Edição N.º 1660

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Janita Salomé Revisita a poesia do rei árabe nascido em Beja págs. 12/13 e 30

Luísa Neves Cientista do Cebal premiada pela L’Oréal

Paulo Remechido Pagaia Sul é campeã ibérica de kayak polo

pág. 32

pág. 20

SEXTA-FEIRA, 14 FEVEREIRO 2014 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1660 (II Série) | Preço: € 0,90

Bloom Portugal publica ranking sobre capacidade de atrair investimentos, turistas e população

Beja é a terceira cidade do Alentejo e Vale do Tejo, atrás de Évora e Sines

Nerbe apoia nove mulheres na criação do seu próprio negócio págs. 16/17

Novas regras fiscais levam pequenos agricultores a abandonar atividade

Castelo de Vide, Sines e Portel ficaram sem tribunal pág. 8

Baixo Alentejo sem investimentos de relevo até 2020 pág. 6

Colóquio Nacional do Milho juntou especialistas em Beja pág. 10

Unesco já recebeu os documentos da candidatura do cante pág. 11

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As novas exigências impostas pelo Governo aos pequenos agricultores com atividade comercial, nomeadamente a obrigatoriedade de declararem o início de atividade ou passarem fatura, podem levar a uma diminuição de produtores nos mercados locais e ao abandono das pequenas explorações familiares. Reportagem no mercado de Santo Amaro. págs. 4/5

JOSÉ SERRANO

pág. 7


Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

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Editorial Deputados

Vice-versa “Exigimos a tomada de posição e ação relativamente às graves situações que estão a afetar a vida e o desenvolvimento do concelho e da região do Baixo Alentejo. A maioria CDU perante um cenário altamente preocupante mantém um silêncio comprometedor e cúmplice, não reagindo, nem agindo para denunciar e contrariar esta política que vem comprometer um processo de desenvolvimento que estava em curso”. Pulido Valente, vereador da oposição na Câmara Municipal de Beja, in Rádio Pax

Paulo Barriga

“As expectativas criadas para a região, tendo em atenção os seus projetos estruturantes, entre eles Alqueva, são elevadas e este relatório não sugere a concretização de nenhum deles, como por exemplo o IP8 e o IP2, nem forma de rentabilizar investimentos já efetuados, como é o caso do aeroporto. A autarquia aprovou um apelo a todas as autarquias do distrito e outros agentes da região, no sentido de que todos se possam juntar, fazer ouvir a sua voz e contrariar a efetivação do relatório, que para já é indicador e que não se pode tornar definitivo”.

É

bom vê-los assim tão durões e ouvi-los assim tão desafinados. Na última semana os deputados do arco do poder eleitos por Beja deram dois primorosos concertos algumas oitavas acima da pauta fornecida pelos respetivos maestros. Ao contrário do que costuma acontecer quando o partido de um ou de outro está no poder, Mário Simões (PSD) e Pita Ameixa (PS), salvo seja, puseram a boca no trombone a seu belo prazer. E ainda bem que o fizeram. É música para os nossos ouvidos. Os deputados da República são votados em círculos eleitorais e é aos habitantes dessas regiões que têm de prestar contas. E não às fileiras partidárias. A disciplina de voto imposta pelos grupos parlamentares, como no caso do referendo sobre a coadoção, é um dos maiores cancros da democracia, um verdadeiro atropelo à liberdade de expressão, um insulto à cidadania participativa. O Governo, ao seu mau jeito, criou um grupo de trabalho para as infraestruturas de alto valor acrescentado. Que é como quem diz: arranjou maneira de excluir qualquer grande investimento no Baixo Alentejo até 2020, altura em que finda o novo quadro comunitário de apoio. Ninguém de bom senso concordará com tamanho ultraje. Mário Simões também jura não concordar e que votará contra o seu partido se esta proposta “ridícula e absurda”, as palavras são dele, for para diante. Vamos a ver como reage o seu maestro. Nós, por cá, aplaudimos de pé. Como com palmas e bravos receberemos o recital de Pita Ameixa se este, quando ao parlamento subir a proposta do PS para aniquilar o “Diário do Alentejo” e o “Jornal da Madeira”, cantar uma ária diferente da do seu partido. Há uma iniciativa legislativa socialista para proibir o Estado de deter órgãos de comunicação social. Um diploma tão absurdo que, no essencial, é uma grande exceção. Estão fora das pretensões do PS a televisão, a rádio e a agência noticiosa públicas. Restando uma lei inteirinha para os jornais atrás referidos. Pita Ameixa diz que não concorda, que não assinou o texto e que nele não votará. Cá estaremos para assistir ao desfecho do triste espetáculo. Até ao cair do pano.

Manuel Oliveira, vereador da Câmara Municipal de Beja, in Voz da Planície

Fotonotícia

Tempestade Não resistiu à chuva, ao vento. Ao mau tempo. Tombou. Há anos ali plantada, ao lado do castelo de Sines. No largo servindo de abrigo, dando sombra a quem junto ao seu tronco se sentou, uma e outra vez. Caiu, por causa do vento, da chuva. Do mau tempo que se sentiu em todo o País no último domingo, 9. Não sobreviveu à tempestade, que apelidaram de Stephanie. E uma outra árvore irá crescer em seu lugar. No largo junto ao castelo que serve de ponto de encontro, no festival de música da terra, mas também nos dias banais. Ou não fosse o largo o “centro do mundo”. BS Foto de Pedro Filipe

Voz do povo Celebra o Dia dos Namorados? (comemora-se hoje, dia 14 de fevereiro, o Dia de SãoValentim)

Inquérito de José Serrano

Maria Pardal 46 anos, desempregada

Marta Pica 19 anos, desempregada

Ana Correia 21 anos, estudante de Turismo

João Gonçalves 18 anos, estudante

Eu gosto desse dia. Mas eu tento namorar todos os dias com o meu companheiro. Com quem vivo maritalmente. Para quem tenha uma boa relação conjugal, o Dia dos Namorados deve ser todos os dias do calendário. Às vezes, mais por brincadeira posso oferecer uma prenda nessa data. Mas não é exclusivo desse dia. Isso acontece espontaneamente. Quando me apetece.

Eu acho que a data é interessante e bonita. Para celebrar o amor. Se bem que o Dia dos Namorados é todos os dias. Mas este está no calendário. E a paixão está mais presente. Costumo comemorar, claro, com um jantar romântico, num sítio calmo. E troca de presentes.

É uma data importante. Porque é um dia que está associado ao amor. E nunca é demais realçar este sentimento. Por isso julgo que se deve comemorar. O amor deve comemorar-se todos os dias. Comecei a celebrar a data o ano passado. Este ano talvez faça um jantar diferente. Em casa. Porque as economias não estão fáceis.

Julgo que é um dia que começou por ser comemorado na América. A tradição tem raízes lá. E que depois chegou até à Europa. Eu acho bem. É um dia para dar muitos miminhos à namorada. E poder ganhar também alguns. Trocamos umas prendinhas, vamos jantar fora. Pode ser uma data muito interessante.


Rede social

Semana passada SEXTA-FEIRA, DIA 7 ALMODÔVAR FISCALIZAÇÃO NO ÂMBITO DA LEI DA CAÇA A GNR elaborou um auto de notícia pelo crime de preservação da fauna e de espécies cinegéticas e quatro autos de contraordenação no âmbito da Lei da Caça, durante uma fiscalização em Almodôvar. Durante a operação, com o objetivo de cumprimento dos normativos previstos na Lei da Caça, foi também apreendido um javali, que estava em cativeiro, refere a GNR, num comunicado enviado.

SANTIAGO DO CACÉM BOMBEIRO EM ESTADO GRAVE EM COLISÃO Um bombeiro ficou em estado grave na sequência de uma colisão de uma ambulância de transporte de doentes com um comboio de mercadorias. O bombeiro, da corporação de Santiago do Cacém, foi transportado para o Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém. O acidente ocorreu numa passagem de nível sem guarda, na zona da Quinta da Ortiga. Nas operações de socorro estiveram envolvidos 16 operacionais, sobretudo dos Bombeiros Voluntários de Santiago do Cacém, apoiados por oito veículos, incluindo uma viatura médica de emergência e reanimação (VMER), do Hospital do Litoral Alentejano e elementos do Serviço Municipal de Proteção Civil. No local estiveram ainda militares da GNR.

SÁBADO, DIA 8 SANTIAGO DO CACÉM QUERCUS ACUSA EP DE ABATE DE ÁRVORES A associação ambientalista Quercus acusou a Estradas de Portugal (EP) de estar a abater centenas de árvores, “alegadamente por razões de proteção civil”, sem que isso seja necessário. A Quercus, em comunicado divulgado, dá conta que tem recebido “várias denúncias, relatando o abate de milhares de árvores que tem ocorrido nos últimos dias junto de diversas estradas, alegadamente por razões de proteção civil, devido ao receio de agravamento das condições meteorológicas”. A associação dá como exemplo o corte de centenas de pinheiros mansos de grande dimensão, na Estrada Nacional 261, entre Melides e Santiago do Cacém, no litoral alentejano, “sem que as árvores apresentassem problemas fitossanitários”. De acordo com a Quercus, o risco de queda de árvores para esta estrada “era reduzido”. A associação recorda que no último inverno, mesmo com as condições meteorológicas adversas que se registaram, as árvores resistiram”.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 10 BEJA HOMEM DE 90 MORREU EM ACIDENTE Um homem de 90 anos morreu em Beja na sequência de um despiste do veículo ligeiro de passageiros que conduzia e choque com uma árvore, disse à agência Lusa fonte da GNR. Segundo a mesma fonte, o homem, único ocupante do veículo, morreu já no hospital de Beja, para onde tinha sido transportado em estado considerado “muito grave”. A fonte da força de segurança indicou que o acidente ocorreu na Estrada Nacional 18, na rotunda da Força Aérea. Estiveram envolvidos nas operações de socorro oito bombeiros das corporações de Beja e Serpa, apoiados por três viaturas, segundo fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja.

TERÇA-FEIRA, DIA 11 BEJA CYBERBULLYING EXPLICADO NA BIBLIOTECA A Biblioteca Municipal de Beja vai promover uma sessão de reflexão sobre “Cyberbullying e Outros Perigos da Internet” destinada a pais, filhos e professores. Segundo a Câmara de Beja, a sessão, no âmbito do trabalho da biblioteca de sensibilização para a literacia digital, serviu para comemorar o Dia da Internet Mais Segura. Foi ainda distribuído o guia “Você e a Internet”, elaborado pela biblioteca e destinado a crianças, jovens, pais e professores.

3 perguntas a UP Alentejo Como surge a UP Alentejo?

Da parceria entre a Emotion – Life on Adventure, operador turístico ativo registado como animador turístico e agência de viagens, e da Publibalão, empresa pioneira e de maior prestígio a operar na área do balonismo em Portugal, nasce a UP Alentejo, uma marca 100 por cento portuguesa e recémcriada, cujo grande objetivo é a promoção de passeios turísticos em balão de ar quente complementados com outras atividades na região alentejana. Quais os serviços que tem ao dispor?

Através dos programas de voo da UP Alentejo, será possível sobrevoar nas localidades de Alter do Chão, Arraiolos, Beja, Castelo de Vide, Elvas, Entradas, Estremoz, Évora, Fronteira, Monsaraz, Montemor-o-Novo, Redondo e Vila Viçosa e conhecer o Alentejo de uma forma absolutamente única. Para além da oferta de viagens em balão de ar quente, que será o core-business desta nova marca, a UP Alentejo irá disponibilizar um conjunto de outros serviços adicionais, em regime de parceria com outras entidades (hotéis, restaurantes, museus, atividades/empresas de animação, adegas, entre outras), de forma a garantir um programa completo, de qualidade e distinto de todas as soluções já existentes no mercado, potenciando o Alentejo como região de excelência para o lazer. A UP Alentejo mostra a região de uma maneira diferente?

Com a UP Alentejo, pretendemos dar a conhecer o Alentejo, que é uma belíssima região com condições únicas para voar, de uma forma absolutamente revolucionária face ao turismo tradicional. Através do know-how tanto da Emotion – Life on Adventure, como da Publibalão, ambas com muitos anos de experiência nos seus sectores de atividade, vamos trabalhar conjuntamente para oferecer serviços personalizados e totalmente customizados, de máxima qualidade e de confiança. Bruna Soares

Casa cheia para ouvir Pedro Abrunhosa em Beja Pedro Abrunhosa apresentou-se em Beja para dar a conhecer “Contramão”. O Teatro Municipal Pax Julia deu as boas-vindas ao cantautor, que se fez acompanhar pelos Comité Caviar, sucessores dos Bandemónio. Mais uma vez casa cheia.

Homenagem a Mário Elias em Mértola A iniciativa Arte Non Stop voltou a animar Mértola e a Casa das Artes está a receber a exposição “Amplexo a Mário Elias”, que homenageia o artista mertolense. A inauguração foi no fim de semana passado e contou com a presença de muitos.

Mineiro Aljustrelense lança cadernetas de cromos O Mineiro Aljustrelense já tem uma caderneta de cromos. Tudo para comprar uma carrinha para o clube. O lançamento aconteceu no mercado municipal, com atletas e dirigentes a promoverem o clube da terra e a divulgarem as modalidades.

Ferreira assinalou Dia da Internet mais Segura A Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo comemorou, na terça-feira, dia 11, o Dia da Internet mais Segura. Uma ação de sensibilização sobre o tema “Juntos vamos criar uma Internet melhor”, na biblioteca municipal.

Júlia Teresa fez 100 anos Júlia Teresa comemorou, na terça-feira, dia 11, a bonita idade de 100 anos. Dois filhos, quatro netos, cinco bisnetos e dois trisnetos. Uma vida cheia. Natural de Alcaria Ruiva, concelho de Mértola, reside agora no Lar da Cruz Vermelha, em Beja. Parabéns do “Diário do Alentejo”.

Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

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Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

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Tema de capa

José Ruivo

Manuel Pinheiro

Em causa obrigatoriedade de coletarem-se nas Finanças e passarem faturas

Pequenos agricultores do Santo Amaro admitem abandonar atividade As novas exigências declarativas fiscais impostas pelo Governo aos pequenos agricultores com atividade comercial, nomeadamente a obriga-

“S

e isso para aí for avante acabo logo com o mercado, reformo-me pela segunda vez”. É desta forma que José Ruivo, 74 anos, há 14 anos a vender hortícolas e frutas no mercado de Santo Amaro, em Beja, reage às novas exigências declarativas fiscais impostas pelo Governo aos pequenos agricultores. Até 30 de abril todos os agricultores com atividade comercial serão obrigados a entregar nas Finanças a declaração do início de atividade e de declaração de alterações, ficando isentos de imposto sobre o valor acrescentado (IVA) os que têm um volume de negócios anual inferior a 10 mil euros. Os agricultores serão obrigados a passar fatura de todas as transações comerciais e a pagarem uma prestação mensal para a Segurança Social, sendo que, de acordo com o Ministério das Finanças, “estão isentos de contribuições quem tem vendas anuais até 1 676,88 euros”. O prazo para a inscrição nas Finanças já foi adiado por três vezes, a última a 31 de janeiro. “Embora o prazo previsto para a inscrição dos pequenos agricultores termine hoje, dia 31 de janeiro de 2014, e não obstante até esta data a grande maioria dos pequenos agricultores já ter procedido à entrega das respetivas declarações de início de atividade e de alterações, verifica-se que ainda não se encontra contemplado todo o universo”, referia, na ocasião, o Ministério

toriedade de declararem o início de atividade, passarem fatura de todas as transações comerciais e contribuírem com uma prestação mensal para a Segurança Social, pode levar a uma diminuição de produtores nos mercados locais e ao abandono das pequenas explorações familiares. Os agricultores ouvidos pelo “Diário do Alentejo” no último sábado, no tradicional mercado de Santo Amaro, em Beja, garantem que serão obrigados a abandonar a atividade caso o Governo não recue nas exigências fiscais. Texto Nélia Pedrosa Fotos José Serrano

das Finanças, relembrando que “o acórdão do tribunal de Justiça da União Europeia, de março de 2012, julgou o regime de isenção de IVA aplicável aos pequenos agricultores portugueses contrário ao disposto na diretiva do IVA. Dando cumprimento ao referido acórdão, Portugal revogou o referido regime de isenção, substituindo-o pelo regime geral de IVA aplicável a todos os agentes económicos”. “Esses agricultores de mais idade com certeza que vão deixar de produzir, vão desistir”, continua José Ruivo, recordando que, “há muito tempo”, “quando tinha condições para trabalhar mais”, se viu confrontado

com uma situação idêntica. “Dispensava umas coisas à Cooperativa Proletário Alentejano, levava beldroegas, salsa, coentros, e depois fui obrigado a passar fatura. Ainda fui às Finanças, mas tinha que me coletar, fazer isto e mais aquilo”. Os encargos e a burocracia acabaram por o levar “a deixar de fornecer à cooperativa”. Atualmente produz “umas coisinhas”, num “quintal” de 200 metros quadrados, situado junto a Beringel. O que vende semanalmente no Santo Amaro, para além “de ser uma ajuda” à reforma, permite que se mantenha “entretido”, diz. Aos 73 anos, e com uma vida inteiramente

dedicada à agricultura, Manuel Pinheiro assegura que já não tem idade para se “coletar nas Finanças”, até porque os filhos “não precisam disto [do negócio], uma vez que têm os seus empregos”. “Eu já não tenho idade para vir trabalhar, para tratar dessas coisas. Tenho uma reformazita, não é grande, mas vai-se passando conforme se pode”, reforça o agricultor, que marca presença no Santo Amaro há mais de três décadas, vendendo aquilo que produz numa exploração de “cerca de hectare e meio”, também na zona de Beringel. Manuel Pinheiro salienta que a esmagadora maioria dos agricultores na sua faixa etária, que vende no mercado de Santo Amaro, pensa em abandonar a atividade agrícola caso o Governo não recue nas obrigações fiscais. “Tem-se falado disso aqui no mercado. As pessoas dizem que vão acabar com a venda, que não querem saber. Não sei se deixam de semear, hão de deixar pois. Quem tiver umas laranjeiras, se calhar não vai ao mercado mas vende-as ao pé de casa. Eu tenho umas cinquenta e tal laranjeiras, não as posso dar todas, posso é vendê-las mais baratas, se puder vender…”. Os excedentes que Francisco Poupinha vende há pouco mais de uma década no mercado de Santo Amaro servem igualmente para compensar a reforma “de duzentos e poucos euros”, a única que “entra em casa” porque a mulher, Custódia


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Vendo um molho de coentros ou de salsa a 80 cêntimos, vou passar uma fatura? Vendo um molho de nabiças a 50 cêntimos, vou passar uma fatura? Já vou fazer 78 anos, as habilitações são poucas, nem pensar nisso. Acabo com isto, dou às galinhas. Este governo está maluco”. David Ribeiro

Mascaranhas, que trabalhou uma vida inteira no campo, “não fez descontos”. “O que retiramos daqui dá para o gás, para a luz, é uma ajuda”, adianta o septuagenário, que produz hortícolas e frutas num terreno arrendado, de cerca de um hectare, situado na saída de Beja para Ferreira do Alentejo. Francisco Poupinha considera que não faz qualquer sentido passar uma fatura “por uma couve” ou por um “quilo de laranjas”, porque “não compensa”, por exemplo, os encargos com a impressão de livros de faturas. “Ou eles mudam de cenário ou a gente acaba com isto tudo. Como é que se vai ganhar para as Finanças, para faturas, para ivas? Todas as pessoas são obrigadas a desistir, que o Estado não deixa ninguém trabalhar, não deixa ninguém fazer nada. Como o dono da terra que cultivo precisa dela, até é uma boa altura para eu acabar com isto. Tenho de me limitar à reforma, aos duzentos e poucos euros que me dão, o que é que a gente vai fazer?”, diz, já resignado. Para David Ribeiro, 77 anos, que cultiva cerca de 400 metros quadrados na aldeia de Neves, não restam dúvidas de que “este governo está maluco”: “Vendo um molho de coentros ou de salsa a 80 cêntimos, vou passar uma fatura? Vendo um molho de nabiças a 50 cêntimos, vou passar uma fatura? Já vou fazer 78 anos, as habilitações são poucas, nem pensar nisso. Acabo com isto, dou às galinhas. Este governo está maluco. Os homens estão completamente malucos”.

Até 30 de abril todos os agricultores com atividade comercial serão obrigados a entregar nas Finanças a declaração do início de atividade e de declaração de alterações, ficando isentos de imposto sobre o valor acrescentado (IVA) os que têm um volume de negócios anual inferior a 10 mil euros. Francisco Poupinha e Custódia Mascaranhas

Novas regras vão “eliminar os pequenos agricultores e afetar milhares de famílias rurais” O Ruralalentejo – Conselho para o

Desenvolvimento Rural do Alentejo, que em meados de janeiro realizou várias ações de protesto nos distritos de Beja, Évora e Portalegre, em documento entregue, na ocasião, nas câmaras e serviços das Finanças e enviado à ministra da Agricultura, refere que as novas regras de fiscalidade, “se aplicadas”, vão “eliminar os pequenos agricultores e afetar milhares de famílias rurais, isto no Ano Internacional da Agricultura Familiar, decretado pela ONU, com a direito a moeda do euro e tudo, pelos vistos a hipocrisia não tem limites”. No mesmo documento a Ruralentejo salienta ainda que “tem passado sistematicamente para a opinião pública a ideia infundada de que os pequenos agricultores não aceitam a abertura de início de atividade nas Finanças, porque não querem pagar impostos, pois bem, lembramos aos que pensam

David Ribeiro

dessa forma, e aos que os levam a pensar assim, que a pequena agricultura paga IVA sobre todas as aquisições de fatores de produção ligados à exploração, e que a única coisa que não fazemos é a dedução de IVA, em nosso próprio prejuízo, mas esta é uma opção nossa, e que, como tal, nunca contestámos, uma vez que o pouco que comercializamos é, no fundamental, para consumidores finais em circuito de proximidade, que nunca nos pedem qualquer faturação, daí que não

se justifique qualquer alteração à legislação em vigor até agora”. A Confederação Nacional da Agricultura (CNA), em comunicado emitido após o prolongamento até ao dia 30 de abril do prazo para a entrega da declaração de início de atividade por parte dos pequenos agricultores, afirma que “mantém na ordem do dia a exigência de anulação das imposições fiscais” e realça que “muitos dos agricultores” que já se coletaram nas Finanças “estão

agora a receber notificações para pagarem mais contribuições na Segurança Social e, se não pagarem, até deixam de receber o gasóleo verde e não se podem candidatar a novos projetos de investimento. Tudo isto são já más consequências deste processo da inscrição obrigatória nas Finanças”. A CNA, que agendou para o início de abril uma concentração nacional, em Lisboa, considera ainda que o facto de o Governo ter, “no espaço de um ano”, adiado por três vezes o prazo de inscrição obrigatório nas Finanças, “só por si demonstra que a medida é confusa, desadequada e injusta”. O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), João Machado, em declarações recentes à comunicação social, também teceu críticas ao Governo e alertou que a inscrição nas Finanças “pode abranger umas dezenas de milhares de agricultores e não têm nenhuma vantagem em termos de coleta fiscal”. “Vão obrigar pessoas que têm grande dificuldade de perceber esta mecânica de fazer uma inscrição a terem que eventualmente contratar alguém para o fazer, porque não vão conseguir fazê-lo sozinhos”, disse à Antena 1. O “Diário do Alentejo” tentou obter comentários junto do Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas do Distrito de Beja e do Sintab – Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal mas tal não foi possível em tempo útil.

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Conferência sobre as eleições europeias em Beja

Atual

Acontece hoje, sexta-feira, dia 14, no jardim público, em Beja, a conferência sobre as eleições europeias, promovida pelo Centro Europe Direct do Baixo Alentejo. A receção dos participantes está agendada para as 9 e 30 horas. Estão previstas várias mesas redondas e a sessão de abertura contará com a presença de Maria da Graça Carvalho, eurodeputada. A iniciativa será também abrilhantada por um momento musical e, durante a sessão, será distribuído material informativo sobre a União Europeia.

PCP em defesa do IPBeja A Organização Regional de Beja do PCP, juntamente com eleitos autárquicos e com o deputado do PCP, João Ramos, reuniu-se com o presidente do IPBeja, docentes, pessoal não docentes e alunos. Para o PCP, “o Governo está a fazer um ataque à escola pública” e “o distrito de Beja tem um conjunto de potencialidades em que pode dar cartas”, sendo para isso “fundamental uma instituição como o IPBeja”. O PCP considera ainda que “a reconfiguração dos politécnicos para estruturas de formação de ciclos curtos não está desligada da política do sistema dual tão defendida por este governo”.

PSD de Beja contesta relatório do grupo de trabalho para as infraestruturas

Mário Simões diz que “é uma proposta ridícula” A Comissão Política Distrital de Beja do PSD, em conferência de imprensa realizada na segunda-feira, dia 10, em Beja, teceu várias críticas ao relatório apresentado ao Governo pelo grupo de trabalho para as infraestruturas de alto valor acrescentado.

JOSÉ SERRANO

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M

ário Simões, presidente da Comissão Política Distrital de Beja do PSD, afirmou que esta “é uma proposta ridícula”. “É um trabalho pouco aprofundado no que diz respeito ao potencial económico e estratégico do distrito de Beja. Tem efetivamente uma divisão parcelar do território, não contribui para a coesão territorial e não favorece os territórios de baixa densidade”, afirmou. Recorde-se que este relatório apresenta os 30 projetos prioritários de obras públicas até 2020. O setor rodoviário foi alvo de análise no relatório e no que diz respeito ao IP8, no troço entre Santa Margarida do Sado/ /Beja, o relatório só aponta para a conclusão após 2016 e antes do fim do Quadro Comunitário de Apoio (2014 – 2020). Mário Simões considerou ainda que este relatório “omite outros investimentos estratégicos importantes”, relembrando o IC27, entre Alcoutim e Beja, que “ficou a meio caminho”. Mas também o IC4, entre Lagos e Sines, e a ligação do IP8, nomeadamente entre Beja e Espanha. O deputado lembrou ainda que o grupo de trabalho “não ouviu a ANA

– Aeroportos de Portugal”, uma vez que o presidente da empresa considera que “a acessibilidade rodoviária para Beja, como está hoje, põe em causa a estratégia que a ANA tem para o aeroporto de Beja”. O relatório, segundo Mário Simões, também “deixa muito a desejar” relativamente às recomendações deixadas para o aeroporto de Beja. “Não fala na carga e na questão turística comercial de passageiros, o que efetivamente é um absurdo”. A eletrificação do troço Casa Branca/Beja, da linha do Alentejo, também foi alvo de análise e, para o deputado do PSD, “ainda é mais ridícula e absurda”, uma vez que “se propõe a sua conclusão para depois do quadro comunitário de apoio”.

Mário Simões garante que, estando o documento em discussão pública, a Distrital do PSD de Beja “irá apresentar a sua visão estratégica e as suas propostas”, convidando ainda todos os agentes políticos e privados do distrito, mas também a população, a juntarem-se ao PSD de Beja na “reivindicação destas infraestruturas, dentro dos prazos do bom senso”. O deputado referia-se ao período em que vigora este quadro comunitário de apoio, entre 2014 e 2020. Sendo que, em sua opinião, o “IP8 é para avançar já”. “Se este documento não for corrigido terá a minha firme oposição e contestação e recusarei qualquer tipo de disciplina de voto, porque é uma matéria que colide com os interesses do Baixo Alentejo”, concluiu. BS

Relatório de projetos prioritários

Cimbal, Nerbe e ERT repudiam proposta

A

Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal), o Núcleo Empresarial da Região de Beja (Nerbe) e a Turismo do Alentejo (ERT), em parceria, analisaram os resultados apresentados pelo relatório Investimento em Infraestruturas de Elevado Valor Acrescentado (IEVA) e manifestaram, em comunicado de imprensa enviado ao “Diário do Alentejo”, “grande preocupação”, uma vez que o “distrito de Beja não tem prioridade de intervenção”.

As entidades da região dizem ainda que “não há referências ao IP2 nem ao IC27”, sendo que o “IP8 fica reduzido a uma via sem qualquer importância estratégica”. Aliás, segundo as entidades, “o Baixo Alentejo nem existe enquanto possível corredor estratégico intermodal”, não tendo, assim, “as ligações internacionais qualquer relevância”. Para a Cimbal, para o Nerbe e para a ERT, no relatório “não é dada qualquer importância às ligações com o

porto de Sines, com o aeroporto de Beja e Espanha”. Deste modo, concluem as entidades, “nada do que tem sido considerado como estruturante ou projeto estratégico para a região surge como prioritário ou relevante neste relatório”. “Não se pode promover o desenvolvimento regional e a atratividade sem as condições necessárias”, consideram as entidades. A Cimbal, o Nerbe e ERT garantem que “repudiam este relatório”.


A Entidade Regional de Turismo do Alentejo vai desenvolver nos próximos meses um plano operacional estratégico para o produto turístico sol e mar. O processo de planeamento arrancou na segunda-feira, dia 10, com uma sessão de trabalho destinada às câmaras municipais e a outras instituições públicas relevantes em razão da especificidade do produto. No mesmo dia foram ainda ouvidos os empresários e promotores privados

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com atividade ou interesse em investir no litoral alentejano. A ser elaborado em parceria com a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral, este plano “visa a implementação de estratégias que permitam um eficaz aproveitamento dos recursos da orla marítima da região alentejana, contribuindo para a programação e implementação dos investimentos necessários à respetiva qualificação e promoção”.

Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

ERT avança com plano estratégico para aproveitar sol e mar

A metodologia do ranking

O

algoritmo desenvolvido para conceber o Bloom Consulting City Brand Ranking integra três variáveis que juntam os dados estatísticos concretos de fontes oficiais com a procura que os municípios obtêm on line através da medição de audiência dos seus websites e presença nas redes sociais. Ao contrário de outras listas, neste método não são realizados questionários ou efetuadas entrevistas. Na primeira variável (dados estatísticos) a economia é medida a partir da avaliação do tecido empresarial, nomeadamente na relação entre a percentagem de novas empresas, e do número de empresas versus número de habitantes; os dados sobre o turismo têm em conta o crescimento das dormidas e a sua relação com o número de habitantes e a taxa de ocupação hoteleira; os dados de talento consideram o número de habitantes, as taxas de crescimento da população e desemprego, o poder de compra, a criminalidade, o número de habitantes por centro de saúde e os estabelecimentos do ensino superior existentes. A segunda variável utiliza uma ferramenta digital própria que mede as necessidades e interesses de cada público-alvo em cada uma das categorias, a nível nacional e internacional, pesquisando mais de 1 300 palavras-chave relacionadas com os mesmos temas da primeira variável, em cada um dos 308 municípios. A terceira variável regista a performance das plataformas digitais de cada município, em websites e nas redes sociais. Beja A capital de distrito aparece na lista em terceiro lugar, depois de Évora e Sines

Novo ranking mede capacidade para atrair investimentos, turistas e população

Apenas cinco concelhos do Baixo Alentejo no top 100 nacional Beja é o 36.º município português na capacidade de atrair investimentos, turistas e população. No ranking esta semana divulgado pela Bloom Consulting Portugal, Évora é a única cidade alentejana a integrar o top 25, que é liderado, sem surpresa, por Lisboa, seguida pelo Porto e Braga. Texto Aníbal Fernandes Foto José Ferrolho

N

a primeira metade da classificação dos 308 municípios portugueses apenas têm lugar 15 concelhos do Alentejo. A lista setorial, que também integra os concelhos do Vale do Tejo, é liderada por Évora (12.º na contagem nacional) seguida por Sines (29.º) e Beja (36.º). Segundo os autores do estudo, este índice avalia e classifica os municípios “de acordo com a performance nas vertentes de investimento (negócios), turismo (visitar) e talento (viver)”. Filipe Roquete, diretor-geral

da companhia em Portugal, disse ao “Diário do Alentejo” que o ranking se “baseia em factos concretos que incluem o desempenho e crescimento económico das cidades acompanhados por dados subjetivos que medem o impacto económico da estratégia de gestão de marca de cada município”. Para o diretor-geral da Bloom Portugal este ranking, “numa altura em que os orçamentos locais se encontram sujeitos a um processo de escrutínio intenso” vai ajudar as autarquias na definição de prioridades e na perceção da

A cidade de Évora é o único município alentejano que integra o top 25 do ranking elaborado pela Bloom Portugal

imagem que estes têm no resto do País e internacionalmente”. No índice regional, Évora aparece citado em primeiro lugar nos três índices (negócios, visitar e viver). Sines, que no cômputo geral é a segunda classificada, é a terceira em “visitar” e quarta em “viver”, sendo nestes dois últimos itens ultrapassada por Beja (3.º no geral), classificada, respetivamente, nos 2.º e 3.º lugares. No entanto, aparentemente, o volume de negócios gerado na cidade onde se encontram instaladas grandes empresas industriais garante-lhe uma posição mais cimeira. Odemira (88.ª classificada no total do País), aparece em 9.º no índice regional muito por força da sua vocação turística (4.º), sendo a última localidade do Alentejo a integrar os primeiros 100 da lista nacional. No polo oposto, Cuba (301.ª) e Ourique (306.ª) integram o grupo das piores classificadas com classificações parciais, em todas as variáveis a rondar o 50.º lugar (ver tabela).

Ranking nacional/Top 10 Posição 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

Geral Lisboa Porto Braga Oeiras Coimbra Aveiro Leiria Faro Guimarães Cascais

Negócios Lisboa Porto Braga Oeiras Maia Aveiro Coimbra Leiria Viseu Guimarães

Visitar Lisboa Funchal Porto Albufeira Portimão Tavira Cascais Lagos Évora Sesimbra

Viver Lisboa Leiria Coimbra Porto Sintra Cascais Braga Faro Oeiras Viseu

Ranking regional / Alentejo e Vale do Tejo Top10 Entre parênteses a classificação nacional Posição 01 (12) 02 (29) 03 (36) 04 (45) 05 (68) 06 (79) 07 (81) 08 (85) 09 (88) 10 (105) 11 (106) 13 (116) 15 (130) 27 (186) 30 (210) 32 (212) 36 (227) 38 (238) 42 (250) 45 (265) 47 (276) 55 (301) 57 (306)

Negócios 1 2 5 6 7 11 9 13 15 4 8 10 21 31 42 23 51 41 48 28 43 52 54

Visitar 1 3 2 6 7 5 16 9 4 18 8 13 15 19 27 38 39 36 35 41 47 48 48

Viver 1 4 3 2 6 9 5 10 15 11 24 21 25 35 27 36 20 41 44 58 45 49 53

Évora Sines Beja Santarém Elvas Grândola Portalegre Santiago do Cacém Odemira Benavente Moura* Serpa* Alcácer do Sal* Mértola* Aljustrel* Ferreira do Alentejo* Castro Verde* Almodôvar* Alvito* Barrancos* Vidigueira* Cuba* Ourique*

* Classificações dos restantes concelhos do Baixo Alentejo


Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

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Técnicos internacionais em formação em Beja

A Cooperativa Autonomia e Descoberta CRL organiza, entre hoje, sexta-feira, dia 14, e o dia 23, em Beja, uma ação de formação internacional, que contará com a participação de 30 técnicos oriundos da Polónia, Espanha, Irlanda do Norte, Grécia, Turquia, Bulgária, República Checa e, claro, Portugal. A iniciativa surge no âmbito do projeto “Less talk about work” e tem como objetivo “promover a cidadania e a coesão europeia”, nomeadamente através “de uma metodologia de debate, visitas de estudo e reuniões com agentes locais e regionais”.

INFOGRAFIA JOSÉ SERRANO

“Os Verdes” questionam Governo sobre encerramento de finanças O deputado José Luís Ferreira, do Grupo Parlamentar “Os Verdes”, entregou na Assembleia da República uma segunda pergunta em que questiona o Governo, através do Ministério das Finanças, sobre o encerramento de repartições de finanças no distrito de Beja. O deputado quer saber se “o Governo

confirma a intenção de encerrar repartições no distrito de Beja”. Em caso afirmativo, “Os Verdes” pretendem ainda saber “quantas e quais” e “como será assegurado o direito dos cidadãos ao acesso a este importante serviço público de proximidade”. “Os Verdes” querem também perceber se em caso de encerramento estão previstos despedimento de trabalhadores do setor.

Novo mapa judiciário

Portel, Sines e Castelo de Vide ficam sem tribunal De acordo com a nova Lei de Organização do Sistema Judiciário, divulgada no final da semana passada pela ministra da Justiça, o Alentejo perde os tribunais de Castelo de Vide (comarca de Portalegre), Portel (comarca de Beja) e Sines (comarca-piloto do Alentejo Litoral).

A

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lei, que será para aplicar em setembro próximo, segundo adiantou Paula Teixeira da Cruz, prevê o encerramento de 20 tribunais e a conversão de 27 tribunais em secções de proximidade, nove das quais com um regime especial que permite realizar julgamento. No Alentejo são cinco os tribunais que passam a secção de proximidade, nomeadamente Alcácer do Sal, Arraiolos, Avis, Mértola e Nisa. Quanto ao anunciado aumento de mais de 60 por cento de instâncias especializadas, o novo mapa prevê que a comarca de Beja passa de uma para seis instâncias especializadas. Évora ganha um Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) e passa de cinco para nove instâncias especializadas. A comarca-piloto do Alentejo Litoral, que perde o tribunal de Odemira para a comarca de Beja, ficará dotado com oito instâncias especializadas. O presidente da Câmara de Portel, José Manuel Grilo (PS), considera o fecho do tribunal local “mais uma machadada no interior” e acusa o Governo de dificultar o acesso à Justiça. Segundo o autarca, o Governo do PSD/CDS-PP está a “tornar cada vez mais difícil o acesso das pessoas à Justiça e a outros serviços desconcentrados do Estado”. E o resultado, critica, é “tornar o Alentejo cada vez mais pobre e mais distante dos centros de decisão” e fazer com que “as pessoas estejam isoladas”, o que conduz “à desertificação do concelho e do interior do País”. “Ainda não sei a que tribunal é que os habitantes de Portel terão de dirigir-se depois, mas, à partida, será ao de Évora”, o que vai “causar sérios problemas” devido “à escassez de transportes públicos”, diz. A Câmara de Sines (PS) alega, por sua vez, que, a ser concretizada a decisão do Governo, “o Tribunal de Sines será encerrado cinco anos depois de ter sido inaugurado, deixando os munícipes sem acesso a qualquer serviço judiciário no seu concelho”. “Os juízos existentes no Tribunal de Sines – trabalho e família e menores – estavam ajustados ao perfil desta cidade como polo económico e

urbano da região e justificava-se a sua manutenção em atividade”, considera. Segundo o executivo, “também não foi atendida a reivindicação do município” para que fosse criada em Sines uma secção de proximidade, que “permitiria manter uma oferta de serviços judiciários, mitigando o prejuízo imposto à população local com o encerramento do tribunal”. “Sines tem uma procura anual de processos que cumpre os critérios estabelecidos pelo Ministério da Justiça para a criação de secções de proximidade, pelo que também esta decisão é incompreensível”, sublinha. O presidente da Câmara de Castelo de Vide, António Pita (PSD), diz não perceber “os critérios utilizados pela tutela para o encerramento” do tribunal e considera que o fecho de serviços públicos no interior “acelera” o despovoamento e a desertificação, criando “vários problemas de sustentabilidade” para o território. Considerando que “não há justiça” para as pessoas que residem no interior do País, António Pita garante que o município vai “protestar” e manifestar “formalmente” a sua reclamação. “Nós fomos sucessivamente chamados a pagar, de igual maneira com os habitantes do litoral, aquilo que foram os grandes desafios nacionais, como os estádios do euro, Expo, autoestradas, e depois não vemos reconhecido e assegurado o funcionamento de serviços essenciais e de segurança das pessoas que aqui vivem”, lamenta. Já a Câmara de Mértola adianta que o facto de o novo diploma da reorganização judiciária prever “que o tribunal local continue aberto, a funcionar como seção de proximidade e a realizar julgamentos” é o “resultado das diligências da autarquia junto do Ministério da Justiça, já que na proposta inicial estava previsto o seu encerramento”. A alteração da decisão deve-se, sobretudo, “à pressão feita junto do Ministério”. “O tribunal de Mértola, juntamente com mais oito tribunais, terá um regime de exceção, o que lhe permite receber julgamentos, assim como procedimentos como a entrega de requerimentos, a consulta de processos ou até a realização de atos judiciais, como a inquirição de testemunhas por videoconferência”, refere a autarquia, concluindo: “Esta medida obriga a que os juízes se desloquem àquele tribunal e que os julgamentos sejam realizados em Mértola e não no tribunal da comarca, em Beja, como inicialmente previsto”.


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A Câmara Municipal de Moura, em parceria com a Federação Nacional das Associações Juvenis (FNAJ), proporciona aos jovens a visita à Carrinha da Igualdade no âmbito do projeto “Abrindo caminho para a igualdade”. No dia 20, a Carrinha da Igualdade estará junto à Escola Secundária de Moura e receberá seis turmas oriundas da EB 2+3 de Moura, Escola Secundária de Moura e Escola Profissional de Moura, tendo em vista a promoção da sensibilização para a igualdade e a não discriminação.

JOSÉ FERROLHO

Fórum social em Mértola O Núcleo Executivo da Rede Social do Concelho de Mértola promove hoje, sexta-feira, dia 14, pelas 9 e 30 horas, no salão da Junta de Freguesia de Mértola, um fórum social dedicado à população sénior. O objetivo “é conhecer de forma aprofundada os projetos/ações em desenvolvimento no território de Mértola e reforçar a participação entre as entidades que integram o Conselho Local de Ação Social”. Os principais destinatários são os parceiros da Rede Social, as organizações que trabalham no terreno, as entidades da sociedade civil e a comunidade com interesse no tema.

Conselho Distrital de Beja de Ordem dos Médicos repudia

Problemas informáticos no centro de saúde e no hospital de Beja O Conselho Distrital de Beja da Ordem dos Médicos, em comunicado enviado ao “Diário do Alentejo”, anunciou que tomou conhecimento, através de relatos de diversos colegas, “de sucessivos e graves problemas informáticos no Centro de Saúde de Beja e no Hospital José Joaquim Fernandes”.

“T

ais insuficiências resultam de um inadequado dimensionamento da rede de equipamentos disponíveis e de uma medíocre conceção de vários programas informáticos que são impostos

como ferramentas diárias de trabalho”, afirma o Conselho Distrital de Beja da Ordem dos Médicos. No último mês, segundo os médicos, foi verificado “um agravamento inaceitável” e tem-se verificado que os programas que sucessivamente têm que ser abertos, fechados e reabertos “funcionam mal ou não funcionam de todo”, levando a “tempos de paragem do trabalho médico, que, no fim de cada sessão de consultas, somam largas dezenas de minutos de tempo morto”. Para o Conselho Distrital de Beja da Ordem dos Médicos, “este quotidiano a que os médicos estão sujeitos, como aliás outros profissionais, não só

prejudica os utentes, como induz um incontornável stresse dos profissionais”, provocando “um desaconselhável clima de intranquilidade, de dispersão da atenção e, por consequência, de risco de erro médico acrescido”. O Conselho Distrital de Beja expressa, assim, “o seu repúdio pelas condições a que têm estado sujeitos médicos e utentes, sem que os responsáveis nacionais pelas anomalias verificadas alguma vez se preocupassem de as corrigir”. Porém, realça “o empenho atualmente verificado por parte do conselho de administração da Ulsba na sinalização superior dos problemas sentidos”.

Combate ao trabalho não declarado

Mais trabalhadores portugueses e romenos em situação ilegal

N

a sequência da ação promovida pela Unidade Local do Litoral e Baixo Alentejo da ACT (Beja), em parceria com o SEF e a GNR, no âmbito do combate ao trabalho não declarado, em localidades de Grândola e Alcácer do Sal, os inspetores do trabalho e a GNR voltaram, no dia 30 de janeiro, a herdades já anteriormente visitadas naquela região. Com esta iniciativa, e apesar de já não

beneficiar do efeito surpresa, a equipa da ACT detetou ainda várias irregularidades, conseguindo “intercetar quatro empregadores com um total de 19 trabalhadores, dos quais cinco de nacionalidade romena”. Destes, apenas dois tinham número de beneficiário da segurança social. “Dos 14 portugueses, dois estão declarados como trabalhadores por conta de outrem e quatro são falsos recibos verdes”,

adiantou a ACT. Oito são trabalhadores não declarados. Realizada uma consulta à base de dados da Segurança Social, constatou-se, segundo as autoridades, que “existem trabalhadores que se encontram na condição de clandestinos há mais de seis anos”. A ACT irá adotar os respetivos procedimentos coercivos relativamente a estes empregadores.

09 Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

Carrinha da Igualdade em Moura


Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

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Projeto Life Charcos apresentado em Odemira

O projeto “Life Charcos - Conservação de Charcos Temporários na Costa Sudoeste de Portugal” vai ser apresentado em Odemira, no dia 27, pelas 14 horas, no auditório da Associação de Beneficiários do Mira. Para além da apresentação do projeto, que pretende restaurar e promover a conservação deste habitat natural ameaçado, será abordada a biodiversidade única que lhes está associada e o seu contexto hidrogeológico, estando prevista uma visita de campo.

Arrancaram as obras do Ciebal em Castro Verde Já arrancaram as obras de construção do Centro de Iniciativas Empresariais do Baixo Alentejo (Ciebal), em Castro Verde. Este será instalado, segundo a câmara municipal, “em dois edifícios dotados com um pátio interior comum. Uma nova construção e o reaproveitamento de uma construção já

existente”. O programa do Ciebal atribui destaque à disponibilização de salas para escritórios, prevendo uma área líquida de 708 metros quadrados para esse fim, composta por 29 salas. Paralelamente, estão previstas três salas para utilização coletiva, as quais serão utilizadas para realização de reuniões e/ou como espaços de trabalho coletivo. Finalmente serão

ainda disponibilizadas instalações sanitárias em ambos os edifícios, um espaço dedicado a serviços de receção e apoio administrativo (edifício novo) e espaços comuns de convívio, também em ambos os edifícios. O novo centro pretende “evidenciar-se como um espaço qualificado de acolhimento de microiniciativas empresariais”.

JOSÉ FERROLHO

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Área de produção aumentou no Alentejo devido a Alqueva

Colóquio Nacional do Milho trouxe especialistas a Beja O 7.º Colóquio Nacional do Milho este ano realizou-se em Beja. Na quarta-feira, dia 12, especialistas de duas das maiores potências agrícolas mundiais marcaram presença para debater os novos mercados do milho. Recorde-se que na região o aumento da área de milho ganhou uma importância preponderante com novos investimentos.

“O

s novos mercados mundiais de milho” foi um dos temas em destaque no colóquio deste ano, que uma vez mais, segundo a organização, “marcou a agenda da agricultura portuguesa de regadio”. E, de acordo com a organização, a Associação Nacional de Produtores do Milho e Sorgo (Anpromis), “cerca de 550 participantes marcaram presença”. A Anpromis trouxe a Beja Lucílio Alves, um dos mais conceituados analistas do mercado de cereais no Brasil, o terceiro maior produtor mundial de milho, e Jean-Jacques Hervé, especialista no mercado de

cereais da Ucrânia, país considerado por muitos como o “novo celeiro da Europa”. “Um dos aspetos que mais caracteriza o mercado mundial de cereais é a volatilidade de preços, que está relacionada não só com a conjuntura nacional, mas sobretudo com a influência de grandes mercados de produção mundial, aos quais temos de estar atentos”, refere Luís Vasconcellos e Souza, presidente da Anpromis, justificando, assim, a importância da presença destes dois especialistas. Para a Anpromis, a realização do 7.º Colóquio Nacional do Milho em Beja “constituiu uma oportunidade única para levar um conjunto de oradores nacionais e estrangeiros a debater temas tão importantes como o papel estratégico do Alqueva, onde o recente aumento da área de milho ganhou uma importância preponderante, com novos investimentos”. Segundo Luís Vasconcellos e Souza, “numa altura em que vão surgindo em Portugal novas áreas

de regadio importa relançar o tema da competitividade desta cultura, numa altura em que se avizinha a entrada em vigor de uma nova Política Agrícola Comum (PAC)”. De salientar que o Alentejo foi a região onde se registou o maior aumento (4 541 hectares), sobretudo na zona de influência do Alqueva, onde a área cultivada de milho grão aumentou cerca de 2 400 hectares. Segundo Luís Vasconcellos e Sousa, o aumento da área cultivada vai decorrer sobretudo na zona de inf luência do Alqueva, que “vai ser a grande nova zona de produção de milho” e terá um “papel estratégico” para o desenvolvimento da fileira em Portugal. No perímetro de rega do Alqueva, que “já é a terceira maior zona de produção de milho em Portugal”, depois das regiões de Entre Douro e Minho e Lisboa e Vale do Tejo, produzem-se cerca de 100 mil toneladas de milho e existem cerca de 48 600 hectares de área com boa aptidão para a cultura, dos quais quase 12 600 têm uma elevada aptidão, frisou.


José e Solange Mata, que têm representado as Danças de Salão da Sociedade Filarmónica Capricho Bejense, são os campeões nacionais, em Seniores 2 Open, na modalidade de danças latinas. O campeonato nacional realizou-se em Santarém e a dupla bejense vai agora representar Portugal nos campeonatos da Europa e do Mundo. Antes, porém, vão treinar com alguns dos melhores profissionais do mundo, uma formação apenas disponível para os vencedores, uma vez que é a federação que vai pagar as despesas.

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José e Solange Mata campões nacionais de danças latinas

Concurso de BD em Odemira Decorre até hoje, sexta-feira, dia 14, o Concurso de Banda Desenhada, dirigido a maiores de 16 anos, com tema livre. O concurso tem como prémios 300 euros para o 1.º classificado, 150 euros para o 2.º, e 75 euros para o 3.º lugar, sendo os trabalhos expostos entre os dias 1 e 21 de março. A partir do dia 25 e até ao dia 8 de março, decorrerá a feira do Comic Book e da BD, onde serão apresentados os títulos recentes e os clássicos da BD. A BDteca é promovida pelo município de Odemira e pela Sopa dos Artistas – Associação Local de Artistas Plásticos.

Posto de turismo de Beja atrai visitantes

Castelo reabre ainda este ano Foi no final de 2009 que o Posto de Turismo de Beja mudou as suas instalações para o castelo da cidade. Segundo Maria João Macedo, chefe da divisão de Turismo e Património cultural da Câmara Municipal de Beja, este é o principal motivo que justifica a passagem das 17 mil visitas para as mais de 33 mil que aconteceram desde então.

“O

castelo é o local, em qualquer terra que o tenha, onde as pessoas se dirigem em primeiro lugar e, aqui, encontram ainda um posto de turismo onde podem encontrar todas as informações acerca da cidade, do monumento e ainda de toda a região”, explicou a técnica. A contagem de visitas começou, a partir desta junção, a ser feita de forma unânime. Ou seja, é contada como visita ao posto de turismo qualquer pessoa que entre no castelo,

sendo que, da sua totalidade, “cerca de 70 por cento acabam por aproveitar a visita e procurar mais informações”. Quem visita o posto de turismo procura, na maioria dos casos, um roteiro. “Se é um visitante que só está por horas concentramo-nos em Beja e nos monumentos que serão mais fáceis de visitar. No caso dos turistas que permanecem na cidade mais tempo, além de locais para comer ou dormir procuram muito sobre os vinhos: onde experimentar, que atividades fazer”, adianta Maria João Macedo. Os concelhos em redor da capital de distrito, contudo, também não passam desapercebidos. “Quando o turista dispõe de mais tempo, alargamos a visita aos concelhos limítrofes como forma de ajudar a dar maior capacidade de atração deste território,” revela a responsável pelo Turismo na Câmara Municipal de Beja. O castelo é considerado por muitos o ex-

líbris da cidade, contudo o acesso à cobertura da sua Torre de Menagem está encerrado ao público há quatro anos por “questões de segurança”. “Trata-se de um monumento nacional. São projetos de intervenção que precisam de ser analisados e aprovados e que, neste momento, já estão em curso, o que nos permite avançar rapidamente com a execução da empreitada que visa a reabertura do acesso à cobertura ao público” informa Maria João Macedo. A intervenção irá incidir na reabilitação da cobertura e na iluminação interna, nomeadamente na escadaria e no interior das três salas da torre e em medidas de segurança de utilização do espaço. Serão também instalados painéis informativos acerca da história e arquitetura do monumento. As intervenções decorrerão durante o ano de 2014, no qual está garantida a reabertura do acesso à cobertura da Torre de Menagem. Gonçalo Farinho

Avaliação das candidaturas em novembro

Documentos do cante a Património da Humanidade já chegaram à Unesco

A

Casa do Cante, em Serpa, enquanto entidade responsável pela candidatura do cante alentejano à lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco, informou que “tem vindo a trabalhar na revisão do formulário, assim como na obtenção de um conjunto significativo de declarações individuais dos grupos corais”. Documentação, esta, que já foi PUB

entregue, há duas semanas, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, seguindo para Paris em mala diplomática. A Casa do Cante informa que já recebeu a confirmação de receção destes documentos por parte da Unesco e que já estão on line o formulário e o corpus de declarações. Segundo a Casa do Cante, “a documentação será entregue ao grupo de especialistas intergovernamentais que

fará a avaliação das candidaturas na IX sessão, marcada para os dias 24-28 de novembro”. “O trabalho da Casa do Cante tem-se pautado por uma forma silenciosa de preparação. Da candidatura e do desenho sério de uma estratégia sustentada que permite criar uma salvaguarda para o cante alentejano”, esclarece a entidade responsável pela candidatura.

Projeto “Padrinhos de Leitura” em Moura Alunos do pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico, público e particular, de Moura vão receber apoios financeiros de instituições e empresas do concelho para comprarem livros, através do projeto “Padrinhos de Leitura”, promovido pelo município. O projeto, de solidariedade e responsabilidade social e de promoção da leitura e de criação de novos leitores, é promovido no âmbito da 34.ª Feira do Livro de Moura, que vai decorrer entre 26 de março e 6 de abril, no Parque de Feiras e Exposições da cidade, explica a autarquia. Segundo a Câmara de Moura, as entidades que se associarem ao projeto vão tornar-se “padrinhos de leitura” de uma das 50 turmas do pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico existentes no concelho e, através do apoio financeiro doado, os alunos apadrinhados, num total de 1 200, vão poder comprar livros na Feira do Livro de Moura.

Crianças Castro Verde e Entradas em projeto de arte comunitária As crianças do 1.º ciclo das escolas de Entradas e Castro Verde já iniciaram os trabalhos comunitários no âmbito do Festival Entrudanças, que este ano decorre de 28 de fevereiro a 2 de março, em Entradas. A participação das escolas na dinamização de projetos é um dos pontos altos da programação do festival, que aposta na criação e na salvaguarda da identidade local, bem como na dinamização da comunidade e das suas tradições, explica a Câmara Municipal de Castro Verde, em comunicado enviado. “Liberdade à Volta da Cabeça” é o projeto de arte comunitária que a Baal 17 está a desenvolver com as crianças do 1.º ciclo, explorando o conceito da liberdade através de diversas linguagens artísticas, como o teatro e a roda.


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O cante alentejano não é muito fácil de ouvir nos tempos que correm, reconheço isso. Mas não é fácil porque não é divulgado. É obrigatório pô-lo mais evidente, mais visível. Isto não é só ser reconhecido pela Unesco e ficar tudo na mesma”.

Cultura

Janita Salomé encontra-se com músicos espanhóis e marroquinos este domingo em Beja

Em nome de Al-Mu’Tamid Há um mar cultural que nos une. E esse mar chama-se Mediterrâneo. É este o ponto O que podemos esperar do concerto “Al-Mu’Tamid Rei-Poeta do Al Andalus”?

Podemos esperar um encontro de músicos de diferentes culturas que estão intimamente ligadas ao Al Andalus. Por um lado há um cantor marroquino que é o Serghini El Arabi, um cantor espanhol, natural de Badajoz, mas que vive em Sevilha, que é o Cesar Carazo, e músicos dos três países. Gente com muito em comum. A direção musical é do Filipe Raposo. Isto é algo que não foi muito experimentado até hoje e tem esse caráter que pode ser inovador. Os arranjos são feitos em função dos instrumentos, na maioria instrumentos da época, e vamos tentar devolver ao conhecimento dos portugueses, nomeadamente dos bejenses, a obra e a importância de Al-Mu’Tamid.

de partida para um concerto musical que, no próximo domingo, no Pax Julia, juntará músicos de Portugal, Espanha e Marrocos, em torno da poesia do poeta árabe bejense Al-Mu’Tamid. Janita Salomé, a voz portuguesa deste encontro, revelou ao “Diário do Alentejo” que as suas raízes musicais residem precisamente nessa partilha cultural. E que é necessário lutar contra o preconceito civilizacional. No ano em que a Unesco vai apreciar a candidatura do cante alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade, Janita Salomé acredita que a mais emblemática expressão musical do Alentejo “está viva” e em estado avançado de renovação. O cantor do Redondo lança novo disco na primavera. Chama-se “Em nome da rosa”. E inclui três temas sefarditas. Texto Paulo Barriga

É um espetáculo que junta músicos de Portugal, Espanha e Marrocos. Há aqui uma matriz comum à música destes povos?

Há muito em comum. De facto, há um fio condutor que liga, não só pela sua história, estes povos. Temos como matriz o Mediterrâneo e a nossa música naturalmente que reflete toda esta proximidade. Vamos procurar pôr isso em prática no palco, através de inéditos em torno da poesia do Al-Mu’Tamid, poeta nascido em Beja e que foi rei de Sevilha.

O cante alentejano continua a ser uma constante na obra musical do Janita Salomé…

Como surgiu a ideia deste espetáculo?

Foi o Carlos Gomes, que é o diretor artístico, que idealizou este espetáculo, que o concebeu e que nos lançou o desafio. E nós aceitámos de peito aberto. Mesmo na tua carreira a solo já por várias vezes interpretaste poemas do Al-Mu’Tamid. O que te atrai neste poeta do século XI?

Chamam-me as origens. Partilho a opinião dos arabistas, nomeadamente de António Borges Coelho, quando ele diz que a poesia arábico-andaluza é tão importante para a nossa cultura como a poesia galaico-portuguesa. A cultura e o pensamento do Al

Vou fazer uma experiência com o Serghini El Arabi. Ele vai cantar um tema tradicional marroquino ao qual eu junto a moda “Salsa verde”. Quem quiser que faça a comparação e que tenha alguma intuição para perceber a proximidade das duas músicas. Sempre me disseram, nomeadamente marroquinos que conheço, que os cantares alentejanos se parecem muito com certas canções tradicionais de Marrocos. Aliás, o cante alentejano ligam-no também aos cantes bizantinos, à música coral tradicional grega, enfim, a matriz mediterrânica talvez explique de alguma forma esta proximidade, estas semelhanças. Mas falar de origens é sempre um terreno escorregadio. Não vou por aí. Mas não tenho dúvidas de que, ao longo dos milénios, foram-se sedimentando e foram-se criando hábitos que são comuns a todos estes povos da bacia mediterrânica. E isso é evidente no caso dos árabes. A última vaga de civilização que antecedeu a nossa nacionalidade foi precisamente a ocupação árabe que durou 500 ou 600 anos. É impossível este povos terem esta presença durante tantos anos e não deixarem marcas muito profundas na nossa cultura e, naturalmente, na nossa música.

Andalus continuam sem grande projeção em Portugal. Achas que há aqui algum preconceito em relação a este tempo histórico e civilizacional?

Penso que sim. Há preconceitos de ordem religiosa, por um lado, e outros estigmas que hoje predominam em relação ao mundo árabe. No mundo árabe há radicalismos e há gente tolerante e interessante, tal

como aqui. Os fundamentalismos existem em todas as culturas, em todas as religiões, mas agora os maus da fita e a diabolização estão dirigidos aos árabes. Aqui, a Igreja tem uma grande responsabilidade e, depois, há um desconhecimento profundo do que foram os primórdios da Idade Média portuguesa. O que é pena, porque muito do que é a nossa cultura, os nossos costumes, o nosso

sangue, está intimamente ligado à presença dos povos do Islão e de todos os povos mediterrânicos que por aqui passaram. Todas essas culturas ajudaram a criar os fundamentos da existência deste país e desta Europa. Existem algumas correntes que ligam as origens do cante alentejano à música antiga do Magreb. Partilhas dessa opinião?

Sou natural do Redondo, que é onde se dá a transição do cante coral para outras formas de cantar no Alentejo. Essa divisória está precisamente no meu concelho e também no concelho de Évora. O cante começa a aparecer logo em Montoito e, entretanto, também se “propagou” à vila. O Grupo de Cantadores do Redondo já conta com duas gerações de cantadores. Talvez tenha sido um dos últimos fenómenos, digamos, de disseminação do cante, porque o cante com certeza não caiu de paraquedas aqui ou ali, foram-se criando condições ao longo dos séculos até aos nossos tempos e isso só mostra que o cante alentejano está vivo e continua a expandir-se. Este é um ano decisivo para o cante alentejano com a apreciação pela Unesco da candidatura a


Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

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Autor bejense quis fugir à “tirania insensível” dos grandes grupos

Património Cultural e Imaterial da Humanidade. Como é que encaras esta candidatura?

Qual é o alentejano que não gostará de ver o cante reconhecido internacionalmente, pergunto eu? Claro que vai ser um estímulo muito grande, aliás isso sente-se. Sente-se porque começa a aparecer gente bastante nova no cante, que era coisa que até aqui há alguns anos atrás não acontecia. A rapaziada ingressava nos grupos já mais velha, sabia as modas mas só se interessava pelos grupos depois de estar instalada na vida. Os mais novos não queriam estar a vestir a farda dos mais velhos, embora no fundo estivessem dentro do cante. Mas estão, a paixão existe, o cante está vivo.

partir de agora, mundial?

Não sei, isso é uma incógnita. O cante alentejano não é muito fácil de ouvir nos tempos que correm, reconheço isso. Mas não é fácil porque não é divulgado. É obrigatório pô-lo mais evidente, mais visível. Isto não é só ser reconhecido pela Unesco e ficar tudo na mesma. Não sei como será o futuro do cante. Mas a nível internacional isso há de ter repercussões até pela explosão de gente que irá interessar-se pelo cante. Por outro lado, parece-me que esta candidatura vai ser um estímulo para a inovação e para a renovação do cante alentejano e para a sua revitalização. Mas isso vai acontecer por tentativas, por experiências, bem ou mal sucedidas… Logo se verá. O necessário é arriscar, correr riscos.

Agora já não é bem assim…

Está a haver uma transição. Eu tenho conhecimento pessoal de que isso assim é. O último grupo de que tive conhecimento é precisamente aí de Beja, os Bubedanas, bastante novos, com uma média etária baixíssima. Cantam muitíssimo bem, afinadíssimos, são muito rigorosos naquilo que cantam, e começam a tentar inovar. Já começaram a introduzir uma terceira voz que os puristas vão contradizer com certeza, vão-se atirar a isso, vão criticar, mas isso é normal no processo de evolução. Os conservadores acham que tudo deve ficar na mesma. Mas há quem queira, tal como o padre Marvão dizia já nos anos 50, que o cante alentejano se junte a outros cantes, a outras experiências, sob pena de estiolar e ficar uma peça de museu. Que importância é que o cante tem no panorama musical nacional e, a PUB

António Vilhena publica obras em editora própria

Em termos de novos projetos o que podemos esperar do Janita Salomé nos próximos tempos?

Tenho um disco pronto, chamado “Em nome da rosa”, que vai sair entre abril e maio. Vai incluir alguns temas que estão intimamente relacionados com o espetáculo que se vai passar em Beja. Vou incluir no disco três temas sefarditas, um mundo que também está por conhecer. Não tem nada a ver com Israel, demarco-me de todo da visão que os responsáveis israelitas, os políticos e outra gente menos interessante e menos interessada têm do convívio entre os povos. Interessa-me apenas a história do nosso povo e a história dos judeus, enquanto parte muito importante da nossa própria história. Trata-se de um apelo às minhas origens, porque eu sou sefardita, o nome Salomé não é por acaso, não é nome artístico, é nome de família.

O grande “sol” do catálogo da Caracol Edições é a saga da Formiga Barriguda, uma coleção para a infância que já vai em dois volumes e que se prepara para um terceiro, com “milhares de leitores” cá dentro e lá fora. A poesia surge também como uma “opção estratégica”, já que é um nicho que “tem mercado e leitores” a ser considerados, revela o poeta.

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psicólogo e autor bejense António Vilhena, a residir em Coimbra há três décadas, fundou recentemente a sua própria editora, a Caracol Edições, na senda de outros escritores que se têm rebelado contra o que considera a “tirania insensível” do panorama editorial em Portugal. A editora foi criada “para responder a uma opção de vida independente e para fugir aos grandes grupos que descaracterizaram as editoras” e que “transformaram os autores em reféns dos seus interesses, comercializando os seus livros como se fossem sabonetes”, explicou António Vilhena ao “Diário do Alentejo”, descrevendo a Caracol Edições como “um projeto de longo prazo assente no axioma de que um autor deve ter uma marca que o defenda e que escude o essencial: a literatura”. Até ao momento, a Caracol Edições já fez sair quatro títulos, todos do próprio autor – Canto Imperecível das Aves e Templo

do Fogo Insaciável (poesia) e A Formiga Barriguda e As Férias da Formiga Barriguda (coleção infantil) – sendo que, em breve, o catálogo “crescerá com novos autores”, garante António Vilhena. A poesia, “parente pobre da edição em Portugal”, surge neste contexto como uma “opção estratégica”, já que é um nicho que “tem mercado e leitores” a ser considerados. Mas o grande emblema da Caracol Edições, admite o autor, é a saga da Formiga Barriguda, que começou inocentemente como uma história para contar aos filhos, Rodolfo e Susana, tendo evoluído depois para um conto infantil e para uma narrativa com ilustrações de Inês Massano. “Este projeto ganhou a admiração de professores e educadores e, principalmente, o fascínio das crianças. Tem milhares de leitores em todo o País, Brasil,

Estados Unidos, Cabo Verde e, ainda, Angola. Os livros desta aventura estão escritos em três línguas no mesmo livro: português, francês e inglês. Quando vou às escolas levo, também, a mascote da Formiga Barriguda. Pode-se dizer que esta coleção é o sol da Caracol Edições”, orgulha-se António Vilhena. E, ainda este ano, os pequenos leitores podem ter por certa uma terceira aventura, denominada A Orquestra da Formiga Barriguda, mais uma vez fiel aos valores fundamentais que norteiam esta saga, e que são “a solidariedade, a tolerância, a partilha e a diferença”. A pensar no público juvenil, está prevista também uma coleção, para o 2.º e 3.º ciclos, onde serão “recuperados” os mitos gregos e latinos, com certificação científica do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra. O primeiro livro, sobre o regresso de Ulisses da Guerra de Troia, sairá ainda este ano, desvenda António Vilhena. Sobre a capacidade de resistência de uma pequena editora como a Caracol no mercado editorial português, o escritor assegura que ela assenta “no perfil do autor e na disponibilidade para promover os seus livros em todo o País, nas escolas, bibliotecas, associações e feiras do livro”. “Há um roteiro que está disponível e ávido para receber os autores. É esse roteiro que assegura o sucesso desta editora”, conclui. CF


Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

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O “Jornal Sudoeste” nasce da vontade de preencher o enorme vazio que existe em matéria de imprensa em Odemira e nos concelhos limítrofes (Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines), propondo-se a levar aos nossos leitores as aspirações e as preocupações de toda a região. Carlos Pinto, primeiro editorial do “Jornal Sudoeste”, 7 de fevereiro de 2014

Opinião

De Miró às indústrias criativas vai um (des) governo de distância Marcos Aguiar Licenciado em Psicologia

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Governo de Portugal tentou vender no estrageiro, às escondidas dos portugueses, 85 quadros de Joan Miró, obras que passaram para a posse do Estado após a nacionalização do BPN – Banco Português de Negócios. A única coisa boa que resultou do maior roubo de sempre na história do nosso país (que todos nós portugueses estamos a pagar) é, para este governo, uma insignificância passível de ser alienada à pressa, sem o aval de especialistas e em desrespeito pelas decisões dos tribunais. Na perspetiva do Governo, Miró não serve a Portugal. Nesta linha de pensamento, por que não vender então os Jerónimos? Os Clérigos? As Berlengas? O Galo de Barcelos? E o Castelo de Beja? Sim, um castelo daria certamente uns cobres para abater à dívida. Melhor: vendamos a nossa alma que, a partir desse momento, nada mais nos pesará na consciência e poderemos alienar até as nossas queridas mães. Não apelo, por isso, à consciência dos governantes, porque essa eles já demonstraram ter pouca (ou nenhuma). Apelo, sim, à análise fria dos números, faina em que os próprios se consideram mais que os outros. E vamos a eles… O estudo “A cultura e a criatividade na internacionalização da economia portuguesa”, da autoria da Sociedade de Consultores Augusto Mateus & Associados, encomendado e tornado público pelo atual governo, em novembro de 2013, realça a importância económica das indústrias criativas e relacionadas. Entre 2001 e 2011 estas tiveram taxas de crescimento entre os 10 e os 11 por cento, acima do ritmo exportador da economia portuguesa, demonstrando, entre outros indicadores favoráveis, maior resiliência deste subsetor à crise mundial, instalada a partir de 2009, quando comparado com a generalidade das exportações nacionais. Na Europa, as indústrias criativas representam um volume de negócios de 654 mil milhões de euros, correspondendo a 2,6 por cento do Produto Interno Bruto da União Europeia, e estão a crescer 12,3 por cento, acima da média da economia, empregando cerca de seis milhões de pessoas. Regressando à Península Ibérica de Miró, e de acordo com um estudo da Addict – Agência para o Desenvolvimento das Indústrias Criativas, no espaço do Norte de Portugal e da Galiza, este subsetor fatura anualmente 1 200 milhões de euros, empregando mais de 64 mil pessoas. É, pois, de uma incompetência a todos os níveis tentar vender as obras de Miró à pressa e sem reflexão aprofundada. Não se trata “apenas” de ter sensibilidade para a cultura (seria pedir demais a quem se assume obcecado pelos números), trata-se de economia pura e dura – que até deveria ser “uma praia” mais agradável aos nossos burocratas. Ora vejamos: mantendo a coleção no domínio público e tornando-a visitável, em poucos anos, atrairia a Portugal milhares e milhares de turistas e de especialistas em arte, gerando mais-valias importantes para a economia que superariam amplamente o resultado expetável da venda das obras – uns míseros 30 milhões de euros. Não ver isto é não entender a importância demonstrada da cultura, do património e da criatividade para a dinamização e internacionalização da economia portuguesa. Não

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A reorganização do MAPA JUDICIÁRIO nacional é de todo ridícula e vilã. Mais uma vez, são as localidades do interior do País que vão sofrer as consequências do seguidismo cego do Governo face à Troika. É verdade que, no nosso distrito, “pouparam” o tribunal de Mértola, mas não deixaram de eliminar o de Portel, que fazia parte da comarca de Beja, e o de Sines. Como se pode melhorar a Justiça, promovendo a injustiça? PB

É certo que os quadros do pintor Miró são boas obras de pintura, mas também é certo que tais obras só vieram parar à mão do Estado por consequência da nacionalização do banco, pelo que, sendo património do banco nacionalizado, foram, também elas, nacionalizadas. Luís Assis, “Brados do Alentejo”, 6 de fevereiro de 2014

ver isto é, em suma, não perceber nada de economia. Em Portugal, da grandiosidade da arte de Miró às indústrias criativas, vai um (des)governo de distância e, perante tanta asneira, é bom começarmos todos a dar importância às palavras premonitórias do economista Augusto Mateus (o mesmo do estudo que o Governo encomendou): “As indústrias vão todas ter que ser criativas se não desaparecem”. E à “indústria da política”, se continuar sem pinga de criatividade, o que acontecerá?

Danças do reconhecimento

de Facebook. Inquieta-me. Tão só isso. E nesta inquietude relembro Tonicha e Fernando Mamede. Vencedores que o silêncio não pode esquecer. Os artigos de Jorge Barnabé são publicados em simultâneo em www.alentejoemlinha.pt e no “Diário do Alentejo”.

Miró e o mais Ruy Ventura Poeta e ensaísta

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Jorge Barnabé Empresário

sta semana dou descanso à reflexão política. Porque a vida não se faz apenas de fatalismos. Nem de desesperança. Nem de maus exemplos. Felizmente. Há coisas boas que acontecem. Pessoas que nos animam o espirito. Gente que se esforça. Que faz acontecer o sucesso. Que nos representam. Que entalham o orgulho na nossa vivência. Mesmo que não os valorizemos como deveríamos fazer. E deveríamos!... Ao longo dos últimos anos a nossa região tem sido a origem de muitos sucessos na área da cultura. É o caso de António Zambujo, que ainda agora terminou uma tournée simbólica no Canadá e nos Estados Unidos. É o caso dos Virgem Suta, que ultrapassaram com grande mérito o fatalismo do fenómeno e são uma referência no panorama musical português. Mas é também o caso de Jorge Serafim que inunda com palavras limpas e abertas várias gerações de portugueses, em grandes salas e em importantes bibliotecas e escolas de Portugal inteiro. É o caso de Paulo Ribeiro, extraordinário cantautor que não se resigna, nem pode, tal é a dimensão da qualidade do seu trabalho. É o caso dos Adiafa que, para além do exagero da morte anunciada são o projeto de uma marca identitária que faz “estralar” o País. E há ainda outros que em breve singrarão com merecido mérito na tenacidade, no esforço e na dedicação de cumprir a ambição de fazer. Falo-vos de A Moda Mãe e dos Bubedanas, entre outros, que, aos poucos, vencem a barreira de uma região do interior. A qualidade não lhes falta. Não lhes falte a oportunidade. Mas hoje escrevo pelo silêncio que abafa as coisas boas. Um silêncio largo que nos acomoda na pequenez. Que muitas vezes faz ignorar o sucesso destes e de outros conterrâneos, que nos orgulham apenas quando nos dá jeito. Como se fosse saudade. Apenas saudade. E por tudo o que nos dão mereciam mais. Muito mais. Quero-vos falar de um casal esforçado. Cuja opção performativa exige grandes sacrifícios. E disciplina. E tempo de uma vida inteira dedicada ao sonho. Falo-vos de José e Sol Mata. Campeões de danças de salão. Vencedores consolidados aqui e lá fora. Sim lá fora, para além da fronteira com Espanha. Campeões numa competição aguerrida. Numa arte exigente e rigorosa. Com valor. Com virtude. E hoje falo-vos deles porque o merecem. Porque as notícias, poucas e frias, das suas conquistas me fazem sentir orgulhoso. E deveriam obrigar-nos a todos a reconhecer o seu mérito. Falo-vos deles sem ser seu amigo. Sem partilhar qualquer cumplicidade. Apenas porque me inquieta que os bons exemplos, em alguns casos, fiquem perdidos num post

ou há muito admirador da arte de Joan Miró, sobretudo desde que li, no original, os textos de André Breton que várias pinturas suas geraram. Apesar disto, se me garantissem que a centena de milhões de euros resultante do leilão das peças detidas pelo Estado Português seria aplicada exclusivamente na revitalização/recuperação do património nacional, até aceitaria resignado a sua venda (embora pensando que valeria a pena guardar os cinco ou seis quadros mais significativos, incluindo-os e expondo-os num dos museus nacionais). Como tal está longe de ser garantido – ou seja, nunca será concretizado – sou absolutamente contra tal procedimento. Defender essa alienação como quem vê na altíssima pintura do autor catalão uma magra pastilha elástica para tapar os buracos (e são tantos e tão grandes!) da roubalheira nacional é promover a alienação artística, cultural, mental e espiritual do povo português. Mas não será esse o propósito de quem nos governa? promover a alienação artística, cultural, mental e espiritual do povo português? Há poucos dias o senhor doutor Passos Coelho defendeu que só devem ser atribuídas bolsas de estudo aos doutorandos cujo estudo contribua para o acréscimo do lucro das empresas (assim mesmo disse o presidente do conselho...). Ou seja, deseja excluir do apoio estatal toda a investigação em ciências sociais e em humanidades, que – como é bom de ver – em nada contribui para o lucro dos exportadores e especuladores nacionais, a não ser, talvez, para tornar o bom povo lusitano mais consciente das atrocidades de que vem sendo vítima, organizadas pelos sucessivos governos que só por ironia podemos designar “socialistas” ou “social democratas”. Deixemo-nos de meias-palavras. O que gente como Sócrates, Coelho, Portas e quejandos desejam é uma sociedade à romana: com pão e circo, mas sem arte convulsiva, sem cultura crítica e atuante, sem um pensamento independente, sem vida espiritual. Eles e os seus congéneres europeus, americanos e asiáticos. Ou seja, querem fazer do regime uma macaqueação da democracia, onde tudo se governa pelo lucro e pelo dinheiro (o célebre reino bíblico de Mamon). O país que, no fundo desejam, será constituído por cidadãos contentes mas infelizes, produtores de gargalhadas alarves perante programas de televisão onde se destrói a dignidade e a intimidade. Desejam uma arte e uma literatura que sejam apenas espetáculos para burros verem e pouco pensarem (os simpáticos asnos que me perdoem!). Desejam um ensino e uma educação que nem instrução verdadeira chegam a ser. Desejam, no fundo, governar uma massa humana que, amedrontada, com salários baixos, nem de um protesto veemente seja capaz. Passos Coelho quer vender os quadros de Miró? Se pudesse, até o País venderia. Guardaria a massa num malão e fugiria para o estrangeiro. Pensemos nas chamadas “privatizações”... Não é isso que está a acontecer?


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Comissão acaba de lançar a edição de 2014 dos Prémios Eu rop e u s de P romo ç ão Empresarial. Estes prémios visam recompensar as iniciativas mais criativas e bem sucedidas de organismos públicos e parcerias público-privadas da União Europeia que promovem o empreendedorismo e, em especial, as pequenas e médias empresas. Os concursos nacionais têm início agora e, em maio, os vencedores de cada país serão selecionados para competir a nível internacional. O grande objetivo dos participantes é a conquista do Grande Prémio do Júri, que será entregue em Nápoles, em outubro. Os prémios estão divididos em seis categorias: promoção do empreendedorismo, investimento em qualificações, melhorar o enquadramento empresarial, apoio à internacionalização das empresas, apoio ao desenvolvimento de mercados verdes e à eficácia dos recursos e iniciativa empresarial responsável e inclusiva. O concurso inclui duas fases de qualificação, devendo os candidatos primeiramente concorrer a nível nacional e ser, então, elegíveis para concorrer à escala europeia. Cada país selecionará, entre os candidatos ao concurso nacional, dois que serão nomeados para o concurso europeu até maio de 2014. Todos os nomeados dos concursos nacionais e europeu serão convidados a estar presentes na cerimónia de entrega dos prémios, que reconhece os vencedores pelos respetivos esforços e lhes proporciona a oportunidade de se darem a conhecer num ambiente pan-europeu. Os prémios serão entregues aos vencedores numa cerimónia que se realizará no âmbito da Assembleia de PME 2014, em Nápoles, Itália, em 2-3 de outubro. Desde 2006, os Prémios Europeus de Promoção Empresarial têm recompensado a excelência na promoção do empreendedorismo e das pequenas empresas a nível nacional, regional e local. Desde que foi lançada a iniciativa, já se candidataram 2 500 projetos, que, em conjunto, contribuíram para apoiar a criação de mais de 10 000 novas empresas. Na última edição destes prémios, em 2013, a Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos (Apiccaps), sedeada no Porto, foi a vencedora europeia na categoria do Apoio à Internacionalização das Empresas. Para mais informações sobre como candidatar-se a estes prémios consulte a página: http://ec.europa.eu/enterprise/ index_pt.htm

Representação em Portugal da Comissão Europeia

15 O relatório final do grupo de trabalho para as INFRAESTRUTURAS de elevado valor acrescentado não reconheceu no Baixo Alentejo qualquer projeto prioritário. Ou seja, até 2020, não há vai haver nada para ninguém. É uma espécie de vingança do chinês. Já nos ofereceram Alqueva numa bandeja e agora temos de aguentar os cavalos até ver. Até quando? PB

Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

Concurso União Europeia lança Prémios Europeus de Promoção Empresarial

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Esse mesmo Miguel Ramalho ainda há pouco mais de uma semana, clamou vigorosamente e até numa postura anti democrática, contra o ministro do Governo PSD/PP, Poiares Maduro. Julgando estar no seu espaço de liberdade, pisou claramente o risco da solidariedade com o seu parceiro de governo de freguesia [S. João Batista e Santiago Maior, em Beja]. Deixar passar isto em branco, é o princípio da implosão do que resta do PSD Beja e mergulhar numa noite longa e escura de inutilidade autárquica. João Paulo Ramôa, Rádio Pax, 10 de fevereiro de 2014

Cartas ao diretor O país não desejado Manuel Vargas Aljustrel

Na conjuntura atual vivemos na mais ingrata das encruzilhadas: Aquela em que não podemos dizer que todo o que foi feito (pelo Governo) foi mau, mas também não podemos anunciar a certeza, longe disso, de estarmos finalmente no bom caminho, da resolução dos nosso problemas financeiros e da recuperação económica. Parece não haver nem meio-termo nem espaço para o consenso político. E deveria haver. É esse bom senso, esse equilíbrio, que evidencia as sociedades desenvolvidas. Portugal não está bem – e isso não se vê apenas na economia, nas finanças, na taxa de emprego, na educação… Vê-se todos os dias, na discussão rasteira, na opinião conflituosa, na incapacidade de definir políticas em áreas sociais, em pensar para além do horizonte da troika em matérias que não tenham que ver com o défice, a dúvida, os números… Será bom recordar que é já no dia 17 de maio, dia em que termina o programa de ajustamento, e por conseguinte, o fim da simbólica tutela da troika que irá alterar radicalmente a vida económica e social do país no próximo ano. E os partidos da maioria irão chamar vitória por Portugal ter resistido às doses industrias de austeridade. Mas só há duas opções: ou conseguimos financiamento nos mercados sem ajuda dos parceiros europeus, tal como aconteceu com a Irlanda, o negociar o programa cautelar, uma espécie de garantia financeira dada pelo BCE e CE, de que conseguimos honrar os nossos compromissos com os credores, sinónimo de meninos bem comportados. Toda esta situação dependerá, como já disse no meu último artigo “O Sonho comanda a Vida”, da evolução das taxas de juro da dívida, que segundo os nossos governantes têm sido um sucesso. E o que diriam os mesmos se tivessem obtido taxas de juro idênticas à da nossa vizinha Espanha? Sem comentários. Por isso as incógnitas sobre um provável programa cautelar estendem-se àquele que será o Orçamento de Estado para 2015, o ano em que Paulo Portas vaticinou uma tão ansiada descida de impostos, nomeadamente do IRS. Sendo assim e sem pretender fazer futurologia, nem de velho do Restelo, espero para ver quais os resultados positivos que possam surgir em prol de uma vida melhor para o povo português.

Conversas com deus

Funerais

José Fernando Batista Aljustrel

Os reformados com as reformas mais baixas estão preocupados. Temem que quando chegar o seu dia de morrer não tenham dinheiro para pagar o funeral, em virtude de terem gasto o seu dinheiro com medicamentos, telefone e eletricidade e com a brutalidade dos impostos. O que vai acontecer com o seu corpo depois de morto? Talvez voltemos ao antigamente, quando as pessoas eram enroladas num cobertor e atiradas para dentro de uma cova como se fossem animais. É o que este Governo fascista tem provocado aos que menos têm.

Pedro Passos Coelho afirmou, a propósito da saída da troika, que em maio não vai haver “nenhum milagre económico”. Mas quem é Passos Coelho para falar em milagres? Agora é sacerdote? Nada disso, quanto mais bispo ou cardeal! Um homem destes a falar de milagres? Como já escrevi no Facebook, tive a oportunidade de conhecer Deus Nosso Senhor, que me foi apresentado por uma amiga, numa visita a Fátima; falámos e quero partilhar o resultado dessa conversa com todos. Eu – Deus Nosso Senhor, confirma as palavras de Passos Coelho, segundo as quais não haverá milagre económico em maio? DNS – Quem? Eu – Passos Coelho, o primeiro-ministro de Portugal. DNS – Sei onde fica Portugal. Não me lembrava era do nome do ministro; como andam sempre a mudar… Eu – Mas pode confirmar se vai haver algum milagre em maio? DN. – Olhe, se chegarmos a maio todos vivos e a conseguir comer uma açorda todos os dias já é um grande milagre, mas isso não se deve à intervenção desse senhor, mas sim ao meu filho, Jesus Cristo. Eu – Portanto, pode desmentir o primeiro-ministro de Portugal e dizer que, em maio, até pode haver um milagre. DNS - Eu posso desmentir quem quiser porque só eu digo a verdade. Mas eu não vou por aí, não me interessa a política. Eu – Nem admite candidatar-se às europeias, uma coisa em grande? DNS- Não! Só se fosse às presidenciais. Até porque era altura de estar lá alguém que não fosse apenas uma espécie de faz de conta. Eu – Desculpe a insistência; podemos esperar o milagre económico quando a troika se for embora? DNS - Sim, podem. O que é preciso para haver milagres não é a troika ir-se embora. Já cortaram salários, diminuíram as reformas e os subsídios; não foram capazes de detetar fraudes em bancos como o BPN, cujas testemunhas de acusação ainda estão a ouvir. Isso é uma vergonha. Mas tenham fé. A fé é que move montanhas e faz os rios correr ao contrário. A troika é uma coisa sem importância, como esse rapazola do Coelho que não tem feito nada por nós. Eu – Por nós quem? DNS - Os reformados! Quantos anos pensa que eu tenho? Não tem feito nada por nós, esse malandro. É só sacar, sacar…

Diamantino António Funcheira

O Estado Hugo Silva Carulo Beja

O que é o Estado? Se para alguns é o Estado uma nação politicamente organizada com intuito de regulamentar a sociedade e proteger os seus concidadãos, para outros, será, uma estrutura que nos descomanda e cuja base assenta no confisco. Inicialmente era premissa do Estado a valoração dos princípios democráticos, tais como: liberdade, igualdade e fraternidade. Todavia, nos tempos hodiernos, resume-se o Estado – infelizmente -, a uma embarcação de corsários, dirigida um por um conjunto de “tripulantes” de duvidosa reputação, que pratica saques e pilhagens, com força de Lei, em proveito próprio. Contudo, o surgimento desta nova realidade de Estado deve-se de entre outros arautos, aos energúmenos que nos administraram e nos continuam a administrar. Se antes, ser político era sinónimo de respeito, justiça, humidade, igualdade, hoje é, - salvo honrosas execpções - sinónimo de incompetência, interesse, vaidade. Quando saliento, “…de entre outros…”, também, nós – onde obviamente me incluo -, somos culpados pelo sucedido. Seja por ação, seja por omissão. No que à primeira concerne, por votarmos constantemente em partidos e não nas pessoas. Continuam as máquinas partidárias a serem mais apetecíveis para alguns - geradora de tachos - se me faço entender. No que à segunda concerne, quem se aliena do conhecimento da vida política, não deve criticar nem tão pouco opinar, pois que não laçam mão do direito-dever do qual são detentores, o direito de voto. Contudo, e pese embora este reparo, não é o Estado, pessoa de bem! Já Nietzsche expressava: “O Estado é o mais frio de todos os monstros frios; mente friamente e eis a mentira que escorrega da sua boca: “Eu, o Estado, sou o Povo.”


Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

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Reportagem

Nerbe apoia nove mulheres na criação do próprio negócio

Empresárias graças à crise

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ncontram-se, de momento, em fase de instalação nove recentes pequenos negócios na região de Beja. Todos desenvolvidos por mulheres e impulsionados pelo desemprego. Ideias que já fermentavam há muito na imaginação de muitas mas que estavam à espera, como tudo na vida, de uma situação limite para ganharem corpo. E de um primeiro empurrão, claro. “A crise acaba por ser uma oportunidade. Vou implementar uma ideia em que já pensava há muito tempo. E se não fosse a crise, a irregularidade do ensino, que se agudizou nos últimos dois anos, se calhar eu não teria avançado com esta ideia”. A evidente pronúncia do Norte denuncia Susana Magalhães, que se reúne com mais três colegas, e futuras empresárias, nas instalações da Associação

Susana, professora. Patrícia, arqueóloga. Teresa e Maria Antónia, administrativas. Quatro mulheres desempregadas mas com a cabeça a fervilhar de ideias, à espera do empurrão inicial. A pensar nelas e noutras como elas, o Nerbe lançou, no último verão, o projeto de Apoio à Criação de Empresas Geridas por Mulheres, misto de formação e consultoria em empreendedorismo. As ideias amadureceram e agora são negócios prontos a instalar. Não apesar da crise, mas por causa dela. Texto Carla Ferreira Fotos José Ferrolho

Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral (Nerbe/Aebal). Foi ali que tudo começou há mais ou menos sete meses. Susana é de Braga, viveu em Lisboa por 20 anos e reside em Beja há dois, cidade para onde foi deslocado o marido, militar. Com 39 anos, é professora de Geografia sem colocação e acumula também alguma experiência na área da informação médica e da saúde. O projeto de Apoio à Criação de Empresas Geridas por Mulheres, lançado pelo Nerbe no último verão, no âmbito de uma candidatura ao Programa Operacional Potencial Humano (POPH), pareceu-lhe o “primeiro empurrão” que faltava. Desde julho, Susana e as restantes aspirantes a empresárias selecionadas (12 de um universo de 40 candidaturas), passaram por quase 200 horas de formação na


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Mulheres “mais acutilantes” nos negócios

istoricamente mais elevado do que o masculino”, o desemprego feminino é, atualmente, “uma das questões que mais preocupam” o Nerbe, explicou ao “Diário do Alentejo” o presidente da estrutura, Filipe Pombeiro, justificando a candidatura ao POPH para desenvolvimento do projeto de Apoio à Criação de Empresas Geridas por Mulheres. “É a nossa contribuição, pequena, para que pelo menos estas mulheres consigam criar o seu posto de trabalho”, admite o responsável, lembrando que o projeto em causa, que atraiu 40 candidatas iniciais, “é muito mais do que um curso”, já que “tem uma componente de formação, uma componente de apoio ao investimento, com um subsídio não reembolsá-

área do empreendedorismo, após o que se seguiu a fase de tutoria/consultoria, ao longo da qual se elaborou o plano de negócio, com acompanhamento no arranque da nova empresa, nomeadamente no plano técnico e jurídico. Chegou-se agora à fase de atribuição do prémio de arranque, que ronda os cinco mil euros. Para Susana, que vai abrir em Beja, no final do mês, uma loja de produtos na área da saúde e bem-estar, o valor em si não foi determinante, já que teve que fazer, paralelamente, um “investimento pessoal”. A consultoria, sim, foi “fundamental”. Ajudou-a, confessa, a transformar uma ideia num projeto “economicamente viável”. “O período de formação permitiu-nos repensar as nossas ideias e aprofundá-las, pedir orçamentos novamente, fazer novos cálculos, alterar, ajustar, corrigir”. Um processo de progressivo envolvimento e maturação que, considera, certamente não teria acontecido se “tivéssemos encomendado o projeto a um profissional”. Hoje a antiga professora de Geografia tem uma ideia concreta do que quer que seja a Salusa: “Vamos agregar vários produtos que, até ao momento, estavam separados por várias lojas da cidade, nomeadamente nas áreas de ortopedia, geriatria, dermocosmética, puericultura, material para esquerdismos e dietética. E, além disso, vamos ter dois técnicos ortoprotésicos, que em Beja não existem, e que permitirão um atendimento mais rigoroso e qualificado”. Chegada do Porto há três anos como arqueóloga, Patrícia Guimarães, de 27 anos, partilha com Susana não só a inconfundível pronúncia do Norte como também a atitude determinada de tomar em mãos o seu próprio futuro profissional. Ficou desempregada há seis meses mas nem por isso se deixou demover da vontade de “assentar arraiais no Alentejo”. A região e a sua riqueza patrimonial são, aliás, a grande fonte de inspiração do seu negócio, uma distribuidora no Norte de produtos tradicionais alentejanos, onde se incluem o artesanato e os muito apreciados queijo, mel, enchidos, pão e doçaria. Chama-se Terra & Cal e, para além de uma bem-vinda fonte de rendimento, será também “uma forma de promoção desta zona, dos seus artesãos e pequenos produtores e dos seus produtos”, admite Patrícia, convicta. Costuma dizer-se que não há como estar de fora para perceber o “potencial” do que nos mora ao lado. E foi o que Patrícia fez: “Vi que havia muito potencial aqui em baixo, que não chegava lá acima. E, da minha experiência, sei que há procura desses produtos no Norte”. Quanto ao enquadramento no projeto promovido pelo Nerbe, Patrícia considera que fez toda a diferença, porque “veio desbloquear muita coisa”, sobretudo ao nível da burocracia associada ao ramo empresarial que ela, e a maioria das suas colegas, desconheciam. “Não se tem a noção de quanto custa criar uma empresa e mantê-la. Mas esta formação veio ensinar-nos que devemos ter realmente noção do que estamos

vel que ronda os cinco mil euros – equivalente àquilo que antigamente era o capital social mínimo – e uma componente de formação/ação”. Feita a triagem, nomeadamente através de entrevistas pessoais, chegou-se à seleção de 12 formandas, aquelas que “pensávamos que tinham mais hipóteses de dar o passo seguinte, o de criar o seu próprio negócio”. Destas 12, descontadas as desistências, estão na fase de instalação do negócio nove, um número que é “superior à média nacional” em iniciativas do género. Qualitativamente, o balanço é também positivo, não só pela “variedade” de ramos de atividade abrangidos, como também pelo “potencial bastante significativo” dos projetos num cômputo geral.

a fazer, de qual será o passo seguinte, porque nem tudo são facilidades”, sublinha. “Lançada no mercado”, a nova empresa já conta com uma “recetividade muito boa” por parte dos pequenos produtores, que “não tinham canais para escoar” o fruto do seu trabalho. Uma rede de contactos muito preciosa, que Patrícia quer manter e alargar e sem a qual, confessa, “este projeto não faria sentido nenhum”. O projeto de Apoio à Criação de Empresas Geridas por Mulheres prevê a constituição formal de uma rede de cooperação, disponível através de um portal ainda a ser criado. Mas Teresa Monteiro e Maria Antónia Figueira anteciparam-se e, a título informal, personificam já o espírito de entreajuda que se pretende fomentar no futuro. Formam ambas a futura sociedade por quotas Em Boas Mãos – Serviços de Proximidade, que vai avançar apenas com os cinco mil euros do prémio de arranque, e que já se encontra numa fase de angariação de clientes. Uma ideia que nasceu

Decidir ser empreendedor é sempre, só por si, um passo difícil e mais ainda no contexto de crise que se atravessa. Mas, para além dos naturais receios quando se muda de atividade, o que Filipe Pombeiro foi encontrar nestas mulheres foi “uma motivação muito grande para fazer vingar os seus projetos”, assente na ideia de que “não existindo um emprego garantido para a vida, como havia antigamente, temos que procurar criar nós o nosso próprio emprego”. As mulheres, arrisca o dirigente, são mesmo “mais acutilantes: quando têm uma ideia persistem nessa ideia”. Os homens, conclui, “tendem a perder-se nas suas ideias e por vezes não as conseguem concretizar”. CF

“E quanto ao empreendedorismo, fará sentido conjugá-lo no feminino?”, perguntamos. “Só no sentido em que o desemprego atinge níveis mais elevados no género feminino, pelo que faz sentido existirem programas próprios de incentivo. Mas quando implemento algo, não penso se sou mulher ou homem, sou uma profissional a fazer o meu trabalho”, responde Susana Magalhães.

Teresa Monteiro e Maria Antónia Figueira Empresa Em Boas Mãos – Serviços de Proximidade

Susana Magalhães

Patrícia Guimarães

Salusa, loja de produtos de saúde e bem-estar

Terra&Cal, distribuidora de produtos tradicionais

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ali mesmo, nas salas do Nerbe, da conjugação de vontades de duas, até então, desconhecidas. Teresa Monteiro, de 49 anos, foi uma dos numerosos lesados pela paragem das obras da A26/IP8. No seu caso, porque trabalhava como administrativa na “autoestrada do Baixo Alentejo”, sendo que desde há um ano e meio deixou de ter o que fazer. “Fiquei a aguardar que as obras recomeçassem mas isso não aconteceu”, explica. Com 49 anos, e apesar da “capacidade para trabalhar, disponibilidade, vontade e experiência”, conta que começaram “a fechar-me as portas” e que só vislumbrou uma alternativa: a criação do próprio emprego. Ao Nerbe chegou com uma ideia vaga e, em conjunto com a futura sócia, não só inverteu o rumo como chegou a uma ideia melhor, acreditam. Também experiente na área administrativa e de apoio à gestão, funções que desempenhava na carpintaria do marido, cujo volume de negócios foi entretanto ficando “um bocadinho parado”, Maria Antónia também percebeu que era hora de “procurar outra alternativa”. E foi no meio de um “exercício” logo no início da fase de formação que a ideia surgiu. Depois, o conceito ganhou vida própria. “As coisas fizeram sentido e começaram a avançar”, adianta. O ponto de partida de apoio ao domicílio dirigido à pessoa idosa (refeições, higiene, compras, medicação) rapidamente se alargou à família na sua globalidade, com oferta de serviços nas áreas de limpeza, babysitting e pequenos arranjos. Numa fase inicial, as sócias vão estabelecer parcerias para a prestação de alguns serviços, contando, por exemplo, com a ajuda da colega Susana, da Salusa, no que toca a produtos ortopédicos e de geriatria. Por seu turno, os serviços na áreas da geriatria, limpezas e babysitting serão prestados por elas diretamente. Teresa e Maria Antónia, por experiência profissional, estavam mais ou menos familiarizadas com os assuntos burocráticos e aí desenvencilharam-se mais autonomamente que as colegas. Crucial para elas foi, no entanto, todo o ambiente de “partilha de conhecimentos, ideias e opiniões” que se gerou ao longo dos meses e que fez com que os projetos se alimentassem, se inspirassem, mutuamente. “‘Aproveitámo-nos’ muito umas às outras. E acho também que ficámos muito entusiasmadas com os projetos umas das outras”, confessa Maria Antónia. “Ficámos todas a ganhar”, complementa Teresa Monteiro. Um caso de solidariedade feminina, a desafiar o velho clichê da rivalidade entre mulheres. “E quanto ao empreendedorismo, fará sentido conjugá-lo no feminino?”, perguntamos. “Só no sentido em que o desemprego atinge níveis mais elevados no género feminino, pelo que faz sentido existirem programas próprios de incentivo. Mas quando implemento algo, não penso se sou mulher ou homem, sou uma profissional a fazer o meu trabalho”, responde Susana Magalhães. Ao que as colegas acenam, em concordância.


Troféu de Honra Inatel Beja

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Realizam-se neste fim de semana os jogos Almodovarense-Santa Clara-a-Nova e Brinches-Cavaleiro, ambos correspondentes à pré-eliminatória do Troféu de Honra Agência de Beja do Inatel. A próxima fase (1/16 avos) está marcada para 1 e 2 de março.

Desporto

Nacional de iniciados

(Manutenção 3.ª jornada): Louletano-Despertar, 0-0; Odemirense-São Luís, 1-1; Imortal-Lagos, 0-3. Líder: Imortal, 37 pontos. 2.º Despertar, 29. 6.º Odemirense, 11. Próxima Jornada (16/2): Despertar-Imortal; São Luís-Louletano; Lusitano Vila Real-Odemirense.

AF Beja – Seniores femininos (2.ª jornada): Odemirense-São Domingos, 11-0; Serpa-Castrense, 1-6; Ferreirense-Vasco Gama, 4-1. Líder: Castrense, 9 pontos. Próxima jornada (15/2) São Domingos-Vasco Gama; Castrense-Odemirense; Serpa-Ferreirense.

O Mineiro Aljustrelense venceu o Castrense em período de compensação

A estrelinha de um campeão A dez jornadas do termo do campeonato, o Mineiro Aljustrelense voltou a dilatar a vantagem para os perseguidores. A estrelinha de campeão brilhou ao nonagésimo primeiro minuto do jogo com o Castrense. Texto e fotos Firmino Paixão

U

m golo de Rui Pepe marcado aos 91 minutos deu a vitória sobre o Castrense e foi o tónico para um

novo sprinte do líder em direção ao título distrital. Ganhou em casa e beneficiou do empate entre o Milfontes e o Vasco da Gama, dilatando a vantagem para nove pontos. O Odemirense venceu o Bairro e manteve a diferença, mas o empate em Cuba fez atrasar o Rosairense. O Serpa cumpriu, com serviços mínimos, e diminui a diferença para os objetivos que persegue, o Guadiana e o Piense venceram fora de casa e aumentaram o fosso para os três últimos. Parece inevitável que as despromoções,

Aljustrel João Nabor e José Mestre são a imagem das condições adversas em que o jogo decorreu

uma ou duas vagas, serão discutidas entre o São Marcos, o Aldenovense e o Bairro da Conceição. No próximo domingo joga-se a 17.ª jornada, com um quadro de jogos interessante, tendo à cabeça a deslocação do líder ao terreno do Guadiana. Resultados (16.ª jornada): Aldenovense-Guadiana, 1-2; Aljustrelense-Castrense, 1-0; OdemirenseBairro Conceição, 2-0; Serpa-Cabeça Gorda, 1-0; Milfontes-Vasco Gama, 0-0; São Marcos-Piense, 0-4; Sporting Cuba-Rosairense, 0-0. Classificação: 1.º

Aljustrelense, 45 pontos. 2.º Vasco Gama, 36. 3.º Castrense, 33. 4.º Milfontes, 32. 5.º Odemirense, 32. 6.º Rosairense, 25. 7.º Serpa, 23. 8.º Sporting Cuba, 21. 9.º Cabeça Gorda, 18.10.º Guadiana, 18. 11.º Piense, 15. 12.º Bairro Conceição, 7. 13.º Aldenovense, 7. 14.º São Marcos, 6. Próxima jornada (16/2): Rosairense-Aldenovense; Guadiana-Aljustrelense; Castrense-Odemirense; Bairro Conceição-Serpa; Cabeça GordaMilfontes; Vasco Gama-São Marcos; Piense-Sporting Cuba.

Jornada Abílio (n.º 8 do Castrense) e Nelson Raposo (n.º 8 do Aljustrelense) marcaram-se mutuamente

Os quatro líderes empatados dois a dois no topo das respetivas séries

A 2.ª fase do Campeonato Nacional de Seniores começa já no domingo

Decisões em Beja e São Teotónio

O Algarve como duplo destino

O

Moura empatou o Amarelejense e permitiu a reaproximação do Despertar, o Saboia ganhou ao vizinho da Nave Redonda e o Renascente superou obstáculos em Castro Verde. As quatro equipas que são potenciais adversários na segunda fase da prova estão todas com o mesmo número de pontos. Amanhã há derby em Beja entre Desportivo e Despertar e, em São Teotónio, Renascente e Saboia discutem a liderança da Série B. Série A: Despertar-Beringelense, 5-2; Moura B-Amarelejense, 3-3; São Domingos-Desportivo Beja, 1-1; Negrilhos-Vasco Gama B, 0-1. Classificação: 1.º Amarelejense, 22 pontos. 2.º Despertar, 22

pontos. 3.º Desportivo Beja, 17. 4.º Moura B, 16. 5.º Vasco Gama B, 15. 6.º São Domingos, 9. 7.º Beringelense, 6. 8.º Negrilhos, 4. Próxima jornada (15/2): Desportivo Beja-Despertar; Beringelense-Moura B; Vasco Gama B-Amarelejense; Negrilhos-São Domingos. Série B: Saboia-Naverredondense, 5-0; Messejanense-Sanluizense, 2-1. Castrense-Renascente, 1-2. Classificação: 1.º Renascente, 22 pontos. 2.º Saboia, 22. 3.º Messejanense, 15. 4.º Castrense B, 10. 5.º Aldeia Fernandes, 9. 6.º Naverredondense, 9. 7.º Sanluizense, 1. Próxima jornada (15/2): Renascente-Saboia; Naverredondense-Messejanense; Aldeia Fernandes-Castrense B. FP

O

Mou ra e o Despor t ivo de Almodôvar vão disputar a partir de domingo a fase de manutenção do Campeonato Nacional de Seniores. Cada equipa transporta metade dos pontos conquistados na 1.ª fase. Oito equipas, as que se concluíram a 1.ª fase do campeonato entre o 3.º e o 10.º da tabela classificativa, decidirão entre si a duas voltas, quais as seis que permanecerão neste campeonato e as duas que serão despromovidas ao patamar regional (e pode descer uma terceira). O Moura que ficou à distância de um triunfo da fase de promoção encabeça esta Série H, com 16 pontos, seguido do

Cova Piedade (13) e do União Montemor (12). Seguem-se o Quarteirense (12), Louletano (11), Barreirense (10) Almodôvar (7) e Esperança Lagos (6). A jornada inaugural da prova leva as duas equipas sul alentejanas para o Algarve, o Moura tem como destino a cidade de Loulé, o Almodôvar jogará ali bem perto, em Quarteira. Recorde-se que os mourenses em nenhum momento desta época conseguiram vencer a equipa do Louletano (1-3 e 3-1) enquanto o Almodôvar perdeu em Quarteira (4-2) e ganhou em casa (3-1). 1.ª jornada: Quarteirense-Almodôvar; Cova Piedade-União Montemor; Barreirense-Esperança Lagos; Louletano-Moura. FP


Vasco Gama-CD Beja, 2-4; NS Moura-Almodovarense, 0-2; Alcoforado-IPBeja, 9-3; Ferreirense-CB Castro Verde, 12-0; Luzerna-Leões Moura, 12-2; VN São Bento-Alvito, 4-4. Líder: NS Moura, 35 pontos. Próxima jornada (14/2): Almodovarense-Ourique; CB Castro Verde-Alcoforado; CD Beja-Ferreirense; Leões Moura-Vasco Gama; Alvito-Luzerna.

“Jogo das Estrelas” em Ourique

As seleções formadas por jogadores que atuam nas séries Este e Oeste do Campeonato Distrital do Inatel disputarão, no próximo domingo, o denominado “Jogo das Estrelas”. A partida está marcada para o Estádio Municipal de Ourique, pelas 15 horas, e a receita reverte para o Agrupamento 992 dos Escoteiros de Ourique.

Serpa recebe a Zona Azul Termina amanhã a 1.ª fase do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão de Andebol (seniores masculinos), com uma jornada que opõe o CCP Serpa à Zona Azul. O jogo realiza-se no Pavilhão Carlos Pinhão, em Serpa, pelas 18 horas. O Andebol Clube de Sines joga em casa com o Lagoa (18 horas). Resultados da 13.ª jornada: Costa d’Oiro-AC Sines, 25-20; Náutico-CCP Serpa, 26-25. Folgou a Zona Azul.

O Futebol Clube de Serpa procura subir mais alguns lugares na tabela

Os desafios permitem a evolução A classificação que a equipa do Futebol Clube de Serpa ocupa no Campeonato Distrital da 1.ª Divisão, a meio da tabela, sabe a pouco para o jovem técnico Paulo Paixão e para o coletivo que comanda.

D

O segundo lugar da época passada será irrepetível, o campeonato tem equipas diferentes, três delas vindas da 3.ª divisão?

Série B Castrense-Aljustrelense, 1-3; Almodôvar-Desp. Beja, 0-0. Líder: Almodôvar, 14 pontos.

Série B (15/2) O d e m i r e n s e -S ã o M a r c o s; C a s t r e n s e -Ferreirense; Milfontes-Ourique.

Paulo Paixão Treinador do Serpa

adversário marcou na única oportunidade que teve. São coisas do futebol que temos de aceitar. Que objetivos lhe foram propostos quando tomou conta da equipa?

Não me foi proposto nenhum objetivo que não fosse, naturalmente, a mudança de atitude da equipa. E isso está claramente conseguido. Existe uma melhoria clara daquilo que é a postura da equipa em todas as suas variáveis. Mas olhando para as equipas que estão acima de nós, penso que o quinto lugar seria uma posição mais de acordo com o nosso valor, embora esse não seja o limite da nossa ambição, pois temos essa boa responsabilidade de andarmos lá em cima.

Será um pouco utópico. Era preciso o Serpa ter começado muito bem o campeonato, e isso não aconteceu. São realidades diferentes, vieram três equipas com rotinas de uma divisão acima, que se reforçaram, desceram duas equipas teoricamente mais fáceis e as equipas intermédias reforçaram-se. O nível competitivo é superior e tornou tudo mais difícil do contexto da época passada.

O clube tem uma organização estável e boas condições de trabalho?

Quatro derrotas em casa, uma com o Rosairense e o empate com o Cuba, terão sido os desfechos menos positivos?

O seu passado como treinador foi ligado à formação. Esta foi a época da aventura, com ponto de partida no Aldenovense e um inesperado desvio para Serpa …

Penso que desde a minha chegada o resultado negativo foi a derrota em casa com o Rosairense, num jogo completamente irrealista, tivemos três bolas nos postes e uma na barra e o nosso

Distrital de Iniciados 10.ª jornada Série A Moura-Aldenovense, 11-2; Alvito-Ferreirense, 4-4; B.º Conceição-Serpa, 2-3. Líder: Moura, 27 pontos. Próxima jornada (16/2) Serpa-Moura; Aldenovense-Alvito; Despertar-B.º Conceição.

Taça Dr. Covas Lima Infantis Série A (15/2) Santo Aleixo-Serpa; Desp.Beja-Moura; NS Beja--Amarelejense.

O atual 7.º lugar da equipa não satisfaz o seu treinador?

Tudo depende daquilo que consigamos fazer, mas é isso que queremos e reconhecemos que temos valor para que tal aconteça, assim as coisas nos corram melhor e subiremos na tabela, sabendo que as equipas que estão no topo têm outros valores e outros recursos com que não conseguimos ombrear.

Série B Aljustrelense-Castrense, 1-1; Milfontes-B.º Conceição, 4-1; Odemirense-Ourique, 2-0. Líder: Odemirense, 18 pontos. Próxima jornada (16/2) Ourique-Aljustrelense; Castrense-Milfontes; Almodôvar-Odemirense.

Distrital de Infantis 2.ª Fase – 1.ª jornada (15/2) Aldenovense-Sp. Cuba: Despertar B-Despertar A; Aljustrelense-Almodôvar.

epois de uma década de trabalho bem-sucedido como treinador dos escalões de formação, o bejense Paulo Paixão comanda agora o histórico Futebol Clube de Serpa, após uma passagem efémera, nesta mesma época, pelo vizinho Aldenovense. Chegou à Terra Forte à sexta jornada do campeonato, respira ambição, rejeita que este seja o ponto de partida de uma carreira e que ver a equipa subir mais alguns lugares na tabela.

A tendência é para subirem na tabela …

10.ª jornada Série A Serpa-Amarelejense, 2-2; Despertar-Sp.Cuba, 14-0; Santo Aleixo-Moura, 0-4, Desp.Beja-Alvito, 2-1. Líder: Despertar, 28 pontos. Próxima jornada (16/2) Moura-Serpa; Amarelejense-Despertar; Alvito-Sporting Cuba; Desp.Beja-Santo Aleixo.

Próxima jornada (16/2) Aljustrelense-Almodôvar; Milfontes-Guadiana.

Texto e foto Firmino Paixão

Obviamente que não, o treinador e o grupo de atletas do Futebol Clube de Serpa têm ambição para mais e sabemos que o nosso grupo tem feito por merecer um pouco melhor, portanto, lutamos para que isso aconteça, ou seja, conseguirmos uma posição mais de acordo com aquilo que é o nosso desempenho, mas temos pecado um pouco na finalização, e isso tem sido determinante.

Futebol juvenil

Claro, as pessoas que dirigem o clube procuram trabalhar diariamente para que as coisas corram o melhor possível e exista estabilidade, naturalmente, dentro do padrão de amadorismo em que se insere o nosso futebol. São pessoas muito preocupadas em que as coisas corram bem, é um clube organizado.

Não considero um ponto de partida, porque a minha carreira começou há dez anos atrás no futebol de formação. Há uma tendência para

esquecer esse trabalho e parece que só começamos quando chegamos aos seniores. Não vejo as coisas assim. É um virar de página, isso, sim, um sinal de evolução. Mas os dez anos anteriores foram importantíssimos, todos os técnicos deviam ter essa experiência. Podia ter continuado na formação, mas já não era isso que pedia a mim próprio, tive necessidade de sair dessa área de conforto e aceitar desafios que parecem complicados, mas são eles que nos fazem evoluir. Mas confessa que existe um sonho …

Sim, existe esse sonho de chegar mais longe, mas esse percurso faz-se caminhando. E quero lá chegar com todas as componentes bem alicerçadas e melhor construídas, para que isso não aparente nenhuma oferta que me foi proporcionada, porque isso nunca aconteceu na minha vida desportiva, mas que seja, efetivamente, um sinal de uma conquista. Como se define como treinador de futebol?

Sou um pouco como o resultado do que tem sido o meu processo formativo e o passado enquanto jogador. Uma mistura das duas coisas, não sou um treinador académico, nem puramente empírico, conjugo as duas áreas e consigo perceber a separação das suas fronteiras. Procuro uma relação próxima com os atletas, no pressuposto de que assim se constrói uma boa união. Mas sou exigente, gosto de trabalhar nos treinos e vejo cada unidade de treino como uma oportunidade de melhorar.

Liga de Benjamins 2.º MOM (Jogos em atraso) Desp.Beja A-Alvito, 1-0; Piense-NS Beja, 3-0; Alvorada-Ferreirense B *adiado; Boavista-Aljustrelense, 4-3. 3.º MOM – 1.ªjornada (15/2) Desper tar B-Alvorada; B.º Conceição-S anlu i ze n s e; D e sp. B eja B - B o av is t a; Castrense-Vasco Gama; Ferreirense-Alvito; Aldenovense-Moura A; Moura B-NS Beja; Aljustrelense-Piense; Cabeça Gorda-Ourique; Desp.Beja A-Milfontes; Almodôvar-Ferreirense A; Sp.Cuba-Despertar A.

Inatel Grupo A 15.ª jornada (22/02) Louredense-Salvadense; Penedo Gordo-Trindade; Quintos-Brinches; Serpense-Barrancos. Líder: Penedo Gordo, 34 pontos. Grupo B (15.ª jornada) Mombeja-Vale d’Oca, 1-5; Albernoa-V.Figueira, 3-4; Figueirense-F.Alentejo, 2-1; Alvorada-AC Cuba, * adiado. Líder: Vale d’Oca, 33 pontos. Próxima jornada (22/2) Vale d’Oca-Sta.Vitória; AC Cuba-Albernoense; Fa r o A l e n tej o - M o m b ej a; V. F i g u e i r a -Figueirense Grupo C 15.ª jornada (22/2) Sete-Santa Clara-a-Nova; Serrano-Alcariense; Almodôvar-S ant aclarense; Bempos t a -Sanjoanense. Líder: Santaclarense, 34 pontos. Grupo D (15.ª jornada) Amoreiras-Soneguense, 0-1; Cavaleiro-Cercalense, 1-2; Longueira-Pereirense, 2-3; Luzianes-Santa Luzia *adiado. Líder: Cercalense, 30 pontos. Próxima jornada (22/2) Pereirense-Relíquias; Soneguense-Cavaleiro; Santa Luzia-Longueira; Cercalense-Luzianes.

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Futsal distrital (15.ª jornada)


Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

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Campeonatos do Alentejo de Corta-mato

Os XVII Campeonatos do Alentejo de Corta-mato realizam-se na tarde de amanhã, sábado, no Parque de Exposições de Portel, com organização conjunta da Associação de Atletismo de Évora e do município de Portel. As provas disputam-se em todos os escalões e terão início às 15 horas.

Pesca desportiva em Mértola

Realiza-se no domingo, no rio Guadiana, a primeira prova do XVIII Campeonato do Clube de Pesca Desportiva de Mértola. As restantes provas estão marcadas para 16 e 30 de março e 10 de junho. As inscrições encerram hoje. O clube atribui prémios às provas intercalares e prémios finais individuais e por equipas.

Vencedores Equipa de kayak polo da Associação Pagaia Sul, de Beja, venceu a Liga Ibérica 2014

Associação Juvenil Pagaia Sul, de Beja, venceu a Liga Ibérica de Kayak Polo

A pagaiar em boa corrente... A equipa de kayak polo da Associação Juvenil Pagaia Sul, de Beja, venceu a quarta fase da Liga Ibérica que decorreu na Piscina Municipal de Beja e assegurou a vitória final nesta competição. Texto e foto Firmino Paixão

O

Clube de Canoagem de Amora, com duas equipas, a Associação Pagaia Sul, de Beja, e o Club Deportivo de Fuengirola, da Andaluzia espanhola, disputaram, na Piscina Municipal de Beja, a quarta e última fase da Liga Ibérica de Kayak Polo, competição ganha pela equipa bejense. Um triunfo que é um excelente prenúncio para a época competitiva que se avizinha, na qual se anunciam objetivos muito ambiciosos, como revela o atleta e dirigente da Pagaia Sul, Paulo Remechido.

Vem aí a próxima época desportiva e as metas são ambiciosas?

O que nós queremos mesmo é ficar nos três primeiros lugares do campeonato nacional, já que, na época passada, ficámos em quarto lugar. Todos andamos aqui com muita ambição, por isso, vamos tentar fazer o melhor possível, que poderá passar por um segundo ou, quem sabe, um primeiro lugar. A equipa está bem preparada para esses desafios?

Temos uma equipa recheada de jovens com muito talento, é essa a nossa melhor virtude, sendo assim, pode ser que consigamos atingir esses objetivos. Temos jogadores muito talentosos, alguns que são atletas de seleção nacional e que estão entre os melhores atletas nacionais.

Esta foi uma etapa competitiva com vista à preparação da próxima temporada?

O Clube de Canoagem de Setúbal tem sido campeão nos últimos 20 anos. Assumem o desafio de quebrar essa hegemonia?

Coube-nos realizar em Beja a quarta e última fase da Liga Ibérica composta por equipas portuguesas e espanholas da região sul. Esta foi a fase final, ganhámos esta ronda, mas também vencemos a liga. Faltaram duas equipas, o Paço d’Arcos e os espanhóis de Arcos de La Frontera. O facto de já não terem grande ambição e de a previsão meteorológica não ser a melhor, terá ajudado a que não comparecessem.

É muito tempo e todos os anos surgem equipas que por serem fisicamente mais fortes pensam em ganhar. Eles ganham há 20 anos, mas podem estar em fim de carreira, até porque os seus atletas já não são novos e estão mais debilitados fisicamente. A experiência conta muito, mas nós também a temos, porque participamos em torneios lá fora e fazemos muitas provas de preparação, por isso, acreditamos que este

possa ser o nosso momento, pelo menos, vamos melhorar a nossa prestação. O Campeonato Nacional e a Taça de Portugal são as competições mais nobres em que vão participar?

O próximo objetivo é o campeonato regional, em Setúbal, no próximo dia 22. Primeiro queremos ganhar esse torneio. O campeonato nacional é uma competição extensa, tem quatro fases muito competitivas, com seis equipas em prova, a jogarem entre si, é sempre muito renhida e, às vezes, um golo a mais, ou a menos, faz a diferença. A Taça de Portugal é mais uma prova que queremos vencer, mas começa apenas em maio, ainda falta algum tempo. Vencer o campeonato regional nas águas do tradicional campeão seria uma grande ousadia?

Sim, é um bocado isso, mas não é fácil, as equipas hoje já se conhecem bem, mesmo não estando nestas provas de preparação, através das novas tecnologias conhecem os nossos resultados e a nossa evolução. Depois também pelo facto de termos jovens atletas internacionais, as outras equipas ficam um bocado avisadas para o nosso potencial e sabem aquilo que nós valemos. Uma das etapas do nacional será realizada na Piscina de Beja?

Vamos ter a segunda fase do Campeonato

Nacional em Beja, nos dias 26 e 27 de abril, será uma boa mostra do que é o kayak polo nacional, sendo um desporto menos conhecido, traremos algum movimento à cidade de Beja e teremos imensos kayaks nesta piscina. Já referiu a presença de jovens na seleção nacional, acredita que essa distinção se manterá?

Sim, o João Roque e o Pedro Mestre já estiveram no último Campeonato da Europa, proximamente haverá um campeonato do mundo, no norte de França e, se não existirem lesões, pela forma como estão a trabalhar, seguramente que estarão lá, porque são dois dos melhores jogadores portugueses. Por tudo aquilo que disse, conclui-se que a Pagaia Sul está a pagaiar numa corrente de muito sucesso?

Estamos no bom caminho, continuamos com as dificuldades habituais, como não conseguirmos trazer miúdos para o kayak polo. Não podemos fazer um trabalho de iniciação à modalidade porque o ponto de partida será sempre a aquisição de material e não temos capacidade financeira para isso. Temos o nosso equipamento aqui na piscina mas, de vez em quando, surgem furtos de material e é assim, se nos vêm tirar o pouco que temos, as coisas ainda ficam mais difíceis. Pode ser que consigamos uma parceria para fazermos a iniciação e criarmos uma escolinha de kayak polo.


institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1660 de 14/02/2014 Única Publicação

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Diário do Alentejo n.º 1660 de 14/02/2014 Única Publicação

VENDA

Insolvência de “MARIA GABRIELA VENDA & FILHA, S.A.” (FARMÁCIA J. A. PACHECO – BEJA) O Administrador da Insolvência, conforme deliberação da Comissão de Credores, faz saber que se encontra em venda, na modalidade de “Proposta em Carta Fechada”, o estabelecimento de farmácia, denominado Farmácia J.A. Pacheco , sito na Praça Diogo Fernandes nº 1 , em Beja ; apreendido nos Autos de Insolvência sob o nº. 8/12.5TBBJA que corre termos no 2º Juízo do Tribunal Judicial de Beja, que a seguir se descrimina: • Alvará com o nº. 3033 para farmácia, emitido pelo Infarmed – Autoridade Nacional do Medicamento e Produto de Saúde, I.P., cuja actividade, consubstancia o comércio a retalho de produtos farmacêuticos, • Direito ao trespasse e arrendamento do estabelecimento, pelo qual é paga a renda mensal de € 1.818,31 sendo senhorio o Exmo. Sr. Francisco Miguel Vidal de Sousa Covas Lima, residente na Rua Ivo Gois Figueira, 4 r/c Esqº. Em Beja, incluindo os seguintes bens móveis: 7 Computadores com monitor, teclado e ratos, 2 Impressoras, 1 Impressora de etiquetas, 6 Impressoras verso de receitas, 1 Balança peso/altura, 2 Aparelhagens, 2 Telefones, 1 Fax, 1 Frigorifico porta em vidro, 1 Frigorifico pequeno doméstico, 7 Scanner de produtos c/base, 3 Balcões com expositor, 2 Bancos de rodas, 2 Bancos baixos, 2 Bancos altos, 1 Marquesa, 1 Poltrona, 2 Cadeiras, 3 Estantes madeira, 4 Estantes madeira com porta em vidro, 1 Armário com gavetas para medicamentos, 2 Bancadas com gavetas, 1 Lava loiça, 1 Reflotron (aparelho de testes rápidos), 1 Medidor de tensão, 1 Banho-maria, 1 Aparelho indicador de vez dos clientes com 4 comandos, 131 Prateleiras em vidro, 1 Armário baixo com 15 gavetas, 1 Mesa de criança, 2 Bancos de criança, 1 Secretária (sala de testes), 2 Secretárias (escritório), 3 Cadeiras escritório, 1 Balança electrónica, 2 Balanças antigas, 1 Armário com pedra, 1 Armário baixo com 2 portas, 1 Armário ferro (sala injectáveis), 1 Aquecedor, 4 Baldes lixo sem tampa inox, 1 Balde lixo com tampa inox, 2 módulos de armários sem portas para medicamentos, 1 Micro-ondas, 1 Exaustor, 3 Estantes laboratório, 1 Estante escritório, 1 Máquina de etiquetas de vez, 3 Cofres, 1 Armário metal 2 portas, 2 Termómetros manuais (Termo hidrómetro), 1 Termómetro rotronic, 6 Caixas para dinheiro, 1 caixote Valormed, 3 Comandos das portas, 1 Comando do alarme, 1 Candeeiro alto, 1 Candeeiro de secretária, 2 Extintores, 2 Ar condicionado, 1 Ventoinha e existências de medicamentos e demais produtos. Valor mínimo de venda € 700.000,00. Condições: 1. Os interessados na aquisição devem remeter proposta, em carta fechada, registada, ao Administrador da Insolvência de Maria Gabriela Venda & Filha, S.A. - José Pinto Oliveira - para a Av. Conde Valbom, 67, 4º ESQ, 1050-067 Lisboa, até ao dia 28 de Fevereiro de 2014 (inclusive). 2. A proposta deverá mencionar, sob pena de exclusão, os seguintes elementos: • Identificação do proponente - nome ou denominação social, morada, nº. Contribuinte, telefone e fax e valor oferecido por extenso. 3. O estabelecimento é vendido no estado físico e jurídico em que se encontra, livre de ónus ou encargos, sendo da responsabilidade do adquirente os custos decorrentes da respetiva transmissão, nomeadamente escritura, registos e impostos a que a transmissão der lugar; 4. Não serão objeto de exclusão imediata as propostas que não atinjam o valor mínimo fixado, ficando a sua aceitação condicionada à aceitação pela Comissão de Credores. 5. Caso existam propostas de valor semelhante será aberta licitação entre os proponentes, a serem convocados para o efeito. 6. A adjudicação fica dependente da não apresentação pelos credores que detêm penhor mercantil, de uma proposta de aquisição, por si ou por terceiro, nos termos nº. 3 do artº. 164º do CIRE., bem como do não exercício, à posteriori, pelo senhorio do direito de preferência que lhe é conferido pelo disposto no nº 4 do artº 1112º CC. 7. Com a adjudicação o proponente procederá a título de sinal e princípio de pagamento à entrega de 20% do valor de adjudicação, sendo que o remanescente será liquidado por meio de cheque visado ou bancário à ordem de “Massa Insolvente de Maria Gabriela Venda & Filha, SA, no ato da escritura de compra e venda a qual será outorgada nos 90 dias subsequentes à assinatura do contrato de Promessa de Compra e Venda; cabendo ao vendedor notificar, através de carta registada e com a antecedência mínima de 15 dias , o comprador da data, hora e local para a realização da escritura. 8. O Administrador da Insolvência e a Comissão de Credores reunirão no dia 05 de Março de 2014, pelas 11,30 horas, na Torre I das Amoreiras, 11º andar, em Lisboa, para análise e deliberação sobre as propostas rececionadas. 9. Qualquer situação de incumprimento imputável ao adquirente determinará a perda do montante já pago, seja a que titulo for. 10. Os interessados que pretendam visitar o estabelecimento de farmácia em venda ou obter informações complementares poderão para o efeito contactar o Administrador da Insolvência pelo telefone 217 951 961 ou email: jpintooliveira@sapo.pt. O Administrador da Insolvência José Pinto Oliveira

CIMAL – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral

EDITAL N.° 3/2014 Cândido Matos Gago, Presidente da Mesa da Assembleia Intermunicipal da CIMAL – Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral, faz saber, nos termos do art.° 4 do Dec. Lei 54-A/99, de 22 de Fevereiro, que em reunião de 30 de janeiro do ano de 2014, foram aprovados os seguintes documentos: Grandes Opções do Plano 2014; Orçamento 2014. Para constar, se publica o presente que vai ser afixado nos lugares públicos do costume. Grândola, 31 de janeiro de 2014. O Presidente da Mesa da Assembleia Intermunicipal, Cândido Matos Gago

Diário do Alentejo n.º 1660 de 14/02/2014 Única Publicação

CÂMARA MUNICIPAL DE SERPA

AVISO MIGUEL GRAÇA VALADAS, VEREADOR DO PELOURO DE URBANISMO E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO. FAZ SABER, nos termos do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 26/2010 de 30 de Março, que a Câmara Municipal de Serpa, em sua reunião realizada em 22 de janeiro do corrente ano, emitiu o alvará de loteamento urbano n.º. 1/2014, de que é loteador Maria Otília Rações Mosca Apolinário, contribuinte fiscal n.º 170404692, e João Rações Mosca, contribuinte fiscal n.º 136147658, herdeiros de Bento José Mósca, para o prédio rústico descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa sob o número 1301/19910502, na anteriormente designada Freguesia de Salvador, atual União de Freguesia de Serpa (Salvador e Santa Maria), designado de “Ferregiais e Moinho de Vento”, inscrito na matriz predial sob o artigo 347, secção k, da mesma Freguesia. O loteamento é constituído por 1 lote destinado a moradia unifamiliar, com 1 piso. Área do Prédio (de intervenção – 1.885.00 m2 Área de Lotes – 1.640.00m2 Área Total de Implantação – 380.00m2 Área Total de Construção – 380.00m2 Área de Cedência (arruamento) – 245.00m2 Paços do Município de Serpa, aos trinta dias do mês de janeiro de 2014 O Vereador do Pelouro de Urbanismo e Ordenamento do Território Miguel Graça Valadas

Diário do Alentejo n.º 1660 de 14/02/2014 Única Publicação

Maria Vitória Amaro

NOTÁRIA DE OURIQUE

CERTIFICADO Certifico, para fins de publicação, que no dia sete de Fevereiro do ano dois mil e catorze, no Cartório Notarial em Ourique, a folhas cinquenta e uma e seguintes, do Livro de Notas Para Escrituras Diversas número Cinquenta e Seis-D, se encontra exarada uma escritura de Justificação, na qual Jerónimo José Luís e mulher Ana Maria Martins, casados segundo o regime da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Panoias, concelho de Ourique, onde residem em São Romão, N.I.F.s 140 185 356 e 140 185 348, se declaram donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do seguinte prédio: Urbano, sito no Adro da lgreja, em São Romão, União das freguesias de Panoias e Conceição. concelho de Ourique, constituído por uma morada de casas de rés-do-chão e sótão, destinadas a habitação, com a superfície coberta de sessenta metros quadrados, a confrontar do norte, sul e poente com via pública e do nascente com a Igreja, inscrito na respetiva matriz, cm nome do justificante marido, sob o artigo 802, (anteriormente artigo 787 da extinta freguesia de Panoias), com o valor patrimonial de €10.960,00, igual ao atribuído, omisso na Conservatória do Registo Predial de Ourique. Que os justificantes não possuem qualquer título para efetuar o registo a seu favor, deste prédio. na Conservatória, embora sempre tenham estado, há mais de trinta e oito anos, na detenção e fruição do citado prédio, tendo o mesmo vindo à sua posse, por partilha dos bens da herança de sua mãe e sogra, Inácia Maria, casada que foi com José Luís, segundo o regime de comunhão geral de bens, residente que foi no lugar da Torre Vã, freguesia de Panoias, concelho de Ourique, em dia e mês que não podem precisar, mas no Verão de mil novecentos e setenta e cinco, não tendo tal partilha sido reduzida a escritura pública, mas que desde logo entraram na posse e fruição do prédio, em nome próprio, posse que assim detêm há mais de trinta e oito anos, sem interrupção ou ocultação de quem quer que seja, de modo a poder ser conhecida por todo aquele que pudesse ter interesse em contrariá-la. Esta posse assim mantida e exercida, foi-o sempre em seu próprio nome e interesse, e traduziu-se nos factos materiais conducentes ao integral aproveitamento de todas as utilidades do prédio designadamente, utilizando-o, fazendo as necessárias obras de conservação, e pagando as respetivas taxas, contribuições ou outros encargos legais. É assim tal posse pacífica, pública e contínua e durando há mais de vinte anos, facultando-lhes a aquisição do direito de propriedade do citado prédio por USUCAPIÃO, direito que pela sua própria natureza, não pode ser comprovado por qualquer título formal extrajudicial. Nestes termos, e não tendo qualquer outra possibilidade de levar o seu direito ao registo, vêm justificá-lo nos termos legais. Está conforme o original. Cartório Notarial em Ourique, da Notária, Maria Vitória Amaro, aos sete de Fevereiro de 2014. A Notária, Maria Vitória Amaro


saúde

22 Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

Análises Clínicas

Medicina dentária

Psicologia

Fisioterapia

Centro de Fisioterapia S. João Batista Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda.

Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves

Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Cardiologia

FERNANDA FAUSTINO Técnica de Prótese Dentária Vários Acordos

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE

Cardiologistas Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA

Clínica Geral

GASPAR CANO

Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA

MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR

CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA

JOSÉ BELARMINO, LDA.

das 14 horas Tel. 284322503

Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA

Clinipax

DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid)

EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas DR. JAIME LENCASTRE Estomatologista (OM) Ortodontia

JOÃO HROTKO

LUZ

Médico oftalmologista

Médico

Especialista pela Ordem dos Médicos

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Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja

dos Médicos e Ministério da Saúde Generalista

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Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS. Marcações pelo telef. 284325059

FAUSTO BARATA

Neurologia

Fisioterapia

ALI IBRAHIM Ginecologia Obstetrícia Assistente Hospitalar

Marcações pelo tel.

Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia

25r/c dtº Beja

Estomatologia

CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833

Cirurgia Maxilo-facial

DR. MAURO FREITAS VALE

TERESA ESTANISLAU CORREIA MÉDICA DERMATOLOGISTA Consultas às 4ª feiras tarde e sábado MARCAÇÃO DE CONSULTAS: Diariamente, dias úteis: Tel: 218481447 Lisboa 4ª feiras: 14h30 – 19h Tel: 284329134 Beja

Rua Manuel António de Brito nº 4 1ºFte

7800- 544 - BEJA

(Edifício do Instituto do Coração, frente ao Continente)

HELIODORO SANGUESSUGA DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA

Psiquiatria

Dr. José Loff Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral /Implantologia Aparelhos fixos e removíveis

DR. CIRO OLIVEIRA Consultas às sextas-feiras, a partir das 15 horas

Centro Médico de Beja

VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190

Largo D. Nuno Álvares Pereira, 13 BEJA Marcações pelo tel. 284312230

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DR. LUÍS CALADO

UROLOGISTA

Hospital de Beja

UROLOGISTA Fellow of the European Boardof Urology

Doenças de Rins e Vias Urinárias

Doenças dos Rins, Bexiga, Próstata Andrologia

Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29

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Pedriatria

Consultas segundas, quartas, quintas e sextas

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Rua Capitão João Francisco de Sousa, 56-A – Sala 8 Marcações pelo tm. 919788155

Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

7800-475 BEJA Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia

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e.mail:

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clinidermatecorreia@ gmail.com

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Consultas em Beja CLINIBEJA 2.ª a 6.ª feira Rua António Sardinha, 25, r/c esq. Tm. 962557043

Fax 284326341 cave esq. – 7800 BEJA

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Obesidade

Marcações pelo 284322446;

nº 6-1º B – BEJA Terapia da Fala

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Rua Zeca Afonso,

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Ginecologia/Obstetrícia

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Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia Hidroterapia/Classes no meio aquático

Oftalmologia

Marcações pelo telef. 284328023

BEJA

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FRANCISCO FINO CORREIA

MÉDICO DENTISTA

MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS

Prótese/Ortodontia

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas

Dra. Sónia Fernandes Pediatra Consultas no Centro Médico de Beja Largo D. Nuno Álvares Pereira n.º 13 BEJA Marcações pelo telefone 284312230 Otorrinolaringologia

DR. J. S. GALHOZ

DR. ÁLVARO SABINO

Ouvidos,Nariz, Garganta

Otorrinolaringologista Ouvidos,Nariz, Garganta

Exames da audição

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas

Consultas a partir das 14 horas Marcações pelo telefone 284321693 ou no local Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA

Tel. 284324690 Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA


saúde

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva –Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/ Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.º Ricardo Lopes – Consulta de Gastrenterologia e Proctologia - Endoscopia e Colonoscopia Dr.ª Joana Leal – MedicinaTradicional Chinesa/Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (TAC) ECOGRAFIA MAMOGRAFIA ECO DOPPLER RADIOLOGIA DENTÁRIA

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

Medicina dentária

Luís Payne Pereira Médico Dentista Consultas em Beja Clínica do Jardim Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975

Médicos Radiologistas António Lopes / Aurora Alves Helena Martelo / Montes Palma Médica Neuroradiologista Alda Jacinto Médica Angiologista Helena Manso Convenções:

ULSBA (SNS) ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Marcações: Tel. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387 Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA

23 Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014


24 Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

necrologia diversos MISSA

Ester Rebelo Bettencourt Coelho 8.º Ano de Eterna Saudade

A família participa a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa por alma da sua ente querida, dia 18/02/2014, terça-feira, pelas 18 e 30 horas, na igreja da Sé, em Beja, agradecendo desde já a todos os que se dignarem a assistir ao piedoso acto.

Alcaria da Serra AGRADECIMENTO

Maria Vicência Coelho do Patrocínio Nasceu a 13.01.1927 Faleceu a 10.02.2014

Sua família, na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradece por este meio a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outro modo manifestaram o seu pesar. AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA.

Tm.963044570 – Tel. 284441108 | Rua Das Graciosas, 7 | 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira

Ferreira do Alentejo PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

ALUGA-SE OU VENDE-SE Beja

Vidigueira PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

MISSA

Espaço destinado a serviço (escritório, consultório, gabinete, etc.),

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com casa de banho. 1.º andar, Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 56. Contactar tm. 963888058

N- 28/01/1933 F- 02/02/2014

António Francisco Carapinha Sebastião José Godinho Lança 2.º Ano de Eterna Saudade

Filho, neta, bisnetas e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 06/02/2014 e, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, agradecem por este meio a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outra forma lhes manifestaram o seu pesar.

A família de António Francisco Carapinha participa a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 18/02/2014, terça-feira, às 18 e 30 horas, na igreja da Sé, em Beja, agradecendo desde já a todos os que se dignarem a comparecer.

Sua filha e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida. Agradecem também a todos os amigos que a acompanharam ou que de outra forma lhes manifestaram o seu pesar.


necrologia institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1660 de 14/02/2014 Única Publicação

25 Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

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CONVOCATÓRIA

Diário do Alentejo n.º 1660 de 14/02/2014 Única Publicação

CIMBAL – COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DO BAIXO ALENTEJO

EDITAL Fernando Jorge Castanho Silva Romba, Presidente da Mesa da Assembleia Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, faz saber, de acordo com o disposto no Artº 56º da Lei 75/2013, de 12 de setembro, que em reunião de 22 de janeiro de 2014, foram aprovados os seguintes documentos: – Opções do Plano e Orçamento – Plano de Ação e Orçamento para 2014; – Mapa de Pessoal/Organigrama de Funcionamento Interno; – Revisão dos Estatutos; – Regulamento Interno de Funcionamento dos Serviços – adaptação. Os documentos em causa, podem ser consultados no sítio da Internet da CIMBAL – www.cimbal.pt. Para constar, se publica o presente que vai ser afixado nos lugares públicos do costume. Beja, 23 de janeiro de 2014. O Presidente da Mesa da Assembleia Intermunicipal da CIMBAL Fernando Jorge Castanho Silva Romba

Diário do Alentejo n.º 1660 de 14/02/2014 Única Publicação

Nos termos do artigo 14º dos Estatutos, e do artigo 9º do Regulamento Interno da Associação do Comércio, Serviços e Turismo do Distrito de Beja (ACSTDB), é convocada a Assembleia Geral Eleitoral para o dia 12 de Abril de 2014, Sábado, pelas 15.00 Horas. A Assembleia Geral Eleitoral decorrerá entre as 15.30 Horas e as 20.00 Horas, nas instalações da ACSTDB, sita na Rua Luís de Camões, nº 37, em Beja, com a seguinte Ordem de Trabalhos: PONTO ÚNICO: Eleição da Mesa da Assembleia Geral, da Direcção e do Conselho Fiscal, para o triénio 2014/2016. NOTAS: a) A Assembleia funcionará à hora marcada desde que estejam presentes ou representados pelo menos a maioria dos seus membros; meia hora mais tarde com qualquer que seja o número de membros presentes ou representados. (nº 2 do artº 14 dos Estatutos da ACSTDB). b) É permitida a representação dos membros da Assembleia Geral, não podendo, no entanto, nenhum membro representar mais de dois outros associados. (nº 3 do artº 15º dos Estatutos da ACSTDB). c) O voto por correspondência é admitido. (nº 2 do artº 16º dos Estatutos). d) A presente Assembleia é convocada com o prazo mínimo de 60 dias, como dispõe o nº 1 do artº 9º do Regulamento Interno da ACSTDB. e) Os cadernos eleitorais estarão afixados na sede da Associação e rubricados pelo Presidente da Mesa nos 30 dias antecedentes ao acto eleitoral. f) Para a apresentação das candidaturas terá que ser observado o preceituado nos artigos 10º a 15º do Regulamento Interno da ACSTDB, nos seguintes termos: 1. As listas com as candidaturas para todos ou alguns órgãos da ACSTDB deverão ser subscritas por um mínimo de 30 associados no pleno gozo dos seus direitos, e assinadas pelos candidatos. 2. A propositura das listas será feita ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral até 30 dias antes do acto eleitoral, ou seja até ao dia 13 de Março de 2014. As candidaturas são sempre apresentadas, com o nome do Associado, nº de sócio, idade, naturalidade, residência e ramo de actividade que exerce. 4. Quando se trate de Associado em nome coletivo, além das referências atrás mencionadas, deverá ser indicado o nome do representante da empresa e funções que nela desempenha. 5. As candidaturas serão sempre acompanhadas da indicação de lugares para que os candidatos são propostos, bem como a sua aceitação. 6. Nenhum Associado ou candidato poderá estar representado em mais de uma candidatura. 7. Da admissão ou exclusão de qualquer lista ou candidato cabe recurso, ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, e nos termos da lei geral. Beja, 31 de Janeiro de 2014. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Manuel Domingos Francês Rosa

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Diário do Alentejo n.º 1660 de 14/02/2014 2.ª Publicação

EMPRESA DE COMUNICAÇÃO

TRIBUNAL JUDICIAL DE SERPA

COM SEDE EM BEJA

Secção Única

EDITAL

ANÚNCIO

Aníbal Sousa Reis Coelho da Costa, Presidente da Mesa da Assembleia Intermunicipal da AMAGRA – Associação de Municípios Alentejanos para a Gestão Regional do Ambiente, faz saber, nos termos do art. 4º do Dec.- Lei 54-A/99, de 22 de Fevereiro, que em reunião de 31-01-2014, foram aprovados os seguintes documentos: – Grandes Opções do Plano 2014 – Orçamento 2014 Para constar, se publica o presente que vai ser afixado nos lugares públicos ao costume. Grândola, 31 de janeiro de 2014. O Presidente da Mesa da Assembleia Intermunicipal, Aníbal Sousa Reis Coelho da Costa

Processo: 12/14.7TBSRP Interdição / Inabilitação Requerente: Maria Margarida Pereira Horta Silvestre Interdito: Maria Palma Pereira Horta N/Referência: 643764 Data: 30-01-2014 Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em que é requerido Maria Palma Pereira Horta, com residência em domicílio: U.C.C.I. Srª Guadalupe, Rua Simão Bolivar, S/Nº, Serpa, 7830-361 SERPA, para efeito de ser decretada a sua interdição por incapacidade. O Juiz de Direito, Dr(a). Sofia Noronha O Oficial de Justiça, Lídia Parrinha

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Continente foi a empresa que melhor comunicou em 2013

Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

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Empresas

A Cision, líder global em serviços e software de pesquisa, monitorização e análise de media, através de um estudo realizado pela sua unidade de análise e ciências da informação, concluiu que o Continente foi a empresa com melhor desempenho de relações públicas nos meios de comunicação social, no ano 2013. O estudo englobou 300 empresas que operam nos principais setores de atividade nacionais, nomeadamente a banca, energia, combustíveis, Internet, informática, telecomunicações, setor automóvel, distribuição alimentar, bebidas, centros comerciais, cosmética, indústria farmacêutica e transportes. Para a obtenção deste resultado, a Cision apurou ainda que se revelaram fundamentais ações desenvolvidas como a missão Sorriso, o Mega PicNic, o Mercado de Sabores e outras iniciativas como a campanha de Regresso às Aulas, a marca própria Continente e a parceria com a Federação Portuguesa de Futebol.

Casas Brancas acaba de lançar novo projeto A Associação Casas Brancas acaba de lançar um novo projeto a implementar até abril de 2015, denominado Casas Brancas – Rede de Turismo Criativo. O projeto pretende consolidar a rede Casas Brancas a partir da sua capacidade criativa e de sustentação na identidade e valores culturais da costa alentejana e vicentina. A aposta é claramente vocacionada para o mercado internacional que é cada vez maior e mais sensível aos verdadeiros atrativos desta costa.

As Her As e da d de dess do Mo M ont n e da Rib ibeira e da Herd He rdaad rd din inha haa perten ncem nc ncem em à fa fam amíl mílilia Le mí L al a da Co ost staa, a, dessccen de ende dente e direta do Co C ond nde dee Erv rvideira ra,, agrriiccu ag ultor ul or de su s ceess sso o dos sséécu culo los XIIX e XX X.

Empresa prevê duplicar produção nos próximos anos

Ervideira aposta no crescimento Em 2002 a Ervideira percebeu que tinha de construir uma adega, pois a produção que tinha, feita em adegas externas, começou a aumentar. A adega, inaugurada recentemente, tem capacidade instalada para produzir um milhão e 400 mil garrafas por ano. Publirreportagem Sandra Sanches

L

ocalizada em pleno Alentejo, próximo de Reguengos de Monsaraz, a Ervideira remonta a um passado (século XX) com tradição familiar na produção de vinhos. Hoje o projeto mantém-se e, segundo nos refere Duarte Leal da Costa, diretor executivo da empresa, é graças ao “empenho, esforço e dedicação” que todos os dias é depositado no trabalho. “Só assim é possível continuar este projeto e produzir vinhos que marcam pela diferença”, argumenta. O seu bisavô, que em 1880 começou a produzir vinhos e a engarrafar uma década depois, passou-lhe, sem dúvida, os valores necessários para que hoje esteja atento ao mercado, fornecedores, clientes e equipa de trabalho. Em 1988 Duarte Leal da Costa recebeu as propriedades que foram retiradas aquando da Revolução de Abril, um património que estava parcialmente destruído. Recomeçou do zero e, 10 anos depois, em 1998, sai com o primeiro vinho dessa geração. Em 2012 é lançado

o primeiro vinho produzido na nova adega. Esta é uma empresa, sem dúvida, com história e que mostra ao mundo vitivinícola nacional e internacional que o produto ali concebido é sobretudo diferenciador, pois aposta no desenvolvimento de vinhos de castas portuguesas que se diferenciam não só pela qualidade do produto, mas também pelos conceitos que são apresentados no mercado. Com cerca de 160 hectares de vinhedos, divididos pela Vidigueira e por Reguengos de Monsaraz, a Ervideira inicia agora um novo ciclo dentro do percurso que traçou até à data. No ano transato liquidou “todas as suas dívidas”, nomeadamente o plano de pagamento para a adega, e produz atualmente 800 mil garrafas por ano, valor que pretende duplicar no próximo quadriénio, uma vez que a capacidade para esta duplicação de produção já se encontra instalada. Os indicadores apontam para um crescimento na ordem dos “50 por cento”, o que revela o posicionamento estável da empresa. Com uma estratégia maioritariamente focada no mercado internacional, a Ervideira detém como mercado externo a Bélgica, Holanda, Alemanha, Suíça e Angola. Em minoria destacam-se a Polónia, Letónia, República Checa e China, este último com um potencial muito grande, devendo ser, dentro de poucos anos, um dos principais mercados da Ervideira. Apesar de o mercado nacional ser bem maior do que o externo, o mesmo apenas

representa 35 por cento do trabalho, enquanto que 65 por cento recai nas exportações distribuídas por vários países. Das 20 referências existentes só da marca Ervideira, entre espumantes, brancos, tintos e rosés, para Duarte Leal da Costa, a coisa mais fácil que existe numa adega “é fazer quatro vinhos, um branco, um tinto, um reserva branco e um reserva tinto”, no entanto, o muito complicado “é fazer várias gamas e produtos absolutamente diferenciadores, no caso de espumantes, o que na realidade a Ervideira faz”. Fazer produtos diferentes, e em cada patamar de diferenciação, e conseguir-se sobretudo um bom vinho, e a um preço muito acessível, faz parte da missão desta empresa. O espírito de colaboração, alegria e inovação dos funcionários e o facto de a Ervideira ser a primeira empresa a fazer colheita noturna, a ter transportes frigoríficos diurnos, produzir espumantes certificados e um vinho branco – Invisível, feito a partir de uvas tintas, são alguns dos segredos que assentam no sucesso, crescimento da empresa e na produção de vinhos diferenciadores. Além da tecnologia utilizada na vinificação, aliada à tradição dos vinhos verdadeiramente alentejanos, e a sala de barricas, onde estagiam os vinhos até à sala de provas, podem ainda visualizar-se algumas garrafas produzidas originalmente pelo Conde de Ervideira, autênticas peças de museu.

Amway apresenta relatório mundial de empreendedorismo 2013 A Amway apresentou recentemente os dados que Portugal obteve no Estudo Global de Empreendedorismo 2013 realizado em 24 países diferentes. O estudo, que envolveu 26 mil pessoas a nível global, revela que 61 por cento dos entrevistados apresentam uma atitude positiva perante a criação do próprio emprego, mas 83 por cento das pessoas dizem não arriscar por ter medo de falhar. A nível regional 63 por cento dos alentejanos têm uma atitude positiva perante o empreendedorismo, ao invés dos algarvios que registam apenas 37 por cento. Na zona norte, 57 por cento dos participantes acham que o financiamento público e os empréstimos para star-ups são indispensáveis à criação do seu próprio emprego, mais do que as pessoas inquiridas em Lisboa que registaram uma resposta de 48 por cento. Tanto os lisboetas como os alentejanos acham que o medo de desiludir a família é um dos entraves à criação do seu negócio, sendo que ambas as regiões registaram um valor de sete por cento.

Vinhos da CAAR considerados best buy e excelentes A Casa Agrícola Alexandre Relvas – CAAR, localizada no Redondo, viu quatro dos seus vinhos destacados na prestigiada revista americana “Wine Enthusiast”. Dos quatro vinhos, a publicação do setor dos vinhos classificou três deles como best buy e dois ainda obtiveram uma pontuação Excelente. Os quatro vinhos distinguidos são o Herdade São Miguel Reserva 2011, classificado com 91 pontos, o Herdade São Miguel Colheita Selecionada 2012, com 90 pontos, o Pimenta Preta 2012 e o Atlântico 2012, ambos classificados com 87 pontos. Para além da boa classificação, os três últimos foram ainda considerados vinhos best buy. De salientar que em sete colheitas, esta é a quinta vez que a “Wine Enthusiast Magazine avalia o Herdade São Miguel Reserva acima dos 90 pontos.

CVRA anuncia o vencedor do concurso O melhor Sommelier Vinhos do Alentejo no Brasil 2014 Fernando Edcarlos Lopes, do restaurante Adegão Português, no Rio de Janeiro, foi eleito o vencedor do concurso Melhor Sommelier Vinhos do Alentejo no Brasil 2014. O vencedor foi eleito pelos jurados Dora Simões, presidente da CVR Alentejo, e Rui Falcão, jornalista e crítico de vinhos portugueses, e ainda Duarte Galvão, especialista gastronómico e diretor do festival anual Peixe em Lisboa. Para além da experiência da identidade vitivinícola alentejana, a CVRA garante que “este concurso terá certamente novas edições com o objetivo de reforçar a notoriedade dos vinhos alentejanos no mercado brasileiro”.


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A iniciativa “Um conto por mês” leva à Biblioteca Municipal de Castro Verde, na segunda-feira, dia 17, o contador de histórias Carlos Marques para um serão que tem início pelas 21 horas. No próximo dia 20 de março é António Fontinha, outro notável nesta arte, o convidado para animar a noite no polo de Casével, também a partir das 21 horas, com a ajuda do grupo Conto com a Poesia. Serões à antiga, entre livros, música e histórias.

Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

Serões de contos na Biblioteca de Castro Verde

Pais Uma ideia para

um lanche amoroso que deixa qualquer criança derretida. Um bom pretexto para mostrar o nosso amor.

Dica da semana A dica da semana centra-se no livro de Michael Hall com o livro My heart is like a Zoo. Embora não esteja traduzido para português o importante é perceberes como são feitos os animais deste Jardim Zoológico. Sim, é verdade são todos feitos de corações e com o aproximar do Dia dos Namorados nada mais indicado. Claro, não é preciso um(a) namorado(a), basta uma pessoa a quem queremos muito bem.

Passo a passo Para os fãs dos Minions, a máscara perfeita para brincares neste Carnaval.

A páginas tantas... “Era uma noite sem lua alguma… O relógio dava a UMA… DONG! De repente, Mateus acordou assustado. Tinha ouvido um barulho atrás da porta, onde estavam pendurados os casacos. Olhou para lá, mas só viu uma sombra… Abriu muito os olhos, sem pestanejar, e a sombra transformou-se num… MONSTRO!” Não me comas a mim!, é o título de um novo livro editado pela OQO e a autora, Margarita del Mazo, inspirou-se nas suas próprias vivências, mais concretamente na inquietação que a escuridão lhe produzia quando ela era pequena. Neste álbum as crianças amedrontadas, por este ou outros medo, vão sentir-se bastante mais aliviadas, pois vão descobrir que não são as únicas para quem as sombras se transformam em monstros famintos, tal como acontece com o pequeno Mateus. Vitali Konstantinov é o ilustrador russo responsável por tamanhos medos. Atualmente vive na Alemanha onde trabalha como designer e ilustrador, apesar de no seu currículo ainda constarem a pintura e a arquitetura como formas de expressão artística.


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Letras Mário e o mágico

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Boa vida Comer Lombo de porco de raça alentejana com migas de batata Ingredientes para 4 pessoas: 1 kg. de lombo de porco de raça alentejana; 100 gr. de massa de pimentão da horta; 8 dentes de alho; 100 gr. de linguiça de porco alentejano; 1 laranja; 200 gr. de banha de porco alentejano; 1 kg. de batatas; q.b. de sal grosso. Confeção: Corte o lombo de porco em fatias e tempere com massa de pimentão, alhos esborrachados e sumo de uma laranja. Reserve pelo menos uma hora, antes da confecção. Leve ao lume uma frigideira com a banha e quando ela estiver quente, frite e linguiça cortada às rodelas e as fatias do lombo de porco (reserve). Entretanto cozem-se as batatas com pele em água e sal. Retire as cascas das batatas e esmague-as muito bem com um garfo. Num tacho coloque um pouco da gordura da carne (pingo) e junte a batata esmagada. Leve ao lume médio e envolva com uma colher, formando uma bola. Retifique o tempero. Sirva bem quente e bom apetite.

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Pormenor do carimbo da polícia

Filatelia O “Mensageiro do Algarve” e a investigação histórica

A

caba de ser distribuído, em formato digital, o n.º 4 do “Mensageiro do Algarve”, jornal filatélico, trimestral, editado por sete agrupamentos filatélicos algarvios. No seu n.º 2, a propósito de um carimbo do Comissariado da Polícia Civil de Faro aparecer a obliterar correspondência, o jornal iniciou a rubrica “Quem sabe?”, na qual se pede aos leitores que ajudem a esclarecer algumas dúvidas sobre assuntos filatélicos. Neste número, o professor António Borralho, faz, aos leitores do jornal, a seguinte pergunta: “Polícia de Faro fez serviço de correios?” Ilustra a pergunta, um postal ilustrado, franqueado com selos tipo Ceres, dirigido a Antuérpia, onde chegou no dia 10 de abril de 1920 e que apresenta sobre os selos o carimbo administrativo do Comissariado da Polícia Civil de Faro. A resposta a esta questão não tardou a surgir; foram várias, todas elas convergentes e está relacionada com a greve dos correios de 1920. Os funcionários telégrafo-postais em março de 1920, para verem as suas reivindicações satisfeitas, fizeram uma greve que lançou o caos em todo o País. Para atenuar os enormes prejuízos desta paralisação total dos correios, a Confederação Patronal estabeleceu um serviço de receção e entrega de correspondência, para o qual pediu a colaboração das mais diversas entidades, muitas das quais eram seus associados, empresas e comerciantes. Também as corporações de bombeiros, o Exército, a Polícia e a Guarda Nacional Republicana deram o seu precioso contributo para minimizar os efeitos da paralisação total dos correios. No número seguinte foram colocadas mais três questões: – O que era a “Fédération International de Collectionneurs Échangistes”; – O que era o “International Algarve

Exchange Clube?”; – As comemorações do Dia do Selo em 1957 realizaram-se também em Vila Real de Santo António? O n.º 4, agora distribuído, já contém a resposta a estas perguntas e apresenta as três questões: – Quem pode dar informações sobre os Dia do Selo realizados no Algarve? – Quem pode dar informações sobre a mostra filatélica comemorativa do centenário do Corpo de Bombeiros Municipais de Faro em 28/11/1982? – Em que data se realizou a primeira exposição filatélica em Vila Real de Santo António? Embora ainda só tenha passado um pouco mais de meio século sobre estes acontecimentos, a resposta não parece fácil, por falta de registos, tanto na imprensa local, como em publicações filatélicas, de âmbito nacional, dessa época. Interessante rubrica esta, que desafia os seus leitores a efetuar pesquisas nos mais diversos órgãos informativos para tentar encontrar a resposta às questões em apreço. O “Mensagei ro do A lga r ve” foi criado pelos cinco agrupamentos filatélicos: AFAL – Associação Filatélica Alentejo Algarve; Núcleo de Filatelia de Faro – ATAF; Núcleo Infanto-Juvenil “Os Amiguinhos dos Selos”; Secção Filatélica do Lions Clube de Portimão; e Secção de Colecionismo da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António. Mais tarde aderiram a este projeto, que vai agora entrar no segundo ano de publicação eletrónica, os seguintes agrupamentos: Núcleo Filatélico Juvenil de Armação de Pera – Silves “Bichinho do Selo” e, Núcleo Juvenil de Filatelia e Colecionismo de Lagoa “Casinha do Colecionador”. Geada de Sousa

tália, final da década de vinte. O cenário é o de uma estância balnear italiana, em final de época alta, onde uma família alemã veraneia. O narrador anónimo dá, desde logo, conta de uma atmosfera pesada e pouco propícia à descontração. É o calor, sim, que, com o passar dos dias, se torna mais insuportável à medida que o sirocco, quente e húmido, se instala. As diferenças culturais, também. É a incompreensão e o escândalo – além da multa paga às autoridades policiais – quando a filha do casal, de oito anos, revela a sua nudez, na praia, enquanto tira a areia do fato de banho. A primeira parte de Mário e o mágico – que condensa o mau-estar sentido ao longo dos dias enquanto dá conta de pequenos episódios reveladores – foi escrita para potenciar o clímax nesta parábola sobre o fascismo. Uma das duas novelas italianas do prémio nobel da literatura – a outra é Morte em Veneza –, é uma das obras mais pequenas de Mann mas que condensa, de modo brilhante, a experiência asfixiante do totalitarismo. Esta concentra-se, de modo genial, na segunda parte, da atuação do repugnante mágico hipnotista Cipolla. Mann relata como a apatia e a falta de tomada de atitude deixa o campo aberto para o abuso por aqueles capazes de fascinar um público. A racionalidade pouco ou nada pode como arma de defesa num processo, em crescendo, em que os aleijões físicos e morais de um homem alucinado podem mais do que a vontade de todos os seus pares. Inspirado na vivência do escritor, que se exilou da Alemanha quando o nacional-socialismo tomou conta do poder, Mário e o mágico foi e é também um grito contra a apatia. Maria do Carmo Piçarra

Thomas Mann Dom Quixote 112 páginas 11,90 euros


Diรกrio do Alentejo 14 fevereiro 2014

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30 Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

Exposição e ateliê de medalhística em Aljustrel

Inaugura hoje, sexta-feira, dia 14, pelas 18 horas, nas Oficinas de Formação e Animação Cultural, em Aljustrel, a exposição coletiva de escultura e medalhística “Instâncias”. As obras de Andreia Mateus, Andreia Pinelas, Raquel Rita, Rita Queiroga e Ana Almeida vão estar patentes ao público até ao dia 8 de março. Para completar esta mostra, segundo a Câmara de Aljustrel, amanhã, sábado, 15, será promovido um ateliê de introdução à medalhística, ministrado pelas artistas, dirigido de manhã a crianças e jovens e, a partir das 14 horas, ao público adulto.

Fim de semana Pequenos Concertos de Inverno

titulo titulo São inauguradas amanhã, sábado, na Casa da Cultura de Beja, as exposições “Direção Prohibida”, de Álvaro Barriga, e “Imagens Perdidas”, de Pedro Barrocas. Os autores são dois fotógrafos bejenses, apaixonados pela sua região, que mostram nestas coleções de imagens “

Couple Coffee para ouvir em Castro Verde

A

Câmara Municipal de Castro Verde volta a propor a todos os interessados “uma série de propostas artísticas”. Um conjunto de apresentações musicais programadas para o inverno. “Cinco espetáculos, de pequeno formato”, adianta a autarquia, mas “de grande qualidade”. Vários géneros musicais, cinco concertos em que público e músicos partilham o palco do Cineteatro Municipal de Castro Verde. Está de volta a II Temporada de Pequenos Concertos de Inverno. Hoje, sexta-feira, Dia de São Valentim, é dia de concerto. E é a vez de Couple Coffee, a dupla formada por Luanda Cozetti e Norton Daiello, artistas brasileiros residentes em Portugal, subir ao palco do cineteatro municipal, a partir das 21 e 30 horas. Segundo a Câmara Municipal de Castro Verde “ela, Luanda Cozetti, faz tudo o que quer com a voz” e ele “sola, acompanha e, mais do que isso, o seu baixo canta”. Desta alquimia, adianta ainda a autarquia, “resulta uma música original e sofisticada”. Os Couple Coffee já contam com vários álbuns e, em 2005, estrearam-se com o CD “Puro”. Em 2007 a formação do coletivo Couple Coffee & Band gravou “Co’as Tamanquinhas do Zeca!”. Seguiram-se ainda “Young and Lovely – 50 anos de Bossa Nova” e “Quarto Grão”. Os bilhetes para se ouvir o novo jazz brasileiro podem ser adquiridos no Posto de Turismo de Castro Verde. A organização encontra-se a cargo da autarquia.

Casa do Cante recebe colóquio “O cante, a música e o baile”

Jorge Serafim e Virgem Suta em Cabeça Gorda

Beja homenageia Al-Mu’tamid no domingo

A Casa do Cante, em Serpa, recebe amanhã, sábado, dia 15, a apresentação do projeto de investigação “A cultura expressiva na fronteira luso-espanhola”, a cargo de Dulce Simões, antropóloga. O colóquio “O cante, a música e o baile” contará, assim, com a apresentação de Paulo Lima, diretor da Casa do Cante, mas também com a participação de Nuno Sidoncha, do grupo coral Os Arraianos de Ficalho, de Isabel Sabino, vice-presidente da Câmara Municipal de Barrancos, de Ana Castilla, professora de flamenco dos grupos de baile, e de Flávio Bolrão, coordenador do grupo Os Caprichosos da Amareleja. Estão ainda previstas as atuações do grupo coral Os Arraianos e do grupo de baile Zapatito de Tacón.

Acontece amanhã, sábado, 15, a partir das 22 horas, em Cabeça Gorda, no concelho de Beja, o espetáculo de comemoração dos 10 anos de atividade da Associação de Jovens Carpe Diem. Jorge Serafim, contador de histórias, associa-se ao evento, bem como o grupo musical bejense Virgem Suta. O DJ PT também vai subir ao palco da Casa do Povo.

Beja homenageia no domingo, dia 16, um dos poetas mais importantes do Al-Andalus. Al-Mu’tamid, que nasceu em Beja, cresceu em Silves, governou Sevilha (reino Taifa) e morreu em Aghmat, onde está sepultado. Abdallah Kwauli será o anfitrião dos Passeios de Beja, desta vez dedicado à “Gente culta da Beja Islâmica”, na qual Al-Mu’tamid teve um papel de destaque. O início da iniciativa está marcado para as 15 horas, junto ao Museu Regional de Beja, terminando pelas 17 horas, no Parque da Cidade, com uma homenagem da Câmara Municipal de Beja ao rei-poeta. À noite, pelas 21 e 30 horas, no Pax Julia Teatro Municipal, acontece um concerto para celebrar a herança que Portugal, Espanha e Marrocos partilham.

“Ervas da Baronia” para saborear em Alvito Este fim de semana regressa, ao concelho de Alvito, o ciclo gastronómico “Ervas da Baronia”. Catacuzes, espargos e carrasquinhas são as iguarias em destaque nos restaurantes aderentes. Amanhã, sábado, no Mercado Municipal de Alvito, pelas 9 horas, realiza-se o primeiro workshop “Ervas de Comer”.

Exposição de BD de Luís Henriques em Odemira Até ao dia 27, a Biblioteca de Odemira recebe a exposição de BD do autor Luís Henriques. A mostra é dirigida ao público jovem e integra trabalhos que o autor apresentou no Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora, em 2008, na qual foi o autor português em destaque, em resultado do prémio nacional de BD, atribuído ao álbum “Tratado de Umbrografia”, com argumento de José Carlos Fernandes e desenhos da sua autoria. Este trabalho arrecadou, em 2007, os prémios para as categorias de melhor álbum português, melhor argumento e melhor desenho para álbuns portugueses.


31 Diário do Alentejo 14 fevereiro 2014

Celebre o dia de S. Valentim com a “Não confirmo, nem desminto”! É verdade, prezado leitor. Celebre o dia de S. Valentim connosco! Agora que estamos quase a chegar ao milhar de seguidores na nossa página no Facebook, o fã 1 000 habilita-se a ganhar um magnífico fim de semana em Vila Azedo para duas pessoas. Para isso, leve um exemplar desta edição à redação do jornal, onde deverá recitar o editorial de Paulo Barriga sobre as praxes em latim. E ainda leva de oferta um cabaz com um tinto da Vidigueira, duas latas de atum, meio pão com dois dias e manteiga de cor. O “DA” ainda enviará Geada de Sousa que massajará os seus pés e os da sua cara-metade com óleo de girassol. Do que é que está à espera? Vá a facebook.com/naoconfirmonemdesminto!

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Fals a c arne de porco preto alentejano distribuída por restaurantes e supermercados: autoridades desconfiaram quando ouviram animais a falar com sotaque espanhol Mais uma polémica alimentar que marca a atualidade: há restaurantes e supermercados em Portugal que estão a servir aos seus clientes carne falsa de porco preto alentejano. A ASAE desconfia que a carne é proveniente de outros países, nomeadamente de Espanha, como nos explicou o inspetor Hércules Colombo: “A nossa instituição já anda a seguir este caso há muito tempo. Enviámos um agente nosso disfarçado de bácoro para uma pocilga junto à fronteira com o país vizinho – esteve sob disfarce durante meses e conseguiu descobrir que é tudo obra da máfia de porcos brancos de Encinasola que quer introduzir bifanas low cost e coiratos com sabor a tremoços no nosso país!”, explicou. O SEF também tem estado a seguir a movimentação de porcos pretos que alugaram uma vivenda no Pedrogão e que se fazem passar por alentejanos, mas que dizem coisas em espanhol como: “Sí, oh sí, cariño!”, “Quiero ser como tú” e “Voy a ver Verano Azul”.

Exclusivo “Não confirmo, nem desminto”: Junta de Freguesia de Bicos desapareceu do mapa e emigrou para Inglaterra onde lava pratos Foi notícia da última edição do “Diário do Alentejo”: a freguesia de Bicos foi a única que desapareceu do mapa. A “Não confirmo, nem desminto”, depois de uma apurada investigação, descobriu o paradeiro da freguesia e falámos com ela através do Skype: “Ainda estou muito magoada com aquilo tudo! Eu que tinha tão boas condições fui preterida em benefício daquelas maganas de Colos e Vale de Santiago que ainda gozaram comigo. Muito amigas pela frente e depois falaram mal de mim nas costas! Decidi sair do País, arranjar trabalho como freguesia em Espanha, província em Angola, mas agora só querem freguesias da China, que são mais baratas e não têm a mesma qualidade. Acabei em Inglaterra onde lavo pratos e vendo postais do Big Ben. É a vida que podemos ter…”, declarou uma chorosa freguesia de Bicos que divide um apartamento nos subúrbios de Londres com uma freguesia polaca.

Inquérito Como viveu o mau tempo do passado fim de semana?

CLÁUDIO FLAT, 18 ANOS Vencedor do campeonato de bodyboard de Alvito

Vivi com bué da intensidade, foi espetacular. As ondas galgaram várias praias da costa alentejana e foi fixe porque consegui praticar bodyboard em Canhestros! Foi uma experiência diferente porque desta vez a água mexia-se mesmo. Realmente, bodyboard e windsurf na banheira não é a mesma coisa!

Imagem gentilmente cedida pelo nosso seguidor no twitter @manuelparreira. Para ver mais quadros desta coleção vá a http://blasfemias.net/2014/02/10/belmiro-a-primeira-semana-uma-retrospetiva.

Quadros de Miró estavam na herdade de Oliveira e Costa na Vidigueira: antigo banqueiro usava as obras de arte como base para copos A leiloeira Christie’s decidiu cancelar o leilão dos quadros do pintor catalão Miró que pertenciam ao BPN. A indignação tomou conta das redes sociais e foram milhares os internautas que se insurgiram contra esta venda, apesar de muitos nunca terem ouvido falar do pintor e outros acharem que se tratava de uma personagem da “Guerra dos Tronos”. Cavaco Silva afirmou que aprecia Miró “enquanto pintor”, o que lhe fica bem, porque há aqueles que confundem com Miró, o canalizador ou Miró, o decorador de interiores. Por outro lado, o nosso correspondente em Vila de Frades, numa investigação conjunta com a Galeria dos Escudeiros, descobriu que os 85 quadros de Miró estariam na herdade de Oliveira e Costa, na Vidigueira, onde serviam de bases para copos, para apontar números de contas em offshores e fazer listas das compras.

LUDMILA TUFÃO, 59 ANOS Pessoa que inventou a expressão “gaivotas em terra, tempestade na praia de Quintos”

Fiquei preocupada, especialmente com o vento. Ia jurar que as rajadas eram tão fortes que vi o Marques Mendes a sobrevoar a minha casa. Mas tenho pena que o nosso país não tenha podido assistir a um temporal como deve ser: esta tempestade Stephanie é perigosa, mas não chega aos calcanhares da tempestade Grace.

BIANCA CICLONE, 79 ANOS Apreciadora de futebol de salão feminino

Fiquei toda chateada porque queria ver o Benfica X Sporting e não consegui! Já não via tanta lã de vidro a voar desde a última reunião do Gang da Malha. Cá para mim, o Benfica devia comprar os quadros do Miró para tapar os buracos na cobertura, pode ser que assim mais ninguém se magoe naquele estádio… a não ser que jogue o Maxi!


Nº 1660 (II Série) | 14 fevereiro 2014

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nada mais havendo a acrescentar... São Valentim Os analfabetos de carne aprendem primeiro a pele. Começam por soletrar o abecedário dos dedos, repetem até o afago alastrar às mãos e com a ponta das unhas escrevem as primeiras letras no papel do rosto. E depois descem a página e iniciam o parágrafo dos ombros. Texto abaixo, escorrendo adjetivos, as palavras arredondam e fazem-se maiúsculas e com uma exclamação na língua escrevem até ao umbigo que é um ponto, mas ainda não é o final porque a sintaxe cresce e entre os dois sujeitos há um todo um complemento por acabar. Faltariam agora apenas três linhas para obter a básica literacia do corpo. Faltariam, não fossem estas palavras meros vocábulos mudos

que escrevo na água à espera que tu tenhas sede. Olho-te e o meu olhar é um maestro a comandar uma orquestra de desejos desafinados que atuam no palco acanhado do peito. Violinos de veias de sangue retesado, flauta de sopros da expiração, percussão sobre as peles tensas do estômago, metais das unhas roendo os dentes. Sou um gato imóvel disfarçando silenciosamente a gula e tu és como o peixe colorido que o gato vê para lá do vidro da impossibilidade. Ronronando, adivinho que há um aquário cheio de peixes coloridos nas tuas ancas e a meu lado um papel pergunta quando poderão as minhas mãos cumprir o destino dos meus olhos. Vítor Encarnação

quadro de honra Engenheira química, é doutorada em Operações Unitárias e Fenómenos de Transferência, pela Faculdade de Ciências e Tecnologia (Universidade Nova de Lisboa). Pertence à Rede de Química e Tecnologia (Requimte) do mesmo estabelecimento de ensino e é, desde 2011, investigadora convidada/consultora do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo (Cebal), mais concretamente no Grupo de Engenharia de Processos.

Investigadora do Cebal premiada pela L’Oréal Portugal

Gás anestésico reutilizado

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Como lhe ocorreu a possibilidade de reciclar o gás anestésico administrado durante as cirurgias?

O xénon é considerado o gás de anestesia ideal. No entanto, o elevado custo da cirurgia quando se utiliza xénon, comparado com os restantes agentes anestésicos, tem limitado a sua utilização. Por outro lado, a remoção de dióxido de carbono de correntes de anestesia é feito através de um absorvente constituído maioritariamente por hidróxido de cálcio. Após alguma pesquisa bibliográfica, tornou-se evidente que seria necessário o PUB PUB

desenvolvimento de uma tecnologia que permitisse reduzir os custos de anestesia quando se utiliza xénon. Durante o meu doutoramento, preparei e caracterizei materiais poliméricos com líquidos iónicos e o potencial da utilização destes solventes para a remoção do dióxido de carbono foi comprovada. Durante o pós-doutoramento, tentei aumentar a afinidade para o dióxido de carbono desta fase líquida (líquido iónico biocompatível) através da utilização de uma enzima, anidrase carbónica. Como se processa o método que está a desenvolver para chegar a este objetivo?

Até ao momento, foram realizados ensaios de solubilidade e difusividade de diferentes gases (dióxido de carbono, xénon, oxigénio, azoto) em diferentes líquidos iónicos biocompatíveis com enzima. A maior afinidade do dióxido de carbono comparativamente ao xénon para esta fase líquida foi comprovada, e o próximo passo será o desenvolvimento de um sistema de dois contactores de membranas, em que no primeiro ocorrerá a separação do dióxido de carbono do xénon, e no segundo contactor ocorrerá a separação do dióxido de carbono da fase líquida (que contém líquido iónico e enzima). Pretende-se, no final, desenvolver um

Hoje, sexta-feira, dia 14, a chuva deverá continuar a cair em toda a região. A temperatura oscilará entre os nove e os 16 graus centígrados. Amanhã, sábado, espera-se chuva moderada e no domingo prevê-se uma melhoria do estado do tempo.

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Vidigueira assinala São Valentim para promover concelho

Luísa Neves, 32 anos, natural de Lisboa

uísa Neves, investigadora do Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo (Cebal), acaba de ser distinguida com uma das Medalhas de Honra L’Oréal Portugal para as Mulheres na Ciência, uma iniciativa conjunta da L’Oréal Portugal, Comissão Nacional da Unesco e Fundação para a Ciência e Tecnologia. A cientista estuda a possibilidade de reciclar o gás anestésico administrado durante as cirurgias, retirando-lhe o dióxido de carbono da respiração da pessoa anestesiada. Uma tecnologia que irá permitir a diminuição de custos hospitalares quando se utiliza xénon, um gás de anestesia caro mas considerado “o ideal”.

www.diariodoalentejo.pt

protótipo adequado para uso hospitalar e adaptado a um circuito de anestesia. Até que ponto seriam diminuídos os custos hospitalares através da reciclagem deste gás anestésico?

Esta tecnologia irá permitir a diminuição dos custos de anestesia quando se utiliza xénon, uma vez que este processo permite a recirculação da corrente anestésica tratada; e a eliminação dos custos do hospital associados à incineração do material utilizado atualmente (hidróxido de cálcio) para a captura de dióxido de carbono, uma vez que o material usado como absorvente é também reutilizado. Como reage a este prémio de 20 mil euros e que destino pensa dar-lhe?

Fiquei muito contente com esta distinção. A atribuição deste prémio foi muito importante para mim a nível científico e pessoal, não só pelo reconhecimento do trabalho que tenho vindo a desenvolver nos últimos anos, mas também pela visibilidade resultante deste projeto, desta ideia, desta tecnologia. Sendo um prémio monetário no valor de 20 mil euros, irá permitir-me avançar um pouco mais na investigação, e o dinheiro será destinado à aquisição de um circuito de anestesia. Carla Ferreira

A Câmara Municipal de Vidigueira organizou um programa cultural para assinalar o Dia de São Valentim. O objetivo é “divulgar a gastronomia, a hotelaria e o património local”. Hoje, sexta-feira, dia 14, os restaurantes apresentam ementas especiais para os apaixonados, mas também os alojamentos têm programas específicos para assinalar a data. Amanhã, sábado, arranca a Rota do Cupido e, pelas 14 e 30 horas, acontece uma visita ao Museu Municipal de Vidigueira, seguindo-se, pelas 15 e 30 horas, uma visita às ruínas romanas de São Cucufate. Pelas 16 e 30 horas, a organização preparou uma visita à adega Ribafreixo Wines, onde será servido um “petisco de amor”.

Final do concurso de bandas em Odemira A grande final do Concurso de Bandas organizado pela Odemira-te – Associação Cultural e Artística de Odemira, com o apoio da Câmara de Odemira, está agendada para o próximo dia 22, no Espaço Jovem, a partir das 22 horas. Em palco vão estar as quatro bandas apuradas nas duas eliminatórias anteriores: Young Redemption (metal core, Loulé), O Claustro (rock alternativo, Lisboa), Brun Damage (metal, Lisboa) e Earth Drive (post rock, Montijo). O evento contará com a participação especial das bandas convidadas For The Glory (hardcore) e Switchtense (trash metal).

Desfile de carnaval de Moura já tem data marcada No dia 28, em Moura, tem lugar mais uma edição do Carnaval das Escolas, organizado pela Câmara Municipal de Moura em colaboração com a comunidade educativa do concelho. “O sol e os recursos naturais do concelho” é o tema escolhido e as máscaras dos participantes serão confecionadas de acordo com esta temática. Segundo a autarquia, vão marcar presença no desfile “mais de 1000 participantes”. Nas freguesias de Amareleja, Póvoa de São Miguel, Santo Aleixo da Restauração e Safara também haverá desfiles carnavalescos pelos alunos das escolas.


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