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Corpo saudável, mente feliz

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Especialistas afirmam que atividades físicas são eficientes no combate a doenças emocionais

Fernanda Bertonha e Mönica Seolim

Aprocura pelas atividades físicas é frequente pelos indivíduos que querem emagrecer, fortalecer os músculos ou melhorar o desempenho físico. Porém, esse não foi o caso de José Dirceu de Freitas Mello, que procurou o exercício físico para fugir de um quadro de depressão que teve início quando tinha 31 anos, após perder a esposa em um acidente de carro. “Ela estava a trabalho, viajando com o chefe, a supervisora e um estagiário. Estavam a caminho de uma pequena cidade na região metropolitana de Porto Alegre, para visitar a fábrica da empresa em que ela trabalhava há apenas dois meses e estava completamente satisfeita.” Foi depois da tragédia que Dirceu procurou métodos para fugir da tristeza e da depressão: o fato de não terem filhos, que fazia parte dos planos do casal nos anos seguintes, era o que mais entristecia o rapaz. As visitas ao psiquiatra, conhecido da família, foram frequentes por sete anos, até que ele notou que os “medicamentos não eram suficientes para que a minha alegria fosse restaurada”.

Praticar atividades físicas foi a opção dada pelo psiquiatra, que recomendou a natação e a corrida para Dirceu, então beirando os 39 anos de vida. Mas foi o pilates e algumas aulas animadas de dança, como a de zumba, que realmente fizeram a diferença no seu estado emocional. O profissional de educação física, gerente e personal trainer “Medicamentos não eram suficientes para que a minha alegria fosse

restaurada.” José Dirceu de Freitas Mello, empresário.

da academia Shape, Ceres Augusto Silvestre Tobias, afirma que exercícios como os realizados por Dirceu, de intensidade moderada e duração de cerca de uma hora, são os melhores para a diminuição dos níveis de estresse, ansiedade, e também na melhora expressiva em quadros depressivos. “Isso ocorre por conta da liberação de determinados tipos de hormônios durante a atividade física, provocando benefícios tanto ao bem-estar físico quanto psicológico.”

Segundo o profissional, “o reforço à autoestima, relacionado à melhor imagem corporal e à sensação de viver um estilo de vida mais saudável” também são razões pelas quais a atividade física regular é benéfica à saúde emocional.

Na psicologia também é um consenso sobre os benefícios das atividades físicas no tratamento de transtornos depressivos. A psicóloga Cláudia Ferraz afirma que indica para os seus pacientes a prática regular de algum exercício como um complemento da terapia realizada no consultório. “Adquirir esse hábito faz com que o paciente descubra satisfação e bem-estar pessoal em algo simples, como uma aula de dança, por exemplo. É fundamental para o autoconhecimento.”

Cláudia destaca a socialização promovida pelas atividades físicas. “Procuro recomendar atividades coletivas. Assim, ao mesmo tempo em que o paciente libera hormônios de bem-estar e relaxamento, pode conhecer outras pessoas, ao invés de se trancar em sua casa e seu mundo.” Segundo a psicóloga, até agora, os resultados sempre foram positivos. “Aqueles que aderem ao exercício físico, costumam dizer nas Renovação. Essa é a palavra que define o momento atual de Dirceu, como ele mesmo se orgulha de dizer. “Uma simples mudança de hábito foi importante para mim. Conheci pessoas novas fazendo pilates e dança, além de ter aprendido a superar os limites do meu próprio corpo.”

A tristeza e a saudade da esposa ainda estão presentes no cotidiano do empresário, mas, hoje, os sentimentos estão sob controle. A dor foi substituída pela lembrança. “Sei que minha mulher, de onde estiver, deve estar orgulhosa de ver que eu consegui retomar a minha vida normal, mas sem deixar de amá-la”, finaliza Dirceu. Exercícios físicos liberam hormônios de bem-estar.

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