Edição N.º 1652

Page 1

PUB

PUB

SEXTA-FEIRA, 20 DEZEMBRO 2013 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1652 (II Série) | Preço: € 0,90

José Alberto Robalo, presidente da ARS do Alentejo, ao “DA”

“Não sei quais foram as poupanças com a eliminação de camas” JOSÉ SERRANO

Entrevista nas págs. 6/7 e 8

Produção de leite de burra arranca em Aljustrel págs. 16/17

O Natal pelas mãos das artesãs de Castro Verde Uma venda de Natal juntou artesãos do concelho de Castro Verde. Um Natal mais personalizado, original, criativo e único. Até porque tem vindo a crescer o número de pessoas que se dedica à arte de fazer, de criar no concelho. E várias artesãs distinguem-se com trabalhos autónomos e distintos. Ao serviço das manualidades, perpetuando tradições e identidade. págs. 4/5 PUB

Professores de Beja não fizeram prova de avaliação

Câmara de Beja repõe horário das 35 horas semanais pág. 9

pág. 11

Vidigueira contesta fecho das Finanças no distrito de Beja pág. 11


Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

02

Editorial Jet lag

Vice-versa “Os espaços lojas do cidadão visam proporcionar aos munícipes postos de atendimento digital assistido, através dos quais poderão aceder a serviços públicos. Os protocolos poderão ser adaptados às necessidades de cada município e às especificidades da autarquia” Joaquim Cardoso da Costa, secretário de Estado da Modernização Administração, in “Lusa”.

Paulo Barriga

Q

uando um viajante contraria o ciclo normal de rotação da terra, rompendo de avião vários fusos horários, enganando a noite e o dia, pode apanhar uma tinhice a que os ingleses chamam de jet lag. É assim uma espécie de doença de aeroporto que deixa as pessoas ó-tio-ó-tio, sem saberem a quantas andam, nem coisa nenhuma. Uma verdadeira pedrada sem recurso a substâncias alegres. Os especialistas dizem que o jet lag ataca em especial os seres que fazem voos intercontinentais, de longa distância e duração. É o jet lag por excesso. Mas há uma variante muito particular e ainda não estudada do jet lag: O jet lag por defeito. Ou rapidinha. Na passada semana inaugurouse o estudo desse recente fenómeno com a realização do voo comercial mais curto alguma vez acontecido em Portugal continental: Uma ponte aérea entre Lisboa e Beja. Foram 20 minutos de laboratório. O tempo suficiente para concretizar a experiência de colocar no ar um Airbus A320 e logo de seguida trazê-lo para terra. Com passageiros à séria, check-in à séria, comandante à séria, hospedeiras de bordo muito à séria, um membro do Governo que ninguém leva à séria, a Lili Caneças (a sério!) e um sério momento de batismo hebraico da aeronave, seguido da igualmente séria interpretação do “Passarinho” e do “Castelo de Beja”, pelos cantadores de Figueira de Cavaleiros. Tudo isto sem haver vagar para haver permissão para haver a possibilidade de desapertar os cintos de segurança. Do bairro da Encarnação à aldeia de São Brissos vai um abrir e fechar de olhos. E vão um moitão de coisas novas. E estranhas. E profundas. Tão novas, tão estranhas e tão profundas que ainda hoje não sei a quantas ando. Deve ser da descompensação horária. Do tal jet lag com aroma a coentros que não me deixa perceber se chegámos a Beja a tempo do Natal. De qualquer das formas, boas festas! Acho eu.

“Os municípios da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal) repudiam o referido modelo por não defenderem as populações no que concerne ao impedimento de encerramento de serviços como, por exemplo, finanças, correios, conservatórias, centro de saúde, centros de emprego, unidade de segurança social, entre outros”. João Rocha, in comunicado enviado ao “Diário do Alentejo”

Fotonotícia Luzes de protesto A União dos Sindicatos do Distrito de Beja promoveu na passada terça-feira, dia 17, junto ao largo dos correios, em Beja, uma vigília pelos serviços públicos. A iniciativa faz parte de uma série de outras, que estão inseridas na semana de Indignação, Protesto e Luta que a CGTP promove a nível nacional ate´hoje, sexta-feira, 20. A manifestação teve como objetivo, segundo a central sindical, a dinamização do protesto contra o corte nos salários e nas pensões de reforma, o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde e da Segurança Social Pública, a redução de camas no hospital de Beja, o encerramento das repartições de finanças, tribunais, postos da GNR e outros serviços públicos. Também a privatização dos correios, da escola pública, da água e dos resíduos sólidos fizeram parte da lista da contestação. Texto e Foto de José Serrano

Voz do povo Como vai passar o Natal?

Maria Raposo 51 anos, estagiária no Centro de Dia de Baleizão

Este ano a noite de Natal vai ser uma noite como qualquer outra do ano. As dificuldades são muitas. Ordenados baixos, desemprego. É o Natal com mais complicações em toda a minha vida. É a primeira vez em que nesta quadra não vai haver à mesa uma comida mais especial. Que não vou comprar um doce. Que não há troca de prendas. É o meu Natal mais pobrezinho.

Inquérito de José Serrano

Maria Fialho Ramos

Maria das Dores

Mariana Palma

75 anos, doméstica Em primeiro lugar espero passar o Natal com saúde. Que é o mais importante. E depois com boa disposição. Com as minhas filhas e os meus quatro netos. O meu genro e mais umas pessoas amigas. Da mesa da consoada é a minha filha que trata dessas coisinhas todas. Será o peru, o bacalhau e o borreguinho. E uns docinhos típicos. Que seja uma boa ceiazinha.

50 anos, doméstica Na minha casa com os meus filhos, o marido e a família do meu marido. Reunimo-nos na consoada e no dia de Natal. À noite, a ementa principal é carne de porco com amêijoas. Ao almoço é peru assado. Para quem gosta. E bacalhau cozido. Doces, fazemos mousse de chocolate, bolo doce de noiva, bolo das belinhas, arroz doce e rabanadas. Prendas, este ano só para os meus filhos.

54 anos, funcionária pública Este ano vai ser complicado. Porque vou ficar afastada da minha filha. Que vai casar no Brasil e passa por lá o Natal com o futuro marido. Com parte da família repartida, o Natal para mim já tem pouco significado. Ainda mais com as dificuldades económicas por que passamos. Não me preocupo muito com as tradições natalícias. Mas tenho pena de a minha filha estar longe de mim.


Rede social DR

Semana passada SEXTA-FEIRA, DIA 13 MÉRTOLA FAMÍLIAS RECEBEM CABAZES DE NATAL

DOMINGO, DIA 15 CUBA E VIDIGUEIRA GNR DETÉM JOVEM POR POSSE DE ARMA PROIBIDA A GNR deteve um jovem, por posse de arma proibida, e aprendeu droga e equipamento eletrónico durante uma operação de fiscalização de estabelecimentos de diversão noturna nos concelhos de Cuba e Vidigueira. O jovem, de 18 anos, foi sujeito a Termo de Identidade e Residência e depois libertado, explica a GNR, referindo que a operação decorreu na noite de sábado para domingo. Durante a operação, a GNR aprendeu “uma pequena quantidade” de droga e equipamento eletrónico usado para a prática de crime de usurpação de direitos de autor e conexos. Segundo a GNR, durante a operação foram também elaborados 13 autos de notícia por contraordenação e cinco por crime de usurpação de direitos de autor e conexos.

TERÇA-FEIRA, DIA 17 ALENTEJO LITORAL PROFISSIONAIS E UTENTES EXIGEM MELHORIAS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE Profissionais e utentes da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (Ulsla) exigiram melhorias nos serviços, numa concentração realizada junto ao hospital em Santiago do Cacém. Algumas dezenas de pessoas concentraram-se para protestarem contra a “degradação” dos serviços de saúde na zona, indicou Egídio Fernandes, dirigente da União dos Sindicatos de Sines, Santiago do Cacém, Grândola e Alcácer do Sal. O sindicalista considerou que a ação foi “extremamente positiva”, não só pela adesão da população, mas também por os representantes sindicais e dos utentes terem sido recebidos pela administração da Ulsla, numa reunião que durou mais de uma hora.

MOURA INICIATIVA “CÂMARA ABERTA” PELAS FREGUESIAS DO CONCELHO O município de Moura iniciou uma iniciativa de descentralização do poder político, intitulada “Câmara aberta”, para promover um “contacto mais próximo” entre eleitos e eleitores e “chamar a atenção” para “questões de afirmação” do concelho. Segundo a autarquia, a iniciativa terá caráter periódico e implica a realização de iniciativas específicas fora da sede de concelho e que vão realizar-se este mês e nos meses de fevereiro, abril, junho, setembro e dezembro do próximo ano. A primeira iniciativa, sob o tema “Em defesa da nossa terra”, decorre até hoje, sexta-feira, com iniciativas em várias freguesias do concelho. As iniciativas previstas para fevereiro, abril, junho, setembro e dezembro do próximo ano serão dedicadas, respetivamente, aos temas “O emprego e o investimento”, “Os 40 anos de democracia e o Poder Local”, “A ação social” e “Meio ambiente e agricultura”.

O município de Vidigueira candidatou o projeto “Rom(a)mor novo rumo”, que mereceu a 3.ª posição na classificação final nacional, ao programa governamental Escolhas, promovido pela presidência do Conselho de Ministros e integrado no Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural – Acidi, IP. O projeto tem a duração de um ano e contará com uma dotação financeira de 20 000 euros, proveniente do Estado português e do POPH. Para isso pretende-se estimular um duplo caminho: por um lado, facultar formação profissional orientada para as áreas de maior competência e vocação profissional, em estreita articulação com as tendências das áreas de maior empregabilidade local, privilegiando as atividades agrícolas; por outro lado, a perspetiva de estímulo para o empreendedorismo, na área da criação de equídeos, permite vislumbrar a possibilidade de criação de uma cooperativa/entidade empresarial, com a criação de um centro de equitação que integre a prestação de serviços a terceiros na área da criação e ensino da equitação. A aprovação deste projeto é bastante importante para poder dotar esta comunidade de autonomia e não estar dependente de apoios sociais e também de a capacitar para exercer uma profissão.

Os alunos dos cursos de música e de dança do Conservatório Regional do Baixo Alentejo brilharam em mais um espetáculo de Natal, realizado no Pax Julia. “O Natal no Reino dos Caramelos” foi o tema escolhido. DR

O projeto “Rom(a)mor novo rumo”, da Câmara de Vidigueira, dirigido à comunidade cigana, foi distinguido recentemente no âmbito do programa governamental Escolhas. O que representa esta distinção?

Alunos do Conservatório celebram Natal

Nicola Di Nunzio expõe em Aljustrel “20X15” é o título da exposição, do fotógrafo de origem italiana Nicola Di Nunzio, inaugurada recentemente no espaço Oficinas, em Aljustrel. Nesta mostra, o fotógrafo procura “aproximar o mais possível” a sua fotografia ao olhar com que as crianças “pintam” o mundo. DR

Um lar de idosos com capacidade para 32 utentes foi inaugurado em Abela, no concelho de Santiago do Cacém, representando um investimento na ordem dos dois milhões de euros da casa do povo local. Com o novo equipamento, a Casa do Povo de Abela vai “reforçar” o apoio que já é prestado através do centro de dia e do apoio domiciliário, acolhendo idosos que deixaram de ter condições para viver nas suas casas, indicou à Lusa o presidente da instituição, Jorge Humberto Pereira. O dirigente frisou ainda a criação de 12 postos de trabalho, um feito “muito importante” num território “cada vez mais desertificado”. A obra, que começou em 2010, teve um custo aproximado de dois milhões de euros, comparticipado em cerca de 600 mil euros ao abrigo do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (Pares). Através do programa, ficou também assegurada a comparticipação da Segurança Social nas mensalidades dos 32 utentes, explicou Jorge Humberto Pereira.

Vice-presidente da Câmara Municipal de Vidigueira

Coro de Câmara de Beja ofereceu concerto para o Natal O Coro de Câmara de Beja ofereceu mais “Um concerto para o Natal”, este ano com o tema “Emoções – de Charpentier a Vinicius”. Em palco, sob a orientação do maestro Pedro Vasconcelos, estiveram o coro anfitrião e a Orquestra de Câmara Lusitânia. DR

SANTIAGO DO CACÉM LAR DE DOIS MILHÕES ABRE EM ABELA

3 perguntas a Helena D’Aguilar

Quais são os principais objetivos do projeto?

Fomentar a integração profissional e a capacitação de competências orientadas por medida para o mercado de trabalho dinamizando a criação de uma cooperativa ou estrutura empresarial, até dezembro de 2014, que aproveite o empreendedorismo tendencial dos membros da comunidade cigana para o negócio de equídeos. A sua concretização envolve uma parceria entre a autarquia e a Escola Profissional Fialho de Almeida. Quais as responsabilidades que caberão a cada um dos parceiros?

A parceria na forma de consórcio será estabelecida entre a Câmara Municipal de Vidigueira, entidade promotora do projeto e responsável pela execução física do mesmo e respetivo desenvolvimento das atividades previstas, e o Centro de Estudos e Formação Aquiles Estaço, entidade proprietária da Escola Profissional Fialho de Almeida de Vidigueira, que será responsável pela gestão financeira e monitorização técnico-pedagógica da oferta formativa. Nélia Pedrosa

Concerto solidário em Santiago do Cacém Os alunos da Escola da Guitarra Portuguesa Mestre António Chainho apresentaram-se ao público num concerto que teve um cariz solidário. As entradas foram pagas através de oferta de géneros alimentícios, que vão ser entregues a famílias carenciadas. DR

Duas dezenas de idosos carenciados, no concelho de Mértola, receberam cabazes de Natal entregues pela Delta Cafés e pela câmara municipal local, no âmbito do programa “Tempo para dar”. O referido programa, da responsabilidade da Associação Coração Delta, pretende “colmatar a solidão e as necessidades sentidas pelos idosos”. A entrega dos cabazes teve lugar no domicílio dos beneficiários, à semelhança do que aconteceu no ano anterior.

Nuno Curro vence no Hotel Melius Nuno Curro, representante do espaço bejense Hathor’s, venceu o 1.º Concurso Barman Melius Magellan. A iniciativa partiu do Hotel Melius e resultou da parceria com a marca francesa que homenageia o descobridor português Fernão de Magalhães.

Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

03


Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

04

Tema de capa Sofia Catarino Espaço Invulgar na mão de três mulheres que fazem

Os novos artesãos de Castro Verde

Um Natal feito à mão

P

onto de chegada: Castro Verde. O céu encoberto, nas ruas apressam-se as gentes, em direção aos bancos, aos supermercados, às lojas. A todos os destinos, consoante os afazeres. Sexta-feira e a fila para quem tenta a sorte nos jogos que dão milhões adensa-se. Ovelhas de pedra repousam numa rotunda. E peças de ferro forjado anunciam a chegada da época natalícia. Figuras estilizadas, encontram-se aqui e ali, dando a quem chega, a quem passa, uma representação fidedigna da Natividade. Junto ao mercado municipal avista-se um pequeno largo afeiçoado pela forma das bancadas de um anfiteatro ao ar livre. Sem público, vazio. Não há espetáculo a registar. Mas lá em baixo, durante o fim-de-semana passado, foi possível vislumbrar barraquinhas brancas alinhadas e bancas improvisadas para uma venda de Natal antecipada, organizada pelos produtores e artesãos do concelho e pela Câmara Municipal de Castro Verde. O espaço do anfiteatro encheu-se de gente em busca de presentes personalizados, artesanais e únicos. O artesanato, o trabalho de autor que cresce no concelho. E são os próprios fazedores, artesãos e autores, que transformam a matéria-prima ao serviço da tradição, da identidade, da cultura, que se orgulham do conjunto que têm vindo a formar, na sua terra ou na terra que os acolheu, que escolheram para viver. Um grupo que assenta numa diversidade de trabalhos únicos, inéditos. Numa das pequenas lojas, na alçada da câmara municipal e ocupadas por gente que cria, junto ao mercado municipal, encontra-se o espaço Invulgar, assumido como “um local de

Uma venda de Natal juntou artesãos em Castro Verde, para que o Natal, esse, fosse mais personalizado, original, criativo e único. Mas esta foi só mais uma montra da variada e crescente mostra de trabalhos feitos à mão que se podem encontrar no concelho. O ressurgimento do artesanato. O trabalho de autor, levado a cabo por um grupo de gente, que nasceu ou se fixou no concelho. Os novos artesãos ao serviço das manualidades, do saber fazer, perpetuando tradições e identidade. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

partilha e de comunicação com a comunidade envolvente, valorizando saberes e outros recursos locais, integrando uma vertente pedagógica”. Três mentoras dão-lhe vida: Sofia Catarino, Natàlia Tost e Paula Monteiro. Lá dentro joias, em materiais preciosos ou não. Colares e anéis feitos com botões. Roupa única, candeeiros feitos com porta-talheres, entre tantas outras coisas. Sofia Catarino assume o papel de porta-voz da Invulgar, enquanto ultima os pormenores para a venda de Natal. “Faço muita coisa ligada à reciclagem. Neste momento faço, por exemplo, com câmara-de-ar de bicicleta colares, pulseiras, cintos. Aproveito os botões para muitas coisas, para anéis, pregadores, gargantilhas. Faço malas com tapetes. Faço o que na altura me apetecer. A Paula Monteiro é joalheira e faz peças em vários materiais, preciosos ou não, e também por encomenda. A Natàlia Tost tem a editora, o Lado

Tânia Sacramento Roupa com frases para fazerem pensar

Esquerdo, e é nossa parceira nos livros em tecido para crianças e em tantas outras peças”. Sofia Catarino não é de Castro Verde, mas foi esta a terra que escolheu para viver e confessa: “Não estava à espera de encontrar numa pequena terra tanta gente a fazer coisas nesta área, embora muitas destas pessoas não sejam daqui, tal como eu. Como é um meio mais pequeno acho que se valoriza este trabalho e a autarquia também apoia”. Quem também faz, com o selo de Castro Verde e consequentemente da região, é Margarida Ribeiro, artesã. “Costumo dizer que o meu trabalho é muito influenciado geneticamente. A minha mãe foi dona de uma retrosaria. A minha avó era costureira de calças de homem. Nunca fiz nada profissionalmente nesta área. Sou formada em História, na área do património cultural, e tudo isto estava adormecido. Em Castro Verde começou a desenvolver-se a feira

de Natal, que acabou por se estender a outras ao longo do ano, e que promovem o artesanato e o trabalho dos artesãos de Castro Verde, felizmente também existe essa preocupação do município, e a vontade de querer participar levou-me à necessidade de criar produtos”, recorda. Juntou à sua formação em património cultural o seu interesse pessoal pelo património imaterial, pelo saber fazer, e criou uma linha de produtos direcionada para a região, utilizando expressões pintadas em tecido como “Tem Avondo”, “Tá o balho armado” e “Vou dar banho”. Expressões estas que se encontram agora ostentadas em objetos do quotidiano. Almofadas, que lembram os antigos alforjes, que já não são utilizados, mas que agora ganharam novo aproveitamento. Mas há mais. Taleigos, que antes serviam para o pão, para o pastor levar a bucha para o campo ou para os magalas levarem para a tropa, também com nova utilização, alojando iphones, telemóveis e tais objetos modernos. Tudo isto em tecidos tradicionais, nomeadamente em riscados, chitas e cotins, utilizando a técnica da trapologia. Com o Natal à porta, a artesã não tem dúvidas: “O facto de vivermos no período da dita crise levou a que as pessoas se afastassem um bocadinho do materialismo. Muitas vezes os presentes oferecidos voltaram àquilo que deveria ser, nomeadamente ao simbolismo. Produtos únicos, diferentes em que as pessoas se reveem neles”. Por sua vez, nada e criada em Castro Verde, Ana Tenente desde pequena que sempre se interessou por tudo o que tinha a ver com arte. Os trabalhos manuais fascinam-na, no entanto,

Vanda Palma A ceramista que assenta o trabalho na ilustração


Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

05

Margarida Ribeiro Tecidos tradicionais em objetos do quotidiano

estudou para ser professora. “E sou professora quando me deixam ser”, comenta. “Sempre brinquei com trapos, com papéis e espero ainda brincar muito”, diz, olhando para o seu gato leitor, personagem que criou em tecido para divulgar a literatura, os livros. É este o seu projeto, que alia a promoção da leitura ao artesanato. “Sou, digamos assim, a assistente do gato leitor, dou-lhe voz”. E pela mesa espalham-se gatos de óculos todos feitos e cosidos à mão, articulados e de diversas cores. “Podia fazer coisas que sei que seriam mais vendáveis, mas eu não faço por fazer”. Mas o que é que o gato leitor faz? “Dá a conhecer bons livros”. As peças que faz, que desenha, que idealiza, que cria e que cose são sempre neste sentido. E não é assim de espantar que surjam, pelas mãos de Ana Tenente, por exemplo, marcadores para livros. Aproveita a oportunidade para apresentar o seu gato, desta vez em tecido cinzento, dentro de uma gaveta e com um livro por companhia, que suspira pela sua apaixonada que repousa numa outra gaveta ao lado, que oscila num baloiço, ao sabor de palavras doces. “Este projeto tem um público muito específico. Os gatos gostam de andar com as pessoas e as pessoas gostam de andar com os gatos, então faço, por exemplo, pregadeiras. O gato já tem uma identidade e todos os trabalhos surgem em torno dela. O artesanato é o caminho que encontrei, e que me dá prazer, para passar esta mensagem maior”, conclui Ana Tenente, que também se orgulha de “em Castro Verde haver tanta gente com vontade de fazer”. O céu começa, enfim, a ficar menos encoberto e Tânia Sacramento aceita deixar, por uns minutos, os carris de linha e a máquina de costura de lado para apresentar o seu projeto: “Olha-me”. O objetivo é mostrar o que “de melhor pode surgir entre o passado e o presente”. Artesanato ao serviço da modernidade, sem esquecer as raízes. PUB

“Queria de alguma forma expressar-me e fui buscar isso ao artesanato. Estou a fazer peças de roupa. Tenho andado a aprender com a minha mãe, que já tinha aprendido com a minha avó. É um projeto que pretende levar as pessoas a pensarem um pouco mais em relação a certas situações e questões. Gostaria que as pessoas ao lerem uma frase numa peça de roupa pudessem pensar o porquê de ter sido escrita”. Frases, bordadas. Na blusa que termina pode ler-se, a linha azul: “O coração tem mais do que imaginas”. “Gostava de passar algo de positivo”. E Tânia Sacramento não tem dúvidas: “É enriquecedor, para nós, que gostamos desta área, saber que há mais gente a fazer coisas, a criar, e nesta terra, e que temos espaço para as mostrar. Dá-nos mais confiança para continuarmos. Há muitos que valorizam este trabalho artesanal, e é muito bom sentir isso”. Descendo a rua, entre pincéis, tintas e barro, encontra-se o ateliê de Vanda Palma, também instalado nas lojas cedidas a preços razoáveis pela autarquia. A ceramista que já galgou as fronteiras do concelho e da região, como todos os seus colegas o reconhecem, senta-se numa cadeira, enquanto pinta pequenas bonecas coloridas ou os presépios miniatura, típicos da época. Numa caixa de ovos repousam cantadeiras de barro, devidamente apetrechadas, lenço e chapéu a preceito. Tal como princesas e rainhas, ou só bonecas com os seus pensamentos explanados. “Quando comecei recordo-me que havia uma lacuna grande em Castro Verde. Existiam os artesãos mais tradicionais e direcionados para vários ofícios, que estavam a desaparecer. Começou por haver um pequeno grupo de pessoas que começaram a fazer um trabalho mais criativo, de autor, e, em minha opinião, conseguiu-se imprimir uma marca de qualidade, e começaram a surgir outros que quiseram fazer parte deste movimento. Há gente criativa aqui e depois também nos dão espaço, liberdade para mostrarmos o que fazemos às pessoas”, conta entre sorrisos, deixando

Ana Tenente Promoção da leitura e do livro aliada ao artesanato

transparecer o orgulho deste conjunto de gente. E acrescenta: “Dá prazer saber que todas estas pessoas estão a fazer coisas diferentes e que todas têm importância e valor”. “Acho que o que faço hoje é ilustração em três dimensões. Quando assumi que queria pintar com tintas acrílicas a frio tudo mudou”. As bonecas começaram por ser uma imagem de marca. Recentemente com o seu mais fresco trabalho, “O lado B”, as figuras masculinas também já começaram a surgir, até porque o que Vanda pretende é, acima de tudo, “contar histórias” com as suas peças. Num galho, no Centro de Promoção do Património e do Turismo, local onde se promove o trabalho destes artesãos, repousam dois pássaros em pano. Facilmente são identificados como sendo os pássaros de Paula Maurício, ou de Pé de Chicória, o nome que agarrou e tomou para si, depois de ter sobrado de um projeto, ou melhor, duma experiência entre artesãos de Castro Verde. Os trapos começaram por ser os culpados, mas também as cores e as texturas têm a sua cota-parte neste processo criativo e artesanal. “O artesanato na minha vida esteve sempre de alguma forma presente. Lá em casa, na Beira Baixa, a máquina de costura era uma presença, onde a minha mãe criava e cria as suas colchas e tapetes com retalhos”, conta Paula Maurício, que chegou ao Alentejo, a Castro Verde, já há alguns anos. Destas vivências familiares resultou o seu apego a este ofício, que nos últimos cinco anos tem sido um pouco mais intenso, quer na divulgação, quer na comercialização. “Embora esta dita intensidade não se reflita no facto de eu poder dizer que vivo unicamente deste meu ofício”, confessa Paula Maurício. Mas se os pássaros são automaticamente reconhecidos como sendo seus, os sapatinhos, as capas para os livros, as bolsas para a cintura, entre outras peças, também. “Acho que se deve ao facto do tipo de patchwork que faço, que foge um pouco àquele

mais clássico, ou que se encontra nas revistas do género”. Para Paula Maurício, ou para Pé de Chicória, pode dizer-se que o artesanato, o trabalho de autor, também já “é uma das marcas de Castro Verde”. Ao lado dos trabalhos de Paula Maurício, numa vitrina vislumbram-se tantos outros de Helena Passos, responsável pela Oficina Arquiteturas. É arquiteta de formação, tal como o próprio nome da sua marca sugere, mas teve vontade de explorar, em paralelo com a arquitetura, outras áreas de criação e, sobretudo, pôr em prática outras ideias. Entre tantas outras coisas que faz, arranjou ainda tempo para um projeto de produção artesanal que tem como premissa base, como conta, “a utilização preferencial de materiais naturais e biodegradáveis, reciclados ou reutilizados”. Artesanato contemporâneo, entre outras produções mais direcionadas para o fotografia, para o design gráfico, para o desenho e ilustração. “Os temas, ainda que bastantes diversos, movem-se entre o urbano e o rural”, avança Helena Passos. Cadernos de bolso, agendas, marca-livros, magnéticos, postais pregadeiras. “Concebidos, produzidos e executados integralmente por mim”, conta. Helena Passos também não é de Castro Verde. É do Porto, e também ela aponta a casualidade de em Castro Verde se encontrarem, oriundas de várias paragens, “umas quantas pessoas com tendências criativas particularmente férteis e diversas, que coexistem e se relacionam entre si, contagiando-se, inevitavelmente, e gerando um ambiente especialmente propício à criação artística”. Referindo, ainda, por outro lado, o facto de existir “um contexto municipal favorável à afirmação e promoção destes projetos”. E mais gente, certamente, haveria a encontrar para aumentar e contar esta viagem artesanal. Ponto de partida: Castro Verde.


Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

06

Entrevista

José Robalo mantém confiança no conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo

Saúde do Alentejo será “centrada” em Évora As boas respostas às perguntas colocadas pelo “Diário do Alentejo” ao presidente da Administração Regional de Saúde (ARSA) não aparecem nesta esta entrevista. Aparecerão, garante José Alberto Robalo, num documento que será tornado ado público nos próximos dias. É o denominado Documento Estratégico de Política de Saúde úde para o Baixo Alentejo. E é lá que estão inscritas as futuras linhas de atuação nestaa área. Nomeadamente a “visão” da administração quanto ao número de camas necessárias a cada especialidade. Em Beja, mesmo antes de o documento ter sido tornado público, já “desapareceram” 26 camas. E na passada semana, segundo undo fonte hospitalar, foi comunicado pela administração o encerramento de seis das 12 camas da Unidade de AVC. Cortes que José Robalo considera dentro tro dos planos, embora não saiba quantificar quanto poupam ao Estado. Texto Paulo Barriga e Aníbal Fernandes Fotos José Ferrolho

Em outubro, após uma reunião na ARSA, o deputado Mário Simões (PSD) anunciou para breve a apresentação do Documento Estratégico de Política de Saúde para o Baixo Alentejo. Quando é que esse documento estará concluído?

Esse documento já está feito e já é do conhecimento de todos os conselhos de administração, já foi discutido, particularmente em Beja, com os diretores de serviço e com o enfermeiro chefe. E vai, dentro de pouco tempo, aparecer no nosso site. Para já, vamos disponibilizar um documento relacionado com a Rede Hospitalar e outro sobre Oncologia. Conforme formos produzindo novos documentos, depois de serem apresentados e discutidos com os conselhos de administração e, quando for necessário, com os profissionais, vamolos divulgando. Digamos que este é um documento estratégico e, como tal, está aberto à discussão, para que as pessoas possam fazer as suas apreciações… Quer dizer que não está fechado…

Não. Neste momento, em termos estratégicos, está fechado. Isso não quer dizer que se houver mudança das

condições e premissas com que foii construído não se possa modificar. No entanto, nos últimos tempos,, têm-se tomado decisões, como porr exemplo a eliminação de camas ou u a reorganização interna de serviçoss na Unidade Local de Saúde do Baixo o Alentejo (Ulsba). Isso não foi pôr a carroça à frente dos bois?

Não. O Plano Estratégico já está feitoo há praticamente um ano. Já foi dis-cutido junto dos profissionais. Aliás,, fui eu mesmo à Ulsba para o discutirr com os profissionais, em particular,r, com os diretores de serviço e com oss diretores de enfermagem. Este planoo já está feito há algum tempo, mas va-mos sempre tentando melhorá-lo dee forma a criar um documento maiss consensual. Esta reorganização de serviços e re-dução de camas já estava contem-plada nesse documento?

Nesse documento temos uma partee em que identificamos as necessida-des de saúde da população. Sabemoss exatamente o número de exames quee são precisos fazer, qual o número de internamentos, cirurgias e consultas. Está tudo identificado.


Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

07

A partir daí foi feito um cálculo do pessoal que deve estar adstrito a cada uma das unidades, incluindo as prestações que, neste momento, são efetuadas em Lisboa e que foram acrescidas. Foi assim que se fez um cálculo, tendo em atenção as taxas de ocupação e as demoras médias dos diversos serviços. Foi isso que foi proposto aos conselhos de administração. Em relação a Beja, a proposta inicial da ARSA passava por reduzir 34 camas, ao qual o conselho de administração da Ulsba contrapôs com 26. Sabendo-se que o rácio de camas por mil habitantes em Portugal é de 2,8, e em Beja é de 1,7, quase metade da média nacional, não é estranho que ainda se consiga cortar alguma coisa?

Não, não é metade. É que temos de considerar também as camas dos Cuidados Continuados… Mas a média nacional não inclui igualmente os Cuidados Continuados?

Temos o máximo de Cuidados Continuados que existe no País. A região Alentejo é uma referência com 760 camas só para esse serviço. O que se pretende é que as pessoas estejam no hospital apenas até ser necessário, mas que possam depois continuar a ter cuidados diferenciados. Como se sabe, existem cuidados de agudos no hospital, de convalescença – que neste momento é em Serpa –, de média e longa duração. Este é o circuito de utilização. As pessoas podem estar nos cuidados agudos, e vão para casa a seguir, mas, por exemplo, se precisarem de alguma reabilitação, porque tiveram um AVC, podem passar à convalescença. Mas quando se fala na média de camas, fala-se em geral. Não se diz se é de agudos ou continuados…

Não, não. Estas que lhe estou a dizer é dos agudos, porque se formos ver com os continuados anda à volta das três camas por mil habitantes. Hoje mesmo soubemos que o Serviço de AVC tinha sido reduzido a metade (seis camas)…

Isso não sei. A administração da Ulsba tem insistindo que nesta reorganização houve uma melhoria dos cuidados prestados. No entanto, nos últimos tempos tem-se assistido a diferentes queixas por parte de utentes, nomeadamente na comunicação social, no que diz respeito à demora na marcação de consultas…

Eu também tive conhecimento. Há

remodelações, mantém total confiança na administração da Ulsba?

Claro que sim. Se eu visse atitudes que não seriam corretas, seria o primeiro a chamá-los à atenção. uma pessoa para quem a consulta foi marcada para um ano depois. Mas quem é responsável pela marcação das consultas e pelo adiamento das consultas é o diretor de serviço. É uma questão técnica, não tem nada a ver com organização. Se a consulta foi adiada é porque o diretor de serviço considerou que poderia ser adiada em função daquilo que são as prioridades. Qual a razão para muitos dos exames que eram realizados em Beja, nomeadamente de cardiologia, serem agora feitos em Évora?

O número de cardiologistas em Beja é exatamente o mesmo, embora gostássemos de ter lá mais médicos. Não sei quais são os exames, mas há exames que, eventualmente, devem ser centralizados. Como alguns tratamentos devem ser também centralizados. Por exemplo, cardiologia de intervenção, que é necessária para as pessoas que têm enfarte do miocárdio, só temos em Évora. É preciso ter uma equipa ultraespecializada e não é rentável ter em todos os hospitais. Mas se for a litotrícia (Urologia), temos um equipamento em Beja. Então já não vai haver mais nenhum no Alentejo e todos os tratamentos vão ser canalizados para Beja. A ideia é todos os hospitais terem um conjunto de especialidades estruturais comuns a todos. Depois, existe um outro conjunto de especialidades que não podem estar em todo o lado. Temos de juntar um conjunto de profissionais dessa área que formem um serviço e que esse serviço possa responder para a região. O que se pretende é que 90 por cento da população não tenha de sair para fora da região, porque quando sai leva consigo dinheiro. Não me importo que o dinheiro circule entre as instituições da região, não quero é que saia para Lisboa. Já que fala em dinheiro, quais foram os critérios para a redução de camas em Beja e os ganhos financeiros resultantes dessa medida?

Os critérios tiveram a ver com a taxa de ocupação e a demora média. Nós tínhamos, em alguns serviços, taxas de ocupação de 50 por cento, o que quer dizer que metade das camas, durante todo o ano, estavam desocupadas. E as camas custam dinheiro. E se gasto o dinheiro nas camas não o posso utilizar noutro sítio.

O orçamento não estica. Mas quais forma as poupanças?

Não sei, exatamente, quais foram as poupanças. Agora, tudo o que sejam recursos que não estejam a ser utilizados, têm de ser rentabilizados de alguma forma para poderem ser utilizados noutro sítio. Mas quando se elimina um certo número de camas há a necessidade de desviar doentes de determinadas especialidade para as camas de Medicina Interna e Cirurgia. Isso não vai baixar os níveis de desempenho e prejudicar a obtenção das autorizações de capacidade formativa da Ordem dos Médicos?

Nós acreditamos que conseguimos fixar profissionais se eles começarem por fazer cá o internato da especialidade. E vamos valorizar isso. Vamos saber junto da Ordem dos Médicos como é que podemos alargar o número de internos da especialidade na região Alentejo. Porque são esses internos que, provavelmente, vão cá ficar. Mas desqualificando serviços não se está a ir ao arrepio disso mesmo?

Não. Temos de ter atenção onde é que estamos a cortar. Não queremos prejudicar a idoneidade dos serviços para dar formação. Temos todo o cuidado com isso. Mas, por exemplo, em Oncologia? Uma pessoa com essa patologia vai ser internada onde?

A maior parte desses doentes já são seguidos em Cirurgia ou Medicina e por isso é que esse serviço tinha uma taxa de ocupação baixíssima. Não podemos ter um serviço em que 50 por centos das camas não estão ser ocupadas. Mas a informação que temos é que a taxa de ocupação de Oncologia rondava os 65 por cento…

Não. Era de 50 por cento. Acho até que não chegava aos 50 por cento. Mas quando há transferência de doentes para a Cirurgia ou Medicina, estamos a aumentar as suas taxas de ocupação e a rentabilizar os serviços, porque depois vamos precisar de dinheiro para, por exemplo, abrir as camas do Serviço de Psiquiatria. Na recente reunião que teve com o

Não sei, exatamente, quais foram as poupanças [na eliminação de camas]. Agora, tudo o que sejam recursos que não estejam a ser utilizados, têm de ser rentabilizados de alguma forma para poderem ser utilizados noutro sítio. conselho distrital de Beja da Ordem dos Médicos garantiu que não ia haver mais redução de camas. Mas esta semana, a administração da Ulsba comunicou aos serviços a redução em 50 por cento as camas do Serviço de AVC. Confirma?

Pois, isso não sei. Aquilo que nós fizemos foi aquilo que já foi falado inicialmente: uma proposta de redução de um determinado número de camas, porque achámos que era o número ideal para a prestação de cuidados na Ulsba. Eles disseram que não. Então ajustámos. Então qual é o número mínimo de camas que considera viável para manter a Unidade de AVC?

Isso eu não sei dizer neste momento. Eu não vou, especificamente, falar na Cardiologia, nos AVC, na Oncologia. O que digo é que para a Medicina, para a Cirurgia, para as valências que estão definidas, acho que é necessário um determinado conjunto de camas. A gestão das camas não é feita por mim. Eu não estou lá, por isso não posso decidir se vou meter mais uma cama aqui, ou tirar outra ali.

E o facto de o conselho de administração continuar com um elemento a menos, concretamente, o diretor clínico? Qual é o seu comentário quando há um parecer jurídico do Sindicato dos Médicos da Zona Sul que diz que todos os atos desta administração, nestas circunstâncias, podem ser considerados nulos ou anuláveis?

Não podem ser nulos nem anuláveis por uma razão simples: o conselho é constituído por cinco elementos e continua a funcionar se só existirem quatro elementos. O que se passa é que há um elemento que foi convidado para desenvolver uma determinada atividade, mas esse elemento não toma decisões por si. Ele propõe decisões e essas decisões são validadas pelo conselho. Mas a lei exige que, desses cinco elementos, dois sejam médicos e um deles o diretor clínico. Ou seja, a lei impõe uma dupla obrigação de quórum.

Vamos lá a ver: o conselho da Ulsba funciona em termos colegiais. As decisões têm de ser maioritárias. A presidente tem voto de qualidade e, portanto, desde que todas as decisões sejam validadas pelo conselho… E eu reconheço competência à dra. Emília Duro para desempenhar o papel que está a desempenhar. Portanto, o facto de a lei impor a necessidade de dois médicos, para si não é um impedimento?

Vocês sabem que no conselho de administração anterior houve um caso semelhante e manteve-se durante uma série de tempo… Mas, nesse caso, havia uma particularidade, que foi o facto de ter sido o presidente do órgão que faleceu e caberia ao Governo a sua nomeação. Neste caso, cabe à presidente da administração propor um substituto. Para quando a resolução desta questão?

Há de ser resolvido. Em breve?

São uma espécie de camas multiusos…

Não, não são camas multiusos. Há flexibilidade do conselho de administração para adequar o número de camas. No que diz respeito a estas

Há de ser resolvido quando houver oportunidade para isso. Os conselhos de administração têm de ter alguma estabilidade e, portanto, gostaríamos que as coisas prosseguissem de uma forma clara, e eu reconheço na dra. Emília Duro toda a competência para dar bons conselhos ao


08 Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

Gostaria que houvesse sinais de discriminação positiva para os médicos que fossem aqui colocados. Neste momento no Alentejo temos 16 médicos cubanos, e temos os médicos cubanos porque não podemos ter portugueses”.

conselho de administração. Digamos que é um problema a resolver, mas não é isso que me preocupa mais. O que me preocupa é que as pessoas tenham acesso aos cuidados de saúde. Isso é que é o mais importante. Mudando de tema, quando é que o Hospital de São Paulo, em Serpa, passa para a Misericórdia local, se é que vai passar?

Não faço ideia por que esse assunto continua em negociações. Mas está em negociação a passagem de algumas especialidades para Serpa, nomeadamente Oftalmologia e Ortopedia?

Não. Eventualmente pode aumentar-se é o acesso a consultas de algumas especialidades, particularmente para os utentes da margem esquerda do Guadiana. Isso pode vir a acontecer. Se isto se concretizar, uma das hipóteses seria alargar o número de consultas, tendo em atenção que se pretende aumentar a prestação de cuidados de proximidade.

a Misericórdia…

Pode ter a ver. A passagem do Hospital de São Paulo para o privado que efeitos é que poderá ter no financiamento da Ulsba?

Dependerá da prestação de cuidados que a Ulsba atribuir à Misericórdia para desenvolver, eventualmente, em situações em que haja listas de espera. Paira um certo temor, na zona de Beja, até no corpo clínico, de que se esteja a promover um esvaziamento da Ulsba para promover uma centralização dos serviços e dos meios em Évora.

Não. Eu já expliquei. Está tudo no Plano Estratégico. Existem uma série de especialidades que são estruturais, existem uma série de especialidades que Évora já tem – e se já tem não vão ser desenvolvidas noutros sítios. No entanto, não é obrigatório que fique tudo centralizado em Évora. Quando o documento for conhecido poder-se-á ver qual é a nossa visão quanto ao número de profissionais que queremos, nomeadamente em Cardiologia ou Medicina Interna.

E a Urgência vai manter-se?

A Urgência é para manter em funcionamento, mas como lhe digo não está nada fechado. Não há decisão nenhuma.

E qual é a vossa visão?

Mas a Urgência não terá a ver com

E nesse Plano Estratégico para a

PUB

É a que está no documento e eu não o queria revelar sem primeiro o publicar.

Política de Saúde no Alentejo está prevista, de alguma forma, a instalação de um hospital central em Évora?

A ideia foi sempre que Évora seria o polo de atração para ter características centrais. Por isso temos três unidades locais de saúde (Litoral, Norte e Baixo Alentejo), e temos o hospital, em Évora, que é financiado de outra forma. Enquanto as três unidades funcionam por capitação, o Hospital do Espírito Santo funciona por produção. Temos de rentabilizar aquilo que já está instalado, e depois ver quais são as entidades que estão disponíveis para assegurar outras atividades. Se Évora não tiver capacidade para desenvolver alguma atividade e se me aparecer outro hospital da região, podemos utilizá-lo como diferenciador de uma determinada área. Mas a redução da capitação do Hospital de Beja, em resultado da entrega do Hospital de São Paulo à Misericórdia…

Mas qual é a atividade que o Hospital de Serpa tem neste momento? Tem uma unidade de Cuidados Continuados e tem a Urgência Avançada 24 horas. É a única atividade que tem. Portanto não terá qualquer tipo de implicação no funcionamento da Ulsba?

Não tem qualquer tipo de implicação

e tem uma vantagem. Onde houver listas de espera poderem ser facultadas consultas dessas especialidades. Mas tem de o fazer 25 por cento mais barato do que a Ulsba. Como é que vão conseguir?

Por isso é que estamos a discutir. Aparentemente, só baixando a qualidade da oferta…

Não sei. Nos nossos hospitais temos custos significativos com a estrutura. Neste caso pode ser uma estrutura mais aligeirada, o que não quer dizer que vá diminuir a qualidade dos cuidados prestados. E também podem ter funcionários com salários mais baixos…

Isso não sei. Não faço apreciações sobre essa matéria. Mas pode ser uma estrutura muito mais leve do que um hospital. Os hospitais empresa, como é o caso de Beja, são viáveis? Neste caso, a dívida é de quase 50 milhões de euros, com pagamentos aos fornecedores a mais de 400 dias…

Como sabe, tem havido regularização das dívidas, não se pode é pagar tudo ao mesmo tempo. Mas o hospital está em grandes apuros financeiros. Há fornecedores que exigem dinheiro na mão…

Sim, mas, por um lado, o Estado nunca deixou de pagar e, por outro, aquilo que se pretende é acabar com as dívidas. Mas para acabar com as dívidas é preciso não criar mais dívidas. Isso só se consegue se houver uma rentabilização dos recursos. É dessa rentabilização que nós estamos à procura. O que não queremos é que haja impacto sobre a prestação dos cuidados de saúde à população e, para isso, não podemos permitir que haja dispêndios. Isso implica algumas alterações em função da procura dos serviços e das necessidades da população. E em relação às extensões de saúde e à Medicina Familiar…

Queremos é cuidados de proximidade. Gostaríamos de ter ainda mais profissionais nessa área, mas eles não existem e temos dificuldade na sua fixação. Não seria oportuno tomar medidas de discriminação positiva em relação a esses profissionais, como se faz nos Açores e na Madeira?

Obviamente que gostaria que houvesse sinais de discriminação positiva para os médicos que fossem aqui colocados. Neste momento no Alentejo temos 16 médicos cubanos, e temos os médicos cubanos porque não podemos ter portugueses. Agora, se não estivessem eles, não tínhamos nenhuns.


Santiago Macias, atual presidente da Câmara Municipal de Moura, foi esta terça-feira, 17, eleito para presidir à Assembleia Distrital de Beja (ADB). O autarca foi eleito com 29 votos a favor, um contra e dois votos nulos e terá a seu lado, como secretários, Sara Romão, presidente da Assembleia Municipal de Serpa, e Marcelo Guerreiro, vice-presidente da Câmara de Ourique. O novo responsável pelos destinos da ADB manifestou preocupação pelo futuro do Museu Regional

de Beja, que considera um símbolo da cidade e da região. E exortou os restantes autarcas a dar os passos necessários para ultrapassar os problemas existentes, quer na própria Assembleia Distrital, quer no Museu Regional, ao nível do financiamento, no sentido de se encontrar uma solução que vá alem do curto prazo. A próxima reunião da Assembleia Distrital de Beja, onde será votado o Orçamento e o Plano de Atividades para 2014, ficou agendada para 14 de janeiro.

09 Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

Santiago Macias é o novo presidente da Assembleia Distrital de Beja

Atual Vereadores do PS em Beja acusam executivo de elaborar orçamento no “maior secretismo” Os vereadores do PS em Beja acusam o atual executivo, liderado por João Rocha, de ter elaborado as Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2014, bem como o respetivo mapa de pessoal, “instrumentos fundamentais para a boa gestão da câmara e para a definição da estratégia de desenvolvimento”, no “maior secretismo”, sem a “apresentação prévia das linhas gerais de enquadramento, objetivos e prioridades, sem qualquer consulta ou audição dos vereadores do PS, sem proporcionar, sequer, a oportunidade destes apresentarem propostas ou alterações”. Os vereadores relembram, em comunicado, que “pela lei que enquadra o estatuto da oposição, o executivo CDU/PCP é obrigado a consultar previamente o Partido Socialista, único que integra o executivo municipal na oposição”. “Este é mais um ato de desvalorização e de redução da participação pública e de desrespeito pela democracia participativa que se vem juntar aos outros já praticados por este novo executivo, nomeadamente a anulação das reuniões de câmara ao fim da tarde, que possibilitava anteriormente a presença das populações”, concluem. PUB

Exame de professores contratados foi boicotado

Em Beja não houve PACC Boicote dos docentes, entre avaliados e vigilantes, inviabilizou a realização da Prova de Avaliação de Capacidades e Conhecimentos (PACC), na Escola Secundária D. Manuel I, em Beja, tal como estava previsto na quarta-feira. Estavam 192 professores inscritos para fazer o exame. Texto Carla Ferreira Foto José Serrano

A

Prova de Ava liação de Capacidades e Conhecimentos (PACC) não se realizou esta quarta-feira, 18, na Escola Secundária D. Manuel I, em Beja, tal como estava previsto. Por duplo boicote: da parte da maioria dos 192 professores que estavam inscritos para ser avaliados, e também dos docentes convocados para vigiar o exame, sendo que apenas 11 dos 180 esperados se disponibilizaram para tal. “A razão deste protesto é que é uma prova injusta, uma prova imoral e uma humilhação para os 192 professores que estavam aqui hoje. A verdade é que neste momento ninguém está a fazer a prova, há um protesto lá dentro. Aqui em Beja não há prova”, confirmou no local ao “Diário do Alentejo” Jorge

Simão, do Sindicato dos Professores da Zona Sul, uma das estruturas da Fenprof que convocaram greve para este dia. O mesmo representante garantiu também que os 11 docentes que compareceram para a vigilância foram distribuídos por três salas e pelo ginásio da escola, mas não puderam realizar a tarefa para que estavam convocados. “Dentro das salas e no ginásio levantou-se tudo e está tudo aos gritos, em alto e bom som, a dizer que não há prova”, descreveu, acrescentando que os protestos estenderam-se depois aos corredores e que “alguns professores queimaram cópias de certificados de habilitações”, sendo que “alguém acionou o alarme de incêndio no ginásio”. Devido aos protestos, a comissão administrativa provisória do Agrupamento de Escolas n.º2 de Beja pediu a intervenção da PSP, a qual, explicou à Lusa o comandante da Polícia de Beja, o superintendente Viola da Silva, esteve no local apenas para “evitar atritos”. Também no local, foi possível perceber a solidariedade dos colegas mais velhos para com os contratados com menos de cinco anos de carreira ao serviço do Ministério da Educação, a quem se destinava esta PACC. “Nós estamos

solidários com os nossos colegas, com os jovens que tiraram um curso em institutos superiores de crédito e que neste momento veem tudo a ser posto em causa. Estamos com eles, estamos com a juventude porque proteger a juventude é proteger este país”, declarou Domingas Craveiro, docente com 37 anos de serviço. Além disso, “este exame não podia acontecer, até por estas condições físicas”, concretizou, fazendo referência à sala improvisada no ginásio da escola, onde 120 dos 192 contratados inscritos deveria ter sido submetido a avaliação. Recorde-se que, a dois dias da data marcada para a realização da PACC, o Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Beja indeferiu a providência cautelar interposta pelos sindicatos para impedir a sua realização, considerando não haver nada que a “torne ilegal”. “[…]não se mostram preenchidos os necessários requisitos para decretar as requeridas providências cautelares, razão pela qual, à luz dos critérios de decisão fixados na lei (...), devem ser recusadas as referidas providências cautelares, ficando prejudicado tudo o demais suscitado”, lê-se na decisão judicial do TAF de Beja, a que a Lusa teve acesso.


Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

10

Troca de livros e teatro na Biblioteca de Aljustrel

Ovibeja 2014 lança 4.º Concurso Internacional de Azeite Virgem Extra A 31.ª edição da Ovibeja, que se realiza entre 30 de abril e 4 de maio do próximo ano, já abriu as inscrições para o 4.º Concurso Internacional de Azeite Virgem Extra – Prémio Ovibeja. O concurso, o único de âmbito internacional realizado em Portugal, é organizado pela ACOS – Agricultores do Sul, entidade organizadora da

A Biblioteca Municipal de Aljustrel promove até à próxima segunda-feira, dia 23, a iniciativa “Vamos trocar”, que consiste na troca ou venda (a preços simbólicos), pelos utentes e população em geral, de livros em segunda mão. Para além disso, amanhã, sábado, pelas 21 horas, o grupo de jovens contadores de histórias Pim Pam Pum apresenta o seu já tradicional espetáculo de Natal. A peça de teatro intitula-se “A Festa do Encontro”, uma adaptação de “A Noite de Natal” de Sophia de Mello Breyner Andresen que procura realçar os valores da solidariedade e da justiça social.

Ovibeja, e conta com o apoio da Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal e da Divisão da Competitividade e dos Mercados Agrícolas do Gabinete de Planeamento e Políticas do Ministério da Agricultura. O concurso tem como objetivo “promover a qualidade do azeite português e também o seu reconhecimento além-fronteiras”. Os interessados em participar deverão fazer a sua inscrição junto da Casa do Azeite. A

ACOS realça, em comunicado de imprensa, que “de ano para ano, tem vindo a aumentar a participação neste concurso”. No ano passado a organização recebeu 73 azeites de diferentes partes do globo, “com destaque para a participação de azeites de Espanha, Itália – que participou pela primeira vez –, Grécia, mas também azeites de outros destinos mais distantes, como o Chile”.

PUB

Municípios “repudiam” OE para 2014 O conselho intermunicipal da Cimbal - Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo, em reunião realizada na semana passada, aprovou uma tomada de posição referente ao Orçamento do Estado (OE) para 2014, “aprovado pela maioria PSD/CDS no Governo”. Um orçamento que, na sua opinião, “fere profundamente os direitos constitucionais, ao contribuir largamente para empobrecer a maior parte dos portugueses, os quais irão ver o seu rendimento disponível emagrecer cada vez mais como a redução nos salários e pensões de reforma e invalidez”. “O conselho intermunicipal da Cimbal repudia veementemente as medidas inscritas neste Orçamento do Estado, porque elas impedem os municípios de honrarem os seus compromissos, junto de quem mais deles necessita – os munícipes, e assim inviabilizam e hipotecam o desenvolvimento destes territórios”, reforça o conselho.

Câmara de Odemira reduz impostos A Câmara de Odemira vai reduzir os impostos municipais em 2014 e isentar as pequenas empresas do pagamento de derrama para apoiar as famílias e empresas do concelho na atual conjuntura de crise. A autarquia explica que, apesar dos cortes nas receitas, “decidiu contrariar a tendência geral de aumento de impostos e preços no País e baixar os impostos municipais, como medida de apoio às famílias e empresas do concelho, face à atual crise económica”. As medidas, aprovadas pela câmara e pela assembleia municipal, enquadram-se na “estratégia” do município de desagravamento sustentável de impostos, de incentivo ao empreendedorismo, de apoio às famílias, a iniciativas e à fixação de projetos que criem postos de trabalho com vista ao desenvolvimento socioeconómico do concelho. Desta forma, o executivo quer “dar um sinal de solidariedade e esperança à população, numa perspetiva de contínuo desagravamento dos impostos municipais de forma sustentável e sem comprometer o equilíbrio financeiro da autarquia”. Segundo a câmara, apesar do corte de 377 mil euros nas verbas do Orçamento do Estado para 2014 a transferir para a autarquia, haverá um “desagravamento fiscal” das taxas do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) a aplicar no concelho no próximo ano. A autarquia refere que em 2014 não cobrará derrama às pequenas empresas com sede no concelho e volumes de negócios inferiores a 150 mil euros.

Câmara de Ourique com orçamento de 20 milhões de euros em 2014 O orçamento da Câmara de Ourique para 2014 ronda os 20 milhões de euros e apresenta como “prioridades” os apoios sociais e as respostas na área da educação. Segundo a autarquia, o orçamento, de 19 995 500 euros, regista “um reforço do investimento público em aproveitamento dos fundos comunitários” de 5 460 000 euros. O reforço é “transversal” a todas as áreas de atuação da câmara e “em benefício das pessoas e do progresso” e justifica, segundo o município, “o aumento de cerca de 1,6 milhões de euros” em relação ao orçamento deste ano. O orçamento para 2014 “enquadra-se na política de gestão rigorosa dos dinheiros públicos, definindo prioridades de intervenção e salvaguardando compromissos de redução da dívida da autarquia”, que, atualmente, é de “cerca de 9,8 milhões de euros, contrastando com os cerca de 22 milhões de euros registados em 2005”, quando o atual presidente da câmara, o socialista Pedro do Carmo, tomou posse. “Consciente dos momentos difíceis e exigentes por que passam cidadãos, famílias e empresas”, a autarquia refere ainda que decidiu não aumentar as taxas do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e de derrama a aplicar em 2014.


Pedro Vasconcelos foi reeleito presidente do conselho distrital de Beja da Ordem dos Médicos. A lista única concorrente ao Distrito Médico de Beja, liderada por Pedro Vasconcelos, “obteve 67 votos expressos, correspondentes a 88,2 por cento dos 76 votos entrados”. A mesa da assembleia-geral da delegação da Ordem será presidida por Conceição Vilão e Inês Sayanda e

Conceição Margalha serão os membros consultivos do conselho regional da Ordem dos Médicos em Beja. Segundo Pedro Vasconcelos, “a defesa de serviços e da sua qualidade, que cimentaram no distrito uma saúde de referência (tanto a nível dos cuidados hospitalares, quanto dos cuidados de saúde primários e da saúde pública)” será “uma inquestionável prioridade”.

11 Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

Pedro Vasconcelos reeleito presidente do conselho distrital da Ordem dos Médicos

Câmara de Ourique entrega cabazes de Natal a 150 famílias Cento e cinquenta famílias carenciadas do concelho de Ourique vão receber cabazes de Natal com produtos alimentares, numa iniciativa promovida pela câmara municipal. O município recolheu, já este mês, 3 675 quilos de produtos alimentares, no âmbito da Campanha de Natal 2013 “Um Cabaz Para Todos”, que pretende reforçar os apoios sociais durante a época natalícia. Os alimentos recolhidos resultaram dos contributos e doações da população em geral e de empresas e comerciantes, sendo agora distribuídos pelos cabazes de Natal que vão ser entregues às famílias carenciadas.

Tribunal aceitou providência cautelar interposta pelo STAL

Câmara de Beja repõe horário das 35 horas O Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja aceitou a providência cautelar que o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) interpôs para impugnar o despacho das “40 horas” do anterior executivo da Câmara Municipal de Beja.

O

tribunal “deu razão ao STAL, o que vai originar a suspensão do horário de trabalho das 40 horas semanais e o regresso ao horário das 35 horas a partir de 17 de dezembro [passada terça-feira]”, refere a direção regional de Beja do STAL, em comunicado de imprensa. O STAL adianta ainda, na mesma nota, que tem vindo, “desde a promulgação da lei que aumenta o horário de trabalho para os trabalhadores da administração local e regional, a estabelecer inúmeros contactos com os executivos das câmaras, das juntas de freguesia e de outras entidades onde tem trabalhadores sindicalizados, para propor às mesmas a negociação de um Acordo Coletivo de Entidade Empregadora Pública (Aceep), com o propósito de repor o horário de trabalho nas 35 horas

Câmara Municipal de Beja Tribunal Administrativo impugnou “40 horas”

semanais, conforme se encontrava antes da alteração à lei”. Destes inúmeros contactos, diz, “pode-se afirmar que a maioria das câmaras e algumas juntas de freguesia já concordaram em negociar este Aceep e em alguns casos já se encontram definidas as datas para a assinatura do mesmo”. “Apesar do enorme trabalho que está a ser realizado pelo STAL no que diz respeito à reposição do horário de trabalho nas 35 horas semanais, o mesmo não se esgota na assinatura do Aceep”, garante ainda a direção regional do

STAL, concluindo que “nos casos onde sejam implementadas as 40 horas serão apresentadas providências cautelares para a defesa do horário de trabalho das 35 horas para os trabalhadores que representamos”. Autarquia de Alcácer do Sal também mantém horário A Câmara

de Alcácer do Sal também anunciou no início da semana ter chegado a acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), para que os funcionários da autarquia mantenham o

horário de 35 horas semanais. O acordo coletivo assinado entre as duas entidades “visa fixar o período normal de trabalho dos trabalhadores do município nas 35 horas semanais”, indicou a autarquia. Recorde-se que a maioria PSD/ /CDS-PP aprovou no parlamento, com os votos contra de toda a oposição, o diploma que estabeleceu, entre outras normas, o período normal de trabalho dos trabalhadores em funções públicas em oito horas por dia e 40 horas por semana. O Presidente da República promulgou a lei a 22 de agosto, mas deputados dos partidos da oposição pediram a declaração da sua inconstitucionalidade. No final de novembro, o Tribunal Constitucional (TC) decidiu não declarar a inconstitucionalidade das normas do aumento do horário de trabalho na Função Pública das 35 para as 40 horas semanais. No entanto, o acórdão do TC deixa em aberto a possibilidade de as câmaras decidirem, cada uma por si, manter os horários de 35 horas através de negociação de acordos coletivos de trabalho com os sindicatos.

Poderão encerrar entre 10 a 12 dos atuais 14 serviços

Vidigueira contra fecho de Finanças no distrito

C

erca de 150 pessoas concentraram-se na terça-feira, em Vidigueira, para protestar contra o eventual fecho da quase totalidade dos atuais 14 serviços de Finanças do distrito de Beja, incluindo o da vila. “Não é aceitável que fechem quase todos os serviços de Finanças do distrito de Beja”, mantendo-se, eventualmente, apenas dois ou quatro dos 14 existentes, criticou o presidente do município, Manuel Narra. Por isso, o protesto, promovido pelo município junto do serviço de Finanças da vila, serviu para a população de Vidigueira

“poder manifestar-se contra o modelo do Governo para a reforma do Estado na área das finanças”, disse. Modelo esse que, sublinhou o autarca, poderá implicar o fecho de 10 a 12 dos atuais 14 serviços de Finanças do distrito de Beja, incluindo o de Vidigueira. No caso de a repartição local fechar, os habitantes do concelho, sobretudo os mais idosos, “terão que se descolar a Beja”, que fica a cerca de 25 quilómetros, “para tratar de assuntos fiscais”, o que irá acarretar “custos em deslocações”, alertou. “Apresentam-nos a alternativa das novas tecnologias

de informação”, a qual “não irá servir a maioria da população de Vidigueira”, afirmou. “É população envelhecida e que não tem acesso às novas tecnologias de informação e, por isso, estará dependente da rede de transportes públicos, que praticamente não existe, e dos custos inerentes às deslocações”, frisou Manuel Narra. No distrito de Beja, segundo um estudo do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, poderão fechar entre 10 a 12 dos atuais 14 serviços de Finanças, disse o presidente da distrital de Beja do sindicato, Rui Teixeira. Na “pior das hipóteses”, irão fechar

12 serviços, permanecendo abertos só os de Beja e Odemira, enquanto, na “melhor das hipóteses”, fecharão 10, continuando a funcionar apenas aqueles dois e os de Moura e Castro Verde, precisou Rui Teixeira, frisando tratar-se de uma previsão do sindicato e não de informação oficial do Governo. “Não podemos estar à espera da decisão final do Governo para protestar”, defendeu Manuel Narra, referindo que, após “o estudo e o alerta” do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos “era necessário alertar a população para os custos inerentes ao fecho de serviços de Finanças e reagir”.

Aljustrel promove concurso de montras A Câmara de Aljustrel deu início ao 5.º Concurso de Montras alusivas à época natalícia, que decorrerá até ao dia 6 de janeiro, com o objetivo de promover e dinamizar o comércio local. “A originalidade e criatividade, a harmonia e estética do conjunto, a iluminação, as cores, formas e materiais da decoração serão os critérios que irão orientar o júri na avaliação dos concorrentes”, revela a autarquia. Os resultados serão divulgados no dia 13.

Concerto de Natal na Basílica Real No âmbito do ciclo de música e cante para o Natal “Estrela da Noite”, que a Câmara de Castro Verde está a promover ao longo do mês, em parceria com as associações de cante do concelho, a Basília Real de Castro Verde será palco amanhã, sábado, de um concerto de Natal. O espetáculo, que terá lugar pelas 21 e 30 horas, contará com as participações do Coro Juvenil do Conservatório Regional do Baixo Alentejo, do Coro Polifónico de Castro Verde e da Banda Filarmónica 1.º de Janeiro.

Cante ao Menino em Almodôvar Para manter viva a tradição do Cante ao Menino, promover o cante tradicional e valorizar os artistas da terra, a Câmara de Almodôvar, as juntas de freguesia e a paróquia local estão a promover concertos nas igrejas do concelho, que se prolongarão até ao dia 4 de janeiro. O próximo terá lugar amanhã, sábado, pelas 21 horas, na igreja Matriz de Santo Ildefonso, em Almodôvar. Nele atuarão todos os grupos que participam na iniciativa, nomeadamente Mondadeiras de Santa Cruz, Amigos do Rosário, Vozes de Almodôvar, Andorinhas do Rosário, Flores do Campo e Beira Serra.

Barrancos recebe concerto de Natal A igreja Paroquial de Barrancos receba na próxima segunda-feira, dia 23, pelas 21 e 30 horas, um concerto de Natal. O evento contará com a atuação da Sociedade Filarmónica Barranquense Banda Fim de Século.


PUB

Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

12

Aproveite para fazer as suas compras

Feliz Natal e um Próspero Ano 2014 a todos os nossos Clientes e Amigos Rua Antiga Estrada de Ourique, N.º 5 7700-029 Almodôvar Telef./Fax 286 662 269 Tm. 964 577 254/964 407 318

A BJ Sociedade de Mediação Imobiliária , Lda deseja a todos os seus clientes e amigos um Santo Natal e que no ano de 2014 possa realizar todos os sonhos

www.bjsmi.com

Rua 5 de Outubro, 26 | 7800-454 Beja Telefone: 284 318 600

Aproveite já 20% desconto em Compras de Natal

Desejamos-lhes um Feliz Natal e um Próspero 2014


13 Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

O Urbano era um pessimista para consigo próprio mas um optimista para com os outros, pois tinha uma incapacidade total para ficar deprimido; é que transformava a tristeza em revolta e em esperança”. Ana Maria Salvado

Memória

Nos 90 Anos de Urbano Tavares Rodrigues

“É quando escreve sobre o Alentejo que Urbano atinge o seu fulgor” No passado dia 6 de dezembro completaram-se 90 anos sobre o nasci-

N

mento de Urbano Tavares Rodrigues. Texto Eduardo M. Raposo JOSÉ FERROLHO/ARQUIVO

esse mesmo dia, a editora Dom Quixote organizou uma festa de aniversário que, como referiu a responsável, estaria prometida a Urbano. Foi assim que, ao início da noite, passaram pela livraria Leya Buchholz, em Lisboa, diversas figuras, como o compositor Luís Cília, familiares como a mulher, Ana Maria Salvado, o filho de ambos, o pequeno António Urbano, a filha do primeiro casamento, a escritora Isabel Fragoso, e o irmão, o escritor e jornalista Miguel Urbano Rodrigues. Na ocasião usaram da palavra, testemunhando a amizade e a relação de muitas décadas: Mário de Carvalho, que recordou vários períodos de convívio com Urbano no último meio século, João de Melo, que leu Urbano na adolescência no seminário e tal como José Luís Peixoto ou Possidónio Cachapa, transmitiram a emoção do primeiro encontro com a obra de Urbano, “o encontro com o mistério”, como referiu este último, ou o José Luís como começou a sentir o Urbano como “nosso”, pois havia livros do Urbano em casa dele, lidos pela mãe e pela avó, pouco letradas, e conclui que Urbano, para ele, “cultivava a literatura naquilo que ela tem de mais puro”. Todos eles referiram o quanto devem a Urbano as portas que ele lhes abriu, na sua grande generosidade, bem como Fernando Pinto do Amaral, que foi seu aluno há 30 anos na Faculdade de Letras, e realçou o professor de excelência, de uma enorme cultura mas não um professor de “cátedra”, mas que sabia e gostava ouvir. Ou ainda Manuel Silva Ramos e Dulce Maria Cardoso – que o conheceu mais recentemente. André Gago, que leu o belo prefácio e excertos do último livro de Urbano Nenhuma Vida – que assim foi apresentado – fez talvez a mais emocionante intervenção, confidenciando como falou a primeira vez com o Urbano, quando este lhe telefonou para a Holanda para lhe ler uma recensão sobre o seu único romance – Rio Homem – e… como sonhou com Urbano na véspera da sua morte…

Alentejo assinalou a data Montemor-o -Novo, no dia seguinte, 7 de dezembro, no Auditório da Biblioteca Municipal, foi palco, mais uma vez, de uma sentida sessão de homenagem ao mais importante escritor português com raízes alentejanas. Foi uma sessão intimista, diversa da realizada na capital, que contou com a presença do filho, António Urbano, e da mulher, Ana Maria Salvado, onde esta nos brindou com uma intervenção, realçando ser a primeira vez que o fazia, mas fazia-o por ser no Alentejo e por estar connosco – comigo e com a Anita – com quem viajaram, sendo que o pequeno António Urbano, de sete anos, visitou, pela

primeira vez o Cromeleque dos Almendres, que o fez delirar o respira assim o Alentejo e como, a seguir à sessão, ambos se deliciaram saboreando os “sobreiros” do pintor Manuel Casa Branca, nosso amigo e camarada de redacção da “Folha de Montemor”. A sessão continuou com um recital de poesia pelos Jograis do Alentejo, onde nós, Ana Pereira Neto e Teresa Cuco, dissemos alguns 10 poemas de Urbano – um inédito, escrito na prisão há precisamente 50 anos e os restantes publicados no seu livro Horas de Vidro (2011), alguns deles muito recentes, havendo o propósito de mostrar algumas das mais importantes facetas do

grande poeta, pois como foi referido por vários intervenientes e até pela própria mulher: “É na poesia onde a sua escrita atinge o seu auge”. Nestas duas sessões foi referido por vários intervenientes que “era quando Urbano escrevia sobre o Alentejo que mais se elevava, que atingia o seu fulgor” ou como ele acompanhou a história do século XX português, desde o final da República até ao início deste século, no atual período dramático, resultante do fundamentalismo neoliberal. Ana Maria, alentejana de Campo Maior, em entrevista que nos concedeu para integrar o livro acima referido, diz-nos no seu sotaque cantado de raiana: “O Urbano era um pessimista para consigo próprio mas um optimista para com os outros, pois tinha uma incapacidade total para ficar deprimido; é que transformava a tristeza em revolta e em esperança”. Um dia antes de morrer, às nove da manhã, no hospital, Ana Maria encontro-o a recitar os poemas, que fez para o Adriano [Correia de Oliveira] cantar, para o doente da cama ao lado. A esposa deste doente ao saber tratar-se do Urbano disse: “O mundo vai ficar pior sem ele”. E se tinha um enorme prazer em fazer o bem e a sua vida foi feita de uma procura permanente e incessante pela beleza, também é bem conhecido o seu empenhamento social e político, desde a expulsão de assistente da Faculdade de Letras em 1959, ou as três prisões sofridas pela PIDE nos anos sessenta e outras perseguições pela ditadura fascista. Ana Maria refere-nos de como andava tristíssimo com o estado actual do País, mas que logo reagia: “Oh Ana Maria, tens que falar com o Casanova e com o Louçã para eles fazerem como o Alcaide de Leda [na Andaluzia] que ocupava os supermercados para dar de comer às pessoas”. Urbano Tavares Rodrigues, igual a si próprio!...

PUB

DISTRIBUIDOR DE COMBUSTIVEIS, LUBRIFICANTES, GÁS E ADBLUE

Deseja a todos os seus clientes um Feliz Natal Contatos: Telef.: 284 738 993 Fax: 284 738 995 Email: combustiveis@carlosbaltazar.pt www.carlosbaltazar.pt

Distribuidor Autorizado


Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

14

Ã

40 fémeas e 10 machos. Burros. Uma criação organizada, a segunda a surgir no País e aqui, em solo alentejano, mais propriamente no concelho de Aljustrel. A culpa é do LEITE DE BURRA, reconhecido pelas suas virtudes há séculos. Um negócio inovador com os olhos já postos no mercado asiático e, portanto, que se albarde o burro à vontade do dono. BS

“Quanto mais degradar a imagem social dos professores e mais os dividir, mais fácil será transferir milhões do público para o privado. Se não o entendermos, a culpa será nossa e só nossa”. Santana Castilho, “Público”, 18 de dezembro de 2013

Opinião

“Crise e descentralização: o caminho certo”

Jorge Pulido Valente Vereador Câmara Municipal de Beja

P

ortugal só conseguirá corrigir os erros acumulados que nos conduziram à grave situação em que nos encontramos, se, para além de todo o esforço de reajustamento financeiro, tivermos um processo de desenvolvimento económico que envolva todas as regiões e não apenas as áreas urbanas de maior dimensão. Efetivamente, o modelo e as políticas de desenvolvimento seguidas criaram um País centralizado e centralizador, desequilibrado, assimétrico, desigual, onde não existe coesão territorial nem social, e em que cada vez existem mais territórios rurais de baixa densidade populacional a aproximar-se perigosamente do limiar de rutura. Modelo baseado num ordenamento e numa gestão errada do nosso território que, por um lado, não cuidou de criar uma rede urbano rural multipolar, equilibrada, harmoniosa, coerente, ambiental e economicamente sustentável que evitasse o brutal êxodo rural e que, por outro, não soube valorizar, potenciar e explorar racional e sustentadamente todos os recursos naturais e económicos existentes nas nossas regiões. Os territórios rurais e urbano rurais periféricos relativamente a Lisboa não podem continuar a ser encarados como um fardo para o desenvolvimento do País e as suas populações como cidadãos de 2.ª, com direitos e serviços públicos reduzidos. Antes pelo contrário, há que perceber que o seu contributo para o crescimento económico e a competitividade é insubstituível em setores tão estratégicos para vencer a crise como a agricultura, o turismo, a mineração, a energia, a água, o ambiente, as indústrias aeronáuticas, etc. É preciso, é urgente e é indispensável quebrar o ciclo vicioso que está instalado nas nossas regiões do interior: menos economia, menos gente, menos serviços, menos gente, menos serviços, menos economia. Este problema só se resolve com uma política de desenvolvimento regional e respetiva agenda de intervenção assente, nomeadamente, nos seguintes pilares: 1. Modelo de governança regional com base nas regiões administrativas (o que pressupõe, naturalmente, a extinção das comunidades intermunicipais). 2. Modelo de governança local reforçada, através da criação do poder local alargado, que complemente e reforce o poder autárquico. 3. Estruturas socioeconómicas assentes em projetos estruturantes de âmbito nacional, localizados de acordo com as vocações territoriais de cada região, criadores de emprego e de dinâmica económica. 4. Programas de desenvolvimento com base em abordagens integradas e materializados em Intervenções Territoriais Integradas, financiadas pelos POs Regionais, multifundos. 5. Redes urbano rurais polinucleadas. 6. Planos diretores regionais de transportes. 7. Política de imigração e migração. 8. Serviços de coesão territorial e social. Só através desta descentralização político e económica, conseguiremos inverter este processo de despovoamento

do interior, suster o agravamento das assimetrias inter e intraregionais, combater eficazmente a crise e, simultaneamente, aliviar a pressão sobre os grandes centros urbanos do litoral, melhorando os níveis de qualidade de vida e a segurança. O próximo Quadro Comunitário de Apoio, Acordo de Parceria 2014-2020, cria a oportunidade e o instrumento financeiro para sustentar e materializar esta política e a respetiva agenda de desenvolvimento regional, é, por isso, condição necessária mas, no entanto, não é condição suficiente. Na verdade, se não se alterar o paradigma e o modelo de desenvolvimento e se não se fizerem as reformas políticas e administrativas indispensáveis, não se conseguirão atingir os resultados pretendidos.

O evangelho da governação

Os artigos de Jorge Barnabé são publicados em simultâneo em www.alentejoemlinha.pt e em “Diário do Alentejo”.

Jorge Barnabé Empresário

O

desesperança. Nem tempo para a reclamação. Tudo é escrito e dito na ilusão das palavras. Para fazer nova história. Para alterar a vivência das pessoas. Porque uma mentira dita muitas vezes pode tornar-se realidade. A nova palavra é uma arte da humilhação. Um ataque à dignidade humana. O desrespeito absoluto pelos sacrifícios de milhões de pessoas. Como se as pessoas não sentissem o oposto na pele. Como se não fosse já parte da sua pele. Como se a palavra preenchesse os bolsos vazios dos cidadãos. É a fraude em estado puro. Em estado de mentira descarada. Visível. Palpável. Uma ofensa à inteligência de um povo inteiro. Um insulto ao sofrimento. É o descaramento. A falta de pudor. A má-fé em estado sublime. É a má palavra! O evangelho que devemos contrariar! Apenas a boa palavra tem o dom do destino. Da esperança. E essa é a palavra dos portugueses. A que nasce na vida dura e sofrida das pessoas. A que está escrita com as lágrimas e o desespero. A palavra dita de cada um. Pura. Genuína. Inalterável. A palavra que vence. Que dá vitória a um novo tempo. A mais futuro. A palavra que penaliza. Que castigará quem peca pelo engano.

Governo mudou a palavra. É como quem diz que o Governo mudou o discurso. A narrativa. Criou agora uma nova orientação de pensamentos positivos dirigidos aos portugueses, para criar nova doutrina. Para aliviar a penosa vivência das suas dificuldades.

Para disfarçar a realidade. Mas a nova palavra de facilidades e de sucessos na retoma económica não substitui as dificuldades por que passam cada vez mais cidadãos e famílias. É apenas um feitiço. Um enredo onírico. Em meia dúzia de dias os discursos de austeridade, de exigências e de fatalidade do Governo tomou a forma de uma narrativa de boas-novas, de uma verdade aparentemente terrena, mas efectivamente celestial. Como se nos quisessem iludir com a fé. Como se a palavra divina se confundisse com a governação terrena dos homens. Falam-nos de retoma económica, de dificuldades vencidas e de emprego que não se vêm. Exaltam-se com cerca de duzentos mil portugueses que emigraram em dois anos. Como se existisse nisso um mérito e não um drama. Felicitam-se com a precariedade das famílias. Como se precário fosse sinónimo de estabilidade. Congratulam-se com a austeridade. Como se fosse aspirina. Indolor, mas sempre eficaz. No novo evangelho da governação não há espelho para a desgraça. Nem ecos das privações dos cidadãos. Tudo está bem. Bem feito. Bem-sucedido. Bem planeado. Bem dirigido. Tudo! Não graças a um Deus. Mas graças à palavra ludibriada. No evangelho da governação escondem-se as políticas de austeridade. Exatamente no momento em que elas se vão agravar para os cidadãos, para cada vez mais cidadãos. Enganam-se as medidas de cortes nas pensões, iludem com as privatizações. Não importa o que País será amanhã. Como viverão os sobreviventes. Os que restarem. O que conta é o agora. O fingimento da realidade num novo discurso. Numa nova fé. No evangelho da governação não há espaço para a

Não sei caminhos de cor Ana Paula Figueira Docente do ensino superior

H

á três anos que registo nestes textos fragmentos de uma caminhada que não conhece caminhos de cor. Muito raramente sei qual o assunto sobre o qual irei escrever… a seguir. Aquele assunto que me consegue inquietar mais que todos os outros e, a partir do qual, escrever é um acto de libertação. E de esperança. E de inocência. Sim. Também eu “Escrevo como quem escava/ no bojo da sombra/um mar de claridade” (Casimiro de Brito). Apesar de estar certa de que, à partida, cada um destes textos tem uma vida curta, gosto de ensaiar, provar “novos” caminhos e fazer diferente. Dessa experiência resultam textos às vezes mais narrativos, outras vezes mais descritivos e alguns até líricos, sendo que todos têm como inspiração vivências diárias e encerram uma crítica…mesmo que seja subliminar. Não sei se o leitor prefere a novidade ou a rotina. Também não sei se quero saber. Mas sei que, “Na minha vida nem sempre a bússola se atrai ao mesmo norte” (Fernando Namora) … Neste embalo, caríssimos leitores, chegamos juntos ao final de mais um ano. Desta vez falo-vos desta minha escrita e daquilo que me leva, mês após mês, a comparecer perante aqueles que decidem ler-me. Que o façam esporádica ou assiduamente. Não interessa. Interessa que primem pela competência na escolha das leituras, o elemento essencial para tornar os autores continuamente mais capazes. Esse é o meu desejo! E leiam! Leiam muito! Leiam sempre! Felicidades para 2014! Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico


O massificado mundo do consumo de produtos a preços baixos e em série parece estar a dar novamente espaço ao redescobrir do ARTESANATO e em Castro Verde são cada vez mais os que se entretêm na arte de saber fazer, preservando identidade, cultura e património. Ao serviço de todos nós, para que as nossas origens, essas, jamais as percamos de vista. BS

Há 50 anos Mulher nua numa tarde de domingo em Nova Iorque

E

m vésperas do Natal de 1963, o “Diário do Alentejo” publicava, sem grandes destaques, pequenas notícias da região, do País e do estrangeiro. A 20 de dezembro desse ano, o vespertino anunciava na primeira página que a Liga dos Amigos do Refúgio dos Pobres, criada em Beja, ia “encetar a sua actividade”, após ultrapassar três anos de “formalidades de ordem burocrática, excessivamente, enervantemente morosas”. Outras informações davam conta que “o sr. dr. Manuel Caldeira de Sousa” era o novo reitor do Liceu de Beja, substituindo o “sr. dr. Joaquim Galante Carvalho”, que havia pedido a exoneração; que “as condições climáticas de Novembro” tinham sido “prejudiciais à agricultura”; que “os srs. subsecretários das Obras Públicas e da Educação Nacional” iriam visitar dois dias depois Vila Nova de Milfontes; e que a população residente de Portugal continental e insular ultrapassava em finais de 1962 os nove milhões – era precisamente de 9.004.800 habitantes. As edições dessa semana mantinham todas esse tom de tranquilidade noticiosa. Aparentemente, nada de importante se passava no Portugal salazarista… Na tarde de 18, na última página, entre anúncios, tapando um buraco da paginação, o jornal inseria um dos seus habituais “recortes” – transcrições de outras publicações, na maior parte dos casos não identificadas. Intitulado “Não é atentar contra a tranquilidade pública uma mulher deixar-se fotografar nua em público… desde que seja domingo – na opinião de um juiz de Nova Iorque” (tudo isso a uma coluna), contava o “Recorte” do jornal bejense: “Um juiz de Nova Iorque determinou que não era perturbar a tranquilidade pública uma mulher nua posar para um fotógrafo no bairro financeiro daquela cidade numa tarde calma e domingo. A morena Jane Tice, um modelo, de 27 anos, estava a posar em Liberty Street, que se encontrava na altura deserta, quando aconteceu passar por ali o detective Joseph Leavy, que acusou miss Tice, o fotógrafo Jean Kirkland e o escritor John Wilcok de perturbarem a tranquilidade pública. Miss Tice afirmou que estavam a trabalhar em ilustrações para um livro. O juiz Richard Daly, do Tribunal Criminal, que absolveu os três, determinou que não havia intenção de perturbar a tranquilidade pública visto que os réus tinham escolhido uma tarde calma de domingo. Acrescentou, porém, que não podia ‘haver justificação’ para o seu comportamento.” Carlos Lopes Pereira

Ä

15 Em quatro letras pode ler-se PACC. Mas é muito mais que está em causa. A malfadada Prova de Avaliação de Capacidades e Conhecimentos tem tirado horas de sono a centenas de PROFESSORES e em causa, garantem, nem está a sua dificuldade, mas sim a indignação de quem escolheu a nobre profissão de ensinar. Em Beja o protesto impediu a sua realização. PACC, quatro letrinhas apenas, mas que atormentam tanto. BS

Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

Ã

“Em se tratando do futuro da Europa, somos todos uma espécie de treinadores de bancada. Analistas, comentadores, cronistas, observadores especializados ou simples e leigos na matéria, não conseguimos fugir a essa tentação, fazemos previsões “infalíveis”, damos leis a torto e a direito e anunciamos que vai ser assim ou assado, dentro e fora da União Europeia”. Vasco Graça Moura, “Diário de Notícias”, 18 de dezembro de 2013

Poemário Mulher rica e mulher pobre Vitorino da Palma Cavaco

– Boas festas. Para ti, meu bom ancião Guiado pela razão E julgas que não prestas, – Boas festas.

A mulher rica tem nome fino A mulher pobre tem nome grosso A mulher rica teve um menino A mulher pobre pariu um moço (mote cedido)

Para ti, irmão rico ou pobre Mas de caráter nobre A quem a bondade emprestas, – Boas festas.

Neste nosso Portugal Muitas diferenças são notadas Por muitos pronunciadas De forma abismal Nada disso é por mal Talvez coisas do destino É dado nome pequenino Com certo respeito E por dar mais jeito A mulher rica tem nome fino Embora todas iguais No trato há desacordo Pelo costume do povo Que troca nomes reais As pronúncias são desiguais Sem intenção de alvoroço Com algum jeito penoso Não está muito correto E para ser mais reto A mulher pobre tem nome grosso Desde os nossos antepassados Que a grei assim vem falando E o hábito aumentando Por mal de certos pecados Deviam ser ultrapassados Mas continuam progredindo O costume vai seguindo Quando se vem a saber E normal ouvir dizer A mulher rica teve um menino Isto está assim formado Não se pode modificar Ninguém o consegue alterar O povo já vem habituado Quando chegam a esse estado Para elas é grande esforço São todas de carne e osso A natureza isso traz Em vez de dizer, teve um rapaz A mulher pobre pariu um moço

Boas festas Manuel Dias Horta

Para todos quantos, a vida tem sido um martírio Porta aberta ao delírio Cheio de coisas funestas ,

Para ti, rapaz da camisola verde Para que o País herde Pessoas sérias e honestas, – Boas festas. E para ti, juventude Grito de revolta e atitude Quando te manifestas, – Boas festas.

Canta com letra real Em defesa de todos nós Levanta bem a sua voz Leva muita força moral É dos grupos mais castiços Na região da grande Lisboa A sua alegre moda entoa Nos locais mais omissos Não falha compromissos Canta para qualquer flano Para gente de todo o pano Tem sempre boa resposta Canta o que o povo gosta E mantém um bom plano

Encantamento Francisco S. Palma

Grupo coral Operário Alentejano

Iluminou-se o dia Seu céu aclarado Iluminava teus olhos e sorria Ténue linha separava, nossos olhares cruzados. Mas como tanta areia nos consome Nos divide como fronteiras Tua água azul nos absorve Unindo nossos corpos sem barreiras.

Manel Martins Nobre

O nosso grupo coral Operário Alentejano Leva muita força moral E mantém um bom plano Leva a nossa mensagem Ao povo onde vai cantar Não vai lá só passear Leva amizade e coragem Leva bonita imagem Não nos deixa ficar mal Gosta que o povo fale E defende a sua crença É desta forma que pensa O nosso grupo coral Mostra fortes convicções Na cultura do Alentejo É um grande privilégio Defender suas tradições Com voz e bons pulmões Transmite calor humano Neste grupo sem engano Sabe escolher o seu lado Tem nome consagrado Operário Alentejano Defende o nosso distrito E toda gente que trabalha O seu projeto não falha Por todo o lado têm dito Se é preciso dá um grito Que alerta todo o Seixal

Amena, cristalina, azul celeste Que projetas nossas sombras Ao nos abraçarmos algo acontece Nossos corpos são um corpo e uma só sombra. Mas que encantamento Sobrepor-me em tua sombra Pena é, ser só pensamento Talvez meu sonho, seja o sonho dessa sombra.

Corte do Pinto Manuel Henrique Guerreiro

Aldeia de Corte do Pinto É uma terra modesta Que sempre tem tido muito brio Para fazer a sua festa Juntam-se homens e mulheres Todos com muita devoção Para fazer a sua festa Em honra de Nossa Senhora da Conceição É dito por muita gente Que da região é a primeira A festa que se faz em Corte do Pinto Em honra da sua padroeira


16 Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

São menos produtivas. Nós gostaríamos que uma burra nos desse 30 litros diários, porque aí seria ouro sobre azul, mas a produtividade nem lá para o pé se chega. Porém, as mais-valias do leite de burra não se prendem com isso”. João Lopes

Reportagem

Herdade no concelho de Aljustrel prepara-se para explorar o filão do leite de burra

Vozes de burro chegam ao céu Não há Sagrada Família que não seja representada, no tradicional presépio, ao lado de um burro. Apesar das más conotações que se lhe associaram ao nome, o burro parece ser, de facto, um animal abençoado e digno

A

s virtudes do leite de burra são conhecidas, diríamos nós, quase desde sempre. Cleópatra, a mítica rainha do Egito, terá sido uma das suas consumidoras mais sonantes. Até hoje, depois de mais de dois mil anos, conservam-se na memória coletiva os seus famosos banhos hidratantes. E, mais recentemente, entre as gerações mais antigas também não é difícil encontrar quem tenha sido amamentado com recurso a este tipo de leite, ou como substituição do materno, ou por debilidades de saúde. Ter um burro e fazer uso dos seus recursos não é novidade; ter uma criação organizada de dezenas de fémeas e uma linha de produção e de transformação de leite, isso sim, é uma inovação no universo agropecuário português que está a dar os primeiros passos também no distrito de Beja, mais concretamente no concelho de Aljustrel. O projeto Ruc Nature nasceu há praticamente um ano numa propriedade de cerca de 80 hectares, onde têm vindo, paulatinamente, a ambientar-se 40 fémeas e 10 machos da raça catalã. Uma adaptação que diz mais respeito ao terreno e aos animais entre si, do que propriamente à convivência com o ser humano. O burro é um animal dócil por natureza, que procura o contacto humano espontaneamente. E que o diga esta equipa do “Diário Alentejo” que, numa visita recente à exploração, foi literalmente cercada de mimos por dezenas de futuras mamãs burras, numa espécie de comité de boas vindas asinino. A Catarina, que caminha em passo lento, como um cão de companhia; a

do nascimento do Messias. Dócil e afetuoso, ao ponto de poder ser mediador terapêutico, o burro, neste caso a sua fêmea, produz um leite muito semelhante ao humano, e com propriedades, também para a regeneração da pele, já comprovadas. Um segredo que já Cleópatra conhecia e que deu à empresa Ruc Nature, no concelho de Aljustrel, o ânimo para avançar com este negócio inovador. Serão os segundos produtores de leite de burra em Portugal e têm os olhos postos no mercado asiático. Texto Carla Ferreira Fotos José Serrano

Malu, oficialmente a “mais dócil”; a Ísis, que já nasceu na exploração e é filha da Bety; a Inês, do mesmo ano de nascimento, como se pode adivinhar pela primeira letra do nome, e chegada da Catalunha há um mês e meio na companhia da mãe. E muitas outras que se aproximam, cheiram, barram o caminho e se insinuam cutucando os nossos braços com o focinho. Para já, ainda é possível conhecê-las pelo nome e características físicas. Com o tempo, talvez se perca o fio à manada. Em breve, esperam-se mais 14 fémeas e, se tudo correr como previsto, a primeira ordenha terá lugar em maio, com as primeiras parições. “Costuma dizer-se que maio é o mês dos burros”, brinca João Lopes, engenheiro zootécnico que trabalha há 15 anos com bovinos na área do melhoramento genético, e que está agora a desbravar um novo terreno, juntamente com José Ataíde Ferreira, o ideólogo do projeto, e Sara Ferreira, engenheira biológica e sua filha. Recorda José Ataíde Ferreira, engenheiro mecânico de formação que desde sempre se interessou pela agricultura, que em conversa com pessoas conhecedoras do mercado, percebeu que “o leite de burra tinha futuro, se feito com qualidade”, e por isso pôs-se a “estudar” o assunto. O primeiro passo foi escolher a raça ideal e a primeira busca centrou-se no burro de Miranda, a única estirpe autóctone portuguesa, em vias de extinção, mas a falta de fémeas disponíveis ditou outro caminho. Na coudelaria de Alter do Chão, os


A metáfora do “New York Times”

R

parceiros foram encontrar o que os catalães consideram a “melhor raça de burro do mundo”, e que José Ataíde Ferreira enaltece pela sua “rusticidade, tamanho, força e produtividade”. “Em termos históricos, foi sempre uma raça utilizada para melhorar outras. Aconteceu nos Estados Unidos, na Argentina e o próprio burro mirandês também tem esta raça nos seus antepassados”, acrescenta. Atualmente, em Alter do Chão já não se faz criação de burros catalães (ruc català, na língua da região) porque “nós comprámo-los todos”, informa o responsável que, entretanto, aprofundou contactos com o Centro Mundial do Burro Catalão, situado na herdade de Fuives, em Berguedà, Catalunha, e é daí que vieram e estão a chegar as restantes fémeas. A fase de aquisição dos animais está, portanto, quase concluída, sendo que os passos que se seguem serão a “aquisição e a instalação da sala de ordenha e do laboratório de liofilização”, onde será produzido o leite em pó, descreve João Lopes, responsável pela área de produção. A Ruc Nature está seguir o mesmo caminho da Naturasin, empresa pioneira na produção de leite de burra em Portugal, nascida em 2008, e será assim o “segundo produtor organizado” a surgir no País, orgulham-se os parceiros. “Assim que parirem, a sala de ordenha já tem que estar pronta. Depois, segue-se a transformação desse leite em pó, que será um dos nossos produtos finais. Vamos fechar o ciclo, desde a produção até à comercialização”, continua o engenheiro zootécnico, explicando o que diferencia a produção do leite de burra da de leite de vaca, a mais generalizada. Em primeiro lugar, a produtividade: “São menos produtivas. Nós gostaríamos que uma burra nos desse 30 litros diários, porque aí seria ouro sobre azul, mas a produtividade nem lá para o pé se chega. Porém, as mais-valias do leite de burra não se prendem com isso”. Em segundo, há a destacar uma particularidade da espécie, no que respeita ao ritual de amamentação, o que obriga os produtores a ter uma espécie de “creche de burrinhos”, pronta a acompanhar as progenitoras na sua ida para a sala de ordenha. “Se, por qualquer motivo, um burrinho morrer à nascença ou a mãe não puder vê-lo, a burra não nos vai dar leite. Na sala de ordenha, as mães têm que estar sempre em contacto visual com as crias”, descreve o responsável, garantindo que, nos dois primeiros meses a seguir ao parto, a mãe estará dedicada inteiramente à cria, repartindo, posteriormente, o seu tempo entre a ordenha e a amamentação. PUB

ecentemente, a edição europeia do “New York Times” usou a condição atual do burro mirandês, em vias de extinção e cuja sobrevivência tem sido garantida por subsídios da União Europeia, como metáfora da situação económica e social do próprio País, e sobretudo do seu interior rural e desertificado. O artigo “Em Portugal um burro de carga vive de subsídios”, assinado por Rafael Minder, melindrou algumas sensibilidades. José Ataíde Ferreira, que leu o original em inglês, entendeu a metáfora e não a considera ofensiva: “O que se escreve é que a União Europeia é que nos pôs ao nível do burro, porque só quer que vivamos de subsídios, não de fazer florescer a nossa economia, exatamente porque o burro de Miranda só sobrevive porque existem subsídios”. O caso da Ruc Nature é outro. “Em nada do que está a ser feito aqui temos a ajuda do Estado ou de dinheiros comunitários. Devido às burocracias do Proder [Programa de Desenvolvimento Rural], decidimos avançar com este investimento através de capitais próprios e com a ajuda de um banco”, continua José Ataíde Ferreira, que acredita no burro também como um instrumento que pode travar a desertificação do interior. “Veja-se o que é que o turismo rural tem feito pelo Alentejo, a procura que há. E todas as atividades que possam tornar mais agradável uma visita à região são bem-vindas. Por isso, nós vamos criar condições para que as pessoas nos visitem e estejam por aqui umas horas, à volta dos burros”, conclui. CF

O segredo dos banhos de Cleópatra As in-

dústrias alimentar e da cosmética são, de momento, as que se perfilam como potenciais clientes da Ruc Nature, que já estabeleceu contactos em países como a Coreia do Sul, o Japão e a Suíça. “Se o produto for de qualidade, temos mercado para ele”, acredita José Ataíde Ferreira, fazendo fé numa pesquisa que encomendou para sondar o terreno, a mesma que

lhe diz que “a dermocosmética é a que de momento consome mais leite de burra” e que “os grandes clientes estão na Ásia”. Sara Ferreira recorre aos relatos dos “mais antigos” para sustentar a ideia de que, embora nunca tenha sido um produto industrializado, o leite de burra sempre foi consumido. “O leite de burra é o mais semelhante ao do ser humano. Antigamente, quem perdia a mãe no parto

Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

17

ou por algum motivo a mãe não podia amamentá-lo era alimentado com leite de burra”, explica, realçando também a recomendação do seu consumo nos casos de “crianças com alergias e baixas resistências e idosos frágeis”. Quanto às propriedades no campo da cosmética, a engenheira biológica facilmente desmonta o segredo dos míticos banhos de leite de Cleópatra. “O leite de burra tem uma concentração de ácido lático muito elevada em relação aos outros leites. E isso faz com que, quando aplicado na pele, o seu efeito seja semelhante a um peeling químico”. Uma composição natural que pode ainda ser potenciada quanto à sua ação hidratante, através de manipulação, quer da alimentação das fémeas, com ração adequada, quer já em fase de laboratório. “Conseguimos criar um produto que, para além de limpar a pele, hidrata bastante”, sublinha Sara Ferreira. O resultado é uma pele suave, macia. De rainha, como costuma dizer-se. E sem segredos. Além do precioso leite, o burro, que desde sempre acompanhou o homem nos campos até ao advento da mecanização da agricultura, pode hoje aportar outros contributos para o desenvolvimento do interior. É isso que planeiam os parceiros da Ruc Nature quando desenham uma estratégia para “dar trabalho” aos machos que não serão usados para a reprodução. Se considerarmos que a relação macho/ fémea deverá aproximar-se da proporção 1/25 ou 1/30, facilmente concluímos que os 10 machos existentes, seis deles com funções reprodutoras, estão “a mais”. Mas nenhum ficará no desemprego. A asinoterapia, prática equestre que utiliza o burro como instrumento terapêutico e que se destina a pessoas com necessidades especiais, será uma das opções e, nesse sentido, já está a ser esboçada uma parceria com uma instituição particular de solidariedade social de Castro Verde. “O intuito é que miúdos com deficiências profundas venham cá contactar com os animais, fazer festinhas, escová-los, alimentá-los, a chamada asinoterapia, que se sabe ter impactos muito positivos. Também queremos ter um papel social nesta comunidade”, informa João Lopes. A outra missão dos burros de Aljustrel será a dinamização turística, através de atividades na própria exploração, como passeios, por exemplo, de que poderão beneficiar os clientes das unidades hoteleiras mais próximas.


Futsal Distrital (10.ª Jornada)

Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

18

Futebol feminino

Alvito-IP Beja, 3-7; Ferreirense-Alcoforado, 1-1; Leões-CB Castro Verde, 0-6; VNSão Bento-Almodovarense, 2-6; Luzerna-Ourique, 2-0; Vasco Gama-NS Moura, 3-5. Líder: Ferreirense, 23 pontos. Próxima jornada (20/12): NS Moura-Ferreirense; CB Castro Verde-Alvito; Ourique-Vasco Gama; Desp.Beja-Leões; Almodovarense-Luzerna (31/12).

Taça Distrito de Beja (2.ª Jornada): São Domingos-Serpa, 0-3; Ferreirense-Castrense, 1-2; Vasco Gama-Odemirense (adiado). Líder: Castrense, seis pontos. Próxima jornada (21/12): Odemirense-São Domingos; Serpa-Castrense; Ferreirense-Vasco da Gama.

Desporto

Mineiro tem 3,9 golos de média por jogo

Castrense perde terreno Quem será o adversário capaz de fazer o líder do campeonato perder pontos? Por enquanto, o Aljustrelense é única equipa só com vitórias nas 10 jornadas já realizadas. Texto Firmino Paixão

N

o domingo recebe o Cuba, que não terá fulgor para conseguir esse desígnio. Na perseguição ao líder, o Vasco da Gama, vindo de um triunfo sobre o Castrense, tem no Guadiana mais um teste dificil à sua navegação. O Castrense atrasa-se, já ficou a nove pontos do topo, Odemirense e Serpa descem na tabela, Cabeça Gorda, Cuba e Rosairense fazem o percurso inverso. Resultados (10.ª jornada): Serpa-Rosairense, 1-2; Mil-

fontes -Odemirense, 4-2; São Marcos -Aljustrelense, 0-6; Sporting Cuba -Aldenovense, 3-1; Piense-Guadiana, 0-1; Vasco Gama-Castrense, 2-1; Cabeça Gorda-Bairro da Conceição, 1-0. Classificação: 1.º Aljustrelense, 30 pontos. 2.º Vasco Gama, 25. 3.º Castrense, 21. 4.º Milfontes, 19. 5.º Odemirense, 19. 6.º Cabeça Gorda, 14. 7.º Sporting Cuba, 13. 8.º Rosairense, 13. 9.º Serpa, 12. 10.º Guadiana, 12. 11.º Piense, 8. 12.º Bairro da Conceição, seis. 13.º São Marcos, cinco. 14.º Aldenovense, três. Próxima jornada (22/12): Serpa-Milfontes; Odemirense-São Marcos; Aljustrelense -Spor ting Cuba; Aldenovense-Piense; Guadiana-Vasco da Gama; Castrense -Cabeça Gorda; Rosairense-Bairro da Conceição.

2.ª Divisão Distrital

Os líderes sob ameaça Um dérbi em Beja, entre o Despertar e o rival Desportivo, outro em Saboia, com a equipa local a receber o vizinho Renascente. São as duas partidas que marcam o quarta ronda do campeonato do segundo escalão da AF Beja.

S

ão jogos que podem provocar algumas alterações nos primeiros lugares das duas séries, a primeira agora liderada pelo Amarelejense, mais realizador que os bejenses, a segunda série, até agora, dominada pelo Saboia. Série A. Beringelense-Despertar, 1-4; Amarelejense-Moura B, 5-0; Desportivo Beja-São Domingos, 1-0; Vasco Gama B-Negrilhos, 5-1. Classificação: 1.º Amarelejense, nove. 2.º

Desportivo Beja, nove. 3.º Despertar, quatro. 4.º Vasco Gama B, quatro. 5.º Beringelense, quatro. 6.º Moura B, dois. 7.º São Domingos, um. 7.º Negrilhos, zero. Próxima jornada (21/12): Despertar-Desportivo Beja; Moura B-Beringelense; Amarelejense-Vasco Gama B; São Domingos-Negrilhos. Série B: Naverredondense-Saboia, 1-3; Sanluizense-Messejanense, 1-6; Renascente-Castrense B, 3-1. Classificação: 1.º Saboia, nove pontos. 2.º Renascente, seis. 3.º Castrense B, quatro. 4.º Messejanense, três. 5.º Aldeia dos Fernandes, três. 6.º Sanluizense, um. 7.º Naverredondense, zero. Próxima jornada (21/12): Castrense B-Aldeia dos Fernandes; Saboia-Renascente; Messejanense-Naverredondense. FP

PUB

Desejamos-lhes um Feliz Natal e um Próspero 2014

Seniores O avançado Sadó (Quarteirense) muito marcado pela defesa local

Primeira vitória do Desportivo de Almodôvar (3/1) vitimou o Quarteirense

O Almodôvar está em último? O Desportivo de Almodôvar jogou em casa com o Quarteirense, equipa que até já liderou a série H, e conseguiu a sua primeira vitória, folgada, no Nacional de Seniores. Mas... é esta equipa que ocupa o último lugar? Texto e foto Firmino Paixão

T

reze jornadas depois de ter iniciado este histórico percurso numa competição nacional, o Campeonato Nacional de Seniores, também ele estreante, o Desportivo de Almodôvar pôde, finalmente, celebrar um triunfo. Num jogo em que atuou desinibida, a formação almodovarense, agora comandada por Sandro Almeida, criou oportunidades, concretizou a primeira logo aos 20’ de jogo e, no segundo tempo, mantendo uma toada marcadamente ofensiva, chegou aos três a zero, apenas permitindo que o Quarteirense ate-

nuasse o prejuízo já em período de compensação. Um triunfo justo, moralizador para as últimas cinco jornadas desta fase, mas que não foi suficiente para retirar a equipa do último lugar. Mas do domingo desce até Lagos, o adversário que o precede na tabela. Pode ser que o sucesso tenha réplicas. O Moura foi a Loulé, com quem já tinha perdido em casa, por três a zero, e levou mais três. Não está bem esta equipa do Moura, que não conseguiu ainda pontuar com o Louletano. Consequência da derrota, não a perda do 3.º lugar, mas o distanciamento do Pinhalnovense, atual segundo, que venceu o líder. Pois será esse mesmo líder, o Ferreiras, o próximo adversário dos mourenses, em sua casa, numa partida que terão que venceu para não tombarem alguns degraus na classificação. O União de Montemor, que no domingo jogará em Quarteira, venceu o Cova da Piedade (1/0) e manteve-se no 7.º lugar.


A Associação de Atletismo de Beja organizou durante a época passada 13 ações designadas Dia do Atletismo, que movimentaram cerca de 1 300 jovens, e não as duas ações com 300 miúdos jovens como se lê na entrevista à líder da associação na nossa última edição. Penitenciamo-nos pelo lapso na interpretação das declarações produzidas.

Portugal venceu a Dinamarca

A seleção nacional sub/17 venceu a Dinamarca por 1-0 (golo de Hugo Neto aos 82 minutos), em jogo disputado na última terça-feira, 17, no Estádio Municipal de Moura, o primeiro de dois encontros particulares que as duas seleções agendaram para o Alentejo. O segundo jogo realizou-se ontem à tarde, na cidade de Beja.

Núcleo Sportinguista de Beja Os benjamins com o treinador Asher

Núcleo Sportinguista de Beja deixa mensagem de Natal

Saúde, paz e amor Disse um dia o poeta Ary dos Santos que “Natal é em dezembro, mas em maio pode ser” e que “Natal é em setembro, é quando um homem quiser”, mas a poesia ainda não é imperativa, nem sequer legislativa. Texto e foto Firmino Paixão

É

por isso que este espírito de Natal, soletrado em tons de fraternidade e, temporariamente, ancorado à solidariedade e à paz, se celebra neste tempo frio e hipócrita do último mês de cada ano, e não sempre que o homem quer, sonha ou deseja. Por muito que o homem queira, por muito que o homem sonhe, ainda há crianças que não sabem que o Natal existe, nem os valores que encerra, tão pouco a forma de o celebrarem. Não estas crianças de que vos vamos falar, com quem fomos antecipar a celebração natalícia, assistindo a uma colorida e bem-sucedida exibição, frente a outros miúdos que, apenas, tinham uma camisola diferente e jogavam no outro lado do campo. Estes miúdos traçam com o seu potencial talento desportivo os contornos da sua felicidade. É por isso que o resultado desportivo não interessa. Todos ficam a ganhar. A equipa de benjamins do Núcleo PUB

Sportinguista de Beja era uma das muitas que povoavam os tapetes verdes do Complexo Desportivo Fernando Mamede, que nas manhãs de sábado se agita com o entusiasmo das crianças e o orgulho da família em redor do retângulo. Atualmente a única representação local de um grande clube, o Núcleo do Sporting, celebrou recentemente, e com alguma discrição, o 22.º aniversário da sua fundação. Tem duas equipas em atividade federada na Associação de Futebol de Beja, uma de benjamins, outra de infantis. O alemão Reinhard Krischer, que todos conhecem e tratam por Asher, é o treinador e pedagogo responsável pelos mais jovens candidatos a futebolistas no núcleoo leonino, um grupo de nove rapazes, mais a Beatriz, todos nos 10 anos de idade. O mister, há uma dezena de anos no Alentejo, foi jogador do Hanover 96, clube da 2.ª divisão gernânica, treinou escalões jovens do Colónia e foi campeão militar à frente da seleção da escola de desporto da Força Aérea Alemã. Asher diz que no núcleo do Sportinguista de Beja preocupa-se, “essencialmente, com a formação dos miúdos” porque, sublinha, “os resultados desportivos não importam, o essencial é que as crianças ganhem hábitos de prática desportiva e valorizem o convívio social”. O timoneiro da jovem equipa sabe também que “a maior parte dos nossos jogadores

são adeptos do Sporting, não são todos, mas são muitos, temos outros que estão connosco porque gostam da maneira como o núcleo tem trabalhado com o futebol de formação”. Depois, acentuou Asher, “o facto de o Sporting estar na frente do principal campeonato português, naturalmente que é um fator de alegria, de orgulho e de acrescida motivação para os nossos atletas, principalmente aqueles que são, efetivamente, sportinguistas”. Na hora da despedida, e depois da foto de família com os adereços natalícios, veio o porta-voz do grupo, Luís Marques, o capitão da equipa de benjamins do Núcleo Sportinguista de Beja, a quem pedimos uma mensagem natalícia. “Um bom Natal para todas as equipas e que o núcleo seja o campeão”, foi o voto formulado pelo jovem bejense. Ambição não falta a este “leão” que na hora de pensar em todas as crianças do mundo também lhes desejou saúde, paz e amor, e que este espírito natalício também seja generoso com todos eles. Rafael Gonçalves, Francisco Isidoro, Henrique Barnabé, João Figueirinha, Beatriz Faleiro, Luís Marques, João Ferrinho, Alberto Trindade, Rodrigo Serafim e Afonso Matos, todos eles na foto, são a imagem da felicidade perseguida através do desporto, do futebol, nessa bola de sonhos em que todos querem descobrir o talento que os projete na semelhança daqueles que são os seus maiores ídolos.

Futebol juvenil Liga de benjamins: Jornada Cruzada (2.ª Mão): Despertar B-Amareleja, 0-2; Serpa -Desp.Beja B, 5-3; Moura A-Ferreirense B, 1-0; NS Beja-Moura B, 5-2; Piense-Vasco Gama, 2-2; Aldenovense-Alvorada, 7-1; Odemirense -Almodôvar, 1-0; Milfontes-Castrense, 5-1; Renascente-Ourique, 5-1. 2.º Momento (1.ª Jornada – 21/12): Despertar A-Ferreira A: Moura A-Serpa; Alvito-Vasco Gama; NS Beja-Desp.Beja A; Ferreirense B-Piense; Aldenovense-Moura B: Cab.Gorda-Amareleja; BºConceição-Despertar B; Castrense-Almodôvar; Odemirense-Aljustrel; Boavista-Renascente; Ourique-Sanluizense. Distrital de infantis: 7.ª Jornada: Série A: Despertar A-Guadiana, 11-1; Sp.Cuba-Ferreirense, 4-1; Desp.Beja-NS Beja, 2-5. Líder: Despertar A, 21 pontos. Próxima Jornada (21/12): Operário -Despertar A; Guadiana-Desp.Beja; NS Beja-Sp. Cuba Série B: Serpa-Piense, 6-6; Moura-Santo Aleixo, 7-0; Amareleja-Aldenovense, 2-6; Vasco Gama -Despertar B, 0-6; Líder: Despertar B, 21 pontos. Próxima Jornada (21/12); Santo Aleixo -Serpa; Piense-Vasco Gama; Aldenovense-Moura; Despertar B-Amarelejense. Série C: Ourique -Aljustrelense, 1-12; Almodôvar-S. Marcos, 19-0; Renascente-Milfontes, 1-6; Odemirense-Castrense, 1-5. Líder: Almodôvar, 24 pontos. Próxima Jornada (21/12): São Marcos-Ourique; Aljustrel -Odemirense; Milfontes-Almodôvar; Castrense -Renascente. Distrital de Iniciados: Série A 3.ª Jornada: Aldenovense-Moura, 0-7; Ferreirense-Alvito, 1-0; Serpa-Bairro da Conceição, 5-1; Líder: Moura, nove pontos. Próxima Jornada (22/12): Moura -Serpa; Alvito-Aldenovense; Bairro da Conceição - Despertar. Série B 3.ª Jornada : Aljustrelense-Castrense, 4-5; Desp.Beja-Almodôvar, 1-6. Líder: Castrense, quatro pontos. Próxima Jornada (22/12): Almodôvar-Aljustrel; Guadiana-Milfontes Distrital de Juvenis: Série A 3.ª Jornada: Amarelejense-Serpa, 3-0: Sp.Cuba-Despertar, 0-9; Moura-Santo Aleixo, 2-2; Alvito-Desp.Beja, 0-4. Líder: Desp. Beja, seis pontos. Próxima Jornada (22/12): Serpa-Moura; Despertar-Amareleja; Sp.Cuba-Alvito; Sto.Aleixo.Desp.Beja. Série B 3.ª Jornada: Castrense-Aljustrelense, 6-2; BºConceição-Milfontes, 0-2; Ourique-Ode mirense, 0-9. Líder: Castrense, três p o nto s . Pr óx i m a Jo r n a d a (22 /12): Aljustrelense-Ourique; Milfontes-Castrense; Odemirense-Almodôvar.

Inatel Grupo A (9.ª Jornada): Salvadense-Brinches, 2-1; Serpense-Pen.Gordo, 1-3; Louredense-Barrancos, 1-0; Quintos-Trindade, 1-3. Líder: Penedo Gordo 24 pontos. Próxima jornada (4/1): Serpense -Salvadense; Barrancos-Brinches; Penedo Gordo -Quintos; Trindade-Louredense. Grupo B (9.ª Jornada): Vale d’Oca-Faro Alentejo, 3-1; Figueirense-Alvorada, 7-4; Sta.Vitória-Vale Figueira, 1-1; Mombeja-AC Cuba, 1-3. Líder: Vale d’ Oca, 22 pontos. Próxima jornada (4/1): Figueirense-Albernoense; Vale D’Oca-Vale Figueira; Mombeja-Alvorada; S.Vitória-AC Cuba. Grupo C (9.ª Jornada): Almodovarense-Serrano, 1-4; Sete-Santaclarense, 2-4; S.Clara Nova -Sanjoanense, 4-0; Bemposta-Alcariense, 0-0. Líder: Santaclarense, 24 pontos. Próxima jornada (4/1): Almodôvar-S.Clara Nova; SerranoBemposta; Alcariense-Sete; Santaclarense -Sanjoanense. Grupo D (9.ª Jornada): Pereirense-Santa Luzia, 4-0; Luzianes-Amoreiras, 1-0; Relíquias-Cercalense, 1-1; Longueira-Soneguense, 2-1. Líder: Cercalense, 16 pontos. Próxima jornada (4/1): Luzianes-Cavaleiro; Pereirense-Cercalense; Longueira-Amoreiras; Relíquias-Soneguense.

19 Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

Atletismo


Título de kickboxing para o Alentejo

Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

20 PUB

Venha conhecer as nossas Ofertas de Natal

A atleta Filipa Correia, estudante de Medicina Veterinária, representante da Associação Académica da Universidade de Évora, revalidou no último fim de semana, em Vila Real de Trás-os-Montes, o título de campeã nacional universitária de kickboxing na categoria “light-kick - 60 kg.”. O torneio nacional, em que participaram cerca de 30 praticantes, foi organizado pela Federação Académica de Desporto Universitário (FADU). A nova campeã nacional, de 28 anos, nasceu em Setúbal, reside na vila de Cuba e é neta do conhecido radialista desportivo Fernando Correia.

Andebol: Zona Azul recebe os Olhanenses A equipa de seniores da Zona Azul, de Beja, venceu o Centro de Cultura Popular de Serpa, por 29/24, no dérbi que animou a sétima jornada do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão, Zona 5. Na mesma ronda, o Andebol Clube de Sines deslocou-se ao Algarve para defrontar o Lagoa e perdeu por 24/19. Amanhã a formação da Zona Azul volta a jogar no Pavilhão de Santa Maria, em Beja, para receber os Olhanenses (17 horas). O CCP Serpa folga nesta jornada e o jogo entre o Náutico do Guadiana, de Vila Real de Santo António, e o Andebol Clube de Sines foi adiado para 1 de fevereiro do próximo ano. No final da primeira volta, a classificação é liderada pelos Olhanenses, com 17 pontos (mais um jogo), seguidos da Zona Azul, com 14.

Irmãos Madeira reuniram-se em Beja e recordaram carreiras desportivas

O regresso à cidade Natal Tão apropriado que seria trazermos aqui hoje um conto de Natal, ficcionando estórias, criando personagens, moldando argumentos ao sabor do tempo e da liberdade narrativa. Texto e foto Firmino Paixão

M

Feliz Natal a todos os clientes e amigos

elhor ainda se os intérpretes fossem figuras reais e o argumento uma sucessão de factos, efetivamente, testemunhados. Um retrato feito de afetos e flashes de reconhecimento de uma família de província, dispersa por terras onde vão deixando sementes para o futuro e de onde atenuam a saudade com acenos pontuais, excessivamente espaçados no tempo. Seria um pouco assim… Era uma vez um homem e uma mulher nascidos no século passado nesta terra alentejana. A Prudenciana e o Joaquim conheceram-se e uniram os destinos, construíram o percurso de vida que a época lhes permitiu. Gente de cara levantada, gente de trabalho e de muito sacrifício, porque os filhos foram nascendo com uma cadência quase aritmética, e foram meia dúzia. Índice de natalidade costumeiro na época, que exigia uma tremenda labuta na procura do sustento. E todos se criaram. Nasceu primeiro Joaquim, depois Honório, a seguir veio Fátima, mais tarde Rui, chegou a vez de João e, finalmente, de Vítor, por esta ordem e num intervalo de 14 anos. A mãe tinha o apelido Graça e o pai Madeira, pelo que, se mais nada em comum lhes coubesse, todos eles ganhariam os nomes Graça Madeira. Mas houve mais em comum, a predestinação para o futebol, pelo menos dos cinco rapazes, recreando-se nas peladinhas do Terreirinho das Peças, ali parede meias com a moradia térrea da rua 1.º de Dezembro, onde a família sempre residiu. E assim nasceu o clã futebolista dos “Madeiras”, outros existem na cidade e da mesma época. Todos eles exímios praticantes, revelando invulgar competência para o jogo da bola. O percurso de cada um deles teve embrião nos clubes da cidade, à época o Despertar e o Desportivo de Beja, antes de se dispersarem por paragens tão diferentes, mas ao mesmo tempo tão semelhantes, porque

Irmãos Madeira Joaquim, Honório, Rui, Vitor e João

não raras vezes se juntaram aos pares com a mesma camisola. Os mais audazes, os que não hesitaram em “perder o castelo de vista”, tiveram carreiras com maior visibilidade, porque, no futebol, a sorte procura-se e o destino não está só na biqueira da bota, contam muito as escolhas e as decisões. Rui foi o único que privilegiou o Despertar para iniciar a carreira, todos os irmãos tiveram como primeira camisola a do Desportivo de Beja. Os compromissos militares também interferiram, aqui e além, nos seus percursos desportivos, levando-os mesmo a representar clubes das antigas colónias portuguesas em África. Os registos biográficos que aqui se elencam são um tanto aleatórios e, por esse facto, passíveis de uma ou outra omissão, mas começando pelo mais velho, Joaquim Madeira, 71 anos, começou a jogar à bola no Desportivo de Beja, de onde saiu para o Caldas e daí para o Ferroviário do Entroncamento, juntando-se mais tarde ao irmão “Nói” no Textáfrica de Vila Pery. Prolongou a ligação ao desporto através da arbitragem, como assistente dos internacionais bejenses Rosa Santos e Veiga Trigo. Honório Madeira, 69 anos, saiu do Beja para jogar no Textáfrica, representando também o Vasco da Gama de Sines. Passados 14 anos voltou a África para treinar o clube e conquistar o título de campeão de Moçambique, mas treinou também o Vasco da Gama, União de Santiago, Desportivo, Despertar e

Sporting de Cuba. Rui Madeira, 65 anos, vestiu a camisola do “rasga” e saltou para o Belenenses, antes de ingressar no Salgueiros. Quando “Nói” se sentou no banco dos sineenses, Rui correspondeu ao apelo do irmão e regressou para jogar no Vasco da Gama, no União de Santiago e no Grandolense. João Madeira, 63 anos, jogou no Desportivo, Despertar e Desportivo de Tete (Moçambique). Resta Vítor Madeira, o mais novo, 57 anos, o que teve maior sucesso no futebol, com percurso entre o Desportivo de Beja, Vasco da Gama de Sines, Vitória de Setúbal, Estoril, Marítimo, antes de novo regresso ao Vitória e ao Vasco da Gama. Hoje é o único ligado ao futebol, treina as camadas de formação do Vasco da Gama (onde tem um neto). Um clã bem-sucedido no futebol. Deixam raízes? Aí não, que não deixam. Márcio Madeira, filho mais novo de Vítor, joga no Moreirense. O mais velho, Vítor como o pai, chegou a vestir a camisola do Benfica, mas já pendurou as botas. Bruno e Rui, filho e neto de Honório, representam agora o Desportivo de Beja. A história podia terminar com a afirmação de que todos foram excelentes embaixadores da cidade de Beja no futebol nacional. Seria um final feliz. Mas como um dia disse Mandela: “toda a gente volta ao sítio onde nasceu”, e os irmãos Madeira (os cinco desportistas e a irmã) reuniram-se em Beja, numa romagem de saudade à campa da mãe, Prudenciana da Graça, no dia do centenário do seu nascimento.


institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1652 de 20/12/2013 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1652 de 20/12/2013 Única Publicação

CARTÓRIO NOTARIAL DE SERPA Joana Prior, Notária

CARTÓRIO NOTARIAL DE SERPA Joana Prior, Notária

EXTRACTO

EXTRACTO

Certifico para efeitos de publicação que no dia 10 de Dezembro’ de 2013, iniciada a folhas 38 do livro de notas número 358-A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, pela qual MARIA ANTÓNIA SOARES CARVALHO, NIF 134.604.237, natural da freguesia de Vale de Vargo, concelho de Serpa, casada com Joaquim José da Encarnação Carvalho, NIF 117.223.077, no regime da comunhão de adquiridos, residente no Sítio Chão de Cevada, caixa postal 911Z, Conceição, concelho de Faro, alega que dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do prédio urbano de rés-do-chão, destinado a habitação, com a superfície coberta de quarenta metros quadrados, sito na Rua 25 de Abril, número 11, da União das Freguesias de Vila Nova de São Bento e Vale de Vargo, concelho de Serpa, presentemente inscrito na matriz sob o artigo 586 (anteriormente 276, da freguesia de Vale de Vargo), com o valor patrimonial de € 5.210,00, a que atribui igual valor; não descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa. Que o identificado imóvel veio à sua posse por o haver adquirido por compra verbal, efetuada em dia que ignora do mês de Julho do ano de mil novecentos e setenta e quatro, no estado de solteira, maior, tendo-se posteriormente casado no regime da comunhão de adquiridos com Manuel Troncão dos Santos, de quem se divorciou, e depois casado com o referido Joaquim José da Encarnação Carvalho, a Maria Lameira, viúva, já falecida, residente que foi na citada freguesia de Vale de Vargo, tendo pago o ajustado preço, não tendo, todavia, sido celebrada a respetiva escritura. Que, porém, desde aquele mês de Julho do ano de mil novecentos setenta e quatro e sem interrupção, a justificante entrou na posse do referido imóvel, habitando-o e usufruindo de todas as suas utilidades e suportando os respetivos impostos e encargos, tendo adquirido e mantido a sua posse sem a menor oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua e de boa-fé, que dura há mais de vinte anos, pelo que o adquiriu por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição documento algum que lhe permita fazer a prova do seu direito de propriedade. Que, desta forma, justifica a aquisição do aludido imóvel por usucapião. Está conforme o original. Cartório Notarial de Serpa, a cargo da Notária Joana Raquel Prior Neto, dez de Dezembro de dois mil e treze.

Certifico para efeitos de publicação que, no dia 6 de Dezembro de 2013, iniciada a folhas 23 do livro de notas número 38-A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, pela qual JOAQUIM PALMA, NIF 134.783.689, viúvo, natural da freguesia de Pias, concelho de Serpa, onde reside na Rua Júlio Dinis, número 41, por si e como procurador e em representação de MARIA RITA CARRASCO PALMA ESPADA, NIF 176.742.433, casada com Diamantino Carvalho Espada, NIF 166.763.748, no regime da comunhão de adquiridos, natural da dita freguesia de Pias, onde reside na Rua Rossio da Estação, número 27-C; TERESA MARIA SOLDADO PALMA, NIF 191.061.964, casada com Francisco José Ventura Godinho, NIF 195.260.600, no regime da comunhão de adquiridos, natural da citada freguesia de Pias, onde reside na Rua Júlio Dinis, número 74; e JOAQUIM JOSÉ SOLDADO PALMA: NIF 201.169.312, solteiro, maior, natural da referida freguesia de Pias, onde reside na Rua da Ilha, número 3, alegam que são donos e Legítimos possuidores, por sucessão na posse e com exclusão de outrem, do prédio rústico de cultura arvense de sequeiro, denominado “Vale de Lagarinhos”, sito na freguesia de Pias, concelho de Serpa, descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa sob o número quatro mil cento e noventa e sete, daquela freguesia, inscrito na matriz sob o artigo 26, da secção R, com o valor patrimonial de € 798,43, a que atribuem igual Que apesar do citado imóvel se encontrar registado na mencionada Conservatória a favor do titular inscrito Barão Benedito Cardadeiro, casado com Maria Ursula Mariano Carvalho, Pias Serpa, pela apresentação um, de dez de Julho de mil novecentos e sessenta e três, desconhecendo-se atualmente o seu paradeiro, o mesmo é pertença dos justificantes. Que o referido imóvel fazia parte do património de Rita Quintiliana Carrasco Soldado, falecida no dia dezassete de Setembro de dois mil e treze, casada que foi com o primeiro outorgante Joaquim Palma, em primeiras núpcias de ambos e no regime da comunhão geral, tendo-lhe sucedido como únicos herdeiros seu referido cônjuge e três filhos, Teresa Maria Soldado Palma, Joaquim José Soldado Palma, e Maria Rita Carrasco Palma Espada, e veio à posse daquela Rita Quintiliana Carrasco Soldado e seu marido Joaquim Palma, por o haverem adquirido aos referidos titulares inscritos, através de compra verbal, efetuada em dia que ignoram do mês de Novembro do ano de mil novecentos e setenta e dois, tendo pago o ajustado preço, não tendo sido celebrada a respetiva escritura pública, motivo pelo qual não são detentores de qualquer documento formal que legitime o domínio sobre o mesmo. Porém, desde aquele mês de Novembro do ano de mil novecentos e setenta e dois e sem interrupção, a referida falecida Rita Quintiliana Carrasco Soldado e marido entraram na posse do mencionado imóvel, cultivando-o e usufruindo todas as suas utilidades e suportando os respetivo encargos, tendo adquirido e mantido a sua posse sem a menor oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo, por isso, uma posse pública, pacífica, contínua e de boa-fé, que durou até à morte daquela Maria Rita Quintiliana Carrasco Soldado, posse essa continuada pelos ora justificantes após a morte daquela, com as mesmas características, que por sucessão na posse, que dura há mais de vinte anos, o adquiriram por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, documento algum que lhes permita fazer a prova do seu direito de propriedade. Que, desta forma, justificam a aquisição do mencionado imóvel por usucapião. Está conforme o original.

A Notária, Joana Raquel Prior Neto

Diário do Alentejo n.º 1652 de 20/12/2013 Única Publicação

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vidigueira ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA

CONVOCATÓRIA Nos termos do art.º 41, alínea b) dos Estatutos, convoco a reunião da Assembleia Geral Ordinária, para o dia 27 de dezembro de 2013, sexta-feira, pelas 20 e 30 horas, na sede da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vidigueira, com a seguinte ordem de trabalhos: 1 Aprovação do Plano de Atividades e Orçamento para o ano 2014. 2 Outros assuntos de interesse. Nota: Se à hora marcada, não houver o número legal de sócios, a Assembleia reunirá com qualquer número de associados, meia hora depois

ALUGA-SE Apartamento 3 quartos, 1 sala, 2 wc. Marquise e arrecadação. Rua 25 de Abril, 2.º andar. Contactar pelo tm. 919511874

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SERPA

EDITAL SARA DE GUADALUPE ABRAÇOS ROMÃO, PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SERPA TORNA PÚBLICO: de acordo com o estipulado no n.9 3 do artigo 49.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro e artigos 16.º e 38.º do Regimento da Assembleia Municipal de Serpa, que no próximo dia 23 de dezembro de 2013 pelas 18 Horas, na Sala de Sessões do Edifício da Autarquia realizar-se-á uma sessão ordinária deste Órgão Deliberativo, cuja ordem de trabalhos é a seguinte: 1. PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA 1.1 Apreciação e votação das atas n.º 4, 5 e 6/2013 1.2 Resumo do Expediente 1.3 Intervenção dos membros da Assembleia Municipal 2.PERÍODO DE “ORDEM DO DIA” 2.1 Relatório da Atividade Municipal (artigo 25.º n.º 2 alínea c) e art.º 35.º n.º 1 alínea y) e nº 4 da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro – Relatório n.º 5/2013 2.2. Grandes Opções do Plano, Orçamento e Mapa de Pessoal para 2014 2.3. Proposta de Reorganização dos Serviços do Município de Serpa – Estrutura orgânica e funcional 2.4. Autorização prévia para assunção de compromissos plurianuais no âmbito da Lei n.º 8/2012 – Ano de 2014 2.5. Impostos Municipais (Derrama e Participação Variável no IRS) 2.6.Procedimento concursal para admissão de um dirigente intermédio de 3.º grau – Designação do júri 2.7. Proposta para renovação de contrato – Técnico superior da área funcional de Ciências da Nutrição 2.8. Plano de Pormenor de Salvaguarda do Núcleo Histórico da Cidade de Serpa 2.9. Desafetação de bens do domínio público municipal – Zona Industrial de Serpa, lote 23 2.10. Desafetação de parcela de terreno do domínio público – Rua da Revolução, n.º 25 em Vale de Vargo 2.11. Repartição de encargos com abertura de procedimentos referente a despesas que dão lugar a encargo orçamental em mais de um ano económico 2.12. Protocolos de delegação de competências nas Juntas de Freguesia 3.PERÍODO DE “INTERVENÇÃO DO PÚBLICO”. E, para constar, se publica o presente edital e outros de Igual teor, que vão ser afixados nos locais públicos do costume. Serpa, 13 de dezembro de 2013 A Presidente da Assembleia Municipal Sara de Guadalupe Abraços Romão

Diário do Alentejo n.º 1652 de 20/12/2013 Única Publicação

A Notária, Joana Raquel Prior Neto

ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE ALMODÔVAR

COMPRO Todo o tipo de sucata, ferro, alumínio, latão, inox, materiais eléctricos, baterias, etc.. Desloco-me. Contactar tm. 912965482

VENDE-SE MOBÍLIAS A 3 kms de Beja, 2 ha com 80 m2 de casa, todo vedado, água, luz, telefone, recolha de lixo, carteiro e alcatrão a 200 metros. 170 000 euros. Contactar tm. 966756018

Diário do Alentejo n.º 1652 de 20/12/2013 Única Publicação

Cartório Notarial de Serpa, a cargo da Notária Joana Raquel Prior Neto, seis de Dezembro de dois mil e treze.

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Nuno Alfredo Cordeiro Pelúcia

VENDE-SE MONTE

21 Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

Sala de jantar, camas de solteiro, relógio de pé, móvel de sala, tudo madeiras boas, estilo século XVII. Bons preços. Contactar tm. 918462305

TRESPASSA-SE BEJA Creche licenciada pelo IPSS (Segurança Social). Contactar tm. 964886452

CONVOCATÓRIA Nos termos da alínea a) do Art°. 37°. dos Estatutos desta Associação e para efeitos do disposto na alínea h) do n° 2 do Art°. 36° e da alínea b), n° 2 do Art°. 40.º dos mesmos Estatutos, convocam-se de harmonia com o n°. 1 do Art°. 41.º dos já mencionados Estatutos, todos os associados efectivos no pleno gozo dos seus direitos, para a ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA a realizar no próximo dia 27 de Dezembro de 2013, pelas 20,30 horas, na sede desta Associação, com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS: Primeiro ponto: APRECIAR E VOTAR O PLANO DE ACTIVIDADES E ORÇAMENTO PARA O ANO DE 2014 E PARECER DO CONSELHO FISCAL Não estando presentes a maioria dos associados, no dia e hora designados, a Assembleia funcionará trinta minutos depois, com qualquer número de presenças, conforme determina o n.º1 do Art°. 42°. dos mesmos Estatutos. Para constar se passou a presente convocatória e outras de igual teor que vão ser afixadas na sede da Associação e outros locais julgados de interesse para o efeito e publicitada conforme determina o já mencionado n°. 1 do Art°. 41.º dos Estatutos da Associação. Almodôvar, 13 de Dezembro de 2013. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral, João de Deus Lopes Pereira


saúde

22 Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

Análises Clínicas

Medicina dentária

Psicologia

Fisioterapia

Centro de Fisioterapia S. João Batista Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda.

Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves

Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Cardiologia

FERNANDA FAUSTINO Técnica de Prótese Dentária Vários Acordos

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa)

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE

Cardiologistas Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA

Clínica Geral

GASPAR CANO

Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA

MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR

CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA

JOSÉ BELARMINO, LDA.

das 14 horas Tel. 284322503

Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA

Clinipax

DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid)

CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas

JOÃO HROTKO

LUZ Médico

Especialista pela Ordem dos Médicos

Especialista

Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja

dos Médicos

Generalista

Consultas de 2ª a 6ª

CONSULTAS DE OBESIDADE

Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS. Marcações pelo telef. 284325059 Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

Fisioterapia

FAUSTO BARATA

ALI IBRAHIM Ginecologia Obstetrícia Assistente Hospitalar

Marcações pelo tel.

TERESA ESTANISLAU CORREIA Consultas às 4ª feiras tarde e sábado MARCAÇÃO DE CONSULTAS: Diariamente, dias úteis: Tel: 218481447 Lisboa 4ª feiras: 14h30 – 19h Tel: 284329134 Beja

Rua Zeca Afonso,

R. 25 de Abril, 11

nº 6-1º B – BEJA

cave esq. – 7800 BEJA

Neurologia

Rua Manuel António de Brito nº 4 1ºFte

Clínica dentária

HELIODORO SANGUESSUGA

Dr. José Loff Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral /Implantologia Aparelhos fixos e removíveis

7800-073 BEJA

Dra. Sónia Fernandes Pediatra

UROLOGISTA Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo

Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833

Marcações pelo telef. 284328023 BEJA

DR. CIRO OLIVEIRA

Centro Médico de Beja Largo D. Nuno Álvares Pereira, 13 BEJA Marcações pelo tel. 284312230

AURÉLIO SILVA

Rua Cidade S. Paulo, 29

Psiquiatria

Consultas às sextas-feiras, a partir das 15 horas

Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190

MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232

CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras

7800- 544 - BEJA

(Edifício do Instituto do Coração, frente ao Continente)

Pediatria

Consultas segundas, quartas, quintas e sextas

e.mail:

Urologia

Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia

Dermatologia

clinidermatecorreia@ gmail.com

Rua Tenente Valadim, 44

CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA.

Rua Capitão João Francisco de Sousa, 56-A – Sala 8 Marcações pelo tm. 919788155

MÉDICA DERMATOLOGISTA

7800-475 BEJA Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia

pela Ordem e Ministério da Saúde

VÁRIOS ACORDOS

DR. A. FIGUEIREDO

Fax 284326341

a partir das 15 horas

Estomatologista (OM) Ortodontia

Marcações pelo 284322446;

CONSULTASàs 3ªs e 4ªs feiras,

DR. JAIME LENCASTRE

Obesidade

Médico oftalmologista

Acordos com A.D.S.E., CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Allianze, Seguros/Acidentes de trabalho, A.D.M., S.A.M.S.

DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO

EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas

Ginecologia/Obstetrícia

Marcações a partir

Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia Hidroterapia/Classes no meio aquático

Oftalmologia

Consultas no Centro Médico de Beja Largo D. Nuno Álvares Pereira n.º 13 BEJA Marcações pelo telefone 284312230

Medicina dentária

Luís Payne Pereira Médico Dentista Consultas em Beja Clínica do Jardim Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975

284323028 Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja

Estomatologia

Cirurgia Maxilo-facial

DR. MAURO FREITAS VALE

FRANCISCO FINO CORREIA

MÉDICO DENTISTA

MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS

Prótese/Ortodontia

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas

Otorrinolaringologia

DR. J. S. GALHOZ

DR. ÁLVARO SABINO

Ouvidos,Nariz, Garganta

Otorrinolaringologista Ouvidos,Nariz, Garganta

Exames da audição

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas

Consultas a partir das 14 horas Marcações pelo telefone 284321693 ou no local Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA

Tel. 284324690 Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA


saúde

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva –Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/ Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.º Ricardo Lopes – Consulta de Gastrenterologia e Proctologia - Endoscopia e Colonoscopia Dr.ª Joana Leal – MedicinaTradicional Chinesa/Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt

beja@davinci.com.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (TAC) ECOGRAFIA MAMOGRAFIA ECO DOPPLER RADIOLOGIA DENTÁRIA

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

Medicina dentária

Luís Payne Pereira Médico Dentista

Terapia da Fala

Terapeuta da Fala

CATARINA CHARRUA

Clínica do Jardim

Consultas em: BEJA, SERPA, MOURA E DOMICÍLIOS

Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975

Contacto: 967959568

Consultas em Beja

Médicos Radiologistas António Lopes / Aurora Alves Helena Martelo / Montes Palma Médica Neuroradiologista Alda Jacinto Médica Angiologista Helena Manso Convenções:

ULSBA (SNS) ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Marcações: Tel. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387 Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA

23 Diário do Alentejo 20 dezembro 2013


necrologia diversos

24 Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Maria Luísa Rações Azedo GarciaGuerreiro Nasceu a 11/10/1946 Faleceu a 15/12/2013 Filha, netos, irmão e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida, e na impossibilidade de o fazer individualmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

MISSA

OFICINA RECTIFICAÇÕES DE CABEÇAS E DE BLOCOS (Novos preços) TESTAGENS z SERVIÇO DE TORNO z SOLDADURAS EM ALUMÍNIO z z

Encamisar blocos orçamentos com ou sem material

VENDE-SE LOJA EM BEJA R/c independente com 77 m2 de área. Boa localização para qualquer negócio.Largo dos Correios, n.º 7. Contactar Tel. 284328850 (a partir das 20 horas) tm. 962060485

PREÇOS SEM CONCORRÊNCIA

VENDE-SE CASADINHO Sítio Horta de St. António Caixa postal 2601 BEJA Tm. 967318516

Camião em bom estado, marca Mercedes Benz, 153 000km, equipado com tesoura tribasculante, travão eléctrico e conjunto de taipais duplos. Contactar tm. 919379873

SELMES PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Francisco Aleixo Dias Gonçalves 19.º Ano de Eterna Saudade

Sua esposa e filha participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que mandam celebrar missa por alma do seu ente querido no dia 27/12/2013, sexta-feira, às 18 e 30 horas, na Igreja do Carmo, em Beja, agradecendo desde já a todos os que comparecerem ao acto religioso.

Alexandre José da Silva Esposa, filhos, irmãs, netos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 12/12/2013, e na impossibilidade de o fazer pessoalmente vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.


diversos Diário do Alentejo n.º 1652 de 20/12/2013 Única Publicação

LICENÇA DE FUNCIONAMENTO Nº 02/2013 REGIME DE INSTALAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE ESTABELECIMENTO DE APOIO SOCIAL 1.Identificação do estabelecimento Denominação do estabelecimento: Lar de Idosos Professor Mariano Feio Localização do estabelecimento: Rua 25 de Abril s/n C. Postal: 7900-495 Canhestros Localidade: Canhestros Distrito: Beja Concelho: Ferreira do Alentejo Freguesia: Canhestros Telefone 284776077 Fax 284776077 E-mail larmarianofeio_canhestros@hotmail.com 2. Identificação da entidade gestora Nome completo: Associação de Bem Estar Social dos Reformados e Idosos de Canhestros Morada: Rua 25 de Abril s/n C. Postal: 7900-495 Canhestros Localidade: Canhestros 3. Actividade exercida no estabelecimento Desenvolvimento de Resposta Social Estrutura Residencial para Pessoas Idosas 4. Lotação máxima O estabelecimento pode abranger o número máximo de 36 (trinta e seis) utentes. 5. Emissão 2013/12/05. Assinatura ilegível

VENDE-SE BEJA Vivenda no Bairro São João, 2 quartos, sala comum, cozinha, despensa e casa de banho. Anexo com quarto e cozinha, 2 garagens, quintal com poço e árvores de fruto.

25 Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

Diário do Alentejo n.º 1652 de 20/12/2013 Única Publicação

Participação do CEBAL no projeto A2Transfer – Setor das Carnes O desenvolvimento competitivo e sustentável do setor das carnes no Alentejo dependerá não só da qualidade dos produtos aqui produzidos, mas também das inovações introduzidas nos processos de produção, conservação, processamento e comercialização, associado ao uso racional dos diversos fatores de produção. O aumento do custo dos fatores produção, nomeadamente do preço dos cereais, tem causado grandes constrangimentos neste setor. Políticas mundiais têm incentivado o uso de pastagens naturais e de recursos alternativos aos cereais, nomeadamente de plantas arbóreas e arbustivas, e de subprodutos da agroindústria, que se encontram amplamente disponíveis a baixos custos. De uma forma geral estes recursos vegetais são ricos em compostos secundários, que devido à sua atividade biológica podem melhorar o estado de saúde e bem-estar dos animais, mas também a qualidade de seus produtos. Neste contexto, o Centro de Biotecnologia Agrícola e Agroalimentar do Alentejo (CEBAL), no âmbito do projeto A2 Transfer, estabeleceu um protocolo de colaboração técnica e científica com a Fundación Centro Tecnológico Andaluz del Sector Cárnico (TEICA), instalado em Huelva - Andaluzia, com o objetivo de estreitar relações, unir esforços e estabelecer princípios de atuação abrangentes que canalizem contatos e colaborações para o desenvolvimento de linhas de investigação relacionadas com a utilização de plantas endógenas e subprodutos da indústria agroalimentar na alimentação animal. A carne de ovino produzida em Portugal é normalmente comercializada fresca sobre a forma de carcaça ou peças, que são mantidas a temperaturas de refrigeração e vendidas durante um curto período de tempo. Com o objetivo de conservar carne de ovino fresca por maiores períodos de tempo garantindo a sua qualidade e segurança alimentar. No âmbito do Projeto A2 Transfer, o CEBAL também está a prestar apoio científico e tecnológico a uma empresa produtora de carne de ovino, permitindo assim a entrada do produto nos canais de venda e distribuição. O projeto A2 Transfer é uma iniciativa da qual a ADRAL é parceira, enquadrada no Programa Operacional de Cooperação Territorial Espanha-Portugal 2007-2013 (POCTEP), cofinanciado pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, que visa promover a cooperação transfronteiriça entre entidades científicas e tecnológica da Andaluzia e Alentejo. Eliana Jerónimo, Investigadora do CEBAL

Contactar tm. 968362347/969392522 Diário do Alentejo n.º 1652 de 20/12/2013 Única Publicação

ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE MÉRTOLA

CONVOCATÓRIA Em conformidade com o disposto no n.º 1 do artº 41 dos Estatutos da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Mértola, CONVOCO, todos os Associados no pleno gozo dos seus direitos a reunirem-se em Assembleia Geral Ordinária no próximo dia 6 de janeiro de 2014, pelas 19 horas, na Sede da Associação com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS 1 Informação; 2 Tomada de posse dos Órgãos Sociais para o Triénio 2014/2016; 3 Apreciação, discussão e votação do Plano de Atividades e do Orçamento para o exercício do ano de 2014; 4 Outros assuntos de interesse coletivo; Se à hora marcada não se verificar o número de presenças previstas nos Estatutos, a Assembleia Geral poderá deliberar 30 minutos depois da hora inicial, com qualquer número de presenças, desde que não inferior a três associados efetivos. Nota: Informo que os documentos para análise estarão disponíveis na Secretaria desta Associação, a partir do dia 26 de Dezembro. Mértola, 17 de Dezembro de 2013 O Presidente da Assembleia Geral, Manuel Romba Ruas


Beja acolhe rastreios auditivos MiniSom gratuitos

Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

26

Termina hoje, sexta-feira, uma semana recheada de descontos, ofertas e rastreios auditivos gratuitos e abertos a toda a população. Se andar faz bem ao coração, aproveite o passeio de Natal e saiba mais sobre a sua audição. A MiniSom, líder especialista em serviços e aparelhos auditivos, convida a população sénior de Beja (com idade superior a 55 anos) a descobrir o estado da sua saúde auditiva. Se o passeio lhe abrir o apetite não se preocupe, pois a equipa coloca à sua disposição queijo, vinho e chouriço. Na rua de Mértola poderá usufruir de uma demonstração auditiva digital sem marcação, com possibilidade de visualizar o interior dos seus ouvidos num ecrã de TV.

Empresas

Carlos Baltazar nas 1 000 melhores PME de 2013 O ano ainda não terminou mas já é conhecida a lista das 1 000 melhores PME de 2013. Este foi o 19.º ano consecutivo em que a revista “Exame”, do grupo Imprensa, elaborou o ranking das 1 000 melhores Pequenas e Médias Empresas (PME) de Portugal, que tem sido patrocinado ao longo dos anos pela Caixa Geral de Depósitos. O ranking anual conta com as parcerias da Informa B&B, que procede à compilação das contas das 1 000 empresas, e da Deloitte, que audita e valida a inserção dos dados e dos cálculos das melhores PME. A empresa Carlos Baltazar, de Ferreira do Alentejo, foi considerada a melhor no setor de atividade – distribuição de combustíveis.

Vila Galé promete fim de ano inesquecível O hotel rural Vila Galé Clube de Campo, apenas a 25 quilómetros de Beja, reserva para os últimos dias de 2013 um programa que promete ser inesquecível. A proposta de réveillon está disponível desde os 179 euros por pessoa e inclui alojamento em quarto duplo standard, água e fruta à chegada, jantar de fim de ano com bebidas incluídas, música ao vivo, ceia no dia 31 dezembro e um brunch no dia 1 de janeiro. Mais informação disponível em www.vilagale.com.

C kkee deessiggn Ca n,, umaa offeertta feitita de fe de mui uitos to os deta taallh hes, ess, cco omest meesstttív íveis, ív ívei s, é cad ada vveez ez mais ma is apr prec pre ecia ecia iado ado do pela pop po pu p ulaçã ção. o Se um m bol olo delicci de ciosso al aleg egra ra quaalq qu ueer er fest fe staa, st a, u um m bo bolo lo o deellic iccio iosso io o deco de co orado do com mp pas asta ta de aççúc ú ar ale l grra muito maais i.

Adega Mayor lança espumante Monte Mayor

Momentos Doces disponibiliza novos artigos e serviços

Cake design, um conceito inovador em Beja Momentos Doces, um espaço totalmente dedicado à arte do cake design, mal completou um ano de existência e já sentiu a necessidade de ampliar a sua oferta. Com sede em frente à associação Zona Azul, em Beja, Cristina e David Cruz referem que a recetividade ao novo espaço excedeu as expetativas criadas por ambos. Publirreportagem Sandra Sanches

O

espaço passou a oferecer vários serviços de que não dispunha até então, assim como a disponibilizar uma vasta gama de artigos, e até o estacionamento se tornou mais fácil para os clientes. Cristina Cruz, proprietária do espaço e certificada com o diploma profissional PME Master, também formadora na área do cake design, deixa transparecer a plena satisfação em ter dado vida a um espaço que considerava “uma carência na cidade”. No Momentos Doces o cliente encontra todo o material necessário: moldes de silicone, cortadores, corantes alimentares, coberturas de chocolate, pastas de açúcar, utensílios, marcadores, pratos, caixas, formas, essências, creme de manteiga

e de ovos, natas vegetais, entre muitos outros artigos. Uma linha completa de acessórios e utensílios a preços convidativos, segundo David Cruz, “bem abaixo dos que são praticados no mercado”. Baixar os preços e continuar a vender foi o caminho escolhido por estes jovens empresários. Cientes da instabilidade económica instalada, dizem querer “dar a conhecer a todos o mundo do cake design”. Talento e dedicação são alguns dos ingredientes para a construção e decoração de um bolo, em que qualquer personagem é comestível. De acordo com Cristina Cruz, os preços variam consoante o trabalho, mas o ingrediente secreto é, “sem dúvida, a paixão naquilo que se faz”. A modelagem em pasta de açúcar permite criações tão complexas quanto fantásticas pelo que muitos já a veem como uma arte. Uma arte doce que em Beja também tem vindo a conquistar corações. Desengane-se quem pensa que os serviços ficam apenas pela construção destas figuras personalizadas e pela decoração de bolos, pois o espaço também organiza festas e eventos, nomeadamente de aniversário. Também é no espaço que o conhecimento é partilhado com todos. Com a mão

na massa, de principiantes a profissionais, de graúdos a miúdos, os workshops são dados a vários níveis: o um (o que são pastas de açúcar, corantes, modelagens, acabamentos, entre outros), montagem de bolos em andares, wonky cake, cupcake, bolachas, modelagens de figuras humanas, animas, flores, técnicas de pintura, bordados e trabalho com glacê real. Os workshops realizam-se mais do que uma vez por mês e, em termos financeiros, parecem também ser convidativos. A praticar valores que vão desde os 15 euros, os workshops também se realizam em festas de aniversário. Frequentemente contam com ilustres presenças no mundo da arte dos bolos. Para março próximo é a vez de Margarida Duarte, cake designer bastante conhecida nesta área. O número de encomendas para este Natal já disparou e criatividade é o que parece não faltar a esta jovem empresária. Para entrar em contato com o espaço poderá ligar 961 214 330, 284 321 563 ou enviar um email para momentosdocesbeja@gmail.com. Não dispense, porém, uma visita à página do Facebook: Momentos Doces Beja, ou até mesmo ao espaço comercial.

A adega Mayor, uma referência nacional vitivinícola pertencente ao grupo Nabeiro, reforça o seu portfólio e entra num novo segmento de negócio, com o lançamento do espumante Monte Mayor. A adega Mayor tem apostado cada vez mais na inovação, qualidade, expertise e diversidade dos seus produtos e é nesse sentido que acaba de lançar o vinho espumante Monte Mayor. A marca vitivinícola nacional “pretende sempre surpreender e satisfazer os consumidores com a oferta de produtos de qualidade”, refere Rita Nabeiro, administradora da adega Mayor.

Hotel B&B Évora inaugurado oficialmente O grupo português Endutex Hotéis inaugurou oficialmente na passada semana, em Évora, o seu segundo hotel no País da marca B&B, que promete “conforto a preço acessível para todos”. A unidade hoteleira, que abriu portas a 21 de outubro em regime soft opening, é fruto de um investimento de cerca de quatro milhões de euros por parte da Endutex Hotéis e oferece 80 quartos. A construção da unidade envolveu a reabilitação de um imóvel no centro histórico de Évora, classificado Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – Unesco.

Câmara de Santiago e Refinaria de Sines em sintonia Álvaro Beijinha e Norberto Barradas, presidente e vereador da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, reuniram-se com Martinho Correia, diretor da Refinaria de Sines da Galp Energia, num encontro que reforçou a disponibilidade de cooperação mútua em projetos que visam o desenvolvimento da região. A autarquia manifestou a Martinho Correia “total disponibilidade” para trabalhar em conjunto no sentido de resolver os problemas que afetam a região e estabelecer “parcerias futuras dentro daquilo que tenha interesse para o município de Santiago do Cacém”.


Pais Fácil de executar e é sempre um bom acompanhamento. E os olhos também comem.

No âmbito da campanha de Natal “Este Natal compre em Beja”, promovida até ao dia 6 de janeiro pela câmara municipal, em parceria com a Associação do Comércio, Serviços e Turismo do Distrito de Beja, as Portas de Mértola recebem amanhã, sábado, um vasto conjunto de atividades. Pelas 11 horas atua o grupo Kett Club Dança, uma hora depois atuará o Coro de Câmara de Beja. À tarde, entre as 15 e as 17 horas, a animação de rua conta com a colaboração da Seara – Companhia de Teatro de Beja, que apresenta as “Beatas em Saldos”. Ainda pelas 15 horas terá lugar um desfile de grupos corais do Inatel. Às 17 horas atuará a Tuna Universitária de Beja.

A páginas tantas...

Passo a passo

Pat Hutchins nasceu em 1942 em Inglaterra e é a autora do livro que te trazemos esta semana. Viveu toda a sua infância rodeada pelo campo e pela natureza, estando esses elementos muito presentes na sua obra, como é o caso deste livro, recém editado pela Kalandraka e que nos fala de um mocho a quem todos os animais perturbam o sono. Boa noite, mocho! Escrito e ilustrado por esta autora é um livro para pré e primeiros leitores com uma estrutura repetitiva. De acordo com a simplicidade da história, Pat Hutchins elabora uma proposta gráfica simples e colorida, a partir de um único cenário onde decorre a ação. Pouco a pouco, os ramos da árvore vão-se povoando com diferentes habitantes do bosque, com os seus respetivos cantos e ruídos característicos.

Esta semana trazemos-te cincos ideias para tornares o teu Natal ainda mais bonito. Cada imagem traz um link com o tutorial ou passo-a-passo para cada um. Diverte-te.

http://www.powerpig.ca/lego_ornament_ guides_2013/death_ star_2013.pdf

http://www.powerpig.ca/lego_ornament_ guides_2013/death_ star_2013.pdf

http://www.mrprintables. com/christmas-tree-dollhouse.html

27 Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

Animação de Natal nas Portas de Mértola

http://www.powerpig.ca/lego_ornament_guides_2013/ death_star_2013.pdf

http://mermagblog.com/2013/12/09/make-your-ownsimple-diy-snowman-ornament/

À solta

podemos dizer que estes são mesmo fantoches de dedos. Segue o passo a passo e faz os teus animais.

À solta

Para estes bonecos de neve vais precisar de pasta de modelar branca e uns galhos pequeninos. Depois pinta-lhes a cara como gostares mais, ou deixa-os simplesmente assim.


Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

28

Cante ao Menino na igreja de São João Batista em Moura

A igreja de São João Batista, em Moura, recebe no próximo domingo, 22, concertos de Cante ao Menino, numa organização da União de Freguesias de Moura e Santo Amador e do Ateneu Mourense. Às 15 horas atuarão o Grupo Coral e Etnográfico Ateneu Mourense, o Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento e o Grupo de Cantares de Évora. Pelas 18 horas será a vez do Grupo Coral da Casa do Povo de Santo Amador, Grupo Coral e Instrumental Santo Amador a Cantar e Grupo Coral Feminino da Adasa.

Comer Perna de peru com caril 1,5 kg. de perna de peru; 3 cebolas; 4 dentes de alho; 1 folha de louro; 1 dl. de azeite; 2 dl. de vinho branco alentejano; 80 gr. de banha de porco alentejano; 3 tomates maduros sem pele e sem grainhas cortados aos cubos; q.b. de piripiri; 1 colher de sopa com caril; 2 garrafinhas de leite de coco; 1 limão; q.b. de sal; q.b. de pimenta branca; 1 molho pequeno de salsa; q.b. de arroz branco cozido; q.b. de agrião.

PUB

Confeção: Corte a perna de peru aos quadrados pequenos e tempere com sal e pimenta. Reserve. Leve um tacho ao lume com azeite, banha, cebola picada, alho picado e o louro. Quando a cebola estiver dourada, junte o tomate e a carne. Deixe corar um pouco nas gorduras. Adicione o vinho branco e deixe ferver até evaporar o álcool. Cubra a carne com água quente e tape o tacho. Deixe cozinhar lentamente. Entretanto, numa tigela coloque leite de coco, caril e o sumo de um limão. Mexa até ficar tudo bem envolvido. Quando a carne estiver quase cozinhada, adicione a mistura anterior e deixe cozinhar mais um pouco. Rectifique os temperos e no momento de servir polvilhe com

Filhos de engano – amor, sexualidade e grupos sociais no Alentejo

A

Boa vida

Ingredientes para 4 pessoas:

Letras

salsa picada. Acompanhe com arroz branco e salada de agrião. Bom apetite… Nota: Se gostar muito de caril, junte mais um pouco. Feliz Natal. António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR

i leg it i m id ade em Portugal durante todo o século XX é uma prática social que aproxima o País do norte e centro da Europa e o afasta dos seus vizinhos do Sul: Espanha, Grécia e Itália. Dada a escassez de estudos sobre este fenómeno, a socióloga Isabel Marçano encetou um estudo de caso que visa o Alentejo, aprofundando a análise na freguesia de Santa Susana, no concelho de Alcácer do Sal. Através de uma investigação sócio-antropológica, que incluiu pesquisa sobre demografia, entrevistou as famílias locais para estudar os comportamentos relativos ao casamento ou uniões não consagradas civil ou religiosamente durante um período longo – de 1891 a 2012.O que esta análise na longa duração revela é que a reprodução fora do casamento esteve, em geral, distante de práticas sexuais promíscuas e foi frequentemente consequente em termos da estruturação de famílias duradouras. Mostra ainda que a abundância de nascimentos

ilegítimos está, entre outros fatores, relacionada com o sistema fundiário, dominado pela média propriedade e pelo latifúndio, e pela fraca religiosidade entre os trabalhadores rurais sem terra. Como se sublinha no prólogo da obra, de Caroline Brettell, um dos pontos fortes do estudo é evidenciar quatro tipos de mães solteiras: “as que nunca casam, as que acabam por casar com o pai do filho, as que acabam por casar com outro homem, as que estão em uniões consensuais duradouras”. Maria do Carmo Piçarra

Filhos de engano – amor, sexualidade e grupos sociais no Alentejo Isabel Marçano Edições Colibri 196 pág.s 15 euros


Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

29

CAPRICÓRNIO

Características dos nativos , nascidos entre 22 de dezembro e 20 de janeiro: O nativo de Capricórnio é cauteloso, observador, dedutivo. Com um poder de raciocínio e de dedução notáveis, está apto para trabalhos densos e exigentes. Embora inicialmente reservado, necessitará de convívio e confiança para ser um dedicado,leal, colaborador e amigo. Pode considerar-se um empreendedor nato, semeando, colhendo e amealhando. Gosta de ver respeitada sua personalidade.

Previsões – Semana de 20 a 26 de dezembro

g

a

Carneiro – (21/3 - 20/4) Impetuoso, arrojado e autoritário, pretenderá exercer o seu poder empreendendo mudanças por iniciativa própria, sem apelo nem agravo. Apesar das demonstrações de amor, a sua falta de entusiasmo conduz a relação amorosa para uma necessidade urgente de definição. Defenda a sua felicidade. O desencanto a nível profissional culminará com uma nova oportunidade que deverá saber aproveitar.

Balança – (24/9 – 23/10) Um sentimento geral de bem-estar e uma condição física muito favorável é uma garantia nesta altura. Usufrua destas forças benéficas também para tornar o seu meio envolvente mais agradável e elegante. Redecorar a sua casa pode ser uma excelente opção. Deixe-se inundar pelos prazeres mundanos. Lembre-se que preencher a vida com experiências positivas é um maravilhoso elixir da juventude.

h Touro – (21/4 – 21/5) Por esta altura, os nascidos nos primeiros dias do signo receberão os louros pelo seu árduo trabalho. Também o seu corpo estará especialmente forte nesta altura – se surgir uma doença ligeira, confie na sua capacidade de cura. Para os nascidos no fim do signo, a conjuntura é de novas oportunidades de trabalho e de desenvolvimento pessoal que levam a uma agradável descoberta de novas potencialidades da vida.

i

Filatelia Brasiliana 2013: quatro medalhas de ouro para Portugal

A

filatelia portuguesa conquistou quatro medalhas de ouro na Exposição Mundial de Filatelia Brasiliana 2013, que decorreu no Rio de Janeiro de 19 a 25 de novembro. Estas medalhas foram atribuídas a “Pré-Filatelia Portuguesa, Estudo das marcas Postais pré-adesiva s de Por t uga l. Ilhas Adjacentes e Domínios Ultramarinos”, com 92 pontos. Trata-se de uma obra, em dois volumes, do investigador postal Luís Frazão, que, para além da medalha de ouro, foi ainda contemplada com o Prémio Especial; “Portugal and Colonies pre stamp period”, de Luís Barreiros (92 pontos); “Portugal na 1.ª Guerra Mundial”, de Eduardo Barreiros (92 pontos); “The Atlantic connection – Portugal Atlantic Island, Cabo Verde, Brasil and Angola”, de Luís Frazão (90 pontos). Para além dos quatro ouros, as coleções dos nossos filatelistas obtiveram mais seis medalhas de prata dourada, das quais cinco são módulo grande, uma de prata (módulo grande), uma de prata e duas de bronze prateado. As medalhas de pratas dourada, módulo grande, foram conquistadas por: “German

Aerophilately 1888-1938”, de Graham Crosh (89 pontos); “Provas e Ensaios do Período Monárquico – Selos Portugueses 1853 – 1910”, de Claudino Pereira (87 pontos); “Um Olhar sobre o futuro sustentável”, de Paulo Sousa (85 pontos); “Emissão Base – Arquitetura Popular Portuguesa”, de Susana Pereira Ramos (85 pontos); e “A Pomba Mensageira”, de Gonçalo Barros Miranda Lima (85 pontos e Prémio Especial). “Provas e Ensaios do reinado de D. Luís I”, de Claudino Pereira (81 pontos), obteve prata dourada. A medalha de prata, módulo grande, foi atribuída a “O Encanto das Flores” (78 pontos), de Ana Rita Gabriel Passos, e a de prata (72 pontos), à revista “Selos e Moedas”, do Clube Galitos de Aveiro. As duas medalhas de bronze prateado contemplaram as participações de Literatura Filatélica: “Vale do Neiva Filatélico”, revista da Associação de Filatelia e Colecionismo do Vale do Neiva (65 pontos), e “Artigos filatélicos publicados em 2012/2013”, de Américo Rebelo (62 pontos). No corpo de jurados participaram os portugueses João

Soeiro e Eduardo Sousa. Com esta exposição assinalavam-se também os 350 anos da fundação dos correios no Brasil e os 170 do nascimento do seu primeiro selo de correio o famoso “Olho-de-boi”. Note-se que os selos “Olho-de-boi” antecederam em 10 anos os nossos “D. Maria II”, pois os primeiros selos portugueses só entraram em circulação a 1 de julho de 1853. Para comemoração deste acontecimento filatélico – o maior do mundo em 2013 – os Correios do Brasil emitiram uma folha com 24 selos, que nos mostram outros tantos motivos da história do Brasil desde 1663 a 2013. Foram emitidos 28 carimbos de 1.º dia de circulação, que foram usados em outras tantas cidades. Pa r t ic ipa r a m e x p osito res de 73 países, cujas federações nacionais estão filiadas na FIP – Federação Internacional de Filatelia. A ocasião também foi aproveitada para a FIAP – Federação Inter Americana de Filatelia realizar a sua assembleia geral, o que aconteceu no dia 24, véspera do encerramento da exposição. Geada de Sousa

Gémeos – (21/5 – 21/6) Os tempos que correm são de grandes mudanças para os Gémeos mas tenha cuidado com movimentos desnecessários. Preste muita atenção ao seu corpo – stresse em excesso pode refletir-se no físico, gerando doenças. Para os nascidos à volta do dia 15 de junho, a pergunta é: “Acredita realmente no que está a fazer?” Se sim, mantenha-se focado, mas, se a resposta for não, então enfrente a sua verdade de forma construtiva.

j Caranguejo – (22/6 – 22/7) O seu corpo vai pedir-lhe que se dedique a si próprio. Como se encontra agora aberto a novas ideias e experiências, uma disciplina de cuidados com o corpo pode ser altamente benéfica para si. Fortaleça a sua energia para que possa aceitar estes novos desafios físicos. Este foco no físico será também extremamente útil como forma de libertar tensões mentais e emocionais.

k Leão – (23/7 – 23/8) As suas dificuldades interiores são as maiores barreiras entre a sua vida presente e os seus objetivos. Com esta consciência, estará no caminho certo. É-lhe agora pedido que se mova muito lentamente… Mudanças bruscas e inesperadas na sua vida são de evitar a todo o custo, pois seriam passos para o desconhecido.

l Virgem – (24/8 – 23/9) O início de uma nova estação trazlhe dias cheios de momentos agradáveis, criatividade e amor. Dê-se ao luxo de viver plenamente o lado hedonista da vida: trate de si e entregue-se àqueles prazeres que tanto lhe fazem bem. Para os nascidos nos últimos dias do signo, a responsabilidade que sentem ao realizar corretamente o seu trabalho pode trazer-lhes muito preenchimento se souberem superar as suas dificuldades internas.

b Escorpião – (24/10 – 22/11) Com a forte autoconfiança com que conta, neste momento, não sente necessidade de confrontação com os outros pela certeza que tem na sua própria força interior. Este entusiasmo torna igualmente mais fáceis as mudanças que tiver de fazer para alcançar os seus objetivos. Canalize a sua energia e cuide do seu corpo, pois este é um período extremamente favorável para atividades físicas em geral.

c Sagitário – (23/11 – 21/12) Acontecimentos inesperados vão levá-lo a testar a sua fé no caminho de vida que escolheu. Vai aperceber-se de que algum obstáculo o está a impedir de fazer o que realmente quer, e que terá de se libertar dessas tensões. A sua empatia com o Mundo é agora muito grande, refletindo-se naturalmente nas suas relações mais próximas. Eis uma excelente altura para surpreender amigos ou familiares com prendas surpresa!

d Capricórnio – (22/12 – 20/01) Neste momento, a família assumirá um papel de extrema relevância, prestando o apoio firme e todo o afeto que precisar. Profissionalmente, um projeto recente entrará em fase de desenvolvimento estável. Formalizar a sua relação amorosa nesta fase poderá revelar-se desastroso. Tensão no setor das amizades. Saúde instável com grande influência de questões emocionais.

e Aquário – (21/1 – 19/2) As emoções dominarão este momento, colocando algumas dificuldades no plano das decisões no foro sentimental, causando tensão e conflito. Procure a calma e só depois uma aproximação é aconselhável. Um novo desafio profissional exigirá estudo e análise aprofundada e pode ser profícuo se tomado numa dimensão realista.

f Peixes – (20/2 – 20/3) Neste período, examine-se a si próprio, de forma a fazer as mudanças necessárias para atingir o seu potencial. O permanecer no caminho conhecido pode estar a impedi-lo de conhecer mais e melhor a sua essência. Aposte na liberdade e não na rigidez. Mas não queira tudo agora. Poderá viver situações que lhe dificultam um pouco o processo, portanto saiba que vale a pena esperar.


30 Diário do Alentejo 20 dezembro 2013 DR

Vários presépios em barro, criados pelo ceramista Manuel Carvalho, podem ser apreciados até 31 de janeiro no Posto de Turismo de Alvito. Segundo a câmara municipal local, os presépios, “criados e moldados com enorme criatividade” por Manuel Carvalho, estão reunidos na exposição “Nascimento de Cristo”.

Alvito expõe presépios em barro de Manuel Carvalho

Fim de semana

História do jazz noInfantes” espaço Oficinas Arrancade hoje, sexta-feira, no espaço “Remember anima noite sábado “Remember Oficinas, em Aljustrel, o curso livre de iniciação à história do jazz “Jazz de A a Z”. A ação, Infantes” é a proposta do espaço Os Infantes, em Beja, para a noite de amanhã, que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é misábado, a partir das 23 horas. A festa será animada pelos Dj Vítor Santana, José nistrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional Carlos Pereira, Manuel Tagarroso, José Tagarroso, Rui Eugénio e Cocas. do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos de algodão a Nova Orleães”.

Nova produção aborda fenómeno da emigração

Teatro do Mar estreia “Âmbulo”

“E

migrantes em busca de um futuro melhor, refugiados políticos, deslocados de guerra. Uma homenagem a todos aqueles que empreenderam uma viagem definitiva, física e existencial nas suas vidas”. É isso que pretende ser “Âmbulo”, a nova criação do Teatro do Mar que tem estreia marcada para hoje, sexta- -feira, pelas 22 horas, no Centro de Artes de Sines. O espetáculo, que regressa ao palco amanhã, sábado, à mesma hora, é inspirado na novela gráfica “Emigrantes/ /The Arrival” (prémio de melhor livro no Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême 2007), de Shaun Tan (vencedor do Prémio ALMA 2011)”, esclarece a companhia, adiantando que “Âmbulo” desconstrói “o conceito de narrativa convencional”: “Emocional e

sem recurso à palavra, de carácter poético e contemporâneo, neste espetáculo cruzam-se as linguagens do teatro físico/dança e visual, com as formas animadas, o vídeo e a música original. Assente numa história simples e num fenómeno cada vez mais comum, como é o caso da emigração, a encenação reflete a estética de uma novela gráfica, desenhada na dimensão da luta, do sofrimento e da esperança, daqueles que são obrigados a partir em busca de uma vida melhor”. Em “Âmbulo”, as palavras “são substituídas por imagens que nos lembram velhas ilustrações ou fotografias em sépia, que falam por si mesmas”. O protagonista desta história “deixa o lar e a sua família, um mundo enevoado sob uma séria ameaça, e parte numa longa viagem, para um novo país, uma grande me-

trópole onde enfrenta profundas incertezas e tradições culturais muito diferentes da sua. Num espaço que evolui de identitário e comunitário para impessoal e anónimo, o protagonista é suprimido sobre si próprio, confrontado com a reformulação total da sua vida idealizada, o isolamento causado pela barreira linguística e a respetiva angústia da incomunicabilidade e da luta pela sobrevivência”, avança o Teatro do Mar. A encenação e dramaturgia é da responsabilidade de Julieta Aurora Santos. A interpretação está a cargo de Luís João Mosteias, Sérgio Vieira, Sandra Santos e Fábio Rocha de Carvalho. “Âmbulo” é uma produção Contra-Regra – AAC, com o apoio da Câmara Municipal de Sines.

Livro The Next Frontier apresentado em Vidigueira The Next Frontier, da autoria de Francisco Rocha (natural de Vidigueira), Salvador Abreu e Miguel Correia, vai ser apresentado amanhã, sábado, no Centro Multifacetado de Novas Tecnologias de Vidigueira. A sessão está agendada para as 15 horas.

Concurso de Bandas de Odemira arranca amanhã O Concurso de Bandas organizado pela Odemira-te – Associação Cultural e Artística de Odemira arranca amanhã, sábado, com a primeira eliminatória, e vai decorrer até 22 de fevereiro, quando se realizará a final. A primeira eliminatória vai decorrer a partir das 22 horas no Espaço Jovem da vila, com a participação de cinco bandas, duas das quais serão apuradas para a final. Young Redemption (Loulé), Skyllar (Sintra), O Claustro (Lisboa), Murk (Olhão) e Awaken (Portalegre) são as bandas que vão participar na primeira eliminatória, que contará com a participação especial dos Nimrods, banda de tributo aos Green Day. O concurso, que inclui uma segunda eliminatória a 25 de janeiro, pretende “dinamizar a vila de Odemira, abrindo portas a bandas vindas de vários pontos do País, trazendo na bagagem a vontade de atuarem para novos públicos e a expectativa de serem selecionadas para o Festival Mira Fest”, que vai decorrer em abril, explica a Câmara Municipal de Odemira, entidade que apoio o concurso.


Refugiados sírios com passaportes falsos que procuravam asilo em Portugal vindos de Bissau esperavam desviar o avião para o aeroporto de Beja na esperança de conhecer a Lili Caneças e arranjar um trabalho de sonho na apanha da azeitona.

31 Diário do Alentejo 20 dezembro 2013

Primeiro voo Beja-Lisboa abre o caminho às rotas Beja-Barreiro, Beja-Barrancos, Beja-Penedo Gordo e Beja-Beja com paragens no Continente, Parque da Cidade e no Diogo das Farturas.

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Inquérito Acompanhou a chegada do voo entre Lisboa e Beja? Como vê o futuro do aeroporto de Beja?

LILI CANEÇAS, 69 ANOS Pessoa que acha que estar em Beja é o contrário de não estar em Beja

Falso intérprete de linguagem gestual no funeral de Nelson Mandela afirma que só estava a treinar para trabalhar como arrumador de aviões no aeroporto de Beja O funeral de Nelson Mandela ficou marcada por momentos polémicos como a selfie de Obama com a primeira-ministra dinamarquesa, que deixou Michelle mais ciumenta do que Florbela Espanca quando o seu amado olhava para o tornozelo de outra mulher. Mas o momento mais caricato foi a aparição de um intérprete de linguagem gestual que, afinal, não teria qualificações para o cargo. “Parecia que estava a ver um bailarino com Parkinson a dançar o Gagnam Style, não tinha ponta por onde se pegasse…”, explicou Teolinda Sinalética, do Centro de Linguagem Gestual de Panoias. Já o falso intérprete declarou, em linguagem gestual, que se tratou tudo de um

Serpa: Gang da Malha espalha o terror pelas retrosarias da região! A notícia foi apresentada como uma coisa muito fofinha mas desengane-se, prezado leitor: não são apenas pessoas que se reúnem para fazer gorros e cachecóis. O Gang da Malha, que tem realizado reuniões na Cidade Branca, tem muito que se lhe diga. Uma investigação conjunta “Não confirmo, nem desminto”/revista “Ponto Cruz” revela-lhe o mundo subterrâneo das malhas e no tricô. “Alguém tem de parar esta gente, isto está fora de controlo!”, afirmou a dona da retrosaria Lopes que preferiu manter o anonimato para que ninguém saiba que é a dona Josefa. “Ele é rixas com agulhas de tricô, ele é batalhas sangrentas com novelos de lã, ele é raptos com recursos a xailes, enfim, um suplício! A minha loja já foi assaltada 12 vezes e só na semana passada. Elas apanham-me distraída e adormecem-me com um pano da loiça bordado com galos de Barcelos embebido em clorofórmio. Depois levam de tudo, desde malhas de Vales Mortos até meias de rede de pesca. Só prejuízo!”. Segundo apurámos, a GNR está a acompanhar o caso com preocupação, em especial pelo receio do aparecimento de outros gangs internacionais como a Quadrilha dos Naperons ou a Liga Terrorista dos Bordados em Macramé.

grande equívoco; “Peço-vos que me compreendam, estava muito nervoso. Esqueci-me de metade das coisas e aproveitei o resto do tempo para treinar para arrumador de aviões no aeroporto de Beja. Tenho de procurar trabalho noutra área, que este mercado de trabalho de intérpretes-de-linguagem-gestual-para-funerais-de-grandes-estadistas-africanos-que-estiveram-presos-uma-porradaria-deanos-injustamente já deu o que tinha a dar. Em Beja é que está o meu futuro! Metam-me umas raquetes de ping-pong nas unhas que eu arrumo boeings, cessnas, bandos de patos selvagens, como gente grande…”, afirmou.

Museu de Cristiano Ronaldo vai ter delegação em São Brissos Depois do Centro George Pompidou anunciar a abertura de um centro com o mesmo nome em Málaga, foi a vez de uma instituição ainda mais importante anunciar a abertura de uma delegação em São Brissos: o Museu CR7. Segundo apurámos, o mesmo localizar-se-á nas imediações do aeroporto de Beja: junto à entrada estarão duas rotundas, uma com uma estátua de Irina nua, e na outra estará uma estátua de Cristiano a dar um pontapé na cabeça de Messi. A delegação alentejana terá as mesmas regalias da sua sede: ao final de 12 visitas o visitante ganha um CD da irmã de CR7 e haverá uma sala especial só para o ego do jogador português. A cotação do craque do Real Madrid está de tal modo em alta que há quem acredite que o Museu CR7 vale mais do que o Museu Coleção Berardo. Cristiano declarou no seu Facebook estar muito contente com a abertura desta delegação no Alentejo pois era um sonho abrir um museu seu no estrangeiro.

Queria dizer que adooooooro o Alentejo, as suas planícies, as suas gentes, a sua comida como as açordas, as migas, as francesinhas e assim… Eu vim no voo e só foi pena ser tão curtinho. Só me deu tempo de sentar e as minhas peles nem chegaram a descair totalmente. Confesso que estava um pouco nervosa porque nunca gostei muito de andar de avião desde a minha primeira experiência nos céus: aquele Ícaro era demasiado doido para o meu gosto…

ADUZINDO MODA, 73 ANOS Pessoa que voou pela primeira vez

Eu vim no voo que ligou Lisboa a Beja e posso dizer que gostei muito. Fui integrado no meu grupo coral e foi tudo muito bonito. O avião era arejado. Fazia lembrar o meu Opel Kadett de 1984, mas em maior. Foram só 20 minutos. Quando cantámos o “Castelo de Beja” só chegámos ao “subindo lá vai” pois já estávamos a avistar a pista de Beja. O que eu mais gostei foi de uma hospedeira que passou o tempo a fazer-me olhinhos. É normal, ninguém é mai’ lindo que o Aduzindo!

ROLANDO CONCORD, 33 ANOS Pessoa que acha que é uma vergonha haver quem lamente a morte de Nelson Mandela quando nunca ouviram uma canção dele

Eu vejo o futuro do aeroporto com muito otimismo! Acho apenas que devia mudar o nome para algo mais apelativo. Há quem lhe queira chamar aeroporto Aristides de Sousa Mendes, mas se calhar tem de ser algo que diga mais às pessoas como aeroporto Lucy e Djaló, aeroporto Liliane Marise ou aeroporto Tony Carreira. A minha opção favorita é esta última! Era vir charters de fãs todas as semanas – tinha de se construir uma cidade só para elas! Só não vê quem não quer!


Nº 1652 (II Série) | 20 dezembro 2013

9 771646 923008

01652

PUB

FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL | Presidente do Conselho Directivo João Rocha | Praceta Rainha D. Leonor, 1 – 7800-431 BEJA | Publicidade e assinaturas TEL 284 310 164 FAX 284 240 881 E-mail comercial@diariodoalentejo.pt | Direcção e redacção TEL 284 310 165 FAX 284 240 881 E-mail jornal@diariodoalentejo.pt Assinaturas País € 28,62 (anual) € 19,08 (semestral) Estrangeiro € 30,32 (anual) € 20,21 (semestral) | Director Paulo Barriga (CP2092) | Redacção Bruna Soares (CP 8083), Carla Ferreira (CP4010), Nélia Pedrosa (CP3586) Aníbal Fernandes (CP9429) | Fotografia José Ferrolho (CP4480), José Serrano (CP4400) | DA TV José Gonçalo Farinho | Cartoons e Ilustração Paulo Monteiro, Susa Monteiro Desporto Firmino Paixão | Colunistas Ana Maria Batista, António Branco, António Nobre, Carlos Lopes Pereira, Francisco Pratas, Geada de Sousa, José Saúde, Maria do Carmo Piçarra, Ricardo Cataluna, Rute Reimão, Vítor Encarnação, Vítor Moraes Besugo | Opinião Ana Paula Figueira, Beja Santos, Bruno Ferreira, Domitília Soares, Filipe Nunes, Francisco Marques, Jaime da Silva Lopes, João Espinho, João Machado, João Mário Caldeira, Luís Covas Lima, Luís Miguel Ricardo, Manuel António do Rosário, Marcos Aguiar, Maria Graça Carvalho, Martinho Marques, Ruy Ventura, Sérgio Fernandes, Viriato Teles | Publicidade e assinaturas Ana Neves e Dina Rato | Departamento Comercial Sandra Sanches e Edgar Gaspar | Paginação Antónia Bernardo, Aurora Correia, Cláudia Serafim | DTP/Informática Miguel Medalha | Projecto Gráfico Alémtudo, Design e Comunicação (alemtudo@sapo.pt) Depósito Legal Nº 29 738/89 | Nº de Registo do título 100 585 | ISSN 1646-9232 | Nº de Pessoa Colectiva 501 144 587 | Tiragem semanal 6000 Exemplares Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA | Distribuição VASP

Av. Miguel Fernandes, 1 – 7800-334 Beja

flores de corte e plantas

arteflorbeja Tel. 284 323 586 | Tm. 965 258 817 | geral@arteeflor.net | www.arteeflor.net

nada mais havendo a acrescentar... Encruzilhada Diz-se que os homens têm corpos fáceis de entender. Consta que as hormonas os tornam inequívocos na função que têm com as mulheres. Avós e pais e vizinhos criam o mito da simplificação da existência masculina. Até parece que basta aumentar a largura dos ombros, alterar o timbre de voz, deixar crescer a barba, fumar cigarros, beber cerveja, apalpar e beijar, namorar duas de cada vez, fazer diretas, para não haver dúvidas de que é a meio do homem que está a sua virtude. Mas ele é uma encruzilhada. Para um lado o desejo físico. Para outro, o medo do físico. Por onde ir? Pelo papel dos poemas? Pelos corpos acesos na

noite? Opta pelos corpos que ateia à noite no papel dos poemas. Escreve olhos que viu de manhã, penteia cabelos com os dentes das palavras, decalca um rosto com três verbos de inação, perpetua um sorriso com uma frase triste. Mas de dia a conversa é outra. De dia, ele entra no jogo, desempenha o seu papel, faz, acontece, protege a sua condição de predador, entretém os pais, os avós e os vizinhos, segue o guião da vida, tenta manter-se à tona, deixa-se ir na corrente, deixa viver o corpo, toma posição, fala de sexo e de experiências corporais, menospreza o romantismo. Nesta encruzilhada não sabe por onde ir. Para não ir sozinho leva todos os medos com ele. Vítor Encarnação

quadro de honra É recém licenciada em Educação e Comunicação Multimédia. Já teve variadíssimas experiências profissionais, desde call centers a cafetarias, passando por hipermercados. Fez o seu estágio final de curso no jornal “O Benfica”, com o qual continua a colaborar. É uma apaixonada por fotografia, pela área da representação e “por tudo o que englobe a comunicação social”.

Jovem natural de Beja colabora com o jornal “O Benfica”

“A fotografia é a minha terapia e o meu lema de vida”

R

Como é que surgiu a oportunidade de começar a trabalhar como fotojornalista para o jornal “O Benfica”?

Esta oportunidade surgiu no seguimento do plano curricular da minha licenciatura, em que teríamos de integrar uma empresa ou entidade para a realização do estágio final de curso. Posto isto, e querendo enriquecer o meu currículo e fazer um estágio dentro de uma área que

PUB PUB

realmente fosse do meu interesse, entrei em contacto com um dos responsáveis pela Benfica TV e jornal “O Benfica” demonstrando o meu interesse em colaborar com eles, fui a uma entrevista e desde logo me disseram que teriam todo o gosto em aceitar. Fiz a autopoposta à minha faculdade que também aceitou. Foram três meses de estágio que, no entanto, me permitiram a ligação até hoje com este órgão de comunicação social. O que é que a atrai no jornalismo desportivo?

Esta foi a minha primeira experiência em jornalismo desportivo e posso dizer que adorei, tornei-me uma apaixonada pelo jornalismo desportivo, mas, essencialmente, pela fotografia desportiva. É uma área da fotografia que não é nada fácil e que requer bastante atenção, eficácia e técnica, visto que a maior parte dos desportos é bastante rápida e isso a nível fotográfico nem sempre ajuda,

As previsões para hoje, sexta-feira, apontam para céu limpo, com temperaturas entre os quatro e os 12 graus centígrados. No sábado e domingo o céu apresentar-se-á pouco nublado.

¶ ¶ ¶¶

Baal 17 promove workshop de teatro participativo

Sara Nunes, 23 anos, natural de Beja

ecém licenciada em Educ a ç ão e C omu n ic a ç ão Multimédia, Sara Nunes colabora atualmente com o jornal “O Benfica”, meio de comunicação onde fez o seu estágio final de curso. Esta primeira experiência em jornalismo desportivo fez com que desenvolvesse uma paixão pela área, mais precisamente pela fotografia desportiva. Também se sente fascinada “por retrato e fotografia de moda”. “A fotografia é, sem sombra de dúvida, a minha terapia e o meu lema de vida”, garante.

www.diariodoalentejo.pt

é necessário estar muito atento para captar o momento certo. Eu diria que a técnica está em seguir sempre a bola, nunca perdê-la de vista. Quando é que começou a interessar-se pela fotografia?

A fotografia é uma paixão de há muito tempo. Sempre gostei muito de fotografia, a qualquer lado que ia levava sempre uma máquina fotográfica comigo. Fazia algumas experiências e gostava do resultado. Com o passar dos anos, e com a entrada na faculdade, achei que estava na altura de comprar um equipamento melhor e assim foi. Comprei uma Reflex e, por consequência, comecei a comprar revistas sobre fotografia e fui aperfeiçoando algumas técnicas e adquirindo novos conhecimentos. Gosto de todo o tipo de fotografia em geral, mas a área que mais me fascina é o retrato, fotografia de moda e desporto. A fotografia é, sem sombra de dúvida, a minha terapia e o meu lema de vida. Nélia Pedrosa

A Companhia Baal 17 promove nos dias 10, 11 e 12 de Janeiro, em Serpa, um workshop de teatro participativo – teatro fórum e process drama, pelo finlandês Jouni Piekkari, especialista “em diferentes formas de drama e teatro participativo”. O workshop, intitulado “Onda para um futuro”, destina-se a professores, educadores e outros trabalhadores das áreas educacionais e sociais, atores e formadores, assim como público em geral. Em “Ondas para um futuro”, Jouni Piekkari combinará o teatro fórum (uma forma democrática de teatro onde pessoas que não são atores conseguem explorar os seus problemas e encontrar soluções para os mesmos) e o process drama (uma forma de aprendizagem que, através do teatro, permite compreender e refletir sobre diversas temáticas), “fornecendo aos participantes ferramentas para aplicar estas metodologias a diferentes grupos”. Piekkari tem trabalhado com estas metodologias “com vários grupos como imigrantes, exilados políticos, estudantes, idosos, assim como administradores de grandes empresas”, adianta a companhia de teatro.

Arruaça promove mercado de inverno A Arruaça Associação Juvenil promove amanhã, sábado, entre as 8 e as 17 horas, no largo do Museu Regional de Beja, mais uma edição do mercado livre de inverno. Roupa, calçado, livros, artesanato, decoração, CD e produtos biológicos são alguns dos artigos que estarão disponíveis para venda ou troca.

“Noites decantadas” nas adegas de Ervidel Pelo segundo ano consecutivo, a Junta de Ervidel organiza nas adegas da freguesia a iniciativa “Noites decantadas”, numa “perspetiva de enriquecimento e dinamização cultural e de continuidade da promoção do vinho que se produz da nossa terra”. As “Noites decantadas” têm início hoje, sexta-feira, pelas 21 e 30 horas, na adega Chaveiro, com uma sessão de fados, com os fadistas Carla Sofia, João Paulo Almeida e Judite Maria, acompanhados por Jorge Mata (guitarra) e Hugo Cação (viola).


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.