EDITORIAL
2014
O MOMENTO DA GUINADA
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Como em um ciclo que se inicia logo apĂłs o outro, o Brasil vive dias de transição, de mudanças. A eleição que a cada quatro anos escolhe um novo mandatĂĄrio para o PaĂs traz consigo a natural expectativa de guinada de rumo, de transformação. E esse espĂrito move tambĂŠm as apostas na atividade econĂ´mica. O mercado espera e anseia por uma virada de estratĂŠgia que recoloque o PaĂs na trajetĂłria do crescimento sustentĂĄvel. Quer buscar caminhos alternativos que incrementem seus negĂłcios, incentivem os investimentos e reaqueçam a produção. NĂŁo hĂĄ como negar que no universo empresarial brasileiro – e aqui nesta 11ÂŞ edição do guia AS MELHORES DA DINHEIRO temos uma amostragem considerĂĄvel com mil companhias entre as maiores em nĂvel nacional – ninguĂŠm estĂĄ satisfeito com o andar da economia hoje. E isso ĂŠ facilmente detectado em qualquer consulta de campo. O ciclo de retrocessos da atividade, de paralisia e perdas nos resultados se alastrou e vitimou inĂşmeras empresas. E a consequĂŞncia estĂĄ aĂ: um PIB esquĂĄlido jĂĄ hĂĄ alguns anos, que ameaça condenar o PaĂs a um crescimento pĂfio de menos de 1% neste exercĂcio. É um desempenho que nĂŁo pode ser atribuĂdo simplesmente Ă crise internacional renitente ou a uma eventual mĂĄ vontade de setores da produção, como quiseram fazer crer certas autoridades. O Brasil estĂĄ experimentando, a duras penas, os reflexos de polĂticas equivocadas e hesitaçþes na tomada de decisĂľes que comprometeram a saĂşde do parque. Os empreendedores, do time dos grandes, mĂŠdios e pequenos, sonham com a melhora de cenĂĄrio a partir de atitudes firmes e efetivas do prĂłximo mandatĂĄrio, seja ele quem for. De todo modo, nĂŁo obstante a sĂŠrie de dificuldades enfrentadas, vĂĄrios sĂŁo os grupos que conseguiram enxergar alĂŠm da crise, driblaram seus efeitos e avançaram, com bons resultados de faturamento, novos projetos e expansĂŁo de linhas. No conjunto das mil maiores empresas brasileiras listadas pela revista DINHEIRO, o crescimento da receita em 2013 foi de 8,9%. Quase metade delas (415 para ser exato) teve faturamento acima de R$ 1 bilhĂŁo. A receita total desse grupo das mil alcançou a con-
siderĂĄvel cifra de R$ 3,45 trilhĂľes no ano passado. SĂŁo nĂşmeros inequĂvocos de uma saĂşde empresarial conquistada Ă base de muita criatividade e ousadia. Em tempos difĂceis, mais do que em qualquer outro, ĂŠ preciso se reinventar, se transformar para reencontrar o caminho do crescimento. VĂĄrias das companhias que participam desse ranking adotaram essa fĂłrmula e se deram bem. Suas experiĂŞncias sĂŁo contadas nas prĂłximas pĂĄginas, como uma espĂŠcie de manual Ăştil Ă queles que estĂŁo em busca de soluçþes para seus negĂłcios. Os vencedores enxergam oportunidades onde muitos veem apenas problemas. Trazem, historicamente, qualidades intrĂnsecas do espĂrito empreendedor, como a persistĂŞncia e a busca incessante pela renovação. O Banco do Brasil, por exemplo, grande vencedor desta edição de AS MELHORES DA DINHEIRO, deu uma resposta Ă crise que se transformou no grande divisor de ĂĄguas do sistema financeiro. Quando todo o mercado fechava as torneiras de financiamento para evitar maiores perdas, o BB decidiu manter suas linhas de crĂŠdito e tomou a dianteira, ganhando clientes onde os outros perdiam. Sua participação saltou de 17,1% para os atuais 21,3% de todos os crĂŠditos Ă disposição, representando um montante de quase R$ 720 bilhĂľes em financiamentos concedidos. O volume de ativos dobrou e atingiu em 2013 significativo R$ 1,4 trilhĂŁo. A liderança no agronegĂłcio e no setor imobiliĂĄrio foi consolidada, alĂŠm da expansĂŁo no mercado de cartĂľes. A seu estilo, com um modo todo prĂłprio de encarar as dificuldades, o BB converteu-se num Ăcone dessa geração de corporaçþes que nĂŁo temem guinadas para encontrar a melhor saĂda e seguir em frente. Por isso, conquistou com mĂŠrito a condição de vitorioso do PrĂŞmio AS MELHORES DA DINHEIRO. Carlos JosĂŠ Marques, Diretor Editorial