ESBOÇO PARA HELIPORTO - RELATÓRIO DE ATIVIDADES - 1ª Etapa

Page 1

1

PROGRAMA MUNICIPAL DE FOMENTO À DANÇA | 16º EDITAL RELATÓRIO DE ATIVIDADES - 1ª Etapa

PROJETO: ESBOÇO PARA HELIPORTO - MANUTENÇÃO E SUSTENTABILIDADE sheila ribeiro|dona orpheline

São Paulo, 15 de dezembro de 2014


2

ÍNDICE

INTRODUÇÃO

04

MANUTENÇÃO E SUSTENTABILIDADE

05

CHAMANDO ELA

10

// Livro Chamando Ela

10

// Ações Continuadas

14

// Intervenção coreográfica

25

ARQUIVO

28

AÇÃO DE FORMAÇÃO| por Camila Casseano

29

De assistente de produção à produtora executiva (Camila Casseano)

29

Produção em Dança

30

7x7 | por Rodrigo Monteiro

34

PASSAGEM DE COORDENAÇÃO

36

ENCONTROS COM A EQUIPE

37

AÇÕES EM EVENTOS ESPECÍFICOS

42

FESTIVAL CONTEMPORÂNEO DE DANÇA

45

COMPARTILHAMENTOS METODOLÓGICOS

47

RETOMADA DE INTERLOCUÇÃO COM AUTORES-ARTISTAS (Bienal SESC de Santos)

49

CRIAÇÃO DE REDE

50

REVERBERAÇÕES PONTUAIS

53

CONTINUIDADE

55


3

Anexos

Anexo I - Planejamento Geral de Execução Anexo II - Planejamento Financeiro Anexo III- Cartão Chamando Ela Anexo IV - Clipping


4

INTRODUÇÃO O Esboço para Heliporto começou sobrevoando... Achou num pequeno café no bairro de Perdizes a oportunidade de se fazer presente fomentando uma nova maneira de se pensar em escritório, antenada com o trânsito contemporâneo pra um local que estava começando - o Café Délice. Encontrando artistas, galeristas, psicólogos, estudantes… Um modo de ocupar. experienciando a cidade para além de estruturas fixas e concretas. Continuando a criação de uma geografia simbólica, que complexifica a cultura e é incapaz de se limitar a um só traçado. É o Chamando Ela percorrendo e ultrapassando rotas A rede expansa do 7x7 dona orpheline ocupando uma cidade que...

1ª Etapa - compreende 6 meses do plano de trabalho: 13/06 a 12/12/14. O projeto Esboço para Heliporto, aprovado na 16ª Edição do Programa de Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo, teve início em meados de junho de 2014, com grande alegria pela conquista que é, simplesmente, o fato de ganhar esse Fomento, pois ele significa a legitimação do trabalho artístico específico e autoral de sheila ribeiro | dona orpheline, através da manutenção do seu núcleo artístico, articulando condições e estrutura de trabalho para que atividades de pesquisa artística, criação, produção, difusão, comunicação, encontros, discussão e arquivo em Dança possam gerar sustentabilidade e promulgação da sua existência enquanto parte da cultura em dança. Relembrando o que previu esta primeira etapa de trabalho, cuja duração foi de 6 MESES, e contempla os seguintes eixos de ação: Manutenção e Sustentabilidade, a partir de um Planejamento Geral Detalhado e Planejamento Financeiro em 3 etapas; Início da Contratação de serviços; Treinamento corporal; Continuidade do Chamando Ela e suas ações continuadas; Continuidade do projeto 7x7 (seteporsete.net) com inicio da coordenação da equipe com Rodrigo Monteiro e retomada dos encontros mensais (de 1 a 6) da equipe a fim de criar Rede e Diálogo a partir dos encontros conectivos de cada interlocutor; Arquivo com Levantamento, Classificação e Restauro de materiais de cena; Manutenção e atualização do portal sheilaribeiro.net; e ainda, a Ação de Formação: Produção em Dança através do compartilhamento do trabalho do núcleo artístico sheila ribeiro | dona orpheline com estudantes e interessados em geral em se aproximar e conhecer melhor o nosso trabalho.


5

MANUTENÇÃO E SUSTENTABILIDADE

Atividades Gerais de Manutenção e Sustentabilidade do núcleo artístico O primeiro trabalho enfrentado foi readequar a proposta do projeto, considerando o corte de 25% da verba existente para o mesmo; a fim de minimizar os impactos deste, e manter seu nível de excelência. Para o núcleo artístico, foi fundamental manter a publicação do livrocoreográfico Chamando Ela, desdobramento do projeto Combustão Remix, fomentado na 12ª Edição do Edital de Fomento à Dança, dando assim continuidade a uma de suas atividades fundamentais. Para tanto, foi necessário abrir mão de uma das atividades propostas, os Encontros CHOQUE. Listamos a seguir os itens que passaram por reajustes devido à readequação orçamentária, resultando em modificações, seja no seu formato de execução, no seu tempo de duração e/ou investimento de recursos. Proposta considerando o corte em 25% do valor total do projeto. A fim de garantir a qualidade artística do mesmo, seguem as alterações pontuais previstas:

Nº item rubrica

Redução de cachê em 10,8% da diretora artística Sheila Ribeiro

1

Redução de cachê em 10% da gestora Naiada Dubard

2

Redução de cachê em 10% da produtora executiva Camila Casseano

3

Redução de cachê em 14% da assistente – a contratar

4

Redução de cachê em 11% e no tempo de 3 para 2 meses com colaborador Alex Guerra, na nova criação de CODEX

5


6

Redução de cachê em 11% do valor e no modo de operar em colaboração com Wagner Schwartz na nova criação de CODEX.

6

Redução de cachê em 11% do colaborador Cristian Duarte e convidada. Mantém-se o tempo de 1 mês em colaboração artística para o CODEX

7

Redução de cachê em 14% dos Músicos Colaboradores Tom Monteiro e Jihad Smaili para criação sonora de CODEX.

8

Redução de cachê em 25% do valor e no tempo, de 20 para 18 meses, das ações continuadas com os colaboradores Tiago Lima e João Meireles do Chamando Ela.

9

Redução de cachê em 25% . Passam a ser realizadas 2 intervenções públicas do trio Chamando Ela, ao invés de 3 (como previsto inicialmente)

10

Redução de cachê em 14% do colaborador Lucas Länder (designer)

11

Redução em 50% . Trabalharemos com menos bilinguismo no Chamando Ela.

12

Redução de cachê em 25% na função de coordenação do 7X7, de Rodrigo Monteiro.

13

Redução de cachê em 25% da equipe do 7X7 em suas atividades continuadas

14

Redução em 25% na contratação de serviço de tradução dos textos do 7X7.

15

Item suprimido. Cachê ref. aos convidados dos Encontros CHOQUE. Atividade anulada a fim de preservar a qualidade artística das demais ações envolvidas.

16

Redução em 53% na contratação de um Arquivista Profissional. Teremos uma consultoria no lugar de uma assessoria a médio prazo (inicialmente prevista)

17

Redução em 20% do valor total destinado a despesas com Transporte

21

Item suprimido. Ligado à produção dos Encontros CHOQUE.

22

Redução em 19% do valor total destinado a despesas com Alimentação

23

Item suprimido. Ligado à produção dos Encontros CHOQUE.

24

Redução em 33% do valor total destinado a despesas com Hospedagem do colaborador artístico João Meirelles (Chamando Ela) que vem à São Paulo

25


7

para as intervenções públicas previstas pelo trio neste projeto. Reduzimos de 15 para 10 diárias na cidade. Redução em 40% do valor total destinado a Aluguel de Estúdio. Mudança no modo de operar com os artistas colaboradores para criação CODEX. De 10 para 6 meses.

29

Redução em 33%. De 9 para 6 apresentações de CODEX

30

Redução em 33%. De 9 para 6 apresentações de CODEX

31

Redução em 33%. De 9 para 6 apresentações de CODEX

32

Redução em 33%. De 9 para 6 apresentações de CODEX

33

Redução em 30% do valor total destinado a Aluguel de Escritório.

34

Os valores permanecem proporcionais ao valor final do projeto.

38

Em seguida, realizamos um planejamento detalhado das ações no tempo, a partir do cronograma geral inicial, o que resultou num Cronograma de Execução que vem sendo nosso guia-orientador das prioridades e necessidades para que o projeto seja realizado em sua plenitude. (Em anexo I) Igualmente, desenvolvemos um planejamento financeiro de desembolso, considerando as 3 etapas do projeto. (Em anexo II) A partir deste planejamento financeiro, detectamos um impasse, a ser resolvido futura e conjuntamente com a Secretaria Municipal de Cultura, na Etapa 3 do projeto, que tem uma duração prevista de 8 meses, porém, não terá ainda liberado os 20% dos seus recursos finais, o que implica em praticamente 5 meses de trabalho sem recursos financeiros disponíveis. Como realizar essa manobra ainda é uma questão delicada, mas que pretendemos enfrentá-la um pouco mais adiante. Dando continuidade as nossas ações de MANUTENÇÃO e SUSTENTABILIDADE do núcleo sheila ribeiro | dona orpheline graças à existência de uma equipe fixa e comprometida com o trabalho, foram possíveis as seguintes realizações: 1. Continuidade de produções cruzadas da artista Sheila Ribeiro em rede: Na primeira fase do projeto Esboço para Heliporto, a artista Sheila Ribeiro realizou algumas produções cruzadas, nos seguintes projetos: Tira meu fôlego, com direção de Elisa


8

Ohtake, realizando um total de 05 apresentações, nas cidades de Santos, São Paulo e Salvador, sendo exibido também na TV SESC; Discoreografia - música, dança e blá, blá, blá, de Elisabete Finger; Uma risada te sepultará, no Centro Cultural São Paulo, participando da programação O imaginário dos 50 anos do Golpe nos dias 03/08 e de 14 a 24/08; Rumos Legado Dança sampleado #sheilaribeiro, no Itaú Cultural, em 07/12/2014. Em seis meses de trabalho foram muitos encontros e trocas, destacando-se as trocas de experiências e pesquisas com Alejandro Ahmed, Tamara Cubas, Leandro Berton, Wagner Schwartz e Cristian Duarte. Além disso, a continuação dos seguintes projetos: Texto de abertura da trilogia Wagner Schwartz no SESC Pompéia; continuidade e desenvolvimento da relação artística com Vera Sala e participação de sua Ocupação “São Joãos”, no antigo cinema Art Palácio e da ocupação “Lugar Nenhum”, na Praça Vitor Civita. Participação no Festival Olhares sobre o Corpo - Uberlândia, 29 e 30/08/2014.

2. Inscrições em editais, visando sustentabilidade, desdobramentos e potencialização das ações do projeto Esboço para Heliporto: *Virada Cultural Paulista 2015: circulação da obra Chamando Ela Sem Eles [esperando resultado, sem previsão] * Festival VIDEOBRASIL - circulação da obra Chamando Ela Sem Eles e projeto de apoio as Ações continuadas do Chamando Ela. [resultado previsto para Março de 2015]. *Edital Parecerista MinC - a fim de participar dos processos de avaliação e seleção de projetos culturais em Dança do país; [esperando RESULTADO, Dezembro de 2014] *Edital Espaços Culturais Banco do Brasil - a fim de estabelecer parceria e planificar as apresentações da nova criação CODEX, em 2016. [Aguardando resultado previsto para Dezembro de 2014]. *Edital Iberescena: para Residência Artística junto a PAR, em Montevidéu, com o projeto Chamando Ela. [Resultado negativo, Dezembro de 2014]. * ExperimentoBio 2014 : envio de 4 imagens do projeto Chamando Ela, buscando ampliar as fontes de circulação e visibilidade do projeto e concorrendo a um prêmio. *Edital Proac: circulação da obra Chamando Ela Sem Eles pela cidade e estado de SP. [Resultado negativo, outubro de 2014]. *Edital SESI: circulação da obra Lugar para Ficar em Pé por 8 unidades do SESI, interior do Estado de SP. [Resultado negativo].

3. Desenvolvimento das relações com produtores diversos, montando propostas específicas para os espaços culturais da cidade, a seguir:


9

-

-

Proposta de Workshop e produção da obra Chamando Ela Sem Eles para Oficinas Culturais Oswald de Andrade, e articulação com o espaço para realizarmos em parceria o lançamento do livro coreográfico Chamando Ela, em Abril de 2015; Proposta de circulação do Chamando Ela para a rede SESC; Proposta (em FR) para o Festival Quartiers Dance2015 (Quebec); Primeiros contatos com Ashkan Alwan: http://ashkalalwan.org/ - pensando futura residência artística.

4. Reunião de Avaliação (3 meses) do projeto pela equipe fixa: Avaliar os primeiros meses de projeto foi fundamental para olhar o andamento do Esboço para Heliporto e alinhar a equipe de base formada por: Camila Casseano (produtora executiva), Naiada Dubard (gestora), Sheila Ribeiro (diretora artística) e Maria Julia Carvalho (assistente de produção). Naquele momento de retrospectiva, de correções e de traçados futuros, o tema central que demonstrou necessidade de afinação foi a comunicação da equipe. É de extrema importância identificar o que pode atravancar, para rever e enxergar balizas que potencializem o trabalho. Por isso as funções de cada membro foram revistas, experiências e dificuldades foram compartilhadas, a fim de acertar timings e fluir da melhor maneira a coordenação das ações.

5. Treino Nesta primeira fase a artista Sheila Ribeiro se dedicou ao treino de Pilates.


10

CHAMANDO ELA

O Chamando Ela foi um dos maiores focos do projeto nesta 1ª etapa. Continuando o processo já iniciado no Combustão Remix, de reverberar a potência do trabalho, e seus inúmeros módulos e possibilidades. Entre as ações previstas estavam a publicação online de algumas intervenções, bem como as etapas de pré e de produção do livro Chamando Ela. // Livro Chamando Ela A etapa de pré-produção do livro foi iniciada no primeiro mês de projeto, com a retomada do contato com a gráfica e editora Ipsis. Após o entendimento de etapas e cronograma da gráfica, foi preciso olhar novamente para o arquivo do livro, que tinha sido concluído em 2012, durante o projeto Combustão Remix, na 12ª edição do Fomento à Dança. Como este material foi revisitado após 2 anos, os ajustes necessários demandaram alguns meses de trabalho do trio Chamando Ela – Sheila Ribeiro, Tiago Lima e João Meirelles com o colaborador designer Lucas Länder, para chegar no refinamento estético que a obra exige. Foi retomado o minucioso trabalho de afinação do projeto gráfico do livro, na revisão e tradução dos textos, na arte final das fotografias e no acabamento material do livro em si. O processo incluiu: - pedidos de ajustes do trio de artistas ao designer; - revisão e ajustes do designer Lucas Länder; - visita à gráfica Ipsis pela produtora e artistas para verificar as especificações técnicas do material orçado; - adequação de material e acabamentos gráficos (papel, textura, relevo, verniz, etc); - reformulação de orçamento e processo de contratação, de acordo com as alterações fundamentais solicitadas:


11

1- capa flexível substituída pela capa de papelão rígido, permitindo que o título do livro seja em baixo relevo; 2- Acabamento em costura aparente, que permite a abertura do livro a 180 graus. Dessa forma, o livro terá uma aparência similar das fotos abaixo:

Exemplo de acabamento com costura aparente.

3- Uso da tinta flúor em algumas fotos, ressaltando detalhes em neon do editorial “Pixo Misterminds”. 4- Adição de uma folha transparente, em acetado, para um “jogo” importante no editorial “La cura open- source di Salvatore Iaconesi” - uma composição entre as pessoas fotografadas e as imagens de tumores inseridas em suas cabeças.

Pixo|Misterminds

La cura open-source di Salvatore Iaconesi

Esse processo com a gráfica exigiu o desenvolvimento de uma expertise em editoração. É um procedimento que demanda um diálogo contínuo com a gráfica para ajustes no arquivo junto ao designer e o trio de artistas do Chamando Ela, bem como negociações importantes que garantiram que o valor total do livro coubesse dentro da rubrica prevista no orçamento do projeto. Com essa segunda leva de demandas o retorno da gráfica levou cerca de um mês. O orçamento foi definido, o contrato assinado, e a nota fiscal emitida para o dia 15 de dezembro. No início da segunda fase inicia-se o procedimento de provas gráficas e digitais junto à gráfica Ipsis. A previsão é que o arquivo dê entrada na gráfica em 2015, no dia 26/01 para estar pronto


12

no dia 26/02. O mês de março será dedicado à distribuição e o mês de abril ao início das ações de lançamento. Paralelamente aos trâmites de produção do material artístico com a Ipsis, houve o planejamento das etapas de distribuição e lançamento do livro. O pensamento estratégico aqui se deu através de muitas consultas e diálogos a órgãos e pessoas envolvidas na área de (editoração), como o jornalista, escritor, editor, doutor em Comunicação e Semiótica, Chico Barbosa, que compartilhou um pouco sua experiência neste mercado, confirmando o bom período para lançamento no mês de abril de 2015, após o início da distribuição pelas principais livrarias. A vivência desses meses de primeira fase foi do aumento de repertório editorial, de materiais gráficos, estratégias e formas de distribuição e alcance comunicacional da área de livros de arte. Com informações e nuances altamente refinadas, com uma das melhores gráficas da América Latina, com uma importante distribuidora no seguimento artístico. Sobrevoamos pelo o que havia de melhor. Por indicação da Ipsis, o contato de distribuição foi feito com a Distribuidora Bookmix, que tem um alcance expressivo com grandes livrarias e também com o mercado alternativo. Ficou claro neste momento que o melhor período para distribuição seria depois do recesso de carnaval, em 2015, e que antes do lançamento o livro deverá estar disponível em diversas livrarias do país, como as livrarias Saraiva, Cultura, Martins Fontes, Travessa, Livraria da Vila; dando acesso a um grande e variado publico à obra coreográfica, à artista, ao Fomento e à Secretaria Municipal de Cultura. Em 2015 estará a disposição em bibliotecas, espaços públicos, e por ai, nas livrarias do país afora, seguindo e respeitando a distribuição prevista no projeto: 20% da tiragem distribuído gratuitamente para pares, colaboradores e instituições relacionadas em nível nacional e internacional; 30% da tiragem distribuída a bibliotecas, espaços públicos e outros acervos de referência e relevância para a cidade de São Paulo; 50% - Distribuição comercializada em livrarias. Um dos lançamentos está sendo pensado para acontecer nas Oficinas Culturais Oswald de Andrade, em abril, com curadoria de Jaqueline Vasconcellos, e alinhado a uma ação artística do Chamando Ela (parceria e proposta em andamento). Abaixo um gostinho da página de expediente do livro-coreográfico, com ISBN registrado junto à Biblioteca Nacional e à Câmara Brasileira do Livro.


13

O livro Chamando Ela potencializou as ações da companhia de conceitos e expandiu ainda mais a rede no período desses seis meses. Continua reverberando, sobrevoando entre inúmeras ações e possibilidades. Cronograma de publicação do livro: Janeiro: mês de provas digitais e em máquina, na Gráfica e Editora Ipsis. 26 de janeiro: Entrada do material na gráfica 26 de fevereiro: Livro Pronto Março: início da distribuição Abril: mês de lançamento Um exemplar do livro Chamando Ela será anexado ao relatório de fechamento da 2ª fase do projeto Esboço para Heliporto.


14

// Ações Continuadas 1. Intervenções na Web e atualização da plataforma chamandoela.com O trio Chamando Ela entendeu que suas ações na Web precisavam ser melhor aproveitadas, sendo assim, decidiram começar fazendo um levantamento do que já foi publicado e dedicar mais tempo a esse material pouco explorado. Esse levantamento aconteceu no sobrevoo das ações do Chamando Ela nas plataformas WEB (Behance, Vimeo, Facebook, chamandoela.com), revisitando editoriais realizados a fim de promover maior visibilidade dos mesmos. Paralelamente, o trio entrou numa fase de pesquisas de novas criações, e continua trabalhando no tratamento e seleção de imagens de editoriais ainda não finalizados para entrar em rede. A plataforma do Facebook foi escolhida para fazermos uma exposição mensal dos diversos editoriais existentes. A cada mês as publicações na sua pagina da rede social (facebook.com/chamandoela) referem-se a um editorial, que explora e direciona o olhar para o material de arquivo e aproveita para publicar imagens inéditas, que não fizeram parte da seleção inicial publicada na plataforma do Behance. Ordem dos editoriais difundidos na web:

Chamando Ela | Bombom - setembro


15

Chamando Ela | Dismembered Nautic - outubro

Chamando Ela | Kate Lost - novembro


16

Chamando Ela | Sem Sal - dezembro

A previsão é que 2015 comece com o editorial Devices (janeiro), seguido de ultraBRIC (fevereiro) e Coagulation (março).

Chamando Ela | Devices - janeiro


17

Chamando Ela | ultraBRIC - fevereiro

Chamando Ela | Coagulation - marรงo


18

O editorial A cabeça, a cama, o chão foi publicado nesta 1ª etapa no Behance do Chamando Ela (behance.net/chamandoela), mas ainda não explorado nas demais plataformas do projeto.

Chamando Ela |a cabeça, a cama, o chão

Segue o link para apreciação do mesmo na íntegra: https://www.behance.net/gallery/12434625/a-cabeca-a-cama-o-chao-head-bed-floor Ainda contamos com mais 4 obras de dança prontas para publicar on-line, processualmente, e tomando o tempo estratégico para divulga-las e promove-las nas redes do projeto, ao longo da 2a etapa do projeto: CHAMANDO ELA | A Cura-Open-Source de Salvatore Iaconesi CHAMANDO ELA | nordestinos, southerns CHAMANDO ELA | BR Amore CHAMANDO ELA | apagando ele


19

A atualização da plataforma digital chamandoela.com, que demanda reconfigurações de programação do site e uma revisão do seu design, foi replaneja para se efetivar paralelamente às ações de lançamento e distribuição do livro do projeto.


20

2. Mini exposição | Chamando Ela Salão Luxo, de Ciça Schlithler Rua Aspicuelta, 193 - Vila Madalena Período: setembro a dezembro/ 2014 A hair stylist Ciça Schlithler convidou a artista Sheila Ribeiro para expor algumas imagens do Chamando Ela, após receber um catálogo do projeto. Catálogo esse elaborado e impresso na 12ª edição do edital de Fomento à Dança. Reverberação. O Chamando Ela tem vislumbrado caminhos para exposições e inserção em galerias. O convite para a estreia nas vitrines da Vila Madalena antecipou a ação do Chamando como exposição. Deu início ao trabalho de produção em articular as demandas técnicas necessárias. A pesquisa pela impressão em fine art foi realizada, principalmente, pelo fotógrafo do trio, Tiago Lima, que encontrou o refinado trabalho do ateliê de impressão Gicleria [gicleria.com.br]. O trabalho profissional de impressão em papel algodão foi finalizado e emoldurado na Capricho Molduras, de onde saiu com um lindo acabamento para a exposição no Salão Luxo.

O sucesso da exposição entre os frequentadores do salão e pessoas que circulavam pela rua Aspicuelta fez emergir uma demanda ligada à comunicação dos interessados com os artistas do Chamando Ela. Para isso o design Lucas Lander criou a arte de um cartão de visitas, que foi confeccionado e disposto pelo salão. Segue anexo uma amostra. O Chamando Ela projeta a dança no imaginário de quem vê essa vitrine. Mostra que a dança está vivendo de maneira modular e multiformatada. É a apresentação do corpo via fotografia e moda, da performance na cidade - dia e noite, desmistificando e trazendo acesso ao trabalho artístico na vida cotidiana das pessoas que frequentam ou passam pelo salão de beleza.


21

Vitrine do Salão Luxo

Outra ação de reverberação que se mostrou estratégica e emergiu da exposição no Salão Luxo, foi a de produzir algumas peças para importantes colaboradores que fazem parte desta rede. Decio Tozzi recebe imagem do Chamando Ela onde o vestido que desenhou - e q reproduz seu prédio o Fórum Trabalhista Ruy Barbosa, na Barra Funda - esta em destaque. Essa imagem fará parte de sua coleção levando o Chamando Ela para morar ao lado de Mira Schendel e Claudio Tozzi, pra citar alguns, estimulando ainda mais cruzamento, visibilidade e futuros convites que cruzarão artes do corpo e artes visuais.


22

Chamando Ela | Dentro|Forum

3. Chamando Ela - (apresentações) Nesses 6 meses de projeto o Chamando Ela Sem Eles apresentou sua dança digital em 3 lugares, entre eles: Centro Cultural da Juventude, Estação Satyros (Praça Roosevelt) e no Instituto Anchietanum, local da Ação de Formação I, que será abordada abaixo. VII Mostra do Fomento à Dança - Centro Cultural da Juventude Nosso envolvimento com a Mostra do Fomento começou logo nas primeiras convocatórias para se pensar a estrutura e programação junto aos pares. Foram importantes encontros na SMC nos quais atitudes foram discutidas e tomadas, e permitiram a reestruturação da maneira de produzir e dar visibilidade à mostra. Compartilhamos da posição que o pouco orçamento disponível para esta realização fosse destinado para investir numa equipe de produção e assessoria de imprensa, a fim da mostra ocupar a presença de um grande evento de dança na cidade, de ocupar seu espaço de reconhecimento na reunião do melhor que a cidade produz em dança. Com essa aposta foi possível o início de uma importante mobilização de artistas e do público da dança de São Paulo, um novo público começou a circular pelos espetáculos. A


23

proposta de ocupar os centros culturais e ter um alcance além do espaço comum do centro da cidade continua tendo uma característica de expansão. O Chamando Ela foi para o Centro Cultural da Juventude. Um sábado a tarde no qual a programação do centro cultural era mínima. No cartaz de divulgação do dia e na programação local não tinha qualquer informação sobre a apresentação. O bairro do Limão pouco sabia que a dança do núcleo artístico sheila ribeiro | dona orpheline estava pra acontecer. O Chamando Ela ocupou o espaço. Projetado em 3 pontos diferentes do centro cultural, com uma música central que tomou conta dos 3 andares do lugar. Quem frequentava o espaço sentou pra ver. O Chamando Ela foi projetado em casas da Zona Norte, essas casas foram projetadas no Chamando Ela. Tenondé-Porã - Santa Ifigênia - Fórum da Barra Funda - Salvador.

Centro Cultural da Juventude

Satyrianas 2014 | PerforMix - Estação Satyros Sheila Ribeiro foi convidada pelo curador Marcus Bastos para fazer parte da programação do PerforMix 2014, dentro do evento Satyrianas. O PerforMix tem a proposta de um levantamento das tendências atuais da performance. Um trânsito entre o entorno amplo do espaço público e o a intimidade cubícula do underground. A instalação aconteceu na Estação Satyros, que foi reinaugurado para o evento, mantendo as características de um porão conceitual nos anos 1980. Um labirinto de obras, espaços, movimento.


24

Foi uma rica experiência, na qual o público presente estava interessado em ver performance. Este era o direcionamento. Dezenas de pessoas assistiram à performance durante seus 36 min. E na rua o público de 60 mil pessoas ocupava a Praça Roosevelt durante os 4 dias de Satyrianas.

PerforMix | Estação Satyros

Como os vetores presentes no projeto gráfico do Chamando Ela, este trabalho apresenta ações modulares, que se configuram a cada evento de uma forma inédita. Para a segunda fase do projeto esta rede tende a se expandir, através do livro, de seus lançamentos e reverberações que virão na execução de novas intervenções coreográficas e exposições de dança na web, no investimento de tempo e energia para levar o Chamando Ela para Galerias gerando novas oportunidades de exposições , projeções, pulsando o nosso hub.


25

// Intervenção coreográfica Chamando Ela | ciclofaixa A partir e entrando nas notícias e discussões que permeiam o cotidiano paulistano - nos prós e contras das ciclovias. Durante o mês de outubro e novembro nos dedicamos à pesquisa, criação e o roteiro dramatúrgico das ações nas locações. Criamos uma dança em quatro locações com ciclofaixas, com dois colaboradores principais: o artista Berbela e o fashion designer Guilherme Rodrigues. Berbela, mecânico e artista, recicla peças de sua oficina em esculturas, como a bicicleta usada no editorial: uma bicicletaescultura-obra-de-arte, de 16 mil leds, som, dvd, buzina e uma grande diversidade de objetos. Guilherme Rodrigues, fashionista do LED. Chamando Ela neon, led, vestido de luz, dia e noite. O Chamando Ela traçou uma rota dançada pelas ciclofaixas permanentes de São Paulo. Partiu de Paraisópolis, passando pelo bicicletário municipal do Largo da Batata, por Higienópolis (Rua Piauí e Parque Buenos Aires), pela Freguesia do Ó, e terminando no movimentado domingo à noite do Largo do Arouche - uma coreografia vivida rodada, assistida e participada pelos moradores de cada região percorrida. Congruentemente, Fernanda Perniciotti convida a artista Sheila Ribeiro para participar de um programa-piloto sobre “apropriações estéticas” - TV Cultura. O programa tem a proposta de acompanhar os bastidores do trabalho da artista. A zona de colaboração sheila ribeiro | dona orpheline traz o programa para dentro da intervenção Chamando Ela | ciclofaixas. A obra multimodular Chamando ela | ciclofaixas, consiste na intervenção coreográfica (23/11/2014), na criação de um editorial de moda e de uma exposição e compartilhamento na web - essas duas ultimas ações, reverberações programadas para a 2a fase do projeto. Dentro do pensamento de expansão da arte da dança e desenvolvimento de conectividade e rede, estamos envolvendo movimentos ligados à mobilidade urbana em São Paulo, são eles: Blog do ciclista, Pedala SP, Bike Anjo, Transporte ativo, Mobilize e Ciclo Cidade.


26

Making Of | Higienópolis

a cidade está no chamando ela o chamando ela é a cidade dona orpheline e publico conhecem ciclorrotas permanentes que nos apresentam ao hábito da tentativa diários da bicicleta - Tiago e Sheila e Camila e Mica e.. para além do esporte, para o transporte e para a dança aproxima-se “a moradora” de Higienópolis - que convive com a ciclovia - a admirar um trabalho artístico sendo contra às ciclofaixas. diz: “que lindoooo! Posso tirar foto? Posso por no Facebook? ainda bem que alguém fez alguma coisa que presta nessa merda, nessa bosta” Ela, em frente ao edifício que vive, o “Edifício Piauí”, é mais um código local haquedo pelo Chamando Ela que, antes, criou a dramaturgia da performance considerando a historia e o contexto cultural do Bairro (resistente às ciclofaixas - e não só); de arquitetura Artacho Jurado que imita e mistura cinema hollywoodiano em art déco, modernismo, futurismo fascista e liberty em um só prédio que, para o fake arquiteto, na época, “agradava a classe média alta”. chamando ela + edifício Piauí + moradora +... a engenharia mecânica reciclada de Berbela, artista do led (Paraisópolis) - bike escultura.


27 Inspira os guardas do parque Buenos Aires (que dão pausa na vigilância) que querem saber mais sobre ela. Chamando Ela Ciclofaixa parou o trânsito com crianças, com a nova imigração segue chamando

Making Of | Freguesia do Ó (nov/2014)

Prevista inicialmente para a 2ª etapa do projeto, essa intervenção coreográfica ganhou corpo antes do esperado, pois preferimos respeitar e seguir o fluxo da criação artística e da necessidade deste timing na zona de colaboração e invertemos ações. Votamos por considerar a importância de antropofagizar os acontecimentos atuais - vivos, pulsantes.


28

ARQUIVO

O processo do arquivo no projeto Esboço para Heliporto teve início com o planejamento do arquivo do núcleo sheila ribeiro | dona orpheline, seguido do entendimento e organização do material físico e do arquivo gráfico de 2013 e 2014, além do sobrevoo e estabelecimento de um método para arquivo digital através do aplicativo Dropbox. O olhar mais demorado para a organização de todo o material do núcleo vem sendo feito através da pesquisa sobre que se tem. Gradativamente esse levantamento vem acontecendo a partir da organização de arquivos, da limpeza e formatação de computadores, HD’s e de arquivos online - reunidos, por enquanto ferramenta online dropbox e alguns projetos pilotos, como as pastas referentes às próprias atividades de 2014 e o arquivo completo do projeto 7x7. Seguindo essa necessidade, a contratação de uma arquivista para organizar e padronizar um método de arquivagem e formação de acervo foi postergada para a 2ª fase do projeto. O arquivo físico foi o primeiro a ser enfrentado nesta fase do projeto. A partir de junho de 2014 o material gráfico, figurinos, acessórios e outros materiais artísticos ligados à dona orpheline estão sendo levantados e organizados, estamos em cerca de 30% dessa organização.


29

AÇÃO DE FORMAÇÃO

Estão previstas 4 ações de formação, sendo 1 para a primeira fase. No início do projeto e ao longo das reuniões de planejamento do Esboço para Heliporto a ação de Formação específica em Produção da Dança mostrava-se pauta a ser enfrentada por conta dos desafios complexos que envolvem a maneira de produzir dança da zona de colaboração sheila ribeiro|dona orpheline, do chamado “grande publico” e dos próprios desafios da dança contemporânea no contexto social. Como estruturar um encontro que apresente e compartilhe modos de trabalho, métodos e funções? que estimule o interlocutor a saber e querer se formar em e produzir dança contemporânea? Nesta 1ª fase apresentamos duas ações: - Formação continuada de nossa assistente de produção preparando-a para assumir a função de produtora executiva ( Camila Casseano); - O evento aberto ao público: Café com Cultura - Anchietanum De assistente de produção à produtora executiva (Camila Casseano) A formação, no seio da sheila ribeiro|dona orpheline sempre existiu, da necessidade de pertinência na maneira de operar vinculada à pratica e à pesquisa de 20 anos. Investimos tempo, interesse e recurso em capacitar Camila Casseano, de maneira a espelhar o modelo único deste trabalho.. segue seu relato: “Quando comecei a trabalhar na sheila ribeiro|dona orpheline, como assistente de produção, eu não entendia bem o porquê de acompanhar a Sheila por quase todos os lugares. Vivia em ambientes onde eu era “alguém da produção” entre muitos artistas. Com o tempo e desenvolvimento do trabalho, na zona de colaboração, eu comecei a enxergar o quanto era


30

caro estar no convívio dessas pessoas. Entendi o quanto de informação e vivência eu apreendia dali, o quanto não precisava ser “muito orientada”, porque a produção acontecia na minha frente e ninguém precisava me explicar sobre ela. Fez todo o sentido perceber o porquê estava sempre em cópia em e-mails que muitas vezes não tinha assuntos relacionados diretamente com a minha função. Uma formação diária, contínua, que incorporava dados e métodos o tempo todo. Aos poucos, além dessa vivência, eu, minha imagem, ia se associando à imagem da Sheila e da dona orpheline. Quando dei por mim, era alguém que já era inserida no meio. Nesses 6 meses de sua aplicação enquanto produtora executiva, me capacitou no que diz respeito à editoração, sites e programação, montagem de espetáculo em palco, editorial de moda, fotografia, instalação conectiva, sobrevôo e propulsão - pra aprender a pousar (essas ultimas características próprias ao trabalho do núcleo artístico). Por isso acho importante que quem trabalha com produção tenha contato com esse ‘universo orpheline’, um universo de trabalho expanso e complexo. Este modelo de experiência fomenta diversidades de modos de operar em política cultural - é necessário.”

Produção em Dança (1) Café com Cultura Corpo Acontecimento - um mundo que a gente não sabe o que é Instituto de juventude Anchietanum, São Paulo 24.10, 20h ... da dança digital também não poderíamos esperar algo no sentido convencional. Sheila cresceu fazendo dança, foi bailarina clássica, graduou-se em dança. Mas entende que o corpo que dança já não é o mesmo corpo e, portanto, a dança também não poderia ser a mesma, ou uma coisa só. De acordo com a artista, a dança hoje não é apenas movimento, a dança é um posicionamento do corpo, que já não é mais – e só – o corpo humano. O corpo humano tornouse expanso. (Rachel Omoto Gabriel - Instituto Anchietanum)

Rachel Omoto Gabriel, programadora das atividades do instituto de juventude Anchietanum, convidou a artista Sheila Ribeiro para seu evento Café com Cultura que é uma atividade do instituto, que apresenta diferentes expressões culturais que podem ser contempladas, vividas e experimentadas, com a finalidade de refletir sobre a cultura contemporânea e suas manifestações. Ainda bem que a Rachel fica ligada no que acontece na cidade. Na Mostra do Fomento deste ano se interessou pelo Chamando Ela, vendo nesse trabalho uma ótima


31

oportunidade de compor o assunto que pretendia discutir: corpo e sexualidade. Respondemos o convite com uma proposta de formação continuada prevista nesse projeto. Na proposta original escrevemos: “Organizar 4 (quatro) visitas ao escritório para público jovem, em formação ou que tenha interesse em se profissionalizar na área de produção artística, a fim de apresentar forma de trabalho, ferramentas, métodos e funções, instigando as pessoas à produção cultural em Dança.” Proposta que foi revertida indo ao encontro com esses jovens. Desafios, para o preparo do encontro de jovens em formação. - compartilhar modelos de transito: como sensibilizar para a experiência de escritóriomóvel; de sustentabilidade; de maneiras de operar; - apontar e dividir a técnica e metodologia artística de sheila ribeiro|dona orpheline: as entrelinhas e nuances cotidianas são imediatamente relocadas na construção desse corpo: contexto, pessoas, relações, desejos, lutas, ou seja, desenvolvimento cultural. O corpo da dança digital são vários corpos. O corpo não precisa estar em sua forma “carne e osso” para existir; a dança pode ser um posicionamento do corpo e não seu movimento. (Rachel - Instituto Anchietanum) A ação de formação (2h) se concretizou permeando o próprio fazer de Sheila com seu colaborador, o fotógrafo Tiago Lima em seu projeto Chamando Ela. Cerca de 20 jovens (entre 18 a 30 anos), frequentadores do instituto se reuniram para assistir ao Chamando Ela Sem Eles e começar uma discussão em torno do tema CORPO-ACONTECIMENTO: um mundo que a gente não sabe o que é. De cara, os jovens, não pertencendo ao “mundo da dança” e não apresentando nenhum vicio de linguagem ou configuração, entravam nos assuntos do trabalho com a maior desenvoltura e complexidade: - “Por que você se pintou e se vestiu de afrobrasileira, foi numa festa importante de samba em Salvador, frequentada só por negros e você se coloca no centro do assunto como uma estrela, como uma celebridade e faz as pessoas tirarem fotos com você ou suas?” Maravilhosa e polêmica pergunta, que pode explicitar tanto os vetores de interesse de Sheila Ribeiro quando trata de publicidade, corpo, símbolos, brincadeiras e raqueamentos.


32

-

“Por que você tava correndo no aeroporto?” - pudemos falar de trânsitos e de designs da economia contemporânea que interessam ao Chamando Ela. Por que você chama o seu trabalho de “dança digital”?

A discussão se expandiu para o fim de semana dos jovens que permaneceram no instituto para discutir o encontro por mais dois dias. Um dos resultados disso foi o texto de Rachel Omoto Gabriel. E como ela mesma disse: “Se há algo que sua arte quer provocar é o aumento de vocabulário, idioma, repertório, recursos, cultura, estímulo. Sua arte não deseja mostrar um caminho, mas apontar para a existência de vários.”. Apresentando, compartilhando, instigando.


33

Café com Cultura | Anchietanum Jesuítas

O Chamando Ela é hoje um eixo fundamental no trabalho de Sheila Ribeiro. Toma caminhos próprios, se reconstrói a todo o momento e nesta atividade de formação, esse eixo é também conteúdo pedagógico e cultural. A emoção permeou todo o encontro. As pessoas estavam instigadas, atentas, vivas: artistas, os jovens Rachel e o Padre Alexandre. O encontro não queria acabar, as horas passavam e tinha um prazer de descobrir. é por inacessibilidade? é por escassez deste tipo de experiência? Existia, em um lugar cristão, o amor. Foi muito forte, para uma pratica radicalmente contemporânea, achar sua sacralidade também em ambiente religioso. Foi a primeira vez do Chamando Ela em ambiente desse gênero. Um encontro preparado para expandir, compartilha arte, dança, coreografia, cultura digital e outros via método, técnica, teoria, produção, formas de trabalhar, conceitos, geografia simbólica, cultura, política, religião, sagrado, amor e não para por aí. Deste encontro, ganhamos um presente de Rachel, que fala de nosso trabalho a partir do nome da artista: “Sheila Ribeiro sabe dos riscos que sua arte corre de ser lida apenas como reforço de ideias vigentes, ao invés de apontar, estimular, alargar sentidos, somar. Contudo, a artista afirma que prefere correr todos os riscos a fazer uma arte dogmática. De acordo com ela, é importante que a cultura tenha território vasto e coabitação de diferentes conceitos, com todos os riscos que isso implica.” Confira o texto completo de Rachel, aqui: http://www.jesuitasbrasil.com/jst/conteudo/visualiza_lo12.php?pag=;portaljesuitas;pag inas;visualiza_lo12&cod=11196&secao=197


34

7X7 | POR RODRIGO MONTEIRO (coordenador do projeto)

Mais ou menos isso e mais ou menos aquilo é 7x7 O 7X7 GANHOU APCA!!!! No início de dezembro 2014, tivemos a grande feliz surpresa de saber que fomos premiados pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) na categoria “Iniciativa em Dança”.


35

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2014/12/1556298-apca-divulga-lista-com-osmelhores-de-2014.shtml

Cura para todo o eu é 7x7 O reconhecimento de nosso trabalho através desse prêmio nos causa grande alegria pelo fato de estarmos movimentando o meio da dança através de ações que até então não existiam no país (e nem fora dele). Pioneiro mesmo mesmo e mesmo! Sim, comemoremos, estamos orgulhosos! O estímulo feito por nós para que artistas dialoguem artisticamente com seus pares é algo que potencializa a geração de debate e conhecimento para a dança. Um prêmio dado por uma associação de críticos para um projeto artístico que tem também como função repensar os formatos existentes da crítica me faz intuir que estamos trilhando por caminhos delicados, e por isso necessários de serem desbravados. O projeto Esboço para Heliporto - manutenção e sustentabilidade dá continuidade às ações do 7x7, iniciadas em 2009. Em Combustão Remix, 1o projeto do núcleo sheila ribeiro|dona orpheline contemplado anteriormente na 12ª edição do Fomento à Dança (2012), o 7x7 foi


36

introduzido na cidade, pela primeira vez, como um projeto simbolicamente maior naquilo que diz respeito não somente a uma básica estruturação de recursos (ter um portal, por exemplo e remunerar a equipe pela 1ª vez), mas principalmente naquilo que o reconhece como uma ação cultural para a dança, pioneira, que se reverbera na cidade como um grandioso presente desvia da visão oficial da critica e, de artista a artista - pluraliza a produção sobre a produção de cultura das artes do corpo no e do Brasil. Já dentro deste projeto, Esboço para Heliporto, em 2014, começamos a discutir quais seriam os rumos do 7x7 antes mesmo do início oficial do período de Fomento. As trocas de emails entre Sheila, Camila, Naiada e eu, futuro coordenador, foram sendo feitas entre abril (quando soube através da Sheila que havíamos ganhado o Fomento) e o início oficial do projeto, em junho de 2014. A grande mudança do 7x7 desde 2009 foi decidir e implementar a mudança de coordenação da artista que criou seu conceito, Sheila Ribeiro, para mim, Rodrigo Monteiro, um dos integrantes do 7x7 desde sua fundação. Em julho de 2014, dá-se inicio oficial ao 7x7 neste projeto. Camila, Naiada e eu tivemos nossa primeira reunião para afinarmos quais seriam as demarcações para o momento inicial do 7x7 dentro desse novo período. Destacamos que era fundamental: 1 - passar a coordenação da Sheila para mim de modo gradativo, através de reuniões constantes; 2 - reconectar a equipe. Até o momento, sob minha coordenação, foram realizados 6 encontros de coordenação, 7 encontros com a equipe dos 20 definidos no projeto e 2 encontros abertos (nomeados como “compartilhamentos metodológicos”) dos 4 que planejamos fazer.

Meu Selfie é 7X7 PASSAGEM DE COORDENAÇÃO Foram realizadas até o momento 6 reuniões de coordenação entre Sheila, Camila e Rodrigo para que tanto assuntos artísticos, conceituais quanto os de ordem prática e imediata (como a arrumação de arquivos, envio de e-mails, postagens no portal oficial do projeto seteporsete.net e em sua página facebook.com/projeto7x7) fossem tratados. Dos vários assuntos discutidos com relação ao trabalho de coordenação, destaco o que cabe a mim e que venho implementando há seis meses: -

ter sempre em mente que o trabalho do 7x7 é, antes de tudo, um trabalho artístico com pessoas e que a partir e através delas a rede conectiva do 7x7 se estabelece e gera reverberações em dança. Ou seja, a ação principal da coordenação é de ordem humana e artística sendo as questões técnicas e operacionais tratadas depois de se ter um trabalho cultural e comunicacional prévio e sedimentado com as pessoas que fazem o 7x7 (de dentro e de fora da equipe).


37

-

-

-

-

afinar as funções de cada um da equipe, de modo que cada vez fique mais claro o que é o 7x7 para cada um e o que cada um quer fazer no 7x7. Pois se trata de um conectivo, e não um coletivo, numa relação horizontal entre todos os membros. Para isso, é importante identificar o potencial de cada integrante da equipe. É a partir dos desejos, das vontades e das capacidades de cada um que eu, enquanto coordenador, preciso gerenciar as funções, pois é daí que todas a ações desenvolvidas terão mais e mais força e não deixarão que o 7x7 se torne um trabalho burocratizado, mecânico e sem energia (já que tem justamente a intenção de gerar energia), devido o seu caráter ativista. ter em mente que coordenar não é fazer o trabalho dos outros. aplicar, entre outros, os 5 “w” anglosaxônicos (who? where? what? when? how?) para não se perder em ações técnicas de coordenação, conectando pontos com coerência. ao invés de fazer cobranças à equipe, estimulá-la, colocando, desta forma, as “cartas na mesa” e mostrando o que está sendo feito. entender que algumas divergências de opiniões entre os integrantes da equipe precisam ser consideradas como pontos importantes, pois envolvem uma discussão cultural que faz parte do 7x7. Um conectivo não significa consenso de ideias o tempo todo. buscar e propor estratégias, junto à equipe local, para manter a conexão com seus membros hoje distantes fisicamente (Bruno Freire e Lucia Naser) para que possam acompanhar as reuniões e participar das açoes do 7x7. Como tratar a questão da territorialidade geográfica? desenvolver estratégias criativas para conflitos: os gerados dentro da equipe de artistas interlocutores; os entre esses artistas e os que desejam escrever para o 7x7; e os entre a produção do projeto e a produção de eventos específicos.

Para remendar o reconhecimento cultural alheio é 7X7 ENCONTROS COM A EQUIPE - 06

Encontro 1 - dia 30/07/2014, na Praça Victor Civita, dentro da instalação “Lugar Nenhum” (de Vera Sala, Hideki Matsuda e Marcus Bastos) - 2hrs; Encontro 2 - dia 15/08/2014, no Centro Cultural São Paulo, dentro da instalação “Uma risada te sepultará", de Sheila Ribeiro - 2hrs; Encontro 3 - dia 16/09/2014, no Centro Cultural São Paulo - 2hrs; Encontro 4 - dia 21/10/2014, no Centro Cultural São Paulo - 3hrs; Encontro 5 - dia 11/11/2014, no Café Central das Artes, no bairro da Pompéia - 3hrs; Encontro 6 - dia 12/12/2014, no Café Raiz, no bairro de Perdizes - 3hrs.


38

Até o 3º encontro, fazíamos 2 horas de reunião; contudo, identificamos que a quantidade de assuntos a serem desenvolvidos mensalmente demandava uma quantidade maior de tempo, fazendo com que a partir do 4º encontro passássemos a ficar 3 horas juntos. Por ser o 7x7 um exercício de trabalho em rede desenvolvido dentro da própria equipe, muitos dos encontros mesclaram presença presencial e digital (através de ferramentas como Skype e whatsapp) conectando integrantes da equipe em São Paulo (Arthur Moreau, Carol Moraes, Laura Bruno, Rodrigo Monteiro e Sheila Ribeiro) em Montevidéu, (Lucía Naser), e em Montpellier (Bruno Freire).

Aos meus inimigos é 7x7 Nossos encontros tiveram focos diversos, passando desde questões que envolviam a organização da equipe para eventos específicos (como a Mostra do Fomento à Dança e o Festival Contemporâneo de Dança) até discussões que permitiram com que revíssemos e ou entendêssemos nossos papéis dentro do projeto. Coloco abaixo algumas ideias e ações centrais desenvolvidas em cada um dos Encontros:

7x7 no CCSP, Encontro 2


39

Venoso e arterial é 7x7 Encontro 1 Como número 1 de 20, esse primeiro encontro foi uma espécie de boas vindas para todos da equipe e já para levantar alguns pontos sobre a participação do 7x7 dentro da programação da Mostra do Fomento à Dança. Fui apresentado como novo coordenador do projeto e Camila Casseano como nossa produtora executiva. Fizemos nosso encontro na Praça Victor Civita, dentro da instalação “Lugar Nenhum”, de Vera Sala, Hideki Matsuda e Marcus Bastos. Nossa conversa interna nesse espaço foi feita antes de uma palestra da Christine Greiner relacionada à proposta dos artistas da instalação. Tivemos (e continuamos tendo) a intenção de fazer nossos encontros em espaços onde possamos coabitar com outros artistas, com outras ideias. A presença na instalação criou, por si só, reverberações e eixos conectivos, dando visibilidade e implementação do 7x7 também na maneira de potencializar o encontro, de maneira pública e interpenetrada.

7x7 | Praça Victor Civita, Encontro 1

Engrenagens de um corpo é 7x7


40

Encontro 2 Realizado dentro da instalação “Uma risada te sepultará” (Sheila Ribeiro/2014), no Centro Cultural São Paulo, tivemos como foco planejar nossas ações dentro da Mostra do Fomento à Dança. Pensamos como faríamos a divulgação, o compartilhamento metodológico, as ocupações, as interlocuções e as postagens - todas essas ações propostas do 7x7 para a Mostra do Fomento. Retomamos aqui algo que fizemos pela última vez em setembro de 2013, quando nos encontramos para planejar as ações que realizamos na Bienal SESC de Dança (Santos). Encontro 3 O que ficou mais forte desse encontro realizado no Centro Cultural São Paulo, foram as necessidades que temos para atuarmos em eventos. Isso porque estávamos percebendo nossa organização e participação na Mostra do Fomento à Dança. Constatamos que o 7x7 com seu modo de operar específico, não corresponde a um formato normativo e que, por isso, alguns conflitos podem surgir quando ele é programado em um evento que trabalha com uma programação de espetáculos. A questão principal que ficou foi: como o 7x7 atua, transpassa, configura e é configurado por esse modelo?

Encontro 4 Introduzimos na pauta desse encontro algo fundamental para momentos em que a equipe está reunida: o que cada um está fazendo no 7x7? A partir dele, pudemos perceber e falar sobre não somente as últimas ações que cada um estava desenvolvendo, mas também pudemos já constatar alguns indícios de desejos futuros de todos. Nesse encontro, discutimos os cuidados que temos que ter para não criarmos regras ilegitimas de participação, que despotencializem o caráter artístico, criador e politico do 7x7. Discutimos também sobre nosso primeiro “Compartilhamento Metodológico” e como nos organizaríamos para o segundo, assim como desenvolveríamos as ações do 7x7 no Festival Contemporâneo de Dança.

Fomos e estamos, dissemos “Sim” é 7x7 Encontro 5 Aproveitando o período do Festival Contemporâneo de Dança, levantamos alguns pontos relacionados a nossa organização dentro de eventos específicos. Reconhecemos alguns cuidados e técnicas especificas que precisamos ter com relação à comunicação com a produção desses eventos (oral, por telefone, via email) para que nosso trabalho seja, desde esse ponto, conectivo, gerador de rede (de contatos e de afetos). Adentramos em questões relacionadas ao


41

conceito do 7x7, que colocaram em debate assuntos como as imagens que utilizamos na postagens e o estilo de escrita dos textos publicados. Encontro 6 Para fechar o ano e comemorar o recebimento do prêmio dado pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) na categoria “Iniciativa em Dança”, o último encontro do ano de 2014 teve caráter retrospectivo e apontador para 2015. Vimos o que deu e o que não deu certo, bem como conversamos sobre as ações que desejamos desenvolver na próxima fase do projeto. De algumas vontades, a que se mostrou mais propulsora foi a de criar novos formatos para o 7x7. Queremos fazer mais encontros presenciais com artistas, mais “conversas de bar” ( que alias é a alma do projeto!), assim como foi feito pela Caroline Mores e por mim quando fomos jantar com a Cecíllia Lisa depois da apresentação que ela fez de “Cow’s Theory”, no Festival Contemporâneo de Dança - apoiando ainda mais a relação material e de memória do 7x7 (em seu portal) e o caráter imaterial e efêmero que já existe entre todos os artistas. Acabamos esse ano desejando explorar a criação de outras maneiras de diálogo, conexão e reverberação.

Dança banhada de palavras é 7x7 AÇÕES EM EVENTOS ESPECÍFICOS OCUPAÇÃO DA INSTALAÇÃO “LUGAR NENHUM” O 7x7 acompanhou (e aplicou) seu desejo de gerar diálogo e coabitação. Na instalação “Lugar Nenhum”, de Vera Sala, Hideki Matsuda e Marcus Bastos aproveitamos para ocupar esta obra. Deixamos no espaço 5 impressos do 7x7 com textos publicados no portal oficial (em uma estante com outras referências deixadas por esses artistas), de modo que o 7x7 também ficasse disponível ao público que passasse pela instalação. Caroline Moraes fotografou a instalação e a performance da Vera Sala, enviou à artista algumas imagens pedidas por ela e está criando um 7x7 com esse material.

7x7 | Lugar Nenhum, de Vera Sala


42

Gestos como sarros de ideologias é 7x7 MOSTRA DO FOMENTO A participação do 7x7 na Mostra do Fomento foi divulgada no Portal Idança: http://idanca.net/mostra-fomento-danca-chega-8a-edicao-em-sao-paulo/ Nossas ações na Mostra do Fomento foram: - Ocupar 4 dos espaços da programação: Galeria Olido, Centro Cultural São Paulo, Centro Cultural da Penha, Centro Cultural da Juventude.

Fernanda Perniciotti, Rosa Hercoles e Helena Katz| Galeria Olido

Cartazes 7x7 nas ocupações da Mostra do Fomento


43

-

Fazer interlocução de textos que chegassem sobre os trabalhos apresentados na Mostra. Realizar nosso primeiro “Compartilhamento Metodológico”.

Gift é 7x7 Sheila Ribeiro, Camila Casseano e Maria Julia Carvalho compareceram à reunião/café de avaliação da Mostra do Fomento (17/10/2014), com Marcus Moreno, coordenador do Núcleo de Fomento à Dança, e alguns artistas que participaram da Mostra do Fomento à Dança. Como não pude estar localmente, escrevi o seguinte texto reflexivo sobre a participação do 7x7 no evento: “7x7 dentro da Mostra do Fomento à Dança, dentro do Núcleo do Fomento à Dança e dentro da SMC? Desde quando nasceu, em 2009, já foi enunciado um caráter de experimentação no 7x7. Com o passar do tempo e com o desenrolar do processo, esse caráter mostrou-se não apenas como elemento que faz e refaz o 7x7 o tempo todo, mas também anunciou que o 7x7 é uma ação conectada às mudanças necessárias ao pensamento do como a dança pode ser fruída, circulada e reverberada hoje em dia e daqui um tempo. O 7x7 dentro da Mostra do Fomento à Dança é mais uma sinalização da vontade de arriscar a fim de buscar as conexões e as coerências entre o evento, a cidade, os artistas e os públicos. Mais uma sinalização porque teve um núcleo de artistas e um núcleo de produtores que se juntaram para pensar essa Mostra. Como esses núcleos pensaram a programação de um trabalho em que uma apresentação não é o produto final? Como programaram algo que se espalha pelo espaço-tempo e que não se resume a um horário dentro do programa? Como é divulgar uma ação que não busca resultados imediatos, mas que instiga a abertura de diálogos que podem - ou não - gerir e gerar um texto sobre um trabalho de dança? Dentro da Mostra do Fomento, o 7x7 pôde contribuir pra desestabilizar as estruturas bastante consolidadas que operam para se pensar e se fazer uma curadoria que pede uma maleabilidade, uma flexibilidade em sua estrutura, ao mesmo tempo que pede uma rigidez e uma força em sua iniciativa. O 7x7 na Mostra é mais uma parte da experimentação, que ao mesmo tempo que a incita, coloca-a em questão.


44

Dentro do Núcleo de Fomento à Dança, o 7x7 iniciou uma aproximação que tenderá - tomara, pois trabalharemos pra que isso aconteça - para uma continuidade de vínculos e conversas. Por exemplo, foi nos repassada uma série de contatos para que possamos divulgar o projeto e para que lhes possamos fazer convites para próximos eventos e próximas conversas compartilhadas. Disso poderemos, tomara, pensar, junto com o Núcleo de Fomento à Dança, como podemos discutir, potencializar, ver e rever o fomento à dança na cidade de São Paulo. O 7x7 tem muitos elementos em sua proposta artística-conceitual que pode ajudar bastante pra isso, como, por exemplo, pensar a crítica-artística como algo que se espalha, gera aproximações e difusão de idéias. Para a SMC, o 7x7 pode surgir, à princípio, como um negócio estranho, que não se adapta muito bem às normas e hábitos desse lugar. Afinal: o que um trabalho que nem tem cara única, que se diz conectivo e não coletivo, pode contribuir para a discussão e promoção da cultura de uma cidade? É justamente por ser um projeto que estimula a fricção, o embate e o diálogo, que o 7x7 pode ser um projeto que permitirá que a SMC destaque a importância das diversidades políticas e estéticas como recursos que proporcionarão o reconhecimento e os modos como as diversidades culturais da cidade serão tratadas. Como projeto fomentado e que participa das discussões do fomento à dança dentro de uma Mostra do Fomento, o 7x7 testa algumas ações nesse ambiente cuja matriz de trabalho é extremamente simpática e direta a sua proposta estética e política: a reverberação”.

É tipo Gremilin? é 7x7 ? FESTIVAL CONTEMPORÂNEO DE DANÇA Essa foi a 6ª vez que o 7x7 participou do Festival Contemporâneo de Dança e, a cada ano, tem o seu setorzinho reservado dentro do portal do festival. Diferentemente da Mostra do Fomento na qual as ocupações eram visíveis - para o FCD repensamos a ocupação imaterial e com estímulo de fluxos. Para essa edição, realizamos as seguintes ações: -

Publicação de 8 textos textos da equipe, cobrindo todos os trabalhos apresentados no Festival: 1 - Marlene Monteiro (Guintche) X Arthur Moreau = Mais ou menos isso e mais ou menos aquilo http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=151 2 - Ivo Dimchev (Concerto) X Rodrigo Monteiro = Meu Selfie http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=150


45

3 - Ivo Dimchev (Concerto) X Arthur Moreau = Para remendar o reconhecimento cultural alheio http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=160 4 - Ivo Dimchev (ICure) X Caroline Moraes = Cura para todo o eu http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=158 5 - Santiago Turene e Miguel Jaime (Surto) X Caroline Moraes = Venoso e arterial http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=159 6 - Cecília Lisa (Cow’s Theory) X Arthur Moreau = Engrenagens de um corpo http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=162 7 - Luciana Chieregati (Gag) X Arthur Moreau = Dança banhada de palavras http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=163 8 - Taoufiq Izzediou (Rev’Illusion) X Arthur Moreau = Gestos como sarros de ideologias http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=164 Além dos textos da equipe, tivemos reverberaçoes de outros três 7x7 de artistas que nos enviaram suas criações: 9 - Marlene Monteiro (Guincthe) X Clarice Lima = Gift http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=147


46

10 - Marlene Monteiro (Guintche) X Tiago Luz = É tipo Gremilin?

http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=148 11 - Taoufiq Izzediou (Rev’Illusion) X Marina Guzzo = Sobre Rev’Illusion


47

http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=156 Bruno Freire, Lucia Naser e Sheila Ribeiro entraram como interlocutores dos textos produzidos pela equipe. As postagens foram feitas durante e logo apos o Festival Contemporâneo de Dança, promovendo, com isso, uma ‘pseudo’ cobertura artística do evento realizada pelo 7x7. Essa ação foi semelhante a que realizamos na Bienal SESC de Dança de 2013, como forma de reverberar o evento de dança, artisticamente, para além e para depois dele.

Sobre Rev’Illusion é 7x7 COMPARTILHAMENTOS METODOLÓGICOS Foram dois os “compartilhamentos metodologicos” do 7x7, um na Mostra do Fomento à Dança e o outro no Festival Contemporâneo de Dança, para ambos, preparamos: - Falar brevemente sobre o 7x7. - Escolher algum artista cujo trabalho já tenha sido abordado em algum 7x7. - Mostrar o vídeo de um trabalho de outro artista. Criar com os participantes um 7x7 a respeito. Com relação ao primeiro, tivemos problemas no processo de comunicação do 7x7, tanto para com o público quanto com a equipe da Mostra de Fomento. Entendemos a responsabilidade que o 7x7 tem no importante papel de contribuir para a reformulação de modelos e maneiras de ações em dança serem apresentadas na programação de eventos. Aprendemos sobre o falho item “comunicação”. No segundo compartilhamento, já com questões relacionadas à divulgação e comunicação melhor trabalhadas, igualmente não tivemos público. Dai surgiu um


48

questionamento, sobre formato proposto do compartilhamento metodológico de 7x7 e que precisamos reinventá-lo, já que o 7x7 tem seu claro e explícito público e interlocutor nos eventos, na web e em seu portal que é altamente visitado e comentado nas redes sociais do projeto. (facebook.com/projeto7x7) Os 2 “compartilhamentos metodológicos” feitos até o momento nos servem de reflexão e guia e nos orientam para os próximos. Desses dois eventos, surgiu a vontade de criar uma COREOGRAFIA 7X7 - ao invés de uma conversa. Queremos experimentar estar em cena com o 7x7, em forma de apresentação, de espetáculo de dança. Como seria?

Disponível é 7x7 RETOMADA DE INTERLOCUÇÃO COM AUTORES-ARTISTAS (Bienal SESC de Santos) Em 2013, o 7x7 foi convidado para participar da Bienal SESC de Dança do SESC Santos. Ficamos responsáveis por aplicar o 7x7 na Bienal, coabitando lateralmente às coberturas jornalísticas que o evento já tinha. Durante a Bienal, íamos publicando os textos dos artistas em nosso portal e no site do evento - um total de 15 - e publicamos, periodicamente, mais 15 depois do evento. Essa ação gerou imensa reverberação da Bienal e do 7x7 durante e depois de seu acontecimento. O contrato entre o 7x7 e a Bienal era o de inspirar e fomentar 30 7x7s. Mas, para além do contrato, o 7x7 não parou de convidar e, com isso, recebemos mais do que 30 textos. Entre o final da Bienal e este projeto de Fomento, o 7x7 ficou completamente desarticulado e despontecializado. Sheila Ribeiro estava ocupada entre mil atividades, sem recursos para a equipe de produção sheila ribeiro|dona orpheline, a equipe do 7X7 não funcionava sozinha, totalmente despontecializada e sem autonomia (já que a coordenação era centralizada na pessoa da Sheila). Alguns desses textos ficaram longo tempo sem interlocução e finalização para postagem em nosso portal. As participações dos artistas foram atrasando e ficando defasadas, depreciando a imagem do 7x7 diante de seus interlocutores-artistas externos. A fim de resolver essa pendência (técnica, artística, social e simbólica), esse projeto de Fomento nos permitiu retomar esse ponto “obscuro” em nosso percurso. Procuramos esses artistas. Escrevemos um email pedindo desculpas e perguntando se ainda os interessava dar continuidade a desse diálogo artístico em cima de suas escritas. Três pessoas optaram por não continuar (Júllia Rocha com um de seus textos, Marina Guzzo e Isabel Monteiro). Aqueles que desejaram retomar o diálogo foram reenviando seus textos para publicação.


49

7x7 | Bienal SESC de Dança, em Santos

Tivemos os seguintes 7x7 excedentes referentes à Bienal SESC de Dança de 2013 publicados em nosso site: 1 - Key e Zetta (Vácuo) X Júllia Rocha = Poema http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=142 2 - Marcelo Evelin e Demolition Inc. (De repente tudo fica preto de gente) X Júllia Rocha = Poema http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=143 3 - André Masseno (Confete da Índia) X Erivelto Viana = As “coisas” da Índia http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=146 4 - Cena 11 (Carta de amor ao inimigo) X Jussara Belchior = Aos meus inimigos, http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=144 5 - Sheila Ribeiro, Roberto Freitas e Alejandro Ahmed (formação compartilhada) X Luane Bastos = Disponível


50

http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=149 6 - Win Vandekeybus (O que o corpo não lembra) X Rafaela Camargo = Entre http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=155 7 - Marcelo Evelin e Demolition Inc. (De repende fica tudo preto de gente) X Anderson do Carmo = técnica-zero http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=157 8 - Cena 11 (SIM) X Karyne Bittencourt = Fomos e estamos, dissemos “Sim”. http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=161

Poema é 7x7 CRIAÇÃO DE REDE Desde 13/06/2014, data oficial de início do projeto dentro do Fomento, até o dia 13/12/2014, data de fechamento deste relatório, foram publicados em nosso portal 34 textos. Esse número gera uma média de 6 textos por mês!!! : ) Para além da quantidade, estamos satisfeitos com esse resultado, pois sabemos da qualidade do que vem sendo publicado!


51

Google Analytics do site 7x7: com o número de acesso ao site desde o início do projeto Esboço para Heliporto o aumento de novas visitas foi de 65,82%, chegando ao número de 1.858 novos usuários.

O aumento do número de visitantes tanto no portal quanto no Facebook pode ser visto nos últimos meses dessa fase (de junho à dezembro de 2014). O alcance dos meses sempre crescente deve-se às ações realizadas através deste projeto de manutenção. No mês de dezembro, a informação sobre o prêmio da APCA impulsionou o número de acesso e de curtidas em nossa página, bem como as visualizações no site.


52

As estatísticas do Facebook mostram o gradativo aumento do número de curtidas na página do 7x7 no período de 13 de junho a 12 de dezembro/2014, período da 1a fase do projeto.

As “coisas” da Índia é 7x7 REVERBERAÇÕES PONTUAIS Proposta central do 7x7 desde sua criação, as reverberações surgiram nessa primeira fase deste projeto de diferentes formas. Algumas são decorrentes de médio prazo, como a minha participação no trabalho de Paula Petreca em São Bernardo do Campo, quando acompanhei por 3 meses seu trabalho: “Três peças para arquitetura”. Essa aproximação começou em 2012, quando pela primeira vez escrevi sobre um outro trabalho dessa artista (Projeto Co.). “Três peças para arquitetura” gerou, também, uma publicação no 7x7: Cia de Danças Projeto Co. X Rodrigo Monteiro = Daninhas


53

http://seteporsete.net/post-view-new.php?id=140 Minha aproximação com a Paula vem sendo estreitada, tanto que participamos juntos do segundo encontro “Partilha do Sensível”, promovido no Centro Cultural São Paulo pela artista da dança Claudia de Souza.

técnica-zero é 7x7 Caroline Moraes, a partir das imagens que registrou dos espetáculos da Mostra do Fomento à Dança, foi procurada pela Taaateatro Companhia para ceder as imagens para o grupo. Segue trecho de email de agradecimento de Alda Maria Abreu, integrante da Cia, à Caroline: “Gostaria de agradecer, em nome da Taanteatro Companhia pelas belas fotos que nos enviastes do espetáculo TRANS. Parabéns a vc e ao Projeto 7x7. Inclusive a primeira da sua seleção nós acabamos de utilizar em nosso material gráfico para a temporada de Dezembro na Oficina Cultural Oswald de Andrade e conforme você nos orientou colocamos "Caroline Moraes


54

| 7x7" no crédito.” Não é a primeira vez que artistas utilizam imagens produzidas pela Caroline para divulgação de seus trabalhos. Michele Moura, Jared Gradinger e Angela Schubot e mais recentemente Vera Sala já procuraram Caroline e o 7x7 para utilizarem imagens de nosso acervo. Isso demonstra mais uma reverberação que o 7x7 vem tendo e a aproximação que vem fazendo com seus pares.


55

CONTINUIDADE

A primeira fase do Esboço para Heliporto - manutenção e sustentabilidade se encerra com a certeza de que o sobrevôo começou. Teve início nos primeiros meses de planejamento, no olhar atento ao projeto e todas as suas ações. Assimilando a necessidade e percepção do tempo: “explorando o pairar; entendendo no corpo e na dança decolagens e aterrissagens profundas, entendendo extensão do tempo e pouso.” Começou afinando a equipe de base, organizando dentro de casa. Conversando internamente sobre cada grande ação, e também avaliando, discutindo comunicação, visibilidade e sempre manutenção e sustentabilidade. Depois, passou pelo contato com os colaboradores, contratando os envolvidos no projeto. Proporcionou formação e estruturação através dos cursos de Gestão Financeira de Projetos Culturais e de Difusão e Comunicação feitos pela produtora executiva Camila Casseano, e também através dos Compartilhamentos Metodológicos do 7x7 e da Ação de Formação em Produção. Um breve relato sobre o caminho: Tendo como parâmetro estatísticas do Facebook, nossa maior ferramenta de reverberação online, estatisticamente o aumento do número de curtidas na página é muito considerável desde o início do fomento, com repercussão, principalmente, a partir de meados de agosto, como se pode ver no gráfico abaixo:


56

Agora, em se tratando da formação de rede, dos pontos de chegada no nosso mapa, a página de Facebook dona orpheline mostra um número considerável de seguidores no Brasil e no Peru, além da rede construída durante anos de trabalho, que se expande e se confirma na América Latina, na China, na Itália, nos Emirados Árabes e no Canadá.


57

Sobrevoar por seis meses permitiu o traçado de uma geografia simbólica, saiu de um ponto de partida para incontáveis e imprevisíveis locais de pouco. Segue dando propulsão, esboçando pouso.

Equipe: Sheila Ribeiro - artista da dança, sheilaribeiro.net Naiada Dubard - gestao e coordenaçao geral sheila ribeiro|dona orpheline Camila Casseano - assistente de produção sheila ribeiro|dona Maria Julia Carvalho - assistente de produção sheila ribeiro|dona Rodrigo Monteiro – coordenador 7x7


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.