Edição N.º 1655

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Cláudio Torres Arqueólogo celebra 75 anos com novo achado em Mértola

Carlos Afonso Mais uma estrela na nova cozinha

págs 16/17 e 29

pág. 32

Um último adeus a Eusébio págs. 2 e 18

Aurora Jovens bejenses brilham no “Factor X” pág. 12

SEXTA-FEIRA, 10 JANEIRO 2014 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1655 (II Série) | Preço: € 0,90

Água de Beja não aumenta em 2014 mas está em 15.º lugar no ranking das mais caras do País

EMAS paga durante 15 anos dívida de 2 milhões de euros à Águas do Alentejo FOTO OBTIDA EM PORTO COVO. DIREITOS RESERVADOS AO AUTOR

pág. 7

Tempestade Hércules arrasou litoral

A tempestade Hércules, que na passada segunda-feira atingiu o seu apogeu, assolou as praias do litoral alentejano com uma violência raramente vista. Foram afetados vários estabelecimentos comerciais, portos de pesca, embarcações e apoios de praia. Só no concelho de Odemira a câmara estima que os prejuízos possam ascender a meio milhão de euros. pág. 6 PUB


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Editorial Eusébio

Vice-versa “Em termos técnicos a dívida de dois milhões de euros não existe, o que conta são os pagamentos mensais de 20 mil euros durante 15 anos. Mas, na verdade, ela está lá e deixa-nos com as contas muito apertadas”. Fonte da atual administração da EMAS ao “Diário do Alentejo”

Paulo Barriga

O

que chorá mos nós quando chorámos a morte de Eusébio? O desaparecimento do maior futebolista português de todos os tempos? O falecimento do desportista tolerante e brilhante e consensual e incomparavelmente modesto? A memória das correrias fulgurantes com a bola colada aos pés e os disparos letais da negra pantera? Sim, chorámos tudo isso e chorámos muito mais do que isso tudo. Chorámos uma glória que nunca foi propriamente nossa. Não a glória dos golos impossíveis, sequer a glória da vitória desportiva e dos aplausos. O que chorámos com a morte de Eusébio, o que sempre chorámos com a morte dos nossos Eusébios, das nossas Amálias, dos nossos Sebastiões, é a glória adiada de Portugal. É o vazio, a falta de rumo, a ausência de herdeiros valentes e imortais, a deriva e a expetativa da salvação sucessivamente delongada desde Alcácer-Quibir. O que chorámos com a morte de Eusébio não foram apenas as botas de ouro ou os triunfos inigualáveis. O que chorámos com a morte de Eusébio, tal como nos avisaram há tantos séculos o sapateiro Bandarra ou o Padre Vieira, foi a incerteza. Essa doença que nos atinge bem no coração da nossa existência. Da nossa maneira de ser. Esse embruxamento que nos deixa sem rumo nem tino sempre que nos morre um Eusébio, à beira da falésia, à espera da ressurreição numa messiânica manhã de nevoeiro. À espera de milagre justo e libertador. É a esta caldeirada que leva crença e leva desesperança como temperos que os velhos do Alentejo costumam chamar cisma. E que Fernando Pessoa chamava apenas Portugal. Esse penhasco de rocha pendente sobre um mar cuja salga são as próprias lágrimas portuguesas. Sim, Portugal sente a falta de Eusébio, dos seus certeiros petardos de cautchu, dos saltos de mãos no ar sempre que arrebentava balizas. Mas do que Portugal verdadeiramente sente falta não é apenas deste, é de outros Eusébios. Que é uma das muitas maneiras de dizer esperança. Muitas pessoas se perguntaram nos últimos dias se valia a pena tanto alarido por causa de um jogador da bola. Ainda Fernando Pessoa: Tudo vale a pena se a alma não é pequena.

“Não tem qualquer dívida à Águas Públicas do Alentejo nem a qualquer outra entidade ou fornecedor. [Essa verba] não se constitui como dívida sendo amortizada mensalmente em linha com os restantes pagamentos mensais aos demais fornecedores e prestadores de serviços nos prazos estipulados pela lei”. Nota de imprensa da anterior administração da EMAS

Fotonotícia

Bandeiras a meia haste. O Governo decretou três dias de luto nacional pela morte de Eusébio. Um dos melhores jogadores de futebol de todos os tempos morreu no passado domingo, vítima de uma paragem cardiorrespiratória. Atleta de exceção, o “Pantera Negra” foi eleito o melhor jogador do mundo em 1965 e conquistou duas Botas de Ouro (1967/68 e 1972/73). No Mundial de Inglaterra de 1966 foi considerado o melhor jogador da competição, sendo o melhor marcador, com nove golos. Pelo Benfica, conquistou 11 campeonatos nacionais e uma Taça dos Campeões Europeus. Eusébio da Silva Ferreira morreu, mas a sua magia futebolística encantou gerações de admiradores por todo o mundo. Em cada drible, em cada remate, em tantos e tantos golos que marcou. As bandeiras estão a meia haste. Para nos lembrarem que, de quando em vez, há quem da lei da morte se vá libertando. JS Foto de José Serrano

Voz do povo Como recorda Eusébio?

Inquérito de José Serrano

António José 60 anos, mecânico

José Severo 68 anos, reformado

Recordo-o como o fantástico jogador que foi. O melhor de sempre. Não só por o que fez pelo Benfica mas também por o que representou para a seleção, para o País. Eusébio é para Portugal o que Pelé é para o Brasil. Um homem muito importante. Quem viu aquele jogo, nunca esquecerá os quatro golos que ele marcou contra a Coreia do Norte, no Mundial de 1966, em Inglaterra.

Com muita saudade. O Eusébio é único. É o rei. É um símbolo maior do futebol português. E da nação. Segundo dizem, até o Salazar o intitulou de propriedade, monumento nacional. Um atleta e um homem extraordinário. Tive o privilégio de o ver jogar muitas vezes. Para a Taça dos Campeões Europeus. E o que ele jogou no Mundial de Inglaterra... Uma loucura. Um diabo à solta.

Joaquim Diogo Brás 71 anos, sargento chefe da GNR (reformado)

Tive a oportunidade de o acompanhar uma noite. Uma tertúlia em Lisboa até às quatro da manhã. Eusébio é uma espécie de Amália Rodrigues. Ela no fado e ele no futebol. Penso que até agora ainda ninguém representou o desporto português como ele o fez. É um símbolo nacional. Que perdurará durante muito tempo, através de gerações.

Bartolomeu Barbas 74 anos, reformado

Um fora de série. Antes do 25 de Abril, ninguém conhecia Portugal. Pensavam que era uma província de Espanha. Depois do que ele fez no Mundial de Inglaterra, Eusébio desbravou caminho para que muita gente tivesse curiosidade sobre o país de onde vinha aquele jogador fantástico. Vi o jogo contra a Coreia, na guerra, em Angola. Às vezes, ao recordar, até choro.


Rede social DR

Semana passada SEXTA-FEIRA, DIA 3 ALMODÔVAR DETIDO POR TRÁFICO DE DROGA

SÁBADO, DIA 4 BEJA TRÊS INUNDAÇÕES E CINCO QUEDAS DE ÁRVORES NO DISTRITO O mau tempo provocou três pequenas inundações e a queda de cinco árvores no distrito de Beja, em vários concelhos, sem causar danos materiais, nem vítimas, revelaram os bombeiros. As quedas de árvores verificaram-se nos concelhos de Vidigueira (duas), Ourique, Beja e Mértola (uma em cada), sem provocarem, contudo, “quaisquer danos”, disse fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja. Quanto às três “pequenas inundações”, igualmente sem prejuízos, acrescentou a mesma fonte, registaram-se nos concelhos de Moura (duas) e Barrancos (uma). Já no que respeita aos acidentes rodoviários, um verificou-se em Beja e o outro em Ourique, no Itinerário Complementar 1 (IC1).

DOMINGO, DIA 5 SINES MULHER MORRE APÓS CAIR AO MAR QUANDO APANHAVA LAPAS Uma mulher de 57 anos morreu no domingo depois de ser “apanhada” pelas ondas, numa zona de rochas, na costa norte de Sines, quando se dedicava à recolha de lapas, disse à Lusa fonte dos bombeiros. A fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal explicou que a mulher, que se encontrava à beira-mar numa zona rochosa, “caiu à água e foi levada pelas ondas”. O comandante da Polícia Marítima e capitão do porto de Sines, José António Gouveia, adiantou à Lusa que o cadáver foi recolhido e transportado para a morgue do Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém. O alerta foi dado cerca das 11 horas e as operações de socorro mobilizaram os Bombeiros de Sines e a Polícia Marítima.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 6 ODEMIRA MAR DESTRÓI PARCIALMENTE RESTAURANTE EM MILFONTES Um restaurante em Vila Nova de Milfontes (Odemira), situado na praia do Farol, ficou parcialmente destruído, na segunda-feira à noite, devido à agitação marítima. A força do mar arrancou algumas das estacas que servem de suporte ao edifício, construído em madeira sobre o areal, tendo também levantado tábuas do soalho, relatou à Lusa a presidente da junta de freguesia. Segundo Anabela Gamito, o restaurante terá de “ser reconstruído”, uma vez que, “como está, é impossível continuar a funcionar”. Também em Milfontes, no porto de pesca, o mau estado do mar provocou danos em duas embarcações e em engenhos de pesca, sobretudo redes, que foram arrastadas pelas águas, indicou fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja. Ainda na costa alentejana, de acordo com fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal, uma embarcação de pesca de recreio ficou destruída no cais de Porto Covo, no concelho de Sines, também devido à agitação do mar. O mau tempo provocou ainda estragos em concessões nas praias de Melides e de Santo André, ambas no concelho de Santiago do Cacém, indicou o comandante da Polícia Marítima e capitão do porto de Sines, José António Gouveia.

Muito importante porque, sendo esta associação a que congrega maior número de presidências de câmara (150), assembleias municipais e órgãos de freguesia de todo País, assume-se a necessidade de uma representatividade alargada em termos territoriais e de tipo de autarquia. Chamo a atenção para o facto de a comissão diretiva ser constituída por “apenas” 11 representantes de autarquias, o que releva ainda mais o papel que podemos assumir e o contributo que, enquanto eleito numa autarquia alentejana, podemos dar.

O Pax Julia Teatro Municipal, em Beja, recebeu no último sábado, dia 4, o tradicional Concerto de Reis. Em palco estiveram o Coral Harmonia de Santiago do Cacém, o Coro de Câmara de Beja e frei José António. DR

Foi eleito para a comissão diretiva da Associação Nacional de Autarcas do PS, sendo o único representante do Alentejo. Que importância tem para os autarcas socialistas alentejanos o facto de estrarem representados neste órgão?

Concerto de Reis no Pax Julia

Cante dos Reis ao redor da fogueira Em Vidigueira o Cante dos Reis contou com a participação dos grupos Os Vindimadores de Vidigueira e Os Amigos do Cante, de Cuba, Improvisos do Sul e Amigos do Cante dos Reis de Pedrógão do Alentejo. E não faltaram as provas de bolo-rei e licoroso, ao redor da fogueira. DR

Três homens foram detidos pela GNR de Santiago do Cacém, na madrugada de sexta-feira, 6, por furto de metais não preciosos, informou a força de segurança. A detenção foi efetuada em flagrante delito, depois de os homens terem arrombado o cadeado de um barracão pertencente a uma empresa de distribuição de eletricidade. Na altura, tinham na sua posse vários rolos de cabo de cobre que foram devolvidos aos proprietários. Os suspeitos ficaram nas instalações da Guarda até serem apresentados em tribunal.

Presidente da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo

Que papel tenciona desempenhar na referida comissão diretiva?

A Associação Nacional de Autarcas do PS precisa, acima de tudo, de cumprir o importante desígnio de representar os autarcas do PS (refira-se que nunca um só partido obteve, numa eleição, tal número de vitórias autárquicas), contribuir para a sua afirmação e ser um parceiro solidário mas naturalmente crítico à ação desenvolvida pela Associação Nacional de Municípios Portugueses e à definição das políticas de Poder Local em Portugal. Há um longo caminho a percorrer e estou particularmente motivado e determinado para, dentro das minhas possibilidades, contribuir ativamente para novas propostas, análise e definição de estratégias para a renovação da função autárquica no nosso país. Quais são atualmente os grandes desafios que se colocam ao Poder Local?

O Poder Local tem que estar na primeira linha da mudança/renovação na estrutura do Estado em Portugal. Tem que assumir um papel de liderança na sua organização salvaguardando o modelo social europeu como forma de conduzir os territórios e comunidades a um desenvolvimento social, económico e territorial mais sustentado e equilibrado, sabendo da limitação de recursos e conferindo prioridade e centrando a atenção em novas políticas centradas no cidadão. Nélia Pedrosa

Bolo-rei gigante em Moura e Santo Amador Na cidade de Moura a tradição dos Reis cumpriu-se ao som do Grupo Coral e Etográfico do Ateneu Mourense e, em Santo Amador, dos vários corais da aldeia. Um bolo-rei gigante fez ainda as delícias de centenas de populares. DR

SANTIAGO DO CACÉM DETIDOS TRÊS HOMENS POR FURTO DE METAIS

3 perguntas a Aníbal Costa

Crianças de Beja cantam as Janeiras Com vista a “conservar a tradição”, cerca de 60 crianças do jardim de infância da Escola Básica Integrada de Santiago Maior, em Beja, cantaram as Janeiras na câmara, no edifício sede das juntas de freguesia, no centro de informação municipal e na biblioteca municipal. DR

Militares do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) da GNR de Almodôvar detiveram um homem, de 47 anos, por posse e suspeita de tráfico de droga, informou a Guarda. O suspeito, que tinha na sua posse 1,5 gramas de heroína, foi constituído arguido, sujeito a termo de identidade e residência e notificado para comparecer a tribunal.

Campanha de Natal de Mértola distribui 55 prémios A campanha “Neste Natal compre no comércio local e ganhe prémios”, promovida pela Câmara de Mértola, premiou 55 participantes, sendo o primeiro prémio a anuidade de um seguro automóvel. O sorteio foi realizado no dia 6 na presença do presidente da câmara, Jorge Rosa.

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Os atrasos que se começaram a fazer sentir nos pagamentos do Ministério da Educação, aos quais se juntou uma inesperada dívida acumulada pelo município de Beja nos últimos quatro anos e, de forma acessória, a forma irregular como o município de Moura tem efetuado os seus pagamentos, foram de facto problemas acrescidos.

Entrevista

Francisco Duarte é o novo presidente do Conservatório Regional

“A música é um caminho para ter cidadãos mais ativos e interventivos” Francisco Duarte foi eleito a 13 de dezembro, e por um período de dois anos, presidente do conselho de administração do Conservatório Regional do Baixo Alentejo. A sustentabilidade e o financiamento da instituição são as grandes prioridades para um mandato que não se prevê tranquilo em termos financeiros. As verbas para o funcionamento do presente ano letivo estão garantidas através de candidatura ao Programa Operacional para o Potencial Humano. Mas o encerramento do último quadro comunitário, a 31 de dezembro, deixa incertezas quanto ao futuro de uma escola que, na opinião de Francisco Duarte, “tem uma importância extraordinária na educação de centenas de jovens da região”. Os vereadores Sónia Calvário (Beja) e Carlos Teles (Aljustrel) completam a atual administração. O anterior presidente do conselho executivo, José Filipe Guerreiro, colocou o lugar à disposição mas está disponível para continuar no cargo. Texto Paulo Barriga Fotos José Ferrolho

Ainda é possível falar em Conservatório Regional do Baixo Alentejo (CRBA), quando algumas autarquias da região abandonaram a instituição e outras não pagam as devidas comparticipações?

A instituição Conservatório Regional teve na sua génese uma filosofia assumida por um grupo alargado de municípios e de outras entidades, alguns dos quais, pelas mais diversas razões, foram abandonando o projeto. Os que saíram, saíram, com todos as implicações que essas saídas representaram, mas que nunca perigaram a existência do Conservatório. As que continuaram estão hoje a assumir as devidas comparticipações, com maior ou menor dificuldade, num maior ou menor espaço de tempo. Apesar de ter um figurino institucional distinto do inicial, o Conservatório Regional do Baixo Alentejo continua a ter o seu espaço, a assumir as suas funções no panorama da oferta formativa do ensino artístico, e a assumir um papel educativo e cívico com uma importância extraordinária na educação de centenas de jovens na nossa região. Quanto ao nome, é só um nome, com uma referência geográfica, que tem tanto sentido agora como tinha na altura. O seu espaço de intervenção não se resume, ou não se devia resumir, ao da geografia que evoca e pode muito bem ultrapassar as fronteiras geográficas de um Baixo Alentejo, com as muitas nuances que esse conceito pode ter, que não apenas as territoriais. Quando, em janeiro de 2013, o município de Odemira bateu com a porta, o seu presidente, José Alberto Guerreiro, argumentou que o CRBA “já não é de âmbito distrital mas sim de apenas alguns municípios”. Concorda?

Não sei se o meu colega de Odemira fez essa afirmação. Sinceramente, a informação que tenho é que a saída do município de Odemira se deveu, sobretudo, à grande distância a que o concelho se encontrava dos polos do Conservatório e do parco número de alunos daquele concelho interessado em fazer os cursos do Conservatório. No entanto, quero salientar que este projeto não é apenas de alguns municípios. É de todos os cidadãos e instituições que pretendam frequentar os seus cursos. E, atualmente, temo-los não apenas de Beja, Castro Verde ou Moura, mas também de Aljustrel, de Ferreira, de Almodôvar, de Mértola… O CRBA tem a sua sede em Beja e polos apenas em Moura e Castro Verde. Algumas autarquias do Baixo Alentejo, como Odemira,

criticam essa “concentração” da oferta de ensino artístico. Está nos planos desta direção alargar a oferta a outras localidades? Esse alargamento é viável?

Os polos do Conservatório existem onde, inicialmente, houve interesse dos municípios em proporcionar aos seus jovens o ensino artístico e, mais tarde, destes e das escolas para o desenvolvimento do ensino articulado. Essas foram as premissas fundamentais que estiveram na base para a instalação dos polos do Conservatório, e que mais tarde se viram reforçados logisticamente com a existência de turmas do ensino articulado. Em Moura e Castro Verde esse interesse existiu e foi por isso que apareceram aí os polos. Noutros locais não houve interesse por parte dos municípios, nem das escolas e, como tal, não foi possível levar o Conservatório até outros concelhos. E atualmente?

Atualmente as dificuldades são grandes para o fazer porque o Ministério da Educação trancou essa possibilidade. Na ausência da vontade política de quem tem responsabilidades na formação dos seus cidadãos, vontade essa que deveria existir, em primeiro lugar, nas políticas de educação dos governos centrais, o Conservatório não tem qualquer possibilidade de alargar a oferta formativa para além da já existente, por


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nossos jovens, cria públicos exigentes, traz novas competências, mantém uma massa crítica (nomeadamente professores) que é fundamental para que a região respire; promove a região, dá uma imagem de excelência; oferece animação… Dá qualidade de vida.

uma questão de sustentabilidade e de capacidade humana e financeira. No entanto, com algum esforço por parte das autarquias e das famílias, toda a gente poderá ter acesso ao ensino artístico ministrado pelo Conservatório. Seja pela disponibilização de transporte ou pela concessão de bolsas de estudo aos alunos interessados a efetuar pelos municípios, seja pela vontade das famílias em perspetivar outra educação aos seus filhos. Desde já, é importante destacar que o Conservatório oferece uma centralidade geográfica muito interessante que permite uma acessibilidade quase generalizada para a nossa região. A título de exemplo, importa recordar que durante muito tempo houve alunos do concelho de Odemira, com aulas ao sábado, em Castro Verde, garantido que estava o transporte pelo município. Atualmente em Castro Verde há alunos de Mértola, Almodôvar e Aljustrel. Em Beja há alunos de Aljustrel e Ferreira... O conselho de administração a que agora preside tem alguma estratégia para convencer os municípios que abandonaram o CRBA, nomeadamente Vidigueira e Odemira, a retomarem o projeto?

Não há que convencer ou não convencer quem quer que seja para retomar, ou não retomar, este ou aquele projeto. Há razões e interesses que têm naturezas distintas em cada um dos municípios, e cada um por si terá que perceber se as suas populações ganham, ou não, em haver investimentos nesta ou naquela área. A saída dos municípios começou a colocar-se num período em que as opções económicas e financeiras estão cada vez mais apertadas. Infelizmente, a cultura é tida como supérflua e muitas instituições entenderam sair do Conservatório para poupar. É uma opção. Não é a nossa. O Conservatório não é deste ou daquele município, mas uma oferta de qualidade numa região que merece tudo aquilo que os municípios possam fazer pelos seus cidadãos. Desde a sua fundação que o principal problema do CRBA é precisamente a sustentabilidade financeira do projeto. Uma das fontes de financiamento são as comparticipações municipais. Neste momento existem autarquias devedoras? Quais e qual é o valor global dessa dívida?

Não é verdade isso que diz. O problema do Conservatório não é a sustentabilidade financeira. O problema do Conservatório é uma questão de tesouraria. No entanto, os problemas maiores começaram a aparecer a partir do momento em que o Ministério da Educação resolveu, de forma unilateral, transferir parte das suas responsabilidades financeiras para o Programa Operacional Potencial Humano e deixar de assumir as suas responsabilidades como o fazia até então. Os atrasos que se começaram a fazer sentir nos pagamentos do Ministério da Educação, aos quais se juntou uma inesperada dívida acumulada pelo município de Beja nos últimos quatro anos e, de forma

Quantos alunos frequentam atualmente o CRBA?

Cerca de 514.O polo de Beja com cerca de 265, Castro Verde com cerca de 160 e Moura com 90. A instalação do CRBA em Castro Verde, autarquia a que preside, foi uma aposta ganha?

acessória, a forma irregular como o município de Moura tem efetuado os seus pagamentos, foram de facto problemas acrescidos. Com os municípios parece-nos que agora há todas as condições para resolver esses problemas. Com o Ministério da Educação… O grosso do financiamento do CRBA provém de candidaturas ao Programa Operacional para o Potencial Humano (POPH). Uma vez que o quadro comunitário terminou a 31 de dezembro último, como antevê o futuro desta instituição?

Apesar de a data de 31 de dezembro ser um marco, consta que o financiamento dos encargos do ano letivo 2013/2014 está garantido. Depois? Para já, não sei. Vamos continuar a abordar esse problema. Já em meados de 2011 o próprio Francisco Duarte escrevia uma carta aberta onde denunciava a falta de solidariedade de alguns municípios para com o CRBA, o que estava a levar a uma situação de “tesouraria complicada”. Chegamos a 2014 e a situação mantém-se. Não estará na hora de encontrar novas fontes de financiamento para a instituição? E, em seu entender, quais poderão ser elas?

O futuro do Conservatório passa por uma ampla discussão do seu papel na cultura regional, no reposicionamento do próprio Conservatório na especificidade local e, sobretudo, por uma ampla discussão em torno do papel que esta instituição pode desempenhar aqui. A falta de solidariedade dos municípios talvez fosse mais do ponto de vista da disponibilidade e vontade de colaborar na criação de um Conservatório forte do que pelas questões financeiras. Há entidades, como a Direção Regional de Cultura ou a Entidade Regional de Turismo, que critico

O Conservatório não tem qualquer possibilidade de alargar a oferta formativa para além da já existente, por uma questão de sustentabilidade e de capacidade humana e financeira.

Entendemos que a oferta formativa faz novos cidadãos. E a música é um caminho muito importante para ter cidadãos mais ativos, mais interventivos, com maior responsabilidade cívica, com outras competências. Oferece novos instrumentos para serem bons profissionais, seja qual for a área em que trabalhem… E esse é o mais importante resultado que pretendemos da nossa aposta no ensino artístico. No entanto, temos que assumir que nos dá um particular prazer saber que há uma percentagem apreciável de alunos que seguem, e outros que concluíram, o ensino superior na área artística; que há alunos que integram diversas orquestras; que o Prémio Novos Compositores de 2013 foi atribuído a um ex-aluno do Conservatório, aluno esse que já teve uma encomenda para escrever uma peça para a Fundação Calouste Gulbenkian; ou que os nossos coros e instrumentistas deixam plateias boquiabertas… Que já temos professores do próprio Conservatório saídos das primeiras fornadas de alunos. Acima de tudo, sabemos que estamos a contribuir para termos melhores jovens que saberão honrar e projetar o nome de Castro Verde e da nossa região. Está a falar apenas ao nível do ensino artístico ou também da própria criação de públicos?

mais do que alguns municípios, pelo facto de não fazerem parte do Conservatório. Querem melhor meio de promover uma região do que apoiar o funcionamento de uma estrutura que cria cultura com qualidade, que dá competências aos seus jovens, que leva o nome da região a públicos de profunda apetência para o usufruto de produtos turísticos de qualidade?

Estamos a falar das duas vertentes. A formação de públicos que sabem o que querem e que consomem diversidade e qualidade, é também uma riqueza que só saberemos quantificar dentro de alguns anos. Só então se reconhecerá o trabalho que está a ser feito.

Considera que o Estado se tem desvinculado do ensino artístico e que deveria tornar a financiar diretamente instituições como o CRBA?

O professor José Filipe Guerreiro, a quem não posso deixar de agradecer o trabalho que desenvolveu ao longo de muitos anos no Conservatório, e que contribuiu para fazer desta instituição o que ela é atualmente, colocou o seu lugar à disposição. Lugar que, na mesma hora, se predispôs a continuar a assegurar. Essa é a realidade atual. Como tal, será um dos assuntos a abordar numa das próximas reuniões do conselho de administração.

Naturalmente que sim. A cultura e a educação não estão na agenda desta geração de tecnocratas que governam o País. Que importância tem o ensino da música e da dança para a região?

Para além da questão da formação dos

Pretende manter o atual conselho executivo, que é dirigido por José Filipe Guerreiro, ou pode haver mudanças a este nível?


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FOTOS: PROTEÇÃO CIVIL MUNICIPAL DE ODEMIRA

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Atual

Praia do Almograve

Praia da Choupana

Praia de Zambujeira do Mar

Praia do Carvalhal (São Teotónio)

Os ventos fortes da “tempestade Hércules” que fustigaram a costa portuguesa no início da semana deixaram a sua marca no litoral alentejano. No concelho de Odemira, e numa primeira estimativa, José Alberto Guerreiro aponta para uma verba de meio milhão de euros, só para repor as condições de acesso e usufruto das praias do concelho. Texto Aníbal Fernandes

Tempestade extrema atingiu litoral alentejano

Hércules provoca estragos de meio milhão de euros em Odemira

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“alerta vermelho” lançado pela Autoridade Nacional de Proteção Civil foi levado a sério pelo dispositivo concelhio e os meios estavam no terreno, mas “mesmo assim fomos surpreendidos” pela intensidade da tempestade, disse ao “Diário do Alentejo” José Alberto Guerreiro, presidente da Câmara de Odemira. “Os mais velhos não se lembram de uma coisa assim. O mar ouvia-se em Boavista dos Pinheiros que dista, em linha reta, cerca de 15 quilómetros da costa”, explica o autarca odemirense. O momento é de levantamento dos prejuízos por parte da Câmara Municipal, em conjunto com o Instituto de Conservação da Natureza e a Agência Portuguesa do Ambiente, esta última responsável pelos 50 metros de território da orla costeira.

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José Alberto Guerreiro estima que sejam necessários cerca de meio milhão de euros para repor as condições nas praias do concelho, nomeadamente acessos, escadarias e passadiços. Acresce que muitas das praias (Zambujeira, Almograve, Carvalhal) ficaram sem areia o que implica também trabalhos acrescidos para a recuperação dos cenários pré-existentes. No que diz respeito a bens de particulares atingidos pela tempestade o autarca aponta para cerca de 150 mil euros de prejuízo, resultado da destruição do restaurante “Choupana”, junto ao farol, em Vila Nova de Milfontes, e de três embarcações e artes de pesca atingidos no portinho de pesca da mesma localidade. Situação extrema “Não há memória” de uma situação meteorológica igual à que se assistiu

no domingo e, principalmente, na segunda-feira passados, disse ao “Diário do Alentejo” Álvaro Beijinha, presidente da Câmara de Santiago do Cacém. Na quarta-feira, de manhã, os meios da autarquia continuavam no terreno a contabilizar os prejuízos e em trabalhos de limpeza, mas já era possível fazer um primeiro balanço dos estragos: os acessos à praia da Fonte do Cortiço foram destruídos e na Costa de Santo André a água chegou aos restaurantes, sem provocar grandes danos, e abalou parte dos apoios de praia do local. Pior irá ser a remoção da areia que, com a força das marés, chegou à rotunda do Cruzeiro. Para o autarca de Santiago do Cacém, esta foi uma “situação extrema”, no entanto, “deve servir para refletir” e para, eventualmente, no âmbito do novo plano

de ordenamento de praias do concelho, “poder proceder a alguma alteração”, caso seja necessário. No concelho de Grândola apenas se registaram alguns danos nas infraestruturas de apoio à praia de Melides. Felizmente não há vítimas a lamentar, mas o responsável da Capitania do Porto de Sines, capitão Velho Gouveia, com jurisdição desde a ribeira das Fontaínhas, em Grândola, à foz da ribeira de Seixe, em Odemira, alerta as populações para os perigos que advêm da aproximação das pessoas às zonas de arrebentação. “À primeira vista, existem sítios em que parece improvável chegar lá uma onda, mas a verdade é que chega”, alerta Velho Gouveia que aconselha a que se permaneça “o mais longe possível”.


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Água de Beja é das mais caras do País mas não aumenta em 2014

Dívida à Águas do Alentejo abre guerra entre atual e anterior administração da EMAS A Empresa Municipal de Águas e Saneamento de Beja (EMAS) deve mais de dois milhões de euros à Águas Públicas do Alentejo (AGDA). Montante que resulta do incumprimento nos pagamentos mensais de captação e fornecimento de água a Beja entre 2011 e 2013. Em nota de imprensa, a anterior administração da EMAS nega a existência desta dívida, uma vez que, no ano passado, foi acordado com a AGDA um plano de pagamentos que implica a liquidação mensal de cerca de 20 mil euros durante os próximos 15 anos. Texto Paulo Barriga Foto José Serrano

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onte próxima da atual administração da EMAS, que pediu o anonimato, reconhece a existência deste acordo de pagamentos, mas refere “que as verbas envolvidas não deixam de ser surpreendentes”. É evidente que, prossegue, “em termos técnicos a dívida de dois milhões de euros não existe, o que conta são os pagamentos mensais de 20 mil euros durante 15 anos. Mas,

na verdade, ela está lá e deixa-nos com as contas muito apertadas”. Já a anterior administração prefere sublinhar que a EMAS “não tem qualquer dívida à Águas Públicas do Alentejo nem a qualquer outra entidade ou fornecedor”, em função do acordo de pagamentos estabelecido em 2013. Logo, adianta o ex-diretor delegado da EMAS, Rui Marreiros, essa verba “não se constitui como dívida sendo amortizada mensalmente em linha com os restantes pagamentos mensais aos demais fornecedores e prestadores de serviços nos prazos estipulados pela lei”. A AGDA, desde setembro de 2009, tem a exclusividade por 50 anos na exploração do sistema público de abastecimento de água a Beja. As captações são feitas na barragem do Roxo e a água é disponibilizada na central da Pia Quebrada. Para este serviço, que anteriormente era feito em exclusivo pela autarquia, a AGDA recebe um pagamento mensal de 180 mil euros. E foi precisamente o acumular destes pagamentos durante quase dois anos que levou ao estabelecimento da atual “dívida” de dois milhões de euros.

Segundo a atual administração da EMAS, os pagamentos mensais à AGDA e as prestações do acordo de pagamentos das mensalidades atrasadas “estão neste momento a ser pagos sem atrasos”. De salientar que Beja está em 15.º lugar no ranking das localidades com a fatura da água mais cara em Portugal. Mas, do valor pago pelos consumidores, apenas um terço se refere ao consumo em concreto. O grosso do embolso está afetado a tarifas e a taxas. Nomeadamente à tarifa de saneamento, que foi criada em 2011, e que, nesse mesmo ano, rendeu aos cofres da EMAS qualquer coisa como 778 mil euros. Uma receita de que a nova administração da empresa municipal diz “não poder abdicar”. Embora reconheça que, em 2014, não irão acontecer aumentos nos preços ao consumidor. A EMAS, cujas contas de 2013 serão apresentadas em março próximo, prevê investir perto de um milhão de euros durante o presente ano. Francisco Caixinha, atual diretor executivo da EMAS, não quis prestar declarações ao “Diário do Alentejo”.


Associação de Agricultores do Baixo Alentejo promove ações de formação

Diário do Alentejo 10 janeiro 2014

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A AABA – Associação de Agricultores do Baixo Alentejo tem abertas inscrições para ações de formação financiada em Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos, Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho Agrícola e Proteção de Ruminantes e Equinos em Transporte de Curta Duração. Continuam ainda abertas as inscrições para a Formação de Jovens Agricultores, fruto da parceria com a CAP (Agricultores de Portugal). Na próxima segunda-feira, dia 13, terão início três ações do módulo 4 – Componente Prática em Contexto Empresarial.

Polidesportivo para Carrasqueira avança A Junta de Freguesia da Comporta, com o apoio da Câmara de Alcácer do Sal, já entregou uma candidatura para a construção de um polidesportivo na localidade da Carrasqueira. O objetivo da candidatura passa pela promoção e valorização da qualidade do ambiente costeiro e das comunidades e “vai ao encontro das

aspirações da comunidade piscatória da Carrasqueira”. A candidatura foi entregue ao Eixo 4 do Promar, que apoia investimentos para o desenvolvimento das zonas de pesca. Para que a candidatura fosse possível, o município de Alcácer do Sal aprovou a cedência de um terreno à junta de freguesia para a localização do equipamento.

Alvalade e Ermidas-Sado

Autarcas de Santiago do Cacém temem encerramento de dois postos da GNR A Assembleia Municipal de Santiago do Cacém está contra o eventual encerramento parcial dos postos da GNR de Alvalade e de Ermidas-Sado, antevendo que tal seja “um primeiro passo” para que fechem definitivamente.

N

uma moção aprovada na mais recente reunião da assembleia municipal e divulgada na segunda-feira, 6, os autarcas referem que é “do conhecimento público que o comando do Destacamento Territorial da GNR de Santiago do Cacém pretende encerrar PUB

parcialmente os postos territoriais de Alvalade e de Ermidas-Sado”. A medida traduz-se na fixação de um horário entre as 9 e as 17 horas, “apenas para atendimento ao público, com o argumento de solucionar o problema de falta de patrulhamento destas duas zonas”, segundo o documento. A Assembleia Municipal de Santiago do Cacém, de maioria CDU, entendeu “repudiar” essa pretensão, considerando que representa “um primeiro passo para o encerramento definitivo” dos postos, “à semelhança do que já aconteceu noutras freguesias do município”.

Os deputados municipais exigem ao Ministério da Administração Interna “o reforço com mais efetivos militares” dos postos de Alvalade e de Ermidas-Sado. Cada um destes postos tem sete efetivos para fazer o patrulhamento das freguesias de Alvalade, Ermidas-Sado, Abela e São Domingos, numa área total de quase 600 quilómetros quadrados, indicaram. Os autarcas acusaram ainda os governos dos últimos 10 anos de “desinvestimento nas forças de segurança”, o que tem “atingido de forma alarmante o funcionamento” dos postos territoriais

da Guarda Nacional Republicana. Tal manifesta-se no número de militares ao serviço, que “diminuíram drasticamente” naqueles dois postos do concelho, bem como nas “condições precárias” dos veículos e das máquinas. “Uma resposta mais lenta em caso de emergência e menos homens no terreno são fatores que propiciam o aumento da criminalidade”, afirmaram. A moção da Assembleia Municipal de Santiago do Cacém foi aprovada por maioria, com os votos favoráveis dos deputados da CDU, do PS e do BE, e um voto contra do PSD.


Diário do Alentejo 10 janeiro 2014

ANTÓNIO ALMODÔVAR

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III Capítulo da Confraria Gastronómica dos Enchidos A Confraria Gastronómica dos Enchidos leva a efeito no dia 15 de fevereiro, com início pelas 9 e 30 horas, em Vila Nova de São Bento, Serpa, as cerimónias do III Capítulo de Entronização. A receção aos convidados terá lugar na Paladares Alentejanos, na Zona de Atividades Económicas. O III Capítulo de Entronização terá um cariz solidário, revertendo parte da receita para o Lar de São Bento da Terceira Idade de Vila Nova de São Bento.

Arpta admite poder vir a implementar estratégias idênticas para outros países

Gastronomia e vinhos são “cartão de visita” do Alentejo no mercado inglês O produto “Gastronomia e vinhos” vai ser a “âncora” para “vender” o Alentejo no mercado turístico inglês, este ano, com a agência regional de promoção externa a apresentar este destino como a “alma gastronómica” de Portugal.

“A

gastronomia e vinhos são um produto muito forte no Alentejo e acordámos com os operadores ingleses com os quais trabalhamos que, este ano, esse é o tema ‘âncora’ para esse mercado”, disse à Lusa Vítor Silva, presidente da agência turística. O responsável pela Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo (Arpta), com sede em Grândola, realçou que esta já é uma área fulcral para “vender” o destino alentejano, mas, no mercado inglês, vai ser dada “ainda mais atenção” a este produto. “Um dos mercados estratégicos para o Alentejo é o inglês e vai ser tratado com a mesma intensidade de anos anteriores. Só que, este ano, sem esquecer outros potenciais da região, a promoção turística vai estar focada na gastronomia e vinhos”, explicou. PUB

A campanha, a desenvolver em parceria com a Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo, ainda está a ser ultimada, mas o lema vai ser “Alentejo – The Gastronomic Soul of Portugal”, ou seja, “Alentejo – a Alma Gastronómica de Portugal”. O objetivo é promover o território alentejano como “um destino onde existe, ao longo de todo o ano, um festival de gastronomia”, explicou Vítor Silva. “Esta ideia é materializada num conjunto de eventos gastronómicos existente no território e que, como produto turístico, pensamos estar ‘amadurecido’ para apresentar ao mercado inglês”, frisou. Como exemplo, o responsável indicou as semanas gastronómicas da região, quase todas promovidas pela Turismo do Alentejo e dedicadas à caça, porco, borrego ou sopas e tomatadas, entre outros temas. “São realizações perfeitamente calendarizadas e que podemos comunicar para o mercado inglês, identificando até os restaurantes que participam”, argumentou Vítor Silva. O que os restaurantes aderentes vão ter de fazer, alertou

o presidente da Arpta, é “adaptar para inglês as ementas ou, pelo menos, os pratos da semana gastronómica”. “Outro dos eventos importantes que temos e que podemos apresentar ao mercado inglês é o Festival das Gastronomias Mediterrânicas, que vai decorrer no litoral, este ano, com o peixe em foco”, acrescentou. A abordagem centrada na gastronomia “é validada” pelos operadores britânicos, mas a região tem também “trunfos” vitivinícolas a promover: “A qualidade dos nossos vinhos é grande e temos muitos enoturismos, abertos vários dias da semana”, destacou Vítor Silva. “Os ingleses têm dos melhores críticos de vinho do mundo e interessam-se muito por esta área, além de não podermos esquecer que foram eles que inventaram o vinho do Porto e que há muito produzem vinhos no Douro”, vincou. Caso esta “âncora” da “Gastronomia e vinhos” tenha resultados positivos na captação de mais turistas ingleses para o Alentejo, a Arpta admite poder vir a implementar estratégias idênticas para outros mercados externos.

Moura entregou material náutico a escola de Amareleja A Câmara de Moura entregou material náutico à Escola Básica Integrada de Amareleja para ser usado pelo clube de canoagem do estabelecimento de ensino em atividades náuticas no grande lago de Alqueva. A entrega do material, oito caiaques, 12 pagaias, 12 coletes e duas cordas de segurança, e a assinatura de um acordo de parceria entre a Câmara de Moura e a escola decorreram na segunda-feira, 6, no âmbito do Projeto Estruturante para o Desenvolvimento das Terras do Grande Lago Alqueva, explica a autarquia. Segundo o município, o projeto pretende promover o desenvolvimento de atividades náuticas no grande lago de Alqueva, particularmente na aldeia ribeirinha da Estrela, no concelho de Moura. Através do projeto, cofinanciado em 75 por cento pelo Programa de Cooperação Transfronteiriço Espanha – Portugal, a Câmara de Moura refere que já investiu 49 200 euros em material náutico para distribuir por entidades locais. No âmbito do projeto, a autarquia já assinou um protocolo com o Clube H2O e irá assinar em breve um acordo de parceria para entrega de material à Escola Profissional de Moura para a dinamização do Clube de Windsurf do estabelecimento de ensino.

Casa do Povo de Neves promove espetáculo solidário A Casa do Povo de Nossa Senhora das Neves promove no dia 25 deste mês, pelas 21 e 30 horas, no Pax Julia Teatro Municipal, em Beja, um espetáculo solidário que contará com as participações de Em Tom de Fado, Ana Rato e Grupo Coral Feminino da Casa do Povo de Nossa Senhora das Neves. As receitas reverterão para a referida casa do povo.


PCP promove audição pública sobre saúde

O grupo parlamentar do PCP organiza hoje, sexta-feira, pelas 21 horas, na cafetaria no Pax Julia Teatro Municipal em Beja, uma audição pública sobre questões de saúde, envolvendo técnicos de saúde, outros agentes e utentes e onde participarão os deputados Paula Santos, da comissão parlamentar de Saúde, e João Ramos, eleito pelo círculo eleitoral de Beja.

JOSÉ SERRANO

Diário do Alentejo 10 janeiro 2014

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Caritas ajuda romenos angariados para apanha da azeitona

Grupo de imigrantes “passou fome” em Beja por falta de dinheiro Vinte e dois imigrantes, a maioria romenos, angariados para apanhar azeitona e alojados em Beja, já “passaram fome” por falta de dinheiro, tendo sido depois ajudados pela Caritas, disse esta semana a presidente da instituição.

T

eresa Chaves, presidente da Caritas de Beja, contou que a instituição foi contactada no sábado, 4, pela PSP, a qual pediu ajuda alimentar para os 22 imigrantes, que “estavam com muita fome e há três dias que não comiam, porque não tinham rendimentos”. Aos imigrantes, que, alegadamente, estão “há três semanas sem receber” dinheiro por trabalho efetuado na apanha de azeitona, a Caritas entregou “uma quantidade bastante grande

de produtos alimentares para poderem confecionar as refeições durante o fim de semana e mais alguns dias”, explicou Teresa Chaves. O caso foi denunciado no sábado à Polícia por um casal búlgaro que integra o grupo de imigrantes, constituído, na maioria por romenos, disse à Lusa a oficial de relações públicas do Comando Distrital de Beja da PSP, subcomissária Maria do Céu Silva. Segundo a oficial, o casal, que vivia em Espanha com os outros imigrantes, queixou-se de que o angariador que os contratou para apanhar azeitona no Alentejo ainda “não pagou aquilo que tinha sido acordado” e ainda só lhes deu “muito pouco dinheiro” pelo trabalho efetuado. Após a queixa, a PSP deslocou-se ao local onde o casal e os restantes

imigrantes estão alojados, numa quinta no Parque Industrial de Beja, e constatou que o grupo tinha “algumas carências alimentares” e depois contactou a Caritas, à qual pediu para “os ajudar e lhes dar o que comer”. O casal “não se queixou de que estava a passar fome”, mas “o facto de não terem dinheiro” levou a PSP a suspeitar que “não teriam o que comer”, o que a Polícia verificou depois de visitar o local onde os imigrantes estão alojados, contou Maria do Céu Silva. Segundo a subcomissária, a PSP “não verificou que haja prática de tráfico de seres humanos”, encaminhou o caso para o Ministério Público e está a contactar outras instituições para que continue a ser prestada ajuda ao grupo de imigrantes “até a situação ser resolvida”.

Moção aprovada por unanimidade

Odemira contra Lei das Finanças Locais

A

Câmara de Odemira aprovou, por unanimidade, uma moção contra o novo Regime Jurídico (leis 75/2013 de setembro de 2013) e a nova Lei das Finanças das Autarquias Locais (Lei 73/2013 de setembro de 2013), considerando este quadro legal “um retrocesso no poder local democrático, bem como inaceitável o corte de 7,5 milhões nas transferências financei-

ras para Odemira, que a Lei 73/2013 impõe”. Este novo quadro legal veio estabelecer o modelo de financiamento das autarquias locais a partir de 2014 e regular o atual regime de enquadramento da atuação das autarquias, assim como das comunidades intermunicipais e áreas metropolitanas, as quais se determinou que passem a integrar a noção concetual de entidades intermunici-

pais (CIM). Para os autarcas odemirenses, este novo regime legal “estabelece um quadro negro para o atual mandato autárquico que importa denunciar e repudiar, ignorando as recomendações da Associação Nacional de Municípios Portugueses e da Associação Nacional de Freguesias aquando da discussão da proposta de lei e apostando no experimentalismo”.


JOSÉ SERRANO

Diário do Alentejo 10 janeiro 2014

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PSA movimenta contentores para a costa americana do Pacífico

Porto de Sines desvaloriza eventual atraso nas obras do Canal do Panamá O presidente do porto de Sines desvalorizou no início da semana o impacto que um eventual atraso nas obras de ampliação do Canal do Panamá possa ter na atividade do terminal de contentores, que funciona “praticamente no limite” da capacidade.

“A

tualmente, o impacto do Canal do Panamá no total da procura no porto de Sines acabará por ser residual e menor do que se pensava, quando o porto ainda não tinha atingido os níveis de movimentação que temos hoje”, comentou à Lusa o presidente da Administração do Porto de Sines (APS), João Franco. De acordo com o gestor, o Terminal XXI, concessionado à PSA Sines, com sede em Singapura, encerrou 2013 com um aumento de 68 por cento em relação ao ano anterior, tendo movimentado cerca de 930 mil TEU (unidade equivalente a um contentor de 20 pés), e “está a funcionar praticamente no limite da sua capacidade”. No geral, o crescimento do porto de Sines situou-se próximo dos 32 por cento em relação a 2012, com uma movimentação de 36,5 milhões de toneladas de carga, indicou. João Franco sublinhou que, atualmente, a PSA Sines “já utiliza o Canal do Panamá para movimentar contentores semanalmente para a costa americana do Pacífico, designadamente para o México, Estados Unidos e Canadá, com recurso a navios de cerca de 5 000 TEU”. O presidente da APS referiu, no entanto, que a ampliação do canal, que permitirá a navegação de navios de contentores até 12

000 TEU, poderá, “a prazo”, “imprimir uma nova dinâmica neste tipo de tráfego com Sines”. Em meados de dezembro do ano passado, num encontro com jornalistas, o gestor já se tinha referido às perspetivas para o porto de Sines relativamente às obras no canal da América do Sul, afirmando que os efeitos só se farão sentir na infraestrutura do litoral alentejano “no médio prazo”. Entretanto, o Terminal XXI, que tem 730 metros de comprimentos, com capacidade para a movimentação de 1,1 milhões de TEU por ano, só poderá crescer mais após o prolongamento do cais. Por esse motivo, este ano é esperado um crescimento máximo de 10 por cento na movimentação de contentores. As obras para a construção de mais 210 metros, que deixarão a infraestrutura com capacidade para movimentar 1,7 milhões de TEU, começam este mês e deverão estar concluídas no último trimestre do ano, indicou João Franco na altura. A PSA Sines também já requereu ao Governo autorização para a construção de 290 metros adicionais, que, a efetivar-se, permitirá a movimentação anual de 2,3 milhões de TEU. Na semana passada, o consórcio responsável pelas obras no Canal do Panamá indicou que tenciona suspender os trabalhos por 21 dias caso não receba 1,16 milhões de euros. A concretizar-se a ameaça, as obras de expansão do Canal do Panamá, que começaram em 2007 e que se prevê que estejam concluídas em junho de 2015, nove meses após o acordado, poderão sofrer um novo atraso.

IPBeja assina protocolo com escolas de Mértola

Moura concorre a prémios “Turismo do Alentejo”

O Instituto Politécnico de Beja e o Agrupamento de Escolas de Mértola assinaram um protocolo, em conformidade com o plano estratégico do referido instituto para o quadriénio 2010-2013, e que visa “potenciar a participação e o envolvimento de outros parceiros de vocação educativa, designadamente agrupamentos de escolas, visando a constituição de uma rede educativa e formativa de escala regional confinante aos territórios de intervenção prioritária do IPBeja”. As entidades outorgantes “assumem o compromisso institucional de avaliar, em cada momento próprio, os níveis de adequação da sua oferta formativa às reconhecidas necessidades qualificantes dos seus territórios e das suas comunidades”, e comprometem-se, “num ambiente de partilha e de intervenção de sinal complementar, proceder aos reajustamentos julgados necessários à concretização do objeto central deste protocolo”.

A Câmara de Moura apresentou dois projetos a concurso nos prémios “Turismo do Alentejo”, da responsabilidade da Entidade Regional de Turimo: o Edifício de Receção ao Turista, na categoria “Melhor projeto público”, e o Festival do Peixe do Rio e do Pão, na categoria de “Melhor evento”. O Edifício de Receção ao Turista, no Castelo de Moura, foi uma obra candidatada ao InAlentejo – Política de Cidades – Parcerias para a Regeneração Urbana (PRU) e teve um custo estimado de 478 mil euros. De acordo com a autarquia, a concretização do projeto “já contribuiu para o aumento do número de turistas que visitam a cidade e a região”: “Em 2012, 2 083 visitantes dirigiram-se ao posto de turismo e, em 2013, esse número subiu para 3 746”. Relativamente ao Festival do Peixe do Rio e do Pão, adianta a câmara, a iniciativa foi organizada pela autarquia, Comoiprel e Entidade Regional de Turismo do Alentejo, e pretende “recriar o imaginário coletivo associado aos rios e ribeiras do concelho de Moura”.

Executivo de Santiago atende em Santo André A partir do próximo mês de fevereiro, o presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, e os vereadores Norberto Barradas, Albano Mestre e Margarida Santos, vão fazer atendimentos à população no Gabinete Municipal de Santo André. “Descentralizar cada vez mais a ação do executivo e reforçar a proximidade com os munícipes” são os objetivos principais desta medida. Os atendimentos irão decorrer às quartas-feiras, da parte da manhã. Os atendimentos deverão ser previamente agendados com os respetivos gabinetes de apoio dos autarcas. O executivo municipal conta, ao longo do mandato, desenvolver outras ações de descentralização e “vai continuar a fomentar uma proximidade cada vez maior com as populações do concelho”. PUB

Beja participa na 6.ª edição da Geração Depositrão O distrito de Beja participa na 6.ª edição da Geração Depositrão da ERP Portugal com 18 escolas e cerca de 6 400 alunos. A ação, que sensibiliza a comunidade escolar e a população envolvente para a importância da recolha de equipamentos e pilhas em fim de vida, assegurando o seu tratamento adequado para reciclagem, tem como objetivo “estimular comportamentos ambientais corretos”. Nesta edição, a Geração Depositrão conta com a participação de mais de 600 escolas e 320 mil alunos de todos os níveis de escolaridade. A campanha Geração Depositrão é realizada em parceria com o programa Eco-Escolas, organizado pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), através de atividades desenvolvidas por alunos e professores.


Programa é versão portuguesa do êxito The Factor X

Diário do Alentejo 10 janeiro 2014

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O programa é uma versão portuguesa “do êxito global” The Factor X, “que já teve 42 versões e foi emitido em 210 territórios em todo o mundo”, adianta a SIC, salientando que o programa “lançou artistas premiados com inúmeros discos de platina por terem vendido milhões de cópias dos seus álbuns, como Leona Lewis, vencedora da série 3 no Reino Unido, os One Direction, finalistas da série 7 no Reino Unido, e Alexandra Burke, vencedora da série 5 no Reino Unido”.

XPOSED/FREMANTLEMEDIA

Música

Aurora João Carrasqueira, Tiago Araújo, Eduardo Monteiro e David Silva

João Carrasqueira e Eduardo Monteiro integram quarteto Aurora

Bejenses arrancam aplausos no Factor X

“U

ma grande vitória”. É desta forma que os jovens bejenses João Carrasqueira e Eduardo Monteiro caracterizam, até ao momento, a sua participação no Factor X, um programa da SIC que visa “descobrir a próxima mega estrela portuguesa”. João, de 19 anos, e Eduardo, de 17, integram o grupo Aurora, que é formado ainda por Tiago Araújo, de Barcelos, e David Silva, de Santa Maria da Feira, e que foi criado no decorrer dos castings por Paulo Ventura, manager e gestor de carreiras e um dos jurados do programa. Atualmente já só estão em prova sete concorrentes – a fase das galas em direto, que são conduzidas por Bárbara Guimarães e João Manzarra, tiveram início no dia 1 de dezembro com 15 concorrentes, divididos por três categorias e mentores: grupos, com Paulo Ventura; adultos, com Sónia Tavares (dos The Gift); e jovens, com Paulo Junqueiro (diretor geral da Sony Music Portugal). A final está marcada para o dia 16 de fevereiro. “Nesta altura do programa qualquer um pode vencer, mas é claro que vamos lutar por isso, estamos cá para isso”, garantem João e Eduardo ao “Diário do Alentejo”, adiantando que “independentemente do que aconteça” irão “continuar com os Aurora”. “O objetivo depois do programa é tentar uma carreira musical com os Aurora, esperamos conseguir”, reforçam os

Paulo Ventura, manager e gestor de carreiras, não lhes poupa elogios a cada gala que passa e Paulo Junqueiro aponta o grupo Aurora como um dos favoritos à final. “É um grupo onde todos tocam, cantam e acredito que há espaço reservado para eles no nosso universo musical”, disse recentemente a um órgão de comunicação de âmbito nacional. Na rua já são reconhecidos “por muita gente”, o que os deixa felicíssimos: “Faz-nos ver o quanto somos apoiados”. Texto Nélia Pedrosa

jovens, acrescentando que os Aurora “são um grupo bastante inovador e que faz um trabalho que valoriza a cultura portuguesa, o que poderá ser uma mais-valia após o programa”. Paulo Ventura, o mentor, não lhes poupa elogios a cada gala que passa e Paulo Junqueiro aponta o grupo como um dos favoritos à final. “É um grupo onde todos tocam, cantam e acredito que há espaço reservado para eles no nosso universo musical”, disse recentemente a um órgão de comunicação de âmbito nacional. Aliás, foi o diretor da Sony Music Portugal que salvou o grupo na gala do último domingo, num frente a frente com Sara, depois de terem sido os concorrentes menos votados pelo público. “Foi a primeira vez que estivemos em risco de sermos eliminados e esperemos que não volte a acontecer, mas para isso precisamos que

as pessoas votem em nós, porque queremos honrar o Alentejo e mostrar que aqui há talento. Quando se está nos menos votados, naquele momento, perde-se a confiança. Estávamos lado a lado com a Sara, que era uma das nossas concorrentes preferidas à vitória e por isso estávamos com receio de sair, mas felizmente fomos salvos”, dizem. E em relação aos elogios de Paulo Junqueiro, apesar de considerarem que “a esta altura do programa” são “todos favoritos porque são todos bastante talentosos”, admitem que se sentem lisonjeados por estarem entre os preferidos do diretor da Sony Music Portugal: “Só temos de lhe agradecer por nos ter deixado continuar no programa”. Na rua já são reconhecidos “por muita gente”, o que os deixa felicíssimos: “Faz-nos ver o quanto somos apoiados”.

João e Eduardo, que tinham uma banda em conjunto com outro amigo, chegaram ao Factor X como dupla. A ideia partiu do primeiro. Tiago inscreveu-se sozinho e David concorreu com outro grupo, tendo-se destacado aos olhos de Paulo Ventura, que o selecionou para ingressar noutra formação. As músicas apresentadas pelo grupo são escolhidas em conjunto com Paulo Ventura. Os arranjos, da responsabilidade dos jovens concorrentes, são posteriormente “trabalhados com um professor”, que os ajuda “a melhorar o arranjo, a dição vocal”, entre outros aspetos. A cada gala que passa, diz Eduardo, a “confiança aumenta”, mas também “as horas de ensaio e as dificuldades”. O jovem universitário tem notado, no entanto, de atuação para atuação, “uma evolução quer individual, quer ao nível do grupo, em termos vocais e musicais”. “Todas as amizades que fizemos e toda a evolução musical são aspetos positivos nesta experiência”, refere ainda, acrescentando que “o que mais custa” é ver as pessoas de que gosta “irem embora do programa”. Para João, o mais gratificante no programa são, sem dúvida, “as amizades, as experiências partilhadas com outras pessoas” e a possibilidade de poderem “ter uma carreira musical no futuro”. O vencedor do Factor X ganhará 100 mil euros e um contrato discográfico com a Sony Music Portugal.


O Despertar recebe na tarde de amanhã a equipa do Redondense, para cumprir a 16.ª jornada do Nacional de Juniores da 2.ª Divisão, Série E. Na jornada anterior, a equipa bejense empatou em casa com o Imortal de Albufeira (2/2) e mantém o último lugar da tabela, com oito pontos, menos 27 que o líder Beira Mar, de Almada.

Futebol juvenil

Desporto

Amarelejense, Despertar, Renascente e Saboia nas melhores posições

Renascente ficará isolado Sem surpresas de vulto, cumpriu-se a sexta ronda da 2.ª divisão distrital da AF Beja, penúltima da 1.ª volta do campeonato. Há equipas que já apresentaram credenciais, mas é prematuro fazer prognósticos.

Amarelejense, 15 pontos. 2.º Despertar, 13. 3.º Moura B, 11. 4.º Vasco Gama B, 11. 5.º Desportivo Beja, nove. 6.º Beringelense, cinco. 7.º São Domingos, quatro. 8.º Negrilhos, zero. Próxima jornada (11/1): Vasco Gama B-Despertar; São Domingos-Moura B; Negrilhos-

Amarelejense; Desportivo BejaBeringelense. Série B Saboia-Castrense B , 1- 0 ; M e s s e j a n e n s e A ld e i a Fe r n a nd e s , 3 -1; Sanluizense-Renascente, 2-4; Folgou o Naverredondense. Classificação: 1.º Renascente, 13 pontos. 2.º Saboia, 13.

3.º Messejanense, nove. 4.º Castrense B, sete. 5º Aldeia dos Ferna ndes, seis. 6.º Naverredondense, três. 7.º Sanluizense, um. Próxima jornada (11/1): Castrense B-Messejanense; Aldeia Fernandes-Sanluizense; Renas-cente-Naverredondense.

Texto e foto Firmino Paixão

É

importante, isso sim, destacar as vitórias do Amarelejense, Despertar e Moura B, que ganharam vantagem aos restantes concorrentes na tabela da Série A. Renascente, Saboia e Messejanense também cumpriram idêntico desiderato, na série mais a sul. Na frente dos dois grupos mantêm-se o Amarelejense, isolado, e o Renascente, em igualdade de pontos com o Saboia, mas em condições de se distanciar na próxima jornada, face à folga do seu rival direto. Resu ltados: Série A Desper ta r-São Domingos, 3-1; Moura B-Negrilhos, 9-0; Amarelejense-Desportivo Beja, 2-0; Beringelense-Vasco Gama B, 2-2. Classificação: 1.º

2.ª Divisão O Despertar Sporting Clube, segundo classificado na Série A

Almodôvar recebe líder da Série H

Aljustrelense recebe V. Gama

Contar as últimas espingardas

Que Vidigueira estará em campo?

S

erá o Desportivo de Almodôvar, a passar por uma fase ascendente da temporada, capaz de contrariar o favoritismo do líder? Será o Moura capaz de vencer na Piedade e subir ao terceiro lugar da tabela? As respostas ficam adiadas para o final da tarde do próximo domingo, depois de disputada a 16.ª e antepenúltima jornada da primeira fase do Campeonato Nacional de Seniores. Em Almodôvar joga-se para o prestígio e para amealhar o maior número de pontos, na Cova da Piedade teremos mais variantes em jogo, entre duas equipas que estão a depender de terceiros para cumprirem o melhor dos objetivos. Os dois primeiros classificados de cada uma das oito séries seguirão

para a etapa de apuramento de campeão, os restantes disputarão a manutenção neste campeonato. Esse é já o destino traçado ao Desportivo de Almodôvar, último classificado da série, apesar da recente subida de rendimento e da obtenção de resultados mais consentâneos com os objetivos do grupo. Nas três próximas jornadas terá dois jogos em casa (Pinhalnovense e Louletano) e um em Montemor. O Moura está no quarto lugar, a seis pontos de um lugar elegível para a primeira meta, numa altura em que a equipa de Joaquim Mendes (com margem de apoio muito reduzida entre os associados) ainda terá que receber o Quarteirense e jogar em Lagos, depois, naturalmente, do compromisso de domingo na margem sul do Tejo. FP

O

Campeonato Distrital da 1.ª Divisão regressa na tarde de domingo para concluir a primeira volta da competição, com um importante jogo entre o Aljustrelense e o Vasco da Gama de Vidigueira. A liderança dos tricolores não está em perigo. Aconteça o que acontecer manterão a posse do primeiro lugar, onde estão com cinco pontos de vantagem. Mas um resultado positivo dos Vasquinhos no terreno do adversário reacenderia a luta no topo da tabela e daria mais fôlego ao campeonato. O triunfo do Mineiro, que joga em casa e é favorito, deixará a equipa orientada por Vítor Rodrigues, praticamente, a correr sozinha para o título de campeã. A jornada não se esgota,

porém, neste que é, sem dúvida, o jogo mais importante da ronda. O Castrense, que é terceiro e parte ainda interessada no que se passar ali ao lado, em Aljustrel, recebe o Rosairense. O Milfontes, mais distante, senão arredado da luta pelo pódio, joga em casa com o São Marcos. O Odemirense, na mesma situação, joga em casa com o Piense, que estreia João Daniel Rico como treinador. O Cabeça Gorda joga em Vila Nova de São Bento, reduto onde pode pontuar, e o Sporting de Cuva visita o Serpa, uma partida que tem como curiosidade o reencontro de Hugo Felício com os seus antigos pupilos. Em Mértola estará o Bairro da Conceição, numa partida em que o favoritismo é dos locais. FP

Juvenis Série A – 5.ª Jornada Desp.Beja-Serpa, 2-0; Moura-Despertar, 2-3; Amareleja-Cuba, 4-1; Alvito-Sto. Aleixo, 7-1. Líder: Desp.Beja, 15 pontos. Próxima jornada (12/1) Serpa-Santo Aleixo; Despertar-Desp.Beja; Sporting Cuba-Moura; Amarelejense-Alvito. Série B – 5.ª Jornada Almodôvar-Aljustrel, 0-4; Ourique-Milfontes, 1-4; Castrense-B.ºConceição, 3-0. Líder: Castrense, 12 pontos. Aljustrelense-Odemirense; Milfontes-Almodôvar; B.ºConceição-Ourique. Iniciados Série A – 5.ª Jornada Despertar-Moura, 0-5; Serpa-Alvito, 6-2; Aldenovense-Ferreira, 4-2. Líder: Moura, 15 pontos. Próxima jornada (12/1) M o u r a - B.º Co n cei ç ã o; Alv i to - D e sp e r t a r ; Ferreirense-Serpa. Série B – 5.ª Jornada Milfontes-Castrense, 1-2; Aljustrel-Desp.Beja, 4-0. Líder: Almodôvar, sete pontos. Castrense-Guadiana; Almodôvar-Milfontes. Distrital de Infantis – 10.ª Jornada Série A Despertar A-Ferreirense7-0; Guadiana-Operário, 18-0; Sp.Cuba-Desp.Beja, 9-1. Líder: Despertar A, 27 pontos. Próxima jornada (11/1) NS Beja-Despertar A; Ferreirense-Guadiana; Desp.Beja-Operário. Série B Serpa-Aldenovense, 1-4; Piense-Santo Aleixo, 7-8; Moura-Despertar B, 0-1; Amareleja-Vasco Gama, 6-0. Líder: Despertar B, 27 pontos. Próxima jornada (11/1) Despertar B-Serpa; Aldenovense-Piense; Vasco Gama-Sto.Aleixo; Amarelejense-Moura. Série C Ourique-Milfontes, 1-14; Aljustrelense-São Marcos, 5-2; Almodôvar-Castrense, 6-2. Renascente-Odemirense, 4-7. Líder: Almodôvar, 30 pontos. Próxima jornada (11/1) Castrense-Ourique; Milfontes-Aljustrelense; O d e m i r e n s e -S ã o M a r c o s; R e n a s c e n t e Almodôvar. Liga de Benjamins 2.º Momento – 2.ª Jornada Ferreirense A-CD Beja B, 13-0; Serpa-Despertar A, 2-4; Sporting Cuba-Moura A, 3-1; Vasco Gama-NS Beja, 3-4; CD Beja A-Ferreirense B, 2-2; Piense-Alvorada, 4-0; Moura B-Cabeça Gorda, 6-3; Despertar B-Aldenovense, 2-5; AmarelejaB.º Conceição, 1-1; Almodôvar-Odemirense, 3-2; Aljustrelense-Milfontes, 2-7; RenascenteOurique, 3-5; Sanluizense-Boavista, 1-5. 2.º Momento – 3.ª Jornada Moura A-Ferreirense A; Desp.Beja B-Despertar A; Serpa-Sporting Cuba; Ferreirense B-Vasco Gama; NS Beja-Alvito; Alvorada-Desp. Beja A; B.ºConceição-Moura B; C.Gorda-Aldenovense; Despertar B-Amarelejense; Milfontes-Almodôvar; Odemirense-Castrense; Sanluizense-Renascente; Ourique-Boavista.

Inatel 10.ª Jornada Série A Serpense-Salvadense, 0-2; Barrancos-Brinches, 2-0; Penedo Gordo-Brinches.5-0; Trindade-Louredense, 0-1. Líder: Pen.Gordo, 27 pontos. Próxima jornada (11/1) Salvadense-Barrancos; Quintos-Serpense; Brinches-Trindade; Louredense-Penedo Gordo. Série B Figueirense-Albernoa, 0-0; Vale d’Oca-V.Figueira, 0-0; Mombeja-Alvorada, 2-2; Sta.Vitória-AC Cuba, 2-2. Líder: Vale d’Oca, 23 pontos. Próxima jornada (11/1) Vale Figueira-Faro Alentejo; Albernoense--Mombeja; ACCuba-Vale d’Oca; Alvorada-Sta.Vitória. Série C Almodôvar-S.Clara Nova, 1-4; Serrano-Bemposta, 3-1. Alcariense-Sete, 1-3; Santa Clara-Sanjoanense, 2-0. Líder: Santaclarense, 27 pontos. Próxima jornada (11/1) Sanjoanese-Alcariense; Sete-Serrano; S.Clara Nova-Santaclarense; Bemposta-Almodo-varense. Série D Luzianes-Cavaleiro, 1-0; Pereirense-Cercalense, 2-4; Longueira-Amoreiras, 5-2; Relíquias-Soneguense, 5-1. Líder: Luzianes, 21 pontos. Próxima jornada (11/1) Cavaleiro-Longueira; Amoreiras-Relíquias; Ce r c a l e n s e -S a n t a L u i z a; S o n e g u e n s e -Pereirense.

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Nacional de juniores Despertar é a lanterna vermelha


Distrital de Futsal Alcoforado recebe líder

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12.ª Jornada (10/01): Alvito-Desportivo de Beja; Ferreirense-Ourique; VN São Bento-CB Castro Verde; Luzerna-IP Beja; Vasco da Gama-Almodovarense; Alcoforado-Moura (11/1). Líder: Núcleo Sportinguista de Moura, 29 pontos.

Atletismo em Odemira Realiza-se amanhã, na pista de atletismo do Complexo Desportivo Dr. Justino Santos, em Odemira, o Campeonato Distrital de Clube e Individuais de Inverno, competição organizada pela Associação de Atletismo de Beja com o apoio do município de Odemira. As provas realizam-se nos escalões de infantis e absolutos, de ambos os sexos, com início às 14 horas.

Nacional de iniciados Alentejanos defrontam algarvios

O Campeonato Nacional de Iniciados prossegue com próximo domingo com a realização da 18.ª jornada. O Odemirense jogará em Vila Real de Santo António e o Despertar receberá o Esperança de Lagos. Na ronda anterior Odemirense e Despertar empataram a duas bolas.

Moura homenageia campeã O município de Moura aprovou, por unanimidade, um voto de congratulação à jovem mourense Cláudia Semião, nadadora que, recentemente, se sagrou campeã nacional júnior, em estilo livre, na estafeta 4X100. A autarquia mourense acentuou que “é uma honra para o nosso concelho ter uma jovem que se distingue desta forma no plano desportivo, esperando que este sucesso seja um estímulo para ir mais longe”.

Equipa O 11 titular no jogo com a selecção da AF Setúbal

No banco Equipa técnica segue o jogo com atenção

Nuno Alves Jogador conduz a bola para mais uma vaga ofensiva

João Ferreira Jovem promessa em luta com um jogador sadino

Seleção de Beja esteve perto do apuramento para a fase final europeia

A Bósnia esteve tão perto... A seleção de seniores da AF Beja disputou, no Jamor, com as suas congéneres de Braga, Setúbal e Leiria, a final nacional da Taça das Regiões da UEFA, cuja final europeia se realiza na Bósnia-Herzegovina. Texto e fotos Firmino Paixão

O

s três golos sofridos na segunda parte do jogo com Setúbal (ao intervalo Beja vencia 2-0) podem ter sido determinantes no afastamento dos alentejanos do sonho de estarem presentes na fase europeia entre 26 e 30 de setembro, e onde a seleção da AF Leiria representará Portugal, no grupo 7, competindo com a Bielorrússia, Bósnia e Itália. “Tivemos o bilhete para a final europeia quase na mão”, confessou Pedro Xavier, vice-presidente da Associação de Futebol de Beja, que chefiou a comitiva sul alentejana na

deslocação ao Jamor. “Disse isso aos jogadores, porque ao intervalo do jogo com Setúbal, a ganharmos 2-0 e dominando completamente, tudo era possível, mas quebrámos… são coisas que acontecem no futebol”, considerou o dirigente, sublinhando: “Os jogadores dignificaram o nosso futebol distrital, foi pena, realmente, o jogo com Setúbal, em que na segunda parte quebrámos fisicamente, mas também não tivemos a sorte do jogo, o futebol é um jogo e a sorte não esteve do nosso lado, porque tivemos três bolas no ferro”. Xavier lembrou a margem de progressão de muitos dos atletas que integraram esta equipa, preconizando que, com mais experiências competitivas desta índole, poderão ser melhor sucedidos do que nesta primeira participação, mas foi perentório: “A seleção está de parabéns e estamos muito orgulhosos dos jogadores, que tudo fizeram para dignificar o distrito de Beja”. Arlindo Morais, o treinador da seleção,

afirmou: “Não estamos desiludidos, estamos, isso sim, orgulhosos do percurso que fizemos”. Morais lembrou ainda: “A primeira jornada correu dentro daquilo que nós tínhamos previsto, sabíamos as dificuldades, mas também sabíamos que tínhamos qualidade para nos batermos com qualquer dos adversários”. O técnico descreveu que empataram com Leiria, estiveram a ganhar 2-0 a Setúbal ao intervalo, mas acabaram por perder 3-2 “numa forma em que a equipa claramente rompeu no aspeto físico”. E explicou: “Tínhamos alguns jogadores já condicionados, o que nos limitava a forma de mexer na equipa, e acabámos por ser derrotados. Isso abateu-nos um bocado psicologicamente, sentíamos que tínhamos tudo para chegar mais longe e, perdendo com Setúbal, nos últimos minutos, deixounos abalados. O terceiro jogo foi quase para cumprir calendário”. Morais confessou também que nesse jogo

fatídico foram superiores: “Estávamos a vencer e pensámos que uma parte do passaporte para a final europeia estava tirada, não aconteceu assim, porque acusámos muito o cansaço”. E lembrou ainda que “Jorge Raposo lesionou-se logo na primeira jornada, Ruben e Pázinho não viajaram para o Jamor, por doença”, sendo que ficaram “com poucas opções ofensivas e isso condicionou a nossa estratégia”. O selecionador evidenciou que, apesar de tudo, estão “orgulhosos dos jogadores” e provaram que estão “no caminho certo” e concluiu com o agradecimento a todos os jogadores, técnicos e dirigentes dos clubes, porque, disse, “está aqui também refletivo o seu trabalho”.

Resultados Braga-Setúbal, 1-1, Leiria-Beja, 0-0; Braga-Leiria, 0-1. Setúbal-Beja, 3-2. Braga-Beja, 4-1. Setúbal-Leiria, 0-2.

Classificação 1.º Leiria, sete pontos. 2.º Braga, quatro. 3.º Setúbal, quatro. 4.º Beja, um.


Hóquei em patins O Clube de Patinagem de Beja venceu o Parede, por 6/4, e o Vasco da Gama de Sines perdeu na Luz com o Benfica B, pela marca de 12/3. Os jogos foram, ambos, antecipados à 7.ª jornada do Nacional da 3.ª Divisão, que se completa amanhã com o Amadora-Hóquei de Santiago e, no domingo, com o Castrense-Boliqueime.

Depois do surpreendente triunfo no recinto dos Olhanenses (24/29), o CCP Serpa joga amanhã em casa, pelas 15 horas, com o Andebol Clube de Sines, equipa que na jornada anterior derrotou a Zona Azul (19/12). Os bejenses recebem amanhã, em Beja, pelas 17 horas, a formação lacobrigense o Costa d’ Oiro, partidas relativas à 10.ª jornada do Nacional de Seniores Masculinos 3.ª Divisão de Andebol.

Seniores femininos O Vasco da Gama da Vidigueira venceu o Odemirense (5/3) em jogo em atraso relativo à 2.ª Jornada da Taça Distrito de Beja em seniores femininos. Amanhã realizam-se as partidas São Domingos-Vasco da Gama, Castrense-Odemirense e Serpa-Ferreirense, todas referentes à 4.ª jornada. O Castrense lidera com nove pontos.

CCD Bairro da Conceição quer assegurar estatuto de primodivisionário

“Somos o patinho feio...” O Centro de Cultura e Desporto do Bairro da Conceição, de Beja, procura a afirmação do seu projeto desportivo, em sintomia com que tem sido o sucesso do crescimento e da valorização do seu património. Texto e foto Firmino Paixão

O

treinador da equipa principal do clube, Jorge Costa, reconhece as limitações que a condição de amadorismo impõe ao projeto que lidera, mas acredita na manutenção da equipa na 1.ª Divisão da AF Beja. Os objetivos são modestos, mas o técnico sublinha a união e a amizade que existe no grupo como forma de superação das adversidades. Que metas traçaram para esta temporada?

Sinceramente, a direção do clube não me pediu rigorosamente mais nada senão para fazermos o melhor possível dentro das limitações que temos. O Bairro ainda não é um clube com estatuto de 1.ª divisão distrital, é a terceira vez que estamos neste patamar, por isso, o que nos podem pedir é que sejamos dignos, rigorosos, disciplinados e tentarmos a manutenção, mas se não for possível, também não será um drama. O décimo segundo lugar, nesta altura, sabe a pouco?

Neste momento sabe, gostava de ter muito mais. Pensei que este ano faríamos uma prova mais sólida e que, nesta altura, estivéssemos um pouquinho melhor na classificação. Mas, face à conjuntura do campeonato e das equipas que estão a competir, e um pouco também pelas nossas limitações financeiras, não de infraestruturas, porque somos o único clube deste campeonato com campo próprio. Mas as despesas que isso também acarreta invalidam qualquer tipo de investimento na equipa. Já nem falo em subsídios aos atletas, mas em proporcionar melhores condições de treino. Quais são as fragilidades do vosso plantel?

Jorge Costa Treinador do CCD Bairro da Conceição

Temos algumas fragilidades, temos que ser sinceros, somos a segunda pior equipa em finalização, com seis golos em 12 jornadas, é pouco. Além de que temos cinco golos marcados em dois jogos, ou seja, temos nove jogos em que ficámos em branco. Num campeonato desta natureza isso é muito significativo. Mas estamos a falar de uma equipa muito combativa, muito aguerrida?

É verdade que somos uma equipa combativa, até um pouco agressiva, e este ano temos sido um pouquinho prejudicados nesse sentido. No ano passado ganhámos a Taça Disciplina da 1.ª Divisão e orgulha-nos muito termos conseguido isso. Este ano não estamos diferentes, mas nos 12 jogos acabámos seis em inferioridade numérica. Parece que a equipa é agressiva no mau sentido, mas não é verdade, compensamos as fragilidades técnicas com o nosso querer e a nossa vontade, e isso nem sempre é bem entendido. Por quem? Pelos árbitros?

Não culpamos os árbitros, nenhum nos prejudicará desde que consigamos ser melhores que o nosso adversário. Mas conheço as limitações de qualidade que temos. Conheço as limitações do nosso futebol distrital, em

termos de plantéis, de treinadores, mas, em matéria de arbitragem, também estamos um pouco limitados. Têm surgido árbitros novos, os mais conceituados vão apitar os nacionais e nós temos apanhado arbitragens, sobretudo fora de casa, em que notamos bastante a diferença. A segunda volta do campeonato pode ser mais prometedora?

Estou bastante convencido que não desceremos de divisão. Aliás, posso até escrever que será assim como digo. O nosso melhor argumento, não o escondemos, é o fator casa, e nos jogos que temos pela frente receberemos todas as equipas do nosso campeonato, pelo menos aquelas que estão mais próximas de nós na tabela e até já pontuámos em casa de algumas delas. O Bairro da Conceição é uma equipa puramente amadora?

É puramente amadora. Vou revelar aqui uma coisa que os meus jogadores ainda não sabem. Somos absolutamente amadores, não temos dinheiro para nada. Vamos jogar a Odemira no início da segunda volta e não sei como lhes vou dizer que o clube não tem dinheiro para a equipa ir lá almoçar. Não temos capacidade financeira para deslocações tão grandes. Quando se junta algum dinheiro aparece

alguém que tem a liberdade de o levar e isso, infelizmente, acontece muitas vezes. Como se motiva uma equipa com tantas limitações?

É difícil. Temos que ser um bom grupo de amigos. Eu não sou o seu treinador, nem eles são os meus jogadores. Somos todos grandes amigos, trabalhamos por uma causa, por uma missão. Também temos poucos dirigentes à nossa volta, vemos equipas chegar com seis e sete diretores, nós, também nisso, estamos muito limitados. O concelho de Beja tem quatro clubes nas provas seniores da AF Beja. Isso dificulta o recrutamento e dificulta o apoio …

Costumo dizer isto para dentro, mas vou dizê-lo para fora, nós somos um pouquinho o “patinho feio”. Num passado recente ninguém contava que o Bairro da Conceição fosse hoje o clube mais representativo da cidade. Mas nós não temos culpa que, através do nosso trabalho e da nossa forma de estar, conseguíssemos lá chegar, mas sofremos um pouco com isso. Dou um exemplo, convido 50 jogadores para jogar no Bairro e custa arranjar 15 ou 16. Olham-nos ainda como um clube de bairro, por isso, temos que nos impor na 1.ª Divisão Distrital para que nos olhem de outra forma.

MAC José Saúde

Luís Piçarra, oriundo da cidade de Salúquia, revelava nos seus méritos musicais uma cantiga que arrepiava o ouvinte que se detinha perante o vozeirão inigualável deste nosso saudoso conterrâneo alentejano: “Eu não sei o que tenho em Moura, que de Moura me estou lembrando”. Sabendo que a música e o desporto são dois componentes que manifestamente teimam em associarse, saco da bússola de orientação, traço azimutes num universo de certezas, concentrome no tenor mourense e escalo, paulatinamente, a irreversível verdade que o Moura Atlético Clube (MAC) é, e será, um emblema enorme no distrito de Beja. Aliás, o histórico MAC cimentou com garra a sua força inexcedível numa complexidade de modalidades que permanecem firmes em colocar o emblema dos amarelos no zénite. Ininterruptamente existe a convicção em levar Moura aos píncaros, sendo esta a conceção generalizada dos atletas, dirigentes, associados e público em geral. Longe vão os tempos em que o grupo “Os Revoltosos” chamou para a mesa do consenso outros grupos da terra, “O Sempre Fixe”, “O Glória ou Morte” e “Os Onze Unidos”, para fundarem então o MAC, cuja data de origem é 17 de janeiro de 1942. Reportando-me à sua essência, direi que o emblema mourense é substancialmente grande não só no plano desportivo como no prodígio consensual que as suas gentes dedicam com imaculada paixão ao clube do seu coração. As atuais infraestruturas criadas, com o selo de excelência, são obras do próprio MAC, bem como dos seus diversos elencos diretivos, sendo certo que esse rol de dirigentes jamais abdicaram da sua entrega. Hoje, o MAC, em futebol, é uma agremiação que milita na série H, Campeonato Nacional de Seniores, batendo-se com ênfase com adversários talhados para outros voos. Volto a parafrasear Luís Piçarra e termino: “… de Moura me estou lembrando”, desportivamente.

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Nacional 3.ª Divisão de Andebol


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“Sabemos que, no século VI, quem batiza é um bispo. Mas, do ponto de vista histórico, textual, não há registos de nenhum bispo católico em Mértola. Portanto, havendo aqui estes dois batistérios, tinha de haver pelo menos um bispo, que poderia ser monofisita, donatista, não sabemos. Mas o que sabemos é que, havendo um bispo, não estamos a falar de uma aldeia, de um sítio qualquer”. Cláudio Torres

Reportagem

Descoberta surpreende equipa do Campo Arqueológico

Mértola revela segundo batistério paleocristão A Mértola paleocristã, de que não há registos escritos, está a desvendar-se

O

puzzle do que se supõe ter sido um “complexo religioso”, no local que identificamos hoje como a alcáçova do castelo de Mértola, revelou recentemente uma nova peça, totalmente inesperada. Quando a equipa do Campo Arqueológico de Mértola (CAM), uma vez musealizado um primeiro espaço dedicado ao rito de iniciação cristão, pensava ter a sua conta de batistérios, eis que surge um segundo, a menos de 50 metros. E, tudo indica, coexistente no tempo, ou seja, algures entre os finais do século V e meados do século VI. O “período paleocristão por excelência”, situa Cláudio Torres, diretor do centro de investigação, lembrando a vasta co-

paulatinamente através dos vestígios arqueológicos. No que é hoje a alcáçova do castelo, existiria um “complexo religioso” que, em escavações recentes, no verão passado, revelou um segundo batistério, bem preservado e com dimensões que se adivinham monumentais. Um templo encontrado a menos de 50 metros de um outro exemplar contemporâneo, que sugere uma realidade e confirma outra. A coexistência, à época, de dois ou mais cultos cristãos. E a importância estratégia desta antiga cidade portuária que, já no período islâmico, haveria de ser capital de um reino. Texto Carla Ferreira Fotos José Serrano

leção de lápides epigrafadas, hoje visitáveis nas ruínas de uma basílica funerária deste período e que é um dos núcleos do chamado Museu de Mértola. A circunstância de dois batistérios “gigantescos, luxuosíssimos, um junto ao outro”, assinala o arqueólogo, pode prestar-se a várias especulações, do ponto de vista do cenário religioso que se desenhava nesta urbe após o fim do Império Romano. Mas antes de mais, é uma confirmação – mais uma – da importância estratégica da antiga cidade portuária. “Nós já desconfiávamos que havia aqui uma cidade importante; importante já em época pré-romana, depois em época romana,


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e, principalmente, na época paleocristã, que é aquilo que agora estamos a constatar. Cresceu, aumentou em época paleocristã e, depois, em época islâmica, foi a capital de um reino”. A nova descoberta do CAM, trazida à luz no último verão, parece indicar também a coexistência, à época, de várias seitas cristãs neste importante porto do Guadiana. Sabe-se que, nas grandes cidades do Mediterrâneo ocidental, nos territórios de países como os atuais Tunísia, Argélia e Marrocos, as comunidades cristãs dividiam-se em grupos diferentes, nomeadamente entre católicos, que acreditavam na Trindade, e monofisitas, que rejeitavam a ideia de um Deus Pai, Filho e Espírito Santo, entre outras seitas. A tese daria lógica à existência de dois batistérios contíguos e contemporâneos mas, adverte Cláudio Torres, “são só hipóteses, não temos nenhuma prova, arqueológica ou histórica, de que este batistério é monofisita e aquele é católico, por exemplo”. “National Geographic” publicou reconstituição em 3D A zona foi escavada

nos anos 80 e deixou antever apenas “uma pequenina fresta da monumentalidade” que agora está à vista. E promete ainda mais, avisa Virgílio Lopes, que voltou à ruína arqueológica no âmbito da sua tese de doutoramento sobre Mértola na Antiguidade Tardia. “Deparámo-nos com esta situação, da qual não estávamos nada à espera, mas é bem-vinda, sobretudo devido ao estado de conservação. Não é mais um buraco, é mais uma prova arqueológica da importância de Mértola neste período”. De facto, grande parte do batistério ainda conserva os mármores originais e a sequência estratigráfica demonstra que o “edifício caiu por si”, tendo havido uma parte posteriormente reutilizada no período islâmico. “Ao contrário do outro batistério, em que praticamente todo o mármore desapareceu”, compara Virgílio Lopes. Pelas colunas caídas, a descoberto, e pelas que ainda se adivinham no solo, pode deduzir-se também a existência de uma abóbada que seria pintada, mais um elemento a atestar a monumentalidade do edifício. Dessa cobertura, chegaram até nós pequenos fragmentos do revestimento a fresco, o maior deles do “tamanho de uma mão”. Estamos, pois, perante “um puzzle gigante, de que sabemos muito pouco. E isto é também uma novidade, porque os mosaicos já conhecíamos e os revestimentos a mármore também. Este revestimento com frescos é uma novidade interessante”, sublinha o arqueólogo, lembrando o trabalho de parceria que, durante meses, foi feito com a “National Geographic” portuguesa e que resultou na reconstituição do batistério publicada na edição de dezembro.

“Foram alguns meses de trabalho, trocando informações, vendo outros batistérios, comparando, para se atingir aquele modelo, que é criticável, mas é um dos possíveis. É uma espécie de retrato robô e a esse retrato faltam muitas peças”.

Delegação de Roma visita Mértola em abril

O

segundo batistério de Mértola espera, para abril próximo, uma “visita importante” de Roma, mais concretamente do Instituto Pontifício, que enviará uma delegação de 50 alunos e professores. “Isto está a ter uma dimensão internacional completamente anómala, com estes dois gigantescos batistérios”, informa Cláudio Torres, e aponta para o passo seguinte, o das “intervenções museográficas” que, necessariamente, têm que ser feitas para permitir a leitura pública desta “dualidade” religiosa que, no continente europeu, só tem paralelo na cidade italiana de Ravena. O que era apenas um sítio interessante, sob o ponto de vista científico, mas “com pouca leitura, sob o ponto de vista museográfico”, alterou-se com as escavações do verão passado. “Agora, estamos perante uma outra realidade. A ideia é continuarmos e, dada a monumentalidade do sítio, vale bem o investimento. O que é que teremos ainda por baixo?”, questiona-se Virgílio Lopes. Colocam-se, no entanto, os entraves práticos típicos de uma conjuntura económica difícil. Para já, têm que ser tomadas medidas de preservação do espaço, para evitar que se destrua, sendo que, a breve termo, se coloca a necessidade de criar estruturas de proteção. “Sabemos mais ou menos como é que seria o edifício mas não podemos reconstituí-lo. Temos, sim, que criar a partir daqui toda uma sugestão de volumetria que evidentemente não pode ser montada no terreno. Como, com que dinheiro? É preciso investimentos. Do Estado, da Câmara de Mértola. São questões que se vão colocando”, adianta o diretor do Campo Arqueológico de Mértola. Virgílio Lopes está otimista. Basta-lhe a importância da descoberta e a convicção de que, mais cedo ou mais tarde, chegarão os investimentos: “Todos conhecemos a conjuntura em que estamos. Agora, uma coisa é certa: isto é demasiado importante para se destruir, para não se fazer alguma coisa. A parte divertida, de escavar, de encontrar coisas novas, está feita. Agora vem a parte de como manter isto, de como dá-lo a conhecer e como permitir que as pessoas usufruam dele. Porque é nessa dinâmica que temos que inscrever-nos aqui em Mértola. Não sabemos quem vai pagar isto, mas havemos de encontrar”. CF

Teria existido um bispo de Mér tola?

Para dar vida à cena, a reconstituição, em 3D, idealiza um adulto prestes a ser batizado, com apoio de um sacerdote principal e de um auxiliar. Mas nada disto está documentado e a própria questão de quem seria o oficiante dos rituais suscita muitas dúvidas, que darão pano para mangas para as gerações vindouras de estudiosos. “Sabemos que, no século VI, quem batiza é um bispo. Não é como hoje, que é um pároco que faz o batismo na igreja, a crianças. Mas, do ponto de vista histórico, textual, não há registos de nenhum bispo católico em Mértola. Portanto, havendo aqui estes dois batistérios, tinha de haver pelo menos um bispo, que poderia ser monofisita, donatista, não sabemos. Mas o que sabemos é que, havendo um bispo, não estamos a falar de uma aldeia, de um sítio qualquer”, considera Cláudio Torres. É a arqueologia a acrescentar “outras realidades” às fontes escritas que, no caso da Mértola paleocristã, não existem, nota Virgílio Lopes. “Se fôssemos olhar às fontes, Mértola não teria existido neste período. Não há nenhuma referência, nomeadamente à existência de um bispo. Nenhum dos bispos de Mértola, a existirem, foi aos concílios. E a arqueologia está a dizer-nos precisamente o contrário. Houve aqui um investimento grande, o que significa que este batistério foi feito para funcionar, com bispo ou bispos, de onde quer que eles viessem”. Paulatinamente, o puzzle vai-se desvendando, mas os dados sobre os vivos são decididamente menos conclusivos do que os vestígios que retrataram a morte. “Isto é uma peça, mas esta peça faz parte de um conjunto que gostaríamos de entender um pouco melhor. Sabemos alguma coisa sobre os batistérios, sabemos alguma coisa sobre as basílicas e sobre as práticas funerárias, mas conhecemos muito mal os vivos desta época, o que é que faziam”, confessa Virgílio Lopes. Certamente estariam ligados ao rio e a um comércio próspero que não termina no período romano e se desenvolve nas centúrias seguintes. Assim, todas as especulações vão desembocar na mesma conclusão, conclui o arqueólogo: “Para existir esta elite religiosa, com estes muitos metros quadrados de construção, teve que haver muito dinheiro para fazer e manter isto. E isso é mais uma prova indiscutível de que Mértola era uma terra importante”.


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CLÁUDIO TORRES, o arqueólogo que se encantou por Mértola e que ganhou o Prémio Pessoa em 1991 pelos seus estudos, completa amanhã 75 anos. Numa altura em que acaba de ser descoberto na alcáçova do castelo mais um achado importantíssimo: um batistério paleocristão que vem acrescentar mais uns pozinhos para a compreensão da nossa história. Parabéns, redobradamente. PB

A Administração Regional de Saúde [do Alentejo] conseguiu atacar as gorduras nesta área sem pôr em causa a qualidade dos serviços de saúde prestados. Mário Simões, deputado do PSD por Beja ao “Diário do Sul”, 7 de janeiro de 2014

Opinião

Brilho no destino Jorge Barnabé Empresário

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ela nona vez o Tribuna l Constitucional (TC) “chumbou” medidas deste governo por considerar que as mesmas ferem a Constituição, lei fundamental do País, que garante o funcionamento do Estado de Direito Democrático. E prevê-se que na fiscalização sucessiva a ocorrer sobre o OE de 2014 este recorde

seja vencido. Importa pois elogiar o TC, não porque a sua decisão é favorável às pretensões de oposições, sindicatos e povo em geral, mas porque a sua isenção sobrepõe-se à indecorosa pressão feita para uma decisão contrária. E observar governantes, comentadores e até o próprio Presidente da República, evocarem o interesse nacional como argumento para se acavaleirar ao garante dos interesses nacionais seria hilariante, não fosse a vergonhosa gravidade do assunto. Pois bem, os sucessivos “chumbos” do TC não são uma responsabilidade deste órgão. São sim, uma irresponsabilidade de um governo que deseja governar sem amarras, a seu bel-prazer. E ignorar os avisos e as considerações do TC, fazendo crer na opinião pública a versão de que este bloqueia e prejudica o País é uma preocupação que deveria atingir outras figuras da hierarquia do Estado, como são os casos especiais do Presidente da República e da Presidente da Assembleia da República. Mas enfim, sabemos pela exaustão que não se preocuparão. Que pelo contrário fazem o “jogo” desviante deste governo. Sabemos que o que está em causa não é escutar o povo, nem considerar os alarmes sociais. E sabemos que as motivações não se prendem nos objetivos das soluções. Nem a estabilidade conta como apregoam, mas sim o poder. Infelizmente, o que os mobiliza contra tudo e contra todos é a afirmação de uma agenda E a aparente ideológica grave, destruidora insistência no erro, do Estado Social. Sempre despelo Governo, não favorável aos cidadãos. E essa é um acidente. É agenda é um buraco negro. genuína. Feita por Desconhecido. Que se ignora, não por incompetência popuvontade própria. Falo da construção lar, mas por secretismo dos seus fundadores. de um destino E a aparente insistência no enegrecido. Que erro, pelo Governo, não é um ninguém desejará. acidente. É genuína. Feita por vontade própria. Falo da consCom a forma do trução de um destino enegredespotismo. Do cido. Que ninguém desejará. quero posso e Com a forma do despotismo. Do mando. O destino quero posso e mando. O destino que nasce no que nasce no âmago das crises. âmago das crises. E E que se eleva sobre o povo e soque se eleva sobre bre as instituições. Um destino em que todos são, obrigatoriao povo e sobre mente, diferentes! as instituições. Por isso mesmo, os sucessiUm destino em vos “chumbos” do TC das meque todos são, didas atentatórias da igualobrigatoriamente, dade, da liberdade e da justiça que o Governo queria imdiferentes! por, são o exemplo de que é importante que os cidadãos

O Baixo Alentejo deixou de estar tão isolado quanto estava devido a uma política de descentralização e atribuição de dinheiros públicos, sobretudo na área social e do desenvolvimento económico, importantes para o desenvolvimento do território. Mário Simões, deputado do PSD por Beja ao “Diário do Sul”, 7 de janeiro de 2014

compreendam quem protege a cidadania e o Estado de Direito Democrático. Porque as decisões do TC são como um brilho no destino de Portugal e dos portugueses. Uma luz de esperança. Combativa. Que continuará a sobrepor a verdade da democracia à agenda ideológica que a ameaça. Os artigos de Jorge Barnabé são publicados simultaneamente em www.alentejoemlinha.pt e “Diário do Alentejo”.

Eusébio, o velho senhor Luís Covas Lima Bancário

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notícia recebida domingo logo de manhã cedo, deixou-me a mim e, provavelmente, a todos os portugueses sem reação, sem saber o que sentia e o que deveria sentir naquele exato momento em que ouvi – o Eusébio morreu. Conheci pessoalmente o Eusébio já na sua fase de “velho senhor” – “velho” – porque era já um “mais velho”, um “kota” (expressão angolana que entrou em Moçambique através da música e que, ao contrário do uso que agora se lhe dá, significa sábio, conhecedor, aquele que sabe mais do que os outros e que, por isso, merece mais respeito); “senhor” – porque ele era realmente um senhor na forma de estar, de ouvir, de falar, de acarinhar e de abrir sempre o seu sorriso a todos quantos o cumprimentavam, pois ainda que não o conhecessem, ele era o Eusébio. Dispensava, como sempre dispensou, apresentações e explicações mais aprofundadas sobre a sua pessoa, a sua vida e o seu percurso. Não é necessário evocar a sua figura enquanto atleta de eleição, porque todos a conhecem sobejamente bem. Um ícone, um símbolo, um homem que mostrou e divulgou Portugal pelo mundo como ninguém. Esteve sempre à frente do seu tempo e por isso foi o melhor de todos. A sua simplicidade, a sua forma de estar, de viver e de conviver fizeram o resto. Será, assim, sempre eterno e intemporal. Tudo aquilo que um homem faz em vida comprova-se pelo tributo que se lhe presta na sua morte. E tudo o que esse homem fez pelos outros revela-se no anonimato das homenagens que lhe consagram. Nos dias 5 e 6 de janeiro de 2014, ao ver e sentir presencialmente o mar de gente que quis prestar a sua, pequena ou grande, homenagem ao Eusébio – homens, mulheres, velhos e jovens, de idades tão diferenciadas e até de nacionalidades tão distintas, que ninguém sabe quem são, de onde vieram, que caminhos percorreram para ali estarem… Uma romaria tão nobre e tão merecida, imensamente bela, num quadro fantástico, pincelado com gratidão, reconhecimento e verdade de um povo que deseja e se quer rever nos seus heróis, nos seus exemplos e que não os esquece. É este o legado do Eusébio. Tenho a certeza que ele, lá de cima, abriria novamente o seu carinhoso e sentido sorriso e descansaria, sabendo que fez por nós, portugueses, algo que até aí poucos teriam feito. Meu bom amigo, não me recordo de tão grande unanimidade como aquela que acaba de te ser dedicada. Obrigado, Eusébio. Por cá continuaremos, sempre contigo e a tua trapeira (a bola de trapos de que tanto falavas) no nosso coração.

Eusébio e a autoestima dos portugueses D. António Vitalino Bispo de Beja

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os dias 5 e 6 de janeiro os portugueses despediram-se de um símbolo da sua identidade nacional: Eusébio da Silva Ferreira, um craque do futebol mundial, mas também o maior embaixador de Portugal nos últimos 50 anos, como se exprimiram algumas personalidades através dos órgãos de comunicação social. Isto também constatei pessoalmente, quando em 1966 fui estudar para a Alemanha. Decorria o campeonato mundial de futebol no Reino Unido, em que Eusébio mostrou a sua classe ao mundo. Por vezes perguntavam-me pelo meu país de origem. Nem sempre a minha primeira resposta, Portugal, deixava os meus interlocutores elucidados. Mas quando eu acrescentava: do país de Eusébio, então subia no reconhecimento e na consideração dos alemães. Embora não gaste muito tempo a ver ou falar de futebol, sobretudo depois de se profissionalizar, no entanto percebi que é uma das linguagens mais universais. Eusébio foi realmente o primeiro e maior futebolista da África e de Portugal e um grande embaixador de Moçambique e do nosso país. Ele é considerado o rei deste desporto. Mas é admirado mundialmente não apenas pela magia do futebol que praticava, mas também pela humildade, simplicidade e humanidade como vivia e se relacionava com os colegas, os adversários e o público. Através de vários depoimentos de pessoas muito próximas de Eusébio percebi que na origem das qualidades humanas desta grande figura estava uma mãe, uma família, que lhe transmitiu os valores que o tornam digno da nossa admiração, não apenas como herói do futebol, mas também como moOs heróis apenas delo de homem. de alguma Por isso Eusébio ficará para modalidade da a história como um dos símbovida humana, los da nossa identidade, assim desportiva ou como o é Amália Rodrigues profissional, sem pela música e Fátima para os católicos. Os heróis apenas de aquelas virtudes alguma modalidade da vida que os tornam humana, desportiva ou proverdadeiramente fissional, sem aquelas virtuamáveis, humanos des que os tornam verdadeie próximos de ramente amáveis, humanos e cada um de nós, próximos de cada um de nós, passam depressa. passam depressa. São ídolos, que desaparecem como o São ídolos, que vento. Eusébio ficará na nossa desaparecem memória como herói do futecomo o vento. bol e modelo do português auEusébio ficará na têntico. Hospitaleiro, acolhenossa memória dor, integrador de todos, sem aceção de pessoas, raças ou cor. como herói do Oxalá continuemos a aprenfutebol e modelo der com Eusébio estas virtudes do português fundamentais das relações huautêntico. manas, e não nos contentemos com admirar apenas o seu génio futebolístico.


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Há 50 anos Proibido em Selmes o “twist” diabólico

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notícia foi publicada originalmente pelo “Diário Popular”, de Lisboa. Na edição de 14 de janeiro de 2014, o “Diário do Alentejo” transcreveu-a, sem comentários. “Em certa terra do Alentejo (Selmes, no concelho da Vidigueira), inauguraram-se melhoramentos, com a presença do governador civil do distrito. Houve festejos para comemorar as inaugurações e, a certa altura, começou o baile no terreiro” – assim começava a história. A partir daqui, o diário lisboeta citava um texto de um “jornal da província” não identificado: “Um par mais exímio na arte começou a exibir-se em trejeitos tão disparatados e indecorosos que logo se identificou essa macabra dança moderna chamada o ‘twist’. Acto contínuo, um agente da GNR que estava presente e de serviço dirigiu-se aquele par de bailarinos e terminou-lhe com a brincadeira: proibiu terminantemente a continuação daquela dança. Houve o natural protesto e uns discordaram e outros apoiaram, mas a lição foi frutuosa. O ‘twist’ foi ali proibido. Que esta lição possa servir a outras autoridades, para que tão diabólica dança, que estonteia as juventudes de hoje, passe a letra morta e recolha aos aposentos do Index.” Narrados os factos, o “Diário Popular” comentava: “Contente por dar esta lição aos dançarinos de ‘twist’ de todo o Mundo e de mandar a popular dança para ‘os aposentos do Index’, o articulista aplaude, assim, a enérgica intervenção do agente da GNR. São desnecessários quaisquer comentários a este triste episódio, que documenta uma mentalidade que já devia ter o seu lugar num museu. Uma referência nos parece, contudo, oportuna: não nos consta que seja necessária licença da GNR para espectáculos em que se dance o ‘twist’ ou para os jovens que lhe dediquem a preferência se exibirem á vontade. O certo, porém, é que tais procedimentos não o farão passar de moda mais depressa, como passaram todos os ritmos que o antecederam.” Para o “Diário Popular”, o episódio de Selmes foi um exemplo “de cegueira capaz de resistir a toda a evolução e arbitrária prepotência que não recua sequer perante o ridículo.” Carlos Lopes Pereira

Diário do Alentejo 10 janeiro 2014

19 As administrações cessante e atual da EMPRESA MUNICIPAL DE ÁGUAS E SANEAMENTO DE BEJA têm leituras diferentes sobre um valor em falta para com a Águas do Alentejo. Quem chegou diz que estão em dívida dois milhões de euros. Quem saiu diz que não existem dívidas, uma vez que foi estabelecido um plano de pagamentos faseados. Uma coisa é certa: quem vai pagar esse montante são as pessoas que abrem a torneira em casa. PB

Beja é a 15.ª cidade do País com a água mais cara. Mas da fatura total, apenas um terço do valor corresponde efetivamente ao consumo. O resto são taxas e tarifas. Apesar de a administração da EMAS já ter vindo a público dizer que este ano não vai haver aumentos, certo é que em Beja se continua a pagar muito acima da média nacional. Isto num concelho envelhecido e com populações em grandes dificuldades. PB

Não se justifica a existência de uma autoestrada, a A26 não fazia sentido, até pelo volume de tráfego que viria a comportar. Sei que há o intuito da Estradas de Portugal resgatarem a obra do IP8, tal como fizeram com o túnel do Marão, para depois efetuarem a obra e espero que aquilo que temos defendido e que, até ao momento, não nos foi negado, seja levado a cabo. Refiro-me às variantes a Beringel e a Figueira de Cavaleiros. Mário Simões, deputado do PSD por Beja ao “Diário do Sul”, 7 de janeiro de 2014

Cartas ao diretor Vito Carioca Domingas do Carmo Velez Beja

Vito Carioca, presidente do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), disse ao “Diário do Alentejo” que, na última semana, “o ministro pediu para se encontrar com o Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos (Ccisp)”, dando, assim, sinal de que estaria pronto a resolver através do diálogo o conflito aberto pelas suas declarações. “Vamos aguardar pela reunião” e esperar que “o ministro se retrate”, diz Vito Carioca que, apesar de no âmbito do Ccisp ter pedido a demissão de Nuno Crato, está disposto, “como homem de bom senso”, a “enterrar o machado de guerra”. Não consigo ficar indiferente a determinadas palavras e frases deste senhor, tais como: “retratar, pedido público de desculpas, homem de bom senso, enterrar o machado de guerra”, uma vez que ele próprio tem muito que se retratar pelas suas palavras e principalmente atos; pedidos de desculpas – nem se fala; homem de bom senso – não deve estar a falar dele; e enterrar o machado de guerra – como? Se ele próprio o afiou e mandou? Impossível ficar indiferente...

Na morte do Eusébio

de chegada e partida. Tendo sido este, também, uma ex-base alemã, sendo Beja uma região livre e historicamente, de alguma forma, revolucionária, sem obstáculos, logo com grandes horizontes e plana, e que se quer de chegada e partida de todos. Tendo atualmente este aeroporto novas ideias e mentalidades empresariais. Sugiro desde já o seguinte novo nome: Aeroporto de Beja – Aristides de Sousa Mendes.

O guião do Orçamento Diamantino António Funcheira

O anterior governo socialista foi muito bombardeado pelos partidos de direita com a ajuda do Presidente da República, acabando por se demitir. É uma vergonha que o atual governo e o Presidente da República venham agora pedir de joelhos e de mãos postas ao Partido Socialista para que entre em negociações para salvar o País da crise, porque não o fizeram antes com as mesmas intenções. Agora estamos pior com um guião de orçamento do governo de direita presidencialista. Podem fazer as greves que quiserem que o governo não vai abaixo. Existe lá um pilar muito forte que se chama cavaquismo. As pessoas já se esqueceram. Pagam agora aquelas que não tiveram culpa. A ditadura está em preparação e a caminhar a passos largos.

José S. Soares Bruxelas

Ao ver e ouvir os discursos de pesar dos membros dos (des)governos do nosso país, (atuais e anteriores), no cerimonial do adeus ao Eusébio, interrogo-me sobre o seu nível de sinceridade. Envolvidos na enormidade da corrupção (e não é só o BPN...) de que beneficiaram, afogando o País, tudo lhes serve agora, sem medida, e sem vergonha, para desvios de atenção.

Aeroporto Aristides de Sousa Mendes Pedro Portela Lisboa

Senhor diretor, permita-me que lhe sugira esta questão debatida no seu jornal. Acabo de enviar esta sugestão ao senhor presidente da Câmara de Beja, ANA – Aeroportos de Portugal, diretor do aeroporto de Beja e também para a dra. Ana Gomes, no Parlamento Europeu. Sendo um aeroporto o que é, um lugar

Dieta mediterrânica Manuel Aires Beja

Foi considerado Património Imaterial da Humanidade no dia 4 de dezembro de 2013, pela Unesco, por proposta de um conjunto de países para além de Portugal: o Chipre, a Croácia, a Espanha, a Grécia, a Itália e Marrocos, todos membros da União Europeia, com exceção de Marrocos, mas que Portugal “bem representa” na UE pelos hábitos, usos, costumes e cultura que ficou da permanência de 700 anos na Península Ibérica dos árabes do Magreb e que no futuro não está fora de causa uma nova anexação da Península Ibérica, devido ao malogro das politicas ocidentais que caminham para o suicídio. A demografia será só um pequeno grande exemplo, mas existem outros fatores, sobretudo a falta de solidariedade dos países do norte da Europa em relação aos países do sul, os da dieta mediterrânica do pão e água da famosa açorda alentejana que se deixou

ultrapassar pelo pescado algarvio devido ao trabalho meritório de dois anos, realizado pela Câmara Municipal de Tavira que ganhou a representação de Portugal em Baku no distante Arzebeijão, onde o comité da Unesco tomou a acertada decisão para os sete países da periferia. Foi mais um lapso do executivo presidido pelo dr. Pulido Valente que dirigiu da pior forma possível durante quatro longos anos a Câmara Municipal de Beja, deixando-se ultrapassar, tal como já tinha acontecido com o reconhecimento do cante alentejano pela Unesco, como Património Imaterial da Humanidade, que obteve um rotundo chumbo ou compasso de espera de alguns anos para que os novos executivos camarários alentejanos possam concretizar a merecida aprovação do ex-líbris imaterial da linguagem sonora do povo alentejano. A dieta mediterrânica assenta em três elementos fundamentais do pão, água e azeite, condimentada com alhos pisados, sal e pouco mais, a que se pode acrescentar o peixe e produtos hortícolas. Tal como o cante alentejano, é transmitida desde os tempos de antanho de gerações em gerações numa luta heroica de sobrevivência ameaçada caso nos deixemos dormir na forma, como fez o executivo camarário anterior que se desviou do real, apostando na capitalidade bacoca de uma “pequena” cidade de Beja que ficou indiscutivelmente para trás, quando tinha tudo para ocupar o pódio e marcar uma posição. Daqui alerto o novo executivo da Câmara Municipal de Beja para que procure estar atento, junto das populações do concelho, ouvindo as suas aspirações, escolhendo os mais válidos e dinâmicos, os mais sérios e honestos e sobretudo os mais capazes, independentemente dos seus credos políticos, religiosos e sociais, para cumprir as promessas feitas em campanha eleitoral de modo a que não possam ser ultrapassados pelas oportunistas ações camarárias das taviras nacionais que não perdem uma oportunidade de projetarem os seus concelhos, nem sempre da melhor forma, mas que apesar de tudo conseguem pressionar o poder central para as suas realizações que de certo modo acabam por mascarar práticas que tanto beneficiam como podem iludir os cidadãos que não sentem diretamente nas suas vidas os efeitos que a Unesco pretende ao distinguir tão importante Património Imaterial da Humanidade. Os sete países da Europa do sul venceram e podem continuar a vencer se continuarem unidos num verdadeiro bloco dentro da UE, contestando políticas insonsas de dietas geladas dos países do Norte, onde falta o tempero do calor humano, da solidariedade e alegria de viver, tudo virtudes que felizmente só o Sul solarengo tem.


Diário do Alentejo 10 janeiro 2014

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Coisas como o “novo” programa de matemática para o ensino básico deveriam, num país democraticamente avançado, fazer cair ministros. Não se trata em particular do ministro Nuno ou de outro qualquer, pretérito ou vindouro, porque de honestidade se fala.

O ministro não está no terreno e já mostrou não compreender as questões que preocupam os professores. O ministro quis fazer no ensino básico um programa melhor, mas a evidência diz o contrário: é mais teórico, mais afastado da realidade, mais fechado,menos útil para preparar cidadãos para intervir na vida social”.

Coisas destas é que deveriam fazer cair ministros Jorge Cruz Professor de matemática

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os últimos meses o País viveu suspenso das decisões dos dois líderes da coligação governante; das decisões dos órgãos dos dois partidos a que esses líderes pertencem; das decisões do Presidente da República; da reação da troika a tudo isto; da eventualidade de uma nova ajuda externa; dos sacrifícios exigidos à população; da forma como tais sacrifícios são calendarizados. As diversas classes profissionais em funções públicas viveram suspensas das negociações relativas aos prováveis efeitos da requalificação, eufemismo para mobilidade, por sua vez eufemismo para despedimento. Entre estas classes, a docente bateu-se contra este mesmo problema da mobilidade, além de outros igualmente de caráter laboral, relativos a aspetos específicos do seu conteúdo profissional. Estes aspetos são inegavelmente de verdadeira grandeza pelas enormes e imediatas implicações na vida de cada um. Pode discordar-se frontalmente das medidas governamentais mas não se pode discordar da legitimidade que o Governo tem para as levar a cabo. Podemos fazer greve, manifestações, pintar murais, acelerar as redes sociais com os nossos protestos. Tudo isto é legítimo, temos direito de discordar, podemos difundir a nossa indignação através das formas mais diversas, mas os governos, se foram eleitos democraticamente também têm legitimidade para governar, quer nos pareça bem, quer nos pareça mal. E porque mal parece a muitos, temos duas maneiras de mudar de Governo: ou ele cai porque não quer continuar (já que na Assembleia da República tem maioria absoluta e o Presidente afirma que deve ser a Assembleia a demitir o Governo) ou usamos o nosso voto. Só pode ser assim, por uma questão de honestidade intelectual. Não se pode achar justo que um governo caia por protestos sociais quando estamos na fileira dos protestos e injusto que ele caia quando essa não é a nossa fileira. Chegámos ao ponto deste artigo. A honestidade intelectual. É pois, reafirmando essa honestidade, que se escreve: coisas como o “novo” programa de matemática para o ensino básico deveriam, num país democraticamente avançado, fazer cair ministros. Não se trata em particular do ministro Nuno ou de outro qualquer, pretérito ou vindouro, porque de honestidade se fala. Trata-se da atitude de revogar um programa de matemática para implementar outro, contra toda a evidência científica. Trata-se de uma atitude fundamentada numa birra, num poder usado de forma discricionária, apenas para fazer prevalecer a sua vontade.

Expliquemos. O programa de matemática recentemente revogado foi publicado em dezembro de 2007, após vários meses de discussão pública. Começou a ser implementado apenas em setembro de 2009 e somente nas escolas que se sentiram preparadas para tal experiência, passando a obrigatório no ano letivo seguinte. O “novo” programa teve um mês de discussão pública (maio de 2013) e entra em vigor, obrigatoriamente em todas as escolas, em setembro de 2013. O anterior programa foi alvo de uma experimentação em 10 turmas de cada ano letivo de introdução (1.º, 3.º, 5.º e 7.º) no ano letivo seguinte à sua publicação. Estas turmas eram representativas das cinco áreas geográficas educativas do País (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve) e a sua escolha teve como critério a apreciação curricular dos docentes de matemática responsáveis. Estes docentes trabalharam durante esse ano (e seguintes) em colaboração direta com os autores do programa e conjuntamente produziram materiais curriculares de apoio à implementação do programa. Foram também preparados módulos de formação para os professores que iriam futuramente implementar o referido programa em todas as escolas. O ministério constituiu, por concurso público, uma

ILUSTRAÇÃO SUSA MONTEIORO

“Novo” programa de matemática

equipa de 80 professores acompanhantes, a quem foi dada formação de primeira geração (entenda-se, pelos autores do programa). Estes professores acompanhantes reuniram-se regularmente com os professores das escolas para apoiarem científica e didaticamente o seu trabalho durante os três anos letivos seguintes (2009/10, 2010/11 e 2011/12). O “novo” programa discutiu-se durante um mês e será colocado no terreno, obrigatoriamente em todas as escolas, imediatamente a seguir às férias escolares. A preferência relativamente ao programa anterior em detrimento do “novo” não se prende apenas com estas questões metodológicas, ainda que sejam suficientes. Mas tudo não se escreveu sobre este aspeto. Três anos antes, a partir de 2006/07, começou o Plano de Matemática e com ele começou a ser difundida nas escolas a metodologia que posteriormente veio a ser preconizada pelo programa de 2007. Na realidade foi um trabalho de seis anos, com resultados positivos, que vem ser substituído de uma forma telegráfica e com menor sustentabilidade científica.

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á uns anos a esta parte o Ministério da Educação tem dado relevância aos resultados em educação em detrimento dos processos. Este último ministro tem enfatizado esta ideia e tem apontado a avaliação externa às escolas (leia-se exames nacionais e estudos internacionais) como o verdadeiro barómetro para aferir tais resultados. A nível internacional realizam-se dois grandes estudos que envolvem conhecimentos de matemática, o Timss e o PISA. O pri-


Prémio Região Empreendedora Europeia 2015

O meiro estuda alunos do 4.º ano e o segundo estuda alunos de 15 anos. Pois bem, os alunos do 4.º ano que participaram recentemente no estudo internacional Timss (que envolve 63 países) registaram, para o nosso país, uma acentuada subida face à classificação anterior, com uma pontuação de 523 (acima da média de 500). Portugal teve classificação superior a países como a Alemanha ou a Irlanda. No PISA os alunos de 15 anos revelaram igualmente uma importante subida na nossa classificação internacional. A mudança metodológica começada em 2006 no ensino da matemática, a que o programa de 2007 veio dar maior substância e solidez, produziu resultados sensíveis ao nível dos dois mais importantes estudos internacionais que se realizam. Estas são certamente razões de peso que advogariam a manutenção do anterior programa. Outras concorrem para tal, sendo desde logo a primeira, o bom senso que determina a manutenção dos programas em vigor por períodos mais dilatados no tempo. Os alunos que vão entrar no presente ano no 5.º ano e no 7.º ano, vão experimentar o terceiro programa de matemática: começaram com o programa de 1991, mudaram para o de 2007 (que efetivamente só começou em 2009 ou 2010, conforme decisão das escolas) e no próximo ano experimentam o programa de 2013. Além de violento é arriscado em termos de aprendizagem, uma vez que há conteúdos em cada novo programa que os alunos não trabalharam nos anos anteriores precisamente por terem transitado de um outro programa.

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emos, até ao momento, apresentadas duas grandes ordens de razões para não ter iniciado um novo programa: uma implementação metodologicamente mais fundamentada do programa anterior e os resultados positivos que o mesmo estava a gerar. Mas muito falta ainda escrever. Será o “novo” programa melhor que o de 2007? Não!!! Este “Não” pode ser amplamente sustentado. Volte-se à questão de honestidade, neste caso, à falta dela na argumentação invocada para substituir o programa. Os nossos ministros da Educação (atual e anteriores) costumam comparar o País a outros onde supostamente se trabalha melhor e com instrumentos curriculares mais adequados. Nada contra. Acontece que, quer o programa de 1991, quer o programa de 2007, traduziram aproximação aos programas internacionais considerados mais adequados pela comunidade científica internacional. Quando o ministro da Educação refere querer aproximar Portugal de países como a Finlândia, não pode ignorar estudos comparativos dos respetivos programas de matemática que alinham o programa de 2007 (que acaba de revogar) com os mais recentes standards internacionais para o ensino da disciplina. Não pode ignorar que o tratamento metodológico, a pouca importância que dá a capacidades transversais e mesmo a priorização que o seu programa dá a determinados conteúdos em detrimento de outros vão ao arrepio de tudo o que de avançado se faz nesses países. Defende o atual ministro que o ensino da matemática deve ser exigente. Esta é uma ideia à qual a maioria das pessoas está condicionada a aderir em abstrato. Refletindo um pouco mais, constata-se que o programa de 2007 já representou um acréscimo de exigência face ao anterior; constata-se que a disciplina de matemática já é aquela da qual maior número de alunos desiste prematuramente de tentar obter sucesso. Será a matemática, mais uma vez, a disciplina a pagar a fatura do aumento da exigência no ensino? O novo programa, ao deixar cair o desenvolvimento de capacidades transversais e o caráter aplicado da matemática e ao enfatizar o caráter teórico, abstrato e formal da mesma vai arredar cada vez maior número de alunos do seu estudo.

É caso para dizer: quem tudo quer tudo perde. Em nome de uma maior exigência transforma-se a disciplina numa ferramenta menos útil para o quotidiano, para o exercício da cidadania e para o prosseguimento de estudos em áreas que usam a matemática. Aumentarão o insucesso no ensino básico e a escolha de percursos no secundário presididos pelo critério da fuga à matemática. Teremos cada vez menos estudantes de matemática!

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ou professor de matemática. Sou do terreno. Trabalhei durante os últimos anos com os professores do Baixo Alentejo (Aljustrel, Almodôvar, Beja, Castro Verde, Mértola, Odemira e Ourique). Realizei dezenas e dezenas de reuniões de trabalho com os professores de matemática e de 1.º ciclo das escolas destes concelhos. Apresentei e discuti propostas de tarefas, de metodologias, de ferramentas tecnológicas (os célebres quadros interativos) e de software. E porque discuti, também ouvi bastante sobre os resultados e os constrangimentos no terreno. E porque nunca deixei de ser professor, senti também os mesmos problemas na minha sala de aula. Num cenário de crise económica e social, do qual a família necessariamente se recente, as dificuldades tendem a aumentar. O desemprego elevado faz a tradicional relação positiva entre esforço escolar e sucesso social ou profissional parecer falsa e não contribui para a motivação dos estudantes. Para cúmulo, vem um ministro da Educação, por razões que só ele saberá explicar, derrubar um trabalho metodologicamente fundamentado, com resultados e alinhado com os standards internacionais para o ensino da disciplina. Para quê? Para impor um programa a implementar sem adequada preparação prévia, com conteúdos desajustados das demandas sociais, menos apelativo para os alunos e, desnecessariamente, mais difícil. Desnecessariamente mais formal e afastado da realidade. Não havia necessidade!

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ermino com um apelo à comunidade escolar. Diretores, professores (de todas as disciplinas), pais, alunos e todas as instituições que com a escola colaboram: ajudemos os nossos jovens. Mais uma vez a matemática terá que ser encarada nas escolas com particular atenção. Os alunos terão necessidade de medidas suplementares para poderem integrar o novo programa com sucesso. O ministro não está no terreno e já mostrou não compreender as questões que preocupam os professores. O ministro quis fazer no ensino básico um programa melhor, mas a evidência diz o contrário: é mais teórico, mais afastado da realidade, mais fechado, menos útil para preparar cidadãos para intervir na vida social. Como se não bastasse, implementa-o de forma abrupta, sem preparação adequada. O ensino básico, de tronco comum, com uma estrutura curricular obrigatória deve desejavelmente oferecer condições de sucesso para todos. O ensino básico deverá abrir horizontes, mostrar a importância da matemática na sociedade atual, desde a ciência pura até às ciências sociais e às artes. O ensino básico deverá necessariamente ensinar matemática de forma a fornecer conteúdos fundamentais e a ajudar ao desenvolvimento do raciocínio e da comunicação das ideias matemáticas (aspeto descurado no “novo” programa). Compreende-se a razão pela qual sempre se escreveu novo entre aspas, relativamente ao programa de 2013 pois ele representa um retrocesso enorme em termos de educação matemática. Fica claro: coisas destas é que deveriam fazer cair ministros!

Comité das Regiões lançou o prémio da Região Empreendedora Europeia 2015 (EER) destinado a distinguir os municípios e as regiões da Europa que apresentem a melhor visão prospetiva. A Região Empreendedora Europeia (EER) identifica e distingue as regiões com uma visão empreendedora fora do vulgar posta em prática através de ações concretas e mensuráveis e assegurando uma utilização ótima do financiamento público, independentemente da sua dimensão, riqueza e competências. Às regiões que apresentem a estratégia mais convincente será atribuído o rótulo “Região empreendedora do ano”. O objetivo da iniciativa é criar e promover regiões dinâmicas, ecológicas e empreendedoras em toda a Europa. O prazo para apresentação de candidaturas termina em 31 de março de 2014.A estratégia regional a ser distinguida com o prémio será avaliada nos próximos dois anos e os principais resultados serão partilhados e debatidos entre os órgãos de poder regional e local através da rede EER. Mais informações em www.cor. europa.eu/eer. O Comité das Regiões é a assembleia da UE dos representantes regionais e locais de todos os 28 EstadosMembros. A sua missão consiste em fazer participar os órgãos de poder regional e local e as comunidades que representam no processo decisório da UE e informá-los sobre as políticas da União. Gotemburgo vence prémio Cidade Acessível 2014 A cidade sueca de Gotemburgo é a vencedora do prémio Cidade Acessível 2014. O prémio reconhece o excelente trabalho que a cidade desenvolveu no sentido de ampliar a acessibilidade para as pessoas com deficiência e para os idosos. A edição 2014 do prémio é organizada pela Comissão Europeia em colaboração com o Fórum Europeu das Pessoas com Deficiência e foi apresentada em Bruxelas durante o evento “Turismo acessível na Europa”, por ocasião do Dia Europeu das Pessoas com Deficiência e das Jornadas Europeias do Turismo. O prémio tem por objetivo encorajar as cidades com pelo menos 50 000 habitantes a partilharem as suas experiências, de forma a melhorarem a acessibilidade em benefício de todos. Mais informações sobre o Prémio em http://ec.europa.eu/ justice/events/access-city-award2014.

Representação em Portugal da Comissão Europeia

Diário do Alentejo 10 janeiro 2014

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saúde

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Análises Clínicas

Medicina dentária

Psicologia

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Cardiologia

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE

Cardiologistas

Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA

Neurologia

JOÃO HROTKO

DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO

Especialista pela Ordem dos Médicos Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja

Oftalmologia

Técnica de Prótese Dentária

Médico oftalmologista

Consultas de 2ª a 6ª Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS. Marcações pelo telef. 284325059 Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa) Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA

Fisioterapia

Centro de Fisioterapia S. João Batista Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia Hidroterapia/Classes no meio aquático

CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA

JOSÉ BELARMINO, LDA. Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA

DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid) CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas Estomatologista (OM) Ortodontia

Pediatria

Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa Assistente graduada do serviço de oftalmologia do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja

DR. A. FIGUEIREDO LUZ Médico Especialista pela Ordem dos Médicos e Ministério da Saúde Generalista CONSULTAS DE OBESIDADE

Rua Capitão João Francisco de Sousa, 56-A – Sala 8 Marcações pelo tm. 919788155

Dermatologia

TERESA ESTANISLAU CORREIA

e.mail: clinidermatecorreia@ gmail.com Rua Manuel António de Brito nº 4 1ºFte 7800- 544 - BEJA (Edifício do Instituto do Coração, frente ao Continente)

Clínica Geral

Dr. José Loff Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral /Implantologia Aparelhos fixos e removíveis

GASPAR CANO

AURÉLIO SILVA UROLOGISTA

VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190

Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA

DR. ÁLVARO SABINO Otorrinolaringologista Ouvidos,Nariz, Garganta

Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias

MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR

Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023

Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503

BEJA

Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA

7800-475 BEJA

Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia

ALI IBRAHIM Ginecologia Obstetrícia Assistente Hospitalar

Consultas segundas, quartas, quintas e sextas Marcações pelo tel. 284323028 Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja

Terapia da Fala

CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833 Estomatologia

Largo D. Nuno Álvares Pereira n.º 13 BEJA Marcações pelo telefone 284312230 Urologia

Largo D. Nuno Álvares Pereira, 13 BEJA ▼

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

DR. MAURO FREITAS VALE

Consultas em Beja CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira Rua António Sardinha, 25, r/c esq.

Prótese/Ortodontia

Tm. 962557043

Centro Médico de Beja

MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS

Terapeuta da Fala VERA LÚCIA BAIÃO

MÉDICO DENTISTA

Marcações pelo telefone 284321693 ou no local Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

DR. CIRO OLIVEIRA Consultas às sextas-feiras, a partir das 15 horas

FRANCISCO FINO CORREIA

Cirurgia Maxilo-facial

HELENA MANSO

Consultas no Centro Médico de Beja

CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA. Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia

Psiquiatria

Pediatra

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Tel. 284324690 Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA

Ginecologia/Obstetrícia

FAUSTO BARATA

Dra. Sónia Fernandes

Angiologia/Cirurgia Vascular

DR. J. S. GALHOZ

Consultas às 4ª feiras tarde e sábado MARCAÇÃO DE CONSULTAS: Diariamente, dias úteis: Tel: 218481447 Lisboa 4ª feiras: 14h30 – 19h Tel: 284329134 Beja

Urologia

MÉDICA DERMATOLOGISTA

Marcações de consultas de 2ª a 6ª feira, entre as 15 e as 18 horas Rua Dr. Aresta Branco, nº 47 7800-310 BEJA Tel. 284326728 Tm. 969320100

Acordos com A.D.S.E., CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Allianze, Seguros/Acidentes de trabalho, A.D.M., S.A.M.S. Marcações pelo 284322446; Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA

DR. JAIME LENCASTRE

CÉLIA CAVACO

Clínica dentária

Obesidade

Fisioterapia

Vários Acordos

Otorrinolaringologia

HELIODORO SANGUESSUGA

CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA

FERNANDA FAUSTINO

Oftalmologia

Marcações pelo tel. 284312230

ANGIOLOGIA/CIRURGIA VASCULAR TRATAMENTO DE VARIZES BEJA: Clinibeja Rua António Sardinha, 23-25 7800-477 Beja Tel. 284 321 517

MOURA: MRP Centro de Medicina Física e Recuperação de Moura Avenida dos Bombeiros Voluntários, n.º 15 7860-107 Moura Tel. 285 252 944

SANTIAGO DO CACÉM: Centro Clínico de Santiago do Cacém Avenida Manuel da Fonseca, 37 7540-105 Santiago do Cacém Tel. 269 086 900 Tm. 917 637 440

ÉVORA: CDI Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais 7000-749 Évora Tel. 266 749 740

www.hms.com.pt


saúde

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva –Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/ Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.º Ricardo Lopes – Consulta de Gastrenterologia e Proctologia - Endoscopia e Colonoscopia Dr.ª Joana Leal – MedicinaTradicional Chinesa/Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (TAC) ECOGRAFIA MAMOGRAFIA ECO DOPPLER RADIOLOGIA DENTÁRIA

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

Medicina dentária

Luís Payne Pereira Médico Dentista Consultas em Beja Clínica do Jardim Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975

Médicos Radiologistas António Lopes / Aurora Alves Helena Martelo / Montes Palma Médica Neuroradiologista Alda Jacinto Médica Angiologista Helena Manso Convenções:

ULSBA (SNS) ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Marcações: Tel. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387 Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA

23 Diário do Alentejo 10 janeiro 2014


necrologia

24 Diário do Alentejo 10 janeiro 2014

S. Matias - Beja MISSA

José Domingos Engrácio Coelho Tavares 12.º Ano de Eterna Saudade A partida de um ente querido deixa-nos marcas e entristece-nos profundamente. Fica o vazio, e a perda torna-se insubstituível. O que ameniza a nossa dor é termos a certeza de que estás junto de Deus. Que a tua Alma descanse em Paz… Seus pais e irmã informam que será celebrada missa no dia 13/01/2014, pelas 18 e 30 horas, na igreja da Sé, em Beja e agradecem a todas as pessoas que se dignarem a assistir ao piedoso ato.

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Serpa MISSA

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

José Elias Leandro

Maria da Saúde de Oliveira Matos de Almeida

Joaquina Serafina Horta

Cesária Cândida Correia

Jacinta Maria Aldeia Galego Saragoça

Nasceu a 25/12/1922 Faleceu a 29/12/2013 Filha, netos, irmão e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

Nasceu a 24/10/1924 Faleceu a 03/01/2014 Filha, neta, sobrinhos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

João Vicente Belém Aperta

1.º Mês de Eterna Saudade

Nasceu a 14/12/1958 Faleceu a 23/12/2013 Esposa, filhos, pais, irmão e restante família cumprem o doloroso de dever de participar o falecimento do seu ente querido e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

Sua mãe, filha, irmãos, neta, nora e restante família participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que foi celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido, no dia 07/01/2014, terça-feira, pelas 18 horas, na igreja do Salvador – Serpa, agradecendo a todas as pessoas que nela compareceram.

Nasceu a 10/06/1932 Faleceu a 23/12/2013 Marido, filhos, neto, irmã e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA

Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

Nasceu a 03/08/1953 Faleceu a 06/01/2014 Marido, filho, irmãs, sobrinhos, neta e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.


necrologia institucional diversos Corte do Pinto PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Diário do Alentejo n.º 1655 de 10/01/2014 Única Publicação

BEJA

CARTÓRIO NOTARIAL EM CASCAIS

Precisa-se senhora portuguesa com referências para trabalhar em casa de senhora idosa. Horário semanal: 9:30 às 14:30 horas e 16:30 às 19:30. Vencimento: 500 euros. Se pretender sábado, mesmo horários, mais 150 euros. Contactar tms. 968065046/966277525

NOTÁRIO: JOAQUIM MANUEL VITAL RUIVO

Maria do Carmo Rosa Nasceu a 29/01/1927 Faleceu a 31/12/2013 Filha, netos, irmão e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

VENDE-SE BEJA Vivenda no Bairro São João, 2 quartos, sala comum, cozinha, despensa e casa de banho. Anexo com quarto e cozinha, 2 garagens, quintal com poço e árvores de fruto. Contactar tm. 968362347/969392522

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25 Diário do Alentejo 10 janeiro 2014

Joaquim Manuel Vital Ruivo, notário, CERTIFICA NARRATIVAMENTE, que no dia onze de Dezembro de dois mil e treze, a folhas setenta e cinco do livro de notas para escrituras diversas, número CINCO - A, deste Car-tório foi outorgada uma escritura de justificação do seguinte teor: Arlindo José Arsénio, NIF 105221686 e mulher Rosa Basílio de Arcos Martins Arsénio, NIF 105 221 678, casados sob o regime da comunhão geral de bens, ele natural da freguesia de S. Matias, concelho de Beja e ela natural da freguesia de Selmes, concelho de Vidigueira, residentes na Rua do Penedo, número 7, em Selmes, titulares dos B.l. número 2136852, emitido em 23/04/2001 e número 2133531, emitido em 28/01/2005, ambos emitidos pelos SIC de Beja, declararam que com exclusão de outrém, são donos e legítimos possuidores do seguinte prédio: Prédio rústico, denominado por “Torre”, sito na freguesia de Selmes, concelho de Vidigueira, composto de cultura arvense, a confrontar do Norte com Arlindo José Arsénio, Sul com João António Curro e outros, Nascente com António Augusto Martins, com a área de catorze mil e quinhentos metros quadrados, descrito na Conservatória do Registo Predial de Vidigueira sob o número quatrocentos e noventa e oito, e ai inscrito em comum e sem determinação de parte ou direito, a favor de Francisca Maria Lopes, Joaquina Candeias Capela do Cabo e marido José Malveiro Preto, Maria do Rosário Lopes do Cabo, Francisco António Aleixo do Cabo e mulher Ana Cristina Madeira Simões do Cabo e a Gertrudes Moreno de Cabo Lopes, pela apresentação oito de catorze de Maio de mil novecentos e noventa e um. Inscrito na matriz rústica respectiva sob o artigo 117 da Secção J, da referida freguesia de Selmes, em nome de Margarida do Rosário Capela – Cabeça de Casal da herança de” com o valor patrimonial de €48,02 e atribuído de mil e quinhentos euros. Que, eles outorgantes adquiriram aquele imóvel por USUCAPIÃO, título esse que não é susceptível de ser comprovado pelos meios extrajudiciais normais, impossibilitando-os, assim e por natureza, de verem reconhecido o seu direito de propriedade perfeita. Está de conformidade com o original.

Diário do Alentejo n.º 1655 de 10/01/2014 Única Publicação

CLUBE BEJENSE DOS AMADORES DE PESCA DESPORTIVA

CONVOCATÓRIA Conforme o disposto no artigo 16° dos estatutos do clube, convoco todos os sócios, a assistirem à assembleia geral ordinária que se realizará no dia 17 de Janeiro 2014, pelas 20 horas na sua sede sita na rua António Vilar e David Abreu n° 4-A, em Beja. Se à hora marcada não comparecerem o número legal de sócios, face aos estatutos, a assembleia realizar-se-á uma hora mais tarde com os sócios que estiverem presentes. Ordem de trabalhos: 1. Apreciação e votação do relatório e contas do ano 2013. 2. Eleição dos novos corpos gerentes para o ano 2014. 3. Outros assuntos de interesse para o clube. O Presidente da Assembleia Geral João Amadeu Cavaco Mera

Diário do Alentejo n.º 1655 de 10/01/2014 Única Publicação

O Notário Lic. Joaquim Manuel Vital Ruivo

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UNIDADE LOCAL DE SAÚDE DO BAIXO ALENTEJO, EPE Serviço de Aprovisionamento e Logistica Rua Dr. António Fernandes Covas Lima – 7801-849 BEJA Tel: 284310271 / Fax:284324074 Email: concursos@ulsba.min-saude.pt

Procedimento A.D. 47012014 – Cedência de espaço para exploração de Bazar no Hospital José Joaquim Fernandes – Hospital de Beja A Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo como Entidade Pública Empresarial, no respeito pelos princípios gerais de direito e em particular pelo princípio da publicitação, vem tornar público que pretende iniciar o processo de contratação para: Procedimento A.D. 47012014 — Cedência de espaço para exploração de Bazar no Hospital José Joaquim Fernandes – Hospital de Beja. O procedimento será realizado ao abrigo do Art. 20°, alínea a) do Código de Contratos Públicos, pelo que os interessados em serem convidados a apresentar proposta devem-no comunicar para o endereço electrónico concursos@ulsba.min-saude.pt, indicando: – Referência do procedimento ao qual pretendem ser convidados – Designação Social; e – Número de Identificação Fiscal O prazo limite para a comunicação dos interessados, termina no 7.° dia útil a contar da data de publicação do presente anúncio. ULSBA, EPE, 7 de Janeiro de 2014 A Administradora Hospitalar Serviço de Aprovisionamento e Logística Mariana Raposo

Diário do Alentejo n.º 1655 de 10/01/2014 Única Publicação

AVISO Procedimento concursal para provimento de cargo de direção intermédia de 1.º grau – Diretor do Departamento de Administração Geral

Contactar tm. 926246134

ALUGA-SE Apartamento 3 quartos, 1 sala, 2 wc. Marquise e arrecadação. Rua 25 de Abril, 2.º andar. Contactar pelo tm. 919511874

1. Torna-se público, nos termos e para efeitos do disposto no artigo 24.º da Lei n.º 33/2013 de 16 de Maio, que foi determinada a abertura de procedimento concursal, pelo prazo de 10 dias úteis a contar da data de publicitação na Bolsa de Emprego Público (BEP), para provimento do cargo de Diretor de Departamento de Administração Geral da Turismo do Alentejo, E.R.T. 2. A indicação e os requisitos formais de provimento, do conteúdo funcional e perfil pretendido, da composição do júri e dos métodos de secção será publicitado na BEP, em www.bep.gov.pt. 3. O presente aviso e a Oferta de Emprego publicitada na BEP estarão igualmente disponíveis para consulta no sítio eletrónico da Turismo do Alentejo, ERT, em www.visitaalentejo.pt. O Presidente da Comissão Executiva António Ceia da Silva


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Diรกrio do Alentejo 10 janeiro 2014


DR

A Câmara de Aljustrel divulga amanhã, sábado, pelas 10 e 30 horas, no mercado municipal, os vencedores do 5.º Concurso de Montras alusivas à época natalícia. O júri do concurso reuniu-se na segunda-feira, 6, para avaliar os diferentes estabelecimentos comerciais a concurso. “A originalidade e criatividade, a harmonia e estética do conjunto, a iluminação, as cores, as formas e materiais da decoração foram os critérios que orientaram a escolha do júri na avaliação dos concorrentes”, esclarece a autarquia. Recorda-se

que a iniciativa, que se destina a promover e a dinamizar o comércio local, “pretende apoiar a economia local incutindo um ar mais natalício às artérias do concelho, com decorações personalizadas e comemorativas da época”. O concurso esteve aberto a todos os comerciantes com estabelecimentos comerciais em atividade no concelho de Aljustrel. Amanhã, à mesma hora e local, será igualmente efetuado o sorteio da campanha “Compras de Natal é no comércio local”, que decorreu de 2 a 31 de dezembro.

Empresas

27 Diário do Alentejo 10 janeiro 2014

Aljustrel divulga vencedores do 5.º Concurso de Montras

Campanha de Natal de Mértola distribuiu 55 prémios Em 2007 a Ni Em Niss ssan lan anço ço u u m mo um od deello q qu ue levo levo le vou à criiaaçã ção de de um n no ovvo o segm se men en nto to: o Qa to Q ssh hq qaai een n ncco cont ntro t ou m maais is de do dois is miilh m l hõ lhõ õees de de clilien lien en ntte teess. Hoje, essse mod Hoj Ho odel elo o pion pi oneiiro é reinven ntaado o.

Realizou-se na segunda-feira, dia 6, no Gabinete de Atendimento da Câmara Municipal de Mértola, o sorteio da campanha “Neste Natal compre no comércio local e ganhe prémios”. No total foram premiados 55 participantes, sendo o primeiro prémio a anuidade de um seguro automóvel. A lista dos contemplados está disponível em www.cmmertola.pt.

“Gang dos Frescos” invade lojas Lidl

Avançado, económico e acessível

Novo Nissan Qashqai já está à venda O novo Nissan Qashqai revela um design audaz combinado com uma tecnologia líder do segmento, uma conceção do interior, materiais e equipamentos com qualidade premium e uma panóplia de tecnologias que trazem maior conveniência, conforto e dedicação ao condutor. Publirreportagem Sandra Sanches

F

oi no passado dia 19 de dezembro, em Castro Verde, que a Nissan Ibéria SA Portugal e os seus concessionários oficiais das regiões do Alentejo e Algarve procederam à apresentação estática do novo Nissan Qashqai. Concebido na Europa para a Europa, este modelo foi criado pelos especialistas do Nissan Design Europe em Londres e desenvolvido nos Nissan Tecnical Centre Europe de Cronfield e Barcelona para ser fabricado em Sunderland. De salientar que será o primeiro modelo a entrar em comercialização com base na nova plataforma CMF – Família de Módulo Comum da Aliança Renault – Nissan, trazendo aos consumidores a notável eficiência desta nova solução de engenharia. Redesenhado do princípio ao fim, o novo Qashqai foi criado para responder às

expectativas dos clientes que anseiam por uma nova geração de crossovers. Segundo os sócios-gerentes da Nissan Boutigest, em Beja, José Pires e João Guerreiro, “este novo modelo atrairá o cliente pragmático que valoriza a distinção no design, tecnologia e versatilidade”. Depois do sucesso que se tornou a primeira geração, é, sem dúvida, um crossover nato tal como o antecessor, mas com maior incorporação de tecnologias inovadoras: escudo de proteção inteligente, sistema anti colisão, sistema de alerta de fadiga, identificação de sinais de trânsito, assim como diversos outros apoios para o condutor, como é o caso do estacionamento automático. Imaginem só que este novo modelo necessita apenas de 80 centímetros para cada lado para estacionar sozinho. Mas a tecnologia não fica por aqui: aviso de mudança de faixa, aviso de ângulo morto, deteção de objeto em movimento, regulador automático de máximos, controlo de chassis Nissan, faróis totalmente leds, que consomem 50 por cento da energia das luzes, monitor 360 graus e possibilidade de integração de aplicações de smartphones, e ainda conta com bastante tecnologia oculta. A bagageira, por exemplo, aumentou a sua capacidade para 430 litros e em consequência deste aumento os passageiros passam a desfrutar de mais espaço no interior.

Em termos aerodinâmicos, o novo Qashqai possui características bem avançadas, segundo António Joaquim, diretor de marketing da Nissan, “jamais incluídas num automóvel familiar”. O resultado é, sem dúvida, menor atrito, emissões mais baixas de CO2, melhor economia de combustível e estabilidade superior em velocidades elevadas. A gama de lançamento é constituída por quatro motores, dois a gasolina e dois a gasóleo, com a opção de tração às duas rodas ou às quatro e os clientes poderão escolher entre a transmissão manual e a transmissão automática totalmente nova xtronic. O novo modelo com motor 1.5 diesel está disponível a partir de 26 100 euros e estima-se que a versão de entrada 1.2 DIG – T, a lançar mais tarde, tenha um preço de 23 350 euros. Os valores estendem-se para os 31 300 euros para o 1.5 dci stop&start 4x2 Tekna, com transmissão manual de seis velocidades, e 35 000 euros para a versão especial de lançamento denominada Premier Limited Edition, que estará disponível por tempo limitado. Conscientes da atual conjuntura económica, os sócios-gerentes de Beja garantem estarem “perante um produto de enorme potencial comercial”, o que os deixa otimistas quanto à recetividade por parte de “todos os potenciais clientes”.

O ano começa com uma invasão do “Gang dos Frescos” às lojas Lidl. Numa ação pioneira em Portugal, o Lidl incentiva o consumo de frutas e legumes com o objetivo de combater os problemas de obesidade e fomentar uma alimentação saudável. Até ao próximo dia 26 de fevereiro, as lojas Lidl vão promover a campanha “Gang dos Frescos”, um projeto divertido e inovador que pretende sensibilizar o público e, muito particularmente, os mais jovens para a importância do consumo de frutas e legumes numa dieta alimentar saudável. Durante este período, os clientes Lidl serão convidados a preencher uma caderneta do “Gang dos Frescos” que lhes dará acesso a colecionarem sete peluches irresistíveis – pera, morango, banana, beringela, alho, cenoura e brócolo. Por cada 10 euros em compras os clientes recebem um selo e ao juntarem 20 selos podem trocar a caderneta preenchida por um dos sete peluches disponíveis. Para completar a coleção mais rapidamente podem juntar 10 selos mais 2,99 euros e assim obter um dos peluches da sua preferência. As lojas Lidl também serão animadas com a presença de frutas e legumes gigantes com os quais as crianças vão poder interagir, recebendo brindes e livros com receitas saudáveis do “Gang dos Frescos”.

Prémios Turismo do Alentejo com 66 candidaturas A quarta edição dos prémios “Turismo do Alentejo” conta com 66 projetos candidatos às sete categorias a concurso, mais nove do que no ano passado. Promovida pela Turismo do Alentejo – ERT, a iniciativa dirigida aos agentes públicos ou privados que desenvolvam projetos de interesse turístico na região tem por objetivo distinguir e divulgar a excelência da oferta que de um modo geral tem contribuído para afirmar o destino nos mercados. Segundo a direção da ERT, os prémios Turismo do Alentejo, por um lado, simbolizam a gratidão para com os parceiros e, por outro, visam incentivar os agentes que escolhem o destino para desenvolver os seus projetos turísticos. O anúncio dos vencedores e a entrega dos galardões está previsto para este mês, sendo o processo de eleição da exclusiva responsabilidade do Turismo do Alentejo e da Agência de Promoção Turística.


28 Diário do Alentejo 10 janeiro 2014

Letras Cunhal, Brejnev e o 25 de Abril

Boa vida Jazz Daniel Bernardes “Nascem da Terra”

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m entrevista à prestigiada revista norte-americana “Downbeat”, Keith Jarrett afirma que “não existe jazz europeu”. A questão não é nova e é recorrente. Mesmo entre nós, muito se tem discutido em torno da problemática: haverá um jazz português ou apenas jazz tocado em Portugal? Várias têm sido as posições esgrimidas por musicólogos, críticos e músicos no sentido de estabelecer até que ponto o “ser” e o “estar” portugueses são passíveis de serem traduzidos, com relevância criativa, pela linguagem do jazz. Ao longo dos anos, muitos têm empreendido, de forma mais direta ou filtrada, esse cruzamento, sobretudo pianistas: António Pinho Vargas, Mário Laginha, João Paulo Esteves da Silva, Bernardo Sassetti e, mais recentemente, Júlio Resende e Filipe Raposo. Os mais atentos certamente já repararam no nome de um outro pianista cuja visibilidade tem vindo a crescer e que lançou recentemente o seu registo de estreia: Daniel Bernardes. Em “Nascem da Terra” o músico alcobacense assume, logo no título, as influências exercidas pelo rico património musical nacional na construção da sua própria identidade enquanto compositor. Esse interesse foi-lhe, em boa parte, incutido por Esteves da Silva, enquanto seu professor na Escola Superior de Música de Lisboa (ESML), onde se licenciou em 2011. Acompanham Bernardes o contrabaixista Daniel Bernardes – António Quintino – antigo co“Nascem da Terra” lega de licenciatura –, que com Daniel Bernardes (piano), António Quintino (contrabaixo) o seu som encorpado marca de e Joel Silva (bateria) + Raquel forma indelével a química gloMerrelho (violoncelo). bal da formação, e Joel Silva Editora: TOAP/OJM – amigo e cúmplice musical Ano: 2013 desde a adolescência –, baterista versátil que se molda bem a vários contextos, apesar de ser notória a sua propensão para trabalhar com pianistas. As composições convocam elementos do jazz, da música erudita e da rica e diversificada tradição portuguesa, revelando uma escrita em que, por um lado, as peças de recorte mais jazzístico apresentam texturas clássicas e, por outro, as peças de pendor mais clássico denotam claras impregnações do idioma do jazz. O programa reúne uma seleção de peças que o pianista foi compondo ao longo do seu processo de formação, que exibem a espontaneidade e a frescura dos anos de juventude. A maioria foi estreada na Casa da Música em 2010, sendo que depois o trio, apesar dos pontuais concertos, não mais trabalhou de forma continuada até à gravação. O pianismo de Daniel Bernardes prima por um acentuado poder melódico e um profundo lirismo, bem presentes na tranquilidade telúrica da “Suite Kawasaki” – dividida nas secções “Caminho”, “Origem”, “Nascer” e “Amanhã” –, sublinhada pelo violoncelo de Raquel Merrelho. Mais dinâmicos, “Nascem da Terra” e “Humberto” mostram a formação no auge da empatia, sendo de salientar as notáveis prestações de Quintino. “Sara” é uma balada de sabor clássico (na aceção jazzística) onde Joel Silva revela toda a sua suavidade e discrição. “Os Prelúdios Possíveis n.º 2” encerra o disco ao jeito de canção de embalar. Uma bela estreia, que coloca a fasquia alta para o que virá a seguir. António Branco

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Filatelia O “Mensageiro do Algarve”

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á saiu o n.º 3 do “Mensageiro do Algarve”. Este jornal de filatelia é uma iniciativa de cinco agrupamentos filatélicos algarvios: a Associação Filatélica Alentejo-Algarve (Portimão); o Núcleo de Filatelia de Faro – ATAF (Associação de Trabalhadores Autárquicos de Faro); o Núcleo Filatélico Juvenil Os Amiguinhos dos Selos (Estoi); a Secção Filatélica do Lions Clube de Portimão; e a Secção de Colecionismo da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real de Santo António. No editorial do presente número dá-se conta do momento difícil que atualmente se vive e que, por não ser dos melhores, deve obrigar os dirigentes associativos a encontrar soluções para não deixar morrer o espírito de colecionismo. Numa interessante rubrica, “Quem sabe?”, são postas aos seus leitores quatro questões, cuja resposta pode não ser fácil, pois todas elas se referem a acontecimentos ocorridos há pelo menos 50 anos. Eis as perguntas para as quais o “Mensageiro do Algarve” pretende resposta: 1– O que era a “Fédération International de Collectionneurs Échangistes”? 2 – O que era o “International Algarve Exchange Club”? 3 – As comemorações do Dia do Selo em 1957 também se realizaram em Vila Real de Santo António? 4 – Quais eram os núcleos filatélicos existentes no Algarve na década de 60? Atendendo ao tempo já decorrido é de supor que muitos dos atores destes acontecimentos já não estejam entre nós e as respostas só possam ser encontradas se, por felicidade, se encontrarem alguns órgãos noticiosos que as tenham registado nas suas páginas. Nesta rubrica o número anterior do “Mensageiro” tinha apresentado aos seus leitores a questão: “A Polícia de Faro fez serviço de correio?” Para fundamentar a pergunta apresentou uma carta circulada com data de 22-3-1920, endereçada para Anvers e franquiada com dois selos Ceres (1c verde e 2c laranja), obliterados com o carimbo “Comissariado da Polícia

Civil de Faro” e marca de chegada, no verso, de Antwerpen a 10-4-1920. Alguns leitores responderam à questão apresentada. Em março de 1920 os trabalhadores telégrafos-postais portugueses fizeram uma greve que paralisou totalmente aqueles serviços e provocou tremendas dificuldades a todas as empresas, que àquela época dispunham unicamente dos CTT para aquisição ou venda dos seus produtos. Numa tentativa de minimizar o problema, a Confederação Patronal chamou a si o papel de receção e distribuição da correspondência, tendo para o efeito pedido a colaboração das mais diversas entidades em todo o País. Estas entidades aplicavam o carimbo administrativo que os identificava, sobre a correspondência que recebiam para expedição ou para distribuição. O presente número inclui também um interessante estudo sobre os Correios Assistentes de Castro Marim, da autoria de Matoso Galveias. Como se trata de uma publicação trimestral, apresenta as atividades filatélicas do último semestre do ano passado e que foram: o lançamento do livro Os Bombeiros na Filatelia Portuguesa, de F. Matoso Galveias (9 de agosto), a Algarpex (23 a 27 e outubro), a mostra filatélica alusiva à Galeria dos Comandantes (15 a 22 de novembro), a 1.ª Mostra Filatélica na EB 1 de Santa Bárbara de Nexe (2 de dezembro) e a comemoração do Dia do Selo pelo Núcleo Infanto-Juvenil Os Amiguinhos dos Selos, da Escola da Escola EB 2/3 Poeta Emiliano da Costa. Apresenta ainda a notícia da realização, em 2014, da segunda edição da Exposição de Carimbos de Correio – Algarve Séc. XIX –, que será realizada pelo Arquivo Municipal de Lagoa. Está prevista para os próximos dias a saída de mais um número. Para os leitores que queiram acompanhar este e os outros números do “Mensageiro do Algarve” podem consultar nos seguintes sites: http:// omensageirodoalgarve.blogspot.pt/ ou http://www.slideshare.net/mensageiro2013/boletim-mensageirodoalgarve32013. Geada de Sousa

jornalista José Milhazes, que desde 1977 foi correspondente na Rússia (e na exURSS), é o autor de Cunhal, Brejnev e o 25 de Abril em que procura perceber qual a influência que a União Soviética teve na Revolução do 25 de Abril de 1974 e se houve, ou não, uma conspiração para a instauração de um regime comunista no nosso país. Nesse âmbito, Milhazes analisa o papel do carismático dirigente comunista Álvaro Cunhal, assim como do Partido Comunista Português durante o PREC, bem como a relação que foi mantida com o governo liderado por Brejnev. O autor procura ainda entender qual foi o envolvimento dos comunistas portugueses na Guerra Fria. Esta obra, que recorre a entrevistas, testemunhos e algumas fontes documentais inéditas, descobertas por Milhazes através de investigação nos arquivos russos, visa contribuir para a desconstrução de narrativas que se foram cristalizando, relativas à ação (e propósitos desta) dos soviéticos durante a Revolução dos Cravos. Trata-se de mais uma das obras que foram sendo publicadas no âmbito das comemorações do centenário de Álvaro Cunhal e, devido ao conhecimento aprofundado de Milhazes sobre a temática, deverá, naturalmente, ser considerada por todos aqueles que se interessam pelo passado político recente de Portugal. Maria do Carmo Piçarra

José Milhazes Dom Quixote 208 páginas 14,90 euros


29 Diário do Alentejo 10 janeiro 2014

Cláudio Torres vai ser homenageado em Mértola, em 28 de junho – e em meados de julho, em Tondela, onde nasceu –, no ano do seu 75.º aniversário. Uma homenagem que pretende ter a componente académica, evidentemente, mas ser sobretudo uma homenagem dos homens e das mulheres de Mértola, do Baixo Alentejo, do Alentejo, de Lisboa, de Tondela, de Portugal, do mundo mediterrânico.

Homenagem Em homenagem a uma das figuras cimeiras da cultura portuguesa do século XX, o “Diário do Alentejo” faz publicar em baixo um texto síntese da autoria de Eduardo Raposo, coordenador da biografia do arqueólogo que será lançada no final da primavera de 2014. Cláudio Torres, Prémio Pessoa em 1991, completa amanhã 75 anos. Texto Eduardo M. Raposo Foto José Ferrolho

Está em preparação a biografia do arqueólogo de Mértola

Cláudio Torres completa 75 anos

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Cláudio Figueiredo Torres, o mais conhecido e prestigiado arqueólogo português e um dos mais conceituados internacionalmente, nomeadamente no mundo mediterrânico, completa no próximo dia 11 de janeiro 75 anos. Diretor do Campo Arqueológico de Mértola desde a sua fundação, em 1978, tem vindo a realizar um trabalho científico e sociocultural de exceção, posto ao serviço do desenvolvimento local, de tal forma que o projeto Vila Museu, se por um lado devolveu a Mértola o seu rico passado milenar islâmico e mediterrânico, operando uma transformação económica e social ímpar, colocou esta vila da raia, anteriormente esquecida, no mapa mundial da arqueologia. Este percurso ímpar teve o seu reconhecimento com a atribuição a Cláudio Torres do Prémio Pessoa, em 1991, do Prémio Rómulo de Carvalho, em 2001, ao livro O Legado Islâmico em Portugal, publicado em parceria com Santiago Macias, e a distinção, pela Universidade de Évora, com o doutoramento Honoris Causa, em 2002. Homenageado em junho com lançamento de biografia Cláudio

Torres vai ser homenageado em Mértola, em 28 de junho – e em meados de julho, em Tondela, onde nasceu –, no ano do seu 75.º aniversário, mas também quando passam exatamente 52 anos da partida, num barquito, para uma viagem atribulada por Marrocos. Uma homenagem que pretende ter a componente académica, evidentemente, mas ser sobretudo uma homenagem dos homens e das mulheres de Mértola, do Baixo Alentejo, do Alentejo, de Lisboa, de Tondela, de Portugal, do mundo mediterrânico, que poderá estender-se a outros locais, nomeadamente no Alentejo. Uma homenagem dos homens e das mulheres que se reveem na sua postura de homem livre, como o título do livro biográfico, que estamos a finalizar para o efeito, sugere: Cláudio Torres. Percurso(s) biográfico(s) de um homem livre. Neste trabalho, fruto de uma aturada pesquisa nos arquivos da PIDE/DGS na Torre do Tombo, mas sobretudo de muitos dias

à conversa com Cláudio, muitas vezes com a presença e participação da Manuela Barros, a sua companheira há mais de 50 anos, e da própria mãe – a D. Fernanda Figueiredo, de uma simpatia extrema, à beira de completar 100 anos –, resultaram momentos inesquecíveis. Acrescentam-se os depoimentos e as entrevistas a outros familiares próximos e ao historiador e académico jubilado António Borges Coelho, de quem será a autoria do prefácio. Mas esta viagem intimista pelo riquíssimo e diversificado percurso humano, cívico e intelectual do Cláudio não ficaria completa sem a participação, através de deliciosos e sentidos depoimentos escritos, de 24 amigos – quase 80 páginas – de proveniências diversas: figuras cimeiras do mundo académico de várias universidades, como José Mattoso (FCSH/UNL); Jorge Alarcão e Conceição Lopes (Coimbra); Mário Barroca e Alexandre Alves Costa (Porto); José Luís de Matos e João Guerreiro (Algarve); Adel Sidarus (Évora); António Malpica (Granada) ou Christophe Picard (Sorbonne). Por outro lado, esta parte final da biografia tem também a presença carismática de nomes – nomeadamente mas não só do Baixo Alentejo – sobejamente conhecidos(as), como Miguel Urbano Rodrigues, Santiago Macias, Ana Paula Amendoeira, Fernando Caeiros, João Paulo Ramôa, Miguel Bento, João Mário Caldeira, Miguel Rego ou Sandra Gonçalves. Bem como, de outras latitudes, Miguel Torres (Acert-Tondela), José Alberto Alegria (cônsul honorário de Marrocos), Conceição Amaral (diretora do Museu das Artes Decorativas Portuguesas), ou as investigadoras Susana Gómez (CAM) e Ana Paula Guimarães (IELT–FCSH). Todos(as) são tocados(as) pela aura irresistível de Cláudio, pelas suas qualidades, genialidade, capacidade congregadora, espírito entusiástico e sonhador do Cláudio, aspeto certamente decisivo para o CAM ter alcançado o patamar de exceção que nenhum outro projeto arqueológico de peso alcançou em Portugal. Como refere José Alegria: “Um senhor do Mediterrâneo: sincrético, visionário e apaixonado” e “um ser permanentemente apaixonado pela luz”. Ou, como destaca Miguel Bento, docente no IPB e ex-autarca mertolense: para ele “e seguramente para muitos outros jovens do concelho, talvez o principal ensinamento de Cláudio foi o de nos ajudar a gostar da nossa terra”; e soube “apostar naquilo que aparentemente era menos necessário [em finais

de 70]: a cultura, nas suas múltiplas dimensões como fator de desenvolvimento local”. E se para Miguel Urbano Rodrigues, “Cláudio Torres é uma das figuras exponenciais da cultura portuguesa contemporânea”, para Conceição Amaral, Cláudio é “o homem do perfume”, “universal, genial e raro”, que nos veio mostrar que a “longa noite de mil anos” da presença árabe em Portugal “persiste nos gestos, nos saberes e nos sabores”, e, claro, no “perfume das coisas e das palavras”. João Paulo Ramôa, noutro registo, é claro: “Mértola muito deve a este homem, e o País também. Mas ele não era um homem só. Uma equipa o acompanhava, aglutinada pelos seus ideais e anseios, construída à imagem da sua personalidade. Sempre acompanhado, nessa época, pelo seu inefável amigo e discípulo Santiago Macias, outra figura ímpar da nossa região”. Para António Malpica, o catedrático de Granada: “Ha hecho una obra gigantesca, que no reclama ni piensa que es suya, sino de un coletivo. Hoy Mértola es un santuário, laico por supuesto, al que hemos peregrinado todos los que creemos que el mundo se puede cambiar, que hay que cambiarlo con una profunda fe, también laica, en el ser humano”. Por outro lado, Ana Paula Amendoeira, recentemente nomeadamente diretora regional da Cultura do Alentejo, que termina citando o lindíssimo “Credo”, de Natália Correia, fala-nos assim de Cláudio: “Há pessoas que cruzam as nossas vidas para nos iluminarem”. Fernando Caeiros, numa escrita com sabor ao Campo Branco, refere-nos como o Cláudio, com “aquele olhar vibrante que lhe é tão característico”, o incentivou, nos anos 80, para a importância da preservação e recuperação da viola campaniça – hoje uma realidade – concluindo desta forma: “Como caraterizar muito sinteticamente esta personalidade com tal sexto sentido e cintilante olhar? Os mais clássicos falam de um investigador excecional, dum marxista revolucionário e até dum anarcossocialista com tiques panteístas. Ou então, tão simplesmente O Velho, como alguns dos discípulos carinhosamente o apelidam. Acima de tudo: um amigo, um mestre.” Concluímos, fazendo nossas as palavras do Fernando, com um abraço de parabéns, ao homem luminoso, ao mestre e amigo, Cláudio Torres!


Diário do Alentejo 10 janeiro 2014

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O município de Odemira promove até dia 29 de março, na Biblioteca Municipal José Saramago, a 8ª edição da Bdteca – Mostra de Banda Desenhada de Odemira. O habitual concurso nacional de BD, exposições e feira do livro são alguns dos ingredientes da edição de 2014, num programa que convida à criatividade e participação. Consulta o programa do evento e o regulamento do Concurso de Banda Desenhada disponíveis em www.cm-odemira.pt.

Bdteca – 8.ª Mostra de Banda Desenhada de Odemira

Fim de semana Dica da semana

A páginas tantas... Renato foi um dos muitos títulos que a Kalandraka editou em 2013 e que foi traduzido para português. Renato adora brincar na neve e deslizar no trenó por entre as árvores, mesmo quando os seus chifres ficam presos nos ramos e galhos das árvores, o que lhe causa algum embaraço face aos outros animais, que se riem dele. Triste com a situação Renato decide comprar um serrote e cortar os seus chifres. No entanto, o destino tinha-lhe reservado planos bem diferentes, e a felicidade chega de um modo inesperado. Um livro que recorre a uma gama cromática simples, mas que acaba por marcar os momentos mais importantes, deixando de lado o acessório.

Passo a passo Todos os dias deitamos fora uma série de embalagens e resíduos que, não sendo colocados nos respetivos caixotes, só contribuem para que o ambiente fique mais poluído. O passo a passo traz-te uma ideia para aproveitares as embalagens de detergentes e teres sítio onde guardar as tuas coisas, sejam lápis ou outra coisa qualquer.

O autor Manolo Hidalgo é o autor/ ilustrador do livro que hoje trazemos. Nasceu em Madrid em 1967 e tem-se dedicado a áreas como o desenho, guionista, ilustração e professor nas cadeiras de desenho e banda desenhada. As suas colaborações vão para além dos livros, e muitos jornais e revistas como “El Mundo” apresentam o seu traço humorístico. Dentro do mundo dos livros não são só as editoras espanholas que contam com o seu trabalho. Muitas das capas de outros autores têm o traço inconfundível de Hidalgo.

Paulo de Cantos (1892-1979) foi um professor, editor, gráfico e ainda filantropo e filólogo. O interesse na obra deste autor prende-se à quantidade e qualidade, até mesmo em termos de vanguarda, que ele editou de um modo compulsivo desde os anos 20 do século passado até à sua morte. São livros de temáticas distintas que vão desde a matemática à anatomia passando pela linguística e chegando ao folclore, mas com um ponto em comum, a forma como aproveitou a composição tipográfica para criar esquemas e desenhos estilizados. Não se esqueçam que os computadores estavam muito longe de fazerem parte deste panorama. Contemporâneo de Pessoa e de Cesariny, Paulo de Cantos foi um inventor em potência com a criação de um modelo do corpo humano em tamanho real e que se abre como um móvel revelando ossos humanos que simulam o esqueleto. O livr-o-men é uma edição que reúne alguns dos muitos trabalhos deste autor sendo um título que podíamos dizer que lhe assenta como uma luva.


No âmbito da iniciativa “Sextas com livros”, a Biblioteca Municipal José Saramago, em Beja, recebe hoje, pelas 21 e 30 horas, a cantora e atriz Simone de Oliveira, que apresentará a sua biografia intitulada Simone, Força de Viver. O livro, “que retrata uma mulher que transforma as derrotas em vitórias, uma mulher que desafia as regras, arrisca o coração, enfrenta doenças e até teve uma ficha na polícia política existente antes do 25 de abril de 1974 (PIDE)”, foi escrito em parceria com Patrícia Reis.

Fim de semana António Zambujo em concerto no espaço Os Infantes

Livro sobre a Reforma Agrária, de José Soeiro, é apresentado em Vidigueira O livro Reforma Agrária – A Revolução no Alentejo, da autoria do antigo deputado do PCP José Soeiro, vai ser apresentado amanhã, sábado, a partir das 15 horas, no Centro Multifacetado de Novas Tecnologias de Vidigueira. Militante do PCP, José Soeiro, eleito deputado pelo círculo de Beja em 1983, 1995, 2005 e 2009, foi trabalhador agrícola, fundador e dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Agrícolas do Distrito de Beja e impulsionador do processo e da luta em defesa da Reforma Agrária.

Romão Peres expõe “Ao sol” nas Oficinas de Aljustrel As Oficinas de Formação e Animação Cultural de Aljustrel inauguram hoje, sexta-feira, pelas 18 horas, a exposição de pintura “Ao Sol”, da autoria de Romão Peres. Através da mostra, Romão Peres, natural de Lisboa e formado em Pintura e Artes Gráficas pela Escola de Artes Decorativas António Arroio, explora o mundo da “natureza morta, fruto da natureza”, explica a Câmara Municipal Aljustrel. Professor de Educação Visual e Tecnológica, Romão Peres participou na organização e criação do projeto educativo do Museu Nacional do Azulejo e tem vindo a desenvolver trabalho na área do design de interior para exposições e projetos em design gráfico. A exposição pode ser vista até ao dia 8 de fevereiro.

B

eja recebe amanhã, sábado, pelas 21 e 30 horas, no Pax Julia, o segundo concerto da digressão “O melhor ao vivo”, que Camané inicia hoje, sexta-feira, em Águeda. Uma digressão por 12 cidades portuguesas para dar a conhecer “O melhor” de 18 anos de gravações na EMI/ Warner, “celebrados recentemente com o lançamento de uma coletânea de fados que inclui algumas novidades – ‘O Melhor 1995/2013’ – e com um memorável concerto que encheu o Coliseu dos Recreios de Lisboa no dia 14 de novembro”.

“O Melhor 1995/2013” reúne os grandes clássicos da sua carreira, desde o lançamento do primeiro álbum de originais de 1995, intitulado “Uma noite de fados”, até ao mais recente “Do amor e dos dias”, editado em 2010. “Sei de um rio” ou “Mais um fado no fado” serão alguns dos temas apresentados pelo fadista e ainda outros inéditos, gravados e incluídos na coletânea, como “Ai Margarida”, música composta por Mário Laginha. AUGUSTO BRÁZIO

“Cante alentejano: a celebração da Terra”, uma conferência por Feliciano de Mira (CES – Universidade de Coimbra/UNES – Universidade do Estado da Bahia” é uma das propostas da Casa do Cante de Serpa para o final da tarde de hoje, sexta-feira. A conferência, que terá início pelas 18 horas, será seguida de uma discussão moderada por Francisco Torrão, da Confraria do Cante Alentejano, e da atuação do grupo coral Os Camponeses de Pias. Amanhã, sábado, numa organização da Casa do Cante, Junta de Freguesia de Vila Verde de Ficalho e Câmara de Serpa, terá lugar em Ficalho, entre as 15 e as 19 e 30 horas, uma homenagem ao etnomusicólogo corso Michel Giacometi, que viveu na aldeia de Peroguarda, no concelho de Ferreira do Alentejo. A comemoração conta com os apoios da Sociedade Recreativa 1.º de Dezembro, Tradisom e Junta de Freguesia de Peroguarda. No domingo, 12, a Casa do Cante acolherá, entre as 15 e as 18 horas, um encontro com o movimento coral alentejano, com vista à preparação de “2014, o ano do cante alentejano”.

Amanhã, pelas 21 e 30 horas

Camané apresenta “O melhor ao vivo” no Pax Julia

Depois de uma pausa, a companhia Lendias d’Encantar retoma hoje, sexta-feira, no espaço Os Infantes, em Beja, a iniciativa concertos versáteis. António Zambujo é o primeiro convidado do ano, apresentando-se num concerto a solo. O espetáculo tem início pelas 22 e 30 horas. A entrada é limitada à lotação da sala.

Serpa debate “Cante alentejano: a celebração da Terra”

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Biblioteca de Beja recebe Simone de Oliveira


Nº 1655 (II Série) | 10 janeiro 2014

9 771646 923008

01655

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nada mais havendo a acrescentar... Amuo O amuo é uma casa onde não cabemos os dois. É melhor um de nós sair antes que o azedume das palavras nos cegue e apague as portas, as janelas, a cama e o riso. É preciso que pelo menos um de nós consiga pensar enquanto o outro queima o oxigénio com palavras brutas. As fotografias em cima dos móveis teimam em sorrir, mas se ficarmos a olhar as fotografias podemos morrer os dois com as bocas presas nos anzóis dos gritos. Os nossos amuos são dois pratos de comida fria em cima da mesa, um gelado de sal que te escorre pela cara abaixo. Baixamos os quatro braços sem apetite de carne, sem fome de nada. E depois, aproveitando a porta

aberta, uma centopeia com mil patas de silêncio vem ocupar as assoalhadas da nossa casa demasiado grande onde já não cabemos os dois. E ontem, quando me procurava a mim em todo o lado, por acaso encontrei-nos aos dois. Estávamos abraçados em papel Kodak dentro de uma pequena caixa de papelão, entre o cartão de uma florista e o recibo do teu anel de noivado. Mas não te preocupes, nada da desistência de nós transpareceu para dentro da caixa porque eu disfarcei e sorri como nós sorríamos. Foi melhor assim. Cá fora aprendemos a claustrofobia. Agora, se fôssemos novamente para dentro da caixa, morreríamos na mesma. Vítor Encarnação

quadro de honra Ingressou na Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre (EHTP) em 2012, no curso de Gestão e Produção de Cozinha, formação que conclui este mês. Colabora atualmente com o Alentejo Marmóris Hotel & Spa de Vila Viçosa, onde entrou a convite do chefe Alexandre Silva. Participou, com o referido chefe, nos eventos Peixe em Lisboa, Congresso Nacional dos Cozinheiros 2013 e Essência Gourmet 2013. Ficou em segundo lugar no Concurso Jovem Cozinheiro do Ano, realizado, em 2013, pela EHTP.

Carlos Afonso, um jovem promissor na área da cozinha

“Senti-me honrado por ser a escolha do crítico Fernando Melo”

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Foi a escolha do crítico gastronómico Fernando Melo para integrar um artigo sobre jovens promissores em várias áreas, publicado recentemente na “Notícias Magazine”, do “Diário de Notícias”. Que comentário lhe merece este reconhecimento?

Quando soube que tinha sido escolhido fiquei muito admirado, não estava nada à espera, confesso. Senti-me honrado por ser a escolha de uma grande personalidade da gastronomia como o Fernando Melo. Esta nomeação deu-me mais força e motivação para continuar a trabalhar e a estudar mais cozinha, fez-me sentir que estou no bom caminho, e irei fazer tudo PUB

para honrar essa nomeação e corresponder às expectativas. Como e quando percebeu que queria estudar cozinha?

O meu percurso pela cozinha começou já um pouco tarde, mas o meu interesse pela área já existia há muito tempo. Em 2004 candidatei-me a um curso na escola de Salvaterra de Magos e em 2007 na Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, as coisas não se proporcionaram e abandonei a ideia durante algum tempo, mas o bichinho ficou sempre cá. Entretanto estudei noutras áreas. Um dia, sem dizer nada a ninguém, fui tentar, pela terceira e última vez, a Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre e à terceira foi de vez e cá estou. Em que circunstâncias se dá a sua entrada no restaurante Narcissus, que integra o Alentejo Marmóris Hotel & Spa de Vila Viçosa?

A minha entrada no restaurante deu-se pela mão do chefe Alexandre Silva enquanto meu formador na Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre. Um dia veio ter comigo e disse-me que

O céu deverá apresentar-se hoje, sexta-feira, muito nublado, oscilando as temperaturas entre os oito graus de mínima e os 16 de máxima. Amanhã o céu deverá passar a pouco nublado e no domingo são aguardados aguaceiros.

¸ º ºº

Entrudanças regressa a Entradas no final de fevereiro

Carlos Afonso, 27 anos, natural de Beja

crítico gastronómico Fernando Melo escolheu o bejense Carlos Afonso, estudante da Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre, para integrar um artigo sobre jovens promissores em várias áreas, publicado recentemente na “Notícias Magazine”. “É um cozinheiro feito da fibra dos grandes, de quem vamos ouvir falar ao longo de 2014”, justificou à referida publicação. Um reconhecimento que deu “mais força e motivação” a Carlos Afonso.

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achava que eu tinha nascido para ser cozinheiro e que estava disposto a fazer os possíveis para que isso acontecesse, então propôs-me que fosse para ao pé dele durante todo o tempo livre que tivesse fora das aulas – fins de semana, férias, feriados. Foi ainda o meu orientador durante o estágio curricular. Foi e é, sem dúvida, uma pessoa fundamental em todo o processo. Atualmente colaboro com o chefe Pedro Mendes, também ele, sem dúvida, muito importante. Dá-me muita liberdade e motivação para trabalhar. Agradeço muito aos dois. Quais são as suas ambições em termos profissionais?

Em termos profissionais e futuros as minhas ambições passam por continuar a trabalhar em boas cozinhas, investir em estágios, em Portugal e no estrangeiro. Mais tarde, como alentejano e bejense de coração que sou, gostava de ter o meu próprio restaurante na minha cidade, investir na cozinha alentejana, nos nossos sabores, nas tradições e dar o meu contributo pessoal e profissional para que seja cada vez mais valorizada. Nélia Pedrosa

O festival Entrudanças, que este ano tem como tema a liberdade, a propósito dos 40 anos do 25 de abril, e “celebra a liberdade de criação artística, de expressão e de ideias”, regressa a Entradas entre os dias 28 de fevereiro e 2 de março. Organizado pela Câmara de Castro Verde, Associação Pedexumbo e Junta de Entradas, o Entrudanças “constrói-se a partir de uma programação diversificada que, ao longo de três dias, proporciona aos visitantes e habitantes locais atividades variadas como bailes, concertos, oficinas de dança e de instrumentos, atividades para famílias e crianças, ambiente e animação de rua”. A envolvência da comunidade local e das várias associações culturais “faz do festival um espaço que, para além de promover o convívio, fomenta o contacto com as tradições da região, seja através do cante alentejano, dos costumes ou da gastronomia local”, salienta a organização.

Feira do Porco Alentejano realiza-se em março A edição deste ano da Feira do Porco Alentejano, da responsabilidade da Câmara de Ourique, terá lugar entre os dias 28 e 30 de março. A autarquia esclarece que escolheu o último fim de semana do mês “com o objetivo de desencontrar a feira da realização de outros eventos na região, tal como sucedia no passado”. A câmara adianta que “a consolidação já assegurada da Feira do Porco junto do público e a sua afirmação como fator de desenvolvimento económico e de promoção da fileira do porco alentejano são motivos fortes para uma aposta no sucesso da sua realização em 2014”.

Curso de dança na Casa da Cultura Tem início amanhã, sábado, na Casa da Cultura, em Beja, um curso de dança contemporânea ministrado pela coreógrafa bejense Márcia Lança. O curso terá lugar uma vez por mês, ao sábado, até junho. “Nestas sessões pretende-se encontrar espaços para a descoberta de movimento contemporâneo particular a cada pessoa. Trabalharemos em grupo e individualmente, tanto na pesquisa como na composição em dança”, explica Márcia Lança, adiantando que “as aulas são abertas a qualquer pessoa interessada em movimento, com ou sem experiência prévia”.


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