juremabrasildigital19_2022

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JUREMA JUREMA MULHER, EDIÇÃO

LUSO BRASILEIRA

CAMINHOS DA DEMOCRATIZAÇÃO DO DIREITO DESEMBARGADOR

Bartolomeu Bueno

SE JA LE VE Claudia Molinna

UR

J

V

CARAVANA CULTURAL

IL

PRÊMIO

BRASIL

EM A BRAS 16

REVISTA BIMENSAL • EDIÇÃO Nº 19 — 2022

R$ 30,00




Índice a b r i l � m a i o nº 1 9

CAPA MODELO: CLAUDIA MOLINNA FOTÓGRAFO: ROBERTO PORTELLA MAKE: MANOEL GALVÃO HAIR: PRI VIERA ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA: LIZ PORTELLA STYLING: MEL SANTOS

14 12

38 22


índice

07 Carta da Editora 08 Cláudia Molinna

Prêmio

Beleza

Superação

14 Um Caminho na Moda

56 A mulher no Cotidiano, um Poema José Carlos Borges

Seja Leve

40 Prêmio Jurema Mulher, Ano V Pernambuco 52 Uma Mulher no Agro Negócio

12 Novidades na estética Labial

Literatura

Perfil

Comportamento

Seu Direito em Pauta

16 Eduardo Fonseca

58 Caminhos da Democratização do Direito Dr. Bartolomeu Bueno

Saúde 17

Carlos Pistoya

Internacional

Nutrição

62 Zanzibar Joice Hurtado

18 Gastronomia Sustentável Andréa Mendonça

Fronteiras

Designer de Interiores

66 Fernando Portela Câmara

20 Decoração Afetiva Suelen Gonçalves

Perfil Político

68 Carlos Alberto Alves, um defensor da inclusão social na zona da mata norte/PE

Prêmio

22 Prêmio Jurema Mulher, Ano V Rio de Janeiro

Dança

38 40 Anos do Balé Popular do Recife Cecília Queiroz

Cultura

72 Alex Brasil, se descobriu ator, quando conheceu o teatro pela primeira vez!

52 42

58 56


BRASIL CEO Luciana Araújo

PRODUÇÃO AUDIO VISUAL TVI Televisão Independente SRTV Sistema Recife de Televisão

COLABORADORES NESTA EDIÇÃO PROJETO GRÁFICO Bert Zamara

COMUNICAÇÃO & PRODUÇÃO ARTÍSTICA Batista Oliveira MARKETING E REPORTAGEM Mel Santos SECRETARIA Ednete Miranda

REPRESENTAÇÃO PORTUGAL José Carlos Borges REVISÃO Adriana Marques

JORNALISTAS: Débora Albuquerque e Joyce Hurtado FOTÓGRAFOS: Roberto Portella, Matheus Trindade Sarah Fernandes e Fernando Azevedo

CONTATO EMAIL revistajurema@gmail.com & celeditora@hotmail.com FONE (81) 99811 3391

A REVISTA JUREMA é uma publicação bimensal da CEL EDITORA. Os textos e artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista. É proibida a reprodução de textos e fotos sem autorização expressa

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UR

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(81) 99811 3391

EM A BRAS

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Carta da Editora muito em breve, ser leve é um estilo de vida. Buscamos promover pessoas, que tenham uma visão de mundo transformadora e inclusiva. Promovemos e anunciamos ao mundo, projetos que incluam socialmente, sejam públicos ou privados. Em sua 19ª edição, além do evento festivo com show fashion e musical, será lançando a 5ª Edição do PRÊMIO JUREMA MULHER, homenageando 14 mulheres que se destacam na sociedade pernambucana e carioca, nas mais diversas profissões. Com a JUREMA BRASIL na TV, daremos continuidade, de forma ampliada, à estratégia de divulgação, distribuição e promoção da Jurema, também, na forma eletrônica. Agregando maior valor ao Plano de Marketing e Imprensa ao cliente da AGÊNCIA JUREMA BRASIL. Entre outros destaques desta edição está a matéria sobre os procedimentos criados pela esteticista Juliana Maia, especialista em Estética Avançada, onde aborda novidades de produtos, procedimentos, tratamento que podem mudar para melhor o corpo, seja estética ou patologicamente, hoje, responde pela Editoria de Beleza em Portugal. #OAGROEDELAS — “Agronegócio é a tradução de agribusiness e significa coordenação de cadeias produtivas, integrando desde as pesquisas genéticas com manejo nos biomas, mecanização, insumos, sistemas, gestão das produtoras e produtores rurais, processamento, agroindustrialização, comércio e serviços como: logística, finanças, seguros, bolsas etc.”— Destaque para a mulher Eleonora Erthal. Uma Mulher no Agronegócio, ela contará toda sua história de supeChegamos à 19.ª edição da JUREMA BRASIL! ração, quando da queimada de sua plantação da safra de café até a sua volta por cima, garantindo Revista Jurema, fundada em 2013, diversas premiações. é jenuinamente pernambucana, Como não podemos falar em inclusão social, lançando-se nacionalmente no sem exaltar o papel do operador do direito, nesta edição estamos dando início a um Espaço Rio de Janeiro em outubro de 2021. Nasceu com a missão de criado e dedicado aos profissionais, estudanproduzir e promover moda e arte, tes e amadores do DIREITO. Começando por a partir da pauta social, publici- Dr. BARTOLOMEU BUENO DE FREITAS, um sando conceitos e valores sócios/ DESEMBARGADOR, que também faz POESIA e COMPÕE, a luz do direito. culturais/políticos. Alguns temas nortearão este primeiro semestre por conta A partir de agora, nossa ideia é cada vez mais conjuda sua amplitude comemorativa do mês de maio das Marias, gar o conteúdo da JUREMA impressa com a da das Mães, das Noivas, emendou com junho do amor dos JUREMA na TV, produzindo uma comunicação muito mais interessante, mais bonita, moderna, namorados, dos santos, da religiosidade e da fartura. podendo ser acessada também na palma da sua A escolha de CLÁUDIA MOLINNA como capa, veio mão, no formato digital. Desejo uma boa leitura! sintonizado com a sua marca que ressoa como um mantra, que ela leva para a sua vida: “SEJA LEVE Até sempre! COM CLÁUDIA MOLINNA,” não é só um programa de rádio, com estreia marcada para televisão aberta

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LUCIANA ARAÚJO 7 JUREMA BRA SIL | Abril⁄ Maio 2022


Capa

SEJA LEV E:

Claudia Molinna P O R LU C I A N A A R AÚ J O FOTO S RO B E RTO P O RT E L L A

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M

Equilíbrio é poder. Este é o mantra de Claudia Molinna, que reinou como delegada de polícia e agora brilha como jornalista e palestrante. Pioneira na criação da tropa de elite da polícia Civil de Pernambuco, o famoso GOE, ela afirma que o foco aliado a uma atitude equilibrada, foram os responsáveis pela ascensão meteórica, numa profissão na época, dominada pelos homens. Sendo uma das primeiras delegadas da Mulher do país, ela ainda enfrentou o preconceito por ser a mais jovem do Brasil. Contudo, com calma e perseverança, ela driblou quem a julgava frágil e despreparada. Munida de muita força interior, ela se destacou entre seus pares pela coragem, sabedoria e indiscutível centramento, mesmo nos mais arrojados momentos. Destemida, trocou tiros com bandidos, desarmou marmanjos e defendeu grupos vulneráveis, sempre com a mesma elegância tão peculiar a esta mulher impressionante. Feminina e forte, ela é

“Claudia Molinna é um símbolo de sofisticação, principalmente quanto as emoções”

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A Graça está DENTRO de VOCÊ. A GRAÇA é você mesmo. A Graça não é algo a ser adquirido a partir dos outros. Se é ALGO EXTERNO, é INÚTIL. Tudo aquilo que é necessário saber é que a sua EXISTÊNCIA está em você. Você nunca está fora da sua operação. —Ramana Maharshi

a expressão de uma mulher empoderada, que não teme desafios. O mais atual é a apresentação de um programa de rádio e podcast, onde ela dá continuidade ao projeto SEJA LEVE, idealizado por ela em prol da paz mundial. Sua teoria é simples: se todo mundo primar pela gentileza e “bom senso” os conflitos continuarão a existir, mas serão resolvidos de uma forma mais pacífica, onde todos ganham, com um mínimo de perdas o possível. Segundo ela, este princípio diplomático evita desde grandes guerras até as batalhas travadas no dia a dia, incluindo as de foro íntimo. Seguindo este conceito de leveza, Claudia Molinna propõe o conceito de uma vida mais feliz, delineada por uma maior serenidade e consequente satisfação. Suas palestras empolgam seus ouvintes e internautas, que adoram sua voz macia e carinhosa, sempre levando consciência, estímulo e bons sentimentos para todos. Claudia Molinna é um símbolo de sofisticação, principalmente quanto as emoções. Terna, mas firme, ela é referência de uma pessoa bem sucedida em todas as áreas, que não teme falar de erros, pois foi com o aprendizado que eles trouxeram, que ela construiu o palácio de uma existência sendo, que é uma inspiração para todos nós. Claudia Molinna é uma rainha e coroa a revista Jurema com sua luz, beleza, charme e refinamento. Segundo a Page Personnel, consultoria global de recrutamento, cerca de 90% dos empregados são contratados pelo currículo e demitidos pelo comportamento, ao interferirem negativamente no clima organizacional. A falta de equilíbrio emocional é responsável pelo atraso nas dinâmicas de grupo, absenteísmo no trabalho e demissões por justa causa, prejudicando o progresso da empresa. Para enfrentar esta realidade, a REVISTA JUREMA, tem a jornalista e advogada, Claudia Molinna, como palestrante na Caravana Cultural, com o projeto SEJA LEVE. Através dele, ela partilha e inspira as pessoas a terem mais autocontrole e foco nas atividades laborais, levando a uma atitude mais proativa no trabalho e consequente crescimento empresarial. n

CONTATO ATRAVÉS DO WHATSAPP BUSINESS: (81) 99416 4408

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Beleza

NOVIDADES NA ESTÉTICA

Labial

O

Na ESTÉTICA, as NOVIDADES de procedimentos LABIAIS que chegaram no MERCADO BRASILEIRO para ficar

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Mundo da Estética cresce a cada minuto, a tecnologia e o avanço de procedimentos e produtos vem crescendo de forma muito crescente, devido à aceitação de homens e na maioria mulheres de procedimentos que lhe tragam aumento da autoestima através do rejuvenescimento, correções, camuflagens, maquiagens definitivas e procedimentos pouco invasivos com valores medianos que conseguimos nos apaixonar e aderir a cada novo procedimento.Abordado.

lábios levemente mais volumosos, além de deixar a pele da boca mais jovial, bonita, firme e iluminada. O efeito glossy é notável e garante um aspecto muito mais jovem para a mulher.Vale ressaltar ainda que esse procedimento não é invasivo, e por isso é um verdadeiro queridinho para muitas pessoas.

OS BENEFÍCIOS Os lábios são rejuvenescidos com a técnica e ativos a base de ácido hialurônico, fazendo a diminuição das fissuras, eliminando o ressecamento, alto grau de hidratação labial, trazendo um rejuvenescimento para lábios de todas as idades e uma leve volumização muito delicada e natural. Em poucos minutos, os efeitos já começam a aparecer. O procedimento não causa dor na cliente, e apenas será aplicado sobre os lábios. Em seguida, os lábios já começam a ficar muito mais corados, macios, hidratados e com um aspecto jovem.

NOVIDADES DA ESTÉTICA LABIAL O procedimento de hidragloss funciona como um super HIDRA GROSS hidratante para os lábios, embora o efeito não seja apenas esse. Aaplicação do Hidragloss Com essa técnica é possível alcançar lábios levemente mais funciona como um super hidra- volumosos, além de deixar a pele da boca mais jovial, bonita, tante para os lábios. Com essa firme e iluminada. O efeito gloss é notável e garante um técnica é possível alcançar aspecto muito mais jovem para a mulher. Vale ressaltar ainda que esse procedimento não é invasivo, e por isso é um O HIDRAGLOSS é um procedimento simples, verdadeiro queridinho para muitas não invasivo, feito por profissionais da Estética pessoas. Afinal, nada melhor do que e MICROPIGMENTADORES habilitados na realçar a beleza sem ter de usar algum técnica, onde se precisa algumas sessões para o resultado final, dependendo do método que seja invasivo, não é mesmo? lábio de cada pessoa  Mais iluminação, hidratados profundamente, diminuindo sinais da idade.

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 O efeito gloss. pode, inclusive, fazer com que o volume dos lábios seja ainda maior, rendendo o famoso “bocão” que tantas mulheres desejam.  Tudo isso elevando ainda a saúde da pele dos lábios, renovando as células e garantindo um acabamento impecável.  Não é necessário nenhum corte ou procedimento invasivo para restaurar a textura dos lábios e rejuvenescer  Com o auxílio de um dispositivo, são criados micros canais na pele que recebem ácido hialurônico e vitaminas responsáveis pela hidratação profunda.  Em poucos minutos, os efeitos já começam a aparecer.  O procedimento não causa dor na cliente, e apenas será aplicado sobre os lábios, sem ser invasivo.  Em seguida, os lábios já começam a ficar muito mais corados, macios, hidratados e com um aspecto jovem. PREENCHIMENTO LABIAL O preenchimento labial é um dos procedimentos estéticos mais procurados por quem deseja destacar o contorno dos lábios, aumentar seu volume ou projetá-los para fora. A técnica consiste na aplicação de substâncias que preenchem o interior dos lábios com o uso de uma micro cânula ou agulha. Esse tipo de preenchimento é indicado para pacientes que:  Estão insatisfeitos com os sinais do envelhecimento dos lábios, que f icam naturalmente mais finos, flácidos e enrugados com o passar do tempo ou com a exposição excessiva ao sol e o tabagismo;  Apresentam pouco volume labial;  Desejam uma harmonização entre lábios e rosto;

 Têm assimetria labial;  Apresentam patologias na região bucal e perderam o volume e projeção labial após a realização de algum procedimento dentário. Considerado um procedimento minimamente invasivo, a técnica não necessita de um centro cirúrgico para a realização.

MICRO LABIAL O procedimento micro labial veio para facilitar a vida da mulher moderna colorindo os lábios com cores que mais desejar, você dorme e acorda pronta com seus lábios coloridos na cor escolhida, procedimento que pode ser corrigido falhas, igualar a cores diferentes dos lábios, neutralizar lábios arroxeados ou de pessoas fumantes, deixando um contorno mais desenhado e cores por muitos meses, lembrando que entre um a dois anos precisa fazer manutenção de cor com sua profissional. Dica para uma mulher moderna e com autoestima elevada comece pelo hidragloss rejuvenescendo os lábios, depois faça a micro labial e depois de cicatrizada faça o preenchimento labial e assim estará pronta e linda para seu dia a dia. n

FOTO: ROBERTO PORTELLA

“Minha MISSÃO é CUIDAR das PESSOAS, faze-las se sentirem bem através da ESTÉTICA” ­ Juliana Maia — JULIANA MAIA COLUNISTA DE ESTÉTICA E BELEZA DA REVISTA JUREMA, TEM 41 ANOS É MÃE E UMA MULHER ARRETADA, EMPREENDEDORA, COISA QUE SE ORGULHA EM FALAR, APAIXONADA PELO MUNDO DA BELEZA, ESTETICISTA E MICROPIGMENTADORA HÁ 7 ANOS, GRADUADA E PÓS GRADUANDA EM ESTÉTICA E COSMETOLOGIA . HOJE ESTÁ EM UMA NOVA FASE PROFISSIONAL E PESSOAL MORANDO EM PORTO–PORTUGAL, QUER MOSTRAR PARA O MUNDO TODO SEU CONHECIMENTO E PROFISSIONALISMO E COMO A ESTÉTICA PODE MELHORAR O SEU BEM ESTAR, CORPO E MENTE EM UM EQUILÍBRIO.


Perfil

Um Caminho na MODA

Estilista

“Eu ESCONDIA meus DESENHOS dentro de LIVROS e debaixo de minha CAMA, até o dia que minha mãe encontrou meus desenhos sob a cama, ao procurar papelão.” —Zé Mario

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Zé Mario

Por volta dos 14 anos desistiu de desenhar por causa do bullying que sofreu, não tinha nenhuma motivação a não ser próprios sonhos

Z

é Mário, tem 23 anos, e é nordestino, do interior de Vitória do Mearim, Maranhão. Sempre trabalhou na roça ajudando seus pais, juntando e quebrando coco. Com apenas 9 anos de idade, começou a desenhar croquis, ignorando todas dificuldades, sonhava com a oportunidade de estudar moda fora do interior do Maranhão. “Sonhei em ver minhas divas; Ana Hickmann e na Sabrina Sato, utilizando roupas desenhadas por mim. Os meus primeiros cadernos de desenhos foram queimados por minha

mãe, que se deixou influenciar por comentários negativos e preconceituosos e me proibiu de desenhar.” Diz, ele. Em 2015 veio para o Rio de Janeiro, tentar a sorte, mas, rapidamente voltou ao Maranhão, com o coração cheio de esperança que iria voltar um dia. Concluiu o ensino médio, com o desejo de voltar ao Rio de Janeiro, materializando em 2019. Foi recebido por uma família carioca de braços abertos, uma amiga (Thais), acreditou nos seus sonhos e junto com a família, abriu a porta da sua casa e lhe ofereceu moradia. “Em 2020, na pandemia do Covid-19, Thais teve a ideia de fazer um vídeo com minha história e enviar para diversas pessoas que compartilharam meu vídeo, até que a TV Record exibiu minha história no Domingo Espetacular, onde finalmente realizei meu sonho e conheci uma das minhas musas: Ana Hickman. Não somente a conheci como a vi usando roupas desenhadas por mim, fiquei tão feliz que

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meu coração quase parou. Logo após estes acontecimentos, onde falei do meu sonho de estudar moda, a Estácio abraçou a causa e me deu bolsa de 100% no curso de Moda, desde então, tenho me dedicado para ser um estilista que inspira sonhos em outras pessoas.” Finaliza, Zé Mario. Isabel Hickmann — Modelo, veste Zé Mario Isabel Hickmann é modelo há 15 anos e conta com uma vasto portfolio de moda nacional e internacional. Uma das recordistas do Fashion Week em 2011, iniciou a carreira 1 ano antes e trabalhou para estilistas como Alexandre Herchcovitch, Lenny, Vitor Zerbinato, Dudu Bertholini, entre outros. Em 2014 foi eleita o corpo do da edição de verão do São Paulo Fashion Week e nestes anos todos participou de campanhas para as marcas como Natura, Lojas Renner, Hickmann Eyewear onde é embaixadora da marca, Itaú e outras grandes marcas comerciais. Sua carreira internacional não fica para trás. Fotografou para grandes nomes como David Sims e Nick Knight, participou de editoriais para Pop Magazine, W Magazine e Happers Bazzar Australia, além de desfilar para Calvin Klein e Azzedinne Alaia. Na Calvin Isabel foi modelo exclusivo durante 2 anos, participando de todo o processo criativo das coleções. Sobre Zé Mario: “Conhecer o Zé Mario foi uma honra para mim, pois já conhecia a história do estilista e de todo o potencial que foi trazido. Um estilista que representa o lugar que veio, traz um estilo único nas criações e ainda humildade sem fim. Foi realmente um prazer. E poder vestir um de seus looks, além de conhecer mais a fundo o trabalho, posso dizer que me fez evoluir como modelo. O look era lindo, modelagem autêntica e feminine. Zé é sucesso e torço muito pelo seu crescimento. Tenho certeza que cada vez mais se destacará na moda brasileira e internacional.” Isabel Hickmann n Isabel Hickmann


Comportamento EDUARDO FONSECA*

Vivência e Elaboração do LUTO

FOTOS: DIVULGAÇÃO

O

luto pode ser definido como uma reação emocional diante da experiência de uma perda significativa que vem acompanhada por uma dor psíquica devastadora. A morte arranca o(a) ente querido(a) de nossa convivência e nos mostra que somos impotentes diante desse trágico evento. O caráter definitivo e irreversível da morte torna o luto uma experiência profundamente desoladora. Pessoas enlutadas relatam que a tristeza diante do luto parece ser indizível e visceral arrancando o poder das palavras de nomear. Ocorre a diminuição do interesse e envolvimento com atividades sociais gerando uma tendência a buscar o isolamento. Um outro sentimento igualmente avassalador presente no luto é a culpa que se manifesta de diversas formas. Um sentimento que deriva da ilusão de onipotência diante da morte como se fosse possível controlar os infortúnios e os imponderáveis da existência. Muitas vezes, a pessoa enlutada se culpa por estar vivo, por sobreviver, por se r­ eestabelecer da perda e seguir a vida. No entanto, a vivência do luto não se constitui por si só num estado patológico, podendo ser considerada uma reação emocional normal e esperada quando o sujeito se encontra diante de uma perda importante. E quando o luto é patológico? Existe, então, um tempo esperado para vivenciar o luto? Uma referência importante, mas não suficiente, vem dos manuais médicos que diagnosticam o luto como patológico quando sinais e sintomas perduram por mais de seis meses, para a CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde), e, por mais de um ano, para o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). É fundamental observar essa persistência de sinais e sintomas, mas é primordial considerar, também, as dimensões subjetiva, intersubjetiva e social da pessoa enlutada. Observo, na prática clínica, que o luto patológico ocorre quando compromete por um longo período áreas nobres da vida do(a) paciente. Isto é, quando estamos diante de danos e prejuízos duradouros e persistentes em domínios vitais, a saber: a) sono; b) nutrição; c) sexualidade; d) produtividade; e) sociabilidade. Em outras palavras, quando a pessoa enlutada demonstra dificuldades em retomar a vida e os projetos,

ocasionando prejuízos prolongados em dimensões cruciais da vida e aumentando, assim, o custo emocional de viver. A elaboração do luto é um processo complexo atravessado por fatores conscientes e inconscientes que estão vinculados às relações dos(as) enlutados(as) entre si e com a pessoa falecida. Um processo de elaboração de perda que envolve pelo menos três fatores, a saber: a) circunstâncias da morte, b) rede de apoio familiar, c) relações dos familiares entre si e com o ente falecido. Quando se trata de morte súbita, aquelas ocasionadas por desastres, homicídios e suicídios, o luto se reveste de um contorno traumático. Compreendemos por luto traumático a vivência da perda que excede a capacidade do sujeito enlutado elaborar a experiência com seus próprios recursos emocionais. É complexo demais lidar com mortes trágicas e estigmatizantes, pois são sentidas como desonra à memória da pessoa falecida. A rede de apoio familiar pode acolher, encorajar, impedir as expressões das emoções de dor e tristeza relacionados ao luto. Muitas vezes, a pessoa enlutada se sente, diante de parentes e amigos(as) íntimos(as), sem autorização, julgada e envergonhada por expressar suas angústias e sofrimentos. As pessoas recém enlutadas vivem sufocadas em meio à sua dor, precisando de acolhimento para que possam expressar, sem julgamento, suas dores e angústias. Porém, precisamos, também, escutar as tramas familiares, os desejos e os fantasmas existentes nas relações dos parentes entre si e com a pessoa falecida que se estendem pós morte. Observo, no consultório, a complexidade das dívidas simbólicas, ressentimentos, rivalidades, relações simbióticas e culpas entre os parentes enlutados e a pessoa falecida. Permitir-se seguir a vida, sentir prazer, retomar os projetos após o falecimento da mãe ou do pai, por exemplo, pode significar esquecimento ou abandono da pessoa amada. Numa última palavra, quando for possível apaziguar esses sentimentos e atravessar o período de luto, a pessoa retomará a sua vida aprendendo a viver sem a presença física do(a) ente querido(a). n

*EDUARDO FONSECA, PROFESSOR DA FAFIRE E PSICÓLOGO Abril⁄ Maio 2022 | JUREMA BRA SIL 16


Saúde

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ão há registros precisos de quando que se torna perceptível, entre outros, através de tremores essa associação começou, mas, nas mãos ou percepção de batidas fortes no peito decorrenpode ter surgido na cultura judaica tes do aumento da força de contração do coração. há mais de 3 mil anos, quando Emoções consideradas positivas e bom humor estimulam o os hebreus passaram a relatar a relaxamento muscular e vasodilatação, melhoram a função associação entre sentimentos como intestinal e estão associadas a um ritmo cardíaco equilibrado angustia ou euforia, a sintomas e redução da pressão arterial, fatores que ajudam na prevenrelacionados ao coração. Cristãos ção de doenças cardiovasculares. Em contrapartida, emoções acreditam que existe uma relação direta entre amor e negativas induzem, entre outros, aumento da pressão arteespiritualidade. Outras culturas como os indianos também rial e da agregação plaquetária com consequente redução acreditam que há um lugar divino dentro do peito, não do calibre dos vasos sanguíneos, aumentando o trabalho necessariamente no coração, mas nos pulmões. Aqui no do coração Sentimentos de pessimismo e tristeza constanBrasil, por exemplo, os ianomâmis não relacionam o amor tes podem levar a ansiedade, depressão, alterações do sono a qualquer órgão do corpo, mas à alma. Muitas destas e desencadear crises hipertensivas, arritmias ou infarto do crenças são anteriores às descrições do coração e circulação miocárdio. A relação entre depressão e doenças cardíacas realizadas por William Harvey no está bem estabelecida, sabemos que a século 17 na Inglaterra e ampliadas insuficiência cardíaca apresenta sintopor inúmeros pesquisadores até os mas mais graves quando associada à dias atuais. depressão. Com certa frequência ouvimos que Um quadro particularmente interespessoas consideradas boas tem um sante é conhecido como síndrome do “bom coração” e “pessoas ruins não coração partido ou, no meio médico: tem coração”. Nossa intuição nos síndrome de Takotsubo. É uma condileva a acreditar que vários sentimenção cardíaca temporária consequente tos considerados bons como carinho, a uma situação de estresse emociogenerosidade e o próprio amor se original extrema, como a perda de alguém nam no coração, contudo, a tristeza, próximo muito querido ou doença raiva e mágoa, considerados sentifísica grave, masvb, há relatos de sua mentos ruins, também se manifestam ocorrência após separação, perda ou são atribuídos a este órgão e podem de emprego e mais recentemente afetar seu funcionamento. É por isso infecção aguda pelo COVID-19. De que emoções, como o amor, nos fazem ocorrência rara, tem maior incidênsentir que algo diferente ocorre no cia nas mulheres em torno da quarta nosso coração. Ao mesmo tempo é década de vida, mas pode surgir em reconhecida uma via de mão dupla qualquer idade e se apresenta com entre mente e coração pois doenças sintomas semelhantes ao infarto do Meu coração/ não sei porque/ cardíacas nos provocam ansiedade, miocárdio com dor torácica e falta de BATE FELIZ quando te vê... medo ou depressão. Quem não sentiu ar. Considerada de causa psicológica, —Pixinguinha o coração bater acelerado quando se atribui a certos hormônios, como vemos aquela pessoa especial? ou bater a adrenalina, algum papel no dano desenfreado quando recebemos uma notícia ruim? Ainda temporário ao coração pois, durante a síndrome, exames mais, devemos compreender que pessoas reagem de formas cardíacos mostram que o ventrículo esquerdo não se contrai diferentes, uma emoção positiva para uma pode ser estres- normalmente. Contudo, a maioria dos pacientes se recusante para outra. pera sem sequelas. Hoje sabemos que o pensamento e comportamento humanos Não é fácil controlar nossas emoções e mais pesquisas são tem origem no cérebro e o sistema límbico é o responsável por necessárias para entender suas causas e consequências. transformar estímulos externos em sentimentos, sejam eles Avançamos para, ao que parece, considerar as emoções positivos ou negativos. Contudo, independente da emoção negativas no mesmo status de outros fatores de risco cardiogerada (boa ou ruim), a princípio é gerada uma reação de vascular bem estabelecidos. Afinal, coração e emoção alerta com liberação de substâncias que promovem reações andam lado a lado, compositores, poetas e escritores já físicas e químicas que afetam vários órgãos incluindo o cora- sabiam disso. n ção. Estas reações permitem que nosso corpo remaneje fontes de energia de maneira que fiquem rapidamente disponíveis em caso de uma hipotética situação de agressão conhecida como reação de “luta ou fuga”. Há liberação de adrenalina CARLOS PISCOYA, MÉDICO CARDIOLOGISTA

Coração é

EMOÇÃO!

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Nutrição

G ASTRONOMI A SUSTENTÁV EL

O

Como fazer GASTRONOMIA SUSTENTÁVEL em Casa

termo gastronomia sustentável apresenta grande relação com a gestão ambiental. Embora, muita gente acredite que a gastronomia sustentável tem relação apenas com o aproveitamento integral dos alimentos. Entretanto, o termo sustentável, na gastronomia, envolve todo o processo de produção dos alimentos, desde o planejamento do cardápio, buscando valorizar produtos que não agridam o meio ambiente ou que agridam o mínimo possível. É trabalhar com fornecedores, no caso, agricultores que adotem práticas sustentáveis em suas plantações. Além disso, a reciclagem e principalmente, o gerenciamento dos resíduos são ações extremamente importantes para a sustentabilidade. Devendo assim ser estimulada, tendo em vista que a reciclagem ajuda na preservação dos recursos naturais como a madeira, água e minerais, pois diminui a necessidade da extração de novas matérias-primas para a indústria. E nós, em nossa casa, como podemos fazer gastronomia sustentável? Ora, muitos podem dizer: “E eu tenho lá tempo de ficar separando lixo!” Pois é, para termos uma sociedade melhor, precisamos começar cada um, a fazer a nossa parte, e podemos começar com pequenos e importantes hábitos, que vão promovendo ações maiores. Você pode começar da seguinte forma: a) Reciclagem ou reutilização de embalagens — comece a agir e se preocupar em dar uma destinação adequada a estes materiais. Separe o que pode ser reciclado, jornais, revistas, caixas de leite (passe água dentro antes de separar), latas de aço, alumínio, garrafas, vidros e frascos de plásticos etc. b) Óleo de cozinha — separe uma embalagem de plástico, limpa e comece a armazenar o óleo utilizado, depois entregue para reciclagem. Procure saber na sua região onde pode fazer a entrega ou se tem alguém que faça a coleta. Pode inclusive perguntar ao catador de lixo se eles podem receber. c) Resíduos orgânicos domiciliar — a partir de tais resíduos, quem gosta de ter sua própria horta, pode se informar sobre como fazer compostagem. Atualmente, com as redes sociais, há tutoriais excelentes que podem ajudar os iniciantes a produzir seu próprio adubo. Quando você faz compostagem, diminui o volume do seu lixo, o meio ambiente agradece.

d) Treinamento de colaboradores — importante esta ação, se você tem empregados domésticos, caso eles não saibam sobre sustentabilidade, você pode orientá-los para serem parceiros nessa atividade. Mas tenha cuidado para não deixar a outra pessoa com toda a responsabilidade de separar o lixo. Lembre-se, que a sustentabilidade e o cuidado com o meio ambiente é uma ação conjunta. Você leu que são muitas as formas de contribuir com a gastronomia sustentável em sua casa. Agora, imagine um prédio com vinte andares, quatro apartamentos por andar. Se todos separasse o lixo domiciliar, o trabalho do catador de lixo seria facilitado, ele não precisaria revirar tudo para encontrar os produtos recicláveis, trabalharia de forma mais rápida, coletaria muito mais e todos dariam sua contribuição para a redução do lixo de uma forma geral E para finalizar, sim a gastronomia sustentável pode também ser uma forma de aproveitar os alimentos de uma forma integral. Vamos aplicar este princípio na elaboração de um bolo, para você compreender melhor. BOLO DE LARANJA Ingredientes: uma laranja inteira cortada em quatro (retirar a casca externa e deixar de lado para usar depois); 3 ovos inteiros (separar a casca dos ovos para usar depois), 3 colheres de sopa de manteiga, 1 xícara e meia de açúcar, 1 pitada de sal. Preparo: bater tudo no liquidificado, até formar um creme homogêneo. Passar para uma batedeira e adicionar duas xícaras de farinha de trigo, 1 colher de sopa de fermento e essência de baunilha (opcional). Assar em forma untada e enfarinhada. Para saber o ponto, após 30 minutos, enfiar um palito, se sair sem umidade, o bolo está pronto. Aproveitamento da casca da laranja: colocar para secar, poderá ser utilizada como: 1) Aromatizante no carro, se colocada enrolada em um paninho fino ou num vidro aberto. 2) Pode ser processada com azeite e utilizada como tempero de salada. 3) A casca é rica em limoneno, os insetos como mosquitos, moscas e formigas odeiam. Então, pode ser espalhada no jardim ou pela casa. 4) Acender churrasqueira — os óleos essenciais são

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inflamáveis e ajudam a fazer o fogo, além de proporcionar um cheiro delicioso. APROVEITAMENTO DAS CASCAS DOS OVOS — PODEM SER APROVEITADAS COMO: 5) Adubo — triturar e colocar nas plantas, como são ricas em cálcio vão auxiliar no crescimento e desenvolvimento das plantas. 6) Farinha para consumo humano ou pets — lavar bastante com sabão e água corrente, retirar a película fina interna, colocar no forno a 1800 C, depois triturar e peneirar para deixar mais fina possível. Quanto mais fina melhor. Após este processo está pronto para consumo. Vamos de gastronomia sustentável. Não esquece, da próxima vez que passar pelo coletor de lixo, lembre-se do excelente serviço que ele presta à sociedade e ao meio ambiente. Até a próxima. n

ANDRÉA MENDONÇA, NUTRICIONISTA, PROFESSORA DA UFRPE, NAS DISCIPLINAS DE BIOQUÍMICA E NUTRIÇÃO ESPORTIVA. COM O DESEJO DE FALAR SOBRE NUTRIÇÃO COM RESPALDO CIENTÍFICO, CRIEI O BUSÃO DA NUTRIÇÃO, QUE ESTÁ NO INSTAGRAM @busaodanutricao.w

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“Muita gente ao se deparar com os CATADORES DE LIXO, pensam e até mesmo falam: “NOSSA, MEXEM EM TUDO E DEIXAM REVIRADO”. Contudo, aquela pessoa que está ali, revirando o lixo, em busca de PRODUTOS RECICLÁVEIS, realiza um trabalho de utilidade pública”


DECORAÇÃO

Afetiva

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P O R S U E L E N G O N Ç A LV E S DA S I LVA

FOTO: BRUNA GONÇALVES

Designer de Interiores

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ertamente você já deve ter notado o quanto o consumo de plantas aumentou desde o início da pandemia de Covid- 19. É fato, que com a volta das pessoas para seus lares e o home office, a prioridade foi tornar os espaços mais aconchegantes e confortáveis. Podemos unir essas benfeitorias a uma única prática, antigamente remetida apenas para pessoas idosas: o cultivo de plantas em casa. Trazer elementos naturais para decoração tem ganhado muita força nos últimos anos, e hoje podemos ver uma infinidade de opções seja para casa ou para apartamento. E se por algum momento você pensou que precisaria ter um espaço de jardim para entrar nessa tendência, isso não é mais um problema. O chamado movimento “Urban Jungle” leva para ambientes comuns como salas, cozinhas e quartos, a beleza das plantas que migraram dos jardins externos. Seja em jarros ou em hortas, o verde das plantas traz alegria para qualquer cantinho. Elas além de estimularem ar puro por conta da fotossíntese, elevam o frescor para aqueles dias muito quentes. Isso tudo influencia até mesmo na oxigenação do nosso cérebro, com a diminuição de adrenalina. É normal associarmos tudo isso ao bem estar, pois se fecharmos os olhos para imaginar um ambiente agradável de se ficar, provavelmente terá uma área verde. A cor em si garante equilíbrio, e a diversidade e variação dos tons dele nas plantas faz com que o cômodo ganhe suavidade e calma.


espaço da lavanderia com um jardim vertical plantando coentro, cebolinha, manjericão por exemplo, que você terá temperos frescos e naturais sempre. Gosta de chá? Já pensou em um chá de menta extraído diretamente da sua horta? Além de tudo isso, podemos trazer outros elementos naturais que possam compor e completar a decor, como: adornos em palhas de carnaúba e dendê, sisal, argila e mais. Já que a ideia é trazer a floresta para dentro de casa, que seja com a mistura plural dos nossos ecossistemas, da caatinga ao pantanal. Se ainda não se sentiu convencido em ser adepto de uma selvinha no lar, tenho mais motivos para te incentivar. As plantas são ótimas em captar energias e atrair prosperidade. Quem nunca reparou que após uma visita elas ficaram murchas ou até mesmo secas? Segundo o Feng Chui, que é uma prática chinesa que visa melhorar a energia vital no ambiente, algumas plantas que podem oferecer melhorias seriam: lavanda, rosas, gerânio, hera inglesa, lírio do vale, girassol, avenca, lírio da paz, orquídeas, erva doce, espada de São Jorge, entre outras. Todas elas trazem energias positivas, algumas até ajudam a regular o sono! Isso tudo decorando e trazendo vivacidade. Mas atente-se à saúde delas, não as mantenha secas em casa pois elas vão devolver essa energia estagnada para você! Uma solução econômica que vai muito além de decoração, elas trazem uma memória afetiva importante que trago da minha avó benzedeira, que cultivava um enorme jardim com plantas medicinais e decorativas. Por experiência própria, tornar minha casa um jardim foi renovador! As plantas trazem um ambiente que, além de irradiar vitalidade, também não passa despercebido por ninguém que o visite. n

FOTO: BRUNA GONÇALVES

FOTO: BRUNA GONÇALVES

Mas para isso, escolher as espécies é muito importante, pois temos que levar em conta: posição do ambiente perante ao sol e vento, e também se você passa muito tempo em casa para fazer as regas e manutenção. E acredite, há um perfil de plantinha para todo mundo! Não existe o famoso “dedo podre”, há cuidados específicos para cada uma e a observação contínua para que quando a planta sinalizar insatisfação, possamos perceber logo de imediato. — Pendentes: são ótimas para aquela prateleira acima da TV, ou em algum suporte de macramê pendurado próximo à janela. Samambaias e Peperômias ficam lindas e exuberantes pois suas ramas se destacam. — Vasos ou cachepots: são peças chave para decorar, pois existe uma grande variedade de tipos e formatos que vão do barro à cerâmica. E isso traz uma identidade especial para o ambiente. — Terrários: esses mini eco sistemas são perfeitos para centro de mesa, não ocupam espaço, as cores no vidro se sobressaem e é uma ótima escolha para as pessoas que esquecem de regar com frequência. — Horta: Extrair de uma horta caseira o nosso próprio alimento é unir economia com qualidade! Pois legumes e temperos sem toxinas são superiores a qualquer outro. Investe naquele


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FOTOS: MATHEUS TRINDADE (@m.r.trindade)

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Claudia Melo

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A atriz CLAUDIA MELO que viveu o personagem da policial Vanessa no longa-metragem “Rocinha — Toda História — Tem Dois Lados”, comemora em ver o projeto realizado. O longa, que teve cenas rodadas na zona sul do Rio de Janeiro e parou por um tempo devido à pandemia, retornou com os trabalhos em setembro de 2020. Além de atuar, Claudia também é coprodutora do filme que traz uma trama jamais vista em obras audiovisuais brasileiras. O longa-metragem tem o roteiro e direção de Rayssa de Castro. Neste mesmo ano, Claudia deu vida a Bernadete, uma empresária do ramo da moda, na Série “Meu corpo, minha onda” que está passando na plataforma da Amazon Prime. Em paralelo produz seu novo projeto, e estuda afincou o psicológico da sua nova personagem Luana, a protagonista

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PREMIADA Cláudia Melo, atriz, jornalista, produtora de longa metragem para o cinema

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da Série “Sobrevivendo no Inferno”, da mesma autora e diretora do Filme. O filme aborda o cotidiano dos moradores da comunidade, localizada na Zona Sul do Rio. “Entre outros assuntos, mostra uma tentativa de invasão da Rocinha, ocorrida em 2017, durante uma guerra travada por dois bandos rivais. Histórias inspiradas em fatos reais e ficção permeiam a trama, que promete muita ação e emoção.” Claudia mergulhou em um longo trabalho de pesquisa, com laboratórios para compor sua personagem, a policial Vanessa, e entender como essa mulher pensa, seus medos, os problemas, dilemas, e assim traçar o perfil psicológico e todas as posturas que deve seguir em cena. Foram aulas de esportes táticos, de rapel, de tiro, que Claudia praticou em Orlando, nos Estados Unidos. O que diferencia essa produção de muitas outras, é que a maior parte do elenco é formada por moradores da Rocinha, que também atuam nos bastidores das filmagens. Depois de

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“A próxima empreitada é o lançamento de um programa de entrevistas com CELEBRIDADES, NA TV, mas que, por enquanto, é GUARDADO a SETE CHAVES”

uma parada por conta das festas de fim de ano, a retomada das gravações se deu com a liberação do protocolo de saúde. Com a pandemia, todo o processo de finalização do filme se estendeu. Claudia que tem o dom da comunicação, tem recebido convites para apresentar shows de cantores famosos por todo o Brasil, o último show que apresentou, foram os dos sertanejos Guilherme e Santiago no Rio Grande do Sul. A CARREIRA As veredas traçadas por CLAUDIA MELO no meio artístico iniciam-se ainda na sua adolescência, quando a mesma participou da lendária Oficina de Atores da Rede Globo, tendo como professora a fantástica Cininha de Paula. Das aulas para a televisão foi um pulo. Claudia ganhou sua primeira participação em “Minha Nada Mole Vida”, seriado que marcou época. Comunicativa, resolveu estudar jornalismo. E mais uma vez seu talento e vocação se fizeram presentes. Foi 10 anos como apresentadora no programa de entretenimento “Circuito Carioca”, e mais um tempo no esportivo “MKC Combate”, onde ela explanava todo o conteúdo de artes marciais, dentre outros esportes em geral. Disposta a ter novas experiências e cultura, mudou-se para os Estados Unidos, passando um tempo na cidade do country em Nashville. De volta ao Brasil, dedicou seu dom de se comunicar em comerciais de televisão e propa­gandas impressas. Mas o tino pela interpretação não saía de seu âmago. Sendo assim, ela foi viver a Marlene em “Órfãos da Terra”,

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trama de Thelma Guedes e Duca Rachid que é sucesso no exterior até hoje. Do horário das seis para o nobre foi um pulo. Ao lado de Paolla Oliveira, que interpretou a inesquecível Vivi Guedes em “A Dona do Pedaço”, Claudia Melo viveu a maquiadora número um da personagem. Agora a atriz Claudia Melo está focada no seu papel de protagonista, produtora da série “Sobrevivendo no Inferno” que em breve estará disponível nas plataformas de streaming e na sua coluna na Revista do Villa que também iniciou com um programa de entrevistas no qual Claudia Melo e apresentadora. Este ano a atriz CLAUDIA MELO, apresentadora e produtora marcou a sua estreia na Marquês de Sapucaí à frente de um camarote e apresentou muito samba no pé durante os dois dias da folia carioca. Os looks exclusivos, foram carinhosamente, produzidos pela também, estilista Cláudia. “A próxima empreitada é o lançamento de um programa de entrevistas com celebridades, na TV, mas que, por enquanto, é guardado a sete chaves.” Cláudia Melo é o que podemos chamar de uma Jurema Mulher, é ser exatamente o que a mulher sempre foi. Mãe, esposa, estudante, filha, empresária, dona de casa, líder política, trabalhadora, ativista, esportista e tudo mais que faz dela uma pessoa que desempenha diversas funções ao mesmo tempo, com competência! Uma líder nata com qualidades que hoje são reconhecidas como indispensáveis em um ambiente de trabalho, e chamadas de Inteligência Emocional. Uma pessoa “emocionalmente inteligente” que além de ser capaz de executar múltiplas tarefas, consegue lidar com frustações de forma positiva, liderar pessoas e trabalhar incansavelmente sempre com foco no sucesso do seu maior empreendimento: sua vida! Para acompanhar o trabalho desta incansável, talentosa atriz e sua lifestyle, siga o Instagram @claudiamelooficial e fiquem por dentro de tudo. n


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Eleonora Erthal

P PREMIADA Eleonora Erthal, Mulher Excelência no Agronegócio

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Eleonora, professora da rede pública, e empreendedora por vocação deu seus primeiros passados na indústria confeccionista buscando uma nova fonte de renda para a família. A transformação e crescimento da Monthal ocorreu de forma sustentável. Tendo como base a inovação contínua, sendo ela no Design das estampas, modelagens das peças ou campanhas e projetos que a marca atua. A Monthal é uma empresa que está há mais de 32 anos no mercado, produzindo o melhor da lingerie noite. Referência em Pijamas e Camisolas produzidas na Serra Fluminense. Sua história começa em um pequeno ateliê de costura no terreiro de uma fazenda de café na cidade de Bom Jardim, interior do Rio. Mais do que pijamas e camisolas a Monthal produz Inovação. Inovação é a chave do diferencial da Monthal. Nestes últimos

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anos fomos contemplados com:  Prêmio Firjan de Ação Ambiental  Prêmio Nacional de Inovação (CNI)  Prêmio Re-inventa  Menção honrosa pela Secretaria de ciência e tecnologia de Nova Friburgo. Entre outros. Todos estes com trabalhos e projetos que envolviam o consumo consciente e novos materiais aplicados à indústria têxtil. Acreditamos que este é um novo nicho que está surgindo e que é de grande importância para o futuro econômico e vital em nosso planeta. A busca cada vez mais por produtos que contam uma história, e ecologicamente corretos. A passagem pela pandemia foi o momento mais desafiador em todos os anos da empresa, onde fomos obrigados a nos reinventar e repensar muitas das antigas práticas que tínhamos. Conseguimos durante este período nos manter com a fabricação de EPIs, muitos deles doados a instituições públicas,

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“Eleonora Erthal, seu nome MONTHAL, é a conjunção dos nomes Monnerat e Erthal — os sobrenomes das FAMÍLIAS FORMADORAS”

mantendo sempre de pé nosso compromisso com a sociedade e servindo como base experimental para melhoria de eficiência contínua de produtividade e novas técnicas de costura e acabamento. Para os próximos anos impera o otimismo, sendo este planejado com passos que esperam retorno do mercado. Estamos reestruturando a empresa em alguns setores, tendo como meta torná-la mais eficiente em seus processos agilizando desde a área de criação até os controles internos através de novo software. Nossa estrutura de vendas hoje conta com 5 lojas próprias da marca e representantes por todo o Brasil atendendo multimarcas. Para o ano de 2022/23 apostamos em um contato cada vez mais intimista com nosso cliente, para isto estamos com uma equipe de atendimento a clientes selecionados por telefone, dando um atendimento diferenciado focado em nossos atacadistas. Nosso ecommerce cresce cada vez mais contando com a reestruturação da plataforma, fazendo a migração para um layout cada vez mais rápido, intuitivo e seguro, para levar para o conforto do seu lar o pijama que você deseja com a maior eficiência possível. Faça parte de nossa família, integrando nossa rede de lojistas e revendedores parceiros através do contato: (22) 2566-2230 ou por nosso e-mail contato@ monthal.com.br Conheça mais detalhes de nossa trajetória em www.monthal.com.br e @monthaloficial “Monthal é nossa marca de homewear e pijamas e após estar presente em todo o território nacional, ser detentora de inúmeros prêmios nacionais de qualidade e sustentabilidade, nos serviu como base de conhecimento administrativo

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para a formação deste novo negócio. Nos conduzindo por uma convergência setorial, onde interligamos oportunidades de mercado.” Diz Eleonora Erthal. Por outro lado, o café na cidade de Bom Jardim — Rio de Janeiro, tem uma trajetória muito extensa, sendo que a Família Erthal sempre teve a vocação do negócio desde o patriarca da família. Estando na 4º Geração de produtores, a Fazenda Goiabal tradicionalmente não é uma fazenda de monocultura, lá tem frutas como a goiaba, o maracujá a banana; algumas hortaliças e o gado leiteiro. Porém o café foi o que sempre se sobressaiu em adaptação e alta qualidade. Tem também uma forma de manejo já herdada de gerações passadas e este conjunto de premissas leva a ter um terroir exclusivo. Hoje temos um café especial cultivado entre 700 a 1000 metros de altitude — cafés de montanha são reconhecidos por terem qualidade superior. Um grande volume é escoado por trades, em sua maioria ainda hoje para o mercado externo. Porém, estamos conquistando uma grande absorção no mercado local; e presentes em locais conceituados de café e redes de supermercados premium. Colecionadora de premiações, Eleonora Erthal, só confirma o resultado de excelência na produção do café. Entre eles: Top 1 Qualidade pela ABIC — um concurso em âmbito nacional que presenteou o Estado do Rio de Janeiro pela primeira vez; 2º lugar com café natural no Estado do Rio de Janeiro — mais uma vez o nosso Estado aparecendo com cafés especiais; 2º lugar Prêmio Mulher do Agro, realizado pela Bayer. “Além disso, temos um projeto de parceria público privado com instituições de ensino para pesquisa e troca de conhecimento. Acredito que isto será de grande valia para ambas as partes, pois estamos muito próximos do Rio de Janeiro e lá eles terão diversos campos para experimentos. E assim estamos nesta caminhada com a fazenda Agro 4.0, buscando diversificar as culturas, sendo que o café é a nossa estrela, para que a fazenda se torne sustentável econômica e ecologicamente.” Disse, Eleonora. n


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Dra. Tathiana Antony é médica, natural da cidade de Manaus, formada pela Universidade Federal do Amazonas há 19 anos. Veio para o Rio de Janeiro há 18 anos, e aqui fez especializações em cirurgia geral e cirurgia plástica, e mais recentemente em dermatologia, especialidade em que trabalha atualmente. Dermatologia Clínica e Preventiva é uma das especializações da área que atua diretamente no diagnóstico, prevenção e tratamento das doenças e problemas que atingem a pele, mucosas, cabelo e unhas. Sendo assim, todos os médicos especialistas em dermatologia possuem habilitação para o atendimento clínico de pacientes. O dermatologista clínico deve ser consultado em casos onde o paciente tenha sintomas e alterações na pele que possam comprometer a saúde e o bem-estar. Em atendimento

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Dra. Tathiana Antony

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PREMIADA Dra. Tathiana Antony, excelência no cuidado com a beleza da mulher, através da Dermatologia Clínica e Preventiva

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ambulatorial, no consultório ou hospitalar, este profissional é habilitado para tratar doenças como infecções, inflamações e tumores, com o suporte de exames complementares para identificar o tratamento mais adequado. Trabalhar com a estética, sempre foi o ponto central do seu trabalho, e ao contrário do que muita gente pode pensar, devolver a auto - estima e a qualidade de vida às mulheres, é sim, essencial. Dermatologia cosmiátrica ou estética é a especialidade da dermatologia relacionada à beleza e os tratamentos voltados para manutenção e melhora da aparência da pele e partes relacionadas, de forma ética, ampla e com embasamento científico. O dermatologista especialista em cosmiatria utiliza-se do conhecimento médico e da estética para avaliação de cada paciente e indicação do tratamento adequado, considerando os riscos, necessidades e expectativas para cada caso. Essa especialidade é responsável por tratamentos para o

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“Sua filosofia é enxergar cada PACIENTE POR INTEIRO, com suas queixas e dificuldades, e poder ajudar na RECUPERAÇÃO de sua plenitude”

envelhecimento, como rugas e manchas, remoção de tatuagens e cicatrizes, controle de acne e outras questões estéticas, utilizando, por exemplo, preenchimentos e aplicações de substâncias, lasers, peelings, prescrição de medicamentos, uso de loções, cremes, pomadas, ácidos e afins. Não se deve confundir esta especialidade médica com a profissão de esteticista. Este último conta com bacharelado ou formação técnica para realizar tratamentos corporais e faciais como limpeza de pele, depilação, drenagem linfática e outros. Ver rostos felizes e confiantes, em todas as idades, a motiva a estar sempre em busca de técnicas aprimoradas e as últimas tecnologias para oferecer às suas pacientes. MAS, O QUE É DERMATOLOGIA ESTÉTICA? Como diria o poeta Vinícius de Moraes, “beleza é fundamental!” Por isso, para estudar e cuidar da estética humana de forma ampla e ética, entra em campo a atuação da Dermatologia Estética ou Cosmiatria, uma área da Dermatologia voltada exclusivamente à estética, que busca oferecer aos pacientes uma oportunidade de se sentirem melhores e mais felizes por meio do tratamento dermatológico adequado. Mais do que nunca, você precisa saber que Cosmiatria ou Dermatologia Estética é a ênfase da especialidade que visa o tratamento e prevenção de problemas estéticos na pele. É um outro campo de atuação na Dermatologia. E, ­diga-se de passagem, um campo fértil e em franca ascensão nas

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últimas décadas! É sempre bom a gente deixar bem claro que procedimentos cosmiátricos são procedimentos médicos, e estão longe de serem tão simples e fáceis de serem realizados, nem livres de riscos! O papel do dermatologista estético é fundamental na análise responsável da pele e seus anexos, e sua experiência e qualificação o gabaritam para não apenas prescrever tratamentos clínicos, mas também realizar procedimentos cosméticos, tais como laser para remoção de tatuagens, aplicação de toxina botulínica, dentre outros, além de ser responsável por pequenas cirurgias. Em suma, a atuação Dermatologia Estética se aplica a peles com prejuízo estético que, no entendimento do paciente, apresenta manchas, melasmas, descamações, erupções, rugas e sulcos, decorrentes do envelhecimento natural, da exposição excessiva aos raios solares, do tabagismo, da má alimentação, de alterações hormonais ou causados por fatores genéticos. E todo um conjunto de técnicas, ações, equipamentos, medicamentos e produtos serão usados para trazer de volta o aspecto mais bonito e saudável da pele. Atualmente a clínica Renewmed da Dra. Tathiana é referência em tratamentos injetáveis e à laser, incluindo outras médicas dermatologistas em sua equipe e uma ginecologista que trabalha com a parte de laser íntimo, devolvendo saúde e conforto às mulheres menopausadas e que passaram por tratamentos para o câncer de mama. Sua filosofia é enxergar cada paciente por inteiro, com suas queixas e dificuldades, e poder ajudar na recuperação de sua plenitude. n


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Viviane Fernandes

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Viviane Fernandes é CEO da Nice Via Apia Turismo Luxury, diretora da Abav – VP de relações públicas dos Embaixadores de Turismo do Estado do RJ, Diretora do IPETUR − Instituto de Estudos e Pesquisas de Turismo. Diretora do Instituto Preservale. Trabalha em várias curadorias de obras de arte. É a cerimonialista oficial dos embaixadores, radialista da rádio BAND e apresenta seus programas de TV no Canal 4 e 11 da Net, semanais. Também atua na área da moda já tendo sido capa de algumas revistas renomadas como AbsoluteRio, Mais Bonita e Diva Brasil . Irreverente, atua no mundo da moda como modelo, participando de capas de revista e desfiles pelo Brasil. Evento dos Embaixadores na casa do Cônsul da Bélgica com

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PREMIADA Viviane Fernandes, é uma locomotiva na área de turismo e Comunicação. Bacharel nas duas áreas, pós em MKT

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Bayard Boiteux VP da Associação dos Embaixadores de Turismo do RJ. Também atuou na Pandemia como mediadora das Lives dos Embaixadores do Rio de Janeiro, que foram em torno de 80 Lives com celebridades, empresários, empreendedores e políticos. Participou em conjunto com a Associação de Embaixadores do Rio de Janeiro e seu VP, o querido Bayard Boiteux, de alguns livros que foram escritos durante a Pandemia, sobre o nosso Rio de Janeiro, o Vale do Café e tem seu depoimento no livro “Relatos da Pandemia de Bayard Boiteux”, além de ter sido curadora em parceria com Bayard Boiteux de várias exposições virtuais de fotos, arte e personalidades. Viviane aprecia uma boa gastronomia, um bom vinho, gosta de viajar, conhecer novas pessoas, praticar exercícios e ter seus momentos de lazer, pois acredita que com isso “recarrega suas baterias”, explica, para todos os dias recomeçar com garra, carisma e determinação, que definem

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FOTO: MARCIO ROSA

“Viviane atuou na PANDEMIA como mediadora das LIVES DOS EMBAIXADORES DO RIO DE JANEIRO, que foram em torno de 80 LIVES com celebridades, empresários, empreendedores e políticos”

sua personalidade. Dotada de um sorriso carismático único, é uma grande personalidade no mundo do Turismo e da comunicação. UMA APRESENTAÇÃO A contribuição das mulheres para o turismo é robusta e expressiva. Tão expressiva e marcante que o segmento está entre as dez áreas do mercado de trabalho que mais geram emprego e renda ao público feminino, de acordo com pesquisa da Catho (site de profissões). São empresárias, hoteleiras, operadoras do turismo, gerentes, atendentes, vendedoras de pacotes turísticos, artesãs, aeromoças, guias turísticas, além de outras funções diretamente e indiretamente ligadas ao segmento. São inúmeros os cargos ocupados por mulheres, que dão o seu melhor todos dias para impulsionar a atividade turística no Brasil e no mundo. Não podemos esquecer também das mulheres que consomem o turismo. Elas viajam e vivem experiências que só o setor pode proporcionar. Inclusive, há serviços exclusivos para esse público, como agências de viagens que atendem só mulheres e promovem as chamadas “Woman Trip”. O protagonismo da mulher está cada vez mais consolidado no turismo, seja trabalhando ou vivendo experiências de viagens. Essa é uma evolução, já que, antes da década de 1920, era impossível uma mulher viajar desacompanhada. Segundo a revista Havard Business Review, o número de mulheres que viajam sozinhas aumentou em mais de 230% na última década. Dados do Relatório do Word Travel Market

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indicam que oito em cada dez mulheres latino-americanas estão dispostas a viajar sozinhas nos próximos anos. Uma pesquisa do Ministério do Turismo de sondagem do consumidor, realizada em fevereiro deste ano, revelou que 21,2% das mulheres entrevistadas têm intenção de viajar nos próximos seis meses. Dessas, 62,4% irá viajar pelo Brasil. Um dado importante da pesquisa é que 17,8% das que pretendem viajar, irão desacompanhadas. O número é 50% maior quando comparado aos homens tem intenção de viajar sozinhos. A mulherada é maioria no Brasil, somos 103,5 milhões, 51,4% da população do país. De acordo com levantamento feito pela Airbnb, o Brasil está entre os cinco países com mais mulheres que viajam por conta própria. Apesar de uma viagem sozinha para uma mulher caracterizar ainda um desafio, principalmente quando levamos em consideração a cultura e costumes de alguns destinos, a tendência é que o número de viajantes desacompanhadas cresça ainda mais nos próximos anos. Além disso, as viagens de mulheres, solo ou entre amigas, também são uma tendência de mercado. Já existem pacotes específicos e destinos especializados neste tipo turismo, onde as atrações e atividades são voltadas ao público feminino, desacompanhado ou não. O imensurável o papel da mulher na sociedade e o mesmo vale para a contribuição do gênero na indústria de Viagens e Turismo. Que possamos encontrar, cada vez mais, ânimo para cumprir nossos papéis e permanecer atuando em prol do Turismo, enquanto profissionais ou como viajantes. n

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Kenia Maria

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KENIA é atriz, escritora, youtuber, feminista e militante do movimento negro. Ao lado de Juliana Paes e Camila Pitanga, faz parte de um grupo comprometido em promover a igualdade de gênero e eliminar a violência contra as mulheres ao redor do mundo. A iniciativa da ONU foi criada em 2010 e o papel de Kenia será apoiar os organismos intergovernamentais, a pensar o papel da mulher negra na formulação de políticas e padrões que regem a nossa sociedade. Vinda de uma família de militantes do subúrbio do Rio de Janeiro, seu nome é uma homenagem ao país africano e ela participa de movimentos sociais desde os 13 anos. Foi a sua mãe que a introduziu no resgate de sua ancestralidade e aos 18 anos a sua militância ganhou novos sentidos ao participar da fundação AfroReggae.

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PREMIADA Kenia Maria, Eleita pela ONU Mulheres como a 1ª defensora dos Direitos das Mulheres Negras no mundo

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Há quatro anos, com apoio do marido e dos filhos, ela criou o canal no Youtube “Tá Bom Pra Você?” Em que questiona o racismo presente no cotidiano de forma leve e bem humorada. Um dos quadros, por exemplo, é recriar peças publicitárias para chamar atenção da falta de representatividade negra nas publicidades. As mulheres negras no Brasil são 55,6 milhões, 41,1% delas são chefes de famílias, de acordo com os dados de 2015 extraídos do Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça. Em cada três mulheres presas, duas são negras num total de 37, 8 mil detentas — conforme o Infopen Mulher. E entre 2003 a 2013, houve um aumento de 54% no número de assassinatos de mulheres enquanto houve redução em 10% na quantidade de assassinatos de mulheres brancas. Quando se trata de mercado de trabalho, no quadro diretivo das maiores empresas no Brasil, as negras são apenas 0,4% das executivas. E é por isso que, diante desses dados,

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“Na verdade, o nosso pedido é muito simples: que a SOCIEDADE NOS TRATE COMO HUMANAS” — Kenia Maria”

a ONU Mulheres Brasil quer enfrentar o racismo por meio da estratégia “Mulheres Negras rumo a um Planeta 50-50 em 2030”. No seu primeiro pronunciamento como defensora, Kenia Maria, declarou: “Tenho fortes razões para acreditar que mudanças estão por vir e para mim, é uma honra ser uma das defensoras desta causa. Na verdade, o nosso pedido é muito simples: que a sociedade nos trate como humanas. Sinto uma enorme alegria e satisfação em saber que a ONU Mulheres, com a Década Internacional de Afrodescendentes das Nações Unidas, tem em sua agenda o objetivo de mobilizar a sociedade para que a enorme demanda das mulheres negras seja ouvida”. Com o novo cargo, o primeiro objetivo da militante é debater é a lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio. Kenia Maria, comenta que apesar de existir, a lei não é efetiva. “É importante ressaltar em sala de aula a cultura ­afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade, onde os negros são considerados como sujeitos históricos, valorizando-se, portanto, o pensamento e as ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, a cultura (música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas”, e as religiões de matrizes africanas”, explica. n

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Marisa Araújo

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Formada em Turismo pela Faculdade da Cidade, na Lagoa, é empresária de mídia desde 2005 onde publicou 4 edições impressas da revista ABSOLUTE RIO e seguiu com ela on line até os dias de hoje. Com foco irrestrito e ilimitado, a revista circula com temas diversos. Eventos, entretenimento em geral e colunas sociais e culturais, além de divulgação, são seus pontos fortes. Jornalista por força de seu trabalho e com diversos artigos publicados não só em sua revista, mas também em alguns veículos na internet, Marisa conseguiu fãs e seguidores de diversos tipos sendo também uma excelente COMUNNITY MANAGER, dando consultoria a alguns clientes. Profunda conhecedora da zona sul e oeste carioca onde morou por muito tempo, Marisa Araújo faz muitos amigos pela facilidade de se relacionar e estar sempre nos bons

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PREMIADA Marisa Araújo, Empresária do Turismo e da Moda, editora da revista feminina ABSOLUT RIO

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lugares na hora certa. Uma hábil negociadora, especialista em marketing. É fundadora e CEO da RÁDIO MARUJO CARIOCA, hoje fora do ar, mas com planos de voltar no segundo semestre de 2022. Produtora de Eventos para a grade de programação, além de ter seu próprio programa: PAPO CARIOCA. A comunicação pode ser pensada sob diversos enfoques e níveis de complexidade, em espaço de memória entre Turista, receptor e informação. A Comunicação perpassa todo o processo turístico, senão que o macula e, em muitos casos e em níveis diversos, constitui-se em sua condição de realização. Nesse sentido, importa dizer que comunicação é relação e que em relações de interação em presença, difícil é não comunicar. Pela comunicação um atrativo, produto, pólo turístico passa a existir socialmente, ou seja, antes disso, sua existência tende a se reduzir a uma existência localizada, tangível

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“Mariza Araújo é CEO da revista ABSOLUTE RIO (Seu site já ganhou 2 medalhas pela FEEDSPOT e REVIEWBOX)”

ou intangível. Mediante processos comunicacionais de qualidades diversas, essa existência potencial é informada e/ou comunicada aos públicos, experimenta processos de nominação, transação/ negociação para assumir seu caráter turístico. Nesse sentido, sob a perspectiva das construções culturais, Castro afirma que “seria ingenuidade, pensar que um local possa ser naturalmente turístico”. Seu reconhecimento como “turístico” é uma construção cultural — isto é, envolve a criação de um sistema integrado de significados através dos quais a realidade turística de um lugar é estabelecida, mantida e negociada. Essa afirmação de Castro vem de encontro com a compreensão que se tem sobre a tensão ­comunicação-turismo. Observa-se que, ao afirmar que a ideia de “turístico” pressupõe a criação de um sistema integrado de significados o qual possibilita que a realidade turística seja estabelecida, mantida e negociada, Castro, sob a perspectiva da cultura, permite que se afirme que a ideia de “turístico” constrói-se em relações de comunicação. Isto é, a criação de um sistema de significação exige sujeitos em relação, portanto dá conta da articulação sujeito — grupo/ comunidade/sociedade. Esse sujeito, em uma perspectiva de complexidade, constrói a sociedade que o constrói. Isso significa pressupor que estabelece relações e, como se verá, relação, nesse sentido, é comunicação. Ao (re)tecer a rede de significados — vale lembrar que, segundo Geertz (1989) a cultura é uma rede de significados tecidas pelo homem, na qual ele se prende — os sujeitos podem materializar relações de colaboração, cooperação,

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resistência, organização, desorganização, subversão, associação, corroboração e rejeição, dentre outras. E é dessas/nessas permanentes tensões entre os diversos sujeitos articulados no (re)tecer a rede de significados (lugares de comunicação e exercício de poder), que se realiza a ideia do “turístico”. n

CASTRO, CELSO. NARRATIVAS E IMAGENS DO TURISMO NO RIO DE JANEIRO. IN ANTROPOLOGIA URBANA: CULTURA E SOCIEDADE NO BRASIL E EM PORTUGAL. 2. ED. RIO DE JANEIRO.


R I O D E JA N E I RO

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Mônica Areal

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PREMIADA Mônica Areal foi atriz é Delegada de Polícia, atualmente apaixonada pela profissão

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Policial desde 2013, como delegada, conta Além disso, fez várias peças. Quando estava numa peça que colocar o uniforme da polícia civil, para em cartaz, geralmente era no teatro “Vannucci”. Mônica se ela, é um orgulho que não se pode mensu- repetia, dizendo que esse teatro tinha alguma coisa enerrar. Já enfrentou casos difíceis na profissão, gética, porque quando convidavam, eu perguntava “qual seu amor pelo oficio é maior que qualquer teatro?’’ Era o “Teatro Vannucci’’. Em malhação quando dificuldade que possa existir. entrou que foi a primeira atuação em televisão, disse ter Para conhecer um pouco mais sobre a sido algo muito marcante. trajetória profissional de Mônica, fizemos um bate-papo exclu- Mônica Areal ainda. Fez Salsa e Merengue, fez a telenovela sivo com essa delegada de muita garra. Mônica nascida na Anjo Mal e uma participação na Linha Direta, traba­­­Tijuca antes de ser delegada, ingressou na carreira artística. lhava bastante. Profissionalmente mesmo, com 18 anos, mas desde o colé- E segundo Mônica Areal, ninguém foge do destino, e nos gio sempre se destacava quando tinha teatro. Quando tinha relata como da carreira promissora de atriz, entrou na Polícia peças, sempre ganhava prêmios. Civil como delegada linha dura, sempre dentro da lei. De melhor atriz, por exemplo, na CAL — Casa das Artes de “É muito engraçado”. Diz-nos Mônica. Porque fez vestibular Laranjeiras, ou quando tinha também concurso. de direito. passou na UERJ — Universidade do Estadual do Sempre se destacava. Fez a oficina da Globo, e na ocasião Rio de Janeiro. É uma faculdade muito difícil para passar, fez o teste para malhação e passou. passou em 30.º lugar, começou a fazer e abandonou. Seus pais

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“Meu conselho é que mesmo com MEDO, vai, denuncia!” vítima, gravem, peçam provas. Não é só chegar lá e denunciar. Não é só isso. Vai ter um processo, e todo mundo tem direito a defesa. E aí as palavras ficam soltas. Com provas fica mais fácil”. Ela explica que muitas vezes a vítima vai lá, faz a denúncia, é espancada, mas não faz exame de corpo de delito, e conclui dizendo: “Aí chega dois anos depois, no juiz, e cadê a lesão? a lesão já foi entendeu? Então tem que ser tudo bem amarradinho, tudo com provas. A polícia sozinha não dá! Tem que se juntar sempre com a vítima, tem que se juntar com a esperteza, e as provas, entenderam? Pra gente não ser julgado mal pela sociedade e para que o juiz possa julgar da forma correta.” Conclui. Mônica ainda ressalta que a função do policial investigar quase tiveram um ataque do e ver o que aconteceu, para entregar ao juiz o máximo de coração, e ela foi fazer CAL — Casa de Arte Laranjeiras, foi provas e deixar as evidências mais próximas da verdade, fazer teatro e tudo. Aí passado o tempo, uma amiga come- para a melhor compreensão dos fatos. çou a fazer direito, Mônica teve um Estalo fez vestibular de Perguntamos a ela, quais os planos para o futuro para carreira, novo de direito, mas fazia segundo ela “empurrando com a e ela conta-nos que é apaixonada pelo que faz: “Sou apaixobarriga”... Estava até viajando com a peça “Violetas na Janela nada pela polícia civil do Rio de Janeiro. Colocar o uniforme De repente, certo dia vendo o fantástico, estava aparecendo da polícia civil pra mim é como se fosse, sei lá, é um orgulho uma ação da DAS. DAS é a Divisão de Sequestro, e era sem tamanho, é imensurável. Eu sempre quis esse concurso, muito legal, porque o policial ia resgatar uma criança que e passei exatamente nesse concurso. Eu nunca fiz outro, eu foi sequestrada. E a delegada Areal, lembra até hoje, que a nunca fiz pro Estado. A polícia é perfeita? Não, não é perfeita! vítima, estava debaixo de uma cama, só aquele estrado da e Vou ter meus dissabores, vou ter meus aborrecimentos, mas ele pega ela de um jeito, daí vendo televisão com meu pai e eu sou apaixonada, sou apaixonadíssima pela polícia”. minha mãe, falei: “eu vou ser isso ai, vou ser policial,” então Sobre o combate à violência doméstica e familiar, as delegacomeçou a procurar curso para fazer e começou a estudar, foi das falas que várias mulheres desistem de denunciar, várias reprovada no primeiro, tanto para inspetor como para dele- voltam para os seus agressores e conta um caso que viu na gado. E, viu que tinha que estudar muito, tinha que estudar TV: — “Ah ele quer ter a última conversa com ela, o cara mesmo, até sangrar. falou que quer ter a última conversa, vai ela no celularziDemorou três anos, para ter outro concurso, mas nesse ela nho lá, e eles tiveram a última conversa, foi à última mesmo. passou, tanto para inspetora como para delegada. Ele a matou!” Às vezes as pessoas falam: sou empoderada, Mônica Areal amava atuar, mas descobriu que nasceu para comigo não vai acontecer. Não, não é assim não! Então é ser policial. uma agressão muito perigosa, sabe? Não me canso de ter Ela conclui que tem muitas experiências interessantes e difí- as mesmas falas nas minhas palestras.” ceis, com pessoas irônicas, debochadas, que fazem perder a Pedimo-lhes a ela qual conselho daria para as mulheres que paciência, mas, com muito autocontrole e agindo de forma sofrem agressão e a delegada com muita sensatez responde: correta é possível fazer um trabalho dedicado. “Meu conselho é que mesmo com medo, vai denúncia! Porque Conta também que nesse trabalho de policial, muitas vezes se você tem medo de sofrer uma violência maior, só porque são até acusados por coisas indevidas. A Delegada fala que procurou ajuda, pode ter certeza que se você não procurar, as pessoas sempre vão ter uma defesa, e relata: “Trabalhei essa violência é certa. Mas, sempre se precaver, sempre ter muito tempo com violência doméstica, e sempre falava pra provas do que vai denuncia”. n

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Neidinha Rocha

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PREMIADA Neidinha Rocha, cantora e locutora, nasceu em Natal – RN em 1977

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Neidinha Rocha é Filha de Raimundo Nascimento Rocha, (cantor, compositor e arranjador musical), foi incentivada desde criança a desenvolver seu próprio estilo de cantar. Ela vem se destacando por seu carisma e voz marcante. Como artista, se dedica em manter a tradição

musical nordestina. Experiência Musical — Efetivamente iniciou a sua carreira participando do “Encontro de acordeons do Rio de Janeiro”, logo em seguida começaram a surgir convites para participar de algumas entrevistas em rádios do Rio de Janeiro. No decorrer da carreira participou como integrante da produção musical: “Coração da Sanfona Meu Forró Pé de Serra,” tendo como Produtor Musical, o Radialista Adelzon Alves Participações em CD — Participou da gravação do CD do cantador Marcus Lucenna, com a música Vida Retirêra,

(hino do Centro de Tradições Nordestina), juntamente com grandes artistas representantes da cultura; CD da grande Sambista Yeda Maranhão, nas músicas Xenhenhem de composição de Antonio Barros e Forró das Cumadres de composição de João Silva; Oh, Saudade de composição de João Mossoró e Guebardo Moreira; CD Rota do Forró com a música, Dom Divino (Jurandy da Feira) e da Coletânea dos FORROZEIROS/PE, interpretando a música Pega, que também lançou no CD autoral “Desejo”, música dos Autores Rubinho de Paula, produtor e compositor de vários sucessos interpretados por Simony, Latino, Claudia Leite entre outros. A cantora segue carreira solo e participa eventualmente como cantora, da Orquestra Sanfônica do Rio de Janeiro, projeto que vem abrilhantando a nossa música brasileira, tendo como produtor Musical, arranjador e compositor o Maestro Marcelo Caldi. Ela que gostaria de ter uma música que retratasse a

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“Ela nos conta que gostaria de ter uma MÚSICA que retratasse a perseverança em realizar o sonho de fazer o que mais ama, CANTAR, realizou”

perseverança em r­ ealizar o sonho de fazer o que mais ama, CANTAR e realizou. Neidinha Rocha que desde criança, sempre idealizou os palcos, vem se destacando cada vez mais por onde passa. O FORRÓ SOB O PONTO DE VISTA DO PESSOAL DO SESC DO RIO DE JANEIRO Inicialmente, as letras de forró retratam hábitos e costumes do povo nordestino, assim como tema ligado ao amor, às lembranças e à saudade do Nordeste. Com o tempo as composições passaram a retratar diversos outros temas e assuntos. No forró, existem gêneros específicos como o Baião, Xote, Xaxado, Coco, Embolada, Arrasta-pé, Rojão. Atualmente os gêneros mais tocados são o Baião, Xote e Xaxado. BAIÃO O Baião é um ritmo musical e de dança do nordeste Brasileiro, com origens no Lundu Africano e nas danças indígenas. Antes de sua popularização no Sudeste, o Baião já era cantado por violeiros, bandas e conjuntos do interior nordestino. Luiz Gonzaga, com Humberto Teixeira, convencionaram o Baião conforme entrevista ao Jornal O Pasquim, em 1971: “Eu tirei justamente do bojo da viola onde o cantador faz o tempero para o improviso, para o repente. Ele costuma cantar fazendo o ritmo no bojo da viola e o dedão vai comendo nos bordões. Eu peguei essa batida, criei um jogo melódico e Humberto Teixeira colocou a letra”. TRÊS FASES DO FORRÓ — Pode se dizer que o forró pé de serra teve três grandes momentos na história. O primeiro,

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na década de 1950, com o baião “criado” por Luiz Gonzaga, conhecido como Rei do baião e principal representante do forró, que abriu caminho para o surgimento de novos artistas nordestinos como Jackson do Pandeiro, Marinês, Dominguinhos, Sivuca, entre outros. Já na década de 1970, a geração dos cabeludos Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Zé Ramalho e Elba Ramalho inovou o forró, introduzindo misturas sonoras como elementos da música pop e do rock, além da utilização de novos instrumentos como o baixo, bateria e guitarra. O terceiro grande momento do Forró se inicia a partir do final da década de 1990 com grupos como Falamansa, “Forró sacana”, “Rastapé”, Trio Forrozão, Raiz do Sana, Bicho de Pé, entre outros. Esta última geração promove um movimento de difusão dessa cultura, principalmente pela facilidade de divulgação e promoção através das novas tecnologias e plataformas digitais. O forró se modernizou com o processo de migração, urbanização e globalização do país, e acompanhou o desenvolvimento de novos sistemas tecnológicos e de comunicação. O forró, antes restrito ao interior nordestino, alcança níveis globais. A música passou a utilizar diversos instrumentos e a dança se apropriou de passos de dança de salão. Surgiram, então, novas formas de relacionamento com a festa, música e dança, mas a alegria de curtir um “forrózin” não muda. No Spotify do Sesc RJ você vai se deliciar com clássicos do forró e de diversos artistas presentes nesse texto. n


Dança C E C Í L I A Q U E I ROZ *

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m seu 45º aniversário, o Balé Popular do Recife está vivo, repleto de projetos e parece materializar o conceito de imortalidade. É o mais antigo grupo de dança profissional de Pernambuco com atuação ininterrupta. Nossa coluna comemora seu aniversário, parabeniza-o, enaltece seu legado e lembra sua vigorosa trajetória de sucesso no Brasil e no exterior. Destaca sua peculiar metodologia embasada em, no mínimo, quatro elementos: reconhecimento da história, valorização da cultura popular, harmonização entre teatro, dança e música e educação. Sobre o elemento educação, destacamos um, entre os muitos casos de sucesso. Nossa coluna conversou com Angélica Madureira, diretora artística e professora, com Ângela Fischer, responsável pelos belíssimos figurinos, e com o bailarino Marlon Rodrigues, exemplo de sucesso. O Balé Popular do Recife — contam os documentos oficiais — foi criado em 1976, quando Ariano Suassuna, então Secretário Municipal de Educação e Cultura do Recife, e André Madureira, ambos participantes do grupo teatral ‘Gente da Gente’, decidiram elaborar um projeto que envolvesse danças e folguedos populares, o que culminou, em 1977, com o espetáculo ‘Brincadeiras de um circo em ­decadência’, um sucesso de público e de crítica. Segundo André Madureira (Portfólio, 2019), um dos fundadores, em maio de 1977, Ariano Suassuna “rebatizou” o Grupo com o nome de Balé Popular do Recife, cuja proposta, desde o início, foi de realizar um trabalho de pesquisa e de resgate histórico, observação e catalogação de passos, trajes, adereços, músicas e instrumentos, visando salvaguardar os saberes e as histórias dos festejos e dos folguedos populares do Nordeste brasileiro. Essas pesquisas originaram diversos espetáculos, dentre os quais alguns, sempre com figurinos exclusivos e envolvendo os três elementos: o teatro, a dança e a música. No quesito música, o repertório dos espetáculos contou com

anos do BAILÉ POPULAR do Recife FOTO S F E R N A N D O A Z E V E D O

uma miríade de talentos, como o dos irmãos José e Antúlio Madureira, do Quinteto Armorial, do Trio Romançal e de Antônio Nóbrega, entre outros. Antúlio também desenvolveu instrumentos como: o marimbal de lata, o garrafone e o mocenho. Madureira (2019) referiu que, desde que foi criado, o Balé Popular do Recife teve a colaboração de muitos mestres, artistas e grupos populares. Sua intenção e a qualidade do seu trabalho levaram vários espetáculos para importantes palcos, no Brasil e em outros países, como: Israel Espanha, Portugal, França, Holanda, Costa do Marfim, Cuba, Canadá, Estados Unidos, Peru, Argentina e China. Seu sucesso extrapolou os palcos e, a partir de 1992, iniciou suas atividades educacionais, ministrando cursos de iniciação à dança popular. No ano seguinte, foi criada a Escola Brasílica de Expressão Artística, cuja metodologia é trabalhada com base nos quatro ciclos festivos do ano: o natalino (que traz a dança do guerreiro, o galante, os Brincantes do Nordeste e o cavalo-marinho); o junino (que trabalha o xaxado, o coco de roda, a ciranda e a quadrilha junina); o afro-brasileiro (com a dança quilombiana, o afro primitivo, os caboclos de lança e o maracatu nação) e o carnavalesco (que apresenta os Caboclinhos, a ‘La Ursa – troça’ e o frevo). E não parou. O Balé mantém, em sua sede, aulas regulares de iniciação à dança popular do Nordeste, fiéis à metodologia brasílica. Segundo a professora Angélica, “é daqui (das aulas) que muitos talentos são descobertos e se tornam parte do elenco”. A experiência educativa de mais de 30 anos contribuiu para formar muitos/as bailarinos/as, levou a cultura nordestina, além dos palcos, para as escolas públicas e privadas e desenvolveu projetos sociais em várias comunidades de Recife, cujo mote se manteve firme: dança, teatro e música. Abril⁄ Maio 2022 | JUREMA BRA SIL 38


“Sem a DANÇA, provavelmente eu não teria vivenciado tantas EXPERIÊNCIAS POSITIVAS no BRASIL e no EXTERIOR”. —Marlon Rodrigues

Após de dialogar sobre o difícil momento pandêmico, ­sobretudo, para a comunidade artística, perguntei a Angélica Madureira quais os planos do Balé, nesse momento de pós-pandemia de covid 19, e ela, com a amabilidade e a alegria que são sua marca pessoal, disse: “Estamos montando um novo espetáculo, reorganizando nosso acervo, recriando figurinos e ampliando nossas atividades educativas e sociais. Aguardem muitas novidades, meus amores.” MARLON RODRIGUES — UM CASO DE SUCESSO Em um desses projetos sociais, desenvolvidos pelo Balé Popular, no subúrbio de Recife, Marlon Rodrigues conheceu a dança. Ele disse que Angélica Madureira foi sua primeira professora e fez toda a diferença em sua vida. Marlon, hoje bailarino, coreógrafo e professor de dança, relatou: “O Balé Popular do Recife me formou, me proporcionou alternativa de vida, me profissionalizou e abriu as portas do mundo para mim, sou muito grato”. Marlon, a quem tenho a honra de chamar de amigo e a alegria de ser aluna, integrou o elenco do Balé Popular do Recife por mais de 14 anos e ainda participa de muitas de suas atividades. Por meio de processo seletivo, ingressou na ‘Cia de Dança Jaime Arôxa’, onde permaneceu durante 12 anos, participando de vários espetáculos no Brasil e em turnês internacionais. Foi reconhecido por Arôxa (2021), em entrevista a esta colunista, como um dos melhores profissionais de dança de salão de Pernambuco. Em 2022, a convite do mestre Arôxa, integrou a Comissão de Frente da X9 Paulistana. Marlon nos diz: “Sem a dança, provavelmente eu não teria vivenciado tantas experiências positivas no Brasil e no exterior”. Enfim, voltando ao aniversário de 45 anos do Balé Popular, seu trabalho merece cada um dos parabéns, das mensagens de sucesso, dos prêmios e das homenagens que recebeu.

­ om certeza, o Balé e C todos/as os/as que o fazem contribuíram para que a história de Marlon e tantas outras acontecessem. Um dos seus principaisprêmiosfoiadeclaração do Balé Popular do Recife como Patrimônio Cultural Imaterial (2017), por preservar, enaltecer e ensinar a dança popular nordestina. n * CECILIA QUEIROZ É PERNAMBUCANA DE CARUARU. DOUTORA EM EDUCAÇÃO, MESTRE EM RN-EDUCAÇÃO AMBIENTAL, PEDAGOGA. ESTUDANTE DE DANÇA POPULAR E DE SALÃO


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PREMIADA Oscalina Marcia Pereira Da Silva Excelência na medicina ortopédica e traumatológica em Pernambuco

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foi para Portugal (Hospital Garcia da Orta) onde realizou a pós graduação na área de ortopedia pediátrica. Ao finalizar, achou que estava faltando algo, foi aí que buscou fazer uma nova residência, desta vez em cirurgia do pé e tornozelo em Campinas, SP. “Ortopedia é meu grande amor.” Diz, Dra. Oscalina. Sócia titular da ABTPÉ, foi também presidente da ABTPÉ regional PE por 3 vezes. Hoje é sócia da clínica tradicional de Pernambuco, GOT (Grupo de Ortopedia e Traumatologia) GOT centro e GOT sul. Em 2017 decidiu trilhar mais um caminho, a medicina da longevidade. Fez pós na medicina integrativa para poder auxiliar ainda mais na saúde dos meus pacientes. “Crescer, aprender, sonhar e transbordar sempre estiveram juntos comigo. A medicina da longevidade mudou para melhor a minha vida pessoal e profissional e foi a que me deu incentivo para me fazer coach, isso me auxiliou a saber lidar da melhor maneira com as pessoas e levar meus conhecimentos até elas. Cada dia é símbolo da caminhada e progressão sucessiva do sucesso”.

“ORTOPEDIA é meu grande amor.” Diz, Dra. Oscalina"

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ra. Oscalina Marcia, (46) anos, costuma dizer que é imagem e semelhança do Criador, filha de Oscar Natividade e Maria Pereira, mãe de Otávio Borba e Lara Borba. Há quase 25 anos, decidiu cursar medicina e lembra o dia quando foi compartilhar com sua mãe, sendo aconselhada a cursar odontologia, por se mais fácil a aprovação no vestibular. “Eu, uma menina cheia de sonhos e sem medo dos obstáculos, segui com minha decisão… me inscrevi, estudei e passei no vestibular. Concluindo com o curso com sucesso. Na escolha da residência médica, me vi caminhando rumo a realização de um sonho: Ajudar as pessoas. Passei a pensar muito sobre trabalhar na urgência médica, foi quando veio o contato com a ortopedia e traumatologia. Percebi de primeira que essa era uma área predominantemente masculina, o que deixou-me receosa.” Disse, Dra. Oscalina. Embarcou no Recife para fazer residência na ortopedia e traumatologia. Não foi fácil, mas quem disse que seria? O desbravamento era diário, percebendo estar em uma grande jornada de superação e conquista do espaço feminino. Ao terminar a residência ingressou na sub especialidade em ortopedia pediátrica, após a conclusão,

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MULHERES NA ORTOPEDIA Apenas 6% da Ortopedia é do gênero feminino, ou seja, a especialidade médica chamada “Ortopedia e Traumatologia”, tem 94% dos profissionais do gênero masculino. Estes dados estatísticos coincidem no Brasil e EUA. A explicação para a pequena representatividade feminina pode advir de uma estrutura cultural, histórica e social. A ortopedia é uma especialidade conhecida pela força física, furadeiras, serra de osso, martelo e outras ferramentas que remetem ao estereótipo masculino. Mas a Ortopedia vai muito, além disso: é uma área de atuação extremamente inteligente que necessita raciocínio clínico e exame físico minucioso. A ortopedia tem como características a objetividade, a resultabilidade, a capacidade de visão espacial, a habilidade motora e a resistência física. As mulheres também conseguem dominar essas qualidades e contornar a limitação de FORÇA através do uso de habilidades técnicas e conhecimento de física, regidas pelo Princípio de Archimedes — “dê-me um ponto de apoio e uma alavanca, que moverei o mundo”. Em 2019 foi criada uma Comissão da Mulher Ortopedista da SBOT Minas (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia — Regional Minas Gerais), com o objetivo de reconhecimento, valorização e a consolidação das mulheres na Ortopedia, não só em Minas Gerais como no Brasil. A ideia porém não é competir, e sim trabalhar junto com os homens no sentido de valorizar a especialidade e atender de forma cada vez mais humanizada os nossos pacientes. Em 2020 foi criada a AMOB (Associação de Mulheres Ortopedistas do Brasil), com o intuito de reunir mulheres na Ortopedia, sejam especialistas já formadas, residentes em ortopedia, ortopedistas em fase de subespecialização ou acadêmicas de Medicina interessadas na área, para dar apoio e suporte a essas mulheres, melhorando a representatividade e diversidade.A SBOT-MG através de sua comissão da mulher ortopedista reforça sua admiração a todas guerreiras ortopedistas e incentiva a todos(as) que pretendem seguir nesta especialidade fantástica. n

FONTE: MULHER NA ORTOPEDIA | SBOT (SBOT-MG.ORG.BR)


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PREMIADA Cecília Gonzales Galvão Ferreira Gerente—Geral de Análise Criminal — GGAC, Secretaria de Segurança Urbana

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“Dra. Cecília Gonzales, se orgulha em dizer que: “Construiu sua HISTÓRIA PROFISSIONAL nas áreas de JUSTIÇA E SEGURANÇA”

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arioca, descendente de espanhóis, advogada, mãe de Juliana, vive há 15 anos na cidade do Recife, a Veneza brasileira, e possui o sonho de viver num mundo mais seguro e menos desigual. Adora viajar, explorar novos lugares e conhecer novas culturas; curtir a filhota, a família, os amigos e disfrutar a leitura de bons livros. Formada pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, ­mudou-se para Brasília em 2005 com o objetivo de atuar no Governo Federal, Ministério da Justiça, descobrindo sua vocação para contribuir na construção e execução de políticas públicas voltadas à redução da violência e criminalidade. A partir de então, construiu sua história profissional nas áreas de Justiça e Segurança, tendo atuado na esfera federal no Programa de Fomento às Medidas e Penas Alternativas no Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça (2007-2008) e como Coordenadora-Geral de Direitos Humanos e

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Segurança Pública na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (2010-2011). No estado de Pernambuco, coordenou, na Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos do Estado de Pernambuco, o Sistema Estadual de Proteção a Pessoas (2009-2010) e a Gerência de Penas Alternativas e Integração Social (2011-2013), bem como para a implementação do Pacto pela Vida. Em 2013, aceitou o desafio de participar da gestão municipal, como o propósito de colaborar no desenvolvimento de políticas públicas para a construção de uma cidade mais segura para todas as pessoas, assumindo a de Promoção da Cidade Segura para as Mulheres na Secretaria da Mulher da Prefeitura do Recife, posteriormente, em 2015, a Gerência-geral de Análise Criminal e Cultura Cidadã na Secretaria de Segurança Urbana do Recife, fazendo parte do time de responsáveis pela implementação de um programa inédito no Brasil de prevenção à violência e redução à criminalidade: os Compaz (Centros Comunitários da Paz). Atualmente, dedica-se à Gerência-geral do Compaz Escritor Ariano Suassuna, que tem por objetivo prevenir a violência e reduzir a criminalidade por meio da geração de oportunidades, redução das desigualdades e promoção de uma cultura cidadã. Garantindo o acesso da população a serviços de promoção e defesa de direitos, bem como a atividades de educação, tecnologia, esportes, lazer, artes marciais, cultura, saúde e bem-estar, qualificação profissional e geração de renda. SOBRE O COMPAZ O Centro Comunitário da Paz — Compaz — foi concebido com foco na prevenção à violência, inclusão social e fortalecimento comunitário. Baseado na experiência colombiana das Bibliotecas Parques e também de outras fontes de espaços de cidadania, o Compaz possui duas unidades no Recife. Conhecidos como “Fábricas de Cidadania”. Os Compaz fazem parte da Secretaria de Segurança Urbana da Prefeitura do Recife. A primeira unidade foi inaugurada em 12 março de 2016, no bairro do Alto Santa Terezinha, Zona Norte da cidade. O Dojô chegou a marca de mais de 800 praticantes. O número qualifica o espaço como o maior centro de treinamento de artes marciais de Pernambuco e também coloca como o principal projeto social ligado à prática de arte marcial no Brasil. São sete modalidades oferecidas: Jiu Jitsu, Judô, Taekwondo, Aikido, Luta Olímpica, Submission e Capoeira, nos 225 metros quadrados. Em março de 2017, a segunda unidade foi entregue à população no bairro do Cordeiro: o Compaz Escritor Ariano Suassuna. O equipamento oferece espaços para resolver pendências de documentação, orientações judiciárias, mediar conflitos e informações sobre assistência social. Entre os destaques da unidade da zona oeste está o Ateliê Compaz, cujo foco é capacitar os participantes para geração de renda. As duas quadras de tênis e a quadra poliesportiva também são outros diferenciais dessa unidade. Mais de 18 mil pessoas estão cadastradas na segunda Fábrica de Cidadania do Recife. Entre as atividades, contação de histórias; apresentações teatrais, musicais, circenses e literárias; rodas de diálogos com temáticas de combate às drogas, racismo, homofobia, violência contra mulheres. Confecção de livros, cine debates, atividades manuais (artesanato), música, brincadeiras populares, além de colônia de férias nos meses de recesso escolar. n


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FOTOS: ROBERTO PORTELLA

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PREMIADA Dra. Cecília Queiroz

30 anos dedicada à docência, Professora, Mestra em Recursos Naturais, Doutora em Educação e Pedagoga

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“Sempre fez tudo por opção e PAIXÃO, como ela costuma dizer: “Escolhi mesmo ser PROFESSORA, amo minha PROFISSÃO”

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ilha de Ana Queiroz e João Artur, e caçula de sete irmãos/ãs, Cecília saiu de Caruaru aos 15 anos, para trabalhar como secretária, em uma imobiliária de Recife. Desde muito cedo, participou dos movimentos sociais; aos 16 anos, filiou-se ao Partido Comunista (PCB) e, mais adiante, ao Partido dos Trabalhadores. Contou que, na militância política, aprendeu, estudou muito: “Fui do tempo em que éramos/obrigados/as a ler”. Vivenciou muitas contradições e decepções também. Só para referir uma, diz: “O machismo era muito forte e desde lá já incomodava... Enfim, fui me desencantando e saí”. Mas o compromisso social se manteve firme porque, logo em seguida, ela foi atuar no campo da educação popular, já formada em magistério, e relata: “Busquei colaborar com as pequenas mudanças, com micro revoluções, lecionando, aprendendo e ensinando. Nada é mais poderoso e revolucionário do que o conhecimento. E a leitura é, sem dúvida, a “arma” mais poderosa e a base de tudo, fui alfabetizar...” O início como professora alfabetizadora foi no Centro de Trabalho e Cultura–CTC, uma ONG

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que atua no trabalho educativo com jovens e crianças que sobreviviam nas ruas de Recife. Em paralelo, ministrou aulas no Centro Brasileiro da Criança e do Adolescente–Casa de Passagem – outra ONG que atuava com meninas usuárias de drogas e sobreviviam nas ruas, também em Recife. Sobre isso, conta: “a Educação me ganhou de vez, fui para a UFPE fazer Pedagogia, amei o Curso e os/as professores/as, tive a honra e o privilégio de encontrar os/as melhores e mais generosos/as. Já formada, a docência foi se consolidando, e a professora foi trilhando caminhos variados: foi assessora sindical em São Paulo, trabalhou na UNICEF, na UNESCO, na Secretaria de Educação a Distância SEED/ MEC, em Brasília, no Ministério da Saúde, também no DF, colaborando com a formação e a regulamentação da carreira dos/as agentes comunitários de Saúde, Secretária de Habitação, na Prefeitura de Recife, lecionou e coordenou, por 15 anos, cursos de graduação na modalidade EAD na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), de onde se afastou e, em paralelo, foi se qualificando. Fez Especializações, Mestrado em Recursos Naturais — Educação Ambiental–e continuou atuando em atividades sociais. A militante nunca morreu, e esse é um dos diferenciais da nossa premiada, que trabalhou em “lixões”, desenvolvendo projetos de educação ambiental. Em 2019/2020, foi cursar Doutorado na Europa, na Universidade de Barcelona-Espanha: “Fui bolsista CAPES e é muito importante destacar isso, porque a pós-graduação precisa de políticas públicas, é muito caro cursar um doutorado sem apoio público. Nessa pandemia, vimos claramente o valor da ciência e da pesquisa...”. De volta ao Brasil, continuou atuando. A professora/militante realizou, em parceria com o ITGE e a Caixa Econômica Federal CEF, em um Quilombo em Goiana/PE, Trabalho Técnico Social (TTS), objetivando o empoderamento das meninas e mulheres negras. Desenvolveu, também, com a colaboração de colegas professores/as da FADIMAB e do Exmo. Juiz da Vara Regional de Infância e Juventude da 5a Circunscrição/Goiana, o Programa ‘PEDAGOGOS/AS ALÉM DA MEDIDA’, a ser desenvolvido em IES públicas e particulares, no qual os/as futuros/as pedagogos/as serão preparados/as para realizar mentoring com estas crianças e jovens sob Medida Socioeducativa em meio aberto, objetivando, ao mesmo tempo em que realiza o curso de formação, construir projetos de vida com esses/essas crianças e jovens para que vivam ‘SEM MEDIDA NO FUTURO’, conta empolgada nossa premiada. Atualmente, produz material didático para o Curso de Pedagogia da UNICAP, é aluna do último período do Curso de Letras-Espanhol, professora voluntária de espanhol, aluna de dança popular no Balé Popular do Recife, de dança de salão, de Capoeira, professora substituta da UFRPE, no Departamento de Educação, e, recentemente, colunista de Dança da Revista Jurema. n


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PREMIADA Dra. Márcia Cristina

Excelência em Cardiogeriatria, sócia fundadora do ICORDIS — Instituto de Cardiologia e Geriatria

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“Menina sonhadora, brincalhona, que adorava brincar de escola e dizia sempre que seria PROFESSORA e MÉDICA”

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árcia Cristina, natural de Macaparana, zona da mata de PE, filha mais velha de 4 irmãos, de João e Luzimar, mãe de Milena e esposa de Giovanni. Improvável por ser de família analfabeta e pobre, mas nunca duvidou de que um dia seria o que sonhava. Seus pais a incentivavam e sua madrinha e professora também, D. Lourdinha. Proveniente do Colégio Creusa de Freitas em sua cidade e segundo grau no Santa Maria de Timbaúba. Em 1990 passou no vestibular unificado da UPE e com muita alegria em 1996 formou-se com honras, sendo a laureada da turma. Durante os 6 anos, muitos ajudou, foi ajudada e ensinou, sempre dividindo o que aprendia. Veio a escolha pela residência de Clínica Médica, tendo passado em terceiro lugar geral em 1996 e cursada no Hospital Barão de Lucena. Durante a Residência Médica de Clínica Médica, confirmou sua escolha desde a graduação, pela cardiologia — especialidade lógica, com muita

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evidência científica em seus tratamentos, com atividade muito emocionante por envolver vida e morte como poucas, além de permitir praticar a clínica médica. Por precisar trabalhar, para ajudar seus irmãos, decidiu fazer a especialização em cardiologia e não a residência médica. Fez ainda a especialização em arritmia clínica e ergometria, logo após concluir a cardiologia, todas na Faculdade de Ciências Médicas, no Hospital Oswaldo Cruz. Assustada com o tanto de idosos chegando aos hospitais em 2004, decidiu fazer cardiogeriatria no INCOR e Santa Casa em São Paulo, junto com uma amiga — Dra Jessica Garcia. Pioneiras em Pernambuco voltaram após temporada de muitas amizades, aprendizados e trocas. Desde então, não cansa de divulgar o conhecimento em cardiogeriatria, já tendo contribuído para formação de dezenas de cardiologistas e geriatras, em cardiogeriatria, não só de Recife, do Estado de PÉ, mas de outros Estados através do único curso de cardiogeriatria do norte-nordeste, mas também de capítulos de livros de Geriatria, participação em congressos e elaboração de diretrizes. Em 2014, chegou a vez do doutorado em ciências da Saúde, concluído em 2015, porém um grande susto - a impediu de defender em 2016: um câncer de mama. Foi um ano de muitos e impensáveis aprendizados, sendo o maior deles o ressignificado da palavra PACIENTE. Estar no outro lado a fez entender o que é ser médico e o que significa cuidar e ser cuidado pelo outro. Em 2018, uma depressão profunda, um vazio a fez buscar ajuda no Coaching Integral Sistêmico, que a resgatou em sua essência. E a descoberta da possibilidade de aplicar estes conhecimentos do Coaching Aos seus pacientes, a fez Master Coach Integral Sistêmico, aproximando-a ainda mais do Amor de Deus e ao próximo. Consagrada ao Sagrado Coração de Jesus e Imaculado coração de Maria, recebeu a honra de fundar e administrar junto com amigos o Instituto de Cardiologia e Geriatria — ICORDIS, também consagrado ao Sagrado Coração de Jesus. Lugar destinado a ser território Santo de Jesus, a acolher e cuidar da família em sua plenitude, com valores cristãos de empatia e solidariedade. Hoje, curada física, emocional e espiritualmente segue na missão de dar qualidade de vida aos idosos cardiopatas e seus familiares, contribuir com a formação de médicos que valorizem a vida em sua plenitude e difundir a importância da espiritualidade na cura plena do ser. Uma JUREMA MULHER! n


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PREMIADA Ana Paula Francisca Silva Uma operadora do direito e suas mais distintas linguagens

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Professora do IESO — INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE OLINDA, ex Coordenadora e Professora do NPJ - Núcleo de Prática Jurídica do IESO (atendimento gratuito), Professora da Disciplina de Direito do Trabalho, Direito Processual do Trabalho e Direito Processual Civil do IESO. Conselheira da OAB Olinda em Curso. Diretora da OAB Olinda. Membro da ABCCRIM, ABRACRIM e AATP, Coordenadora Acadêmica da Escola Municipal da Advocacia. Conselheira da Comissão de Direito Educacional da OAB/PE 2003/2015. Conselheira da OAB Paulista do período de 2008 à 2013. Uma verdadeira JUREMA MULHER. Instagran: @anapaulafrancisca.silva

“ADVOGADO já é uma RAÇA BRABA de se lidar ou se ter por perto. Mulher na ADVOCACIA, então... Já viu tudo, né?”

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na Paula, Possui Graduação em BACHAR ELADO EM DIREITO, costuma dizer que é uma Advogada Militante. Sócia Fundadora do escritório Ana Paula Francisca — Advocacia desde 2005, atuando nas áreas de Direito do Trabalho, Direito Previdenciário, e Direito Civil. Procuradora do Conselho Regional de Técnicos Judiciais da 3ª Região. É pós Graduada em Direito e Processo do Trabalho, Pós Graduação em Processo Civil, Especialista em Medicina Legal, Pós Graduada em Direito e Processo do Trabalho, Mestre em Psicologia da Educação com Especialidade Formação de Educadores, Mestranda em Direitos Humanos, Doutoranda em Derecho Laboral. Mestranda em Direito Humanos e Fundamentais. Mediadora Extrajudicial Internacional pelo ICFML e ICFML e pela IMI (International Mediation Institute). Coordenadora da Pós Graduação em Trabalho e Processo do Trabalho pelo IPANEC. Diretora da OAB Olinda e presidente da Comissão de Prerrogativa da OAB Olinda, Ex Coordenadora do Curso de Direito e

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UMA NOTÍCIA BOA As mulheres possuem um valor riquíssimo na sociedade. Muito embora ainda não tenham o valor merecido, elas têm conquistado, aos poucos, o seu lugar de sucesso. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2007 elas representavam 40,8% do mercado formal de trabalho. Em 2016, passaram a ocupar 44% das vagas. Um crescimento significativo e merecido. No meio jurídico não é diferente. De acordo com estatísticas do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Judiciais, a participação das mulheres como operadoras do Direito era de 30% no final de 2010. Atualmente, a porcentagem é de 48,17%, segundo dados coletados do Migalhas. No entanto, ainda há muitos desafios que devem ser enfrentados pela mulher nesta área. Para falar sobre eles, conversamos com três professoras do Centro Preparatório Jurídico (CPJUR). Confira abaixo o nosso bate-papo abaixo com Mariana Dias, de Direito Previdenciário e Ana Patiño, de Direito Civil. Para Mariana Dias, um dos principais desafios enfrentados pela mulher está mais perto do que ela pode imaginar. “Entendo que a mulher determinada e certa da carreira profissional que deseja seguir, especificamente no âmbito jurídico, tem nela mesma o seu maior desafio, pois tentará ser a melhor no que se propõe a fazer. Isso porque eu prefiro desconsiderar o machismo e a intolerância feminina no mercado de trabalho”, aponta. Além disso, há também as diferenças salariais. Mesmo previsto no Art. 7°, inciso XXX da Constituição Federal, que proíbe a “diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil”, a mulher ainda esbarra nisso em seu dia-a-dia. “As diferenças salariais e de honorários advocatícios ainda existem nas empresas. Na grande maioria das demandas judiciais, a preponderância de advogados ainda é masculina. Há áreas inteiramente dominadas por homens, tais como direito penal. Tomando por exemplo os advogados criminalistas que atuaram na Operação Lava à Jato, há pouquíssimas mulheres”, esclarece Ana Patiño. QUAIS AS SOLUÇÕES PARA SUPERAR ESSAS BARREIRAS? Determinação, força de vontade e empenho. São as recomendações das professoras para as mulheres não desistirem e alcançar o topo de suas metas profissionais. “Com tudo isso, a mulher vai se sentir mais segura e capaz de enfrentar qualquer momento difícil e/ou discriminação.” FONTE: CPJU — CENTRO PREPARATÓRIO JURÍDICO


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PREMIADA Jaine Vasconcelos

Uma empresária que é exemplo de superação, resiliência e empoderamento feminino

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“Somos ESPECIALISTAS em realizações de SONHOS esse é o nosso LEMA”

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—Jaine Vasconcelos

aine tem 23 anos, como tantas outras mulheres nordestinas, ela vem de uma cidade do interior. De uma família humilde, formada por pai (Nildo) e mãe (Rosa), analfabetos, e um irmão (Jameson). “Mesmo humildes, me ensinaram os valores da vida e a ser uma pessoa de caráter e boa índole, com honestidade e respeito eu chegaria longe.” Diz, Jaine. Em 2015, tão logo concluiu o ensino médio, foi trabalhar para contribuir com o sutento da família e com a sua própria independência. Assim atingir seus objetivos. De uma família unida, ela nos conta que desde muito nova, com seu irmão, sempre buscou garantir renda para a própria manutenção, visto que seus pais eram muitos simples. Multifacetada, trabalhou de vendedora cartelas de bicho de porta a porta, a vendas de roupas cama, mesa e banho. — “Fazia de tudo um pouco...” Diz ela. Por um tempo, o pai, antes agricultor, mudou de profissão (pedreiro) e viajou a São Paulo, em busca de melhores condições de vida para a sua família. Foi quando, segundo Jaine, as coisas melhoraram.

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Foi na confecção que Jaine, encontrou o seu companheiro de vida, (Alex Bruno), juntos formaram uma parceria profissional, que sob a expertise dela, mudaram para a cidade de Caruaru, e passaram a comercializar carros usados, uma paixão antiga que trouxeram para a vida. E o que começou, com dois carros, dividindo espaço com outros vendedores, em um posto de gasolina, imediatamente, sentiu a necessidade de uma loja para abrigar o seu produto e oferecer com melhor qualidade aos clientes. Não durou muito tempo, e o espírito empreendedor de Jaine, juntamente com o seu parceiro profissional, contam com uma ampla loja de automóveis novos e semi-novos, nacionais, importados, luxuosos e populares. Com entrega para todo o Brasil. A empresária JAINE VASCONCELOS, Caruaru/PE, com apenas 23 anos, comanda hoje, ao lado do marido Alex Vasconcelos, uma das maiores agências de carros da região do agreste pernambucano. A trajetória de sucesso da VASCONCELOS VEÍCULOS também tem o exemplo de superação feminina. Jaine, como você acompanhou na história de superação dela. Enfrentou problemas de sazonalidade, quando da viagem do pai para o sul do país, viveu a experiência do trabalho do menor aprendiz e é filha de pais analfabetos. Mesmo assim, ao lado do marido, conseguiu projetar a empresa para uma posição de referência em Caruaru, cidade pernambucana e adjacências. Quem vê a garra e a coragem desta JUREMA MULHER, hoje com 23 anos, não imagina a quantidade de obstáculos que ela teve de enfrentar para chegar até aqui. Ela tem um mantra que leva para todas a mulheres, “não pare de sonhar” — Somos especialistas em realizações de sonhos esse é o nosso lema.” POR OUTRO LADO... “Diria Hobsbawm, em a Era dos Extremos, que a “maior das revoluções do século XX foi a revolução feminina”. Houve um repensar do papel da mulher na sociedade, a partir do momento em que o Brasil deixa a República Velha, com seus valores rurais restritivos, e caminha ao industrialismo. É nas cidades, nos grandes centros urbanos, que as disparidades entre os gêneros feminino e masculino ganham maior visibilidade. Não está em jogo apenas o direito ao estudo, ao trabalho e ao voto, mas uma emancipação de velhas estruturas machistas, como algumas declarações de detentores do poder público. No entanto, são casos isolados, em fase de extinção na medida em que a sociedade evolui em cultura, conhecimento e compreensão.” n


Superação Uma MULHER no AGRONEGÓCIO e sua história de empoderamento feminino


Fazenda Goiabal imagem aérea

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Fazenda Goiabal

asei-me em 1982 e fui morar na fazenda. Plantamos 30 mil pés, inspirados nos nossos antepassados e em meu pai. Observando a dificuldade em manter a fazenda, comecei a pensar em criar um negócio. Em 1990 decidi criar a Monthal — uma empresa de lingerie especializada em pijamas e camisolas diferenciadas. Hoje, essa empresa tem 32 anos e já tem em seu ‘know-how’ algumas premiações, tais como: Prêmio Firjan Socioambiental; Prêmio Inovação CNI; Prêmio Renver Reinventa; e alguns destaques da moda, realizados na região. A partir da expertise adquirida na Monthal, começamos a ter um olhar diferenciado para a fazenda. Criamos um saquinho de seda com a logo do Café e presenteávamos nossos clientes. Mas havia algo na fazenda que me incomodava profundamente. Lá residem 13 famílias que sempre moraram lá e, de pai para filho, estas famílias nunca experimentaram residir em outro local, excetuando um que saiu, mas em pouco tempo retornou e, até hoje, é testemunho de quanto o ambiente da fazenda é diferenciado. Incomodava constatar as mulheres sem perspectivas de trabalho. Cheguei a montar um espaço para treiná-las para trabalharem na confecção, mas vi que não era vocação. Em 2018, criei um movimento para trabalhar os valores básicos socioculturais. Chamei-o de Conscientização e Socialização — consistia em reuniões realizadas mensalmente, onde, durante a manhã, as mulheres aprendiam a fazer pratos diferenciados com produtos cultivados na fazenda e que habitualmente não consumiam; e, à tarde, fazíamos atividades ao ar livre para que estimulasse a interação entre eles sobre valores: família, sonho, fé, trabalho, etc. Somado à isso, sempre tinha uma palestra: 1 médico, 1 dentista, 1 nutricionista, 1 caso de superação de pessoas simples sem poder aquisitivo, que estudaram na zona rural e se tornaram até case de sucesso, e 1 padre para fechar. Com o tempo, percebi a necessidade de alguém que pudesse acompanhar as mulheres mais de perto. Então, uma amiga, diretora de escola, se propôs a ajudar-me nesta nova empreitada. Foi feito um senso na fazenda onde ela pôde conhecer melhor as famílias e para termos mais informações para direcionar melhor as palestras.

Débora (filha) Jose Eugenio (Marido) e Eleonora (Mulher), Dayse Erthal (Filha)


Criamos um espaço de encontro semanal para ensinar estas mulheres — trabalhos manuais, além de muita conversa neste período de interação. Criamos uma biblioteca e ganhamos um parquinho para as crianças, entre outros. Com estas ações, foi nítida a mudança de comportamento — eu percebi novos horizontes na parte humana. A partir daí, resolvi desenvolver um projeto de visitação na propriedade, pré-agendado, onde as pessoas pudessem ter a oportunidade de vivenciar do plantio à xícara de café e, com isto, agregando valor ao nosso café na difusão e aproximação das pessoas à natureza e ao ‘Agro’. Este roteiro se inicia com café da manhã, história da fazenda, ida às plantações a 1.000 metros de altitude, à estrutura de secagem, almoço farto de fazenda, ida ao Espaço Café Gourmet para aprender e vivenciar métodos de extração e depois fazemos uma torra. Em 2018, o Sebrae fez uma consultoria na região para a melhoria dos cafés. Foi uma experiência única de muitos aprendizados, onde o professor Boren, mestre do café no Brasil, nos visitou e nos incentivou a fazer os cafés especiais, entre outros. Tudo estava caminhando bem até que 2020 veio com a chegada da pandemia. No dia 20 de março, fechamos a fábrica e ficamos residindo na fazenda, começando assim a dar mais atenção e implementar mudanças. Com isso, comecei a me dedicar a fazer cafés diferenciados, especiais, implantando os conhecimentos adquiridos com o professor Boren e outros estudos. Foi o ano da super colheita! Nunca havíamos colhido tanto café. Via meu marido envolvido em um trabalho exaustivo de supervisão. Até que, em 28 de agosto, fomos surpreendidos com um incêndio na estrutura de secagem do café e no local onde estava armazenado toda a colheita. Foi um

choque enorme! Começou às 2 e meia da manhã até às 23 horas. Aí começou uma corrida contra o tempo. E pude impressionar-me com a solidariedade de todos os funcionários e vizinhos, que enviavam caminhões para retirada do café, entre outras ações. Lembro-me, lá pelas 5 horas da manhã, nós cansados e impressionados com o incêndio, de ver o rosto de meu marido cheio de lágrimas – aquilo deu-me um aperto no coração e, no momento, eu falei “Zé, considerando o corrido mais a nossa idade, o preço do café (que não estava atraente), se quiser, é uma boa hora para desistir. Teremos uma boa desculpa. Mas, também podemos retomar de uma forma diferente, com mais tecnologia e inovação. Temos aqui 13 famílias que dependem deste trabalho”. Sei que Deus foi nos iluminando. Criamos coragem e, no decorrer da semana, começamos a pensar nestas mudanças, conversando em família. Meu genro se inscreveu em um concurso da ABDI e, quando foi em outubro, saiu o resultado. Ele foi selecionado e, em consequência, muitas inovações chegariam e, em contrapartida, ele teria que desenvolver um robô para revolver o café no terreiro (o café para ter qualidade tem que revolver umas 15 vezes ao dia) e este robô seria o sonho de um cafeicultor. E estas iniciativas foram nos dando força e coragem para as novas mudanças:  Reconstruímos o galpão mais moderno em linha de

Mãe e Filha (Eleonora e Débora)

Coleção Outono Inverno

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Mãe e Filha (Eleonora e Dayse)

Coleção Outono Inverno

“Criei um movimento para trabalhar os valores básicos socioculturais com os trabalhadores (as) da Fazenda. Chamei-o de CONSCIENTIZAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO — fazíamos atividades ao ar livre para que estimulasse a interação entre eles sobre valores: FAMÍLIA, SONHO, FÉ, TRABALHO” —Eleonora Erthal 55 JUREMA BRA SIL | Abril⁄ Maio 2022

produção; os secadores receberam sensores para controlar a secagem na temperatura ideal.  Aplicamos tecnologia de monitoramento por satélite nas lavouras e monitoramento nas estufas com sensores.  Criamos uma estação meteorológica para acompanhar as mudanças climáticas, pois isto é fundamental para secagem com qualidade, uma vez que o café não pode molhar após a colheita. Colocamos placas solares – o que nos proporcionou uma energia limpa e uma grande economia apesar do investimento.  Toda a estrutura tem câmeras de monitoramento e tudo isto podemos acompanhar do celular. Ganhamos umas sementes do mais famoso café do mundo gueisha do meu sobrinho e as mudas já estavam avançadas. Foram então 5 mil mudas deste café, que plantamos consorciadas à 250 oliveiras e árvores nativas. Usamos a adubação verde, que é uma forma de sequestrar o nitrogênio do ar e jogar para raiz do café e árvores, e fizemos adubos a partir dos resíduos da fazenda. Tudo foi caminhando com sucesso e, agora em janeiro, vamos aumentar para 4 hectares, plantando mais 15 mil pés de café, 1.000 oliveiras, 300 macadâmias, mais árvores nativas. 2021 foi um ano muito significativo também. Ganhamos várias premiações que confirmaram o resultado de excelência que andamos a fazer no nosso café. Entre eles: Top 1 Qualidade pela ABIC — um concurso em âmbito nacional que presenteou o Estado do Rio de Janeiro pela primeira vez; 2º lugar com café natural no Estado do Rio de Janeiro – mais uma vez o nosso Estado aparecendo com cafés especiais; 2º lugar Prêmio Mulher do Agro, realizado pela Bayer. Além disso, temos um projeto de parceria público privado com instituições de ensino para pesquisa e troca de conhecimento. Acredito que isto será de grande valia para ambas as partes, pois estamos muito próximos do Rio de Janeiro e lá eles terão diversos campos para experimentos. E assim estamos nesta caminhada com a fazenda Agro 4.0, buscando diversificar as culturas, sendo que o café é a nossa estrela, para que a fazenda se torne sustentável econômica e ecologicamente. n


Literatura J O S É C A R LO S B O RG E S

A MULHER NO COTIDIANO, UM POEMA João e Maria, Maria, Maria… (crónica do cotidiano) Mary, Mari, Maria, nos cativa e voa longe, Em presença sempre zelando, sua ausência É sentida e recordada para além do horizonte, Mesmo com algozes desdenhando sua essência.

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Menina mulher, exótica, singular, serena, No peito, sempre o eterno coração alado Velando, longe ou perto, dádiva plena, A pulsar ao compasso do inusitado.

A MULHER no cotidiano um poema

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m Poeta viciado no amor e no doar e receber. Nascido nos anos cinquenta do milénio passado, sob o signo de libra, mais tarde é que se inteirou que é tigre pelo horóscopo chinês, registrado com o nome de José Carlos, por apelido Borges. Membro da Academia Lisboense de Letras, segue de poema em poema, com contos e estórias de permeio, foi fazendo um espólio de escritos que agora quer dar a conhecer ao mundo, com presunção e também ambição de passar conteúdos de cariz humanista, seguindo instintos de liberdade, no doar e receber, no aprender e ensinar sem palestrantes, a palavra é de todos, sem mandantes nem mandados, amar perdidamente, toda a gente, sem imposições, pela transparência, sem declinar, nem delegar deveres, sem estigmas ou preconceitos, sem homofobias, pelo respeito a todas as cores e géneros. n

Amiga, amante, tanta vez destratada Por gente sem noção, mas sempre alenta Com fulgor de intensa alvorada, Os raios luzentes que a estrela apresenta. Com dose dupla na jornada de afazeres, Por estabelecimento das obrigações sociais, Confinada nos direitos, com os deveres Alargados por imposição de limites imorais. Sempre foi assim mas, está a ser diferente, Retomando seu lugar com legitimidade, Assumindo domínio em gestão abrangente, Sendo mãe em grau primeiro de identidade. Tanto mais difícil para a tez preta ou âmbar, Apesar das pressões, não se amedronta, De esperança em riste, sempre a navegar, Sem ela o mundo nem fazia de conta. Sua geografia sedutora também conta, O amar perdidamente sempre faz parte, Sem ideologia de género, sem afronta, Seu mister não escusa engenho e arte. O João pode ser herói também no comando Em parceria, com respeito pelas diferenças, Sem a razão da força musculada imperando, E todos, fazendo acontecer, sem descrenças.

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Seu Direito em pauta “Espaço criado e dedicado aos profissionais, estudantes e amadores do DIREITO. Comecemos por Dr. BARTOLOMEU BUENO DE FREITAS, um DESEMBARGADOR, que também faz POESIA e COMPÕE, a luz do direito”

CAMINHOS da DEMOCRATIZAÇÃO do DIREITO FOTO S RO B E RTO P O RT E L L A

Bartolomeu Bueno na Corregedoria Geral da Justiça de Pernambuco Abril⁄ Maio 2022 | JUREMA BRA SIL 58


Salão Nobre, no Palácio da Justiça

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nde há o homem vivendo em sociedade, há o Direito. Eu diria também e acrescentaria a política. Não há sociedade sem direito e política, com normas de convivência escritas ou costumeiras, bem assim uma classe dirigente que estabelece essas normas, que de regra os favorece e atua em detrimento da maioria dos cidadãos da comunidade ou do povo do Estado que as editou. As normas de Direito editadas são elitistas, porque, à toda evidência, feitas por uma classe dirigente oriunda da elite e da classe dominante, que, de regra, procura legislar em seu próprio benefício. É necessário, pois, democratizar o direito para atender o mais possível aos interesses dos membros da comunidade, e isto só ocorrerá se o povo eleger como legisladores pessoas oriundas do próprio povo, que entenda suas necessidades e o que é mais conveniente aos membros da sociedade ou comunidade. Essas normas editadas em favor do povo, terá por fundamento uma Constituição que estabeleça um Estado Democrático de Direito, com Direitos e Garantias Fundamentais, estabelecendo de forma clara quais os direitos e deveres individuais e coletivos.

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Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) Justiça

Para que seja plena essa Democratização do Direito é necessário que também se estabeleça quais são direitos sociais do povo, garantindo-se, ainda, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade, o desenvolvimento e a Justiça para todos. Só assim haverá uma Democratização do Direito e o estabelecimento de um Estado justo e solidário. Disse, Dr. Bartolomeu Bueno. Quem é Bartolomeu Bueno? — Ele é Desembargador do Estado de Pernambuco — Inaugurando a Pauta do Direito, na Revista JUREMA, um espaço aberto para desembargadores, juízes, advogados, estudantes e curiosos do direito a vida e a liberdade. - Bartolomeu, é Filho de Maria Freitas Pedrosa e José Pereira

de Morais, nasceu a 05 de janeiro de 1954, no município deIngazeira, Estado de Pernambuco. No ano de 1978 formou-se como bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife (Universidade Federal de Pernambuco), tendo atuado como advogado até 1982, quando após aprovação e qualificação na 15ª colocação em concurso público para o cargo de Juiz de Direito, foi nomeado no dia 28 de outubro de 1982 para a Comarca de exu. Ainda na 1ª entrância, atuou nas Comarcas de Palmeirina e Lagoa dos Gatos.[1] No ano de 1985, foi promovido para a 2ª entrância, atuando em Olinda, Garanhuns e Petrolina, até voltar a Olinda no ano de 1987. Lá, permaneceu como juiz titular até 1991. No mesmo ano, foi promovido para a 3ª entrância, exercendo por dez anos o cargo de Juiz da 1ª Vara da Infância e Juventude da Capital.[1] Foi também Juiz Eleitoral das Comarcas de Exu, Afogados da Ingazeira, São José do Egito, Garanhuns, Igarassu, Petrolina, Palmares e Recife, presidindo e apurando as Eleições Municipais e Gerais nas respectivas Zonas Eleitorais. [1] Bartolomeu atuou como Juiz Coordenador da Propaganda Eleitoral e das Pesquisas Eleitorais nos 1º e 2º Turnos dos Pleitos de 2000 e 2006.[1] Foi Diretor do Foro da Capital durante o biênio 1997/1999. [1] Além disso, exerceu, as funções de Corregedor Auxiliar da Corregedoria Geral da Justiça e o de Juiz Assessor Especial

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da mesma Corregedoria, entre 1999 e 2001. da Justiça do Estado de Pernambuco para o biênio 2010/2012, [1] Pelo critério de merecimento, tornou-se por decisão unânime dos 36 desembargadores presentes à Desembargador do Tribunal de Justiça em sessão ordinária do Tribunal Pleno realizada no Palácio da 22 de janeiro de 2001.[1] Justiça, assumindo o cargo em 10 de fevereiro de 2010.[1] Foi Membro da Comissão do Concurso Realizou, ainda, a primeira Correição Geral Ordinária da para Juiz Substituto do Poder Judiciário Capital e correições gerais e parciais nas comarcas de Paulista, em 2001/2002, tendo elaborado a Prova Jaboatão dos Guararapes, Carpina, Vicência, Nazaré da Mata, Prática de Sentença Cível.[1] Atuou também Aliança, Bonito, Panelas, Cupira, Agrestina, Toritama, Brejo como Desembargador Eleitoral, eleito para da Madre de Deus, Santa Cruz do Capibaribe, Caruaru, o biênio 2002/2004, e se reelegendo para Arcoverde, Venturosa, Pedra, Buíque, Triunfo, São José do o biênio 2004/2006.[1] Belmonte, São José do Egito, Afogados da Ingazeira, Sertânia, Bartolomeu foi também o Relator Geral do Custódia, Ouricuri, Trindade, Araripina, Petrolina, Serra Projeto do COJE – Código de Organização Talhada e Catende, além de inspeções simultâneas em mais Judiciária do Estado de Pernambuco e de 90 unidades jurisdicionais do Estado de Pernambuco. Coordenador da Comissão que elaborou Durante a sua participação no 55º Encontro dos Corregedores o Anteprojeto de novo Regimento Interno Gerais da Justiça dos Estados e do Distrito Federal (ENCOGE), do TJPE.[1] Presidiu o 1º Grupo de Câmaras realizado em Belém-PA, o Des. Bartolomeu Bueno foi eleito, Cíveis, a 3ª Câmara Cível e a Sessão Cível.[1] por aclamação, Presidente do Colégio de Corregedores para No dia 26 de junho de 2008 foi eleito o ano de 2011, tomando posse em 1º de Janeiro de 2011. Vice-presidente do Tribunal de Justiça de Sediou, no Recife/PE, entre 14 e 16 de abril de 2011, o 56º Pernambuco, para um ENCOGE, contando com a presença da mandato de 26 de junho Ministra do STJ e Corregedora do Conselho de 2008 a 9 de fevereiro Nacional de Justiça, Eliana Calmon, de 29 de 2010.[1] No exercício Desembargadores Corregedores repreda ­V ice-presidência, sentantes de 26 Estados e do Distrito conseguiu zerar o Federal, além do Presidente do Colégio número de processos de Presidentes dos Tribunais de Justiça, no Gabinete da por três Desembargador Marcus Faver, e da vezes: em fevereiro de 2009, em 13 de Presidente do Colégio de Vice-presidentes, agosto deste mesmo ano e em 5 de janeiro Desembargadora Cleonice Freire. Um de 2010. homem frente do seu tempo! Idealizou e promoveu a realização da I Reunião de Vice-presidentes de Tribunais UMA VISÃO FILOSÓFICA DO DIREITO de Justiça (I REVIP), na cidade do Recife/ A justiça tem sido trabalhada por teórico PE, com a presença de 14 estados e 17 Desembargadores de diversos matizes na história. Eis algumas contribuições. Vice-presidentes. No evento, sugeriu a fundação de um “Em Platão, a justiça é posta como virtude subjetiva. É a saúde órgão colegiado e foi eleito, por aclamação, para ocupar da alma, o caminho para o reto viver, para a felicidade do o cargo de Presidente do Colégio Permanente de Vice- indivíduo e do Estado. Sendo virtude, esta se manifestava presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil – CPVIP, para em graus distintos nas pessoas. Para ele, preponderava no o biênio 2008/2010, quando realizou Encontros em Brasília guerreiro a virtude da coragem, no artífice, a temperança, (maio/2009), Porto Velho (novembro/2009), além do Recife enquanto que, no sábio, a justiça. Desta forma, competia ao por duas vezes (novembro/2008 e maio/2010). sábio a gestão da cidade. Acerca de Platão, Hans Kelsen vatiAlém de Fundador, o Des. Bartolomeu Bueno foi acla- cina que este teórico derivava a justiça da ideia do bem, se mado pelos pares como Membro Nato do Colégio de vê no seguinte excerto: "o bem é, assim, o cerne da justiça, Vice-presidentes. e por isso, aliás, Platão frequentemente identifica esta, com aquele".No Brasil, Pontes de Miranda, entende que o direito BARTOLOMEU BUENO NA CORREGEDORIA é regra de adaptação social, não sendo o Estado quem cria GERAL DA JUSTIÇA DE PERNAMBUCO o direito. Ele é descoberto, revelado, na realidade social. Desde setembro de 2008, o Des. Bartolomeu Bueno é Partindo desta premissa, entende que uma ordem jurídica Conselheiro e Presidente de Honra do Conselho Deliberativo é injusta pelo fato de a linguagem humana ser imperfeita do Santa Cruz Futebol Clube. para reproduzir a realidade.[18] Aqui o problema se dá na Em Assembleia Geral, realizada no Rio de Janeiro em 19 de produção legislativa, a injustiça se dá no plano político do novembro de 2009, foi eleito 1º Vice-presidente da ANDES – direito. Entende, também, que haverá injustiça quando o Associação Nacional de Desembargadores, para 2010/2013.[1] aplicador não aplica corretamente a regra jurídica. Neste No dia 2 de dezembro de 2009, foi eleito Corregedor Geral caso, o problema ocorre na fase da aplicação. n

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Internacional

ZANZIBAR

P O R J O I C E H U RTA D O, D I R E TO R A N A E M P R E S A : B E S T — C O N S U LTO R I A E C O M U N I C AÇ ÃO

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PRÓXIMO DESTINO: TANZÂNIA Localizado no leste africano, país sediou o retorno do FESTAC após 45 anos, com presença de comitiva brasileira. As águas transparentes do Oceano Índico são apenas uma das centenas de belezas que podemos encontrar no continente africano. Construindo importantes relações entre o continente-mãe e o Brasil, maior país da Diáspora, a The African Pride fincou importantes raízes durante o mês de maio, ao encabeçar uma comitiva para participar da terceira edição do FESTAC — Festival Pan-africano de Arte e Cultura–o qual aconteceu na paradisíaca ilha de Zanzibar, um dos destinos mais procurados por turistas europeus. Formada essencialmente por mulheres, a presença da delegação marca um avanço significativo entre as relações culturais, e abre caminhos para o fortalecimento de laços que pretendem desenvolver e propagar o turismo e possibilitar investimentos no país. Convidada pelas autoridades da ilha, a delegação da The African Pride, em reunião com o ministro de Turismo, firmou


importante parceria para desenvolver e propagar o turismo Arte, música e receptivilocal. Segundo Carolina Morais, CEO da empresa, este é dade nos instigam a ficar e mais um passo na construção de um futuro que incentive desfrutar as belezas natuo brasileiro a colocar, de forma concreta, a África no mapa rais da ilha, onde a máxima do turismo e investimentos no continente. de que bom negócio se faz “Zanzibar é destino histórico cultural que narra o encontro olho no olho é seguida. Na gastronomia, esteja preparado entre árabes, portugueses e africanos, marcado por dispu- para enfrentar o calor com suco de tamarindo e os famosos tas, trocas comerciais e culturais, e que cria uma amálgama “mixes” de manga com abacate ou abacaxi com maracujá, única no arquipélago. Composto acompanhados sempre de uma por 52 ilhas, cujas principais são infinidade de opções que vão dos Umoja e Pemba, o arquipélago é tradicionais arroz birmane com um convite para nos reconectarmos frango a toda sorte de frutos do mar. com a história da África Oriental, Ir a Zanzibar e não visitar Prision para além de suas belezas naturais. Island, é como ir às principais capiMarcado pelo convívio pacífico tais brasileiras e não mergulhar em entre religiões e etnias, Zanzibar sua história. Em uma viagem que tem o potencial para ser a casa de custa a partir de 10 dólares por veraneio dos brasileiros em África. pessoa ( ida e volta), o visitante Nosso diálogo com o ministro do conhecerá o lugar, que originaturismo aponta bons caminhos riamente foi construído para para relação entre Zanzibar e Brasil” abrigar uma prisão mas ganhou Diversidade talvez seja a palavra nova funcionalidade ao ser ponto que dita o ritmo, tanto em Zanzibar para isolamento de pacientes víticomo na Tanzânia. Apesar de a ilha mas de cólera e febre amarela no ser território que pertença ao país, século XIX. A beleza das águas politicamente funciona de forma do Índico ganha ainda mais valor independente, o que não dimino tour de aproximadamente 90 nui o poder constituído da atual presidente Samia Hassan. minutos pela reserva que abriga as centenárias e giganPredominantemente muçulmana, a convivência com costu- tes tartarugas cuidadosamente preservadas pelos guias. A mes diversos é algo a se destacar, especialmente em tempos imponência do Baobá, que em swahili é “Umbuio”, evoca de intolerância religiosa. a existência da sabedoria e longevidade. A visita ao parque e à prisão, cujas dependências hoje abarcam uma biblioZANZIBAR, A TERRA DOS HOMENS PRETOS teca e um restaurante custa 16.000 xelins tanzanianos, Terra natal de Freddie Mercury, Zanzibar exala magia e beleza por todas as partes. As construções preservadas que delineiam Stone Town mantêm a atmosfera local, com opções diversas de estadia que variam de 30 a 200 dólares a diária, sem prejuízo de atendimento. Mesquitas e igrejas católicas convivem harmoniosamente, e o projeto de promoção turística insiste em manter este ambiente que convida à reflexão em um pôr do sol que só existe na África.

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moeda local cuja cotação aproximada é de 2000 para 1 dólar. A terra dos homens pretos, segundo tradução do swahili (idioma oficial), é onde também encontramos a presença tradicional da figura dos massai, povo originário da fronteira que divide o Quênia e a Tanzânia, representando as tradições culturais e o espírito guerreiro que habita a parte oriental africana. Historicamente, os massai Entre as pautas sugeridas pela The African evocam o estilo e a força presente Pride para a Tanzânia, um marco nas nos trajes vermelhos típicos relações entre África e Brasil através da deste segmento. nomeação do jornalista e ativista Manoel Soares como primeiro brasileiro a receVem também de Zanzibar a ousadia, despojamento e o ber o título de Embaixador Cultural pela União Africana. A cerimônia, ocorrida na compartilhamento do espírito de Embaixada do Brasil na Tanzânia e organiliberdade, através dos saltos realizada pelo embaixador brasileiro no país, sr. zados nos fins de tarde, próximo à área do Porto, onde jovens se reúnem para propagar Antônio Augusto Martins César, além de configurar um mensagens que incentivam o empoderamento desafiando, passo largo no avanço do cumprimento da agenda 2063, verdadeiramente, a gravidade. O movimento vem virali- mostra o trabalho essencial feito pela empresa no intuito zando através de vídeos produzidos por Yess Jamal, jovem que de alinhar os pensamentos, estabelecer laços e construir produz o material e, através dele, vem mostrando Zanzibar pontes que facilitem o diálogo entre os herdeiros de África para o mundo. Segundo o videomaker, cada salto traz uma através da cultura, educação, turismo e negócios. importante mensagem. “Saltamos porque gostamos, não “Este é um título que vem carregado de honra e responsabilidade, pois passo a representar a América Latina no existe uma razão exata, porém a mensagem que queremos levar é a de alegria, de liberdade e coragem para enfrentar os cumprimento da agenda 2063, metas importantes que envoldesafios. Em breve teremos novas mensagens para o mundo” vem o desenvolvimento econômico da África, como forma comenta o artista cujas publicações alcançam grande enga- de reparação às injustiças sociais que sofremos. A África está jamento através do Instagram @yessjamal. representada em mim e na minha essência, é isto é motivo de muito orgulho”, diz o jornalista que passa a exercer dupla função na Rede Globo a partir de junho, quando, além de MANOEL SOARES, PRIMEIRO BRASILEIRO A integrar o time de apresentadores do programa semanal É RECEBER TÍTULO PELA UNIÃO AFRICANA DE CASA, passa também a comandar o diário ENCONTRO, NA PROMOÇÃO DA AGENDA 2063 ao lado de Patrícia Poeta. Representante da União Africana na América Latina e CEO da The African Pride, Ajoyemi Osunleye vê Manoel Soares como uma presença primordial para a construção destas relações bilaterais e para os propósitos da União Africana em conjunto com a empresa brasileira no alcance das metas. “Estamos começando a trilhar um caminho de êxito dentro destas relações. Os filhos da África tiveram suas histórias e relações apagadas e está na hora de reconstruir tudo isto. É hora de voltar para casa e darmos as mãos para que este reencontro possa fazer com que o nosso continente e a diáspora construam juntos, o progresso mútuo”. n

“ZANZIBAR é destino histórico cultural que narra o encontro entre ÁRABES, PORTUGUESES e AFRICANOS”

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Fronteiras FERNANDO PORTELA CÂMARA*

O limite da espécie HUMANA. O que nos ensinou a

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COVID-19?

O

último estudo sobre a saúde da população mundial foi organizado por um consórcio de sete parceiros, entre eles a Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, o Instituto de Métrica e Avaliação em Saúde (EUA) e a Universidade de Washington. Colaboraram 302 instituições em 50 países (incluindo o Brasil), 486 cientistas, e dele participaram 187 países fornecendo dados populacionais. Os resultados foram publicados em 2012 no periódico médico The Lancet com o título Global Burden of Disease Study 2010. O estudo cobriu um período de 20 anos (de 1990 a 2010) com análises de morbidade e mortalidade; suas conclusões surpreenderam. As campanhas de prevenção e higiene, combate ao tabagismo e desenvolvimento científico e tecnológico no tratamento medicamentoso aumentaram a expectativa de vida dos doentes crônicos, e desse modo a longevidade global aumentou. Os novos bloqueadores de receptores de angiotensina e de canais de cálcio têm reduzido a mortalidade entre os hipertensos e cardiopatas isquêmicos, assim como os novos medicamentos para o diabetes tipo 2 e para os processos degenerativos osteoarticulares, entre outras condições, têm contribuído para o aumento de doentes crônicos longevos.

Ao mesmo tempo, os fatores de risco para essas doenças, especialmente a obesidade, o diabetes tipo 2 e o tabagismo, aumentaram significativamente e continuam a aumentar. O estudo mostrou que a hipertensão arterial sistêmica é atualmente o primeiro maior fator de risco para a saúde, responsável por 9,4 milhões de óbitos em 2010. Em segundo e terceiro lugares estão o tabagismo e o alcoolismo, respectivamente, este último responsável por cinco milhões de óbitos somente em 2010. No Brasil, o alcoolismo revelou-se o fator de risco mais importante para a saúde. Mundialmente, a obesidade vem aumentando significativamente e foi associada a três milhões de óbitos em 2010, e responsável por 10% da carga global de doenças, e continua a aumentar (Câmara, 2010). A depressão por si só é o transtorno mais incapacitante e que mais deteriora a qualidade de vida das pessoas, que em média têm metade dos seus anos vividos deteriorados devido a essa condição. A mortalidade infantil diminuiu, e isso contribuiu para o aumento na expectativa de vida. Há ainda picos de mortalidade específica, como para as diarreias por rotavírus e sarampo, embora existam vacinas para essas doenças, infelizmente negligenciadas por parte da população global. Por outro lado, a mortalidade em indivíduos na faixa etária de 15 a 49 anos aumentou em 44% entre 1970 e 2010, na maioria dos casos pelo aumento da violência e Aids (a sexta causa de morte no mundo, com 1,5 milhão de óbitos em 2010). Na média, porém a expectativa de vida aumentou em quatro a cinco anos. No Brasil, comparando 1990 a 2010, verificamos essa tendência, mas esses anos acrescidos são anos vividos com má qualidade de vida, devido a doenças c­ rônicas. A tabela 1 mostra esses dados.

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Tabela 1. Expectativa de vida e anos de vida saudáveis na população brasileira. Homens Expectativa de vida Anos de vida saudável

Mulheres

1990

2010

1990

2010

65,4 56,1

70,5 60,2

73,1 61,3

77,7 64,9

Desse modo, não se pode dizer que o ganho em anos de vida da população global seja vivido de modo saudável. Estamos vivendo mais, porém, com menor qualidade de vida. A população mundial envelhece e, à medida que isso ocorre, acumulam-se os doentes crônicos. Somos agora uma população acrescida de sobreviventes crônicos graças à tecnologia médica e à melhoria das condições de existência nas cidades e no trabalho. Em média, para cada ano de vida que acrescentamos, 0,8 será vivido com saúde. A medicina ainda não compreendeu totalmente a biologia humana, especialmente o seu desfecho com o envelhecimento e morte, ambos inevitáveis. Resta então proporcionar “qualidade de vida” aos pacientes, mas a subjetividade inerente desse conceito ainda espera por um embasamento científico multidisciplinar rigoroso, e por enquanto trata-se apenas de um folclore médico. Enfim, o que a medicina proporcionou, ante o fracasso de deter a cronicidade ou revertê-la, foi o aumento da expectativa de vida–que ela divide com o saneamento ambiental e com a melhoria de moradia e das condições de trabalho -, por intermédio de novos medicamentos, tecnologias médicas e facilidade de acesso aos serviços de saúde, esse último fator talvez o mais importante. A situação é agravada mais ainda com o aumento da incidência dos transtornos mentais que também aumentam com a idade, destacando-se a depressão e os transtornos

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de ansiedade, que deterioram a qualidade de vida e incapacitam socialmente os indivíduos. E agora, pensando de modo mais abrangente e realista, o que significa tudo isso? Os resultados desse estudo mostram que atingimos o limite de nossa espécie. A sentença bíblica de que podemos viver até 120 anos é apenas um mito. Nossa biologia atual não alcança essa meta, e os resultados apresentados mostram claramente que nosso organismo não se sustenta além da sétima década de vida. Viver mais que isso é um “acidente de percurso”, concorrência de variáveis aleatórias que ainda não foram identificadas. De qualquer forma, ultrapassamos esse limite graças aos medicamentos e condições sanitárias que prolongam a vida por mais cinco anos em média, mas a que custo! O organismo envelhecido ou sobrecarregado com comorbidades não tem autonomia biológica plena. Morrer decorre apenas de uma maior solicitação de esforço metabólico ou imunológico para o qual o organismo não pode mais suprir. Na maioria das vezes, as medicações de uso continuado ajudam o organismo a sobreviver. Nesse ponto, a trajetória da pandemia da Covid-19 apanhou a humanidade desprevenida. Mais de 70% de suas fatalidades ocorrem em pessoas acima dos 65 anos, e, nos mais jovens, os obesos e os portadores de duas ou mais comorbidades (diabéticos, cardiopatas, nefropatas). O vírus da Covid-19 mostra a terrível adaptação gênica para o patógeno perfeito: multiplicar-se nos organismos saudáveis e resistentes, para propagar sua espécie, e aqueles que não têm carga metabólica suficiente para debelar a infecção, sucumbem gravemente. O sistema imunológico dos idosos é senescente, não possui força suficiente para reagir a uma infecção severa; os diabéticos possuem baixa concentração de glicose dentro de suas células e não possuem energia suficiente para impulsionar o sistema imunológico; os obesos já consomem boa parte de sua energia no processo inflamatório que corrói seu organismo lentamente. Podemos estender esses limites aos cardiopatas, renais crônicos e outros. Percebemos então a perversidade desse vírus, sua eugenia macabra, como se fosse um contingente nazista com a missão de criar uma humanidade perfeita, purificada de todas as doenças e disposta a ser escravizada para servir ao império do novos coronavírus. Imaginação à parte, viveremos a ilusão de vencermos mais esta guerra por fim, quando na verdade é apenas uma trégua. Julgamos ser os reis da Natureza, umbigo do mundo, mas há coisas mais evoluída do que nós, que estão aqui pelo menos há quatro bilhões de anos e não precisam ter uma inteligência como a nossa. Vírus não fazem guerras, eles apenas jogam o Jogo da Evolução. n Global Burden of Disease Study 2010, The Lancet, 2012; 380(9859), doi:10.1016/S0140-6736(12)62133-3. Também accessível em http://www.thelancet.com/themed/global-burden-of-disease (acessado em 17/12/12).

*FERNANDO PORTELA CÂMARA, MÉDICO, CIENTISTA (PHD), ESCRITOR, PROFESSOR


Perfil Político

CARLOS ALBERTO ALVES, Um defensor da INCLUSÃO SOCIAL na zona da mata norte/PE

C

ostuma-se dizer, a “boca miúda”:–os líderes natos são pessoas com grau alto de iniciativa. -Tem gente que está sempre de prontidão, que se antecipa a algo que vai ocorrer, não fica esperando vir a bomba. Para isso é preciso ter visão do todo, não ficar focado apenas na sua tarefa. Segundo Alexandre Fortes, Coach e CEO da Alfafox, líder é aquele profissional que é capaz de inspirar outras pessoas, a fim de que estas, possam fazer junto dos outros membros da equipe muito mais do que fariam se estivessem trabalhando isoladas. O papel da liderança é inspirar os liderados

com sua autoconfiança, conhecimento, otimismo, ambição, foco para realização de metas e capacidade para solucionar problemas. E com isso, fazer com que essas pessoas sigam junto do líder em direção ao sucesso. Seu papel fundamental é ser um encantador de vencedores! Um verdadeiro líder é inspirador, de forma a despertar, em seus liderados, o desejo de vitória. “ Essas são algumas das características, que no decorrer desta matéria, serviu de referência para apresentar o líder Carlos Alberto. Á saber: Um líder nato, do interior da zona da mata norte, canavieira, nascido em novembro de 1964 é filho de Alcina Barbosa Alves, uma doméstica e Severino Francisco Alves Filho um

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jogos escolares e até concurso de beleza. Sempre preocupado com a inclusão das pessoas. Como resultado de suas vitórias em concursos e jogos escolares, continuando nesse movimento de inclusão social, buscava a arrecadação de fundos para beneficiar a comunidade, foi assim quando foi Presidente do Centro Cívico e Grêmio Literário na escola Joaquim Lira, em Aliança/PE. Toda essa ousadia, lhe rendeu até uma mudança de uniforme na escola onde estudou, na época da repressão do Regime Militar, apresentou a diretora da escola um novo modelo de fardamento, abolindo a antiga bata branca. E conseguiu mudar! Homem e Instituição se misturam, e positivamente vão construindo histórias, através do cuidado das pessoas. Carlos Alberto Alves é um importante nome, ele inspira e serve de exemplo para o seu povo e sua região. Embora muita gente pense que é apenas um empresário do terceiro setor da economia, surpreende quando da sua atuação liderando a região da zona da mata norte de Pernambuco. Em uma conversa

“Para ser LÍDER é preciso ter a HABILIDADE de reunir pessoas em prol de um mesmo OBJETIVO”

— Carlos Alberto

funcionário da REFESA–Rede Ferroviária do SA. De uma família de sete irmãos, natural da cidade da Aliança–Estado de Pernambuco onde passou sua infância, adolescência e continua até hoje. Se orgulha em dizer que fez sua trajetória escolar e universitária na rede pública de ensino. Cursando técnico em contabilidade e Letras na UFPE. Como trabalhador, foi comerciário, pintor, eletricista de manutenção, vendedor, professor, executiva de empresa financeira... Ousado e determinado, sempre buscou se desafiar. Liderando movimentos de grêmios estudantis,

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que durou alguns dias, de pedaço em pedaço, sim, porque ele é incansável, quando “pega no serviço”, não tem tempo, se envolve em muitos projetos, seja como líder, seja para simplesmente apoiar os amigos a crescer. Vamos saber dele, quem é esse homem que inspira tanta gente por onde passa. Quem é Carlos Alberto Alves? Eu sou um amante da vida, idealizador e realizador. Casado com a professora Lourdinha Oliveira, antes, minha professora de química e biologia. Dessa união tivemos dois filhos: Áttila Raphael, hoje, um médico cirurgião e Lorhena Mayara, advogada e que após casada, nos presenteou com uma linda netinha. Tenho ainda mais dois filhos: Carlos Alberto Valença Alves, Tenente do exército, cursando a faculdade de economia e Victor Gabriel de Holanda Alves, acadêmico da escola de oficiais da Aeronáutica, cursando a faculdade de fisioterapia. Como hobby gosto de praticar o basquete, fiz algumas pinturas em óleo sobre tela. Gosto de praia, músicas MPB e internacionais romântica, gosto de elaborar projetos para construções de casas, adoro cozinhar final de semana, um bom vinho e principalmente gosto muito de ler bons livros, assistir bons telejornais, documentários que agregue valor ao meu conhecimento e, principalmente, elaborar projetos sociais de interesse comum. Porque a criação do Instituto? A ideia da criação do Instituto Carlos Alberto Alves surgiu em 2008. Na realidade, dois nomes foram colocados para as pessoas votarem nas redes sociais. E na minha opinião o nome seria Fundação Aliança do Brasil. Mas, na votação popular, o povo escolheu “Instituto Carlos Alberto Alves”. Como foi numa época onde o nome instituto estava em alta, a exemplo do instituto Ayrton Senna, Instituto Xuxa Meneghel, Instituto Betinho, as pessoas resolveram voltar no nome Instituto Carlos Alberto Alves. O Instituto Carlos Alberto Alves–ICAA surgiu para atender justamente aquelas demandas que eram as pessoas excluídas dos projetos sociais dos governos dos municípios... Então vi ali, a necessidade de estender a mão para as essas pessoas. E, como eu tinha uma empresa, a Brasil Financeira e a Caixa Financeira, duas empresas que trabalhavam com

empréstimos consignados para todo o Nordeste, passei ao invés de pagar 100% do imposto de Renda ao Governo Federal, investia em ações e projetos sociais e deduzir do imposto de renda Pessoa Jurídica. Dessa forma passamos a atender pessoas que não tinham qualificação profissional e promovemos cursos de capacitação na área de tecnologia, computação, maquiagem, fotografia, cabeleireiro, projetos musicais e tantos outros projetos que pudessem suprir aquela lacuna que o governo e o Poder público, não atendia. E assim, ao longo dos anos fomos nos aprimorando as nossas técnicas de trabalhar com o social fazendo filantropia em projetos de educação, esporte, saúde, cultura, meio ambiente, criança e adolescente, geração de emprego e renda. Hoje além da sede em Aliança nós temos atividades em vários municípios da Mata Norte do Estado e inaugurando núcleos e filiais na Mata Sul do Estado. Tudo isso para atender pessoas com necessidades e que vivem, em situação de vulnerabilidade social excluídas pelos projetos sociais governamentais. Você se envolve nas questões relacionada a Cultura, inclusão social e com a cadeia produtiva do município da Aliança? Sim, como eu falei anteriormente sou uma pessoa proativa um homem de visão gosto de fazer as coisas

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bem feitas promovendo inclusão social, geração de emprego e renda, produção nas suas mais diversas áreas e sobretudo ações e atitudes que promova a dignidade humana. Contamos servir com a generosidade de empresários e de pessoas voluntárias que contribuem na elaboração de projetos. Nós praticamos e executamos ação social não só em Aliança, onde temos a Sede Social do Instituo Carlos Alberto Alves, mas, também, em vários municípios da Mata Norte do Estado e agora chegando também a Mata Sul do estado de Pernambuco. E isso nos proporciona e alimenta um desejo compulsivo de trabalhar cada vez mais para servir de forma digna e honesta os cidadãos e cidadãs que se encontram a margem do esquecimento, da vergonha política, da falta de respeito com a pessoa humana e a liberdade que propicia dignidade. Esta é a missão e a função social do Instituto Carlos Alberto Alves. Trabalhar com projetos voltados para a Educação, Esporte, Cultura, Meio Ambiente, Criança, Adolescente e, sobretudo, Geração de Emprego e Renda. Quais os benefícios com a criação desta ONG? Hoje, o Terceiro Setor da Economia: as ONGs, Oscip Associações, Fundações, são os que mais contribuem nos engajamentos sociais por todo o país. Com isso, as instituições e Organizações Não Governamentais praticam um papel para a sociedade, atendendo e funcionando como um braço que alcança aonde o Estado se omite ou é negacionista em praticar políticas públicas para esta demanda da sociedade.

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As ONGs bem estruturadas, levam soluções dentro de um contexto inovador, promovendo trabalho, emprego, oportunidades de negócio, movimentando a economia em vários setores. O mais importante é conseguir levar solidariedade para os excluídos, bem como, afeto e carinho para os lares necessitados, as famílias que sobrevivem em estado de vulnerabilidade econômica e social. Como a população pode participar e como ela é atendida? O Instituto Carlos Alberto Alves fundado em 8 de março de 2008, foi idealizado para atender justamente as pessoas mais necessitadas. E assim, como outras instituições filantrópicas, somos receptíveis as doações do Capital nacional e in(ternacional), a produtos, bens e serviços que possam ajudar aquele público que nos procuram com este desejo. Não fazemos discriminação quanto ao atendimento do Instituto no que diz respeito a raça, ideologia política, ideologia religiosa, classe social ou de gênero. Atendemos a todos igualmente, através dos canais de comunicação e contato, buscamos aqueles que precisam do atendimento e do uso da estrutura organizacional do Instituto Carlos Alberto Alves. Qual o melhor projeto para tornar uma cidade feliz? O melhor projeto para tornar uma cidade feliz é aquele planejado com conhecimento, estruturado com sabedoria, edificado com amor e servido com dignidade e respeito ao próximo. Este será sem dúvida um grande projeto de sucesso. n


Cultura

ALEX BRASIL, se descobriu ATOR, quando conheceu o TEATRO pela primeira vez! FOTO S A N A E L RO C H A LO O K S H E R M E S I N O C E N C I O

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a desdenhar; nunca, até então, tinha entrado em um teatro. Para nada. Na sua família ninguém, sequer, falava em teatro. lex Brasil é um ator carioca, de 39 anos Ao conversar com sua esposa, Andreza, ela se interessou e de idade. Dos quais, 15 são dedicados então para fazer uma média, resolveu levá-la para a peça ao seu ofício na arte de representar. de nome: “O Rim”. O espetáculo começou e à medida que Alex começou a carreira de forma se desenvolvia o ator se encantava pelo o que se passava a inusitada: era segurança e aos 24 anos sua frente. Ele estava completamente empolgado por algo entrou pela primeira vez em um teatro que suponha ser chato. e se apaixonou. “Eu quero ser ator.” Fala de Alex, ao final do espetáculo. Aos 24 anos, trabalhava de segurança No dia seguinte, ligou para o *Sated e pediu indicações de na galeria Leblon. Dentro da galeria há duas salas de teatro: cursos de teatro. Escolheu a escola “Lê Monde”. Começou sala Marilia Pera e sala Fernanda Montenegro. Um dia, um o curso e depois de dois anos de muito sacrifício e aprendiamigo que trabalhava no teatro, perguntou se ele gostaria zado se formou. de assistir uma peça. Quando ele perguntou, Alex chegou Assim que se formou foi levado, por um professor de

Abril⁄ Maio 2022 | JUREMA BRA SIL 72


“Antes de ser ATOR, não julgava ser necessário estudar tanto. Então, eu lia muito. E tomei gosto. Foi uma MUDANÇA RADICAL. Foi como se um NOVO ALEX estivesse nascendo naquele momento” 73 JUREMA BRA SIL | Abril⁄ Maio 2022

interpretação pra TV para fazer um teste na Record para a Novela: “Vidas Opostas”. Passou e de lá pra cá não parou. Fez teatro, TV e cinema. No teatro protagonizou o espetáculo “Gimba, Presidente dos Valentes”; “Dois”; “Navalha na Carne”; “Invidere” entre outros. No cinema fez os Longas: “Última Parada 174”; “Flores Raras”; “Trinta” “Praça Paris” e o Curta “Pardal”. Na TV Alex já trabalhou nas duas maiores emissoras do país. Na Globo fez o especial “Por Toda Minha Vida — Cartola (Disputou o EMMY INTERNACIONAL); “Subúrbia” “Totalmente Demais” “Meu Pedacinho de Chão”; “Babilônia”. Além de Participações em “Malhação e “Pega Pega”. E algumas participações em Malhação, Totalmente Demais. Na Record além da novela “Vidas Opostas, Alex fez “O Rico e Lázaro” “Jezabel” e participações na novela “Pecado Mortal e Gênesis”. Na Record, além de novelas e séries, Alex participou da primeira Oficina de Atores. Alex além de ator é roteirista. Alex é casado com Andreza e pai de Alexya de seis anos e Brenda de 18. Nos cinemas fez: Última Parada 174; Flores Raras; Trinta; Praça Paris e o Curta-metragem PARDAL que está participando de festivais nacionais e internacionais. Tendo participação no festival de cinema da Turquia. Atualmente Alex na novela “Além da Ilusão” na Globo, dando a vida ao Dr. Hélio, um renomado médico negro em pleno anos 40. Além da Ilusão. Doutor Elias. Na novela, ele é filho do médico Jacinto. Foi criado na fazenda do Coronel Herculano. Foi apadrinhado pelo coronel que lhe pagou os estudos de medicina. Após a morte de seu pai, Elias retorna para Campos e assume todos os pacientes de seu pai. Ele passa a ser responsável pelo tratamento de todos da Família de Matias, com quem terá uma relação complicada por ser negro; assume o ambulatório de Campos e cuida de todos os personagens menos afortunados da história. Terá uma relação de amizade com o personagem central, Davi. Que lhe ajuda em muitas situações. n

*SATED — FRUTO DO SONHO E PERSISTÊNCIA DE LEOPOLDO FRÓES, UM DOS MAIORES E MAIS BEM SUCEDIDOS ARTISTAS BRASILEIROS DO INÍCIO DO SÉCULO XX, O SINDICATO DA CASA DOS ARTISTAS FOI FUNDADO EM 19 DE AGOSTO DE 1918. CRIADO PARA DEFENDER OS INTERESSES DA CLASSE ARTÍSTICA À ÉPOCA, A ENTIDADE RECEBEU EM 1931 SUA CARTA SINDICAL, DO RECÉM-CRIADO MINISTÉRIO DO TRABALHO, TORNANDO-SE OFICIALMENTE REPRESENTANTE DOS ARTISTAS.


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porque

JUREMA?

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por LUCIANA ARAÚJO / Editora Geral da Revista Jurema

nome Jurema é originário de uma árvore (Acácia Jurema), cujas raízes os pajés faziam uma bebida capaz de produzir sonhos adivinhatórios. Jurema é uma árvore muito conhecida no nordeste brasileiro. São utilizadas a casca e a raiz macerada na água, vinho ou cachaça. É dessa planta que se origina o famoso “vinho da Jurema,” citado na obra “Iracema” de José de Alencar. Através da Planta, os guerreiros de Araquém, entravam em comunicação com o mundo invisível. Há uma diversidade de significados abrangidos pelos usos da Jurema, passando pelos contextos indígenas, pela simbologia grega — Jurema a Fênix do sertão, ou seu consumo nas religiões afro, até os experimentalismos urbanos contemporâneos. Assim, nos anos 90, foi elaborado na Europa uma nova bebida feita a partir das cascas de raízes de Jurema (mimosa tenuiflora willd poir) e de sementes de arruda da Síria (Peganun Harmala). A essa beberagem se convencionou chamar, também de Jurema. Diz a lenda que Maria, ao fugir dos soldados romanos para proteger o seu filho, Jesus, descansou a sombra de um pé de Jurema. O nome revista JUREMA faz alusão a esta história tão diversamente cultural, forte e enraizada, assim como a alma da mulher! n



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