Edição N. 1657

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Paulo Monteiro Livro de estreia recebe prémio de BD em França pág. 13

Paulo Ventura Nasceu em Beja o mentor do “Factor X”

Água do Alqueva Governo cria nova equipa de supervisão

pág. 32

Aljustrelense Líder distrital cai na Taça em Odemira

pág. 11

pág. 18

SEXTA-FEIRA, 24 JANEIRO 2014 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1657 (II Série) | Preço: € 0,90

GNR combate pesca ilegal da enguia-bebé, ou “caviar português”, nas águas do Guadiana

Cada quilo de meixão pode render mais de 500 euros no mercado negro JOSÉ SERRANO

Reportagem nas páginas 6/7

Há um trilho que liga as tabernas tradicionais PUB

Para já são “apenas” 50, as tascas assinaladas pela Associação de Defesa do Património de Mértola para integrarem a Rota das Tabernas Alentejanas. Um itinerário turístico que, para já, passa pelos concelhos de Almodôvar, Beja, Castro Verde, Mértola, Ourique e Serpa. O “DA” foi beber um copo a Pias, onde dizem que o vinho é como o algodão: não engana. págs. 16/17


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Editorial Tuaregues

Vice-versa O sistema de formação de professores “tem várias falhas” (…) “há professores licenciados por universidades e há professores licenciados por escolas superiores de educação que têm características diferentes e critérios de exigência muito diferentes”. Nuno Crato, em entrevista à RTP, 18 de dezembro de 2013

Paulo Barriga

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e entre todas as doenças que acometem os territórios do interior, a centralização do aparelho, das economias e dos serviços do Estado é aquela que mais ferozmente lhe debilita a saúde. Numa palavra só se resume a visão monocéfala de um País: Desertificação. E para lá, para o deserto, caminhamos a passos largos, mansamente, cabisbaixos. O maior avanço que as areias tomaram nos últimos tempos foi soprado pelo vento da reorganização do mapa nacional. A fusão de freguesias e a própria extinção de algumas, como foi o caso de Bicos, não foi a única nem a última, mas foi mais uma valente duna que se criou entre Lisboa e a província. Em breve chegará a tempestade de areia que cobrirá os concelhos com menor densidade populacional. Entretanto, excluindo um ou outro oásis, vão sendo alegremente soterrados postos da GNR, estações de correios, escolas primárias, tribunais de proximidade, estradas e linhas férreas, repartições de finanças. A par da aridez burocrática e demagógica que asfixia e torna inabitável o interior, o sultanato lisboeta decidiu racionar as porções de água aos tuaregues. Secura que se revela nos cortes sistemáticos nas transferências da administração central para os municípios. Em 2014, comparativamente com o ano já de si doido de 2013, as câmaras do Baixo Alentejo perdem mais de 36 milhões de euros. Isto, a somar à inexistência generalizada de receitas próprias e ao endividamento excessivo leva, pois claro, ao delírio. É verdade que Beja, há 30 anos a esta parte, vive sob o estigma da perda. Há até quem se contorça de riso com tamanha alucinação coletiva. Mas o desmantelamento da estrutura do Estado na capital do Baixo Alentejo tem sido tempestuoso e nada ridente. A imagem decrépita do antigo edifício do Banco de Portugal é apenas o ramo seco de onde observa pacientemente o bando de abutres. Todavia, há mais necrófagos à espreita. O desmantelamento impiedoso de camas e de serviços no Hospital José Joaquim Fernandes, a somar à encapuçada privatização do Hospital de São Paulo, em Serpa, é apenas um dos muitos pronúncios da morte que se anuncia. O mesmo se dirá do desprezo que o ministro da Educação demonstra para com o Instituto Politécnico de Beja. Ainda que existam no Governo pessoas, inclusivamente cá da terra, que auguram um grande futuro para o Alentejo. Ou a secura também lhes anda a toldar as ideias. Ou têm andado a ler desalmadamente Fernando Pessoa: Grandes são os desertos. Desertos e grandes.

“Penso que um pedido de desculpas pelo menos era fundamental no sentido de reconhecer publicamente que a afirmação que fez não está correta ou que foi um descuido da sua parte. (…) Demonstrou não só uma visão ideológica como uma perspetiva extremamente conservadora daquilo que é o ensino”. Jorge Rebotim Raposo, ao “Diário do Alentejo”, 24 de janeiro de 2014

Fotonotícia Pau-roxo. Na passada segunda-feira, dia 20, Castro Verde foi mais uma vez palco da feira do Pau-roxo. Esta festa, ligada ao culto de São Sebastião, tem raízes ancestrais e festeja-se junto à ermida do santo onde centenas de pessoas se passeiam à volta das bancas dos vendedores ambulantes. Ali podem encontrar e comprar árvores de fruto, produtos hortícolas, queijos, enchidos, cestaria, móveis tradicionais alentejanos, tecidos e muito mais. E também, com certeza, a estrela da companhia, a famosa e tradicional cenoura roxa. Um petisco para ser apreciado cru ou cozido, temperado com vinagre. Típico desta época e desta terra. JS Foto Câmara Municipal de Castro Verde

Voz do povo O que acha do preço da água em Beja? (Tarifário da Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja)

Maria Joaquina Almeida 78 anos, empresária

Carla Grileiro 43 anos, consultora de vendas

Maria João 37 anos, gerente de loja

Acho caro. Temos um monte com laranjeiras. E para que elas consigam sobreviver só podemos regá-las com água da rede. E fica-nos caríssimo. Não podemos usufruir da água do Alqueva porque a área do laranjal não tem o mínimo que eles pedem. Assim é só para os grandes. Às vezes até quase que pensamos duas vezes antes de abrir a água.

É excessivo. Na minha casa somos duas pessoas. O meu filho toma banho todos os dias no treino. Praticamente sou só eu a tomar duche em casa. O resto é a água para lavar a roupa e a loiça. E mesmo com os hábitos de poupança que tenho pago trinta e tal euros por mês. Temos que pagar na fatura, imensas taxas. Que a meu ver não se justificam.

Acho bastante caro. Para o que eu gasto de água, pago demasiado. Todos os meses anda à volta dos 30 euros. E sou só eu e o meu marido em casa. Da fatura mensal, julgo que o que se paga mais nem sequer é especificamente o consumo de água. São outras coisas. Taxas. Que para mim são incompreensíveis. Vou ter de adquirir hábitos de poupança mais rígidos.

Inquérito de JS

Francisca Prazeres 60 anos, aposentada da função pública

A água é um bem essencial, imprescindível em qualquer casa. Como tal acho que o preço que por ela pagamos é muito elevado. Na minha casa somos duas pessoas. E a despesa média por mês com a fatura da água é mais ou menos 26 euros. É muito. Beja é das cidades mais caras do País. Em qualquer preço. Não é só na água.


Rede social

Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 16 BEJA POLITÉCNICO ASSOCIOU-SE A “12 MINUTOS PELAS ESE” O Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) associou-se à primeira jornada de reflexão da campanha “12 Minutos pelas ESE”, que decorreu em todas as escolas superiores de educação (ESE) do País, promovida pela Associação de Reflexão e Intervenção na Política Educativa nas Escolas Superiores de Educação. Assim, reuniram-se no estabelecimento de ensino bejense, para uma “ação dinamizadora”, os docentes e dirigentes Vito Carioca presidente do IPBeja, Jorge Raposo, diretor da Escola Superior de Educação de Beja, e José Espírito Santo, coordenador do mestrado em Ensino na Especialidade Pré-Escolar e Ensino do 1.º ciclo do Ensino Básico e diretor da licenciatura em Educação Básica. Pretendeu-se com esta campanha nacional, a que Beja se associou, discutir o papel destas escolas no contexto do sistema educativo português.

SEXTA-FEIRA, DIA 17 CUBA “+ COMÉRCIO + CUBA” COM IMPACTO BASTANTE POSITIVO A Câmara Municipal de Cuba procedeu à atribuição dos prémios da primeira edição do passatempo “+ Comércio + Cuba”. O evento teve como principal objetivo dinamizar o comércio local e contribuir para o aumento do volume de vendas durante o período natalício, permitindo a fidelização ao comércio local. A iniciativa, segundo a autarquia, “teve um impacto bastante positivo no comércio local, como se pode verificar pelos 10 400 cupões atribuídos, pelo elevado número de estabelecimentos aderentes (88) e pela cooperação de 22 empresários do concelho, que generosamente acederam a contribuir com os seus produtos ou serviços, a fim de premiar os contemplados pelo passatempo”.

DOMINGO, DIA 19 BEJA MAU TEMPO PROVOCA QUEDAS DE ÁRVORES Cerca de 30 quedas de árvores foram registadas durante a madrugada no distrito de Beja, em quase todos os concelhos, devido ao vento forte e à chuva que fustigaram a região, segundo fonte dos bombeiros. O Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja indicou à agência Lusa que as quedas de árvores ocorreram em quase todos os concelhos do distrito, sem provocar danos. Dos 14 concelhos, só não se registaram ocorrências em Barrancos, Moura e Vidigueira, precisou a mesma fonte.

TERÇA-FEIRA, DIA 21 MOURA CÂMARA ENTREGOU LIVRO A ALUNOS DE SANTO ALEIXO A Câmara Municipal de Moura entregou o livro A Nossa Escola aos alunos da Escola Básica com Jardim de Infância de Santo Aleixo da Restauração, registando o momento do regresso dos alunos à escola, que aconteceu no início deste ano. Recorde-se que a reabertura da escola efetuou-se no passado dia 1 de dezembro, após uma intervenção que teve um custo de 250 mil euros, sendo financiada pela Câmara Municipal de Moura. O projeto de remodelação da Escola de Santo Aleixo teve como objetivo dotar este estabelecimento de ensino de melhores condições de funcionamento, adaptando-o às novas exigências educativas levadas a cabo desde 2006, designadamente o alargamento de horário, generalização das refeições e introdução das atividades de enriquecimento de horário e de apoio à família.

QUARTA-FEIRA, DIA 22 SINES SPA REALIZOU SESSÃO DE ESCLARECIMENTO A Biblioteca Municipal de Sines recebeu uma sessão de esclarecimento da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), informou o município. A SPA representa os autores portugueses e estrangeiros de todas as disciplinas literárias e artísticas, procedendo à gestão dos direitos das suas obras. A sessão foi dirigida a todos os que, com alguma regularidade, solicitam licenças a esta instituição.

4 perguntas a Prudêncio Canhoto

Representante dos mediadores ciganos do distrito de Beja

Qual a importância dos encontros distritais de mediadores ciganos?

Julgo que são muito importantes. Tanto eu, como os meus colegas, sentimos necessidade de debater ideias e pontos de vista e estes encontros permitem-nos isso. Permitem-nos também fazer um ponto da situação e, ao mesmo tempo, preparar o trabalho futuro. Por outro lado, são uma oportunidade para darmos a conhecer o trabalho que por nós é efetuado diariamente, tanto à comunidade cigana com a comunidade não cigana. O nosso objetivo é sempre a integração e tudo o que nos ajude nesse sentido é ótimo. A mediação, neste momento, é um trabalho de extrema importância e nós temos plena noção disso.

JP Simões deu música em Mértola Foram muitos os que assistiram, no fim de semana passado, ao concerto de JP Simões. A plateia do Cineteatro Marques Duque, em Mértola, encheu-se de gente para ouvir as canções do músico português. Mais um concerto intimista.

Ilda Maria apresentou CD em Grândola O som do acordeão de Ilda Maria ecoou no Cine Granadeiro, em Grândola. A apresentação do seu novo CD contou também com a presença de vários músicos convidados. Sala cheia para aplaudir a acordeonista.

Considera que deveriam existir mais mediadores ciganos no distrito?

Sem dúvida. Já fomos mais e queremos que mais surjam. Não se pode descurar o trabalho que foi iniciado e que tem vindo a ser desenvolvido. É preciso mais gente a trabalhar nesta área. Para ser mediador, contudo, é necessário ser possuidor de um determinado perfil. Tem de ser uma pessoa calma, ponderada, que compreenda ambas as partes e que também seja reconhecida pela comunidade cigana. E há algo imprescindível: saber ouvir. Costumo dizer que quem melhor ouve, melhor responde.

Workshop de mobiliário alentejano O Museu Jorge Viera, em Beja, desta feita abriu as suas portas a um workshop de mobiliário alentejano. E, durante o fim de semana, a atenção esteve nos trabalhos manuais e na arte de saber fazer. Manter a tradição, a identidade.

E o intercâmbio com a Fundación Secretariado Gitano em Huelva…

Extremamente importante para conhecermos outras realidades, experiências e práticas desenvolvidas. O nosso país vizinho tem já uma larga experiência nesta área e com excelentes resultados. Há em Espanha elementos da comunidade cigana que são juízes, doutores, professores. Este trabalho também tem de ser feito em Portugal, e temos de ser nós a fazê-lo.

Hora de contar histórias em Ferreira do Alentejo A Hora do Conto, em Ferreira do Alentejo, mas propriamente na biblioteca municipal, já é um ritual. “A história dos dedos”, da autoria de Luísa Ducla Soares, foi a escolhida para animar pequenos e graúdos. A promoção da leitura ao serviço da comunidade.

Daí ser importante a criação de associações de ciganos?

Também. É importante que demos a cara, que assumamos responsabilidades e que queiramos mudar o rumo das coisas. Temos de ser nós a levar este nosso desejo para a frente. Posso também adiantar que fui recentemente escolhido para ser o presidente da Associação de Mediadores Ciganos em Portugal, o que muito me honrou. Fui escolhido pelos meus colegas e quero abraçar mais esse desafio. Bruna Soares

Professores do conservatório em concerto O Pax Julia Teatro Municipal, em Beja, acolheu mais um concerto dos professores do Conservatório Regional do Baixo Alentejo (CRBA). Foram eles os protagonistas do Concerto de Janeiras, que aconteceu na sexta-feira passada.

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Querer mecanizar os alunos é querer, simplesmente, torná-los capazes de exercer determinado tipo de funções sem que isso permita obviamente a sua felicidade. O ministro quer seres humanos que funcionam só para produzir, para servir, e não tem em atenção a sua felicidade, a sua realização individual.

Entrevista

Escolas de educação dizem que ministro tem visão “ideológica” e “conservadora” do ensino

Protestar por um pedido de desculpas A entrevista concedida por Nuno Crato à RTP, a 18 de dezembro, deixou as escolas superiores de educação à beira de um ataque de nervos. Na ocasião, o ministro da Educação reconheceu falhas nos processos de formação de professores e apontou o dedo aos fracos “critérios de exigência” praticados nos politécnicos. Uma posição ainda não inteiramente retratada pelo governante rnante e que levou, na semana passada, da, à realização de uma jornada nacional al de reflexão contra as declarações do ministro. Para o diretor da Escola Superior or de Educação de esentou aos portuBeja, Nuno Crato apresentou deológica” do engueses uma “visão ideológica” sino, “extremamentee conservadora” e ação individual dos que não olha à “realização sta, Jorge Rebotim alunos”. Nesta entrevista, Raposo reforça ainda a “perspetiva ecoubjacente às palanomicista” que está subjacente ta para o “desastre vras do ministro e alerta brutal” para a região que seria o encerraolitécnico de Beja. mento do Instituto Politécnico ês Nuno Crato não Caso até ao final do mês apresente um pedido formal de desculores de educação pas, as escolas superiores preveem a realização de novos e diesto. ferentes ações de protesto. Texto Paulo Barriga Fotos José Serrano

Por que razão é tão importante para as escolas superiores de educação um pedido de desculpas do ministro da educação?

Aquilo que foi proferido na televisão pelo senhor ministro, e a forma direta como o proferiu, põe em causa a formação nas escolas superiores de educação. É um bocado estranho que instituições que estão no terreno há 25 ou 30 anos a formar pessoas que ocupam de forma competente os mais diversos lugares dentro da estrutura social tenham sido assim atingidas, simplesmente com base numa perceção subjetiva da realidade. Quem não se sente, não é filho de boa gente. E quando é colocado em causa, de forma incorreta, a formação que fazemos, obviamente que isso nos deixa incomodados.

Em vossa opinião um pedido de desculpas resolvia a situação em definitivo ou abriu-se um precedente onde não existe espaço para o ministro continuar a exercer as suas funções?

A generalidade das instituições e associações do setor pensa que um ministro que afirmasse o que este afirmou deveria retirar daí as necessárias consequências. Mas, de qualquer forma, como sabe, a decisão política não passa por nós. Penso que o pedido de desculpas pelo menos era fundamental no sentido de reconhecer publicamente que a afirmação que fez não está correta ou que foi um descuido da sua parte. Como interpreta as palavras de Nuno Crato?

Demonstrou não só uma visão ideológica como

uma perspetiva extremamente conservadora daquilo que é o ensino. Nós vimos amiúde referências do género: O que é importante é saber ler, escrever e contar, como se a questão das novas tecnologias, por exemplo, fosse uma questão despiciente. Somos seres globais e toda a nossa formação é complementar e necessária. Essa visão que o ensino se resume a ler, escrever e contar, retirando, cá está, à pessoa humana a capacidade de se questionar, de criar, é, obviamente, ideológica. Querer mecanizar os alunos é querer, simplesmente, torná-los capazes de exercer determinado tipo de funções sem que isso permita obviamente a sua felicidade. O ministro quer seres humanos que funcionam só para produzir, para servir, e não tem em atenção a sua felicidade, a sua realização individual. Está a falar de duas visões completamente antagónicas daquilo que poderá ser o ensino em Portugal. Uma muito para o conhecimento científico e outra muito para a pedagogia. Não deveriam estar as duas ligadas, não deveria ser esse o caminho?

Nem digo que isso seja a questão de fundo, porque se o ministro estivesse muito preocupado com o conhecimento científico, não estaria a acontecer o que está agora a acontecer com a diminuição de verbas que se destinam à investigação. Obviamente que há uma perspetiva particular do senhor ministro, no sentido que a preparação pedagógica, a pedagogia, é um elemento despiciente que não tem qualquer importância e que só importa de facto o conhecimento científico, como foi ali referido. Ele próprio afirmou que uma pessoa que tivesse conhecimento podia ser professor sem nunca ter dado previamente aulas, sem nunca ter tido contacto com aulas… Mas, mais grave do que isso, é a


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perspetiva de redução do Estado ao mínimo, ficando com o menor número de responsabilidades diretas, para que os privados tirem daí os proveitos consequentes. Essa passagem do público ao privado quer dizer, de alguma forma, que a própria existência das escolas superiores de educação e do Instituto Politécnico de Beja podem estar em causa num futuro próximo?

Tudo está em risco. Neste momento, há direitos adquiridos que julgávamos que eram ad eternum e que, de facto, foram postos em causa, foram retirados, foram abolidos, foram anulados. Não sabemos o futuro, não conseguimos prever. Aquilo que é a Escola Superior de Educação, aquilo que são as diferentes escolas do Instituto Politécnico de Beja, penso que se irão manter. Porque elas são de tal forma importantes que nem as próprias populações e as outras entidades da região, às vezes, se apercebem bem da função que têm em termos da estruturação da própria sociedade, da própria cidade de Beja e da própria região. Uma machadada dessas no ensino superior técnico seria um desastre brutal. Mas pronto, às vezes, os desastres brutais também acontecem. Que peso ainda tem a Escola Superior de Educação na formação dos professores, numa altura em que o acesso à profissão é quase impossível?

Continua a ter um peso grande. Os cursos de educação continuam, comparativamente a todos os cursos do IPB, a ser daqueles que mais alunos fixam e que mais alunos têm. Não temos problemas com o número de alunos que concorrem e, contrariamente àquilo que é dito, os cursos de educação ainda têm algumas saídas profissionais. Pergunto eu: Qual é o curso superior neste momento que tem saída? Direito? Arquitetura? Engenharia civil? Qual é? É que ninguém me sabe explicar isso. É interessante, quando tivemos aqui a comissão de avaliação externa havia necessidade de trazer cá alunos do mestrado e, quando demos por isso, não conseguimos cá trazer alunos. Sabe porquê? Porque estavam todos a trabalhar. Se calhar, aquela imagem que corre de que o professor não tem lugar, não é bem assim… Sabe qual é a taxa de integração profissional dos alunos ligados aos cursos de educação?

Temos alguns estudos feitos sobre isso que apontam para uma colocação bastante razoável. Temos muito mais colocação de professores do que aquilo que habitualmente se pensa. Falemos num universo temporal de uma década: estes cursos têm sofrido ao longo destes últimos anos algum retrocesso na procura por parte dos alunos?

Obviamente que sim. Qual é a formação superior que não teve profundos retrocessos a esse nível? E o que é que nós fazemos? Vamos deixar de formar pessoas no ensino superior? Vamos diminuir o ensino superior? Algum país se desenvolveu sem fazer uma aposta clara na formação superior? Diga-me uma formação que hoje em dia garanta uma empregabilidade a 100 por

cento. Diga-me uma. Há formados do Técnico que neste momento não têm trabalho ou estão com trabalhos de 500 e 600 euros por mês. Isso é a realidade que temos neste momento. Aquilo que acontece à educação é paralelo àquilo que acontece nas outras formações. Reconhece de alguma forma, e nas palavras do senhor ministro, que há escolas com graus de exigência muito diferentes no nosso país?

Isso é verdade, há uma diferença de qualidade. Por acaso até temos conhecimento que há escolas privadas cujo nível é francamente inferior. Não deixa de ser interessante que o senhor ministro, em relação às privadas, não tenha feito qualquer pressão para que diminuam o número de cursos, de oferta, nem apele ao aumento de exigência. O próprio ministério criou uma agência de creditação para estabelecer os critérios de qualidade e depois vem o ministro dizer que esses cursos afinal são fracos. É contrassenso sobre contrassenso. O ministro também afirmou que o sistema de formação de professores tem muitas falhas. Revê-se nestas palavras?

Quando se diz que tem muitas falhas há que elencá-las. Há que dizer, de forma objetiva, fundamentando com dados. O que ele acaba por dizer é mais uma opinião de café. O que sabemos, em termos de PISA, por exemplo, é que subimos muito em relação a outros países que até fizeram um movimento na direção contrária, como é o caso da Suécia. Temos outras comparações, outros estudos do género que foram feitos até agora e que colocam os países asiáticos com maior desempenho em termos nomeadamente da matemática. Mas a sociedade que pretendemos para o futuro não é uma sociedade que tenha um tipo de vivência igual à tailandesa ou igual à chinesa. Porque se a aposta é essa, estamos a concorrer no pior dos campeonatos. Isso é caminhar unicamente na direção das competências numa única área específica, para sermos úteis à máquina produtiva e sem que daí advenha qualquer benefício para a pessoa. Na sua experiência de muitas década enquanto professor ligado a estas áreas da educação, e daquilo que tem conferenciado com colegas seus de universidades, os critérios de exigência nas escolas superiores de educação são diferentes daqueles que são os critérios das universidades?

Depende um bocado das vertentes que estamos a querer valorizar neste contexto. Temos conhecimento de muitos cursos de formação de professores em universidades que podem ter uma boa componente científica mas, por exemplo, não têm sequer um professor especialista na pedagogia desse tipo de ensino sequer a monitorizar os estágios…

Mas, mais grave do que isso, é a perspetiva de redução do Estado ao mínimo, ficando com o menor número de responsabilidades diretas, para que os privados tirem daí os proveitos consequentes. Penso que se irão manter [as escolas do IPBeja]. Porque elas são de tal forma importantes que nem as próprias populações e as outras entidades da região, às vezes, se apercebem bem da função que têm em termos da estruturação da própria sociedade (...) Uma machadada dessas seria um desastre brutal. Mas pronto, às vezes, os desastres brutais também acontecem. Isso é uma prática frequente nas universidades. É normal que qualquer instituição, independentemente de ser universidade ou ser escola superior de educação, se estiver na periferia tem um determinado tipo de massa crítica e se estiver no litoral ou nos grandes centros tem outro tipo de massa crítica. Não há uma diferença de exigência nem de qualidade só porque está numa localização ou está noutra. Tem muito a ver com a questão da massa crítica, tem muito a ver com a densidade populacional.

Está a falar de universidades privadas?

Então por que motivo terá o ministro afirmado que tinha dúvidas sobre estas entidades?

Não, públicas mesmo. Muitas vezes têm um conjunto de doutores na formação da área científica, mas depois não lhes é exigido professores na área pedagógica. E têm por exemplo situações de práticas pedagógicas em que os professores nunca deram aulas àquele nível de ensino.

Se calhar temos tendência para dizer que o contexto em que somos formados é muito melhor porque isso é uma forma também de nos afirmarmos a nós próprios. O senhor ministro vem das universidades, é normal que proteja e que considere o sistema. Se o ministro, em vez de

vir da universidade, tivesse vindo de uma formação de um politécnico ou de uma escola superior de educação ou outra que fosse teria uma perspetiva diferente. Considero isso nessa linha de pensamento. Concorda com a realização de exames e de critérios de admissão após a licenciatura para os professores, mais ou menos, como acontece com os advogados?

Estamos a falar de coisas que são comparáveis. Que eu saiba os cursos de direito não estão a ser avaliados por uma agência de acreditação que exige um determinado tipo de parâmetros. O advogado faz a licenciatura e a seguir tem de fazer o estágio, porque não está incorporado dentro da própria licenciatura. Mas qual é a sua opinião em relação a esta ideia do ministro de haver uma espécie de prova?

Eu aceitaria perfeitamente, mas nesse caso não se justificaria a existência de uma agência de acreditação. Se existe todo um sistema anterior em que a pessoa tem de cumprir em termos de um conjunto alargado de condições para que a formação seja boa, e o próprio Estado tem uma agência a quem paga para fazer essa função, com aqueles que considera os melhores especialistas, então acho que se trata de uma duplicação de sistemas. Portanto, ou se anulam as agências de acreditação ou se faz um exame. Se o próprio ministério tem uma escola, e se se preocupa em dotá-la de todos os elementos para que o ensino seja em condições, se tem sistemas de monotorização e fiscalização constantes da qualidade de ensino e depois, a seguir, vai fazer uma prova, essa prova parece apenas uma forma de poder rejeitar alguém. Qual é a sua opinião sobre a recente prova de avaliação de conhecimento dos professores?

Até juridicamente ela está protestada em tribunal e houve tribunais que aceitaram a rejeição da prova. A prova aplicou-se apenas a 40 por cento do universo que era para se aplicar… Concorda com essa prova?

Eu já disse aqui antes que aceitaria a prova de não houvesse agências de acreditação. Considera essa prova um atestado de menoridade às instituições que passam os certificados e conferem habilitações aos professores?

Se a prova já tivesse sido feita e se, por exemplo, tivessem sido apurados cinco mil professores, desses cinco mil professores, quatro mil fossem das universidades e apenas mil das escolas superiores de educação… Mas não vimos nada disso. É passar um atestado de menoridade a quem? Se calhar, nesse caso, a todos. Que outras formas de protesto pensam vir a desencadear contra as palavras do ministro?

Não sabemos ainda o que se segue. Se até ao final do mês o ministro não se retratar das afirmações que fez nós iremos tomar outras posições, mas não estão ainda definidas. Após esta reflexão iremos fazer outra reunião e nessa reunião depois haverá propostas de outras iniciativas.


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O ciclo de vida da enguia-europeia A enguia-europeia “é um peixe migrador com um ciclo de vida catádromo, sendo um peixe que nasce e morre, presumivelmente, no mar dos Sargaços, em pleno oceano Atlântico”, refere Rui Gaibino. “Uma parte do seu ciclo de vida, cerca de um a dois anos”, continua o docente de Biologia, “ocorre em zonas de água salgada (fase oceânica). As larvas, utilizando a corrente quente do Golfo, efetuam uma migração transoceânica, em direção à

costa do norte de África e do continente europeu, durante a qual passam por uma metamorfose em que alteram, profundamente, a sua estrutura morfológica. No final deste ciclo as larvas atingem a forma de enguia-de-vidro (meixão), estando, neste momento, próximas de alcançarem o seu destino, as margens e rios continentais, iniciando a fase continental que pode durar de três a 20 anos”. Aquando “da entrada nas águas interiores, os meixões começam a pigmentar, sendo

Tema de capa

Quilo do meixão pode chegar aos 600 euros

O tão apetecido “ouro branco do rio”

P

assam poucos minutos das 9 e 30 horas. O pequeno bote semirrígido da GNR, com capacidade para quatro tripulantes, parte do cais de embarque do Pomarão, rumo ao norte, a Penha de Águia, freguesia de Santana de Cambas (Mértola), em mais uma operação de fiscalização no âmbito do combate à pesca ilegal de meixão (vulgarmente conhecido por enguia-bebé) no rio Guadiana. São cerca de 15 quilómetros de distância por rio – 20 por terra –, percorridos em pouco mais de meia hora, numa viagem sem sobressaltos, devido às condições climáticas estáveis. Chegados ao cais de Penha de Águia, o chefe do Núcleo de Proteção Ambiental (NPA) do Destacamento Territorial de Almodôvar da GNR, primeiro-sargento Rui Leite, e o guarda-principal Artur Cegonho, dão início a uma inspeção meticulosa ao leito do Guadiana e às margens. O objetivo é detetar não só a eventual presença de redes mosquiteiras, de malha apertada, utilizadas na pesca desta espécie em vias de extinção, mas também de cabos usados para as suster no fundo do rio ou qualquer outro objeto que denuncie a existência desta prática ilegal, “bastante lucrativa”, que põe em causa a sobrevivência do meixão e de outras espécies (ver entrevista).“[Perante a existência de uma rede mosquiteira] há sempre um cabo que atravessa o rio para a suster”, reforça Artur Cegonho, há uma década ao serviço do NPA de Almodôvar e um dos militares que integra habitualmente as equipas de fiscalização

O Núcleo de Proteção Ambiental do Destacamento Territorial de Almodôvar da GNR, efetuou, desde o início de 2013, sete operações de fiscalização no âmbito do combate à pesca ilegal de meixão (enguia-bebé), de que resultaram a apreensão de “10 redes mosquiteiras, cordas, crivos e 2,5 quilos de meixão”. Apelidado de “caviar português” e de “ouro branco do rio” – devido ao seu elevado valor comercial, que pode chegar aos 500 ou 600 euros por quilo, e à sua cor clara –, a sua pesca está proibida desde 2001 em todo o território nacional, à exceção do rio Minho, sendo também permitida em Espanha. O “Diário do Alentejo” acompanhou a última operação levada a cabo pelo referido núcleo, realizada na terça-feira de manhã. Texto Nélia Pedrosa Fotos José Serrano

que seguem por rio. Por terra, em viatura, seguem sempre mais duas equipas responsáveis pelo patrulhamento das margens, com o objetivo “de detetar alguns utensílios neste tipo de pesca”, entre outras irregularidades, esclarece o primeiro-sargento Rui Leite. O meixão, de nome científico Anguilia anguilla e também conhecido por enguia-de-vidro e angula, entre outras designações, é translúcido, medindo entre quatro a cinco centímetros. Apelidado de “caviar português” e de “ouro branco do rio” – devido ao seu valor

comercial, que pode chegar aos 500 ou 600 euros por quilo, e à sua cor clara –, a sua pesca está proibida desde 2001 em todo o território nacional, à exceção do rio Minho, sendo também permitida em Espanha. O país vizinho é, aliás, o principal destino do meixão pescado em território nacional. Esta é a segunda operação de fiscalização realizada desde o início do ano. Na primeira, efetuada há cerca de duas semanas também na freguesia de Santana de Cambas,os militares do NPA do Destacamento de Almodôvar

apreenderam duas redes mosquiteiras, com cerca de 80 metros de comprimento cada, e várias cordas. Desta segunda operação, que decorreu na última terça-feira, não resultou qualquer apreensão. As razões, segundo o chefe do NPA, poderão ser várias: “Não intercetarmos redes também é muito bom. Pode ser um sinal de que estamos a dissuadir os pescadores que se dedicam a este tipo de pesca. Por outro lado, como se está a iniciar a nova época da pesca da lampreia, os pescadores começam a colocar as redes para a lampreia e os que se dedicam à atividade ilícita da pesca do meixão não colocam as redes mosquiteiras com tanta frequência, para não entrarem em conflito uns com os outros. Poderá ser esse o caso”. As redes utilizadas para pescar a enguia-bebé, que podem “custar entre 300 e 400 euros, sem contabilizar a mão-de-obra artesanal”, refere o primeiro-sargento Rui Leite, são colocadas no Guadiana de forma a criarem uma espécie de “barragem”, capturando qualquer tipo de peixe, que, devido à malha apertada, acaba “por não conseguir sair”, o “que para o meio ambiente é um risco”. Os pescadores colocam ainda dentro das redes mosquiteiras “amortecedores de automóveis, discos de travagem e jantes, entre outros resíduos”, para “as susterem no fundo do rio”, o que dificulta a sua remoção quando detetadas pelo núcleo, diz o responsável. Uma rede pode demorar, em média, “duas a três horas” a ser retirada, para evitar que “os resíduos” nela contidos “caiam no rio”. O meixão


Rui Gaibino

Docente de Biologia na Escola Secundária D. Manuel I, em Beja

Enguia-europeia está em situação de perigo Por que é que a pesca de meixão é considerada ilegal em Portugal, com exceção do rio Minho?

apreendido, depois de pesado, é sempre restituído “ao seu habitat natural”. “Verifica-se um aperfeiçoamento da parte de quem pratica esta pesca ilegal, nomeadamente nos pesos que colocam dentro das redes para dificultarem o nosso trabalho. Mas, se não tirarmos numa hora, tiramos em duas ou três, mas tiramos. Também vão mudando as suas técnicas de apanha e as posições das redes à medida que nós as vamos apreendendo”, salienta o chefe do NPA, admitido que os pescadores “jogam em casa”. O Núcleo de Proteção Ambiental do Destacamento Territorial de Almodôvar da GNR efetuou, desde o início de 2013, sete operações de fiscalização no âmbito do combate à pesca ilegal de meixão, de que resultaram a apreensão “de 10 redes mosquiteiras, cordas, crivos e 2,5 quilos de meixão”. Foram ainda levantados dois autos de notícia pelo crime de danos contra a natureza (por apreensão de meixão) e oito autos de contraordenação à lei da pesca. Até ao momento desconhecem-se os responsáveis. “Ainda não identificámos nem detivemos ninguém no decorrer destas operações”, afirma o comandante do Destacamento Territorial de Almodôvar, capitão Jorge Barbosa, adiantando que “os frutos” das operações realizadas chegam “de forma indireta”: “Tem-se reprimido este tipo de atividades no rio e tem-se vindo a assistir a um decréscimo deste tipo de pesca, apesar de ser difícil o fragrante delito, porque a presença no rio é facilmente detetada. Mesmo sendo a dias e horas aleatórios, com abordagens aleatórias (porque há operações que têm uma incidência mais terrestre e outras que privilegiam o deslocamento marítimo no bote), é fácil a quem pratica este tipo de atividades detetar a presença da autoridade devido ao conhecimento que terá da área. Mas tem havido uma diminuição considerável”. Apesar das “sanções

pesadas” previstas, quer se trate de uma situação de crime de danos contra a natureza ou de contraordenação à lei da pesca, o facto de ser uma prática “difícil de detetar em flagrante delito”, leva a que “haja sempre uma tentativa de continuar a atividade”, devido “à sua rentabilidade”, acrescenta o responsável. Das investigações que têm sido efetuadas no âmbito do combate à pesca ilegal de meixão, continua o capitão Jorge Barbosa, “o que se tem vindo a apurar é que há uma venda maioritariamente para o país vizinho, para o fabrico de patés e de outros pratos que têm um valor muito elevado, sendo que a venda do meixão ronda os 600 euros o quilo, mas depois o produto derivado, e que é vendido ao consumidor final, poderá chegar aos 1 000 euros, nomeadamente uma espécie de caviar muito apreciada na vizinha Espanha. Por isso, o principal mercado será o espanhol, mas não há certezas quanto a todas as finalidades do meixão”, conclui. As operações de fiscalização integram normalmente efetivos das três equipas de polícia ambiental do NPA, nomeadamente de Proteção da Natureza e Ambiente (EPNA), de Proteção da Natureza e Ambiente em Zonas Específicas (Epnaze) e de Proteção Florestal (EPF). “Para este tipo de operação costumamos empenhar o maior número de efetivos possível para tentar obter os melhores resultados, não descurando, como é evidente, as outras partes da nossa atividade”, diz o primeiro-sargento Rui Leite. Esporadicamente contam com a colaboração “dos vigilantes do Parque Natural do Vale do Guadiana”, sendo “utilizados dois barcos no rio, um para sul e outro para norte”. O NPA efetua igualmente, em conjunto com a sua congénere do país vizinho, de Huelva, “ações de controlo de pesca” e “intercâmbios de ideias no que toca às ilicitudes praticadas pelos pescadores” dos dois lados da fronteira.

Realmente o rio Minho é a única exceção em Portugal Continental à pesca do meixão, também conhecido pelas designações de loura, enguia-de-vidro, irozinha ou angula, forma juvenil da enguia-europeia Anguilla anguilla (L.). O motivo de tal regime de exceção deve-se ao facto deste rio ser internacional e esta atividade apresentar grande importância a nível cultural e socioeconómico para os pescadores, quer portugueses quer espanhóis, o que esteve na base da criação de uma Comissão Permanente Internacional do rio Minho no âmbito da cooperação entre Portugal e Espanha, promovendo um Plano de Gestão da Enguia para o Troço Internacional do Rio Minho, limitando, por exemplo, as artes de pesca ao uso da rapeta para o meixão, limitação do número de licenças e a proibição da pesca das formas adultas da enguia-europeia, nomeadamente a enguia-amarela e a enguia-prateada. De referir que no caso do nosso rio Guadiana, embora ainda não tenham sido estabelecidas regras de gestão, está em curso a discussão sobre o regulamento adequado, através da Comissão Internacional de Limites, pelo facto de este rio ser internacional, permitindo-se atualmente a pesca de exemplares adultos de enguia amarela/prateada, sendo as artes autorizadas as nassas, anzolada, cana e linha de mão com capturas de exemplares a partir dos 20 centímetros, sendo, obviamente, proibida qualquer captura de meixão. Quais são os principais problemas que decorrem da pesca ilegal de meixão?

Em primeiro lugar contribui claramente para o declínio da população de enguia-europeia, uma espécie que, hoje em dia, se encontra inscrita no Livro Vermelho dos Vertebrados em situação de perigo, pois o seu stock apresentou nas últimas décadas uma redução de cerca de 99 por cento, cujas razões ainda não são completamente compreendidas. Entre as diversas causas apresentadas para este decréscimo

referem-se a redução significativa do habitat disponível, nomeadamente as construções de albufeiras para fins múltiplos, o que dificulta a transponibilidade da subida ou da descida dos cursos de água; o alto valor comercial da espécie em todas as fases do seu ciclo de vida, com exceção da fase larvar; a introdução de parasitas endémicos de outras espécies de enguias e a contaminação de origem. Só relativamente à pesca ilegal de meixão em Portugal, e dada a falta de informação por outras vias, considerou-se o número de artes aprendidas/retiradas nas ações de fiscalização na campanha 2008/2009 e a sua representatividade relativamente às artes existentes no conjunto das bacias hidrográficas portuguesas, estimando-se um volume de pesca ilegal de meixão de 6 862 kg/ano. Ora, se cada meixão pesa em média um grama, é fácil ter uma ideia do número de exemplares de enguias que estão em quase sete toneladas… Por outro lado, não nos podemos esquecer que a enguia-europeia faz parte de uma teia alimentar. Estudos efetuados com o xarroco (Halobatrachus didactylus) no estuário do rio Mira indicam que três por cento da dieta desta espécie são enguias (1,8 por cento enguias-de-vidro e 1,2 por cento enguias amarelas). Foi estudada a dieta a do corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax carbo), no rio Minho, em dois invernos consecutivos, tendo-se estimado o consumo de 2,8 toneladas de enguias num período de 12 meses. Entre os mamíferos, a lontra (Lutra lutra) está igualmente referenciada para Portugal como predador de enguia. Estudos efetuados nos rios Mira e Vouga apontam a enguia como uma espécie importante na dieta natural da lontra, representando 14,2 e 29,2 por cento das presas ingeridas, respetivamente. Penso também que o uso de artes de pesca de malha tão fina como as utilizadas no meixão pode comprometer a captura de outras espécies de elevado interesse ecológico como é o caso do saramugo (Anaecypris hispânica), sendo uma espécie endémica da bacia do Guadiana, não existindo em qualquer outro sistema fluvial, classificado como “criticamente em perigo” pelo Novo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal. O que é que o torna uma espécie tão apreciada, principalmente em Espanha e em países asiáticos?

Penso que é uma questão cultural. Realmente os espanhóis e os asiáticos consideram o meixão uma iguaria, o que faz com que a sua “raridade” o torne um produto muito caro, rondando em média os 3,5 euros o grama ao pescador, ficando o quilograma em 350 euros, tornando apetecível a sua captura ilegal. Para além do consumo local, as enguias-de-vidro são muitas vezes capturadas para exportação, sobretudo para o mercado asiático, destinadas à engorda em aquacultura e repovoamento.

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que este processo se prolonga, numa primeira fase, até atingir o estádio de enguia amarela. Posteriormente, e após iniciar a maturidade sexual, os indivíduos descem o rio, sofrendo novas adaptações, entre elas um novo processo de pigmentação que as torna prateadas e que lhes permite nadar nas águas e pressões oceânicas, regressando ao oceano para se reproduzirem e morrerem, garantido, no entanto, uma nova geração de enguias que executarão um novo ciclo”, conclui.


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Lançados mais três volumes da Coleção Memórias D’Odiana

Atual

A empresa do Alqueva anunciou o lançamento de três novos volumes da 2.ª série da coleção “Memórias de Odiana”, dedicados a projetos de minimização de impactos sobre o património arqueológico no âmbito da construção do empreendimento. Os novos volumes surgem após o lançamento, no passado mês de setembro, dos primeiros quatro de 14 volumes da 2.ª série da coleção, fruto de uma parceria entre a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) e a Direção Regional de Cultura do Alentejo. Segundo a EDIA, o lançamento destes três novos volumes dá continuidade à “política de divulgação” dos resultados dos trabalhos arqueológicos no âmbito do empreendimento do Alqueva, para dar a conhecer ao público partes da história da região”.

Centro Europe Direct promove em Beja ação “(Re)enamore-se pela Europa” O Centro de Informação Europe Direct do Baixo Alentejo, com sede em Mértola, promove em Beja, no próximo dia 14 de fevereiro, a iniciativa “(Re)enamore-se pela Europa”, que decorrerá entre as 10 e as 13 horas, no Jardim Público da cidade. A ação tem como principais objetivos “sensibilizar e divulgar as eleições para o Parlamento Europeu que serão realizadas no próximo dia 25 de maio” e consta de várias mesas redondas, apresentadas por diversos oradores especializados nas temáticas da “Cidadania Europeia” e da “Participação Cívica e Social”, como é o caso da eurodeputada bejense Maria da Graça Carvalho.

Posse do Conselho Distrital da Ordem dos Médicos

Bastonário contra políticas de saúde economicistas José Manuel da Silva, bastonário da Ordem dos Médicos, defendeu este domingo, em Beja, medidas de “discriminação positiva” para a fixação de médicos no interior do País e, em relação à recente redução de camas no Hospital de Beja, lembrou que nesse domínio Portugal tem um rácio “muito abaixo da média da OCDE”.

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a cerimónia da tomada de posse do novo Conselho Distrital da Ordem dos Médicos, que decorreu em Beja, no dia 19, o bastonário da classe condenou a atitude economicista que nos últimos tempos “descentrou as preocupações na saúde dos doentes para a folha de excel”. Em declarações à Rádio Pax, José Manuel da Silva defendeu um Serviço Nacional de Saúde (SNS) “de acordo

José Manuel da Silva

com as necessidades do País e não em função de critérios exclusivamente economicistas”.

O bastonário da Ordem dos médicos, quando confrontado com a recente redução de camas no Hospital José Joaquim Fernandes, lembrou que Portugal está muito abaixo da média da OCDE e quando comparado com a Alemanha, a diferença é de um para três. Quanto à penúria de médicos de que o interior, em geral, e o Baixo Alentejo, em particular, sofrem, Manuel da Silva considerou ser necessário tomar “medidas de discriminação positiva” para a fixação de técnicos. Pedro Vasconcelos, que na ocasião tomou posse como presidente do Conselho Distrital de Beja da Ordem dos Médicos, corroborou a opinião do bastonário e acrescentou que se não se decidir nesse sentido “dificilmente chegarão mais médico ao interior”.

Ulsba aconselha utentes a ligar Linha 24

Gripe não afeta urgências de Beja

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Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo divulgou, através do site da instituição, quais os procedimentos que as pessoas com infeções respiratórias devem observar antes de se dirigir às urgências. O Gabinete de Comunicação e Marketing da Ulsba disse ao “Diário do Alentejo” que, apesar do “aumento natural para a época do ano”, não se assistiu a nenhum “pico extraordinário na afluência” aos serviços por causa da gripe.

Caso apareçam sintomas de infeção respiratória, os doentes devem evitar, desde logo, dirigir-se ao Serviço de Urgência do Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, já que “a acumulação de doentes na área de espera é potenciadora de transmissão de doenças”, avisa a Ulsba. O procedimento aconselhado é para que comecem por contatar o serviço telefónico Linha 24 (808 24 24 24), disponível

24 horas por dia. Aí serão encaminhados por pessoal especializado, mas, em alternativa, podem consultar o médico de família e, caso isso não seja possível, recorrer a uma das consultas de recurso no Centro de Saúde da área de residência. Por último, e ainda antes de recorrer ao Hospital José Joaquim Fernandes, devem encaminhar-se para o Serviço de Urgência Básico mais perto das suas residências.

Eleições na Amagra

José Alberto Guerreiro reeleito

J

osé Alberto Guerreiro, presidente da Câmara Municipal de Odemira, foi reeleito na terça-feira, 14, para o cargo de presidente do conselho diretivo da Associação de Municípios Alentejanos para a Gestão Regional do Ambiente (Amagra). Para vogais do conselho diretivo da Amagra, representando os municípios associados, foram eleitos Nelson Brito (presidente da Câmara de Aljustrel),

Nuno Mascarenhas (presidente da Câmara de Sines), Ana Luísa Soares (vereadora da Câmara de Alcácer do Sal) e Albano Mestre (vereador da Câmara de Santiago do Cacém). Por seu turno, a mesa da assembleia intermunicipal da Amagra tem agora como presidente Aníbal Costa (presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo), como vice-presidente Filipa Faria (vereadora da Câmara Municipal de Sines) e como

secretário Fernando Sardinha (vereador da Câmara Municipal de Grândola). José Alberto Guerreiro continuará também a presidir à assembleia geral da Ambilital - Investimentos Ambientais do Alentejo, empresa intermunicipal composta pela Amagra e pela SUMA - Serviços Urbanos, Lda, que integra os municípios de Alcácer do Sal, Aljustrel, Ferreira do Alentejo, Grândola, Santiago do Cacém, Sines e Odemira.


Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

JOSÉ SERRANO

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Serpa volta às 35 horas semanais

Operação “Lagareiro” resultou na elaboração de “oito autos de notícia de contraordenação”

GNR fiscalizou 30 lagares de azeite do distrito de Beja Militares da GNR do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (Sepna) fiscalizaram “30 lagares de azeite dos 32 existentes” na zona de ação do Comando Territorial de Beja. Ao todo foram elaborados “oito autos de notícia de contraordenação”, dois dos quais “por rejeição de águas degradas diretamente para o sistema de disposição de águas residuais, para a água ou para o solo, sem qualquer mecanismo que assegurem a depuração das mesmas”.

N

o âmbito das ações de fiscalização em instalações fabris de produção de azeite (operação “Lagareiro”), levadas a cabo por militares da GNR do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (Sepna) entre os dias 18 de novembro do ano passado e 15 deste mês, foram elaborados, no distrito de Beja, “oito autos de notícia de contraordenação”. Das infrações detetadas no distrito, duas dizem respeito à “rejeição de águas degradas diretamente para o sistema de disposição de águas residuais, para a água ou para o solo, sem qualquer mecanismo que assegurem a depuração das

mesmas”; uma à “utilização dos recursos hídricos sem o respetivo título de utilização”; duas à “falta de controlo metrológico das balanças”; uma a “extintores fora de validade”; e duas à “falta de resguardo/proteção nas lagoas de retenção de águas russas”, esclarece, em declarações ao “Diário do Alentejo”, o oficial de relações públicas do Comando Territorial de Beja da GNR, tenente-coronel José Rosa. Durante a operação foram fiscalizados “30 lagares de azeite dos 32 existentes” na zona de ação do comando. Os outros dois “não foram fiscalizados porque não se encontravam a laborar e as instalações estavam encerradas”, refere o responsável. Os autos foram “enviados para as entidades administrativas competentes para instrução dos respetivos processos de contraordenação, sendo que as sanções previstas na legislação passam pela aplicação de coimas e pela obrigação de reposição da situação anterior à infração, suspensões das licenças, entre outras”, adianta o oficial de relações públicas do comando. A operação “Lagareiro” tem como objetivo principal fiscalizar “as instalações fabris de produção de azeite,

existentes na zona de ação do Comando Territorial de Beja da GNR, para identificar e reprimir incumprimentos à legislação em vigor, nomeadamente se o lagar de produção de azeite está devidamente licenciado; se a gestão de todos os resíduos provenientes da transformação de azeitona em azeite, bagaço e águas ruças está a realizar-se de forma correta; e outras situações ilegais que constituam infração às normas de proteção do ambiente”. Comparativamente à operação “Lagareiro” 2012/2013, o tenente-coronel José Rosa salienta que se verifica “um pequeno aumento” do número de lagares fiscalizados, de 22 para 30, “o que reflete o aumento deste tipo de atividade industrial no distrito de Beja”, e, “consequentemente, um aumento das infrações detetadas, de duas para oito”. “Esta operação foi muito importante e permitiu, para além da verificação do cumprimento da legislação por parte dos lagares de azeite, obter contactos e informações que poderão ser úteis no futuro, em outras situações, bem como transmitir um sentimento de firmeza, segurança e confiança na GNR”, conclui o oficial de relações públicas. Nélia Pedrosa

GNR identificou seis suspeitos do furto

Recuperados artigos de elevado valor histórico e patrimonial em Serpa

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GNR anunciou ter recuperado artigos de elevado valor histórico e patrimonial, avaliados em cerca de 14 mil euros, que tinham sido furtados de uma residência, em Serpa, e identificado seis suspeitos do furto. Dos artigos recuperados, que foram propriedade do Conde de Ficalho e são dos séculos XVIII e XIX, constam várias meda-

lhas relativas a condecorações àquele conde e seu pai e punhais com cabos em marfim, precisa a GNR, num comunicado enviado. Segundo a GNR, os seis suspeitos da autoria do furto, com idades entre os 16 e 19 anos, foram constituídos arguidos e sujeitos à medida de coação de termo de identidade e residência. A recuperação dos artigos e a identifica-

ção dos suspeitos decorreu no âmbito de uma investigação da GNR, na sequência de uma denúncia apresentada e relativa ao furto no interior da residência, com arrombamento, em Serpa, de onde tinham sido furtados os artigos. A investigação prossegue a cargo do Núcleo de Investigação Criminal do Destacamento Territorial de Moura da GNR.

A Câmara Municipal de Serpa retomou, no último dia 15, o horário das 35 horas semanais, na sequência de uma providência cautelar julgada procedente pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja, e intentada contra o município de Serpa pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL). A medida, “ de caráter transitório”, esclarece a autarquia, “está dependente da decisão final que venha a ser tomada na ação principal”. Recorde-se que, no passado dia 27 de dezembro, foi assinado o Acordo Coletivo de Entidade Empregadora Pública entre a Câmara Municipal de Serpa, juntas de freguesia de Brinches, Pias, Vila Verde de Ficalho e União de Freguesias de Vila Nova de S. Bento/Vale de Vargo e o STAL.

Castro Verde louvou Associação de Agricultores do Campo Branco A Câmara Municipal de Castro Verde, reunida em sessão ordinária no passado dia 15, aprovou uma moção de louvor a propósito do 25.º aniversário da Associação de Agricultores do Campo Branco, apresentada pelos vereadores do PS, que mereceu a concordância dos eleitos da CDU. A moção foi aprovada por unanimidade. PUB


Vidigueira com novas normas para alienação de terrenos

Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

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As novas normas que estabelecem o regime de alienação de lotes de terreno da Câmara de Vidigueira, situados nas zonas industriais do concelho e destinados à instalação de empresas, já entraram em vigor, anunciou o município. Segundo a autarquia, as novas normas estão publicadas na íntegra no sítio de Internet da Câmara de Vidigueira, disponível em www.cm-vidigueira.pt.

Almodôvar com reforço de equipa médica A Câmara Municipal de Almodôvar anunciou que tem “vindo a desenvolver contactos formais com a Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARS) e com a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (Ulsba)” e, de acordo com o município, “desse esforço já resultou a primeira resposta”. A Ulsba disponibilizou-se para colocar mais um médico e, deste modo, reforçar a equipa de clínicos do Centro de Saúde de Almodôvar. A autarquia, por sua vez, comprometeu-se a “tentar ajudar a encontrar profissionais de saúde para virem para Almodôvar”, criando-lhes “condições de habitação”.

Ambilital envolve sete concelhos do Alentejo

Empresa de resíduos investe 4 milhões A empresa de gestão de resíduos de sete concelhos do Alentejo está a investir cerca de quatro milhões de euros em equipamentos, que vão permitir tornar a infraestrutura mais eficiente e reduzir a deposição em aterro.

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tualmente está “em fase de testes” a unidade de valorização do biogás emitido pelas duas células de aterro sanitário existentes, com a produção de energia elétrica que será servida à rede de distribuição, indicou à agência Lusa o presidente da Ambilital, José Alberto Guerreiro. A construção de uma unidade de produção de combustível derivado de resíduos (CDR) está também “em fase adiantada”, havendo já um “acordo de parceria” com uma cimenteira para a entrega do produto, referiu.

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O equipamento aproveita resíduos que, por qualquer motivo, não podem ser reciclados, mas têm um elevado poder calorífico, como têxteis, papel e plásticos, para produzir uma fonte de energia, explicou José Alberto Guerreiro, que é também presidente da Câmara Municipal de Odemira. Até agora, acrescentou o autarca, a parte não reutilizável dos resíduos produzidos pelas populações de Alcácer do Sal, Aljustrel, Ferreira do Alentejo, Grândola, Odemira, Santiago do Cacém e Sines era totalmente enviada para aterro, mas com a nova unidade essa quantidade irá reduzir-se. A triagem do lixo indiferenciado que chega à Ambilital, sediada em Ermidas-Sado (Santiago do Cacém), é feita através de equipamentos, inaugurados em 2011, que recuperam materiais recicláveis que não sejam depositados nos ecopontos e os materiais

orgânicos, aproveitados para produzir composto. Este investimento, superior a cinco milhões de euros, permitiu à empresa intermunicipal aproximar-se das metas definidas pela União Europeia, passando a valorizar cerca de 60 por cento dos resíduos. Com os equipamentos em construção, José Alberto Guerreiro garante que o sistema irá cumprir essas metas, reciclando e reutilizando “mais de 80 por cento dos resíduos produzidos na região”, cuja população ronda os 120 mil habitantes. Ainda assim, segundo o autarca, ficará concluída, em meados deste ano, a terceira célula de aterro, para “dar resposta ao esgotamento da capacidade das duas células existentes” e que têm sido utilizadas desde a inauguração da Ambilital, há 13 anos. “Esta nova célula de aterro é menos de metade

das anteriores, em termos de capacidade de receção de resíduos, e prevê-se que dure 15 anos. Isto dá boa indicação de que realmente vai ser muito reduzido o envio de resíduos para aterro”, frisou. Está ainda em curso a ampliação do sistema de tratamento de lixiviados do aterro sanitário para que possa cumprir a legislação “cada vez mais exigente”. Este “conjunto de investimentos muito importante”, do qual apenas uma parte (as unidades de valorização de biogás e de produção de CDR) é comparticipada por fundos comunitários, encerra um período de quatro fases de intervenções, totalizando mais de 30 milhões de euros. A Ambilital é uma empresa intermunicipal, composta pela Associação de Municípios Alentejanos para a Gestão Regional do Ambiente (Amagra) e pela SUMA – Serviços Urbanos.


Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

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Exploração e salvaguarda da sustentabilidade do regadio

Governo cria conselho para acompanhar Alqueva A criação de um conselho para acompanhar a exploração e salvaguardar a sustentabilidade do regadio do empreendimento do Alqueva foi, na terça-feira, publicada em “Diário da República”, através de um despacho da ministra da Agricultura.

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egundo o despacho, o Conselho para o Acompanhamento do Regadio (CAR) do Alqueva é “um órgão com funções consultivas do membro do Governo responsável pelo desenvolvimento rural” e vai “acompanhar a exploração da componente hidroagrícola” do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA). O acompanhamento visa “salvaguardar o uso eficiente da água para rega”, a produtividade, a rentabilidade e a competitividade da agricultura praticada no âmbito do empreendimento e “a sustentabilidade da componente hidroagrícola do EFMA”, explica o despacho. O CAR do Alqueva será composto por 15 elementos, em representação de outras tantas entidades, como a Direção-Geral de Agricultura

e Desenvolvimento Rural, cujo representante irá presidir ao órgão. O conselho será também composto por representa ntes d a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo, da Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), do Centro Operativo de Tecnologia do Regadio e de 11 organizações representativas de agricultores e regantes. Desde o dia da publicação, as 15 entidades têm 10 dias para designarem os respetivos representantes no CAR do Alqueva, o qual iniciará funções quando todos os representantes forem designados e terminará o mandato no final de 2016, sendo renovável por despacho do membro do Governo responsável pelo desenvolvimento rural. Segundo o despacho, ao conselho compete pronunciar-se, por sua iniciativa ou solicitação do Governo, sobre matérias “relevantes” para o regadio do EFMA, como medidas para o uso eficiente e tarifário da água para rega e competitividade das explorações agrícolas. O conselho é criado considerando a especificidade, a dimensão física e

económica e o impacto do Alqueva sobre a região e os agricultores, a “importância estratégica” da gestão da água e das infraestruturas na exploração do EFMA e na competitividade da agricultura e das explorações agrícolas e a concessão da gestão da rede secundária do empreendimento à EDIA até 2020, explica o despacho. Segundo o despacho, o conselho advém da “necessidade de criar um órgão nacional de natureza consultiva, que congregue as diversas sensibilidades e os diferentes interesses em torno da componente hidroagrícola do EFMA e que constitua um fórum de debate e de reflexão útil na procura de consensos alargados e na formulação de contributos relevantes para o desenvolvimento sustentável do Alqueva”. O conselho também foi criado considerando as sinergias que advêm de uma gestão participativa, a “importância” do envolvimento dos agricultores e das suas associações e organizações mais representativas e das entidades da administração pública com competências no setor e no território do regadio de Alqueva num “fórum representativo e de discussão alargada”.

Dedução no spread de contrato de empréstimo

Dívida de Ourique com nota positiva

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Câmara Municipal de Ourique informou que “a Direção-Geral do Tesouro e Finanças atribuiu novamente ao município a nota de ‘superação’ no cumprimento dos objetivos de redução da dívida da autarquia”. A informação foi avançada na terça-feira passada e, de acordo com a Câmara de Ourique, “os esforços na redução da dívida, para além da diminuição em mais de 50 por cento do valor total em oito anos (cerca de 11, 5 milhões de euros), revelam-se ainda

na diminuição dos prazos de pagamento a fornecedores e credores, passando dos 311 dias, em 2011, para 130 dias, em 2012”. A nota de “superação” confere ainda ao município uma dedução de 0, 20 por cento no spread do contrato de empréstimo, nomeadamente no âmbito do Programa de Regularização Extraordinária de Dívidas do Estado (Prede). Recorde-se que se acumula à dedução anteriormente concedida, situando-se, assim, numa redução de 0,30 por cento.

Para o executivo da Câmara de Ourique, “este reconhecimento, pelo segundo ano consecutivo, reafirma a importância e a adequação da estratégia de rigor e de transparência assumida na gestão dos dinheiros públicos, destacando a capacidade para promover uma atividade municipal e pública rigorosa na gestão, reduzindo dívida e criando medidas políticas de apoio social, obras e projetos de investimento público em benefício das populações e do desenvolvimento do concelho”.


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FOTO PORTAL DA MARINHA

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ERT lançou aplicação móvel A Entidade Regional de Turismo lançou no mercado turístico a aplicação móvel YouGo Alentejo e Ribatejo, reforçando, assim, a presença on line da vasta e diferenciadora oferta dos dois destinos. A aplicação pretende facilitar aos visitantes das duas regiões o acesso a informações turísticas relevantes, como, por exemplo, contactos de restaurantes e alojamentos, dados sobre atividades de lazer e animação ou a agenda cultural dos territórios, compostos por 58 concelhos. Para a Turismo do Alentejo, “a aposta nas ferramentas e motores de busca da Web assumiu-se, desde sempre, prioritária, sendo que este é mais um dos mecanismo que permite aos visitantes e turistas terem acesso, em qualquer local, à informação sobre os produtos turísticos do Alentejo e Ribatejo”.

Concurso Mértolarte 2014 já abriu inscrições Estão abertas, até 15 de fevereiro, as inscrições para o Mértolarte 2014, iniciativa da Câmara Municipal de Mértola, cujo ponto alto é o concurso/exposição de trabalhos que decorre entre 15 de março e 20 de abril próximos, na Casa das Artes Mário Elias. O Mértolarte tem como objetivo “o incremento das artes plásticas na região, dar a conhecer novos artistas e sensibilizar o público”, abrangendo trabalhos de pintura, escultura, fotografia, vídeo e desenho, entre outros, informa o município. Saliente-se que as obras apresentadas, uma por artista, vão estar em exposição na Casa das Artes Mário Elias, e que os três primeiros classificados recebem prémios monetários no valor de 1 200 euros, para o vencedor, 700 euros, para o segundo classificado, e 500 euros, para o terceiro. A iniciativa contempla também a criação do prémio Jovem Artista de Mértola, que será concedido ao melhor trabalho apresentado por um jovem natural do concelho, com idade igual ou inferior a 18 anos. O prémio será de 100 euros, em material artístico. PUB

Tabela Livre ADSE ADMG PSP

Missão a mais de três mil quilómetros de Beja

Avião da BA11 resgata veleiro A Força Aérea Portuguesa (FAP) resgatou na terça-feira, 14, oito tripulantes de um navio veleiro a quase dois mil quilómetros a sudoeste da ilha de São Miguel, Açores, e a mais de três mil de Beja, informa a FAP na sua página on line.

O

alerta, emitido por rádio pelo veleiro Buccaneer, foi recebido pelas 6 e 47 horas do dia 14. A bordo seguiam sete tripulantes de nacionalidade espanhola e um tripulante de nacionalidade belga, que participavam na oitava regata Gran Prix Atlântico. O navio terá batido num objeto que provocou uma avaria grave e que originou a entrada incontrolada de água para o interior da embarcação, causando

fortes possibilidades de naufrágio. A missão de resgate aos tripulantes do veleiro Buccaneer, de bandeira belga e a cerca de 1 070 milhas náuticas da maior ilha açoriana, foi coordenado pelo Centro Coordenador de Busca e Salvamento Marítimo de Ponta Delgada (MRCC Delgada), que solicitou ao Centro Coordenador de Busca e Salvamento Aéreo das Lajes (RCC Lajes) o empenhamento de meios aéreos. “O RCC Lajes, devido à distância a que se encontrava o veleiro, decidiu ativar um avião de patrulha marítima P-3C Orion, da Esquadra 601 – “Lobos”, da Base Aérea n.º 11 (BA11), em Beja”, continua a FAP. A cerca de 180 quilómetros da posição da embarcação, navegava o navio

de cruzeiro Costa Deliziosa que foi solicitado pelo MRCC Delgada para se dirigir para o local, para prestar assistência. A aeronave chegou à zona de operações pelas 15 e 05 horas, onde se manteve até às 19 e 35 horas, tendo coordenado as operações de salvamento que foram executadas pelo paquete Costa Deliziosa. A operação ficou concluída pelas 20 e 23 horas e todos os oito tripulantes ficaram a bordo do paquete e encontram-se de boa saúde. “Atendendo à distância a que se encontrava de Beja – mais de três mil quilómetros – a aeronave P-3C Orion dirigiu-se para a ilha do Sal, Cabo Verde, onde aterrou pelas 21 e 55 horas, totalizando 11 e 45 horas nesta missão”, conclui a Força Aérea.

Prémio Ideia do Ano Amadeus Brighter Awards 2013

Ceia da Silva distinguido

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presidente da Turismo do Alentejo, António Ceia da Silva, conquistou o Prémio Ideia do Ano, nos Amadeus Brighter Awards 2013, um galardão atribuído pelo principal parceiro tecnológico da indústria das viagens e turismo. O galardão, revelado numa cerimónia presenciada por altos quadros de sector do turismo e realizada na Fundação Champalimaud, em Lisboa, foi atribuído ao responsável máximo da Entidade Regional de Turismo pelo desenvolvimento

do turismo de experiências na vida da região, através do lançamento da campanha “365 Dias de Emoções”. António Ceia da Silva considerou que “a construção de um destino turístico é uma tarefa permanente de muitos elementos. É uma honra partilhar este prémio com os técnicos da ERT e da agência, os meus colegas de direcção, os técnicos dos postos de turismo, os autarcas, os directores dos empreendimentos, os agentes de animação e da restauração, assim como com todos os que amam o

Alentejo, entre os quais os turistas”, disse. “Esta distinção, para além de ser um orgulho, é, acima de tudo, mais um input positivo que nos motiva para continuarmos a trabalhar em prol da excelência da região, não só no que concerne à qualificação dos produtos turísticos, como também no que diz respeito ao desenvolvimento de campanhas de mercado”, adiantou o presidente da ERT. Recorde-se que os Amadeus Brighter Awards visam distinguir personalidades que se destacam pelo seu contributo positivo no turismo em Portugal.


Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

JOSÉ FERROLHO

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Ourique antecipa data da Feira do Porco Alentejano

Atribuído Prix Sheriff D’Or 2013 a bedeísta bejense

Paulo Monteiro de ouro O primeiro livro de banda desenhada de Paulo Monteiro venceu o Prix Sheriff D’Or 2013, em França, após a edição da obra naquele país.

“F

iquei muito surpreendido e feliz”, porque o prémio, atribuído pela livraria Esprit BD, é “importante” e vai “dar uma amplitude ao livro que, de outra forma, não teria”, explicou Paulo Monteiro à Lusa. O livro O amor infinito que te tenho e outras histórias, já premiado em Portugal, foi lançado em França, em junho do ano passado, pela editora Six Pieds Sous Terre, com o título L’amour infini que j’ai pour toi, tendo recebido críticas favoráveis por parte dos media especializados e de jornais generalistas franceses, como o “Le Monde”. O Prix Sheriff D’Or é seguido “com muito interesse na imprensa francesa e pelos leitores”

e, por isso, a atribuição do prémio é “uma oportunidade fantástica de chegar a mais leitores, o que, em última análise, é o mais importante”, frisou o autor, que já tinha ficado “muito contente” com a nomeação, porque o mercado de banda desenhada em França é “gigantesco”. A obra de estreia de Paulo Monteiro está também nomeada para melhor banda desenhada em outros dois prémios em França: Prix Bulles De Cristal 2014, criado pela livraria Ange Bleu, a sul de Paris, e Prix Lycéen De La Bd Midi-Pyrénées 2014, indicado pelos estudantes das escolas da região dos Pirinéus. Natural de Vila Nova de Gaia, onde nasceu em 1967, Paulo Monteiro, que dirige a Bedeteca e o Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, reuniu no livro 10 histórias feitas entre 2005 e 2010, que versam, de uma forma poética e desassombrada, sobre o amor e a sua impossibilidade. O livro, lançado em Portugal, em 2010,

pela editora Polvo, e já traduzido e editado em França, Espanha e Polónia, ganhou, em 2011, os prémios de Melhor Álbum Português do Festival de Banda Desenhada Amadora BD e de Melhor Publicação Independente da nona edição dos Troféus Central Comics. Segundo Paulo Monteiro, este ano, o livro será editado no Brasil, no Reino Unido e na Sérvia e, em 2015, deverá chegar à Coreia do Sul, com capas diferentes da edição portuguesa. A internacionalização do livro de Paulo Monteiro, o que não tem acontecido com esta intensidade na banda desenhada portuguesa, deveu-se a contactos feitos pelo autor, pela editora, mas também pelo “passa a palavra” após a edição em França, um mercado exponencialmente maior do que o português. Paulo Monteiro disse à Lusa que está a trabalhar numa segunda obra, a qual deverá acabar no próximo mês de fevereiro e ser editada em 2016.

Garret McNamara é o nosso diplomata do “Mar”

Silvestre Ferreira embaixador da “Terra”

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Associação para o Desenvolvimento Económico e Social (Sedes) e a Associação Portuguesa de Business Ângels (APBA), entidades organizadoras das Jornadas da Semana Global do Empreendedorismo em Portugal, que se realizaram em Lisboa, homenagearam o empresário António Silvestre, de Ferreira do Alentejo, responsável pela Herdade Vale da PUB

Rosa, atribuindo-lhe o título de embaixador da “Terra”. Segundo as associações, “o título foi-lhe atribuído tendo por base o grande empreendedorismo praticado na herdade, provando ser possível com inovação e empenho, converter em poucos anos uma exploração agrícola tradicional, numa das mais inovadoras e exportadoras a nível nacional”.

O título de embaixador do “Mar”, por sua vez, coube a Garret McNamara, o conhecido surfista que desliza nas maiores ondas do mundo, nomeadamente por “ter contribuído para uma maior visibilidade internacional do mar português e do seu potencial”. O evento foi realizado em mais 139 países e contou com a presença do Presidente da República, Cavaco Silva.

A Câmara Municipal de Ourique informou que decidiu antecipar a data anunciada para a realização da Feira do Porco Alentejano. O certame realizar-se-á entre os dias 21 e 23 de março. A decisão surgiu no âmbito do acordo estabelecido com a Entidade Regional de Turismo do Alentejo, tendo os municípios de Mértola e de Ourique, em parceria com o Nerbe, decidido não sobrepor eventos. Assim, a Câmara Municipal de Ourique ajustou o calendário de organização da feira, de acordo com o interesse regional e da valorização do evento.

Arte Non Stop em Mértola A Casa das Artes Mário Elias, em Mértola, assinala o seu 11.º aniversário com mais uma edição da Arte Non Stop, uma iniciativa municipal que inclui espetáculos, exposições, oficinas e música. A Casa das Artes é palco da exposição “Amplexo a Mário Elias”, das oficinas “o meu diário gráfico”, com Nádia Torres, “fotografia digital”, com Júlio Roriz, e “informática digital”, com César Prata. O programa deste ano inclui, ainda, uma ação de intervenção artística pelos alunos da Faculdade de Belas Artes do Porto, com o professor José Paiva, uma noite de jazz, com Carlos Barreto Locomotiv, e uma sessão de “contos com música”, com Paula Cusati e Fernando Malão.

“A minha escola” em Almeirim Integrado no I Encontro da Rede de Museus do Distrito de Beja, foi inaugurado, ontem, quinta-feira, o núcleo do Museu da Ruralidade “A minha escola”, em Almeirim, no concelho de Castro Verde.


14 Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

Na passada sexta-feira, eu tive vergonha da democracia portuguesa, vergonha de ter contribuído com o meu voto para eleger deputados do PSD, vergonha de quem inventou um referendo por puro oportunismo político, vergonha de quem aceitou a disciplina de voto numa matéria de consciência individual, e vergonha por a coadoção continuar a ser discutida como se fosse um assunto sobre direitos de adultos quando é, sempre foi e será uma questão básica de direitos das crianças. João Miguel Tavares, “Público”, 21 de janeiro de 2014

PEDRO EMANUEL SANTOS

Opinião

Tudo parece impossível até que seja feito Ana Paula Figueira Docente do ensino superior

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primeira crónica de 2014! Um ano que se augura com alguns desafios. Pela minha parte, e em termos profissionais, inicio o ciclo da publicação das crónicas ilustradas, mensalmente, no jornal. Pelo Pedro Emanuel Santos, claro, o meu “companheiro” do Caleidoscópio 11211 (2012) e do Caleidoscópio 11212 (2013). E quero acreditar que mais virão. Pelo menos enquanto continuar a manchar as folhas do “Diário do Alentejo” com as minhas letras, agora beneficiadas com os rabiscos do Pedro, e conseguir encontrar “gente” que acredite e aposte na importância desse trabalho. Mas, decerto, o repto não fica por aqui. Tenho mais ideias, mais intenções, mais objetivos, mais projetos que gostaria de ver concretizados; com eles virão certamente algumas quedas, algum desalento, alguma frustração, alguma impotência… o que, no conjunto, representa apenas mais vida a ser vivida em, e a cada momento. À primeira crónica que aqui escrevi no ano de 2012 entendi atribuir-lhe o título de “Sou o capitão da minha vida”, uma modesta homenagem que decidi fazer a Nelson Mandela quando ainda era vivo. Recentemente perdemos este grande líder e este grande Homem. “Aqui estou, não como um profeta mas como um servo do povo” dizia ele na tomada de posse como chefe de Estado, um exemplo paradigmático de quanto existe grandeza na simplicidade. O inverso do “charme retórico”, aquilo que tão bem distingue os grandes homens dos fugazes líderes mediáticos de ocasião. Quando poderia ter optado pela neutralidade, pelo conforto e pelo sossego de uma vida mais vulgar e mais comum, Mandela escolheu envolver-se e intervir, no sentido de contribuir para influenciar o destino político do seu país. Este tipo de opções tem sempre um preço; no caso, cobraram-lhe 27 anos da sua liberdade. Mas não conseguiram que perdesse a firmeza das suas convicções. Retornou fortalecido. Ele acreditava que “a grandeza da vida não consiste em não cair nunca, mas em nos levantarmos cada vez que caímos”. Eu também acredito!

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A Associação de Defesa do Património de Mértola está a implementar no território uma rota turística dedicada às TABERNAS tradicionais da região. Verdadeiras catedrais do cante alentejano, muitas delas produtoras do próprio vinho, do vinho do trabalho, as tabernas tradicionais estão em desuso. E cada vez que uma delas fecha, é também um pouco da nossa cultura rural que desaparece. PB

Vestir a camisola do Benfica é uma honra para todos os jogadores. Alguns, e não são assim tantos, honram tanto a camisola como ela os honra a eles. Outros, ainda mais raros, conseguem dar mais ao Benfica do que o Benfica lhes dá. A esses, o clube ergue-lhes uma estátua à porta do estádio. É por isso que só está lá uma. Ricardo Araújo Pereira, “Visão”, 16 de janeiro de 2014

O panteão do Eusébio

IEFP acima da lei!?

Marcos Aguiar Licenciado em Psicologia

Luís Miguel Ricardo Editor

M N

uito se tem argumentado, nos últimos tempos, sobre a possibilidade de Eusébio vir a ser transladado para o Panteão Nacional, ideia que surge na sequência da histeria coletiva que se instalou durante o “espetáculo” surreal que foi o seu funeral. Mais um mau presságio (só mais um) num país que, de tão desnorteado, reage com hipersensibilidade a tudo menos áquilo que devia. Olhado para trás, tão grandes foram os excessos e o aproveitamento abusivo da memória de Eusébio que não me apetece falar mais sobre o assunto, sob pena de se me enrodilhar, outra vez, o estômago. Prefiro, por isso, centrar-me no futuro e naquela que, julgo eu, seria a sua vontade. E vamos a factos... Se o Panteão Nacional fosse coisa de vivos, Eusébio detestaria a companhia que Eusébio merece lhe estão a querer impor. um “panteão” só Imagine-se o Pantera Negra, seu, de preferência coitado, rodeado de gente esno Estádio da tranha, maioritariamente ditadores e escritores republiLuz. Menos que canos de mau feitio: Almeida isso significaria Garrett, trasladado em 1966; desrespeitar a Amália Rodrigues, em 2001; memória de alguém Aquilino Ribeiro, em 2007; que deu tanto ao Guerra Junqueiro, em 1966; nosso País. Mais Humberto Delgado, em 1990; João de Deus, em 1966; Manuel que isso significa de Arriaga, em 2004; Óscar exatamente Carmona, em 1966; Sidónio o mesmo! Pais, em 1966 e Teófilo Braga, trasladado em 1966. Observando esta corte conclui-se que nem uns uísquezinhos acompanhados da voz da Amália tornariam a eternidade mais suportável a “um Rei” que, em vida, sempre preferiu a companhia despretensiosa do povo à manha dos políticos ou à erudição dos artistas. Eusébio merece um “panteão” só seu, de preferência no Estádio da Luz. Menos que isso significaria desrespeitar a memória de alguém que deu tanto ao nosso País. Mais que isso significa exatamente o mesmo! E já que o Eusébio é de todos nós, atrevo-me também a dar uma ideia: reserve-se ad eternum a sua mesa no restaurante “Ti Matilde” para que os amigos (verdadeiros) tenham sempre onde se sentar. Assim, sim, Eusébio ficaria feliz!

o final de 2011, o atual Governo começou a desmantelar a rede de Centros de Novas Oportunidades. E começou pelas entidades ligadas ao IEFP (Instituto do Emprego e da Formação Profissional), despedindo os técnicos afetos aos centros e desprezando o esforço de milhares de portugueses que procuravam através da Iniciativa Novas Oportunidades concretizar o sonho de uma vida e/ou progredir na carreira profissional. Na altura foi notícia a forma descuidada como o instituto lidou com a situação, sobretudo a maneira como dispensou os técnicos e lhes recusou a indemnização devida, indo contra a legislação e contra o parecer do Provedor de Justiça, que deram razão às reivindicações dos ex-funcionários, e fundamentaram o avançar de vários processos em tribunais contra o IEFP. Sendo que atualmente, algumas dessas ações já foram julgadas e o IEFP já foi declarado incumpridor, embora continue em incumprimento. Porém, o descuido do IEFP para com os ex-técnicos não se ficou pelas questões financeiras e éticas. Violando mais uma vez a legislação (Lei n.º66-B/2007 de 28 de dezembro de 2007, que estabelece o Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública – Siadap) e ignorando os direitos dos funcionários, não concluiu o processo de avaliação do último ano de funções (2011), desrespeitando abusivamente o Artigo 71.º, que diz que “A homologação das avaliações de desempenho (…) deve ser, em regra, efetuado até 30 de março (do ano seguinte) e dela deve ser dado conhecimento ao avaliado no prazo de cinco dias úteis.” Uma avaliação que é obrigatória e que é essencial para efeitos de qualquer concurso público. Uma avaliação, que a não existir, penaliza todos aqueles que a não têm, neste caso, todos os extécnicos do IEFP afetos aos Centros de Novas Oportunidades. Identificada a falha por parte dos principais interessados e prejudicados, foram feitos esforços para obter informações sobre a situação, tendo-se obtido, da parte do IEFP, em maio de 2013, o seguinte feedback: “Em resposta à questão colocada sobre a avaliação do desempenho referente ao ano de 2011, informo que a situação dos ex-trabalhadores dos CNO´S se encontra em análise, com vista à resolução destas avaliações de desempenho.” Em suma, e a fazer fé na justificação do IEFP, a situação está em análise há mais de dois anos, o mesmo tempo de penalização para centenas de ex-técnicos, que vêm encurtadas as suas possibilidades de regresso à função pública. Um cenário que é incompreensível, uma vez que os objetivos para 2011 foram contratualizados entre a entidade e os funcionários, tendo estes últimos não cumprido, cumprido ou superado os mesmos. Dois anos para analisar e publicar resultados, cujo prazo contemplado na Lei não vai além de três meses, parece um tempo exageradamente surreal. Um tempo que vai de encontro ao prejudicar de carreiras de técnicos altamente especializados. De técnicos que um dia colocaram as suas competências ao serviço das pessoas, ao serviço da justiça social, ao serviço de uma economia baseada no conhecimento, ao serviço do País que ambicionava a igualdade de oportunidades para os seus cidadãos, e que hoje são vítimas de uma autêntica “caça às bruxas” por parte das políticas mesquinhas que desgovernam a educação e a formação em Portugal.


A crise não explica tudo, mas ajuda. As populações ribeirinhas dos grandes rios, dos rios que as enguias tradicionalmente sobem para desovar, estão confrontadas com um aumento significativo da “pesca” ao MEIXÃO. Que é a enguia bebé, também conhecida por angula ou enguia de vidro, cuja captura é ilegal e cujo comércio no mercado negro, nomeadamente em Espanha, rende fortunas. Não aos apanhadores, como é óbvio. PB

Há 50 anos Delgado, Varela Gomes e mais 86

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a edição de 29 de janeiro de 2014, metade da enorme primeira página do “Diário do Alentejo” era preenchida por uma notícia intitulada “No Plenário da Boa Hora/ Começou ontem o julgamento/ dos oitenta e seis incriminados/ na tentativa revolucionária de Beja”. O texto, num jornal visado pela Comissão de Censura fascista, explicava: “No Plenário Criminal da Boa Hora, em Lisboa, iniciou-se ontem à tarde o julgamento do importante processo relacionado com a tentativa revolucionária ocorrida no quartel do Regimento de Infantaria n.º 3, em Beja, na madrugada de 1 de Janeiro de 1962.” A notícia dava a constituição do tribunal fascista, presidido desembargador dr. António de Almeida Moura, e fazia a “sinopse do despacho de pronúncia”: “O despacho de pronúncia afirma que todos os arguidos, com ‘animus conspirandi’, se propuseram conseguir, através de um movimento revolucionário, a alteração da Constituição do Estado e da sua forma de Governo, por meios violentos, não consentidos. Resolveram, então, tomar de assalto o quartel do Regimento de Infantaria 3, em Beja, e, para a consecução deste resultado imediato por eles desejado no propósito de virem a conseguir, de seguida, a alteração, por meios violentos, da Constituição Política da República Portuguesa e da sua forma de Governo, cada um deles se desempenhou das tarefas de que haviam sido incumbidos, todas coordenadas e destinadas áquele objectivo. O processo descreve ainda, com larga cópia de pormenores, todos os antecedentes, actos preparatórios e reuniões, até chegar o momento de o plano revolucionário ficar concluído e determinado o dia da eclosão.” O artigo enumera depois “a lista completa dos implicados”, 86 ao todo, começando pelos alegados chefes da acção, como “os srs. ex-general Humberto da Silva Delgado; Manuel Serra, de 31 anos, solteiro, antigo oficial da Marinha Mercante; João Maria Paulo Varela Gomes, de 33, casado, ex-capitão do Exército, de Lisboa (…)”, e continuando por outros “ex-oficiais do Exército”, entre os quais Francisco Ramos Brissos de Carvalho, de 29 anos, casado, natural da freguesia de Cabeça Gorda, em Beja. Manda a verdade que se esclareça que o general Delgado não participou no assalto ao quartel e estava escondido na zona da Vidigueira, aguardando o desfecho da acção. Que o hoje coronel na reserva Varela Gomes foi gravemente ferido no ataque, preso, julgado pelos fascistas, bem como sua esposa, Maria Eugénia Varela Gomes, e condenado a prisão. E que o coronel Brissos de Carvalho, falecido no ano passado, foi o primeiro governador civil de Beja, depois do 25 de Abril. Voltando à notícia do vespertino bejense: “Dos réus compareceram 78 ao Tribunal, 66 na situação de presos e 12 afiançados. Por se encontrarem ausentes e nunca terem sido encontrados” não responderam oito dos incriminados, entre os quais Humberto Delgado e Fernando Piteira dos Santos. O jornal revelava ainda que tinham sido citadas duas testemunhas de acusação e cerca de 500 de defesa. Entre estas havia “altas figuras não só eclesiásticas como políticas e intelectuais”. Carlos Lopes Pereira

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15 O MINISTRO DA EDUCAÇÃO concedeu uma entrevista à RTP onde subalternizou a formação de professores nas escolas superiores de educação às universidades. Declarações polémicas que ainda hoje estão à espera de retratação condigna por parte dos institutos politécnicos. Na passada semana aconteceu a primeira jornada de luta nacional contra as palavras do governante. Protesto que, a partir do final do mês, ganhará novo fôlego. PB

Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

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Expressões como “cata-vento de opiniões erráticas” ou “protagonista e catalisador de contrapoderes” são termos menores numa questão tão importante. (…) A função presidencial merece uma abordagem mais madura, mais ponderada e intelectual, e não um tratamento quase ao nível da chacota. Mais a mais, certas personalidades na área do PSD, independentemente de serem polémicas e não-alinhadas por sistema, não merecem ser postas de lado deste modo. É o caso de Marcelo Rebelo de Sousa, mas não só. Eduardo Oliveira Silva, “I”, 21 de janeiro de 2014

Cartas ao diretor arranjar/ganhar tempo, é para ir cons2014: truindo um quadro programático de (1) objetivos e caminhos de curto, médio e “Kairós”! longo prazo, sendo que um “programa José Carlos Albino Messejana

“Kairós - do grego antigo – “Tempo”, como “o momento oportuno”; natureza qualitativa do tempo. É como “tempo oportuno” que desejo olhar e visualizar o Novo Ano em que vamos entrar, desejando, à partida, “boas entradas”! Quanto ao ano que agora termina, o 13 do século, na sua dureza e de desafios desencontrados, quero olhá-lo e compreender como fonte de ensinamentos para os presentes futuros. Porque, o futuro começa hoje! Sobre o desastre social e económico, de empobrecimento e perda de direitos e oportunidades, já está dito e escrito o suficiente, não obstante, os foguetes governamentais e dos “comentadores económicos” ao serviço das agressões da troika, comandada pela Alemanha, que nos pintam, mais uma vez, os dois próximos anos de expansão e de retoma das soberanias. Mas, o que quero relevar, é a desorientação, apatia, fechamento, medo, submissão e pavor que percorre a maioria dos deserdados dos combates às crises dos capitais, que recuperam à conta dos que trabalham ou trabalharam. Se assistimos, e até participámos, a diversas e fortes momentos e ações de contestação e indignação de diversos setores e grupos socioculturais, é um facto que após picos de enorme expressão social, se viviam ressacas até que novas agressões voltassem a revoltar as consciências e carteiras, mas nunca se tendo gerado o “efeito bola de neve” que contagiasse e aglutinasse a esmagadora maioria do “povo”, as ditas classes baixas e médias. Perceber porquê é uma das principais lições a tirar em 2014. Tudo isto aconteceu porque a estratégia da propaganda governamental, abençoada e fundada na troika, de “dividir para reinar” e de projetar “o inferno” caso não sejamos obedientes face às suas inevitáveis e salvíficas políticas e medidas, conseguiu paralisar e manietar os amplos setores conservadores das “classes baixas”. Assim, a primeira oportunidade que temos que saber agarrar é a desmontagem e superação desta estratégia. Tal implica saber encontrar as alianças e convergências entre todos os setores e grupos atacados e desprezados pelas políticas em curso, que se vão manter. Mas, como não há alianças possíveis sem objetivos comuns, uma outra oportunidade para a qual temos que

mínimo” claro e realista, que abra caminho a uma “longa marcha” pelo desenvolvimento solidário e sustentável, deva ser uma realidade em 2014. Mas, como, quando, onde e com quem se vão construindo objetivos, caminhos e discurso/comunicação científica e mobilizadora? No concreto, como diz o povo, que temos e podemos fazer? Partindo dos locais e territórios em que vivemos, trabalhamos e convivemos, com relações de proximidade, sermos empreendedores (qualificativo muito na moda), de forma coletiva e organizada, na indignação e revolta e na construção de soluções e alternativas para superar as dificuldades vividas e realizar sonhos hoje ensombrados. Reconstruindo e renovando iniciativas e projetos que, respondendo ao imediato, reabram horizontes de esperança em futuros, em que as pessoas são a razão de ser das economias locais, nacionais e globais. Direi, que a estratégia será ir construindo veredas que contribuam, também pelo exemplo, para um caminho programático nacional e europeu, em que as lideranças políticas, sociais e económicas se renovem nos métodos e prioridades, sabendo bem interpretar o que se vive e realiza nas bases da sociedade. Sabendo que a democracia representativa só será sólida e sustentável, se também alimentada pelas mais diversas formas de democracia participativa. Reconhecendo que a economia é o motor da satisfação das necessidades individuais e coletivas das populações, mas que, para tal, tem que apostar em soluções e direções que levem em conta, em 1.º lugar, as pessoas e territórios que as acolhe e promovam uma justa e digna retribuição dos rendimentos dos que produzem bens e serviços, permitindo que se vá forjando solidariedade social e territorial. Dirão que do pessimismo na análise do presente, passo para sonhos e ambições irrealizáveis. Penso que não, pois tenho a convicção que, mais tarde ou mais cedo, este caminho é insubstituível e se irá realizando. Mas, também, sei que este caminho é longo e pedregoso, que para avançar tem que ir construindo soluções que, a cada tempo, melhorem as condições de vida das populações e pessoas vítimas do empobrecimento em curso. Por último, sei que este caminho precisa de mudanças substanciais e sólidas no quadro político da nossa democracia, o que exigirá das lideranças políticopartidárias, visíveis e claras alterações

na forma de se relacionarem com os eleitorados, formados por cidadãos e não por consumidores de ilusões. Eu vou apostar nesta estratégia e espero encontrar muitos de vós, pois só assim as ideias serão clarificadas e bem agarradas ao terreno. Cá e lá vos espero! (1) Mote inspirado na excelente crónica de José Tolentino Mendonça, na Revista do “Expresso” de 28/Dez./2013, intitulada, “ESTÁ LÁ?”. Fica o agradecimento pela inspiração.

Admirável investimento chinês no mundo português Eduardo Franco Beja

Num dia destes, dos mais curtos do ano, este amigo vai depositar uma quantia “simpática” em tempos de crise, num banco que não é o BES, nem o BCP ou CGD ou CCA, mas é outro com um acrónimo de três letras e deixa-me lá dizer já BPI para não visar outra instituição financeira que me possa esquecer com as ditas três letras. Davam as 15 horas e qualquer coisa e as caixas ATM de depósito naquela agência, supostamente pelo meu timing, estavam, como quase sempre, em manutenção logo tentei ir ao balcão ao que me respondem: “Já estamos fechados”. Certo. Horários são horários e regras são para se cumprir. Entretanto entra um senhor empresário chinês que conheço e muitos conhecem e fico à espera pela certeza de o mesmo ser atendido. Vai uma aposta? Ganhei. (…) Se resolvi? Não sei se diga yes ou yen. O meu dinheiro parece não ser tão bom como o deste cavalheiro de nacionalidade chinesa (pessoa educada e séria do que conheço). Se me dou ao trabalho de pensar se devia ir na próxima vez de fato e gravata em vez de um casaco, gorro e cachecol e barba por fazer... Talvez para a próxima leve ajuda estereotipada, uma seringa visível no bolso e mais um euro do que este último valor para depositar apenas para valorizar ainda mais uma situação que acredito que volte a acontecer. Depois de tudo isto já não acredito tanto que seja o admirável investimento chinês no mundo português. É mais um exemplo do admirável mundo português, no que se investe no português.


Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

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Reportagem ADPM criou uma rota que abrange seis concelhos e 50 espaços

Tabernas tradicionais na mira da procura turística Matar o tempo ao balcão, à volta de um petisco que faça a cama a uma “taça”

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inda o relógio não marcou as 12 horas e já os homens se amontoam ao balcão da Taberna do Silvestre. “Um branco e dois tintos”, “Vá lá outro aí…”, insiste a clientela, que mal deixa avistar o rosto de Maria Helena Estevens, a taberneira de serviço, excecionalmente a aviar “taças” na ausência do marido, que tirou a manhã para tratar da apanha da azeitona. Na zona das mesas, que tem como cenário uma parede-altar, onde se presta culto a várias santidades, da Senhora de Fátima à padroeira da terra, Santa Luzia, passando pelo papa Francisco ou pelo “rei” Eusébio, não se vê vivalma. É no balcão que se vive a hora de ponta, “uma hora muito ruim”, desculpa-se Maria Helena, atarefada, sem tempo para conversas. As “taças”, que não são mais que copos minúsculos, são pousadas, vazias, a um ritmo alucinante, enquanto se pica, aqui e ali, toucinho, chouriço, torresmos, queijo, batatinhas fritas, azeitonas e pão, de uns pires alinhados no balcão de mármore. “É para não beberem o copo sem nada”, comenta, maternal. Não se paga nada por estes manjares. É a regra em Pias, pelo menos nas tabernas mais antigas, como é o caso. A comida puxa pela bebida e é do vinho que parecem ainda viver estes espaços sem idade.

de tinto ou branco ainda é uma forma de convívio cultivada nas terras do cante alentejano. Aliás, uma coisa nem vive sem a outra, mas de outro modo. As gentes escasseiam, mercê da emigração, e os serões são hoje mais curtos e menos regulares. Os espaços, esses, é que se mantêm, modernizados e geridos por novas gerações de taberneiros. Ao todo, nos concelhos de Almodôvar, Beja, Castro Verde, Mértola, Ourique e Serpa, a Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) inventariou 50 tabernas mais próximas do conceito original, atribuiu-lhes sinalética e juntou-as num roteiro turístico em português, inglês e espanhol. Na mira de uma procura turística que, acredita, será expressiva. Texto Carla Ferreira Fotos José Serrano

Maria Helena e o marido são arrendatários do espaço desde há quatro anos. Não sabem a data da sua abertura ao público pela primeira vez mas a voz do povo e os baixos-relevos bem visíveis na pedra polida do balcão deixam adivinhar muitas taças tragadas e pousadas vazias, com determinação. Cem anos talvez não,

Balcão Maria Helena Estevens e a “hora de ponta” na Taberna do Silvestre, em Pias

mas não andará longe disso, opinam os clientes mais antigos. “Dizem que é a taberna mais antiga que há aqui em Pias. E a gente, pelo balcão, pensa que sim”, confirma a anfitriã. Como esta a Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) encontrou mais duas na freguesia de Serpa, cujo vinho e

gastronomia gozam de uma fama que se projeta muito para além das fronteiras do concelho. O projeto, que levou o nome de Rota das Tabernas Alentejanas – Encontros e Tradições, teve uma duração de aproximadamente dois anos e abrangeu seis concelhos, onde foram identificados 50 espaços ainda hoje em funcionamento e respeitando, com mais ou menos rigor, as características de funcionamento das antigas tabernas. E que são, segundo Joana Filipe, coordenadora do projeto, a circunstância de “serem espaços de venda a retalho, de produtos alimentares, designadamente locais e regionais, com evidência para o vinho e a aguardente, com um balcão em madeira ou pedra, antigos armários para acomodar petiscos ou utilidades e três ou quatro mesas e bancos, como cenário”. Ora, nem todas respeitam esta cartilha, até porque, explica Joana Filipe, “as novas regras de higiene sanitária impõem certas condições que não se coadunam” com o perfil da taberna tradicional, mas nem por isso ficaram de fora. Nem tudo ficou pelo caminho no processo de modernização, adianta: “Mesmo que algumas tabernas tenham perdido estas características, não perderam outras de igual modo importantes para que fossem classificadas como tabernas, como é o caso de serem lugares onde pessoas vão para


Espaços com “grande potencial turístico”

A

Rota das Tabernas Alentejanas – Encontros e Tradições trata-se de uma ação entre muitas que decorreram do chamado Plano Integrado para o Património de Mértola, a cargo da ADPM. Teve a duração de dois anos e visou “salvaguardar, valorizar e revitalizar as tabernas dos concelhos de Almodôvar, Beja, Castro Verde, Mértola, Ourique e Serpa”, promovendo o turismo nestes territórios e sensibilizando os proprietários dos estabelecimentos “para uma correta conservação dos costumes, bem como para as atuais exigências higieno-sanitárias”. Dessa ação, que começou com um inventário dos espaços existentes – inicialmente 56 – resultou a edição de material de divulgação – o roteiro turístico – e a criação de sinalética identificativa, para além da promoção da rota em revistas, jornais e em diversos sítios ligados ao turismo, e a sua respetiva integração na oferta turística de cada

beber bebidas alcoólicas e onde também pode ser servido algum tipo de alimentação, entre refeições e petiscos”. Além, também, de serem espaços “de encontro e convívio entre gerações”, um “património cultural” que se pretendeu “revigorar, preservar e valorizar” com este projeto, que também contemplou a criação de sinalética identificativa, à porta dos estabelecimentos. Na fachada da Taberna do Silvestre, em jeito de selo de qualidade, também se encontra pendurada uma placa que dá conta da adesão do estabelecimento à rota. Lá dentro, os melhoramentos são evidentes mas os hábitos dos fregueses pouco mudaram. “Não me queixo. Vêm sempre os mesmos fregueses, todos os dias. Agora menos, durante o dia, porque anda muita gente à azeitona, e os que vêm são os reformados e alguém que está desempregado”. Mulheres, são raras por ali mas Maria Helena não se sente deslocada entre caras que já são parte da sua rotina diária. Francisco Moreira, o poeta “Xico Mitra” que tem quadras espalhadas por várias paredes do estabelecimento, é um desses reformados habitués que se lembra do espaço aberto desde os seus tempos de menino. Hoje tem 67 anos, 16 dos quais passados como presidente da junta de freguesia local. E diz ele, que calcorreou muitas terras, que “Pias é das únicas freguesias em que há petiscos à discrição nas tabernas. A pessoa bebe vinho, mas come qualquer coisa. Não cai o vinho em vão”. Vinho que tanto pode ser Capela, Margaça ou Zorrito. Tanto faz a adega, desde que seja de Pias, sinal de que é bom. Uma fama que atrai gente de fora, nomeadamente os vizinhos espanhóis que, com a mesma cajadada, matam dois coelhos: compram vinho na adega e bebemno, acompanhado de petisco, na taberna. Outros dos talentos em que a freguesia tem reputação é no cante e esse continua a cumprir-se por ali. Faz parte da forma de conviver das

município. Foram também realizadas ações de sensibilização, informação e formação junto dos proprietários das tabernas. “Após concluído o levantamento e editado o roteiro das Tabernas Alentejanas, foram dinamizadas seis sessões de sensibilização junto dos proprietários das tabernas dos seis municípios. A adesão a estas sessões superou as expetativas, pois estiveram presentes mais de 50 por vento dos proprietários”, lembra Joana Filipe, a coordenadora, sublinhando que a adesão foi total, apesar dos diferentes níveis de entusiasmo. “Todos eles aderiram a esta iniciativa, uns mais desconfiados do que outros, uns mais orgulhosos por estarem a preservar este património, outros mais céticos quanto ao futuro deste tipo de estabelecimento”. Essa é, de facto uma questão que se coloca, ainda que se adivinhe ali “um grande potencial turístico”

gentes locais, entre uma anedota e um jogo de cartas, e não é preciso haver motivo de comemoração. “A gente quase todos os dias canta aqui uma cantiga, tanto faz ser à noite, como ao meio-dia”, diz “Xico Mitra”, autor do mote “Quando eu morrer um dia/Não quero ninguém a chorar/ Haja festa, haja alegria/ Quero toda a gente a cantar”, pespegado na parede. Seguindo as indicações que nos dá o roteiro turístico da Rota das Tabernas Alentejanas, passamos pela frontaria da Taberna Popa mas avisam-nos que o dono foi à azeitona. Porta fechada. Avançamos e chegamos até à Taberna Pica-Chouriços, na rua do Emigrante, também ela encerrada durante a manhã para limpezas e compras. Uma rotina que a gente da terra conhece mas que não vem mencionada no roteiro. Sugere-se uma atualização. Vindo de casa, ali mesmo em frente, Guilhermino Moreira Ramos aproxima-se, ligeiro, fumando alegremente um cigarro. É o dono do espaço, herdou-o dos pais. Começou a aviar atrás do balcão aos 14 anos e, agora, aos 77 anos, preferiu passar o testemunho ao filho. Há dois anos que só lá aparece para o convívio. “Ao meio-dia estou aí, à tarde também estou aí. Bebemos uns copinhos para não perder o ritmo”, ri-se, jocoso. Entrando no espaço, que ainda conserva o telhado de caniço, visivelmente renovado, Guilhermino faz-nos uma visita guiada pelas memórias do espaço. Fotografias de família – “Lá em cima sou eu com a minha sobrinha e um porco” – registos de convívios pelas festas anuais de Pias, de idas ao campo pela Páscoa, da equipa do Piense ou do grupo coral Os Camponeses, em anos idos há muito. “Esta casa deve ter mais de 100 anos”, calcula o anfitrião, e recorda o porquê da alcunha que deu o nome ao espaço. Foi num dia como aquele, frio e chuvoso, também na altura da matança do porco: “A venda estava fechada e

que, pelo menos em Pias, ainda não é visível. A rota foi criada recentemente, ainda não existe informação no que toca à procura turística, mas “acreditamos que será bastante procurada, visto as tabernas constituírem ainda nos dias de hoje, e especialmente nos aglomerados populacionais rurais, locais de integração social, onde se tecem sociabilidades assentes na camaradagem do copo e do petisco, na alegria dos jogos de cartas, na partilha de experiências e numa relação familiar que não se vê em outros locais”. Constituindo, portanto, locais onde se pode entrar em contacto, de “uma forma mais direta”, com as populações e a identidade de um território, concretiza a técnica da ADPM. Atualmente só existem 50 tabernas em funcionamento das que foram identificadas inicialmente: Almodôvar (cinco); Beja (sete); Castro Verde (nove); Mértola (16); Ourique (sete); Serpa (seis). CF

Segundo o antigo taberneiro houve algumas alterações no convívio de taberna ao longo dos anos. Aquelas que decorrem sobretudo de haver menos gente a residir por aquelas paragens, por conta da emigração ou da deslocação de pienses para a área da Grande Lisboa. “Há menos convívio porque há menos pessoas”, explica Guilhermino Ramos. estavam já aqui 10 ou 12 pessoas à espera. Uma delas foi-se assomar ali a casa. Estávamos a encher linguiças à mão, com um funil. Quando ele chegou eu estava com uma pregadeira picando as linguiças, porque forma-se ar dentro das tripas. Ficou o nome. Pica-chouriços”. Segundo o antigo taberneiro houve algumas alterações no convívio de taberna ao longo dos anos. Aquelas que decorrem sobretudo de haver menos gente a residir por aquelas paragens, por conta da emigração ou da deslocação de pienses para a área da Grande Lisboa. “Há menos convívio porque há menos pessoas”, explica. Cantar ainda se canta mas “é já só uma vez quando calha”. Antes, recorda, “era mais bonito, havia mais

Pica-Chouriços José Maria e Guilhermino Ramos, filho e pai, partilham um jarrinho de tinto no espaço que está na família há mais de 100 anos

Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

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grupos a cantar, dava-se a volta à aldeia, de venda em venda”. No que toca ao vinho é que, sim, pode falar-se de uma viragem nos gostos. “Cheguei a pontos que quase não vendia vinho tinto mas hoje desconfio que se vende já mais tinto do que se vende branco. Essa malta mais nova agora é tudo a beber vinho tinto”. Chegado das compras, José Maria Ramos, o filho, continua a visita guiada. Conta que o PicaChouriços “tem sido sempre uma taberna com muita freguesia” e que isso não se alterou, apesar do “muito pessoal que emigrou”, confirma. O negócio corre bem, com picos aos fins de semana, sobretudo aos domingos, que costuma ser dia de cante, sobretudo se estiverem presentes alguns dos elementos do grupo coral local, que são clientes assíduos. Refeições não são servidas, mas mantém-se o hábito de se trazer a matéria-prima de casa para confeção no local. Cobra-se o vinho e o trabalho do taberneiro. E o facto de ser parte da Rota das Tabernas Alentejanas, não sendo uma vantagem estrondosa, tem servido, pelo menos, para “atrair algum público mais jovem”, que até então não via a taberna como um território seu. “Outro dia teve aí um casal, que até tirou umas fotografias, acho que eram de Ferreira e vieram por causa da rota. Há um moço de Moura que também vem aqui de vez em quando”, enumera José Maria, registando o fenómeno, a que talvez não seja alheia a omnipresente crise. “O que eu estou a notar, aqui em Pias, é que mais malta jovem vem beber um copo de vinho. Juntam-se uns quantos, mandam vir um jarrinho, dividem, e sai mais barato”. A partir das cinco da tarde, José Maria Ramos abrirá a porta do estabelecimento. Nesta época, e até fevereiro, é a hora em são esperados mais clientes, depois do regresso do campo, na azeitona. Serões prolongados, já os houve “no tempo do meu pai”, avisa. Hoje em dia, recolhe-se mais cedo – o mais tardar, pelas 10 da noite.


Distrital de seniores femininos

Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

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Realiza-se amanhã a primeira ronda do Campeonato Distrital de Seniores Femininos com os seguintes jogos: Castrense-São Domingos; Serpa-Vasco Gama; Odemirense-Ferreirense. Na última jornada da taça, ganha pela Castrense, verificaram-se os seguintes resultados: Ferreirense-São Domingos, 10-0; Vasco Gama-Castrense, 1-5; Odemirense-Serpa, 3-7.

Desporto

Partida Guardião do Negrilhos antecipa-se ao avançado do Naverredondense

Qualificação O Piense eliminou o Bairro da Conceição no seu próprio reduto

Odemirenses em força na taça Texto e fotos Firmino Paixão

H

ouve taça da Cabeça Gorda. A formação do Saboia, da 2.ª divisão distrital, veio ao Campo

José Agostinho de Matos eliminar o “Ferróbico” nas grandes penalidades que desfizeram a igualdade a uma bola, que subsistiu durante o período regulamentar e o prolongamento. Em São Teotónio a equipa do Renascente goleou o São Domingos e, em Montes Velhos, o Naverredondense venceu os Negrilhos e formou o trio de clubes do escalão secundário que permanecem

O Moura tem jogo decisivo e o Almodôvar recebe o Louletano

na prova. Curiosamente todos do concelho de Odemira, pat roci nados pelo exemplo do Odemirense que ganhou ao Mineiro e afastou o líder do campeonato da Taça Distrito de Beja. O Piense ganhou no Bairro da Conceição e o Castrense venceu em Vila Nova de São Bento. O Vasco da Gama, que está numa boa onda, afastou a formação do Milfontes e o vizinho Sporting

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juntamente com o Pinhalnovense, equipa que já assegurou uma das duas vagas. Mas há condicionantes. O Moura terá que ganhar o Ferreiras. Não pode pontuar, porque os algarvios têm vantagem no confronto direto (vitória por 3-2 em Ferreiras e empate 1-1 em Moura). O Almodôvar fecha esta fase preliminar do Campeonato Nacional de Seniores, jogando no seu campo com o Louletano. A equipa de Loulé tem mais onze pontos que os almodovarenses, mas Sandro Almeida quer que a equipa carregue para a segunda fase o maior número possível de pontos. O Pinhalnovense, líder da Série H, já está qualificado para a fase de promoção que será disputada pelos dois primeiros classificados de cada uma das atuais oito séries. FP

de Cuba superou o Guadiana. Mas surpresa mesmo foi o afastamento do Cabeça Gorda duma prova onde tem alguns pergaminhos. Resultados: Negrilhos-Naverredodense, 1-2; Renascente-São Domingos, 6-1; Cabeça Gorda-Saboia, 1-1 (6-7 gp); Vasco Gama-Milfontes, 3-1; B.º Conceição-Piense, 0-2; Aldenovense-Castrense, 0-3; Sporting Cuba-Guadiana, 4-3; Odemirense-Aljustrelense, 1-0.

Os campeonatos da 1.ª e 2.ª divisão retomam a normalidade

O sonho ficou mais perto... qualificação dos mourenses para a fase de promoção e apuramento de campeão ficou mais perto com o empate caseiro do Ferreiras. O Almodôvar sofreu pesada derrota no terreno do União de Montemor. O Moura joga no próximo domingo no terreno do Esperança de Lagos, e se o fizer com a mesma disponibilidade com que recentemente se apresentou na Cova da Piedade e no segundo tempo do jogo com o Quarteirense (apesar da desvantagem numérica do adversário durante todo o segundo período de jogo), certamente que voltará com os três pontos na bagagem. Depois, é só esperar que o Ferreiras perca no Barreiro, o que não será difícil, e qualifica-se para a fase de promoção

Distrital de Juvenis 7.ª jornada Série A Alvito-Serpa, 1-0; Santo Aleixo-Despertar, 1-8; Desp. Beja-Sp. Cuba, 3-1; Moura-Amarelejense, 4-1. Líder: Despertar, 19 pontos. Próxima jornada (26/1) Serpa-Despertar; Sto.Aleixo-Sporting Cuba; Desp.Beja-Amarelejense; Alvito-Moura. Série B Odemirense-Milfontes, 4-0; Almodôvar-B.º Conceição, 1-1; Ourique-Castrense, 0-6. Líder: Castrense, 15 pontos. Próxima jornada (26/1) Aljustrelense-Milfontes; Odemirense-B.º Conceição; Almodôvar-Castrense. Distrital de Iniciados 7.ª jornada Série A B.º Conceição-Alvito, 0-3; Despertar-Ferreirense, 3-0; Serpa-Aldenovense, 3-2. Líder: Moura, 18 pontos. Próxima jornada (26/1) Moura-Alvito; B.º Conceição-Ferreirense; Despertar-Aldenovense. Série B Guadiana-Almodôvar, 3-0; Milfontes-Desp.Beja, 2-0. Líder: Guadiana, 11 pontos. Próxima jornada (26/1) Castrense-Almodôvar; Guadiana-Desp.Beja; MilfontesDesp.Beja.

O Odemirense afastou o líder do campeonato da Taça Distrito de Beja

Quatro equipas do concelho de Odemira, três delas a militar no escalão secundário do futebol distrital, qualificaram-se para a terceira eliminatória da Taça Distrito de Beja.

Futebol juvenil

Vasco da Gama no Rio Mira

O

líder joga em casa com o Cabeça Gorda, o Vasco da Gama desloca-se ao terreno do Odemirense e o Castrense tem um jogo muito complicado no recinto do Guadiana de Mértola. O campeonato distrital da 1.ª divisão vai cumprir, no domingo, a décima quarta jornada, primeira da segunda volta, como um quadro de jogos interessante, nomeadamente, o que se disputa de Odemira, também o derby entre o Piense e o vizinho Serpa. Não dando muito crédito ao ditado popular de que “não há duas sem três”, acreditamos no favoritismo do Aljustrelense perante o Cabeça Gorda. Na vila de Mértola o treinador Mário Tomé tentará que o Guadiana vença o Castrense, clube que já esta época

orientou. Aldenovense e Bairro da Conceição lutarão pelos pontos que garantam a sobrevivência, o Sporting de Cuba desce para Milfontes, onde encontrará muitas dificuldades e o São Marcos, a precisar de pontuar, terá a visita de um Rosairense muito motivado com resultados positivos recentes. Uma jornada que pode trazer novidades no pódio do campeonato, porquanto se prevê que a segunda metade da prova seja diferente, sobretudo mais competitiva, do que aconteceu até aqui. Quadro completo da 14.ª jornada: Guadiana-Castrense; Aldenovense-Bairro Conceição; Aljustrelense-Cabeça Gorda; Odemirense-Vasco Gama; Serpa-Piense; Milfontes-Sporting Cuba; São Marcos-Rosairense.FP

Distrital de Infantis 12.ª jornada Série A DespertarA-Sp.Cuba,7-5;Guadiana-NSBeja,4-3;Operário-Ferreirense, 0-17. Líder: Despertar A, 33 pontos. Próxima jornada (25/1) Sport.Cuba-Guadiana; NS Beja-Operário; Desp.Beja-Ferreirense. Série B Serpa-Amarelejense, 3-5; Piense-Despertar B, 0-5; Sto. Aleixo-Aldenovense, 0-18; Moura-Vasco Gama, 4-3. Líder: Despertar B, 33 pontos. Próxima jornada (25/1) Moura-Serpa; Amarelejense-Piense; Despertar B-Santo Aleixo; Vasco Gama-Aldenovense. Série C Ourique-Renascente, 2-3; Aljustrelense-Castrense, 6-2; São Marcos-Milfontes, 0-5; Almodôvar-Odemirense, 6-1. Líder: Almodôvar, 36 pontos. Próxima jornada (25/1) Almodôvar-Ourique;Renascente-Aljustrelense;Castrense-São Marcos; Odemirense-Milfontes. Liga de Benjamins 2.º MOM – 4.ª jornada Ferreirense A- Sp.Cuba, 4-1; Despertar A-Moura A, 4-3; Desp.Beja B-Serpa, 1-2; Vasco Gama-Alvorada, 6-1; Alvito-Ferreirense B, 3-0; Desp.Beja A-Piense, 4-0; Moura B-Amarelejense, 4-0; Aldenovense-B.ºConceição, 8-1; Cab.Gorda-Despertar B, 7-3; Castrense-Milfontes, 0-6; Almodôvar-Aljustrelense, 3-0; Renascente-Juv.Boavista, 0-3; Sanluizense-Ourique, 0-7. Próxima jornada (18/1) Serpa-Ferreirense A; Sport.Cuba-Despertar A; Moura-Desp.Beja B; Piense-Vasco Gama; Alvorada-Alvito; Ferreirense B-NS Beja; Despertar B-Moura B; Amareleja-Aldenovense; B.º Conceição-Cab.Gorda; Aljustrelense-Castrense; Milfontes-Odemirense; Ourique-Renascente; Juv.Boavista-Sanluizense

Inatel 12.ª jornada Grupo A Quintos-Salvadense, 1-2; Trindade-Barrancos, 2-2; Serpense-Louredense, 0-5; P. Gordo-Brinches, 4-0. Líder: P.Gordo, 31 pontos. Próxima jornada (01/02) Slavadense-Trindade; Louredense-Quintos; Barrancos-Pen. Gordo; Brinches-Luso Serpense. Grupo B Mombeja-Figueirense, 0-3; F.Alentejo-AC Cuba, 3-0; Sta. Vitória-Albernoa, 3-1; Vale d’Oca-Alvorada, 4-2. Líder: Vale d’Oca, 26 pontos. Próxima jornada (25/01) AC Cuba-Vale Figueira; Figueirense-Sta.Vitória; Albernoense-Vale d’Oca; Alvorada-Faro Alentejo. Grupo C Alcariense-Santaclara, 0-2; Serrano-Sanjoanense, 5-0; Almodovarense-Sete, 1-1; Bemposta-Sta Clara Nova *(* Não se realizou). Líder: Santaclaranse, 33 pontos. Próxima jornada (01/02) Sete-Bemposta; Sanjoanense-Almodovar; Sta.Clara Nova-Alcariense; Santaclarense-Serrano. Grupo D Longueira-Luzianes, 1-0; Santa Luzia-Sonega, 0-1; Relíquias-Cavaleiro, 5-2; Pereirense-Amoreiras, 4-0. Líder: Relíquias, 25 pontos. Próxima jornada (25/1) Amoreiras-SantaLuzia;Cavaleiro-Pereirense;Soneguense-Cercalense; Luzianes-Relíquias.


O Despertar recebe amanhã a formação do Louletano em jogo relativo à 18.ª e última jornada da 1.ª fase do Campeonato Nacional da 2.ª Divisão de Juniores. Na ronda anterior os bejenses (agora treinados por Joaquim Rodeia) foram derrotados no Barreiro (1/0) e ocupam o penúltimo lugar da Série E.

(AF Beja 2.ª divisão 8.ª jornada/25 janeiro) Série A: Despertar-Moura B; São Domingos-Amarelejense; Negrilhos-Beringelense; Vasco Gama B-Desp.Beja. Série B: Saboia-Messejanense; Castrense B-Sanluizense; Aldeia Fernandes-Naverredondense.

Nacional de iniciados 2.ª fase começa domingo

A segunda fase (manutenção/ /despromoção) do Campeonato Nacional de Iniciados, em Futebol, começa no próximo domingo com os jogos Odemirense-Esperança Lagos; Lusitano-Vila Real – Despertar e Louletano-Imortal. Folga a formação do São Luís.

Futsal distrital Os Leões-Alvito, 3-5; CD Beja-VNSão Bento, 5-2; CB Castro Verde-Luzerna, 4-1; Almodovarense-Ferreirense, 6-5; Ourique-Alcoforado, 1-2. Líder: NS Moura, 22 pontos. Próxima jornada (24/1): Ourique-NS Moura; Almodovarense-Alcoforado; CB Castro Verde-Vasco Gama; CD Beja-Luzerna; Leões-VN São Bento; IPBeja-Ferreirense.

Os almodovarenses têm esperança que o clube se mantenha no nacional

As nossas armas não são iguais O técnico Sandro Almeida, antigo capitão do Desportivo de Almodôvar, clube que no passado orientou durante quatro temporadas no escalão distrital, regressou, em finais de outubro, para render David Guerreiro, que se mudara para o vizinho Castrense. Texto e foto Firmino Paixão

A

sua mística e o conhecimento que tem dos cantos da casa mudaram um pouco o estado de descrença que existia. O clube obteve a sua primeira vitória, depois uma segunda, e um ciclo de seis jornadas pontuando. Por tudo isto, o técnico ainda acredita que na segunda fase do campeonato será possível garantir a manutenção. Não espera outros reforços que não sejam os jogadores com que não tem podido contar devido a lesões, e sublinha que o clube está a concorrer em condições desiguais com os outros adversários, mas acentua que valeu a pena este percurso histórico numa prova nacional. O Almodôvar tem mostrado valor para estar um pouco mais acima na tabela classificativa...

Esta classificação, realmente, não espelha aquilo que nós estamos a jogar e a recuperação espetacular que temos vindo a fazer ao longo deste campeonato. Lembro que já quebrámos aquela mala pata de não ganharmos aqui um jogo, matámos o borrego, como se costuma dizer, no jogo contra o Quarteirense. Depois tivemos outra vitória em casa contra um histórico do futebol português, que é o Barreirense. As coisas têm vindo a mudar, agora só procuramos amealhar o maior número de pontos. A que se deve essa subida de rendimento?

Fizemos alguns ajustamentos no interior da equipa e passámos a contar com o Bruno Mestre, um jogador muito experiente que veio dar mais consistência ao plantel. Temos outros jogadores experientes nestes campeonatos, como o Filipe Venâncio e o Nélson, de resto é uma equipa jovem que, no início da prova, sofreu um pouco pela sua inexperiência, mas agora os jogadores já estão mais maduros e já olham os adversários de

outra forma. Vê-se que a equipa está mais desinibida, sem medo de ter a bola no pé, como no início, e os resultados aparecem, certamente, faremos ainda mais pontos. Fizeram oito pontos num ciclo de seis jornadas. Se tivesse sido sempre assim...

Foi um bom registo, que temos que realçar. Foi um factor de motivaação acrescido, porque sofrer goleama das não dava motivação nenhuma m à equipa. Queremos continuar com lo esses ciclos de bons resultados, pelo or menos, é isso que desejamos, e é por isso que lutamos. O exemplo do seu passado no clube be trouxe uma mística diferente ao o grupo?

Toda a minha vida joguei em m Almodôvar. Fui o capitão de equipa e ue joguei até com alguns jogadores que iainda aqui estão. Mais tarde fui treisnador, durante quatro anos, e a mística, a garra e a luta por este em-blema está cá dentro. Eu sempre fuii oassim e tento transmitir isso aos josgadores. Vivo muito os jogos, há pessoas que não gostam desta forma de user aguerrido e estar sempre a comuonicar, mas eu sou assim e os jogadoão res sabem isso. As nossas armas não o, são iguais às dos adversários, então, es temos que ser aguerridos, lutadores e determinados, se queremos levar o barco a bom porto.

vamos estar com elas nessa corrida pela manutenção. Pediu reforços para esta equipa enfrentar a segunda fase?

Os meus reforços são os jogadores que estão lesionados. É com esses reforços que estou a contar, são três ou quatro jogadores que não têm podido dar o contributo à equipa, de resto, não temos dinheiro para ir

buscar mais jogadores. Se viesse alguém, teria que ser um jogador que fosse efectivamente um valor acrescentado, como aconteceu com o Bruno Mestre, que trouxe grande qualidade à equipa. Vamos tentar recuperar os jogadores lesionados, porque eles são essenciais à equipa. Seja qual for o desfecho do campeonato, valeu a pena este percurso hisdo tórico d o Desportivo v de Almodôvar? Almodô d var?

Valeu a pena. Para mim é um grande Valeu V grr motiivoo de orgulho orrguu lho serr treinatrreinamotivo dor do Almodôvar Almodôvvarr e, e, sobretudo, sobr bret br e uddo, num campeonato desta natumodovarrense reza. Sendo eu alm almodovarense raiz, e assumo-o, asssumo-o, sinto-me de raiz, im mensamente orgulhoso por imensamente reepres essentar o clube da minha minha representar terra, e muito feliz porr estaramar do futebol mos neste pata patamar nacional.

Ficaram muitos pontos pelo camiinho com adversários que não foram m superiores ao Almodôvar?

O campeonato é muito nivelado, as os equipas são muito iguais, os jogos xdecidem-se muito nos detalhes, excepto, talvez, o Pinhalnovense, que é tá uma equipa diferente e, por isso, está ar em primeiro lugar. Mas o Almodôvar acomeçou mal, se tivéssemos ameaelhado alguns pontos, como agora teão mos feito, se calhar, a distância não seria tão grande. Mas ainda acredita na possibilidade de manutenção?

Acredito que sim, apesar de termos alguns pontos de atraso, mass mna segunda fase os pontos dividemse ao meio. Ficaremos mais perto e, aseguramente, discutiremos a maos nutenção até ao último jogo. Temos ã quatro ou cinco equipas que vão sentir algumas dificuldades, e nós

Técnico Sandro Almeida, treinador do Desportivo de Almodôvar

Apitar José Saúde

Sou observador de uma temática que conheço e que me deixa, às vezes, incomodado: algumas arbitragens no futebol regional bejense. A minha apreensão não se estende à generalidade. Seria um erro inqualificável encaixar tudo no mesmo saco. Clarifiquemos o caso, porque é justo que o façamos. Falo do que sei e tiro ilações do que vejo. Deixo explícito que não sou leigo na matéria. Fui dirigente do Conselho de Arbitragem da AF Beja num período áureo e também conflituoso, fins da década de 1970 e princípios dos anos 80, século passado, com a integração dos árbitros na FPF. Tive como presidente o ex-internacional Mário Alves e no conselho dois expoentes da elite da arbitragem nacional e internacional: Rosa Santos e Veiga Trigo. Após a saída de Mário Alves, integrei uma comissão da qual faziam parte o Gilberto Borges e o falecido Filipe Parente. Numa ocasião de premente necessidade toquei nas teclas de um piano que emitiam sons que resvalavam para o conteúdo generalizado da arbitragem regional, contando então com a preciosa colaboração do saudoso Arnaldo Aguiar. Afirmo que não sou, mas já fui, um consumidor assíduo do nosso futebol caseiro, vejo, sim, jogos de futebol sénior. E o que vejo são arbitragens de alguns jovens (poucos) que parecem enveredar por caminhos porventura ínvios. Há decisões que vão de arrepio às leis vigentes . Erros crassos que me deixam atónito. Aceito o erro humano e a integridade moral do árbitro. Os jovens de hoje serão certamente os juízes de campo de amanhã. Para eles vão os meus aplausos e incentivo. Esta minha frontalidade sobre a essência da arte de apitar, não me impede, por outro lado, em propor a alguns desses jovens que envergam o equipamento que os distingue dos onzes que lutam em campo pelos pontos, que sejam exímios no julgamento, que analisem com rigor e que não olhem, apenas, para a sua sombra.

19 Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

Nacional de juniores Despertar recebe Louletano


Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

20

Columbofilia Jaime Silva sagrou-se campeão

O columbófilo bejense Jaime Silva (Asas de Beja) sagrou-se Campeão Nacional de Fundo na classe de sport, na 41.ª Exposição Nacional e Pré-Europeia, que se realizou no último fim de semana em Caldas da Rainha. O pombo de Jaime Silva foi selecionado para a exposição europeia que se realizará entre 29 de janeiro e 1 de fevereiro na cidade de Brno, na República Checa.

Distrital de corta mato O Campeonato Distrital de Corta Mato por Escalões disputa-se amanhã na pista de Vila Nova da Baronia, com organização da Associação de Atletismo de Beja e apoio do município de Alvito. O programa competitivo decorre entre as 15 e as 16 horas. Trata-se de mais uma prova integrada no Circuito de Corridas Populares.

Andebol 3.ª Divisão (11.ª jornada)

AC Sines-Olhanenses, 17-22; Lagoa-Zona Azul, 23/20; Costa d’Oiro-CCP Serpa, 22-25. Classificação: 1.º Zona Azul, 25 pontos. 4.º CCP Serpa, 19. 5.º AC Sines, 16. Próxima Jornada (25/1): Zona Azul-Náutico; Olhanenses-Costa d’Oiro; CCP Serpa-Lagoa.

Hóquei em patins 3.ª divisão (8.ª jornada) Santiago-Vasco Gama, 4-6; Boliqueime-Amadora, 6-1; Odivelas-Castrense, 11-6; Parede-Cascais, 2-2; CP Beja-Benfica B, 3-15. Classificação: 1.º Benfica B, 24 pontos. 2.º Vasco Gama, 21. 4º. Santiago, 13. 8.º CP Beja, 5. 10.º Castrense, 4. Próxima Jornada (26/1): Benfica B-Santiago; Vasco Gama-Boliqueime; Castrense-Parede; Cascais-CP Beja.

Equipa Clube de Patinagem de Beja bateu-se bem duranta a primeira parte do jogo

Atletas Equipa B do Sport Lisboa e Benfica trouxe quatro campeões mundiais a Beja

Disputa O capitão Filipe Paulino apoiando o guardião Luís Campaniço numa das ações defensivas

Campeonato Filipe Costa a marcar o primeiro dos dois golos que apontou ao Benfica

Clube Patinagem de Beja recebeu equipa benfiquista recheada de estrelas

Objetivo é manter esta equipa O Clube de Patinagem de Beja recebeu a formação do Benfica B em jogo a contar para a 8.ª jornada do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão de Hóquei em Patins, partida que os encarnados venceram por 15/3. Texto e fotos Firmino Paixão

Q

uatro jogadores da Seleção Nacional Sub/20, que recentemente conquistou o título mundial na Colômbia, integraram a equipa do Benfica que goleou o Clube de Patinagem de Beja. Um deles, o capitão Diogo Neves, autor dos dois golos que garantiram o título, na final contra a Espanha, e que no Pavilhão João Magalhães só atuou no segundo período, mas a tempo de assinar três dos quinze golos encarnados. Outros três tentos foram de João Sardo, natural de Estremoz, que há alguns anos veste de águia ao peito. A resistência bejense durou cerca de cinco minutos, altura em que

o Benfica marcou o primeiro golo, mas durante a primeira parte a equipa de António Castilho bateu-se bem e até marcou dois golos. O técnico bejense referiu: “Fizemos uma boa 1.ª parte, fomos dignos, tivemos muita atitude, depois, na 2.ª parte, sobretudo nos últimos 15 minutos, quebrámos e sofremos a maior parte dos golos”. Mas realçou: “O nível da equipa adversária não tem nada a ver com o nosso, têm outro andamento, o melhor jogador não jogou de início, mas quando entrou fez a diferença. Mas demos uma boa imagem”. Castilho disse ainda: “Os nossos atletas têm de treinar mais, para conseguirmos fazer melhor ao domingo, alguns deles quase não treinam, ou treinam pouco, e, na parte final do jogo, a quebra física foi evidente”. O técnico reafirmou que “esta época serve para os atletas ganharem ritmo competitivo”, e considerou que “a temporada está a ser positiva”. Quando ao futuro, revelou algum ceticismo. “O grande objetivo é ver se

C.P. Beja-S.L.Benfica B Pavilhão Municipal João Serra Magalhães, em Beja Árbitro: Luís Eustáquio (Estremoz). Arbitro Auxiliar: Pedro Batista. Cronometrista: Feliciano Bentes. CP Beja: Luís Campaniço; Hugo Patinho, Filipe Paulino cap. Pedro Pereira e Luís Brazão; Jogaram ainda: António Nozes, Miguel Baia, Carlos Silva (2) Filipe Costa (1) e Nelson Faísco. Treinador: António Castilho SL Benfica B: António Mendonça; Tiago Godinho (2), Guilherme Silva (2), João Campelo (3) e João Sardo (3). Jogaram ainda: Diogo Fernandes; Pedro Martins (1); Diogo Neves cap. (3), André Eduardo (1) e Alexandre Marques. Treinador: Jorge Godinho Disciplina: Cartões azuis a Tiago Godinho (27’), Pedro Pereira (42’), Filipe Costa (58’) e João Sardo (59’). Ao intervalo: 2-4

no próximo ano conseguimos manter esta equipa, as coisas são complicadas, somos poucos e vamos ver se conseguimos manter esta equipa no próximo ano”, concluiu. O alentejano João Sardo comentou: “Foi um jogo interessante, naturalmente que mostrámos uma qualidade muito superior, mas eu cresci no Alentejo, apoio e incentivo o desenvolvimento da modalidade na região, no meu percurso de formação em Estremoz joguei com alguns destes atletas nas seleções do Alentejo e são jogadores por quem tenho amizade”. O atleta revelou: “Fazemos o campeonato de juniores e o da 3ª divisão, temos jogadores com um valor muito semelhante, podem entrar e sair muitos atletas, que o nível competitivo se mantém”. Quanto ao desejo de atingir a equipa principal, João Sardo confessou: “Espero ter a minha oportunidade de chegar mais ao topo, mas vamos com calma, tenho mais dois anos nesta categoria e depois logo se vê”.


institucional diversos

21 Diário do Alentejo 24 janeiro 2014 Diário do Alentejo n.º 1657 de 24/01/2014 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1657 de 24/01/2014 1.ª Publicação

JUSTIFICAÇÃO Recrutamento de 2 Técnicos de Contabilidade (Gabinete de Beja e Gabinete de Aljustrel)

CASADINHO

Ana Rita da Silva Palma, Notária do Cartório Notarial sito em Lagoa (Algarve), na Rua Município de S. Domingos, Lote 7, rés-do-chão direito, CERTIFICA narrativamente, para efeitos de publicação, que, neste Cartório, nesta data, de folhas noventa e duas a folhas noventa e cinco verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número cento e sete-A, foi lavrada uma escritura de justificação notarial, na qual: Antónia Guerreiro Martins, NIF 125 923 716, solteira, maior, natural da freguesia de São Barnabé, concelho de Almodôvar, residente no Sítio da Silveira, em São Marcos da Serra, Silves, se declarou dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio misto situado em Molineta ou Mulineta, na freguesia de São Barnabé, concelho de Almodôvar, que confronta do norte com Maria Marcelina Luísa Martins Guerreiro, Maria José Coelho Martins Valério e outro, do sul com ribeira, Maria Marcelina Luísa Martins Guerreiro e Maria José Coelho Martins Valério, do nascente com Joaquim Faustino e Maria Marcelina Luísa Martins Guerreiro, e do poente com Herdeiros de Manuel Rosa, com a área total de trinta e sete mil seis, centos e noventa e quatro metros quadrados, composto a parte rústica por cultura arvense, cultura arvense de regadio, leitos de curso de água e oliveiras, e a parte urbana por casa térrea com quatro divisões, destinada a habitação, com a área de cinquenta e sete metros quadrados, descrito na Conservatória do Registo Predial de Almodôvar sob o número mil duzentos e trinta e cinco, da freguesia de São Barnabé, inscrito na respectiva matriz predial sob os artigos, ambos da freguesia de S. Barnabé, rústico 78 da secção B (que provém de parte do anterior artigo 37 da secção B da mesma freguesia - dois terços deste artigo), e urbano 892. Mais certifico que dois terços indivisos do mencionado prédio se encontram inscritos no registo predial a favor dela, justificante, encontrando-se o restante terço omisso, e que a justificante alega na referida escritura ter adquirido o prédio todo por usucapião, com a indicada composição, áreas e configuração, mediante sucessão de Manuel Guerreiro Martins, que por sua vez havia anexado dois prédios adquiridos por sucessão hereditária e testamentária de Serafim Martins e de Matilde Maria, respectivamente, há mais de vinte anos, que por sua vez haviam procedido à divisão verbal com os demais interessados do prédio mãe em três novos prédios, sendo que dois deles correspondem hoje ao sobredito. Certifico, ainda, que a justificante alega na referida escritura que desde mil novecentos e oitenta e dois que Manuel Guerreiro Martins, entrou na posse e fruição do prédio na sua totalidade, com a indicada composição, áreas e configuração, tendo sempre exercido os poderes de facto correspondentes ao direito de propriedade plena, sem interrupção e ostensivamente, à vista de toda a gente, sem violência ou oposição de quem quer que seja, tendo, ela justificante, continuado após a morte deste. Que, por via da sucessão e cessão, ela, justificante, sucedeu a Manuel Guerreiro Martins na posse que este vinha exercendo sobre o imóvel, de acordo com o artigo 1255.° do Código Civil. Que, assim, a justificante alegou que aquela posse pública, pacífica e contínua, conduziu à aquisição do direito de propriedade do mencionado prédio por usucapião, que invocou para justificar o seu direito de propriedade para fins de registo Está conforme ao original. Lagoa (Algarve), vinte de Janeiro de dois mil e catorze.

Sítio Horta de St. António Caixa postal 2601 BEJA Tm. 967318516

A Notária, Ana Rita da Silva Palma

TRIBUNAL JUDICIAL DE ALMODÔVAR

Preferência: Idade até 30 anos Experiência Profissional na área Licenciatura

Secção Única

ANÚNCIO Processo: 90/11.0TAADV Processo Comum (Tribunal Singular) N/Referência: 355367

A Mma Juiz de Direito Dr(a). Oriana Barreiros dos Santos Queluz, do(a) Secção Única - Tribunal Judicial de Almodôvar: Faz saber que no Processo Comum (Tribunal Singular), n.° 90/11.0TAADV, pendente neste Tribunal contra o(a) arguido(a) Alexandra Cristina Pais Abrantes Correia filho(a) de Vasco Pais de Matos Correia e de Lídia Nunes Abrantes Correia natural de: Moçambique; nacional de Portugal nascido em 14-12-1965 estado civil: Divorciado, profissão: Solicitador domicílio: Avenida Bombeiros Portugueses, 40 - 3° Esq°, Vila Real de Santo António, 8900-000 Vila Real de Santo António, por se encontrar acusado da prática do(s) crime(s): 1 crime(s) de Abuso de confiança, p.p. pelo art.° 205° do C. Penal, praticado em 2010; foi o(a) mesmo(a) declarado(a) contumaz, em 07-01-2014, nos termos do art.° 335° do C. P. Penal. A declaração de contumácia, que caducará com a apresentação do(a) arguido(a) em juízo ou com a sua detenção, tem os seguintes efeitos: – Suspensão dos termos ulteriores do processo até à apresentação ou detenção do(a) arguido(a), sem prejuízo da realização de atos urgentes nos termos do art.° 320.° do C. P. Penal; – Anulabilidade dos negócios jurídicos de natureza patrimonial celebrados pelo(a) arguido(a), após esta declaração; – proibição de a arguida obter ou renovar os seguintes documentos: Passaporte Bilhete de identidade Carta de Condução Certidões ou Registos junto das seguintes entidades: Conservatórias do Registo Civil, Predial, Comercial ou Automóvel, Notariado, Centro de Identificação Civil e Criminal, Direcção Geral de Viação, Governos Civis, Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia. Almodôvar, 14-01-2014. O/A Juiz de Direito, Dr(a). Oriana Barreiros dos Santos Queluz O/A Escrivão Adjunto Paula Brito

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Envio Cheque/Vale Nº___________________ do Banco _____________________________________ Efectuei Transferência Bancária para o NIB 0010 00001832 8230002 78 no dia ___________________ Nome _______________________________________________________________________________ Morada ______________________________________________________________________________ Localidade ___________________________________________________________________________ Código Postal ________________________________________________________________________ Nº Contribuinte ________________________Telefone / Telemóvel ______________________________ Data de Nascimento __________________________________ Profissão _________________________

*A assinatura será renovada automaticamente, salvo vontade expressa em contrário* Cheques ou Vales Postais deverão ser emitidos a:

AMBAAL – Associação de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral

SALVE UMA VIDA DANDO O SEU SANGUE


saúde

22 Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

Análises Clínicas

Medicina dentária

Psicologia

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Cardiologia

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE

Cardiologistas

Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA

Neurologia

JOÃO HROTKO

DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO

Especialista pela Ordem dos Médicos Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja

Oftalmologia

Técnica de Prótese Dentária

Médico oftalmologista

Consultas de 2ª a 6ª Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS. Marcações pelo telef. 284325059 Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa) Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA

Fisioterapia

Centro de Fisioterapia S. João Batista Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia Hidroterapia/Classes no meio aquático

CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA

JOSÉ BELARMINO, LDA. Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA

DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid) CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas Estomatologista (OM) Ortodontia

Pediatria

Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa Assistente graduada do serviço de oftalmologia do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja

DR. A. FIGUEIREDO LUZ Médico Especialista pela Ordem dos Médicos e Ministério da Saúde Generalista CONSULTAS DE OBESIDADE

Rua Capitão João Francisco de Sousa, 56-A – Sala 8 Marcações pelo tm. 919788155

Dermatologia

TERESA ESTANISLAU CORREIA

e.mail: clinidermatecorreia@ gmail.com Rua Manuel António de Brito nº 4 1ºFte 7800- 544 - BEJA (Edifício do Instituto do Coração, frente ao Continente)

Clínica Geral

Dr. José Loff Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral /Implantologia Aparelhos fixos e removíveis

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VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190

Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA

DR. ÁLVARO SABINO Otorrinolaringologista Ouvidos,Nariz, Garganta

Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias

MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR

Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023

Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503

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Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA

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Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia

ALI IBRAHIM Ginecologia Obstetrícia Assistente Hospitalar

Consultas segundas, quartas, quintas e sextas Marcações pelo tel. 284323028 Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja

Terapia da Fala

CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833 Estomatologia

Largo D. Nuno Álvares Pereira n.º 13 BEJA Marcações pelo telefone 284312230 Urologia

Largo D. Nuno Álvares Pereira, 13 BEJA ▼

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

DR. MAURO FREITAS VALE

Consultas em Beja CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira Rua António Sardinha, 25, r/c esq.

Prótese/Ortodontia

Tm. 962557043

Centro Médico de Beja

MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS

Terapeuta da Fala VERA LÚCIA BAIÃO

MÉDICO DENTISTA

Marcações pelo telefone 284321693 ou no local Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

DR. CIRO OLIVEIRA Consultas às sextas-feiras, a partir das 15 horas

FRANCISCO FINO CORREIA

Cirurgia Maxilo-facial

HELENA MANSO

Consultas no Centro Médico de Beja

CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA. Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia

Psiquiatria

Pediatra

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Tel. 284324690 Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA

Ginecologia/Obstetrícia

FAUSTO BARATA

Dra. Sónia Fernandes

Angiologia/Cirurgia Vascular

DR. J. S. GALHOZ

Consultas às 4ª feiras tarde e sábado MARCAÇÃO DE CONSULTAS: Diariamente, dias úteis: Tel: 218481447 Lisboa 4ª feiras: 14h30 – 19h Tel: 284329134 Beja

Urologia

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Marcações de consultas de 2ª a 6ª feira, entre as 15 e as 18 horas Rua Dr. Aresta Branco, nº 47 7800-310 BEJA Tel. 284326728 Tm. 969320100

Acordos com A.D.S.E., CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Allianze, Seguros/Acidentes de trabalho, A.D.M., S.A.M.S. Marcações pelo 284322446; Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA

DR. JAIME LENCASTRE

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Clínica dentária

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Otorrinolaringologia

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Oftalmologia

Marcações pelo tel. 284312230

ANGIOLOGIA/CIRURGIA VASCULAR TRATAMENTO DE VARIZES BEJA: Clinibeja Rua António Sardinha, 23-25 7800-477 Beja Tel. 284 321 517

MOURA: MRP Centro de Medicina Física e Recuperação de Moura Avenida dos Bombeiros Voluntários, n.º 15 7860-107 Moura Tel. 285 252 944

SANTIAGO DO CACÉM: Centro Clínico de Santiago do Cacém Avenida Manuel da Fonseca, 37 7540-105 Santiago do Cacém Tel. 269 086 900 Tm. 917 637 440

ÉVORA: CDI Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais 7000-749 Évora Tel. 266 749 740

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saúde

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva –Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/ Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.º Ricardo Lopes – Consulta de Gastrenterologia e Proctologia - Endoscopia e Colonoscopia Dr.ª Joana Leal – MedicinaTradicional Chinesa/Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (TAC) ECOGRAFIA MAMOGRAFIA ECO DOPPLER RADIOLOGIA DENTÁRIA

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

Medicina dentária

Luís Payne Pereira Médico Dentista Consultas em Beja Clínica do Jardim Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975

Médicos Radiologistas António Lopes / Aurora Alves Helena Martelo / Montes Palma Médica Neuroradiologista Alda Jacinto Médica Angiologista Helena Manso Convenções:

ULSBA (SNS) ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Marcações: Tel. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387 Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA

23 Diário do Alentejo 24 janeiro 2014


necrologia diversos

24 Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Irene Beatriz Gonçalves Rodrigues

José Francisco Diogo

Nasceu a 04/09/1934 Faleceu a 20/01/2014

Irmãos, sobrinhos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

Nasceu a 11/06/1934 Faleceu a 19/01/2014

Seus filhos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

AGRADECIMENTO E MISSA DO 1.º MÊS

VENDO MONTE

AGRADECIMENTO E MISSA Manelinha, faz um ano que desapareceste para sempre

3 kms de Beja,

das nossas vidas, mas a saudade cada vez é maior. Vimos

2 hectares, 80

agradecer novamente a todo o pessoal da Cercibeja, assim

A

como da residência Vidas Coloridas, o apoio que nos têm

m2 de casa, pelo

dado ao longo deste tempo. Agradecemos também a todas

preço de um apartamento. Contactar

as pessoas nossas amigas pelo apoio que nos têm dado. A

Maria Manuel Cândido Filipe

Informamos que se irá realizar missa no próximo dia 27 de 1.º Ano de Eterna Saudade

tm. 966756018

Maria Alves Xavier Pereira

todos, o nosso muito obrigado.

janeiro, pelas 18 e 30 horas, na igreja da Sé, em Beja.

Filhos, noras e netos agradecem a quem, de alguma maneira, manifestou o seu pesar pelo seu desaparecimento, e informam que será celebrada missa do 1.º mês no dia 1 de fevereiro, sábado, pelas 18 e 30 horas, na igreja do Carmo. Agradecem a quem comparecer.


25 Diรกrio do Alentejo 24 janeiro 2014


Ecopilhas recolhe quatro milhões de pilhas e baterias a favor do IPO

Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

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Empresas

O 5.º Peditório Nacional de Pilhas e Baterias a favor do Instituto Português de Oncologia (IPO) permitiu à Ecopilhas a recolha de mais de quatro milhões de pilhas e baterias usadas. A entrega simbólica dos dois equipamentos de diagnóstico para doentes oncológicos contou com a presença de José Carlos Malato, embaixador do 5.º Peditório Nacional de Pilhas e Baterias Usadas. Eurico Cordeiro, diretor geral da Ecopilhas, refere: “É com muito orgulho que testemunhamos, ano após ano, o entusiasmo dos cidadãos e das empresas em contribuir para a luta contra o cancro, através do simples gesto de colocar as pilhas e baterias usadas no pilhão”. A Ecopilhas teve como principais parceiros nesta iniciativa o Millenium BCP e a cadeia de supermercados Lidl.

Mértola participa em duas feiras na Alemanha A Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) vai participar nas feiras BioFach e Vivaness deste ano, a decorrer de 12 a 15 de fevereiro na cidade alemã de Nuremberga. O stand do Alentejo na feira internacional de agricultura biológica vai mostrar uma seleção de produtos biológicos da região, como o figo da índia, o mel, as plantas aromáticas e medicinais, a alfarroba e a aguardente de medronho. A ADPM refere também que irá apresentar na Vivaness produtos de cosmética baseada em recursos silvestres do Alentejo. A decorrer em paralelo com a feira de agricultura, a Vivaness será palco de apresentação das últimas tendências do setor de cosmética natural.

Barclays distingue-se em atendimento ao cliente

Co om um ma of ofer erta ta integrada e dire r cion onad adaa paara ra todas as idades, comp co mp por orta ta u um m pl plan ano o de ttra de rata ra tame ta mento oà medi me dida di da de ca da cada da p ciente, combinando pa o melhor conjunto de serviçços dentá táári r oss.

O Barclays Portugal atingiu no segundo semestre de 2013 a melhor classificação de sempre no estudo da empresa Multimétrica, pelo seu atendimento ao cliente, ficando em primeiro lugar com uma classificação global de 96,91 por cento. Os estudos “Mystery Shopping” da Multimétrica, realizados em ambos os semestres do ano transato, colocaram o Barclays em primeiro lugar em atendimento ao cliente em território nacional numa lista de 14 instituições bancárias em Portugal. De salientar que a contribuir para estes resultados está a qualidade dos gestores em agência, que quando confrontados com questões dos clientes mistério, respondem com profissionalismo e clareza.

Campanha arredonda no Lidl

IMD alia profissionalismo às novas tecnologias no mercado clínico dentário

Abriu em Beja IMD O IMD – Instituto Médico Dentário, localizado em frente à Escola Secundária Diogo de Gouveia, em Beja, abriu no passado dia 6 e, numa só semana, somou um total de duzentas passagens pelo espaço, que comtemplaram o atendimento clínico em todas as áreas de medicina dentária. Publirreportagem Sandra Sanches

O

IMD, instalado num espaço moderno que integra várias unidades de especialidades numa lógica de serviço integrado, visa, acima de tudo, a maior eficiência do serviço e a satisfação do paciente. A pensar neste mesmo bem-estar e satisfação dos pacientes e seus acompanhantes, o IMD dispõe de um vasto espaço de espera, amplo e com uma decoração elegante. O instituto, que iniciou atividade com três funcionárias e três médicas dentistas, outrora também funcionárias de uma outra clínica em Beja, prometem agora conquistar o mercado com tratamentos modernos, bons profissionais qualificados e com um atendimento diferenciado aos pacientes.

Segundo Sandra Pereira, diretora do Instituto, “a ideia de abrir este espaço surgiu em conversa com a restante equipa”. “Sempre acreditámos que juntas formávamos uma boa equipa e que poderíamos contribuir para um melhor serviço em Beja”, disse. Um espaço que consideram “diferente”. O segredo para rumarem ao caminho do sucesso assenta, sem dúvida, na facilidade de trabalharem em equipa. Uma equipa interdisciplinar, composta por três médicas e três funcionárias, que garantem um tratamento completo: ortodontia, dentisteria, implantologia, cirurgia oral, odontopediatria, branqueamento dentário, próteses removíveis e fixas, periodontologia e endodontia. A equipa de profissionais garante “um tratamento bem sucedido e com estabilidade a longo prazo”. Os utentes, que são de todas as faixas etárias, beneficiam de vários acordos e convénios para a maioria das especialidades, como é o caso da ADSE, ADMG e PSP, para além do paciente poder ainda usufruir do próprio seguro que o instituto disponibiliza. A ideia é chegar a todos os públicos, e os valores praticados também

“são bastante acessíveis”. De acordo com Sandra Pereira, “bem mais abaixo dos praticados no mercado”. “Os pacientes podem contar connosco para qualquer facilidade de pagamento”, informou. Apologistas que todo o trabalho feito nas redes sociais, como a divulgação e a publicidade que fazem, é imprescindível nos dias de hoje referem que “a palavra que passa de boca em boca também tem funcionado muito bem”. No entanto, deixam o apelo para que a população visite este novo espaço composto por “caras jovens, equipa dinâmica e simpática e, sobretudo, um espaço moderno que se mantem atento às novas tecnologias desta área”. Procurando dar resposta às necessidades dos pacientes e apostando na complementaridade dos serviços, este instituto, ainda que recente, parece não ficar por aqui. Perspetiva-se, a curto prazo, a criação de mais “uma cadeira” a fim de dar resposta aos pacientes. Um instituto que investe em tratamentos modernos e no bem-estar dos pacientes, chegou à cidade de Beja com um novo conceito de medicina dentária alargado a toda a família.

Cerca de três milhões de clientes Lidl, em conjunto com a própria cadeia, viabilizaram a construção da primeira Unidade de Cuidados Continuados e Paliativos para crianças e jovens dos zero aos 18 anos com patologia crónica. Na primeira fase da campanha Arredonda 2013, cerca de 1,3 milhões de clientes Lidl já tinham arredondado mais de 400 mil euros para esta causa. Estes números subiram de forma surpreendente na edição de dezembro, demonstrando mais uma vez o enorme espírito solidário dos portugueses mesmo em conjunturas económicas difíceis. O valor arrecadado atingiu um milhão de euros que serão totalmente aplicados na construção do Kastelo, a primeira unidade de Cuidados Continuados e Paliativos pediátricos em Portugal.

Herdade do Esporão apresenta nova carta Eleito recentemente pelo influente site de gastronomia norte-americana The Daily Meal como um dos melhores restaurantes de enoturismo do mundo, a Herdade do Esporão renovou as suas sugestões para a estação outono/inverno. A nova carta da autoria do Chefe Miguel Vaz, responsável pelo restaurante da Herdade do Esporão em Reguengos de Monsaraz, apresenta sugestões que nos remetem a uma viagem às raízes e aos sabores de antigamente, através da utilização de frutos e legumes produzidos na horta da herdade e da inspiração em receitas antigas. Para este chefe, o objetivo é criar “uma cozinha de terroir em que os produtos da nossa horta e de fornecedores locais assumem uma importância cada vez maior”. Com uma vista privilegiada sobre as vinhas, a excelência da gastronomia alentejana alia-se os vinhos da herdade numa harmonização perfeita que homenageia a riqueza de sabores da região.


A páginas tantas...

Pais Quando o tempo falta para fazer um lanche original, pode sempre optar-se por uma solução bem mais rápida e igualmente saborosa.

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A Câmara Municipal de Santiago do Cacém, em parceria com as bibliotecas do município, propõe o projeto Entrecontos, que visa a promoção do livro e da leitura em versão encenada, junto das escolas do concelho. O Livro do Quintais, com texto de Isabel Minhós Martins e ilustrações de Bernardo Carvalho, é a obra escolhida para este projecto. Destinado a crianças do pré-escolar e do 1.º ciclo, o Núcleo de Promoção da Leitura garante uma viagem fascinante aos quintais dos vizinhos. Para mais informações consulta a página http://www. cm-santiagocacem.pt/

Adelaide só vai chegar às livrarias no fim deste mês, mas por aqui já se sonha com esta história que tem os ingredientes para torná-la irresistível. Adelaide podia ser só um canguru, mas não, não é um canguru comum. Até os pais ficaram surpresos quando perceberam que o seu filhote tinha asas. À medida que crescia, as suas asas também cresciam. Diferente dos outros cangurus, Adelaide aprendeu a voar e rapidamente o desejo de conhecer novos sítios apodera-se dela e resolve partir. A viagem leva-a a Paris, à “Cidade do Amor”, e, apesar de muitos sobressaltos, é onde vai encontrar o seu. A edição é da Kalandraka.

Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

Projecto Entrecontos leva livros encenados às escolas de Santiago do Cacém

O autor O mundo de Tomi Ungerer não conhece limites. Apresenta um trabalho dinamicamente criativo e com uma vertente multicultural que lhe é dada pelo facto de ter nascido na Alsácia (1931) e ter trabalhado em países como Estados Unidos, Canadá, Irlanda e França. É em 1956, quando decide emigrar para Nova Iorque, que começa a aventurar-se na escrita de livros para crianças. Vencedor de inúmeros prémios enquanto escritor e ilustrador, tem publicado mais de 30 livros. Traduzidos para português vais encontrar Os Três Bandidos, Crictor e, agora, Adelaide. Podes ficar a saber mais sobre este autor em http://www. tomiungerer.com/

Dica da semana À solta Até ao Carnaval vamos publicar ideias para poderes fazer uma máscara sem grandes custos. Para este crocodilo vais precisar de uma caixa de cartão, tesoura e cola. Diverte-te!

Esta semana trazemos-te o trabalho de Miro Chun, que passa os dias rodeada por pilhas de papel, arame e carrinhos de linha. Um trabalho cheio de pormenores tão deliciosos como os temas que escolhe. Não nega a sua paixão pelas pinturas de Joan Miró e os móbiles de Alexander Calder que, em muito, influenciaram a sua obra. Gostávamos que espreitasses a sua página porque são tantos os trabalhos que merecem uma visita mais cuidada. http://foldhere.wordpress.com/


Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

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Letras Índice médio de felicidade

Boa vida Comer Estufado de rabo de boi no tacho com cenoura e cogumelos Ingredientes para 4 pessoas: 1,5 kg. de rabo de boi; 300 gr.de cenouras; 400 gr. de cogumelos frescos; 500 gr. de tomate maduro limpo de peles e sementes; 8 dentes de alho; 3 cebolas medias; 1 dl. de azeite; q.b. de sal grosso; q.b. de colorau; 1 folha de louro; 1 molho pequeno de salsa; q.b. de pimenta preta ou branca; 2 cravinhos da Índia; 4 dl. de vinho branco. Confeção: Cortar e lavar muito bem o rabo de boi. Temperar com sal, louro, vinho branco, pimenta, cravinho, salsa, colorau e azeite. Deixar marinar no mínimo duas horas. Leve um tacho ao lume com o rabo de boi e a marinada. Deixe estufar um pouco mexendo de vez em quando até o álcool do vinho evaporar. De seguida junte a cebola e o alho picado. Deixe ferver um pouco e acrescente o tomate cortado aos cubos. Cubra com água quente e deixe ferver lentamente, acrescentando sempre água se necessário. Assim que a carne começar a ficar cozida, junte as cenouras cortadas às rodelas e quase no final da cozedura junte os cogumelos aos quartos. Acompanhe com arroz ou batata cozida. Bom apetite... António Nobre

Jazz Filipe Raposo “A Hundred Silent Ways”

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pós anos a emprestar o seu talento a algumas das figuras mais relevantes da música portuguesa – José Mário Branco, Fausto Bordalo Dias, Sérgio Godinho, Vitorino, para só nomear algumas – o pianista Filipe Raposo lançou em 2011 o primeiro disco com a sua assinatura, o muito recomendável “First Falls”. Em trio, explorou então a metáfora das “primeiras chuvas” – que só caem depois de completado todo um ciclo hidrológico – para descrever aquilo que considera ser o processo criativo de amadurecimento de ideias e conceitos até estes serem vertidos em música. Em 2013 regressou a solo com “A Hundred Silent Ways”, título retirado de um poema de Mawlana Jalal-ad-Din Muhammad Rumi, poeta místico, jurista e teólogo sufi persa do século XIII: “Fechei a minha boca e falei-te de cem maneiras silenciosas/Ouviste os meus pensamentos, sabes o que está na minha mente”. Este é um exercício de focagem no essencial, demonstraFilipe Raposo – “A ção inequívoca de maturidade e Hundred Silent Ways” afirmação de uma vincada perFilipe Raposo (piano). sonalidade musical. Raposo conEditora: Fundação GDA / AMG Music tinua a fazer da força telúrica da Ano: 2013 música tradicional – estilizando ritmos e melodias –, do rigor harmónico da música erudita e das potencialidades criativas da improvisação os alicerces fundamentais para a construção de uma obra sólida e coerente, que acaba por ser a sonorização de uma forma muito particular de conceber o mundo. “A Hundred Silent Ways” transporta na sua origem a ideia de silêncio como espaço poético íntimo de referências e partilhas. A lista das composições é acompanhada por excertos de poemas, que funcionam como janelas para o âmago dos sons que se escutam, assim se estabelecendo intensas conexões entre poesia e música. Realidades que o compositor ilustra musicalmente com recurso a um conjunto de técnicas aplicadas em função das particularidades de cada uma das peças: criação de efeitos texturais, sobreposição e justaposição de blocos, exploração de polirritmias e jogos contrapontísticos. O seu pianismo permanece fluido e cristalino, exibindo um grande poder melódico eivado de uma carga poética que sintetiza toda essa constelação de sons e palavras. Escutem-se a imparável torrente melódica de “Todas as Noites do Mundo”, a beleza arrepiante de “With Closed Eyes” ou as leituras muito pessoais de temas tradicionais como “Oh Bento Airoso” (ritmicamente turbulento) e “Senhora do Almortão”, canção popular da Beira Baixa (imortalizada por José Afonso no álbum “Cantares do Andarilho”, de 1968), que aqui é objeto de notável reconfiguração. “Careful Conversation”, peça totalmente improvisada, é um quase-tango na sua impetuosidade. Em “Fado Mudo”, Raposo mistura a linguagem do fado e o universo dos filmes mudos, numa deliciosa hibridação. O disco encerra com uma peça referencial, o Adagio (BWV 564) de Johann Sebastian Bach, a partir da transcrição para piano do registo orquestral do órgão de tubos, efetuada pelo pianista e compositor italiano Ferruccio Busoni. Com “A Hundred Silent Ways” Filipe Raposo traduz na perfeição as palavras de António Ramos Rosa: “Mas entre mim e os meus passos há um intervalo: então invento os meus passos e o meu próprio caminho”. Belíssimo. António Branco

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uma escala de 0 a 10, qual diria ser o seu índice médio de felicidade? Talvez não ache que faça sentido responder a isso, tal como Daniel, o narrador de uma das mais notáveis obras de ficção editadas no final de 2013 em Portugal. Daniel tinha um diário do futuro escrito num caderno. O destino não tinha um papel a desempenhar neste plano dos dias por vir. A crise, o desemprego subsequente para Daniel, a separação da família – a mulher e os dois filhos vão viver para casa da família, no norte do País, enquanto Daniel persevera em conseguir retomar o plano – atestam, porém, que há acontecimentos que transcendem a energia e a disposição que cada um tem para tomar as rédeas da sua existência e defini-la, assim pura e simplesmente. O escritor David Machado é um otimista para quem a felicidade é transversal à existência. O seu narrador – com quem se identifica mais do que com qualquer outra personagem que já tenha criado – também. Mesmo quando perde a casa não perde a esperança no futuro. Adia, pois, a revelação das perdas mesmo àqueles que ama. A vida, porém, está sempre a puxá-lo para acontecimentos exteriores ao plano... Com uma escrita fluida e segura, David Machado compõe uma obra que nos implica numa reflexão sobre a felicidade – e a sua (im)possibilidade em tempo de crise – que remete para a ideia aristotélica de bem, em que uma e outra se equivalem. Infelicidade é nada ter a perder ou perder a compaixão e a noção do bem e do mal? Também é sobre isso, este Índice médio de felicidade. Maria do Carmo Piçarra

David Machado Dom Quixote 256 páginas 14,90 euros

Toiros José Luís Zambujeira

A

paixão pela festa brava surgiu cedo na vida de José Luís Zambujeira. Natural de Alfundão, onde nasceu há 52 anos, o antigo cabo do Grupo de Forcados de Cascais mudou-se para a vizinha vila de Beringel, onde passou uma infância a sonhar com as jaquetas e as tardes e noites de glória. Na sua juventude, tal como acontece com quase todos os forcados da nossa região, a paixão pelos toiros levava José Luís Zambujeira a ir com os amigos para as aldeias onde se realizavam garraiadas para pegar as vacas e sonhar um dia vestir uma jaqueta e um barrete. Entretanto, em 1982, a convite de um amigo de Beringel, Vítor Ferreira, que pegava nos forcados de Cascais, teve a oportunidade de entrar para este grupo e começar assim a realizar o seu sonho de menino. Era então cabo dos Amadores de Cascais Francisco Cano, que fardou José Luís pela primeira vez na Figueira da Foz, onde o grupo de Cascais pegou dois toiros à primeira e um à segunda tentativa. José Luís manteve-se no ativo até 1993. Nessa altura, como estava saturado e já tinha sofrido muitas mazelas e lesões decidiu afastar-se. Após três anos de paragem volta em 1996, altura em que o grupo de Cascais atravessava uma das fases mais difíceis da sua história, com poucas corridas e uma crise na sucessão de cabos. Então aplica-se a fundo e mobiliza alguma rapaziada nova e procura ajudar o grupo a renascer. Três anos depois, o cabo Francisco Cano abandonou totalmente a atividade e José Luís assumiu o seu comando até 2007, ano em que passou o testemunho a Pedro Marques, já com o grupo de Cascais com outra vitalidade e afirmado no panorama taurino português. Após deixar o comando do grupo de Cascais, começou a apoderar o cavaleiro Tito Semedo, funções que ainda hoje desempenha, com um relacionamento profissional baseado na amizade. A amizade fez também com que aceitasse o desafio de ser o representante em Portugal da ganadaria Varela Crujo. Para além de toda esta atividade, José Luís Zambujeira é também empresário taurino, sócio de uma praça de toiros desmontável, e desde o inicio deste ano membro da Associação Portuguesa de Empresários Taurinos. Mas a sua grande paixão continua a ser o Grupo de Forcados Amadores de Cascais, grupo que neste momento é comandado pelo seu filho Joel Zambujeira. Vítor Morais Besugo


Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

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Filatelia Os selos para 2014 (II) Segunda-feira há novos selos

O

s primeiros selos do ano são postos em circulação na próxima segunda-feira, dia 27. Trata-se de uma compilação de cinco selos da Madeira que foram emitidos nos últimos anos. Todos eles têm a franquia de E20g. (franquia para a Europa) e são autocolantes, perderam, pois, a franquia e a goma com que foram originalmente emitidos. Vamos individualizá-los pela ordem da sua entrada em circulação: 27 de abril de 2009, Frutos Tropicais e Subtropicais da Madeira; selo que reproduz a pitanga e que naquela data tinha a franquia de 0,68€; 30 de abril de 2010, 50 Anos do Jardim Botânico da Madeira Eng.º Rui Vieira; selo (de 0,68€) dedicado ao gerânio; 21 de setembro de 2012 , Levadas da Madeira; selo (de 0,68 €) que reproduz um pormenor do Caldeirão Verde; 9 de ma io 2013, emissão Europa – Veículos Postais; selo (de 70€) que nos mostra uma moto 4, meio de transporte usado pelos carteiros na Região Autónoma da Madeira; 17 de maio de2013, Apicultura – Madeira; selo de 0,70€. A emissão tem também uma caderneta que apresenta cada um daqueles selos, numa dupla tira horizontal de três exemplares. Vai haver carimbo de primeiro dia de circulação nas habituais quatro estações de correio: Lisboa, Porto, Funchal e Ponta Delgada (Noticiário Filatélico n.º 3/2014). Através do Noticiário Filatélico n.º 2/2014, tivemos conhecimento de uma outra emissão para o mesmo dia. Trata-se de emissão CTT – Sociedade Aberta – Sempre presente. Também para esta estão anunciados os habituais quatro carimbos de primeiro dia de circulação. Esta emissão não consta da listagem que em devido tempo os correios divulgaram, é, pois, uma emissão que não consta do plano original. Estamos convictos de que haverá outras emissões que, como esta, não estão programadas. A esta seguir-se-á a emissão já aqui anunciada, a dedicada aos desportos radicais (base, 1.º grupo), para o dia 19 de fevereiro, na versão de selos pré-gomados e, de 27 de maio para os autoadesivos. Para o resto do trimestre estão previstas mais três emissões: trata-se da passagem dos 400 Anos da Publicação da Peregrinação de Fernão Mendes Pinto, para o dia 24 de fevereiro; dos 800 Anos do Notariado em Portugal, para 6 de março; e, para o dia 24 de março, alguns dos selos da emissão Vultos da História e da Cultura Nacional. Geada de Sousa


Diário do Alentejo 24 janeiro 2014

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Stories do Alentejo em Aljustrel

A Biblioteca Municipal de Aljustrel, no âmbito da iniciativa “Encontro com a Escrita”, apresenta amanhã, sábado, 25, pelas 16 e 30 horas, o livro Stories do Alentejo. O projeto editorial, coordenado por Luís Miguel Ricardo, divide-se em 13 contos escritos pela equipa que publicou o livro Heróis à moda

História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é ministrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.

CÂMARA MUNICIPAL DE ODEMIRA

Fim de semana

do Alentejo e agora, reforçada com mais autores, nomeadamente Dora Maria Nunes Gago, Fernando Évora, Joaninha Duarte, José Teles Lacerda, Luís Miguel Ricardo, Manuela Pina, Maria Ana Ameixa, Maria Morais, Miguel Brito de Oliveira, Miguel Morais, Vítor Encarnação e Antónia Silva.

Concurso vai na segunda eliminatória

Bandas de garagem ouvem-se em Odemira

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CCEN com duas exposições em Sines

Matiné Dançante para ajudar a Capricho Bejense

Serão de cante alentejano em Castro Verde

O Centro Cultural Emmerico Nunes (CCEN), em Sines, tem patente duas exposições. “Can you predict Spring?”, fotografia de Fábio M. Roque, encontra-se integrada no projeto CCEN “E agora os mundos que o mundo tem?” e está patente na sala Emmerico Nunes. Está ainda patente a exposição dos trabalhos concorrentes ao 2.º concurso de Desenho Humorístico Emmerico Nunes, que pode ser visitada na sala das Índias.

A Sociedade Filarmónica Capricho Bejense recebe no domingo, 26, a partir das 16 horas, uma matiné dançante, com Duo Encontro de Gerações. A iniciativa pretende angariar fundos para “ajudar a Capricho Bejense a manter as portas abertas”, pois, segundo a organização, “a situação financeira atual é muito má”. Assim, a iniciativa “Matiné Dançante” passará a ser uma atividade mensal.

Realiza-se amanhã, sábado, pelas 21 e 30 horas, no cineteatro municipal, em Castro Verde, um serão de cante alentejano. As Ceifeiras, de Entradas, Os Ganhões, de Castro Verde, e o Grupo Coral da Casa do Povo de Serpa farão ecoar as suas modas na principal sala de espetáculos da vila. A organização encontra-se a cargo da Associação de Cante Alentejano Os Ganhões e conta com a colaboração da Câmara Municipal de Castro Verde.

segunda eliminatória do Concurso de Bandas organizado pela Odemira-te – Associação Cultural e Artística de Odemira, com o apoio do município de Odemira, está agendada para amanhã, sábado, dia 25, no Espaço Jovem, a partir das 22 horas. Na segunda eliminatória subirão ao palco cinco bandas concorrentes, sendo apuradas duas para a final: Laydown (metal, Lisboa), Earth Drive (post rock, Montijo), Zagallote (rock alternativo, Portimão), Burn Damage (metal, Lisboa) e The 7 Riots (hard rock, Viseu). O evento contará com a participação especial da banda Prayers Of Sanity (old school trash metal, Portimão). O objetivo da Odemira-te – Associação Cultural e Artística de Odemira “é dinamizar a vila e trazer ao concelho bandas rock de outros pontos do País”. A final do concurso acontecerá no dia 22 de fevereiro, onde as quatro bandas apuradas nas eliminatórias anteriores disputarão os dois lugares de acesso ao palco do festival Mira Fest. Em fevereiro, as bandas convidadas serão For The Glory (hardcore) e Switchtense (trash metal).


Haxixe encontrado no rio Guadiana: autoridades suspeitam de gang de achigãs colombianos

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Três presos evadiram-se da cadeia de Pinheiro da Cruz (Grândola). Governo já veio congratular os reclusos pelo “espírito empreendedor” e por saírem da sua “zona de conforto”

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Viagra genérico: idosas alentejanas rejubilam porque melhoraram a sua vida sexual e ganharam um novo estendal para a roupa O início do ano ficou marcado pela chegada às farmácias portuguesas do genérico do Viagra. Na nossa região, o novo fármaco fez sensação, levando milhares de idosos a adquirir o comprimido azul a um preço mais em conta, como nos explica a Dona Veva Libido: “Foi a melhor coisa que aconteceu cá em casa! Antes, tinha uma vida sexual muito pobre... Era mais fácil o cometa Halley passar pela terra todas as semanas, do que eu ter alguma ação no campo amoroso. Agora, chegamos a fazer amor quase duas vezes por mês! Ando tão cansada que até fico com cãibras nos joanetes! O meu Arlindo anda possesso e, como já estava desabituado, deslocou a bacia seis vezes! Não sei se aguentamos muito mais tempo… Mas olhe, entre isto e andar a ver novelas da TVI, prefiro praticar a primeira página e meia do Kamasutra com o meu homem. E este genérico também ajudou muito cá em casa. O meu Arlindo consegue manter uma ereção durante tanto tempo que consigo secar fronhas das almofadas – é só tirar da máquina, prender com molas e já está. A minha vizinha Paulina consegue fazer o mesmo com edredons. Mas também temos de ver que o marido é moçambicano, não é verdade!?”.

Finanças sorteiam camas do Hospital de Beja a quem pedir fatura A partir deste ano, as Finanças irão sortear bens penhorados, como automóveis, a quem pedir fatura, com o propósito de incentivar as víti…, perdão, os contribuintes portugueses a ajudar a amealhar mais dinheiro e evitar a fuga aos impostos. Uma investigação conjunta “Não confirmo, nem desminto/ João César das Neves”, apurou, todavia, que não serão apenas bens penhorados que terão este fim, uma vez que o fisco também se prepara para incluir no sorteio as camas recentemente fechadas do Hospital de Beja, como nos confidenciou Abel Estrado, funcionário do Ministério das Finanças e bailarina exótica à noite: “Tínhamos de aproveitar! As camas iam ser jogadas para o lixo, ou pior, iam ser desmanteladas em peças para serem reutilizadas numa Ford Transit de 1982 ou no coração de Paulo Macedo. Assim, podem servir a alguém que precise! Repare, estamos a falar de uma senhoras camas, não aquelas coisas que vendem no IKEA ou na Moviflor. E, em faturas superiores a cinco euros, ainda oferecemos um suporte para o balão de soro! Acredite, quando tomar conhecimento da nova tabela de retenção na fonte do IRS, bem vai precisar…”.

Inquérito Concorda com o referendo sobre a coadoção de crianças por parte de casais do mesmo sexo?

FRANCISCA JUSTIÇA DIVINA, 35 ANOS, Pessoa que só come beterrabas

Acho muito bem que se convoque o referendo! Eu quero dar a minha opinião e tem de se acabar com este flagelo da homossexualidade – essas pessoas são responsáveis por alguns dos grandes males da humanidade como a série O Sexo e a Cidade, a Febre Espanhola, os terramotos no Japão e o Nuno Eiró! Qualquer dia, se não temos mão neles, vão exigir poder passear de mão dada e assim…

TEÓFILO MARIJUANA, 28 ANOS Pessoa que lambe tomadas por desporto

O referendo é uma vergonha! É uma injustiça que não falem de outros casos tão ou mais relevantes do que este! Porque é que as pessoas que não dizem os “L’s” não podem adotar? Porque é que os ciganos homossexuais não podem adotar? Porque é que os fãs dos Silence 4 não podem adotar? Mas pior, porque é que os ciganos homossexuais fãs dos Silence 4 que não dizem os “L’s” não podem adotar?

MARINHO PINTO, 62 ANOS Bastonário da Ordem dos Advogados e candidato do MPT ao Parlamento Europeu

Este referendo é uma vergonha do ponto de vista político e do ponto de vista legal. É verdade, viola, claramente, a lei de Deus! A Bíblia fala em “Adão e Eva”, não em “Maria João e Eva”… Isto é tudo muito contranatura… É por isso que a nossa democracia está doente. Isto só vai lá com um padre exorcista, um padre Marcelo Rossi ou um padre Borga!


Nº 1657 (II Série) | 24 janeiro 2014

9 771646 923008

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nada mais havendo a acrescentar... Não omitas nada Talvez debaixo da cinza dos nossos cabelos achemos ainda algum fulgor. Vamos ver se a carne deixou algum memorando, talvez se procurarmos bem encontremos algum rastilho, uma brasa, um fósforo, uma inflamação, uma centelha, uma frágil faísca, talvez se os nossos corações baterem um no outro, quem sabe, se possa acender uma chama e a possamos soprar com as nossas línguas, a possamos rodear com as mãos, talvez ela não se apague logo e o restolho da nossa pele seja a combustão do lume que nos há de queimar de cima a baixo. Para os amantes a noite é a parte de dentro do sol e por isso deita

as tuas rugas aqui ao lado das minhas, meu amor, e diz-me que palavras perdemos pelo caminho. Diz-me todas, repete-as uma a uma. Tu que sempre tiveste uma boa memória de nós sussurra-as ao meu ouvido para eu me lembrar do que fomos. Temos a noite toda e se esta noite não chegar, ficaremos aqui deitados no escuro dobrando sóis e luas, preenchendo o vazio que trazemos nas nossas bocas até alcançarmos o último verbo, até chegarmos ao último adjetivo. E quando te calares, por favor chama pelo meu nome para eu não adormecer, não vá eu esquecer-me de tudo outra vez. Aproveita o meu cansaço. Não omitas nada. Vítor Encarnação

quadro de honra Nasceu em Beja, porque os pais, alentejanos, fizeram questão que assim fosse. É manager, desenvolve e gere carreiras de artistas e, através dos que representa ou produziu, venceu dois Globos de Ouro. Recebeu vários galardões de Platina, Ouro e Prata relativos à venda de discos. Fundou a Metrónomo e paralelamente a Metropolina – Edição Discográfica.

Mentor do “Factor X” também nasceu em Beja

A arte de gerir carreiras artísticas

O

Nasceu em Beja. Qual a relação que continua a manter com a região?

O facto de ter nascido em Beja tem unicamente a ver com o facto de que toda a minha família é alentejana e, embora já a viver em Lisboa, os meus pais fizeram questão de que o primeiro filho nascesse no Alentejo. Portanto, alguns dias antes, viajaram para Beja e foi aí que nasci. Alguns dias depois regressaram a Lisboa. Excluindo as cada vez mais raras visitas familiares, a minha relação com a região não é próxima, porque toda a minha vida foi feita em Lisboa e Almada. PUB

Como chegou a manager, à gestão de carreiras artísticas?

Primeiro por curiosidade. Depois por vontade de entender melhor o que é o talento e como pode ser trabalhado. Finalmente porque senti que seria aquilo que queria fazer na vida. Como encara a música que se faz atualmente no Alentejo?

Para ser honesto, para além dos Virgem Suta, de quem gosto bastante, não conheço muito mais da música contemporânea que se faz no Alentejo. É mentor de dois bejenses no programa “Factor X”, que fazem parte de Os Aurora, o grupo finalista da sua categoria. Que têm estes miúdos de especial?

Os Aurora são os “finalistas” dos grupos porque terão sido aqueles que conseguiram reunir mais votos para ultrapassar cada uma das fases do programa. Em termos profissionais são tudo o que procuro num grupo: talentosos, trabalhadores, determinados. Há mais vida, para além do programa, para Os Aurora?

Espero honestamente que sim. Assim o grupo deseje continuar a trabalhar.

Hoje, sexta-feira, são esperadas algumas nuvens. A temperatura deverá oscilar entre os três e os 14 graus centígrados. Para amanhã, sábado, prevê-se sol e no domingo o céu deverá estar encoberto.

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“Fórum 21” leva especialistas a Moura

Paulo Ventura, natural de Beja

mentor do grupo Os Aurora, composto por dois bejenses, do conhecido programa de televisão “Factor X”, afinal também é natural da cidade. Paulo Ventura, embora tenha feito toda a sua vida entre Lisboa e Almada, é filho de alentejanos e toda a sua família está ligada à região. Já produziu alguns dos mais relevantes festivais portugueses. Faz, sobretudo, gestão de carreiras artísticas e a seu cargo tem The Legendary Tigerman, Wraygunn, Blasted Mechanism, Rui Pregal da Cunha, Manuel Fúria, Anamar, Toranja, Tiago Bettencourt & Mantha, entre outros. Acredita no grupo Os Aurora e garante: “Em termos profissionais são tudo o que procuro num grupo”.

www.diariodoalentejo.pt

Cante a Património Imaterial da Humanidade. Como homem da música, nascido no Alentejo, que comentário lhe merece?

A cultura, no sentido mais lato do termo, é aquilo que, em primeira instância, nos define internacionalmente, mas também no nosso próprio País. Não é definitivamente por ter nascido no Alentejo que vejo o cante como Património Imaterial da Humanidade. É sobretudo como português que desejo que as nossas raízes tradicionais e tudo o que nos identifica e distingue culturalmente dos outros povos seja preservado e elogiado. Se a promoção do cante a Património Imaterial da Humanidade é a melhor forma de concretizar esse objetivo, serei naturalmente um acérrimo defensor de que isso possa acontecer. Somos um país com tradições fortes e com uma herança cultural fantástica e, aparentemente, não temos conhecimento disso, nem lutamos pelo que é nosso, o que não deixa de ser irónico, para não utilizar outro termo. É imperativo querer ser português, querer enaltecer a nossa nação, querer ter orgulho na nossa história e na nossa cultura, querer ser feliz na hora de regressar. E todos os passos que possamos dar nesse sentido são importantes. Bruna Soares

“Fórum 21” é o nome da iniciativa que acontecerá no próximo dia 1, em Moura. As sessões, porém, vão repetir-se de dois em dois meses e durarão uma tarde ou uma noite. Serão organizadas em torno de temas concretos e com a participação de especialistas de reconhecido mérito. O primeiro fórum, que acontece no Museu Gordillo, pelas 16 horas, será subordinado ao tema “Moura – das fronteiras locais às fronteiras globais”. Serão intervenientes Claúdio Torres (diretor do Campo Arqueológico de Mértola), Francisco Seixas da Costa (embaixador), Jorge Malheiros (professor na Universidade de Lisboa), José Maria Pós-de-Mina (gestor e presidente do conselho fiscal da Associação Nacional de Municípios Portugueses), Paulo Paixão (jornalista do “Expresso”).

Pedro Abrunhosa em fevereiro no Pax Julia O Teatro Municipal Pax Julia, em Beja, recebe, no dia 8 de fevereiro, Pedro Abrunhosa & Comité Caviar. Os bilhetes já estão à venda na bilheteira do teatro e através da bilheteira on line. “Contramão” é o álbum que será apresentado neste concerto que promete lotação esgotada na grande sala de espetáculos da cidade. O espetáculo é uma coprodução da Câmara Municipal de Beja e da empresa Sons em Trânsito, cofinanciado pelo InAlentejo/QREN/EU e Rede Arte Sul. Neste espetáculo estará disponível o serviço de kidsitting.

Baal 17 com quatro novos projetos A Baal 17 – Companhia de Teatro anunciou, recentemente, que arranca ainda em janeiro com quatro novos projetos, nomeadamente “Desejo”, “A caixa dos poderes”, “Liberdade à volta da cabeça” e “Olhar de novo”. Os três primeiros projetos inserem-se no projeto Teatro, Educação e Comunidade. O quarto, “Olhar de Novo”, será uma nova criação teatral que, segundo a companhia, “será feita com e a partir do trabalho com a comunidade escolar”.


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