexões sobre impactos sociais, econômicos e culturais.

Explore as imagens dos videogames apresentados na abertura deste capítulo e incentive os estudantes a estabelecer comparações com os videogames atuais, identificando semelhanças e diferenças.

Ler o mundo

1. e 2. Espera-se que os estudantes mobilizem o próprio repertório de jogos digitais e compartilhem suas experiências pessoais com essas práticas. Ao tratar de dispositivos, eles deverão relacionar aparelhos como consoles, computadores e celulares. As experiências com esses diferentes aparelhos também podem influenciar a percepção das evoluções tecnológicas dos jogos digitais.

3. Caso os estudantes já tenham tido essa experiência nas aulas de Educação Física, peça-lhes que relembrem com qual propósito esses jogos foram introduzidos.

Atividades complementares: jogos eletrônicos e digitais

Proponha as atividades a seguir para os estudantes.

1. A fim de entender o contexto de criação dos jogos eletrônicos e digitais, faça uma pesquisa na internet sobre as quatro grandes revoluções industriais pelas quais a sociedade passou desde o século XIX e caracterize-as. Sugestão de resposta: A primeira Revolução Industrial ocorreu na segunda metade do século XIX e é marcada pela produção em escala. Na segunda revolução, que ocorreu na primeira metade do século XX, pode-se destacar o progresso dos meios de transporte e de comunicação. Na terceira revolução, ocorrida na segunda metade do século XX, houve avanços tecnológicos expressivos, como a criação de microcomputadores e da internet, que promovem uma substituição gradual do mundo analógico pelo digital. A quarta Revolução Industrial, ocorrida no fim da primeira década do século XXI, tem por característica principal o avanço exponencial das tecnologias junto com o crescimento e a abrangência da internet.

2. Em qual dessas revoluções os jogos eletrônicos e digitais se desenvolveram?

Resposta: Os jogos eletrônicos se desenvolveram inicialmente em meio à terceira Revolução Industrial, e, atualmente, os jogos digitais acompanham os avanços computacionais advindos da quarta Revolução Industrial.

3. Que características impulsionaram esse desenvolvimento?

Sugestão de resposta: entrada na era digital; criação dos primeiros computadores; aumento gradual das tecnologias digitais; criação e venda em larga escala dos computadores domésticos; invenção e rápida expansão comercial dos consoles domésticos etc.

#PARALER – Exergames e inclusão

digital p. 275

Explore com os estudantes o mapa apresentado na Leitura 1, desafiando-os a encontrar a localização aproximada da escola. Em seguida, oriente-os a observar o cartum e a identificar a crítica proposta.

O artigo científico apresentado na Leitura 2 trata da relação benéfica que pode se estabelecer entre os exergames e a Educação Física. Promova uma leitura coletiva, solicitando que um estudante por vez se voluntarie para ler cada parágrafo.

Objeto Educacional Digital

O mapa clicável Desigualdade no acesso dos alunos de escola pública a tecnologias traz informações complementares ao mapa apresentado no Livro do estudante

Pensar e compartilhar p. 277

Oriente os estudantes a responder às perguntas desta subseção em duplas, dialogando sobre cada uma antes de as registrarem no caderno.

1.a) Espera-se que os estudantes respondam com base em suas experiências e verifiquem se elas correspondem ao que está registrado no mapa da Leitura 1.

#PARAEXPLORAR – Jogos digitais e juventudes p. 278

Sugere-se que a etapa Analisar e compartilhar seja realizada em parceria com o professor de Matemática. A decomposição e a análise de dados quantitativos e qualitativos permitem desenvolver o pensamento computacional e contribuem para o autoconhecimento, o conhecimento de mundo e a capacidade de se posicionar criticamente.

A avaliação coletiva proposta em Avaliar é uma oportunidade de valorizar diferentes pontos de vista e ampliar a interpretação dos aspectos conceituais, procedimentais e atitudinais desenvolvidos na atividade. Embora estejam analisando o processo como um todo, incentive os estudantes a avaliar suas próprias atitudes, analisando o quanto contribuíram para o trabalho colaborativo.

#NÓSNAPRÁTICA

– Da tela para a quadra p. 279

Em Planejar, as orientações do item 2 oportunizam o trabalho com teatro ao incentivar os estudantes a interpretar personagens dos jogos.

É importante que o planejamento dos jogos adaptados considere as capacidades de estudantes de diferentes perfis e características, inclusive das pessoas com deficiência, caso haja na turma, que devem ser ouvidas e incluídas de acordo com suas possibilidades. Sua mediação é essencial nessa tarefa, sobretudo para alertar para eventuais riscos que podem comprometer a integridade física dos estudantes.

As questões orientadoras propostas em Avaliar têm oobjetivo de levar os estudantes a refletir sobre cada etapa do processo, além de observar o desenvolvimento das capacidades físicas, o respeito às regras, o uso de habilidades socioemocionais para enfrentar desafios e da criatividade. Sugere-se que eles registrem individualmente suas impressões no diário de aprendizagem.

Capítulo 4 – E-sports: jogos digitais ou esportes? p. 280

Estudos e discussões mais recentes na área da Educação Física consideram que não são o movimento e o desempenho físico os componentes responsáveis pela definição do que é ou não esporte.

O jogo digital caracteriza-se como brincadeira quando as pessoas estão jogando para se divertir, como forma de entretenimento organizada com regras flexíveis. Mas o mesmo jogo digital pode ser considerado um esporte, fazendo surgir o e-sport, quando os jogadores estão em uma competição estruturada, com regras rígidas.

Ao longo do capítulo, os estudantes poderão refletir sobre essas informações.

Ler o mundo

Amplie a discussão proposta neste boxe solicitando aos estudantes que nomeiem os e-sports conhecidos.

#PARALER – E-sports e esportes tradicionais p. 281

Oriente a turma a observar com atenção a imagem da Leitura 1 e a ler o artigo de opinião apresentado na Leitura 2 em duplas.

Comente que o fenômeno jogo é estudado por várias perspectivas. Parte das Ciências Humanas, por exemplo, desenvolve teorias e interpretações sobre o jogo e os jogos analisando as relações entre Filosofia, Sociologia, História, Antropologia, Pedagogia, entre outras áreas. Para outras áreas do conhecimento, as teorias sobre o jogo e os jogos têm um viés mais voltado para as ciências comportamentais, como a Economia e a Psicologia, o que se pode perceber no artigo de opinião da Leitura 2

INDICAÇÃO

• Uma mente brilhante, direção de Ron Howard.

Estados Unidos, 2001.

Esse filme conta a história de John Nash, um gênio na Matemática que sofria de esquizofrenia e, em 1994, recebeu o Prêmio Nobel por seu trabalho sobre a Teoria dos Jogos.

Pensar e compartilhar p. 282

As atividades desta subseção podem ser realizadas em duplas e corrigidas coletivamente em uma roda de conversa.

5. Espera-se que os estudantes respondam afirmativamente à pergunta e digam que o contexto competitivo regrado, principalmente em nível profissional, é um argumento para classificar os e-sports como esportes.

#PARAEXPLORAR – Desenvolvimento de jogos eletrônicos p. 284

Em Pesquisar e apresentar, se necessário, compartilhe com os estudantes a postagem em blogue que apresenta informações sobre carreiras do universo de jogos, disponível em: https://www.sp.senac.br/blog/ artigo/trabalhar-com-jogos (acesso em: 25 out. 2024). Comente que as profissões dessa área podem ser mais conhecidas pelos nomes em inglês, como são muitas das profissões da área de tecnologia.

Em Avaliar, eles devem refletir sobre aspectos atitudinais da atividade, a predisposição para o trabalho colaborativo, o uso de habilidades sociais nos momentos de interação e a aplicação dos conhecimentos construídos na ideia do jogo.

Faixa de áudio número 12

A canção Dandara’s purpose apresenta um exemplo de música que compõe a trilha sonora de um jogo de videogame. Ao promover a escuta, junto com o trabalho com o boxe Saiba mais, comente com a turma que, assim como em filmes, séries e outras produções audiovisuais, as trilhas sonoras são um importante elemento discursivo de videogames, pois colaboram para construir narrativas e climas (humor, ação, suspense etc.), identificar cenários e personagens, entre outros aspectos.

#NÓSNAPRÁTICA – Competição de jogos digitais p. 285

Em Planejar e praticar, auxilie os estudantes a estabelecer regras para a experimentação, como tempo de jogo e tabelas de pontuação e chaveamento, que podem ser necessárias dependendo do tipo de jogo escolhido.

Em Avaliar, os estudantes vão se autoavaliar de acordo com as questões orientadoras, o que contribuirá para desenvolver o autoconhecimento e a autonomia, uma vez que refletirão sobre desafios superados, interação com os colegas e habilidades de diferentes naturezas mobilizadas na atividade.

As informações apresentadas no boxe Para a vida sintetizam as discussões realizadas no decorrer da unidade e enfocam os aspectos do cuidado com a saúde física e mental e das habilidades sociais necessárias no ambiente digital. Por meio das reflexões propostas, espera-se que os estudantes percebam a responsabilidade de cada um para cuidar de si mesmos e para colaborar com a construção de uma sociedade respeitosa, justa e solidária.

Referências comentadas

• AQUINO NETO, Francisco Radler de. O papel do atleta na sociedade e o controle de dopagem no esporte. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, [s l.], v. 7, n. 4, p. 138-148, jul./ago. 2001. Disponível em: https://www. scielo.br/j/rbme/a/zV7KmNJ45zQLkkDJxxwHX6G/. Acesso em: 25 out. 2024.

Esse artigo destaca como os atletas, considerados modelos de comportamento, influenciam valores

e atitudes na sociedade, enquanto o uso de substâncias proibidas compromete essa imagem. A pesquisa enfatiza a importância de políticas rigorosas e de uma abordagem educativa para combater o doping, preservando a ética esportiva e a saúde dos competidores.

• BARROS, Thaynan Faria et al. Efeitos de práticas de yoga na saúde mental de adolescentes: revisão integrativa. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, Fortaleza, v. 35, p. 1-10, 2022. Disponível em: https://ojs.unifor.br/RBPS/article/view/11742/6968.

Acesso em: 25 out. 2024.

Esse artigo é produto de uma pesquisa que investigou o efeito da prática de ioga em adolescentes e sua relação com a diminuição de traços de ansiedade e de comportamentos agressivos.

CASCUDO, Luiz da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. 10. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003. Essa obra apresenta, em verbetes, elementos da cultura popular brasileira, como lendas, mitos, festejos, indumentária, comidas e bebidas tradicionais.

COLOMBERO, Rose Mary Marques Papolo. Danças urbanas : uma história a ser narrada. São Paulo: Grupo de Pesquisas em Educação Física Escolar da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (GPEF-FEUSP), jul. 2011. Disponível em: https:// www.gpef.fe.usp.br/teses/agenda_2011_09.pdf.

Acesso em: 25 out. 2024.

Esse artigo é fruto de uma pesquisa que investigou, por meio de entrevistas e depoimentos, experiências com as danças urbanas, permitindo estabelecer relações entre essas manifestações da cultura corporal e a memória, a identidade, as sensações, os sentimentos e as subjetividades dos praticantes.

• FERNANDO, Arlindo. As tecnologias nas aulas de Educação Física escolar. Revista Educação Pública, Rio de Janeiro, 10 jan. 2017. Disponível em: https:// educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/17/1/ as-tecnologias-nas-aulas-de-educao-fsica-escolar.

Acesso em: 25 out. 2024.

Esse artigo analisa como as ferramentas digitais, em especial os jogos virtuais e digitais, podem enriquecer as práticas pedagógicas nas aulas de Educação

Física, promover a participação dos alunos e facilitar a aprendizagem de conteúdos relacionados ao corpo e ao movimento.

• HEROLD JUNIOR, Carlos. Corpo no trabalho e corpo pelo trabalho: perspectivas no estudo da corporalidade e da educação no capitalismo contemporâneo. Trabalho, Educação e Saúde, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, p.11-35, mar./jun. 2012. Disponível em: https://doi. org/10.1590/S1981-77462012000100002. Acesso em: 25 out. 2024.

Esse artigo discute as relações entre o corpo e o trabalho no contexto do capitalismo contemporâneo, explorando como a corporalidade é percebida e utilizada na educação e no ambiente laboral.

• LARA, Larissa; ATHAYDE, Pedro; MENDES, Maria Isabel Brandão de Souza (org.). O que pode o corpo?: saberes e práticas da Educação Física e ciências do esporte. Maringá: Eduem, 2021.

O livro investiga as potencialidades do corpo humano nas dimensões política, ética, estética e pedagógica como ponto de partida para discutir a produção de conhecimento nas áreas de Educação Física e Ciências do Esporte.

• LAZER, esporte e sustentabilidade ambiental. [S. l.: s n.], 2021. 1 vídeo (113 min). Publicado pelo canal fef videos. Disponível em: https://youtu.be/grvQjmurayw. Acesso em: 25 out. 2024.

Essa videoaula aberta da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aborda aspectos positivos e negativos das práticas esportivas em relação ao meio ambiente.

• MACEDO, Tarcízio; FALCÃO, Thiago. E-Sports , herdeiros de uma tradição. Intexto, Porto Alegre, n. 45, p.246-267, maio/ago. 2019. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/intexto/article/ view/83818/52389. Acesso em: 25 out. 2024.

Esse artigo discute os aspectos históricos e sociais dos esportes, compreendendo o lugar do e-sport na história e no futuro das práticas esportivas contemporâneas, em meio ao desenvolvimento da cultura digital.

• OLIVEIRA, Diogo Alves de et al . Tre inamento funcional: um estudo bibliográfico sobre os conceitos e aplicações. Revista de Educação Física, Rio de Janeiro, v. 82, n. 157, p. 12-21, jan./abr. 2013. Disponível em: https://revistadeeducacaofisica. emnuvens.com.br/revista/article/view/291/337.

Acesso em: 25 out. 2024.

Esse artigo é resultado de uma análise bibliográfica sobre os conceitos e as aplicações do treinamento funcional (TF), que mostrou que este tem se concentrado em três vertentes principais (reabilitação das capacidades funcionais, aprimoramento dos movimentos esportivos e equilíbrio funcional, que visa maior autonomia e qualidade de vida).

OLIVEIRA, Fábio Souza de. Mídia-educação física: outros olhares sobre a cultura corporal. Curitiba: Appris Editora, 2021.

O autor desse livro reflete sobre o uso das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDICs) na Educação Física, defendendo que, ao aproximar mídias, tecnologias e os conteúdos desse componente curricular, é possível potencializar as aprendizagens sobre a cultura corporal.

PACE, Tassiana Hille; HARDT, Letícia Peret Antunes. Megaeventos esportivos: reflexões sobre sustentabilidade e suas relações com o turismo. Turismo e Sociedade, Curitiba, v. 7, n. 1, p. 16-40, jan. 2014. Disponível em: https://www.researchgate.net/ publication/272985672_Megaeventos_esportivos_ reflexoes_sobre_sustentabilidade_e_suas_ relacoes_com_o_turismo. Acesso em: 25 out. 2024.

Esse artigo discute a relação entre megaeventos esportivos, sustentabilidade e turismo, destacando os benefícios econômicos para as cidades-sede e a promoção da imagem desses locais, bem como os desafios ambientais e financeiros.

• REIS, Leoncio José de Almeia; CAVICHIOLLI, Fernando Renato. Jogos eletrônicos e a busca da excitação. Movimento, Porto Alegre, v. 14, n. 3, p. 163-183, 2008. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo. oa?id=115316012009. Acesso em: 25 out. 2024.

Os autores procuram explicar o crescente interesse pelos jogos eletrônicos na sociedade como opção de

lazer para crianças, jovens e adultos, com base na teoria de Norbet Elias e Eric Dunning, explorada no livro

A busca pela excitação.

• SANTIAGO, Marcelo José. Tecnologias digitais na educação física escolar: uma revisão sistemática da literatura. São Paulo: Dialética, 2023.

Essa obra reflete sobre o impacto das tecnologias digitais na sociedade e propõe a integração dessas tecnologias no contexto educacional, particularmente nas aulas de Educação Física. O autor parte do conceito fundamental de tecnologia e sua contínua evolução nos meios de comunicação e interação.

• SILVA , Alcion Alves; MALACARNE, Giorgia Bach. Esporte 4.0: ciência e tecnologia no alto rendimento. São Paulo: Grupo Prática Clínica, 2020.

Esse livro aborda o papel do esporte como fenômeno social, político, econômico e cultural e encara a ciência e a tecnologia como elementos basilares para a produção do conhecimento, com o objetivo de ampliar a discussão sobre o papel dessas áreas no desenvolvimento esportivo.

• VASQUES, Daniel Giordani; CARDOSO, Nicoli Marceli Nunes. Jogos eletrônicos e Educação Física escolar: um relato de experiência. Cadernos do Aplicação, Porto Alegre, v. 33, n. 1, p. 1-9, 2020. Disponível em: https:// seer.ufrgs.br/index.php/CadernosdoAplicacao/article/ view/104420/60909. Acesso em: 25 out. 2024.

Esse artigo discute os jogos eletrônicos como conteúdo da Educação Física, abrangendo questões relativas à violência presente no mundo real e virtual, ao vício dos jogadores, à relação entre jogos eletrônicos, e-sports e esportes tradicionais e à utilização dos jogos com movimentos corporais e jogos sem movimentos corporais mais amplos nas aulas de Educação Física.

• TEODORICO, Marcos (org.). O game em jogo : diálogos e reflexões sobre a ludicidade na era digital. Fortaleza: Instituto Nexus, 2021. E-book

Essa obra investiga o lúdico na era digital e, para isso, divide-se em cinco eixos, que vão desde as teorias sobre lúdico e jogo até aplicações do ensino por meio de jogos sem, necessariamente, cair nos equívocos provenientes da chamada gamificação.

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.