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EMPREGOS, CONCURSOS & NEGÓCIOS

SALVADOR DOMINGO 12/8/2012

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TRABALHO Especialistas explicam que empresas buscam profissionais que detenham mais do que o saber técnico, tendo vivência

Voluntariado é diferencial na carreira

Priscila e Carol integraram a equipe de voluntários da Rio+20 e querem trabalhar na Copa Fotos Mila Cordeiro / Ag. A TARDE

Apesar de não render nenhum dinheiro no bolso, o voluntariado pode gerar resultados positivos e importantes para a vida profissional. Carol Torres, estudante de relações internacionais do Centro Universitário Jorge Amado (Unijorge), por exemplo, afirma que a experiência de atuar neste campo é enriquecedora, principalmente quando se tem a chance de estar em um grande evento internacional, como a Copa ou Olimpíadas. “O voluntariado é uma experiência que colocarei no meu currículo. É um diferencial”, diz. Ela experimentou essa oportunidade este ano ao integrar a equipe de voluntários da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, realizado na cidade do Rio de Janeiro. “Na ocasião, entrei em contato com pessoas de outros países, ampliando meus conhecimentos. Além disso, pude atuar na área de relações internacionais, tendo contatos com chefes de Estado de diversos nações”, pontua. Para Maura Cruz Xerfan, professora de gestão de carreira, a atividade, apesar de ser ainda pouco disseminado no País, ajuda o profissional ou estudante a

exercitar novos papéis ou funções na área que deseja atuar. “Sabemos que o mercado hoje não recruta apenas com o foco na inteligência técnica. Atualmente, a seleção é mais abrangente e o candidato é analisado sob três dimensões: QI (quociente de inteligência), QE (quociente emocional) e QS (quociente social). O voluntariado está neste último. Além do saber fazer, quem é voluntário tem experiência, vivência e comprometimento com o objetivo do bom resultado”, analisa.

de ação pensa que é possível fazer o diferente, atuar em uma área que pode levar ao amadurecimento”, afirma ela, que espera o dia 21 para se cadastrar para ser voluntária na Copa. Evelyn Santos, 23 anos, também está interessada em ser voluntária no Mundial. Ela vai se formar em fisioterapia em 2013. “Quero trabalhar com outras pessoas da área e ter contato com outras abordagens”, afirma ela. Mas não pense que o voluntariado é só voltado para as pessoas mais jovens. Os profissionais mais experientes podem, com essa ação, compartilhar o repertório adquirido e obter novos conhecimentos.

Além do profissional

Responsável por selecionar profissionais para várias empresas do Brasil, incluindo multinacionais, Filipe Bruno, consultor de orientação de carreira da Cia de Talentos, é categórico ao afirmar que “muitos jovens ficam preocupados em demonstrar experiência profissional, como estágio. Entretanto, muitas vezes o recrutador quer saber mais sobre este jovem além do âmbito profissional”. Por querer ter esse diferencial na bagagem, a universitária Priscila Monteiro não pensou duas vezes antes de se arriscar no trabalho social. Neste ano, assim como Carol, ela embarcou para o Rio para ser voluntária. “Acredito que quem faz este tipo

Legislação brasileira

Evelyn Santos quer atuar na área de saúde na Copa do Brasil

Arquivo pessoal

PROGRAMAS DE VOLUNTARIADO

“O mercado hoje não recruta apenas com o foco na inteligência técnica”

INSCRIÇÕES O lançamento do programa de voluntariado para o Mundial e a Copa das Confederações será no dia 21 deste mês. As inscrições serão feitas por meio do site da Fifa: no www.pt.fifa.com

MAURA CRUZ XERFAN, professora

Cia de Talentos / Divulgação

“O recrutador quer saber mais sobre este jovem além do âmbito profissional”

PROCESSO SELETIVO A seleção será composta por inscrição no site, entrevistas (presencial e online) e treinamento (geral e específico). Para ser selecionado, precisa ser aprovado em todas as fases

FILIPE BRUNO, consultor

COB / Divulgação

“É necessário que o candidato seja proativo, comprometido, bem humorado” PAULA HERNANDES, do Comitê Olímpico

REQUISITOS Para participar dos eventos, o candidato precisa ter no mínimo 18 anos e disponibilidade para trabalhar oito horas diárias durante cerca de 20 dias

CUSTEIO As organizadoras dos três eventos esportivos não pagam transporte nem hospedagem do voluntário. Só a alimentação OLIMPÍADAS A previsão de lançamento do programa de voluntariado para as Olimpíadas que acontecerão na cidade do Rio de Janeiro é julho de 2014

A lei 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, normatiza a prática do voluntário no Brasil. O serviço de voluntariado, por exemplo, não gera vínculo empregatício nem obrigação de natureza trabalhista para o empregador. Apesar disso, afirma Douglas Nenrod, coordenador da área de responsabilidade corporativa da Unijorge, que cuida do departamento de voluntariado da instituição, é importante que a “atividade seja exercida mediante a celebração de termo de adesão entre a entidade e o prestador do serviço voluntário”.

Saiba como conquistar uma vaga em um dos mundiais Embora sejam organizados por entidades diferentes, o perfil dos voluntários para a Mundial Fifa de 2014, Copa das Confederações e Olimpíadas é semelhante. Nos três eventos é necessário que o candidato tenha idade mínima de 18 anos e disponibilidade para trabalhar oito horas diárias durante 20 dias. Além disso, a pessoa também precisa demonstrar engajamento se quiser fazer parte do time de colaboradores. O programa de voluntariado não tem limite máximo de idade e também abre possibilidade para candidatos com deficiências físicas. Não é pré-requisito obrigatório domínio de um segundo idioma. Já o processo de seleção é constituído, além da inscrição, de entrevista (online e presencial) e treinamentos específicos. Para trabalhar no evento, é necessário ser aprovado em todas as fases. Quem quiser chegar na frente, tem que começar demonstrando interesse e disposição para trabalhar. “Para participar, o candidato

precisa ser proativo, comprometido, bem humorado, saber trabalhar em equipe e sobe pressão. Além disto, certas atividades vão exigir um segundo idioma”, afirma a coordenadora do Núcleo de Voluntários do Comitê Olímpico Brasileiro, Paula Hernandes. Foi por ter esta atitude que Paulo Estevão, analista de marketing da empresa de telefonia Vivo, resolveu participar dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro em 2007. Morando em Salvador, ele solicitou aos recrutadores que a entrevista fosse feita por telefone. “Logo em seguida, viajei para a capital carioca para participar de uma dinâmica de grupo. Depois que eu fui selecionado, fiz um treinamento a distância para me preparar para as minhas funções durante o evento. Todo o treinamento foi muito eficaz”, afirma Estevão.

Arquivo Pessoal

JURACY DOS ANJOS E EDELY GOMES

Paulo Estevão participou do Pan-Americano do Rio em 2007


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