Edição N.º 1662

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“Puto Miguel”: A nova estrela da Internet pág. 32 SEXTA-FEIRA, 28 FEVEREIRO 2014 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1662 (II Série) | Preço: € 0,90

Baixo Alentejo fica reduzido a três balcões: Beja, Odemira e Serpa ou Moura

Até ao final de maio podem fechar 11 das 14 repartições de Finanças de Beja JOSÉ FERROLHO

pág. 8

Feira do Queijo: Alentejo perde 30 % de ovinos em 10 anos págs. 16/17 e 30

Há quem defenda: Círculo eleitoral no Alentejo Litoral

Roteiro de Carnaval: Crise e chuva não impedem folia pág. 9

Voando sobre a planície: Base Aérea de Beja faz 50 anos PUB

pág. 13

Estão abertas as celebrações dos 50 anos da Base Aérea de Beja. A 21 de outubro passa precisamente meio século sobre a criação, por portaria, deste equipamento militar que, inicialmente, serviu para treinar pilotos aviadores germânicos, ao abrigo de um acordo bilateral entre Portugal e a República Federal Alemã. O “DA” foi saber como funciona a base, 20 anos depois da abalada dos alemães. págs. 4/6


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Editorial Inverno

Vice-versa Perdida que está a batalha e assumida a derrota [fim da região Baixo Alentejo], não julgo avisado empenhar a minha energia numa causa perdida mas antes na construção de um forte, coeso e competitivo Alentejo litoral. Na construção da identidade da região. Na construção de uma região. Hélder Guerreiro, candidato derrotado à liderança distrital do PS, “Jornal Sudoeste”, 21 de fevereiro de 2014

Paulo Barriga

Q

uando na rua vejo o Inverno, não é o inverno que avisto. Mesmo agora que está esta morrinha parva e frio e vento e lamaçal, quando o Inverno aparece é a primavera que dispara em todos os sentidos. Não é o inverno que predomina. Nunca é o inverno que prevalece, quando se aproxima o Inverno. É antes um raro tempero à base de sol e de azul e de pássaros acabados de chegar. Tão tranquilo e empolgante, o Inverno, como as ribeiras cheias de peixe o são. Ou a sombra larga e rija de uma azinheira o é. António é o outro nome que por cá costumamos dar ao Inverno. António Inverno. Um alentejano de Monsaraz que foi ainda rapaz para Lisboa aprender os esconderijos e os preceitos das belas-artes. Fez-se pintor. Um belíssimo pintor, dizem os especialistas do óleo e do pastel. E fez-se gravador. Um incomparável gravador, asseguram os peritos de todas as oficinas. António Inverno regressou ao Alentejo há mais de uma década. Tem deambulado entre Serpa e Beja. Por vezes, os grandes mestres da pintura visitam-no. Requisitam-no. Querem-no. Por vezes, o Estado atribui-lhe honrarias, menções, comendas. Por vezes, penduram-lhe os quadros nas paredes de galerias, de museus, de coleções privadas. Por vezes, a maioria das vezes, ninguém vê aproximar-se o Inverno, ainda que a sua existência infantil e meiga faça lembrar a primavera. Sempre. Não prestar atenção ao Inverno, principalmente por parte daqueles que habitam onde o Inverno também escolheu habitar o ano inteiro, é uma pena. Sim, pena é a palavra certa para quem não sente o Inverno. Fica mais pobre, que disso não restem dúvidas, quem tem à soleira da porta o Inverno e nele não repara. E isso é uma pena. Como faz pena que um dos mais conceituados artistas-plásticos do País ande aos repelões por uma cidade como Beja sem que alguém para ele abra os olhos. Com olhos de sentir. Com olhos do coração. É um crime de lesa-cultura não estender uma mão ao Inverno, às suas obras, ao seu génio, simplesmente ao seu sorriso. É que todos sabemos que os invernos, mesmo os que não costumam ser, não duram sempre.

A posição “é legítima”, mas foi Hélder Guerreiro quem “mudou de opinião”. Continua a fazer todo o sentido “defender o Baixo Alentejo como um todo. Apesar da regionalização encapotada levada a cabo por este Governo, a força da nossa região assenta na sua diversidade. Ao contrário de outras regiões, temos a sorte de ter um interior maravilhoso e o litoral, o que nos dá um imenso potencial”. Pedro do Carmo, presidente da Federação Distrital de Beja do PS ao “DA”

Fotonotícia O Sahara Ocidental está na Casa da Cultura de Beja. A exposição “Filhos das Nuvens – A Última Fronteira”, de José Baguinho, residente em Beja, integra um conjunto de fotografias tiradas durante uma visita de solidariedade aos campos de refugiados saharauís, que é também um testemunho impressionante da luta deste povo pela sua independência. Com uma superfície de 266 000 km2 e localizado no Noroeste de África, a totalidade do país encontra-se na zona do deserto do Sahara. A sua ocupação é de 307.000 habitantes, dos quais 120.000 vivem na zona ocupada por Marrocos e 187.000 em campos de refugiados, sem contar os 200.000 marroquinos ocupantes. Cerca de 2/3 do território estão ocupados por Marrocos pelo que a zona mais pobre do país está sob o controlo da Frente Polisário. Gonçalo Farinho Foto de José Baguinho

Voz do povo A quem ofereceria uma máscara de Carnaval?

Inquérito de José Serrano

Dália Calisto 35 anos, técnica de biblioteca

Maria José Mestre 62 anos, administrativa

José 84 anos, reformado

Francisca Relvas 70 anos, ex. funcionária pública

Ao primeiro-ministro. Uma máscara de palhaço. De palhaço pobre. Para retratar a sociedade em que vivemos. E a crise por que estamos a passar.

Às minhas duas filhas. Máscaras e trajes de princesas. Porque são duas princesas que eu tenho lá em casa. E brevemente chegará uma outra. A minha netinha.

Oferecia a um Coelho uma máscara de coelho.

Ao sr. Passos Coelho. Uma máscara de cabeça de burro. Com umas orelhas muito grandes. É o que ele merece.


Rede social DR

Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 20 ODEMIRA GNR DETÉM DOIS SUSPEITOS DE FURTO A GNR anunciou ter detido dois jovens, de 18 e 21 anos, por suspeita de furto a uma residência, em Odemira, e apreendido um computador portátil, que tinha sido furtado, e 0,5 gramas de haxixe. Os detidos foram constituídos arguidos e libertados sob a medida de coação de Termo de Identidade e Residência, refere a GNR, num comunicado enviado à agência Lusa. Segundo a GNR, na sequência de uma denúncia de furto no interior de uma residência, apresentada no domingo, no Posto da GNR de Odemira, a guarda encetou diligências de investigação, que permitiram localizar os jovens suspeitos da autoria do furto.

BEJA GNR DETEVE OITO PESSOAS POR FURTO DE AZEITONA A GNR anunciou que deteve oito pessoas, entre os 20 e os 66 anos, por furto de azeitona e aprendeu 1,5 toneladas deste fruto, na freguesia de Baleizão, no concelho de Beja. As pessoas, cinco homens e três mulheres, de nacionalidade estrangeira e a residir na zona de Águeda, foram detidas durante uma ação de fiscalização efetuada pela GNR. Segundo a GNR, os detidos foram presentes ao Tribunal Judicial de Beja para primeiro interrogatório judicial e aplicação de eventuais medidas de coação.

BEJA APREENSÃO DE ESPÉCIES SELVAGENS Numa ação de fiscalização feita pelo Núcleo de Proteção Ambiental (NPA) do Destacamento Territorial da GNR de Beja foi identificado um indivíduo, maior de idade, por detenção em cativeiro de espécies selvagens, sem que estivesse registado no Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF). Por este ilícito, foi elaborado um auto de contraordenação e apreendidas três aves de rapina (Bufo Real), as quais foram entregues no Parque Natural do Vale do Guadiana, em Mértola, para restituição à liberdade.

SEXTA-FEIRA, DIA 21 BEJA BOMBEIROS DO DISTRITO RECOLHERAM 47 TONELADAS DE RESÍDUOS As corporações de bombeiros do distrito de Beja, no âmbito do protocolo estabelecido com a Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos (Amb3e), recolheram, em 2013, 47 toneladas de Resíduos e Equipamentos Elétricos e Eletrónicos (REEE). Os resíduos foram encaminhados para tratamento e valorização através do sistema integrado gerido pela Amb3e. Segundo informação enviada, em nota de imprensa, “estes resíduos serão agora reciclados, permitindo a recuperação de matérias-primas, algumas delas raras e valiosas”. As corporações envolvidas no protocolo recebem uma contribuição financeira por cada tonelada recolhida.

SÁBADO, DIA 22 FERREIRA HOMEM SUSPEITO DE MATAR MULHER Um homem de 62 anos é suspeito de ter matado a mulher, de 54, em Ferreira do Alentejo, com uma arma de fogo, e terá tentado suicidar-se a seguir, ficando gravemente ferido, segundo fonte dos bombeiros e GNR. O alegado homicídio e a tentativa de suicídio ocorreram cerca das 16 e 30 horas numa rua junto ao Mercado Municipal de Ferreira do Alentejo, precisaram à Lusa as fontes do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) e do Comando Territorial de Beja da GNR. Segundo a fonte do CDOS, o suspeito foi transportado, em estado grave, de ambulância, para a Base Aérea n.º 11, de Beja, de onde foi depois transportado de helicóptero para o Hospital de São José, em Lisboa. O caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária. As operações de socorro mobilizaram duas ambulâncias, uma viatura e seis elementos dos Bombeiros Voluntários de Ferreira do Alentejo, a viatura médica de emergência e reanimação (VMER) do Hospital de Beja e militares da GNR.

DOMINGO, DIA 23 COLOS HOMEM DETIDO POR POSSE ILEGAL DE ARMA Militares do Posto Territorial da GNR de Colos, no concelho de Odemira, detiveram um homem de 27 anos por posse ilegal de arma de fogo, informou a força de segurança. A GNR apreendeu ao suspeito uma pistola de calibre 6,35.

3 perguntas a Álvaro Nobre

Presidente da Junta de Freguesia de Cabeça Gorda

Como surge a ideia de criar o Silarca – Festival do Cogumelo de Cabeça Gorda, que se realiza entre os dias 7 e 9?

O ano passado realizámos, também em conjunto com a Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM), que é nossa parceira na organização deste evento, uma semana de atividades direcionadas para o cogumelo. Uma semana gastronómica que foi ao encontro das potencialidades de Cabeça Gorda. A nossa freguesia é rica em recursos micológicos e desde sempre que a população se acostumou a recolher as silarcas. Faz parte da nossa tradição, da nossa identidade. Esta iguaria é muito utilizada na nossa cozinha. Queremos, assim, com esta iniciativa, sensibilizar para a importância deste produto e, ao mesmo tempo, contribuir para a sua preservação. As silarcas fazem parte da nossa sensibilidade e também do nosso paladar e queremos atribuir-lhes, deste modo, o devido valor. Direcionámos diversas iniciativas para chamar a atenção da população, mas também dos visitantes para este recurso e, durante o evento, inclusive, serão demonstradas algumas técnicas de como deve ser recolhido este produto, que é de extrema importância para a economia da freguesia. Uma mais-valia, sem dúvida.

Entregues prémios Turismo do Alentejo A Turismo do Alentejo (ERT) entregou no passado domingo os prémios Turismo do Alentejo 2013. Numa cerimónia que se realizou na Herdade do Esporão, em Reguengos de Monsaraz. 66 concorrentes, mas só alguns saíram vencedores. O júri decidiu, está decidido.

“A magia da Matemática” em Mértola Mértola acolheu a peça de teatro infantil “A magia da Matemática”. Os mais pequenos cidadãos do concelho foram ao Cineteatro Marques Duque para olharem de forma divertida para os números. A encenação da peça ficou a cargo da companhia de teatro Educa.

Simulacro na Semana da Proteção Civil em Ferreira Um simulacro na escola e inserido na 1.ª Semana da Proteção Civil. Ferreira do Alentejo assinalou o Dia Internacional da Proteção Civil. Uma operação a fingir, porque a brincar também se aprende e se testam situações, para o caso de um dia ser a sério.

A junta de freguesia está apostada na divulgação de Cabeça Gorda e também dos seus produtos. São esperados muitos visitantes?

Temos vindo a proceder à ampla divulgação deste evento. Esperamos, deste modo, que venham muitos visitantes à Cabeça Gorda, não só da freguesia e do concelho, mas de toda a região. É uma forma de dinamizarmos a terra e, ao mesmo tempo, de promovermos todas as nossas potencialidades. Os visitantes vão ter ao seu dispor diversas atividades e está a ser também um espaço reservado para as tasquinhas, onde podem ser apreciadas diversas iguarias. O destaque, porém, como não poderia deixar de ser, vai para o cogumelo.

Orquestra Sinfónica Juvenil em Santiago do Cacém O Auditório António Chainho, em Santiago do Cacém, encheu-se, no sábado passado, para assistir à Gala de Ópera da Orquestra Sinfónica Juvenil (OSJ), dirigida pelo maestro Christopher Bochmann. A soprano Sandra Medeiros e o barítono Armando Possante interpretaram.

Este é um evento para manter?

Esperamos que sim. Como disse anteriormente, o ano passado já tínhamos tido a experiência de organizar, em conjunto com a ADPM, uma semana dedicada a este recurso. A experiência foi positiva e resolvemos, este ano, dedicar um festival ao cogumelo que, tal como anunciamos, é a primeira edição. É um evento direcionado para a Cabeça Gorda e esperamos atrair muitos visitantes a esta terra, de modo a que possamos dar continuidade a esta iniciativa. Bruna Soares

Paulo Colaço no Pax Julia Paulo Colaço levou ao Pax Julia Teatro Municipal a viola de Beja, ou campaniça como é mais conhecida. O músico de Beja, que assinalou recentemente 20 anos de carreira, apresentou “Por um par de meias solas”, numa viagem por “várias músicas do mundo”.

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Tema de capa Reportagem

P-3C Cup+Orion Tradicionalmente de patrulhamento marítimo, esta aeronave opera a partir da planície

Base Aérea de Beja comemora 50 anos de voos, 20 dos quais em Alpha-Jet

Meio século a sobrevoar a planície São oito quilómetros quadrados, em plena planície bejense, que al-

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escassos quilómetros da cidade de Beja, apontando na direção de Évora, uma estrada sem trânsito conduz-nos à Base Aérea n.º 11, como está classificada entre as unidades da Força Aérea Portuguesa (FAP). Um letreiro avisa que a via tem circulação condicionada e a escassa ocupação humana do território dá azo a que a vida animal se manifeste livremente. Pegas-rabudas, nas suas vestes tricolores, atravessam o céu carregando ramos no bico, e há uma “família” de furões que se aventura, a medo, de um lado ao outro da estrada. Para lá do portão vigiado, só cruzado mediante autorização e identificação prévias, desvenda-se uma verdadeira aldeia militar. Oito quilómetros quadrados onde se construíram as infraestruturas necessárias para garantir um funcionamento quase autónomo face à comunidade civil. Dentro do perímetro,

bergam uma verdadeira aldeia militar, praticamente autossuficiente. Todos sabem que em Beja existe uma base aérea, a que foi atribuído o n.º11, nascida para treinos operacionais dos pilotos alemães, que por cá viveram até 1993. Mas poucos estarão a par das missões que ali se preparam hoje, nas três esquadras da unidade, e que vão desde a formação de pilotos de combate até à busca e salvamento, passando pela vigilância marítima. A BA 11 faz 50 anos de voos, 20 deles a bordo dos velozes Alpha-Jet.

Texto Carla Ferreira Fotos José Ferrolho

a espaços, vamos encontrando postos de armazenamento de combustível, hangares, armazéns, unidades de alojamento para cada uma das categorias militares (oficiais, praças e sargentos), messes, um centro de saúde, uma estação de tratamento de águas, um quartel de bombeiros especializados e até ginásio e campo de futebol. Se pusermos de parte a eletricidade, com origem na rede pública, não seria descabido afirmar que esta espécie de aldeia fortificada facilmente sobreviveria se tudo o resto falhasse lá fora. É o que se exige a quem tem como missão primordial a defesa nacional. Espera-nos o coronel piloto-aviador Teodorico Dias Lopes, comandante da unidade deste outubro último, e homem a quem a carreira militar já enviou para vários cargos, missões e países, dos Estados Unidos a Angola, de Itália à Bélgica. A Beja, pode


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dizer-se que está de regresso. Cumpriu aqui, entre 2000 e 2003, as funções de comandante da Esquadra 103 - “Caracóis”, período em que também foi piloto instrutor no avião Alpha-Jet. E é ele, hoje, o sucessor em funções do coronel Alberto Magro, o militar que assinou, em 1967, a primeira ordem de serviço da unidade. Mas, em rigor, são os 50 anos da publicação, em “Diário da República”, da criação da unidade que este ano são comemorados. Através de uma programação de cerimónias que arranca hoje, 28, com um evento comemorativo dos 20 anos de operação da frota Alpha-Jet na FAP e do 61.º aniversário da Esquadra 103 - “Caracóis”, a mais antiga a operar neste ramo das Forças Armadas. Cumprindo uma visita meticulosamente preparada, como é do protocolo militar, Teodorico Dias Lopes recebe-nos numa sala onde se alinham, na parede, as fotografias dos seus 27 antecessores, oferecendo-nos um briefing onde nos mostra o que foi e o que é hoje a BA 11. Da criação, com a finalidade de proporcionar facilidades de treino operacional para os pilotos germânicos, em cumprimento dos acordos bilaterais entre o Estado português e a então República Federal Alemã; até à despedida oficial, da Força Aérea daquele país, e entrega de todas as instalações e infraestruturas, no ano de 1994. Em paralelo, lembra, construiu-se, na parte sudoeste da cidade, um bairro com 330 habitações, um “polo residencial importantíssimo” que, tendo em conta a sua integração no tecido urbano, não tem paralelo no seio da Força Aérea Portuguesa. O comandante sublinha, por isso, a “presença alemã” nesta unidade, que fez dela a “construção tremenda” que é, e tudo o que “os alemães trouxeram a esta região em termos de infraestruturas”. Mas não deixa de fazer notar o outro lado da moeda de tão extraordinária herança, com custos de manutenção enormes. Sobretudo em tempo de “restrições orçamentais”, duas palavras que acompanharão o seu discurso até ao fim da visita. As implicações são várias. A começar pelos recursos humanos. Prestam atualmente serviço na BA 11 666 militares e civis, o que faz da unidade bejense uma das três com maior efetivo a nível nacional. Ainda assim perderam-se 50 pelo caminho, face ao número em funções à data em que o coronel Teodorico Dias Lopes tomou posse, há cinco meses. À saída de civis, por rescisão amigável, num número superior ao esperado, e também de alguns praças que terminaram os seus contratos, juntou-se a passagem à reserva de oficiais

Simulador Capitão Coelho da Silva “sobrevoa”, em Alpha-Jet, os campos de Beja

Alpha-Jet A Esquadra 103 assinala hoje, sexta-feira, os 20 anos de operação da frota

Alouette III Militares da Esquadra 552 reabastecem uma aeronave antes da missão da tarde

e sargentos, isto num contexto em que não há autorização superior para realizar as recrutas necessárias à reposição das faltas. Também as horas de voo em cada uma das três esquadras se ressentiram, com diminuições consideráveis no período entre 2010 e 2013. Só a título de exemplo, a Esquadra 552 – “Zangões” passou das 2356 horas, em 2010, para as 1302, no ano passado, um valor que se aproxima da metade. Em 2013, avisa o comandante, “voámos o que se considera o mínimo essencial para que pudéssemos voar em segurança. O mínimo dos mínimos. Se temos

menos horas, se calhar não podemos qualificar tantos pilotos, mas se quisermos cumprir a missão e ser chamados full capable estas horas não chegam”. É para lá que seguimos, para a Esquadra 552, junto à torre de controlo e ao aquartelamento dos bombeiros. Os “Zangões” vieram de Tancos (BA 3), em 1993, no âmbito das alterações do dispositivo da FAP, na sequência do fim da atividade dos militares alemães. Aguarda-nos no hangar o comandante, tenente-coronel piloto-aviador Carlos Candeias, enquanto, lá fora, uma equipa de

militares se encarrega do reabastecimento de combustível de uma aeronave. O tanque abeira-se do helicóptero, um dos seis Alouette III afetos à unidade aérea. À tarde descolará para uma missão. Cabe à Esquadra 552, como missão principal, a instrução básica de pilotagem em helicóptero, tendo em conta as “restrições orçamentais dos últimos anos, que vieram reduzir o regime de esforço, ou seja, o número de horas de voo que a esquadra tem por ano”. Mas recentemente, explica o comandante Carlos Candeias, “voltámos a fazer determinadas missões de transporte aéreo geral, como o apoio aos incêndios no verão, e mantemos um destacamento de busca e salvamento lá em cima, em Ovar”. O Alouette III é quase uma lenda. Conta 50 anos na FAP e chegou a operar em África, no tempo da Guerra Colonial. Na Esquadra 552 duas aeronaves registam efemérides importantes, com caracterizações alusivas: um helicóptero assinala a passagem de meio século na FAP; e um outro comemora as 300 mil horas de voo, atingidas em 2010. O comandante Carlos Candeias está naquela unidade aérea desde 1996, com evidente orgulho: “Isso faz de mim, provavelmente, a pessoa com mais anos de esquadra em permanência numa só aeronave”. O próximo passo da visita é a Esquadra 601 – “Lobos”, transferida mais recentemente para a BA 11, em 2008, vinda da BA 6, no Montijo. É a unidade mais notória das três que estão sediadas em Beja, pela complexidade da sua missão, que contempla operações de patrulhamento marítimo, luta antissubmarina, informações, vigilância e reconhecimento, e ainda de busca e salvamento. Ainda recentemente, em janeiro, uma das cinco aeronaves da esquadra (aviões P-3C Cup+Orion) coordenou o resgate dos oito tripulantes a bordo de um navio veleiro a quase dois mil quilómetros a sudoeste da ilha de São Miguel, Açores, uma operação dada por concluída ao cabo de quase 12 horas. “A nossa área de responsabilidade é enorme. Para ter uma ideia, faz fronteira com a área de Nova Iorque, ou seja, metade do Atlântico é da nossa responsabilidade, em termos de busca e salvamento. Obviamente, isso implica termos estes meios em permanência e as tripulações treinadas e prontas para atuar nesses casos”, descreve o tenente-coronel Joaquim Oliveira, comandante da unidade aérea, apontando para a aeronave estacionada atrás de si, preparada para descolar, em qualquer dia do ano, no tempo máximo de uma hora após o alerta. Também de sobreaviso, diariamente, permanece uma

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equipa de 25 militares, entre tripulação e técnicos de manutenção. Entre as “missões de interesse público” que lhe são atribuídas contam-se o combate à imigração ilegal e ao narcotráfico. E foi numa ocorrência desta natureza, em 2010, nomeadamente de combate à pirataria na Somália, que se temeu o pior a bordo de um dos gigantescos P- 3C. Foram detetados fumos a bordo, indicando um foco de incêndio, o que não seria de estranhar dada a quantidade de equipamento eletrónico em funcionamento no interior da aeronave. Não passou de um susto, mas foi o suficiente para acelerar os batimentos cardíacos da tripulação, lembra Joaquim Oliveira, enquanto nos conduz até à cabine de uma aeronave estacionada. “Foi perto da costa da Somália, a 1000 quilómetros de voltar para as Seychelles e a cerca de 300/400 quilómetros de Mogadíscio. Optámos por ir para as Seychelles, ainda que esse não fosse o aeródromo mais próximo, porque Mogadíscio não nos oferecia muita confiança. Foi uma emergência que demorou PUB

O coronel piloto-aviador Teodorico Dias Lopes, que tomou posse em outubro último, é o atual comandante da BA 11, ocupando o 28.º lugar na galeria dos que dirigiram a unidade em 50 anos de história. três, quatro horas, até encontrarmos apoio no chão em segurança”. Aproximamo-nos do fim do périplo na esquadra mais antiga da Força Aérea Portuguesa, a 103, cujo 61.º aniversário se comemora hoje, sexta-feira, juntamente com os 20 anos de operação da frota Alpha-Jet, uma espécie de coqueluche da aviação

militar, tal é o poder de atração que exerce sobre o cidadão comum, como nota o comandante da unidade, capitão Coelho da Silva. Afinal de contas, foi em várias destas aeronaves de fabrico alemão, deixadas em Beja como pagamento de parte do contrato de utilização da BA 11, que se descreveram os belos voos acrobáticos da patrulha

Asas de Portugal, muito apreciada pelo público e profissionais, mas extinta em 2010 por “decisão de índole orçamental”. Houve que fazer escolhas e, entre as missões e as patrulhas acrobáticas, importantes sobretudo para “a divulgação da Força Aérea Portuguesa e para o ego dos pilotos nas esquadras”, optou-se, obviamente, pelas primeiras,

lamenta o comandante da BA 11, Teodorico Dias Lopes, um dos que figuram, em registo fotográfico, no painel de honra dos pilotos instrutores que passaram pela esquadra. No que toca a missões, cabe aos “Caracóis”, os únicos de momento a operar aviões Alpha-Jet na FAP (seis aeronaves), a formação de pilotos, nas vertentes de instrução avançada e de conversão operacional para aviões de combate. Ali trata-se por tu uma aeronave que pode atingir os 1000 quilómetros por hora, o que não deixa de ser irónico face ao emblema adotado nos anos 60 e que teve origem na participação de um piloto aviador num rally de Portugal, à sua passagem pela Ota, berço da esquadra. “Arranjou-se um carro que não era um carro de rally, embora se reconhecesse nesse piloto grandes aptidões para conduzir. Ele participou, mas obviamente ficou em último lugar. Então, os organizadores do rally, que tinham que fazer uma referência à participação do militar, quiseram oferecer-lhe alguma coisa e, como piada, ofereceram-lhe um caracol”, recorda Coelho da Silva, preparando-se para nos conduzir até ao simulador de voo. É lá que os instrutores, todo o santo mês, treinam a sua destreza nas situações mais críticas, de falhas no motor até problemas de hidráulicos. Na sala escura, o projetor reproduz a visibilidade que

teríamos desde uma cabine de pilotagem. Portugal continental está praticamente todo mapeado e pode servir de cenário a estes voos parados em que se consegue, porém, “fazer praticamente tudo o que fazemos no avião”, demonstra o comandante da 103, que num ápice descola e aterra tendo como referência a réplica da planície de Beja. Guia neste périplo pelos bastidores da BA 11, um mundo desconhecido para grande parte dos civis bejenses, Teodorico Dias Lopes escolhe terminar a visita, simbolicamente, junto ao monumento aos comandantes, uma laje onde estão inscritos todos os nomes da história da base aérea, alemães e portugueses. O seu será o próximo. Em jeito de despedida, não deixa de realçar a “importância da unidade enquanto alternante à defesa aérea, pelas unidades aéreas que estiveram e estão cá sediadas neste momento”, e, claro, enquanto fator de “desenvolvimento regional”. “O nosso contributo é grande, e se nos lembrarmos também do Terminal Civil de Beja e de todo o apoio que nós prestamos às aeronaves civis que aqui aterram, tudo concorre para que, cada vez mais, tenhamos pessoas a visitar esta região. Haja autarcas e empresários que consigam dinamizar a região e nós estaremos cá para prestar apoio, em coordenação com a ANA [Aeroportos de Portugal]”, considera. Há, depois o bairro residencial da Força Aérea, ainda hoje conhecido como bairro alemão, que, nos seus 280 apartamentos habitáveis, “e todos eles preenchidos”, albergará um número de novos residentes a rondar, pelo menos, o dobro, entre militares e respetivas famílias. Sem contar com as visitas do estrangeiro, em missões e exercícios, adianta. Não há dúvidas a respeito, conclui, com determinação militar: “Se nós cá não estivéssemos, de certeza que esta região seria muito menos conhecida”. De regresso ao portão vigiado, somos devolvidos à planície despovoada e à vida civil. Missão cumprida.


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A Concelhia de Beja do Partido Socialista, em conjunto com os eleitos do PS na Assembleia da União de Freguesias de Albernoa e Trindade, apresentou uma ação no Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja, que visa, segundo os socialistas, “a impugnação administrativa do ato que levou à eleição da Mesa da Assembleia da União de Freguesias de Albernoa e Trindade”. Para o PS, “não foram respeitados na eleição da mesa os critérios previstos, sendo empossada uma mesa sem legitimidade para as funções que neste momento exerce”.

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PS coloca mesa da assembleia de Albernoa e Trindade em tribunal

Atual

Concelho vai “regredir” quatro anos em apenas um

Oposição socialista arrasa gestão da Câmara de Beja Com este andamento, asseguram os vereadores do PS na Câmara Municipal de Beja, “o executivo comunista, em apenas um ano, fará regredir o desenvolvimento do concelho e da cidade em pelo menos quatro anos”. O balanço “negativíssimo” do trabalho desenvolvido pelos eleitos da CDU nos primeiros 100 dias de mandato foi traçado na última segunda-feira, numa conferência de imprensa onde a oposição socialista arrasou por completo o desempenho da atual administração autárquica bejense. Texto Paulo Barriga Foto José Serrano

D

e positivo nestes primeiros meses de mandato, sublinhou Jorge Pulido Valente, “apenas a intervenção dos vereadores do PS, embora as suas propostas tenham sido sempre chumbadas pela CDU”. Quanto ao trabalho dos eleitos comu-

nistas, uma “catástrofe”. A começar, segundo a vereadora Ana Horta, pelo “saneamento político de funcionários” que está em marcha: “Há trabalhadores da autarquia que foram despojados de todas as funções e tarefas e, num caso, até a mesa de trabalho retiraram, o que revela uma perfeita má gestão dos recursos humanos”. Jorge Pulido Valente, que se revê ele próprio neste “saneamento político”, afirma que “está em curso um processo de desorganização total dos serviços”. Dando como exemplo a recente substituição das aplicações informáticas da autarquia, “apenas porque o atual presidente não sabe trabalhar com elas”. Pulido Valente diz mesmo que “hoje não existe qualquer estratégia de desenvolvimento para Beja, limitando-se o executivo à gestão corrente da autarquia”. De entre os “exemplos de má gestão” apresentados pelos vereadores socialistas destacam-se a não entrega das

casas municipais devolutas a famílias carenciadas, a desativação das salas de atividades do Centro Social do Lidador, o empréstimo do autocarro da câmara ao PCP e à CGTP, a não renovação do contrato com o mediador cigano, a celebração de um protocolo com o Ministério da Administração Interna para a recuperação do edifício do antigo Governo Civil, o saneamento político e profissional do anterior diretor executivo do Conservatório Regional ou até o “desenterrar do mito” da Reforma Agrária, “que foi um erro estratégico para o Alentejo e continua a ser um tema fracionante para a sociedade e que pode até fazer perigar investimentos futuros na agricultura”. Questionado sobre a possibilidade de ter existido algum ponto positivo na atual gestão autárquica, o vereador José Velez sustentou que “os aspetos negativos sobrepõem-se esmagadoramente aos positivos”. “A CDU não estava preparada para apanhar uma câmara como esta”, concluiu.

Sindicato reivindica pagamentos nas metalomecânicas

Salários em atraso em Sines

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Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (Site Sul) reclamou hoje o pagamento dos salários e dos subsídios em dívida aos trabalhadores da Compelmada e da Metalsines, sediadas em Sines. Em comunicado enviado à agência Lusa, a direção da estrutura sindical indicou que as duas empresas, pertencentes ao Grupo FTM, de Francisco Tavares Machado, devem aos funcionários o subsídio de Natal de 2012, parte

do subsídio de férias de 2013 e os salários desde novembro do ano passado. Vários trabalhadores acabaram por comunicar a suspensão do contrato individual de trabalho e outros terão de o fazer muito em breve, por já não terem condições mínimas de sobrevivência, indicou o sindicato. Segundo o Site Sul, os trabalhadores vivem numa situação de imensas dificuldades, muitas vezes com apenas uma refeição diária. A defesa das empresas e a garantia dos postos de trabalho, bem como

o pagamento das indemnizações fixadas por decisão judicial a trabalhadores ilegalmente despedidos, são outras reivindicações referidas no documento do sindicato. Há cerca de uma semana, o responsável das empresas assumiu à Lusa que a metalomecânica Compelmada Internacional está a passar por momentos complicados e que 34 dos cerca de 80 trabalhadores com ordenados em atraso suspenderam os seus contratos de trabalho.


08 Diário do Alentejo 28 fevereiro 2014

Semana da Proteção Civil em Ferreira do Alentejo até hoje

Um seminário, exercícios de simulação em escolas e cursos práticos sobre como utilizar um extintor marcam a 1.ª Semana da Proteção Civil, que se realiza até hoje, dia 28, em Ferreira do Alentejo. A iniciativa, promovida pela Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo em parceria com a Associação de Bombeiros Voluntários de Ferreira do Alentejo, visa assinalar o Dia Internacional da Proteção Civil, que se comemora amanhã, dia 1.

Mértola na Expocinegética em Madrid A Merturis - Empresa Municipal de Turismo está a representar a marca “Mértola, Capital Nacional da Caça” na edição deste ano da Expocinegética, em Madrid. Segundo a Câmara de Mértola, a participação da Merturis na Expocinegética, que é considerada a maior feira de caça e pesca da Península Ibérica,

assenta na estratégia de promoção de Mértola enquanto “destino de excelência para a atividade cinegética”. A participação na feira visa também estudar o mercado externo de promoção e venda de caça, para, em conjunto com os operadores privados do concelho, “desenhar estratégias de internacionalização do produto caça”.

CDU de Aljustrel diz que centro escolar continua com problemas Os vereadores da CDU eleitos na Câmara Municipal de Aljustrel dizem que o Centro Escolar Vipasca, que foi inaugurado há cinco meses, “continua a aguardar soluções para os vários problemas de construção e de outra ordem que continuam por resolver”. Segundo a CDU, entre outras situações, “não estão ainda a funcionar os equipamentos de climatização e o frio dentro das salas de aula e corredores toma conta dos alunos, docentes e pessoal não docente, prejudicando em grande parte as atividades letivas”. Os vereadores afirmam ainda que “poucas semanas depois da sua entrada em funcionamento, ruíram alguns equipamentos estruturais, destinados à proteção do sol e do calor”. A CDU garante que “apela à resolução das situações para que as condições de trabalho e de desenvolvimento das atividades letivas sejam adequadas e dignas das duas centenas de alunos e dos profissionais”. Até porque, em sua opinião, “estas situações deveriam ter sido acauteladas antes da sua apressada inauguração, em vésperas de eleições, por forma a garantir a qualidade da educação no concelho”.

Desenvolvimento local é aposta em Aljustrel Acontece hoje, sexta-feira, em Aljustrel, pela 14 e 30 horas, no auditório da biblioteca municipal, a apresentação pública do projeto “Vipasca 21. Pactos locais para a coesão territorial do concelho de Aljustrel”. De acordo com a autarquia, “no quadro de permanente disponibilidade e abertura para imprimir novas dinâmicas e novas abordagens no âmbito do desenvolvimento local de base comunitária, o município de Aljustrel e a Esdime foram desafiados pelo professor António Covas, da Universidade do Algarve, a testar e adaptar a metodologia do projeto ‘Querença’”. Assim, esta abordagem, inspirada na metodologia “Querença”, procura criar uma dinâmica de intervenção local, designadamente através de equipas de três jovens estagiários instaladas em cinco núcleos de trabalho, nomeadamente em Messejana, Ervidel, Rio de Moinhos e Montes Velhos. Doze jovens estagiários atuarão em prol das comunidades durante 12 meses. PUB

Repartições de Finanças vão fechar até ao fim de maio

Em Beja, de 14 ficam três Maio é o mês previsto no memorando de entendimento que saiu da décima avaliação da troika para o encerramento de metade das repartições de Finanças existentes no País. No distrito de Beja, das 14 em funcionamento, no final do prazo podem restar apenas três, diz um dirigente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI). Texto Aníbal Fernandes Foto José Ferrolho

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aso se verifique o fecho de 11 das 14 repartições de Finanças do distrito de Beja são “cerca de 60 os funcionários que ficarão sem o posto de trabalho”, disse ao “Diário do Alentejo” Rui Teixeira, dirigente do STI, no distrito de Beja. A meta que o Governo se comprometeu a atingir nas negociações com a troika implica o fecho de 50 por cento dos serviços a nível nacional. No entanto, e apenas a 90 dias do fim do prazo estipulado, o STI continua sem saber, ao certo, quais os que fecharão e se, tal como foi prometido pelo executivo, serão criados “postos de atendimento” em todos os concelhos abrangidos pela medida. No distrito de Beja, o STI julga que se

deverão manter a funcionar as repartições de Beja, Odemira e uma outra na margem esquerda do Guadiana. Entretanto a indefinição em relação ao futuro levou um grande número de funcionários das Finanças a recorrerem, em setembro passado, ao concurso de movimento anual de forma a garantirem a sua transferência para locais onde “se julgam mais seguros”, revelou ao “DA” Rui Teixeira. Perante este cenário existem já repartições com menos funcionários dos que estão previstos no quadro levando o dirigente sindical a desabafar que acabarão por fechar “por falta de pessoal”. Em dezembro passado, durante um período de luta dos trabalhadores das Finanças, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais comprometeu-se com o STI revelar os pormenores da medida em janeiro deste ano. “Janeiro passou, fevereiro já lá vai”, e os trabalhadores continuam sem saber o que lhes vai acontecer, diz Rui Teixeira. Para já, ontem, já depois do fecho da edição do “DA”, os sindicalistas de Beja reuniram-se com a direção nacional do STI para fazer um balanço da situação e perspetivar ações futuras.

O processo de encerramento elaborado pela Administração Tributária e Aduaneira (AT) apontava o final de 2013 como data limite para a conclusão da medida. O acordo inicial com a troika previa o fecho de 20 por centos dos serviços em 2012 e outro tanto em 2013. No entanto, em resultado da décima avaliação do programa de ajustamento com o Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e União Europeia (EU), conhecido no passado dia 19 de fevereiro, este objetivo foi inflacionado para cinquenta por cento. Paraísos fiscais Em declarações ao “Público”, Paulo Ralha, presidente do STI, considera “completamente impossível” proceder ao encerramento dos serviços “num espaço de tempo tão curto”, garantindo, ao mesmo tempo, o transporte dos processos em segurança. No entanto, para o sindicato, a grande questão é “saber como é que ficam as populações”. Paulo Ralha receia que esta reestruturação acabe por levar “ao completo esvaziamento de tudo o que é serviço público no interior” criando territórios que “facilmente se transformarão num paraíso fiscal”.


Mário Simões, na moção que apresentou ao Congresso do PSD, defendeu a retoma “imediata” das obras no IP8 e no IP2, bem como a eletrificação da linha ferroviária entre Beja e Casa Branca. O deputado social-democrata quer que se aproveite o próximo Quadro Comunitário e que se incluam estas infraestruturas na lista das de elevado valor acrescentado. Para isso defende que o Alentejo seja considerado como zona prioritária de investimento direto estrangeiro de forma a privilegiar uma região que apresenta baixos índices de população e emprego.

Avança obra de abastecimento de água a Ourique Hoje, sexta-feira, dia 28, pelas 10 e 30 horas, vai decorrer, no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Ourique, a assinatura do contrato de empreitada para a construção do abastecimento de água a Ourique, no âmbito da parceria entre a autarquia e a Águas Públicas do Alentejo. A

empreitada de adução a Ourique permitirá o abastecimento de água à sede do concelho a partir da barragem do Monte da Rocha, concretizando, segundo a autarquia, “um sonho antigo e a satisfação de uma necessidade premente no fornecimento de água com qualidade e regularidade”. PUB

Hélder Guerreiro defende secessão

Círculo eleitoral no litoral alentejano O socialista Hélder Guerreiro, vereador da Câmara de Odemira, defende a criação de um círculo eleitoral para o Alentejo Litoral. Num artigo que escreveu para o “Jornal Sudoeste”, o candidato derrotado à presidência da distrital de Beja do PS assume a “derrota” na defesa de um Baixo Alentejo com 18 municípios e diz que a união de Odemira a Santiago do Cacém, Sines, Grândola e Alcácer do Sal é a “cereja no topo do bolo”. Pedro do Carmo, líder da Federação do Baixo Alentejo do PS, diz que a posição do partido continua a ser a mesma: um Baixo Alentejo com interior e litoral.

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élder Guerreiro deita a toalha ao chão na defesa de um Baixo Alentejo com 18 municípios e defende a criação de um novo círculo eleitoral que junte os concelhos do litoral alentejano – Odemira, Santiago do Cacém, Sines, Grândola e Alcácer do Sal. Para o vice-presidente da Câmara Municipal de Odemira e candidato derrotado nas últimas eleições à Federação do PS, a organização do Estado verificada nos últimos oito anos a partir de estruturas com base em “modelos artificiais” de regiões (como considera as NUT), ditou a sua “derrota” na luta por uma região do Baixo Alentejo. “Perdida que está a batalha e assumida a derrota, não julgo avisado empenhar a minha energia numa causa perdida mas antes na construção de um forte, coeso e competitivo Alentejo litoral. Na construção da identidade da região. Na construção de uma região”, admite Hélder Guerreiro.

Para Pedro do Carmo, a posição do seu camarada de partido “é legítima”, mas diz que foi Hélder Guerreiro quem “mudou de opinião”. Na opinião do atual presidente da Câmara Municipal de Ourique, continua a fazer todo o sentido “defender o Baixo Alentejo como um todo. Apesar da regionalização encapotada levada a cabo por este Governo, a força da nossa região assenta na sua diversidade. Ao contrário de outras regiões, temos a sorte de ter um interior maravilhoso e o litoral, o que lhe dá um imenso potencial”. Já Mário Simões, presidente da distrital de Beja do PSD, afirma que esta “é uma matéria demasiado séria para ser contaminada por propostas avulsas e casuísticas e sem rigor técnico” que as suporte. O deputado do partido do Governo eleito por Beja diz que Hélder Guerreiro tem toda a legitimidade para propor até “um círculo uninominal para o seu bairro, mas isso é trazer confusão para o debate ou alimentar protagonismos serôdios”. O responsável distrital do PCP, Miguel Madeira, afirma, por seu turno, que esta “é uma questão que não está na ordem do dia das preocupações dos trabalhadores e do povo português”. Para o dirigente comunista aquilo que se impõe discutir é “o roubo dos salários e das pensões, os ataques aos serviços públicos de saúde, educação e segurança social, o desemprego, a exploração e a pobreza” resultantes da política de direita dos “sucessivos governos” do PS, PSD e CDS que “assinaram o pacto de agressão”. Até ao fecho da presente edição, o “DA” contactou, sem sucesso, o vereador Hélder Guerreiro. AF

Presidentes das câmaras PS acusam

Governo “vira costas” à região

O

s presidentes das câmaras PS do distrito de Beja acusaram o Governo de virar as costas ao desenvolvimento da região e rejeitaram as propostas do relatório sobre infraestruturas de elevado valor acrescentado. Os autarcas socialistas de Aljustrel, Almodôvar, Ferreira do Alentejo, Mértola, Ourique e Odemira referem, em comunicado, que analisaram o relatório e concluíram que as opções deste Governo continuam a ser marcadas pelo “virar de costas” ao desenvolvimento da região.

Perante o cenário contínuo de ostracização das infraestruturas e potencialidades do distrito de Beja, os autarcas rejeitam veementemente as propostas do relatório, porque apontam o “remendar” de obras estruturantes para a região, condenando ao abandono a construção da A26, entre Sines e Beja. Os autarcas consideram inaceitável a não conclusão da A26, obra abandonada há vários meses e que iria ligar Sines e Beja à A2, incrementando alguns dos maiores investimentos estruturantes do País.

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09 Diário do Alentejo 28 fevereiro 2014

Mário Simões defendeu a retoma imediata das obras do IP8 e IP2


Diário do Alentejo 28 fevereiro 2014

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Santiago Macias em São Tomé e Príncipe

Santiago Macias, presidente da Câmara Municipal de Moura, visitou São Tomé e Príncipe a convite da Câmara Distrital de Lembá. Segundo a Câmara de Moura, “a visita de trabalho teve como objetivo debater e fazer o balanço da cooperação entre os dois municípios e, ao mesmo tempo, preparar a continuidade de ações previstas em curso, lançando novos caminhos de colaboração”.

Caminhos rurais de Ferreira danificados ou interrompidos pela A26 O Serviço de Proteção Civil da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo está preocupado “com a falta de acessibilidades a caminhos rurais interrompidos ou danificados pela construção da A26”. O serviço da autarquia, em colaboração com a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários , efetuou um levantamento fotográfico georreferenciado, com o objetivo de alertar “as autoridades competentes para o necessário e urgente restabelecimento das acessibilidade das vias florestais que foram obstruídas ou danificadas”. PUB

Esdime assinalou 25 anos

Ao serviço do território e do desenvolvimento A Esdime – Agência para o De s en vol v im en t o L ocal do Alentejo Sudoeste foi criada em 1989, em Messejana, e, na semana passada, assinalou os 25 anos da sua existência. A Esdime, depois de 25 anos, quer continuar a contribuir para “promover um território vivo, com mais e melhor qualidade de vida”. Texto Bruna Soares

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Esdime é hoje, sobretudo, uma organização de intervenção regional no Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, que direciona a sua atividade, entre outras matérias, para o apoio ao associativismo, para o apoio à criação de empresas, para educação e formação de adultos, para os apoio às iniciativas juvenis e às atividades das escolas, para a articulação com entidades nacionais e internacionais. Mas como tudo isto começou? “O sonho que levou à Esdime foi pensar que era possível e necessário construir processos e soluções que pudessem levar a novas atividades económicas e a outras posturas, que respondessem ao declínio da agricultura e ao encerramento da fábrica de mobiliário, que durante quase 20 anos foi a principal fonte de trabalho e rendimentos da

população de Messejana”, começa por recordar José Carlos Albino, fundador da Esdime. Os primeiros tempos foram “repletos de descobertas sobre o real caminho a seguir” e, para José Carlos Albino, “é bom recordar que a Esdime é pioneira enquanto organização de desenvolvimento local, o que provocou perplexidades e desconfianças”, sendo, na altura, “voz corrente que seria um sonho que a breve prazo definharia”. Mas o trabalho e o profissionalismo haveriam de afastar a desconfiança e a Esdime, de acordo com o seu fundador, “passou a ser solicitada como organização necessária ao Baixo Alentejo”. A data reveste-se, assim, de extrema importância e David Marques, presidente da Esdime, não tem dúvidas: “Esta data significa conseguir com persistência e improvável resistência e sustentabilidade e manter e afirmar um projeto de desenvolvimento local, protagonizado por uma cooperativa, sem fins lucrativos, que procura apostar nas pessoas e nas suas competências enquanto elementos fundamentais para o desenvolvimento”. 25 anos também, porém, de várias crises, sendo que, para David Marques, “a maior destas é a crise estrutural que continua a ameaçar os

territórios do interior, uma crise que se pinta de três contornos fundamentais: envelhecimento, despovoamento e desinvestimento”. E, neste sentido, o presidente considera que “a importância da Esdime é visível no reconhecimento que lhe é atribuído no dia-a-dia pelas entidades públicas e privadas que mais perto lidam com a organização”. Até porque, em sua opinião, “é à escala local e regional que se torna evidente o importante contributo dado pela Esdime para atrair recursos para a região, para promover mudanças positivas na vida das pessoas”. Resistir todos estes anos “nunca foi fácil” e, segundo David Marques, “apenas foi possível graças ao empenho de quem faz o dia-a-dia da cooperativa (colaboradores e entidades parceiras)”. Depois de 25 anos a Esdime já está, contudo, com os olhos postos no futuro e quer “continuar a inovar, sem perder a identidade nem os princípios que a fundaram, mas procurando novas ferramentas e novas modalidades de intervenção e de financiamento”, adianta David Marques. Novos desafios esperam-se, sendo que o objetivo, esse, continua a ser o mesmo: “promover um território vivo, com mais e melhor qualidade de vida”.

Autarquia quer integrar o maior número possível de trabalhadores

Câmara de Alcácer do Sal quer dissolver empresa municipal

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Câmara de Alcácer do Sal pretende dissolver a empresa municipal de serviços urbanos, que não cumpre os requisitos legais para se manter a funcionar, e integrar o maior número possível dos 96 trabalhadores. A decisão, tomada na mais recente reunião de câmara, pretende resolver a “situação de irregularidade” em que a Empresa Municipal de Serviços Urbanos de Alcácer do Sal (Emsuas) se encontra e devido à qual já deveria estar extinta há pelo menos um ano,

explicou à agência Lusa o presidente do município, Vítor Proença (CDU). “O executivo anterior [de maioria PS] não o fez e este novo executivo [de maioria CDU] resolveu estudar uma alternativa” que permitisse à empresa municipal “não viver à custa de transferências da câmara”, mas “isso não foi possível, explicou o autarca. Na origem do problema está o facto de a Emsuas depender quase na totalidade (cerca de 99 por cento) do orçamento municipal, com uma transferência anual de 1,3 milhões de euros,

o que contraria a lei que regula as empresas locais e obriga à sua dissolução. A solução para os 96 trabalhadores da empresa passa por um “processo de internalização por interesse público”, em que a Emsuas cederá ao município os seus funcionários, indicou Vítor Proença. Para tal, a autarquia irá proceder à “abertura de concursos públicos”, nos quais será dada “preferência” aos atuais trabalhadores da empresa municipal. “Nós vamos tentar absorver o mais possível os trabalhadores da Emsuas”, garantiu o presidente do município.


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Os portugueses Rita Guerra, Berg e Adiafa vão atuar na edição deste ano da Feira do Porco Alentejano, entre 21 e 23 de março, na vila de Ourique, no distrito de Beja, informou a organização. A “banda sonora” da feira arranca com o concerto de Berg (dia 21), seguindo-se Rita Guerra (dia 22) e o grupo Adiafa (dia 23), precisa a organizadora, a Câmara de Ourique.

Diário do Alentejo 28 fevereiro 2014

Rita Guerra, Berg e Adiafa em Ourique

Restaurantes de Vidigueira na semana do porco Restaurantes do concelho alentejano de Vidigueira vão participar na Semana Gastronómica do Porco, que acontece até domingo, informou o município. Trata-se de uma iniciativa promovida pela Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo. Nas ementas diárias de almoço e jantar, os restaurantes participantes apresentam pratos confecionados à base de carne de porco.

Galardões entregues em Reguengos de Monsaraz

Prémios Turismo do Alentejo A Turismo do Alentejo (ERT) procedeu à entrega dos prémios Turismo do Alentejo 2013, numa cerimónia realizada, no domingo passado, na Herdade do Esporão, em Reguengos de Monsaraz.

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Agência Regional de Promoção Turística Externa do Alentejo e a Confraria Gastronómica do Alentejo foram distinguidas com o Prémio Especial Turismo do Alentejo, um dos galardões entregues no domingo pela Entidade Regional de Turismo (ERT). Este ano estavam 66 projetos a concurso, que disputaram as sete categorias. Para PUB

além dos galardões, foram ainda entregues distinções e menções honrosas, assim como outros galardões extra concurso. O Centro Interpretativo do Tapete de Arraiolos foi distinguido com o prémio “Melhor Projeto Público”. Já o prémio de “Melhor Gastronomia” foi para o restaurante do L’And Vineyards. O prémio “Melhor Animação Turística” foi atribuído à Emotion – Life on Adventure. Nesta categoria o Mundo Montado – Turismo Responsável no Alentejo ganhou uma menção honrosa. O “Melhor Enoturismo” coube à Adega Mayor e a Enoturismo Cartuxa uma menção honrosa. Já no prémio “Melhor Turismo Rural” o grande

destaque foi para a Herdade do Vau. A Quinta das Lavandas e o Monte do Zambujeiro também foram distinguidos. O Ecorkhotel – Évora, Suites&SPA – foi eleito o “Melhor Empreendimento Turístico”. No melhor evento, destaque para a romaria a cavalo. O prémio “Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo” foi atribuído a José Ramos, delegado do Aicep na Irlanda. Ainda extraconcurso foi instituído o prémio “Comunicação Alentejo” e entregue aos correspondentes do Alentejo nas TV generalistas RTP (Teresa Marques e Paulo Nobre), TVI (Amílcar Matos), e SIC (Hugo Alcântara e Luís Godinho).

ADPM no Mercado Gourmet em Lisboa A Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) anunciou que, no âmbito da valorização dos recursos silvestres do Alentejo, vai estar presente no Mercado Gourmet, que se realiza entre os dias 7 e 9, em Lisboa. “É a primeira vez que os recursos silvestres do Alentejo marcarão presença num evento gourmet, esperando-se por isso que estes assumam um lugar preferencial ao nível das experiências gastronómicas mais elaboradas, tendo sempre presente a autenticidade e a qualidade”, adianta, em comunicado de imprensa, a ADPM. O Mercado Gourmet é organizado pela Sociedade Campo Pequeno e pretende sensibilizar o público para a compra de marcas nacionais e estimular as economias locais, adianta a organização.


Diário do Alentejo 28 fevereiro 2014

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Entre 21 e 23 de março

Feira da Água em Beja

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Feira da Água realiza-se, no Parque de Feiras e Exposições, em Beja, entre os dias 21 e 23 de março. A organização encontra-se a cargo da Câmara Municipal de Beja e da Associação Agricultores do Sul (ACOS). De acordo com a organização, “a Feira da Água integra as comemorações, no dia 21, do Dia Mundial da Árvore e da Floresta, e, no dia 22, o Dia Mundial da Água, e contará com colóquios, exposições e venda de equipamentos e serviços associados à temática”. Mas também terá “espaços de degustação e de apreciação da gastronomia regional, música e animação, bem como diversas atividades lúdicas e de sensibilização para

a importância deste limitado recurso natural”. A organização afirma que “a água, a sua adequada e correta utilização, assume papel estratégico e estruturante para o desenvolvimento do concelho”. “Potenciadora da introdução de novas culturas, pelo recurso ao regadio, possibilitará, por um lado, a reconversão da componente agrícola e a impulsão da agro-indústria, com o consequente crescimento da atividade económica e, por outro, a melhoria das condições de vida da população, cumprindo, assim, um dos principais objetivos da criação do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva”, consideram as entidades envolvidas no certame.

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13 companhias em Beja e Évora

Festival Internacional de Teatro do Alentejo O 1.º Festival Internacional de Teatro do Alentejo (FITA) vai reunir, entre 19 e 29 de março, em Beja e Évora, 13 companhias de Portugal, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba e Espanha, anunciaram os promotores.

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lém de espetáculos de teatro, o FITA, organizado pela companhia de teatro Lendias d’Encantar, de Beja, vai incluir uma programação paralela com sessões de café-concerto, poesia, jantares temáticos e workshops, adiantou à agência Lusa o diretor artístico do festival, António Revez. Através do FITA, a companhia quer oferecer uma programação de teatro de elevada qualidade artística e condensada e, desta forma, contribuir para a criação de públicos para o teatro e de um pólo de atração turística no Alentejo, explicou. Por outro lado, disse, o FITA, que potencia contactos e parcerias que a Lendias d’Encantar desenvolveu com outras companhias no âmbito de participações em festivais internacionais de teatro, pretende, através da programação paralela, fomentar o contacto das estruturas teatrais participantes entre si e com o público. A programação do FITA para Beja inclui a apresentação, no Teatro Municipal Pax Julia, de 12 espetáculos de teatro, sete de companhias de Portugal e um de cada uma

das restantes cinco estrangeiras. Artistas Unidos, FC Produções Teatrais, Teatro O Bando, Art’Imagem, A Bruxa Teatro, Acert e Baal 17 (Portugal), Grupo Cena (Brasil), Teatro Maleza (Chile), Limiar Teatro (Espanha), Teatro Tierra (Colômbia) e Teatro D’Dos (Cuba) são as companhias de teatro que vão participar no FITA. Da programação paralela para Beja, no espaço Os Infantes, destacam-se os concertos de JP Simões (dia 19), do projeto “Pó de Alma”, dos músicos Paulo Ribeiro e Jorge Moniz (dia 20), de Márcia (dia 21), de Nuno do Ó (dia 22), do grupo Nau (dia 26) e do projeto criado pela Lendias d’Encantar, Eroscópio (dia 27). Segundo António Revez, Évora vai receber uma extensão do FITA, que inclui a apresentação de espetáculos de teatro de quatro das companhias estrangeiras participantes. O FITA nasce como parte integrante do projeto Imaginários ao Sul, que resulta de uma parceria entre a companhia Lendias d’Encantar, a Sociedade de Instrução e Recreio Joaquim António de Aguiar e o Cine Clube da Universidade de Évora. O projeto, financiado por fundos comunitários, inclui a realização de outros dois festivais, o FIKE – Festival Internacional de Curtas Metragens e o Raízes do Som – Festival Internacional de Música Tradicional, os quais também irão decorrer em Beja e Évora.


JOSÉ SERRANO

Cuba, Vidigueira, Sines e Entradas em destaque

O Carnaval está na rua O Carnaval vai animar, até terça-feira, 4, dia de Entrudo, toda a região. Hoje, sexta-feira, dia 28, as crianças de várias localidades vão sair à rua mascaradas para dar cor e alegria aos tradicionais desfiles das escolas.

E

m Beja o desfile começa pelas 9 e 30 horas. As ruas da cidade vão animar-se com a passagem dos pequenos foliões e o desfile tem início na Casa da Cultura. O cortejo passará depois pelo largo dos Correios, pelas Portas de Mértola e pela rua do Vale, seguindo em direção à rua Pedro Álvares Cabral. Os trabalhos dos estabelecimentos de ensino e das instituições sociais podem ser apreciados por todos os cidadãos e visitantes da cidade, anuncia o município de Beja, que se associa às comemorações. Também as crianças de Aljustrel saem hoje, sexta-feira, à rua. Pelas 10 horas, cerca de 500 crianças e jovens do concelho vão brincar ao Carnaval. O desfile, esse, realiza-se na praça da Resistência. Os temas dos fatos “foram escolhidos pelas escolas”, mas o desfile está aberto “a todos aqueles que queiram associar-se à festa”, informa a autarquia. A Câmara Municipal de Aljustrel alerta ainda que, em caso de condições meteorológicas adversas, “o evento terá lugar no pavilhão de desportos”. Este ano em Aljustrel também se realiza o tradicional baile de Carnaval, que acontece no sábado, dia 1, pelas 21 e 30 horas, no pavilhão do Parque de Exposições e Feiras. Já em Moura, mais de mil crianças vão participar no desfile de Carnaval das escolas da cidade alentejana, que também vai decorrer hoje e será dedicado ao tema “O sol

e os recursos naturais do concelho”. O desfile vai começar às 9 e 30 horas, no largo de Santa Clara, e percorrer várias artérias da cidade, informou a Câmara de Moura. No mesmo dia, haverá desfiles carnavalescos por alunos das escolas nas freguesias de Amareleja, Póvoa de São Miguel, Santo Aleixo da Restauração e Safara. A Câmara Municipal de Almodôvar, porém, avisa que “o melhor Carnaval do Baixo Alentejo acontece no concelho”. Na terça-feira, dia 4, pelas 15 horas, na praça da República, há desfile de mascarados. E a autarquia preparou vários prémios para os participantes. As entradas, essas, são gratuitas. Mas antes, na segunda-feira, já se brinca ao Carnaval em Almodôvar e o Gabinete de Desporto da Autarquia preparou um amplo conjunto de atividades que festejam o Carnaval no Complexo Desportivo Municipal. Mértola celebra o Carnaval com um desfile alegórico no domingo, na avenida Aureliano Mira Fernandes, com início às 15 horas. O desfile conta com a participação das juntas de freguesias, associações e instituições do concelho e o apoio da câmara municipal. Segundo a autarquia, “pretende-se com este desfile retomar as iniciativas realizadas em anos anteriores, mas sobretudo envolver as instituições e os cidadãos num projeto comum que possa contribuir para trazer mais visitantes a Mértola”. Carnavais de Cuba, Vidigueira e Sines O espírito carnavalesco também anda à solta em Cuba, terra que já enraizou esta tradição, e, este ano, não será exceção. O tradicional corso sai à rua na terça-feira, dia 4.

Este ano o tema principal dos carros alegóricos institucionais, segundo a Câmara de Cuba, é o cante alentejano e, neste sentido, não é de admirar que em destaque esteja “Cuba catedral do cante” e “Cante património municipal”. O corso, que espera milhares de visitantes, uma vez que é uma aposta forte da autarquia, terá início no largo Fialho de Almeida e percorrerá as principais artérias da vila, finalizando com um baile de máscaras no pavilhão dos bombeiros. O corso contará com cerca de 30 carros alegóricos, 60 grupos temáticos e aproximadamente 1000 foliões a desfilar. Haverá ainda a participação especial de um grupo espanhol, de algumas bailarinas sambistas, entre outras novidades. Vidigueira também sai à rua para brincar ao Carnaval e hoje, sexta-feira, pelas 21 e 30 horas, está agendada uma noite carnavalesca. Amanhã, sábado, destaque para a festa do esferovite e, no domingo, há desfile e matiné dançante. Na segunda-feira, dia 3, tem lugar um baile de máscaras. A Câmara Municipal de Vidigueira anunciou que “como estímulo ao envolvimento dos participantes a organização, este ano, vai atribuir prémios de participação, e de acordo com a votação do júri irá atribuir menções honrosas aos 10 melhores foliões individuais, aos cinco melhores grupos organizados e aos cinco melhores grupos organizados com carro alegórico”. O desfile em Vidigueira, domingo, terá início pelas 15 horas em frente à Escola Básica Integrada Frei António das Chagas de Vidigueira. Em Sines, um dos carnavais com mais tradição no Alentejo, a data também vai

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é o número de foliões que este ano vão desfilar no corso do Carnaval de Cuba. Uma festa que é dedicada ao cante alentejano. O desfile começa no largo Fialho de Almeida, pelas 15 horas, e percorre as principais artérias da vila.

ser comemorada por milhares de foliões. Este ano, segundo a organização, mais de dois mil figurantes saem à rua. Os desfiles carnavalescos vão acontecer entre os dias 2 e 4. O programa, porém, tem início logo hoje, sexta-feira, dia 28, pelas 10 horas, na avenida General Humberto Delgado, com a 23.ª edição do Carnaval dos Pequeninos, com a participação das crianças das escolas do concelho. O desfile contará também com a presença dos pequenos reis do Carnaval, Beatriz Santos e Mateus Henrique. Amanhã, sábado, pelas 10 horas, tem lugar a chegada das altezas reais em 2014, Victor Cardoso e Patrícia Moiteiro, com animação pelas ruas da cidade. Pelas 21 horas procede-se à entrega das chaves da cidade pelo presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas. O programa prossegue no sábado, na avenida General Humberto Delgado, pelas 14 horas, com a emissão do programa “Portugal em Festa”, da SIC. A partir das 15 horas, na mesma avenida, tem lugar o 1.º desfile do Corso Carnavalesco da edição de 2014 do Carnaval de Sines, com a presença de escolas de samba, grupos foliões, carros alegóricos, carros foliões e mascarados. No domingo e na segunda-feira o corso sai já com a presença dos embaixadores do Carnaval de Sines, Merche Romero e José Figueiras. Há ainda espaço para bailes e o Carnaval só termina na quarta-feira, dia 5, pelas 22 horas, com o Enterro do Entrudo. Entrudanças, o Carnaval mais diferente do Alentejo O Festival Entrudanças começa

hoje, sexta-feira, dia 28, em Entradas, no concelho de Castro Verde. Um festival, que junta às tradições do Entrudo a música e a dança. A edição deste ano tem como tema a “liberdade”, a propósito dos 40 anos do 25 de Abril. Um festival que celebra, assim, pela altura do Carnaval, “a liberdade de criação artística, de expressão e de ideias”. À semelhança das edições anteriores, o festival que arranca hoje é organizado pela Câmara Municipal de Castro Verde, pela Associação PedeXumbo e pela Junta de Freguesia de Entradas. A programação, essa, é diversificada e, ao longo de três dias, há espaço para bailes, concertos, oficinas de dança, oficinas de instrumentos, atividades para pequenos e graúdos e ainda para iniciativas ligadas ao ambiente. A animação de rua, essa, também não será esquecida. A Câmara Municipal de Castro Verde recorda que “a envolvência da comunidade local e das várias associações culturais faz deste festival um espaço de convívio e de partilha”. E adianta: “Um festival que fomenta o contacto com as tradições da região, seja através do cante alentejano, dos costumes ou da gastronomia local”. Hoje, sexta-feira, dia 28, em Castro Verde também se realiza o tradicional desfile das escolas.


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Como cereja no topo do bolo, deveremos ter a reforma política que passo a passo se vai desenhando e na qual lutaremos para incluir o “Alentejo Litoral” como círculo eleitoral, dando às populações que o constituem a justa oportunidade de eleger as/os suas/seus próprias/os representantes na Assembleia da República. Hélder Guerreiro, “Jornal Sudoeste”, 21 de fevereiro de 2014

Opinião

A insustentabilidade da sombra

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Por estes dias o “DIÁRIO DO SUL”, que tem redação em Évora, completou 45 anos. Ao seu diretor, jornalistas e colaboradores, prestamos a nossa sincera homenagem por mais este aniversário. Não é necessário andar nesta coisa dos jornais para perceber como árdua, difícil e muitas vezes ingrata terá sido a tarefa de manter de pé uma publicação diária no Alentejo. Parabéns! PB

Depois de extorquirem dinheiro aos magros orçamentos familiares e aos pensionistas da administração pública, depois dos cinismos governamentais, vinha agora o escárnio, com suas ideias grosseiras e repulsivas, afrontar o 25 de Abril! [proposta de mecenato para custear as comemorações] Felizmente, o bom senso ainda travou, em tempo útil, o disparate! Joaquim Palminha da Silva, “A Defesa”, 19 de fevereiro de 2014

Ratinhos Filipe Nunes Arqueólogo

Jorge Barnabé Emmpresário

Q O

uando há uns meses atrás escrevi opinião pública de análise dos resultados eleitorais autárquicos em Beja – para além de indicar factos que conduziram à derrota do PS – vaticinei um caminho de oposição que alguns, a quem não interessa reconhecer a realidade, consideraram um abuso de opinião. Julgaram até que motivações pessoais e de outros baseavam o que escrevi. Pois bem, passados mais de cem dias de governação e de oposição na Câmara de Beja o vaticínio tomou a forma da evidência. E tem despontado uma oposição ridícula, confusa e exclusivamente mediática. Que olha para si própria. E que acentua a atitude de costas viradas que marcou os quatro anos de governação de Pulido Valente. Que divide quando é necessário agregar. Falo do “governo sombra” que os vereadores socialistas criaram. Essa “figura” de oposição tão abstrata quanto a sombra. Tão insustentável quanto onírica. Um absurdo da gestão política que dá continuidade a um processo falhado. Votado e excomungado pelos eleitores. Com clareza tal que podemos confundir com luz e não com sombra. Um género de oposição que se sobrepõe, pelo ataque ridículo e sistemático, muitas vezes, quase todas, ignorando as responsabilidades que tiveram até há bem pouco tempo. Mas a insustentabilidade da sombra não é apenas um problema de Pulido Valente. Embora a opção, todos percebem, seja da sua responsabilidade. É um problema de equilíbrios e de legitimidades. Uma dificuldade que constrange o Partido Socialista em Beja. Que o condiciona numa ação renovada de criação de alternativa política à gestão da CDU. E este problema, sabendo eu que JPV nunca o quererá alterar (está-lhe na massa do sangue!), só o PS poderá resolver. Não é vaticínio, é bom senso. Ao contrário do que alguns possam pensar hoje, acredito que nas próximas eleições o PS tem todas as condições para vencer de novo a Câmara de Beja. Não olho para os resultados a preto e branco. E sinto, como cidadão, que a vontade de mudança vive nesta terra. Desde que os socialistas consigam formar equipas e projetos adequados a essa vontade. E é por esta convicção que se torna mais premente que o PS afirme a sua oposição em Beja. Não uma oposição de guerrilha, até porque não é esse o registo normal dos socialistas. Antes uma oposição de responsabilização e de mobilização. Cuja incompatibilidade com o disparate da atual é tão insustentável quanto é continuar por mais tempo neste registo. Mas a insustentabilidade da sombra vinca-se ainda numa oposição feita a duas vozes. O que apenas sustenta, sem esforço, a gestão da CDU. Por muito fraca e desapontada que seja. E ignorar a confusão gerada nos cidadãos é desvalorizar o caminho a percorrer. E nesse caminho dificilmente o PS poderá continuar a confiar politicamente no “governo sombra”. É demasiado insustentável, para que continue aquilo que não pode ser. Termino hoje a minha colaboração regular no “Diário do Alentejo” e no “Alentejo em Linha”. Agradeço ao Paulo e ao Luís, respetivos diretores, a amabilidade e os espaços que me concederam. Decidi escrever em breve sobre outras coisas que não a política. E agradeço aos leitores que ao longo destes meses me transmitiram em muitas formas a confiança e o apoio nas opiniões que publiquei. Obrigado.

Alentejo tem sido notícia, com um certo sabor ao seu passado camponês, pelos frequentes episódios de exploração desumana do trabalhador rural. Desta feita não na ceifa das planícies, mas na apanha da azeitona nesse reticulado industrial de olivais que nunca chegam a ser árvores. O ganhão, que trabalha à jorna, não fala português, e dir-se-ia que o trabalhador rural alentejano passou a ser na sua maioria os ratinhos de outrora, já não vindos das beiras, mas do leste cigano da europa ou de longínquas paragens asiáticas. Serem notícia não se lhes deve tanto ao seu exotismo, já os anteriores ratinhos beirãos das ceifas do séc. XX eram afamados pelo seu alarido. Antes se deve à retomada dos mesmos epítetos com que José Alves Capela e Silva, no livro Ganharias de 1939, descrevia “toda essa população aventureira e miserável, que invade a planície, — em contraste com os seus naturais em geral de temperamento sedentário, — á mingua de recursos nas suas terras, e que se sujeitam às mais baixas missões nas lavouras”. Em como permanece o sentido depreciativo, desse “rato ou ratinho [que] significa para a ganharia, uma coisa inferior, quási desprezível.” Ou como permanece nos novos ratinhos do séc. XXI o “descanso fugidio, porque a ceifa de ratinhos não é trabalho para entreter. Desde que chegam até ao dia da abalada, sentem cair sobre eles o peso despótico do mundo que os rodeia.” No cenário renovado dos campos de hoje, novos atores desempenham o mesmo papel que outros antes assumiam. Também o “manageiro” que mediava com os senhores das herdades é agora um efémero empresário atuando nas Empresas de Trabalho Temporário (ETT). Uma fórmula perfeitamente legal que cobre as atividades sazonais enquanto exceção ao contrato de trabalho sem termo; e uma fórmula perfeitamente imoral que vai impondo um salvese quem puder ao trabalhador rural. Uma fórmula no entanto perfeitamente normal e esperada na engrenagem capitalista do agroindustrial. Estes senhores do latifúndio permanecem como os atores por excelência que dão início à peça em cartaz. São reputados empreendedores do novo Alentejo agrícola. O seu papel, nesse ponto tantas vezes elogiado, como por magia some-se do elenco quando são noticiados casos atrás de casos de exploração e escravatura, da desumanidade das condições nos olivais e do tráfico de seres humanos alimentado por redes mafiosas operando a coberto das ETT. Nas muitas reportagens que se tem sucedido, o seu nome e o nome das herdades não está lá, como se nada fosse com eles. Pilatos, não faria melhor. Em sua defesa veio Sevinate Pinto, o engenheiro agrónomo ex-Ministro da Agricultura de Durão Barroso, em crónica intitulada “Os romenos, a “desumanidade” e o desemprego no Alentejo” (Público, 04.01.14). Incomodado em como a questão “tem atingido a imagem do Alentejo e incomodado os portugueses de boa consciência, designadamente os olivicultores alentejanos, que muito pouca responsabilidade têm no assunto”. Na demissão dessa responsabilidade, remete para caso de polícia a exploração dos romenos pelos intermediários que os controlam, assim como as ilegalidades cometidas pelas empresas. É óbvio que a atuação das mafias ultrapassa as meras relações laborais, mas o recurso cego às ETT, não deveria isentar

do escrutínio prévio das mesmas, esses olivicultores de boa consciência. Esse recurso sazonal leva o ex-ministro à sua verdadeira preocupação: o ter de admitir estrangeiros quando há desemprego no Alentejo; e a pouca procura do trabalho agrícola. O seu apelo à empregabilidade dos portugueses, pese oscilar sub-repticiamente no lamento de que “as máquinas, que já são muitas e cada vez mais, não resolvem tudo e não podem ser utilizadas em todas as circunstâncias”, encontra um obstáculo no facto de “que alguns portugueses, mesmo desempregados, não gostem da precariedade muitas vezes associada aos trabalhos agrícolas e revelem dificuldades de adaptação à natureza desses trabalhos”. A identificação da precaridade é por demais certeira, mas é de frisar que esta diz menos respeito à sazonalidade dos trabalhos, e mais à remuneração e outras condições que se oferecem. Ou à fatia generosa que o seu suor significa para as ETT a que os olivicultores recorrem por sistema. Outros caminhos trilhará certamente Sevinate Pinto, mas acerta na mouche na sua conclusão a uma eventual resolução: “o que falta é organização”. Como acontece com os corticeiros, no oposto da tabela (!), desafia os portugueses para que se organizassem em grupos para a apanha da azeitona, não evitando “a necessidade de se recorrer a estrangeiros, mas tirar-se-ia razão à ideia de que estes estrangeiros vêm tirar o “pão” e o trabalho aos portugueses”. Pergunto-me a que tipo de grupos e organização se refere o engenheiro agrónomo? Grupos que prescindam das ETT? Estarão os olivicultores e a agroindústria dispostos a prescindir desse vantajoso lavar de mãos? Estaremos, enfim (e no mínimo) … a falar em qualquer sentido de organização contrária à legislação laboral que mês após mês dita a precaridade como regra? Ou estaremos a falar no que referia um inspetor da ACT ao “Diário do Alentejo” “às novas modalidades de organização que vão surgindo nas herdades, porque vão evoluindo, são cada vez mais sofisticadas, no sentido de se tornearem as obrigações legais e no sentido de se dificultarem as ações das entidades fiscalizadoras”? A ocasião pede que se recorde da proposta da anarcossindicalista CNT espanhola, da ”criação das Bolsas de Trabalho pelos Sindicatos Campesinos (no sentido que era dado no movimento operário nas suas origens às bolsas, e não no sentido atual em que se trata de listas de empresas privadas ou da administração em que te inscreves para que te deem trabalho). Estas bolsas sindicais geriam as condições de contratação de jornaleiros, para evitar todo tipo de discriminação por origem (condições de trabalho dos trabalhadores imigrantes), género (discriminação por salários e tarefas), listas negras e o vergonhoso espetáculo da contratação nos bares e rotundas das vilas por parte de patrões e intermediários.” Isto é “combater e denunciar a perniciosa ação da intermediação de empresas de serviços e ETT”. O apelo a uma nova organização, talvez não outra coisa que o reerguer dessa condição de trabalhadores rurais, é pertinente. E está na ordem dia, não porque a demanda agroindustrial o exige, mas sim porque na ressaca de um beco sem saída, que anunciara antes que a modernidade passava pelo milagre da tecnicização de todos os aspetos da vida, acordamos lentamente atrás de um regresso à terra. Mas esse dado imperioso não pode implicar e tomar como incontornável essa eterna relação de forças e exploração que está há muito em cena no meio rural, seja com atores portugueses ou romenos. E somente com uma consciência mais global que desmascare o capital como primeira causa dos fluxos migratórios (para logo arremessar o desemprego no fomento do racismo), poderemos alcançar efetivamente uma outra organização. Até lá estaremos cada vez mais a caminho de ser “romenos”, seja aqui ou lá fora.


Já por várias vezes o “DA” deu conta do fenómeno nas suas páginas: Os episódios de VIOLÊNCIA DOMÉSTICA estão a aumentar de forma exponencial na região. Como estão a aumentar os crimes de morte com motivações passionais. Esta semana, em Ferreira do Alentejo, voltou a acontecer um homicídio, seguido de suicídio, em plena rua. A crise económica tem muitas zonas sombrias. Esta talvez seja das mais escuras e tenebrosas. PB

Há 50 anos “A situação, difícil, está a tornar-se insustentável”

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os começos de 1964, a maioria dos portugueses enfrentava enormes dificuldades. Era a ditadura fascista, era a exploração das classes trabalhadoras, era a repressão sobre democratas, era a emigração forçada, era a guerra colonial que ainda iria durar uma década, era a fome encapotada que atingia as famílias mais pobres. Enfim, uma situação difícil, com diferenças mas também com muitas semelhanças à que se vive hoje… Apesar da censura, o “Diário do Alentejo” referiu-se ao aumento dos preços e aos baixos salários na edição de 25 de fevereiro, na primeira página, em Nota do Dia, funcionando como editorial, intitulada “Situação difícil”. Assim: “Avolumam-se as queixas e reclamações chegadas á nossa redacção sobre o vertiginoso aumento dos preços em muitos géneros de primeira necessidade, registado em Beja, a exemplo, aliás, do que se verifica em todo o País. E como se isso não fosse já uma grande odisseia, acresce a escassez desses mesmos géneros, sobretudo no que se refere a algumas qualidades de carnes. Diz-nos uma leitora, verdadeiramente desalentada: ‘Só quem vai diàriamente á praça experimenta, em toda a sua gravidade, a crise actual e a impossibilidade de se manterem equilibrados os orçamentos de quem vive apenas do produto do seu trabalho. Se tudo sobe, menos os ordenados, como poderão viver, decentemente, as classes pobre e média?’ Infelizmente, este desabafo reveste-se de plena verdade. A situação presente, de difícil que era, está a tornar-se insustentável. Para quando as providências eficazes que tão flagrantemente se impõem?”. Dois dias depois, o vespertino bejense voltava à carga, agora com a transcrição de um texto do “Jornal de Évora” intitulado “Situação perturbante”. Em tudo semelhante ao protesto anterior: “Perante a corrida vertiginosa dos preços de tudo que é de primeira necessidade, o consumidor que vive de vencimentos modestíssimos, nomeadamente aquele cujo trabalho é incerto e incrìvelmente mal pago, atravessa uma hora de tamanha gravidade que se não avaliam facilmente quais os seus reflexos. O desequilíbrio entre o custo dos produtos e o ganho das classes modestas da população agrava-se assustadoramente e pasma-se como pobres famílias podem viver. Isto que pode parecer demagógico é uma verdade que bom seria pudesse ser apreciada por quem com um gesto seria capaz de cativar o apoio de milhares de deserdados à mercê de todas as tentações (…)”. Carlos Lopes Pereira

Há 45 anos não pensava que seria tão difícil manter um diário no Alentejo. Indiferença do poder; alheamento de muitas autarquias; crise nas empresas, tudo somado daria para nos questionarmos: Valeu a pena? Deveríamos ter investido noutra área empresarial? Julgo que valeu a pena servir a população alentejana. Madeira Piçarra, “Diário do Sul”, 25 de fevereiro de 2014

Cartas ao diretor Recordar Francisco Patrício José da Silva Aljustrel

Julgo ser oportuno nesta altura falar do Xico Patrício, como era conhecido em todo o lado. Com o que escrevo sobre ele é uma forma simples de recordar um grande homem, amigo e camarada. Tive o privilégio de conviver e trabalhar com ele. Faço-o não pelo facto de sermos ambos naturais da mesma terra, mas sim por uma grande convivência de muitos anos, antes e depois do 25 de Abril de 1974. Muito cedo saiu de Aljustrel, tendo ido trabalhar para Setúbal numa estação de serviço. Mais tarde foi para Lisboa, onde se empregou como bancário, tendo conhecido e convivido com homens como Daniel Cabrita, Avelino Gonçalves, Álvaro Rana, Antero Martins e tantos outros. Tendo com eles desenvolvido trabalho político e sindical, pois, muito novo despertou para a luta política. Naturalmente porque também teve a influência de familiares, concretamente de seu pai, Manuel Patrício, e também porque viveu a sua juventude numa terra de mineiros, pois Aljustrel era uma referência em todo o Alentejo e não só. Xico Patrício, homem sempre ligado ao Partido Comunista, e por esse facto possuía uma grande sensibilidade humana, que contribui para que ele fosse um militante incansável na luta contra as injustiças sociais. O Xico, depois do 25 de Abril dedicou o seu tempo inteiro à Revolução dos Cravos. Pediu licença sem vencimento no emprego e veio para o Alentejo no distrito de Beja, trabalhar no Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas, mais tarde, passou a fazer parte dos quadros do Partido Comunista na Comissão Distrital, com tarefas partidárias no concelho de Ourique, onde ainda hoje o recordo com grande respeito e amizade. O Xico não nasceu para ele, nunca quis nada em troca daquilo que fazia, como dever de um comunista, pois estava sempre o seu partido e a sua luta em prol do povo em primeiro lugar, sendo assim, o mais importante para ele. Havia quem não gostasse dele, mas isso era o que menos lhe importava. Xico Patrício fez parte da história do movimento de massas no Alentejo, particularmente em Aljustrel, tal como muitos outros camaradas que vão ficando no esquecimento. Poderia enumerar os nomes de dezenas de homens e mulheres que fizeram parte do partido e que estiveram na vanguarda da luta contra o fascismo. Nenhum partido se dá ao orgulho de ter tido nas suas fileiras, homens e mulheres desta têmpera. Faz-me recordar o escritor russo Nicolai Ostróvski que escreveu “Assim foi Temperado o Aço”. Era altura de recordar este camarada.

O mundial na TV Manuel Vargas Aljustrel

Embora ainda estejamos a alguns meses do próximo mundial de futebol no Brasil, cujo pontapé de saída é no dia 12 de junho, muitos de nós já fez uma antevisão dos jogos que iremos ver pela TV, nomeadamente aqueles onde a seleção portuguesa irá entrar, pairando no ar a esperança de alcançarmos um brilharete. E se tal vier a acontecer. Funcionará provavelmente como um tónico para levantar a autoestima de todos, nomeadamente, uma vez que o Governo continua a atacar de forma violenta e simbolicamente marcante os trabalhadores da administração pública, os reformados, os pensionistas e os desempregados. Todavia temos como alternativa, na altura certa, mostrar o cartão vermelho, colocando um ponto final na situação. Como é do conhecimento geral, o referido “evento desportivo” será transmitido exclusivamente pela RTP, e para não fugir à regra, com o dinheiro dos contribuintes. No entanto, sabe-se que a SIC e a TVI manifestaram interesse em transmitir alguns jogos, faltando apenas encontrar um consenso entre todos os interessados, o que não veio a acontecer. Por conseguinte, ficou a RTP com a incumbência em suportar todos os custos inerentes à transmissão dos mesmos, talvez vendo nisso, uma mais-valia ao nível financeiro. Será que no seu ADN não haverá espaço onde possam coabitar as parcerias? Sem entrar em pormenores, perante a postura da televisão pública, e na minha modesta opinião, penso que tem por obrigação compreender a crise em que também se encontra mergulhada e acautelar um possível fracasso individual. Mas, talvez eu esteja equivocado, e a televisão estatal viva dias de exuberância em contradição com a maioria daqueles que contribuem para a vida da mesma? O futuro encarregar-se-á de clarificar toda esta temática.

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Quer ser voluntário num país europeu?

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Ser viço Voluntário Europeu permite aos jovens levar a cabo um serviço de voluntariado com uma duração mínima de duas semanas e máxima de 12 meses num país diferente daquele onde reside. Podem participar jovens com idades compreendidas entre 18 e 30 anos com residência legal no país da organização de envio. Para além de trazer benefícios para as comunidades locais, os voluntários adquirem novas competências, aprendem novas línguas e descobrem outras culturas. Os projetos de voluntariado europeu abrangem áreas tão variadas, como, cultura, juventude, desporto, serviço social, património cultural, arte, proteção civil, ambiente, cooperação para o desenvolvimento, etc. Estão excluídas intervenções de alto risco em situações de crise como ajuda humanitária, assistência imediata em caso de catástrofe, etc. As atividades de voluntariado são compostas por três componentes essenciais: planeamento e preparação; implementação e avaliação. Um projeto do SVE pode ter incidência em temas e áreas, tais como, cultura, juventude, desporto, serviço social, património cultural, arte, proteção civil, ambiente, cooperação para o desenvolvimento, etc. Estão excluídas intervenções de alto risco em situações de imediato pós-crise (por exemplo, ajuda humanitária, assistência imediata em caso de catástrofe, etc.). O voluntário é acolhido por um promotor num país que não o seu país de residência e desenvolve o serviço voluntário para benefício da comunidade local. O serviço não é remunerado, não tem fins lucrativos e é desempenhado a tempo inteiro. O projeto pode abranger entre um e 30 voluntários que podem desempenhar o serviço individualmente ou em grupo. Os promotores que recebem o voluntário deverão prestar-lhe apoio pessoal relacionado com a tarefa que irá desempenhar, bem como apoio linguístico e administrativo. Os participantes têm asseguradas as despesas de viagem entre o local de residência e o local do projeto e respetivo regresso. Cada voluntário terá que pagar apenas 10 por cento do custo total da viagem, sendo que serão sempre utilizados os meios de transporte e as tarifas mais baratas (bilhete de avião em classe económica e bilhete de comboio de 2 Classe). Pode encontrar todas as informações em www.sve.pt Representação em Portugal da Comissão Europeia

Diário do Alentejo 28 fevereiro 2014

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Raças autóctones em risco de extinção No Alentejo existem duas raças autóctones, a Merina, com as suas variedades branca e preta, e a raça Campaniça. “De acordo com informação da Direção Geral de Veterinária, existiam em 2011 cerca de 10 mil fêmeas de cada uma das variedades da raça Merina e 6 750 fêmeas da raça Campaniça. Em termos globais, os censos destas raças representam menos de três por cento dos efetivos ovinos do Alentejo e encontram-se em risco de extinção. Deve referir-se contudo que nesta região predominam ovinos resultantes de cruzamentos, principalmente com ovinos do tronco Merino”, diz Claudino Matos.

Tema de capa Perda de competitividade das explorações, dificuldades de mão-de-obra e aumento da burocracia no controlo dos rebanhos são as “razões mais relevantes” que estão na origem do decréscimo do número de ovinos e de explorações registado no Alentejo, diz Claudino Matos, da ACOS – Agricultores do Sul. Entre 2000 e 2009 a região perdeu cerca de 20 mil ovelhas por ano. O número de explorações diminuiu, no mesmo período, 25 por cento. Texto Nélia Pedrosa Foto José Serrano

Setor permite ocupação e fixação de população em espaço rural e desempenha papel ambiental

Alentejo perde 20 mil ovelhas por ano

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ntre 2000 e 2009, de acordo com dados do último Recenseamento Agrícola realizado em 2009, o Alentejo registou um decréscimo de cerca de 20 mil ovelhas por ano (menos 30 por cento de efetivos no final da década), sendo que o número de explorações diminuiu, no mesmo período, 25 por cento. Em 2009 existiam no Alentejo “aproximadamente 1,1 milhões de ovinos, o que correspondia a cerca de metade do efetivo nacional. Deste, a maioria é utilizada para a produção de carne, cifrando-se em 50 mil o número de fêmeas exploradas na função leiteira”, adianta ao “Diário do Alentejo” Claudino Matos, da ACOS – Agricultores do Sul. Ainda segundo o último recenseamento, em 2009 existiam “cerca de 8 100 explorações de ovinos de carne no Alentejo, o que corresponde a 16 por cento das explorações nacionais”. O efetivo leiteiro do Alentejo “encontrava-se distribuído por cerca de 250 explorações, correspondendo a três por cento das explorações leiteiras do País”, e “a dimensão média dos rebanhos de carne e de leite era de 134 e 219 cabeças, respetivamente”. De acordo com dados disponibilizados pela ACOS, onde funciona um Agrupamento de Defesa Sanitária (ADS) “que é responsável pela execução do programa sanitário oficial dos rebanhos dos associados, numa área mais ou menos coincidente com os concelhos de Beja, Ferreira do Alentejo, Cuba, Alvito, Vidigueira e Portel”, atualmente “existem 878 associados do

ADS, dos quais 594 são detentores de ovinos”. Em termos de evolução recente, entre 2008 e 2014, “os animais alvo de intervenção sanitária diminuíram de 153 000 para 104 000 ovelhas, o que corresponde a um decréscimo de 30 por cento, valor semelhante ao registado para o efetivo ovino do Alentejo”, refere Claudino Matos. O investigador afirma que “existe uma multiplicidade de razões” que justificam a diminuição do número de efetivos ovinos e de explorações no Alentejo, sendo que as “mais relevantes são a perda de competitividade das explorações, as dificuldades de mão-de-obra e o aumento da burocracia no controlo dos rebanhos”. “Relativamente à perda de competitividade, verifica-se que os preços do borrego, do leite e da lã pagos ao produtor são os mesmos que se praticavam há 20 anos, não acompanhando portanto o aumento significativo do custo dos fatores de produção como rações, medicamentos, adubos, combustíveis, eletricidade e salários, entre outros. Por outro lado, tem havido um certo ziguezaguear nas medidas de política agrícola comum sempre com reflexos negativos para o setor dos ovinos, comparativamente à exploração de outras espécies, como é o caso dos bovinos”, clarifica o técnico, acrescentando que “a tendência para a diminuição dos censos ovinos no Alentejo tem sido acompanhada por um aumento significativo dos efetivos de bovinos de carne”. “Em suma, os incentivos financeiros atualmente atribuídos aos produtores de ovinos, para compensar a perda de rendimento

devido ao aumento dos fatores de produção e para a manutenção da atividade, já não são compensatórios, o que tem levado, por um lado, ao abandono e, por outro, à substituição de ovinos por bovinos”, reforça. A esta questão, adianta, “não é alheia a falta de mão-de-obra”, uma vez que “o maneio dos ovinos requer especialização e ocupação de pessoal durante todo o ano, especialmente durante as épocas de parição e de ordenha nas explorações leiteiras, enquanto que o maneio dos bovinos é mais fácil, podendo ser desempenhado por pessoal menos especializado”. Quanto ao aumento da burocracia no controlo dos rebanhos, Claudino Matos salienta que existem normativos da União Europeia “que os estados membros são obrigados a adotar sob pena de penalizações para os produtores”. É o caso “do controle sanitário dos rebanhos, identificação animal por via eletrónica, registos de existências e deslocações de animais, guias de trânsito e registo de medicamentos, apenas para referir os mais importantes”. Os criadores “têm ainda que cumprir uma série de requisitos ambientais e de bem-estar animal nas explorações para usufruírem dos apoios financeiros a que têm direito. Acontece que, no Ministério da Agricultura, entidade que procede ao controlo das explorações, existem diversos departamentos, cada um funcionando com as suas bases de dados sobre os produtores e respetivos rebanhos. Este aspeto tem causado algumas dificuldades e perdas de

tempo no momento dos controlos de campo, o que em nada ajuda a ultrapassar as exigências que cada vez mais se vão colocando aos criadores de ovinos”. O investigador salienta, no entanto, que não defende a tese que não é necessário proceder ao controlo dos rebanhos: “Há questões de saúde pública subjacentes e de rastreabilidade dos produtos animais que são do interesse do público em geral e dos criadores em particular. O que me parece é que a transposição direta da legislação europeia para a nossa realidade carece de ajustamentos que deveriam ser devidamente ponderados pelos serviços oficiais. Por exemplo, a especificidade do sistema extensivo característico da produção de ovinos nesta região deveria ser devidamente equacionada”, diz. Embora se verifique um decréscimo de efetivos ovinos nos últimos anos, “a realidade da produção de ovinos de leite no Alentejo é diferente da produção de carne”, realça ainda Claudino Matos. De acordo com o investigador, na última década, “apesar da redução global no número de explorações ovinas, as estatísticas revelam que a sua área média aumentou de 54 hectares para 62 hectares” e “enquanto que nas explorações de ovinos de carne os efetivos médios diminuíram ligeiramente, nas explorações ovinas leiteiras registou-se um aumento significativo de 113 para 219 ovelhas”. Por outro lado, “a exploração tradicional de ovinos de raças autóctones para leite foi sendo gradualmente substituída por raças mais especializadas e seus


Queijo Serpa em expansão

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cruzamentos com raças locais, conferindo assim um maior potencial de produção de leite”. “Apesar de nos últimos anos se registar, de acordo com as estatísticas oficiais, um ligeiro decréscimo na produção de leite de ovelha a nível nacional, não existe informação suficientemente desagregada regionalmente para concluir que no Alentejo a mesma diminuiu. A minha perceção é que atualmente a produção de leite/queijo de ovelha no Alentejo se encontra estabilizada. Por outro lado, há um reconhecimento generalizado da elevada qualidade dos diversos queijos produzidos no Alentejo, todos com Denominação de Origem Protegida, o que também justifica a continuidade da sua produção”. O Alentejo detém atualmente “16 por cento das explorações nacionais, com cerca de metade dos ovinos existentes em Portugal, contribuindo assim significativamente para o grau de autoaprovisionamento em carne, que atualmente se situa próximo dos 80 por cento”, dados que mostram que “o setor é relevante para a região”, diz o investigador. “Na perspetiva do desenvolvimento rural, a produção de ovinos ocupa um lugar de destaque, uma vez que esta espécie utiliza uma franja importante do território, aproveitando principalmente as terras mais pobres. Apesar do decréscimo dos efetivos, permite a ocupação e a fixação de população em espaço rural e desempenha também um papel ambiental, que não deve ser negligenciado”, acrescenta. Quanto ao futuro do setor, Claudino Matos realça que “a produção de ovinos é uma atividade muito dependente das opções de política agrícola comum que ainda não estão completamente definidas no âmbito do próximo quadro comunitário de apoio”, mas considera que “a perda de competitividade do sector deverá ser contrabalançada pelo facto de se tratar duma espécie ímpar no aproveitamento de territórios marginais”. “A ocupação do território, a proteção da biodiversidade doméstica e o papel ambiental desempenhado pelos ovinos deverão ser reconhecidos e remunerados de modo a viabilizar economicamente esta atividade, invertendo assim o declínio de efetivos que se vem observando nos tempos mais recentes”, conclui. Negócio de pequenos ruminantes de leite “não é aliciente” “Para quem começa de novo [o negó-

cio de pequenos ruminantes de leite] não é aliciante. O leite é mal pago”, diz Nuno Cavaco, que iniciou a atividade há uma década com cabras de leite, em terrenos cedidos pelo pai, em Vale de Açor, Mértola, no âmbito de um projeto de apoio a pequenos agricultores. Em agosto PUB

ento e onze expositores marcam presença na 13.ª edição da Feira do Queijo do Alentejo que é inaugurada hoje, sexta-feira, pelas 11 horas, em Serpa. Um evento que pretende, “em primeiro lugar, divulgar e valorizar o queijo Serpa e todos os outros bons queijos aqui produzidos, para além de todas as nossas produções tradicionais, como os enchidos, o vinho, o azeite, o pão e claro os bons petiscos que ainda cá se comem”, adianta ao “Diário do Alentejo” o presidente da Câmara de Serpa, uma das entidades promotoras do certame. Associado a isto, acrescenta Tomé Pires, “temos a promoção de Serpa como destino turístico a privilegiar. E, claro, a divulgação do cante alentejano, que tem sempre um lugar de destaque neste tipo de eventos, ainda mais agora que a candidatura a património cultural da Humanidade já foi aceite pela Unesco, com decisão prevista para final deste ano”. “Podemos dizer que a Feira do Queijo é estratégica para a sustentabilidade da economia local, dinamizando o tecido económico local e regional. Estou a falar da valorização dos produtos endógenos e da capacidade de atrair turistas com os reflexos consequentes na restauração e hotelaria. Para nós este é um investimento que vai continuar a ser feito”, reforça o autarca. As estimativas apontam para cerca de 20 mil visitantes, com base nos anos anteriores, sendo que, para além dos queijos alentejanos, estarão presentes queijos dos Açores, Beira Baixa, Beira Alta, Estremadura e Trás-os-Montes. Em relação ao queijo Serpa, uma das grandes referências do setor e cuja área geográfica de produção está circunscrita aos concelhos de Mértola, Beja, Castro Verde, Almodôvar, Cuba, Ourique, Moura, Serpa, Vidigueira, Aljustrel, Ferreira do Alentejo e Alvito e algumas freguesias dos concelhos de Odemira, Santiago do Cacém, Grândola e Alcácer do Sal, Tomé Pires adianta que o mesmo “é sinónimo de qualidade, de excelência, quer a nível de sabor quer de segurança alimentar”: “Este tipo de produtos está em expansão, cada vez tem mais procura. Daí também a importância da estratégia de promoção de produtos de qualidade em que estamos empenhados, quer a nível nacional quer internacional”, diz o autarca, lembrando que “existe, há alguns anos, uma Associação de Municípios Europeus Produtores de Queijo que, para além da promoção, tem também como objetivo criar sinergias entre os produtores e uma maior união de esforços entre todos. Refiro o Movimento Slow Food (Presidium e Fortaleza), onde o queijo Serpa é o único queijo português representado”.

“(...) a produção de ovinos ocupa um lugar de destaque, uma vez que esta espécie utiliza uma franja importante do território, aproveitando principalmente as terras mais pobres”. Claudino Matos

último adquiriu 600 ovelhas da raça francesa Lacaune. “Por um lado surgiu uma oportunidade de negócio [uma exploração de ovinos que encerrou] e, por outro, foi para ter alternativas, para ter dois tipos de pequenos ruminantes de leite”, explica. Os planos a curto/médio prazo passam por diminuir o efetivo caprino e aumentar o ovino, podendo chegar, dentro de dois anos, “com as condições atuais da exploração, sem fazer investimentos em instruturas”, às “900 ou 1 000” ovelhas de leite. A transição de caprinos para ovinos deve-se essencialmente ao facto de “as ovelhas precisarem de menos mão-de-obra do que as cabras e de se adaptarem melhor ao maneio da exploração”, esclarece o criador. Para além disso, “é difícil encontrar mão-de-obra para trabalhar em ordenhas de cabra”. O leite produzido na exploração é todo vendido para uma queijaria do concelho de Beja, que se dedica maioritariamente ao fabrico do tão afamado queijo Serpa, adianta Nuno Cavaco, esclarecendo que produz diariamente 500 litros de leite.

“Este negócio das ovelhas é uma coisa recente, mas estamos há anos no meio de venda de leite de cabra, e o que posso dizer é que o leite tem o mesmo preço há praticamente 20 anos e as despesas são três ou quatro vezes mais. É o gás, eletricidade, mão-de-obra, rações, impostos. Conheço quem tenha acabado de vez com a criação de ovelhas, com a exploração de leite, porque os fatores de produção são caros e o leite barato. As coisas estão muito à conta”. Miguel Lopes e o pai produzem leite de ovelha há pelo menos 25 anos numa exploração localizada no concelho de Serpa que integra outras vertentes: “Temos uma parte significativa de regadio, temos também sequeiro, fazemos alguns cereais, temos vacas de carne, enfim, temos uma atividade intensa”, refere o jovem agricultor. A integração de várias atividades na exploração é que tem permitido “mantê-la sempre a funcionar”, porque não dependem “só de uma fonte exclusiva de atividade”, diz. “A exploração de ovinos está integrada numa outra que tem várias atividades, portanto ela mantém a produtividade e no nosso caso não temos razões para não a manter, a não ser por razões que não sejam económicas. Mas em termos gerais, houve uma redução muito significativa de explorações de leite. Não se pode dizer que seja um momento de grande alegria, pelo contrário, a tendência tem sido a redução de efetivos de ovelhas e de produtores do leite”. E as razões para tal são quase exclusivamente económicas, afirma: “O rendimento agrícola tem vindo a decair significativamente nos últimos anos e não tem havido compensação. Houve uma subida do preço dos alimentos para animais, secas que dificultaram a situação, o mercado não evoluiu e houve produtores que também perderam o valor do leite porque não lhes pagaram.

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Com esta conjuntura as pessoas optam por outras soluções que lhes possam trazer mais rendimento com menos riscos”. Atualmente tem em lactação cerca de 250 ovelhas da raça francesa Lacaune, um número de efetivos que se tem mantido nos últimos anos. “A exploração está dimensionada para este número de animais, não pretendemos aumentar, pelo menos significativamente. O objetivo passa por especializar, melhorar. É preciso evoluir sempre no sentido da qualidade e da especialização”, explica Miguel Lopes. O leite de ovelha produzido, cerca de 50 mil litros anualmente, também é vendido na íntegra para uma única queijaria de Serpa, que o destina quase na sua totalidade ao fabrico de queijo Serpa. José Guilherme, da comissão diretiva da Confraria do Queijo Serpa e produtor de queijo há 14 anos, adianta que, “apesar do decréscimo de efetivos registado”, no seu caso particular, sempre teve “leite suficiente para as necessidades” da sua fábrica localizada no concelho de Serpa, mas, provavelmente, porque “também têm encerrado algumas queijarias”. “Há menos oferta de leite mas também há menos procura”, diz, realçando que o principal problema com que se depara atualmente o setor da produção de queijo é o facto de nem todas as explorações de leite “produzirem durante o ano inteiro”. “Há 50 ou 60 anos fazia-se leite três, quatro meses e dava para o resto do ano. As pessoas guardavam o queijo em casa, havia outras técnicas, outros métodos de conservar. Neste momento a oferta é tão grande, o mercado está cheio de produtos, como queijos e outros, que a pessoa compra a qualquer dia do ano, por isso temos que ter o produto durante todo o ano, para que possamos ser uma das opções de consumo do cliente”. Para além disso, diz, se a uma fábrica de queijo produzir “o ano inteiro”, os “custos de produção são mais diluídos, a fábrica não necessita de ser tão grande e mais rápido chega ao produtor o resultado dessa unidade que transforma o leite da sua exploração”. José Guilherme considera que, de um modo geral, “as queijarias não vivem atualmente os melhores dias”, mas acredita “que o pior já passou”. A solução para os tempos difíceis, comuns a “outros negócios”, está em olhar para o setor “como sendo um setor interessante, inovar e tentar levar os produtos para fora”. A queijaria Guilherme comercializa presentemente para a Suíça, França e Bélgica, sendo que “provavelmente até meados do ano” passará a vender também para a Alemanha. “A exportação é algo a explorar, mas com calma”, conclui.


Final da Taça Melo Garrido

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O Moura Atlético Clube e o Desportivo de Almodôvar disputam no próximo dia 15 de março a final da Taça Melo Garrido na categoria de iniciados. O jogo foi marcado pela AF Beja para o Complexo Desportivo Fernando Mamede (campo sintético n.º 1), na cidade de Beja, com início às 15 horas.

Futebol juvenil Distrital de Juvenis Série A – 12.ª jornada Serpa-Desp.Beja, 1-2; Despertar-Moura, 2-1; Sp.Cuba-Amareleja, 5-1; Santo Aleixo-Alvito, 4-3. Líder: Despertar, 34 pontos. Próxima jornada (2/3) Santo Aleixo-Serpa; Desp.Beja-Despertar; Moura-Sp.Cuba; Alvito-Amareleja. Série B – 12.ª jornada Aljustrel-Almodôvar, 4- 0; Milfontes-Ourique, 4-2; B.ºConceição-Castrense, 2-5. Líder: Castrense, 24 pontos. Próxima jornada (2/3) Odemira-Aljustrel; Almodôvar-Milfontes; Ourique-B.ºConceição.

Desporto

O Almodôvar desloca-se à Cova da Piedade e o Moura joga no Barreiro

Situações muito delicadas O Moura e o Almodôvar cumprem no domingo, em redutos adversários, os jogos relativos à 3.ª jornada do Campeonato Nacional de Seniores, numa altura em que a perda de pontos se começa a tornar preocupante. Texto e foto Firmino Paixão

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campeonato está numa fase perfeitamente redutora e todos os pontos são essenciais para os objetivos que as equipas perseguem, num caso, o do Moura, reformulados, da qualificação na primeira fase para a manutenção na segunda, do Almodôvar ao desígnio de se manter neste patamar do futebol nacional o que se torna cada vez mais difícil. E porquê? Porque o Almodôvar nas duas primeiras jornadas desta etapa complementar da prova ainda não pontuou e o Moura averbou apenas um ponto. E a diferença entre a primeira equipa da série, que é o Moura e o sexto classificado (Cova da Piedade), que se for o pior antepenúltimo pode descer de divisão, é de três pontos. A divisão dos pontos conquistados na primeira fase

aproximou as equipas e, sem pontuar, permitam a aproximação dos adversários, até porque algumas equipas receberam reforços para esta fase da prova. No domingo o Moura joga no Barreiro (quarto classificado com menos três pontos que os alentejanos), e o Almodôvar, último da tabela, joga na Cova da Piedade, que é o sexto e tem o dobro dos pontos que os almodova-

renses. Na jornada do último fim de semana o Moura consentiu um empate ao Quarteirense, e esteve mesmo a perder. O Almodôvar esteve em vantagem durante muito tempo, mas o Barreirense virou o resultado e levou os três pontos. Resultados da 2.ª jornada: Almodôvar-Barreirense, 1-2; União Montemor-Louletano, 2-0; Esperança Lagos-Cova Piedade,

2-1; Moura-Quarteirense, 1-1. Classificação: 1.º Moura, 17 pontos. 2.º União Montemor, 16. 3.º Quarteirense, 16. 4.º Barreirense, 14. 5.º Louletano, 14. 6.º Cova Piedade, 14. 7.º Esperança Lagos, 10. 8.º Almodôvar, 7. Próxima jornada (2/3): Louletano-Quarteirense; União Montemor-Esperança Lagos; Cova Piedade-Almodôvar; Barreirense-Moura.

A

Série B – 12.ª jornada Castrense-Milfontes, 1-4; Desp.Beja-Aljustrel, 2-3. Líder: Aljustrelense, 20 pts Próxima jornada (2/3) Guadiana-Castrense; Milfontes-Almodôvar. Agenda 1/março Distrital de Infantis 2.ª Fase – 2.ª jornada S p.C u b a - D e s p e r t a r B; A l m o d ô v a r-Aldenovense; Despertar A-Aljustrel. Taça Dr. Covas Lima Série A – 2.ª jornada Serpa-Desp.Beja; Moura-NS Beja; Amarelejense-Piense. Série B – 2.ª jornada São Marcos-Castrense; Ourique-Odemirense; Ferreirense-Milfontes. Liga de Benjamins 3.º MOM. – 2.ª jornada Alvorada-B.ºConceiç ão; Sanluizense -Boavista; Desp.Beja-Renascente; Vasco Gama-Ferreira B; Alvito-Aldenovense; Moura-Serpa; NS Beja-Aljustrelense; Ourique-Moura; Piense-Cabeça Gorda; Milfontes-Almodôvar; Ferreira A-Sp.Cuba; Despertar A-Odemira.

Inatel

Jogo O guardião algarvio travou o senegalês David Nunez dentro da grande área

Quartos de final da Taça

Regresso do distrital da 2.ª divisão

O Piense tombou um gigante

O Messejanense pode decidir

3.ª eliminatória (quartos de final) da Taça Distrito de Beja teve decisões difíceis, pelo menos demoradas, com dois jogos decididos em prolongamento e um prolongado até à marcação de grandes penalidades. O primeiro resultado conhecido foi o mais surpreendente. Ou seja, o triunfo do Piense, atual detentor do troféu, em Castro Verde, afastando os locais deste segundo objetivo, depois de, aparentemente, afastados da luta pelo título. Em Saboia, o Vasco da Gama desempatou no prolongamento, tal como o Renascente obrigou o Naverredondense a esforço suplementar antes de carimbar a qualificação. Em Odemira,

Distrital de Iniciados Série A – 12.ª jornada Moura-Despertar, 1-1; Alvito-Serpa, 0-9; Ferreira-Aldenovense, 2-1. Líder: Moura, 31 pontos. Próxima jornada (2/3) B.ºConceição-Moura; Despertar-Alvito; Serpa-Ferreirense.

o Cuba só caiu nas grandes penalidades. Resultados: Castrense-Piense, 1-2; Saboia-Vasco da Gama, 1-2 (ap); Naverredondense-Renascente, 0-3 (ap); Odemirense-Sporting Cuba, 8-7 (gp). Equipas apuradas: Piense, Vasco da Gama, Renascente e Odemirense. O Campeonato Distrital da 1.ª divisão está de regresso, com dois jogos antecipados para amanhã, por sinal, os mais apetecíveis: Serpa-Castrense e Sporting Cuba-Vasco Gama. O resto da jornada dezoito cumprese no domingo: Aljustrelense-Aldenovense; Odemirense-Guadiana; Milfontes-Bairro da Conceição; São Marcos-Cabeça Gorda; Piense-Rosairense. FP

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Distrital da 2.ª Divisão também está de regresso, com a décima segunda jornada marcada para a tarde de amanhã, onde o jogo de Messejana merece as atenções da jornada. A ronda proporciona ao líder da Série A, o Amarelejense, um jogo fácil com o Beringelense, e ao Despertar, 2.º classificado, também um adversário acessível, o Negrilhos. Na Série B, o líder Saboia tem como adversário o Aldeia dos Fernandes, que não oferecerá grandes dificuldades, o mesmo não se pode dizer do Renascente, que terá uma deslocação muito difícil ao recinto do Messejanense, cujo desfecho arrumará em

definitivo quaisquer dúvidas que ainda substituam, quando aos candidatos à fase de apuramento de campeão e promoção ao escalão principal. Sendo certo que O Amarelejense e o Despertar têm presença quase garantida, nesta série apenas o Saboia tem esse passaporte assegurado, aguardando-se então pelo desfecho do jogo de Messejana para se conhecerem mais pormenores. Os jogos de amanhã são os seguintes: Série A: Despertar-Negrilhos; Moura B-Desportivo de Beja; Amarelejense-Beringelense; São Domingos; Vasco da Gama B. Série B: Saboia-Aldeia Fernandes; Messejanense-Renascente; Sanluizense-Naverredondense. FP

Grupo A 16.ª jornada Louredense-Salvada, 0-0; Penedo Gordo-Trindade, 5-0; Quintos-Brinches, 0-4; Serpense-Barrancos, 1-1. Líder: Penedo Gordo, 37 pontos. Grupo B 16.ª jornada Vale d’Oca-Sta Vitória, 4-0; AC Cuba-Albernoense, 1-2; F. Alentejo-Mombeja, 3-0; V. Figueira-Figueirense, 1-1. Líder: Vale d’Oca, 36 pontos. Grupo C 16.ª jornada Sete-Santa Clara Nova, 0-1; Serrano-Alcariense, 6-0; Almodôvar-Sta. Clara, 1-3; Bemposta-Sanjoanense, 4-1. Líder: Santaclarense, 37 pontos. Grupo D 16.ª jornada Pereirense-Relíquias, 0-1; Soneguense-Cavaleiro, 3-3; Santa Luzia-Longueira, 2-2; Cercalense-Luzianes, 0-0. Líder: Luzianes, 31 pontos. Troféu de Honra 1.ª Eliminatória 1/março Salvadense-Alcariense; Santa Luzia-Cercalense; Mombeja-Pereirense; Vale d’Oca-Sta. Vitória; Faro Alentejo-AC Cuba; Luzianes-Relíquias; Figueirense-Amoreiras; Serpense-Almodovarense; Vale Figueira-Barrancos; Sete-Albernoense; Trindade-Soneguense; Santaclarense-Bemposta; Brinches-Longueira; Sanjoanense-Pen.Gordo; Quintos-Serrano; Alvorada-Louredense.


A equipa da Associação Pagaia Sul de Beja venceu o Campeonato Regional de Kayak Polo da Bacia do Tejo, à frente do Clube de Canoagem de Amora e do Clube de Canoagem de Setúbal, organizador da competição. As três equipas concluíram a prova com 15 pontos (cinco vitórias e uma derrota) e a diferença de golos foi decisiva.

Final da Taça Armando Nascimento A Associação de Futebol de Beja marcou para o próximo dia 15 de março, pelas 15 horas, no Estádio Municipal de Mértola, a realização da final da Taça Armando Nascimento, no escalão de juvenis, que será disputada entre as equipas do Despertar Sporting Clube e o Futebol Clube Castrense.

O Cabeça Gorda tem quase assegurado a manutenção na 1.ª divisão

Somos poucos a fazer muito... O Clube Despor tivo e Recreativo da Cabeça Gorda, popularizado por “Ferróbico” é outro dos bons exemplos de amadorismo que existem no futebol do distrito de Beja. O clube ganha estatuto no primeiro escalão. Texto e foto Firmino Paixão

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elso Ramos, antigo atleta, está à frente da equipa principal há quatro épocas. Assumiu um projeto de estabilização do clube neste patamar, trabalho bem-sucedido, apesar das dificuldades e da escassez de apoios. O treinador quer que a equipa suba na classificação e assegura que a velha mística do Ferróbico está bem viva e sempre presente no clube. O campeonato está de acordo com as vossas expetativas iniciais?

Sim, talvez até um pouco acima das nossas expetativas. Sabíamos que seria uma prova muito difícil, face à presença do Castrense, do Vasco da Gama, do Aljustrelense, todos vindos do escalão nacional. Conhecíamos as dificuldades, mas propusemo-nos fazer melhor do que na época passada, que foi o 9.º lugar, estamos nessa zona, mas ainda vamos tentar melhorar, sabendo quanto é difícil. A nove jornadas do final as metas estão atingidas?

O objetivo prioritário foi assegurado. A meta principal é manter o “Ferróbico” por muitos anos na 1.ª divisão. Sabemos que o clube andava constantemente no sobe e desce, há muitos anos que não fazia duas épocas seguidas neste escalão, por isso o grande objetivo teria que ser a fixação neste patamar e foi isso que exigimos de nós próprios e do nosso plantel. O Cabeça Gorda, pela tradição que tem, faz falta no primeiro escalão do futebol distrital...

É sempre um histórico, por isso faz falta, mas as pessoas da Cabeça Gorda têm que ajudar o clube. Não é fácil trabalhar com poucos diretores, com poucos jogadores, tem sido uma época muito cansativa para todos nós. Somos poucos a fazer muito. As três equipas vindas da 3.ª divisão tornaram a prova mais difícil do que no ano passado?

O campeonato está um bocado assimétrico, veem-se grandes jogadores em certos clubes, mantendo-se a mesma bitola entre as equipas cá de baixo. Nota-se um ritmo mais elevado e maior competitividade. Temos por aí

Legenda Celso Ramos, treina o Cabeça Gorda há quatro época consecutivas.

jogadores de outro calibre, o que acaba por ser bom para a evolução e para a melhoria do ritmo competitivo de todos os outros. Ocupam o 8.º lugar a oito pontos dos 29 com que terminaram a época passada. Significa que a manutenção está assegurada?

Penso que sim, só se houvesse uma hecatombe muito grande é que desceríamos de divisão. Mas não acredito, tenho a certeza de que nos vamos manter. O campeonato está decidido a favor do Aljustrelense?

Tenho poucas dúvidas que o Mineiro A ljust relense não seja o c a mpeão. Praticamente já podem encomendar as faixas. Mas o Cabeça Gorda quer subir mais alguns lugares na tabela?

No início no campeonato este 8.º lugar satisfazia-nos. Mas como já estivemos na sexta posição, o objetivo, dentro do balneário, é, no mínimo, regressar a esse lugar, porque já provámos que temos valor para isso, mesmo lutando contra equipas mais poderosas do que nós. O próximo jogo será em São Marcos, uma equipa que venceu recentemente na Vidigueira. Esperam dificuldades?

É um jogo fundamental. Fechámos agora um ciclo de quatro jogos difíceis, na primeira volta, com estas equipas, fizemos um ponto, agora conseguimos três. Para pensarmos no tal 6.º lugar teremos que vencer em São Marcos.

Que condições oferecem aos atletas?

Oferecemos o bem-estar do atleta, ninguém ganha nada, existe muita amizade entre todos, dirigentes, equipa técnica e jogadores, somos uma família, e é esse sentimento de amizade que existe entre todos nós, e o amor pelo clube, que nos permitem manter os jogadores. Resta alguma coisa da velha mística que notabilizou o “Ferróbico”?

Naturalmente. Mesmo as pessoas que não são da Cabeça Gorda integram-se claramente naquela família e na sua mística. Não sou da terra, joguei aqui duas épocas, vou na quarta como treinador, e sinto-me perfeitamente integrado no espírito do “Ferróbico”. No último jogo, com o Milfontes, o sacrifício e a determinação com que que os atletas chegaram à vitória, provaram em absoluto que essa mística está bem viva. Está há quatro anos no Cabeça Gorda, não o assusta essa longevidade no mesmo clube? Não sonha com outros projetos?

Não sinto dificuldades, e se temos tido sucesso foi graças a um programa de estabilidade que a direção nos propôs e que eu próprio assumi. O meu lugar nunca esteve em causa, a minha permanência é uma bandeira da estabilidade do clube e da sua afirmação na primeira divisão distrital. No dia em que me sentir a mais decidirei se está na hora de fechar este ciclo. Sou ambicioso, todos sonhamos com patamares mais elevados, espero ter a minha oportunidade, na Cabeça Gorda, com um projeto mais ambicioso, ou noutro lado qualquer.

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Desportivamente José Saúde

O mundo do desporto é efémero. Ontem rei, hoje plebe sem trono, o Desportivo de Beja foi um dos expoentes máximos do futebol do distrito de Beja no antigamente. Hoje, passamos à mítica rua do Sembrano e deparamo-nos com o imóvel onde se mantém a sua sede que reflete, simplesmente, uma ausência de movimentos humanos. Trancada a sua porta principal, e de janelas fechadas, o que deixa antever saudade, reflito numa constante nostalgia que me transporta a tempos idos onde a cadência quotidiana dos seus associados, e de atletas, pressuponha uma visita obrigatória aquele espaço lúdico que mostrava uma inigualável visibilidade. A sua porta estava sempre franqueada independentemente do fuso horário que os ponteiros do relógio indicavam. Enalteça-se, porém, a voluntariedade que os seus dirigentes manifestam, assim como toda a estrutura desportiva, que paulatinamente vão levando a carta a Garcia, numa tentativa óbvia de colocar em marcha uma velha carruagem que transporta glórias antigas e, simultaneamente, um manto de canseiras. Alvitrando, desportivamente, o interior do emblema que foi em tempos a bandeira mor da região, mergulhamos na realidade presente e revemos pedaços de histórias encantadoras que fizeram do Desportivo o símbolo amado de gentes que se entregavam a uma causa desportiva imensurável. Louvo, com imaculada compreensão, uma casta de dirigentes que desinteressadamente vão vestindo a camisola de um clube que vive momentos difíceis, e de aflição permanente, mas que ousa mostrar com vigor à opinião pública, que o seu historial fará, incessantemente, parte integrante dos anais do fenómeno desportivo regional bejense. “Numa vida há muitas vidas”, diz o adágio popular, e comungando o velho dito, o Desportivo de Beja, a militar na II Divisão distrital em seniores, tem na área da formação propósitos convincentes, a que acresce a modalidade de futsal em franco desenvolvimento. Força, Desportivo!

Diário do Alentejo 28 fevereiro 2014

Pagaia Sul venceu em Setúbal


Andebol 3.ª divisão 2.ª fase

Diário do Alentejo 28 fevereiro 2014

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Realiza-se amanhã a 1.ª jornada da 2.º fase (Promoção) do Campeonato Nacional de Seniores Masculinos 3.ª Divisão, ronda que oporá a Zona Azul ao Lagos (Pavilhão Santa Maria às 17 e 30 horas). O CCP Serpa e o Andebol Clube de Sines disputam a fase de manutenção que ainda não tem calendário definido.

Canoagem na Mina de São Domingos O Campeonato Nacional de Esperanças I competição de Canoagem em Longa Distância para as categorias CI, C2, K1 e K2 nos escalões de infantis, iniciados, menores e cadetes, de ambos os sexos, realizam-se no dia 16 de março, pelas 10 horas, na Tapada Grande da Mina de São Domingos/Mértola.

Atletas Quem vai para o mar prepara-se em terra

Regata Seleções do norte da Europa estagiam em Vila Nova de Milfontes

Remadores Foz do Rio Mira tem condições de excelência para a canoagem

Competição Atletas do Náutico de Milfontes também ganham mais competências

O Troféu Milfontes Canoe Village reuniu 150 embarcações em Milfontes

O rio Mira vai cheio... O 1.º Troféu Milfontes Canoe Village foi uma regata internacional que reuniu 150 embarcações e procurou acentuar a excelência do Rio Mira enquanto cenário privilegiado para o treino de alta competição. Texto e fotos Firmino Paixão

C

entena e meia de atletas, maioritariamente remadores internacionais (Polónia, Finlândia, Usbequistão, Bielorrússia, A lemanha, Inglaterra, Cazaquistão, Holanda, Áustria e Escócia), que estão a estagiar em Vila Nova de Milfontes, disputaram a primeira edição do Troféu Milfontes Canoe Village, competição na especialidade de fundo (com a distância de cinco km) nas vertentes de K1 sénior e júnior masculino e feminino e C1 sénior e júnior masculino. A organização do evento resultou de uma parceria entre o Milfontes Canoe Village, a Federação Portuguesa de Canoagem, Clube Náutico de Milfontes, Município de Odemira e Junta de Freguesia de Vila

Nova de Milfontes e teve como primeiro objetivo a promoção do rio Mira enquanto cenário de treino de alta competição, associado à qualidade das águas e à bondade do clima. O presidente da Federação Portuguesa de Canoagem, Vítor Félix, acompanhou a prova e revelou: “A Federação entrou na parceria promotora deste evento internacional, realizado em conjunto com o Clube Náutico de Milfontes, com o Município de Odemira e o Hotel Social, entre outras entidades, e aproveitando a estadia de atletas que escolheram Portugal para fazer a sua preparação para a próxima época desportiva”. Explicando: “Entendemos, em boa hora, promover uma competição nesta altura do ano, em que os atletas se encontram sem competir e num momento de alguma aferição, após alguns meses de inatividade”. O líder federativo lembrou também que “Milfontes e o Rio Mira já têm tradição na modalidade, estas equipas, essencialmente oriundas do norte da Europa escolhem o nosso País, e ainda bem que o fazem, para fazer a sua

preparação de inverno. O rio Mira proporciona--lhes excelentes condições, o nosso País também tem, nesta altura, um bom clima para a prática da modalidade e claro que a federação não podia deixar de se associar a este evento”. Avaliando a recente evolução da modalidade, Vítor Reis disse: “A Canoagem, felizmente, está na moda, fruto do trabalho que tem sido feito, não só pela federação, mas pelos clubes, pelos atletas e pelos técnicos, a canoagem tem alcançado excelentes resultados na última década, tem sido a modalidade que mais se tem destacado ao nível de resultados, conseguindo nos últimos dois anos cerca de 76 medalhas, em campeonatos da europa, do mundo, além da medalha olímpica em 2012”. E, lembrando os próximos desafios, que serão ainda este ano o campeonato da europa e o campeonato do mundo” assegurou: “Vamos ver como corre esta época, depois em 2015 teremos o campeonato do mundo, que será a primeira fase do apuramento para os jogos olímpicos, depois vamos pensar nos resultados, mas o que a canoagem promete

é que estará sempre a níveis elevados para continuar a trazer bons resultados para o desporto português.”. Francisco Aires, presidente do Clube Náutico de Milfontes, saudou este evento promocional dizendo: “Estou muito feliz pelo rio Mira ter aqui toda esta gente, que nos devia procurar todos os anos, porque acho que temos condições para isso, quer em termos climatéricos, quer pelas condições da água para esta fase de preparação” e concordou que isso constituirá um bom impulso para o seu clube: “O facto de os nossos atletas estarem a trabalhar em conjunto com estes grupos mais evoluídos e atletas de seleção, certamente que lhes dará um boa aprendizagem”. Quanto ao Clube Náutico de Milfontes, o dirigente disse que: “O clube vai evoluindo, com muito trabalho, mas as coisas vão crescendo. Na próxima semana teremos já o Aguieira Cup 2014, prova de controlo nacional, espero que os atletas que estavam nas seleções se mantenham por lá e, eventualmente, que outros possam ser convocados”.


Bruno Afonso, remador Sub/23 do Clube Náutico de Mértola, é um dos 11 atletas convocados pelo selecionador nacional de Canoagem, Ryszardo Hoppe, para o estágio de vinte dias que a Seleção Nacional de Velocidade vai realizar no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho a partir de 3 de março. A equipa participará também no “Aguieira Cup 2014”.

Hóquei em patins “escolares” O Torneio de Encerramento de hóquei em patins, na categoria de escolares, prova organizada pela Associação de Patinagem do Alentejo, terá a sua 1.ª jornada no próximo domingo com os seguintes jogos: F.C.Estremoz-C.P.Beja e F.C.Castrense-Roller Lagos C.P., ambos marcados para as 12 horas.

Hóquei em patins 3.ª divisão (12.ª jornada)

Santiago-Parede, 3-1; Boliqueime-Odivelas, 8-2; Vasco Gama-CP Beja, 12-1; Amadora-Cascais, 2-4; Castrense-Benfica B, 3-9. Líder: Benfica B, 36 pontos. Próxima Jornada (2/3): CP Beja-Santiago (17h); Parede-Boliqueime; Benfica B-Odivelas; Cascais-Vasco Gama (16/3) e Castrense-Amadora (16h).

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Náutico de Mértola tem atleta na seleção

Hóquei em patins “benjamins” As equipas Clube de Patinagem de Beja, Mineiro Aljustrelense e Roller Lagos começam a disputar, na tarde de amanhã, o Torneio de Encerramento de Benjamins, estando marcado para o Pavilhão João Serra Magalhães, em Beja (126 horas), o jogo entre o CP Beja e o Aljustrelense. Folga o Roller Lagos.

Autarca António Bota, presidente de Almodôvar, homenageou Daniel Mestre e Henrique Casimiro

Almodôvar O pelotão na partida, com Kwiatkowski (vencedor da Volta) ao lado de Contador

Entrevista Rui Costa, campeão do mundo de fundo, como speaker da volta, Teixeira Correia

Ciclista Alberto Contador assinou o ponto, deu autógrafos e conviveu com os seus admiradores

Município de Almodôvar homenageou Daniel Mestre e Henrique Casimiro

Uma terra que respira ciclismo A etapa mais decisiva da 40.ª Volta ao Algarve em Bicicleta partiu da vila de Almodôvar em direção ao Alto do Malhão, em Loulé. Os almodovarenses, e outros adeptos do ciclismo, aplaudiram o pelotão. Texto e fotos Firmino Paixão

N

ão fosse Almodôvar uma terra com tanta tradição no ciclismo e os adeptos que rumaram de outras paragens, chegariam para a acalorar as estrelas que integraram o pelotão da 40.ª Volta ao Algarve em Bicicleta. Mas os almodovarenses saíram à rua, justificaram em pleno a presença da caravana na terra do saudoso Manuel Caetanita e de outras figuras do ciclismo português, como os jovens Daniel Mestre e Henrique Casimiro, corredores da Banco BIC/Carmim, que o município local aproveitou para homenagear, pelo seu contributo na divulgação de Almodôvar. António Bota, o líder autárquico daquele concelho, lembrou: “A nossa terra tem tido sempre grandes ciclistas,

é uma terra com muita tradição na modalidade, temos agora também o Daniel e o Henrique, atletas com nível nacional e internacional, estão a levar o nome de Almodôvar para fora desta terra, isso é muito importante e depois é um orgulho tê-los connosco”, mas sublinhou também: “É um orgulho receber toda esta caravana, tendo ao redor tantas pessoas que gostam de ciclismo, e nós, município, temos a função de oferecer às pessoas um pouco daquilo que elas gostam, para que a vida seja melhor, para que haja mais negócio e para que as pessoas venham a Almodôvar com mais frequência”. O autarca lembrou também: “Muitas pessoas vieram aqui ver a partida da 4.ª etapa da Volta ao Algarve, uma das mais decisivas da prova e o facto de ela ter começado em Almodôvar foi algo de muito importante para nós, porque atraiu muita gente, e voltarão cá numa próxima oportunidade, porque nós recebemos bem quem nos visita”. Por isso, disse António Bota, “o objetivo principal é dinamizar contrapartidas que promovam o concelho e potenciem o desenvolvimento

do tecido empresarial, porque o comércio, a restauração, têm tudo a ganhar com estas provas e com este entusiamo”. Depois a ocasião era especial, porque o pelotão da “Algarvia” estava recheado de estrelas como o português Rui Costa (Lampre/ /Merida), campeão do mundo de fundo ou o britânico Tony Martin (Omega/Pharma), campeão mundial de contrarrelógio, ou ainda, o espanhol Alberto Contador (Tinkoff-Saxo) que haveria de vencer a etapa no Alto do Malhão, contudo, sem evitar a vitória final do polaco que, em Almodôvar, já fora aplaudido pela cor amarela da sua camisola. Por isso, o presidente do município almodovarense confessou: “Desejaria que os grandes campeões que aqui estão neste pelotão pudessem um dia regressar a Almodôvar com as famílias, ou que, no próximo ano aqui voltem de novo, para ajudarem a dinamizar a nossa terra, porque é disso que precisamos”. Um autarca de uma terra com larga tradição velocipédica que sprinta na promoção do seu concelho? “É esse o papel do município, fazer com que as pessoas te-

nham uma vida melhor, que o comércio e a restauração tenham mais negócio e gerem mais emprego, para que se possa viver cada vez melhor em Almodôvar”, concluiu António Bota, enquanto o colorido do pelotão se esbatia no horizonte. Mas antes de deixar a vila de Almodôvar, o campeão Rui Costa, assumiu: “É sempre um prazer e um orgulho muito grande correr no meu País, sobretudo depois de ter conquistado o título mundial que tanto orgulhou os portugueses, vejo isso no entusiasmo com que me acolhem e quero agradecer todo o carinho das pessoas que me saúdam e o seu apoio ao longo das estradas portuguesas”. E lá seguiu, serra do Caldeirão abaixo na roda de Alberto Contador, o primeiro a cortar a linha de meta no Alto do Malhão e do polaco Michal Kwiatkowski (Omega/Pharma), o vencedor desta edição da Volta ao Algarve, cuja qualidade do pelotão deixou água na boca de todos quantos gostam de ciclismo e, especialmente, orgulhosos os almodovarenses, por terem sido anfitriões de tão ilustres desportistas.


saúde

22 Diário do Alentejo 28 fevereiro 2014

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23 Diário do Alentejo 28 fevereiro 2014


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Diário do Alentejo n.º 1662 de 28/02/2014 Única Publicação

CARTÓRIO NOTARIAL DE PALMELA

25 Diário do Alentejo 28 fevereiro 2014 Diário do Alentejo n.º 1662 de 28/02/2014 Única Publicação

Sandra Bolhão

ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS DO LICEU DE BEJA

EXTRACTO

ASSEMBLEIA GERAL CONVOCATÓRIA

Eu, Sandra Morais Teles Bolhão, Notária com Cartório em Palmela, na Rua Quinta da Cerca, lote um, rés-do-chão esquerdo, em substituição nos termos do artigo 48° do Estatuto do Notariado, aprovado pelo Decreto-lei n°26/2004, CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por Escritura de Rectificação de Justificação lavrada neste Cartório no dia trinta e um de Janeiro de dois mil e catorze, a folhas cento e quinze e seguintes do Livro Treze-C, MARIA DE FÁTIMA FELIX DA CRUZ AMADO DE AGUILAR, natural da freguesia de São Sebastião da Pedreira, concelho de Lisboa, casada com José Manuel de Oliveira Clímaco no regime de comunhão de adquiridos, residente na Avenida General Humberto Delgado, número 19, primeiro andar direito, Aldeia de Paio Pires, Seixal e ISABEL LUÍSA RIBEIRO BATISTA AMADO DE AGUILAR, solteira, maior, natural da freguesia de Faro (Sé), concelho de Faro, residente na Rua Caldas Xavier, número 3, quinto direito, Figueirinha, Oeiras, RECTIFICARAM a Escritura outorgada no dia dezanove de Agosto de dois mil e treze, lavrada de folhas quarenta e cinco e seguintes, do Livro número Nove-C deste Cartório Notarial no sentido de ficar a constar O referido prédio misto, no tocante ao registo predial encontra-se registado, em comum e sem determinação de parte ou direito, a favor de António Luís Félix da Cruz e mulher Maria Ana Semião Rodrigues, casados no regime da comunhão geral e de Maria Luísa Seixas Félix da Cruz e marido Joaquim Amado de Aguilar, casados no regime da comunhão geral, pela apresentação nove de quatro de Dezembro de mil, novecentos e noventa e um. Que por óbito de Luísa Helena Nobre Seixas Félix da Cruz, falecida, no estado de viúva, a doze de Outubro de mil novecentos e sessenta e sete lhe sucederam como seus únicos herdeiros, seus filhos, os actuais titulares inscritos em sede de registo predial, António Luís Félix da Cruz e Maria Luísa Seixas Félix da Cruz, tendo estes herdado, entre outros bens o mencionado prédio misto, ora justificado. Que, por volta do ano de mil novecentos e oitenta e cinco os referidos herdeiros irmãos António Luís Félix da Cruz e Maria Luísa Seixas Félix da Cruz partilharam verbalmente o mencionado prédio, tendo o mesmo sido adjudicado na totalidade à herdeira Maria Luísa Seixas Félix da Cruz uma vez que a mesma já o administrava como seu desde o falecimento da sua mãe, ocorrido em mil novecentos e sessenta e sete. Que logo na data dessa partilha, por volta do ano de mil novecentos e oitenta e cinco, a referida Maria Luísa Seixas Felix da Cruz Amado de Aguilar, que também usava Maria Luísa Nobre Seixas Felix da Cruz Amado de Aguilar, doou também verbalmente o prédio, em comum e partes iguais, a seus filhos, Maria de Fátima Félix da Cruz Amado de Aguilar e a Fernando António da Cruz Amado de Aguilar, entretanto falecido e de quem Isabel Luisa Ribeiro Batista Amado de Aguillar, é a única herdeira., onde lhe sucederam como suas únicas e legitimárias herdeiras as já mencionadas declarantes. ESTÁ CONFORME. Palmela, trinta e um de Janeiro de dois mil e catorze. A Notária Sandra Morais Teles Bolhão

COOPERATIVA AGRÍCOLA DO GUADIANA DE MÉRTOLA

CONVOCATÓRIA Nos termos do art. XXI, nº 2 dos estatutos, convoco a Assembleia Geral da Cooperativa Agrícola do Guadiana de Mértola para uma reunião ordinária a ter lugar no dia 28 de Março de 2014 pelas 14:00 horas na sala de reuniões da Cooperativa em Mértola, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto 1 - Apreciação, discussão e votação do relatório e contas da Direcção relativos ao exercício de 2013; Ponto 2- Apreciação e votação do parecer do conselho fiscal; Ponto 3- Eleição dos corpos sociais da Cooperativa Agrícola do Guadiana para o período de 2014- 2017; Ponto 4- Quaisquer outros assuntos de interesse para a classe. Nota: No pressuposto de que à hora marcada para a Assembleia, se encontrarem o maior número de sócios, dar-se-á inicio à mesma após meia hora depois com qualquer número de sócios presentes. Mértola, 04 de fevereiro de 2014. O Presidente da Assembleia Geral Assinatura ilegível

Conforme determinam os Estatutos, convoco a Assembleia Geral desta Associação, para o dia 11/03, pelas 17 e 30 horas, a realizar na Sede, sita no 1.º andar da Escola Primária nº 4, Rua Infante D. Henrique, em Beja, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1- Apreciação e votação das contas respeitantes ao ano de 2013 2- Eleição dos Corpos Gerentes para o biénio 2013/2014. Esta Assembleia funcionará à hora marcada com metade do número de sócios em pleno uso dos seus direitos, ou uma hora depois, com qualquer número. Beja, 20 de Fevereiro de 2014. O Presidente da Assembleia Geral José Fernando Figueiredo Pereira

Diário do Alentejo n.º 1662 de 28/02/2014 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE BEJA

AVISO

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Rua dos Capitães, n.º 33 HELENOS - 3105-112 ILHA-POMBAL Email: geral@soportelas.pt www.soportelas.pt

Diário do Alentejo n.º 1662 de 28/02/2014 Única Publicação

Avisam-se todos os familiares de Bombeiros falecidos e sepultados no Talhão dos Bombeiros Voluntários de Beja, que abaixo se descriminam, que por motivo do Talhão estar esgotado, precisamos urgentemente de proceder a exumação das ossadas para os gavetões, propriedade da Associação, pelo que solicitamos aos familiares que entrem em contacto com a Direcção ou com o Comando o mais rapidamente possível. Vamos levar a efeito um memorial aos bombeiros falecidos por ocasião dos 125 anos da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Beja, pelo que se torna urgente a sua comunicação. BOMBEIROS FALECIDOS Amaro Carvalho Leal António Ribeiro Júnior Arnaldo dos Santos Moreira Carlos Humberto Fonseca Carlos Palma Jacinto Eduardo Lança Filipe Sobral Francisco Engrossa José Benito Velhinho José das Dores Ferro José Vicente Caetano Venâncio Manuel Augusto Barahona Manuel Francisco Mestre Raul Jacinto Beja, 25 de Fevereiro de 2014 O Presidente da Direcção António João Rodeia Machado

COMPRA-SE CCAM DE ALJUSTREL E ALMODÔVAR

CONVOCATÓRIA Conforme o disposto no artº 24º dos Estatutos desta Caixa, convoco a sua Assembleia Geral, para a reunião a realizar no dia 19/03/2014, pelas 15 horas, no auditório da Biblioteca Municipal de Aljustrel, junto às piscinas Municipais, em Aljustrel, com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS: 1.º Apreciação e votação do Relatório e Contas do Conselho de Administração e do Parecer do Conselho Fiscal, referentes ao Exercício de 2013; 2.º Deliberação sobre a proposta de aplicação de resultados, referente ao Exercício de 2013; 3.º Proceder à apreciação geral da administração e fiscalização da CCAM; 4.º Apresentação do relatório com os resultados da avaliação anual das políticas de remuneração praticadas na CCAM; 5.º Discussão e aprovação de alteração à declaração sobre política de remuneração dos Órgãos de Administração e Fiscalização aprovada na Assembleia Geral ordinária reunida no dia 17 de Dezembro de 2013; 6.º Outros assuntos de interesse associativo. Se à hora marcada não estiverem presentes mais de metade dos Sócios, a Assembleia reunirá uma hora depois, com qualquer número de Sócios presentes.

Aljustrel, 19 de Fevereiro de 2014. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Dr. Francisco José Faleiro Baltazar Romano Colaço

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Sexta campanha do banco farmacêutico recolheu 10 mil medicamentos

Diário do Alentejo 28 fevereiro 2014

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Empresas

A VI Jornada de Recolha de Medicamentos do Banco Farmacêutico (BF), realizada no início do mês, recolheu cerca de 10 mil medicamentos e produtos de saúde. Esta edição contou com a adesão de 122 farmácias distribuídas pelas zonas centro e sul do País e os medicamentos recolhidos beneficiarão os utentes de 72 instituições particulares de solidariedade social (IPSS) da região das farmácias aderentes. Esta recolha foi dinamizada pela participação de 500 voluntários que se inscreveram através do site do BF e das IPSS que beneficiaram da jornada de recolha de medicamentos. Em cinco anos de jornadas de recolha de medicamentos tem-se registado um crescimento contínuo do número de farmácias, voluntários, instituições apoiadas e também de medicamentos recolhidos. Desde 2009, o BF recolheu cerca de 50 mil medicamentos e produtos de saúde.

Ervideira aposta na região abraçando projeto de gastronomia A Ervideira acaba de abraçar o projeto “Doze Meses de Boa Mesa”, cujo principal objetivo é mostrar a excelência da gastronomia alentejana. Até dezembro de 2014, cada mês terá a sua oferta gastronómica assente nas temáticas do porco, das sopas, do borrego, das comidas de verão, da caça e da doçaria regional, constituindo o pretexto ideal para uma visita à cidade e ao concelho de Évora. Segundo Duarte Leal da Costa, diretor executivo da Ervideira, “esta iniciativa vem enriquecer a região, ao dar a conhecer aquilo que de melhor aqui se faz”.

Portugueses são os que mais partilham automóvel

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A mais recente novidade de unidade de turismo

Herdade do Gizo já conta com o restaurante Club House Inserida em pleno coração do Alentejo, em Cuba, a Herdade do Gizo conta desde meados deste mês com o restaurante Club House, que até à data funcionava apenas como um espaço destinado ao convívio e a diversos eventos. Publirreportagem Sandra Sanches

I

ntegrado numa magnífica propriedade com cerca de 114 hectares, o restaurante da Herdade do Gizo, Club House, proporciona um ambiente que, sem dúvidas, combina com a atmosfera rural da herdade. Rodeado de paisagens a perder de vista, privilegia a gastronomia tradicional e os pratos típicos da região, sem descurar alguma contemporaneidade, gerindo uma cozinha que cumpre e supera os padrões mais exigentes de qualidade e funcionalidade. Um espaço cuidado e com diversos motivos de visita, o Club House da Herdade do Gizo oferece uma vista panorâmica única sobre o Alentejo. Ideal para saborear o pequeno-almoço em consonância com o apreciar do nascer do sol, mas também para desfrutar de uma tarde de fim de semana ao sabor de petiscos, ou mesmo de um café, chá ou um cocktail no Club House – bar. O espaço ainda dispõe de uma carta onde as origens alentejanas

estão presentes e a oferta se concentra na cozinha regional. No ambiente acolhedor e sofisticado do bar, com uma vista igualmente panorâmica, pode encontrar-se uma lista de bebidas especiais, e a pensar nas preferências de cada cliente. O lugar certo para colocar a leitura em dia, conviver, deliciar-se com uma refeição ligeira ou, simplesmente, tomar uma agradável bebida. Opções certamente não faltarão. O responsável, José Soudo, proprietário de um outro espaço, localizado a não muitos minutos do Club House, pois gere a Casa Monte Pedral em Cuba há cerca de sete anos, tentou criar um espaço que assenta num restaurante e adega totalmente tradicional e que está ainda vocacionado para receber qualquer tipo de festa ou evento. Porque experiência no ramo não falta a José Soudo, a ideia passa agora essencialmente por trabalhar com o mesmo cliente da Casa Monte Pedral, proporcionando-lhe uma ida ao Club House e dando-lhe a mais-valia de gozar de uma vista panorâmica. O responsável adianta: “Aqui, para além de mantermos a gastronomia regional, as refeições são aliadas ao requinte próprio que o espaço confere”. No que toca aos pratos salienta-se a caça e as carnes grelhadas ou assadas,

assim como o peixe com um toque gourmet. Mas também as famosas açordas, migas de azeitonas, o bacalhau e, como não poderia deixar de ser, os ensopados. E porque a principal preocupação deste responsável para com os clientes é a sua “satisfação”, em tudo pensou e o vinho não ficou esquecido. “Os vinhos da nossa região são os ideais para acompanhar os pratos tradicionais”. O vinho da talha é, sem dúvida, o acompanhante fundamental à irresistível cozinha que o restaurante oferece. Trabalha com a maioria dos produtores da zona e, quando possível, com os da região de Setúbal e do Douro. Desengane-se quem pensa que o Club House assenta num espaço semelhante a um restaurante inserido num hotel ou turismo. Muito pelo contrário. “No Club House apenas pretendo trabalhar o mesmo cliente da Casa Monte Pedral, proporcionando-lhe agora algo diferente”. Prova disso são os valores que a carta disponível no espaço deixa transparecer. A rondar uma média de 18 a 20 euros. Distingue-se apenas a decoração: se a Casa Monte Pedral assenta numa decoração rústica, o Club House respeita a traça contemporânea e requintada e própria do século XXI, onde a paisagem panorâmica é, sem dúvida, um complemento a toda a decoração ali existente.

Segundo concluiu o caderno Automóvel do Observador Cetelem 2014, que na edição de fevereiro analisa o automóvel enquanto transporte coletivo do futuro, os portugueses destacam-se entre os europeus que mais partilharam deslocações nos últimos 12 meses, revelando um valor acima da média europeia. O estudo revelou ainda que mais de quatro em cada 10 portugueses dizem estar prontos para partilhar a utilização de um veículo durante os próximos 10 anos. 28 por cento dos portugueses, juntamente com 25 por cento dos turcos, aparecem como os maiores entusiastas da partilha de deslocações, seguidos pelos franceses, que representam 22 por cento, e pelos espanhóis com 21 por cento. Os consumidores do Reino Unido e Itália são os que traduzem uma menor recetividade no modo de partilha de veículo. Mais uma vez, os portugueses destacam-se nesta análise por serem os mais adeptos da partilha automóvel contra uma média europeia.

Vinhos do Alentejo premiados pela Revista de Vinhos O setor vitivinícola do Alentejo arrecadou um total de nove prémios na cerimónia “Os Melhores do Ano 2013”, organizada no passado dia 14, em Lisboa, pela “Revista de Vinhos”. Na categoria mais importante, os “Prémios Especiais”, o Alentejo mereceu duas das 19 distinções da noite: “Revelação do Ano”, para a Herdade do Vau, e “Cooperativa do Ano”, para a Adega Cooperativa de Borba. Na categoria de “Prémios de Excelência”, na qual são distinguidos os melhores vinhos, foram sete premiados da região alentejana: Furtiva Lágrima do Monte da Raposinha, J. da José Maria da Fonseca, Marquês de Borba da J.Portugal Ramos Vinhos, Mouchão Tonel 3-4, dos Vinhos Cavaca Dourada, Paulo Laureano Selectio, da Paulo Laureano Vinus, Pêra Manca, da Fundação Eugénio de Almeida e Procura, da Susana Esteban. De salientar que os vinhos do Alentejo juntam 263 produtores e 97 comerciantes numa área total de vinha de 21 970 hectares, sendo que a área total de vinha aprovada para DOC Alentejano é de 11 371 hectares.

Alentejo Marmòris Hotel & Spa com pacotes de Carnaval e Páscoa A poucos dias do Carnaval e, 40 dias depois, do Domingo de Páscoa, o Marmòris Hotel & Spa, em Vila Viçosa, não irá deixar passar estas duas datas em branco no Alentejo. Esta unidade de luxo tem à sua espera dois pacotes especiais que podem ser desde já adquiridos. Disponível desde hoje e até 4 de março, a partir de 162 euros, o pacote de “Carnaval” inclui alojamento para uma, duas, três ou quatro noites com pequeno almoço buffet e a là carte.


Este fim de semana e os dias que lhe seguem são de férias de Carnaval. Com a grande oferta de desfiles, bailes e outras diversões na região, certamente que já terás programa preparado. No entanto, não perdes nada em marcar na tua agenda, para o próximo dia 8 de março, uma ida ao Pax Julia, em Beja. Pelas 16 horas, a Companhia Lendias d’Encantar apresenta a peça “Espantalhadas”. A não perder!

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Espantalhadas no Pax Julia

À solta Brincar com carimbos pode ser muito divertido. Imagina a quantidade de coisas onde podes aplicá-los; até podes construir histórias sem sequer fazer um traço. Se juntarmos a isto a possibilidade de fazeres os teus carimbos podemos dizer que é “ouro sobre azul”. Ficam algumas ideias.

Pais Pôr a pequenada a comer legumes nem sempre é fácil. Muitos são os pais que optam pelas sopas passadas, mas a verdade é que aos poucos perde-se a noção da textura e do sabor dos alimentos. Se o seu filho gosta de queijo fica aqui uma óptima sugestão para estes “inimigos”...

À solta Ainda a tempo do Carnaval, a tua página sugere um divertido e fácil disfarce. Cansados de princesas e super-heróis, confessamos-te que até nós gostaríamos de mascarar-nos de máquina de pastilhas elásticas.

A páginas tantas... “O meu Avô. E o Dr. Sebastião. Duas personagens, dois tempos diferentes. O meu Avô acorda todos os dias às 6 da manhã. O Dr. Sebastião acorda às 7. Cruzam-se todos os dias à mesma hora. O meu Avô já teve uma loja de relógios. Agora tem bastante tempo. O Dr. Sebastião não é relojoeiro nem tem tempo a perder. O meu Avô tem aulas de alemão e aulas de pilates. Escreve cartas de amor (ridículas) e faz regularmente piqueniques na relva, comme il faut. Depois, ainda tem tempo para ir buscar-me à escola… De Pessoa a Manet, de Almada a Tati, um livro repleto de referências artísticas.” Editado pela Orfeu Negro sob a coleção Orfeu Mini com a assinatura de Catarina Sobral, a única portuguesa sele-cionada para a grande Feira de Literatura Infanto-juvenil em Bolonha. Achimpa e Greve são outros dois livros da mesma autora que já trouxemos para a tua página em outras edições.

Assiste ao vídeo em http://vimeo.com/85937575

Dica da semana Di Kim B Baise é o nome da artista plástica e ilustradora que faz os móbiles mais bonitos qque temos visto até agora. vires bem, é a criatividade que impera no seu trabalho porque os materiais são Se vi uso comum, como o cartão que usa como base para as suas personagens. de us Vale V ale a pena viajar no blogue desta artista americana, onde dá a conhecer não só o seu ttrabalho como o modo de vida da sua família. Podes segui-la em http://jikits.blogspot.ca/ ; http://www.pinterest.com/jikits/ ; Pode http://www.flickr.com/photos/jikits/ ; e ainda na sua loja http://www.etsy.com/ http:// shop/jikits. shop/


28 Diário do Alentejo 28 fevereiro 2014

Letras Ambas as mãos sobre o corpo

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Boa vida Comer Arroz de Lampreia Ingredientes para 1 lampreia: 1 lampreia; 1 dl. de azeite; 50 gr. de banha de porco alentejano; 150 gr. de presunto de boa qualidade; 2 cebolas; 1 folha de louro; 4 dentes de alho; 3 dl. de vinho tinto alentejano; 2 cravinhos; 1 molho pequeno de salsa; 250 g de arroz carolino; q.b. de água; q.b. de vinagre de vinho branco; q.b. de sal grosso; q.b. de pimenta branca moída. Confeção: Depois da lampreia arranjada e limpa, aproveita-se todo o sangue que se mistura com o vinagre numa tigela. Reserva-se. Corta-se a lampreia aos bocados e coloca-se num recipiente com vinho, alhos, louro, cravinhos, sal e pimenta. Deixe marinar umas horas. Num tacho faça um refogado com as cebolas picadas, os alhos picados, azeite e a banha. Quando a cebola começar a ficar dourada, junte o presunto cortado aos cubos pequenos. Deixe refogar um pouco, junte a lampreia e de seguida a marinada. Deixe ferver um pouco e cubra a lampreia com água. Deixe cozinhar e assim que ela esteja cozida retire-a do caldo para uma travessa. Reserve. Nesse caldo adicione mais um pouco de água se necessário e coza o arroz. A meia da cozedura misture o sangue com o vinagre. Retifique o tempero a seu gosto. Quando estiver quase cozido, junte a lampreia e a salsa picada. Envolva com cuidado para não desfazer a lampreia e sirva de imediato. Bom apetite. António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Toiros Menores podem continuar a ir aos toiros

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oi recentemente publicado em “Diário da República” o novo decreto-lei do Governo sobre classificação de espetáculos artísticos – decisão que foi tomada em 5 de dezembro de 2013. O decreto-lei define, claramente, a tauromaquia como espetáculo artístico, mas passa a sua classificação etária de “maiores de seis anos” para “maiores de 12 anos”. Esta reclassificação etária não impede, contudo, os menores dessa idade de irem aos toiros. Como se pode ler no decreto-lei, (art. 22.º, n.º 3) a classificação etária é apenas um “aconselhamento”, e (art. 8.º, n.º 7) a falta de idade pode ser suprida pela responsabilização dos pais ou de um adulto que acompanhe a criança. Assim, e tal como já sucedia ao abrigo da anterior legislação (decreto-lei n.º 116/83, de 24 de fevereiro), os pais podem continuar, como até aqui, a levar os seus filhos aos toiros. Mas, apesar de não ter impacto na prática, esta reclassificação configura uma medida absolutamente arbitrária e sem qualquer fundamento científico, uma vez que os estudos e pareceres nacionais e internacionais indicam nitidamente que a tauromaquia não tem qualquer inf luência negativa nas crianças. Por outro lado, durante o processo legislativo também não foram ouvidas quaisquer entidades que pudessem dar um contributo sobre esta matéria, fossem ligadas à tauromaquia ou a instituições de proteção de menores – é, portanto, de uma manobra de bastidores camuflada, mas claramente encomendada. Vítor Morais Besugo

entada no cadeirão amarelo de tecido baço já esgarçado, tenho a nítida sensação de estar só. Encosto a cabeça e ouço lá fora o ruído da cidade, esbatido, amortecido por estas ruas pequenas, distantes. Diluído: lá ao fundo impecável, intacto todavia – e bem nítido no entanto se estivermos com atenção. Apenas atenta à noite deixo os olhos fechados e o silêncio a devorar-me os nervos. Fumas. Esta é a tua maneira de estar calado sempre; sem te olhar sei que fumas, abro os olhos e consigo ainda encontrar vestígios do fumo do teu cigarro, o fumo quase parado junto dos teus dedos e parado quase agarrado ao teto. Maria Teresa Horta já se notabilizara pela sua poesia antes de, em 1970, ter publicado Ambas as mãos sobre o corpo, uma das mais belas obras da prosa escrita em português. Obra sobre a solidão da mulher num país de pais e maridos, o seu dom maior é o registo íntimo, sensual, disposto com o sentido poético da autora e o seu dom para escolher a palavra na frase justa. Nem mais, nem menos. O necessário e o belo. A expressão do sentir perfeito da mulher que existe, que sente, ainda assim, num mundo que se fecha sobre si, no qual lhe escapa o poder de ser, de afirmar a sua vontade, perdida na solidão. Trata-se de uma obra densa, profunda, em que a ação é sobretudo psicológica. Maria Teresa Horta fixa o processo íntimo de transformação de uma mulher, que não deixa nunca de estar só. Ao longo da narração e através do poder das palavras, torna-se mais consciente, à medida que cresce a sua compreensão de si, de que o refúgio na sua intimidade não é um resgate da sua circunstância mas pode ser um modo mais pleno de existir. Maria Teresa Horta assina um maravilhoso feito. Como escreveu Eduardo Prado Coelho em recensão crítica à obra, convoca o desejo “como elemento de irradiação no espaço do mundo”. Politicamente o feito é duplamente importante: não só o faz em plena ditadura como o faz num momento em que o feminismo era (mais) urgente (não deixou de o ser). Ambas as mãos sobre o corpo, agora reeditado, mantém toda a intensidade, obra perfeita de uma autora que foi jornalista e cineclubista quando as mulheres ficavam em casa Maria do Carmo Piçarra

Maria Teresa Horta Dom Quixote 144 pág.s 12,90 euros

Filatelia Já houve quatro emissões de selos

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ste ano, os correios já puseram em circulação quatro emissões de selos, sendo uma delas de um tema raro a nível mundial; trata-se da emissão dedicada aos desportos radicais. As primeiras emissões entraram em circulação no dia 27 de janeiro e celebravam os “CTT Sociedade Aberta Sempre presente” e “Madeira”. A primeira é formada unicamente por um bloco com um com selo de 1,70€, da autoria de Design & etc/Elizabete Fonseca. A emissão referente à Madeira tem cinco selos e é apresentada unicamente numa caderneta de 30 exemplares (5 x 6). Na prática esta emissão é uma “reimpressão”, de alguns selos de cinco emissões que tiveram o 1.º dia de circulação entre 2009 e 2013 e que são: Frutos Tropicais e Subtropicais da Madeira (Pitanga), 50 Anos do Jardim Botânico da Madeira (Gerânio), Levadas da Madeira (Caldeirão Verde), Europa – Veículos Postais ( Moto 4) e o selo de 0,70€ da emissão Apicultura de 2013. É autor Design&etc – Hélder Soares. Os selos de agora perderam a sua goma e a franquia, apresentando agora a de E 20g (para o espaço europeu) e são apresentados, cada um, numa dupla fila de três exemplares, autoadesivos. Seguiram-se no dia 2 fevereiro os “Desportos Radicais”. Este é o primeiro grupo de uma nova emissão base que vem substituir a anterior (Festas Populares). Os cinco selos desta emissão mostram-nos outras tantas modalidades desportivas: o“Surf” (no selo de 0,40€), o “BTT” (0,50), o “Skate” (0,70€), a “Canoagem” (0,80) e o “Parapente” (1,70). João Machado é o seu autor. Como é habitual esta emissão também consta de um bilhete-postal para o serviço interno (0,40€). A celebração, no passado dia 24, dos “400 anos da Publicação da 1.ª edição da Peregrinação”, notável livro de viagens de Fernão Mendes Pinto, foi o tema da quarta emissão do ano e teve um selo de 1,00€ e um bloco de 3,00€, ambos do AF Atelier. A quinta emissão também já tem data prevista; será no dia 6 de março e celebra os “800 Anos do Notariado em Portugal”. A emissão tem um selo com a franquia de 0,80 e um bloco de 3,00€, de Design & etc. Para além destas e, segundo o plano oportunamente divulgado para este ano, estão previstas mais vinte emissões, duas das quais serão emissões conjuntas com outros países. São elas, a emissão comemorativa dos 500 Anos do Nascimento de Vesalius, que será comum com os correios da Bélgica e, a referente aos 800 Anos da Língua Portuguesa, que interessará, seguramente, Administrações Postais de alguns dos países lusófonos. A Língua Portuguesa bem merece esta homenagem, pois os seus mais de 200 milhões de falantes fazem dela a quarta mais falada do mundo. Geada de Sousa


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Inaugura amanhã, sábado, dia 1, pelas 18 e 30 horas, na Casa da Cultura, a exposição de fotografia “Nos ares de Beja”, da autoria de Álvaro Barriga. A mostra vai estar patente ao público até ao próximo dia 27. Beja vista do céu para descobrir na Casa da Cultura.

Diário do Alentejo 28 fevereiro 2014

Álvaro Barriga inaugura “Nos ares de Beja”

Fim de semana “ComedyBros” em Mértola O Cineteatro Marques Duque, em Mértola, recebe amanhã, dia 1, pelas 21 e 30 horas, o espetáculo de stand up comedy “ComedyBros”, encarregue a Hugo Sousa e João Seabra. O espetáculo, de acordo com a Câmara Municipal de Mértola, “inclui personagens e sketches que abordam vários temas, como compras, automóveis, relações, estupidez masculina, tupperwares e viagens”.

Noites tradicionais em Castro Verde As noites tradicionais, em Castro Verde, estão de volta e hoje, sexta-feira, dia 28, no Centro de Convívio de Piçarras acontece uma noite de fados com Maria dos Santos e Edgar Baleizão. A organização encontra-se a cargo da União de Freguesias de Castro Verde e Casével.

Pousada de São Francisco recebe concerto Realiza-se hoje, sexta-feira, dia 28, pelas 19 horas, na Capela Gótica da Pousada de São Francisco, em Beja, um concerto pelos alunos da classe de conjunto do professor Roberto Pérez. Segundo a organização, “este concerto é pequeno como uma algibeira e o conteúdo está distribuído em pequenas e diferentes peças”.

“Um T0 com vista para o esgoto” para apreciar no CAS O Centro de Artes de Sines (CAS) tem patente, até ao dia 31 de março, todos os dias, das 14 às 20 horas, a exposição “Um T0 com vista para o esgoto”, da autoria de Susa Monteiro. A exposição integra cerca de 80 trabalhos inéditos, elaborados durante o último ano e meio. Segundo Susa Monteiro, “estas são ilustrações livres, livres de esboços, de conceitos, sem um compromisso, fruto unicamente das suas referências inconscientes”. Susa Monteiro, entre outros prémios, venceu, em 2011, o Prémio Nacional Stuart de Desenho de Imprensa, com um trabalho realizado para o “Diário do Alentejo” sobre a obra de Manuel da Fonseca.

Serpa dá a provar produto emblemático

Feira do Queijo do Alentejo começa hoje

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ste fim de semana todos os caminhos vão dar ao Parque de Feiras e Exposições de Serpa. Começa já hoje, sexta-feira, dia 21, a 13.ª Feira do Queijo do Alentejo. No certame vai marcar presença o tradicional Queijo Serpa, mas também outros queijos emblemáticos e de diversas regiões do País. A gastronomia, a doçaria, o artesanato, entre outros produtos, também vão fazer parte do evento que celebra as potencialidades do concelho. A abertura oficial encontra-se agendada para as 11 horas, seguindo-se um momento de animação musical. Para o primeiro dia, destaque para a demonstração de uma tosquia, para a apresentação de um livro e para o encontro de grupos corais. Hoje acontece ainda um ateliê de queijo e um showcooking. Trigo Roxo sobe ao palco das tasquinhas

pelas 22 e 30 horas. A noite termina com a animação de Funkyou (Luís Ramalho). Amanhã, sábado, a Banda às Riscas anima o espaço logo pela manhã e está agendada uma sensibilização direcionada para os mais jovens sobre produtos locais. Pelas 15 horas, acontece uma demonstração equestre e, à mesma hora, arranca o encontro de corais alentejanos, que termina com uma atuação no palco das tasquinhas. A noite, essa, é animada por Arrefole e PT*2 (Paulo Troncão). Para o último dia do certame encontra-se agendada uma apresentação musical dos alunos do Musibéria. O ateliê do queijo também volta à programação do evento, bem como a animação e os momentos culinários. A festa encerra com a atuação, pelas 22 e 30 horas, de Enreo Flamenkito – Sevilha.


31 Diário do Alentejo 28 fevereiro 2014

Última Hora Depois de Sharon Stone ter sido vista com um coração de Viana em Beverly Hills, a atriz vai usar um chocalho de Ficalho para promover a Ovibeja.

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Mário Simões quer atrair investimento estrangeiro para o Alentejo e oferece-se para vender vistos Gold na Feira de Castro

Inquérito Olhó visto Goooooooooolllddd, fresquinho!”

O deputado do PSD eleito pelo distrito de Beja, Mário Simões, apresentou a proposta de atribuir vistos Gold a estrangeiros que queiram investir no Alenonstitejo. A iniciativa foi apresentada no congresso do partido laranja, constirso de tuindo o momento de maior apoteose do mesmo, logo a seguir ao discurso do por Marcelo Rebelo de Sousa e ao número de cuspidor de fogo protagonizado Marco António Costa. Segundo apurámos, o próprio deputado quer ir mais longe e ofereceu-se para vender vistos Gold em eventos como a Feira de Castro, a Feira do Queijo em Serpa, o encontro de 2CV em São Teotónioo e na reunião do tupperware da D. Etelvina Caqueiro, residente na avenida Francisco Sá Carneiro em Faro do Alentejo. Simões tem na manga alguns truques para vender muitos vistos, como a possibilidade de oferecer: um quadro de Miró na compra de um visto; um passeio de kayak num canal de rega do Alqueva, na compra de dois vistos; um molho de hortelã da ribeira, na compra de três vistos.

Criminalidade violenta diminuiu 50 por cento em Beja – meliantes afirmam que dados são falsos pois não contabilizaram as pessoas que saíram do País pelo facto do Governo lhes ter tirado o trabalho

Pegadas de elefantes na costa alentejana revelam que os animais iam almoçar sardinha a Sines, mas para ir à praia preferiam Milfontes

Investigação conjunta Não confirmo, nem desminto/ Dica da Semana - Criminalidade violenta diminuiu 50 por cento em Beja nos últimos quatro anos: forças de segurança congratulam-se mas criminosos dizem que dados são falsos pois não incluem aqueles que são forçados a emigrar por não haver condições para roubar em Portugal desde que este governo chegou ao poder. Há cada vez mais ladrões que andam a pedir apoios a instituições de apoio ao criminoso como a Máfia, a ETA ou a Associação de Defensores da Dobrada. Jeremias Jagunço, assaltante desde os 13 anos, contou-nos o drama de milhares de criminosos: “Não há trabalho e a culpa é do Governo que promove a concorrência desleal. Um gajo, para assaltar, tem de tomar banho, sair de casa, perseguir velhinhas, ameaçar com seringas, enfim, essas coisas todas. O Governo é só fazer cortes ali, subidas de impostos acolá e não mexe uma palha! E o subsídio para comprar meias de enfiar na cabeça? E os apoios em sede de IRS para quem compra um pé de cabra novinho em folha, em vez daqueles velhos e ferrugentos que só poluem! Enquanto tivermos políticos de vistas curtas que nos roubam os sonhos, não vamos longe!” – declarou.

Pensava que era só com o circo que o elefante vinha ao Alentejo? Desengane-se, prezado leitor: descobertas recentes no território costeiro entre Porto Covo e Milfontes revelam pegadas fossilizadas de elefantes-de-presas-direitas, parentes do elefante asiático e afilhados do Elefante Branco. Através dessas pegadas, descobriram-se factos surpreendentes sobre estes animais, como nos explicou o especialista José Elefante Azul: “Através dos rastos deixados por esta espécie, é perfeitamente possível analisar alguns dos seus hábitos. Vê-se, claramente, que comiam croissants mistos ao pequeno-almoço numa pequena pastelaria em Porto Covo, enquanto que aos sábados almoçavam sardinha em Sines. Já para a prática do windsurf, preferiam a praia de Milfontes,comosepodeverpelassandáliasdeenfiarnopéenaspranchas encontradas junto aos fósseis. Eles evitavam a praia de Sines desde a construção da refinaria. Consta que ao mais novo do Babar lhe apareceu um segunda cauda e nunca mais tiveram confiança no local.” Para além disso, também é percetível o gosto cultural dos elefantes que iamaocinemaaSantiagodoCacémveroDumboeoHomemElefante, e no verão abalavam com a tenda às costas para ver o Festival do Sudoeste, desde que não tivesse o Lloyd Cole como cabeça de cartaz.

E você? Tem algum primo alentejano a trabalhar na Casa Branca?

MIGUEL GÓIS Antigo vereador da câmara e cinturão negro em inglês

Ah, é por causa daquele tipo, that gajo, que trabalha na Casa Branca e tem família em Santiago do Cacém? Grande coisa, big deal! Eu conheço pessoas que trabalham em Casa Branca, na White House, em Vila Nova da Baronia, New Town of Barony, e Vendas Novas, New Sales, e não vejo grandes destaques na imprensa regional! Eu também sou novo, alentejano, bem-parecido, falo inglês e não tenho estes destaques! Porquê? Porque trabalhei com o Pulido Valente? Ou como se diz em inglês, Obama? Is that it?

GUALTER SALA OVAL Pessoa que quando abre a janela em Sines vê o Canal do Panamá em 3D

Eu não tenho nenhum primo, mas tenho uma tia, que conhece uma senhora que é amiga da mulher-a-dias da Casa Branca. E adivinhe: essa senhora é alentejana! O pai dela era do Barreiro e a mãe do Seixal. Pronto, não é bem Alentejo, mas é como se fosse: comiam pão alentejano e tinham um vizinho do Pedrogão, o que, segundo os parâmetros da Universidade Lusófona, dá equivalência a chaparrão de primeira. Realmente, o Alentejo é grande! Estamos em todo lado!

PAULO FONSECA (Ainda) treinador do Porto e pessoa que só teve geografia na primária

Não sei do que é que fala, mas isso não interessa. O importante é que a equipa que eu treino, o Futebol Clube da Trofa, continue a jogar fabulosamente bem e que tenha um pouco de sorte. As pessoas reclamam porque perdemos com a Suécia no último domingo, mas eu digo que as coisas correram bem porque o Ibrahimovic nem saiu do banco! Agora se não se importa tenho e preparar os jogos com o Eintracht de Marmelar e o Bayern de Messejana, porque só assim poderemos conquistar a Taça dos Libertadores!


Nº 1662 (II Série) | 28 fevereiro 2014

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nada mais havendo a acrescentar... Ofegantes Chegamos cansados como de costume. É costume virmos já noite escura naufragar os dois a esta casa, dormentes de rotina, exaustos por termos atravessado o dia todo a tentar viver. Fechamos a porta atrás de nós e procuramos um interruptor que nos alumie um pouco. Descarregamos as malas cheias de papéis e outros silêncios, rendemo-nos à preguiça dos corpos, ao autismo do nosso pensamento, o jantar metido entre duas fatias de pão, nós metidos entre quatro paredes, a televisão a teimar com os olhos, a noite a roer os corpos despejados no sofá da sala. É tarde. É preciso ir deitar para levantar cedo e sairmos já cansados como de costume.

Mas hoje decidimos que não iríamos de castigo para o nosso quarto escuro. Abrimos os olhos, comemos chocolate e deitados no sofá demos as mãos. Os diafragmas ofegam enquanto os nossos corpos se contorcem, a tua boca e a minha não param e derramam de si sons estranhos até que as unhas apertem as almofadas e os corações sejam invadidos por formigas de asa com mel nas patas por já não aguentarmos mais a abstinência, até que os dedos se retesem como cordas de violinos e as cabeças caiam para trás com os lábios abertos onde pomos cigarros, até que no fim nos olhemos nos olhos rasos de felicidade. Há tanto tempo que não fazíamos humor. Vítor Encarnação

quadro de honra Estuda Audiovisual e Multimédia na Escola Superior de Comunicação Social. Já participou em vários programas de humor e em festivais de stand-up comedy. Para além de ser o criador do projeto “Puto Miguel”, está envolvido em alguns projetos de conteúdos humorísticos.

Projeto “Puto Miguel” dá cartas na Internet

Uma criança a retratar a sociedade

A

Como surge a ideia de criar o canal “Puto Miguel”?

O início desta aventura humorística aconteceu há um ano, nomeadamente quando o Miguel teve conhecimento dos vídeos que eu andava a fazer com um amigo. Achou imensa piada e começou a imitar alguns dos sketches. Ao fim de umas semanas surgiu a ideia de fazer um vídeo que incluía o Miguel, cuja personagem era fazer de pai de dois adultos que chegavam a casa tarde e sem permissão. O vídeo teve feedback positivo e achámos imensa piada voltar a fazer vídeos com o Miguel, e assim foi. Fizeram-se mais uns quantos sketches e tive a ideia de ele começar a fazer vídeos de stand-up, onde falava sobre os seus dilemas da escola, mas também da sua relação com os pais e das suas brincadeiras. PUB PUB

E o sucesso na Internet como se explica?

Penso que o que levou ao sucesso do projeto “Puto Miguel” foi a originalidade, pelo facto de ele ser uma criança a retratar a sociedade e os seus problemas, mas na sua visão cómica. Um dos fatores que estiveram a nosso favor foi a incongruência do projeto. Uma criança a falar sobre temas de adultos e problemas com que todos nós nos identificamos. A comédia vive muito disso, do reconhecer aquilo que está a ser retratado. Apesar de ser eu a escrever os textos, tento sempre ver as coisas como o “Puto Miguel” as vê, pois a minha experiência na comédia, ao longo destes anos, fez-me adquirir essa ferramenta, meter-me na pele de um miúdo e ver as coisas de uma maneira infantil, mas que mete o dedo na ferida. Pois a visão de uma criança é mesmo essa, é pura e crua aos olhos dos adultos. Não é comum ver uma criança a interpretar e a fazer humor. De certa forma, para o “Puto Miguel” é “brincar” aos humoristas?

Considero que fazer humor é uma coisa séria, pois não é nada fácil escrever piadas todos os dias e interpretá-las, mas a ideia é levar esta profissão como uma brincadeira e se a brincadeira der resultado poderá criar-se uma carreira. Muitas carreiras foram

Hoje, sexta-feira, o céu deverá apresentar-se muito nublado. A temperatura oscilará entre os oito e os 16 graus centígrados. Amanhã, sábado, espera-se chuva moderada e no domingo podem cair alguns aguaceiros na região.

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Silarca – Festival do Cogumelo em Cabeça Gorda

André Martins, 22 anos, natural de Faro

ndré Martins é primo de Miguel, mais conhecido por “Puto Miguel”. Foi André que teve a ideia de arrancar com o projeto humorístico, que, para já, está a ser um sucesso na Internet. Uma criança a retratar a sociedades e os seus problemas, tendo sempre por base uma visão cómica. Uma criança, afinal, a falar sobre os temas dos adultos. O lado cómico da vida a partir de Beja.

www.diariodoalentejo.pt

criadas desta forma e tanto eu como o Miguel ambicionamos isso. A simplicidade de uma criança a falar de temas, por exemplo, da atualidade é, de certa forma, um alerta para os adultos?

O objetivo deste projeto é somente fazer rir, toda a mensagem que possa passar acontece de uma forma natural, mas os adultos ouvem as crianças com mais atenção. Todas as pessoas tendem a ignorar, às vezes, a voz interior de uma criança, mas quando o assunto lhes interessa ficam atentos, querem saber mais, têm curiosidade e isso desperta a atenção de miúdos e graúdos. Muitas das vezes o papel dos próprios pais é ocultar aos filhos a desgraça atual do mundo e o projeto “Puto Miguel” visa o contrário. As crianças mais tarde ou mais cedo vão saber o que se passa e o objetivo é fazer humor recorrendo, por vezes, aos problemas da sociedade, dando uma perspetiva cómica e diferente. Como é viver, para já, com a “fama” do “Puto Miguel”?

O “Puto Miguel”, apesar de estar farto de dar autógrafos, diz que é “bué fixe”, mas eu não pretendo ter crédito nessa fama, o meu papel é só como mentor e guionista do projeto. Bruna Soares

Realiza-se, entre os próximos dias 7 e 9, em Cabeça Gorda, no concelho de Beja, a 1.ª edição do Silarca – Festival do Cogumelo. A organização encontra-se a cargo da junta de freguesia e da Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM). Segundo a organização, “o festival pretende ser um evento de cultura local e pela defesa dos recursos naturais, nomeadamente em torno de elementos que caracterizam a identidade, criando um sentimento de pertença, dinamizando a economia à escala local”. No programa do Silarca - Festival do Cogumelo, destaque para os passeios micológicos e para as tertúlias em torno do cogumelo. Espaço ainda para ateliês para crianças, mas também para showcooking de cogumelos. O festival reserva ainda um local para as tasquinhas, onde não faltará animação, estando o cante alentejano em destaque. Estão ainda agendadas demonstrações de produção de cogumelo.

Abertas candidaturas para Estação Imagem O Prémio Estação Imagem – Mora concretiza a sua 5.ª edição e está aberto à participação dos fotojornalistas portugueses, dos Palop e da Galiza, bem como aos estrangeiros aí residentes. O júri do prémio é constituído por prestigiadas personalidades internacionais. Este ano o presidente do júri é o fotojornalista Paolo Pellegrin, da agência Magnum, autor de vários livros, e um dos fotojornalistas mais premiados a nível mundial. O júri que apreciará os trabalhos é ainda composto por mais quatro elementos: Alessandra Mauro, curadora de fotografia, Christopher Morris, fotojornalista da agência VII, Pablo Juliá, diretor do Centro Andaluz da Fotografia, e Jérôme Sessini, fotojornalista da Magnum. Em concurso estão sete categorias (Notícias, Assuntos Contemporâneos, Vida Quotidiana, Retrato, Desporto, Arte e Espetáculos e Ambiente). Será também o júri que apreciará as candidaturas à bolsa Estação Imagem, destinada à realização de um projeto documental sobre o Alentejo. As inscrições são exclusivamente formalizadas através do sítio da Estação Imagem (www.estacao-imagem.com), onde se encontram os formulários e os regulamentos. Decorrem até ao dia 30 de março.


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