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Para aprender a ser juíz
by eba_pucpr
Eduardo Souza, Jaderson Policante, Marcio Galan
Federação Paranaense de Futebol oferece curso de formação de arbitragem
Não restam dúvidas de que no Brasil o esporte mais popular é o futebol. Ser um jogador reconhecido, atuar nos melhores times do mundo e ganhar muito dinheiro, é o sonho da maioria das crianças que disputam peladas nos campinhos de terra ou em qualquer outro espaço improvisado. Muitos deles ficarão pelo caminho por falta de sorte, ou de talento com a bola nos pés. Porém, existe outra alternativa que permite uma segunda
chance de acompanhar o jogo dentro das quatro linhas. A arbitragem.
Em Curitiba, a Federação Paranaense de Futebol realiza cursos para a formação de novos árbitros geralmente em intervalos de dois anos. O programa tem duração de seis meses e acontece na sede da entidade no bairro do Tarumã. As aulas são aos sábados, e ministradas por juízes e assistentes (antes chamados de bandeirinhas).
O presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Paranaense de Futebol Afonso Vitor de Oliveira, explica que o curso é composto por duas etapas. “Na primeira parte do curso, eles (os alunos) estudam o futebol e todas as suas regras. Depois disso, vêm à prova teórica e o teste físico.” Ainda segundo o ex-árbitro, nos testes físicos são averiguadas resistência e velocidade, e somente após a aprovação em todos esses quesitos é que “os novos juízes e assistentes podem atuar”, completa. Os novos árbitros trabalham primeiramente em jogos amadores, nas ligas locais ou campeonatos das categorias de base. Nessas partidas, os árbitros são observados e, dependendo de seu desempenho, podem chegar mais rápido às divisões profissionais. Formado em 2009, Alexandre Halicki Cordeiro comandou jogos de catego-
rias juvenis, juniores e do campeonato amador de Curitiba, a liga suburbana, e hoje apita profissionalmente na terceira divisão do campeonato paranaense. Contudo, Cordeiro afirma que outros fatores podem influir na ascensão dos juízes às divisões mais importantes. “É uma mistura de qualidade com sorte. Existem excelentes árbitros que não foram observados, e que poderiam estar trabalhando nos jogos profissionais. Além disso, a Federação está passando por um momento financeiro difícil, não existem recursos suficientes para atuar da maneira ideal.”
A formação de uma nova turma está prevista para o primeiro semestre do ano que vem. Os interessados devem ter entre 17 e 26 anos, e ter o ensino superior completo ou em curso.
Alexandre Halicki, árbitro.
Mulher também gosta de apitar

Entrevista
Conversamos com Ariana Floriano, de 20 anos de idade. Ela faz direito na PUCPR e também é formada em arbitragem pela Federação Paranaense de Futebol.
Porque você começou a bandeirar?
Sempre quis trabalhar em alguma área ligada ao futebol. Como jogadora de futebol não sabia se ia dar certo, decidi ir pra arbitragem.
Como descobriu o curso para federação?
Entrei no site da Federação Paranaense de Futebol e levei sorte, faltavam 3 semanas para o prazo de inscrição do teste acabar.
De onde veio essa vontade?
Sempre fui ligada ao esporte, meu pai joga futebol desde o juvenil. Acabei entrando neste meio por influência, desde pequena estava nos campos de futebol acompanhando ele.
Alguma inspiração/incentivo?
Roberto Bratz sem dúvidas, melhor assistente que vi atuar desde que acompanho futebol, foi um excelente professor durante meu curso, além de excelente e humilde ser humano!
Você faz direito, tem alguma dificuldade em aliar as duas coisas?
Não. A faculdade exige bastante, mas consigo conciliar treinos, e os jogos geralmente são nos finais de semana.
Mais pra frente se vê advogando ou bandeirando?
Advogando não sei, ainda tenho duvidas em qual vertente seguir na área do Direito, mas não me vejo sem a arbitragem mais!
Já sofreu algum preconceito por ser mulher?
Sempre haverá ignorância, infelizmente, é um caso ou outro mas sinto que o respeito é maior do que esta ignorância, me tratam com respeito e profissionalismo.
Vê alguma dificuldade por ser mulher nesse meio?
Sim, os testes físicos (risos). A mulher em si já tem um déficit no desempenho físico, é bem difícil!
Você acredita que a FPF está em crise em relação a arbitragem?
Não, ela possui árbitros e dos melhores desempenhos. Creio que a mídia está em crise em relação ao que é publicado, muitas vezes maldosamente.
Fotos: Ariana Floriano

“Roberto Bratz sem dúvidas, é o melhor assistente que vi atuar desde que acompanho futebol, um excelente professor durante o curso, além de excelente ser humano!” Ariana Floriano, bandeirinha.
