Edição N.º 1668

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SEXTA-FEIRA, 11 ABRIL 2014 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1668 (II Série) | Preço: € 0,90

Governo esquece IP2 e transforma A26 num itinerário principal sem continuidade até à fronteira

IP8 e aeroporto de Beja na lista dos investimentos prioritários JOSÉ FERROLHO

págs. 10/11

Barrancos é notícia para jovens repórteres europeus págs. 4/5

Centro de Beja candidato a imóvel de interesse público pág. 7

ARS Alentejo abre concurso para 27 médicos pág. 12

O “Diário do Alentejo” vai ser distribuído na ExpoBarrancos e em Mora, na Estação Imagem PUB

Rap com sotaque alentejano

São os herdeiros legítimos dos ancestrais cantadores ao despique. E são também os grandes cantores de intervenção dos tempos que correm. Os movimentos da denominada “cultura urbana”, do rap ao graffiti, estão a transvasar os subúrbios das grandes cidades. E começam a aparecer com assinalável vigor em meio rural. Em Beja, encontrámo-los numa fábrica abandonada. págs. 18/19


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Editorial

Vice-versa

Dante

Francisco Assis considera que “Beja deve ser uma das capitais de distrito do País com piores acessibilidades” e defendeu não ão ser “possível conceber o desenvolvimento, a atração de pessoas soas e o investimento, sem boas acessibilidades rodoviárias”. Para a Francisco Assis, é preciso investir nas acessibilidades para potenciar investimentos como Alqueva. In, Rádio Pax

Paulo Barriga

O Governo deu a conhecer os 59 projetos prioritários que integram egram o Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas (PETI) TI) até 22020. O investimento global é de 6 067 milhões de euros. O aeroporto oporto de Beja vai receber 3 milhões de euros. O PETI deixa de fora a eletrificação da Linha do Alentejo entre Beja e Casa Branca anca e reserva 3 milhões de euros para o aeroporto de e Beja.

O

Alentejo está condenado a prazo pela demografia. Não há qualquer estratégia ou plano de desenvolvimento que possa medrar com uma população envelhecida e com tendência para encolher extraordinariamente nos próximos anos. Mais grave, não há varinha mágica nem poção milagrosa capaz de inverter esta situação. Qualquer agenda para o futuro feita com base nos indicadores populacionais do presente será um mero exercício especulativo ou demagógico. E também não será a agricultura, apenas ela, nem o turismo, somente ele, que animará a economia local a ponto de criar emprego generalizado e digno, ao ponto de fixar os jovens, ao ponto de estancar a sangria humana. Esta doença, a doença do arco demográfico a apontar para baixo, é própria dos chamados territórios de baixa densidade. Mas acomete com uma ferocidade impar o Alentejo. Uma região tradicionalmente desprovida de um tecido económico diversificado, com uma estrutura social cavada e adversa ao florescimento da chamada “classe média”, culturalmente desfavorável à criação do próprio emprego, dependente quase em exclusivo dos serviços e aniquilada pelos êxodos migratórios de meados do século XX. Uma região estruturalmente doente, com uma crise muito própria e muito antiga, à qual se junta com estrondo a crise do atoleiro económico e financeiro onde caiu Portugal. E, ao invés da euforia governamental pós-troika, a crise no Alentejo ainda não mostrou o seu verdadeiro rosto, ainda não bateu no fundo, ainda o penadoiro vai no adro. Esta é a tonalidade do quadro que diferentes especialistas na área da geografia, da economia, da sociologia e da política pintaram no último fim de semana, nas Conferências de Aljustrel. Um retrato negro, com pinceladas medonhas e contornos tremendos. Um retrato que exige imediata intervenção e pronto restauro, correndo-se o risco de se perder para sempre a coloração original. Esta é a hora exata de tocar a cerrar fileiras. De todos, em conjunto, arregaçarmos as mangas. Porque se já temos o retrato dependurado e a envelhecer por detrás da porta, não tarda passaremos a contemplar unicamente a paisagem que Fernando Pessoa traçou para o Alentejo: “Se isto não é o inferno, onde diabo será ele?”

In, Rádio Pax

Fotonotícia

Francisco Assis O cabeça de lista do Partido Socialistas às Eleições Europeias de 25 de maio esteve em Beja no passado dia 3. Num passeio informal, entre o café Luís da Rocha e a Escola Secundária Diogo, Assis acabou por falar com os jornalistas sobre os deploráveis acessos rodoviários à cidade. O candidato frisou mesmo que, neste momento, Beja é “uma das capitais de distrito mais mal servida em termos de acessos rodoviários do País e isso é a demonstração da incapacidade do atual Governo prosseguir uma política de investimento público criteriosa”. Um bom ponto de vista que não invalida o risco que a comitiva socialista correu ao percorrer as ruas bejenses pelo meio do trânsito, em vez de procurar algum abrigo nos passeios para peões. PB Foto de José Ferrolho

Voz do povo Costumalerjornais?(Dia13deabril,domingo,comemora-seoDiaMundialdaImprensa)

Inquérito de José Serrano

José Mendes 56 anos, marmorista

Francisco Pesseguina 83 anos, ex. comerciante

José Monteiro 74 anos, ex. funcionário de seguros

Maria Tavares 38 anos, professora

Não é um hábito do dia-a-dia. Leio esporadicamente. O jornal que mais leio é o “Diário do Alentejo”. Na informação escrita interesso-me principalmente pelas notícias regionais. Gosto de saber o que se passa por aqui. No Alentejo e com os alentejanos. Procuro as reportagens. E o desporto também. Gostava que o desemprego, esse flagelo, fosse mais analisado jornalisticamente.

Todos os dias leio os jornais. Costumo fazê-lo na Biblioteca Municipal de Beja. A minha segunda casa. Aqui, tenho à minha disposição toda a informação jornalística. Regional, do País e até do Mundo. Gosto de estar informado acerca da atualidade, do que se vai passando diariamente. A imprensa tem um papel muito importante na sociedade. É ativa, não nos deixa ficar isolados.

Diariamente. Todo o tipo de jornais. Generalistas, desportivos, nacionais e regionais. Interesso-me por tudo o que nos diz respeito. Aos portugueses. Como evolui a nossa situação. Económica, política, social. Os jornais devem ir com rigor, ao fundo das questões. É esse o seu papel na sociedade. Uma boa notícia para amanhã seria a da reposição do valor das reformas.

Leio principalmente jornais nacionais semanários. O “Diário do Alentejo” de vez em quando. A informação que procuro é muito específica. Artigos de opinião de jornalistas que admiro. Artigos culturais. Atualidade. Não me interessam de forma alguma os jornais de notícias sensacionalistas. Que informam mas não formam. No geral a imprensa deveria ser mais imparcial.


Rede social

Semana passada SEXTA, DIA 4 ODEMIRA LIMPEZA DE PRAIAS ENVOLVEU 155 VOLUNTÁRIOS Uma ação de limpeza em cinco praias do concelho de Odemira, envolvendo 155 voluntários, resultou na recolha de duas toneladas de lixo. Os resíduos recolhidos durante três dias de limpeza foram depositados, até segunda-feira, à entrada de Vila Nova de Milfontes “com o objetivo de sensibilizar população e turistas para o problema dos efeitos da poluição e para a necessidade de preservar a natureza”, divulgou a Câmara Municipal de Odemira. A intervenção ocorreu nas praias do Farol, da Franquia, do Malhão e dos Aivados, na freguesia de Vila Nova de Milfontes, e na praia das Furnas, em Longueira/Almograve. A ação decorreu no âmbito das atividades ligadas à educação ambiental do Programa Bandeira Azul 2014.

3 perguntas a Florival Baiôa Monteiro Presidente da AdpBeja

Com surgem as Conferências de Beja?

TERÇA-FEIRA, DIA 8

A Associação de Defesa do Património de Beja (AdpBeja) resolveu organizar estas conferências, que surgem, agora, mas que transitam, se é que assim se pode dizer, de uma outra iniciativa que já antes tinha acontecido na cidade. Antigamente a AdpBeja realizava as chamadas “Conversas de Beja”, que aconteciam em diversos locais da cidade. Resolvemos agora organizar as “Conferências de Beja” indo, assim, ao encontro do interesse de várias pessoas. Este ciclo começou na quarta-feira, dia 8, porém não sabemos quando irá terminar. Não há uma data limite, portanto.

BERINGEL AÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO PARA CRIANÇAS

Está tudo em aberto?

SÁBADO, DIA 5 ALCÁCER DO SAL AÇÃO DE LIMPEZA EM TORRÃO A Câmara Municipal de Alcácer do Sal procedeu a uma intervenção de limpeza e de melhoria do espaço público na vila de Torrão. A operação incluiu a limpeza e lavagem das gares dos contentores, recolha de monos, varredura mecânica, asfaltamento de algumas ruas, aplicação de herbicida em várias artérias e limpeza de espaços verdes, resumiu o município. Cerca de 50 trabalhadores camarários que integram as equipas da rede viária, higiene e limpeza e equipa local do Torrão estiveram envolvidos na ação.

A Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) promoveu uma ação de sensibilização ambiental dirigida a crianças sobre ecossistemas ribeirinhos no açude do Monte de Bolor na freguesia de Beringel, no concelho de Beja. A ação “Vamos aprender com as nossas ribeiras” incluiu atividades que permitiram a apreensão de vários conceitos, como ecossistema ribeirinho, habitat, conservação da natureza e biodiversidade, “a partir dos quais se pretendeu que sejam interiorizadas atitudes e comportamentos que contribuam para a preservação do ambiente”, explicou a EDIA.

QUARTA-FEIRA, DIA 9 ALJUSTREL IDENTIFICADO SUSPEITO DE FURTO A GNR anunciou ter identificado um jovem de 19 anos suspeito de um furto numa residência na localidade de Corte Vicente Anes, no concelho de Aljustrel, e recuperado material que tinha sido furtado. O suspeito, após ter sido constituído arguido, ficou sujeito à medida de coação de termo de identidade e residência, refere a GNR, num comunicado enviado à agência Lusa. Entre o material recuperado, durante investigações após a denúncia do furto na residência, consta material informático, uma aparelhagem de som, um leitor de CD e várias garrafas de bebidas.

QUINTA-FEIRA, DIA 10 BEJA GNR INTENSIFICOU FISCALIZAÇÃO A Guarda Nacional Republicana intensificou a fiscalização do controlo de velocidade, direcionando as ações para as vias onde as infrações por excesso de velocidade são mais frequentes. A operação, promovida pela Tispol (European Traffic Police Network), envolve um efetivo de todos os comandos territoriais e da Unidade Nacional de Trânsito, num total de 1372 militares, refere a GNR numa nota à imprensa. Segundo a GNR, os níveis de sinistralidade rodoviária registados na rede viária nacional, apesar da melhoria significativa registada nos últimos anos, com menos acidentes, menos vítimas mortais e feridos, continuam a assumir valores preocupantes, constituindo o excesso de velocidade uma das principais causas dos acidentes graves.

Sim, dependerá muito do que as pessoas desejem que sejam estas conferências. Colocámos, inclusive, à disposição do público a escolha de temas que gostassem de ver abordados num próximo ciclo desta iniciativa. Queremos ir ao encontro dos interesses das pessoas e dos temas que achem relevantes para serem discutidos e dados a conhecer. Cabe depois à organização desta iniciativa convocar as pessoas com conhecimento na matéria para debaterem estas questões e partilharem com o público de Beja e da região, com todos os interessados, esse seu conhecimento.

Marco Rodrigues subiu ao palco do Pax Julia Marco Rodrigues apresentou-se a solo no Pax Julia. Considerado um dos fadistas de referência da nova geração, mostrou-se em palco, como muitos consideram, com uma nova abordagem ao fado, à música. Marco Rodrigues um concerto de viola e voz.

Festival do Petisco regressa para o ano O fim de semana foi de festa em Beja. O Festival do Petisco voltou a animar a cidade. Sobre as mesas muitas iguarias regionais. Mas houve espaço para mais. Não faltou a música, a animação e, claro, o convívio. Para o ano há mais.

Conferências de Aljustrel Aljustrel lançou o debate sobre inovação, cidadania e desenvolvimento. Durante dois dias pensou-se o território, foram trocadas ideias e a Vila Mineira recebeu a visita de personalidades de vários pontos do País e de diversas áreas. Tudo no Cine Oriental.

O ciclo destas conferências iniciou-se com o tema “Arqueologia em Alqueva…uma revolução em curso”. Este projeto veio ajudar a reescrever a história da região?

Sem dúvida. É importante darmos a conhecer os resultados verdadeiramente surpreendentes das escavações que têm sido feitas nos últimos tempos nas obras do Alqueva. O que está a acontecer é completamente revolucionário no que à História diz respeito. Estas escavações têm surpreendido até os mais entendidos, nomeadamente os arqueólogos, e têm alterado o conhecimento que tínhamos até então. É preciso revelar isto às pessoas. É preciso mostrar a verdadeira dimensão que Beja tinha, até porque tem um papel importantíssimo na História do País. Está a reescrever-se a História e a AdpBeja juntou-se assim à EDIA e à Câmara Municipal de Beja para ajudar a dar a conhecer. Bruna Soares

Mercado rural do século XX Mértola recuou aos tempos antigos. Os alunos participaram num mercado rural do início do século XX. Vestidos a rigor, aprenderam a história e as vivências da época e a Vila Museu, essa, encheu-se de animação. A brincar a brincar, aprende-se.

Férias Desportivas animam jovens de Ferreira Já estão a decorrer as Férias Desportivas – Páscoa 2014, em Ferreira do Alentejo. A iniciativa realiza-se há oito anos e o objetivo da autarquia é promover a atividade desportiva e cultural e ocupar os tempos livres das crianças durante as férias.

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Tema de capa

Estudantes reportam sustentabilidade na região de Barrancos

Jovens repórteres: uma experiência marcante Dezoito jovens, acompanhados por cinco monitores, participam até ama-

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e máquina fotográfica em riste e de bloco de notas e caneta na mão, 18 jovens com idades entre os 14 e os 20 anos vestem por estes dias a pele de verdadeiros repórteres para o ambiente. Missão: observar, inquirir, analisar e reportar o que os envolve. O concelho de Barrancos, onde se localiza o Parque de Natureza de Noudar, um projeto “com características únicas e pioneiras” e cuja prioridade “é a conservação da biodiversidade”, foi um dos destinos escolhidos para receber parte da missão internacional Jovens Repórteres para o Ambiente (JRA) Alentejo, que culminará com uma conferência de imprensa agendada para amanhã, sábado, no decorrer da ExpoBarrancos. Investigar boas práticas relacionadas com o desenvolvimento sustentável, como é o caso do Parque de Natureza de Noudar, e a importância do ecossistema de montado, assim como conhecer “a pequena economia da região de Barrancos”, assente na criação do tão afamado porco de raça alentejana ou nos projetos de turismo sustentável, foram alguns dos desafios lançados aos jovens estudantes (seis dos quais provenientes da Letónia, Malta, Chipre e Bélgica) que, em grupos de quatro, durante os cinco dias de estadia na região, são responsáveis pela elaboração de artigos/reportagens que diariamente vão publicando na Internet em www. jra.abae.pt. “O objetivo do Programa Jovens Repórteres para o Ambiente, da responsabilidade da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), é colocá-los a fazer trabalho de jornalista, a aprenderem a serem jornalistas, com a principal preocupação de reportarem a sustentabilidade ou insustentabilidade. Normalmente é mais fácil denunciar maus exemplos, mas também se tenta que eles reproduzam e conheçam as boas práticas e os bons exemplos”, explica PUB

nhã, sábado, na missão internacional Jovens Repórteres para o Ambiente – Alentejo 2014, uma iniciativa da responsabilidade da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), que este ano se centrou fundamentalmente no concelho de Barrancos. Criado em 1994, o projeto pretende, de acordo com a ABAE, contribuir “para a preparação dos jovens para o exercício de uma cidadania ativa e participada na defesa do ambiente, através da sua participação nos processos de decisão”. Durante as missões, que têm a duração média de cinco dias, os jovens selecionados participam “como enviados especiais numa pesquisa jornalística”. Texto Nélia Pedrosa Fotos José Serrano

Margarida Gomes, coordenadora nacional do JRA desde 2000, adiantando que as missões acabam por ser “o rebuçado do projeto”, servindo, por um lado “de incentivo”, mas também “de recompensa para os jovens mais envolvidos” quer no JRA, quer no programa Eco-Escolas, também desenvolvido pela associação. A escolha do concelho de Barrancos deveu-se, em parte, continua a responsável, ao facto de albergar o Parque de Natureza de Noudar (onde os jovens e monitores estão alojados) e uma eco-escola e “de estar em vias de se candidatar ao galardão Eco XXI”. O Programa Jovens Repórteres para o Ambiente, que envolve 27 países da Foundation for Enviroment Education (Fundação de Educação Ambiental), conta atualmente, em território nacional, com a participação de cerca de 70 estabelecimentos de ensino do terceiro ciclo e ensinos secundário, profissional e universitário. A par destas missões, de carácter nacional ou

internacional, a ABAE organiza, durante o ano letivo, outras atividades para as escolas e jovens repórteres inscritos, como um seminário nacional de dois dias para professores e alunos – o último teve lugar em Arouca – e diversos concursos nas categorias artigo/reportagens, fotorreportagem e videoreportagem. Os jovens candidatos às missões JRA são, com exceção da vertente freelancer, propostos pelas escolas envolvidas no projeto. A seleção é feita com base numa carta de motivação e num artigo escrito pelo aluno. “Estes são os dois critérios objetivos que temos. Depois temos outros que têm a ver com o envolvimento da escola, a que recorremos em caso de empate”, esclarece Margarida Gomes, acrescentando que tentam selecionar “um grupo mais ou menos equilibrado” quer em termos de idade, quer em termos de género. Sempre que possível, as missões assumem um caráter internacional, porque acabam “por ser mais

apelativas para os nossos jovens porque têm oportunidade de conviver com outros jovens e também para a rede [de escolas evolvidas], porque há um maior intercâmbio”, diz a responsável. Todas as despesas durante as missões (alojamento, alimentação, transporte e seguro) são da responsabilidade da ABAE, o que acaba por determinar, em parte, a periodicidade com que são realizadas. “Normalmente acontece uma vez por ano, por acaso este ano vamos fazer duas, mas já houve anos em que não fizemos nenhuma. Está também dependente das condições económicas que conseguimos reunir”, embora conte com algumas parcerias. A segunda missão, em versão “mini”, de dois dias, terá lugar no festival Rock in Rio – Lisboa, “também muito aliciante para os jovens”, diz a coordenadora. A possibilidade de contactar “com outras culturas” e de aprofundar a língua inglesa foram os motivos principais que levaram Rui Costa, 20 anos, aluno do curso de Comunicação, Marketing, Relações Públicas e Publicidade da Escola Profissional da Marinha Grande, a candidatar-se ao JRA deste ano. E como “dominava mais ou menos algumas línguas”, acabou por se escolhido para formar um grupo de trabalho com três dos seus colegas estrangeiros. O jovem acredita que esta experiência vai ser bastante benéfica quando se candidatar, no próximo verão, a um estágio no estrangeiro, em Malta. “O facto de estar a conhecer pessoas estrangeiras e estar num grupo só com estrangeiros está a ser bastante divertido, para além de estar a melhorar o meu inglês”, reforça, adiantando que em termos de trabalho de grupo, como é o único português, coube-lhe a tarefa de entrevistar os vários atores locais e colaborar na edição das reportagens em vídeo, sendo que a primeira, editada na terça-feira ao final do dia, se centrou nos toiros de morte e na opinião


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Rui Costa

Angelina Dimitrova

Sara Cascais

Pedro Rodrigues

que os barranquenhos têm da tradição, tradição essa que inicialmente chocou os seus colegas estrangeiros. “Aqui na região há muitos animais, ovelhas, cavalos, vacas, e parece que as pessoas gostam deles, e pensar que alguém que gosta tanto de animais é capaz de lhes fazer mal, matá-los e comê-los foi um bocado chocante para mim, fiquei surpreendida”, admite Angelina Dimitrova, de 17 anos, oriunda de Malta mas com raízes búlgaras e russas. As explicações dadas entretanto pelo presidente da Câmara Municipal de Barrancos, António Tereno, no decorrer de uma entrevista agendada com os jovens repórteres para a manhã de terça-feira, dia dedicado à vila raiana, acabou por desfazer algumas dúvidas. “Apercebemo-nos que as pessoas não o fazem porque gostam de magoar animais, mas sim porque gostam da sua cultura, têm orgulho nela, e querem passá-la às restantes gerações, porque acreditam que é importante e é parte daquilo que são, por isso querem manter isso, apesar de serem diferentes do resto do País”, diz a jovem, que já não é novata nestas andanças jornalísticas. Em janeiro último participou numa missão internacional do género, em Estocolmo, na Suécia. “O ambiente e a cidadania ativa são coisas que me interessam bastante. Nós temos o dever e a responsabilidade de cuidar dos nossos recursos. Ao participar nestas iniciativas quero conhecer pessoas que pensam como eu, aprender PUB

como preservar o ambiente e inspirar os outros a fazer o mesmo. E, apesar de não ver muitos ecopontos nas redondezas, não tantos como em Malta ou na Bulgária, vejo que há muitas pessoas interessadas no ambiente e que há muitas eco-escolas”. A notória preocupação dos barranquenhos com a preservação do ambiente foi um dos aspetos que mais surpreendeu Sara Cascais, 15 anos, do Agrupamento de Escolas de Soares Basto, de Oliveira de Azeméis. “Nota-se que as pessoas têm muita preocupação no sentido de preservar, isso também é surpreendente”, diz a aluna do 10.º ano da área de ciências e tenologias, que se inscreveu no programa motivada pela sua enorme “paixão” pela natureza. “A minha pessoalidade tem muito a ver com a natureza, cresci no campo, sempre tive um contacto muito ativo e frequente com o campo, e sinceramente gostava muito de um dia poder viver numa zona assim, e é sempre interessante perceber como é que uma vila como esta consegue, com todas as suas tradições e com estes meios naturais, viver. De facto tudo isto é fascinante”, acrescenta entusiasmadíssima, ao mesmo tempo que revela que, através do trabalho jornalístico desenvolvido no decorrer da missão, espera “mostrar o que está esquecido, o que está mais para o interior, e também mostrar o grande potencial que há nestas zonas e que muitas vezes é esquecido ou que as pessoas querem esquecer

O concelho de Barrancos, onde se localiza o Parque de Natureza de Noudar, um projeto “com características únicas e pioneiras” e cuja prioridade “é a conservação da biodiversidade”, foi um dos destinos escolhidos para receber parte da missão internacional Jovens Repórteres para o Ambiente (JRA) Alentejo porque pensam que é inacessível e, na realidade, não é”. A jovem destaca ainda como aspetos bastantes positivos nesta experiência, que apelida de “aventura”, o facto de os jovens repórteres “terem liberdade total” para explorarem os temas que entenderem, e a possibilidade de contactarem “com outras pessoas de outros países”, porque, considera, “quantas mais experiências, e quanto mais diferentes

forem, melhor conseguiremos estar preparados para tudo o que o futuro tiver para nos dar”. “Esta é uma experiência a repetir, sem dúvida, gostava até de ir em missões internacionais, quem sabe um dia”, conclui. Para Margarida Gomes não restam dúvidas, por mais “suspeita” que seja, de que o JRA “é o projeto mais interessante” da ABAE, “no sentido em que é o que deixa mais marcas, que consegue realmente fazer a mudança”: “O que nós tentamos com a educação ambiental, com a sensibilização para a sustentabilidade, é influenciar os jovens para que mantenham estes princípios para a vida, no seu dia a dia, e nós sabemos, pela nossa experiência, que quem passa pelos Jovens Repórteres é marcado pelo programa. Os jovens até costumam dizer ‘uma vez jovem repórter, sempre jovem repórter’, e estas experiências, porque são mais enriquecedoras e mais vividas, acabam por realmente fazer a diferença na vida deles”. E para Pedro Rodrigues, de 15 anos, o único participante da EBI de Barrancos, para além “do contacto com novas culturas e outras línguas”, fica certamente na memória a experiência única, “e divertida”, de ter feito de cicerone aos seus colegas de missão. “Dizem que Barrancos é uma terra mais isolada, mas acho que é contrário, não está assim tão isolada e pode ser mais conhecida. E estas iniciativas ajudam a nível turístico porque vêm conhecer a nossa gastronomia e o Parque de Natureza de Noudar”.


06 Diário do Alentejo 11 abril 2014

O “Diário do Alentejo” está a socorrer-se das suas próprias páginas para recordar os momentos que precederam e que se seguiram ao 25 de Abril de 1974. Sem qualquer intuito científico, histórico ou sociológico, pretendemos apenas dar a conhecer aos nossos leitores a forma como um pequeno diário de província olhava para a região, para o País e para o mundo há precisamente 40 anos. E uma das grandes conclusões que podemos retirar desta revisitação é que por vezes, afinal, a história repete-se.

Atual

Diário de uma Revolução (2) Paulo Barriga

Sim, a história gosta de se repetir

H

á quem diga que a história não se repete. Que a água não passa duas vezes debaixo da mesma ponte. Mas quem se detiver com alguma paciência e atenção sobre determinados momentos da nossa história, depressa começa a cofiar o queixo com desconfiança. Nesta nossa revisitação dos tempos que antecederam a Revolução de Abril de 1974, através das páginas do “Diário do Alentejo”, encalhamos em cada edição com títulos e artigos que poderiam muito bem tornar a ser publicados sem que o leitor por algum instante suspeitasse que foram redigidos há precisamente 40 anos. O presidente do conselho geral do Banco do Alentejo (é verdade, por estes dias o Alentejo tinham um banco), Quirino Mealha, fez a leitura da boa situação financeira daquela instituição de crédito. O “Diário do Alentejo”, a 8 de abril, pegou nas palavras do banqueiro, cujos rendimentos tinham evoluído de forma positiva, imagine-se, em virtude da contratualização de novos créditos, e realçou na sua primeira página um pequeno detalhe do discurso: “Economia portuguesa: expansão não assenta em evolução equilibrada”. Quem diria? Em abril de 1974, um abastado banqueiro local não se coibia de apontar o dedo a um certo desnorte na economia pátria. Qualquer semelhança entre o excerto da palestra de Quirino Mealha, que agora reproduzimos, e a atualidade é pura coincidência. Ou talvez não: “O mundo ocidentall entrou numa fase regressiva da suaa organização económica. Em facee dos desafios imprevisíveis da histó-ria, a Europa dispersa-se em vez dee se unir. Enfraquece-se em vez de see fortalecer”. sa Qualquer comentador da nossa ma praça não diria melhor. Hoje. Numa ca altura em que a crise económica ço e social, agudizada pelo esforço de guerra, apertava o garrote ao

marcelismo, o governo de então teve a mesmíssima ideia do governo de agora para agitar a economia: elaborar uma lista de investimentos prioritários para a nação. Mas se Passos Coelho, em véspera de eleições europeias, agita a bandeira das estruturas prioritárias, Marcelo Caetano, em véspera da sua última remodelação governamental, seguia o caminho das indústrias prioritárias. Escusado será relembrar que há 40 anos, como agora também acontece, o Alentejo apenas ligeiramente entrava nas contas do Terreiro do Paço. De facto, ele há coincidências que não lembram ao demónio. Em 2014, na precisa semana em que são anunciados aumentos nas tarifas do correio postal, em 1974 a administração dos CTT anunciava aumentos nas “cartas, telefonemas e telegramas”.

Na mesma semana de abril em que se lança para o ar um hipotético aumento do salário mínimo nacional, há quatro décadas atrás, o presidente da Câmara Municipal de Cuba, Francisco António da Silva, a propósito da apreciação do relatório de gerência da autarquia, desabafava ao “Diário do Alentejo” as suas preocupações face ao “estado de pobreza” em que viviam os funcionários camarários: “Os baixos ordenados que auferem, completamente desfasados em relação a outras profissões e ao presente custo de vida, cria situações de angústia”. Há pois cria. É nestes pequenos pormenores discursivos, que a direção do “Diário do Alentejo” destacava de forma ínvia mas

certeira, que se queimavam os últimos cartuxos da segunda vida do Estado Novo. No preciso dia em que o presidente da edilidade de Cuba falava dos baixos salários como “doença crónica e para a qual ainda não foi descoberta a terapêutica adequada”, 9 de abril, as Brigadas Revolucionárias realizavam um atentado contra o paquete Niassa, navio que fazia a ponte marítima com África. Como não podia deixar de ser, o “DA”, no dia seguinte, dá conta do episódio numa breve notícia de última página sob o título “Explosão de uma bomba no navio «Niassa»”. Mas a grande bomba que na ocasião estava a deflagrar sobre a maioria das localidades do Alentejo era a falta de água. Na edição do dia 10 de abril de 1974, o “Diário do Alentejo” dava conta da escassez no abastecimento à capital de distrito. Na “nota do dia”, o diretor do jornal, Melo Garrido, realçava que as restrições do fornecimento de água à cidade de Beja se iriam manter “pois há a notícia de que as reservas estão à beira de se esgotarem, dada a falta de chuva que se tem verificado nos últimos quatro anos”. Nesta mesma publicação, o presidente da Câmara Municipal de Castro Verde queixava-se de falta de pareceres da Direção-Geral da Salubridade para levar a água até Casével, Aivados e Ourique-Gare. Não será de estranhar que o fornecimento de água às populações, e também o saneamento básico, tenha sido a primeira grande prioridade dos primeiros autarcas eleitos depois de abril de 1974. Mas essas são histórias para os próximos episódios do “Diário de uma Revolução”. As mais significantes primeiras páginas do “Diário do Alentejo” publicadas em Abril de 1974 vão estar em exibição na galeria de exposições temporárias do Museu Regional de Beja, na rua dos Infantes, a partir de 22 de abril.


A apresentação de resultados das escavações arqueológicas feitas no último ano em zonas de obras do projeto Alqueva marcou a primeira conferência do ciclo “Conferências de Beja”, que arrancou na quarta-feira. O ciclo é promovido pela Associação para a Defesa do Património de Beja (ADPB) para dar a conhecer factos e pessoas e “dar luz à história” do concelho. Na primeira conferência, “Arqueologia em Alqueva... Uma revolução em curso”, foram apresentados os resultados daquelas escavações, que têm “surpreendido o universo nacional de arqueólogos e alterado os conhecimentos sobre as populações e materiais artísticos de várias épocas da longuíssima história”.

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Ciclo “Conferências de Beja” arrancou na quarta-feira

Atual

“Beja, alma criativa” é o lema para a valorização do coração da cidade

Classificação do centro histórico de Beja em marcha A Câmara Municipal de Beja está a preparar um plano estratégico para o centro histórico da cidade que visa a classificação da área entre muros como conjunto de interesse público. Na última segunda-feira, o executivo juntou na Biblioteca José Saramago várias en tidades da região para apresentar os resultados preliminares de um estudo destinado a “encontrar uma vocação estratégica” para o centro histórico e para anunciar a aprovação de uma candidatura ao Programa Rampa, que visa melhorar as acessibilidades no coração da cidade. Texto Paulo Barriga Foto José Ferrolho

N

a opinião do presidente da autarquia, João Rocha, a aprovação da candidatura bejense ao Programa de Regime de Apoio aos Municípios para a Acessibilidade (Rampa) é de “extrema importância para devolver a cidade a todas as pessoas”. Para o autarca, “atualmente Beja não é, mas vai ser uma cidade para todos”, aludindo ao facto de hoje em dia PUB

existir “uma certa anarquia no centro da cidade no que diz respeito ao trânsito e ao estacionamento de viaturas”. Segundo a autarquia, “esta é apenas uma de entre muitas iniciativas que iremos implementar na cidade, no sentido de apresentar uma proposta para a classificação do centro histórico

como conjunto de interesse público”. Um plano estratégico que está a ser desenvolvido pelos serviços da edilidade e que foi sumariamente apresentado pelo arquiteto Manuel Faião. Na opinião deste técnico, “o centro histórico de Beja representa um conjunto extraordinário, embora isso possa não ser visível à

primeira vista”. Manuel Faião referiu ainda que “a riqueza do centro histórico de Beja consiste na acumulação de várias cidades quase todas elas desaparecidas. Beja é uma cidade atravessada pelo mito das grandes cidades do Sul, um lugar misterioso e longínquo que guarda esse perfume da

aventura… O que pretendemos classificar são estes 25 hectares de terra urbana, que são uma espécie de património imaterial que não é fácil de mostrar”. Em simultâneo com a proposta de classificação da zona amuralhada de Beja, a autarquia contratou à empresa Inteli um “plano para delinear uma vocação estratégica para o centro histórico da cidade, que sirva de base para uma marca urbana de Beja, uma cidade de sentimentos e de emoções”. Segundo os responsáveis por este estudo, trata-se de um plano que recebeu dezenas de contributos de entidades e personalidades da cidade e da região que visa devolver a autoestima aos bejenses e que proporcione uma abertura da cidade para o exterior e para si própria”. O interesse deste plano, de acordo com João Rocha, “é realçar os fatores diferenciadores desta cidade em relação às outras”. E os primeiros resultados deste trabalho de campo, que serão oficialmente apresentados na próxima semana, apontam para que “Beja seja uma cidade das artes ao serviço das pessoas, afirmando e projetando o lema ‘Beja, alma criativa’”.


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Bloco de Esquerda reuniu-se em Mértola

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A Coordenadora Distrital de Beja do Bloco de Esquerda reuniu-se, no dia 6, no Centro de Estudos Islâmicos e do Mediterrâneo – “Casa Amarela” para proceder à primeira reunião da equipa recém-eleita para o mandato 2014-2016. A programação da campanha eleitoral para o Parlamento Europeu esteve em análise. A reunião contou com a presença de Cláudio Torres, terceiro candidato na lista do BE às Eleições Europeias.

Associação Empresarial de Sines dinamiza projeto no Alentejo

Aposta na internacionalização de empresas de sete concelhos A Associação Empresarial de Sines arrancou, na quarta-feira, com um projeto destinado a empresas de sete concelhos alentejanos, cujo objetivo é criar uma rede de cooperação para prepará-las e apoiá-las num processo de internacionalização.

O

programa Rede de Cooperação para a Internacionalização (RCI) vai ser posto em prática pelo Sines Tecnopolo, uma estrutura sediada em Sines que funciona como incubadora de empresas e presta serviços de consultadoria e formação, entre outras atividades. Alcácer do Sal, Aljustrel, Ferreira do Alentejo, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines são os sete

municípios abrangidos, indicou à agência Lusa o responsável pela iniciativa, Diogo Trindade. A intenção do projeto é “criar uma rede de empresas que estejam dispostas à internacionalização”, através da qual poderão conseguir aceder a “serviços partilhados” com “custos reduzidos”, explicou Diogo Trindade. Trata-se, segundo o responsável, de uma “oportunidade para um número reduzido de empresas dos municípios participantes”, que serão alvo de um “diagnóstico”, para verificar “se estão capacitadas” para apostar no mercado externo, e a partir daí ser-lhes elaborado um “plano de ação”. De acordo com Diogo Trindade, o fator “diferenciador” do programa RCI, que é “totalmente gratuito”, é levar as pequenas e médias empresas “à

boleia” de uma grande empresa. Atualmente, uma das possibilidades é o município moçambicano de Pemba, com o qual o concelho de Sines se geminou em meados de março. Outros mercados poderão também vir a abrir-se para as empresas alentejanas por via da Administração dos Portos de Sines e do Algarve, avançou Diogo Trindade. O arranque do programa RCI coincidiu com a apresentação pública em Sines, na quarta-feira, na Casa do Médico, seguindo-se sessões em Odemira e em Santiago do Cacém, respetivamente a 16 e 22 de abril. O projeto envolve um investimento superior a 100 mil euros e conta com uma comparticipação de 75 por cento de fundos comunitários.

SEF realizou conferência em Beja

Fluxos migratórios e tráfico de pessoas

R

e a l i z ou-se , em B eja , a Conferência “Novos Fluxos Migratórios e Tráf ico de Pessoas”, no âmbito do ciclo de conferências Migrações no Século XXI, organizada pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Segundo o SEF, “assinalou-se esta primeira conferência - de um total de cinco que compõem um ciclo de-

dicado ao debate de temas relacionados com as principais áreas de atuação deste Serviço - na convicção de que o espaço de ref lexão aberto em Beja terá sequência prática e reforçará os laços de cooperação existentes entre os diferentes interlocutores que são chamados a agir em matéria de migrações, trabalho e tráfico de pessoas”. Durante o dia foi possível

assistir, de acordo com o SEF, “à caracterização do papel dos imigrantes no trabalho agrícola, ao esclarecimento relativo às formas legais de entrada em Portugal e de recrutamento de cidadãos estrangeiros, à abordagem da questão da sazonalidade e das consequências e os riscos da imigração ilegal, do trabalho informal e do tráfico de pessoas”.


Exposição “25 de Abril”, de Eduardo Gageiro, na Biblioteca de Odemira

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Prevenção na infância em Aljustrel A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Aljustrel (Cpcja), em resposta ao desafio lançado pela Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco (Cnpcjr), está a dinamizar, com o apoio da Câmara de Aljustrel, atividades que vão decorrer

durante todo o mês. Recorde-se que abril é o mês da prevenção dos maus-tratos na infância. “Pretende-se com esta iniciativa consciencializar a comunidade local para a importância da prevenção dos maus-tratos na infância e do fortalecimento das relações familiares, no sentido de uma parentalidade positiva,

Diário do Alentejo 11 abril 2014

Está patente na Biblioteca Municipal de Odemira a exposição fotográfica “25 de Abril”, do fotojornalista Eduardo Gageiro, no âmbito nas comemorações da Revolução dos Cravos, promovidas pela Câmara Municipal de Odemira. A exposição, cedida pela Associação 25 de Abril, apresenta imagens recolhidas por Eduardo Gageiro no dia 25 de Abril de 1974, consideradas como algumas das melhores imagens que existem sobre o acontecimento.

tendo como grande objetivo tornar as crianças e jovens cidadãos respeitados e, por isso, mais felizes”, pode ler-se num comunicado enviado. As atividades constam do ciclo de cinema “Abril - Mês da Prevenção dos Maus Tratos” e do II Encontro da Cpcja “O amor pela criança faz a diferença”.

Começa hoje, no Parque de Feiras e Exposições de Barrancos, mais uma edição da Feira do Presunto e dos Enchidos. A grande feira da raia, como tradicionalmente é conhecida, aposta na divulgação dos produtos do concelho. A ExpoBarrancos, de acordo com António Tereno, presidente da câmara municipal, “é uma aposta no desenvolvimento socioeconómico”. “Assume um caráter claramente transfronteiriço e, por que não, internacional”, considera o autarca. Até domingo a festa prossegue em Barrancos. Texto Bruna Soares

ExpoBarrancos começa hoje e prolonga-se até domingo

“Uma aposta no desenvolvimento socioeconómico” O que significa para um concelho como o de Barrancos a realização de um certame que consegue dinamizar ambos os lados da fronteira?

A realização da ExpoBarrancos significa essencialmente uma aposta no desenvolvimento socioeconómico, e não só do concelho de Barrancos, pois devido às suas características de mostra de produtos diversos ligados à temática do “Presunto” também assume um carácter claramente transfronteiriço e, por que não, internacional.

O que se pode esperar desta edição da ExpoBarrancos?

conqu istado e recon hecido além-fronteiras.

A exemplo das edições anteriores, espero que seja um claro êxito. Com um bom volume de vendas e um af luxo grande de visitantes.

A promoção do que de melhor se faz e produz em Barrancos continua a ser a estratégia do município para promover o território?

Considera que esta é a grande feira da raia?

Sim, sem dúvida que esta é a grande feira da raia, nomeadamente pela sua diversidade, pela excelência dos produtos apresentados e pelo prestígio

A e s t r at é g i a d a C â m a r a Municipal de Barrancos será prosseguida da melhor forma que sabemos e podemos, divulgando e promovendo aquilo que de melhor temos, no caso, e como centro da nossa especial atenção o Presunto DOP

António Tereno Presidente da Câmara de Barrancos

de Barrancos. Mas também com uma aposta clara no aproveitamento turístico das nossas potencialidades ao nível do ambiente, da natureza e do património. O que poderia ajudar a afirmar ainda mais os produtos de Barrancos fora das fronteiras do concelho?

Um apoio mais consequente dos organismos do Estado que fazem a promoção externa dos produtos nacionais, bem como um

apoio real às empresas que teimam em sobreviver e em afirmar-se no nosso território, apesar das dificuldades crescentes que se sentem num município de baixa densidade e com acessibilidades dignas do terceiro mundo. O município tem a esperança e a certeza de que é possível garantir a fixação das pessoas no território, designadamente através de um desenvolvimento económico sustentado, e a ExpoBarrancos pode ser um claro e positivo sinal do mesmo.

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Largo D. Nuno Álvares Pereira, 12 7800-018 Beja Tel. (+351) 284 327 602 Fax (+351) 284 327 604 Email geral@hospedariadonamaria.pt www.hospedariadonamaria.pt wwww.facebook.com/hospedariadonamaria


Eleições na Anafre de Beja

Diário do Alentejo 11 abril 2014

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A Assembleia da Delegação Distrital de Beja da Associação Nacional de Freguesias (Anafre) reúne-se amanhã, sábado, pelas 15 horas, na Casa da Cultura de Beja, para eleger os órgãos sociais da Delegação Distrital de Beja. Os membros candidatos, por meio de listas, são eleitos pelo período de quatro anos. Serão eleitos o coordenador distrital da delegação e respetivos membros do conselho diretivo, bem como a mesa da assembleia.

Cuba celebra os 40 anos de Abril A Câmara Municipal de Cuba vai comemorar os 40 anos de Abril e, segundo a autarquia, “com um vasto programa cultural e desportivo, durante todo o mês e por todo o concelho”. As comemorações serão organizadas em parceria com as juntas de freguesia. Destaque para as celebrações agendadas para o dia 24, nomeadamente para o espetáculo musical que juntará

em palco alunos, grupos corais e a Banda Filarmónica Cubense 1.º de Dezembro. A banda Oppoente também abrilhantará a noite e não faltará ainda o tradicional fogo-de-artifício. No dia 25 realiza-se uma atividade de cicloturismo e uma conferência. No mesmo dia, no largo da Bica, pelas 21 e 30 horas, destaque para o espetáculo musical “Vitorino, 25 de Abril sempre”.

Investimentos em infraestruturas e transportes

O Governo divulgou na terça-feira passada aqueles que serão os investimentos prioritários em infraestruturas e transportes até 2020. São 59 os investimentos prioritários a concretizar em todo o País nos próximos oito anos, que envolvem um investimento global de 6, 0 67 milhões de euros.

JOSÉ FERROLHO

Governo já escolheu projetos prioritários para a região viar na sexta-feira para Bruxelas. Na região e no que ao setor ferroviário diz respeito foi contemplado o corredor Sines/Setúbal/Lisboa – Caia, com um montante compreendido entre 800 e 1000 milhões de euros. A linha do Sul, por sua vez, foi contemplada com 20 milhões e, designadamente no Ramal de Neves Corvo, está previsto um investimento de 11 milhões de euros. No setor marítimo/portuário o Porto de Sines, nomeadamente a extensão do terminal de contentores XXI, também foi considerado prioritário com um montante de

A

s prioridades foram estabelecidas num relatório elaborado pelo Grupo de Trabalho para as Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado que o Governo vai en-

139 milhões de euros. Já no setor rodoviário surge o IC33, nomeadamente a reabilitação Relvas Verdes (IP8) – Grândola (IP1), com 40 milhões de euros. Relativamente ao IP8, o troço Santa Margarida do Sado-Beja foi considerado prioritário, estando previstos 15 milhões de euros. O aeroporto de Beja, na lista do setor aéreo e aeroportuário, foi contemplado com três milhões de euros que serão canalizados para o seu desenvolvimento. São estes os projetos considerados prioritários para a região até 2020.

Aumente a potência do seu coração com esta nova descoberta Um coração cheio de energia é fundamental para o bem estar físico e mental. Agora pode tomar uma cápsula com um composto natural que repõe a energia do seu organismo, dando ao seu coração uma nova força. Esqueça o café forte e o ginseng. Agora a ciência descobriu uma forma muito mais eficaz de repor os níveis de energia e revitalizar o organismo. Uma substância natural, disponível numa pequena cápsula, pode literalmente aumentar a potência do músculo cardíaco e bombear sangue com a mesma força que tinha quando era jovem. Em semanas, irá sentir maior resistência e um aumento do bem estar físico e mental. Qual é o segredo? A chave é uma substância com propriedades semelhantes às vitaminas chamada coenzima Q10, produzida pelo próprio organismo e obtida em pequena quantidade na alimentação. À medida que vamos envelhecendo, a capacidade de produzir Q10 vai sendo reduzida e

um dos primeiros orgãos a sentir esse efeito é o coração. O músculo cardíaco vai perdendo a força de contracção, o que explica os sintomas de cansaço. A coenzima Q10 é uma substância que todas as células necessitam para produzirem energia e sem a qual não seria possível sobreviver. Utilizada na insuficiência cardíaca Dois estudos recentes demonstraram de forma clara o efeito da administração diária de Q10.

Num estudo dinamarquês com mais de 400 participantes com insuficiência cardíaca, os que tomaram cápsulas com Q10 tiveram um aumento significativo da função cardíaca e apenas metade do risco de complicações cardiovasculares, do que os participantes que tomaram cápsulas com placebo. Adicionalmente, a taxa de sobrevivência duplicou no grupo que tomou Q10.

saudáveis mas de idade avançada, mostrou que aqueles que tomaram suplementos com Q10 apresentaram menos 54% de morte por doença cardiovascular e melhor função cardíaca. Os doentes que tomaram Q10 tiveram uma redução dos níveis do marcador, indicando que os seus corações trabalhavam com menos esforço.

Excelente para idosos Outro estudo conduzido em 443 homens e mulheres

Dr.ª Inês Veiga Farmacêutica

Factos acerca da coenzima Q10

As mitocôndrias também contêm Q10. Os níveis celulares desta substância atingem o seu limite máximo por volta dos 20-25 anos, após esta idade os níveis começam a decrescer.

A presença de coenzima Q10 nos alimentos é limitada pela absorção. O mesmo acontece com a maioria dos suplementos com Q10. O produto utilizado nos estudos mencionados é uma fórmula especial desenvolvida especificamente para aumentar a absorção do composto activo e assegurar que entra na circulação sanguínea de forma a que possa ser transportado para os diferentes tecidos do organismo. Esta fórmula dinamarquesa é a referência oficial da ICQA (International Coenzyme Q10 Association), uma organização internacional que junta todos os investigadores mundiais de Q10.


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Mário Simões, deputado do PSD, deslocou-se esta semana a Almodôvar, onde visitou alguns dos troços do Rally de Portugal. O deputado eleito por Beja lembra que “a organização do Rally de Portugal continua a privilegiar o Alentejo, nomeadamente a serra do Caldeirão”, e que tal facto é “muito importante para a promoção turística do Alentejo”.

Diário do Alentejo 11 abril 2014

Mário Simões: Rally promove região

Alvito assinala Revolução dos Cravos Alvito assinala os 40 anos da Revolução dos Cravos a partir de segunda-feira, dia 14, com um programa que se prolongará até ao dia 26. Atividades na biblioteca, torneios de jogos, ateliês, almoços-convívio e apresentações de livros são algumas das iniciativas previstas. Destaque para a conversa com Francisco Fanhais, no dia 23, para a sessão “Relembrar, repensar e refazer Abril”, no mesmo dia, e para a festa, no dia 24, na praça da República, com um concerto de Venham mais cinco. No dia 25 estão previstas arruadas. JOSÉ SERRANO

PCP preocupado com palavras da ministra da Agricultura

Governo não tem plano alternativo para Alqueva

O

Cimal reagiu ao Plano Estratégico de Transportes

Litoral quer ferrovia até Espanha O presidente da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral, Vítor Proença, exigiu do Governo um “compromisso” quanto à construção da ferrovia de mercadorias entre Sines e Caia (Elvas), na fronteira com Espanha, anunciando o calendário e o traçado.

“T

em de haver um compromisso do Governo quanto a esta prioridade, porque está em causa o futuro e a competitividade do Porto de Sines”, afirmou à agência Lusa Vítor Proença, que lidera a comunidade intermunicipal (Cimal) e é também presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal. O executivo PSD/CDS-PP divulgou o Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas 3+, que prevê um investimento superior a 2 600 milhões de euros no setor ferroviário, o que representa mais de 43 por cento do total anunciado (cerca de 6 000 milhões de euros).

Segundo o presidente da Cimal, está contemplada a construção do troço entre Évora e Caia, contudo, o documento é “omisso” em relação ao traçado entre Sines e Grândola. “Os municípios defendem o aproveitamento do ramal de Ermidas-Sado”, disse o autarca, lembrando que, antes de este projeto ser suspenso, Santiago do Cacém e Grândola estavam contra “o traçado que passava entre o litoral e a serra de Grândola”. A proposta apresentada pela Refer, empresa que gere as linhas de caminho-deferro portuguesas, “espatifava completamente o acesso entre Santiago do Cacém e Vila Nova de Santo André”, além de passar “a cerca de 200 metros do Hospital do Litoral Alentejano”, esclareceu. O líder da Cimal, que reúne os concelhos de Alcácer do Sal, Odemira, Santiago do Cacém, Sines e Grândola, reiterou a exigência de que o Governo defina “publicamente” a data de início das obras, o calendário dos trabalhos e o

traçado da ligação ferroviária. Quanto à reabilitação do IC33 entre Relvas Verdes e Grândola, Vítor Proença considerou que o executivo deve “definir quais são as intenções exatas” para esta obra. Para o representante dos autarcas do Alentejo Litoral, “é muito importante a ligação em perfil de autoestrada até ao nó de Grândola Norte da Autoestrada do Sul”. Mas, defendeu Vítor Proença, “continua a ser muito importante a continuação da A26 até Beja”, um investimento que não está previsto pelo Governo, “mas devia estar”. A propósito da ferrovia de mercadorias entre Sines e Caia, junto à fronteira com Espanha, a Câmara de Elvas também já se pronunciou, congratulando-se por o Plano Estratégico de Transportes e Infraestruturas 3+ contemplar o avanço de “um dos projetos infraestruturantes mais importantes para o desenvolvimento do concelho”.

Vencedora da privatização da ANA aposta em Beja

Vinci investe 2,5 milhões no aeroporto

O

Pla no E st r até g ico dos Transportes e Infraestruturas aprovado pelo Governo prevê um aumento de passageiros no aeroporto de Beja. A Vinci, que foi a vencedora da privatização da ANA, garantiu que vai direcionar 2, 5 milhões para a infraestrutura. A Vinci estima, na verdade, que em termos de tráfego o maior crescimento

acontecerá em Beja. “Uma subida de 31, 1 por cento”. A subida é explicada, maioritariamente, pelo facto de partir de uma base muito pequena. A infraestrutura, segundo dados revelados, “movimentou apenas 1765 passageiros em 2013”. Estima-se, contudo, que chegue aos “3454 dentro de quatro anos”. O documento, que integra o Plano Estratégico dos Transportes e

Infraestruturas, prevê, no entanto, que a maior fatia do investimento seja direcionada para o aeroporto de Lisboa, nomeadamente com um montante de 137 milhões de euros. Segue-se, depois, Faro, com 66 milhões de euros, e o Porto, com 25 milhões. Para a Madeira e para os Açores a Vinci disponibiliza 21, 6 milhões e 18, 7 milhões. Para Beja aparece a quantia de 2, 5 milhões.

PCP diz que “o Governo não tem um plano caso Bruxelas recuse financiamento de Alqueva pelo Fundo de Coesão”. João Ramos, deputado comunista, voltou a questionar o Governo depois de a ministra da Agricultura ter afirmado que “o financiamento para a conclusão da rede secundária de Alqueva não está assegurado”. Na audição realizada com o secretário de Estado da Agricultura sobre o Programa de Desenvolvimento Rural 2014-2020 ficou claro, segundo o PCP, que “não existe do Governo qualquer plano alternativo”, tendo o secretário de Estado afirmado que “tem confiança na solução proposta pelo Governo, que é a melhor e que por isso há que esperar que tenha sucesso”. O PCP, por sua vez, entende que “têm de existir condições para garantir o financiamento e por isso não haver alternativa a uma proposta incerta é colocar em risco a conclusão do projeto”. PUB


Diário do Alentejo 11 abril 2014

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PDM de Sines alterado

A alteração do Plano Diretor Municipal de Sines, com o objetivo de promover investimentos turísticos em áreas rurais, já entrou em vigor. A alteração do plano decorre da necessidade de adequar a regulamentação dos empreendimentos turísticos isolados ao previsto no Plano Regional de Ordenamento do Território e no Plano de Ordenamento do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

Turismo do Alentejo promove “Ervas da Baronia” no mercado britânico A Câmara Municipal de Alvito, em comunicado de imprensa, informou que, de acordo com a linha comunicacional definida pela Turismo do Alentejo, a iniciativa “Ervas da Baronia” foi selecionada para ser promovida no mercado britânico. Segundo a Câmara de Alvito, o evento

foi considerado “atrativo para turistas estrangeiros” e pode, inclusive, “motivar visitas futuras ao concelho”. Recorde-se que as “Ervas da Baronia” regressam em junho, tendo sido o habitual fim de semana gastronómico alargado ao período de quatro dias, nomeadamente entre os dias 7 e 10 de junho. Os restaurantes vão apresentar propostas em torno das beldroegas.

JOSÉ SERRANO

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Clínicos inibidos de celebrar novos contratos por dois anos

Concurso vai abrir 27 vagas para médicos na ARS Alentejo Os médicos de família contratados pelo Estado ficam inibidos, durante dois anos, de celebrar novo contrato de trabalho com “qualquer entidade integrada no Serviço Nacional de Saúde”, segundo um despacho publicado em “Diário da República”.

O

médico terá obrigatoriamente de permanecer no mínimo três anos no posto de trabalho para o qual foi selecionado, adianta o despacho dos ministérios das Finanças e da Saúde,

que estabelece a abertura de um concurso para o preenchimento de 200 vagas em Medicina Geral e Familiar. A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) avança que os 200 postos de postos de trabalho serão distribuídos pelas cinco administrações regionais de Saúde (ARS). Na ARS Alentejo ficam 27. 82 ficam na ARS Algarve, 50 na ARS de Lisboa e Vale do Tejo, 21 na ARS Norte e 20 na ARS Centro. Segundo a ACSS, os médicos irão exercer atividade em “diversos serviços desconcentrados”, em Agrupamentos de

Centros de Saúde. A Administração Central do Sistema de Saúde adianta que “a contratação de 200 novos médicos de família sem vínculo ao Serviço Nacional de Saúde resulta de uma análise das necessidades de pessoal médico especialista em Medicina Geral e Familiar em todo o País realizada pela ACSS”. Sublinha ainda que a abertura deste concurso se insere no objetivo do Governo de “ter, até ao final da legislatura, um médico de família atribuído a cada utente do SNS”.

Unidade Móvel de Saúde de Grândola no terreno

Identificados mais de uma centena de casos de isolamento social

A

Unidade Móvel de Saúde de Grândola (UMS), da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (Ulsla), divulgou que no seu primeiro ano de atividade identificou “122 casos de idosos, pessoas dependentes e/ou com mobilidade reduzida em situação de isolamento social”. Destes, “85 idosos são vulneráveis e 37 frágeis”. “Na área da saúde 87, 5 por cento dos utentes foi encaminhado para consulta, vacinação e visitas domiciliárias, ultrapassando-se, assim, a meta

de 70 por cento prevista para 2013”, explica a Ulsla em comunicado enviado ao “Diário do Alentejo”. E acrescenta: “Ao nível do apoio social, dos 72 casos com necessidades identificadas, conseguiu-se colmatar, pelo menos uma delas, em 60 casos, dos quais a sua resolução ficou a cargo dos serviços, em 39 casos, e, nos restantes 21, dependente de familiares”. Manuela Banza, coordenadora da Unidade de Cuidados na Comunidade de Grândola, unidade funcional responsável pelo projeto, afirmou: “O

balanço deste primeiro ano de atividade da UMS ultrapassou as expetativas iniciais, pois detetámos no terreno que a dimensão do isolamento geográfico da população idosa e dependente do concelho era significativamente inferior ao esperado e, por isso, conseguimos caracterizar integralmente toda a população alvo do projeto”. No primeiro trimestre de 2014, a UMS de Grândola realizou 54 visitas domiciliárias e percorreu perto de 8700 quilómetros do território do concelho.


“Manuel Ribeiro, o Trabalho e a Cruz” é o título de uma exposição, dedicada a um dos precursores do neorrealismo em Portugal, que está patente na Biblioteca Municipal de Sines, até 12 de maio. Poeta, romancista, jornalista, ativista político e também um dos mais destacados militantes anarco-sindicalistas da 1.ª República, Manuel Ribeiro foi também um dos primeiros a introduzir na literatura a linguagem e as vivências da cultura alentejana. A exposição, que já passou por várias bibliotecas, dá a conhecer documentos inéditos do espólio de Manuel Ribeiro, de que a Biblioteca Municipal de Beja é fiel depositária.

Câmara de Alvito promove campo de férias A Câmara de Alvito promove, até ao dia 21, um Campo de Férias da Páscoa para crianças, que inclui jogos, atividades desportivas e de expressão musical e plástica e visita ao parque temático Kidzania. O campo de férias inclui ainda as atividades “Dormir com Livros”, na biblioteca municipal, e “descoberta” do castelo e portais manuelinos de Alvito. Segundo a autarquia, “o campo vai permitir a crianças ocuparem os tempos livres das férias escolares da Páscoa de forma ativa, saudável e com qualidade e segurança”.

Primavera no Campo Branco começa com espetáculo de música e poesia Começa em Castro Verde, no dia 17, a iniciativa Primavera no Campo Branco. A autarquia informa que o cineteatro recebe um espetáculo evocativo da importância da cultura na conquista da liberdade, corporizado por agentes culturais de Castro Verde. “Tendo como referência o filme de Tiago Pereira ‘Com memória na rima: o 25 de Abril e a cultura em Castro Verde’ o cante e a poesia unem-se num espetáculo onde se cantará e dirá a palavra liberdade”, explica a câmara municipal. Do repertório constam canções de intervenção da autoria de Fernando Lopes Graça, José Afonso e Vitorino, mas também as sonoridades da tradição musical do Alentejo. A par do cante e da música, adianta a autarquia, “soará a palavra poética na voz do escritor e poeta José Fanha”.

“A Terra Mexe” faz intervenção artística sobre liberdade O Coletivo de Artistas, Artesãos e Afins de Castro Verde, A Terra Mexe, vai preparar para o programa cultural da Primavera no Campo Branco, que decorre entre os 17 de abril e 18 de maio, uma intervenção artística. A propósito dos 40 anos do 25 de Abril, o conjunto de artistas vai conceber criações artísticas que evocam a maior das conquistas da Revolução dos Cravos: a liberdade.

Filme promocional de Odemira finalista de festival internacional O filme promocional do concelho de Odemira, na versão em inglês, “Odemira, Pure Alentejo”, foi selecionado para participar no 10.º International Tourism Film Festival of Bulgaria - On the East Coast of Europe, na categoria Corporate Tourism Film. O filme promocional de Odemira integra a lista de 35 filmes finalistas, escolhidos entre 77 produções de 23 países, e os vencedores serão anunciados no encerramento do festival, que vai decorrer até domingo,13, na cidade de Valiko Tarnovo, na Bulgária. Na mesma categoria do filme promocional de Odemira estão nomeados 12 filmes promocionais de vários países, como Índia, Indonésia, Egito, Austrália, Áustria, Suíça, Bélgica, Polónia, Alemanha e Bulgária, refere a Câmara de Odemira. Segundo a autarquia, “trata-se de um festival que promove e premeia filmes promocionais de destinos turísticos de todo o mundo, sendo que as produções abrangem todos os tipos de turismo, como turismo de eventos, desportivo, rural, religioso, de lazer ou cultural”.

“ Passaporte para o Empreendorismo”: incentivos para jovens licenciados O Iapmei lançou uma nova fase de candidaturas no âmbito da medida “Passaporte para o Empreendedorismo”, uma iniciativa que visa incentivar jovens com formação universitária a desenvolver as suas ideias para projetos empresariais. Os jovens empreendedores têm até 15 de maio para apresentar as suas ideias de negócio e candidatar-se aos apoios disponíveis. Com esta medida, o Iapmei pretende apoiar projetos de empreendedorismo inovador com potencial de crescimento, desenvolvidos por jovens licenciados, com idade até aos 30 anos, ou até aos 34 anos, no caso de possuírem mestrado ou doutoramento.

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Exposição evoca Manuel Ribeiro em Sines


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Cidadania, inovação e território estiveram em análise nas Conferências de Aljustrel. Diversas personalidades pensaram o território, partilharam opiniões e o debate, esse, foi aberto a todos. O repto foi lançado pela Câmara Municipal de Aljustrel, em parceria com a Esdime. A iniciativa decorreu durante dois dias, no renovado Cine Oriental da Vila Mineira. O “Diário do Alentejo” dá a conhecer uma síntese de ideias de alguns dos preletores que participaram nas Conferências de Aljustrel. Recolha Bruna Soares

Conferências de Aljustrel Jorge Malheiros

António Figueiredo

Pacheco Pereira

Miguel Sousa Tavares

Universidade de Lisboa

Economista

Historiador e analista político

Escritor e jornalista

“Há uma crise demográfica e é séria. Muito baixa fecundidade, saldos migratórios negativos, rápido envelhecimento. Não é só envelhecimento, o envelhecimento é uma história natural. O rápido envelhecimento é que é uma história que já não é só natural, porque se apressa um processo que deve levar o seu tempo. E depois a regressão populacional que o País agora conhece”.

Quando se gera algum capital de esperança e uma situação económica favorável nós temos períodos de acréscimo da natalidade. Há aspetos que têm a ver com a confiança que as pessoas têm no seu futuro e também com aspetos económicos de conjuntura que ajudam que a natalidade se altere”. “A baixa densidade é a maioria do território. Não é só o Alentejo. É também uma grande parte da região fronteiriça, uma grande parte de Trás-os-Montes, uma grande parte do Portugal central, mas no Alentejo é mais nítido”. “Censo para Censo o Alentejo significa menos no conjunto do País. Significa mais nos idosos, e isso já é de esperar. Agora o País converge com o Alentejo em relação aos jovens. O Alentejo envelheceu mais depressa, mas hoje relativamente aos jovens o resto do País está a acelerar o seu processo e a aproximar-se do Alentejo”.

Estamos a sofrer os efeitos de uma tripla crise. A crise do modelo de afetação de recursos (…), a crise financeira internacional (…) e a desastrada abordagem à crise das dívidas soberanas, sobretudo numa arquitetura ou num edifício do Euro claramente não preparado para situações de stresse. E quando um edifício não está preparado para situações de stresse, são as partes mais frágeis que sofrem”. “Está a gerar um modelo de desenvolvimento oculto, que não está democraticamente escrutinado e que é um modelo que tem sobretudo estas vertentes: embaratecimento da força de trabalho (…), agravamento de desigualdades e a fratura do País nas suas múltiplas dimensões. Os almofadados e os não almofadados, os novos e os velhos, os empreendedores e os não empreendedores”. “Neste modelo em curso o papel do território de uma região como o Alentejo é fortissimamente muito penalizador. O Norte e o Centro, com alguma dinâmica demográfica ainda em estado de graça, poderão aspirar margem de emprego se este modelo se vier a aprofundar, mas o Alentejo não”. “Sou um adepto óbvio da subida do salário mínimo já, porque o País precisa deste instrumento exógeno para incluir algumas alterações ao atual modelo de desenvolvimento”.

Hoje uma parte importante do discurso de legitimação do poder é sobre a história. Feito exatamente por pessoas que consideram que a história não tem nenhuma importância como conhecimento. O que é hoje importante conhecer é tudo menos as Humanidades e eu percebo bem porquê, porque algum conhecimento sobre a história é bastante subversivo para entender muitas das características dos tempos de hoje. ”.

“Portugal tem quatro problemas estruturais: o problema da natalidade, da desertificação do interior, da dependência do Estado e da dívida pública”.

“O principal argumento desta política é os nossos filhos e os nossos netos. Eu nunca vi ninguém gostar tanto dos nossos filhos e dos nossos netos como os atuais governantes, que amam os nossos filhos e os nossos netos tanto quanto detestam os seus pais e avós”.

“Em 25 de Abril nós tínhamos a pirâmide social. Era o chamado “4, 2, 1”. Quatro crianças, dois pais e um avô. Estamos a caminho da pirâmide invertida. “1, 2, 4”, uma criança, dois pais e quatro seniores. O debate tem de ser feito e não podemos fugir dele”.

“Os efeitos sociais da crise manifestam-se exatamente na pauperização e empobrecimento da classe média, no bloqueamento da passagem dos pobres para a classe média (…), e no deslaçamento social entre novos e velhos, entre quem trabalha no setor público e no setor privado, entre pensionistas e trabalhadores no ativo. Nunca se assistiu na História Portuguesa a que o Estado promovesse um discurso de divisão dos portugueses em função essencialmente etária. Os velhos são induzidos a sentirem-se culpados pela circunstância dos mais novos não terem emprego e futuro inteiramente garantidos”.

“Temos cuidado muito da geração mais velha e muito pouco da geração mais nova”.

“A dívida pública não é uma coisa que tenha nascido com esta crise. Nós vivemos em dívida pública praticamente há séculos. É tempo suficiente para nós percebermos que este é um problema estrutural que tem de ser atacado”.

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“Tudo isto é uma cadeia. Se matamos a agricultura, matamos o mundo rural, se matamos o mundo rural, matamos o interior. Acho que a uma certa altura tentou-se uma solução errada, que era a regionalização. Fui, sou e serei um grande inimigo da regionalização, que entendi como uma invenção dos partidos políticos (…). Também acho que temos um problema de organização administrativa. Não precisa de regiões, mas precisa de dimensão crítica. Temos 308 municípios, são municípios a mais”.


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O Governo divulgou na passada terça-feira a lista definitiva dos INVESTIMENTOS PRIORITÁRIOS em infraestruturas e transportes a efetuar até 2020. Em relação à primeira proposta apresentada, e no que respeita à região, há a salientar a inclusão de uma verba de 55 milhões de euros para reabilitar os dois troços do IP8 onde decorriam as obras da A26 e três milhões para desenvolver o aeroporto de Beja. Quanto ao IP2, nada! PB

Diário do Alentejo 11 abril 2014

Nos meus mandatos não foram cometidos excessos, não foram cometidas irregularidades e não foram cometidas ações que me possam fazer perder o sono. Carlos Beato, antigo presidente da Câmara de Grândola ao “Jornal Sudoeste”, 4 de abril de 2014

PEDRO EMANUEL SANTOS

Opinião

É muito fácil não votar. É cómodo. E é cómodo tanto no dia da votação, evitando deslocações, filas e outras maçadas, como também é cómodo quando se trata de nos queixarmos desta ou daquela medida, deste ou daquele ministro ou de qualquer outro ator social ou político. É fácil e gratuito. Na forma e no conteúdo. E é injusto. De certa forma, imoral. Miguel Góis, miguelgois.wordpress.com, 7 de abril de 2014

Às 5 da tarde Beja Santos Jurista

Roubar a cena Ana Paula Figueira Docente do ensino superior

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ou uma entusiasta de cinema. A cerimónia da entrega dos Óscares deste ano ocorreu no início deste mês; também por isso, e ainda no mês de março, decidi escrever sob a égide da Sétima Arte… e, como não poderia deixar de ser, também da designada Sexta Arte ou da Literatura (le roman est un récit que s’organise en monde, le film, un monde que s’organise en récit – Jean Mitry) ou não fosse já antiga e tão rica a relação entre estas duas formas de arte. Mas considerei fazer uma abordagem diferente: não vou falar de quem levou ou deixou de levar a estatueta para casa, nem de selfies, nem de marcas de telemóveis que tiveram oportunamente uma publicidade extra. Vou antes, e de modo modesto, reportar-me aos diferentes e possíveis tipos de personagens que, tal como na vida, se podem identificar no desenrolar de uma trama e como, por vezes, a performance de um ator, mesmo secundário, consegue “roubar” o estrelato pré-atribuído ao principal. Na gíria, “roubar” a cena. Poderemos encontrar personagens reais ou fictícias, seres humanos ou seres inanimados, em função da criatividade do autor e do conteúdo daquilo que é escrito ou dirigido. Vou reportar-me apenas a três géneros: o (s) protagonista (s) ou a (s) figura (s) principal (ais) cuja participação é, previsivelmente, notória, e que aparece com assiduidade; o coadjuvante, que desempenha um papel auxiliar no desenrolar da trama, podendo aparecer mais ou menos vezes; por fim, e normalmente em número superior a um, surgem os figurantes ou aqueles cujo objetivo é oferecer uma contextualização à história. Ora, o que tem graça é que, por vezes e por razões à partida inexplicáveis, são os coadjuvantes que se destacam, que conseguem reunir mais admiradores, e não os protagonistas. De tal forma que, em determinadas circunstâncias, obriga à reformulação do guião. Poderei citar alguns exemplos de séries bem conhecidas: em “Boston Legal”, Alan Shore (James Spader) é o astro mas Denny Crane (William Shatner) não lhe deu tréguas; em “Fringe”, para além de Olívia Dunham (Anna Torv), ganham relevo Peter Bishop (Joshua Jackson) e Dr. Walter Bishop (John Noble); em “How I Met Your Mother”, o protagonista é Ted Mosby (Josh Radnor) mas não conseguimos esquecer o seu “bro” Barney Stinson (Neil Patrick Harris). São os imprevistos da ficção… e da vida! Quando acontecem, ou os superamos ou aprendemos a viver com eles. Saudavelmente! Por isso é que “a arte de viver é mais parecida com a luta do que com a dança, na medida em que está pronta para enfrentar tanto o inesperado como o imprevisto e não está preparada para cair” (Marco Aurélio).

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escritor António Loja volta aos temas da guerra. Se As Ausências de Deus (Âncora Editora, 2013) espelham as suas memórias como comandante de uma companhia num dos teatros de operações mais ásperos da Guiné, Às 5 da tarde impele-nos diretamente para a Guerra Civil de Espanha, desde as primícias até à derrocada republicana, em 1939 (O Liberal, 2013, email: comercial@oliberal.pt). Um poema icónico de Federico Garcia Lorca, “Llanto por Ignacio Sanchez Mejias”, onde, recorrentemente, quase como um metrónomo, se escreve “A las cinco de la tarde. Eran las cinco en punto de la tarde”, serve de moldura para os acontecimentos da trama. Em 1957, na Escola Prática de Infantaria, Carlos Magalhães faz amizade com Pedro Fonseca. Este vem no Norte, é minhoto, recorda saudosamente o seu tio António com que combateu ao lado dos anarquistas numa brigada internacional na Guerra Civil de O que há de Espanha. Este tio António profundamente fora para Madrid, em 1935, tocante nesta pretendia fazer uma invesincursão de tigação sobre quem eram os António Loja pela rebeldes madrilenos fuzilaGuerra Civil de dos em 3 de maio de 1808 e imortalizados no quadro Espanha é o seu de Goya, com o mesmo títom de escritura tulo. Palavra puxa palavra, em tempo antigo, Pedro informa Carlos quem cadenciado, em Madrid o tio António uma mescla de conhecera no Museu do arrebatamento Prado, uma outra estudante entre aqueles dois de Goya, Clara, também portuguesa. Vários enigseres humanos mas rodeiam a morte do tio e a explosão António, em 1944. E veio à sanguinolenta do baila que na casa da aldeia conflito fratricida. havia umas caixas com papéis que pertenciam ao tio António. Os dois acordam em ir mexer no passado. Iniciam investigação, a primeira tarefa foi reunir o material encontrado e datá-lo. Descobriu-se um maço de cartas que parecia ser um diário, três cadernos de capa preta cuidadosamente manuscritos e datados a partir de outubro de 1935. E o leitor mergulha no diário de António Tomás, a viagem de Entroncamento para Madrid, a primeira visita ao Prado, o encontro ofuscante com a obra-prima “Os fuzilamentos de 3 de maio”. As investigações não levam a nenhuma resposta, a documentação da época aparecia rasurada, as provas comprometedoras tinham sido destruídas. Dá-se o encontro com Clara Noronha, estudante de arte. A relação estreita-se. Ambos mergulham na guerra civil, a polícia política de Salazar já está no encalço de António Tomás. Ele adere à guerra, junta-se aos anarquistas, segue para a Frente do Ebro. Assiste às tensões dilacerantes entre as forças da esquerda, desiludido atravessa os Pirenéus. E vem a invasão alemã, chega a Portugal e é condenado a prisão, segue para o campo

de concentração do Tarrafal, tuberculoso virá morrer no Caramulo, depois de ter visto Clara. O que há de profundamente tocante nesta incursão de António Loja pela Guerra Civil de Espanha é o seu tom de escritura em tempo antigo, cadenciado, uma mescla de arrebatamento entre aqueles dois seres humanos e a explosão sanguinolenta do conflito fratricida. Num tempo em que o romance histórico arrebata as atenções dos leitores, tem-se aqui uma excelente oportunidade para descer aos infernos da Guerra Civil de Espanha, revisitar a insânia do fascismo, a truculência dos conflitos na esquerda e ver o funcionamento do campo de concentração do Tarrafal.

Estágios pouco profissionais Luís Miguel Ricardo Coordenador editorial

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onsultando qualquer dicionário de língua portuguesa obtemos, entre outras definições similares, que um estágio é uma época de aprendizagem, uma etapa formativa. Ou seja, um estágio é um período de experimentação, no qual o estagiário contacta diretamente com um contexto profissional prático, para o qual, preferencialmente, já adquiriu competências teóricas. Uma prática muito comum, quando em causa estão funções especializadas e que resultam na possibilidade de integração de pessoas com formação académica superior: licenciaturas, mestrados ou doutoramentos, ou outras formações específicas. Mas o que pensar quando um estágio é proposto a um desempregado com formação académica altamente especializada (mestrado e/ou doutoramento) e com experiência prática superior a 10 anos de serviço, devidamente comprovados, na área específica da oferta de estágio? Uma situação absurda que subverte completamente o propósito do estágio. E mais absurda se torna, quando a proposta vem pela via de um Centro de Emprego, por solicitação de uma entidade privada. Ou seja, a entidade privada procura obter técnicos altamente especializados, para cargos de responsabilidade, adquiridos ao preço da “uva mijona”. E os centros de emprego, entidades públicas que tinham a obrigação de regulamentar estas situações, compactuam grosseiramente com o cenário, aliciados pela possibilidade de reduzir as estatísticas do desemprego, quer despachando o utente para uma destas ofertas bizarras, quer eliminando-o dos seus arquivos, em caso de recusa. Ao desempregado restam-lhe duas possibilidades: ou manter-se firme e orgulhoso das suas competências, recusando-se a compactuar com tamanha desonestidade e mandando centros de empregos e empresas privadas oportunistas “irem à fava até que a ervilha encha”; ou engolir o orgulho e vender os seus saberes por uma remuneração muito abaixo da justa, em nome da necessidade, em nome da subsistência pessoal ou familiar. Infelizmente, e perante o contexto atual, a segunda via sobrepõe-se claramente à primeira, e o País e os seus cidadãos rastejam nesse clima depressivo, triste e sem perspetivas de futuro, que em nada dignifica o nome de Portugal no mundo.


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São os verdadeiros herdeiros, ao mesmo tempo, dos cantares ao despique e dos cantores de intervenção. Estão atentos às misérias da sociedade como poucos artistas estão e procuram espaços muito próprios para exibir as suas artes. Está muito enganado aquele que pensar que os denominados movimentos urbanos, como o RAP ou o GRAFITTI, se circunscrevem às grandes cidades. Hoje, encontrámo-los em Beja. PB

BARRANCOS está em festa este fim de semana. Todos os anos, no início da primavera, a autarquia local costuma organizar uma feira para promover os produtos locais, nomeadamente os presuntos e os enchidos muito particulares que o microclima barranquenho enriquece de forma inconfundível. É sempre reconfortante uma visita à parcela mais oriental do Baixo Alentejo. Por estes dias, é irrecusável. PB

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Nos municípios a incoerência está em que a Câmara Municipal (o executivo) tem a mesma legitimidade política constitutiva da Assembleia Municipal (o deliberativo e fiscalizador). Ademais os vereadores constituem-se, tipicamente, como uma assembleia plural… tal como a Assembleia Municipal. Duas assembleias em cima uma da outra, duas legitimidades diretas, duas pluralidades representativas, duas maiorias políticas diferentes, vereadores em coligação forçada ou em mera obstaculização num executivo, o líder da oposição vereador subalterno…Luís Pita Ameixa, notasdecircunstancia.blogspot.pt, 5 de abril de 2014

Os centros europeus do consumidor

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omprou um produto num outro país, através da Internet, que está defeituoso, quer substitui-lo e não consegue? Os seus direitos enquanto passageiro de transporte aéreo não estão ser respeitados? Os centros europeus do consumidor (CEC) podem ajudá-lo. Fazem todos parte de uma rede, a ECC-Network, que é promovida em parceria pela União Europeia, pelos Governos nacionais dos 28 Estados-Membros e pela Noruega e Islândia. Esta rede presta assistência na resolução de conflitos de consumo que envolvam mais do que um país, facilita ainda o acesso aos organismos de resolução extrajudicial de litígios e presta informação jurídica e assistência na apresentação de reclamações. A rede disponibiliza ainda informação sobre a legislação comunitária e nacional e realiza estudos comparativos sobre preços, legislação e outros assuntos relacionados com o consumo. Toda a assistência é gratuita e o atendimento pode ser feito de forma presencial, por telefone ou por escrito. Em 2013, a rede de centros europeus do consumidor em toda a UE respondeu a mais de 80 000 pedidos de informação de cidadãos em toda a UE, o que representa um aumento de 11 por cento em comparação com 2012. Em Portugal o Centro Europeu do Consumidor fica localizado no n.º 31 da praça do Duque de Saldanha. O telefone é o 21 356 47 50 e o email euroconsumo@ dg.consumidor.pt.

Representação em Portugal da Comissão Europeia

Cartas ao diretor Noites da Ovibeja Manuel Dias Horta Beja

Quem, por preconcebido desdém comentar as longas noites da Ovibeja há de reparar na riqueza que qualquer dessas noites contém: é o abraço comprido de um amigo que há muito tempo não se vê; é o beijo sentido de quem gosta de nós; é o grito estridente de uma juventude que futuro não vislumbra na sua frente. Ai que saudade. Que saudade do tempo já passado em que a saúde me permitia ver o sol a correr atrás da lua e esta sumir-se numa louca orgia. São longas, extensas e famosas as longas noites da Ovibeja!

O imbróglio Manuel José Vargas Aljustrel

Neste mundo da globalização, tão complexo, no qual vivemos e onde as desigualdades socioeconómicas se agudizam, os Estados de bom senso têm por obrigação calcorrearem os caminhos da liberdade/democracia, a fim de colmatarem as lacunas mencionadas, contribuindo para a dignidade e felicidade das populações. Mas falemos do nosso Governo, cujo desempenho tem originado as mais diversas ondas de indignação e repúdio, levando famílias ao endividamento e pobreza, além de induzirem muitas das PME para a insolvência, engrossando, tristemente, as fileiras do desemprego. Todavia, os ilustres governantes, cujo campo visual revela constrangimentos, estão unicamente focalizados em honrar os compromissos financeiros com o FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu e obedecer às ordens da troika, não admitem outras leituras/estratégias diferentes, mais parecendo um areópago “assembleia de sábios”, vivendo num universo irracional. A sua ação tem sido débil, pouco interventiva/contundente nas decisões que influenciam a vida dos portugueses. Será bom recordar que viver num mundo de ilusão é o pior dos caminhos pelo qual podemos optar. Um dos critérios de Maastricht impostos aos países da moeda única é que a dívida pública não exceda os 60 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) e Portugal já está mais do dobro acima desse limite, representando 130 por cento do PIB (e vamos no bom caminho). Tal situação fez despoletar há bem pouco tempo o manifesto da “restruturação da dívida” e “crescer sustentadamente” subscrito por 70 personalidades, de ideologias bem diferentes irmanadas num consenso, cujos pontos fortes são: o abaixamento da taxa média de juro, o alongamento dos prazos e a restruturação da dívida acima dos 60 por cento. Uma vez mais, a elite governamental achou que não era uma solução credível, que não fazia sentido e não restavam dúvidas que os juros da dívida subiriam de

imediato. Por essas razões prejudicariam todo o processo negocial e evolutivo do País. Relativamente a não terem dúvidas já outrora Aristóteles dizia: “A dúvida é o princípio da sabedoria”. Na minha perspetiva seria uma oportunidade em se redimirem da sua tendência para o erro, alterando o paradigma governamental, nomeadamente: dificuldade em racionar a despesa (literacia financeira), dando outro rumo à problemática da austeridade, que coabita (infelizmente) com a grande maioria dos cidadãos. É fundamental adaptarem outra postura perante os credores, invertendo a permissibilidade que os caracteriza até aos dias de hoje, não descurando porém os acordos assumidos e terem uma prática complacente para com o seu povo, acautelando um futuro mais risonho. Permitam-me também referenciar os dados conhecidos do INE (Instituto Nacional da Estatística) que apontam para uma saída da recessão técnica da economia ao longo de 2013, devido ao aumento das exportações e da recuperação do consumo público. Será mesmo assim? O quotidiano do “Zé” e da “Maria” não espelha tais evidências. E a verdade é que a controvérsia continua, embora o dilema dos portugueses continue a basear-se na dicotomia das frases: “A crise já passou?” ou “O pior da crise está para chegar?”.

O filão de ouro Rui Xavier Beja

Hoje, ao olhar para as notícias nacionais, deparei com as seguintes headlines: funcionários do município de Beja acusados do crime de peculato de uso, que a ter ocorrido, se situava no período temporal que antecedeu as eleições de 2009 para as autarquias locais. De facto, fiquei atónito, parece que tinha sido descoberto um filão de ouro no Alentejo. Primeiro: temos que respeitar o princípio do in dúbio pro reo, e posteriormente aguardar calmamente pela decisão da justiça in casu sub iudice, e finalmente emitirmos a nossa opinião sobre o que de facto ocorreu com dados concretos, não com o “diz que foi assim”. Mas olhando para a situação concreta, parece que, a verificarem-se os factos, surgiu o tal filão de ouro perdido, até parece que as autarquias, quer do nosso querido Alentejo, quer as do nosso país, não utilizam os seus recursos para publicitar, divulgar e enaltecer as suas competências. Foi descoberta a “achada do Gamo” (zona da Mina de São Domingos). Por acaso, para é que servem os boletins municipais, os cadernos, as agendas culturais? Para aproximar o munícipe da autarquia, ou para divulgar o bónus pater familiae das autarquias? E onde é que entram os funcionários municipais nesta equação? Têm superiores hierárquicos, que lhes distribuem tarefas específicas tendo em conta as suas funções, ou por sua vontade, fazem o que lhes “dá na gana”? Enfim, quem atira pedras ao

ar como os “supostos defensores da democracia e licitude”, primeiro deveria olhar para o seu umbigo, sob pena de ficar com um “novo penteado”. Afinal o filão de ouro no Alentejo e no resto do País não apareceu, é pena porque a economia portuguesa agradecia.

Bailes e alegria Maria Manuel Coelho Beja

Primeiro foi o espanto, alguma incredulidade, uma ligeira náusea. Depois, o óbvio: nem sequer valorizar tamanhas barbaridades, ditadas, se não por alguma malformação de caráter, talvez por uma mais desculpável senilidade. Em seguida a decisão que sim, valia a pena dizer alguma coisa. Mais que não fosse, pelo facto de tais palavras terem merecido publicação num meio de comunicação regional, assim disseminadas por muitos olhos e muitas mentes, podendo induzir em erro o mais incauto dos leitores. A quem é preciso esclarecer e informar devidamente que o Centro SOCIAL (e não cultural) do Lidador é uma casa de toda a gente, desde que abriu as suas portas, em outubro de 2007. Não foi aberto para que uma “elite” o frequentasse, não é um clube de sócios onde apenas os “utentes” ou “frequentadores habituais” têm entrada. É um espaço de liberdade, com atividades para todos os idosos que assim o desejem, para os mais jovens que o queiram visitar, para os brancos, pretos ou azuis que nessa casa queiram encontrar o convívio, a aprendizagem, a amizade. As atividades organizadas pela equipa técnica da Câmara Municipal de Beja, gratuitas, respondem a desejos expressos por quem as frequenta, são uma oferta a quem, de outra forma, pouco acesso teria a visitas e passeios, convívios, formações e festas diversas. Baile da Pinha, Baile de Carnaval, Bailes de Aniversário, Magustos, Santos Populares e outras tantas datas festivas são celebradas desde a abertura do Centro e desde sempre abertas à cidade. Os idosos mais frágeis, já residentes em lares e centros de dia do concelho, têm, nestas ocasiões como em todos os restantes dias do ano, o mesmo direito a participar quanto as senhoras reformadas que ainda gozam de plenas capacidades físicas. Desfrutam assim de um dia de alegria e convívio, apoiados pelas dedicadas auxiliares e técnicas dessas instituições, que com eles escolhem as roupas de festa, os vestem e penteiam e lhes preparam a saída, que os carregam e conduzem os transportes adaptados e assim devolvem a estas pessoas um pouco da vida que todos os dias relembram, sentados nas suas cadeiras de rodas. O brilho no olhar, os sorrisos e o carinho com que retribuem a essas técnicas o terem podido viver esse dia de festa é o melhor pagamento que qualquer funcionário pode receber. Assim tenham as senhoras ainda cheias de viço e energia a possibilidade de ser de igual forma tratadas, quando a essa condição chegarem.


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Reportagem

Mestres da rima urbana querem tocar mais e ser ouvidos

Rap com sotaque alentejano

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espaço é exíguo, mal dá para acolher os quatro amigos, e ainda há que juntarlhe todo o equipamento que se exige a um estúdio caseiro. Os computadores, as colunas, a mesa de mistura, tudo se alinha numa mesa a um canto do antigo quarto, sob o comando de Tomás Rabaçal, bejense de 22 anos. Ou TII W, como é conhecido no meio rapper local este produtor e DJ. A casa, que já esteve alugada a estudantes, deixa à vista a sua única função atual, a de sala de ensaio e estúdio de gravação. É uma cortesia da família de Tomás e os amigos agradecem. Entre caixas de ovos e placas de espuma coladas nas paredes e na porta, e uma cama desmanchada que, na vertical, faz as vezes de cabine de gravação, vão-se ouvindo as primeiras rimas no cubículo. Jotta R (João Rodrigues) e Bellas (Vasco Gaitinha), ambos também na casa dos 20 anos, estão a um passo um do outro, balançando-se ao ritmo veloz das palavras, e completam-se nas deixas, olhos nos olhos, quando um deles perde o fôlego. A dinâmica foi estudada, ao jeito de um ator em palco que, para além do seu, também sabe o texto do colega com quem contracena. “A cidade manda abaixo, mas ainda faço rap/Os concertos não são pagos, mas ainda faço rap/Criticas o que eu faço, mas ainda faço rap…”, repetem, num refrão que é também uma chamada de atenção. Para um género musical, e para uma cultura também, que já há alguns anos vem trilhando caminho na cidade e na região, com alguma dificuldade em fazerse ouvir e “passar a mensagem”. Porque é disso que se trata, mesmo se estamos longe dos cenários industriais da margem sul do Tejo ou da decadência dos bairros desfavorecidos dos subúrbios lisboetas. O rap ou a cultura hi hop na planície tem o nome alargado de Movimento Alentejo Vivo e nele cabem, além destes quatro amigos dos tempos do liceu de Beja – Jotta R, Bellas, TIIW e C-Mike – “mais 20, 30 ou 40”, entre MC, DJ e produtores, beatboxers e graffiti writers de vários cantos da região, calcula João Rodrigues. Jotta R é o porta-voz natural deste pequeno grupo informal que se prepara para atuar, dentro de dois dias (no último sábado, dia 5), na festa de aniversário de um ginásio local. Este concerto, tal como a recente Boda de Hip Hop que encheu, até “não poder entrar mais ninguém”, um bar bejense, são sinais de que “já se está ouvindo mais rap na cidade”. Uma constatação que deixa os amigos satisfeitos, porque sabem ter contribuído para esse feito. Cada um à sua maneira e registo. O de Jotta R, o alentejano que está agora a dar que falar nas batalhas de rimas da Liga Knock Out (dois MC opõem-se a cappela, num arremesso alternado de palavras, até à derrota de um deles), é o da crítica social pura e dura, sem eufemismos, sem rodeios, sem “pis” a disfarçar os palavrões.

O campo, o meio rural, as cidades pequenas também são viveiros das mais diversas expressões da cultura urbana, do rap ao graffiti. Em Beja, os antigos silos junto à estação fazem as vezes dos cenários industriais da margem sul do Tejo, e não raras vezes são lugar de romagem para quem cultiva a arte da rima, às vezes de crítica social, outras de desabafo íntimo. Foi lá que nos encontrámos com Bellas, TII W, C-Mike, Pi Erre e Jotta R, amigos desde o liceu e unidos pelo rap até hoje. O que querem? Ser ouvidos sem preconceitos. Texto Carla Ferreira Fotos José Ferrolho

Cultura urbana Graffiter Pi Erre na antiga fábrica de farinha

Estúdio caseiro Bellas, TII W e Jotta R ensaiam para um concerto

Jotta R fala como rima. As palavras saem-lhe a uma velocidade vertiginosa, sem hesitações, com determinação. Há muitos anos que brinca com elas e, pensando bem, já era rapper muito antes de saber o que isso era. “Fazia poesia para mim próprio, ou chegava a casa e fazia rimas, dedicadas à minha avó ou à minha mãe, por exemplo. Mais tarde, comecei a fazer na escola, sempre que me pediam um texto livre”, lembra, ajeitando a gorra preta que lhe cobre a testa quase até aos olhos. Além do dom natural, João tinha motivo, coisas para dizer, para “mandar cá para fora”. “Cresci num bairro, o Texas, e passei por realidades pelas quais outras pessoas não passam. Tinha aquela necessidade de escrever e mostrar aos outros. Não era bem uma revolta, mas… eu era um bocadinho discriminado na escola. As pessoas não estavam ao meu lado, iamse embora: ‘Aquele gajo é do Texas…’”, lembra. E quando começou a ouvir Boss AC, Black Company, Sam the Kid, Valete e Chullage, entre outros que começavam a abrir caminho para um hip hop em português, percebeu que o que fazia tinha um nome e que, também ele, tinha uma mensagem. Pelo caminho, a partir do seu “cubico”, aquilo a que no seu bairro se chama quarto, e que hoje inspira o seu canal no Youtube, o Kubix Records, influenciou outros a fazer o mesmo. E, além disso, tem apresentado o género a gente de outras sensibilidades musicais, com rimas com quem muita gente se identifica. Exemplo disso é o “Feira das Vaidades”, que “dura cinco minutos, sempre a bater em Beja, sem refrão nem nada”. O tema é bem conhecido e os amigos riem-se mal o título é referido. Há um certo desassombro nisto de fazer “rap para dentro”, como diz Bellas, considerando o amigo um “pioneiro” nesse registo. É que os alvos estão próximos, tão próximos que podemos encontrá-los na rua. O tema fala de Beja, “cidade da betaria”, e coloca o dedo na ferida de um determinado grupo social “carregado de inveja e com o cérebro em avaria”, como diz a rima que se estende em muitos outros epítetos nada simpáticos. Mas Jotta R faz aqui uma ressalva: “Conheço pessoas desse meio que são espetaculares, que têm muito dinheiro mas que tratam os outros como iguais”. Os visados são os outros, os que “têm a mania que são superiores e que vivem muito da ostentação, mostrando o que não têm ou têm mas ficam a dever”. “Feira das Vaidades” é o vídeo que mais visualizações tem no canal Kubix Records, perto de 5400. “Há pessoas que queriam ter dito aquilo que eu disse e nunca tiveram coragem”, justifica Jotta R, consciente de que muita gente, “se calhar pessoas que gostam de José Cid ou de Rui Veloso”, passou a ouvir rap com outros ouvidos, com outra disponibilidade. Mas se há quem tenha vocação para ser o


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“Jesus do rap nesta terra”, como diz Bellas, referindo-se à postura do amigo, entre o profeta e o congregador, que acolhe como um pai quem chega de novo ao meio, há também quem prefira ficar no seu canto, sem ser muito notado. Vasco Gaitinha, o nome por detrás de Bellas, está nesta categoria pela sua própria natureza. “Escrevo mais para mim e não tanto para ser ouvido. Estou um bocado à parte”, confessa. A iniciação de Vasco no rap deu-se a ouvir Suarez, rapper bejense que chegou a ter projeção nacional e que hoje anda por outras paragens. Enumera “Visão de um estranho”, de 2007, e antes disso as compilações “Além do Tejo” e “Rusga”, mas a sua propensão para a rima descobriu-a com João Rodrigues, no liceu de Beja. “Comecei a aproximar-me do pessoal que fazia rap e ele [João] estava sempre a puxar-me para o free style, para o improviso. Mas eu não sentia esse apelo, como ele. Podia ter-me dado para estrela do rock, mas deu-me para a cena do rap. Agora faço as rimas e também faço as produções”, explica. Jotta R aproveita a deixa e sugere “Palavras”, o tema do amigo que “melhor feedback teve até hoje”. Bellas envergonha-se: “Foi uma cena de sentimentos, um desgosto amoroso”. E contrapõe: “O Jotta distingue-se de nós porque faz mesmo aquela crítica mais incisiva. Tem um rap dedicado à mensagem”. Carlos Miguel, ou C-Mike, também se encontra algures no registo de fazer “música para mim e para os meus”, uma espécie de “diário, mas audível”, como sugere Jotta R, mestre exímio das palavras. Do seu repertório, aponta “Whatever”, “muito ouvido pela malta nova PUB

da Salvada”, aldeia onde vive, e que é aparentemente um ajuste de contas. “Gravei-o com um microfone daqueles da Playstation, com uma meia, para dentro do guarda-fato, por causa do ruído. E saiu um som – todos nós temos uma vivência dessas”. Os outros três confirmam, às gargalhadas. E Tomás, o DJ e produtor de serviço, aproveita para confessar a sua paixão pelo som, por “tudo o que bata”, do rap ao techno, do house ao trap, e o seu distanciamento em relação às palavras. “A minha cena nunca foi escrever”, justifica-se. Mudança de cenário. O grupo reúne-se para uma romagem àquele que será o cenário mais suburbano e decadente de Beja: os silos e a antiga fábrica de farinha, junto à estação de comboios. O conjunto de edificações, em ruínas, já serviu de cenário a vídeos e sessões fotográficas. É o enquadramento perfeito para lançar bojardas ao sistema e atacar os tiques da sociedade burguesa. Na rima ou no traço espalhado por uma lata de spray. E é dessa arte que entende Pi Erre, o graffiti writer que agora se junta a nós, óculos escuros e capuz enfiado, não vá o diabo tecê-las. Tem 21 anos e dois deles passados a estudar design gráfico nas Caldas da Rainha. Também já foi rapper, também já escreveu rimas, mas agora o que quer é “ser pintor”, gesticula, exibindo três faustosos anéis dourados na mão esquerda. A sua “alma poética” fez com que se afastasse, enquanto criador, da componente “mais crua, direta e até violenta” do rap. No entanto, esse foi “o ponto de partida para nos juntarmos todos” e o rap é ainda a música que mais ouve em casa e o meio onde encontra

O grupo reúne-se para uma romagem aos silos, junto à estação de comboios, que já serviu de cenário a vídeos e sessões fotográficas. É o enquadramento perfeito para lançar bojardas ao sistema e atacar os tiques da sociedade burguesa. Na rima ou no traço espalhado por uma lata de spray.

os seus amigos e comparsas. No espaço arruinado, o traço do agora Pi Erre está registado com várias assinaturas, mas a fase do graffiti, também ela, já lá vai. “O graffiti foi um ponto de partida para outras descobertas”, confessa, afirmando que a “rebeldia, o chocar por chocar, já não me interessa muito”. Dedica-se agora a estudar os pintores clássicos, em cujas obras se inspira para as suas telas, “pintados à moda de um graffiter”. A pergunta impõe-se enquanto se pisa os amontoados de entulho. Quais são as ambições de quem faz rap em Beja, que próximo passo se quer dar, qual o nível que se quer atingir? Jotta R, que está de abalada para Benalmadena, Espanha, para a sua terceira batalha da Liga Knock Out, personifica mais uma vez o grupo. “Vai continuar a ser um hobby, porque em Portugal não há hipótese de fazer disto profissão. Há o Boss AC, claro, que faz vida da música, mas esse apareceu na altura certa, quando praticamente não havia rap em Portugal. Mas não tem nada a ver com os Estados Unidos. Lá o pior rapper é milionário e o nosso melhor rapper nunca será”. No fundo, o que querem, sonhos mirabolantes à parte, é “tocar mais vezes, ser mais ouvidos”. E, mais do que isso, ser escutados com atenção, sem a sombra do preconceito. O apelo fica, remata o rapper, na sua língua afiada: “Em vez de dizerem ‘este gajo é do bairro’ ou isto é a ‘música do putum putum’, ouçam as palavras, a mensagem. Não são as músicas do Tony Carreira, que rouba as letras aos colombianos e venezuelanos. A gente mata-se a escrever em casa”.


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A gente rural que então vivia e labutava nos campos, composta por ativos seareiros e gente braçal que com eles trabalhava, tinha tornado a aldeia uma das mais prósperas do concelho de Moura, senão da região

Aldeias

João Mário Caldeira

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anto Aleixo é uma aldeia pouco conhecida. Injustamente, diga-se de passagem, dadas as características invulgares que a diferenciam das suas congéneres do Baixo Alentejo e de muitas outras de igual grandeza que marcam presença no mapa do País. Pertence ao concelho de Moura mas quando se fala no seu nome fora do âmbito regional, vem por vezes à baila outro Santo Aleixo, povoação do concelho de Monforte, no Alto Alentejo, que se tornou famosa pelos “Bonecos de Santo Aleixo”, conjunto de fantoches que participam em muitos eventos culturais de cariz popular. Santo Aleixo do concelho de Moura, que em 1957 ganha o acrescento toponímico “da Restauração” e que tem o seu nome gravado no monumento dos Restauradores em Lisboa por razões de que se falará adiante, situa-se naquilo que os geógrafos chamam de “promontório de Barrancos” excrescência do retângulo nacional que entra por Espanha dentro acentuando ainda mais a interioridade da povoação uma vez que não há estrada que permita uma saída para o país vizinho, distante escassos oito quilómetros mas separado por elevações de alguma monta. A Santo Aleixo só se vai de propósito. Embora fique a meio caminho entre Moura e Barrancos, dista ainda um quilómetro da estrada que liga aquelas duas povoações, sedes de concelho. Pela sua interioridade, os habitantes da aldeia tiveram que arranjar formas próprias de sobrevivência e de tal modo se organizaram que logo no século dezassete já tinham transformado a povoação numa das mais importantes do concelho de Moura. Tudo se deveu a um conjunto de pequenos proprietários rurais (os seareiros) que se aproveitou de grandes áreas de terrenos baldios situados a norte da povoação e outros estendendo-se para leste até à fronteira com Espanha, especialmente na conhecida área da Contenda que os locais dividiram com os castelhanos de Aroche após concordata assinada em Santo Aleixo a 14 de outubro de 1542. Devido ao seu porfiado esforço foram conseguindo substanciais proventos na agricultura dos cereais, na apicultura e especialmente na pecuária. Dada a grande extensão de pastagens de que dispunham,

cedem algumas a vizinhos do termo com as contrapartidas respetivas canalizadas para a fortificação e outros benefícios da aldeia. A fazer fé na memória paroquial de 1758, que temos como insuspeita, a aldeia tinha já “hospício, juiz, dois vereadores, escrivão judicial, escoltas e almotaçarias independentes da distribuição de Moura”. Esses equipamentos podem dar ideia da sua importância económica, fator que ditará a sua perdição durante as guerras travadas com a Espanha após a restauração da independência em 1640 e durante a “Guerra da Sucessão” no arranque do século XVIII. Na verdade, a aldeia, pela sua situação geográfica, estava no caminho das invasões castelhanas, funcionando como tampão na linha defensiva da fronteira formada pelas praças fortes de Noudar, Mourão, Moura e Serpa. A gente rural que então vivia e labutava nos campos, composta por ativos seareiros e gente braçal que com eles trabalhava, tinha tornado a aldeia uma das mais prósperas do concelho de Moura, senão da região, como foi referido. Convivendo pacificamente com os vizinhos do outro lado da raia, inclusive partilhando baldios comuns, viram-se de um dia para o outro transformados em inimigos por motivos que, com certeza, pouco diziam a ambas as partes. Comunidades próximas, semelhantes em costumes, crenças e modos de vida, cruzando-se pelo casamento, criando laços familiares, desejando mais do que tudo a paz e a convivência, longe estariam de cair na instabilidade e muito menos na violência que se gerou entre elas. Duas gerações de naturais da aldeia terão vivido sob a monarquia espanhola sem problemas de maior com os vizinhos do outro lado. O entendimento era feito com

formas de linguajar muito semelhantes que perdurou quase até aos nossos dias em Santo Aleixo não só na terminologia como nas formas de dizer. Entretanto, maus presságios começaram a toldar o horizonte quando após o 1.º de Dezembro de 1640 os naturais da aldeia veem instalar na povoação um pequeno destacamento militar, temendo pela família e pelas colheitas recolhidas nos sobrados, quando não pelos rebanhos que denodadamente guardavam nos vários baldios que cercavam a aldeia.

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a verdade, os maus presságios concretizavam-se um ano depois da restauração da independência. Ta lvez por isso se precaveram construindo à volta da povoação e da igreja uma trincheira de taipa, um “forte” (toponímia que ainda hoje se conserva na zona que circunda o templo pelo lado poente) que minimamente os protegesse. E talvez por isso, como se dirá a seguir, se dispuseram a combater ao lado da tropa quando as coisas aqueceram. O Conde de Ericeira, na sua História de Portugal Restaurado, escrita em 1679 já com os ânimos esfriados e assente algum pó sobre os acontecimentos, não deixa de referir a importância dos bens da população, com certeza provenientes da seara e dos gados, adiantando que os mesmos não foram indiferentes ao comandante das forças inimigas que em 1641 terá pedido permissão

superior para deles se apropriar quando atacasse a aldeia. O patriotismo que se pode colar aos santoaleixenses de então parece não caber numa desapaixonada análise histórica, embora os seus rasgos de heroicidade em defesa do que lhes pertencia, não devam ser postos em causa. Com efeito, e a fazer fé nos apontamentos do Conde de Ericeira e em dilatadas notícias sobre os acontecimentos, não pôde faltar coragem e determinação a pouco mais de uma centena de homens comandados pelo capitão Martim Carrasco Pimenta para fazer frente a uma força castelhana de 1 500 de pé e de cavalo que, por sorte ou determinação dos defensores, causaram pouca mossa nos corpos e nos haveres dos habitantes, acabando por retirar, com pesadas baixas de homens e montadas para as cercanias da aldeia, aguardando reforços que não chegaram e recuando depois perante forças enviadas de Serpa em auxílio das povoações. Dos moradores, a fazer fé no que está escrito, terão morrido somente dois, mais por acaso do que vítimas da refrega. O segundo ataque, desferido pelos castelhanos em 1644, em agosto desse ano, tomou foros de mais dramatismo, não deixando, no entanto, de levantar algumas interrogações a quem sobre ele se debruça. A intemerata atitude dos defensores, em número que não excederia os 200 homens (muitos dos seareiros de Santo Aleixo tinham ido à Feira de Beja) ousando oporse ao poderoso exército castelhano comandado pelo barão de Moligen formado por 5 000 infantes e 1 800 cavalos (segundo os números de Ericeira) é coisa que causa pasmo. A chacina que então se deu na aldeia, não só nos combatentes locais que, após fazerem CÂMARA MUNICIPAL DE MOURA

Santo Aleixo da Restauração, uma aldeia heroica


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explodir a igreja deitando abaixo a sua cobertura, morreram na sua quase totalidade, como nas mulheres e crianças que os inimigos usaram como escudo, deveu-se a quê? Parece ressaltar dessa tragédia um qualquer fator desconhecido (porque não um erro de avaliação do perigo ou exagerado zelo na defesa) que fez os locais baterem-se e morrerem em desespero de causa.

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pós o morticínio e o saque da aldeia a que se juntou a destruição da igreja, só a pouco e pouco a vida se foi refazendo na desditosa terra de fronteira. A geração que se seguiu viveu sempre com a memória da tragédia passada mas com a esperança que pior não viria a acontecer. Entretanto, logo no arranque do século XVIII, a tragédia atingiu de novo a povoação. O megalómano D. João V envolve-se numa guerra que herdou do pai D. Pedro II, a Guerra da Sucessão de Espanha, e novamente os exércitos espanhóis entram em Portugal recomeçando as pilhagens. Santo Aleixo tornou a ser vítima logo em 1704. Tendo a reduzida guarnição militar e umas dezenas de “paisanos” tentado opor-se ao exército comandado pelo Marquês de Villadarias sem “aceitar o partido” que lhe era oferecido, mandou este apontar a artilharia contra o reduto destruindo as trincheiras e deitando abaixo a igreja. Só quando a defesa se tornou impossível é que foi hasteada a bandeira branca conseguindo salvar vidas. Entretanto o saque generalizou-se mais uma vez na aldeia que tornou a pagar os desideratos palacianos relativos a interesses dinásticos com os quais não tinha nada a ver. Hoje a aldeia vive como que adormecida, longe da turbulência do passado, desprezada pelos que mandam no país para quem o interior, e para mais as periferias do interior, não contam para nada. Com uma população reduzida a 800 habitantes, na maioria idosos (nos anos cinquenta do século passado chegou a ultrapassar os quatro mil) a aldeia já não acredita no futuro. Apesar de manter ainda dois baldios com uma área de cerca de 1 800 hectares, já não tem ninguém que neles cultive a mais ínfima parcela. Quando muito percorrem-nos, já não o “gado do povo”, mas de um ou outro local que mantém os animais por conta própria. Fecharam-lhe os correios, o posto da GNR tem um horário semanal, o atendimento médico está reduzido ao indispensável, a junta de freguesia foi obrigada a associar-se com a de Safara. Que mais lhe irá acontecer? Branca de cal, com os telhados renovados, sobre os quais sobressai a igreja formando um conjunto urbano de incomparável beleza, a aldeia heroica não sabe o que fazer à vida.


Distrital de Futsal (22.ª jornada)

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CD Beja-CB Castro Verde, 4-4; Leões-IP Beja, 6-9; Alvito-Almodovarense, 3-7; VNSBento-Ourique, 6-8; Luzerna-NS Moura, 1-2; Vasco Gama-Alcoforado, 2-5. Líder: NS Moura, 53 pontos. Próxima jornada (11/4): CB Castro Verde-Leões; Almodovarense-VNSBento; Ourique-Luzerna; NSMoura-Vasco Gama; Alcoforado-Ferreirense; IPBeja-Alvito.

Futebol juvenil

Desporto

Distrital de Juvenis 2.ª Fase – 3.ª jornada CD Beja-Odemirense, 1-2; Castrense-Despertar, 1-2. Líder: Despertar, 9 pts. Próxima jornada (13/4): Odemirense-Despertar; C.D.Beja-Castrense.

Despertar B-Sp.Cuba, 0-3; Aldenovense-Almodôvar,1-3; Aljustrel-Despertar A, 0-2. Líder: Despertar A, 19 pts. Próxima jornada (12/4): Sp.Cuba-Aljustrelense; Aldenovense-Despertar B; Despertar A-Almodôvar.

Distrital de Iniciados 2.ª Fase – 3.ª jornada Almodôvar-Serpa, 3-1; Aljustrelense-Moura, 1-5. Líder: Moura, 9 pts. Próxima jornada (13/4): Serpa-Moura; Almodôvar-Aljustrel.

Taça Dr. Covas Lima Série A – 7.ª jornada Moura-Santo Aleixo, 17-0; Amareleja-CD Beja, 5-1; Piense-NS Beja, 1-13. Líder: Moura, 16 pts.

Distrital de Infantis 2.ª Fase – 7.ª jornada

Liga de Benjamins 3.º MOM – 7.ª jornada São Luís-Despertar, 0-2; CD Beja

B-BNSC, 4-1; Renascente-Boavista, 1-4; Alvito-Castrense, 3-1; Moura-Ferreira B, 5-0; Serpa-Aldenovense, 3-0; NS; Beja-Moura, 0-1; Piense-Aljustrel, 3-1; Ourique-C.Gorda, 3-3; Ferreira A-CD Beja, 5-1; Despertar-Almodôvar, 1-2; Odemirense-Sp. Cuba, 1-3. Próxima jornada (12/4): Boavista-CD Beja A; Alvorada-Despertar B; São Luís-BNSC; Vasco Gama-Castrense; Alvito-Ferreira B; Moura A-Aldenovense; Aljustrelense-NS Beja; Moura-Ourique; Cab.Gorda-Piense; Milfontes-CD Beja A; Ferreira-Almodôvar; Despertar A-Sp.Cuba.

O Aljustrelense ganhou em Milfontes e festa do título ficou mais perto

O título preso por um fio

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Mineiro superou um dos grandes obstáculos que tinha pela frente nesta reta final da temporada e o título ficou mais perto. Mas o Vasco da Gama, segundo classificado, decididamente, não deu mais folgas ao líder. No domingo os mineiros irão iluminar Santa Bárbara com os olhos postos no estádio 25 de Abril, em Castro Verde, onde os locais recebem o Vasco da Gama. O resultado do jogo pode antecipar a festa do título. Se o Aljustrelense e o Vasco da Gama vencerem, fica tudo adiado para Cuba, um triunfo do Mineiro e um empate ou derrota do Vidigueira, dará festa rija no Municipal de Aljustrel. O Castrense tem essa decisão consigo. As despromoções também ficarão matematicamente arrumadas, teoricamente parece que já estão. Na ronda anterior, destaque para as vitórias gordas do Vasco da Gama, Piense, Cabeça Gorda e Odemirense, todos com direito à subida de um degrau na tabela. Resultados (22.ª jornada): SerpaOdemirense, 1-3; Milfontes-Aljustrelense, 0-1; São MarcosAldenovense, 1-0; Sporting Cuba-Guadiana, 0-0; PienseCastrense, 3-0; Vasco Gama-Bairro Conceição, 5-0; Cabeça Gorda-Rosairense3-0. Classificação: 1.º Aljustrelense, 60 pontos. 2.º Vasco da Gama, 51. 3.º Odemirense, 47. 4.º Castrense, 45. 5.º Milfontes, 44. 6.º Serpa, 32. 7.º Piense, 30. 8.º Cabeça Gorda, 28. 9.º Rosairense, 28. 10.º Sporting Cuba, 25. 11.º Guadiana, 22. 12.º São Marcos, 16. 13.º Bairro Conceição, 7. 14.º Aldenovense, 7. Próxima Jornada (13/4): Rosairense-Serpa; Odemirense-Milfontes; Aljustrelense-São Marcos; Guadiana-Piense; Castrense-Vasco Gama; Bairro Conceição-Cabeça Gorda. FP

Esta época o Moura sofreu três derrotas em três vezes que jogou com a formação do Louletano. Na primeira fase, em casa e fora, pela marca de três a um, já na segunda fase uma derrota em Loulé por uma bola a zero.

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Texto e foto Firmino Paixão

Jogo O avançado Jony Ramos (Moura) lutou muito para ultrapassar a barreira defensiva algarvia

Bruno Ribeiro na conquista do primeiro ponto desta época ao Louletano

Moura “matou o borrego”

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a quarta foi de vez, talvez ainda a viver o estado de graça da mudança de treinador, conseguiu finalmente pontuar com os algarvios, de resto uma excelente equipa, que também mudou radicalmente o seu percurso desde a chegada do treinador Manuel Balela ao clube. O Almodôvar também

jogou em casa, com o Quarteirense, e voltou a perder, tangencialmente é um facto, mas os pontos foram para o pecúlio da formação orientada por Marito que assim ocupou o 3.º lugar. Na frente da Série H está o União de Montemor (empatou em casa com o Cova da Piedade) igualado em pontos com o Moura e, perseguidos pela dupla Quarteirense/ /Louletano, com menos dois. Apesar do empate, o Cova da Piedade baixou ao quinto posto, à frente e com mais quatro pontos que o Barreirense, este na zona de risco de despromoção, porquanto, além dos dois últimos de cada série descerá ainda o menos pontuado dos sextos classificados. A seis jornadas do termo da

prova, a próxima ronda assume um papel determinante na definição dos lugares, com o Almodôvar no Barreiro e o Moura em Quarteira, mas esses jogos realizam-se apenas no dia 27 de abril. Resultados (8.ª jornada): Almodôvar-Quarteirense, 0-1; U. Montemor-Cova Piedade, 3-3; Esperança Lagos-Barreirense, 0-0; Moura-Louletano, 0-0. Classificação: 1.º U- Montemor, 28 pontos. 2.º Moura, 28. 3.º Quarteirense, 26. 4.º Louletano, 26. 5.º Cova Piedade, 24. 6.º Barreirense, 20. 7.º Esperança Lagos, 14. 8.º Almodôvar, 7. Próxima jornada (27/4): Louletano-U. Montemor; Cova Piedade-Esperança Lagos; Barreirense-Almodôvar; Quarteirense-Moura.

O Saboia e o Renascente assumiram já os primeiros lugares da fase final

Não há jogos iguais...

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aboia e Renascente, a duas equipas oriundas do litoral alentejano ganham dianteira nesta fase final do Campeonato Distrital da 2.ª Divisão, em que se joga para o título e para as duas vagas no primeiro escalão. O Despertar e Saboia reencontraram-se duas semanas depois de terem discutido a final da taça. Provavelmente ainda os bejenses não a terão arrumado na vitrina e

já foram duramente castigados pelos finalistas vencidos. Não há jogos iguais, é uma verdade absoluta na linguagem do futebol. Ou seja, o técnico José Venâncio pôde contar com o Saboia ao mais alto nível e o resultado está à vista. Em Odemira, palco emprestado ao Renascente enquanto esperava pelo seu novo sintético, a equipa de São Teotónio também ganhou categoricamente. Amanhã o Despertar joga com o Renascente (já

em São Teotónio), o Amarelejense visita o Saboia e as contas ficarão mais claras. Campeonato Distrital da 2.ª Div isão (Jornada): Desper tar- S a b o i a , 1- 4 ; R e n a s c e n t e -Amarelejense, 4-2. Classificação: 1.º S a b o i a , 4 p o n t o s . 2 .º Renascente, 4. 3.º Despertar, 3. 4.º Amarelejense, 0. Próxima Jornada (12/4): Renascente-Despertar; Saboia-Amarelejense. FP


(1.ª Mão/Quartos de Final) –Serrano-Luzianes Gare, 0-0; Salvadense-Vale d’Oca, 0-0; Figueirense-Penedo Gordo, 11-0; Cercalense-Santaclarense, 0-4. Próxima Jornada (2.ª Mão/Quartos Final: Vale d’Oca-Salvadense e Penedo Gordo-Figueirense ambos em 12/4). Santaclarense-Cercalense e Luzianes-Serrano (ambos em 13/4).

Andebol 3.ª Divisão Promoção (Zona Sul 6.ª Jornada) Almada-Loures, 23-23; Zona Azul-Olhanenses, 31-21; Sassoeiros-Lagoa, 28-31; B.º Janeiro-Oriental, 15-23. Próxima Jornada (12/4): Oriental-Zona Azul.; Olhanenses-Almada; LouresSassoeiros; Lagoa-B.º janeiro. Classificação: 1.º Almada, 17 pontos. 2.º Oeiras, 17. 3.º Oriental, 13. 4.º Zona Azul, 14.

Associação de Patinagem do Alentejo

As Seleções de Hóquei em Patins Sub/13 e Sub/15 da Associação de Patinagem do Alentejo participam no VI Torneio Internacional “Cidade de Tomar”, que se realiza entre 17 e 19 de abril, com organização do Sporting Clube de Tomar e destinado aos escalões de benjamins, escolares, infantis, iniciados, juvenis e juniores.

Andebol 3.ª Divisão Manutenção (Zona 5 5.ª Jornada) C.C.P. Serpa-Náutico, 26-20; A.C. Sines-Costa d’Oiro, 29-22. Classificação: 1.º C.C.P. Serpa, 13 pontos. 2.º Andebol Clube de Sines, 11. 3.º Costa d’Oiro, 9. 4.º Náutico, 7. Próxima Jornada (12/4): Náutico-A.C.Sines; Costa d’Oiro-C.C.P. Serpa.

A equipa do Moura Atlético Clube tem a manutenção quase garantida

Só sei jogar para ganhar O Moura Atlético Clube tem a manutenção quase assegurada. O treinador Bruno Ribeiro está confiante nesse objetivo, mas já olha em frente para a próxima época desportiva. E a ambição é larga …

preparar as coisas com mais afinco para a próxima temporada, esse é outro desafio que temos, preparar o Moura para outros patamares.

Texto e foto Firmino Paixão

Penso que sim, tem jogadores com qualidade para isso, tal como o Louletano também tem, é uma equipa experiente que também deveria estar a lutar por esses objetivos. Penso que nesta Série H o Moura e o Louletano são, efetivamente, as duas melhores equipas, jogam bom futebol e podiam estar a competir por outros objetivos.

O

antigo médio do Vitória de Setúbal, Bruno Ribeiro, 38 anos, ainda não perdeu desde que se senta no banco do Moura Atlético Clube. Diz-se um técnico ganhador e disciplinador, está feliz no clube e sublinha a qualidade das infraestruturas e a dedicação dos dirigentes. Assume a sua exigência perante os jogadores, por isso aceita que os adeptos tenham o mesmo sentimento. É um técnico que joga ao ataque e que gosta de ganhar. Confissões feitas ao “Diário do Alentejo”, no final do empate, sem golos, com o Louletano, o único ponto que os mourenses conseguiram retirar à equipa de Loulé, durante a presente temporada. Conseguiu conquistar o primeiro ponto ao Louletano esta época…

O Louletano é uma equipa muito difícil, muito experiente e com bons jogadores. Nem sei porque está nesta posição, podia estar mais à frente, lutando pela subida, até pela qualidade que a equipa tem. Queríamos conquistar os três pontos, ganhámos, apenas, um para somarmos àqueles que tínhamos, por isso também é importante. Tem três jogos à frente da equipa, duas vitórias, um empate, seis pontos. Entrou com o pé direito…

O trabalho que estamos a fazer aponta nesse sentido, para começarmos a preparar a equipa para o próximo ano, é por esse caminho que estamos a direcionar o nosso trabalho, estou aqui há três semanas e estou muito satisfeito de estar em Moura. É um clube excelente, tem belíssimas condições e pessoas maravilhosas, vamos continuar a trabalhar com estes jogadores para que eles no futuro sejam ainda melhores. A manutenção está quase assegurada, pelo menos, não existe grande ameaça de que isso não seja uma realidade?

Sim, mais um jogo ou dois e isso fica matematicamente resolvido. Depois teremos tempo para

Já esta época o Moura merecia estar a competir na poule de promoção?

Pelo que já disse depreende-se que o seu compromisso com o Moura Atlético Clube não se esgota no final desta temporada?

Na verdade, temos falado nisso. Estamos já a trabalhar nesse sentido, mas o trabalho prioritário é conseguir a manutenção neste Campeonato Nacional de Seniores, concluirmos esta época e p depois começaremos a pensar no futuro. Foi fácil convencê-lo o a aceitar esta desfaio no Moura Atlético Clube, com a temporada ainda em aberto? rto?

Foi, porque eu vim conhecer nhecer ei maas instalações e fiquei quipas ravilhado. Poucas equipas as têm mesmo da 1.ª e 2.ª ligas as condições que o Moura inar, gitem, campos para treinar, ntásticos násio, balneários fantásticos como poucas equipas dispõem. Isto é maravilhoso e eu estou tar aqui. muito satisfeito por estar

com uma possível vinda para Moura. Mas gostei do que vi, gostei muito das instalações e depois quando me ligaram a convidar para vir para Moura aceitei logo com todo o prazer. Os dirigentes são fantásticos, deixam as suas vidas privadas para dar tudo a este clube. Cumprem com muito rigor, num cenário em que metade dos clubes em Portugal não paga. Merecem que o clube ganhe outro estatuto. Como se define como treinador de futebol?

Gosto de ganhar, não gosto de perder nem de empatar. Quero é ganhar, já no Setúbal pensava assim, queria ganhar fosse com o Benfica, com o Porto ou com o Sporting, continuarei desta maneira, porque sou uma pessoa que adoro esta profissão, planear treinos e jogos, observar adversários, adoro fazer isto e gosto de jogar sempre para a frente, a atacar para ganhar. Em termos disciplinares sou exigente, traço uma linha e não concebo curvas, é sempre a direito. Só assim é que os treinadores têm q sucesso e eu também o quero ter. Para já em Moura, mas sonhando com um projeto ainda mais ambicioso?

Neste momento o meu sonho é o Moura, estou a trabalhar afincadamente nele. Mas é claro que sou ambicioso e quero chegar a voos mais altos. Gostava de chegar com o Moura a uma 2.ª liga, vamos ver. Mas o futuro não me preocupa porque acredito muito no meu trabalho e acredito nas pessoas que me rodeiam.

O que sabia sobre o Moura Atlético Clube antes es de se comprometer?

Eu tinha vindo aqui ver er o jogo temor. com o União-de-Montemor. Convidaram-me paraa vir, estava disponível e vim. r-oVivo em Montemor-oitos -Novo e tenho muitos domeus antigos jogadores no União e vim vê-los, não teve nada a ver

Metáforas desportivas José Saúde

Vagueando pelas escarpas do desporto sul-alentejano, ouço, leio, analiso e deito narrativas sobre assuntos que vão para além da minha existência e decifro célebres metáforas desportivas que tornaram o fenómeno encantador. Doutros tempos releio relatos deixados sobre o jogo da bola e examino uma competição que ditava indiscutíveis princípios éticos. Trago à ilustração um torneio quadrangular disputado em Beja, início dos anos 20, século passado, em que participaram o Glória, o Luso, o Despertar e o União. Na final, disputada entre o Glória e o Despertar, registou-se uma vitória (5-0) do primeiro sobre os despertarianos. Curioso foi o evento do desafio ter sido arbitrado pelo jogador “internacional” Alberto Augusto, atleta do Benfica, que se encontrava em Beja, onde negociava com o Glória a sua aquisição como futuro jogador-treinador. Como nota de rodapé, cito as condições propostas pelo craque benfiquista: estadia paga na pensão “Perna Curta” e o ordenado de 400$00 mensais. Ora bem, desses longínquos tempos ressaltam-me à tona da minha memória metáforas sociais e desportivas escritas, bem como potenciais valências do mítico Despertar no palco do desporto alentejano. O velhinho “rasga” é um emblema feito por gentes que, orgulhosamente, transportam um estandarte assente em tradições populares. Na década de 1960, tendo como presidente o saudoso Zeca Pereira, fui um dos muitos jogadores que defenderam as suas cores. Os títulos conquistados preenchem prateleiras de êxitos e o seu nome honradamente respeitado. Com a época de 2013/2014 a decorrer, o Despertar, em seniores, conquistou a Taça de Honra da II Divisão da AF Beja, vencendo o Saboia (2-0) e disputa a fase final de acesso ao campeonato supremo regional. É evidente que os tempos constatados são antagónicos ao envelhecido sistema de outrora, mas as metáforas teimam em permanecer ajustadas em adjetivações de um histórico Despertar cujo passado é de facto enriquecedor.

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Futebol do Inatel


Diário do Alentejo 11 abril 2014

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Saboia Actual líder da 2.ª Fase do Distrital da 2.ª Divisão

José Venâncio, treinador do Saboia, assume a candidatura à 1.ª Divisão

Um lugar entre os dois primeiros Fundado há mais de 50 anos numa longínqua freguesia do concelho de Odemira, quase fronteira com o território algarvio, o Saboia Atlético Clube é um dos quatro emblemas que luta pelo título distrital. Texto e fotos Firmino Paixão

P

elo título de campeão da 2.ª Divisão e por um dos dois lugares que darão acesso ao escalão principal na próxima temporada. O percurso desportivo deste prestigiado emblema do universo desportivo bejense tem-se repartido entre as competições oficiais da Associação de Futebol de Beja e o Inatel. Ainda foi na época anterior que conquistaram o título distrital da delegação de Beja da Fundação Inatel. Sempre em bom nível, sempre um entre os melhores exemplos do amadorismo desportivo que povoa o desporto sul alentejano. Na presente temporada, no regresso à competição federada, o Saboia foi um dos clubes que viabilizou, por força da sua vontade, a realização das competições oficiais neste escalão, a 2.ª Divisão Distrital da AF Beja. Vencedor da Série A da Taça de Honra, ganhou presença na final recentemente disputada em Ourique, onde deixou escapar o troféu para o Despertar Sporting Clube. Tinha

sido também no Estádio D. Afonso Henriques que, na época passada, conquistaram o cetro do Inatel, mas o palco do conquistador desta vez não foi talismã para a equipa comandada por José Venâncio. O Saboia concluiu depois a primeira fase do campeonato distrital, empatado em pontos no topo da tabela da Série A, com a formação vizinha do Renascente de São Teotónio, a quem permitiu um empate, caseiro e sem golos, na ronda de abertura da fase decisiva da prova. Na segunda jornada jogou em Beja, no terreno do Despertar e as contas foram diferentes da final de Ourique. O treinador, José Venâncio, perspetivando esta fase final do campeonato, já tinha avisado que “uma vez que chegámos a esta fase tão importante pelo nosso mérito, agora vamos tentar gerir jogo a jogo, tentando somar os pontos que nos permitam um lugar entre os dois primeiros”. E somou, surpreendeu os bejenses com uma vitória folgada (1/4) e ganhou a liderança. Uma vantagem que prenuncia que o desejo de subida pode estar no espírito do grupo. “Quando se chega a uma fase tão decisiva como esta num campeonato, não podem existir segundos objetivos”, explicou o técnico do Saboia. “Ou se tenta obter uma classificação nos dois lugares que dão acesso à subida ou, caso contrário, va-

lerá a pena questionarmo-nos porque andamos aqui a lutar pela conquista dos pontos”. Mas algumas cautelas: “Outra coisa será se os nossos adversários forem mais fortes do que nós, mas essas contas fazem-se no fim”. Olhando para o que tem sido o percurso da equipa ao longo da época, o treinador sublinhou que “vencemos a nossa série e fomos finalistas da Taça de Honra, a primeira fase do campeonato correu bem, tivemos apenas um percalço em Aldeia dos Fernandes, mas de resto e no cômputo geral acho que estamos a fazer uma época muito positiva”. Medindo o valor dos quatro emblemas finalistas, José Venâncio considerou que “tirando raras exceções, os apurados têm sempre mérito e, por isso, terão sempre mais valor do que os restantes adversários, com o devido respeito por todas as equipas que ficaram pelo caminho. Mas penso que sim, que nesta segunda fase estão as quatro melhores equipas e por isso merecem estar nesta etapa final”. Repartindo a liderança com o Renascente após a 2.ª jornada, o treinador olha para o rival dizendo que “o Renascente tem uma boa equipa, um plantel muito bem gerido e tem aspirações neste campeonato. Por outro lado, está melhor apetrechado a vários níveis, do que propriamente o Saboia. É um candidato de peso”. Quanto ao Saboia e à qualidade do seu plantel,

lembra que “é um grupo em que alguns elementos vieram comigo da Nave Redonda para Saboia, tem-se mantido junto ao longo destes últimos anos, com o reforço de um ou outro jogador todos os anos”. O técnico assumiu ainda que “são quase todos jogadores oriundos do Algarve mas, ultimamente, procuramos inverter essa tendência com alguns elementos do concelho de Odemira, porque também somos uma equipa que faz parte desse concelho e fazemos com que isso aconteça”. Contudo, realça José Venâncio, “somos um grupo de amigos que está junto há muito tempo e é por essa amizade mútua que eu aqui estou junto deles esforçando--me para que tudo corra bem e que o grupo se mantenha unido”. Estará o Saboia Atlético Clube preparado para assumir um desafio como a 1.ª Divisão Distrital? José Venâncio tem a resposta: “Com as condições atuais não está! Teríamos que nos apetrechar de outra forma, caso esse objetivo se concretizasse”. E explica ainda: “Não podemos ir para uma competição como a 1.ª Divisão Distrital com equipas que jogam a outro nível, sem reunirmos um conjunto de condições que serão a base para podermos fazer um campeonato digno. De qualquer maneira direi que era giro que isso acontecesse e faremos com que seja uma realidade”.

BTT em Salvada

Taça Dr. Covas Lima

II Passeio BTT “Trilhos Terra do Pão” é uma iniciativa do Clube de BTT da Salvada que terá lugar no próximo domingo, pelas 9 horas, com percursos de dificuldade diversificada e distâncias de 25, 45 e 70 quilómetros. O evento tem o patrocínio da União de Freguesias de Salvada e Quintos.

As equipas de Infantis do Moura Atlético Clube e do Sporting Clube Ferreirense disputam, na tarde de amanhã, no Estádio Municipal de Vidigueira, pelas 16 horas, a final da Taça Dr. Covas Lima.

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Páscoa Futsal Cup

Caminhar por Abril em São Bartolomeu da Serra

O Clube Desportivo de Beja organiza, no próximo dia 19, a “Páscoa Futsal Cup”, competição entre equipas femininas com a participação da Casa do Benfica em Alcochete, Internacional de Évora, 4 ao Cubo AD Olhão e da equipa anfitriã. Os jogos iniciam-se às 10 e 30 horas no Pavilhão João Magalhães, na cidade de Beja.

Inserida nas comemorações dos 40 anos da Revolução dos Cravos, realiza-se no próximo domingo, pelas 9 horas, a 5.ª Caminhada de São Bartolomeu da Serra, com uma extensão de 12 quilómetros e organização da União de Freguesias de Santiago do Cacém, Santa Cruz e São Bartolomeu da Serra.


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Uma corrida urbana com a extensão de sete quilómetros e uma Caminhada com seis quilómetros integram o menu do XVIII Grande Prémio de Páscoa em Atletismo marcado para 18 de abril, com organização do Município de Alcácer do Sal. As inscrições decorrem até ao dia 14 de abril. A partida será dada no Parque Desportivo Municipal, pelas 10 horas.

Diário do Alentejo 11 abril 2014

Grande Prémio de Páscoa em Alcácer do Sal

Prova de Enduro em Ourique O 1.º evento Enduro Urbano de Ourique realiza-se no próximo dia 13 de abril, com início pelas 8 e 30 horas e dirigido a participação de Motos 4, Motos e Minimotas. A prova tem organização do Grupo Motard “Rafeiros Alentejanos” com apoio do município e da junta de freguesia locais.

Raquel Trabuco (Elvense) e Ricardo Mateus (Sporting) venceram em Cuba

Pódio Corrida feminina com Raquel Trabuco a exibir o cheque prémio do Recorde da prova

Um dia de ataque aos recordes O 12.º Grande Prémio de Atletismo Carlos Gradiz, iniciativa do Município de Cuba, reuniu cerca de duas centenas e meia de atletas, de 28 clubes. Aos lugares mais apetecíveis do pódio subiram dois alentejanos. Texto e fotos Firmino Paixão

R

aquel Trabuco, do Clube Elvense de Natação, repetiu o triunfo do ano passado e acrescentou-lhe o recorde da prova, fixado agora em 10.38,8’ para este escalão (distância de 3000m), enquanto Ricardo Mateus, atleta de Nisa a correr com a camisola do Sporting, estreou-se na corrida com um triunfo e, também, batendo o recorde da distância, com o registo de 18.49,5’ (para 6000m). Uma prova dura, pelo piso empedrado e pela inclinação da parte final, comungaram os atletas que venceram esta prova que visa “promover a modalidade e homenagear o psicólogo Carlos Gradiz, exatleta e treinador e grande impulsionador do Atletismo em Cuba”. O patrono da prova explicou: “Na perceção das pessoas que me homenagearam acham que é justo que esse prémio seja atribuído, mas eu acho que fiz aquilo que tinha que fazer, contribuir para que a comunidade tenha mais saúde e tenha mais bem-estar, foi esse o meu contributo, terá sido em homenagem a esse meu esforço durante esses anos todos que resolveram dar o meu nome a esta prova”. E adiantou: “Estou contente e sinto uma pontinha de orgulho pela prova se manter ao longo dos

tempos, também fui uma pessoa persistente, fui treinador durante cerca de vinte anos e acho que essa persistência em me atribuir este prémio, no fundo, terá o significado de que também o mereço”. O acréscimo de atletas em relação a edições anteriores também mereceu comentário: “Assistimos a um certo revigoramento do atletismo e a minha expetativa é a de que venham cada vez mais atletas”. Focado em dois episódios que obrigaram duas jovens atletas do Alturense a receber assistência paramédica, apelou “que as inspeções médicas desportivas sejam mais coerentes e mais consistentes, para não apanharmos alguns sustos que podem ocorrer em competição”. “Ficaria imensamente triste se acontecesse alguma coisa grave aqui”. Reiterando que “os clubes e sobretudo as federações devem exigir exames o mais completos possível e subsidiem essa intervenção, porque os clubes não têm meios para isso”. Carlos Gradiz revelou que se tem esforçado em convencer antigos atletas para formarem uma secção de atletismo em Cuba, considerando que “é extremamente difícil, exige grande disponibilidade das pessoas e meios financeiros para os subsidiar”. E concluiu lembrando: “Precisamos da pista de Beja remodelada e precisamos de uma pista simplificada aqui em Cuba, até vou propor que ela seja implementada no espaço do novo complexo escolar. Entreguei um projeto ao executivo autárquico anterior, julgo que o atual o pode recuperar, porque isso também é fator de motivação, se os jovens não encontrarem condições para a prática desportiva desistem”.

Resultados Seniores Masculinos: 1.º Ricardo Mateus (Sporting). F e m i n i n o s : 1.ª R a q u e l Trabuco (Elvenses). Juniores Masculinos: 1.º Mussa Djau (Beja AC). Femininos: 1.ª Sara Inácio (JD Neves). Juvenis Masculinos: Gonçalo Varela (Diana). Femininos: Mariana Quaresma (Diana). Iniciados Masculinos: João Alegria (Escola Triatlo).

Femininos: Margarida Raimundo (Elvense). Infantis masculinos: João Eugénio (Castrense). Femininos: Patrícia Pardal (Beja AC). Benjamins A Masculinos: Rui Tirapicos (Escola Triatlo). Femininos: 1.ª Rosita Leandro (NARM). Benjamins B Masculinos: 1.º Alexandre Guerreiro (Repsol/ Sines). Femininos: Raquel Conceição

(Elvense). Veteranos A: Alex Scutaru (Portorolense). Veteranos B: Carlos Alves (Alturense). Veteranos C: Francisco Vaz (CMPortalegre). Veteranos A Femininos: 1.ª Verónica Scutaru (Portorolense). Veteranos B Femininos: 1.ª Fátima Santos (Ingleses). Veteranos C Femininos: 1.ª Ana Veríssimo (Individual). Equipas: 1ª Beja Atlético Clube.

Corrida Equipa do Beja Atlético Clube com João Cruz na frente a tentar opor-se ao líder da corrida PUB


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26 Diário do Alentejo 11 abril 2014

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27 Diário do Alentejo 11 abril 2014

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28 Diário do Alentejo 11 abril 2014

necrologia AGRADECIMENTO E MISSA DO 30º DIA

Fernando Francisco Silva 1.º Mês de Eterna Saudade A família vem por este meio agradecer a todas as pessoas que acompanharam o seu ente querido à sua última morada ou que de outra forma lhes manifestaram o seu pesar, bem como a todos que estiveram presentes na missa celebrada pelo seu eterno descanso no dia 05/04/2014, sábado, pelas 18 e 30 horas, na igreja da Sé, em Beja.

AGRADECIMENTO

Faleceu em 03.04.2014 Os sobr inhos de DORA AUGUSTA PATROCÍNIO COSTA BEBIANA manifestam reconhecidos o seu profundo agradecimento a todo o pessoal da Quinta da Navarra, em Beja, em especial às funcionárias e assistentes sociais que sempre acompanharam a sua ente querida com muito carinho, profissionalismo e dedicação. Também agradecem a todas as pessoas que estiveram presentes neste momento de dor e partida ou que de outro modo demonstraram o seu pesar.

Cabeça Gorda MISSA

Maria Amélia Gato Isabel

Carlos Manuel Gato Brissos

7.º Ano de Eterna Saudade 38.º Ano de Eterna saudade Seu marido e pai, e restante família, participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso dos seus entes queridos no dia 14-04-2014, segunda-feira, às 18 horas, na igreja Paroquial de Cabeça Gorda, agradecendo desde já a todos os que se dignarem comparecer ao ato de recordação.

MISSA

Raquel da Conceição Santos Galamba Guerreiro 1.º Ano de Eterna Saudade Seu esposo, filhos, irmão, noras e netas participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 13/04/2014, domingo, pelas 18 e 30 horas na igreja da Sé, em Beja, agradecendo desde já a todos os que se dignarem assistir ao piedoso acto.

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Sacramento da Conceição dos Santos Nasceu a 01/08/1937 Faleceu a 06/04/2014 Filhos, netos, irmão, sobrinhos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar. AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA


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29 Diário do Alentejo 11 abril 2014 Diário do Alentejo n.º 1668 de 11/04/2014 Única Publicação

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ANÚNCIO ALIENAÇÃO DE VIATURAS Para os devidos efeitos torna-se público que a Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja, E.M., pretende alienar por venda do seu património as seguintes viaturas: Marca/Modelo Piaggio APE50 Mitsubishi L200

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Diário do Alentejo n.º 1668 de 11/04/2014 Única Publicação Diário do Alentejo n.º 1668 de 11/04/2014 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO PARA O ESTUDO E DEFESA DO PATRIMÓNIO NATURAL E CULTURAL DO CONCELHO DE MÉRTOLA

CONVOCATÓRIA Convocam-se os sócios da Associação para o Estudo e Defesa do Património Natural e Cultural do Concelho de Mértola, para a Assembleia Geral Extraordinária, a realizar no 22 de abril de 2014, pelas 17:30 horas, na sede da ADPM, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Criação de delegações da Associação nos PALOP; 2. Projetos de Cooperação para o Desenvolvimento em Países Terceiros; 3. Alteração dos Estatutos; 4. Venda de Bens Imóveis 5. Outros assuntos de interesse para a Associação. A Assembleia Geral terá carácter deliberativo, em segunda convocatória, 30 minutos após a hora para que havia sido convocada inicialmente, qualquer que seja o número de sócios presentes (cap. VII, artº 17º). Mértola, 04 de abril de 2014. A Presidente da Assembleia Geral Maria Madalena Lança Marques

COOPHECAVE COOPERATIVA DE HABITAÇÃO ECONÓMICA DO CONCELHO DE CASTRO VERDE, C.R.L.

CONVOCATÓRIA Nos termos dos estatutos, convoco a Assembleia Geral da COOPHECAVE Cooperativa de Habitação Económica do Concelho de Castro Verde, C.R.L., a reunir em sessão ordinária na sede da COOPHECAVE, sita na Rua de Beja n,º 5 em Castro Verde, no dia 2 de Maio de 2014, pelas 21 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: 1.º - Apreciação e votação do relatório e contas do exercício de 2013; 2.º - Eleição dos corpos sociais para o biénio de 2014 e 2015; 3.º - Outros assuntos de interesse. NOTA: Se à hora marcada não estiverem presentes, pelo menos metade dos associados, dar-se-á início aos trabalhos uma hora depois, com qualquer número de sócios. Castro Verde, 3 de Abril de 2014 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Sebastião Colaço Canário

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JUSTIFICAÇÃO CARTÓRIO NOTARIAL DE BEJA Notária: Lic. Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima Certifico narrativamente, para efeito de publicação que, neste cartório e no livro de notas para escrituras diversas número 105-A, de folhas 51 a folhas 52 verso, se encontra exarada uma escritura de justificação notarial, outorgada hoje, na qual Virgílio Matias Silvestre, NIF 128.035.196 e cônjuge, Albertina Ferreira da Silva Silvestre, NIF 128.035.064, casados sob o regime da comunhão geral, naturais da freguesia de São Miguel do Pinheiro, residentes na Avenida 5 de Outubro, Lote 976, Pinhal do General, Ferrão Ferro, Seixal, se declararam com exclusão de outrem, donos e legítimos possuidores do seguinte imóvel: Prédio urbano destinado a habitação, situado em Castanhos, freguesia de São Miguel do Pinheiro, concelho de Mértola, que se compõe de rés do chão com duas divisões, com a superfície de quarenta e oito metros quadrados, a confrontar pelo Norte e Sul com via pública, Nascente com casas de Francisco Candeias e Poente com casas do mesmo proprietário, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Mértola, que é a competente inscrito na respetiva matriz predial sob o artigo 1255 da União de freguesias de São Miguel do Pinheiro, São Pedro de Solis e São Sebastião dos Carros, concelho de Mértola, anteriormente artigo 784 da freguesia de São Miguel do Pinheiro (extinta). Que o identificado prédio veio à sua posse em data exata, que não sabe precisar por compra verbal e não titulada, que fizeram no ano de mil novecentos e noventa aos herdeiros de: Manuel Ildefonso Palma: Adelina dos Santos Grade, viúva, Mariana de Jesus Santos Palma, solteira, maior, José Manuel dos Santos Palma, solteiro, maior, todos residentes em Filadelfia, Pensilvância, Estados Unidos da América; Manuel Francisco Silvestre: Manuel Eduardo Alho Silvestre, divorciado, Filadelfia, Pensilvância, Estados Unidos da América; Ana Encarnação Valadas Alho, viúva, residente em Matadouro, Hortas, Vila Real de Santo António, José Joaquim Alho Silvestre e mulher Etelvina Pereira Salvado Silvestre, residentes em Filadélfia, Pensilvânia, Estados Unidos da América, e à viúva de Eduardo Silvestre Palma, Joaquina Maria Campos, residente na Rua Brito Camacho, n° 40, em São Miguel do Estoril e presentemente falecidos, sem que no entanto ficasse a dispor de título formal que lhes permita o respectivo registo na Conservatória do Registo Predial; Que, em consequência da compra que efetuaram estão na posse do mencionado prédio, em nome próprio há mais de vinte anos, pagando os respetivos impostos, tudo isto ininterruptamente, sem violência ou oposição de quem quer que seja e à vista de toda a gente. Está conforme o original na parte a que me reporto. Beja, oito de abril de dois mil e catorze. A Notária Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima

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Constituído em 1989 tem evoluído a passos largos na construção de uma história de sucesso. Uma marca de referência no setor. Conta atualmente com mais de 180 ópticas em todo o País.

Empresas Grupo conta atualmente com seis lojas espalhadas pelo Alentejo

Institutoptico abriu em Almodôvar A somar aos espaços existentes no Alentejo (Vidigueira, Cuba, Alvito, Viana do Alentejo e Castro Verde), Júlio Azevedo abriu mais um, desta vez em Almodôvar. A equipa do novo Institutoptico é constituída por gestores, balconistas, técnicos de ótica ocular, optometristas e médicos oftalmologistas. Publirreportagem Sandra Sanches

O

s serviços passam por um vasto leque de ofertas, desde o atendimento personalizado e aconselhamento técnico, passando pelo laboratório técnico de montagem com controlo de qualidade, refração, contactologia, topografia corneana, campimetria, tonometria (medição

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da pressão intraocular), até ao diagnóstico de patologias oculares, como cataratas e degenerações retinianas e terapia visual. Os exames de diagnóstico disponíveis também passam por perimetria, topografia, tonometria e biomicroscopia. Para além das vantagens que o espaço disponibiliza ao cliente, desde promoções até a alguns serviços grátis, ainda oferece a possibilidade de o cliente pagar o seu produto da forma mais cómoda possível. Através de um cartão de crédito, criado pela própria empresa, o cliente pode dividir o custo da compra por quantos meses entender. Óculos para todos os gostos e armações e óculos de sol para cada estilo. O lema da empresa é: “Viva a vida com o maior conforto visual, aproveitando o melhor de cada dia com a

visão de todos os detalhes. Nós cuidamos da saúde dos seus olhos”. A cuidar de olhos há mais de 30 anos, a empresa preza, acima de tudo, o profissionalismo, a competência, a simpatia, a atenção e a cordialidade. A missão passa por manter um estreito relacionamento com os clientes, oferecendo-lhes uma estrutura completa dos serviços e de total confiança. Porque o Institutoptico não se preocupa apenas com a saúde visual dos seus clientes, mas também com a sua comodidade, celebrar uma série de acordos com instituições locais com o objetivo de facilitar as compras de cada cliente. Tem acordos disponíveis com a Associação Humanitária dos Bombeiros da Vidigueira, Cuba e Castro Verde, cartão “Vidigueira Jovem”, Somincor,

EPOS, Lar e Fundação Jacinto Faleiro, Sport Lisboa e Benfica, Casa do Benfica de Castro Verde, Apadij – Associação para Acompanhamento do Desenvolvimento Infantil e Juvenil, Santa Casa da Misericórdia de Alvito, Grupo Coral de Vidigueira, Liga dos Combatentes de Cuba, Polifónico de Vidigueira, Associação de Moradores da Cerca dos Pinheiros e Cofre Social e Cultural dos Trabalhadores do Município de Castro Verde. E porque “cerca de 85 por cento das informações” que recebemos no nosso dia-a-dia são obtidas por “intermédio da visão” e porque o “funcionamento do aparelho visual das crianças é decisivo para o progresso na sua aprendizagem”, o Institutoptico não é indiferente aos problemas oculares que surgem na infância a até mesmo

à indisponibilidade financeira de cada pessoa. Proporciona à população da região o acesso aos cuidados primários da visão, realizando rastreios visuais gratuitos nas escolas dos concelhos, de forma a detetar problemas das seguintes naturezas: erros refractivos, problemas binoculares, ambliopia e patologias. Os lares e juntas de freguesia também não são exceção, sendo que no início de cada ano tem lugar um rastreio nestas instituições. Para o futuro, a aposta passa por fazer crescer o negócio e a marca a nível da sua notoriedade junto dos diferentes públicos e focar as suas óticas no aperfeiçoamento da sua atividade, oferecendo um serviço de referência ao cliente, aproximando-o, personalizando-o e diferenciando-o.


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A Câmara de Ourique promoveu, na terça-feira, um batismo de voo de 40 crianças do concelho, entre os seis e os 12 anos, através de uma viagem de avião entre os aeroportos de Faro e de Lisboa. Segundo a Câmara de Ourique, é a primeira vez que o município promove uma iniciativa de batismo de voo, a qual pretende “alargar as experiências e vivências” de crianças do concelho.

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Ourique promoveu batismo de voo para 40 crianças

A páginas tantas... Pais Costuma-se dizer que na guerra vale tudo... Nós aplicamos essa máxima à comida e é que vale mesmo!

À solta Apesar desta página andar povoada de ovos, não nos podemos esquecer das embalagens e na infinidadede de soluções para aproveitarmos este grande potencial criativo.

Baseado na canção popular polaca “Maryna gotuj pierogi”, uma das mais conhecidas do repertório folclórico do país, conta-nos a história da disputa que Maruxa e o marido, Zezinho, iniciam quando este lhe pede que lhe faça pão. Na versão tradicional, Zezinho reclama uns pierogi, um dos pratos típicos da Polónia (uma espécie de raviólis recheados de carne, vegetais...) e a mulher nega-se repetidamente, alegando que lhe faltam, um a um, todos os ingredientes: farinha, água, sal e carne... Contudo, nesta versão optou-se por substituir os pierogi por pão, um alimento comum a todas as culturas e que permite universalizar a história. Um a um, ele vai fazendo todos os recados cada vez mais desmesurados como o de ir buscar sal ao mar, mas depara-se sempre com o facto de voltar a faltar algo e tem de empreender uma nova e esforçada aventura para o conseguir. Quando, por fim, Maruxa tem todos os elementos, diz, ironicamente, que está muito cansada e terá de ser também ele a amassar o pão. Portanto, através do engenho e do sentido de humor, consegue que Zezinho entenda, por experiência própria, a injustiça da situação que ela vivera até então, e compreenda que, tanto o trabalho como o lazer, devem ser coisa dos dois. As ilustrações de Mafalda Milhões também nos fornecem informações-chave acerca dos protagonistas. Em cada traço descobrimos com clareza quando estão aborrecidos, tristes, a tramar alguma… De igual modo, não faltam nas páginas deste álbum os pormenores, tão caraterísticos na artista portuguesa, que transportam o leitor para o universo da cozinha e da Polónia (moinhos, paisagens e bairros típicos polacos), tal como a presença constante do cãozinho que os acompanha e que, de certa forma, é cúmplice da situação.

Passo a passo Quantas vezes os pais ficam sem saber como fazer os convites para a festa dos mais pequenos. Geralmente recorrem à imagem da personagem que a criança mais gosta, mas hoje deixamos aqui uma ideia simples e bem bonita. Aproveitem.

À solta Mais duas sugestões para decorares os teus ovos. Se quiseres imprimir os carros para os teus ovos-bonecos usa o link para descarregares a imagem http://pdf.mrprintables.com/ mrprintables-egg-people-onthe-road.pdf


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Letras Os memoráveis

S

Boa vida Comer Bifes de frango com mel e alecrim Ingredientes para 4 pessoas: 800 gr. de bifes de frango; q.b. de sal grosso; q.b. de pimenta branca moída; 2 dl. de azeite; 4 dentes de alho; 2 colheres de sopa com mel; 1 ramo de alecrim; q.b. de colorau. Confeção: Tempere os bifes com sal, pimenta, alhos laminados e reserve no frigorífico de um dia para o outro. Leve uma frigideira ao lume com azeite e quando estiver quente frite os bifes de ambos os lados. Reserve os bifes. Na gordura, adicione o mel e leve ao lume agitando a frigideira e, de seguida, junte uns ramos de alecrim. Junte os bifes ao molho e polvilhe com um pouco de colorau. Acompanhe com um arroz branco e salada mista. Bom apetite… Nota: Pode fazer esta receita com bifes de peru. Se desejar o molho mais doce, junte mais mel. Não abuse no alecrim, porque tem um sabor muito intenso. António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

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Filatelia A dádiva de sangue em novo selo e carimbo

N

o próximo dia 21 a Associação de Dadores de Sague da Beira Interior Sul – Alcains (Adsbis) lança em circulação um selo personalizado, comemorativo do seu 10.º aniversário, que ocorre nesse mesmo dia. O aniversário da Adsbis será também assinalado com uma exposição de filatelia que decorrerá na Junta de Freguesia de Alcains, de 21 a 27 de abril. Para ser usado no dia da inauguração, e simultaneamente do aniversário, os Correios emitiram um carimbo comemorativo que reproduz o logótipo da associação. A mancha do selo é inteiramente ocupada com a bandeira da associação aniversariante, tendo na margem inferior a legenda “Dê sangue”, em letras maiúsculas. A Adsbis editou um postal ilustrado que será oferecido a todos os visitantes e que permitirá a confeção de um Postal Máximo. Vão estar expostas 12 coleções, a saber: História Postal: Correio Pré-adesivo – carimbos nominativos e carimbos nominativos usados no período adesivo, ambas do Núcleo de Colecionismo do CCD do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja (NC-Ccdhjjf). Fi latelia Trad iciona l: Pa isagens e Monumentos 1972 – 1974 (estudo) e Etiquetas de Impressão de Franquia Automática – Frama (estudo), ambas de J. G. Sousa Filatelia Temática: Homenagem ao Bombeiro, da Secção de Colecionismo dos Bombeiros de Vila Real de Santo António (SC – Bvrsa); Expansão Portuguesa Ultramarina do CCD-HJJF; Heróis da Banda Desenhada Infantojuvenil, do Grupo Filatélico da Associação de Dadores de Sangue

de Beja (GF-ADSB); Cruz Vermelha, de Manuel Lampreia; Aula Filatélica, da Secção Filatélica da Associação Académica de Coimbra; Do Regicídio ao 25 de Abril, de Francisco Matoso Galveias. Maximafilia: Animais em Vias de Extinção, de Francisco Matoso Galveias. Classe Aberta: História da Transfusão de Sangue, do GF-ADSB. O catálogo insere um artigo em que o autor apresenta todos os selos já emitidos pelos Correios, sobre Castelo Branco, nomeadamente a emissão alusiva ao Bicentenário da cidade (1972); o selo de 20 escudos (Escadaria dos Reis do Jardim do Paço), da emissão Paisagens e Monumentos (1972); os quatro selos de Manuel Cargaleiro, 20.º e último selo da emissão 5 Séculos do Azulejo em Portugal (1985) e a emissão de 16 de março de 2007, “Artistas Portugueses” (três selos). Seguiu-se em 2013 o selo e o bloco filatélico da emissão Queijos Portugueses e a Colcha de Castelo Branco (emissão Bordados Tradicionais Portugueses). Seguiu-se, ainda em 2013 e integrado na emissão Rota das Catedrais, a representação da Sé de Castelo Branco. Neste artigo o autor também refere a existência de dois carimbos comemorativos dedicados a Amato Lusitano. Um foi usado em Matosinhos em 25 de fevereiro de 1994 e o outro em Beja, em 21 de maio de 2009. O catálogo apresenta também todos os carimbos de 1.º dia de circulação e comemorativos que já foram usados em Castelo Branco. No total são 16 carimbos. Geada de Sousa

antiago Alvarez, o cineasta da revolução cubana, chamou ao documentário que fez sobre a Revolução do 25 de Abril de 1974, “O milagre da terra morena”. Designação demasiado mística? O certo é que também uma das personagens de Os memoráveis, de Lídia Jorge, explica, a contragosto, que é a única palavra que encontra para explicar uma revolução que foi e é um poema. Uma sucessão de milagres. Enormes, pequenos milagres. Realizados por vários anónimos que escolheram, quase sempre, manter-se desconhecidos. Que cumpriram o papel que a história lhes reservou e voltaram às suas vidas. Em Os memoráveis, Lídia Jorge retoma Abril (e o PREC) como tempo de prodígios. Neste romance relata como Ana Maria Machado, jornalista portuguesa a viver em Washington, é desafiada a fazer a pesquisa para um documentário sobre a revolução que pôs fim aos 48 anos de ditadura em Portugal. De volta a casa tudo permanece quase intocado. Lá está a fotografia no restaurante conhecido como Memories e que fixa um dia histórico. Um dia em que a pequena história – a da consumação do amor entre o pai e a mãe – foi potenciada pela grande história de um encontro de homens que selaram o pacto de anonimato e de serviço à mudança política de um país por cumprir. Entretecendo ficção e factos históricos, a obra de Lídia Jorge é uma poderosa reflexão que convoca – e bem, e oportunamente, e de modo vivo e questionador – a memória de um tempo e a consciência que dele perdura, quando o mito já tomou tudo, e muito do que é inscrito – apesar do fantasma da não inscrição descrito pelo filósofo José Gil – nos registos memorialistas se tornou construção. Maria do Carmo Piçarra

Lídia Jorge D. Quixote 16,90 euros 352 páginas


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Mira Fest anima Odemira

Este fim de semana vai ser promovida, em Odemira, mais uma edição do Abril Mira Fest, um evento de música rock e desportos radicais, que conta este ano com a atuação de 20 bandas e tem como cabeças de cartaz Display of Power – Tributo a Pantera (de Espanha) e Ultimhate (de França). O Mira Fest decorrerá como habitualmente no Espaço Jovem, junto ao Mercado Municipal, em Odemira. Esta é uma iniciativa da Odemira-te – Associação Cultural e Artística de Odemira, com o apoio do município de Odemira e está inserida nas comemorações do 25 de Abril. Destaque também para a realização do 3.º Campeonato Regional de Skate, amanhã, sábado, a partir das 10 e 30 horas, no Skate Parque de Odemira.

Fim de semana Francisco Ceia apresenta livro Hoje, sexta-feira, realiza-se mais uma edição da iniciativa Sextas com os Livros. A Biblioteca Municipal de Beja apresenta, pelas 21 e 30 horas, Terra da Paciência, de Francisco Ceia. O autor é natural de Portalegre e a sua vida profissional, para além de compositor e músico, é preenchida com o trabalho de encenador e ator e mais recentemente pela escrita.

Carlos Mendes sobe ao palco do Musibéria Carlos Mendes apresenta hoje, sexta-feira, dia 11, no auditório do Musibéria, em Serpa, o concerto “Festa da Vida”. O cantor vai subir ao palco pelas 21 e 30 horas para celebrar os 50 anos de carreira. A organização do espetáculo musical encontra-se a cargo da Câmara Municipal de Serpa.

Terras sem sombra regressa a Grândola O Terras sem sombra - Festival de Música Sacra do Baixo Alentejo realiza amanhã, sábado, 12, pelas 21 e 30 horas, na Igreja Matriz de Grândola, mais um concerto integrado na edição deste ano. “Liturgia da Esperança: Misterio del Cristo de los Gascones” conta com dramaturgia e direção de Ana Zamora e com interpretação dramática de Elena Rayos e Elvira Cuadrupani, David Faraco, Juan Pedro Schwartz, Alejandro Sigüenza e Nati Vera.

Mercado tradicional, música, teatro, dança, gastronomia

Feira da Primavera anima centro histórico de Sines

Encontro com a Escrita em Aljustrel No âmbito dos Encontro com a Escrita, a Biblioteca Municipal de Aljustrel apresenta, amanhã, sábado, pelas 16 e 30 horas, o livro Álvaro Cunhal e Antifascismo na Astrologia Histórica, de Francisco Limpo Queiroz. Nesta última obra, o autor interessou-se por Álvaro Cunhal, figura da resistência antifascista, que, conforme diz, “nunca foi estudado de forma sistemática, do ponto de vista de uma astrologia (astronomia) científica, positivista que se cinge aos factos históricos e astronómicos e não entra em devaneios metafísicos”.

S

ines recebe, este fim de semana, a edição de 2014 da Feira da Primavera, na praça Tomás Ribeiro e ruas contíguas. O evento, segundo a Câmara Municipal de Sines, “pretende dinamizar o centro histórico da cidade através de um mercado tradicional, ateliês e workshops, sessões de contos, cozinha ao vivo, música e animação de rua”. Ao longo de todo o evento, decorre um mercado tradicional alusivo à primavera, com venda de produtos típicos da região e demonstrações ao vivo, com a presença de mais de 50 expositores. O espírito zen também estará presente na feira, com aulas de yoga e lu jong (yoga terapêutico) para pais e filhos. A Feira da Primavera conta também com circo de rua, pelos artistas Oli & Mary, que rea-

lizam performances recorrendo ao humor e utilizando várias técnicas circenses. Também nos dois dias do evento realizam-se sessões de contos alusivos à primavera, acompanhados por animação musical. O teatro estará ainda presente na feira, a 12, pelas 15 horas, com a criação, encenação e apresentação de uma pequena peça, com acompanhamento musical, e a 13, pelas 16 horas, com “A Magia das Águas”, pelo Teatro do Mar, um espetáculo de marionetas de caráter ecológico marítimo, encenado por Julieta Aurora Santos. A gastronomia também tem lugar na Feira da Primavera, através de demonstrações de cozinha ao vivo. No domingo, há também uma mini feira de trocas.


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Durão Barroso responsabiliza Vítor Constâncio pelo caso Alves dos Reis. Pacheco Pereira em Aljustrel: comentador usou “dinamite cerebral” para realizar rebentamentos na mina. facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Governo investe pouquíssimo no Alentejo em infraestruturas e transportes até 2020 - Executivo justifica medida com a necessidade dos alentejanos andarem mais a pé

Inquérito

“Nós não queríamos dizer nada, mas olhem que estão a f ic ar com a anquinha larga!” Foi com esta frase que fonte do Governo justificou o paupérrimo investimento na região em infraestruturas e transportes até 2020. Apesar da revolta sentida na região, o Executivo mantém a sua decisão, justificando a mesma com argumentos de.. peso. “Ninguém vos manda abus ar tanto do pão, do pão de rala, do pão com linguiça, do pão com manteiga, do pão com melão, do pão de alho, do pão com Nutella, do pão com manteiga de cor e do pão de alho com manteiga de alho. O vosso médico de família diz que vocês têm de andar a pé, mas preferem ficar em casa a emborcar gelado de rum com passas enquanto veem o ‘Quem quer ser milionário’. É um favor que vos estamos a fazer. Foram muitos anos a viver acima das possibilidades, agora temos de reduzir custos”. “Não se habituem a essas mordomias dos transportes públicos. Isto é para o vosso bem: vão adorar ir de Ficalho a Sines a pé, às duas da tarde, num dia de agosto. Diz que faz maravilhas à pele e à linha!”, acrescentou enquanto fazia festas num gato branco e se ria maleficamente.

Mas alguém tem dúvidas? Em vez de passarem a vida a sentir-se miseráveis e a desfrutar das maravilhas da procura de um emprego de sonho de 485 euros, andam por aí só a cravar vidas no Candy Crush Saga e a postar vídeos de gatos a tocar piano, de cães que são resgatados de uma lixeira ou de gatos que resgatam cães de uma lixeira enquanto tocam piano. Qualquer dia, se não temos mão nesta gente, querem comer bifes e mais não sei quê…

Acha que os desempregados passam o tempo agarrados ao Facebook?

ISABEL JONET, 54 ANOS Acionista no Banco Alimentar contra a Fome

Investigação “Não confirmo, nem desminto”: Terroristas portugueses da Al-Qaeda são alentejanos e dizem que é mais seguro trabalhar na organização terrorista do que em Portugal! Foi notícia de capa nesse tal semanário que se chama… “Expresso”, ou lá o que é. Há mais de 10 portugueses referenciados pelos serviços secretos por terem ligações à Al-Qaeda. Mas a “Não confirmo, nem desminto” foi mais longe (a sério, fomos mesmo muito longe) e enviámos o nosso correspondente em Mourão até Cabul que descobriu esses portugueses num campo de treinos na capital afegã: “Posso avançar com toda a certeza que os membros portugueses da organização eram claramente alentejanos. Houve vários sinais que são inegáveis: as patilhas até à bochecha, a pausa a meio da manhã para beber um café e um folhado com gila… Mas o momento mais esclarecedor foi o seguinte: apesar de convertidos ao Islão, foram os únicos que comiam carne de porco às escondidas, nomeadamente secretos e torresmo do rissol!”. O nosso intrépido repórter conseguiu chegar à fala com um dos terroristas alentejanos que lhe explicou o porquê desta nova vida. “Foi a melhor coisa que fiz! Sou licenciado e em Portugal só andava de trabalho precário em trabalho precário e aqui dão-me todas as condições para exercer a minha profissão – se eu quiser ir raptar um diplomata, não tenho de preencher papelada, ou se quiser rebentar com um tanque americano, não preciso de uma licença. Isto é que é estímulo ao empreendedorismo! Em Portugal levava meses para marcar uma consulta no SNS; aqui tenho seguro de saúde e se fizer um serviço como bombista suicida ainda me oferecem Betadine! Em Portugal tinha de ir trabalhar para Barrancos e aquela estrada é mais perigosa do que um caminho de cabras cheio de minas em Peshawar ou mesmo do que andar no IP8. Estava cansado de uma vida de loucura e aqui é mais sossegado: em Portugal estava sujeito a ficar cego só de ir às compras pelo Natal, aqui o máximo que tive foi um caldo de peixe que me caiu mal!”, explicou.

JUVENAL ACOMODADO, 33 ANOS Cliente do Banco Predial de Corte Gafo

Acho que a senhora dona Isabel tem toda a razão. Eu sou desempregado e não tenho nada dessas modernices. Quando me quero divertir faço outras coisas mais saudáveis como sair à rua, respirar, disputar uma sandes de fiambre semicomida com o cão da minha vizinha, enfim… o habitual… Isso dos computadores sempre me fez muita espécie por causa dos vírus. E eu que nem tenho as vacinas em dia. Ainda tenho de levar a do tétano e a da peste bubónica.

CRISTIANO FEL, 28 ANOS Presidente do clube de fãs do Game of Thrones de Santa Bárbara dos Padrões

As palavras dessa senhora são uma ver-go-nha! E deixam-me profundamente indignado e revoltado! Estou aqui, estou capaz de pegar no meu tablet e fazer um post extremamente crítico sobre esta situação abjeta! Essa senhora nem vai saber o que lhe caiu em cima! E a seguir vou fazer um post a criticar as pessoas que passam a vida a colocar posts indignados no Facebook. Era encostá-los a uma parede e enchê-los de revolta! Metem-me nojo profundo! Mesmo! E o pior são aqueles tipos que criticam as pessoas que metem posts indignados no Face…


Nº 1668 (II Série) | 11 abril 2014

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nada mais havendo a acrescentar... Gaiola Desamparo-me, invado-me de amargura e desenho um labirinto no pensamento. É um lugar só meu, ali para os confins da mágoa, onde eu ponho as emoções e elas vagueiam perdidas, dolentes, à procura das memórias, para poderem perceber onde foi que o sonho se partiu e me deixou os olhos pendurados em desalento. Se ao menos, de vez em quando, eu pudesse sair debaixo de mim e pudesse saciar-me de ternura, bebê-la lentamente, sem pressas, com quem descansa da vida! Queria tanto tocar a noite e suavemente beijar uma nesga de horizonte vivo que trouxesse na voz uma flor amarela. Mas o que acontece é que não há paz na essência de mim. Parece

que nada se completa, nada sara, nada se fecha. Há sempre reticências no parágrafo de cada hora, na impossível conclusão dos dias. Dia após dia, assim que abro os olhos, aparento ser um texto que recomeça e só acha palavras que não se dão comigo. E nas noites em claro vagueiam fantasmas parecidos com o mundo. Uso a minha vida como quem traz uma dúvida cruxificada no peito. E nas horas mais irrespiráveis, já de olhos pintados de água, percorro-me à procura de uma fresta, de um risco de luz, por onde eu possa fugir para encontrar o que falta. Mas fico, porque a minha cabeça é a gaiola do pensamento. Vítor Encarnação

quadro de honra

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Hoje, sexta-feira, o céu deverá apresentar-se muito nublado. A temperatura oscilará entre os 11 e os 22 graus centígrados. Amanhã, sábado, também são esperadas nuvens em toda a região e no domingo o tempo continuará encoberto.

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Barrancos recebe “Portugal em Festa”

Ricardo Trindade, 25 anos, natural de Grândola É DJ e grava e edita as suas próprias músicas. Mas há mais. É produtor e diretor de som de várias curtas-metragens. É ainda técnico de som e monitor da cadeira de Práticas de Gravação na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha. Foi também o construtor do sintetizador “Big Wanna Talker”, apresentado em Viena, Áustria, no Festival Grundstein 2013. Está a especializar-se no ramo de Som no curso de Som e Imagem da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha.

Filmado em Grândola

Cartazes de Abril em Odemira

Um western em solo alentejano

M

ais de 800 pessoas assistiram, no Cine Granadeiro, em Grândola, à estreia do filme de Ricardo Trindade. “A Lenda do Cavalo Castiço”, um western português e alentejano. “Uma agradável surpresa”, considera Ricardo Trindade, que só já pensa no próximo. “A Lenda do Cavalo Castiço” tem produção, realização e interpretação feita maioritariamente por grandolenses. Como surge este filme com pronúncia e sabedoria local?

“A Lenda do Cavalo Castiço” surge de outro trabalho efetuado para a Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha, há cerca de um ano, onde depois de analisada a composição musical de alguns westerns, teríamos que criar uma curta-metragem baseada no que tinha sido estudado. Desse trabalho escolar surgiram algumas brincadeiras e perguntas acerca do mesmo. Num desses dias disseram-nos que arranjavam cavalos caso houvesse vontade de fazer outro filme. E a história do filme foi feita em tom de brincadeira quando o nosso grupo de amigos se juntava para beber café, onde se foram gravando as ideias no telemóvel para não nos esquecermos. Depois juntámo-nos para escrever o guião baseado nessas ideias. Definimos o calendário e PUB

em duas semanas filmámos tudo. A pós-produção durou cerca de oito meses, devido a outros trabalhos e também à universidade. Quanto à participação, não foram apenas grandolenses. Tivemos a participação do André Ramos, que é de Ermidas do Sado. Na música do saloon, os temas foram compostos pelo Tiago Paiva, de Gondomar. Todo o conteúdo é original, desde a história às músicas. É de frisar que o filme é de todos os que nele participaram. Sem todos eles, e outras pessoas que ajudaram, não seria possível realizar-se. A estreia, em Grândola, aconteceu recentemente e a afluência à bilheteira foi grande. Foram necessárias três sessões…

Foi algo de que não estávamos à espera, principalmente por duas razões. Em primeiro lugar, este filme foi feito como uma brincadeira e não era suposto passar numa sala de cinema. Em segundo lugar, nunca pensámos que tanta gente o quisesse ver, mas compreende-se por ser algo da terra. Que conta o filme?

Penso que a sinopse explica o suficiente e deixa o bichinho para ver o filme. “Reza a lenda que na herdade do Cavalo Castiço foi encontrado ouro noutros tempos.

A Câmara Municipal de Barrancos anunciou que a ExpoBarrancos – Feira do Presunto e Enchidos, que se realiza no próximo fim de semana, vai receber, no domingo, dia 13, a partir das 13 e 30 horas, o programa “Portugal em Festa”, da SIC. A autarquia considera que “esta será uma tarde de festa inesquecível”.

Fausto, o dono da propriedade, é então avisado que a lenda se confirma. Devido a esta descoberta inesperada, a ganância e febre do ouro cai sobre a pacata terra, trazendo consigo morte e destruição. Apenas o temível ajudante do xerife, Espingarda John, poderá restaurar a ordem”. Trata-se de um western português e alentejano?

Exatamente. Queríamos criar algo com o que de melhor tínhamos na nossa região. Sejam as pessoas, as expressões e espaços, daí que o sotaque e as expressões alentejanas estejam bastante presentes. É uma comédia, com alguma tensão pelo meio. Nas músicas tentámos ser fiéis ao estilo, mas tentando quebrar em alguns pontos. Por outro lado, criámos uma música bastante alentejana para o final. E agora, que se segue? Que outras salas podem receber o filme?

Em princípio iremos fazer outro filme. Talvez não seja um western, mas será definitivamente português e alentejano. Em relação a outras salas existem algumas possibilidades que andamos a analisar, e estamos abertos a sugestões. Entretanto deverá haver uma outra sessão em Grândola para muita gente que ainda não viu e que anda a pedir para ver. Bruna Soares

Os cartazes usados nos últimos 35 anos para anunciar comemorações do 25 de Abril, promovidas pela Câmara de Odemira, podem ser apreciados numa exposição. A exposição “40 anos de Abril Os cartazes das comemorações do 25 de Abril em Odemira” vai estar patente ao público até ao fim deste mês na piscina municipal da vila. Segundo a autarquia, a exposição reúne 35 cartazes usados desde 1979, ano em que foi elaborado o primeiro cartaz para anunciar as comemorações do 25 de Abril no concelho, até este ano, os quais “celebram Abril e a democracia” e “contam um pouco da história” de Odemira. Após o fim deste mês e depois de estar patente ao público na piscina municipal, a exposição fará a itinerância pelas freguesias do concelho, durante os próximos meses, refere a autarquia.

Pedro Adão e Silva apresenta livro O professor universitário e comentador político Pedro Adão e Silva apresenta o livro Tanto Mar, hoje, sexta-feira, 11, pelas 21 e 30 horas, na Biblioteca Municipal de Sines. O livro mostra outra vertente de Pedro Adão e Silva, a de surfista, e tem a coautoria do ilustrador João Catarino.

Voto de agradecimento ao “DA” A Assembleia Geral da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Beja aprovou por unanimidade um voto de agradecimento ao “Diário do Alentejo”, nomeadamente pela “colaboração e apoio que prestou ao longo do pretérito ano”.


Luis Parreira a recolher os seus cães, da Matilha de Estremoz. Montaria da Associação de Caçadores do Concelho de Mora. Fevereiro 2014.

Fotojornalismo festejado na V edição do Prémio Estação Imagem | Mora

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ia 19 irão ser conhecidos os trabalhos de fotojornalismo distinguidos pelo Prémio Estação Imagem | Mora 2014. À 5.ª edição do único evento desta área realizado em Portugal concorreram cerca de duas centenas de profissionais, incluindo repórteres dos Palop e da Galiza, com quase 400 trabalhos, sensivelmente, o mesmo número do ano anterior. Luís Vasconcelos, presidente da Estação Imagem, disse ao “Diário do Alentejo” que o júri, presidido este ano por Paolo Pellegrin, da Agência Magnum, e que integra ainda Alessandra Mauro, curadora de fotografia, Christopher Morris, fotojornalista da agência VII, Pablo Juliá, diretor do Centro Andaluz de Fotografia, e Jérôme Sessini, fotojornalista da agência Magnum, se reunirá em Mora, nos dias 17 e 18.

Os trabalhos concorrentes candidatam-se a sete categorias (Notícias, Assuntos Contemporâneos, Vida Quotidiana, Retrato, Desporto, Arte e Espectáculos e Ambiente). De entre todos os trabalhos a concurso o júri atribuirá o Prémio Estação Imagem | Mora e, para além disso, apreciará as propostas apresentadas para a bolsa, destinada à realização de um projeto documental sobre o Alentejo. Desde a primeira edição, em 2010, já concorreram ao prémio mais de duas mil reportagens e cerca de 700 fotojornalistas, com um total de 24 722 fotografias. O júri, sempre composto com personalidades prestigiadas a nível internacional, já contou com a colaboração de elementos do “The New York Times”,

“Ster”, “Le Monde”, “La Reppublica”, “Geo”, “The New Yorker”, Reuters, AFP e Noor. O Prémio Estação Imagem | Mora tem o valor de 3 500 euros, e os vencedores de cada uma das sete categorias recebem mil euros. O candidato à bolsa escolhida receberá quatro mil euros, e no fim do projeto será publicado em livro e divulgado através de uma exposição itinerante, durante o ano de 2015. O anúncio dos prémios terá lugar no Cinema da Casa da Cultura de Mora, dia 19, às 11 horas. Às 15 e 30 horas será inaugurada a exposição “Caça Grossa”, de António Pedrosa, vencedor da bolsa em 2013 e de que hoje fazemos a pré-publicação nestas páginas. Duas horas depois, realizar-se-á a conferência do júri, no mesmo local.


II Diário do Alentejo 11 abril 2014

Nasceu em Angola, vive no Porto, mas tem raízes em Trás-os-Montes. E foi aí, na terra dos seus pais, que António Pedrosa foi descobrir as imagens que lhe deram o Prémio de Fotojornalismo Mora | Estação

Ana Parreira, matilheira, da Matilha de Estremoz. Montaria da Associação de Caçadores “Os Asas” de Mora. Novembro 2013.

António Manuel Barata dispara sobre um veado. Arraiolos. Fevereiro 2014.

Imagem, em 2012. Já este ano, o fotógrafo free lancer, de 43 anos, foi distinguido com o Prémio Hasselblad Masters 2014, com uma reportagem sobre a comunidade cigana do “Bairro do Iraque”, em

Carrazeda de Ansiães. A inspiração para o trabalho de que hoje fazemos uma prépublicação – “Caça Grossa” – e que lhe garantiu a bolsa da Estação Imagem em 2013, essa foi buscá-la à terra onde nasceu


“parecia que estava em Trás-os-Montes”. Vê-se que a “afabilidade e simpatia” dos alentejanos o conquistou. Para o futuro imediato está a participar num projeto coletivo, financiado através de

crowdfunding, sobre os efeitos da crise em Portugal. Do trabalho de Paulo Pimenta, Bruno Simões Castanheira, Lara Jacinto, Pedro Neves, Adriano Miranda, José Carlos Carvalho, Rodrigo Cabrita, Vasco

Célio e dele próprio, resultará um livro e um DVD a publicar lá para setembro. A sua parte incidirá sobre a geração nem/nem: que nem trabalha, nem estuda. Quem quiser ajudar pode ver como em www.projectotroika.com.

Daniel Pinto. Alcaria Ruiva, Mértola. Outubro 2013.

Cães na perseguição de um gamo. Arraiolos. Fevereiro 2014.

III Diário do Alentejo 11 abril 2014

e, como explica nestas páginas, a uma imagem do fotógrafo Cunha Morais, do século XIX. Em declarações ao “DA”, Pedrosa diz que nos meses que passou no Alentejo para desenvolver este trabalho


Vencedores revelados dia 19 em Mora

Sábado, dia 19, pelas 11 horas, no Auditório Municipal de Mora, vão ser anunciados os vencedores da quinta edição do Prémio de Fotojornalismo Estação Imagem|Mora. Para além das várias categorias e do prémio principal, será também revelado o nome do bolseiro para 2014.

Da parte da tarde, na Casa de Cultura de Mora, será inaugurada a exposição “Caça Grossa”, de António Pedrosa, e que antecipamos, em parte, neste suplemento. Depois, às 16 horas, no auditório municipal, o júri explicará as suas escolhas e serão projetados os trabalhos vencedores.

José Teixeira com o seu barrete da sorte. Montaria da Associação de Caçadores “Os Asas” de Mora. Fevereiro 2014.

A pose e a presa

“A

rte” ou “acto”, segundo o dicionário, a caça no meu imaginário sempre foi mais fotografia que taxidermia como se a presa fosse apenas um mero acessório da pose do caçador – o verdadeiro troféu. Quando decidi documentar o quotidiano dos caçadores portugueses veio-me instantaneamente à memoria o “cliché” do fotógrafo J.A. da Cunha Moraes, captado durante uma caça ao hipopótamo no Rio Zaire, em Angola, e publicado em 1882 no álbum Africa Occidental. O grande caçador branco posava, ao centro da fotografia, com a sua espingarda, rodeado pela tribo local. Foi com este cliché que cheguei ao Alentejo em busca dos grandes caçadores contemporâneos. Durante meses a fio, de Mora a Mértola, passando por outros concelhos alentejanos, vi veados, javalis, raposas e corças. Fotografei montarias em zonas de caça associativa e em herdades privadas, caçadores ricos e remediados. Caçadores de carne e caçadores de troféu. Fotografei quem vive da caça e quem a vê como um hobby para alguns fins de semana durante o ano. Acompanhei os diversos tempos e momentos de uma caçada, entre a pose e a presa, o vinho e o sangue, o estampido dos tiros e o murmúrio dos campos. Logo nos primeiro dias, durante uma “enxota” ao javali nos campos de milho de Montemor-o-Novo, tive a sorte de cruzar-me com o José António, mais conhecido por Berras, dono da matilha Tempestade de Mora. A personalidade, conhecimentos e experiência deste caçador e do Nelson, o seu ajudante e amigo, levaram-me a segui-los ao longo de várias caçadas. Tive sorte, ouvi histórias de caça, da boca de caçadores conscientes mas também da boca daqueles para quem só importa a quantidade. Encontrei uma população envelhecida, essencialmente masculina, onde os jovens são minoria. Uma espécie ameaçada pelo envelhecimento e pela perda de poder económico, em especial entre os que se dedicam à caça menor. O resultado deste aparente reencontro, à vista desarmada, é esta série de imagens. Distante do cliché de 1882, na mira da objectiva, o fotógrafo, face a homens com espingardas na mão, não se deixou “caçar” nem pela pose nem pela presa. António Pedrosa, março, 2014


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