MC2S23 O que é Value Investing?

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METHODOS CAPITAL PARTNERS

A Carta para verdadeiros Value Investors

JANEIRO 2024

In memoriam

“All

intelligent investing is value investing, acquiring more than you are paying for. You must value the business in order to value the stock.” — Charlie Munger.

Caro leitor,

É uma grande satisfação estar aqui para compartilhar com você a incrível jornada de oito anos dedicados à leitura intensiva de mais de 100 livros sobre investimentos e o dinâmico universo do mercado financeiro. Durante essa fascinante jornada, tive a oportunidade de explorar obras inspiradoras e ganhar insights valiosos de alguns dos maiores nomes do mundo financeiro.

Entre os autores que iluminaram meu caminho estão Howard Marks, cujas reflexões em “The Most Important Thing” me proporcionaram uma compreensão única sobre avaliação de riscos. David Swensen, em “Unconventional Success”, abriu portas para uma visão diferenciada sobre alocação de ativos e gestão de portfólio.

As estratégias de Peter Lynch em “One Up On Wall Street”e Philip Fisher em “Common Stocks and Uncommon Profits” foram fundamentais para moldar minha abordagem de investimento.

Ao percorrer as páginas de “Fora da Curva”, pude absorver lições valiosas dos gestores de ações brasileiros e suas fórmulas para o sucesso. Em “Pensar em Apostas”, Annie Duke me guiou através de uma análise perspicaz sobre como decidir inteligentemente em um ambiente de incerteza.

O mergulho nas obras de Michael Lewis, como “Flash Boys”, proporcionou uma compreensão única sobre a dinâmica dos mercados financeiros. Hersh Shefrin, em “Beyond Greed and Fear”, revelou-me as complexidades do comportamento humano no contexto financeiro.

As letras imortais de Warren Buffett, compiladas em “As Cartas de Warren Buffett”, e os relatos de desconhecidos mágicos do mercado financeiro, explorados em “Os Magos Desconhecidos do Mercado Financeiro”, foram faróis constantes na busca por sabedoria e conhecimento.

Além disso, obras como “The Rise and Fall of Classical Greece”, “Churchill: Caminhando com o Destino” e “Desafio aos Deuses: A Fascinante História do Risco” acrescentaram uma perspectiva histórica e cultural à minha compreensão do mercado financeiro.

Contudo, em meio a essa vastidão de conhecimento, surge uma conclusão humilde, mas crucial: nunca sabemos o suficiente. A incerteza é uma constante, e o comportamento humano, imprevisível. Como bem argumentou Nassim Nicholas Taleb em “A Lógica do Cisne Negro”, eventos imprevisíveis moldam nosso mundo, incluindo os mercados financeiros.

Portanto, carrego comigo não apenas as lições aprendidas, mas também a consciência de que a jornada do conhecimento é infinita. Ao lidar com incertezas e o comportamento humano nos mercados, a sede por aprendizado e adaptação contínua torna-se a bússola indispensável.

Agradeço pela oportunidade de compartilhar um pouco dessa jornada com você. Que continuemos navegando pelas páginas do conhecimento financeiro, sempre prontos para aprender, adaptar e evoluir.

Ótima leitura e muito obrigado.

“O

Oráculo de Pasadena” Obrigado, Charlie.

O que é Investimento e Valor?

De Peter Lynch e Buffett à Da Vinci e Mona Lisa
“In investing, what is comfortable is rarely profitable.” — Robert Arnott.
“The most contrarian thing of all is not to oppose the crowd but to think for yourself.” — Peter Thiel.

Market Efficiency — Efficiencia Mercatus

Uma análise interdisciplinar

Oinvestimento é a alocação de recursos financeiros com a finalidade de obter retorno futuro. Isso envolve a compra de ativos, como ações, títulos ou propriedades, visando sua valorização ao longo do tempo. O objetivo é fazer com que o capital investido cresça ou gere renda. Nós, investidores, consideramos fatores como horizonte de investimento, tolerância ao risco e objetivos financeiros ao decidirmos onde alocar nossos recursos. Diversificação, a distribuição do capital entre diferentes classes de ativos, é comum para reduzir riscos. Investir envolve riscos, e não há garantias de lucro, sendo a pesquisa e a compreensão dos objetivos essenciais para o sucesso. Estas são as nossas regras de bolsos. É o que todos sabem — ou deveriam saber, talvez praticar.

Contudo, se somente essas normas fossem adequadas para garantir o êxito nos investimentos, seria razoável esperar que um grande número de indivíduos obtivesse sucesso, e os mercados poderiam proclamar com entusiasmo que, afinal de contas, após décadas, alcançaram eficiência.

O Caso Fama versus Schiller

Eugene Fama é um economista norte-americano, conhecido por suas contribuições à teoria de finanças. Ele é um proponente da Hipótese de Mercado Eficiente (HME), que sugere que os preços

dos ativos financeiros refletem todas as informações disponíveis e, portanto, é difícil ou impossível superar consistentemente o mercado. Fama argumenta que, em um mercado eficiente, os preços dos ativos refletem todas as informações disponíveis e, portanto, é difícil ou impossível obter retornos acima da média por meio de estratégias de escolha de ações.

Robert Shiller, por outro lado, é um economista e prêmio Nobel conhecido por suas pesquisas sobre comportamento de mercado e finanças comportamentais. Ele desafia a ideia de eficiência de mercado e destaca a influência das emoções e do comportamento humano nos mercados financeiros. Shiller argumenta que os preços dos ativos podem ser irracionais e que as bolhas e crashes do mercado são resultado de exuberância irracional ou pessimismo extremo, em contraste com a visão de Fama sobre eficiência de mercado.

Hipótese de Mercado Eficiente

Um exemplo notável da aplicação da Hipótese de Mercado Eficiente é o fenômeno do "Flash Crash" de 2010. Em 6 de maio daquele ano, o mercado de ações dos Estados Unidos experimentou uma queda abrupta e significativa, com o índice Dow Jones Industrial Average perdendo mais de 1000 pontos em minutos.

Behavior — Comportamentum

O muro de Taleb

AHME sugere que informações ou eventos inesperados são rapidamente incorporados aos preços dos ativos. Neste caso, a reação rápida do mercado reflete a eficiência em ajustar os preços com base em eventos imprevistos.

Um exemplo que respalda a visão de Robert Shiller sobre a influência de fatores emocionais nos mercados é a bolha das empresas ponto com (dot-com) no final da década de 1990. Durante esse período, as ações de muitas empresas de tecnologia dispararam para níveis exorbitantes, apesar de muitas delas não gerarem lucros substanciais. Esse episódio é frequentemente citado como um exemplo de otimismo irracional e comportamento de manada, sugerindo que os investidores foram impulsionados mais por expectativas emocionais do que por fundamentos sólidos, culminando em uma bolha que acabou por estourar no início dos anos 2000.

Esses exemplos ilustram como as teorias de Fama e Shiller podem ser aplicadas em eventos financeiros reais, oferecendo perspectivas diferentes sobre a eficiência dos mercados e o papel das emoções nos movimentos de preços.

Nassim Taleb — Antifragilidade e Incerteza

Nassim Taleb oferece uma perspectiva única que contrasta tanto com a Hipótese de Mercado Eficiente de Eugene Fama quanto com a visão de

Robert Shiller sobre o comportamento de mercado. Taleb introduz o conceito de "antifragilidade", sugerindo que, em vez de apenas resistir a choques e incertezas, os sistemas e investimentos devem ser capazes de se beneficiar deles .

Contrapondo a HME de Fama, Taleb argumenta que os mercados não são totalmente eficientes e que eventos imprevisíveis, conhecidos como "cisnes negros" , têm um impacto significativo nos mercados financeiros. Esses eventos, como a crise financeira de 2008, são, por definição, difíceis de antecipar, desafiando a ideia de eficiência de mercado.

Em relação à visão de Shiller, Taleb concorda que os mercados são influenciados por fatores emocionais, mas vai além, argumentando que os investidores devem construir portfólios e estratégias que não apenas resistam a eventos inesperados, mas que também se beneficiem deles. Isso destaca a necessidade de uma abordagem adaptativa e robusta diante da incerteza .

Portanto, enquanto Fama e Shiller representam extremos opostos — um a favor da eficiência do mercado e o outro destacando a irracionalidade humana — , Taleb fornece um contraponto ao introduzir a ideia de que os investimentos devem ser antifrágeis, capazes de prosperar em face da volatilidade e incerteza. Essa abordagem ressalta a importância de não apenas resistir a eventos inesperados, mas também capitalizar sobre eles

Risk — Periculum

Desafio aos Deuses

“D

esafio aos Deuses: A Fascinante História do Risco", concebido pela maestria literária de Peter L. Bernstein, não é simplesmente uma narrativa sobre a evolução do risco; é uma odisseia intelectual que nos conduz pelos recantos mais profundos da mente humana, explorando as raízes e ramificações desse conceito complexo que permeia os mercados financeiros .

No cerne da obra, Bernstein entrelaça a história do risco com as tapeçarias culturais e filosóficas que marcaram épocas distintas. Ele não apenas destaca eventos históricos, mas também desenha um retrato vívido das mentes que ousaram desafiar a incerteza Cada página é uma jornada, uma dança de ideias que transcende as fronteiras do tempo.

Ao debruçar-se sobre a Grande Depressão, Bernstein não se contenta em descrever os eventos; ele escava as trincheiras da psique humana, revelando como a crise transformou não apenas as estratégias de investimento, mas a própria natureza da confiança nos mercados. É uma exploração profunda dos abismos emocionais e intelectuais que a adversidade econômica pode provocar .

A Crise de 1987, esse ponto culminante na sinfonia do risco, é desdobrada com a precisão de um artista que conhece cada nota de sua partitura. Bernstein não apenas narra os eventos da "Segunda-feira Negra", mas mergulha nas implicações psicológicas

e estratégicas que reverberam na esteira do colapso, oferecendo lições intrincadas sobre a necessidade de flexibilidade e adaptabilidade nos mercados tumultuados.

A elegância da prosa de Bernstein não é apenas estética; é uma expressão de sua profunda compreensão do tema. Ele transforma a história do risco em um conto vivo, onde os personagens são filósofos, banqueiros, e economistas que, ao desafiar os deuses do desconhecido , moldaram o curso da história financeira.

"Desafio aos Deuses" é, em última análise, uma exploração do espírito humano diante da incerteza . Cada palavra é um convite para refletir não apenas sobre a história do risco, mas sobre nossa própria disposição intrínseca para desbravar o desconhecido, para desafiar os deuses da incerteza com coragem e perspicácia.

“A informação que você possui não é a informação que deseja. A informação que deseja não é a informação de que precisa. A informação de que precisa não é a informação que pode obter. A informação que pode obter custa mais do que está disposto a pagar.” — Peter L. Bernstein, “Against the Gods: The Remarkable Story of Risk”

“O tempo é mais crucial quando as decisões são irreversíveis.”

Risk — Periculum

“The worst thing that can happen to you in the markets is being right and still losing money. That’s the danger in buying on rallies and selling on breaks these days.”

Risco nos investimentos é a sombra inseparável da busca por retorno. Em sua essência, representa a possibilidade de perdas diante da incerteza do mercado. Compreender e gerenciar esse componente volátil é uma arte crucial. A sabedoria reside na habilidade de equilibrar a busca por ganhos com uma avaliação criteriosa dos potenciais impactos adversos . Nesse intricado jogo financeiro, a gestão de riscos não apenas protege o capital, mas também proporciona uma bússola sábia para navegar pelas águas desconhecidas dos mercados.

Durante a crise financeira de 2008, gestores de fundos se viram em um desafio complexo ao investirem intensamente em títulos lastreados em hipotecas, confiantes na continuidade do boom imobiliário. No entanto, a bolha imobiliária nos Estados Unidos estourou, provocando uma desvalorização rápida desses títulos e resultando em perdas significativas. O cerne do risco residia na falta de compreensão da qualidade desses ativos e na excessiva confiança na valorização perpétua do mercado imobiliário . A incapacidade de alguns gestores em avaliar adequadamente os riscos associados a produtos financeiros complexos ligados ao setor imobiliário demonstrou a necessidade urgente de uma gestão de riscos sólida e uma análise minuciosa dos ativos subjacentes, ressaltando que decisões equivocadas nesse campo podem acarretar repercussões financeiras consideráveis.

“The CDO was, in effect, a credit laundering service for the residents of Lower Middle Class America. For Wall Street it was a machine that turned lead into gold.” — Michael Lewis, The Big Short: Inside the Doomsday Machine.

Engenheiro de Obra pronta

O colapso do fundo de hedge Long-Term Capital Management (LTCM) em 1998 marca um capítulo sombrio na história financeira, envolvendo investidores de renome, incluindo laureados com o Prêmio Nobel em Economia, Myron Scholes e Robert Merton. Empregando estratégias altamente alavancadas e complexas para explorar nuances nos preços de títulos , o LTCM buscava lucros consistentes. Contudo, a crise financeira russa e a subsequente liquidação de ativos resultaram em perdas significativas.

“If Wall Street is to learn just one lesson from the Long-Term debacle, it should be that. The next time a Merton proposes an elegant model to manage risks and foretell odds, the next time a computer with a perfect memory of the past is said to quantify risks in the future, investors should run — and quickly — the other way. On Wall Street, though, few lessons remain learned.” — Roger Lowenstein, When Genius Failed: The Rise and Fall of Long-Term Capital Management.

Risk — Periculum

“The men on the trading floor may not have been to school, but they have Ph.D.’s in man’s ignorance.”

Olivro "Liar's Poker", escrito por Michael Lewis, oferece um olhar satírico e revelador sobre o mundo frenético de Wall Street durante a década de 1980. Ele aborda uma narrativa autobiográfica de Lewis, descrevendo suas experiências como jovem profissional no mercado financeiro.

O título "Liar's Poker" refere-se a um jogo de cartas que era popular entre os traders de títulos hipotecários na época. No entanto, o livro vai além do jogo em si e mergulha nas práticas e na cultura de Wall Street, destacando a competitividade implacável, a busca desenfreada por lucros e os excessos que caracterizavam o ambiente.

“Risk, I had learned, was a commodity in itself.” — Michael Lewis, Liar's Poker.

O foco desta carta não é fazer você parar de ler na metade, então vou concluir rapidamente sobre risco com um excelente trecho de Michael J. Mauboussin:

“The classic definition of risk is the possibility of suffering harm or loss. So an asset that has a wide distribution of potential returns presents a greater probability of “suffering harm” (or sizable gains) than an asset with a narrow distribution of

probabilities. We agree with Peter Bernstein, who notes that “volatility, or variance, has an intuitive appeal as a proxy for risk. If you were asked to rank the riskiness of shares of the Brazil Fund, shares of General Electric, a U.S. Treasury bond due in thirty years, and a U.S. treasury bill due in ninety days, the ranking would be obvious. So would the relative volatility of the securities.”

The critical catch is volatility’s temporal dimension. More directly,there is some evidence that variance understates risk over the first four years of a holding period, but overstates risk over four years or more. This evidence implies that long-term holders assume less risk than short-term holders. We might even make the statement that the long term investor welcomes volatility if it helps present investment opportunities.

We like to think about risk on at least two levels. Over the short term, volatility is a pretty reasonable measure of risk. Indeed, volatility plays an overwhelming important role in the design and valuation of derivatives — most notably options.

But for investors with a long-term horizon, we think the best way to maximize the risk/reward tradeoff is to buy stocks that offer a margin of safety. We think this is what Buffett refers to when he thinks about risk.”

Value — Valor

Da Vinci, Mona Lisa e Buffett

Atrajetória de Warren Buffett e o processo de criação da "Mona Lisa" de Leonardo da Vinci se entrelaçam de maneira fascinante, especialmente quando consideramos a essência do investimento e o valor intrínseco.

Warren Buffett, conhecido como um dos maiores investidores de todos os tempos, é um defensor ardente da abordagem de investimento de valor . Sua filosofia se baseia em identificar empresas sólidas, com fundamentos robustos e lideranças consistentes, e investir nelas a longo prazo. Essa visão alinha-se à busca de Da Vinci por aprimoramento constante e à atenção meticulosa aos detalhes em sua arte .

Da mesma forma como Da Vinci dedicou anos ao desenvolvimento de suas habilidades artísticas antes de criar a "Mona Lisa", Buffett passou décadas aprimorando suas estratégias e aprendendo com experiências do mercado antes de atingir seu ápice como investidor.

O Valor Intríseco

A relação com a essência do investimento e de valor reside na ideia de que ambos Da Vinci e Buffett valorizavam a qualidade intrínseca de suas respectivas áreas. Para Buffett, era a qualidade subjacente das empresas; para Da Vinci, era a busca pela perfeição artística.

Ambos compreendiam a importância de olhar além do superficial e reconhecer o valor duradouro.

Essa correlação reflete a ideia de que o verdadeiro sucesso no investimento, assim como na criação artística, demanda paciência, discernimento e uma dedicação contínua à busca da qualidade intrínseca. Em um mundo onde os valores podem oscilar, a ênfase na essência do investimento e na criação de valor permanece como uma constante , moldando o legado duradouro tanto de Da Vinci quanto de Warren Buffett.

Desafio aos Deuses

Warren Buffett, com sua abordagem de investimento de valor e foco na análise fundamental, compartilha alguns princípios com Eugene Fama, renomado por sua eficiente teoria dos mercados financeiros. Ambos enfatizam a eficácia do mercado em refletir informações disponíveis . Por outro lado, Robert Shiller, com sua teoria sobre a irracionalidade do mercado, diverge dessa visão, argumentando que fatores psicológicos e comportamentais também influenciam os movimentos do mercado . Buffett, enquanto absorve a sabedoria dessas teorias acadêmicas, aplica uma abordagem mais pragmática, evidenciando sua flexibilidade em incorporar elementos de diversas teorias ao adaptar-se ao mundo real dos investimentos.

Science — Scientia

Ao considerar Nassim Taleb, cuja visão é fundamentada na incerteza e nos eventos extremos, tanto Buffett quanto Da Vinci podem ser vistos como exemplos de indivíduos que compreendem a importância de gerenciar riscos . Buffett, ao aprender com tropeços e ajustar estratégias, demonstra resiliência frente à incerteza nos mercados. Da Vinci, por sua vez, ao enfrentar desafios em sua busca incessante por inovação artística, reflete uma mentalidade adaptável diante de um terreno muitas vezes imprevisível. Em um mundo onde a incerteza é inerente, a visão de Taleb destaca a relevância da preparação para o desconhecido, lição valiosa tanto para o investimento quanto para a inovação artística

A Lenda, o Papa e a Fera

Peter Lynch — A Lenda

Peter Lynch, uma lenda nos círculos de investimento, trilhou uma trajetória marcante que o elevou à categoria de ícone financeiro. Sua abordagem incisiva e perspicaz é encapsulada pela filosofia de investir no que se conhece e compreende profundamente. Lynch, durante sua gestão do Magellan Fund, não apenas superou consistentemente o mercado, mas também

defendeu a simplicidade, sugerindo que investir não precisa ser complexo.

Peter Lynch alcançou um sucesso notável em sua carreira como gestor de fundos de investimento. Durante seu período à frente do Magellan Fund da Fidelity Investments, de 1977 a 1990, Lynch obteve um desempenho extraordinário, superando consistentemente o mercado de ações. Durante sua gestão, o fundo registrou uma taxa de retorno média anual de cerca de 29%, superando amplamente o desempenho do índice S&P 500.

A lenda de Lynch é entrelaçada com sua capacidade única de identificar oportunidades em empresas cotidianas, aquelas que fazem parte da vida cotidiana . Seu mantra de "compre o que você conhece" ressoa como um lembrete atemporal da importância de investir em empresas cujas operações são compreensíveis e têm potencial de crescimento. A elegância de Lynch está na simplicidade eficaz de sua abordagem , uma fórmula que continua a inspirar investidores a trilharem caminhos de sucesso no mercado financeiro.

Aswath Damodaran — O Papa

Aswath Damodaran, renomado professor de finanças, é uma figura ilustre cuja erudição e perspicácia moldaram profundamente o campo de avaliação de investimentos. Sua trajetória é marcada por uma maestria inigualável na aplicação de modelos financeiros e teorias de valuation . Damodaran não apenas desafiou paradigmas, mas também emergiu como uma voz proeminente na compreensão intrínseca de valuation de empresas.

O maior sucesso de Aswath Damodaran reside em sua notável contribuição para a teoria e prática da avaliação de empresas. Sua obra "Valuation: Measuring and Managing the Value of Companies" é

amplamente considerada como uma referência indispensável no campo da avaliação financeira. Nesse livro, Damodaran explora de maneira abrangente e profunda os princípios e metodologias fundamentais para avaliar empresas, oferecendo insights valiosos para estudantes, profissionais financeiros e investidores.

Sua abordagem elegante transcende fórmulas, incorporando uma compreensão holística dos mercados e um compromisso com a clareza conceitual. Damodaran é mais do que um acadêmico; ele é um guia sábio, traduzindo a complexidade financeira em princípios acessíveis . Seu legado é uma sinfonia de conhecimento refinado, refletindo uma carreira dedicada a iluminar mentes e redefinir os padrões no vasto panorama das finanças corporativas.

Além disso, Damodaran é reconhecido por suas palestras, workshops e materiais online que democratizam o conhecimento em finanças corporativas e avaliação, alcançando uma audiência global . Seu sucesso vai além da academia, influenciando a prática financeira e capacitando indivíduos a compreenderem e aplicarem conceitos complexos de forma prática e acessível. Damodaran é, assim, um ícone na disseminação do conhecimento em finanças, consolidando-se como uma autoridade respeitada em avaliação de empresas.

Michael Steinhardt — A Fera

Michael Steinhardt, um pioneiro e ícone dos mercados financeiros, é reverenciado por sua notável carreira no mundo dos investimentos. Sua trajetória é uma sinfonia de conquistas e inovações, destacando-se como um dos mais bem-sucedidos gestores de hedge funds na história de Wall Street. Ao fundar a Steinhardt, Fine, Berkowitz & Co. em

1967, Steinhardt construiu uma reputação estelar ao adotar estratégias ousadas e inovadoras. Sua abordagem centrada em macroinvestimentos, combinada com uma visão aguçada e instintos refinados, permitiu-lhe antecipar e capitalizar em mudanças significativas nos mercados globais.

A habilidade de Steinhardt para gerenciar riscos e gerar retornos excepcionais o destacou como um líder visionário. Sua capacidade de navegar por cenários complexos e desafios econômicos consolidou seu lugar como uma lenda em Wall Street . Além de suas realizações financeiras, Steinhardt também é conhecido por seu envolvimento filantrópico significativo. Sua dedicação em apoiar causas educacionais e culturais adiciona uma dimensão humanitária à sua notável carreira.

A elegância de Steinhardt não reside apenas em sua habilidade em superar os desafios financeiros, mas também em seu impacto duradouro e multifacetado no mundo dos investimentos e além. Embora ele seja amplamente reconhecido por suas realizações notáveis nos mercados financeiros, sua carreira não esteve imune a desafios, notadamente em sua incursão nos mercados emergentes . Com a elegância inerente a um investidor de sua estatura, Steinhardt reconheceu humildemente que sua experiência nos mercados em desenvolvimento não foi isenta de dificuldades.

Ao explorar oportunidades nos mercados emergentes, ele encontrou obstáculos que ilustram a complexidade e a volatilidade inerentes a essas regiões . Seus investimentos, embora fundamentados em análises cuidadosas, podem ter sido impactados por fatores imprevisíveis e mudanças repentinas nas condições econômicas. A capacidade de reconhecer e aprender com esses desafios é, em si, um testemunho da mentalidade resiliente e adaptativa de Steinhardt .

Decision-Making — Consilium

O Círculo de Competência

a década de 1990, os fundos de hedge experimentaram uma explosão de popularidade, levando os investidores a baterem à porta dos gestores, implorando para participarem de seus fundos. Cada investidor sofisticado parecia ansioso para se envolver nesse tipo de investimento, talvez atraído pela exclusividade associada a ele . A expressão "hedge fund" tornou-se ubíqua, e, de acordo com a autobiografia de Steinhardt, intitulada "No Bull", sua firma foi inundada por potenciais investidores suplicando para serem incluídos no fundo.

Steinhardt descreveu em sua autobiografia como era difícil participar de eventos sociais sem ser cercado por solicitações de investimento. Enquanto o dinheiro estava abundantemente disponível, Michael Steinhardt lançou seu quarto fundo, o segundo em offshore, em 1993, denominado Steinhardt Overseas Fund . Nesse ponto, a gestão atingiu a marca de US$ 5 bilhões, uma quantia notável na época e ainda relevante nos dias de hoje.

Essa soma significativa superava em mais de 200 vezes o capital com o qual Steinhardt inicialmente começou, mesmo ajustado para inflação. Consequentemente, a alocação desse volume considerável tornou-se desafiadora, especialmente dada a preferência de Steinhardt por investir em small caps e mid caps, áreas em que ele tinha um

conhecimento profundo. A incursão nos mercados estrangeiros representou uma saída do familiar território de competência para Michael Steinhardt.

Acostumado ao cenário americano, o tamanho crescente de seu novo fundo tornou-se um desafio para sua performance. Diante dessa dificuldade, Steinhardt tomou uma decisão imprudente: aventurou-se em território desconhecido .

É crucial destacar que grande parte de seu sucesso derivava do profundo entendimento dos mercados em que atuava. Contudo, ao explorar mercados estrangeiros, ele foi seduzido pelo potencial de ganhos apresentado pelos mercados emergentes. O problema fundamental residia no fato de que Steinhardt carecia de conhecimento sobre os ambientes de negócios e os sistemas políticos desses novos territórios.

Ele recorda: "Infelizmente, seguimos em frente sem qualquer hesitação". Ações estrangeiras já estavam marginalmente fora de sua esfera de competência, mas ele decidiu ir além: o fundo começou a realizar operações com swaps de dívidas nacionais e de câmbio. Conforme Steinhardt ganhava confiança em suas operações, ele se afastava cada vez mais de sua área de especialização .

Uma citação notável de Charlie Munger ressoa:

Decision-Making — Consilium

“Se você joga um jogo no qual outras pessoas têm aptidão e você não, você perderá”.

Michael Steinhardt, inadvertidamente, estava envolvido em um jogo destinado ao fracasso, pois o excesso de confiança o levou a aumentar as apostas mais rapidamente do que seria considerado prudente. A crença equivocada de que poderia aplicar seu profundo conhecimento do mercado americano em cenários globais foi um dos principais erros cometidos

O ponto de virada desastroso ocorreu com o aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve em fevereiro de 1994. Isso provocou uma queda nos bonds americanos, mas a queda nos bonds europeus foi ainda mais significativa. Em um curto período de quatro dias, Michael Steinhardt perdeu US$ 800 milhões .

Investir uma quantia tão substancial em algo que não era plenamente compreendido revelou-se uma maneira eficaz de perder dinheiro. No entanto, o dano não se limitou à perda financeira; o desgaste psicológico foi ainda mais pronunciado após esse episódio .

O investidor não pôde ignorar seus sentimentos, descrevendo em suas próprias palavras: "1987 me abalou; 1994 foi devastador. Uma parte de mim foi levada e não pode ser recuperada"

Após o ano de 1994, Steinhardt e os clientes que

optaram por permanecer com ele experimentaram um retorno de 26% no ano seguinte. Apesar disso, Michael decidiu se aposentar de suas atividades nesse período.

Até o início de 1994, sua carreira tinha sido praticamente impecável, proporcionando aos seus clientes um retorno anual médio de 31% . Mesmo diante das perdas de 29% nesse ano, Steinhardt conseguiu manter um dos históricos de retorno mais impressionantes registrados.

A importância de se ater ao círculo de competência é fundamental no mundo dos investimentos. Embora não tenhamos controle sobre os retornos que o mercado nos proporcionará, evitar grandes erros é meio caminho para o sucesso. A complexidade reside na persistente tentação de se desviar do caminho correto .

O comportamento inadequado em relação aos investimentos figura como um dos principais causadores de prejuízos. Divergir do círculo de competência representa uma das maneiras mais comuns pelas quais os investidores falham em termos comportamentais . É, portanto, crucial compreender a extensão do próprio círculo de competência e permanecer dentro de seus limites. Reconhecer as lacunas de conhecimento e manter a disciplina pode fazer toda a diferença.

Não se trata de desencorajar a saída da zona de conforto, pois tal movimento é necessário para expandir horizontes e adquirir novos aprendizados. No entanto, ao aventurar-se em áreas desconhecidas, é imperativo proceder com cautela e racionalidade.

“A Arte de Investir” O

investimento e o valor, concebidos por diferentes perspectivas, revelam a complexidade e a subjetividade inerentes ao mundo financeiro. Eugene Fama destaca a eficiência do mercado, enquanto Robert Schiller destaca as nuances emocionais. Nassim Taleb alerta para eventos imprevisíveis, contrastando com a precisão de Da Vinci ao criar a Mona Lisa

Warren Buffett e Peter Lynch , mestres da análise fundamentalista, ressaltam a busca por empresas subvalorizadas. Aswath Damodaran destaca a valoração intrínseca, considerando fundamentos e projeções. Michael Steinhardt destaca a importância de entender o próprio círculo de competência.

Elegantemente, essas perspectivas convergem na arte de investir: reconhecer o valor, entender o mercado, lidar com imprevisibilidades e, como na Mona Lisa, encontrar a beleza única em cada oportunidade de investimento

Na dança vertiginosa do mercado financeiro, a tomada de decisão nos investimentos se assemelha a uma partida de xadrez em que os peões são, na verdade, especuladores que se movem ao som de

notas desafinadas da Bolsa de Valores. A aversão ao risco surge como um conselheiro cauteloso, sussurrando ao ouvido do investidor para não apostar todas as fichas naquela ação que promete "triplicar em uma semana". Afinal, quem precisa de estresse financeiro quando se pode ter uma noite tranquila de sono na cama feita de dólares?

Entretanto, o espetáculo não estaria completo sem a estrela da noite: o Fear of Missing Out, ou FOMO, uma criatura mitológica que assombra os corredores de Wall Street, empurrando os investidores a participar da última moda financeira como se fosse o evento do ano . Imagine um desfile de moda em que os investidores correm para a passarela, esperando ansiosamente para desfilar com o último IPO da temporada.

A história da Long-Term Capital Management, liderada pelo visionário John Meriwether, é uma comédia trágica em três atos, onde as fórmulas matemáticas brilhantes revelam-se tão confiáveis quanto um guarda-chuva de papel em uma tempestade financeira . Quem poderia imaginar que o mercado não seguiria obedientemente as linhas de código?

Seth Klarman, o filósofo sábio do mundo dos investimentos, nos oferece seus sermões de sabedoria no artigo "Why Value Investors Are Different" . Ele nos lembra que, em um mundo onde muitos buscam a próxima grande coisa, os verdadeiros gênios são aqueles que têm a paciência de esperar por uma barganha financeira como se estivessem comprando descontos em liquidação.

Em última análise, a tomada de decisão nos investimentos é um espetáculo de marionetes onde os participantes tentam equilibrar-se em uma corda bamba financeira, enquanto o mercado ri deles com um sorriso cínico estampado na face da Mona Lisa .

Value Investing — Investitio in Valorem

Pequeno título, grande sabedoria: “Why Value Investors Are Different”

Oartigo de Seth Klarman, é um guia iluminado para os investidores que buscam mais do que apenas a emoção fugaz dos altos e baixos do mercado. Klarman, o sábio oráculo do value investing, compartilha suas reflexões como se fossem pérolas preciosas, dispersando sabedoria financeira em um mundo muitas vezes movido pelo frenesi.

No epicentro de seu tratado, Klarman destaca a distinção fundamental entre o value investing e outras abordagens . Ele propõe uma jornada longe da histeria coletiva que caracteriza muitos investimentos modernos, sugerindo que os verdadeiros tesouros estão escondidos nas oportunidades menosprezadas e ignoradas.

O autor nos convida a abandonar o espetáculo das ações da moda e a abraçar a paciência como uma virtude. Ele desmistifica a pressa ansiosa do Fear of Missing Out (FOMO) , instando os investidores a resistirem à tentação da corrida desenfreada e a se deleitarem na serenidade de esperar pela verdadeira barganha.

Klarman, com a maestria de um filósofo financeiro, explora a noção de que a diferença entre value investors e outros participantes do mercado reside na disciplina e no entendimento de que o verda-

deiro valor não se revela em um piscar de olhos, mas ao longo do tempo.

Em essência, "Why Value Investors Are Different" é um farol que guia investidores através das tempestades do mercado, oferecendo a promessa de retornos sustentáveis em um oceano de especulações voláteis. Este artigo não apenas informa, mas inspira, lembrando-nos de que, em um mundo de investimentos tumultuado, a verdadeira diferença está na busca paciente e deliberada por valor.

“ A mais preciosa lição dos mais de 50 anos – e a contagem ainda continua – da magnífica trajetória de investimentos de Warren Buffett reside no relato lendário de sua firme convicção durante o bear market de 1973-75. Em 1973, Buffett discerniu com precisão que as ações de empresas como o Washington Post estavam sendo negociadas por uma pequena fração de seu valor intrínseco. Ele notou que numerosos compradores estariam dispostos a pagar várias vezes mais do que o mercado estava precificando para adquirir o Washington Post em sua totalidade.” — O artigo inicia descrevendo a primeira aquisição de ações do Washington Post feita por Buffett durante o bear market de 1973 a 1975.

Value Investing — Investitio in Valorem

O Oráculo de Boston, o Rei e o Cavaleiro de Valorium

Prosseguindo, Klarman explana a escolha desse exemplo: "ele evoca a memória do que ocorre nos bear markets" . Especificamente, boas oportunidades de compra tornam-se ainda mais atrativas. O caso do Washington Post ilustra de forma notável a resiliência de Buffett, fundamental para a construção de sua vasta fortuna.

Caso o Oráculo de Omaha tivesse sucumbido ao pânico durante a baixa do mercado em 1974 e 1975, provavelmente teria perdido a chance de ampliar sua participação na empresa. Buffett permaneceu indiferente às opiniões do mercado sobre o Washington Post. Sua abordagem foi avaliar o negócio e adquirir uma participação significativa com um desconto substancial – isso era o essencial .

Segundo Seth Klarman, o que distingue os investidores em valor é a capacidade de ignorar a corrente de pensamento predominante no mercado, investindo com base em fundamentos e desconsiderando emoções. Adicionalmente, ele destaca que os investidores em valor devem possuir uma "arrogância necessária" para tomar decisões contrárias ao consenso do mercado

Entretanto, Klarman sublinha a importância de dosar essa "arrogância" para respeitar as opiniões de outros investidores, igualmente dedicados e

inteligentes. O cerne do argumento de Seth Klarman, resumidamente, é que vale a pena adotar uma postura contrariana, mas para obter sucesso nesse empreendimento, é essencial possuir paciência e convicção nas próprias ideias .

O Rei de Valorium

A obra mais conhecida de Benjamin Graham é "The Intelligent Investor" (O Investidor Inteligente), publicada pela primeira vez em 1949. Graham é amplamente considerado como o pai do investimento em valor e mentor de Warren Buffett . O livro destila suas ideias e filosofias sobre investir de maneira inteligente e eficiente.

Graham introduz o conceito de "margem de segurança", que sugere que os investidores devem comprar ativos por um preço inferior ao seu valor intrínseco, proporcionando uma margem de segurança contra a volatilidade do mercado. Ele enfatiza a importância de uma abordagem disciplinada e metódica, destacando que o investimento é mais uma atividade empresarial do que uma especulação.

Além disso, Graham distingue entre investimento e especulação, enfatizando a

Value Investing — Investitio in Valorem

necessidade de focar em empresas sólidas com fundamentos robustos em vez de tentar prever flutuações de curto prazo no mercado. Ele também popularizou a análise fundamentalista, encorajando os investidores a examinar detalhadamente os fundamentos das empresas antes de investir.

A obra de Benjamin Graham continua sendo uma referência essencial no mundo dos investimentos, proporcionando princípios duradouros que moldaram a mentalidade de investidores bem-sucedidos ao longo das décadas.

A obra, de leitura desafiadora, revelou-se uma jornada intelectual exigente, destacando-se pela densidade da prosa e pela complexidade das ideias. A experiência, embora demandante, proporcionou uma imersão única na profundidade do tema, resultando em uma recompensa valiosa ao desvendar insights e nuances gradualmente.

O Cavaleiro

David Dodd foi um renomado economista e professor universitário norte-americano, mais conhecido por sua colaboração com Benjamin Graham na criação de uma abordagem de investimento que ficou conhecida como Value Investing (Investimento em Valor) . Dodd foi um dos pioneiros no campo da análise financeira e teve uma influência significativa na teoria de investimento.

Dodd era professor na Columbia Business School , onde começou a trabalhar com Graham em 1928. Juntos, eles co-escreveram o influente livro "Security Analysis" (Análise de Segurança) , publicado pela primeira vez em 1934. Essa obra é considerada um marco na literatura de investimentos e estabeleceu os fundamentos da análise

fundamentalista. A parceria entre Dodd e Graham foi essencial para o desenvolvimento do conceito de "margem de segurança", que se tornou um princípio central no Value Investing Eles enfatizaram a importância de comprar ativos por um preço abaixo de seu valor intrínseco, proporcionando uma margem de segurança contra a volatilidade do mercado.

David continuou a lecionar até a aposentadoria em 1965 e manteve sua relevância no mundo dos investimentos ao longo de sua vida. Sua contribuição significativa para a teoria de investimento em conjunto com Benjamin Graham solidificou sua posição como uma figura-chave na história do Value Investing .

O Oráculo de Boston

Seth Klarman, investidor, gestor de fundos e autor conhecido por sua abordagem de Value Investing, é fortemente influenciado pelos princípios de Benjamin Graham e David Dodd. Sua obra mais conhecida é o livro

"Margin of Safety: Risk-Averse Value Investing Strategies for the Thoughtful Investor" (Margem de Segurança: Estratégias de Investimento em Valor para o Investidor Cauteloso) , publicado pela primeira vez em 1991 — uma das obras sobre investimentos, quiçá a mais proeminente, é reconhecida como uma das mais valiosas da história.

" Margin of Safety" tornou-se uma obra-prima respeitada no mundo dos investimentos. Neste livro, Klarman compartilha sua filosofia de investimento, enfatizando a importância da busca por uma "margem de segurança" em todas as transações financeiras. Ele argumenta que os investidores devem comprar ativos a

Value Investing — Investitio in Valorem

preços significativamente abaixo de seu valor intrínseco para proteger-se contra incertezas e volatilidades do mercado. Klarman destaca a necessidade de paciência e disciplina no processo de investir . Ele encoraja os investidores a resistirem à tentação das modas e especulações de curto prazo, concentrando-se em fundamentos sólidos e na análise rigorosa das empresas.

Além de seu livro, Klarman é reconhecido por liderar a Baupost Group, uma empresa de gestão de fundos de hedge. Sua abordagem cautelosa e centrada no valor consolidou seu status como um dos investidores mais respeitados de sua geração . Embora seu livro seja considerado raro e caro devido à sua disponibilidade limitada, as ideias de Klarman continuam a influenciar investidores em todo o mundo, enfatizando a importância da prudência e da busca de margens de segurança sólidas.

A Trindade de Wall Street

Benjamin Graham e David Dodd, os visionários da finança, uniram forças para criar o épico "Security Analysis" , uma bíblia de investimentos que transforma até mesmo os céticos em adeptos do Value Investing. Imagine-os como os maestros do mercado, conduzindo uma sinfonia de análises criteriosas.

Agora, Seth Klarman, o mago moderno dos investimentos, surge com seu "Margin of Safety" , um tomo tão raro que garantir uma cópia é como capturar um unicórnio em Wall Street. Ele nos guia por um reino onde a prudência é rainha, e a busca por margens de segurança é uma jornada mais sagrada do que a busca pelo Santo Graal .

Nessa comédia financeira, Graham e Dodd são os veteranos sábios, enquanto Klarman é o herdeiro, jogando com astúcia no cassino do mercado. Juntos, formam uma trindade de investimento que faz até o próprio mercado se curvar perante seu conhecimento.

Margin of Safety

A Margin of Safety, núcleo da filosofia de investimento, destaca-se como uma peça fundamental para os investidores prudentes. Essa abordagem sutil, introduzida por Benjamin Graham e aprimorada por Seth Klarman, transcende a mera técnica, revelando-se uma estratégia vital para a preservação do capital. A essência reside em adquirir ativos por preços substancialmente abaixo de seu valor intrínseco , criando uma almofada que não apenas resguarda contra as volatilidades do mercado, mas também oferece a tranquilidade necessária para tomadas de decisões ponderadas e conscientes.

Aplicar a Margin of Safety demanda uma diligência meticulosa, um mergulho profundo na essência de uma empresa. A avaliação minuciosa de fundamentos, a análise criteriosa de balanços, e a projeção perspicaz das potencialidades futuras são elementos-chave nesse processo . O investidor, ao estabelecer um preço de aquisição consideravelmente abaixo do valor intrínseco, molda um escudo contra a efemeridade dos mercados. A paciência é aqui a virtude principal, aguardando-se com serenidade as circunstâncias propícias que concederão a tão desejada margem .

Imaginemos um investidor que, ao invés de se deixar influenciar pelo frenesi momentâneo do mercado, opta por adquirir ações de uma empresa sólida imersa temporariamente em uma crise . Esse ato elegante, fundamentado na Margin of Safety, revela-se uma estratégia refinada. Comprando ações a um preço que reflete não a atual adversidade, mas o valor verdadeiro da empresa , o investidor não apenas se protege contra oscilações indesejadas, mas também tece uma tapeçaria de oportunidades.

A Busca por Valor no Investimento

O mundo dos investimentos é um vasto e complexo campo que transcende a mera alocação de recursos. A compreensão do que é investimento e valor demanda uma análise profunda das diferentes perspectivas e abordagens que moldam esse universo. Neste contexto, a eficiência de mercado, conforme delineada por Eugene Fama e Robert Shiller, emerge como um ponto crucial. Fama argumenta que os preços dos ativos refletem todas as informações disponíveis, enquanto Shiller destaca a influência das emoções humanas e eventos irracionalmente exuberantes. Ambos os pontos, apesar de aparentemente contraditórios, contribuem para uma visão holística da dinâmica do mercado

O comportamento humano, conforme explorado por Nassim Taleb, adiciona uma camada de imprevisibilidade ao cenário. Taleb, ao introduzir o conceito de "Cisne Negro", destaca eventos altamente improváveis que exercem impactos significativos .

Essa perspectiva desafia as premissas tradicionais de modelagem financeira e enfatiza a necessidade de resiliência e adaptação em estratégias de investimento.

As bolhas e crises, exemplificadas nos livros "Desafio aos Deuses", "When Genius Failed" e "Liar's Poker", ressaltam a vulnerabilidade intrínseca do sistema financeiro . Esses relatos históricos fornecem lições valiosas sobre a fragilidade das instituições e a importância de uma abordagem prudente diante da exuberância irracional.

A interseção entre Da Vinci e a Mona Lisa e Buffett destaca a importância da compreensão do valor subjacente. Assim como Da Vinci capturou a essência da Mona Lisa, Buffett busca identificar empresas subvalorizadas com sólidos fundamentos. Essa convergência entre arte e investimento destaca a beleza encontrada na análise cuidadosa e na apreciação do valor

intrínseco .

A ciência de investir defendida por P eter Lynch , que advogava por uma abordagem acessível e compreensível para o investimento, Aswath Damodaran , que contribui para a discussão com sua abordagem minuciosa de valuation de empresas, e Michael Steinhardt , um dos mais bem-sucedidos gestores de fundos hedge, sua abordagem arrojada e visão estratégica o catapultaram para o estrelato financeiro por seu talento em antecipar movimentos do mercado, enfatiza a análise fundamental, a avaliação de riscos e a busca por oportunidades subestimadas . Cada abordagem adiciona uma perspectiva única, formando um arsenal abrangente para o investidor astuto.

Margin of Safety — Margo Securitatis

A tomada de decisão e o círculo de competência, exemplificados pela experiência de Steinhardt, ilustra a importância de reconhecer os próprios limites. Steinhardt, embora sábio no mercado americano, quase sucumbiu ao investir em mercados emergentes , destacando a necessidade de autoconhecimento e humildade no processo de investimento.

A arte de investir emerge como uma síntese equilibrada de diversas disciplinas, onde a intuição, a análise técnica e a análise fundamental coexistem. É a habilidade de sintetizar informações e agir com discernimento que define o verdadeiro artista do investimento .

O Value Investing, proposto por Benjamin Graham e David Dodd, é uma filosofia que transcende a simples busca por ações subvalorizadas. Incorpora uma mentalidade de longo prazo, paciência e disciplina para colher os frutos do investimento em ativos infravalorizados .

A trindade do value investing e a margin of safety , conforme postuladas por Graham e Dodd, e enriquecido pelas ideias de Seth Klarman, que destaca a necessidade de margem de segurança em seu livro, representam os pilares fundamentais da gestão de riscos e do sucesso a longo prazo. A busca por ativos com margem de segurança incorpora a prudência e a proteção contra a incerteza inerente ao mercado, proporcionando uma estrutura sólida para decisões fundamentadas .

Em suma, compreender o que é investimento e valor é uma jornada multifacetada que exige uma síntese inteligente das teorias, práticas e lições do passado Uma abordagem equilibrada que incorpora a ciência, a arte, a prudência e a paciência é essencial para prosperar em um mundo financeiramente dinâmico e desafiador.

Investir é um intricado balé entre ciência e arte.

Parafraseando Graham, "o investimento bem-sucedido é sobre gerir o risco, não evitá-lo", encapsulando a importância da trindade nos investimentos. Nas palavras de Da Vinci, "a simplicidade é a sofisticação máxima" , ecoando o ethos de investir de forma inteligente e perspicaz em um mundo financeiro dinâmico e desafiador.

Ao mergulhar nas complexidades do investimento e valor, esta jornada de reflexões revela-se como um delicado balé financeiro. Navegar entre as teorias de Fama e Schiller, as lições de Taleb, as narrativas de crises, e a fusão entre Da Vinci e Buffett, é como apreciar uma tapeçaria onde cada fio contribui para a trama única da sabedoria financeira. Ciência e arte entrelaçam-se, com Lynch, Damodaran e Steinhardt apresentando performances distintas neste palco intricado.

A tomada de decisão, regida pela trindade inabalável, destila uma elegância singular na selva de incertezas. Investir, descubro, transcende o meramente transacional; é um exercício de humildade e paciência perante a imprevisibilidade do mercado. Esta Carta é uma reverência à constante evolução, uma homenagem à paciência, e um brinde à sofisticada arte de discernir valor em cada movimento financeiro.

Que a dança prossiga com graça e lucidez.

“Spend each day trying to be a little wiser than you were when you woke up. Day by day, and at the end of the day-if you live long enough-like most people, you will get out of life what you deserve.” — Charlie Munger, ‘Poor Charlie's Almanack: The Wit and Wisdom of Charles T. Munger’.

“It has been more profitable for us to bind together in the wrong direction than to be alone in the right one. Those who have followed the assertive idiot rather than the introspective wise person have passed us some of their genes. This is apparent from a social pathology: psychopaths rally followers.” — Nassim Nicholas Taleb, ‘The Black Swan: The Impact of the Highly Improbable’.

“The efficient market theory is one of the better models in the sense that it can be taken as true for every purpose I can think of. For investment purposes, there are very few investors that shouldn't behave as if markets are totally efficient.” — Eugene Fama.

“In the future, we will surely have even bigger such bubbles, each built up around its new and different new era story, and we will have to invent new names for them.” — Robert J. Shiller, ‘Irrational Exuberance’.

“The pleasure of rooting for Goliath is that you can expect to win. The pleasure of rooting for David is that, while you don’t know what to expect, you stand at least a chance of being inspired.” — Michael Lewis, ‘Moneyball: The Art of Winning an Unfair Game’.

“If you can’t convince yourself “When I’m down 25 percent, I’m a buyer” and banish forever the fatal thought “When I’m down 25 percent, I’m a seller,” then you’ll never make a decent profit in stocks.” — Peter Lynch, ‘One Up on Wall Street: How To Use What You Already Know To Make Money in the Market’.

“I was happier when pursuing success than I was when savoring its fruits; the attraction, perhaps the addiction, was in the process, as much as in its end.” — Michael Steinhardt.

“The intrinsic value of an asset is determined by the cash flows you expect that asset to generate over its life and how uncertain you feel about these cash flows.” — Aswath Damodaran, ‘The Little Book of Valuation: How to Value a Company, Pick a Stock and Profit’.

“There is nothing esoteric about value investing. It is simply the process of determining the value underlying a security and then buying it at a considerable discount from that value. It is really that simple. The greatest challenge is maintaining the requisite patience and discipline to buy only when prices are attractive and to sell when they are not, avoiding the short-term performance frenzy that engulfs most market participants.” — Seth Klarman.

A “Revista” para Value Investors.

Inspirada na extinta revista da IP Capital, a nossa “Garota de Ipanema”.

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