Jornal da Arquidiocese de Florianópolis Janeiro/Fevereiro de 2014

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Florianópolis, Jan/Fev de 2014 Nº 197 - Ano XVIII

CEBs - Um jeito de ser Igreja Hospital de Azambuja volta a ser administrado pela Arquidiocese

Os 5 mil participantes do 13º Intereclesial das CEBs, realizado em Juazeiro do Norte, Ceará, reafirmaram o compromisso da justiça e da profecia a serviço da vida. Realizado de 07 a 11 de janeiro, evento levou mais de cinco mil delegados de todos os regionais do Brasil e outros países. Regional Sul IV da CNBB (SC) foi representado

por 163 lideranças. A Arquidiocese participou com 23 delegados. Durante os cinco dias, eles refletiram sobre o tema “Justiça e Profecia a serviço da Vida”, que já

era estudado nos últimos dois anos. Lideranças da Arquidiocese falam sobre a sua participação no encontro. PÁGINA 09

Após sete meses sob a administração da prefeitura de Brusque, por conta de decreto municipal, decisão da justiça devolveu a custódia para a Arquidiocese. O Hospital é uma obra social da Igreja há 114 anos. Pe. Nélio Roberto Schwanke, que há 30 anos administra a instituição sem qualquer remuneração, alegrou-se com a decisão. “O retorno reafirmou o trabalho honesto que sempre fizemos”, disse. PÁGINA 03

Dom Vito lança autobiografia.

A Alegria do Evangelho Ninguém anuncia uma boa notícia com a cara triste e amarga. A palavra Evangelho vem do grego e significa exatamente boa nova, boa mensagem. Para anunciar no mundo de hoje e em qualquer tempo a boa notícia do amor misericordioso de Deus em favor de todos, a começar dos últimos, é preciso muita alegria. Por isso, logo no início de sua exortação o papa faz um apanhado da presença da alegria na Bíblia, salientando a alegria dos profetas que anunciam o Messias e dos que por primeiro o conheceram, a começar por Maria, sua mãe. A verdadeira alegria não vem da ausência de males e sofrimentos, como muita gente pensa e espera. Ela vem da luta contra o mal. É a alegria pascal, a alegria que brota da cruz de Cristo, da vitória sobre a morte. A alegria cristã, que provém da Páscoa, é uma experiência de libertação, é um dom de Deus. Um dom que vem com a fé. PÁGINA 04

Ginásio Poliesportivo foi o local de concentração dos delegados que participaram do 13ª Intereclesial das CEBs

PÁGINA 03

IVG recebe prêmios estaduais e nacionais. PÁGINA 07

Louvor de Verão leva cinco mil a Camboriú. PÁGINA 08

FACASC forma 15 novos teólogos. PÁGINA 13

Participe do Jornal da Arquidiocese

Dom Wilson faz visita missionária à Guiné Bissau Durante visita, nosso arcebispo, acompanhado do Pe. Vilson Groh, conheceu a realidade do povo e o trabalho realizado pelos nossos missionários Entre os dias 10 e 25 de janeiro, nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck e o Pe. Vilson Groh realizaram visita missionária à Guiné Bissau, na África. Foi a primeira vez que nosso arcebispo

visitou o país e a terceira de Pe. Vilson. Há um ano estão lá três leigos consagrados da Comunidade Divino Oleiro e há sete anos o Pe. Lúcio Espíndola. PÁGINA 15

Dom Wilson visitou escola mantinda pelos nossos voluntários

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Opinião

Janeiro/Fevereiro 2014

Palavra do Bispo Em janeiro de 2014 estive na Guiné Bissau. Juntamente com P. Vilson Groh fui visitar os missionários da arquidiocese que trabalham naquele país: P. Lúcio Espíndola e três jovens da Comunidade Divino Oleiro – Cláudia, Carina e Walter. Moram em Tite, na Diocese de Bafatá. Também o bispo de Bafatá é brasileiro: D. Pedro Zilli. A Guiné Bissau – É um belo país. Duas características geográficas chamam a atenção. Primeiro, uma série de ilhas no Oceano Atlântico em frente da Guiné. A outra, são vários canais que entram até 50 km território adentro. São navegáveis, mas não aproveitados. É um país muito pobre. Produz muito pouco, praticamente só arroz e castanha de caju. A organização política é um caos. O atual governo não é reconhecido pela comunidade internacional. Desde a independência (1974), convive com uma instabilidade social e política que praticamente paralisa o país. Quase tudo que depende do estado não funciona – estradas, escola, saúde, pagamento de salários aos funcionários. Realidade religiosa – Na

Dom Wilson Tadeu Jönck

Palavra do Papa

Francisco

em uma escola de ensino médio. Aí trabalham, sobretudo, os jovens do Divino Oleiro. A presença deles é fundamental para o andamento destas obras. Como se pode prever, as dificuldades são muitas. Os jovens vão também às aldeias (tabancas) para as catequeses e celebrações. Acompanham também as atividades diárias na igreja da missão – catequeses, ensaio de cantos e celebrações. Realizam um grande trabalho e têm a admiração da comunidade. P. Lúcio – Só para lembrar, o P. Lúcio foi enviado para as missões na Guiné Bissau por ocasião do Congresso Eucarístico Nacional, realizado em 2006 em Florianópolis. Trabalhou por seis anos em Empada. No ano de 2013 foi transferido para Tite. Mora com os jovens do Divino Oleiro. É muito conhecido na Guiné, principalmente pela sua bondade e acolhimento. As pessoas o procuram para todo tipo de ajuda. A boa convivência entre os quatro e o espírito de entreajuda é um testemunho que edifica. Lá, duas preocupações estão

Opinião

Dia da Vida Consagrada Hoje celebramos a festa da Apresentação de Jesus no templo. Nesta data, ocorre também o Dia da Vida Consagrada, que sublinha a importância para a Igreja de quantos acolheram a vocação a seguir Jesus de perto no caminho dos conselhos evangélicos. O episódio evangélico constitui também um ícone da doação da própria vida por parte daqueles que, por um dom de Deus, assumem os traços típicos de Jesus casto, pobre e obediente. Esta oferta de si mesmo a Deus diz respeito a cada cristão, porque todos somos consagrados a Ele mediante o Batismo. Todavia, tal consagração é vivida de modo particular pelos religiosos, pelos monges, pelos leigos consagrados, que com a profissão dos votos pertencem a Deus de modo pleno e exclusivo. Totalmente consagrados a Deus, são totalmente entregues aos irmãos e irmãs, para levar a luz de Cristo lá onde mais densas são as escuridões e para difundir a sua esperança nos corações desanimados. Assim entendida e vivida, a vida consagrada nos parece propriamente como ela realmente é: é um dom de Deus, um dom de Deus à Igreja, um dom de Deus ao seu Povo! Cada pessoa consagrada é um dom para o Povo de Deus em caminho. Mas

Arcebispo de Florianópolis

GUINÉ BISSAU Guiné existem duas dioceses: Bissau, a capital, e Bafatá. Bissau tem uns 200 mil habitantes e recebe os jovens que desejam estudar. É mais beneficiada pelo poder público. Bafatá ocupa uma região no interior. Aí falta quase tudo. O bispo de Bafatá é brasileiro. Pertence ao PIME e viveu um tempo em nossa arquidiocese. Nesta diocese estão os nossos missionários. Quanto à religião, a população está assim dividida: 70% são muçulmanos, 25% são animistas e só 5% são cristãos. De um modo geral há bom entendimento entre os vários grupos religiosos. Desta forma, o centro do trabalho pastoral é a catequese de primeiro anúncio. É uma catequese que prepara as pessoas que aderem ao cristianismo para receberem o batismo. Tite – É o nome da cidade onde moram P. Lúcio e os três jovens da Comunidade Divino Oleiro. Mantém uma antiga missão. O trabalho consiste em administrar um hospital, que para funcionar precisa de ajuda de fora. Ajudam também os trabalhos

pensemos um pouco o que seria se não fossem as irmãs nos hospitais, as irmãs nas missões, as irmãs nas escolas. Mas pensem em uma Igreja sem as irmãs! São grandes estas mulheres que consagram a sua vida a Deus, que levam adiante a mensagem de Jesus. A Igreja e o mundo precisam deste testemunho do amor e da misericórdia de Deus. Os consagrados, os religiosos, as religiosas são o testemunho de que Deus é bom e misericordioso. Por isso é necessário valorizar com gratidão as experiências de vida consagrada e aprofundar o conhecimento dos diversos carismas e espiritualidades. É preciso rezar para que muitos jovens respondam “sim” ao Senhor que os chama a consagrar-se totalmente a Ele para um serviço desinteressado aos irmãos e irmãs. Por todos esses motivos, como já foi anunciado, o próximo ano será dedicado de modo especial à vida consagrada. Confiemos desde já esta iniciativa à intercessão da Virgem Maria e de São José que, como pais de Jesus, foram os primeiros a serem consagrados por Ele e a consagrar as suas vidas a Ele.

Antes de tudo, como cristão, tenho a certeza de que minha fé

O que podemos fazer em nossas comunidades é tornar conhecido o trabalho missionário, rezar pelas missões e organizar alguma atividade concreta de apoio aos missionários ”.

Neri Depaoli, Irmão Marista, Florianópolis

não tira férias. Esse tempo deve acontecer como um descanso para o nosso corpo e que nos possa ajudar a sempre mais buscarmos o Senhor no decorrer do ano. Também nesse tempo de folga temos que procurar sempre mais aumentar nossa fé, e, para isso, procuro nesse tempo: ir às missas dominicais, fazer minhas orações diárias e ler livros de espiritualidade.

Sabemos que as férias são o merecido descanso para todas as pessoas, mas mesmo nesse período não podemos deixar de lado nossa fé. É natural que relaxemos, mas devemos nos lembrar que o Senhor não tira férias de nós. Portanto, também não devemos tirar férias Dele. Mesmo estando num período de descanso, com meu jeito posso testemunhar a fé que está dentro de mim todos os dias e em todos os lugares em que vou e estou. Também com meu comportamento testemunho que é possível viver uma fé viva e alegre, mesmo nas férias. Fernanda de Souza, Igreja N.Sra. do Parto, Florianópolis

Dyego Delfino, Seminarista de Teologia, Paróquia N.Sra. de Lourdes, Fazenda, Itajaí

Caso queira compartilhar conosco algo que deseje ser refletido nesse espaço, envie sua sugestão para jornal@arquifln.org.br. As sugestões serão analisadas pela equipe.

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sempre presentes. A primeira é a de pregar o Evangelho, e a segunda é de ajudar aquele povo conseguir o mínimo para viver dignamente. O que nós podemos fazer? Já existem algumas iniciativas em nossa diocese. Foi enviada uma remessa de remédios, material escolar. Representou uma grande ajuda. Mas é preciso que seja permanente. Também foi organizado o apoio a jovens estudantes. Duzentas pessoas da Arquidiocese de Florianópolis dão o apoio financeiro a 200 estudantes em Empada. Eles demonstraram grande agradecimento por este gesto. Agora é preciso fazer algo semelhante para a escola de Tite. Eles solicitam a presença de mais pessoas que possam ajudar na área de enfermagem, educação – ensino médio e jardim de infância, ou algum entendido em marcenaria. Se há alguém disposto a passar alguns meses para ajudar a missão de Tite, pode se apresentar. O que todos podemos fazer em nossas comunidades é tornar conhecido o trabalho missionário, rezar pelas missões e organizar alguma atividade concreta de apoio aos nossos missionários.

Como você procura viver sua fé nas férias?

A primeira coisa é não esquecer da existência de Deus. Ele está em nós e em tudo que nos rodeia. Vivo minha fé no encontro com as pessoas independente da época do ano. Agradeço sempre a Deus pelo descanso e aproveito o período de férias para um reencontro com os irmãos, parentes e amigos. Mesmo nesse período, busco a igreja da comunidade para celebrar. E dou testemunho da minha fé por meio dos gestos de bondade e amor ao irmão.

Roma, 02 de fevereiro

Jornal da Arquidiocese

Diretor: Pe. Ney Brasil Pereira - Conselho Editorial: Dom Wilson Tadeu Jönck, Pe. Leandro Rech, Pe. Revelino Seidler, Pe. José Artulino Besen, Pe. Vitor Galdino Feller, Ir. Marlene Bertoldi, Leda Cassol Vendrúscolo, Maria Antônia Carsten, Maria Glória da Silva Luz, Carlos Martendal, Felipe Candin Jornalista Responsável: Zulmar Faustino - SC 01224 JP - (48) 8405-6578 - Coor. de Publicidade: Pe. Pedro José Koehler - Revisão: Irmã Clea Fuck - Editoração e Fotos: Zulmar Faustino Distribuição: Juarez João Pereira - Impressão: Diário Catarinense


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Janeiro/Fevereiro 2014

Arquidiocese reassume o Hospital de Azambuja Decisão da Justiça cassou decreto de estado de calamidade pública solicitado pela prefeitura de Brusque Foto JA

Após sete meses afastado da administração do Hospital de Azambuja, na manhã do dia 02 de janeiro Pe. Nélio Roberto Schwanke reassumiu o trabalho que realizou nos últimos 30 anos. Ele havia sido afastado da administração no dia 03 de junho, quando Paulo Eccel, prefeito de Brusque, decretou estado de calamidade no atendimento da rede hospitalar do município. A atitude arbitrária fora tomada, quando a direção do Hospital informou, com antecedência legal, que fecharia o Pronto Socorro, caso a Prefeitura não renegociasse o contrato que mantém com a Instituição, que é privada, mas presta serviços à Prefeitura, que é responsável pelo atendimento à saúde, e não estava repassando o valor correto em relação aos atendimentos que a instituição realiza. Como a prefeitura não quis negociar, a direção do hospital informou, com antecedência legal, que fecharia o pronto socorro. Na média, o custo por procedimentos de Urgência e Emergência é de R$ 44,00, mas a prefeitura paga apenas R$ 15,68. A diária por unidade de UTI tem um custo de R$ 1,2 mil, mas o Hospital recebe apenas R$ 400,00. Por conta disso, foi acumulada uma dívida de R$ 21 milhões. “A intenção do prefeito era reeditar a liminar e permanecer com a administração do hospital. Mas a justiça negou o pedido dele”, disse Pe. Nélio. Segundo ele, foi firmado um novo contrato com a prefeitura, em que ela fará o repasse mensal de R$ 1 milhão e 370 mil para o Hospital pelos serviços que realiza. Em entrevista, Pe. Nélio fala de como a atitude do prefeito poderia ter sido evitada, e das chances que teve de conhecer a realidade econômica do Hospital, como vai administrar a dívida acumulada de R$ 21 milhões e das lições que a

Há 114 anos Hospital é parte dos trabalhos sociais da Igreja em Brusque situação trouxe para ele. JA - A decretação de calamidade pública poderia ter sido evitada? Pe. Nélio - Claro. Desde que o contrato com a Prefeitura estava prestes a vencer, entramos em contato com a prefeitura, mas não houve avanços na negociação. Falamos da defasagem do repasse de recursos e deixamos as nossas contas à disposição para analisarem. Essa proposta foi feita, inclusive, em audiência pública. Eles não se interesFoto JA

Há 30 anos, desde o dia 12 de janeiro de 1980, Pe. Nélio administra o Hospital sem ganhar qualquer remuneração pelo serviço

saram. Quando informamos que não mais atenderíamos o Pronto Socorro, lançaram o decreto. Nesse período em que ficaram na administração puderam perceber as nossas reais dificuldades. JA - O Hospital acumula uma dívida de R$ 21 milhões. Ele corre o risco de fechar por conta disso? Pe. Nélio - Não. Essa dívida foi acumulada por conta do baixo valor que recebíamos nos procedimentos médicos. Mas dá para administrar, e é o que temos feito. São impostos, e já foram realizados acordos para o parcelamento. JA - Que lição isso trouxe para o senhor? Pe. Nélio - O Hospital de Azambuja é uma obra social da Igreja e que deve continuar. Temos que ficar atentos sempre a todos os fatos que acontecem na instituição. Serviu para dar uma sacudida. Também reafirmou o trabalho sério, honesto e competente que a Igreja realiza há 113 anos no município de Brusque e região. Trabalho que a Igreja também realiza em grande parte dos municípios do Estado.

Dom Vito lança livro autobiográfico “Chamado para Servir”, este é o título do livro de autoria de Dom Vito Schlickmann, bispo auxiliar emérito da Arquidiocese de Florianópolis. A obra autobiográfica é o resultado de 10 anos de trabalho. O livro, com 263 páginas, marca os 85 anos de vida de Dom Vito, celebrado no dia 28 de dezembro de 2013, e os 60 anos de ordenação presbiteral, a ser celebrado no dia 28 de novembro de 2014. A obra foi dividida em cinco capítulos, que detalham momentos de sua vida desde o nascimento (e mesmo antes) e a família, época como seminarista, o ministério sacerdotal, o período como bispo auxiliar, e ainda retrata outros eventos, como o cultivo de orquídeas e bromélias. “A intenção era apenas colocar as minhas memórias no papel e depois deixar para pesquisa. Não tinha a intenção de publicar”, disse Dom Vito, com a sua peculiar simplicidade. Ele disse que, após concluída a escrita, passou para o Pe. José Besen revisar, e ele o estimulou a publicá-lo. “Essa autobiografia é importan-

te por ser a descrição que envolve 80 anos de história vivida, desde o interior rural de São Ludgero até o episcopado, passando pela vida familiar, paroquial, pelos seminários onde estudou e os locais do exercício do ministério”, disse Pe. José Besen na apresentação da obra. O livro conta também com um texto do nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, em que lembra as vezes que suas vidas se cruzaram e uma das maiores qualidades de Dom Vito: o zelo pelos padres. “Dom Vito tem escrito uma bela história em nossa Arquidiocese. Publicar as suas memórias é um modo de homenageá-lo e agradecer-lhe pela sua vida, pelo seu sacerdócio”. Natural de São Ludgero, onde nasceu no dia 28 de dezembro de 1928, logo nos primeiros anos de vida sentiu o despertar vocacional e ingressou no Seminário Arquidiocesano. Foi ordenado presbítero no dia 28 de novembro de 1954. Desde sua ordenação, dedicou seu ministério presbiteral à formação nos seminários, embora também tenha sido vigário e pároco. Em 25 de março de 1995, foi sagrado bispo auxiliar da Arquidiocese de Florianópolis. Nove anos depois, no dia 03 de março de 2004, tornou-se emérito.


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Tema do Mês

A Alegria do Evangelho A alegria do evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus Divulgação/JA

“A alegria do evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus”. Assim começa a Exortação Apostólica EvangeliiGaudium, com a qual o papa Francisco desenvolve o tema do anúncio do Evangelho no mundo atual. Publicado na conclusão do Ano da Fé,o documento recolhe as contribuições do Sínodo dos Bispos de 2012, sobre a “Nova evangelização e a transmissão da fé cristã”. Nele o papa retoma a caminhada da renovação eclesial, valorizando o esforço já feito, mas propondo claramente “uma nova etapa evangelizadora marcada por esta alegria e indicar caminhos para o percurso da Igreja nos próximos anos” (n. 1). Ninguém anuncia uma boa notícia com a cara triste e amarga. A palavra Evangelho vem do grego e significa exatamente boa nova, boa mensagem. Para anunciar no mundo de hoje e em qualquer tempo a boa notícia do amor misericordioso de Deus em favor de todos, a começar dos últimos, é preciso muita alegria. Por isso, logo no início de sua exortação o papa faz um apanhado da presença da alegria na Bíblia, salientando a alegria dos profetas que anunciam o Messias e dos que por primeiro o conheceram, a começar por Maria, sua mãe.

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mismo espiritual, do mundanismo, das divisões internas (nn. 76101). Para vencer todos esses perigos, de fora ou de dentro da Igreja, que atrapalham a alegria da evangelização, é preciso pôr “a Igreja em movimento de saída de si mesma, de missão centrada em Jesus Cristo, de entrega aos pobres” (n. 97). A alegria da evangelização é audaciosa, implica também, é claro, em dizer “sim”. O papa convida a dizer “sim” aos atuais desafios culturais, ao desafio da inculturação da fé, aos desafios da cultura urbana (nn. 61-75), “sim” ao desafio de uma espiritualidade missionária (nn. 78-80), “sim” às novas relações geradas por Jesus Cristo (nn. 87-92). “Os desafios existem para ser superados. Sejamos realistas, mas sem perder a alegria, a audácia e a dedicação cheia de esperança” (n. 109).

A ALEGRIA DE SER POVO DE DEUS

A ALEGRIA DE EVANGELIZAR Não é a primeira vez que a alegria aparece num documento da Igreja. Já o papa Paulo VI havia escrito, em 1975, a exortação apostólica Gaudete in Domino sobre a alegria cristã. Nos primeiros parágrafos, falando da dificuldade de se alcançar a verdadeira alegria, dizia: “A sociedade tecnológica conseguiu multiplicar as ocasiões de prazer, mas dificilmente consegue alcançar a alegria. Porque a alegria vem de outro lugar. É espiritual. O dinheiro, as comodidades, a saúde, a segurança material muitas vezes não faltam; e, todavia, o tédio, a melancolia, a tristeza permanecem infelizmente o quinhão que muitos devem levar. Isso chega às vezes até a angústia e ao desespero, que a aparente despreocupação, o frenesi de felicidade e os paraísos artificiais não conseguem fazer desaparecer”. A verdadeira alegria não vem da ausência de males e sofrimentos, como muita gente pensa e espera. Ela vem da luta contra o mal. É a alegria pascal, a alegria que brota da cruz de Cris-

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to, da vitória sobre a morte. “O bem tende a comunicar-se”, diz o papa Francisco. “Toda experiência autêntica da verdade e de beleza procura, por si mesma, a sua expansão; e qualquer pessoa que vive uma libertação profunda adquire maior sensibilidade perante as necessidades dos outros” (n. 9). Daí vem a doce e reconfortante alegria de evangelizar e de transmitir a fé recebida. Ninguém dá o que não tem. Quem não fez uma experiência profunda de encontro com Cristo e seu Evangelho dificilmente conseguirá ser um bom evangelizador. A alegria cristã, que provém da Páscoa, é uma experiência de libertação, é um dom de Deus. Um dom que vem com a fé. Esta exortação, que é um verdadeiro programa de pontificado, propõe a reforma da Igreja pelo caminho da alegria missionária, de “uma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como estão” (n. 25). Fiel à sua linguagem simples e direta,

Quem não fez uma experiência profunda de encontro com Cristo e seu Evangelho dificilmente conseguirá ser um bom evangelizador”.

que cativou todo o mundo, o papa convida todos ao dinamismo missionário, em vista de uma Igreja que saia de suas comodidades e alcance todas as pessoas em quaisquer ambientes. Não uma “Igreja preocupada em ser o centro”, “presa num emaranhado de obsessões e procedimentos”, “enferma pelo fechamento” e agarrada às suas seguranças, mas uma “Igreja acidentada, ferida e

enlameada por ter saído pelas estradas” a anunciar a beleza e a alegria do Evangelho (n 49).

A ALEGRIA DE DIZER “NÃO” E “SIM” A alegria cristã não é tola. Ela não pode deixar-se enganar pelas maldades do mundo. Jesus disse que devemos ser “simples como as pombas”, mas “espertos como as serpentes” (Mt 10,16). Ela implica o discernimento evangélico, a coragem e a perseverança para dizer “não” a tudo aquilo que impede a felicidade que Deus quer para todos os seus filhos. Por isso, o papa pede para dizer “não” a uma economia da exclusão, “não” à idolatria do dinheiro, “não” ao dinheiro que governa em vez de servir, “não” à desigualdade social que gera violência (nn. 53-60). Também dentro da Igreja, no próprio processo da evangelização, é preciso dizer “não” às tentações pastorais da paralisia da vontade, da tibieza e da preguiça, do pessi-

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O papa Francisco retoma, em grandes linhas, o Concílio Vaticano II, sobretudo a eclesiologia de Lumen Gentium que concebe a Igreja como o povo todo de Deus que, tendo recebido a graça do batismo e da fé, é responsável comum pelo anúncio do Evangelho. “A evangelização é dever da Igreja. Este sujeito da evangelização, porém, é mais do que uma instituição orgânica e hierárquica; é, antes de tudo, um povo que peregrina para Deus” (n. 111). Para evangelizar, a Igreja deve entender-se como um povo aberto a todos os povos, um povo com muitos povos, “o fermento de Deus no meio da humanidade”, “o lugar da misericórdia gratuita, onde todos possam sentir-se acolhidos” (n. 114). Esse povo, em que todos são discípulos missionários, é chamado a evangelizar de pessoa a pessoa, valorizando a religiosidade popular, os carismas e ministérios diferentes de cada um. Todos os meios úteis à evangelização devem ser evidenciados. A evangelização deve contar com homilias bem feitas, com a catequese querigmática e mistagógica, com o acompanhamento pessoal, com a dimensão social e o diálogo com as culturas, as igrejas, as religiões. Tudo, sempre, com alegria! Pe. Vitor Galdino Feller Vigário Geral da Arq., Prof. de Teologia e Diretor da FACASC/ITESC Email: vigariogeral@arquifln.org.br


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Janeiro/Fevereiro 2014

Vai acontecer...

Arquidioce se de Florianópolis Transferências para 2014 Eis a relação de transferências dos Padres da Arquidiocese neste início do ano: NOME

PARA ONDE

FUNÇÃO

Pe. Siro Manoel de Oliveira

Pároco

Paróquia São José e Santa Rita de Cássia, Jardim Atlântico, Fpolis

Pe. Jalmir José Rigo

Adm. Paroquial

Paróquia São Vicente de Paulo, São Vicente, Itajaí

Pe. João Elias Antero

Pároco

Par. Sagrado Coração de Jesus, Leoberto Leal

Pe. Aparecido Donizete Barbosa

Adm. Paroquial

Paróquia Nossa Senhora do Rosário, Enseada de Brito, Palhoça

Pe. Mauri Costa de Jesus

Vigário Paroquial

Paróquia N.Sra. de Guadalupe, Canasvieiras, Florianópolis

Pe. Celso Antônio Marquetti

Pároco

Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Antônio Carlos

Pe. Silvano Valdemiro de Oliveira Vigário Paroquial

Paróquia Santa Cruz, Areias, São José

Pe. Ewerton Martins Gerent

Pároco

Paróquia Senhor Bom Jesus, Monte Alegre, Camboriú

Pe. Josino do Amaral

Vigário Paroquial

Paróquia São João Batista, São João Batista

Pe. Tarcísio José Schuch

Administrador do Patrimônio Vigário Paroquial da Paróquia N.Sra. do da Fundação Dom Jaime de Desterro – Catedral, Fpolis Barros Câmara

Pe. David Bruno Goedert

Vigário Paroquial

Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Ingleses, Florianópolis

Pe. Sérgio Giacomelli

Organizador do inventário patrimonial móvel

Vigário Paroquial da Paróquia São João Evangelista, Biguaçu

Pe. Neri José Hoffmann

Vigário Paroquial

Par. Sagrados Corações, Barreiros, São José

Párocos Religiosos * que assumem missão em 2014 na Arquidiocese de Florianópolis: PÁROCO

PARÓQUIA

Pe. Aparecido Donizete Barbosa / Administrador Paroquial

Paróquia Nossa Senhora do Rosário

LOCAL / MUNICÍPIO Enseada de Brito, Palhoça - SC

Vigários Paroquiais Religiosos * que assumem missão em 2014 na Arquidiocese de Florianópolis: VIGÁRIO

PARÓQUIA

Pe. Giorgio Serafino Pedemonte, PIME São Judas Tadeu

LOCAL/MUNICÍPIO Brusque - SC

Pe. Paulo Vanderlei Riffel, SCJ

N.Sra. do Perpétuo Socorro

Guabiruba - SC

Pe. Frei Aladin Uber, OFM (set. 2013)

Santo Antônio

Florianópolis - SC

Pe. Frei Bejamim Ansolin, OFM

Santo Antônio

Florianópolis - SC

Uso de Ordens e a Faculdade para Ouvir Confissões * USO DE ORDENS

PARÓQUIA

LOCAL/MUNICÍPIO

Pe. Osvaldo Bisewski, SDB

Colégio Salesiano

Itajaí - SC

Pe. Lino Fistarol, SDB

Colégio Salesiano

Itajaí - SC

* Informações apuradas até o dia 25 de janeiro de 2014 Alguns Padres Religiosos mudaram de função dentro da Arquidiocese

Escola Catequética para Multiplicadores Estão abertas as inscrições para os interessados em participar da Escola Catequética para Multiplicadores. Em sua 16ª edição, mais uma vez a Escola será realizada na Paróquia Santa Inês, em Balneário Camboriú, com sete etapas, de março a setembro. Promovido pela Coordenação Arquidiocesana de Catequese, este é o segundo ano em que a Escola é realizada em Balneário Camboriú. A mudança atendeu a uma reivindicação dos padres da região norte da Arquidiocese, que reclamavam da distância, já que nas edições anteriores a Escola foi realizada ou em Florianópolis ou na região próxima. Segundo Irmã Marlene Bertoldi, coordenadora arquidiocesana de Catequese, em 2014 a formação vai priorizar os

catequistas de batismo. “Para que tenham uma compreensão mais clara sobre este sacramento como o primeiro da Iniciação à Vida Cristã”, disse. Além da Escola, outros eventos terão o Batismo como foco principal. Segundo Ir. Marlene, a intenção é dedicar-se ao atendimento mais próximo das famílias dos catequizandos para uma maior consciência e compromisso dos pais no processo da educação da fé, sendo estes testemunhas de seus próprios filhos. As inscrições já iniciaram e vão até o dia 13 de março de 2014. Para participar, os interessados devem entrar em contato com a coordenação de catequese de sua paróquia ou comunidade, e preencher o folder de inscrição.

Teologia para leigos Já estão abertas as inscrições para os Cursos de Extensão da Faculdade Católica de Santa Catarina – FACASC de 2014. Os cursos oferecidos são: Teologia Sistemática; Bíblia - Segundo Testamento; Teologia Bíblica Pastoral; Teologia Litúrgica Fundamental; Teologia Catequética – Pastoral; e Canto e Música Litúrgica. As inscrições podem ser realizadas até o dia 28 de fevereiro Os cursos serão realizados sempre às segundas-feiras, das 19h30 às 22h, na sede da instituição, na rua Deputado Antônio Edu Vieira, 1524, no Pantanal, em Florianópolis. As aulas terão início na noite do dia 28 de fevereiro e serão ministradas por professores da instituição, por professores convi-

dados e por alunos (monitorados) das últimas fases do Curso de Bacharelado em Teologia. As inscrições podem ser feitas no local, das 08h às 16h, pelo telefone (48) 3234-0400, ou pelo email: extensao@facasc.edu. br. Mais informações pelo site www.facasc.edu.br

Pré-Vestibular da Cidadania O Instituto Vilson Groh oferece todos os anos o Pré-Vestibular da Cidadania. Trata-se de um curso preparatório para o vestibular destinado a jovens moradores das comunidades empobrecidas da região da grande Florianópolis que não possuem condições financeiras para custear os estudos preparatórios para prestar a prova de vestibular. As aulas são ministra-

das por professores voluntários. As inscrições serão realizadas dos dias 17 a 20 de março de 2014 na sede do Instituto Pe. Vilson Groh. O IVG está localizado na Rua Prefeito Tolentino de Carvalho, 01, Estreito. As inscrições poderão ser realizadas das 8h às 11h45 e das 13h30 às 17h30. Mais informações pelo fone (48) 3039-1828 ou pelo e-mail ivg@ivg.net.br.


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Bíblia

Janeiro/Fevereiro 2014

Jornal da Arquidiocese

Conhecendo o livro dos Salmos (67)

Salmo 91 (90): A Proteção Divina

Confia no Senhor! Tu, que estás sob a proteção do Altíssimo / e vives à sombra do Onipotente, dize ao Senhor: “Meu refúgio, minha fortaleza, / meu Deus, em ti confio!” A exortação do levita é precedida de um convite ao peregrino para que se conscientize de que, ainda mais vindo ao Templo, ele já se encontra “sob a proteção do Altíssimo”, já vive “à sombra do Onipotente”. Pode, então, confiar plenamente nesse Deus excelso e todopoderoso,que no entanto é o seurefúgio e sua fortaleza: “refúgio”, onde poderá abrigar-se com segurança; “fortaleza”, de onde resistirá às investidas de qualquer inimigo.

Ele te livrará! Pois Ele te livrará do laço do caçador, / e da palavra maligna. Começa a longa série das formas de proteção divina, a primeira delas com a metáfora da rede, armadilha, “laço do caçador”, dos quais o Senhor livra seu protegido. Livra-o também da “palavra maligna” da calúnia, difamação, ou do malefício de uma praga ou “despacho”.

Ele te cobrirá! Ele te cobrirá com suas penas, / sob suas asas encontrarás refúgio. Sua fidelidade te servirá de escudo e couraça.

Divulgação/JA

Salmo bastante conhecido, inclusive oração diária de muitas pessoas, além de seu texto encontrarse na entrada das casas ou entre as páginas das agendas... E isso por motivos óbvios, evidentes na primeira leitura do seu texto, a começar do primeiro versículo: “Tu, que estás sob a proteção do Altíssimo...” Salmo, portanto, propiciador da proteção divina! Tão conhecido, já na época do Senhor Jesus, que até o Tentador o citou, quando quis provocar o Filho de Deus a um “salto mortal”, do pináculo do Templo: “Se és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, pois está escrito: “Ele dará ordens a seus anjos a teu respeito, e eles te carregarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra!” (Mt 4,6). A estrutura do salmo pode organizar-se em três momentos: nos vv. 1 e 2, um levita do Templo interpela um peregrino e o exorta a confiar em Deus; nos vv. 3-13, o mesmo levita multiplica os motivos para essa confiança; finalmente, nos vv. 14-16, o próprio Senhor confirma a validade dessa confiança, desdobrando suas promessas.

confiança em Deus (v. 2), é agora uma afirmação conscientizadora: de fato, seu “refúgio” é o próprio Senhor, e a sua “morada” é o próprio Altíssimo, nomes divinos que encontramos no início do salmo. Quanto à “morada”, temos a bela promessa do Senhor Jesus no evangelho de João: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra; meu Pai o amará, e nós viremos, e faremos nele a nossa morada!” (Jo 14,23) Notar a diferença: no salmo, a iniciativa é humana; no evangelho, é divina, pois é o Pai, com o Filho, que fazem sua morada em nós.

Nenhuma praga Não se aproximará de ti a desgraça, / nenhuma praga cairá sobre tua tenda. “Ele te cobrirá com suas penas”, dando-te possibilidade de voar, escapando do perigo, como se expressa o Sl 55,7: “Tivesse eu asas como a pomba, para voar...” Quanto ao refúgio “sob as asas”, a imagem poderia vir do Deuteronômio (“estendeu suas asas e os tomou” Dt 32,11) ou do livro do Êxodo (“levei-os em asas de águia”, Ex 19,4) ou, ainda, das asas dos querubins sobre a arca, marcando o local da Shekiná, a Presença protetora de Deus (cfEx 25,22; Nm 7,89). Refúgio mais inviolável, impossível. Quanto ao “escudo” e “couraça”, acessórios protetores do guerreiro, interessante é que eles representam a fidelidadedo Deus da Aliança, que não pode falhar.

Não temerás! Não temerás os terrores da noite / nem a flecha que voa de dia, nem a peste que vagueia nas trevas, / nem a praga que devasta ao meio dia. Frequentemente, na Bíblia, a exortação “Não temas” é dirigida àqueles a quem Deus convoca para uma missão, p.ex. Abraão (Gn 15,1), Jeremias (Jr 1,8) etc. Aqui, o levita não exorta, mas simplesmente afirma que, armado da proteção divina, o peregrino não há de temer, não deverá temer coisa alguma: nem “os terrores da noite”, nem “a flecha que voa”, venha de onde vier, nem “a peste que vagueia nas trevas” como uma nuvem mortífera, nem “a praga que devasta” à luz do dia... Hoje, a maioria desses flagelos estão debelados pela medicina, pelo menos para os que têm acesso a esses recursos. Mas os pobres, os subnutridos, os deslocados...

Mil, dez mil... Cairão mil à tua esquerda, dez mil à tua direita,/enquanto nada poderá te atingir. Continuando a descrever a incolumidade de quem está “sob a proteção divina”, o levita usa números exagerados, hiperbólicos: “mil”, “dez mil”, são atingidos pelos males antes descritos, ou “caem” na batalha, enquanto “nada poderá atingir” aquele que realmente confia. Esses números aparecem na trova dedicada a Davi, depois da vitória sobre os filisteus: “Saul matou mil, Davi matou dez mil” (1Sm 18,7).

O castigo dos ímpios Basta que olhes com teus olhos, / e verás o castigo dos ímpios. Passando para a esfera ética, e expressando-se à luz da “teologia da retribuição”, o levita interpreta as desgraças e mortes como “castigo dos ímpios”, punição dos malvados. Isto lhe parece tão claro que, diz ele, “basta abrir os olhos”. Não é essa a teologia expressa pelo Senhor Jesus em Lucas, quando se nega a interpretar como “castigo de Deus” o trucidamento dos galileus pelos soldados de Pilatos: “Pensais que eles eram mais pecadores que os outros galileus? Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, perecereis todos do mesmo modo” (Lc 13,2-3).

Teu refúgio é o Senhor Pois teu refúgio é o Senhor; / fizeste do Altíssimo a tua morada. A exortação inicial do levita, para que o peregrino proclame a sua

O levita reafirma a incolumidade do peregrino, de quem “a desgraça” nem chegará perto, e em cuja tenda, ou casa, “nenhuma praga cairá”. Acima, nos vv. 56, ele exortava a “não temer” esses males. Agora, eles sequer “se aproximarão”, e nada de pernicioso o atingirá. Por quê?

Os anjos te guardarão Pois Ele dará ordens a seus anjos / para te guardarem em todos os teus caminhos. Em suas mãos te levarão / para que teu pé não tropece em nenhuma pedra. No salmo 34, lemos também a referência ao “Anjo do Senhor”, que “acampa em volta dos que O temem e os salva” (Sl 34,8). No livro do Êxodo, o próprio povo no deserto recebe a promessa divina: “Meu Anjo caminhará à tua frente, para que te guarde pelo caminho...” (Ex 23,20). Em outras duas passagens, é Moisés quem, à frente do povo, recebe a promessa: “O meu Anjo irá à tua frente...” (Ex 32,34); “Enviarei à tua frente meu Anjo, para que expulse os cananeus...” (Ex 33,2) Aqui, a referência é clara aos “anjos da guarda”, como os chamamos na piedade popular, e a quem aludiu o Senhor Jesus ao falar dos anjos “da face”, que velam “pelos pequeninos” (cfMt 18,10).Chamam a atenção os detalhes da “guarda” desses anjos, que nos levarão “nas mãos” e cuidarão para que nosso pé “não tropece em nenhuma pedra”.

Sobre cobras e leões Passarás sobre a cobra e a víbora, / pisotearás a leões e dragões. Últimas metáforas de perigos,

expressos em duas duplas de animais temerosos: serpentes, marcadas pela astúcia traiçoeira, e leões famintos, “buscando a quemdevorar” (cf 1Pd 5,8). Garantia semelhante recebem do Senhor os discípulos: “Dei-vos poder de pisar em cobras e escorpiões...” (Lc 10,19)

Garantia divina “Eu o salvarei, porque a mim se confiou; / eu o exaltarei, pois conhece meu nome. Ele me invocará e lhe darei resposta. / Perto dele estarei na desgraça ; vou salvá-lo e torná-lo glorioso. Vou saciá-lo com longos dias / e lhe farei desfrutar a minha salvação”. Agora, concluindo o salmo, não é mais o levita que fala, mas o próprio Deus. Sete verbos na primeira pessoa indicam a ação de Deus, enquanto três verbos na terceira pessoa descrevem a ação do peregrino, que motiva a resposta divina. De fato, ele “confiou/ confia” em Deus (v.14); ele “conhece o nome” do Senhor; e porque “confia” e “conhece”, também o “invoca”. Notar que o “conhecer o Nome” não é abstrato, mas visceral: é o reconhecimento concretodAquele que salva, exalta, responde, está perto, glorifica, sacia, faz desfrutar... É esta certeza que dá segurança, que torna efetiva, na fé, a proteção divina proclamada neste salmo. O qual, aliás, não deve ser rezado como um texto de confiança mágica (!), que poria Deus à nossa disposição. Seria cair na tentação que Jesus venceu. A confiança da fé é humilde, não presunçosa nem supersticiosa. Pe. Ney Brasil Pereira Professor de Exegese Bíblica na Faculdade de Teologia de SC - FACASC email: ney.brasil@itesc.org.br

Para refletir: 1) Por que este salmo é tão conhecido e apreciado? 2) Quem é que fala, e para quem, e com que objetivo? 3) Como interpretar o “castigo dos ímpios”, no v. 8? 4) Que significa, à luz deste salmo, a intervenção do(s) anjo(s) da guarda? 5) Quais as três ações do peregrino, que motivam a resposta divina?


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Juventude 7

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Instituto Vilson Groh recebe prêmios Formado por sete entidades parceiras, IVG atende mais de quatro mil pessoas com seus projetos Divulgação/JA

O ano de 2013 encerrou com o reconhecimento do trabalho realizado pelo Instituto Vilson Groh. Foram cinco prêmios estadual e nacionais que demonstram esse reconhecimento ao trabalho que a Rede IVG desenvolve há três anos, mas que é fruto de 30 anos de trabalho nas comunidades empobrecidas da região da Grande Florianópolis. No dia 19 de novembro, Pe. Vilson Groh recebeu em nome das 7 organizações, seus colaboradores e voluntários que fazem parte do IVG, o Prêmio Darcy Ribeiro de Educação 2013. O prêmio foi concedido pela Comissão de Educação e pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Além do Instituto Pe. Vilson Groh, os agraciados foram a Fundação Lemann e o Instituto Plena Cidadania. No dia 04 de dezembro, o IVG recebeu o Certificado de Responsabilidade Social de Santa Catarina da Assembleia Legislativa. Este Certificado tem por finalidade reconhecer e destacar as entidades com fins não econômicos e empresas privadas que tenham a responsabilidade socioambiental incluída em suas políticas de gestão visando à promoção do bem-estar da sociedade e a preservação ambiental. Em 5 de dezembro a OAB prestou homenagem ao IVG em comemoração aos 20 anos da Lei 8.742 (LOAS – Lei Orgânica de Assistência Social) por sua contribuição e continuidade na criação, garantia e defesa dos direitos do público alvo da política pública de Assistência Social. O CEDEP, instituição que faz parte da Rede IVG, foi o vencedor nacional do 10º Prêmio Itaú-Unicef

Parceiros do IVG reunidos para um momento de descontração na categoria Grande Porte. O Prêmio é uma iniciativa da Fundação Itaú Social e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Seu objetivo é identificar, reconhecer e estimular o trabalho de organizações sem fins lucrativos que contribuem, em articulação com as políticas públicas de educação e de assistência social, em parceria com a escola pública, para a educação integral de crianças, adolescentes e jovens brasileiros em condições de vulnerabilidade socioeconômica, por meio do desenvolvimento de projetos socioeducativos que qualificam e fortalecem a ação pública. Em 2013, o projeto “Procurando Caminho” do Centro Cultural Escrava Anastácia recebeu o Prêmio ANU, oferecido pela CUFA, em reconhecimento como a melhor iniciativa social do Estado de Santa Catarina. O Presidente do IVG também foi convidado para ser embaixador do objetivo número 1 entre os Objetivos do Milênio, “Erradicar a extre-

ma pobreza e a fome”.

30 anos de trabalho social O IVG comemorou três anos de fundação no dia 21 de janeiro, mas foi criado a partir do trabalho que o Pe. Vilson Groh realiza há mais de 30 anos em comunidades empobrecidas. O Instituto é formado por sete organizações não governamentais da capital catarinense e região metropolitana, além das cidades de Lages e Joinville. Há um ano, a rede de solidariedade alongou suas asas para a Guiné Bissau, onde proporciona que 200 crianças possam estudar. No total são mais de quatro mil crianças, jovens e adultos atendidos. Para Pe. Vilson Groh, receber esses prêmios simboliza o reconhecimento dos trabalhos e projetos realizados na Arquidiocese. “Nosso trabalho é realizado para recuperar a dignidade das pessoas, criar condições de oportunidades, as pessoas poderem se apropriar de valores e desenvolver seus sonhos, não para receber prêmios. Mas mostra que os nossos trabalhos têm visibilidade a partir da qualidade”, afirmou.

Presos recebem kits de Natal A Pastoral Carcerária na Arquidiocese de Florianópolis promoveu o “Natal dos Presos”. Dos dias 09 a 13 de dezembro, mais de 4 mil kits de Natal com guloseimas e uma mensagem natalina foram sendo distribuídos aos presos dos presídios, penitenciária e casa do albergado da Grande Florianópolis. A distribuição foi realizada por voluntários da Pastoral Carcerária. Eles foram acompanhados por uma banda que entoa canções natalinas. “O objetivo é mostrar aos presos que aqui fora há pessoas que pensam neles. Também mandar uma mensagem de amor, carinho e esperança em um espaço onde isso é tão incomum”, disse Leila Pivatto, presidente da ‘Associação Beneficente São Dimas’ ASBEDIM, mantenedora das obras sociais da Pastoral Carcerária. Os kits natalinos foram distribuídos na Penitenciária e Presídios masculino e feminino de Florianópolis, o Hospital de Custódia, Casa do Albergado, e Central de Triagem (Cadeião), todos em Florianópolis, para a Colônia Penal

Agrícola de Palhoça, Penitenciária de São Pedro de Alcântara, Presídio de Biguaçu e de Tijucas. O projeto já existe há alguns anos, mas antes era restrito ao Presídio e Penitenciária de Florianópolis. Nos últimos quatro anos foram incluídos todos os presos das Penitenciárias e Presídios da Grande-Florianópolis. Todos os encarcerados, independente de onde estejam, cerca de 4 mil, receberam as guloseimas. Os recursos para a aquisição dos kits vieram dos bazares realizados pela Pastoral Carcerária. Durante o ano, são comercializados calçados, roupas e bolsas doados pela Fundação Nova Vida. Além dos kits de Natal, durante todo o ano a Pastoral realiza doações de kits de higiene, roupas de verão e inverno, cobertores, passagens rodoviárias e urbanas, remédios, óculos de grau e outros serviços de assistência aos presos e à família. Mais informações pelo fone (48) 3879-2168 ou pelos e-mails pastoralfloripa@yahoo.com.br e estampalivre@yahoo.com.br Divulgação/JA

Entrega dos kits busca dar mensagem de carinho e esperança


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Geral

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Louvor de Verão reúne cinco mil participantes Fiés de toda a Arquidiocese estiveram reunidos em Camboriú para participar da festa de evangelização Foto JA

O calor escaldante e o atrativo da praia tão próxima a Camboriú não foram suficientes para tirar a animação das mais de cinco mil pessoas que lotaram o Ginásio de Esportes do município. Todas com o propósito de louvar ao Senhor no 23º Louvor de Verão. Com o tema “Por esta causa dobro os joelhos em presença do Pai” (cf. Efésios 3,14), o evento contou com a pregação de Marcelo Maragon, coordenador do ministério de Oração Por Cura e Libertação RCC Brasil e animação do Ministério de Música Sorriso de Deus, de Itajaí. Durante todo o dia foi realizada uma feira de produtos religiosos e exposição vocacional. Pela manhã, os participantes contaram com show de evangelização, pregações e a Adoração ao Santíssimo Sacramento, conduzido pelo Pe. Leandro José Rech, orientador espiritual da RCC na Arquidiocese. Um dos momentos fortes do Louvor foi quando o pregador pediu que subissem ao palco os jovens que sentiam o desejo de seguir a vida religiosa. Muitos atenderam ao chamado e ficaram em volta do Santíssimo. Nesse mo-

16h, com intenção especial do sétimo dia de falecimento do seminarista Luiz Gustavo Eccel.

Abertura do ano

Evento marca o pontapé inicial para os trabalhos de evangelização da RCC e reúne suas principais lideranças mento, Marcelo Maragon solicitou que o Pe. Leandro Rech desse uma bênção a todos eles. Ele lembrou o seminarista Luiz Gustavo Eccel, falecido em acidente auto-

mobilístico. “Luiz Gustavo foi entregue para Deus, e Deus entrega esses seminaristas para a Igreja”, disse. À tarde, com mais show de

evangelização e pregação, o ponto forte foi a Celebração Eucarística, presidida pelo Pe. Márcio Alexandre Vignoli e concelebrada por padres e diáconos, realizada às

O Louvor de Verão é um evento promovido pela Renovação Carismática Católica que simboliza o pontapé inicial para os trabalhos de evangelização no ano. Para o Pe. Leandro Rech, orientador espiritual da Renovação Carismática, o evento a cada ano traz mais pessoas. Isso por conta da tradição, das pregações muito boas e da organização. “As pessoas vêm motivadas para rezar, e o Louvor simboliza o início da caminhada. Ele reúne as lideranças dos grupos de oração espalhados na Arquidiocese e dá um gás no trabalho que realizarão no decorrer do ano”, afirmou. Segundo ele, o Louvor de Verão é um dos três eventos arquidiocesanos mais importantes da RCC. Os outros são: Dia de Penitência e Reconciliação, que será no dia 06 de abril, em Brusque; e o Cenáculo de Pentecostes, no dia 22 de junho, em São José.

“Jesus no Litoral” evangeliza veranistas Em sua quarta edição, evento foi realizado em três balneários da Arquidiocese Divulgação/JA

Entre os dias 26 de dezembro e 5 de janeiro, mais de 300 lideranças jovens experimentaram um nova forma de evangelizar. Nesses dias, foi realizada a quarta edição do projeto “Jesus no Litoral”. Promovido pela Renovação Carismática Católica do Estado nas praias de Itapema, Porto Belo e Balneário Camboriú, o evento reuniu jovens de todas as partes do Estado para falar do amor de Deus, anunciar o Evangelho de Cristo e mostrar a força da juventude católica. Foram 10 dias de formações, missões na areia, de guarda-sol em guarda-sol, shows, Grupos de Oração e muito mais. As 10

dioceses do estado estavam representadas no JNL. Nos quatro primeiros dias, os jovens receberam formações espirituais e técnicas. Momentos de preparação para bem falar do Querigma (primeiro anúncio do amor de Deus) e as formas de abordagens a banhistas, veranistas e moradores. A base do projeto foi montada na praia de Itapema. A Escola Básica Prefeito Olegário Bernardes, no centro da cidade, serviu de alojamento para os missionários, e a Paróquia Santo Antônio, em frente à escola, o local central das formações, orações e Missas. Os primeiros atos de evangelização nas areias foram os chama-

dos arrastões, em que os jovens saíram cantando, dançando e distribuindo os materiais de divulgação do projeto. Em Porto Belo e Balneário Camboriú, as missões querigmáticas, nos guarda-sóis, aconteceram nos dias 31 e 2, respectivamente. Os missionários ganharam ainda um dia de folga, para integração e vivência fraterna. O primeiro dia de 2014 foi reservado para brincadeiras e descanso na praia de Porto Belo. Além das missões, os shows nacionais deram um peso a mais à programação do quarto JNL. Esta foi a maior edição do projeto que, nos outros anos, sempre teve cinco dias de duração.

Os jovens missionários realizaram arrastões de evangelização, levando a Palavra de Deus aos banhistas de três balneários da Arquidiocese


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CEBs - Um jeito de ser Igreja 13° Intereclesial das CEBs reafirmou compromisso da justiça e profecia a serviço da vida “As CEBs são o jeito de a Igreja ser. As CEBs são o jeito ‘normal’ de a Igreja ser. Jeito normal de o povo de Deus responder no hoje à proposta de Jesus: ser comunidade a serviço da vida”. Com essas palavras, Dom Fernando Panico, bispo de Crato, no Ceará, terra do Padre Cícero, abriu o 13º Intereclesial das CEBs. Foi lá que o trem das CEBs esteve entre os dias 07 e 11 de janeiro, e levou mais de cinco mil delegados de todas as dioceses do Brasil e de outros países da África, Europa, Ásia e América Latina. O Regional Sul IV da CNBB (SC) esteve representado por 163 delegados, e a Arquidiocese por 23 lideranças. Durante os cinco dias, eles refletiram sobre o tema “Justiça e Profecia a serviço da Vida” e o lema “CEBs, romeiras do reino no campo e na cidade”. As reflexões foram realizadas por meio de palestras, no Ginásio Poliesportivo, e nos sete Ranchos (miniplenários), que foram subdivididos em Chapéus (grupos), que se tornaram espaços de partilha das experiências vividas nas comunidades. Durante o Intereclesial, numa atitude inédita, o Papa encaminhou uma mensagem para o even-

Foto JA

to. Na iniciativa inédita em Intereclesiais, o papa diz que as “CEBs trazem um novo ardor evangelizador e uma capacidade de diálogo com o mundo que renovam a Igreja”. O Intereclesial contou com a participação de 72 bispos, dois deles do nosso Regional (Dom Manoel Francisco, de Chapecó, e Dom Severino Clasen, de Caçador). Os bispos redigiram uma carta, que foi lida no encerramento do encontro, reafirmando o “empenho e compromisso de acompanhar, formar e contribuir na vivência de uma fé comprometida com a justiça e a profecia, alimentada pela Palavra de Deus, pelos sacramentos, numa Igreja missionária toda ministerial que valoriza e promove a vocação e a missão dos cristãos leigos(as), na comunhão”.

Acolhida Os participantes foram acolhidos em uma das 24 paróquias da diocese de Crato. O povo, extremamente acolhedor, não mediu esforços para bem receber os visitantes. O Regional Sul IV foi acolhido na Paróquia São José, no bairro Limoeiro, em Juazeiro do Norte. Segundo Pe. José Adelino Mar-

Mais de cinco mil delegados de todo o Brasil e outros países estiveram reunidos em Juazeiro do Norte, Ceará. O chapéu de palha foi a marca registrada dos delegados. tins Dantas, o pároco, desde que a diocese assumiu o compromisso de realizar o evento, as paróquias se organizaram para receber os peregrinos. A preocupação foi forte com a acolhida. Houve formação e reuniões com a comunidade.

O que leva do Interclesial para sua caminhada pastoral na arquidiocese? Procurei conhecer melhor a espiritualidade que envolve preceitos evangélicos de ajudar o próximo, principalmente os mais necessitados. A partir deste encontro, sinto a responsabilidade de estar cada vez mais presente nas comunidades, servindo aos irmãos, de forma especial aos mais pobres.

Vivenciando uma nova experiência de acolhida a qual foi além da expectativa. A troca de experiência com outros delegados me fez ver que conhecemos muito pouco da nossa Igreja. Conhecer a espiritualidade romeira me fez entender um pouco da perseverança e esperança do povo de Deus. Pretendo me aperfeiçoar ainda mais para contribuir com os nossos grupos. Gilberto Raul Scherer, Paróquia São Luiz Gonzaga, Brusque

Rodrigo Cunha, seminarista do segundo ano de Filosofia Vivi com muita intensidade todos os momentos do 13º Intereclesial. Os conteúdos foram fontes de enriquecimento. A caminhada desses dias veio aumentar a minha fé e esperança nessa caminhada. Tudo o que vi e vivi vai contribuir na minha caminhada. Foi um encontro com muita gente que transmite fé, esperança e que acredita no mundo melhor. Irmã Terezinha Hermínio Maria, Paróquia São Judas Tadeu, Palhoça

“Nossa preocupação era fazer com que as pessoas se sentissem em casa, mas que também pudessem conhecer um pouco da nossa cultura”, disse Pe. José Adelino. A paróquia realizou uma noite cultural, com comidas típicas da região e apresentação da festa de São João. Em retribuição, foi encenada uma passagem da Guerra do Contestado por um grupo de jovens de Santa Catarina. Todas as manhãs e noites, a praça em frente à Igreja Matriz se enchia dos moradores da comunidade para trazer ou buscar os ‘seus filhos’. Era de lá que os ônibus partiam para os locais do evento. Ninguém saía de casa sem o farto café da manhã e não ia dormir sem o jantar e o banho tomado. O casal Françuá e Regina receberam dois casais das dioceses de Florianópolis e Tubarão. Eles se prepararam com antecedência e destinaram os dois quartos da casa para receber os delegados, e todas as manhãs e noites os recebiam com alguma comida diferente. “Queremos que se sintam em casa”, dizia Dona Regina.

Avanço da caminhada Na avaliação dos participantes mais experientes nos Intereclesiais, as CEBs parecem estar reacendendo a si mesmas. A primei-

ra edição realizada em Vitória, Espírito Santo, em 1975, reuniu 85 pessoas. Neste ano, foram mais de cinco mil participantes. Foi o maior público da história e também a maior participação catarinense. Na avaliação de Edson Mendes, coordenador estadual das CEBs, a participação do Regional foi altamente positiva, não apenas pelo número, mas pelo envolvimento e preparação realizada antes. “Foram dois anos de preparação para o Intereclesial. Realizamos um evento estadual, outro por região e formações dioce-sanas. As pessoas participaram conscientes e puderam contribuir com as reflexões”, afirmou Edson.

Para onde vai “O trem das CEBs não parou nem vai parar, do Juazeiro ele vai para o Paraná”. A canção adaptada indicou o local-sede do próximo Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base. Será a Arquidiocese de Londrina, no Paraná, que receberá o evento em 2017. Com o encerramento dessa etapa e a preparação para o Intereclesial, a coordenação do Regional Sul IV também muda. Em 2016, a sede do Estadual passa para a Diocese de Chapecó, e a partir de agora a coordenação estadual passa a ser assumida por aquela diocese.


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Ação Social

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Implantação de Barragem em Botuverá é tema de debate ASA e NUDEC realizaram momento de discussão e reflexão com a comunidade Divulgação/JA

Em 2012, devido à grande incidência de desastres ambientais, o governo do Estado de Santa Catarina iniciou o Projeto de Prevenção e Mitigação de Desastres na Bacia do Rio Itajaí. O Macro Projeto engloba diversos projetos. Entre eles está a construção de uma barragem de médio porte no Rio ItajaíMirim, em Botuverá. Segundo a Defesa Civil Estadual, “a obra que deverá estar concluída até o final de 2016, vai beneficiar as regiões de Botuverá, Brusque e Itajaí.” A ASA, juntamente com o Núcleo de Defesa Civil de Botuverá – NUDEC, realizou, no dia 04 de dezembro de 2013, um encontro que objetivou clarear os impactos de grandes obras de infraestrutura para as comunidades. O evento contou com a assessoria do Professor da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, Marcos Aurélio Espíndola, e Evanclei Farias, representante do Movimento dos Atingidos por Barragem – MAB.

Litoral e Oeste catarinense contam com muitos haitianos que precisam de nossa ajuda

Encontro propiciou a aproximação com o tema e a importância da comunidade em acompanhar o processo Além da comunidade, estiveram presentes representantes dos municípios de Brusque e Guabiruba e empresários da região. Foi ressaltada pelo assessor Evanclei (MAB) a importância de a comunidade acompanhar com atenção esse processo e as nego-

ciações, referindo-se às estratégias utilizadas pelas empresas que negociam com as comunidades afetadas pela obra. O momento foi de troca e de avaliações sobre os pontos fortes e fracos dessa obra e os benefícios e prejuízos que trará ao município.

Evento buscou clarear impacto de grandes obras de infraestrutura para as comunidades

Kyringue´i Onhembo´e e Ãvã Comunidade indígena Guarani lança Cartilha para Alfabetização Com o objetivo de elaborar uma cartilha em Guarani para a

Celebração Ecumênica marca quatro anos de terremoto do Haiti

primeira série do ensino fundamental, os professores Marco

Material didático irá contribuir com os professores na alfabetização das séries iniciais das escolas indígenas Guarani.

Antonio da Silva e Elizete Antunes trabalharam durante o ano de 2013, e, através de pesquisas e entrevistas, concretizaram a proposta que irá contribuir para a alfabetização das crianças indígenas nas aldeias de Santa Catarina e também em outros estados. O projeto apresentado pela Ação Social Arquidiocesana – ASA ao Ministério Público do Trabalho atingiu seus objetivos, e em dezembro de 2013 as cartilhas começaram a ser distribuídas para as Aldeias Guaranis no Estado. Com esse novo material, o professor poderá se capacitar e melhorar o ensino para os alunos, os quais terão histórias coletadas dentro da própria cultura e uma didática voltada às dificuldades específicas.

Uma celebração ecumênica, realizada na manhã do dia 12 de janeiro, na Praça Almirante Tamandaré, em Balneário Camboriú, lembrou os quatro anos do terremoto do Haiti, que matou mais de 300 mil pessoas. O tremor alcançou sete graus na escala Richter e dizimou o país, que é o considerado o mais pobre da América Latina. Uma das vítimas foi a catarinense Zilda Arns, que levava a Pastoral da Criança para o país. Para marcar a data, padres, pastores, lideranças de várias igrejas e haitianos, somando mais de 400 pessoas, participaram da celebração. Depois, foi oferecido um almoço de comida típica do Haiti para todos os participantes. O evento foi organizado pela Associação dos Haitianos de Balneário Camboriú, Navegantes e Itapema. Além de marcar os quatro anos da tragédia, o evento também serviu para exigir que o governo assuma a sua função de prestar auxílio aos haitianos. O Brasil possui um acordo de ajuda humanitária com o Haiti. Muitos haitianos vieram para o país e estão espalhados por todo o território nacional.

Associação dos haitianos Em Santa Catarina não se sabe ao certo quantos há, mas presume-se que haja mais de 500 em Balneário Camboriú e 150 em Itapema, onde há associações. Há ainda cerca de dois mil na região oeste, sobretudo em Chapecó.

“Estamos procurando criar associações municipais com eles para que possam se organizar e buscar os seus direitos”, disse Dalila Pedrini, liderança dos grupos de apoio e que realiza a articulação junto à Cáritas Nacional. Segundo ela, a iniciativa do associativismo partiu dos próprios haitianos e ganhou o apoio da Secretaria de Assistência e Inclusão Social da prefeitura de Balneário Camboriú. Foi lá que há um ano foi criada a primeira associação do Estado. Por meio da entidade, busca-se pensar políticas públicas a curto e médio prazo para garantir a eles os seus direitos. Também por conta de não terem conhecimento da legislação brasileira, em algumas ocasiões são explorados na locação de imóveis ou no trabalho. Para resolver essa situação, teve início na noite do dia primeiro de fevereiro o curso de português e cultura brasileira para haitianos. Promovida pela associação, a formação será realizada na igreja Cristo Rei, em Morretes, pertencente à Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Itapema, onde boa parte deles reside. “Por não terem o conhecimento do idioma, muitos acabam trabalhando em atividades muito aquém de suas habilidades”, acrescentou Dalila. A maioria deles tem o segundo grau, alguns cursos acadêmicos não concluídos, e até há pessoas com pósgraduação. Informações sobre a associação dos haitianos, entre em contato pelo fone (47) 9605-6447ou pelo e-mail dalilapedrini@hotmail.com Divulgação/JA

Mais de 400 haitianos participaram da celebração que marcou os quatro anos do trágico terremoto. Muitos deles tentam nova vida no Estado


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Memoria da caminhada – GBF/CEBs Foram muitos momentos de oração, reflexão da Palavra e da vida, que iluminaram as ações con-

cretas em nossa caminhada de vida em comunidade no ano de 2013. Momentos que recordamos

com alegria e entusiasmo, pelo aprendizado, a solidariedade, a doação, a gratuidade e a fraternidade

que sustentarão a nossa vivência e caminhada de Igreja nas Casas, no chão da comunidade em 2014.

Entre tantos momentos partilhados e vivenciados destacamos alguns:

GBF-CEBs do Campeche 09 de março - 2013

Missa dos Mártires - CEBs 24 de março-2013.

GBF de ITAJAÍ - Tempo Comum Julho de 2013

Encontro Comarcal dos GBF-CEBs – Ilha 25 de agosto de 2013

CEBs-GBF – Rumo ao 13º Intereclesial Momento de preparação em 2013

Equipe de Articulação Celebração de encerramento do ano 2013

Testemunho de vida em comunidade Nós, Irmãs Hilda, Edite e Noeli, da Divina Providência, em nossa missão de evangelização participamos de um GBF na vizinhança da comunidade de Monte Serrat. Durante o Tempo Comum, o tema central dos encontros foi a oração do Creio, em vista do Ano da Fé. Foram dezoito encontros de reflexão, aprofundamento e vivência de nossa Fé. Nesses encontros de família há muita oração, reflexão, partilha e convivência. É um meio pelo qual podemos ouvir e nos sensibilizar com a vida das famílias. Os encontros são realizados nas casas; na maioria delas, o espaço físico é pequeno, mas a acolhida

de coração é grande, o que não deixa de ser um confronto, uma provocação e desinstalação para nós, Irmãs, que estamos acostumadas com nossos espaços enormes. Uma das riquezas do grupo é cantar. O grande desafio é conseguir trazer outras pessoas, principalmente as que pouco participam da vida da Igreja. O grupo há um tempo fez vários convites na vizinhança, mas com pouco resultado. Na foto, o grupo, após a reflexão, celebra os 77 anos de seu João (camisa listrada), um senhor que convive com grandes sofrimentos devido a doenças na família, mas que se mantém em pé através de sua Fé. Busca forças

na oração, na partilha no grupo, na eucaristia, no trabalho... Esse momento celebrativo o deixou muito feliz e agradecido. Hoje já fazemos parte um da vida do outro, porque conhecemos um pouco mais da história de cada um(a), e ao nos encontrarmos pela rua nos cumprimentamos e conversamos, o que é um desafio no mundo urbano, principalmente nas grandes cidades. Para mim, participar do GBF é voltar às origens, é uma forma de alimentar e oxigenar a vocação e missão. Com carinho, Irmã Noeli Friedrich

Lideranças participaram de 18 encontros em 2013 em vista de celebrar o Ano da Fé. Na foto comemoram os 77 anos de Seu João


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Jornal da Arquidiocese

Catarinense é a nova Secretária Nacional da PJ Pelos próximos três anos, Aline terá a missão de coordenar os mais de 15 mil grupos de jovens do Brasil

Desafios Como o endereço da secretaria é itinerante, não precisará abandonar a família, que ainda vive na cidade natal. Desde o Oeste de Santa Catarina, ela liderará cerca de 15 mil grupos de jovens, dos 18 regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), de acordo com pesquisa divulgada pela PJ.

Divulgação/JA

A catarinense de Modelo, Diocese de Chapecó, Aline Ogliari, 22, é a nova Secretária Nacional da Pastoral da Juventude. A escolha foi realizada no último dia da Ampliada Nacional da Pastoral da Juventude, realizada dos dias 19 a 25 de janeiro, no Recanto Marista, em Ribeirão das Neves, Minas Gerais. O evento reuniu cerca de 100 delegados de todos os regionais da CNBB. Graduada pela UNOESC em gestão ambiental, o projeto de fazer mestrado ficará para depois. Aline cursa pós-graduação em Juventude, na Faculdade Católica de Santa Catarina – FACASC, em Florianópolis. Segundo ela, o que prevaleceu foi o apoio dos pais, exagentes da Pastoral da Juventude (PJ), “apesar de acharem isso uma coisa meio louca”, e do bispo diocesano, Dom Manoel João Francisco, com o qual foi aconselhar-se semanas antes. “Ao final da conversa com ele, perguntei: ‘Dom Manoel, gostaria de saber se terei da água desta fonte para beber todas as vezes que eu vier buscar’. Ele sorriu e me respondeu: ‘sim. Terás sempre que precisar’”, escreveu na sua carta de apresentação ao colégio eleitoral.

Campanha da Fraternidade de 2014 – Tráfico de Pessoas

Com apenas 22 anos, Aline acomula experiência na Pastoral da Juventude e se sente preparada para a assumir a desafiante missão Entre suas atividades, terá duas frentes de atuação: A missionária, com visitas a coordenações da pastoral e grupos jovens de todo o país; e a executiva, que inclui redação de relatórios, o diálogo com a CNBB e a participação na Pastoral Juvenil Nacional (integrada por diversas expressões juvenis da Igreja Católica). Como parte das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), os grupos de base da PJ têm o compromisso de ampliar a atuação nas áreas urbanas. Para Aline, o desafio está em abrir-se a outras possibilidades para a organização dos grupos de jovens nas cidades, a partir de interesses específicos,

como cultura ou direitos humanos. Ela garantiu, no entanto, que os grupos continuarão a ser essenciais porque “eles são a célula vital da pastoral”. Quando ela deixar a função, em 2017, a PJ terá completado 43 anos. Até lá, Aline espera que a pastoral “esteja mais fortalecida e proporcione meios concretos de defesa de vida dos jovens”. Caberá a ela ser a principal articuladora dos seis projetos nacionais existentes. Um deles trata especificamente da questão, chamada “A juventude quer viver”; a esse projeto cabe criar mecanismos de denúncia de violação dos direitos da Juventude.

Encontro aborda a revitalização da Pastoral Juvenil no Brasil Mais de 350 pessoas, que atuam na evangelização da juventude em todo o país, estiveram reunidas entre os dias 11 e 15 de dezembro, em Brasília, para participar do Encontro Nacional de Revitalização da Pastoral Juvenil. A Arquidiocese de Florianópolis esteve representada pelo Pe. Ewerton Martins Gerent, nosso referencial do Setor Juventude, e por João Augusto de Farias, Setor Juventude. Promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, o evento reuniu os bispos referenciais da juventude nos regionais da CNBB, os

Artigo

coordenadores nacionais de algumas pastorais afins, além da equipe jovem de comunicação e a coordenação da Pastoral Juvenil Nacional. Durante os cinco dias, os participantes refletiram e propuseram ações concretas para que as expressões juvenis caminhem integradas no processo de evangelização da juventude. O diferencial deste encontro foi a elaboração de pistas de ação pelos próprios participantes. Tal formatação teve como base as oito linhas de ação elencadas pelo Documento 85 da CNBB para a evangelização juvenil: formação integral, espirituali-

dade, pedagogia de formação, discípulos para a missão, estruturas de acompanhamento, ministérios da assessoria, diálogo fé e razão e direito à vida. Ao final do encontro, Dom Eduardo Pinheiro, presidente da Comissão para a Juventude da CNBB, apresentou as conclusões estruturadas nos trabalhos em grupo. Ele destacou que a linha da ação “discípulos para a missão” foi enfaticamente apontada pelas equipes que se reuniram por regionais da CNBB e expressões (Pastorais de Juventude, novas comunidades, movimentos e congregações).

Este ano, a Campanha da Fraternidade da CNBB trata sobre um problema latente no Brasil e tem como tema “Fraternidade e Tráfico Humano” e lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5, 1).Essa situação rompe com o projeto de vida na liberdade e na paz e viola a dignidade e os direitos do ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus. Nos anos de experiência trabalhando junto a desaparecidos e traficados que em vários países buscam reencontrar sua família,e recebendo denúncias que deixariam muitas pessoas perplexas e até paranoicas com seus filhos, percebi que nada é tão sórdido quanto o tráfico de pessoas, principalmente o de crianças. Advogados, médicos, enfermeiros, ONGS, orfanatos, casas de acolhimento, etc., são algumas das profissões e instituições de fachada utilizadas para aliciar jovens desesperadas e até para submetê-las ao pior pesadelo de uma mãe, que é a incerteza do destino de seu filho após o seu nascimento. Na década de 1980, o Sul do país ficou manchado pelo escândalo de quadrilhas que levavam crianças de Santa Catarina para serem facilmente vendidas em países da Europa e Oriente Médio. As crianças eram escolhidas por terem pele clara e, se tivessem olhos azuis ou verdes, o preço subia. Quadrilhas lideradas por Arlete Hilu, em Curitiba, e Carlos César Pereira, em Camboriú, foram responsáveis pela venda de mais de 650 bebês, segundo estimativa da Polícia Federal na época. Ainda de acordo com a PF, em todo o país foram roubadas 3.000 crianças por ano, naquela época, sendo Curitiba o ponto central do esquema.Infelizmente esse comércio é o terceiro mais rentável no mundo, só perdendo para o tráfico de Drogas e Armas. Nem todo desaparecido foi traficado, mas quase todo traficado em algum momento da vida se torna um desaparecido. No Brasil são 200 mil desaparecimentos por ano, sendo 40 mil de crianças e adolescentes. Todos os anos, em Santa Catarina, temos aproximadamente três mil registros de de-

saparecidos. Diante disso, a Polícia Militar lançou o Programa S.O.S Desaparecidos, focando em missões de atendimento e resposta ao desaparecimento, priorizando as crianças e adolescentes. O Programa ainda cria a Coordenadoria de Pessoas Desaparecidas da PMSC, a qual, através de uma equipe, tem disponibilidade e exclusividade de dedicação na busca, divulgação e armazenamento de dados de desaparecidos. Verificamos que de janeiro de 2005 a outubro de 2011, Santa Catarina registrou 8.017 casos de desaparecimento de crianças e adolescentes, perfazendo 42,7% de todos os registros de desaparecimento no mesmo período. Nesses sete anos já foram registrados 18.773 casos de de-

Quanto mais pessoas ajudarmos a encontrar, mais nos encontraremos com nós mesmos e mais próximos de Deus estaremos”.

saparecimentos. Só em Florianópolis são 650 registros de crianças desaparecidas no mesmo período. Aprendi que quem faz algo por sua família, faz algo para toda vida, mas quem faz algo pelo outro, faz algo para todo o sempre. Aprendi ainda que falar sobre desaparecimentos é explorar problemas na sociedade, e que há razões que a própria razão desconhece. Penso que tem gente que encontra Deus quando vive, tem gente que vive procurando Deus. Sei que Deus está em cada um de nós. Quanto mais pessoas ajudarmos a encontrar, mais nos encontraremos com nós mesmos e mais próximos de Deus estaremos. Nosso site é www.pm.sc. gov.br/desaparecidos e nossos telefones são (48) 32296375 e 91568264. Major Marcus R.Claudino, Coordenador do S.O.S Desaparecidos da Polícia Militar SC


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FACASC forma novos teólogos 13 seminaristas, um diácono e uma leiga se graduaram no Bacharelado em Teologia Divulgação/JA

A Faculdade Católica de Santa Catarina – FACASC realizou na manhã do dia 06 de dezembro uma Celebração Eucarística de ação de graças pelo encerramento do ano letivo de 2013 e formatura dos 15 alunos da 41ª turma. A missa, iniciada às 9h, foi presidida por Dom João Francisco Salm, bispo de Tubarão, e concelebrada por padres professores e padres visitantes. Marcaram presença também os colegas, parentes e amigos dos formandos. Em sua homilia, Dom João enfatizou a necessidade de olharmos as realidades do nosso tempo e empenharmo-nos no anúncio do evangelho nos areópagos modernos (cf At 17). Logo após a celebração, aconteceu a solenidade de formatura. Pe Vitor Feller concedeu o grau de bacharel aos 15 alunos. Pe Siro Manoel de Oliveira fez uso da palavra como paraninfo da turma, Prof. Celso Loraschi foi escolhido como patrono, e ambos

Evento reuniu pessoas envolvidas com a formação de todo o Brasil. Fomos representados por três lideranças Catequistas da paróquia anfitriã foram alguns dos que concluíram o curso receberam homenagens dos alunos. Logo após a solenidade, os presentes foram convidados para um coquetel de congraçamento. Em 2013, 13 seminaristas, um diácono e uma leiga concluíram o curso de Teologia na FACASC. Os seminaristas representaram seis dioceses do nosso

Regional (um de Blumenau; dois de Lages; dois de Criciúma; dois de Caçador; três de Tubarão; e três de Joinville). A Arquidiocese foi representada pela leiga Adair Antonia V. Warmling, da Catedral, e pelo diácono permanente Ideraldo Luiz Paloschi, de São João Batista.

Luiz Gustavo Eccel Seminarista de teologia morreu quando participava de evento da RCC nacional Divulgação/JA

Com pesar noticiamos o falecimento, na madrugada do dia 13 de janeiro, do seminarista Luiz Gustavo Eccel, 22 anos. Ele residia no Convívio Emaús, em Florianópolis, e estava para iniciar o segundo ano de Teologia na FACASC. Seus pais moram na Paróquia de Santa Cruz, em Barreiros, São José. Ele participava do Retiro Nacional dos Seminaristas, evento que antecedia o Encontro Nacional de Formação, promovido pela Renovação Carismática Católica, em Palmas, no Tocantins. Como era da equipe de coordenação, viajou antes para lá. Tinha ido de microônibus com outros membros a uma paróquia preparar um evento. Na volta, o microônibus perdeu o freio e caiu numa ribanceira. Alguns ficaram feridos. Ele foi a única vítima fatal. O corpo chegou à Paróquia Santa Cruz, em São José, na tarde do dia seguinte, onde foi vela-

Lideranças refletem a formação presbiteral no território nacional

Com 22 anos, Luiz Gustavo estava prestes a iniciar o segundo ano do curso de Teologia na FACASC do e, no mesmo dia, às 20h, realizada a missa de exéquias, presidida por Dom Vito Schlickmann, nosso bispo auxiliar emérito, acompanhada por dezenas de padres, diáconos, colegas de seminário e amigos. Na manhã do dia 15, às 9h30, foi realizada a última celebração de corpo presente, presidida pelo Pe. Leandro

Rech, assistente espiritual da RCC e que o acompanhava em sua formação presbiteral. “Luiz Gustavo sempre estava disponível para servir, e servir com alegria. Procurava sempre fazer a vontade de Deus, apesar de seus limites, que também os conheço. Nos últimos dias, como todos os anos em suas férias, se dedicou praticamente ao serviço do Reino. Tinha um anseio perene em fazer com que as pessoas conhecessem Jesus e se esforçava em anunciáLo”, disse Pe. Leandro Rech. Dom José Negri, bispo de Blumenau, em mensagem de condolências, afirmou: “O desejo que tinha de ser padre com certeza já estará realizado no abraço eterno com o Pai que o chamou!”. Esse texto foi reproduzido e virou um banner que foi fixado no local onde se realizou o Encontro Nacional de Formação, em Tocantins. Uma homenagem ao jovem seminarista.

Foi realizado nos dias 20 a 25 de janeiro, em Aparecida, São Paulo, o 2º Seminário Nacional sobre Formação Presbiteral. O evento reuniu 232 pessoas, entre reitores de seminários, seminaristas, diretores de institutos, professores, psicólogos, padres, bispos, religiosos(as). Durante os seis dias, eles refletiram sobre o tema “Presbíteros segundo o coração de Jesus para o mundo de hoje” e lema “Corramos com perseverança com os olhos fixos em Jesus”. A Arquidiocese de Florianópolis esteve representada pelo Pe. Vânio da Silva, reitor do Seminário de Teologia da Arquidiocese – Convívio Emaús, Pe. Alcides Albony Amaral, formador no Seminário de Azambuja, e Paulo Stippe, seminarista do segundo ano de Teologia. O evento foi promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada e pela Organização de Seminários e Institutos FilosóficoTeológicos do Brasil (Osib). Duran-

te o Seminário, os participantes realizaram avaliação do processo formativo e apontar novos horizontes capazes de ajudar os Seminários e Casas de Formação a formar pastores-missionários que sejam verdadeiros discípulos de Jesus e testemunhas de vida e esperança para a sociedade e a Igreja em tempos de mudança. O objetivo principal foi contribuir com ações efetivas na formação presbiteral. Estima-se que atualmente o Brasil conta com 5.658 seminaristas diocesanos em formação nas diferentes etapas, como o Propedêutico, a Filosofia e a Teologia. Para o Pe. Vânio da Silva, o encontro foi muito rico, porque contou com a participação de pessoas envolvidas com a formação em todo o Brasil. “Vimos juntos os desafios e as propostas para qualificarmos a formação presbiteral em suas cinco dimensões: humano-afetiva, comunitária, espiritual, pastoral-missionária e intelectual”, disse. Divulgação/JA

Semináro buscou contribuir com ações efetivas na formação presbiteral


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Geral Frei Faustino Tomelin

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Foto JA

50 anos dedicados a ajudar, acolher e orientar as pessoas pela Graça de Deus No dia 14 de dezembro, a Paróquia Santo Amaro da Imperatriz esteve em festa para celebrar os 50 anos de sacerdócio do Frei Faustino Tomelin, vigário paroquial. Natural de Doutor Pedrinho, no interior do Estado, onde nasceu em 29 de março de 1937, o Frei decidiu seguir a vocação aos 10 anos, quando ingressou no Seminário da Ordem dos Franciscanos Menores. A inspiração veio de um tio padre e de quatro tias freiras, também da família, bastante religiosa. Alguns dos seus 12 irmãos e irmãs também tentaram a vida religiosa, mas foi o único que perseverou. Nos 50 anos de sacerdócio, realizou seu trabalho de evangelizador por vários cantos do Brasil, mas em quatro oportunidades trabalhou na Arquidiocese: duas vezes em Florianópolis e duas em Santo Amaro. Em entrevista, ele fala das alegrias e desafios nesses 50 anos de sacerdócio, da perda de uma perna e das dificuldades que isso acarretou, de ter ingressado no seminário aos 10 anos e opina sobre os motivos para o reduzido número de vocações nos dias de hoje. Jornal da Arquidiocese No dia 14 de dezembro último, o senhor celebrou 50 anos de sacerdócio. Fale sobre suas alegrias e desafios no ministério presbiteral. Frei Faustino - As alegrias foram muitas. Principalmente quando foi possível ajudar as pessoas, acolhê-las, orientá-las e sabê-las felizes pela graça de Deus. Muitas alegrias tive também na administração dos Sacramentos, principalmente a Confissão e a Eucaristia. Há casos

em que se sente viva a ação de Deus, que se serve dos seus ministros como ponte, como canal. Os desafios na vida sacerdotal foram os mesmos da Igreja e de todo evangelizador; descobrir e escolher a palavra certa para as pessoas no momento de angústia, de desespero, nos momentos de desilusão, no matrimônio, na vida profissional e social. Na pastoral, o grande desafio é anunciar a Boa-Nova como mensagem de alegria e esperança e não de angústia e temor. É anunciar um Deus que é Pai e Amor e não juiz, fiscal, contador... JA - A maior parte desse tempo o senhor dedicou ao trabalho em paróquias. Como se sente nesse trabalho? Frei Faustino - Sinto-me muito bem no trabalho paroquial. Quando era criança, depois seminarista, sempre pensei em ser padre para ajudar as pessoas. E no trabalho paroquial se apresentam muitas oportunidades para fazê-lo. Por isso sempre me preocupei com o atendimento às pessoas. Não depende da hora, do momento em que elas aparecem: sempre é preciso acolhê-las. A experiência me mostrou que o acolhimento é, muitas vezes, o início de uma abertura para Deus e para a graça. Hoje, no modelo de paróquia que temos, o grande desafio é atingir, com a nossa evangelização, a família. Enquanto a nossa catequese se resumir em preparar as crianças e os jovens para a Primeira Comunhão ou para a Crisma, continuaremos tendo paroquianos que fazem sua Primeira Comunhão e desaparecem. Só voltam para a Cris-

Frei Faustino (centro) durante a Celebração Jubilar em Santo Amaro

Quando era criança, depois seminarista, sempre pensei em ser padre para ajudar as pessoas”.

ma. Lembro de um bispo, numa diocese onde trabalhei, que, falando a catequistas de Crisma, dizia: “Se vocês tiverem um crismando que não está engajado na comunidade, não o deixem receber a Crisma”. A Crisma deve ser o momento de engajamento total na comunidade. Se isso acontecesse, não teríamos a debandada geral logo após receberem os Sacramentos.

JA - A perda da perna comprometeu a sua atividade pastoral? Frei Faustino - Muito. Não só a atividade pastoral, mas toda a vida. Quando andamos por aí com duas pernas, não podemos imaginar as limitações que nos são impostas pela perda de um membro. Aos poucos vai-se tomando consciência dessas limitações. Quando estava me recuperando, pude compreender perfeitamente porque muitos nessa situação se desesperam e chegam até a tentar o suicídio. Dependo sempre, agora, de alguém que me leve para a celebração, seja nas capelas, seja na matriz. Não suporto ficar muito tempo em pé, tenho que ter o cuidado permanente para não perder o equilíbrio e cair. Já levei tombos memoráveis.

JA - Há 13 anos o senhor está em Santo Amaro. Nesse tempo, sofreu um acidente doméstico que culminou com a perda de uma perna. Fale sobre o que houve. Frei Faustino - Era Sábado de Ramos. Tinha missa marcada numa capela. Fui até a nossa horta apanhar uma palma para levar para a celebração. Na volta, pulei de uma altura de não mais de 80 cm. Pisei em falso e o joelho saiu do lugar. Os bombeiros me levaram até o hospital Celso Ramos, onde, no dia seguinte, passei por

Retalhos do Cotidiano

JA - O senhor ingressou no seminário com apenas 10 anos de idade. Não é muito jovem para decidir uma vocação? Frei Faustino - A vocação não é decidida no momento em que o jovem entra no seminário. Há toda uma caminhada e vários momentos na vida de um seminarista em que ele é chamado a dar o seu sim. Numa pesquisa feita num dos nossos seminários, verificou-se que a perseverança dos que entraram no seminário não chegou a 3% até a ordenação. Durante a caminhada, há um maior conhecimento da vocação e possibilidades de dizer “sim” ou de desistir. Por isso também, na época em que fui ordenado, a idade mínima exigida para o presbiterato era de 26 anos. JA - O senhor vem de uma família numerosa, com 12 irmãos. O fato de hoje as famílias serem bem menos numerosas é um dos motivos para a falta de vocações? Frei Faustino - Com toda a certeza. Tenho quatro tias religiosas e um tio padre. Tenho primos que são sete religiosos na mesma família. Eram famílias com mais de dezena de filhos e era uma honra que um ou mais deles escolhessem seguir o caminho da entrega da vida a Deus. Os pais sentiam orgulho de poder oferecer um filho ao serviço de Deus. O número de filhos já educava seus membros também para a partilha, para o serviço fraterno. Nas famílias numerosas, os irmãos se ajudam mutuamente, os mais velhos cuidam dos mais novos. Hoje, como são menos numerosos os filhos, há, em primeiro lugar, um apego muito grande dos pais àqueles um ou dois filhos, e uma preocupação com o futuro e a segurança da família.

Carlos Martendal Divulgação/JA

Férias Quando se volta de férias bem vividas, tudo parece diferente, mais bonito; as pessoas são mais encantadoras, as cores mais vibrantes, os sons mais puros. É que nós estamos de novo encantados conosco mesmos, estamos mudados, e vemos tudo com olhos novos, com coração novo, porque estivemos com o Senhor, que descansou conosco!

Longe

Em frente

Penso que não existe ‘mais longe’ que o meu íntimo. Se o Senhor me conduzir ‘sempre mais longe’, irei encontrá-lo morando em mim. Então, Ele viverá em mim e eu nEle, como está no Apocalipse 3,20: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo”.

Não nos amedrontem as dificuldades, mas nos sustente a graça; não mergulhemos na desconfiança, mas nos amparemos na fé; não fiquemos submersos no comodismo, mas enfrentemos os desafios com renovada esperança; não fiquemos lamentando as feridas, mas as curemos com o remédio eficaz do amor!

Vontade

Eternidade A eternidade começa e prossegue em cada agora. Pe. Antônio Vieira dizia: “Se passares o tempo sem pensar na eternidade, passarás a eternidade a pensar no tempo”. É preciso, pelo menos de vez em quando, dar uma espiadinha na eternidade, o tempo que não tem fim. Aqui a começamos nós, mas nem aqui nem lá ela terminará...

uma cirurgia e imobilização da perna, mas não houve circulação. A perna teve que ser amputada no Sábado de Aleluia, e amanheci, no dia da Páscoa, sem a perna.

Jornal da Arquidiocese

Ano novo Para chegar a ‘lugar nenhum’, qualquer estrada serve... E nós não fomos feitos para andar por qualquer estrada, mas pelo cami-

nho... Quem anda por qualquer estrada não chega a nenhum lugar que convenha... E volta mais cansado do que quando partiu!

Entregar a vontade, mortificála, implica decisão. É preciso pedir ao Senhor que nos tire do time dos indecisos e nos coloque na seleção dos decididos, dos que

vão conquistar o campeonato da vida eterna. Se estou decidido, determino a mim mesmo - com a ajuda de Deus - como agir para vencer e para vencer-me.

Presente

Choro

O hoje é o presente: sabedoria é desembrulhá-lo, pois “a cada dia basta o seu cuidado” (cf. Mt 6,34)!

Quantas pessoas, porque têm vergonha de chorar, não conseguem amar!


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Dom Wilson visita missionária à Guiné Bissau Visita serviu para conhecer realidade do país e trabalho que nossos missionários lá realizam quidiocese de Florianópolis. Essa foi a primeira vez que Dom Wilson visitou aquele país. Ele ficou impressionado com tudo o que viu. “É um país extremamente pobre e que precisa de quase tudo. Lá, duas preocupações estão sempre presentes entre os missionários. A primeira é a de pregar o Evangelho, e a segunda é de ajudar aquele povo a conseguir o mínimo para viver dignamente”, disse. Já Pe. Vilson Groh visitou o país pela terceira vez. Durante a visita, ele esteve com os 200 jovens e adolescentes que o Instituto Vilson Groh – IVG mantém no projeto de cooperação “Adote uma criança para estudar”. Na Guiné Bissau, os serviços de educação são públicos, mas os professores não recebem o salário regularmente. Para que as crianças tenham aula, devem pagar 78 euros por ano

Arquivo/JA

O nosso arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck e o Pe. Vilson Groh realizaram, dos dias 10 a 25 de janeiro, visita à Guiné Bissau. Lá estão há um ano os três missionários da Comunidade Divino Oleiro, Cláudia, Carina e Walter, e desde 2007 o Pe. Lúcio Espíndola. No país existem duas dioceses: Bissau, a capital, e Bafatá, no interior. Os nossos missionários moram em Tite, na Diocese de Bafatá, a mais pobre, onde administram um hospital, ajudam nos trabalhos em uma escola de ensino médio, realizam trabalhos de catequese e fazem celebrações. Guiné Bissau é de maioria muçulmana (70%), animistas (25%) e apenas 5% são católicos. Por isso, a catequese de primeiro anúncio é fundamental. O bispo de Bafatá, Dom Pedro Zilli, é brasileiro, e com passagens pela Ar-

Na visita, Dom Wilson pôde conhecer trabalho realizado com as crianças (R$ 240,00), assim os professores não entram em greve. O dinheiro também cobre os custos com uniforme e material escolar. Poucos têm essa condição. Assim, desde

2013, o Instituto Vilson Groh, por meio dos seus apoiadores, assumiu a educação de 200 crianças. Segundo Pe. Vilson, o projeto é fruto das relações entre os missio-

Retiro para Coordenadores de Coroinhas Arquivo/JA

A Pastoral de Coroinhas da Arquidiocese estará promovendo, nos dias 15 e 16 de março, o Retiro Arquidiocesano para coordenadores e coordenadoras de coroinhas. Realizado no Provincialado das Irmãs da Divina Providência, em Florianópolis, o Retiro, que começará este ano no sábado, dia 15, às 07 horas, e terminará no domingo às 17 horas, contará com a assessoria do Pe. Alcides Albony Amaral, Formador no Seminário de Azambuja. Todas as coordenações paroquiais e de comunidades, não importa a idade, são convidadas a participar. As inscrições estão abertas e podem ser feitas com a coordenação comarcal, ou diretamente com a Irmã Clea Fuck pelos fones: (48) 3263-0979 ou 9986-3339 (TIM), ou pelo e-mail ir.clea@gmail.com. O custo é de R$ 140,00, a pagar na chegada. A Pastoral de Coroinhas também programou novamente os encontros comarcais de coroinhas. Uma proposta de pesquisa em

Em 2013, os encontros de coroinhas foram realizados nas oito comarcas da Arquidiocese reunindo os/as jovens e crianças das paróquias nível de paróquia prevê buscar contatar excoroinhas e ex-coordenadores/as, para não deixar no esquecimento quem um dia caminhou conosco. Orientações nesse sentido

Veja a programação: 15 e 16/03: Retiro arquidiocesano p/coordenadores/as - Provincialado 10/05: Comarca de São José – Campinas 17/05: Comarca de Itajaí - Local a definir 24/05: Comarca de Tijucas - Angelina 31/05: Comarca da Ilha – Saco dos Limões 23/08: Encontro Vocacional Feminino (coroinhas e outras) - Provincialado 13/09: Comarca de Brusque – Santa Teresinha 20/09: Comarca de Santo Amaro – Santo Amaro 27/09: Comarca do Estreito – Local a definir 18/10: Comarca de Biguaçu – Antônio Carlos/Vila Doze

serão dadas através das respectivas coordenações comarcais.

Vocações Femininas A Pastoral promove também este ano o Encontro Vocacional com as adolescentes e jovens, coroinhas e outras. Realizado no dia 23 de agosto, é o sexto ano consecutivo do evento que mais uma vez terá como sede o Provincialado das Irmãs da Divina Providência, em Florianópolis, e tem como objetivo apresentar às jovens a vocação religiosa feminina. A cada ano, o encontro de formação reúne mais jovens interessadas em conhecer a vida das religiosas. Mais informações pelos fones (48) 3263-0979 e 9986-3339, ou pelo email: ir.clea@gmail.com.

nários da Arquidiocese e o povo da Guiné Bissau e o IVG. “O encontro com a África sempre me leva ao encontro com a dimensão mística. Estar na África é se colocar na pele e na cultura do outro e despojar-se, sem perder a identidade, para poder acolher essa profunda realidade que é o Continente Africano”, disse Pe. Vilson. Segundo nosso arcebispo, Dom Wilson, a intenção é estreitar ainda mais as relações entre a Arquidiocese e o país africano. Muito tem sido feito, mas é preciso mais. “Eles solicitam a presença de mais pessoas que possam ajudar na área de enfermagem, educação – ensino médio e jardim de infância, ou algum entendido em marcenaria. Se há alguém disposto a passar alguns meses para ajudar a missão de Tite, pode se apresentar”, convidou.

Pascom realiza formação nas comarcas A Pastoral da Comunicação da Arquidiocese realizará, no dia 16 de março, uma formação para as lideranças das comarcas da Ilha e do Estreito. Realizado na Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, em Florianópolis, o evento é destinado às lideranças das 21 paróquias das duas comarcas que já atuam com os meios de comunicação ou tenham interesse em iniciar esse trabalho. Pessoas de outras paróquias também podem participar. Com início às 8h30, o evento contará com apresentação de experiências em comunicação nas paróquias, levantamento das atividades de comunicação realizadas nas paróquias, proposta da criação da Rede de Comunicação Arquidiocesana e oficinas de Blog, Fotografia e Texto jornalístico. Essa será a primeira atividade da Pascom para 2014. No decorrer do ano, a formação alcançará as outras comarcas da Arquidiocese: 13/04 Comarcas de São José e Santo Amaro; maio na Comarca de Biguaçu (data a confirmar); 15/06 - Comarca de Tijucas; 17/08 - Comarca de Itajaí; 14/09 - Comarca de Brusque. Informações pelo jornal@arquifln.org.br.

e-mail


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Jornal da Arquidiocese

Associação promove o Natal Solidário Realizado pelo nono ano, evento proporcionou momentos de brincadeira para as crianças e adultos Foto JA

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A Associação Diácono Ademir Pereira de Abreu ADAPA - promoveu no dia 21 de dezembro a nona edição do “Natal Providente”. Realizado no Sítio Tia Eliet, no Rio Vermelho, em Florianópolis, o evento atendeu mais de mil pessoas, com presentes e lazer para as crianças e serviços diversos para a comunidade. Durante o evento, a ADAPA, em parceria com a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, promoveu a doação de brinquedos, cestas básicas, apresentação da Banda e Canil da Polícia Militar. As crianças ainda puderam andar a cavalo, ver a escolinha de trânsito, tiveram palestras com o PROERD e o serviço ambiental. Além das crianças, os adultos também tiveram serviços. Por meio de um ônibus adaptado, foram prestados serviços de dentista e médico; também houve assessoria jurídica e oficina da beleza, com tratamentos estéticos. Bebida e comida à vontade, com cachorro quente, refrigerantes e picolé. Também foram entregues 450 cestas básicas para famílias cadastradas.

Livro “Jesus, neste nome há poder” Quarta publicação da Comunidade Divino Oleiro é inspirada na devoção do seu fundador

Famílias empobrecidas foram visitadas, cadastradas e receberam mais de 450 cestas básicas doadas pelos voluntários da ADAPA Além do Rio Vermelho, o projeto também atendeu as comunidades de Ingleses, Sítio do Capivari, Muquém e Costa do Moçambique. Tudo o que foi doado veio de doações de voluntários ou por campanhas realizadas com essa finalidade. A principal delas foi o Pedágio Solidário. Realizado na SC-401 entre os dias 01 a 14 de Dezembro, o evento serviu para arrecadar aliFoto JA

mentos, roupas e brinquedos, que foram doados às pessoas empobrecidas. Segundo o diácono Ricardo José de Souza, um dos idealizadores do projeto, durante o evento foram doadas 450 cestas básicas, 500 brinquedos, 360 panetones, mil cachorros quentes, além de picolés, pipocas e refrigerantes à vontade. “Cada criança de zero a 12 recebeu presentes”, lembrou.

Alçando voos

A Comunidade Católica Divino Oleiro, da Arquidiocese, formada por leigos consagrados e de aliança, lançou no mês de janeiro o seu quarto livro. “Jesus, neste nome há poder” é o título da obra. Ela é inspirada na devoção do Pe. Márcio Alexandre Vignoli, fundador da CDO, e escrito também por Jacira Mourão, irmã de aliança da Comunidade. O livro revela a Devoção ao Santíssimo Nome de Nosso Senhor. “Uma vez revelado ao nosso coração o que a fé neste Nome pode realizar, só nos cabe anunciá-lo aos quatro cantos, em todos os lugares, nos tornando arautos do Evangelho e cooperadores com Cristo!” Com uma leitura que transcorre a gênese do Santo Nome de Jesus e as manifestações oriundas através dessa invocação, o livro procura levar seus leitores a crescer na graça e a entender como o Nome de Jesus nos de-

Pe. Márcio autografa o livro em que é coautor fende, salva, cura e alivia em meio às diversas situações da vida. O livro pode ser adquirido, ao custo de R$ 15,00, na Rádio Cultura ou em uma das Fraternidades da Comunidade Divino Oleiro. Mais informações pelo site www.divinooleiro.com.br ou pelo fone (48) 3224-6476 Divulgação/JA

Além das guloseimas, presentes e cestas básicas, também foram realizados serviços médico, odontológico, assessoria jurídica e corte de cabelo

Foi o primeiro ano que o evento alçou outros voos. Pela primeira vez o evento foi realizado em Lages. Mais uma vez com a parceria da Polícia Militar. O evento atendeu mais de 500 pessoas das comunidades de Santa Cândida, Santa Mônica, Vista Alegre, Caroba e Boqueirão. “Isso mostra a maturidade do nosso trabalho, o envolvimento e o engajamento dos nossos voluntários. Nossa intenção é ir mais longe”, entusiasmou-se o Diácono Ricardo. Mais informações no site www.adapafloripa.blogspot.com

Fiéis aguardam na fila para autografar o livro com o autor


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