Edição N.º 1651

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SEXTA-FEIRA, 13 DEZEMBRO 2013 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1651 (II Série) | Preço: € 0,90

Autoridades não conseguem estancar o surto de trabalhadores ilegais nos olivais

Apanha da azeitona encobre tráfico de pessoas e trabalho escravo JOSÉ FERROLHO

Reportagem nas pás. 4 a 7

De Beja a Lisboa são 20 minutos de distância

Gang da Malha tece novelos de ideias em Serpa págs. 16/17 PUB

Na última quarta-feira realizou-se entre Lisboa e Beja o voo comercial mais curto da história de Portugal continental. Uma iniciativa bem-humorada para dar a conhecer a nova companhia aérea portuguesa, a Windavia, que, a partir de abril, começa a operar a partir de Beja para as principais cidades francesas. Só em 2014 são esperados 10 mil passageiros. pág. 8

Cozinha alentejana: O melhor exemplo da dieta mediterrânica pág. 13

Vidigueira reconhecida por integrar jovens de raça cigana pág. 12


Diário do Alentejo 13 dezembro 2013

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Editorial Luzinhas Paulo Barriga

Vice-versa “De acordo com informações que correm nos serviços e que estão a afetar o seu normal funcionamento pela perplexidade criada, do total de 865 trabalhadores, de acordo com as intenções do Governo, (…) na Direção Regional de Cultura do Alentejo serão para despedir 14 dos 71 trabalhadores”. Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, in “Expresso”

É

giro passear no frio do lusco-fusco pelas ruas das cidades e das vilas que estão iluminadas pelas grinaldas de luzes natalícias. Há qualquer coisa de primitivamente social nesses passeios. Qualquer coisa que atinge as pessoas. Qualquer coisa que estimula o lóbulo cerebral que é responsável pela simpatia. Há qualquer coisa, de facto. As luzinhas de Natal costumam ser servidas na panela da política. Quando chegam, nunca falta quem as considere um investimento descabido em tempos de crise. Um golpe de verdadeira demagogia eleitoralista. Um gasto desnecessário em auxílio do comércio tradicional, que está morto e enterrado com ou sem luminária festiva. Mas, lá bem no fundo, não há quem não se deixe levar por elas. Pelas luzinhas. Que nesta quadra funcionam para as localidades, como funcionou a estrela do Oriente para o palheiro de Belém: Conduzem os perdidos para o seu centro. E é no centro das terras que as pessoas se encontram com as suas próprias terras e que se encontram com elas próprias. Com vagar. Com disponibilidade. Veja-se, por exemplo, o caso de Beja. Habitante do subúrbio, frequentador de bica escaldada do café da esquina, dono e bom amigo do labrador que faz cocó à porta do vizinho e que ladra o dia inteiro possesso pela solidão da varanda, o bejense costuma sentir-se um estrangeiro na sua própria terra. E porquê? Porque há uma fronteira de preguiça e de resignação entre a última casa do bairro e a primeira pedra da calçada da cidade velha. Transpô-la, principalmente a pé, é um ato desnecessário e cansativo e démodé. Hoje, tudo quanto o bejense necessita está dentro dos grandes prefabricados que existem por detrás da mata dos alemães, junto à estrada variante. E é lá, sob a chuva dos bons preços assinalados em cartazes que estão dependurados por fios de pesca sobre a sua cabeça, que o bejense gosta de se encontrar consigo e com os outros. Rápida e neuroticamente. Entre os congelados e as papas para bebé. Sem tomar atenção aos risinhos cínicos dos novos agiotas. Rezam as crónicas da velha palestina que a História da Humanidade mudou muito desde então, mas que ela não se fez propriamente nos Templos. E muito menos se escreveu pela pena dos vendilhões.

“Oitenta por cento do corte de 11 milhões que a secretaria de Estado da Cultura vai efetuar no próximo ano vão ser feitos através da diminuição de salários, de rescisões amigáveis e do bloqueamento das entradas no quadro de pessoal”. Jorge Barreto Xavier, secretário de Estado da Cultura, in “Expresso”

Fotonotícia

Balão da amizade Na tarde da última sexta-feira, 6, o “Balão da Amizade” cumpriu mais uma etapa da sua volta ao mundo. Na ocasião, o balão de dois lugares do projeto Ultramagic Friendship Balloon voou perto de uma hora pelos céus de Albernoa, Beja. Aos comandos estiveram o instrutor Aníbal Santos, do Clube de Balonismo Alentejo sem Fronteiras, e o instruendo Hugo Domingos, da empresa Emotion Portugal, que tem sede em Entradas, Castro Verde. Empresa que recentemente começou a fornecer aos seus clientes pacotes onde os voos de balão de ar quente estão incluídos. O “Diário do Alentejo” já sobrevoou o território com a Emotion. E, para a semana, mostramos o nosso livro de bordo em imagens. Quanto ao “Balão da Amizade”, cujos pilotos oferecem um euro por cada minuto de voo para uma organização não-governamental, segue agora rumo ao norte da Europa. O voo no concelho de Beja, uma vez que decorreu no dia do anúncio da morte de Nelson Mandela, levou o nome de “Madiba”. PB Foto de José Ferrolho

Voz do povo Já comprou alguma prenda para este Natal?

Maria José Rosa 51 anos, doméstica

Maria Teresa 56 anos, auxiliar de ação médica

Ainda não. Talvez lá mais para o meio do mês. Porque a crise que estamos a atravessar é muito grande e em primeiro lugar estão os bens de primeira necessidade. Alimentação e algum vestuário. Se me sobrar algum dinheiro ainda vou comprar umas prendinhas. Só para a família mais chegada. Dantes oferecia também a pessoas amigas, mas agora já não é possível.

Vou fazer muito poucas compras. Os adultos, neste Natal, não têm direito a presentes. Os cortes são muitos e está tudo muito mais caro de ano para ano. Vou oferecer prendas só às crianças, aos netos. Faço as minhas compras nas lojas da cidade, no comércio local. Para ajudar a manter os empregos daqueles trabalhadores. Para que isto não se desertifique cada vez mais.

Inquérito de José Serrano

Feliciana Palma 64 anos, auxiliar de serviços de limpeza

Não. O dinheiro que há é tão pouco que sinceramente não sei que compras irei fazer neste Natal. Se conseguir, ofereço aos pequeninos uma pequena lembrança e pouco mais do que isso. Não posso ir mais além. Está tudo muito complicado. Com a crise que temos o pouco dinheiro que ganhamos não chega para quase nada.

Andreia Cavaco 34 anos, escriturária

As compras de Natal, este ano, são muito reduzidas. O meu ordenado não dá para grandes gastos supérfluos. Isto está tudo muito complicado. Vou comprar presentes só mesmo para o meu filho. Que ainda tem idade de receber prendas de Natal. Ainda há quem possa comprar para o vizinho, para a vizinha, para os primos, para as primas, para a família inteira. Mas são cada vez menos.


Rede social DR

Semana passada QUINTA-FEIRA, DIA 5 MÉRTOLA GNR APREENDE ESPÉCIES EXÓTICAS

Um homem foi detido em Sines por alegadamente ter alvejado a tiro a ex-mulher, tendo esta ficado ferida e posteriormente sido transportada para o hospital de Santiago do Cacém, disse fonte da GNR. A mesma fonte adiantou à Lusa que a ocorrência registou-se no bairro 25 de Abril, após uma colisão de dois veículos, onde seguiam o agressor numa viatura e a vítima na outra. A mulher, na casa dos 40 anos, foi transportada para o hospital do Litoral Alentejano, “ainda consciente”. Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal indicou que a mulher ficou ferida “em estado grave”. O homem foi detido na sua residência cerca de 10 minutos após a ocorrência. A investigação passou para a Polícia Judiciária.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 9 GUADIANA GNR APREENDE PEIXE E UTENSÍLIOS DE PESCA ILEGAL DE MEIXÃO A GNR anunciou que apreendeu 1,3 quilogramas de meixão e vários utensílios usados na pesca ilegal deste peixe, além de um quilograma de lúcio perca, durante uma operação de fiscalização no rio Guadiana, no Baixo Alentejo. A apreensão ocorreu na passada sexta-feira, durante uma operação de fiscalização à pesca ilegal de meixão (enguia-bebé) efetuada pelo Núcleo de Proteção Ambiental do Destacamento Territorial de Almodôvar da GNR. Entre os utensílios apreendidos contam-se quatro redes de meixão e quatro tansas, várias cordas e dois crivos, precisa a GNR, referindo que o meixão foi devolvido ao rio porque estava vivo, mas o quilograma de lúcio perca foi destruído por estar em avançado estado de decomposição. Na sequência da operação, que foi “o culminar de várias diligências, ações de reconhecimento e fiscalização no rio Guadiana”, a GNR elaborou um auto de notícia contra desconhecidos pelo crime de danos contra a natureza e cinco autos de contra ordenação à lei da pesca.

MOURA INCÊNDIO CAUSA CINCO FERIDOS Cinco pessoas, incluindo três bombeiros, ficaram feridas, uma delas com gravidade, na sequência de um incêndio numa habitação na cidade de Moura. O ferido grave, uma idosa de 88 anos, foi transportada num helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para o Hospital de São José, em Lisboa, indicou fonte policial, referindo que um familiar, um homem de 81 anos, sofreu ferimentos ligeiros. No combate às chamas, três bombeiros sofreram também ferimentos ligeiros, dois foram vítimas de intoxicação pelo fumo e um sofreu queimaduras de primeiro grau na face, tendo sido assistidos no centro de saúde da cidade. O incêndio danificou a habitação, sobretudo a cozinha. A fonte policial avançou a possibilidade de na origem do incêndio ter estado uma braseira.

A Culturmais tem como fim a promoção e divulgação de eventos culturais, nomeadamente música, cinema, teatro, exposições, entre outros, aos quais juntará, sempre que possível, uma vertente de apoio social a diversas instituições, sendo a sua área de intervenção predominantemente Beja, podendo, contudo, estender-se a outras zonas do distrito e até do País. Como estão a decorrer os preparativos para a quinta edição do SMSF, que terá lugar em junho do próximo ano, e quais são as vossas expetativas?

Está a correr a bom ritmo, não obstante os apoios até ao momento serem, na sua grande maioria, de entidades privadas, bem como de dinheiro investido pela própria associação, contudo houve uma boa receção quer do município de Beja quer da União de Freguesias de Salvador e de Santa Maria, pelo que aguardamos a materialização dessa receção em apoios concretos. O SMSF fará outra vez parte da programação do Festival Internacional de BD de Beja e as expetativas são de uma edição muito melhor organizada e bem composta em termos de audiência. Anunciámos há dias os holandeses Rompeprop, figuras míticas do goregrind, que serão, sem dúvida, um sucesso no nosso festival. Temos também os All Emotions Day, uma banda de Moura que irá regressar precisamente para tocar no SMSF, os Trinta e Um, considerados uma instituição do hardcore português, e os Switchtense, uma das principais bandas de thrash/groove metal nacionais. Para o público mais tradicional, os Ravensire virão a Beja com o seu heavy metal que relembra os anos 80. Para os mais intimistas, o black metal dos Nefastu irá certamente agradar. E ainda teremos os Atentado, de Lisboa, e outros 13, ou mais, atos a revelar… Em breve teremos os bilhetes e packs (t-shirt + passe) disponíveis no nosso website oficial, www. smsf-portugal.net e, em princípio, também em estabelecimentos bejenses.

A cerimónia de encerramento do programa Vidigueira Cidade do Vinho 2013, título atribuído pela Associação de Municípios Portugueses do Vinho, teve lugar no sábado, no recinto da Vitifrades, em Vila de Frades. A próxima cidade portuguesa do vinho será Barcelos. DR

A Associação Juvenil Culturmais foi criada este ano para dar continuidade ao Santa Maria Summer Fest (SMSF), até então promovido pela Junta de Freguesia de Santa Maria da Feira (Beja). Quais são os seus principais objetivos?

“Vidigueira Cidade do Vinho 2013” chega ao fim

Amareleja divulgou o que de melhor se produz na freguesia Rota das adegas, mostra de produtos regionais e espetáculos musicais foram algumas das propostas de mais uma Feira da Vinha e do Vinho de Amareleja. Promovido pela junta de freguesia, em parceria com a câmara de Moura, o certame pretende estimular a economia local. DR

SINES HOMEM DETIDO POR SUSPEITA DE ALVEJAR A TIRO A EX-MULHER

Presidente da direção da Associação Juvenil Culturmais

Festival de Bandas apresentou 14 projetos musicais A Arruaça Associação Juvenil organizou mais uma edição do Festival de Bandas de Beja. Para divulgar e dar a conhecer novos músicos e projetos. Pelo palco da Casa da Cultura passaram sonoridades diversas: do rock ao hip-hop, do blues ao jazz, entre muitas outras. DR

SEXTA-FEIRA, DIA 6

3 perguntas a Vítor Paixão

Empresários e produtores mostraram “rica gastronomia” Os produtos gastronómicos mais representativos das regiões do Algarve e Alentejo e da espanhola Andaluzia estiveram em destaque na praça Diogo Fernandes, em Beja. O Mercado de Gastronomia Artesanal da Eurorregião contou com a presença de 20 empresários e produtores. DR

A GNR apreendeu oito espécies exóticas e 220 peças de vestuário, a maioria contrafeitas, durante uma operação de fiscalização a feirantes e vendedores ambulantes no mercado mensal de Mértola. Durante a operação, a Equipa de Proteção da Natureza e do Ambiente em Zona Específica do Destacamento Territorial de Almodôvar da GNR identificou dois homens, de 45 anos, que tinham em exposição e para venda oito espécies ameaçadas de extinção e que constam na Convenção Sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres. As oito espécies, um papagaio, um lório, duas roselas e quatro rosicolis, não estavam registadas no Instituto da Conservação da Natureza e Florestas para exposição e venda e foram apreendidas pela GNR, a qual elaborou dois autos de contraordenação. Durante a operação, a GNR, através de 14 militares, fiscalizou 42 feirantes e vendedores ambulantes e aprendeu 166 peças de vestuário contrafeitas e outras 54 que pertenciam a vendedores que não possuíam cartão de feirante e elaborou dois autos de notícia por crime de contrafação e 14 autos de contraordenação.

Para além do festival, que outras atividades têm agendadas a curto/médio prazo e a quem se destinam?

Para além de atividades de cariz mais avulso está no nosso plano de atividades a realização do concurso Wacken Metal Battle Portugal, um encontro de bandas cujo vencedor irá tocar ao maior festival de heavy metal do mundo, o Wacken Open Air na Alemanha, concurso esse que se realizará no dia 18 de janeiro, em parceria com Os Infantes e o Núcleo de Apoio às Artes Musicais de Barroselas (Viana do Castelo). Temos também prevista a realização de um festival de cinema cujo formato está a ser idealizado. Nélia Pedrosa

O Natal no Largo de Sines A cidade de Sines assinalou a chegada do Natal no passado sábado, 7, com a realização, na praça Tomás Ribeiro, de um vasto conjunto de atividades dedicadas à quadra. A representação do presépio vivo ficou a cargo dos meninos do ATL A Gaivota.

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Tema de capa

Combate ao trabalho não declarado e à exploração de trabalhadores

Apanha da azeitona sob investigação A fiscalização está no terreno, pela mão de diversas entidades, junto aos pés das centenas de oliveiras que se avistam, aqui e ali, em herdades alentejanas, do distrito de Beja. O combate ao trabalho não declarado e à exploração de trabalhadores, bem como a verificação das condições de segurança e saúde no trabalho na atividade agrícola. A apanha da azeitona, maioritariamente recolhida por imigrantes, na mira das autoridades. Na semana passada a operação emergiu em Ferreira do Alentejo. Seguir-se-ão outras. A apanha da azeitona está sob investigação. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

À

saída da rua 25 de Abril, em Figueira dos Cavaleiros, no concelho de Ferreira do Alentejo, 10 viaturas formam uma fila. Quem passa na rua, apesar de a noite só há pouco tempo ter dado lugar ao dia, admira-se com o aparato da operação que segue em marcha lenta. Dez viaturas, maioritariamente da Guarda Nacional Republicana (GNR), devidamente identificadas, mas também do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), da Segurança Social (SS), da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e da inspeção tributária. A bordo seguem militares, inspetores, técnicos e até jornalistas. O relógio marca 8 horas e 17 minutos e ainda as viaturas seguem pela estrada, onde se abeiram olivais, carregados de azeitona, a perder de vista. O sol, por esta hora, ainda não ganhou força suficiente para derreter a geada que cobre os campos. Antes houve tempo para reunir, no posto da GNR, para ultimar os pormenores, para que nada fosse deixado ao acaso, para que nada pudesse comprometer a operação, que levou dias a preparar. As entidades seguem, finalmente, para os terrenos de cultivo e a comitiva perfila caminho em direção a Alfundão, embora não chegue a cruzar a aldeia, porque a herdade, o destino, fica um pouco antes. Uma placa indica: “Caminho agrícola particular. Acesso reservado”. E é mesmo por este troço de terra batida que avançam as 10 viaturas, imunes a qualquer restrição. A partir de

agora nada pode falhar, o fator surpresa é a chave do sucesso da missão. Mas que missão? Mais uma ação inspetiva na atividade da apanha da azeitona. “A partir deste momento é crucial que não existam telemóveis a funcionar. Não podem fazer chamadas para o campo”, avisa Carlos Graça, inspetor superior principal da ACT. Referindo-se aos primeiros trabalhadores, portugueses, que se encontram na herdade junto a uns casões, onde repousam máquinas agrícolas. À porta carrinhas de caixa aberta todo-o-terreno, tratores e cães que não ladram, o que também ajuda a silenciar o aparato que emerge herdade adentro. Os militares da GNR saem das viaturas, espalham-se, dirigem a operação e asseguram-se que ninguém comunica. Tudo está sob controlo absoluto. Perguntam onde estão os grupos que partiram para a apanha da azeitona, com o romper da manhã. Que direção seguiram, quantos são. E não muitos minutos depois chega a tão desejada informação. Cinco grupos, divididos, aqui e ali, em hectares diferentes. Três estão num lado da herdade, outros dois estão do outro. “Isto dificulta um bocado a operação, estão espalhados, mas há que agir rápido”, diz um dos militares, rigorosamente aprumado. Botas engraxadas, de cano alto, e por cima das calças de cor cinza. Casaco de cabedal fechado, de onde sobressaem dois colarinhos brancos, imaculados, sem vincos. Na cabeça afunda-se um bivaque. Uma ribeira, uma ponte e olival dos dois lados da estrada. Militares a pé e por isso menos viaturas a caminho.


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Lambu Constantin, o romeno que fala por todos

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as entrelinhas encontra-se o primeiro grupo, que para automaticamente de trabalhar. Os rostos estão frios, da manhã que ainda não os aqueceu, e da tensão que deixam transparecer. “Estamos legais, estamos legais. Temos papéis”, diz o porta-voz dos trabalhadores romenos e apressa-se a mostrá-los, os tais papéis que apregoa, como se só isso fosse o suficiente para as autoridades. É Lambu Constantin, 47 anos, romeno. Barrete preto enfiado na cabeça. Vestido com um casaco que corta mais o vento que o frio. Umas calças que se confundem com a própria ramagem das oliveiras e uns sapatos cobertos de água, molhados pelas ervas que salpicam o chão que pisa. A pele queimada das geadas, do sol. As mãos castigadas do trabalho no campo. As unhas pretas, e um cigarro que puxa do maço para o ajudar a combater o nervosismo. “Tudo legal, tudo legal”. “Estou cá eu e o meu filho a trabalhar. É o primeiro ano que veio comigo. A mãe dele, a minha mulher, está muito doente. Está sempre a

tremer”, conta, enquanto imita os gestos da mulher que teve de deixar na Roménia, sacudindo o corpo, uma e outra vez. “A tremer, a tremer”. “Vim porque preciso de trabalhar aqui, porque preciso de dinheiro lá, na Roménia. Preciso sempre de comprar comprimidos e na Roménia não consigo”. Lambu Constantin, antes de ser apanhador de azeitona, era soldador elétrico. “Qual o papel que desempenha aqui no olival?”. “Sim, papéis. Eu tenho papéis, eu e o meu filho”, precipita-se mais uma vez, escancarando os olhos, fazendo de tudo para que o entendam, para que continue a ter algum dinheiro para se manter, para regressar por um tempo e para enviar para os comprimidos. Para a mulher que não para de tremer. “Só apanho a azeitona e sou o único romeno aqui que falo português. Eles, estes meus amigos, e eu precisamos de ganhar, todos temos problemas na Roménia, todos temos falta de dinheiro, de comer. Precisamos de fazer dinheiro”, insiste Lambu Constantin, enquanto observa os movimentos do seu filho Lambu Jonut, para que

não o perca de vista. “Ele não fala nada, não sabe português”, preocupa-se. Entretanto a GNR junta os outros grupos que estavam dispersos e são cada vez mais os trabalhadores que se avistam. Um, dois, três, 20, 30, 40…Tantos que parecem brotar como as azeitonas nas oliveiras. Lambu e o filho seguem em fila para falar com as autoridades. E, no que diz respeito à sua legalidade no País, enquanto cidadãos comunitários, passam no crivo. Passam depois para a fila do ACT, depois para a da Segurança Social. Relativamente à sua legalidade, enquanto trabalhadores, logo se verá. “O patrão diz que está tudo legal, tudo legal”, diz Lambu. Juntam-se aos outros compatriotas, maioritariamente muito mais jovens do que Constantin, todos de pele escurecida e castigada pelo campo, e que envergam camisolas e casacos de algodão ou de poliéster, estampados com o rato Mickey, com uma marca de uma bebida energética, com frases em inglês, que muitos não sabem o que querem dizer. Envergam

roupas sujas dos frutos que apanham. Outro cidadão de nacionalidade estrangeira, cabelo branco e com a pele desenhada pelas rugas, de onde sobressai um quisto, que se assemelha ao tamanho de uma bola de golfe, juntase ao grupo de romenos. Apresenta-se para a apanha da azeitona de blazer vestido, verde-escuro e que já perdeu a conta à idade. Por baixo camisola de lã, de onde sobressai uma camisa abotoada até ao colarinho. Roupa velha, mas formal, a contrastar com as sweatshirts de capuz envergadas pela juventude. Ou não fosse a idade um posto. “Acho que é búlgaro ou georgiano, não sei bem, mas não fala nada de português”, diz Constantin. “Não compreendem o português, não sei porquê”, orgulha-se e escancara um sorriso, ciente do seu feito. O homem, alto e magro, que se juntou ao grupo, não se senta e coloca as mãos, também elas castigadas pela vida, nos bolsos. Os cidadãos romenos puxam um e outro cigarro e os olhos inquietos, inevitavelmente, fixam-se nas autoridades.

Os primos da Guiné que sonham com outra vida

A

GNR continua a patrulhar a área e o tenente-coronel José Rosa, do Comando Territorial de Beja da GNR, adianta: “O nosso papel, acima de tudo, é fazer a parte de segurança e encaminhar as outras autoridades para os locais que nos foram solicitados, porque, no fundo, nós é que temos o conhecimento do terreno. Antes de fazermos a operação fazemos sempre um estudo”. A ação envolveu 16 militares da GNR e a guarda tem estado no terreno desde o início da campanha. “Queremos facilitar ao máximo estas operações de fiscalização”, garante o tenente-coronel. Até porque estas ações estão inseridas no projeto de policiamento de proximidade PUB

(Azeitona Segura), adaptado à atividade agrícola de olivicultura, que, em primeiro lugar, pretende prevenir a criminalidade associada ao furto de azeitona, mas também ações dinâmicas de policiamento e em articulação com diversas entidades. Tais como esta. Entretanto são chamados pelas autoridades Mohamed e o seu primo, conhecido como Masta-Ly, nome artístico, ou não tivesse ele o sonho de seguir uma carreira musical. Masta-Ly, ou melhor Abebinfali, guineense, vinte e poucos anos, chegou a Portugal em 2008. “Vim para cuidar da minha mãe. Teve um AVC, deixou de falar”. “Tenho o documento e vim, mas ao mesmo tempo canto, tenho talento, só que cantar não

me dá nada”, expressa-se, recorrendo também às mãos, para ser mais esclarecedor. Reggae, hip hop e quizomba são a sua “praia”. Mora em Beja e é o patrão que o leva todos os dias para o olival. “Eu gosto de trabalhar no campo? Se não gostar onde vou achar o comer? Eu tenho de me desenrascar”. Masta-Ly veste uma camisola do Sporting, mas garante que é do Benfica. O SEF chama-o e, perante os inspetores, cruza os braços e o sorriso esmorece com a tensão, e os olhos arregalam-se, tentando responder a tudo, sem hesitar, sem arrepiar caminho. Os inspetores acalmam-no. “Estou legal, estou legal. Tenho o documento”. Confia, mas ainda assim não se despreocupa. Mohamed, por sua vez, presta esclareci-

mentos à Segurança Social e a questão dos descontos confunde-o. “Eu gostava de saber como estão os meus descontos”, insiste. As técnicas explicam que vão ser cruzados dados e Mohamed persiste. “Estive a estudar, tive de cancelar a minha matrícula. O meu primo disse que era melhor vir trabalhar para aqui, para descontar. Eu vim para procurar uma vida nova, mas uma vida nova como? Quando eu conseguir a residência fixa quero fazer o curso, quero concorrer a uma bolsa de estudo. Estou cá a trabalhar no campo, já me deram número de Segurança Social, de contribuinte e tenho de ver dos descontos”. Os descontos, sempre os descontos que preocupam Mohamed, que sonha com o dia em que possa estudar Ciências Políticas.


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Balanço: Várias irregularidades laborais

O

s inspetores da ACT tentam procurar rede de comunicação, para que possam cruzar dados. O sinal está fraco e os resultados só chegam um pouco mais tarde. “Várias irregularidades laborais na herdade, bem como em duas empresas prestadoras de serviços agrícolas”. É este o balanço geral. E o mais específico chega pouco depois. “Há trabalhadores não declarados e trabalhadores que não foram declarados no devido tempo à Segurança Social. Para além disso, não há registo dos tempos de trabalho. Há, por exemplo, um registo de ponto, mas que não corresponde à lei. E chegámos à conclusão que estas pessoas estão a fazer mais horas do que aquelas que são normais. Outra das situações é que na agricultura a regulamentação coletiva de trabalho obriga a que todos os contratos sejam reduzidos a escrito, e aqui não estão. Para além disso, todos aqueles que são cidadãos não comunitários têm de ser comunicados à inspeção de trabalho e não foram. Há falta de formação e isso é demonstrado através dos documentos que não existem”, adianta Carlos Graça, inspetor da ACT. Durante a operação foi também detetada uma trabalhadora grávida de sete meses. “Nem ela nem nenhum outro trabalhador realizaram exames médicos”. E

relativamente aos salários? “Só quando apurarmos todos os dados, que vai levar algum tempo, é que vamos perceber se estão a ser devidamente pagos”, explica a ACT. Nesta herdade a empresa proprietária subcontratou outra empresa para a campanha da apanha de azeitona, empresa, esta, que, por sua vez, subcontratou outra. Uma cadeia, onde ninguém “está para perder dinheiro”, recorda o inspetor. Por exemplo, segundo a ACT, “numa das empresas subcontratadas pela herdade verificou-se que o contrato de prestação de serviços, de 43 euros por dia/pessoa, face ao horários a que está vinculada (mínimo de oito horas de segunda-feira a sábado), não permite sequer cobrir os encargos decorrentes dos contratos de trabalho que mantem com os trabalhadores ao seu serviço”. “Esta é uma das características que hoje se passa muito na atividade agrícola. O trabalho já não se desenvolve como antigamente. Não é o proprietário que desenvolve a apanha, ele subcontrata esses trabalhos a terceiros. Isto levanta aqui problemas delicados. A prestação de serviços não é ilegal, mas levanta problemas porque, embora os empresários constituam as empresas em Portugal, por regra são estrangeiros e os trabalhadores são estrangeiros. E estas empresas, diz-nos a experiência, são muito

“O desenvolvimento no Alentejo é uma realidade, o desenvolvimento agrícola é uma realidade, mas na nossa ótica não pode ser feito a qualquer preço e a qualquer custo”.

efémeras”, confessa o inspetor, também ele com um gorro preto envergado. Por sua vez, na empresa que foi contratada pela que tinha sido subcontratada pela herdade, a tal cadeia, segundo informação avançada pela ACT, “foram identificados 18 trabalhadores de várias nacionalidades. Destes, apenas um

trabalhador se encontrava regularizado perante a Segurança Social. Todos os trabalhadores estavam a efetuar períodos de trabalho superiores ao legalmente estabelecido, sem registos de trabalho extraordinário e também não tinham o contrato reduzido a escrito”. “Todos os anos temos de nos adaptar às novas modalidades de organização que vão surgindo nas herdades, porque vão evoluindo, são cada vez mais sofisticadas, no sentido de se tornearem as obrigações legais e no sentido de se dificultarem as ações das entidades fiscalizadoras”, considera Carlos Graça. Existe, então, uma agricultara no Alentejo assente em mão-de-obra barata? “Pode-se dizer que temos uma agricultura em que se praticam valores e práticas que, várias vezes, são absolutamente irregulares”, afirma. Este ano as ações inspetivas no terreno têm sido mais divulgadas e, para o inspetor da ACT, “é importante criar a consciência na opinião pública de que isto é um fenómeno que existe e que é necessário controlar, porque só favorece a economia paralela”. “O desenvolvimento no Alentejo é uma realidade, o desenvolvimento agrícola é uma realidade, mas na nossa ótica não pode ser feito a qualquer preço e a qualquer custo”, conclui.

Três imigrantes notificados para saírem do País

D

o SEF chegam as últimas informações. E para alguns cidadãos e entidades empregadoras não são animadoras. Neste dia o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras identificou 56 cidadãos, dos quais 42 estrangeiros. Vinte e cinco romenos, cinco búlgaros, quatro cabo-verdianos, três nacionais da Guiné-Bissau, dois marroquinos, um ucraniano, um georgiano e um nacional da República da Guiné. No final, dois cidadãos cabo-verdianos e um cidadão ucraniano foram notificados para abandonar voluntariamente o território nacional. Mas há mais. “Foi instaurado procedimento contraordenacional a uma entidade empregadora por três infrações previstas no art.º 198º-A da Lei 23/2007 de PUB

04/07”, avança a inspetora adjunta principal, chefe da Delegação de Beja do SEF, Brígida Sequeira, nomeadamente com as posteriores contraordenações: “Utilização da atividade de cidadão estrangeiro em situação ilegal”. No Alentejo as ações de fiscalização têm-se repetido, aqui e ali, e, segundo o SEF, verifica-se que “relativamente aos cidadãos estrangeiros a trabalharem na apanha da azeitona, a maioria é de nacionalidade romena”. E o número destes cidadãos tem crescido, devido ao aumento da área de olival enraizado em território alentejano nos últimos anos. No âmbito da campanha da azeitona, até à data, o SEF tinha realizado cinco operações de fiscalização, todas no distrito de Beja e em colaboração com a Autoridade

para as Condições do Trabalho. No dia 29 de outubro, por exemplo, o SEF e a ACT promoveram uma ação inspetiva. No dia 30 chegava a notícia de que tinham sido verificadas várias irregularidades. Foram identificados 74 trabalhadores, sendo três de nacionalidade portuguesa e 71 de nacionalidade romena. Destes 71 trabalhadores romenos, 21 não se encontravam declarados à Segurança Social. Seguiram-se outras. Já em novembro, numa herdade perto de Beja, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, anunciou que deteve quatro estrangeiros, entre os 23 e os 51 anos, por suspeita de tráfico de seres humanos. Durante a operação, o SEF garantiu que resgatou 28 pessoas que “estavam em situação de exploração e de tráfico, alegadamente para trabalharem na apanha da azeitona”.

Na mesma ocasião a Polícia Judiciária (PJ) disse que, na sequência de uma queixa formulada por um grupo de estrangeiros, deteve, no concelho de Serpa, “três homens, entre os 22 e os 33 anos, por suspeita da prática de um crime de tráfico de seres humanos para apanha de azeitona no Alentejo”. A PJ garantiu, na altura, que “os detidos terão contratado no país de origem e transportado para Portugal trabalhadores estrangeiros, que alojaram em condições precárias e retendo-lhes os documentos de identificação como garantia de pagamento das despesas de transporte e estadia”. Qual é, então, o papel do SEF nestas ações? “Controlar e fiscalizar a permanência e atividade dos estrangeiros em território nacional”.


Diário do Alentejo 13 dezembro 2013

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Os apoios sociais aos imigrantes

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nível local é o Centro Local de Apoio à Integração de Imigrantes (Claii), da Cáritas Diocesana de Beja, que muitas vezes é solicitado pelas autoridades para prestar apoio a estes imigrantes. Isto porque, em algumas situações, “chegam ao Claii indicados por entidades, porque têm dificuldade em falar português, por não saberem onde pedirem apoio, ou porque, simplesmente, não têm conhecimento da existência desta estrutura”, explica Teresa Chaves, presidente da Caritas Diocesana de Beja. Muitas outras vezes são as populações das terras onde estes cidadãos habitam que alertam as autoridades para várias situações. E Ana Soeiro, mediadora do Claii, completa: “Por vezes são os próprios imigrantes que nos procuram para tentarem resolver as suas situações”. Teresa Chaves recorda as últimas

intervenções do Claii, que aconteceram recentemente, no decorrer desta campanha da apanha da azeitona, e que se direcionaram para o apoio a imigrantes romenos. Tal como Ana Soeiro. “Prestámos apoio a dois grupos. No total 60 pessoas”, diz a mediadora. “Foi pedido o nosso contributo para ajudar estas pessoas que estavam a ser exploradas, sem determinadas condições de trabalho, e exigidas por lei. Prometeram-lhe determinadas condições que acabaram por não se cumprir. Estavam com fome e com muitas outras carências”, conta Teresa Chaves. O Claii articulou o seu trabalho ainda com outras entidades. A Cruz Vermelha também deu resposta, nomeadamente na área do alojamento a estas pessoas, e a própria Segurança Social também. “Nestas intervenções foram prestados apoios ao nível da higiene, da alimentação,

mas também ao nível da assistência médica e do apoio psicológico. Estabelecemos ainda contatos com diversas entidades, de modo a que o regresso destes cidadãos ao país de origem fosse o mais acompanhado possível”, recorda Ana Soeiro. Teresa Chaves, por sua vez, garante que, com o decorrer da apanha da azeitona, “têm ocorrido alguns problemas com imigrantes em solo alentejano”. E confessa que o “Claii é contatado para prestar apoio de emergência”. A Associação de Solidariedade Imigrante também é procurada e Alberto Matos, responsável da delegação do Alentejo, explica que “a associação tenta muitas vezes passar informação”, até porque “muitos cidadãos comunitários não têm noção dos seus direitos”, revelando que existe, por exemplo, “um total desconhecimento da língua e das estruturas que os podem apoiar”.

Este ano, de acordo com Alberto Matos, a trabalharem nos campos da região predominam “os cidadãos romenos”, até porque “não precisam de visto especial”. Mas encontramse mais nacionalidades. Búlgaros, tailandeses, nepaleses, cabo-verdianos, brasileiros, entre outros. “Os patrões muitas vezes não querem pagar salários decentes a trabalhadores portugueses e preferem trabalhadores estrangeiros que, por norma, ganham menos e muitas vezes até estão em situações ilegais”, alerta Alberto Matos, que espera que a partir de agora “comecem a chegar cada vez mais imigrantes desesperados à associação”, tal como se tem “verificado em outros anos”. “Aparecem, normalmente, quando já estão em situação de desespero, e querem regressar ao país de origem e não têm como”.

O regresso ao trabalho, ao campo

O

relógio avança e com o passar do tempo as autoridades têm os trabalhadores todos identificados. Falta um ou outro pormenor e é dada ordem para que regressem ao campo. Os grupos voltam a dividir-se. Seguem direções diferentes, encaminhados pelos superiores hierárquicos, para os hectares onde se procede à apanha da azeitona. Está quase na hora de almoço e as marmitas esperam por quem as abra. “Somos nós que trazemos o comer. Comemos por nossa conta”, conta um dos trabalhadores. Nas marmitas massa, arroz, feijão e enlatados. O que calha, o que têm à mão, em casa, o que podem comprar, para alimentarem o corpo para mais uma jornada de trabalho. PUB

A GNR continua a controlar a operação, até ao fim, até que seja, finalmente, desmobilizada. As notificações, essas, chegarão depois.

Os resultados da operação, esses, só chegarão depois, para estes cidadãos e para as entidades empregadoras. Até lá, há azeitonas penduradas em ramos, à espera de quem as apanhe. As redes verdes estendem-se pelo chão e os frutos repousam nelas. Os tratores avançam nas entrelinhas e as carrinhas todo-o-terreno avistam-se pela herdade, bem como as motas de quatro rodas. Os trabalhadores seguem a pé, de barretes e bonés enfiados, sujos pelos frutos que apanham. As autoridades recolhem os papéis, guardam as máquinas fotográficas e as pastas e comentam entre si o balanço de mais uma operação. Infelizmente há irregularidades a lamentar. Várias.

A GNR continua a controlar a operação, até ao fim, até que seja, finalmente, desmobilizada. Os jipes verdes, devidamente identificados, os carros brancos e as carrinhas começam a encher-se de militares. A missão está cumprida. Os trabalhadores já estão novamente no campo. As notificações, essas, chegarão depois. E a herdade cada vez fica mais para trás, à medida que a comitiva volta a pisar o piso alcatroado, e os trabalhadores sentam-se junto aos pés das oliveiras para abrirem as marmitas, para que os cheiros que trouxeram nos sacos, nas mochilas, se sobreponham ao intenso cheiro do fruto que apanham, e que se entranha.


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Luís D’Argent presidente da Comissão Política Distrital do CDS-PP

Luís D’Argent foi reeleito, no sábado, presidente da Comissão Política Distrital do CDS-PP, cargo que ocupará até ao final de 2015. No mesmo dia foram ainda eleitas as comissões políticas concelhias de Beja (liderada por Bento Serrano), Ourique (Henrique Figueira), Odemira (Margarida Lourenço), Moura (Joana Timóteo Vitorino) e Serpa (Francisco Carvalho Costa).

Atual

Venha conhecer as nossas Ofertas de Natal

Windavia Airlines é a primeira companhia aérea a abrir rotas para Beja

Cantar o “Passarinho” em pleno voo Portugal tem uma nova companhia aérea desde a passada quarta-feira, a Windavia Airlines. Uma operadora de voos fretados por empresas turísticas (charter) que fez o seu voo inaugural entre Lisboa e Beja, naquele que foi rotulado como “o voo comercial mais curto da história de Portugal continental”. Em apenas 20 minutos se fez uma ponte aérea que teve direito a duas modas alentejanas cantadas pelos Rurais, de Figueira dos Cavaleiros, e tempo apenas para apertar e desapertar os cintos de segurança. Texto Paulo Bariga Fotos José Ferrolho

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as a escolha de Beja para o voo debutante da Windavia, segundo Pedro Bollinger, diretor-geral da companhia, “reserva um simbolismo muito importante”. “O aeroporto de Beja, em conjunto com o de Lisboa e o do Funchal, é aquele em que iremos apostar fortemente”. Nas palavras de Pedro Bollinger, a companhia pretende implementar, experimentalmente entre abril e outubro de 2014, voos regulares a partir das principais cidades francesas, nomeadamente Paris e Beja Pedro Bollinger diz que se trata de “um projeto arrojado e bastante ambicioso que prevê transportar perto de 10 mil passageiros já em 2014”. O principal destino turístico destes voos

será fundamentalmente a península de Troia, “mas também o restante território alentejano e, obviamente, o Algarve”. Ligações que serão contratadas com os principais operadores turísticos nacionais, nomeadamente com a GPS Tours. Neste inaugural, que trouxe a Beja uma vasta comitiva VIP e “muitos potenciais investidores”, a Windavia convidou o grupo coral Os Rurais, de Figueira de Cavaleiros, para animar a viagem. Uma viagem “simbólica e suficientemente breve”, que deu tempo apenas para os cantadores, desalinhados pelo corredor do Airbus A320, afinarem duas modas: o “Passarinho” e o “Castelo de Beja”. À chegada ao aeroporto de Beja, o diretor desta infraestrutura, Pedro Beja Neves, não deixou de referir “a importância e o simbolismo” deste voo. “Não é todos os dias que aparece um novo player na aviação comercial e é muito especial para nós que ele comece a operar no Alentejo”. Beja Neves adiantou ainda: “Destes pequenos nadas que estamos a construir um caminho difícil, mas de sucesso”. Já o presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, Francisco Ceia da Silva, referiu que esta é a quarta excelente notícia que a marca “Alentejo” recebeu durante o ano. Primeiro foi a atribuição de uma estrela Michelin a um restaurante da região, a atribuição de um golfinho de prata no festival de Cannes a um filme promocional

do Alentejo, o reconhecimento da “National Geographic” do Alentejo entre os 21 destinos a visitar em 2014 e, claro, a primeira companhia charter a voar para Beja. “Não é todos os dias que se viaja para o melhor destino do mundo, que é o Alentejo”, ironizou Ceia da Silva. Por fim, coube ao secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, relembrar que este é um investimento inteiramente privado e que isso apenas quer dizer que “há, da parte do investidor, o reconhecimento do valor deste destino”. “O privado apenas investe quando o risco é calculado e, normalmente, responde àquilo que as pessoas procuram”. A Windawia é uma empresa com capital inteiramente português. Pedro Bollinger detém 49 por cento do capital da empresa e o restante pertence a um “investidor discreto”. A partir de 2014 a companhia vai operar seis Airbus A320 e diz já ter “mais de 50 milhões de euros em contratos assinados”, nomeadamente com voos a partir de Telavive. Aliás, este primeiro avião da Windavia, que levou o nome de Aristides de Sousa Mendes, contou com a presença da embaixadora israelita em Portugal e, antes de largar de Lisboa, foi benzido com a “Oração do viajante”, em hebraico. O “Diário do Alentejo” fez o voo inaugural da Windavia e está a preparar uma fotorreportagem para a próxima edição.


Paulo Arsénio foi eleito, no sábado, presidente da concelhia de Beja do Partido Socialista (PS). Vítor Paixão é o presidente da secção e António Loução da mesa da assembleia geral de militantes. Paulo Arsénio, que foi o único candidato a líder da concelhia socialista de Beja, afirma que a prioridade “é dar apoio aos autarcas eleitos nas freguesias, na câmara e na assembleia municipal”.

InAlentejo apoia projetos de investimento de 3,7 milhões de euros A autoridade de gestão do programa operacional InAlentejo assinou na terça-feira nove contratos de financiamento referentes a projetos para a região que totalizam 3,7 milhões de euros de investimento. Estes projetos de investimento foram aprovados no âmbito

Novo comandante da GNR de Beja tomou posse O tenente-coronel Joaquim Figueiredo tomou posse na segunda-feira, 9, como comandante do Comando Territorial de Beja da GNR, substituindo o coronel Garrido Gomes, que, no passado dia 25, terminou uma comissão de serviço de cerca de dois anos em Beja. Joaquim Figueiredo, de 48 anos, entrou na guarda em 1988 e já desempenhou várias funções operacionais, docentes e de EstadoMaior, sendo que nos últimos meses foi o 2.º comandante do Comando Territorial de Portalegre da GNR. Segundo a GNR, Joaquim Figueiredo, natural de Vila Viçosa, tem uma licenciatura e um mestrado, como formação académica civil, e vários cursos técnico-profissionais em diversas áreas da missão da guarda e já conta com 10 louvores e oito condecorações na sua folha de serviços.

Aspig “aplaude” substituição do comandante da GNR A Associação Socioprofissional Independente da Guarda (Aspig) “aplaude” a recente substituição do comandante do Comando Territorial de Beja da Guarda Nacional Republicana e espera “do ‘novo’ comandante, tenente-coronel Joaquim Figueiredo, a ‘abertura’ suficiente, ao invés do que se verificava com o comandante ora substituído”, para, em conjunto com a associação, “continuar, sem constrangimentos, a defender e promover os interesses pessoais e profissionais dos militares, sob o seu comando, bem como contribuir para a elevação e dignificação da função policial”. A Aspig entende que, “num momento menos favorável que o País atravessa”, este “desiderato é o mínimo que se pode exigir para sedimentar uma sã convivência entre aquilo que é a atividade associativa e o exercício do comando”, conclui, em comunicado de imprensa.

Canadianos interessados na Base de Beja O ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco garantiu esta semana que “há boas perspetivas para a instalação, na Base Aérea de Beja, de uma escola canadiana de formação de pilotos de caça”. Em dezembro de 2012, a Coreia do Sul do Sul foi notícia pelo mesmo motivo. No entanto, em abril deste ano, o governo de Phnom-Penh desinteressou-se do projeto, alegadamente devido a “outras prioridades” que teriam a ver com a situação de iminente conflito militar com os seus vizinhos do norte da península. O “Diário do Alentejo” tentou até ao fecho da edição recolher mais dados sobre esta declaração de Aguiar-Branco ao jornal “Público”, mas quer da parte do ministério, quer da Força Aérea Portuguesa, não obtivemos qualquer esclarecimento.

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do Regulamento Específico do Património Cultural, referiu a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo. No total, os projetos envolvem um investimento na ordem dos 3,7 milhões de euros, a que corresponde um cofinanciamento comunitário de 2,9 milhões de euros.

09 Diário do Alentejo 13 dezembro 2013

Paulo Arsénio é o novo presidente da concelhia de Beja do PS


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Esdime inicia curso de formação de formadores em Cabo Verde

Alentejo eleito “destino preferido” da Associação das Agências de Viagens e Turismo O Alentejo vai ser o “destino preferido” da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (Apavt) em 2014, segundo anunciou o presidente da referida associação, Pedro Costa Ferreira, no decorrer do 39.º congresso, realizado no fim de

A Esdime – Agência para o Desenvolvimento Local no Alentejo Sudoeste deu início, na segunda-feira, a um curso de formação pedagógica inicial de formadores no centro de formação profissional do Fogo/Brava, em São Filipe, Cabo Verde. Promovido no quadro do projeto Energias Cooperativas, cofinanciado pelo Eixo Leader do Proder, o curso “vai permitir criar condições de certificação de formador a um conjunto

semana nos Açores. De acordo com a Turismo do Alentejo, “é um orgulho ver a região ser escolhida como destino preferido por uma associação tão prestigiada no sector”. O presidente da instituição, António Ceia da Silva, adianta, por sua vez, que “é com enorme prazer que o Alentejo, mais concretamente a cidade de Évora, vai acolher um congresso tão importante como o da

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de 20 pessoas, residentes na ilha do Fogo”. Paralelamente “serão realizadas outras ações integradas neste projeto, que se prendem com o desenvolvimento do Plano Estratégico do Fogo, nos domínios do agroalimentar, turismo, energia e recursos humanos, bem como serão exploradas novas linhas de trabalho, decorrentes do processo de geminação entre São Filipe e Ferreira do Alentejo, no quadro da promoção cultural”.

Apavt”. Refira-se que a iniciativa “Destino preferido da Apavt” foi lançada em 2012, com a nomeação de Macau. Este ano o eleito foi os Açores e, em 2014, a escolha recaiu sobre o Alentejo, “um dos 21 destinos mundiais considerados de visita obrigatória no próximo ano pela revista de viagens da ‘National Geographic’, na publicação de novembro”, conclui a Turismo do Alentejo.

Nos dias 19, 20 e 23

Trabalhadores das Finanças em greve O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) marcou uma concentração para o próximo dia 19 junto ao Ministério das Finanças, em Lisboa, data que assinala o primeiro de três dias de greve dos trabalhadores dos impostos, que estão marcados para os dias 19, 20 e 23. O STI vai recorrer pela primeira vez ao fundo de greve na paralisação dos três dias que conta com cerca de 1,5 milhões de euros.

A

direção distrital de Beja do STI adianta, em comunicado de imprensa, que no XIII Congresso do STI, “o mais convergente e coeso dos últimos anos”, realizado na semana passada, ficou “demons-

trado que todos terão de estar unidos para conseguirmos ser ouvidos junto de quem de direito, mostrando toda a nossa força, que a temos...”. Durante o encontro, continua o STI de Beja, foram, igualmente, aprovadas duas propostas: “uma para ser utilizado já nesta greve o Fundo de Greve do STI, que servirá para, de uma forma simbólica, ajudar os sócios; outra no sentido de, junto de uma entidade bancária e dando como garantia o mesmo fundo, ser negociado um ‘financiamento’ simples e pouco oneroso para os sócios, por forma a que possamos prolongar no tempo uma futura greve”. A direção distrital de Beja adianta ainda que foram “informados que

desde fevereiro deste ano, e após sucessivos pedidos para serem recebidos, tanto a ministra como o secretário de Estado se mostram indisponíveis para reunir com o sindicato”. Assim, “sem vínculo, sem carreiras/progressão nas mesmas, com o fecho de 50 por cento dos serviços de finanças (cerca de 80 por cento no distrito de Beja), sem autoridade, com perdas sucessivas de vencimento/ /pensões, com alterações no FET previstas já para o próximo ano, entre outras razões (…), vamos encerrar todos os serviços do distrito nos próximos dias 19, 20 e 23 e vamo-nos pôr a caminho de Lisboa, no dia 19, para mostrarmos toda a nossa indignação”, conclui.

Diretor-Geral da Saúde desvalorizou possibilidade de contágio

Vírus de gripe aviária em Mértola

O

diretor-geral de Saúde desvalorizou na quinta-feira, 5, o vírus de gripe aviária detetado em novembro numa propriedade em Mértola, que levou Hong Kong a proibir a importação de carne de aves portuguesa, garantindo ser pouco perigoso. Francisco George disse que o vírus detetado circula em aves é e de baixa patogenicidade em aves. “É um vírus que circula em aves. Em relação aos seres humanos não há nenhum sinal de infeção em Portugal com este subtítulo de vírus (H7)”, salientou. Francisco George explicou que o vírus foi detetado pela Direção-

-Geral de Alimentação e Veterinária numa pequena exploração, isolada, de tipo familiar no Alentejo. “Estamos a falar de um problema que foi identificado pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária, tendo sido adotadas todas as medidas no que respeita à proteção dos que lidaram de perto com a exploração”, disse, acrescentando que todas as pessoas que lideram com as aves da exploração estão sob vigilância médica. Fonte do gabinete Assunção Cristas confirmou ter sido detetada, durante um controlo efetuado no âmbito do Programa de Vigilância de Gripe Aviária

a 28 de novembro, um caso de gripe aviária, mais concretamente, o vírus H7, numa propriedade em Mértola. “No âmbito do programa foram efetuadas análises laboratoriais que confirmaram tratarse de gripe aviária, o que levou Portugal a dar o alerta à Organização Mundial de Saúde Animal e à Comissão Europeia”. De acordo com a fonte do ministério, a estirpe encontrada é de baixa patogenicidade, mas por prevenção, as 63 aves da propriedade em Mértola foram incineradas e foi estabelecido um perímetro de restrição de um quilómetro em torno da zona afetada.

150 milhões para a segunda fase do Alqueva

Quadro comunitário 2014/20 aumenta verbas para o Alentejo

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o próximo ciclo de fundos comunitários de 2014/2020, a região do Alentejo vai contar com mais 42 por cento de apoios do que no quadro atual, anunciou o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel

Castro Almeida, na passada sexta-feira, em Évora. O governante garantiu ainda que do “bolo” que virá de Bruxelas, no valor de 1 200 milhões de euros, 150 milhões serão “especificamente ao desenvolvimento da segunda fase de Alqueva”, para a conclusão da

rede secundária de rega. Sem contar com a verba destinada a este empreendimento, o valor do envelope financeiro a receber pela região saltará de 850 milhões para 1 050 milhões, “um reforço significativo”, nas palavras de Castro Almeida.


11 Diรกrio do Alentejo 13 dezembro 2013 PUB


Diário do Alentejo 13 dezembro 2013

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Castro Verde recebe I Encontro da Rede de Museus do Distrito de Beja

Junta de Freguesia de Beringel promove “Natal na vila” A iniciativa “Natal na vila”, da Junta de Freguesia de Beringel, arranca amanhã, sábado, pelas 10 horas, com a abertura da feira da vila, no rossio. O programa reserva para o mesmo espaço, pelas 11 horas, a inauguração de uma exposição de árvores de Natal, a PUB

O Cineteatro de Castro Verde recebe no dia 23 de janeiro o I Encontro da Rede de Museus do Distrito de Beja. Os trabalhos terão início pelas 9 e 30 horas com a sessão de abertura e uma homenagem ao arqueólogo Cláudio Torres. O programa reserva ainda a apresentação dos temas “As redes de museus em debate – experiências e caminhos (novos e velhos)” e “Formas de representação e novos diálogos museológicos – confronto material/imaterial” e a inauguração do núcleo de Almeirim “A minha escola”. A organização está a cargo da Rede de Museus do Distrito de Beja, Câmara Municipal de Castro Verde e Museu da Ruralidade.

que se seguirão danças e ritmos de Natal e uma visita do pai Natal motard. No domingo, entre outras propostas, terá lugar o I Encontro de Fotografia de Beringel (8 horas), a atuação dos Mocinhos em Cante (15 horas), a apresentação do livro Stories do Alentejo (16 horas) e uma festa de Natal dos Escuteiros e da catequese. Os destaques para

segunda-feira, 16, e quarta-feira, 18, vão para o Cante ao Menino, na igreja Matriz, pelas 21 horas, com os grupos corais Feminino de Alcáçovas e Amigos do Cante, de Cuba (dia 16), e Feminino As Margaridas, de Peroguarda, e Os Trabalhadores, de Ferreira do Alentejo (dia 18). As comemorações prosseguem nos dias 20, 21 e 22.

Direção alerta: “Há alunos com dificuldades financeiras”

IPBeja com quase 100 por cento das vagas preenchidas Chegaram ao fim as três fases de candidaturas ao ensino superior e o IPBeja conseguiu preencher, no ano letivo de 2013/2014, 97 por cento das 489 vagas disponíveis. A presidência regista também, “com agrado”, o aumento do número de alunos matriculados nos mestrados e nos cursos de especialização tecnológica.

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Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) preencheu 97 por cento das 489 vagas disponíveis, decorridas que estão as três fases de candidaturas ao ensino superior, e estando já colocados os alunos dos diferentes regimes de ingresso. “No final das três fases contávamos, efetivamente, com 195 alunos matriculados com origem no concurso nacional de acesso. No entanto, e conforme tem acontecido na generalidade do ensino superior, temos muitos alunos matriculados que ingressaram através do programa Maiores de 23 anos ou alunos que frequentaram Cursos de Especialização Tecnológica, e que, já detentores de um DET, concorreram a vagas específicas”, informa Vito Carioca, presidente da instituição de ensino bejense.

Numa fase em que se regista uma quebra generalizada de alunos no ensino superior, esta percentagem de alunos matriculados em Beja “não é, só por si, um número que nos preocupe”, faz saber o responsável ao “Diário do Alentejo”, acrescentando que o que realmente chama as atenções da presidência do IPBeja é o facto de “as famílias estarem com dificuldades em assegurar a continuidade dos nossos estudantes”. Mas para isso, acrescenta, “temos um conjunto de ações que estão a complementar as tradicionais bolsas de estudo”, com destaque para o programa de Bolsas de Mérito Social, permitindo que, “em troca da colaboração de alguns do nossos estudantes com serviços do IPBeja, estes recebam bolsas que ajudam a suprir algumas das limitações nos tradicionais apoios sociais”. Outro dado a assinalar, “com agrado”, no ano letivo 2013/2014, garante Vito Carioca, é “o facto de termos aumentado o número de estudantes matriculados nos mestrados e nos cursos de especialização tecnológica”. No ensino superior de norte a sul do País fala-se em “sérias dificuldades financeiras” e em salários incertos. Numa reunião recente, que juntou os

representantes dos politécnicos e o secretário de Estado do Ensino Superior, Joaquim Mourato, presidente do conselho coordenador dos politécnicos, confirmava que os salários de dezembro nos institutos estavam mesmo em risco, se não fossem libertados 5,8 milhões de euros cativados. Um cenário que, ao que parece, não tem lugar em Beja. “Podemos dizer que os salários do mês de dezembro estão, neste momento, garantidos para todos os funcionários docentes e não docentes do IPBeja”, assegura Vito Carioca. Quanto aos novos cursos superiores especializados (CES), de curta duração, que o Ministério da Educação e Ciência está a negociar com os politécnicos, com o objetivo de os incluir na oferta formativa já em 2014/2015, a presidência do IPBeja avisa que vai “reservar para os próximos dias uma tomada de posição oficial”, já que a informação disponível de momento “não nos permite uma resposta suficientemente assertiva”. O que, sim, pode assegurar, conclui Vito Carioca, é que o IPBeja “tudo fará para prosseguir a sua missão e continuar ao serviço da comunidade regional, com a sua capacidade de adaptação e melhoria contínua”. CF

Câmara de Vidigueira distinguida a nível nacional

Projeto Rom(a)mor novo rumo

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projeto Rom(a)mor Novo Rumo, da Câmara de Vidigueira, que pretende, “dinamizar a criação de uma cooperativa ou estrutura empresarial que aproveite o empreendedorismo tendencial dos membros da comunidade cigana para o negócio de equídeos”, foi distinguido a nível nacional, ocupando “a terceira posição na classificação” dos “melhores 15 projetos”. A distinção resulta, segundo explica a autarquia, de uma candidatura ao programa governamental Escolhas, na sua 5.ª geração, promovido pela Presidência do Conselho de Ministros e integrado no Alto Comissariado para

a Imigração e Diálogo Intercultural – Acidi, IP, e cuja missão “é promover a inclusão social de crianças e jovens de contextos socioeconómicos vulneráveis, visando a igualdade de oportunidades e o reforço da coesão social”. O projeto, que terá início a 1 de janeiro de 2014 e contará com uma dotação financeira de 20 mil euros, tem a duração de um ano e envolve uma pareceria entre a câmara e a Escola Profissional Fialho de Almeida. São ainda objetivos do projeto “fomentar a integração profissional e a capacitação de competências orientadas por medida para o mercado de trabalho; minimizar o ciclo das dependências dos subsídios

atribuídos pela administração central e fortalecer o grau de autonomia profissional e pessoal; e promover lógicas de cooperação intercomunitárias entre a comunidade cigana e os restantes munícipes do concelho de Vidigueira”. A avaliação das candidaturas envolveu duas fases de seleção. Na primeira fase foram selecionadas as 30 melhores propostas de um total de 241, apresentadas a nível nacional. A segunda fase integrou uma sessão de apresentação pública de avaliação de cada uma das 30 propostas com o objetivo de selecionar os 15 melhor projetos, nos quais se inclui o Rom(a)mor Novo Rumo.


13 Diário do Alentejo 13 dezembro 2013

O que disse a Unesco

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Entrevista

dieta mediterrânica envolve um conjunto de competências, conhecimentos, práticas e tradições que se estendem da paisagem à mesa, incluindo as colheitas, safra, pesca, conservação, processamentoe, especialmente, o consumo dos alimentos. (…) No entanto, a dieta mediterrânica (do grego “diaita” ou forma de vida) envolve mais do que a alimentação. Promove a interação social, uma vez que as refeições em comunidade são a base dos costumes e das festas. Deu origem a um corpo significativo de conhecimento, canções, máximas, contos e lendas. PB

Unesco eleva gastronomia do mediterrâneo a Património da Humanidade

Comeres do Alentejo são o melhor exemplo da dieta mediterrânica Portugal está entre os países que viram a sua dieta reconhecida pela Unesco enquanto Património Imaterial da Humanidade. Esta classificação abrange não apenas o que se leva à boca, mas todas as tradições e costumes que estão a montante e a jusante do ato de estar à mesa. O “Diário do Alentejo” desafiou Maria Antónia Goes, autora de 26 livros sobre culinária e alimentação, a cozinhar com palavras a “dieta mediterrânica”. E ficámos a saber, na sua bela quinta em Alvito, que o melhor exemplo do património qua a Unesco reconheceu está na maneira como os alentejanos comem, naquilo que comem, no espaço que os rodeia e na forma como cultivam o “estar à mesa”. Texto Paulo Barriga Foto José Ferrolho

Do que se fala, quando se fala em dieta mediterrânica?

Sobre a dieta mediterrânica cada um diz o que quer e ainda lhe sobra tempo. A definição mais simples e certa passa pelo conjunto de alimentos que as pessoas comiam ao longo da bacia do Mediterrâneo. Não há dúvida nenhuma que em Itália, em todo o norte de África, em Espanha ou Portugal comia-se o mesmo tipo de coisas: muitos legumes e leguminosas, pão, massa, arroz, muito pouca carne e nunca carne vermelha. E bebia-se vinho tinto… Quase que está a fazer um decalque da dieta alentejana.

Para mim, a dieta mediterrânia mais exemplar é a alentejana, muito mais do que em Espanha, por exemplo. Em Itália já não, porque as massas são muitas vezes acompanhadas de legumes e, sobretudo, molho de tomate. Na Grécia também é à base de legumes, o mesmo acontece com os couscous do norte de África que são à base de legumes como o nosso cozido de grão que não tem nada a ver com o cozido à portuguesa. O cozido à portuguesa é só carnes, alguma couve e um pouquinho de legumes. O nosso cozido de grão é mais legumes e pouca carne. Como é que explica esta “coisa” de estarmos à mesa e o tema da conversa ser invariavelmente comida. Esses “tiques” culturais também fazem parte da própria dieta…

Penso que sim. A cultura da mesa é muito importante. Quando os portugueses chegaram ao Brasil o índio não se sentava à mesa. O índio comia para encher a barriga e de seguida ia à caça ou à pesca. As refeições foram instituídas pelos portugueses, o que significa que havia raças que não tinham o culto da mesa, e o português sempre teve esse culto da mesa.

E em relação ao Alentejo, esta nossa forma de comer tem mais a ver com o engenho ou tem mais a ver com a necessidade?

A necessidade faz o engenho, não é? Mas repare uma coisa, uma açorda de alho, farto-me de dizer isto, é o prato mais genial que conheço e é típico da dieta mediterrânica. Tem o azeite cru, o azeite depois de cozinhado faz tanto mal como as outras gorduras, tem o pão, tem algum bocadinho de peixe se for o caso, um ovo aberto para adicionar proteínas e tem os coentros que são uma fonte de vitaminas. É o prato mais completo que eu conheço e dentro da dieta mediterrânica não há também exemplo mais evidente. Este seu último livro, Da pucarinha de barro ao restaurante de luxo, diz-nos que o “comer bem” não é património de nenhuma classe social.

Exatamente, os pratos que dantes só se comiam na casa dos pobres estão agora nas ementas dos restaurantes de luxo. Estou a fazer um livro com o chefe António Nobre sobre as ervas à mesa: as carrasquinhas, os catacuzes, os espargos bravos… Essas coisas que passaram a ser dos restaurantes de luxo e que antes apenas apareciam à mesa dos pobres. A este nível, temos uma grande riqueza no Alentejo… O reconhecimento da dieta mediterrânica tem também a ver um pouco com isso, com o utilizar os produtos no seu tempo devido?

Eu acho que sim. Por que é que a gente ha de comer feijão-verde no inverno? O feijão-verde no inverno é caro e não é bom. O tomate agora nem cor tem. Há pimentos o inverno todo… Sei lá, há tudo em toda a altura. É correto afirmar que se pode viver com pouco mas comer bem?

Pode-se comer bem e barato. Aquilo que os nossos pais faziam era sempre muito mais barato do que aquilo que fazemos hoje. As pessoas de Lisboa comiam bife com batatas fritas todos os dias e nós nunca comemos bifes com batatas fritas. Eu posso comer isso se calhar uma vez por mês. Não está no meu hábito. O bife é muito caro, comparado com o resto.

As carnes vermelhas nunca fizeram parte da nossa base alimentar. Já publicou 26 livros sobre gastronomia, por que razão persiste?

Porque este é sempre um assunto inacabado, uma descoberta permanente. Comecei a escrever quando fui com um casal francês à Expo de Sevilha, em 1992. Eram professores universitários. Vimos lá um canteiro com tomates, pimentos, feijões, abóboras… E eu disse-lhes: “Isto veio tudo com a descoberta da América”. Eles não sabiam e isso fez-me imensa confusão. Propus então ao Ministério da Agricultura um livro para a Expo 98 que explicasse às pessoas a origem dos alimentos que hoje consumimos tão naturalmente. As pessoas não se dão conta que aquilo que comemos hoje veio tudo das descobertas marítimas. E foram os portugueses os grandes caixeiros-viajantes dessa retransmissão de comida. Foi assim que começou e a história ainda não acabou. Mas as nossas “origens” gastronómicas, estas que agora foram reconhecidas pela Unesco, vêm lá mais de trás.

Sem dúvida. Primeiro os romanos e depois os árabes modificaram tudo. Os romanos trouxeram, presumo, o azeite há mais de dois mil anos. Os árabes deram-nos tudo o que comemos de árvores de frutos e ensinaram-nos a irrigação… Enfim… E tudo isto termina na dieta mediterrânica?

Sim, é importante dizer às pessoas que esta é uma dieta rica e saudável e que foi apurada ao longo dos tempos. Mas continuo a achar que no Alentejo se come muito melhor do que nos outros sítios. As nossas sopas de pão, os legumes e as leguminosas fazem bem a toda a gente e em qualquer parte do mundo. Já reparou naquilo que as pessoas comem hoje? Hambúrgueres e batatas fritas. E não é só por a comida ser rápida. Podia ser rápida e ser saudável. Uma sandes de fiambre não deixa de ser saudável e faz-se muito rapidamente, agora aquilo está tudo cheio de gordura e muita carne pelo meio.


Diário do Alentejo 13 dezembro 2013

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Se fosse um santo ou um deus, Mandela teria deixado a África do Sul e o mundo perfeitos. Mas sendo humano, ele mostra-nos que o resto fica para nós – se, em vez de acreditarmos em patranhas sobre a política como atividade ressequida específica aos tecnicistas na intriga, escutarmos o eco da grande simplicidade que reside em cada um de nós. Rui Tavares, “Público”, 9 de dezembro de 2013

Opinião

Um não mau dia Bruno Ferreira Humorista

B

em sei que o tema já passou, mas deixem-me pegar ainda no rescaldo das autárquicas, só para lembrar Luís Filipe Menezes, na noite da derrota à Câmara do Porto, quando disse: “É bom em democracia ter a humildade de conhecer o sabor de uma não vitória”. Ora aí está: Afinal o que se passou com Menezes não foi uma derrota, foi uma não vitória. O mais curioso é que este apontamento não foi um caso isolado. Moita Flores, depois da sua derrota em Oeiras, afirmou: “Devo assumir responsabilidades totais e pessoais por esta não vitória”. Este é um velho truque usado para esconder a tónica de um assunto. Quais Hudinis da magia da retórica, Menezes e Flores quiseram, apenas, disfarçar uma ideia. Mas não os tomemos parvos – quando muito não inteligentes, porém espertos – porque o que eles fizeram foi consultar a lista de figuras de estilo de Guilherme Ribeiro, autor de Recursos Estilísticos. Ora, segundo o linguista, a figura de estilo que Menezes e Flores utilizaram foi uma litote na qual, de acordo com a definição do autor, se dá a perceber uma coisa diversa do que a forma linguística em si mesma significa. Com a litote exprime-se uma afirmação pela negação do contrário. Não referindo nunca a palavra derrota, os dois candidatos derrotados falaram em vitória fazendo-a preceder, apenas, de um pequenino e despercebido “não”. Ora, esta é uma técnica que se inscreve na chamada Retórica, que terá nascido na Grécia, no século V a.C., e cujo mais antigo tratado a ela dedicado é de Aristóteles. A importância da Retórica advém do facto de, à época, a comunicação ser eminentemente oral. Era necessário os políticos dominarem a arte e a estrutura do discurso para que as suas mensagens fossem acolhidas pelos cidadãos – menos esclarecidos literariamente e, por isso, menos informados e não leitores (cá está outra bela litote) de propostas políticas ou programas eleitorais –, e era preciso enfiar-lhes as ideias, projetos e argumentos pela cabeça adentro. Muito bem: Isto tem dois mil e quinhentos anos. Só que nos dias de hoje estamos rigorosamente na mesma. A comunicação política permanece eminentemente oral porque os cidadãos continuam pouco esclarecidos, e os políticos continuam a querer enfiar ideias, projetos e argumentos pela cabeça do eleitorado adentro. Claro que, em termos de retórica, há vasto acervo de políticos em Portugal. Temos o inábil, que conta com Cavaco Silva como expoente máximo da ausência de retórica – no sentido do conjunto de regras relativas à eloquência e arte de bem falar e, nos antípodas deste, existe José Sócrates, o mestre da retórica – como “artifício de linguagem que modifica a expressão do pensamento para a tornar mais viva, mais enérgica ou mais compreensível”, (in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa), não tendo de se entender isto, necessariamente, como sinónimo de se ser verdadeiro. Claro que no meio de ambos situam-se vários modelos político-retóricos. A saber: Passos Coelho – o barítono. Assenta a atratividade do seu discurso na sua colocação e afinação vocal (apesar de ter sido chumbado por La Féria para o musical “My Fair Lady”). Com excelente articulação e dicção, tem futuro assegurado na Rádio Voz de Massamá. Paulo Portas – o enumerador. Sintético e objetivo, o vice-primeiro-ministro usa os dedos das mãos, começando sempre pelo polegar, para acompanhar os pontos que destaca. Joga com as palavras como se de peças de legos se tratasse, e há quem lhe chame fazedor de títulos. Veja o exemplo: “[O relatório do FMI] tem coisas boas que devem ser trabalhadas, coisas discutíveis que devem ser debatidas e coisas inaceitáveis que não devem ser consideradas”. Jerónimo de Sousa – o metafórico. Rico em discurso de código exigindo do leitor uma espécie de tradução, para decifrar o referente que se encontra por detrás do signo, como o exemplo que se segue, uma das suas pérolas: “Camaradas e amigos, estes partidos

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Nesta quarta-feira, uma nova companhia aérea portuguesa, a WINDAVIA, voou de Lisboa até Beja para que a Força Aérea batizasse a sua primeira aeronave. A esta operação, com boa ironia, deu a empresa o nome de “o voo comercial mais curto da história de Portugal continental”. É singelo, bem sabemos, mas trata-se de mais um pequeno esvoaço para um aeroporto que quer sair do ninho e ganhar asas para voar para longe e para muitos sítios diferentes. PB

Grosso modo, a cultura política que nos domina baseia-se em três supostas verdades: “É melhor ser temido do que ser amado” (Maquiavel); “O poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente” (Lord Acton); “O que parece, é” (Salazar). Rui Tavares, “Público”, 9 de dezembro de 2013

fazem lembrar aquela velha anedota de um amigo do alheio que leva um porco às costas. Abordado pela polícia, ele sacode e diz ‘é um bicho, é um bicho’. Pois, nós devemos lembrar-lhes, não sacudam o porco!”. António José Seguro – o coitadinho. Extremamente bem-sucedido no aliar da sua enjoada expressão facial a um discurso gasto, pobrezinho e colado com cuspo: “O primeiro-ministro que não venha fazer-se de vítima”. Por certo porque para vítima já basta ele e não quererá perder um dos poucos atributos de que se pode gabar. Alberto João Jardim – o chocador (não de ovos, mas de suscetibilidades): “Há aqui uns bastardos na comunicação social do continente, e eu digo bastardos para não ter de lhes chamar filhos da puta (…)”. Mário Soares – o cometedor de gafes: “Não, não foi o líder do PP que disse isso (…) foi o líder do CDS que disse isso, o dr. Ribeiro e Castro. (…) Ele diz aquilo e ainda por cima é deputado do Partido Socialista. Um dos grandes grupos do Partido Socialista é o Partido Socialista. (…) Imagine lá como é que ele vai entender-se com os colegas do parlamento”. Posto isto, resta-me desejar ao leitor um muito não mau fim de semana, nestes dias tão não quentes, e muito não azar para a sua vida.

judeu é confrontado com o antissemitismo russo, tão brutal como o polaco. Liberto, quer rapidamente chegar à Polónia, atravessa uma Rússia coberta de campos de detenção e de trabalho, por toda a parte há sinais da guerra, campos mutilados com as profundas crateras, pontes destruídas, ruínas e mais ruínas, ao longo das estradas, restos carbonizados de viaturas. E descobre, compungido, que desapareceram os judeus, foram literalmente chacinados. Quando chega a Kiev, observa: “Os ucranianos de Kiev, assim como de cidades e aldeias vizinhas, não só encaravam a chacina dos judeus com indiferença como tinham chegado mesmo a ajudar as forças hitlerianas na sua matança”. Depois de todo este pesadelo, volta à terra-natal. “Bati à porta. A mulher que a abriu era-me totalmente desconhecida. Perguntou-me por quem eu procurava. Esta mulher dormia serenamente na cama da minha mãe. Esta mulher comia boas refeições nos nossos pratos”. E foge, foi a correr até chegar à estação. A Polónia esquecera-o.

Prova de avaliação Francisco Marques Músico

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Desaparecer na névoa Beja Santos Jurista

um relato assombroso, aterrador, não conheço prosa mais visceral do antissemitismo dos Eslavos, estão aqui as peças essenciais do ódio polaco e russo aos judeus, no eclodir da Segunda Guerra Mundial. Porque tudo vai começar em 1939, o narrador vivia numa pequena cidade polaca chamada Wierzbnik, que ele escreve singela e extremosamente, o lado direito da cidade ocupado por polacos, o lado esquerdo por milhares de judeus. Uma sociedade em que os judeus não tinham acesso a diferentes profissões; os judeus eram obrigados a viver em casas de madeira e no limiar da indigência. E observa: “Os diretores das fábricas polacas garantiam que nenhum trabalhador judeu chegava sequer a atravessar os portões de entrada, uma prática instituída muitos anos antes de Hitler introduzir as leis de Nuremberga. Neste ponto, a organização polaca foi percursora do hitlerismo. Este veneno antissemita não se limitava às camadas superiores da sociedade polaca”. Descreve a vida política dos judeus com as suas ideias socialistas e os sonhos de emigrar para a Terra de Israel. Assim arranca o poderoso e comovente documento “O Sabor do Paraíso”, por Icek Erlichson, Bertrand Editora, 2013. Não é aceite no exército polaco por ser judeu. Alguns jovens judeus comunistas sentem-se felizes com a chegada dos exércitos russos à Polónia, querem ir pisar aquele solo lendário, onde a justiça imperava, com prosperidade para todos. Parte com outros jovens, vai começar o pesadelo, as detenções, prisões arbitrárias e fuzilamentos espreitam-nos. Numa dessas prisões um jovem desabafará, depois de espancado por agentes do NKVD, ele que acreditava na revolução dos bolcheviques: “Numa coisa a Revolução manteve a sua palavra: prometeu-nos liberdade – e libertou-nos. Libertou-nos da nossa humanidade. Eu era comunista, mas acreditava numa imagem falsa. Agora, estou curado dessa ilusão. Retiram a imagem falsa e deram-me a verdadeira. É uma operação dolorosa. Não é uma comédia trágica?” Este jovem assistirá a atos abomináveis como a matança de Katyn, o Exército Vermelho, por ordem de Estaline, liquidou nas florestas geladas uma boa parte da intelligentsia polaca. A guerra está a mudar, os alemães recuam, ao longo dos anos este jovem

oube na passada semana, a respeito da prova de avaliação que o senhor ministro Nuno Crato queria aplicar aos professores contratados, que afinal esta passaria apenas a ser aplicada àqueles que tivessem menos de cinco anos de funções docentes. Se já estava indignado com a sua aplicação, por um conjunto de fatores que pretendo partilhar com os leitores noutra altura, esta alteração do público-alvo deixou-me perplexo: Qual o critério que apoiava esta alteração? Mas será que o senhor ministro não percebeu a fundamentação que os professores apresentavam para a sua não realização? Então o argumento dos professores não era que já tinham sido legitimados, através da conclusão das suas licenciaturas, a exercer a profissão? Então para quê mais provas e porquê agora só aos professores com menos de cinco anos de funções? Para mim, o fundamento para a realização da prova por todos os professores contratados cai por terra se tivermos em conta que os professores foram licenciados, sim, foram autorizados a exercer esta profissão quando terminaram as suas formações específicas nas universidades e nos politécnicos. Aqui chegamos a um ponto deveras importante: Pode ser, desta forma, posta em causa a formação que lhes foi ministrada nestas instituições? Afinal esta formação foi adquirida em estabelecimentos de ensino superior tutelados pelo ministério que agora parece querer passar um atestado de incompetência aos seus docentes e às próprias instituições de ensino que ministraram os cursos de formação de professores e educadores. Com base neste pressuposto, parece que o problema começa antes, ou seja, parece que o problema começa na formação que lhes foi ministrada. Mas então assim voltamos a ter que colocar outra questão: Quem validou estes programas curriculares não foi a tutela que agora as quer pôr em causa? Afinal o que está a ser aqui questionado será apenas a competência dos professores contratados ou é algo mais profundo? Em meu entender, esta questão merece uma resposta de todos nós e não apenas uma indignação por parte dos professores contratados e a sua rejeição em fazer esta prova, incompreensível e sem qualquer fundamento lógico. Esta questão merece que comecemos a duvidar de quem valida os cursos que formaram, avaliaram e atestaram a capacidade científica e pedagógica dos professores que, há anos, desempenham a sua função profissional, ou seja, que comecemos a desconfiar da competência da tutela. Será então que não deveríamos começar por pedir ao senhor ministro e à sua equipa que fizesse uma prova para avaliar as suas competências para ocupar o lugar?


Outra boa notícia. O ministro da Defesa, Aguiar Branco, disse no último fim de semana ao jornal “Público” que existem boas expetativas para a instalação de uma escola canadiana de pilotos de caça, na BASE AÉREA DE BEJA. Não há muito tempo, correu igual rumor sobre a possível vinda de uma escola militar para pilotos aviadores da força aérea da Coreia do Sul. Esperemos que desta vez seja a valer. A utilização partilhada da pista bejense faz mais sentido com as componentes civil e militar em bom plano. PB

Há 50 anos A emigração e o homem caindo do 20.º andar

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edição de há meio século do “Diário do Alentejo”, curiosamente também numa sexta-feira 13, publicava na primeira página uma série de pequenas notícias da região. A administração dos CTT, em carta ao jornal, prometia resolver a distribuição da correspondência em Ourique, assunto abordado num artigo anterior. Na Junta Distrital, em Beja (onde agora funciona a sede da Cimbal, mesmo ao lado das instalações deste jornal…), estava patente “uma sugestiva exposição de porcelanas e vidros”, organizada pela “conhecida fábrica Vista Alegre”. Tinha havido um acidente laboral em Vila Alva, quando um trabalhador “procedia ao varejo de uma oliveira” e se partiu uma pernada onde se apoiava, dando “uma queda desastrosa e de que resultou fractura de costelas”. Na Informação Desportiva, noticiava-se a vinda da equipa de futebol do S.L. Benfica, no dia do Ano Novo, para um jogo amigável com o Desportivo. O artigo principal nesse 13 de dezembro de 1963 dizia respeito à emigração. Do alto do espaço “Mirante”, de opinião, Caetano Mestre escrevia então sobre o “Êxodo”. Assim: “Um político francês, para ilustrar o princípio de determinado mal, comparou-o a um homem caído do 20.º andar dum prédio e que por altura do 5.º andar disse ‘a coisa até aqui corre sem novidade’!” A imagem também se pode ajustar ao êxodo dos nossos meios rurais. Realmente, até agora – altura em que a queda ainda não foi além do 5.º andar! – tudo corre sem novidade. O êxodo, que entre nós vem a processar-se há alguns anos, não parou ainda de fazer-se em bom ritmo, e, como tem corrido a par do franco declínio da agricultura, não nos temos apercebido verdadeiramente do facto que, em certa medida, se poderá tomar como um mal necessário. (…) É exactamente das consequências dessa fuga, quase em massa, que temos de esperar o pior, se medidas atinentes não forem tomadas quanto antes. E essas medidas só poderão ser procuradas numa valorização a sério do Alentejo, onde se torna imperioso implantar novas culturas e indústrias transformadoras de produtos, de modo a elevar o seu nível de vida, com vista à necessária fixação das suas massas populacionais. Contrariar, de qualquer outro modo, esse movimento migratório, seria cercear ao indivíduo o direito de existência!” (…) Depois de várias considerações sobre as anunciadas “grandes reformas agrícolas”, o artigo de opinião de Caetano Mestre terminava assim: “É preciso tomar consciência das realidades e evitar, num esforço sério e comum, que o homem desça aquém do 5.º andar e se estatele no chão…”. Carlos Lopes Pereira

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15 Nunca é demasiado tornar ao assunto. As autoridades policiais, do trabalho e das fronteiras não têm tido mãos a medir em relação aos TRABALHADORES ILEGAIS que enxameiam os olivais da região. A cada operação realizada são detetadas situações gritantes ao nível dos direitos humanos. Por norma, são os próprios trabalhadores e alguns engajadores que se veem a braços com a justiça. Mas, de uma vez por todas, é necessário identificar e agir sobre os proprietários. PB

Diário do Alentejo 13 dezembro 2013

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Toda a gente sabe porque gosta de Mandela. Mas, mesmo que fosse possível ler os milhares de textos que sobre ele se escreveram nos últimos dias, seria difícil entender o porquê do porquê. A minha hipótese: Mandela violava as principais regras da cultura política dominante. Por isso, mais do que admirá-lo enquanto político que conseguiu coisas boas, adorámo-lo como algo mais do que isso. Rui Tavares, “Público”, 9 de dezembro de 2013

Cartas ao diretor quando se referiam ao trabalho que deA vida senvolviam, nunca diziam “eu fiz isto”, porque sabiam que estavam a cumprir é feita de com a sua obrigação. Era sempre “nós isto”, tinham a consciência que pequenos nadas! fizemos faziam parte de um coletivo. José Silva Aljustrel

No fim de semana de 23 e 24 de novembro realizou-se em Ervidel a festa do vinho Vin&Cultura 2013. Estava sentado numa esplanada do recinto da festa. Grande parte do tempo sozinho a apreciar todo aquele movimento à minha volta. Várias recordações me vieram à minha consciência. Porque Ervidel é uma terra de grandes histórias. Para recordar e contar aos mais novos que quando se deram esses acontecimentos ainda eram muito jovens ou ainda não tinham nascido. No meio deste envolvimento de pensamentos, olhei em minha frente e verifiquei um edifício onde tem o nome Salão de Festas do Povo. Recordou-me o ex-proprietário desse edifício que também era proprietário do imóvel onde está atualmente a funcionar o museu da agricultura, cujo valioso espólio foi cedido pelo proprietário na altura. Vem ao meu pensamento o nome do homem que era proprietário: José Saraiva. Há homens que não podem ficar no esquecimento, mesmo depois de já terem falecido. José Saraiva e o José Mourão (pai) dois homens que fazem parte da história de Ervidel. O povo guarda as melhores recordações pela sua atividade em defesa dos trabalhadores e do povo em geral. Dois antifascistas que muito cedo começaram a lutar contra o regime deposto com a Revolução de 25 de Abril de 1974. Por esse facto contra igualmente aconteceu com mulheres de trabalhadores tiveram sérios problemas com a polícia política (PlDE): perseguição, prisões, torturas e alguns foram assassinados pelo regime. Estes homens, pela sua origem de classe, poder-se-ia dizer que eram autênticos aliados naturais da classe operária. José Saraiva, filho de gente abastada da freguesia de Ervidel. Mas isso não o impediu de seguir aquele rumo que teve. Em 1976 foi eleito primeiro presidente da Junta de Freguesia de Ervidel, mantendo-se até que a saúde lhe permitiu, teve, como é natural, dar o lugar a outros que seguiram o seu exemplo, continuar o trabalho. Tive realmente o privilégio de trabalhar na atividade política com estes dois companheiros, naturalmente nós aprendemos uns com os outros. Mas há coisas que acontecem que nos marcam mais umas dos que outras. Homens que pela sua humildade,

Para terminar, se eles fossem vivos não aceitavam esta homenagem. Porque para eles foi a forma de cumprirem com a sua obrigação. Mas há uma forma de lhes prestar homenagem: continuar a luta para construir a sociedade por que eles sempre lutaram. A sociedade socialista.

O passado e o presente Manuel José Felício Vargas Aljustrel

Sabemos que a educação é a base de qualquer sociedade, contribuindo por isso para o progresso da mesma. Assim, se recuarmos ao tempo dos celtas verificamos que estes atiravam os velhos dos penhascos, porque eram incómodos e já não serviam para nada. O polimento secular da bestialidade fez das relações humanas um traço de civilização. Os laços que se foram estabelecendo não impediram as guerras e as atrocidades inomináveis. A educação e a harmonia de costumes não são dados adquiridos, e o poder de uns sobre os outros é um elemento da luta de classes. Atualmente o paradigma do “mercado europeu” está a pulverizar as sociedades, onde o principal objetivo é fomentar o capitalismo, atirando os velhos para o abandono, o que parece característica do tipo de uma sociedade em formação. É preciso, acima de tudo, explorar os homens bons, quando novos, apenas porque produzem a baixo custo, para enriquecer os tipos mais fortes da sociedade. Todos os dias, registamos, “infelizmente”, através dos órgãos de informação, as guerras, a fome, a exploração humana, as mortes… Tudo e mais alguma coisa, para reforçar o desejado, dos senhoriais deste mundo, evidenciando uma enorme falta de sensibilidade social pelos mais fracos. Será bom recordar que a empresa com maior rentabilidade é a do armamento, em pleno século XXI. Haverá alguma legitimidade neste tipo de comportamento? Por onde anda a nossa pobre evolução socioeducacional? Mas, os tempos mudaram, os celtas fizeram parte de outra civilização, embora as desigualdades sociais continuem a existir.

Como é possível que não sejamos capazes de encontrar o caminho da “igualdade de oportunidades” quer ao nível socioeconómico, bem como o da justiça social, uma vez que a ninguém está acima da lei. Haverá assim tantas incongruências entre a nossa civilização e a dos celtas? Pobre sociedade onde as desigualdades de pessoa para pessoa cada vez são maiores. Por fim, enalteço todos aqueles que não se resignam no seu dia a dia perante todas estas situações, lutando com as armas que dispõem, para que o sol brilhe para todos nós.

Por detrás destas grades Paulo Correia Estabelecimento Prisional de Beja

Neste lugar frio e impessoal, onde os sentimentos sentem-se confundidos… A solidão impera! Os momentos passam devagar… As horas são dias… Os dias semanas… As semanas meses! A mente viaja para lá destes muros, ao encontro de quem amamos. As saudades são chagas abertas na alma e no espírito de um ser humano. Um ser humano rotulado e muitas vezes humilhado no mais íntimo de si mesmo. Privado do mundo e da palavra “humanidade”… Esse mesmo “ser” luta com todas as suas forças para manter-se são mentalmente. A mais pequena migalha é valorizada como se fosse a mais esplendorosa riqueza! Dentro destas quatro paredes a tristeza é uma constante… Apenas entrecortada pelo som do ferrolho frio e martirizante! Lá fora a vida corre com todas as dificuldades e vicissitudes… Enquanto aqui dentro está parada como se estivesse em suspenso. Um dia saímos de nossa casa “embriagados” pela tentação do lucro fácil… Acabamos por perder o maior de todos os bens: A liberdade. Tornamo-nos tristes e desolados e a mágoa e o arrependimento nunca serão suficientes para colmatar o facto de por momentos termos esquecido a mesma… Por detrás destas grades o tempo deixou de o ser e a vida perdeu o seu brilho! Por detrás destas grades vivem seres humanos que um dia voltarão ao mundo para lá deste “pequeno mundo”!


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“Existem alguns estudos que referem que a prática do tricô traz benefícios semelhantes ao yoga. Ajuda-nos a relaxar. Enquanto estamos a fazer malha, normalmente não pensamos em mais nada. Isto estimula a atenção e a concentração, o que é bom, principalmente para os mais jovens que estamos tão despistados. É uma forma de pararmos um bocadinho”, defende. Vânia Ferreira

Reportagem

Projeto começou nas Caldas da Rainha e já chegou ao distrito de Beja

Gang da Malha “ataca” em Serpa As habilidades que, no antigamente, mães e avós ensinavam às raparigas para fazer de-

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alvez por falta de passagem de testemunho ou, quem sabe, pelo facilitismo do pronto-a-vestir barato, made in China, há muitas mulheres, e homens também, que nunca aprenderam as maravilhas que pode fazer-se com um par de agulhas e um novelo de lã. Ou que, tendo aprendido com a mãe ou com as avós, nunca se entusiasmaram com o gesto repetitivo de dar aos dedos e ir folgando, a espaços regulares, o fio de lã à volta do pescoço. Daniela Chumbo, professora de 38 anos, está nesta categoria mas mostra-se empenhada em sair dela o mais depressa possível. Foi por isso que compareceu ao primeiro encontro do Gang da Malha em Serpa, na segunda-feira, 9, uma espécie de movimento de novos tricotadeiros que nasceu nas Caldas da Rainha e que chega agora à margem esquerda do Guadiana, depois de já ter conquistado adeptos em Cercal do Alentejo, Lisboa, Murtosa, Loures, Pombal e Seixal. O ponto de encontro é uma sala na Academia Sénior de Serpa, onde em tempos funcionou uma escola primária. Pouco depois da seis da tarde, o espaço, onde se alinham máquinas de costura para outros lavores, já está cheio de mulheres e de conversas que se entrecruzam tendo como mote tipos de lãs e de agulhas, malhas novas por aprender, modelos de gorros, cachecóis, xailes, golas. Daniela não quer pôr o carro à frente dos bois. Arrisca uma “mantinha” para a cama de bonecas da filha, porque é uma coisa “pouco comprometedora”. Ainda agora acabou de aprender a “pôr as malhas na agulha”, PUB

las esposas prendadas estão a voltar ao quotidiano de muitos homens e mulheres, desta feita como forma de reabilitar o convívio cara-a-cara que se está a perder. O conceito ganhou forma no projeto Gang da Malha, com origem nas Caldas da Rainha, e já chegou também ao distrito de Beja, com um primeiro encontro promovido pela Academia Sénior, em Serpa. Uma sala cheia à volta de novelos coloridos e agulhas de tricô e um parêntesis em mais um dia que passa a correr. Para já, uma vez por mês. Texto Carla Ferreira Fotos José Serrano

o “começo”, como dizem as veteranas. Logo depois, aprenderá a “liga” e a “meia”, tipos de malha considerados básicos para qualquer obra mais complexa. Viu o cartaz afixado – um homem e uma mulher lado a lado, que exibem um ar muito cool, apesar de entretidos com as agulhas das avozinhas – e tomou a decisão de comparecer. Até porque, lembra, “por coincidência, eu e uma amiga tínhamos tido a mesma ideia recentemente, mas só as duas. Experimentámos em

casa com a Internet”. A amiga é Mónica Sequeira, psicóloga de 36 anos, também já esquecida dos ensinamentos da mãe por “falta de prática”, que agora está empenhada em reaprender, até como forma de “terapia”. “Temos dias muito cheios de trabalho e assim conseguimos abstrair-nos. Acho que isto é terapêutico”, sugere. Manter vivos a capacidade criativa, bem como o saber-fazer tradicional, são vantagens que as amigas retiram deste novo hobby. Além de ser também “uma

forma de convívio de onde, no fim, podemos sair com uma camisola”, acrescenta Daniela, esperançosa. E onde, complementa Mónica, se gera “uma partilha muito interessante entre as diferentes gerações”. Laura Mangas, de 71 anos, tricotadeira que prefere o sossego de casa, ao serão e “quando calha”, foi desafiada para ir mostrar as suas habilidades no encontro inaugural do Gang da Malha em Serpa. E, sem querer, parece ter voltado às antigas

Onde andam os homens corajosos?

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convite do Gang da Malha é muito claro: “É um grupo aberto a todos, crianças, jovens, adultos, seniores, homens e mulheres”. Mas os homens de Serpa, se os há interessados, parecem não ter ainda encontrado a coragem necessária para vencer o preconceito. Até ao último minuto se olhou para a porta na expetativa de ver entrar “o primeiro corajoso”. Não foi desta, ainda. Levará, talvez, algum tempo para que se repita o cenário das reuniões do Gang da Malha em Pombal ou nas Caldas da Rainha. Talvez ajude recordar, como faz Vânia Beliz, que “existe uma grande tradição masculina em relação às malhas; por exemplo, pastores que faziam as suas próprias meias e outros acessórios para o dia-a-dia no trabalho”. Hoje em dia, contrapõe, “penso que os homens não acham muito interessante serem vistos com um par de agulhas, mas isso é uma coisa que também pode mudar”. E está a mudar. Ainda esta semana, o jornal “Público” fez sair uma reportagem onde reuniu três exemplos de homens rendidos ao tricô, todos na casa dos 30 anos: um músico, um ator e um arquiteto, este último também cofundador do Gang da Malha. Se a ideia é levar as pessoas a sair de casa e fomentar um convívio presencial e de qualidade, alternativo às redes sociais, por que se excluem, então, os homens?

funções de professora do ensino básico, assim que se apercebeu da inexperiência de Daniela e Mónica. Informalmente, claro, porque neste tipo de encontros não há mestres oficiais – todos ensinam, todos aprendem, mais que não seja tipos de malhas desconhecidos ou modelos inovadores. Como a gola que Laura teceu a partir de uma que viu exposta na montra de uma casa de lãs. “É uma ideia engraçada. Acho muito bem estas moças mais novas começarem a mostrar interesse por isto, porque a juventude andava um bocado desligada destes trabalhos. Talvez seja a inf luência da Internet. Veem trabalhos bonitos e querem fazer igual”, opina Laura, que está disposta a abraçar a experiência, nova para si, de tricotar em grupo. Será, de agora em diante, às segundas segundas-feiras de cada mês. Ao primeiro chamado do Gang da Malha, lançado pela Academia Sénior de Serpa, acorreram perto de 20 mulheres, que enchem duas mesas de trabalho com os seus taleigos e novelos coloridos, os seus pares de agulhas, de tricô e de croché, e as suas amostras e peças já começadas. Comparam, espreitam o labor da vizinha, dão e recebem dicas, estão absortas no tema e esquecidas do que fazem e de onde vieram. Nascerão dali cachecóis, perneiras, meias, xailes, abafos mais do que oportunos para o tempo frio e, quem sabe, para a noite de Natal que daqui a nada está à porta. Vânia Ferreira, coordenadora da Academia Sénior e o cérebro por detrás da iniciativa, também já tem uma peça começada e não há como distingui-la entre as restantes tricotadeiras. Conta que a


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ideia surgiu com o Clube de Tricô, que já reúne cerca de 20 mulheres todas as sextas--feiras, também ali, na Academia Sénior, e depois de ter tido conhecimento do projeto que Zélia Évora, uma das fundadoras do Gang da Malha, estava a desenvolver nas Caldas da Rainha. “Somos amigas virtuais, achei a iniciativa ótima e pensei por que não trazê-la também aqui para Serpa”, lembra, apontando os vários benefícios impensáveis para uma atividade tão prosaica como parece ser o tricô. “Existem alguns estudos que referem que a prática do tricô traz benefícios semelhantes ao yoga. Ajuda-nos a relaxar, também psicologicamente. Enquanto estamos a fazer malha, normalmente não pensamos em mais nada. Isto estimula a atenção e a concentração, o que é bom, principalmente para os mais jovens que estamos tão despistados. É uma forma de pararmos um bocadinho”, defende. O Gang da Malha em Serpa surge assim da vontade de alargar a experiência do Clube do Tricô “a quem quisesse, independentemente da idade e do sexo”. E se há vantagens, do ponto de vista físico, também as há do ponto de vista emocional, já que o que se PUB

pretende é, acima de tudo, fomentar “um momento de partilha” e de troca intergeracional. O que, aliás, já foi encetado o ano passado com uma “manta comunitária” de rosetas em lã, começada pelas tricotadeiras da Academia e depois terminada pelas alunas da Escola Secundária de Serpa. “É muito bom para as mais velhas, porque se sentem valorizadas. É bom elas perceberem que ainda têm muita coisa para nos ensinar e que são muito válidas por isso. E isso para mim já é o maior dos benefícios. Depois, claro, o facto de saberem que há aqui um grupo unido, descontraído, com o mesmo interesse, e que todos os meses nos vamos poder encontrar e conhecer pessoas novas”, adianta a coordenadora. Por fim, é também uma oportunidade de as gerações mais novas resgatarem saberes antigos e porem à prova as suas habilidades manuais, tão descuradas no tempo do consumo descartável. Neste domínio, além de Zélia Évora, também Rosa Pomar, blogger, artesã e investigadora que publicou o livro Malhas Portuguesas, já apresentado em Serpa, é uma referência incontornável. “Nós achávamos um napperon uma

coisa horrorosa; todas os temos nas gavetas e ninguém os usa para nada. Mas penso que passámos a valorizar mais o fazer do que o comprar feito, até porque estamos numa altura de dificuldades e as pessoas querem fazer as suas próprias coisas. Esta onda de revivalismo voltou as atenções para estas práticas que fazem parte do nosso imaginário infantil”, observa Vânia Ferreira. Um parêntesis ao fim do dia De saco

ao ombro, de onde espreita um novelo mesclado, Maria Gracinda Mangas circula pela sala sem intenção de encontrar pouso certo. A prática é tanta, que tricota a andar, sem se importunar com as cinco agulhas penduradas da meia que tem em mãos. Com 64 anos, é um dos elementos do Clube do Tricô e tem ensinado a fazer “meia” às restantes colegas, uma especificidade dentro do universo do tricô que tem que se lhe diga. “Quando se faz o cano, tudo corre bem; quando se chega ao calcanhar é que vem o problema”, avisa, explicando que é uma forma de “passar o tempo” e que lhe dá muito gozo ver sair das próprias mãos “peças ecológicas”. “Por exemplo, o meu marido tem

varizes, já foi operado, e então só usa as meias que eu faço, porque são de uma lã própria e não apertam. E já fiz em linha, para uma senhora amiga que era diabética. É só um hobby, nunca cheguei a trabalhar nisto, mas é também uma grande utilidade”, sublinha, enaltecendo as trocas de saberes que se geram nestes encontros. “Eu sei fazer meia mas não sei muitas outras coisas”, diz. Como as “lérias”, uma malha pouco conhecida da maioria, que Ilda Galamba, de 48 anos, trouxe para o encontro inaugural do Gang da Malha. Tenciona começar com um cachecol mas já imagina uma aplicação num vestido de criança. Na mesa, integra um grupo de quatro mulheres que enaltecem, em uníssono, as vantagens deste tipo de encontros. “Eu vim para aqui porque em casa tinha muita coisa para fazer”, atira Manuela Granacho, 50 anos, fazendo disparar o riso no grupo. No fundo, o que Manuela quer dizer é que encontrou uma forma de dedicar um tempo do dia só a si própria: “Aqui estou dedicada a isto a 100 por cento. Em casa, não tenho tempo. E aqui conversamos”. Uma hora e meia depois, já se começam a ouvir as primeiras

despedidas. A noite está fria, e a hora do jantar aproxima-se. As que ficam concordam com Manuela, sem tirar os olhos das agulhas. “Eu estou aqui pelo convívio”, confessa Ilda, explicando que se estivesse em casa estaria a ver televisão, sendo que “a televisão não dá nada de jeito”. Cada pessoa, uma vida e uma forma diferente de lidar com ela. Vanessa Ferreira, higienista oral de 38 anos, estreou-se hoje no tricô mas já há algum tempo que frequenta aulas de costura. Confessa que gosta de dar uso à “criatividade e à destreza manual” mas também que estes hobbies têm sido um “escape” a uma “fase difícil” por que está a passar. Ir ao ginásio, por exemplo, não se inscreve no seu conceito de convívio. “No ginásio, está tudo por si a fazer o seu trabalho; aqui estamos em partilha”. Voltará na segunda segundafeira de janeiro. E as amigas, ao que parece, também. Lá para a frente, quando o tempo melhorar, o grupo espera poder aventurar-se em espaços exteriores. “Quem sabe, tricotar ao ar livre, debaixo das árvores?”, sugere a coordenadora.


Futsal Distrital

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(9.ª Jornada): IP Beja-Leões, 11-5; CB Castro Verde-Desp.Beja, 3-4; Almodovarense-Alvito, 3-1; Ourique-VNS.Bento, 6-6; NS Moura-Luzerna, 3-3; Alcoforado-Vasco Gama, 2-0. Líder: Ferreirense, 22 pontos. Próxima jornada (13/12): Leões-CB Castro Verde; Alvito-IP Beja; VNS Bento-Almodovarense; Luzerna-Ourique; Vasco Gama-NS Moura; Ferreirense-Alcoforado.

Desporto

Taça Distrito em Seniores Femininos

Futebol Internacional em Beja e Moura As seleções nacionais de futebol sub/17 de Portugal e da Dinamarca vão disputar dois jogos de caráter particular no Baixo Alentejo. O Estádio do Moura Atlético Clube recebe, na próxima terça-feira, a primeira partida, e o segundo jogo disputa-se no Complexo Desportivo Fernando Mamede, na quinta-feira, dia 19. Os jogos serão às 15 horas.

Vasco da Gama empatou em Beja

O “navegador” sem rumo O dérbi do rio Mira, entre o Odemirense e o Milfontes, e a visita do Castrense ao reduto do Vasco da Gama, são as duas partidas que merecem constar do quadro de honra da jornada do próximo domingo.

Beja e Saboia lideram 2.ª Divisão Distrital

Mudanças na liderança O surpreendente triunfo do Amarelejense no terreno do Despertar e o precioso empate do Beringelense em Mina de São Domingos ressaltam nos desfechos da 2.ª jornada.

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Texto e foto Firmino Paixão

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ão dois jogos que envolvem quatro das cinco primeiras equipas da tabela, o que provocará algumas arrumações. O líder tem uma deslocação até São Marcos, onde encontrará um campo com piso adverso e uma equipa agitada com as acusações de falta de empenho, produzidas pelo treinador Manuel Simão, após a derrota em Vila Nova de São Bento. O Serpa joga em casa com o Rosairense, que vem de quatro derrotas consecutivas, e, fora de casa, só ganhou ao Guadiana e ao Aldenovense. O Cabeça Gorda recebe o Bairro, outro dérbi concelhio, o Cuba joga em casa com o Aldenovense e o Piense tem jogo difícil com um Guadiana com a motivação em maré cheia. Nos flashes da jornada anterior, brilhou mais a resistência do Bairro da Conceição ao Vasco da Gama, o triunfo do Cabeça Gorda no Rosário, o empate do Serpa em Odemira e, naturalmente, mais uma vitória do Mineiro

(1.ª Jornada) – Castrense-São Domingos, 20-1; Serpa-Vasco da Gama, 2-2; Odemirense-Ferreirense, 2-4. Líder: Castrense, três pontos. Próxima jornada (14/12): São Domingos-Serpa; Ferreirense-Castrense; Vasco da Gama-Odemirense.

Campeonato Vasco da Gama empatou em Beja e perdeu dois pontos para o líder

frente a um adversário difícil. Mas o grande destaque da ronda vai para a primeira vitória do Aldenovense e por resultado bem dilatado. Resultados: Odemirense-Serpa, 0-0; Aljustrelense-Milfontes, 2-0; Aldenovense-São Marcos, 5-1; Guadiana-Sporting Cuba, 1-0; Castrense-Piense, 2-1; Bairro Conceição-Vasco Gama, 0-0; Rosairense-Cabeça Gorda, 1-3. Classificação: 1.ºAljustrelense, 27 pontos. 2.º Vasco Gama, 22. 3.º Castrense,

21. 4.º Odemirense, 19. 5.º Milfontes, 16. 6.º Serpa, 12. 7.º Cabeça Gorda, 11. 8.º Sporting Cuba, 10. 9.º Rosairense, 10. 10.º Guadiana, nove. 11.º Piense, oito. 12.º Bairro da Conceição, seis. 13.º São Marcos, cinco. 14.º Aldenovense, três. Próxima jornada (15/12): Serpa-Rosairense; Milfontes-Odemirense; São Marcos-Aljustrelense; Sporting Cuba-Aldenovense; Piense-Guadiana; Vasco Gama-Castrense; Cabeça Gorda-Bairro da Conceição.

a série mais ao sul destaca-se a goleada do Saboia ao Sanluizense e o triunfo do Renascente em Aldeia dos Fernandes. A prova prossegue amanhã com os empolgantes Amarelejense-Moura B e Renascente-Castrense B. Os líderes têm adversários capazes de superar e manter as posições que ocupam. Série A: Despertar-Amarelejense, 1-5; Vasco Gama B-Moura, 1-1; São Domingos-Beringelense, 0-0; Negrilhos-Desportivo Beja, 0-5. Classificação: 1.º Desportivo de Beja, seis pontos. 2.º Amarelejense, seis. 3.º Beringelense, quatro. 4.º Moura B, dois. 5.º Vasco Gama B, um. 6.º Negrilhos, zero. Próxima jornada (14/12): Beringelense-Despertar; Amarelejense-Moura; Desportivo de Beja-São Domingos; Vasco Gama B-Negrilhos. Série B: Saboia-Sa nluizense, 8-1; Castrense B-Naverredondense, 2-1; Aldeia Fernandes-Renascente, 1-3. Classificação: 1.º Saboia, seis. 2.º Castrense B, quatro. 3.º Renascente, três. 4.º Aldeia Fernandes, três. 5.º Sanluizense, um. 6.º Messejanense, zero. 7.º Naverredondense, zero. Próxima jornada (14/12): Naverredondense-Saboia; Sanluizense-Messejanense; Renascente-Castrense B. FP

Moura travada em casa pela União de Montemor

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Uma tarde para recordar... O Moura foi copiosamente derrotado em casa pelo União de Montemor (0/3) e o Desportivo de Almodôvar perdeu na Cova da Piedade (2/1). Uma jornada demasiado negra para as equipas sul alentejanas.

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lguma coisa não está bem em torno do Moura Atlético Clube e da sua equipa sénior, que prometia uma prestação de qualidade no Campeonato Nacional de Seniores, com objetivos não declarados, mas existentes, quando a uma eventual qualificação para o lote de equipas que disputará o acesso ao escalão superior. Se a derrota caseira com o Louletano se entendeu como acidente de percurso, e os dois pontos deixados em Almodôvar foram um aviso à navegação, a humilhante derrota sofrida, em casa, com o União de Montemor, fez a equipa naufragar para o terceiro lugar, mais afastada dos objetivos reais. O Almodôvar, única equipa da série que ainda não venceu, perdeu na Cova da Piedade. No domingo cumpre-se a 13.ª jornada, com o Moura a descer para o recinto do Louletano (uma vitória conjugada com um eventual triunfo do líder, no Pinhal Novo, poderia remediar o desaire anterior) e o Almodôvar joga em casa com o Quarteirense, atual 4.º classificado. O Montemor recebe o Cova da Piedade. FP


Nacional da 3.ª Divisão (5.ª Jornada): Cascais-H. Santiago, 3-3; CP Beja-Boliqueime, 3-3; Castrense-Vasco Gama, 5-6. Próxima jornada (22/12): H.Santiago-Castrense; Odivelas-CP Beja; H.Vasco da Gama-Amadora. Nacional da 2.ª Divisão (10.ª Jornada): Alenquer-H.Grândola, 4-2. Próxima jornada (14/12): H.Grândola-Oeiras.

Cicloturismo em Cabeça Gorda A secção de BTT e Cicloturismo do Clube Recreativo e Desportivo de Cabeça Gorda promove amanhã, pelas 14 e 30 horas, o tradicional Passeio de Cicloturismo do Pai Natal. O evento, que tem o apoio do município de Beja, terá um percurso de 15 quilómetros.

Atletismo em Beringel

O Grande Prémio de Natal em Atletismo, simultaneamente Campeonato Distrital de Estrada da Associação de Atletismo de Beja, realiza-se no próximo dia 21, pelas 15 horas, na vila de Beringel. Trata-se de mais uma prova do circuito de corridas populares, aberta a todos os escalões, que tem o patrocínio da Junta de Freguesia de Beringel.

Andebol em Beja A Zona Azul e o Centro de Cultura Popular de Serpa jogam amanhã, pelas 17 horas, no pavilhão de Santa Maria, em Beja, a 7.ª jornada do nacional da 3.ª Divisão em Seniores. No último fim de semana a equipa bejense qualificou-se para os 1/8 final da Taça de Portugal vencendo o Torrense, em Beja, por 23/21. No domingo, pelas 11 horas, a equipa de infantis da Zona Azul recebe a formação da Cruz de Malta.

Organização perfeita no Grande Prémio de Santa Bárbara em Aljustrel

Nas Minas de São João... Os atletas Carlos Silva (Reboleira) e Santa Teixeira (Sporting) venceram o 4.º Grande Prémio de Santa Bárbara, disputado entre os bairros mineiros de Vale d’ Oca e São João do Deserto.

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Liga de benjamins: Jornada cruzada (7/12): Desp.Beja B-Serpa, 0-7; Ferreira B-Moura A, 0-2; Moura B-NS Beja, 4-1; Vasco Gama-Piense, 2-6; Alvorada-Aldenovense, 1-7; Almodôvar- Odemirense, 1-1; Castrense-Milfontes, 3-4; Aljustrelense-Boavista, 3-2; Ourique-Sanluizense, 10-0; Amareleja-Despertar B, 2-3. Próxima jornada (14/12): Despertar B-Amareleja; Serpa-Desp.Beja B; Moura A-Ferreirense B; NS Beja-Moura B; Piense-Vasco Gama; Aldenovense-Alvorada; Odemirense-Almodôvar; Milfontes-Castrense; Renascente-Ourique. Distrital de infantis: 6.ª Jornada: Série A: Desp.Beja-Despertar A, 1-7; Sp. Cuba-Operário, 29-0; NS Beja-Ferreirense, 2-2. Líder: Despertar A, 18 pontos. Próxima jornada (14/12): Despertar A-Guadiana; Sp.Cuba-Ferreirense; Desp.Beja-NS Beja. Série B: Vasco Gama-Serpa, 3-1; Moura-Piense, 3-3; Amareleja-Sto Aleixo, 11-2; Despertar B-Aldenovense, 3-0. Líder: Despertar B, 18 pontos. Próxima jornada (14/12): Serpa-Piense; Moura-Santo Aleixo; Amareleja-Aldenovense; Vasco Gama-Despertar B. Série C: Odemirense-Ourique, 14-0; Almodôvar-Aljustrel, 2-1; Renascente-São Marcos, 11-0; Castrense-Milfontes, 4-2. Líder: Almodôvar, 21 pontos. Próxima jornada (14/12): Ourique-Aljustrelense; Almodôvar-São Marcos; Renascente-Milfontes; Odemirense-Castrense. Distrital de iniciados: Série A 2.ª Jornada: Moura-Ferreirense, 7-0; B.º da Conceição-Aldenovense, 2-2; Despertar-Serpa, 1-2. Líder: Moura, seis pontos. Próxima jornada (15/12): Aldenovense-Moura; Ferreirense-Alvito; Serpa-B.º da Conceição. Série B 2.ª Jornada: Castrense-Desp.Beja, 1-2; Guadiana-Aljustrelense, 2-2. Líder: Aljustrelense, quatro pontos. Próxima jornada (15/12): Aljustrelense-Castrense; Desp.Beja-Almodôvar.

Texto e foto Firmino Paixão

Grande Prémio de Santa Bárbara tem apenas quatro edições, mas esta organização conjunta do Núcleo de Atletismo e Recreio de Messejana com a União de Freguesias de Aljustrel, e o apoio do município Mineiro, ganha pujança. Uma apetecível montra de prémios a coroar uma prova com um percurso seletivo, bem concebido, invulgar no recorte, que obriga os atletas a unir dois bairros mineiros com muito simbolismo e a visitar locais de interesse histórico. O desporto é, também, um instrumento essencial à divulgação e promoção do património histórico, e é essa a mensagem que, inteligentemente, esta corrida encerra. Compareceram 154 atletas (69 jovens), de 33 clubes e oito associações regionais da modalidade e, em simultâneo com a prova rainha, os escalões de formação competiram no bairro de São João. Carlos Silva e o sportinguista Ricardo Mateus dominaram a corrida masculina até à meta, Sandra Teixeira e Clarisse Cruz (ambas do Sporting) animaram o setor feminino, mas Sandra fez uma prova de superior categoria e venceu isolada. Excelentes 4.º e 5.º lugares de João Cruz e Mussa Djau (júnior), ambos atletas do Beja Atlético Clube. No final, Carlos Silva comentou: “É uma prova bastante boa, mas não é bem uma prova de estrada, ficava melhor como prova de montanha. No ano passado eu fui vice-campeão nacional de montanha e dou-me muito bem, seja em provas de estrada ou de montanha”. E referindo-se ao seu triunfo adiantou: “Corri aqui no ano passado, ganhou um queniano e eu fiquei em segundo, este ano consegui vencer, estou a atravessar um bom momento, tentei fazer a minha prova, vim com o Ricardo Mateus, somos

Futebol juvenil

Grande Prémio de Santa Bárbara Atletas à partida no bairro mineiro de Vale d’ Oca

dois atletas mais ou menos do mesmo nível, e, no momento certo, ataquei e consegui vencer, com uma diferença mínima mas suficiente para me levar à vitória”. Instado a comentar a sua recente saída do Sporting para o Reboleira, Carlos Silva afirmou: “São percursos na vida de um atleta. O Sporting apoiou-me durante 14 anos, este ano queria que eu continuasse mas sem apoios, mas isso não pode ser, o Reboleira apoiou-me e aqui estou com esta camisola”. Ao seu lado, mas ainda com a camisola listada a verde e branco, de leão ao peito, a vencedora do escalão de absolutos femininos, Sandra Teixeira, não hesitou em afirmar que a “prova foi ótima”. E justificando o seu sucesso, acrescentou: “Estou com a preparação avançada, estive a preparar o corta-mato com esperança de ir ao Campeonato da Europa, um vez que isso não foi possível tentei encontrar uma competição em que pudesse mostrar o meu momento de forma e hoje fiz isso claramente, num percurso que não é propriamente o meu, sou uma atleta de pista, mas conseguiu mostrar que estou bastante bem”. A atleta sportinguista referiu ainda: “Foi a primeira vez que cá vim, mas gostei da prova, apesar de ser um bocado diferente daquilo a que estou habituada, com subidas

e descidas, escadarias, mas gostei bastante, foi uma prova diferente”. A competir em Aljustrel, mas com o pensamento e o coração no leste europeu, Sandra Teixeira, ou seja, a mulher do atleta mourense Luís Pinto, lembrou: “Ele está muito bem, neste momento está na Sérvia no Campeonato da Europa, para representar Portugal, espero que faça uma boa prova”, concluiu.

Classificações: Absolutos femininos: 1.ª Sandra Teixeira (Sporting), 32.28’. 2.ª Clarisse Cruz (Sporting), 33.32. 3.ª Andreia Santos (Joma), 33.37. 4.ª Raquel Trabuco (Elvense), 34.09. 5.ª Patrícia Serafim (Praças Armada), 35.13. Juniores/seniores masculinos: 1.º Carlos Silva (Reboleira), 28.29’. 2.º Ricardo Mateus (Sporting), 28.31. 3.º Carlos Cardoso (Reboleira), 29.20. 4.º Hugo Pinto (Vidigalense), 29.49. 5.º João Cruz (Beja AC), 30.00. 6.º Mussa Djau (Beja AC), 30.07. Veteranos A: 1.º José Gaspar (Odimarq), 29.10. Veteranos B: 1.º Eugénio Neto (Reboleira), 30.45’. Veteranos C: 1.º Gurmesindo Rodrigues (Lebres do Sado). Juvenis masculinos: 1.º Luís Paulino (Castrense). Juvenis femininos: Maria Rosário Silva (Messejana). Iniciados masculinos: 1.º João Silva (Messejana). Iniciados femininos: 1.ª Raquel Abade (NS Moura). Infantis masculinos: 1.º Ruben Guerreiro (Repsol). Infantis femininos: 1.ª Patrícia Pardal (Beja AC). Benjamins A masculinos: 1.º Miguel Batista (Amiciclo). Benjamins A femininos: 1.ª Érica Santos (Odemira). Benjamins B masculinos: 1.º Luís Santos (Castrense). Benjamins B femininos: 1.ª Cláudia Lopes (Amiciclo).

Distrital de juvenis: Série A 2.ª Jornada: Serpa-Sp.Cuba, 3-0; Alvito-Despertar, 1-3; S.Aleixo-Amareleja, 1-4; Desp.Beja-Moura, 3-1. Líder: Desp. Beja, seis pontos. Próxima Jornada (15/12): Amarelejense-Serpa; Sp.Cuba-Despertar; Moura-Santo Aleixo; Alvito-Desp. Beja. Série B 2.ª Jornada: Aljustrel-B.º da Conceição, 2-1; Odemirense-Castrense, 2-1; Almodôvar-Ourique, 6-1. Líder: Castrense, três pontos. Próxima jornada (15/12): Castrense-Aljustrelense; B.º da Conceição-Milfontes; Ourique-Odemirense.

Inatel Grupo A (8.ª Jornada): Pen.Gordo-Salvadense, 2-1; Louredense-Brinches, 0-2; Serpense-Trindade, 2-1; Quintos-Barrancos, 1-0. Líder: Penedo Gordo 21 pontos. Próxima jornada (14/12): Salvadense-Brinches; Serpense-Pen.Gordo; Louredense-Barrancos; Quintos-Trindade. Grupo B (8.ª Jornada): Faro Alentejo-Sta. Vitória, 1-0; AC Cuba-Figueirense, 2-2; Vale Figueira-Mombeja, 4-0; Alvorada-Albernoense, 0-4. Líder: Vale d’ Oca, 19 pontos. Próxima jornada (14/12): Vale d’Oca-Faro Alentejo; Figueirense-Alvorada; Sta.Vitória-Vale Figueira; Mombeja-AC Cuba. Grupo C (8.ª Jornada): Serrano-Santa Clara-a-Nova, 4-0; Sete-Sanjoanense, 2-1; Almodovarense-Alcariense, 2-0; Santaclarense-Bemposta, 5-0. Líder: Santaclarense, 21 pontos. Próxima jornada (14/12): Almodovarense-Serrano; Sete-Santaclarense; Sta. Clara Nova-Sanjoanense; Bemposta-Alcariense. Grupo D (8.ª Jornada): Amoreiras-Cavaleiro, 4-0; Santa Luzia-Relíquias, 0-1; Soneguense-Luzianes, 0-3; Cercalense-Longueira, 1-0. Líder: Cercalense, 16 pontos. Próxima jornada (14/12): Pereirense-Santa Luzia; Luzianes-Amoreiras; Relíquias-Cercalense; Longueira-Soneguense.

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Hóquei em Patins


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Mineiro José Saúde

Consagra o fenómeno desportivo sul alentejano que no dia 25 de maio de 1933, na vila de Aljustrel, fundou-se o Sport Clube Mineiro Aljustrelense. Reza o teor da história que o Mineiro sempre se apresentou como um dos baluartes no prodígio futebolístico regional de Beja. A sua biografia é verdadeiramente brilhante. No velhinho Campo das Minas escreveram-se infindáveis páginas de glória. Na era contemporânea é no novo estádio que se somam sucessivos êxitos para gáudio do público. Aquele espaço, literalmente magistral, reúne esplendidas condições, sendo que sobre o seu sintético evoluem atletas que conduzem o Mineiro ao zénite. Mas o clube não é só futebol. O mundo da patinagem, por exemplo, foi sempre uma modalidade muito próxima das gentes aljustrelenses. O saudoso Armindo Peneque deixou uma maravilhosa escola na vila. O pavilhão municipal, outra infraestrutura autárquica, oferece amiudadamente excelentes momentos competitivos e de imaculados convívios. Mas o futebol é a modalidade que gere cândidas paixões. Nas últimas temporadas o Mineiro militou em escalões nacionais. Honrou as suas camisolas tricolores, Aljustrel e o Alentejo. Esta época milita no escalão principal da AF Beja. Uma passagem, em minha opinião, efémera. Conheço sinteticamente a realidade dos emblemas primodivisionários bejenses. Não contesto os valores dos plantéis, sobretudo das equipas que fazem parte do lote que seguem em lugares cimeiros. Mas afirmo com uma margem de segurança confortável que o Mineiro se assume como um potencial candidato ao título na presente temporada. Tendo em conta o equilíbrio que o grupo de trabalho desfruta, bem como o valor dos atletas para os seus diversos setores, creio que estamos em presença de um verdadeiro campeão. Com nove jogos disputados o Mineiro soma no seu pecúlio outras tantas vitórias, tem 33 golos marcados e um sofrido, este de penalti no reduto do Aldenovense. Mineiro, uma equipa trabalhada para não dar tréguas ao mais temível adversário.

Amélia Vaz Presidente da Associação de Atletismo diz que municípios são os “melhores parceiros”

Presidente da Associação de Atletismo de Beja recandidata-se em 2014

“Não desisto a meio” Amélia Revés Vaz, 49 anos, preside atualmente à Associação de Atletismo de Beja, após ter sido cooptada na sequência da demissão de Joaquim Brás, anterior líder do executivo eleito para o triénio 2012/2014.

houve mudanças em algumas autarquias. Tivemos que ir junto dos novos executivos apresentar o planeamento das provas e o calendário sofreu alterações de acordo com a disponibilidade das autarquias para manterem os apoios que existiam.

Texto e foto Firmino Paixão

O circuito de corridas populares foi a novidade? Foi uma aposta para esta época, resolvemos criar o circuito de corridas populares que integra todas as provas que temos com o apoio das autarquias e as organizadas pelos clubes. As provas do circuito vão pontuando para uma classificação em que no final nos permitirá eleger o mega clube.

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dirigente revela um profundo conhecimento da modalidade, adquirido em vários mandatos cumpridos noutros lugares da estrutura diretiva do órgão e sabe que caminhos tem o atletismo que percorrer para crescer e estabilizar. Sendo a primeira mulher a ocupar o lugar, já deixou a sua marca, que desvaloriza, dizendo: “Estou aqui para trabalhar em prol da modalidade e não para fazer a diferença”. Como tem decorrido o seu mandato à frente da Associação de Atletismo de Beja? Com normalidade, a associação não era novidade para mim, fazia parte dos anteriores executivos como vice-presidente, apenas subi um degrau. Estamos a unir todos os esforços possíveis e a trabalhar o melhor que podemos, o momento também não é o melhor, tendo em conta as condições socioeconómicas que vivemos ao nível da federação. Torna-se complicado também para as associações, porque também dependemos deles para funcionarmos.

Que ideias tem para acrescentar ao atletismo regional, enquanto mulher com uma intuição e um olhar criativo diferente dos homens? Estamos um bocado limitados, tendo em conta a degradação da pista de atletismo de Beja, no entanto, manteremos a organização dos Campeonatos do Alentejo, a expensas da associação, porque desde há três anos eles deixaram de ter qualquer comparticipação da federação, mas nós resolvemos mantê-los em conjunto com as associações de Évora e de Portalegre. Achamos que é uma mais-valia para o atletismo regional juntarmos os atletas dos três distritos alentejanos e fazermos um campeonato, quer de corta mato, quer de pista.

A programação de provas foi a possível, face aos constrangimentos existentes? Digamos que foi o calendário possível, porque existiram eleições para o poder local e

E fazer crescer o número de clubes e de atletas? Estamos a trabalhar para isso. Tenho que sublinhar o trabalho do nosso diretor técnico regional, o professor António Machado, que

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tem feito um excelente trabalho ao nível de contactos com municípios e associações em prol de conseguirmos novos núcleos de atletismo. Temos conseguido entrar nas escolas, onde, no ano passado, fizemos dois “Dias do atletismo”, movimentando mais de 300 miúdos, poucas associações o conseguiram fazer e nós fizemo-lo. Neste momento estamos a articular com as escolas a criação de núcleos de atletismo que se poderão filiar na associação e participar nas nossas provas. Tem-se falado na diminuição das receitas da federação e na introdução da taxa de filiação de 10 euros por atleta? A taxa de filiação vai ser uma realidade no próximo ano. Este ano conseguimos travar essa decisão da federação, porque os clubes não estavam informados, mas essa taxa contribuirá também para a sobrevivência da associação, porque uma percentagem dela reverterá para nós. Digamos que será uma lufada de ar fresco para confortar as finanças da associação. Os municípios continuam a ser os vossos parceiros privilegiados? Sem dúvida nenhuma. Temos nos municípios os melhores parceiros, e alguns já o são há bastante tempo. E estamos a tentar estabelecer protocolos para dois ou três anos com todos os municípios para que possa existir um plano de trabalho a médio prazo. Será a candidata a um próximo mandato? Possivelmente serei. A porta não está fechada, não vamos abandonar a associação, quando entro nas coisas é para as levar até ao fim, não sou pessoa de desistir a meio.


institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1651 de 13/12/2013 Única Publicação

ADA – Associação de Desenvolvimento, Acção Social e Defesa do Ambiente

CONVOCATÓRIA José Sebastião Fonte Santa Roque, Presidente da Assembleia Geral da ADA - Associação de Desenvolvimento, Acção Social e Defesa do Ambiente, ao abrigo do artigo 31°, convoca os sócios para uma Reunião Ordinária da Assembleia Geral que se realizará no dia 23 de Dezembro do corrente ano pelas 14:00 horas no Centro Comunitário de Portel, e que terá a seguinte ordem de trabalhos: Ponto 1 – Aprovação da Conta de Exploração Previsional e Plano de Actividades para 2014 Ponto 2 – Diversos. Não comparecendo o número de sócios suficientes à 1.ª Convocatória, a Assembleia Geral reunirá em 2ª Convocatória passada 1 hora da 1.ª com o número de sócios presentes. Portel, 4 de Dezembro de 2013. O Presidente da Assembleia Engº José Sebastião Fonte Santa Roque

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21 Diário do Alentejo 13 dezembro 2013 Diário do Alentejo n.º 1651 de 13/12/2013 Única Publicação

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE ALJUSTREL

CONVOCATÓRIA Nos termos do disposto no n° 1 do Artigo 30° do Compromisso da Santa Casa da Misericórdia de Aljustrel e n° 2 do Artigo 59 do Decreto Lei 119/83 de 25 de Fevereiro, convoco os Irmãos a reunirem em Assembleia Geral Ordinária, no dia 19 de Dezembro de 2013, pelas dezanove horas e trinta minutos, no Edifício do Lar do Jardim sito na Avenida 1° de Maio, em Aljustrel, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Período de antes da ordem do dia. 2. Apreciação e votação da Conta de Exploração Previsional e Orçamento de Investimentos, para o ano de 2014. 3. Outros assuntos de interesse para a SCMA. Nos termos do n° 2 do Artigo 28° do Compromisso da Misericórdia, se à hora marcada não estiver presente maioria legal, a sessão terá lugar meia hora depois, em segunda convocatória, com qualquer número de Irmãos. Nota: Os documentos a apreciar, respeitantes ao ponto 2 da ordem de trabalhos poderão ser consultados na sede Social da Instituição a partir de 16/12/2013 das 9h00 às 17h00. Aljustrel, 03 de Dezembro de 2013. O Presidente da Assembleia Geral Luís Maria Bartolomeu Afonso da Palma

COOPERATIVA AGRÍCOLA DE VIDIGUEIRA, C.R.L.

CONVOCATÓRIA Nos termos do artigo 23º, parágrafo 2º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral desta Cooperativa, para reunir em sessão ordinária, na sede desta Cooperativa, sita no Bairro Industrial, para o dia 27 de Dezembro de 2013, pelas 17,30 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Apreciar, discutir e votar o Plano de Actividades e Orçamento para o exercício de 2014; 2. Outros assuntos de interesse para a Cooperativa. Vidigueira, 05 de Dezembro de 2013. O Presidente da Mesa da Assembleia - Geral José António Batuca Pereira NOTA: Art.° 26.°, n.° 2 – Se à hora marcada para a reunião, não estiverem presentes a maioria dos cooperadores, a assembleia reunirá, com qualquer número, uma hora depois da indicada.

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CLUBE NÁUTICO DE MÉRTOLA

CONVOCATÓRIA Convocam-se todos os associados do Clube Náutico de Mértola para uma Reunião Ordinária da Assembleiageral, a ter lugar no próximo dia 20 de Dezembro de 2013 pelas 18.00 horas, na sua sede, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Ratificação de Novos Sócios; 2. Apresentação e Votação do Plano de Atividades e Orçamento para 2014. 3. Ponto de Situação Projeto Pista de Canoagem e Remo da MSD; 4. Ponto de Situação Projeto de Requalificação do Clube Náutico; 5. Informações sobre o Projeto Silos; 6. Outros assuntos de interesse para o Clube. Caso à hora marcada não se encontre presente a maioria dos sócios, a Assembleia terá início meia hora mais tarde com qualquer número de associados. Mértola, 05 de Dezembro de 2013. A Presidente da Mesa da Assembleia-geral lsabel Maria Martins Silva

CLUBE DE PATINAGEM DE BEJA

CONVOCATÓRIA Ao abrigo do n.º 1 do art° 9º, da alínea c) do art° 13º e alínea c) do art° 17º dos Estatutos do Clube, venho por este meio convocar a Assembleia Geral Ordinária para o dia 30 de Dezembro de 2013, pelas 20H30, na Sede do Clube, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto Único: Apreciação e aprovação do Plano de Actividades e Orçamento para o ano de 2014. De acordo com o art° 15º dos Estatutos, se à hora marcada para o início da reunião, não estiver presente o número legal de sócios, a Assembleia iniciará os seus trabalhos uma hora mais tarde. Beja, 09 de Dezembro de 2013. O Presidente da Mesa da Assembleia-Geral Ana Maria Marujo Bule Ramos

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CERCIBEJA

CONVOCATÓRIA Nos termos do artigo 45°, do ponto 2 do Código Cooperativo, convocam-se todos os Sócios efectivos da CERCIBEJA para uma Assembleia Geral Ordinária no dia 20 de Dezembro de 2013, pelas 16:00 horas nas Instalações da CERCIBEJA, sito na Quinta dos Britos, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto um: Apresentação e Votação do Orçamento e Plano de Actividades da CERCIBEJA para o Ano de 2014. Ponto Dois: Informações. Se à hora marcada não estiver o número de sócios legalmente estabelecido para o seu funcionamento, a Assembleia, começará uma hora depois (17:00) com qualquer número de presentes. Beja, 05 de Dezembro de 2013. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Paula Luísa Mendonça Pinto Mendes

TRANSFORMAMOS

FLOR DO ENXOÉ – ASSOCIAÇÃO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL DE VALE DE VARGO

CONVOCATÓRIA De acordo com a alínea B do n.º 2 do art.º 29 dos estatutos convoca-se todos os associados para uma Assembleia-geral ordinária que se realiza no dia 21 de DEZEMBRO de 2013 pelas 16h:00m no Salão Polivalente de Vale de Vargo, com a seguinte ordem de trabalhos: 1. Apresentação e votação do orçamento 2014 2. Plano de atividades 2014 3. Outros assuntos. Nos termos de nº 1 do art.º 31 dos estatutos a Assembleia-geral reunirá à hora marcada se estiver presente mais de metade dos associados com direito a voto, ou meia hora depois com qualquer número de presentes. Vale de Vargo, 9 de Dezembro de 2013. O Presidente da Assembleia Geral Manuel António Caeiro Pepe

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ASSEMBLEIA-GERAL ORDINÁRIA

CONVOCATÓRIA Ao abrigo da alínea c) do nº2 do Artigo 29º do Capítulo III, Secção II dos Estatutos da Futuro de Garvão – Associação de Solidariedade Social, convoco a Assembleia Geral Ordinária, para reunir no próximo dia 18 de Dezembro de 2013, na Sala de Reuniões, da Rua do Álamo, nº 10, em Garvão, pelas 20:00 horas, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto 1 – Tomada de Posse dos Corpos Gerentes para o triénio 2014/2016. Ponto 2 – Informações. Ponto 3 – Apreciação e votação do orçamento para o ano de 2014. Ponto 4 – Outros assuntos. Consideram-se em pleno gozo dos seus direitos, todos os sócios efectivos, de acordo com o nº 1 do Artigo 12º do capítulo II, dos Estatutos acima referidos. Se à hora designada não estiver presente o número suficiente de Sócios, a Assembleia realizar-se-á meia hora depois com qualquer número. Garvão, 02 de Dezembro de 2013. A Secretária da Mesa da Assembleia-Geral Maria Leonor Madeira da Silva

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saúde

22 Diário do Alentejo 13 dezembro 2013

Análises Clínicas

Medicina dentária

Psicologia

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Cardiologia

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE

Cardiologistas

Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA

Neurologia

JOÃO HROTKO

DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO

Especialista pela Ordem dos Médicos Chefe de Serviço de Oftalmologia do Hospital de Beja

Oftalmologia

Técnica de Prótese Dentária

Médico oftalmologista

Consultas de 2ª a 6ª Acordos com: ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS. Marcações pelo telef. 284325059 Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA

(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa) Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA

Fisioterapia

Centro de Fisioterapia S. João Batista Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia Hidroterapia/Classes no meio aquático

CLÍNICA MÉDICA DENTÁRIA

JOSÉ BELARMINO, LDA. Rua Bernardo Santareno, nº 10 Telef. 284326965 BEJA

DR. JOSÉ BELARMINO Clínica Geral e Medicina Familiar (Fac. C.M. Lisboa) Implantologia Oral e Prótese sobre Implantes (Universidade de San Pablo-Céu, Madrid) CONSULTAS EM BEJA 2ª, 4ª e 5ª feira das 14 às 20 horas EM BERINGEL Telef 284998261 6ª e sábado das 14 às 20 horas Estomatologista (OM) Ortodontia

Pediatria

Oftalmologista pelo Instituto Dr. Gama Pinto – Lisboa Assistente graduada do serviço de oftalmologia do Hospital José Joaquim Fernandes – Beja

DR. A. FIGUEIREDO LUZ Médico Especialista pela Ordem dos Médicos e Ministério da Saúde Generalista CONSULTAS DE OBESIDADE

Rua Capitão João Francisco de Sousa, 56-A – Sala 8 Marcações pelo tm. 919788155

Dermatologia

TERESA ESTANISLAU CORREIA

e.mail: clinidermatecorreia@ gmail.com Rua Manuel António de Brito nº 4 1ºFte 7800- 544 - BEJA (Edifício do Instituto do Coração, frente ao Continente)

Clínica Geral

Dr. José Loff Urgências Prótese fixa e removível Estética dentária Cirurgia oral /Implantologia Aparelhos fixos e removíveis

GASPAR CANO

AURÉLIO SILVA UROLOGISTA

VÁRIOS ACORDOS Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190

Ouvidos,Nariz, Garganta Exames da audição Consultas a partir das 14 horas Praça Diogo Fernandes, 23 - 1º F (Jardim do Bacalhau) Telef. 284322527 BEJA

DR. ÁLVARO SABINO Otorrinolaringologista Ouvidos,Nariz, Garganta

Hospital de Beja Doenças de Rins e Vias Urinárias

MÉDICO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL/ MEDICINA FAMILIAR

Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo Rua Cidade S. Paulo, 29 Marcações pelo telef. 284328023

Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503

BEJA

Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA

7800-475 BEJA

Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia

ALI IBRAHIM Ginecologia Obstetrícia Assistente Hospitalar

Consultas segundas, quartas, quintas e sextas Marcações pelo tel. 284323028 Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja

Terapia da Fala

CONSULTAS 2ªs, 3ªs e 5ªs feiras Rua Zeca Afonso, nº 16 F Tel. 284325833 Estomatologia

Largo D. Nuno Álvares Pereira n.º 13 BEJA Marcações pelo telefone 284312230 Urologia

Largo D. Nuno Álvares Pereira, 13 BEJA ▼

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA Tel. 284324690

DR. MAURO FREITAS VALE

Consultas em Beja CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira Rua António Sardinha, 25, r/c esq.

Prótese/Ortodontia

Tm. 962557043

Centro Médico de Beja

MÉDICO UROLOGISTA RINS E VIAS URINÁRIAS

Terapeuta da Fala VERA LÚCIA BAIÃO

MÉDICO DENTISTA

Marcações pelo telefone 284321693 ou no local Rua António Sardinha, 3 1º G 7800 BEJA

DR. CIRO OLIVEIRA Consultas às sextas-feiras, a partir das 15 horas

FRANCISCO FINO CORREIA

Cirurgia Maxilo-facial

HELENA MANSO

Consultas no Centro Médico de Beja

CLÍNICA MÉDICA ISABEL REINA, LDA. Obstetrícia, Ginecologia, Ecografia

Psiquiatria

Pediatra

Marcações de 2.ª a 6.ª feira a partir das 14 horas Tel. 284324690 Rua Capitão João Francisco de Sousa, n.º 20 7800-451 BEJA

Ginecologia/Obstetrícia

FAUSTO BARATA

Dra. Sónia Fernandes

Angiologia/Cirurgia Vascular

DR. J. S. GALHOZ

Consultas às 4ª feiras tarde e sábado MARCAÇÃO DE CONSULTAS: Diariamente, dias úteis: Tel: 218481447 Lisboa 4ª feiras: 14h30 – 19h Tel: 284329134 Beja

Urologia

MÉDICA DERMATOLOGISTA

Marcações de consultas de 2ª a 6ª feira, entre as 15 e as 18 horas Rua Dr. Aresta Branco, nº 47 7800-310 BEJA Tel. 284326728 Tm. 969320100

Acordos com A.D.S.E., CGD, Medis, Advance Care, Multicare, Allianze, Seguros/Acidentes de trabalho, A.D.M., S.A.M.S. Marcações pelo 284322446; Fax 284326341 R. 25 de Abril, 11 cave esq. – 7800 BEJA

DR. JAIME LENCASTRE

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Clínica dentária

Obesidade

Fisioterapia

Vários Acordos

Otorrinolaringologia

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CONSULTAS às 3ªs e 4ªs feiras, a partir das 15 horas MARCAÇÕES pelos telfs.284322387/919911232 Rua Tenente Valadim, 44 7800-073 BEJA

FERNANDA FAUSTINO

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Marcações pelo tel. 284312230

ANGIOLOGIA/CIRURGIA VASCULAR TRATAMENTO DE VARIZES BEJA: Clinibeja Rua António Sardinha, 23-25 7800-477 Beja Tel. 284 321 517

MOURA: MRP Centro de Medicina Física e Recuperação de Moura Avenida dos Bombeiros Voluntários, n.º 15 7860-107 Moura Tel. 285 252 944

SANTIAGO DO CACÉM: Centro Clínico de Santiago do Cacém Avenida Manuel da Fonseca, 37 7540-105 Santiago do Cacém Tel. 269 086 900 Tm. 917 637 440

ÉVORA: CDI Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais 7000-749 Évora Tel. 266 749 740

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saúde

Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva –Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/ Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.º Ricardo Lopes – Consulta de Gastrenterologia e Proctologia - Endoscopia e Colonoscopia Dr.ª Joana Leal – MedicinaTradicional Chinesa/Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt

beja@davinci.com.pt

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA (TAC) ECOGRAFIA MAMOGRAFIA ECO DOPPLER RADIOLOGIA DENTÁRIA

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

Medicina dentária

Luís Payne Pereira Médico Dentista

Terapia da Fala

Terapeuta da Fala

CATARINA CHARRUA

Clínica do Jardim

Consultas em: BEJA, SERPA, MOURA E DOMICÍLIOS

Praça Diogo Fernandes, nº11 – 2º Tel. 284329975

Contacto: 967959568

Consultas em Beja

Médicos Radiologistas António Lopes / Aurora Alves Helena Martelo / Montes Palma Médica Neuroradiologista Alda Jacinto Médica Angiologista Helena Manso Convenções:

ULSBA (SNS) ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Marcações: Tel. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387 Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA

23 Diário do Alentejo 13 dezembro 2013


24 Diário do Alentejo 13 dezembro 2013

necrologia diversos Serpa PARTICIPAÇÃO, AGRADECIMENTO E MISSA

Serpa MISSA

Joaquim da Graça Leandro José Elias Leandro Nasceu a 15/08/1958 Faleceu a 07/12/2013 Partiste cedo demais Jamais te esqueceremos O amor é mais forte que a morte E o nosso amor por ti será eterno Descansa em paz. Mãe, filha, irmãos, nora e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar. Mais informam que será celebrada missa do 7.º dia na igreja de Salvador – Serpa, sexta-feira, dia 13 de dezembro de 2013, pelas 18 horas, agradecendo desde já a todas as pessoas que se dignarem assistir ao ato religioso.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

6.º Mês de eterna saudade Sua esposa, filhos, neta e nora participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso do seu ente querido no dia 13 de dezembro de 2013, sexta-feira, pelas 18 horas, na igreja de Salvador – Serpa. Agradecem antecipadamente a todos os que se dignarem comparecer.

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Maria de Lurdes Nasceu a 19/07/1931 Faleceu a 05/12/2013 Marido, filhos, netos, irmãs, sobrinhos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente querida e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA

São Manços AGRADECIMENTO

Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

MISSA

Manuel Joaquim dos Santos

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Nasceu 03.12.1929 Faleceu 06.12.2013

Sua família na impossibilidade de o fazer pessoalmente agradece por este meio a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou de outro modo manifestaram o seu pesar. AGÊNCIA FUNERÁRIA ESPÍRITO SANTO, LDA. Tm.963044570 – Tel. 284441108 | Rua Das Graciosas, 7 | 7960-444 Vila de Frades/Vidigueira

Rui Manuel Horta Correia Mata Cinco anos precisamente Ceifou-te a vida friamente O assassino sem perdão Revolta dor e saudade Em nós até à eternidade Jamais se apagarão Seus pais, irmãos e restante família mandam celebrar missa em sua memória no dia 14 de dezembro, às 18 e 30 horas, na igreja da Sé, em Beja, agradecendo desde já a quem queira comparecer.


necrologia institucional diversos PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Engenheiro Pedro Miguel Silva Franco Pedreira Reina A Empresa Pedro Reina - Serviços de Topografia, Lda, vêem por este meio cumprir o piedoso dever de participar o falecimento do seu sócio-gerente, ocorrido no passado dia 28 de Novembro do corrente ano, e na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradecer muito reconhecidamente a todos quantos o acompanharam à sua última morada, estiveram presentes neste momento tão difícil ou que de qualquer modo lhes manifestaram o seu pesar.

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

JUSTIFICAÇÃO

AGRUPAMENTO DE DEFESA SANITÁRIA DOS CRIADORES DE BOVINOS, OVINOS E CAPRINOS DO LITORAL ALENTEJANO

Rectificação ao anúncio publicado em 06/12/2013 AOS CONSÓCIOS CONVOCATÓRIA DA ASSEMBLEIA GERAL Nos termos do n.º 7 do art.º 13 dos Estatutos, tenho a honra de convocar a Assembleia Geral deste Agrupamento a reunir em sessão ordinária no próximo dia 19 de Dezembro de 2013 (Quinta-feira), pelas 13.30 horas, na sala de reuniões da Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado, na Estrada Nacional 261/2 – ALVALADE, com a seguinte ordem de trabalhos: 1.º Apreciação e votação do Plano de atividades e orçamento para o ano de 2014. 2.º Outros assuntos de interesse para o Agrupamento. Se à hora marcada não estiver presente o número legal de associados, funcionará esta Assembleia, em segunda convocatória, nos termos do número 4 do art.º 13 dos Estatutos, no mesmo local, uma hora depois, com qualquer número de sócios. Odemira, 03 de Dezembro de 2013.

Æ

Diário do Alentejo n.º 1651 de 13/12/2013 Única Publicação

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Sepultura

Para empresa conceituada de telecomunicações COM CONTRATO DE TRABALHO Oferece-se ordenado fixo (mínimo nacional + subsídio de alimentação) + Comissões + Prémios = de 600€ a 1500€ Para várias Zonas do Alentejo (Beja, Beringel, Baleizão, Cuba,Vidigueira...) Tel.962641997, ou elias.mendes@ext.cabovisao.pt

Cartório da notária Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima, sito na Rua Condes da Boavista, n°.20 em Beja Certifico narrativamente, para efeito de publicação que neste Cartório e no livro de notas para escrituras diversas n° 103-A, de folhas 49 a folhas 50 verso, se encontra exarada uma escritura de justificação notarial outorgada hoje, na qual António Lourenço Ruas, NIF 119227800 e mulher Zulmira Perpetua Cordeiro Ruas, NIF 123263468, ambos naturais da freguesia de S. Miguel do Pinheiro, concelho de Mértola, casados sob o regime de comunhão de adquiridos, residentes em Penedos, na mencionada freguesia de S. Miguel do Pinheiro, se declaram, com exclusão de outrem, donos e legítimos possuidores do seguinte imóvel: Prédio urbano, composto por uma divisão destinado a garagem, sito em Penedos, freguesia de S. Miguel do Pinheiro, (Extinta), concelho de Mértola, com a área total de duzentos e quinze metros quadrados, sendo a superfície coberta de quarenta e sete metros quadrados e a superfície descoberta de cento e sessenta e oito metros quadrados, confrontado a norte e poente com José Diogo Romano, sul com José Miguel e nascente com via pública, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Mértola e inscrito na matriz respetiva, em nome do justificante, António Lourenço Ruas, sob o artigo 2714, da União de Freguesias de S. Miguel do Pinheiro, S. Pedro de Solis e S. Sebastião dos Carros, (anteriormente artigo 1656, freguesia de S. Miguel do Pinheiro – Extinta) com o valor patrimonial tributável, para efeitos de IMT e de Selo e atribuído de 4800,00 euros; O mencionado prédio veio à posse dos primeiros outorgantes António Lourenço Ruas e mulher Zulmira Perpétua Cordeiro Ruas, por compra verbal que, no ano de mil novecentos e oitenta e seis em mês e dia que não sabem precisar, fizeram a Manuel Américo Melão, divorciado, residente que foi no Largo do Outeiro, Freixo de Espada a Cinta, já falecido, sem que no entanto ficassem a dispor de título formal que lhes permita o respetivo registo na citada Conservatória, mas que logo entraram na posse e fruição do mencionado prédio, em nome próprio, posse que assim detêm há mais de vinte anos, sem interrupção, nem ocultação de quem quer que seja tendo o adquirido por usucapião. Está conforme com o original. Cartório Notarial de Beja, aos seis de dezembro de dois mil e treze. A Colaboradora Maria França Cambado Vilhena Ferreira

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral António Manuel Claudino Samora

NELSON DOMINGOS, Presidente da Câmara Municipal de Aljustrel: Torna público que, conforme deliberação do Município tomada em reunião ordinária de 27 de novembro de 2013 e de acordo com o disposto no n.º 1, do artigo 59.º do Regulamento do Cemitério Municipal, se consideram abandonadas as sepulturas perpétuas abaixo indicadas, devendo os interessados/concessionários, no prazo de 60 dias, a contar da data da publicação deste aviso, reivindicá-las, findo este prazo a Câmara tomará posse:

ADMITE-SE VENDEDORES COM FIBRA

Diário do Alentejo n.º 1651 de 13/12/2013 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1650 de 06/12/2013 Única Publicação

Engenheiro Pedro Miguel Silva Franco Pedreira Reina Seus pais, José Reina e Isabel Reina, sua esposa, Vera Martins e seus irmãos, Rita, Miguel e Liliana Reina, vêem por este meio cumprir o piedoso dever de participar o seu falecimento, ocorrido no passado dia 28 de Novembro do corrente ano, e na impossibilidade de o fazer pessoalmente, agradecer muito reconhecidamente a todos quantos o acompanharam à sua última morada, estiveram presentes neste momento tão difícil ou que de qualquer modo lhes manifestaram o seu pesar.

25 Diário do Alentejo 13 dezembro 2013

Nome do Falecido

Almoços | Jantares | Petiscos Sopas de Cacão, Sopas de Corvina, Caldeirada de Borrego, Borrego à Pastora, Migas, Pezinhos de Coentrada, Açordas, Carne à Alentejana, Porco Preto no Churrasco

Reserve o seu Almoço ou Jantar de Natal consulte as nossas ementas

Desejamos aos nossos Clientes e Amigos um Feliz Natal e Bom Ano Novo

Data do Falecimento

1

Família Maria Rufina Godinho

Desconhecido

2

Desconhecido (sem identificação)

Desconhecido

3

Desconhecido (sem identificação)

Desconhecido

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5

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7

Baltazar Ferreira e dois filhos

Desconhecido

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9

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Desconhecido

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Desconhecido

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Desconhecido

13

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Desconhecido

16

Desconhecido (sem identificação)

Desconhecido

17

Francisco Silva

18

João Romana

19

Maria Luiza Pinção

28/04/1910

20

Joaquim Pedro Pinção

06/04/1894

21

José António Raimundo

22

Francisco António Panelas

23

Desconhecido (sem identificação)

24

Maria da Conceição Belchior Correia Ferreira

1927

CASADINHO

25

Desconhecido (sem identificação)

Desconhecido

26

Desconhecido (sem identificação)

Desconhecido

Sítio Horta de St. António Caixa postal 2601 BEJA Tm. 967318516

27

Maria das Dores Branco

OFICINA RECTIFICAÇÕES DE CABEÇAS E DE BLOCOS (Novos preços) TESTAGENS z SERVIÇO DE TORNO z SOLDADURAS EM ALUMÍNIO z z

1953 1939

1918

Encamisar blocos orçamentos com ou sem material PREÇOS SEM CONCORRÊNCIA

1929 Desconhecido

1925

Para constar se passou o presente e outros de igual teor, que vão ser afixados nos lugares públicos do costume. Aljustrel, 06 de dezembro de 2013. O Presidente da Câmara, Nelson Brito

ABERTOS AO DOMINGO Tel./Fax 284 389 204 Tm. 969 078 858 Rua Conselheiro Meneses, 4-6 – BEJA (junto ao Castelo) restaurante.arbitro@gmail.com

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Diário do Alentejo 13 dezembro 2013

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Millennium BCP eleito melhor site de banco on line pela PC Guia

O Millennium BCP venceu pelo terceiro ano consecutivo os prestigiados Prémios Leitor PC Guia na categoria de melhor site de banca on line, repetindo assim uma distinção que faz do Millennium BCP o banco on line por excelência no panorama financeiro nacional. Foram 35 categorias em que os leitores votaram, nomeadamente fabricantes, serviços e produtos do mercado, entre outros. Os Prémios Leitor PC Guia são um importante fator de distinção pública, designadamente na área de especialidade da publicação, identificando em diferentes categorias as inovações tecnológicas que marcam a atualidade.

Empresas

Conde Villar Alvarinho recebeu medalha de Ouro A Quinta das Arcas recebeu mais um reconhecimento da qualidade dos seus produtos. Desta vez foi o Conde Villar Alvarinho que arrecadou a medalha de ouro no concurso mundial de referência – Albarinõs Al Mundo 2013. Segundo a Quinta das Arcas, é mais uma distinção representativa “da qualidade superior dos nossos vinhos e a coroação do nosso esforço para alcançar a excelência”.

Reveillon na herdade dos Grous, em Albernoa

Com se Co sed de na ch de chaam maad da ru ua das das Lo da Lojas, s em Beja, Be ja, o at ja ateliê eliêê No el orrm maa Part Pa Part rtne ners rs,, qu que m maarc rca pela pe la cri riat ativ ivid id daad dee,, iini n ci ni ciou ou u a sua su ua at ativ ivid idad ade de em em 201 11 com co om ap apeen nass do oiis is só sócciio oss. Attua A ualmen lm men ente t con onta ta com m 12 pessoa pe ssoaas aaffet ss etaass ao qu quad ad dro ro.

A empresa que une o melhor da arquitetura moderna e contemporânea

Norma Partners é uma empresa de sucesso Tal como no mundo da moda, também no universo da arquitetura existem gostos para tudo. A Norma Partners – Ateliê de Arquitetura une o melhor destes dois mundos, personalizando cada uma das suas edificações à imagem dos seus clientes. Publirreportagem Sandra Sanches

J

oão Moreira e Luís Serrano abriram a Norma Partners há cerca de dois anos e juntos são responsáveis por grande parte da difusão da arquitetura contemporânea portuguesa, não só a nível nacional mas também internacional. A oferecer serviços em várias áreas – arquitetura, construção e design – o lema da empresa é “dar um conforto total ao cliente no momento em que o mesmo decide materializar uma ideia, seja uma casa, uma loja ou outro espaço”. Porque, segundo os sócios, construir uma casa é um “projeto de vida”, a Norma Partners propõe-se ser a base de confiança para esse mesmo projeto. Desde a construção de raiz à entrega da chave em mãos, “o cliente não precisa de se preocupar com mais nada”, pois os jovens empresários são os únicos intervenientes no decurso de todo o trabalho.

A empresa, que se diz atualizada e atenta às evoluções e tendências do mercado, tem vindo, até à data, a dar resposta aos vários clientes nas mais diversas áreas, de uma forma bastante satisfatória. Segundo Luís Serrano, um dos sócios gerentes, “cada cliente é único, cada lugar desse mesmo cliente é especial e, como tal, de acordo com os seus gostos e disponibilidade financeira, nós adaptamo-nos a todas as exigências possíveis”. Naturalmente existe todo um processo que ultrapassa o trabalho destes jovens após a realização de um projeto, a parte burocrática, muitas vezes uma condição que limita o trabalho. No entanto, a equipa assegura que tudo faz para ajudar o cliente nessa fase. João Moreira, outro dos sócios gerentes, aproveita para desenganar aqueles que “pensam que arquitetura é apenas a estética, a arte e o criar”, pois o trabalho vai muito para além disso. “A arquitetura é também desburocratizar toda a envolvente de um projeto que incide num conjunto de normas vigentes na sociedade”. De salientar que a obra do parque da Cidade em Beja, autoria da Norma Partners, foi o eclodir desta empresa. Um projeto que para a empresa tem uma certa relevância:

“Foi o catalogar de uma nova fase”. Os sócios dizem ainda que andam, “felizmente, ao contrário da crise”, apesar de a tendência do mercado recair em reabilitações de espaços, dadas as inúmeras facilidades disponibilizadas para este tipo de construção. Mas a equipa garante que trabalho até à data não tem faltado. E também não é norma da casa tentar faturar o máximo ao cliente, antes pelo contrário: “Se pudermos facilitar o cliente e servi-lo bem na mesma… é para aí que vai a nossa política”. Para estes jovens empresários, que acreditam nas relações a longo prazo, a melhor publicidade que dizem ter até à data é, sem dúvida, o trabalho que a empresa oferece e a qualidade do mesmo. A empresa prepara-se neste momento para implementar a certificação de qualidade – norma ISO 9001, uma norma que reconhece o esforço da organização em assegurar a conformidade dos seus serviços, a satisfação dos clientes e a melhoria contínua dos mesmos. Totalmente autónomos em termos construtivos, os jovens empresários preparam a empresa para a sua expansão a médio prazo. Levá-la para outras regiões parece ser o caminho a seguir sem romper com o conceito inicial que os trouxe até aqui.

Descansar, saborear a gastronomia regional alentejana, passear, andar a cavalo, saber mais acerca dos vinhos e produtos criados localmente é o que a herdade dos Grous lhe propõe descobrir. Localizada em Albernoa, a herdade está rodeada por cerca de 90 hectares de barragem. Restaurante, loja de vinhos e artigos regionais, sala de jogos, piscinas, court de ténis e esplanadas integradas na deslumbrante paisagem alentejana são alguns dos atrativos. Dar a conhecer a herdade e toda a sua envolvência é o que a equipa lhe propõe para comemorar a entrada no novo ano. No dia 31, pelas 11 horas, dá-se início à despedida de 2013 com um cocktail de boas vindas Vila Alentejo e um workshop temático sobre o tradicional pão alentejano, onde os hóspedes serão convidados a participarem na atividade com o padeiro da herdade. Pelas 20 horas, uma deslumbrante viagem ao mundo do vinho será o início de mais uma pitoresca preparação de entrada no novo ano. Entre sabores e saberes, a sala de barricas será o ponto de encontro para desfrutar de um aperitivo de boas vindas, seguindo-se o jantar de gala com o dueto musical Marrokino. A animação é garantida pelo Dj Kabrita. O jantar de gala, agendado para as 20 e 30 hores, terá como couvert presunto pata negra, enchidos, queijos regionais, manteigas e tiborna; e como amuse-bouche o chefe de cozinha dá a saborear um mimo crocante alentejano. Nas entradas destacam-se a salada de vieiras com puré de cogumelos e gomos de maça caramelizada. Segue-se o prato de peixe: filete de robalo com lagostins crocantes, miolo de mexilhão sobre legumes glaceados e molho de azeitona. Como tira sabor será servido um sorvete de poejo com champanhe. O prato de carne, marcado por bochechas de porco alentejano com escalope de foie gras, antecede as doces maravilhas que o chefe preparou: mousse de chocolate (canela) com azeite, pó de avelã, compota de frutos vermelhos, especiarias ou sorvete de eucalipto. Para acompanhar o jantar, a herdade dos Grous convida-o a beber um vinho branco ou tinto colheita herdade dos Grous. À meia-noite, as 12 badaladas serão acompanhadas de espumante, uvas, passas e bolo-rei. Pelas duas horas da madrugada a ceia/buffet S. Silvestre será marcada por leitão assado à herdade dos Grous, peru fatiado à chefe, camarão glaceado, salgadinhos variados, saladas simples e compostas, variedade de doces conventuais, fruta fresca em cascata, refrigerantes, vinho branco e tinto da colheita herdade dos Grous. As treze horas do dia de Ano Novo serão marcadas por um brunch tradicional. Os pacotes já se encontram disponíveis e variam entre 85 e 225 euros por pessoa. Para mais informações contacte a unidade através do 284 960 000, info@herdade-dos-grous.com ou visite a página www.herdade-dos-grous.com.


De 18 a 20, já em pleno período das férias de Natal, realizam-se no Museu Jorge Vieira/Casa das Artes, em Beja, ateliês de construção de murais utilizando técnica mista de desenho, origamis e colagens. Esta atividade, que terá lugar nos dias mencionados entre as 9 e 30 e as 12 e 30 horas e as 14 e 30 e as 17 e 30 horas, é gratuita e destina-se a jovens entre os oito e 13 anos.

Para o meu filho Diogo

A A Vaca Leitora Uma história de Gabriela Ruivo Trindade vencedora do Prémio Leya 2013 Ilustrada por Rute Reimão

vaca Felisberta passava os dias ruminando o pasto. O pasto era verde e tenrinho, porém, o paladar da vaca Felisberta era exigente. As ervas e os cardos sabiam-lhe sempre ao mesmo – era uma monotonia. A vaca Felisberta ansiava por iguarias exóticas – ervas a saber a salmão fumado ou a caviar, talvez. A vaca Felisberta vivia numa quinta, e pastava os dias sempre no mesmo prado com outras vacas como ela. Era branca e tinha manchas pretas. Eram todas iguais, as vacas – excepto no desenho das manchas. A vaca Felisberta tinha o focinho preto e branco, dividido ao meio – o lado esquerdo preto, o lado direito branco. Mas não estejam já com ideias, porque a vaca Felisberta não percebia nada de política. Nessa quinta viviam outros animais: porcos, cavalos, galinhas, patos, coelhos, gansos, todos distribuídos pelos seus condomínios privados. O dono da quinta, o sr. Manuel, tratava deles com muito carinho. Não como as pessoas costumam tratar os animais, mas sim as outras pessoas. Aquelas de quem gostam muito. Talvez por isso todos os animais da quinta vivessem felizes e contentes, saudáveis e bem-dispostos. O galo acordava toda a gente, de madrugada, com o seu cantar vibrante, e todos se sentiam vivos. Todos, menos a vaca Felisberta. É que a vaca Felisberta ansiava por novidade. Aborrecia-se com o facto de as coisas serem sempre iguais – um dia a seguir ao outro, as estrelas no céu, as moscas em volta dos seus olhos, o cantar dos pássaros, a frescura e a verdura daquele pasto. Estava farta de ruminar – cada vez mais desejava, ao menos uma vez na vida, não ter de mastigar interminavelmente tudo o que comia. Invejava as galinhas, sem dentes, que engolem os bagos de milho inteiros, sendo estes depois triturados

27 Diário do Alentejo 13 dezembro 2013

Criação de Sonhos em Beja

dentro da barriga. Não tinha paciência para tanta ruminação – achava que tinha mais que fazer. Mas fazer o quê, afinal? No fim de contas, era uma simples vaca, e a vida das vacas resume-se a isso: pastar. Ruminar, com a paciência de um longo dia cinzento. Não há nada mais paciente do que um nevoeiro. Aliás, o nevoeiro surge quando as nuvens, cansadas, dormitam, deitadas sobre a terra, cegando-a com a visão branca dos seus sonhos. Com que sonharão as nuvens? Felisberta não sabia, mas só poderiam sonhar com algo impossível de cortar à faca – isso mesmo, o próprio nevoeiro. Nós sonhamos sempre com aquilo que não somos – ou não ousamos ser. Tudo isto pensava Felisberta, enquanto pastava, enjoada e melancólica. É que Felisberta pensava demais – para uma vaca. Era esse o seu problema. Por isso não se contentava. Quem pensa demais acaba por ser traído pela imaginação – porque esta lhe traz coisas impossíveis. À noite, Felisberta regressava para o estábulo, juntamente com as outras vacas. O estábulo era quentinho e acolhedor, e estava sempre limpo, pois a sra. Lucília, a mulher do sr. Manel, era de uma dedicação extrema. Também tratava os animais como pessoas. Aliás, aquelas duas almas talvez tivessem guardado para os bichos toda a ternura que poderiam ter dado aos filhos, uma vez que não os tinham. O sr. Manel gostava de ler o jornal, que o padeiro lhe trazia de madrugada, juntamente com o pão. Às vezes, quando estava bom tempo, deixava-se ficar à porta do estábulo, sentado num pequeno muro. O sr. Manel gostava de saber o que ia por esse mundo fora, já que o seu mundo era tão pequeno. Assim, todas as manhãs, lia as notícias fresquinhas, como o pão, que saboreava, quentinho, barrado com manteiga. O jornal depois ficava por ali, com as folhas dobradas sobre si mesmas, confundindo-se uma notícia com a outra, misturando-se as palavras até já nada fazer sentido naquele mundo distante, mais ainda do que as galáxias e as nebulosas que se avistavam à noite naqueles céus. O sr. Manel ia então soltar as vacas. Foi numa dessas ocasiões que Felisberta topou, pelo canto do seu olho miúdo, o jornal, lá deixado em cima do muro, as folhas agitando-se ao vento. Foi o cheiro que lhe despertou a atenção. Aquele cheiro novinho em folha – a papel de jornal – que nunca antes tinha cheirado. Agitou-se. Tremeu por dentro. Olhou de frente para as folhas de papel, que encenavam uma estranha dança às mãos daquele ventinho gelado. E, sem pensar duas vezes, abocanhou-as. Segurou-as entre os dentes, e seguiu caminho. O sr. Manel não deu por nada, e por isso Felisberta pôde levar o seu tesouro até ao pasto. Sentou-se pacientemente no chão, apoiando-se primeiro nos quartos traseiros, e deixando as patas da frente afundarem-se debaixo do seu corpo robusto. E nisto, veio uma rabanada de vento, que agitou as nuvens, e as folhas do jornal saíram voando pelo pasto. Felisberta estava divertidíssima. Ainda segurava uma delas na boca, e então, vagarosamente, começou a comê-la – à folha e a todas as letras e palavras que ela, mesmo que quisesse, nunca conseguiria ler. Mas ruminar palavras dá-nos – a nós, animais – outro poder, muito diferente do da leitura. Ao ruminá-las, apropriamo-nos delas e dos seus múltiplos significados. Tornamo-nos seus donos, e, ao mesmo tempo, seus escravos – porque já não podemos passar sem elas. É assim uma espécie de dependência – neste caso, vocabulodependência. A partir desse dia, Felisberta passou a pastar jornais, sempre que apanhava o sr. Manel distraído. E nunca mais se queixou do sabor enfadonho dos pastos. Ela comia notícias, reportagens, fotografias, histórias, entrevistas, orbituários, publicidades estrondosas e enganosas, tudo, com aquela obstinação bovina, e depois ruminava lentamente as letras miudinhas que lhe passavam, inquietas, para a corrente sanguínea. E, daí a uns tempos, o seu leite começou a ter um sabor especial, único, diferente, muito apreciado por todos, de tal forma que o sr. Manel e a sra. Lucília vendiam todos os dias litros e litros dele para os supermercados da região. E ficaram famosos. E ninguém sabia qual era o segredo daquela vaca, mas também ninguém procurava saber. Mas nós sabemos. É que ela não era apenas uma vaca leiteira. Era uma vaca leitora.


Diário do Alentejo 13 dezembro 2013

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Ana Maria Baptista – Beja Taróloga – Método Maya Contacto para marcação de consultas: Telemóvel: 968117086 E-mail: missbeja@yahoo.com

SAGITÁRIO

Boa vida Comer Perdizes estufadas com tomilho e presunto Ingredientes para 4 pessoas: 4 perdizes 150 gr. de presunto; 3 cebolas; 4 dentes de alho; 1 folha de louro; q.b. de sal grosso; q.b. de colorau; 1 ramo de tomilho; 100 gr. de banha de porco alentejano; 4 dl. de vinho branco alentejano; q.b. de pimenta branca moída.

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Confeção: Depois das perdizes arranjadas e limpas tempere com um pouco de sal e reserve, mais ou menos, três horas no frigorífico. Num tacho coloque cebola picada, alho picado, louro, sal, cubos pequenos de presunto e a banha. Quando a cebola começar a ficar mole adicione o vinho branco e a pimenta e deixe ferver para evaporar o álcool do vinho. Coloque as perdizes dentro do tacho e cubra com água. Deixe ferver lentamente com o tacho tapado. Quase no final da cozedura, junte uns ramos de tomilho e retifique o tempero. Acompanhe com batata frita e salada a seu gosto. Bom apetite... António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

João de Melo Dom Quixote 480 págs.; 19,90 euros

Letras Gente feliz com lágrimas

G

ente feliz com lágrimas é uma narrativa de muitos sujeitos – Nuno Miguel, Luís Miguel e Maria Amélia são os principais. É também a obra – à data da sua publicação original, 1988, a terceira do autor – com a qual João de Melo ganhou notoriedade. A saga de uma família açoriana em que, como em tantas famílias portuguesas durante o Estado Novo (e também depois, e ainda), as crianças foram desapossadas da infância, sujeitas ao trabalho, à violência e ao desamor que ganha espaço à medida daquele tomado pela pobreza, é também a fixação da busca da felicidade pelos meninos e menina enfim tornados homens e mulher. Essa busca não se faz sem a viagem, iniciática, libertadora, da ilha para o continente. Conta-se, pois, a infância, sofrida, primeiro. Depois, é o princípio de uma vida adulta sem esperança, apenas em fuga: Maria Amélia num convento; Nuno num seminário e Luís, soldado na Guiné numa outra guerra, fatal. O certo é que o internato não serve aos irmãos, que acabam por ser expulsos. Amélia torna-se enfermeira e consegue livrar-se do jugo paterno. Nuno torna-se professor e um escritor bem sucedido além de casar-se com a mulher que idealizou. Afasta-se da família. É uma família que – metáfora do país a propósito do qual José Gil falou do medo de existir, mesmo quando parece ter melhorado a sua condição – continua a ser de “gente feliz com lágrimas”. Belíssimamente escrito, este romance maior da literatura portuguesa é agora reeditado a propósito do 25.º aniversário. Numa época em que, como indivíduos, somos desafiados permanentemente a retomar a consciência do que somos, do que não deixámos de ser, esta obra é um convite à introspeção e ao confronto com os mortos-vivos que nos continuam a assombrar. Maria do Carmo Piçarra

Características dos nativos , nascidos entre 23 de novembro a 21 de dezembro: Intelectuais, versáteis e otimistas, os sagitarianos têm sentido de humor e são aventureiros. Sacrificam-se pelos seus objetivos e apreciam a compreensão. Podem ser impacientes, superficiais e interesseiros. Detestam sentir-se aprisionados e não admitem ser traídos.

Previsões – Semana de 13 a 19 de novembro

g

a

h

b

Carneiro – (21/3 - 20/4) O caminho está agora livre para subir mais um degrau na sua carreira. Embora não haja qualquer dúvida sobre a sua experiência e excelentes habilitações (essenciais para o lugar em questão), o que faz mesmo a balança pender para o seu lado é a forte relação que tem com o chefe para quem vai trabalhar. Pode sentir-se tentado a avançar um pouco mais mas isso iria conduzi-lo a terrenos muito perigosos.

Touro – (21/4 – 21/5) Está a deixar-se seduzir pelo glamour de uma nova carreira. Embora seja verdade que lhe oferecerá recompensas que o seu antigo lugar não lhe poderia dar, trar-lhe-á também novas dificuldades. Seja realista sobre o que este novo passo significará para si e que sacrifícios terá que fazer. Se vir que os custos são maiores do que os benefícios abandone o projeto. Surgirão outras oportunidades.

i

Gémeos – (21/5 – 21/6) Para sua alegria e alívio, a maré da sorte vem ter consigo na altura em que realmente precisa e o que parecia ser um perfeito desastre é evitado. Se a crise tivesse continuado, ou se alguém envolvido nela tivesse agido de maneira diferente, o resultado teria sido impensável. Você sabe tudo isso, mas não lhe interessa. Correu um risco e saiu-se bem. É só isso que importa.

j

Caranguejo – (22/6 – 22/7) Uma inesperada sequência de acontecimentos dá-lhe a oportunidade de conduzir a sua vida para um caminho diferente. Quanto mais pensa nisso, mais sente que esta é a direção certa, embora esteja perfeitamente consciente da grande revolução que irá causar em todas as áreas da sua vida. Deixe-se levar pela corrente e veja até onde ela o conduz. Dentro de alguns meses a sua vida passada parecer-lhe-á impossivelmente distante.

k

Leão – (23/7 – 23/8) É possível que tenha que enfrentar uma pilha de responsabilidades extra. Ao princípio a ideia de aceitar mais trabalho sem necessidade não o atrai, porque, na verdade, há milhentas outras coisas que preferiria fazer. Mas acaba por perceber que para conseguir os resultados que quer e evitar ser deixado de fora terá que se envolver mais. Assim, acaba por dar por si a fazer voluntariamente aquilo que jurara nunca fazer.

l

Virgem – (24/8 – 23/9) Será que vale a pena salvar uma relação que parece ir de mal a pior ou é melhor dizer adeus de uma vez por todas? Há um momento em que você estará prestes a desistir, mas, depois, olha para tudo o que conseguiram juntos e pensa como seria difícil perder tudo isso e começar de novo. Mas isso é apenas a explicação que usa para justificar a sua escolha. A verdade é que ainda ama essa pessoa e é por isso que continua com ela.

Balança – (24/9 – 23/10) Está a atravessar tempos difíceis no campo das emoções. Apaixonou-se tão profunda e seriamente que perdeu completamente o controlo da sua vida. Esta paixão invade a sua vida varrendo tudo à sua frente e, embora seja muitíssimo romântico, é, na verdade, perigoso porque interfere não apenas com o seu trabalho, mas também com a conjuntura que o rodeia.

Escorpião – (24/10 – 22/11) Pensa que sabe o que quer, mas não o pode alcançar a menos que abandone o que já tem, o que não tem intenção de fazer. Está a tentar saborear o futuro para saber se irá gostar dele antes de se comprometer, mas isso é impossível, e se tentar ter o presente e o futuro já pode ter a certeza que acaba por não ter nenhum. Talvez este gesto signifique que, na verdade, não quer sair de onde está.

c

Sagitário – (23/11 – 21/12) Num concurso da TV, o que é que escolheria: o prémio surpresa ou um prémio mais pequeno, em dinheiro? O prémio surpresa é mais excitante, mas o dinheiro é uma escolha mais segura. Está neste momento a considerar uma opção que tem grande potencial, mas nenhuma garantia de que resulte, mas está também tentado por uma ligação romântica, estritamente a curto prazo mas divertida. Pode ter uma delas. Qual prefere?

d

Capricórnio – (22/12 – 20/01) Depois de meses de atraso, você pode avançar com os seus planos a longo prazo. Porém, ao mesmo tempo, esta é também uma altura em que disporá de menos dinheiro do que esperava inicialmente. Fica desanimado? De maneira nenhuma: pelo contrário, sente-se encorajado. Quanto mais longa e atribulada é a estrada do sucesso, mais você parece gostar.

e

Aquário – (21/1 – 19/2) É costume dizer-se que uma vez ultrapassada uma situação difícil, nunca se deve voltar atrás. Para quê ir à procura de problemas quando não necessitamos deles? No entanto, neste momento preciso, pode e deve revisitar o seu passado e procurar saber que assunto pendente se encontra lá guardado. Pode, isso sim, melhorar as suas opções futuras.

f

Peixes – (20/2 – 20/3) Um conflito entre princípios morais e lições de experiência mergulham-no num remoinho de indecisão. Sabe o que mais gosta de fazer – mas também sabe o que aconteceu da última vez e isso é algo que preferia não repetir. A solução é decidir-se pelo objetivo em que acredita de alma e coração, mas tente lá chegar por um caminho diferente.


29 Diário do Alentejo 13 dezembro 2013

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Jazz Demian Cabaud “En Febrero”

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o quarto disco como líder, o contrabaixista argentino Demian Cabaud – a residir entre nós há praticamente uma década – considerou que era finalmente chegado o momento certo para apostar naquela que considera ser a formação ideal: o trio piano-contrabaixo-bateria. Na realidade, sempre houve trio de piano nos seus discos anteriores: na peça-título de “Naranja”, “Si Llega a ser Tucumana” no disco “Ruínas” e em três peças de “How About You?”. Em entrevista à revista on line jazz.pt o músico menciona como luminárias no formato os trios de Thelonious Monk, Bill Evans, Paul Bley e Jacki Byard, o que constitui ampla base referencial. Cabaud encontrou no compatriota Ernesto Jodos (seu antigo professor de harmonia, arranjos e improvisação), pianista, e no baterista Marcos Cavaleiro, seu cúmplice em vários projetos, os parceiros ideais para esta jornada, embora, enquanto trio, nunca antes tenham tocado juntos. Jodos estava em digressão pela Europa e Cabaud não desperdiçou a oportunidade para arranjar alguns concertos e tempo de estúdio. O resultado revelase francamente proveitoso. Os vértices desta geometria revelam particular capacidade para desenvolver uma comunicação íntima que subverte a ultrapassada noção de subserviência da secção rítmica face aos ditames das 88 teclas. Essa democracia na repartição de riscos e responsabilidades é uma das dimensões mais interessantes da sonoridade global do trio. As peças aqui incluídas – cinco de Cabaud e duas de Jodos, para além de outras tantas versões –, são sobretudo tempos médios de atmosfera soalheira, pasto para jogos de interação que parecem provar que as composições não estão fechadas, mas antes conservam espaço suficiente para que cada improvisador lhes acrescente a sua contribuição individual. Característica marcante na abordagem do líder é a propensão para libertar o seu instrumento do habitual papel de esteio rítmico, de definidor das partes mais graves da harmonia, apesar de alcançar este equilíbrio de forma notável, assegurando os dois papéis num mesmo discurso. Infelizmente desconhecido em Portugal, Jodos é uma excelente surpresa, apesar de ser há muito um nome importante no pano-

rama argentino. Senhor de um pianismo elegante e f luido, mostra que tem os pés assentes na tradição do género, mas a ela não se deixa confinar, revelando-se um excelente comunicador e gestor de espaços. Cavaleiro tem crescido bastante e já conquistou por direito próprio um lugar entre os bateristas mais interessantes da nossa praça. “Menos Mal” abre o disco em modo dinâmico e com a formação no pleno da empatia. A peça-título – originalmente escrita para “Devil’s Dress” da trompetista Susana Santos Silva – é alvo de uma releitura que lhe confere uma aura mais solene (a utilização do arco pelo contrabaixista sublinha-a). Acresce o peculiar timbre vocal de Akiko Pavolka, que canta um poema em japonês de sua autoria. Em “Blus” contrastam o piano esparso e a efervescência rítmica. A bela melodia de “Redondas” revela o pianista a explorar um lado mais lírico, ainda que jamais enfermando de previsibilidade. Nota ainda para as linhas mais angulosas de “9:30”, outro dos picos de interesse. Das versões apresentadas, prefiro a leitura pungente de “After the Rain” (de Coltrane), embora em “Interplay” (emblema de Bill Evans) se encontre um excelente solo de Cabaud. “En Febrero” não reinventa o formato, mas decerto prestigia-o. António Branco

Demian Cabaud – “En Febrero” Erneto Jodos (piano), Demian Cabaud (contrabaixo) e Marcos Cavaleiro (bateria). Editora: Fresh Sound New Talent Ano: 2013


Diário do Alentejo 13 dezembro 2013

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Beringel recebe I Encontro de Fotografia

No próximo domingo, 15, os amantes da fotografia têm encontro marcado em Beringel, em torno do tema “Entre igrejas e ermidas”. O evento, que arranca pelas 8 horas, no espaço do antigo mercado, é organizado pela junta de freguesia local e insere-se no ciclo “Natal na Vila”. A participação, sujeita a marcação, tem o custo de 15 euros, e inclui almoço. Pretende-se, neste I Encontro de Fotografia de Beringel, reunir todos os “amantes da fotografia que, em conjunto, queiram desfrutar da beleza e misticidade do vasto leque de igrejas e ermidas existentes na vila”.

Fim de semana

História do jazz no espaço Oficinas Arranca hoje, sexta-feira, no espaço ADPM lança livro travessia do Guadiana Oficinas, em Aljustrel, o cursosobre livre de ainiciação à história do jazz “Jazz deJoaquim A a Z”. ABoiça, ação, Rui Mateus e Júlio Appleton apresentam amanhã, sábado, na Vila Museu, o livro que decorrerá até 4 de maio estruturada em oito sessões, sempre às sextas-feiras, é mi-A travessia do Guadiana em Mértola – As barcas e a ponte. O lançamento tem lugar pelas 15 nistrada por António Branco, dinamizador do Clube de Jazz do Conservatório Regional horas, na sede da Associação de Defesa do Património de Mértola, a entidade que do Baixo Alentejo. A primeira sessão, pelas 21 e 30 horas, abordará o tema “Dos campos edita aaobra, cofinanciamento do Inalentejo. de algodão Novacom Orleães”.

Cante de Natal em Castro Verde Arranca hoje, em Sete e A-do-Corvo, o ciclo de música e cante para o Natal “Estrela da Noite” que o município de Castro Verde está a promover ao longo do mês, em parceria com as associações de cante do concelho. O primeiro concerto, dedicado ao Cante ao Menino, Janeiras e Reis, tem lugar pelas 19 e 30 horas, no Centro de Convívio da Sete, seguindo-se-lhe, pelas 21 e 30 horas, nova apresentação na igreja de A-do-Corvo. As modas do vasto cancioneiro tradicional do Alentejo que celebram o Natal vão ser entoadas, em ambas as sessões, pelo grupo coral misto Os Cardadores, pelo coral de Faro do Alentejo e pelo grupo feminino As Margaridas, de Peroguarda.

Os Bubedanas fazem anos O grupo coral Os Bubedanas, que já cumpre dois anos de vida, celebra a efeméride amanhã, sábado, no Pavilhão dos Sabores do Parque de Feiras e Exposições de Beja, e convida vários colegas de modas para a festa, que terá uma participação especial do veterano Rui Veloso. À tarde, pelas 17 e 30 horas, cantam o Grupo Coral de Baleizão, Os Ceifeiros de Cuba, o Rancho de Cantadores de Vila Nova de São Bento, Os Discípulos dos Bubedanas e os próprios aniversariantes. Ao serão, a partir das 22 horas, apresentam-se os Adiafa e os A Moda Mãe, Tertúlia Viola e os DJ Rui Aleixo, GustavoVera e FriedBass.

Nicola Di Nunzio nas Oficinas As Oficinas de Formação e Animação Cultural, em Aljustrel, inauguram pelas 18 horas de hoje, sexta-feira, a exposição “20X15”, do fotógrafo freelancer de origem italiana Nicola Di Nunzio. Nicola, que chegou ao Alentejo em 1985 como fotógrafo da Força Aérea Alemã, acabou por fixar raízes em Beja e é por aqui que tem desenvolvido a sua atividade, que se reparte entre os trabalhos fotográficos na área do turismo e os trabalhos de design para a indústria de vinhos em Portugal, e de cerâmica em Espanha e Itália. As suas fotografias, que têm sido expostas em países como Bélgica, Portugal, Alemanha e EUA, “inspiram-se sempre num mundo de fantasia onde vivem as crianças, sem limite e cheio de cores vivas”. Na exposição que estará patente na Vila Mineira até ao próximo dia 4 de janeiro, Nicola Di Nunzio procura, justamente, “aproximar o mais possível” a sua fotografia ao olhar com que as crianças “pintam” o mundo.

Esculturas ao ar livre em Serpa As obras selecionadas para a sexta edição do Prémio Ibérico de Escultura Cidade de Serpa vão ser inauguradas amanhã, sábado, no percurso entre o Cineteatro Municipal e a Biblioteca Abade Correia da Serra, mantendo-se patentes até 31 de janeiro. Este ano, à semelhança do ano anterior, serão atribuídos dois prémios e três menções honrosas: o primeiro, no valor de 6000 euros mais troféu (da autoria de Silvestre Raposo); e o segundo, no valor de 1500 euros. A iniciativa, sublinha a Câmara de Serpa, tem como objeto “a revalorização do papel da escultura pública ao ar livre, promovendo a cultura e as artes criativas enquanto potenciais motores de desenvolvimento económico e social”.

Espetáculo apresenta-se hoje no Pax Julia

Alunos do Conservatório celebram Natal em palco

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s alunos dos cursos de música e de dança do Conservatório Regional do Baixo Alentejo (CRBA) prepararam um espetáculo para mostrar o seu trabalho e assinalar a quadra, que se será apresentado à comunidade bejense hoje, sexta--feira, pelas 21 e 30 horas, no Teatro Municipal Pax Julia. “O Natal no Reino dos Caramelos” passa-se numa terra de “gentes simpáticas, diligentes, patuscas e bemdispostas”, que atravessa um período de grande aflição, ao aperceber-se que, naquele ano, ninguém havia sido contemplado com os tradicionais presentes natalícios. Perante a tristeza de todos, um grupo de valentes, como João Coscorão, Ricardinho Parafuso Marmelada, inventor do Reino dos Caramelos, e Mafalda Toucinho do Céu, piloto experiente, vão aventurar-se numa viagem até à casa do Pai Natal, na Lapónia. E perceber que é, afinal, a Bruxa dos Ovos Moles que está por detrás das travessuras que impedem a Fábrica dos Brinquedos de ter terminadas as suas encomendas para a noite de Natal. Um regresso à infância e ao seu mundo de fantasia, através da música e da dança.


Força Aérea Canadiana interessada na Base de Beja: União Europeia receia que esta possa ser a primeira etapa de um processo de invasão militar do concelho de Vidigueira que visa a anexação da barragem do Pedrogão.

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José Cid deu um espetáculo memorável na Salvada no passado fim de semana. O músico evidenciou tanto magnetismo sexual que engravidou duas pessoas só com o olhar, e uma delas era um homem.

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Reportagem especial: Antes de Mandela, Cavaco votou contra a libertação dos Távoras! Após o falecimento de Nelson Mandela, o Presidente da República e presidente da Confraria do Bolo-Rei de Boliqueime, Cavaco Silva, foi alvo de fortes acusações por, alegadamente, ter votado contra a libertação do líder sul-africano em 1987, ao lado de Thatcher e Reagan. Porém, descobrimos que esta não foi a única medida polémica que o antigo primeiro-ministro tomou: Cavaco terá ordenado o voto contra a libertação dos Távoras e, posteriormente, convidado o Marquês de Pombal para ministro, o qual, com a excitação, terá chegado a enviar um pombo-correio ao seu pai com a mensagem em português arcaico “Pay, já ssou menistro…”. Além disso, terá votado contra a libertação de Mariana Alcoforado por considerar que o romance com o tenente francês poderia criar um conflito internacional, provocando a ira de François Mitterrand e de Asterix, e que esta estaria muito melhor no convento a fazer pão de rala e a jogar Candy Crush Saga no Facebook. É, aliás, nas redes sociais que se multiplicam as denúncias e até teorias da conspiração que envolvem o nosso Presidente da República. Segundo as mesmas, Cavaco terá estado envolvido no assassinato de Kennedy e terá sido na marquise da sua casa na rua do Possolo, em Lisboa, que terá sido filmado o embuste da chegada do homem à lua.

Estudo da Universidade de São Pedro de Solis revela que comer fatias douradas pode curar a depressão e ajudar a emagrecer! É mais um contributo do Alentejo para a ciência, depois do astrofísico de Serpa ter ajudado na descoberta de um novo planeta, e de José Carlos Malato ter provado que é possível comer o seu próprio peso em azevias de grão, é uma instituição do ensino superior do Alentejo que revela mais um estudo surpreendente: a Universidade de São Pedro de Solis (cujo campus é um casarão com casa de banho e a tuna é composta por dois acordeonistas septuagenários) apresentou os resultados de uma investigação que dura há quase 15 dias e que prova que comer fatias douradas pode curar a depressão e até ajudar a emagrecer. Foi o professor doutor arquiteto, sua alteza real e tartaruga Ninja, Rodolfo Einstein, quem nos explicou o estudo: “Há por aí muitos estudos que dizem que o iogurte cura a depressão, que fazer exercício físico é bom ou que o Nilton afinal tem piada, mas nenhum conseguiu provar aquilo que o nosso provou. Depois de termos passado 15 dias a fazer testes em ovelhas – alimentando-as com fatias douradas regadas com mel ou compota – concluímos que estes animais, que antes estavam deprimidos por causa da crise e das exibições do Benfica, estão muito mais alegres e enérgicas. Agora, exercitam-se com Pilates e P90X, dormem duas horas por noite e fazem os 100 metros barreiras mais depressa do que o Obikwelu”. E ao que parece, o sucesso desta iniciativa entusiasmou de tal modo os cientistas envolvidos que já foram delineados novos estudos para a próxima quinzena, o primeiro dos quais pretende provar que é possível retirar o colesterol da corrente sanguínea com Sonasol Verde.

Galinha contaminada com gripe das aves em Mértola estava em lista de espera para consulta de infeciologia É mais um exclusivo mundial “Não confirmo, nem desminto”/Talho Túbaros do Quim: a galinha contaminada com gripe das aves, e que acabou por ser morta pelas autoridades, estava em lista de espera para uma consulta de infeciologia no Hospital de Beja há mais de dois anos. O nosso repórter em Alcaria Ruiva chegou à conversa com o marido da galinha Arlete (era esse o seu nome), o bode Josefino: “É mais uma injustiça que fizeram neste país... O único crime da minha Arlete foi ter estado na loja dos chineses errada e comprar o verniz para as unhas errado. Foi na loja ‘Isto não é Mao’ que a Arlete contraiu a gripe... E ela própria tinha consciência da doença, tanto que tentou marcar a consulta. Desde cedo começou a evidenciar sintomas: espirros, corpo dorido, comichão na próstata, hemorroidas no esófago, pesadelos com o frango à Guia, febre canja e síndroma de asinhas picantes da Telepizza. Foi uma lutadora, a minha Arlete! Aguentou estoicamente até ao fim. Não é galinha do campo quem quer, só quem pode!”, declarou.

Fecho de Edição: parem as rotativas! E estas são as últimas notícias vindas do nosso correspondente em Kiev: Luís D’Argent foi reeleito presidente da distrital de Beja do CDS-PP, numas eleições que tiveram uma enorme afluência. Desta vez votaram os oito militantes inscritos.Há quem adore e quem odeie: a iluminação de Natal, em Beja, tem criado sensação, especialmente a da estátua que se encontra no largo de São João. Consta que poderá tratarse de uma nova linha com lâmpadas que a Durex pretende lançar. O jornal “Público” lançou a pergunta “O que fazer com a dieta mediterrânica?” agora que a mesma foi

considerada Património Imaterial da Humanidade pela Unesco. A “Não confirmo, nem desminto” fez uma sondagem a quase seis alentejanos e apresenta em exclusivo os resultados: 48,4 por cento asseguraram que a dieta seria melhor se incluísse ketchup; 34,2 por cento declararam “A dieta mediterrânica é uma mariquice… No meu tempo era uma lata de atum para 13”; 12,6 por cento afirmaram que é uma injustiça não incluir os churros do Diogo das Farturas nesta dieta; 4,8 por cento estavam a comer Nutella com uma colher de sopa e perguntaram “O que é uma dieta?”.


Nº 1651 (II Série) | 13 dezembro 2013

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nada mais havendo a acrescentar... Gripe Recorda as gripes da infância com ternura. Eram sem dúvida muito mais acolhedoras porque era bom sentir o corpo a arder de frio, ter febre e suores e não ir à escola, ficar na cama protegido por um pijama e pela mão fresca da mãe. Era confortável interromper a rotina do mundo com um termómetro e chá de limão enquanto os colegas faziam um teste de matemática e o vento frio e a chuva só existiam para além do vidro da janela. Era uma quase volúpia sentir passar as horas lentas e quentes que batiam na torre do relógio e ele ouvia em vagas alucinações de temperatura. Agora nove, mais logo dez, depois onze. E ele, imóvel num ninho de flanela, de olhos semicerrados, a

cabeça pesada, um nariz feito de água, o peito a gastar-se em tosse, a garganta a calar-se com dores e a boca a inventar espirros, adivinhava os ruídos os cheiros que vinham da cozinha. A porta do frigorífico que se abria, um fósforo que se riscava, leite quente, uma torrada, depois canja de galinha. E novamente a mão da mãe na testa, fresca como todo o amor do mundo, e a voz da mãe a perguntar-lhe se estava melhor. A mão e a voz da mãe eram os remédios absolutos para as gripes. As gripes eram um estado sensorial. Agora são apenas uma questão física que se combate com comprimidos efervescentes. Vítor Encarnação

quadro de honra Francisco Queiroz, 61 anos, natural do Porto É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto, professor do ensino secundário em Beja desde 1987 e investigador de História Social e Política através de parâmetros astronómicos (Astrologia Histórica). É autor de várias obras, entre elas Leis Planetárias em Eleições Gerais, Sincronismos, Cabala e Graus do Zodíaco, Astrologia y Guerra Civil de España de 1936-1939 e Os Acidentes em Lisboa na Astronomia-Astrologia, Astrology and Accidents in USA.

Queiroz lança novo estudo na área da Astrologia Histórica

O céu deverá apresentar-se hoje, sexta-feira, muito nublado. As temperaturas oscilarão entre os sete e os 17 graus centígrados. As previsões para sábado e domingo apontam para céu limpo.

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Coro de Câmara de Beja oferece concerto para o Natal O Coro de Câmara de Beja oferece amanhã, sábado, pelas 21 e 30 horas, no Pax Julia Teatro Municipal, mais “Um concerto para o Natal”, com o tema “Emoções – de Charpentier a Vinicius”. O espetáculo reúne em placo, sob a direção do maestro Pedro Vasconcelos, o coro anfitrião e a Orquestra de Câmara Lusitânia.

“Cátedras são a nova inquisição”

Música anima parque de Exposições de Aljustrel

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O Parque de Exposições de Aljustrel recebe entre hoje, sexta-feira, e segunda-feira, dia 16, o evento Lunna Park. Dj Residente, Canuco Jumby, 3 Hotbeats e DJ Bruno Lopes são as propostas para o primeiro dia, seguindo-se amanhã, sábado, as atuações de Dj Residente, Berg (um dos concorrentes do programa da SIC “Factor X”), One Vision (Tributo aos Queen), Diego Miranda e Dj Jesus D’el Sousa. No domingo subirão ao palco Dj Residente, Grupo HI-FI (considerado um dos exponentes do novo conceito/espetáculo dos grupos de baile) e Dj Rudy Neves. O evento encerra na segunda-feira com um baile popular. Os espetáculos terão início pelas 21 e 30 horas.

lvaro Cunhal e Antifascismo na Astrologia Histórica é a mais recente obra do investigador Franciso Queiroz, que se diz incompreendido por académicos e astrólogos. O que é que o levou a escrever Álvaro Cunhal e Antifascismo na Astrologia Histórica, a sua mais recente obra?

Foi a necessidade de preservar e desenvolver a História Astronómico-social (Astrologia Histórico-social) tão censurada nas universidades e grandes media. Quais são as principais conclusões que se podem retirar deste seu estudo?

A grande conclusão é a seguinte: existe a predestinação absoluta de todos os acontecimentos, feita pelo movimento dos planetas e do sol no Zodíaco. Um exemplo, entre outros, é a lei que estabelece que um planeta no grau 29 do signo de Capricórnio gera, em regra, violência na cidade de Beja: em 1 de janeiro de 1962, com Saturno em 29º de Capricórnio, eclode o assalto antifascista ao quartel de Beja; em 1 de fevereiro de 1985, com Mercúrio em 29º de Capricórnio, as FP25 de Abril fazem explodir bombas no bairro alemão da cidade de Beja. Afirma que o facto de tratar a Astrologia como ciência da História lhe tem valido PUB

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uma “dupla incompreensão”. De quem e porquê?

A incompreensão e o obscurantismo vêm, antes de mais, das cátedras universitárias e das suas ramificações nos grandes media: diretores de jornais e programas de televisão, analistas, editores, etc. E vêm também dos astrólogos tradicionais e comerciais que só querem ganhar dinheiro com consultórios e brilhar, sem estudo sério e honesto. Ao contrário das universidades do Renascimento, em que os professores traçavam horóscopos e levavam em conta a influência das posições de Marte, Júpiter, Saturno na política, os professores, em geral, e os filósofos e historiadores de hoje, “racionalistas” de uma atroz ignorância, troçam do determinismo astral na vida social, dizendo que é “superstição”, “pseudociência”. Levo 30 anos de investigação nesta área de história astronómico-social. Descobri, entre outros, o ciclo de 12 anos de Júpiter na História de Portugal. Uma das suas leis é a de que Júpiter ao viajar no signo de Peixes (arco do céu de 330º a 360º da eclíptica), o que sucede um ano de 12 em 12 anos, produz sempre, uma viragem à esquerda, triunfante ou não, em Portugal: revolução liberal de 24 de agosto de 1820, vitória do exército liberal no Porto em 29 de setembro de 1832, revolta liberal de esquerda de Torres Novas de 4 de fevereiro

de 1844, revolução da Janeirinha de 1868, revolução de 14 de maio de 1915, revolução anti ditadura militar de 3-9 de fevereiro de 1927, greves no Alentejo em maio de 1962, revolução de 25 Abril de 1974 a março de 1975… Um ano em cada 12 no signo de Virgem (de 150º a 180º na eclíptica), oposto ao de Peixes, Júpiter gera impulsos para a direita ou vitórias da direita: vitória da direita liberal nas eleições de 10 de julho de 1921, instauração do Estado Novo em 1933, subida de Marcelo Caetano a primeiro-ministro em 1968, vitórias da AD de Sá Carneiro nas eleições de 2 de dezembro de 1979 e 5 de outubro de 1980, vitória do PSD nas legislativas de 1991. A universidade conhece a minha teoria – tenho dois livros publicados pela Estampa – mas a sua arrogância e a ideologia de que “o futuro está aberto” impedem-na de admitir a verdade. As cátedras são a nova inquisição laica, o papado “científico”, universitário, que faz cruzada contra os “hereges”. Por outro lado, as vanguardas, marxista e anarquista, das classes trabalhadoras temem o fatalismo da Astrologia. O meu combate é muito isolado e difícil, mas vale a pena: é contra a censura universitária e dos grandes media, fascismo epistémico que silencia o determinismo do macrocosmo (astros) sobre o microcosmo (humanidade, Terra). Nélia Pedrosa

Cândido Cano apresenta álbum de fado no Espaço os Infantes O Espaço Os Infantes, em Beja, recebe esta noite, pelas 22 horas, Cândido Cano que apresentará “9 fados e 1 a capella”, o seu álbum de estreia no fado. A apresentação contará com a presença dos fadistas convidados Sandra Reis, António Cláudio e Manuel Bartolomeu. Nascido em Baleizão, e uma das vozes que integra o grupo coral masculino daquela localidade, Cândido Cano apresenta no álbum 10 fados tradicionais, acompanhado por Rogério Mestre (guitarra portuguesa) e Carlos Franco (viola de fado). A produção esteve a cargo de Paulo Ribeiro, que também assina a música do tema “Fado Rossio”, a partir de um poema de Francisco Miguel. A entrada é gratuita e limitada à lotação do rés-do-chão do Espaço Os Infantes.


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