ECOS MAGAZINE | 6.º EDIÇÃO | JUNHO

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junho | 2020 edição n.º 6 ano letivo de 2019/2020

Externato Ribadouro

Adaptado de: SeasideShedStudio in https://www.etsy.com/uk/listing/719529863/stronger-together-human-diversity


Sumรกrio ECOS DO RIBADOURO

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ECOS DE VIAGEM

12 16

AMP

DO MUNDO

JUNTOS MAIS FORTES

26 28

Nร O SEJAS UM ECO

32 34 2 || Sumรกrio

MAIS+


Ficha Técnica junho 2020 | edição n.º 6 Colaboradores: 10.º A5 Diana Henriques Patrícia Azevedo Liliana Valente 10.º A10 António Gonçalves Miguel Santos Pedro Fonseca 11.º C1 Afonso Mendes Camila Teixeira Inês Leitão Joana Leite Júlia Koche Leonor Trigo Mafalda Paredes Margarida Ribeiro Vicente Trigo 12.º A14 Gonçalo Roncha Participação especial: Inês Vale, 12.º A9 Revisão: Ricardo Cruz Design: Afonso Mendes Miguel Santos Imagem de Capa: Miguel Santos Supervisão: Carla Noronha António Pedro Antunes Bruno César Margarida Braga Publicado por: Externato Ribadouro Rua de Santa Catarina, 1346 4000-447 Porto

direcaopedagogica@ribadouro.com

Editorial Diferenças | Século XXI | Educação Inclusiva A Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusiva (EMAEI) do Externato Ribadouro tem como principal função proporcionar a todos os alunos, momentos e espaços de aprendizagens condutores de um futuro que o mundo global obriga a uma adaptação cada vez mais exigente. Ao falarmos de adaptação, conseguimos facilmente perceber que cada aluno na sua singularidade possui especificidades, ritmos de aprendizagem e desenvolvimento próprios. São estas diferenças que nos permitem desenvolver metodologias de ação centradas no aluno, isto para que a participação seja uma partilha das experiências, de conhecimentos e de vivências, em que o envolvimento ativo, o poder de decisão, o facto de se ser reconhecido, respeitado e valorizado tem significado para TODOS. Pretende-se garantir uma igualdade de oportunidades, ao longo do percurso escolar, de forma a assegurar a equidade. É nesta linha de pensamento, sustentada em práticas psicopedagógicas estruturadas e pensadas por professores, famílias e técnicos especializados, que conseguimos reconhecer que as diferenças são a IDENTIDADE. Ou seja, definem cada aluno no seu particular enquanto ser humano, sendo parte de um todo – a ESCOLA. Externato Ribadouro, Porto, 27 de maio de 2020 EMAEI

Editorial || 3


Dia Mundial da Língua Portuguesa 5 de maio de 2020 Celebra-se hoje o primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa. A Biblioteca Escolar congratula-se com a decisão da UNESCO, que reconhece o Português como língua global e de comunicação internacional. Língua materna, língua segunda, de herança, de ideias, de emoções e de afetos, de negócios, de comunicação internacional, de mobilização cultural, artística e científica abre oportunidades para o multiculturalismo e cooperação internacional. O Português na Casa do Mundo Hoje é uma porta para aceder ao Mundo uma janela para o poder ver, conhecer e perceber uma varanda para o poder contemplar e apreciar uma ponte para interconectar o Mundo Com mais de 265 milhões de falantes, a mais falada no hemisfério sul, a quarta a nível mundial, a quinta mais usada na Internet e a terceira mais usada no Facebook, é língua oficial de nove países.

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Pensa numa ou mais palavras, num poema, num pequeno texto narrativo. Depois dá forma às palavras e dá-lhes vida, através do traço, da cor, de uma canção, de um poema, ou texto narrativo, fá-las ressoar na tua cabeça. Com elas conta, canta, pinta, dança…

ESRITORES QUE ABRILHANTAM A LÍNGUA PORTUGUESA ESTES SÃO SÓ ALGUNS Pepetela, Luandino Vieira, José Eduardo Agualusa (Angola); José Craveirinha, Mia Couto, Paulina Chiziane (Moçambique); Machado de Assis, João Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Jorge Amado (Brasil); Arménio Vieira, Germano Almeida, Orlanda Amarílis (Cabo Verde); Abdulai Sila (Guiné-Bissau); Conceição Lima (São Tomé e Príncipe); Luís Cardoso (Timor-Leste); Luís de Camões, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, David Mourão-Ferreira, José Saramago, Agustina Bessa-Luís, António Gedeão (Portugal).

ECOS do Ribadouro || 5


DO MUNDO Relações Internacionais

Avangard – O novo veículo de propulsão hipersónica que pode fazer renascer a corrida ao armamento por Gonçalo Roncha, 12.º A14

Fonte: Justin Novello em Unsplash


Fonte: Site do Kremlin

O cenário atual parece lembrar os tensos anos de Kruschev ao comando do Partido Comunista da União Soviética. Em 1957, a Guerra Fria estava prestes a atingir o seu apogeu, com as tensões ao rubro na Europa do Pacto de Varsóvia, bem como em Cuba, Indochina e na República Popular da China (RPC). A bipolarização do mundo levou os dois blocos ideológicos a enveredarem por uma corrida ao armamento sem precedentes, sendo que o bloco comunista parecia estar a ganhar esta corrida, para grande pânico de Washington. Neste mesmo ano, Kruschev dá um grande passo para o futuro da guerra fria: a criação do primeiro míssil intercontinental balístico, o R-7 Semyorka, capaz de atingir todo o território dos EUA. Todo este cenário constitui, sem dúvida, uma espécie de analepse, nos dias de hoje. A 27 de dezembro de 2019, Putin e o seu executivo apresentaram o novo míssil intercontinental supersónico do exército russo: o Avangard. Esta arma é capaz de ultrapassar a velocidade do som em cerca de 37 vezes, bem como mudar de trajetória durante o seu percurso, tornando-o um alvo extremamente difícil de abater, já que a grande maioria dos mísseis seguem trajetórias previsíveis. Além disso, o Avangard é capaz de transportar uma arma nuclear responsável pela libertação de cerca de 4 840 000 000 000 0000 joules, cerca de 100 vezes mais poderosa que a lançada nos céus de Hiroshima em 1945. Este novo míssil foi colocado na Região de Orenburg, junto da fronteira com o Cazaquistão, aliado russo desde a queda da União Soviética, em 1991. Esta nova aquisição russa levou a uma escalada sem precedentes na corrida ao armamento, entre a Rússia de Putin, os EUA de Trump e a República Popular da China de Xi Jinping, sendo que os EUA anunciaram a incapacidade em construir semelhante míssil nos próximos anos. Por outro lado, a RPC afirma já estar a trabalhar em projetos para obter uma arma semelhante. Contudo, apenas a Rússia detém a posse desta poderosa arma, uma grande conquista para Vladimir Putin e uma mudança drástica na iniciativa, que agora se desenvolve na Rússia, país que tem vindo progressivamente a expandir a sua esfera de influência, controlando o Médio Oriente, a Ásia Central e, de forma lenta e discreta, a própria Europa, através de intensos programas de destabilização política e das chamadas proxy wars na Crimeia e nas autoproclamadas Repúblicas Populares de Luhansk e Donbass.

Centro de controlo do Avangard

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DO MUNDO Biologia

Organismos Geneticamente Modificados (OGM) por Inês Vale, 12.º A9

Fonte: Bill Oxford em Unsplash


Engenharia Genética Engenharia genética são as técnicas de manipulação e recombinação dos genes, através de um conjunto de conhecimentos científicos (genética, biologia molecular, bioquímica, entre outros), que reformulam, reconstituem, reproduzem e até criam seres vivos. Envolvem frequentemente o isolamento, a manipulação e a introdução do DNA num ser vivo, geralmente para expressar um gene. O objetivo é introduzir novas características num ser vivo para aumentar a sua utilidade, tal como aumentar a área de uma espécie de cultivo, introduzindo uma nova característica, ou produzindo uma nova proteína ou enzima. As técnicas de manipulação genética desenvolveram-se a partir de 1970 e as suas aplicações têm alcançado diversas áreas, como a medicina, a agricultura e a pecuária. Organismos Geneticamente Modificados Os organismos geneticamente modificados (OGM) podem ser definidos como organismos, nos quais o material genético (DNA) foi alterado de um modo que não ocorre na natureza por reprodução ou recombinação natural. A tecnologia é denominada frequentemente como biotecnologia moderna ou engenharia genética e permite que genes selecionados individualmente sejam transferidos de um organismo para outro, mesmo em espécies não relacionadas, com o objetivo de acrescentar novas características à espécie que já existia naturalmente. Para produzir estes organismos, também designados transgénicos, não se transfere apenas o gene ou genes que vão induzir determinadas características. É necessário também um marcador (que permita a distinção entre os organismos manipulados e os outros) e um promotor e terminador (que permitam copiar o gene para o novo organismo). Esta técnica tanto apresenta vantagens como desvantagens. Apllicação da tecnologia dos OGM Uma das aplicações mais importantes dos organismos geneticamente modificados é a terapia génica, que se baseia na introdução de genes nas células e tecidos de indivíduos que possuam uma doença causada pela deficiência desse gene, técnica comum em tratamento de doenças hereditárias. Embora seja uma terapia em estado primitivo, tem revelado bons resultados. Além disso, a tecnologia do DNA recombinante permite hoje em dia criar proteínas a partir de bactérias. O melhor exemplo é o da insulina. Os diabéticos precisam de insulina para manterem os seus níveis de açúcar no sangue em equilíbrio, insulina essa que há uns anos atrás era extraída do pâncreas de porcos para poder fornecer a população diabética. O primeiro organismo geneticamente modificado foi uma bactéria chamada Eschericia coli. Esta foi modificada de modo a integrar o gene humano responsável pela produção de insulina. Posto isto, a bactéria passou a produzir a insulina humana em doses industriais, uma vez que o processo de reprodução das bactérias é muito rápido. Assim, passámos a dispor das quantidades de insulina suficientes para satisfazer a população mundial, sem ter de sacrificar milhares de porcos para esse efeito.

ECOS do Mundo | Biologia || 9


Procedimento Experimental (exemplo) O milho é um dos alimentos modificados mais consumidos em todo o mundo, sendo formado através da técnica do DNA recombinante. Neste caso específico, abordarse-á uma das variedades de milho BT, que foram geneticamente modificadas para se tornarem mais tolerantes à ação de duas espécies de larvas, Sesamia nonagrioides e Ostrinia nubilalis. Formação: O milho é chamado de BT devido à introdução de genes da bactéria de solo Bacillus thuringiensis, que durante o seu desenvolvimento, especialmente na esporulação, produzem proteínas tóxicas a determinados tipos de insetos. Assim sendo, há a conjugação de genes da B. thuringiensis no DNA do milho. Ou seja, a inserção da B. thuringiensis promove a produção de uma proteína tóxica na planta, as proteínas Cry. Estas são uma ótima forma de controlo de insetos devido à sua especificidade, devido ao seu modo de ação. Da forma como são produzidas pela bactéria, estas proteínas são inócuas para o Homem. Em suma, o processo inicia-se pela obtenção de fragmentos de DNA bem definidos em B. thuringiensis, utilizando enzimas de restrição. Estes fragmentos são depois inseridos noutras moléculas (plasmídeos portadores de Cry) que vão servir para a sua seleção e multiplicação em células bacterianas e, posteriormente, como vetores de transporte e inserção no genoma nuclear do hospedeiro (milho). Após a formação: Para que as proteínas Cry atuem, há a necessidade da ingestão da proteína pela praga-alvo. A proteína é nociva contra insetos de ordem Lepidoptera, como é o caso das lagartas e larvas, que são as principais pragas no cultivo de milho. A ingestão dessa toxina pela lagarta, enquanto se alimenta das folhas da planta, altera o equilíbrio osmótico das células que revestem o seu intestino, inibindo a absorção de nutrientes e levando à morte do inseto.

Assim, a planta do milho tornou-se resistente a pragas, pois, através da técnica de DNA recombinante, foi possível melhorar este alimento pela junção dos genes pretendidos ao seu DNA.

Nota: este artigo constitui um excerto de um trabalho apresentado no âmbito da disciplina de Biologia (12.º ano).

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Fonte: United Nations COVID-19 Response em Unsplash

ECOS do Mundo| Biologia || 11


Fonte: Pixabay

Singapura por: Joana Leite, 11.º C1

Localizado a sul do continente asiático, Singapura é dos países mais jovens do mundo. Apesar da sua pequena dimensão, esta cidade-estado foi crescendo a nível histórico, cultural e, até, a nível populacional. Singapura, neste momento, tem cerca de 5,6 milhões de habitantes, muitos destes sendo expatriados. É possível considerar este pequeno território como um segundo mundo, devido à diversidade nele existente. Contudo, antes de embarcar numa viagem para o continente asiático, é importante ter em conta algumas regras e dicas para que tudo corra bem.

Informações Importantes Singapura, para além de ser um país seguro, tem uma grande oferta de transportes públicos a custos pouco elevados, permitindo uma maior mobilidade das pessoas. Contudo, é importante ter conhecimento das regras básicas (ex: a pastilha elástica não é permitida no país) e que, caso seja necessário, a maioria da população sabe falar um inglês básico.

Sítios para visitar O Museu das Civilizações Asiáticas (Asian Civilisations Museum) O Museu das Civilizações Asiática, localizado na área central do país, é considerado um dos sítios mais frequentados no país. O edifício serve para contar a história da evolução das civilizações, no continente asiático, principalmente através de eventos históricos, da cultura, dos têxteis e, também, da religião. O objetivo principal do museu é mostrar a diversidade presente em Singapura e, de certa forma, celebrá-la. Construído em 1865, por John Frederick Adolphus McNair, o edifício foi, inicialmente, utilizado pelo governo. Horário: 10h00 – 19h00 (na sexta-feira até às 21h00) Preço: +/- 3 € 12 || ECOS de Viagem || Singapura


Fonte: Visit Singapore

Fonte: Wikipedia

Marina Bay Sands e os Jardins

Night Safari

A Marina Bay Sands, um edifício de 200 metros, foi construída pelo arquiteto Moshe Safdie. É na Marina Bay Sands que podemos encontrar um hotel, um shopping, um museu, um teatro e, no topo, várias atrações num só edifício, facilitando a visita e a estadia dos turistas. Estas três torres, unidas por um terraço, são principalmente conhecidas pela piscina ao ar livre, pelo Museu de Arte e Ciência e pelo espetáculo de água.

O Night Safari, ou em português, o safari à noite, é uma das atividades criadas pelo jardim zoológico de Singapura, onde os turistas podem visitar os animais durante a noite. Como os animais se encontram mais ativos à noite, esta nova experiência foi criada para mostrar a realidade da vida selvagem, uma vez que os animais são colocados em ambientes naturais e mais livres.

Preço: As atrações têm todas preços distintos – entre 5 € e 20 € (dependendo da atividade).

Horário: 19h15 – 23h00 Preço: aproximadamente 26 € para os adultos e 17 € para crianças (3 – 12 anos)

Aeroporto Changi

Fonte: lastminuite.com

A 20 kilómetros do centro de Singapura, localiza-se um dos melhores aeroportos do mundo, o aeroporto Changi. Com mais de quatro terminais diferentes, este aeroporto tem ligaçõesa todo o mundo. Mas não é pela grande oferta de voos que é conhecido, mas sim pelas suas instalações. O aeroporto tem jardins, hotéis, spas, piscinas, um centro comercial, chuveiros, e muito mais. São os serviços e os passatempos que tornam este aeroporto um local turístico e tão concorrido. ECOS de Viagem | Singapura || 13


Universal Studios de Singapura

Fonte: Tribaest

O Universal Studios é um dos parques temáticos mais famosos do mundo, tendo parques na China, no Japão, nos Estados Unidos e, obviamente, em Singapura. Este parque temático é dividido por temas do mundo da fantasia baseado nos filmes da Hollywood. Os parques principais são New York (Nova Iorque), Sci-Fi City (Cidade Sci-Fi), Ancient Egypt (Egito Antigo),

The Lost World (O Mundo Perdido), Far Far Away e Madagascar. O parque temático, para além de ter montanhas russas, tem espetáculos, restaurantes, lojas e meet and greets, ou seja, uma oportunidade para conhecer as personagens principais do parque (personalidades de hollywood, personagens da Rua Sésamo, etc.). Horário: 10h00 – 19h00 Preço: aproximadamente 50 € para os adultos e 38 € para crianças entre os 4 e 13 anos

O Jardim Zoológico de Singapura

A Galeria Nacional de Singapura

O jardim zoológico de Singapura é conhecido pelos recintos naturais e pelas atividades interativas, mas principalmente pelos animais que lá se encontram (mais de 2400 animais). São muitas as espécies que os turistas podem conhecer, como os orangotangos, as preguiças e até espécies protegidas. Uma das atividades mais concorridas é o Jungle Breakfast with Wildlife, onde os visitantes podem tomar o pequeno-almoço rodeados de animais. O Zoo de Singapura orgulha-se, principalmente, das iniciativas criadas para promover a proteção da natureza e da conservação das diversas espécies em vias de extinção.

A Galeria Nacional de Singapura é a maior instituição de artes visuais do país e tem a maior coleção de arte moderna no Sudeste asiático. Esta galeria é composta por dois monumentos nacionais, um deles sendo a antiga suprema corte de Singapura, que foi restaurada exclusivamente para a galeria. Este edifício foi criado para promover e incentivar uma comunidade inclusiva e artística, mas também para educar os cidadãos. Este espaço já ganhou diversos prémios como a Melhor Atração Temática do TTG Travel Awards (2017) e Melhor Experiência de Atração da Singapore Tourism Awards (2016).

Horário: 8h30 – 18h00 Preço: aproximadamente 20 € para os adultos e 14 € para crianças (3 – 13 anos)

Horário: 10h00 – 19h00 Preço: +/- 13 €

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Pulau Ubin

Ilha Sentosa

Para chegar a Pulau Ubin é necessário uma viagem de barco de 10 minutos (que parte do porto de Changi). Esta localidade é bastante protegida pelos cidadãos, uma vez que continua a ser uma área rural e um pouco selvagem. Esta característica é óbvia, quando olhamos para a organização das vilas, construídas apenas com materiais básicos. Recomenda-se o aluguer de bicicletas para os visitantes, pois torna a visita muito mais realista e interessante.

Esta ilha é considerada um refúgio à vida caótica que se sente no centro de Singapura e é por isso mesmo que tem uma variedade de atividades, resorts e áreas de lazer. As atividades e atrações mais procuradas nesta ilha são o parque aquático (Adventure Cove Waterpark), a ilha dos golfinhos, o parque de borboletas, o parque aquático flutuante (Hydrodash - Floating Aqua Park) e, no lado mais histórico, o único forte costeiro preservado no país inteiro (Fort Siloso).

Bilhete da viagem: 6h00 – 19h00 // 1,95 € Aluguer das bicicletas: entre 3 € e 16 €, dependendo dos horários

Fonte: Run Magazine

Fonte: Time Out

Adventure Cove Waterpark: 10h00 – 18h00 // +/- 24 € Hydrodash: 10h00 – 19h00 // 6,50 €

Orchard Road

Fonte: Straits Times

Como muitos outros países, Singapura tem uma rua bastante conhecida, como a Oxford Street de Londres, a Orchard Road. Esta rua está, maioritariamente, ligada ao comércio e ao turismo. A Orchard Road está cheia de restaurantes, bares, lojas de luxo e centro comerciais, mas não é por isso que deixa de ter alguma importância cultural. Aliás, este local tem vários pontos históricos como a Emerald Hill Road. ECOS de Viagem | Singapura || 15


JUNTOS MAIS FORTES As diferenças distinguem-nos. Ao longo da vida, somos marcados pelas diferenças, não só pelas nossas em comparação com os outros, mas pelas dos outros em comparação com as nossas. Alguns aceitam, outros, levados pelo preconceito, discriminam, desvalorizam, reprimem. Não é por acaso que, no mundo moderno, a discriminação ainda é um problema a combater. Neste número da ECOS, salientamos as assimetrias que integram a nossa sociedade, não para as desvalorizar e discriminar, mas para passarmos a mensagem de que estas nos tornam uma comunidade mais unida, inclusiva e diversa.

16 || Tema de Capa


Fonte: Wikipedia

DESAFIOS

Stephen Hawking

E se tu tivesses um acidente e necessitasses de cuidados especiais, estaria a tua escola preparada para te receber? Num mundo onde tanto se fala de igualdade, será que estamos, de facto, prontos para nos adaptar em prol dela? Para entender melhor o contexto da igualdade nas escolas, resolvi perguntar a um portador de uma doença cardiovascular quais os cuidados que tem diariamente com a sua patologia, ao que ele respondeu: “Tenho de evitar desporto, principalmente desporto de competição que envolva contacto físico”. A prática de atividade física é algo muito importante e, hoje, uma das grandes preocupações dos profissionais de educação física é como direcionar atividades físicas para pessoas com necessidades especiais, principalmente nas escolas, para que todos tenham uma vida mais saudável. Tendo em vista as dificuldades que essas pessoas possuem, o que dificulta as realizações das práticas corporais não deve ser visto como um obstáculo impossível de ser ultrapassado mas sim como uma barreira que deve ser vencida tanto por quem tem limitações como pela sociedade. Sabemos que eles possuem algumas limitações, mas são pessoas tão capazes como quaisquer outras e, por isso, implementando formas inclusivas da prática desportiva num contexto escolar, podemos promover a sua inclusão para que seja possível alcançar o respeito pela diferença do outro. No desporto português, temos a célebre equipa de jogadores com síndrome de Dawn, que se sagraram campeões europeus de futsal. Na ciência, temos o grande físico teórico britânico com esclerose lateral amiotrófica, Stephen Hawking, que provou que “a inteligência é a capacidade de se adaptar à mudança” . Estes são apenas dois exemplos entre muitos outros, de pessoas que lutaram em prol da igualdade e que tiveram sucesso na sua causa. O mundo em que vivemos é feito de diferenças e limitações, cabe-nos a nós desconstruir essa diferença e transformá-la num motivo de inclusão e combate à discriminação, reconhecendo as deficiências do outro como uma mais-valia e um desafio para promover uma ética do cuidado e da inclusão.

Tema de Capa || 17


Afinal de contas, o que é o racismo? É a crença de que seres diferentes grupos de humanos possuem diferentes direitos, de acordo com a sua aparência física, neste caso, com a cor da sua pele. A discriminação racial é aquela que já perdura há mais séculos e que deixou uma profunda marca na nossa sociedade, sendo das que teve piores repercussões e que ainda hoje afeta muitos milhões de pessoas em todo o mundo, podendo acontecer de várias maneiras e ser dirigida a qualquer etnia. Uma pessoa ou um grupo de pessoas são tratadas de maneira diferente devido à cor da sua pele, podendo tal ser associado a violência física ou psicológica. Apesar de se tratar de um tópico sensível, a verdade é que, durante centenas de anos, as pessoas de cor foram vítimas de desigualdades extremas, influenciadas pela sua raça. Esta discriminação, que começou já nos tempos de escravatura, estende-se até aos dias de hoje, devido ao facto de ainda existirem pessoas que se recusam a aceitar a população de cor como parte da sociedade, excluindo-as e segregando-as em certos estereótipos racistas, que limitam cada etnia a determinados comportamentos, sendo, pois, difícil de se distanciarem dessas categorizações discriminatórias. Não é novidade nenhuma que as pessoas de cor não recebem as mesmas oportunidades que as pessoas brancas, independentemente das suas experiências ou qualificações. Desde a construção de casas de banho individuais até à dificuldade em arranjar emprego, a população de cor sofre com esta divisão social

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desde sempre, sendo ainda hoje vítima de injustiças que envolvem situações políticas, económicas, culturais e sociais, de segurança, entre outras. É verdade que existe uma maior representatividade de várias etnias na cultura popular dos dias de hoje (como em filmes, séries ou livros) em que se contam, muitas vezes, histórias extraordinárias e nos é dada uma perspectiva real de como é viver com o racismo. No entanto, toda a representatividade é pouca, e nunca será suficiente para fazer com que a nossa sociedade compreenda tudo aquilo por que a população de cor teve (e ainda tem) de passar. Para homenagear e relembrar a história da população de raça negra, estabeleceu-se nos Estados Unidos e em alguns países na Europa, um mês de celebração inteiramente dedicado à lembrança dos eventos que fizeram surgir novas oportunidades e diminuíram as assimetrias entre todos os grupos étnicos – Black History Month. É importante referir que foram figuras como Harriet Tubman, Rosa Parks, Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela que, lutando pela igualdade racial, abriram as portas para um mundo mais justo. Tendo sido vítimas de opressão durante tanto tempo, poder testemunhar as várias etnias a serem celebradas por sucederem em várias áreas de influência deve ser considerado por todos um passo em direção ao fim definitivo do racismo.

RACISMO


XENOFOBIA

Num mundo cada vez mais inclusivo e sem fronteiras, será que ainda assistimos a injustiças e a discriminação? A resposta sempre foi a mesma, sim. Mesmo com a evolução da sociedade e com a mistura de culturas que sentimos, tanto no nosso país, como lá fora, a xenofobia continua a dominar os pensamentos de uma parte da população. Mas o que é a xenofobia? Muitos descrevem esta fobia como o medo ou ódio por algo que é diferente e, por vezes, estranho. É verdade que vivemos num mundo mais livre, algo que levou séculos a conquistar, mas ser livre não significa ser perfeito. Para sermos seres únicos, temos de ser diferentes. Afinal de contas, é a nossa diferença que nos une e nos torna humanos. Porém, num país desconhecido, as nossas diferenças podem tornar-nos alvos de ódio e discriminação. Também é verdade que todos temos preconceitos, uns mais fortes do que outros. Ter preconceitos não é o equivalente a sermos más pessoas, mas quando é que tal é considerado discriminatório? Ainda existe no nosso país? Em Portugal, como em muitos outros países, há xenofobia e muitos cidadãos ainda fogem das diferenças, com medo das consequências e do contacto. É importante refletir e pensar no motivo. Por que é que temos preconceitos? Por que é que não gostamos da diferença? Contudo, é óbvio que podemos combater este problema, tal como combatemos outros problemas que surgem no nosso dia a dia. Muitas das soluções são básicas e fáceis de implementar. Em primeiro lugar, podemos começar pela raiz, a escola. O ambiente escolar é uma grande parte da nossa infância, é dos primeiros contactos que temos com outras pessoas de diferentes culturas, géneros, orientações sexuais, etc. Um ambiente escolar inclusivo, que trata a diferença com carinho, é saudável para o aluno. É uma oportunidade para aprender e respeitar tudo e todos. Outra solução é celebrar as diversas culturas e tradições presentes num país. Podemos olhar para Portugal como um exemplo. O nosso país é rico em cultura, mas também temos muitas comunidades estrangeiras, todas com o mesmo direito de celebrar a sua cultura e de ser quem são. É algo que tem de ser encarado com respeito, uma vez que, vivendo num mundo em evolução, as diferenças são o que nos torna pessoas mais interessantes e o que nos permite ser únicos. Resumindo, tanto no nosso país, como no mundo que nós todos partilhamos, temos de evoluir positivamente. Esta evolução torna a nossa vida mais segura, mais feliz e, acima de tudo, mais interessante de viver.

Tema de Capa || 19 Fonte: Tim Mossholder em Unsplash


Fonte: Yoav Hornung em Unsplash

HOMOFOBIA Não é novidade para ninguém que indivíduos homossexuais sofrem recorrentemente de preconceito e ódio por parte da sociedade mas, talvez a homofobia esteja ainda mais presente no dia a dia do que muita gente pensa. Diariamente, pessoas homossexuais são vítimas de olhares depreciativos na rua, gozo, rejeição por parte de familiares, agressões verbais e até físicas, que, em certas ocasiões, já levaram à morte de muitos homens e mulheres. É de referir que a taxa de suicídio muitas vezes associada a estas questões é cinco vezes maior em membros da comunidade LGBT+. Nos Estados Unidos, o FBI confirmou que em 2008, 17,6 % dos crimes de ódio relatados à policia tiveram como base a orientação sexual da pessoa que foi vítima do crime. Um dos exemplos mais conhecidos de atentados contra homossexuais foi o massacre de Orlando, um atentado terrorista que ocorreu dia 12 de junho de 2016 numa discoteca LGBT, em que cinquenta pessoas morreram e cinquenta e três ficaram gravemente feridas. Apesar da homofobia já ser punível por lei em vários países, ainda existem setenta onde a homossexualidade é crime; desses, sessenta e oito têm leis explícitas relativamente a esta questão e outros dois, Iraque e Egito, usam indiretamente outras leis para perseguir pessoas e condená-las por esses atos. Em quarenta e quatro desses países, a proibição aplica-se aos dois géneros. Nos demais, apenas se aplica a homens. A pena para relações entre pessoas do mesmo sexo nesses locais podem ir de multas, a prisão ou até mesmo à morte. Para concluir, existem pessoas que sofrem devido à homofobia e, para aqueles que ainda a praticam e usam como argumento o não ser natural deixamos a seguinte ideia: A homossexualidade está presente em todas as espécies animais, mas a homofobia encontra-se em apenas uma. Por isso, vamos aceitar tanto o amor como as nossas diferenças, pois são elas os aspetos que mais nos unem.

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IGUALDADE DE GÉNEROS A sociedade limita a sua própria evolução. A desigualdade de género é um dos bloqueios para o progresso, e tem que ser encarada com mais seriedade pela população. A desvalorização do trabalho e do esforço feminino afeta a vida, não só das mulheres, mas também de outras pessoas. A educação é o principal instrumento para se atingir uma estabilidade social. A normalização da igualdade entre os sexos pode ser imposta em casa, na escola, no trabalho e até no desporto. A mulher é ensinada a realizar tarefas domésticas desde a infância, diferentemente do homem. Essa educação acaba por afetar a vida adulta dessas pessoas, fazendo com que elas normalizem a desigualdade. A criação igualitária é mais saudável para o desenvolvimento de habilidades (como o planeamento e a autonomia) e do respeito das crianças. Assim como a família, a escola tem um papel importantíssimo, na formação de uma pessoa. Os livros didáticos são fundamentais para a educação, e podem ser usados para promover a igualdade entre géneros. Com efeito, mostram, na maioria, conquistas e descobertas científicas realizadas por homens. A mulher, nesses processos, é esquecida. A diminuição dessa desigualdade pode ser feita tanto pelos autores dos livros, citando, também, descobertas femininas, quanto pelos próprios professores, realizando trabalhos sobre elas. A pouca representatividade feminina pode ser vista também nas atividades físicas profissionais. O costume de não incentivar a mulher no desporto, provém de um machismo estrutural. Esse pensamento defende que ela não tem tempo para o lazer pois estaria ocupada com as tarefas domésticas. Seria necessário uma política para inserir mulheres nesse meio, para diminuir a grande desigualdade de acesso. Os desportos praticados por mulheres são 40 % inferiores aos dos homens e os seus salários, no mundo do trabalho, são menores. A diferença salarial entre homens e mulheres corresponde a 18,8 %. A presença das mulheres no mercado de trabalho é reduzida, principalmente por serem consideradas frágeis e fáceis de controlar. Assim, são as primeiras a serem demitidas ou rebaixadas em seus cargos em momentos de crise. A gravidez e a maternidade são argumentos utilizados contra as mulheres para justificar a sua baixa remuneração. Em conclusão, pode dizer-se que as diferenças entre os genes são muitas. Essas desigualdades podem ser vistas em várias situações distintas, como no desportoe e em empresas particulares. Para ocorrer uma evolução na sociedade, é preciso romper as barreiras existentes entre os cidadãos. Uma das maneiras para anular esse problema é a conciencialização da população, através da educação, o que poderá levar a uma mudança positiva.

Tema de Capa || 21 Fonte: Tim Mossholder em Unsplash


O PRECONCEITO Até hoje as origens desta etnia permanecem uma incógnita. Pensa-se que esta surgiu no Médio Oriente, talvez na Índia ou no Iraque, o que nos leva a crer que a sua origem date já de milénios antes de Cristo. Na altura em que este povo se deslocou do Oriente para a Europa (no fim do século XIV) estabeleceu relações tanto com mouros como com cristãos, o que os fez alternar entre paganismo e cristianismo, sendo assim acusados de heresia. Por esta razão, foi alvo de grandes perseguições por parte da Igreja Católica e pela Inquisição. Mas, infelizmente, os preconceitos criados na Idade Média não foram esquecidos e até hoje são uma das maiores minorias étnicas na Europa, contando com quase 15 milhões de pessoas, sendo em Portugal cerca de 45 mil.

Nesta comunidade, é comum que a partir dos 14 anos os jovens tenham relacionamentos escondidos dos pais, até que esses descubram e concretizem a união. Esta forma de casamento constitui uma tradição antiga, que também inclui uma festa que dure vários dias, com mais de 500 convidados. Outra tradição cigana muito conhecida são as danças, que ganharam fama em Espanha, onde as mulheres dançavam em acampamentos e festas, enquanto cantavam e tocavam. Este tipo de dança é muito expressiva e sensual. Assim, apesar dos preconceitos desenvolvidos ao longo dos anos e dos múltiplos massacres pelo que o povo cigano passou, é uma etnia com uma história riquíssima e cheia de práticas e tradições tão diferentes das nossas, o que a torna ainda mais intrigante

“Como é possível não se ter conseguido integrar uma minoria estimada em 45 mil pessoas num país de dez milhões? Como é possível 32 % continuarem a viver em barracas, tendas ou caravanas? Como é possível a maioria não ter acesso ao mercado de trabalho?” Maria José Casa-Nova Esta frase deixa-nos a pensar. De facto, como é que um povo que já existe há séculos não foi capaz de se integrar nas civilizações ao longo dos anos? A verdade é que devido a estes preconceitos, que não foram irradicados, o povo cigano tem dificuldade em cumprir as normas das nossas comunidades modernas. É-lhes difícil encontrar trabalho porque “o lugar já foi tomado”, viver em prédios e casas comuns devido aos olhares e comentários. Mas também porque esta etnia renuncia às normas, por medo de perder a sua cultura. No entanto, apesar do que muitos pensam, os ciganos têm um estilo de vida e cultura muito interessantes. Estes têm uma língua ágrafa (não escrita) própria, romani ou romanês, que se ensina oralmente e que é proibida a pessoas que não sejam ciganas. Para além disso, não têm uma entidade divina em que acreditem, já que a maioria segue a religião mais popular na região em que vivem.

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Fonte: Renascença

Habitação de uma família cigana

Fonte: Lusa

Presidente da República tira uma selfie com cidadão de etnia cigana


LITORAL E INTERIOR

Fonte: Wikipedia

diferente. Comparativamente com o litoral, o interior pode não apresentar as mesmas oportunidades nem o mesmo nível de recursos e daí ter perdido muita população jovem pois não tem ofertas de escolas e universidades nem ofertas de emprego, para além de uma população muito envelhecida. Seria melhor para o país se houvesse melhores condições no interior para não sobrelotar o litoral mas, ao mesmo tempo, perderíamos o ambiente calmo e puro que encontramos nesse local. Assim, o interior tem recursos mais ou menos abundantes, que devem ser valorizados, desde o património cultural (os monumentos) aos espaços naturais, desde produtos agrícolas aos solos férteis que por eles são utilizados.

Praia do Carvoeiro

Fonte: Dreamstime

As regiões do litoral e do interior apresentam uma diferença enorme no que toca às possibilidades de ter uma vida melhor, embora cada uma tenha as suas vantagens e desvantagens. No litoral há mais transportes públicos, mais serviços públicos, mais espaços de lazer entre, outras coisas. Há muitas mais possibilidades para tudo: encontrar emprego, fazer as compras, divertirmo-nos, e isso pode ser muito atrativo para qualquer pessoa. É tudo muito mais acessível e não é necessário fazer um grande esforço para encontrar locais ou condições que satisfaçam as nossas necessidades e desejos. Embora haja estas imensas possibilidades, há também desvantagens. A poluição abunda, o stress a que estamos expostos também pode ser maior e a segurança, por vezes, não é a melhor, devido à quantidade de pessoas que vive na região do litoral ser maior que a que vive no interior. Gráficos relativos ao ensino em várias regiões de Portugal nomeadamente no Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e no Algarve indicam que Lisboa têm o maior número de pessoas, em média, no ensino secundário e no ensino superior, sendo o Algarve a segunda região com mais pessoas, em média, no ensino secundário. A região com menos pessoas, em média, no ensino superior é o Alentejo e a região com menos pessoas, em média, no ensino secundário é o Norte. O litoral é, assim, a região com uma maior percentagem de ensino em Portugal, talvez por ter mais condições para o efeito. No entanto, o interior, apesar de não dispor de tantas possibilidades ao nível do ensino e do modo de vida, apresenta algumas características que o litoral não tem, uma vez que são espaços rurais e, por isso, há uma elevada abundância de campos verdes e espaço livre. Podemos contar com paisagens lindíssimas, um clima mais seco e uma cultura

Monsanto

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ECONOMIA E POLÍTICA A política é constituída na sua essência por ideias que são infinitas. É quase impossível existirem duas pessoas que tenham exatamente as mesmas ideias e visões. No entanto, ainda que sejam as ideias, opiniões e visões que constituem a política, esta necessita de políticos para as representar, que se aglomeram em partidos. A existência de partidos políticos e principalmente políticos traz consigo um grande problema – o fanatismo – com ele o apoiante fanático de um determinado político irá sempre defender aquilo que este faz e defende: não importa que ele não cumpra com aquilo que prometeu, não importa que ele diga algo que vá contra as convicções deste apoiante, não importa que ele claramente tenha cometido crimes e muito menos importa que ele cometa erros! Apesar de Portugal não ser um país que tenha o fanatismo político tão enraizado como outros países como o Brasil e os Estados Unidos da América, isso pode estar a acabar por um motivo muito simples: polarização. Ela acontece quando as duas principais visões existentes são totalmente opostas, uma da extrema esquerda e outra da extrema direita, tal como Lula e Bolsonaro, por exemplo. A polarização está muito presente nos países mencionados e vai aumentando em Portugal. Basta ver que desde as eleições os dois partidos que mais cresceram são o Bloco de Esquerda e o Chega, um deles de extrema esquerda e o outro de extrema direita. As consequências do fanatismo podem ser vistas facilmente no Brasil desde o começo da campanha presidencial de 2018: havia um grande grupo de pessoas que defendiam acerrimamente Bolsonaro devido às suas ideias. No entanto, após as eleições, este mudou várias das suas posições e enquanto que alguns ignoraram e relativizaram todas as suas mudanças e falhas, outros decidiram fazer jus às suas ideias e criticaram-no. O fanatismo político leva à insanidade e ao ódio por parte de quem discorda das posições de uma pessoa. O fanatismo também corrompe o debate saudável de ideias, que perde o seu valor porque um dos lados se recusa a mudar de ideia quanto a algo ou principalmente alguém. Por estes motivos e muitos outros a política merece ser tratada com elevação.

Mussolini visita Hitler, 1936 (fotografia tratada)

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Cada vez mais as pessoas têm mais oportunidades e meios de praticar o desporto que sempre quiseram, independentemente das suas limitações. Nos dias de hoje, já existe muita tecnologia que permite a todas as pessoas viver e praticar desporto quase como uma pessoa sem qualquer problema físico ou mental. Por este motivo, ao longo dos anos, foram-se desenvolvendo formas destas pessoas se deslocarem com certa facilidade, abrindo novas possibilidades para poderem praticar desporto. Por exemplo, com a invenção da cadeira de rodas, para além de possibilitar às pessoas com dificuldades movimentarem-se, também se permitiu que elas praticassem desportos como o basketball e futebol. Os desportos com pessoas com limitações físicas também foram incluídos nos jogos olímpicos, de forma a mostrar que, independentemente, das diferenças, somos todos iguais.

Fonte: Wikipedia

DESPORTO

George Eyser

Os desportos paraolímpicos ganharam força após a II Guerra Mundial, num período em que o desporto foi usado como incentivo para os sobreviventes do conflito que tiveram membros amputados. Um dos grandes exemplos de pessoas que conseguiram ter sucesso, tendo limitações, foi George Eyser, que, em 1904, ganhou seis medalhas, num único dia, como ginasta. Eyser, quando era criança, foi atropelado por um comboio, perdendo a sua perna, o que o obrigou a construir uma prótese em madeira.

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@ecosdoribadouro

Tema de Capa || 25


AMP King Princess por Leonor Trigo, 11.º C1

Fonte: Vince Aung

Nesta edição, apresentamos Mikaela Mullaney Straus, mais conhecida pelo nome artístico de King Princess. A artista nasceu em Brooklyn, Nova Iorque, em 1998, e tornou-se famosa através dos singles 1950 e Talia a que se seguiu o seu álbum Cheap Queen. A sua música insere-se nos géneros indie pop, pop rock e funk-pop e a King Princess conta com mais de cinco milhões de ouvintes mensais no Spotify. King Princess já foi referida pelo New York Times como “uma rockstar dos velhos tempos para a nova era”. Acredito que, tendo em conta esta edição, a escolha desta artista adequa-se, visto que nas suas letras refere abertamente questões sobre a sua orientação sexual e não se apresenta ao público seguindo os típicos padrões de beleza feminina, muitas vezes impostos no seu meio. Deixo como sugestão as faixas “Back of a Cab” e “All Dressed in White” do seu mais recente álbum Cheap Queen (Deluxe).

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In the End – Linkin Park por Vicente Trigo, 11.º C1

Fonte: Youtube

A música In The End, da banda californiana Linkin Park, é das mais famosas do mundo. Tendo sido escrita por Mike Shinoda, um dos membros do grupo, esta música fala-nos ou de um relacionamento amoroso, ou um objetivo que o indivíduo lutou para conquistar, mas apesar dos esforços, nada positivo foi conseguido: I tried so hard, and got so far, but in the end, it doesn’t even matter. A música, até à morte de Chester Bennington, em 2017, era tocada pela banda, num estilo mexido, maioritariamente rock, mas, após a morte do vocalista, Mike Shinoda decidiu que quando tocasse esta música em particular, só utilizaria o teclado e pediria ao público para cantar com ele uma versão mais lenta e suave, em memória do amigo falecido.

AMP || 27


NÃO SEJAS UM ECO

Estilo VSCO por Maria Arezes, 10.º C1 O estilo VSCO tem-se vindo a tornar um dos mais populares, nos dias de hoje. Baseia-se em t-shirts largas, cores claras e pastéis, elásticos para o cabelo — (scrunchies), e, ainda sapatilhas Vans, chinelos Crocs ou Birkenstock e uma garrafa de água. Este estilo surgiu, em primeiro lugar, na aplicação VSCO, mas rapidamente se espalhou às restantes redes sociais.

Composição fotográfica ECOS

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Estilo Vintage por Margarida Ribeiro, 11.º C1 O estilo vintage é talvez um dos mais abrangentes, versando diversos estilos antigos. É marcado pelos padrões das bolinhas, das risquinhas e das florzinhas, vestidos e saias compridas, flare jeans, camisas com padrões coloridos... Hoje em dia, podemos adquirir este tipo de roupa em lojas vintage e em segunda mão, o que torna este estilo mais ecológico, porque promove a reutilização de roupas já existentes, e mais único, na medida em que, dificilmente, alguém vai ter uma peça igual, para além de ser mais económico.

Composição fotográfica ECOS

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NÃO SEJAS UM ECO

Estilo Casual por Júlia Köche, 11.ºC1 O estilo casual é ao mesmo tempo básico e fashion! Ele reinventa-se com o passar do tempo e regularmente ganha uma cara nova. A moda casual dos anos 90 é bem diferente da que vemos hoje em dia. As jóias e acessórios têm um grande valor nesse estilo, pois dão um toque essencial à vestimenta.

Composição fotográfica ECOS

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Estilo e-girl por Mafalda Paredes, 11.º C1 O estilo E-Girl, que provém da moda do núcleo da Internet, caracteriza-se por cores escuras ou néons com bastantes acessórios. Alguns dos elementos chave deste estilo são as correntes, os ganchos de cabelo e as meias calça fishnet. Chokers e cintos largos, padrões de cores semelhante aos do estilo grunge à mistura de cores pastéis.

Composição fotográfica ECOS

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Fonte:Marcus Spike em Unsplash

por Antรณnio Gonรงalves, 10.ยบ A10


Ataque informático à EDP

Fonte: Lusa

A EDP, no dia 13 de abril, anunciou ter sido atacada por um grupo de hackers, que exigiu à empresa 10 milhões de euros, o correspondente a 1 500 bitcoins, para impedir a divulgação de informações de clientes e documentos de gestão interna. Pensa-se que o grupo possa ter divulgado informações da EDP na Dark Web, aumentando o valor do resgate para 20 milhões de euros. Apesar de o grupo ter eliminado vários ficheiros encriptados, a EDP afirma ter um backup com a maior parte da informação, facto que impediu a instabilidade nas operações internas. António Mexia, líder da empresa, afirma, também, que a recuperação dos equipamentos e sistemas que foram alvo de ataque já foram assegurados pela equipa da EDP. Sobre o resgate dos dados da EDP, a empresa assegura não ter recebido qualquer valor ou pedido dos hackers, o que fez com que o pagamento não fosse efetuado. Neste momento, a EDP e as respetivas autoridades estão a analisar o ocorrido, de forma a tentar descobrir a identidade dos atacantes. Existem suspeitas de uma equipa chamada CyberTeam ter protagonizado o ataque, sendo os possíveis atacantes o famoso Rui Pinto, conhecido por divulgar informações sobre o Benfica e outras empresas, que estavam envolvidas em corrupção, juntamente com outros hackers: NullC0d3r, Hipnotic e Zambrius (https://twitter.com/ cyberteamreborn/status/1249810987366199299?s=12). Esta equipa também alega estar na origem de ataques à Altice e MEO (https://twitter.com/cyberteamreborn/status/1250 435902653911045?s=12) afirmando que o seu objetivo é criar puzzles (enigmas) à Polícia Judiciária (https://twitter.com/CyberTeamReborn/status/1250463947515445248).

António Mexia

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MAIS+ +Série por Joana Leite, 11.º C1

Fonte: Netflix

I Am Not Okay With This, realizado por Jonathan Entwistle e Christy Hall, é uma série da Netflix que relata a história de uma jovem, Sydney Novak. Nestes sete episódios, revela-se que Sydney se encontra numa guerra constante com a sua identidade, navegando sobre temas como a amizade, a solidão, as crises de ansiedade e a depressão, e, surpreendentemente, poderes mágicos. Para além de ser uma série emocionante, com muitos altos e baixos, nós, como espectadores, podemos assistir à evolução desta personagem. Sydney é, inicialmente, caracterizada como uma rapariga isolada, devido ao seu passado turbulento. Porém, após aproximar-se de Stanley Barber, um rapaz seu vizinho, a vida da jovem muda drasticamente. Pouco a pouco, vemos esta personagem a ganhar asas, a lutar contra os seus maiores medos e, principalmente, a aprender a ser feliz.

+Filme por Camila Teixeira, 11.º C1

Fonte: Universal Studios

Estreado em 2017, Foge é um thriller psicológico que segue a história de Chris e Rosie, um casal interracial que aparenta ter um relacionamento perfeito. O enredo desenvolve-se quando estes decidem ir passar o fim de semana a casa dos pais de Rosie. Apesar de ter receio da reação dos pais da namorada quando estes o vissem pela primeira vez, Chris, que é negro, tenta desfrutar da sua estadia naquele ambiente caseiro que, no início é confortável e acolhedor, mas que rapidamente se torna perturbante e ameaçador, à medida que são feitas revelações sinistras que forçam Chris a lutar pela sua sobrevivência. Get out – é esse o seu nome em inglês –, colando os espectadores ao ecrã e provocando uma enorme ansiedade à medida que a história se desenrola, foca-se em questões raciais, apontando para a falta de representatividade e para as injustiças de que a população de raça negra ainda é vítima, todos os dias. O filme, realizado por Jordan Peele, consegue dar-nos uma perspetiva assustadora sobre a desigualdade racial ainda extremamente presente no nosso quotidiano e, por isso, é, sem dúvida, um filme a não perder.

34 || Mais+


+Livro

por Afonso Mendes, 11.º C1

Fonte: Civilização Editora

28 de novembro de 1807, com a confirmação da chegada das tropas francesas ao território português, em Lisboa, o alvoroço, que se vinha a notar, há semanas atrás, começa-se a agravar. A corte e a família real precisa de abandonar o país rapidamente, de tal forma que, quando chegaram os invasores a Lisboa, ficaram a ver navios. Império à deriva conta-nos o quotidiano da corte de D. João VI, que se vê desamparada, no Brasil, sem palácios reais, bailes ou protocolo. O livro retrata a evolução da colónia do Brasil, cheia de plantações de pau-brasil, cana-de-açúcar e minas de ouro (já escasso) até ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, com a sua capital no Rio de Janeiro, tornando este um ponto de convergência de mercadorias e pessoas. Desta forma, o Brasil torna-se uma potência emergente, no Ocidente. Esta obra conta, também, a difícil adaptação da corte à vida no trópico oposto, com o calor incompatível com a moda europeia, com um terreno desorganizado, que recebeu inesperada visita da corte e da família real.

+Em Casa por Margarida Ribeiro, 11.º C1

Estar vinte e quatro horas em casa consegue ser bastante aborrecido. Estar sempre à frente de um ecrã de computador não é a melhor maneira de passar o tempo. Por isso, nesta edição, nós achamos por bem dar-te algumas sugestões de como sobreviver ao isolamento físico. O nosso conselho é mesmo descobrires coisas novas, aperfeiçoares o que já fazes ou mesmo dar-lhes uma segunda oportunidade. Deves, obviamente, manter-te ativo. Podes ir dar uma corrida, ou fazer exercício para ficares na tua melhor versão para este verão. Mas, se não fores fã e se não quiseres ser um couch potato, podes sempre ir dar uma caminhada e ir à procura de geocashes, andar de bicicleta, meditar ou fazer ioga. Podes complementar o teu exercício físico com novas receitas saudáveis e não tão saudáveis, mas isso só de vez em quando, e acabas também por dar uma mãozinha aos pais. Durante este isolamento, não é fácil sentires-te produtivo, daí experimentares coisas novas. Podes ler livros, ter uma planta, pegar no teu telemóvel ou numa câmara que tenhas aí em casa e fazer um diário gráfico, ou até um diário, onde possas escrever todos os sentimentos durante este tempo em casa. Se quiseres juntar o útil ao agradável, tenta manter o teu espaço arrumado e aproveita para rever todas as tuas roupas e objetos que não usas tanto ou não usas de todo e põe de lado para quem mais precisa. Não te esqueças de manter o contacto com todos os teus amigos e os familiares que não estão contigo nesta altura e... vai ficar tudo bem!

MAIS+ || 35


Externato Ribadouro


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