Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Novembro/2013

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Florianópolis, Novembro de 2013 Nº 195 - Ano XVII

Celebrações encerram Ano da Fé Encontros para vocacionados A Pastoral Vocacional, encerrando as atividades deste ano, convoca para mais um encontro dos Grupos de Orientação Vocacional, GOV, João Paulo II (masculino) e Madre Teresa de Calcutá (feminino). Os rapazes se encontrarão nos dias 15, 16 e 17 de novembro em Azambuja. Já as meninas se encontrarão em dois locais, na região norte e sul.

Santuários da Arquidiocese preparam programação especial para receber os fiéis no dia 24 de novembro, domingo de Cristo Rei Catedral, Santa Paulina, Angelina e Azambuja são os santuários escolhidos para receber os fiéis da Arquidiocese no encerramento do Ano da Fé.

Nesse dia, além das missas, haverá oração do terço, via sacra, adoração ao Santíssimo e outras atividades devocionais. Em seu artigo, Dom Wilson re-

flete sobre a encíclica “Lumen Fidei”, a Luz da Fé, do Papa Francisco. Não se esqueça, porém, que a fé, sem obras, é morta! (Tg 2,14-17). PÁGINAS 02 e 07

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Arquidiocese terá seminário sobre a CF-2014 PÁGINA 08

Cáritas reflete sobre a fome e a pobreza no Brasil e no Mundo PÁGINA 10

Aceitação da morte: distanásia? eutanásia? PÁGINA 12

Comissão realiza manifestação em defesa da vida PÁGINA 16

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A Fé no Cristo Rei É com a metáfora da luz que melhor se pode entender a importância da fé para o ser humano atual. No mundo de hoje, tão marcado por tantas crises e obscuridades na vida das pessoas e nas instituições sociais, vale a pena abrir-se para a luz da fé, que dá ao ser humano o sentido último de sua vida. Na sua primeira encíclica, o papa Francisco observa: “Urge recuperar o caráter de luz que é próprio da fé, pois, quando a sua chama se apaga, todas as outras luzes acabam também por perder o seu vigor. (...) É precisamente desta luz da fé que quero falar, desejando que cresça a fim de iluminar o presente até se tornar estrela que mostra os horizontes do nosso caminho, num tempo em que o homem vive particularmente carecido de luz” (LF 4). PÁGINA 04

Arquidiocese ordena novo presbítero Com 25 anos, Pe. Deivide é o mais novo integrante do Clero da Arquidiocese e o quarto ordenado da Paróquia de Dom Joaquim, Brusque A Paróquia Santa Catarina, em Dom Joaquim, Brusque, esteve em festa no dia 19 de outubro. Pela imposição de mãos de nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck foi realizada a celebração de ordenação presbiteral do diácono

Deivide Tiago Tomazi, o mais jovem da Arquidiocese, com 25 anos. A próxima ordenação será a do diácono Wellington Cristiano da Silva, no dia 09 de novembro, às 15, em Governador Celso Ramos. PÁGINAS 03 e 14

Deivide é a quarta vocação da Paróquia Santa Catarina, em Brusque

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Opinião

Novembro 2013

Palavra do Bispo Na festa de Cristo Rei, 24 de novembro, encerra-se o ano da fé. Na Arquidiocese de Florianópolis o fechamento acontecerá com uma peregrinação a um dos quatro santuários – Catedral, Santa Paulina, Azambuja ou Angelina. Um dos frutos do Ano da Fé foi a publicação da Encíclica “Lumen Fidei” escrita pelos dois papas: Francisco e Bento XVI. Vamos recordar alguns pensamentos desta encíclica, que desenvolve o tema da fé. A luz da fé (Lumen Fidei 1)A fé é apresentada como uma luz. Quem não tem fé anda nas trevas. Jesus, no Evangelho segundo João afirma: “Eu vim ao mundo como luz, para que todo o que crê em mim não fique nas trevas” (Jo 12,46). Quem acredita, vê com uma luz que ilumina todo o percurso da estrada. A luz da fé possui uma característica singular, capaz de iluminar toda a existência. Transformados pela luz que vem do alto, recebemos olhos novos que enxergam melhor o futuro. Essa luz orienta nossos passos no tempo. Por que um Ano da Fé? – Porque se vive um momento em

Dom Wilson Tadeu Jönck

Palavra do Papa

Francisco

da sua terra e a abrir-se a uma vida nova, a iniciar um caminho para um futuro inesperado. A fé faz ver na medida em que se caminha. A voz pede para se confiar em uma realidade efêmera e passageira, mas porque pronunciada por Deus, torna-se o que há de mais seguro e inabalável. O homem fiel recebe a sua força ao confiar em Deus. Como Deus garantiu um filho a Sara, estéril, também será capaz de garantir para nós um amanhã que está acima de toda ameaça e perigo. O homem fiel é aquele que crê no que Deus promete; e Deus que é fiel, concede o que prometeu. São Paulo também fica cego e ouve uma voz. E a partir dessa experiência passa a viver uma vida nova. Entende o viver como “obediência na fé” (Rm 1,15). A tentação da incredulidade (Lumen Fidei 13) - O contrário da fé é a idolatria. O povo hebreu no deserto não suportou o mistério do rosto escondido de Deus, não

Opinião

Encontro com as Famílias pelo ano da Fé Queridas famílias! Viestes, como peregrinas, de muitas partes do mundo, para professar a vossa fé diante do túmulo de São Pedro. Esta praça acolhevos e abraça-vos: somos um só povo, com uma só alma, convocados pelo Senhor, que nos ama e sustenta. Saúdo também a todas as famílias que estão unidas através da televisão e da internet: uma praça que se espraia sem confins! Quisestes chamar a este momento “Família, vive a alegria da fé!” Gosto deste slogan! Entretanto, escutei as vossas experiências, os casos que contastes. Vi tantas crianças, tantos avós… Pressenti a tristeza das famílias que vivem em situação de pobreza e de guerra. Ouvi os jovens que se querem casar, mesmo por entre mil e uma dificuldades. E então surge-nos a pergunta: Como é possível, hoje, viver a alegria da fé em família? Mas eu perguntovos também: “É possível viver esta alegria, ou não é possível?” No Evangelho de Mateus, há uma palavra de Jesus que vem em nossa ajuda: “Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu vos aliviarei” (Mt 11, 28). Assim, esta é a primeira coisa que quero partilhar convosco nesta tarde, e é uma palavra de Jesus: Vinde a Mim, famílias de todo o mundo –

Arcebispo de Florianópolis

Conclusão do Ano da Fé que a chama da fé perdeu a força. E quando a luz da fé enfraquece, todas as outras luzes perdem o vigor. No mundo atual cresce o número daqueles que vivem alheios à fé. São indiferentes à sua dimensão ou são animados por outras crenças. A cultura atual perdeu a noção da presença concreta de Deus e da sua ação no mundo. Pensa que Deus se encontra no além, separado da nossa realidade. O homem perdeu a crença de que Deus age no mundo, e para ele é indiferente crer ou não crer. De fato, a fé pode enfraquecer-se. Jesus disse a Pedro: “Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça” (Lc 22,32). Em seguida pede-lhe para que confirme seus irmãos na fé. O ano da Fé é um convite para que a luz não fique escondida e para que o sal recupere o sabor. A fé é escuta (Lumen Fidei 8) - Abraão não vê Deus, mas ouve a sua voz. A fé é uma resposta a uma Palavra que o interpela a sair

diz Jesus –, e Eu vos aliviarei, para que a vossa alegria seja completa. E esta Palavra de Jesus levai-a para casa, levai-a no coração, compartilhai-a em família. Convida-nos a ir ter com Ele, para nos dar, para dar a todos a alegria. [...] Algumas semanas atrás, nesta praça, disse que, para levar adiante uma família, é necessário usar três palavras: “com licença”, “obrigado”, “desculpe”. Três palavraschave! Peçamos licença para não ser invasivos em família. «Posso fazer isto? Gostas que faça isto?» Com a linguagem de quem pede licença. Digamos obrigado, obrigado pelo amor! Quantos dias passam sem eu dizer esta palavra: “obrigado!” E a última: “desculpe”. Todos erramos e às vezes alguém fica ofendido na família e no casal, e algumas vezes – digo eu – voam os pratos, dizem-se palavras duras... Não demorem em perdoar! [...] Cada família, como a de Nazaré, está inserida na história de um povo e não pode existir sem as gerações anteriores. E por isso hoje temos aqui os avós e as crianças. As crianças aprendem dos avós, da geração anterior. [...] Queridas famílias, com a graça de Cristo, vivei a alegria da fé! O Senhor vos abençoe e Maria, nossa Mãe, vos guarde e acompanhe!

Todos os dias vejo sinais de morte, mas também de vida. A

A luz da fé possui uma característica singular, capaz de iluminar toda a existência. Transformados pela luz que vem do alto, recebemos olhos novos que enxergam melhor o futuro”.

Irmã Emília De Bona Sartor Fraternidade Esperança, Palhoça

morte não é apenas o fim da existência, mas o recomeço. É só uma passagem para a vida plena em Cristo. Começamos este caminho e a cada dia vejo a morte mas creio que a cada dia começamos a ressurreição em Cristo. Creio que isto se concretiza toda vez que lutamos por um mundo mais justo e fraterno. A morte e ressurreição de Cristo me faz crer no amor imenso de Deus por mim e pela humanidade.

A morte significa o abandono das necessidades do mundo e ressuscitar para uma proposta diferente, uma vida nova em Cristo. Como disse o Apóstolo Paulo, “não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim”. Então acho que morrer é deixar as coisas materiais para poder ressuscitar mais livre, solto. Nossa existência na terra é apenas uma experiência em um corpo material. Nosso crescimento se dá por meio do que vivemos e aprendemos nesta nossa existência. José Carlos Bernardes, Paróquia N.Sra. da Lapa, Florianópolis.

Maria Luiza Cavichiolli, Paróquia São Luiz Gonzaga, Brusque

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suportou o tempo de espera, e construiu um bezerro de ouro. O ídolo é um pretexto para se colocar a si mesmo no centro da realidade. Deus é a orientação fundamental que dá unidade à existência do ser humano. Perdida essa unidade, ele se dispersa na multiplicidade dos seus desejos. A idolatria não oferece um caminho, mas uma multiplicidade de veredas que não conduzem a uma meta, antes, constituem um labirinto. O caminho da fé é vivido como conversão, isto é, abandono dos ídolos e conversão a Deus. Fé e verdade (Lumen Fidei 23) – “Se não crerdes, não subsistireis”. (Isaías 7,9) O homem precisa de conhecimento, precisa de verdade. Sem a verdade, a fé não salva, não torna seguros os passos. Seria só a projeção do desejo de felicidade. Há um conhecimento próprio da fé. São Paulo afirma: “acredita-se com o coração” (Rm 10,10). O coração é o lugar onde o homem se abre à verdade e ao amor, onde se deixa tocar e transformar. A fé transforma a pessoa inteira na medida em que esta se abre ao amor.

Para você o que significa a morte e a ressurreição?

Morte é a passagem desta vida para a outra. Mas também pode se entender no sentido místico. Morremos todos os dias. Morremos para as coisas que são contra a vida. Ressurreição é tudo aquilo que leva à vida; de uma vida menos agradável, para uma vida mais agradável; de uma vida menos centrada na pessoa de Jesus para uma mais centrada Nele. Todos os dias avivar em nós a alegria de ser feliz. Não podemos ser felizes quando o nosso irmão sofre.

Roma, 29 de setembro

Jornal da Arquidiocese

Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Wilson Tadeu Jönck, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Leda Cassol Vendrúscolo, Maria Antônia Carsten, Maria Glória da Silva Luz, Carlos Martendal, Felipe Candin Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - (48) 8405-6578 - Coor. de Publicidade: Pe. Pedro José Koehler - Revisão: Pe. Ney Brasil - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Diário Catarinense


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Pe. Deivide é ordenado presbítero Celebração foi realizada na Paróquia Santa Catarina, em Dom Joaquim, Brusque. Foto JA

Pela imposição das mãos de nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, foi ordenado padre o diácono Deivide Tiago Tomazi. A ordenação foi no dia 19 de outubro, às 15h, na Paróquia Santa Catarina, em Brusque, sua paróquia de origem. Esta foi a quarta vocação saída da paróquia. A Igreja Matriz estava lotada. Estavam presentes fiéis da comunidade local, bem como da Paróquia São João Evangelista, de Biguaçu, onde Deivide realizava seu ministério diaconal desde que foi ordenado em 15 de junho, e onde permanecerá como presbítero. Presentes também re-

Dom Wilson unge as mãos de Pe. Deivide com o óleo santo

Imposição de mãos de Dom Wilson ordenou Deivide presbítero

presentantes de outras comunidades onde ele atuou pastoralmente como seminarista. O lema da ordenação presbiteral foi “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: Alegrai-vos!” (Fl 4,4). No início da celebração, Pe. Timóteo José Steinbach, pároco anfitrião, fez a saudação inicial a todos os presentes. Em seguida, Dom Wilson falou da alegria em visitar a comunidade e presidir a ordenação presbiteral. A animação dos cantos, vários deles compostos especialmente para essa liturgia, esteve a cargo

Encontro para vocacionados

dos seminaristas de Azambuja. Ao final, Pe. Deivide agradeceu a todos os presentes e aqueles que de alguma forma contribuíram para o seu processo formativo. Destacou a acolhida no presbitério da Arquidiocese. “Em cada abraço, sorriso e saudação de paz me sinto acolhido como um novo irmão que é recebido em sua casa. Contem comigo para a fraternidade presbiteral entre nós. Sou muito grato a todos!”, disse. Mais fotos no site da Arquidiocese (www.arquifln.org.br), clicar em “Álbum de fotos”.

Wellington será o próximo ordenado Arquivo/JA

Uma Celebração Eucarística, prevista para o dia 09 de novembro, às 15h, na Igreja Matriz de N.Sra. dos Navegantes, em Governador Celso Ramos, marcará a ordenação presbiteral de Wellington Cristiano da Silva. A celebração será presidida pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck. Seu lema de ordenação é “Basta-te a minha graça” (2Cor 12,9). Com 30 anos, Wellington é considerado uma vocação

Vai acontecer...

amadurecida. Aos 20 anos trabalhava como técnico em vigilância epidemiológica no município de Governador Celso Ramos, e tinha grande atuação na Igreja, sendo inclusive o representante da Pastoral Vocacional da Comarca de Biguaçu. Vendo essa dedicação do jovem, Pe. Mário José Raimondi, que então era seu pároco, lhe fez o convite para ingressar no Seminário. O convite foi aceito e iniciou a formação no Seminário Propedêutico.

A Pastoral Vocacional da Arquidiocese promove no mês de novembro a última etapa do ano, dos encontros do Grupo de Orientação Vocacional - GOV. Mais uma vez o encontro do GOV João Paulo II (masculino) e o do Madre Teresa de Calcutá (feminino) serão realizados em locais diferentes. O encontro dos garotos será novamente no Seminário de Azambuja, em Brusque. Nos dias 15, 16 e 17 de novembro os jovens a partir de 12 anos se encontrarão. No primeiro dia, eles conhecerão o seminário, as atividades desenvolvidas pelos seminaristas e o que é a vocação para a vida presbiteral. Os dois dias seguintes serão voltados para os jovens a partir dos 14 anos, que estão em condições de ingressar no Seminário no próximo ano. Eles farão aprofundamento espiritual, terão conversa pessoal com os formadores e preparação para aqueles que pretendem ingressar no próximo ano. O encontro é volta-

do também para aqueles que não recebem acompanhamento das equipes vocacionais paroquiais ou que não tenham participado de outros encontros.

Vocação Feminina O Grupo de Orientação Vocacional Madre Teresa, voltado para as garotas, realizará o encontro no dia 23 de novembro, das 8h30 às 16h, em dois locais: para a região sul da Arquidiocese, será na Paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça; para a região norte, o local ainda não foi definido. Durante o encontro, as garotas terão palestra sobre o sentido da vida religiosa consagrada, teatro vocacional e apresentação das congregações religiosas presentes na Arquidiocese. Os encontros são gratuitos. Informações com o Pe. Vânio da Silva, coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional, pelo e-mail pe.vanio@ig.com.br ou pelo fone (48) 3234-4443.

Dia da Tolerância Religiosa Para celebrar a data, a Faculdade Católica de Santa Catarina, FACASC e a Paróquia Santíssima Trindade promovem um encontro com a participação de representantes das três religiões monoteístas: islâmica, judaica e cristã. Será no dia 13 de novembro (quarta-feira), das 20h às 22h, no auditório da Paróquia da Santíssima Trindade, em Florianópolis. O objetivo é contribuir para a cultura de paz, de respeito e de apreciação da diversidade de cul-

turas e religiões no mundo. Cada representante terá 20 minutos de exposição sobre o tema da Tolerância Religiosa, avaliando o momento atual, vislumbrando as perspectivas e partilhando as iniciativas realizadas no âmbito de cada religião. Após a exposição dos três representantes haverá oportunidade de perguntas e contribuições do público. Informações pelo site www. facasc.edu.br ou pelo fone (48) 3234-0400.


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Tema do Mês

A Fé no Cristo Rei A luz da fé é o próprio Jesus, que se entrega e dá a vida por nós. Divulgação/JA

A conclusão do Ano da Fé, celebrada na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, é ocasião para nos perguntarmos sobre nossa fé neste Rei que se revelou simples, pobre e justo. Diferente dos poderosos do mundo, que oprimem o povo para manter sua posse de bens materiais, o Cristo, Rei do Universo, foi obediente e submisso ao Pai, anunciou o Reino da vida nova em todas as dimensões do bem viver e deu-nos a luz do sentido da vida.

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A Natureza da Fé A fé é um dom de Deus. Ela vem embutida na Palavra. São Paulo nos ensina: “A fé vem pela audição” (Rm 10,17). Com a Palavra ouvida ou lida vem a fé, que é o assentimento da vontade e da inteligência à própria Palavra. O mesmo Deus que fala já põe em nosso coração a resposta que quer de nós. Sendo dom de Deus, a fé é também tarefa nossa. Este primeiro assentimento precisa depois desenvolver-se na forma de estudo e de prática, de modo que o coração e a mente e todo o nosso ser possam irse aprofundando na resposta a Deus. A fé vai se alargando, vai ajuntando-se com a esperança e a caridade e todas as virtudes, até tornar-se um rio caudaloso, que é a força do Espírito Santo agindo na vida do fiel. O Catecismo da Igreja Católica nos dá a seguinte definição de fé: “É a resposta do ser humano a Deus que se revela e a ele se doa, trazendo-lhe ao mesmo tempo uma luz superabundante em busca do sentido último de sua vida” (CIC 26). E mais adiante: “A fé é um ato pessoal: a resposta livre do ser humano à iniciativa de Deus que se revela” (CIC 166). Há uma dimensão relacional da fé: resposta do ser humano ao Deus revelado. Esta definição será mais bem explicitada, através do termo “obediência da fé”. Diz-se, então, que a fé: a) É a resposta adequada ao convite que Deus, pela revelação, faz aos seres humanos para entrarem em comunhão com ele (CIC 142); b) É a submissão completa da inteligência e da vontade do ser humano a Deus, o assentimento de todo o seu ser ao Deus revelador (CIC 143); c) É a submissão livre à palavra ouvida, à verdade garantida pela própria Verdade, que é Deus (CIC 144).

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própria vida. (…) A vida em Cristo inclui a alegria de comer juntos, o entusiasmo por progredir, a paixão por trabalhar e por aprender, a alegria de servir a quem necessite de nós, o contato com a natureza, o entusiasmo dos projetos comunitários, o prazer de uma sexualidade vivida segundo o Evangelho e todas as coisas com as quais o Pai nos presenteia como sinais de seu amor sincero” (DAp 356). Longe do consumismo hedonista e individualista, “a vitalidade que Cristo oferece nos convida a ampliar nossos horizontes e a reconhecer que abraçando a cruz cotidiana entramos nas dimensões mais profundas da existência” (DAp 357). No Reino de Cristo, Rei do Universo, “todas as autênticas transformações se forjam no coração das pessoas e se irradiam em todas as dimensões de sua existência e convivência” (DAp 538).

A Importância da Fé

A Palavra de Deus, que pede nossa obediência e submissão, fez-se carne humana em Jesus Cristo. Na sua humanidade, Jesus foi um homem de fé. Viveu fincado e firmado em Deus. A grande exigência que Deus-Pai lhe fez foi a permanência na fé, na obediência e na submissão. Jesus teve que aprender, entre muitos clamores e lágrimas, a ter fé em Deus, a ser o pioneiro da fé, a pôr toda confiança em Deus (Hb 5,7-9; 12,2). Na luz e na noite, na clareza e na obscuridade, ele permanece firme na fé em Deus. Nossa fé em Jesus, Deus feito homem, Salvador da humanidade, Rei do Universo, se fundamenta na fé de Jesus, homem de Deus e para Deus. Nossa obediência e submissão ao Cristo, Rei do Universo, se funda na sua obediência e submissão ao seu Deus e nosso Deus, seu Pai e nosso Pai (Jo 20,17).

A Totalidade da Fé O Catecismo afirma que a fé tem uma dimensão pessoal e uma dimensão doutrinal. A fé é adesão pessoal do ser humano a

Nossa fé em Jesus, Deus feito homem, Salvador da humanidade, Rei do Universo, se fundamenta na fé de Jesus, homem de Deus e para Deus ”

Deus e assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus (CIC 150). Ela é ao mesmo tempo fides qua e fides quae. Por sua dimensão subjetiva, existencial, relacional, ela é ato de entrega, abandono e confiança total em Deus (fides qua). Por sua dimensão objetiva e doutrinal, ela é assentimento à doutrina revelada por Deus que, sendo ele mesmo a Verdade, só pode dizer a verdade. Essas duas dimensões da fé são inseparáveis. Não se pode crer só a título pessoal, como uma homenagem que

presto a Deus, sem aceitar seus ensinamentos encontrados na Escritura, na Tradição e no Magistério da Igreja. Não se pode crer aceitando pura e simplesmente um conjunto de verdades, sem uma relação pessoal de afeto e amizade com Deus. Essas duas dimensões da fé apontam para a pluralidade de dimensões do Reino anunciado e vivido por Cristo, Rei do Universo. O Documento de Aparecida nos instrui que a fé deve abranger a totalidade de nossa existência, de modo que ela “se estabeleça mais profundamente no coração das pessoas e dos povos latino-americanos como acontecimento fundante e encontro vivificante com Cristo, manifestado como novidade de vida e de missão de todas as dimensões da existência pessoal e social” (DAp 13). “A vida nova de Jesus Cristo atinge o ser humano por inteiro e desenvolve em plenitude a existência humana em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural. Para isso, faz falta entrar em um processo de mudança que transfigure os vários aspectos da

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É com a metáfora da luz que melhor se pode entender a importância da fé para o ser humano atual. No mundo de hoje, tão marcado por tantas crises e obscuridades na vida das pessoas e nas instituições sociais, vale a pena abrir-se para a luz da fé, que dá ao ser humano “o sentido último de sua vida” (CIC 26). Na sua primeira encíclica, o papa Francisco observa: “Urge recuperar o caráter de luz que é próprio da fé, pois, quando a sua chama se apaga, todas as outras luzes acabam também por perder o seu vigor. (...) É precisamente desta luz da fé que quero falar, desejando que cresça a fim de iluminar o presente até se tornar estrela que mostra os horizontes do nosso caminho, num tempo em que o homem vive particularmente carecido de luz” (LF 4). O Cristo Rei, que se apresenta como “luz do mundo”, torna-se para nós o caminho para a “luz da vida” (Jo 8,12; 9,5). Colocado não em berços e tronos de ouro, mas nascido numa manjedoura, montado num jumento e morto numa cruz, ele revela-se como o caminho que nos tira das trevas e nos dá a luz da vida. A luz da fé é, portanto, o próprio Jesus, que se entrega e dá a vida por nós. Pe. Vitor Galdino Feller Vigário Geral da Arq., Prof. de Teologia e Diretor da FACASC/ITESC Email: vigariogeral@arquifln.org.br


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100 anos da Mãe Peregrina Celebração marcou o início das comemorações do centenário do Movimento de Schoenstatt Divulgação/JA

O Movimento Apostólico de Schoenstatt, da Arquidiocese, promoveu na noite do dia 18 de outubro uma Celebração Eucarística, marcando o início da contagem regressiva para o centenário da sua fundação. Realizada na Catedral de Florianópolis, a missa foi presidida pelo nosso bispo auxiliar emérito Dom Vito Schlickman e concelebrada por padres e diáconos. Desde 2005, a Família de Schoenstatt da Arquidiocese tem feito uma novena preparatória, concluída no dia 18 de outubro. As celebrações pré-centenário foram realizadas todos os anos percorrendo paróquias da Arquidiocese e movimentando principalmente coordenadores e missionários da Mãe Peregrina. A novena quis chamar a atenção para a grande festa que será celebrada no próximo ano. Peregrinos vindos dos mais diversos pontos da Arquidiocese lotaram a Catedral. Muitas paróquias colaboraram para a beleza da celebração enviando coroinhas, anjinhos, cantores, porta-bandeiras... Era uma grande família celebrando a sua festa!

Vai acontecer...

Formação para Músicos da RCC

Realizada na Catedral, celebração reuniu peregrinos de diversas paróquias da Arquidiocese, que renovaram a Aliança de amor com Maria O ponto alto da celebração foi a renovação da Aliança de amor com Maria, com as velas acesas no fogo da missão! Um mar de luzes iluminou a catedral, como expressão da luz da Aliança de Amor que – a partir do Santuário da Mãe e Rainha – deve iluminar o nosso mundo! “Com alegria peregrinamos ao teu Santuário...” A oração internacional em preparação ao Centenário da fundação, res-

soou com um som especial nessa noite para os devotos da Mãe Peregrina, pois se inicia um ano de graças. Algo que parecia tão longe ‘bate já na nossa porta’. Em 365 dias serão exatos 100 anos de uma nova luz acesa por Deus, em Schoenstatt, para ajudar a iluminar a Igreja e a humanidade. Que ela arda, se espalhe e ilumine a Cultura da Aliança que somos chamados a edificar!

A Renovação Carismática Católica da Comarca de Biguaçu promove nos dias 09 e 10 de novembro um Encontro de Formação para Músicos. Será na Casa de Retiros Recanto dos Adoradores, em Governador Celso Ramos, e destina-se aos músicos que seguem o carisma da RCC das comarcas de Biguaçu, Estreito, Ilha e São José. A formação será ministrada por lideranças da RCC da Arquidiocese. O objetivo é padronizar os serviços de animação das celebrações, realizado pelos ministros da Arquidiocese, para que sigam as orientações litúrgicas da Igreja. “Nossa intenção é atrair novos líderes para a Igreja e trazer de volta aqueles que deixaram o ministério”, disse Luiz Carlos Coelho, coord. da RCC

na Comarca de Biguaçu e um dos organizadores do evento. Os interessados devem fazer suas inscrições pelos fones (48) 8409-6462 ou 99354007, ao custo de R$ 35,00, já incluída a alimentação.

Foto JA

Santuário Santa Paulina realiza lançamento de CD vocacional

Irmã Herci com o CD do qual participou como compositora

O Santuário Santa Paulina realizou no dia 20 de outubro o lançamento do CD “Cantando a Vocação com Santa Paulina”, com 17 canções da autoria de um grupo de Irmãzinhas da Imaculada Conceição. O lançamento foi realizado ao final de cada missa do dia. Na oportunidade, a Irmã Herci Júlia Reis (CIIC) cantou uma faixa de sua autoria “O Espírito do Senhor está sobre sós”. Irmã Herci conta que o CD foi feito por seis Irmãzinhas e suas músicas podem ser usadas no mês vocacional, em grupos de jovens, além de serem uma boa opção para se ouvir no carro enquanto se passeia. Durante todo o domingo, o CD foi vendido em uma tenda ao lado da Igreja de Nossa Senhora de Lourdes e continuará sendo vendido na Loja das Lembranças do Santuário Santa Paulina e na internet pelo e-mail estoque@santuariosantapaulina.org.br.

31 candidatos a diácono, de três dioceses (17 da Arquidiocese) participaram da oitava etapa de formação da 15º turma

Formação para novos candidatos a Diácono A Escola Diaconal São Francisco de Assis, da Arquidiocese de Florianópolis, realizou, nos dias 18 a 26 de outubro, a oitava etapa de formação da 15ª turma da Escola Diaconal São Francisco de

Assis, dirigida pelo Pe. Valter Maurício Goedert. O encontro reuniu 31 candidatos a diácono: 17 da Arquidiocese; 09 da Diocese de Tubarão; e 05 da Diocese de Joinville.


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Bíblia

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Conhecendo o livro dos Salmos (65)

Salmo 89 (88): As promessas a Davi Este longo e belo salmo, que começa com o propósito decidido de cantar para sempre as misericórdias do Senhor, termina dramaticamente com uma série de perguntas, brotadas de uma realidade trágica que não corresponde, no momento, às divinas promessas. A estrutura do salmo é clara. Após breve introdução (vv. 2-5), temos um hino grandioso à realeza de Deus (vv. 6-15). A seguir, depois de igualmente breve bem-aventurança ao povo que sabe e deve “festejar” (vv. 16-19), o salmista evoca a eleição de Davi e da sua “casa”, isto é, da sua dinastia (vv. 20-38). No entanto, a aliança é rompida, sem que se mencionem os motivos (vv. 39-46). E o salmo termina, após sentidos questionamentos, com uma súplica pessoal do salmista (vv. 47-52).

O cântico das misericórdias 2. Vou cantar para sempre as misericórdias do Senhor; / anunciarei com minha boca sua fidelidade de geração em geração. 3. Pois disseste: “minha misericórdia está de pé para sempre.” / Estabeleceste a tua fidelidade nos céus. 4.”Fiz aliança com meu eleito; / jurei a Davi, meu servo: 5. estabeleço tua dinastia para sempre, / confirmo teu trono por todas as idades”. O cântico é “para sempre”, como é “para sempre” a misericórdia do Senhor, e “para sempre” o estabelecimento da dinastia do seu eleito, seu servo, Davi. As “misericórdias”, no plural, encontramse em várias outras passagens do Antigo Testamento, como que desdobrando esse atributo que, junto com a fidelidade, constitui a própria essência de Deus. Uma bela antífona do canto gregoriano assim começava, com o versículo inicial do salmo em latim: Misericordias Domini in aeternum cantabo!

se mencionem méritos do próprio Davi, simplesmente escolhido por Deus para ser o seu “primogênito, o mais elevado dos reis da terra”...

Mesmo se forem infiéis...

ondas quando elas se levantam. 11. Tu esmagaste o Egito como um inimigo abatido, / com teu braço poderoso dispersaste teus inimigos. 12. Teu é o céu, tua é a terra; / o mundo, e o que nele existe tu firmaste. 13. Criaste o Norte e o Sul; o Tabor e o Hermon exultam ao teu nome. 14. Teu braço é cheio de vigor, / forte é tua mão esquerda, alta a tua direita. 15.A justiça e o direito são as bases do teu trono, / a misericórdia e a fidelidade caminham à tua frente. As “maravilhas” de Deus são celebradas “nos céus”, “nas alturas”, “entre os deuses”, frente ao “orgulho do mar”, diante do Egito, na dispersão dos inimigos... Todo esse poder divino, porém, manifestado na criação do céu e da terra e irradiando-se para o Norte e para o sul, para o Oriente e o Ocidente, está a serviço “da justiça e do direito”, e é precedido pela misericórdia e a fidelidade, que são, como já vimos acima, a essência do ser de Deus.

As maravilhas de Deus

Povo abençoado, povo feliz!

6. Os céus celebram tuas maravilhas, Senhor; / celebrase tua fidelidade na assembleia dos santos. 7. Pois quem pode, nas alturas, comparar-se com o Senhor? / Quem é igual ao Senhor entre os deuses? 8. Deus é tremendo no conselho dos santos, / maior e mais terrível do que aqueles que o rodeiam. 9. Senhor, Deus dos exércitos, quem é como tu? / És poderoso, Senhor, e tua fidelidade te circunda. 10. És tu que domas o orgulho do mar, / que acalmas as

16. Feliz o povo que pode festejar: / ele caminha, Senhor, ao fulgor de tua face! 17.Por causa do teu nome ele se alegra sempre, / e na tua justiça encontra a sua glória. 18. Pois tu és a sua esplêndida força, / e é por teu favor que ergues nossa fronte. 19. Pois o Senhor é o nosso escudo, / e o Santo de Israel, nosso rei. Entre as 26 bem-aventuranças que encontramos nos salmos, esta (v.16), com a do Sl 144,15, exalta a felicidade do “povo de Deus”, que caminha “ao fulgor da sua face” e na divina justiça “encontra a sua

glória”. O título “Santo de Israel”, tão caro ao profeta Isaías, expressa a convicção de que a “santidade”, isto é, a transcendência de Deus, não o impede de ligar-se de modo especialíssimo a Israel, como seu verdadeiro rei.

A eleição divina de Davi 20. Outrora falaste numa visão a teus fiéis: “Impus a coroa a um herói, / elevei um eleito no meio do povo. 21. Encontrei Davi, meu servo, / com meu santo óleo o ungi; 22. minha mão o sustentará, / meu braço o fortalecerá. 23. O inimigo não poderá enganá-lo, / nem o mau, oprimi-lo. 24. Esmagarei diante dele seus adversários / e os que o odeiam eu abaterei. 25. Minha fidelidade e minha misericórdia estarão com ele / e pelo meu nome crescerá seu poder. 26. Estenderei sua mão esquerda sobre o mar / e sua mão direita sobre os rios. 27. Ele me invocará: “Tu és meu pai, / meu Deus, meu rochedo, meu salvador”. 28. Eu farei dele o primogênito, / o mais elevado dos reis da terra. 29. Eu lhe conservarei meu favor para sempre / e minha aliança com ele será estável. 30. Farei viver para sempre sua descendência / e seu trono, como os dias do céu. A “visão” é a do profeta Natã, descrita no 2º livro de Samuel, cap. 7º, vv. 4-17, na qual se refere a promessa de Deus a Davi. Este, preocupado em construir uma “casa” para o Senhor, o Templo, recebe, através do profeta, a garantia de que é o Senhor quem construirá uma “casa” para ele, a sua dinastia, numa aliança inabalável, “para sempre”. E isto por pura graça, sem que

31. Mesmo se seus filhos abandonarem minha lei / e não andarem segundo meus preceitos, 32. se violarem minhas prescrições / e não observarem meus mandamentos, 33. castigarei com a vara suas transgressões / e com açoites, seus pecados. 34. Mas não lhes retirarei meu favor, / e não vou desmentir minha fidelidade. 35.Não violarei minha aliança, / não mudarei a palavra saída dos meus lábios. 36. Eu o jurei uma vez pela minha santidade; / não, não mentirei a Davi; 37. sua descendência será perpétua / e seu trono durará diante de mim como o sol, 38. como a lua que permanece para sempre, testemunha fiel no firmamento”. Estes versículos mencionam a eventualidade, infelizmente verificada, de os descendentes de Davi serem infiéis. Mesmo assim, Deus não faltará à sua própria fidelidade, ou seja, à sua santidade: Ele não violará a aliança feita por pura graça, garantindo a perenidade do trono de Davi. Isto porque, como o escreverá o apóstolo Paulo: “Mesmo se lhe formos infiéis, Ele permanecerá fiel, pois não pode negar-se a si mesmo” (2Tm 2,13).

Mas tu, Senhor!? 39. Mas tu rejeitaste, repudiaste, / te irritaste contra teu ungido. 40. Invalidaste a aliança feita com teu servo,/ lançaste por terra e profanaste sua coroa. 41.Fizeste brechas em todas as suas muralhas, / reduziste a ruínas suas fortalezas. 42. Todos os que passam o depredam, / tornou-se um opróbrio para seus vizinhos. 43. Fizeste triunfar seus adversários, / alegraste todos os seus inimigos. 44. Cegaste o corte da sua espada, / não o sustentaste no combate. 45. Puseste fim a seu esplendor, / lançaste por terra o seu trono. 46. Abreviaste os dias da sua juventude,/ de vergonha o cobriste. De repente, muda tudo! Sem que se mencionem faltas, transgressões, pecados, o Deus fiel se irrita contra o seu escolhido, o seu

Ungido! E, numa série de verbos de ação destruidora, Deus o arrasa e cobre de vergonha...

Até quando? 47. Até quando, Senhor, te esconderás para sempre? / E o teu furor se abrasará como o fogo? 48.Lembra-te como sou passageiro: / acaso criaste para nada todos os homens? 49.Quem é que pode viver e não ver a morte? / Quem pode livrar a própria alma do poder do abismo? 50. Onde estão, Senhor, teus gestos de misericórdia de outrora, / que juraste a Davi por tua fidelidade? Estes quatro versículos são marcados pelas perguntas da fé provada, tentada a esmorecer: Até quando, Senhor? Onde está a tua misericórdia, a tua fidelidade?

Lembra-te, Senhor! 51. Lembra-te, Senhor, do opróbrio do teu servo, / trago no coração todos os ultrajes dos povos, 52. os insultos lançados por teus inimigos, Senhor, / contra os passos do teu ungido! 53. Bendito seja o Senhor para sempre, Amém, Amém. “Lembra-te, Senhor!”, é o pedido humilde, já feito no v. 48, com o qual o salmista, dando voz ao próprio rei humilhado, tenta comover o Senhor. E, apesar de tudo, não deixa de bendizê-lo, como o bendisse Jó, ao ser atingido pelo sofrimento (Jó 1,21). E essa “bênção” é também a conclusão do 3º livro dos salmos. Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica na Faculdade de Teologia de SC - FACASC email: ney.brasil@itesc.org.br

Para refletir: 1) Como entender as “misericórdias” do Senhor, que o salmista se propõe “cantar para sempre”? 2) Como, em nosso tempo secularizado, podemos perceber e admirar as maravilhas de Deus? 3) O nosso povo, em nossa pátria, é um povo que “pode festejar”? por que? Como? 4) O que mais lhe chama a atenção na escolha divina de Davi? Ele tinha méritos? 5) Depois das perguntas sem resposta, que sentido tem o “bendito” no final do salmo? E os “benditos” nas entrada de Jesus em Jerusalém, segundo Marcos (Mc 11,9-10)


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Juventude 7

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Abbá Pai promove 5º “Dia de Cura no Amor” Evento contou com Pe. Antonello, pregador de renome internacional reconhecido pelo dom da cura Foto JA

“Um dia que marcou muitas vidas”, assim avaliou Ivano Alves Pereira, fundador e coordenador da Comunidade Católica Abbá Pai, tentando definir a extensão da 5ª edição do “Dia de Cura no Amor”, realizada no domingo, 20 de outubro, na Paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José. O evento, que faz parte da Agenda Permanente da Arquidiocese de Florianópolis, foi prestigiado por cerca de duas mil pessoas. Iniciado às 08h, o retiro foi conduzido por Pe. Antonello, um dos ícones da Renovação Carismática Católica, pregador nacional e internacional, reconhecido pelo dom de cura e libertação, e fundador da Comunidade Aliança de Misericórdia, do Rio de Janeiro. Pe. Antonello ministrou com propriedade e profundidade o evento, abordando a cura que vem do amor de Deus, além de conduzir momentos de cura e libertação. Pe. Hélio da Cunha, por sua vez, realizou a passagem do Santíssimo, outro momento marcante do retiro. Esta 5ª edição do Dia de Cura no Amor foi animada pelo Ministério de Música Abbá Pai, juntamente com músicos voluntários, todos “Amigos Abbá Pai” de longa data. Destaca-se a presença de sacerdotes “Amigos Abbá Pai”, tais como Pe. Evaristo Debiasi e Pe. Leandro José Rech, além da participação de Pe. Ney Brasil, diretor espiritual de voluntariado da Comunidade

Vai acontecer...

Encerramento do Ano da Fé

Realizado em Campinas, São José, evento atraiu mais de mil participantes Abbá Pai. A Missa de Encerramento foi presidida por Dom Wilson Tadeu Jönck e concelebrada por Pe. Antonello e Pe. Ney Brasil. Rosália Casas, aspirante da Abbá Pai, ressalta que na homilia, Dom Wilson, destacando o Dia Mundial das Missões, com sabedoria e pontualidade, confirmou, de modo significativo, a temática do retiro e o carisma Abbá Pai, “animando-nos a seguir em nossa missionariedade”, relata. Durante a celebração foram renovados publicamente os votos permanentes de 13 leigos consagrados da Abbá Pai, momento este conduzido pelos fundadores da Comunidade: Ivano e Simone Pereira. Segundo Pe. Ney Brasil, “devemos louvar a Deus por esta bela iniciativa da Abbá Pai,

que procura com zelo irradiar sempre mais seu Carisma”. Para Elenir Lopes, secretária do dízimo da Paróquia Santo Antônio e serva da RCC, “Pe. Antonello é muito alegre e comunicativo. As pessoas ficavam envolvidas por ele. Foi um dia muito especial para muita gente”. Isso foi confirmado por muitos participantes, os quais lhe falaram que fazia tempo que não participavam de um dia de espiritualidade tão forte como este. Para Simone Peixoto Martins, cantora e co-fundadora da Abbá Pai, “os efeitos desta 5º edição do ‘Dia de Cura no Amor’ serão sentidos por muito tempo, a começar por nossa Comunidade, em uma escala maior do que possamos dimensionar”.

No dia 24 de novembro, a Igreja estará encerrando o Ano da Fé. Para marcar a data, os quatro principais santuários da Arquidiocese de Florianópolis (Catedral, Angelina, Santa Paulina e Azambuja) estão realizando programação especial para receber os fiéis. A celebração do Ano da Fé teve início no dia 11 de outubro. Os principais motivos que o inspiraram foram: a Celebração dos 50 anos do Concílio Ecumênico Vaticano II e os 20 anos de publicação do Catecismo da Igreja Católica. “Desejamos que seja celebrado de forma marcante e com a participação de todas as paróquias, comunidades e movi-

PROGRAMAÇÃO NOS SANTUÁRIOS Catedral de Florianópolis Missas: 7h30, 10h e 16h Oração do Terço: 8h30 Via Sacra: 11h (Praça XV) Ângelus e Animação: 12h Celebração Penitencial: 13h30 Adoração ao Santíssimo: 15h Santuário N.Sra. da Imaculada Conceição - Angelina

Encontro das Forças Vivas A Coordenação Arquidiocesana de Pastoral convida os representantes das pastorais, organismos, serviços, meios de comunicação, colégios católicos, novas comunidades... enfim, todas as Forças Vivas da Arquidiocese para participar do seu encontro

bimestral. Será no dia 09 de novembro, sábado, no local costumeiro, o Santuário de Fátima, no Estreito, Florianópolis. Durante o encontro será verificada a agenda dos eventos para o próximo ano, para que não haja choque de datas e se consiga maior

integração. Sendo o último encontro do ano, haverá um momento de revisão, concluindo-se com a Celebração Eucarística e uma confraternização. Os participantes devem confirmar presença pelo fone (48) 3224-4799 ou pelo email pastoral@arquifln.org.br.

mentos da Arquidiocese”, pediu Dom Wilson. “Que a participação das comunidades transforme este dia em um grande ato de fé em Cristo. E que seus frutos se estendam no tempo e no espaço para além deste ano”, acrescentou. Todos somos convidados a viver intensamente o Ano da Fé em nossa famílias, comunidades e paróquias, participando ativamente das celebrações, dos encontros de formação, e demais atividades programadas. Muitas paróquias já estão organizando caravanas para ir aos nossos santuários. A intenção é agradecer a Deus pelas graças recebidas ao longo do Ano da Fé.

Missas: 7h30 (Convento), 8h, 10h e 16h (Igreja Matriz). Via Sacra: 10h (Gruta) Oração do Terço: 11h30 (Gruta) Celebração penitencial e Adoração ao Santíssimo: 14h (Matriz) Adoração ao Santíssimo: das 09h às 15h (Convento das Irmãs Franciscanas de S. José).

Santuário Santa Paulina Nova Trento Missas: 8h, 10h, 14h e 16h. Oração do Terço: 9h (Trilha Mariana); 11h (Capela Santa Paulina e na Capela N.Sra. de Lourdes) e 13h (N.Sra. Lourdes). Adoração ao Santíssimo: 9h às 15h30 (Capela do Santíssimo). Celebração penitencial: 9h e 15h no Santuário. Via Sacra: 15h Morro do Calvário. Santuário N.Sra. de Azambuja – Brusque Missas: 6h, 8h30, 10h30 e 16h. Oração do Terço: 7h, 9h30, 11h30 e 17h (Morro do Rosário). Adoração ao Santíssimo: 14h.


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Seminário Regional reflete sobre a CF-2014 Evento reuniu lideranças de oito dioceses e propôs ações para combate ao tráfico humano Foto JA

Fortalecer e integrar a rede “Um grito pela vida”, da Conferência dos Religiosos do Brasil, que combate o tráfico de pessoas, foi uma das propostas do Seminário Regional da Campanha da Fraternidade 2014 da CNBB-Regional Sul 4 (SC). Realizado em Lages, o evento reuniu 52 lideranças de oito dioceses catarinenses. A Arquidiocese de Florianópolis esteve representada por seis lideranças. Algumas das outras propostas sugerem diálogo com entidades sociais, a edição de subsídios sobre a realidade do trabalho escravo e tráfico no Estado, e a exigência para que o Poder Público crie o Comitê de Combate ao Tráfico de Pessoas em Santa Catarina. “Uma das dificuldades para o enfrentamento do tráfico de pessoas é a falta de dados estatísticos”, indicou Tania Laky, uma das assessoras do Seminário, investigadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Identidade, da PUC de São Paulo. “Cada órgão público apresenta números muito diferentes”, disse. Em seu livro mais recente, “Tráfico Internacional de Mulheres: Nova face de uma velha escravidão” (Ed. Max Limonad), utilizado no texto-base da CF 2014, ela aborda a exploração sexual, uma das faces mais conhecidas do tráfico de pessoas, o qual também atua na incrível remoção de órgãos e tecidos, e no trabalho escravo. Apesar de não existirem dados precisos, estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que cerca de quatro milhões de pessoas (!) são vítimas das redes do tráfico de seres humanos por ano no mundo. O delegado de Polícia Civil em Criciúma e professor de direito penal na UNISUL, Márcio Neves, apresentou um panorama sobre o combate a este tipo de tráfico

Seminário Arquidiocesano da CF Na manhã do dia 30 de novembro, sábado, a partir das 8h, na Paróquia São Sebastião, em Tijucas, teremos o seminário arquidiocesano da CF2014. O evento será assesso-

Divididos em grupos por dioceses, nossos representantes no Seminário refletiram sobre ações que podem ser desenvolvidas na Arquidiocese aprofundado desse problema pouco refletido na Igreja”, disse.

TESTEMUNHO

do ponto de vista jurídico e policial. “Para acompanhar os rastros é preciso estrutura e viagens, que dependem de autorização superior porque envolve pagamento de diárias”, explicou. Isso limita a obtenção de provas, já que as ações dos traficantes transcendem fronteiras estaduais e nacionais. Segundo Pe. Isaltino Dias, um dos representantes da Arquidiocese no Seminário, o evento foi importante para melhor conhecer o tema. “A assessora abordou o assunto com propriedade e propiciou-nos um conhecimento mais

Elenice Alves da Silva, cujo filho desapareceu em Foz do Iguaçu, PR, em 1980, aos quatro anos de idade, comemorou a escolha do tema para a próxima CF, em um testemunho pessoal. Integrante de um grupo de familiares de pessoas desaparecidas, em Florianópolis, suspeita que seu filho tenha sido vítima do tráfico internacional. Vários catarinenses, encontrados em Israel recentemente, estão entre os cerca de 10 mil brasileiros traficados para países europeus e para aquele país nos anos 1980. Elenice avaliou que “a Igreja estava omissa em relação ao tema”, mas agora a Campanha pode ampliar o combate ao crime. Ir. Maria Aroni Rauen pediu que, de fato, “Um grito pela vida” seja apoiado em SC. Ela destacou que SC é um dos únicos locais em que a rede não foi instalada. Aroni sugeriu que o assunto seja abordado nos órgãos do regional, como o Conselho Regional de Pastoral. A CRB irá discuti-lo em uma reunião no dia 06 de novembro.

rado por uma equipe arquidiocesana que participou do Seminário Regional, com a presença de entidades ligadas ao tema (polícia e ONGs). Todos são convidados a participar.

Curso à distância sobre a CF-2014 Teve início em setembro, mas permanece com inscrições abertas, o Curso à distância sobre os conteúdos do Texto Base da Campanha da Fraternidade 2014. O curso é uma novidade e conta com a supervisão da equipe executiva da CF, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O secretário executivo da CF, Pe. Luiz Carlos Dias, explica que o objetivo do curso é “oferecer uma nova modalidade de capacitação sobre os conteúdos da Campanha da Fraternidade, contribuindo com a formação que ocorre nos regionais e em várias dioceses do Brasil”. O curso é oferecido em quatro módulos, com total de 40 horas e duração de 40 dias. Aborda-se especificamente o Texto Base da CF 2014, focado no método: Ver, Julgar e Agir. As unidades do curso são: 1 - O tráfico humano no contexto da globalização, com foco na mo-

bilidade e trabalho e as formas de enfrentamento ao tráfico humano; 2 - A iluminação (Julgar) a partir do Antigo e Novo Testamento; 3 - Propostas para o enfrentamento do tráfico humano e canais de denúncia; 4 - Histórico e sentido da Campanha da Fraternidade no Brasil. Durante o curso os participantes terão contato com as práticas de tráfico humano em suas várias formas, recebendo indicações sobre como denunciar as situações de tráfico de que tenham conhecimento, e como agir concretamente nesses casos. “A CNBB tem buscado meios para cumprir a missão de capacitar os agentes que atuam nas diversas pastorais, para que estejam cada vez mais preparados”, destaca padre Luiz Dias. O curso tem um custo de R$ 20,00 e as inscrições podem ser feitas pelo site: www.solar consultoria.com


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Paróquias celebram o DNJ “Juventude e missão”, esse foi o tema do Dia Nacional da Juventude celebrado nas paróquias Divulgação/JA

Em comunhão com a Igreja no Brasil, a Pastoral da Juventude da Arquidiocese promoveu, no dia 20 de outubro, o Dia Nacional dedicado aos jovens. Duas paróquias tiveram um dia de atividade, reflexão e congraçamento dos jovens. Na Paróquia São João Evangelista, Biguaçu, mais de 150 jovens estiveram reunidos na comunidade N.Sra. dos Navegantes, na praia João Rosa. Além dos 10 grupos de jovens da paróquia, o evento reuniu jovens de outras cinco paróquias. “Como neste ano não haveria o DNJ arquidiocesano, decidimos reunir as paróquias em que não haveria a celebração, para fazer um só evento”, disse Valquíria Schlemper, coordenadora paroquial da PJ de Biguaçu. Durante o dia, os jovens tiveram momentos de oração, animação, reflexão e liturgia. Eles refletiram sobre o tema do DNJ, assessorados por José Rodrigo Rangel, assessor da PJ. Depois, foram divididos em sete grupos, cada um com um monitor. As reflexões foram apresentadas por meio de teatro, música ou jogral. Depois houve uma mesa de debates com lideranças da paróquia com experiência missio-

Com 18 anos, João Augusto tem experiência de trabalho com os jovens na paróquia e comarca

Jovens da Paróquia dos Sagrados Corações participam de momento místico durante a celebração no DNJ com o Pe. Luiz Prim nária. O evento foi encerrado com a celebração Eucarística presidida pelo Pe. José Luiz de Sousa, pároco anfitrião.

A cara da juventude A Paróquia dos Sagrados Corações, de Barreiros, São José, foi outra que reuniu os seus jovens para celebrar o DNJ. Realizado no ginásio de esportes do Colégio Elisa Andreoli, o evento contou com a participação de cerca de 80 jovens de quatro grupos. O início foi com a animação da Banda AUJ. Os jovens puderam se Foto JA

Em Biguaçu, encontro reuniu representantes de seis paróquias

divertir com vários jogos que foram disponibilizados. Às 10h30, houve a Celebração Eucarística presidida pelo Pe. Luiz Prim, vigário paroquial. À tarde, os jovens foram divididos em sete grupos, para refletirem sobre o tema do DNJ (Juventude em Missão). Ainda à tarde houve apresentação de um grupo de dança de duas comunidades empobrecidas da paróquia: Pedregal e Bairro Ipiranga. Também de um grupo do Colégio Marista. E stand up comedy com WMacarrão. “A proposta foi a de integrar todos os grupos de jovens da paróquia para que estejam em comunhão e mostrem a cara da juventude”, disse Adriana Diniz, membro da equipe de coordenação da PJ paroquial. Segundo Priscila Lopes, coordenadora arquidiocesana da Pastoral da Juventude, desde o ano passado optou-se por realizar o evento nas paróquias. “Isso possibilita que mais jovens possam participar. Quando o evento é arquidiocesano, dependendo da região onde é realizado, muitos jovens não podem se deslocar”, informou.

Encontro Regional Pós-JMJ A Comissão Provisória para a Juventude da CNBB-Regional Sul IV (SC), realizará nos dias 08 a 10 de novembro um encontro regional. Será no Centro de Evangelização Angelino Rosa – CEAR, tendo como objetivos retomar a caminhada de unidade da juventu-

Setor Juventude tem novo secretário

de no âmbito do Regional, no pósJornada Mundial da Juventude. São convidados a participar do encontro todas as dioceses do Regional Sul IV por meio de suas várias expressões: Pastoral da Juventude (PJ); Juventude com as Congregações Religiosas; Movimentos;

Renovação Carismática; Novas Comunidades e outras expressões. O encontro contará com palestras, reflexão sobre a realidade juvenil no Regional, workshops e oficinas. Mais informações pelo fone (48) 3234-7033 ou pelo email secretaria@pjsul4.org.br

João Augusto de Farias, 18 anos, é o novo secretário do Setor Juventude da Arquidiocese. A nomeação foi anunciada na tarde do dia 29 de outubro. Ele foi escolhido pelo nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck entre os três indicados pelos segmentos da juventude da Arquidiocese. Natural da Paróquia de Santo Amaro, João participou do Grupo de Jovens, foi coordenador paroquial da juventude, passando a acompanhar as atividades dos Grupos de Jovens locais. Também ajudou na organização da Peregrinação dos Ícones da JMJ na Comarca Santo Amaro, e da equipe de articulação da Ação Evangelizadora “Rio que cresce entre nós”, em prol da JMJ, também na Comarca. Ainda colaborou na organização do “Bote Fé Floripa” e fazia parte da Comissão Comarcal para a Juventude. Ele concilia tudo isso com a atividade de acadêmico da quarta fase de Arquivologia, na Universidade Federal de Santa Catarina. Segundo Pe. Ewerton Martins Gerent, referencial do Setor Juventude, a nomeação de João favorece a caminhada que se pretende realizar em 2014. “É um jovem que tem vivência paroquial e nossos objetivos estão em fortalecer a juventude nas paróquias”, disse. Segundo ele, os movimentos e as novas comunidades já têm uma organização. Já nas paróquias e comarcas, a organização da juventude é deficitária. “Ele tem muito a contribuir nesse processo”, acrescentou. JA - Você é bastante jovem. Como pretende enfrentar os desafios de coordenar o Setor Juventude

da Arquidiocese? João Augusto - No começo poderá haver um tanto de resistência pela minha idade, porém com o passar do tempo se acostumarão. Tenho um bom relacionamento com os atuais membros do setor, e trabalharemos em comunhão. O Pe. Ewerton também vai estar à frente dos trabalhos, e acredito que trabalhando juntos temos mais força. JA - Quais serão os maiores desafios que enfrentarás nessa missão? João Augusto - Há muitos desafios, mas aos poucos vamos superando e trabalhando. Quero construir laços de unidade entre os segmentos jovens e trabalhar fortemente com os jovens que estão nas comarcas e nas paróquias, pois esse trabalho é muito necessário. JA - O setor abrange diferentes espiritualidades da juventude. Como pretendes lidar com as diferenças? João Augusto - Respeito e compreensão são dois pontos fundamentais para lidar com as diferenças. Pensar em conjunto, não beneficiando a um ou outro, pode ser a chave. O tempo irá nos mostrar os melhores caminhos.


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Ação Social

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Fome e Pobreza no Brasil e no Mundo XIX Assembleia da Caritas Brasileira reflete sobre tema da Campanha Internacional Divulgação/JA

Entre os dias 17 e 20 de outubro de 2013, aconteceu em Brasília/DF a XIX Assembleia Nacional da Cáritas Brasileira, com o tema: Fome e Pobreza no Brasil e no Mundo, e o lema “...E não havia necessitados entre eles” (At 4,34). No total foram 216 agentes da Cáritas, provenientes de 180 entidades-membro e 12 regionais, além de representantes do Secretariado Latino-Americano e Caribenho da Cáritas e da Cáritas do Haiti. A Arquidiocese de Florianópolis foi representada por Fernando Anísio Batista, coordenador da Ação Social Arquidiocesana - ASA. Nos três dias de assembleia, os participantes refletiram sobre as origens e consequências da Fome e Pobreza no Brasil e no Mundo, bem como sobre as iniciativas organizadas pela rede Cáritas Brasileira e pelos governos, para enfrentamento desta situação. Dentre os palestrantes e debatedores estavam importantes personalidades no combate à

ASA realiza encontro que visa construir comunidades seguras

216 agentes de 180 entidades membro estiveram reunidos no encontro fome e à pobreza, como: Dom Mauro Morelli (Bispo emérito de Duque de Caixias/RJ), Profª Aldaiza Sposati (PUC/SP), Dom Leonardo Ulrich Steiner (Secretário-Geral da CNBB), Ademar Bertucci (Cáritas Brasileira), Pastora Romi Bencke (Secretária-Geral do CONIC), entre outros. Divulgação/JA

Lideranças refletiram sobre as origens e consequências da Fome e Pobreza no Brasil e as iniciativas para enfrentar esta situação

O tema trabalhado na assembleia será o de uma grande campanha mundial contra a fome e a pobreza, sob a coordenação da Cáritas Internationalis e terá seu lançamento previsto para dezembro deste ano. No encerramento da assembleia foi elaborada uma carta aprovada pelos participantes, apresentando “reflexão critica e novos compromissos” na luta em favor de um mundo sem fome e sem pobreza. O coordenador da ASA avaliou positivamente a assembleia, onde foi possível aprofundar que a pobreza não é algo natural, pois todas as pessoas nascem iguais, mas em condições diferentes. Por isso, mais que trabalhar com números é necessário trabalhar com as pessoas, entender sua realidade e buscar interferir positivamente para superar estruturas de fome e pobreza que são reproduzidas por décadas na sociedade brasileira e no mundo.

Arquidiocese terá Semana da Solidariedade Solidariedade e Justiça Social será o tema trabalhado A Rede de entidades da Cáritas Brasileira realizam todos os anos a Semana da Solidariedade, que nos incentiva a apostar nos sentimentos de solidariedade que Deus semeou em nossos corações, para que se multiplique em gestos concretos de justiça e de ajuda. Ela serve tanto para os pequenos gestos, que sempre são válidos, como para mostrar quanto a solidariedade pode transformar as estruturas da sociedade, sejam políticas ou econômicas. Neste ano, o tema da semana é: Solidariedade e Justiça Social, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para refletir sobre a invisibilidade das desigualdades sociais que geram fome e pobreza existentes em nosso país, principalmente nas periferias das grandes e médias cidades e no meio rural. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Gestão de Risco e Desastres

(IBGE), o Brasil é a sexta economia mais rica do mundo, mas 57 milhões de pessoas ainda vivem em estado de pobreza, ou seja, sobrevivem com meio salário mínimo. Mesmo com programas de distribuição de renda promovidos pelo Governo Federal, 20% dos mais ricos ainda detém 63,8% da renda nacional, enquanto os 20% mais pobres acessam apenas 2,5% de toda a riqueza que é produzida pelo país. Tendo como base esse cenário repugnante de negação de direitos, a Semana da Solidariedade deve

ser assumida por todos os homens e mulheres que acreditam em um “outro mundo possível”, no Reino de Deus, na Terra Sem Males. Na Arquidiocese de Florianópolis, a Semana da Solidariedade acontecerá entre os dias 16 a 23 de novembro nas paróquias e comunidades. No dia 23 de novembro a partir das 08:30 na paróquia São Judas Tadeu em Barreiros/São José, acontecerá o encontro da Rede de Ações Sociais da Arquidiocese, com o tema: “Pobreza e Fome em Santa Catarina e no Brasil”. O encontro é aberto para a participação de grupos, movimentos e pastorais da Igreja, bem como para outras organizações da sociedade civil. Mais informações na sede da Ação Social Arquidiocesana, pelo fone: (48) 3224 8776 ou pelo e-mail: asa@arquifln.org.br.

A Ação Social Arquidiocesana – ASA realizou no sábado dia 26 de outubro o Encontro de Avaliação do Projeto Gestão de Risco e Desastres – Construindo Comunidades Seguras. A atividade ocorreu na Paróquia São Luíz Gonzaga, no Município de Brusque e contou com a presença de membros dos Núcleos Comunitários de Defesa Civil – NUDEC’s de Florianópolis (Morro da Mariquinha), Brusque (Dom Joaquim), Guabiruba e Botuverá. Também estavam presentes representantes das Defesas Civis de Brusque, Guabiruba e Botuverá que participaram do processo de fomentação dos NUDEC’s junto à Equipe ASA. A atividade é considerada como o primeiro Encontro de NUDEC’s do Estado de Santa Catarina e teve por objetivo avaliar o Projeto executado pela ASA e apoiado pelo Instituto HSBC de Solidariedade, bem como trazer indicativos de projeção e continuidade para atuação da ASA na temática Gestão de Risco e Desastres. Na parte da manhã foi realizada apresentação da trajetória histórica do Projeto e o momento de grupos, onde cada envolvido, NUDEC’s, Defesas Civis e ASA, apontaram os quais foram os avanços, limites, desafios e possi-

bilidades na implantação do Projeto. No período da tarde foi realizado o momento de conclusão e novamente em grupos, apontando indicativos para a continuidade das ações em “Gestão de Risco e Desastres”. Nestes momentos foi fundamental a atuação da assessora do Encontro, a Srª. Sarah Cartagena, Pesquisadora em Planejamento Territorial e Redução de Riscos de Desastres e integrante do Centro Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres.

AVALIAÇÃO Avaliamos o Encontro muito produtivo e que proporcionou a integração e envolvimento entre os membros dos NUDEC’s e das Defesas Civis. Através da Síntese das avaliações dos Grupos e dos indicativos das ações, foi possível refletir a cerca das divergências e convergências ocorridas no decorrer da execução do Projeto e traçar nortes de atuação para a continuidade do trabalho na temática “Gestão de Risco e Desastres”. Divulgação/JA

Representantes da ASA, dos NUDEC’s de Florianópolis (Morro da Mariquinha), Brusque (Dom Joaquim), Botuverá e Guabiruba e das Defesas Civis de Brusque, Botuverá e Guabiruba.


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VIVER A FÉ - reflexão sobre o Ano da Fé O encerramento do Ano da Fé nos faz refletir: podemos viver a fé desligada da vida?

Encontro comarcal motiva a caminhada GBF/CEBs Neste semestre tivemos muitas reuniões, encontros paroquiais... Nesta edição queremos destacar o Encontro comarcal da Comarca da Ilha, promovido pela coordenação comarcal junto às coordenações paroquiais para os animadores e animadoras dos Grupos Bíblicos em Família, e realizado na Paróquia N.Sra. da Boa Viagem, Saco dos Limões. Estavam presentes 95 animadores e animadoras de oito paróquias da comarca, que durante o dia refletiram sobre “Motivação”, fator importante para a caminhada pastoral dos GBF/CEBs. O tema “Motivação” foi muito bem abordado pelo professor Adroaldo Lamaison, de Porto Alegre. Iniciou a reflexão com algumas perguntas, destacando vários elementos que dizem respeito à caminhada da Igreja e da vida em comunidade: a) Como estão nossas lideranças? b) Vocês de fato são animadores ou desanimadores? c) Como estão os GBFs? d) Como a sociedade vem fortalecendo os valores e os princípios éticos e cristãos? e) Conseguimos fazer a diferença, com um toque cristão numa sociedade capitalista e utilitária? f) Nós, como Igreja, estamos fortalecendo qual modelo de sociedade queremos? g) Como agregar mais pessoas para a Igreja, que assumam o compromisso com o Evangelho? Esses questionamentos pertinentes e constantes em nossos dias foram desdobrados e refletidos, o que provocou muita atenção, interagindo um diálogo de interação entre os participantes e o assessor.

Lideranças dos GBF com velas acesas celebrando a alegria da fé Olhando a realidade que vivemos nesse tempo de inversão de valores, percebemos o quanto é necessário ser ‘cristão seguidor de Jesus’. Precisamos nos converter, para ouvir Deus e fazer o seu caminho. É nesse contexto que Deus se faz presente, atuante... É na plenitude dos tempos que Deus cumpre sua promessa ao longo da história humana.

olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me felicitarão...” (Lc 1 46-55). Para sermos cristãos e cristãs no seguimento de Jesus, precisamos também fazer adesão ao seu projeto de vida, seguir o exemplo de Maria. Precisamos conhecer verdadeiramente Jesus de Nazaré, ouvir e dialogar com ele, deixar que ele modele a nossa vida.

Continuar na fé

O tempo do Advento

Continuemos nossa caminhada de fé, preparando-nos para o advento do Natal de Jesus. Natal! Tempo de graça! Tempo de espiritualidade intensa, que ressurge dentro de nós e contagia tudo e todos. Uma alegria, uma ternura inexplicável invade o coração da gente. Deus revela à humanidade seu grande amor. Deus faz o chamado a Maria pela anunciação do anjo. Maria diz SIM, acolhe a mensagem do anjo no seu coração, e faz o caminho de Deus e com Deus. Ela rompe o seu próprio plano de vida e se entrega na adesão total ao plano de Deus. Torna parte de sua vida o sonho lindo de Deus, um sonho de esperança, amor e paz. Deus se faz pequeno, despojando-se da condição divina para humanizarse, vivendo como nós, na pessoa de Jesus de Nazaré, o Filho de Deus encarnado. A primeira ação de Maria é caminhar ao encontro de Isabel, sua prima, para servir. E na alegre saudação nos revela o grande amor de Deus à humanidade com o cântico: “Minha alma proclama a grandeza do Senhor, meu espírito se alegra em Deus, meu salvador, porque

O tempo do Advento, que iniciaremos após a festa de Cristo Rei, é o momento propício para fazer o caminho de Deus e com Deus, fazer o encontro pessoal e comunitário com Jesus de Nazaré, indo ao encontro do irmão e da irmã. Caminhar junto àqueles e àquelas que desanimaram, que vivem uma vida fútil e sem sentido. Levar a todos e todas a Boa-Notícia, o “Emanuel - Deus conosco”. Fazer o caminho de Deus no nosso dia a dia é despojar-se do ter e do prazer, partilhando um pouco do que temos com quem nada tem, é romper com a cultura do bem-estar. É ter um coração solidário e fortalecido na fé e na esperança, construindo uma sociedade mais justa e fraterna. Assim estaremos preparando nossa casa interior, a casa família, a casa comunidade, a manjedoura maior para acolher Jesus de Nazaré. Que Deus nos mostre o caminho a seguir, as escolhas que devemos fazer, as atitudes que devemos ter, na hora de optamos por ser “cristão que segue Jesus”. Que o nosso coração esteja convertido no Natal, e então poderemos dizer com alegria: “VEM, SENHOR JESUS!”.

Na reflexão, o professor nos fez ver o quanto é importante, necessário e urgente sairmos de uma pastoral de conservação para uma pastoral de acolhida, que vai ao encontro das pessoas. À tarde continuamos o encontro com a animação alegre do Frei Tiago, com o grupo musical dos Ingleses. Conduzidos pela biblista Silvia Togneri, seguimos com a reflexão do tema “Motivação”. Ela focou a Palavra de Deus como principal instrumento de motivação e de fortalecimento na caminhada pastoral e social dos GBFs e Comunidades Eclesiais de Base. Foram formados pequenos grupos por aproximação, com a tarefa de refletir alguns textos bíblicos dados pela assessora. As pessoas se debruçaram a fazer a Leitura Orante da Palavra de Deus, que iluminou as incertezas e dificuldades presentes na nossa vida, nas famílias, na Igreja, em nossos grupos e na comunidade. O Encontro serviu para fortalecer ainda mais a nossa missão de evangelizar, de sermos profetas do anúncio da Palavra, do amor, e da justiça de Deus, denunciando as injustiças, rompendo com a cultura de morte inserida na sociedade em que vivemos. Ao final do encontro, foi realizada a Celebração Eucarística, presidida por Frei Edmilson Carvalho, pároco anfitrião. Ao celebrarmos a vida que acontece em grupos e em pequenas comunidades, celebramos também a missão dos catequistas que, através de seu exemplo e testemunho, contribuem para a construção do Reino de Deus.

Divulgação/JA

Como nasce a fé? “A fé nasce do encontro com o amor gerador de Deus que mostra o sentido e a bondade da nossa vida. A compreensão da fé é aquela que nasce quando recebemos o grande amor de Deus, que nos transforma interiormente e nos dá olhos novos para ver a realidade”. Devemos muitas vezes nos perguntar: Sou um cristão, uma cristã que cultiva a cultura do bemestar ou sou um cristão, uma cristã que segue Jesus, que se insere no projeto de vida de Deus? O Papa Francisco nos convida a “sair de nós mesmos para caminharmos na estrada de Jesus, aproximando-nos mais das pessoas”. A fé alicerçada na Palavra de Deus nos orienta a vivermos o “caminho de Jesus”. Seguir Jesus é desinstalarse, sair do comodismo, do individualismo, da autossuficiência, do conformismo, é despojar-se da busca exagerada do ter e do prazer... É fazer do seu plano de vida a adesão ao projeto, ao sonho de Deus para a humanidade.

Divulgação/JA

Estamos nos aproximando do encerramento do Ano da Fé, durante o qual, em nossos grupos e comunidades, refletimos sobre o Credo, a nossa profissão de fé. Esse período de encerramento do ‘Ano da Fé’ nos faz refletir: Fazemos nossa profissão de fé com convicção? Podemos viver a fé desligada da vida? Vivemos num tempo com muitas tribulações, e às vezes tudo se torna transitório na vida da gente, até mesmo a nossa convicção de fé. É nesse contexto que fomos convocados pela Igreja a reavivar nossa fé em Jesus Cristo, centro da nossa vida cristã. Vivemos numa sociedade que prega o comodismo, a satisfação pessoal e praticidade de tudo, muitas vezes nos encontramos praticando “a cultura do bem-estar”. Corremos o perigo de ceder à tentação do “bem-estar”, isto é, de pensar que temos direito a tudo: possibilidades, dinheiro, luxúria, festas, presentes..., tudo isto dá uma sensação de poder e prazer. Muitas vezes achamos que viver assim é o mais certo, permanecer no bem-estar é cômodo... Mas, para nós, cristãos, viver assim é andar na contramão do projeto, do sonho de Deus (Jo 10,10).

Encontro reuniu 95 animadores e animadoras da Comarca da Ilha


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São Bonifácio: desafios de uma realidade rural Apesar do êxodo rural e da carência de lideranças, paróquia tem na juventude esperança de mudanças Arquivo/JA

Situada a 80 km de Florianópolis, na direção serrana, é uma localidade rica em belezas naturais, quase intocada pelo homem, que ainda não foi descoberta como atração turística. O acesso, que até dois anos era um dos maiores desafios, agora está todo asfaltado e se tornou um aliado para se poder admirar todo o encanto da região. Mirantes bem posicionados ajudam a vislumbrar a vista privilegiada, e as curvas (uma sobre a outra) se tornam uma atração a mais. O município tem cerca de 3.000 habitantes, a maior parte deles vivendo da agricultura (plantação de pínus e eucalipto, marcenaria e produtos coloniais) ou da pecuária (gado de corte e de leite). Toda a produção é familiar. Em meio a tudo isso está a Paróquia de São Bonifácio. Formada por oito comunidades, ela extrapola os limites do município. Ao norte conta com duas comunidades em Águas Mornas e, ao sul, mais uma na divisa com São Martinho. Entre elas, mais de 50 km, a serem percorridos em estradas de chão. São comunidades pequenas e distantes, de poucas famílias, com características próprias, o que dificulta uma ação paroquial. Mas isso não desanima Pe. Antônio Luiz Schmitt, o pároco. Segundo ele, o asfalto trouxe novas oportunidades de emprego e isso possibilita a manutenção das lideranças no local. Por conta da distância entre as comunidades, a formação das lideranças é realizada durante as celebrações. Uma das

A aceitação da morte: entre a distanásia e a eutanásia

Igreja Matriz, construida em uma colina no centro da cidade, é também o centro religioso da extensa e desafiante pároquia resto, um grande desafio que se coloca diante de Pe. Antônio é a reforma da Igreja Matriz.

Devoção popular

forças da paróquia está na juventude. Há um grupo de jovens sendo formado. E, por conta do asfalto, os jovens estão se casando e se mantendo na comunidade. De

Uma forma de romper as barreiras da distância entre as comunidades e as diferenças entre elas, está na oração, principalmente através das grutas de Nossa Senhora. A paróquia deve ser uma das que têm o maior número de grutas da Arquidiocese. Só as de visitação pública são 13, nos acessos às comunidades, mas não é difícil encontrar casas que têm a sua gruta particular. Isso faz parte de um trabalho do Pe. Sebastião van Lieshout, que foi pároco entre 1970 e 1993.

História construída com a colonização alemã Embora a primeira menção escrita sobre a Capela de São Bonifácio no Livro de Tombo do Curato de Teresópolis, seja datada de 12 de agosto de 1895, por ocasião da Visita Pastoral de Dom José de Camargo Barros, presume-se que a capela tenha sido criada por volta de 1865, com a chegada dos primeiros colonos alemães, vindos de Teresópolis. A iniciativa foi dos Padres alemães, que atendiam toda esta região. A Capela era conhecida como São Bonifácio do Alto Capivari. O primeiro Sacerdote que ali trabalhou foi Pe. Guilherme Roer, nascido em Warendorf, na Alemanha, que chegou a Capivari em 1862. Mas quem mais se dedicou à comunidade foi Pe. Francisco Giesberts, que era Coadjutor do Curato de Teresópolis, em 1918. Foi ele que, em nome da Comuni-

Artigo

dade Católica de São Bonifácio, adquiriu um terreno com área de 25 mil m², destinado à construção de uma nova igreja e casa paroquial. O primeiro padre residente foi Pe. Augusto Schwirling, 1909. Em 25 de novembro de 1950, um Decreto da Cúria Metropolitana criava a “Paróquia amovível de São Bonifácio, que era entregue aos cuidados da Congregação dos Padres dos Sagrados Corações”. Seu primeiro Pároco foi Pe. Deodato Koopmans SS.CC., que tomou posse no dia 8 de dezembro do mesmo ano e ali permaneceu até sua morte, em 24/09/69, sendo sepultado no interior da Igreja Matriz. Foi ele o responsável pela construção da nova Igreja Matriz, inaugurada oficialmente em 19 de março de 1956. Em 1962, pela Lei nº 840,

de 23 de agosto, era criado o Município de São Bonifácio. Anos mais tarde, em seis de junho de 1970, assumia a Paróquia, Pe. Sebastião van Lishout, SS.CC., que alí permaneceu até 1992, quando, já idoso e muito doente, retornou à sua terra natal, a Holanda. Em 1992, a Congregação dos padres dos Sagrados Corações devolveu à Arquidiocese a paróquia, que passou a ser assistida pelos Padres diocesanos. Após um curto período sem Pároco nomeado, em 29 de janeiro de 1993 assumiu-a Pe. Timóteo José Steinbach (1993), seguindo-se de Pe. Valdir Staehelin (1994-1997), Pe. Darcísio Schappo (1997-2010), Pe. Tarcísio José Schuch (20102012) e, a partir deste ano, Pe. Antônio Luiz Schmitt.

Às vezes nós, católicos, tendemos a espiritualizar tanto algumas questões, que esquecemos da sua conexão com a realidade e da necessária coerência com a razão, com a ética e com a ciência positiva. Com a reflexão sobre a questão da morte não é diferente. Morrer é algo natural – a única certeza que temos é de que um dia morreremos. Em novembro do ano passado, falávamos da morte como uma porta pela qual passamos desta vida para outra. Acontece que, muitas vezes, nos fixamos tanto na porta que esquecemos o que existe do outro lado. Desta vez refletiremos sobre uma questão mais técnica, relacionada à morte: a consideração sobre sua aceitação. Certamente respeitamos e defendemos a vida em todas as suas etapas – da concepção até a morte natural – mas também se faz necessário aceitar o momento da morte. As duas posturas extremas nesta questão – e como extremas, equivocadas – seriam a obstinação terapêutica por um lado, e a eutanásia por outro. A obstinação terapêutica ou distanásia seria utilizar meios desproporcionais para a manutenção da vida, comprometendo os bens e a própria qualidade de vida da pessoa, sem esperança de resultados significativos. Conhecemos muitos casos de pessoas que, sabendo do estado terminal de um parente, utilizaram de meios incapazes de curá-lo, simplesmente para manter a vida por mais alguns dias ou semanas. O oposto contrário seria a eutanásia, através da qual, por uma ação direta ou por omissão de uma ação devida, a pessoa morre. Aqui não se trata de uma mera aceitação da morte, mas sim de um protagonismo na decisão da morte – repito, seja por uma ação direta ou por uma omissão. Por exemplo, um paciente em coma ou em estado vegetativo necessita ser hidratado (receber água) e nutrido (receber comida). Seria eutanásia – assassinato – remover a hidratação e nutrição de um paciente neste estado, pois a pessoa não morreria pela sua doença, mas sim de fome e de sede. O meio termo, que neste

caso é a atitude correta, é o que se chama de ortotanásia. Trata-se simplesmente de aceitar a morte no momento em que já não sejamos mais capazes de lutar contra ela. Podemos tomar como exemplo uma pessoa com câncer – após várias quimioterapias com pouco êxito, a pessoa pode renunciar a uma seguinte, aceitando que chegou a sua hora e preparando-se para morrer. A consideração de quais meios de tratamento seriam ou não proporcionais possui alguns elementos objetivos, mas também cabe um certo grau de subjetividade: de acordo com as circunstâncias de cada um, alguns procedimentos podem ser considerados desproporcionais para uma pessoa e proporcionais para outra. Por essa razão, deve haver profunda cooperação entre o médico e o paciente, para encontrarem, juntos, qual a justa razão para cada caso.

As duas posturas extremas nesta questão, equivocadas, seriam a obstinação terapêutica por um lado, e a eutanásia por outro”.

Por fim, faz-se necessário considerar também os tratamentos paliativos. Em um paciente terminal – independente da renúncia ou não a tratamentos – sempre se faz necessário ajudar a pessoa a suportar a dor e os desconfortos causados pela doença de que padece. O conforto físico ajuda a pessoa a prepararse devidamente para a morte, despedindo-se de seus entes queridos, recebendo os últimos sacramentos e despedindo-se desta etapa da vida. Em muitos casos faz-se inclusive necessária a sedação – mas seria importante que esta etapa de despedida e de preparação fosse realizada antes de tal procedimento e que a pessoa fosse consciente de seu estado. Pe. Hélio Tadeu L. Oliveira, Mestre em Moral e Bioética, e doutorando em Bioética


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Congresso da Infância e Adolescência Missionária Realizado em Florianópolis, evento reuniu 284 crianças e adolescentes de sete paróquias ao tema “IAM da América a serviço da missão” e ao lema “Vocês são meus amigos” (Jo 15,14). “Foi um dia muito proveitoso. Tivemos espiritualidade, cujo tema foi a vida de Jesus, onde as crianças montaram uma árvore com frases do Evangelho”, disse Matilde Broering Ferreira, coordenadora arquidiocesana da IAM. Durante o dia ainda houve almoço, animação com a Banda IAM formada pelos adolescentes da Infância Missionária da paróquia, apresentação de “capoeira” com o grupo Desterro, com o Prof. André explicando a origem da dança. Ainda houve gincana missionária por idade, e encerramento com

Divulgação/JA

A Pastoral da Infância e Adolescência Missionária (IAM) promoveu no dia 29 de setembro o seu Congresso Arquidiocesano. Realizado na Paróquia São Francisco Xavier, Monte Verde, em Florianópolis, o evento reuniu 286 crianças de sete paróquias, representando quatro comarcas da Arquidiocese. O evento teve início às 8h com a recepção e café. Em seguida, às 8h45, teve início a Celebração Eucarística, presidida pelo Pe. Gervásio Fuck, pároco anfitrião, que fez a apresentação de cada paróquia participante. Ao ser chamada, cada paróquia se apresentou com um grito de guerra relacionado

Durante encontro, participantes conheceram mais sobre a capoeira

Seminário Regional do Ecumenismo O Conselho de Igrejas para Estudo e Reflexão - CIER, de Santa Catarina, realizou nos dias 21 e 22 de outubro um seminário regional. O evento, no Centro de Formação Católica, em Lages, reuniu 27 lideranças do Ecumenismo do Estado, com representantes da Igreja Anglicana, Luterana (IECLB) e da Igreja Católica. Nos dois dias foram realizadas: reunião da diretoria, assembleia com representantes das Igrejas-membro e dos Núcleos Ecumênicos constituídos (Blumenau e Chapecó) e Seminário de estudo com o tema “A família - célula em transformação”. O seminário, assessorado pela psicóloga Marly e pela diácona

Valmi, ambas da Igreja Luterana (IECLB), de Joinville, refletiu por meio de dinâmicas sobre a família ontem e hoje, com suas belezas,

desafios, desencontros e pontos de esperança, sobretudo na dimensão da acolhida das pessoas como filhos de Deus.

Núcleo Ecumênico em Florianópolis Está sendo constituído um Núcleo Ecumênico em Florianópolis, com o objetivo de fortalecer e integrar a caminhada ecumênica. A sugestão do Núcleo vem sendo colocada na medida em que a caminhada ecumênica se fortalece. Des-

de a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que já é um marco de Unidade, têm-se promovido celebrações ecumênicas em diversas situações sociais e em outros momentos. O Núcleo pretende abrir cami-

nhos e animar as Igrejas a buscarem uma maior participação nos diferentes eventos ecumênicos. Informações com o Pe. Alceoni Berkenbrock pelo e-mail: alceoni@ yahoo. com.br ou fone (48) 3246 1249.

o envio missionário. Os participantes ainda confeccionaram um Terço de balões com as cinco cores dos continentes. “Ele foi erguido até o topo da torre da matriz e, à medida que foi subindo, fomos rezando pelos continentes, sentindonos também enviados para nossas comunidades para evangelizar”, acrescentou Matilde. A IAM tem como finalidade suscitar o espírito missionário universal das crianças e adolescentes, desenvolvendo seu protagonismo na solidariedade e na evangelização universal. São crianças e adolescentes ajudando e evangelizando outras crianças e adolescentes.

Encontro acolhe casais em segunda união O Setor Casos Especiais da Pastoral Familiar da Paróquia São Luiz Gonzaga, em Brusque, promoveu nos dias 26 e 27 de outubro, o encontro “O Senhor é Meu Pastor”, que busca acolher os casais em segunda união. Realizado na Igreja Matriz da paróquia, o encontro envolveu 228 pessoas, entre casais e equipe de apoio. Durante os dois dias, os participantes, que vieram de várias regiões do Estado, tiveram a oportunidade tirar todas as suas dúvidas atra-

vés de palestras, dinâmicas, brincadeiras e estudos em grupo, que têm também como objetivo demonstrar o acolhimento que a Igreja tem, deve ter, por esses casais. O Senhor é Meu Pastor faz parte de uma série de cursos criados pelo Pe. Roberto Aripe (Pe. Xiru), conhecidos como família EPC (“Encontro de Pais com Cristo”). A família EPC engloba cursos para todas as idades desde 6 anos, retiros de jovens, e também casais em 1ª União.


Geral Pe. Deivide Tiago Tomazi

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Foto/Montagem JA

Um jovem alegre e feliz, que abraçou a vocação sacerdotal No dia 19 de outubro, o clero da Arquidiocese acolheu o seu mais novo membro, Pe. Deivide Tiago Tomazi. Novo em dois sentidos: primeiro, por ser o ordenado mais recente; segundo, por ter apenas 25 anos. Natural da comunidade Nossa Senhora do Carmo, em Tomaz Coelho, pertencente à Paróquia Santa Catarina, em Dom Joaquim, Brusque, aí nasceu a 4 de julho de 1988. O despertar vocacional veio ainda bastante jovem, quando iniciava a sua participação mais efetiva na Igreja. Na entrevista que segue, ele fala do seu despertar vocacional, das suas características de ser alegre e jovial, da escolha do lema de ordenação presbiteral, de os padres serem testemunhas para o surgimento de novas vocações e faz sugestões para os jovens que sentem o despertar vocacional. Jornal da Arquidiocese Como foi despertada a sua vocação presbiteral? Pe. Deivide - Minha vocação tem duas origens distintas, mas complementares. A primeira, mais explícita, surgiu durante o período em que frequentei a infância missionária e o grupo de coroinhas. O contato com o seminarista Ricardo, do PIME, que fazia pastoral em minha comunidade e com o Pe. Bertolino Schlikmann, me fizeram despertar para esta vocação. Quando participava dos encontros, fazia pequenas missões no meu bairro, meu coração ficava alegre e gostava muito. Lembro de estar sempre entusiasma-

do. A segunda origem dela, um tanto implícita, porém muito mais profunda e significativa, foi com a minha família: com ela rezava todo dia, ia à Santa Missa todos os finais de semana. Nela tive o incentivo e a preparação silenciosa da oração diária, da educação para a fé e para a vida. Quantas noites, antes de dormir, nós rezávamos o Santo Terço juntos, de joelhos aos pés da cama. Todo esse ambiente religioso familiar me ajudou a despertar minha vocação e também a sustentá-la nos anos de seminário, de pastoral, até o dia de hoje. JA - Você é muito alegre, porém sem deixar de ser sério e comprometido. Como concilia isso? Pe. Deivide - Acredito que ser alegre é um fruto do Espírito Santo. Não vejo a seriedade e o comprometimento como algo alheio à alegria. É dessa alegria em servir a Deus, em viver bem a minha vida presbiteral, que tiro a convicção de fazer as coisas com zelo e dedicação. Seja um abraço, uma visita a uma casa, uma palestra, acompanhar determinada pastoral. Sintome alegre e realizado; e faço isso de maneira que possa ser uma boa experiência de evangelização. Acredito que a alegria de ser cristão, de ser padre, deve ser expressa na minha relação com as pessoas, principalmente com os fiéis que o Senhor me confia e nas atividades que me são delegadas. A alegria da minha vocação é o maior motivo da minha responsabilidade. Assim, conciliá-los torna-se algo na-

Com 25 anos de idade, Deivide é o mais jovem padre da Arquidiocese

A alegria de ser padre, deverei expressá-la na minha relação com as pessoas, principalmente as que o Senhor me confiar”.

tural e espontâneo para mim.

JA - Você escolheu como lema de ordenação: “Alegraivos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos” (Fl 4,4). O que representa esta passagem bíblica para Pe. Deivide? Pe. Deivide - Esta passagem tem um contexto bem amplo, que é toda a Carta de São Paulo aos Filipenses. Nesta carta o Apóstolo manifesta sua alegria em vários momentos. Mas ele exorta à alegria de uma maneira muito específica: ele que o testemunho cristão deve ser conhecido, que o Senhor Jesus está próximo, que devemos rezar em todos os momentos. Exorta a caminharmos nas virtudes, assegurandonos que a paz de Deus estará conosco. Assim, esse texto representa para mim que a alegria cristã não é apenas um sentimento bom, mas um compromisso com Cristo, e que seu evangelho deve ser anunciado sempre, como expressão do tudo

Retalhos do Cotidiano Sair

JA - Sua vocação para a vida sacerdotal foi despertada a partir do testemunho de outro seminarista e teve o apoio do Pe. Bertolino Schlickmann. Na sua opinião, o despertar vocacional passa pelo testemunho e pelo apoio dos padres? Pe. Deivide – Sem dúvida. O primeiro testemunho para qualquer vocação é o de um vocacionado. No testemunho dos padres, Deus desperta novos padres. Não existe campanha vocacional de sucesso se não há um testemunho fiel e forte. Esta é uma responsabilidade de cada cristão na sua vocação. Os padres têm a missão de dar este testemunho de maneira mais explícita, e com a graça de Deus despertar mais vocações para a Igreja.

JA - A realidade atual da Arquidiocese é de poucas vocações para a vida presbiteral. O que é preciso para despertar nos jovens esse chamado? Pe. Deivide - Não quero dizer que haja pouco testemunho, pois não cabe a mim julgar os outros. Esta falta de vocações tem uma complexidade muito maior. Acredito que deve haver mais orações vocacionais nas famílias, na catequese, nas reuniões de pastoral, de movimentos etc.. Rezar mais pelas vocações é o passo mais decisivo. Não se deve achar que se está rezando o suficiente nem por quantidade, nem por qualidade. Sempre será necessário rezar, pois é Deus quem faz o chamado, é Deus quem desperta uma nova vocação. Façamos o que Cristo diz no Evangelho: Pedi ao Senhor da messe que envie operários! (cf. Mt 9, 37-38). JA - O que você tem a dizer aos jovens que sentem o desejo de seguir a vida sacerdotal, mas ainda não deram o passo decisivo? Pe. Deivide - Vençam o medo! Vençam a insegurança! Vocação não é uma certeza. Vocação é uma opção de fé, de confiança em Deus. O medo, a incerteza, a insegurança irão estar sempre presentes, mas elas cegam e paralisam a quem não deixa crescer a fé e a confiança em Deus, no seu chamado e de que Ele está sempre conosco. Com uma última palavra eu deixo as palavras do Papa Emérito Bento XVI aos jovens na sua homilia para o início de seu ministério petrino: “Não tenhais medo de Cristo! Ele não tira nada, ele dá tudo. Quem se doa por Ele, recebe o cêntuplo. Sim, abri de par em par as portas a Cristo e encontrareis a vida verdadeira.”

Carlos Martendal

Divulgação/JA

Sair de si próprio é o caminho do amor, porque, quando me deixo, encontro o outro e, nele, o Outro, o próprio Senhor!

Deserto É no deserto que mais nos abrimos para a ação e a condução de Deus, pois já não sabemos para onde ir.

Bondade

Mendigo

Quando somos bons, revelamos a presença de Deus em nós, porque todo verdadeiro bem

Um dia, um mendigo perguntou se podia me abraçar. Então nos abraçamos. Quantos mendigam um abraço, um beijo, um sorriso, um perdão, uma palavra de ânimo. Quantos mendigos morando conosco. Na mesma casa!

dEle procede. E, então, nos tornamos parecidos com Aquele de quem somos sinal!

Bondade 2

Empréstimo O que me pertence? Só a vontade e os meus pecados. Tudo o mais é empréstimo. Mais que empréstimo: é dom, presente. Para que eu me faça presente, imitando Aquele que deu tudo para eu poder ser feliz para sempre!

que eu sou, nas minhas qualidades, virtudes, limites e defeitos. Enfim, Cristo me quer todo para Ele, mas não de qualquer maneira:Ele me quer fiel, inteiro e alegre!

Jornal da Arquidiocese

Casulo Quanto mais alguém ama, mais puro se torna, mais se prepara para deixar o rude casulo para, à custa de sofrimentos, tornar-se aquilo que Deus quer. E a própria sabedoria vem procurá-lo, porque nele encontra morada.

Nada resiste à força da água: ela é capaz de fertilizar a terra, mas também de derreter montanhas; o fogo não a vence nem o vento a destrói! Assim, igualmente, nada resiste à força da

bondade, pois onde ela chega, o mal se afasta. A bondade é a marca de Deus, que não abandona seus filhos nem os deixa entregues à própria sorte, se a Ele recorrem!

Acostumar-se Há a rotina boa e a rotina ruim. Acostumemo-nos à rotina boa, não àquela que tira o amor dos afazeres, a espontaneidade da doação, a alegria da vida.


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Novembro 2013

Legião de Maria em peregrinação a Azambuja Evento atende a apelo de nosso arcebispo para peregrinar aos nossos santuários no Ano da Fé Divulgação/JA

A Legião de Maria, Comitium “Immaculata”, de Florianópolis, realizou no dia 8 de outubro uma peregrinação no Santuário Nossa Senhora de Azambuja, Brusque. O evento reuniu mais de 300 legionários de cinco paróquias da região de Florianópolis e três grupos (Praesidia) de São João Batista, que são orientados pelo Comitium “Immaculata”. Os legionários foram acompanhados pelo Pe. Pedro Martendal, diretor espiritual do Comitium “Immaculata”, os diretores espirituais das Curiae, Pe. Valdir Prim, Diáconos Hélio Pinheiro e José Antônio Schweitzer, Irmã Bernadete e quatro seminaristas. O evento teve início às 14h30, quando os participantes fizeram um lanche partilhado. Depois, Pe. Alvino Milani, pároco anfitrião, fez a acolhida, contando sucintamente a história do Santuário. Depois, todos seguiram em peregrinação ao Morro do Rosário, rezando o terço. Foram meditados os Mistérios

DE

P ASTORAL

Santo Amaro - comunhão na ação evangelizadora A partir do estudo do Plano de Pastoral foram criadas outras estruturas na paróquia

Mais de 300 legionários de cinco paróquias participaram da peregrinação Gozosos, com breves encenações, conduzidas pelo Padre Pedro. No Santuário, foi celebrada a Eucaristia, presidida pelo Pe. Valdir Prim. Também houve atendimento a confissões, com o Pe. Milani, em dois momentos: durante a subida ao Morro do Rosário, para os peregrinos impossibilitados

de subir, e durante a Santa Missa. O evento consta na “Programação Anual” do “Comitium”, para ressaltar que no mês de outubro celebramos as Missões e o Rosário. Neste “ano da Fé”, porém, realizamos esta peregrinação atendendo ao pedido de nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck.

Santas Missões Populares em Camboriú Uma Celebração Eucarística realizada no dia 01 de outubro, marcou o início das Santas Missões Populares na Paróquia Divino Espírito Santo, em Camboriú. Presidida pelo Pe. Marcio Alexandre Vignoli, pároco, a celebração contou com o envio dos missionários, que seguiram em carreata até uma das comunidades acolhedoras. Durante os quatro fins de semana do mês, 70 missionários

P LANO

visitaram mais de 4.500 famílias de dois bairros da paróquia. Os missionários provinham das pastorais, movimentos, grupos, ministérios, consagrados da comunidade Divino Oleiro e das comunidades, diáconos e esposas, realizando visitas às residências dos bairros Cedro e Jardim Paraíso. “Foi um mês de muitas graças e bênçãos”, disse o diácono José Domingos dos Santos Divulgação/JA

Lideranças visitaram 4.500 famílias de dois bairros da paróquia

Neto, membro da Pastoral de Animação Missionária da paróquia. Segundo ele, o Documento de Aparecida foi trabalhado de maneira efetiva, fazendo do encontro com o ‘outro’ uma oportunidade de resgate cultural, social, espiritual e pessoal”. Os testemunhos continuam sendo dados pelos visitantes e visitados. Houve uma grande mobilização, com oração da manhã (laudes), Santas Missas, Oração do Santo Terço, preparação para o batismo, unção dos enfermos, Sagrada Eucaristia aos doentes, momentos com as crianças e jovens. O trabalho da Pastoral de Animação Missionária teve início já em agosto, com o “chamado” promovido em nível paroquial para as formações. Em setembro, mês da Bíblia, foram realizadas as formações, tendo como formadores: Consagrados, Religiosas e Padres. “Foram momentos fortes de espiritualidade e reflexão. Percebemos que Igreja viva está, basta em certos momentos, como falam os mineiros, ‘cutucar’”, acrescentou.

A Paróquia de Santo Amaro vem estudando ao longo deste ano de 2013 o 13º Plano Arquidiocesano de Pastoral. O objetivo a ser alcançado é a comunhão da ação evangelizadora Paroquial, que atua em 2 municípios (Santo Amaro e Águas Mornas), 23 comunidades, 12 pastorais, 06 movimentos, com a ação pastoral da Arquidiocese. Durante o período de elaboração do nosso Plano, foi sendo realizado um trabalho de consulta junto às lideranças e agentes de pastoral. Contudo, com as transferências dos Freis neste início do ano e também algumas mudanças dos membros do Conselho de Pastoral da Comunidade, sentiu-se a necessidade de que o Plano de Pastoral pudesse ser novamente estudado. Pois somente através da leitura e da partilha é que poderemos entender e aprofundar as orientações que o Plano nos oferece. Outra motivação para o aprofundamento do Plano foi a necessidade de formar o próprio grupo de estudo, ou seja, o Conselho Paroquial de Pastoral. Este Conselho não existia oficialmente na Paróquia, embora já ocorressem reuniões com as lideranças de CPCs. Vendo esta necessidade,

somaram-se as duas atividades, a formação do CPP e o estudo do Plano de Pastoral. Isso está nos ajudando a compreender tanto a missão do CPP como a missão proposta pelo Plano de Pastoral. Acreditamos que, com esta união do CPP e o Plano de Pastoral, teremos maiores condições de, no próximo ano, iniciarmos a elaboração de um Plano Paroquial de Pastoral. Numa Paróquia extensa como a nossa, não seria viável alcançar esse objetivo sem esta união. Sabemos que cada movimento de Pastoral e cada comunidade sempre procuraram fazer o melhor para evangelizar. Temos consciência também de que, hoje, muitas dificuldades e desafios necessitam de orientação. O Plano de Pastoral é o instrumento que nos ajudará a revisar nossas formas de atuação, a encontrar luzes para iluminar o que necessita de mudanças, e a focar nossos esforços em práticas que responderão aos desafios atuais. Estes são os nossos passos para cultivarmos uma Igreja que Deus quer e que desejamos ser: seguidora de Cristo e servidora da humanidade. Frei Daniel Dellandrea, OFM pároco de Santo Amaro Divulgação/JA

Igreja Matriz localizada no centro administrativo é o centro religioso do município que percebe agora a necessidade da criação do CPP


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Geral

Novembro 2013

Jornal da Arquidiocese

Viva Floripa realiza manifestação contra o aborto Realizado em frente a Catedral, evento contou com a presença da cantora Elba Ramalho Foto JA

Foto JA

Evento reuniu centenas de lideranças que puderam acompanhar palestras e apresentações musicais. Abortistas também estiveram presentes

Testemunho Elba Ramalho é engajada em causas contra o aborto há 28 anos. A primeira foi uma amiga, que, em dificuldades, pretendia abortar. Ela mesma, quando jovem, abortou. Mas depois, consciente do mal, se arrependeu e passou a atuar contra o mal por meio da ong “Brasil sem aborto”. Mais que isso, dando apoio às mulheres que estão para abortar. “Na época eu não tinha estrutura. Era feminista. Achava que o que tinha dentro de mim ainda não era uma vida. Depois que tomei consciência de que o que tinha dentro de mim era um ser de Deus, passei a

atuar contra isso”, disse. “O aborto que fiz teria destruído minha vida, não fosse minha fé em Cristo. O aborto é uma ferida aberta no coração da mulher. Sempre fica a culpa: matei o meu filho”, disse. “Nenhuma mulher se sente digna fazendo o aborto”, acrescentou. Segundo ela, seu trabalho passa pelo testemunho, cantando, mas também indo nas comunidades de periferia para lidar com as meninas tentando abortar o seu filho, além de se estender às mulheres que abortaram e se arrependeram. “Buscamos dar atendimento psicológico para essas mulheres”, informou.

“Homilias de Pe. Pedro Luiz Azevedo” Este é o título do livro organizado pelo Pe. Flávio Feler. O lançamento da obra foi realizado na noite do dia 20 de outubro na Igreja Matriz da Paróquia Sant’Ana, em Canelinha. A obra, com 125 páginas, dividida em duas partes, traz 26 homilias de exéquias e 10 de bodas e casamentos. Trata-se de textos que Pe. Pedro Luiz Azevedo escreveu ao longo dos sete anos que pastoreou na paróquia. Os textos estavam em uma pasta na Igreja Matriz e foram encontrados pelo Pe. Valmir Debarbi, que o substituiu na paróquia. Sabendo da amizade de Pe. Flávio com o Pe. Pedro Luiz, entregouas a ele. Segundo Pe. Flávio, Pe. Pedro Luiz Azevedo era muito querido na comunidade. A obra traz o prefácio escrito pela Irmã Clea Fuck. “A publicação apresenta-se como um gesto do coração. A citação de tantos nomes, de pessoas que foram presença na vida do Pe.

Pedro, dá a essa obra o sabor da simplicidade e da autenticidade dos seus relacionamentos e suas amizades”, declarou. Natural de Brusque, onde nasceu no dia 05 de fevereiro de 1955, Pe. Pedro Luiz Azevedo foi ordenado no dia 05 de dezembro de 1982. Sua primeira missão como presbítero foi a de vigário na paróquia Senhor Bom Jesus de Nazaré, em Palhoça. Depois assumiu outras missões pastorais até que em 2002 foi nomeado pároco de Canelinha. Assumiu a função em fevereiro do ano seguinte. Foi lá que, em 2007, celebrou o seu jubileu de 25 anos de ordenação presbiteral. Em 2010 passou a sentir mais forte os efeitos do diabetes e faleceu no dia 07 de outubro, de cirrose hepática. Tinha apenas 55 anos. O livro pode ser adquirido na igreja de Canelinha ao custo de R$ 15,00, pelo fone (47) 33482594. A renda será revertida para a restauração da Igreja Matriz. Divulgação/JA

A Comissão Vida e Família da Arquidiocese promoveu no dia 04 de outubro, em Florianópolis, o “Viva Floripa”, uma manifestação em favor da vida. Realizado em um palco em frente à Catedral, o evento contou com apresentações musicais e palestras de pessoas convidadas. O destaque foi a presença de nosso arcebispo Dom Wilson e da cantora Elba Ramalho, engajada em causas pela vida. O evento foi realizado na tarde de sexta-feira. “Nosso objetivo era alcançar as pessoas que estavam no centro em horário após o trabalho”, disse Pe. Hélio Tadeu Luciano, assessor eclesiástico para a Comissão Arquidiocesana para a Vida e a Família – CAVF. Segundo ele, apesar da presença de pessoas pró-aborto, o evento foi muito positivo. “Tivemos uma boa presença de público e, mais que isso, o evento serviu para refletir sobre a importância da vida não nascida”, acrescentou. Durante a solenidade, voluntários colheram assinaturas em favor da aprovação do Estatuto do Nascituro (PL 478/2007) na Câmara dos Deputados, e em favor do PL 6061/2013, que pede alteração da lei 12845/2013, que visa atendimento obrigatório a vítimas de violência sexual, mas que obriga também a administração da pílula do dia seguinte (pílula abortiva).

Serviço de Aconselhamento Familiar Atendendo a um pedido de Dom Wilson, desde o início de setembro a Arquidiocese tem oferecido o SAF - Serviço de Aconselhamento Familiar. Trata-se de um atendimento feito por casais devidamente preparados para ajudar às famílias e cada um de seus membros, nas suas mais diferentes necessidades.

O Serviço de Aconselhamento Familiar funciona na Catedral Metropolitana de Florianópolis, de segunda a quinta-feira, das 9 às 20h. O atendimento é feito de modo totalmente confidencial. Mais informações na Catedral, pelo fone (48) 3224-3357, ou pelo e-mail helioluciano@yahoo. com.br

Pe. Flávio Feler autografa os livros durante solenidade de lançamento da obra na Paróquia de Canelinha. Ao lado, a capa do livro


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