Edição N.º 1666

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Filomena Cautela: “Ferreira do Alentejo será sempre uma terra especial pág. 32 para mim” SEXTA-FEIRA, 28 MARÇO 2014 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1666 (II Série) | Preço: € 0,90

Câmara de Odemira vota contra “doação de património”. ADB apenas garante salários de abril

Imóveis da Assembleia Distrital de Beja passam para a posse da Cimbal pág. 7

Gravidade da violência exercida entre namorados aumentou em 2013

Há uma companhia teatral alemã no meio das serranias de Odemira Reportagem nas págs. 16/17

Utentes do Terreirinho das Peças mudam-se em maio para novo lar Entrevista na pág. 6

O Núcleo de Atendimento o a Vítimas de Violência Doméstica ca do Distrito de Beja recebeu seis novos ovos casos de violência no namoro o em 2013. Um número escasso e que esconde a “real incidência” deste fenómeno na região. Já a gravidade dade dos atos de violência exercidos cidos entre namorados aumentou u de forma preocupante, tal como o os episódios relatados “deixaram ram mais sequelas”. págs. 4/5 PUB

Inquérito à morte de dois bebés decorre há um ano no Hospital de Beja pág. 8

O “Diário do Alentejo” vai ser distribuído no Festival do Peixe do Rio, em Pomarão


Diário do Alentejo 28 março 2014

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Editorial Palavras

Vice-versa “O Ministério da Educação e da Ciência está a fazer um inventário exaustivo para identificar as escolas que contém fibrocimento. Só no final deste trabalho poderá saber com segurança o número de edifícios que contêm amianto”. Ministério da Educação e da Ciência, dia 7 de março de 2014

Paulo Barriga

V

ou arrepende-me longamente de cada uma e por cada uma das palavras que aqui escrever. Mas hoje tenho mesmo de dizer que as palavras servem apenas para enunciar o lado supérfluo da vida, as ligeirezas da existência humana, o ruído em geral. Faz hoje oito dias, no Pax Julia, que o Teatro do Mar, de Sines, levou à cena uma peça chamada “Âmbulo”. Uma dramaturgia sem palavras em torno da questão da emigração, do abalar, das provações, da solidão e do reencontro. O espetáculo é inspirado na novela gráfica Emigrantes (The Arrival), do ilustrador australiano Shaun Tan. E tanto no álbum desenhado como nas tábuas do palco, as palavras não se dizem. Sequer por uma única vez. Em seu lugar sobrevive o gesto. O toque. A ação. O olhar. Os sentidos e os sentimentos. O silêncio, apenas. Por regra, as palavras geram imagens. Aqui, são as imagens que procriam palavras. Palavras interiores, perfeitas e substantivas. Palavras de cada um, ao uso de cada qual. Certa vez José Saramago disse tudo sobre elas: Cada um apenas pensa com as palavras que conhece. As palavras são sempre íntimas, podem por vezes ser intimistas, mas hoje, no tempo da palavra total, as palavras intimidam. Temos como válida, aliás, a ideia que comunicação é um sinónimo perfeito de palavra. A palavra dita, mas sobretudo a palavra escrita tomou como seu e apenas seu o ato comunicativo. A verbalização, nomeadamente a que é experimentada nos meios eletrónicos e audiovisuais, é uma espécie de surto viral que ataca de forma devastadora um bem cada vez mais raro e precioso nas sociedades contemporâneas: O silêncio. A extinção total do silêncio, dos diferentes silêncios, coincidirá com a propagação definitiva da palavra. O fim do silêncio originará, já está a originar, uma nova civilização. A civilização do homem à máquina. Solitário mas palavrosamente no centro do mundo, a disparar palavras em todas as direções, a receber palavras de todos os quadrantes. Quando afinal aquilo que reproduzimos massivamente por palavras não se diz nem se escreve: Beijo, sorriso, abraço, f lor, adeus, lágrima. E tantas outras palavras que apenas necessitariam de duas pessoas, pelo menos ou somente duas pessoas, para construir um pedacinho de silêncio.

“O tribunal deu 10 dias ao MEC para responder à ação de intimação interposta pela Fenprof, no sentido de se conhecerem as escolas em que se mantém amianto nas construções. O sindicato endereçou ainda ofícios às câmaras da região a solicitar informação sobre as escolas onde há amianto ou suspeitas de amianto”. Manuel Nobre, Sindicato de Professores da Zona Sul (SPZS), Rádio Pax, dia 18 de março de 2014

Fotonotícia Devolve-me o passeio. A Câmara de Beja vai lançar uma campanha contra o estacionamento abusivo. Esta vigilância vai incidir nalgumas zonas tidas como mais problemáticas neste aspeto. Irá ser assegurada por alunos dos 3.º e 4.º anos do 1.º ciclo, acompanhados por agentes da autoridade, pessoas com mobilidade reduzida, técnicos da autarquia e peritos em acessibilidade. Com esta incitativa pretende-se alertar para este tipo de incumprimento social e diminuir o número de condutores que utilizam repetidamente os passeios como lugar de estacionamento. Restituindo aos peões um espaço que lhes é devido. Texto José Serrano Foto José Ferrolho

Voz do povo Jádeusangue?(Ontem,27demarço,comemorou-seoDiaNacionaldoDadordeSangue)

Inquérito de José Serrano

Marlene Soares 24 anos, estudante

João Guerreiro 28 anos, estudante

Dina Machado 37 anos, assistente técnica

Manuel Quadros 53 anos, empresário

Embora já tivesse pensado várias vezes em fazê-lo, até agora, ainda não o fiz. Mas penso muito nisso. E quero fazê-lo brevemente. Mas eu fumo. E julgo que existem alguns impedimentos na doação de sangue por parte dos fumadores. É fundamental esta prática solidária de doar sangue. Hoje são outros, amanhã podemos ser nós a precisar.

Não. Se calhar por falta de oportunidade. Ou talvez não esteja suficientemente sensibilizado para a importância de dar sangue. Tenho alguns receios. Medo de agulhas. Mudei-me há pouco para a Dinamarca. Lá, quando se recebe o registo de residência somos incentivados a dar sangue. Existe uma preocupação na informação desta prática que deveria também cá existir.

O meu marido já. Mas eu nunca dei sangue. Há vezes penso nisso. Que devia dar. Que devia fazer parte dessa ajuda, dessa partilha. Para auxiliar o próximo. Se todos adquiríssemos esta prática diminuiriam com certeza os problemas de falta de sangue com que a maioria dos hospitais se debatem. Há um certo comodismo na sociedade em relação a esta questão. Eu incluída.

Não senhor. Tenho pena. Quando o quis fazer já era tarde. Em mais novo não tive esse vislumbre da necessidade de ajudar. Com a idade vamos adoçando, ficando mais sensíveis aos outros e aos seus problemas. Mas tenho imensa consideração e admiração por quem o faz. Acho que é um ato de solidariedade entre as pessoas. De louvar. Um banco de sangue é fundamental.


Rede social

Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 20 FERREIRA DO ALENTEJO GRUPO CH INVESTE NO CONCELHO O Grupo CH, reputado como a “consultora mais premiada em Portugal”, abriu oficialmente um novo escritório em Ferreira do Alentejo, no Centro de Desenvolvimento Económico. A inauguração contou com as presenças do presidente da câmara local, Aníbal Reis Costa, assim como de representantes das associações empresariais, parceiros de negócios e instituições regionais e locais. Para o grupo, que tem sede em Coimbra e escritórios em Lisboa e Porto, a aposta na criação de uma representação em Ferreira “pretende consolidar uma presença técnica de referência e contribuir para o desenvolvimento económico da região, em particular nos setores da agricultura e turismo”.

BEJA SOCIALISTAS INAUGURAM ROTEIRO PELAS FREGUESIAS Os vereadores do PS na Câmara de Beja deram início, em São Matias, a um périplo pelas freguesias rurais do concelho, acompanhando a concelhia de Beja do PS. O roteiro, designado “Às quintas, na aldeia”, contempla “visitas de trabalho e contacto com instituições e população em geral”, que terão lugar uma vez por mês, “assumindo uma importância acrescida, tendo em conta o facto de o atual executivo CDU/PCP não ter dado continuidade ao projeto Semanas Abertas, do anterior mandato”. Uma iniciativa, concluem, “de excelente acolhimento e grande agrado das populações, face aos resultados obtidos”. Março reservou excecionalmente duas visitas, tendo a última sido ontem, quinta-feira, em Baleizão.

SÁBADO, DIA 22 BALEIZÃO HOMEM MORRE NUM INCÊNDIO EM CASA Um homem de 72 anos, que vivia sozinho, morreu num incêndio numa habitação em Baleizão, no concelho de Beja, informaram fontes dos bombeiros e da GNR. De acordo com o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja, o alerta foi recebido às 06 e 02 horas. O corpo da vítima, segundo fonte da GNR, foi encaminhado para os serviços de medicina legal do hospital de Beja para ser efetuada a autópsia. Estiveram envolvidos no combate às chamas oito operacionais dos Bombeiros Voluntários de Beja, apoiados por três viaturas, sendo as causas do fogo por enquanto desconhecidas. No local esteve também a GNR, mas a investigação do incêndio passou para a alçada da Polícia Judiciária.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 24 MOURA E BEJA DEPUTADO JOÃO RAMOS REÚNE-SE COM INSTITUIÇÕES O deputado do PCP João Ramos, eleito por Beja, cumpriu um programa de visitas nos concelhos de Beja e Moura. O parlamentar esteve reunido com a direção da Associação dos Apicultores do Vale do Guadiana (Apivale), em Moura, seguindo depois para a capital de distrito, onde visitou e participou em reuniões no Centro Infantil Coronel Sousa Tavares e na Santa Casa da Misericórdia de Beja.

BEJA E ALJUSTREL PITA AMEIXA CUMPRE CICLO “NOVO DESENVOLVIMENTO” O deputado socialista Luís Pita Ameixa cumpriu uma agenda de trabalho pelo distrito de Beja, no âmbito do ciclo “Novo Desenvolvimento”, do grupo parlamentar do PS. O périplo arrancou na Câmara Municipal de Beja, seguindo-se uma visita ao serviço de Finanças. Já em Aljustrel, o parlamentar foi aguardado na empresa de explosivos Orica Mining Services Portugal, SA, contactando depois com agricultores locais. A visita contemplou também um almoço com eleitos autárquicos, e uma reunião na empresa Transaqua – Sociedade Ibérica de Tubagens, em Montes Velhos.

3 perguntas a Arlindo Morais

Presidente da Junta de Freguesia de Beringel

Entre amanhã e domingo, 30, estreia-se em Beringel a iniciativa Sabores no Barro. O que se pretende que seja e que objetivos persegue?

Os Sabores no Barro, com entrada livre, pretendem promover o nosso território, associando a tradição da olaria à nossa gastronomia e ao cante alentejano. A organização disponibilizará um espaço expositivo para os artesãos e comerciantes dos artigos relacionados com o barro, a olaria e os seus derivados. Ao longo do fim de semana, estará em funcionamento uma tenda dedicada à gastronomia, com diversas tasquinhas para refeições e petiscos, valorizando os “comeres do barro”. Haverá muita animação, com especial destaque para o cante alentejano, com a apresentação de vários grupos corais e com a participação especial de António Zambujo, embaixador deste evento.

“Somos Portugal” foi provar o presunto a Ourique Lá ao fundo, junto às palmeiras, as novas estrelas das feiras e romarias: Nuno Eiró e Mónica Jardim, da TVI. Desta vez, rumaram até Ourique no domingo, 23, ajudando a encher, ainda mais, uma Feira do Porco Alentejano que tem já lugar no calendário nacional.

Crianças plantam árvores na Feira da Água A pretexto do Dia Mundial da Floresta, plantou-se uma árvore no Parque de Feiras e Exposições de Beja. Os alunos e o vereador Manuel Oliveira estiveram juntos nesta tarefa, a abrir a I Feira da Água.

Falando de visitantes, espera-se que seja um evento de abrangência local ou que chegue mais longe?

Sem dúvida, que chegue mais longe, pois pretendemos mostrar o que de melhor se faz em Beringel, e o melhor que Beringel tem para oferecer para que, posteriormente, os visitantes dos Sabores no Barro voltem a visitar Beringel. Depois, tivemos a sorte de ter em António Zambujo um amigo da nossa terra, mostrando-se disponível para organizar connosco todo o evento, sendo ele o principal responsável por toda a componente musical, onde se irá promover o cante alentejano. E quem melhor para representar o cante alentejano que este artista bejense de projeção mundial? Olaria, gastronomia e cante alentejano são as palavras-chave. Beringel está a construir a sua marca própria no concelho de Beja?

Sim. Não podemos esquecer que Beringel é a única vila do concelho de Beja e desde o primeiro dia que tomámos posse que o nosso grande objetivo foi criar a marca “Beringel”. A vila de Beringel sempre foi conhecida pelos seus barros e pelos seus oleiros, e infelizmente neste momento só temos um oleiro a trabalhar o barro e outro na produção de tijolo de burro, mas queremos inverter esta situação, promovendo a olaria não só através destes eventos, mas também da formação para jovens e professores, de oficinas de olaria para pais e filhos e assim, quem sabe, voltar a enraizar este ofício nas nossas gentes. Queremos ainda apostar no turismo de natureza com a promoção do birdwatching na barragem do Pisão e das visitas a Colmeais, que é uma importante reserva da Quercus. Carla Ferreira

“Ti” Ermelinda celebrou 103 anos Com 103 anos, é uma das pessoas mais idosas do concelho de Santiago do Cacém. Tanto é, que teve direito a um ramo de flores, entregue pelo vereador Norberto Barradas, na festa dos aniversariantes de março do Centro de Dia de Alvalade. Parabéns, “Ti” Ermelinda!

Brincar às artes performativas em Odemira Chama-se “Miragem” e é o novo projeto educativo para Odemira. A ideia é “aproximar cerca de 2 500 crianças do concelho ao mundo das artes performativas”, como o teatro, o novo circo, a dança e a música. Mais uma vez sob a batuta da coreógrafa Madalena Vitorino.

Voluntários limpam envolvente da barragem de Odivelas Haja alegria no trabalho. Parece ter sido o lema dos que se voluntariaram para a limpeza de lixo na zona envolvente à albufeira de Odivelas, no sábado, 22. Uma ação promovida pela Câmara de Ferreira do Alentejo, a propósito do Dia Mundial da Água.

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Perfil da vítima (NAV Beja) Sexo feminino Tem entre 19 e 24 anos

3.º ciclo de escolaridade e ensino secundário

Tema de capa

66% das vítimas

sofreram violência física e psicológica (2013)

INFOGRAFIA JOSÉ SERRANO

Os jovens estão mais sensibilizados para o fenó- violência no namoro, um número “bastante baixo pedido de apoio”. Há também quem não o faça meno da violência no namoro, mas ainda são pou- face à incidência estimada deste fenómeno”. De “por vergonha, medo ou numa tentativa de protecos os que procuram ajuda ou apresentam queixa. acordo com o NAV, “existem táticas subtis e formas ger o agressor”. O núcleo de atendimento registou Ao Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência mascaradas de exercer poder e controlo sobre a ou- ainda, em 2013, “um aumento visível da gravidade Doméstica do Distrito de Beja (NAV) chegaram, tra pessoa e que podem ser impercetíveis”, o que da violência exercida”. durante 2012 e 2013, apenas seis novos casos de “contribui significativamente para que não exista

Texto Nélia Pedrosa Ilustração Susa Monteiro

Casos registados pelo NAV de Beja não espelham a realidade

Gravidade da violência exercida no namoro aumentou em 2013

A

desvalorização de certos comportamentos agressivos entre namorados, entendidos muitas vezes como demonstrações de afeto, como algo normal, aceitável (o caso dos ciúmes, do controlo) ou a vergonha e o medo de serem culpabilizados leva a que a violência no namoro seja ainda um fenómeno “encoberto”. O Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica do Distrito de Beja (NAV), estrutura coordenada pela Moura Salúquia – Associação de Mulheres do Concelho de Moura, recebeu durante 2012 e 2013 apenas seis novos casos de violência no namoro, “que resultaram em inúmeras diligência e atendimentos”. Um número “bastante baixo face à incidência estimada deste fenómeno, o que se explica tendo em atenção as suas características próprias”, afirma Patrícia Cardoso, uma das técnicas do núcleo, adiantando que “a violência tende a ser um fenómeno encoberto” e, no que toca à violência no namoro, “existem táticas subtis e formas mascaradas de exercer poder e controlo sobre a outra pessoa e que podem ser impercetíveis”, o que “contribui significativamente para que PUB

não exista pedido de apoio”. Para além destes novos casos o núcleo acompanhou, nos dois anos referidos, situações que transitaram dos anos anteriores, também em número pouco expressivo. Frequentemente as vítimas e os agressores “não entendem a dimensão criminal dos atos sofridos/ /perpetrados ou não os entendem sequer como comportamentos abusivos”, continua a técnica de Serviço Social. Há também “ainda muitas pessoas que por vergonha, medo, sentimentos de culpa ou numa tentativa de proteger o agressor, por quem têm sentimentos ambivalentes, não procuram

ajuda”. As poucas denúncias que chegam ao NAV não representam, assim, “a inexistência de situações de violência no namoro mas sim a sua ocultação”, daí que seja um fenómeno “tão preocupante”, reforça Patrícia Cardoso. Há mesmo “alguns estudos que têm chegado à conclusão que a violência no namoro é mais frequente do que a violência entre pessoas casadas ou em união de facto”, salienta a técnica. E um fator ligado a estes dados “pode estar relacionado com a legitimação da violência por parte dos jovens, sendo frequente a banalização e até a romantização de alguns aspetos violentos. Por isso

recebemos menos denúncias de violência no namoro e mais de violência conjugal”, diz. Ainda de acordo com os dados disponibilizados pelo NAV, as seis novas vítimas registadas em 2012 e 2013 eram do sexo feminino, tinham entre 19 e 24 anos e o terceiro ciclo de escolaridade e ensino secundário. A nível global verifica-se, no entanto, que “a violência no namoro tende a ser cada vez mais precoce”, realça Patrícia Cardoso. Agressões com recurso a objetos perigosos, como x-atos Os re-

feridos casos de violência chegaram ao Núcleo de Atendimento a

O que é a violência no namoro?

“A

violência no namoro caracteriza-se pela ocorrência de atos de violência, pontual ou contínua, cometida por um dos elementos do casal ou por ambos, com o objetivo de controlar, dominar e ter mais poder do que a outra pessoa envolvida na relação. Existem diferentes formas de violência no namoro, umas mais visíveis e fáceis de identificar do que outras, mas todas com sérias consequências para a vítima. A violência pode ser física, verbal, psicológica, sexual e social ”, diz Patrícia Cardoso, do Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica do Distrito de Beja.

Vítimas de Violência Doméstica do Distrito de Beja encaminhados, maioritariamente, pelos serviços de saúde, o que, nas palavras da técnica, “atesta a gravidade das situações que chegam aos serviços e a invisibilidade e mais difícil deteção de outras formas de violência”. Aliás, as grandes diferenças verificadas entre 2012 e 2013, no que toca às novas situações de violência no namoro acompanhadas, dizem respeito “à dinâmica abusiva”. No ano passado “constatou-se um aumento visível da gravidade da violência exercida”: “Os episódios foram mais graves e deixaram mais sequelas, com recurso a objetos perigosos, como x-atos, e obrigando a mais entradas no serviço de urgência do hospital, por exemplo”, revela Patrícia Cardoso. Em 2013, no universo total de vítimas acompanhadas pelo núcleo, “a violência física e psicológica”, o tipo “mais frequentemente exercido”, estava presente “em 66 por cento das situações”. A violência exercida sobre a vítima pode ainda ser do tipo verbal, social e sexual. Nas relações de namoro entre os mais jovens, “a violência verbal e a violência psicológica (gritar, chamar nomes,


Estudo nacional revela que um em cada quatro foi vítima de agressão

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O

maior estudo nacional sobre a prevalência da violência do namoro foi realizado em 2009 por Sónia Caridade, atual investigadora da Universidade do Minho, e envolveu 4 667 jovens com idades entre os 13 e os 29 anos. Destes, 25 por cento afirmou ter sido vítima de, pelo menos, uma agressão no último ano e 31 por cento admitiu ter sido agressor. Vinte por cento das vítimas sofreu violência emocional, 13 por cento violência física e 20 por cento agressões mais severas. No caso dos agressores, 22 por cento admitiu ter recorrido à violência emocional, 12 por cento à violência física e sete por cento a agressões mais severas.

apontar defeitos e falhas, humilhar junto de outras pessoas)” surgem “com mais frequência”, diz a técnica. Mas, apesar de estas formas de violência “poderem parecer menos graves”, costumam po evoluir. Com o passar do tempo ve, “a violência torna-se mais grave, ais mais perigosa para a vítima, mais intensa e mais frequente, isto é, laacontece cada vez mais”, esclarece, adiantando que “algumas situações de violência sexual no namoro têm a ver com a ideia de que faz o sexo é obrigatório ou que ‘faz parte’”. Por outro lado, quandoo a violência sexual acontece, “a vímo tima pode não identificá-la como por uma experiência de violência (por exemplo, acham ‘normal’ cederr e que aceitar ter relações sexuais porque o/a namorado/a insiste muito ou lafaz ameaças de que acaba a relata. ção se não o fizerem)”, acrescenta. elo Nos casos acompanhados pelo ou NAV, “em nenhum se verificou apenas um episódio violento”, ou seja, houve “reincidência em todos”, explica Patrícia Cardoso, que sichama a atenção para a necessibadade “de se refletir sobre a probaanbilidade destas dinâmicas se manma terem em relações futuras, uma tavez que há padrões de comportamento aprendidos”. Um dos caNR sos foi encaminhado para a GNR co. e outro para o Ministério Público. aso “A forma de atuação em cada caso alé analisada e decidida individualmente, uma vez que diferentes vítimas nos trazem diferentes nemos cessidades. O que procuramos fazer é uma avaliação geral da situação, do impacto da vitimaçãoo e qui do risco associado. A partir daqui entraçamos um plano de intervenção em conjunto com a vítimaa e rio agilizamos sempre que necessário do o encaminhamento apropriado para os nossos parceiros”. vas Embora a totalidade das novas tivítimas registadas nos dois últimos anos pelo NAV seja do sexo feminino, a violência no namoro não oné uma violência de género. Ao contrário do que acontece nos casos de ítiviolência conjugal, em que as víties, mas são, na sua maioria, mulheres, PUB

na violência no namoro “encontra-se algum equilíbrio no que toca ao sexo das vítimas e dos agressores”, diz a técnica de Serviço Social. As raparigas costumam “agredir através de estratégias de violência que não utilizam a força física (insultar, gritar, envergonhar)” e os

rapazes “mais facilmente utilizam a violência física (bater, empurrar, agarrar)”. “O silêncio é muitas vezes a arma mais poderosa dos agressores” A problemática da violên-

cia no namoro “tem sido uma

preocupação” desde que o NAV entrou em funções, em 2008. Por isso, “desde cedo”, a prevenção nesta área foi apontada como “prioritária”. O núcleo tem vindo a realizar diversas ações de sensibilização um pouco por todo o distrito, ações essas que, em

média, por ano, contam com a participação de cerca de 350 jovens do terceiro e do ensino secundário. “Acreditamos que os jovens estão hoje mais sensibilizados. Nestas ações participam ativamente, fazem perguntas pertinentes e procuram soluções para casos que conhecem. Para nós tem sido uma forma privilegiada de perceber como se posicionam os jovens face a esta problemática”, diz Patrícia Cardoso. “Infelizmente”, o NAV ainda se depara com “muitos estereótipos e ideias erradas”. A “romantização do ciúme e da posse, a atribuição de culpa e justificação dos episódios violentos, a ideia de que a vítima só mantém a relação porque quer ou a convicção de que a violência é apenas um problema do casal”. Por isso mesmo ainda há um longo caminho a percorrer. Devido às ideias manifestadas pelos jovens, mas também porque as denúncias que chegam ao núcleo “não correspondem à realidade”. “É preciso continuar a apostar nesta sensibilização, mas também na preparação de pais e estruturas diversas da comunidade para a intervenção junto desta problemática. A responsabilidade é de todos. E os resultados dependem também destas parcerias e envolvimento. Se dissermos numa só voz que não toleramos a violência, certamente somos mais facilmente ouvidos”, afirma a técnica, que conclui deixando uma mensagem aos jovens: “O amor violento não é amor e o respeito deve fazer parte deste sentimento. A violência é uma forma inaceitável de resolver os conflitos e com o tempo tende a tornar-se mais grave, mais frequente e mais destrutiva. Procurar ajuda pode ser decisivo para inverter um percurso que provocará sérios danos. O silêncio é muitas vezes a arma mais poderosa dos agressores e quando procuramos este apoio estamos a dar um passo fundamental para quebrar o ciclo da violência”.


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Atual

Valdemar Saleiro Novos lares de Beja com investimento superior a três milhões e 650 mil euros

Inauguração está prevista para maio

Idosos do Terreirinho das Peças vão ter nova casa A Fundação São Barnabé (FSB) prevê inaugurar em maio dois novos lares para idosos na Colina do Carmo, em Beja. Um investimento que ascende a três milhões e 650 mil euros e que irá albergar os atuais utentes do Centro de Apoio à Terceira Idade, situado no Terreirinho das Peças. Em simultâneo, a FSB prevê abrir um lar em Almodôvar e outro em Moura. Em projeto está também a transformação do antigo Aparthotel de Castro em unidade de turismo sénior. Para além do Baixo Alentejo, a FSB tem interesses e investimentos na área social nos distritos de Évora, Faro e Leiria. Entrevista com Valdemar Saleiro, presidente da FSB.

Qual é o valor total deste investimento e qual é a fatia que caberá à FSB?

Texto Paulo Barriga Foto José Serrano Está prevista para quando a inauguração dos lares da Colina e do Monte, em Beja? Fale-nos desse projeto.

O centro do Terreirinho das Peças tem sido alvo de diferentes queixas ao nível do tratamento dos utentes e até da falta de salubridade. Tem conhecimento destas situações? A que se devem?

A abertura da Residência São Barnabé, em Beja, onde estão integrados os lares da Colina e do Monte está prevista para o próximo mês de maio. Trata- se de um projeto que nasceu da necessidade de encontrar uma solução adequada para os residentes no Centro de Apoio à Terceira Idade de Beja (Terreirinho das Peças). É um equipamento social com capacidade para 100 camas (63+37) em lar e 40 em serviço de apoio domiciliário. E que empregará diretamente cerca de 65 pessoas.

O CATI, conhecido como Terreirinho das Peças, funciona desde há muitas décadas num edifício sem as condições mínimas para albergar 85 utentes. Foi essa a primeira razão para a construção do novo espaço. É por isso do conhecimento público que, por mais esforços que se façam todos os dias, nem sempre se conseguem atingir os níveis de qualidade que uma instituição como a Fundação São Barnabé pretende para os seus serviços. Daí os novos espaços e todo o esforço de qualificação desses serviços.

Quem são os utentes que irão usufruir destes equipamentos e como será feito o cálculo da sua mensalidade?

A FSB também está a finalizar o lar de Almodôvar. Quando estará em funcionamento e quais são as características deste equipamento?

Servirá os atuais utentes do Centro de Apoio à Terceira Idade (85) e serão integrados mais 15 novos utentes. As mensalidades serão calculadas de acordo com as regras previstas nos acordos de cooperação vigente entre as IPSS e a Segurança Social, ou seja, basicamente em função do rendimento das pessoas. PUB

O investimento previsto é superior a três milhões e 650 mil euros, sendo que cerca de um milhão e 400 mil euros cabe à Fundação São Barnabé. O Centro de Apoio à Terceira Idade, situado no Terreirinho das Peças, em Beja, vai em breve ficar devoluto. Existem projetos ou ideias para aquele espaço?

A Fundação São Barnabé apresentou à Segurança Social propostas para a futura utilização do edifício, comprometendo-se a requalificá-lo e adaptá-lo às respostas sociais que forem entendidas como prioritárias por aquela entidade.

Está previsto que a Residência São Barnabé, em Almodôvar, entre em funcionamento igualmente em maio próximo. Trata-se de um equipamento que integra um lar de idosos com capacidade para 31 camas e serviço de apoio domiciliário com capacidade para 99

A FSB nasceu de um projeto de luta contra a pobreza nos fins dos anos 80. Sempre percebemos que, face ao acelerado processo de desertificação da zona, seria muito difícil manter uma instituição que tivesse todas as suas atividades localmente. pessoas, albergando ainda alguns serviços da Fundação. Empregará diretamente cerca de 40 pessoas. E no que respeita à unidade de cuidados continuados integrados de Moura?

A Residência São Barnabé, em Moura, é um equipamento que integra duas Unidades de Cuidados Continuados Integrados (uma de média duração e reabilitação e outra de longa duração e manutenção), que estão em funcionamento desde 1 de agosto passado; um lar de idosos, com capacidade para 25 camas e um serviço de apoio domiciliário com capacidade para 40 pessoas, estando previsto o início de atividade também para maio próximo. Empregará diretamente cerca de 60 pessoas. Em outubro de 2013 a FSB licitou o edifício do Aparthotel de Castro Verde por 550 mil euros, muito acima dos 300 mil da base de licitação. Qual a necessidade deste investimento? O que pensa lá instalar e quando?

A FSB participou numa hasta pública, com outros licitantes, através da qual arrematou o Aparthotel de Castro Verde. O preço resultou das licitações. A FSB entende que este

equipamento se enquadra na estratégia aprovada, de possuir equipamentos também na área do turismo, nomeadamente do turismo sénior. Para além do Baixo Alentejo, onde é que a FSB tem investimentos?

A FSB tem atividades e projetos nos distritos de Évora, Faro e Leiria, além do distrito de Beja. Qual é a saúde financeira da FSB? A crise não está a afetar a fundação?

A FSB, apesar dos grandes investimentos que tem efetuado, mantém uma saúde financeira adequada à realidade das suas obrigações. Dado que o nosso público-alvo sempre foi a população de pensões mais baixas, e pelo facto desses rendimentos terem sido os menos afetados pelos cortes governamentais, fez com que muitos dos efeitos da crise não nos atingissem tão fortemente. Claro que outro tipo de situações, nomeadamente o aumento do IVA e dos combustíveis, as dificuldades acrescidas de muitas famílias, devido ao desemprego dos filhos e netos, o aumento dos custos financeiros (taxa de juro) e outras fazem com que as dificuldades sejam acrescidas. A pergunta que mais deve ouvir e, por certo, aquela que mais ocorre às pessoas, é como é que uma Casa do Povo de uma aldeia perdida na serra do Caldeirão se transforma e chega a esta dimensão?

A FSB nasceu de um projeto de luta contra a pobreza nos fins dos anos 80. Desse projeto ficou o Lar de São Barnabé. Sempre percebemos que, face ao acelerado processo de desertificação da zona, seria muito difícil manter uma instituição que tivesse todas as suas atividades localmente. Por outro lado, sempre procurámos estar disponíveis para novos projetos e novos desafios. Foi assim que a FSB avançou primeiro para a vila de Almodôvar, depois para Beja e Quarteira e por aí fora. Mantemos esse espírito de serviço, disponibilidade e ambição, pelo que naturalmente as coisas vão acontecendo.


Foi recentemente criado, na Assembleia da República, um grupo de trabalho destinado a “consolidar a legislação”, de modo a que esta seja mais fácil de ser percebida, consultada e aplicada. O grupo é composto por um deputado de cada partido, cabendo ao parlamentar Luís Pita Ameixa, eleito pelo distrito de Beja, o papel de representante da bancada socialista. A primeira legislação trabalhada, revela o deputado, refere-se “aos direitos e deveres dos utentes dos serviços de saúde e acaba de ser publicada como Lei n.º 15/2014, de 21 de março”.

Mário Simões questiona Ministra da Agricultura O deputado eleito por Beja Mário Simões questionou, na passada semana, a ministra da Agricultura, no âmbito de uma audiência na Comissão de Agricultura, relativamente a várias questões que respeitam à região neste setor, segundo informou em nota de imprensa. Relembrou, por exemplo, a

importância e as dificuldades da agricultura praticada no Campo Branco, chamando a atenção para a necessidade de implementação das medidas Ruris, bem como da certificação das associações de produtores. Na mesma ocasião, o parlamentar social-democrata, informado pelo “Roteiro Agrícola” que tem desenvolvido, pediu também a Assunção Cristas uma intervenção junto da EDP,

Assembleia Distrital transfere património para a Cimbal

Trabalhadores do museu com futuro incerto A Assembleia Distrital de Beja (ADB), na reunião ordinária da última quarta-feira, decidiu por maioria transferir para a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal) os bens imóveis de que é proprietária. Nesta sessão ficou novamente por resolver o futuro dos trabalhadores da ADB, na sua quase totalidade afetos ao Museu Regional de Beja, assim como o destino a dar ao espólio do próprio museu. Texto Paulo Barriga

S

antiago Macias, presidente da ADB, iniciou a sessão alertando para o facto de a instituição apenas ter dinheiro para mais um mês. “Vemo-nos na impossibilidade de cumprir os compromissos com os trabalhadores a partir de maio”, referiu o também presidente da Câmara Municipal de Moura. Uma “rutura em termos de tesouraria” que se deve à não transferência das dotações acordadas por parte de alguns municípios. A dívida das câmaras à ADB ascende já a 165 mil euros. Apesar da gravidade da situação, a mesa da ADB decidiu agendar as questões relativas ao pessoal e ao Museu Regional de Beja para uma futura reunião extraordinária desta instituição.

Santiago Macias Presidente da ADB

Uma vez que o foco da sessão da última quarta-feira incidiu quase em exclusivo sobre a transferência do património edificado para a Cimbal. Na proposta aprovada com dois votos contra e oito abstenções, os edifícios onde atualmente funciona a Cimbal, o Arquivo Distrital de Beja e a galeria temporária do Museu Regional, na rua dos Infantes, transitam de uma para outra instituição. Uma transferência que se antecipa à entrada em vigor de uma proposta de lei sobre o novo regime jurídico das assembleias distritais, aprovada em conselho de ministros a 13 de março, e que recebeu o voto desfavorável dos representantes

de Odemira, concelho que não integra a Cimbal. O vereador Hélder Guerreiro pediu mesmo uma declaração de voto onde realçou o facto de Odemira não pertencer à Cimbal e, por conseguinte, sair lesada nesta “perfeita doação de património que terá de ser avaliada em reunião do executivo municipal de Odemira”. Quanto à futura e previsível aceitação parlamentar da Proposta de Lei 212/ XII, que regula o novo regime jurídico das assembleias distritais, os membros da ADB lamentam a sua própria inoperância para resolver os problemas em tempo real. Manuel Narra, presidente da Câmara Municipal de Vidigueira, reconheceu mesmo que “os presidentes de câmara estão-se marimbando para esta casa. Isto parece uma Assembleia Distrital de substitutos. Muitos dos meus colegas não põem cá os pés e continuam a brincar com a vida das pessoas que aqui trabalham”. Manuel Narra acrescentou ainda que o município de Vidigueira “está disponível, dentro das suas possibilidades, para receber alguns funcionários”. É que a proposta de lei agora aprovada em Conselho de Ministros é muito clara em relação ao “esvaziamento” destas entidades que, no futuro, não poderão contrair despesas ou dívidas, nem deter património ou trabalhadores.

Documento foi aprovado na última reunião da Assembleia Municipal

PDM de Beja deverá entrar em vigor “a qualquer momento”

A

provado em Assembleia Municipal em finais de fevereiro, a nova versão do Plano Diretor Municipal (PDM) de Beja deverá entrar em vigor “a qualquer momento”. “O PDM foi aprovado na última Assembleia Municipal que se realizou no dia 25 de fevereiro, o próximo passo é a sua publicação em ‘Diário da República’, para que se efetive a sua entrada em vigor, que nós prevemos que possa correr a qualquer momento”, adiantou, ao “Diário do Alentejo”, o vereador Manuel Oliveira, salientando que o “arrastar” do processo de revi-

são do PDM, que teve início em 2004, deveu-se “às sucessivas alterações legislativas que foram ocorrendo” e não “à inoperância ou falta de interesse dos executivos anteriores”. Manuel Oliveira realça ainda que se está perante um PDM “de última geração”, na medida em que “está em consonância com os vários dispositivos que existem ao nível do ordenamento do território”, e destaca como principiais alterações em relação ao plano anterior “ajustamentos nas áreas residenciais e introdução e alteração de zonas de atividades económicas, quer dentro do

perímetro urbano da cidade, quer nas freguesias rurais”. A nova revisão torna também, de acordo com o vereador, “um pouco mais equilibrada a oferta em termos de área edificada, facilitando a formalização dos contratos de urbanização, o que põe em igualdade de circunstâncias os privados com o setor imobiliário, fugindo um pouco à lógica especulativa em termos de expansão das áreas edificadas”, e permite “a formalização do regadio, ou seja, transforma cerca de 34 mil hectares do nosso concelho de sequeiro para regadio”. NP

no sentido de tornar mais céleres os processos de eletrificação nas explorações agrícolas. Mário Simões questionou ainda a ministra da Agricultura no que respeita ao “constrangimento” em que atualmente vivem os apicultores primários, dada a “imposição de só poderem vender 500 Kg de mel por ano, e apenas no âmbito geográfico do distrito”. PUB

07 Diário do Alentejo 28 março 2014

Pita Ameixa representa PS em novo grupo de trabalho do Parlamento


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Câmara e juntas do concelho de Beja discutem descentralização

Serpa acolhe “Na Rota das Oportunidades” em maio Serpa acolhe, entre os próximos dias 14 e 15 de maio, a feira “Na Rota das Oportunidades”, cujo objetivo é “dar a conhecer aos estudantes as possibilidades formativas profissionais e universitárias, mas também dar a conhecer aos empresários e potenciais

A Câmara de Beja e todas as juntas de freguesia do concelho reuniram-se na semana passada, cumprindo o período legalmente previsto para o diálogo, tendo em vista o estabelecimento de contratos e acordos de descentralização consignados na Lei 75/2013. Seguem-se, segundo a autarquia, “a análise das matérias a descentralizar pela câmara municipal e a sua aceitação por cada uma das juntas de freguesia, de acordo com as propostas já adiantadas para ponderação”. A reunião decorreu “de forma construtiva” e os participantes “partilham da ideia de que esta lei não melhora a capacidade de intervenção das juntas de freguesia, reduzindo, aliás, o seu financiamento”.

alunos aquilo que as escolas profissionais e as universidades fazem de melhor no campo da formação e investigação”, explica a comissão organizadora. O evento contempla palestras e workshops sobre diferentes experiências profissionais, empreendedorismo, ensino profissional e universitário, associativismo, turismo,

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novas tecnologias, mundo rural e novas oportunidades, entre outras áreas. A comissão organizadora reúne entidades como o SerpaEnReDe – CLDS, a associação Rota do Guadiana – ADI, a Câmara de Serpa, o IEFP, a Escola Profissional e Desenvolvimento Rural de Serpa, o Nerbe e os agrupamentos de escolas n.º 1 e 2 de Serpa.

Dois casos de suposta negligência médica na morte de recém-nascidos

Um ano à espera da conclusão de inquérito hospitalar Há cerca de um ano, a vida de Bruno e Joaquina passou do céu ao inferno em meia dúzia de semanas. A 29 de janeiro nascia o filho Artur Valentim, no hospital de Beja. Um mês e meio depois, a 18 de março, falecia em Lisboa, no Hospital Santa Maria. Seis meses depois desta ocorrência, em julho, Maria Souza queixou-se ao médico de que algo não estaria bem com a sua gravidez. Passada uma semana, no Hospital José Joaquim Fernandes, informaram-na que a criança já estava morta há 24 horas. Para o pai, José, foi “a pior semana” da sua vida. Texto Aníbal Fernandes

O

“Diário do Alentejo” contactou a administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba) para saber o resultado dos inquéritos internos abertos na sequência do falecimento das duas crianças, em janeiro e julho

de 2013. Por email, a Ulsba informou que “os processos referentes aos dois recém nascidos encontram-se ainda em fase de instrução”. Pedro Mascarenhas, advogado da família Souza, acha que, no caso dos seus constituintes, o inquérito patrocinado pelo hospital de Beja é “inconsequente” e manifesta a sua “profunda desconfiança e descontentamento” quanto à sua conclusão. O jurista, contactado pelo “DA”, acusa mesmo a administração da Ulsba de “omitir factos” e de ter “coagido os interessados”, nomeadamente através “da ameaça de um processocrime”. Para o advogado, a “postura da Ulsba é, desde o princípio, de desresponsabilização dos médicos” envolvidos e manifesta uma atitude “corporativa condenável”. Também Bruno Estevão afirma que “parece que o hospital tem pouca vontade em terminar os inquéritos”. Contactado pelo “Diário do Alentejo”, o pai de Artur Valentim lembra que

faz um ano a 12 de abril próximo, numa reunião com a médica Emília Duro, diretora clínica da instituição, que lhe foi comunicado a abertura de um inquérito, mas “até agora nada”. Estes dois casos correm igualmente nos tribunais e, por isso, os intervenientes não quiserem prestar mais declarações. No enta nto, Bruno Estevão queixa-se ainda da imensa dificuldade que sentiu para aceder aos relatórios clínicos indispensáveis para a instrução do processo que, no seu caso, moveu contra o hospital e os médicos, alegadamente envolvidos na morte do seu filho. Segundo o queixoso, foi uma sucessão de erros de avaliação médica que conduziram à morte do filho. O médico “não resolveu avançar para a cesariana, o que fez com que o menino fizesse uma paragem cardíaca ainda na barriga da mãe” e, depois, “foi o deixar andar da pediatria que terminou da forma que se sabe”. “Erros, muitos erros”, acusa o pai.

Deputado João Ramos questionou ministro da Saúde

Odemira com falta de médicos e de pessoal nas Finanças

O

ser v iço de Fi na nças de Odemira encontra-se a funcionar numa “situação muito grave de carência de pessoal”, com apenas seis dos 14 postos de trabalho ocupados, alertou na terça-feira o deputado comunista João Ramos. O parlamentar, eleito pelo círculo de Beja, adiantou à Lusa que a informação foi confirmada pelo diretor distrital de Finanças, bem como por dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) e funcionários de repartições de outros concelhos. O serviço de Finanças de Odemira funciona com “menos de metade das

vagas preenchidas”, situação que os responsáveis reportaram como sendo “muito preocupante”, referiu João Ramos. O deputado já questionou o Governo a este respeito, pretendendo saber se “o facto de não estarem a insistir na capacitação daquela estrutura” está relacionado com a anunciada reorganização dos serviços de Finanças. “Relativamente a Beja, ainda não sabemos quantas [repartições] vão encerrar, mas, até na situação mais minimalista, em que só ficarão duas repartições, uma delas é Beja e a outra é Odemira”. Pelo que, para João Ramos, a confirmar-se que o serviço de Finanças da cidade do li-

toral alentejano “é para manter”, o estado em que se encontra “não faz sentido”. Também recentemente, o deputado do PCP dirigiu várias perguntas ao Ministério da Saúde no que toca à “falta de médicos” naquele concelho. No documento, o parlamentar recorre a uma moção aprovada pela Assembleia Municipal de Odemira, onde se dão os exemplos de São Teotónio (um médico para cerca de sete mil habitantes) e Vila Nova de Milfontes (um médico para cinco mil habitantes), sendo que algumas freguesias do interior chegam a passar uma semana sem médico.


A regulamentação do uso da denominação “porco preto” em géneros alimentícios vai entrar em vigor após a Comissão Europeia se pronunciar sobre a proposta de decreto-lei elaborada pelo Governo, revelou o Ministério da Agricultura. A informação surge na resposta do ministério à pergunta de 13 deputados do PS sobre os atrasos na aprovação de regulamentação que discipline as condições de produção e rotulagem diferenciadora dos produtos genuínos de porco de raça alentejana, vulgarmente conhecido como “porco preto”.

Recuperação ambiental das zonas mineiras avança em Aljustrel Foi assinada, no último dia 21, a consignação da 4.ª empreitada de Recuperação Ambiental da Área Mineira de Aljustrel, informou esta semana a câmara local. Estiveram presentes no ato o presidente da Câmara Municipal de

Aljustrel, Nelson Brito, e os representantes da EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro e da empresa Tomás de Oliveira, Empreiteiros, S.A. “Os trabalhos têm um prazo de execução de 406 dias a partir da data da consignação”, adianta o município, especificando que, além de incidir na recuperação ambiental

09 Diário do Alentejo 28 março 2014

Uso da denominação “porco preto” vai ser regulamentado

das zonas mineiras desativadas de Aljustrel”, o projeto “irá favorecer a concretização de projetos de âmbito turístico, científico e lúdico-educativo, nomeadamente a constituição do Parque Mineiro de Aljustrel, considerado de extrema importância para o desenvolvimento do concelho”.

Infraestruturas do projeto Alqueva implicaram investimento de 21 milhões de euros

Barragem de São Pedro e adutor de Pedrógão inaugurados no sábado A barragem de São Pedro e um adutor de Pedrógão, ambas infraestruturas do projeto Alqueva, e que implicaram um investimento de quase 21 milhões de euros, foram inaugurados no último sábado, Dia Mundial da Água.

A

barragem de São Pedro, situada perto de Baleizão, no concelho de Beja, vai fornecer água a três blocos de rega do subsistema do Pedrógão, os quais irão abranger cerca de 20 mil hectares, explicou a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA).

Segundo a EDIA, a barragem, com 24 metros de altura e um coroamento de 753 metros de extensão e sete metros de largura, cria uma albufeira com uma capacidade de 10 milhões e 800 mil metros cúbicos de água. O adutor de Pedrógão da margem direita do rio Guadiana, com cerca de 8,5 quilómetros de extensão, liga o reservatório de Pedrógão, situado no concelho de Vidigueira, à barragem de São Pedro. A barragem e o adutor implicaram um investimento de 20 milhões e 986 mil euros, cofinanciado em 17 milhões e 487 mil euros por fundos comunitários, através do Programa Operacional

de Valorização do Território, refere a EDIA. A cerimónia de inauguração da barragem e do adutor decorreu na barragem de São Pedro e foi presidida pelo secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Francisco Gomes da Silva. O circuito de entrada da barragem, que permite a receção de água a partir do reservatório de Pedrógão, será aberto durante a inauguração, assinalando o fim dos trabalhos e a operacionalização das infraestruturas. Também no sábado, no âmbito da Feira da Água, em Beja, a EDIA assinou um protocolo de colaboração com o MARÉ – Mercado

Abastecedor da Região de Évora e a Associação de Beneficiários do Monte Novo para o desenvolvimento de uma fileira de produção e comercialização de produtos hortofrutícolas. Segundo a EDIA, a cooperação com o MARÉ e a Associação de Beneficiários do Monte Novo é “imprescindível” para “se encontrarem novas alternativas” de escoamento, comercialização e distribuição de produtos agrícolas produzidos pelos agricultores beneficiários do Alqueva. Refira-se que, atualmente, dos 120 mil hectares de regadio do projeto global de Alqueva, 68 mil estão instalados, 20 mil em obra e os restantes em processo de concurso.

Concurso Azeite Ovibeja é o segundo melhor do mundo

Azeites nacionais “batem” concorrência

O

s azeites nacionais foram os mais premiados no 4.º Concurso Internacional Azeite Ovibeja, que decorreu entre os últimos dias 20 e 21. Das 100 amostras entregues para apreciação, Portugal participou com 41 azeites, dos quais foram premiados 11, informou a ACOS – Agricultores do Sul. O país que apresentou mais amostras foi a vizinha Espanha, com 44 azeites, dos quais foram selecionados nove vencedores. Entre os distinguidos estão ainda azeites de Itália que, com cinco amostras, recebeu três prémios, e do Chile, que participou com quatro amostras e viu reconhecida uma delas. Entre os países par-

ticipantes, destacaram-se ainda a Grécia, Eslovénia, Uruguai e Alemanha. O júri do concurso, reconhecido pelo Conselho Oleícola Internacional, integrou 19 especialistas portugueses em representação de todas as regiões produtoras, 10 jurados espanhóis e um de cada um dos principais países produtores, incluindo Israel, Alemanha, Tunísia, Argentina, Chile e Eslovénia. O presidente do júri, professor José Gouveia, um dos maiores especialistas em azeite a nível internacional, destacou que “a qualidade dos azeites entregues nesta edição reflete, mais uma vez, o que tem estado a acontecer com os concursos Ovibeja, que

têm vindo em crescendo. A grande importância deste concurso, que já começa a ter fama internacional, deve-se à quantidade e qualidade das amostras de diferentes países, ao facto de ter jurados conceituados e à excelente organização que este ano superou as expectativas”. Estes são os principais fatores, segundo a ACOS, que colocam o Concurso Ovibeja no 2.º lugar do ranking dos “50 Melhores Azeites do Mundo”. Os prémios do concurso internacional vão ser entregues no dia 3 de maio, às 13 horas, numa cerimónia a realizar na Ovibeja, no Pavilhão Sabor Alentejo. Ao “Diário do Alentejo”, Manuel Castro e

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Brito revela que são várias as etapas a superar para provar corretamente azeite. “A primeira fase é a análise olfativa do azeite, onde se caracterizam atributos como as notas de outros frutos que podemos lá encontrar e onde se avalia também a persistência e harmonia. A segunda fase é a olfato gustativa, na qual se obtém outras características através das sensações retro nasais do azeite que se coloca na boca. A terceira fase prende-se com a avaliação dos atributos obtidos nas fases anteriores através de uma pontuação numérica. Os resultados são tratados estatisticamente através da mediana, ou seja, o valor mais repetido dos provadores”.


Diário do Alentejo 28 março 2014

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Jantar-debate em Évora sobre fundos estruturais 2014-2020

A Associação Alentejo de Excelência organiza hoje, sexta-feira, pelas 20 horas, no EcorkHotel, em Évora, o jantar-debate “Alentejo 2020 – Mais competitividade, melhor capital humano”. Com esta iniciativa, a associação procura “chamar e mobilizar a sociedade civil a participar na discussão da programação dos fundos estruturais e de investimento para o ciclo 2014-2020, nomeadamente no que concerne à proposta de Programa Operacional Regional do Alentejo, atualmente em fase de discussão pública”.

Eletrificação rural em Ourique avança em mais cinco novos troços O município de Ourique vai avançar com a eletrificação de cinco novos troços nas freguesias de Ourique e de Panóias-Conceição, no âmbito do plano global de eletrificação do concelho, cofinanciado pelo Proder, avançou

Cidadania, Inovação e Território debatidos nas Conferências de Aljustrel a 4 e 5 de abril Está agendada, para os próximos dias 4 e 5 de abril, a primeira edição das chamadas Conferências de Aljustrel, que vai estruturar-se em torno de duas grandes temáticas: “Os desafios do desenvolvimento: da crise demográfica e territorial”, e “Políticas e programas para o desenvolvimento territorial integrado”. Simultaneamente, integrará um fórum de projetos e iniciativas, que permitirá acolher novas e interessantes abordagens aos desafios da inovação e do desenvolvimento territorial. Recorde-se que as Conferências de Aljustrel são o culminar de um processo de “trabalhos e reflexões” que tem sido desenvolvido ao longo dos últimos dois anos, “motivados pela realização do Diagnóstico de Sustentabilidade e consequente Plano de Ação do Concelho de Aljustrel, no quadro do Projeto Agenda 21 Local”, informa a câmara municipal. As Conferências de Aljustrel afirmam-se assim como “um espaço e um tempo de cruzamento, reflexão e partilha de ideias, pistas, iniciativas e projetos, partindo de interventores de diversas competências e temáticas, para debates abertos de clarificações e questionamentos sobre os desafios estruturantes do nosso desenvolvimento: cidadania, inovação e território”.

a câmara municipal na terça-feira. Os cincos troços a executar são Corredoura, Vale Feixe, Fragosa Nova e Cerro do Vale Feixe, na freguesia de Ourique, e Malha Ferro, na freguesia de Panóias, com um investimento total de 275 366, 75 euros, sendo o valor cofinanciado pelo Proder de 85 por cento sobre o valor elegível, que

totaliza 184 702,24 euros. À semelhança dos projetos anteriores já executados ou em execução, “o valor da comparticipação nacional é assumido pelos proprietários beneficiados, com o apoio do município de Ourique no desenvolvimento técnico das candidaturas”.

Libertação de oito exemplares até final da primavera “está em risco”

Linces preocupam agricultores A libertação de exemplares de lince-ibérico até final da primavera em Portugal está “em risco” por falta de condições, alertou recentemente a Associação Nacional de Proprietários Rurais, Gestão Cinegética e Biodiversidade (ANPC), que representa a maioria das zonas de caça e dos proprietários rurais da região do Vale do Guadiana, no Baixo Alentejo, a zona onde os animais serão libertados.

E

m comunicado, a ANPC refere que ainda não estão reunidas as “condições mínimas fundamentais” para que a reintrodução do lince-ibérico em Portugal “possa acontecer e venha a ser um sucesso”. Por isso, a prevista libertação em Portugal de oito linces-ibéricos criados em cativeiro “está seriamente em risco”, alerta a ANPC. “Há aspetos essenciais que têm de ser salvaguardados para que o lince-ibérico possa ser reintroduzido com êxito”, como haver coelho-bravo, a principal presa do lince-ibérico, em número suficiente para o felino se poder alimentar, o que “não está garantido”, disse à Lusa o secretário-geral da ANPC, João Carvalho. Atualmente, a densidade de coelho-bravo é bastante reduzida”, devido “a quedas abruptas” das populações provocadas por uma nova doença, o que “põe em risco” a reintrodução do lince-ibérico, que depende “quase exclusivamente” daquela

espécie de coelho para se alimentar, disse. Se não houver coelho-bravo em número suficiente, os linces-ibéricos terão de “percorrer distâncias enormes à procura de alimento, correndo risco de morrerem atropelados”, ou “virar-se para outras presas”, como perdiz, lebre, galinhas e ovelhas. Por outro lado, disse João Carvalho, o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas e organizações do setor da caça ainda não subscreveram o convénio para a conservação do lince-ibérico proposto pela ANPC e que é “essencial” para se poder formalizar acordos com os proprietários e

entidades gestoras das zonas de caça situadas na área abrangida pela reintrodução do felino em Portugal. Em declarações à Lusa, o secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Miguel Castro Neto, disse que “as questões levantadas pela ANPC são assuntos que estão a ser acompanhados” por técnicos do projeto “LIFE+ Iberlince” para conservação e reintrodução da espécie na Península Ibérica. A evolução do estado das populações de coelho-bravo nas zonas potenciais de reintrodução de lince-ibérico “está a ser acompanhada em permanência” e os atuais números de coelho-bravo “não colocam em causa” a planeada libertação dos oito exemplares em Portugal até final da primavera, afirmou. “Estamos a falar de natureza, de condições que não controlamos, mas estamos convencidos de que, se não houver alguma alteração súbita, a questão do coelho-bravo não será um fator limitante” para a libertação dos oito exemplares, frisou o governante. A Iberlinx – Associação para a Conservação do Lince-ibérico está no terreno a desenvolver ações de monitorização e de recuperação das condições favoráveis à reprodução de coelho-bravo e, por isso, “acredito que haja uma evolução positiva que permita assegurar” a libertação dos exemplares até final da primavera, disse.

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Largo D. Nuno Álvares Pereira, 12 7800-018 Beja Tel. (+351) 284 327 602 Fax (+351) 284 327 604 Email geral@hospedariadonamaria.pt www.hospedariadonamaria.pt wwww.facebook.com/hospedariadonamaria


O Festival Músicas do Mundo (FMM), que decorre anualmente em Sines, foi considerado um dos melhores do mundo pela quinta vez consecutiva pela revista britânica “Songlines”. Esta publicação, considerada uma referência na área das músicas do mundo, escolheu o FMM de Sines como um dos melhores festivais internacionais do género em 2014. O FMM de Sines é o único festival português e ibérico escolhido pela equipa editorial da revista, além de ser um dos 13 festivais europeus fora do Reino Unido objeto de seleção. Organizado pela Câmara Municipal de Sines, o evento vai decorrer, este ano, entre 18 e 26 de julho.

11 Diário do Alentejo 28 março 2014

Festival Músicas do Mundo novamente entre os melhores

O peixe do rio, que tem um festival a ele dedicado entre amanhã e domingo, 30, no Pomarão, não vive dias fáceis. Denuncia a Câmara de Mértola, que organiza o certame, que a pesca tradicional no Guadiana tem sido afetada pela atividade de produção de energia de Alqueva, impedindo os homens de ir ao rio na melhor parte da época. Problemas à parte, os dias que se seguem são para saborear bons pratos, apreciar a vista do rio, e assistir ao fogo e aos espetáculos musicais. São esperados perto de sete mil visitantes, mais de um terço vindo de Espanha. Texto Carla Ferreira Foto José Serrano

Pesca tradicional “devia ser protegida”, diz Jorge Rosa

Festival do Peixe do Rio chega à 12.ª edição O Festival do Peixe do Rio chegou à sua 12.ª edição. É um produto já maduro e consolidado ou ainda está a inventar-se?

É um evento já maduro, com público fidelizado, que edição após edição sempre nos brinda com a sua presença. Mas se queremos mantê-lo vivo, se queremos não só atrair os fidelizados mas também outros que conheçam mas não costumem vir, ou ainda outros que nem conheçam, então temos de ser criativos e em todas as edições inventar algo, mudar algo, criar mais brilho ao festival, torná-lo mais atrativo. E isso sempre fazemos, neste e em todos os eventos que organizamos, e com um desafio sempre presente, ultimamente por extrema necessidade, que é fazê-los com orçamentos mais reduzidos, mas mantendo a qualidade a que já habituámos os mertolenses e os visitantes de outros concelhos. Aproximadamente quantos visitantes, e com que perfil, costumam acorrer anualmente a este evento no Pomarão? E este ano, o que se espera?

Num evento em que não se cobram ingressos, em que não temos contagens de público, como é o caso deste, só podemos estimar. Usamos dados concretos, pelo número de estacionamentos vendidos, pelo número de lugares sentados na tenda grande, mas também uma variável aleatória. E o número de visitantes, nos últimos cinco anos, tem-se mantido em torno das seis a sete

mil pessoas, repartidos pelos dois dias. Sobretudo público da região, com uma participação enorme dos nossos vizinhos espanhóis, que possivelmente superam um terço dos visitantes. Pessoas ligados à freguesia de Santana de Cambas, ao concelho, que estão fora e que aproveitam este fim de semana para vir, mas também bastantes alentejanos, que gostam da gastronomia, dos pratos de peixe do rio, e vêm degustá-los ao Pomarão. Este ano esperamos uma participação semelhante ao ano anterior, esperamos uma boa afluência de visitantes. Falando no programa em concreto, quais são as principais novidades e que pontos altos destacaria?

Sendo um festival com uma forte componente gastronómica, o facto de haver bons pratos, sobretudo de peixe do rio, é um passo enorme para o sucesso. Podemos dizer que a participação de produtores locais de vários produtos, o cenário magnífico onde se realiza o festival, a noite de sábado, com artistas a atuarem e com o fogo de artifício, a proximidade com Espanha, tudo são pontos muito importantes para o festival ter sucesso. Todos são pontos altos neste evento. Qual o peso da atividade piscatória na economia do concelho?

A atividade piscatória tradicional tem uma importância sazonal, infelizmente com cada vez menos pescadores, mas também porque

tem sido afetada pela atividade de produção de energia de Alqueva, pois na melhor parte de pesca de cada época muitos anos não podem pescar devido às descargas sucessivas, que têm chegado a demorar 35 dias seguidos. Mas conseguimos, a muito custo, ter durante quase todo o ano à venda, no mercado municipal, pescado do rio. Mas nenhum dos pescadores pode sobreviver com apenas isso, todos têm outras fontes de rendimento durante o resto do ano, pois com o que ganham na pesca, num ano PUB

mau, quase não dá para pagar seguros, licenças, perdas de equipamentos pelo caudal repentino do rio ou por fiscalização excessiva. Para nós, esta atividade tradicional é muito importante e devia ser protegida; devia ser criado um mecanismo que protegesse esta atividade, que permitisse manter os pescadores no rio, quer fosse pelo pescado que vendem na praça, quer fosse apenas pela importância turística e histórica da atividade. Para além deste festival, que

Jorge Rosa Presidente da Câmara de Mértola outros impulsos pode o poder local dar no sentido de apoiar este setor?

O poder local está sempre disponível a ajudar, não só neste mas em todos os setores. Mas não pode, nem consegue, responsabilizar-se por áreas que são da responsabilidade do Governo. Neste caso em concreto, há anos que vimos lutando junto do Governo, junto da EDIA e da EDP, para compensarem os prejuízos aos pescadores, pois são estas entidades que lucram com a atividade de Alqueva. Tudo o que conseguimos até

aqui foi apresentar este problema nalgumas reuniões, pois medidas em concreto, no sentido de ajudar a manter a pesca, nada. Existe até alguma discriminação, no nosso ponto de vista, com uma divisão de responsabilidades em dois troços do rio, a montante das azenhas e a jusante, em que para um dos troços há regras diferentes e mais apertadas do que para o outro, e as espécies que frequentam o rio são as mesmas. Até os valores dos impostos para exercer a atividade são diferentes. Como podemos entender isto?


Moura trabalha em parceria com São Tomé na área das bibliotecas

Diário do Alentejo 28 março 2014

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A Câmara de Moura vai, em breve, avançar com um plano de requalificação de um edifício na cidade de Neves, em Lembá, São Tomé e Príncipe, tendo em vista o projeto de um acordo de parceria no domínio das bibliotecas, que possa resultar no desenvolvimento de programas de dinamização da leitura. A ideia surgiu recentemente, no âmbito da visita de uma delegação de Moura àquele distrito santomense, informa a autarquia, adiantando que “o programa de trabalho não está definido, mas terá de envolver a Embaixada de Portugal em São Tomé e Príncipe, a Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas e outras entidades públicas portuguesas e santomenses”.

Aluno de Portel premiado pela embaixada da Noruega É de Portel o vencedor do passatempo “Gota a Gota”, promovido pela embaixada da Noruega em Portugal, e é já hoje, sexta-feira, que vai receber das mãos de Ove Thorsheim, embaixador da Noruega, um computador portátil topo de gama, numa cerimónia a decorrer na Escola Básica D. João de

Portel, a partir das 10 e 30 horas. A iniciativa foi proposta aos alunos do 10.º ano de todas as escolas da região Alentejo, em setembro último, aquando da “Conferência EEA Grants: De Mais, De Menos – O Papel da Água na Adaptação às Alterações Climáticas”. O vencedor, que frequenta a Escola Básica D. João de Portel, será anunciado na cerimónia, e também a sua escola

receberá um computador desktop como distinção pela participação neste passatempo. “O aluno que elegemos como vencedor cumpriu completamente o objetivo do passatempo com o seu trabalho, que se focou na apresentação das alterações climáticas e nas suas consequências ao nível das cheias e escassez de água na região”, considerou o júri.

Musealização custou 382 mil euros

Os sabores do Alentejo nas mesas de Beja

Castelo de Mértola

Apresentada a segunda edição do Festival do Petisco

A

musealização do interior do castelo de Mértola, que permitiu valorizar o monumento, num investimento de 382 mil euros, foi inaugurada na segunda-feira, dia 24, no âmbito da programação cultural “Lembrar Serrão Martins”, que homenageia este antigo presidente do município. Em comunicado, a Câmara de Mértola explica que a musealização permitiu valorizar as acessibilidades, a proteção e a consolidação do interior do castelo, criar uma sala de exposições temporárias e instalar, nas duas salas da torre de menagem, uma exposição sobre a história do monumento e a Ordem de Santiago, que teve a sua primeira sede nacional na vila. A inauguração da musealiPUB

zação do interior do castelo será “um importante impulso para o circuito patrimonial de Mértola”, porque, “certamente, aumentará o af luxo de visitantes”, refere a autarquia. Por outro lado, frisa, “será o polo de excelência do Museu de Mértola, não só em termos expositivos e de conteúdos, mas também em termos de acolhimento ao visitante e de incentivo à visita dos restantes núcleos museográficos disseminados pelo centro histórico”. O castelo, que recebe cerca de 25 mil visitantes por ano, é “uma referência” do circuito patrimonial de Mértola” e “um local privilegiado de investigação histórica e arqueológica”, sublinha a autarquia.

Foi apresentada na passada terça-feira, 25, a II edição do Festival do Petisco, que irá decorrer em Beja, nos dias 4, 5 e 6 de abril. A entidade organizadora, Nerbe/Aebal – Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral, tem como objetivo superar a edição de 2013.

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a apresentação do festival, Filipe Pombeiro, presidente do Nerbe/Aebal, revelou que “o grande objetivo é a aposta na qualidade e não na quantidade. Este pretende ser um festival de gastronomia ligado aos

nossos produtos: vinhos, azeites, presuntos, queijos. E não há outra forma de apresentarmos o que de melhor temos que não seja à mesa”. Aos jornalistas, o presidente do Nerbe/Aebal afirmou que as

apostas para a segunda edição prendem-se com a população, as entidades, os municípios, e os expositores e artistas da região. A edição deste ano contará com um festival gastronómico, feira de sabores, colóquios, showcooking, decoração de bolos, atuações musicais, com destaque para António Zambujo, cabeça de cartaz, apresentação de livros e debates, entre outras atrações. GF


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Manter um jornal hoje é mais difícil do que há umas décadas atrás. A falta do porte pago, que em tempos foi concedido pelo Estado, é a principal causa de morte de muitos títulos. Qualquer jornal regional paga mais de vinte mil euros aos CTT pela expedição. Sabia disso? Salvador dos Santos, editorial dos 91 anos de “A Defesa”, 19 de março de 2014

Opinião

Rui Machete vs Machete Mata Bruno Ferreira Humorista

S

ão dois atores carismáticos. Ambos se enredam constantemente em problemas nos seus filmes. Um rebenta com tudo à sua volta criando perigosas situações explosivas que implicam dinheiro e alegadas mentiras e corrupções atingindo, por vezes, a dimensão de verdadeiras guerras diplomáticas entre países. O outro é um personagem de um

filme de Hollywood. O português, Rui Machete, é o ministro dos Negócios Estrangeiros de Passos Coelho. Nasceu em Setúbal em 1940. O Machete americano é interpretado por Danny Trejo, que nasceu em Los Angeles em 1944 e que, tal como o nosso Machete, também costuma vestir a pele de vilão e anti-herói nos seus filmes. É rapaziada das mesmas idades e com interesses similares, portanto. Talvez por isso tenham tantas afinidades. Mas qual será o mais temido e violento? Vejamos: Machete, no filme “Machete Mata”, de Robert Rodriguez (EUA, 2010), representa um ex-agente federal mexicano. Depois de uma série de perigosas peripécias, Machete é abordado para matar um senador americano que quer expulsar todos os imigrantes ilegais do México. Ora aqui está uma bela ameaça às relações estáveis entre dois países. No caso entre os EUA e o México. Contudo a causa até suscita simpatia, mexe com valores humanos, com a devolução dos direitos e liberdades espoliados às pessoas. Já Rui Machete consegue muito melhor (e sem causas, O português, que não as suas próprias): não Rui Machete, só iguala Machete criando um é o ministro conflito com os EUA - como dos Negócios administrador da Fundação Estrangeiros de Luso-Americana foi acusado Passos Coelho. por vários embaixadores americanos em Lisboa de má gesNasceu em tão e aproveitamento pessoal Setúbal em do cargo, considerando, to1940. O Machete dos estes, que deveria sair do americano é cargo -, como ultrapassa o seu interpretado por homónimo afundando as relaDanny Trejo, que ções entre Portugal e Angola quando, em 2013, se esquenasceu em Los ceu do princípio da separação Angeles em 1944 de poderes e pediu desculpas e que, tal como o diplomáticas a Angola pelos nosso Machete, processos instaurados contra também costuma altos nomes da diplomacia anvestir a pele de golana, que envolviam suspeitas à volta de avultadas transvilão e anti-herói ferências de dinheiro. 1-0 para nos seus filmes. Rui Machete. É rapaziada das É sabido que Machete é hámesmas idades bil manejador de todo o tipo de e com interesses armas nos seus filmes. Basta similares, portanto. uma rápida pesquisa no Google para o comprovar. Mas ele que se ponha a pau, porque Rui Machete parece ser bem mais perigoso. Para o ministro as facas, catanas e metralhadoras são meros brinquedos. Rui Machete gosta mesmo é de

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A ASSEMBLEIA DISTRITAL DE BEJA votou esta semana a transição do seu património imóvel para a Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo. Uma decisão tirada a ferros, que excluiu uma das autarquias atuais proprietárias, Odemira, e que antecipou pelo medo a entrada em vigor da nova proposta de lei que irá regulamentar as assembleias distritais. Quando as coisas são feitas em cima do joelho raramente levam bom caminho. PB

É em nome de João Honrado, em nome da ternura que lhe fico a dever, é em nome da inteireza moral e da sua humanidade que afirmo que tudo vale a pena quando se tem na alma grande uma enorme vontade de servir mas, ainda, essa indomável determinação de lutador porque se nasceu com música na alma intrépida e canções no coração de poeta para além dos revezes que a vida nos oferece e de que a sociedade, muitas vezes, infeliz e desgraçadamente faz apanágio! Daniel Nobre Mendes, aditaeobalde.blogspot.pt, 24 de março de 2014

armas químicas e insistiu em receber nos Açores, para transbordo, as que se retiraram da Síria. Segundo o jornal “Público”, Machete persistiu no tema após o encontro com o secretário de Estado americano, John Kerry, mas desgraçadamente para o ministro as armas foram fazer o transbordo a um porto italiano. Ainda assim, é o 2-0 para Rui. E vamos à última comparação. Depois da audácia e da dureza: os cachês. Segundo o “Diário de Notícias”, que cita o “Correio da Manhã”, Rui Machete aufere uma pensão de 132 mil euros. O ministro declarou 265 mil euros de rendimentos de trabalho em 2012. Recebeu, em média, 11 040 euros por mês e acumulou cargos em 31 instituições. Em período homólogo, Danny Trejo participou em apenas uma dezena de filmes. Não foi possível descortinar com a veracidade pretendida os proventos obtidos por Trejo com “Machete Mata!”, mas a média situa-se num punhado de milhões de dólares. Nesta categoria temos, portanto, o empate. Machete Rui consegue levar para casa todos os meses mais 9000 euros do que a média da população portuguesa reformada. E no momento em que a taxa de desemprego ultrapassava os 16 por cento, Rui trabalhava para 31 organismos antes de ser empossado ministro. É uma mensagem encorajadora. Por isso mesmo, temos como resultado final: Rui Machete - 3, Machete Mata - 1. Não sabemos como se irá chamar o próximo grande êxito de Trejo. O último foi este “Machete Mata!” Também desconhecemos qual o filme em que se irá envolver Rui Machete a seguir. Mas de uma coisa todos temos a certeza: Rui Machete não mata… mas mói.

O João José Filipe Murteira Professor

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stava quente, esse fim de tarde de um dia de junho de 1976. Era um verão quente, mas não tanto como o do ano anterior. Novembro arrefecera sonhos e esfriara as paixões que inundavam as ruas e as praças do nosso país desde “aquela madrugada” que a Sophia e todos nós esperávamos, desde aquele “dia inicial inteiro e limpo, onde emergimos da noite e do silêncio”. Aproximavam-se as terceiras eleições da nossa jovem democracia. Depois das constituintes, em 1975, e das legislativas, em 1976 (simbolicamente no dia 25 de Abril), seriam as presidenciais, onde eram quatro os candidatos. Nessa tarde, em que a política (ainda) era tema de conversa entre as pessoas, no grupo que se encontrava reunido o grande dilema era em quem votar para derrotar aquele general que, naquele dia de novembro, com os seus óculos escuros, prenunciara o princípio do fim da revolução em que tão ardentemente acreditáramos: No candidato do Partido que, marcando o seu território, procurava manter o fiel eleitorado, ou naquele que simbolizava a esperança do regresso desses sonhos interrompidos? Para muitos (e não só para os mais jovens, como nós), era uma opção difícil, uma luta entre a razão (e a lealdade partidária) e o coração. Estávamos nós nesta difícil encruzilhada, quando ele cruzou a porta do Centro de Trabalho. A sua figura imponente, a sua voz firme e decidida, fez-nos voltar a uma realidade que parecia estar tanto mais afastada quanto maiores eram as dúvidas que as conversas nos traziam. “O que é que aqueles cartazes fazem ali no chão, em vez

de estarem colados nas paredes?”, foi a pergunta que nos fez, para logo de seguida acrescentar: “Toca a pegar nos baldes, nos pincéis e na cola e todos para rua”. E lá fomos, os que estávamos juntos nessa tarde e ele, 30 ou mais anos mais velho do que a maioria de nós, rendidos à força das suas convicções e ao exemplo da sua vida de resistente e de lutador pela liberdade e por uma sociedade mais justa, afinal, a grande e elevada causa que nos unia. No outro dia de manhã, Santa Vitória acordou repleta de cartazes de Octávio Pato, o dobro ou o triplo dos que os apoiantes de Otelo (o capitão de Abril que para muitos ainda era o Fidel de que a nossa revolução precisava) tinham afixado. Ele era o João, que tínhamos conhecido após o 25 de Abril e que, não obstante as diferenças de idade e do respeito e admiração que a sua biografia impunham (nomeadamente os anos passados na prisão e na clandestinidade), nos contagiava com o entusiasmo juvenil com que abraçava os ideais e as causas por que lutava. Entre muitas a que se dedicou, destacam-se a que evitou o fim do “Diário do Alentejo” ou, mais recentemente, a construção do monumento à Mulher Alentejana, concebido por Rogério Ribeiro e que se encontra no Parque da Cidade, em Beja. Não foi por acaso que, no momento da sua morte, o jornal “Público” o designou como “… o mais carismático dos comunistas alentejanos”, tal como uns anos antes, Miguel Urbano Rodrigues, no prefácio ao seu livro Textos Alentejanos escrevera: “Duas palavras sobem-me logo na memória quando penso em João Honrado: revolucionário e alentejano. Não se pode compreender o homem, a sua vida e o seu combate sem tomar consciência de que nesse filho de Ferreira o alentejano e o revolucionário se fundem tempestuosamente, mas com harmonia”. Em jeito de homenagem, deixamos aqui um excerto das palavras, escritas em março de 1963, aquando do seu julgamento político (reproduzidas em 1988 num artigo de Paulo Barriga, na revista “Imenso Sul”, que o blogue Não foi por acaso A Cinco Tons recordou pouque, no momento cos dias após a sua morte): “A da sua morte, o cultura é contra os interesjornal “Público” o ses do regime na medida em designou como “… que esclarece as vastas camao mais carismático das do nosso povo(…) O ódio do governo à cultura é o ódio dos comunistas do mentor do nazi-fascismo, alentejanos”, tal Goebbels, quando afirmava: como uns anos “Quando ouço falar em cultura, rapo da pistola”. antes, Miguel Em memória do João, um Urbano Rodrigues, homem de cultura. no prefácio ao Um abraço solidário e amigo seu livro Textos à Alice, sua companheira. Alentejanos Nota - Estive no passado escrevera: “Duas sábado na Biblioteca José palavras sobem-me Saramago, na homenagem ao João Honrado, organizada pelo logo na memória PCP, o seu partido de sempre. quando penso em Cerimónia simples, mas toJoão Honrado: cante, como ele gostaria que revolucionário fosse, rodeado dos seus famie alentejano. liares e dos muitos camaradas e amigos que se deslocaram a esse equipamento cultural. Há um ano, por altura da sua morte, escrevi este texto que espalha toda a admiração, o respeito e o carinho que nutria por esse grande e bom homem.


A administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo ainda não concluiu os dois processos de inquérito que pendem sobre médicos do HOSPITAL DE BEJA, acusados por suposta negligência na morte de dois recém-nascidos. Um dos casos acaba de fazer um ano e o outro para lá caminha. Em nome da transparência e da verdade era bom que os resultados das investigações internas viessem a lume. Quem não deve… PB

Há 50 anos A cirurgia plástica do general Delgado

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uem não conheceu os tempos da ditadura fascista em Portugal, que a Revolução de Abril derrubou há quase 40 anos, dificilmente consegue imaginar como era a imprensa amordaçada pela Censura salazarista. Também ele “Visado pela Comissão de Censura”, o “Diário do Alentejo”, além do que não publicava, impedido pelo lápis azul dos censores, inseria muitas vezes notícias provocatórias contra os antifascistas. Em finais de março de 1964 havia no vespertino bejense alguns exemplos dessas aldrabices que os grandes e pequenos jornais do País eram forçados a publicar por zelosos serventuários da ditadura. Na edição do dia 23, podia ler-se, ao cimo da primeira página, a abrir as “Notícias de ontem e de hoje”, a seguinte referência a uma nota da PIDE, em que eram metidos no mesmo saco democratas portugueses e líderes nacionalistas angolanos e guineenses, na altura apelidados de “terroristas”, que de armas nas mãos lutavam pela independência dos seus países: “Numa nota, ontem distribuída à Imprensa, a Polícia Internacional e de Defesa do Estado afirma ter conhecimento de diversas ‘manobras’ exteriores contra o regime português, dirigidas pelos ex-general Humberto Delgado, Prof. Rui Luís Gomes e Manuel Sertório, Holden Robert e Amílcar Cabral, pelo que tem vigiado, atentamente, as actividades destes indivíduos.” Dias depois, a 25, saía uma outra invencionice contra o general exilado, sob forma de notícia “do estrangeiro” intitulada “Humberto Delgado submetido a operação de estética?”. Assim: “Círculos diplomáticos de países da Europa Oriental não negam os rumores a circular desde fins de Janeiro em diversas capitais europeias, segundo os quais o ex-general Humberto Delgado teria sido submetido, recentemente, a uma delicada operação de cirurgia plástica num dos melhores hospitais de Praga, a fim de poder entrar livremente em Portugal sem perigo de ser reconhecido.” Apesar desses disparates, o jornal não perdia o sentido de humor. E, na edição de 26, publicava um “recorte” garantindo que “os russos estão a ‘curar’ os gagos por meio de cursos de língua inglesa”. Segundo a “informação”, que citava a Rádio Moscovo, no Instituto Médico de Vladivostok, na União Soviética, “registaram-se onze casos de cura de dificuldades na fala”. Os gagos “curavam-se” da gaguez aprendendo a falar a língua inglesa – o que só provava, em tempos de Guerra Fria, a superioridade do inglês sobre o russo e, claro, do Ocidente capitalista sobre a Rússia comunista… Carlos Lopes Pereira

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O grau de violência entre casais de jovens NAMORADOS aumentou em 2013. As entidades de proteção à vítima consideram esta evolução preocupante, assim como brutal os relatos das agressões. Mas o mais inquietante é que entre os jovens em idade escolar a violência entre namorados é tão natural como o acne ou os primeiros pelos na cara. Tudo está mal, quando começa mal. PB

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Passado um período de transição, pode e deve voltar-se rapidamente à norma ortográfica vigente e colocar o acordo [ortográfico] na gaveta das asneiras do Estado, juntamente com as PPP, os contratos swap e muitas outras mais. Porque será precisamente isso que o acordo constituirá, se não se atalhar de imediato os seus estragos no domínio cultural. António Peças, “Brados do Alentejo”, 20 de março de 2014

Cartas ao diretor passivos das diretivas impostas pela O Estado tríade financeira. Para concluir, cabe-me relembrar sou eu, o grande Luís de Camões que, nos Lusíadas, focava de forma veemente o ou o Estado “saber de experiências feito”. Será que os portugueses ainda não perceberam somos nós o que as suas experiências de vida lhes Rui Xavier Beja

Quando o rei Luís XIV proferiu a famosa frase: “L’État c’est moi” (em português: “O Estado sou eu”), todos os franceses ansiaram a chegada da “democracia” o mais rápido possível, o que veio a suceder com a Revolução Francesa, e então gritou-se nas ruas de Paris: “Liberté, égalité, fraternité” (liberdade, igualdade e fraternidade). Estes princípios intelectualmente inovadores para a época são os mais contemporâneos possíveis, só é pena que os nossos “governantes” não os ponham em prática. E, se o regime parlamentarista semipresidencialista o procura na sua génese, bastando para tal olhar para a nossa “lex fundamentalis”, que estabelece uma panóplia de direitos, liberdades e garantias, bem como as tarefas fundamentais do Estado (strictu sensu) a todos os cidadãos deste país “à beira-mar plantado”, parece-me que regredimos até ao século XVIII, pois, afinal, o Estado sempre é o do seu dirigente máximo, o primeiro-ministro, e não o dos cidadãos, visto que estes só contam em período de eleições, depois, palavras leva-as o vento. O “alto dirigente do Estado” impõe as regras: “Menos saúde, menos salário, menos educação, mais horas de trabalho, mais contribuição fiscal, menos justiça”, e o cidadão, o tal que levou a cabo uma revolução contra o regime fascista que foi derrubado pelo 25 de Abril de 1974, obedece cegamente, senão não irá para os calabouços, ou para a fogueira, como acontecia em séculos anteriores mas, certamente, corre o risco de ficar sem emprego, ir para a mobilidade ou ser encostado na “prateleira” para exposição. Afinal, parece que Luís XIV antecipou o futuro, imagine-se, o rei Sol, apetece-me dizer quando é que ocorre uma tomada da Bastilha, não que apele a qualquer tipo de violência, antes pelo contrário, mas sim a uma revolta que se expresse nas urnas, seja sob a forma de abstenção, votos brancos ou pela forma de dar a possibilidade de governar a quem nunca o fez, visto que “este poder democrático”, desde o 25 Abril, deixou-nos no estado em que estamos, “tecnicamente falidos monetariamente e de ideais” e seguidores

mostram diariamente que é preciso mudar e mudar depressa?

Melhores serviços de saúde Ana M. Alge Ourique

Unidade Local de Saúde. Não há resposta no SNS mas existe na privada, isto é revoltante. O que concluo desta trapaça: são interesses privados. Derivada à minha impossibilidade económica, não poderei fazer estes exames, não me posso dar ao luxo de faltar um dia ao trabalho e também não tenho dinheiro para as deslocações; como a proximidade da saúde ao utente é esta que se apresenta, não morro da cura mas morro certamente da doença.

Doente de coração Diamantino António Funcheira

Como má utente do SNS (raramente recorro) ainda não me tinha apercebido do que se passava no meu concelho (Ourique) em termos da saúde, mais precisamente em relação aos exames de raio x. No início de março, por razões de dores na coluna, consultei o médico no Centro de Saúde de Ourique, tendo ele pedido vários exames de diagnóstico entre os quais raio x à coluna vertebral. No dia seguinte desloquei-me ao Centro de Saúde de Castro Verde ao serviço de raio x (onde sempre fiz este tipo de exames), tendo sido informada não poder realiza-los pela única razão de o médico requerente ter solicitado relatório. Para os efetuar teria de me deslocar ao hospital de Beja ou então tentar realizá-los nas clínicas privadas da cidade que tinham convenção com a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo. Quis saber o motivo visto já ter realizado exames com relatório em Castro Verde, ao que me informaram que desde a morte do dr. Covas Lima, e das alterações dos serviços, nunca mais houve relatórios nos centros de saúde do distrito na exceção do de Beja que tinha até há pouco tempo, mas também já não faziam por razões que desconheciam. Em Castro Verde seria a falta de um programa informático prometido mas que nunca chegara. É lamentável toda esta situação, tendo um serviço de radiologia a 10 quilómetros do meu concelho ter de fazer 60 quilómetros, ou seja, 120 quilómetros ida e volta, para fazer um exame de raio x com relatório e, para cúmulo, na privada porque o SNS não dá resposta. Fiquei sabendo que os profissionais de saúde até são os mesmos que trabalham na

A minha senhora, Francisca Maria, residente na rua de Garvão, 33, Funcheira, na freguesia de Garvão, concelho de Ourique, recebeu do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, quatro cartas para ir fazer tratamentos ao coração. Quando está a chegar o dia de ir fazer os tratamentos recebe logo telefonemas ficando adiado os tratamentos para outra altura, até que recebe outra carta. Já se passaram dois anos e nunca mais é consultada. É por isso que já tem acontecido que, depois de os doentes terem morrido, é que são chamados para a consulta da especialidade.

Bailes ou bagunça Edviges Cabrito Beja

O Centro Cultural do Lidador com os seus mil e tal utentes muitas vezes é invadido pelas suas congéneres, sem programas definidos e sem as melhores orientações para os seus utentes. No dia 14 do corrente, o centro organizou um baile para os seus já muitos utentes. Ainda o mesmo não tinha começado, foi invadido por uma imensa quantidade de deficientes e inválidos em cadeiras de rodas, no salão onde normalmente só cabe metade dos seus frequentadores “habituais”: o resultado foi evidente, em vez de baile só houve bagunça. É destas frequentes iniciativas e de outras tantas iguais, que se vai ao encontro das atividades dos idosos e reformados da cidade? Alerto para quem de direito: indague e analise o porquê de muitas idosas ficaram em casa para não assistirem a eventos sem as mínimas condições e com péssimas organizações.


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Reportagem Foi ontem, quinta-feira, dia 27, que se assinalou o Dia Mundial do Teatro e no concelho de Odemira há um grupo improvável, ou talvez não. Em comum têm a língua alemã e o facto de se terem juntado para formar uma companhia. Teatro Alemão na Serra. De português o nome do grupo e o gosto de viverem, alguns há mais de 20 anos, na região que escolheram. A serra em Odemira é um palco de teatro alemão que permite ensaios, e espetáculos. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

Dia mundial dedicado à quinta arte assinalou-se ontem

A serra em Odemira é um palco de teatro alemão

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ma página simples na Internet anuncia: “Teatro Alemão na Serra”. Assim, escrito em português. Depois as palavras aparecem maioritariamente escritas em alemão e, quando possível, com reduzidas traduções na língua de Camões. “Über uns/ Sobre nós”, “Anfahrt/Chegada”, “Mitarbeiter/ Colaboradores”. O contacto, porém, é somente anunciado como “Kontakt”, mas o número de telefone fixo pertence à zona de Odemira. Ao digitarem-se nove números o telefone dá sinal de chamada. Chama uma, duas e três vezes e só não chega a uma quarta porque Doris Heiland atende. O “boa tarde” para começo de diálogo é retorquido com sotaque alemão, mas rapidamente é dado um novo número telefónico também do concelho. “Ligue para este número. Fala muito bem português”. Fim de conversa. Nova chamada e mais uma vez nove dígitos marcados. É Wolfgang Groβkopf que, desta vez, atende e discursa sem embaraços, embora num português misturado com palavras em alemão. “Sim, somos o Teatro Alemão na Serra.

Instalámo-nos no concelho de Odemira, porque é aqui que vivemos”. A conversa fica agendada para novo dia e, desta vez, pessoalmente. Partida inicial: Beja. Primeiro destino: São Teotónio. Depois há que seguir, virar à esquerda e seguir a direção da barragem de Santa Clara, depois virar novamente e aí a paisagem começa a mudar, tal como anuncia o nome do grupo de teatro. Vários quilómetros depois e várias curvas mais uma placa indica: Casa Nova da Cruz. É aqui o ponto de encontro. Numa esplanada, num dos dois cafés que se avistam à beira de uma estrada praticamente sem movimento, senta-se o grupo que compõe o Teatro Alemão na Serra. Ou melhor, alguns representantes. Sobre a mesa cafés, águas, whisky e tangerinas. Cinzeiros com beatas apagadas e um pequeno papel verde onde pode ler-se: “Schön Schaurig – Horripilante – Bänkellieder und Moritaten”. É esta a nova peça de teatro do grupo. Simplificando, em português, “Horripilante”. Wolfgang Groβkopf começa por fazer as

apresentações, enquanto Doris Heiland acende um cigarro que colocou minuciosamente numa boquilha preta. Foi Doris, cabelo branco apanhado e óculos de massa, que há 10 anos criou o grupo. É ela a única profissional, embora reformada. “O que poderia eu fazer no concelho de Odemira que tivesse interesse? Bem, o que sempre soube fazer. Teatro”. A resposta é simples. Doris Heiland, berlinense, encena desde 2004 o grupo de cidadãos estrangeiros, residentes no Alentejo e no Algarve, que têm em comum o uso da língua alemã e o gosto pela quinta arte. Neste momento, 14 pessoas fazem parte do Teatro Alemão na Serra. Maioritariamente residem no concelho de Odemira. Wolfgang Groβkopf passa a mão pela sua barba branca. Puxa, também ele, de um cigarro e continua a falar em português. Está há mais de 20 anos no concelho de Odemira, mas ainda lhe faltam palavras portuguesas no vocabulário. Todos, sem exceção, se conheceram “aqui e ali”, tal como explica. “Através de amigos comuns, no mercado, em festas”. E confirma a

informação acabada de relatar com os colegas de grupo e de mesa. Conferenciam em alemão e dão gargalhadas fartas. O português regressa à mesa. “Querem mais alguma coisinha?”, diz a proprietária do café, à beira de uma estrada com pouco movimento, satisfeita pela visita dos habitantes alemães. “São eles que ainda animam isto, isto aqui é um deserto. Não se vê ninguém, não passa ninguém. Eles sempre dão vida”, comenta a mulher de bata envergada, enquanto vai oferecendo uma e outra tangerina. “Comam, porque se não vão estragar-se”. Wolfgang pega nos frutos e distribui-os pelos companheiros. No outro lado da mesa de plástico senta-se Catherine Groβkopf. O sol insiste em bater-lhe de frente e Catherine socorre-se da mão que coloca na testa para afastar a luminosidade. “Somos todos amigos e gostamos de fazer teatro. A Doris é a nossa professora, que nos ensina tudo o que sabe. Nós vamos fazendo, vamos experimentando e estamos felizes com isso, que é o que mais importa”, atira Catherine. Todos têm também em comum o gosto e a


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certeza de quererem continuar a viver por estas paragens. “Viajámos pelo mundo. Conhecemos muitos sítios e numa dessas vezes passámos por Odemira. Voltámos a conhecer outros sítios e a viajar pelo mundo. Regressámos, por não acharmos melhor lugar para viver do que o concelho de Odemira”, abrevia Wolfgang, falando em nome de todos. A qualidade de vida, a paisagem e, claro, o clima são argumentos mais do que suficientes para trocar a Alemanha, ou até a Suíça e a França, pois também há membros do grupo com estas nacionalidades, por Odemira. No fundo todos tiveram os seus motivos para terem chegado ao Alentejo e, esses, garantem, “são vários”. E o assunto morre por aqui. “São motivos pessoais”, remata Catherine, sem mais adiantar. Que se junte quem vier por bem é o lema do grupo. “Os habitantes de Odemira sabem que nós somos pessoas de bem, daí termos sido bem recebidos”, afirma Wolfgang, desta feita já com o cigarro apagado. “Os alemães, no fundo, através da sua melhor situação financeira, ajudaram a desenvolver o litoral, o Alentejo. Digamos que sempre fomos bem-vindos nestas paragens. O Alentejo mudou. Há mais de 20 anos, quando queríamos comprar um carro, tínhamos de ir a Sines. Não existiam mais lojas de automóveis. Hoje em dia existem por todo o lado”. Uns chegaram há 30 anos, outros há 20 e outros há 13. O número de anos que por cá estão, porém, para o grupo também pouco importa. “O que importa é que estamos e que estamos para ficar”. “Todos temos os nossos trabalhos, os nossos projetos de vida e depois temos o teatro que fazemos com muito prazer. Somos amadores e temos essa liberdade, de fazer com tempo, de fazer como queremos, com o que temos. Não vivemos do teatro para comer. Só a Doris é profissional, mas também está reformada. Fazemos com alegria, com amizade”, assegura Wolfgang. O sol continua a aquecer a tarde e na estrada pouco ou nenhum movimento se avista. “Vivemos na serra, gostamos da serra”. O mar também não está longe. PUB

Encenadora Doris Heiland, berlinense, fundou o grupo em 2004

Porta-voz Wolfgang Groβkopf é ator e diretor musical do Teatro Alemão na Serra

Atualmente o Teatro Alemão na Serra tem em cena “Schön Schaurig – Horripilante – Bänkellieder und Moritaten”, que já se estreou e que continua em palco, sempre no palco do Café Flôr da Serra, em Ribeira de Ruivo. Este fim de semana o Teatro Alemão na Serra sobe novamente a ele. Em abril há mais. Continuam a comemorar o Dia Mundial do Teatro, que se assinalou ontem, quinta-feira, embora a homenagem a façam prementemente. Existindo. O Teatro Alemão da Serra integrou, na verdade, durante este mês, o conjunto de 10 espetáculos gratuitos em várias freguesias do concelho de Odemira, para celebrar a efeméride. “Normalmente integramos as iniciativas abertas à comunidade. Convidamos todos a assistirem. Têm vindo pessoas desde o Algarve a Lisboa para nos ver, o que não deixa de ser engraçado. Recebemos estas visitas e isso agrada-nos”, explica Catherine. Ou não vivesse este teatro apenas e só de “donativos”. “Fazemos teatro para todos. Não somos ricos, mas o que

“Todos temos os nossos trabalhos, os nossos projetos de vida e depois temos o teatro que fazemos com muito prazer. Somos amadores e temos essa liberdade, de fazer com tempo, de fazer como queremos, com o que temos”. Wolfgang Groβkopf

temos chega-nos, tem-nos chegado. O que os espetadores nos queiram dar para continuarmos este nosso projeto, claro, é bem-vindo”, dizem quase em uníssono. As entradas de todas as suas peças são grátis. Antes de entrarem em palco sofrem, garantem, todos do mesmo mal, da “febre das lâmpadas”, como dizem. E voltam a dar gargalhadas fartas. Por outras palavras, supõese, de nervosismo, de desassossego, de inquietação. É sempre assim e com esta peça não foi diferente. E o que retrata a nova produção? “Uma noite colorida com cantões. Num tempo que não havia jornais, rádio e televisão. Onde estes contavam as novidades horripilantes nas aldeias, ao povo, onde o amor também não fica atrás”. E o grupo adianta ainda: “A última parte desta noite reflete a história de Prússia e Berlim. O ambiente do povo, as cantigas de revolucionários sem sucesso. Uma canção de troça sobre o atentado maldito do rei”. Desde 2004 contabilizam no Alentejo, para além desta, mais cinco produções. Ao público português e alentejano reconhecem a “simpatia”, a “alegria”, a “espontaneidade”. “Batem palmas”, confessa entusiasmado Wolfgang Groβkopf. Mas maioritariamente os seus espetadores são estrangeiros. “Os portugueses representam apenas 10 por cento”, explica Juliane Haselwander, outra das mulheres que integra o Teatro Alemão na Serra. Doris, agora de copo de whisky em punho, entra novamente na conversa.“Uma velhota uma vez assistiu à nossa peça. Não percebeu uma única palavra em alemão, mas disse que compreendeu tudo com o coração”. E Helga Roth, outra das atrizes, acena positivamente com a cabeça, tal como Ruth Werder e Leo Block, outros dos membros que se sentam à mesa. “Quando ouvimos fado pela primeira vez não percebemos absolutamente nada do que estava a ser dito. Mas sentimos tudo, percebemos imediatamente o que era o fado, com o coração”, comentam. “Com o coração, claro”, repetem, uma e outra vez. E sorriem. Missão cumprida.


Título feminino para o Castrense

Diário do Alentejo 28 março 2014

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Atletismo no Pomarão

O Futebol Clube Castrense sagrou-se campeão distrital de seniores femininos, após a vitória (8/2) sobre a formação do Serpa, a contar para a 8.ª jornada do respetivo campeonato distrital. Faltam ainda cumprir duas jornadas para o termo do campeonato e a formação do Castrense venceu todas a partidas que já disputou.

O Campeonato Distrital de Corta-mato Curto e o Corta-mato Jovem vão realizar-se na tarde de amanhã (15 horas) no Pomarão (Mértola), com organização da Associação de Atletismo de Beja e patrocínio do município de Mértola. As provas destinam-se a atletas benjamins, infantis, iniciados e absolutos, de ambos os sexos, e integram-se no programa do Festival do Peixe do Rio.

6.º Passeio BTT Arucitana A Escola de Ciclismo e BTT Arucitana, de Moura, realiza no próximo domingo a sexta edição do seu passeio de BTT, evento limitado a 150 inscrições e percurso de 45 quilómetros, guiado e desenhado pelas imediações da barragem de Alqueva. A prova terá início às 9 horas junto ao pólo desportivo local.

Desporto

Despertar-Saboia, 2-0 Estádio Municipal D. Afonso Henriques, em Ourique Árbitro: João Pereira, auxiliado por João Constantino, André Baltazar e Bruno Duarte (4.º árbitro). Despertar: João Gonçalves, João Fialho, António Almeida, Nuno Batista (cap.) e João Amarante (Hugo Torres, 92’); Chico Fonseca, Nelson Deodato, e Serrano, André Batista (Rui Ramos 86’), João Vasco (Luís Serrano 80’) e Miguel Carvalho. Treinador: Carlos Jorge Guerreiro. Saboia: Márcio Silva, Humberto Águas, Hudson Silva, Paulo Ferreira e Bruno Martins; António Santos (cap.) (Cabrita 57’), Davidson e Pedro Neves: André Teixeira (Sandro, 76’), Eduardo e Rivaldo (Cardador 76’). Marcadores: Serrano (23’) e Miguel Carvalho (76’). Disciplina: Cartões amarelos a Pedro Nunes (35’) e Francisco Fonseca (90+2’). Vitória Despertar Sporting Clube venceu a Taça de Honra da 2.ª Divisão da AF Beja

O Despertar Sporting Clube, de Beja, ergueu o primeiro troféu da época

Taça de Honra voltou a Beja O Despertar conquistou a Taça de Honra da 2.ª Divisão batendo, na final, a formação do Saboia por duas bolas a zero. O jogo teve como palco o Estádio Municipal D. Afonso Henriques, em Ourique. Texto e foto Firmino Paixão

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arlos Jorge Guerreiro, treinador dos bejenses, assumiu a conquista desta taça como uma das metas da equipa, reve-

lando que: “Os objetivos que nós propusemos aos atletas, tendo nesta época estes troféus para disputar, era, de facto, chegarmos aos grandes momentos, onde os jogos são mais intensos e têm mais competitividade, fatores importantes para a evolução deles. Esta conquista da Taça Distrito de Beja foi uma boa vitória, numa competição que concluímos sem derrotas”. O técnico valorizou o adversário lembrando: “Encontrámos aqui uma equipa experiente, com muitos anos de futebol nas pernas, ao con-

trário da nossa, mas conseguimos criar as melhores situações de golo, fomos mais fortes e fizemos dois golos, ainda enviámos uma bola ao poste e, na fase em que o Saboia estava a subir um pouquinho, controlámos as coisas e conseguimos manter a vantagem”. Sendo o Despertar um dos quatro finalistas do campeonato deste escalão, Carlos Guerreiro antecipou: “Vamos para a segunda fase do campeonato mas essa será outra história, temos que continuar a fazer o mesmo trabalho

que fizemos nesta final, porque numa competição a quatro equipas será muito complicado”. O treinador do Saboia, finalista vencido, que há um ano atrás e neste mesmo campo tinha sido campeão distrital do Inatel, recordou que “são competições diferentes, adversários diferentes, e uma final em que só poderia haver um vencedor”. E felicitou o adversário: “Venceu o Despertar, a quem eu endereço as minhas felicitações”. O Saboia, recorde-se, é outra das quatro finalistas do Distrital da 2.ª Divisão.

Piense e Odemirense serão os finalistas da Taça Distrito de Beja

Desportivo de Almodôvar joga em casa com o Moura Atlético Clube

O Renascente caiu nos penaltis

Um dérbi em Almodôvar

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stão encontrados os finalistas da Taça Distrito de Beja, na categoria de seniores. Um é o Piense, atual detentor do troféu, o outro é o Odemirense, que sofreu para eliminar a formação vizinha do Renascente. O Piense Sporting Clube venceu o Vasco da Gama da Vidigueira (por 1-0) e carimbou o passaporte para a final da Taça Distrito de Beja. O favoritismo era repartido, um pouco em função da posição das equipas na tabela do campeonato, mas os alvinegros conseguiram a qualificação. E recorde-se que chegaram a esta eliminatória após um triunfo (2-1) no terreno do Castrense. Fica registado

no currículo desta equipa, agora comandada por João Daniel, terem afastado da prova o 2.º e 3.º classificados do campeonato onde estão a competir, apesar do seu modesto 10.º lugar. Na outra meia-final, o Odemirense viu-se e desejou-se para desfazer a igualdade a uma boa e afastar o Renascente, única formação do escalão secundário que ainda permanecia em prova. Foi necessário o recurso às grandes penalidades para o conjunto de Odemira afastar o seu adversário. Resultados: PienseVasco da Gama, 1-0. Odemirense-Renascente, 1-1 (ap), 5-4 (gp). A final está marcada para 17 de maio, na cidade de Beja.FP

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ais um dérbi entre as duas equipas sul alentejanas que disputam o Campeonato Nacional de Seniores. Os locais com poucas esperanças na manutenção, os visitantes ainda a lutar por ela. Mas nestes jogos... Foi exatamente no Estádio Municipal de Almodôvar, a 1 de dezembro do ano passado, que o Moura deixou dois pontos, entre aqueles que lhe faltaram para estar agora a competir na poule de promoção. Não há jogos iguais, também mudaram alguns intervenientes, entre o técnico do Moura, mas o Almodôvar não tem sido uma equipa fácil quando joga em casa. Na última jornada, tal como se previa,

a equipa do Moura Atlético Clube brindou o novo treinador com a conquista de uma vitória sobre o Esperança de Lagos. O Desportivo de Almodôvar jogou em Loulé e voltou a perder. Resultados (6.ª jornada): Moura-Esperança Lagos, 1-0; Louletano-Almodôvar, 2-0; Quarteirense-U.Montemor, 0-2; BarreirenseCovaPiedade,2-1.Classificação:1.ºU.Montemor, 26 pontos. 2.º Moura, 24. 3.º Cova da Piedade, 23. 4.º Louletano, 22. 5.º Quarteirense, 20. 6.º Barreirense, 18. 7.º Esperança de Lagos, 13. 8.º Almodôvar, sete. Próxima jornada (30/3): U.Montemor-Barreirense; Almodôvar-Moura; Esp. Lagos-Quarteirense; Cova Piedade-Louletano. FP


Fundada em 30 de março de 1925, a Associação de Futebol de Beja vai comemorar no próximo domingo seu 89.º aniversário. O tenente-coronel Meneses Soares foi o primeiro presidente da Comissão Organizadora, composta por 17 membros. Nenhum dos clubes então existentes esteve na génese da Associação de Futebol de Beja.

39 anos da APAlentejo

A Associação de Patinagem do Alentejo foi fundada em 30 de março de 1976 e celebra no próximo domingo, dia 20 de março, o trigésimo nono aniversário da sua existência. António Ramalho da Silva foi primeiro presidente do órgão que, nesta altura, já agregou também a atividade desta modalidade em toda a região algarvia.

Hugo Felício pretende que o Sporting de Cuba suba mais lugares na tabela

Manutenção está assegurada Hugo Felício chegou ao Sporting de Cuba em meados de novembro do ano passado para render Joaquim Rodeia, depois de ter iniciado a temporada no banco do Futebol Clube de Serpa. Texto e foto Firmino Paixão

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treinador assume que a equipa tem feito um percurso sem percalços, dentro do que foi perspetivado e de acordo com o objetivo definido, que foi o de fazer um campeonato tranquilo e a praticar bom futebol. O Sporting de Cuba joga no domingo, em Castro Verde, onde à semelhança do que a equipa fez em casa na primeira volta, espera um excelente jogo para discutir o resultado até ao último minuto, consciente de que “o Castrense é um candidato ao título, tem uma equipa muito forte e joga no seu campo”. A equipa ainda pode subir na tabela mas a manutenção está assegurada?

equipa, quando não se começa a época temos que saltar algumas etapas fundamentais. Quando iniciei detetei algumas lacunas em alguns setores, que nunca conseguimos preencher, para além disso o plantel tem 18 jogadores que, por esta ou aquela razão, raramente conseguimos juntar aos treinos. Todos estes fatores limitam muito a definição de uma ideia de jogo do treinador e consequentemente a prestação da equipa. O resto da temporada não terá jogos fáceis para o Sporting de Cuba…

Os jogos tornam-se fáceis ou difíceis dependendo da forma como se preparam e como são abordados, cada um tem a sua história e valem o que valem: os três pontos que procuramos sempre somar. Fecham o campeonato com o Serpa, equipa onde começou a temporada, obviamente que quer vencer essa partida?

Dividimos o campeonato em três grupos: subida, meio da tabela e manutenção. Não havendo hipótese de entrar no primeiro grupo, onde surgem as três equipas que vieram da 3.ª divisão, o Odemirense e o Milfontes, todas elas com outros argumentos em relação às restantes, procurámos entrar no segundo grupo. Fazermos um campeonato tranquilo e ficar o mais acima possível na tabela. Entre o 7.º e o 10.º lugar estão quatro pontos e, obviamente, nós queremos subir na classificação, entraremos para os jogos que faltam com esse objetivo, conhecendo bem o nosso valor e as nossas limitações.

O FC Serpa foi um clube que me acolheu muito bem, onde tive a sorte de escrever oi um uma página bonita, mas foi ro ciclo que se fechou. Quero ganhar o jogo, porque isso significa somar três pontos, como em outro qualquer.

O campeonato foi condicionado pela presença de três equipas vindas da 3.ª divisão nacional…

Sabemos do valor do Mineiro neiro mas, vamas, com as nossas armas, mos tentar contrariar ao máximo e fazer um bom resultado no nosso campo, para os nossos adeptos, reforçando que a Cuba é sempre um campo difícil.

A 3.ª divisão trouxe a estas equipas um ritmo competitivo diferente, que se nota perfeitamente ao nível da tabela classificativa. O Odemirense e o Milfontes, pela qualidade e rotinas que já adquiriram, são as únicas equipas que conseguem manter a mesma regularidade e disputar os lugares cimeiros. Quando não se começa a época numa equipa é sempre mais difícil ajustar os modelos de jogo...

Cada treinador tem o seu modelo de jogo e procura o mais rapidamente implementá-lo na

Existe a possibilidade de e o Mineiro festejar o título o em Cuba, mas certamente e que terá que ser melhor or que o Sporting local?

Esperava um campeonato mais competitivo?

Sabia-se à partida que iria haver alguma discrepância entre as equipas, pois falamos de realidades completamente diferentes, no entanto, as equipas mais pequenas, dentro das suas limitações, tentaram apetrechar-se o melhor possível e têm conseguido, de alguma forma, incomodar os grandes. O Mineiro vai ser campeão, o Bairro da Conceição e o Aldenovense estão numa situação complicada e terão de fazer pela vida nesta reta final, as restantes equipas vão procurar o melhor lugar na tabela classificativa. Tendo em conta o desequilíbrio existente, a competitividade tem sido aceitável. O Sporting de Cuba está estável? É um clube apetecível?

O Sporting de Cuba é um clube organizado, estável, gerido por pessoas sérias que procuram sempre cumprir os compromissos. Aos poucos vai evoluindo, criando mais e melhores condições de forma a vir a ser de novo um “grande” do distrito. Parece estar no caminho certo. Tem tradição na formação de bons jogadores que depois os outros clubes vão buscar?

A Cuba é uma terra de “jogadores da bola”, existe uma qualidade inata nestes atletas e, para além disso, tem feito um excelente trabalho ao nível da formação. É normal que clubes com outros argumentos tentem levar alguns jogadores, mas, quanto a isso, não há nada a fazer.

O Aljustrelense será um m justo vencedor do campeonato? o?

Das equipas candidatas, tas, o Mineiro foi aquela que se prepael mais rou melhor, tem o plantel m sido equilibrado e valioso, e tem tanto, a equipa mais regular, portanto, se for campeão será justo.

Futebol juvenil Distrital de Infantis 2.ª Fase – 5.ª jornada Almodôvar-Sp. Cuba, 1-4; Despertar A-Aldenovense, 8-0; Aljustrelense-Despertar B, 0-1. Líder: Despertar A, 15 pts. Próxima jornada (29/3) Sporting Cuba-Aldenovense; Despertar A-Despertar B; Almodôvar-Aljustrelense. Taça Dr. Covas Lima Série A – 5.ª jornada Amarelejense-Serpa, 9-0; Piense-Santo Aleixo, 6-5; NS Beja-Desp.Beja, 4-1.Líder: NS Beja, 13 pts. Próxima jornada (29/3) Serpa-Moura; Santo Aleixo-Amareleja; Desp.Beja-Piense. Série B – 5.ª jornada São Marcos-Ferreira, 0-13; Odemira-Milfontes, 2-2; Castrense-Ourique, 6-4. Líder: Milfontes, 10 pts. Próxima jornada (29/3) O u r i q u e -S ã o M a r c o s; F e r r e i r e n s e -Odemirense; Milfontes-Castrense. Distrital de Iniciados 2.ª Fase – 1.ª jornada Moura-Serpa, 3-1; Aljustrel-Almodôvar, 1-1. Líder: Moura, 3 pts. Próxima jornada (30/3) Serpa-Aljustrelense; Almodôvar-Moura. Distrital de Juvenis 2.ª Fase – 1.ª jornada Despertar-Odemira, 1-0; Castrense-Desp.Beja, 1-0. Líder: Despertar, 3 pts. Próxima jornada (30/3) Odemirense - Cas trense; Desp.Beja-Despertar. Liga de Benjamins 3.º MOM – 5.ª jornada Desp.Beja-Alvorada, 12-0; Renascente-Despertar, 1-3; Boavista-B.º Conceição, 1-1; Moura-Vasco Gama, 5-0; Serpa-Castrense, 5-0; Aldenovense-Ferreira, 3-0; Ourique-NS Beja, 4-2; Piense-Moura B, 2-2; Cab.Gorda-Aljustrel, 4-2; Despertar A-Milfontes, 7-2; Odemira-Desp.Beja A, 3-1; Sp.Cuba-Almodôvar, 4-2. Próxima jornada (29/3) A l v o r a d a -S a n l u i z e n s e; D e s p e r t a r B - D e s p o r t i vo B; B.º Co n c e i ç ã o - Renas cente; Vas co Gama -Alvito; Castrense-Moura A; Ferreira B-Serpa; Milf onte s- Fer r eira A; De spor tivo A-Despertar A; Almodôvar-Odemirense.

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89 anos da AFBeja


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Final da 3.ª etapa João Letras venceu a tirada mas Pedro Cidoncha festejou o triunfo na Volta

Pódio Os vencedores das diversas classificações festejaram

A Casa Benfica Almodôvar/Peçamodôvar ganhou por equipas, elites e pontos

Ventos de Espanha levaram a Amarela O ciclista espanhol Pedro Cidoncha (AC A Las 3) foi o vencedor absoluto da 7.ª Volta ao Concelho de Almodôvar em Bicicleta. A equipa da casa venceu coletivamente, em Elites e nas Metas Volantes. Texto e fotos Firmino Paixão

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Campeão de Masters da Extremadura Espanhola, Pedro Cidoncha, da Asociación Ciclista A las 3, de D. Benito (Badajoz), veio ao Alentejo conquistar a sétima edição da Volta ao Concelho PUB

de Almodôvar, organizada pelo município em parceria com a Casa do Benfica de Almodôvar e o apoio técnico da Associação de Ciclismo do Algarve. Uma jornada muito competitiva, com três etapas e outros tantos vencedores, mas com o espanhol a marcar uma regularidade que justificou o triunfo. Foi segundo na primeira e na terceira etapa, sem perda de tempo para os vencedores e ganhou categoricamente o contrarrelógio individual que lhe valeu a conquista da camisola amarela. A formação da

casa, Peçamodôvar/Casa do Benfica de Almodôvar também esteve ao mais alto nível, com um triunfo coletivo e a conquista da Camisola Rosa (1.º em Elites) por João Letras, e a Camisola Verde (1.º nas Metas Volantes, por João Portela). Em Almodôvar ficou também a Camisola Laranja (para o Melhor Master com mais de 50 anos) envergada por Manuel Caetanita. O vencedor da 3.ª etapa João Letras confessou no final que “é uma alegria ganhar aqui em Almodôvar, tentámos tudo para conquistar a ca-

misola amarela e vencer a Volta, mas não conseguimos, o adversário estava fortíssimo, atacámos várias vezes na subida, mas ele respondeu a tudo e foi complicado”. Pedro Cidoncha considerou que “foi uma vitória muito importante para a temporada, esta foi a primeira corrida que disputei. Hoje senti-me muito bem no contrarrelógio e ganhei, na etapa da tarde tive que me defender muito porque os adversários atacaram muito, mas consegui controlar a corrida e agora vou festejar o triunfo”. Na apreciação global da corrida, Henrique Revés, o diretor desportivo da Peçamodôvar/ CB Almodôvar, afirmou que “foi uma prova muito competitiva, com muitos atletas espanhóis que vieram dignificá-la, e ficou provado que a modalidade é muito querida da nossa população, a quem de facto oferecemos esta prova, que foi disputada até ao último quilómetro, com muita incerteza na decisão dos vencedores”. Na análise à prestação da equipa almodovarense, o dirigente considerou que “foi muito boa, ontem vestimos a amarela e foi uma grande alegria para a nossa equipa, mas o crono foi complicado, estava muito vento e o ciclista espanhol foi superior”. E assumiu que “ele foi o melhor, temos que o felicitar, quando são melhores temos que o reconhecer, mas na etapa da tarde conseguimos vencer em dois escalões e ficámos em primeiro lugar por equipas”. O dirigente revelou que já tem o compromisso do município de Almodôvar para que a Volta 2015 possa ter um sucesso ainda maior e concluiu com um agradecimento “a todas as pessoas da autarquia que se empenharam na organização desta prova, especialmente à Susana Fialho que está de parabéns pela excelência do trabalho que desenvolveu”.

Classificações 1.ª etapa: Almodôvar-Santa Clara-Nova (91,8 km). 1.º João Portela (Peçamodôvar/CB Almodôvar), 2.33.26 h; 2.º Pedro Cidoncha (CC Al Las 3), mt.~; 3.º João Letras (Peçamodovar/CB Almodôvar), a 1’. 2.ª etapa: Almodôvar-Almodôvar (C/R Ind.4,9 km). 1.º Pedro Cidoncha (CC Al Las 3), 7.50’; 2.º João Portela (Peçamodôvar/CB Almodôvar), a 20’’; 3.º Rui Rodrigues (Peçamodôvar/CB Almodôvar), a 23’’ 3.ª etapa: Almodôvar-Almodôvar (circuito 45 km). 1.º João Letras (Peçamodovar/CB Almodôvar), 1.10.41 h; 2.º Pedro Cidoncha (CC Al Las 3), mt.; 3.º João Portela (Peçamodôvar/CB Almodôvar), mt. Geral Individual (Camisola Amarela) 1.º Pedro Cidoncha (CC Al Las 3), 3.51.47 h; 2.º João Portela (Peçamodôvar/CB Almodôvar), a 18’’; 3.º João Letras (Peçamodovar/CB Almodôvar), a 33’’. Outras camisolas Verde (1.º Pontos): João Portela (Peçamodôvar/CBA). Branca (1.º MVol): EdgarAnselmo (Viveiros Lourenço). Bolas (1.º Montanha): Diogo Nunes (Dinazoo/RSJ). Laranja (1.º Master 50): Manuel Caetanita (Individual). Rosa (1.º Elites), João Letras (Peçamodovar/CBA). Azul (1.º Sub/23): Júlio Gonçalves (Viveiros Lourenço). Equipas: 1.ª Peçamodovar/CB Almodôvar, 11.37.10 h; 2.ª Viveiros Vítor Lourenço/Sintra, a 1.09’; 3.ª Dinazoo/Ribeira São João, a 2.31’; 1.º João Portela (Peçamodôvar/CB Almodôvar), 2.33.26 h; 2.º Pedro Cidoncha (CC Al Las 3), mt.; 3.º João Letras (Peçamodovar/CB Almodôvar), a 1’. 2.ª etapa: Almodôvar-Almodôvar (C/R Ind.4,9 km). 1.º Pedro Cidoncha (CC Al Las 3), 7.50’; 2.º João Portela (Peçamodôvar/CB Almodôvar), a 20’’; 3.º Rui Rodrigues (Peçamodôvar/CB Almodôvar), a 23’’. 3.ª etapa: Almodôvar-Almodôvar (circuito 45 km). 1.º João Letras (Peçamodôvar/CB Almodôvar), 1.10.41 h; 2.º Pedro Cidoncha (CC Al Las 3), mt.; 3.º João Portela (Peçamodôvar/CB Almodôvar), mt. Geral Individual (Camisola Amarela) 1.º Pedro Cidoncha (CC Al Las 3), 3.51.47 h; 2.º João Portela (Peçamodôvar/CB Almodôvar), a 18’’; 3.º João Letras (Peçamodovar/CB Almodôvar), a 33’’. Outras camisolas Verde (1.º Pontos): João Portela (Peçamodovar/CBA. Branca (1.º MVol): EdgarAnselmo (Viveiros Lourenço). Bolas (1.º Montanha): Diogo Nunes (Dinazoo/RSJ). Laranja (1.º Master 50): Manuel Caetanita (Individual). Rosa (1.º Elites), João Letras (Peçamodovar/CBA). Azul (1.º Sub/23): Júlio Gonçalves (Viveiros Lourenço). Equipas: 1.ª Peçamodôvar/CB Almodôvar, 11.37.10 h; 2.ª Viveiros Vítor Lourenço/Sintra, a 1.09’; 3.ª Dinazoo/Ribeira São João, a 2.31’.


A Associação “Tokarolar”, de Almodôvar, organiza na manhã do próximo domingo um passeio de BTT com percursos livres de 25 e 50 quilómetros. A concentração dos participantes está agendada para as 9 horas, junto à sede dos “Tokarolar”, no Centro Coordenador de Transportes de Almodôvar.

Moura Volei Clube é finalista da Taça

O Moura Volei Clube assegurou, pela primeira vez no seu historial competitivo de uma década, a presença na final da Taça Federação depois de superar o Atlético de Albufeira no conjunto dos dois jogos das meias finais da competição. A final realiza-se no dia 12 de abril.

Imagens José Saúde

Carpindo sentimentos de uma juventude abrasadora, revejo imagens que me transportam à adolescência, onde partilhei momentos ímpares no universo desportivo. Recordo o desporto escolar e a modalidade de atletismo. As marcas conquistadas individualmente pelos atletas impunham óbvios conceitos sobre os eleitos. Assisti, recentemente, no Complexo Desportivo Fernando Mamede, em Beja, a uma concentração de jovens atletas que, em representação das várias escolas do distrito, esgrimiram argumentos, visando atingir o auge no mundo do atletismo. A camaradagem constatada marcou uma mocidade literalmente devota à exímia arte de competir e extrair benéficos resultados. Jovens, cujas idades se situam entre os 10 e os 16 anos, tentaram efusivamente conquistar beneméritos pessoais e ambicionados efeitos que os catapultaram para as vitrines do êxito por ora almejado. Os seus nomes, e das suas escolas, lá foram auscultados ao vivo, ficando renovados momentos para mais tarde recordar. O mega sprínter foi um conjunto de provas de atletismo a que os jovens, de ambos os sexos, desinteressadamente se entregaram. Conferi tempos passados em que os pequenos ídolos descobertos nesses convívios escolares ressaltaram, à posteriori, para a ribalta, convertendo-se em verdadeiros campeões. Cito, merecidamente, o antigo campeão mundial Fernando Mamede nos 10 000 metros, em Helsínquia, Finlândia. O Mamede foi um inquestionável companheiro dessas lides e que cedo evidenciou implacáveis qualidades. Trago, simultaneamente, à estampa a forma zelosa como os docentes de educação física cumpriam, e cumprem, as suas missões nos estabelecimentos de ensino. E é justamente neste aglomerado de entregas ao fenómeno desportivo, que estes exemplos são sempre bem-vindos e merecedores de aplausos. O trabalho executado na modalidade brota paixão e as suas vertentes apresentam-se solidárias para um rol de miúdos que sonham com um mundo de imaginárias surpresas desportivas. Fica o registo.

Pelotão 32.ª Volta ao Alentejo em Bicicleta pedala hoje em direção a Mértola

A 3.ª etapa da Volta ao Alentejo em Bicicleta termina hoje em Mértola

A “Alentejana” está na estrada Corre-se hoje a terceira etapa da 32.ª Volta ao Alentejo em Bicicleta, numa ligação entre o Redondo e Mértola, com a extensão de 205 quilómetros, por sinal a mais extensa das cinco desenhadas para esta edição de 2014. Texto e fotos Firmino Paixão

O

terceiro dia da Volta ao Alentejo 2014 marca a transição para o sul da região, deixando para trás a vila do Redondo, um dos berços naturais desta prova desportiva, não apenas pelas tradições velocipédicas da terra, mas ainda, e não menos importante, pela ligação ao histórico autarca Alfredo Barroso, que hoje ainda preside à Assembleia Municipal, mas que durante muitos anos foi suporte fundamental para a manutenção da Alentejana no calendário nacional e internacional. E defensor dos valores que a ela estiveram sempre associados, como a promoção da região e a montra de privilégio para aquilo que eram os anseios das nossas gentes e das nossas terras, numa altura em que a Volta ao Alentejo andava ao colo de muita gente anónima que a conseguiu projetar, não para o lugar que hoje ocupa, porque ela já pisou altares de maior relevo, mas para a sua fixação como acontecimento desportivo fundamental para a região. Voltemos ao Redondo para deixar a caravana rumar ao sul, numa tirada que se inicia às 10 e 30 horas e cuja chegada está prevista para depois das três e meia da tarde, junto ao Quartel do Bombeiros da Vila Museu, após uma primeira passagem, com disputa de Meta Volante (MV) e das respetivas bonificações. O pelotão passará por Montoito,

Falcoeiras, Caridade, Reguengos de Monsaraz (MV) São Marcos do Campo, Amieira, Alqueva, Pedrógão (12 e 40 horas), Orada (12 e 50h), Serpa (13 e 24h), Santa Iria (13 e 27h), Mina de São Domingos (14 e 11h), Mértola (1.ª passagem com MV, 14 e 38h), São João dos Caldeireiros e de novo Mértola. Neste percurso fica de fora a cidade de Beja, à semelhança da edição anterior em que a caravana evitou o perímetro urbano da cidade utilizando a Estrada das Cavadas, entre Boavista e Penedo Gordo, ao que se sabe, por divergências entre a organização e as forças de segurança locais, que se prendem com a falta de regularização de compromissos financeiros existentes e derivados de uma anterior passagem da prova nesta cidade, valores considerados justos por uma das partes, excecionalmente inflacionados pela outra parte. Enquanto a questão não prescreve, Beja ficará na berma da estrada, mas sem ver passar as bicicletas. Amanhã, a prova visita o litoral alentejano, com uma etapa entre Odemira e Santiago do Cacém (159,2 km), com partida da zona ribeirinha odemirense às 11 e 35 horas e chegada prevista para as 15 e 45 horas, junto ao Pavilhão de Desportos da cidade de Miróbriga. Pelo caminho passará por Zambujeira do Mar (12 e 10h), Almograve (12 e 39h), Odemira MV (13 e 08h), São Luís (13 e 33h), Cercal (13 e 47h), São Domingos (14 e 22h), Santiago do Cacém MV (14 e 51h), Santa Cruz (14 e 58h), Vila Nova Santo André MV (15e 26h), Aldeia Santo André (15 e 32h), Escatelares (15 e 39h) e de novo Santiago do Cacém. No domingo corre-se a designada etapa da consagração, de Alcácer do Sal para Évora, 172.9 km, com passagem por Vendas Novas MV (12 e 46h), Montemor-o-Novo (13 e 19h), Ciborro (13 e 48h), Pavia MV (14 e

42h), Arraiolos MV (15 e 13h) e meta final na Praça do Giraldo, onde a cidade de Évora se reconcilia com a Volta após uma ausência de três anos. Aí serão laureados os vencedores individual e coletivo e os conquistadores dos Prémios de Montanha, Pontos e Juventude. A garantia da realização da Volta ao Alentejo, pelo menos até 2017, data em que cessa o atual protocolo entre a Podium e a Cimac que suporta a sua organização e a perspetiva de uma eventual requalificação da prova, fazendo subir a sua cotação nos índices da UCI e permitindo a presença de equipas e ciclistas melhor cotados no ranking internacional foram duas notas deixadas durante a apresentação desta edição da Alentejana. No entanto, segundo o diretor da prova e antigo ciclista, Joaquim Gomes, este modelo competitivo favorece mais os interesses do ciclismo nacional, porquanto permite a presença de equipas do escalão Sub/23, que não tem acesso a provas por etapas de nível competitivo superior, opinião corroborada por Delmino Pereira, atual presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, outro vulto do ciclismo português. Entretanto, na tarde de domingo, conheceremos o 32.º vencedor da Volta ao Alentejo, mantendo este singular recorde de nenhum ciclista ter conseguido repetir o triunfo. O que falta percorrer: 3.ª etapa (28/3) Redondo/Mértola 205 km – passagem por Reguengos Monsaraz, Amieira, Pedrógão, Serpa, Mina São Domingos e Mértola. 4.ª etapa (29/3) Odemira/ Santiago Cacém 159.2 km – passagem por Almograve, Longueira, Odemira, S. Luís, Cercal, Sto. André e Santiago. 5.ª etapa (30/3) Alcácer Sal/Évora 172.9 km – Vendas Novas, Ciborro, Pavia, Arraiolos e Évora (praça do Giraldo).

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21 Diário do Alentejo 28 março 2014

III Passeio BTT de Almodôvar


saúde

22 Diário do Alentejo 28 março 2014

Análises Clínicas

Medicina dentária

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Centro de Fisioterapia S. João Batista Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda.

Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves

Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

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FERNANDA FAUSTINO Técnica de Prótese Dentária Vários Acordos

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

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Ginecologia Obstetrícia CLINIPAX Avenida Zeca Afonso, 6 1B BEJA Tel. 284322503 Tms. 917716528/916203481 Estomatologia

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Dr. José Loff Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral/Implantologia Aparelhos fixos e removíveis VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304

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Clínica Geral

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Consultas Clinibeja Rua António Sardinha, 23, 7800-447 Beja Tel: 284 321 517 Tlm: 961 341 105 www.clinibeja.com clinibeja@gmail.com

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MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS

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Dra. Sónia Fernandes Pediatra Consultas no Centro Médico de Beja Largo D. Nuno Álvares Pereira n.º 13 BEJA Marcações pelo telefone 284312230 Otorrinolaringologia

DR. J. S. GALHOZ

DR. ÁLVARO SABINO

Ouvidos,Nariz, Garganta

Otorrinolaringologista Ouvidos,Nariz, Garganta

Exames da audição

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas

Consultas a partir das 14 horas Marcações pelo telefone 284321693 ou no local Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA

Tel. 284324690 Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA


saúde

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva –Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/ Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.º Ricardo Lopes – Consulta de Gastrenterologia e Proctologia - Endoscopia e Colonoscopia Dr.ª Joana Leal – MedicinaTradicional Chinesa/Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (TAC) ECOGRAFIA MAMOGRAFIA ECO DOPPLER RADIOLOGIA DENTÁRIA Médicos Radiologistas António Lopes / Aurora Alves Helena Martelo / Montes Palma Médica Neuroradiologista Alda Jacinto Médica Angiologista Helena Manso Convenções: Psiquiatria

DR. CIRO OLIVEIRA Consultas às sextas-feiras, a partir das 15 horas Centro Médico de Beja Largo D. Nuno Álvares Pereira, 13 BEJA Marcações pelo tel. 284312230

ULSBA (SNS) ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Marcações: Tel. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387 Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA

23 Diário do Alentejo 28 março 2014

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA


necrologia

24 Diário do Alentejo 28 março 2014

Nossa Senhora das Neves

Nossa Senhora das Neves

Manuel Venâncio Carocinho

Luís António Casteleiro de Góis Missa do 9.º Aniversário No próximo dia 31, segundafeira, pelas 18 e 30 horas, será rezada missa na Sé de Beja pelo seu eterno descanso, agradecendo-se já a todos os que se dignarem assistir à celebração.

Missa do 15.º Aniversário A sua filha participa a todas as pessoas de suas relações e amizade que no próximo dia 31, segunda-feira, pelas 18 e 30 horas, será rezada missa na Sé de Beja pelo eterno descanso do seu ente querido, agradecendo-se já a todos os que se dignarem assistir à celebração.

MISSA

Amadeu Rodrigues Simenta 5.º Ano de Eterna Saudade Partiste e nada levaste Apenas o grande amor que te dei Fiquei com tudo e nada tenho Falta-me o amor que em ti sempre encontrei Sua esposa e restante família participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 31/03/2014, segunda-feira, às 18 horas, na igreja de Santa Maria, em Beja, agradecendo desde já a todos os que nela participarem.

AGRADECIMENTO E MISSA

Nasceu em 28.07.1938 Faleceu em 21.03.2014 Esposa, filha, genro, neto e demais família de JOÃO ALBERTO COVAS LIMA DE CARVALHO agradecem a todas as pessoas que estiveram presentes neste momento de dor e partida ou que de outro modo demonstraram o seu pesar. Manifestam também a sua profunda gratidão às equipas do Serviço de Urgência e SO, bem como a todos os médicos, enfermeiros e auxiliares do 3.º piso do Hospital de Beja, que sempre o acompanharam com muito profissionalismo e dedicação. Participam que será realizada missa de 7.º Dia, sábado, dia 29 de março, pelas 18 e 30 horas, na igreja da Sé, em Beja.

Serpa

Dores do Nascimento Martins 24-12-1923 17-03-2014 A família, sensibilizada, agradece as manifestações de sentido pesar aquando do falecimento da sua ente querida.

MISSA

João Pedro Marques Rosa 8.º Ano de Eterna Saudade Seus pais, irmã e restante família comunicam que se realiza missa pelo seu eterno descanso no dia 1 de abril, terça-feira, pelas 18 e 30 horas, na igreja do Carmo, em Beja.

Os filhos cumprem o doloroso dever de participar o falecimento dos seus pais, Maria de Fátima Lampreia Ramos da Graça Venes, ocorrido no passado dia 17 de Março e António Catarino da Graça Venes, ocorrido no passado dia 26 de Março. Agradecemos a todos a preocupação demonstrada nestes 2 últimos anos e todos os sentimentos de pesar recebidos.


necrologia institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1666 de 28/03/2014 Única Publicação

25 Diário do Alentejo 28 março 2014

Diário do Alentejo n.º 1666 de 28/03/2014 Única Publicação

TRIBUNAL JUDICIAL DE BEJA 1° Juízo

CENTRO INFANTIL CORONEL SOUSA TAVARES

ANÚNCIO

Processo: 225/14.1TBBJA Interdição / Inabilitação Requerente: Ministério Público Requerido: Milene Filipa Pires Patrício N/Referência: 2874443 Data: 17-03-2014 Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/ Inabilitação em que é requerido Milene Filipa Pires Patrício, com residência em domicílio: Rua Pablo Neruda, Lote 9-1° Esq°, Beja, 7800-000, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. A Juiz de Direito, Dra. Maria das Mercês Nascimento O Oficial de Justiça, Odete Sousa

Diário do Alentejo n.º 1666 de 28/03/2014 Única Publicação

CONVOCATÓRIA Nos termos do Artigo 30.° dos Estatutos do Centro Infantil Coronel Sousa Tavares, convocam-se todos os Sócios para uma reunião da Assembleia Geral a realizar no dia 24 de abril de 2014, pelas 20 horas, na sede da Instituição, Rua Pedro Álvares Cabral em Beja, com a seguinte ordem de trabalhos: 1 - Apreciar e votar as Contas de Gerência do Ano de 2013. 2 - Alteração aos Regulamentos Internos das Respostas Sociais Creche Pré-Escolar, CATL - Sede e CATL “A.Escola”. 3 - Outros Assuntos. Se à hora marcada não estiver presente mais de metade dos associados com direito a voto a Assembleia reunirá uma hora depois com qualquer número de presentes. Beja, 11 de Março de 2014. O Presidente da AssembIeia Geral João da Silva Martins

Diário do Alentejo n.º 1666 de 28/03/2014 Única Publicação

CÂMARA MUNICIPAL DE BEJA A publicação dos subsídios atribuídos pela autarquia no 2.º Semestre de 2013, bem como as doações no mesmo período, encontram-se na página do município.

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Diário do Alentejo n.º 1666 de 28/03/2014 Única Publicação

CONSERVATÓRIA DO REGISTO CIVIL, PREDIA, COMERCIAL CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO VERDE

EXTRACTO

CERTIFICO, narrativamente, para efeitos de publicação, que, por escritura de Justificação lavrada hoje, de folhas quarenta e quatro a folhas quarenta e cinco do livro de notas para escrituras diversas número Setenta e Dois - A, deste Cartório Notarial, a cargo do notário, Lic. José Francisco Colaço Guerreiro, a outorgante: ADALCINDA MANUELA DA CONCEIÇÃO ANACLETO, C.F. n.° 137 220 120, viúva, natural da freguesia e concelho de Castro Verde, onde reside na vila na Avenida António Sérgio, n° 19, declarou ser dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio urbano, destinado a quintal, sito na Rua Nova, Monte dos Geraldos, União das Freguesias de Castro Verde e Casével, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Castro Verde: UM - Composto por uma parcela de terreno, com a superfície de trezentos e trinta e oito metros quadrados, que confronta do norte com Manuel Machado Cabaço, do sul com Maria Ana Jorge lnácio, do nascente com Rua Pública e do poente com Rua Nova, e inscrito na respectiva matriz predial, em nome da justificante sob o artigo número 4207 com o valor patrimonial atual igual ao que lhe atribue, de quinhentos e dez euros. Que o referido prédio veio à sua posse há mais de vinte anos, em dia e mês que não sabe precisar, mas no decorrer do ano de mil novecentos e oitenta e sete, por doação efetuada por Zacarias da Conceição e mulher Mariana Gomes, residentes que foram no dito Monte dos Geraldos. Que a doação foi meramente verbal, nunca formalizada por escritura pública, motivo pelo qual não dispõe do título que lhe permita efetuar o respetivo registo de aquisição na competente Conservatória do Registo Predial, tendo-o adquirido por usucapião. Está conforme o original, na parte a que me reporto. Cartório Notarial de Castro Verde, doze de março de dois mil e catorze. O Notário, José Francisco Colaço Guerreiro

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Mais para todos nas 238 lojas LIDL

Diário do Alentejo 28 março 2014

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Teve início ontem, quinta-feira, e decorrerá até 23 de abril, o projeto LIDL “Mais para todos”, uma iniciativa de responsabilidade social pioneira, que envolveu os colaboradores de todas as lojas LIDL. O objetivo da campanha é ajudar quem mais precisa, nomeadamente mais de duas centenas de instituições de solidariedade de todo o País através da angariação de produtos. Em cada uma das lojas serão recolhidos alimentos para uma instituição que intervém localmente e previamente identificada pelo LIDL. O LIDL doará produtos alimentares essenciais e complementará este donativo com bens não alimentares úteis para o desenvolvimento do trabalho das instituições.

Empresas

Grupo CH abre escritório em Ferreira do Alentejo atento à agricultura e ao turismo

No N o Alleenf nfllo or, or r, o visi vi sittaant nte tteem oport or tu or tuni nid daade de a re ap r ci ciar ar vár ário ioss io tipo ti pos d dee flo l re ress,, assim as siim cco omo om mo co onvver ersa saar co co m o reesp spon onsá sávve sá vel que qu ue lhe lh he een n nsi s naa tud si udo accer erca erca c do mu und ndo o de fflo lo orriicu cullttur ura. a.

Árvores, flores, plantas e especiarias para todos os gostos

Alenflor, um centro de jardinagem perto de Beja Há cerca de 17 anos ao serviço da população, mas com mais de 30 anos de experiência no ramo, António Picamilho, responsável pelo centro de jardinagem Alenflor, próximo de Beja, sempre que possível, produz plantas inovadoras no setor da floricultura. Atualmente produzem-se bonsais no espaço. Publirreportagem Sandra Sanches

É

a cerca de um quilómetro e meio de distância de Beja, e com uma área de 10 mil metros quadrados, que o centro de jardinagem Alenflor coloca à disposição da população um vasto leque de serviços e produtos na área da floricultura. As cores, perfumes e texturas das plantas misturam-se e convidam o cliente a passar horas andando pelos corredores do centro. Desde os adubos aos utensílios, passando pelas máquinas próprias do setor, até à terra, o Alenflor é uma empresa que, desde 1997, ano em que abriu portas, centra o seu trabalho na criação e manutenção de espaços verdes, plantação de árvores e arbustos, instalação de relvados, decoração de escritórios e espaços, mobiliário para jardins, aluguer de plantas e suportes em ferro. Mas são as flores que encantam qualquer decoração, chegando a transformarem-se em presentes

especiais para diversas ocasiões. Os produtos são para todos os gostos: árvores de fruto, árvores de sombra, arbustos, herbáceas, roseiras, tulipas, entre muitas outras flores que fazem sucesso por ali. As vendas disparam maioritariamente com as violas, amores-perfeitos, petúnias, hortênsias, roseiras e os jarros, o cliente chega de todo o lado, de norte a sul do País. Vários temperos também ocupam boa parte do espaço: pimenteiras, coentros, salsa, entre muitas outras utilizadas na confeção de iguarias. António Picamilho, que deixa transparecer o verdadeiro sentimento que nutre pelo setor, apesar da crise que atravessa, acredita que “melhores dias virão”. Os tempos mortos são ocupados da melhor forma: “dia sim, dia não, as plantas são tratadas e recebem toda a atenção de que necessitam”. “Água, calor, alimentação e dedicação...o fundamental para a planta viver”, refere o responsável. Falando da conjuntura atual, e do poder de compra “reduzido”, António Picamilho considera que o Alenflor não é exceção, já que se “ressente igualmente desta crise”. O responsável admite ter baixado os valores dos produtos, não só porque o IVA das plantas foi reduzido, mas também porque acredita que assim o cliente terá mais possibilidades de adquirir os seus artigos.

Cerca de 90 por cento dos clientes que passam pelo Alenflor chegam “sem ideia do que pretendem”, mas, segundo nos refere o responsável, “saem daqui satisfeitos e esclarecidos sobre o que irão plantar”. Passatempo ou subsistência, o certo é que ainda existem verdadeiros amantes da natureza e prova disso é a produção própria que António Picamilho coloca no mercado. Da opinião de que é “na produção que se veem resultados”, o centro dedica-se neste momento à produção de bonsais. Cultivar árvores em vaso e dar-lhes forma, mais do que uma produção, é sem dúvida uma arte viva. O responsável, mal começou a produção e a réplica destas árvores num vaso em miniatura, e já conquistou vários corações. No espaço nada parece faltar ao cliente. Desde a assistência até à produção tudo é acompanhado de perto pelo empresário que conhece cada detalhe do negócio. Peças de decoração, vasos de diferentes tamanhos e estilos, fertilizantes e ferramentas de jardinagem, o centro disponibiliza tudo o que os amantes das plantas precisam para colocar as mãos na terra e cuidar dos seus espaços verdes. Localizado numa das entradas de Beja, este centro de jardinagem aguarda a sua visita ou o seu contato através do número 284 323 568.

O grupo CH, mais conhecido como a “consultora mais premiada em Portugal”, conta atualmente com três escritórios nas cidades do Porto, Coimbra e Lisboa. No passado dia 20, inaugurou mais um espaço no ninho de empresas de Ferreira do Alentejo. O evento, que contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, assim como de representantes das associações empresariais, parceiros de negócios e instituições regionais locais, deu a conhecer as ideias que a empresa pretende ao instalar-se na região, num ano que consideram de “crescimento”. O grupo, que trabalha no sentido de oferecer aos clientes soluções integradas nas áreas da internacionalização de apoio à gestão, formação, comunicação e branding, é constituído por cinco empresas de consultadoria: CH Business Consulting, especialista em consultoria de gestão de pessoas e organizações; CH Academy, que aposta na formação e desenvolvimento de pessoas; KWL, direcionada para a implementação de sistemas de gestão; Monstros & Cia, agência de comunicação de design; e Burocratik, especialista em webdesign e branding. É o quarto escritório que a CH abre no País e, segundo refere António Henrique, CEO da empresa, a escolha por Ferreira do Alentejo pretende “servir a região do grande Alentejo”, e contribuir “para o desenvolvimento económico, em particular nos setores da agricultura e turismo”. A atitude no mundo empresarial já lhes valeu cerca de 17 prémios, não só na área da inovação, mas acima de tudo por serem uma das melhores empresas para trabalhar em Portugal. A missão continuará a passar por encontrar soluções para resolver problemas e partilhar oportunidades com as empresas. PUB


Entre hoje e domingo, 30, o município de Odemira vai promover uma grande campanha de limpeza da costa. O lixo recolhido será exibido, em sacos, à entrada de Vila Nova de Milfontes, “para sensibilizar a população e turistas para o problema da poluição ambiental”, explica a autarquia. Hoje, sexta-feira, a campanha terá início nas praias junto a Vila Nova de Milfontes, sendo a concentração dos participantes na praia do Farol (às 9 e 30 horas e às 14 horas). Amanhã, sábado, a campanha de limpeza incidirá na praia do Malhão, sendo a concentração dos participantes no estacionamento frente à estrada do Sitava (às 9 e 30 horas e às 14 horas). No domingo, 30, será efetuada a limpeza do areal dos Aivados, sendo a concentração dos participantes no estacionamento frente à estrada da Ribeira da Azenha, às 9 e 30 horas.

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Campanha de limpeza nas praias de Milfontes, Malhão e Aivados

À solta

Pais

Temos procurado trazer para a tua página ideias diferentes para decorares os ovos da Páscoa. Hoje não é excepção. Ao contrário de outras propostas em que a decoração se resume a um único ovo, aqui temos uma composição feita com vários ovos. O corpo dos personagens pode ser ligado ou por cola ou fazendo passar pelos dois orifícios um pau de espetada.

O site “cute food for kids” (www. cutefoodforkids.com) dá-nos excelentes ideias para preparar refeições divertidas para os mais pequenos. Esta semana fomos ao encontro da Páscoa.

A páginas tantas... Amigos é a história de uma grande amizade entre um rapaz e uma rapariga que partilham jogos e confidências… até ao dia em que a distância os separa. Eric Carle evoca aqui, neste que é o seu mais recente álbum, as recordações da sua infância em Nova Iorque, a sua cidade natal, que deixou aos seis anos, quando os seus pais decidiram regressar à Alemanha, de onde eram originários. A ausência representa-se assim com metáforas visuais que transmitem frio e perigo, solidão e escuridão, dificuldades que há que ultrapassar com esforço, imprevistos e incertezas…

Passo-a-passo Quando se fala em Páscoa invariavelmente pensamos em amêndoas e ovos de chocolate. Tal como no Natal é comum oferecerem-se pequenos presentes nesta época. Com o rolo do papel de cozinha, ou juntando três rolos de papel higiénico, podes fazer embrulhos personalizados e bem originais.

Assiste a um pequeno vídeo onde o próprio autor conta a história deste livro e fala da sua infância. http://www.youtube.com/watch?v=aZnq_7O69b8

Se brincas à “caça aos ovos”, em que um coelho matreiro esconde os ovos mais apetitosos e a criançada tem de os encontrar, nada melhor que levar a brincadeira a sério e ter mesmo alguém disfarçado de coelho. Vais precisar de um prato de papel, um elástico e tintas. As orelhas são feitas com a metade do prato que é cortado. Diverte-te e boa caça aos ovos.


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Buraka Som Sistema desvendam novo álbum na Ovibeja

A Ovibeja vai ser o palco da apresentação, em primeira mão, do novo álbum dos Buraka Som Sistema, que só será lançado oficialmente em junho. No concerto de dia 2 de maio, “vão ser estreadas algumas músicas do novo álbum dos Buraka que ainda estão no segredo dos deuses”, garante a organização da feira, a cargo da ACOS . O novo álbum foi desenvolvido ao longo de 2013, ano em que a banda estreou no Festival de Cinema de Londres o documentário “Off the Beaten Track”, um filme que “pode também passar na Ovibeja”, e que mostra o percurso que levou os Buraka Som Sistema desde a Amadora aos palcos de todo o mundo.

Comer Carapaus de escabeche Ingredientes: 1kg. de carapaus, q.b. de sal, q.b. de farinha de trigo, q.b. de azeite, 4 cebolas, 4 dentes de alho, 1 folha de louro, 1 ramo de salsa, q.b. de vinagre, pimenta branca moída, q.b. de colorau. Preparação: Tempere os carapaus com sal e passe-os pela farinha. Numa frigideira aqueça o azeite e frite os carapaus. Retire-os e reserve. Nesse azeite quente coloque rodelas de cebola cortadas finas, alhos laminados e louro. Deixe alourar um pouco a cebola. Tempere com um pouco de sal, vinagre e polvilhe com colorau. Retifique os temperos. Coloque os carapaus numa travessa, ponha o molho por cima e salsa picada. Sirva quente ou frio. E bom apetite… Nota: Pode servir quente acompanhado com batatas cozidas.

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

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té ao final do mês, os Serviços de Filatelia dos Correios estão recetivos a sugestões para os motivos das emissões de selos para o próximo ano. Num país com quase 900 anos de história, são muitas as datas e muitos os acontecimentos que merecem ser assinalados. Com base na bibliografia assinalada, apontamos um conjunto de acontecimentos que enriquecem a valiosa herança que os nossos avoengos nos deixaram. Os acontecimentos que escolhemos foram somente os que tiveram lugar em datas terminadas em 15 ou 65, pois permitem assinalar os acontecimentos que, para o ano, celebram centenários, ou cinquentenários, cujo milénio termina em 15 ou 65. Privilegiámos o aniversário de factos ligados à História (política) e à Literatura. Vejamo-las: 850 Anos (1165) da reconquista da cidade de Évora; 700 Anos (1315) da fundação da Ordem de Cristo; 600 Anos (1415) da morte da D. Filipa de Lencastre; conquista de Ceuta; publicação do livro Virtuosa Benfeitoria do infante D. Pedro (filho de D. João I); 500 Anos (1515) morte de Afonso de Albuquerque; publicação das obras de Gil Vicente, Mofina Mendes (auto) e Quem tem Farelos? (farsa); Publicação da Gramática, de João de Barros, e Verdadeira Informação das Terras do Prestes João, do padre Francisco Álvares; 450 Anos (1565) da fundação da cidade do Rio de Janeiro; 400 Anos (1615) da conquista definitiva do Maranhão aos franceses; 350 Anos (1665) morte de D. Luísa de Gusmão; publicação das Obras Métricas de D. Francisco Manuel de Melo. 300 Anos (1715) publicação do periódico de informação política, “Gazeta de Lisboa”; início do cancioneiro de Jorge Baía, Fénix Renascida.; 250 Anos (1765) da liberdade de comércio entre todos territórios ultramarinos de Portugal; 200 Anos (1815) da Carta de Lei que cria o “Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves”; 150 Anos (1865) da Exposição Industrial do Porto;

País de Abril – uma antologia

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Boa vida

Filatelia Sugestões para os selos de 2015

Letras

da criação da Companhia União Fabril – CUF e do Banco Nacional Ultramarino; da abolição da pena de morte para os crimes civis; publicação de Febo Moniz de Oliveira Martins e Odes Modernas de Antero de Quental; 100 Anos (1915) da conclusão da linha ferroviária do Vale do Sado; da campanha militar no sul de Angola; do início da publicação da revista “Orpheu”; “Céu em Fogo” (novela) de Mário de Sá-Carneiro; a Arte de Ser Português, de Teixeira de Pascoaes; “Frisos, Manifesto Anti Dantas, Por Extenso”, de Almada Negreiros; Início da publicação “Atlântida”, mensário artístico, literário e social de João de Barros e João do Rio; morte do escritor e jornalista José Pereira Sampaio Bruno; 50 anos (1965) do assassínio de Humberto Delgado; da inauguração da Base Aérea de Beja, da extinção da Sociedade Portuguesa de Escritores e da Casa dos Estudantes do Império. Nesta extensa lista de sugestões, várias outras poderiam ser incluídas, como por exemplo, uma emissão de homenagem ao dador de sangue e, simultaneamente, de sensibilização para esta causa; outra (que já tarda muito) de homenagem a todos aqueles que morreram em teatro de guerra, incluindo os que representavam o País em missões ao serviço da Nato ou das Nações Unidas Bibliografia: História Comparada – Portugal, Europa e o Mundo (vol.1) (Direção de António Augusto Simões Rodrigues). Lisboa, Temas e Debates, 1997 História de Portugal e Datas. (coordenação António Simões Rodrigues). Lisboa, Temas e Debates, 2000 Amanhã há eleições na FPF O Congresso da Federação

Portuguesa de Filatelia – APD vai eleger amanhã os seus corpos sociais para o quadriénio 2014/2018. Os diversos órgãos dos corpos sociais serão liderados por: direção, Pedro Vaz Pereira; mesa do congresso, António Gonçalves Borralho; conselho fiscal, António Manuel Pimentel Perestrelo Cavaco; conselho jurisdicional, José Eduardo Pescador Matos Fanha Vieira; comissão disciplinar, José Joaquim Jorge de Oliveira. O congresso terá lugar às 14 horas, na Sala Lisboa do Hotel Travel Park, sito na avenida Almirante Reis, n.º 64, 1150-020 Lisboa. Para além da análise, discussão e votação dos documentos habituais neste género de reuniões, vai-se aflorar o programa das comemorações do 60º aniversário da FPF que ocorre este ano. A ilustração da “Filatelia” reproduz o selo de 1€ da emissão “Personagens da História” (24 de março) dedicado ao mertolense José Sebastião e Silva, que se distinguiu no campo da matemática e cujo centenário do seu nascimento ocorre este ano. Geada de Sousa

bril é o mês que define um país. Certamente. A poesia de Manuel Alegre está entre aquela que se fez arma – “Poemarma”, como lhe chamou o próprio em 1964 – numa revoluçãopoema. Inegável. O que é estranho, e é belo e é da natureza da poesia é que Alegre tenha escrito sobre o seu país de Abril antes do Abril que encheu as ruas de gente e de cravos e que tenha escrito sobre Maio antes do Maio do seu regresso do exílio, em Argel. Quarenta anos depois de um Abril que se cumpriu mas que ainda define um país e uma democracia por cumprir melhor, esta antologia que reúne poemas sobre um Abril ainda sonhado e antecipado, volta a dar tom para um despertar necessário: Que o poema seja microfone e fale Uma noite destas de repente às três e tal Para que a lua estoire e o sono estale E a gente acorde finalmente em Portugal. Alguns dos 29 poemas agora reunidos nesta antologia já tinham sido publicados em Praça da Canção, uma edição que cumpre este ano o seu cinquentenário, e em O Canto e as Armas, de 1967. Proibidos ambos os livros pela Censura do Estado Novo, os poemas circularam clandestinamente e nisso cumpriram-se e cumpriram o seu canto libertador. “Trova do vento que passa”, entre outros poemas, foram cantados – Amália gravou esta trova, musicada por Alain Oulman, ainda antes da alegria e da esperança inundarem o país de Abril – por Francisco Fanhais, José Afonso, Adriano Correia de Oliveira e muitos outros. Acrescentados a estes poemas-canção foram outros, escritos durante o PREC, e publicados mais tarde, em 1981, em Atlântico. Abril é o mês prometido para a saída da troika de Portugal. Se a poesia, só por si, não faz revoluções, é certo que a esperança também se funda numa “poética da mudança” tão cara ao político e ao poeta Manuel Alegre. Maria do Carmo Piçarra

Manuel Alegre D. Quixote 96 páginas 5 euros


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Filho da Mãe apresenta “Cabeça” em Castro

Projeto a solo do músico Rui Carvalho, iniciado em 2010, Filho da Mãe é a proposta de hoje, sexta-feira, da segunda temporada Pequenos Concertos de Inverno, em Castro Verde. O concerto decorre a partir das 21 e 30 horas, no cineteatro municipal, e insere-se na tour de lançamento do segundo disco, “Cabeça”, também centrado na guitarra acústica, entre “um rock nervoso e um classicismo pouco convencional”.

Fim de semana

Alunos de Belas-Artes expõem em Aljustrel Continua patente até 5 de abril, no espaço Oficinas, em Aljustrel, uma exposição coletiva de pintura de 48 alunos da Sociedade Nacional de Belas-Artes de Lisboa. Os trabalhos resultam de um desafio lançado no início deste ano letivo aos alunos do 4.º ano e Ateliê Livre. As visitas guiadas (público escolar e público em geral) decorrem às quartas-feiras, mediante marcação prévia.

FITA chega ao fim com peça cubana

O I Festival Internacional de Teatro do Alentejo (FITA) aproxima-se do fim. Ainda hoje, sexta-feira, é possível assistir ao espetáculo “20 Dizer”, a cargo da companhia Trigo Limpo – Teatro Acert, em duas sessões: pelas 21 e 30 horas, na sala estúdio do teatro Pax Julia; e, pelas 23 horas, no espaço Os Infantes. Pelas 21 e 30 horas, o auditório do Pax Julia acolhe a peça “Dinossauros”, pelos brasileiros Grupo Cena. Amanhã, sábado, o dia de espetáculos é preenchido por “Clean Play Clown”, pela companhia Baal 17, de Serpa (16 horas, sala estúdio), e por “La Edad de la Ciruela”, uma proposta dos cubanos Teatro D’Dos (21 e 30 horas, auditório). A festa de fecho desta edição inaugural ocorre a partir das 23 horas, no espaço Os Infantes.

Música e teatro animam fim de semana em Alvito A Orquestra Clássica do Sul, composta por 31 músicos selecionados em concurso público internacional, vai atuar amanhã, sábado, a partir das 18 horas, no Centro Cultural de Alvito. Trata-se, segundo a autarquia local, da “herdeira do percurso de sucesso da Orquestra do Algarve, cuja carreira nos principais palcos nacionais e internacionais foi elogiada pela crítica especializada, enaltecendo a sua elevada qualidade artística e excelência”. Hoje ainda, no mesmo espaço e no âmbito das comemorações do Dia Mundial do Teatro, a companhia Quarto Crescente apresenta a peça “Feminino”, que sobe ao palco a partir das 21 horas.

Festival de música sacra tem como palco oito igrejas até julho

Passeios de Beja vão ao museu e à barragem do Pisão O ponto de encontro é amanhã, sábado, na piscina coberta da cidade, logo pelas 8 e 30 horas. Quem comparecer, parte para um percurso de nove quilómetros pelos braços da barragem do Pisão, com paragens para observação de aves, como a Garça-branca-grande, cujo guia é o especialista Dinis Cortes. Em alternativa ao ar livre, o programa Passeios de Beja oferece também no mesmo dia, a partir das 15 e 30 horas, um périplo guiado pela coleção de pintura do Museu Regional Rainha Dona Leonor. O cicerone é Joaquim Oliveira Caetano, bejense e historiador de arte, que atualmente exerce as funções de conservador de pintura no Museu Nacional de Arte Antiga.

Terras sem Sombra inaugurado amanhã em Almodôvar

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igreja de Santo Ildefonso, matriz de Almodôvar, acolhe já amanhã, sábado, o concerto de abertura da 10.ª edição do Terras Sem Sombra – Festival de Música Sacra do Baixo Alentejo, que se prolonga até dia 5 de julho, percorrendo mais sete igrejas da região: em Grândola, Santiago do Cacém, Beja, Castro Verde, Sines e Moura . O arranque de mais uma temporada musical, este ano inspirada na temática “Metáforas do infinito – A espiritualidade nas polifonias dos séculos XI-XX”, estará a cargo da soprano Raquel Alão e do barítono Luís Rodrigues, acompanhados pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos e pelos pianistas João Paulo Santos e Kodo Yamagoshi, sob a batuta do maestro Giovanni Andreoli. Interpreta-se, a partir das 21 e 30 horas, “Ein Deutsches Requiem (Um Requiem Alemão)”, de Johannes Brahms (1833-1897). Recorde-se que, ao mesmo tempo que se assinalam os 10 anos

do Festival Terras Sem Sombra, a Diocese de Beja, organizadora da programação, tem mais dois outros motivos de celebração: os 200 anos da morte de D. Fr. Manuel do Cenáculo, primeiro bispo da diocese restaurada em 1770; e os 30 anos da criação do seu Departamento do Património Histórico e Artístico. No domingo, 30, como já vem sendo hábito, a organização do festival convida artistas e comunidade local para uma ação em torno da biodiversidade. Desta feita, propõe-se “descobrir o mundo extraordinário dos invertebrados e compreender a sua importância nos ecossistemas, num percurso realizado na ribeira do Vascão, um verdadeiro laboratório vivo”, e recentemente classificado como Zona Húmida de Importância Internacional (Convenção de Ramsar). Está previsto um percurso, guiado por especialistas, para observação de libélulas e libelinhas, “grupo que contribuiu para a integração da ribeira na Rede Natura 2000”.


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Parlamento proíbe a adoção de crianças por casais de Beja que só bebem o café nas bombas de gasolina. Promoção na Loja Maçónica de Beja – na compra de dois aventais, recebe uma foto de corpo inteiro de António Saleiro. facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Carta assinada por personalidades do Alentejo (e em alentejano) exige reestruturação da dívida e defende luta conta extinção das sopas de almece Foi apresentada uma carta assinada por personalidades internacionais e encabeçada por Francisco Louçã (o ex-líder-do-BE-que-no-fundo-ainda-manda-no-BE) que exige a reestruturação da dívida portuguesa. A mesma foi escrita em inglês e assinada por economistas estrangeiros como o boneco do monopólio e o boneco do multibanco. Agora, foi a vez de um conjunto de personalidades alentejanas apresentar uma carta escrita em alentejano a exigir a reestruturação da dívida e a defender a luta contra a extinção das sopas de almece. A “Não confirmo, nem desminto” teve acesso ao documento e é aqui, prezado leitor, que vai poder ler alguns dos excertos mais picantes. No que se refere

Depois de girafa, zoo da Dinamarca abate quatro leões: matilha de rafeiros alentejanos retalia raptando três tratadores e dois veterinários Mais uma polémica a marcar o Jardim Zoológico de Copenhaga. Depois de ter matado uma girafa saudável, veio a público a notícia de que responsáveis do zoo terão mandado abater quatro leões – aparentemente, o motivo desta última medida tem a ver com a chegada de um novo leão que não apreciava a decoração Feng Shui que os anteriores inquilinos tinham feito na jaula e muito menos o quadro de Bruno Carvalho (presidente do Sporting) por cima da velhinha televisão Telefunken. Os responsáveis pelo zoo dinamarquês tinham receio que as coisas azedassem entre os animais: os antigos eram membros da Juve Leo desde a sua fundação, enquanto que o novo leão é sócio do FC Porto e tem um primo que é árbitro. Todavia, esta tensão entre animais e humanos é crescente e com repercussões a nível mundial! A tensão neste conflito é tão palpável que faz aquela coisa na Crimeia parecer o “Bem-vindos a Beirais”. Segundo apurámos, a Frlra (Frente Revolucionária e de Libertação do Rafeiro Alentejano) procura responder na mesma moeda, raptando três tratadores e dois veterinários do Badoca Park. A Frente lançou um comunicado a reivindicar o rapto, afirmando tratar-se de “uma resposta aos acontecimentos na Dinamarca” e exigem o pagamento de cinco milhões de euros mais duas toneladas de “Pedigree Pal” em troca da libertação dos reféns. “Chega de exploração e de maus tratos! Esta ação é também pelos nossos camaradas que têm de usar aqueles abajures ao pescoço para não coçarem feridas. Somos animais, não candeeiros do IKEA!”, lê-se no comunicado.

aos verdadeiros responsáveis pela situação em que o País está “era encontrá-los e enfiar-lhes uma barquerada nos entrefolhos daqueles maganos d’um raio” e, se possível, “era enfiar uma carga de porrada no lombo daqueles bichos d’um real ca****!” Quanto à recuperação do nível de vida, na carta pode ler-se “que anda tudo aflito, com os tomates mais apertadinhos do que numa lata de conserva!”, e que “está a ser negado o direito constitucional de gastar dinheiro a beber uns copos na Ovibeja, porra!”. Para além da dívida, as personalidades que assinam o documento também defendem que as autoridades locais deviam interpor uma providência cautelar contra a extinção das sopas de al-

Suínos presentes na Feira do Porco em Ourique assinaram manifesto a exigir a expulsão imediata de Nuno Eiró do evento

mece e acham que a iguaria devia ser introduzida nas cantinas escolares, pois assim “pode ser que os moços d’um raio comam alguma coisa de jeito em vez de só comerem pizza ou gomas de melancia!” e que a meio da manhã “todas a crianças deviam mamar um bocado de pão com toucinho e/ou um piresinho de torresmos do rissol” para crescerem fortes, saudáveis e sem parecerem figurantes nos filmes da saga Twilight. A carta foi assinada por personalidades regionais como antigos autarcas, governadores civis, deputados, Fernando Mamede, Cândida Branca Flor, Geraldo Sem Pavor, Linda de Suza, Abade Correia da Serra e o chefe Nobre.

Depois de freira italiana que cantou Alicia Keys em programa de talentos italiano, o bispo de Beja vai interpretar tema de Rúben Baião na versão portuguesa do “The Voice”

Carroça que era usada para levar crianças em passeio de burro pelo Jardim Público de Beja vai ser sorteada pelo Fisco

Silarca: Pessoas que experimentaram cogumelos alucinogénios no Festival do Cogumelo ficaram tão alterados que até viram aviões no aeroporto de Beja Real izou -se no iníci o do mês de março, na Cabeça Gorda, a 1.ª Edição do Silarca – Festival do Cogumelo. O certame foi um êxito – os visitantes pude ram prov ar as mais varia das iguarias, mas houve uma barraquinha muito discreta que vendia cogumelos… especiais. A empresa Alum ccinações Nucleares vendia cogumellos alucinogénios de todo o mundo e o elevado número de vendas surpreendeu toda a gente, como nos relatou a nossa correspondente na Salvada: “Estava tudo calmo na freguesia da Cabeça Gorda quando as pessoas começaram a ingerir aqueles cogumelos. Josélia, 65 anos, comeu um cogumelo com sabor a Miguel Relvas e afirmou ter visto parte da reforma que lhe tinham tirado em todo o lado e que nas próximas eleições ia votar Passos Coelho – tiveram de lhe enfiar um par de estalos nas ventas e mergulhá-la em água fria. Um casal de Albernoa ingeriu cogumelos com sabor a Pita Ameixa e só via aviões carregadinhos de turistas azuis a aterrar no aeroporto de Beja e uma auto estrada entr e Ficalho e Sines com 12 faixas para cada lado – foram resgatados por militares do Regimento de Infantaria N.º 3 e encontram-se em parte in-

Fecho de edição: Parem as rotativas! E estas são as últimas notícias vindas da nossa delegação do Monte da Semblana

certa! Mas a história mais marcante foi a do senhor Elias que experimentou cogumelos com sabor a Rui Machete: o indivíduo só imaginava que havia um PSD em Beja e começou a pedir desculpa a todos os angolanos de duas cabeças que encontrava. Ao que apurámos, o senhor foi internado numa clínica em parte incer ta e convidado para o Ministério dos Negócios Estrangeiros!”.


Nº 1666 (II Série) | 28 março 2014

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nada mais havendo a acrescentar... Vagar A vida acelera o tempo e quando as rotinas, os deveres, as responsabilidades e os compromissos se instalam no nosso corpo e tomam conta de nós, os relógios de pulso e os corações de peito batem desalmadamente a cento e vinte segundos e outras tantas pulsações por minuto. E no dia em que já não aguentarmos mais as agendas, as reuniões, os lembretes, as solicitações e os prazos, é nesse dia que quebramos. Há sempre um dia na vida em que o mecanismo das horas e do coração se parte. Como um copo de vidro entre o chão e as nossas mãos cansadas. Percebê-lo antecipadamente é fundamental para evitar a derrocada e os cacos. O tempo mata-me de pressa, mas

eu quero ir vivendo devagar. Ir vivendo de vagar e reaprender a gostar das horas ocas e dos dias em que para além de ler um livro não acontece nada. O vagar nasce nas esplanadas, principalmente nas vazias, à hora do sol-posto, desliza suavemente por entre as folhas do jornal, submerge no café, entra na boca. E daí vai para os olhos e depois para o coração que irrigado de silêncio e vagar volta a bater a sessenta pulsações por minuto. Resgato o pensamento à inquietação e sinto-me um lento caracol a caminho do futuro. Fecho os olhos e respiro fundo. Hoje, com as minhas mãos cansadas poisei, espero que ainda a tempo, o copo de vidro. Vítor Encarnação

quadro de honra DR

Iniciou a sua carreira em 2000, no teatro. Trabalhou com grandes nomes como Fernanda Lapa, Cucha Carvalheiro, Elisa Lisboa e Maria Emília Correia. Do seu currículo consta ainda a participação em várias séries de televisão, nomeadamente “Bocage”, “A Vingança”, “Conta-me Como Foi” e “Cidade Despida”. No grande ecrã já foi dirigida por José Fonseca e Costa e João Constâncio, entre outros. Apresentou os programas “Fálas Curtas” e “5 Para a Meia-noite” (RTP2) e fez parte do elenco residente do “Vale Tudo” (SIC).

Filomena Cautela apresenta magazine cultural “Agora”

“Tenho uma afetividade grande” com Ferreira do Alentejo

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Como e quando se deu a sua entrada no mundo do espetáculo?

Foi algo muito natural. Desde miúda que sempre estive envolvida nas peças da escola e nos grupos de teatro que havia pela zona. Ao chegar ao secundário comecei a fazer todos os cursos de interpretação que podia e que me pareciam bons. A partir daí fui conhecendo professores e artistas que me foram encaminhando a audições e castings. O resto foi muita persistência, respeito e trabalho. PUB

Atualmente apresenta o magazine cultural “Agora”, na RTP2. Como surgiu o convite e qual é o balanço que faz?

O “Agora” é de autoria da direção de programação da RTP e da produtora Até ao Fim do Mundo. Fui convidada pelo Hugo Andrade, alguém que respeito muitíssimo e que é um dos grandes responsáveis pelo crescimento da RTP nos últimos tempos e aceitei. Confesso que é um programa que junta duas das minhas grandes paixões, a apresentação e a cultura, portanto não podia pedir mais. Posso neste momento dizer que o “Agora” é, sem dúvida, na minha opinião, o melhor programa de informação cultural que está no ar neste momento e sinceramente um dos programas mais bem feitos da TV portuguesa, com uma notável equipa de profissionais a elevar a fasquia todas as semanas. Para além de apresentar programas de televisão, faz cinema, participa em séries de ficção e em telenovelas, faz dobragens e locuções… Em que registo é que se sente mais

Depois de uma amostra de bom tempo, regressam os aguaceiros à região, que vão manter-se entre hoje e domingo. A temperatura também desce, oscilando entre os três graus de mínima e os 14 graus de máxima.

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34.ª Feira do Livro de Moura

Filomena Cautela, 29 anos, natural de Lisboa

ilomena Cautela apresenta atualmente, na RTP2, o magazine cultural “Agora”, um programa que junta duas das suas “grandes paixões” – a apresentação e a cultura – e que é, na sua opinião, “o melhor programa de informação cultural que está no ar neste momento e sinceramente um dos programas mais bem-feitos da TV portuguesa”. Filha de pai ferreirense, confessa que tem “uma afetividade grande com a região”: “Ferreira do Alentejo será sempre uma terra especial para mim”.

www.diariodoalentejo.pt

à vontade?

Sou atriz e apresentadora e trabalho nas oportunidades que me são concedidas dentro do raio de ação destas profissões. Creio que o meu registo confortável é o que desempenho no momento. Tenho as minhas prioridades e os meus princípios. Neste momento tenho o privilégio de poder escolher os projetos em que participo e posso criar os meus projetos também. A minha prerrogativa é escolher projetos que me parecem importantes e pertinentes para que sejam partilhados com o público e que me façam crescer a mim e ao espectador, seja ele em televisão, teatro, cinema ou no que for. Que ligação mantém com Ferreira do Alentejo, de onde é natural o seu pai?

Tenho uma afetividade grande com a região. Estive há pouco tempo em Ferreira e conversei com pessoas que estavam à porta das suas casas como bons ferreirenses e todos conhecem o meu avô e a minha família e isso é muito reconfortante. Será sempre uma terra especial para mim. Nélia Pedrosa

Inaugurada na quarta-feira, 26, a 34.ª Feira do Livro de Moura, evento promovido pela câmara municipal local, decorre até 6 de abril, nos pavilhões do Parque de Feiras e Exposições da cidade. Além da venda de livros a custos reduzidos, esta edição da Feira do Livro de Moura oferece a apresentação de obras literárias, como Reforma Agrária – A Revolução no Alentejo, de José Soeiro, ou A menina dos ossos de cristal, de Ana Simões. O programa contempla também, informa a autarquia, conversas com escritores, com destaque para Ana Maria Magalhães; os workshops “Tapetes de Histórias” e “Avental de Histórias”; espetáculos teatrais e musicais, como a atuação da banda Los Cuatro Vientos ou os momentos musicais com os alunos do Conservatório Regional do Baixo Alentejo, e projeto “Pó da Alma”, a cargo de Paulo Ribeiro e Jorge Moniz. Refira-se ainda o espetáculo “Nilton ao vivo”, no sábado, dia 5 de abril, cujas receitas reverterão a favor da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Moura.

Festas de Serpa já têm cartaz José Cid, no domingo de Páscoa, e Quim Barreiros, na segunda-feira, dia 21 de abril, ambos pelas 22 horas, na praça da República, são as grandes atrações da edição de 2014 das Festas em Honra de Nossa Senhora de Guadalupe, em Serpa. O programa, que decorre de 17 a 22, organizado por uma comissão de festas local, integra as tradicionais cerimónias religiosas, o incontornável Cortejo Histórico e Etnográfico, pelas 16 horas de domingo, e o “grandioso espetáculo de fogo de artifício”, nessa mesma noite. A romaria ao Altinho, na terça-feira, dia 22, termina em grande com um baile animado por Tiago Catarino, a partir das 16 horas.

Feira do Campo em junho A Feira do Campo Alentejano, ponto alto do calendário anual aljustrelense, já tem marcada a data da próxima edição: entre os dias 13 e 15 de junho. Durante estes três dias, a vila mineira vai abrir as portas do seu parque de feiras para “captar a atenção de potenciais investidores, mostrando as mais-valias deste concelho alentejano, bem como publicitar a dinâmica empresarial local e as condições únicas que Aljustrel dispõe para acolher novas empresas”.


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