ECOS MAGAZINE | 8.ª EDIÇÃO |MAIO 2021

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À JANELA

maio | 2021 edição n.º 8 ano letivo de 2020/2021

Externato Ribadouro


2 || Editorial Fonte: Laura Kapfer, Unsplash


Editorial

Equipa Técnica maio de 2021 | edição n.º 8

Colaboradores:

Não há fórmulas corretas para se gostar dos livros, para se ler livros. Mas há um processo. Primeiro lê-se através do tato, depois do olfato e, mais tarde, da visão. Muitos me perguntam qual é o segredo para se gostar de ler. E eu respondo sem hesitação. Ler. Mesmo quem afirma não gostar de ler sente fascínio pela leitura. A imagem é romântica. O leitor com um livro nas mãos. Os olhos a acompanhar as letras. Está a viajar sem se mexer. Não revela a ninguém onde o podem encontrar. É um espetáculo bonito, mas desconcertante, se pensarmos para onde vai a mente daquele leitor, a sua alma, o seu coração. Tudo vai com ele. Por isso, há sempre a curiosidade de tentar perceber qual é o livro que o outro está a ler. Como se dali surgisse um pacto secreto. Falamos sem falar. Também gosto desse autor. Já li esse livro. Tenho curiosidade em ler esse livro. E desse silêncio nasce uma conversa entre dois leitores que não se conhecem, mas vão dialogar no abstrato. Há um mundo paralelo a acontecer a partir de um livro – um mundo de sentimentos. por: Prof.ª Daniela Pinheiro

12.º C1 Afonso Mendes Camila Teixeira Inês Leitão Joana Leite Júlia Köche Vicente Trigo 11.º A10 António Gonçalves Miguel Santos Sara Rebelo 11.º C1 Alexandra Moura Ana Filipa Reininho Kersten Ana Rita Franco Cabral Andreina Rodrigues Gonçalo Biscaia Isabela Costa Joana Ribeiro Jorge Sousa Maria Carolina Magalhães Nuno Ferreira Rafaela Silva Rita Holland Sara Silva 11.º B2 Carolina Afonso David Pinto Francisca Duarte Maria Jorge Fonseca Sara Pereira 10.º C1 Marta Lima 8.º A Ana Teixeira Inês Cruz Guilherme Carneiro Jorge Pereira Laura Hashimoto Revisão: Ricardo Cruz Design: Afonso Mendes, 12.º C1 Miguel Santos, 11.º A10 Sara Rebelo, 11.º A10 Supervisão: Carla Noronha Alfredo Almeida António Pedro Antunes Bruno César Margarida Braga

Jornal de Letras, 21 a 4 de maio de 2021

Publicada por: Externato Ribadouro Rua de Santa Catarina, 1346 4000-447 Porto

direcaopedagogica@ribadouro.com

Editorial || 3


Sumário

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BREAK FREE

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20 AMP À JANELA Escrever sobre sentimentos não é fácil. Num contexto em que nos vemos perante desafios inimagináveis a nível do equilíbrio mental, é por demais evidente que o tema de capa desta edição da ECOS decorre de uma necessidade catártica de uma escuta de nós próprios, contrariando a entropia de um sistema emocional e social cujas consequências do abalo da covid-19, tsunami de saúde pública e terramoto do tecido social, estão ainda por apurar.

4 || Sumário

A Capa


16 12 28

MAIS+

NÃO SEJAS UM ECO

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Da janela do quarto o mundo segue, na sua roda infinita. A brisa suave que beija levemente o rosto, o calor amigo do Sol, cujos raios cumprimentam no cedo da madrugada. Os amigos de sempre reencontram-se, sob o ar fresco e limpo das manhãs de abril. Os dias espraiam-se pelo crepúsculo, surpreendendo com a mudança da hora, magia esquecida e sempre renovada. Lá fora, a vida segue, à espera e chamando. Dentro, a ânsia cresce. O tempo parou em março de 2020. Recomeçou, mas de novo a todos paralisou. Dá-se um salto em comprimento mas ainda se está em suspensão. Esticam-se as pernas, todo o corpo se projeta para alcançar o outro extremo. Do outro lado, não se vê senão o quadrado da janela. Fronteira e limite do mundo pequeno, fechado e sufocante. Olha-se o verde da natureza, mas o clamor do nosso confinamento e dos sentimentos de quem permanece do lado de cá ensurdece o canto dos pássaros e o rumor das folhas afagadas pelas brisas. Escuta-se e tudo permanece mudo. E a janela, quando se pode abrir com um estrondo?

Sumário || 5


Break Free 6 || Break Free


Dear Reader

por: Jorge Sousa, 11.º C1

Dear reader, One usually says to others: “leave it for tomorrow. Don’t concern yourself with such matters today.” Although that may have a slice of truth, it is not totally correct. Often In your lives we get thrown into gruesome problems or even realities, but in these times we don’t leave our problems to other days. We plan on getting them solved today, as quickly as we can. Now, ones reality has been shook to the core. Thrown inside our houses, with nowhere to go, no one to talk to but our own. Feeling perhaps unmotivated or even sad. Now is when we get to see things as clearly as water. Now is when we see a persons true color. Will they wondrously swim or horridly skin to our level of expectations? Now it’s time to test ourselves to the maximum and see, in fact, who we truly are and possibly even dare to say:”Yes, I made it”. Although sometimes elder generations in charge of a nation might be more concerned we their profit and their remain in power, while wanting to have scanty efforts, we, the younger ones, must step to challenges we face ahead. We must educate yourselves to the highest we can and ought to one day be knowledgeable, not through experience or aimless situations but through what we have been taught. It’s important to consume knowledge, but it has a higher importance the source of knowledge itself. It might be effortless to create expectations, but I can assure you that it’s anything but undemanding to achieve them. Why always relax and settle, when you have time and opportunity to learn? Why wish to forget things, when they still haven’t been solved? Why ignore others when they need your help? Why the disgruntlement with your live, when you made up your own decisions? Why? Why live such a tedious live when one can all? Take some time to reflect on this and perhaps you might be surprised with how much or how little you did. On today’s modern age, others will not wait much until you make up your mind or choose your side. There are only to roads, will you be with society or against it? Will you stick to what you have been taught and remain in your roots, or will you skip ahead and desire something more? Will you prefer risk or security? Will you live to others expectations and watch them pear proud, or will you live up to you beliefs and be proud of yourself? Should we ponder our path or follow what has already been walked? Tough, isn’t it? I, myself have trouble sometime figuring it out. Your or others happiness?

Your or others relaxation?

Break Free || 7


Ilustração por: Sara Pereira, 11.º B2

Agora, sozinha me encontro por: Marta Lima, 10.ºC1 Agora, sozinha me encontro, No fundo da rua, sem ti. E sinto-me sozinha nesta multidão Onde até de mim mesma me perdi. Agora, sozinha, volto a casa. Sem companhia, sem nada. Apenas com a lembrança de mil memórias Dos tempos em que me senti valorizada.

8 || Break Free

E, sozinha, sinto-me invisível, Agora que apenas o peso dos meus arrependimentos me consegue ver. Porque eu sempre dei tudo como garantido, Mas mais uma vez é sozinha que estou a escrever. Agora, sozinha, enrolo-me nos lençóis. E estes secam cada lágrima que ninguém irá secar. Cada uma que me escorre enche o mar de saudade Que a partir de agora terei de carregar.

E, sozinha, procurei felicidade em tudo o que pude, Mas do que é que esta me serve se ninguém comigo a viver? Porque mais triste do que me sentir sozinha Foi a minha própria companhia não me satisfazer.



Pode medir-se a felicidade? Por Nuno Ferreira 11.º C1

10 || ECOS do Mundo | Relações Internacionais

Na última década o mundo mudou muito. Desde as consequências da crise financeira, ao aprofundamento da globalização, a evolução digital, até, mais recentemente, a crise social e económica provocada pela covid-19. Assim, as expetativas e o quotidiano das pessoas são hoje muito diferentes. A felicidade é um conceito difícil de quantificar, porque é subjetivo. Na verdade, varia no tempo e de país para país, de acordo com os valores vigentes na sociedade numa determinada época. Contudo, trata-se de uma área cada vez mais importante nas pesquisas relacionadas com as ciências sociais.


Desde 2012 que a ONU calcula o índice de felicidade dos diferentes países. O relatório tem posicionado Portugal sensivelmente a meio da tabela. Em 2018, Portugal esteve em 77.ª posição e em 2019 na 66.ª, num total de 153 países. Os principais domínios a partir dos quais se calculou o índice de felicidade de cada país, no último relatório, são o ambiente, a área social, o urbanismo e a natureza. O meio social parece ser o fator mais determinante, e as desigualdades sociais são as influenciam mais negativamente a perceção de felicidade. No caso concreto de Portugal, constata-se que entre 2018 e 2019 ocorreu uma subida significativa e digna de assinalar.

Na verdade, a variável que mede a expectativa de uma vida saudável foi a que mais se alterou, beneficiando, claramente, o nosso país, em detrimento de outras variáveis que se mantiveram mais ou menos constantes. As dimensões do ambiente social que impactam a perceção de felicidade são múltiplas. Por um lado, avalia-se a existência de cada pessoa ter alguém com quem possa contar. Por outro, a perceção da liberdade para tomar decisões importantes na vida, a generosidade e a confiança no outro. Também se avalia de que forma um bom ambiente social influencia a redução da perceção da desigualdade social. As desigualdades a nível da perceção do bem‑estar são mais relevantes do que as desigualdades a nível de rendimento pessoal, na medida em que são mais abrangentes. A felicidade é um conceito difícil de definir e de avaliar, pois resulta de uma experiência profundamente subjetiva. A sua perceção resulta daquilo que as pessoas pensam sobre ela. A título de curiosidade, o Butão, um pequeno país asiático no nordeste da Índia, foi o primeiro país do mundo a incluir o tema da felicidade enquanto política pública de Estado. Curiosamente, nos países mais industrializados, a felicidade surge associada ao consumo material. Contudo, o consumismo provoca, também, ansiedade e um sentimento de insatisfação permanente. Qual o país mais feliz do mundo de acordo com este ranking? Trata-se da Finlândia. Parece que um dos segredos consiste em fazer pausas frequentes ao longo do dia. Para os japoneses, a felicidade decorre de uma necessidade de as pessoas se manterem ativas. No futuro, a perspetiva não é animadora... há desafios tremendos para superar. Por um lado, a emergência climática, as crescentes desigualdades entre as sociedades, a crescente globalização, a automação laboral, o envelhecimento da população e o crescimento populacional descontrolado. O PIB – indicador económico por excelência – não entra nesta equação. O dinheiro não explica a felicidade. É, então, assim, a felicidade a única coisa que o dinheiro não consegue comprar. Não é por ter um milhão a mais ou a menos que vamos ser mais felizes, mas para uma vida confortável é preciso ter um mínimo...

ECOS do Mundo | Relações Internacionais || 11



Ansiedade Social por Gonçalo Biscaia 11.º C1

Dentro dos muitos problemas da ansiedade, a ansiedade social é o menos conhecido e o mais negligenciado. A ansiedade social pode se manifestar de muitas formas, dependendo das pessoas e cada individuo tem o seu único caso. Em alguns casos pode ser provocada por situações interpessoais (situações que podem incluir a intervenção de outros), ou por situações de desempenho (situações nas quais a pessoa é o foco da atenção ou pode sentir-se alvo de observação pelos outros). Algumas situações interpessoais que geram ansiedade às pessoas que sofrem de ansiedade social são: ir a uma festa, falar ao telefone, convidar amigos para sair, manter contacto nos olhos e muitas outras. No que diz respeito a situações de Conviver com pessoas pode ser difícil para quem desempenho, pode ser: falar em público, sofre de ansiedade social comer e beber em frente a outras pessoas, fazer exames, de entre outras. Mas o que é realmente a ansiedade social? Trata-se de uma perturbação psicológica que resulta do medo do julgamento das outras pessoas. É alimentada por uma fantasia de que os outros vão descobrir as nossas falhas, os nossos erros e os nossos defeitos. Uma pessoa que sofre de ansiedade social tem uma autoimagem de si própria como se fosse alguém com defeitos. Como é que a ansiedade social afeta o nosso corpo e quais são os sintomas visíveis? Normalmente as pessoas que sofrem deste tipo de ansiedade sentem-se deslocadas e descontextualizadas, sentem-se constantemente, observadas e criticadas. Isto faz com que a maioria evite situações que envolvam várias pessoas, como, por exemplo, jantares de grupo, faz com que escolham os seus amigos de uma forma muito detalhada e tornase difícil formar novos laços de amizade. O facto de se sentirem continuamente observados em situações sociais provoca um estado de hiper-vigilância, que se reflete no corpo. Os olhos funcionam como um radar que está a sinalizar até o mais ínfimo pormenor, são muito observadores, mas evitam o contacto ocular, por o sentirem como invasivo e deixar a pessoa desconfortável. O maxilar geralmente está tenso, com baixa mobilidade. Geralmente apresenta rigidez facial, boca seca, um discurso pouco fluido. Os ombros estão tensos e subidos, a respiração é curta e sobretudo torácica. Os braços também estão rígidos e têm pouca flexibilidade. As pessoas que sofrem de ansiedade social são geralmente pouco expansivas, apresentam maior contenção e têm reduzida espontaneidade.

Medo de Tudo || 13


Como é que a ansiedade social afeta os adolescentes? Sendo uma idade em que é normal conhecer novas pessoas e descobrir a vida, a ansiedade social torna difícil o contacto com potenciais amigos. Na escola, as pessoas são confrontadas com várias situações que podem causar ansiedade social, como interagir com pessoas, apresentar trabalhos, fazer trabalhos de grupo, falar com professores, falar com colegas, andar nos corredores da escola nos intervalos, fazer exames, e muito mais. Sendo obrigatório ultrapassar estes obstáculos na escola, os adolescentes quando se sentem em situações que provocam receio, suportam-nas com ansiedade e mal-estar intenso, adotando comportamentos que lhes permitem tentar controlar a situação. Como é que os amigos e a família podem ajudar? Se conheces alguém que sofra de ansiedade social, o melhor é falares com essa pessoa sobre o que a deixa confortável e o que a perturba, porque varia de caso para caso. Situações de ansiedade como andar nos corredores na escola podem ser facilmente resolvidos: acompanha o teu amigo, fala com ele durante o intervalo e não o deixes sozinho. Isso permite que ele se distraia do que está realmente a acontecer e converte esta situação muito desconfortável num tempo bem passado. É possível pedir ajuda médica? De todos os tratamentos disponíveis, a terapia cognitivo-comportamental tem-se mostrado o melhor tratamento para a fobia social. A terapia cognitivo-comportamental baseia-se na premissa de que o que a pessoa pensa afeta o modo como se sente, e os sentimentos afetam o comportamento. Neste sentido, se houver uma modificação da maneira como se pensam as situações sociais, a pessoa irá sentir menos ansiedade e consequentemente não necessitará de ter os comportamentos de evitamento das situações sociais. A terapia cognitivo‑comportamental para fobia social envolve normalmente: aprender a controlar os sintomas físicos da ansiedade através de técnicas de relaxamento e exercícios respiratórios, aprender a modificar os pensamentos negativos que provocam 14 || Medo de Tudo

ansiedade em situações sociais e enfrentar o medo de uma maneira gradual (sempre à sua medida) e sistemática perante as situações sociais, de forma que as deixe de evitar. O autor deste artigo sofre de ansiedade social? Sim, eu sofro de ansiedade e ansiedade social, muitas vezes na escola (local onde sinto a maior ansiedade) deparo-me com situações bastante difíceis e a maior parte das vezes não sou reconhecido pelo grande esforço que faço para ultrapassar estas dificuldades. Sinto-me várias vezes alvo de observação e crítica, tenho medo das opiniões das pessoas e da forma como estas me veem, tenho medo de situações sociais, como manter contacto ocular, falar com amigos e andar sozinho, e receio muitas situações, criando o pior cenário na minha cabeça. Estes pensamentos levam a sintomas físicos, que no meu caso são espasmos musculares intensos (como num ataque epilético), perda de força, alucinações, reviver situações traumáticas, medo da morte, vómitos e desmaios. Portanto, se sofres de ansiedade social, não te deves sentir deslocado ou alvo de crítica ou observado, porque a maior parte das pessoas têm os seus próprios problemas. Deves procurar ajuda, quer seja no consolo de amigos ou família quer seja através de ajuda médica. Deves-te manter perto das pessoas que realmente gostam de ti e que nunca te criticariam ou te forçariam a fazer algo que não estivesses confortável a fazer, e deves tentar enfrentar as situações que receias, porque o que conta é a tua própria felicidade e não o que as outras pessoas pensam de ti.


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ECOS de Viagem:

Vietname

por: Joana Leite 12.º C1

Fonte: Minh Luu Minhluu, Unsplash

É verdade, o Vietname tem tudo e mais alguma coisa. Para além de ser um país com muita beleza natural e com uma cultura rica e complexa, também tem uma lista de megacidades dinâmicas e exóticas. O Vietname é, realmente, um excelente exemplo do que é o mundo asiático: cheio de vida, cultura e uma elevada densidade populacional.

História e Cultura Este país asiático sofreu grandes influências externas. Entre estas destaca-se as influências chinesas e hindus, essencialmente nos templos, e a influência francesa, nas grandes cidades, como é evidente na arquitetura e nas avenidas. A história vietnamita, com fronteiras formadas, só começa no século XIX. Contudo, mesmo com as tentativas de colonização por parte do Japão e, obviamente, a colonização por parte da França, os vietnamitas sempre lutaram pela sua independência. Apesar das diversas vicissitudes em que o país se envolveu, como a guerra com os EUA, a população sempre defendeu os princípios e a cultura vietnamita.

Cidades e locais de destaque

Reconhecida como um local de património mundial em 1994, a Baía de Ha Long é constituída por muitas ilhas pequenas, onde se podem encontrar grutas, florestas e pequenos tesouros. A zona de Ha Long é verdadeiramente conhecida pela beleza paradisíaca e pelo ambiente calmo. Muitos visitantes optam por visitar o parque nacional e, também, por fazer uma viagem de barco.

16 || ECOS de Viagem || Vietnam

Fonte: Andy Tran, Shutterstock

Baía de Ha Long


Hanoi Hanoi, a capital do país, é o coração da essência cultural e histórica do Vietname. Aqui, é possível ver a verdadeira colisão do mundo chinês e francês. Para além de ser uma cidade moderna e cheia de vida, também tem o seu lado puro e natural. Hanoi é onde se encontra um bocadinho de tudo. Fonte: line.17qq.com

O Templo da Literatura é um exemplo raro da preservação da história. Fundado em 1070 pelo imperador Le Thanh Tong, este templo era, inicialmente, uma mini universidade;

Templo da Literatura

Lago de Hoan Kiem

Fonte: Nicolas Lannuzel

Fonte: Asiaeyetravel

O Templo de Bach Ma é um dos templos mais antigos da cidade, construído pelo imperador Ly Thai To para homenagear o cavalo branco que o guiou para este local que, mais tarde, levou à construção dos muros da cidade; A Casa de Opera; O Lago de Hoan Kiem sempre conquistou um lugar especial na história da cidade. Segundo a lenda, no século XV, o céu mandou uma espada mágica ao Imperador Ly Thai To para conquistar os chineses. Após a guerra, uma tartaruga dourada ficou com a espada e levou-a até ao fundo do lago. Acreditando-se ou não na lenda, o lago é tem muita magia e é mais do que um mero sítio bonito.

Casa de Opera

A ilha de Phu Quoc é recomendada para escapar a vida agitada nas cidades. Esta ilha tropical é conhecida pelas diversas praias de areia branca e pela densa área de selva tropical. O aumento das visitas turísticas levou ao desenvolvimento da ilha, que agora tem diversos resorts e meios de transporte. Para além de se desenvolver, o resto do Vietname conta com esta ilha para a produção de pimenta e de molho de peixe.

Fonte: Andreas M, Unsplash

Phu Quoc

ECOS de Viagem | Vietnam || 17


Ho Chi Minh A segunda maior cidade do Vietname, Ho Chi Minh, também é conhecida pela sua energia, vida e influências culturais. É nesta cidade gigante que se realmente vê a influência francesa nos edifícios e nas diversas avenidas. Ho Chi Minh transporta-nos para um mundo completamente diferente.

Fonte: Diego Delso, Wikipédia

Palácio da Reunificação: Este palácio está muito ligado à queda da cidade e à história comunista. Aliás, os tanques comunistas, que chegaram aos seus portões em 1975, ainda se encontram nos jardins do palácio. Contudo, a parte mais fascinante é, sem dúvida, o interior do palácio. Os primeiro e segundo pisos estão repletos de salas de reunião, salas de entretenimento, bares, um cinema e um heliporto. Mesmo assim, a cave do palácio é o local mais visitado por ter o centro de comunicações e os túneis de guerra.

Palácio da Reunificação

Túneis de Cu Chi

Catedral de Notre Dame

Mercado de Binh Tay: O mercado é, também, uma das principais atrações turísticas. Originalmente construído pelos franceses em 1880, este mercado tornou-se importante para a dinâmica comercial da cidade.

Fonte: Lerdsuwa, Wikipédia

Fonte: YP_photographer, Shutterstock

A Catedral de Notre Dame é o coração da cidade e é apenas um dos exemplos da influência dos franceses na cidade.

Fonte: GetYourGuide

Os túneis de Cu Chi: Com mais do que 120km de túneis de guerra, este local histórico permite conhecer a realidade subterrânea dos soldados vietnamitas em 1948, durante o conflito com os americanos.

Mercado de Binh Tay

O rio Mekong é o grande foco desta região do Vietname. A zona de Mekong é conhecida pelo mundo aquático, pela diversidade natural e pela vida social. Aliás, uma grande parte da vida social desta região decorre no próprio rio! Barcos, casas e mercados são apenas algumas das coisas que flutuam no rio e nos vários canais que se ligam uns aos outros.

18 || ECOS de Viagem || Vietnam

Fonte: Viator

Mekong

Rio Mekong


Fonte: Andreea Popa, Unsplash

Fonte: Ngô Thanh Tùng, Unsplash

Danang

A Ponte do Dragão, onde, todos os sábados e domingos à noite (por voltas das 21h), há um espetáculo noturno. A estrutura da ponte é um dragão que, nestes espetáculos, deita água e fogo, atraindo milhares de pessoas. Para além de oferecer entretenimento, também é conhecido por mudar de cores e ser um ponto de observação da cidade.

A Ponte Dourada, localizada no parque Ba Na Hills, encontra-se a mais de 1400 metros acima do nível de mar. Para além de ser conhecida pelas duas mãos que a seguram, a paisagem das montanhas e as flores plantadas na ponte contribuem para a sua beleza.

Culinária

Gỏi Cuốn

Fonte: Foody

Bánh mì

Fonte: Grab

Phở

Fonte: Vinanet

Fonte: Ideal Travel Asia

Se tivesse de escolher uma coisa que torna o Vietname único e especial, teria de ser a gastronomia. A culinária vietnamita caracteriza-se pela mistura de sabores e a diversidade de ingredientes utilizados. Mas qual é o segredo? As especiarias. Os pratos tradicionais têm muito em comum, neste caso a utilização de erva-cidreira, gengibre, hortelã, canela de Saigon, manjericão tailandês, entre outros. São tantos os pratos maravilhosos que podemos experimentar... Alguns dos mais conhecidos são: Phở (sopa tradicional com noodles); Bánh mì (sande com paté, vegetais e especiarias); Gỏi Cuốn (rolo de salada); Bánh Căn (minippanquecas salgadas).

Bánh Căn

ECOS de Viagem | Vietnam || 19


À JANELA E de repente, foi como se caíssemos no buraco do coelho branco, como Alice no país das maravilhas, e o mundo que encontramos não era mais aquele que conhecíamos. De repente, uma casa, tornou-se numa prisão irreal, um quarto numa cela e as janelas na única brecha que temos para espreitar o mundo de fora. Tudo parece mais negativo, e ver a luz em situações destas é, de facto, complicado. O ser humano é incompleto na sua ânsia de socializar, e quando se vê sozinho, teme às vezes os seus pensamentos . Só que estar sozinho, não é realmente o mesmo que estar solitário. E da mesma forma, estar isolado não é realmente estar sozinho, se todos à nossa volta se encontram na mesma situação. Mas a questão torna-se então na utilidade que o isolamento tem para nós, e se há, deveras, algum aspeto positivo em estar sozinho. A isso eu respondo que, muitas vezes, por estarmos tão ocupados em tentar descobrir os outros, nos esquecemos de nos descobrir a nós próprios. “Não devemos deixar de explorar e o fim de todas as nossas explorações será chegar onde começamos e conhecer o local pela primeira vez” – T. S. Eliot. Fonte: Danielle Dolson, Unsplash

Auto-descoberta

Tema de Capa

Se formos a pensar, o local onde começamos pode ser de facto, o nosso próprio


corpo, ou a nossa cabeça, porque antes de conhecer o mundo, precisamos de conhecer um pouco de nós próprios. Mas um pouco não chega, devido à constante mudança do ser humano. É preciso mudar, é preciso evoluir, e o que outrora conhecemos, um dia pode já não existir. Estes períodos de quarentena em que nos focamos na raiva, ansiedade e desespero em voltar a sentir um raio de sol, ou um abraço simpático daqueles que amamos, podiam ser utilizados para nos redescobrirmos. É um período favorável para a mudança, para a evolução própria em vez de ficar a ver o mundo evoluir sozinho à nossa frente num ecrã de televisão. Até uma lagarta entra num casulo para depois se tornar uma borboleta. E há que reparar que a lagarta o faz sozinha, ela isola-se antes de mostrar ao mundo o seu verdadeiro eu. O processo de autodescoberta pode parecer algo filosófico, algo complexo que não assenta com a lógica de muitos, mas em poucas e simples palavras, este termo medonho torna-se em algo acessível a qualquer um. Tudo começa na atitude de autoconsciência. Nesta primeira fase, o objetivo é explorarmos quem somos de momento e se a figura que mostramos aos outros é de facto quem nós somos. Esqueçam aqueles vídeos que vos pedem para apagar todas as redes sociais! Para quê isolarmo-nos ainda mais? Como já referi em cima, a nossa necessidade de nos conectarmos com os outros é essencial ao nosso bem-estar e felicidade. Se o confinamento já nos limita grande parte da experiência social, é escusado

limitá-lo mais ainda. O próximo passo é a consciência de como nós somos, com as coisas boas e menos boas que todos temos e a sua consequente aceitação. Esta é talvez a fase mais complicada, porque deve partir do indivíduo a necessidade de desenvolver amor-próprio, e aceitar o nosso corpo, as nossas falhas e lados mal recortados. Nem sempre é fácil. Mas a genuinidade da situação é esta. É uma altura em que as preocupações com o julgamento social cessam, porque cada dia é passado unicamente na companhia da nossa pessoa. Então, a única opinião a ser ouvida com relevância é a nossa. O desenvolver na nossa forma mais genuína e honesta tira, então, partido de uma situação que a princípio soa completamente desconcertante.

O mundo corre de momento como se fosse guiado pelo chapeleiro louco, uma carruagem sem rodas e sem cocheiro que indique o caminho a seguir. Mas quando a nossa realidade voltar a emergir mais forte, tudo vai parecer diferente, porque tudo irá ter mudado durante o tempo que ficámos assim. Se o sentimento mais primitivo do ser humano for o medo, e o que nós mais tememos é o desconhecido, é importante pôr os pés no novo mundo, tendo pelo menos a certeza de que há, realmente, algo que conhecemos. E que melhor coisa há para se conhecer, se não a nós próprios?

“O propósito da vida é descobrir o nosso dom. O sentido da vida é doá-lo.” – David Viscott.

No seguimento disto, o terceiro passo é listar desejos e ambições, encontrar aquilo que nos faz feliz e permite o nosso desenvolvimento pessoal. Todos precisamos de cinco hobbies: um para fazer dinheiro, um para nos manter em forma, um para nos manter criativos, um para construir o nosso conhecimento e um para evoluir a nossa mentalidade. Depois de os descobrir, aqueles que podemos pôr em prática de momento, hão de fazer o seu trabalho e ajudar neste processo de autodescoberta. Qualquer dom que venha à tona há de, mais tarde ou mais cede, servir para a humanidade, e é a isso que se refere o doar.

Tema de Capa || 21


O fortalecimento das relações parentais durante o confinamento O confinamento a que a pandemia nos conduziu, obrigando-nos a uma convivência diária num contexto de partilha de um mesmo espaço, fez com que os relacionamentos entre os vários elementos das famílias nucleares se modificassem e passassem a ser vividos de uma forma até aí desconhecidos. Esta nova vivência deu origem a grandes transformações no seio destas famílias, criando uma nova dinâmica e uma nova forma de ser e de estar entre os seus elementos, pelas condicionantes que o confinamento causou. Muito se tem falado sobre as relações parentais durante este período. Se, por um lado, se apontam aspetos menos positivos, há que ter em conta que com ele também se desenvolveram e aprofundaram os laços afetivos entre pais e filhos, ao mesmo tempo que a comunicação entre eles se foi operando devido a um maior diálogo e a uma maior interação. Não menos desprezível é o facto de, com o confinamento e o conhecimento de cada um, e de cada uma das personalidades envolvidas, pelo facto de as pessoas estarem juntas por mais tempo, torna-se mais próximas, aprofunda as suas relações, com as inerentes vantagens para um melhor entendimento e compreensão entre todos. Ora, esta reflexão só permite concluir que este contexto poderá levar a um melhoramento das relações parentais, em que todos os intervenientes saem mais fortalecidos entre eles a nível afetivo.

22 || Tema de Capa Fonte: Ricardo Moura, Unsplash


Fonte: Ryoji Iwata, Unsplash

A importância das pequenas coisas no quotidiano do ser humano Atualmente, o ser humano começa a valorizar coisas a que antigamente não dava importância. Este fenómeno deveu-se à situação pandémica que o mundo está a vivenciar, em que o indivíduo começa a considerar vivências que considerava anteriormente insignificantes e agora as vê como sendo cruciais, pois apercebeu-se de que nunca se sabe o dia de amanhã e, por isso, tem de viver sem fazer muitos planos e aproveitando cada momento como se fosse único. Assim, por exemplo, antigamente, os jovens não valorizavam o contacto que tinham com a sua família e os seus pares, e agora, neste momento tão delicado, estão a aperceber-se do papel preponderante que estas pessoas exercem na sua vida e como influenciam o seu bemestar psíquico e, mesmo físico. Para além disso, o ser humano ao não ter contacto físico e social com outros poderá comprometer as suas relações interpessoais e levar a que a sociedade se torne ainda menos coesa. Em suma, uma das principais vantagens do momento extraordinário que vivemos é saber estimar os pequenos momentos que o caminho da vida nos proporciona.

Tema de Capa || 23


Instagram: @proibido.nao.ler

Leitura e Sentimentos por: Prof.ª Daniela Pinheiro

Observo as estantes dos livros e tenho a certeza. Seguro os livros nas mãos e tenho, mais uma vez, a certeza. As lombadas, o papel, as cores, as letras, as histórias, as viagens, as aprendizagens, a imaginação, a companhia. Os sentimentos. A paixão pelos livros nasce aqui. Tenho a certeza. Como diz António Lobo Antunes, médico e escritor, “Os livros são coisas que se apanham, como uma gripe.”. Eu apanhei a gripe e nunca mais me curei. Vivo saudavelmente nesta gripe, porque vivo numa poção mágica que é a leitura, de abraços, de colos, de mezinhas, de histórias, de voz e de génio. Uma poção mágica porque sem os livros a vida é mais difícil, seca e os horizontes mais curtos. Muitos escritores dizem que sem escrever a sua vida não tem sentido, que precisam de escrever para viver. Se eles não os tivessem escrito, também a nossa vida não teria sentido, não teríamos um mundo inteiro para viver. Um livro é um mundo, mas um livro também pode conter um mundo. Não há fórmulas corretas para se gostar dos livros, para se ler livros. Mas

24 || Tema de Capa

há um processo. Primeiro lê-se através do tato, depois do olfato e, mais tarde, da visão. Muitos me perguntam qual é o segredo para se gostar de ler. E eu respondo sem hesitação. Ler. Para se gostar de ler é só preciso ler. Mas se eu não gosto de ler, nunca gostei. Insistem. Porque não lês, respondo eu. Insisto. Quando começares a ler, vais gostar de ler. A força da leitura é mesmo essa. Mesmo quem afirma não gostar de ler sente fascínio pela leitura. A imagem é romântica. O leitor com um livro nas mãos. Os olhos a acompanhar as letras. Está a viajar sem se mexer. Não revela a ninguém onde o podem encontrar. É um espetáculo bonito, mas desconcertante, se pensarmos para onde vai a mente daquele leitor, a sua alma, o seu coração. Tudo vai com ele. Por isso, há sempre a curiosidade de tentar perceber qual é o livro que o outro está a ler. Como se dali surgisse um pacto secreto. Falamos sem falar. Também gosto desse autor. Já li esse livro. Tenho curiosidade em ler esse livro. E desse silêncio nasce uma conversa entre dois leitores que não se conhecem, mas vão dialogar no abstrato. Porque quem está com o livro e percebe

que está a ser observado também se interroga. Se já o leu. Se conhece o escritor. Se tem curiosidade em ler o livro. Se terá gostado do final ou se estará a achar que somos almas gémeas... Há um mundo paralelo a acontecer a partir de um livro – um mundo de sentimentos. A verdade é que estamos muito aquém de saber a quantidade astronómica de emoções que as leituras nos proporcionam. Podemos voltar muitas vezes à Lua e a Marte, mas descobrir por que motivo um livro nos toca mais que outro, é uma matéria insondável. Jamais o saberemos. Não estão descobertas as ferramentas para medir com precisão o diferente impacto da leitura no leitor. Poderá estar chocado e horrorizado com os relatos de Viktor E. Frankl, um sobrevivente de Auschwitz, O Homem em Busca de um Sentido. Espantado e preocupado com a aproximação de um mundo sedento de poder em que todos são constantemente vigiados e privados de pensamento e opinião, como na obra 1984, de George Orwell. Inquieto e deslumbrado com a complexidade da mente


de Fernando Pessoa e as inúmeras dúvidas existenciais no Livro do Desassossego. Expectante e assustado por entrar Dentro do segredo da Coreia do Norte, com José Luís Peixoto. Em transe de tanto Jalan Jalan, um andar, andar sem fim pelo mundo de mãos dadas com o Afonso Cruz. Orgulhoso e estimulado pela leitura do prémio Nobel da Literatura, ao ser transportado por José Saramago para as muitas histórias da História, ao conhecer o Memorial do Convento de Mafra. Sobressaltado e intrigado na companhia do João Tordo na narrativa de um assassinato envolvido em grande mistério. Fascinado com a leitura de qualquer um dos livros de António Damásio ao poder desvendar o mundo da consciência, do cérebro, para O Conhecimento de Si, enquanto descobre O Erro de Descartes. Seduzido pela

aventura dos livros ao longo dos séculos e admirado pela sua força, carácter e espírito de sobrevivência (ou já não teríamos livros para ler). Conduzidos magistralmente por Irene Vallejo desde O Infinito num Junco até ao presente, dando continuidade à missão aventureira dos primeiros caçadores de livros. Emocionado, estarrecido e até zangado com a ousadia e a lucidez do Valter Hugo Mãe ao contar O Remorso de Baltasar Serapião. Apaixonado e emocionado com a história de amor de Jane Austen que ultrapassa o Orgulho e Preconceito, dando a conhecer que o amor dos séculos passados, feito de avanços e recuos, encontros e desencontros, é, afinal, como o amor do presente. Envolvido com a história do jovem d’O Retrato de Dorien Gray, de Oscar Wilde, na procura da imortalidade. Introspetivo e

comovido com a poesia da Filipa Leal, imaginando O Quadro do Futuro... Em cada leitura vários afetos. Em cada história várias emoções. Tantos livros, tantos sentimentos. Tenho a certeza. Sei que as páginas dos livros sempre acompanharam a minha história. Leio para melhor refletir, conhecer, amar, chorar, gritar, aprender, ensinar. Leio para ouvir a voz dos que viveram, estudaram, conheceram, ouviram, viram, viajaram. Leio porque acredito que nos livros está a proximidade com o outro, com os outros, mas também comigo. São histórias que estão literalmente ao alcance do nosso olhar. São laços afetivos de muita proximidade com histórias que nada mais são do que as histórias de outros e que, no fim, também são as nossas histórias.


AMP Jump

por: Vicente Trigo, 12.º C1

A música escolhida para esta edição é um regresso ao passado, aos anos 80. A música “Jump” é da banda americana de Rock, Van Halen, lançada em 1984. Começando por um dos riffs mais facilmente reconhecidos na história da música, a canção é seguida por uma letra que nos fala sobre aproveitar o momento ao máximo, de não nos preocuparmos com coisas fúteis. David Lee Roth e Eddie Van Halen disseram que a música é uma alusão ao fim da nossa vida na Terra, e, que normalmente, essas músicas são lentas e muito depressivas. Com uma aproximação diferente a esse género musical, “Jump” tornou-se, sem dúvida, uma das melhores e mais essenciais composições de rock.

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Mother Mother por: Inês Leitão, 12.º C1

Mother Mother é uma banda canadiana de indie rock que recentemente ganhou grande popularidade devido à aplicação Tik Tok. A banda consiste em cinco elementos: Ryan Guldemond na guitarra e voz; Ali Siadat na bateria; Mike Young no baixo e Molly Guldemond e Jasmin Parkin no teclado e voz. Em 2005, a banda lançou, de forma independente, o seu primeiro álbum, sob o nome de banda de Mother. Mais tarde, em 2007, mudaram o nome para Mother Mother e relançaram o seu álbum com a Last Gang Records. Entretanto lançaram mais seis álbuns, tendo o segundo, O My Heart, sido em 2008, cujas músicas viralizaram no Tik Tok quase doze anos após o seu lançamento. Assim, Mother Mother chegou ao topo dos rankings no Spotify, estando também a trabalhar num novo álbum. Recomendo músicas como “Hayloft” e “Verbatim”, dois dos seus maiores hits, e “I Got Love”, do seu mais recente single.

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NÃO SEJAS NÃO SEJAS UM ECO UM ECO Por: Joana Ribeiro; Filipa Reininho Kersten ; Sara Silva; 11.º C1

Cristiana Gonçalves Pereira

Em todas as edições passadas , da revista ECOS, a moda teve sempre um papel de destaque, visto que este tema é muito apelativo a um elevado número de leitores . No entanto, nesta edição, quisemos inovar e pela primeira vez, entrevistámos uma pessoa que está diretamente ligada a este ramo. Assim, entrevistámos Cristiana Gonçalves Pereira, a diretora da agência Best Models.

ECOS — (E): O mundo da moda é algo que sempre despertou interesse ou trata-se de algo recente? Cristiana Gonçalves Pereira — (CP): O mundo da moda sempre foi algo que despertou o meu interesse e com o qual sempre me identifiquei. No entanto, pode dizer-se que só recentemente, ao abraçar este projeto, é que passei realmente a ter contacto direito e diário com a área, pelo menos no que respeita à moda profissional. E: Alguma vez pensaste em seguir a carreira de modelo? CP: Sempre gostei de fazer trabalhos fotográficos, mas a verdade é que a minha vida acabou por seguir outros caminhos. Na altura em que trabalhei na televisão acabei por fazer mais alguns trabalhos comerciais e sem dúvida que adorei a experiência. E: Como te sentes ao ser tão jovem e já dona de uma agência de modelos tão conceituada? CP: Sinto-me bem! Sinto que este é um desafio à minha medida e sei que com empenho e dedicação vou conseguir continuar o belo caminho que pela agência tem vindo a ser desenvolvido nos últimos vinte e dois anos. A minha idade não tem de ser vista como um obstáculo, muito pelo contrário, acho que posso trazer sangue novo e ideias novas a esta área empresarial. E: Consideras-te uma inspiração para várias jovens? CP: Espero realmente que sim. Mesmo sendo licenciada em direito, tenho, nos últimos anos, trabalhado paralelamente em áreas completamente distintas da minha formação. A verdade é que acredito que sem as bases do meu curso isto não seria possível e tal não deixa de ser um exemplo para tantos jovens que muitas vezes tiram uma formação académica e não conseguem trabalhar na área ou simplesmente não se sentem realizados e têm de refazer os

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seus planos profissionais. Os cursos superiores dão-nos bases e competências para muitas outras coisas que não só a especialização numa determinada área profissional. E: Qual é o teu ponto de vista sobre a nova visão da moda, que inclui todos os tipos e tamanhos de corpos? CP: O mundo está em constante mudança e a moda, tal como todas as outras áreas, tem de acompanhar essa mudança e de se modernizar. Se olharmos para a história da moda, vemos que isso foi sempre acontecendo. As tendências mudaram, os critérios para se ser modelo também. A inclusão social e a aceitação têm vindo a ganhar força nos últimos anos e eu não podia estar mais de acordo com isso. Acredito, no entanto, que, no que à moda diz respeito, ainda há muito para evoluir nessa matéria até se conseguir chegar ao equilíbrio necessário. Ainda assim, o real people é já um departamento presente em várias agências, bastante procurado pelas marcas e pelos clientes. E: Na tua opinião, consideras que tens um consumo consciente e sustentável ou preferes seguir as tendências, mesmo que não sejam as mais amigas do ambiente? CP: Penso que todos somos influenciados pelas tendências, mesmo que inconsciente. Aliás, hoje em dia, com as redes sociais, essa influência é ainda mais imediata. A boa noticia é que o eco friendly é já uma tendência que veio para ficar. As marcas são cada vez são mais pressionadas pelas novas gerações a irem ao encontro de uma produção sustentável e amiga do ambiente. A prova disso é que já temos grandes marcas a seguir o caminho da moda sustentável. E: Face à situação pandémica que está a afetar todo o mundo, como é que a Best Models se está a reinventar? CP: O último ano foi um grande desafio para todas as empresas. A Best Models sentiu a necessidade e sobretudo a responsabilidade de se reinventar. Apostamos no digital, lançamos um novo site, criamos vídeos e conteúdos que permitam aos nossos clientes conhecer mais e melhor os nossos agenciados virtualmente, procuramos mostrar backstages e equipas com quem trabalhamos com a devida segurança, tudo ferramentas destinadas a criar proximidade e confiança, numa fase de tanta distância.

As redes sociais naturalmente assumiram nesta altura um papel fundamental e, por isso, a criação de conteúdos novos e diferentes tem sido um desafio diário para a nossa equipa, que tem como objetivo não só dar a conhecer o nosso trabalho e os rostos da empresa, como também entreter todos os que nos seguem. E: Além disso, é de senso comum investir no mercado nacional. Deste modelo, como proprietária de uma agência, investes em merchandising produzido em Portugal? CP: A Best é uma agência portuguesa. Tem um forte departamento internacional mas será sempre em primeira instância uma agência nacional. A maior parte dos nossos modelos são nacionais, participamos ativamente em todos os eventos de moda nacional, em especial no Moda Lisboa e no Portugal Fashion, que destacam as coleções dos estilistas portugueses. Relativamente aos nossos clientes, temos clientes internacionais mas os nossos principais clientes são marcas portuguesas. Podemos por isso dizer que investimos a maior parte dos nossos recursos no mercado da moda nacional. E: Quais as características que os jovens adultos têm de ter para se candidatarem à Best Models? CP: A agência tem atualmente diferentes departamentos, cada um deles com critérios específicos de seleção. Para se inscreverem como modelos a altura é um requisito: a altura. Para as mulheres, 1,72 m no mínimo e para os homens 1,82 m. Para se inscreverem como modelos comerciais não temos qualquer requisito na altura ou nas medidas. Não é necessária nenhuma experiência na área, nem será cobrado qualquer valor de inscrição. É importante gostarem de moda e sentirem-se confortáveis perante as camaras fotográficas. E: O que é necessário fazer formalmente para formalizar a candidatura? CP: A candidatura pode ser feita diretamente no nosso site em https://www.bestmodelsagency. com/ No separador “Candidata-te”, preenchem as informações solicitadas e anexam fotográfica (não têm que ser profissionais) Depois disso, é só aguardar uma resposta do nosso departamento de scouting.

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MAIS+ +Livro

por: Joana Moreira Ribeiro 11.º C1

A Provedora é uma obra escrita por V.S Alexender e a primeira edição foi feita em 2018. Este livro é inspirado numa história verídica. É uma obra escrita na primeira pessoa, o que permite ao leitor imaginar que está a ler as memórias desta jovem, que tanto sofreu. A ação decorre em plena Segunda Guerra Mundial, no lado nazi, já que a personagem principal é uma das provadoras da comida de Hitler. O livro começa com a ida de uma jovem que se chama Magda Ritter para Berchtesgaden, uma remota cidade nos Alpes. Posteriormente, muda-se para Berghof, o refúgio de montanha de Adolf Hitler, pois é selecionada para ser uma das quinze provadoras. Ela permaneceu neste cargo até à morte de Hitler, conspirando contra este a partir do momento em que se apercebe das atrocidades executadas por ele, contando sempre com o apoio do seu amado, um oficial das SS, que, no entanto, também conspirava contra o Führer. Esta obra permite que o leitor tenha uma visão completamente diferente e ampliada sobre Hitler e sobre as pessoas que o rodearam, descobrindo os seus costumes, os hábitos e as formas de conviver do líder nazi.

+Filme

por: Camila Teixeira, 12.º C1 As Vantagens de Ser Invisível, de Stephen Chbosky, conta-nos a história de Charlie, um rapaz de 15 anos que sempre se sentiu deslocado. Este vê a sua vida mudar quando conhece Sam, uma rapariga por quem se apaixona perdidamente, e o seu meioirmão, Pat. Os dois irão acolher Charlie e ajudá-lo a descobrir o mundo da adolescência, repleto de festas, novas amizades e novos amores, enquanto eles próprios lidam com os problemas, as angústias e as reviravoltas que qualquer adolescência tem. A obra deixa-nos conhecer Charlie de uma forma profunda e sincera, à medida que este partilha connosco todas as suas experiências, vivências, e nos relata tudo aquilo que lhe vai na mente. Chbosky consegue, sem rodeios e de forma crua, abordar aquilo que a adolescência realmente é: os anos em que começamos a descobrir quem somos e onde realmente pertencemos. As Vantagens de Ser Invisível é uma obra dolorosa mas sensacional, ao mesmo tempo, sendo uma leitura imprescindível a todos os adolescentes. Foi ainda adaptada ao cinema com a brilhante participação de Logan Lerman, Emma Watson e Ezra Miller nos papéis principais, com uma banda sonora excepcional e de apertar o coração.

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+Livro

por: Ana Luísa Teixeira, 8.º A Vivemos numa época diferente, ligados uns aos outros, mas isolados de todos. Vivemos num momento cheio de contradições. A propósito destas contradições, lembro-me de um livro que li, fantástico e que me marcou muito. Trata-se do livro de Afonso Cruz, A Contradição Humana, lançado em 2010, pela Editoria Caminho e foi vencedor dos prémios Sociedade Portuguesa e Autores / RTP para melhor livro de literatura infantojuvenil de 2011, “White Ravens em 2011” e menção especial do Prémio Nacional de Ilustração em 2011. É a história de uma criança atenta ao mundo, às suas contradições e opostos, com ilustrações maravilhosas, cheias de humor e ironia. Destaco uma passagem, que retrata um pouco do nosso estado de espírito neste confinamento: “Ninguém tem mais amigos do que a minha prima que vive na ilha da Madeira, MAS QUANTO MAIS PESSOAS TEM À VOLTA DELA, mais só ela se sente. Está sempre rodeada de gente, mas está sempre SOZINHA!”. É como se vivesse numa ilha deserta rodeada de um mar cheio de gente! Vivemos ligados ao mundo, mas isolados do contacto físico, dos amigos, da escola.

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Externato Ribadouro


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