Revista Controle & Instrumentação nº265

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gurança e redundância. E a escolha de software e sistema pede análise que leve em conta diversos fatores, como aplicabilidade, preço, suporte. Os gestores, em conjunto com a engenharia responsável, precisam balancear o que será mais benéfico para companhia. Em geral, os softwares e sistemas operacionais empregados seguem o que é mais comum e padrão no mercado”. Hoje, muitos instrumentos usam mais do que um software, usam inteligência. E são potenciais 20 bilhões de coisas que vão entrar no nosso universo decisório, em pouco tempo. No chão-de-fábrica, a nossa preocupação de Rinaldo Baldini, da Eplan, está na mão-deobra especializada e capacitada. “Estamos distantes de assumir o controle deste futuro próximo. Estamos formando pouca mão-deobra capaz de lidar com a técnica e a ciência dos dados. Conhecimentos de machine learning e redes neurais, junto à programação de controladores e robôs industriais, são inerentes ao bom profissional de Engenharia de chão-de-fábrica, percorrendo toda a cadeia vertical. Quase não percebemos, mas já estamos rodeados de softwares dotados de inteligência de diferentes tipos. O impacto é brutal. Profissionais capazes de substituir sistemas legados, projetar, implantar, manter e atualizar sistemas adaptativos estão na mira das principais indústrias do mundo. A consolidação dos sistemas oferece vários benefícios de redução de custos e complexidade. Mas, quando se trata de sistemas de missão crítica ou propostas de aquisição de dados para diferentes tarefas e objetivos, é preciso ter claro se os benefícios superam os riscos, e quais são os passos a serem dados. E saber realizar um bom levantamento do processo atual e análise de viabilidade. Porque a simples substituição de sistemas não garante maior eficiência e produtividade; devemos garantir que o novo sistema se adapte ao processo de forma estável, otimizada e segura, e economicamente viável”, afirma Baldini. Faz sentido, já que todo o processo está nas mãos de técnicos, que devem estar bem-preparados, precisam saber identificar os tipos de dados e sua sensibilidade quanto à segurança e desempenho; compreender que tipos de dados estão sendo movidos, seu formato atual e futuro, bem como seu grau de sensibilidade em relação à segurança. Clodoaldo reforça e pontua que “a fim de se tornarem mais competitivas, as empresas estão terceirando o hardware para sistemas em nuvem, à medida que os preços para alocação de espaços nas mesmas caem – é muito mais rentável terceirizar o hardware, e até mesmo, em alguns casos, softwares, do que custear todas as questões relacionadas à manutenção, atualização, configuração e energia que estes itens demandam”. “Software é o ponto central da Indústria 4.0. Todas as principais iniciativas envolvem a integração entre sistemas e o uso de dados para a obtenção de algum resultado

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importante: maior eficiência, redução de custos, aumento da segurança, diminuição de estoques, ou do tempo de entrega, etc. Os sistemas de controle e supervisão estão em constante evolução, e fazem parte de boa parte das iniciativas industriais, tendo de lidar com tecnologias habilitadoras da Indústria 4.0, como Inteligência Artificial, Cloud Computing, IoT, Gêmeo Digital, Realidade Aumentada, etc. Dessa forma, é cada vez mais importante e necessário que os profissionais da indústria sejam multidisciplinares, e que busquem capacitação para as novas tecnologias. Os fornecedores de serviço e sistemas também devem possuir essa característica. É por isso que empresas, como a Aquarius Software, que reúnem competências de TI e TA, são cada vez mais importantes para a indústria”, afirma Carlos Paiola. “Vemos um crescente aumento de demandas de software aplicadas à indústria, nos últimos anos. Acredito que a indústria está vendo que o uso das informações e dados operacionais pode elevar a sua eficiência a um novo patamar, o famoso movimento da indústria 4.0. O hardware nesse contexto é essencial, para conseguir manipular e lidar com performance o grande volume de dados, cada vez mais crescente, nesses tipos de soluções”, comenta João Felipe Kudo, da Radix. “O hardware sempre terá seu papel, afinal, quando se fala em uma aplicação industrial da qual depende o faturamento da empresa, este precisa de uma grande confiabilidade e disponibilidade. No que tange ao software que não tem papel decisivo no chão-de-fábrica, há uma tendência de migração deste para a nuvem, fazendo com que as empresas passem a focar em construir diferenciais competitivos via software, o que é um caminho muito natural. Se formos analisar os custos de produção de uma nova máquina, veremos que há uma tendência clara de aumento da representatividade do quesito software, nos anos 1970 e 1980, os softwares representavam muito pouco do investimento comparado com a mecânica/elétrica; agora, nos anos 2020, os custos com software representam, em alguns casos, 50% dos custos da máquina, seja em licença ou mão-de-obra especializada em programação”, pontua Rodrigo . Ricardo Turazzi pontua que o mercado de controle e instrumentação está num momento tecnológico muito interessante; a Transformação Digital está puxando muitas melhorias nos sistemas de controle, e estão surgindo iniciativas de melhorias da estrutura dos sistemas, através das padronização – os padrões emergentes de automação de processos O-PAS (Open Process Automation Standard) e NOA (Namur Open Architecture) são exemplos claros. E um ponto interessante é que estes padrões estão adotando uma série de outros padrões, muitos deles em comum, indicando uma possível convergência. Por adotar vários padrões como parte de seu padrão, o O-PAS, por exemplo, é conhecido como o padrão dos padrões. Entre as tecnologias adotadas, podemos citar OPC UA, Ethernet

Nº 265 | 2021


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