6 minute read

Zanzibar Joice Hurtado

Internacional

ZANZIBAR

Advertisement

POR JOICE HURTADO, DIRETORA NA EMPRESA: BEST — CONSULTORIA E COMUNICAÇÃO

PRÓXIMO DESTINO: TANZÂNIA Localizado no leste africano, país sediou o retorno do FESTAC após 45 anos, com presença de comitiva brasileira. As águas transparentes do Oceano Índico são apenas uma das centenas de belezas que podemos encontrar no continente africano. Construindo importantes relações entre o continente-mãe e o Brasil, maior país da Diáspora, a The African Pride fincou importantes raízes durante o mês de maio, ao encabeçar uma comitiva para participar da terceira edição do FESTAC — Festival Pan-africano de Arte e Cultura–o qual aconteceu na paradisíaca ilha de Zanzibar, um dos destinos mais procurados por turistas europeus. Formada essencialmente por mulheres, a presença da delegação marca um avanço significativo entre as relações culturais, e abre caminhos para o fortalecimento de laços que pretendem desenvolver e propagar o turismo e possibilitar investimentos no país. Convidada pelas autoridades da ilha, a delegação da The African Pride, em reunião com o ministro de Turismo, firmou

importante parceria para desenvolver e propagar o turismo local. Segundo Carolina Morais, CEO da empresa, este é mais um passo na construção de um futuro que incentive o brasileiro a colocar, de forma concreta, a África no mapa do turismo e investimentos no continente. “Zanzibar é destino histórico cultural que narra o encontro entre árabes, portugueses e africanos, marcado por disputas, trocas comerciais e culturais, e que cria uma amálgama única no arquipélago. Composto por 52 ilhas, cujas principais são Umoja e Pemba, o arquipélago é um convite para nos reconectarmos com a história da África Oriental, para além de suas belezas naturais. Marcado pelo convívio pacífico entre religiões e etnias, Zanzibar tem o potencial para ser a casa de veraneio dos brasileiros em África. Nosso diálogo com o ministro do turismo aponta bons caminhos para relação entre Zanzibar e Brasil” Diversidade talvez seja a palavra que dita o ritmo, tanto em Zanzibar como na Tanzânia. Apesar de a ilha ser território que pertença ao país, politicamente funciona de forma independente, o que não diminui o poder constituído da atual presidente Samia Hassan. Predominantemente muçulmana, a convivência com costumes diversos é algo a se destacar, especialmente em tempos de intolerância religiosa.

ZANZIBAR, A TERRA DOS HOMENS PRETOS

Arte, música e receptividade nos instigam a ficar e desfrutar as belezas naturais da ilha, onde a máxima de que bom negócio se faz olho no olho é seguida. Na gastronomia, esteja preparado para enfrentar o calor com suco de tamarindo e os famosos “mixes” de manga com abacate ou abacaxi com maracujá, acompanhados sempre de uma infinidade de opções que vão dos tradicionais arroz birmane com frango a toda sorte de frutos do mar. Ir a Zanzibar e não visitar Prision Island, é como ir às principais capitais brasileiras e não mergulhar em sua história. Em uma viagem que custa a partir de 10 dólares por pessoa ( ida e volta), o visitante conhecerá o lugar, que originariamente foi construído para abrigar uma prisão mas ganhou nova funcionalidade ao ser ponto para isolamento de pacientes vítimas de cólera e febre amarela no século XIX. A beleza das águas do Índico ganha ainda mais valor no tour de aproximadamente 90 minutos pela reserva que abriga as centenárias e gigantes tartarugas cuidadosamente preservadas pelos guias. A imponência do Baobá, que em swahili é “Umbuio”, evoca a existência da sabedoria e longevidade. A visita ao parque e à prisão, cujas dependências hoje abarcam uma biblioteca e um restaurante custa 16.000 xelins tanzanianos,

Terra natal de Freddie Mercury, Zanzibar exala magia e beleza por todas as partes. As construções preservadas que delineiam Stone Town mantêm a atmosfera local, com opções diversas de estadia que variam de 30 a 200 dólares a diária, sem prejuízo de atendimento. Mesquitas e igrejas católicas convivem harmoniosamente, e o projeto de promoção turística insiste em manter este ambiente que convida à reflexão em um pôr do sol que só existe na África.

moeda local cuja cotação aproximada é de 2000 para 1 dólar. A terra dos homens pretos, segundo tradução do swahili (idioma oficial), é onde também encontramos a presença tradicional da figura dos massai, povo originário da fronteira que divide o Quênia e a Tanzânia, representando as tradições culturais e o espírito guerreiro que habita a parte oriental africana. Historicamente, os massai evocam o estilo e a força presente nos trajes vermelhos típicos deste segmento. Vem também de Zanzibar a ousadia, despojamento e o compartilhamento do espírito de liberdade, através dos saltos realizados nos fins de tarde, próximo à área do Porto, onde jovens se reúnem para propagar mensagens que incentivam o empoderamento desafiando, verdadeiramente, a gravidade. O movimento vem viralizando através de vídeos produzidos por Yess Jamal, jovem que produz o material e, através dele, vem mostrando Zanzibar para o mundo. Segundo o videomaker, cada salto traz uma importante mensagem. “Saltamos porque gostamos, não existe uma razão exata, porém a mensagem que queremos levar é a de alegria, de liberdade e coragem para enfrentar os desafios. Em breve teremos novas mensagens para o mundo” comenta o artista cujas publicações alcançam grande engajamento através do Instagram @yessjamal.

MANOEL SOARES, PRIMEIRO BRASILEIRO A RECEBER TÍTULO PELA UNIÃO AFRICANA NA PROMOÇÃO DA AGENDA 2063

“ZANZIBAR é destino histórico cultural Entre as pautas sugeridas pela The African Pride para a Tanzânia, um marco nas que narra o encontro entre ÁRABES, PORTUGUESES e relações entre África e Brasil através da nomeação do jornalista e ativista Manoel Soares como primeiro brasileiro a receber o título de Embaixador Cultural pela

AFRICANOS” União Africana. A cerimônia, ocorrida na Embaixada do Brasil na Tanzânia e organizada pelo embaixador brasileiro no país, sr. Antônio Augusto Martins César, além de configurar um passo largo no avanço do cumprimento da agenda 2063, mostra o trabalho essencial feito pela empresa no intuito de alinhar os pensamentos, estabelecer laços e construir pontes que facilitem o diálogo entre os herdeiros de África através da cultura, educação, turismo e negócios. “Este é um título que vem carregado de honra e responsabilidade, pois passo a representar a América Latina no cumprimento da agenda 2063, metas importantes que envolvem o desenvolvimento econômico da África, como forma de reparação às injustiças sociais que sofremos. A África está representada em mim e na minha essência, é isto é motivo de muito orgulho”, diz o jornalista que passa a exercer dupla função na Rede Globo a partir de junho, quando, além de integrar o time de apresentadores do programa semanal É DE CASA, passa também a comandar o diário ENCONTRO, ao lado de Patrícia Poeta. Representante da União Africana na América Latina e CEO da The African Pride, Ajoyemi Osunleye vê Manoel Soares como uma presença primordial para a construção destas relações bilaterais e para os propósitos da União Africana em conjunto com a empresa brasileira no alcance das metas. “Estamos começando a trilhar um caminho de êxito dentro destas relações. Os filhos da África tiveram suas histórias e relações apagadas e está na hora de reconstruir tudo isto. É hora de voltar para casa e darmos as mãos para que este reencontro possa fazer com que o nosso continente e a diáspora construam juntos, o progresso mútuo”. n