Edição N.º 1658

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Crise na Ucrânia Em Beja com os olhos postos em Kiev

Cantigas do Baú Álbum de estreia este sábado no Pax Julia

Reportagem nas págs. 6/7

IP2 e IP8 Instituições regionais exigem retoma das obras

pág. 30

pág. 10

SEXTA-FEIRA, 31 JANEIRO 2014 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1658 (II Série) | Preço: € 0,90

Autarcas de Ferreira do Alentejo e Barrancos contestam medida economicista do Governo

Fim da Direção Regional de Economia é “uma ameaça à coesão territorial” JOSÉ SERRANO

Notícia na pág. 8 e entrevista ao presidente do Instituto do Território nas págs. 4/5

A vida pode ser um teatro depois dos 50 PUB

São oito. Eles e elas. Das suas vidas, foram atores a vida inteira. Mas depois dos 50 anos descobriram a verdadeira magia da representação ao ingressarem no Grupo de Teatro da Universidade Sénior de Aljustrel. São eles que nos lembram que nunca é demasiado tarde para aprender ou que ainda é muito cedo para que se baixe o pano. Para eles, os aplausos. págs. 16/17


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Editorial Praxe

Vice-versa Independentes por Almodôvar acusam o presidente da câmara, António Bota, de fazer “falsas declarações” ao afirmar que a autarquia “está a comparticipar a aquisição de medicamentos a 100 por cento desde o princípio do ano” no âmbito do cartão Almodôvar Solidário. “O facto é que esta medida ainda não foi colocada em vigor (…) terá de haver uma alteração ao regulamento do cartão”. Movimento Independentes por Almodôvar

Paulo Barriga

Em resposta, António Bota afirma que a medida está pronta “para avançar” e que o regulamento será apresentado “em breve” em reunião de câmara.“Não aceito a crítica, porque se estivesse a mentir teria prometido e não cumprido. E nós prometemos e estamos prontos a cumprir”, diz o autarca.

C

h a m av a- s e C r i s t i n a Ratinho. Tinha 26 anos. E uma filha de quatro. Era aluna de Gestão de Empresas na Escola Superior de Tecnologias e Gestão. Em Beja. Faleceu em setembro último vítima de problemas cardiorrespiratórios. Precisamente 11 meses após se ter sentido mal no decurso de um ritual de praxe académica. Depois do qual nunca mais recuperou a saúde. Nem os colegas, nem a instituição de ensino alguma vez reconheceram qualquer relação de causa efeito entre a praxe e a doença grave que acometeu a aluna. Anos antes, na Universidade Lusíada de Famalicão, um aluno que decidiu abandonar a tuna académica foi praxado com tal carinho que acabou por falecer vítima de lesões cérebro-medulares. Até chegar à praia do Meco, no passado dia 15 de dezembro, os chamados rituais de integração de estudantes deixaram um tapete de violência, de humilhação e de vexame tão absurdo e tão antigo, como velha e amanteigada é a nossa tolerância para com os autoritarismos e a arbitrariedade. As praxes académicas são a mais aberrante exibição pública do animal fascista que persiste na sociedade portuguesa. Até hoje, nunca ouvi um único argumento racional que valide esta verdadeira fábrica de seres autómatos e submissos. O mais grave é que as vítimas de hoje se transformam alegremente nos carrascos de amanhã. Como se essa fosse a lei da vida. A ordem natural das coisas. A questão é que para alguns, como é o caso da Cristina ou dos seis náufragos do Meco, não haverá amanhã. E o problema é que para a maioria ululante o amanhã passa pela natural aceitação da submissão pura e simples, da vassalagem, da obediência cega. Sem critérios. Sem vontade própria. Sem questionar. Sem pensar. Afinal, talvez a praxe tenha alguma razão de ser e de existir. Talvez sirva para justificar o estado amorfo, apático, obediente e manipulável a que chegou a sociedade portuguesa.

António Bota, in Rádio Castrense

Fotonotícia

Leilão dos Ramos. Domingo passado, 26 de janeiro, celebrou-se o dia de São Sebastião. Em Vila Nova de São Bento a comemoração desta data é feita em passo lento, na procissão que calcorreia, sem pressas, as ruas da vila. Guiada pela figura do santo, no andor levado a ombros, o cortejo faz escutar a sua fé através do sussurro dos passos, dos cânticos religiosos, das orações em surdina, das notas sacras que saem das pautas da banda de música. Chegados novamente ao adro da igreja é altura agora das oferendas dos fiéis. Leiloam-se ramos de laranjas, de limões, bolos, filhoses, cabeças de borrego, um leitão. As ofertas sucedem-se à voz de quem dá mais. E há disputas renhidas, estratégias de jogo bem planeadas, lances ganhos ao cêntimo. Aos vizinhos, à família, aos amigos. Por devota fé e pura diversão. Está vendido. JS Foto de José Serrano

Voz do povo O que pensa das praxes académicas?

Inquérito de José Serrano

Daniela Martins 25 anos, estudante de Engenharia Alimentar.

Nuno Costa 29 anos, bancário e estudante de Gestão

Denise Palma 22 anos, estudante de Enfermagem

Nélia Raposo 25 anos, estudante de mestrado em Engenharia Alimentar

Eu fui praxada e gostei. Acabou por ser uma maneira engraçada de conhecer os meus colegas. Porque quando cá chegamos estamos sozinhos. Não conhecemos nada, nem ninguém. E esta tradição aconchega-nos um bocadinho. Nunca senti qualquer tipo de abuso ou falta de respeito durante a praxe. Foi só uma brincadeira. Para valorizarmos a entreajuda. E para dar valor ao nosso traje.

Quando são feitas de forma a valorizar o espírito de grupo e união penso que são bastante positivas. Esta tradição tem como intuito principal facilitar a integração dos novos alunos na escola. Sinceramente penso que é o que acontece na grande maioria das praxes. Tudo o que ultrapasse esses objetivos é um erro grave. E há que ter esse cuidado.

Fui praxada e já praxei. Considero uma ótima forma de favorecer a integração dos estudantes na vida académica. Há muitos alunos que vêm de fora. Não têm cá nem família nem amigos. E a praxe consegue unir os colegas de turma e de curso. É esse o espírito da praxe, a entreajuda entre os alunos. Pessoas más e abusos há em todo o lado. Mas não é essa a regra.

Eu gostei das minhas praxes. Mas também sei de algumas práticas que considero humilhantes para os novos alunos. No entanto, a praxe não é obrigatória. Só participa quem quiser. E integra o aluno na escola. Nós quando aqui chegamos não conhecemos ninguém. E durante as praxes ficamos a conhecer muita gente. Por regra julgo serem mais benéficas que prejudiciais.


Rede social DR

Semana passada QUARTA-FEIRA, DIA 22 BEJA GRUPO ENCAPUZADO TENTA ASSALTAR PADARIA E AGRIDE TRÊS PESSOAS

QUINTA-FEIRA, DIA 23 BAIXO ALENTEJO GNR APREENDE 14 AVES DE ESPÉCIES PROTEGIDAS A GNR anunciou que apreendeu 14 aves de espécies protegidas, 12 papagaios e dois rouxinóis, em Ferreira do Alentejo e outras localidades, as quais estavam na posse de um homem sem que estivessem registadas. O homem foi identificado por detenção de espécies protegidas pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies Ameaçadas da Fauna e da Flora (Cites) e sem registo no Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), referiu a GNR, em comunicado. Por isso, foi elaborado um auto de contraordenação por falta de registo no ICNF, adiantou a GNR, indicando que as ações decorreram durante uma fiscalização da guarda no âmbito da convenção Cites.

Presidente da Amagra

Voltou a ser reeleito presidente da Amagra. Havia um trabalho que era necessário continuar?

Sem dúvida. Este é um projeto em que estou envolvido praticamente desde o seu início, desde 1998. Na primeira fase foi um grande passo com o encerramento das lixeiras municipais, construção do aterro e do sistema de transferência de resíduos dos vários concelhos do projeto. Em 2003, novos desenvolvimentos com a construção e implementação do sistema de recolhas seletivas de toda a região, e novo passo de gigante em 2011, com a construção do sistema de UTMB – Unidade de tratamento Mecânico e Biológico, investimentos que no seu conjunto fazem da Ambilital, EIM uma empresa bem equipada, moderna, com as melhores tecnologias e uma gestão financeira equilibrada, demonstrando uma invulgar capacidade de crescimento sustentável no setor dos resíduos. Para quem participou ativamente em tão ambicioso projeto, desde o seu início, nada mais natural que desejar liderar o processo de implementação da quarta fase do sistema que decorre atualmente.

Rede de museus homenageou Cláudio Torres O arqueólogo Cláudio Torres foi homenageado, durante o I Encontro da Rede de Museus do Distrito de Beja, “pelo importante trabalho desenvolvido nas áreas da arqueologia, museologia e conservação do património”. O encontro decorreu em Castro Verde. MANUEL ALMEIDA

3 perguntas a José Alberto Guerreiro,

Paulo Ribeiro e Jorge Moniz estreiam “Pó da Alma” “Canções, valsas, marchinhas, fados turvos, modas e lonjuras…” constituem a base do universo musical do espetáculo “Pó da Alma”, que Paulo Ribeiro e Jorge Moniz apresentaram no Barreiro. Um espetáculo “que resulta da cumplicidade artística” entre os dois. DR

Um grupo de três homens encapuzados tentou assaltar uma padaria e agrediu o casal proprietário e um vizinho, na aldeia de Padrão, freguesia de Nossa Senhora das Neves, Beja, tendo a mulher ficado “gravemente ferida”. Segundo a GNR, na quarta-feira, cerca das 23 horas, os três homens entraram encapuzados na padaria, na aldeia de Padrão, provavelmente para tentarem roubar dinheiro ou bens, mas foram surpreendidos pelo casal dono do estabelecimento comercial. Por terem sido surpreendidos, os três homens agrediram o casal, o homem, de 78 anos, e a mulher, de 54, e também um vizinho, de 70 anos, que, entretanto, se tinha deslocado à padaria, alertado por barulho. Os dois homens foram assistidos no Hospital de Beja, enquanto a mulher entrou naquela unidade hospitalar “gravemente ferida” e, depois, foi transferida para o Hospital de São José, em Lisboa, onde acabou por ficar internada durante uns dias, tendo tido alta no início da semana. A investigação do caso passou para a alçada da Polícia Judiciária.

Quais são agora as prioridades?

A GNR constituiu arguidas sete pessoas por furto de azeitona num olival, perto de Moura, e apreendeu 198 quilogramas e três máquinas manuais e artigos usados na apanha daquele fruto que estavam na posse dos suspeitos. Em comunicado, a GNR explica que, na quinta-feira, 23, no âmbito da operação “Azeitona Segura”, militares da guarda identificaram nove cidadãos, dois dos quais menores de idade, mas todos de nacionalidade romena e residentes em Espanha, “pela prática do crime de furto de azeitona”. Segundo a GNR, após a formalização de uma queixa-crime pelo proprietário do olival, os sete cidadãos maiores de idade foram constituídos arguidos e sujeitos à medida de coação de Termo de Identidade e Residência (TIR).

SEGUNDA-FEIRA, DIA 27 FERREIRA DO ALENTEJO CÂMARA EXIBE MINISSÉRIE DE 80 EPISÓDIOS A Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo deu início à exibição de uma minissérie de 80 episódios, “com emissão diária nos canais 199 da MEO e da ZON e no canal 16 da Cabovisão, em horário fixo da grelha de programação”, que versa “temas diversificados, do ambiente às microempresas, passando pelos grandes temas da região e do País, como a cooperação externa e os fundos comunitários”. “Apresentar os projetos em que se tem destacado, divulgar as empresas residentes e promover o Alentejo em territórios mais vastos, é o propósito desta segunda minissérie que o município entendeu realizar”, refere a autarquia. A minissérie, que tem como slogan “Ferreira do Alentejo estará sempre… no Centro do que é Importante!”, será transmitida até maio.

Prémio Ulysses distingue Dark Sky Alqueva O Dark Sky Alqueva conquistou o segundo lugar “do reputado e disputado” Prémio Ulysses, vulgarmente designado por Óscares do Turismo. O projeto Dark Sky pretende permitir “ao visitante a fruição deste território sob um céu límpido e estrelado”. DR

MOURA SETE PESSOAS CONSTITUÍDAS ARGUIDAS POR FURTO DE AZEITONA

Continuar a liderar uma equipa coesa e motivada nos órgãos da associação de municípios e na empresa na qual participa a SUMA como parceiro privado. Manter o equilíbrio financeiro do sistema e concluir a quarta fase do projeto da Ambilital, atingindo todas as metas de redução de deposição de resíduos em aterro, reduzindo a médio prazo em cinco por cento o valor da tarifa aos municípios e, consequentemente, aos munícipes. Há novos projetos em vista?

A empresa está a investir cerca de quatro milhões de euros em equipamentos, que vão permitir tornar a infraestrutura mais eficiente e reduzir a deposição em aterro. Atualmente está em fase de testes a unidade de valorização do biogás emitido pelas duas células de aterro sanitário existentes, com a produção de energia elétrica que será fornecida à rede de distribuição. A construção de uma unidade de produção de combustível derivado de resíduos (CDR) está também a decorrer. Note-se que até agora a parte não reciclada e não reutilizada dos resíduos produzidos pelas populações de Alcácer do Sal, Aljustrel, Ferreira do Alentejo, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines é enviada para aterro, mas com a nova unidade essa quantidade irá reduzir significativamente. Ficará concluída em meados deste ano, a terceira célula de aterro, para dar resposta ao esgotamento da capacidade das duas células existentes e que têm sido utilizadas desde a inauguração da Ambilital, há 13 anos. Está ainda em curso a ampliação do sistema de tratamento de lixiviados do aterro sanitário para que possa cumprir a legislação cada vez mais exigente nesta matéria. Bruna Soares

Entre montes e hortas de Nossa Senhora das Neves “Por entre montes e hortas” foi a mais recente proposta dos Passeios da Natureza, dinamizados pela Câmara de Beja e que levaram os participantes à freguesia de NS das Neves, num percurso de oito quilómetros interpretado por António Barahona. DR

SEXTA-FEIRA, DIA 24

Espetáculo a favor da Casa do Povo das Neves Em Tom de Fado, Ana Rato e o Grupo Coral Feminino da Casa do Povo de Nossa Senhora das Neves foram os convidados musicais de um espetáculo solidário que teve lugar no Pax Julia. As receitas revertem a favor da referida casa do povo, a entidade promotora do evento.

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As comunidades intermunicipais que existem são um bom ponto de partida. Mas ainda não se demonstram capazes de estabelecer uma estratégia de desenvolvimento económico intermunicipal e têm de aprender a fazê-lo, têm de desenvolver essa capacidade.

Entrevista

Rogério Gomes acusa PS de colocar o destino das freguesias nas mãos de estrangeiros

“A primeira razão para se regionalizar é económica” Rogério Gomes, presidente do Instituto do Território, modera na próxima segunda-feira, num hotel de Beja, uma mesa redonda sobre os desafios que se colocam à região durante o próximo Quadro Comunitário de Apoio. O “Diário do Alentejo” falou com este destacado militante do PSD e ficou a saber que a principal razão para o falhanço sistemático das políticas de descentralização administrativa se prendeu com a falta de apoios às economias locais. Regionalista convicto, Rogério Gomes acredita que os projetos de desenvolvimento devem ser concebidos nas sub-regiões e que os mapas administrativos têm sido sucessivamente “mal desenhados”. Contrário às grandes obras de regime, o autor do livro Um modelo regional para Portugal defende a diversificação do tecido económico local. E diz que o País ainda não criou grandes líderes regionais. Texto Paulo Barriga

O Instituto do Território (IT) surgiu em outubro de 2011. Pode dizer-se que a sua criação está relacionada com a obtenção de respostas concretas para a crise?

Sim, o IT surgiu por impulso de um conjunto de professores de várias universidades que entenderam que num momento de maior dificuldade para o País competia à academia encontrar novas soluções, mais imaginativas, mais de acordo com os tempos para os gravíssimos problemas que o País ia ter de enfrentar e que ainda está a enfrentar. De alguma forma está stá a dizer que a academia até agora tem andado do um pouco de costas voltadas para aquilo que ue são as necessidades concretas das populações? es?

Creio que a academia, ia, como todos os outros setores da sociedade, nas últimas duas dezenas ndar tranquilamente numa de anos deixou-se andar doce ilusão de que havia uma progressão tranquila e não exigia o melhor de nós. Hoje, sabemos que isso é falso e que compete obviamente à inteligência do Paíss estar na vanguarda das soluções que têm dee ser encontradas e que, erem coragem. nalguns casos, requerem Num momento em que boa parte dos nossos “cérebros” estão stão a sair do País, não estaremos a ficar car órfãos nessa matéria?

Essa fuga de quadros, s, da mesma forma que ela se dá do interior para o litoral, deixa-nos mais desequilibradoss em termos de desenvolvamente aos outros países vimento, comparativamente ntude vai. E isso, obviapara onde essa juventude ais frágeis no ponto de mente, torna-nos mais to de vista económico. vista social e no ponto

Está a falar em desequilíbrios e logo se levanta uma questão: Portugal tem futuro com o tecido económico e social cada vez mais concentrado no litoral e com o interior em avançado estado de desertificação física e humana?

As assimetrias regionais em Portugal agravaram-se substancialmente nos últimos 40 anos, após o 25 de Abril. Enquanto elemento destacado do PSD reconhece culpas do seu partido no escavar desta trincheira?

Qual é a grande vantagem da Europa do ponto de vista social relativamente às suas crises? É o seu equilíbrio regional. Quando há grandes crises na Alemanha ou em França, estes países são tão equilibrados do ponto de vista regional, a população e as competências distribuem-se de tal modo pelos diversos territórios, que a sua capacidade de aco acomodar crises e de as enfrentar é muito superior…

Posso reconhecer as culpas que quiser. Não sei se isso nos leva muito longe porque há, como sabe, dois tipos de culpa. Há o chamado dolo e há a mera culpa. Se me pergunta se houve intenção, seja do PSD seja do PS, de deliberadamente atirar para o esquecimento o interior do País, isso, garanto lhe, não houve. ranto-lhe, Houve alguma negligência por parte dos partidos do chamado arco do poder…

Nem isso. O problema do interior do País, as assimetrias, sempre preocupou o PSD desde a nascença. Até porque grande parte do eleitorado do interior centro e norte é um eleitorado tipicamente do PSD. Elaborámos estratégias muito claras para tentar ultrapassar essas assimetrias. Nomeadamente as acessibilidades rodoviárias. Depois, sobretudo o professor Valente de Oliveira, nos governos de Cavaco Silva, teve o extremo cuidado em raciocinar da seguinte maneira: É fundamental


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que asseguremos nas capitais de concelho e nas capitais de distrito a concentração de meios do Estado. Foram criadas pelo governo PSD um nunca mais acabar de delegações e de serviços das mais variadas áreas. Este sistema que o PSD desenvolveu e que o PS tentou continuar em muitos aspetos falhou. A realidade atual contradiz essa visão. O Governo não para de fechar entidades e serviços do Estado nas diferentes sedes de concelho: Repartições de finanças, tribunais, postos da GNR, escolas, estações de correios…

Nem as Finanças estão a fechar! As Finanças fizeram uma proposta ao primeiro-ministro com um conjunto de fechos previstos e o primeiro-ministro pediu a revisão dessa proposta, porque é preciso não esquecer que o primeiro-ministro também é um homem do interior. Mas as realidades atuais são mais fáceis de explicar do que a razão, porque a estratégia posta em campo no País para diminuir as assimetrias falhou. Qual é então a razão do falhanço?

Não desenvolvemos a iniciativa privada do interior, não desenvolvemos grandes empresas no interior. Genericamente nem o PSD, nem o PS nem o PCP se lembraram deste detalhe. Era forçoso desenvolver a iniciativa privada no interior e criar empregos para fixar as pessoas. Hoje, já nos apercebemos disto e portanto estamos a tentar não criar mais uma economia baseada em serviços públicos, que depois sabemos que não criam desenvolvimento nenhum. De facto, não foi criado esse impulso à economia e ao emprego no interior. Como também tem havido uma generalizada diminuição dos serviços do Estado que, em muitos casos, são o único sustento das populações. Qual é a sua opinião em relação à nova reorganização do território, com a fusão e extinção de freguesias?

O governo de José Sócrates, cometeu, eu nem lhe chamo um erro, chamo-lhe um pecado político grave quando decidiu, sem que ninguém lho pedisse, colocar em cima da mesa das negociações com a troika a possibilidade de diminuir freguesias no País. É grave colocar em mãos estrangeiras qualquer pedaço da organização do Estado, sobretudo da administração regional e local. De facto, o Partido Socialista tomou essa opção, julgo que por algum pânico e depois ficou o País agarrado… Discorda então com esta lei?

Eu não conheço ninguém que tenha concordado com uma diminuição de freguesias da forma que ela teve de ser feita. Assinámos um tratado nesse sentido, por ridículo que isto pareça, mas a verdade é que foi assinado e depois ao atual Governo restou cumprir. É uma coisa que se calhar não está bem explicada, mas não é possível pedir a um governo que viole os acordos assinados, porque as consequências para o País são muito graves. Nesse mesmo acordo a extensão dos cortes e das fusões não se ficaram pelas freguesias, chegam também até aos concelhos…

Aí conseguiu-se evitar.

e não como se pretendeu com o mapa desenhado em gabinete.

Nada nos tempos que correm parece ser definitivo… exclui a possibilidade de existirem avanços no sentido de reduzir o número de concelhos em Portugal?

Não me parece que haja a menor perspetiva de forçar a diminuição do número de concelhos. A diminuição forçada não faz sentido do ponto de vista científico. Portugal é dos países da Europa com menos municípios. Já temos um número de municípios diminuído, relativamente àquilo que eventualmente faz sentido para uma boa organização. Não me parece que seja por aí. Agora as comunidades intermunicipais devem ter um papel importante para criar economias de escala. Não para diminuir os orçamentos dos municípios, mas para aumentar a parcela desses orçamentos que é investido no território. Da conversa depreendo que é um regionalista convicto… O que falhou no processo de regionalização de Portugal?

Creio que há uma primeira fase sobre a regionalização que é meramente ideológica. Que não visa tanto reordenar e reorganizar melhor o País, mas antes acicatar ou desenvolver determinadas palavras de ordem e determinado tipo de perspetivas do género: Numa determinada região devem mandar os que lá estão. Essa primeira fase, como foi muito ideológica, assustou muita gente que não concordava rigorosamente nada com a divisão do País. Portanto criou-se aqui um problema, quanto a mim falso, entre divisão dos portugueses ou união dos portugueses. O próprio Mário Soares fez campanha contra a regionalização…

E muitas outras pessoas acabaram por fazer campanha contra a regionalização. É óbvio que isto não levou a lado nenhum. Portanto quando se coloca mal um problema de origem, as coisas tarde ou nunca se endireitam. Depois temos uma segunda fase em que é tentada uma regionalização pelo Partido Socialista que comete dois erros fatais. O primeiro erro, muito claro, foi a tentativa de se fazerem oito regiões com as quais muita gente não se sentia minimamente identificada… O mapa foi mal desenhado?

O mapa foi politicamente desenhado, não levou em conta a forma como as pessoas pensam, não partiu de baixo para cima, foi uma coisa desenhada em gabinete e que deu muito azar, digamos assim, e se calhar ainda bem que deu azar porque senão aquilo não ia funcionar provavelmente bem. Mas teve outro erro, mais subtil, mas muito grave: pretendia-se uma regionalização para tudo e mais alguma coisa. As regiões iam mandar em tudo e a verdade é que isso assustou, por exemplo, muitos municípios. Não é nada disto que eu defendo, devo dizer. O que defende?

A regionalização em 2014 justifica-se para quê? Esta é a pergunta que se deve colocar. A primeira razão para se regionalizar é económica. Sabemos que podemos prestar um melhor serviço às pessoas por menos dinheiro. A segunda razão é perceber quais são os temas que justificam, na prática, a regionalização. O que é que

Em vez de estarmos sempre a pensar em grandes estruturas públicas caríssimas temos de ter uma lógica completamente diferente. Temos de saber onde é que estão as pessoas a produzir no Baixo Alentejo, de maneira a que se melhorem alguns fatores e se criem empregos.

Defenderia para o Alentejo quatro regiões tal como existem agora as comunidades intermunicipais?

As comunidades intermunicipais que existem são um bom ponto de partida. Mas ainda não se demonstram capazes de estabelecer uma estratégia de desenvolvimento económico intermunicipal e têm de aprender a fazê-lo, têm de desenvolver essa capacidade. Depois disso saberão qual é a melhor organização regional, porque um destes dia estamos a gastar milhões e não melhoramos coisa nenhuma às pessoas. Isso assusta-me…. No Baixo Alentejo quando se fala em desenvolvimento do território aponta-se para um triângulo cujos vértices em regra são o Alqueva, o aeroporto de Beja, o porto de Sines. Considera válido este enunciado ou falta aqui qualquer coisa?

Não. Não considero válido esse enunciado. Onde reside o seu erro?

nós não conseguimos resolver nos municípios nem na administração central? O que nós não conseguimos desenvolver nem nos municípios nem na administração central é o desenvolvimento económico regional e, portanto, a regionalização deve fazer-se para o desenvolvimento económico, para a criação de emprego, para a criação de investimento, para os projetos de investimento regionais.

Falta o essencial que é onde é que está a capacidade das pessoas para investirem e onde é que está o ânimo de investir e como é que o podemos criar. Em vez de estarmos sempre a pensar em grandes estruturas públicas caríssimas temos de ter uma lógica completamente diferente. Temos de saber onde é que estão as pessoas a produzir no Baixo Alentejo, de maneira a que se melhorem alguns fatores e se criem empregos.

Mas não se pode avançar por aí sem haver uma regionalização política.

Estamos a falar numa mudança total de mentalidades…

Claro que não. Isso é sabido. Se não houver fatores políticos de liderança regional não se consegue desenvolver de facto uma estrutura regional. Agora o País não tem esses fatores de liderança política regional criados, nós não podemos criar no papel soluções que depois a população não sabe servir-se deles.

O que me parece essencial é fomentar na gente nova a vontade de criar o seu negócio, fazer funcionar a sua vida através do emprego e, se possível, criando empregos para outros, fazendo crescer os negócios para além do mero auto-emprego. Tem de haver muita abertura dos políticos e da administração para as novas ideias, para a inovação, e isso implica uma grande confiança na gente nova.

Está a dizer que não existem quadros regionais à altura?

Existem obviamente quadros regionais no País. Mas não são as Comissões de Coordenação Regional que conseguem compreender a economia da própria região. Infelizmente não são e, portanto, temos 20 e tal anos de experiência falhada no sistema administrativo regional que nos comprovam isto. O que temos de fazer? Temos de compreender onde é que está em Portugal o nível do desenvolvimento regional. E esse nível é muito sub-regional ou seja um projeto de desenvolvimento regional económico não se faz no Alentejo todo, faz-se no Baixo Alentejo, faz-se em sub-regiões. Faz sentido desenvolver primeiro as sub-regiões e tentar criar aí algum posicionamento que permita criar políticos que dentro de quatro, oito, dez anos estejam aptos para serem bons líderes regionais… Está a falar de uma regionalização faseada, primeiro em termos sub-regionais e depois em termos regionais?

Mas muito partindo das sub-regiões para cima

Este será o tema central da mesa redonda da próxima segunda-feira?

O grande tema a debater é o posicionamento perante este novo período de desenvolvimento que irá começar com o novo Quadro Comunitário de Apoio. Temos aqui duas posições possíveis. Ou vamos ficar sentados e reivindicar fortemente mais dinheiro, e mais dinheiro e mais dinheiro e depois logo se vê o que se faz com o dinheiro que se obtiver, e andamos aqui mais ou menos a distribui-lo entre as aldeias. Se for por aí, o Baixo Alentejo está votado à pobreza. A segunda opção é dizer que desenvolvimento queremos para aqui, o que é que queremos efetivamente fazer, quais são os empresários que temos aqui, quem é que quer desenvolver o que seja, e vamos criar projetos de desenvolvimento para estarmos preparados e porque temos uma conceção de desenvolvimento para o Baixo Alentejo. Se isto for feito eu creio que o Baixo Alentejo pode dar a volta neste quadro comunitário.


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Tema de capa Mesmo longe do seu país de origem, os ucranianos residentes em Beja não sentem menos na pele os confrontos que assolam Kiev por estes dias, e de que já resultaram pelo menos cinco mortos. Atentos às televisões ou aos sites que disponibilizam imagens em direto, Cristina, Oleg e Doyna falam de corrupção, de repressão, de salários baixos, de desemprego, e de uma história política atribulada que os deixa ainda hoje à mercê de terceiros: Rússia ou União Europeia. Uma escolha que não se figura fácil, sobretudo para quem já passou para lá da antiga Cortina de Ferro, como eles, e viu que, também por aqui, não se vive nenhum mar de rosas. Texto Carla Ferreira Ilustrações Susa Monteiro

De Beja a ver Kiev em tumulto

“Perdemos o medo. Já não há nada a perder”

P

or mais absurdo que pareça, o frio alentejano é mais difícil de aguentar do que os 20 graus negativos que se fazem sentir por estes dias na capital ucraniana. Em Kiev, dois dias depois do momento mais sangrento dos protestos que se prolongam desde novembro, os ânimos parecem estar mais calmos. Pelo menos é o que nos dizem as imagens em direto que nos vão chegando via Internet no computador da Associação Solidariedade Imigrante (Solim), em Beja. É lá que nos encontramos com Cristina (nome fictício), a residir na capital baixo alentejana vai para três anos. Com um sorriso cortês, acede a comentar o verdadeiro campo de batalha em que se tem tornado Kiev, sobretudo depois da aprovação pelo parlamento de le-

gislação que limita o direito à manifestação e reforça as sanções contra os protestantes. Senta-se, não tira o casaco, apesar do aquecimento que faz esquecer o dia de inverno para lá da porta. O tal frio absurdo que não se aguenta, e nem perto estamos do limiar negativo. “Estou muito preocupada, há muitos problemas, tenho medo pela família e também por todo o povo da Ucrânia”, desabafa num português ainda muito incipiente. Cristina, com 57 anos, explorava por conta própria um pequeno bar na zona de Ternopil, “uma cidade muito bonita”, e também capital de distrito, orgulha-se. Chegou a Beja, por intermédio de uma amiga e com uma proposta de trabalho, e deve ter sido uma das últimas. “Já ninguém chegou depois de mim”,

acredita, lembrando que, desde há mais ou menos cinco anos, se verifica uma retração na vaga de imigração para Portugal, que terá tido o seu pico no início do novo século. Hoje, a residir e a trabalhar em todo o distrito de Beja, com base no número de associados inscritos na Solim, pode falar-se em perto de 340 cidadãos de nacionalidade ucraniana. E na área do concelho de Beja, Cristina arrisca um número entre 50 (sensivelmente os que estão inscritos na Solim) e 80. Hoje está desempregada mas já trabalhou num hipermercado, numa empresa de limpezas e em casas particulares. A neta estuda na Polónia e a filha tem agora trabalho em Kiev, o que significa uma atenção acrescida face ao que se está a passar.

Pela irmã, soube que há gente de Ternopil que quer ir juntar-se aos ativistas na praça da Independência mas “não os deixam sair”, informa. “Fascismo” é a palavra que lhe ocorre para descrever a governação sob a presidência de Viktor Ianukovich. Sugere que vejamos um vídeo que circula nas redes sociais partilhadas pela comunidade. Mostra um homem detido pela força de segurança especial Berkut, que é mantido nu, em plena neve, atordoado e cheio de mazelas, para gozo dos polícias que lhe tiram fotografias. Navegando pelos sítios eletrónicos mais visitados, desfilam profusamente fotografias de ativistas espancados e de alguns dos cinco mortos até então registados. Também pela irmã, Cristina soube que despareceram


“muitas pessoas, ativistas, na zona de Kiev”: “Parece que voltámos ao tempo de Estaline. Não é brincadeira”. E lembra o rastilho dos protestos antigovernamentais, iniciados em finais de novembro – Ianukovich abandonou a assinatura de um acordo de associação com a União Europeia, optando por reforçar as relações com a vizinha Rússia – mas sustenta que isso foi só o “empurrão” que faltava. “As pessoas querem mesmo é liberdade, uma vida melhor, um nível económico mais alto e a paciência do povo terminou”, considera Cristina, que tendo que escolher entre um dos lados da barricada – Rússia ou Europa – escolheria o segundo, mesmo consciente de que estaria a optar por um mal menor, dada a crise que por aqui alastra. Ternopil, de onde vem, fica na parte ocidental da Ucrânia, muito próxima da Polónia, o que dá aos naturais daquela região um sentimento de que “somos europeus”. Oleg Tkach, de 40 anos, partilha do mesmo sentimento. É, também ele, de Ternopil e está em Beja há 13 anos. Pode dizer-se que por acaso. Chegou de carrinha, numa viagem de três dias e meio com outros compatriotas que nunca tinha visto antes. Trazia apenas 20 euros no bolso e o desejo abstrato de chegar a Portugal. Um dos companheiros, providencialmente, recebe uma SMS que informava sobre a abertura de uma vaga de técnico de eletrónica em Beja para uma loja de informática. Era o que fazia no seu país. Tentou a sorte e “correu bem”. Aproveita agora um tempo morto no seu novo trabalho de técnico de manutenção de máquinas Multibanco para nos testemunhar como vê os acontecimentos em Kiev a partir da cidade alentejana onde vive com a mulher, funcionária da Solim, e a filha, de 12 anos. Oleg saiu da Ucrânia anos antes da chamada Revolução Laranja, em 2004, uma onda anterior de protestos, greves e desobediência civil contra um processo eleitoral manchado pela fraude e por várias irregularidades, de que saíra vitorioso Viktor Ianukovich. Na segunda votação, vence o candidato pró-Europa Viktor Iushchenko e Oleg apercebeu-se, durante a sua vigência, de “uma tentativa de implementar a democracia” e de uma melhoria evidente na situação económica, com reflexos no aumento do emprego. “Alguns amigos nossos voltaram à Ucrânia e muitos queriam deixar Portugal e ficar lá para sempre porque a economia começou a melhorar”, lembra. Mas o cenário inverteu-se imediatamente com a chegada ao poder do atual presidente. “Os conflitos começaram assim que ele tomou posse. Mas ultimamente, desde há um ano, pelo menos do ponto de vista da minha mãe, com quem falo, o Governo começou a apertar mais, sem medo de esconder a repressão. O povo estava sofrendo por causa da corrupção, do aumento dos preços dos bens alimentares, das injustiças, dos salários muito baixos, das reformas mínimas… E esta questão da União Europeia foi a gota de água”, descreve. Oleg recua ainda mais para nos situar na situação de desespero do seu povo. Ele e

a mulher foram surpreendidos, ainda estudantes, com o processo de dissolução da União Soviética, em 1991, e sentiram na pele o que foi, logo a seguir, não haver produtos nas lojas ou dinheiro na conta, por ter sido confiscado. “Vivemos quase cinco anos de ‘trocas’ e com um desemprego enorme. O nosso povo aguentou demais mas agora rebentou. Antigamente as pessoas tinham medo mas acho que ultimamente todos perderam o medo. Se a polícia apanha um, vêm 10, se apanha 10, vêm 100. Já não há nada a perder, já não há nada para roubar”, descreve Oleg, assumidamente do lado da oposição, como todos os “seus” em Ternopil, mas pouco esperançoso quanto a soluções para garantir viabilidade futura ao país. A sua fé não é muita, confessa: “É complicado porque, de momento, a oposição é muito fraca, não tem um líder que saiba o que deve fazer”. Será talvez esse o motivo do número inusitado de pedidos de informação, junto da Solim, sobre como obter a nacionalidade portuguesa. “Com esta situação, muita gente que ainda pensava voltar para passar a velhice na Ucrânia deixou de ter dúvidas sobre o que deve fazer”, observa Oleg. O próprio casal Tkach está a pensar nessa hipótese. A poucos metros da rua Mestre Manuel, encontramos Doyna Kosykh, de 45 anos, a beber um merecido café ao balcão do restaurante que explora, no centro histórico de Beja, já passada a azáfama do almoço. Não era esta a atividade que Doyna

“As pessoas querem mesmo é liberdade, uma vida melhor, um nível económico mais alto e a paciência do povo terminou”, considera Cristina, que tendo que escolher entre um dos lados da barricada – Rússia ou Europa – escolheria o segundo, mesmo consciente de que estaria a optar por um mal menor, dada a crise que por aqui alastra.

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“Se a polícia apanha um, vêm 10, se apanha 10, vêm 100. Já não há nada a perder, já não há nada para roubar”, descreve Oleg, assumidamente do lado da oposição, como todos os “seus” em Ternopil, mas pouco esperançoso quanto a soluções para garantir viabilidade futura ao país.

tinha em mente quando cursou Medicina Veterinária no seu país, onde chegou a trabalhar para o Estado, mas não parece arrependida. Principiou como empregada de mesa no estabelecimento que agora gere, há cerca de uma década. “Comecei a trabalhar nisto, comecei a gostar e já não quis saber de papéis [para o reconhecimento do seu diploma em Portugal]”, confessa, com um ar pragmático. O que se passa no seu país natal por estes dias chega-lhe pelos noticiários televisivos, ucranianos e portugueses. Já que, com a família, as conversas andam à volta da saúde do pai, “muito doente”. Além disso, os familiares vivem longe, a 600 quilómetros de Kiev e a escassos oito quilómetros da fronteira com a Roménia. Em Krasnoilsk, mais concretamente. Doyna está do lado dos manifestantes, como ditam os “genes” do lado ocidental do país, e não conhece ninguém da comunidade ucraniana em Beja que apoie as posições do Governo. Mas não deixa de se sentir chocada com o absurdo dos acontecimentos. “As pessoas estão com fome, não têm trabalho nem comida para dar aos filhos. Eu compreendo. Mas matarem-se uns aos outros, ucranianos contra ucranianos… Os polícias são também ucranianos, são filhos de alguém também. É uma coisa muito má”, lamenta. E ainda ferida dos acontecimentos pós-União Soviética – “ficámos sem o dinheiro que tínhamos no banco, os meus pais e eu” – aponta baterias ao antigo ocupante. “Os russos continuam a mandar nas pessoas e as pessoas já estão fartas. Querem sair, querem ir para a Europa mas muitas não sabem que aqui também não se vive assim tão bem”. É o que se chama estar entre a espada e a parede. Mas Doyna, mulher que não parece perder muito tempo com contemplações, tem a decisão tomada. Por enquanto, sente-se por aqui bem e mantém-se, até porque já tem os três filhos junto de si. Mas não vê necessidade de alterar a nacionalidade. “Serei sempre ucraniana, não quero viver de ilusões. Enquanto cá estiver, cumpro os meus deveres como qualquer cidadão português mas não vou mudar de nacionalidade”, diz, determinada. Um dia, não sabe quando, cumprirá o desejo de voltar. Que todos alimentam, mais ou menos secretamente. Já depois da conversa com Cristina, Oleg e Doyna o mundo soube que Ianukovitch ofereceu ao líder da oposição o cargo de primeiro-ministro, numa tentativa de resolver a crise política, e que este rejeitou a proposta, abrindo ainda assim caminho para a demissão, na terça-feira, 28, do primeiro-ministro, Mikola Azarov, e de todo o executivo em funções. Precisamente no dia em que o parlamento revogou a maioria das leis que limitavam os protestos e que despertaram os mais recentes episódios de violência. São as primeiras cedências face às reivindicações dos milhares que estão na rua. Mas que não parecem dispostos a desistir dos protestos, a não ser que Inaukovich, ele próprio, peça a demissão.


Diário do Alentejo 31 janeiro 2014

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Manuel Carvalho da Silva apresenta livro em Sines

Atual

Manuel Carvalho da Silva, investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, apresenta hoje, na sexta-feira, o seu mais recente livro, Vencer o Medo – Ideias Para Portugal, na Biblioteca Municipal de Sines. A sessão com o também sociólogo e ex-sindicalista está agendada para as 21 horas. Com Vencer o Medo – Ideias Para Portugal, Carvalho da Silva defende que se deve “dizer não ao desânimo, ao pessimismo, ao retrocesso social e civilizacional para que as políticas em curso nos empurram”.

Concursos em Beja promovem acessibilidade e mobilidade para todos Alunos de escolas de Beja podem participar até 28 de fevereiro em três concursos, um de desenho, um de fotografia e outro de prosa, lançados pelo município, para promover a acessibilidade e a mobilidade para todos. Os concursos, desenvolvidos no âmbito do Plano Local de Promoção da Acessibilidade de Beja, pretendem “sensibilizar a população para a importância da mobilidade para todos enquanto condição essencial para a cidadania e a inclusão”, explica a autarquia. Segundo a Câmara de Beja, o concurso de desenho destina-se a alunos dos 1.º e 2.º anos do 1.º ciclo do ensino básico, o de fotografia a alunos dos 5.º e 9.º anos dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e o de prosa a alunos dos 10.º e 11.º anos do ensino secundário.

Secretário de Estado da Agricultura no Sudoeste O secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, visita amanhã, sábado, a partir das 9 horas, projetos de abordagem Leader no Alentejo Sudoeste, numa organização da Minha Terra – Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local e da Esdime – Agência para o Desenvolvimento Local no Alentejo Sudoeste. O programa inclui visitas ao Agroturismo Monte dos Poços, à microempresa Miguel Garcia Dores, às instalações do GAL Al Sud – Esdime, ao centro histórico da vila de Ourique, ao projeto Centro de Interpretação do Porco Alentejano e às instalações da ACPA: projeto Centro Multisserviços de apoio ao mundo rural. Entre 2009 e 2013, o grupo de ação local da Esdime aprovou 136 projetos, no Alentejo Sudoeste, “correspondentes a um montante de ajuda pública de 10,2 milhões de euros e à criação de 138 novos postos de trabalho”.

Projeto Cabaz do Mar valoriza peixe pequeno A Taipa – Organização Cooperativa para o Desenvolvimento Integrado do Concelho de Odemira, a Associação Cultural e de Desenvolvimento de Pescadores e Moradores da Azenha do Mar, o município de Odemira e a Docapesca Portos e Lotas assinaram na terça-feira, dia 28, um protocolo de cooperação no âmbito do projeto de valorização do peixe da pesca de pequena escala denominado Cabaz do Mar. O Cabaz do Mar pretende “levar o melhor pescado da costa odemirense diretamente ao consumidor, numa lógica de proximidade e confiança”, esclarece a câmara, adiantado que “a pesca de pequena escala em Azenha do Mar tem potencial para possibilitar um rendimento condigno aos produtores, oferecendo pescado fresco e de qualidade a preços acessíveis aos consumidores”.

Portos de Faro, Portimão e Sines agregados O Conselho de Ministros aprovou no final da semana passada o diploma que agrega os portos comerciais do Algarve e a Administração do Porto de Sines, fusão que deverá permitir avançar com investimentos nos portos algarvios. No comunicado divulgado pelo Conselho de Ministros lê-se que a agregação cria “as condições para os investimentos que os portos de Faro e Portimão carecem, desde há décadas, para o aumento da sua capacidade quer na vertente de cruzeiros quer na vertente da carga”. Os dois portos algarvios, que estavam até agora sob a administração do Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM), são transferidos para a Administração do Porto de Sines, passando a nova estrutura a designar-se como Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS).

António Tereno É preciso posição radical

Aníbal Costa Coesão territorial em causa

Mário Simões Competências para CCDR

Governo extingue direções regionais de economia

Autarcas falam de “ameaça” à coesão territorial A extinção das direções regionais de economia resultante da nova lei orgânica do Ministério da Economia “ameaça a coesão territorial” e é mais uma “afronta ao interior”, nas palavras dos autarcas Aníbal Costa e António Tereno. Para Mário Simões, deputado do PSD, a medida não o choca e defende que as competências destes organismos devem passar para as CCDR. Texto Aníbal Fernandes

A

nova lei orgânica do Ministério da Economia e Indústria, publicada no “Diário da República” de 22 do corrente, acaba com as direções regionais, estruturas descentralizadas do Governo no Centro, Norte, Alentejo, Lisboa e Vale do Tejo e Algarve. No primeiro ponto do diploma, o artigo n.º 31 estabelece que as atribuições atuais destes organismos no domínio da indústria, comércio e serviços serão

integradas no Iapmei – Agência para a Competitividade e Inovação; as da qualidade e metrologia no Instituto Português da Qualidade; enquanto as da energia e geologia transitarão para a Direção-Geral de Energia e Geologia do Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia. “A todos os níveis lamentável” e com “profundo desagrado” é como reagem Aníbal Costa e António Tereno, respetivamente presidentes das câmaras de Ferreira do Alentejo e Barrancos. Para o autarca do concelho da raia, “não é assim que se resolve qualquer tipo de crise. Temos, rapidamente, de tomar uma posição radical sobre o assunto”, revolta-se. António Tereno lembra que a agora extinta Direção Regional de Economia “fazia a ponte com Lisboa” e proporcionava “contatos a vários níveis, nomeadamente de auxílio à exportação de produtos endógenos”, o que agora fica prejudicado.

Para Aníbal Costa, esta medida “vem na sequência da destruição massiva dos serviços públicos no interior e revela a tentação centralista do Governo”. Lembrando que ainda há pouco tempo aconteceu o mesmo à Direção Regional de Educação, com os efeitos que se conhecem, o autarca ferreirense diz que com estas medidas é a própria “coesão territorial que fica ameaçada”. Mário Simões, deputado do PSD eleito por Beja, sente “alguma dificuldade em compreender que se fechem organismos descentralizados no interior”. No entanto, ao contrário do que aconteceu com a extinção das direções regionais de educação, que foi “um erro político e um disparate”, o encerramento das direções regionais de economia não o “choca”, uma vez que “as CCDR já assumem muitas competências na área económica”. O deputado não concorda, todavia, que essas competências sejam espartilhadas pelos três organismos previstos no diploma.

Das fronteiras locais às fronteiras globais

Câmara de Moura promove Fórum 21

“M

oura, das fronteiras locais às fronteiras globais” é o tema do primeiro Fórum 21 Local que a Câmara de Moura realiza amanhã, sábado, dia 1 de fevereiro. Com esta iniciativa, a autarquia pretende “dinamizar o debate de assuntos de interesse para a comunidade, recolher contributos de interesse coletivo e aprofundar a participação dos cidadãos no quotidiano do concelho”.

O debate de amanhã terá lugar no Museu Alberto Gordillo – Joalharia Contemporânea, a partir das 16 horas, e deverá contar com as intervenções de Cláudio Torres, arqueólogo e diretor do Campo Arqueológico de Mértola; Francisco Seixas da Costa, embaixador; Jorge Macaísta Malheiros, geógrafo e professor na Universidade de Lisboa; José Maria Pós-de-Mina, gestor e presidente do

conselho fiscal da Associação Nacional de Municípios Portugueses; e Paulo Paixão, jornalista do “Expresso”, que fará a introdução ao tema. O Fórum 21 Local terá várias sessões ao longo deste ano em torno “de temas escolhidos com a participação de especialistas de reconhecido mérito, de molde a obter contributos de qualidade nos mais variados domínios”, conclui a câmara.


A GNR deteve na terça-feira oito pessoas, quatro homens e quatro mulheres, por alegado furto de azeitona na zona de Baleizão, concelho de Beja, tendo sido recuperadas cerca de duas toneladas deste produto. A GNR apreendeu também dois veículos ligeiros, de matrícula espanhola, e vários utensílios para a apanha da azeitona. Os suspeitos, de acordo com a fonte da força de segurança, com idades entre 22 e 38 anos,

Câmara de Odemira e freguesias assinam acordo para repor 35 horas A câmara e as 13 juntas de freguesias do concelho de Odemira assinaram na terça-feira, 28, um acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) para repor o horário de 35 horas de trabalho semanais. Segundo

de nacionalidade romena e residentes na zona de Badajoz, Espanha, vão ser presentes quarta-feira ao Tribunal Judicial de Beja para primeiro interrogatório judicial e aplicação de eventuais medidas de coação. As detenções ocorreram no âmbito da operação da GNR “Azeitona Segura”, em curso desde o início de novembro de 2013 e que termina no final deste mês.

o município de Odemira, a proposta para o Acordo Coletivo de Entidade Empregadora Pública foi aprovada por unanimidade na reunião de câmara realizada no dia 2 deste mês. No final de novembro, o Tribunal Constitucional (TC) decidiu não declarar a inconstitucionalidade das normas do aumento do horário normal

de trabalho dos trabalhadores da função pública das 35 para as 40 horas semanais. No entanto, o acórdão do TC deixa em aberto a possibilidade de as câmaras decidirem, cada uma por si, manter o horário de 35 horas semanais através de negociação de acordos coletivos de trabalho com os sindicatos.

JOSÉ SERRANO

Empresa municipal Herdade da Contenda com nova sede A sede da empresa municipal Herdade da Contenda e o Centro de Formação, Caça e Conservação da Biodiversidade vão funcionar, a partir de domingo, dia 2, no edifício da antiga Escola Primária de Santo Aleixo da Restauração (Moura). A inauguração do espaço vai decorrer no domingo, a partir das 16 horas, refere a Câmara de Moura, explicando que a decisão municipal de colocar a funcionar a empresa e o centro em Santo Aleixo da Restauração “cumpre o objetivo de aproximar a Contenda à comunidade e contribuir para o seu desenvolvimento económico e social”. Segundo a Câmara de Moura, a criação do Centro de Formação, Caça e Conservação da Biodiversidade, integrado no projeto Iberlinx II – Acão territorial transfronteiriça de conservação do linceibérico, implicou um investimento de mais de 80 mil euros, realizado pela empresa Herdade da Contenda com o apoio da autarquia.

Câmara e juntas assinam acordo

Beja regressa às 35 horas semanais A câmara e as juntas de freguesias de Beja assinaram ontem, quinta-feira, acordos com o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) para manutenção do horário de 35 horas de trabalho semanais, já em vigor no município.

A

assinatura do acordo entre a Câmara de Beja e o STAL “é um instrumento legal da maior importância para a manutenção” do horário de 35 horas de trabalho semanais, que foi reposto no município no passado mês de dezembro, explica a autarquia, em comunicado. Segundo a Câmara de Beja, todas as juntas de freguesia do concelho foram convidadas a assinarem também acordos coletivos de trabalho com o STAL, o que vai permitir que a totalidade dos trabalhadores das autarquias de Beja passem a ter o mesmo horário de trabalho de 35 horas semanais. No passado dia 19 de dezembro, o executivo CDU da Câmara de Beja repôs o horário de 35 horas semanais após não se ter oposto à providência cautelar interposta pelo STAL, no Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja, para impugnar o despacho da anterior gestão PS, que introduziu o horário de 40 horas semanais para cumprir a lei em vigor. Segundo explicou à Lusa a vereadora da Câmara de Beja Sónia Calvário, a autarquia

negociou com o STAL a introdução das 35 horas de trabalho semanais no acordo coletivo de trabalho do município para “conseguir manter” aquele horário, caso a decisão final do Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja sobre a providência cautelar seja “desfavorável”. No final de novembro, o Tribunal Constitucional (TC) decidiu não declarar a inconstitucionalidade das normas do aumento do horário normal de trabalho dos trabalhadores da função pública das 35 para as 40 horas semanais. A maioria PSD/CDS-PP aprovou no Parlamento, com os votos contra de toda a oposição, o diploma que estabelece as normas do aumento do horário normal de trabalho dos trabalhadores da função pública das 35 para as 40 horas semanais. O Presidente da República, Cavaco Silva, promulgou a lei, no passado dia 22 de agosto, mas deputados dos partidos da oposição pediram a declaração da sua inconstitucionalidade. No final de novembro, o TC decidiu não declarar a inconstitucionalidade das normas do aumento do horário de trabalho na função pública, mas o acórdão deixa em aberto a possibilidade de as câmaras decidirem manter o horário de 35 horas semanais através de negociação de acordos coletivos de trabalho com os sindicatos.

40.º aniversário do 25 de Abril em Castro Verde A Câmara de Castro Verde aprovou, por unanimidade, a criação de uma comissão a propósito do 40.º aniversário do 25 de Abril, que tem como objetivo “constituir um grupo de trabalho para a organização das comemorações associadas a esta data, constituída pelos órgãos autárquicos, estabelecimentos de ensino e associações do concelho”. A comissão, “constituída por entidades que em anos anteriores têm organizado iniciativas e mobilizado públicos no âmbito das comemorações de Abril”, terá como linha de orientação “a criação de parcerias com outros agentes, com destaque para o associativismo local, com o objetivo de estimular o envolvimento da comunidade no assinalar do 40.º aniversário do 25 de Abril, procurando que o programa final, a decorrer PUB

09 Diário do Alentejo 31 janeiro 2014

GNR detém oito pessoas por furto de azeitona no concelho de Beja

ao longo do ano de 2014, seja um espaço de festa e reflexão sobre os ideais de Abril e a participação cívica”, esclarece a autarquia.

Loja Social de Ferreira já apoiou 308 famílias A Loja Social de Ferreira do Alentejo, criada há cinco anos pelo município, já prestou apoio efetivo a 308 famílias carenciadas do concelho, num total de 924 pessoas. Segundo a Câmara de Ferreira do Alentejo, a loja social, inaugurada em janeiro de 2009, “tem ajudado a minimizar as dificuldades sentidas pelos mais necessitados”. Baseada no “espírito do mecenato social”, a loja, instalada no antigo mercado municipal de Ferreira do Alentejo, distribui a famílias carenciadas bens doados por particulares e empresas do concelho, como roupas, brinquedos e eletrodomésticos.

Câmara de Odemira apoia coletividades desportivas A Câmara de Odemira vai atribuir prémios de atividade a coletividades desportivas do concelho para a época 2013/2014, num total de 115 250 euros, com o objetivo de promover a prática de desporto entre a população e apoiar clubes e associações. Segundo a Câmara de Odemira, as coletividades desportivas e recreativas “assumem um papel vital na implementação e dinamização da prática de desporto no concelho” e, por isso, contam com o apoio da autarquia no percurso das competições desportivas às quais se propõem. Apesar de o futebol continuar a ser a modalidade que mobiliza a maioria das coletividades e recebe a maior parte dos subsídios, nos últimos anos assistiu-se a uma “mudança significativa” na área desportiva, com o crescimento de adeptos e a consequente aposta por parte das coletividades em modalidades como o atletismo, BTT, desportos náuticos, artes marciais, columbofilia e tiro.


Diário do Alentejo 31 janeiro 2014

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Faleceu o jornalista bejense Fernando Franco

Fernando Rombal e Orlando Pereira na Cimbal O secretariado executivo intermunicipal da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal) é constituído por Orlando Pereira (primeiro-secretário) e Miguel Quaresma e Luís Miranda (ambos secretários PUB

Fernando Howell Franco, de 69 anos de idade, faleceu no início da semana, no Hospital de Beja, vítima de doença prolongada. Antigo jornalista, correspondente da ANOP, Lusa e “Diário Popular”, era atualmente colaborador da Cruz Vermelha Portuguesa. Foi ainda cronista nas rádios Pax e Voz da Planície. O funeral realizou-se na manhã de terça-feira. À família enlutada o “Diário do Alentejo” apresenta as mais sinceras condolências.

intermunicipais). O secretariado executivo intermunicipal é uma das novidades introduzidas pela nova legislação que determina a composição e competências das comunidades intermunicipais e pode ter até três secretários. As competências dos secretários estão definidas na lei e são

essencialmente de gestão. A assembleia intermunicipal da Cimbal é presidida por Fernando Romba, sendo vice-presidente Maria de Fátima Paleta e secretário Susana Correia. O conselho intermunicipal é presidido por João Rocha e tem como vice-presidentes António Tereno e Nelson Brito.

Situação adversa para o desenvolvimento do distrito de Beja

Cimbal, Nerbe e Turismo do Alentejo exigem retoma das obras do IP8 e IP2 A Cimbal – Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, o Nerbe/Aebal – Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral e a Turismo do Alentejo exigem mais uma vez a conclusão do IP8 e do IP2, vias de comunicação que apresentam, “atualmente, condições péssimas de circulação”.

E

m comunicado de imprensa, as três entidades manifestam “a maior preocupação perante a situação estruturalmente adversa para o desenvolvimento do distrito de Beja, acentuada pela falta de estratégia demonstrada nas políticas nacionais no que diz respeito às infraestruturas regionais fundamentais”. No mesmo documento, adiantam que o IP8 e o IP2 “são de grande importância para a promoção do desenvolvimento económico-social da região, reforçando a eficácia dos três projetos estruturais

que são o porto de Sines, o aeroporto de Beja e Alqueva”. “Com efeito, a potenciação destes projetos requer a dinamização de uma rede de serviços e estruturas de ligação entre as atividades económicas e

as infraestruturas de mobilidade territorial. Sem esta interligação continuamos a ter graves condicionalismos ao desenvolvimento, pela falta de condições fundamentais à competitividade regional, nomeadamente no que diz respeito à consolidação do aeroporto de Beja, um dos motores para o desenvolvimento regional e instrumento fundamental de promoção da coesão social e territorial, refletida em domínios tão importantes como a indústria, o comércio e o turismo, entre outros”, adiantam. As três entidades consideram ainda “que se está há demasiado tempo neste impasse” e “que já foram desperdiçados milhões de euros”. Perante estes factos, e no sentido de obter respostas, irão promover “reuniões e as suas posições junto do Governo” e “não desistem de pugnar por uma região de futuro e um território de oportunidades, mobilizando as entidades e instituições e as populações”.

Apenas existem quatro inspetores para 16 concelhos

Pita Ameixa reclama resolução para instalações “indignas” do SEF em Beja

O

deputado do PS por Beja reclamou na segunda-feira, 27, a rápida resolução da situação das instalações “indignas” da delegação regional do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que funciona “em contentores” instalados num edifício que “parece uma ruína”. As instalações da delegação regional de Beja do SEF são “indignas e até indecorosas”, disse Pita Ameixa, após ter visitado aqueles serviços, que, lamentou, estão a funcionar “em contentores” instalados dentro de “um edifício que parece uma espécie de ruína”. Quando se entra na delegação regional de Beja do SEF “parece que se está no terceiro mundo”, afirmou, frisando tratar-se de “uma situação inadmissível, indecorosa e que não pode continuar” num serviço de atendimento ao

público, principalmente a estrangeiros, e que dá “um retrato horrível do País e dos serviços públicos”. Pita Ameixa disse que vai reclamar, junto do Governo, “uma rápida resolução” da situação, a qual poderá passar pela requalificação do atual edifício da delegação regional de Beja do SEF ou a transferência dos serviços para as instalações do antigo Governo Civil de Beja. O deputado lamentou também que naquela delegação, que tem a seu cargo 16 concelhos, ou seja, os 14 do distrito de Beja e, para algumas situações, dois do distrito de Setúbal (Santiago do Cacém e Sines), haja “apenas quatro elementos da carreira de investigação e fiscalização” (inspetores), “a que interessa para as ações do SEF”. Trata-se de um número de

inspetores “manifestamente insuficiente” para servir o distrito de Beja, onde, sobretudo devido ao desenvolvimento da agricultura, potenciado pelo Alqueva, “há um movimento de 9 000 a 10 000 estrangeiros”, o que o torna “um dos distritos com mais movimento e permanência de estrangeiros em Portugal”. “Houve da parte do Ministério da Administração Interna e do SEF uma falta de previsão em relação a esta matéria”, disse Luís Pita Ameixa, lembrando que “há muito” que o desenvolvimento do Alqueva estava anunciado e se sabia que podia haver um aumento do movimento de estrangeiros na região. Segundo Luís Pita Ameixa, “ainda há a questão do aeroporto de Beja, que, se passar a ter voos regulares, vai reclamar também a permanência de pessoal do SEF”.


Pedro Passos Coelho, que foi reeleito, no último fim de semana, presidente da Comissão Política Nacional do PSD, obteve, no distrito de Beja, “91 por cento dos votos expressos”, adianta a distrital social-democrata, em comunicado de imprensa. Ainda de acordo com a distrital de Beja do PSD, no distrito, “estavam inscritos nos cadernos eleitorais, em condições de poder exercer o voto, 256 militantes, dos quais participaram e votaram 157”.

CDU promove conferência de imprensa sobre água pública A coordenadora regional da Coligação Democrática Unitária promove na próxima segunda-feira, dia 3 de fevereiro, pelas 11 horas, no Centro de Trabalho de Beja do PCP, uma conferência de imprensa sobre “a água pública, políticas e orientações

governamentais e a posição da CDU”. “A luta contra mais uma privatização em curso num setor estratégico decisivo e a urgente clarificação e ação de todos os que dizem defender a água como bem público acessível a todos está na ordem do dia e exige posições claras”, refere, em nota de imprensa. PUB

Evento é promovido pela câmara e pela ACOS

Feira da Água marcada para março em Beja A primeira Feira da Água vai decorrer em Beja, de 21 a 23 de março, para criar “dinâmica empresarial” junto de vários setores que têm a água como “pano de fundo”, nomeadamente a agroindústria.

P

romov id a p e l a C â m a r a Municipal de Beja e pela associação ACOS – Agricultores do Sul, a feira, para “todos os públicos” e que integra as comemorações dos dias mundiais da Árvore, da Floresta e da Água, vai realizar-se no Parque de Feiras e Exposições da cidade, refere a autarquia em comunicado. Segundo o município, o projeto do Alqueva permitiu, nos últimos anos,

“um conjunto de investimentos que tem contribuído para o desenvolvimento do Alentejo e do País” e, “com base nesta nova realidade”, o município e a ACOS “juntaram esforços” para promover a Feira da Água. Por outro lado, frisa, a água é “um recurso estratégico e estruturante para o desenvolvimento socioeconómico dos países”, mas “sendo um recurso limitado, torna-se necessário protegê-lo, conservá-lo e geri-lo com preocupações ambientais, pois só deste modo será possível garantir, no futuro, os recursos hídricos necessários para o desenvolvimento da economia e da qualidade de vida das populações”. A feira pretende “criar dinâmica empresarial junto dos diferentes

setores de atividade que têm a água como pano de fundo”, nomeadamente o abastecimento de água, a agroindústria, a energia e o turismo, explica a Câmara de Beja. A “principal componente” da feira será a atividade económica, “expressa na participação de empresas associadas ao regadio, aplicação de novas tecnologias e introdução de novas culturas, contribuindo para a reconversão da componente agrícola”, de sequeiro para regadio. Colóquios, exposições, demonstrações de equipamentos e serviços ligados à água, comércio de produtos agroalimentares, tasquinhas, música, animação e equipamentos de diversão para crianças são algumas das ofertas da feira.

12 projetos de iniciativa municipal abrangidos

InAlentejo apoia com 11,4 milhões

A

autoridade de gestão do programa regional InAlentejo assinou na segunda-feira, 27, 12 contratos de financiamento com municípios do Alentejo e Lezíria do Tejo, que totalizam 13,4 milhões de euros de investimento para um apoio comunitário de 11,4 milhões. “São 12 projetos de iniciativas municipais e o investimento médio, por cada um, é de cerca de um milhão de euros”, explicou à Lusa António Costa Dieb, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo. Os projetos abrangem toda a área territorial da região Alentejo e também o concelho ribatejano de Santarém, integrando várias áreas de intervenção. “São investimentos em equipamentos

de coesão local para terminar a requalificação da rede escolar, para recuperação de espaços urbanos ou melhorias em pequenas estradas e reabilitação de algum património cultural”, referiu António Dieb. Segundo o presidente da CCDR, estes “pequenos investimentos” são “muito relevantes” e têm como objetivo “fechar redes municipais em torno deste quadro comunitário de apoio”. “Os municípios iniciaram este tipo de processos há cerca de sete anos e, agora, podem concluí-los com estas pequenas obras. Por isso, são muito relevantes”, disse. A intenção da CCDR foi a de aprovar candidaturas que não implicassem “investimentos muito grandes ou megalómanos”, preferindo apostar

“nestas iniciativas mais pequenas, mas dispersas por todo o território”. “Além de contribuírem para reforçar e consolidar a rede de equipamentos municipais, estes projetos permitem satisfazer ambições das populações locais”, reforçou a CCDR. Este tipo de iniciativas, acrescentou, possibilita também que os municípios “continuem a ter um papel determinante na melhoria da qualidade de vida das pessoas e na qualificação do território”. Dentro de “um mês ou mês e meio”, revelou António Dieb, deverão ser assinados mais contratos de iniciativa municipal, que envolvem ainda “um razoável volume de verbas”, nesta fase final de execução do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

11 Diário do Alentejo 31 janeiro 2014

Passos Coelho obtém 91 por cento dos votos no distrito de Beja


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Desfile de Entrudo de Vidigueira com inscrições abertas

II Festival do Petisco com inscrições abertas O Nerbe/Aebal – Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral tem abertas inscrições para o II Festival do Petisco, que decorrerá, em Beja, entre os dias 4 e 6 de abril. O evento pretende “explorar o universo dos petiscos, promovendo e valorizando igualmente o que lhes

A Câmara de Vidigueira realiza no dia 2 de março o habitual desfile de Carnaval, evento que conta com o apoio da Escola Básica Integrada Frei António das Chagas de Vidigueira, bombeiros voluntários, banda filarmónica, juntas de freguesia, rádio Vidigueira, GNR, Escola Profissional Fialho de Almeida, associações e população do concelho. Os interessados em participar no desfile poderão entregar a sua inscrição até ao dia 25 de fevereiro no Centro Multifacetado de Novas Tecnologias (biblioteca), edifício dos Paços do Concelho e juntas de freguesia.

está associado: a bebida, o pão, os acompanhamentos e também as sobremesas”. Para além do festival gastronómico, o evento incluirá uma feira de sabores com produtos tradicionais (mel, pão, azeite, doces, ervas aromáticas, azeite, vinhos, enchidos, queijos); colóquios/debates sobre a gastronomia regional; workshops e show cooking de

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gastronomia tradicional, bolos e chocolates; mostra de livros de produtos alimentares, receituários e alimentação saudável; concurso dos melhores pratos do festival; lançamento e promoção de vinhos; provas e concursos enológicos; e espetáculos e animações. Os interessados em participar já podem fazer a sua inscrição.

Dark Sky Alqueva no Prémio Ulysses 2014

Céu de Alqueva distinguido internacionalmente O Dark Sky Alqueva conquistou o segundo lugar “do reputado e disputado” Prémio Ulysses, vulgarmente designado por Óscares do Turismo, na categoria de Inovação para Organizações NãoGovernamentais, numa cerimónia realizada no dia 22, em Madrid, e que contou com a presença do secretário de Estado do Turismo, Mesquita Nunes. Os prémios Ulysses são atribuídos todos os anos pela Organização Mundial do Turismo das Nações Unidas, que tem sede na capital espanhola.

C

om o Dark Sky Alqueva, “o primeiro destino do mundo a obter a certificação Starlight Tourism Destination atribuída pela Fundação Starlight” e que abrange os concelhos de Alandroal, Barrancos, Moura, Mourão, Portel e Reguengos de Monsaraz, pretende-se dar à região do Alqueva “uma nova vida ao cair da noite, permitindo ao visitante a fruição deste território sob um céu límpido e

estrelado, deixando-se levar até onde o seu imaginário permitir”, explicam os responsáveis. Recentemente o Dark Sky Alqueva foi também considerado pela Comissão Europeia como caso de inovação e boas práticas, segundo o documento, “Reforçar a competitividade do turismo na EU – uma abordagem para o estabelecimento de 20 casos de inovação e de boas práticas”, e pela revista “National Geographic” como uma das atrações do Alentejo a visitar em 2014. O Programa Dark Sky Alqueva é um projeto “estruturante de desenvolvimento sustentável que visa a implementação da Agenda para a Sustentabilidade e Competitividade do Turismo Europeu” nos concelhos mencionados, procurando, assim, “dar resposta a desafios como a redução da sazonalidade da procura, o impacto do transporte turístico, a melhoria da qualidade do emprego no setor do turismo, a melhoria da qualidade das comunidades face à mudança, minimizar o impacto da utilização de recursos e da produção de resíduos, conservar

e acrescentar valor ao património natural e cultural, possibilitar o gozo de férias a todos e utilizar o turismo como ferramenta no desenvolvimento sustentável global”. Pretende assim “criar um destino onde o motivo de atratividade seja a fruição de um céu estrelado livre de poluição luminosa que permita oferecer ao turista atividades noturnas”. Para desenvolver o Programa Dark Sky Alqueva, a parceria público-privada que coordena o projeto criou o grupo de trabalho Dark Sky Alqueva, “que integra os municípios, empresas do setor do turismo e energéticas, associações e peritos nacionais e internacionais”. Associada ao Dark Sky Alqueva, foi criada a Rota Dark Sky Alqueva, “onde o turista poderá optar por realizar atividades noturnas como passeios pedestres, passeios a cavalo, observação de estrelas, birdwatching, wildnightwatching, entre outras”. A rota inclui unidades de alojamento, de restauração, guias intérpretes e empresas de animação turística que já estão aptos a receber os chamados “astro-turistas”.

Projeto inclui também uma base de dados na Internet

Direção Regional de Cultura do Alentejo vai lançar guia dos recursos artísticos

U

m guia com a listagem dos profissionais de setores ligados às áreas criativas e às artes no Alentejo vai ser lançado pela Direção Regional de Cultura, num projeto que inclui também uma base de dados na Internet. A iniciativa intitula-se Guia-Roteiro dos Recursos Artísticos do Alentejo e a edição impressa deverá ser lançada “entre março e abril”, revelou à Lusa Helena Rocha, da Direção Regional de Cultura. “Este projeto nasce da necessidade de partilhar com toda a região e com os artistas as profissões que são afins das áreas criativas e das artes, para que se sabia o que existe no Alentejo”, explicou. O trabalho, que arrancou no final de 2012, a cargo da referida direção e da empresa Categoria À Parte, inclui também uma base de dados on line, em www.artealentejo.org, que já conta com “perto de 400 entradas”.

A motivação, segundo Helena Rocha, foi a de suprir necessidades detetadas na região, por parte dos artistas e estruturas culturais que escolhem o Alentejo para realizar projetos ou residências artísticas. “As residências artísticas têm aumentado no Alentejo, assim como as estruturas culturais que escolhem a região para se fixar. Mas, se não conhecem alguém no terreno que faça algum serviço ou que lhes forneça uma matéria-prima ou recurso artístico, torna-se muito difícil finalizarem o projeto”, disse. Daí que, até porque “algumas profissões não estão bem divulgadas”, tenha surgido a ideia deste inventário para “facilitar o trabalho artístico e de criatividade de quem procura o Alentejo para as artes”, sublinhou. O trabalho, numa primeira fase, assentou nos dados fornecidos pelas

câmaras municipais de toda a região, seguindo-se um levantamento efetuado no terreno, concelho a concelho. Agora, até 16 de fevereiro, todos os profissionais e empresas interessados em constar do guia em papel podem inscrever-se voluntariamente no projeto, acedendo à página de Internet do mesmo. O inventário vai incluir informação sobre fornecedores de serviços para galerias, museus, recursos autárquicos na área das artes plásticas, cooperativas e associações, empresas, artesãos, designers e profissionais dos setores da comunicação e divulgação, entre outros.“É todo um rol de profissões necessárias para as áreas artísticas, por exemplo um ferreiro, um carpinteiro, alguém que faça figurinos ou uma empresa que possa fornecer matéria-prima para uma escultura”, indicou Helena Rocha.


concorrentes a estabelecerem “pontes” com a Mina de São Domingos. Cada participante pode concorrer com um limite de duas fotografias originais e datadas no máximo do ano de 2012, as quais deverão ser entregues, junto com a ficha de inscrição, na Casa do Mineiro, na aldeia de Mina de São Domingos. As fotografias apresentadas a concurso serão expostas no cineteatro de Mina de São Domingos e há prémios de 500, 200 e 100 euros, respetivamente, para os 1.º, 2.º e 3.º classificados.

13 Diário do Alentejo 31 janeiro 2014

Os interessados podem concorrer até ao dia 20 de maio à edição deste ano da Bienal de Fotografia Maurício Vargas, promovida pela Fundação Serrão Martins, de Mértola, para valorizar e divulgar o património da Mina de São Domingos. Segundo a Câmara de Mértola, o tema da bienal é a relação entre o homem e o património histórico, ambiental e a cultura no contexto da indústria mineira e, embora não seja condição obrigatória, a organização desafia os

JOSÉ FERROLHO

Abertas inscrições para bienal de fotografia de Mértola

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Gourmand World Cookbook

Obras de Maria Antónia Goes distinguidas Os livros O Alentejo à Mesa e O Porco, com sua Licença, da autoria da alvitense Maria Antónia Goes, foram distinguidos no âmbito dos Gourmand World Cookbook, nas categorias Best Local Cuisine Book e Best Single Subject Cookbook, respetivamente.

D

e acordo com a Colares Editora/ Feitoria dos Livros, “com o prémio Best Local Cuisine Book para O Alentejo à Mesa é privilegiada a riqueza gastronómica da região e com o prémio temático atribuído a O Porco, com sua Licença – Best Single Subject Cookbook – é dado o merecido protagonismo à base ancestral da ali-

mentação no Alentejo, por conseguinte à sua importância na economia, posteriormente na industrialização”. A Colares Editora salienta ainda que a autora, com quem colabora “há longos anos”, tem “dedicado grande paixão à investigação e à divulgação do património gastronómico – com particular incidência no Alentejo – valorizando a importância cultural desta região. Da Cozinha Tradicional do Alentejo (4.ª edição) à Doçaria Tradicional do Alentejo, à recolha das contribuições gastronómicas de autores consagrados na literatura portuguesa, como Eça de Queirós e Fialho de Almeida, à memória dos sabores da infância, juntam-se os labores que as produzem, cativando a leitura e associando

os leitores à sua inata experiência de cozinhar e reabilitar as receitas, resgatá-las da memória dos tempos e recompô-las na festa da mesa. A característica mais marcante da sua obra é refletir uma vivência, ampliada com muita investigação e trabalho”. Maria Antónia Goes, licenciada em Arquitetura pelas Belas Artes de Lisboa, é uma das mais importantes divulgadoras da cozinha do Alentejo. Na sua bibliografia contam-se mais de duas dezenas de títulos, entre eles A Cozinha Tradicional do Alentejo – a memória dos temperos, À mesa com Fialho d’Almeida – um tratado de cozinha alentejana, A Cozinha da Caça ou Doces e Bolos do Alentejo. NP

Projeto arqueológico da Idade do Bronze

Outeiro do Circo estabelece parceria com Centro Hércules

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projeto arqueológico do Outeiro do Circo, que tem como principal objetivo o estudo e divulgação do povoado fortificado da Idade do Bronze do referido outeiro (Mombeja/Beringel), anunciou uma nova parceria de investigação com o Centro Hércules da Universidade de Évora “para o desenvolvimento de diversos estudos de arqueometria ao longo de 2014”.

“Os trabalhos analíticos incidirão sobre materiais líticos e cerâmicos recolhidos nas escavações efetuadas no Outeiro do Circo entre 2008 e 2013, para além de outras ações relacionadas com a investigação no terreno”, explicam os coordenadores do projeto, Miguel Serra e Eduardo Porfírio. A equipa do Centro Hércules será coordenada por António Candeias (químico de superfícies) e José Mirão

(mineralogista/geoquímico), respetivamente diretor e diretor-adjunto, e conta com o apoio de Carlo Bottaini (arqueólogo), para além de outros investigadores e bolseiros a integrar no âmbito das diversas especialidades. “Estamos seguros da importância desta parceria para o desenvolvimento futuro do conhecimento científico sobre o Outeiro do Circo”, concluem Miguel Serra e Eduardo Porfírio.

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Diário do Alentejo 31 janeiro 2014

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Sem vontade de procurarmos o bem comum, o bem do País e do nosso povo, pondo isso acima dos interesses partidários e de grupos, não conseguiremos sair de cabeça erguida da presente crise, sem vendermos a nossa dignidade e nos dobrarmos perante os poderosos, sejam eles o poder económico e financeiro ou os países ricos. D. António Vitalino, “Notícias de Beja”, 23 de janeiro de 2014

Opinião

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Na UNIVERSIDADE SÉNIOR DE ALJUSTREL está a funcionar um grupo de teatro notável. Um elenco totalmente constituído por pessoas de idade avançada que levam para o palco os ensinamentos de toda uma vida. É mais uma boa iniciativa, de todo louvável, numa das regiões mais envelhecidas da Europa. E onde as autarquias, cada vez com menos meios, vão ainda segurando as pontas das ditas funções sociais do Estado. PB

Aquilo que é crime [exploração de pessoas nos olivais] deve ser punido e se, eventualmente, existem grandes problemas humanos neste aspeto, as autoridades têm de atuar. Mas outra coisa é denegrir o setor! E há uma insistência e um sensacionalismo de alguma comunicação social relativamente a esta situação. Manuel Castro e Brito ao “Correio Alentejo”, 24 de janeiro de 2013

A vida é um cogumelo verde

Memórias da I Grande Guerra…

O novel governador

Bruno Ferreira Humorista

Domitília Diogo Soares Investigadora

Jorge Barnabé Empresário

A P E

ndré, a vida não é só brincadeira” disse eu, esta manhã, ao meu filho mais velho durante a viagem de carro para a escola. “A vida é um cogumelo verde”, respondeu-me ele. A frase cravou-se-me de imediato porque, para além de esteticamente equilibrada e artisticamente bonita, encerra um vasto conjunto de interpretações filosóficas. Isto pondo desde logo de parte a possibilidade do meu filho de sete anos estar sob o efeito de algum cogumelo psicotrópico com poderes alucinogénios. Mas segundos depois acrescentou: “No jogo do Super Mário, quantos mais cogumelos verdes apanhares, mais vidas tens”. E assim caiu-me por terra a secreta esperança de, naquele momento, estar a levar à escola um profundo conhecedor da essência da nossa existência que, para além do mais, ainda fazia troça do meu sermão de pai, atirando-me displicentemente metáforas complexas como quem dá pão aos patos do lago. “A vida é um cogumelo verde. E quantos mais cogumelos apanharmos, mais vidas temos.” Talvez a afirmação do André não ande demasiado longe da verdade. A vida é um estado periclitante que nos faz, permanentemente, ter de nos equilibrar, como se num arame, para aí nos mantermos – vivos – e não cairmos para nenhum dos lados – morrermos –, situação que parece bem mais provável e natural do que ficarmos muito mais tempo, todo o tempo, equilibrados no arame. Quantos mais cogumelos verdes apanharmos, mais vidas temos. Mais tempo nos agarra ao arame. O problema é que não sabemos onde apanhar os cogumelos, nem quando nos iremos cruzar com eles ou, ainda mais difícil, quais são os cogumelos que devemos apanhar. Porque como é sabido os cogumelos podem ser muito traiçoeiros. E há quem se desequilibre fatalmente com o cogumelo errado. É difícil, esta arte, ou sorte, de apanhar os cogumelos, e ainda para mais os certos. Ao menos os gatos sabem que têm sete vidas, nem uma a mais, nem uma a menos. E isso permite-lhes fazer uma gestão muito mais acertada durante o tempo em que cá andam. Talvez por isso tenham aquele ar pachorrento de quem não tem pressa, e que faz o que quer quando bem lhe apetece. Ao contrário de nós, pessoas, que andamos às cabeçadas uns com os outros, como baratas tontas, sem nos lembrarmos de que podemos estar a ficar sem cogumelos verdes. Entre tantos casos - mais os nossos queridos – estes foram alguns que, no ano que acabou de passar, just run out of mushrooms: Hugo Chavez, presidente da Venezuela; Margaret Thatcher, antiga primeira-ministra britânica; Lou Reed, fundador dos míticos Velvet Underground; Paul Walker, ator; Nelson Mandela, antigo presidente da África do Sul, Peter O’Toole, protagonista de Lawrence da Arábia. E há dias o grande Eusébio. Todos ficaram sem cogumelos verdes. E lá se desequilibraram. Game Over. Por isso já sabe, caro leitor. Esteja atento aos cogumelos que se lhe atravessarem na vida. Aos verdes, pois claro. Porque até mesmo o grande Eusébio, apesar de vermelhão Benfica, tinha lá um espacinho verde no seu coração. Percebo perfeitamente que não o pudesse admitir. Foi com as riscas verdes e brancas e um leão na camisola que começou a espalhar o seu encanto com a bola. Não resisti. Este é o meu sportinguismo agudo a prestar homenagem ao grande Pantera Negra. A quem faltou mais um punhado de cogumelos verdes. Que bem lhe teriam sabido. A ele e a todos nós, por podermos continuar a tê-lo por cá.

or ocasião das comemorações dos cem anos da I Grande Guerra (1914-1918) são várias as iniciativas que estão em curso para recordar esta data. Entre debates, conferências, documentários, há um interesse manifesto por esta guerra que, no início do séc. XX, lançou as bases de um novo mapa europeu. No final deste mês, ou seja, dia 30, o Instituto franco – português, promove, em Lisboa, uma conferência sobre o Centenário da Grande Guerra e, no dia 31, haverá a projeção de um documentário acerca de “Portugal nas trincheiras”. Em França, em colaboração com outras entidades regionais, o Instituto Nacional de Informação Geográfica e Florestal acabou de editar um mapa em que são assinalados os principais locais do conflito, memoriais, cemitérios, etc., num apelo ao desenvolvimento do turismo da memória… naquele país. Nas trincheiras da Flandes sofreram e morreram muitos dos jovens do nosso País, numa guerra para a qual não estavam preparados. Para muitos deles nem houve regresso a casa. Outros voltaram com sequelas irreversíveis, devido aos gazeamentos que ali sofreram. O Alentejo teve uma representação considerável nesta guerra. Muitos dos jovens militares alentejanos de então integraram as fileiras do CEP – Corpo Expedicionário Português. O quartel de Elvas era a porta de saída para a guerra. Um dos participantes nesse conflito foi o meu avô Maurício Diogo, natural de Baleizão, soldado n.º 598, do Regimento de Infantaria 17.º, 3.º Batalhão, 12.ª Companhia. Este jovem que integrou o CEP, participou nesta guerra quer em campanhas em África (Angola) quer na batalha de La Lys. Embarcou para França, em 8 de agosto de 1917, onde foi feito prisioneiro de guerra e desaparecido em combate durante a batalha de La Lys, em 9 de abril de 1918. Após esta batalha, a notícia que chega a Baleizão, comunicada pelas autoridades locais, foi a do seu “desaparecimento em combate”. Mas quer os seus familiares, quer a sua namorada (a minha avô Laura) interpretaram-na como sendo a notícia da sua morte. Perante tal facto vestem-se todos de negro (como era usual naqueles tempos) para, durante largos anos, fazerem o luto do seu ente querido. A vida, porém, é surpreendente! E o meu avô Maurício ao regressar inesperadamente a Baleizão (com a barba por fazer, chegando quase à cintura) é confrontado com uma família destroçada e enlutada que chorava a sua morte. A tristeza rapidamente se transformou em alegria, se bem que ensombrada pelo desaparecimento de alguns baleizoeiros (são pelo menos dezasseis, os inscritos na Liga dos Combatentes – Núcleo de Beja) seus companheiros nos campos da guerra, dos quais não havia notícias. Muitas das histórias desta guerra ouvi-as, atentamente, durante a minha meninice, em Baleizão, sentada nos joelhos deste homem, de estatuto mediano, olhos azuis, irradiando uma doçura que suavemente iam entristecendo perante memórias dolorosas de um tempo e de dois territórios (Angola e França) que marcaram amargamente sua vida (e a minha, por que não confidenciá-lo aos nossos leitores?!) para sempre… Uma palavra de gratidão e homenagem para os jovens portugueses de então e, particularmente, para os jovens alentejanos que, com tanto sofrimento e sacrifício, sofreram na pele as atrocidades desta guerra, que ficará para sempre inscrita na nossa história e nas nossas memórias…

stão a tornar-se comuns as visitas institucionais de membros do Governo e de outros dirigentes de topo da administração pública a convite do deputado em exercício do PSD, Mário Simões, também conhecido como presidente da Distrital do PSD. A mais recente foi a do presidente da ANPC – Autoridade Nacional de Proteção

Civil. E o que parece ser ingénuo não o é. O que aparenta ser correto é um atentado à normalidade. Uma promiscua relação entre Estado e interesses partidários. Um desvio na separação de poderes. E dos interesses. Quando o Governo tomou posse em julho de 2011 a sua bandeira de propaganda contra o despesismo do Estado – e que ficou por aí – foi a extinção do cargo de governador civil. Essa “figura obsoleta” que encarregava os cofres do Estado. Sem funções uteis no funcionamento do Governo com os agentes da sociedade provinciana. Pois bem, eu, que contestei essa decisão governamental por considerar a necessidade e a importância do governador civil na defesa dos interesses comuns do Estado e das regiões, reconheço agora que, igual a si próprio, o governo acabou com os governadores civis não tendo dissolvido a possibilidade de exercício da função. E ei-lo sombrio, na figura do novel governador Mário Simões. Se não vejamos: que legitimidade tem o deputado em exercício do PSD de convidar membros do Governo e altos dirigentes do Estado para validação e corporização da sua agenda político-partidária? Que razões terão os convidados para aceitarem tais convites, vindos de um mero deputado com exclusivo interesse partidário? Sabemos uma coisa: todos dependem do poder vigente. Mas ficamos a saber mais: para um determinado género de políticos a confusão entre Estado, poder e partidos não existe. Tudo é servido no mesmo prato. E a moral e a ética são pregões demagógicos. Porque na prática podem abusar das instituições. Que me lembre nunca assisti a nada igual. E mais: se outros ousassem fazer o que Simões faz, caía “o Carmo e a Trindade”. Com grande estrondo! Ora, imaginemos que a situação é normal. Legítima e democrática. Se o fantasiarmos nasce a curiosidade de adivinhar como é que os mesmos governantes e altos dirigentes do Estado corresponderiam aos convites de Luís Ameixa e de João Ramos, eleitos pelo PS e pela CDU. É fácil de adivinhar, certo? E aqui reside o abuso. O privilégio. A desigualdade. A desfaçatez. Desconheço se os outros deputados do PSD no País se comportam de igual modo. Mas sei que o mau exemplo dos abusos de Mário Simões é razão suficiente para entender que o estado a que isto chegou é deplorável. E que desacredita a representatividade nobre que o eleitorado de direita merecia e não tem. Uma vez escrevi que o próprio não deve ser levado a sério. Mas os seus abusos e distorções do regime têm que ser considerados. Seriamente! Os artigos de Jorge Barnabé são publicados em simultâneo em www-alentejoemlinha.pt e no “Diário do Alentejo”.


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A situação na UCRÂNIA está a ferro e fogo. Nesta edição do “DA” fazemos um retrato daquele país através de relatos de cidadãos ucranianos residentes em Beja. Mas a grande curiosidade desta revolta popular tem a ver com a própria Europa. Pela primeira vez desde a sua refundação que um povo luta nas ruas pelo direito à integração no espaço comum. E só isto deveria levar os líderes comunitários a deitar uma mão a quem estende a sua. PB

Há 50 anos Conselhos às senhoras que prezam a elegância

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os anos sessenta do século XX, o “Diário do Alentejo” publicava regularmente uma “Página da Mulher”, em geral na página 2. Na edição de 30 de janeiro de 1964, o espaço incluía poesia, pequenos conselhos, algumas receitas (“Sopa de tomate á italiana”, “Omoleta de camarão”, “Bolos pobres”, “Penhascos” e “Pudim delicioso”), um artigo sobre “A importância do sal na alimentação humana”, “De tudo um pouco” e mais dois ou três textos. A abertura, sobre moda, fazia o elogio do preto e dirigia-se “ás senhoras que prezam a sua elegância”. Assim: “Vai longe o tempo em que o preto apenas era usado como luto, simbolizando a tristeza e a saudade pelas pessoas desaparecidas. Presentemente, tudo se modificou e assim o preto equipara-se em beleza a qualquer tom colorido, originando as mais interessantes ‘toilettes’, dignas de se apresentarem a qualquer hora. É, pois, sem dúvida, pelo seu valioso aspecto, quer seja num casaco, vestido ou conjunto de duas peças, que o preto tem um lugar de destaque, dando á ‘toilette’ uma verdadeira nota de chiquismo e atracção. (…) Por vezes, os vestidos em preto são enfeitados de uma maneira criteriosa com adornos em cores, o que exige certa e determinada mestria na colocação dos enfeites, para que a ‘toilette’ prime em elegância e leveza. (…)”. Essa “Página da Mulher” inseria também um curioso escrito que desvendava o mistério da invenção do fecho-éclair: “O nome ‘Fecho Éclair’ é marca registada, propriedade exclusiva da sociedade que usa este nome. Foi um tal Whitecomb Judson que encontrou o princípio, procurando poupar a sua mulher ao penoso problema de apertar a cinta. Porque isto se passava em 1891. Judson registou a sua invenção por ocasião da Exposição de Chicago, em 1893. Depois, com um jovem advogado, Lewis Wakler, fundou uma sociedade, Universal Fastener Company, com o fim de aperfeiçoar a invenção e de arranjar máquinas capazes de fabricar os fechos com precisão. Em 1905, não tendo conseguido nenhum resultado concreto, chamaram um engenheiro sueco, Cideaão Sundback, que durante longos anos, por sua vez, se entregou a procuras. Por alturas de 1912, Sundback encontrou por fim um modelo satisfatório, aquele que conhecemos hoje. Em França, a sociedade ‘Fermeture-éclair’ foi criada há trinta anos em Ruão. Emprega hoje mais de 800 operários, que fabricam 500.000 metros de fecho por mês. Na América é a ‘Tolon’ que explora os registos Sundback e em Inglaterra a ‘Lighting Fastener’.” Carlos Lopes Pereira

Na passada semana aconteceu mais um violento assalto numa pequena aldeia perto de Beja. Os criminosos acabaram por não levar qualquer tipo de valores da residência. Mas a VIOLÊNCIA aplicada no assalto é de uma grandeza que não deixa de preocupar. É importante que as autoridades, nomeadamente a GNR, disponibilizem mais meios para patrulhar os montes e os pequenos povoados rurais. PB

15 Diário do Alentejo 31 janeiro 2014

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A parvoíce dos políticos e seus governos que “mandam” nesta geringonça chamada Portugal (após 1974), em relação às figuras a “deitar” no Panteão para eterno descanso, é tal e tanta que chega a cansar o cidadão comum. Joaquim Palminha da Silva, “A Defesa”, 22 de janeiro de 2014

Cartas ao diretor A Ovibeja Dias Horta Beja

De déu em déu, aventurando-se por caminhos que atravessam Seca e Meca, a Ovibeja conquistou os seus próprios pergaminhos, com os quais se fez grande. A Ovibeja é hoje a moderna feira do Alentejo. Meu Alentejo lindo, que já não ficas para trás chorando como antigamente, hoje fazes parte do pelotão da frente. Honrando os seus habitantes, galanteando os seus visitantes, esta é a grande feira do Alentejo que tem como palco a cidade de Beja. Entretenimento, cor e alegria, negócios e cultura e ainda mesclas de nostalgias que um grupo coral nos faz lembrar, cantando. E vais mostrando a toda a gente como o Alentejo é grande e a sua cidade capital, a enorme alma desta terra, o maior canto de Portugal. Oh minha cidade de Beja e quem de ti falar não deve esquecer o teu imponente e altaneiro castelo, ao qual um dia Miguel Torga subiu e disse que da sua torre se avistava um País inteiro e o poeta Mário Beirão escreveu: Castelo de Beja, subindo lá vais, tu fazes inveja às águias-reais.

O Estado Hugo Silva Carulo Beja

O que é o Estado? Se para alguns é o Estado uma nação politicamente organizada com intuito de regulamentar a sociedade e proteger os seus concidadãos, para outros, será, uma estrutura que nos descomanda e cuja base assenta no confisco. Inicialmente era premissa do Estado a valoração dos princípios democráticos, tais como: liberdade, igualdade e fraternidade. Todavia, nos tempos hodiernos, resume-se o Estado – infelizmente -, a uma embarcação de corsários, dirigida um por um conjunto de “tripulantes” de duvidosa reputação, que pratica saques e pilhagens, com força de Lei, em proveito próprio. Contudo, o surgimento desta nova realidade de Estado deve-se de entre outros arautos, aos energúmenos que nos administraram e nos continuam a administrar. Se antes, ser político era sinónimo de respeito, justiça, humildade, igualdade, hoje é, - salvo honrosas execpções - sinónimo de incompetência, interesse, vaidade. Quando saliento, “…de entre outros…”, também, nós – onde obviamente me incluo -, somos culpados pelo sucedido. Seja por ação, seja por omissão. No que à primeira concerne, por votarmos constantemente em partidos e não nas pessoas.

Continuam as máquinas partidárias a serem mais apetecíveis para alguns - geradora de tachos - se me faço entender. No que à segunda concerne, quem se aliena do conhecimento da vida política, não deve criticar nem tão pouco opinar, pois que não laçam mão do direito-dever do qual são detentores, o direito de voto. Contudo, e pese embora este reparo, não é o Estado, pessoa de bem! Já Nietzsche expressava: “O Estado é o mais frio de todos os monstros frios; mente friamente e eis a mentira que escorrega da sua boca: “Eu, o Estado, sou o Povo.”

Cartas M.M. Matos Beringel

Caro diretor: Já não é a primeira vez que depois de ler um editorial seu me apetece escrever-lhe. Até já tenho tentado, às vezes, mas acho aquilo que escrevo tão “chocho” e desenxabido que acabo por não escrever tudo o que penso, e sinto e ponho de lado e não lhe mando nada… Vamos ver se hoje consegue ser diferente! Mais uma vez o seu editorial me “bateu”, me comoveu, mexeu comigo. É que eu dantes era uma grande “escritora” e recebedora de cartas!... Adorava escrever e receber as respostas dos amigos e conhecidos. Com o passar do tempo e com a banalização dos telefones tudo isso se foi perdendo. E já não falo das novas tecnologias a que, por preguiça, indiferença e alguma “alergia”, até, não estão ao meu alcance. Mas voltando às cartas – como era bom escrevermos o que nos vinha à cabeça, verdades e imaginações, notícias, “fofocas”, enfim, assuntos de família, coisas banais ou desabafos profundos!. E as “cartas” e os “carteiros” como eram importantes na vida de todos nós! Namorava-se por carta, comunicava-se por carta, boas ou más críticas, etc.. Até aos meus filhos adolescentes, quando não conseguia, de todo, penetrar no mundo deles, eu escrevia uma carta com as minhas opiniões, as minhas críticas, os meus ”conselhos” e acima de tudo, com as minhas preocupações de mãe e muito, muito amor! (deixava-as na mesa de cabeceira). Hoje há uma indiferença, um “deixa andar”, fala-se ao telefone, ao telemóvel (é verdade, também tenho um), mas não é a mesma coisa, é tudo frio, mecânico, não há o calor da escrita, porque a escrever, muitas vezes, dizíamos coisas que não éramos capazes de dizer cara a cara, olhos nos olhos. Dantes eu achava que tinha mesmo facilidade de escrever, do que falar, hoje acho que já falo demais, falo pelos cotovelos, perdi a “vergonha” e a idade vai-me permitindo, às vezes, dizer o que sinto ou penso, embora não escreva já praticamente a ninguém (estatuto de velha).

Perdi muito, mas não ganhei grande coisa em trocar. Minhas belas cartas da adolescência, de juventude, de jovem adulta, perdia-as pelo caminho (da tecnologia?) e em troca apenas me resta muito pouco, quase nada, uns desabafos furtuitos, às vezes à pressa (porque será que agora temos sempre pressa?...) enfim, nada que valha a pena ou compense a velha carta perdida no tempo e na distância. Pergunta você: o que é feito de nós? O que nos aconteceu. Não sabemos, não conhecemos a resposta. Fomos engolidos pela voragem do tempo, fomos ficando para trás no caminho que hoje temos dificuldade em percorrer A idade, as “artroses” e as mazelas de alma, tudo isso nos afeta e modifica um pouco. Mas no fundo de nós mesmos acho que ainda há aquela doce nostalgia do tempo em que escrevíamos e recolhíamos uma carta de amor, de amizade, de ternura… Se me decidi a enviar-lhe esta carta, irá como saiu, sem emendas, pois se não for assim, mais uma vez, não passará de um desabafo e acabará no lixo. Um abraço amigo de simpatia e até sempre.

Recordando Camões José Silva Aljustrel

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades: Isto a propósito do Papa Francisco (George Bergoglio) natural da Argentina. O povo argentino, por mais propaganda que façam à sua volta, não esquece o seu passado. Tem conhecimento das relações tensas com os governos progressistas de Néstore e Cristina Kirchener. Nessa altura, então cardeal arcebispo, foi mesmo acusado pelo presidente de ser o verdadeiro representante da oposição. Associações anticapitalista como, por exemplo, “As mães da praça de recreio”, insistem na cumplicidade de Bergoglio com a ditadura militar Jorge Vidéla, o que tem causado mais preocupação e incómodos ao Vaticano. No momento atual também esta tenta branquear estas situações, querendo dar outra imagem. Naturalmente que o Papa Francisco é um homem como outro, ser o salvador da humanidade. Ele está ao corrente da situação e os acontecimentos no mundo. Cada vez mais miséria, morrem todos os dias à fome milhares de seres humanos no mundo, motivado tudo pela ganância do Homem. Não basta as mensagens em teoria, que estão certas, mas na prática estão cada vez mais agravadas as condições humanas. Sou um homem de fé, acredito nos homens, que um dia acabarão por se entenderem, esse é o milagre que todos esperamos.


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Gosto de representar, de sentir novas reações. Ao mesmo tempo estou a analisar-me a mim mesma, porque há coisas que eu desconhecia dentro de mim”. Hermínia Lopes

Reportagem

Alunos da Universidade Sénior de Aljustrel formaram grupo

Teatro depois dos 50 Oito atores, homens e mulheres, que só experimentaram a arte de re-

U

ma plateia sem ninguém que a preencha. Vazia, porque é segunda-feira e não há espetáculo a registar. As luzes do palco ligadas para alumiarem menos de duas mãos cheias de homens e de mulheres. Todos acima dos 50 anos. Abaixo desta faixa etária só mesmo a professora do Grupo de Teatro da Universidade Sénior de Aljustrel. Ângela Santos, cabelo loiro e olhos azuis, grandes, e que se arregalam consoante a intensidade das palavras. “A expressão tem de ser natural, não precisamos de forçar nada”. Ângela fala com Maria José Matos. Os colegas abreviam-lhe o nome, não por uma questão artística, mas por hábito. “Zézinha”, é assim que todos a chamam. Apresenta-se de casaco vermelho, que combina com as botas da mesma cor e ainda com o pano do palco. Do palco que pisou pela primeira vez este mês. “Se me dissessem que com 55 anos ia fazer teatro não acreditava. Há seis meses atrás diria redondamente que não. Não me estava a imaginar a pisar um palco”. Mas é real. Maria José Matos, acompanhada de mais sete colegas, experimentaram a arte de fazer teatro, e todos depois de terem passado a casa dos 50. Um grupo de oito pessoas que só chegou ao teatro, porque optou por não ficar em casa, por participar ativamente, após o desemprego, a reforma, entre outras situações. A promoção do ensino não formal, através da atualização de conhecimentos sobre diferentes matérias, ou não fosse este também um dos objetivos da universidade sénior. Abreviando: a aprendizagem ao longo da vida. “Zézinha” recorda que quando entrou em palco estava nervosa. Não é de estranhar. A sala, que agora se apresenta vazia, estava cheia. “Sentia um tremedouro numa perna. Pensei que ia acabar com o trabalho dos meus colegas e da professora. Depois consegui controlar-me e saiu”. A aventura, essa, começou porque estava desempregada e farta de estar em casa. Assistiu, no ano passado, a um ensaio e não hesitou. Ficou, passou a frequentar as aulas de teatro, enquanto aluna da Universidade Sénior de Aljustrel. O pano corre e os guiões ficam de lado, as falas estão mais do que memorizadas. A peça, as “Rainhas Magas”, uma adaptação do conto de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, “Natal! Natal!”, que estreou pela altura dos Reis, ainda não lhes saiu da cabeça. Repetem-na no ensaio, antes que partam para uma nova. Em jeito de despedida. O futuro reserva-lhes o “Auto da Barca do Inferno”, da autoria de Gil Vicente.

presentar, de fazer teatro, depois de ultrapassarem a faixa etária dos 50. Escolherem envelhecer ativamente, participando, saindo de casa. Inscreveram-se na Universidade Sénior de Aljustrel e constituíram um grupo. Um grupo de teatro. Desempregados e reformados no mesmo palco, porque nunca é tarde para fazer, para aprender. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

Os casacos despejam-nos sobre as cadeiras. Desta vez não têm cenário, nem tão pouco as vestimentas que envergaram pela altura da apresentação. É dia de ensaio, de aula. E a manhã, cinzenta lá fora, é preenchida com as risadas que ecoam do lado de cá, dentro do auditório da biblioteca municipal. A peça começa com a entrada em cena de Gaspar, ou melhor, de Francisco Parreira, outro dos atores do grupo. Francisco Parreira sai de trás do pano, ainda antes de a música começar. Volta atrás e repete novamente. Apresenta-se já depois em palco na pele de Gaspar, ensonado, a falar sozinho. “Não consigo dormir, esta ansiedade dá cabo de mim”, profere encarnando a sua personagem. Francisco Parreira, 66 anos, enverga uma camisola azul-escura e com riscas, no dia da

apresentação da peça vestiu um manto e na cabeça ostentou uma coroa. “Fui bancário, fui sindicalista. Achei que era a maneira de ocupar o tempo e de, ao mesmo tempo, fazer com que outros também o ocupassem. Alguém tem de dar o pontapé de saída. E dei em diversas aulas da universidade, tal como no teatro”, orgulha-se. Sempre privilegiou o convívio e houve, inclusive, quem o incentivasse a embarcar nesta arte de fazer teatro, já depois de reformado. “Toda a gente dizia que eu tinha jeito, porque normalmente conto anedotas e tenho sempre uma resposta para qualquer pergunta. Como tinha tempo e queria ocupá-lo achei por bem vir”. Veio e, neste momento, não tem dúvidas. O teatro dos seniores está de pedra e cal. Francisco Parreira volta a encarnar a sua personagem. “Vejam só que todas as noites

vejo uma estrela que cai do céu, desce até mim e fala comigo. Algo me diz que preciso de ir a um psicólogo”. Quem dá, por sua vez, vida a esta estrela é Hermínia Lopes, 55 anos feitos, cabelo curto, e maioritariamente vestida de cores escuras. “Tem sido uma lição de vida. Para mim tem sido uma terapia”. O gosto de representar, porém, nem sempre soube que o tinha. “Isto foi uma descoberta nova. Nunca tinha tido esta oportunidade. A vida era casa trabalho e trabalho casa”, confessa Hermínia.“Gosto de representar, de sentir novas reações. Ao mesmo tempo estou a analisar-me a mim mesma, porque há coisas que eu desconhecia dentro de mim”. E só chegar a atriz depois dos 50 tem que se lhe diga? “Não pensamos nisso. Não pensamos ser atrizes. Ao fim e ao cabo estamos a representar o dia-a-dia. A vida não passa de uma representação. Tenho dito sempre: umas vezes sou a Hermínia patroa, outras sou a Hermínia empregada. Sou a Hermínia qualquer coisa”. Já o rei Baltazar é interpretado por Carlos Carvalho, 65 anos, e eis que chega a hora de se apresentar em palco. “Nunca tinha feito teatro na vida, mas sempre achei que era capaz de ter algum jeito para o fazer e queria experimentar”. Numa das suas falas, enquanto Baltazar, profere: “Existe algo que nos incomoda e


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Maria da Conceição Parreira Vereadora da Câmara Municipal de Aljustrel

precisamos de partilhar toda esta emoção”. O ensaio tem uma paragem e Carlos Carvalho deixa a personagem de lado e senta-se para partilhar, ele, o que lhe vai na alma. “Eu, por exemplo, sou dependente de televisão. Se ficasse em casa estava a ver televisão. E os outros, que não estão em casa a ver televisão, estão no café. E aqui sempre se aprende alguma coisa, transmitimos os nossos conhecimentos, recebemos os conhecimentos de outros, convivemos. Aqui ganhase tempo, não se perde tempo”. “Se não se importam saiam desta zona, para eu começar a limpeza”. Esta é uma das deixas da governanta, interpretada por Elvira Matias, que completa agora, por estes dias, 71 anos. “Sentada numa cadeira e olhando para a televisão estou à espera da doença do Alzheimer. Foi por isso que vim para a universidade, para o teatro”. A princípio teve receio de não conseguir decorar os textos. Mas os medos, esses, também aprendeu a ultrapassá-los. Como? Tentando, uma e outra vez. “Não desisti. Continuei. Ainda hoje acordei às seis da manhã e meti-me a dizer o texto. Sabia-o todo”. Já tinha feito teatro alguma vez? “Teatro? A vida foi sempre trabalhar”. Em cena faltam ainda Graciete Bernardino, que interpreta Gasparina, Cidália Fernandes, que dá vida a Leonor, e Luís Estebaínha, o rei em falta, nada mais, nada menos, que Belchior. Graciete solta uma risada, enquanto vislumbra a cena interpretada pelo seu colega Luís, que enverga uma boina preta e veste uma camisola de capuz azul. A professora manda parar a cena. Sobe ao palco e pede para que repitam, uma e outra vez. Pede para que se posicionem de maneira diferente, para que quando Luís aponte os colegas olhem para onde Luís está a apontar.

Repetem, uma e outra vez. Quantas forem necessárias. E riem, riem muito. Graciete Bernardino, 70 anos, de óculos vermelhos na face, recorda: “Nunca pensei subir a um palco. Agora digo para mim: valeu a pena chegar aos 70 anos”. Em casa perde a conta às vezes que ensaia os textos, para que nada lhe falhe. “Nos dias antes da apresentação da peça não dormi. Ou melhor, dormi com os personagens. Cheguei a dizer ao meu marido: ‘Esta noite tu não percebeste mas as personagens estiveram todas aqui connosco’. Levei a noite a dizer o texto, a ver se não me enganava. E correu tudo bem”, orgulha-se. Cidália Fernandes, 65 anos, reformada, também nunca tinha feito teatro, mas sempre gostou de assistir ao teatro feito por outros. “Este ano vim ver e fiquei, porque acho que isto é uma terapia. Acho que me fez muito bem, porque quando uma pessoa está assim mais ‘caída’ isto ajuda, e muito, a mim ajuda-me”. Aconteceu. É assim que Cidália Fernandes explica o facto de encarnar personagens.“Nunca pensei conseguir fazer este pequeno papel, espero continuar, assim a cabeça me permita, que ela já vai ficando cansada”. “Posso dizer que fazemos o teatro antes de o apresentarmos. Divertimo-nos muito. Acho que nos divertimos primeiro que o público”. E Belchior? Já está em palco a fazer exercícios matinais. Baixa-se, levanta-se, braços acima, braços abaixo. Um verdadeiro ginasta. “Com certeza, não faz mal a ninguém, antes pelo contrário. Deitar cedo e cedo erguer…”, profere o rei, interpretado por Luís Estebaínha, 67 anos. Nova paragem. “Nem pensei duas vezes. Sinceramente gosto muito, muito de teatro e vim”, diz. Luís Estebaínha confessa que gostaria de

ter sido ator mais cedo. Nunca assim aconteceu. A vida não foi essa. “O teatro para mim é a disciplina mais importante. Quando venho para o teatro venho muito feliz. Muito contente. Quando represento e vejo pessoas representar fico galvanizado. Isto estimula-me muito, a minha autoestima sobe muito”. Como se sente? “Sinto-me a dar emoções às pessoas. Sinto-me a trabalhar para as pessoas, deve ser assim com todas as pessoas que representam, acho eu”. “Costumo dizer que trabalhar com esta faixa etária é um desafio, mas um desafio que traz muitas coisas boas. Divertimo-nos muito. É uma aprendizagem para eles, mas também para mim”, comenta Ângela Santos, dando uma e outra dica para o palco. E acrescenta: “Houve um processo de integração. Eles eram um grupo e eu tive de integrar-me no seu grupo, porque esta disciplina já existia na universidade antes de eu chegar. Diria que foi necessário atingirmos uma certa intimidade, cumplicidade. Porque mais do que ensaiar, também começámos a conversar sobre todas as outras coisas do dia-a-dia. Sinto que este momento que estou com eles também para mim é uma libertação. A arte de representar, de criar e recriar as personagens dá-nos esse espaço para divagar. Libertamo-nos das preocupações do dia-a-dia. Eles, por exemplo, libertam-se do isolamento, de estar em casa, de estarem a fazer as tarefas diárias, a ver televisão. Estas pessoas saem de casa, são ativas, participam, riem, divertem-se, partilham as suas experiências e isso é muito bom e é notório”. O pano vermelho volta a correr. As luzes apagam-se. Fim. Reportagem em vídeo: www.youtube.com/diariodoalentejotv ou no MEO kanal em 475533.

Aprender ao longo da vida Como surge a Universidade Sénior em Aljustrel?

Foi uma das nossas promessas eleitorais, em 2009. Iniciámos, primeiro, porém, o programa AnimaSénior nas freguesias. Depois, no segundo ano do nosso primeiro mandato, surgiu a Universidade Sénior de Aljustrel, visto que para criarmos uma universidade foram-nos requeridos alguns requisitos. Isto é, tínhamos de estar inscritos na rede das universidades seniores. Tivemos, assim, um ano para preparar todo o processo. A universidade sénior está a funcionar há três anos. Iniciámos com 63 alunos e dando resposta a 13 disciplinas. No segundo ano contabilizaram-se 93 alunos. E este ano temos 117 alunos inscritos e com um leque de 18 disciplinas. Em sua opinião, o que representa para as pessoas?

Uma mais-valia, na medida em que as leva a sair de casa, contribuindo para uma aprendizagem ao longo da vida. Proporciona convívio e permite a troca de experiências, tanto para alunos como para professores. No caso concreto do teatro…

Nos dois anos anteriores também existiu teatro. Uma voluntária vinha de Beja para dar essas aulas, e fazia-o da melhor vontade. No entanto, a falta de emprego, que atinge o distrito e todo o País, levou a que essa professora tivesse de emigrar. Apresentámos este desafio à Ângela Santos, apesar de ser funcionária da autarquia. Temos, inclusive, alguns funcionários da autarquia a colaborar com a universidade, mas não é uma imposição. Apresentamos os desafios e perguntamos se querem colaborar. A Ângela Santos ficou entusiasmada, aceitou e com a experiência que tem nesta área acho que tem feito um excelente trabalho. E esta experiência de só subirem a um palco depois dos 50 anos?

Penso que é uma experiência muito interessante. Julgo que para as pessoas é uma mais-valia. Sentem que são capazes, tanto de subirem a um palco, como de terem a capacidade de decorar, por exemplo, textos. Muitos pensavam que já não tinham capacidade para tal. Só pode levantar a autoestima, pensarem que, apesar da idade, ainda são capazes. BS


Distrital futsal (jornada)

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Sorteios AF Beja

IP Beja-Ferreirense, 3-4; Ourique-NS Moura, 2-5; Almodovarense-Alcoforado, 0-3; CB Castro Verde-Vasco Gama, 5-4; CD Beja-Luzerna, 7-3; Os Leões-VN São Bento, 2-8. Líder: NS Moura, 35 pontos. Próxima jornada (7/2): NS Moura-Almodovarense; Ferreirense-CB Castro Verde; Luzerna-Leões; VNS.Bento-Alvito; Alcoforado-IP Beja.

Realizam-se na próxima terça-feira, dia 4 de fevereiro, pelas 20 e 30 horas, na sede da Associação de Futebol de Beja, os sorteios da terceira eliminatória da Taça Distrito de Beja em seniores futebol 11 e em futsal, a segunda fase do Campeonato Distrital de Infantis e a Taça Dr. Covas Lima, do mesmo escalão.

Distrital seniores femininos (1.ª jornada) Castrense-São Domingos, 13-2; Serpa-Vasco Gama, 2-0; Odemirense-Ferreirense, 1-5. Líder: Castrense, 3 pontos. Próxima jornada (1/02): São Domingos-Serpa; Ferreirense-Castrense; Vasco Gama-Odemirense.

Desporto

Odemirense ganhou ao Vasco da Gama e deu mais folga ao Mineiro

O líder na “aldeia grande” A deslocação do Serpa ao recinto do Vasco da Gama é o jogo que elegemos como fator de maior interesse da décima quinta jornada do Distritalão, numa altura em o Aljustrelense voltou a dilatar a vantagem. Texto e fotos Firmino Paixão

V

otamos então na partida de Vidigueira como jogo da jornada, não só pela qualidade dos contendores, como pela lógica

das restantes partidas. Bem cotado será também o jogo entre o Rosairense e o Guadiana, sem demérito para o interesse das partidas que fazem deslocar o Odemirense para a Cabeça Gorda e o Milfontes para Pias. Castrense e Cuba jogam em casa e são favoritos, como o é também o Aljustrelense que vem à capital do distrito, perdão, à “aldeia grande”, mostrar as suas credenciais de justo líder perante um frágil Bairro da Conceição que, à falta de outros emblemas com maior tradição, defenderá a honra dos be-

jenses na receção aos tricolores. Da jornada anterior sobressai o triunfo do Odemirense e a segunda vitória do Aldenovense. Resultados: Guadiana-Castrense, 0-1; Aldenovense-Bairro Conceição, 3-2; Aljustrelense-Cabeça Gorda, 5-0; OdemirenseVasco Gama, 2-1; Serpa-Piense, 2-1; Milfontes-Sporting Cuba, 5-0; São Marcos-Rosairense, 1-1. Classificação: 1.º Aljustrelense, 39 pontos. 2.º Vasco Gama, 34. 3.º Castrense, 30. 4.ºMilfontes, 28. 5.º Odemirense, 26. 6.º

Rosairense, 21. 7.º Serpa, 19. 8.º Cabeça Gorda, 18. 9.º Sporting Cuba, 17. 10.º Guadiana, 15. 11.º Piense, 12. 12.º Bairro Conceição, sete. 13.º Aldenovense, sete. 14.º São Marcos, seis. Próxima jornada (2/2): RosairenseGuadiana; Castrense-Aldenovense; Bairro Conceição--Aljustrelense; Cabeça GordaOdemirense; Vasco Gama-Serpa; PienseMilfontes; Sporting Cuba-São Marcos; Moura e Almodôvar concluíram a primeira fase do campeonato com vitórias.

Líder Aljustrelense vem a Beja jogar com o Bairro da Conceição

O

A equipa ficou a três pontos da subida

Despertar, Amarelejense, Renascente e Saboia são candidatos à segunda fase

O Moura morreu na praia...

Despertar em Amareleja

Pinhalnovense e o Ferreiras são os dois clubes da série H qualificados para a segunda fase do Campeonato Nacional de Seniores, aquela em que, além do título nacional, estarão em jogo três vagas para a segunda liga. O Moura Atlético Clube manteve essa ilusão até à derradeira jornada e, na parte que lhe coube, cumpriu vencendo em Lagos (0-3), mas a dependência do resultado do Ferreiras no Barreiro, onde os algarvios venceram por duas bolas a uma, deixou o náufrago a morrer da praia. Não foi nesta jornada que o sonho dos mourenses se esvaiu, foi noutros momentos competitivos em que a equipa esteve menos bem, e recordamos, derrota em casa com o Louletano, adversário a

quem não conquistou um só ponto, outra derrota pesada em casa com o Montemor. Seis pontos esbanjados nesses dois jogos, que fizeram muita falta na contabilidade final. A equipa ficou a escassos três pontos dessa meta. Nesta ronda de despedida da fase preliminar do campeonato o Almodôvar voltou a brilhar, batendo o Louletano por 2/1, naquela que foi a terceira vitória da equipa. Os dois clubes sul alentejanos, bem como o União de Montemor, seguem para a fase de manutenção, entre as equipas que concluíram entre o 3.º e o 10.º lugares da tabela, transportando metade dos pontos. O sorteio realiza-se a 3 de fevereiro, na sede da Federação Portuguesa de Futebol. FP

A

deslocação do Despertar ao reduto do Amarelejense aquece a jornada nove do Campeonato Distrital da 2.ª Divisão. Separados por um ponto, com vantagem para os bejenses, decidirão entre si a vitória na série A. Na série B, Saboia e Renascente (com menos um jogo, que justifica a liderança) seguem empatados em pontos nos dois lugares de acesso à segunda fase e sem adversários que ameacem esse favoritismo. Resultados da 8.ª jornada – série A: Despertar-Moura B, 1-0; São Domingos-Amarelejense, 0-2; Negrilhos-Beringelense, 1-1; Vasco Gama B-Desportivo Beja, 3-3. Classificação: 1.º Despertar, 19

pontos. 2.º Amarelejense, 18. 3.º Desportivo Beja, 13. 4.º Moura B, 12. 5.º Vasco Gama B, 12. 6.º Beringelense, seis. 7.º São Domingos, cinco. 8.º Negrilhos, quatro. Próxima jornada (1/2): Amarelejense-Despertar; Moura B-Vasco Gama B; Beringelense-São Domingos; Desportivo Beja-Negrilhos. Série B: Saboia-Messejanense, 3-1; Castrense B-Sanluizense, 3-0; Aldeia Fernandes-Naverredondense, 2-3. Classificação: 1.º Renascente, 16. 2.º Saboia, 16. 3.º Messejanense, 12. 4.º Castrense B, 10. 5.º Aldeia Fernandes, nove. 6.º Naverredondense, seis. 7.º Sanluizense, um. Próxima jornada (1/2): Sanluizense-Saboia; Naverredondense-Castrense B; Renascente-Aldeia Fernandes. FP


A Associação de Futebol de Beja tem abertas inscrições para a realização do curso de Treinadores “UEFA C”/ Raízes (grau 1), ação que terá três módulos, com um custo total de 675 euros e condicionado a praticantes de futebol que tenham, pelo menos, 36 presenças em fichas de jogo.

Hóquei em patins Nacional da 3.ª Divisão

9.ª jornada: Benfica B-Santiago, 19-4; Vasco Gama Sines-Boliqueime, 7-2; Castrense-Parede, 3-2; Cascais-CP Beja, 4-4. Amadora-Odivelas, 8-4. Líder: Benfica, 27 pontos. Próxima jornada (2/02): Santiago-Boliqueime; Vasco Gama Sines-Odivelas; Castrense-CP Beja; Benfica B-Cascais; Amadora-Parede.

Futebol juvenil Distrital de juvenis 8.ª jornada Série A Serpa-Despertar, 2-3; Sto.Aleixo-Sp.Cuba, 4-1; Desp. Beja-Amareleja, 6-0; Alvito-Moura, 2-2. Líder: Despertar, 22 pontos. Próxima jornada (2/02) Spor ting Cuba-Serpa; Desper tar-Alvito; Amarelejense-Sto Aleixo; Moura-Desportivo Beja. Série B Aljustrelense-Milfontes, 2-1; Odemira-B.º Conceição, 4-0; Almodôvar-Castrense, 1-1. Líder: Castrense, 16 pontos. Próxima jornada (2/02) B.º Conceição-Aljustrelense; Castrense-Odemirense; Ourique-Almodôvar. Distrital de iniciados 8.ª Jornada Série A Moura-Alvito, 11-2; B.º Conceição-Ferreira, 1-0; Despertar-Aldenovense, 3-1. Líder: Moura, 21 pontos. Próxima jornada (2/02) Ferreirense-Moura; Aldenovense-B.º Conceição; Serpa-Despertar. Série B Castrense-Almodôvar, 0-3; Guadiana-Desp.Beja, 2-2; Milfontes-Aljustrelense, 4-4. Líder: Almodôvar, 13 pontos. Próxima jornada (2/02) Desportivo Beja-Castrense; Aljustrelense-Guadiana.

Voluntarismo Equipa do Negrilhos Futebol Clube que disputa a 2.ª Divisão da AF Beja

A difícil missão de manter atividade desportiva em Montes Velhos

Sonhando com um sintético... Fundado em 16 de março de 1979, o Negrilhos Futebol Clube mantém o seu percurso de puro amadorismo procurando, com a dignidade de sempre, reforçar a intervenção social e desportiva em Montes Velhos. Texto e foto Firmino Paixão

O

s resultados não condizem com o real valor da equipa, por isso a classificação é modesta, mas é enorme a vontade de quem lidera este emblema da freguesia de São João de Negrilhos, no concelho de Aljustrel. As dificuldades são maiores que as ajudas, e os tempos não correm de feição, mas tudo se supera com o voluntariado em redor da equipa. A maioria dos atletas são mineiros e, por vezes, saem das entranhas da terra para vestir a camisola do clube, sem outro objetivo que não seja honrar o emblema e manter a atividade desportiva numa terra onde o futebol congrega as vontades e une as pessoas. Os resultados desportivos têm sido modestos, reconheceu o dirigente Manuel Galhofa, antigo árbitro de futebol, mas a história do desporto também se escreve com aqueles que nem sempre ganham dentro do campo mas, à volta dele, dão exemplos de superior nobreza. O campeonato tem correspondido às vossas expectativas?

Não, temos andado muito aquém daquilo que se esperava, devido aos compromissos profissionais dos nossos jogadores. Numa semana temos 11, outras vezes nem a isso chega. Só no jogo com o Amarelejense é que nos aproximámos daquilo que é verdadeiramente a nossa equipa. Mas, entretanto, já recuperámos alguns atletas que tinham desistido e estamos com esperanças que isto melhore.

O Amarelejense chegou aqui na condição de líder e saiu derrotado, naquele que foi até ao momento o vosso único triunfo?

Mas os nossos resultados têm sido enganadores em face do valor da nossa equipa. Esperamos que as coisas melhorem, porque com a qualidade dos jogadores que temos o campeonato que estamos a fazer é uma mentira. Se pudéssemos sempre dispor do plantel completo não estaríamos na situação em que nos encontramos. Que metas traçaram para a época desportiva?

O nosso objetivo passa normalmente por mantermos uma atividade desportiva na freguesia e oferecermos aos nossos sócios a possibilidade de assistirem aos nossos jogos ao fim de semana. A nossa vontade também não era andarmos no último lugar, naturalmente que queremos andar um pouco mais acima, mas proporciona-se assim, vamos tentar melhorar na segunda volta do campeonato. É uma luta desigual relativamente a outros adversários?

Sim. Se olharmos para os outros clubes que estão a competir connosco, como o Desportivo de Beja, o Despertar, o Amarelejense, não são clubes do nosso campeonato. São equipas estruturadas para a primeira divisão, com outras condições, quer ao nível de recursos, quer de infraestruturas.

As dificuldades são, certamente, muitas…

As despesas são cada vez maiores. E as maiores dificuldades são, sobretudo, ao nível do plantel, temos 29 jogadores, mas há jogos em que não conseguimos reunir 11, por causa do trabalho em turnos nas minas. Os atletas não são remunerados e não podem abdicar desses compromissos de onde obtêm o seu rendimento. Nós não pagamos nada aos atletas, apenas temos um jantarinho no final de cada jogo. A motivação assim é difícil…

Nem por isso, os atletas que estão connosco são como uma família, prezam muito o convívio, conhecem as limitações do clube e, por isso, já sabem com o que podem contar. Nunca nenhum deles nos pediu dinheiro, até porque sabem que não temos possibilidade de lhes pagar, querem é participar nos jogos e depois conviverem num ambiente saudável. A direção está determinada em prosseguir esta missão de manter o desporto na freguesia?

Este ano até reforçámos a direção com mais alguns elementos, estamos unidos e dispostos a manter este projeto. O nosso maior desejo seria conseguirmos um piso sintético para o nosso campo, porque mudaria muita coisa. O campo é municipal, mas temos a nossa sede onde convivemos e guardamos os nossos troféus. Pouco a pouco temos melhorado as instalações, já temos duas viaturas, vamos devagar porque as verbas são poucas.

Que apoios têm para manter o clube em atividade?

O sintético é apenas um sonho?

Principalmente o apoio do município de Aljustrel e algumas ajudas da junta de freguesia, mas os recursos deles também não são muitos. Depois temos a ajuda de alguns associados que têm contribuído com equipamentos. Na área financeira as coisas estão muito mais complicadas.

O presidente da Câmara de Aljustrel tem-nos dito que aguarda a oportunidade de apresentar alguns projetos que possam avançar, como se sabe, eles também estão muito limitados em termos de recursos financeiros. Mas temos esperança que isso aconteça, quem sabe se mais cedo do que nós estamos a pensar.

Distrital de infantis 13.ª jornada Série A Sp.Cuba-Guadiana, 10-3; NS Beja-Operário, 11--2; Desp.Beja-Ferreira, 3-5. Líder: Despertar A, 33 pontos. Próxima jornada (1/02) Despertar A-Desportivo Beja; Operário-Sporting Cuba; Ferreirense-NS Beja. Série B Moura-Serpa, 4-0; Amarelejense-Piense, 7-3; Despertar B-Sto. Aleixo, 6-0; Vasco Gama-Aldenovense, 2-6. Líder: Despertar B, 36 pontos. Próxima Jornada (1/02) Serpa-Vasco Gama; Piense-Moura; Sto Aleixo-Amarelejense; Aldenovense-Despertar B, Série C Almodôvar-Ourique, 14-0; Renascente-Aljustrelense, 0-4; Castrense-São Marcos, 9-0; Odemirense-Milfontes, 1-1. Líder: Almodôvar, 39 pontos. Próxima jornada (1/02) Ourique-Odemirense; Aljustrelense-Almodôvar; São Marcos-Renascente; Milfontes-Castrense. Liga de benjamins 2.º MOM – 5.ª jornada Serpa-Ferreirense A, 1-6; Sp.Cuba-Despertar A, 4-4; Moura-Desp.Beja B, 10-0; Piense-Vasco Gama, 0-1; Alvorada-Alvito, 0-1; Ferreira B-NS Beja, 1-0; Despertar B-Moura B, 1-4; Amareleja-Aldenovense, 0-7; B.º Conceição-C.Gorda, 0-5; Aljustrelense-Castrense, 3-9; Milfontes-Odemirense, 1-1; Ourique-Renascente, 8-0; Boavista-Sanluizense, 4-0. Próxima jornada (1/02) Desp.Beja B-Sport.Cuba; Vasco Gama-Desp.Beja A; Alvito-Piense; NS Beja-Alvorada; Aldenovense-Moura B; Renascente-Sanluizense; Juv.Boavista-Ourique.

Inatel Grupo A (13.ª jornada – 01/02) Salvadense-Trindade; Louredense-Quintos; Barrancos-Pen. Gordo; Brinches-Luso Serpense. Líder: Pen.Gordo, 31 pontos. Grupo B (12.ª jornada) AC Cuba-Vale Figueira, 2-1; Figueirense-Sta.Vitória, 3-1; Albernoense-Vale d’Oca, 0-0; Alvorada-Faro Alentejo, 1-2. Líder: Vale d’Oca, 27 pontos. Próxima jornada (01/02) Santa Vitória-Mombeja; Vale Figueira-Alvorada; Vale d’Oca-Figueirense; Faro Alentejo-Albernoense. Grupo C (13.ª jornada – 01/02) Sete-Bemposta; Sanjoanense-Almodôvar; Sta.Clara Nova-Alcariense; Santaclarense-Serrano. Líder: Santaclarense, 33 pontos. Grupo D (12.ª jornada) Amoreiras-Santa Luzia, 0-0; Cavaleiro-Pereirense, 1-0; Soneguense-Cercalense, 0-1; Luzianes-Relíquias, 2-0. Líder: Relíquias, 25 pontos. Próxima jornada (02/02) Relíquias-Longueira; Cercalense-Amoreiras; Pereirense-Luzianes; Santa Luzia-Cavaleiro.

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Curso de treinadores


Diário do Alentejo 31 janeiro 2014

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Nacional de juniores 1.ª fase (18.ª jornada)

O Despertar concluiu a primeira fase do Nacional de Juniores com uma vitória (10) sobre o Louletano, fixando-se no oitavo lugar com 14 pontos, metade dos quais levará para a fase de manutenção cujo sorteio se realizou ontem, quinta-feira.

Atletismo em Grândola O 12.º Grande Prémio de Atletismo da Junta de Freguesia de Grândola Circuito José Afonso realiza-se no próximo domingo, pelas 10 e 30 horas, com partida do Complexo Desportivo Municipal. A prova é aberta a populares e federados e terá um percurso com a extensão de 10 quilómetros. Em simultâneo realiza-se a 10.ª Corrida de Miúdos e Graúdos.

Nacional de iniciados 2.ª fase (1.ª jornada)

Louletano-Imortal, 0-0; Odemirense-Esperança Lagos, 0-2; Lusitano Vila Real-Despertar, 4-1. Folgou o São Luís; líder: Imortal, 37 pontos. Próxima jornada (2/02): Esperança Lagos-Louletano; Despertar-Odemirense; São Luís-Lusitano Vila Real. Folga o Imortal.

Zona Azul na Maia Os oitavos de final da Taça de Portugal em seniores masculinos de andebol disputam-se no próximo fim de semana e a equipa da Zona Azul, único clube alentejano em prova, joga amanhã, sábado, às 17 e 15 horas, no Pavilhão da Maia, com a formação da Associação Desportiva Académica da Maia.

Columbófilo bejense Jaime Silva tem pomba na República Checa

Uma ave muito “Mansinha”... São 2 908 quilómetros que separam a capital do Baixo Alentejo da cidade de Brno, capital da Morávia do sul, na República Checa, onde decorre a Exposição Europeia de Columbofilia. Texto e foto Firmino Paixão

F

oi para lá que “voou” a “Mansinha”, nha”, mbóum alado pedrado, do columbófilo bejense Jaime Silva, quee recentemente conquistou o título de camport. peão nacional de fundo, na classe sport. “Se ficar entre os primeiros 10 já seria muito bom, não estou à espera de muito cienmais, pois não conhecemos os coeficienemos tes dos outros concorrentes, mas temos velou sempre uma pequena esperança”, revelou hecer o columbófilo, enquanto deu a conhecer um pouco mais a sua campeã: “É uma ento pomba pedrada, nasceu do cruzamento de uma pomba vermelha que tenho com denum pombo ardósia, que são descendeninha tes de um pombos lilases que eu tinha e que eram muito bons voadores. É uma ave muito mansinha, anda sempre atrás de mim a abanar o rabo”. sição A sua qualificação para a Exposição Europeia na República Checa, para onde se ao viajou na passada terça-feira, deveu-se ados título nacional conquistado em meados otícia deste mês nas Caldas da Rainha, notícia que Jaime Silva disse ter recebido “com feito grande alegria”: “Fiquei muito satisfeito mento e com grande orgulho. Será o sentimento ando natural de qualquer columbófilo quando rque, recebe assim uma notícia dessas, porque, afinal, expressa o resultado da minhaa deó, é a dicação à columbofilia, mas não só, qualidade da linha de pombos quee tem esnho no pombal”. Um título que nem tava nas suas previsões: “Em parte não, stava tinha alguma esperança, mas não estava ontemuito à espera que isso pudesse aconteia de cer”, embora o sucesso da sua colónia elou: alados não seja novidade, como revelou: peão “No ano passado já tinha sido campeão peão nacional de maratona e fui vice-campeão gui o nacional de fundo, este ano consegui título nacional em sport”. aime Não se estranhará, por isso, que Jaime nicíSilva, 51 anos, funcionário do município de Beja, expresse um sentimentoo de grande afeto pela “Mansinha”, mas ele ho assegura que “não só por ela”: “Tenho ue um grande amor por todas as aves que tenho no pombal e que fazem partee da minha colónia”. Jaime Silva é filiado na Sociedade Columbófila Asas de Beja, que quaoletilifica como “uma das melhores coletividades do País e, seguramente, a mei lhor do distrito de Beja”: “Nos últimos anos tem tido muitos campeões, no ano

passado o Bruno Helena, este ano fui eu, atualmente a Asas de Beja está entre as melhores do nosso País”, diz. Columbófilo desde 1994, tem valorizado progressivamente a sua atividade e recentemente fez uma aposta maior na disciplina de fundo. O seu interesse por tão apaixonante modalidade teve um responsável: “Foi o meu cunhado Joaquim Setúbal que me despertou o interesse pela columbofilia. Quando era pequenino gostava muito de ir para o pombal dele e comecei a interessar-me. Os irmãos Azedo, que moram perto de mim, também tinham pombos e eu comecei a ganhar amor por isto. Jogava à bola e quando acabei a carreira enveredei logo pela columbofilia. Atualmente dedico-me com muita intensidade, saio do trabalho, venho para o pombal e levo aqui o resto da tarde a tratar dos pombos”. Jaime Silva tem uma notável semelhança física com o antigo futebolista internacional João Pinto, e tantas têm

sido as vezes em que tem sido confundido com a atual dirigente federativo que bem podia ser o João Pinto da columbofilia, atividade que o conquistou depois de uma careira de futebolista iniciada na Zona Azul, com percurso efémero

pelo Despertar e permanência de alguns anos nos seniores do Desportivo de Beja. “São modalidades diferentes, gostei muito de jogar futebol, mas agora tenho uma grande paixão pela columbofilia”, diz. Contudo, nem tudo são rosas, porque, quando chegou a hora de lamentar as perdas, Jaime Silva contou: “Na época passada foi terrível, perdi mais de 50 pombos, comecei com 70 e acabei com 18, este ano tenho 13 pombos com mais de um ano e cerca de 70 borrachos. Quase que estou a começar de novo”. Por isso, os objetivos para a campanha 2014 são, necessariamente, modestos: “Com tão poucos pombos adultos não posso esperar muito, será uma incógnita, a última foi uma época extraordinária, no Asas de Beja ganhei as anilhas de ouro de meio fundo e velocidade, e a nível do distrito também conquistei algumas, foi uma grande época que dificilmente conseguirei igualar este ano”. Jaime Silva lembrou ainda: “O bairro do Pelame teve sempre muitos columbófilos, os irmãos Lobo, os irmãos Azedo, teve sempre muita tradição na modalidade”. Agora Jaime Silva, com uma colónia liderada pela “Mansinha” que, até domingo, bate as asas por Portugal na longínqua República Checa.

Jaime Silva O columbófilo da Sociedade Asas de Beja e a pomba “Mansinha” que está na República Checa


José Saúde

Atletismo Campeonato Distrital de Corta-Mato, por escalões, teve lugar em VN da Baronia

Ana Catarina Dias (Odemira) e João Cruz (Beja) dominaram corta-mato

Sem surpresas... O Campeonato Distrital de Corta-Mato por Escalões disputou-se na pista de Vila Nova de Baronia, com a presença de 118 atletas (nove clubes). João Cruz (Beja AC) e Ana Catarina Dias (NDC Odemira) subiram ao pódio. Texto e foto Firmino Paixão

N

um terreno excelente para a prática da modalidade, e onde tradicionalmente pontificavam os fundistas do Clube Natureza de Alvito, ausentes da reu-

nião, quem brilhou, além do sol radioso, foi a armada do Beja Atlético Clube que dominou a prova masculina, com João Cruz (campeão de seniores), Celso Graciano e Mussa Djau (campeão de juniores) a darem cartas. No setor feminino estava anunciada a vitória da odemirense Ana Dias, que, conjuntamente com João Cruz, são os melhores fundistas da atualidade neste distrito. Destaque ainda para o prometedor João Silva (NARM Messejana), vencedor da prova de juvenis. No final, António Machado, diretor técnico regional

da modalidade, comentou: “O campeonato teve uma boa participação, embora pense que esta é uma época que ciclicamente está mais fraca, porque isso tem a ver com o ciclo do atletismo. Há anos que são melhores que outros mas, de qualquer forma, esta prova foi muito bem participada, com um bom apoio da Câmara Municipal de Alvito e foi primeiro corta-mato de um conjunto de dois, o próximo será o corta-mato curto, que, em princípio, será em Mértola. Foi uma boa jornada, porque também esteve um dia propício”.

O dirigente anunciou também que os Campeonatos do Alentejo se realizarão no dia 15 de fevereiro na vila de Portel e lembrou: “Serão mais próximos aqui do Baixo Alentejo, mas serão com certeza um bom prenúncio para alguns atletas que vieram aqui correr já a treinar certamente para esses campeonatos”. Machado concordou ainda: “Estão a surgir alguns valores, mas muito amiúde, a conta-gotas, mas pensamos que através das campanhas que vamos fazendo a nível das escolas possamos vir a ter em breve um bom reflexo desse trabalho”.

Dinâmica da Academia de Karaté de Beja traz eventos nacionais à região

Organização de excelência O Campeonato Regional de Seniores Sul e Centro Sul em Karaté disputou-se no Pavilhão Desportivo de Cuba com a participação de cerca de 300 atletas a competirem nas disciplinas de kata e kumite. Texto e foto Firmino Paixão

O

vice-presidente da Federação Nacional de Karaté, Carlos Silva, referiu ao “Diário do Alentejo”: “Estes campeonatos abrangem todos os estilos de karaté, tudo ó que é karaté teve que estar aqui presente”. E pormenorizou: “Tivemos aqui dois tipos de competição, uma competição de kumite, que é o combate livre, e outra de kata, que é um combate imaginário de uma pessoa só, ou seja, esse atleta faz um combate imaginário e depois é classificado em termos da prestação com que o faz, em termos de velocidade, de força, estabilidade e de qualidade de execução técnica”. O dirigente fez questão de sublinhar que a Associação de Karaté de Beja “esteve muito bem na organização deste evento e a federação nacional só teve que trazer aqui os árbitros que fazem parte do ajuizamento do campeonato, depois o espaço

Karaté Campeonato Regional de Seniores Sul e Centro Sul disputou-se em Cuba

também é excelente”. O dirigente nacional da modalidade reforçou ainda a qualidade da organização, que teve o apoio do município de Cuba, explicando: “Cumpriram-se rigorosamente os horários programados, não sentimos qualquer problema em termos de organização e o evento decorreu sempre com um bom nível competitivo”.

O campeonato contou com a presença de todos os atletas seniores da região centro e sul, ou seja, de Santarém para baixo, num total de 300 atletas, o que para o vice-presidente federativo são “sinais de que a modalidade está com uma evolução muito boa”. “Todos os anos aumenta o número de praticantes”, reforçou Carlos Silva,

acentuando: “Nos últimos anos, através do projeto de seleções, já vamos na décima sexta medalha conquistada, de bronze e de prata, ainda não chegámos ao ouro, mas estamos no bom caminho”. E a concluir sustentou: “É um projeto de seleções que está a dar frutos muito bons, tendo em conta aquilo que é o nosso País”.

É num dissecar imutável ao resplendor de uma auréola literalmente desportiva na sua semântica razão existencial que nos detemos em sessões de caligrafias que nos transportam a conteúdos de modalidades que reiteradamente nos conduzem à sua evolução no tempo e no espaço. Falovos sobre andebol. Lembro os tempos áureos de uma juventude irrequieta que incansavelmente aplaudia amistosos jogos entre as equipas do Liceu Nacional Diogo Gouveia e da Escola Industrial e Comercial de Beja. As quartas-feiras à tarde, designadamente, eram polvilhadas com ardentes desafios desportivos que resvalavam para divinais emoções que mexiam com a nossa ânsia de vitória, ou de convívios extracurriculares. Aqueles dérbis de andebol agitavam as claques dos estabelecimentos de ensino onde a rapaziada lecionava os seus estudos. Em campo, os jogadores bem aprumados extasiavam um público que se dividia, à época, entre grupos de rapazes e de raparigas. Cada agregado ocupava um espaço próprio. Esta versão social era transversal a outras localidades do distrito. Com o evoluir do tempo, a que acresce a efetiva evolução do andebol, os espaços foram sendo redimensionados e a modalidade divulgou-se. Numa viagem pela Associação de Andebol de Beja, vemos a ACR Zona Azul e o CCP Serpa que se dedicam a uma prática constante da modalidade, sendo que ambas as coletividades fazem da formação a sua bandeira de afirmação, não esquecendo que as equipas seniores, a militar na III Divisão nacional, se assumem como o espelho do trabalho eficazmente elaborado. A minha ideia, que será também a de muitos amantes do fenómeno desportivo, é que os clubes deveriam incentivar as suas hostes, visando franquear as suas portas à prática do andebol, uma modalidade que ao longo da sua história ganhou consistência e adeptos. Infraestruturas físicas a nível do distrito não faltam. Atletas, também não. Faltará um tal clique, presumo.

Diário do Alentejo 31 janeiro 2014

Andebol

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saúde

22 Diário do Alentejo 31 janeiro 2014

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23 Diário do Alentejo 31 janeiro 2014


necrologia diversos

24 Diário do Alentejo 31 janeiro 2014

AGRADECIMENTO A família do senhor DAVID GUERREIRO agradece reconhecidamente a todo o pessoal que presta serviços na Casa de Repouso da Quinta do Charro e Gerência, todo o profissionalismo, carinho e dedicação que sempre demonstraram para com o seu familiar, durante a sua estadia na Instituição.

AGRADECIMENTO A família do senhor DAVID GUERREIRO expressa o seu profundo reconhecimento a médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar do Serviço de Urgência e 3.º Piso – Medicina 1 do Hospital de Beja, pelo profissionalismo, dedicação, apoio, disponibilidade e ajuda prestados durante o seu internamento.

Beja/Sobral da Adiça PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Caetano Miguel Túbal Fernandes Nasceu a 22/06/1978 Faleceu a 23/01/2014

Pais, filho, irmã, sobrinho e restante família agradecem a todos os que de alguma forma manifestaram o seu pesar pelo seu desaparecimento. Nesta hora difícil, o nosso muito obrigado à dra. Virgínia Santos e a todos os que de diversas maneiras nos deram o seu apoio. Descansa em paz, Caetano Miguel.Os familiares agradecem a quem comparecer.

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25 Diário do Alentejo 31 janeiro 2014 Diário do Alentejo n.º 1658 de 31/01/2014 2.ª Publicação

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ANÚNCIO Processo: 90/11.0TAADV Processo Comum (Tribunal Singular) N/Referência: 355367

A Mma Juiz de Direito Dr(a). Oriana Barreiros dos Santos Queluz, do(a) Secção Única - Tribunal Judicial de Almodôvar: Faz saber que no Processo Comum (Tribunal Singular), n.° 90/11.0TAADV, pendente neste Tribunal contra o(a) arguido(a) Alexandra Cristina Pais Abrantes Correia filho(a) de Vasco Pais de Matos Correia e de Lídia Nunes Abrantes Correia natural de: Moçambique; nacional de Portugal nascido em 14-12-1965 estado civil: Divorciado, profissão: Solicitador domicílio: Avenida Bombeiros Portugueses, 40 - 3° Esq°, Vila Real de Santo António, 8900-000 Vila Real de Santo António, por se encontrar acusado da prática do(s) crime(s): 1 crime(s) de Abuso de confiança, p.p. pelo art.° 205° do C. Penal, praticado em 2010; foi o(a) mesmo(a) declarado(a) contumaz, em 07-01-2014, nos termos do art.° 335° do C. P. Penal. A declaração de contumácia, que caducará com a apresentação do(a) arguido(a) em juízo ou com a sua detenção, tem os seguintes efeitos: – Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresentação ou detenção do(a) arguido(a), sem prejuízo da realização de atos urgentes nos termos do art.° 320.° do C. P. Penal; – Anulabilidade dos negócios jurídicos de natureza patrimonial celebrados pelo(a) arguido(a), após esta declaração; – proibição de a arguida obter ou renovar os seguintes documentos: Passaporte Bilhete de identidade Carta de Condução Certidões ou Registos junto das seguintes entidades: Conservatórias do Registo Civil, Predial, Comercial ou Automóvel, Notariado, Centro de Identificação Civil e Criminal, Direcção Geral de Viação, Governos Civis, Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia. Almodôvar, 14-01-2014. O/A Juiz de Direito, Dr(a). Oriana Barreiros dos Santos Queluz O/A Escrivão Adjunto Paula Brito

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Herdade da Barrosinha reabre com oferta gastronómica dedicada à caça

Diário do Alentejo 31 janeiro 2014

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Empresas

Integrado numa herdade situada em Alcácer do Sal com mais de meio século de existência, o restaurante da Barrosinha reabriu recentemente ao público com uma cozinha que privilegia os produtos frescos e típicos da região, alguns dos quais cultivados na propriedade, com destaque para iguarias alentejanas e peças de caça. Para além do pedido a prato, o restaurante apresenta um menu de degustação que inclui duas entradas, sopa, prato de peixe e de carne e sobremesa, por apenas 12 euros. Localizada numa zona rural, a dois quilómetros de Alcácer do Sal, a herdade convida ao descanso e à contemplação da natureza. A propriedade situa-se à beira do Estuário do Sado, a pouca distância das praias da Comporta.

ActivoBank inaugura sistema de abertura de contas sem papel A partir de agora será possível abrir uma conta no Activobank sem recorrer às habituais e até aqui inevitáveis folhas de papel. O processo de abertura de conta no ActivoBank fica assim ainda mais simplificado, uma vez que tudo se processa através de um tablet disponibilizado no ponto ativo. Nesta primeira fase os clientes poderão assinar o contrato manualmente no próprio tablet mas, no futuro, será possível recorrer ao certificado digital presente no cartão do cidadão, uma vez que este é reconhecido pelo Estado português como assinatura digital qualificada.

Beja já conta com Ateliê das Profissões

Totaalm To men ente te rrem emod em od del elad ado ad do o,, mas re ma ressp speeiita tand nd do a trraça orig or igin naall quee em te temp po oss lhe lh he de deu u vida viida da, o Institut utto de Imagiologia assenta num sonho de construir uma identidade e accar ariin inha inh har o Al har A entejo dee umaa fo um orm ma diferente.

Instituto de Imagiologia abrirá dentro de duas semanas

Uma homenagem ao “doutor Nana” São 80 anos de história e três gerações de radiologistas na família Covas Lima. Com o remodelado Instituto de Imagiologia Drs. António e João Covas Lima, que abrirá dentro de duas semanas, pretende-se atingir um patamar de diferenciação clinico-imagiológica e complementar ao serviço nacional de saúde nas áreas mais carenciadas. Publirreportagem Sandra Sanches

A

migo de toda a gente foi, sem dúvida, o médico João Covas Lima, mais conhecido por “doutor Nana”. Com o seu falecimento, em finais de 2010, a cidade, o concelho e o distrito ficaram mais pobres. À semelhança de seu pai, António Covas Lima, o “doutor Nana” exerceu os mais diversos cargos em várias instituições da cidade de Beja, tendo sido condecorado várias vezes pelo seu percurso. Manteve sempre, no entanto, a sua “casa de saúde”, hoje Instituto de Imagiologia Drs. António e João Covas Lima. Segundo Alexandra Covas Lima, filha e atual diretora clínica do instituto, “sempre que se proporcionava, o meu pai referia a nossa responsabilidade em continuar e desenvolver o que o seu pai, meu avô, começou”. Motivo pelo qual Alexandra e a restante família deram

continuidade a um projeto idealizado com seu pai ainda em vida. Neste sentido, a diretora tentou manter sempre, até nos mais pequenos pormenores, a traça original e a beleza arquitetónica da casa, conservando memórias que marcam toda uma história. Cada espaço, cada canto do instituto tem história, uma recordação, e o logotipo não é exceção. Baseia-se na primeira ampola de raios X utilizada pela antiga casa de saúde. Em momento algum se hesitou em perpetuar as tão infinitas memórias que marcam esta casa de saúde, agora encerrada. Alexandra Covas Lima adianta que a melhor homenagem a prestar a dois homens lutadores, em “todo o tempo que cá estiveram”, não poderia ser outra que não esta. Este é um projeto alicerçado no conceito de uma moderna atividade médica integrada que possibilita um rápido diagnóstico multidisciplinar. Integra na vertente clínica uma equipa de médicos especialistas com elevada diferenciação em áreas que consideram ser uma mais-valia para a cidade e para o distrito. A introdução de algumas especialidades até à data inexistentes na cidade, como é o caso das áreas cardiovascular, neurologia e pneumologia, com estações de trabalho e software avançado de aplicação clínica multidisciplinar, das sondas matriciais com capacidade 4D,

da instalação de tomografia computorizada multicorte com 64 planos, entre outras inovações, traz agora à cidade uma mais-valia e, sobretudo, a concretização de um sonho de “dois grandes médicos”, António e João Covas Lima. Modernizaram-se os equipamentos de acordo com o conforto e as exigências atuais mas não se descaraterizou, em momento algum, a identidade história que a casa transmite. Alexandra Covas Lima, que é de opinião de que um projeto nunca deve estar concluído, refere que é “importante acompanhar a célere transformação tecnológica, nomeadamente computacional”. E salienta a falta da ressonância magnética, importante técnica imagiológica “sem inconvenientes das radiações ionizantes” que muito analisou com o seu pai. Poderá agora ser esse o próximo passo a dar e assim colmatar deficiências sentidas pela população. Consultas médicas, exames complementares de diagnóstico e novas técnicas terapêuticas serão implementadas a médio prazo. De referir que a entrada para o instituto poderá ser feita pelas ruas Capitão João Francisco de Sousa (para exames de radiologia/imagiologia, tomografia computorizada, ecografia, ecodoppler, raios X e osteodensitometria) e Doutor João Manuel Covas Lima (acesso a consultas médicas, ECG, prova de esforço, holter, espirometria e posto de colheita de análises clínicas).

Desde finais de dezembro que Beja conta com um novo espaço. O Ateliê das Profissões, localizado nas traseiras da biblioteca municipal, é uma loja que coloca à disposição dos clientes vários artigos de calçado e vestuário. Calçado, na sua maioria ortopédico mas também a pensar nos diabéticos, uma grande variedade de crocs patenteadas pela marca original e fardas para as mais diversas profissões, desde batas brancas a fatos de macaco passando pelas batas para as creches. Existe ainda a possibilidade de encomendar uma farda de modelo personalizado (feita por medida). Quem o garante é Patrícia Coelho, responsável pelo espaço e formada na área da saúde. A responsável não hesitou em abrir portas a um espaço que diz ser único na cidade e que vai ao encontro do bemestar e saúde da população. Um espaço com um conceito diferente que veio para ficar e que “nasceu para estar atento às tendências e ao conforto dos clientes” e que respeita, sobretudo, o que é português. O artesanato, nomeadamente em coleções temáticas, será a aposta para breve.

Vinhos portugueses à conquista dos Estados Unidos Um dos mais importantes críticos norte-americanos, especialista em vinhos, apresentou recentemente, na prestigiada Biblioteca de Nova Iorque, a lista dos 50 grandes vinhos portugueses. Joshua Greene esteve em Portugal e degustou 600 vinhos. Destes, o editor da “Wine & Spirit”s escolheu 50. A iniciativa da Vini Portugal teve como principal objetivo reforçar a imagem dos vinhos portugueses junto dos consumidores norte-americanos. Quanto aos resultados, Jorge Monteiro, presidente da Vini Portugal, levanta o véu e refere que a maioria é do Douro e do Alentejo.

ADPM promove concursos “Recriar a Lã” e “Dar voz à Lã” O “Recriar a Lã”, dirigido a profissionais e estudantes da área do design, tem como objetivo principal criar novos produtos a partir dos diferentes padrões produzidos com lã pela Cooperativa Oficina de Tecelagem de Mértola. Já o concurso “Dar Voz à Lã” é dirigido a profissionais e estudantes da área do marketing sendo o principal objetivo criar uma estratégia de marketing para os produtos artesanais produzidos pela Cooperativa Oficina de Tecelagem de Mértola. As inscrições decorrem até 28 de fevereiro e o prémio é de 500 euros para cada concurso. Os respetivos regulamentos e fichas de inscrição poderão ser consultadas em www.cordaoverde.pt.


Crianças dos 12 aos 36 meses e acompanhantes podem descobrir “Livros (En)Cantados”, através de uma iniciativa, que decorre às quartas-feiras, no Centro Multifacetado de Novas Tecnologias de Vidigueira. Segundo a Câmara de Vidigueira, as sessões gratuitas da iniciativa “Livros (En)Cantados” “privilegiam o livro e a leitura com palavras ritmadas e cantadas que potenciam a expressão corporal e linguística, num ambiente repleto de surpresas e em constante transformação”. Através das sessões, explica a autarquia, as crianças e os acompanhantes vão “brincar e jogar ao som de canções, rimas e lengalengas” e, desta forma, são convidados “a ver, ouvir, sentir e descobrir o livro”.

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Crianças de Vidigueira à descoberta de “Livros (En)cantados”

À solta (II) Mesmo que que não venha a ser um adereço para o Carnaval é, com toda a certeza, uma ótima ideia para tardes de brincadeira, e é caso para dizer “é prá menina e pró menino”

A páginas tantas... À solta Em vez de andares preocupado em escolher e comprar o fato do personagem que mais gostas, a tua página sugere que faças tu a tua própria máscara. Divertida, assustadora, disparatada, sem sentido, mas, sobretudo, com muito humor. Lembra-te que o Carnaval é diversão e não tem de ser tudo certinho e bonito.

Em muitas histórias, os protagonistas são animais que comportam-se, vestem-se e atuam como se fossem seres humanos. No entanto, nesta história, acontece o inverso e é uma pessoa que se coloca no lugar de um animal, neste caso de um gato. Se eu fosse um gato é uma proposta divertida, uma espécie de jogo, que permite tomar consciência da realidade (vivências, emoções, necessidades...) do outro com o objetivo último de o entender melhor. Imagina-te no lugar de outro ser, como seria vestir a sua pele, como te comportarias? Essa é a proposta de Paloma Sánchez Ibarzábal que também nos recorda que nem todos nos divertimos com o mesmo e adverte-nos da possível injustiça que podemos estar a cometer quando damos isso por adquirido. As ilustrações de Anna Llenas reforçam o caráter divertido e amável do conto com personagens engraçadas e ternas. A técnica utilizada foi a da colagem com papéis e cartões pintados previamente em acrílico. Desta forma, dá volume ao desenho plano com o objetivo de que se perceba o caráter rústico do material.

Dica da semana Eric Barclay é ilustrador, escritor e designer. Para além dos seus fabulosos livros, a faceta de escultor agrada-nos muito, não só pela beleza das peças,mas por ir buscar materiais que quase todos os dias deitamos fora. Deixamos-te aqui alguns exemplos, mas vale a pena mergulhares no seu site, ericbarclay.com


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Letras Antologia Poética

[...] Uns têm a sina de sonhar a vida, outros de a colher”.

Boa vida Comer Bacalhau albardado com salsa Ingredientes para 4 pessoas: 4 postas de bacalhau (demolhado); 4 ovos inteiros; 1 molho de salsa pequeno; q.b. de farinha de trigo; q.b. de azeite. Confeção: Numa tigela bata os ovos com a salsa picada. Entretanto passe as postas de bacalhau pela farinha de trigo e sacuda para retirar o excesso e de seguida passe pelo ovo batido com a salsa. Leve uma frigideira ao lume com azeite quente e frite o bacalhau. Acompanhe com um arroz de tomate e bom apetite…

Filatelia Sugira o tema de um selo para 2015

T

al como vem acontecendo desde há várias décadas e, como prevê o Estatuto do Selo, os Correios já fizeram saber, pelos seus habituais canais de divulgação, que estão recetivos às sugestões de selos para o próximo ano. As propostas devem ser incluídas num dos seguintes grupos. Em Vultos da História e da Cultura devem ser incluídas as sugestões para assinalar o aniversário do nascimento ou morte das mais variadas personalidades, ou de grandes descobertas que beneficiaram a humanidade em geral. Para o item Datas da História, de igual modo podem ser indicados os aniversários de personagens ou acontecimentos que influenciaram o percurso da nossa história. Em Eventos de Projeção Internacional podem ser incluídos os mais variados acontecimentos que façam jus a esta classificação e em que Portugal seja um dos seus protagonistas, como acontece, por exemplo, com as grandes provas desportivas, quer tenham lugar, ou não, no nosso país. O grupo Temáticas é muito abrangente; aqui há lugar para os mais variados aspetos do nosso património cultural e natural. O plano inclui também emissões que evoquem motivos ligados às regiões autónomas dos Açores e da Madeira, nomeadamente do seu património cultural ou natural, aqui incluindo a sua flora e a sua fauna. As sugestões devem ser enviadas até ao dia 31 de março para a Direção de Filatelia, avenida D. João II, lote 01.12.03; 1900-001 Lisboa ou para o mail: sofia.a.c.almeida@ctt.pt. As emissões de Macau Este ano, já são duas as emissões de selos que os Correios

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

de Macau puseram em circulação. Foram elas o Ano Lunar do Cavalo, no dia 3, e o 140.º Aniversário do Centro Hospitalar Conde de São Januário, no dia 6. A emissão referente ao Ano Lunar é composta por cinco selos (quatro de 2 patacas e um de 5) e um bloco de 12. A que se refere ao aniversário do Hospital Conde de São Januário tem quatro selos com o valor facial de 2, 2,50, 3,50, 4 patacas e um bloco de 12. Para dia 14 de fevereiro está anunciada a emissão de quatro etiquetas autocolantes referentes ao Ano Lunar do Cavalo, com as franquias de 2, 3, 3,5 e 4 patacas. Para além destas três, para este ano estão ainda previstas mais nove emissões: 1 de março, o 130.º Aniversário dos Correios de Macau; 28 de abril, Proteção Animal; 26 de junho, Literatura e Personagens Literárias – Foragidos do Pântano II; 5 de setembro, Novo Campus da Universidade de Macau; 9 de outubro, Ciência e Tecnologia – Tópicos de Matemática; 5 de novembro, Museus e Peças Museológicas IV – Museu Memorial Lin Zexu de Macau; 12 de novembro, Macau Visto por Kam Cheong Ling; 20 de dezembro, 15.° Aniversário do Estabelecimento da Região Administrativa Especial de Macau; 20 de dezembro, 15.° Aniversário do Estacionamento da Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo Chinês. O sítio da Divisão de Filatelia de Macau pode ser visitado em: www.macaupost.gov.mo Geada de Sousa

Assim termina o poema “Legado”, de Miguel Torga, pseudónimo literário de Adolfo Correia Rocha (1907-1995), um dos maiores escritores do século XX. Português, sim, mas do mundo porque escritor da alma e do coração humanos com uma largueza e uma profundidade de que poucos são capazes. Hesitou muito antes de organizar esta antologia – reeditada já em sétima edição pela Leya. No prefácio original, Torga explica-se. Perguntou-se, diz, se seria legítimo isolar poemas que tinham sido emparelhados com outros em livros pensados como “unidades redondas”. Também duvidou de si, do seu julgamento em causa própria. Investiu e tomou mais esta empreitada em mãos porque era seu gosto, também, ver em plena luz, “a fundura dos abismos a que desceu”. Foi pela obra poética, que foi publicando a suas expensas, que Torga (sinónimo de urze, planta bravia, espontânea – o nome que escolheu) se notabilizou primeiro. A antologia agora reeditada toma por base o texto da 4ª edição, publicada em 1994, ainda antes da morte do escritor que conciliou as capacidades de sonhar e colher a vida. Inclui um dos mais belos poemas inspirados pelo Alentejo: “A luz que te ilumina, Terra da cor dos olhos de quem olha! A paz que se adivinha Na tua solidão Que nenhuma mesquinha Condição Pode compreender e povoar! O m i stér io d a t u a imensidão Onde o tempo caminha Sem chegar!...” Maria do Carmo Piçarra

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Toiros Mourão abre oficialmente a temporada taurina

É

já este sábado, 1 de fevereiro, que se irá dar início a mais uma temporada taurina em Portugal. Como manda a tradição, o começo oficial da temporada realiza-se todos os anos em Mourão, pelas Festas em Honra de Nossa Senhora das Candeias. No festival deste ano irão atuar, a cavalo, Duarte Pinto e Joana Andrade, e, a pé, os espadas António Ferrera, David Mora, Nuno Casquinha e João Silva “El Juanito”. Para pegar os toiros de Murteira Grave estará em praça o Real Grupo de Forcados Amadores de Moura. O espetáculo terá início pelas 15 horas e é integrado nas festividades em honra de Nossa Senhora das Candeias. As receitas apuradas no festival irão reverter a favor do Abrigo Infantil de Mourão. Mas já vem de longe esta tradição, e são várias as efemérides assinaladas neste dia, pois, como é o primeiro festival de cada temporada, foram muitos os toureiros que se estrearam nesta praça. Foi o caso de José Mestre Batista, que nasceu a 30 de maio de 1940 e com apenas 13 anos fez a sua estreia como cavaleiro amador na praça de toiros de Mourão, em fevereiro de 1953, durante estas festas, tendo lidado a sua primeira vaca em público. Assim, e como a temporada 2014 está prestes a começar, desejamos a todos os seus intervenientes…“que Deus reparta sorte!”. Vítor Morais Besugo


Diรกrio do Alentejo 31 janeiro 2014

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Ordem dos Médicos de Beja acolhe pintura de ALS

Inaugurada ontem, quinta-feira, continua patente ao público, na seção regional do Sul da Ordem dos Médico – Distrito Médico de Beja (rua Manuel António Brito, n.º 2, 1.º esquerdo), uma exposição de pintura da autoria de ALS. ALS expôs, entre outros trabalhos, “Intimidades”, em dezembro 2010, e “Intimidades 2”, em fevereiro 2011, ambas em Lisboa; “Quotidiano Fantástico”, na Ordem dos Médicos de Lisboa, em outubro 2012; e “Inconsciente Delirante”, no Atelier Galeria Margarida de Araújo, em Serpa, em fevereiro 2013.

Fim de semana

Susa Monteiro expõe no Centro de Artes de Sines

“Um T0 Com Vista Para o Esgoto” é o título de uma exposição, da autoria da artista bejense e colaboradora do “Diário do Alentejo” Susa Monteiro, que vai ser inaugurada amanhã, sábado, no Centro de Artes de Sines. A mostra é composta por cerca de 80 trabalhos inéditos de Susa Monteiro, elaborados durante o último ano e meio. Segundo a artista, trata-se de ilustrações “livres, livres de esboços, de conceitos, sem um compromisso, fruto unicamente das suas referências inconscientes”. Susa Monteiro nasceu em Beja, em 1979, e estudou Realização Plástica do Espetáculo na Escola Superior de Teatro e Cinema em Lisboa e Cinema de Animação no Citen. Desde 2002 que se dedica maioritariamente à banda desenhada e à ilustração, ligação que se aprofundou com a criação da Bedeteca de Beja, em 2005, e na qual passou a desenvolver uma atividade regular. Entre os seus trabalhos encontram-se ilustrações das crónicas de António Lobo Antunes para a revista “Visão” (desde 2008), cooperações regulares com os jornais “Público” e “Diário do Alentejo”, ilustrações do livro Breviário

das Almas, de Joaquim Figueira Mestre, participação nos livros coletivos Sérgio Godinho e as 40 ilustrações e Vencer os Medos, com argumento de João Paulo Cotrim. Expôs em Portugal e no estrangeiro. Entre outros prémios, venceu, em 2011, o Prémio Nacional Stuart de Desenho de Imprensa, com um trabalho realizado para o “Diário do Alentejo” sobre a obra de Manuel da Fonseca. Foi também nomeada em 2012 para os Troféus Central Comics – HD: Melhor Artista Nacional 2001-2012. “Um T0 Com Vista Para o Esgoto” ficará patente ao público até ao dia 31 de março.

Tiago Bento atua no espaço Os Infantes No âmbito dos Concertos da Terra, o espaço Os Infantes, em Beja, recebe amanhã, sábado, pelas 22 e 30 horas, Tiago Bento. A entrada é gratuita. Tiago Bento começou a tocar na Escola Secundária Diogo Gouveia, onde “havia um grupo de violas onde acordes, vozes e vidas ecoavam no pátio e nas festas de Natal”, adianta a companhia Lendias d’Encantar, a mentora dos Concertos da Terra. “Daí a começar ‘ali e acolá’ foi um pulinho”, continua a companhia, realçando que o jovem músico “não toca por estilo, por género ou influências, toca porque a alma tem necessidade de se expressar”. Os Concertos da Terra nascem a partir de um conceito proposto pela Lendias d’Encantar às uniões de freguesias de Santa Maria e Salvador e Santiago Maior e São João Baptista e à Câmara de Beja. O objetivo é “proporcionar atividade cultural, dinamizar o centro histórico e apoiar os músicos na sua atividade de criação e divulgação do seu trabalho”.

Janusz Korczak no IPBeja A Galeria AoLado e o Museu Botânico do Instituto Politécnico de Beja apresentam, até ao dia 28 de fevereiro, a exposição “Janusz Korczak: Reformador do Mundo”, cedida pela Embaixada da Polónia em Portugal. A mostra “celebra a obra de um dos mais importantes pedagogos europeus do século XX”, adianta o Museu Botânico. Nascido em 1878, Janusz Korczak “formou-se em medicina e desenvolveu uma promissora carreira literária, mas foi como pedagogo que foi conhecido, desenvolvendo teorias educativas inovadoras, baseadas no respeito pela personalidade das crianças”. Fundou “um orfanato para crianças judias que era gerido como uma democracia: as crianças tinham o seu próprio parlamento, tribunal e jornal. O orfanato era conhecido em toda a Europa e foi visitado por pedagogos como Jean Piaget, que fez comentários muito elogiosos ao trabalho aí desenvolvido”. O último ato heróico de Janusz Korczak, refere o museu, “aconteceu como prisioneiro no gueto de Varsóvia, quando declinou as ofertas de amigos para se salvar e acompanhou os 200 alunos do orfanato, e os funcionários, na derradeira viagem para o campo de extermínio de Treblinka”.

Espetáculo terá lugar no Pax Julia, em Beja

Cantigas do Baú com álbum de estreia

O

grupo de música de raiz tradicional Cantigas do Baú, de Beja, apresenta amanhã, sábado, a partir das 21 e 30 horas, no Pax Julia Teatro Municipal, o seu álbum de estreia e músicas inéditas. “Sem querer limitar nem espartilhar a área de atuação das Cantigas do Baú, pode dizer-se que é um grupo de músicaa folk folk.. Adapta e interpreta temas da música tradicional, maioritariamente com origem no cante alentejano”, explica o grupo, em declarações ao “Diário do Alentejo”, salientando que no projeto também “cabem os gostos pessoais de cada um dos elementos que o integram, bem como as suas influências e experiências; e é aqui que acontece o processo criativo”. O grupo “não se limita a reproduzir aquilo que recolhe e escuta, mas procura dar uma visão e um cunho pessoal a temas de outros tempos”, refere.

DR

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Cimbal, Nerbe e Turismo do Alentejo exigem retoma das obras do IP8 e IP2. Caso contrário admitem atacar Lisboa com um álbum novo dos Trio Odemira.

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Justin Bieber tem criado desacatos e foi detido por posse de droga e condução perigosa. Autoridades americanas estão preocupadas: “Se é assim agora, como será quando chegar à menopausa?”

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Aplicação do Turismo Alentejo “YouGo Alentejo e Ribatejo” esteve para se chamar “É já ali!” A Entidade Regional de Turismo lançou uma aplicação para dispositivos móveis que ajuda a promover e a descobrir aquilo que estas duas regiões têm para oferecer. Ao que conseguimos apurar, a aplicação esteve para se chamar “É já ali!”, expressão utilizada por muitos alentejanos para dar indicações a turistas. “Desistimos rapidamente da ideia!”, explicou fonte da instituição, que acrescentou: “Achámos que era má publicidade. Chegam-nos milhares de

queixas de turistas que pedem indicações a residentes e fazem o percurso a pé pensando que não levam muito tempo e acabam perdidos no meio de um descampado, despidos da cintura para baixo, dormindo ao lado de um animal de porte médio! Assim, sempre fica com um nome mais apelativo!” Recorde-se que a aplicação está disponível para Android, iPhone, telemóveis de cortiça, de cobre e fogueiras emissoras de sinais de fumo.

O que é que acha das praxes? Alguma vez foi praxado?

EDUARDO A MULHER GORDA, 45 ANOS Ex-caloiro e pessoa que diz que já viu o Paulo Ventura do “Factor X” em Beja

Acho muito bem e não vejo qual é o problema. Eu fui praxado e foi uma experiência que nunca esquecerei! Qual é o mal de rebolar em fezes ou nadar à noite numa piscina de cerveja repleta de crocodilos bebés? Graças a isso fiquei mais integrado na minha escola e na sociedade! Se eu não tivesse bebido diluente nas praxes, nunca teria pertencido à Sociedade Portuguesa das Pessoas sem Paladar onde conheci a minha quarta mulher. Perdão, quinta, assim é que está certo…

Pombas da paz lançadas no Vaticano foram alvejadas por caçadores do Penedo Gordo A situação na Ucrânia continua a gerar grande preocupação na comunidade internacional. No Vaticano foram lançadas pombas da paz como forma de alertar para a situação naquele país. Todavia, os animais foram intercetados por um corvo e uma gaivota. Mas dois caçadores do Penedo Gordo têm uma versão diferente dos acontecimentos, como nos explicou um deles, o senhor Adelino Mentiroso: “As voltas que os media dão para tirar o mérito aos caçadores! Não são capazes de admitir que eu e o meu mano é que abatemos as pombas e fizeram aquela mon-

Inquérito

tagem com a gaivota! Pois fiquem a saber que as pombas eram bem roliças e comemos um magnífico arroz de pomba da paz com um tinto de Albernoa que foi um espetáculo! Estava ali para os lados de Trigaches com o meu mano e começámos a andar muito à procura de javalis e quando demos por ela chegamos a uma tal de praça de São Pedro ou lá o que é! Vimos um pitéu daqueles a sair de uma janela de um pombal muito grande e nem hesitámos! Ainda disparei contra uns pinguins mas o meu mano é que me disse para me acalmar porque afinal eram freiras, e que podia ir parar ao inferno, ou pior, a Pinheiro da Cruz!”, explicou-nos o caçador enquanto exibia, na mala da sua 4L, pombas do Intermarché, rolas do Continente e avestruzes da Feira de Castro.

TINA A MIM NÃO ME CONVÉM, 65 ANOS, Pessoa que viu o Paulo Ventura do “Factor X” numa torrada

As praxes mais não são do que uma conspiração fascizóide neoliberal, perpetrada pelo interesses do grande capital, nomeadamente dos grandes industriais dos trajes académicos que dominam o mundo. Além disso, ninguém me tira da cabeça que as praxes em Portugal representam o braço armado da CIA, do FBI, da Gestapo, da Stasi, da ETA, das Tartarugas Ninja e dos caldos Knorr no nosso país!

CNN elege Lisboa como cidade mais cool e Beja como a cidade mais tótil fixe A delegação da “Não confirmo, nem desminto” nos Estados Unidos, a CNN, escolheu a cidade de Lisboa como a mais cool da Europa. As distinções da televisão americana incluíram outras localidades como, por exemplo, a cidade de Beja, que considerou como a mais tótil fixe a sul do paralelo de Portel. A repórter que esteve na capital do Baixo Alentejo enunciou alguns dos motivos que levaram aquela televisão a distinguir Beja com tão prestigiosa menção, num registo muito descontraído e próprio da juventude: “Beja tem, tipo, bué de cenas para, tipo, ver LOL, como, tipo, a igreja dos Prazeres, o Arco dos Prazeres, o restaurante Os Prazeres da Do-

brada, o castelo que é me ‘mo, me ‘mo, me ‘mo, me ‘mo, me ‘mo, me ‘mo, tipo bué grande e assim! Depois há um aeroporto que é tipo, grande que até dá para estacionar aviões, autocarros, o Fernando Mendes e organizar festas assim bué grandes como raves, festas de aniversário ou colóquios com os milhares de assessores nomeados por este e pelos outros governos! Ya, tipo…”. A CNN ainda considerou São Manços (distrito de Évora) como a localidade onde é mais provável haver um tsunami na Europa e Vila Nova de São Bento como a localidade onde é mais provável um vulcão entrar em erupção na Europa!

HERMAN EU NÃO QUERO ANDAR NA RUA, 28 ANOS Pessoa que viu o Paulo Ventura do “Factor X” nos olhos de um porquinho doce

Para lhe ser franco, nem consigo pensar nas praxes. Só consigo pensar na assessora de minissaia da Presidência da República. Nem durmo! Ela a mim podia praxar-me das maneiras que quisesse: era meter-me escutas no Palácio de Belém, era enviar-me para o Tribunal Constitucional, era besuntar-me com bolo-rei… Tudo! Agora isso das praxes, não lhe dou muito… cavaco! Percebeu? Cavaco? Presidência!? Tenho uma piada do catano, há até quem me chame o Nilton de Vila Azedo!


Nº 1658 (II Série) | 31 janeiro 2014

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nada mais havendo a acrescentar... Nesse tempo Eram gaivotas de fumo, pardais de tinta, rouxinóis mudos com letras no bico, melros com vírgulas nas asas, pintassilgos de gelatina poisando nos teus cabelos, cegonhas inteiras escondidas na tua boca, estorninhos gritando poemas no teu decote, andorinhas coloridas voando no céu castanho dos teus olhos de águia com sabor a chocolate. Por não conseguir sair do chão de papel, escrevi-te palavras como pássaros que nem sequer existiam. E ao fim da tarde, no tempo em que as bocas tinham céus a arder dentro delas, os nossos lábios atracavam num jardim como barcos cansados de água. Sentados num banco de

pedra, éramos dois pedintes um do outro enquanto os pombos iam buscar beijos aos céus e poisavam nos nossos ombros. Passavam horas a dar-nos um a um até o sol se pôr, e nós, saciados, voávamos sobre a pele à procura de um ninho onde descansássemos as asas dos nossos lábios. E sacudindo as penas dizíamos baixinho: somos bons como o milho. Ao anoitecer, no tempo em que as noites eram a única razão dos dias, abria-se uma flor na minha boca. Era vermelha em ti antes de eu a colher com o silêncio aguado da minha língua. E depois já era de madrugada e eu nunca adormecia porque o sol do teu sorriso não me deixava adormecer. Vítor Encarnação

quadro de honra António de Abreu Freire, natural de Murtosa Professor e investigador no Brasil, Canadá e Portugal, conferencista e navegador, tem um vasto currículo como escritor em várias línguas nas áreas das ciências humanas e da divulgação científica desde 1967. Publicou, entre outros, Brasil 500 Anos – Diário de bordo (2001), Diário de bordo – pelas rotas do padre António Vieira (2008, 2.ª edição 2014) e Introdução à literatura de cordel (2012). Tem várias publicações em revistas científicas. Participou na realização do documentário “A Pedra e a Palavra”.

Abreu Freire escreve sobre militar de Santiago do Cacém

Moreno e a restauração do Brasil

O

Roteiro de Martim Soares Moreno na Guerra da Restauração do Brasil, a primeira biografia completa escrita em Portugal sobre o militar natural de Santiago do Cacém chegado ao Brasil em 1603, surge na sequência dos trabalhos de investigação que o pofessor e investigador António de Abreu Freire tem levado a cabo, ao longo de mais de três décadas, sobre padre António Vieira, “também ele de raiz alentejana, de Moura”. Em que contexto surge O Roteiro de Martim Soares Moreno na Guerra da Restauração do Brasil, obra que apresentou recentemente em Santiago do Cacém?

Em 2012 o Ceará fez 400 anos, contados a partir da edificação da fortaleza de São Sebastião por Martim Soares Moreno; lá se fixaram os primeiros colonos portugueses e os índios potiguares cuja amizade Martim conseguira vivendo com eles, adotando os costumes e a língua tupi. Tinha 27 anos e chegara ao Brasil em 1603 com o tio, o sargento-mor Diogo de Campos Moreno, ambos naturais de Santiago do Cacém. Na sequência dos meus trabalhos sobre o padre António Vieira, passei a investigar a vida deste pioneiro militar, cuja vida se PUB PUB

cruza com a do missionário e pregador. Qual foi exatamente o papel de Martim Soares Moreno na restauração do Brasil?

Foi o de um militar. A primeira ação em que participou acabou em desastre: ele foi um dos sete sobreviventes da tropa de 80 portugueses e centenas de índios que tentaram chegar ao Maranhão. Dois jesuítas tentaram fazer melhor, sem sucesso; um deles foi assassinado e o outro, também alentejano de Almodôvar, chegado ao Brasil na mesma frota que Martim, escapou. O padre Luís Figueira seria depois um dos pioneiros das missões do Maranhão e Grão-Pará. Martim foi o primeiro a atacar os franceses, que se renderam em 1615, ficando incumbido da defesa da região mas caiu nas mãos dos franceses que o condenaram à morte, da qual escapou por intervenção do embaixador de Espanha; em 1618 escreveu um texto (“Relação do Ceará”) relatando as suas campanhas e solicitando ao rei (Filipe II) uma recompensa pelos serviços prestados. Recebeu por 10 anos a Capitania do Ceará, para onde regressou pelos anos de 1620. Aumentou e renovou o baluarte que fundara em 1612 e onde hoje cresce a cidade de Fortaleza. Em 1631 os holandeses invadem Pernambuco e Martim é chamado para conter os

invasores em Recife. Oficiais, soldados e colonos retiraram-se para a Bahia donde prepararam a investida contra os invasores que recomeçou em 1645 e terminou com a vitória dos portugueses, índios e negros nas batalhas dos Guararapes. Tem dedicado os últimos anos ao estudo da vida e da obra do padre António Vieira e da história luso-brasileira. Porquê?

Há 35 anos que estudo a obra do padre António Vieira, missionário, político, pregador, um dos maiores portugueses de todos os tempos. A história da sua longa vida (89 anos), o patriotismo, a visão de um futuro glorioso para Portugal, o combate ao desperdício, à mediocridade, à corrupção, são exemplos para hoje e a utopia do V Império permanece válida como projeto para o futuro das culturas de língua portuguesa espalhadas pelos continentes do planeta. Dediquei-lhe ao longo dos anos cinco livros e um documentário de longa-metragem em cinema, “A Pedra e a Palavra”, que acaba de ser realizado no Brasil. Como acontece com outros génios, nem Vieira nem Martim Soares Moreno nem o padre Luís Figueira mereceram túmulo ou sequer campa rasa onde repousem os seus ossos, que se perderam. Os meus livros e documentários são um memorial em honra deles. Nélia Pedrosa

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As previsões para hoje, sexta-feira, apontam para céu com períodos de muito nublado. Para amanhã, sábado, prevêem-se aguaceiros e, para domingo, céu pouco nublado.

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Projeto Ruínas apresenta espetáculo em Serpa O cineteatro de Serpa recebe hoje, sexta-feira, pelas 21 e 30 horas, numa organização da Baal17 – Companhia de Teatro, o espetáculo “Where are you? Onde estás, pá?”, pelo Projeto Ruínas. O evento insere-se na quinta edição do Ciclo Novos Palcos, “um ciclo de programação teatral mensal, marca de que ‘em Serpa há teatro’”, refere a Baal 17. “Where are you? Onde estás, pá?” é “uma peça em dueto ou duelo sobre a ausência da autocrítica, com acento nos grandes planos e com a simplicidade do absurdo”. Um homem e uma mulher “seduzem-se sem rodeios num elevador. Aos poucos descobrem afinidades que revelam um passado sinistro entre os dois. Para cada um deles, o outro parece ser tudo aquilo que lhe causa mais receios. Em julgamento, confinados num elevador avariado, o combate entre os dois é inevitável”.

Casa das Artes inaugura “Cria(nças) no museu” O Museu Jorge Vieira/Casa das Artes, em Beja, inaugura amanhã, sábado, pelas 16 horas, a exposição “Cria(nças) no museu”, composta pelos trabalhos realizados em 2013 nos ateliês do referido museu. A inauguração da mostra contará com um pequeno momento musical da responsabilidade dos alunos do Agrupamento n.º 1 de Beja – EBI Santa Maria.

“Arte Non Stop” em Mértola Uma noite de jazz com Carlos Barreto Locomotiv, exposições, cinema, oficinas e contos vão marcar a iniciativa “Arte Non Stop”, que arranca amanhã, sábado, em Mértola, para assinalar o 11.º aniversário da Casa das Artes Mário Elias. A inauguração da exposição “Amplexo de Mário Elias” e o concerto de Carlos Barreto Locomotiv, às 22 horas, no Cineteatro Marques Duque, são algumas das ofertas de sábado, o primeiro dia da iniciativa, promovida pela Câmara de Mértola e que vai decorrer até 9 de fevereiro em vários espaços. Uma ação de intervenção artística por alunos da Faculdade de Belas Artes do Porto, oficinas de pintura, fotografia digital e informática musical, a exibição do filme “A Vida de Adele” e conversas à volta da açorda são outras ofertas da iniciativa.


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