Edição N.º 1659

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Acessibilidades Governo manda IP8 para as calendas gregas pág. 8

Bolsas sociais Trabalhar para pagar as propinas págs. 16/17

Abrunhosa Casa cheia no Pax Julia este sábado

Pedro Varela De Cuba para o mundo do futebol

pág. 30

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SEXTA-FEIRA, 7 FEVEREIRO 2014 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1659 (II Série) | Preço: € 0,90

José Pedro da Costa Salema é o novo presidente da EDIA

A dois anos e 300 milhões de euros de cumprir Alqueva Entrevista nas págs. 4/5

Congresso da Anafre: autarcas querem freguesias de volta pág. 9

Algumas não sofreram alterações. Muitas foram agregadas. Mas Bicos foi a única freguesia em todo o Alentejo que foi extinta na última revisão do mapa nacional. O seu território foi dividido em partes pelas freguesias vizinhas de Colos e Vale de Santiago, no concelho de Odemira. Embora os funcionários, os equipamentos e as instalações se mantenham. Em terra de ninguém. págs. 6/7

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Bicos: a única freguesia alentejana que desapareceu do mapa


Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

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Editorial 15 000

Vice-versa “Queremos cooperar com as freguesias no desenvolvimento deste novo modelo. Os espaços do cidadão vão introduzir entre nós um novo modelo de organização e de relacionamento entre a administração pública e o cidadão. (...) É a administração pública que vai ao encontro do cidadão, em vez de ser este a desdobrar-se para com ela resolver os seus inúmeros problemas quotidianos”. Poiares Maduro, ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Lusa, 2 de fevereiro de 2014

Paulo Barriga

“O Governo pretende colocar nas autarquias locais serviços que são da administração central. Não é uma competência das autarquias locais, até porque estas não dispõem de meios necessários nem de formação”..

C

om a omnipresença, com o uso e com a relevância que se lhe dá, até parece que vem do confim dos tempos. Mas não. A rede social Facebook fez na passada terça-feira 10 anos. Apenas. Há precisamente uma década que a profecia da aldeia global, avançada pelo pensador canadiano Marshall McLuhan, começou realmente a ganhar contornos. Com alguma assertividade, pode hoje dizer-se que há um mundo antes e outro depois do Facebook. A rede começou numa universidade americana, por iniciativa de um aluno, para se ajudar a si e aos seus amigos a escolherem cadeiras em comum. Hoje, galga continentes, derruba fronteiras linguísticas, arrasa ditaduras, gera primaveras. Em dezembro de 2013 estavam registados no Facebook mais de mil milhões de utilizadores. Os grandes delatores desta gigantesca comunidade virtual não lhe auguram um futuro tão contagiante e promissor e eufórico como o presente faz crer. No entanto, agora mesmo, é difícil imaginar o bicho humano sem essa ferramenta fundamental para a sua sociabilização. O Facebook, para o bem e para o mal, é uma reconstituição perfeita, embora virtual, do velho largo da aldeia. É lá que as pessoas se encontram, sabem das novidades, matam saudades, contam palermices, choram os mortos, fazem amizades. Há coisa de dois anos, o “Diário do Alentejo” também começou a frequentar o largo com uma espécie de banca de notícias. A intenção primeira passava pela partilha das nossas velhas fotos de arquivo, de anúncios antigos e de alguma informação relevante. Depois iniciamos a produção de conteúdos televisivos. Hoje, tudo o que é para nós valioso está na nossa página de Facebook. Pelo que foi com redobrada alegria que no preciso dia em que a rede completou 10 anos de existência, a página do “DA” chegou aos 15 mil seguidores. Um universo pequeno se comparado com as hordas que seguem os Cristianos Ronaldos deste mundo. Mas de tal forma importante que, presentemente, o nosso perfil reúne mais seguidores que os restantes órgãos de comunicação social da região em conjunto. É a pagina do Alentejo com produção própria mais frequentada. E, entre os jornais regionais do País, é uma das mais vistas, chegando a atingir 500 mil cliques em publicações numa só semana. Hoje apenas me apetece agradecer a todos cerrando o punho e espetando o dedo polegar. Gosto!

Álvaro Nobre, coordenador distrital de Beja da Anafre, Rádio Pax, 4 de fevereiro de 2014

Fotonotícia Já lá vão quatro anos desde que o acesso ao topo da torre de menagem do castelo de Beja se encontra encerrado ao público. Em causa estão questões que se prendem com a segurança dos visitantes. Por se tratar de um monumento nacional, foi criado um plano de ação e intervenção no qual este ex-libris bejense está incluído como uma prioridade. A intervenção irá incidir na reabilitação da cobertura e na iluminação interna (escadaria e interior das três salas) da torre e em medidas de segurança de utilização do espaço. Serão também instalados painéis informativos acerca da história e arquitetura do monumento. O castelo voltará a fazer inveja às águias-reais ainda no decorrer deste ano. Gonçalo Farinho Foto de José Ferrolho

Voz do povo Tem perfil no Facebook? (a mais utilizada rede social fez 10 anos no passado dia 3 de fevereiro)

Inquérito de José Serrano

Ana Rita Trombinhas 23 anos, vendedora

Isabel Carocinho 37 anos, desempregada

Tina Luís 47 anos, desempregada

Carla Sampaio 40 anos, técnica de radiologia

Já há uns cinco ou seis anos que estou no Facebook todos os dias. A toda a hora. Sobretudo através do telemóvel. É um vício por completo. Encontro ali muitas razões de interesse. As novidades, os jogos, as notícias. Reencontrar pessoas, das quais não sabia nada há já muito tempo. A maior utilidade que lhe encontro é o convívio. Imaginar-me sem Facebook é muito difícil.

Ultimamente não vou lá com grande frequência. Talvez umas duas vezes por semana. Só lá vou para ver as mensagens, adicionar alguns contactos, pôr algumas músicas. E vejo sobretudo as fotografias que os amigos partilham. Facilita a comunicação e o reencontro. Dos gostos que faço os que mais prazer me dão são os das músicas do Elvis Presley. Sou fanática. É o meu ídolo.

Há já uns anos. No início ia lá com mais frequência. Achei muito giro encontrar e poder estar com pessoas com quem já não falava há imenso tempo. Mas a vontade, a sede que eu tinha naquela altura de consultar o Facebook, já não é a mesma. Agora, vou espreitar de vez em quando o que é que lá está. Mas continuo a utilizar, sobretudo para falar com os amigos e a família.

Sim. Mas já fui uma utilizadora mais frequente. A rede social consome-nos muito tempo. Temos que estar sempre a ver as notícias, o que os amigos dizem, e dar-lhes uma palavrinha. O Facebook é ótimo para poder falar com as amizades e a família que estão distantes. Mas nem sempre a vida permite a assiduidade de que gostaríamos. O tempo é um bem cada vez mais raro.


Rede social

Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 30 GRÂNDOLA NOVO LOGOTIPO LANÇADO O município de Grândola divulgou o seu novo logotipo resultante da proposta criativa de uma jovem grandolense, Rafaela Areias, que venceu o respetivo concurso de ideias lançado no final do ano passado. De forma circular, a nova imagem municipal “nasce da história da origem do nome da vila de Grândola, a partir da lenda da caçada de D. Jorge de Lencastre que depois de caçar um grande javali, aquando da sua preparação fez crescer uma Grande Olha, que depressa passou a ser Grande’olha e que agora conhecemos como Grândola”, descreve a autarquia. Rafaela Areias teve também em consideração as freguesias do concelho e os principais elementos que as caracterizam fazendo uso de formas e cores que “refletem os diversos tipos de paisagem do nosso concelho”, conclui a câmara local.

DOMINGO, DIA 2 ALMODÔVAR IDOSA DESAPARECIDA FOI ENCONTRADA “BASTANTE DEBILITADA” Uma mulher de 87 anos que havia desaparecido ao final da tarde de sábado, dia 1, no concelho de Almodôvar, foi encontrada por um familiar “bastante debilitada”. De acordo com o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja, a mulher foi encontrada numa zona de mato, junto à localidade de São Barnabé, por “um genro”, pelas 8 e 40 horas, logo após as autoridades terem retomado as buscas. A mesma fonte adiantou que a octogenária, que sofre de Alzheimer e que tinha desaparecido da sua residência, no Monte Novo Casarão, freguesia de São Barnabé, foi transportada pelos bombeiros para o Serviço de Urgência Básica (SUB) de Castro Verde. Estiveram envolvidos nas buscas militares da GNR e bombeiros da corporação de Almodôvar.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 3 MOURA VISITA DE MÁRIO SIMÕES NO ÂMBITO DO ROTEIRO AGRÍCOLA Mário Simões, deputado do PSD eleito por Beja, fez um périplo pelo concelho de Moura, no âmbito da iniciativa Roteiro Agrícola. A visita contemplou, pela manhã, deslocações a duas explorações de frutos e produtos hortícolas, e prosseguiu, da parte da tarde, com duas reuniões, uma com alguns criadores de gado na Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos, e outra com representantes da Associação dos Apicultores do Vale do Guadiana. O parlamentar visitou também um olival.

ÉVORA CONTRATOS DE FINANCIAMENTO DO INALENTEJO ASSINADOS Decorreu, em Évora, na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, a cerimónia de assinatura dos contratos de financiamento referentes a projetos de investimento aprovados pelo Inalentejo, no âmbito do regulamento específico Equipamentos para a Coesão Local. Ao todo, foram firmados 27 contratos, num montante total de 8,9 milhões de euros e comparticipação comunitária Feder de sete milhões de euros. O investimento médio por projeto é de cerca de 330 mil euros. Os projetos abrangem toda a área territorial da região Alentejo e uma diversidade de instituições em que se incluem lares de idosos, apoio domiciliário e social e creches, entre outras.

BEJA DELEGAÇÃO DO PCP VISITOU INSTITUTO POLITÉCNICO Uma delegação da Direção da Organização Regional de Beja (Dorbe) do PCP visitou o Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), tendo promovido uma reunião aberta a docentes, pessoal não docente, alunos e outros interessados, para discutir o futuro do estabelecimento, encarado como “um instrumento de estratégia para o desenvolvimento e a coesão territorial”. A delegação comunista, em que se incluiu também o deputado João Ramos, eleito por Beja, enumerou, em comunicado, alguns dos problemas ali vividos, como a redução, nos últimos quatro anos, “em quatro milhões de euros” nas transferências do Orçamento do Estado, o que se agrava num contexto de grandes dificuldades financeiras das famílias.

3 perguntas a Fernando Romba

Presidente da assembleia intermunicipal da Cimbal

Quais são as ambições da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal) no âmbito do próximo Quadro Comunitário de Apoio (2014-2020)?

Esperemos que o próximo quadro de financiamento permita manter a gestão da contratualização no âmbito das comunidades intermunicipais (CIM), ou seja, a possibilidade de gerir verbas de fundos europeus destinadas a projetos municipais. Recordo que a equipa técnica da Cimbal teve uma excelente prestação no QREN, beneficiando todos os municípios, com a qualidade do seu trabalho refletida na rapidez de aprovações e libertação de verbas. De futuro, o knowhow que detêm deve ser colocado ao serviço da região, auxiliando a elaboração de candidaturas, não apenas dos municípios, mas também de outras entidades. Também a previsível “obrigatoriedade” de projetos intermunicipais no âmbito do próximo quadro dará uma maior intervenção à Cimbal, não apenas na coordenação, mas também na promoção direta de candidaturas. E, enquanto novo presidente da assembleia intermunicipal da Cimbal, que papel deseja que este órgão desempenhe neste novo contexto?

As CIM viram as suas atribuições reforçadas com a nova lei. Todos os eleitos e membros dos órgãos da Cimbal têm a responsabilidade de colocar o interesse público acima dos interesses partidários. Espero que, em conjunto, consigamos trabalhar para proporcionar melhores condições aos que vivem no nosso território e tenhamos capacidade de atração para novos habitantes. Com certeza, não será a assembleia intermunicipal a desempenhar o papel de “força de bloqueio” ao desenvolvimento da nossa região. Exemplo disso foram as deliberações ocorridas na última sessão, de forma consensual.

Cantigas do Baú com casa cheia em Beja E Beja respondeu, com casa cheia, ao desafio do grupo Cantigas do Baú. Uma viagem a temas da música tradicional, maioritariamente com origem no cante, a quem Clara Palma e a sua trupe emprestam uma roupagem própria. Foi no sábado, dia 1.

Trio de jazz na “Arte Non Stop” em Mértola O trio Carlos Barretto Lokomotiv foi a proposta da iniciativa “Arte Non Stop” para o fim de semana de arranque. Jazz que se ouviu no Cineteatro Marques Duque, no sábado, 1, e que serviu de aperitivo a um ciclo de iniciativas que encerra no domingo, 9.

“O Lugar do Primeiro Amor” para ver em Ferreira A história da prima Joana do Monte da Lágrima e do seu amado Sebastião do lugar da Triste Lembrança pode agora ser vista em Ferreira do Alentejo, na Capela de Santo António, até dia 17. Bonecos que parecem ter vida, moldados pelas mãos da ceramista Vanda Palma.

Corrida juntou novos e velhos em Grândola Como avalia, de momento, o grau de solidariedade entre os municípios do Baixo Alentejo e como espera que evolua?

Os nossos municípios estão muito habituados a viver para dentro. Os projetos intermunicipais, salvo honrosas exceções, são quase inexistentes e têm um impacto muito reduzido. A Cimbal pode e deve ser uma entidade aglutinadora de vontades que consiga criar sinergias, principalmente na captação de investimento. O desenvolvimento económico e a promoção do território são bons exemplos de trabalho que pode ser desenvolvido pelas CIM. Parece-me que é necessário estreitar os laços de cooperação e colaboração intermunicipal, naturalmente sob o “chapéu” da Cimbal, colocando-a ao serviço das nossas populações. Carla Ferreira

Desporto e boa disposição andaram mais uma vez de mãos dadas em Grândola, com o 12.º Grande Prémio de Atletismo – “Circuito José Afonso”, e a 10.ª Corrida Miúdos e Graúdos, ambos organizados pela junta de freguesia local. Encontro de gerações numa manhã de domingo.

Técnica de papel machê ensinada em Sines Nunca é tarde para se aprender novas técnicas, como esta, de papel machê, que motivou há dias um ateliê no Espaço Sénior do Bairro Marítimo, em Sines. Muito papel de jornal, cola, e doses iguais de paciência e talento.

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Estamos a falar de verbas para investimento na ordem dos 300 milhões de euros, completando assim o investimento total de 2 500 milhões de euros. Apenas falta 12 por cento de todo o investimento no projeto do Alqueva.

Entrevista Desde novembro último que a

José Pedro da Costa Salema é o novo presidente da EDIA

Empresa de Desenvolvimento e

Faltam dois anos, 52 mil hectares e 300 milhões de euros para concluir Alqueva

Infraestruturas do Alqueva (EDIA) tem novo presidente. A apenas dois anos da anunciada conclusão da “rede de rega”, José Pedro da Costa Salema, 40 anos, sucede a João Basto à frente do maior investimento público alguma vez realizado no interior alentejano. Engenheiro agrónomo de formação e gestor de profissão, Costa Salema concede a sua primeira grande entrevista ao “Diário do Alentejo” numa altura em que, afirma, “toda a rede secundária do Alqueva está lançada”. De acordo com as suas palavras, na campanha agrícola de 2016 já estarão a ser regados todos os 120 mil hectares beneficiados com o projeto. Mas para tal, resta ainda infraestruturar quase metade dessa área e assegurar que a Europa não falhe com os 300 milhões de euros prometidos. Metade do território onde atualmente a água de Alqueva já chega está ocupado por olival, re-

Em que estado de implementação se encontra a rede secundária do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA)?

A rede secundária do EFMA, ou simplesmente “rede de rega”, como é conhecida, tem nesta data todos os procedimentos que levam à sua implantação concluídos. Quero com isto dizer que os concurp ç de sos, obras, adjudicações ou exploração stão em curso. Dos áreas já concluídas estão evistos, mais de 50 120 mil hectares previstos, xploração, concretapor cento estão em exploração, s. Temos igualmente mente 68 mil hectares. em obra cerca de 20 mil hectares, fundaciando os famosos mentalmente beneficiando “barros de Beja”. Por último, resta dizer ra a construção dos que os concursos para ares estão em curso. restantes 30 mil hectares ecundária de rega de Ou seja, toda a rede secundária Alqueva está lançada. Está em condições de garantir que o projeto hidroagrícola do Alqueva ficará concluído em 2015?

Alqueva terá a sua redee secundária concluída até finais de 2015,, entrando em plena nha de 2016. Essa é exploração na campanha DIA já deu e que agora uma garantia que a EDIA ento de todos os conreforça com o lançamento cursos que permitem atingir este objetivo, lo Governo. aliás, já reafirmado pelo Numa época de grande e aperto orçamental, como é que o ministério io e, naturalmente, a administração da EDIA A preveem financiar o que resta da obra?

também a ganhar o seu espaço no

É público, e já foi confirmado nfirmado pela sericultura, que há finhora ministra da Agricultura, ário para concluir nanciamento comunitário nte por fundos afeAlqueva, desejavelmente to regional. Mas tos ao desenvolvimento essa é uma matéria quee ainda está em cima da mesa. Isto é, as verbas estão penas decidir garantidas, faltando apenas o figurino definitivo.

Alentejo. Até porque, diz, não há dia

Estamos a falar em que e valores?

vela Costa Salema, não esquecendo que outras culturas ligadas às frutícolas e às horto-industriais estão

em que a EDIA não seja solicitada por novos investidores. Texto Paulo Barriga Fotos José Ferrolho

Estamos a falar de verbas rbas para investimento na ordem dos 300 miletando assim lhões de euros, completando o investimento total dee 2 500 milhões ta 12 por cento de euros. Apenas falta to no projeto do de todo o investimento Alqueva.

Atualmente a área instalada de regadio é de 68 mil hectares, deste território que percentagem está verdadeiramente a ser utilizado para fins agrícolas?

Os dados da última campanha de rega reforçam a nossa confiança na capacidade dos nossos agricultores aderirem às novas práticas agrícolas e novas culturas, uma vez que cerca de 65 ppor cento de toda a área equiq pada está a utilizar a água. Esta percentagem, se comparada com o histórico em Portugal, só foi conseguida nos perímetros de rega de iniciativa pública ao fim de 20 ou 25 anos. Em Alqueva é conseguida, em alguns perímetros mais recentes, logo na primeira campanha. O mais difícil de conseguir é que a pequena propriedade adira também ao regadio.

Como assim?

Esta pequena propriedade, localizada predominantemente junto às localidades, tem áreas onde não é possível, por exemplo, montar um pivot. Aqui a adesão tem sido muito baixa, porque se excluirmos estas áreas, a adesão ultrapassa os 80 por cento. A EDIA tem vindo a fazer um esforço no sentido de criar condições ç ppara qque estas ppequenas parcelas também se possam juntar ao grande desafio que é Alqueva. Começámos por identificar os respetivos proprietários e, de alguma forma, tentar perceber a sua motivação em relação ao futuro. Criámos assim uma base de dados resultante dos mais de 3 500 inquéritos efetuados até hoje, tipificando cerca de 30 mil hectares de terrenos agrícolas e com isto criar uma oferta a investidores que


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estejam interessados em se instalar na região. Ao mesmo tempo criámos e dinamizamos duas “academias”, das hortícolas e das plantas aromáticas e medicinais, tentando com isto criar polos de demonstração e apoio à instalação destas atividades na pequena propriedade. A EDIA é a entidade gestora nesta região da bolsa de terras que o Ministério da Agricultura criou recentemente. Tem havido interesse nestes terrenos? Existe oferta e procura?

A EDIA partiu em vantagem para este desafio uma vez que, conhecendo o terreno, conhecendo os proprietários e detendo toda a informação cadastral da região, fruto do trabalho desenvolvido ao longo dos anos pelo nosso Centro de Cartografia e Cadastro, e dos mais de 3 500 inquéritos por nós efetuados, foi-nos relativamente fácil divulgar junto dos proprietários os propósitos desta iniciativa do Ministério da Agricultura e assim participar ativamente no processo. Desde 16 de outubro de 2013, foram disponibilizados pela EDIA 89 prédios, totalizando uma área de 816 hectares, 87 prédios no distrito de Beja e dois no distrito de Évora. Quem são os empreendedores externos que procuram o regadio do Alqueva e, em regra, que tipo de culturas pretendem implementar?

Para não nos alongarmos muito, até porque algumas das iniciativas se revestem de alguma contenção no que à sua divulgação diz respeito, poderei dizer que a EDIA tem vindo a receber, quase diariamente, um conjunto de solicitações orientadas para o investimento na região, nem sempre com respostas ou soluções fáceis, nomeadamente quando esses investimentos se pretendem fazer em áreas com grandes dimensões, acima dos dois mil hectares. No que diz respeito a culturas, temos tido um pouco de tudo. Desde as frutícolas às horto-industriais, das aromáticas e medicinais aos cereais, passando por projetos agropecuários com recurso à criação de prados regados. É possível estabelecer uma espécie de cartografia das culturas do regadio de Alqueva? O que se está a produzir e em que quantidades?

Os nossos Sistemas de Informação Geográfica, conjugados com as ferramentas de gestão dos diversos perímetros de rega, possibilitam a leitura em tempo real da ocupação cultural dos solos feitos a partir das fichas de inscrição que cada agricultor entrega antes de cada campanha de rega. Por essa via sabemos, por exemplo, que o olival, a cultura predominante em Alqueva, ocupa uma área próxima dos 50 por cento. E Alqueva pode orgulhar-se de ter contribuído decisivamente para que Portugal se tornasse autossuficiente em azeite em apenas cinco anos, passando das 30 mil toneladas por ano para 80 mil toneladas por ano.

E outras culturas?

Mas outras culturas vão surgindo, como o milho, por exemplo, tendo ocupado o segundo lugar na campanha de 2013, com cerca de 18 por cento da área. Esta cultura está a ganhar destaque nesta região ao ponto do próximo Congresso Nacional do Milho se realizar em Beja, o que não deixa de ser revelador das expetativas criadas à volta desta cultura e da capacidade de resposta dos agricultores da região. Paralelamente, a região começou a despertar para as hortofrutícolas e para as horto-industriais. O melão, a abóbora, a cebola, o tomate, os brócolos, são hoje culturas que têm dado provas de grande adaptação à realidade de Alqueva. Finalmente, os pomares de fruteiras ou de frutos secos estão também a marcar a sua presença, num processo que se adivinha mais longo, face ao investimento inicial mais elevado e à entrada em produção plena destes investimentos. De notar que a vinha ainda ocupa um lugar de destaque no panorama agrícola de Alqueva, ocupando cerca de seis por cento da área beneficiada. Muitos agricultores já se queixam do preço elevado da água do Alqueva. Concorda com a opinião de que o preço da água não é competitivo?

Para além da taxa de recursos hídricos, uma parcela mínima na componente do preço da água, o valor que é cobrado aos agricultores reflete apenas parte do custo do serviço que é prestado nas componentes de transporte de água, com elevados custos energéticos, e manutenção das infraestruturas. Com isto, o que quero dizer, é que o preço final da água deverá ser encarado como mais um fator de produção o que, como é óbvio, terá mais peso numas culturas do que noutras. Compete ao agricultor fazer esse exercício e escolher as culturas com os melhores balanços entre os custos, proveitos e valores de investimento. Qual é o preço atual da água para regadio e como é que vai ficar quando a obra estiver terminada?

O preço final da água para o agricultor está fixado numa portaria governamental e tem a particularidade de se aplicar de igual forma e com os mesmos valores em toda a área servida por Alqueva. Isto é, apesar dos custos reais de transporte de água serem diferenciados de bloco de rega para bloco de rega, conseguiu-se encontrar uma fórmula que não penalizasse quem tivesse a sua exploração num bloco cujos custos de transporte e adução seriam mais elevados. Como estímulo à utilização da água, e por conseguinte à adesão ao regadio, criou-se uma tabela de descontos progressivos, iniciando-se no primeiro ano com descontos de 70 por cento, diminuindo 10 por cento ao ano até atingir o valor total ao fim do oitavo ano de exploração. No chamado “ano zero”, por ser um ano de testes da nova infraestrutura, não há lugar ao pagamento da água, apenas

Alqueva terá a sua rede secundária concluída até finais de 2015, entrando em plena exploração na campanha de 2016. Essa é uma garantia que a EDIA já deu e que agora reforça com o lançamento de todos os concursos que permitem atingir este objetivo, aliás, já reafirmado pelo Governo. O olival, a cultura predominante em Alqueva, ocupa uma área próxima dos 50 por cento. E Alqueva pode orgulhar-se de ter contribuído decisivamente para que Portugal se tornasse autossuficiente em azeite em apenas cinco anos. a taxa de recursos hídricos. O preço final, no oitavo ano de exploração, incluindo a taxa de conservação e de exploração, será de 0,0915 €/m3, para pressão, e 0,0529 €/m3 para baixa pressão. A EDIA está a trabalhar para aplicar no regime de alta pressão um tarifário tri-horário, beneficiando quem utilize a água nas horas em que a energia é mais barata. Esta alteração será apenas informativa e com caráter pedagógico na presente campanha de rega, entrando em vigor na campanha de 2015. As associações de agricultores, de regantes, há muito que reclamam para si a gestão da água do Alqueva. Qual é a sua opinião a esse respeito?

Foi considerado pelo Estado (com o aval da autoridade nacional do regadio) que seria a EDIA a gerir de forma integrada o projeto de Alqueva concessionando-lhe a rede secundária até ao ano de 2020, cinco anos após a instalação dos últimos blocos de rega, ou seja, o período em que decorrem as ultimas garantias de obra, revendo-se nessa data o futuro modelo. Antes já havia sido concessionada à EDIA a rede primária

e a exploração do recurso “água” para fins agrícolas e energéticos por um período de 75 anos. É evidente que um projeto desta natureza, com múltiplos objetivos e múltiplos fins, terá de ter uma gestão o mais otimizada possível tendo em conta os custos energéticos e de manutenção a ele associados. A integração das redes primária e secundária permite desta forma uma gestão que procura o “efeito de escala” para melhor rentabilizar o investimento público. O projeto hidroagrícola tem pernas para andar sem uma verdadeira integração dos regantes na gestão da água e do território?

A melhor resposta a essa questão está dada no terreno. Nos últimos anos Alqueva tem vindo a expandir as suas áreas de regadio de forma nunca vista em Portugal. A adesão tem sido exemplar e, que nós tenhamos conhecimento, nenhum investimento agrícola foi posto em causa por má gestão da EDIA, antes pelo contrário. Na minha opinião, o mais importante para o êxito do projeto será a organização em termos de produção, comercialização e distribuição, ou seja, a criação de organização de produtores que criem escala, valorizando os seus produtos e rentabilizando as suas explorações. Durante muitos anos a EDIA foi criticada por ser uma empresa pública despesista e sobredimensionada. Enquanto gestor de carreira, vê alguma razão nesses reparos?

Não me posso pronunciar com conhecimento de causa sobre passado. O que lhe posso dizer é que a EDIA é exatamente o oposto, isto é, a nossa maior preocupação é rentabilizar cada euro aplicado, mantendo regras e procedimentos administrativos rigorosos e transparentes que permitem controlar cada investimento, seja ele de milhões ou de dezenas de euros. Quanto ao dimensionamento da empresa, só quem está cá dentro é que vê o empenho e esforço dos seus colaboradores na tentativa de dar resposta a todos os desafios que se apresentam. Não, a empresa não está sobredimensionada. E o que nos vale é a dedicação e competência que é emprestada pelos seus colaboradores. Em que estado de saúde encontrou a empresa? Recebeu uma boa “herança” de João Basto?

Uma empresa são pessoas. E eu encontrei os seus colaboradores motivados, dinâmicos, voluntariosos e entusiasmados por estarem a desenvolver um projeto que, e têm consciência disso, está a mudar esta região. Não foi uma transição que provocasse o abrandamento do “comboio”. Esse já estava na linha e em velocidade cruzeiro. Nas semanas que antecederam a minha chegada à EDIA, mantive intensas reuniões com o engenheiro João Basto, onde cada dossier foi apresentado e discutido. Foi portanto uma passagem de “pasta” sem soluços e sem travagens. Exemplo disso foi o último concurso da rede de rega, lançado 20 dias após a minha tomada de posse.


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“Eu não sei qual foi o lucro que o nosso Governo teve com isto. Eu até digo que a freguesia não desapareceu completamente. A casa da junta de freguesia está lá, as funcionárias estão lá. Se calhar existem é coisas que não serão já ali tratadas”. José Jacinto

Tema de capa

Eleitores divididos entre Vale de Santiago e Colos

Bicos: a única freguesia extinta no Alentejo A Junta de Freguesia de Bicos, no con-

O

novo mapa da reorganização administrativa do território das freguesias foi desenhado e no maior concelho do País, Odemira, determinou, segundo a Direção Geral de Administração Interna (DGAI), a extinção da Junta de Freguesia de Bicos. A única extinta em todo o Alentejo. Todas as outras que sofreram alterações, tanto em Odemira como na região, de acordo com a DGAI, foram “agregadas”. Os eleitores de Bicos foram distribuídos pelas vizinhas freguesias de Vale de Santiago e Colos. Recorde-se que a reorganização administrativa do território das freguesias foi implementada no ano passado e atestada pela Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro. Na estrada nacional que segue em direção a Bicos não foi retirada a sinalética que indica a entrada na desaparecida freguesia, mas também os marcos que determinam os novos limites territoriais ainda lá não foram colocados. O sol, numa manhã de inverno, prevalece sobre as nuvens e a estrada com poucas curvas leva até à aldeia. Em letras pretas e numa placa de fundo branco pode ler-se: Bicos. Nas bombas de gasolina abastecem-se os que seguem em direção ao interior. Em sentido contrário ao litoral. Os comércios estão de portas abertas e numa das casas pode ler-se: “Vende-se mel”. Talvez daí chegue a explicação para o brasão da extinta freguesia ostentar uma abelha. Brasão, este, que ainda pode avistar-se dentro do edifício que também pompeia, em letras grandes e pintadas a azul, a designação de Junta de Freguesia de Bicos. O brasão está visível em bandeirinhas, penduradas

celho de Odemira, foi extinta. A única em todo o Alentejo. Todas as outras que sofreram alterações foram agregadas. Na terra, porém, ficou em funcionamento uma delegação, precisamente no edifício onde funcionava a junta desaparecida. Lá encontram-se os mesmos funcionários ao serviço e os habitantes continuam a recorrer aos seus labores. Afinal o que mudou? Como se procedeu à divisão? Eleitores divididos pelas duas freguesias vizinhas, pelas mesmas que os acolhiam antes de Bicos ter chegado a freguesia. Em 1988. Texto Bruna Soares Fotos José Ferrolho

em paredes brancas, mas também em emblemas que repousam nas secretárias. O edifício da antiga sede da extinta freguesia tem, numa manhã de segunda-feira, as portas abertas e o horário de funcionamento está definido, o mesmo que se praticava anteriormente. Antes da extinção. Os funcionários que serviram a população, ao serviço da antiga Junta de Freguesia de Bicos, também se encontram atrás das secretárias, preenchidas por papéis, teclados e monitores de computador. Estão ao serviço. Na verdade, após a reorganização administrativa, continuam no mesmo local de trabalho, porque a Junta de Freguesia de Vale de Santiago, que abrangeu parte dos eleitores da desaparecida Junta de Freguesia de Bicos, decidiu deixar uma delegação na terra. “O que as pessoas faziam em Bicos na junta de freguesia continuam a fazer, mas agora na delegação da freguesia de Vale de Santiago. As pessoas pagam, por exemplo, aqui a água, o telefone. Estão aqui os serviços de Correio. Dentro daquilo que me foi possível fazer e olhando às necessidades que as pessoas têm, tentei manter os serviços que já anteriormente eram prestados na aldeia”, explica Florival Silvestre, o último presidente da Junta de Freguesia de Bicos e atual presidente da Junta de Freguesia de Vale de Santiago, eleito nas últimas Autárquicas, já com o novo mapa das freguesias desenhado. “Fui o último presidente da freguesia de Bicos e é normal que a nível pessoal me sinta triste e incomodado com uma situação

desta natureza, qualquer um ficaria. Julgo também que o sentimento que ficou mais marcado nas pessoas da aldeia de Bicos, que assistiram a todos os momentos da vida da freguesia, é o de frustração, na medida em que acabou o que muitos lutaram para que existisse”, atira. Senta-se e repousa a pasta que traz consigo sobre a mesa, enquanto aproveita para deixar o aviso: “Vou manter, enquanto for o presidente da Junta de Freguesia de Vale de Santiago, as letras pintadas que estão ali à porta, a dizer Junta de Freguesia de Bicos”. A delegação, por isso, segundo o autarca, é para manter, pelo menos, até ao fim deste mandato. Daí não ser de estranhar que muitas pessoas da aldeia, no que diz respeito aos serviços que eram prestados no edifício da antiga junta, digam que na prática “ainda não sentiram muitas mudanças com a extinção”. José Jacinto, 75 anos, habitante de Bicos, de boina na cabeça e casaco envergado, que a manhã acordou fria, espreita o movimento que segue na estrada nacional que atravessa a aldeia. Pertence agora à freguesia de Vale de Santiago, mas garante que o que lhe dava mesmo jeito era ter continuado a pertencer à freguesia de Bicos. “Não acho bem terem feito isto, terem extinguido a freguesia. Ainda são uns quilómetros até Vale de Santiago. Houve outros que ficaram a pertencer a Colos, como é o caso da população de Vales, e que também ficaram magoados, porque Bicos estava mais pertinho”, desabafa. E questiona: “Eu não sei qual foi o lucro que o nosso Governo teve com isto.


INFOGRAFIA JOSÉ SERRANO

Eu até digo que a freguesia não desapareceu completamente. A casa da junta de freguesia está lá, as funcionárias estão lá. Se calhar existem é coisas que não serão já ali tratadas. Mas vou lá pagar a minha água, a minha luz”. Então quais foram os transtornos? “Terem terminado com esta freguesia, estarmos mais longe da sede. Terem acabado com ela. Esses é que foram os transtornos. Nunca devia ter acabado”. Sentada ao balcão da sua mercearia está Gabriela Custódio. Pega nas faturas dos fornecedores e queixa-se que o comércio já teve melhores dias. “Desde que abriu o Continente em Sines ainda sentimos mais”, desabafa. Antigamente, garante, era diferente. “As pessoas passavam para a praia, a caminho de Vila Nova de Milfontes e de Sines, e paravam aqui em Bicos. Agora está tudo muito diferente. Há cada vez menos dinheiro”. Gabriela lamenta terem extinguido a

freguesia e, em sua opinião, “Bicos até está mais desenvolvido que Vale de Santiago”, a freguesia a que agora pertence. “Tem mais comércio, bombas de gasolina, estacionamentos, tem outras condições. Não sendo possível, e não tendo nada contra a freguesia que nos acolheu, gostava mais de ter ficado a pertencer a Colos. É mais perto, a estrada está melhor. Há lá médico”, sentencia. Manuel Penedos, por sua vez, presidente da Junta de Freguesia de Colos, tem consciência que, devido à maior proximidade a Colos, e às boas acessibilidades, muitas pessoas preferiam “ter ficado a pertencer a esta freguesia”. Há algo, porém, em sua opinião, que não pode ser esquecido: “a história”. “Antes de Bicos ser freguesia pertencia maioritariamente a Vale de Santiago e há muitos habitantes de Bicos que são naturais da freguesia que os acolheu e isso teve, claro, de ser considerado”.

“Nasci na freguesia do Cercal, mas a minha geração é de Vale de Santiago. Comecei a pertencer também a Vale de Santiago. Depois passei para a freguesia de Bicos, que é aqui que eu vivo, e agora mudaram para lá a freguesia novamente. Tem sido esta confusão. António Nuno

A conversa regressa ao antigo presidente da Junta de Freguesia de Bicos e atual presidente de Vale de Santiago que lembra também que, por outro lado, “houve pessoas que nasceram, por exemplo, há 25 anos e que são naturais da freguesia de Bicos”. “São de uma freguesia que não existe em lado nenhum. Se ao menos tivesse sido agregada era diferente”. “É normal que as pessoas se sintam. Têm consciência que Bicos tinha todas as condições para continuar a ser uma freguesia. Tem boas acessibilidades. Conta com vários empresários, talvez esteja aqui instalado um dos maiores apicultores da zona Sul, tem comércio e artesanato. Tem montado, culturas regadas. Enfim…podia ter sido de outra forma. A justiça completa era não ter acabado a freguesia, mas não podendo ser, talvez a agregação, pelo menos, tivesse sido mais justa”, reforça.

07 Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

“Bicos até está mais desenvolvido que Vale de Santiago. Tem mais comércio, bombas de gasolina, estacionamentos, tem outras condições. Não sendo possível, e não tendo nada contra a freguesia que nos acolheu, gostava mais de ter ficado a pertencer a Colos. Gabriela Custódio

E como se procedeu à divisão da freguesia? “Voltámos a traçar o território pelos limites antigos, antes de Bicos ser freguesia”, completa, por sua vez, Manuel Penedo, presidente da Junta de Freguesia de Colos. “Bicos era uma freguesia relativamente recente. Anteriormente pertencia ao território de Vale de Santiago, a maior parte, e ao território de Colos, nomeadamente a zona do aglomerado populacional de Vales. Uma vez extinta optou-se pela mesma divisão”, explica. De acordo com Manuel Penedo, “tentouse, entre as duas freguesias que acolheram Bicos, que o processo fosse pacífico e o mais justo possível”. E foi isso que aconteceu. Quando chegou à divisão dos bens também não houve discussão. “As freguesias pouco ou nada têm. Tentámos fazer a divisão mais justa e não prejudicar ninguém. Não eram os bens que iam ser um impeditivo. O nosso objetivo é que as pessoas não ficassem prejudicadas com esta nova reorganização”, adianta Manuel Penedos. Colos, segundo o autarca, ficou “com um veículo. Uma ambulância”. O restante ficou para Vale de Santiago. Que abrangeu uma área muito maior e mais população. As ruas, pela hora de almoço, despovoam-se de gente. No seu quintal, de enxada em punho, avista-se António Nuno, habitante de Bicos, que ao dizer a que freguesia pertence ainda se confunde. É o hábito. Primeiro diz Bicos e logo a seguir corrige. Vale de Santiago. “É que nasci na freguesia do Cercal, mas a minha geração é de Vale de Santiago. Comecei a pertencer também a Vale de Santiago. Depois passei para a freguesia de Bicos, que é aqui que eu vivo, e agora mudaram para lá a freguesia novamente. Tem sido esta confusão. O presidente da junta agora é o presidente de lá e daqui. De qualquer maneira a freguesia dos Bicos passou para a freguesia do Vale de Santiago. Não achámos bem, mas mudaram-na, que vamos fazer?”. O “Diário do Alentejo” contactou também o executivo da Câmara Municipal de Odemira, relativamente a este assunto. No entanto, não foi possível, até ao fecho desta edição, obter uma resposta.


Faleceu José Covas Lima de Carvalho, fundador do IPBeja

Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

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Foi a enterrar no domingo, dia 2, no cemitério de Beja, José Fernando Covas Lima de Carvalho, reconhecido na região como um dos grandes impulsionadores da criação do Instituto Politécnico de Beja. Natural da cidade, e engenheiro agrónomo de formação, faleceu aos 77 anos, tendo desempenhado as funções de docente na Escola Superior Agrária de Beja, presidente do Instituto Politécnico de Beja, e subsecretário de Estado Adjunto do ministro da Agricultura, em 1978, durante o Governo de Mota Pinto. À família enlutada o “Diário do Alentejo” endereça as suas mais sentidas condolências.

Atual

Pianista italiano substitui José Filipe Guerreiro

Mauro Dilema no conservatório

O

professor de piano e concertista Mauro Dilema é o novo diretor executivo do Conservatório Regional do Baixo Alentejo (CRBA), substituindo no cargo José Filipe Guerreiro que recentemente colocou o seu lugar à disposição. O novo diretor executivo toma posse no próximo dia 17, e será coadjuvado por Jorge Barradas, também professor no CRBA, que assume a direção pedagógica. Segundo Francisco Duarte, presidente do conselho de administração do CRBA, a escolha do pianista italiano prende-se com a necessidade de uma “pessoa ligada ao meio artístico e ao corpo docente do conservatório, mas afastado o suficiente para introduzir as mudanças fundamentais no seu percurso”. O financiamento é uma das preocupações mais imediatas da administração do CRBA, considerando Francisco Duarte que o conservatório deve abrir o seu leque de contributos institucionais, deixando de depender exclusivamente das autarquias.

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Municípios da região endurecem posições contra o Estado

IP8 sem “elevado valor acrescentado” O relatório final do grupo de trabalho para as infraestruturas de elevado valor acrescentado identifica 30 projetos prioritários para concretizar até 2020, mas deixa de fora vias como a A26/ IP8. Aníbal Costa, presidente da Câmara de Ferreira, planeia avançar com mais uma ação judicial contra o Estado, e a Cimbal, pela voz de António Tereno, apela a que toda a região se manifeste firmemente por aquilo a que tem direito.

A

ní ba l Costa, presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo, anunciou na sua página do Facebook que o seu executivo iria reunir-se esta semana com o “jurista responsável para rapidamente se avançar” com uma “ação judicial de fundo” contra o Estado português. Uma decisão que surge após a publicação do relatório final do grupo de trabalho para as infraestruturas de elevado valor acrescentado, que identifica 30 prioridades e deixa de fora vias como a A26/IP8. O autarca dá conta de que o documento considera que a construção da A26 foi “suspensa pela concessionária”, dando “como garantido que a A26 morreu”. Quanto à conclusão do IP8, com um investimento

previsto de 15 milhões de euros, refere o relatório, sublinha o autarca que farse-á “após 2016”, o que suscita a pergunta: “e as infraestruturas existentes e perigosidade?”. O referido grupo de trabalho “mais um e sempre com as mesmas diretivas”, prevê cerca de 30 investimentos, como por exemplo “o chamado Porto de Águas Profundas, em Lisboa, para concorrer com o Porto de Sines”, reforça ainda Aníbal Costa, mas esquece-se da conclusão “da nossa autoestrada”: “Esgotam-se mesmo as nossas opções. E penso que deveremos avançar, novamente, em termos judiciais”. Ainda de acordo com o relatório, Aníbal Costa assinala que o IP8 (Santa Margarida do Sado – aeroporto de Beja) “representa um dos mais baixos investimentos”, contrastando, por exemplo, com “um investimento brutal no túnel do Marão e IP3 com maior financiamento e sustentabilidade”. Uma decisão que, conclui, não resulta de razões económicas e financeiras, mas que se insere no domínio da “política, pura e dura”. Recorde-se que o mesmo autarca entregou o ano passado, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja, uma providência cautelar que foi deferida e que visava obrigar o Estado, através da Estradas de Portugal, a tomar

medidas de proteção contra riscos e a insegurança provocada pela paragem das obras. Até ao momento nada foi feito, lamenta Aníbal Costa. O referido relatório suscitou também já a reação da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal), considerando o seu porta-voz, António Tereno, que todos os agentes de desenvolvimento da região “vão ter que se manifestar contra”. O documento é encarado com “grande preocupação”, no sentido em que “nada do que nós propusemos está, a bem dizer, ali considerado”, adiantou o também presidente da Câmara de Barrancos, em declarações a uma rádio local. “Temos a informação de que todos os projetos que eram estruturantes para nós não constam do dito documento. Como tal, a nossa posição é de total oposição”, pelo que “vamos ter que ser duros”, disse ainda António Tereno, prometendo uma tomada de posição na próxima reunião do conselho intermunicipal da Cimbal, na segunda-feira, dia 10. “Temos as piores acessibilidades do País, não temos os projetos estruturantes que possibilitam o desenvolvimento integral desta região, como tal vamos exigir aquilo a que temos direito. Sem meias tintas, mas com posições firmes, corretas”, concluiu.

Ferreira e Aljustrel também avançam

Cimbal assina acordo para manter as 35 horas de trabalho

A

Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal) e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) assinaram na terça-feira, 28, um acordo coletivo relativamente ao horário de trabalho, com o intuito de “manter as 35 ho-

ras de trabalho/semana e sete horas diárias”, que seguirá para o Governo para homologação. A celebração deste acordo decorre, informa a Cimbal em nota de imprensa, da possibilidade prevista no Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas (Rctfp), que

determina, num dos seus artigos, “competir à entidade empregadora pública definir os horários de trabalho dos seus trabalhadores, admitindo-se a redução dos limites máximos dos períodos normais de trabalho, por instrumento de regulamentação coletiva de trabalho”.


Os almodovarenses “continuam com falta de médicos”, denunciou o núcleo local do Bloco de Esquerda (BE), lembrando declarações recentes do presidente da Câmara de Almodôvar, António Bota, segundo as quais o problema estaria “resolvido”. Os bloquistas de Almodôvar recordam que o executivo socialista contratou um novo médico para o centro de saúde “para colmatar a saída da médica que se aposentará em breve” e que, por isso, “o número de médicos é igual e o problema persiste”.

Vereadores do PS em Grândola pedem inspeção à atuação do anterior executivo Os vereadores socialistas na Câmara de Grândola solicitaram ao presidente do executivo em funções, da CDU, que peça ao inspetor-geral de Finanças a “realização de uma inspeção à atuação do anterior executivo camarário, durante todos os seus mandatos, para

Para “agravar” a situação, continuam, os almodovarenses “continuam sem serviço de urgências”, tendo que ser transportados para o centro de saúde do concelho vizinho, Castro Verde, um encerramento que foi decidido ainda na vigência do anterior Governo socialista. O núcleo local do BE exige, por isso, “a reabertura das urgências do Centro de Saúde de Almodôvar e o aumento do número de médicos/as de modo a assegurar cuidados de saúde com qualidade para todos/as”.

apreciação da legalidade dos seus procedimentos e auditoria financeira e de gestão da autarquia durante aquele período”. O pedido foi feito através de requerimento, na última reunião de câmara, no dia 30, estando em causa, explicam os socialistas, a “existência de insinuações provenientes de diversos quadrantes políticos, nomeadamente de alguns com representação nos

órgãos autárquicos, na sequência da realização das últimas eleições para esses órgãos, sobre irregularidades ou mesmo ilegalidades alegadamente cometidas pelo anterior executivo camarário na sua ação financeira e de gestão do município”. Os vereadores do PS admitem estar “certos” de que tais insinuações “não têm qualquer fundamento”.

Congresso da Anafre exige recuo do Governo

Pela reposição das freguesias A revogação das leis 73 e 75 de 2013, que estabelecem os regimes financeiros e jurídicos das autarquias, e a continuação da luta pela não agregação de freguesias, são duas das principais reivindicações que saíram do XIV Congresso da Associação Nacional de Freguesias (Anafre) que teve lugar no passado fim de semana, em Aveiro. Dinis Manuel Pinto, de Alvito, foi eleito para presidente do conselho fiscal. Texto Aníbal Fernandes

Dinis Pinto Junta de Freguesia de Alvito

O

ele, “esta reforma não trouxe nem mais eficiência, nem mais eficácia, nem ganhos financeiros, pressupostos anunciados como objetivo da agregação de freguesias”. Aliás o membro do Governo PSD/CDS-PP pôde testemunhar isso mesmo quando a indignação de muitos dos autarcas presentes deu origem a veementes protestos no início do seu discurso, abandonando a sala de seguida. Dinis Manuel Pinto, presidente da Junta de Freguesia de Alvito e que foi eleito para presidir ao conselho fiscal da Anafre, disse ao “Diário do Alentejo” que um dos objetivos desta direção é “repor as freguesias como elas estavam”. Para este autarca alentejano esta medida, em conjunto com as leis 73 e 75 de 2013, “condenam o interior a ficar cada vez mais despovoado, condicionam

s mais de 800 delegados das freguesias portuguesas, reunidos entre 31 de janeiro e 2 de fevereiro no Centro de Congressos de Aveiro, não deixaram margem para dúvidas: a revogação da agregação de freguesias continua na agenda dos autarcas. Cândido Moreira (PS), do Fundão, eleito presidente da Anafre, no discurso proferido na cerimónia de encerramento do congresso, que contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, garantiu que irão “pedir a reabertura do processo no sentido de que todas as questões mal resolvidas ou resolvidas contra as populações sejam alteradas a contento destas e numa lógica de paz e tranquilidade social”, até porque, segundo

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a atividade das juntas de freguesia”, impedindo a contratação de funcionários, e atribuem competências sem os respetivos meios financeiros para as executar. Também Silvestre Troncão esteve presente no conclave que nas conclusões exige a revisão do Estatuto do Eleito Local. Para o presidente da Junta de Freguesia de Baleizão, esta é uma questão importante para a “dignificação das suas funções”. Ao “DA” o autarca refere ainda a exigência do aumento do IMI rústico de 1 para 3,5 por cento como um dos pontos a destacar e com implicação direta no financiamento das autarquias. No seu discurso, Miguel Poiares Maduro ignorou a questão da agregação das freguesias, optando por referir que espera um maior envolvimento das freguesias na prestação de serviços de proximidade. Esse é um dos pontos que consta do documento aprovado pelo congresso e que exige “a prestação de serviços públicos próximos das populações e respeitando a sua gratuitidade”. No entanto, tal será difícil se o Governo não repuser “os valores do Fundo de Financiamento das Freguesias (FFF) que se agregaram voluntariamente, e o reforço da percentagem de participação das freguesias nos impostos recolhidos pelo Estado”. Para além disso, os autarcas querem ver, “definitivamente”,

09 Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

Falta de médicos persiste em Almodôvar, denuncia BE

clarificada a partilha de competências entre as freguesias e as câmaras municipais. Novos membros dos órgãos sociais

São 12 os autarcas da região Alentejo que foram eleitos para os órgãos sociais da Anafre no mandato que termina em 2017. No conselho geral marcam presença Miguel Ramalho (PCP), Junta de Freguesia (JF) de Santiago Maior e S. João Batista, Beja; Domingos Guerreiro (PS), JF de Almodôvar e Graça dos Padrões, Almodôvar; Jerónimo José (PS), JF de Canaviais, Évora; Manuel Marques (PS) JF de Alagoa, Portalegre; José Manuel Gonçalves (PCP), JF de Pavia, Mora; Jorge Serafim (PSD), JF de Sousel e Catarina Couto (PSD), JF de Nisa. Para a mesa do conselho geral, Anabela Calhau Pires (independente eleita pelo PCP), presidente da Junta de Freguesia de Avis, foi eleita para uma das seis vice-presidências. Como já se disse, Dinis Manuel Pinto (PCP), da Junta de Freguesia de Alvito, preside ao conselho fiscal que conta ainda como membro suplente com Eulália Miranda (PCP), da JF de Malagueira e Horta das Figueiras, Évora. No conselho diretivo, participa como efetivo António Danado (PCP), presidente da JF de N.ª Sr.ª da Vila, N.ª Sr.ª do Bispo e Silveiras, Montemor-o-Novo e, como suplente, António Travessa (PCP), presidente da JF de Brinches, Serpa.

ACT deteta “várias irregularidades laborais” nos concelhos do litoral A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), em nova ação no Alentejo, desta vez em três localidades dos concelhos de Grândola e Alcácer do Sal, no passado dia 29, detetou “várias irregularidades laborais na atividade de abate e corte de árvores, com destaque para indícios de trabalho não declarado relativamente a 19 trabalhadores”, divulgou a estrutura. Na ação inspetiva, promovida pela Unidade Local do Litoral e Baixo Alentejo da ACT em Beja, e efetuada em conjunto com a GNR e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), foram identificados seis empresas e 24 trabalhadores, quatro dos quais de nacionalidade romena, e “detetadas várias infrações”. Nomeadamente no que diz respeito ao “registo dos tempos de trabalho; celebração de contratos de trabalho escritos; seguro de acidentes de trabalho; exames médicos de saúde; organização dos serviços de segurança e saúde no trabalho”, além das que advierem do trabalho não declarado, “situações que terão que ser confirmadas com a Segurança Social”. A Unidade Local da ACT garante ainda que, como é prática corrente, “irá acompanhar todo o processo para que sejam repostas as condições laborais dentro da legalidade”.


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Novo “Jornal Sudoeste” sai hoje

Será hoje, sexta-feira, dada a conhecer uma nova publicação quinzenal, dirigida aos concelhos do litoral alentejano e de distribuição gratuita, que dá pelo nome de “Jornal Sudoeste”. O novo periódico, que sairá às sextas-feiras, está instalado na vila de Odemira, e é editado pela empresa Jota CBS, proprietária do “Correio Alentejo”. O diretor é Carlos Pinto, que passa assim a acumular a responsabilidade editorial de ambas as publicações. A nova publicação justifica-se num território de “grandes dinâmicas sociais, económicas e culturais”.

JOSÉ FERROLHO

Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

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Trabalhadores estavam há um ano em casa a receber ordenado

Chineses viabilizam fábrica de painéis de Moura Uma encomenda de painéis solares por parte da empresa chinesa Jinko vai permitir que a Moura Fábrica Solar (MFS), detida pela espanhola Aciona, volte a laborar em pleno. O “Diário do Alentejo” apurou que a produção, depois de vários atrasos, deve arrancar até março. Texto Aníbal Fernandes

O

s trabalhadores da MDF vão voltar ao trabalho e, segundo informações recolhidas pelo “DA”, existe mesmo a possibilidade de serem admitidos mais funcionários, para que se cumpra o contrato de produção de painéis solares que a empresa espanhola Aciona celebrou com o cliente chinês. Há cerca de um ano os trabalhadores e a direção da empresa chegaram a acordo para a suspensão da atividade laboral. Os termos da interrupção normal do trabalho foram negociados pelo Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas (Siesi) e supervisionados

quer pela Segurança Social, quer pelo Ministério da Solidariedade. O reconhecimento comum de que a falta de encomendas era “conjuntural”, e a capacidade da empresa para manter o vínculo com os trabalhadores, permitiu que não se chegasse a uma situação de lay-off, com os inerentes prejuízos para os trabalhadores (perda imediata de um terço do salário). “No acordo negociado pelo Siesi os trabalhadores ficaram sem atividade, mas mantiveram a remuneração”, explicou ao “DA” Nélson Batista, dirigente do sindicato. Este acordo previa ainda que, “sempre que necessário e na eventualidade de alguma encomenda”, os trabalhadores se apresentassem ao serviço, o que “aconteceu por várias vezes”, afirma. Já este mês, e perante a perspetiva de uma encomenda que garantirá a produção da fábrica nos próximos cinco anos, o sindicato reuniu-se com a direção da empresa e ficou acordado o regresso à laboração, nos moldes e termos em vigor na empresa, antes da suspensão da atividade.

“O aumento da jornada de trabalho para além das oito horas não está em discussão”, garante Nélson Batista que adiantou que uma “eventual proposta de alteração” do horário “terá de ser discutida em plenário pelos trabalhadores”. Neste momento a empresa encontra-se em fase de adaptação e alteração do sistema de produção para responder às exigências dos novos produtos que são tecnologicamente mais avançados dos que eram produzidos até então. O presidente da Câmara de Moura, entidade que cedeu o espaço à Aciona por um período de 10 anos, até 2018, diz que os trabalhos em marcha na unidade industrial “permitem perspetivar o futuro com algum otimismo, porque uma empresa que resolve fazer um investimento destes não é certamente para desistir”. Para Santiago Macias o objetivo da parceria do município de Moura com a empresa espanhola foi o de criar emprego e, perante o anunciado, “está a ser cumprido”.

Áreas empresariais e novas zonas de regadio

EDIA e Aljustrel analisam PDM

O

s responsáveis pelo município de Aljustrel e Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) reuniram-se, no passado dia 30, para uma análise das novas zonas empresariais e áreas de regadio naquele concelho. Nelson Brito apresentou à EDIA os projetos de ampliação e criação de novas zonas de localização empresarial previstas no processo de revisão Plano Diretor Municipal em curso, nomeadamente o Pólo Industrial de Aljustrel, a Zona Empresarial de Ervidel e Montes

Velhos e a Zona Empresarial do nó da A2, em Rio de Moinhos. Na mesma reunião, José Pedro da Costa Salema, o novo presidente da empresa, informou a câmara que, em 2015, está previsto o lançamento do concurso público para a construção do bloco de rega Roxo/Sado da rede secundária de Alqueva, “projeto que originalmente previa uma área de dois mil hectares de regadio, mas que no novo formato abrangerá quatro mil hectares”. Segundo uma nota da autarquia, Nelson Brito aproveitou também a ocasião “para reclamar junto

da EDIA a realização de obras de reparação nas estradas nacionais, regionais e municipais que sofreram grande desgaste na sequência da muita circulação de pesados com origem nas empreitadas de instalação da rede secundária do Alqueva no concelho”. Por fim, foi igualmente analisado o potencial turístico da albufeira do Roxo, “articulado com a lógica de fins múltiplos de Alqueva, perspetivando-se a possibilidade de construção de um parque de campismo e o desenvolvimento de várias atividades associadas ao turismo náutico”.


A Câmara de Ourique anunciou o início das obras de requalificação de duas estradas municipais, que vão implicar um investimento total de cerca de 600 mil euros e são “um desejo e uma necessidade” das populações locais. Segundo a autarquia, as obras de requalificação das estradas 515, que liga Ourique a Almodôvar, e 1132, que liga Aldeia Nova da Favela ao cruzamento da Cabeça da Serra, vão permitir “uma melhoria significativa da segurança rodoviária e das acessibilidades municipais”. As obras serão cofinanciadas por fundos comunitários em cerca de 506 mil euros.

Almodôvar oferece transporte também aos jovens que estudam em Faro Depois de ter iniciado, em novembro último, o transporte gratuito, entre Almodôvar e Beja, para todos os estudantes que frequentam estabelecimentos de ensino na capital de distrito, o município de

Almodôvar vai agora “estender a sua oferta a estudantes do concelho que frequentam o ensino em Faro, assegurando assim o transporte semanal entre Almodôvar e Faro”, informou a câmara municipal em nota de imprensa. Trata-se de uma medida que “pretende apoiar e facilitar os jovens no seu percurso

11 Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

Câmara de Ourique requalifica duas estradas

escolar, para que possam usufruir de um futuro melhor e mais promissor, de acordo com os seus projetos de vida pessoais e profissionais”, considera ainda o município, consciente de que “as deslocações entre casa e escola impedem muitas vezes os alunos de prosseguir os seus estudos”.

Projeto é de uma associação local e tem o apoio da Taipa

Pescadores de Azenha do Mar vão entregar peixe em casa O projeto, que deverá ter início em março, consiste na elaboração de um “cabaz do mar”, que inicialmente será composto por cerca de três quilos de pescado fresco e vendido a 20 euros, preço que inclui a entrega em casa.

A

zenha do Mar, uma pequena comunidade piscatória da freguesia de São Teotónio, no concelho de Odemira, está a desenvolver um projeto de venda direta de peixe aos consumidores, a iniciar em março, cujos objetivos são eliminar os intermediários e valorizar as espécies menos apreciadas. O projeto vai ser posto em prática pela Associação

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Cultural e de Desenvolvimento de Pescadores e Moradores da Azenha do Mar, com o apoio da cooperativa Taipa, que atua nas áreas da solidariedade e do desenvolvimento. A iniciativa consiste na elaboração de um “cabaz do mar”, que inicialmente será composto por cerca de três quilos de pescado fresco e vendido a 20 euros, preço que inclui a entrega em casa, explicou à Lusa Telma Guerreiro, presidente da Taipa. Os cabazes deverão começar a ser distribuídos em março e o projeto irá desenrolar-se em fase experimental até ao final do ano, acrescentou a responsável, adiantando que se trata de um projeto “inovador” a nível nacional, que segue a “lógica” dos cabazes de produtos hortofrutíco-

las, mas associado ao pescado, que tem regras específicas. É que o peixe vendido nos cabazes tem de ser obrigatoriamente comprado nas lotas, o que garante a qualidade, a higiene e a segurança dos produtos, além de que respeitam as normas de sustentabilidade das espécies. Os elementos da associação local serão responsáveis por comprar, amanhar, acondicionar e entregar o pescado aos residentes no concelho que estiverem interessados, “encurtando o circuito” de distribuição. O “cabaz do mar” será elaborado com espécies que estiverem disponíveis no dia da compra, incluindo algumas menos valorizadas pelos consumidores, como o rascasso, o bodião e a cavala, explicou ainda

Telma Guerreiro. Desta forma, o projeto contribui para a “redução da rejeição” destas espécies, comprometendo-se também a pagar “um preço justo” por elas, uma vez que “chegam a ser vendidas a cêntimos”. Para ultrapassar uma eventual resistência dos clientes, o peixe será acompanhado de algumas receitas, recolhidas junto dos pescadores e das suas famílias. E também está prevista, segundo a dirigente, a organização de oficinas de culinária e de encontros com os pescadores e a população. O projeto está orçado em cerca de 50 mil euros, com financiamento por fundos comunitários (75 por cento) e do município.


Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

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Projeto Flores de Esperança avaliado este sábado na igreja do Bairro da Esperança

Decorre amanhã, sábado, pelas 16 horas, na igreja paroquial do Bairro da Esperança, a primeira avaliação pública do projeto Flores de Esperança, que nasceu de um desafio lançado à população do bairro bejense, no âmbito de uma sessão de sensibilização denominada “Flores da Esperança”, que contou com a presença do Tó Romano, autor do livro e conceito Eva Dream. O projeto, delineado pela EAPN Portugal - Núcleo de Beja, igreja paroquial e Centro Social, Cultural e Recreativo do Bairro da Esperança, pretende o desenvolvimento de “um calendário anual de ações em torno das flores”, que permita “alterar a imagem que a população em geral da cidade de Beja possui deste bairro”, e também atrair visitantes e participantes nas ações previstas.

Câmara de Moura avança com projeto “Ágora Social” A Câmara de Moura, atenta ao “contexto da grave crise que o País enfrenta”, aprovou o projeto “Ágora Social”, que funcionará nas instalações anexas à Escola Conde Ferreira, na cidade, até há pouco tempo ocupadas pela Appacdm. Numa primeira fase, informa a autarquia, o projeto terá cinco vertentes, entre elas a

criação de um gabinete de intervenção social e apoio médico, a abertura de uma delegação do Banco do Tempo, a abertura de uma Loja Social, a criação de um Gabinete Técnico de Habitação, e a instalação da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Moura. Com este projeto, o município assume a aposta de “reforçar ainda mais a sua intervenção na área social”.

Projeto “Alentejo/Ribatejo 4 All”,

Turismo de saúde e náutico são novas apostas da ERT O projeto “Alentejo/Ribatejo 4 All”, a pensar numa nova geração de turistas, os “idosos com saúde”, foi já apresentado aos parceiros territoriais. Por seu turno, a aposta no turismo náutico passará pela elaboração de uma estratégia operacional para o setor, que tirará partido do litoral alentejano, Alqueva e rio Tejo.

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Entidade Regional de Turismo (ERT) está a realizar reuniões com vários parceiros públicos e privados do território com o objetivo de operacionalizar o projeto “Alentejo/ Ribatejo 4 All”. Há uma semana, o projeto, que é composto pelas vertentes de turismo de saúde e de turismo acessível, foi apresentado aos responsáveis das 58 autarquias do território, com quem foi também analisada a elaboração de um Guia de Acessibilidades dos Destinos. O projeto, lembra a ERT, começou por ser apresentado e discutido com as instituições ligadas ao setor da saúde, nomeadamente as administrações regionais do Alentejo e de Lisboa e Vale do Tejo e as unidades locais, num encontro realizado em Évora, no último dia 27, em que foram definidos os “moldes de concretização de uma plataforma web – uma espécie de suporte assistencial – que gaPUB

ranta a interação entre os turistas (em particular os oriundos do estrangeiro) e o seu médico assistente durante a visita aos destinos”. Na mesma data, a Turismo do Alentejo e Ribatejo reuniu-se ainda com representantes de unidades de alojamento e de empresas de animação turística. A ERT chama a atenção para a “emergência de uma nova geração de turistas, designados por ‘idosos com saúde’”, e para o facto de estar previsto que, até 2050, o número de idosos represente “cerca de 22 por cento da população mundial”. A Turismo do Alentejo e Ribatejo pretende assim “tornar os destinos acessíveis, garantindo que os serviços e produtos turísticos correspondem às necessidades deste segmento”. Neste âmbito, o projeto “Alentejo/Ribatejo 4 All” prevê ainda a “utilização de tecnologias inovadoras que garantem aos referidos turistas total segurança, apoio, informações, e acessibilidade durante a estadia nos territórios”. Outra nova aposta da ERT é o turismo náutico. “É um recurso turístico muitíssimo importante no território, com potencialidades enormes e que tem crescido a nível internacional”, afirmou à Lusa o presidente da ERT do Alentejo, António Ceia da Silva.“O turismo náutico ainda não tem as dinâmicas turísticas

necessárias para aquilo que é a sua enorme capacidade no Alentejo e no Ribatejo”, sublinhou, indicando o Alqueva, o litoral alentejano e o rio Tejo como recursos que oferecem “um manancial único de oportunidades”, que deve ser aproveitado. Ciente desta realidade, a ERT Turismo do Alentejo lançou recentemente o processo de elaboração da Estratégia Operacional para o Desenvolvimento do Turismo Náutico no Alentejo e Ribatejo, que definirá um plano de intervenção para viabilizar o desenvolvimento daquele produto turístico nos dois territórios de intervenção da ERT. Segundo o responsável, o processo deverá ser executado em “cerca de 16 meses”, com o objetivo de, “até meados de 2015, poder ser feita toda a intervenção” no terreno, para aproveitar o próximo quadro comunitário de apoio. “Já há investimentos muito interessantes, feitos por entidades privadas e públicas, de valorização da água e do turismo náutico”, os quais “devem ser potenciados”, admitiu Ceia da Silva. Mas, agora, perante “as oportunidades que vão ser estudadas”, vai ser possível “encontrar investidores que possam dar corpo a outros investimentos nas áreas do alojamento, animação turística e eventos”, acrescentou.

Património regional para ver em Castro Inaugurada ontem, quinta-feira, no Fórum Municipal de Castro Verde, a exposição itinerante da Rede de Museus do Distrito de Beja “Marcas do Território – Testemunhos do Baixo Alentejo”, vai manter-se patente até ao próximo dia 26. Vasos funerários, elementos arquitetónicos de época romana, vasos de cerâmica, elementos da etnografia regional ou espólio de uma escola criada no século XIX, são alguns dos objetos expostos nesta coleção.

Net mais segura em Aljustrel A Biblioteca Municipal de Aljustrel vai realizar, a partir da próxima terça-feira, dia 11, diversas ações de sensibilização para assinalar o Dia da Internet mais Segura. A iniciativa, à qual a biblioteca municipal se associa mais uma vez, dá pelo nome de “Juntos vamos criar uma Internet melhor” e decorrerá até ao próximo dia 17, em vários pontos do País. Em Aljustrel, a ação levada a cabo pela biblioteca destina-se aos utentes daquele espaço cultural, mas também aos participantes do programa Animasénior.


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Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

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Devem as câmaras municipais restaurar as igrejas? Decerto que sim. Na justa medida em que elas se assumem como espaços decisivos para a vida de uma comunidade. É possível que esta maneira de ver as coisas possa parecer estranha nas palavras de um presidente de câmara comunista. Mas terá tanto de estranha como de convicta, na escrita e nas convicções de alguém que defende os valores da sua terra. E nesses fazem parte os de uma crença que ele não tem. Santiago Macias, “A Planície”, 1 de fevereiro de 2014

Opinião

O municipalismo Manuel Maria Feio Barroso Vereador da Câmara Municipal de Alvito

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qui está uma das matérias que me levou a entrar na atividade política autárquica, neste caso, apresentando-me como candidato a presidente da Câmara Municipal de Alvito, no último processo eleitoral, em setembro de 2013. Sendo um cidadão independente face às militâncias partidárias, embora com uma relação de total lealdade com os dois partidos que me apoiaram nesse processo político (PPD-PSD e CDS-PP), fui eleito vereador, função que venho assumindo, sem pelouro atribuído, mas com total frontalidade e disponibilidade, procurando promover os princípios e o programa que apresentei ao eleitorado do concelho de Alvito. Quem leu o meu programa eleitoral pode testemunhar o empenho que depositei na construção de soluções de natureza regional ou sub-regional, inscritas num quadro de desenvolvimento nacional – necessariamente com a inclusão das estratégias ao nível municipal em todo este processo. Aí estão definidos, com a suficiência possível – tendo em conta a circunstância em que foram produzidos - os fatores que, sob o meu ponto de vista, poderiam contribuir para uma alteração deste status quo que todos assistimos no Alentejo e, em especial, no distrito de Beja. Obviamente que o referido programa, centrado no concelho de Alvito, não pretende ser a panaceia para a mudança geral deste estado de definhação em que o distrito de Beja tem vivido. Pelo contrário, sugiro, nesse quadro, a cooperação intermunicipal para a definição e aplicação de medidas que, de forma adequada, pudesse inverter este processo recessivo. Desde logo, embora não seja o fulcro desta minha argumentação, importa sublinhar, também, a evidência de responsabilidades por parte de quem tem vindo a gerir a generalidade das autarquias locais deste distrito, não sabendo ter o discernimento ou a capacidade política necessária para a negociação com os sucessivos governos da república. Como se sabe, o relacionamento político entre o poder local, na generalidade dos municípios do nosso distrito, e o poder central, nunca ou raramente foi orientado por estratégias de ganhar-ganhar, antes pelo contrário, situou-se em estratégias de incomunicabilidade ou dissonâncias elementares, cuja consequência direta se situou ao nível dos muitos baixos níveis de desenvolvimento, especialmente constatáveis no distrito de Beja. Como poderei demonstrar, em múltiplas ocasiões tive oportunidade de alertar para a necessidade da constituição de uma dimensão coletiva, coesa e assertiva, exclusivamente centrada no cluster “distrito de Beja” e, por sua vez, procurando situar o nosso distrito, com a dignidade e potencial que tem, quer no quadro da decisão e desenvolvimento nacionais, quer no quadro do desenvolvimento geral do sudoeste ibérico. Claro está, que este cluster tem, na sua natureza e desenvolvimento, a diversidade e as características múltiplas do nosso território, das nossas gentes, da nossa cultura e, especialmente, dos fatores económicos – tão diversos e importantes – que podem fazer toda a diferença nos mais diversos cenários de análise. Com efeito, tudo tem acontecido em sentido diferente… muito diferente mesmo! Este assunto, merecedor de um maior e mais desenvolvido tratamento, deve estar na linha-da-frente das preocupações dos decisores políticos, nos mais diversos contextos e níveis de decisão, os quais devem contar com a sociedade civil, designadamente os cidadãos, as estruturas de ensino, de formação

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Também é nos tempos de maior crise que aparecem as boas ideias. Para combater o abandono escolar e para facilitar a integração dos alunos no mercado de trabalho, o Instituto Politécnico de Beja tem em marcha um programa de BOLSAS DE MÉRITO SOCIAL. Os alunos aderentes, para além do tempo de estudo, passam a ser colaboradores remunerados em diferentes áreas. E desta relação todos saem a ganhar. PB

Nós somos a porta onde toda a gente bate. Temos uma relação de vizinhança com os munícipes. Estamos cada vez mais expostos a situações complexas, nomeadamente questões sociais urgentes. Cândido Moreira, novo presidente da Anafre ao “Diário de Notícias”, 3 de fevereiro de 2014

ou de investigação, as mais diversas áreas do desenvolvimento económico, cultural, etc. Porém, não podemos esquecer o domínio fundamental de tudo isto: a política! Sem me querer alongar, embora seja uma matéria que me é muito querida, queria apenas deixar aqui um conjunto de questões centradas na natureza da legitimidade da decisão política sobre o desenvolvimento da nossa região, e em especial sobre o nosso distrito de Beja, designadamente face aos resultados do referendo sobre a regionalização e sobre a legitimidade política (e encargos públicos inerentes) dessas figuras de construção enviesada, designadas por comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR). – Quem não se recorda do processo afim ao referendo sobre a regionalização (referendo de 8 de novembro de 1998)? Como se sabe, o conjunto dos portugueses eleitores disseram “Não” (com 60,67 por cento) a essa cartilha de muito mau gosto, desenhada à revelia da sensatez, pese embora, por circunstâncias ainda hoje mal explicadas – em especial pelo PS – o “Sim” tivesse saído vencedor no Alentejo, facto que agruparia toda a região alentejana em uma única região administrativa (figura político-administrativa cuja criação está prevista desde a aprovação da Constituição, ou seja, desde 1976). (Recordo que o argumento para a não aplicação do resultado desse referendo, segundo os decisores de então, não foi vinculativo, por causa da baixa participação dos eleitores). Coisa estranha! – Quem não se recorda dessa histórica digladiação, vivida e representada, entre “Beja” e “Évora”, geralmente polarizada em favor de “Évora”? – Enfim… que aconteceu efetivamente em alternativa a esse “Não” vencedor? Parece simples a resposta… mas, ela é mesmo complicada e inacreditável: – Em primeiro lugar, neste período de tempo, temos constado alguns desses fenómenos de criatividade equivocada, muitas vezes “desenhados” desde um certo poder iluminado, centralista e obtuso, consagrando de forma abusiva e ilegítima sob o ponto vista político, como foi o caso da aplicação sub-reptícia de um processo de regionalização, derrotado em referendo. – Por outro, assistimos – e essa é a parte visível e especialmente problemática – a um definhar do desenvolvimento regional, no nosso caso, distrital, onde as legítimas autoridades políticas – as autarquias locais – acabam por ser meros espectadores de decisões vindas de um certo etéreo espaço, fundado em sucessivas confianças políticas centrais. Embora reconheça a pertinência de uma estrutura descentralizada da administração central do Estado, a qual deve garantir a coesão nacional, recorrendo, em primeiro lugar, à dignificação das condições de vida dos cidadãos e à equidade, quer no planeamento nacional, quer na sua implementação e avaliação, pergunto: Essa ideia peregrina, que configura as comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR) como uma espécie “penso rápido” numa ferida estrutural, foi baseada em que fundamentos políticos? Que legitimidade política teve a sua criação, face ao resultado do referendo? Como se sabe, as CCDR são, segundo decreto-Lei n.º 104/2003, “serviços desconcentrados da administração central dotados de autonomia administrativa e financeira, incumbidos de executar medidas proveitosas para o desenvolvimento das respetivas regiões”. Tal formulação suscita, nesta ótica, a seguinte questão: Por que é omissa a referência às autarquias locais neste texto legal ou ao seu eventual envolvimento no processo decisório de vanguarda, sobre os territórios em que, de forma inquestionável, são gestores outorgados pela via democrática eleitoral? E… finalmente: Que intervenção tem tido o poder local face a tudo isto? Se não aceito que se tenham vindo a adulterar os resultados

do referendo de 8 de novembro de 1998, onde os portugueses disseram maioritariamente “Não” à dita “regionalização”, também não poderei aceitar os reiterados fenómenos de intrusão ilegítima na definição do futuro das localidades ou das decisões locais e, por extensão, nas decisões regionais que podem decorrer da harmonia entre as decisões autárquicas per si, ainda que travestidos de formulações administrativas aparentemente envolvidas no desenvolvimento das regiões. Para que não subsistam equívocos sobre o meu posicionamento face a tudo isto: embora reconheça a pertinência de estruturas ou serviços desconcentrados da administração central nas diferentes regiões, pelos considerandos já apresentados, fui, sou e serei sempre um defensor da localização e, por razões objetivas, um municiplista. Em última análise, trata-se da consolidação dos valores nucleares da democracia. Insistir na atual estratégia será consagrar os péssimos resultados que a realidade nos oferece. O resultado está à vista!

Ser humano: pessoa ou coisa? Manuel António Guerreiro do Rosário Padre

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oje em dia dispomos de meios que nos permitem saber cada vez mais sobre o Homem. A globalização também aproximou a comunicação entre as pessoas e tornou o mundo uma autêntica “aldeia global”. Conhecimento deveria gerar consequentemente respeito, defesa, promoção mas, infelizmente, não é isso que vemos tantas vezes acontecer. O perigo da coisificação e da despersonalização do ser humano é real, tal como a insensibilidade de uns para com os outros, uma vez que a memória é curta e o imediatismo depressa nos faz esquecer o drama de há uns instantes atrás. Apesar de até podermos ver o rosto e aprender os nomes uns dos outros, corremos o risco de inverter facilmente as prioridades e esquecermos o outro. Hoje, por tudo o que sabemos e pelos meios de que dispomos, deveríamos fazer mais pelo ser humano: para erradicar a pobreza deste mundo; combater as doenças endémicas, que continuam diariamente a ceifar vidas; encontrar soluções dignas para os pobres do terceiro mundo que procuram, tantas vezes com o risco da própria vida, sair dos seus países e ir à procura de um futuro para si e para as suas famílias; combater as causas das guerras; evitar as injustas discriminações entre seres humanos; defender a vida nascente e aqueles que pela idade e pela doença não se podem defender. A utopia de um mundo melhor está nas nossas mãos, nas mãos de cada um de nós, se não esquecermos os valores, alterarmos as prioridades e, e se não nos esquecermos que: “O homem é a medida de todas as coisas” (Protágoras). Como cristão sei que esta foi sempre a grande preocupação de Jesus: colocar o ser humano acima das “coisas”, no centro, sobretudo os mais frágeis, os mais pobres, os mais pequenos, os mais marginalizados; mas, não basta saber, importa que na minha vida isto se transforme numa opção fundamental. E este é o desafio que quotidianamente o papa Francisco nos coloca: “Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça”. Confiança no novo ano!


BICOS foi a única freguesia alentejana que desapareceu do mapa com a nova reforma administrativa do Estado. Uma opção isolada e sem qualquer tipo de lógica que repartiu o território da antiga freguesia, aleatoriamente, entre Vale de Santiago e Colos. Uma coisa sem qualquer nexo, ainda para mais quando são mantidos na aldeia todos os serviços, funcionários e equipamentos que já ali existiam antes da bagunça começar. PB

Há 50 anos O Mundo em começos de 1964 visto de Beja

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m meados dos anos Sessenta do século passado, o “Diário do Alentejo” publicava diariamente, na primeira página, um espaço intitulado “Notícias de ontem e de hoje”. Sempre a uma coluna, eram brevíssimas informações, começando “Pelo País” e acabando com duas ou três novas “Do estrangeiro”. Era assim o Mundo visto pelo vespertino bejense, com notícias recortadas das edições da primeira semana de fevereiro de 1964: “Greve em Itália – A Itália está sob uma greve do pessoal da indústria química, em consequência do malogro das negociações para a revisão do contrato colectivo de trabalho daquele sector. A ordem de greve foi dada pelos sindicatos socialista-comunista, democratacristão e social-democrata. Nova venda de trigo americano à Rússia – A Secretaria do Comércio autorizou a venda à Rússia de nova partida de trigo norte-americano, no valor de vinte milhões de dólares (580 mil contos). A situação agrava-se no Chipre – Recomeçou o tiroteio entre as facções grega e turca de Chipre, havendo a lamentar mortos e feridos de ambos os lados. O racismo nos Estados Unidos – A Câmara dos Representantes de Washington aprovou medidas tendentes a conceder idênticos direitos de voto a brancos e pretos. Chou En Lai terminou a visita a África – O primeiro-ministro chinês, Chou En Lai, seguiu da Somália para Karachi, de regresso ao seu país, terminando a sua viagem a África. Era acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, marechal Chen Yi. A actividade dos terroristas congoleses – Os terroristas manejados pela organização comunista ‘Jeunesse’ já atingiram o rio Casai e ameaçam o transporte fluvial do cobre do Catanga para Léopoldville – anunciou o correspondente da agência alemã DPA em Léopoldville. O director da ‘Reuter’ em Moscovo expulso da Rússia – Sob acusação de caluniar a vida e a política soviéticas, foi convidado a sair da Rússia o jornalista Peter Johnson, que é o director da ‘Reuter’ em Moscovo. Não funcionaram as câmaras de televisão do ‘Ranger 6’ – A sonda lunar ‘Ranger 6’ caiu na Lua no ponto previsto, mas a experiência malogrou-se porque as câmaras de televisão não funcionaram nos últimos 10 minutos e não enviaram para a Terra imagens da superfície lunar. U Thant louvou, em Argel, a política de De Gaulle – O secretário-geral da ONU, U Thant, discursando em Argel, louvou a política argelina do general De Gaulle, dizendo: ‘Não quero deixar de associar a França e o governo do general De Gaulle a estas felicitações, pela sua prudência e pelo sentido do futuro que permitiram á Argélia tornar-se naquilo que hoje é – nação independente e soberana’”. Carlos Lopes Pereira

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Há mais de três anos que tenho a honra e o privilégio de dirigir este jornal. Ao longo deste tempo produzi semanalmente um “editorial”. Já lá vão perto de 170 textos diferentes. Alguns são recebidos com brandura, outros nem por isso. Mas dois houve que deixaram certos leitores (na Internet) à beira de uma apoplexia. Um sobre as PRAXES e outro sobre um PITBULL. Descubra, o leitor, as diferenças. PB

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Na verdade, para além dos sacrifícios físicos infringidos aos “caloiros” pelos “veteranos”, as praxes traduzem-se na prática na institucionalização da obediência ao mais absurdo comando da humilhação do “bicho”. Carlos d’Almeida, “Diário do Sul”, 29 de janeiro de 2014

Cartas ao diretor Dux Veteranorum Hugo Silva Carulo Beja

A propósito das praxes: Dux Veteranorum está para o aluno do ensino superior, que na maioria dos casos por desleixo ou por falta de um bem essencial – inteligência – teima em repetir anos letivos consecutivamente. Mais grave, ainda, é que oculta a sua mesquinhez e falta de autoestima, através da humilhação do próximo. Sempre fui e serei contra qualquer ato que atente contra qualquer forma de integridade. Estudem, trabalhem e dignifiquem-se perante a sociedade.

ultrapassa para lá os limites essenciais da praxe. Por isso, é o ciclo vicioso que deve acabar e quem o pratica deve ser chamado à responsabilidade. É o veterano que deve ser punido, não a praxe em si. É revoltante ouvir na TV os comentadores que defendem o fim da praxe. Muito triste os que dizem que a praxe não serve para nada. Vergonhoso os que usam o processocrime do Meco como exemplo. O senhor diretor percebeu agora onde está o problema da praxe? O problema real da coisa é quem está a vestir o traje! O ciclo vicioso que está enraizado nas praxes é que é o grande problema! Por favor, não critique a praxe, porque não é a praxe que está mal...É quem a faz.

O sonho comanda a vida Manuel Vargas Aljustrel

Praxe Dário Brissos Beja

Sou um indivíduo que se preocupa com o futuro da região e atento aos assuntos da atualidade, por isso não perco uma edição do seu “DA”. No entanto, o editorial da última edição deixou-me desiludido com a visão negativa que nos apresentou sobre este assunto polémico que é a praxe. Não é correto usar os exemplos de má conduta académica existentes, como o abuso psicológico e os casos de humilhação e de agressão que os veteranos exercem sobre os caloiros, para denegrir a praxe académica como um todo. O sr. diretor sabe realmente o que é a praxe? Não me refiro aos abusos e às humilhações que são praticados, esses sim, devem acabar. Há casos reais de amizade, de cooperação entre veteranos e caloiros, de entreajuda e de partilha. Também há casos de cumplicidade com causas sociais, como a recolha de alimentos e a doação de sangue, entre outros... Mas disso ninguém fala! Dá-me a entender que não interessam os bons exemplos e o que conta é o que está mal. A praxe não é violência. Não é humilhação. Não é abuso físico ou psicológico. A praxe, felizmente, não leva à morte de quem a pratica nos dois lados! O verdadeiro problema da praxe académica é este: Quem veste hoje o traje pratica com os seus caloiros o mesmo abuso de que foi alvo quando era caloiro. Ou seja, os caloiros são abusados e humilhados em público, até ao extremo da criatividade humana. Mais tarde, quando forem eles os veteranos, vão abusar e humilhar os seus caloiros de igual forma, ou pior. É isto que está mal! Ao longo dos anos tem-se vindo a criar um ciclo vicioso, violento e irracional, que

Chegámos ao ano de 2014 e tal como diz o povo: “Novo ano vida nova”. Mas... como será possível, se todos os dias vivemos o flagelo da austeridade, mais parecendo uma sociedade, onde não há uma constituição para cumprir? E o mais grave é que ninguém consegue vislumbrar uma situação promissora a curto prazo, em virtude das medidas austeras dia após dia, penalizando sempre os mesmos, levando-os a uma situação insustentável e outros para o abismo. Apesar da saída da troika, segundo alguns governantes, não devemos embandeirar em arco tal facto, uma vez que não significa qualquer alívio para o povo, pois é quase certo ser necessário um programa cautelar ou talvez um novo resgate, tudo dependerá da evolução das taxas de juro da dívida. Todo este descalabro teve como epicentro os governos irresponsáveis e a manifesta falta de coragem em chamarem os senhores de gravata, que conduziram, através de atitudes danosas, o nosso país à presente conjuntura socioeconómica. Este é o panorama com que nos deparamos e onde “trabalhadores e reformados” sabem quais são os que contribuíram para a debilidade financeira do Estado, continuando a evidenciarem a sua impunidade até aos dias de hoje (simplesmente inadmissível). Numa sociedade verdadeiramente democrática esses comportamentos terão que ser punidos exemplarmente, para que no futuro situações idênticas não se voltem a repetir. Resta-nos contrariar a resignação, indo ao encontro dos nossos sonhos/convicções reivindicando aquilo a que temos direito. Portugal já deu provas no passado que é capaz de ultrapassar as vicissitudes da vida, mas o tempo urge. O Estado tem por obrigação apoiar as PME contribuindo assim para uma maior empregabilidade e, por conseguinte, um país mais feliz.

Os portugueses merecem uma vida melhor, com mais dignidade e onde as assimetrias regionais sejam abolidas, embora apresentando as tradições das mesmas. É indispensável que os órgãos de soberania e as forças partidárias compreendam que o patriotismo é o máximo denominador comum de uma política que tem de erigir a esperança, a solidariedade, a justiça social como valores fundamentais, em tempos de soberania limitada. Não podemos pensar que estamos condenados ao fracasso, mas sim que é possível invertermos o presente, olhando para o amanhã com maior esperança, apostando num diálogo frutuoso, tendo como base uma maior verticalidade perante os nossos credores. Por fim, termino com palavras proferidas pelo papa, que merecem uma reflexão: “A pedagogia da solidariedade é a verdadeira democracia”.

Riqueza ilusória José Carlos Albino Messejana

Passos Coelho, primeiro do Governo revolucionário da direita portuguesa e chefe do seu partido grande, surpreendeu-nos com mais uma tirada e, sem pestanejar, disse: “Sabemos é que não regressaremos àquilo que eram os níveis de riqueza ilusória que tivemos antes da crise de 2011”. Duas conclusões quer o visionário que nós tiremos : As riquezas que ganhámos, porque fruto duma ilusão de que fomos coniventes, temos que as pagar ao Estado e à banca que nos salvará, durante os anos necessários para saldar, com juros, as indevidas apropriações ou roubos que fizemos a empresários, banca e erário público. Devemos, pois, dolosamente, sermos obedientes e confiantes nos que nos patrioticamente nos governam, para que, a seu tempo, possamos ambicionar vir a atingir os valores dos passados tempos em que nos iludíamos. A continuação do empobrecimento dos que trabalham ou trabalharam é inevitável e, por isso, obrigatória missão para quem nos comanda no Governo e na gestão dos capitais, de que dependemos e precisamos. Aprender a viver com pouquinho, o nosso contributo para salvar a nação. Infelizmente não estamos a inventar e, mais grave, as pessoas assustadas e desconfiadas que proliferam no País vão assimilando estas mensagens, aceitando que são culpados dos devaneios da democracia, pelo que devem tudo fazer para evitar crises governamentais, que nos afastariam da única via segura. Perante esta doutrina e propaganda em curso, apenas deixo no ar a pergunta – a alternativa não terá que ser revolucionária? (1) (1)

“Revolucionária” não é sinónimo de violência bélica, mas sempre com ruturas económicas, sociais e políticas.


Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

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Reportagem O Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) avançou em dezembro último com a bolsa de mérito social, um programa que permite aos estudantes desempenharem diversas tarefas nas estruturas da instituição, recebendo como contrapartida um valor que é utilizado para pagar propinas, alojamento, material escolar ou alimentação, evitando assim, em alguns casos, o abandono escolar. Atualmente são 27 os estudantes que integram as referidas bolsas. O interesse na sua adesão, refere o administrador do IPBeja, não se deve “apenas a razões de ordem económica”, mas também “ao interesse em valorizar a sua formação em contexto real de atividade e a colaboração na repartição conjunta com a família dos encargos com a formação académica”. A segunda fase de apresentação de novas candidaturas decorrerá entre os próximos dias 18 e 28. Texto Nélia Pedrosa Fotos João Domingos

Sara Cameirinha

Catarina Lima

Bolsa de mérito social pretende combater abandono escolar

Trabalhar no IPBeja para pagar propinas

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á pouco mais de dois meses que Sara Cameirinha dedica, semanalmente, 20 horas do seu tempo livre ao Gabinete de Imagem e Comunicação (Gicom) do Instituto Politécnico de Beja. A bolsa de mérito social que recebe por desempenhar um vasto conjunto de tarefas, “desde a elaboração de cartazes, brochuras e logotipos à organização de informação”, servirá para pagar as propinas (cerca de 800 euros anuais) e para adquirir material escolar. Caso não tivesse este apoio financeiro seria, muito provavelmente, obrigada a “deixar a escola [Superior de Educação de Beja]” ou então a “arranjar um trabalho e a faltar às aulas”, diz a jovem de 22 anos, adiantando que não é a primeira vez que concilia os estudos com uma atividade a tempo parcial. Durante o ano que frequentou o curso de Ciências da Arte e do Património (pós-laboral), na Faculdade de Belas Artes, em Lisboa, trabalhou numa loja de artes para ajudar a pagar os estudos. A contrapartida monetária que obtém pelas 80 horas mensais não é, contudo, o único aspeto positivo que destaca nas bolsas de mérito social introduzidas pelo IPBeja em dezembro último. Sendo aluna finalista do curso de Arte e Comunicação Multimédia, o contacto com o Gicom permite-lhe desenvolver competências que poderão vir a ser úteis aquando do seu ingresso no mercado de trabalho. “Está a ajudar-me bastante na área multimédia, a desenvolver a área da publicidade. E depois ‘não levamos na cabeça’ como se estivéssemos numa empresa. Quando precisamos de

ajuda ensinam-nos e aí também está a essência deste projeto. Estamos lá [nos serviços] para mostrar o que sabemos e para aprendermos, sem nunca faltarmos às aulas”. Esta nova figura de estudante-colaborador – materializada na atribuição de uma bolsa ao custo unitário de 3,5 euros a hora, que não deverá ultrapassar as 20 horas semanais, pela colaboração prestada por cada aluno – é para Catarina Lima, 24 anos, colega de turma de Sara Cameirinha e também beneficiária, uma excelente solução para “quem tem mais dificuldades económicas”: “Colaboramos e recebemos uma ajuda. Estas bolsas tanto nos ajudam a nós, estudantes, como ao instituto uma vez que podemos aplicar os nossos conhecimentos” adquiridos no decorrer do curso. A bolsa de mérito social, que acumula com a bolsa de estudo, vai “ser mais uma ajuda” para fazer face às muitas despesas: alimentação, renda de casa, aquisição de material escolar. “No nosso curso gastamos imenso dinheiro nos materiais. Apesar de não ser muito [o valor da bolsa de mérito social], ajuda bastante”. Catarina Lima ficou colocada no Laboratório de Arte e Comunicação Multimédia, estando atualmente a digitalizar “livros de desenho antigos” que serão posteriormente disponibilizados on line, em formato PDF. Trabalha 15 horas semanais, de segunda a quinta-feira, “fora do horário das aulas”: “Já cheguei a procurar emprego, mas não consegui nada, mas mesmo que conseguisse não poderia estar nas aulas a 100 por centro. Com esta bolsa

de mérito social estou na escola, a qualquer momento posso ir às aulas, posso gerir o meu horário”. Combater o abandono escolar e contribuir para o desenvolvimento de competências transversais nos estudantes são precisamente dois dos principais objetivos das bolsas de mérito social promovidas pelo IPBeja, aos quais se juntam a promoção do sucesso escolar e da integração social e académica, assim como uma melhor integração de estudantes no mercado de trabalho. “As bolsas de mérito social, que são promovidas através dos Serviços de Ação Social com a colaboração do Banco Santander, representam uma medida de apoio social que premeia o mérito social. A bolsa é atribuída como contrapartida direta pela colaboração e valorização dos estudantes em atividades organizadas especificamente para este efeito, identificadas com a formação do estudante, valorizando-a, e com o objetivo assumido de complementar os tradicionais apoios sociais diretos e indiretos disponibilizados, respondendo assim a problemas que não encontram resposta nos tradicionais meios de apoio social”, esclarece o administrador do IPBeja e dos Serviços de Ação Social, Paulo Cavaco. Situação económica, disponibilidade e perfil As bolsas destinam-se a todos os estudan-

tes do politécnico, “quer sejam ou não bolseiros, e antigos estudantes que solicitem o reingresso, permitindo-lhes que prossigam e concluam os seus estudos e a sua valorização pessoal, académica e profissional, mesmo em

condições de dificuldade económica, acreditando que a formação superior de cariz politécnico constitui, sempre, uma mais-valia para a entrada ou permanência no mercado de trabalho”, continua o responsável. Atualmente estão integrados nas bolsas de mérito social 27 estudantes. De acordo com Paulo Cavaco, os alunos, “durante a entrevista realizada no processo de candidatura, expressaram, de forma generalizada, o interesse na adesão às bolsas, não apenas em razões de ordem económica, mas também no interesse em valorizar a sua formação em contexto real de atividade e a colaboração na repartição conjunta com a família dos encargos com a formação académica”. Ainda durante este mês terá início a segunda fase do projeto, estando neste momento a decorrer a apresentação, por parte das unidades orgânicas/serviços do politécnico, de propostas de atividade de colaboração para posterior candidatura por parte dos alunos. O período de apresentação de novas candidaturas terá lugar entre os próximos dias 18 e 28. O número de vagas está sempre dependente das propostas de atividade de colaboração apresentadas e a duração do apoio “depende do número de horas apresentadas na proposta de atividade” onde o aluno foi inserido. Os candidatos são “seriados de acordo com a situação económica, disponibilidade e perfil”. “O aluno poderá apresentar a sua candidatura sempre que se encontre aberto o processo de candidatura à bolsa de mérito social, mas não poderá participar em mais do que uma candidatura em simultâneo”, frisa


IPBeja quer dar continuidade ao Summer Field

E Luísa Santos

Ana Maria Martins

Daniela Martins

ainda o administrador, realçando que “de modo a assegurar que a participação nesta iniciativa nunca compromete o percurso académico do estudante, estão fixados limites máximos de acordo com os quais cada aluno não deverá ultrapassar um número máximo de 20 horas semanais”. No final da colaboração, “no sentido da responsabilização e valorização do estudante”, o aluno recebe “um certificado que traduz a participação na atividade e a formação específica que obteve”. O elevado investimento no “material informático” indispensável “para se fazer um bom trabalho” levou igualmente Luísa Santos, 21 anos, aluna do terceiro ano do curso de Educação e Comunicação Multimédia, a candidatar-se à bolsa de mérito social, uma vez que não tem direito à bolsa de estudo do IPBeja. À semelhança de algumas colegas também já procurou emprego, mas como as propostas que apareceram “eram a tempo inteiro” foi obrigada a recusar. No âmbito das bolsas de mérito social colabora com o projeto “Educar em rede” (apoio ao ensino à distância), com gabinete instalado na Estig – Escola Superior de Tecnologia e Gestão, tendo a oportunidade de aprofundar matérias relacionadas com a sua área de estudos, nomeadamente “educação, multimédia, comunicação e mediatização de conteúdos”, diz. “Esta experiência

está a ser bastante positiva. Apesar dos poucos recursos de que dispomos conseguimos fazer um trabalho que dá uma boa imagem do politécnico e que chega aos alunos [do ensino à distância] de uma forma bastante positiva. Para além disso permite ajudar o IPBeja, contribuir com a nossa experiência enquanto alunos”. Nas palavras de Ana Maria Martins, 22 anos, foi precisamente a sua licenciatura em Serviço Social, concluída no ano passado no IPBeja, e a sua experiência enquanto beneficiária de alojamento, que levou a que fosse selecionada para desempenhar funções na residência de estudantes número 1, depois de ver aprovada a sua candidatura à bolsa de mérito social. Uma bolsa fundamental para prosseguir com os seus estudos de mestrado em Educação Especial – Domínio Cognitivo e Motor, uma vez que não conseguiu arranjar emprego na sua área de formação. “Decidi avançar com o mestrado e como não tenho qualquer apoio familiar precisei de procurar ajuda na escola. O montante que receber vai servir para pagar as propinas. Faço 10 horas semanais, irei receber cento e tal euros por mês. As propinas são quase 300 euros a cada três meses, fazendo poupanças todos os meses acabo por conseguir”, conta. As 10 semanais na residência de estudantes são divididas entre o apoio prestado à governanta, nas mais

diversas tarefas, e à receção. A atribuição da bolsa de Ana Maria, que acumula com a bolsa de estudo, termina no final do segundo semestre, em julho. O que se seguirá será uma incógnita, diz. Se não conseguir “arranjar um emprego milagrosamente”, terá de recorrer uma vez mais a este tipo de apoio para concluir o mestrado. “Qualquer ajuda é bem-vinda”, conclui. Daniela Martins, 25 anos, aluna do 2.º ano do curso de Engenharia Alimentar, pondera fazer o mesmo: “Eu tenho 200 horas para fazer aqui na Biblioteca [no serviço de digitalização de documentos], dará até ao final deste ano letivo. No terceiro ano vou ter que me candidatar de novo, se calhar a outras atividades”. Quanto à colaboração prestada, considera que, para além de no seu caso particular permitir o contacto com “uma área que desconhecia [a digitalização]”, “ajuda os alunos que nunca trabalharam a ver o que é a responsabilidade, a chegarem a horas”. O que não é o seu caso. Daniela fez um interregno de quatro anos nos estudos após a conclusão do ensino secundário, tendo trabalho durante esse período em superfícies comerciais no Algarve, de onde é natural. No ano passado, já enquanto estudante do IPBeja, trabalhou ao fim de semana num restaurante da cidade. “Para ajudar nas despesas, casa, gás, luz, que isto agora está difícil”.

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m julho do ano passado, o Instituto Politécnico de Beja e a empresa Vale da Rosa, com sede em Ferreira do Alentejo, estabeleceram um protocolo que tinha como objetivo “permitir aos alunos do IPBeja terem as propinas pagas (equivalente ao valor das propinas de um ano letivo) com base na ocupação de tempos livres nas férias de verão, na principal atividade a empresa”. A iniciativa, denominada Summer Field, contou com a participação de 22 estudantes. “No contexto desta iniciativa assegurou-se a participação de um grupo de estudantes, integrando-os, no período de pausa letiva, no contexto de colheita da uva que constitui a atividade principal do Vale da Rosa, por um período aproximadamente de seis semanas, comparticipando a participação neste programa com o valor de uma propina a cada um desses estudantes”, esclarece o administrador do IPBeja, frisando que o politécnico “está apostado em dar continuidade a todas as iniciativas, em colaboração com parceiros credíveis e responsáveis, como é o caso do Vale da Rosa, que, achando-se integradas no contexto da missão e atribuições da instituição, facilitem a integração e valorização dos nossos estudantes e assegurem a prossecução dos seus estudos”. NP

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Tarefas diversas As tarefas desenvolvidas no âmbito das bolsas de mérito social são diversas, “de acordo com as necessidades apresentadas nas Propostas de Atividade de Colaboração, integradas na missão e atividade do IPBeja e preferencialmente próximas à área de formação dos estudantes”, nomeadamente “acolhimento, digitalização de documentos, apoio à atividade da biblioteca, ações promocionais no âmbito da estratégia de comunicação desenvolvidas pelo Gabinete de Imagem e Comunicação, colaboração nos laboratórios, receção aos visitantes no Museu Botânico, formação em técnicas culturais no pomar, nas culturas hortícolas em estufas, acompanhamento de ensaios em horticultura e fruticultura e colheita e embalamento de produtos hortofrutícolas, entre outras”.


Campeonato Nacional de Seniores

Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

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O Moura e o Almodôvar já conhecem o calendário da 2.ª fase do Campeonato Nacional de Seniores, etapa onde se discute a permanência ou a despromoção. A prova recomeça no próximo dia 16, com o Moura a jogar no terreno do Louletano e o Almodôvar em Quarteira. As duas equipas reencontram-se na 7.ª jornada (30 de março).

Desporto

Zona Azul fora da Taça de Portugal A Zona Azul perdeu no Pavilhão do Maia ISMAI por 41-19 (24-11 ao intervalo), em jogo a contar para os oitavos de final da Taça de Portugal em Andebol e ficou fora da prova. Amanhã regressa o Nacional de Seniores da 3.ª Divisão, com os jogos Costa d’Oiro-AC Sines e Náutico-CCP Serpa. A Zona Azul folga.

Aljustrelense recebe Castrense e Vasco da Gama joga em Milfontes

Um líder sem oposição O Mineiro Aljustrelense tem no domingo mais um teste à sua inequívoca capacidade de líder. Recebe o vizinho Castrense e fica de olhos postos no resultado da deslocação do Vasco da Gama ao terreno do Milfontes. Texto e fotos Firmino Paixão

O

u seja, dois jogos que envolvem as quatro primeiras equipas da tabela de pontos. O líder joga no seu palco e é favorito; o Milfontes, que em casa só foi derrotado pelo Castrense, recebe a equipa da Vidigueira, que parecia ter mais fôlego para se opor aos tricolores. Já deixou o líder dilatar a vantagem para sete pontos e parece mais exposta à perda do segundo lugar, do que capaz de alcançar o comandante. A classificação vai ficando arrumada, as dúvidas, se existiram, vão-se desvanecendo. O Mineiro está de passagem por este campeonato. Lá em baixo, Aldenovense (no domingo recebe o Guadiana) e o São Marcos (joga em casa com o Piense) tentam sair do rodapé e alcançar o Bairro da Conceição que tem um jogo difícil em Odemira. A jornada fecha com a deslocação do Rosairense a Cuba. Da ronda do passado fim de semana, a 15.ª, sobressai o brilhante empate do Serpa na Vidigueira, as vitórias folgadas do Mineiro (em Beja) do Odemirense (na Cabeça Gorda) e do Castrense (que deu a primeira parte e um golo de vantagem ao adversário). Resultados: Rosairense-Guadiana, 1-0; Castrense-Aldenovense, 4-1; Bairro Conceição-Aljustrelense, 0-4; Cabeça Gorda-Odemirense, 0-4; Vasco Gama-Serpa, 1-1; Piense-Milfontes, 1-2; Sporting Cuba-São Marcos, 3-0. Classificação: 1.º Aljustrelense, 42 pontos. 2.º Vasco Gama, 35. 3.º Castrense, 33. 4.º Milfontes, 31. 5.º Odemirense, 29. 6.º Rosairense, 24. 7.º Serpa, 20. 8.º Sporting Cuba, 20. 9.º Cabeça Gorda, 18. 10.º Guadiana, 15. 11.º Piense, 12. 12.º Bairro Conceição, 7. 13.º Aldenovense, 7. 14.º São Marcos, 6.

Líder O Mineiro venceu no Bairro da Conceição e consolidou a liderança

Distrital de Iniciados 9.ª jornada Série A Ferreirense-Moura, 1-10; Aldenovense-BNSC, 3-1; Serpa-Despertar, 2-4. Líder: Moura, 24 pontos. Próxima jornada (9/02) Moura-Aldenovese; Alvito-Ferreirense; B.º Conceição-Serpa. Série B Desp.Beja-Castrense, 6-2; Aljustrel-Guadiana, 3-1. Líder: Almodôvar, 13 pontos. Próxima jornada (9/02) Castrense-Aljustrelense; Almodôvar-Desportivo Beja. Distrital de Infantis 14.ª jornada Série A Despertar A-Desp.Beja, 14-1; Operário-Sp Cuba, 0-22; Ferreirense-NS Beja, 10-. Líder: Despertar A, 36 pontos. Próxima jornada (8/02) Série B Serpa-Vasco Gama, 2-1; Piense-Moura, 4-7; Sto Aleixo-Amareleja, 0-9; Aldenovense-Despertar B, 4-2. Líder: Aldenovense, 37 pontos. Próxima jornada (8/02) Série C Ourique-Odemirense, 1-7; Aljustrelense-Almodôvar, 0-3; São Marcos-Renascente, 4-6; Milfontes-Castrense, 1-1. Líder: Almodôvar, 42 pontos. Próxima jornada (8/02)

Inatel

Vidigueira O Serpa empatou fora e deu mais folga ao líder

Um grande dérbi em Saboia

S

Distrital de Juvenis 9.ª jornada Série A Sporting Cuba-Serpa, 0-3; Despertar-Alvito, 7-1; Amareleja-Sto Aleixo, 8-1; Moura-Desp Beja, 3-2. Líder: Despertar, 25 pontos. Próxima jornada (9/02) Serpa-Amarelejense; Despertar-Sporting Cuba; Santo Aleixo-Moura; Desportivo Beja-Alvito. Série B B.º Conceição-Aljustrel, 2-2; Castrense-Odemirense, 2-2; Ourique-Almodôvar, 2-6. Líder: Castrense, 17 pontos. Próxima jornada (9/02) Aljustrelense-Castrense; Milfontes-B.º Conceição; Odemirense-Ourique.

Liga de Benjamins 2.º MOM – 6.ª jornada Desp.Beja B-Sp.Cuba, 0-8; V. Gama-Desp.Beja A, 2-6; Alvito-Piense, 2-1; NS Beja-Alvorada, 2-0; Aldenovense-Moura B, 2-4; RenascenteSanluizense, 5-0; Juv.Boavista-Ourique, 1-1. Próxima Jornada (8/02) 2.º MOM (jogos em atraso) Desportivo Beja A-Alvito; Piense-NS Beja; Alvorada-Ferreirense B; Boavista-Aljustrelense.

O Amarelejense recuperou a liderança com Renascente e Saboia igualados endo verdade que o Renascente e o Saboia estão suficientemente distanciados dos restantes concorrentes, para garantirem a presença na segunda fase da prova, na outra série subsistem algumas dúvidas. A liderança tem sido alternada entre o Despertar e o Amarelejense, mas o Desportivo de Beja e o Moura B ameaçam chegar mais acima. O Amarelejense venceu o Despertar e recuperou o primeiro lugar, mas terá que ganhar amanhã em Moura para o manter. Na série B a deslocação do Renascente a

Futebol juvenil

Castro Verde tem algum grau de dificuldade, mas as atenções devem estra viradas para o dérbi entre o Saboia e o Naverredondese. Série A: Amarelejense-Despertar, 2-1; Moura B-Vasco Gama B, 4-0; Beringelense-São Domingos, 0-2; Desportivo Beja-Negrilhos, 9-0. Classificação: 1.º Amarelejense, 21 pontos. 2.º Despertar, 19. 3.º Desportivo Beja, 16. 4.º Moura B, 15. 5.º Vasco Gama B, 12. 6.º São Domingos, 8. 7.º Beringelense, 6. 8.º Negrilhos, 4. Próxima jornada (8/2): Despertar-Beringelense, Moura B-Amarelejense; São

Domingos-Desportivo Beja; Negrilhos-Vasco Gama B. Série B: SanluizenseSaboia, 0-4; Naverredondense-Castrense B, 5-1. Renascente-Aldeia Fernandes, 4-1. Folgou o Messejanense. Classificação: 1.º Renascente, 19 pontos. 2.º Saboia, 19. 3.º Messejanense, 12. 4.º Castrense B, 10. 5.º Aldeia Fernandes, 9. 6.º Naverredondense, 9. 7.º Sanluizense, 1. Próxima jornada (8/2): Saboia-Naverredondense; Messejanense-Sanluizense; Castrense B-Renascente. Folga o Aldeia Fernandes.FP

Grupo A (14.ª jornada) Salvadense-Trindade, 3-2; Louredense-Quintos, 2-0; Barrancos-Pen. Gordo, 0-3; Brinches-Luso Serpense, 4-2. Líder: Pen.Gordo, 34 pontos. Próxima jornada (22/02) Louredense-Salvadense; Penedo Gordo-Trindade; Quintos-Brinches; Serpense-Barrancos. Grupo B (14ª. jornada) Santa Vitória-Mombeja, 4-0; Vale Figueira-Alvorada, 5-1; Vale d’Oca-Figueirense, 1-0; Faro Alentejo-Albernoa, 1-1. Líder: Vale d’Oca, 30 pontos. Próxima jornada (08/02) Mombeja-Vale d’Oca; Albernoense-Vale Figueira; Figueirense-Faro Alentejo; Alvorada-AC Cuba Grupo C (14.ª jornada) Sete-Bemposta, 1-0; Sanjoanense-Almodôvar, 0-2; Sta.Clara Nova-Alcaria, 0-0; Santaclarense-Serrano, 0-0. Líder: Santaclarense, 34 pontos. Próxima jornada (22/02) Sete-Santa Clara-a-Nova; Serrano-Alcariense; Almodôvar-S ant aclarense; Bempos t a-Sanjoanense. Grupo D (14.ª jornada) Relíquias-Longueira, 0-0; Cercalense-Amoreiras, 3-0; Pereirense-Luzianes, 0-2; Santa Luzia-Cavaleiro, 0-1. Líder: Luzianes, 27 pontos. Próxima jornada (08/02) Amoreiras-Soneguense; Cavaleiro-Cercalense; Longueira-Pereirense; Luzianes-Santa Luzia.


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MUNICÍPIO DE ALVITO CÂMARA MUNICIPAL

Cessão da Exploração do Estabelecimento de Bebidas “Quiosque da Praça da República em Alvito”

Futebol Beira Serra Naverredonse é a equipa alentejana mais ao sul da região

Os bicampeões distritais do Inatel disputam a 2.ª divisão da AF Beja

Os treinos são ao domingo... O futebol teve atividade remota em Nave Redonda, está documentada a existência de uma equipa que jogava, pontualmente, num campo lavrado, mas foi, apenas, em 1986 que o sonho se concretizou – a fundação do Grupo Desportivo Cultural e Recreativo “O Beira Serra Naverredondense”. Texto e foto Firmino Paixão

A

obra nasceu da necessidade de afirmação no plano do associativismo, ou, como refere Márcio Coelho, jovem presidente do clube, para simplesmente demonstrar que ali existe gente, a meio caminho entre Messines e Monchique, na fronteira serrana entre o Alentejo e o Algarve. Com pouco mais de uma centena de habitantes, Nave Redonda tem enquadramento administrativo na freguesia de Saboia. A maior parte da sua população ativa desloca-se diariamente para trabalhar no Algarve, ao fim de semana, o percurso é feito em sentido contrário pelos atletas da região vizinha que vestem as cores do Beira Serra, treinados por Paulo Rafael, que aqui nos dá a conhecer um pouco da realidade do clube de futebol mais ao sul do território alentejano. Como analisa a vossa participação no campeonato?

O campeonato não nos tem corrido tão bem como desejaríamos, mas isso também tem a ver um pouco como a nossa inexperiência, porque é o primeiro ano que estamos a competir, depois de um longo interregno. Estamos a tentar fazer o nosso melhor, mas temos sentido algumas dificuldades. Quer enumerar as principais?

Nós andamos aqui porque gostamos muito disto, deixamos de estar com a família, privamo-nos de muitas outras coisas, mas juntamos um grupo de amigos,

pessoas que gostam muito de futebol e especialmente da Nave Redonda, onde somos todos muito bem recebidos, por isso, gostamos de cá estar e com motivação para levarmos por diante este projeto. Esperamos melhorar a nossa prestação, creio que com um esforço de todos levaremos a nau a bom porto. É importante manter este projeto desportivo numa povoação de dimensão tão reduzida …

É tão importante que lhe vou deixar esta ideia. A Nave Redonda tem pouco mais de 100 habitantes, e ao fim de semana deslocamos vinte pessoas de Messines e Albufeira, porque praticamente só temos dois jogadores da terra, o resto são todos do Algarve, depois com a equipa que chega para nos defrontar, juntamos um grupo que é cerca de metade do número de pessoas que lá vive. E aos fins de semana é a única atividade que lá existe para entretenimento da população. E as condições de trabalho?

Nós não treinamos. Juntamo-nos, apenas, ao fim de semana para jogar. Cada jogador pode treinar individualmente, de resto não temos qualquer outro tipo de preparação, daí as nossas grandes dificuldades em relação a outras equipas que estão no campeonato. Julgo que, tirando o Beira Serra e o Saboia, todas as outras treinam durante a semana. O Beira Serra deixou o futebol do Inatel para competir a nível oficial. Não estão arrependidos de terem dado esse passo?

Não, não estamos arrependidos, exatamente porque somos um grupo de amigos quer seja no Inatel, quer seja na Associação de Futebol de Beja. Jogamos por gosto e pelo prazer de estarmos reunidos. A diferença é que a competição oficial é um bocadinho mais exigente, mas quando entrámos já tínhamos consciência disso.

O recrutamento de jogadores é feito essencialmente no Algarve por falta de recursos locais …

No Algarve trabalha-se muito na área da formação e cada vez mais os clubes em atividade são menos. Só existe primeira divisão distrital, não há segunda, nem futebol do Inatel, então, os jogadores que saem dos juniores e não conseguem vingar nas respetivas equipas seniores, ficam disponíveis e como há falta de jogadores, nesta zona serrana de fronteira entre o Alentejo e o Algarve, torna-se fácil esse recrutamento. Que apoio tem o clube para se manter em atividade?

Os nossos maiores apoios vêm da Câmara Municipal de Odemira, também da Junta de Freguesia de Saboia e, naturalmente, de algumas atividades que o clube organiza durante o Verão. Um dos motivos que nos fez abraçar este projeto da segunda divisão distrital foi a existência de um maior apoio do município de Odemira, porque competindo a este nível existe uma projeção diferente do concelho. Temos apoio para as deslocações, as coisas só se complicam se alguma vez o Saboia e o Nave Redonda jogarem fora de casa no mesmo dia.

1 – ENTIDADE QUE PRESIDE AO PROCESSO DE CONCURSO: Câmara Municipal de Alvito. 2 – PRAZO DO CONTRATO DE CESSÃO: A cessão de exploração é feita pelo prazo de 3 anos, com inicio a 1 de março de 2014 e término a 31 de março de 2017. 3 – PROPOSTAS: O prazo para apresentação das propostas é até às 17 horas do 8º dia contado da data de publicação do Aviso de abertura do concurso. Este prazo é contínuo, não se suspendendo aos sábados, domingos e feriados. A proposta e os documentos que a instruem serão encerrados em invólucro fechado, no rosto do qual se indica o nome do concorrente e a designação do concurso, e entregues pessoalmente, contra recibo, no Balcão Único da Câmara Municipal de Alvito, sita no Largo do Relógio, 13 em 7920-022 Alvito, ou remetidas pelo correio, sob registo e com aviso de receção, para a mesma morada. A proposta é redigida em língua portuguesa, sem rasuras, entrelinhas ou palavras riscadas (salvo se ressalvadas), e sempre com o mesmo tipo de letra. O valor da proposta é expresso em euros e indicado por algarismos e por extenso e não deve incluir o IVA. Ao preço proposto deve ser indicada a taxa de IVA aplicável. Em caso de divergência entre os valores indicados, prevalece o indicado por extenso. A proposta é assinada pelo concorrente ou seu representante legal, caso seja uma pessoa coletiva. A proposta é instruída com o currículo do concorrente, onde seja indicada a experiência profissional na atividade (o número de anos de experiência na atividade deve ser expressamente indicado). A inobservância de qualquer uma das formalidades descritas de 4.1 a 4.6 constitui motivo de exclusão da respetiva proposta. 4 – DOCUMENTOS DE HABILITAÇÃO DO ADJUDICATÁRIO: O concorrente a quem seja adjudicado o presente concurso, deve apresentar, no prazo que lhe for fixado, os seguintes documentos: a) Documento comprovativo de que tem a sua situação regularizada relativamente a dividas por impostos ao Estado português; b) Documento comprovativo de que tem a sua situação regularizada relativamente a dividas por contribuições para a Segurança Social; c) Comprovativo do início de atividade. A não apresentação dos documentos indicados no número anterior no prazo que para o efeito for fixado determina a caducidade da adjudicação, sendo a presente cessão de exploração adjudicada ao concorrente ordenado em lugar subsequente. 5 – PREÇO BASE DO CONCURSO: O valor mínimo a considerar para efeitos do concurso é de € 40,00 (quarenta euros) por mês, acrescido de IVA à taxa legal em vigor, devendo os concorrentes apresentar o seu melhor preço para efeitos de adjudicação. 6 - ABERTURA DAS PROPOSTAS: A abertura das propostas terá lugar no primeiro dia útil imediato ao termo do prazo para apresentação das propostas, pelas 10 horas, no Centro Cultural de Alvito, perante o júri que para tal for designado. 7 – CRITÉRIO DE ADJUDICAÇÃO: O critério de adjudicação é o da proposta economicamente mais vantajosa, atendendo aos seguintes fatores, por ordem decrescente de importância: a) Valor mensal proposto – 75%; b) Tempo de experiência profissional dos concorrentes na atividade – 25%. Relativamente aos fatores atrás enunciados, a respetiva ponderação é feita da seguinte forma: a) Valor mensal. São atribuídos 5 pontos ao preço mais elevado, e calculada a pontuação a atribuir às restantes propostas a partir da seguinte fórmula: P = 5 x Cada valor proposto x 0.75 Maior valor proposto, P – é a classificação obtida pelo concorrente neste fator b) Tempo de experiência. São atribuídos 5 pontos ao concorrente com mais experiência (atendendo ao número de anos comprovados na atividade), e calculada a pontuação a atribuir às restantes propostas a partir da seguinte fórmula: EP = 5 x Cada experiência x 0.2, Maior experiência EP – é a classificação atribuída ao concorrente neste fator. O concurso é adjudicado ao concorrente que melhor se posicione em função do critério supra exposto. Em caso de empate, será adjudicada a presente cessão ao concorrente que apresente o preço mais alto. Caso continue o empate, a adjudicação será feita ao concorrente que primeiro apresentou proposta.

Diário do Alentejo n.º 1659 de 07/02/2014 Única Publicação

Que objetivos desportivos trouxeram para esta temporada?

Não temos o objetivo de andar lá em cima, mas naturalmente que jogamos sempre para ganhar. Tentamos dar o nosso melhor em cada jogo e tentamos empatar as equipas que andam lá nos lugares de cima da classificação, se conseguirmos tudo bem, caso contrário também não virá mal nenhum ao mundo. Mas o ideal é mostrarmos o nosso futebol, naturalmente condicionado pelas carências que temos, mas queremos chegar ao final de cada jogo com a consciência de termos sido dignos e de termos representado bem o nosso emblema.

MUNICÍPIO DE ALVITO CÂMARA MUNICIPAL

ALIENAÇÃO E ARREMATAÇÃO EM HASTA PÚBLICA DE BENS MÓVEIS DO MUNICIPIO DE ALVITO A Câmara Municipal de Alvito vai proceder à alienação e arrematação, em hasta pública, de bens móveis do município. Local, dia e hora de exposição dos bens a alienar: - Estaleiro da Câmara Municipal de Alvito - Nos dias úteis das 07.30 horas às 14.00 horas; Local, dia e hora para entrega das propostas: - Câmara Municipal de Alvito – Até às 16 horas do dia 17 de fevereiro de 2014. Ato Público da abertura de propostas: - Dia 20 de fevereiro, pelas 11,00 horas, no Centro Cultural de Alvito.

19 Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

Diário do Alentejo n.º 1659 de 07/02/2014 Única Publicação


20 Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

Sinais do tempo José Saúde

Pedro Varela O talentoso jogador é cobiçado por grandes clubes nacionais e europeus

Pedro Varela nasceu há 15 anos na vila de Cuba, terra famosa pelas suas “canteras” de bons futebolistas. Fez-se jogador em Beja e hoje representa o Portimonense, mas é seguido por outros grandes clubes. Texto e foto Firmino Paixão

Jovem Pedro Varela é seguido por grandes clubes em Portugal e Itália

O miúdo tem talento...

O

miúdo já antes revelara habilidade para o jogo da bola. Tinha nove anos quando o pai lhe pegou pela mão e o levou para Beja, por falta de enquadramento técnico do clube da sua terra. Foi ao encontro do futuro! Ao encontro da glória? O tempo o dirá. Inscreveu-se nas Escolas do Desportivo de Beja, ao tempo coordenadas pelo professor Acácio dos Santos, que recorda: “O pai gostou da nossa apresentação e inscreveu o Pedro. Recordo-me de um miúdo normal, algo tímido, mas com um desenvolvimento coordenativo acima da média. Inteligente, e que sempre soube perceber que o que lhe dizíamos era para o bem dele”. Foi com a camisola da Geração Benfiquista, que tinha um protocolo com o Desportivo, que fez a sua segunda época, onde conheceu também o treinador Pedro Madeira. Voltou a Cuba, ao Sporting local, durante duas temporadas na categoria de infantil, após o que voltou ao Desportivo. Pelo meio foi-lhe proporcionada uma sessão de treino no Benfica, explicou o pai do jogador: “Fez um torneio em A-dos-Cunhados com a equipa do Benfica e o treinador Fonte Santa gostou imenso dele, esteve perto de assi-

nar um vínculo com o clube, mas o ambiente não lhe agradou”. O seu talento estava a dar nas vistas. Acácio Santos recorda que “o Pedro tinha capacidade de trabalho, gostava de futebol e esforçava-se para evoluir, aspeto fundamental para o seu crescimento como futebolista”. O então coordenador da Geração Benfiquista lembra ainda: “De acordo com as nossas avaliações iniciais, o Pedro demonstrou um desenvolvimento biológico acima da média, o que lhe permitiu ter uma capacidade de aprendizagem mais rápida que outros alunos. Focámo-nos em dotar o Pedro de uma plasticidade cognitiva que se adaptasse ao contexto do jogo. Ou seja, tentámos que se tornasse a cada dia mais inteligente”. Na época 2011/2013 foi campeão distrital de iniciados e no ano seguinte vestiu a camisola do Despertar no campeonato nacional, sob orientação de Pedro Martelo (que o levou ao Gothia Cup, na Suécia, em julho/2012). E foi essa a montra que o fez descer para Portimão no princípio desta temporada. O jogador diz que a aventura desportiva ao sul “está correr muito bem: “É a minha primeira época no Portimonense, provavelmente estou ainda num percurso de adaptação, mas sei que é preciso muito empenho

para ganharmos o nosso lugar”. O jovem cubense assume: “É um sonho que estou a viver, quero chegar o mais longe possível e tentar a carreira de jogador profissional. Estou num clube onde sou feliz, e estou a ver que o meu sonho ficou mais perto de se concretizar, embora reconheça que é preciso muito trabalho e muita dedicação”. Mário Leão, atual treinador de Pedro Varela nos juvenis do Portimonense, também sabe que “Pedro é um miúdo com muito talento, com muita margem de progressão”: “Já o conhecíamos, ele estava referenciado e sabíamos que era um miúdo com muito potencial. Obviamente tem muito que trabalhar para evoluir e para poder continuar a sonhar, e nós estamos a fazer todos os possíveis para o ajudar a subir essas etapas que lhe permitam chegar cada vez mais longe”. Mais longe pode significar vestir a camisola de um dos grandes clubes que o seguem, Benfica, Sporting e Porto, ou que se confirmem os rumores de que pode seguir para Itália (Milan ou Empoli). Pedro confessou: “Tenho sabido que algumas pessoas me têm vindo observar, mas essas são decisões para mais tarde, agora só penso em trabalhar para ajudar o Portimonense”.Mas o pai re-

velou que ele esteve recentemente na Academia do Sporting, e o treinador do Portimonense também assumiu: “Temos sentido esses contactos e, inclusivamente, o próprio jogador também tem sentido, e algumas oscilações exibicionais às vezes acabam por ser consequência disso mesmo”. E adiantou: “O Pedro tem talento para conseguir resolver jogos, tem qualidade para ser muito útil à equipa e o que é um facto é que nas últimas semanas temos sentido o Pedro um pouco mais distraído, mais alheado daquilo que é o jogo, exatamente porque, se calhar, está a sentir êxtase em demasia relativamente a esses contactos. São emblemas muito conhecidos, tanto nacionais como lá de fora, sobretudo de Itália, onde ele esteve recentemente para conhecer a realidade italiana ao nível de treinos, de contexto desportivo e competitivo”. Mas a decisão é dele, diz Mário Leão: “A nós cabe-nos ajudá-lo a lidar com essas situações”, porque, lembra Acácio Santos, “a gestão das expectativas é essencial, a euforia faz perder por vezes a noção da realidade”. “Aqui entra o papel dos pais e é fundamental que eles percebam que o mais importante é ter um filho saudável, equilibrado e boa pessoa, jogue neste ou naquele clube”, conclui.

Open de Masters em Natação

Uma boa onda no litoral

O

s atletas masters do Clube de Natação do Litoral Alentejano, de Sines, cotaram-se em muito bom plano no Campeonato Nacional/Open de Inverno organizado pela Federação Portuguesa de Natação (FPN), que reuniu quase 500 atletas nas Piscinas Municipais da Mealhada. Os nadadores Tiago Telo, Jaime Costa, Marc Moreira, David Gorgulho, Rodrigo Costa, Marco Vantaggiato e José Carlos Rosa conquistaram um total de nove títulos nacionais, 15 lugares de pódio e 30 resultados no top 10 na-

Natação Equipa de masters (veteranos) do CNLA brilhou no Open de Inverno

cional. A nível coletivo, entre 58 clubes e apenas com sete atletas em competição, a representação do litoral alentejano obteve um honroso 15.º lugar, com 713 pontos, o que diz bem da qualidade dos resultados dos atletas do clube. Houve também prémios para as melhores performances por escalão, com destaque para três atletas que estiveram bem perto de o conseguir: David Gorgulho foi 2.º no escalão B, Rodrigo Costa conseguiu o mesmo lugar no escalão C e Marco Vantaggiato foi o 3.º mais pontuado no escalão D.

O desporto apresentou-se sempre como um sublime palco de emoções. Recordo os tempos em que fui aprendiz dos velhos balneários onde predominava a modalidade de futebol. Lembro, ainda, a forma eufórica como os novatos eram recebidos pela velha guarda que honrava a sensibilidade do companheiro recém chegado. Não havia medidas de receção exageradas. Umas meias rotas, umas botas com pregos, uns calções rasgados, uma camisola enorme que mais parecia uma peça para dormir, a primeira entrada em campo num jogo de apresentação à novel aquisição precedida com ligeiros toques na nuca, uma ou outra aldrabice inventada na hora pelos mais velhos, enfim, momentos áureos que permanecem ainda bem vivos numa mente que vai por ora recordando esses antigos costumes. No atual mundo global desportivo, a cosmética da ação resvalou para performances paralelas que tornam a essência do fenómeno desmedido. Na tela existem hediondos hábitos que deixam o espetador incomodado. A visibilidade de algumas claques organizadas afigura-se como uma faca de dois gumes. A camaradagem entre os atletas, não sendo igualzinha aos tempos idos, é sobretudo semelhante. Todavia, essa nova presunção de puxar pela equipa através de grupos organizados, deixa, por outro lado, cair máscaras de preocupação. A nível nacional há claques que se gladiam e chefes de torcidas que impõem rigor no seio do grupo. Na horizontalidade desta afronta, revejo que a realidade regional, a nossa, continua a merecer gáudios de excelência. Para trás ficaram as longínquas e inusitadas zangas regionais, as lutas crispadas com o calor do embate, os momentos de exaltação, que, por vezes, resultavam em confrontos físicos, dando-se agora alvíssaras ao pacato comportamento das claques no apoio exclusivo ao espetáculo desportivo. As clubites, outrora exacerbadas, deram lugar a compreensões saudáveis e amigáveis. Sinais do tempo!


A atleta alentejana Ana Cabecinha (Clube Oriental de Pechão), sagrou-se, pelo terceiro ano consecutivo, campeã nacional de marcha atlética na distância de 20 km (1.30.36 h), nos campeonatos nacionais disputados em Quarteira. A atleta de Baleizão garantiu assim a sua presença no Europeu de Zurique, em agosto próximo.

Canoagem O atleta Bruno Afonso, do Clube Náutico de Mértola, foi convocado pela Comissão Nacional de Velocidade da Federação Portuguesa de Canoagem, para o estágio descentralizado que as seleções nacionais de seniores e sub/23 vão realizar durante o mês de fevereiro. O atleta sub/23 de Mértola, realizará o seu estágio entre 3 e 22 de fevereiro, no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho.

Torneio ibérico de kayak pólo

A Piscina Municipal de Beja recebe durante o dia de amanhã (9 às 18 horas), a quarta e última fase da Liga Ibérica do Sul, em kayak pólo, competição iniciada em outubro de 2013 em Fuengirola. Participam seis equipas, duas espanholas e quatro portuguesas. A organização pertence a Associação Juvenil Pagaia Sul, de Beja com o apoio das federações nacionais de canoagem dos dois países.

21 Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

Título para Ana Cabecinha

Columbofilia O columbófilo bejense e a sua pomba “Mansinha” obtiveram o 7.º lugar da Classe Sport Fundo, na IV Exposição Europeia de Columbofilia que se realizou na cidade de Brno, na República Checa. Uma honrosa classificação, que corresponde às expectativas de Jaime Silva, numa categoria em que concorreram 34 exemplares. Portugal conquistou o título europeu e medalha de bronze em Sport Velocidade.

Participantes Hermano Ferreira (dorsal 1) tomou logo a dianteira do enorme pelotão

Vencedor Hermano Ferreira (The Cleans) no momento em que cortou a meta

Grândola Corrida para “Miúdos e Graúdos” promoveu encontro de gerações

Premiada A letã Jalena Prokopcuka repetiu o triunfo da edição do ano passado

Letã Prokopcuka e Hermano Ferreira (The Cleans) são “quem mais ordena”

Correr para celebrar abril... Os acordes do “Grândola Vila Morena” precederam tiro de partida para o meio milhar de atletas que disputou a 12.ª edição do Grande Prémio de Atletismo da Junta de Freguesia de Grândola – Circuito José Afonso. Texto e fotos Firmino Paixão

H

ermano Ferreira (The Cleans) e Jelena Prokopcuka (Letónia) venceram o 12.º Grande Prémio da Junta de Freguesia de Grândola/Circuito José Afonso, que reuniu meio milhar de atletas (80 equipas), numa organização exemplar da Junta de Freguesia de Grândola e Santa Margarida da Serra. A prova assinalou os 40 anos da Revolução de Abril e o meio século da cantiga que José Afonso dedicou àquela vila alentejana “Grândola Vila Morena”. Correndo a última prova com a camisola da equipa The Cleans (no dia seguinte passou a representar o Sporting), Hermano Ferreira atacou o record do russo Nikolay Chavkin (vencedor em 2012 com 29.30’) e ganhou destacado. No final referiu: “No ano passado perdi ao sprinte para

um atleta russo, hoje quase que batia o recorde dele, geri a corrida integrado no grupo da frente até aos cinco quilómetros, mas o ritmo estava a abrandar e vim para a frente”. O atleta ainda deixou uma sugestão: “Esta prova devia ser candidata ao campeonato nacional de estrada do próximo ano, o percurso é muito bom, se calhar, eliminado o troço em terra batida, a organização deveria pensar nisso, mas Grândola merecia esse distinção”. Jelena Prokopcuka, da Letónia, ganhou e bem (foi a 12.ª da geral) no setor feminino, tirando sete segundos à marca com que venceu no ano passado. A atleta notou: “Estou a estagiar em Portugal para fugir ao rigor do inverno no meu país” e a sua participação nesta prova, cuja organização considerou perfeita, tem a ver com a preparação para a Maratona do Japão em que vai participar em março. O portalegrense Bruno Paixão foi o melhor atleta alentejano (4.º) à frente do grandolense Custódio António, do GD São Francisco Serra (16.º), mas merece igual sublinhado a corrida do júnior guineense Mussa Djau (Beja Atlético Clube) que foi 24.º na geral. A presidente da Junta de Freguesia de

Grândola e Santa Margarida da Serra, Fátima Luzia, sublinhou a existência de “uma aposta forte no desporto: “Queremos fomentar o atletismo e esta grande prova é já reconhecida e é a maior no nível do litoral alentejano. Depois, temos a corrida dos ‘Miúdos e Graúdos’ que promove o convívio entre as gerações e isso, para nós, é um fator primordial”. Satisfeita com o nível competitivo dos concorrentes a autarca adiantou ainda: “Espero que continuemos com esta iniciativa que já é um marco na nossa Vila Morena”. E acentuou: “Este ano comemoramos os 40 anos do 25 de Abril e os 50 anos na canção ‘Grândola Vila Morena’, e isso, então, teve um papel ainda mais importante para nós, até cantámos a música antes de começar a prova, num ato simbólico e muito marcante para recordarmos a canção que foi a senha da Revolução de Abril”. Fátima Luzia refirmou que o desporto em Grândola tem que continuar dinâmico e sublinhou: “A junta de freguesia vai continuar a apostar no desporto, esta grande prova será sempre o nosso marco e a grande iniciativa desportiva da junta de freguesia, mas, simul-

taneamente, apoiamos todos os clubes e associações da freguesia, que neste momento é a freguesia de Grândola e Santa Margarida da Serra derivado a uma lei que não respeita a vontade das populações e contra a qual estivemos desde o início”, assumindo, contudo: “As leis são para cumprir, mesmo contra a nossa vontade, mas nós vamos fazer tudo o que for possível da nossa parte para que as duas freguesias tenham o mesmo apoio”, porque conclui a autarca grandolense: “É preciso fazer acontecer as coisas, mesmo quando atentam contra o poder local democrático e, em Grândola, é isso mesmo que acontece, nós fazemos”. Resultados: Masculinos: 1.º Hermano Ferreira (The Cleans), 29.49’. 2.º Ricardo Mateus (Sporting), 30.31. 3.º Nelson Cruz (Clube PP), 30.35. 4.º Bruno Paixão (Benaventense), 30.40. 5.º Pedro Arsénio (Odimarq), 31.00. Femininos: 1.ª Jelena Prokopcuka (Letónia (32.36´). 2.ª Ana Ferreira (Estreito), 34.40. 3.ª Ercília Machado (Sporting), 35.18. 4.ª Vera Nunes (Benfica), 35.38. 5.ª Anna Kazemaka (Letónia), 36.01.


saúde

22 Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

Análises Clínicas

Medicina dentária

Psicologia

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Cardiologia

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE

Cardiologistas

Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA

Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA

FERNANDA FAUSTINO Vários Acordos

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa) Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA

Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia

ALI IBRAHIM Ginecologia Obstetrícia

Assistente Hospitalar Consultas segundas, quartas, quintas e sextas Marcações pelo tel. 284323028 Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja

Terapia da Fala

Terapeuta da Fala VERA LÚCIA BAIÃO Consultas em Beja CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira Rua António Sardinha, 25, r/c esq. Tm. 962557043 veraluciarochabaiao@gmail.com

Fisioterapia

Centro de Fisioterapia S. João Batista Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia Hidroterapia/Classes no meio aquático

CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA

JOSÉ BELARMINO, LDA. Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA

DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid) CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas Estomatologista (OM) Ortodontia

Pediatria

DR. ÁLVARO SABINO Otorrinolaringologista Ouvidos,Nariz, Garganta

JOÃO HROTKO

DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO

Especialista pela Ordem dos Médicos Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja

CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA. Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833

Consultas de 2ª a 6ª Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS. Marcações pelo telef. 284325059 Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

Consultas no Centro Médico de Beja Largo D. Nuno Álvares Pereira n.º 13 BEJA Marcações pelo telefone 284312230 Urologia

Largo D. Nuno Álvares Pereira, 13 BEJA ▼

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

MÉDICO DENTISTA

Prótese/Ortodontia Marcações pelo telefone 284321693 ou no local Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

Urologia

Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023

BEJA

DR. LUÍS CALADO

DR. CIRO OLIVEIRA

Marcações pelo tel. 284312230

CONSULTAS DE OBESIDADE

Rua Capitão João Francisco de Sousa, 56-A – Sala 8 Marcações pelo tm. 919788155

Dermatologia

TERESA ESTANISLAU CORREIA

Clínica Geral

Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias

Médico Especialista pela Ordem dos Médicos e Ministério da Saúde Generalista

(Edifício do Instituto do Coração, frente ao Continente)

7800-475 BEJA

Psiquiatria

DR. A. FIGUEIREDO LUZ

e.mail: clinidermatecorreia@ gmail.com Rua Manuel António de Brito nº 4 1ºFte 7800- 544 - BEJA

UROLOGISTA

VÁRIOS ACORDOS

Consultas às 4ª feiras tarde e sábado MARCAÇÃO DE CONSULTAS: Diariamente, dias úteis: Tel: 218481447 Lisboa 4ª feiras: 14h30 – 19h Tel: 284329134 Beja

AURÉLIO SILVA

Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190

Obesidade

MÉDICA DERMATOLOGISTA

Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral /Implantologia Aparelhos fixos e removíveis

Centro Médico de Beja

MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS

DR. MAURO FREITAS VALE

Dr. José Loff

Consultas às sextas-feiras, a partir das 15 horas

FRANCISCO FINO CORREIA

Cirurgia Maxilo-facial

Fisioterapia

Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa Assistente graduada do serviço de oftalmologia do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja

Pediatra

Médico oftalmologista

CÉLIA CAVACO

Clínica dentária

Dra. Sónia Fernandes

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Tel. 284324690 Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA

Marcações de consultas de 2ª a 6ª feira, entre as 15 e as 18 horas Rua Dr. Aresta Branco, nº 47 7800-310 BEJA Tel. 284326728 Tm. 969320100

Acordos com A.D.S.E., CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Allianze, Seguros/Acidentes de trabalho, A.D.M., S.A.M.S. Marcações pelo 284322446; Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA

DR. JAIME LENCASTRE

Estomatologia

Oftalmologia

HELIODORO SANGUESSUGA

Oftalmologia

Técnica de Prótese Dentária

Ginecologia/Obstetrícia

FAUSTO BARATA

CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA

Otorrinolaringologia

DR. J. S. GALHOZ

Neurologia

UROLOGISTA

GASPAR CANO

MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503

Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA

Angiologia Cirurgia Vascular

HELENA MANSO ANGIOLOGIA/CIRURGIA VASCULAR TRATAMENTO DE VARIZES BEJA: Clinibeja

Fellow of the European Board ff Urology

Rua António Sardinha, 23-25 7800-477 Beja Tel. 284 321 517

Doenças dos Rins, Bexiga, Próstata Andrologia

Avenida dos Bombeiros Voluntários, n.º 15 7860-107 Moura Tel. 285 252 944

Consultas Clinibeja Rua António Sardinha, 23, 7800-447 Beja Tel: 284 321 517 Tlm: 961 341 105 www.clinibeja.com clinibeja@gmail.com

MOURA: MRP Centro de Medicina Física e Recuperação de Moura

SANTIAGO DO CACÉM: Centro Clínico de Santiago do Cacém Avenida Manuel da Fonseca, 37 7540-105 Santiago do Cacém Tel. 269 086 900 Tm. 917 637 440

ÉVORA: CDI Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais 7000749 Évora Tel. 266 749 740

www.hms.com.pt


saúde

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva –Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/ Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.º Ricardo Lopes – Consulta de Gastrenterologia e Proctologia - Endoscopia e Colonoscopia Dr.ª Joana Leal – MedicinaTradicional Chinesa/Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

Medicina dentária

Hematologia Clínica ▼

HEMATOLOGIA CLÍNICA

Luís Payne Pereira

Doenças do Sangue

Médico Dentista

ANA MONTALVÃO Assistente Hospitalar

Consultas em Beja Clínica do Jardim Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975

Marcações de 2ª a 6ª feira, das 15 às 19 horas Terreiro dos Valentes, 4-1ºA 7800-523 BEJA Tel. 284325861 Tm. 964522313

TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (TAC) ECOGRAFIA MAMOGRAFIA ECO DOPPLER RADIOLOGIA DENTÁRIA Médicos Radiologistas António Lopes / Aurora Alves Helena Martelo / Montes Palma Médica Neuroradiologista Alda Jacinto Médica Angiologista Helena Manso Convenções:

ULSBA (SNS) ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Marcações: Tel. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387 Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA

23 Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014


24 Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

necrologia diversos Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Franquelina da Glória Lourenço Nasceu a 06/02/1933 Faleceu a 27/01/2014

Filhos, netos, irmãos, sobrinhos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

AGRADECIMENTO E MISSA

Beja

Vale do Poço PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Maria Joaquina Nasceu a 04/04/1922 Faleceu a 27/01/2014

Filhas, netos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Maria Antónia Cuiça Santinhos

Maria Custódia Marques

Nasceu a 18/06/1942 Faleceu a 29/01/2014

Nasceu a 25/06/1931 Faleceu a 27/01/2014

Filha, netos, irmãos, sobrinhos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

Marido, filhos, netos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Nasceu em 23.08.1936 – Faleceu em 01.02.2014 Irmão, cunhada e sobrinhos de JOSÉ FERNANDO COVAS LIMA DE CARVALHO agradecem a todas as pessoas que estiveram presentes neste momento de dor e partida ou que de outro modo demonstraram o seu pesar. Manifestam também a sua profunda gratidão às equipas do Serviço de Urgência e S.O. do Hospital de Beja, bem como a médicos e enfermeiros da VMER, que sempre o acompanharam com muito profissionalismo e dedicação. Também o seu reconhecimento aos Bombeiros Voluntários de Beja pelo seu apoio e ajuda prestados durante a sua doença. Mais agradecem à presidência do Instituto Politécnico de Beja, docentes e funcionários, pelo carinho demonstrado. Participam que será realizada missa de 7.º dia, no sábado, dia 8 de fevereiro, pelas 18 e 30 horas, na igreja da Sé, em Beja.

PROCURO ARRENDAR OU COMPRAR Herdade de 100 a 500 hectares, com olival ou vinha em produção, não importa o estado de conservação. Trata o próprio. turirent@gmail.com Contactar tms. 969995573 ou 963489239

Vitorino José Marques Caeiro

Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

Faleceu em 06/02/2008 6.º Ano de Eterna Saudade Querido filho, passou mais um ano sobre o triste dia em que te vimos partir para sempre, mas a tua imagem está sempre bem presente entre nós, e a saudade da tua presença aumenta em cada dia que passamos sem ti. Para nós, teus pais, só morreste fisicamente, de resto estás sempre bem vivo em nossas mentes e corações. Teus pais Inácia e António Caeiro

CEDE-SE GABINETE EM CLÍNICA MÉDICA Adequado para consultas médicas, psicologia, nutricionismo, fisiatra, medicina tradicional chinesa e também tratamentos de enfermagem, podologia, massagens e estética, entre outros. Informações de 2.ª a 6.ª feira, a partir das 14 horas, pelo tel. 284324690

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Maria Aleixo Torrão Nasceu a 04/12/1921 Faleceu a 30/01/2014

Filhos, irmã, netos, sobrinhos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar. AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA


necrologia institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1659 de 07/02/2014 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1659 de 07/02/2014 Única Publicação

CONSERVATÓRIA DO REGISTO CIVIL, PREDIAL, COMERCIAL CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO VERDE

CARTÓRIO NOTARIAL EM CASCAIS

EXTRACTO

Diário do Alentejo n.º 1659 de 07/02/2014 1.ª Publicação

TRIBUNAL JUDICIAL DE SERPA Secção Única

ANÚNCIO Processo: 12/14.7TBSRP Interdição / Inabilitação Requerente: Maria Margarida Pereira Horta Silvestre Interdito: Maria Palma Pereira Horta N/Referência: 643764 Data: 30-01-2014 Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/Inabilitação em que é requerido Maria Palma Pereira Horta, com residência em domicílio: U.C.C.I. Srª Guadalupe, Rua Simão Bolivar, S/Nº, Serpa, 7830-361 SERPA, para efeito de ser decretada a sua interdição por incapacidade. O Juiz de Direito, Dr(a). Sofia Noronha O Oficial de Justiça, Lídia Parrinha

CERTIFICO narrativamente, para efeitos de publicação, que por escritura de Justificação lavrada hoje de folhas trinta e oito a folhas trinta e nove verso do livro de notas para escrituras diversas número setenta e dois: – A, deste Cartório Notarial, a cargo do notário, Lic. José Francisco Colaço Guerreiro, os outorgantes: JOÃO MANUEL MORGADO DOS SANTOS, C.F. n.° 101064578 e mulher MARIA DO ROSÁRIO MARQUES DA ROSA DOS SANTOS , C.F. n.º 153213140, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes em Benviuda, Alcaria Ruiva, Mértola naturais, ele da dita freguesia de Alcaria Ruiva e ela da freguesia de São Matias, concelho de Nisa, declararam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano, destinado a cavalariça, com um compartimento, sito em Benviuda, freguesia dita de Alcaria Ruiva, concelho de Mértola, com a área coberta de dezasseis metros quadrados, que confronta do norte com João Pedro Herdeiros, do sul, do poente e do nascente com via pública, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Mértola, e inscrito na respetiva matriz predial, sob o artigo número 802, com o valor patrimonial atual, igual ao que lhe atribuem, de sessenta e dois euros e vinte e quatro cêntimos. Que o referido prédio veio à sua posse há mais de vinte anos, em dia que não podem precisar, mas no mês de Janeiro do ano de mil novecentos e noventa e três, por doação que lhes foi feita por Idália Maria e marido Virgílio Martins Dias, residentes na Rua Corte Real, Lote 782-A, c/v na Brandoa, Amadora. Que a doação foi meramente verbal, nunca formalizada por escritura pública, motivo pelo qual não dispõem do título que lhes permita efetuar o respetivo registo de aquisição na competente Conservatória do Registo Predial. Que esta posse tem sido exercida à vista de toda a gente, de uma forma pacífica e no gozo e fruição do prédio como seus verdadeiros donos, nomeadamente utilizando-o, para arrumos, e foram eles que suportaram os encargos inerentes, designadamente as obras de melhoramentos e os pequenos arranjos necessários à sua conservação, bem como a respetiva contribuição autárquica. Que esta posse em nome próprio, pacífica, contínua e pública, há mais de vinte anos, conduziu à aquisição do referido imóvel por usucapião, que, pela presente escritura, invocam, para efeitos de primeira inscrição no registo predial, dado não poderem comprovar esta forma de aquisição por mais nenhum título extrajudicial. Está conforme o original, na parte a que me reporto. Cartório Notarial de Castro Verde, vinte e oito de Janeiro de dois mil e catorze. O Notário, José Francisco Colaço Guerreiro

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NOTÁRIO: JOAQUIM MANUEL VITAL RUIVO Joaquim Manuel Vital Ruivo, notário, CERTIFICA NARRATIVAMENTE, que no dia vinte e oito de Janeiro de dois mil e catorze, a folhas três do livro de notas para escrituras diversas, número SEIS - A, deste Cartório foi outorgada uma escritura de justificação do seguinte teor: José Guerreiro Jorge, NIF 168 723 956 e mulher Denatila da Luz Ribeiro, a mesma que Donatília da Luz Ribei-ro, NIF 145 313 140, casados sob o regime da comunhão geral, ambos naturais da freguesia e concelho de Aljustrel e residentes na Rua de Santa Bárbara, número 31, 7600 em Aljustrel, declararam que com exclusão de outrém, são donos e legítimos possuidores do seguinte prédio: Prédio Urbano, sito em Aljustrel, na Rua de Santa Bárbara, número 31, na freguesia e concelho de Aljustrel, composto de résdo-chão com uma divisão, cozinha e casa de banho, primeiro andar com uma divisão e quintal, com a área total de oitenta e dois, vírgula setecentos e quarenta metros quadrados, na dita freguesia e concelho de Aljustrel, descrito na Conservatória de Registo Predial de Aljustrel, sob parte do prédio número quatro mil e dezasseis, inscrito na matriz urbana respectiva, em nome da justificante, Denatila da Luz Ribeiro, actualmente sob o artigo 1747, da actual União de Freguesias de Aljustrel e Rio de Moinhos, – que proveio do artigo 3164, com o valor patrimonial de € 21.480,00, euros que é o atribuído. Que, dadas as circunstâncias da indicada posse, atrás enunciadas, eles outorgantes adquiriram aqueles imóveis por USUCAPIÃO, título esse que não é susceptível de ser comprovado pelos meios extrajudiciais normais, impossibilitando-os, assim e por natureza, de verem reconhecido o seu direito de propriedade perfeita. Está de conformidade com o original. O Notário Lic. Joaquim Manuel Vital Ruivo

Diário do Alentejo n.º 1659 de 07/02/2014 Única Publicação

CARTÓRIO NOTARIAL DE MÉRTOLA Conservador em substituição: Alexandre José da Silva Santos

CERTIDÃO NARRATIVA (Conforme Art.° 100 do Código do Notariado) Alexandre José da Silva Santos, Conservador em substituição do Cartório Notarial de Mértola, certifica: Que, para efeitos de publicação foi lavrada em vinte e nove de Janeiro de dois mil e catorze neste Cartório Notarial e exarada a partir de folhas cento e quatro e seguintes do livro de notas para escrituras diversas número trinta – D, uma Escritura de Justificação Notarial, na qual: Francisco Pedro, N.I.F. 121.206.769 e mulher Domingas dos Santos Francisca, NIF 115.240.403 casados segundo o regime da comunhão geral de bens, naturais ele da freguesia de Espírito Santo concelho de Mértola e ela da freguesia de Pereiro concelho de Alcoutim, residentes em Besteiros, caixa postal 3068, Espírito Santo, Mértola, portadores ele do cartão de cidadão número 05158555 3zz8 emitido pela República Portuguesa e válido até 0601-2018 e ela do bilhete de identidade número 8416029/2 emitido em 06-02-2004, pelos SIC de Beja, declararam: Que, são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem do seguinte prédio: Urbano, localizado em Besteiros, freguesia de Espírito Santo, concelho de Mértola, composto de edifício de quatro compartimentos com palheiro e curral, com a superfície coberta de setenta e sete metros quadrados, e logradouro de dezoito metros quadrados, a confinar do norte com Manuel Francisco do poente com Armando Alho do sul e do nascente com via pública, inscrito na matriz predial urbana em mil novecentos e trinta e sete sob o artigo 166 com o valor patrimonial e atribuído correspondente de 8.690,00 €. Que, o prédio não se encontra registado na Conservatória do Registo Predial, de Mértola. Que, o referido prédio veio à posse dos ora justificantes por o haver adquirido, por partilhas dos pais do justificante varão Francisco e Pedro e mulher Maria Domingas, casados sob o regime da comunhão geral de bens e residentes em Besteiros, freguesia do Espírito Santo, concelho de Mértola, corria o ano de mil novecentos e setenta e cinco, entretanto já falecidos. Que, porém desde os anos de mil novecentos e setenta e cinco e sem interrupção, pelo que, continuadamente e em permanência os justificantes entraram na posse e fruição do prédio, usufruindo de todas as utilidades por ele proporcionadas e suportando os respectivos encargos, contribuições e impostos e com ânimo de quem exercita direito próprio, ignorando lesar direito alheio, à vista e com conhecimento de todos, sendo reconhecidos como seus donos Que, habitaram e melhoraram a casa, usufruindo dela as utilidades a que se destina, pagando as respectivas contribuições e impostos tendo portanto adquirido o referido prédio e, sem qualquer interrupção mantido a sua posse ostensivamente sem a oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sendo por isso uma posse própria, pública, porque à vista de todos e sem a menor oposição de quem quer que seja, pacífica, porque exercida sem violência, contínua, porque mantida ao longo de todos estes anos e de boa-fé, a qual dura há mais de vinte anos, pelo que se verificam todos os requisitos legais para a aquisição do referido prédio invocando para tanto a usucapião. Que, dado o modo de aquisição, sem, documento algum que título suficientemente o seu direito e lhes permitam para efeitos de registo predial, fazer prova do seu direito de propriedade do aludido prédio justificam a aquisição do mesmo no presente acto por usucapião. È extracto certificado da escritura e vai conforme o original, declarando que, da parte omitida nada consta que altere, prejudique, modifique ou condicione a parte transcrita. Mértola, vinte e nove de Janeiro de dois mil e catorze. O Conservador, em substituição Alexandre José da Silva Santos


Ervideira lança primeiro Vindima Tardia

Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

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Empresas

A Ervideira, produtor vitivinícola do Alentejo, acaba de lançar o Vinha d´Ervideira – Vindima Tardia, um vinho de 2012 que é o primeiro da empresa a utilizar esta técnica de produção. Segundo esta técnica, as uvas são mantidas nas vinhas durante bastante mais tempo do que é habitual. O objetivo é provocar o que se designa por “podridão nobre”, que tem como consequência a desidratação dos bagos e uma maior concentração de açúcar e compostos aromáticos. Neste Vindima Tardia de 2012 foram utilizadas uvas exclusivamente da casta Antão Vaz, produzidas em Reguengos e vindimadas apenas em novembro. Já disponível nas principais garrafeiras de Portugal, este novo produto da Ervideira tem a assinatura do enólogo Nelson Rolo.

PeçAmodovar lança revista para setor agrícola À semelhança de anos anteriores, a PeçAmodovar – Peças e Acessórios para Máquinas Agrícolas, lançou a sua revista para o setor agrícola – campanha 2014. Os preços, bem como as diversas ofertas e campanhas de produtos e acessórios, estão disponíveis para consulta em www.peçamodovar.pt, ou no Facebook (PeçAmodôvar – setor agrícola). Para esclarecimentos adicionais contacte 286 662 269, 964 577 254 ou 964 407 318.

N va No va uni uniida dade de de seca se cage ca gem ge m de mililho ho fo oi co cons nstr ns trruí uída da pel ea coop co oper op erat er ativ at ivaa Ag iv Agro roma ro mais ma is e rond ro ndaa um inv nd nves esti es time ti ment me nto nt o tota to t l na ta n ord rdem em dos os 5,5 5 miilh lhõe õess de eur õe uross.

Aldeias Ribeirinhas do Alqueva apresenta resultados O projeto ARA – Aldeias Ribeirinhas do Grande Lago Alqueva apresentou na passada semana, em Portel, os resultados obtidos durante a primeira fase e os projetos atualmente em curso. A primeira fase deste projeto piloto visou, segundo a EDIA, “dinamizar económica, social e culturalmente cinco aldeias ribeirinhas do regolfo da albufeira do Alqueva, nomeadamente Capelins, Póvoa de São Miguel/Estrela, Luz, Alqueva e Campinho, e ao mesmo tempo proporcionar a identificação de oportunidades empresariais com possibilidade de incrementação por parte dos 15 jovens do projeto ARA”. A segunda fase, atualmente em curso, centra-se “na definição e desenvolvimento dos modelos de negócio associado a cada projeto e na disponibilização de ‘capital semente’, necessário para o arranque e concretização”, revela a EDIA.

Agência vende Alentejo em Espanha

Unidade com valores de secagem de milho acima da média

Plusalfundão está em pleno funcionamento Sediada no Parque Agroindustrial do Penique, em Ferreira do Alentejo, a Plusalfundão, maior unidade de secagem de milho do Baixo Alentejo, foi inaugurada em setembro último. Publirreportagem Sandra Sanches

É

, sem dúvida, a maior unidade de secagem de milho do Baixo Alentejo, instalada numa zona carenciada até à data. Com capacidade para secar mil toneladas de milho por dia e armazenar 23 mil toneladas, a Plusalfundão, até à data, já secou cerca de 17 mil toneladas, valor que excedeu as expetativas criadas pelos responsáveis. Porque o milho se afigura como a única cultura capaz de, em extensão, vir a ocupar uma parte significativa de área de regadio do Alqueva, contribuindo para o desenvolvimento económico do Alentejo e para o imprescindível acréscimo do nosso Produto Agrícola Bruto, a entrada em funcionamento desta instalação, que é o maior investimento

na fileira dos cereais na região, está sem dúvida a suprir a anterior falta de instalações de secagem de milho na zona. Os produtores do Baixo Alentejo, que têm sido na maioria o principal cliente da Plusalfundão, passaram agora a dispor de um serviço de secagem e armazenamento do milho seco em boas condições, permitindo que a comercialização possa ocorrer no período mais rentável. Segundo Luís Vasconcelos, presidente da cooperativa Agromais e do conselho de administração da Plusalfundão, “esta unidade vai aumentar significativamente a capacidade de secagem e armazenamento do milho no Baixo Alentejo, onde a produção do cereal tem vindo e vai continuar a crescer consideravelmente”. A Plusalfundão prepara-se agora para arrancar com a segunda fase do projeto que permitirá aumentar a capacidade de armazenamento para 43 mil toneladas deste cereal. Segundo a Agromais, o milho é “a cultura arvense mais representativa da agricultura de regadio nacional, ocupando 40 por cento

da área total de cereais, e é responsável pela produção de mais de 80 por cento dos cereais portugueses”, o que não deixa dúvidas de que Portugal possui condições de excelência para a produção desta cultura. De salientar que, na última campanha, a área de milho para grão aumentou em Portugal cerca de sete mil hectares, tendo-se registado o maior aumento de área no Alentejo, nomeadamente no território de influência do Alqueva onde as áreas cresceram cerca de 2 300 hectares e onde se espera um incremento da produção superior a 30 mil toneladas. A Agromais adianta ainda que, no perímetro de rega do Alqueva, “existem cerca de 48 600 hectares de área com boa aptidão para a cultura do milho”, dos quais perto de 12 600 hectares têm uma elevada aptidão para a cultura” e, com a água do Alqueva, sem dúvida que a diversificação de culturas no Alentejo se tornou agora mais fácil. Certo é que, em apenas quatro meses de pleno funcionamento da Plusalfundão, a unidade já ultrapassou a dimensão de secagem que tinha previsto.

A Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (Arpta ) esteve presente na 34.ª edição da Feira Internacional de Turismo – Fitur, tendo preparado uma missão empresarial constituída por 25 investidores de áreas como hotelaria, restauração e animação turística. Vítor Silva, presidente da Arpta, aponta Espanha como o principal mercado estrangeiro para o Alentejo, tendo em conta que neste momento “representa 20 por cento de visitantes”.

Banco Farmacêutico realiza recolha de medicamentos O Banco Farmacêutico realiza amanhã, sábado, entre as 9 e as 19 horas, a VI Jornada de Recolha de Medicamentos. Esta edição contará com a adesão de 122 farmácias distribuídas pelas zonas centro e sul do País e os medicamentos recolhidos beneficiarão os utentes de 72 instituições particulares de solidariedade social (IPSS) da região das farmácias aderentes. Com uma dinâmica semelhante à do Banco Alimentar, o objetivo do Banco Farmacêutico é sensibilizar os portugueses para a doação de medicamentos e produtos de saúde não sujeitos a receita médica que serão recolhidos nas farmácias por 450 voluntários e depois distribuídos pelas IPSS abrangidas pelo projeto. De referir que, ao longo destes cinco anos, foram angariados cerca de 38 mil medicamentos. Para saber mais sobre o projeto e quais as farmácias e instituições abrangidas pela recolha de 2014 visite o sítio www. bancofarmaceutico.pt.


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Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

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Boa vida Letras Eduardo Lourenço: a História é a suprema ficção

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caba de ser publicado o segundo volume da coleção “O fio da memória”, editada pela Guerra & Paz, que fixa uma conversa, sobre a vida e o pensamento, entre Eduardo Lourenço e José Jorge Letria. O que torna este encontro uma epifania é a qualidade e a fluidez do diálogo em que cada pergunta se torna pretexto para acionar o pensamento rigoroso e profundo, articulado com uma simplicidade conhecedora pelo professor beirão, que ama a história não por ser um absoluto inquestionável mas precisamente porque emana do fazer humano. “A História não é outra coisa que não seja o que fazem os homens”, diz. Lourenço fala da aldeia em que nasceu, em como esta mudou, em oitenta anos, fala da família e dos estudos em Coimbra, fala do princípio de si e, ao fazê-lo, traça a história da sua “heterodoxia”. Declara o seu amor pela Europa, e assume a esperança que tem que esta retome o papel que teve durante milénios assim como o desejo que Portugal – que ama à distância de um poeta, a partir de França, que o fixou como nova Atenas onde o debate, a discussão de ideias, é condição necessária – mantenha “a condição de país miticamente sonhado pelos nossos grandes autores”. Letria interpela-o sobre o presente e o pensador-poeta, que diz que a crise é uma constante das sucessivas gerações de intelectuais portugueses desde o século XIX, responde com esperança e projeta futuro para um país que ele diz ter tido a qualidade de se diluir no mundo permanecendo e reivindicando, na ação, a sua dimensão poética. Maria do Carmo Piçarra

Entrevista de José Jorge Letria a Eduardo Lourenço Guerra & Paz 144 págs. 13,99 euros

Jazz Desidério Lázaro Trio “Cérebro: Estado Zero”

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uando, em 2010, o saxofonista Desidério Lázaro se deu a conhecer discograficamente surpreendeu muita gente. De facto, com “Rotina Impermanente” (JACC Records), o músico algarvio lançou em trio – com Mário Franco no contrabaixo e Luís Candeias na bateria – as bases de uma abordagem pessoal assente no processamento de influências marcantes – com John Coltrane, Sonny Rollins e Steve Lacy à cabeça. Dois anos depois, segue um impulso criativo e grava “Samsara”, já na Sintoma Records, em quinteto, registo que segue uma orientação muito mais groovy, marcada decisivamente pelas guitarras. Com “Cérebro: Estado Zero” – o período, mesmo que infinitesimal, em que é possível estagnar o cérebro em termos de fluxo de pensamento – Lázaro, que há muito deixou para trás o rótulo de promessa, consolida o seu lugar no núcleo dos mais relevantes palhetistas nacionais. Nele concretiza a vontade de lançar um segundo disco com o trio original e fá-lo porque este é um formato que gosta de explorar pelas características e possibiliDesidério Lázaro Trio – dades que oferece para a experimen“Cérebro: Estado Zero” tação e a surpresa. Para “Cérebro: Desidério Lázaro Estado Zero” o saxofonista retoma (saxofones tenor e várias peças cuja composição data do soprano), Mário Franco tempo de “Rotina Impermanente”, (contrabaixo) e Luís Candeias (bateria). que o grupo entretanto apresentou Editora: Sintoma ao vivo. Ao contrário dos registos anRecords teriores, onde se pressentia a existênAno: 2013 cia de um fio condutor, este disco é a tradução musical de um conjunto de estados emocionais que o autor foi experienciando ao longo de dois anos. Fica claro que é operado um cruzamento entre o lado mais introspetivo da estreia e as energias positivas de “Samsara”, ressaltando evidente a empatia entre os três músicos, com contrabaixista e baterista a contribuírem cada qual com um tema original, o que equilibra o cômputo da disposição dos temas. Lázaro volta a assumir uma maior exposição enquanto solista e improvisador, explorando com rigor e sobriedade aspetos relacionados com a expansividade e a qualidade do som. A dupla rítmica revela-se particularmente coesa, com Franco em grande forma – reivindicando um protagonismo como há muito não tinha – e Candeias a ser um dínamo consistente e criativo. Por vezes o saxofone posicionase enquanto acompanhador e o contrabaixo toma o papel melódico, subvertendo, de certa forma, a lógica habitual dos respetivos instrumentos. A abrir o programa, “Pano Verde”, com o líder em soprano, desenvolve-se em torno de um motivo central que vai sendo progressivamente reconfigurado. Em “Pelas Bandas de Tavira”, também neste instrumento, o músico parece evocar a sinuosidade dos derradeiros quilómetros do rio que atravessa a cidade onde cresceu. Toda a sua apurada sensibilidade melódica fica patente na solenidade de peças como “Sorriso” (notável a altiva prestação de Lázaro em tenor) e “Uma Balada”. Particularmente interessante, “3.º Esquerdo”, com o seu início fragmentado, mostra Franco exímio na utilização do arco e Candeias consequente na manipulação de acessórios diversos. “Blues Hesitante”, de Franco, opta por um swing declarado, com o baterista utilizando escovas tão discretas quanto eficientes. “Sermão à Alma” e “Meditação II” exibem uma componente filosófica e espiritual tão cara ao autor. “Cérebro: Estado Zero” é mais uma mostra de maturidade e vitalidade criativa de um músico com muito para dar ao jazz nacional. António Branco

Toiros Distrito de Beja com 31 espetáculos taurinos em 2013

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e acordo com os dados recolhidos nas estatísticas da Associação Portuguesa de Criadores de Toiros de Lide (Apctl) relativos à temporada de 2013, realizaram-se espetáculos tauromáquicos em 17 distritos de Portugal, num total de 123 localidades. Assim se prova o quanto enraizado está o espetáculo taurino em Portugal. De acordo com estes dados da Apctl, em 2013 realizou-se um total de 282 espetáculos repartidos da seguinte forma: 190 corridas de toiros, quatro novilhadas, 29 festivais e 59 “outros” (inclui garraiadas, variedades taurinas e recortadores). Nestes espetáculos lidaram-se 1 538 reses, sendo que 65 eram espanholas, 121 de ganadarias não associadas e 1 352 das 80 ganadarias associadas da Apctl. No distrito de Beja realizam-se festejos taurinos em 17 localidades, nomeadamente em Amareleja, Barrancos, Beja, Cuba, Entradas, Ferreira do Alentejo, Garvão, Messejana, Moura, Póvoa de S. Miguel, Reguengos de Monsaraz, Santo Aleixo da Restauração, Santana da Serra, São Marcos de Ataboeira, São Matias, Sobral da Adiça e Vila Nova de Milfontes. Beja foi, assim, o segundo distrito do País onde se realizaram espetáculos em mais localidades da sua área, só ultrapassada por Évora, que teve em 22 localidades diferentes. Quanto ao número de espetáculos realizados, o distrito de Beja ficou em 5.º lugar com 31 festejos realizados, nas suas 17 praças, e onde foi lidado um total de 158 rezes. Deixamos o gráfico das corridas realizadas em Portugal, para assim confirmar a transversalidade e importância económica da tauromaquia no nosso país. Vítor Morais Besugo

DISTRITO Angra do Heroísmo Aveiro Beja Bragança Castelo Branco Évora Faro Guarda Leiria Lisboa Portalegre Porto Santarém Setúbal Viana do Castelo Viseu TOTAIS

Nº DE PRAÇAS ESPETÁCULOS 4 13 1 1 17 31 2 2 3 5 22 36 3 23 4 4 7 17 14 43 16 32 3 6 11 26 11 36 1 1 1 1 123 282

TOIROS LIDADOS 59 6 158 11 22 195 98 23 96 239 161 35 153 200 6 6 1495


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Filatelia Trinta e duas exposições este ano

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ste ano, vão realizar-se em Portugal 32 exposições filatélicas. Os certames, embora ocorram um pouco por todo o País, desenrolar-se-ão principalmente no Minho/Douro Litoral e Algarve. Para além dos eventos que apresentamos no quadro, a Federação Portuguesa de Filatelia (APD) promoverá, também, a realização de uma exposição nacional, que terá lugar em Viana do Castelo em outubro e será organizada pela Associação de Colecionismo do Vale do Neiva.

O “Notícias de Gouveia” com bilhete-postal Para assinalar a passagem do centenário do

jornal “Notícias de Gouveia”, os Correios puseram em circulação, no passado dia 3, um bilhete-postal que nos mostra alguns pormenores de algumas das primeiras páginas daquele órgão de informação regional. Para comemorar este mesmo acontecimento, os Correios vão emitir um carimbo comemorativo que será usado no próximo dia 12, na Loja CTT, em Gouveia. Geada de Sousa


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O rock dos The Poppers vai a Aljustrel

O espaço Oficinas, em Aljustrel, convida para o serão de hoje, sexta-feira, a banda rock lisboeta The Poppers, que atua a partir das 22 horas. Vencedores do Festival de Música de Corroios de 2005, lançaram os álbuns “Boys Keep Swinging” e “Up With Lust”, tendo este último apresentado uma banda mais amadurecida e experiente, “assumindo com mestria a reinvenção histórica e musical do Rock’n’Roll e com mais de 80 concertos na bagagem entre o primeiro e o segundo trabalho”. O

sucessor de “Up With Lust”, que foi considerado pela revista “Blitz” um dos melhores álbuns de 2010, tem lançamento previsto para a primeira metade de 2014 e chama-se “All in Black and Thunder”. Os The Poppers são Luís Raimundo (voz e guitarra), Nuno Jesus (guitarra e coros), Nuno Santos (baixo e coros) e Bruno Fernandes (bateria e coros), conhecidos por serem uma banda “brilhante ao vivo, com atuações eletrizantes e absolutamente inesquecíveis”.

Fim de semana Exposição “Ailleurs” na Galeria dos Escudeiros até dia 28 Mantém-se patente, até ao próximo dia 28, na Galeria dos Escudeiros, em Beja, a exposição de pintura “Ailleurs”, da artista plástica Helena Lousinha, natural de Casablanca, Marrocos, mas a residir e a trabalhar no Alentejo desde 1986. A autora tem no currículo o curso de Formação Artística, na Sociedade Nacional de Belas Artes, em Lisboa, e várias exposições coletivas e individuais. Nesta seleção de obras, “molda a realidade visível de um mundo ilusório que aboliu a dimensão humana”, desvenda a Câmara de Beja, entidade organizadora da mostra.

Tango Paris na Galeria do Desassossego O duo Tango Paris apresenta-se amanhã, sábado, a partir das 23 horas, no palco intimista da Galeria do Desassossego, em Beja, seguido do DJ Zé Duarte.

Uma proposta de Alexandre Catarino, nas guitarras e melódica, e Tiago Catarino, na bateria, que oferecem, desta vez na cidade natal, as suas criações exclusivamente instrumentais, e aqui e ali com recurso ao vídeo. Bandas sonoras para um imaginário que, dizem, vai “das longas planícies alentejanas, queimadas pelo sol, até aos clubes de tango da capital francesa”, num leque de sonoridades que vai do western rock ao blues, e do tango ao fado.

Alvito recorda ilustre natural que foi bispo do Japão Alvito comemora, a partir de hoje, sexta-feira, e até ao final do ano, o quarto centenário da morte de D. Luís Cerqueira, um ilustre natural do concelho que foi bispo do Japão entre 1598 e 1614. O programa, promovido pelo município local, contempla um colóquio que terá como oradores Tiago Salgueiro, sobre o tema “Do Japão para o Alentejo – A embaixada japonesa Tenshö em Vila Viçosa no ano de 1584”, e João Paulo Oliveira e Costa, em torno de “D. Luís Cerqueira. Um bispo de Alvito no Japão”. Ambas as palestras têm lugar hoje, sexta-feira, no Centro Cultural de Alvito, a partir das 15 horas, ao que se seguirá a inauguração da exposição “Imagens do Japão”, com diversos materiais alusivos às tradições japonesas e também ao país na atualidade.

Músico atua amanhã, no Pax Julia, com oss Comité Caviar

Abrunhosa em Beja com “Contramão”

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uase 20 anos depois do primeiro iro disco, “Viagens”, o stá de novo na estrada cantautor Pedro Abrunhosa está alho de originais, o repara apresentar mais um trabalho ém faz parte deste péricentíssimo “Contramão”, e Beja também unicipal Pax Julia, com plo. É já amanhã, sábado, no Teatro Municipal um concerto que abre o palco pelas 211 e 30 horas, e no qual ar pelos Comité Caviar, o músico nortenho se fará acompanhar sucessores dos Bandemónio. E que sãoo Cláudio Souto (teclaunes (guitarra), Miguel dos), Eurico Amorim (piano), Marco Nunes Barros (baixo), Paulo Praça (guitarra) e Pedro Martins (bateria). iria quase desde “Ao longo de todo este tempo, diria ocurei melhorar que me conheço enquanto músico, procurei amente me fasa simplicidade daquilo que verdadeiramente cina: escrever canções. O que aí vem é apenas isso. A ia. Se se enconminha vida tornada palavra e harmonia. trarem comigo neste trabalho, a minhaa tarefa estará om o próximo cumprida e partirei para a estrada já com disco nas entranhas”. É a declaração de intenções de Abrunhosa sobre “Contramão”, de que já são bem conhecidos os temas “Toma conta de mim” um cone “Voámos em contramão”, também num vite ao concerto de amanhã.

Jorge Fernando e maestro Luís Clemente juntos em Portel O Festival Artes da Fala, em Portel, reserva este fim de semana um encontro improvável que vale bem uma visita ao auditório municipal. Luís Clemente, maestro alentejano já premiado internacionalmente, vai estar em palco amanhã, sábado, a partir das 21 e 30 horas, com o projeto Jorge Fernando e Amigos, do conhecido música e fadista cuja mais recente aposta é a fusão da canção de Lisboa com sonoridades como o gospel, o hip hop e a soul music. “Uma polifonia onde a voz se torna arte” que assenta que nem uma luva neste Festival Artes da Fala.

Mais um serão das Noites Decantadas em Ervidel Ervidel prossegue com o ciclo Noites Decantadas, reservando mais um serão amanhã, sábado, desta vez na Adega Moreira e tendo como protagonista o fadista Luís Saturnino, acompanhado à guitarra portuguesa por Tó Rui e à viola por Henrique Gabriel. Uma iniciativa da junta de freguesia local que tem como intuito “dar continuidade à promoção e divulgação das adegas e do vinho produzido” em Ervidel, e, por seu turno, “contribuir para o seu desenvolvimento económico”. O espetáculo tem início pelas 21 e 30 horas.


Mundo do entretenimento chocado com a morte prematura de Philip Seymour Hoffman, ficou ainda mais abalado quando soube que Ben Affleck continua a representar.

Diário do Alentejo 7 fevereiro 2014

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Sete pessoas constituídas arguidas por furto de azeitona – meliantes foram apanhados em flagrante a cuspir caroços.

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Hugo Soares quer referendar direito dos alentejanos a terem boas vias de comunicação Hugo Soares, presidente da JSD e forma de vida unicelular, tem sido um dos protagonistas de cena política portuguesa, especialmente por defender o referendo sobre a co adoção de crianças por casais do mesmo sexo, mas também por achar que “todos os direitos das pessoas podem ser referendados”. Nessa medida, o deputado, líder da juventude laranja e coisinho, pretende levar a referendo uma série de direitos a que a “Não confirmo, nem desminto” teve acesso após entrar na sua caixa de correio eletrónico (email: ohugogostadopassos@ jsd.pt - password:12345). Destaque para a iniciativa “Será que os alentejanos devem ter boas vias de comunicação?”. Soares acredita que é importante questionar se é assim tão vital “permitir às pessoas que vivem no Alentejo deslocarem-se de um lado para o outro”; se o Estado tem mesmo dinheiro para gastar em estradas ou caminhos de ferro; e que uma “via que dê para passar para o Algarve no verão é mais do que suficiente”. O presidente da JSD, e membro do clube dos amigos Disney, defende que, em última análise, todos os alentejanos deveriam comprar um jipe para poderem ultrapassar estradas com crateras, buracos e minas terrestres. Outras matérias a serem referendadas serão: o oxigénio, camada do ozono, pastéis de nata (com gila e sem gila), poligamia, a mulher deve pedir autorização ao marido para sair do País e perguntar aos portugueses se acham que a Alexandra Lencastre anda a abusar das cirurgias plásticas.

Presidente da Lusófona compara praxes a jogos de berlinde e assalto ao Quartel de Beja a lançamento do pião As praxes continuam na ordem do dia e a discussão sobre as suas virtudes e defeitos tem feito correr muita tinta na imprensa e nas redes sociais. Destaque para as declarações do presidente da Lusófona que comparou as praxes a jogos do berlinde. Todavia, as declarações de Manuel Damásio não ficaram por aqui, estabelecendo outras comparações estranhas, como quando afirmou que o assalto ao Quartel de Beja foi como o lançamento (à menina) do pião; ou quando o 11 de setembro foi o equivalente a passar o verão na Amareleja; ou ainda quando disse que a Segunda Grande Guerra Mundial foi quase como fazer canoagem no Pulo do Lobo. Damásio acrescentou ainda que este caso tem sido empolado pela imprensa que não gosta da Lusófona e que a universidade sempre foi vista com desdém por ter métodos de trabalho diferentes e inovadores, como os exames para estudantes com amnésia seletiva e as provas de avaliação que incluem correr sobre carvão em brasa e lutar com uma anaconda até à morte.

Intermitência dos semáforos nas Portas de Mértola leva empresários a quererem apostar naquela zona para diversão noturna A circulação rodoviária na cidade de Beja tem sido marcada pela intermitência dos semáforos na zona das Portas de Mértola, criando alguns constrangimentos no trânsito, em especial nos automobilistas que percebem tanto de prioridades como de poesia polaca da segunda metade do século XVI. Mas esta situação está a despertar a cobiça por parte de um grupo de empresários que quer aproveitar para apostar naquela zona, utilizando-a como espaço de diversão noturna. Nunes Consumo Obrigatório levanta a ponta do véu sobre este empreendimento: “Em tempos de crise, temos de improvisar! Sabe qual é o maior gasto de uma discoteca? Não, não é em shots, nem é pagar presenças a (pseudo) celebridades cujo maior feito na vida foi atravessar o canal do parto. É a eletricidade! Já tentámos usar lâmpadas com mais eficiência energética e não funciona. Já tentámos cobrir um gordo epilético com lâmpadas de várias cores, e não dá o mesmo efeito. Estes semáforos intermitentes são a resposta para as nossas preces. Ao princípio, pode parecer mortiço, mas depois de misturar pisang ambon com vodka melão e ovomaltine, e o Grupo de Cantares de Portel a bombar nas colunas, as pessoas vão pensar que estão em Benidorm mas sem sífilis!”, adiantou.

Versão alentejana de “Brokeback Mountain” conta a história de dois pastores que se apaixonaram e que estão a ganhar coragem para sair da choupana Depois da versão ópera do filme “Brokeback Mountain”, um grupo de teatro amador regional quer levar à cena uma versão alentejana desta ópera no Cineteatro da Mina da Juliana. Falámos com o encenador Timóteo Enola Gay que nos contou um pouco do enredo: “É a história de amor proibido entre dois pastores que se apaixonam perdidamente nas planícies alentejanas e que lutam diariamente contra o preconceito, a homofobia e as pontas espigadas. Será uma ópera com toques alentejanos, em que poderemos ver o casal desde o momento em que os seus elementos se apercebem dos sentimentos que nutrem um pelo outro quando estão a apanhar hortelã da ribeira para um caldo de peixe, até ao ponto em que decidem sair da choupana e assumir a sua natureza humana sem serem perseguidos pelos outros pastores e os seus cães hetero! Posso adiantar que, ao contrário do original, a história acaba bem, com os nossos protagonistas a casar numa praia da costa alentejana, cada um com o seu bouquet cheio de espigas de trigo e papoilas e a menina das alianças será a ovelha Dolly”, declarou. A música do espetáculo estará a cargo de artistas como Lara Li, Dina, Boy George, George Michael, Freddy Mercury, Elton John, Ricky Martin, Village People, Nuno da Câmara Pereira e o Grupo de Cantares Alentejanos do Chiado.


Nº 1659 (II Série) | 7 fevereiro 2014

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nada mais havendo a acrescentar... Alqueva Levei os meus olhos a passear ao norte do meu sul. Abri-os muito para que a planura e o céu coubessem dentro deles. Não é fácil meter nas pupilas o horizonte todo, mais as nuvens tresmalhadas pelo vento, mais a infinidade das ervas, mais as cegonhas quando estão de asas abertas. Abalei, subi o mapa, voei pelos campos como um pássaro rasteiro, fui contrariando a descida das águas. Fui pelos corgos, pelas veredas, pelos cerros, pelos montados, fui pelos tapetes de flores miudinhas. Fui por causa da água. Fui ver a grande água. A água imensa que bebeu a terra. Fui ver o Alentejo líquido. Inebriado, mergulhei os olhos até ao fundo e descobri que as ilhas espalhadas

pela barragem são bocas abertas por onde a terra afogada respira. On a clear day we can see forever. A minha emoção não percebe estas palavras porque o Alqueva não é estas palavras. Esta paisagem esmagadora não se diz assim. Este silêncio aguado não se diz em inglês. Diz-se com uma pronúncia de azinho. Escrevam, de Manuel Alegre, “Na brancura da cal/o traço azul/Alentejo é a última utopia.” Escrevam de Eugénio de Andrade, “…é aquele horizonte onde o olhar se estende e consome, e a solidão sobe alta como a lua.” Escrevam estas palavras ou outras. É preciso é que a nossa alma entenda. Vítor Encarnação

quadro de honra

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O tempo na região vai oscilar, ao longo do fim de semana, entre períodos de céu muito nublado e de chuva moderada. A temperatura máxima desce hoje para 13 graus e mantém-se estável até domingo.

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Setor do milho discutido em Beja

Dulce Simões, 57 anos, natural de Almada É doutorada em Antropologia pela Universidade Nova de Lisboa, com a tese “Fronteira e guerra civil de Espanha. Dominação, resistência e usos da memória em Barrancos”, agora editada pela Diputación de Badajoz. Bolseira de pós-doutoramento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), com o projeto “A cultura expressiva na fronteira luso-espanhola”, participa em projetos de investigação multidisciplinares, e tem livros e vários artigos publicados em Portugal, Espanha e Brasil.

Memórias da guerra civil de Espanha em Barrancos

Fronteira e resistência

N

a tese “Fronteira e guerra civil de Espanha”, agora editada no país vizinho, Dulce Simões apresenta “uma nova realidade empírica sobre as resistências à dominação”, no tempo das ditaduras ibéricas. Um estudo que fala também “sobre a solidariedade de classes”, e como estas se entrecruzam com a soberania dos Estados. Qual o seu ponto de partida para esta tese?

Em 1986 acompanhei o historiador César de Oliveira no trabalho de campo pela raia portuguesa, na recolha de depoimentos para a série documental da RTP, “Portugal e a Guerra Civil de Espanha”. No terreno confrontei-me com memórias silenciadas e solidariedade das gentes raianas, mas a série documental nunca se realizou. Na cadeira de História Oral, licenciatura em Antropologia (Iscte-IUL), resgatei os contactos de 1986, participei na rede de investigadores espanhóis ligados ao Movimento de Recuperação da Memória Histórica e desenvolvi o projeto de investigação para o mestrado de Antropologia dos Movimentos Sociais (FCSH-UNL), que se converteu na tese de doutoramento orientada pela Prof.ª Paula Godinho, e pelo Prof. Jose María PUB PUB

Valcuende del Río (Universidad Pablo de Olavide-Sevilha). Que memórias foi recuperar e que novas informações são trazidas a público?

O problema de partida centrou-se na transmissão das memórias de resistência na fronteira e na sua capacidade estruturante, entretecendo as lutas quotidianas do meio rural com acontecimentos históricos, para compreender como as memórias constroem identidades e edificam uma memória contra-hegemónica das ditaduras ibéricas. Neste estudo apresento uma nova realidade empírica sobre as resistências à dominação (no contexto de uma sociedade agrária latifundiária), sobre a solidariedade de classes, e como estas se entrecruzam com a soberania dos Estados (nas ditaduras ibéricas das décadas de 1930-1940), no espaço fronteiriço entre Barrancos, Encinasola e Oliva de la Frontera. Sendo a fronteira um território tradicionalmente de trocas várias e de solidariedade, de que forma é que este espaço se moldou à guerra civil?

Quando o golpe militar em Espanha rompeu violentamente o quotidiano das gentes raianas, a cultura de resistência decalcou as suas estratégias no apoio aos refugiados espanhóis, enquanto o posicionamento

político das autoridades locais foi maquinado nas relações de amizade e interesses de classe. Neste contexto, a fronteira representou um instrumento de proteção e de resistência, uma linha imaginária demarcando a vida e a morte de centenas de pessoas, um campo social gerador de múltiplas estratégias de subsistência e de refúgio, num tempo em que Salazar reforçou o seu controlo e vigilância. Como descreveria a “neutralidade” do Estado português face ao conflito que tanto marcou o país vizinho?

A posição do Estado português nunca foi de “neutralidade”, mas de apoio efetivo ao golpe militar fascista. Em 1936 a consolidação da ditadura dependia de uma situação política em Espanha que não servisse de apoio à oposição ao Estado Novo. O governo de Salazar, e seus apoiantes, foram cúmplices do genocídio político em Espanha, e na ideia distorcida do conflito que ainda perdura, sustentada na “guerra fratricida” e no anticomunismo. Para Salazar o caso dos refugiados espanhóis em Barrancos serviu de instrumento de manipulação política internacional, num jogo de poder pela consolidação do regime, usando-os como exceção, à regra de aniquilação do “inimigo espanhol”. Carla Ferreira

O Teatro Pax Julia, em Beja, vai receber, na próxima quarta-feira, 12, especialistas das maiores potências agrícolas mundiais para o 7.º Colóquio Nacional do Milho, cuja sessão de abertura, com início pelas 9 e 45 horas, tem confirmada a presença do secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Francisco Gomes da Silva. Organizado pela Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (Anpromis), o colóquio em Beja surge como “uma oportunidade única para levar um conjunto de oradores nacionais e estrangeiros a debater temas tão importantes como o papel estratégico do Alqueva, onde o recente aumento da área de milho ganhou uma importância preponderante, com novos investimentos”, adianta Luís Vasconcellos e Souza, presidente da Anpromis.

Reforma Agrária recordada A propósito do 40.º aniversário da Revolução de Abril, a Casa do Alentejo, a Cooperativa Cultural Alentejana, a Associação Povo Alentejo e a Agro Alpiarça vão promover, ao longo do ano, várias iniciativas alusivas à efeméride, tendo como tema central a Reforma Agrária. O ciclo comemorativo tem início no domingo, 9, pelas 15 horas, nas instalações da Junta de Freguesia de Nossa Senhora da Vila, em Montemor-o-Novo, com uma sessão pública evocativa, onde serão apresentados um manifesto de apoio e diversas intervenções e testemunhos de alguns dos protagonistas da Reforma Agrária nos campos do Sul. A iniciativa abre com o Grupo Coral da Cabeça Gorda, e encerra com o músico e cantor Samuel.

Carnaval de Cuba evoca cante O cante alentejano vai ser homenageado no corso carnavalesco deste ano na vila de Cuba, que vai decorrer na terça-feira de Carnaval, a 3 de março. Os temas dos carros alegóricos institucionais do corso serão “Cuba Capital do Cante” e “Cante Património Municipal” com o objetivo de “homenagear” o cantar típico do Alentejo, explicou a autarquia. O corso, que, a partir das 15 horas, irá percorrer várias artérias da vila, é “uma aposta forte do município” para “promover turisticamente o concelho e dinamizar a economia local”.


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