- nº298 - 2025
Da Robustez do 4-20 mA à Era Ethernet Industrial
OPC UA, TSN, Ethernet, PROFINET e APL: Pilares da Convergência Digital na Automação Industrial
Gestão de patches em ambientes OT
Ajuste de temperatura guiada por IA
Como serão os datacenters sustentáveis da Microsoft












talking about Ethernet assume protagonismo e fieldbuses recuam




Esta é nossa tradicional edição de atualização do mercado global de redes de comunicação industrial, que está em ple na transformação, como mostram os dados mais recentes: em 2024/25, redes baseadas em Ethernet dominaram 76% das novas instalações de nós industriais — diante de 17% para tecnologias clássicas de fieldbus — segundo o relatório anual da HMS Networks.
De acordo com o relatório do IMARC Group, o mercado global de Industrial Ethernet estava avaliado em cerca de US$ 12,2 bilhões em 2024 e deve alcançar US$ 21,1 bilhões em 2033. Em paralelo, o segmento de fieldbuses (tecnolo gias como 4–20 mA, HART, Profibus) segue com relevância para instalação legada, mas apresenta crescimento com ta xas mais modestas: estimativas apontam para um mercado em torno de US$ 5,9 bilhões em 2024, com projeção até cerca de US$ 9,2 bilhões em 2035. Esses dados indicam que, embora o legado continue volumoso, o vetor de crescimento está claramente em direção às redes Ethernet e soluções de automação digital. O relatório HMS também oferece a divisão entre protocolos para novos nós (instalações anuais): PROFINET: 27% (crescimento frente a 23% no ano anterior); EtherNet/IP: 23% (ante 21%); EtherCAT: 17% (frente a 16%); Modbus TCP: 4% (estável). Tecnologias de fiel dbus somadas: ~17% dos novos nós. Essa distribuição revela quem “leva a dianteira” nas novas plantas industriais e retrofitagens de redes de comunicação. No contexto brasileiro, a migração para Ethernet assume dois vetores relevantes. Primeiro, a substituição gradual de fieldbuses legados em plantas existentes, onde o ritmo é mais lento por motivos de custo, qualificação técnica e criticidade dos sistemas. Segundo, em novos projetos industriais ou expansões, aparece uma preferência cada vez maior para redes Ethernet modernas com exigência de maior largura de banda, conectividade IIoT e interoperabilidade. Por exemplo, protocolos como PROFINET e EtherNet/IP, com lideran ça global nas novas instalações, tendem a conquistar vantagem competitiva em projetos brasileiros que visam padronização internacional e conectividade global. Apesar da dominância da Ethernet nas novas instalações, há exigências específicas que mantêm o legado em cena — sistemas de instrumentação de processo (com 4-20 mA/ HART), planta permanente de longo ciclo, certificações de segurança, e ambientes com alto nível de disponibilidade. Por isso, o mercado não muda da noite para o dia. Outro fa tor é que a adoção de redes como Ethernet APL (para áreas classificadas) e de arquiteturas abertas como O PAS / OPC UA deve acelerar nos próximos cinco anos, abrindo oportuni dades tanto para fornecedores como para integradores. No Brasil, esse cenário representa tanto um desafio — para plantas instaladas — quanto uma janela de oportunidade — para novos projetos com padronização e conectividade. A recomendação é clara: investir em tecnologia de rede com visão de interoperabilidade, preparar equipes técnicas para essa migração e considerar arquiteturas que suportem a convergência OT/IT se quiserem competir globalmente. Fornecedores e usuários contam sua história na matéria de capa. A edição traz ainda uma retrospectiva dos principais eventos de tecnologia no período, artigos e as notícias que completam nossa cobertura do mercado industrial – que acontece diariamente nas mídias sociais e semanalmente por duas newsletters.
Boa leitura!
O editor.
Colaboraram nesta edição com informações e imagens, as assessorias de imprensa

ISSN 0101-0794
DIRETORIA editoravalete@editoravalete.com.br
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COVER PAGE
44. Comunicação Industrial no Brasil: interoperabilidade, inteligência e o legado do 4–20 mA

patrocinada por:

C&I lança versão digital da tradicional Tabela de Protocolos de Comunicação
Nova plataforma interativa permite filtrar protocolos por velocidade, número máximo de nós e outras características técnicas, além de oferecer versão em PDF atualizada.
A Controle & Instrumentação anuncia o lançamento da nova Tabela de Protocolos de Comunicação 2025, agora totalmente digital (acesse aqui)
Por décadas, a tabela impressa foi uma das ferramentas mais consultadas por engenheiros, técnicos e profissionais da automação industrial, reunindo informações comparativas sobre os principais protocolos utilizados no setor.
A nova versão online marca um passo importante na modernização desse conteúdo, trazendo recursos interativos que facilitam a busca e a comparação entre tecnologias. Os usuários agora podem aplicar filtros personalizados, como velocidade de transmissão, número máximo de nós, tipo de comunicação, topologia e camada de aplicação, tornando a consulta mais rápida, intuitiva e voltada às necessidades específicas de cada projeto.
Além da plataforma interativa, o site também disponibiliza a versão em PDF atualizada da tabela — ideal para quem deseja manter o formato clássico, já tradicional entre os leitores da revista.
Com o lançamento, a C&I reforça seu compromisso em oferecer conteúdo técnico de alta qualidade aliado à inovação digital, acompanhando a evolução da indústria 4.0 e as novas formas de acesso à informação técnica.

“A digitalização da Tabela de Protocolos mantém viva a essência do material impresso, mas com novas funcionalidades que ampliam sua utilidade. Agora, o leitor pode navegar, comparar e filtrar informações com muito mais agilidade, sem perder a opção de baixar a versão completa em PDF.”
Valentina Freire diretora comercial e de conteúdos.

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Ministro Silveira recebe Arnaldo Jardim e avança na governança dos minerais críticos e estratégicos

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, recebeu(29/10), o deputado Arnaldo Jardim, relator da proposta de Projeto de Lei 2780/2024 que institui a Política Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos (PNMCE). A reunião marca um avanço institucional para garantir participação ativa e articulada das esferas Executiva e Legislativa na formulação desse importante dispositivo, com foco no fortalecimento do conhecimento geológico brasileiro e da governança do setor mineral.
O encontro teve como ponto central o alinhamento dos próximos passos da PNMCE, entre os quais a instalação do primeiro Conselho Nacional de Política Mineral, etapa fundamental para estruturar a governan-
ça da política e fortalecer o papel estratégico do setor mineral no Brasil. Silveira reforçou que o país reúne todas as condições para ocupar uma posição de “celeiro global” dos minerais críticos e estratégicos, em consonância com a transição energética mundial.
“Eu tenho andado pelo mundo com o presidente Lula mostrando as potencialidades dos minerais críticos e estratégicos para desenvolver a cadeia mineral da transição e da segurança alimentar, sempre levando em consideração a soberania nacional. Os minerais são dos brasileiros e devem ser produzidos com toda sua a cadeia a favor da melhoria da qualidade de vida da população”, disse Silveira ao lembrar que o Brasil tem reservas geológicas relevantes, matriz
energética limpa e oferece estabilidade institucional no âmbito do setor mineral.
Durante a reunião, foram tratados temas como a definição de critérios para classificação dos minerais críticos/estratégicos, o desenho institucional que garantirá cooperação entre Governo Federal, Legislativo, estados, municípios e setor privado. Também esteve em pauta os instrumentos de fomento, desde os regulatórios até os fiscais e financeiros, para gerar previsibilidade e atrair investimentos. No âmbito da governança, está prevista a criação do Conselho de Minerais Críticos e Estratégicos (CMCE), responsável por formular diretrizes para o desenvolvimento da cadeia produtiva desses minerais e acompanhar a implementação da política e definir parcerias estratégicas nacionais e internacionais.
O deputado Arnaldo Jardim destacou que o relatório em elaboração busca convergência entre as cadeias produtivas, a pesquisa mineral, o beneficiamento e a agregação de
valor em território nacional.
“Nós estamos falando daquilo que vai significar diminuir a dependência de importação de fertilizantes daquilo que é a possibilidade do Brasil na corrida tecnológica da inteligência artificial, de data center, de usar os minerais, não para vendê-los para fora, mas beneficiá-los aqui e mudar o padrão”, disse.
Com este alinhamento entre Executivo e Legislativo, o MME avança na elaboração de uma política capaz de dar ao Brasil segurança jurídica, governança e velocidade de implementação, preparando o país para elevar sua participação nas cadeias globais de minerais que serão essenciais nas próximas décadas. A expectativa é que o relatório final da PNMCE seja concluído em breve e apresente um cronograma claro de implementação, com metas de curto e médio prazo para mineração, beneficiamento e industrialização de minerais críticos e estratégicos.
Primeiro Laboratório de ensaios de equipamentos “Ex”
brasileiro
reconhecido no Sistema IECEx
Foi reconhecido no Sistema IECEx, em 30/10/2025 o primeiro Laboratório de ensaios de equipamentos “Ex” brasileiro no Sistema IECEx.
O Sistema IECEx é formado por 36 países e utiliza somente normas internacionais da IEC e da ISO em seus sistemas de certificação. Todos os certificados de conformidade emitidos no IECEx são disponibilizados de forma “on-line”. O Brasil é um país participante do IECEx desde 2008, possuindo
Organismos de Certificação “Ex” (ExCB) brasileiros reconhecidos no IECEx para certificação de equipamentos “Ex”, certificação de competências pessoais “Ex” e certificação de empresas de serviços “Ex”.
O Laboratório TechLab, com instalações na cidade de Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, foi reconhecido, inicialmente, para ensaios de equipamentos “Ex” com base nas seguintes Normas Técnicas da Série IEC 60079 (Atmosfera explosivas):

- IEC 60079-0: Requisitos gerais para equipamentos elétricos e mecânicos “Ex”
- IEC 60079-1: Equipamentos protegidos por invólucro à prova de explosão (Tipo de proteção Ex “d”)
- IEC 60079-2: Equipamentos protegidos por invólucro pressurizado (Tipo de proteção Ex “p”)
- IEC 60079-7: Equipamentos protegidos por segurança aumentada (Tipo de proteção Ex “e”)
- IEC 60079-11: Equipamentos protegidos por segurança intrínseca (Tipo de proteção Ex “i”)
- IEC 60079-15: Equipamentos protegidos pelo Tipo de proteção Ex “n”
- IEC 60079-18: Equipamentos protegidos por encapsulamento (Tipo de proteção Ex “m”)
A existência deste primeiro ExTL brasileiro pode ser considerado como um significativo marco na história “Ex” do Brasil, na medida que, doravante, todas as etapas necessárias para a emissão de um certificado de conformidade para um equipamento “Ex” (ExCoC), dentro do sistema IECEx, podem ser executadas por Organismo de Certificação (ExCB) brasileiro e por Laboratório de Ensaio (ExTL) brasileiro, sem a necessidade de execução de ensaios “Ex” em laboratórios estrangeiros.
Esta nova possibilidade e perspectiva contribui para uma maior integração dos fabri-
cantes nacionais de equipamentos “Ex” na obtenção de certificação no sistema IECEx, no sentido de comercialização de seus produtos “Ex” não somente no mercado nacional.
Esta conquista contribui também para a elevação dos níveis de segurança e de conformidade técnica, normativa e legal das instalações “Ex” nacionais, na medida em que fortalece a participação do Brasil no IECEx, em seus respectivos sistemas de certificação de competências pessoais “Ex”, certificação de equipamentos elétricos e mecânicos “Ex” e certificação de empresas de serviços “Ex”.

Parceria para laboratório inovador de energia solar no Senai Ceará

A FIEC- Federação das Indústrias do Estado do Ceará, o Senai - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Ceará) e a chinesa GoodWe firmaram um acordo de cooperação tecnológica que vai resultar na implantação de um centro de treinamento de ponta voltado à formação de profissionais do setor fotovoltaico, com foco em armazenamento de energia.
A assinatura do termo ocorreu na sede da GoodWe, em Suzhou, na China, com a presença do presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante; do diretor regional do Senai Ceará e superintendente regional do SESI, Paulo André Holanda; e do diretor da GoodWe Solar Academy, Lucas Lu.
Participaram de forma virtual o vice-presidente da FIEC, André Montenegro; a superintendente do IEL Ceará, Dana Nunes; e a diretora de marketing da GoodWe para a América do Sul, Vanessa Yurie. Também acompanharam presencialmente o gerente do Instituto SESI Senai de Tecnologia, Carlos Egberto Mesquita; o gerente de soluções da GoodWe, Eric Yang; e a diretora internacional de marketing, Cameal Yu.
“Agradeço à GoodWe por essa importante parceria, pois acreditamos que, ao lado de grandes empresas, conseguimos qualificar profissionais aptos a lidar com as novas tendências de mercado”, afirmou Ricardo Cavalcante, presidente da FIEC.
O novo laboratório será instalado no Senai Ceará e contará com sistemas completos fornecidos pela GoodWe, incluindo inversores on-grid e híbridos, soluções de armazenamento e um carport com módulos solares BIPV (Building Integrated Photovoltaics). O objetivo é capacitar técnicos e engenheiros para atuar em todas as etapas dos sistemas solares — do dimensionamento e instalação ao monitoramento e manutenção.
Para o vice-presidente da GoodWe na América do Sul, Fábio Mendes, a iniciativa
representa a convergência entre educação e tecnologia.
“Esse laboratório simboliza um marco da nossa estratégia de inserção tecnológica no Brasil e na América Latina. Ao unir nossa expertise em sistemas solares e armazenamento com a tradição educativa do Senai, criamos um ambiente onde teoria e prática convergem para formar profissionais prontos para os desafios do mercado. Essa parceria reforça nossa confiança no potencial do Brasil como polo de inovação em energia limpa”, destacou Mendes.

O diretor regional do Senai Ceará e superintendente do SESI, Paulo André Holanda, enfatizou o impacto educacional do projeto: “Parcerias com empresas de vanguarda, como a GoodWe, são fundamentais para o Senai cumprir sua missão de preparar profissionais para o futuro. Esse espaço elevará o nível de ensino técnico, oferecendo experiências práticas que simulam situações reais do setor e fortalecendo o ecossistema regional de energia solar. Isso demonstra o dinamismo do presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, em atrair grandes parceiros em pautas tão relevantes como inovação, capacitação e energia”, ressaltou.
Segundo a Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, o Brasil já
ultrapassou 40 gigawatts de potência instalada em geração distribuída, com mais de 3,7 milhões de sistemas em operação. O Nordeste concentra 58% da potência instalada em projetos de geração centralizada, o que reforça a importância da qualificação profissional para sustentar o crescimento do setor. O projeto executivo do laboratório está em andamento no Centro de Excelência para Transição Energética Prof. Jurandir Picanço, no Senai Barra do Ceará, com início das atividades previsto ainda para 2025. A expectativa é que o espaço se torne referência em capacitação solar no Nordeste, oferecendo cursos técnicos, workshops e programas de atualização voltados à inovação e à sustentabilidade.
Neutrik celebra 2 bilhões de conectores produzidos
O Neutrik Group, que detém as marcas Neutrik, Rean e Contrik, comemorou 50 anos de marca Neutrik com o lançamento do primeiro conector XLR com trava de segurança.
Neste período, a empresa ultrapassou a marca de dois bilhões de conectores produzidos, consolidando-se como referência em conectividade profissional e confiável. Entre os produtos mais recentes está o opticalCON Hybrid Med, desenvolvido especialmente para aplicações médicas, projetado para
transmissão de imagens e vídeos em alta resolução em ambientes cirúrgicos.
Ao longo das décadas, a Neutrik expandiu seu portfólio de produtos com linhas como powerCON, etherCON, speakON, opticalCON, mediaCON e Fiberfox. Em 1988, a empresa deu um passo importante rumo à internacionalização ao fundar a Neutrik USA. Em 2021, o grupo passou a operar como uma empresa multimarcas, ampliando sua atuação nos mercados industrial e de integração de sistemas.

“Cinquenta anos atrás, a Neutrik surgiu como uma ideia ousada: reinventar o conector. Esse espírito de inovação continua nos guiando até hoje. Esta celebração não é apenas sobre o passado, mas sobre valorizar as pessoas e parcerias que nos levarão adiante nos próximos 50 anos. A Neutrik sempre se destacou por fazer as conexões certas, tecnicamente, profissionalmente e pessoalmente. Somos profundamente gratos à comunidade que tem nos acompanhados nessa jornada. Que venham os próximos 50 anos!”


Brado movimenta 130 mil toneladas de bens de consumo e industriais com logística multimodal
A Brado vem consolidando sua atuação como um dos principais agentes de transformação da logística no Brasil, ampliando o acesso de indústrias e marcas de consumo ao transporte ferroviário. Entre 2021 e 2024, a companhia registrou crescimento médio anual de 30% no transporte multimodal de bens de consumo e bens industriais.
Em 2024, a companhia movimentou 5.981 contêineres, o que equivale a quase 130 mil toneladas de produtos transportados entre Sumaré (SP) e Rondonópolis (MT), atualmente o principal corredor ferroviário do mercado interno, operado pela Brado.
O desempenho é resultado de uma estratégia que alia competitividade, previsibilidade e sustentabilidade, pilares que vêm ganhando relevância na decisão logística das empresas.
O principal diferencial da Brado é o modelo multimodal, que combina a eficiência da ferrovia nas longas distâncias com a agilidade do transporte rodoviário nos trechos curtos. Essa integração, aplicada às operações de mercado interno, permite reduções
médias de 5% a 10% nos custos logísticos, além de ganhos expressivos em confiabilidade e sustentabilidade. Em 2024, as operações multimodais de bens de consumo e bens industriais evitaram a emissão de 14.564 toneladas de CO2e, equivalentes ao plantio de 104 mil árvores.
Outro indicador que reforça essa eficiência é o OTD (On-Time Delivery), indicador de pontualidade nas entregas, que no primeiro semestre de 2025 atingiu 99,1% nas operações. Isso significa que quase 100% das entregas saíram e chegaram dentro dos prazos acordados com os clientes. O índice usa metodologia desenvolvida pela própria companhia e validada junto aos clientes.
Esse resultado é sustentado pela atuação da Torre de Controle 24h da Brado, que acompanha em tempo real todas as etapas do transporte rodoviário integrado à ferrovia. A estrutura centraliza a comunicação com transportadoras, monitora a frota e emite alertas inteligentes para antecipar qualquer desvio de rota ou atraso, garantindo visibilidade total das operações.
“Nossa operação garante previsibilidade, regularidade e segurança. O cliente sabe exatamente quando o trem vai sair e chegar, e pode planejar sua produção e distribuição com muito mais confiança”.
Mariana Carnevalli, executiva de contas de bens de consumo da Brado.


Entre os bens industriais, o destaque foram os materiais de construção (+62%). Os polímeros, matéria-prima usada na fabricação de produtos plásticos, também apresentaram forte crescimento percentual (quase 120%), indicando um setor em franca expansão, ainda que com menor volume absoluto.
Cada operação é desenhada sob medida: a Brado adapta equipamentos, fluxos e tipos de caminhões e contêineres conforme o perfil da carga, o que inclui desde insumos como cimento e argamassa até produtos acabados como pisos e componentes metálicos.
“Não existe uma operação padrão. Cada cliente tem uma solução logística própria, construída a partir da multimodalidade”, afirma Gabriel Gustavo Gonçalves Ferreira, especialista comercial da carteira de bens industriais.
Entre as vantagens mais estratégicas do transporte multimodal está o conceito de “estoque em trânsito”. Enquanto o trem percorre a rota, a indústria já inicia uma nova etapa de fabricação, mantendo a cadência da produção sem precisar expandir o espaço de armazenagem.
Isso significa que parte do estoque se desloca, em vez de permanecer parado no pá-
tio, otimizando custos e acelerando o giro de capital. Para empresas de bens de consumo e industriais, essa sincronização entre produção, transporte e entrega é um diferencial competitivo que se reflete diretamente na eficiência da cadeia. “O trem passa a fazer parte do sistema produtivo do cliente. O estoque não está parado na fábrica, ele está em movimento, sem custo adicional por isso”, explica Mariana. “Depois ainda é possível desenhar um processo de armazenagem em piso, o que conecta a cadeia logística e deixa o produto mais próximo do cliente final”, completa.
A solução multimodal da Brado traz benefícios que vão além da economia e da redução de emissões. Ao diminuir as distâncias percorridas por caminhões, o modelo aumenta a segurança nas estradas e melhora a qualidade de vida dos motoristas, que realizam percursos mais curtos e têm apoio estruturado nos terminais.
O transporte ferroviário oferece ainda regularidade e previsibilidade, com frequência definida de trens e transit time (tempo entre coleta e entrega) estável, permitindo que embarcadores e distribuidores planejem suas operações com antecedência.
Investimentos para expansão fabril em Santa Catarina

A WEG S.A. comunicou seus acionistas e mercado em geral um plano de investimento de aproximadamente R$ 1,1 bilhão, a ser executado até 2028, com foco na ampliação do portfólio de produto e aumento da capacidade produtiva da unidade Energia, incluindo a construção de um novo parque fabril, orçado em R$ 900 milhões, e ampliação das operações existentes em Jaraguá do Sul no valor de R$ 160 milhões.
O novo parque fabril será dedicado à produção de equipamentos de grande porte, como compensadores síncronos até 330 MVAr, turbogeradores de até 200 MVA e motores de indução de alta rotação, e possibilitará o aumento do escopo de prestação de serviços para motores, geradores e turbina hidráulica até 300 MVA.
A localização do novo parque fabril levará
em consideração fatores estratégicos como a proximidade do corpo técnico de Jaraguá do Sul, a disponibilidade de mão de obra qualificada na região e a infraestrutura logística, com acesso à BR-101, à BR-280 e aos principais portos catarinenses. O projeto prevê ainda a geração de aproximadamente 1.000 novos empregos diretos, contribuindo para o desenvolvimento econômico da região.
Na ampliação em Jaraguá do Sul, a WEG investirá cerca de R$ 160 milhões para aumentar a fábrica da unidade Energia, com a adição de 11.250 m² à área produtiva. A expansão visa atender ao crescimento orgânico da demanda pelos produtos já fabricados na unidade, garantindo maior eficiência operacional e suporte ao crescimento da companhia.



































Jovens da Firjan Senai ganham medalhas de Prata e Bronze em competição nacional de profissionais técnicos
Dos 372 participantes de todo o Brasil –dos quais 141 subiram ao pódio –, oito jovens profissionais técnicos da Firjan Senai ganharam medalhas de Prata e Bronze em competição nacional de profissionais técnicos - o WorldSkills Brasil 2025, que se encerrou em Brasília no final de setembro. As unidades com competidores consagrados entre os melhores do país são das regiões Serrana, Norte,
Sul, Baixada e da capital, Rio de Janeiro. Ganharam a medalha de Prata a competidora em Soldagem, Daiana Victoria Fraga Figueiredo, da Firjan Senai Macaé; Kaio Gomes Cordeiro da Silva, Gestão de Sistemas de redes TI, da Firjan Senai Jacarepaguá; Maria Cecília, Logística Internacional, da Firjan Senai Barra do Piraí; e Gabriel Vilela, Manufatura Aditiva, da Firjan Senai Resende.

Com medalha de Bronze, ficaram Nathan Mendonça, Tecnologia Web, da Firjan Senai Petrópolis; Pedro Ferreira Malheiros, Joalheria, da Firjan Senai Maracanã; Esheley Cristina Pires Simão, Panificação, da Firjan Senai Nova Iguaçu; e Rafael Salviete, Tecnologias em Design Gráfico, da Firjan Senai Maracanã.

Competidores, que têm entre 18 e 24 anos, tiveram de executar atividades específicas alinhadas aos desafios da indústria de cada uma das ocupações profissionais. Com 25 representantes, a Firjan Senai foi a quarta instituição da WorldSkills Brasil com mais jovens profissionais entre os melhores do país, atrás apenas do Paraná (36), São Paulo (47) e Minas Gerais (50)
“Foi incrível para mim, como mulher e mulher negra, conseguir chegar ao pódio. Quem também quer participar dessa competição não fique com medo: faça o que gosta e coloque em prática, pois essa competição vai transformar a minha vida, pode transformar a sua também”, comemorou Daiana Victoria, segunda melhor soldadora do país, da Firjan Senai Macaé. ganharam a Medalha Excelência – dedicada àqueles que tiveram desempenho acima da média – os jovens João Victor Corrêa dos Santos, Instalações Elétricas Prediais, da Firjan Senai Santa Cruz; Angélica Carlet-

ti Oliveira, Tecnologia de Energias Verdes, da Firjan Senai Caxias; João Victor Ferreira Pereira e Diogo Serra de Oliveira, Indústria 4.0, ambos da Firjan Senai Benfica; e Mila da Nóbrega Araujo, Construção digital BIM, da Firjan Senai Tijuca.
Os jovens medalhados, desde que atendam aos critérios de notas obtidas na etapa nacional, poderão integrar as equipes que passarão por um treinamento intensivo do Departamento Nacional do Senai e da Firjan Senai. Eles também passarão por novas avaliações que definirão quem irá representar o Brasil no Mundial na China, no ano que vem.
“A competição cumpre o papel de ser uma vitrine tecnológica dos melhores profissionais técnicos do Brasil e do mundo. Então, o fato de termos tantos competidores no WorldSkills reflete também a excelência da qualidade da formação da Firjan Senai que está à disposição da indústria”
Vinícius
Cardoso,
diretor
de Educação e Cultura da Firjan.
Empresas selam parceria estratégica para acelerar a revolução energética e IA no Brasil


Ricardo Simões, Vice-Presidente Global da RT-One.
A RT-One, empresa global de tecnologia, segurança cibernética e soluções de Inteligência Artificial, anunciou parceria com a Enermais, empresa brasileira especializada em geração e transmissão de energia elétrica.
Com mais de duas décadas de experiência e uma equipe multidisciplinar, a Enermais será responsável por fornecer a base energética sustentável para os Data Centers de IA da RT-One no Brasil. A sinergia entre as empresas foi consolidada durante uma visita institucional do Vice-Presidente Global da RT-One, Ricardo Simões, aos diretores da Enermais, Élcio Troiano e Guilherme Santoro.
A parceria vai além da infraestrutura: é uma aposta conjunta para posicionar o Brasil como protagonista na revolução digital e na transição energética. Entre os diferenciais da Enermais estão o aproveitamento de fontes renováveis abundantes, como hídrica, solar e eólica e a capacidade de exportar hidro -
Fernando Palamone, CEO da RT-One.

gênio e outros vetores energéticos verdes, contribuindo para a descarbonização global.
“Essa união reforça o compromisso das companhias com sustentabilidade, inovação e transição energética, preparando o Brasil para se tornar protagonista na era da Inteligência Artificial e da energia verde”, destacou Ricardo Simões, Vice-Presidente Global da RT-One.
A colaboração promete impulsionar soluções inovadoras que combinem escalabilidade, eficiência e compromisso ambiental, preparando o país para liderar o futuro da Inteligência Artificial com responsabilidade e visão estratégica.
“Acreditamos que o Brasil tem tudo para liderar a próxima onda de inovação global. Com essa parceria, estamos criando as bases para uma infraestrutura robusta, inteligente e verde, capaz de suportar o avanço da Inteligência Artificial e da economia digital”, reforça Fernando Palamone CEO da RT-One.
Proteção e automação Ex combinadas em um único sistema: controle baseado em PC
Proteção contra explosão integrada ao sistema com controle baseado em PC: tecnologia de automação e de processo integradas em um único sistema - sem barreiras até a zona 0/20 ampla gama de componentes para proteção contra explosão
Terminais EtherCAT da série ELX com interfaces intrinsecamente seguras painéis de controle e PCs de painel da série CPX de alta qualidade poderosa rede EtherCAT
Software de controle TwinCAT com interfaces específicas de tecnologia de processo conexão direta de dispositivos de campo intrinsecamente seguros conceito de controle integrado para todas as indústrias com requisitos de proteção Ex


Revolução inteligente do agro brasileiro

O agronegócio brasileiro dá um passo decisivo rumo ao futuro com o lançamento do Data Agrin, uma tecnologia que nasce para ser referência em inteligência, gestão e performance no campo. A plataforma, que integra Inteligência Artificial a um ERP de nova geração, foi reconhecida com o ouro no Prêmio Best Performance 2025, na categoria Inovação e Excelência no Agronegócio, reforçando sua chegada ao mercado como um marco de transformação para o setor.
O diferencial da plataforma está em captar, cruzar e interpretar esses dados com inteligência, entregando insights prontos para a tomada de decisão, desde alertas opera-
cionais até oportunidades estratégicas de ganho.
No coração da plataforma está o Colin, assistente inteligente desenvolvido exclusivamente para o agro. Uma IA treinada com dados reais e orientações diretas de empresários e produtores que conhecem o campo e o mercado. O Colin pensa como gestor e com a experiência de quem já viveu o agro de verdade.
Isso foi possível porque o Data Agrin não nasceu dentro de um escritório, mas no barro das fazendas do Mato Grosso, em parceria com grandes produtores que abriram suas porteiras e compartilharam desafios reais.
Essa coautoria tornou o sistema mais do que uma ferramenta, mas um aliado estratégico com linguagem simples, foco em resultados e entendimento profundo da rotina rural. Com prova de conceito realizada na Fazenda Jaçanã, já em validação em outras fazendas do Mato Grosso e em fase final de
desenvolvimento, o lançamento oficial da plataforma está previsto para o início de 2026. O mercado ganhará um aliado no propósito de levar inteligência prática e acessível para dentro das propriedades rurais brasileiras com o objetivo claro de fortalecer a competitividade e o crescimento sustentável.

Rogério Rino, CEO e sócio Rodrigo Pozzobon, diretor da Fazenda Jaçanã onde a plataforma está sendo validada; e Marcos Marcos Stati, COO e sócio
“Quem está no campo sabe que quem planeja tem sucesso, quem não planeja tem apenas destino. A IA, quando integrada à gestão, deixa de ser modismo e se torna instrumento essencial de produtividade, controle e vantagem com- petitiva. É isso que o Data Agrin representa”
Rogério Rino, CEO e sócio da agrotech.
“Falar em cruzamento de dados e geração de insights podem parecer algo trivial na era da IA, mas no agronegócio isso é um desafio de proporções continentais. Estamos falando de integrar informações que vêm do solo, das máquinas, do clima, das pessoas e do mercado, cada uma em formatos e tempos completamente distintos. O que o Data Agrin conseguiu foi transformar essa complexidade em clareza ao unificar essas variáveis, interpretar padrões e entregar respostas práticas e acionáveis. Isso é revolucionário, porque significa levar o poder da decisão inteligente para dentro da fazenda, no momento em que ela mais precisa acontecer”
Marcos Stati, COO e sócio.

Gestão de Patches em Ambientes OT: desafios, práticas e recomendações

A aplicação de patches e correções em ambientes de Tecnologia Operacional (OT) representa um desafio significativo para a indústria moderna. Em contraste com ambientes de TI, sistemas OT exigem alto grau de disponibilidade, muitos deles operando 24 × 7, com equipamentos legados e sen-
Introdução
Em ambientes de TI, o gerenciamento de patches é uma prática consolidada para reduzir vulnerabilidades, corrigir bugs e fortalecer a segurança. Já em ambientes OT – que envolvem PLCs, SCADAs, IHMs,
síveis a modificações. Este artigo aborda os principais obstáculos no gerenciamento de patches em OT, explora metodologias de priorização de vulnerabilidades e propõe um roteiro estruturado com dez práticas recomendadas para uma estratégia efetiva de patching.
equipamentos de controle e instrumentação – essa tarefa torna-se mais complexa. Muitas instalações industriais operam continuamente, não admitem falhas, e possuem equipamentos legados e críticos que não to -


leram interrupções.
Aplicar patches indiscriminadamente pode causar falhas operacionais, incompatibilidades ou até comprometer a segurança funcional dos sistemas. Por outro lado, não atualizá-los deixa a planta vulnerável a ataques cibernéticos que exploram vulnerabili-
Desafios no ambiente OT
A seguir, alguns fatores que tornam a gestão de patches em OT mais sensível que em TI:
dades conhecidas. A gestão de patches em OT exige, portanto, uma abordagem equilibrada, orientada por riscos industriais.
Nos próximos itens, exploraremos os principais desafios, normas aplicáveis e dez práticas recomendadas para uma estratégia robusta de patch management em OT.
Alta criticidade operacional e disponibilidade contínua: paralisações têm impacto direto em produção, segurança e custos.
Equipamentos legados e sem suporte: muitos dispositivos industriais foram projetados sem expectativas de atualizações frequentes ou estão fora do ciclo de vida do fornecedor.
Falta de visibilidade e inventário preciso: muitas organizações não têm um catálogo completo de seus ativos OT (versões de firmware, software, dependências).
Inexistência de segmentação e controles adequados: redes mal segmentadas e ausência de autenticação forte amplificam a superfície de ataque.
Riscos inerentes à atualização de firmware: novas versões podem alterar parâmetros críticos, exigir novo comissionamento ou quebrar compatibilidade entre equipamentos.
Esses elementos impõem a necessidade de uma abordagem muito mais cautelosa, planejamento rigoroso e controles compen-
satórios para situações em que o patch não possa ser aplicado imediatamente.
Normas e regulamentações aplicáveis
A gestão de patches em ambientes OT deve obedecer a critérios regulatórios e de segurança bem fundamentados:
ISA/IEC 62443-2-3: exige que a aplicação de patches seja baseada em gestão de riscos e não em simples disponibilidade de correção. Reconhece que, se o custo ou risco de aplicar o patch for maior que o risco da vulnerabilidade, pode-se adiar a intervenção, desde que existam medidas compensatórias adequadas.
NERC CIP 007-5: aplica-se à indústria elétrica e requer avaliação de patches de segurança a cada 35 dias.
Diretiva TSA Pipeline (2021-02D): exige categorização de patches e priorização de vulnerabilidades com exploração conhecida, com base em catálogo da CISA.
No contexto brasileiro, embora a regulamentação de cibersegurança industrial ainda esteja em evolução, diversos setores estratégicos já adotam normas e boas práticas internacionais — como ISA/IEC 62443, NIST 800-82 — para atender às exigências operacionais e regulatórias.

Roteiro com 10 práticas recomendadas
Para implantar uma política eficaz de patches em ambiente OT, recomenda-se seguir
Etapa
Compreender normas e regulamentos
Inventário e mapeamento de ativos
Priorização de vulnerabilidades
Avaliação de impacto / mitigação alternativa
um fluxo estruturado. A seguir, um roteiro com dez passos essenciais:
Descrição / foco principal
Identificar os requisitos aplicáveis (ex: ISA/IEC 62443, NERC CIP, diretrizes locais) e integrá-los ao programa de patching.
Listar todos os dispositivos OT, versões de firmware/software, dependências e relacionamentos de rede.
Correlacionar vulnerabilidades com ativos OT para identificar riscos relevantes. Usar métricas como CVSS, EPSS ou SSVC.
Nem toda vulnerabilidade com alto CVSS exige patch imediato; usar compensações ou controles adicionais quando necessário.
Priorização das vulnerabilidades críticas
Aplicar metodologia SSVC
Criar um comitê de mudança multidisciplinar
Ambiente de testes e validação
Implementação do patch ou controle mitigador
Dar prioridade a vulnerabilidades que afetam ativos de maior criticidade, ou a vulnerabilidades que já estejam sendo exploradas ativamente. Aplicação imediata de patches ou adoção de medidas compensatórias robustas.
Utilizar SSVC para categorizar vulnerabilidades com base em exploração ativa, impacto, automação, mitigação existente etc.
Envolver OT, TI, segurança, operação e fornecedores nas decisões de patching.
Simular patches em ambiente laboratório ou sandbox, com rollback planejado, backups completos e validações junto ao fabricante.
Aplicar patches ou controles compensatórios (segmentação, ACLs, firewall) com monitoramento e possibilidade de reversão.
Documentação e gestão de mudança

Registrar todas as decisões, versões antes e depois, impactos operacionais e manter histórico para auditoria.
Esse roteiro promove disciplina, transparência e controle no processo de patch management OT.
Dicas adicionais e cuidados práticos
• Estabeleça janelas de manutenção previamente planejadas – e, sempre que possível, sincronize com os ciclos operacionais.
• Use testes automatizados e ferramentas que replicam as condições de produção, minimizando o risco de falhas inesperadas.
• Quando o patch imediato for inviável, aplique controles compensatórios como segmentação de rede ou restrições de acesso.
• Envolva fornecedores e fabricantes – algumas mudanças requerem suporte ou revalidação por parte do fabricante.
• Monitore após a aplicação: verifique estabilidade, desempenho, e eventuais falhas ocultas.
• Promova cultura de segurança operacional com treinamentos, conscientização e governança clara do processo de mudança.

Conclusão
A gestão de patches em ambientes OT é, sem dúvida, uma das atividades mais sensíveis da cibersegurança industrial. Exige equilíbrio entre manter a segurança frente a vulnerabilidades conhecidas e preservar a integridade e disponibilidade dos sistemas de produção.
Aplicar uma estratégia orientada por riscos, embasada em normas, com inventário confiável, priorização criteriosa, ambiente
de testes, governança adequada e documentação rigorosa é fundamental para reduzir a superfície de ataque sem comprometer a operação.
Na prática, nem sempre será possível aplicar todos os patches imediatamente – por isso, controles compensatórios e mitigadores bem projetados ajudam a manter o nível de proteção adequado até que seja viável a correção completa.

F5 sofre ataque cibernético

A empresa de cibersegurança F5 foi alvo de um ataque cibernético que resultou no roubo de informações sobre vulnerabilidades ainda não divulgadas e de partes do código-fonte da tecnologia BIG-IP. De imediato, a empresa disponibilizou dezenas de patches para corrigir as falhas, inclusive as expostas na ação.
Segundo a companhia, que possui mais de 23 mil clientes em todo o mundo, os invasores permaneceram em seus sistemas por meses, possibilitando a coleta de dados sigilosos.
A F5 afirmou que não há evidências de exploração das vulnerabilidades vazadas, até o momento. No entanto, a organização sem fins lucrativos Shadowserver Foundation identificou 266.978 endereços IP com dispositivos BIG-IP expostos online desde o incidente, mais da metade deles nos Estados

Unidos. O BIG-IP é o principal produto da companhia, é utilizado por bancos, empresas de telecomunicações, energia, serviços públicos e grandes corporações, na entrega de apps e no gerenciamento de tráfego.
A violação comprometeu os servidores da empresa e todos os sistemas protegidos por eles, representando uma ameaça de proporções globais; nas mãos de agentes hostis, esses dados são uma chave para lançar ataques devastadores, semelhantes às campanhas realizadas pelo Salt Typhoon e pelo Volt Typhoon.
Em comunicado, a F5 recomendou que todos os clientes instalem os patches de segurança o mais rápido possível. A CISAAgência de Cibersegurança dos EUA exigiu que as atualizações fossem instaladas pelas agências federais, além de ordenar a desconexão dos dispositivos sem suporte.
“Ao longo do último ano, a Agência de Segurança
Cibernética e de Infraestrutura (CISA) emitiu três diretrizes de emergência direcionadas a tecnologias de VPN e gateways: Ivanti, Cisco ASA/FTD e, agora, F5 BIG-IP. Cada diretriz destaca a mesma falha crítica: as arquiteturas de VPN legadas expõem as organizações a riscos cibernéticos crescentes.”
Amit Pawar, Vice-Presidente Sênior de Consultoria de Soluções e Sucesso do Cliente da Xage Security.
Cisco ASA/FTD
Janeiro /2025

Consequências contínuas do ED 24-01 (jan. 2024)
25 de setembro /2025
ED 25-03
F5 BIG-IP
15 de outubro /2025
ED 26-01
O ponto em comum é claro: portais VPN voltados para a internet e planos de gerenciamento continuam sendo alvos valiosos para atacantes. A aplicação de patches ajuda apenas temporariamente; não consegue corrigir as fragilidades arquitetônicas que tornam esses sistemas inerentemente inseguros.
As VPNs legadas são desastres anunciados que os operadores de infraestrutura crítica não podem mais ignorar. Um portal público funciona como um ponto de estrangulamento único — uma superfície de autenticação sempre ativa e exposta à internet que atrai exploits de dia zero e ataques a credenciais. Uma vez dentro, os invasores obtêm acesso irrestrito à rede interna, permitindo fácil escalada do ataque e, muitas vezes, movimentação lateral sem esforço. Esses riscos são agravados pelos pontos centralizados de ataque das VPNs, onde gateways comprometidos podem armazenar segredos, chaves de API e dados de configuração, ampliando o impacto de qualquer ataque bem-sucedido.
Explorações em cadeia e evasão de autenticação levaram à rápida desconexão e ordens de reconstrução de portais voltados para a internet.integrá-los ao programa de patching.
Triagem, aplicação de patches e, em alguns casos, desconexão são necessárias devido a ataques direcionados a interfaces VPN/web, incluindo sinais de comprometimento persistente.
A empresa citou uma “ameaça iminente” aos clientes da BIG-IP após uma violação da rede corporativa, exigindo medidas rápidas de segurança e atualizações.
Além disso, a aplicação de patches de emergência e a reinstalação de sistemas causam tempo de inatividade não planejado, um sério problema operacional para operadores industriais que gerenciam sistemas críticos para a segurança. Juntos, esses fatores revelam o quão frágil e obsoleta se tornou a infraestrutura VPN legada.
A violação de segurança da F5, descoberta em 9 de agosto de 2025, mas divulgada apenas em meados de outubro, é o exemplo mais recente dessa fragilidade sistêmica. Embora as normas da SEC geralmente exijam a divulgação de violações em até quatro dias, a F5 recebeu uma isenção de prazo devido ao “risco substancial à segurança nacional ou à segurança pública”. O longo período de exposição e a ampla presença da F5 em setores críticos — serviços públicos, oleodutos, manufatura e transporte — tornam esse evento particularmente preocupante.
Esses setores dependem de operações estáveis e contínuas e de um rigoroso controFornecedor
le de mudanças. A aplicação de patches de emergência ou a reconstrução de dispositivos podem interromper a produção, aumentar os riscos de segurança e sobrecarregar a equipe técnica, já reduzida, mesmo quando o problema se origina na área de TI.(...)
O Xage Secure Remote Access (SRA) afirma que elimina completamente o portal VPN público; o acesso é intermediado por sessão e por ativo, com as conexões sendo encerradas em múltiplos pontos de extremidade. Esse design garante que não haja uma rede plana após o login e nenhum gateway único para se defender contra-ataques constantes.(...)
O gerenciamento de acesso privilegiado (PAM) integrado e a segmentação dinâmica reforçam ainda mais a defesa com acesso just-in-time , rotação de credenciais , grava-

ção de sessões e registros de auditoria imutáveis. Esses controles limitam o uso indevido de credenciais, reduzem a movimentação lateral e simplificam a conformidade.
Ao remover portais expostos, reforçar a segurança de identidade e manter as operações mesmo durante interrupções, a Xage ajuda as empresas a se alinharem às diretrizes mais recentes da CISA — protegendo sistemas críticos sem depender de arquiteturas VPN frágeis. A violação de segurança da F5 é mais do que apenas mais uma manchete sobre segurança; é um sinal claro de que as VPNs legadas e os servidores de salto não conseguem mais atender às demandas de segurança e resiliência dos ambientes de tecnologia operacional (OT) modernos. Para ler a análise completa clique aqui.
Segurança cibernética: cadeias de suprimentos industriais estão cada vez
mais na mira de
A crescente onda de ciberataques que já impactou o setor financeiro, aeroportos europeus e recentemente paralisou a produção da Jaguar Land Rover acende um alerta vermelho para as indústrias brasileiras. Segundo especialistas, criminosos digitais têm focado em fornecedores e parceiros de grandes empresas, explorando pontos frágeis da cadeia de suprimentos para causar prejuízos bilionários.

ataques


“O que vimos na Jaguar Land Rover mostra como um único ataque pode paralisar fábricas inteiras e afetar milhares de fornecedores. Se algo semelhante ocorrer em indústrias brasileiras, não apenas no setor automotivo ou na indústria, mas em empresas de infraestrutura crítica, como de energia, telecom, hospitais, o impacto seria devastador não apenas para as empresas, mas para toda a economia em cadeia.”
Ricardo Dastis, CTO da Scunna.
O caso ilustra como o elo mais fraco da segurança pode estar fora dos muros corporativos. Estima-se que a Jaguar tenha prejuízos de até 5 milhões de libras por dia desde a paralisação, e fornecedores já relatam demissões em massa diante da interrupção prolongada. Essa vulnerabilidade não é exceção: em 2024, os ataques via terceiros dobraram, representando cerca de 30% dos incidentes cibernéticos registrados globalmente.
O efeito cascata de falhas desse tipo também ficou evidente no setor aéreo. Recentemente, um ataque ao sistema de check-in e embarque da Collins Aerospace paralisou aeroportos na Europa, incluindo Heathrow, em Londres, gerando atrasos e cancelamentos em série. Para Dastis, o cenário exige mudanças urgentes na forma como empresas li-
dam com seus parceiros.
“Não basta blindar apenas a própria infraestrutura. A segurança hoje precisa ser estendida a toda a cadeia de valor. Isso significa aplicar monitoramento contínuo, segmentação de acessos e planos conjuntos de resposta com fornecedores críticos. A maturidade de segurança de uma empresa passa a ser medida também pela robustez das pontes que a conectam a terceiros”, reforça o executivo
O alerta vale especialmente para o Brasil, onde grandes setores dependem de ecossistemas complexos de fornecedores. Num ambiente em que cada elo vulnerável pode comprometer a operação inteira, especialistas concordam: investir em resiliência cibernética já não é opção, é sobrevivência.
Stefanini Cyber cresce 30% e se consolida com foco em
serviços gerenciados
A Stefanini Cyber, unidade especializada em cibersegurança do Grupo Stefanini – consultoria tech global – reporta um crescimento de 30% na América Latina em comparação com o ano anterior, reforçando seu posicionamento na proteção digital de múltiplas regiões. Esse avanço reflete uma estratégia focada em soluções de serviços gerenciados, expansão territorial e consolidação de infraestrutura em toda a região.
A empresa conta com mais de 60 clientes ativos distribuídos no México, América Central (incluindo Panamá e El Salvador), Colômbia, Peru, Chile, Argentina e outros países do Cone Sul, além de presença operacional em pelo menos um cliente estratégico em cada

país onde atua. Esse alcance evidencia a maturidade da Stefanini Cyber no mercado latino-americano, com um crescimento baseado em relações duradouras, renovação de contratos-chave e um modelo de entrega sustentado em eficiência e proximidade.


“Estamos construindo uma base sólida na região com uma visão de longo prazo. Mais do que o crescimento em números, o mais importante é que estamos posicionando a Stefanini Cyber como um parceiro estratégico para as empresas que buscam resiliência digital, independentemente de seu porte ou setor”
Leidivino Natal, CEO global da Stefanini Cyber.

“A expansão da Stefanini Cyber na América Latina é resultado direto da nossa proximidade com os clientes e do entendimento de seus desafios locais. Estamos investindo em estruturas regionais, talentos especializados e serviços gerenciados que antecipem ameaças e gerem valor de forma contínua. A cibersegurança deixou de ser apenas uma necessidade técnica para se tornar um fator estratégico de competitividade para as empresas latino-americanas, e estamos comprometidos em liderar essa transformação.”
Rodrigo Stefanini, CEO da Stefanini Latam.

A empresa implementou uma reestruturação operacional na região, consolidando sua “torre de cibersegurança” na América Latina. Essa centralização das operações permitiu acelerar a entrega de serviços, elevar a qualidade técnica e expandir a cobertura para novas geografias, com os serviços gerenciados de cibersegurança como principal foco. O crescimento também reflete o impacto da nova estrutura global do Grupo Stefanini, que desde abril de 2025 organizou seu portfólio em sete unidades de negócio: Technology, Cyber, Data & Analytics, Financial Tech, Operations, Marketing e Manufacturing. A Stefanini Cyber foi diretamente beneficiada por essa evolução, integrando capacidades globais com visão local para atender à crescente demanda por proteção digital em todos os setores.
Isso acontece após a finalização do processo de aquisição de 100% da empresa romena Cyber Smart Defence, operação que fortalece a vertical de cibersegurança do grupo em nível internacional. A integração traz talentos especializados, soluções ainda mais robustas e eficientes, além de posicionamento no mercado europeu, reafirmando a visão da Stefanini de oferecer uma defesa cibernética proativa, automatizada e coordenada, baseada em uma abordagem AI-First.
“Nosso crescimento na América Latina está alinhado com a estratégia global: atuar com escala, mas com conhecimento de cada mercado. Oferecemos soluções de ponta a ponta, da detecção à resposta, combinando inteligência artificial com ciberinteligência humana”, conclui Natal.
DNS europeu, que priorizava a privacidade, é desativado
O serviço público europeu de DNS (Domain Name System), DNS0.EU, encerrou suas operações com um breve comunicado, afirmando que a continuidade do serviço não era mais viável.
Os usuários que quiserem continuar utilizando um servidor DNS europeu alternativo podem consultar o DNS4EU ou o NextDNS.
DNS, abreviação de Domain Name System é uma das tecnologias mais importantes na internet pois ela traduz nomes de domínio em endereços IP. Em outras palavras, em vez de memorizar uma sequência de números, basta digitar o nome do site que você deseja visitar.
O DNS0.EU era um serviço público sem fins lucrativos com sede na França, fundado em 2023 por Romain Cointepas e Olivier Poitrey que prometeram funcionalidade
sem registros, criptografia de ponta a ponta para proteger os usuários e proteção contra domínios maliciosos. O serviço operava 62 servidores em 27 cidades dos Estados-Membros da UE.
O DNS0.EU tinha duas versões: uma versão padrão e uma versão para crianças que aplicava um filtro para bloquear conteúdo prejudicial a elas, incluindo pirataria, pornografia e sites de jogos de azar. Além disso, bloqueava vídeos adultos no YouTube, serviços de namoro e anúncios.
Com o fim do DNS0.EU, a Europa perdeu um dos poucos serviços de DNS públicos que operavam independentemente da infraestrutura dos EUA e estavam em conformidade com o GDPR, focando na soberania digital e na proteção do usuário de acordo com os padrões europeus.

Nuvem continua apresentando falhas; até a computação quântica está apresentando problemas
A IBM informou no site de sua plataforma em nuvem que “o computador quântico ibm_aachen está temporariamente indisponível no serviço Qiskit Runtime”.

O comunicado afirma que a empresa estava trabalhando para restabelecer o funcionamento da máquina quântica o mais rápido possível; mas 12 horas depois, o problema ainda não havia sido resolvido. E mais: o anúncio da IBM é muito breve, não deixando claro o que deu errado com o sistema.
O Qiskit Runtime é um serviço em nuvem que permite aos clientes usarem seus processadores quânticos, e o sistema de Aachen, instalado no Centro Europeu de Dados Quânticos da IBM, perto da cidade alemã de Stuttgart.
Segundo especialistas, é difícil manter

estáveis os bits quânticos supercondutores, ou qubits, que são a força motriz da computação quântica. Essas unidades podem se desestabilizar e entrar em “decoerência quântica” quando a temperatura muda, por exemplo. Ainda assim, os computadores quânticos comerciais normalmente usam muita blindagem e proteções físicas para manter os qubits.
Mas há que se levar em consideração que a era da computação quântica está apenas começando, então erros são ‘esperados’. E a própria IBM coloca o final de 2026 como marco para disponibilizar a computação quântica.

Lei de Segurança Cibernética da China foi revisada
@Pixabay

A 18ª sessão do Comitê Permanente da 14ª Assembleia Popular Nacional aprovou, em 28 de outubro, uma decisão para emendar a Lei de Segurança Cibernética, que entra em vigor em 1º de janeiro de 2026.
A Lei de Cibersegurança, promulgada em 2016, é uma lei fundamental na área da cibersegurança e esta revisão adapta-se à nova conjuntura e às novas exigências da cibersegurança, centrando-se no reforço das responsabilidades legais na área e na melhoria da coordenação com as leis afins. Em resposta à necessidade de governança e desenvolvimento da inteligência artificial, a Lei de Segurança Cibernética revisada esclarece que o Estado apoia a pesquisa teórica básica e o desenvolvimento de tecnologias-chave, como algoritmos em inteligência artificial, promove a construção de infraestrutura, como recursos de dados de treinamento e poder computacional, aprimora as normas éticas para inteligência artificial, fortalece o monitoramento e a avaliação de riscos e a supervisão de segurança, e promove a aplicação e o desenvolvimento saudável da inteligência artificial. O documento também estabelece o aprimoramento dos padrões éticos relacionados à IA, o fortalecimento do monitoramento de riscos de segurança e o reforço
da regulamentação sobre a segurança de IA.
Com 515 milhões de usuários de IA generativa na China até junho - o dobro do número de apenas seis meses antes, em dezembro de 2024 - de acordo com um relatório recente do Centro para Informações da Rede da Internet da China (CNNIC), os legisladores consideram essas medidas essenciais para estimular o desenvolvimento saudável e a regulação da IA.
De acordo com o CNNIC, a China conta atualmente com mais de 1 bilhão de usuários de internet, e a taxa de penetração da rede atinge 79,7%. Para reforçar a proteção de dados pessoais no ambiente online, o projeto propõe maior alinhamento com leis relevantes, como o Código Civil e a Lei de Proteção de Informações Pessoais.
O projeto também reforça as responsabilidades legais ao clarificar penalidades para violações e aumentar multas. Infrações graves podem resultar em suspensão, fechamento ou até revogação de licenças.
Após a primeira leitura em setembro, 162 opiniões públicas foram recebidas para aperfeiçoar o projeto, disse um porta-voz da Comissão de Assuntos Legislativos do Comitê Permanente da APN em uma coletiva de imprensa realizada na quinta-feira.
Yokogawa e Kyoto Brewer Craft Bank testam com sucesso otimização de fermentação com ajuste de temperatura guiada por IA
Redução de 28% no tempo de fermentação, mantendo a qualidade e o aroma

A Craft Bank Co., Ltd., uma cervejaria artesanal sediada em Kyoto, e a Yokogawa Electric Corporation anunciaram a realização de um teste de prova de conceito (PoC) pela Craft Bank e pela empresa Yokogawa Digital Corporation, do Grupo Yokogawa, por meio do qual a IA de controle autônomo (Programação de Política Dinâmica Fatorial do Kernel – FKDPP -, um algoritmo de IA baseado
em aprendizado por reforço) foi aplicada ao processo de fermentação da Bank IPA *1 , uma cerveja artesanal premiada. Ao implementar manualmente o cronograma de ajuste de temperatura criado por essa IA, os cervejeiros conseguiram encurtar o tempo do processo de fermentação de 336 horas para 240 horas, uma redução de 28%. Ambas as empresas determinaram que o cronograma
de ajuste de temperatura gerado pela IA de controle autônomo é eficaz na redução da duração do processo de fabricação.
A produção de cerveja envolve processos como maltagem, filtração, fervura, resfriamento, fermentação e envelhecimento. O processo de fermentação leva cerca de duas semanas, durante as quais as leveduras convertem açúcares em álcool e dióxido de carbono, seguido por um período de várias semanas durante o qual o produto é envelhecido e condicionado a baixas temperaturas para refinar o sabor. O processo de fermentação desempenha um papel parti-
cularmente importante na determinação do aroma, sabor e textura do produto final.
Na Craft Bank, até agora, a temperatura era mantida constante durante o período de fermentação, e diariamente o mestre cervejeiro fazia a medição manualmente do teor de açúcar, realizava avaliações sensoriais de aroma e sabor e verificava a presença de sabores estranhos. Nesta PoC, o foco estava no impacto da temperatura na velocidade de fermentação pela levedura, e foi confirmado que o cronograma de ajuste de temperatura obtido pela IA de controle autônomo era válido e eficaz.
*1 Bank IPA, um produto básico do Craft Bank, ganhou uma medalha de prata no Japan Great Beer Awards 2023. IPA, que significa India Pale Ale, é tradicionalmente feita de lúpulos aromáticos americanos e neozelandeses e apresenta um amargor suculento e revigorante com notas cítricas e de frutas tropicais.
Desenvolvimento da Solução de IA e Implementação do Teste PoC
Para o PoC, foi criado um simulador que reproduziu o processo de produção de cerveja. Utilizando informações fornecidas pelo mestre cervejeiro, que levou em consideração todas as condições que atuam como fatores de estresse para a levedura, a IA de controle autônomo desenvolveu um cronograma de ajuste de temperatura para o tanque de fermentação dentro do simulador. O mestre cervejeiro revisou a
adequação desse plano e, em seguida, o seguiu para ajustar manualmente a temperatura. Por meio da avaliação sensorial durante o processo de fermentação, foi confirmado que todos os critérios de qualidade foram atendidos. Ao ajustar a temperatura de acordo com o plano baseado em IA, o tempo do processo de fermentação foi reduzido de 336 horas para 240 horas, uma redução de 28%.

Processo no qual o cronograma de ajuste de temperatura derivado pelo controle autônomo AI foi verificado
Planos futuros
Com o objetivo de produzir uma cerveja que seja verdadeiramente um produto único de Kyoto, a Craft Bank está trabalhando para introduzir o uso de levedura natural, lúpulo e outros ingredientes, todos provenientes da região de Kyoto. Nesta PoC, a ênfase foi em replicar o aroma, o sabor e a sensação na boca do produto produzido por cervejeiros experientes. A Craft Bank explorará, no futuro, novas possibilidades abertas pela IA e o desenvolvimento de novas técnicas inovadoras de produção de cerveja, exclusivas da Craft Bank.
A Yokogawa contribui para a melhoria da qualidade e da produtividade, além do fortalecimento da competitividade na indústria de manufatura, aplicando IA de controle autônomo à indústria química e também à produção de alimentos fermentados, como saquê e iogurte, bem como à produção de antibióticos e outros produtos farmacêuticos que utilizam enzimas, bem como leveduras e outros microrganismos.
A Craft Bank comentou que “esta iniciativa foi muito significativa. Anteriormente, os testes de fermentação eram realizados fisicamente a cada vez, então levava cerca de um mês. Desta vez, repetindo simulações usando dados coletados automaticamente por um sensor, conseguimos verificar virtualmente a fermentação diversas vezes e, em seguida, conduzir testes baseados em hipóteses em máquinas reais. A expertise dos nossos mestres cervejeiros em funções como medição do teor de açúcar, controle de temperatura e avaliação sensorial do aroma, entre outras, pode ser complementada pelo poder da IA, e com eles trabalhando como parceiros, podemos ver um equilíbrio sem precedentes entre qualidade e eficiência. Sinto que agora tive um vislumbre de uma das soluções ideais que surgirão por meio do relacionamento entre pessoas e IA na era da IA. Exploraremos novas maneiras de produzir cerveja artesanal que combinem as características de Kyoto com tecnologia de ponta.”

“Acredito que a IA de controle autônomo pode ser aplicada em áreas onde compromissos complexos precisam ser resolvidos ou onde os humanos não têm as respostas.
Aproveitaremos nosso conhecimento especializado para abrir novos caminhos para que nossos clientes fortaleçam sua competitividade.”
Hiroaki Kanokogi, Diretor Executivo da Yokogawa Electric, chefe da Divisão de Estratégia Digital e Presidente da Yokogawa Digital Corporation.
Brasil investe em pesquisa para dominar o ciclo produtivo das terras-raras e dos superímãs*
Minerais estratégicos, no centro de uma disputa geopolítica mundial, são considerados essenciais para a transição energética

O município de Lagoa Santa, 35 km de Belo Horizonte, abriga uma estrutura fabril e laboratorial que pode ajudar o Brasil a dominar o ciclo completo de produção de ímãs permanentes de terras-raras.
Também chamados de superímãs, em razão de sua elevada força magnética e resistência à desmagnetização, esses componentes são usados em aplicações relacionadas à defesa, energia limpa e mobilidade elétrica, com destaque para motores de carros elétricos e de turbinas eólicas. O principal elemento químico empregado em sua fabricação, o neodímio (Nd), é uma das 17 terras-raras da tabela periódica, consideradas fundamentais para a transição energética. Por causa de suas propriedades especiais, como magnetismo intenso, luminescência e condutividade, esse grupo de elementos químicos é largamente usado em produtos e processos de alta tecnologia.
Além dos superímãs, são empregados na fabricação de catalisadores usados pela in-
@LéoRamosChaves/RevistaPesquisaFAPESP
dústria de óleo e gás, fibras ópticas, telas de computadores, celulares, jatos militares, mísseis e marcadores luminescentes para análises biomédicas.
E as terras-raras têm estado no centro de uma disputa geopolítica mundial.
O CIT Senai ITR, sigla de Centro de Inovação e Tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Instituto de Ímãs de Terras-raras, começou a operar em 2024 e é constituíd por duas áreas, uma com laboratórios e uma planta-piloto de pequeno porte, dedicados à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias ligadas a ligas metálicas de terras-raras e superímãs, e outra com uma linha semi-industrial, voltada à fabricação de grandes lotes de superímãs. Antes denominado LabFabITR, o laboratório-fábrica foi criado há oito anos pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), do governo mineiro. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais o adquiriu em 2023 e o CIT Senai passou a gerir o ITR.

“Já dominamos, em escala-piloto, o ciclo tecnológico de produção de ímãs permanentes à base de neodímio, ferro [Fe] e boro [B], a liga metálica mais comum para a fabricação desses materiais. Em nível industrial, temos o domínio de 60% a 70% do processo. Para ampliar a produção, precisamos finalizar o comissionamento [testes em ambiente real] de alguns equipamentos, todos importados da China. Queremos atingir esse objetivo até janeiro.”
André Pimenta de Faria, coordenador do CIT Senai ITR.
A principal matéria-prima usada para fabricar os ímãs – pequenas barras de neodímio metálico – é importada da China. Embora o Brasil tenha grandes reservas minerais de terras-raras, a sua produção de óxidos ou metais puros desses elementos químicos é incipiente. Somente a Mineração Serra Verde, com capital e tecnologia estrangeiros,

comercializa o concentrado de terras-raras. O Brasil não tem operação comercial das demais etapas da cadeia, notadamente a etapa de separação das terras-raras.
O objetivo do laboratório-fábrica é ser um elo entre a pesquisa e a aplicação industrial. Sua produção permitirá validar protótipos e processos de forma semi-industrial. A capacidade produtiva máxima da unidade é de 100 toneladas por ano de ímãs permanentes, mas, por ser um centro de pesquisa, esse volume dificilmente será atingido. “Nossa intenção não é fabricar comercialmente os ímãs. Por sermos um instituto de pesquisa, não podemos fazer isso”, explica Faria. “Queremos dominar a cadeia produtiva desses componentes e fazer a transferência de tecnologia para empresas interessadas em produzir os ímãs no país.”
O CIT Senai ITR integra o projeto MagBras – Da mina ao ímã, aprovado em um edital do programa Mobilidade Verde e Inovação, do governo federal. Lançada em julho, a iniciativa reúne 38 empresas, startups, centros de inovação, universidades, instituições de pesquisa e fundações de apoio. Com um orçamento de R$ 73 milhões, dos quais R$ 60 milhões são do governo federal e o restante é contrapartida das entidades participantes, sua finalidade é consolidar a cadeia produtiva brasileira de ímãs permanentes, desde a mineração das terras-raras até a fabricação do produto final.

“Temos a segunda maior reserva de terras-raras do mundo, atrás apenas dos chineses, e todas as condições para dominar em escala industrial o ciclo de produção desses minerais, bem como dos ímãs permanentes. O MagBras é uma aliança tecnológica criada com essa finalidade. Queremos alcançar esse objetivo até 2030.”
Luís Gonzaga Trabasso, coordenador do MagBras, pesquisador-chefe do Instituto Senai de Inovação em Sistemas de Manufatura e Processamento a Laser e professor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Apesar do nome terras-raras, a presença desses elementos na natureza é relativamente abundante. O problema é que eles estão presentes em concentrações muito baixas, costumam ser encontrados misturados e têm grande similaridade química
entre si. Esta última característica exige tecnologias avançadas para extração e refino, principalmente durante a etapa da separação química, quando se isola um elemento específico do restante do concentrado de terras-raras.
“O pessoal da CBMM nos contatou porque as terras-raras das minas deles viravam rejeito – o foco da mineração era e continua sendo o nióbio. Mas eles perceberam que havia demanda e necessidade de ter um fornecedor dos elementos de terras-raras como alternativa aos chineses.”
André Nunis, technical research manager do Laboratório de processos metalúrgicos do IPT.
As etapas anteriores do ciclo produtivo, de concentração e separação de óxidos, seriam trabalhadas internamente, com os engenheiros e projetistas contratados pela mineradora.
O IPT foi chamado para atuar no processo de redução, que consiste em transformar um óxido qualquer de terras-raras, um pó de aspecto arenoso, em um metal. Para isso, é preciso retirar o oxigênio do óxido de interesse para ficar apenas com o metal – no

caso, o objetivo era fazer a redução do óxido de neodímio para obter o neodímio metálico. O instituto estudou duas rotas: a redução eletroquímica e a calciotérmica, processo de extração metalúrgica com uso de cálcio. “Vimos que a eletroquímica era mais viável e abandonamos a outra”, diz Nunis. Em uma segunda fase do trabalho, iniciada dois anos depois, em 2016, o IPT passou a produzir a liga metálica necessária à fabricação do superímã, sempre em escala de bancada.


Em nota técnica publicada no Brazilian Journal of Analytical Chemistry, em 2022, Fernando Landgraf Silva, colegas do IPT, do Ipen, da Poli e do IQ da USP apresentaram um método analítico para quantificar os principais elementos na produção dos superímãs de terras-raras. “Pequenas variações na porcentagem de neodímio e praseodímio influenciam fortemente as propriedades físico-químicas da liga”, escreveram os pesquisadores na nota. Por essa razão, métodos de química analítica precisam ser capazes de distinguir pequenas variações na concentração dos elementos constituintes.
Na etapa seguinte do projeto, em 2019, a empresa de motores elétricos WEG entrou como parceira, assim como a UFSC, com cofinanciamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – IPT, WEG e UFSC integram a iniciativa MagBras. Foi projetado então um novo equipa-

mento para a etapa de redução e a produção do neodímio metálico em escala-piloto. “Esse reator tem a dimensão de mais ou menos um terço do que seria uma escala industrial. Consegue produzir até 1 kg de material por hora”, conta Silva. Ele explica que, para obter 1 kg do neodímio metálico, é necessário antes ter 1,5 kg do óxido de neodímio.
A CBMM concluiu que a operação na sua mina de Araxá não tinha viabilidade comercial e não deu continuidade ao projeto.
Enquanto os pesquisadores e desenvolvedores da cadeia dos ímãs permanentes exploram as propriedades magnéticas das terras-raras, outras equipes focam em suas características fotônicas, que envolvem produção, transporte ou detecção de luz. Em São Paulo, um projeto temático financiado pela FAPESP tem como objetivo avanços na área de materiais conversores de luz à base de terras-raras.
“É preciso ter um projeto muito bem elaborado e pautado em critérios de sustentabilidade ambiental.”
Hermi Felinto de Brito, químico do IQ-USP e coordenador do projeto.
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completa, clique aqui.
* esta reportagem foi publicada na revista Fapesp com o título “A conquista das Terras-raras” na edição impressa nº 356, de outubro de 2025
Comunicação Industrial no Brasil: interoperabilidade, inteligência e o legado do 4–20 mA
A automação industrial vive um momento de convergência entre a confiabilidade dos sinais analógicos e a agilidade das redes digitais, uma transição cautelosa, mas irreversível: o 4–20 mA ainda reina no campo, enquanto Ethernet Industrial, OPC UA, O-PAS e Inteligência Artificial moldam o futuro das fábricas inteligentes.

No Brasil, a transformação digital na indústria avança em ritmos distintos, conforme o setor e o porte das empresas. A comunicação industrial no Brasil tem passado por uma profunda transformação na última década, evoluindo de sistemas analógicos tradicionais para redes digitais complexas e interconectadas. Este cenário reflete não apenas as demandas crescentes por eficiência e produtividade, mas também as mudanças culturais que buscam interoperabilidade segura, inteligência operacional e longevidade tecnológica.
“E essa longevidade ganha peso na hora de decidir um investimento, por isso os protocolos estabeleceram estratégias de longo prazo para manter sua relevância tecnológica nos próximos 10 ou até 20 anos: OPC UA foca em interoperabilidade, integração com IIoT e cloud, evoluindo com perfis de segurança e compatibilidade com O-PAS; o Profibus migra gradualmente para Profinet com suporte contínuo em setores com infraestrutura consolidada; o próprio Profinet aposta em desempenho em tempo real e integração com OPC UA para Indústria 4.0 e está migrando para TSN (TimeSensitive Networking); o Modbus sobrevive pela simplicidade e legado, mas enfrenta limitações, com algumas versões sendo adaptadas para TCP/IP; o HART se integrou ao WirelessHART e gateways para OPC UA/O-PAS e mantém seu foco em sensores inteligentes; o Foundation Fieldbus mantêm relevância em instrumentação de campo, mas está sendo integrado via gateways com OPC UA e O-PAS – que possui arquitetura aberta e modular com foco em padronização global e integração nativa com OPC UA”
Adriano Corteze, da Nova Smar.





“Em termos de longevidade, é importante destacar que o Profibus PA e o Profinet não são tecnologias concorrentes, mas complementares dentro do ecossistema da PI (Profibus & Profinet International). Ambas seguem especificações padronizadas e interoperáveis, o que permite a convivência harmônica entre diferentes gerações de sistemas de automação. Com a chegada do Ethernet-APL, a PI vem apoiando fabricantes e usuários na adoção do Profinet -over-APL, e os primeiros sistemas já estão em operação. Ainda assim, o mercado está em fase de ampliação dessa tecnologia, com muitos fabricantes iniciando agora o lançamento de seus primeiros instrumentos compatíveis. Quanto ao Profibus PA, sua longevidade permanece elevada. Existe uma base instalada global muito expressiva, especialmente em indústrias de processo, que continuará demandando manutenção, expansão e compatibilidade ao longo dos próximos anos. Nesse cenário, a transição tende a ser gradual: o Profibus PA segue operacional onde já está instalado, enquanto o Profinet -over-APL avança como a evolução natural para novos projetos”
Kelvin Kamimura, gerente de produto da Westcon e Diretor vice-presidente da PI Brasil.
Sim, os usuários industriais valorizam a continuidade e não gostam de interrupções, especialmente quando não há benefícios significativos. Seguindo esse princípio, o EtherCAT Technology Group adiciona continuamente aprimoramentos totalmente compatíveis com as versões anteriores, em vez de lançar novas versões que levam a interrupções tecnológicas: embora o EtherCAT ainda esteja na versão 1, muitos recursos foram adicionados desde sua introdução em 2003 - Safety over EtherCAT, hot connect, redundância para aplicações de alta disponibilidade e EtherCAT P (a combinação de dados e energia no mesmo cabo) são apenas alguns exemplos. E, apesar dessas extensões, os dispositivos EtherCAT atuais podem ser usados sem problemas em um sistema de 2004, o que simplifica muito a manutenção dos sistemas existentes; a novidade é o EtherCAT G, extensão totalmente compatível com as versões anteriores do EtherCAT para taxas de bits mais altas. No EtherCAT a camada física de 100 Mbit/s, muito mais robusta, é mantida e não é substituída por Gbit/s, mas complementada quando necessário. E dessa maneira contínua, compatível com as versões anteriores, é que o EtherCAT se coloca como à prova de futuro.



OIL & GAS
Foundation Fieldbus
4 to 20 mA / HART OPC UA O-PAS
FOOD & BEVERAGE
Profinet, EtherCAT
MINING
Modbus, Profinet

Kelvin afirma que a PI (Profibus & Profinet International) também destaca a longevidade para a tecnologia e estabelece diretrizes e perfis padronizados que permitem a convivência e a interoperabilidade entre Profibus, Profinet e, mais recentemente, o Ethernet-APL. “Uma das estratégias mais importantes para garantir essa transição suave é a definição de especificações que orientam os fabricantes no desenvolvimento de switches de campo Ethernet-APL capazes de conectar, de forma nativa, tanto dispositivos Profibus PA quanto dispositivos Profibus-over-APL, sem a necessidade de gateways. Isso possibilita migrações graduais, preservando a base instalada e evitando substituições abruptas de infraestrutura ou instrumentos”.
Além disso, a PI atua diretamente nos grupos de trabalho responsáveis pela evolução do Ethernet-APL, garantindo alinhamento entre especificações, fabricantes e usuários. Dessa forma, o PROFIBUS PA segue plenamente suportado nas plantas existentes, enquanto o PROFINET sobre Ethernet-APL se consolida como a evolução natural para novos projetos, mantendo continuidade tecnológica e proteção ao investimento já realizado.



AUTOMOTIVE
CANopen, EtherCAT
PHARMACEUTICAL
PULP & PAPER
Profibus, OPC UA



ENERGY
Modbus TCP, OPC UA
CHEMICAL
Profibus PA, 4 to 20 mA / HART OPC UA, O-PAS
SUGAR & ALCOHOL
4 to 20 mA / HART, Modbus RTU/TCP, Profibus / Profinet, Ethernet/IP, OPC UA
Cada protocolo domina um segmento por suas características. O EtherCAT, por exemplo, é forte onde a troca de dados precisa ocorrer em tempo real, com sincronização precisa e baixos custos e. Isso se aplica a todos os controles de máquinas, mas também à robótica, intralogística e manuseio de materiais, teste e medição, muitas aplicações de controle de processos e até mesmo sistemas científicos, como telescópios e aceleradores de partículas.


“Grandes grupos industriais, especialmente nos segmentos de óleo e gás, mineração, papel e celulose, alimentos e bebidas e energia, já incorporam soluções de OPC UA, Profinet e Ethernet Industrial em seus processos. Essas empresas enxergam a automação digital como um fator de competitividade global, investindo em integração de dados, manutenção preditiva e cibersegurança. O Brasil, como uma das maiores economias industriais da América Latina, possui um parque industrial diversificado que abrange desde refinarias de petróleo e plantas petroquímicas até indústrias alimentícias e farmacêuticas.
Esta diversidade criou um ambiente único onde diferentes protocolos de comunicação coexistem, cada um atendendo às necessidades específicas de diferentes setores.
Por outro lado, muitas indústrias de médio e pequeno porte ainda enfrentam barreiras como infraestrutura defasada, custo de investimento, capacitação técnica e segurança(cyber)”
Cesar Cassiolato, presidente e CEO da Vivace Process Instruments.
Os usuários querem resultados então a maioria mantém vários protocolos trabalhando juntos. A Braskem, por exemplo, utiliza 4-20MA para comunicações de campo de forma predominante. E, segundo Lorena Sento Sé Nunes, especialista em cibersegurança industrial da Braskem, para manter a instrumentação de campo ao longo do tempo de forma a suportar novas tecnologias, a empresa tem construído arquiteturas de referência para casos de integração com novas tecnologias junto com as áreas envolvidas.
“O objetivo é garantir não somente uma integração segura, mas também padronização e objetividade nos avanços. Além disso, existe um comitê de arquiteturas de referência que prioriza os casos com base no que está alinhado com a estratégia da companhia. Então, além do 4-20MA, há foundation fieldbus, profibus e modbus a depender de fornecedor e sistema. Temos também algumas aplicações para o envio de dados e monitoramento que utilizam WirelessHart e ISA-100 - não é permitida escrita e/ou controle a partir de protocolos sem fio. Não temos aplicação de Ethernet-APL / O-PAS na rede de automação da companhia, apesar de haver provocações ao nosso time nesse sentido, para serem feitas aplicações de forma experimental; estamos gradualmente alterando OPC UA em algumas plantas, mas o principal driver tem sido a segurança e, em segundo lugar, a padronização da transferência de dados”




Na Petrobras, o desafio é conectar inovação e parque legado sem comprometer a segurança. Em suas plataformas offshore, a estatal mantém um ecossistema híbrido que combina 4–20 mA, HART, Foundation Fieldbus, Modbus e Profibus no nível de campo, e Modbus/TCP, Profinet e OPC UA no controle e supervisão. Mas, para novos projetos, como padrão, é especificado o 4-20mA + HART para toda a instrumentação. Já para sistemas elétricos a Petrobras aplica DNP3, GOOSE, SV, ICCP, entre outros. A petroleira está sempre estudando novas alternativas de protocolos, como o Ethernet-APL e destaca que o O-PAS não aborda ou limita os protocolos de campos.
Da mesma forma que os protocolos de nível de campo, a Petrobras utiliza múltiplos protocolos no nível de controle, conforme a necessidade e a idade das plantas, com destaque para o Modbus/TCP, o Profinet e o OPC (Clássico e UA). Para novos projetos,
a comunicação entre controladores de sistemas diferentes, tem sido especificado o OPC-UA, mas ainda existe muito fornecimento em Modbus/TCP. A companhia ainda não estabeleceu a necessidade do uso de TSN para garantir o determinismo necessário nas redes e vem acompanhando atentamente os desenvolvimentos dos padrões O-PAS, notando forte tendência para o uso de OPC-UA FX entre controladores.
Na integração com camadas de gestão e nuvem (cloud, edge computing, digital twins), a Petrobras segue as tendências de mercado, adotand o uso de OPC-UA, MQTT ou HTTPS (REST API) para a integração com a nuvem e, em alguns casos, pode utilizar protocolos proprietários das soluções escolhidas.
A atenção às tecnologias na Petrobras está em várias frentes já que a companhia atua nas diferentes fontes de energia, em diversas camadas. Na exploração de petró-
leo por exemplo, a automação de casco e topside (a planta d navio/FPSO) é projetada de forma independente, porque, além de as estratégias de contratação serem separadas, em cada um, o sistema principal de automação controla o processo, a segurança e intertravamentos (prevenção), além de fogo e gás (mitigação), cada um em subsistema próprio; alguns pacotes, como offloading ou compressão, possuem ainda sua própria automação e sua integração com o sistema principal é variável, conforme o pacote. Todos os subsistemas são integrados via rede de automação, assim como pacotes que tem conexão com rede. A rede de automação é segregada entre a rede de controladores, a rede de supervisão e a rede de pacotes.
O O-PAS está desenvolvendo a sua arquitetura baseada em melhores práticas de mercado, entre elas podemos destacar o uso de tecnologias já consolidadas no mercado e a construção da arquitetura com considerações de segurança cibernética desde a concepção. A Petrobras tem estudado a adoção
do O-PAS, através de uma parceria com uma universidade, onde está analisando as vantagens e desvantagens de adotar essa tecnologia. Como por hora não há essa definição, não se sabe como será a divisão de camadas para além do que as normas do O-PAS definem. Mas algumas características da filosofia OPAS já são requisitos de novos projetos, como atendimento a IEC 62443 e utilização de OPC UA. E tem a visão de que o O-PAS, se adotado, pode vir a impactar significativamente a arquitetura atualmente adotada nos FPSOs, se aproximando mais das arquiteturas hiper convergentes e mais horizontalmente conectada.
O protocolo do dispositivo EtherCAT tem um posicionamento claro: “ao sul” do controlador, onde os drives, sensores e E/Ss são conectados em rede, ele integra facilmente outros protocolos por meio de gateways - a aproximadamente 40 outros sistemas de barramento diferentes. Para conexões “ao norte” do controlador, o EtherCAT recomenda o OPC UA.

A gerência da Arauco visitou o escritório da Valmet em Tampere, na Finlândia, para discutir o sistema de automação e os recursos de otimização em toda a fábrica.
Martin lembra que o EtherCAT Technology Group assinou um acordo com a OPC Foundation em 2015, no qual ambas as organizações enfatizaram que seus sistemas se complementam bem e se comprometeram a promover o desenvolvimento de interfaces entre as duas tecnologias. E foi exatamente isso que aconteceu: o EtherCAT vê o OPC UA como uma boa tecnologia complementar ao norte do controlador, com o controlador atuando como interface e, simultaneamente, separando os dois sistemas para que possam ser configurados e operados independentemente um do outro.
“No Brasil, a adoção do EtherCAT avança de forma consistente, impulsionada pela demanda por maior desempenho, confiabilidade e integração em aplicações de automação industrial. As empresas brasileiras valorizam
especialmente a compatibilidade contínua e a escalabilidade do EtherCAT, que possibilitam modernizar linhas de produção sem interrupções e integrar novos equipamentos com baixo esforço de engenharia. Além disso, o fato de o protocolo dispensar switches, roteadores ou conhecimento avançado de TI simplifica a implementação e reduz custos”, afirma Martin.
Corteze pontua que um Roadmap completo está sendo desenvolvido pelo Open Group, com foco em modularidade, interoperabilidade e segurança, mas já se definir que, para integração nativa com O-PAS, o OPC UA já é parte integrante do O-PAS como camada de comunicação padrão; no Profinet a integração está sendo considerada via gateways e wrappers; no Modbus, a integração é possível via middleware OPC UA;

no Foundation Fieldbus, via proxies e adaptadores definidos pelo OPAF (Open Process Automation Forum) e no HART, via gateways para OPC UA/O-PAS.
A Petrobras entende o O-PAS como um viabilizador para a aplicação de algoritmos mais avançados dentro de nossas plantas industriais (clássicos ou IA), facilitar a manutenção (redução da dependência de um único fornecedor) e, com isso, permitir uma maior sustentabilidade de suas plantas, além de facilitar a integração TO/TI/TE.
No setor de celulose, o Projeto Sucuriú, da Arauco Brasil, representa um dos casos mais avançados de automação digital integrada. O projeto conta com ampla utilização dos protocolos Profinet e OPC UA, além de Modbus TCP/IP e HART. O Profinet S2 garante maior disponibilidade de dispositivos, especialmente nos Centros de Controle de Motores.
A planta da Arauco foi modelada em BIM e opera com Digital Twin integrado ao DCS, cujo núcleo é o OPC UA. O controle é distribuído por edge computing, enquanto uma cloud privada hiperconvergente processa dados de manutenção e predição. O edge computing é utilizado para controle de processo, e o sistema virtualizado gerencia as máquinas onde estão softwares de manutenção e operação.
“O Brasil vive um momento de transição: enquanto algumas empresas já estão no estado da arte da automação digital, outras ainda estão dando os primeiros passos. Porém, o movimento é irreversível, e a tendência é que, nos próximos anos, a combinação de OPC UA, TSN, PROFINET, Ethernet Industrial e APL seja cada vez mais comum em plantas brasileiras, consolidando a integração de dados do campo ao nível corporativo. E destacaria o APL, que vejo o como uma oportunidade única para o Brasil modernizar sua infraestrutura industrial de forma padronizada e eficiente. No entanto, o sucesso desta transição depende de planejamento cuidadoso, investimentos adequados
e, principalmente, do desenvolvimento de competências técnicas,” pondera Cassiolato.
“O futuro é híbrido, mas com interoperabilidade e segurança por design. O O-PAS e o OPC UA formam a base da interoperabilidade moderna, com o O-PAS permitindo a integração horizontal e vertical entre sistemas de diferentes fornecedores, reduzindo custos de modernização e ampliando a independência tecnológica”, resume Adriano Corteze.
“A transição de tecnologias no mundo industrial precisa ser gradual e estruturada. No caso da Braskem, uma brecha de segurança no processo pode impactar vidas, então é necessário desenvolver processos de aceleração de análise para garantir a competitividade sem criar riscos à continuidade operacional ou à segurança das pessoas. Além disso, consolidar a cultura e educar os times para observar esses aspectos são pontos importantes”, pontua Lorena, lembrando que é preciso manter a tecnologia como um todo – não apenas a instrumentação de campo - ao longo do tempo de forma a suportar a produção com segurança e com capacidade de expandir. “Temos construído arquiteturas de referência para casos de integração com novas tecnologias junto com as áreas envolvidas. O objetivo é garantir não somente uma integração segura, mas também padronização e objetividade nos avanços. Além disso, existe um comitê de arquiteturas de referência que prioriza os casos com base no que está alinhado com a estratégia da companhia”.
Embora a comunicação industrial no Brasil vive o ponto de inflexão entre o legado e o futuro e mesmo em um cenário de transformação tecnológica acelerada, as empresas fornecedoras de tecnologia entendem que s usuários não querem obsolescência programada na instrumentação. “A Vivace Process Instruments entende que o futuro da automação passa pela adoção de novas plataformas como o Ethernet-APL, mas sem abandonar o vasto legado que sustenta a base da
indústria brasileira. Por isso tem investido fortemente em pesquisa e desenvolvimento de instrumentos compatíveis com Ethernet-APL, preparando uma nova geração de transmissores, posicionadores e conversores capazes de operar em redes de alta velocidade, com integração direta a arquiteturas digitais, IIoT e sistemas de controle modernos. Ao mesmo tempo, a Vivace mantém e expande sua linha de equipamentos HART, 4–20 mA e PROFIBUS-PA, reconhecida por sua robustez, confiabilidade e ampla base instalada em todos os segmentos da indústria de processos”, afirma Cassilato.

Corteze diz que a Nova Smar mantém suas linhas Foundation Fieldbus, Profibus PA, HART e Modbus TCP/IP em operação, mas já expande compatibilidade com Profinet, EtherCAT e o emergente Ethernet-APL — uma evolução da Ethernet para áreas classificadas, que transmite dados e energia em par único (single-pair Ethernet), ideal para indústrias químicas e de energia.
O EtherCAT foi desenvolvido em 2003, baseia-se no princípio do on-the-fly processing, no qual todos os nós compartilham o mesmo quadro Ethernet, inserindo e extraindo dados em trânsito.
“O EtherCAT continua mais poderoso a 100 Mbit/s do que muitos protocolos em gigabit. Nenhum outro sistema é tão escalável e resiliente”, afirma Martin Rostan, diretor-executivo do EtherCAT Technology Group (ETG) cuja tecnologia evoluiu sem perda de compatibilidade, incorporando Safety over EtherCAT, redundância de anéis, hot connect e EtherCAT P (dados + energia).
A nova geração, EtherCAT G, atinge 1 Gbit/s mantendo compatibilidade retroativa. Sua arquitetura sem IP filtra pacotes em hardware, o que reduz vulnerabilidades e melhora a resiliência cibernética. A integração com OPC UA, formalizada pela OPC Foundation, cria uma ponte direta entre o nível de campo e a camada de cloud.
Martin explica que o princípio funcional do EtherCAT é que ele não aborda cada dispositivo com seu próprio frame Ethernet, mas fornece a todos os dispositivos um único frame do qual os dispositivos extraem e inserem dados à medida que eles passam. “Isso não só leva ao desempenho excepcional da tecnologia, mas também traz muitas vantagens em termos de confiabilidade, escalabilidade e segurança cibernética. Os chips EtherCAT têm recursos avançados de
diagnóstico e são capazes não apenas de detectar erros de bits na rede, mas também de localizá-los: um recurso exclusivo do EtherCAT. Além disso, cada participante regenera o frame na camada física para que a degradação do sinal não se propague pela rede. Podemos endereçar até 65.535 nós por segmento EtherCAT em qualquer topologia. E vários segmentos EtherCAT podem ser conectados a um único controlador: não há nada mais escalável do que isso. O EtherCAT também é uma tecnologia líder em termos de segurança cibernética: O EtherCAT não é baseado no Protocolo de Internet, o que exclui 99,9% dos malwares desde o início. Os chips filtram qualquer tráfego de dados que não seja EtherCAT no hardware e fecham portas não utilizadas - também no hardware. Mesmo que o
firmware de um dispositivo esteja com defeito ou comprometido, o dispositivo não pode acessar dados de outros dispositivos devido ao seu hardware. Portanto, o EtherCAT oferece resiliência cibernética inigualável logo de cara.”
Lorena conta que, na Braskem, a proteção cibernética em OT é multi-camada, independe do protocolo. “Dada a característica de ciclo de vida e a velocidade de migração ainda atrelada a homologações de fornecedor, o objetivo é colocar camadas de proteção em duas frentes: perímetro e vulnerabilidade. Onde não conseguimos controlar a vulnerabilidade do ativo de forma imediata (pelas razões mencionadas), precisamos garantir o reforço/hardening do
perímetro de acesso (conduits) a esses ativos (zones), conforme a norma IEC62443, e adicionar controles compensatórios”.
Cassiolato complementa: “Acredito que o futuro da comunicação industrial será plural; um ecossistema no qual o Ethernet-APL, o HART, o PROFIBUS-PA e até o 4–20 mA coexistem de forma inteligente, garantindo conectividade, rastreabilidade e eficiência.”
Ou seja, o futuro é híbrido, seguro e orientado por dados. O 4–20 mA permanece o “fio de confiança” nas operações críticas, mas Ethernet industrial, O-PAS e IA já conduzem a evolução – rumo à automação aberta, interoperável e inteligente, onde os dados confiáveis se tornam ativos estratégicos do negócio.



Introdução
OPC UA, TSN, Ethernet, PROFINET e APL: Pilares da Convergência Digital na Automação Industrial
César Cassiolato, Presidente & CEO da Vivace Process Instruments
A Indústria 4.0 inaugura uma nova era para os sistemas de automação industrial, em que não basta apenas conectar máquinas: é necessário integrar, de forma transparente, todo o ecossistema que vai do chão de fábrica (OT – Operational Technology) até os níveis corporativos e de tecnologia da informação (IT – Information Technology). Essa convergência é a base da
chamada fábrica inteligente, onde dados fluem em tempo real, permitindo decisões rápidas, confiáveis e baseadas em análises avançadas.
Para tornar essa integração viável, surgem padrões e tecnologias que não apenas garantem conectividade, mas também asseguram determinismo, baixa latência, segurança cibernética, interoperabilidade e escalabilidade. Nesse cenário, as
redes industriais deixam de ser um mero meio de transmissão e assumem o papel estratégico de plataforma digital, capaz de suportar desde aplicações críticas de controle de processos até sistemas de análise em nuvem e inteligência artificial. Neste artigo, vamos analisar, de forma objetiva, cinco pilares fundamentais dessa transformação digital das redes industriais:
• OPC UA (Open Platform Communications Unified Architecture) – protocolo orientado a serviços que padroniza a troca de dados em todos os níveis da pirâmide de automação;
• TSN (Time-Sensitive Networking) – conjunto de extensões determinísticas da Ethernet que possibilita comunicação em tempo real com alta confiabilidade;
• Ethernet Industrial – evolução da Ethernet clássica adaptada para ambientes industriais, robusta e escalável;
• PROFINET – protocolo consolidado que une desempenho em tempo real e integração com redes baseadas em Ethernet;
• APL (Advanced Physical Layer) – camada física baseada em Ethernet, especialmente desenvolvida para aplicações em áreas classificadas e instrumentação de campo.
Esses elementos, em conjunto, não apenas sustentam a transição rumo à Indústria 4.0, mas também pavimentam o caminho
para a Indústria 5.0, onde colaboração homem-máquina, sustentabilidade e inteligência distribuída serão protagonistas.
Visão Geral das Tecnologias
Tecnologia Papel Principal
OPC UA
Interoperabilidade
TSN
Ethernet Industrial
PROFINET
Determinismo em Ethernet
Infraestrutura física
Diferenciais Técnicos
Modelo semântico rico, segurança nativa, integração vertical
Sincronização temporal, QoS, redundância
Escalabilidade até 10 Gbps, baixo custo
Aplicações-chave
MES/ERP, IIoT, rastreabilidade
Automação em tempo real
Ethernet -APL
Camada física para ambientes extremos
RT/IRT, diagnósticos, evolução para TSN
Alta velocidade, segurança intrínseca, compatível com SPE, até 1000 m
Motion control, subestações digitais
Mineração, óleo & gás, manufatura contínua
Automotivo, alimentos, saneamento, mineração
Indústria de processo (química, óleo & gás, mineração)

OPC UA: Interoperabilidade Universal
• Modelo orientado a objetos: descreve variáveis, atributos, eventos e métodos.
• Segurança embutida: autenticação por certificados digitais, criptografia TLS e RBAC.
• Integração vertical: conecta sensores, PLCs, SCADA, MES e ERP.
• Tendência: base para “linguagem universal” no IIoT quando combinada ao TSN.
TSN: Determinismo no Ethernet
• IEEE 802.1AS: sincronização de tempo com precisão de microssegundos.
• 802.1Qbv (Time-Aware Shaper): agendamento de tráfego crítico.
• 802.1CB: redundância com reenvio de pacotes.
• Benefício estratégico: substitui múltiplas redes isoladas por uma infraestrutura única convergente.
TSN e a Convergência TO + TI + IoT
Com este cenário, novas questões como IoT (Internet das Coisas), priorização de mensagens críticas e unificação da interface de troca de informações levaram ao advento
Grandes desafios enfrentados:
das redes TSN. Elas moldam a transformação digital das redes industriais desde o nível de campo e comunicação máquina a máquina (M2M) até os níveis de controle e operador.
• Como convergir dados de TO + TI + IoT com alta largura de banda e velocidade?
• Como garantir determinismo?
• Como assegurar alta performance considerando o IoT?
• Como vencer os desafios da comunicação em tempo real em múltiplos gigabits?
No passado, redes de TI e de automação eram separadas. Agora, com TSN, essa separação deixa de fazer sentido. A TSN cria uma base padronizada dentro do IEEE
802.1, garantindo QoS e comunicação determinística apenas na camada de comunicação (OSI 2), sem alterar a interface de usuário.
Benefícios Técnicos do TSN: Latência, Jitter e QoS
Na prática, diferentes padrões de comunicação exigiam gateways para integração. O OPC UA via TSN muda esse cenário, per-
Diferenciais técnicos:
mitindo fluxo de dados sem barreiras em todas as áreas.
• Comunicação em tempo real com latência mínima (<1 ms).
• Minimização de jitter (variação da latência).
• Compatibilidade total com normas Ethernet existentes.
• Suporte a comunicação convergente entre protocolos de automação (OPC UA, IEC61850, PROFINET, Ethernet/IP, CC-Link IE).
• Capacidade de transmitir dados críticos em tempo real e dados massivos simultaneamente na mesma rede.
A convergência é apoiada pelo trabalho conjunto IEC/IEEE 60802-IA, garantindo interoperabilidade em redes industriais convergentes.
Na figura 2 a seguir, podemos ver o que
há de mais moderno, onde vemos o APL, Advanced Physical Layer (camada 1), o TSN na camada 2 e nas camadas de 5 a 7, PROFINET, OPC UA etc.

Figura 2 – O APL, Advanced Physical Layer (camada 1), o TSN na camada 2 e nas camadas de 5 a 7, PROFINET, OPC UA
Ethernet Industrial: A Base de Convergência
• Velocidade e escalabilidade: suportando 100 Mbps, 1 Gbps e até 10 Gbps.
• Topologias: linha, anel redundante, estrela, mesh.
• Integração com TI: suporte a VLANs, QoS e PoE.
• Desafio: ausência de determinismo nativo, solucionada com perfis industriais e TSN.
PROFINET 2.4 e a Integração com TSN
A especificação PROFINET 2.4 incorporou TSN ao padrão pela primeira vez, permitindo:
• Streams & Configuration.
• Time & Cycle Synchronization.
• Frame Preemption.
Vantagens:
• Total compatibilidade retroativa com versões anteriores.
• Flexibilidade e inteligência ao protocolo.
• Experiência de campo incorporada aos novos padrões.
PROFINET e OPC UA via TSN abrem caminho para comunicação altamente ágil e confiável, criando condições ideais para fabricação flexível.
OPC UA PubSub sobre TSN
• Origem vertical: OPC UA nasceu para integração de sistemas corporativos, mas agora avança para comunicação M2M.
• Método PubSub: único capaz de oferecer comunicação determinística sobre TSN.
• Integração com nuvem: conecta sensores ao chão de fábrica e até aplicações em tempo real.
• Tendência: cresce junto com padrões como MQTT e DDS, reforçando a interoperabilidade.
APL, 5G e o Futuro da Automação Conectada
O futuro aponta para a integração entre
Ethernet-APL (Advanced Physical Layer), TSN e 5G TSN:
Ethernet-APL (Advanced Physical Layer)
• APL: camada física otimizada para dispositivos de campo em ambientes industriais agressivos.
• Desenvolvimento multilateral: iniciada em 2018, com padronização suportada pelos SDOs (FieldComm, ODVA, OPC Foundation, PROFINET International)
• Benefícios técnicos:
o Comunicação full duplex de 10 Mbps sobre cabo de par único, com alcance de até 1 000 m (tronco) e 200 m (spur)
o Segurança intrínseca para áreas explosivas, reduzindo necessidade de gateways
o Suporte a protocolos como OPC UA, PROFINET, EtherNet/IP, HART-IP, Modbus sobre a mesma infraestrutura
• Perspectiva de Mercado: Crescimento e Projeções
o Projeção de atingir US$ 5,56 bi até 2033 (CAGR ≈ 18,7 %)
o Adotado rapidamente em setores como químico, petróleo & gás, farmacêutico, água & energia
• 5G TSN: extensão do TSN cabeado para redes móveis, conectando sensores, atuadores e PLCs de forma determinística.
• Edge + Cloud: potencial de mover funções de PLC para datacenters próximos, via 5G Edge.
Desafios futuros:
• Complexidade do 5G TSN multi-fornecedor.
• Necessidade de novos padrões de interoperabilidade.
Segurança Cibernética
A convergência IT/OT amplia a superfície de ataque. Medidas aplicáveis:
• OPC UA: criptografia TLS e certificados digitais.
• Segmentação de rede: ISA/IEC 62443 (zonas e conduítes).
• Firewalls industriais e DPI para protocolos OT.
• Monitoramento contínuo com IA.
Tendências: Zero Trust em ambientes OT, SOCs industriais dedicados e compliance regulatório (FDA, ANVISA, NERC-CIP).
Aplicações por Segmento Industrial
Automotivo: Robôs sincronizados com PROFINET IRT; linhas modulares com OPC UA + TSN.
Alimentos & Bebidas: Linhas de envase rápidas; rastreabilidade digital.
Farmacêutico e Químico: Controle de reatores contínuos; validação regulatória.
Óleo & Gás / Mineração: Redes redundantes de longa distância; diagnósticos preditivos.
Energia e Utilities: Subestações digitais (IEC 61850 + TSN); smart grids.
Tendências de Mercado
• Substituição de fieldbuses por Ethernet/TSN.
• Adoção de OPC UA + TSN como padrão universal.
• Crescimento do Edge Computing.
• Integração com IA e Digital Twins.
• Mercado global de Ethernet Industrial: US$ 4,2 bilhões (2023) -> US$ 7,8 bilhões (2030)
• CAGR OPC UA: 8,2% (2023-2030)
• Adoção TSN: 15% das novas instalações industriais até 2025
Perspectiva com APL:
• Crescimento promissor e acelerado: O Ethernet-APL está projetado para crescer a taxas robustas em torno de 18–19% ao ano, muito acima da média dos mercados tradicionais de industrial Ethernet.
• Adequação a ambientes sensíveis: O crescimento é impulsionado pela sua capacidade de oferecer comunicação Ethernet de alta velocidade e intrinsecamente segura em ambientes classificados (como indústrias químicas, petróleo & gás, farmacêutica).
• Infraestrutura em expansão: Paralelamente à adoção do Ethernet-APL em si, a demanda por switches especializados cresce forte, o que demonstra expansão real da infraestrutura física industrial.

Figura 3 – Convergência Digital em Automação Industrial e os Segmentos Industriais
• Comparativo de mercado: Embora o mercado mais amplo de industrial Ethernet também esteja em crescimento, a taxa de adoção do Ethernet-APL é significativamente mais rápida, indicando um movimento acelerado de modernização do campo (layer físico) das redes industriais.

Drivers de Crescimento
Fatores Tecnológicos:
• Edge Computing: Necessidade de processamento local determinístico
• Digital Twins: Demanda por modelos de informação ricos
• 5G Industrial: Convergência com redes wireless de baixa latência
• Cibersegurança: Exigências crescentes de proteção

O cenário hoje no Brasil
No Brasil, a transformação digital na indústria avança em ritmos distintos, dependendo do setor e do porte das empresas. Grandes grupos industriais, especialmente nos segmentos de óleo e gás, mineração, papel e celulose, alimentos e bebidas e energia, já incorporam soluções de OPC UA, PROFINET e Ethernet Industrial em
seus processos. Essas empresas enxergam a automação digital como um fator de competitividade global, investindo em integração de dados, manutenção preditiva e cibersegurança.
Por outro lado, muitas indústrias de médio e pequeno porte ainda enfrentam barreiras. Os principais desafios são:
• Infraestrutura defasada – grande parte das plantas industriais ainda opera com redes legadas, o que limita a adoção imediata de tecnologias digitais.
• Custo de investimento – apesar da redução de preços de equipamentos e softwares, a modernização de redes ainda é vista como onerosa para empresas que operam com margens estreitas.
• Capacitação técnica – há um déficit de mão de obra qualificada em integração de TI e OT, interoperabilidade de protocolos e segurança cibernética industrial.
• Cibersegurança – a abertura das redes industriais para o mundo digital trouxe preocupações crescentes com ataques cibernéticos e proteção de dados.
Apesar desses desafios, o Brasil já desponta em casos de sucesso, com plantas inteligentes em operação, programas de digitalização apoiados por universidades e centros de pesquisas.
Em resumo, o Brasil vive um momento de transição: enquanto algumas empresas já estão no estado da arte da automação di-
Conclusão
A combinação de OPC UA, TSN, Ethernet e PROFINET cria a fundação da automação digital convergente. As redes TSN se destacam como o “pulo do gato” da convergência, permitindo alta largura de banda, baixa latência, comunicação em tempo real e integração de múltiplos protocolos em uma infraestrutura unificada. OAPL representa um avanço crucial na automação digital, especialmente em ambientes extremos. Essa tecnologia, aliada ao OPC UA, TSN e PROFINET, compõe o que há de mais moderno e eficiente em redes industriais.
O sucesso da implementação dessas tec -
gital, outras ainda estão dando os primeiros passos. Porém, o movimento é irreversível, e a tendência é que, nos próximos anos, a combinação de OPC UA, TSN, PROFINET, Ethernet Industrial e APL seja cada vez mais comum em plantas brasileiras, consolidando a integração de dados do campo ao nível corporativo.
nologias dependerá da capacidade das organizações de:
• Desenvolver competências técnicas especializadas
• Investir em infraestrutura de rede moderna
• Adotar abordagens incrementais de migração
• Estabelecer parcerias estratégicas com fornecedores de tecnologia
As empresas que conseguirem navegar essa transição tecnológica estarão bem posicionadas para capturar os benefícios da Indústria 4.0 e manter competitividade no mercado global cada vez mais digitalizado.

Firewall Industriais –Princípios de Funcionamento
Márcio de Freitas Minicz, PETROBRAS - Tecnologia da Informação e Telecomunicações Consultor LINKEDIN

Hoje pensar em segurança nas plantas industriais é uma obrigação de qualquer engenheiro de automação. Um dos elementos importantes para isso é o firewall industrial! Mas como escolher o equipamento correto? Quais as principais características?
O objetivo de um firewall, corporativo ou industrial, é analisar o tráfego que chega nele e conforme um conjunto de regras permitir ou bloquear a passagem desse tráfego.
Para isso os firewalls podem trabalhar em dois modos. O primeiro é chamado bridge ou transparente, onde o firewall pode ser instalado em uma rede sem a neces -
sidade de reconfiguração da rede, pois ele atua como um equipamento de camada 2. Já no segundo modo, routed, é necessário configurar os endereços IP de forma correta, pois o firewall encaminhará o tráfego entre redes IP diferentes. A escolha entre os dois modos dependerá da arquitetura de redes que é utilizada, inclusive se é uma nova instalação (greenfield) ou o retrofit de uma rede já existente (brownfield).
Nos primeiros firewalls as regras definiam quais endereços IP de origem e destino, qual protocolo de transporte (TCP ou UDP) e quais portas de origem e destino o tráfego tinha que ter para
poder atravessar o firewall. Esse tipo de regra também é chamada de Lista de Controle de Acesso (ACL – Access Control List). Alguns modelos de firewall permitem que sejam utilizados os endereços MAC de origem e destino nas regras, mas não é o que normalmente é utilizado.
Os firewalls de ACL eram equipamentos mais simples, o que antigamente era necessário devido às restrições de hardware, mas tem a grande desvantagem de não ter como controlar de qual lado do firewall a comunicação começa. Devido a isso esse tipo de firewall é chamado de stateless.
Mas o tráfego TCP ou UDP tem sempre um lado
que começa, o cliente, tendo sempre um destino, o servidor. Com isso, o ideal é que somente possa ter tráfego na direção servidor para o cliente após o primeiro pacote ter ido do cliente para o servidor. Os firewalls stateful fazem exatamente isso, isto é, permitem que o tráfego passe em certa direção se o início ocorreu no sentido correto. Hoje, o ideal é usarmos somente firewall stateful, independentemente do tipo de aplicação!!
Uma característica das redes de automação é o reaproveitamento de endereços IP entre linhas de produção ou equipamentos industriais. Com isso conectar essas redes entre si e com sistemas de gerenciamento é um problema. Para resolver isso podemos fazer a tradução de endereço. Os dois principais tipos de tradução de endereço é o NAT e o PAT. No NAT (Network Address Translation) o endereço IP é substituído por outro, de forma a evitar a duplicação e no PAT (Port Address Translation) somente a porta TCP/ UDP é alterada. Isso permite a conexão dessas redes com endereçamento IP repetidos em uma única grande rede, aumentando da segurança, mas dificulta a análise de qualquer falha (troubleshooting) pois o pacote de dados muda de endereço no meio do caminho, além de poderemos ter falha na configuração do NAT/PAT.
Hoje muitos firewalls não chamados de NGFW (Next Generation FireWall). A grande diferença desses equipamentos é que eles permitem maiores possibilidades de análise no tráfego, permitindo a inspeção até a camada 7 (aplicação), isso é chamado de Deep Packet Inspection (DPI). Esse é um recurso muito interessante pois permite considerar também o conteúdo dos pacotes e somente permitir que parte dele atravesse o firewall.
Vamos a um exemplo, considere que você tem um firewall industrial que faz DPI no protocolo Modbus/ TCP. Isso quer dizer que o firewall entende o formato das mensagens do Modbus/TCP e com isso é possível configurar uma regra que permita que os comandos de leitura sejam executados, mas não permita que comandos de escrita atravessem o firewall.
Quando o DPI for necessário é importante saber como é o funcionamento do protocolo de automação que se pretende analisar, pois alguns protocolos criptografam o tráfego. Nesse caso o firewall industrial precisa ter a capacidade de inspecionar os protocolos TLS (Transport Layer Security) e SSL (Secure Socket Layer), o que pode impactar no desempenho geral do firewall. Tipicamente um grande firewall corporativo terá hardware específico para essa função, mas
muitos firewalls industriais não terão, portanto todo o processamento dependerá da CPU.
Aqui chegamos na discussão de algumas característi- cas do hardware. É importante entender a capacidade de processamento (CPU) e a quantidade de memória que o firewall industrial tem. Como são equipamentos de uso específico, muitas vezes eles não precisam ter muita CPU e memória, mas é sempre bom ter uma folga. Como estamos falando de equipamentos para redes de automação industrial as características mecânicas e de ambiente do firewall são muito importantes e devem ter a consideração adequada. O firewall industrial pode ser instalado em um trilho DIN? Tem partes móveis (ventoinha)? Em que temperatura máxima e mínima o firewall pode trabalhar? Podem trabalhar em ambientes com vibração? Esses são algumas perguntas que devem ser respondidas.
Aqui colocamos os princípios de funcionamento e características importantes a serem consideradas para a escolha de um firewall industrial. Esses princípios e características são o mínimo que devemos considerar para escolher esse tipo de equipamento e a partir daqui temos condições de fazer uma melhor escolha do firewall industrial que será utilizado.

5 tendências que vão guiar os negócios em 2026
Reginaldo Stocco, CEO da vhsys

Outubro marca o Mês das Micro e Pequenas Empresas (MPEs), que representam mais de 90% dos negócios formais no Brasil (Mapa de Empesas, Governo Federal) e têm papel fundamental na geração de empregos e movimentação econômica. À medida que o ano se aproxima do fim, o olhar do
empreendedor se volta para os desafios e oportunidades de 2026 — um período que promete ser marcado pela consolidação da transformação digital e pela busca por mais eficiência e competitividade.
O empreendedor brasileiro é resiliente por natureza, mas 2026 exigirá mais:
visão estratégica e capacidade de adaptação tecnológica. As micro e pequenas empresas precisam se organizar agora, enquanto ainda há tempo para se preparar e competir.
Podemos listar cinco tendências que devem orientar o crescimento das MPEs no próximo ano:
1. A primeira dessas tendências é a digitalização completa da gestão, que deixa de ser um diferencial e passa a ser requisito básico para a sobrevivência das empresas. Sistemas integrados que reúnem finanças, vendas, estoque e emissão de notas fiscais serão cada vez mais indispensáveis.
2. Na sequência, vem o uso de dados para tomada de decisão, com relatórios e indicadores se tornando aliados estratégicos para entender o desempenho do negócio e o comportamento do cliente.
3. Outro ponto importante é a atenção às novas obrigações fiscais e à conformidade digital. Com o avanço dos sistemas governamentais, a atualização e o cumprimento das exigências tributárias devem demandar mais atenção e ferramentas adequadas.
4. A integração com meios de pagamento também deve ganhar força, simplificando a rotina financeira e reduzindo custos operacionais.
5. Por fim, a adoção de ferramentas de inteligência artificial e automação tende a transformar o dia a dia das pequenas empresas, otimizando desde o atendimento até a precificação.
As MPEs estão no centro da economia brasileira. Apoiar sua digitalização e
torná-las mais competitivas é essencial não apenas para o empreendedor, mas para
todo o ecossistema de negócios.

Os prós e os contras da utilização da IA nas divisões militares em nível mundial
Taylor Eisenhauer, gestor de produto da PEI-Genesis

À medida que a tecnologia automatizada se integra rapidamente na vida cotidiana, o seu impacto na guerra moderna é profundo. As divisões militares de todo o mundo estão utilizando IA no campo de batalha para defesa, ataque e reconhecimento. Numa recente cimeira realizada nos Países Baixos, 80 nações se reuniram para debater a utilização ética e operacional da IA em aplicações militares. Mais de 60 países concordaram em permitir estratégias de combate baseadas em IA reconhecendo o seu poten-
cial para melhorar a tomada de decisões e reduzir o risco humano. Este artigo explica os prós e contras da utilização da IA em operações militares.
Segundo a globenewswire, a adoção da IA na defesa está a acelerar, prevendo-se que o mercado mundial de IA no exército, deve atingir 18,558 mil milhões de dólares até 2029, muito mais do que os 4,956 mil milhões de dólares em 2024, impulsionada pelos avanços na aprendizagem automática, robótica e sistemas autónomos. A utilização de veícu-
los de combate, drones e unidades robóticas comandadas pela IA está a revolucionar a guerra moderna, reduzindo a dependência de pessoal humano em ambientes de alto risco.
No entanto, subsistem algumas questões relativas às vantagens e preocupações da utilização da IA no campo de batalha. Embora a IA ofereça uma melhor tomada de decisões estratégicas e eficiência operacional, também introduz dilemas éticos e de segurança significativos.
Prós:
A utilização da IA em software e tecnologias militares avançadas pode proporcionar segurança aos soldados, reduzir o trabalho humano necessário e melhorar a tomada de decisões.
Em termos de segurança, os seres humanos podem delegar tarefas perigosas em agentes não humanos para se protegerem. Por exemplo, os robôs terrestres táticos podem navegar em terrenos e manusear explosivos que poderiam potencialmente causar danos ao pessoal em combate. Ao mesmo tempo, os cães robóticos podem ser utilizados como “uma mão extra” para transportar ou ir buscar o equipamento necessário. A utilização de robots pode salvar muitas vidas humanas, uma vez que estas tarefas podem ser executadas sem pôr em perigo
Contras:
Por outro lado, há quem veja a IA como um retrocesso ou uma desvantagem devido aos potenciais riscos e perigos que podem surgir quando se confia na tecnologia.
As ameaças à segurança são uma grande preocupação com a IA. Existe a possibilidade de a IA ser pirateada ou manipulada por adversários. Se estes sistemas forem comprometidos, as infor-
soldados.
Os Estados Unidos acreditam que a IA pode reduzir os riscos para os soldados ao reduzir o trabalho humano. A guerra pode induzir um stress significativo no corpo humano e os soldados podem ficar cansados, prejudicando a sua capacidade de concentração e desempenho eficazes. Isto pode levar a erros humanos, prejudicar o sucesso da missão e resultar em ferimentos significativos ou mesmo na derrota.
No entanto, com a ajuda da IA, os soldados podem utilizar melhor o seu tempo e energia. Por exemplo, em vez de os soldados terem de conduzir veículos de combate ou pilotar aviões, a IA pode assumir o controlo total e permitir que os soldados concentrem os seus esforços noutros aspetos,
como a análise de dados e a preparação para a batalha. Isto pode reduzir significativamente o risco de ferimentos e aumentar as hipóteses de sucesso da missão.
A melhor capacidade de tomada de decisões é outra vantagem da utilização da IA. Uma análise de dados mais precisa pode ajudar a direcionar melhor as ações sobre os adversários. Com a tecnologia automatizada, podemos tomar decisões mais inteligentes e seguras em combate, com poucos ou nenhuns erros. Os drones e a IA são utilizados para identificar e comunicar riscos ou ameaças que possam ocorrer. Conseguem identificar com maior precisão os objetos à distância, o que cria uma vantagem na preparação para um ataque.
mações sensíveis podem ser roubadas e usadas em benefício do lado adversário.
A utilização da tecnologia automatizada e da IA, em particular nos robots militares, é um tema que suscita preocupações éticas. Com robôs capazes de executar tarefas de forma mais eficiente e precisa do que os humanos, existe a possibilidade de um dos lados ter uma vantagem injusta, levan-
do à substituição de soldados humanos por máquinas. O resultado disto poderá ser um futuro em que as guerras serão travadas entre robots, levantando questões éticas sobre a moralidade da guerra.
Outra questão que se coloca com a utilização da IA é a sua imprevisibilidade. Se algo correr mal, pode ser difícil determinar quem é o responsável. Esta preocupa-
ção torna-se mais significativa à medida que as tecnologias de IA se tornam mais avançadas, com potencial para realizar tarefas de forma autónoma. Se a IA fun-
cionar mal, civis inocentes poderão ser prejudicados, e não seria evidente quem deveria ser responsabilizado. Além disso, conceder às máquinas uma mente própria
Preparar o futuro da guerra moderna
O debate sobre a possibilidade de utilizar a IA na guerra moderna é interminável. No entanto, a realidade é que a IA está a ser implementada em tecnologias militares em todo o mundo, e as nações têm de estar equipadas para se protegerem e defenderem.
Para a preparação para a guerra moderna, são necessários conectores elétricos duradouros e fiáveis para suportar estas tecnologias
avançadas em ambientes difíceis - a PEI-Genesis tem parcerias com fornecedores líderes do setor para fornecer um vasto inventário de produtos adequados a estas exigências.
Por exemplo, a série de conectores 2M da Amphenol, circulares leves e micro-miniatura, otimizam o SWaP (tamanho, peso e potência) e cumprem as especificações D38999 relativas a vibração e blindagem,
pode levar a consequências imprevistas; por conseguinte, devemos abordar o desenvolvimento e a implementação destas tecnologias com cautela.
mas pesam menos do que os conectores D38999 padrão. Quer se trate de um produto para um auricular de soldado, equipamento tático ou portátil, fuselagens ou caixas de aviação, a série 2M da Amphenol tem flexibilidade de aplicação graças a vários tipos de acoplamento disponíveis para se adaptar a diferentes requisitos elétricos e mecânicos.

Para saber mais sobre a vasta gama de conectores para operações militares disponibilizados pela PEI-Genesis, clique aqui.

Crise energética pressiona data centers: como FinOps e observabilidade ajudam a reduzir custos na nuvem
Heber Lopes, Head de Produtos e Marketing da Faiston

Nos últimos dois anos, os custos de energia elétrica dispararam e estão afetando diretamente a operação de data centers – tanto em nuvens públicas quanto em infraestruturas privadas. No Brasil, a conta de luz deve ainda ter um aumento de 6,3% até o final do ano, segundo a Aneel – acima da inflação esperada para o ano.
Esse aumento pesa no orçamento de empresas que dependem de data centers, já que a eletricidade responde por cerca de 32% do seu custo operacional. Ou seja,
quase um terço das despesas de manter servidores e sistemas de resfriamento está diretamente atrelado à tarifa energética. A situação se torna mais crítica em meio à expansão da economia digital e a uma crise energética global: na Europa e nos Estados Unidos, a demanda por eletricidade voltou a subir após anos estagnada, impulsionada pela construção acelerada de data centers e outros grandes consumidores.
Diante desse cenário, empresas brasileiras e globais têm cada vez mais
apertado os cintos e aplicando FinOps para retomar o controle sobre os gastos na nuvem. De fato, ao menos 59% das empresas já contam com equipes dedicadas de FinOps para fazer a gestão desses custos, de acordo com a pesquisa 2025 State of the Cloud, publicada pela SC Cloud.
E o ponto mais relevante para uma equipe de FinOps é, justamente, a visibilidade total do ambiente: é preciso identificar para onde está indo cada centavo gasto em nuvem, atribuindo custos por projeto, departamen-
to ou aplicação. Assim, o FinOps implementa métricas e painéis transparentes que mostram, por exemplo, quanto cada aplicativo ou time consome de recursos e qual a fatura associada – eliminando surpresas e a “letra miúda” das contas. Essa etapa informativa é fundamental para embasar as próximas ações.
Com os dados em mãos, vem a fase de otimização ativa. Workloads subutilizadas são reestruturadas ou consolidadas, adequando a capacidade provisionada à demanda real (prática de rightsizing). Se servidores estiverem com baixo uso de CPU ou memória de forma consistente, podem ser migrados para instâncias me -
Observabilidade: peça-chave para FinOps
No entanto, executar uma estratégia de FinOps efetiva depende de monitoramento contínuo – é aí que entra a observabilidade. Esse conceito oferece uma visão holística do ambiente de nuvem, correlacionando métricas de desempenho, logs de eventos e rastreamento de transações. Ferramentas modernas conseguem cruzar informações de telemetria técnica com dados de custo, gerando insights poderosos: se a conta de um banco de dados disparou 40% num mês, os logs podem revelar que determinada consulta SQL mal otimizada está consumindo recursos excessivos.
Da mesma forma, métricas mostram se uma máquina virtual está superdimensionada ao revelar que sua utilização média de CPU é de apenas 20%. A partir desses alertas, equipes de FinOps e engenharia podem tomar decisões informadas – seja para ajustar o tama-
nho da instância, otimizar código ou desligar serviços desnecessários. Observabilidade fornece os dados brutos e o contexto técnico que o FinOps precisa para agir com precisão.
E a sinergia entre FinOps e observabilidade cria um ciclo virtuoso de melhoria contínua. Cada pico anômalo de uso ou custo capturado possibilita ações corretivas, e reescalonamento de capacidade. Essa integração permite respostas rápidas a incidentes financeiros: tão importante quanto responder a falhas técnicas é reagir a “incidentes de custo” – situações em que um bug ou uso indevido provoca gastos inesperados. Com monitoração granular, desvios orçamentários que antes só seriam percebidos ao fim do mês agora podem ser identificados e mitigados em dias ou horas. Isso garante que a empresa pague pelo desempenho que realmente necessita entregar, nada
nores ou máquinas virtuais compartilhadas, reduzindo tanto o custo quanto o consumo de energia sem afetar o desempenho. Recursos “zumbis”, como volumes de armazenamento sem leitura/escrita ou máquinas virtuais esquecidas, são desligados ou removidos assim que identificados.
além disso.
Para a liderança, a lição da crise energética é clara: controlar os gastos na nuvem se tornou uma questão de sobrevivência do negócio. O período de “cheque em branco” para escalar aplicações ficou para trás – agora, cada workload precisa justificar seu consumo com entrega de valor. Implementar FinOps é criar uma cultura de responsabilidade compartilhada, em que times técnicos e financeiros falam a mesma língua e tomam decisões embasadas em dados. Já a observabilidade garante a visibilidade fina necessária para executar essas decisões no dia a dia, adaptando a capacidade e corrigindo rumos com agilidade. Juntas, essas práticas formam a dupla dinâmica que transforma a nuvem de um centro de custo imprevisível em uma plataforma otimizada e alinhada aos objetivos estratégicos da empresa.

Data leadership é a nova força motriz da transformação digital na América Latina
Cesar Gomes, Vice-Presidente da Cloudera no Brasil.
A transformação digital na América Latina já não é uma promessa, é um movimento em aceleração que vem mudando modelos de negócio, cadeias de valor e expectativas dos consumidores. No centro dessa mudança está a capacidade das organizações de transformar dados em decisões: o chamado data leadership. Isto é, o líder estratégico que coloca dados, governança e capacidades analíticas no coração dos objetivos corporativos.
A região vive um momento de expansão tecnológica rápida. Segundo o relatório “Latin America Cloud Computing Market 2025-2033”, do IMARC Group, o mercado de computação em nuvem na América Latina movimentou pelo menos US$ 55 bilhões em 2024 e deve crescer a uma taxa de 15% ao ano até 2030. O número é expressivo, mas o ponto não é apenas o crescimento: é o que as empresas farão com essa infraestrutura. De nada adianta escalar capacidade de nuvem se os dados continuam fragmentados e sem propósito estratégico.
O verdadeiro valor está em usar essa base para gerar inteligência, e não apenas volume.
Investimentos estratégicos globais também estão chegando à região: em 2024 grandes fornecedores anunciaram aportes bilionários em infraestrutura e desenvolvimento de capacidades locais (por exemplo, compromissos milionários para expansão de data centers e programas de capacitação). Tal fato evidencia que provedores veem a América Latina como umas das prioridades para a próxima onda de serviços de nuvem e IA. Contudo, essa reflexão deve ir além da infraestrutura e da adoção crescente de tecnologias emergentes, pois já é possível observar que muitas empresas na região estão priorizando estratégias data-driven como eixo central de suas transformações digitais. Isso significa alinhar decisões de negócio a insights extraídos de dados em tempo real, aplicando métricas claras para medir desempenho, antecipar tendências de mercado e responder ra-
pidamente a mudanças no comportamento do consumidor. Dessa forma, líderes orientados a dados não apenas impulsionam eficiência operacional, mas também aumentam a capacidade de inovação e diferenciam as organizações às quais pertencem em mercados altamente competitivos.
A propósito, na prática, estratégias data-driven demandam uma integração efetiva entre tecnologia, cultura organizacional e capacitação de equipes, no entanto, o relatório “Latin America Digital Transformation Report 2024”, da Agata Data, destaca que, embora haja capital e adoção tecnológica, ainda existe um gap entre investimento e geração de valor real, pois muitas empresas adotam nuvem e IA, mas poucas conseguem transformar isso em produtos, eficiência operacional e crescimento sustentável. E é justamente aqui que entra o papel do data leadership: enxergar, conectar e preencher esse gap, transformando tecnologia em vantagem competitiva de verdade.

Outro ponto essencial a ser abordado é o impacto social da tecnologia. Um estudo da International Labor Organization junto à World Bank mostra que a automação e a IA têm efeitos distributivos relevantes: entre 2% e 5% dos empregos formais podem ser automatizados diretamente na região, enquanto uma parcela maior pode ser afetada indiretamente. Isso torna o pa-
pel da liderança em dados também social, ou seja, de requalificar, incluir e direcionar o uso responsável da tecnologia. O líder de dados não é apenas um gestor de sistemas, mas um agente de transformação ética e humana.
Na América Latina, data leadership é hoje a alavanca que transforma investimento em tecnologia em vantagem competitiva real.
Crescimento de cloud, difusão de IA e aportes globais criam o cenário técnico, mas cabe às lideranças converterem essa janela em estratégia, governança e talento. Organizações que tiverem esses gestores e fizerem isso com responsabilidade social e foco em geração de valor mensurável, estarão mais bem posicionadas para liderar o próximo capítulo digital da região.
YOUTH
Vencedor do Prêmio Estagiário Inovador projeta chatbot com IA para controle de finanças
O CIEE - Centro de Integração Empresa-Escola anunciou o vencedor da 1ª edição do Prêmio Estagiário Inovador, iniciativa que reconhece ideias de jovens talentos na transformação social. O destaque foi Paulo Henrique Turquetti, de 21 anos, autor do projeto “SofIA – Assistente Virtual para Controle de Finanças via Apps de Mensagem”, que conquistou o 1º lugar e recebeu R$ 10 mil em prêmios de incentivo à educação.
O prêmio teve como tema “Criação e Desenvolvimento de Soluções que ampliem o acesso à tecnologia em comunidades em situação de vulnerabilidade social” e contou com a participação de estagiários de todo o estado de São Paulo. A cerimônia final aconteceu durante a Expo CIEE 2025, quando os cinco finalistas apresentaram suas ideias a uma banca de jurados.
A solução criada por Paulo Henrique surgiu da constatação de que a falta de controle financeiro é um dos principais motivos do endividamento no Brasil, especialmente entre pessoas com baixa renda. Dados apontam que 37% dos brasileiros inadimplentes não fazem gestão do próprio dinheiro (CNDL, 2025), e mais da metade ainda entende pouco ou nada sobre educação financeira (Febraban 2025) e dessa constatação nasceu o SofIA, um chatbot de controle de finanças pessoais para aplicativos de mensagem como WhatsApp e Telegram. Integrado com inteligência artificial, o sistema interpreta mensagens em linguagem natural, auxilia no registro de entradas e saídas, define orçamentos e limites de gastos, e gera relatórios financeiros simples e compreensíveis.

Além de ajudar no controle de despesas, a assistente tem caráter educativo, oferecendo dicas e explicações sobre conceitos de educação financeira de forma acessível e gratuita. O código do projeto é aberto (open source), permitindo que outras pessoas e instituições colaborem e criem versões adaptadas para suas comunidades.
Para dar continuidade à iniciativa, Paulo pretende desenvolver o projeto como iniciação científica durante sua graduação na USP de São Carlos, com o apoio de um professor orientador que atue em projetos semelhantes. A partir dessa etapa, ele planeja inscrever a iniciativa em editais de bolsas de pesquisa. Outra possibilidade considerada é transformá-lo em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Em sua apresentação, Paulo Henrique destacou que o objetivo é capacitar os usuários a tomarem decisões mais conscientes e construir uma relação saudável com o dinheiro. “Quem controla o dinheiro, controla o próprio destino”, resumiu o jovem vencedor, reforçando a missão do projeto de levar autonomia e conhecimento financeiro a quem mais precisa.
Pesquisa aponta anseios e dúvidas de jovens com o uso de IA no mercado de trabalho
O que jovens de 14 a 21 anos, em sua maioria das Classes C e D, pensam sobre o uso e impactos da Inteligência Artificial (IA) no mercado de trabalho? Para entender este cenário, a Prepara IA, rede especializada em cursos profissionalizantes, graduação e pós-graduação, integrante do Grupo MoveEdu, realizou uma pesquisa inédita sobre as percepções da nova geração com a IA e seu impacto em sua formação e desenvolvimento profissional.
Dentre as principais conclusões, o estudo mostra que, embora os jovens reconheçam a relevância da tecnologia para a empregabilidade, ainda não estão preparados para utilizá-la de forma plena e estratégica, evidenciando dúvidas e anseios quando o assunto engloba o mundo corporativo. O levantamento foi realizado em maio de 2025 e contou com a participação de mais de 18 mil alunos, de quase todos os estados brasileiros.
Um dos destaques foi que 39% dos entrevistados alegaram já utilizar a IA para trabalhos ou conteúdos pessoais, 18% para aprender algo novo, e 16% afirmaram usá-la no dia a dia. Por outro lado, 14% nunca tiveram contato com ferramentas do tipo. Em contrapartida, mais da metade dos entrevistados (53%) afirmou nunca ter feito um curso de inteligência artificial, mas declarou interesse em aprender mais sobre o assunto.
A 15ª edição da pesquisa TIC Educação, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), revela o impacto crescente da inteligência artificial generativa no cotidiano escolar. O levantamento mostra que sete em cada dez estudantes do ensino médio que acessam a internet recorrem a ferramentas como ChatGPT e Gemini para apoiar suas pesquisas acadêmicas. O uso da tecnologia também aparece entre os alunos do ensino fundamental: 37% afirmaram utilizar recursos de IA para buscar informações, percentual que chega a 39% nos anos finais. Já no ensino médio, a adesão sobe para 70%. Os números indicam que os adolescentes estão


incorporando a inteligência artificial a suas rotinas de estudo, transformando as práticas tradicionais de aprendizagem.
Quando questionados sobre o impacto da IA na empregabilidade, 38% afirmaram que o conhecimento em IA “com certeza” pode ajudar a conquistar uma vaga, enquanto 40% responderam “talvez”. Apenas 7% acreditam que não faz diferença.
Em outro levantamento de alcance global, o World of Work Report, conduzido pela Monday.com em parceria com a Qualtrics, os dados mostram um panorama geracional distinto. Os millennials se destacam como os mais dispostos a utilizar IA no trabalho, com 73% declarando adotar a ferramenta e 80% expressando confiança de que a tecnologia

Entre os principais obstáculos citados para se profissionalizar em IA estão a falta de tempo diante do acúmulo de tarefas lidera a lista com 30%, seguida pela falta de orientação sobre por onde começar com 27%, limitações financeiras com 23%, falta de acesso à internet ou computador com 8% e falta de apoio da família ou da escola com 5%. “Esses desafios reforçam que falta de infraestrutura e a necessidade de formação acessível ainda dificultam a inserção da Geração Z a uma formação mais consistente, mesmo que o assunto esteja tão em voga”, afirma Rogério Gabriel.
Em relação às áreas em que a IA pode mais contribuir, os destaques foram marke -
pode ajudá-los a trabalhar melhor. Já a geração Z, apesar da familiaridade tecnológica, apresenta uma taxa de adoção mais baixa (59%), ficando inclusive atrás da geração X (65%). Além disso, os mais jovens revelam preocupação com a possibilidade de a IA assumir tarefas das quais gostam em seus empregos (42%).
“Por meio dessa pesquisa, é possível observar que a relação entre inteligência artificial e empregabilidade é clara para os jovens. Alguns alegam ter um contato com IA, enquanto a maior parte dos respondentes acredita que dominar essas ferramentas é um diferencial competitivo para conquistar uma vaga no mercado de trabalho. Contudo, parte significativa ainda expressa dúvidas, o que aponta para curiosidade, mas também insegurança sobre como aplicar a tecnologia em situações reais.”
Rogério Gabriel, fundador e CEO do Grupo MoveEdu.
ting e redes sociais (17%), tecnologia/programação (16%), análise de dados (16%), design e criação de conteúdo (15%) e administração/gestão (11%).
Para Rogério Gabriel, a pesquisa reforça a necessidade de aproximar o ensino sobre IA da realidade dos jovens, oferecendo metodologias acessíveis e aplicáveis. “Os estudantes sabem que a inteligência artificial é uma vantagem competitiva, mas precisam de orientação para transformar curiosidade em aprendizado prático. A parte humana é fundamental nesse processo, já que interpretar, contextualizar e aplicar os recursos da IA exige preparo, senso crítico e orientação”, finaliza.
IBM e CIEE se unem para oferecer cursos de tecnologia
A IBM está colaborando com o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) para ampliar o acesso à capacitação tecnológica de jovens no Brasil. Por meio do IBM SkillsBuild, um programa educacional gratuito voltado para aumentar o acesso à educação em tecnologia, estudantes e educadores terão novas oportunidades de desenvolver habilidades em inteligência artificial (IA), computação em nuvem, cibersegurança e muito mais. Essa colaboração apoia o compromisso global da IBM de capacitar 30 milhões de pessoas até 2030, incluindo 2 milhões em IA até 2026.
O IBM SkillsBuild oferece mais de 1.000 cursos gratuitos em 20 idiomas, com trilhas de aprendizagem personalizadas e credenciais reconhecidas pelo setor. O programa atende estudantes e professores do ensino médio, universitários e educadores, além de
“Estamos entusiasmados em colaborar com o CIEE para levar o IBM SkillsBuild a mais jovens no Brasil. Essa iniciativa não apenas ajuda os jovens a se prepararem para carreiras no setor de tecnologia, mas também avança em nossa missão compartilhada de criar mais caminhos de oportunidade que promovam desenvolvimento social e econômico.”

Flávia Freitas, líder de responsabilidade social corporativa da IBM América Latina.

adultos em busca de qualificação, apoiado pela rede global de parceiros da IBM. Os participantes têm acesso a cursos online, laboratórios práticos, mentoria com especialistas da IBM e caminhos concretos que conectam aprendizado a oportunidades de carreira. interessados podem acessar os cursos gratuitos do IBM SkillsBuild pelo seguinte link
“Trabalhar ao lado da IBM está alinhado à missão do CIEE de incentivar os jovens a ingressarem e permanecerem no mercado de trabalho. Essa colaboração reforça nosso compromisso e esforço diário em prol da juventude, orientando e apoiando-os no início de suas trajetórias profissionais.”
Rodrigo Dib superintendente Institucional e de Inovação do CIEE.

YOUTH
Projeto de IA na educação recebe prêmio da Unesco
@Unesco

O projeto “Piauí Inteligência Artificial” recebeu uma premiação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), durante cerimônia realizada na Universidade do Bahrein. A iniciativa foi agraciada com o Prêmio Unesco Rei Hamad Bin Isa Al-Khalifa para o Uso de Tecnologias da Informação e da Comunicação na Educação. A iniciativa da Secretaria de Estado da Educação do Piauí (SEDUC-PI) foi desenvolvida pelo Instituto Federal Farroupilha (IF Farroupilha); pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa); e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) — instituições vinculadas ao Ministério da Educação (MEC).
O objetivo do trabalho é integrar a inteligência artificial (IA) ao currículo das escolas públicas do estado e torná-la disciplina obrigatória nos ensinos fundamental e médio.
Ao todo, concorreram ao prêmio 86 iniciativas internacionais, propostas por mais de 50 estados-membros e organizações não-governamentais.
Para comemorar o 20º aniversário do prêmio, cujo tema deste ano é “Preparando alunos e professores para o uso ético e responsável da inteligência artificial”, quatro projetos foram reconhecidos — do Brasil, da Bélgica, do Egito e do Reino Unido. Os outros projetos que receberam o prêmio foram: AI4InclusiveEducation (Bélgica): desenvolvendo a consciência cívica por meio da IA; Mahara-Tech (Egito): promovendo a inclusão de comunidades locais por meio do aprendizado de IA; e Experimente a IA (Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte): permitindo acesso global a uma cultura de IA ética.
O projeto “Piauí Inteligência Artificial” foi
indicado pela Comissão Nacional do Brasil para a Unesco, cujas funções são exercidas no Ministério das Relações Exteriores, para representar o país na atual edição da premiação. A inciativa oferece um programa educacional de três anos que integra a ética da IA em todos os seus módulos e combina atividades on-line e off-line para torná-la acessível em ambientes com recursos limitados.
As aulas beneficiam mais de 90 mil alunos por ano, em 540 escolas públicas piauienses, e o projeto já capacitou mais de 680 professores. A meta é formar mais de 800 professores e beneficiar cerca de 120 mil estudantes, para prepará-los para enfrentar os desafios do mundo moderno e aproveitar as oportunidades trazidas pela revolução tecnológica. Nas aulas, são abordados temas essenciais como curadoria de dados, aprendizagem de máquina e processamento de linguagem natural, combinando teoria e prática em diversos planos de aula.
O júri internacional destacou o projeto “Piauí Inteligência Artificial” como um modelo abrangente e inclusivo, capaz de empoderar educadores e agentes sociais para a promoção do uso ético e responsável da inteligência artificial na educação. A seleção do projeto brasileiro, baseado na análise crítica sobre a aplicação da IA e no apoio à equidade e à inclusão, reflete a importância atribuída pelo Brasil às tecnologias digitais como aliadas do desenvolvimento social e educacional.
Criado em 2005 com o apoio do Reino do Bahrein, o Prêmio UNESCO Rei Hamad Bin Isa Al-Khalifa para Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação reconhece indivíduos e organizações que promovem o uso criativo e responsável das tecnologias para aprimorar a aprendizagem. Desde 2005, o prêmio já foi concedido a 34 projetos de 21 países, selecionados por um júri internacional composto por cinco especialistas renomados na área. Cada projeto recebeu um prêmio de US$ 25 mil.

Nvidia e TSMC revelam o primeiro wafer de chip
Blackwell fabricado nos EUA

A Nvidia e a TSMC anunciaram a conclusão de seu primeiro wafer fabricado nos EUA, que futuramente se tornará um chip Blackwell para aplicações de IA, conforme revelado inicialmente pela Nvidia à Axios.
Isso é um marco que representa alguns dos primeiros frutos para desenvolver tecnologia de IA nos EUA e manter-se à frente na corrida para controlar o futuro da inteligência artificial.
Na fábrica de semicondutores da TSMC em Phoenix Jensen Huang disse que se “construiu algo incrível, algo histórico”.
Huang deixou claro repetidamente que este é apenas o começo da produção relacionada à IA nos EUA e que a Nvidia e a TSMC estão trabalhando juntas para construir uma infraestrutura que alimente as fábricas de IA do mundo, baseada nos Estados Unidos.
O wafer é um primeiro passo crucial para trazer de volta a produção de chips críticos para os EUA, mas ainda há um longo caminho a percorrer antes que a demanda por chips dos EUA possa se tornar independente de empresas e fábricas no exterior.
Augmentir expande plataforma de IA com novos recursos de realidade aumentada (RA) para indústria
A Augmentir anunciou disponibilidade de sua nova extensão de Realidade Aumentada (RA). Esta adição fortalece ainda mais a missão da Augmentir de ajudar indústrias a capacitar sua força de trabalho de linha de frente com ferramentas digitais mais inteligentes, conectadas e eficientes.
A equipe fundadora da Augmentir traz consigo uma das mais profundas expertises em RA do setor, com raízes que remontam ao desenvolvimento do Vuforia Studio da PTC — a solução de RA industrial líder por quase uma década.
O anúncio se baseia nas ferramentas de RA móvel que a Augmentir prototipou em 2020 como parte de seus esforços iniciais de inovação. Embora esses protótipos tenham gerado forte interesse dos clientes, as necessidades imediatas do setor se concentraram em desafios de maior prioridade para o Trabalhador Conectado, incluindo conversão otimizada de conteúdo, execução complexa de trabalhos, gerenciamento de habilidades e treinamento, agendamento de tarefas, gerenciamento de problemas, integração empresarial, escalabilidade e segurança.
Agora, com a demanda renovada do setor e a contribuição dos clientes, a Augmentir está reintroduzindo a RA em sua plataforma de uma forma altamente direcionada, prática e impactante.
O Augmentir AR foi desenvolvido especificamente para treinamento, integração e suporte de trabalho com foco no contexto, para acelerar a integração e o treinamento imergindo os trabalhadores em equipa-

mentos e processos reais; fornecer suporte imediato para tarefas complexas ou pouco frequentes; complementar — não substituir — a experiência mais ampla do trabalhador conectado.

“A RA industrial tem enfrentado muitos fracassos, com fornecedores erroneamente a posicionando como a principal ferramenta para execução de trabalho ou como um produto independente. Na realidade, a RA proporciona seu maior impacto em treinamento, integração e execução inicial de tarefas. Com a RA da Augmentir, estamos construindo nossa base nativa de IA para fornecer dinamicamente orientação imersiva onde e quando ela agrega mais valor — sem sobrecarregar os trabalhadores depois que eles dominam uma tarefa. Este novo recurso de RA amplia esse valor, apoiando os trabalhadores desde o primeiro dia de trabalho e ao longo de toda a sua carreira”
Russ Fadel, CEO e cofundador da Augmentir.
Alguns dos fabricantes mais inovadores do mundo — incluindo Colgate-Palmolive, Graphic Packaging, Hunter Industries, Mondelez, Armstrong World Industries, Muller Group e AkzoNobel — já contam com a Augmentir para capacitar suas equipes de linha de frente e acelerar iniciativas de transformação digital. Essas empresas estão percebendo
valor transformacional em suas operações de linha de frente, incluindo a redução de 82% no tempo de integração de novos funcionários; melhoria de 37% na produtividade dos trabalhadores; redução de 27% no tempo de inatividade do equipamento; redução de 24% em problemas de qualidade; redução de 21% em incidentes de segurança.
Green Carpet Manaus mostra como a tecnologia impulsiona desenvolvimento sustentável na
Amazônia
A SAP realizou o Green Carpet Manaus, uma imersão na Amazônia com clientes, tecnologia e sustentabilidade. A iniciativa integra o calendário global da companhia voltado à sustentabilidade e mostra como a tecnologia pode apoiar comunidades ribeirinhas e indígenas na conservação da floresta
e no desenvolvimento econômico sustentável.
Durante a programação, a empresa apresentou os resultados da parceria com a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), que utiliza soluções da SAP para aprimorar a gestão de dados e orientar decisões sobre seus
projetos. A adoção do SAP Datasphere, do SAP Analytics Cloud e do SAP Sustainability Control Tower permite à FAS integrar e analisar informações sobre mais de 21 mil famílias atendidas em diferentes territórios da Amazônia, gerando ganhos em transparência, planejamento e mensuração de impacto socioambiental.
A empresa possui vários produtos alinhando a atuação da FAS aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU: o SAP Datasphere conecta e organiza informações da Fundação em uma base única, reunindo dados sobre produção, recursos e resultados dos projetos; o SAP Analytics
Cloud transforma essas informações em relatórios e análises que apoiam decisões sobre investimentos e novas ações; e o SAP Sustainability Control Tower permite acompanhar metas e indicadores de sustentabilidade em tempo real.
Os convidados acompanharam palestras sobre inteligência artificial sustentável, bioeconomia e economia regenerativa, além de visitas à FAS e às comunidades beneficiadas pelos projetos. A programação incluiu encontros com lideranças locais e experiências que mostraram como a tecnologia pode impulsionar o desenvolvimento sustentável na região.

“Ao colocar dados, IA e sustentabilidade a serviço da Amazônia, mostramos o papel da tecnologia como ferramenta de impacto socioambiental, conectando métricas, transparência e tomada de decisão ao dia a dia das comunidades”
Pedro Pereira, diretor de Sustentabilidade da SAP para a América Latina e Caribe.

A FAS agora dispõe de uma visão consolidada de suas operações e programas, com análises detalhadas por tempo e território. Com as soluções da SAP, passou a monitorar a aplicação de recursos e a efetividade de cada projeto, além de disponibilizar relatórios para parceiros com dados sobre alocação de fundos e resultados socioambientais. Os painéis também acompanham o desempenho de cadeias produtivas locais, como as do açaí, guaraná, farinha de Uarini e cacau, e de empreendimentos de turismo sustentável e pesca, permitindo avaliar a evolução econômica das famílias atendidas.
A Fundação trabalha no desenvolvimento de novos painéis analíticos, que incluem módulos de gestão executiva, acompanhamento de emergências socioambientais como as da Aliança Amazônia Clima, e ferramentas para medir o impacto de pagamentos por serviços ambientais (PSA) e renda familiar ao longo do tempo. Estão em planejamento também painéis de gestão de pessoas e indicadores estratégicos para futuros projetos.
A a SAP apoia a FAS desde 2015 por meio
de doações de software, consultoria, voluntariado, inclusão digital e mentoria a empreendedores locais e esse apoio fortalece os programas PENSA (Empreendedorismo e Negócios Sustentáveis da Amazônia) e a Incubadora de Negócios da FAS.
Entre os resultados, destaca-se a Empresa de Base Comunitária Bauana (EBC Bauana), na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Uacari, a cerca de 800 km de Manaus, que recebeu mentoria e o sistema SAP Business One para gerenciar a produção de óleos de andiroba e murumuru, beneficiando mais de 300 famílias. Outros empreendimentos apoiados incluem fábricas de farinha, a cadeia do cacau, o manejo do pirarucu, pousadas de turismo comunitário e restaurantes indígenas. Em 2018, empreendedores amazônicos participaram de mentorias com executivos da SAP, e em 2022, uma sessão de design thinking em São Paulo reuniu cerca de 20 executivos da empresa e representantes das comunidades da FAS para cocriar novas soluções voltadas à sustentabilidade e à geração de renda na região.
Termomecanica é reconhecida
pelo Manifesto Brasil Digital por solução de Segurança do Trabalho
A Termomecanica foi reconhecida na categoria Experiência de Sucesso do Manifesto Brasil Digital 2024/2025, iniciativa que valoriza cases de inovação tecnológica com impacto positivo no país. A premiação destaca o projeto de digitalização da Segurança do Trabalho nas unidades industriais da companhia, que substituiu processos manuais por soluções integradas ao sistema de gestão corporativo.
A iniciativa automatizou rotinas como os Diálogos Diários de Segurança (DDS), a entrega e o controle de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e as inspeções de segurança e meio ambiente, garantindo maior agilidade, rastreabilidade e con-
formidade com as exigências da legislação trabalhista. Além disso, com a utilização de tablets em campo, o sistema já cobre 100% das fábricas da Termomecanica. A mudança eliminou a dependência de formulários físicos e trouxe maior aderência às exigências da Norma Regulamentadora nº 06 (NR-6), que estabelece critérios para fornecimento e controle de EPIs.
De acordo com o gerente de TI da Termomecanica, Marcelo Viana Salles, os efeitos foram percebidos nas operações da companhia de forma imediata. “Ao migrarmos para registros digitais, deixamos de depender de fichas manuais sujeitas a falhas. Hoje as informações lançadas em campo, disponíveis em tempo real e preparadas para auditorias, o que elevou a confiabilidade dos controles e reduziu significativamente o consumo de papel”, explica.
Além da implementação dos aparelhos integrados ao ERP, a companhia também incorporou inteligência artificial ao sistema para prever a demanda de novos equipamentos de segurança, antecipando requisições e reduzindo o risco de falhas humanas nos processos de fornecimento. Segundo o gerente, o recurso se tornou essencial para fortalecer a prevenção e oferecer mais rapidez às respostas em campo. “A utilização de IA nos permite antecipar a necessidade de EPIs e garantir a periodicidade correta de fornecimento. Também ganhamos agilidade, já que notificações registradas em campo são imediatamente direcionadas às lideranças”, comenta Salles.
O projeto foi desenvolvido em parceria com a PPLTECH, empresa de base tecnológica formada por ex-alunos do Centro Educacional da Fundação Salvador Arena (CEFSA). A colaboração aproximou a indústria de talentos formados em seu próprio ecossistema educacional, garantindo personalização da ferramenta, velocidade nos ajustes e evolução contínua da ferramenta. Além de trazer resultados para a operação, o modelo reforçou o impacto social da ino -
vação, ao estimular o empreendedorismo tecnológico de base educacional.
Para Marcelo, o sucesso da transformação digital no setor de Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) também está diretamente ligado ao engajamento dos donos de processo.
“Desde o início, trabalhamos em conjunto com a Gerência de SESMT, liderada por Bruno Daniel Bulha Barroso, e com o key-user Ector Roque Dias Araújo, construindo um roadmap de transformação digital do setor. Essa parceria contínua reforça que pessoas e processos são pilares fundamentais para as organizações que buscam evoluir seu mindset e sustentar mudanças duradouras”, destaca o gerente.
Recentemente, o escopo do projeto foi ampliado, com a inclusão de inspeções de segurança e meio ambiente. A partir da mesma plataforma digital, líderes operacionais passaram a registrar fotos, geolocalização e comentários sobre potenciais riscos, enviando relatórios em tempo real ao sistema de gestão. Esse processo aumentou a precisão dos registros, acelerou a adoção de medidas corretivas e associou segurança ocupacional a práticas de sustentabilidade ambiental, um dos pilares estratégicos da companhia.
Desde a implantação, o projeto tem apresentado resultados consistentes que comprovam sua relevância para a gestão de segurança da companhia. A automação de 86% das requisições de EPIs com apoio de inteligência artificial reduziu falhas operacionais e aumentou a confiabilidade dos controles, enquanto a execução dos DDS teve seu tempo médio reduzido em 40%. Outro avanço foi a eliminação completa da entrega de equipamentos vencidos ou prestes a vencer, o que elevou o nível de proteção dos colaboradores. Mais de mil profissionais já são diretamente beneficiados pela solução, que também eliminou o uso de milhares de fichas em papel a cada mês.
Brasil avança na digitalização de Facilities e mira tendências globais com IoT

A gestão de Facilities vive um ponto de inflexão no Brasil. Se antes era vista apenas como um setor de suporte, hoje passa a ser reconhecida como área estratégica com papel central na produtividade e segurança de ambientes complexos como hospitais, aeroportos, indústrias, prédios corporativos e centros logísticos. Impulsionada por tecnologias como Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial e monitoramento preditivo, a digitalização da operação vem ganhando força e já coloca o Brasil no radar das tendências globais para o setor.
A empresa brasileira EVOLV, especializada em soluções de IoT para Facilities, tem observado essa transformação de perto. Com presença em quase 30 aeroportos, grandes

hospitais, indústrias e prédios corporativos de diferentes regiões do país, a companhia atua em áreas críticas como manutenção, limpeza sob demanda, climatização, gestão energética e controle em tempo real de equipamentos e estruturas.
Dados de mercado reforçam essa tendência. Uma pesquisa da ABRAFAC, Associação Brasileira de Facility Management, Property e Workplace, mostra que 57,1% das instituições de saúde já utilizam dashboards operacionais para gestão de facilities, enquanto 52,7% contam com alertas automáticos em tempo real. O mesmo estudo aponta que 47,3% dos gestores ainda veem a falta de conhecimento sobre os benefícios do IoT como a principal barreira para adoção em larga escala.
“O setor de Facilities no Brasil está deixando de ser reativo para se tornar preditivo, com uso de dados, sensores e automação que trazem visibilidade para a operação. Estamos saindo do papel e migrando para painéis, onde a tomada de decisão é rápida, sustentada por indicadores e insights operacionais. E isso tem impacto direto na produtividade e no custo operacional.”
Leandro Simões, CEO da EVOLV.
O avanço brasileiro acompanha os movimentos globais. Segundo o relatório 6 Facilities Management Trends Set to Define 2025, da Facilities Dive (EUA), o uso de IA e sensores inteligentes é uma das principais apostas para reduzir desperdícios, mitigar os efeitos da escassez de mão de obra e otimizar ativos envelhecidos. O estudo também destaca o crescimento de soluções integradas.
“Estamos em um momento importante: o Brasil tem a oportunidade de saltar etapas e implementar uma gestão de Facilities moderna, eficiente e baseada em dados. As
tecnologias já existem, mas o grande diferencial está em como integrá-las à realidade de cada operação, com simplicidade, agilidade e sem barreiras técnicas”, afirma Leandro.
A EVOLV participa ativamente desse cenário com sistemas próprios, sensores customizados para ambientes brasileiros e modelos de implementação escalável. Com foco em resultados concretos, a empresa ajuda seus clientes a reduzirem custos, antecipar falhas, melhorar o conforto e ampliar a sustentabilidade de suas operações.
Centro de pesquisa busca transformar a gestão pública usando inteligência artificial

Transformar São Carlos em uma cidade inteligente, em que as decisões sobre políticas públicas sejam tomadas a partir de dados e evidências científicas, com o apoio de ferramentas de inteligência artificial e modelagem
matemática. Esse é um dos principais objetivos do IntegraSanca, que reúne mais de 50 profissionais em uma equipe multidisciplinar incluindo pesquisadores, técnicos, administradores e estudantes.

“A ideia do centro é fazer uma integração de todos os sistemas da Prefeitura Municipal de São Carlos em benefício dos cidadãos. Acreditamos que haverá inúmeros ganhos, tais como acesso seguro a dados mais confiáveis, por meio de um portal único, e disponibilização de serviços mais ágeis. Para os servidores municipais, isso também resultará em menos retrabalho e mais tempo para se dedicarem a melhorias e inovações.”
Kalinka Castelo Branco, vice-diretora do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos.
Com sede no ICMC, o IntegraSanca é um dos 83 Centros de Ciências para o Desenvolvimento (CCD) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Criado em parceria com a Prefeitura Municipal de São Carlos, o novo centro tem um orçamento previsto de R$ 9,6 milhões pelos próximos cinco anos. Além de especialistas do ICMC, também participam do centro cientistas de outras unidades de ensino e pesquisa da USP - como a Escola Politécnica e a Escola de Artes, Ciências e Humanidades - além de pesquisadores vinculados a instituições como a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Quatro áreas de atuação - Para modernizar a gestão pública são-carlense, será preciso investigar e promover a integração e a interoperabilidade de dados do município, possibilitando a comunicação segura, inteligente e eficiente entre os diferentes setores da Prefeitura, facilitando a troca de informações com órgãos estaduais.
“Fizemos algumas rodadas de brainstorm para identificar o que seria necessário fazer e descobrir como poderíamos auxiliar. Nessas conversas, percebemos que precisaríamos de quatro áreas associadas, que estão rela-
cionadas ao desenvolvimento e à integração de dados e sistemas”, explica Kalinka. Por isso, as atividades do IntegraSanca englobam quatro subáreas das ciências de computação: banco de dados, inteligência artificial, segurança da informação e engenharia de software.
A integração das bases de dados permitirá o monitoramento mais preciso dos problemas da cidade, além de fomentar a inclusão digital com tecnologias assistivas. “Também precisamos de especialistas em engenharia de software para fazer a integração dos sistemas em que os dados estão alocados e para desenvolver novos sistemas de forma mais acessível. Já a inteligência artificial vai permitir que os processos sejam mais ágeis, que os dados disponíveis possam apoiar a tomada de decisões, além de realizar previsões”, acrescenta a pesquisadora.
Quanto à área de segurança, Kalinka destaca que é fundamental garantir que não existam desvios de dados e informações, assegurando a integração dos sistemas de forma segura. “Temos uma equipe de docentes e pesquisadores de várias universidades que atuam nessas quatro áreas, além de uma equipe de técnicos da prefeitura que vão nos auxiliar a entender melhor cada um desses sistemas, a ver os dados que são gerados”, ressalta a vice-diretora do ICMC.

“O IntegraSanca não é apenas um projeto tecnológico, mas uma plataforma de transformação social. Com dados integrados e inteligência aplicada, poderemos antecipar demandas, otimizar recursos e entregar serviços com mais qualidade e justiça.”
Cristiano Pedrino, secretário adjunto de Cidade Inteligentes.
Já o secretário de Cidade Inteligente e Transparência, Mateus de Aquino, destaca que o IntegraSanca representa uma virada estratégica: “Com a integração de dados e o uso de inteligência artificial, vamos conseguir enxergar São Carlos com mais precisão, entender os gargalos e agir com mais rapidez. É uma ferramenta poderosa para tornar a gestão pública mais eficiente, transparente e conectada com as reais necessidades da população”.
Além da modernização administrativa, o projeto prevê a capacitação de gestores
públicos e a formação de profissionais altamente qualificados, criando um ecossistema de inovação que estimula parcerias público-privadas e o surgimento de novas empresas de base tecnológica. “São Carlos é uma cidade que respira conhecimento. Essa parceria com a USP reforça nosso compromisso com uma gestão pública moderna, eficiente e centrada nas pessoas. O IntegraSanca é um investimento no futuro da cidade, que vai impactar diretamente a vida dos cidadãos”, reforça o prefeito Netto Donato.
ABDI e Huawei firmam parceria para impulsionar inovação e economia digital
A ABDI - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial e a Huawei assinaram um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) voltado à promoção da inovação e da transformação digital no Brasil. O acordo foi firmado entre o presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, e o presidente de Relações Públicas e Institucionais da Huawei no Brasil, Fred Xuhongbo, durante a programação do Palco NIB, o principal do Festival Curicaca, novo
evento nacional de tecnologia e inovação realizado em Brasília e apresentado pelo Ministério da Cultura e pela Petrobras por meio da Lei de Incentivo Cultural.
A parceria tem como foco impulsionar o uso de tecnologias da Indústria 4.0 no setor produtivo, com ações como projetos-piloto, capacitações em 5G, inteligência artificial e internet das coisas, além do apoio a startups e pequenas empresas.
O objetivo é ampliar a eficiência produtiva, estimular a pesquisa e fortalecer a integração entre governo, academia e indústria. Anfitrião do Festival Curicaca, Ricardo Cappelli destacou a importância da cooperação entre os dois países e lembrou sua visita à sede da Huawei em Shenzhen, na China. “Foi impressionante ver de perto o que os chineses estão fazendo em inovação, inteligência artificial e cloud. Esse acordo nos traz a oportunidade de integração, de troca de experiências e de tecnologias que certamente abrirão novas possibilidades para os brasileiros e para a juventude do país”, afirmou.

Xuhongbo defendeu mais investimentos em educação e formação em áreas de STEM (sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática). “Na China, mais de dez milhões de estudantes se formam por ano, e mais da metade é de STEM. No Brasil, são cerca de 46 mil. Se incentivarmos mais jovens a seguir essas áreas, poderemos fortalecer universidades e criar um ecossistema próprio de inovação”, completou.
Logo após a assinatura do acordo, a Huawei anunciou os vencedores da Huawei Developer Competition, principal evento

Para Fred Xuhongbo, o acordo representa um passo estratégico para o fortalecimento da economia digital brasileira. “O Brasil está aprendendo a desenvolver uma economia digital, a formar talentos locais e ecossistemas tecnológicos. Muitas empresas locais podem crescer nos próximos anos. Talvez, no futuro, o Brasil tenha suas próprias versões da AWS, da Microsoft ou da Huawei. Esse é o nosso objetivo. Queremos que Brasília se torne uma cidade digital, talvez até uma cidade modelo. Assim como a China desenvolveu grandes polos de inovação, o Brasil também pode trilhar esse caminho”, afirmou.
da Huawei Cloud para desenvolvedores de TIC, que desafia equipes a criar soluções tecnológicas para problemas reais.
As equipes brasileiras conquistaram o primeiro lugar nas duas trilhas da competição (Inteligência Artificial e Soluções Digitais), consolidando a liderança do país em inovação tecnológica na América Latina. O segundo lugar foi dividido entre participantes da Argentina, Peru e México, enquanto o terceiro reuniu representantes do Brasil, Peru, Colômbia e Paraíba.
O diretor de Desenvolvimento Produti-
vo e Tecnológico da ABDI, Carlos Geraldo , elogiou a qualidade dos projetos e a colaboração regional. “Quero agradecer especialmente aos colegas do Peru e do México. O que vocês trouxeram é muito importante e inspira novas possibilidades de cooperação para nós, brasileiros”, afirmou.
Também participaram da assinatura do ACT e da premiação outros representantes da Huawei no Brasil e a pró-reitora acadêmica da Universidade Católica de Brasília (UCB), Silvia Kelly.

Gestão eficiente de certificados digitais impulsiona a transformação no agronegócio
Cada vez mais presentes na rotina de empresas e produtores rurais, os certificados digitais vêm ganhando espaço como peça-chave, pois eles funcionam como uma espécie de “documento de identidade” no mundo digital, tanto para pessoas físicas (e-CPF) quanto para empresas (e-CNPJ). Hoje, inclusive, são considerados essenciais para atividades do dia a dia, como acessar plataformas oficiais, assinar contratos com parceiros estrangeiros ou emitir documentos fiscais pela internet.
No Brasil, todo esse processo é regulamentado pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil), sistema responsável por garantir que as transações eletrônicas aconteçam com segurança e tenham validade jurídica.
No setor do agronegócio, especificamente, a digitalização dos processos tem avançado rapidamente. Um exemplo disso é a implementação do ePhyto, sistema eletrônico do Ministério da Agricultura e Pecuária utilizado na certificação fitossanitária de produtos vegetais destinados à exportação.

Ao incorporar os certificados digitais no dia a dia destas empresas, a gestão passa a fluir de forma mais simples e estratégica, facilitando desde tarefas rotineiras, como a emissão de notas fiscais e a organização de documentos, até etapas mais complexas, como o acesso a plataformas tecnológicas e a realização de operações no comércio exterior.

“Quando gerenciado adequadamente, o uso dos certificados digitais protege as empresas, permitindo segurança nas transações e, também, aumento da eficiência operacional.”
Fabrina Souza, account manager da Redtrust.
Para a especialista, a modernização e a segurança das operações no setor também estão relacionadas à gestão adequada dos certificados digitais. Desta forma, a falta de centralização e controle de uso é um dos principais desafios enfrentados pelo Agro.
De acordo com Fabrina, muitas empresas ainda têm dificuldade em gerenciar e saber quem usa cada certificado, onde e quando foi utilizado, para qual finalidade, o que pode gerar riscos de acessos indevidos e falta de organização. Além disso, um sistema de gerenciamento centralizado permite reduzir custos ao evitar usos indevidos que podem causar fraudes, bloqueios fiscais, falsidade ideológica, roubos, falhas no envio de documentos, perdas, entre outros.
“Seja no campo ou no escritório, o Agronegócio precisa de produtividade com segurança e isso, também, inclui uma gestão inteligente e eficiente dos certificados”, conclui a especialista.

IA ainda não consegue automatizar o trabalho remoto

Os agentes não conseguem concluir com sucesso a grande maioria dos projetos RLI. Aqui o estudo mostramo projetos com falha para Gemini 2.5 Pro (acima) e GPT-5 (abaixo).
De acordo com uma pesquisa do Pew Research Center, cerca de um terço dos trabalhadores dos EUA temem que a inteligência artificial possa reduzir suas oportunidades de trabalho futuras, e aqueles que trabalham remotamente não são exceção.
No entanto, um estudo recente do Center for AI Safety constatou que as ferramentas de IA alcançaram taxas de automação que variam entre apenas 1,3% e 2,5% em áreas como design de produto, análise de dados e animação de vídeo.
O estudo testou seis sistemas de IA: Manus, Grok 4, Sonet 4.5, GPT5, ChatGPT agent e Gemini 2.5 Pro para concluir projetos que representam mais de 6.000 horas de trabalho real, avaliadas em mais de US$ 140.000.
Após os sistemas de IA concluírem as tare -
fas, avaliadores humanos calcularam a taxa de automação, que é a porcentagem de projetos que a IA entregou pelo menos tão bem quanto os humanos. O estudo constatou que o modelo com melhor desempenho alcançou uma taxa de automação de 2,5%; as taxas de automação para Grok e Sonet foram de 2,1%, seguidas pelos agentes GPT5 e ChatGPT, com 1,7% e 1,3%, respectivamente.
Os autores pontuaram que “isso demonstra que os sistemas de IA contemporâneos não conseguem concluir a grande maioria dos projetos com um nível de qualidade que seria aceito como trabalho encomendado”. No entanto, os pesquisadores observaram que os modelos estão melhorando constantemente e que o progresso nessas tarefas complexas é mensurável.
Dreamforce 2025

A transição para se tornar uma Empresa Agêntica, onde a empresa opera com capacidade, precisão e velocidade ilimitadas, combinando expertise humana com agentes baseados em IA não pode ser alcançada apenas com uma atualização; é preciso uma mudança que possa criar capacidades, fluxos de receita e formas de trabalhar totalmente novos. Na Dreamforce 2025, os participantes tiveram a oportunidade de explorar como isso se apresenta sob diversos ângulos, desde CIOs de grandes organizações ou fundadores e proprietários de pequenas empresas.

Durante sua palestra de abertura, o presidente e CEO da Salesforce, Marc Benioff, disse: “Para se tornarem verdadeiramente Agentic Enterprises vocês precisam acertar seus dados; precisam chegar a soluções mais integradas; precisam acertar as prioridades e a governança.” Ele mencionou um estudo recente do MIT que mostrou que projetos-piloto de IA generativa tendem a falhar. “Todos nós percebemos que simplesmente criar nossos próprios modelos, ou simplesmente enrolá-los nós mesmos, ou improvisá-los, não vai resolver. Precisamos todos embarcar nessa
jornada juntos para chegar a esse lugar melhor que, em nossa visão, é a Empresa Agêntica.”
Resumindo, para se tornar uma Empresa Agêntica, concentre-se em mudanças escaláveis e sustentáveis.
A IA avança rapidamente, mas sua adoção exige base de dados sólida, design cuidadoso e um profundo entendimento de como as pessoas realmente realizam seu trabalho. O sucesso depende de levar as informações certas ao agente certo — humano ou digital — no momento certo. Para fazer isso a apresentação Salesforce on Salesforce: 5 Lições Agênticas postulou um caminho: Comece pequeno e vá rápido; Teste, ajuste, repita; Os dados certos valem ouro; Medir valor e impacto; Adote novas formas de trabalhar –ressaltando que a promessa da IA não está na substituição, mas no suporte para que os humanos a trabalhem de forma mais inteligente
e a entregar mais.
William Dressler, Chefe Global de Inovação em IA da Salesforce, Prática de IA, ponderou que construir uma Empresa Agêntica envolve tanto o design da colaboração entre humanos e IA quanto a engenharia de sistemas e que sem confiança, a IA não consegue se firmar. Um ponto reforçado foi que para ser uma Empresa Agêntica é necessária uma mudança arquitetônica fundamental, passando do modelo tradicional de TI de sete camadas para uma arquitetura de 11 camadas projetada especificamente para dar suporte a agentes de IA.
O Dreamforce 2025 provou que a discussão não é mais se devemos usar agentes de IA, mas como integrá-los para criar valor. E mostrou que o CEO da Salesforce está certo: “Estamos na terceira onda da IA”, disse Marc Benioff.

Festival Curicaca celebra indústria, tecnologia e sustentabilidade
A Arena BRB, em Brasília, se tornou o centro do debate tecnológico do país com o Festival Internacional sobre Tecnologia e Sustentabilidade na Indústria – Curicaca, apresentado pelo Ministério da Cultura e pela Petrobras através da Lei de Incentivo Cultural.

A abertura do evento, promovido pela ABDI - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, reuniu cerca de 2.500 pessoas em uma cerimônia que contou com a presença de autoridades como o presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e os ministros da Educação, Camilo Santana, da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macedo.
“O Brasil voltou a ter indústria com o presidente Lula, liderada pelo vice-presidente Alckmin. E a gente espera que, a partir desse festival, a gente também bote mais uma semente para consolidar a política industrial no
Brasil”, celebrou Cappelli ao abrir o evento acompanhado, também, do ministro interino do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Tadeu Alencar, dos diretores da ABDI Carlos Geraldo e Perpétua Almeida e do deputado federal Rodrigo Rollemberg.
“A gente não faz país grande, desenvolvido e justo sem uma indústria forte. A gente não faz país vendendo só commodities para implantar produtos de maior valor agregado. E quem faz isso é a indústria”, completou.
A aproximação dos institutos federais e universidades da indústria, um dos principais objetivos do festival, foi lembrada por Cappelli como estratégica para o desenvolvimento do setor produtivo nacional. Não por

acaso, atividades de estudantes e de docentes do IFB e da UnB no festival foram parte relevante da programação
“Onde a indústria deu certo no mundo, ela cresceu junto com a universidade, junto com a educação, junto com as escolas técnicas”, disse, dirigindo-se às reitoras do Instituto Federal de Brasília, Veruska Machado, e da Universidade de Brasília, Rozana Naves, também presente. “É isso que a gente tem que fazer no nosso país. Juntar a educação, juntar a universidade com a indústria, com as empresas para gerar desenvolvimento no Brasil.”
Veruska lembrou da parceria do IFB com a ABDI que culminou não apenas no apoio do Instituto à realização do festival, mas também na inserção de um de seus principais encontros, o Conecta IF, na programação do evento.
“Quando a gente começa esse sonho juntos e juntas, essa coisa vai crescendo e tomando corpo até que a gente percebeu: é real, é possível a gente fazer o Conecta IF estabelecendo essa relação com as indústrias, com o mundo socioprodutivo, e trazendo a força da educação profissional para este grande evento em Brasília”, comemorou a reitora.
Promovido anualmente pelo Ministério da
Educação em parceria com os institutos federais de educação, ciência e tecnologia, o Conecta IF realizou no Festival Curicaca sua nona edição, a maior de todas, com a participação de 600 estudantes e monitores em mais de 30 subeventos e atividades que se estenderão ao longo dos cinco dias de programação na Arena BRB.
A oportunidade de aproximar o meio acadêmico com a indústria foi igualmente celebrada pela reitora da UnB. “Esse festival é também um festival da soberania. É um festival que vai promover pela primeira vez, nesse porte, aqui no Distrito Federal, a verdadeira interlocução daquilo que a gente considera a tríplice hélice da inovação: o setor produtivo, as universidades, com a produção de seu conhecimento, e a sociedade”, destacou Rozana.
“É um momento único e fundamental de alavancar, por meio do Programa Nova Indústria Brasil, aquela que é a grande meta dessas instituições do nosso país: produzir desenvolvimento científico, tecnológico, com justiça social”, prosseguiu a reitora, que ressaltou a participação da UnB, no festival, com mais de 63 projetos e a 16ª Feira de Inovação e Tecnologia do Centro de Desenvolvimento Tecnológico da universidade.
“Nós estamos hoje no caminho, recolo -
cando o Brasil na reindustrialização, que é fundamental, mas com uma indústria comprometida com o futuro, com as futuras gerações, com a sustentabilidade. Esse é o caminho”, afirmou a senadora Leila do Vôlei.
A importância da sustentabilidade da indústria foi igualmente observada pela ministra Luciana Santos, para quem o festival já nasce inspirador ao unir a preocupação ambiental da indústria verde, tecnologia, inovação e cultura. “Essa mistura é uma mistura necessária, poderosa e que faz muita diferença na vida das pessoas”, disse.
“É um compromisso inabalável que nosso governo tem demonstrado com essa agenda. Basta dizer que, depois de muitos anos, no ano passado, depois de mais uma década, foi a indústria da transformação que puxou o crescimento nacional. Nós estamos no rumo certo, o rumo da transição energética, da transformação digital”, apontou a ministra.
Os novos caminhos da indústria e, por extensão, do trabalho foram mencionados pelo ministro Camilo Santana como ponto de atenção na formação dos estudantes. “Todos os reitores das universidades vêm discutindo,
o mundo inteiro discute, o novo mundo do trabalho. As novas tecnologias, a inteligência artificial”, refletiu o ministro, em meio ao anúncio de um novo programa nas universidades distinto em ciência, tecnologia, engenharia e matemática, com novos cursos nas áreas de biotecnologia, engenharia, robótica e inteligência artificial e 5 mil novas vagas. “Noventa por cento da pesquisa realizada no país é feita por instituições públicas e, na grande maioria, pelas universidades e institutos federais. Defender um país soberano é defender a educação, a ciência e a tecnologia”, concluiu.
Geraldo Alckmin fez um resumo das ações do Governo Federal em favor da indústria nacional, com destaque à abertura de novos mercados para exportação, a exemplo do acordo com Mercosul/União Europeia, a ser assinado até o fim deste ano. E convergiu com os demais participantes da cerimônia e com a proposta do Festival Curicaca. “Temos que ter uma indústria mais inovadora. Universidades, institutos de pesquisa, setor de produtivo, todo mundo junto, para a gente poder avançar mais”.

Acordo de Cooperação Técnica
A cerimônia de abertura do Festival Curicaca também sediou a assinatura de um Acordo do Cooperação Técnica pela ABDI e pelo MEMP. Entre outras ações, o documento estabelece ações conjuntas destinadas à promoção de políticas públicas e o desen-
O Festival Curicaca
A primeira edição do Festival Curicaca — batizado em homenagem à ave símbolo do Cerrado, conhecida por anunciar mudanças no tempo — nasce com um propósito claro: reposicionar o Distrito Federal como o epicentro da inovação industrial brasileira Inspirado no modelo descentralizado do evento norte-americano South by Southwest (SXSW), o festival se propõe a levar conteúdos e experiências para diversos pontos da capital, promovendo uma verdadeira imersão na criatividade, tecnologia e cultura.
A curadoria do Festival Curicaca foi organizada em 10 trilhas de conhecimento, alinhadas às 6 missões da Nova Indústria Brasil (NIB). Na Arena BRB, os participantes encontraram um ecossistema de palcos temáticos, com centenas de painéis e especialis -
volvimento de soluções que incentivem a inovação, a transformação digital e a competitividade, incluindo o desenvolvimento de plataformas, de sistemas e de novos instrumentos tecnológicos.
tas renomados. Cada palco foi pensado para provocar reflexões estratégicas e atuais sobre os rumos do Brasil.
Palco NIB Petrobras: O palco principal do evento reuniu keynotes internacionais e debates sobre o futuro do Brasil. O Palco Futuro (Sebrae) foi dedicado a explorar o impacto da revolução tecnológica no trabalho e na sociedade; o Palco Indústria (BNDES) era voltado para tecnologia, capital e narrativas que moldam o futuro industrial; o Palco Inovação (Finep) esteve voltado para cases de empresas e startups que transformam pesquisa em impacto real; o Palco Petrobras Cultural era voltado à força da cultura brasileira, com shows, espetáculos e experiências que celebram a diversidade artística e a economia criativa.

A ABDI - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial promoveu um debate estratégico sobre os “Caminhos para o Desenvolvimento Econômico e Social no Brasil”, painel realizado no Palco NIB que reuniu líderes do governo e do setor produtivo para discutir como o país pode conciliar estabilidade fiscal, inovação produtiva e a urgente transição energética.
Participaram do painel o secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do MDIC, Uallace Moreira; o diretor-adjunto de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Mário Telles; e a secretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda, Cristina Reis.
A diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI e moderadora do painel, Perpétua Almeida, abriu a conversa com uma provocação: como garantir uma indústria competitiva, sustentável e inovadora no processo de reindustrialização que o Brasil vive?
“A Nova Indústria Brasil (NIB) traz seis missões e prioridades até 2026, mas é um projeto que vai muito além disso. Não se constrói um projeto industrial para apenas quatro anos, é preciso ter continuidade”, afirmou Perpétua.
O secretário do MDIC fez um resumo sobre o processo de desindustrialização na América Latina e os desafios enfrentados
pelo Brasil, como a dependência de impor- tações. Ele destacou: “É necessário aprimorar o sistema setorial de inovação para o adensamento da cadeia produtiva, trazendo a indústria para o protagonismo no crescimento econômico. Precisamos de uma política monetária vinculada a uma lógica de crescimento produtivo”.
Cristina Reis ressaltou a NIB como um projeto alinhado às necessidades da sociedade e posicionou o Ministério da Fazenda como um viabilizador da nova estratégia de desenvolvimento.
“O papel da Fazenda na NIB é trazer os incentivos econômicos, financeiros e regulatórios. A NIB, o Plano de Transformação Ecológica e o Plano de Aceleração do Crescimento são políticas que se complementam. O objetivo é gerar trabalho decente, aumentar a produtividade, reduzir desigualdades e garantir a sustentabilidade ambiental e climática”, disse.
Já o diretor da CNI, Mário Telles, enfatizou a necessidade de proteger a política industrial das mudanças políticas e apontou o alto custo do crédito como principal obstáculo para a competitividade das empresas. Apesar dos desafios, ele se mostrou otimista. “Tenho visto muitas medidas de avanço. Além da NIB, temos o mercado de carbono, a reforma tributária e outras ações para reduzir o ‘Custo Brasil’”.

A necessidade de estabilidade e visão de longo prazo para o desenvolvimento da indústria brasileira também esteve no foco do Festival, apresentado pelo Ministério da Cultura e pela Petrobras, na Arena BRB, em Brasília, por meio da Lei de Incentivo Cultural. No painel “Como assegurar uma política industrial de longo prazo?”, promovido pela CNI no Palco Indústria – BNDES, especialistas discutiram os caminhos para tornar estratégias como a Nova Indústria Brasil (NIB) mais duradouras em um cenário de alta competitividade e incertezas econômicas.
Mediado por Ricardo Cappelli, presidente da ABDI, o debate abordou como o país pode construir um legado de oportunidades para as próximas gerações. Camila Gramkow, diretora interina do Escritório da CEPAL no Brasil, abriu as falas destacando a importância da gestão das
transformações para o desenvolvimento industrial: “Transformações não são espontâneas, exigem intencionalidade e, para isso, o Estado exerce um papel absolutamente relevante”.
Camila apontou quatro pilares essenciais para garantir a perenidade das políticas industriais: governança, diálogo social, economia política e capacidades institucionais. Segundo ela, o Brasil tem potencial para ser protagonista na indústria verde e deve aproveitar essa oportunidade.
Para Rafael Codeço, diretor da Secretaria da Indústria do MDIC, a política industrial deve ser compreendida como uma estratégia para garantir possibilidades reais de futuro aos jovens. A alta taxa de juros no Brasil e seu impacto no planejamento de longo prazo foram pontos centrais da fala do diretor.
Felipe Feliciano, diretor de Relações

Institucionais da Embraer, compartilhou a experiência da empresa como um dos maiores cases da indústria nacional. Ele abordou o desafio de diversificar mercados globais e citou o “tarifaço” dos EUA como exemplo das barreiras enfrentadas. Feliciano enfatizou a importância de planejar a indústria a longo prazo.
O deputado federal Rodrigo Rollemberg também participou do painel e criticou a ausência de uma política perene unificada no país. “Apesar do potencial, ainda nos falta um planejamento de longo prazo”. Para ele, a existência de diretrizes como a NIB é um grande avanço, e citou a Embrapa como exemplo de política pública eficaz.
“Onde o Estado focou, deu resultados”, afirmou. O parlamentar encerrou sua fala com um alerta e uma convocação: “Governo é como feijão, só funciona sob pressão. A população precisa se engajar e pressionar para que as políticas de longo prazo se concretizem”.
As implicações da robótica, da inteligência artificial (IA), da inovação tecnológica e da pesquisa e desenvolvimento no Brasil movimentaram o Palco NIB em diferentes painéis “Robôs Entre Nós: o que eles já fazem (e o que ainda vão fazer)”, foi o tema mediado pela influenciadora Varena Paccola. A conversa reuniu representantes da Universidade de São Paulo (USP), da Solinftec e da Solinftec em uma discussão sobre como a robótica está integrada ao cotidiano, do campo à saúde, e quais são os próximos passos dessa evolução.
O coordenador do Centro de Robótica da USP, Marcelo Becker, destacou como a universidade vem aproximando a pesquisa científica da aplicação prática, especialmente nas áreas de robótica e interface homem-máquina. “A robótica não veio para competir, mas para auxiliar os profissionais em diversas áreas”, pontuou.
O sócio-fundador da Solinftec, Anselmo Arce, apresentou exemplos de automação
no campo, ressaltando como a IoT e a inteligência artificial estão revolucionando a agricultura com mais produtividade e sustentabilidade. Ao final, o coordenador da equipe RoboFEI, Plínio Thomaz Júnior, destacou que as competições acadêmicas são espaços de formação e troca, estimulando o aprendizado interdisciplinar e o desenvolvimento de profissionais mais completos. Ele reforçou que o ciclo de inovação é contínuo, das salas de aula às soluções que chegam ao mercado.
“Um país só é forte com uma indústria nacional forte!” foi tema de debate que reuniu Márcio Ferreira, vice-presidente da Intelbras, Carlos Alberto Cidade, diretor de Relações Institucionais da JBS, Mariano Gomide de Faria, cofundador e co-CEO da VTEX, e Antonio Carlos Porto, CEO da Datacom. Mediada pela presidente executiva da P&D Brasil, Rosilda Prates, a discussão abordou os desafios e as oportunidades da pesquisa e desenvolvimento no Brasil, além do papel da inovação tecnológica na competitividade industrial. Representando a Datacom, Antonio Porto apontou como o alto custo de desenvolvimento, a complexidade regulatória e a escassez de políticas públicas consistentes ainda limitam o avanço da pesquisa tecnológica nacional.
Carlos Cidade, da JBS, ressaltou a importância da inovação incremental e da biotecnologia para fortalecer as cadeias produtivas de forma sustentável. O representante da Intelbras, Márcio Ferreira, por sua vez, defendeu que políticas de incentivo à inovação precisam ser de Estado, e não de governo, garantindo continuidade e previsibilidade.
A trajetória da VTEX até ela se tornar global foi compartilhada pelo representante da empresa, Mariano de Faria, ao final do debate. Ele encontrou espaço para reforçar a necessidade de um ambiente regulatório que impulsione as empresas brasileiras a competir internacionalmente.

Edward Chen, fundador e CEO da Speakly AI, apresentou a palestra “A Nova Linguagem das Máquinas: Como a IA está Redesenhando a Comunicação Humana e Industrial”. Chen compartilhou com o público presente como a inteligência artificial tem remodelado as interações humanas e empresariais em diversos países. Para isso, destacou casos em que a IA capacita interações presenciais inteligentes, tornando processos mais eficientes e conectados.
Para o executivo, o mundo vive uma transição em que as operações de base humana se tornam impulsionadas por inteligência, com a digitalização da comunicação presencial abrindo novos caminhos para a colaboração entre pessoas e máquinas.
Foram anunciadas as 10 melhores soluções que avançaram às próximas etapas do Desafio Bengalas Inteligentes - concurso que promoveu o desenvolvimento tecnológico com o objetivo de aumentar a eficiência e a segurança de bengalas para que seus usuários antecipem obstáculos estáticos acima da linha de cintura. “Foi a primeira vez que uma unidade da federação utilizou um concurso de inovação para estimular tecnologias assistivas”, parabenizou o presidente da ABDI,

Ricardo Cappelli, diante de alunos do Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais.
A importância da inovação também jogou luz nos caminhos para o Desenvolvimento Econômico e Social no Brasil, tema debatido também pela manhã, no Palco NIB.
Com mediação da diretora da ABDI Perpétua Almeida, a discussão sobre como o país pode conciliar estabilidade inovação produtiva, estabilidade fiscal e a urgente transição energética reuniu representantes da CNI e dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Fazenda. “É necessário aprimorar o sistema setorial de inovação para o adensamento da cadeia produtiva, trazendo a indústria para o protagonismo no crescimento econômico”, disse o secretário Uallace Moreira, do MDIC.
Estratégias duradouras
O olhar para o futuro, tema recorrente no festival, também conduziu o painel mediado pelo presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, sobre os caminhos para tornar estratégias como a Nova Indústria Brasil (NIB) mais duradouras em um cenário de alta competitividade e incertezas econômicas.
As reflexões sobre o tema, que abordaram como o país pode construir um legado de oportunidades para as próximas gerações, contaram com a participação, entre outros debatedores, da diretora interina do Escritório da Cepal no Brasil, Camila Gramkow. “Transformações não são espontâneas, exigem intencionalidade e, para isso, o Estado exerce um papel absolutamente relevante”.
A importância de planejar a indústria a longo prazo foi enfatizada pelo Felipe Feliciano, diretor de Relações Institucionais da Embraer, Felipe Feliciano, que também compartilhou a experiência da empresa como um dos maiores cases da indústria nacional.
A Indústria Criativa, com implicações no audiovisual e na moda, foi objeto de análise paralelamente a painéis sobre bioeconomia – mais precisamente, sobre o aproveitamento de resíduos de casca de coco e sobre o papel da biologia sintética e da genômica
no desenvolvimento de novas tecnologias industriais.
Lideranças femininas de diferentes regiões do Brasil concluíram, nesta quarta-feira, as proposições realizadas no festival para a elaboração da “Carta das Mulheres na COP30”, documento que será apresentado oficialmente na COP30, em Belém (PA).
“Realizar esses debates no Curicaca foi extremamente importante. Recebemos aqui lideranças dos mais variados espectros partidários, que ocupam espaços de poder, além de mulheres da indústria e de outros setores para debater demandas e avaliar como podemos promover transformação a partir delas”, comemorou a coordenadora do encontro, Gabriela Rollemberg.
O Festiva contou com a cerimônia de premiação do Desafio Nacional de Inovação – Festival Curicaca, apresentado pelo Ministério da Cultura e pela Petrobras na Arena BRB, em Brasília, por meio da Lei de Incentivo Cultural. Lançado em agosto deste ano, o desafio recebeu dezenas de propostas de todo o país. As 40 finalistas serão apresentadas para uma banca avaliadora e 20 delas serão premiadas na cerimônia – 10 da categoria de ideação (pessoa física) e 10 da categoria de validação (pessoa jurídica).

Depois de uma maratona de 40 pitches temáticos, em que criadores de soluções tecnológicas apresentaram ideias e defenderam a viabilidade de seus projetos, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) premiou as iniciativas vencedoras que reconheceu 20 propostas voltadas ao enfrentamento de desafios produtivos e territoriais do país.
O Desafio Nacional de Inovação – Festival Curicaca recebeu 350 inscrições de todas as regiões do Brasil, com ideias alinhadas às missões da Nova Indústria Brasil (NIB). Ao todo, R$ 200 mil foram distribuídos entre os projetos vencedores, divididos nas categorias Ideação (ideias em estágio inicial) e Validação (soluções já testadas). Os prêmios variaram entre R$ 5 mil, R$ 10 e R$ 15 mil.

“O Brasil voltou a ter política industrial depois de oito anos sem uma e nosso dever é continuar fomentando iniciativas como essa para fortalecer startups e quem aposta na inovação”, afirmou o presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, que participou da cerimônia de premiação onde destacou a retomada da política industrial como uma oportunidade para impulsionar a inovação no país
A gerente de Difusão de Tecnologias da ABDI, Isabela Gaya, destacou a diversidade
e o potencial das soluções inscritas no edital. “Nosso objetivo foi reunir ideias inovadoras de todo o país. Recebemos propostas de pessoas físicas e startups das cinco regiões, em diferentes categorias e com temáticas variadas, passando por agricultura, saúde, indústria 4.0, economia circular e cidades inteligentes”, disse. Segundo a gerente, as soluções apresentadas, de fato, resolvem desafios reais da indústria brasileira e têm potencial para aumentar tanto a produtividade quanto a sustentabilidade do setor.

Ricardo Rodrigues, CEO da Smart Box um dos vencedores na categoria Validação

Antônio Augusto de Arruda, vencedor da temática Agricultura Familiar Digital e Sustentável

A relação entre inovação, tecnologia e soberania nacional foi o foco da palestra “Inovação em Defesa e Segurança: uma das Chaves para a Soberania Nacional”, realizada no Palco BNDES.
O encontro reuniu Fernanda das Graças Corrêa, coordenadora-geral no Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação (DECTI) da Secretaria de Produtos de Defesa (SEPROD) do Ministério da Defesa, e Giane Santos, engenheira agrônoma e coordenadora de Estratégias e Inovação do Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos. A mediação foi feita por Antônio José Ribeiro, diretor de projetos da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE).
Em sua fala, Antônio Ribeiro destacou o papel do Programa Nova Indústria Brasil (NIB) na busca por autonomia tecnológica, com a meta de atingir 50% de produção nacional em tecnologias críticas de defesa. Ressaltou ainda que inteligência artificial, computação quântica e cibernética estão abrindo “um novo portal tecnológico”, exigindo que o Brasil pense o futuro com independência e visão estratégica.
Já Fernanda Corrêa apresentou os avanços do Ministério da Defesa em políticas de ciência, tecnologia e inovação, com destaque para a criação de documentos normativos, estrutura de governança e o mapeamento de 84 Instituições Científicas e Tecnológicas (ICTs) voltadas à Defesa. Se -
gundo ela, áreas como materiais avançados e tecnologias quânticas têm sido priorizadas pelos Grupos de Trabalho Temáticos Interforças (GTTI).
O painel reforçou a importância da ino -
vação como vetor de soberania, apontando que a defesa nacional também se constrói com visão de futuro, integração entre academia, indústria e governo e investimento contínuo em tecnologias emergentes.

O Palco Finep do Festival Curicaca recebeu a palestra “Mulheres nas Deep Techs Brasileiras – Mulheres brasileiras na ciência e a revolução em curso na nova indústria”, com Luana Raposo, CEO e cofundadora da ImunoTera, e Luísa Lopes, business developer da Biolinker, sob mediação de Fabiana Raulino, fundadora da TrampoLean.
O encontro destacou o protagonismo feminino na biotecnologia e nas deep techs — empresas baseadas em avanços científicos significativos —, além dos desafios de transformar pesquisa acadêmica em produtos inovadores. Luana compartilhou a trajetória da ImunoTera, nascida de uma pesquisa da USP e impulsionada por programas de fomento público como FAPESP, FINEP e CNPq.
“Fundar, escalar e manter uma deep tech no Brasil exige resiliência, rede de apoio e investimento de longo prazo”, afirmou.
Luísa, da Biolinker, lembrou o papel da empresa durante a pandemia de Covid-19 e ressaltou a importância de fortalecer a produção científica nacional. “Participar da inovação brasileira é ver o impacto real do nosso trabalho na evolução do país”, disse.
O painel reforçou ainda a urgência de ampliar o acesso de mulheres à ciência e à tecnologia, enfrentando barreiras culturais e estruturais. “Empreender em ambientes predominantemente masculinos é um desafio, mas ocupar esses espaços é essencial para transformar a indústria e inspirar outras mulheres”, concluiu Fabiana Raulino.

A necessidade de o Poder Público fomentar e contratar inovação nas esferas federal, estadual e municipal, seus desafios e sucessos foi o tema do debate que ocupou o Palco BNDES do Festival Curicaca, apresentado pelo Ministério da Cultura e pela Petrobras por meio da Lei de Incentivo Cultural O presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, dividiu o espaço com o diretor do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Bens de Consumo do Ministério do Desenvolvimento Indústria Comércio e Serviços, Rafael Codeço, o diretor do Banco Central Rodrigo Teixeira, e o economista e mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Pernambuco, Francisco Saboya.
A conversa teve como provocação o tema “Governo x Inovação: Match ou Crash?”. Em todas as intervenções, os debatedores concordaram que harmonizar o resultado depende de readequação de normas vigentes, com mais agilidade em função do rápido avanço tecnológico, e de uma maior
aproximação entre universidades e setor privado.
Codeço destacou a nova política industrial lançada pelo atual Governo Federal, a Nova Industria Brasil (NIB), como medida importante não apenas por inserir em uma de suas missões a promoção de inovação, mas também por promover o alinhamento de vetores.
“Temos um ecossistema de inovação robusto”, disse o diretor do MDIC dirigindo-se a Cappelli e referindo-se, também, a entidades de fomento como Finep, BNDES, Embrapii. “É importante alinhar esses vetores para que provoquem sinergias com foco nas missões da NIB”.
O papel primordial do Estado, inclusive geopoliticamente, na competição interestatal, também foi lembrado por Codeço. “Os empreendedores precisam do Estado, e não o contrário”, completou, com menções ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), à Embraer e à liderança da Petrobrás na exploração em águas profundas.
Compras públicas
A transformação de boas ideias em políticas públicas e escaláveis, embora um desafio, é passível de avanços, disse Cappelli, antes de lembrar experiências bem-sucedidas como o rastreio de notas fiscais eletrônicas do Recircula Brasil, na cadeia do plástico, e o Pix.
As compras públicas de inovação, prática incentivada pela ABDI por meio do Escritório Hubtec, foram igualmente mencionadas como ferramenta indutor de novas soluções e tecnologias do Estado, acrescentou Cappelli, com referências a contratos em curso do Hubtec com a Petrobras e o Desafio Bengalas Inteligentes, parceria da Agência com o Governo do Paraná que teve uma de suas etapas exibidas em um dos palcos
do Festival.
O presidente da ABDI destacou também os gargalos regulatórios como travas em avanços do país, onde empresas muitas vezes esperam anos para terem aprovados investimentos, com prejuízos que podem refletir em pesquisas. O programa Destrava Brasil, da Agência, trabalha para vencer o problema com o uso de inteligência artificial para acelerar etapas processuais da Anvisa e da ANM.
“Não é para tirar o poder do agente, mas para apresentar a ele caminhos mais rápido”, concluiu Cappelli. “A gente está avançando, mas tem que avançar mais, ousar mais para que o Poder Público alcance as mudanças atuais do mundo”.

A integração de inteligência artificial (IA), automação e computação quântica — e seus impactos nos processos produtivos — foi destaque entre os debates do Palco Sebrae com uma conversa especial mediada pela gerente da Unidade de Novos Negócios da ABDI, Vandete Mendonça.
O bate-papo reuniu o diretor científico do Conselho Nacional de Desenvolvimen-
to Científico e Tecnológico (CNPq), Olival Freire, o professor de Criatividade e Inteligência Artificial para negócios no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), Gilson Leal, e o professor de Inteligência Artificial na USP e na Fundação Vanzolini, também responsável pelo projeto MetaIndústria, da ABDI, por meio da SPI Integradora de Soluções (SPI), Jairo de Oliveira.
Olival Freire fez uma rápida introdução da 2ª Revolução Quântica, atualmente em estudo e fase de promessas e que consiste na manipulação individual – e não mais conjunta, à maneira da 1ª Revolução – de átomos, elétrons e fótons. “A manipulação individual deles nos levou a entender fenômenos quânticos novos”, explicou.
Segundo o diretor do CNPq, o mundo vivencia uma transição tecnológica que, se confirmada, será disruptiva. “A computação quântica é, atualmente, o Santo Graal”, comparou. “Em vez de ter uma lâmpada acesa ou apagada, você vai ter uma lâmpada acesa e apagada ao mesmo tempo. Haverá muito mais informação”.
Para dimensionar a importância deste campo de estudo, Freire lembrou dos últi-
mos prêmios Nobel de Física e Química de 2012, 2022, 2023, 2024 e 2025, todos concedidos a pesquisas sobre o tema. Jogou luz, também, na participação de estudiosos brasileiros em dois dos estudos laureados: Amir Caldeira, da Unicamp, e Luiz Davidovich, da UFRJ, ambos pesquisadores do CNPq há mais de 40 anos. “Estamos na pole-position, ocupando as primeiras posições”, comemorou Freire.
Para que os estudos de brasileiros tenham maior impacto no Brasil, ele destacou um edital de ciência e tecnologia lançado pelo CNPq não apenas para incentivar a permanência de pesquisadores no Brasil, mas para repatriar talentos atuantes em outros países. “Graças ao edital, 599 pesquisadores estão voltando ao Brasil.”

Apresentado pelo Ministério da Cultura e pela Petrobras por meio da Lei de Incentivo Cultural, o Festival Curicaca celebrou a tecnologia e a inovação: durante cinco dias, o evento recebeu um de público mais de 100 mil pessoas em uma programação que reuniu de pesquisadores da Academia a estudantes de ensino técnico em exposições e debates sobre inovação, as tecnologias 4.0 e as que estão por vir. (ABDI)
SNPTEE 2025 reforça integração entre universidades, centros de pesquisa e setor elétrico

Durante o XXVIII Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE), promovido pelo CIGRE-Brasil Comitê Nacional Brasileiro de Produção e Transmissão de Energia Elétrica e organizado pela Eletrobras, foi realizado o Fórum Acadêmico 2025 que reuniu dirigentes de cursos de engenharia e economia para propor ações conjuntas voltadas à formação profissional e à promoção da pesquisa e da inovação no setor elétrico brasileiro.
A reunião contou com a participação de dirigentes de cursos de engenharia e economia de 25 instituições de ensino e centros de pesquisa de todo o país, incluindo a Escola Politécnica da USP, o Instituto Militar de Engenharia (IME), o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), o Cesar (Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife), a Itaipu Parquetec e universidades como a PUC Minas, a PUC Paraná e a PUC Rio.

Durante o encontro, os participantes debateram dois grandes eixos: a formação e atualização de profissionais para os desafios da transição energética e o estímulo à pesquisa e inovação tecnológica por meio de ações conjuntas entre o CIGRE-Brasil, as universidades e os centros de pesquisa. Organizado em mesas de trabalho, o Fórum produziu uma série de propostas
de consenso, que comporão o documento “Proposta do Fórum Acadêmico 2025”. Esse material servirá de base para a elaboração de um plano de ação conjunto a ser desenvolvido pela diretoria do CIGRE-Brasil em colaboração com as instituições participantes. Entre as recomendações preliminares estão a criação de um comitê educacional permanente, a valorização da profissão de engenharia por meio de ações de divulgação científica, o estímulo a políticas de aproximação entre empresas e centros de pesquisa e a implantação de um observatório digital de pesquisa para fomentar projetos de inovação no setor elétrico. Os resultados consolidados do Fórum serão reunidos em um relatório-síntese e encaminhados aos participantes.
Durante a cerimônia de abertura do SNPTEE, A Itaipu Binacional recebeu o Prêmio Cigre-Brasil, na categoria Sócio Coletivo de Destaque - a premiação reconhece as empresas que demonstram contribuição técnica ou de engenharia comprovadamente excepcional e liderança no setor.
O diretor técnico executivo da Itaipu, Renato Sacramento, recebeu o prêmio em nome do diretor-geral brasileiro, Enio Verri. Em seu discurso de agradecimento, Sacramento fez um paralelo entre a fundação do Cigré-Brasil (1971) e da Itaipu Binacional (1974), destacando o importante papel do Cigré-Brasil na promoção e disseminação de conhecimento, bem como a troca de experiências entre os profissionais do setor elétrico brasileiro.

“Em igual período a Itaipu Binacional produziu mais de 3 bilhões de MWh de energia e se tornou a maior produtora mundial de energia limpa e renovável. Hoje, a Itaipu é muito mais do que uma geradora de energia. Com programas como o ‘Itaipu Mais que Energia’, a empresa integra ciência, tecnologia e parcerias estratégicas para liderar iniciativas de transição energética no Brasil e no Paraguai”, afirmou o diretor.
O presidente do Cigre-Brasil, João Carlos Mello, destacou a relevância do momento vivido pelo setor elétrico. Segundo ele, “o

setor elétrico passará por transformações ainda mais profundas nos próximos dez anos do que nas últimas décadas. Estar preparado para essa jornada exige inovação, criticidade técnica e a colaboração de todos os agentes”.
Mello também ressaltou a importância da presença das universidades e dos jovens profissionais nos debates. “Sempre fomos cobrados por não termos tanta participação de estudantes em nossos congressos. Por isso, criamos o Fórum Acadêmico, que ocorre neste evento como uma forma de atrair as universidades e estimular o diálogo entre o setor e a academia”, explicou. Ele lembrou que o Cigre firmou parcerias com instituições de ensino para ampliar o engajamento acadêmico. E a programação deste ano fo -
cou em debates na geração descentralizada, neoindustrialização, qualificação da mão de obra, cibersegurança, inteligência artificial e flexibilidade operativa do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Um dos temas de destaque nos painéis foi sobre as mudanças regulatórias em discussão no Congresso, tecnologias de armazenamento de energia, fundamentais para a integração da geração solar, e a expansão dos data centers no Brasil. “Os data centers estão se consolidando como uma nova fronteira de desenvolvimento. Já há uma grande demanda no Nordeste, inclusive em Pernambuco, onde o governo busca viabilizar estruturas em Suape”, afirmou Mello, citando a Timos, empresa que projeta até 6 GB em novos centros de dados no país.

O evento reservou espaço para a formação de novas lideranças, com iniciativas como o NGN – New Generation Network, o Fórum de Mulheres, o Fórum Acadêmico e o Fórum de CEOs, que reúne 60 líderes empresariais para discutir tendências e oportunidades no setor.
Representando o Governo de Pernambuco, o secretário executivo de Energia, Infraestrutura e Implantação de Projetos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Guilherme de Sá, participou da abertura do

seminário. Guilherme destacou a prioridade do Governo de Pernambuco em utilizar a transição energética como vetor de desenvolvimento econômico e social para o estado. Ele ressaltou que os projetos de combustíveis sustentáveis em desenvolvimento no Complexo de Suape se integram à economia local, contemplando setores como o sucroenergético e os aterros sanitários, além de se relacionarem com iniciativas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e de forma-
ção de mão de obra qualificada, como as realizadas pelo SENAI Park. Também enfatizou que a política de incentivos do estado para atração de datacenters verdes fortalece a estratégia de desenvolvimento, contribuindo para a infraestrutura de conectividade essencial para o avanço da economia digital em Pernambuco. O vice-prefeito do Recife, Victor Marques, também esteve presente, representando o prefeito João Campos.

A EPE - Empresa de Pesquisa Energética teve quatro estudos premiados:
“Demanda de Minerais Críticos e Estratégicos para a Transição Energética no Brasil”, apresentado pela analista Marina Klostermann, da Superintendência de Estudos Econômicos e Energéticos (SEE); “Metodologia do Indicador Odex para Monitoramento da Eficiência Energética no Brasil”, apresentado pela analista Patricia Messer, da Superin-
tendência de Transmissão de Energia (STE); “Metodologia para Definição de Fatores de Capacidade de Geração Renovável Variável a Serem Considerados na Composição de Cenários Dimensionadores de Estudos de Transmissão”, apresentado pelo analista Tiago Rizzotto, da STE; “Análises Horárias do Impacto da Inserção de MMGD em Transformações de Fronteira”, apresentado pelo analista Rafael Caetano, da STE.
Encontro anual debate inovação para fomentar desenvolvimento dos portos no país
Com foco na inovação como indutora do desenvolvimento do setor, a Associação de Terminais Portuários Privados realizou o 12º Encontro ATP, no Clube Naval, em Brasília.

Além de especialistas, o evento reuniu executivos das companhias associadas e representantes da Casa Civil da Presidência, do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), da Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, da Marinha do Brasil, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e Confederação Nacional do Transporte (CNT), entre outros.
O encontro da ATP ressaltou a importância da modernização e transformação tecnológica para o crescimento do segmento portuário – marítimo e hidroviário. Analisou também exemplos de parcerias de sucesso entre portos e startups, além de novas soluções desenvolvidas por essas empresas.
A abertura do evento foi conduzida pelo presidente da ATP, Murillo Barbosa. Em seguida, contou com as presenças de Marcus
Cavalcanti, secretário especial do Programa de Parcerias de Investimentos da Casa Civil da Presidência da República; Rebecca Silva, diretora de Programa da Secretaria Nacional de Portos; Alber Vasconcelos, diretor da Antaq; contra-almirante Anderson Marcos Alves, subchefe de assuntos marítimos da Marinha do Brasil; e Valter Souza, diretor de Relações Institucionais da CNT.
“Nossos associados representam o compromisso com o desenvolvimento do Brasil e graças a isso o setor portuário segue inovando e crescendo. São empresas que acreditam no papel transformador da inovação. Neste ano, escolhemos como tema a inovação como indutora do desenvolvimento portuário, já que a inovação se tornou uma necessidade e transformou a forma como planejamos e operamos os portos”, destacou
o presidente da ATP, que reúne 73 terminais privados, responsáveis por cerca de 60% da movimentação portuária do país, atuando em áreas como mineração, siderurgia, petróleo e gás, agronegócio, contêineres e complexos logísticos, relevantes para o comércio exterior e a economia brasileira.
A especialista em inovação e tecnologia Michelle Schneider (professora convidada da Singularity University e membro do conselho consultivo da Anhembi Morumbi) proferiu a palestra magna do encontro. Autora do livro
“O profissional do futuro”, Michelle falou sobre os “Portos do futuro: liderança e inovação na era da inteligência artificial”. A especialista falou sobre Inteligência Artificial (IA) e inovação, citando como exemplo o Porto de Shanghai, hoje considerado o mais inovador do mundo, onde quase todas as operações são automatizadas e funcionam 24/7. “Todos nós vamos precisar nos tornar de alguma forma profissionais de tecnologia. Que ferramenta de IA existe para deixar meu dia a dia mais produtivo?”, indagou a professora.

A diretora-executiva da ATP, Gabriela Costa, foi a moderadora do painel “A inovação como indutora do desenvolvimento portuário”. Gabriela ressaltou que “a inovação é um tema que não pode ser tratada sozinha, é uma jornada colaborativa: o momento é de construir pontes e fazer conexões”.
O evento foi marcado também pela sole -
nidade de anúncio das empresas vencedoras do Prêmio ATP 2025, em duas categorias: Inovação Tecnológica Portuária e Impacto Social Portuário. Depois, coube a Roberto Almeida, presidente do Conselho Diretor da ATP, fazer o encerramento, que foi seguido de coquetel para celebração dos 12 anos de fundação da entidade.


Os projetos do Porto Sudeste e da Samarco Mineração foram os vencedores da terceira edição do Prêmio ATP: o Porto Sudeste conquistou o primeiro lugar na categoria “inovação tecnológica portuária”, enquanto a Samarco foi a vencedora em “impacto social portuário”. As outras duas companhias premiadas na categoria inovação foram o Porto Itapoá (SC), com o segundo lugar, e o Porto do Açu (RJ), em terceiro.
O 12º Encontro ATP foi patrocinado pelo Porto Itapoá, na categoria Diamante. Como patrocinadores Ouro, contou com Imetame Logística Porto, Sistema Transporte (CNT, Sest/Senat e ITL) e Vale. Já as empresas Portocel e Ternium foram patrocinadoras na categoria Prata. O evento da ATP também contou, na categoria Bronze, com os seguintes patrocinadores: Amaggi, Boskalis, Deme, DP World, Hidrovias do Brasil, Mineração Rio do Norte, Porto do Açu e Transpetro.




Soluções de automação mais avançadas do mundo no Projeto Sucuriú


A Arauco anunciou este ano o Projeto Sucuriú, uma nova unidade industrial, a maior do mundo construída em etapa única, e que terá capacidade para produzir 3,5 milhões de toneladas de celulose de mercado por ano. A Valmet é a principal parceira tecnológica e fornecedora de equipamentos da nova unidade, que terá o mais alto nível de automação e digitalização do setor.
Ao todo, serão aproximadamente 60 mil sinais de interface de comunicação, 35 mil instrumentos, 30 mil metros de cabos de co -
municação, 1004 núcleos de processamento em servidores em clusters redundantes e ambiente virtualizado e 323 gabinetes de automação que garantirão a conectividade da unidade industrial.
A inteligência incorporada nos equipamentos possibilita operações mais previsíveis e autônomas, enquanto os serviços baseados em dados e o sistema de controle operacional permitirão otimizar custos, qualidade e produtividade em toda a unidade.
A fábrica terá controles de processos e simuladores para treinamentos operacionais e com a integração de soluções de conectividade, do processamento da madeira até o controle de qualidade da celulose, o que trará segurança e otimização para a operação e contribuirá para excelência na eficiência do uso de recursos.
A arquitetura digital do Projeto Sucuriú, desde a modelagem de engenharia (BIM, Digital Twin, CAD/CAE) até a integração com sistemas de automação usou o BIM para criar modelos tridimensionais da planta para cada área de processo, indicando de maneira precisa a instalação de equipamentos, tubulações, bandejamentos etc, através de softwares como SolidWorks. O software COMOS é também amplamente utilizado como a base de dados gerais do projeto, onde todos os instrumentos, motores ou equipamentos são criados como objetos, contendo informações sobre os mesmos; diagramas lógicos para configuração de software e até diagramas de interligação podem ser exportados do software e as informações exportadas dele, através de arquivos PDF ou CAD, são utilizadas na configuração do DCS. Estas informações são usadas na modelagem do Digital Twin – usado para simulação da fábrica para fins de predição de status de processo e testes de modificações em lógica, assistindo à operação.
A arquitetura do sistema possui cibersegurança por design, com controle de acesso baseado em função, autenticação, mecanismos de criptografia e recursos de auditoria para prevenção proativa de ameaças cibernéticas.
As aplicações de Internet Industrial — também chamadas de Indústria 4.0 — permitirão ajustes contínuos na curva de produção, com o suporte de diversas ferramentas analíticas. A nova fábrica da Arauco contará com um robusto pacote destas aplicações como: monitoramento da performance das plantas, ferramentas analíticas, análise de Troubleshooting, balanço da fábrica, rastre -
amento da qualidade em todas as áreas de processo, suporte remoto de especialistas de outros países, entre outras. Todas as ilhas de processo serão monitoradas e contarão com Controles Avançados de Processos (APCs), que podem otimizar a capacidade produtiva ao reduzir variações operacionais e, consequentemente, seus custos. A operação contará com suporte remoto de especialistas de todo o mundo. Simuladores de operação também serão utilizados em 16 áreas da fábrica, acelerando a curva de aprendizado das equipes e contribuindo para uma operação mais segura e assertiva. Para antecipar diferentes situações produtivas, a ferramenta Digital Twin permitirá a análise de múltiplos cenários, oferecendo suporte estratégico à tomada de decisão.
Além do largo escopo de controles avançados integrados ao SDCD está sendo estruturada uma estrutura composta por conhecidos APC (advanced Process Control) nos quais já possuem uma tecnologia algoritmia embarcada e com validação para melhor ajuste de controles interligados ao SDCD; outras ferramentas como VII (Valmet Industrial Internet) e MWO (Mill Wide optimization) irão suportar a Arauco nas tomadas de decisão operacional. O Process Insight e Plant Triage trazem alternativas para manutenção preditiva, análises de processo e falhas, e otimização de processo da fábrica como um todo.
A aplicação Mill-Wide Optimization (MWO) será responsável por elevar a performance da planta em direção a uma operação cada vez mais autônoma. A solução MWO modela o comportamento e as interações entre os diversos processos da planta, permitindo que a fábrica seja otimizada como um sistema integrado atingindo custos mínimos por tonelada de produção e a referida orquestração evita que ocorra subutilização de áreas de processo, permitindo alinhar tais áreas às metas globais da operação extraindo a máxima performance possível de cada ilha, ao mesmo tempo em que
se equilibra sustentabilidade ambiental com produção, qualidade e custo.
Para os que estarão na fábrica, todos os computadores utilizados seguem regras rigorosas da política de TI em relação à cibersegurança. O acesso direto ao sistema, ponto a ponto, é realizado apenas em casos de necessidade para intervenções pontuais e seguirão as políticas de cybersecurity já definidas pela Arauco.
O DCS da Valmet foi desenvolvido seguindo os padrões de cibersegurança SDLA ISA/IEC 62443 purdue model, contando com 5 níveis de rede, iniciando no nível 0 com as redes de campo e chegando até o nível 5 com a rede empresarial corporativa. Há segregação de redes, incluindo uma rede DMZ, e toda a comunicação entre redes é realizada através de roteadores com funções de firewall e lista de acesso, garantindo o alto nível de cibersegurança para a planta. Em soma, todo o acesso e intervenção ao sistema é monitorado através da utilização de tecnologias de AD e Radius.
O OTS (Operator training System) é uma importante ferramenta para esse projeto, no qual irá auxiliar o time da operação em treinamento com o objetivo de redução de tempo de “learning curve”. Para o OTS em específico está sendo considerado um pacote de Digital Twin, uma novidade no mercado no qual terá o espelhamento da fábrica de forma automática através do SDCD para o OTS
O Conceito aplicado para esse projeto está relacionado a manutenção preditiva convencional para instrumentos, válvulas e demais dispositivos. Entretando o mesmo está sendo desenhado considerando uma grande volumetria de ativos, e principalmente em alguns casos com automatismo incorporado para ajustes de parâmetros de alarmes de forma automática trazendo com isso uma melhor assertividade na análise preditiva.
A inclusão do software de gerenciamento de ativos – o FDM (Field Device Manager)
- com integração à DTM e posteriormente FDI irá suportar uma correta tomada de decisão orientada na Indústria 4.0.
Sustentável
O Projeto Sucuriú integra tecnologias de biomassa e cogeração com licor negro, pilares fundamentais para a autossuficiência energética de uma planta de celulose moderna. A geração de energia ocorre por meio da queima de substratos do processo — como o licor negro — em um ciclo fechado com alta circularidade, próximo a 100%, promovendo sustentabilidade e reaproveitamento de recursos. Além dessas tecnologias, a planta contará com sistemas de controle avançado que otimizam a matriz energética, reduzindo o consumo de químicos e aumentando a eficiência na produção e utilização de vapor e energia. Como resultado, haverá um excedente energético superior a 200 MW/mês, contribuindo diretamente com o sistema nacional de energia e reforçando o compromisso com a transição energética e a descarbonização industrial.
O Projeto Sucuriú segue um planejamento que considera compromissos de neutralidade e energia renovável em toda a operação – florestal e industrial.
Seguimos alinhados à meta do Governo de MS de atingir carbono neutro em âmbito estadual até 2030. Em conformidade também aos padrões internacionais SBTi, com meta de redução nas emissões aprovada em 2024 pela Science Based Targets Initiative – que estipula a redução em pelo menos 35,1% das emissões até 2030, por tonelada seca de madeira, em relação a 2019. Em 2025, a Arauco recebeu o Selo Ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol, concedido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) pela excelência na elaboração do inventário de emissões de gases de efeito estufa, com auditorias periódicas e checagem das emissões/captura de carbono.
Em se tratando de fornecedores, primeiro a Arauco mapeia a cadeia produtiva, iden-
tificamos potenciais parceiros e, em parceria com o Sebrae, promovemos mais 6 mil horas de consultorias com empreendedores locais, habilitando pequenas e médias empresas da região a atenderem as demandas do Projeto Sucuriú. Eventos de encadeamento produtivo também movimentam a região, como o Supplier Day, promovido
em 6 de março pelo Sebrae e Governo MS, com R$ 93 milhões em novos negócios gerados.
Assim, com parceria e colaboração, alinhamento com o poder público, e fortalecendo a confiança da comunidade local, iniciamos a construção de um legado de prosperidade para as gerações futuras.
Energisa investe R$ 57,7 milhões em reforço elétrico no Pará e beneficia 80 mil consumidores

O Grupo Energisa concluiu uma obra que reforça o fornecimento de energia no oeste do Pará e garante mais estabilidade e segurança elétrica para a região. O projeto, que recebeu investimento de R$ 57,7 milhões, contemplou a instalação de um novo banco de autotransformadores 500/138kV de grande porte, com potência de 150 MVA, na Subestação Oriximiná. A operação amplia a capacidade de operação do sistema e bene -
Até agora, esses municípios eram atendidos por um único banco de autotransformadores, o que exigia corte de carga sempre que era preciso realizar manutenção ou reparo. Com o novo equipamento, o sistema elétrico passa a ter redundância de atendimento às cargas da região. @Divulgação
ficia cerca de 80 mil consumidores nos municípios de Oriximiná, Óbidos, Curuá, Alenquer e Monte Alegre.

A obra foi concluída dentro do prazo regulatório de 30 meses, cumprindo todas as exigências da Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica. O projeto foi executado pela Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), controlada da Energisa, e acrescenta ao portfólio da empresa uma Receita Anual
Permitida (RAP) de R$ 7,7 milhões.
Com mais este reforço, a Energisa reafirma seu compromisso com a expansão e modernização da infraestrutura elétrica do Norte do país, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e o crescimento econômico da região.
“Essa entrega permite que um transformador seja desligado sem afetar o fornecimento de energia à população e viabiliza maior segurança energética para o norte do Pará.”
Gabriel Mussi diretor-presidente da Energisa Geração e Transmissão.

Tyr Energia projeta crescimento de 64% até 2026 e destaca inovação no mercado livre

A Tyr Energia projeta um crescimento de 64% em seu book operacional até agosto de 2026, impulsionada pela abertura total do mercado livre de energia (MP 1.300/2025). O movimento deve democratizar o acesso dos consumidores, mas traz também novos desafios de sustentabilidade financeira. Segundo a Energy Tech carioca, a abertura total pode gerar uma economia média de até 14% na conta de luz para quem migrar para o mercado livre. Na prática, os descontos

“Crescer não é apenas aumentar a base de clientes. É estruturar contratos sólidos, avaliar riscos e manter a saúde financeira como prioridade. Só assim conseguimos sustentar o crescimento no longo prazo.”
Yasmine Ghazi, diretora financeira da Energy Tech.
médios frente às distribuidoras variam entre 9% e 25%, dependendo do perfil e da região, mostrando que há espaço real de economia para empresas de diferentes portes. Presente em mais de 37 cidades brasileiras, a Tyr reforça sua competitividade com ofertas consistentes e gestão de energia orientada à eficiência - uma estratégia que garante ganhos sem comprometer margens.
Casos recentes de falências de comercializadoras reforçam o alerta para práticas insustentáveis. Na Tyr, a gestão de risco é tratada como prioridade. Indicadores internos e sistemas de monitoramento permitem identificar potenciais problemas antes que impactem os resultados.
Segundo Yasmine, o diferencial está na operação do portfólio varejista: “Ao conhecer em profundidade o crescimento do book e o churn, conseguimos atuar mais no médio e longo prazo, reduzindo a exposição à volatilidade de curto prazo que tanto afeta o
setor”, explica.
Inovação como motor de crescimento
A Tyr acompanha a tendência global de inovação no setor energético. Com a previsão da Agência Internacional de Energia (IEA) de que os investimentos em energia limpa atinjam US$ 2,2 trilhões em 2025, a empresa aposta em inovações que vão além do preço, fortalecendo a transição energética no Brasil. A plataforma Tyr+, solução da Tyr, também reforça esse compromisso ao oferecer recursos digitais que permitem às empresas monitorarem, analisar e otimizar o consumo de energia, aumentando a eficiência e reduzindo desperdícios.
Para Yasmine, o futuro é promissor: “Nosso desafio é crescer rápido sem perder o equilíbrio. O tripé disciplina financeira, gestão de risco e inovação é o que garante competitividade e sustentabilidade no mercado livre de energia.”
Âmbar Energia compra participação da Eletrobras na Eletronuclear
A Âmbar Energia, unidade de negócios da J&F S.A., assinou contrato para adquirir a totalidade da participação detida pela Eletrobras na Eletronuclear, empresa responsável pelo Complexo Nuclear de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. A operação, de R$ 535 milhões, marca a entrada da Âmbar na geração de energia nuclear e reforça sua posição estratégica no sistema elétrico brasileiro. O negócio, sujeito à aprovação dos órgãos reguladores, vai diversificar ainda mais o portfólio de geração de energia da Âmbar.
Atualmente, a empresa conta com 50 unidades, considerando negócios em fase de

“A energia nuclear combina estabilidade, previsibilidade e baixas emissões, características fundamentais em um momento de descarbonização e de crescente demanda por eletricidade impulsionada pela inteligência artificial e pela digitalização da economia.”
Marcelo Zanatta, presidente da Âmbar Energia.

fechamento: solares, hidrelétricas, a biodiesel, a biomassa, a biogás, a gás natural, entre outras.
Eletronuclear opera as usinas Angra 1, com potência instalada de 640 megawatts (MW), Angra 2, com 1.350 MW, e o projeto em desenvolvimento de Angra 3, de 1.405 MW. Somadas, as três unidades podem gerar até 3.400 MW, o suficiente para abastecer mais de 10 milhões de pessoas. As duas usinas em operação possuem contratos de longo prazo, o que garante receitas previsíveis. Angra 1 está contratada até 2044 e Angra 2 tem contrato até 2040.
“A participação na Eletronuclear nos assegura fluxo estável de receitas, com energia gerada próxima aos maiores centros de consumo do país”, diz Zanatta. Em 2024, a Eletronuclear registrou receita líquida de R$ 4,7 bilhões e lucro líquido de R$ 545 milhões.
Pelo contrato, a Âmbar passará a deter a participação de 68% do capital total e de 35,3% do capital votante da Eletronuclear antes detida pela Eletrobras. A União, que não faz parte da transação, continuará controlando a Eletronuclear por meio da ENBPar - Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional, que detém 64,7% do capital votante e cerca de 32% do capital total. “Com esta aquisição, consolidamos o portfólio mais diversificado do setor elétrico brasileiro, combinando diferentes fontes para garantir segurança energética, sustentabilidade e competitividade”, afirma Zanatta.

AXS se destaca em geração remota compartilhada com captação de R$170 milhões

A AXS Energia concluiu mais uma emissão de debêntures no valor de R$ 170 milhões, com o objetivo de financiar a construção de novas usinas solares na modalidade de geração distribuída remota compartilhada. Os projetos serão instalados nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, ampliando a presença da Energy Tech nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, que já conta com 62 usinas solares.
Com esta operação, o investimento total previsto para os novos projetos soma R$ 200,85 milhões, o que permitirá alcançar uma capacidade instalada de 35 MWp. Atualmente, todas as usinas da companhia somam 200 MW em operação, e devem chegar a 350 MW até 2027.
A nova captação reforça o ritmo acelerado de expansão da AXS Energia e sua atratividade junto ao mercado de capitais. Entre 2022 e 2025, a empresa já obteve R$ 1,9 bilhões em recursos financeiros.
A emissão foi conduzida pela XP Investimentos, que atuou como coordenador-líder da operação, desempenhando papel central na estruturação e condução do processo.
A iniciativa reforça o compromisso com a expansão da geração de energia limpa e sustentável no Brasil, contribuindo para o fortalecimento da matriz energética, além de gerar empregos locais e estimular o desenvolvimento econômico nas regiões de operação, consolidando a posição da AXS como referência no setor.
“Esta operação demonstra a confiança dos inves tidores em nosso modelo de negócios e no po tencial da geração distribuída no Brasil. Seguimos firmes em nosso compromisso de ampliar o acesso à energia limpa, segura e competitiva em todo o país.”
Rodolfo Pinto CEO da AXS
Energia.

Banco do Nordeste investirá R$ 360 milhões para reforçar transmissão e distribuição de energia renovável
O Banco do Nordeste (BNB) terá, a partir do próximo ano, aproximadamente R$ 360 milhões para ofertar a projetos de transmissão e distribuição de energias geradas a partir de fontes renováveis. Os recursos são do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do programa de Integração de Energias Renováveis dos Fundos de Investimentos Climáticos (CIF-REI), que somam US$ 67 milhões. O objetivo é ampliar a integração de fontes renováveis ao sistema elétrico da região Nordeste
O anúncio foi realizado durante o evento “O Nordeste é um Brasil”, em Salvador, com participação do BID e do Banco do Nordeste. Segundo o presidente do BNB, Wanger Alencar, a iniciativa visa fortalecer a confiabilidade do fornecimento de energia, promovendo um sistema elétrico mais eficiente e resiliente. “Queremos expandir a capacidade de transmissão e distribuição das redes elétricas na Região, que é grande geradora de energia limpa. Ao estimular o uso de tecnologias de modernização da rede, esperamos aumentar a flexibilidade do sistema elétrico brasileiro”, afirma.
Com recursos concessionais e de custo competitivo do BID e dos CIF, o BNB ampliará suas linhas de crédito com condições financeiras atrativas para investidores do setor elétrico. O programa apoiará o financiamento de tecnologias inovadoras, como baterias, hidrogênio verde, redes inteligentes e automação, essenciais para fortalecer a eficiência e a estabilidade da matriz energética
Os financiamentos serão destinados a projetos de empresas privadas para aquisição de

maquinário, equipamentos, sistemas e instalações associadas, com foco na modernização e digitalização da geração de energia renovável, além da automação e digitalização dos processos de transmissão, distribuição e armazenamento de energia. Essa iniciativa está alinhada aos objetivos estratégicos do Brasil para o desenvolvimento sustentável do setor energético. Os principais beneficiários serão as empresas do setor elétrico, que terão acesso a mais financiamento, e a população em geral, que se beneficiará de um fornecimento de energia mais limpo, confiável e resiliente.
O programa foi desenvolvido com base no Plano de Investimentos do CIF-REI, liderado pelos Ministérios da Fazenda, Minas e Energia, e Ciência, Tecnologia e Inovação, com apoio técnico do BID e do Banco Mundial. A operação, batizada pelo BNB de Programa de Integração de Energias Renováveis do Nordeste (CIF-REI/NE), complementa o Programa de Desenvolvimento Produtivo da Região Nordeste (Prodepro), aprovado em 2023 pelo BID, e reforça o papel do BNB como agente catalisador de investimentos sustentáveis na região.
Decisão da Aneel abre caminho para cassação da concessão da Enel-RJ

“A manutenção da negativa impacta adversamente a sustentabilidade econômico-financeira da concessão, dado o risco de a distribuidora ter que captar recursos no mercado em condições mais adversas.”
Luis Fernando Priolli, sócio da área de energia do Urbano Vitalino Advogados.
A Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica rejeitou (21/10) o recurso da Enel RJ contra a decisão que havia negado autorização para a empresa refinanciar empréstimos intragrupo de R$ 5,8 bilhões, firmados com partes relacionadas sem a devida anuência prévia. A decisão do colegiado mantém a proibição e determina a abertura de processo fiscalizatório para apurar possíveis irregularidades e comunicar o caso à CVM.
Segundo o voto do diretor Fernando Mosna, o endividamento da distribuidora está “incompatível com sua geração de caixa”, o que fere limites prudenciais previstos na Resolução 948/2021. Para Mosna, autorizar o refinanciamento agravaria a alavancagem e colocaria em risco a sustentabilidade econômico-financeira da concessão.
“O contrato de concessão da Enel RJ

vence em dezembro de 2026 e a renovação pode ficar comprometida caso se prove que a concessionária descumpriu requisitos contratuais. Além disso, se a fiscalização confirmar descumprimento grave e contínuo de obrigações, a Aneel pode cassá-la.”
Durante o julgamento, o colegiado também rejeitou pedido da Enel para afastar o relator do caso, considerando a tentativa “incabível” e interpretada por diretores como tentativa de constranger a agência reguladora.
O episódio ocorre em meio a questionamentos sobre a gestão financeira e operacional da Enel RJ, já alvo de críticas por interrupções frequentes no fornecimento e atrasos em investimentos. A decisão da Aneel eleva o risco regulatório e pode comprometer o processo de renovação da concessão, que expira em dois anos.
CCEE conclui migração de mais de 18,3 mil consumidores ao mercado livre de energia


O mercado livre de energia, que completa 30 anos de existência, mantém um ritmo consolidado de crescimento em 2025. De janeiro a setembro, 18,3 mil novas unidades consumidoras migraram para o ambiente, resultado praticamente estável em relação ao mesmo período de 2024, quando o setor apresentou o maior crescimento da sua história.
Em setembro, a CCEE - Câmara de Comercialização de Energia Elétrica registrou a entrada de 1.429 novos consumidores para o segmento, o segundo melhor desempenho para o mês, atrás apenas do recorde do ano passado. Ao todo, o mercado livre reúne mais de 80 mil casas e empresas de todo


o país. O avanço reflete o amadurecimento do modelo e o benefício percebido pela sociedade, que passa a demandar um fornecimento de energia mais flexível, competitivo e personalizado.
Segundo a CCEE, o resultado reflete um movimento de consolidação após um ciclo excepcional de crescimento. Em 2024, o mercado livre se abriu para todos os consumidores de alta tensão, o que gerou um movimento imediato de migração intenso. O ingresso em massa naquele período elevou significativamente a base de comparação e explica a retração percentual observada em 2025.
“O que observamos é um mercado maduro, que mantém um volume elevado de crescimento e que amplia sua diversificação regional e setorial. Isso mostra a confiança das empresas no modelo e na competitividade da energia negociada livremente.”
Alexandre Ramos, Presidente do Conselho de Administração da CCEE.
Setores de serviços e telecomunicações lideram crescimento
O setor de serviços foi o destaque do período, com 6 mil novas unidades migradas, um avanço de 25,6% frente a 2024. As telecomunicações (+19,6%) e os transportes (+15,7%) também apresentaram resultados expressivos, refletindo o interesse de empresas de médio porte e segmentos urbanos por gestão mais eficiente e previsibilidade de custos.
Entre os setores industriais, madeira, papel e celulose (+13,8%) e químicos (+1,9%) tiveram alta, enquanto segmentos tradicionais, como têxteis (-40,3%), veículos (-32,1%) e comércio (-17,7%), recuaram, após o forte movimento de entrada registrado no ciclo anterior.
Expansão
regional se consolida no Centro-Oeste e
Norte
A análise regional mostra que o mercado livre vem ganhando capilaridade fora dos grandes centros. Estados como Rondônia (+107%), Mato Grosso (+86%), Tocantins (+82%), Distrito Federal (+56%), Ceará (+56%), Piauí (+51%) e Pará (+49%) registraram os maiores crescimentos percentuais no acumulado do ano. Os estados do Sudeste e Sul, por sua vez, mantêm a maior base de consumidores, mas em ritmo mais moderado. São Paulo (5.264 migrações), Paraná (1.904), Minas Gerais (1.488) e Rio Grande do Sul (1.340) concentram mais da metade das novas adesões no país.
A CCEE avalia que o movimento reforça a interiorização do mercado livre, acompanhando a expansão de polos agroindustriais e logísticos pelo interior do Brasil.
Tecnologia BIPV transforma silos de grãos em geradores solares
O Brasil colheu mais uma supersafra neste ano, com estimativa de 345,2 milhões de toneladas de grãos, segundo a Conab - Companhia Nacional de Abastecimento. Mas, mesmo com números animadores, a capacidade estática de armazenagem do país permanece em 210,1 milhões de toneladas, deixando um déficit de 135,1 milhões de toneladas e pressionando o setor a buscar soluções inovadoras.
Nesse cenário, a chinesa GoodWe, fabricante de inversores solares e sistemas de armazenamento de energia, aposta na tecnologia BIPV (Building Integrated Photovoltaics) para integrar energia solar diretamente à construção de silos e armazéns de grãos. Ao contrário dos painéis fotovoltaicos tradicionais, os sistemas BIPV são incorporados ao próprio envelope da edi -
ficação, servindo tanto à geração de energia quanto à função estrutural, o que reduz materiais adicionais, impactos ambientais e gastos com eletricidade.
Os módulos BIPV Galaxy Series possuem alta resistência a impactos e podem ser aplicados sem perfuração, tornando-os ideais para estruturas com baixa capacidade de carga ou impermeabilização sensível.
No agronegócio, a energia solar já é uma alternativa consolidada para secagem e armazenagem de grãos. De acordo com mapeamento da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar, atualmente, os sistemas fotovoltaicos no agronegócio possuem 5,4 gigawatts de potência instalada, que representam mais de 13% de toda a capacidade utilizada na geração própria solar pelos consumidores residenciais, rurais,

“A integração da tecnologia BIPV aos silos e armazéns de grãos não é apenas uma inovação, é uma estratégia inteligente para o agronegócio. Além de reduzir custos com energia, esses sistemas permitem que cada propriedade produza sua própria energia limpa, com retorno rápido do investimento e menor impacto ambiental. Nosso objetivo é oferecer soluções práticas e escaláveis que ajudem os produtores a acompanharem o crescimento da produção sem comprometer a eficiência ou a sustentabilidade.”
Rafael Carvalho, gerente Comercial e de Desenvolvimento de Mercado da GoodWe.

comerciais, industriais e públicos. São mais de 305 mil propriedades rurais abastecidas pela tecnologia fotovoltaica no Brasil.
Além da eficiência energética, os sistemas BIPV contribuem para a descarbonização das cidades, transformando edificações passivas em geradoras de energia e alinhando projetos arquitetônicos às metas de sustentabilidade. Para o agronegócio brasileiro, que enfrenta desafios de armazenagem e custos operacionais elevados, essa tecnologia representa uma solução estratégica capaz de gerar economia, reduzir impactos
ambientais e aumentar a competitividade. Com uma década de experiência e portfólio abrangente, a GoodWe busca expandir sua atuação no Brasil, atendendo desde projetos residenciais e comerciais até grandes silos e armazéns agrícolas.
“O mercado de agronegócio é muito importante e tem grande necessidade de energia confiável. Nossa solução consegue atender a essa demanda, e acreditamos que o setor vai crescer significativamente nos próximos anos”, conclui Rafael Carvalho.
ENGIE Brasil Energia vence Prêmio Aneel de Inovação

A ENGIE Brasil Energia foi eleita como a organização mais inovadora do ano, na categoria Geração – Empresas de grande porte, no Prêmio Aneel de Inovação 2025. A iniciativa da Aneel - Agência Nacional de Energia Elétrica premia as companhias com contribuições relevantes para o setor elétrico por meio do programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), durante o período de outubro de 2023 e dezembro de 2024. Esta foi a primeira edição do evento e a premiação ocorreu no Congresso de Inovação Tecnológica e Eficiência Energética do Setor Elétrico (Citeenel), em Manaus.
Maior geradora de energia elétrica a partir de fontes 100% renováveis do país, a ENGIE Brasil Energia age para acelerar a transição à economia de baixo carbono, de forma justa e acessível, desenvolvendo atividades nos segmentos de geração, transmissão e comercialização de energia elétrica. O ano de 2024 representou o período de maior investimento da história da Companhia. Foram cerca de R$ 9,7 bilhões direcionados à construção de novos projetos, aquisição de ativos, modernização, manutenção e revita-
lização de empreendimentos.
Em inovação, ao longo do ano passado, foram investidos R$ 55 milhões no Programa de PD&I da Aneel e R$ 4 milhões destinados a soluções com foco em mudanças climáticas. Neste ano, apenas no primeiro semestre, foram mais R$ 27,2 milhões. O PD&I da Aneel é um dos mecanismos mais relevantes no fomento à inovação, apoiando o compromisso de impulsionar a ciência e a tecnologia no país, de forma alinhada aos interesses do setor e ao desenvolvimento sustentável. Historicamente, a Companhia já investiu mais de R$ 250 milhões em cerca de 200 projetos, envolvendo diferentes parceiros.
A inovação também é estimulada no âmbito interno da empresa. O Programa Inove, por exemplo, incentiva a proposição de sugestões por parte dos colaboradores, de todas as áreas e níveis hierárquicos. O foco são ideias voltadas à eficiência operacional, à melhoria de processos internos e à criação de produtos e serviços alinhados aos objetivos da Companhia, incluindo aspectos ESG. As ideias aprovadas recebem recursos para

“Soluções inovadoras são fundamentais à construção de alternativas para os desafios enfrentados pela sociedade, como aqueles no contexto da transição energética. Na ENGIE, nossas atividades de inovação estão concentradas, principalmente, em recursos energéticos, fontes renováveis, eficiência energética, automação e digitalização de processos, além da mitigação de impactos socioambientais.”
Eduardo Sattamini, diretor-presidente da ENGIE Brasil Energia.
serem implementadas e seus autores são reconhecidos e recompensados. Em 2024, o Programa registrou recorde de inscrições: foram mais de 400 iniciativas cadastradas.
“Estimulamos iniciativas que promovem a melhoria contínua da performance de nossos ativos e que contribuem para o desenvolvimento do setor elétrico e da sociedade como um todo. Incentivamos a colaboração dentro da companhia e em parceiras exter-
nas, unindo ciência, tecnologia e capital humano. Integram nossa rede de parceiros empresas de todos os portes, empreendedores, estudantes, pesquisadores, universidades e outras instituições, que somam esforços aos da Companhia na criação de soluções para os desafios da atualidade”, acrescenta o gerente de Gestão da Performance e Inovação da ENGIE Brasil Energia, Mario Wilson Cusatis.
Cemig investe R$60 milhões em modernização na subestação Juiz
de Fora 4
A Cemig iniciou em outubro, importantes obras de modernização na subestação Juiz de Fora 4, com o objetivo de garantir maior confiabilidade e segurança para o sistema elétrico de alta tensão. Os investimentos contemplam a substituição de dois grandes transformadores de 33,2 MVA, a digitalização de todo o sistema de proteção, com a instalação de dispositivos mais modernos, e a implantação de um novo circuito em média tensão.
O plano de obras na SE Juiz de Fora 4 inclui, ainda, a construção de uma nova linha de distribuição de 35 km, interligando essa

subestação com a subestação Juiz de Fora 8, conferindo maior confiabilidade do sistema elétrico que atende o município de Juiz de Fora e região.
Com investimento de R$ 60 milhões, o
conjunto de obras vai beneficiar uma população de, aproximadamente, 540 mil pessoas, garantindo maior qualidade e segurança no fornecimento de energia elétrica para Juiz de Fora e toda a região.
“A modernização da subestação Juiz de Fora 4 e a construção da nova linha de distribuição representam um avanço importante na operação do sistema elétrico da região, ao melhorar significativamente a confiabilidade, flexibilidade e a resiliência operativa da rede.”
Jonathan Aguiar Esperidon, gerente de Distribuição da Alta Tensão da Cemig na regional Mantiqueira.
Com a entrega dos dois Transformadores Reguladores Telecomandados de 145 kV e 33,2 MVA, a cidade de Juiz de Fora recebe um importante reforço em sua infraestrutura elétrica. Com esses equipamentos, de alta tecnologia, a Cemig vai proporcionar um avanço significativo na confiabilidade, estabilidade e eficiência do sistema de distribuição de energia elétrica da região. Projetados para operarem em subestações de alta tensão, os equipamentos têm como principal

função manter a tensão elétrica dentro dos limites ideais, mesmo diante de variações na carga ou na rede. “O diferencial deste tipo de transformador está na sua capacidade de regulação automática e telecomando, permitindo ajustes remotos em tempo real, sem a necessidade de intervenção local. Essa funcionalidade vai contribuir diretamente para a redução de interrupções, melhora na qualidade da energia ofertada e maior agilidade na operação do sistema”, destaca Jonathan.
EPE participa do Nuclear Legacy 2025 em Brasília
A EPE - Empresa de Pesquisa Energética participou do Nuclear Legacy 2025, evento organizado pela Abdan - Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares representada por Thiago Ivanoski, Diretor de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais (DEA), que explicou o plane -
jamento energético brasileiro desenvolvido para médio e longo prazo no painel “Energia Nuclear e o Planejamento Energético Brasileiro”.
Ivanoski mostrou as consideradas “bússolas” desse planejamento, tanto o Plano Decenal de Energia (PDE), que detalha a

expansão da oferta e da infraestrutura e reflete políticas vigentes, sinais de mercados e viabilidade técnica a médio prazo, quanto o Plano Nacional de Energia (PNE), que orienta políticas, programas e iniciativas a longo prazo, tendo foco em sustentabilidade, segurança e modicidade. Ele também falou das projeções sobre a capacidade energética brasileira até 2034 e das grandes tendências para o sistema energético nacional até 2055.
Continuando sua apresentação, o Diretor da DEA explicou a importância da energia nuclear na transição energética e na descarbonização, mostrando que ela coincide com as diretrizes do planejamento energético; dentre elas, segurança energética, confiabilidade do sistema, descarbonização e transbordamento tecnológico.
Ivanoski também comentou das parcerias com a Agência Internacional de Energia Atômica (International Atomic Energy Agency, IAEA) e com o Departamento de Energia dos Estados Unidos e o Laboratório Nacional de Idaho (Idaho National Laboratory, INL).
Essas publicações analisaram, sobretudo, os desafios e as oportunidades postas para o uso de Pequenos Reatores Nucleares (Small Modular Reactor, SMR). “O SMR é capaz de dar flexibilidade em uma unidade só”, disse Ivanoski. “Ela pode suprir sistemas de uma maneira independente; por exemplo, os sistemas isolados”.
A EPE também divulgou sua parceria com a Abdan, enumerando o objetivo, as reuniões plenárias e técnicas, a participação de instituições nacionais e internacionais e os tópicos abordados no documento.
Em suas considerações finais, o Diretor de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais disse que a transição energética não é uma virada de chave, mas um processo; explanou o papel da energia nuclear na transição energética e como o SMR pode trazer novas oportunidades para a indústria nuclear. Para finalizar, considerou os desafios e a posição estratégia da energia nuclear do Brasil para o Planejamento Energético e a importância do engajamento e da comunicação de todas as partes interessadas em todas as etapas.
Integração regulatória do Mercosul com revisão de normas técnicas

A revisão de regulamentos técnicos e o fortalecimento da integração regulatória no Mercosul foram alguns dos assuntos tratados no encontro do Subgrupo de Trabalho nº 3 (SGT nº 3) — Regulamentos Técnicos e Avaliação da Conformidade, com a liderança da Coordenação-geral de Articulação Internacional (Caint) do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Realizado entre no Banco Central (Bacen), no Rio de Janeiro, o encontro reuniu delegações da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, além de representantes da Secretaria do Mercosul. O evento marcou a 94ª Reunião Ordinária do SGT nº 3 e o encerramento da Presidência Pro Tempore do Brasil no bloco.
Temas debatidos
Durante os cinco dias de atividades, foram debatidos temas como a elaboração, revisão e revogação de regulamentos técnicos, procedimentos de avaliação da conformidade e boas práticas regulatórias. Também estiveram em pauta a articulação com fóruns internacionais, como a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi – Acordo
Regional nº 8), e a revisão do estoque regulatório do subgrupo.
O coordenador-geral de Articulação Internacional e coordenador Nacional do SGT n° 3 pelo Brasil, Paulo Roque, conduziu as discussões que abordaram temas estratégicos para o fortalecimento da integração regulatória no bloco. Além disso, o encontro também contou com reuniões das Comissões Técnicas de Brinquedos, Bicicletas de Uso Infantil, Gás e Avaliação da Conformidade, que avançaram em propostas de harmonização de requisitos técnicos entre os países.
Importância do SGT nº 3 no Mercosul
O Subgrupo de Trabalho nº 3 é o principal foro técnico responsável por promover a convergência regulatória no Mercosul, buscando facilitar o comércio intra e extrabloco por meio da harmonização de regulamentos e da aplicação de princípios do Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio (TBT) da Organização Mundial do Comércio (OMC). Desde 1991, a Caint é responsável por coordenar, no Brasil, as atividades do SGT nº 3.
Microsoft investe mais de US$ 7 bilhões em dois data centers de IA em hiperescala para operação sustentável

Instalação Fairwater da Microsoft deve entrar em operação no início de 2026
Em Wisconsin, EUA, a Microsoft está construindo o que descreve como o centro de dados de IA mais poderoso do mundo. A construção da instalação de Mount Pleasant está em sua fase final e está programada para entrar em operação no início de 2026.
A instalação foi projetada para treinar modelos de IA de ponta, abrigando centenas de milhares de unidades de processamento gráfico (GPUs) da NVIDIA em formações agrupadas.
Esses processadores especializados são projetados para acelerar o treinamento de modelos de IA realizando cálculos em larga escala em paralelo.
O projeto representa um investimento inicial de US$ 3,3 bilhões, com mais US$ 4 bilhões planejados para um segundo data center, elevando o compromisso total da Microsoft no estado para mais de US$ 7 bilhões.

Embora o local seja um centro de inovação tecnológica, sua estratégia operacional está enraizada na gestão ambiental e uma característica fundamental do design do data center é sua abordagem para resfriar o hardware de alto desempenho.
Mais de 90% da instalação dependerá de um sistema de resfriamento líquido de circuito fechado, que é abastecido uma vez
durante a construção e depois recirculado continuamente. Este método foi desenvolvido para minimizar o consumo de água. O restante do local usa ar externo para resfriamento, recorrendo à água apenas durante os períodos de pico de calor. Como resultado, espera-se que o consumo anual de água da instalação seja modesto, comparável ao consumo anual de um único restaurante.

Vista aérea de parte do sistema de resfriamento líquido em circuito fechado em Fairwater

“O que diferencia a infraestrutura da Microsoft é a busca incessante por inovação e sustentabilidade. Nossos data centers usam sistemas avançados de resfriamento líquido em circuito fechado – tubos integrados circulam líquido frio diretamente para os servidores, extraindo calor de forma eficiente e garantindo desperdício zero de água”, diz Noelle Walsh, presidente de operações de nuvem e inovação da Microsoft.
Quase 90% da capacidade do data center utiliza esse sistema, que requer água apenas uma vez durante a construção e a reutiliza continuamente, sem perdas por evaporação. Essa inovação permite maior densidade de racks e suporta as cargas de trabalho de IA mais exigentes, reduzindo drasticamente o impacto ambiental.
Globalmente, a Microsoft contratou mais de 34 gigawatts (GW) de eletricidade livre de carbono (renovável) em 24 países. Em Wisconsin, a empresa vai combinar o consumo de energia com energia renovável na rede: para proteger os clientes de futuros aumentos de custos devido às operações do data center, a Microsoft está pagando antecipadamente pela infraestrutura de energia e elétrica usada pelo data center de Wisconsin.
A empresa também se comprometeu a igualar cada quilowatt-hora de energia de combustível fóssil utilizado com energia livre
de carbono fornecida de volta à rede.
Isso inclui um novo projeto solar de 250 MW em construção no Condado de Portage para dar suporte às operações do data center. A Microsoft também está trabalhando com a concessionária local WE Energies para gerenciar a geração e o uso da transmissão sob tarifas transparentes destinadas a proteger a confiabilidade da rede.
Além da área operacional da instalação, a Microsoft está financiando projetos de restauração ecológica nos condados de Racine e Kenosha.
Esses esforços são feitos em parceria com a Root-Pike Watershed Initiative Network e incluem trabalhos no Cliffside Park, no Lamparek Creek Kirkorian Park e na Shagbark Restoration Area.
Quando ambos os locais estiverem totalmente operacionais, eles empregarão aproximadamente 800 funcionários em tempo integral.

Vista aérea de um centro de dados dedicado ao armazenamento e computação, usado para armazenar e processar dados para o centro de dados de IA
Gêmeos digitais mostram o futuro da manutenção em guindastes e pontes rolantes

A manutenção de equipamentos de içamento e movimentação de cargas está prestes a passar por uma profunda transformação. A tecnologia de gêmeos digitais vem se apresentando como uma aliada poderosa para prever falhas, otimizar inspeções e garantir a segurança dos diferentes materiais utilizados em operações diversas, como em portos e na indústria.
Embora ainda de forma inicial, empresas e pesquisadores ao redor do mundo já aplicam a tecnologia de gêmeos digitais para monitorar em tempo real cargas, vibrações e deformações, obtendo como resultado menos paradas não planejadas, menor custo de manutenção e equipamentos mais seguros com maior disponibilidade. O que, exatamente, é esta tecnologia de gêmeos digitais?

Fernando Fuertes, Engenheiro e Desenvolvedor de Novos Negócios na Acro Cabos, explica que se trata de uma réplica virtual do equipamento ou de toda a infraestrutura na qual ele está inserido. Uma simulação computacional que recebe, por meio de sensores de IoT, dados em tempo real do comportamento de cada componente e de sua utilização. Diferentemente de um modelo 3D estático, o que temos é um “organismo vivo” digital, sincronizado com o ativo físico, sendo que qualquer alteração ou condição no mundo real se reflete no modelo virtual quase instantaneamente.
Ao registrar todos esses dados, a simulação pode calcular desgastes efetivos nos materiais em vez de depender de projeções, o que traz muito mais precisão na programação de manutenção, no controle da fadiga e de eventuais anomalias que podem ser antecipadas. Na prática, isso permite um planejamento mais efetivo de paradas para a realização de inspeção e manutenção, o que também aumenta os níveis de segurança.
Impactos na elevação e movimentação de cargas
Nos equipamentos de içamento e movimentação de cargas, como pontes rolantes industriais, guindastes de porto ou gruas de construção, essa cópia digital permite visualizar as cargas efetivas de trabalho. Vibrações, deformações e condições ambientais são analisadas em tempo real com a operação em andamento. Isso viabiliza um acompanhamento 24/7 do estado do equipamento, identificando padrões de desgaste e permitindo até mesmo realizar testes virtuais, simulando cenários extremos, como rajadas de vento ou falhas severas sem arriscar o equipamento real.
Ao avaliar os efeitos no modelo digital, é possível ajustar procedimentos antes de enfrentar essas condições de verdade. Um exemplo prático disso pode ser visto no porto de Roterdã, onde sensores de vibração integrados ao gêmeo digital das pontes rolantes permitiram detectar problemas mecânicos antecipadamente, resultando em 28% menos paradas de manutenção não programadas nesses equipamentos.
Esta tecnologia traz ganhos de segurança ao monitorar também tensões estruturais e oscilações, prevenindo sobrecargas e situações de risco antes que coloquem em perigo operadores e instalações. Por exemplo, se um guindaste móvel se aproxima de levantar uma carga que excede o limite seguro, ou se ventos fortes impõem esforços além do projetado, o gêmeo digital reconhece o cenário perigoso imediatamente e pode desacele -
rarV movimentos ou emitir alertas automáticos, evitando acidentes.
Além disso, a alta capacidade de realizar testes virtuais ajuda fabricantes e operadores a aprimorarem constantemente os protocolos de segurança e os limites operacionais. Esse monitoramento proativo já se reflete em resultados concretos: estudos reportam 40% menos incidentes em operações que utilizam gêmeos digitais, graças à identificação e mitigação de condições inseguras antes de se agravarem
O potencial dessa tecnologia é ainda uma área a ser amplamente explorada e que faz parte da transformação digital que vem sendo demandada em quase todas as áreas. Atualmente, é um recurso implantado em poucas operações pelo mundo, mas com tendência a ter sua adoção acelerada nos próximos anos.
O setor portuário tem assumido a vanguarda na utilização de gêmeos digitais. Grandes portos globais, como Roterdã, Houston e Tianjin, já implementaram projetos-piloto e relatam ganhos de eficiência e segurança. No Brasil, o Porto de Santos iniciou em 2024 a implantação de seu gêmeo digital, desenvolvendo uma réplica virtual do canal de navegação e da infraestrutura portuária para monitorar operações em tempo real e antecipar problemas antes que impactem as atividades.
Aplicações em cabos de aço e içamentos
A possibilidade de ensaiar virtualmente manobras complexas, como a movimentação de uma peça excêntrica sob vento lateral, permite refinar o plano de içamento e a definição de pontos de ancoragem antes da execução. Quando a tomada de decisão passa a ser treinada com base em simulações coerentes com o equipamento real, há uma redução significativa de acidentes e danos no material.
Para quem vive o universo de cabos de aço e rigging, a pergunta principal é onde
essa tecnologia toca o núcleo do içamento, que envolve cabo, polia e tambor. A resposta passa por três camadas. A primeira diz respeito à carga e ao ciclo operacional. Um gêmeo que registra, a cada içamento, o peso aplicado, as acelerações, o ângulo da lança e a duração do ciclo constrói um histórico fiel de esforços no sistema. Isso muda a discussão sobre fadiga do cabo, já que a vida útil não depende apenas do tempo transcorrido, mas do número de flexões sob carga ao passar pelas polias e ao se acomodar em camadas no tambor.
A segunda camada é geométrica e envolve a razão D/d, isto é, o diâmetro da polia dividido pelo diâmetro do cabo, além dos raios de curvatura efetivos. Quando o gêmeo mostra que a operação passou a utilizar uma configuração com D/d menor, por exemplo após a troca de uma polia, a predição de vida do cabo deve ser revisada para baixo.
A terceira camada é a condição física do próprio cabo, que inclui amassamentos por esmagamento em multicamadas, fios rom-
pidos, corrosão e deformações localizadas. Nessa etapa entram os métodos de inspeção que a engenharia já domina e que podem ser integrados ao gêmeo digital, desde a inspeção visual padronizada até o ensaio eletromagnético do cabo, capaz de detectar perda de seção metálica e falhas internas
Gêmeos digitais ainda estão no começo de sua curva de adoção, mas já apontam para um horizonte em que a manutenção deixa de ser um departamento reativo e passa a compor a estratégia de performance. Com sensores mais precisos, conectividade industrial confiável e modelos de análise maduros, o gêmeo digital tende a se tornar tão rotineiro quanto o plano de manutenção. Nesse estágio, guindastes, pontes rolantes e sistemas de rigging operarão com parâmetros definidos pelo histórico real de cada ativo, com limites e janelas de serviço calibrados por dados. O efeito disso será uma engenharia mais precisa, menos incerteza e maior disponibilidade de equipamentos convertida em produtividade.
IA transforma processos e eleva competitividade do setor têxtil
O uso da inteligência artificial (IA) nas empresas está crescendo e a indústria tem se mostrado um dos principais beneficiados. Dados da Pesquisa de Inovação Semestral (Pintec), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que entre 2022 e 2024 o número de indústrias que adotam IA saltou 163%. No primeiro semestre do ano passado, 41,9% dessas empresas utilizavam algum tipo de IA, enquanto 89% já aplicavam tecnologias digitais avançadas em seus processos. Embora a pesquisa não seja restrita a um setor específico, os números refletem uma tendência clara: a tecnologia está cada vez
mais presente no cotidiano industrial, ajudando empresas a aumentarem eficiência, reduzirem erros e otimizarem operações. Entre os setores que têm se beneficiado está o têxtil, que vem adotando soluções inteligentes para automação, controle de qualidade e inovação em produtos.


“A inteligência artificial não é mais uma tecnologia do futuro, ela já faz parte do presente da indústria têxtil”, afirma Fábio Kreutzfeld, CEO da Delta Máquinas Têxteis, empresa catarinense especializada em automação industrial. “O setor busca eficiência, qualidade e inovação, e a IA entrega isso de forma consistente, permitindo às empresas produzirem mais e melhor, com redução de falhas e retrabalhos”, comenta o executivo.
Entre os benefícios apontados pelo especialista estão o aprimoramento do controle de qualidade, a análise de dados em tempo real, a previsão de tendências, a gestão de estoque e a manutenção preventiva das máquinas. “A IA transforma dados em decisões inteligentes. Com ela, é possível identificar padrões, antecipar problemas e otimizar cada etapa da produção”, explica Kreutzfeld.
Um exemplo prático dessa aplicação é a revisadeira equipada com inteligência artificial desenvolvida pela própria Delta. A máquina realiza a inspeção automatizada dos tecidos, identifica defeitos com uma câmera de alta precisão e registra tudo no software, gerando dados instantâneos para a equipe de produção. Apesar de ser apenas uma das soluções, ela evidencia como a IA vem ganhando espaço na automação e no
aprimoramento dos processos têxteis.
Além do controle de qualidade, a IA possibilita desenvolvimento de tecidos personalizados, soluções inteligentes de produção, análise de dados estratégicos, sustentabilidade e melhoria contínua, contribuindo para que as indústrias se tornem mais competitivas e inovadoras.
“Hoje, investir em inteligência artificial é estratégico. Empresas que adotam essas tecnologias não só aumentam a produtividade e a assertividade, mas também se posicionam de forma mais competitiva no mercado global”, reforça Fábio.
De acordo com ele, com essas ferramentas, a indústria têxtil brasileira se aproxima cada vez mais de uma produção moderna, eficiente e sustentável, em que tecnologia e inovação caminham lado a lado para gerar resultados expressivos para toda a cadeia.

Indústria latino-americana de alimentos e bebidas define plano 2025-2027 com foco em sustentabilidade, inovação e ciência

Buenos Aires sediou o XXV Encontro
Anual da Aliança Latino-Americana de Associações da Indústria de Alimentos e Bebidas (ALAIAB), que reuniu as principais entidades nacionais do setor de toda a América Latina e do Caribe. O evento promoveu um espaço de diálogo e construção conjunta sobre os desafios e oportunidades que moldarão o futuro do ecossistema alimentar regional.
Durante o encontro, Camilo Montes , representante da ANDI - Associação Nacional de Empresários da Colômbia, foi reeleito por unanimidade como presidente da ALAIAB para o período 2025-2027, em reconhecimento à sua liderança e visão estratégica. A decisão reforça a continuidade de uma gestão orientada à integração regional, sustentabilidade e uso da ciência como
base para políticas públicas e regulatórias.
“Esta reeleição reflete a união, a confiança e o compromisso de toda a indústria latino-americana com uma agenda que promove desenvolvimento sustentável, inovação e transparência. Nosso propósito é alimentar e hidratar a região com responsabilidade, ciência e colaboração, construindo sistemas alimentares mais resilientes e inclusivos”, destacou Camilo Montes.
Entre os temas debatidos estiveram economia circular e gestão responsável da água, o papel do Codex Alimentarius no cenário regulatório global, experiências com rotulagem nutricional frontal, reformas em marcos regulatórios nacionais e estratégias de marketing e comunicação digital, com ênfase em fortalecer o valor e a confiança do consumidor.

O setor de alimentos e bebidas foi ainda reconhecido por sua relevância econômica e social. Composto por mais de 435 mil empresas – 96% delas micro, pequenas e médias, o setor gera mais de 7 milhões de empregos diretos e quatro indiretos por cada vaga formal, consolidando-se como um dos principais motores de crescimento e bem-estar na região.
Com uma diretoria atuante e uma agenda baseada em sustentabilidade, inovação e ciência, a ALAIAB reafirma seu papel como referência técnica e institucional diante de fóruns internacionais, impulsionando a colaboração regional e o desenvolvimento de sistemas alimentares mais sustentáveis, inclusivos e competitivos para a América Latina e o Caribe.
LAPP amplia portfólio com aquisição da Eurocabos
O Grupo LAPP, empresa global de soluções integradas de cabos e conexões, dá um passo estratégico no Brasil ao anunciar sua entrada no mercado de chicotes e cordsets com a aquisição da Eurocabos, empresa brasileira especializada em conectividade e montagem de cabos prontos para conexão. Com a incorporação, a LAPP Brasil passa a oferecer soluções completas e customizadas para tecnologias de acionamento, robótica e automação industrial. Os chicotes e cordsets produzidos pela unidade brasileira são desenvolvidos sob medida, atendendo desde aplicações de alta movimentação e abrasi-

vidade até sistemas críticos que demandam robustez, repetibilidade e confiabilidade.
Essas soluções incluem cabos com conectores para alimentação e feedback compatíveis com fabricantes como Siemens, Bosch Rexroth, Fanuc, Heidenhain, Lenze, Rockwell, SEW e B&R, além de conjuntos prontos para conectar robôs de marcas como

ABB, Kuka, Comau, Motoman e Fanuc a seus controladores e periféricos.
A aquisição faz parte da estratégia global de expansão do Grupo LAPP, que vê no Brasil e na América Latina mercados com alto potencial de crescimento, especialmente em segmentos de manufatura avançada, robótica e energias renováveis.
“A entrada da LAPP no mercado de chicotes e cordsets fortalece nossa capacidade de atender clientes brasileiros com soluções completas, da engenharia à entrega. Com a experiência da Eurocabos, unimos o conhecimento global da LAPP a um portfólio sob medida para as necessidades da indústria nacional, especialmente em setores como automotivo, manufatura, eletrodomésticos e automação”, afirma Aldo Martins, CEO da LAPP no Brasil.
Brasil consolida protagonismo em tecnologia e inovação em Dubai

O Brasil marcou presença no GITEX 2025, um dos maiores e mais influentes eventos de tecnologia e inovação do mundo, realizado em Dubai (EAU), em outubro. Dentro do Expand North Star, espaço dedicado a startups e hubs de tecnologia, o país apresentou sua capacidade de competir em escala global, impulsionado pela atuação de hubs e empresas que vêm consolidando o ecossistema brasileiro no cenário internacional.
Em 2025, os hubs de inovação Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) e INAITEC foram novamente selecionados, com o International Tech Hub (ITH), entre as cinco empresas escolhidas para integrar o grupo catarinense, além de diversas outras associadas que participaram de forma independente. Esta foi a segunda participação consecutiva de Lisandro Vieira, CEO da WTM e Diretor do Grupo Temático de Internacionalização da ACATE, que representou a empre -
sa e a entidade ao lado de outras companhias catarinenses.
“Como representante institucional, acompanhei de perto o desempenho das empresas associadas e o amadurecimento das estratégias internacionais. Foi incrível ver a evolução do ecossistema brasileiro em um dos palcos mais importantes da inovação mundial e novos negócios sendo gerados em tempo real. Voltamos com leads qualificados, conexões estratégicas e uma presença consolidada do Brasil como parceiro global em inovação”, afirma.
O GITEX, que reúne representantes de mais de 100 países, proporcionou um ambiente multicultural e de negócios único. Durante o evento, as empresas tiveram a oportunidade de apresentar soluções a diferentes mercados internacionais, estabelecer parcerias e dialogar com investidores de várias regiões. Segundo os participantes, o saldo foi altamente positivo — com diversas conversas em andamento e uma rede de contatos fortalecida.
“A força coletiva das empresas catarinenses foi notável. Vimos empreendedores se apoiando mutuamente, apresentando soluções uns dos outros e mostrando, na prática, o espírito colaborativo que caracteriza as empresas brasileiras como a WTM”, ressalta Lisandro.
Entre as tendências que mais chamaram atenção, a Inteligência Artificial foi o grande destaque. Mais do que um diferencial, a IA se consolidou como requisito básico para empresas que desejam manter competitividade no mercado. “A IA deixou de ser um diferencial e passou a ser um requisito essencial. As empresas que não a integram às suas soluções inevitavelmente ficarão para trás”, reforçou Lisandro. “Além disso, vimos robôs, drones, sistemas autônomos e outras tecnologias impressionantes apresentadas por grandes players no GITEX Global. É a prova de que o futuro já chegou.”
Os representantes catarinenses ressaltaram ainda insights valiosos sobre novas formas de
negociação e o potencial de protagonismo brasileiro. “O GITEX é mais do que um evento de negócios, é uma imersão em tendências, modelos de internacionalização e novas formas de colaboração. Voltamos inspirados e com a certeza de que o Brasil tem plenas condições de competir em escala global”, afirmou Rodrigo Martins, CEO do International Tech Hub (ITH). “A diversidade cultural e o alcance global do GITEX criam um ambiente único para gerar oportunidades concretas. Saímos de Dubai com conversas em andamento, negócios promissores e a sensação clara de que o Brasil está cada vez mais presente no mapa mundial da tecnologia”, completou Martins.

“O evento reforçou a importância de olhar para fora para fortalecer o que fazemos dentro do país. Ver nossas empresas se destacando entre players globais mostra que temos capacidade real de competir e inovar em escala internacional”, completou Lisandro.
Um dos anúncios mais celebrados durante o GITEX 2025 foi a confirmação de que, em 2027, o evento terá uma edição em São Paulo. A notícia foi recebida com entusiasmo pelos brasileiros, que veem o movimento como um marco histórico para o país e para toda a América Latina.
“Ter um evento dessa magnitude em solo brasileiro é um marco histórico. Coloca o Brasil ao lado de potências tecnológicas como Singapura e Alemanha”, destacou Lisandro. “Mais do que um reconhecimento, é um chamado para que nossos empreendedores compreendam que o GITEX é uma plataforma estratégica de internacionalização. Estar presente é expandir fronteiras, trocar conhecimento e posicionar o Brasil como uma potência global em tecnologia.”
Ciser reúne startups para celebrar programa de inovação aberta com foco na indústria

Desafix, programa de pré-aceleração de startups da Ciser, concluiu sua 4ª turma em 24 de outubro.
A Ciser concluiu a 4ª edição do Desafix, programa de inovação aberta com foco em soluções para a indústria, realizado em parceria com o Sebrae. Foram cinco meses de uma intensa trilha de aprendizado e fomento junto a líderes de 20 startups selecionadas. A celebração de encerramento ocorreu na sexta-feira, 24 de outubro, no auditório da Escola SESI de Referência, em Joinvile (SC), reunindo especialistas em inovação, executivos e lideranças empresa -
riais.
O programa de pré-aceleração é realizado por meio do Hub #Colmeia, o centro de inovação da Ciser, maior fabricante de fixadores da América Latina. As inscrições para o Desafix 4.0 aconteceram em abril, seguidas de um processo seletivo em que todas as startups foram analisadas por um time de profissionais especializados.
“Avaliamos uma a uma para entender em que estágio estão. Na pré-aceleração, tra -
balhamos com startups que já têm negócio e produto e estão iniciando o faturamento, para ajudá-las a adquirir velocidade e voar mais alto, com crescimento consistente”, explica Luidgi.
Nesta edição, foram selecionadas startups de diversas temáticas, atuando em indústria 4.0, soluções ESG, logística, manufatura inteligente, tecnologia digital e fixação inteligente, baseadas em diferentes cidades do Sul e Sudeste.
As startups foram a Joinville uma vez por mês para dois dias de workshops, além de participarem de uma série de atividades online durante o programa, com objetivo de preparar as equipes para pensar em negócios e estratégia, entender a experiência do cliente e em torno dela moldar produtos, além de aprofundar em atividades de gestão, como marketing, vendas e captação de recursos.
O programa também proporcionou mentorias direcionadas às questões de cada participante. Os mentores foram selecionados em um pool de 400 especialistas, entre executivos da Ciser, técnicos do Sebrae e

parceiros da TXM Methods.
“Além do conhecimento e da mentoria específica para seus negócios, as startups ficam mais visíveis para outras indústrias, durante o programa. Essa proximidade permite que se conheçam e possam estabelecer parcerias que geram crescimento para todos em seus respectivos segmentos”, comenta Pedrazza.
Em quatro anos, mais de 50 startups foram beneficiadas pelo Desafix, resultando em inovação em produtos e processos, além de parcerias com indústrias consolidadas no mercado nacional e global, como é o caso da Ciser. A empresa, que acaba de completar 66 anos, leva seu portfólio de mais de 27 mil produtos a 25 países.
“A Ciser é uma das empresas mais longevas da indústria nacional e também a maior fabricante de fixadores na América Latina. A inovação é um dos valores que fizeram a companhia construir a trajetória de liderança de mais de seis décadas e hoje compartilhar seu conhecimento com novos empreendimentos, fomentando toda a indústria”, destaca Pedrazza.
“O programa tem impulsionado empreendimentos por meio de mentorias, ferramentas de gestão e orientação especializada para que acelerem seu crescimento e desenvolvam novas tecnologias e modelos de negócios para a indústria como um todo. Foram cinco meses de muitas atividades presenciais e online para ampliar a visão desses empreendedores e alavancar a inovação na indústria”, afirma Luidgi Paolo Pedrazza, gerente de Inovação da Ciser.

Configurador Portátil Multiprotocolo
O mobiLink (produto distribuído pela Westcon) é uma interface portátil para configuração e comissionamento de dispositivos de campo PROFIBUS PA, HART e FOUNDATION Fieldbus. Um único dispositivo para configurar e comissionar esses três protocolos de comunicação.
A fonte de alimentação integrada alimenta os instrumentos, simplificando as tarefas em campo (apenas no modelo mobiLink Power).
É compatível com aplicativos baseados em FDT e com os principais softwares de engenharia.
O mobiLink se comunica com smartphones e tablets via Bluetooth, e possui uma porta USB para comunicação com notebook. Ele é alimentado por bateria, e pode ser utilizado em atmosferas explosivas (IECEx | EX for Zone 1).
Ele é Multiprotocolo
• HART Master, FOUNDATION Fieldbus Host e PROFIBUS PA Master em um único dispositivo;
• Pode ser usado com as redes em operação normal: permite acesso aos instrumentos de campo se causar nenhum tipo de interferência;
Comunicação com Host via Bluetooth ou USB
• Comunicação Bluetooth com dispositivos portáteis, como smartphones e tablets;
• Interface USB para comunicação com notebook;
• Alimentação por meio de baterias internas ou pela porta USB; Suporta aplicativos baseados em FDT e os principais softwares de engenharia
• PACTware FDT Frame Application e HART Communication DTM incluídos;
• Compatível com AMS Instrument Inspector da Emerson com FDI communication Server;
• Communication DTM para FOUNDATION Fieldbus e PROFIBUS PA (opcionais)
• Software para configuração FOUNDATION Fieldbus (opcional)
• API para integração em Sistemas de Engenharia. Próprio para uso em atmosferas explosivas
• IECEx e certificação EX para Zona 1, NEC500 Cl. Div.1;
• Próprio para conexão com dispositivos Intrinsecamente Seguros
• Invólucro robusto para uso em campo.

Transformador eletrônico óptico inovador e sustentável
A ENGIE Brasi Energia, em parceria com as empresas Poweropticks e AQTech, concluiu o desenvolvimento do transformador eletrônico de corrente óptica (TECO), um equipamento inovador que promete revolucionar a medição e monitoramento de energia elétrica no Brasil e na América Latina.
O TECO, fruto de um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Aneel, recebeu mais de R$ 15 milhões em investimentos da ENGIE e já está habilitado para comercialização. A tecnologia é pioneira na América Latina, marcando um avanço significativo na digitalização das subestações e na modernização do setor elétrico brasileiro.
O TECO revoluciona a medição de corrente em sistemas de energia ao oferecer um nível superior de confiabilidade e segurança. O modelo substitui o fio de cobre pela fibra óptica e não utiliza óleo isolante, o que elimina os riscos de explosão, problemas dos modelos convencionais. Essa tecnologia oferece maior precisão, segurança e redução de custos operacionais.
Além da segurança, o transformador óptico apresenta maior precisão e menor impacto ambiental, ocupando menos espaço físico e exigindo estruturas civis menores, o que reduz os custos logísticos e facilita a instalação em linhas de até 550 kV.
Além dos ganhos em performance e segurança, o design do TECO é significativamente mais compacto e leve, pesando cerca de 10 vezes menos que um modelo convencional. Essa característica resulta em uma expressiva redução de custos com estruturas civis e logística de instalação, além de otimizar o espaço físico nas subestações.

AMR mais compacto do mercado, com IA e cargas de até 1.500kg
A ABB está expandindo suas opções em robótica móvel autônoma com a introdução do Flexley Mover® P603, o modelo mais compacto de sua categoria para movimentação de cargas de até 1.500 kg. Projetado para aumentar a eficiência da intralogística, o P603 combina design compacto com navegação Visual SLAM baseada em IA e a versão mais recente do software AMR Studio®, que maximiza a flexibilidade ao permitir a integração de diferentes módulos ao AMR.
Os Robôs Móveis Autônomos da ABB combinam visão 3D com planejamento autônomo de rotas para oferecer aos clientes algo inédito: robôs que enxergam, percebem e pensam. Para fabricantes, montadoras e provedores logísticos, isso significa fluxos de trabalho mais seguros e inteligentes, com baixa complexidade e impacto imediato.
O AMR P603 faz parte da nova era da Robótica Autônoma Versátil da ABB, em que robôs podem alternar entre tarefas em tempo real, com mínimo esforço. Com sua navegação Visual SLAM impulsionada por IA, o P603 é mais inteligente, rápido e seguro (conforme normas ISO 3691-4 e ANSI 56.5), oferecendo agilidade e precisão líderes de mercado (±5 mm), sem necessidade de refletores ou mudanças na infraestrutura.
Seu sistema de tração diferencial bidirecional garante movimentos suaves em layouts apertados de fábricas e armazéns, enquanto a detecção de carga integrada otimiza estabilidade e segurança durante o transporte.
Graças à sua agilidade e design compacto, o P603 é ideal para aplicações de intralogística como: fim de linha, goods-to-robot, abastecimento de linha, conexão entre processos e kitting. Ele suporta diferentes tipos e dimensões de carga – paletes abertos ou fechados, contêineres, racks e carrinhos – todos manuseados por um único AMR com configuração flexível de módulos superiores.
Projetado com modularidade em mente, o AMR P603 pode ser facilmente adaptado com diferentes “módulos superiores” para atender diversos tipos de carga. Combinado à atualização do AMR Studio®, permite configuração rápida e customização intuitiva, usando ferramentas de arrastar e soltar (drag-and-drop). Isso reduz o tempo de comissionamento em até 20%. O software Fleet Manager também está integrado, permitindo coordenar múltiplos AMRs em tempo real em ambientes industriais dinâmicos
Impulsionado por Visual SLAM com IA, o P603 navega de forma autônoma em espaços industriais dinâmicos, sem necessidade de guias físicos. Seu sistema de suspensão inovador reduz requisitos de piso e permite operação em instalações com pisos regulares ou irregulares. A detecção de carga integrada, via monitoramento do centro de gravidade, aumenta ainda mais a estabilidade e produtividade.
Com velocidade máxima de 2 m/s e operação 24/7, o P603 é 10% mais rápido que a média dos AMRs baseados em SLAM.

Designcenter Solid Edge com IA e melhorias na nuvem
A Siemens atualizou seu software Designcenter™ Solid Edge®, incluindo novos recursos de IA e melhorias na produtividade, documentação e experiência do usuário. Essas atualizações vão ajudar as equipes de projeto e engenharia a trabalhar de forma mais rápida, inteligente e colaborativa em ambientes locais e na nuvem.
O Designcenter Solid Edge 2026 e o Designcenter X Solid Edge são a combinação de automação robusta com IA e fluxos de trabalho flexíveis na nuvem. O novo recurso Magnetic Snap Assembly acelera o posicionamento de componentes usando tecnologia de IA para aplicar restrições automaticamente, enquanto o novo recurso de desenhos automáticos usa IA para gerar até 80% das visualizações de desenho 2D (incluindo visualizações ortogonais, quebradas e isométricas com dimensões) com entrada mínima de dados. O Designcenter Solid Edge também apresenta o Design Copilot, um chatbot de IA conversacional que oferece suporte em tempo real com reconhecimento de contexto diretamente no ambiente do projeto.
O novo recurso Part Display Configurations e a funcionalidade aprimorada do Visual Explode oferecem suporte à documentação e reutilização. A criação integrada de abas e ranhuras, o corte de flanges com múltiplas arestas e o suporte à espessura de parede reduzem o retrabalho e melhoram a capacidade de fabricação.
O software Designcenter™ X Solid Edge® complementa os recursos de desktop do Designcenter Solid Edge, introduzindo a funcionalidade SaaS híbrida para fluxos de trabalho móveis e na nuvem. Os usuários podem sincronizar preferências, acessar ferramentas em todos os dispositivos e colaborar com mais flexibilidade usando o licenciamento por usuário nomeado.

IHM móvel
A ACD Elektronik apresenta uma solução HMI móvel que torna os processos de controle mais flexíveis e eficientes por meio de uma arquitetura de processador moderna, comunicação sem fio segura e operação intuitiva.
O painel de operador sem fio M2Smart foi projetado especificamente para uso móvel em ambientes de trabalho industriais.
A nova geração de painéis de operador móveis M2Smart HMI10 oferece desempenho ainda maior e apresenta uma nova tela sensível ao toque. No coração dessa melhoria de desempenho está um poderoso processador Qualcomm, que visa estabelecer novos padrões em poder de processamento, eficiência energética e estabilidade. Isso resulta em uma resposta mais fluida do sistema, processamento instantâneo de entrada e menor consumo de energia. Além disso, a nova versão incorpora uma tela mais responsiva. Os usuários podem esperar maior precisão ao toque, melhor reprodução de cores e contraste e reflexos significativamente reduzidos. Isso garante excelente legibilidade mesmo em condições de iluminação desafiadoras. A tecnologia de sensor aprimorada também permite operação precisa mesmo com o uso de luvas, uma vantagem particular em ambientes industriais.

Sistema de sensores ultrassônicos
O sistema de sensores ultrassônicos USi-safety é extremamente compacto e pode ser posicionado livremente, o que significa que pode ser destacado da interface de controle para posicionamento flexível no espaço reduzido dos braços da forquilha.
A interface de controle oferece duas saídas OSSD seguras por canal para o campo de proteção ajustável e uma saída de comutação PNP para o campo de alerta. O campo sonoro elíptico do transdutor ultrassônico possui um ângulo de abertura de ±17° e ±5°. Caso o sistema USi-safety seja instalado em vários AGVs independentes que cruzem seus caminhos, a supressão mútua de interferências impede que interfiram em seu funcionamento.

Bomba Bredel CIP com processos de limpeza mais simples e eficiência energética
A Bredel Hose Pumps, parte da Watson-Marlow Fluid Technology Solutions, lançou a bomba Bredel CIP para processos sanitários e higiênicos que exigem eficiência otimizada e CIP (limpeza no local) regular.
Na produção de alimentos e bebidas, farmacêutica e de cosméticos, o tempo de parada prolongado para limpar os equipamentos e a contaminação de lotes, tem um impacto maior em custos que outros tipos de indústrias. Porém, uma bomba que aceita CIP sem demandar um circuito de by-pass ou desmontagem, reduz o tempo de parada da produção e evita que o produto estrague por contaminação.
A WMFTS projetou a bomba CIP com um novo rotor para permitir que as empresas atinjam uma velocidade superior a 2 m/s na limpeza CIP. As sapatas com retração automática para limpar o mangote interno da bomba são especialmente projetadas para processos CIP, a fim de permitir que a bomba e o resto do sistema que segue, sejam limpos na velocidade correta do fluido. Ao retrair as sapatas durante a limpeza, as compressões da mangueira em altas temperaturas são eliminadas, logo, prolonga-se a vida útil da mangueira, reduzindo os custos da troca.
A nova bomba CIP está disponível em tamanhos 20 (600 L/h), 25 (1800 L/h) e 32 (3200 L/h). E os clientes podem renovar facilmente o rotor de uma bomba já existente no local para a variante CIP mediante instruções claras, sem retirar a bomba da linha de processo, nem parar a produção.
As principais vantagens da bomba Bredel CIP incluem:
• Redução do tempo de parada para manutenção
• Redução do consumo de energia, pois não há necessidade de funcionamento da bomba durante os ciclos CIP
• Conformidade com as normas de segurança de alimentos (FDA, EC1935 e 3A)
• Vida útil prolongada da mangueira ao evitar as compressões no ciclo CIP em altas temperaturas
• Design higiênico – o único ponto de contato com o fluido é o interior da mangueira
• Dosagem de alta precisão com fluxo independente das condições de sucção ou descarga

Osciloscópios compactos com 4 e 8 canais
Rápido. Preciso. Compacto. Essas são as qualidades que definem os novos osciloscópios da série MXO 3. Equipados com a mesma tecnologia de osciloscópios MXO de última geração da Rohde & Schwarz, originalmente utilizada nos instrumentos das séries MXO 4 e MXO 5/5C.
A Rohde & Schwarz expande seu portfólio de osciloscópios MXO de última geração com a série compacta MXO 3, de quatro e oito canais. O MXO 3 oferece tecnologia MXO avançada, rápida e precisa – anteriormente disponível apenas em modelos maiores e mais caros – em um formato extremamente compacto a um preço mais acessível.
Todos os modelos MXO 3 vêm de fábrica com captura em tempo real de até 99%, o que é até 50 vezes melhor do que os instrumentos dos concorrentes, permitindo que os usuários vejam instantaneamente mais detalhes do sinal e eventos raros. Assim como outros modelos MXO, estes osciloscópios utilizam a tecnologia de ponta ASIC de processamento MXO-EP para oferecer:
• 4,5 milhões de aquisições por segundo - o mais rápido do setor, permitindo que os usuários detectem instantaneamente detalhes adicionais de sinal e eventos pouco frequentes.
• 600.000 eventos de disparo por segundo com disparo por zona - o mais rápido e flexível do setor, permitindo que os usuários isolem eventos no domínio do tempo, incluindo sinais matemáticos e no domínio da frequência.
• 50.000 FFTs por segundo - até 1.000 vezes mais rápido do que outros osciloscópios, proporcionando análises mais rápidas e abrangentes para aplicações como EMI e testes de harmônicos.
• 600.000 operações matemáticas por segundo - o melhor do setor e até 100.000 vezes mais rápido do que os modelos concorrentes, permitindo que os usuários analisem com precisão sinais como potência, que exigem a multiplicação de tensão e corrente.
A resolução vertical de 12 bits no hardware, em todas as taxas de amostragem, permite que os usuários observem pequenas alterações de sinal, mesmo em sinais maiores. Isso proporciona 16 vezes mais resolução do que os osciloscópios tradicionais de 8 bits.
O modo HD aprimora os detalhes do sinal os quais, de outra forma, seriam ocultados pelo ruído. Ele oferece redução de ruído e até 18 bits de resolução vertical - a mais alta do setor. Ao contrário de outros osciloscópios, o modo HD opera em taxa de amostragem máxima e é implementado no hardware, garantindo precisão sem sacrificar a velocidade.
Com a maior faixa de offset de sua classe, os usuários do MXO 3 podem aproveitar a configuração de escala vertical mais sensível para revelar mais do seu sinal, minimizando o ruído do sistema de medição. Os osciloscópios MXO 3 apresentam um amplo offset de ±3 V a 1 mV/div nos caminhos de entrada de 50 Ω e 1 MΩ - duas a três vezes melhor do que outros modelos líderes desta classe.
Os osciloscópios da série MXO 3 estão disponíveis em modelos de quatro e oito canais, com opções de largura de banda que incluem 100 MHz, 200 MHz, 350 MHz, 500 MHz e 1 GHz. O preço inicial dos modelos de oito canais estabelece outro padrão de acessibilidade no setor: apenas 12.500 euros, enquanto os modelos de quatro canais começam em 5.350 euros.
Para usuários com requisitos mais exigentes, há uma variedade de opções de atualização disponíveis. Entre elas, estão 16 canais digitais integrados com opção de osciloscópio de sinal misto (MSO), um gerador de forma de onda arbitrária de 50 MHz, opções de decodificação de protocolo e disparo para diversos barramentos padrão da indústria e um analisador de resposta de frequência para expandir as capacidades do instrumento.

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