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EMPREGOS, CONCURSOS & NEGÓCIOS

SALVADOR DOMINGO 19/5/2013

Fotos Fernando Amorim/ Ag. A TARDE

FORMAÇÃO É possível contar com apoio de instituições como Senai, Senac, IEL e Sebrae

Pequenas empresas fazem parcerias para capacitar pessoal CLARISSA BORGES E EDELY GOMES

Se quando ouve falar sobre capacitação interna de funcionários, você só imagina grandes empresas, deve rever essa visão. Pequenas e médias também podem – e devem – investir na qualificação dos colaboradores para melhorar os serviços e aumentar a competitividade. Para isso, é possível contar com parceiros como Senai, Senac, IEL e Sebrae. Com a parceria, os custos se tornam acessíveis também aos pequenos. Um bom exemplo é o da empresária Dulce Conceição, proprietária da loja de moda Cheville Maison. Dulce recebeu o Prêmio de Competitividade para Micro e Pequenas Empresas – MPE Brasil 2012 na categoria Comércio. O atendimento é um dos fatores que contribuíram para a premiação. E o segredo para um bom atendimento é a capacitação dos funcionários. ”O treinamento traz valorização para a imagem da empresa”, explica Dulce. Segundo a empresária, o primeiro passo para uma equipe capacitada é a seleção, rigorosa e com a participação de psicólogos, que também estão presentes no treinamento que todos os iniciantes devem fazer. “Aqui é obrigatório, porque quem não quer ser treinado não fica. Fazemos reuniões periódicas e treinamentos com consultores e empresas, como Senai e Sebrae. Nosso foco é a capacitação para vendas, liderança e motivação”. Uma das funcionária de Dulce, Lismaria Almeida, trabalha na empresa há 16 anos e comprova os resultados do investimento: começou como auxiliar de serviços gerais e hoje é supervisora administrativa. “Os treinamentos me capacitaram

Turmas corporativas

Cultura empresarial

Dulce (de óculos) apostou na qualificação de Lismaria, que iniciou como auxiliar e hoje é supervisora

EXIGÊNCIAS A empresa pode pedir contrapartida pelo investimento em qualificação, como a permanência na empresa por determinado período, mas qualquer exigência deve ser acordada antes com o empregado CRITÉRIOS Fique atento aos critérios que a empresa estabelece para oferecer a qualificação. Informe-se no setor de RH para saber se você se enquadra FUNÇÃO ESPECÍFICA Em alguns casos, a função exige uma qualificação específica e, se for oferecida pela empresa, o empregado não deve recusar, sob pena de dar margem a demissão por justa causa INICIATIVA Se a empresa não possuir um programa de educação corporativa, o funcionário pode, por conta própria, enviar uma proposta de qualificação ao setor de recursos humanos

ARGUMENTOS Antes de escolher um curso, considere também os interesses da empresa, assim fica mais fácil argumentar OPORTUNIDADE Quando participar de uma qualificação, busque o melhor desempenho. Essa pode ser a porta para uma promoção

De acordo com Adriana Chaves, diretora de desenvolvimento do Grupo DMRH, as empresas que optam pelos cursos fechados querem uniformizar comportamentos e cultura. O método depende dos objetivos. “Para desenvolver culturas e competências da organização, a capacitação costuma ser in company. Se for algo mais estratégico, de mercado, e aprendizado geral, pode ser em cursos abertos”, afirma Adriana. Outra opção é o coaching – processo de apoio profissional em que uma espécie de treinador acompanha o profissional na busca de um objetivo. Segundo a coach Carla Cavalcanti, o serviço traz benefícios individuais e para a empresa como um todo. “Juntos elaboramos um plano de ação para que passo a passo o cliente alcance sua meta maior”, explica a especialista.

Universidades corporativas ajudam a complementar a formação

DICAS PARA QUALIFICAÇÃO DO TRABALHADOR

HIERARQUIA É recomendado conversar antes com os chefes diretos sobre o interesse no curso ou capacitação e discutir necessidade e objetivos

Treinamentos têm objetivo de qualificar, reter talentos e melhorar resultados Uma pesquisa realizada pela consultoria em aprendizagem corporativa LAB SSJ, com sede no Estado de São Paulo, mostrou que 64% das empresas brasileiras pesquisadas possuem algum modelo de educação corporativa. Os principais objetivos são capacitar funcionários para a sucessão (36%), aumentar a performance (31%) e reter talentos (13%). Segundo a sócia-diretora Danielle Torres, o investimento em capital humano é cada vez mais uma necessidade dentro das organizações, e é visto de forma estratégica. “O principal objetivo de qualquer programa de treinamento é alcançar melhores resultados para o negócio“, observa Danielle. Cada empresa deve optar pelo modelo que melhor atenda a suas necessidades específicas. O desafio é tornar os gastos viáveis. “Com as possibilidades que a tecnologia nos dá hoje, há muitos caminhos para otimizar os custos de um programa de aprendizagem”, garante. Para proporcionar a capacitação aos funcionários, as empresas podem oferecer subsídio – total ou parcial – aos cursos de interesse, ou ainda proporcionar essa qualificação em turmas fechadas, dentro ou fora do ambiente empresarial.

para assumir posições de liderança na equipe. Eles nos dão a segurança e ferramentas necessárias para saber como lidar com os clientes e colaboradores”, diz. Lismaria se diz preparada para trabalhar em qualquer empresa, mas se mantém na equipe e valoriza o investimento em sua carreira. “Recentemente fiz o treinamento de liderança. Cada um faz na sua área. Isso traz conforto e agrega valor ao funcionário, além de melhorar a convivência”. O Grupo Anchieta recorre à formação de turmas corporativas de pós-graduação para formar gestores e unificar a atuação dos líderes dos colégios da rede e parceiros. O coordenador pedagógico João Batista é um dos alunos do MBA em gestão educacional estratégica oferecido pela Unifacs. Por iniciativa do Anchieta, uma turma exclusiva foi criada com aproximadamente 40 supervisores, coordenadores e diretores. O colégio paga 80% do curso. Segundo a coordenadora da pós-graduação lato sensu (especialização e MBA) da Unifacs, Fátima Maia, as empresas buscam mais os cursos com perfil de gestão, formação de lideranças, a exemplo dos MBAs. João Batista destaca as vantagens de uma turma fechada: “Todos os módulos e áreas envolvidas no curso vão ficar a serviço da filosofia e dos objetivos do colégio, além de fazer com que o grupo interaja com professores de escolas parceiras”. Com conclusão prevista para agosto, o coordenador já vê os resultados. “Ao qualificar o profissional, você está qualificando o nível de excelência do serviço oferecido pela instituição. O clima dentro da organização é outro”.

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O coordenador pedagógico do Anchieta João Batista é um dos alunos do MBA com turma exclusiva para funcionários do colégio Matheus Pereira / Divulgação

Agência Petrobras

“(Plataforma de ensino a distância) é um estímulo ao desenvolvimento dos colaboradores”

“A universidade corporativa vem para suprir o conhecimento que o mercado exige”

FRANCISCO BASTOS, do Sebrae-BA

JOSÉ BUCHEB, da Universidade Petrobras

As universidades corporativas são um capítulo à parte no que diz respeito à capacitação de funcionários. Criadas pelas companhias para complementar a formação de seus colaboradores, estas instituições funcionam como centros de treinamento voltados para as tendências do mercado. Por meio de parcerias com instituições acadêmicas tradicionais, as universidades corporativas oferecem cursos que vão desde treinamentos técnicos a pós-graduações reconhecidas pelo MEC. Um exemplo é a Universidade Petrobras, que possui centros no Rio e Salvador e é parceira da Universidade Federal da Bahia (Ufba). “A Petrobras é uma empresa grande, que atua com diversos processos em constante avanço tecnológico. A universidade vem para suprir o conhecimento que o mercado exige”, explica José Bucheb, gerente-geral da Universidade Petrobras. Pequenas empresas podem fazer uso da Universidade Corporativa do Sebrae para realizar capacitação. A plataforma de ensino a distância conta com cursos em diversas áreas, sendo possível montar o roteiro que melhor se adequa a cada tipo de negócio. ”Trata-se de um estímulo ao desenvolvimento dos colaboradores, através da prática em paralelo à teoria”, afirma Francisco Bastos, coordenador da Unidade de Gestão de Pessoas do Sebrae-BA.


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