Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Maio de 2014

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Jean Monfeston fala da realidade do povo haitiano presente na Arquidiocese

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Florianópolis, Maio de 2014 - Nº 200 - Ano XVIII

Setor promove Jornada da Juventude Pela terceira vez, Setor Juventude promoveu a Jornada Arquidiocesana, que contou com shows musicais, missa, adoração e catequese Promovida pelo Setor Juventude da Arquidiocese, realizou-se a terceira edição da Jornada Mundial da Juventude em nível diocesano, na véspera do Domingo de Ramos. Mais de 700 jovens concentraram-se na Paróquia Santa Cruz, em Areias, São José. Durante o dia, os jovens tiveram shows de evangelização com três bandas da Arquidiocese. Hou-

ve também Celebração Eucarística, Catequese ministrada pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, e Adoração ao Santíssimo. “O evento esteve de acordo com as nossas expectativas. Tivemos a presença de jovens de todas as comarcas da Arquidiocese”, avaliou Pe. Ewerton Gerent, assessor do Setor Juventude. PÁGINA 09

Tema do Mês

Três bandas da Arquidiocese animaram os jovens, que também tiveram momentos de Oração e Catequese

ASA trilha novos caminhos 22 entidades membros elegeram a nova diretoria para os próximos três anos A Ação Social Arquidiocesa realizou no dia 26 de abril a sua 42ª Assembleia Geral Ordinária. Durante o evento, debateu-se a sustentabilidade da Rede ASA,

Fiéis de cinco paróquias realizam Caminhada pela Paz PÁGINA 03

Participe do Jornal da Arquidiocese

com alternativas para a manutenção financeira, e realizou-se a eleição da nova diretoria para 2014-2017.

MARIA, mãe e membro da Igreja É no equilíbrio que as realidades de Maria como Mãe e membro da Igreja se completam. É preciso voltar ao ponto de partida bíblico, a Maria de Nazaré, com as implicâncias históricas, sociais e políticas do seu seguimento de Cristo. Hoje é preciso partir da ação de Maria: fazer o que ela fez, gerar o Cristo pobre no nosso mundo fechado em suas riquezas, defender as vidas indefesas diante dos atuais

Herodes, compreender o Evangelho de Cristo como espada que divide os corações e gera conflitos, anunciar as maravilhas de Deus que despoja os poderosos e eleva os humildes, interceder em favor de mais vinho e alegria para os sofredores. Enfim, como Maria é preciso cantar o nosso Magnificat e seguir a Jesus no caminho da cruz, dizendo sim às presenças de Deus na história.

Dom Wilson realiza Visitas Pastorais às paróquias

Câmaras de Vereadores debatem CF-2014

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Festival celebrará Dia Internacional da Família

PJ prepara celebração dos 40 anos na Arquidiocese

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Opinião

Maio 2014

Palavra do Bispo

Dom Wilson TTadeu adeu Jönck

Jornal da Arquidiocese

Arcebispo de Florianópolis

Canonizações de abril de 2014 No mês passado, aconteceu a canonização de três santos com grande repercussão na Igreja do Brasil. No dia 3 de abril foi canonizado o P. Anchieta e no dia 27 do mesmo mês foram canonizados os Papas João XXIII e João Paulo II. Cada um, a seu modo, deixou sua marca na caminhada da Igreja do Brasil. São José de Anchieta – Foi o grande evangelizador do Brasil. Foi responsável pela implantação do catolicismo em nosso país. Veio jovem para esta terra e dedicou-se a catequizar os índios e as famílias dos colonizadores. Esteve presente na construção do primeiro colégio em São Paulo, obra que é considerada como início desta que é a maior cidade do Brasil. No trabalho evangelizador, percorreu grandes distâncias. Deslocou-se da Bahia a São Paulo, ao Rio de Janeiro, ao Espírito Santo, sempre buscando tornar o Evangelho conhecido e vi-

vido. Chegou a organizar uma gramática tupi para melhor evangelizar junto aos povos indígenas. Sem dúvida é a figura mais expressiva do trabalho evangelizador da Igreja no Brasil. Em Florianópolis, há uma sua estátua na praça do Jardim Anchieta, no bairro do Itacorubi. Lá organizamos a celebração no dia da sua canonização. São João XXIII – A convocação do segundo Concílio Vaticano, por este Papa, foi o fato de maior repercussão na Igreja nos últimos 50 anos. O Concílio deu oportunidade para a Igreja repensar a si mesma. Traçou novos caminhos de atuação e provocou um novo dinamismo no modo de a Igreja ser presença no mundo. O Concílio imprimiu ritmo renovador também na Igreja do Brasil. A caminhada da Igreja de nossa arquidiocese recebeu deste acontecimento um impulso fundamental.

Palavra do Papa

Francisco

São João Paulo II – Foi um dos mais longos pontificados da história. Deixou muitos documentos escritos. Duas atividades, entre tantas que marcam seu fecundo ministério, podem ser destacadas. Primeiro, a sua participação na queda do muro de Berlim, fato que marca o desmoronamento da ideologia socialista como era conduzida pela antiga União Soviética. Outra atividade que o notabilizou foram as viagens apostólicas que realizou pelo mundo. Tinha uma especial capacidade de lidar com grandes multidões. A sua presença carismática nos países das mais variadas culturas gerava um novo dinamismo na caminhada da Igreja. Teve também grande preocupação de implantar o que o Concílio Vaticano II havia deixado como ensinamento. Foi ainda o Papa das grandes Encíclicas, o Papa que preparou a Igreja e o

Espírito Santo, e deram testemunho da bondade de Deus, da sua misericórdia, à Igreja e ao mundo. Foram sacerdotes, bispos e papas do século XX. Conheceram as suas tragédias, mas não foram vencidos por elas. Mais forte, neles, era Deus; mais forte era a fé em Jesus Cristo, Redentor do homem e Senhor da história; mais forte, neles, era a misericórdia de Deus que se manifesta nestas cinco chagas; mais forte neles era a proximidade materna de Maria. Nestes dois homens contemplativos das chagas de Cristo e testemunhas da sua misericórdia, habitava “uma esperança viva”, juntamente com “uma alegria indescritível e irradiante” (1 Pd 1, 3.8). [...] Que estes dois novos santos Pastores do Povo de Deus intercedam pela Igreja para que, durante estes dois anos de caminho sinodal, seja dócil ao Espírito Santo no serviço pastoral à família. Que ambos nos ensinem a não nos escandalizarmos das chagas de Cristo, a penetrarmos no mistério da misericórdia divina que sempre espera, sempre perdoa, porque sempre ama.

Os santos sentiram Deus presente nas suas vidas e continuam a tornar Deus presente e atuante na vida da Igreja e do mundo também depois da morte”.

Opinião

Que valores recebeu da família, que contribuíram na sua formação?

Domingo da Misericórdia No centro deste domingo, que encerra a Oitava de Páscoa e que João Paulo II quis dedicar à Misericórdia Divina, encontramos as chagas gloriosas de Jesus ressuscitado. Ele já as mostrara quando apareceu pela primeira vez aos Apóstolos, ao anoitecer do dia depois do sábado, o dia da Ressurreição. Mas, naquela noite, Tomé não estava; e quando os outros lhe disseram que tinham visto o Senhor, respondeu que, se não visse e tocasse aquelas feridas, não acreditaria. Oito dias depois, Jesus apareceu de novo no meio dos discípulos, no Cenáculo, encontrando-se presente também Tomé; dirigindo-Se a ele, convidou-o a tocar as suas chagas. E então aquele homem sincero, habituado a verificar tudo pessoalmente, ajoelhou-se diante de Jesus e disse: “Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20, 28).[...] João XXIII e João Paulo II tiveram a coragem de contemplar as feridas de Jesus, tocar as suas mãos chagadas e o seu lado trespassado. Não tiveram vergonha da carne de Cristo, não se escandalizaram d’Ele, da sua cruz; não tiveram vergonha da carne do irmão, porque em cada pessoa atribulada viam Jesus. Foram dois homens corajosos, cheios da audácia do

mundo para o novo milênio, com a celebração fervorosa do Grande Jubileu. Sua última enfermidade e seu falecimento, em abril de 2005, comoveram a humanidade. O que há de mais destacável num santo é que ele manifesta a presença e atuação de Deus no mundo pela sua vida, pelo seu testemunho e pelas suas palavras. Os santos sentiram Deus presente nas suas vidas e continuam a tornar Deus presente e atuante na vida da Igreja e do mundo também depois da morte. Cada um deles, a seu modo, tornou Deus presente na caminhada da Igreja. Foram instrumentos de transformação da Igreja e do mundo. Com grande alegria elevamos a nossa prece de júbilo e ação de graças pela presença destes novos santos na Igreja. Refletindo sobre a vida deles, podemos entender um pouco mais da Igreja no Brasil e em nossa arquidiocese.

Sou de família de tradição católica. Minha mãe sempre foi uma mulher muito religiosa, de oração, devota de Nossa Senhora, ela sempre fez com que seguíssemos os seus passos na religião. Por conta disso, sempre tivemos um caminho ligado à Igreja: tornei-me coroinha e até hoje sou uma liderança da Igreja. Esses valores levo para a minha família, para os meus filhos, e para o convívio com os amigos. Meus pais são os meus modelos de valores morais de honestidade, solidariedade, amor ao próximo

Roma, 2 7 de abril - Missa de 27 canonização dos beatos João Paulo II e João XXIII

e caridade cristã. Minha mãe é liderança forte na Igreja, onde realiza trabalhos voluntários. Assim pude ver a importância dos valores familiares e religiosos que hoje passo para minhas filhas. Esses valores me fazem ter a certeza de que todos teremos uma qualidade de vida melhor e que posso passar adiante o amor que prevalece na nossa família e no meu trabalho.

Karla Santo Colombi Colombi, Paróquia Santíssima Trindade, Florianópolis

P atrícia R enata Cugnier Patrícia Renata Cugnier, Paróquia São João, Itajaí.

Caso queira compartilhar conosco algo que deseje ser refletido nesse espaço, envie sua sugestão para jornal@ar q uifln.org.br uipe. jornal@arq uifln.org.br.. As sugestões serão analisadas pela eq equipe.

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Luciano de Souza, Paróquia São Sebastião, Tijucas

São os valores recebidos que trago comigo até hoje: a honestidade, a integridade, a oração, a solidariedade e a partilha, a disponibilidade para o serviço do bem comum, os valores da união entre o marido e a esposa. O valor da educação, da ética e da moral, o respeito com o outro, a ajuda mútua, a valorização dos laços familiares, a prática da fraternidade, da disciplina. O valor da religião, da bondade, da misericórdia e da compaixão, do respeito com a natureza e os outros seres vivos.

Dire orial: Dom Wilson Tadeu Jönck, Pe. Leandro Rech, Dirett or: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Edit Editorial: Pe. Revelino Seidler, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Leda Cassol Vendrúscolo, Maria Antônia Carsten, Maria Glória da Silva Luz, Carlos Martendal, João Augusto de Farias Jornalista R esponsáv el: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - (48) 8405-6578 - Coor Responsáv esponsável: Coor.. de Publicidade: Pe. Pedro José Koehler - Revisão: Pe. Ney Brasil Pereira - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Diário Catarinense


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Caminhada reúne fiéis de cinco paróquias Mais de dois mil fiéis participaram da caminhada até o Morro da Cruz, em Florianópolis Foto JA

As cinco paróquias do Maciço do Morro da Cruz, em Florianópolis, se uniram na Sexta-Feira Santa (dia 18/04), para realizar uma Caminhada pela Paz. Cerca de dois mil fiéis participaram da caminhada. No topo do morro, foi lida uma carta convocatória, redigida pelos cinco párocos, pela urgência na construção da cultura da justiça e da paz em favor da juventude do Maciço que é vitimada pelo narcotráfico. Participaram da caminhada fiéis das Paróquias da Santíssima Trindade, São Luiz Gonzaga, na Agronômica, Santa Teresinha do Menino Jesus, na Prainha, Nossa Senhora da Boa Viagem, no Saco dos Limões, e Nossa Senhora do Desterro, na Catedral. Eles se reuniram nas igrejas matrizes a partir das 6h da manhã para caminharem em direção ao topo do Morro do Cruz. As paróquias utilizaram trajetos diferentes, mas todas seguiram a Via Sacra. A última estação foi aos pés da cruz no alto do morro. A caminhada já era realizada pela Paróquia da Agronômica, mas este ano foi a primeira vez que as outras quatro paróquias do Maciço se uniram na iniciativa. Por volta das 9h todas já estavam no topo do morro. Pe. Vilson Groh Groh, propositor da união das paró-

Vai acontecer...

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

Caminhada serviu como penitência aos mais de dois mil fiéis quias na caminhada, leu a Carta pela Paz, que será encaminhada às autoridades do município e do Estado. O documento, que foi distribuído aos presentes, menciona situações de violência a que os jovens do Maciço do Morro da Cruz são submetidos e da falta de oportunidades. No entanto, o documento informa que é uma região de oportunidades. O rendimento agregado mensal é de cerca de R$ 12,8 milhões. “Propomos a importância de criar políticas públicas estruturantes para a juventude: oportunizar áreas de lazer nos diversos morros, centros de cultura (teatro, Foto JA

Cruzes se misturaram às antenas de transmissão do Morro da Cruz

música, cinema); qualificação profissional de acordo com as demandas do mercado de trabalho na cidade; incentivar o cooperativismo e o empreendedorismo social a partir da vocação das próprias comunidades; alimentar o estudo como um valor, desde o ensino infantil até os bancos das universidades; fortalecer os vínculos familiares para gerar novas famílias através de políticas de moradia”.

Penitência e Oportunidades Daniel Souza Souza, da Paróquia São Luiz, na Agronômica, realiza a caminhada há oito anos. Desta vez, foi acompanhado da esposa, filha, genro e dois netos. “Participar da caminhada é fazer um pequeno sacrifício para sentir um pouco do que Jesus fez por nós. Acompanhado da família é melhor ainda”, disse. Para a jovem Vanessa Brito Brito, de 15 anos, moradora da comunidade N.Sra. Aparecida, na Caieira do Saco dos Limões, a caminhada é também um momento ideal para refletir sobre as dificuldades enfrentadas pelos jovens. “Também buscar formas de inclusão social, com educação, lazer, trabalho e emprego”, disse.

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs - CONIC, promove, nos dias 01 a 08 de junho, a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - SOUC. Na Arquidiocese, o evento é dinamizado pela Comissão Arquidiocesana para o Diálogo Ecumênico e Interreligioso - CADEIR. A cada dia, o evento será realizado em uma Igreja Cristã da região de Florianópolis, sempre às 20h. Nos domingos da abertura (01) e do encerramento (08), cada Igreja fará a motivação, bem como orações pela unidade dos cristãos, refletindo sobre o tema deste ano: “Acaso Cristo está dividido?” (1Cor 1,1-17).

Nos dias seguintes, representantes de todas as Igrejas Cristãs que participam do Ecumenismo se concentrarão em uma das igrejas (veja programação abaixo). A SOUC existe desde 1908. Teve início com o americano Paul Watson, membro da Igreja Anglicana, convertido ao catolicismo e depois ordenado presbítero. Ele lançou a ideia inspiradora de uma Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. A proposta foi acolhida com interesse crescente, e espalhou-se e estruturou-se mundo afora. No Brasil, o CONIC é seu promotor desde 1983.

PROGRAMAÇÃO D AT A

IGREJA

PREGADOR(A)

01/06 Todas as Igrejas Cristãs

Pastores/padres/ministros: motivar para o sentido da SOUC

02/06 Igreja Maria Mãe de Deus Uno

Prª. Regina Niúra (IPI) reginaniura@ig.com.br 3024-6736 / 9915-1430

03/06 ICAR- Paróquia Santo Antônio (Campinas – São José)

Pastor Sinodal Rev. Siggolf Gruel 3249-0887 - sinodo@iaccess.com.br

04/06 Templo Ecumênico da Comunidade Cristã de Jurerê Internacional

Dom Wilson Tadeu Jönck (ICAR) arquifln@arquifln.org.br - 3224-4799

05/06 IPI –Igreja Presbiteriana Independente (Coloninha)

A confirmar

06/06 IELB – Igreja Evangélica Luterana do Brasil

Pastor Jackson - IECLB

07/06 Centro de Tratamento Recanto Silvestre (Biguaçu)

A confirmar

08/06 Todas as Igrejas Cristãs

Pastores/padres/ministros: incentivar à continuidade do projeto ecumênico...


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Tema do Mês

O mês de maio, tradicionalmente celebrado em nossas comunidades católicas, como mês de Maria, é ocasião para refletirmos sobre a relação de Maria com a Igreja. Estamos diante de uma questão importante para nossa vida de fé no que concerne à nossa relação com Maria, a mãe de nosso Senhor e Salvador.

DUAS TENDÊNCIAS MARIOLÓGICAS

MARIA, MÃE DA IGREJA

É claro que é importante reconhecer Maria como Mãe da Igreja. Mas é perigoso acentuar demais esse aspecto, esquecendo que ela é também membro da Igreja. Pode deixar de fora a dimensão pastoral de Maria enquanto precursora, no Magnificat, do programa que Cristo explicitou na sinagoga de Nazaré. Pode passar longe da realidade histórica, com suas conotações político-econômico-sociais. O relacionamento dos filhos com ela se torna deturpado por uma espécie de machismo-

MARIA, MÃE E MEMBRO DA IGREJA No feminino de Maria, a Igreja vai aprendendo a ser mulher, acolhedora do mistério de Deus. Divulgação/JA

Há muitos fiéis que exaltam demasiado a figura de Maria, colocando-a quase que só do lado de Deus, de Cristo, quase que fora da Igreja, acima da Igreja. Essa visão unilateral, que vê Maria somente como Mãe da Igreja, esquecendo que ela é também membro da Igreja, acarreta sérios problemas para nossa vida de fé. Corre-se o risco de justificar uma espécie de mariolatria, que faz de Maria um ponto de referência lá no alto, Maria celeste, distante da realidade, mediadora de graças, com quem o devoto se relaciona numa espiritualidade intimista e egoísta. Por outro lado, a afirmação de sua maternidade eclesial é necessária porque nela se reflete o rosto materno do Deus da libertação, que faz da Igreja o lugar onde ele concentra o máximo de sua presença dinâmica em favor do seu Reino. De modo diverso, há fiéis que esquecem que Maria é Mãe da Igreja e a reconhecem apenas como membro da Igreja, ainda que de forma eminente. Mas isso também traz problemas para a fé. Corre-se o risco de identificá-la muito facilmente conosco, de obscurecermos a singularidade de sua escolha e missão. Assim, menospreza-se a gratuidade de Deus que se relaciona diferentemente com cada um de nós e que, em Maria, manifesta o máximo de sua confiança no ser humano. Doutra parte, afirmar que Maria é membro da Igreja é anunciar que podemos contar com ela como nossa irmã e companheira de luta. Como nós, ela é filha da Igreja, dessa comunidade maior que nos alimenta e nos sustenta, com a Palavra e os Sacramentos, na difícil peregrinação da vida.

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de de Maria na obra da salvação. Corre-se o risco de reduzi-la a um modelo da Igreja, de vê-la não por aquilo que ela é para Deus e para os homens, mas só por aquilo que ela é para a Igreja. Esquece-se da dimensão teológica a ser apreciada em Maria: o que Deus quer dela? Não se vê nela o rosto materno e feminino de Deus. Fica também na sombra a dimensão antropológica: o que os seres humanos podem esperar daquela que, mesmo sendo como eles, foi escolhida como única no plano de Deus? Não aparece claramente a função intercessora da Mãe de Deus. Por outro lado, esta corrente carrega no seu bojo muitos aspectos positivos. Entre estes, está a redescoberta da amizade e da fraternidade femininas na Igreja. As figuras de Madalena, das irmãs de Lázaro, das seguidoras de Jesus, reaparecem nas comunidades cristãs de hoje, pela valorização do trabalho das companheiras e irmãs que vão tomando seu lugar na vida da Igreja. Os varões eclesiásticos, que por séculos governaram sobranceiros e solitários a Igreja, marcando-a como instituição masculina, ganham agora a companhia feminina de suas irmãs em Cristo. No feminino de Maria, a Igreja vai aprendendo a ser mulher, acolhedora do mistério de Deus. Homens e mulheres da Igreja aprendem, na Igreja, a viver a docilidade e a delicadeza próprias do cristão no seu relacionamento com Deus, com os irmãos e com a natureza criada.

CONCLUSÃO

Festa de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal, reúne milhares de fiéis do mundo inteiro patriarcalismo invertido, que a vê como justificadora das relações verticais da pirâmide patriarcal. Os representantes de Deus na esfera eclesial e na esfera sócio-político-econômica fazem dela a mãe ideal, sem os pecados e limites de nossas mães, sem os clamores e profecias das mães oprimidas e libertadoras. Insistese em suas virtudes passivas, como a humildade, a obediência e a paciência. Esquecem-se as virtudes ativas da profecia do Magnificat, da perseguição na fuga para o Egito, do seguimento martirial até os pés da cruz. Se há estes timbres negativos nessa tendência, há também os positivos. Maria marca todo o ser e toda a obra do Filho com o caráter particular e insubstituível de sua maternidade. Há entre Cristo e Maria uma relação única de ex-

É preciso voltar ao ponto de partida bíblico, a Maria de Nazaré, com as implicâncias históricas, sociais e políticas do seu seguimento de Cristo”.

clusividade. Por ela ser virgem, Jesus é só de Maria. Por ele ser filho único, Maria é só de Jesus. Aqui se manifesta a doçura do catolicismo, o caráter plenamente humano da redenção. Por mais marcada que seja pelo masculi-

no do homem-Deus, Maria, a Mãevirgem do homem-Deus, o marca com seu ser virginal-maternal. Nela, a mulher se torna também mediação de Deus seja enquanto revela o rosto materno de Deus, seja enquanto é acesso para o encontro com Ele. Nela, os pastores da Igreja aprendem a exercer a verdadeira paternidade-maternidade de Deus e da Igreja em favor de todo o povo de Deus. Nela, todos os membros da Igreja aprendem a ser também “mães de Deus”, gerando Deus no meio do mundo.

MARIA COMO MEMBRO DA IGREJA

Maria é o membro mais eminente e excelente da Igreja. Mas se houver muita insistência só nesse aspecto, há perigos para a fé. Pode-se obscurecer a singularida-

É no equilíbrio que as realidades de Maria como Mãe e membro da Igreja se completam. Esse equilíbrio não se dá estaticamente, mas em movimento. É preciso voltar ao ponto de partida bíblico, à Maria de Nazaré, com as implicâncias históricas, sociais e políticas do seu seguimento de Cristo. Trata-se de considerar um ato mariano primeiro, que é o colocarse de Maria em favor do Reino de Deus e dos pobres do Reino. Hoje é preciso partir da ação de Maria: fazer o que ela fez, gerar o Cristo pobre no nosso mundo fechado em suas riquezas, defender as vidas indefesas diante dos atuais Herodes, compreender o Evangelho de Cristo como espada que divide os corações e gera conflitos, anunciar as maravilhas de Deus que despoja os poderosos e eleva os humildes, interceder em favor de mais vinho e alegria para os sofredores. Enfim, como Maria é preciso cantar o nosso Magnificat e seguir a Jesus no caminho da cruz, dizendo sim às presenças de Deus na história. Pe. Vitor Galdino Feller Vigário Geral da Arq., Prof. de Teologia e Diretor da FACASC/ITESC Email: vigariogeral@arquifln.org.br


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12 Corais cantam a Páscoa na Catedral Em sua 29ª edição, Conespa reuniu 12 corais da Grande-Florianópolis para o evento tradicional Foto JA

O Coral Santa Cecília da Catedral de Florianópolis realizou, na noite de 23 de abril, às 20h, o XXIX CONESPA – Concer Concertto Espiritual da Páscoa Páscoa. Mais uma vez, a Igreja-Mãe da Arquidiocese ficou repleta de ouvintes que acompanharam as apresentações de 11 corais da Grande Florianópolis, sendo um do Sul do estado, somando mais de 500 vozes. Durante o concerto, cada coral apresentou duas músicas do seu repertório sacro, preferencialmente pascal. No fim, o Grande Coro, acompanhado por um quarteto de metais e regido pelo Pe. Ney Brasil Pereira Pereira, regente do coral anfitrião, executou o “Aleluia” de Haendel, precedido do Hino da Campanha da Fraternidade deste ano. Nosso arcebispo Dom Wilson TTadeu adeu Jönck prestigiou o evento. Ele parabenizou Pe. Ney pelo trabalho à frente do Coral Santa Cecília e pela iniciativa da organização do Conespa, e tam-

Oração pelas Vocações

Pe. Ney, idealizador do Conespa, rege o Grande Coro com representantes de todos os corais participantes do Concerto bém a todos os que se apresentaram. “É um momento importante, o congraçamento de todos esses grupos corais, inclusive um coral infantil, unindo-se para cantar a Páscoa do Senhor”, disse. O maestro Tibi Laus de Souza za, que rege a Associação Coral de Florianópolis, participa do Conespa desde a sua primeira

edição. Para ele, o evento é uma oportunidade de encontro dos corais. “Na Grande-Florianópolis temos poucos encontros de grupos corais. O Conespa é uma oportunidade de trocarmos experiências, repertório, ver o progresso dos grupos... É uma iniciativa fantástica, ainda mais para comemorarmos a Páscoa”, disse.

II Festival da Família A Comissão Arquidiocesana para a Vida e a Família - CAVF, promove no dia 18 de maio, a segunda edição do Festival da Família. Será um evento celebrativo para reunir a família, tendo como objetivo celebrar o Dia Internacional da Família Família. Dessa vez, será realizado na Beira-Mar Continental de Florianópolis. O Dia Nacional de Valorização da Família foi instituído em 15 de maio de 2012. Tem como objetivo promover a família como espaço privilegiado e insubstituível para que um homem e uma mulher possam, por meio do matrimônio, gerar e educar seus filhos

Vai acontecer...

(cf. Carta às Famílias,10) no convívio da família cidadã. A partir disso, a CAVF decidiu

reunir as famílias num dia festivo, marcado pela oração, lazer, cultura e o encontro familiar. O evento é promovido por todas as pastorais e movimentos que atuam na promoção da vida e da família, juntamente com a comunidade. Durante o Festival, a meta é promover o intercâmbio sociocultural, e estimular o congraçamento entre as famílias na prática da partilha. Informações com o casal Eluiza e Nilo Momm - (48) 3246-1964, nilomomm@yahoo.com.br -, coordenadores da CAVF, ou com o Pe. Helio Luciano – (48) 9935ahoo. 4510, helioluciano@y helioluciano@yahoo. com.br com.br, assessor eclesiástico.

No dia 11 de maio, a Igreja celebra o 51º Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Para preparar a data, a Pastoral Vocacional da Arquidiocese realizará no dia 07 de maio, às 20h, no auditório do Provincialado das Irmãs da Divina Providência, em Florianópolis, a apresentação da Mensagem do Papa para o evento. A apresentação contará com a presença de representantes das diversas vocações (padres, religiosas, leigos...), que partilharão suas impressões sobre a Mensagem do Papa. Também haverá momentos de oração pelas vocações.

São convidados a participar dessa noite: padres, seminaristas, candidatas à vida religiosa, membros de novas comunidades de vida, agentes da Pastoral Vocacional e representantes dos meios de comunicação católica. “O objetivo da noite é divulgar a Mensagem e aprofundar a sua reflexão para que seja bem aproveitada no dia 11 de maio”, disse Pe. Vânio da Silva va, coordenador da Pastoral Vocacional da Arquidiocese. Segundo ele, está sendo preparado um roteiro litúrgico para ser usado nas paróquias durante as missas do Dia Mundial de Oração pelas Vocações.

Orientação Vocacional A Pastoral Vocacional da Arquidiocese promove no dia 31 de maio, os encontros dos GOVs, Grupos de Orientação Vocacional João Paulo II (masculino) e Madre Teresa (feminino). Mais uma vez, os encontros serão realizados em dois locais: no sul, na Paróquia São José e Santa Rita de Cássia, Jardim Atlântico, em Florianópolis; e no

norte, no Santuário Santa Paulina, em Nova Trento. O GOVs são destinados a jovens e adolescentes, de no mínimo 12 anos, que buscam fazer um caminho de discernimento vocacional. Informações com as equipes vocacionais das paróquias ou com Pe. Vânio da Silva Silva, pelo fone (48) 9916-3808 ou pelo anio@ig.com.br e-mail pe.v pe.vanio@ig.com.br anio@ig.com.br.

Festival Vocacional A Pastoral Vocacional da Comarca de Biguaçu promove, no dia 25 de maio, o VII Festival Vocacional. Será na Paróquia N.Sra. dos Navegantes, em Governador Celso Ramos, e terá

como tema “Vocação, Fruto do Amor”, e lema “Abri o coração a grandes ideais”. Mais informações pelo fone (48) 3262-0176, ou pelo e-mail sa savv.santacruz@ gmail.com gmail.com.


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Bíblia

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Conhecendo o livro dos Salmos (70)

Divulgação/JA

SALMO 95(94):

Salmos 95 e 96 (94 e 95)

CONVITE E ADVERTÊNCIA Salmo bastante conhecido, por vários motivos. Primeiro, é o salmo “invitatório”, que abre a recitação da Liturgia das Horas cada manhã. Segundo, é um salmo cuja parte final (vv. 7-11) é integralmente citada pelo autor da carta aos hebreus, que lhe dedica longo e detalhado comentário: Hb 3,7—4,11. Terceiro, é um dos sete salmos (93 a 99) dedicados à realeza do Senhor, chamado aqui “o grande Rei” (v.3). E ainda, é um salmo que impressiona pela dureza da advertência que, de repente, segue ao alegre convite para exultar, aclamar, adorar o Senhor.

Vinde, exultemos!

1. Vinde, exultemos no Senhor, / aclamemos o Rochedo que nos salva. 2. Vamos a Ele com ações de graças, / vamos aclamá-lo com cantos de alegria. Os peregrinos chegam à entrada do Templo, cantando hinos e prorrompendo em aclamações, convidando-se mutuamente a se aproximarem, fervorosos, da divina Presença. Por isso, os dois verbos de movimento: “vinde”, “vamos”, e o convite insistente à exultação, à ação de graças, à alegria.

Por que louvá-lo?

3. Pois o Senhor é o grande Deus, / o grande Rei, acima de todos os deuses. Porque todos os outros “deu-

SALMO 96 (95) CANTAI AO SENHOR! Como os três salmos que o precedem e os três que o seguem, também este celebra a realeza do Senhor, proclamada no v. 10: “O Senhor reina!”. Sua forma é a de um hino triunfal, cheio de entusiasmo e esperança. De amplas dimensões, sua universalidade aparece no amplo uso, sete vezes, do adjetivo “todo”: toda a terra, todos os povos, todos os deuses, tudo o que há no mar, tudo o que há na terra, todas as árvores, todas as nações. Tudo e todos devem participar da festa e do louvor, convidados a cantar. Todos, menos os “deuses”, porque são “vãos”.

Um cântico novo

12. Cantai ao Senhor um cântico novo, / cantai ao Senhor, terra inteira. 13. Cantai ao Senhor, bendizei o seu Nome, / anunciai dia após dia a sua salvação. 14. Entre os povos narrai a sua glória, / entre todas as nações dizei seus prodígios. O cântico é “novo”, não por ser

é “nosso”, os orantes subentendem a fórmula da Aliança: “Eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jr 31,33). E expressam essa mesma fórmula também com a conhecida imagem pastoril do rebanho, o “povo da sua pastagem”, as ovelhas, conduzidas “pela mão” do Deus-Pastor.

Hoje, ouvir a voz!

ses”, se existissem, cultuados pelos outros povos, lhe seriam inferiores ou lhe estariam sujeitos. É uma afirmação polêmica contra divindades estrangeiras, na linha das proclamações do segundo Isaías (Is 40-55).

Quem é Ele?

4. Na sua mão estão os abismos da terra, / são suas as alturas das montanhas. 5. É dele o mar, pois foi Ele quem o fez, / e a terra firme, que suas mãos modelaram. Já o primeiro versículo do salmo proclamara a identidade desse Deus que merece todo o louvor do seu povo: Ele é o “Rochedo que nos salva”. Agora, em apenas dois versículos, o salmista exalta a sua soberania cósmica, soberania sem esforço, sem luta, à diferença dos deuses babilônicos. Nesses dois versículos temos uma panorâmica do espaço: profundezas e cumes, mar e terra firme. Notar também os

dois verbos da ação criadora: “fazer” e, como a ação do oleiro, “modelar”: as mãos do Senhor (o Sl 8,4 fala dos “dedos”) “modelaram” a terra firme.

Vinde, adoremos!

6. Vinde, prostrados adoremos, / de joelhos ante o Senhor que nos criou. Novo convite mútuo, agora, a expressar a humildade, a submissão devida Àquele que é o Senhor! Sem a humildade, a exultação do convite inicial correria o risco de tornar-se autocomplacente, porque não revelaria aquele “temor” de Deus que é o “princípio da sabedoria”, e que completa o seu amor. É como, na relação do casal, o respeito, complemento indispensável do amor.

Deus e Pastor

7. Ele é o nosso Deus, e nós o povo da sua pastagem, as ovelhas que sua mão conduz. Reconhecendo que Ele, Deus,

cantado pela primeira vez, mas porque é definitivo, caracterizando o tempo em que terão passado “as coisas antigas”: agora, reinando o Senhor, “são novas todas as coisas” (Ap 21,5). E isto “desde já”, embora “ainda não” em plenitude. Por isso, a sua salvação deve ser anunciada dia após dia, e a sua glória deve ser proclamada, missionariamente, “entre os povos e nações”.

17. Majestade e beleza estão à sua frente, / poder e esplendor moram no seu santuário. À diferença da multidão dos anjos no Apocalipse, aqui o salmista faz com que precedam o Rei a “majestade” e “beleza”, personificadas, e o acompanhem, também personificados, o “poder” e o “esplendor” no seu santuário, celeste e terrestre.

O Senhor é grande

Os tributos ao Rei

15. Pois o Senhor é grande e digno de todo louvor, / terrível acima de todos os deuses. 16. Todos os deuses das nações são vãos, / enquanto o Senhor fez os céus. A grandeza de Deus, “acima de todos os deuses”, quem quer que sejam eles, motiva esse louvor universal, só a ele devido. Louvor que é marcado pela reverência, o respeito, o temor, Àquele que é “terrível” para quem ouse resistir à sua supremacia. Em contraste com o Senhor, “que fez os céus”, é ressaltado o vazio, a inanidade de “todos os deuses das nações”.

A corte do Rei

18. Tributai ao Senhor, ó famílias dos povos,/ tributai ao Senhor glória e poder, 19. Tributai ao Senhor a glória do seu Nome, / trazei oferta e entrai nos seus átrios. 20. Adorai o Senhor no seu santo esplendor, / tremei diante dele, terra inteira! Tributo é prova de vassalagem: quem paga o tributo, reconhece a soberania. É a interpelação que o salmista faz, agora, não ao seu povo, mas às “famílias dos povos”, conclamadas a trazerem suas ofertas “até seus átrios”, como na visão de Isaías sobre Jerusalém: “A ti virão os tesouros das nações” (Is 60,5). Tudo isso, po-

8. Oxalá hoje ouvísseis a sua voz: “Não endureçais os corações como em Meriba, / como no dia de Massa, no deserto, 9. Onde vossos pais me tentaram, me provaram, / apesar de terem visto minhas obras. De repente, inesperada, levanta-se a voz do próprio Deus, com admoestação grave, severa, no meio dos cantos e aclamações! Por quê? O motivo é o mesmo que levou os profetas a alertarem continuamente contra o formalismo de um culto que não tem correspondência na ética (cf Is 1,10-17). Por isso, “hoje”, ou, como diz a carta aos hebreus, “no tempo que se chama hoje” (Hb 3,13), é preciso “ouvir” a Palavra. E “ouvir” obedecendo, realizando, praticando, sem “endurecer os corações”, como aqueles hebreus no deserto. A voz divina recorda explicitamente os nomes de “Massá” e “Meribbá”, termos hebraicos explicados em Ex 17,7, referentes ao local em que aquele povo “provocou” a Deus e “contestou” a Moisés ao reclamarem contra a falta de água. E isso, depois de todos os prodígios, “vistos” antes, durante e depois, da trarém, acompanhado de adoração e reverência: “adorai”, “tremei”.

Rei e Juiz

21. Dizei entre os povos: “O Senhor reina!” / Ele sustenta o mundo para que não vacile; / julga as nações com retidão. Aqui estamos no clímax do salmo: a proclamação do Reinado e da Justiça de Deus. Anunciada “entre os povos”, acompanham-na os dois efeitos correlativos: a estabilidade do planeta e a justiça internacional. Utopia? Não. Jesus veio mostrar-nos que “outro mundo é possível!”

O Senhor vem!

22. Alegrem-se os céus, exulte a terra, / estronde o mar e o que ele contém; 23. Exultem os campos e o que encerram, / alegrem-se todas as árvores das selvas, 24. Diante do Senhor, pois Ele vem,/ Ele vem julgar a terra. 25. Julgará o mundo com justiça / e com sua fidelidade todas as nações. Até as árvores são convocadas a participar da alegria universal, unindo-se aos céus, à terra, ao mar,

vessia do mar.

Vinde, entrai... não entrarão!

10. Por quarenta anos aquela geração me aborreceu. / E eu disse: São um povo de coração transviado, / não conhecem os meus caminhos. 11. Por isso, jurei na minha ira: não entrarão no meu descanso!” O inexorável “não entrarão”, que conclui abruptamente o salmo, em si refere-se à geração rebelde no deserto. Pronunciado agora, porém, em plena assembleia cultual festiva, não pode deixar de repercutir nos ouvintes atuais, como o percebeu e acentuou o autor da carta aos hebreus: “Cuidado, irmãos! Que nenhum de vós tenha um coração perverso e incrédulo, desertor do Deus vivo. Antes, animai-vos uns aos outros cada dia, enquanto soa esse “hoje”, para que ninguém se endureça, seduzido pelo pecado.[...] Ora, a quem Ele jurou que não entrariam no descanso? Aos rebeldes, que por sua incredulidade não puderam entrar. [...] Portanto, esforcemo-nos por entrar no descanso prometido! “ (cf Hb 3,12—4,11). Ainda uma observação: Entrar no “descanso” da Terra prometida não é fato consumado, que garanta a perpetuidade; entrar no Templo, no culto, não é rito isolado da exigência ética. Assim, cada dia – “hoje!” – é preciso voltar a entrar: na Terra, como tarefa; no culto, como compromisso, até a entrada na Terra definitiva do mundo que há de vir. aos campos, diante do Senhor, pois Ele vem! Ele “vem” para “julgar”, isto é, governar, instaurar o seu Reino. E porque o faz “com a sua fidelidade”, podemos confiar nele. Isto, porém, desde que nós lhe sejamos fiéis (cf 2Tm 2,13). Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica na Faculdade de Teologia de SC - FACASC email: ney.brasil@itesc.org.br

Para refletir: 1) O salmo 95(94), apesar de breve, tem grande relevância: por quê? 2) Como entender o “hoje” de que fala este salmo? 3) Qual a lição que tira deste salmo a carta aos hebreus? 4) Em que sentido é “novo” o cântico ao qual nos convida o salmo 96 (95)? 5) Por que a alegria domina este salmo?


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Catedral celebra a Missa do Crisma Durante a Celebração Eucarística, bispos e padres renovaram suas promessas sacerdotais Foto JA

A Catedral de Florianópolis acolheu na manhã da Quinta-Feira Santa (17/04), a partir das 9h, os bispos, padres e diáconos da Arquidiocese de Florianópolis, somando mais de 170 presentes. Como é de praxe nesse dia, eles aí estiveram para participar da celebração da Bênção dos Santos Óleos do Crisma, dos Catecúmenos e da Unção dos Enfermos, e da renovação das promessas sacerdotais. A celebração foi presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck Jönck, e concelebrada pelo nosso bispo-auxiliar emérito Dom Vito Schlickmann Schlickmann, além dos padres, diáconos e fiéis, que lotaram a igreja. A celebração faz parte da Semana Santa, que teve início no “Domingo de Ramos” (13/04). A Quinta-Feira Santa dá início ao “Tríduo Pascal”, do qual faz parte a Sexta-Feira Santa, em que se celebra a paixão e morte de Jesus Cristo, e o Sábado Santo, em cuja noite se celebra a Vigília Pascal. E se encerra no domingo, com a Páscoa.

Encontro realizado pela sétima vez buscou conscientizar casais do que podem realizar na Igreja Dom Wilson abençoa os óleos dos Enfermos, Crisma e Catecúmenos Ao final da Celebração, Pe. Coelho, pároco David Antônio Coelho anfitrião, solicitou que todos os seminaristas da Arquidiocese fossem até o altar. Em conjunto, eles rezaram a Oração Vocacional. No término do evento, os bispos, padres e diáconos receberam um exemplar do livro “O cansaço dos bons”, de Roberto Almada, que será o tema do próximo curso de formação do clero.

Em sua homilia, Dom Wilson lembrou das ações dos discípulos e relacionou suas ações com as dos sacerdotes. “Se nós nos voltarmos para Cristo e se tivermos o empenho e a capacidade de dirigir a ele os atos de afeto, carinho e atenção, teremos disposição de fazer o que Ele fez, de realizar as Suas ações. Aqui está um dos segredos do ministério presbiteral”, disse.

PJ prepara 40º aniversário 2014 é um ano comemorativo para a Pastoral da Juventude na Arquidiocese de Florianópolis. Em setembro deste ano, a PJ estará celebrando 40 anos de presença aqui. Para comemorar essa data, será realizado um grande evento. Para organizá-lo, no último dia 13 de abril, 15 jovens lideranças da PJ em diferentes comarcas, estiveram reunidas no Parque Es-

Palhoça promoveu retiro para casais em segunda união

tadual do Rio Vermelho, em Florianópolis, para decidir como o evento celebrativo será organizado. Três reuniões já foram realizados. Os jovens puderam dividir as tarefas e tomar decisões principais como a data, o local e o tipo de evento a ser promovido. Para manter a organização do evento, o grupo foi dividido em quatro subcomissões: Infraestrutura, ComunicaDivulgação/JA

Lideranças se reuniram no local onde será realizado o evento celebrativo

ção, Mística e Metodologia. Na reunião do dia 13, além de conhecer o camping do Parque do Rio Vermelho, os jovens decidiram os locais para montagem das barracas, onde serão realizados os eventos principais como a palestra e a missa, além da montagem do palco. Ficou decidido também o cronograma dos dois dias de evento: seis e sete de setembro. O evento tem como tema “40 anos, Pastoral da Juventude – Arquidiocese de Florianópolis”, e como lema: “Tire as sandálias dos pés, pois este é um lugar sagrado”, Ex. 3,5. A base é a passagem bíblica do Êxodo 3, 1-10. Além de reunir os jovens que atuam hoje na Pastoral da Juventude, a proposta do acampamento é fazer memória da caminhada da Pastoral e trazer um pouco da história aos que ainda não a conhecem. Durante o acampamento, além das celebrações e dinâmicas, serão organizadas oficinas que envolverão música, cultura, entre outras.

A Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça, acolheu nos dias 12 e 13 de abril, pela sétima vez consecutiva, o retiro para casais em segunda união. Promovido pelo setor Casos Especiais da Pastoral Familiar, o retiro recebeu 34 casais em segunda união de várias regiões da Arquidiocese. Todo o trabalho envolveu mais de 200 pessoas, entre equipe de organização, ex-retirantes e jovens, filhos dos ex e atuais. O evento foi assessorado pelo Pe. Roberto Aripe (Padre Chiru), com o auxílio do casal Oscar e Vera, todos da diocese de São Leopoldo, RS. Pe. Chiru é o criador da metodologia “O Senhor é o meu Pastor”, que orienta os casais em segunda união e assessora os encontros em vários locais do Brasil. Esse ano, por conta da Copa do Mundo, o Retiro, que seria realizado em Itajaí, foi concentrado em Palhoça. O evento contou com a presença de vários padres da Arquidiocese. Com destaque para o Pe. Mário Sérgio Silva Baptistim Baptistim, que acompanha a Pastoral Familiar há anos, e o Pe. André Gonzaga Gonzaga, pároco anfi-

trião, que ministrou a palestra “O maravilhoso plano do Pai”. Nela, Pe. André explicou que os casais em segunda união são também filhos amados e que a salvação é também para eles. Mas que a espiritua-lidade deles vai na linha da vivência da palavra, da oração e da caridade, não na sacramental. Para Neuzeli Wisentainer Wisentainer, que com seu esposo, Vicente, coordena o setor “Casos Especiais” na paróquia, a participação foi muito positiva e os casais ficaram bastante entusiasmados. “Muitos casais não tinham noção do que poderiam fazer na Igreja e julgavam que ela tinha as portas fechadas para eles. A partir do retiro, tenho certeza de que teremos novas lideranças atuando nas paróquias”, disse. Segundo ela, nos sete anos desde que o encontro é realizado, foram formadas muitas lideranças em segunda união. Na Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré ainda hoje há 20 casais em segunda união que se encontram mensalmente. “Eles são importantes lideranças da Paróquia”, acrescentou Neuzeli. Divulgação/JA

Realizado na Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça, retiro reuniu 34 casais em segunda união e mais de 200 pessoas no apoio


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Dom Wilson realiza Visitas Pastorais Duas paróquias já foram visitadas. No decorrer do ano, outras três terão a visita do Arcebispo Foto JA

As paróquias de São João Batista, na cidade de mesmo nome, e de São Francisco de Assis, em Aririú, Palhoça, receberam nos meses de março e abril, a Visita Pastoral do anosso arcebispo Dom Wilson TTadeu Jönck. Jönck Trata-se da visita oficial que o bispo realiza a uma paróquia e todas as suas comunidades. Nela, por meio das lideranças, fica conhecendo a realidade e, quando necessário, orienta a caminhada pastoral. Neste ano, outras três paróquias serão visitadas. A primeira a receber a visita foi a paróquia de São João Batista, no Baixo-Vale do Itajaí, onde Dom Wilson se reuniu com as lideranças de suas 16 comunidades. Por ser muito grande a paróquia, as visitas foram realizadas em março e abril. Os encontros aconteceram durante a semana à noite ou nos fins de semana, momentos em que a comunidade pôde estar presente. Segundo o Pe. Celso Duarte Duarte, pároco de São João Batista, as comunidades foram motivadas a participar das visitas com carro de som e as lideranças informando do evento em visitas às casas.

- P aróq uia N.Sra de Lour des - Fazenda/Itajaí – 18 a 20/07 Paróq aróquia Lourdes - Paróquia São Cristóvão - Itajaí – agosto (os dias não estão definidos) uia Sagrado Cor - Paróq aróquia Cor.. de Jesus - Antônio Carlos – 29 a 31/08

“A Visita serve para conhecer a realidade da comunidade” Dom Wilson participa de encontro com as lideranças da comunidade Jardim São Paulo, uma das 16 da Paróquia São João Batista “Algumas até colocaram balões na entrada da comunidade para receber o Bispo”, disse. Ele informou que há mais de 20 anos não se fazia a visita pastoral. A comunidade Nossa Senhora Aparecida, no Jardim São Paulo, foi uma das visitadas por Dom Wilson. No encontro com as cerca de 40 lideranças da comunidade, nosso Arcebispo conheceu os desafios e projetos da comuniFoto JA

Lideranças da comunidade Pacheco participam do encontro com o Bispo

dade, e deu algumas orientações. Adir Ouriques Ouriques, presidente do CPC, ficou motivado com a visita. “Foi importante para conhecermos o Bispo e receber suas orientações. Fiquei sabendo de algumas atribuições do CPC que eu não conhecia”, disse. Na Paróquia São Francisco de Assis, em Aririú, Palhoça, as visitas pastorais foram realizadas em abril. As 12 comunidades se prepararam espiritualmente, rezando pela realização desse momento. “Todas as comunidades me surpreenderam muito pela forma como acolheram o Bispo. Na maioria das comunidades, por serem novas, é a primeira vez que o bispo realiza a visita”, disse Pe. Marcelo Henrique Fraga Fraga, o pároco. A comunidade São Pedro, no bairro Pachecos, foi a última a receber a visita. Mais de 30 lideranças estiveram reunidas para conversar com o Bispo. “Foi um momento importante para nos conhecermos e receber as suas orientações”, disse Júlio Conrado Conrado, uma das lideranças da comunidade.

52ª Assembleia dos Bispos do Brasil Nos dias 30 de abril a 09 de maio, realizar-se-á a 52ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, CNBB. Será no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, em Aparecida (SP), onde deverão reunir-se mais de 300 bispos de todo o Brasil. Nos 10 dias da Assembleia, eles debaterão sete temas prioritários,

Próximas Visitas Pastorais

dez temas diversos e o tema central “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”. A pauta conta também com retiro, celebrações especiais e comunicações. O arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB, cardeal Raymundo Damasceno Assis Assis, fala dos assuntos previstos: “Durante o evento, os bispos irão refletir

sobre temas importantes como a renovação paroquial. Depois, vamos também iniciar uma reflexão sobre os cristãos leigos na Igreja e na sociedade. Teremos um tema a ser aprovado sobre a questão agrária, assim como um documento sobre a realidade nacional, referente à situação atual, nesta proximidade das eleições”, disse o cardeal.

Em entrevista, Dom Wilson explica o que são as Visitas Pastorais, seus objetivos e o motivo da escolha dessas paróquias. Jornal da Arquidiocese - O que é a Visita Pastoral? Dom Wilson - É a visita oficial do bispo a uma comunidade, para entrar em contato com o que nela está acontecendo. Desde a estrutura física, a administração, cada pastoral... entrar em contato com a realidade viva, aquilo que é a caminhada da paróquia. É uma oportunidade do encontro do Bispo com a comunidade. É também a oportunidade do encontro da comunidade com o Bispo, com abertura para as perguntas necessárias. JA - Quais os objetivos dessas visitas? Dom Wilson - Constatar o que está acontecendo na caminhada e fazer com que as paróquias caminhem no mesmo ritmo. E tenham a oportunidade de se encontrar com o Bispo. JA - Qual a diferença entre a Visita Pastoral e a visita que o Bispo faz para administrar o Sacramento da Confirmação? Dom Wilson - Quando se vai celebrar, não chega a ser uma visita. O grupo é reduzido e não há tempo nem espaço para o diálogo. É apenas uma celebração. Ao contrário, na Visita Pastoral, se vai para encontrar todas as realidades da paróquia: as diversas pastorais, os livros, as celebrações... Pode-se dizer que é feita uma espécie de inspeção geral. JA - Neste ano serão cinco as paróquias visitadas. Por que estas foram as escolhidas? Dom Wilson - Porque elas já

estavam programadas desde 2009. Como na época houve a transferência do então bispo auxiliar da Arquidiocese, Dom José Negri, para Blumenau, e depois a transferência de Dom Murilo, então Arcebispo de Florianópolis, para Salvador, na Bahia, não houve condição de serem realizadas. Quando retomamos este trabalho, decidi iniciar por aquelas que já haviam sido designadas. JA - A visita do bispo tem também o objetivo de fiscalizar o padre e a paróquia? Dom Wilson – “Fiscalizar” é um termo um tanto pesado. O objetivo mesmo é o de encontrar e sentir a realidade. E, percebendo-se que alguma coisa não está funcionando, orientar e ver saídas para as soluções. JA - Hoje a Arquidiocese em um Bispo auxiliar auxiliar.. Se não ttem necessário, o senhor pode designar um padre para realizar as visitas em seu lugar? Dom Wilson - A visita é um encontro do Bispo com a comunidade. Pode-se programar a visita de várias formas, e em casos especiais pode-se envolver a Coordenação de Pastoral, mas não em substituição ao Bispo. A visita pastoral deve ser sempre marcada pela presença do Bispo. JA - Como a comunidade visitada deve acolher o Bispo? Dom Wilson - O que se espera é que a comunidade se motive pela presença do Bispo, que se faça presente e que de fato seja um encontro fraterno entre o Pastor e a comunidade. O objetivo é que seja um encontro marcado pela confiança e alegria. É um encontro importante para o Bispo e deve ser importante também para a comunidade.


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Jornada celebra união dos jovens Mais de 700 jovens participaram da terceira edição do evento realizado na Arquidiocese Foto JA

Shows musicais, Celebração Eucarística, adoração ao Santíssimo e Catequese, essa é a síntese do que foi a Jornada Arquidiocesana da Juventude. Realizada no dia 12 de abril, a partir das 16h, na Paróquia Santa Cruz, em Areias, São José, o evento reuniu mais de 700 jovens de todas as comarcas da Arquidiocese. Criada em 1984 pelo Papa João Paulo II, II a Jornada tem a intenção de reunir toda a juventude em um evento anual. Nos anos em que não há a Jornada Mundial da Juventude, o Papa pediu que fossem realizados eventos diocesanos no dia que antecede o Domingo de Ramos. Na Arquidiocese, o evento foi realizado pela terceira vez sob a coordenação do Setor Juventude. Este ano, a Jornada completou 30 anos e trouxe aos jovens o tema “Felizes os pobres no Espírito, porque deles é o Reino do Céu!” (Mt 5, 8). O evento foi animado pelas bandas Amigos Unidos por Jesus (AUJ), Comunidade Shalom e Amados do Eterno, todas da Arquidiocese. No evento, houve a Celebração Eucarística, presidida pelo Pe. Ewerton Martins Gerent Gerent, assessor eclesiástico do Setor Juventude, e concelebrada por padres e diáconos. Em seguida, foi realizada a Catequese, com o nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck. Jönck Nela, lembrou que o jovem deve pôr fogo no mundo, desapegar-se dos bens materiais e buscar a Cristo por inteiro. Ele ainda lembrou as palavras

“Felizes os pobres no Espírito, porque deles é o Reino do Céu!” Em que o tema da JAJ inspira você? Quando nos reconhecemos pobres diante de Deus, como crianças que precisam inteiramente dos seus pais, colocamos Deus no centro da nossa vida. Ser pobre é depender em tudo de Deus.

Jovens foram animados com o som de três bandas, e também tiveram momentos de adoração e Catequese do Papa Francisco para a Jornada. “O Papa nos faz refletir o quanto é necessário que vivamos o amor, o desapego e a dedicação aos menos favorecidos. Não podemos ter uma vida cristã, se formos indiferentes aos problemas em nossa volta”, afirmou o Arcebispo. Na sequência, foi realizada a Adoração ao Santíssimo Sacramento.

Juventude unida Durante a programação, os jovens se posicionaram em frente

ao palco e gravaram o vídeo embasado da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). “Esta é a juventude do Papa”, gritou a juventude reunida. Em outro momento, formaram um grande círculo, selando amizade e unidade entre os jovens de todas as comarcas da Arquidiocese de Florianópolis. Para o Pe. Ewerton, o evento alcançou as expectativas da equipe de coordenação, pois houve a representatividade de jovens de todas as comarcas da Arquidiocese. “Esta foi a nossa primeira experiência em paróquia e tivemos

o engajamento de todos os jovens na realização do evento”, disse. Ele adiantou que a experiência será repetida no próximo ano em outra paróquia da Arquidiocese. Segundo João Augusto de Farias Farias, coordenador do Setor Juventude, o evento contou com a participação de todos os segmentos da juventude. “Se conseguirmos mudar a vida de um jovem, todo o trabalho foi compensado. Creio que todos os jovens que vieram, gostaram, e isso vai contribuir para o trabalho de evangelização que é realizado nas paróquias”.

Franciele Lopes Lopes, Comunidade Shalom, Florianópolis

Abandonar tudo o que é supérfluo e nos distancia de Deus. Se o fizéssemos, estaríamos mais perto do céu, seríamos pessoas mais espiritualizadas e certamente mais felizes.

Elder Viana, Viana Paróquia Senhor Bom Jesus, em Monte Alegre, Camboriú

Nossa maior missão, não apenas como jovens, mas como cristãos é tornar Jesus conhecido. É fácil apresentá-lo a quem já conhece, o difícil é levar a quem ainda não foi tocado pelo seu amor. Quando conhecerem, estarão mais perto do céu.

Jovens de São Vicente, Itajaí, se organizaram em caravana para participar

Catequese com o nosso arcebispo foi um dos momentos fortes da Jornada

Luana Nascimento de Almeida Almeida, Paróquia Santo Antônio, Itapema


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Ação Social

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42ª Assembleia Geral Ordinária da ASA Assembleia debateu sustentabilidade e elegeu Diretoria para os próximos três anos Foto JA

No dia 26 de abril, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, foi realizada a 42ª Assembleia Geral Ordinária da Ação Social Arquidiocesana - ASA, com a participação de 22 entidades filiadas, tendo como objetivos principais discutir a sustentabilidade da Rede ASA e realizar a eleição e posse da sua nova diretoria. Desde 1985 a ASA possuía convênios com a entidade alemã Misereor, que manteve a execução dos trabalhos realizados na Arquidiocese. Neste ano, finalizam os convênios, sem possibilidade de renovação. Esses convênios com a Misereor possibilitaram uma atuação intensiva em diversos setores da sociedade, principalmente naqueles onde a vida digna é ameaçada. Para Dom Wilson, inicia uma nova fase na história da ASA, pois, com o fim da parceria financeira, a ASA terá que trilhar outros caminhos. Durante a Assembleia foi apresentada uma chapa para compor a nova diretoria, a qual foi eleita e tomou posse em plenária. Ela tem a missão de administrar a entidade pelos próximos três anos. O Diácono Djalma Lemes foi eleito presidente. Ele tem a experiência de ter presidido por quatro anos a Ação

Projeto FORTEES realiza Oficina de Economia Solidária em Florianópolis Oficina buscou apresentar a Economia Solidária, seus princípios e valores, e a sensibilização para o trabalho coletivo Foi realizada no dia 09 de abril a primeira Oficina de Economia Solidária no município de Florianópolis com participação das comunidades do Maciço do Morro da Cruz. A Oficina é uma das atividades do Projeto “Fortalecendo Experiências de Economia Solidária” – FORTEES, que objetiva ampliar a rede de Empreendimentos de Economia Solidária a grupos sociais em situação de vulnerabilidade social. A Oficina buscou apresentar a Economia Solidária, seus princípi-

Nova diretoria foi eleita pelos representantes da 22 entidades membros presentes a 42ª Assembleia Geral da ASA Social da Paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José. “As nossas paróquias devem despertar para a prática concreta da cari-

dade. As comunidades e paróquias devem ter uma porta onde o pobre possa bater e ser atendido”, disse.

Diretoria Triênio 2014-2017 Presidente Presidente: Diác. Djalma Lemes Vice-Presidente: Diác. José Domingos dos Santos Neto Secretário: Diác. Roque I. Führ 2ª Secretária: Anezilda Filippi Tesoureir o: Diác. Renato esoureiro: Ghellere

2º TTesoureir esoureir o: Diác. Carlos esoureiro: Augusto Gomes Filho Conselho Fiscal: Diác. Ideraldo Luiz Paloschi; Diác. Germano Rodolfo Borchardt; Diác. Joel Steinbach Suplentes: Kreize Fernanda Souza; Paulo Schmidt; Antônio José de Souza

os e valores, e a sensibilização para o trabalho coletivo. Para sua realização foi fundamental o papel do Centro de Referência de Assistência Social – CRAS da região do Centro de Florianópolis, que é presença na região e mobilizou a participação das lideranças das comunidades e de pessoas que já apresentam algum interesse pelo trabalho coletivo. Como encaminhamento foram agendados dois novos encontros para iniciarmos a discussão sobre a organização coletiva. Divulgação/JA

Lideranças refletem sobre Mudanças Climáticas Divulgação/JA

Entre os dias 04 e 06 de abril de 2014, em Rio do Oeste, 25 lideranças das pastorais sociais e das Cáritas diocesanas participaram do Seminário Estadual de Mudanças Climáticas, promovido pela Cáritas Regional SC e pela Ação Social Arquidiocesana. O enfoque principal do Seminário foi despertar as lideranças sociais para a problemática socioambiental que se vive atualmente, buscando um maior comprometimento na preservação da criação. O seminário foi assessorado pelo Profº Dr Dr.. Juarês José Aumond Aumond, da FURB e por Ivo Poletto que é Coordenador do Fórum Nacional de Mudanças Climáticas e Justiça Social. Ambos atualizaram os participantes sobre as últimas pesquisas científicas que demonstram as mudanças provocadas pelos seres humanos, pelo aumento de emissões de gases poluentes na atmosfera, a devastação das florestas, o

Participantes puderam conhecer a Economia Solidária e discutir possibilidades de organização coletiva.

Entidades sociais buscam articulação Seminário Estadual, promovido pela Cáritas Regional, reuniu lideranças para debate sobre as mudanças climáticas consumo desenfreado, entre outros. Segundo o último relatório do IPCC (grupo de pesquisadores da ONU sobre Mudanças Climáticas) lançado em abril de 2014, o planeta aquecerá aproximadamente 4,8 graus até o ano de 2100, o que significa uma grande alteração em todo o ecossistema.

Na avaliação final do Seminário, os participantes destacaram a urgência com que este assunto deve ser tratado nas outras instâncias da sociedade, principalmente pela Igreja, já que a reversão do quadro atual das alterações climáticas é impossível.

No dia 08 maio de 2014, das 08 às 12 horas, no auditório da Paróquia Sagrados Corações, acontecerá o Encontro das Entidades sociais presentes na Arquidiocese. Segundo Pe. R evelino Seidler Re Seidler, Coordenador Arquidiocesano de Pastoral, o objetivo do encontro é buscar maior integração entre as diversas entidades sociais presentes em diversas comunidades empobrecidas da Arquidiocese, sendo este um encaminhamento do Fórum das Pasto-

rais Sociais para o ano de 2014. Na explicação do Pe. Revelino, este encontro buscará atingir principalmente as pessoas responsáveis pelas entidades sociais que têm alguma relação com a Igreja, quer seja por sua motivação de constituição, por quem coordena ou mantém a entidade. O encontro será aberto para todos. Mais informações na Ação Social Arquidiocesana, fone: 3224 8776 ou pelo e-mail: asa@ arquifln.org.br


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Avaliação dos GBF a partir dos grupos A partir do questionário que consta nos livretos, os grupos avaliam a caminhada dos GBFs

Por que os grupos são importantes na comunidade e para a vida da Igreja? Os grupos são importantes porque evangelizam e a gente se evangeliza, um aprende com o outro. No grupo aprendemos a ter o conhecimento da Palavra de Deus, no incentivo da leitura e da reflexão. Acontece o encontro com Jesus na Palavra e com os irmãos e irmãs na comunidade. O grupo une a oração, a reflexão e a ação, a fé e a vida. - O grupo desperta as pessoas para o perdão entre vizinhos, amigos e familiares. - Cria laços de amizade, conhecimento e companheirismo entre as pessoas e mais integração; os vizinhos se cumprimentam e conversam. - Fortalece a solidariedade, a responsabilidade e a participação na comunidade. - Ajuda a pessoa a crescer na fé, a ter consciência da vida de comunidade e da vivência fraterna. - Resgate das pessoas afasta-

das da Igreja e visita aos novos moradores na comunidade. - Leva o a ter maior compromisso com a vida do irmão e da irmã, com o amor ao próximo. - Mobiliza mutirões de entreajuda: para as famílias que precisam e em beneficio da comunidade local. No grupo há participação de pais que querem batizar seus filhos e adultos que pedem o batismo, e todos são bem acolhidos. - Percebe-se a alegria das famílias que acolhem os participantes nos dias dos grupos e a alegria das pessoas por participarem. - A presença das crianças é muito importante: elas gostam de colaborar nas leituras, nas entradas com os símbolos. A partir do grupo, pessoas que viviam isoladas, em solidão, hoje participam da comunidade e da Igreja; - Faz-se visita aos doentes acamados e se reza junto com eles. Eles agradecem muito. O grupo cria união e respeito entre os participantes e perseverança na participação. - Mais consciência do cuidado com a vida, com a reciclagem do lixo e com o desperdício de água. - Desperta lideranças para catequese, liturgia, ministérios e serviços na Igreja. A partir do grupo, as pessoas participam mais das missas nos domingos e durante a semana. - Membros participam de trabalhos voluntários em entidades. No grupo as pessoas dão testemunho de transformação de vida pessoal, familiar e comunitária.

Divulgação/JA

Nos livretos dos GBF/CEBs, dos tempos litúrgicos, consta um questionário para ser respondido e enviado para a coordenação arquidiocesana dos GBF. Trata-se de uma avaliação da caminhada e do próprio livreto. A coordenação agradece aos que colaboraram. Nesta edição vamos destacar os relatos positivos e negativos sobre a caminhada e alguns pequenos testemunhos, norteados por uma pergunta:

Concentração dos GBFs realizado em setembro 2010, em Camboriu - Todos têm vez e voz, partilham suas experiências de vida pessoal e comunitária. - Os encontros ajudam a aproximar as pessoas, aprendam a ler (semianalfabetas), a relacionarse, e crescem espiritualmente. Os grupos participam das equipes de liturgia em nível de comunidade e de paróquia; Alguns grupos têm experiências de vida comunitária nos meios urbanos (prédios, condomínios). Há grupos que fazem a experiência do ecumenismo, todos se respeitam no seu modo de crer e de vivenciar a fé. Nas avaliações aparecem desafios e dificuldades, entre as quais destacamos algumas:

Dificuldades:

Divulgação/JA

Encontro com as lideranças da Paróquia da Coloninha, em Florianópolis

¾ Faltam mais lideranças para serem animadores/as e formarem novos grupos. ¾ Falta conscientização das pessoas para participarem assiduamente nos grupos. ¾ Falta conscientização na Igreja e na comunidade sobre o que é GBF. ¾ Falta a compreensão das lideranças de pastorais e movimentos que ainda não participam dos GBF. ¾ Falta assumir em concreto o compromisso social e eclesial. ¾ Falta nas pessoas a convicção sobre a missão do batizado. ¾ Falta fortalecer a integração com os grupos de jovens e com a catequese. ¾ Faltam mais encontros de formação bíblica para os anima-

dores/as. ¾ Falta a visita das coordenações de comunidade e paróquia aos grupos. ¾ Falta trabalhar mais a consciência do consumismo e não uso dos objetos descartáveis. ¾ Falta fortalecer a visita as famílias. ¾ Falta fortalecer os grupos que tem ações concretas de solidariedade.

Desafios:

¾ Comodismo das pessoas. ¾ Participação dos homens e jovens. ¾ Despertar nos grupos o compromisso com a realidade em que vive. ¾ Participar dos encontros de formação. ¾ Integração de todas as lideranças da Igreja. ¾ Conscientizar de que os GBF não são uma pastoral, mas um serviço na Igreja. ¾ A compreensão da que os grupos formam, dão vida e são células vivas na comunidade; Concluímos com outros destaques que aparecem nas avaliações. Os Encontros de formação e de espiritualidade comarcais, a Concentração Arquidiocesana, os Interdiocesanos, os Encontros das CEBs, ajudam a animar e a fortalecer os grupos. Os temas dos encontros do livreto são muito bons, despertam consciência critica e provocam nas pessoas o conhecimento da realida-

de em que vivem, levando-as a participarem nas lutas sociais, por exemplo: o meio ambiente, o cuidado com a vida humana e com a natureza, os problemas que surgem na comunidade, como: segurança, saúde, saneamento, moradia... Os encontros dos livretos despertam para a reflexão da Palavra de Deus a partir da leitura orante e da experiência de vida das pessoas. Nas avaliações também se ressalta que, em algumas comunidades, há formação e multiplicação de novos grupos. Alguns pequenos testemunhos de pessoas nos grupos: a) O nosso grupo se reúne todas as semanas e tem de 10 a 15 pessoas. Tem uma criança de 4anos que já conhece os cantos e as orações, canta para os avós, conhece as pessoas do grupo pelo nome. Ela gosta muito de ajudar a levar os símbolos, o que nos alegra muito. b) Uma senhora da comunidade do Monte Serrat morava sozinha e acolheu em sua casa uma pessoa idosa do grupo com problemas de saúde por dez dias. Cuidou, deu atenção e carinho, enquanto a família dela estava ausente. c) No grupo tinha uma pessoa doente e com depressão: com a ajuda e a oração dos participantes, ela foi se recuperando e melhorando aos poucos. Percebemos que melhorou e elevou sua autoestima. d) Em outro grupo, a animadora era diabética e fazia hemodiálise, mas sempre ativa na comunidade, diz que sua força e animação vêm da participação nos encontros que reúnem as vizinhanças e na missa. e) No ano de 2012 alguns grupos de nossa comunidade assumiram ajudar uma senhora, membro de um dos grupos, que teve câncer. Ela era solteira e morava já alguns anos na comunidade e seus parentes eram de longe. Adoeceu e os grupos se uniram para ajudá-la, iam se revezando, tanto na companhia em casa ou no hospital como no tratamento da doença até o dia de seu falecimento. Isso mobilizou a comunidade. Ela faleceu em 2013.


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Enseada de Brito: formação de lideranças Criada em 13 de maio de 1750, paróquia é a terceira mais antiga da Arquidiocese

Novos Líderes

Diante dessa realidade, a Paróquia procura animar e formar os fiéis para o serviço de evangelização. Antes havia uma carência grande de lideranças, mas houve um trabalho forte de animação e formação de novos líderes. Nas assembleias paroquiais, a participação média era de 40 lideranças. Na última, já houve a presença de mais de 130 pessoas. “Isso mostra que as pessoas querem

Foto JA

Palhoça é um dos municípios que mais cresce na Arquidiocese. Muito disso se deve à proximidade de Florianópolis, à duplicação da BR-101 e porque o município passou a sediar indústrias. A Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Enseada do Brito, é uma das quatro paróquias do município. Diferente das outras, é a que sofreu menos influência do desenvolvimento. A Paróquia conta com 18 comunidades, distribuídas em uma população com aproximadamente 30 mil habitantes. Mas no verão chega a aumentar em cinco vezes este número. Isso porque a paróquia abriga vários balneários badalados e pela facilidade de acesso com a duplicação. “Temos quase que duas paróquias em uma só: uma formada pela população residente, que no verão se ocupa em atender os turistas, e pouco participa; e outra formada pelos turistas, que participa apenas na temporada”, contata Pe. Aparecido Donizete Barbosa Barbosa, que desde fevereiro assumiu a administração da Paróquia. Os prédios e grandes loteamentos, que tomaram conta de boa parte de Palhoça, ainda não chegaram na paróquia, embora haja viabilidade de construção. Mas os imóveis tiveram uma boa valorização e cada vez mais pessoas adquirem terrenos e casas na região. “Se no passado muitas pessoas saíram da comunidade por conta da distância de Florianópolis, hoje muitas estão voltando. Hoje aqui é perto de tudo”, disse Ozório Sousa Sousa, presidente do Conselho de Pastoral Paroquial. Segundo ele, com o acesso facilitado, as pessoas preferem morar na paróquia por conta da qualidade de vida.

Artigo

Refugiados Sírios no Brasil

Igreja Matriz mantém as características originais graças ao zelo da comunidade. A única da Arquidiocese que mantém a frente voltada para o mar participar e se comprometer com a Igreja. Basta serem estimuladas”, disse Pe. Donizete. Na última Assembleia, realizada em março, foram definidas as prioridades pastorais: Liturgia, Catequese, Pastoral Familiar, Juventude GBFs, Dízimo, Juventude e visita aos doentes e idosos. A escolha foi feita levando em consideração o Plano Arquidiocesano de Pastoral. O trabalho está acontecendo e caminhando. “Quando assumi a Paróquia em fevereiro, solicitei uma reunião com as coordenações paroquiais, e apenas uma pessoa veio”, disse Pe. Aparecido Donizete Barbosa Barbosa, o pároco. Segundo ele, hoje todas as pastorais já tem coordenação paroquial e nas comunidades. Agora estão trabalhando na criação de pastorais nas comunidades em que não existem. Isso também se refletiu nas celebrações. Em algumas, chegava a ter apenas cinco pessoas na missa. Agora as celebrações são cheias. Como forma de incentivar ainda mais o trabalho das pastorais, todas vão receber formação específica ao menos três vezes ao ano.

Prioridades pastorais

Uma das prioridades pastorais assumidas foram os Ministros da Sagrada Comunhão Comunhão. Até o ano passado, havia apenas 15 em toda a paróquia. Esses vão receber formação de reciclagem, mas 35 novos estão sendo formados para serem provisionados em

alguns meses. O destaque pastoral da paróquia é o setor juventude. Ela está presente na Catequese, Liturgia e nos Coroinhas. Embora haja mais de uma espiritualidade juvenil, eles trabalham juntos e auxiliam na coordenação da maioria dos trabalhos da paróquia. Os Grupos Bíblicos em Família - GBFs também estão caminhando bem. São neles que o pároco aposta para o surgimento de novas lideranças. Há cerca de 20 grupos, distribuídos em 14 comunidades. Eles contam com uma coordenação paroquial, e o padre realiza celebração em cada comunidade, buscando reunir os participantes, a família e os vizinhos. A visita aos doentes e idosos que não têm condições de ir à missa é adotada como uma prioridade. Os Ministros da Eucaristia realizam a primeira visita e identificam os que querem se confessar ou receber a unção dos enfermos. Duas vezes por semana o padre vai até as comunidades, visita, ouve as confissões e dá a bênção. Não se sabe precisar, mas há um grande numero de pessoas idosas ou doentes. Todo o trabalho é feito apenas pelo Pe. Donizete, mas ele conta com o apoio dos três padres que administram a Associação Vida Nueva Nueva, que abriga moradores de rua. Quando possível, eles auxiliam a paróquia nas missas e com os sacramentos.

O conflito na Síria continua causando sofrimento e destruição imensuráveis. Estima-se que mais de 300 mil pessoas (!) foram mortas desde março de 2011, quando começou o levante contra o ditador Bashar al-Assad. Calcula-se que mais de 10,5 milhões de pessoas necessitem de assistência humanitária urgente – incluindo 3,8 milhões de crianças. Desse total, quase 7 milhões são deslocados internos. Há mais de 4 milhões de refugiados sírios nos países vizinhos e Norte da África. A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) avalia que 400 mil palestinos refugiados na Síria (80%) também precisem de ajuda urgente. Cerca de 220 mil deles tiveram que fugir de Damasco por causa dos bombardeios e confrontos nos arredores. A maior parte dos hospitais públicos foi danificada ou destruída. Muitos profissionais de saúde estão fugindo do país e os que permanecem têm muita dificuldade para chegar aos postos de trabalho por causa da insegurança. Muitos desses hospitais não têm remédios essenciais como insulina e antibióticos, além de banco de sangue. Diversas operações são feitas sem anestesia ou fios de sutura. Cerca de 4 mil escolas foram arrasadas pelos bombardeios aéreos e terrestres das forças aliadas ao regime do ditador Sírio. Uma pesquisa conduzida pela Turquia, Estados Unidos e Noruega mostra que três quartos das cerca de 8,4 mil crianças sírias – a maioria entre 10 e 13 anos – refugiadas no campo de Gaziantep Islahiye, na Turquia, perderam ao menos um parente no conflito. O estudo revela que a maioria delas apre-

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senta sinais de estresse e trauma e 44% presenciaram ao menos cinco eventos adversos associados com guerra e desastres. Metade das crianças sofre depressão e muitas estão preocupadas com familiares que permanecem no país. De 2013 até hoje o Brasil tem facilitado a entrada de refugiados sírios em seu território. Conjectura-se que 1,5 mil de refugiados já entraram no país. A maioria deles reside em São Paulo, e outra parte nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Distrito Federal. A comunidade Árabe

O conflito na Síria continua causando sofrimento e destruição imensuráveis. Estima-se que mais de 300 mil pessoas foram mortas desde março de 2011”.

Islâmica de Florianópolis, em cooperação com entidades humanitárias e autoridades federais e civis da região, tem acolhido cerca de 40 refugiados sírios, prestando-lhes assistência humanitária e jurídica, o que é essencial à sobrevivência desses refugiados. A humanidade está precisando, cada vez mais, de paz, amor e compaixão, não de guerras e conflitos. Enquanto muitos fazem a guerra, fica evidente que a nossa missão é trabalhar pela paz. Sheikh Amin Alkaram Centro Islâmico Florianópolis


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Pastoral da Saúde forma agentes Encontro contou com formação espiritual e com prática de melhor aproveitamento dos alimentos Foto JA

A Pastoral da Saúde da Arquidiocese realizou no dia 26 de abril o Encontro Arquidiocesano de seus agentes. Realizado na Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu, o encontro reuniu mais de 100 lideranças, representando 15 paróquias em que a Pastoral está constituída. O encontro voltou-se à formação e troca de experiências entre os grupos. É realizado anualmente, sempre próximo ao dia 07 de abril, que é o Dia Mundial de Luta pela Saúde. Quando a data coincide com a Semana Santa, o encontro é transferido para depois da Páscoa, para não sobrecarregar as lideranças. Após a recepção aos participantes, houve a Celebração Eucarística, presidida pelo Pe. José Luiz de Souza Souza, pároco anfitrião. Em seguida, houve uma palestra motivacional com José Scussel Scussel, especialista em terapias alternativas. Com o tema “O mundo que queremos”, Scussel falou que temos de valorizar mais o ser do que o ter. “A nossa cultura leva em consideração a filosofia americana, que valoriza o ter. Mas nós devemos valorizar mais o ser humano, do que o material”. A tarde, houve a palestra com

Animadores da região sul da Arquidiocese participaram de formação em Palhoça

Formação reuniu mais de 100 lidernças da Pastoral da Saúde Viviane Bertei Bertei, nutricionista do programa Mesa Brasil/SESC. Ela falou sobre o correto armazenamento dos alimentos, sobre o desperdício, e apresentou um vídeo sobre o trabalho que o Mesa Brasil realiza em consonância com o programa da Igreja pela erradicação da fome. Adeniti Caregnato Caregnato, da Paróquia Monte Alegre, foi uma das participantes. Ela atua na Pastoral há mais de 20 anos. Para ela, a formação contribui muito para a prática diária do trabalho. “A forma-

ção também serve para trocarmos informações com pessoas de diferentes realidades. Passo um pouco do que sei e aprendo coisas novas”, disse. Para Jaci Helena Perottoni Perottoni, coordenadora arquidiocesana da Pastoral da Saúde, o encontro foi muito positivo, sobretudo quanto à participação. Segundo ela, das 20 paróquias em que a Pastoral está presente, houve representação de 17 paróquias. “Isso mostra que as lideranças querem e buscam formação”, disse.

Celebração marca canonização de Padre Anchieta A comunidade Puríssimo Coração de Maria, no Jardim Anchieta, em Florianópolis, pertencente a Paróquia Santíssima Trindade, foi pequena para acolher os cerca de 300 fiéis que na noite do dia 02 de abril lá estiveram para participar da Santa Missa em

Música e Canto Litúrgico

Ação de Graças pela canonização do Beato José de Anchieta - Apóstolo do Brasil. A Celebração Eucarística foi presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson TTadeu adeu Jönck e concelebrada por vários padres e diáconos. Em sua homilia, Dom Wilson lemFoto JA

Bispo, padres e seminaristas diante do monumento de São José de Anchieta

brou um pouco da história do Pe. Anchieta. “Ele veio muito jovem para o Brasil, com apenas 19 anos, e veio com a intenção de fazer com que Cristo fosse conhecido. No seu trabalho pastoral, viu que os índios eram dignos de receber o Evangelho. Queria que eles se tornassem filhos de Deus”, disse. Após a comunhão, os fiéis saíram em procissão até uma praça da comunidade onde há uma estátua de São José de Anchieta. Lá, Dom Wilson fez a bênção da imagem e de todos os fiéis. O monumento, com cerca de quatro metros de altura, está no local há mais de 15 anos, mas não tem qualquer referência do escultor. Pe. Ney Brasil Pereira, um dos participantes da celebração, solicitou ao presidente do CPC que providenciasse uma placa referenciando o monumento, com a data da canonização e o nome do autor da obra.

O Setor de Música e Canto Litúrgico, da Comissão Arquidiocesana de Liturgia, promoveu no dia 27 de abril, o seu Seminário Arquidiocesano. Realizado na Paróquia São Judas Tadeu e São João Batista, em Palhoça, o encontro reuniu 34 lideranças das quatro comarcas da região sul da Arquidiocese: Biguaçu, Florianópolis, Estreito e São José. Durante o dia, eles foram assessorados pelos membros da comissão. Os participantes contaram com conferências, ensaios, prática e socialização de conhecimentos. O encontro de formação teve início às 8h. Pela manhã, eles ar cítiveram a palestra do Pe. TTar arcísio Pedro Vieira Vieira, coordenador da Comissão Arquidiocesana de Liturgia, que falou sobre os cantos do Próprio da Celebração, enfatizando os cantos de entrada, oferendas e comunhão. Após o almoço, houve a Celebração Eucarística, presidida pelo Pe. Tarcísio e concelebrada pelo Pe. Isaltino, vigário anfitrião. À tarde, os participantes tiveram atividades que contemplaram aspectos teóricos e práticos sobre os critérios para escolha dos cantos da Celebração Eucarística. Uma das atividades propostas foi a realização de exercícios em grupos para a escolha de cantos de acordo com orientações e textos litúrgicos.

Para Romão José Ferreira Ferreira, coordenador de liturgia Paróquia São Francisco de Assis, em Forquilhinhas, São José, a formação foi muito produtiva. “É necessário que sempre estejamos aprendendo coisas novas, ouvindo os mais novos e aprimorando o trabalho que realizamos em nossas comunidades. A liturgia não é estática, podemos dinamizar respeitando a essência do que a Igreja determina”, disse. Segundo Najla Elisângela dos Santos Santos, coordenadora do Setor de Música e Canto Litúrgico, o encontro foi muito positivo. “Sempre conseguimos atingir pessoas que ainda não haviam participado de encontros formativos do Setor e por aqueles que vem acompanhando as formações saírem ainda mais estimulados em continuar buscando aperfeiçoamento”, disse.

Formação para a região norte

Para a Região Norte da Arquidiocese, o Setor de Música e Canto Litúrgico realizará a formação no dia 25 de maio, na Paróquia Senhor Bom Jesus, em Monte Alegre, Camboriú. As inscrições já estão abertas e vão até dia 22 de maio. O custo é de R$ 30,00, já incluída a alimentação. Mais informações pelo telefone (48) 3209-6646, falar com Miguel ou pelo e-mail semuarfloripa@gmail.com semuarfloripa@gmail.com. Foto Everton Marcelino

Formação envolveu as quatro comarcas do sul da Arquidiocese


Geral Jean Innocent Mofiston

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Divulgação/JA

fala da situação dos haitianos na Arquidiocese A tarde do dia 12 de janeiro de 2010 marcou profundamente o Haiti. O pequeno e pobre país da América Central foi praticamente dizimado em um dia por tremores que ultrapassaram sete graus na escala Richter. O país ficou em frangalhos, sobretudo a capital, Porto Príncipe. Estima-se que mais de 300 mil pessoas morreram. Entre elas, a brasileira Zilda Arns, que lá estava para apresentar a Pastoral da Criança. Frente à destruição e com poucas possibilidades de se reerguer, mesmo com a ajuda de outros países – inclusive o Brasil – não restou alternativa à população a não ser buscar melhores condições em outros países. Milhares de haitianos vieram para o Brasil e aqui têm conseguido visto de trabalho. Estima-se que cerca de cinco mil estão em Santa Catarina. Boa parte, ocupando os municípios litorâneos. Para auxiliar os que chegam, em Balneário Camboriú foi criada a Associação dos Haitianos Haitianos. A intenção é levar a ideia a outros municípios do Estado, onde eles estejam. Para falar sobre a realidade dos haitianos aqui, entrevistan ocent Mofiston mos Jean In Inn Mofiston, que responde pela associação. Jornal da Arquidiocese Qual a situação dos haitianos presentes na Arquidiocese e no Estado de SC? Jean - Não conhecemos todos, podemos apenas responder pelos que conhecemos. Para alguns, tudo bem, há as dificuldades normais, se acostumam, tra-

balham, estão próximos à sua família; mas um grupo não se acostuma, a vida é difícil no trabalho, com a cultura, com o idioma, aluguéis muito caros, necessidade de enviar recursos para as famílias... sentem muitas saudades da família que lá ficou. JA – Você tem ideia de quantos haitianos estão hoje aqui? Jean - Não temos um mapeamento nem ideia exata de quantos chegam. Estima-se 700, em Balneário Camboriú, segundo o setor de resgate social, que faz um controle dos migrantes recebidos. Desejaríamos fazer um mapeamento, mas não temos ainda esta possibilidade. JA - Passados quatro anos da tragédia, como é a relação entre os que aqui estão e seus familiares que ficaram ou foram para outros países? Jean - Muitos vieram da região do terremoto, que foi mais forte na capital e arredores. Os que vieram para o Brasil, originários dessa região, deixaram as famílias em situação pior, com dívidas ligadas à reconstrução das casas, tratamentos médicos etc. Outros vieram do interior do país, e seus familiares não sofreram diretamente a tragédia. Entretanto, como não há políticas públicas, de educação, de saúde, a vida lá é muito cara. Não há empregos. Há muita propaganda do Brasil e eles querem vir para tentar melhorar de vida e ajudar seus familiares.

JA - Há proposta de criação de novas associações municipais dos haitianos. Fale-nos sobre isso. Jean - A próxima será a do município de Itajaí, que pretendemos iniciar em maio. Há um grupo de compatriotas nossos que já estão se reunindo informalmente e que têm interesse. Contam com apoio do Centro de Direitos Humanos, CDH, de Itajaí. Posteriormente, pensamos apoiar o pedido de São José e de Santo Amaro da Imperatriz. Essas três, para o próximo ano. Sabemos que a Cáritas Brasileira-SC atua em outros lugares como em Rio do Sul, Chapecó e Caçador. JA - Onde essa proposta está sendo colocada em prática e quais os resultados até agora? Jean - Atualmente temos

Retalhos do Cotidiano A boa mãe sempre vai ao encontro, porque o amor não sabe ficar longe; a boa mãe sempre descobre o que o filho precisa, porque o amor tem olhos que enxergam o que outros olhos não veem; a boa mãe sempre vai em direção ao tu do filho, porque aprendeu desde cedo a esconder o eu de si mesma. Ela vive, mas não vive para si, e é exatamente assim, vivendo para aqueles e aquelas a quem deu a vida, que ela morre para viver!

Mãe 2 O amor materno sabe substituir os tons de escuro pelas cores vibrantes do dia. É um amor que se faz oferenda para que o que lhe foi oferecido - por Deus - seja

benignamente por Ele aceito quando chegar a hora da ‘devolução’. Esse amor materno não pensa em si, mas no outro, para que o outro possa encontrar o Outro!

Há pessoas que não têm paciência de perceber que o estrangeiro está há pouco tempo e ainda não consegue se comunicar devidamente”.

duas associações em funcionamento, aqui no litoral, além da nossa: em Navegantes e em Itapema. O principal resultado é a reunião, a organização e a ajuda mútua entre os haitianos. Superação de seu isolamento e trocas de experiência sobre como encaminhar a vida por aqui. Outro, é a realização de cursos de português, que é uma das grandes demandas dos associados; terceiro, a busca por políticas públicas, como creches, escolas para as crianças... JA - Que tipos de apoio estão recebendo? Jean - Aqui em Balneário Camboriú, a Prefeitura municipal por meio da Secretaria de Inclusão e Assistência Social; o CRAS do Bairro dos Municípios; a Igreja Evangélica Ministério Frutificar; há pessoas individualmente que nos

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assessoram e se filiaram à nossa associação. A Ação Social Arquidiocesana, ASA, nos apoia para desenvolvermos um projeto de criação e articulação de associações na área da Arquidiocese. JA - Em algumas localidades, os haitianos estão recebendo curso de português e cultura brasileira. Fale-nos sobre isso. Jean - Em Balneário Camboriú, o PRONATEC/SENAC está promovendo o curso desde 2013. Em Navegantes, inicialmente a associação realizou o ensino e em 2014 a prefeitura. Em Itapema, o curso de português foi organizado pela própria associação, com o grupo de apoio coordenado pela Profa. Dalila Pedrini Pedrini, que se formou na Comunidade Cristo Rei, Morretes, com o Grupo de “Jovens Seguindo a Cristo”. Uma novidade é o recém-criado “Clube Cultural Esperança que nos une” formado por brasileiros e haitianos, com objetivo de preservar as culturas de ambos os países. JA - Como tem sido a receptividade pelos brasileiros? Jean - De modo geral a receptividade tem sido boa, nos ambientes de trabalho e na sociedade em geral. Pode ocorrer certa distância, devido a problemas de compreensão de língua. Há pessoas que não têm paciência de perceber que o estrangeiro está há pouco tempo e ainda não consegue se comunicar devidamente. Por outro lado, há os que discriminam, exploram o trabalho, tentam trapacear nos negócios... Alguns já sofreram discriminação racial, enfim, várias situações.

Carlos Martendal Divulgação/JA

Mãe

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Seguir Na vida espiritual, no seguimento de Jesus, quanto menos se tem, mais se tem para dar. Porque tantos de nós vivemos como a lesma, arrastando-nos pelo chão, enquanto somos convidados a desejar as coisas do alto, nos tornamos indecisos; porque tantos de nós vive-

mos como o caracol, que para onde vai leva sua casa, seus bens, não nos desapegamos daquilo que passa, que acaba. E, assim, recusando chamado em cima de chamado, vamos pelo ‘outro caminho’. Não o que os Magos percorreram, mas o o Caminho! que nos pode desviar do

Matemática

Sucesso

O amor é o único bem que quanto mais se divide mais cresce. A multiplicação dos pães e dos peixes aconteceu porque existiu o Amor que viu a fome!

“O Senhor não nos pede para fazer sucesso; Ele só pede para sermosfiéis. Ele é quem dá os frutos, quando acha oportuno.” (Paulo VI)

Posse & Oferta Mãe 3 Como são bons os momentos em que o amor se encontra com os que ama!

“Amar não é apoderar-se do outro para completar-se, mas darse ao outro para completá-lo”! Amor

Beleza

possessivo não é amor; o amor é sempre oblativo, faz-se oferta, dá e se dá, para que o outro possa ser!

Como é belo o amor que devolve ao outro a vontade de viver!


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Diáconos elegem nova coordenação Durante formação conjunta com as esposas, foi eleita coordenação para os próximos três anos Divulgação/JA

“A Espiritualidade de Comunhão de Chiara Lubich” foi o tema do encontro das esposas dos diáconos da Arquidiocese. Realizado nos dias 25 e 26 de abril, na Casa de Encontros e Retiros Divina Providência, em Florianópolis, e encontro reuniu 64 esposas e viúvas dos diáconos. No dia 27, os diáconos se juntaram às esposas e participaram da Formação Conjunta. Na oportunidade, foi eleita a nova coordenação da Comissão Arquidiocesana do Diaconato Permanente - CADIP. O encontro teve a assessoria Athias perde Ana de Fátima Athias, tencente ao Movimento Focolares de Florianópolis. A formação foi dividida em cinco momentos de reflexão, nos quais falou de problemas enfrentados pelos casais e formas de enfrentá-los seguindo a espiritualidade focolarina. Também trouxe mulheres para dar o seu testemunho. No domingo, a formação foi conjunta com os homens. Ana propôs, nos momentos de frustração e dificuldade, ver o Jesus abandonado e procurar acolher e amar. Em seguida, houve o processo eletivo para a escolha da equipe que vai coordenar a CADIP pelos próximos três anos. Cada uma das oito comarcas lançou um nome. O mais votado foi eleito coordenador, e o segundo, vice. Os demais também compõem a diretoria.

Movimento Pólen

Diácono Vilson (esq.) vai coordenar a CADIP pelos próximos três anos O diácono Vilson Alfredo de Freitas foi eleito o novo coordenador, tendo como vice, o diácono Ricardo José de Souza Souza. Natural de Santo Amaro, Vilson é diácono há oito anos. Nos três anos que coordenará a CADIP pretende dar continuidade ao trabalho realizado seguindo as orientações da Arquidiocese e o estatuto dos diáconos.

“Creio que precisamos ter mais integração entre os novos diáconos e os mais antigos. Temos diáconos com 35 anos de ordenação e outros com dois anos. Assim, os mais novos possam aprender com a experiência dos mais antigos, e esses com as novidades que os mais novos trazem”, disse.

Nova diretoria da CADIP Presidente: Vice: 1º Secretário: 2º Secretário: esoureiro: 1º TTesoureir esoureir o: esoureiro: 2º TTesoureir esoureir o: Suplentes:

Vilson Alfredo de Freitas, Santo Amaro da Imperatriz Ricardo José de Souza, Florianópolis Eliomar Vitti, Itajaí Luís Sérgio Tambosi, Brusque Gilvani César Vicente, São José Celso Remi Nazário, Florianópolis Osmar José Matucheski, São José Moacir Carlos Valle, São João Batista

Pastoral Carcerária forma novos agentes A Pastoral Carcerária da Arquidiocese promoveu no dia 27 de abril, um encontro de formação para os seus agentes. Realizado no Seminário Convívio Emaús, em Florianópolis, o evento contou com a presença de 30 líderes da Pastoral atuantes nos presídios de São Pedro de Alcântara, Biguaçu, Tijucas e Florianópolis. Irmã Imelda Maria Jacob Jacob, coordenadora da Pastoral Carcerária no Rio Grande do Sul, assessorou o encontro. Em sua explanação, ela falou sobre o que a sociedade, a Igreja e os agentes de pastoral pensam e querem para o preso. Também falou da essência da Pastoral, que é

C onhecendo as Forças Vivas da Arquidiocese

estar à escuta do que ele diz e de olhos abertos para a realidade em que o preso está inserido. Durante o evento, também foi realizada a apresentação do sisteue A guiar ma da APAC, por Henriq Henrique Aguiar guiar. Também houve espaço para partilha de experiências. Ao final foram levantadas propostas de ação: estudo do resolução nº 8, que trata do direito que a Pastoral tem de realizar a visita aos presos; preparação para o encontro arquidiocesano, que será em junho, em Tijucas. Para Pe. Ney Brasil Pereira ra, assessor arquidiocesano da Pastoral Carcerária, o encontro foi muito positivo. “Sobretudo pela

reestruturação da Pastoral Carcerária em Tijucas e termos a presença de alguns novos agentes neste nosso encontro”, avaliou. eresinha Barre Neusa TTeresinha Barrett o , da Paróquia São Sebastião, em Tijucas, foi uma das participantes. Ela, com outras seis pessoas, estão formando a pastoral na paróquia e participaram da formação para conhecer melhor o trabalho. “Foi muito bom para sabermos melhor como a Pastoral Carcerária atua e como a sociedade vê esse trabalho”, disse. Segundo ela, o trabalho está iniciando e tem como maior incentivador Pe. Elizandro Scarsi Scarsi, o pároco.

O Movimento Pólen é um movimento de espiritualidade cristã e de evangelização que nasceu em edr o Mar 1971, com o Pe. P Pedr edro Marttendal, como resposta aos anseios de um grupo de jovens de uma 4° série ginasial, atualmente 9° ano do ensino fundamental, no IEE, Instituto Estadual de Educação. A sede é na Catedral Metropolitana, em Florianópolis, mas conta com participantes de várias paróquias. Seu objetivo é ajudar membros e todos os que dele se aproximam: a descobrirem o sentido da vida; a descobrirem o Cristo: Sua Pessoa, Seu Evangelho, Sua Igreja; a fazerem a experiência do amor cristão: o amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo, revelado aos homens em Jesus de Nazaré; a assumirem o agir cristão em todos os ambientes e estruturas sociais e eclesiais, desde a família, construindo, por toda parte, a Civilização do Amor; a impregnarem tudo com a unidade querida por Jesus. Cada membro do Pólen realiza um retiro por ano, iniciando pelo Retiro Básico. Após, se reúne em grupos de vivência chamados comunidades. E também participam de equipes de trabalho e de apostolado. O Pólen tem atividades abertas a todos, como o Bingo, Festa Junina, Dia de Lazer, Gincanas, Missas, Natal Pólen etc, mas para participar das principais atividades tem que passar pelo Retiro Básico. As outras etapas e retiros são:

Aprofundamento, Opção, Renovação e Casais. Ainda existe o Retiro de Adictos, um apostolado organizado para pessoas internadas em uma casa para tratamento de dependentes químicos, e o Encontro de Avaliação e Planejamento realizado no início do ano. O Movimento ainda possui alguns instrumentos em sua vivência que nos motivam para que sigamos firmes na busca de um viver mais cristão. São eles: a Palavra de Vida, Vida escrita mensalmente pelo Diretor Espiritual, Pe. Pedro Martendal, é uma mensagem baseada em trecho bíblico que os pólens se dispõem a viver a cada mês; a Mística Pólen Pólen, sintetiza alguns trechos do Evangelho em ações e pensamentos que devem ser incorporados por aqueles que querem imitar Cristo, e é apresentada e entregue no Retiro de Aprofundamento. Além desses, temos a Opção Pólen Pólen, realizada pela primeira vez no Retiro de mesmo nome, ela é uma escolha pessoal dos participantes pela Igreja, um compromisso consigo mesmo e com Deus, sinal de amadurecimento dos que a fazem, e é repetida no Retiro de Renovação e Casais. Todos estão convidados a conhecer o Movimento Pólen e participarem. Se desejarem, os jovens podem fazer o Retiro Básico Básico, que acontecerá nos dias 11, 12 e 13 de setembro. Visitem o site www. mo viment opolen.com.br moviment vimentopolen.com.br opolen.com.br,, também http://migre.me/iTOke http://migre.me/iTOke. Divulgação/JA

Jovens participantes do Retiro Básico de entrada no Movimento


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Geral

Maio 2014

Jornal da Arquidiocese

Câmaras de vereadores debatem a CF-2014 São José e Florianópolis realizam sessão especial e audiência pública para debater o tema da campanha Divulgação/JA

As Câmaras de Vereadores de São José e Florianópolis promoveram no mês de abril sessão especial e audiência pública alusivas a Campanha da Fraternidade. Com o tema “Fraternidade e Tráfico Humano”, a CF-2014 busca combater a exploração do trabalho escravo; o aliciamento de pessoas para exploração sexual; o tráfico de pessoas para venda de órgãos; e venda de crianças para a adoção. Em São José, a sessão especial foi realizada no dia 03 de abril. Proposto pelo vereador Telmo Vieira, o evento contou com a presença da sociedade civil, parlamentares e autoridades envolvidas com o assunto. Um dos participantes foi o delegado Wanderley Redondo, titular da delegacia especializada em pessoas desaparecidas em Santa Catarina. Ele trouxe dados alarmantes sobre o tema. “Desde 2005 existem mais de 400 inquéritos para investigar as pessoas desaparecidas. A maior parte delas foram traficadas para trabalhos escravos. E muitas dessas pessoas traficadas não se sentem como vítimas porque es-

Na Câmara de Vereadores de Florianópolis foi realizada Audiência Pública que reuniu diversas entidades que trabalham com o tema da CF tavam à procura de uma vida melhor”, disse. Em Florianópolis, por sugestão do vereador Célio João, foi realizado no dia 16 de abril uma Audiência Pública da CF-2014. O evento teve a presença de diversas entidades que trabalham com a temática, como por exemplo: Portal da Esperança, SOS Desaparecidos, Ordem dos Advogados do Brasil, Polícia Militar de Santa Catarina, Pastoral do Migrante, Pre-

feitura de Florianópolis e outros. Durante o evento, foram encaminhados pedidos de informação sobre denúncias e dados importantes para se pensar uma política na área. Também será sugerido à Secretaria de Educação do Município que trabalhe a temática em sua grade curricular, e incentive desde cedo para que as crianças e jovens estejam atentos e denunciem práticas cometidas contra a vida.

Pós-Graduação em Comunicação A Faculdade Católica de Santa Catarina, FACASC, está lançando o Curso de Pós-Graduação em Comunicação e Evangelização ção. Uma oportunidade para os nossos comunicadores e agentes evangelizadores se qualificarem para atuar em seus ambientes. As inscrições já estão abertas e vão até o dia 30 de junho. O curso é voltado aos comunicadores e demais agentes de pastoral, desde que apresentem comprovante de graduação reconhecido pelo MEC em qualquer curso.

O curso é dividido em três etapas: Dimensão Profética, Dimensão Litúrgica e Dimensão Social. As aulas serão realizadas uma vez por mês, às sextas-feiras, das 18h às 22h30, e aos sábados, das 8h às 18h30. As disciplinas serão ministradas por professores da FACASC e professores convidados. A inscrição custa R$ 150,00 e a mensalidade será de 20 parcelas de R$ 280,00.

Doutrina Social

A FACASC também está com as

inscrições abertas para o Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Doutrina Social da Igreja na Realidade Brasileira Brasileira. O curso é destinado a coordenadores(as) de pastorais sociais; agentes de pastoral; assessores e multiplicadores; padres, diáconos, seminaristas e religiosas/os; lideranças comunitárias; militantes sociais etc. Mais informações no site www .f acasc.edu.br www.f .facasc.edu.br acasc.edu.br, ou pelo esecretaria@facasc. mail edu.br ou ainda pelo fone (48) 3234-0400.

Retiro para Cursilhistas O Movimento de Cursilhos de Cristandade convida os homens a partir de 18 anos a participarem de um retiro espiritual. O evento será realizado em duas regiões da Arquidiocese: dos dias 22 a 25/05, para o Setor Florianópolis, será no Morro das Pedras; já dos dias 29/05 a 01/06, o Cursilho será no Setor Brusque, na Casa Pe. Dehon. O Cursilho tem como objetivo recuperar pessoas afastadas

da Igreja e despertar lideranças para que sejam agentes de evangelização nos seus ambientes de convivência. Nele, é a aplicada a metodologia do encontro consigo, encontro com Jesus Cristo e preparação para o retorno à comunidade. Inscrições e informações com o coordenador Ademir Koerich Koerich, pelos fones (48) 3733-5843 ou 9972-2285, ou pelo e-mail ademir_koerich@ yahoo.com.br

Coalizão lança cartilha sobre Reforma Política e Eleições Limpas Membros da Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas lançaram no dia 22 de abril, a cartilha sobre o Projeto de Lei de Iniciativa Popular de Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, intitulada “Por um sistema político identificado com as reivindicações do povo”. O lançamento ocorreu durante entrevista coletiva à imprensa, na Câmara dos Deputados, da qual participaram o bispo auxiliar de Brasília e secretário geral da CNBB, Dom Leonar do St einer Leonardo Steiner einer, os membros do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Aldo Arantes Arantes, Cláudio Pereira e Marcello Lavenère, e a diretora do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, Jovita Rosa Rosa. Na ocasião, houve também o lançamento da Coalizão Parlamentar pela Reforma Política. A cartilha explica o que é a Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, constituída por 95 entidades, en-

tre elas a CNBB, bem como os principais pontos da proposta: a proibição de doações de recursos financeiros de empresas para financiar campanhas eleitorais; a mudança no sistema de votação, sendo feito em dois turnos, no qual, no primeiro, o eleitor votaria em um programa, em ideias e, no segundo turno, escolheria as pessoas que irão colocar em prática o projeto. Também discutiram a equiparação entre o número de homens e mulheres no meio político, sendo que, para cada candidato homem, teria uma mulher; além da regulamentação do artigo 14 da Constituição de 1988, que trata dos instrumentos de participação popular.


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