Edição N.º 1643

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Vasco da Gama Vidigueira e Sines disputam memória do navegador

Reportagem nas págs. 6 a 8

Hospital de S. Paulo Na Misericórdia de Serpa até ao final do ano

pág. 9

IPBeja Totalidade das vagas preenchidas pelos concursos especiais

pág. 10

SEXTA-FEIRA, 18 OUTUBRO 2013 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1643 (II Série) | Preço: € 0,90

Messias Pereira é o novo diretor do Estabelecimento Prisional Regional de Beja

Meia centena de reclusos a mais na prisão de Beja Morrer nas estradas do Alentejo Acidentes de viação tiraram a vida a 56 pessoas nos primeiros nove meses do ano

Entre 1 de janeiro e 30 de setembro deste ano morreram 56 pessoas em acidentes rodoviários nas estradas do Alentejo, mais 22 vítimas mortais que em igual período do ano transato, o que corresponde a um aumento de cerca de 65 por cento. Os dados, ainda provisórios, foram divulgados recentemente pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária. págs. 4/5 PUB

ILUSTRAÇÃO SUSA MONTEIRO

Entrevista nas págs. 16/17


Diário do Alentejo 18 outubro 2013

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Editorial Hospital

Vice-versa “As árvores [quatro eucaliptos], que não tinham valor histórico, nem ambiental, foram cortadas porque estavam doentes e inclinadas sobre o plano de água da albufeira [da praia fluvial da Mina de São Domingos], o que indiciava a sua queda, colocando em risco os frequentadores da praia. (…) o abate não foi ilegal, já que decorreu por razões puramente fitossanitárias e dentro da lei”. Jorge Rosa, presidente da Câmara de Mértola, em declarações à Lusa

Paulo Barriga

O

“Diário do Alentejo”, a sua direção, é contra o encerramento de camas no Hospital de Beja. É contra o esvaziamento de valências no Hospital, é contra os cortes férreos na área da saúde, é contra a falta de médicos na região, é contra o aumento das taxas moderadoras, é contra as listas de espera para consultas da especialidade e para as cirurgias. Enfim, o “Diário do Alentejo” é contra tudo o que for contra o acesso elementar e digno e atempado da população, especialmente das franjas populacionais mais carenciadas e idosas, aos cuidados de saúde. Esta posição, que aqui assumimos publicamente, até pode parecer uma teimosia nossa. Mas não é. É muito mais do que isso: é uma obsessão. Somos obcecados pelo bem-estar das nossas gentes, cegamos perante o abandono a que as nossas gentes estão votadas, somos obstinados na luta contra a miséria, o isolamento, a solidão e os maus tratos que às nossas gentes são sistematicamente impostos. Quer pelos diferentes governos, quer pelas administrações locais que, muitas vezes, costumam ser mais papistas do que o próprio Papa. A questão, por conseguinte, não está no campo da ética jornalística. Ao assumirmos aquilo que somos, como agora fazemos, estamos a mostrar todas as cartas que temos em mãos. Sem batotas, nem renúncias, nem blefes, nem escondidinhos. E o leitor, de cada vez que formos a jogo, saberá sempre qual o nosso trunfo. A questão, isso sim, está no campo da funcionalidade. E é legítima. Deverá um jornal assumir certas e determinadas bandeiras como suas? Intransigentemente? Para além da função de informar com isenção e rigor e pluralidade, deverá um jornal tomar partido? A todo o custo? Por ordem respetiva, as minhas respostas são: sim, não, sim, não. Um jornal, qualquer um, tem o dever (a obrigação, aliás) de defender os direitos, as liberdades e as garantias que a Constituição da República Portuguesa consagra, assim como todos os itens da Carta dos Direitos do Homem. Não a todo o custo, como é óbvio, não intransigentemente. E o limite para essa intransigência reside “apenas” no compromisso fundamental dos jornais que é “informar”. Por vezes, confunde-se “informar” com “verdade” ou com “justiça”. Nada mais errado. O jornalismo “verdadeiro” é aquele que escuta as partes, por igual. O jornalismo “justiceiro” é aquele que derrapa para uma das partes. Nas últimas semanas, o “Diário do Alentejo”, cuja direção é contrária à delapidação do Sistema Nacional de Saúde, tem publicado diferentes notícias sobre o Hospital de Beja. Que até podem ser “justiceiras” por falta de comparência dos próprios visados. Há pessoas que ainda não entenderam que o direito de informar ganha par com o direito a ser informado. O silêncio do Hospital de Beja em relação a matérias tão delicadas é, para além de indelicado, perverso: costuma haver muito mais ruído no silêncio do que no diálogo. Há no Hospital otorrinolaringologistas e terapeutas da fala que podem atestar isso à presente administração da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo. Por certo.

“A realidade é que foram arrancadas cerca de duas dezenas de eucaliptos. (…) e nem as árvores apresentavam sinais evidentes de doença – estavam viçosas em pleno julho com temperaturas superiores a 40 graus –, como também não apresentavam qualquer inclinação anormal, o que é facilmente comprovado por inúmeras fotografias recentes do local”. Luís Baltazar, coordenador do Centro de Estudos da Mina de São Domingos, em carta aberta ao autarca

Fotonotícia

“DA” a ser lido pela monarquia D. Duarte Pio de Bragança veio a Beja. Seria ele que estaria hoje no trono português, caso o regime cujo aniversário se comemorou na primeira semana do mês não tivesse vingado. Veio a Beja para apadrinhar mais uma Festa Azul, mas antes, antes da festa, passeou-se pela cidade e foi ao café que tem quase tantos anos como a República Portuguesa. Foi ao Luiz da Rocha e por lá folheou o “Diário do Alentejo” e leu a entrevista que ele próprio concedeu a este semanário, na edição passada. O “Diário do Alentejo” nas mãos do rei, que não tem coroa. BS Foto de António Carneiro

Voz do povo O que significa para o setor a manutenção do valor do IVA da restauração?

Inquérito de José Serrano

António Leandro 63 anos, gerente (restaurante Luís da Rocha)

Francisco Saiote 55 anos, gerente (restaurante O Saiote)

Alzira Tomás 54 anos, gerente (restaurante Salada de Frutas)

Ricardo Barrocas 34 anos, gerente (restaurante El Chali)

Uma grande parte do desemprego que existe em Portugal está relacionada com a situação que vive este setor. O valor do IVA é incomportável. Leva-nos mensalmente o equivalente a seis ou sete ordenados. Por isso, tivemos já que reduzir o número de pessoal. E esta situação é sintomática do que está acontecer no resto do País. Estamos a assistir ao afundar da restauração.

A continuidade do que temos vindo a assistir há já algum tempo. Ou seja, o encerramento de muitos estabelecimentos. Principalmente restaurantes. E consequentemente o aumento do número de desempregados. É uma asneira perfeita esta situação continuar tal como está. O Governo tem uma tal insensibilidade que nem sequer nos ouve. Nem colabora minimamente para inverter a situação.

Nós já estamos agonizantes. E vamos morrer lentamente. Atualmente já não conseguimos ganhar para as despesas. Eu já tenho que ir buscar dinheiro ao ordenado do meu marido para pagar o IVA. Estou convencida que, mais um ano, e vão restar muito poucas portas abertas. E depois disto o que é que nos sobra? Trabalhei uma vida inteira e estou sujeita a ficar na rua. Sem nada.

O descalabro total. O setor está completamente afundado. A carga fiscal leva-nos grande parte da pequena margem de lucro que tínhamos. Se associarmos isto à constante diminuição do poder de compra, à falta de clientes, começa a ser complicadíssimo podermos trabalhar. Têm vindo a fechar muitas casas. Vão com certeza fechar muitas mais. Esta medida governamental é um tiro no pé.


Rede social

Semana passada SEGUNDA-FEIRA, DIA 14 BEJA MAIS UMA RECEÇÃO AO CALOIRO DO INSTITUTO POLITÉCNICO Arrancou mais uma tradicional Receção ao Caloiro do IPBeja, tendo-se prolongando até ontem, dia 17. A iniciativa, organizada pelas associações de estudantes das quatro escolas superiores que compõem o Instituto Politécnico de Beja é descrita como “um momento importante na vida académica dos novos alunos (caloiros) e dos alunos que já frequentam o IPBeja”, que “vale pelo seu convívio e sobretudo pelo reforço dos laços de cooperação e fraternidade académica”. Houve concertos, atuações de DJ, a tradicional Procissão das Velas e o Desfile Académico, pelas principais artérias da cidade.

TERÇA-FEIRA, DIA 15 SANTIAGO DO CACÉM LAGOA DE SANTO ANDRÉ RECEBEU EMBAIXADORES A Câmara de Santiago do Cacém recebeu, no âmbito da Rede Urbana Corredor Azul, representantes de embaixadas no Centro de Interpretação da Reserva Natural da Lagoa de Santo André. A Rede Urbana Corredor Azul é constituída pelos municípios de Arraiolos, Borba, Elvas, Estremoz, Évora, Montemor-o-Novo, Vendas Novas, Vila Viçosa, Santiago do Cacém e Sines. Neste segundo acolhimento de representantes de mercados estratégicos para o desenvolvimento da região, o destaque do concelho de Santiago do Cacém foi para as atrações naturais, nomeadamente a Lagoa de Santo André. Da comitiva fizeram parte representantes da República Federal da Alemanha, Brasil, Grã-Bretanha e Colômbia, numa iniciativa integrada no projeto Promoinvest – Rede de Promoção Empresarial e apoiada pelo Programa Operacional Regional do Alentejo – InAlentejo.

QUARTA-FEIRA, DIA 16 ALJUSTREL DIA MUNDIAL DA ALIMENTAÇÃO COMEMORADO A Câmara de Aljustrel comemorou o Dia Mundial da Alimentação com um rastreio de obesidade para a população medir o índice de massa corporal, o perímetro abdominal e o peso, além de oferta de fruta aos estudantes do concelho. A autarquia promoveu igualmente iniciativas dirigidas ao público escolar, designadamente sessões de contos infantis sobre alimentação, para crianças do pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico, e sessões de sensibilização, uma sobre alimentação saudável para alunos do 6.º ano, e outra sobre doenças do comportamento alimentar, como a anorexia e a bulimia.

QUINTA-FEIRA, DIA 17 CASTRO VERDE EMPREENDEDORISMO NO ENSINO BÁSICO Após reunião realizada com os professores do Agrupamento de Escolas de Castro Verde, o Gabinete de Apoio ao Desenvolvimento, da câmara local, começou a dinamizar um projeto direcionado aos alunos do 4.º ano do ensino básico, que visa “fomentar a criação de ambientes de aprendizagem motivadores que promovam a capacidade de iniciativa, de gerar e aplicar ideias, e que desenvolvam uma maior criatividade e autoconfiança”. O projeto tem uma periodicidade quinzenal e dá cumprimento ao plano de ação apresentado para o presente ano, sendo coordenado por técnicos da Câmara Municipal de Castro Verde.

BARRANCOS CÂMARA INAUGUROU GALERIA DOS PRESIDENTES O município raiano de Barrancos inaugurou a sua Galeria dos Presidentes da Câmara, que abrange os séculos XX e XXI, a pretexto da comemoração dos 500 anos do foral manuelino de Noudar. A cerimónia, que teve lugar no salão nobre da câmara municipal, contemplou o descerramento da placa comemorativa dos 500 anos do foral, uma sessão solene e o descerramento dos quadros onde pode revisitar-se quem assumiu os destinos da vila raiana ao longo dos últimos anos.

3 perguntas a Luís Mestre

Coordenador do Meteo@lentejo

Quem são as pessoas por detrás do sítio Meteo@ e por que decidiram avançar com um projeto nesta área em concreto?

O Meteo@lentejo foi criado por mim e neste momento é constituído apenas por mim, Luís Mestre, com 21 anos, de Serpa, e com o 12.º ano no curso de Ciência e Tecnologias, sendo que em breve vai juntar-se a mim um colaborador de nome Paulo Guerreiro, com 20 anos, de Pias, com o curso técnico de Animação 2D/3D, que vai ficar responsável pelo design do Meteo@lentejo. Decidi avançar com este projeto, em 2011, por diversas razões. A principal foi o meu gosto pela meteorologia, pois este projeto surge depois de cinco anos de registos diários do tempo em Serpa. Foi então que, em janeiro de 2011, achei que estava na altura de colocar estes dados à disposição do público em geral, e criei o blogue Meteo@ lentejo. Assume-se como um projeto amador. Quais são os instrumentos de que faz uso para prever o tempo na região?

A nível da previsão, baseio-me em cartas meteorológicas e em meteogramas de modelos meteorológicos. Através destas cartas, é possível interpretar a pressão atmosférica, a quantidade de precipitação prevista, e a temperatura à superfície, entre outros dados. A nível de observação, o Meteo@ lentejo possui uma estação meteorológica instalada no centro histórico de Serpa. Qual a importância, para a globalidade das pessoas, de poder antecipar o tempo e que tipo de reações tem tido o Meteo@alentejo ao “serviço público” que presta?

A meteorologia é uma ciência que faz parte do nosso dia a dia, ou seja, é importante para todos nós saber como vai estar o tempo antes de sair de casa. Em Serpa, as reações que recebo são muito boas e, no I Encontro Meteo@lentejo que realizámos em agosto, notou-se que as pessoas estão a interessar-se mais por este tema, e a nível da nossa página do Facebook conseguimos envolver as pessoas na meteorologia, pois neste momento temos relatos de pessoas de todo o País que partilham o tempo que está a fazer na sua localidade. Carla Ferreira

Beja feirou em mais um Mercado Livre A rainha Dona Leonor, que vigia o largo do Museu noite e dia, assistiu no sábado a mais uma edição do Mercado Livre, desta feita a assinalar o outono. E a feira de usados esteve composta: de gente e das mais variadas mercadorias.

Rodrigo Leão e as suas “Bandas Sonoras” Rodrigo Leão, e a sua trupe de músicos, passaram por Beja na sexta-feira, trazendo na bagagem o espetáculo “Bandas Sonoras”, em que é realçada a veia de composição para cinema do fundador dos Sétima Legião. Aliás, muito em destaque nos últimos tempos.

Carlos António expõe em casa O artista plástico aljustrelense Carlos António interage com o seu público na inauguração de “Quietude”, que estará patente no espaço Oficinas até 2 de novembro. Nada como expor em casa, por mais que as suas obras corram o mundo.

“Os sete pecados mortais” segundo Adriano Guerreiro Adriano Guerreiro explorou, através do desenho e da fotografia, o tema dos sete pecados mortais. Uma exposição que, por estes dias, se encontra patente na Casa das Artes Mário Elias. Questão intemporal para refletir numa visita a Mértola.

Encontro “Rugas de Sabedoria” dá lição de vida Se há coisa que a idade traz é sabedoria. E estes pares que rodopiaram há dias em Santiago do Cacém, a propósito do XXI Encontro de Idosos da Zona Sul do Distrito de Setúbal, sabem bem que tristezas não pagam dívidas e que vida há só uma.

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acidentes rodoviários, menos 56 que em 2012 (-4,57%)

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feridos ligeiros, menos 29 que em 2012 (-8,01%)

Tema de capa

Vias rodoviárias do Alentejo “são as mais perigosas do País”, diz associação GARE

Morte nas estradas aumenta 65 por cento Cinquenta e seis pessoas morreram nas estradas do Alentejo nos primeiros nove meses

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ntre 1 de janeiro e 30 de setembro deste ano morreram 56 pessoas em acidentes rodoviários ocorridos nas estradas do Alentejo, mais 22 vítimas mortais que em igual período do ano transato, o que corresponde a um aumento de cerca de 65 por cento. Os dados, ainda provisórios, foram divulgados recentemente pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR). Estes números dizem respeito unicamente “a vítimas cujo óbito ocorre no local do acidente ou durante o respetivo transporte até à unidade de saúde”, não sendo contabilizado, assim, os que acabam por falecer após esse período. Ainda de acordo com os dados da ANSR, assistiu-se igualmente, no Alentejo, a um aumento do número de feridos graves (de 116 para 131) e de acidentes rodoviários (de 3 244 para 3 274), comparativamente ao período homólogo de 2012. Analisando os dados por distrito, Beja não segue a tendência de Évora e Portalegre nestes dois últimos indicadores, contabilizando, assim, menos 27 acidentes e menos 10 feridos graves, quando comparado com os primeiros nove meses de 2012. Os dados da sinistralidade divulgados pela ANSR agregam números dos boletins estatísticos de acidentes de viação, “que permitem caracterizar as circunstâncias em que ocorrem os acidentes e os utentes envolvidos, e das denominadas Antenas, que “apenas contêm informação sobre o número de acidentes e vítimas registado por distritos”, que são preenchidos pelas entidades fiscalizadoras (GNR e PSP). “O índice de gravidade de uma estrada, de uma região, é o número de vítimas mortais por cada 100 acidentes com vítimas e estes valores vêm provar aquilo que a GARE – Associação para a Promoção de uma Cultura de Segurança Rodoviária tem afirmado inúmeras vezes e em diversos locais: as estradas do Alentejo são as mais perigosas do País”. É desta forma que o presidente da GARE, instituição de âmbito nacional com sede em Évora, reage

do ano, mais 22 do que em igual período do ano transato. A região regista, igualmente, aumentos no número de acidentes rodoviários e de feridos graves. Analisando os dados por distrito, Beja não segue a tendência de Évora e Portalegre nestes dois últimos indicadores, contabilizando menos 27 acidentes e menos 10 feridos graves. Texto Nélia Pedrosa Ilustração Susa Monteiro

aos dados avançados pela ANSR. “Estradas planas, sem curvas mas com bermas completamente inseguras, sem zonas de segurança e com muitas árvores, são propícias a uma condução com velocidade excessiva, ao uso de distrações como o telemóvel e a sonolência, o que implica que os acidentes que ocorrem, embora em menor número que noutros pontos do País, são de muito maior gravidade”,

especifica Adérito Araújo, salientando que “a média de mortes na estrada sobe 65 por cento na região, quando a média nacional registou um decréscimo de 16,5 por cento”. O responsável destaca ainda o caso do distrito de Évora, “onde o número de mortes por acidente rodoviário subiu nos primeiros nove meses do ano 325 por cento. Até 30 de setembro de

2012 registaram-se quatro vítimas mortais, número que em 2013 subiu para 17”. E conclui: “É preciso olhar para esta situação de uma forma diferente e tomar medidas realmente eficazes”. Confrontada com as afirmações proferidas pelo presidente da GARE em relação às condições das vias da região, a Estradas de Portugal (EP) realça que “os dados oficiais da ANSR relativos à

rede rodoviária da EP no distrito de Beja” de que dispõe “referem-se ao período entre janeiro e maio” e que “os dados de sinistralidade dos meses posteriores são ainda provisórios, não distinguindo a jurisdição da rede, ou seja, englobam igualmente a rede concessionada a outras empresas e a rede rodoviária municipal”. Assim, “na rede EP, e com base nos dados já tratados e finalizados [janeiro a maio]”, adianta a empresa, “podemos inclusive notar uma certa diminuição em todos os indicadores na comparação dos primeiros cinco meses deste ano com 2012”. A EP salienta ainda que tem realizado “um contínuo trabalho e investimento na melhoria dos níveis de segurança das estradas a nível nacional”, sendo que “também na rede viária nos distritos da região do Alentejo este investimento é significativo”: “Desde o início do ano investimos já 1,6 milhões de euros em intervenções que estão já concluídas ou que decorrem atualmente e está previsto para a região do Alentejo o lançamento de trabalhos no âmbito da segurança rodoviária com um custo previsto de 2,8 milhões de euros. Trata-se de empreitadas de tipologia diversa como a execução e adequação da marcação rodoviária em toda a rede distrital, a reparação e modernização dos sistemas semafóricos, a colocação de sistemas de retenção que evitam o despiste para zonas potencialmente mais perigosas fora da faixa de rodagem e que são destinados principalmente a motociclistas, ou também empreitadas de reformulação ou correção geométrica de cruzamentos”, diz. Comportamento inadequado dos condutores O oficial de relação pú-

blicas do Comando Territorial de Beja da GNR, tenente-coronel José Rosa, esclarece, em declarações ao “Diário do Alentejo”, que “na produção de um acidente intervêm vários fatores que, em mais de 90 por cento dos casos, estão diretamente ligados ao comportamento inadequado dos condutores que, por qualquer motivo,


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mortos, mais quatro que em 2012 (19,05%)

Dados do distrito de Beja de 1 de janeiro a 13 de outubro de 2013 (GNR). Fonte: Comando Territorial de Beja da GNR

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Ligação entre Vidigueira e Portel “tornou-se um ponto negro”

O Acidentes

Beja Évora Portalegre Totais Alentejo Nacional

2011 1 646 1 205 905

2012 1 432 1 085 727

3 756 95 219

3 244 84 670

Variação %

2013 2012 vs 13 1 405 -1,89% 1 117 2,95% 752 3,44% 3 274 85 104

0,92% 0,51%

Mortos

2011 25 18 9

2012 21 4 9

52 492

34 437

Variação %

2013 2012 vs 13 25 19,05% 17 325,00% 14 55,56% 56 365

64,71% -16,48%

Feridos graves

Variação %

2011 69 54 38

2012 54 37 25

2013 2012 vs 13 44 -18,52% 48 29,73% 39 56,00%

161 1 804

116 1 570

131 1 416

12,93% -9,81%

Fonte: Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária/GARE-Associação para a Promoção de uma Cultura de Segurança Rodoviária

deixaram de observar as regras estabelecidas na lei”. Nestes casos, diz, pode-se “enquadrar o excesso de velocidade e a velocidade excessiva, o consumo de álcool e de substâncias psicotrópicas, as manobras perigosas, a utilização indevida do telemóvel, a não utilização do cinto de segurança e a falta de civismo e de respeito pelos outros utentes da via como as causas mais comuns para a ocorrência de acidentes rodoviários”. Os restantes 10 por cento “podem ser atribuídos a falhas mecânicas, acontecimentos fortuitos, entre outros”. Em relação ao aumento do número de mortos por acidentes rodoviários registado entre 1 de janeiro e 30 de setembro deste ano nas estradas do distrito de Beja, “mais quatro mortes a lamentar relativamente ao período homólogo de 2012”, o oficial de relações públicas realça que “a gravidade de um dos acidentes com sete mortos e outro com dois no espaço de dois dias [no IC1, no concelho de Ourique] veio alterar a tendência de diminuição que vinha ocorrendo”. A “inexistência da fatalidade destes números apontaria para uma diminuição em cerca de 30 por cento”, diz. Apesar destes valores, o tenente-coronel salienta que “há um decréscimo nos restantes dados que, apesar de tudo, são animadores”: “Até 13 de outubro registaram-se [no distrito de Beja] 1 169 acidentes, menos 56 que em 2012 (- 4,57 por cento); 35 feridos graves, menos 18 que em 2012 (- 33,96 por cento); e 333 feridos ligeiros, menos 29 que em 2012 (- 8,01 por cento)”. O oficial de relações públicas relembra ainda que “a GNR, através do Comando Territorial de Beja, através da presença nos locais de PUB

“Na produção de um acidente intervêm vários fatores que, em mais de 90 por cento dos casos, estão diretamente ligados ao comportamento inadequado dos condutores que, por qualquer motivo, deixaram de observar as regras estabelecidas na lei”. José Rosa

maior intensidade de tráfego, executa patrulhamentos diários de apoio e de prevenção e fiscalização, estes últimos no sentido de desencorajar e prevenir comportamentos que possam contribuir para a ocorrência de acidentes”. O comandante distrital da Proteção Civil, por seu lado, diz que “as colisões, muitas delas frontais, ocorridas no distrito de Beja, apresentam uma gravidade extrema, parecendo indiciar serem resultantes do aumento de tráfego nos IP e IC, em detrimento da circulação nas autoestradas (devido ao custo), de velocidade excessiva, eventual distração dos condutores e não conhecimento dos itinerários, podendo-se

inferir, por um lado, que os condutores não cumprem as regras ínsitas no código da estrada e, por outro, fazem uma análise e uma avaliação menos cuidada de algumas manobras que pretendem executar, designadamente no caso de ultrapassagem”. Por isso, acrescenta o major Victor Cabrita, “importa apostar nas campanhas de prevenção e nas ações de sensibilização, não só junto dos condutores mas também nas escolas, bem como numa maior incidência/presença das forças de segurança ao longo dos itinerários identificados como de maior tráfego e ou de maior risco/perigo de acidente”. À semelhança de Adérito Araújo da GARE, o presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP), instituição de utilidade pública fundada em 1903 com uma delegação em Évora, também considera que “a tipologia das estradas do Alentejo ‘ajuda’ a situações de condução perigosa que, muitas vezes, acabam mal”. No entanto, como os dados divulgados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária “não revelam qual a causa dos sinistros”, Carlos Barbosa diz que é “difícil identificar em pormenor o problema” e conclui que “antes de mais é necessário investir na formação e nas campanhas de sensibilização rodoviária que deixaram de se fazer. O ACP leva este ano às escolas de todo o País um programa de educação rodoviária, destinado às crianças do pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico, com um duplo objetivo: formar os condutores do futuro e torná-los no presente ‘embaixadores’ da segurança rodoviária junto das suas famílias e amigos”..

presidente da Câmara de Vidigueira, Manuel Narra, que no início do ano alertou para “várias anomalias” em zonas da obra de requalificação do IP2 no concelho, que poderiam “por em risco os utilizadores”, considera que as afirmações do presidente da GARE – Associação para a Promoção de uma Cultura de Segurança Rodoviária sobre as condições das estradas do Alentejo (ver texto principal) “relatam o óbvio” e realça que “os autarcas da região têm vindo a alertar, cada vez com mais insistência,” para a situação. O alerta da autarquia em fevereiro último surgiu depois de o município ter realizado uma vistoria para sinalizar, na área de influência do concelho, “as situações de perigo” da obra de requalificação do IP2, entre São Manços e Castro Verde, incluída na subconcessão Baixo Alentejo, entretanto suspensa. O relatório referia, entre outros aspetos, que a obra não estava “devidamente vedada”, que a sinalização e proteção eram “deficientes” e que existiam “zonas com risco de queda de objetos em altura”. Na ocasião, o autarca responsabilizou a Estradas de Portugal (EP) pelos acidentes que pudessem vir a ocorrer na zona. A EP, por sua vez, disse que o IP2, entre São Manços e Castro Verde, estava subconcessionado à SPER – Sociedade Portuguesa de Exploração Rodoviária, que era a responsável pelas condições da obra. Volvidos cerca de oito meses após as denúncias, Manuel Narra diz que “as condições [da via] pioraram porque não há intervenção”. “Não nos parece que o problema seja resolvido em breve até porque a complexidade dos concursos não nos deixa boas expetativas. O próximo inverno irá continuar a agravar os números da sinistralidade e estas acessibilidades fundamentais para o desenvolvimento económico da região continuarão a ser fator preponderante para não iniciarmos a recuperação económica desejada por todos”, adianta o autarca, acrescentando que a ligação de Vidigueira a Portel “tornou-se um ponto negro”. “Se calhar os avisos repetidos, que não são ouvidos, terão de merecer da parte das autarquias uma resposta mais encorpada que pode ir até ao corte do IP2. Vamos ver que novas lutas se irão desenrolar”, conclui. Em abril foi a vez da Câmara de Ferreira interpor uma providência cautelar em tribunal para obrigar o Estado, através da EP, a tomar “medidas de proteção das populações contra riscos e condições de insegurança ambiental e rodoviária” identificados pela autarquia no concelho e que resultaram da “paragem e posterior abandono” de obras da A26. Três meses depois, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja deu provimento à providência cautelar, “obrigando” o Estado a acatar “de imediato” a execução das 22 medidas constantes do documento então apresentado pela autarquia, mas, até à data, adianta o presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo, “no terreno, só foram feitas observações, sem qualquer tipo de movimentação de terras nem medidas de segurança”. Aníbal Costa diz, no entanto, que “provavelmente durante este mês” haverá “mais novidades”: “Sabemos que o ministro da Economia passou um despacho no sentido de forçar vários serviços do Estado a ver a situação em concreto, designadamente o que diz respeito a estruturas que possam causar prejuízo imediato para a circulação de bens e de serviços”. Quanto ao aumento de mortes por acidentes rodoviários registado nos primeiros noves meses no Alentejo, o autarca diz não ter informação suficiente que lhe permita avaliar os mesmos. E em relação às vias do concelho consideradas problemáticas em termos de sinistralidade, Aníbal Costa refere que “os sítios com maior movimento são naturalmente mais suscetíveis à possibilidade de ocorrerem acidentes viários”, como é o caso do “IP8 atual, estrada nacional 259, entre Santa Maria do Sado e Ferreira”. NP

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feridos graves, menos 18 que em 2012 (-33,96%)


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Reportagem

O almirante do Mar das Índias ainda hoje em Sines e Vidigueira

Vasco da Gama mais de 480 anos depois Vasco da Gama está perpetuado em Sines, em Vidigueira. Na terra onde terá nascido, Sines, e de onde terá sido expulso, tendo-a reclamado até

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s olhos, arriscaria, mais azuis do que o mar, esse mar que todos os dias navega a bordo do “Sol Posto”. Na cabeça veste uma boina com um slogan, que sobrou da ainda não esquecida campanha política autárquica: “Com Sines no coração”. O mote é de um partido, mas poderia ser perfeitamente o seu. A pele enrugou-se do sol, do sal. Na casa de arrumos número 13 há redes de pesca, botas de borracha, sardinhas em salga. Há vestígios de cordas, de arames e há calendários na parede, uns mais atrevidos, com mulheres desnudadas, outros mais ternurentos, outros somente de paisagens e de anos já passados. E há um fogão, um frigorífico esfolado e uma pequena mesa redonda onde se senta António Mateus. 61 completos, 51 de pescador. O cheiro do isco é intenso, entranha-se, e nem o arroz de navalheiras acabado de sair do vapor, salpicado de coentros, vazado também ele numa panela preta salpicada de pintas pretas, o ameniza. António não o sente. Habituou-se a ele desde que saiu dos bancos da escola. Dá uma garfada que leva à boca. Outra e, entre o mastigar e a nova investida ao prato, fala do mais ilustre filho da terra: Vasco da Gama. Aponta para a estátua de bronze que o eterniza e que se avista ao longe no cimo da colina, na mesma colina que serve de chão ao

ao fim da sua vida. Na terra onde ergueu o seu condado, Vidigueira, até hoje conhecida como a “Vila dos Gamas”, e onde terá decidido ser sepultado. Porque se Sines era seu o plano A, Vidigueira era o seu plano B. Uma viagem às duas terras que ainda hoje se encontram ligadas ao navegador. Mais de 480 anos depois, através de monumentos, de percursos, de referências, onde continua eternizado. Mas também através do olhar das gentes das terras que também foram as do almirante do Mar das Índias. Texto Bruna Soares Fotos José Serrano

castelo. “Não o vê ali?”, pergunta. E fecha-se novamente em silêncios. Pega no púcaro meio cheio de tinto, leva-o à boca e num só trago deixa-o meio vazio. “Era um aventureiro, chegou à Índia. Nós nunca pensámos por que o Vasco da Gama foi aqui e ali nós também vamos. Os pescadores de Sines foram aventureiros, mas não tanto como outros. Por aí, portanto, não se

inspiraram. Vasco da Gama não deu, neste aspeto, muito alento. Quando fomos para a pesca para Marrocos, por exemplo, já os pescadores de Peniche e do Algarve tinha ido e há muito”, diz. Vasco da Gama, em Sines, está perpetuado em ruas, na praia que ganhou o seu nome, na casa onde se pensa que poderá ter nascido, na que terá mandado construir e que se desmoronou, na igreja que reergueu, no castelo, numa estátua, nos clubes da terra, aqui e ali, e até num bolo típico: os “Vasquinhos”. Mas a António Mateus, na verdade, pouco lhe diz. “A vida, a vida de pescador, é muita dura, pouco tempo nos deixa para a história. Na escola ouvi, sim, falar muito do Vasco da Gama, sabíamos dos seus feitos, ensinavam isso. Depois a vida foi outra e a história ficou para a história”. E mais uma vez aponta para a estátua, enquanto dá uma nova

garfada no arroz de navalheiras, como se ela, a estátua, falasse por si. “O Vasco da Gama está ali”, repete. Ali, perpetuado, ao lado do castelo, local onde se admite poder ter nascido, isto acreditando que o seu pai, Estêvão da Gama, já era alcaide da vila em 1468/1469. E acreditando que o segundo andar da torre de menagem do castelo pode ser o local de Sines onde o navegador nasceu, embora o local popularmente apontado seja uma casa na atual rua que recebe o nome de Vasco da Gama e onde até hoje permanece uma placa indicativa de tal acontecimento. Não há, portanto, certezas sobre o local onde Vasco da Gama nasceu. Arnaldo Soledade aposta no segundo andar da torre de menagem do castelo. Maria de Deus Manso coloca essa hipótese sob reserva. Ambos se dedicaram a estudar o almirante. É, porém, a partir do registo de matrícula da Ordem de Santiago (1480) que se pode fixar a data aproximada do nascimento de Vasco da Gama, subtraindo-se 1480 pela idade em que os rapazes eram normalmente ordenados: 111 ou 12 anos. Resultado? 1468 ou 1469. E en encontramos mais uma indefinição. Recorde Recorde-se que a matrícula na Ordem de Santiago é o único facto da vida do navegador até 149 1492 devidamente documentado. “Na ausência ausê de documentos, de facto, tudo aponta para que esta casa [Casa Vasco da Gama, situada sit no castelo de Sines] seja o local de nasc nascimento de Vasco da Gama, casa onde a família famíl viveu durante muito tempo”, explica Ricar Ricardo Pereira, técnico responsável pelo Museu de Sines, enquanto deambula pelo local. “Estamos “ a pisar as pedras que Vasco da Gama Ga tantas vezes pisou”, avisa, para que não restem dúvidas, deixando-se depois levar pelos fascínios da história. E então co como surge a outra casa em Sines associada ao navegador? “O Vasco da Gama é essencialmente essencialm um homem que vive junto da corte. Quando Qua vai à Índia é um embaixador político. Quando regressa da Índia o pai tinha morrid morrido e a Ordem de Santiago tinha nomeado um novo alcaide. Queria voltar para SSines, para a sua terra, mas não pod poderia regressar para o paço onde est estava um novo representante da Or Ordem de Santiago. Começou a co construir uma casa, aquela que as ppessoas sempre chamaram, ao longo dos séculos, de a Casa de Vasco da Gama. O qque nós sabemos é que essa casa era, com quase qua toda a certeza, a casa que ele começou a construir. Colocou-se lá uma


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Pescador António Mateus diz que Vasco da Gama, em Sines, não inspirou assim tanto os homens do mar

placa a dizer: Aqui nasceu Vasco da Gama. É uma confusão da história que hoje em dia, com o avanço do conhecimento e da investigação, julgo estar esclarecido”, acrescenta Ricardo Pereira. O sol insiste em brindar o dia de outono e no castelo passeiam-se turistas, de máquina fotográfica ao ombro. Sobem as escadarias que dão acesso a uma das mais bonitas vistas para a baía e captam até onde a vista e, neste caso, o zoom alcançam. Abrigado do sol, à sombra de uma copa larga de uma árvore que cresceu dentro das muralhas, senta-se, enquanto puxa um cigarro, José Cavalinhos, sineense e também trabalhador do museu. “Já há uma boa ‘porrada’ de anos que aqui estou a trabalhar. Mas o Vasco da Gama, a mim, interessa-me enquanto sineense”, avança. Afasta, com os chinelos de cabedal que traz calçados, as poucas pedras que encontra no chão, que é onde também tem fixado o olhar. Olhos castanhos, grandes, e pele morena. Segura o cigarro com uma das mãos e a espreitar no bolso do casaco de ganga que enverga sobressai uma máquina fotográfica. “Também sou fotógrafo, tenho centenas de fotografias”, conta. “Mas vamos ao que interessa”, completa. “A estátua que está ali fora, quanto a mim, tem um erro, não consta nela a data de nascimento, não diz que foi aqui que o homem nasceu”, lamenta. “Esta é a figura máxima cá da terra, mas também do Alentejo. Se reparar encontra inúmeras referências a Vasco da Gama em Sines, desde ruas a largos. Mas atenção que existe aí uma travessa que se chama a travessa do Vasco, mas que não tem nada a ver com Vasco da Gama. Uma vez veio cá um jornal e disse que nós tratávamos o Vasco da Gama por Vasco e tive de escrever para lá a desmentir. Não tem nada a ver. O Vasco dessa travessa é o Vasco das Vascas”, avisa. Quanto à história do almirante do Mar das Índias, José Cavalinhos começa a contála e rapidamente diz: “Enfim...está acessível a toda a gente. Está em livros, está na Internet. É a que se conhece, mas, quanto a mim, há algo que falta fazer, nomeadamente desde que Vasco da Gama foi expulso de Sines. Ele, a família e os criados até à quinta geração. Falta fazer o percurso que Vasco da Gama faz de Sines a Évora, Nisa e até chegar à Vidigueira”. Antes deste percurso D. Manuel entregou a Vasco da Gama a armada do descobrimento do caminho marítimo para a Índia, que saiu de Lisboa em 1497. Vasco da Gama

Sineense José Cavalinhos diz que o almirante é a figura máxima da terra e do Alentejo

António Marreiros Calcula ter sido o primeiro em Vidigueira a dar o nome do navegador a um negócio

só em 1499 desembarcou em Lisboa, onde foi recebido triunfalmente. Na véspera do Natal de 1499, conta a história que o rei prometeu conceder a Vasco da Gama o galardão que o navegador reclama até ao fim da vida: o senhorio da vila de Sines, colocando, porém, segundo recorda Ricardo Pereira, “a condição da concordância da Ordem de Santiago e do papa”. É consagrado Dom Vasco e Almirante do Mar das Índias. Vasco da Gama inicia uma nova viagem para a Índia e, uma vez regressado a Portugal (1503 -1504), começa a construir um grande solar em Sines, o que deixa perceber a sua teima em ter o senhorio de Sines. Em 21 de março de 1507, Vasco da Gama e a família recebem ordem régia para suspender as obras e abandonar Sines. São expulsos. Mas ainda hoje há, para além dos vestígios atrás referidos, mais marcas de Vasco da Gama em Sines e Ricardo Pereira conta que “talvez como forma de agradecimento do sucesso da viagem à Índia, o navegador decide reconstruir a igreja de Nossa Senhora das Salas”. E junto ao portal duas lápides atestam-no. Expulso de Sines, Vasco da Gama passa por Évora, Nisa e chega a Vidigueira. E é em 1519 que surgem as condições para que a reivindicação nobiliárquica do navegador seja satisfeita. Vasco da Gama acorda com o duque D. Jaime de Bragança a permuta com a vila da Vidigueira e Vila de Frades. O rei aprova e concede-lhe o título de conde de Vidigueira. Mas como surge o condado de Vidigueira? “Na sua segunda viagem à Índia, quando regressa a Portugal, ameaça o rei de sair do País com a família, e tiveram, portanto, de resolver o problema. Na altura Vidigueira pertencia à Casa de Bragança, estabelece--se o acordo e é permitido a Vasco da Gama que fique com o senhorio de Vidigueira e Vila de Frades. Sãolhe entregues simbolicamente as chaves a 29 de dezembro de 1519, mas ele não as recebe pessoalmente, manda um representante, Estevão Lopes, que tinha ido com ele à Índia, que é recebido com grande pompa e circunstância, o que queria dizer que a população de Vidigueira e Vila de Frades estava disposta a recebê-lo de braços abertos”, afirma Luísa Costa, responsável pelo Museu de Vidigueira. Não se sabe ao certo onde Vasco da


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Gama viveu com a família em Vidigueira, mas sabese, sim, que deixou expressa a vontade de que, se morresse durante a sua última viagem à Índia, a terceira e última viagem, o que veio a acontecer, queria ser trazido para Vidigueira. Morreu precisamente 25 anos depois da promessa da doação de Sines. Morreu na véspera de Natal de 1524. Vasco da Gama fica, primeiramente, enterrado em Cochim. “Mais tarde regressa a Vidigueira, como era sua vontade, para ser Antigo Convento de Nossa Senhora das Relíquias Foi aqui que o navegador ficou sepultado até ser trasladado para o Mosteiro dos Jerónimos sepultado no Convento de Nossa Senhora das Relíquias, que é hoje a Quinta do Carmo, sobressai a igreja, local onde esteve sepultado Vasco da primeiro a dar o nome de Vasco da Gama a um comércio uma propriedade particular”, explica a historiadora. Gama. “O facto de ter comprado os direitos para ins- aqui em Vidigueira”, remata. Numa das saídas de Vidigueira uma estrada estreita talar o panteão aqui, deve-se a uma amizade estreita Na parede também se avistam calendários, mas sobreleva até à Quinta do Carmo, que se avista imponente, la- que tinha com os frades, mas há também quem diga tudo escapes, metalizados, de vários tamanhos e feitios. deada de jardins, com o seu ar “acastelado”. São os seus que Vasco da Gama vinha aqui frequentemente tratar- Uma carrinha, que também já perdeu a conta à idade, está proprietários que abrem os portões. E, à primeira vista, -se, uma vez que havia aqui uma nascente de águas fér- a receber aquela que, provavelmente, será a sua última rereas, que ainda existe embora esteja meio submersa, paração. “É velhinha, mas é clássica”, avisa um dos homens que fazia bem, por exemplo, às pedras dos rins”, explica que está na oficina. PUB Mário Maia e Silva, gestor da quinta e que se encarrega António Marreiros desabotoa os botões do casaco de da visita guiada. malha que enverga, pega no martelo e dá mais uma pancada A visita prossegue e uma vez dentro da igreja é indi- seca na chapa. “Quando dei o nome à casa nem pensei muito cado o local onde terá ficado sepultado Vasco da Gama. E nisso. Esta era a vila dos Gamas, logo esta também podia ser Mário Maia e Silva indica: “É de salientar que quando Vasco a oficina Vasco da Gama”, conta. Uma e outra martelada. da Gama andou por aqui a igreja não tinha esta configura- “Está a ficar um brinquinho, tenho muita experiência nisto. ção”. D. Pedro acabou, depois, com as ordens religiosas, e Todos os moços que têm hoje oficinas aprenderam comigo, deu ordem de expulsão para os frades, em Vidigueira, como se não todos, quase todos”, orgulha-se. em todo o País. “O convento ficou fechado, a igreja abanOs anos já lhe vão fazendo, porém, mossa e se as tira às donada. Sabia-se que estava aqui sepultado Vasco da Gama chapas que bate, a si, garante, não as consegue tirar. “O meu e não tardou a que a igreja fosse vandalizada. Nessa volú- filho é que está à frente disto, se ele desistir, se for para o espia de roubarem alguma coisa levantaram as lápides do trangeiro, que só no estrangeiro é que há oportunidades, fechão e daí a confusão da transladação para o Mosteiro dos cha a oficina Vasco da Gama”, remata. Jerónimos, que se deveu a uma troca das lápides. Quando O almirante, em Vidigueira, também está perpetua Academia das Ciências veio em 1880 terá levado os ossos ado numa estátua e Maria Rosa, 82 anos, espreita-a todos errados. Esta transladação foi repetida durante três vezes”, os dias, entre as grades pretas do postigo que adorna a sua conclui Mário Maia e Silva. porta de entrada verde. “Tem dias que me sento ao pé dele Rafael Bordalo Pinheiro, nas folhas de António Maria, na praça, tem outros que só o avisto daqui. Posso dizer que nomeadamente em “Ossos do Herói”, satirizou a situação sou aqui vizinha de Vasco da Gama”, conta, entre um sorda transladação. Pode ler-se nessas folhas: “Sementeira da riso. “E é uma honra ter aqui à porta uma estátua de hoVidigueira. Ossos à vontade do freguês. Antes e depois da mem tão ilustre, honra qualquer vidigueirense. Faz parte da descoberta da Índia. A colheita deste ano foi fraca. Houve nossa história, da nossa terra”, orgulha-se. pernas a menos”. Não abre a porta, por fúria do cão de porte pequeno que Segue a visita pela Quinta do Carmo, local que ainda late do lado de dentro. “Não é mau, mas tem esta necessihoje se encontra associado a Vasco da Gama e que faz parte dade de ladrar”, argumenta. Espreita o movimento, através da rota “No Condado dos Gamas”, que consiste numa vi- do seu postigo, que garante estar “mais fraco”. “Esta praça já sita guiada e comentada e este património repleto de me- teve mais vida. Sabe, os velhos estão mais velhos e os novos mórias. Cada parede uma história, marcada pela histó- abalam”, lamenta. ria dos vários proprietários que o antigo convento teve ao Olha novamente o almirante: “É um grande homem, longo dos anos. basta ter descoberto o caminho marítimo para a Índia. Aqui Em Vidigueira, tal como em Sines, são muitos os locais é tudo muito amigo do senhor Vasco da Gama”. “Sabe”, diz, que se encontram associados ao navegador, destacando- “eu vejo-o todos os dias e há estrangeiros que vêm cá de pro-se, para além da Quinta do Carmo, o Museu Municipal de pósito para o ver e tiram-lhe umas fotografias”. Vidigueira, a ermida de São Rafael, a Torre do Relógio, entre O cão acalma-se, mas Maria Rosa prefere continuar no outros, sem esquecer, claro, ruas e praças, a escola, o clube seu ponto de miragem preferido, de portas trancadas. Passa de futebol da terra e até os vinhos, ou não fosse esta uma re- a mão pelo cabelo, apruma-se. “É pena eu estar muito esgião vitivinícola. quecida, mas lembro-me que quando inauguraram a estáNo emaranhado das ruas encontra-se uma placa que tua de Vasco da Gama. Foi uma festa muito grandiosa, não anuncia: “Auto Vasco da Gama – Escapes”. Foi António era todos os dias que vinham altas patentes a Vidigueira, Marreiros que deu o nome à casa, há mais de 40 anos. “Se com direito a presidente e tudo “. ele voltasse cá, o Vasco da Gama, talvez gostasse de ver o seu De tantas vezes que já o olhou só uma coisa a continua nome lembrado”, conjetura, do alto da sabedoria dos seus a inquietar: “Tenho dúvidas se o homem seria tão grande. cabelos brancos, rigorosamente aparados. “Acho que fui o Tão alto. Seria assim tão alto?”.


A população de Ervidel foi surpreendida na terça-feira, 15, com o início das obras de demolição e desmantelamento do edifício da estação de Correios. “Por volta das 12 horas, uma equipa de empreiteiros entrou nas instalações e começou os trabalhos de desmantelamento dos equipamentos existentes, segundo os mesmos a pedido dos CTT”, denunciou a junta de freguesia local em nota de imprensa. Ainda segundo a autarquia, a “população logo se começou

Atual

a concentrar junto à estação de Correios, onde permaneceu durante todo o dia, como forma de protesto contra mais esta ação abusiva dos CTT”. Recorde-se que foi interposta uma providência cautelar contra o encerramento desta estação, agora “atropelada desta forma deliberada”, adianta a junta, informando que a população decidiu deslocar-se hoje a Lisboa, para solicitar “explicações” à administração dos CTT e “procurar soluções para este caso”.

Barrancos equaciona medidas de apoio a carenciados A Câmara Municipal de Barrancos está, segundo António Tereno, presidente da autarquia, “a equacionar medidas de apoio a carenciados”, assumindo como prioridade “ajudar as famílias carenciadas do concelho, que estão a viver um momento muito negro”. “O primordial é ajudar as pessoas e depois fazer o que for possível”, frisou António Tereno, avisando que o orçamento da autarquia para 2014 vai ser menor do que o deste ano, sendo necessário “repartir o mal pelas aldeias”.

Gestão em parceria com a Ulsba exclui bancos privados

Hospital de Serpa passa para a Misericória até final do ano A publicação em “Diário da República”, no passado dia 9 de outubro, das regras para a devolução às misericórdias dos hospitais integrados no setor público, em dezembro de 1974, coloca mais perto a “reversão da posse” do Hospital de São Paulo, em Serpa. A questão ainda é objeto de negociações entre o Governo e a União das Misericórdias Portuguesas (UMP), mas a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Serpa admite que a mudança de gestão possa vir a ser realidade.

Projeto Re-Planta em sete concelhos O projeto Re-Planta, desenvolvido pela Amcal, Gesamb e Resialentejo, entidades responsáveis pela gestão de resíduos na região, vai regressar a sete concelhos do distrito, com oficinas de hortas biológicas e compostagem já agendadas para o período de 24 a 31 deste mês. O projeto, que tem como lema “Reaprende, recomeça e redescobre a tua horta” vai revisitar Almodôvar, Barrancos, Castro Verde, Mértola, Moura, Ourique e Serpa, convidando todas as instituições e cidadãos residentes nos referidos concelhos a participar. O Re-Planta está a ser desenvolvido desde junho de 2012, “com a cooperação ativa de todas as autarquias e juntas de freguesias da região”, e “acredita ter superado os objetivos a que se propôs” no seu primeiro ano de vida. Entre outras conquistas contam-se a criação de uma comunidade virtual no Facebook, Os Replantadores, onde diariamente se presta apoio, se esclarecem dúvidas e se troca informação; o trabalho com 47 escolas e 177 professores, fornecendo acreditação cerificada; a distribuição de mais de 820 compostores a lares da região; e um sítio com mais de 44 mil visualizações e 1100 seguidores.

Beja tem Bandeira Verde ECO XXI

Texto Aníbal Fernandes

Hospital de São Paulo Misericórdia de Serpa negoceia devolução

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do Alentejo” a administração, sublinhando que “o processo não se encontra concluído à data presente”. O diploma estipula 10 anos renováveis como prazo para a duração do acordo, mas exige que este seja “precedido de um estudo a efetuar pela ARS ou pela Administração Central do Sistema de Saúde que avalie a economia, eficácia e eficiência do acordo, bem como a sua sustentabilidade financeira”. No entanto, o artigo 14.º, alínea a), condiciona-o à demonstração de uma diminuição de “encargos para o Serviço Nacional de Saúde em, pelo menos, 25 por cento relativamente à alternativa de prestação de serviços pelo setor público”. Ainda sobre a questão do financiamento, o decreto-lei n.º 138/2013, no artigo 7.º, estabelece que “a tabela de preços a aplicar aos acordos é aprovada pelo membro do Governo responsável pela área da saúde, tendo por referência as tabelas de preços estabelecidas para os hospitais do SNS”, deixando em aberto a possibilidade de serem mais altos, ou mais baixos do que os agora praticados. Quanto aos trabalhadores “com relação de emprego público” que hoje prestam serviço no Hospital de Serpa, passarão a ser remunerados pela SCMS e exercerão funções “ao abrigo do acordo de cedência de interesse público”, mas “mantêm o seu estatuto de origem incluindo a opção pela manutenção do regime de proteção social”.

Hospital de São Paulo, em Serpa, é uma das 10 unidades de saúde que, numa primeira fase, será entregue à Misericórdia local. Para além do hospital da margem esquerda do Guadiana, serão também transferidos, ao abrigo do diploma que regula a relação do Estado com as instituições sociais, os hospitais de Fafe, São João da Madeira, Anadia, Ovar, Cantanhede, ainda em 2013, e Vila do Conde, Póvoa do Varzim, Santo Tirso e Barcelos, no próximo ano. Contrariando o que tem sido divulgado nas redes sociais – que a Santa Casa da Misericórdia teria já um acordo com um grupo privado da área da saúde para a exploração do equipamento –, a provedora da Santa Casa da Misericórdia de Serpa (SCMS), em declarações ao “Diário do Alentejo”, negou perentoriamente essa possibilidade. “Se, e quando acontecer, a exploração do Hospital de São Paulo será na base de um acordo de cooperação e de complementaridade com a Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo [Ulsba]”, garantiu Maria Ana Pires, que avançou com a possibilidade de a parceria se concretizar nas especialidades de ortopedia e oftalmologia. No entanto, a provedora da SCMS condicionou o destino do Hospital de São Paulo às negociações que ainda decorrem com o Governo e a um futuro acordo com a ARS Alentejo e Ulsba, conforme admitiu ao “Diário

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Correios de Ervidel desmantelados

Mudanças na Cirurgia Entretanto,

Rogério Mestre foi esta semana nomeado diretor do Serviço de Cirurgia do Hospital de Beja. O clínico é assistente graduado de cirurgia geral, e “é médico efetivo do mapa de pessoal, desde 1999”, de acordo com informação disponibilizada pela administração da Ulsba. Rogério Mestre substitui Conceição Vilão, que tinha apresentado a demissão do cargo no passado mês de setembro. Extensão de saúde de Aldeia dos Fernandes encerrada O deputado so-

cialista Luís Pita Ameixa, eleito por Beja, questionou na quarta-feira, 9, o ministro da Saúde acerca do encerramento “súbito” e “sem qualquer período de aviso” da extensão de saúde de Aldeia dos Fernandes, no concelho de Almodôvar. Refere o parlamentar que os habitantes daquela localidade “foram surpreendidos por um aviso, colado na porta da extensão de saúde” que serve a freguesia, “segundo o qual a mesma passará a estar encerrada, e por tempo indeterminado”. Um encerramento que Pita Ameixa considera “estranho”, e tanto mais que sucede numa altura em que decorre a campanha de vacinação contra a gripe sazonal, numa povoação “algo envelhecida e com dificuldades de transportes”. Quais as causas e quanto tempo irá durar o encerramento é o que quer saber o deputado socialista.

O município de Beja foi, pelo quinto ano consecutivo, galardoado com a Bandeira Verde ECO XXI, atribuída pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE). A distinção, explica a autarquia, “reconhece a participação e empenho do município de Beja e certifica o muito bom resultado atingido, superior a 70 por cento com a qual foi atribuído o galardão ECOXXI 2013, a medalha ECOXXI e a Bandeira Verde ECOXXI”. A Câmara de Beja recorda que tem vindo a desenvolver esforços na implementação de medidas promotoras da sustentabilidade, “dando particular atenção às questões relacionadas com a educação para a sustentabilidade, mobilidade, ordenamento do território, eficiência energética, valorização de resíduos e zonas verdes”. E informa também que foram recentemente instalados seis novos contentores em profundidade, mais conhecidos por moloks, na zona residencial da Urbanização dos Moinhos de Santa Maria. PUB


JOSÉ SERRANO

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“Situação financeira estável” em Beja O presidente cessante da Câmara de Beja afirmou na terça-feira, 15, em conferência de imprensa, que o executivo socialista reduziu em quase 12 milhões de euros a dívida total do município, que era de 23,8 milhões de euros no final de setembro. “Deixamos a câmara numa situação financeira estável, equilibrada, controlada e, diria até, confortável, tendo em conta que foram pagos 11,9 milhões de euros” de dívida, disse Jorge Pulido Valente num balanço “muito positivo” do mandato e a dois dias de deixar a presidência da Câmara de Beja, que perdeu recentemente para a CDU. O autarca referiu igualmente que “a obra, o trabalho, a recuperação financeira e a reorganização dos serviços da autarquia feitos pelo atual executivo PS estão à vista”. No passado dia 30 de setembro, a dívida total da Câmara de Beja, incluindo faturação, potencial de faturação e empréstimos, era de 23,8 milhões de euros, explicou no encontro a vereadora cessante da autarquia com o pelouro das Finanças, Cristina Valadas, lembrando os “34 milhões de euros” de dívida “herdada” do anterior executivo CDU em 2009. Segundo a vereadora, aos 23,8 milhões de euros terão que ser deduzidos valores que “não estão considerados”, como 1,3 milhões de euros de potencial de faturação e 534 mil euros de “procedimentos” que não foram registados pelo anterior executivo CDU, o que dará uma “diminuição de dívida de aproximadamente 12 milhões de euros”. Cristina Valadas disse que a Câmara de Beja, ao nível do endividamento líquido de médio e longo prazo, cumpriu este ano, em junho, “os objetivos impostos pelo Orçamento do Estado” e, por isso, o novo executivo CDU, liderado por João Rocha e que tomou posse ontem, quinta-feira, “estará descansado relativamente a esta questão”.

Por Beja com Todos reflete sobre autárquicas O movimento independente Por Beja com Todos considera que “ficou aquém das suas expetativas eleitorais”, nas últimas Autárquicas, embora reconheça que os resultados alcançados a 29 de setembro “não foram maus” tendo em conta algumas condicionantes. Desde logo o facto de terem sido as primeiras eleições em que participou e, depois, segundo o coordenador do grupo de cidadãos, Lopes Guerreiro, fatores como “a inexperiência, as dificuldades processuais e o atraso na tomada de algumas decisões e na construção e apresentação das suas propostas”, que “não ajudaram a dar-lhe a necessária credibilidade”. Por outro lado, continua Lopes Guerreiro, num balanço desta primeira ida às urnas, terá pesado “a falsa dependência que seus adversários e alguma comunicação social insinuaram existir do movimento em relação ao Bloco de Esquerda, que o apoiou sem quaisquer condições”. Por último, são sublinhados a diminuição de votantes – de 60,66 por cento, em 2009, para 56,61 por cento –, a abstenção, que fez com que “todas as candidaturas partidárias tivessem perdido votos”, e o fenómeno do “voto útil, tendo em conta a acentuada bipartidarização” em Beja. PUB

Apenas 195 alunos provêm do concurso nacional

IPBeja à beira de preencher a totalidade das vagas Das 489 vagas colocadas a concurso pelo Instituto Politécnico de Beja, referentes aos 16 cursos da sua carteira de oferta, apenas 251 foram preenchidas ao longo das três fases do Concurso Nacional de Acesso. E, desse universo, somente 195 alunos efetuaram a respetiva matrícula. No entanto, os concursos especiais de ingresso, nomeadamente os destinados a alunos maiores de 23 anos, titulares de cursos de especialização tecnológica (DET) e titulares de outras licenciaturas, acabaram por completar a quase totalidade das vagas abertas para o ano letivo 2013/2014. Texto Paulo Barriga

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ma situação que leva o IPBeja a revelar “otimismo no balanço provisório ao número de candidatos matriculados” nos diferentes cursos de licenciatura. Com efeito, para lá dos alunos provenientes do Concurso Nacional de Acesso (195 matrículas), já realizaram a sua inscri-

ção 75 dos 117 candidatos aprovados no programa “Maiores de 23 Anos”. Dos 187 candidatos titulares de um Curso de Especialização Tecnológica, obtiveram vaga e fizeram matrícula 93. Também já efetuaram a sua inscrição 23 dos 46 candidatos já anteriormente detentores de licenciatura e que procuram agora uma nova formação. O que perfaz um total de 386 alunos com matrícula já efetuada ao primeiro ano das diferentes 14 licenciaturas disponibilizadas pelo IPBeja (duas acrescidas de frequências em regime pós-laboral e em ensino à distância). E, a estes, ainda há a somar os alunos que provêm dos regimes de Mudança de Curso e Transferência, concursos cuja segunda fase apenas termina a 4 de novembro próximo. Na primeira fase deste concurso, foi possível atribuir vaga a 10 candidatos, em 13 que pediram transferência de outras instituições para o IPBeja. Já no que se refere às mudanças de curso, obtiveram vaga e matricularam-se 14 candidatos. “Com base nestes números provisórios”, segundo a direção do IPBeja, “fazemos um balanço

positivo do ingresso em 2013/2014. Estamos na espetativa de que o número de candidatos matriculados no primeiro ano se situe entre os 424 e os 507. O que, perante as 489 vagas colocadas no concurso nacional, é positivo e poderá novamente corresponder a um preenchimento de 100 por cento”. A mesma fonte revelou ao “Diário do Alentejo” que se trata de “números particularmente relevantes atendendo ao facto de outras instituições regionais não o terem conseguido atingir num contexto de recessão demográfica com consequências muito expressivas no número de alunos matriculados no ensino secundário, e com impacto no contingente disponível para concorrer ao ensino superior”. Já no que se refere aos mestrados e pós-graduações, o IPBeja registou no presente ano letivo 225 candidaturas (no ano anterior tinham sido 156). No que se refere às candidaturas aos cursos de especialização tecnológica, o IPBeja registou 346 candidaturas aos oito cursos disponíveis, “não tendo sido possível dar resposta a todos os candidatos interessados”.


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Tapada Grande Apesar da denúncia de abate ilegal de árvores, a Câmara Municipal de Mértola garante que apenas retirou do local “quatro eucaliptos pequenos, porque estavam doentes”

Centro de Estudos da Mina de São Domingos acusa autarquia de corte ilegal de árvores

Abate de eucaliptos gera polémica

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coordenador do Centro de Estudos da Mina de São Domingos, Luís Baltazar, que acusou na semana passada a Câmara de Mértola de ter abatido ilegalmente “cerca de duas dezenas de eucaliptos” junto à praia fluvial da Mina de São Domingos, naquele concelho, contesta as justificações dadas pelo presidente da autarquia, quando confrontado com a denúncia de “abate ilegal”. Jorge Rosa disse que a câmara “tem autoridade para abater árvores na zona, desde que seja necessário” e que abateu “quatro eucaliptos pequenos, porque estavam doentes”. O autarca lembrou ainda que o Plano de Ordenamento da Albufeira da Tapada Grande permite o arranque de árvores na zona por razões fitossanitárias e, por isso, o abate dos eucaliptos “não foi ilegal”, já que decorreu “por razões puramente fitossanitárias” e “dentro

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da lei”. “As árvores, que não tinham valor histórico, nem ambiental, foram cortadas porque estavam doentes e inclinadas sobre o plano de água da albufeira, o que indiciava a sua queda, colocando em risco os frequentadores da praia”, explicou Jorge Rosa, frisando que, por outro lado, havia pessoas que já não frequentavam a praia na zona onde estavam os eucaliptos doentes, porque, a “constante” queda de folhas e ramos para a água, onde acabavam por apodrecer, “causava mau cheiro”. O autarca disse ainda que a câmara vai plantar outras árvores para substituir os eucaliptos cortados na referida zona da praia fluvial. Luís Baltazar, em carta aberta dirigida ao presidente da câmara, reafirma que “foram arrancadas cerca de duas dezenas de eucaliptos” e garante que “as árvores não apresentavam sinais evidentes de doença – estavam viçosas em

pleno julho com temperaturas superiores a 40 graus, como também não apresentavam qualquer inclinação anormal, o que é facilmente comprovado por inúmeras fotografias recentes do local”. O coordenador salienta ainda que “a decisão de arborizar com eucaliptos as margens da Tapada Grande foi tomada e executada há mais de um século, a questão da qualidade da água devido a esse fator nunca se colocou” e que “a Agência Portuguesa do Ambiente (autoridade nacional para as questões da qualidade das massas de água) quando realizou a caracterização da qualidade da massa de água não considerou esse fator como constituindo um risco para a degradação da qualidade da água”. De acordo com Luís Baltazar, “o arranque dos eucaliptos em questão não só desprotege o solo como pelo facto de terem sido arrancadas

também as suas raízes acabou por revolver o solo que se encontrava compactado, aumentando indubitavelmente os riscos de erosão, o que vai ser visível quando chover com mais intensidade”. “O Poatg no seu preâmbulo refere: ‘A albufeira encontra-se classificada como albufeira de águas protegidas pelo decreto regulamentar n.º 2/88, de 20 de janeiro’. De acordo com aquele diploma, albufeiras protegidas são ‘aquelas cuja água é ou se prevê que venha a ser utilizada para abastecimento de populações e aquelas cuja proteção é ditada por razões de defesa ecológica’ e, como tal, qualquer outro uso é considerado ao abrigo da legislação nacional como uso secundário ou seja, o uso recreativo não se pode sobrepor ao uso ou potencial uso do abastecimento às populações e ao equilíbrio ecológico da massa de água”, conclui.


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Empresa opera em Neves-Corvo

EPOS despede 200

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esde sexta-feira, dia 11, que estão a ser despedidos “de forma irregular” trabalhadores da EPOS, um dos subempreiteiros da Somincor, sociedade que explora a mina de Neves-Corvo, Castro Verde. O número total de trabalhadores dispensados poderá aproximar-se dos 200, segundo questionou ontem, segunda-feira, o deputado comunista João Ramos num documento dirigido ao ministro da Economia, e já foi confirmado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM) à comunicação social. “Soube-se este fim de semana que, apesar dos anúncios de mais investimento, mais postos de trabalho e mais desenvolvimento mineiro, um dos subempreiteiros – a EPOS [Empresa Portuguesa de Obras Subterrâneas] – dispen-

sou um número de trabalhadores, que variam segundo as fontes, mas que se poderá aproximar dos 200”, denuncia o documento, acrescentando que os despedimentos “têm ocorrido desde sexta-feira, 11 de outubro, de forma irregular” e que “há trabalhadores dispensados por telefone e outros que estando já equipados para começarem a trabalhar, são mandados desequipar e despedidos”. “Tudo aponta para que se trate de um processo de despedimento coletivo”, conclui o deputado, que quer saber se o ministério tem conhecimento da situação e quantos trabalhadores, em concreto, estão envolvidos. Entretanto, segundo declarações públicas do STIM, já foi solicitada a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT).

João Ramos questiona Governo

“Clandestinos” em Alqueva

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deputado comu n ista João Ramos, eleito por Beja, questionou na quarta-feira, dia 9, a ministra da Agricultura quanto ao “trabalho clandestino e de exploração” na vertente agrícola do empreendimento de Alqueva. Isto a propósito de uma ação conjunta recente, levada a cabo entre os últimos dias 17 e 19, entre a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, de que resultou a identificação de 23 trabalhadores clandestinos, um dos quais menor de idade, em vindimas de duas explorações agrícolas no Baixo Alentejo. No documento que endereçou ao Governo, o parlamentar lembra

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um seminário internacional sobre investimento no potencial agrícola de Alqueva, realizado em maio último, no âmbito do qual Ricardo Salgado, presidente do BES, definiu o “modelo” de gestão “defendido pela banca e apoiado pelo Governo”, ao afirmar que “se os portugueses não querem trabalhar e preferem estar no subsídio de desemprego, há imigrantes que trabalham, alegremente, na agricultura e esse é um fator positivo”. Assim, pergunta o deputado, “quando a senhora ministra propagandeia os sucessos da agricultura, nomeadamente os sucessos de Alqueva, enquadra a realidade descrita na definição de sucesso?”.

A atriz Isabel Ruth vem cantar aos Infantes

Festival internacional de curtas-metragens em Beja e Évora

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pós um ano de intervalo, o Festival Internacional de Curtas-Metragens de Évora (FIKE) volta a realizar-se, entre ontem, quinta-feira, e o próximo dia 26, estendendo-se, nesta edição, também à cidade de Beja, com um programa de exibições no espaço Os Infantes, que arrancou ontem e decorrerá até amanhã, sábado. O ponto alto, realça a organização, é o concerto “Isabel Ruth por Isabel Ruth”, que coloca em destaque a faceta musical da prestigiada atriz, que este ano integra o júri do FIKE. O espetáculo terá lugar amanhã, sábado, pelas 22 e 30 horas. Também em Beja, durante as três noites, serão projetados filmes premiados em anteriores edições do festival e, de manhã, no Museu Regional de Beja, haverá

sessões de cinema para as crianças das escolas, uma iniciativa realizada em parceria com a Festa Mundial da Animação, celebrada em outubro. O evento, que já vai na sua 11.ª edição, é organizado pela Sociedade Joaquim António de Aguiar, Cineclube da Universidade de Évora, Estação Imagem e, a partir deste ano, também pela associação cultural bejense Lendias d’Encantar. Recorde-se que a edição do ano passado foi adiada pela “impossibilidade” de a Câmara de Évora, “um dos principais patrocinadores” da iniciativa, assegurar a respetiva comparticipação financeira, que ascendia aos 10 mil euros. Este ano, realçou o diretor do FIKE, João Paulo Macedo, “existem condições” para a sua realização, uma vez

que os promotores apresentaram uma candidatura a fundos comunitários para que a iniciativa deixasse de estar “dependente de projetos da câmara”. O alargamento a Beja, uma das novidades da edição de 2013, justifica-se pela necessidade de o evento “ganhar dimensão”, alcançando “públicos mais alargados”. Para a vertente competitiva do festival foram selecionados 38 filmes oriundos de 19 países, de um total de mais de mil curtas-metragens que foram recebidas pela organização este ano e no ano passado. Provenientes de países como Espanha, Suíça, Irão, Brasil e Moçambique, além de Portugal, os filmes em competição abrangem as categorias de ficção, documentário e animação.

Sines recebe especialistas durante o fim de semana

Os “poderes” no Alentejo Litoral

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ação dos poderes nas escalas local e regional” é o tema que vai reunir, entre amanhã e domingo, 20, no Centro Cultural Emmerico Nunes, em Sines, vários estudiosos no âmbito do IV Encontro de História do Alentejo Litoral. A sessão de abertura está agendada para as 10 horas de amanhã, e a primeira comunica-

ção, por Carlos Fabião, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, submete-se ao tema “Como se identifica o poder através do registo arqueológico: Observações a partir do Alentejo Litoral”. Logo a seguir, pelas 11 e 30 horas, Fernanda Olival, da Universidade de Évora, falará sobre “A Ordem de Santiago e o Litoral Alentejano”. Ao longo dos

dois dias de trabalhos, estão previstos contributos académicos que atravessam as épocas medieval, moderna e contemporânea, sempre com o Alentejo Litoral em pano de fundo. Do programa cultural destaca-se um concerto comentado pela Orquestra de Cordas do Alentejo Litoral, agendado para as 18 e 30 horas de amanhã.


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Os temas saem da composição da guitarra; depois tentamos desenvolvê-los com a bateria e perceber para que caminhos partem. E às vezes eles vão acabar em caminhos completamente distintos do que inicialmente parecia estar traçado. Por último é que aparece o nome, e às vezes não é fácil”. Alexandre Catarino

Nasceram no início de 2012 e pou-

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Música cos meses depois estavam a tocar ao vivo pela primeira vez e a lançar um primeiro vídeo, “Comboio hotel”, um cartão-de-visita bem ilustrativo da marca própria da banda. Tango Paris, dueto bejense que reúne os irmãos Alexandre e Tiago Catarino, é western rock, é blues, é fado e também é tango. É, no fundo, tudo quanto possa enriquecer musicalmente um imaginário próprio, sem geografia ou tempo, traduzido em bandas sonoras para ver ao vivo ou em casa. Texto Carla Ferreira

Tango Paris, a nova dupla musical bejense

Fazedores de bandas sonoras

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vídeo é bem conhecido da comunidade bejense e foi graças a ele que os irmãos Catarino, Alexandre e Tiago, puderam medir o pulso às novas sonoridades que, pela primeira vez, encetavam em conjunto. Nele, neste “Comboio hotel”, Beja vê-se sob uma lúgubre luz noturna que a revela nostálgica, romântica, intemporal, misteriosa e até bela na sua aparente desolação. E mesmo se o par de músicos avança, solitário, pela seara imensa debaixo de um céu aberto e limpo, rapidamente a narrativa regressa ao registo lunar, através de ruas estreitas e dos salões quietos da velha Capricho, onde um par de bailarinos (José e Solange Mata) se entrelaça num tango lânguido. Não é Paris, não é Buenos Aires. É Beja, no imaginário musical dos Tango Paris. O vídeo foi lançado on line em novembro de 2012 e o interesse suscitado surpreendeu os músicos, que estavam ainda a tatear caminho para perceber a sua marca distintiva, a sua impressão digital. “Na verdade as coisas aconteceram um bocado por acaso. Estávamos a tocar menos com as bandas que tínhamos na altura e decidimos ir tocar, por tocar, os dois,

sem ter nada preparado, como se fôssemos beber um café. Depois de uns dois ou três ensaios achámos que aquilo que tinha sido apenas uma brincadeira inicial podia resultar em algo mais a sério”, recorda Alexandre (guitarras e melódica), que vinha dos Carbilly, uma mescla de rockabilly e blues cantado em inglês. Tiago (bateria), por seu turno, derivava do rock progressivo em português dos Máscara. Nada, em qualquer dos casos, que pudesse augurar o que veio a tornar-se o universo próprio dos Tango Paris, mas que de algum modo está presente no seu ADN. Juntamente, realça Alexandre, com nomes, esses sim, cuja inf luência se faz sentir de uma forma mais óbvia na música do novo dueto bejense: Calexico, The Gotan Project, Tom Waits, Caro Emerald, The Black Keys. Em palco – e a cidade já pôde ouvi-los por diversas vezes, na Casa da Cultura, Infantes, praça da República e Teatro Pax Julia – é indiscutível que os Tango Paris oferecem um concerto bem diferente da clássica banda rock, com a fórmula “duas guitarras elétricas com distorção, um baixo, uma bateria e um vocalista quase

a berrar”, assinala Alexandre. Desde logo, porque há uma opção clara de não ter vocalista e, porque, na ausência de um rosto principal, as atenções do público tendem a refugiar-se nas imagens escolhidas a dedo para servir as ambiências musicais. Há vídeos próprios, como “Chocolate Quente”, mas também seleções feitas a partir de pesquisas. O caso de “Lingerie”, tema muito apreciado e que embala excertos de um filme asiático desconhecido. Em ambos os casos, a dupla conta com a ajuda do também músico e bejense Pedro Frazão. “Essencialmente, são bandas sonoras aquilo que nós fazemos para um imaginário nosso que, por norma, surge do nada”, sumariza Alexandre, detalhando o processo: “os temas saem da composição da guitarra; depois tentamos desenvolvê-los com a bateria e perceber para que caminhos partem. E às vezes eles vão acabar em caminhos completamente distintos do que inicialmente parecia estar traçado. Por último é que aparece o nome, e às vezes não é fácil. Temos que o ouvir muitas vezes para perceber qual é o nome do tema”. Entretanto, e inesperadamente, a dupla teve a oportunidade de gravar nos

estúdios da Valentim de Carvalho, em Lisboa. De momento, ainda sem datas previstas para a saída do trabalho, o que se sabe apenas é que será um EP, com um máximo de cinco temas. “Está praticamente tudo gravado neste momento, vai sair uma coisa curta, porque não temos poder financeiro nesta primeira fase e também porque me parece que o mercado não tem capacidade para absorver toda a música que se está a fazer”, informa Alexandre. A prioridade da banda é ter em mãos um trabalho “com uma qualidade de som melhor” e não tanto lançar um CD, até porque, reconhece o músico, existem hoje novas formas, mais baratas e eficazes, de chegar às pessoas e é delas, preferencialmente, que a banda pretende fazer uso: “Nas bandas onde toquei, gravávamos 500 ou 1000 CD e as pessoas não conheciam a nossa música. O nosso objetivo é lançar o nosso trabalho on line. A Internet é uma forma mais atual de divulgar o nosso trabalho.” A propósito, os Tango Paris têm morada no Facebook em http://www.facebook.com/tango.paris.3 e podem ser vistos e ouvidos aqui: http:// www.youtube.com/watch?v=x9kRrTilOZ0.


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O Orçamento pode ser aprovado em reuniões técnicas com a troika, ou com os agentes das forças vivas, nomeados para comissões técnicas de acompanhamento, mas uma democracia sem povo não passa de uma mera “democratura”. José Adelino Maltez, “Diário de Notícias”, 16 de outubro de 2013

Opinião

Braços cruzados Filipe Nunes Arqueólogo

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Decorre este fim de semana, em Mértola, a quarta edição da FEIRA DA CAÇA. E cá está um belo exemplo de como os municípios, mesmo os menos populosos, podem e devem apostar nas suas singularidades e delas fazer bandeira. A caça é, nos dias que correm, a principal atividade económica do concelho de Mértola. E esta feira não só disso dá conta, como mostra ao País todas as outras potencialidades daquele território. PB

Não vale a pena iludir os factos. O Orçamento do Estado entregue na Assembleia soma austeridade à austeridade que vinha de trás. (…) Não é preciso esmiuçar o documento para se ter a noção clara de que o Orçamento entregue na Assembleia vai ser um instrumento gerador de recessão e pobreza a acumular à que se viveu nos últimos semestres. Eduardo Oliveira Silva, editorial do “I”, 16 de outubro de 2013

Aquela que à margem do Estado sugira e experimente novas hipóteses coletivas e individuais à resolução direta dos problemas e em que finalmente deixemos de cruzar os braços.

desinteresse pela eleição e de interesse, reiterado, em dissecar a trama proposta pela “Casa dos Segredos” quando estavam a ser transmitidos os resultados no País. Estas pessoas demitiram-se do direito de fazer ouvir a sua voz na altura certa. No acto eleitoral. São estes, os abstencionistas, o outro grande derrotado nestas eleições! Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico

N E U

ão querendo reconhecer que vivemos aqui e agora num verdadeiro estado de guerra social, e insistindo que qualquer (re)solução só é possível pela garantia da paz social imposta pelo sindicalismo gasto e pela representatividade partidária, acabamos perpetuando essa ideia do lamento, do fado e do fatalismo português de tudo aguentar. Neste outono regressam finalmente às ruas os momentos e as ocasiões de protesto para contrariar esse pessimismo. Não me excluo desse pessimismo. Estou longe de sentir por estes lados uma reação coletiva e persistente no desejo de construir desde já alternativas a este sistema. A verdade é que passaram-se meses de apatia desde a passeata fúnebre de 2 de março de 2013 e a feira eleitoral de setembro que nos pedia para não cruzarmos os braços. Contrario esse pessimismo com votos, agora sim, para que a agitação de há um ano atrás, que pôs nas ruas mais manifestantes que nos tempos quiméricos do 25 de Abril, possa surgir de novo. Para que os braços cruzados se transformem em novo arremesso de pedras sobre esse charco de miséria em que nos afundamos. Quando te põem as mãos no pescoço a cada dia que passa, já tão pouco é possível colar ao manifestante a imagem de violento. Ou sufocas ou reages. Neste contexto de guerra social, passar do lamento fatalista ao otimismo desenfreado (sem freios e apartidário) é talvez o nosso maior desafio. Vivemos há demasiado tempo nesse impasse. E para o ultrapassar sabemos que teremos que estar juntos para lá do evento agendado, surpreender com o protesto incontrolado, como ultrapassar o desenrascanço diário feito de cumplicidades e afinidades familiares, para experimentar soluções coletivas com demais afetados e com os desconhecidos e marginais com que sorrimos juntos nos protestos. As possibilidades que nascem nesses momentos de rua podem, por isso, multiplicar-se e não é preciso muito para perceber que isso é possível. É na sociabilidade no dia a seguir ao protesto que estará certamente a desejada resposta ao fado miserabilista português. Um dos enquadramentos possíveis do “problema da passividade em Portugal”, apontados no “Blog Spectrum”, refletir-se-ia no vazio de vida e de pessoas no espaço público. Um quadro social, marcado nas cidades pela ausência das relações de bairro, e que pode ser visto no Alentejo, sobretudo pela imposição provinciana dos modelos cosmopolitas às suas vilas e aldeias. No entanto, contrapondo essa imposição, a ruralidade pode hoje surgir como uma fonte de resistência (e não como um apelo saudosista), por lhe ser inerente precisamente essa energia de proximidade e sociabilidade local. Tirar fruto dessa vantagem, como pode ocorrer, por exemplo, a propósito de uma horta comunitária, demonstra que não falta espaço público para deixarmos a passividade de lado. Claro que semelhante dinâmica poderá não passar de um inofensivo escape e passatempo, se não pretender dispensar a mediação e a “familiaridade com os órgãos do Estado”. O aspeto chave, afinal, que tem evitado que os protestos – e como tal a nossa sociabilidade – assumam um outro nível. Sobre o credo cego na representatividade democrática, a resposta acabou de ser dada ontem mesmo nos patamares do poder autárquico, obrigando sapientes analistas a olhar ao significado da mais alta taxa de abstenção de sempre, apontado a contragosto, para lá da desculpa climatérica, o seu sentido antissistema. Mas este é ainda um sentido que não passará da persistente apatia portuguesa, servindo mesmo de argumentação a soluções totalitárias, se não se vier a revestir de uma outra e distinta lógica de participação.

Ausência!, minha doce fuga! Ana Paula Figueira Docente do ensino superior

o grande vencedor da noite eleitoral foi… “Casa dos Segredos”. Assim foi noticiado pelo jornal “Público”, de 30 de Setembro, o programa que conseguiu arrebatar o troféu das audiências de televisão ao registar 1,743 milhões de espectadores, quando a cobertura especial das eleições autárquicas que mereceu a maior distinção fixou-se em 1,460 milhões de telespectadores. Se considerarmos ainda que a abstenção obteve a taxa mais elevada de sempre – 47,40 por cento – é muito fácil perceber o alheamento ou a alienação das pessoas face às eleições, neste caso, para os seus governantes locais. Para além de procurarem justificações para encontrar o partido vencedor ou o partido derrotado, este facto – e nomeadamente um outro que tem a ver com a ascensão dos independentes – deveria fazer pensar sobremaneira os partidos políticos, estes sim, um dos dois grandes derrotados. Estas eleições anunciam aos berros que é mais do que chegada a altura de os partidos políticos reverem a sua forma de estar e, quiçá, os seus “mundos”, já que as respectivas mensagens não estão, na verdade, a ser descodificadas e compreendidas. Pelo menos de forma devida, que justificamente se manifeste no aumento do número de votantes extraídos da massa abstencionista. Não me parece sensato que, mais uma vez, este dado seja relegado pelos políticos devido à dificuldade – que acredito que têm – de lhe encontrar razões “lógicas” e objectivas”; apesar de todos os estudos que tenham sido feitos ou que possam vir a ser, não será fácil os próprios aceitarem que determinados alicerces considerados inabaláveis na estrutura dos partidos políticos estão a ser, de forma crescente, postos em causa. E que estão, de forma até embaraçosa, a questionar a comunicação com o eleitorado que, nesciamente, opta por não exercer um seu direito de exercício democrático, de cidadania e de mudança, se for caso disso. Como observadora sem qualquer experiência partidária, sinto que os partidos têm uma dificuldade cada vez maior em conseguir que as pessoas se identifiquem, seja com determinadas propostas, como até com alguns dos próprios desafios que estão na sua origem; por outro lado, naquilo que me é permitido assistir em particular através dos meios de comunicação social, não consigo destacar claramente a emergência de vozes e de vontades individuais, próprias e genuínas, que tenham a força necessária para se propagarem e para reflectirem o conjunto, ou seja, um ou cada um dos partidos. Por outro lado, hoje, confrontadas com este mundo globalizado onde convergem múltiplos discursos oriundos de um sem número de fontes, em constante competição, muitas são as pessoas que optam por alhear-se do verdadeiro “jogo”, privando-se à distinção entre o essencial e o acessório e à reflexão e ponderação que esse trabalho obriga, escondendo-se antes em comentários fáceis, repetitivos e estereotipados, por exemplo nas redes sociais, tantas vezes desajustados e pouco inteligentes. Entendem-no como a sua – talvez a que reconhecem como a única, a maior, a melhor ou a possível – forma de protesto. Legítima e respeitável, decerto, mas assim mesmo, artificial! Nem todos são ou podem ser as caras reconhecidas do momento, mas todos podem e devem ser os seus protagonistas. Ou não, caso se recusem a exercer o seu direito de voto. Como aconteceu a quase metade da população portuguesa que preferiu ausentar-se, embrulhando-se numa “doce” fuga de

Escola pública/ /escola privada Francisco Marques Músico

ltimamente tenho andado muito preocupado com o conjunto de acontecimentos que se têm passado em torno de todo o sistema de ensino em Portugal e das consequências que isso me parece poder vir a ter ao nível da escola pública e da qualidade do ensino que nela poderá vir a ser ministrado a curto prazo. Foi recentemente aprovado o diploma que revê o Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo e, de acordo com as novas regras, “o Estado não se restringe a apoiar turmas, como acontecia até então com os contratos de associação, mas também apoia alunos, o que abre um caminho mais direto a uma liberdade de escolha e a uma concorrência entre escolas e entre sistemas”. Tudo isto seria muito interessante e até faria todo o sentido se não existissem, consequentemente, um conjunto de situações que fazem com que na prática as coisas não sejam depois tão “cor-de-rosa”. Vejamos, para começar, apenas uma simples situação: se todos os alunos quisessem fazer a sua opção pelo ensino privado, seria isso possível? Mesmo que ignorando a situação em que ficavam milhares de professores que asseguram atualmente o ensino na escola pública e já nem sequer falando sobre o que aconteceria depois a todo o investimento que se tem feito nos últimos anos em infraestruturas e equipamentos, como é que se assegurava a entrada de todos os alunos no ensino privado? É óbvio que a resposta à primeira questão terá que ser negativa e, consequentemente, resolve, de certa forma, o problema subsequente, ou seja, os alunos que terão que continuar a frequentar a escola pública irão justificar a colocação de alguns professores, assim como parte do investimento feito anteriormente. Mas a minimização deste problema traz-nos outro não menos complexo: como é que se fará então a seriação dos alunos? Quais serão então os que irão integrar o ensino privado e quais os que “restam” para frequentar a escola pública? Os critérios de seleção parecem-me evidentes: por um lado, os melhores alunos e, por outro, os que não apresentam problemas de natureza disciplinar. Esta forma de seleção permite que as escolas privadas sejam competitivas e possam alcançar lugares de destaque no ranking nacional. São estes resultados, que têm por base esta seleção e não ofertas pedagógicas inovadoras ou muito diferenciadas da escola pública, que alimentam a procura do ensino privado e dão origem a um ciclo vicioso que legitima a opção dos pais preferirem que os seus educandos estudem neste ambiente mais protegido e selecionado. Em suma, a escola pública ficará com as sobras, ou seja, com os alunos com problemas sociais e/ou disciplinares. Face a esta situação, pergunto: que pai quererá ter o seu filho numa escola que é um gueto? Parece-me que a resposta é evidente: apenas aquele que não puder escolher.


Ora aí está mais uma FEIRA DE CASTRO. Quem, nos alvores do outono, nunca tenha demandado a Castro Verde nem sabe o que tem perdido. Esta é, por certo, a última grande feira tradicional do distrito de Beja. E nela ainda sobrevivem a cultura, os produtos, os saberes, as artes mais enraizadas da cultura popular alentejana. A Feira de Castro é o único mostruário vivo daquilo que fomos, somos e viremos a ser. PB

Há 50 anos O abraço demorado de Salazar a Tomás

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esses meados de outubro de 1963, o “Diário do Alentejo” publicava regularmente notícias de Beja, do Alentejo, nacionais e do estrangeiro, tudo isso na primeira página. Na edição de 18, por exemplo, a coluna “Beja Dia-a-Dia” assinalava “As comemorações do aniversário da Sociedade Filarmónica Capricho Bejense”. No quadro da celebração dos 47 anos, a coletividade promovia nessa noite, em colaboração com o Cineclube de Beja, uma sessão de cinema, com o filme “Um americano em Paris”, de Vicente Minneli. O destaque da edição do vespertino ia para outra informação local: o plano de actividades da Câmara Municipal de Beja para o ano seguinte. O documento incluía melhoramentos na cidade, a construção do mercado municipal e do matadouro, um parque de turismo, arranjos de jardins, pavimentação de estradas e caminhos municipais e melhoramentos nas freguesias. Um plano que, hoje, poderia inspirar o novo presidente João Rocha e a sua equipa... Da região baixo-alentejana, havia notícias de um convite ao ministro das Obras Públicas para visitar Ourique e de uma palestra em Moura, pelo engenheiro agrónomo Joaquim Sampaio, sobre “Alguns aspectos da cultura do trigo”. E, claro, uma referência à feira de Castro, “que é uma das mais afamadas do Alentejo e sempre costuma registar elevado número de forasteiros.” A informação nacional de maior relevo ia para o regresso do almirante Américo Tomás a Lisboa – onde na véspera tinha sido “alvo de carinhoso acolhimento” –, depois de uma visita a Angola e a S. Tomé, uma “patriótica jornada”. O Presidente da República fora acolhido no Cais das Colunas, na capital, por “milhares de pessoas”. O jornal sublinhava que “dentre as numerosas individualidades presentes, destacou-se o Sr. Presidente do Conselho, Prof. Dr. Oliveira Salazar, que abraçou demoradamente o Chefe do Estado.” No Portugal fascista envolvido numa guerra colonial já com duas frentes – Angola e Guiné –, outra informação dava conta que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Franco Nogueira, se tinha reunido em Nova Iorque, no gabinete do secretário-geral das Nações Unidas, U Thant, com uma delegação de nove estados africanos. Não explicava o tema do encontro, mas percebia-se... Nessa edição do “Diário do Alentejo” de há 50 anos, ainda uma breve notícia do estrangeiro, intitulada “Está iminente a guerra argelino-marroquina”. Lacónica: “Após o malogro das conversações e Marraquexe, tornou-se mais iminente o perigo de guerra entre a Argélia e Marrocos.” Carlos Lopes Pereira

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Diz o ditado: À mulher de César não basta ser honesta, 15 tem de parecer honesta. E vem ele a propósito da suposta aquisição, a preços populares, dos EQUIPAMENTOS ELETRÓNICOS usados pelos elementos do anterior executivo da Câmara Municipal de Beja, assessores e administradores da empresa municipal de águas. É óbvio que estamos a falar de miudezas. Por isso mesmo… PB

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A Europa do diretório e da burocracia de Bruxelas confiscou a soberania das nações numa monstruosa “consolidação de Estados”, sem alma nem legitimidade. A proposta orçamental só é do Governo no plano formal. As vozes do Parlamento serão mudas. Será o silêncio da cidadania usurpada. Dos súbditos de uma tirania sem rosto em que nos deixámos transformar. Viriato Soromenho Marques, “Diário de Notícias”, 16 de outubro de 2013

Cartas ao diretor O velhinho Vergonhas e campo das minas movimentações Manuel José Vargas, Aljustrel

Palco de emoções, onde quase sempre reinou o desporto rei: “o futebol”, trazendo no dia dos jogos alegrias, tristezas, amizades e confraternizações, encontra-se hoje ao abandono. Por lá, passaram várias gerações e recuando no tempo muitos terão ainda na memória nomes como: o Ramires, Larguinho, Manuel Eduardo, Paulino, Geada, Nicha, Jones, Ameixa, Laginha e tantos outros que dignificaram com o seu suor o nosso Mineiro. Sempre que havia jogos a azáfama na vila era grande, em direção ao bairro de Vale d’Oca, logo de manhã, com as camadas jovens, à tarde, com os seniores. Mas o tempo passa… Alguns já não estão entre nós, outros partiram para outras regiões, havendo aqueles que felizmente residem ainda em Aljustrel. E o velhinho campo, quase irreconhecível, menosprezado, pensará muitas vezes que não merecia aquilo que lhe estão fazendo. Onde as suas estruturas se degradam dia após dia e onde crescem unicamente ervas, tendo por vezes a visita de algumas ovelhas que por lá pastam. Ele que até fazia parte do quotidiano das crianças do bairro de Vle d’Oca, que por lá passavam a maior parte do dia com as suas brincadeiras. Agora que não serve para nada, limita-se a recordar o antigamente. Após tudo isto, é pertinente perguntar: O passado não faz parte da história local? As vivências mineiras, parte integrante da cultura aljustrelense, não ficarão fragilizadas com o seu desaparecimento? É certo que foi construído o Estádio Municipal, com relva sintética, oferecendo melhores condições para a prática do futebol, sendo uma situação inquestionável em termos de futuro. Mas tudo o que se possa dizer, não invalida a não requalificação e a rentabilização do campo das minas, com outras atividades desportivas, contribuindo para a dinamização e dando uma maior alegria ao bairro mineiro, onde a maioria da sua população são pessoas idosas. Termino, baseando-me na sabedoria popular: “A esperança é a última coisa a morrer”, e “quem espera sempre alcança”.

José Carlos Albino Messejana

A notícia de que os salários, apenas num ano, desceram em 11 por cento, é uma vergonha provocada pela intervenção governamental e apoiada por empresários, médios, pequenos e grandes, que fazem um oportunista aproveitamento, na ganância dos lucros. Tal na linha do empobrecimento da “mão de obra”, que faça de Portugal a “China Europeia”, muito atrativa aos impérios financeiros. Combater estas posturas governamentais e dos “empresários” que só sabem “socializar prejuízos” e nunca “socializar lucros”, é um nosso imperativo, para que não voltemos à escravatura enfeitada. Mov i mentações pela efet iva “Responsabilidade Social”, tão apregoada e posta na lapela, mas pouco praticada, são veredas que farão caminho. Cidadanias Ativas, exigem-se a tod@s !

O outono ou o verão dos marmelos

o seu direito de voto. Acontece que, tanto em relação à minha modesta pessoa, como a tantos concidadãos que conheço, os políticos e a política só nos trazem desilusões. Se efetivamente os cortes nas pensões das viúvas for aprovado, até aqueles que já entregaram a alma ao Criador são roubados nas verbas que descontaram enquanto foram vivos. Que tristeza!

Antes na ponte da Ajuda António Teixeira Almada

Uma vez que a CGTP anseia desfilar na ponte no próximo sábado, não se vislumbrando razão para tanto interesse ou, pelo menos, qual o ganho que pretende obter com passar a ponte a pé, mas sabendo-se o quão prejudicados serão os cidadãos que queiram usufruir normalmente da mesma ponte, sugiro à confederação sindical que, sobrando entusiasmo, mobilize os interessados para marchar sobre Olivença - numa nova “marcha verde” - desfilando na ponte da Ajuda, sobre o Guadiana, bandeiras portuguesas ao alto, clamando pela “independência nacional” e “contra a espoliação» e resgatando aquela parcela de Portugal… Além de obter mais visibilidade e captar a atenção da Europa, sempre era uma vitória sobre os espanhóis depois das derrotas no futebol e no hóquei …

Reinaldo Amador Henrique Rebelo Almada

Acabado de ouvir dois CD que o padre dr. Júlio Cartageno fez o favor de me enviar, uma vez que, por motivos de saúde não me foi possível assistir ao concerto que o Coro do Carmo levou a efeito no teatro Pax Julia, na capital do Baixo Alentejo. Estamos em meados de outubro. Época do ano em que no meu Alentejo se apanhava a batata doce (tubérculo oriundo da América e da Ásia) e se fazia marmelada e doce de tomate. Através do semanário “Notícias de Beja”, hoje recebido, tive conhecimento que o dr. Jorge Pulido Valente deixou de presidir à Câmara Municipal de Beja, passando a autarquia ser presidida pelo sr. João Rocha (não sei qual é o grau académico deste novo autarca) eleito pela política designada CDU. Tenho já a idade de 81 anos e, se a memória me não atraiçoa, pela primeira vez, durante a minha já longa vida, fui incluído no vasto número daqueles que abstiveram de exercer

Foram as eleições Diamantino António Funcheira

Praticamente ficou tudo na mesma como se não tivesse havido eleições, a democracia está ameaçada, continua uma governação de direita fascista e presidencialista. Agora vamos ver de quem é a culpa, os dois partidos que se dizem de esquerda, o Partido Socialista e Partido Comunista, que não se entendem, estão de costas voltadas de um para o outro. Assim não se consegue formar uma democracia verdadeira, o que está a ser prejudicado com tudo isso são as pessoas pobres, os idosos e os desempregados, ao não verem o seu futuro resolvido. A direita com toda esta situação está a esfregar as mãos de contente, temos que aguentar as ordens do Governo, falando para as pessoas com ordens de ameaças e de carrasco.


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é a lotação atribuída ao Estabelecimento Prosional Regional de Beja. Mas neste momento estão detidos nesta prisão 209 reclusos, mais 10 em Prisão Por Dias Livres. O que faz com que exista cerca de meia centena para lá do recomendado.

Entrevista José Luís Messias Pereira é o novo diretor do Estabelecimento Prisional Regional de Beja (EPRB). Natural de Melides, 50 anos, chefe do Corpo da Guarda Prisional, Messias Pereira substituiu no cargo Joaquina Malacueco. Desde a sua nomeação, a 1 de agosto, muitas têm sido as mudanças ao nível da disciplina numa cadeia sobrelotada e onde a coação e o confronto entre reclusos era o pão nosso de cada dia. Na sua primeira entrevista a um órgão de comunicação social, o anterior diretor das prisões de Évora e de Odemira traça o panorama socioeconómico dos reclusos de Beja, a tipologia dos crimes que cometeram e o ambiente que se vive para lá das grades.

Texto Paulo Barriga Fotos José Ferrolho

Novo diretor diz que “sobrelotação não é crítica”

Prisão de Beja tem meia centena de reclusos a mais Não foram fáceis os primeiros três meses de José Luís Messias Pereira à frente do EPRB. A coação psicológica e a violência física eram tratos recorrentes entre reclusos. E, por vezes, entre reclusos e guardas prisionais. Em 21 de agosto, um dos detidos tentou mesmo incendiar uma cela, através de uma janela exterior. O que levou à intervenção do Grupo de Operações especiais da Guarda Prisional. Messias Pereira chamou-lhe “ação preventiva”. Mas alguns reclusos reclamaram do excesso de força utilizado durante a “rusga”. Facto que é negado pela atual direção do EPRB e que serviu “apenas” para marcar uma posição e para “dizer aos reclusos que existem regras”. Após esta intervenção, a vida parecia ter tornado à normalidade num estabelecimento prisional onde metade dos reclusos participa em ações de formação profissionais e

escolares (dois deles frequentam o ensino superior), onde, para lá da biblioteca interna, existe um protocolo frutuoso com a Biblioteca Municipal de Beja e onde ensaia o único grupo coral alentejano composto por reclusos. Mas, no início do mês de outubro, a PSP de Beja deteve à porta da prisão um recluso de 33 anos que estava em “precária”. E que tentava introduzir estupefacientes no interior do EPRB: 520 doses de haxixe e 19 de heroína. Um caso que veio alertar ainda mais para o tráfico e consumo de droga nas prisões e, mais concretamente, na prisão de Beja. Onde grande parte dos reclusos cumpre penas associadas à toxicodependência. Situação que “entristeceu” Messias Pereira e que, nesta entrevista, não lhe merece grandes comentários para além do inevitável: “há tráfico de droga cá dentro”.

Como carateriza o universo socioeconómico dos detidos no EPRB?

Os detidos são, na sua maioria, pessoas originárias de estratos sociais e económicos muito desfavoráveis, de famílias carenciadas e, em muitos casos, provêm de bairros desestruturados. Nota-se, por conseguinte, um grande défice de apoio económico e social por parte das famílias que, no fundo, são o garante da vida deles aqui dentro. De onde são originários os reclusos?

Antes eram praticamente de Beja. Hoje, após o encerramento da prisão de Évora aos reclusos comuns, temos aqui muitas pessoas do norte do Alentejo e também do Algarve. Neste momento temos mais condenados do que presos preventivos. Qual é, em geral, a tipologia dos crimes cometidos?

Crimes contra o património com

algumas conexões ao mundo da toxicodependência… Também temos tráfico, mas a grande maioria do universo será crimes contra o património: furtos, roubos... Esses reclusos recebem apoio?

Têm apoio a nível do CAT, com produtos de substituição. Neste momento estão 21 a receber tratamentos com metadona. De que forma a crise que o País atravessa se reflete no aumento da criminalidade e se faz sentir no interior da própria prisão?

Não sei se poderemos estabelecer aqui uma ligação direta entre a crise e o aumento da criminalidade. O que sentimos é ao nível do apoio que as famílias lhes podem dar, do que lhes podem enviar nas encomendas ou do que lhes podem trazer quando vêm à visita. As dificuldades que têm lá fora refletem-se no


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apoio que dão aos reclusos. Quanto ao aumento da criminalidade pode ter alguma influência, mas acho que isso ainda está para vir.

tem todo o apoio dos funcionários e a garantia de que tudo faremos para que o cumprimento da pena seja seguro. Essa é a nossa máxima.

Qual é a capacidade do EPRB?

Os guardas são em número suficiente e estão preparados para desempenhar as suas funções?

Temos uma lotação de 164. Atualmente estamos um bocadinho acima.

Temos uma corporação de guardas em número suficiente para garantir que se cumpra aquilo que é exigido. É uma excelente corporação de guardas, não tenho nada a dizer. Apreenderam muito bem aquilo que é exigido de novo. Neste momento, se não nos tirarem mais nenhum efetivo, acho que temos os guardas suficientes para podermos cumprir com aquilo que é exigido à prisão.

Como assim?

Neste momento temos 209 reclusos e mais 10 em regime de Prisão Por Dias Livres. Está um bocadinho acima, mas não é crítico. O que quer dizer com “um bocadinho acima”? Há celas que estão sobrelotadas?

Implica alguma sobrelotação, é claro. Algumas camaratas, em vez de terem quatro, podem ter cinco reclusos. O que provoca uma ocupação total do espaço celular.

No início do mês de outubro foi detido um homem que se preparava para entrar no EPRB com estupefacientes. É um problema recorrente? Há tráfico de droga cá dentro?

Essa situação não gera desconforto junto dos presos?

Ao nível daquilo que nós lhes podemos dar, não. Seria mais fácil trabalhar com outros rácios, com outros números, mas, neste caso concreto, diria que esta sobrelotação não é crítica. Substituiu, no início de agosto, a anterior diretora. Foi necessário incrementar novas regras internas, novas medidas, nomeadamente a nível disciplinar?

Os diretores são pessoas e cada pessoa tem o seu estilo, não quero pôr em causa tudo o que está feito para trás. Encontrei aqui situações muito positivas, nomeadamente ao nível do apoio que é dado aos reclusos na formação escolar e profissional. Ao nível da disciplina, talvez um pouco fruto da minha maneira de ser, encontrei alguma falta de cumprimento de regras. Notei, de facto, alguma necessidade de investir ao nível do cumprimento mais adequado das regras. Isso não quer dizer que tudo o que estava para trás fosse mau. Não era mau, mas para mim tem de ser diferente. O que mais me preocupou quando cheguei aqui a Beja foi a velocidade com que estavam a acontecer situações que não podemos permitir.

Depois de identificar esses problemas, que medidas tomou em concreto?

Medidas simples de reposição das regras e a publicitação aos reclusos dessas mesmas regras. Esse é o meu papel. Não podemos permitir que um homem que esteja a cumprir uma pena não tenha garantida a sua integridade física e psicológica. Isso é o mínimo que podemos fazer. Quando isso falha, está tudo mal. Um recluso não pode ser agredido pelos outros… O desrespeito na forma como os reclusos funcionavam uns com os outros obrigou à realização de uma ação preventiva. Está a referir-se à intervenção do Grupo de Operações Especiais da Guarda Prisional?

Sim! O que se passou em concreto?

Fez-se uma busca e revista às celas, não foi mais do que isso. No fundo, foi dizer aos reclusos que nós temos regras, temos de as cumprir…

Como por exemplo?

Agressões entre reclusos ou o facto de um recluso ter a capacidade de não permitir que outro se sentasse numa mesa do refeitório. Para mim são coisas graves e isso acontecia com alguma regularidade, e isso preocupava-me muito…

Há denúncias sobre o uso excessivo da força durante essa “ação preventiva”… Reconhece-se nessas acusações?

Não reconheço. Cheguei a receber aqui familiares de reclusos que sinalizaram certas situações, mas

provou-se que eram tudo inverdades. Houve até um caso relatado para os serviços de auditoria e inspeção de um recluso que teria sido agredido, foram feitos exames, foi arquivado, não havia indícios de nada. Houve, sim, sinais de alguns reclusos que não querem regras, que são uma minoria, que no meio da anarquia e do desrespeito conseguem fazer aquilo que querem. E o que querem, quase sempre, é desadequado e põe em causa a vida dos outros. Temos conhecimento que a nova direção também incrementou novas regras ao nível do vestuário…

Sim, são novas regras que resultam do regulamento geral das prisões e dos despachos regulamentares por parte do senhor diretor-geral, que são impostas ao sistema, de forma uniforme. São para todos. Em vez de terem 20 pares de calças na cela agora apenas podem ter cinco… A proibição do uso de chinelos e de calções também está nesse regulamento?

É uma regra minha, essa não posso imputá-la a ninguém. Entendi que os reclusos deveriam ir para o refeitório minimamente acomodados, sem chinelos, nem calções. Aprendemos com os nossos pais que o espaço de refeição é um espaço sagrado e de respeito.

Não sei se poderemos estabelecer aqui uma ligação direta entre a crise e o aumento da criminalidade. O que sentimos é ao nível do apoio que as famílias lhes podem dar, do que lhes podem enviar nas encomendas ou do que lhes podem trazer quando vêm à visita. Os reclusos assimilaram bem essas regras. Elas não têm gerado conflitos?

Nada. Os reclusos entenderam isso muito bem. Em seu entender, a prisão de Beja é hoje um local seguro?

É um estabelecimento prisional seguro. O recluso chega, cumpre a sua pena, são-lhe dadas oportunidades e

É inegável, há tráfico de droga cá dentro! Não será assim uma coisa assinalável… Mas temos tráfico de droga, é inegável e isso é uma prova, é um caso do qual eu até prefiro não falar porque ainda está na justiça. O recluso vinha de precária, foi detido pela PSP à porta do estabelecimento e, depois, no âmbito das competências da PSP, a situação chegou onde chegou e é aquilo que é público e notório. Mas é um problema que nós temos, o recluso de facto trazia droga, fiquei triste porque o recluso foi de precária, mas prefiro não falar do caso, já falei com o recluso, fiquei triste. Há pouco elogiou o bom trabalho ao nível da formação e da educação que já existia no EPRB…

Neste momento temos perto de 100 reclusos ligados à formação escolar. Portanto, este era um caminho que o estabelecimento prisional já fazia e muito bem, estão de parabéns por isso. Depois, também temos a formação profissional. Antes do início do ano letivo tivemos sete reclusos num curso de pintura. Temos dois reclusos a tirar cursos superiores… Temos um grupo coral… Ao nível da formação as coisas estão a andar. E ao nível da reintegração? Têm muitas reincidências?

Há reincidência. Aí é que os novos rumos não têm sido bons e podem ter um impacto negativo no que é a possibilidade de arranjar um posto de trabalho lá fora. Hoje em dia as coisas estão muito mais fechadas, o desemprego aumentou… Isso tem influência nas possibilidades que eles têm na vida livre. É um fator que, de certeza, tem influência na reincidência.


Despertar recebe o Odemirense

Diário do Alentejo 18 outubro 2013

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Realiza-se no próximo domingo a oitava jornada do Campeonato Nacional de Iniciados, ronda de que sobressai o jogo entre o Despertar e o Odemirense, as duas equipas da AF Beja nesta prova. No passado domingo, o Despertar perdeu em Vila Real (4-1) e o Odemirense foi derrotado em casa, pelo Farense, também por 4-1.

Desporto

Dérbi Vítor Rolim (Castrense) foi o “polícia” de João Nabor mas deixou-o apontar o segundo golo mineiro

Futebol juvenil TAÇA MELO GARRIDO Iniciados 1.ª jornada Série A Alvito-Moura, 0-3 Ferreirense-B.º Conceição, 8-0 Aldenovense-Despertar, 0-0 Líder: Ferreirense, 3 pontos Próxima Jornada (20/10): Moura-Ferreirense B.ºConceição-Aldenovense Despertar-Serpa Série B Almodôvar-Castrense, 1-0 Desportivo Beja-Guadiana, 7-4

Aljustrelense-Milfontes, 1-2 Líder: Desp.Beja, 3 pontos Próxima Jornada (20/10): Castrense-Desp.Beja Guadiana-Aljustrelense

TAÇA ARMANDO NASCIMENTO Juvenis 1.ª jornada Série A Despertar-Serpa, 2-0 Sp.Cuba-Santo Aleixo, 2-1 Amarelejense-Desp.Beja, 2-5 Moura-Alvito, 5-0

Líder: Moura, 3 pontos. Próxima Jornada (20/10): Serpa-Sporting Cuba Alvito-Despertar Santo Aleixo-Amarelejense Desp.Beja-Moura Série B Milfontes-Aljustrelense, 1-1 B.º Conceição-Odemirense, 0-5 Castrense-Almodôvar, 3-1 Líder: Odemirense, 3 pontos Próxima Jornada (20/10): Aljustrelense-B.ºConceição Odemirense-Castrense Almodôvar-Ourique

Frente a frente Jorginho (Castrense) e Rui Pirralho (Aljustrelense) lutam pela posse da bola

A presença na Taça de Portugal adia os jogos do Piense e do Aljustrelense

O Mineiro lidera isolado No domingo vão disputar-se apenas cinco dos sete jogos da quarta jornada do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão, face aos compromissos do Piense e do Aljustrelense na 3.ª Eliminatória da Taça de Portugal. Texto e fotos Firmino Paixão

A

partida entre o Aljustrelense e o Guadiana de Mértola realizar-se-á no dia 30 desde mês, às 20 horas, e o Piense deslocar-se-á a Cuba a 9 de

boa imagem deixou em Pias; e o Serpa a receber o Bairro da Conceição, numa partida em que os serpenses são francamente favoritos. Em Vila Nova de São Bento, onde se procura o primeiro ponto, o adversário dos locais será o Rosairense, equipa que procura inverter o desaire sofrido, em casa, perante o Sporting de Cuba. No rescaldo da ronda anterior, fica o registo desse triunfo, natural, do Aljustrelense em Castro Verde, as vitórias menos esperadas do Milfontes em

Vidigueira e do Cuba no Rosário, e o empate conseguido pelo São Marcos no 1.º de Maio, em Pias. Vitória natural do Odemirense em Beja, um empate aceitável na refrega entre o Cabeça Gorda e o Serpa. Natural também o triunfo do Guadiana ante o Aldenovense, naquela que foi a única vitória de uma equipa visitada. Na contabilidade dos pontos ficámos com o Aljustrelense (única equipa com o pleno de vitórias) na frente, isolado, com três pontos de vantagem sobre os mais diretos perseguidores.

O Moura voltou às vitórias e o Almodôvar foi goleado no Barreiro

A Taça de Honra da 2.ª Divisão prossegue com poucos golos marcados

Moura subiu ao 4.º lugar

Despertar e Saboia no comando

Uma vitória tangencial do Moura sobre o Pinhalnovense e a goleada sofrida pelo Almodôvar no reduto do Barreirense, marcaram a 6.ª Jornada do Campeonato Nacional de Seniores, que sofre nova paragem.

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novembro, e só nessa altura o calendário regressará à normalidade. Mas não será por isso que a jornada do fim de semana será menos mobilizadora, porque jogos de interesse não vão faltar. Desde logo a deslocação do Castrense a Odemira, uma partida onde a turma de Castro Verde se apresenta na ressaca da derrota caseira sofrida com o seu adversário direto. Mas temos também o Milfontes (moralizado com o triunfo em Vidigueira) a jogar em casa com o Cabeça Gorda; o Vasco da Gama no recinto do São Marcos, que tão

ão está fácil, esta Série H do Campeonato Nacional de Seniores. O Moura sofreu mas ganhou ao Pinhalnovense, por duas bolas a uma, e ficou com os três pontos, essenciais para subir na tabela, fixando-se agora no quarto posto, com oito pontos, menos sete que o líder. O Almodôvar teve uma viagem, que se adivinhava difícil, para o terreno do

Barreirense, onde acabou por sofrer uma pesada derrota por cinco bolas a zero. O campeonato não está a sorrir a esta equipa comandada por David Guerreiro, que se mantém no último lugar da tabela, apenas com dois pontos. O União de Montemor, terceira formação alentejana da série, teve um início de prova muito prometedor mas, não obstante o empate a duas bolas conseguido em Lagos, também está a descer na pauta dos pontos. A Taça de Portugal obriga a nova interrupção na prova, que regressará no próximo dia 27, com mais uma difícil deslocação do Almodôvar ao Pinhal Novo, enquanto o Moura receberá o Cova da Piedade. FP

Cumpriu-se a segunda ronda da Taça de Honra da 2.ª Divisão, sem surpresas de vulto, numa jornada em que o Despertar e o Saboia confirmaram a liderança das respetivas séries.

V

itórias tangenciais e uma evidente escassez de golos caracterizam, até ao momento, esta prova de abertura para o segundo escalão do futebol distrital. É uma pena que o calendário da Série B não tenha sido reformulado de forma a não deixar duas equipas sem competir todas as semanas. Os resultados da jornada foram os seguintes: Série A: Despertar-Amarelejense, 2-1; Vasco da Gama B-Moura B, 0-1; São Domingos-

-Beringelense, 2-1; Negrilhos-Desportivo de Beja, 0-1. Classificação: 1.º Despertar, 6 pontos; 2.º Desportivo Beja, 4; 3.ºs Amarelejense e São Domingos, Moura B e Beringelense, 3; 7.º Vasco Gama B, 1; 8.º Negrilhos, 0. Próxima Jornada (19/10/): Beringelense-Despertar; Amarelejense-Moura B; Desportivo Beja-São Domingos; Vasco da Gama B-Negrilhos. Série B: Saboia-Sanluizense, 1-0; Aldeia dos Fernandes-Renascente, 0-2. Folgaram: Naverredondense e Messejanense. Classificação: 1.º Saboia, 6 pontos; 2.ºs Renascente e Aldeia dos Fernandes, 3; 4.ºs Naverredondense, Sanluizense e Messejanense, 0. Próxima Jornada (19/10): Naverredondense-Saboia; Sanluizense-Messejanense. Folgam Aldeia dos Fernandes e Renascente. FP


O Redondense e o Despertar disputam amanhã à tarde, na vila do Redondo, a partida correspondente à sétima jornada do Campeonato Nacional de Juniores da 2.ª Divisão. A prova esteve interrompida uma semana face aos compromissos da Seleção Nacional Sub/17.

Taça AF Setúbal União de Santiago e Grandolense qualificaram-se para os quartos de final da Taça Associação de Futebol de Setúbal, competição onde vão encontrar agora as formações do Amora, União Banheirense, Alcochetense, Charneca da Caparica, Fabril do Barreiro e Almada. Resultados da 5.ª Jornada: Vasco Gama-Amora, 1-2; Alfarim-Grandolense, 1-3; U.Santiago-BM Almada, 5-1.

Baronia recebe o Quinta do Conde

O Desportivo da Baronia recebe amanhã a Quinta do Conde em jogo correspondente à 4.ª Jornada do Nacional de Futsal da 3.ª Divisão. Os Independentes de Sines deslocam-se ao recinto do Atlético. Na ronda anterior, o Baronia perdeu (2-1) em Oeiras e os Independentes empataram em casa com o Piedense (4-4).

Hoje apito eu...

Futebol no Litoral Alentejano O Campeonato Distrital da 1.ª Divisão da AF Setúbal inicia-se no próximo domingo mas, face ao adiamento do jogo entre o Grandolense e o Fabril do Barreiro, apenas a formação do União de Santiago estará em competição, recebendo o Monte Caparica. O Vasco da Gama de Sines e o Santo André, ambos na 2.ª divisão distrital, começam também a competir no domingo. O Vasco da Gama desloca-se ao Montijo (Real Portugal) e o Santo André joga em Lagameças.

Piense joga em Fafe e Aljustrelense recebe Desportivo das Aves

Agora pia mais fino... Realizam-se no próximo fim de semana os jogos da 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, competição onde ainda permanecem quatro equipas dos distritais alentejanos: Aljustrelense, Piense, Grandolense e Gafetense. Texto e fotos Firmino Paixão

N

a direta proporção em que as eliminatórias avançam, assim aumentam as dificuldades para as equipas que permanecem na competição que, nesta fase, já envolve todos os emblemas do futebol português. O Gafetense foi o único a quem o sorteio destinou uma equipa de maior nomeada, o Sporting de Braga. O jogo disputa-se amanhã, na vila do Crato, face à condição de pelado do recinto do clube da AF Portalegre. O Grandolense viaja para a Sertã onde defrontará o 7.º classificado da Série E do Campeonato Nacional de Seniores, formação que tem no plantel mais jogadores estrangeiros do que nacionais. O Piense vai para o Minho, ao encontro do Fafe, segundo classificado da Série A do Nacional de Seniores, uma equipa treinada por Agostinho Bento que tem nos seus quadros jogadores com muita experiência, oriundos de grande clubes da região nortenha. Um jogo muito difícil para a formação treinada por José Manuel Rações, que às dificuldades naturais da partida terá que acrescentar a longa deslocação até àquela cidade considerada a “sala de visitas do Minho”. O Mineiro Aljustrelense joga amanhã à tarde em casa, mas tem um adversário muito difícil, o Desportivo das Aves, emblema que ocupa

Mineiro Unidos para vencer o Aves e seguir em frente na Taça de Portugal VÍTOR RODRIGUES TREINADOR DO ALJUSTRELENSE

JOSÉ MANUEL RAÇÕES TREINADOR DO PIENSE

“Procurámos conhecer melhor o nosso adversário, agora é uma questão de planeamento e estratégia de jogo, sabemos que é uma equipa muito difícil, mas jogamos na nossa casa e vamos dar tudo para ganhar”.

“Já que vamos tão longe, queremos deixar uma boa imagem do nosso clube, da nossa terra e da nossa região, e, sabendo que será um jogo muito difícil, não abandonaremos a possibilidade de passarmos a eliminatória ”.

o 11.º lugar da tabela da 2.ª Liga Profissional e já afastado da Taça da Liga, competição em que, nesta época, também já participou. Com o guardião Quim (ex-Benfica e ex-Braga) no plantel, com melhores recursos, e mais rodagem competitiva, o Aves apresentar-se-á no Estádio Municipal de Aljustrel disposto a

vencer a eliminatória. Mas os Mineiros têm história recente na Taça de Portugal e, motivados pela grande moldura humana que se espera no apoio aos tricolores, podem galvanizar-se e oferecerem maiores dificuldades aos comandados de Fernando Valente, que viajam desde a Vila das Aves. Os jogos iniciam-se às 15 horas.

Campeonato do Inatel arranca amanhã e antecede o Torneio de Honra

Final em Beja no 1.º de Maio O Campeonato Distrital de Futebol do Inatel começa amanhã e prologa-se até ao dia 1 de maio de 2014, data em que está marcada a final da competição que terá como palco a cidade de Beja. Texto e fotos Firmino Paixão

A

desistência da equipa do Malavado, à boca do sorteio, reduziu para 34 o número de clubes que amanhã começam a competir, um pouco por todo o distrito de Beja. As equipas foram enquadradas em quatro grupos, dois com nove e dois com oito formações. A final realiza-se na cidade de Beja, mas, até lá, a organização não descarta a possibilidade de existirem algumas dificuldades na marcação de equipas de arbitragem que possam obrigar à realização de um ou

outro jogo ao princípio da noite de sábado, ou no domingo de manhã. Terminado o Campeonato Distrital que antes se designava Taça Fundação Inatel, enceta-se uma nova competição, a Taça de Honra da Agência de Beja, que inclui todas as equipas inscritas e vai disputar-se no sistema de eliminatórias. Para efeitos de enquadramento haverá necessidade de realizar uma pré-eliminatória, com quatro equipas, marcada para 26 de janeiro de 2014, cujo sorteio determinou os jogos Almodovarense-Santa Clara-a-Nova e Brinches-Cavaleiro. Os jogos terão a duração de 80 minutos, com dez de intervalo, podem realizar-se sete substituições e qualquer jogador admoestado com cartão vermelho direto ou por acumulação de amarelos fica imediatamente suspenso. Não podem participar atletas que na mesma época tenham constado em “fichas de jogo” de competi-

ções federadas, tenham, ou não, sido utilizados. Os jogos começam às 15 horas e o calendário da ronda inaugural é o seguinte: Grupo A (1.ª jornada) 19/10: Brinches-Salvadense; Barrancos-Louredense; Penedo Gordo-Luso Serpense; Trindade-Quintos. Grupo B (1.ª jornada) 19/10: Albernoense-Figueirense; Vale Figueira-Vale da Oca; Alvorada-Mombeja (20/10); AC Cuba-Santa Vitória. Folga o Faro do Alentejo. Grupo C (1.ª jornada) 19/10: Sanjoanense-Santa Clara-a-Nova; Santaclarense-Sete (20/10); Serrano-Almodovarense; Alcaria Ruiva-Bemposta. Grupo D (1.ª jornada) 19/10: Cavaleiro-Luzianes; Cercalense-Pereirense (20/10); Amoreiras Gare-Longueira; Soneguense-Relíquias. Folga o Santa Luzia (20/10).

19 Diário do Alentejo 18 outubro 2013

Juniores jogam no Redondo

Ricardo Diogo

O

bejense Ricardo Diogo dirigiu o seu primeiro jogo de futebol aos 15 anos e ainda hoje elege o momento dessa entrada em campo, como a melhor recordação da sua carreira. É mais um jovem árbitro que aqui desfila hoje. Com 24 anos de idade e nove de experiência como juiz de futebol, Ricardo tem uma enorme margem de progressão. A sua opção explica-se pela influência familiar. “Acompanhava sempre de perto os jogos que o meu tio [Jaime Vieira] apitava e fui fomentando em mim o desejo de um dia estar no seu lugar”, diz o jovem que em 2007 atingiu a 2.ª categoria distrital e no ano seguinte subiu ao escalão principal, onde ainda hoje aguarda a sua oportunidade, como aqui refere. “Seria hipócrita se não confessasse que gostaria de atingir o ponto máximo da arbitragem”, reconhece, adiantando que “é bastante difícil, mas estou disposto a trabalhar com muita humildade, para poder atingir o sucesso”. Ricardo Diogo assume que todos os jogos lhe deixam boas recordações e afirma que “cada jogo tem a sua história, a sua complexidade e diferente grau de dificuldade, mas os jogos são feitos de momentos e de decisões que podem, ou não, ser as mais corretas”. É por isso que, confessa, “ninguém fica mais frustrado com um erro do que o próprio árbitro”. Quando isso acontece, “lamento o erro, analiso a circunstância em que ocorreu e procuro a solução, para que não volte a suceder”. Os erros, mesmo os mais pontuais, são sempre difíceis de evitar, por isso, Ricardo diz que “procura sempre adquirir uma maior e mais eficaz aprendizagem nas situações decorrentes de cada jogo”. Avaliando o rumo da arbitragem bejense, Ricardo Diogo afirma que “está no bom caminho, têm surgido muitos árbitros jovens e existem outros que se hão de afirmar e que iniciaram a sua carreira bastante cedo, fatores que são benéficos para a arbitragem bejense”. O seu potencial revela-se na expressão com que conclui esta abordagem: “acreditar é essencial, mas ter atitude é o que faz a diferença”.


Hóquei em Patins em Grândola

Diário do Alentejo 18 outubro 2013

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O Hóquei Clube de Grândola e o Azeméis disputam amanhã, no Pavilhão José Afonso, na Vila Morena, o jogo relativo à 3.ª Jornada do Nacional de Hóquei em Patins, da 2.ª Divisão. Na ronda anterior a equipa grandolense perdeu (0-1) no Entroncamento.

CCP Serpa subiu ao 3.º lugar A equipa de Juvenis do CCP Serpa recebe amanhã a formação do Lagoa em jogo a contar para a 7.ª Jornada do Nacional da 1.ª Divisão de Andebol. No último fim de semana a formação alentejana conseguiu uma excelente vitória em Lisboa, batendo o Ginásio do Sul no seu próprio pavilhão, pela marca de 20/27.

Carlos Simões triplicou o Ouro

Carlos Simões, atleta do Coala-Clube de Orientação e Aventura do Litoral Alentejano, com sede em Vila Nova de Santo André, conquistou três medalhas de ouro ao sagrar-se campeão mundial de Orientação em BTT no escalão M40 e nas vertentes de média e longa distância e sprint.

Zona Azul inicia a época em Olhão O Campeonato Nacional de Seniores Masculinos da 3.ª Divisão em andebol começa amanhã, assinalando o regresso da equipa da Zona Azul à competição na presente temporada. A formação bejense desloca-se ao pavilhão dos Olhanenses. O CCP Serpa, inserido na mesma série, descansa nesta jornada inaugural.

Campeões Dramático de Cascais vencedor do Torneio de Castro Verde

Boa prestação Clube de Patinagem de Beja, 2.º classificado

Equipa da casa Futebol Clube Castrense, 3.º classificado

Para o ano há mais Académica da Amadora, 4.º classificado

Filipe Paulino (CP Beja) e Miguel Cavaco (Castrense) distinguidos

Castrense apresentou equipa O Dramático de Cascais venceu o VI Torneio de Hóquei em Patins de Castro Verde vencendo, na final, a formação do Clube de Patinagem de Beja. O Castrense, anfitrião da prova, classificou-se no terceiro lugar. Texto e fotos Firmino Paixão

O

Clube de Patinagem de Beja e o Dramático de Cascais foram os finalistas do VI Torneio de Hóquei em Patins de Castro Verde, competição organizada pelo Futebol Clube Castrense, com o apoio do município local e da Associação de Patinagem do Alentejo. Rui Martins, um dos responsáveis pela organização da prova, revelou que entre os objetivos deste torneio anual estão “a preparação da nossa equipa e mostrarmos o trabalho que ao longo dos anos temos vindo a fazer no hóquei em patins, sempre com a equipa na 3.ª Divisão Nacional”. O dirigente lembrou

ainda que “o torneio já se realizou em finais de época, mas invertemos isso, porque no final as pessoas já estão cansadas ou com menos disponibilidade”. Rui Martins sublinhou que “temos uma excelente colaboração do município de Castro Verde e da Associação de Patinagem do Alentejo e convidámos o CP Beja porque é outra equipa do nosso distrito em competição”. Quanto aos objetivos da equipa no próximo Nacional da 3.ª Divisão, sustentou que “os jogos em casa são para ganhar, temos um forte historial de empates mas, este ano, vamos tentar ganhar os jogos em casa. Não temos aspirações de subir, a nossa ambição é dar o maior número de jogos e treinos aos jogadores para que tenham um bom desempenho durante o campeonato”. O outro objetivo, reforçou, “é mostrarmos às camadas mais jovens que mantemos a tradição de querer formar mais equipas de iniciação, temos muitos miúdos presentes nas bancadas a ver os jogos, queremos também

mobilizar o maior número de sócios e simpatizantes e o resto da população para apoiarem esta modalidade”. Caracterizando o plantel, Rui Martins disse que “o grosso da nossa equipa vem da nossa formação, temos apenas quatro jogadores, dois deles vindos de outros clubes da região. Temos uma equipa que tem alguns jogadores a trabalhar por turnos, alguns jovens misturados com veterania, precisamos de todos, mas lutaremos sempre pela vitória até ao último segundo de jogo. Além dos seniores temos uma equipa de iniciados que não está a competir, temos escolares infantis e benjamins”. Recordando a brilharete da Taça de Portugal da última época em que receberam a equipa do Benfica nos 1/16 avos de final, Rui Martins recordou que “na época passada ficámos isentos da 1.ª eliminatória, na segunda fizemos aqui um excelente jogo com o União de Santiago e depois calhou-nos o Benfica. É pena que não consigamos ter aqui um Benfica ou outra equipa da 1.ª Divisão. Este ano

mantemos a mesma ambição, mas o que desejamos é que as nossas bases de apoio, atletas, sócios e simpatizantes, sintam em cada momento que nós podemos chegar lá e que estamos a trabalhar para isso”. Antes de finalizar, o dirigente do hóquei do Castrense lembrou que “somos apoiados e acarinhados pela comunidade local, senão seria impossível. Além do apoio do Castrense para a Secção de Hóquei em Patins, temos apoios do município, das juntas de freguesia e empresas locais. Todos reconhecem o nosso esforço em fomentar o desporto e proporcionar a atividade aos nossos jovens. É por isso que todos aqui andamos”. Nas eliminatórias, o CP Beja derrotou a Amadora (14-2) e o Cascais venceu o Castrense (5-9). Para o apuramento do 3.º e 4.º classificados jogaram o Castrense e o Amadora, com triunfo dos locais por 12-7 e, na final, o Cascais bateu o CP Beja por 5-2. Filipe Paulino (CP Beja) foi eleito o melhor jogador do torneio e Miguel Cavaco (Castrense) foi o melhor marcador.

Tiago Dionísio José Saúde

Indagando os conteúdos desportivos bejenses que galgaram as fronteiras do tempo, detenho-me perante irrevogáveis verdades que marcaram a evolução de alaridos que, amiúde, ousaram moldar novos desafios. Numa pesquisa à temática que ouso lançar para apreciação, escrevo sobre a teoria, e a prática, dos mestres de outrora que minuciosamente defendiam a causa que abraçavam e a ela se entregavam de corpo e alma. Dos velhos mestres que me saltaram à tona da memória, ressalvo, com justiça, o saudoso Tiago Dionísio que assumia a sua perspicaz sabedoria na arte de bem apitar jogos de futebol. Tiago era tio de António Dionísio, um dos excelentes jogadores que, nas décadas de 50 e 60, se distinguiram ao serviço do Desportivo de Beja. O velho barbeiro, cujo estabelecimento se localizava na rua Capitão João Francisco de Sousa, quase defronte ao lendário café Luís da Rocha, era uma autêntica enciclopédia em leis de futebol e cada lance no interior do retângulo de jogo tinha sempre uma explicação plausível, não obstante opiniões, quiçá estrábicas, de gentes que se assumiam como profetas da matéria. Homem atirado para o baixo na sua estatura física, Tiago Dionísio era um sábio. As suas teses roçavam a perfeição. Abraçou a arbitragem e dela fez carreira. A sua barbearia era uma escola. Os fregueses, curiosos das suas justificações no desenrolar de um determinado jogo, bem como os companheiros das jornadas domingueiras, ou potenciais candidatos a vestirem o equipamento preto, faziam diariamente um corrupio constante em redor da sua barbearia. Explicações que por vezes se prolongavam com uma ida ao café Cortiço, um estabelecimento ícone que na altura se afirmava como a bíblia desportiva na cidade de Beja, sendo que o saudoso Tiago Dionísio jamais recusava uma elucidação ao companheiro mal informado. O afadigado povo da bola bejense guarda, ainda hoje, do antigo árbitro excelentes recordações.


institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1643 de 18/10/2013 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1643 de 18/10/2013 Única Publicação

Maria Vitória Amaro Notária de Ourique

JUSTIFICAÇÃO

CERTI FICADO

Cartório da notária Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima, sito na Rua Condes da Boavista, n°.20 em Beja

Certifico, para fins de publicação, que no dia oito de Outubro do ano dois mil e treze, no Cartório Notarial sito na Rua da Misericórdia, em Ourique, a folhas setenta e sete e seguintes, do Livro de Notas Para Escrituras Diversas número Cinquenta e Quatro-D, se encontra exarada urna escritura de Justificação, na qual Maria Silvina da Encarnação, casada com José de Sousa Palma Duarte, segundo o regime de comunhão de adquiridos, natural da freguesia de Santa Cruz, concelho de Almodôvar, onde reside no Monte da Corte Pinheiro, N.I.F. 135 093 180, se declara dona e legítima possuidora com exclusão de outrem do prédio rústico denominado “Covão/SuI”, sito no Covão, freguesia de Santa Cruz, concelho de Almodôvar, com a área de trinta e oito mil seiscentos e sete metros quadrados, composto de cultura arvense, sobreiros, oliveiras e Laranjeiras, confrontando do norte com Avelino Isabel da Encarnação e Filomena da Palma Guerreiro Fernandes, do nascente com José Joaquim Brás, do sul com Maria Julieta Silva Pereira Gonçalves e José Joaquim Brás e do poente com Filomena da Palma Guerreiro Fernandes, inscrito na matriz sob a totalidade dos artigos 95 e 96 da seção Y e como parte dos artigos 91 e 93 da seção Y, com a área global de trinta e oito mil seiscentos e sete metros quadrados, tendo sido destacado da descrição mil trezentos e trinta e oito – Santa Cruz, proveniente do descrito sob o número duzentos e vinte do Livro B- Primeiro, omisso na Conservatória do Registo Predial de Almodôvar. Aquele identificado prédio foi constituído no verão de mil novecentos e cinquenta, em dia e mês que não pode precisar, por divisão e adjudicação não titulada, realizada entre os comproprietários do original prédio, Virgínia Rodrigues e marido Manuel Rodrigues Catarina. Esperança Rodrigues ou Esperança Rodrigues da Palma, solteira e Manuel António Guerreiro e mulher Maria Luísa da Palma, das quais resultaram vários quinhões devidamente demarcados com marcos que estão assinalados no terreno. Após essa divisão, cada uni dos interessados tomou posse dos seus quinhões, procedendo à sua cultura, semeando trigo e cevada e extraindo a cortiça na altura própria, sem oposição de quem quer que fosse designadamente de cada um dos então comproprietários. Que, José Jacinto, viúvo, residente que foi no Monte da Corte Pinheiro, freguesia de Santa Cruz, concelho de Almodôvar, adquiriu por compra aos referidos Manuel Rodrigues Catarina e mulher Virgínia Rodrigues, em Setembro de mil novecentos e sessenta e quatro, bem como a Esperança Rodrigues da Palma, em Outubro de mil novecentos e sessenta e sete, os quinhões que a estes haviam sido adjudicados na citada divisão e adjudicação não titulada. Que, em virtude da citada divisão e adjudicação não ter sido titulada, nas escrituras de compra figuraram partes indivisas, embora aquele José Jacinto tenha adquirido desde logo os quinhões que se encontravam devidamente demarcados, assim tomando posse deles e procedendo à sua cultura tal como anteriormente, extraindo mesmo a respetiva cortiça existente nesses quinhões. No dia vinte e oito de Janeiro de mil novecentos e noventa e oito por escritura lavrada de folhas quarenta e oito e seguintes do Livro de Notas Para Escrituras Diversas número Cento e Trinta e Quatro - A, do Cartório Notarial de Almodôvar, procedeu-se à partilha dos bens do referido José Jacinto tendo sido adjudicada à primeira outorgante quatro/quinze avos da propriedade do Covão e não os prédios distintos de que o José Jacinto era possuidor, precisamente por existirem apenas registos de partes indivisas que não correspondiam à realidade. No entanto, a referida Maria Silvina da Encarnação, ora primeira outorgante, tomou desde logo posse do identificado prédio que correspondia e corresponde à fração de quatro/quinze avos, fração que se encontra inscrita na matriz em nome da justificante com relação aos artigos 91, 92 e 93 e a totalidade dos artigos 95 e 96, todos da Seção Y, sendo a área global de trinta e oito mil seiscentos e sete metros quadrados. Continuando a explorar o prédio tal como os anteriores possuidores, efetuando benfeitorias, plantando sobreiros, laranjeiras e oliveiras, procedendo previamente à limpeza do mato. Que, à antiga propriedade do Covão foram atribuídas várias inscrições matriciais por motivos que a Maria Silvina da Encarnação completamente ignora, quando na verdade, o José Jacinto esteve na posse de dois quinhões ou prédios completamente distintos, pertencendo um à Maria Silvina da Encarnação, e um outro ao seu irmão Avelino Isabel da Encarnação. Que, a posse exercida sobre o identificado prédio foi sempre em nome próprio desde o dia vinte e oito de Janeiro de mil novecentos e noventa e oito, tendo sido adquirido pelo transmitente, José Jacinto, em Setembro de mil novecentos e sessenta e quatro, sendo a posse contínua, não havendo, assim, interrupção. Ora, não possuindo título para efetuar o registo a seu favor do imóvel adquirido, pela citada partilha e sendo tal posse pacifica, contínua e de boa fé, durante há mais de vinte anos pretende recorrer a uma escritura de justificação com base na figura de usucapião, direito que pela sua própria natureza não pode ser comprovado por qualquer titulo formal extrajudicial. Em cumprimento do disposto no artigo 99°. n°1, do Código de Notariado foram notificados os titulares inscritos. Nestes termos, e não tendo qualquer outra possibilidade de levar o seu direito ao registo, vem justifica-lo nos termos legais. Está conforme o original Cartório Notarial em Ourique da Notária, Maria Vitória Amaro, aos oito de Outubro de dois mil e treze. A Notária Maria Vitória Amaro

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Certifico narrativamente, para efeito de publicação, que foi lavrada hoje, de folhas 54 a folhas 56 do livro de notas para escrituras diversas, n°102-A, uma escritura de justificação na qual a Santa Casa da Misericórdia de Vila Alva, Instituição Particular de Solidariedade Social, com sede na Rua de Santo António, na freguesia de Vila Alva, concelho de Cuba, NIPC 501546030, reconhecida corno pessoa coletiva de utilidade pública, registada através da inscrição número 05/84, a folhas 159 e 159, verso de Livro n.°1 das Irmandades da Misericórdia, declarou ser dona do Prédio urbano, Tipo Igrejas; dois pisos Tipologia/Sete divisões, sito na Rua da Misericórdia freguesia de Vila Alva, Código Postal 7940-382 Vila Alva, concelho de Cuba, denominado “Igreja da Misericórdia”, composta por rés do chão e primeiro andar, tendo no rés do chão capela, sacristia, casa de banho, corredor e arrecadação e no primeiro andar um coro, três arrecadações, destinado a igreja, com a área total de cento e oitenta e seis metros quadrados, a confrontar pelo Norte, Sul e Nascente com Rua da Misericórdia e poente com Igreja Paroquial, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Cuba, que é a competente, inscrito na respetiva matriz predial em nome da Santa Casa da Misericórdia de Vila Alva, a justificante, desde mil novecentos e noventa, sob o artigo 631. Que o identificado prédio veio à posse da Santa Casa da Misericórdia de Vila Alva, por doação verbal feita entre mil setecentos e cinquenta e mil e oitocentos pelo Duque do Cadaval, sem que no entanto ficasse a dispor de título formal que lhe permita o respectivo registo na Conservatória do Registo Predial, mas desde então a mencionada Santa Casa da Misericórdia de Vila Alva, entrou na posse e fruição do mencionado prédio em nome próprio, utilizando-o, preservando-o e pagando os respetivos impostos, posse que assim detém há mais de duzentos anos, sem interrupção ou ocultação de quem quer que seja e que, conduziu à aquisição do imóvel por usucapião, não dispondo de qualquer titulo formal para proceder ao seu registo na conservatória, em nome Santa Casa da Misericórdia de Vila Alva, dado que esta forma de aquisição não pode ser comprovada por qualquer outro título extrajudicial. Está conforme o original, na parte a que me reporto. Beja e Cartório Notarial da licenciada Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima, aos 10 de outubro de 2013 A Notária Mariana Raquel Tareco Zorrinho Vieira Lima

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21 Diário do Alentejo 18 outubro 2013

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Rita das Dores Parreira Broco Jacinto Lucas Broco Suas filhas, genro e netos saúdam as Bodas de Ouro do seu casamento que se elebram no dia 19/10/2013 e desejam-lhes as maiores felicidades futuras.

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22 Diário do Alentejo 18 outubro 2013

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Medicina dentária

Psicologia

Laboratório de Análises Clínicas de Beja, Lda. Dr. Fernando H. Fernandes Dr. Armindo Miguel R. Gonçalves Horários das 8 às 18 horas; Acordo com beneficiários da Previdência/ARS; ADSE; SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA; GNR; ADM; PSP; Multicare; Advance Care; Médis FAZEM-SE DOMICÍLIOS Rua de Mértola, 86, 1º Rua Sousa Porto, 35-B Telefs. 284324157/ 284325175 Fax 284326470 7800 BEJA

Cardiologia

RUI MIGUEL CONDUTO Cardiologista - Assistente de Cardiologia do Hospital SAMS CONSULTAS 5ªs feiras CARDIOLUXOR Clínica Cardiológica Av. República, 101, 2ºA-C-D Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa Tel. 217993338 www.cardioluxor.com Sábados R. Heróis de Dadrá, nº 5 Telef. 284/327175 – BEJA MARCAÇÕES das 17 às 19.30 horas pelo tel. 284322973 ou tm. 914874486

MARIA JOSÉ BENTO SOUSA e LUÍS MOURA DUARTE

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Especialistas pela Ordem dos Médicos e pelo Hospital de Santa Marta Assistentes de Cardiologia no Hospital de Beja Consultas em Beja Policlínica de S. Paulo Rua Cidade de S. Paulo, 29 Marcações: telef. 284328023 - BEJA

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Assistente graduado de Ginecologia e Obstetrícia

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Consultas segundas, quartas, quintas e sextas Marcações pelo tel. 284323028 Rua António Sardinha, 25r/c dtº Beja

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(Diplomada pela Escola Superior de Medicina Dentária de Lisboa) Rua General Morais Sarmento. nº 18, r/chão Telef. 284326841 7800-064 BEJA

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Centro de Fisioterapia S. João Batista Fisiatria Dr. Carlos Machado Drª Ana Teresa Gaspar Psicologia Educacional Drª Elsa Silvestre Psicologia Clínica Drª M. Carmo Gonçalves Tratamentos de Fisioterapia Classes de Mobilidade Classes para Incontinência Urinária Reeducação do Pavimento Pélvico Reabilitação Pós Mastectomia Hidroterapia/Classes no meio aquático

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Neurologia

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Rua António Sardinha, 23-25 7800-477 Beja Tel. 284 321 517

MOURA: MRP Centro de Medicina Física e Recuperação de Moura Avenida dos Bombeiros Voluntários, n.º 15 7860-107 Moura Tel. 285 252 944

SANTIAGO DO CACÉM: Centro Clínico de Santiago do Cacém Avenida Manuel da Fonseca, 37 7540-105 Santiago do Cacém Tel. 269 086 900 Tm. 917 637 440

ÉVORA: CDI Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8, Urb. Horta dos Telhais 7000-749 Évora Tel. 266 749 740


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Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva –Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/ Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.º Ricardo Lopes – Consulta de Gastrenterologia e Proctologia - Endoscopia e Colonoscopia Dr.ª Joana Leal – MedicinaTradicional Chinesa/Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt

23 Diário do Alentejo 18 outubro 2013

medicina geral e familiar Dr. Luís Capela

endocrinologia|diabetes| obesidade Dr.ª Luisa Raimundo

urologia

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(disfunção erétil / doença prostática / incontinência urinária)

Dr. Luis Calado

ginecologia|obstetrícia|colposcopia Dr.ª Ana Ladeira

otorrinolaringologia

(vertigens / oncologia da cabeça e pescoço)

Dr.ª Dulce Rocha Nunes

psiquiatria e saúde mental Dr. Daniel Barrocas

Diversos Acordos

psicologia clínica

CENTRO DE IMAGIOLOGIA DO BAIXO ALENTEJO Neurocirurgia

DANIEL MAYMONE Neurocirurgião – Cirurgia da Coluna Vertebral Hérnia Discal / alterações degenerativas (artrósicas): canal estreito e/ou dos canais de conjugação / listesis; tumores benignos intraraquidianos (meningiomas, neurinomas, etc) Técnicas c/ microscopia, s/ ou c/ instrumentação, técnicas mínima/ invasivas; Técnicas percutâneas (agulha) para tratamento de: - hérnia discal (quando indicado) = nucleólise c/ radiofrequência ou ozonoterapia (tratamento paliativo); - dor facetária (artrósica) – desenervação das facetas c/ radiofrequência; - Vertebroplastia / cifoplastia – tratamento de fracturas osteoporóticas, angiomas vertebrais, etc; Cirurgia do síndrome do canal/túnel cárpico (exequível, c/ anestesia local, na CLINIBEJA, em Beja).

CONSULTAS (e pequena-cirurgia) NO ALENTEJO:

ECOGRAFIA – Geral, Endocavitária, Osteoarticular, Ecodoppler TAC – Corpo, Neuroradiologia, Osteoarticular, Dentalscan Mamografia e Ecografia Mamária Ortopantomografia António Lopes – Aurora Alves – Helena Martelo – Montes Palma – Maria João Hrotko – Médicos Radiologistas – Convenções:

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ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ, SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS, MULTICARE, ADVANCE CARE Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas e aos sábados, das 8 às 13 horas Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA Telef. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387

Dr.ª Maria João Póvoas

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terapia da fala Dr.ª Vera Baião

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(hiperqueratoses / pé diabético / micoses / onicocriptoses)

Dr. Joaquim Godinho

cirurgia vascular

. Dr.ª Helena Manso

neurocirurgia

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Dr. Daniel Maymone

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necrologia diversos

24 Diário do Alentejo 18 outubro 2013

Nossa Senhora das Neves MISSA

Joaquim Manuel Espada Burrica Faleceu em 22-10-2010 3.º Ano de Eterna Saudade

Recordamos-te sempre com muito amor e carinho. De tua esposa e filhos Será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia 27 de outubro, domingo, pelas 11 e 30 horas, na igreja de Nossa S e n h o r a d a s N eve s, agradecendo desde já a todas as pessoas que nela participarem.

Serpa PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Francisco Cataluna Moirinha Nasceu a 26/12/1934 Faleceu a 12/10/2013

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Filho, irmão, netos, sobrinhos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido e, na impossibilidade de o fazerem individualmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar. AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA Gerência: António Coelho Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315 Rua das Cruzes, 14-A – 7830-344 SERPA

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✝A esposa, filhos, noras e netos cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido Sr. António Batista Charraz, de 83 anos, cujo funeral se realizou no passado dia 19 de Setembro, da Casa Mor tuária de Serpa para o cemitério local. A família enlutada agradece a todos os que o acompanharam à sua última morada ou que de alguma for ma expressaram o seu pesar. Bem Hajam.

AGRADECIMENTO

Esposa e filhos de ANTÓNIO JOSÉ DUARTE manifestam, reconhecidos, o seu profundo agradecimento às equipas do Serviço de Urgência e UCIP do Hospital de Beja, bem como a médicos e enfermeiros do Centro de Saúde de Beja 2, que sempre o acompanharam com muito profissionalismo e dedicação. Também agradecem a todas as pessoas que estiveram presentes neste momento de dor e partida ou que de outro modo demonstraram o seu pesar.


institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1643 de 18/10/2013 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1643 de 18/10/2013 Única Publicação

CÂMARA MUNICIPAL DE BEJA DIVISÃO DE SERVIÇOS URBANOS

AVISO Exumação de Cadáveres JOSÉ DOMINGOS NEGREIROS VELEZ, Vereador do Pelouro dos Serviços Urbanos da Câmara Municipal de Beja, faz saber que: Nos termos dos Art°s. 39º e 40º do Regulamento do Cemitério e tendo decorrido o período sobre a data da inumação dos cadáveres a seguir mencionados, sepultados no Cemitério Municipal de Santa Clara, em Beja, foi resolvido proceder à sua exumação, pelo que se convidam os familiares ou responsáveis dos falecidos a entrar em contacto com os Serviços do Cemitério, no prazo de trinta dias, a fim de ser acordada a data em que terá lugar a exumação e o destino a dar às ossadas. Findo que seja o prazo fixado no presente aviso, sem que os interessados promovam qualquer diligência, será feita a exumação, considerando-se abandonadas as ossadas existentes, as quais serão enterradas no próprio coval a profundidade superior à estabelecida no Regulamento. Beja, 29 de Agosto de 2013. O Vereador do Pelouro, José Domingos Negreiros Velez

Diário do Alentejo n.º 1643 de 18/10/2013 Única Publicação

CÂMARA MUNICIPAL DE BEJA EXUMAÇÃO DE CADÁVERES Óbitos ocorridos entre Abril/2007 e Setembro/2007 Sep. N°. Nomes 424 Manuel Joaquim Baião 427 Bárbara Catarina Guerreiro 24 José Maria 27 Manuel Sebastião Martins Inácio 41 Joaquim Francisco Cara de Anjo 47 Francisca dos Santos Raposo Rolim 54 José da Encarnação Pires 9314 Delmira Rosa Serra 58 Afonso José Barriga 9315 José de Oliveira Marques 9316 Maria Lúcia Lameira 9319 Mariana Rosária dos Santos 9320 José Manuel Lança Descalço 9321 João Manuel Henrique 9322 João Conceição Guerreiro 9323 Manuel Lopes Alfaiate 9325 Derek Ralph Chetwynd 9326 Joaquim António de Monte 9327 Cecília Carolina Branquinho Dorotea Fialho de Góis 9328 Feto-Morto filho de Joana Catarina Mendes Barradas 9329 Maria Aleixo Rodrigues 9330 Bárbara Maria Loução 9331 Maria José Louro 9332 Gertrudes Sardinha Salvada Florêncio 9333 Alfredo Silva da Costa Alves 9336 Maria Francisca 9338 Maria Luísa Lopes Palma Ferrão Castelo Branco 9339 João Jorge Jordão Pio 82 António José Engrácio Bleja, 29/08/2013 O Coordenador técnico do Cemitério António M. I. Barriga

ADA – Associação de Desenvolvimento, Acção Social e Defesa do Ambiente

CONVOCATÓRIA José Sebastião Fonte Santa Roque, Presidente da Assembleia Geral da ADA – Associação de Desenvolvimento, Acção Social e Defesa do Ambiente, ao abrigo do artigo 19º, convoca os sócios para uma Reunião Extraordinária de Assembleia Geral que se realizará no dia 01 de Novembro do corrente ano pelas 18:00 horas no Centro Comunitário de Portel, e que terá a seguinte ordem de trabalhos: – Eleição dos Corpos Gerentes Mais se informa que a entrega das listas poderá ser efectuada até às 17 horas do dia 31 de Outubro do corrente ano. Portel, 14 de Outubro de 2013. O Presidente da Assembleia Eng. José Sebastião Fonte Santa Roque

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Licenciados vão estagiar em Ourique para dinamizarem a economia

Durante um ano vão estagiar em Ourique jovens licenciados para criarem negócios e iniciativas capazes de valorizar as potencialidades e dinamizar a economia do concelho, refere a autarquia. Trata-se de um projeto inovador e moderno, de desenvolvimento local, promovido pela Câmara de Ourique, em que os jovens se vão fixar através de estágios profissionais. O presidente da autarquia ouriquense acrescentou que este projeto dá seguimento a conclusões do estudo de desenvolvimento sustentável

de Ourique, realizado no âmbito da Agenda 21 Local, que defende a valorização das potencialidades e dos produtos tradicionais do concelho. O projeto, que arrancou este mês e vai decorrer até setembro de 2014, envolve sete estagiários portugueses e dois estrangeiros, um espanhol e outro turco. O projeto é promovido em parceria com a Esdime – Agência para o Desenvolvimento Local do Alentejo Sudoeste, Junta de Freguesia de Ourique, Universidade do Algarve e IEFP.

Herdade dos Grous celebra Halloween e São Martinho A Herdade dos Grous, no âmbito das suas iniciativas para com a população e para assinalar as duas próximas datas comemorativas, está a preparar um jantar alusivo à temática do Halloween bem como uma semana dedicada ao São Martinho. No que toca à noite de Halloween, a oferta passará por um menu especial acompanhado de uma noite de fados. A semana de São Martinho será igualmente acompanhada de um menu especial e muita animação, onde não faltará a presença das castanhas e das batatas-doces.

Empresas

Santander Totta premiado pela igualdade de género no trabalho O banco Santander Totta recebeu na passada semana o prémio “Igualdade é Qualidade”, atribuído em conjunto pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) e pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG). A atribuição deste prémio vem confirmar o banco Santander Totta como um empregador equilibrado, com um modelo de gestão de recursos humanos que se adequa às necessidades de negócio, dos seus clientes e dos seus colaboradores.

Com C Co om a co conj njun un ntu ura ra mac acro roec e on onóm ómic icaa viivviida em Por or ttu uga uga gal e naa EEur urrop o a no noss úl últi timo moss an anos os, muittaass for mu oram am aass em e pres prresas as q que uee tivver eram am d dee d liline de near ar estra e raté téégi gias de in nteern rnac acio io iona onalililiza zaçã ç o çã para ra a sua sus uste stteent n ab abilillid idad adee co ont ntri ribu bu uin indo assi sim paara a mic i ro ic oec econ nom o ia n nac acio io onaal e para pa ra o bom nom me e imag im mag agem gem e de Po Port r tug rtug ugal a l. al.

Em 2012 o volume de negócios com o exterior representou 30 por cento das receitas

CLtopografia aposta na internacionalização Sediada em Serpa e a operar no mercado desde 2004, a CLtopografia decidiu partir para a internacionalização dos seus serviços através de parcerias com prestigiadas empresas de construção, indústria e serviços. Desde 2007, já esteve presente em nove países e atualmente proporciona os seus serviços em países como Itália, França, Espanha, Bélgica, Alemanha, Angola, São Tomé e Príncipe, Colômbia e Brasil. Publireportagem Sandra Sanches

A

Carlos Louzeiro – Serviços de Topografia, Lda é uma empresa familiar, tanto na sua constituição, pai e filho, como no que respeita a todos os colaboradores que nela trabalham. Antes da formação da empresa, pai e filho – Carlos Louzeiro e Miguel Louzeiro – já eram topógrafos em regime liberal com procura constante, pelo que em 2004 sentiram a necessidade, pela demanda do mercado de trabalho, de formar a CLtopografia. A área de trabalho em que a empresa tem mais experiência reside nas vias de comunicação a todos os níveis – redes viárias, saneamentos, rega, linhas de condução de eletricidade,

entre outras. No entanto, a atividade no exterior começou por dar apoio a obras de construção de fábricas de produção de vidros. Atualmente, a empresa conta com cinco colaboradores mas, segundo Miguel Louzeiro, “devido à conjuntura internacional não conseguimos ter mais recursos humanos permanentes na empresa, pois a procura não é constante, e daí a nossa participação em feiras internacionais para combater tal lacuna”. Miguel Louzeiro adianta ainda que é necessário “recorrermos inúmeras vezes à contratação temporária, no entanto temos grandes expetativas de vir a contratar mais recursos humanos a curto prazo, pois os projetos que neste momento temos em carteira assim o exigem”. Face à atual conjuntura económica que o País atravessa, a necessidade de prospeção junto de outros mercados tornou-se objetivo imperativo sobretudo na área em que a empresa labora indiretamente – a construção. Se no ano transato o volume de negócios com o exterior representou cerca de 30 por cento das receitas, os responsáveis ambicionam para este ano chegar aos 50 por cento. De forma a manter os seus compromissos com colaboradores, fornecedores e parceiros, Miguel Louzeiro refere que a

“internacionalização da empresa foi feita de maneira sustentada e com os pés bem assentes na terra”, adiantando que “fomos conquistando mercado e objetivos pouco a pouco, pelo que neste momento temos uma visão sobre o exterior bastante diferente do que anteriormente”. Prova forte das suas apostas no mercado externo foi a presença da CLtopografia numa das maiores feiras de construção da América do Sul – a Excon – que se realizou em Lima, Peru, no Centro de Exposiciones Jockey, de 1 a 5 de outubro. A CLtopografia foi a única empresa portuguesa presente nesta feira, cujo objetivo foi a busca de partilha de estratégias e a criação de parcerias. Ao que parece, a presença da CLtopografia neste país sul-americano valeu-lhe diversos agendamentos de reuniões com “gigantes” da construção e do minério num país que apresenta o mais elevado crescimento do PIB. Para a CLtopografia, o mercado peruano torna-se para 2014 bastante atrativo, dados o défice bastante acentuado no que respeita a topografia e a tecnologia pouco moderna que é usada e que as empresas construtoras mais exigentes lamentam. A médio prazo, a empresa prepara-se para entrar em países como Chile, Moçambique, Angola, Marrocos, Canadá, Cabo Verde e Gana.

Adega de Borba lança Azeite Virgem Extra A Adega de Borba anunciou esta semana o lançamento do primeiro azeite do seu portefólio de produtos, um azeite virgem extra com o nome da empresa. Com denominação de origem protegida (DOP) Norte Alentejano, este é o novo produto premium da Adega de Borba feito a partir de azeitonas de variedade galega, “provenientes dos olivais mais antigos da região”. Segundo Manuel Rocha, responsável executivo da empresa, “a produção deste azeite é motivo de satisfação para a Adega de Borba pois marca a nossa entrada numa nova categoria intimamente ligada à nossa atividade”. Atualmente a Adega de Borba reúne cerca de 300 viticultores associados que cultivam cerca de 2 100 hectares e vinha, produzindo anualmente um milhão de caixas de nove litros, o que faz da empresa “um dos dez maiores produtores nacionais do setor”.

Escola de Odemira recebe prémios da campanha “Geração Depositrão” A ERP Portugal – Entidade Gestora de Resíduos entregou à EB 2 3 Damião de Odemira os prémios relativos à 5.ª edição da “Geração Depositrão”. Trata-se de uma campanha da ERP Portugal que visa envolver as escolas na recolha de resíduos elétricos e eletrónicos (REEE) e pilhas usadas através um “depositrão” colocado nas escolas aderentes. De acordo com a ERP, “as escolas têm sido agentes importantes na divulgação e introdução de boas práticas ambientais”. A 5.ª edição do projeto envolveu mais de 640 escolas e mais de 340 mil alunos de todo o País.


Este domingo, dia 20 de outubro, pelas 16 horas, sobe ao palco do Cinema Pax Julia, em Beja, o musical infantil “A Bela e o Monstro”. A estória do príncipe que a feiticeira transforma em monstro, é a base da adaptação de Miguel Dias, que tem percorrido o País em representações para escolas. O preço do bilhete é de 10 euros, mas inclui uma criança e um adulto.

A páginas tantas... Pais porque a noite das bru-

xas não dispensa uma coruja ou um mocho, fica aqui uma sugestão para decorar os seus queques. Mais do que a receita o que funciona aqui é a decoração que pode ser feita com bolachas tipo Oreo e smarties (pintarolas).

Depois de a Kalandraka nos surpreender com Nova Iorque em Pijarama, chegou a vez de Luna Parque. Frédérique Bertrand recorre novamente à antiga técnica de animação, que consiste em deslocar uma grelha de acetato por cima das ilustrações conferindo-lhes movimento. A montanha-russa, os carrinhos de choque, as luzes, a música e todo o frenesim nas palavras de Michaël Leblond.

Dica da semana

À solta Mais sugestões para o dia das bruxas e, para que a tua

festa seja fantástica, fica a sugestão para um convite assustadoramente divertido.

Hoje trazemos para esta rubrica um passo a passo para fazeres bonecos de madeira utilizando algumas peças de madeira que facilmente podes encontrar, ou numa loja de ferragens ou mesmo num supermercado com bricolage. As peças são na sua maioria os pinos dos varões de cortinados, mais ou menos elaborados, e até partes de balaustradas. Vais precisar de parafusos para unir as peças e pinta as tuas personagens com tinta acrílica.

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A Bela e o Monstro no Pax Julia


Diário do Alentejo 18 outubro 2013

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Letras

Tudo passa

Boa vida Comer Guisado de cachaço de novilho com feijão verde Ingredientes para 4 pessoas: 1kg. de cachaço de novilho, 1 kg. de feijão verde, 80 gr. de banha de porco alentejano, 1 folha de louro, 200 gr. de linguiça de porco alentejano, 2 cebolas médias, 4 dentes de alho, 1 molho de salsa, q.b. de sal grosso, q.b. de pimenta branca, q.b. de água.

Confecção: Corte o cachaço de novilho aos quadrados. Leve ao lume um tacho e coloque a banha de porco. Quando estiver quente, junte a cebola picada, alho picado, louro, a carne, sal, pimenta e rodelas de linguiça. Deixe refogar um pouco e adicione água a cobrir a carne. Tape o tacho e deixe cozinhar lentamente, mexendo de vez enquando com uma colher. Quando estiver quase cozida, junte o feijão verde arranjado e deixe cozinhar lentamente. Rectifique o tempero e polvilhe com a salsa picada. Bom apetite… NOTA: Não retire muita gordura do cachaço, ela transmite um sabor agradável ao seu cozinhado.

António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Jazz The Kadinsky Effect “Synesthesia”

D

epois de assistir a uma récita do “Lohengrin”, de Richard Wagner, no Teatro Real de Moscovo, Wassily Kandinsky não calou a perturbação que a obra do mestre de Leipizig lhe havia causado. «Imaginei todas as minhas cores, elas estavam mesmo à frente dos meus olhos. Linhas selvagens, quase frenéticas desenhavam-se à minha frente”. Esta experiência sinestésica comoveu-o ao ponto de lhe abrir as portas não só para o poder da música como também para vertentes da pintura ainda por descobrir. Começava então um processo de descoberta das relações entre as cores e os sons, uma correspondência secreta que acabaria por se tornar na principal chave da sua própria convicção artística. Esta aglutinação de sensações enquadra o trabalho do The Kandinsky Effect, trio formado na cosmopolita cena parisiense em 2007 e que adotou o nome do célebre pintor abstrato russo. Constituído por dois músicos franceses (o baixista Gaël Petrina e o baterista Caleb Dolister) e um norte-americano (o saxofonista e cérebro The Kandinsky Effect do grupo Warren Walker), o – “Synesthesia” grupo gravou na Islândia e Warren Walker batizou peças com o nome (saxofone, efeitos), de um cineasta dinamarquês Gaël Petrina (baixo, efeitos) e Caleb Dolister (“Lars Von Trier”), de uma (bateria, laptop). cidade inglesa (“Brighton”) Editora: Cuneiform e evocou as lojas de recordaRecords ções no México (“Mexican Ano: 2013 Gift Shop”). O caleidoscópio de referências – geográficas e outras –, nos títulos das peças, estende-se igualmente ao campo sonoro, com o grupo a desenvolver uma abordagem holística e multidimensional, com instrumentos orgânicos e subtis paisagens digitais, agregando elementos derivados do jazz, da música eletrónica e de uma certa pop bem pensante. Este segundo disco do trio surge três anos depois da estreia homónima na SNP Records, após a qual a composição do grupo sofreu uma alteração – a saída do anterior baterista Gautier Garrigue, entretanto substituído por Dolister –, mas a orientação sónica nem por isso. As composições de Walker (oito das onze que constam do programa) parecem dividir-se em várias secções, ancoradas em temas ou motivos rítmicos diferentes, com mutações mais ou menos polidas, que acentuam o seu caráter camaleónico. Atente-se, por exemplo, na alternância de ambiências em “M.C.” ou “Walking...”. O lado acústico está patente sobretudo nas peças de pendor mais tranquilo, como “Cusba” (que jamais assume verdadeiramente contornos de balada) e “Brighton” (esta pecando por uma maior convencionalidade). Mas os momentos que mais merecem ser relevados são o groove trepidante de “Johnny Utah” – referência à personagem interpretada por Keanu Reeves no filme “Point Break” – a tensão constante entre o saxofone relaxado de Walker e a bateria inquieta em “WK51”, e a atmosfera levemente dançável de “Left Over Shoes”, uma das duas composições de Dolister. Uma proposta que sem ser particularmente arrojada comporta interesse suficiente para justificar audição atenta. António Branco

A

avassadora escrita de Vassili Grossman, de uma simplicidade sem artifícios, é toda centrada em contar o íntimo, em narrar o indíviduo. É, pois, a escrita como um ato de resistência ao totalitarismo soviético, que, com a sua tara coletivista, anulou a valorização da razão e dos sentimentos de um homem ou de uma mulher e os subordinou ao interesse do estado e de um ideal, imposto, de homem novo. A simplicidade e lucidez com que narra o indíviduo e a sua circunstância valeu-lhe a comparação com Tolstoi – diz-se de Grossman, intelectual judeu que morreu em 1964 sem que a sua obra prima, Vida e destino, tivesse sido publicada, que é o Tolstoi da U.R.S.S. - mas, não obstanta o elogio subjacente à comparação, não merecerá Grossman ser conhecido por si e pela sua extraordinária obra? Tudo passa conta a história de um ex-preso político posto em liberdade após 30 anos de trabalhos forçados na Sibéria. Por um pequeno delito de opinião, por um ato de liberdade – porque é a liberdade o conceito fundamental em torno do qual é escrita esta obra – perdeu a juventude e um amor que, pensava, só poderia ser interrompido pela morte. Trinta anos depois Moscovo é um lugar que o oprime e em Leninegrado todos se lhe tornaram estranhos. A solidão em liberdade? E que país? É possível viver livre num país em que a liberdade é uma impossibilidade? Libertado “por ausência de corpo de delito” confronta-se com a “banalidade do mal” (a expressão, usada por Arendt para referir-se ao nazi Adolf Eichmann é minha) que medra num país em que viver “em liberdade” é preciso acusar e renegar o outro. Depois do manuscrito original de Tudo passa e de Vida e destino terem sido confiscados pelo KGB em 1961, só na década de oitenta do século XX viriam a ser publicados. Uma cópia do segundo foi guardada pelo poeta Semion Lípkin enquanto a obra em questão foi toda rescrita por Grossman, que conseguiu terminar esse trabalho antes da sua morte, em 1964. A edição de Tudo passa é, certamente, um dos acontecimentos literários do ano em Portugal. Maria do Carmo Piçarra

Vassili Grossman Dom Quixote 240 págs. 15,90 euros

Toiros José Trincheira, o leão do Alentejo

A

6 de setembro de 1935, em Borba, D. Rosália deu à luz um menino de nome António José Serrador Trincheira fruto do seu amor com o sr. António José, que para além do António tiveram mais oito filhos. Aos dois anos de idade António José deixa Borba e ruma para Vila Viçosa. Cedo trocou a escola pela pastorícia de vacas, e foi nesta labuta que se deu a primeira brincadeira como toureio, ali em plena planície alentejana, onde o toiro era o cão, e a muleta o saco do farnel. Aos 14 anos tem a sua primeira multa, feita artesanalmente pelas irmãs, e é frente a vacas leiteiras que desenha as primeiras faenas. Ainda em petiz “assalta” a Tapada Real, e toureia vacas de Cláudio Moura, tendo assim o seu primeiro contacto com rezes bravas, tendo daí resultado a sua prisão. Pela mão do dr. Bulhão, foi a primeira, que teve lugar na Quinta dos Francos, em Monforte, onde o bejense Francisco Mendes, então novilheiro, era a estrela. Mais tarde o dr. Bulhão e António Pombeiro foram decisivos no impulso da carreira deste que viria a ser o “Leão do Alentejo”. Em 1952, ingressa na escola de toureio “Arena”, sendo a sua inscrição no valor de 50 escudos, e manutenção em Lisboa, 100 escudos mensais, conseguida através de subscrição pública de gentes calipolenses. A sua primeira aparição ao serviço desta escola deu-se no tentadeiro de António José Teixeira, em Coruche, e logo aí a dar nas vistas, com o matador Pepe Luís, figura da época a dirigir-lhe fortes elogios. Apresenta-se em Santa Eulália como aspirante a novilheiro em 1955, com praça esgotada, pois o povo de Vila Viçosa deslocou-se em massa para ver o seu toureio. A 18 de setembro do ano seguinte apresenta-se em Olivença, com grande sucesso, ao lado de Ordoñez e Bienvenida. Daí à alternativa foi um passo. A 28 de setembro de 1958 surge então a alternativa de matador de toiros, em Cáceres, tendo como padrinho César Girón e Manolo Segura como testemunha, frente aos terríveis “Pablo Romero”. Espanha, Portugal e México renderam-se ao seu talento, e foi em José Júlio, toureiro de Vila Franca, que encontrou maior rivalidade. Em março de 1962, Lisboa parou para assistir ao mediático casamento da cantora Maria José Valério com o toureiro José Trincheira, que se realizou no Mosteiro dos Jerónimos, pela mão do cardeal patriarca D. António Ribeiro, e o copo de água a ser servido no famoso restaurante “Espelho de Água”. O povo saiu em massa à rua, para assistir a um dos maiores casamentos de sempre, que mereceu até honras de transmissão televisiva. Casamento que, apesar de grandioso, viria a durar pouco… Mais tarde vai para Angola, toureando esporadicamente, e em 18 de abril de 1976, regressa ao Campo Pequeno, após oito anos de interregno, mas já sem o fulgor de outros tempos. Atualmente reside num monte perto de Serpa envolto na tranquilidade da planície. Vítor Morais Besugo


Ana Maria Baptista – Beja Taróloga – Método Maya Contacto para marcação de consultas: Telemóvel: 968117086 E-mail: missbeja@yahoo.com

ESCORPIÃO

Características dos nativos , nascidos entre 24 de outubro a 22 de novembro : Regidos por Marte e Plutão, símbolos de poder, os nativos de Escorpião têm uma personalidade forte e magnética. São dotados de uma apurada sensibilidade e de um alto grau de misticismo. Sendo de um signo de Água, encaram a vida com profundidade e sentem com muita intensidade emocional.

Previsões para a semana de 18 a 24 de outubro

Filatelia Troféu Dias Ferreira

O

Clube Filatélico de Portugal (CFP) realiza amanhã, na Sociedade Histórica da Independência de Portugal, a sétima edição do troféu Comendador Dias Ferreira. Trata-se de uma exposição intersócios em que todas as coleções, temáticas ou não, pertencem obrigatoriamente à classe “Um quadro”. No boletim de divulgação do evento, pode ler-se um artigo, profusamente ilustrado, de Elder Manuel Pinto Correia sobre “A LATI e o Correio Aéreo de Cabo Verde”. A LATI é a sigla da companhia Linhas Aéreas Transcontinentais Italianas. No estudo o autor tenta historiar, com base em correspondência transportada pelos aviões desta linha, os seus “voos experimentais”. Na adenda, com que finaliza o artigo, o autor enriquece-a com a apresentação de um sobrescrito que apareceu num leilão do Ateneu Comercial do Porto e que reforça a tese que defende no artigo. Trata-se de carta remetida registada na Praia (14.11.39) via Lisboa (20.11.39) com o porte de 6$95, correspondente a: 1$75 pelo primeiro porte de correio ordinário (cartas com o peso até 20 gr.) + 2$00 pelo prémio de registo + 3$00 pelo primeiro porte da sobretaxa do correio aéreo via Lisboa (cartas com o peso até 5 gr.) + $20 de excesso de porte. No frontispício aparece um carimbo batido a violeta “POR AVIÃO / PAR AVION” e a manuscrito “Até Lisboa”. O espécime em questão veio através da LATI até Lisboa e daqui seguiu por via marítima para Nova Iorque. Macau, mais quatro emissões este ano Os correios de Macau preveem para este ano a emissão de mais quatro séries de selos. A próxima é já no dia 21 (segunda-feira) e é alusiva ao Natal. Tem dois selos e um bloco, respetivamente de 3,50; 5,00 e 12,00 patacas. Seguem-se, todas elas no mês de novembro, mais três emissões: dia 1, Caligrafia e Pintura Chinesa – Artistas Ilustres de Macau, que tem seis selos no valor total de 12 patacas e um bloco com mesmo valor. No dia 8, é a vez da emissão comemorativa do 60.º Grande Prémio de Macau e, no dia 15, a do 20.º Aniversário do Acordo Comercial e de Cooperação Macau-União

Europeia. Destas duas últimas ainda não são conhecidos o número de selos de cada uma. Para o próximo ano estão previstas 12 emissões, menos duas que este ano. São elas: Ano Lunar do Cavalo (selos); 140.º Aniversário do Centro Hospitalar Conde de São Januário; Ano Lunar do Cavalo (Etiqueta Postal); 130.º Aniversário dos Correios de Macau; Prevenção da Crueldade Contra os Animais; Novo Campus da Universidade de Macau na Ilha da Montanha; Literatura e Personagens Literárias – Foragidos do Pâ nta no II; Museus e Peças Museológicas IV – Museu Memorial Lin Zexu de Macau; Macau Visto por Kam Cheong Ling; Ciência e Tecnologia – Tó p i c o s d e Matemática; 15.° A n iversá r io do Estabelecimento da Região Administrativa Especia l de Macau; e 15.° Aniversário do Estaciona mento da Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo Chinês. Consultando o sítio filatélico de Macau (www.macaupost.gov.mo) podemos ver que a sua política editorial obedece a uma “diversidade temática”, “credibilidade e responsabilidade” e à “qualidade dos produtos” emitidos. No que se refere ao primeiro item lemos que ela obedece a uma “escolha de motivos da cultura chinesa, das culturas de Macau, de ciência e tecnologia e de cariz internacional”. Sobre a “credibilidade e responsabilidade” diz-nos que não são contempladas emissões temáticas “não identificadas com Macau, mesmo que se pudesse antever o seu sucesso comercial”. Já são vários os prémios de arte filatélica que os selos de Macau conquistaram. O sítio é ilustrado com os vários selos e blocos que os conquistaram. Por esta mesma ordem são eles: o bloco filatélico “Seng Yu – Provérbios III” na Exposição Filatélica Internacional de Viena – Selos Mais Belos (8.° lugar); “Companhia de Jesus” – selos e bloco, Prémio Internacional de Arte Filatélica S. Gabriel da Itália – Prémio de Selo com o Melhor Tema Religioso. “Instrumentos Tradicionais” – Bloco Filatélico, 7.ª Taça Mundial de Selos – O Mais Belo Bloco Filatélico do Mundo. “Cerâmicas Chinesa e Portuguesa”, 31.° Prémio Internacional de Arte Filatélica Asiago – Prémio de Selo com o Melhor Tema Cultural. Geada de Sousa

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Carneiro – (21/3 – 20/4) Não precisará de muito para se sentir à altura das suas novas funções e responsabilidades. O nativo Carneiro é empenhado e tem capacidades de liderança que lhe permitem uma ascensão profissional fulgurante. No amor, viverá numa emoção permanente. Terá desejos fortes. Na saúde, o cansaço será o seu inimigo número um.

Balança – (24/9 – 23/10) No mundo Balança há sempre uma razão para deixar as coisas desagradáveis para trás. Terá preguiça para ir ao dentista, fazer análises, pôr a papelada em dia, arrumar a casa ou chamar um canalizador. Viverá um período em que as coisas desnecessárias serão as suas necessidades.

h Touro – (21/4 – 21/5) Mudará de humor vinte vezes ao dia. Da pieguice absoluta passará à impaciência mais insuportável, será a pessoa inofensiva e sossegada e logo a seguir o indivíduo que soluciona problemas difíceis. As suas contradições serão muito difíceis de aturar. Fisicamente andará estoirado. Para recuperar a energia terá de dormir mais e relaxar mentalmente.

i Gémeos – (22/5 – 21/6) Fase de mudanças positivas, porém de relações difíceis e confusas. Esteja atento a falsas manifestações de abertura ou amizade. Ouça a sua voz interior. Necessita de sentir que pertence a um lugar e a um grupo de pessoas. Esforce-se e invista na sua vida pessoal e nos seus espaços íntimos.

j Caranguejo – (22/6 – 22/7) Por esta altura utilizará a sua carapaça de uma maneira mais racional. No trabalho será eficiente, pontual e com vontade de vencer. Socialmente conseguirá brilhar como uma estrela: sempre bem vestido, com um sorriso nos lábios, palavra para todos os interlocutores. Em casa despirá a pesada máscara e será um autêntico nativo Caranguejo: terno, caseiro. E no amor será fiel como poucos.

k Leão – (23/7 – 23/8) O nativo de Leão defenderá o seu território. Mostrará as suas garras A quem lhe quiser roubar a sua cara-metade e não terá meias medidas quando decidir pôr os pontos nos is. Entretanto, cuidado com a saúde; poderão surgir problemas de tensão. Afaste-se das gorduras, ande mais e, acima de tudo, controle os nervos.

l Virgem – (24/8 – 23/9) A sua criatividade estará no auge. Uma ideia nova germinará a cada instante no seu cérebro. Para triunfar bastará ser mais organizado e diplomata. No amor terá reações típicas do nativo Virgem; receará perder-se nas águas tumultuosas de uma paixão e será vítima de si próprio através da autocensura e do controlo excessivo.

b Escorpião – (24/10 – 22/11) Será um nativo moderno, independente, decidido, em cujo vocabulário não entrará a palavra posse. Poderá ser autodestrutivo, autoritário, excessivo como todos os nativos Escorpião mas ciumento não. Demasiado confiante pensa que o outro está garantido, o que é perigoso. Um pouco mais de amor e delicadeza será muito positivo para o seu relacionamento.

c Sagitário – (23/11 – 21/12) Estará assim-assim. O ciúme e a irritação coabitarão caprichosamente e andará muito nervoso e cético. No trabalho mostrará duas grandes qualidades do nativo Sagitário; honradez e constância. Por vezes trocará a delicadeza pela sinceridade, o que provocará alguns curto-circuitos difíceis de reparar. A sua beleza brotará da harmonia interior.

d Capricórnio – (22/12 – 20/01) Um fluxo de energia excecional permitirá que as suas ações sejam ainda mais eficazes do que o usual. Fase positiva para levar a cabo projetos complexos e de grande envergadura. Atrairá circunstâncias favoráveis e recursos com muito pouco esforço. Estará otimista e generoso, preocupado com o bem-estar dos outros.

e Aquário – (21/1 – 19/2) Este momento permite-lhe uma construção lenta, mas estável, das suas fundações emocionais, fazendo-o sentir-se mais seguro de si próprio e das suas relações amorosas. Siga a sua intenção para saber o que é melhor para si. Aproveite todas as oportunidades de encontros com antigos amigos, pois serão, com certeza, momentos de profunda alegria nesta sua fase de vida.

f Peixes – (20/2 – 20/3) Os nativos do signo de Peixes estão agora a passar por uma mudança interior bastante profunda. Em vez de agir irrefletidamente, com medo do que possa acontecer, tente manter a calma e adotar um método que o ajude a avançar no seu caminho. Se fizer isto, não lhe será difícil encontrar e percorrer novos caminhos para as suas liberdades física, mental e emocional.

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Exposição “Sul Sol” para ver em Odemira

Entre amanhã, sábado, e 10 de novembro vai ser promovida em Odemira a exposição de arte experimental “Sul Sol”, que reúne obras de 14 artistas nacionais e estrangeiros. A mostra decorrerá em simultâneo na biblioteca municipal, onde terá lugar amanhã a cerimónia de inauguração, pelas 16 e 30 horas, e no mercado da vila, com entradas livres. A exposição é comissariada por Marta Menezes e produzida pela Associação Cultivamos Cultura, em parceria com

Fim de semana

o Museu Estremenho e Ibero-americano de Arte Contemporânea (Badajoz, Espanha) e a Fundação Verbeke (Antuérpia, Bélgica), com o apoio da Direção Geral das Artes e do município de Odemira. Serão expostas instalações, robótica, videoarte, performance, arte digital e sound-art de “alguns dos artistas internacionais mais influentes que exploram a relação entre artes visuais, ciência e tecnologia, bem como as questões sociais que emergem desta reflexão”.

Serão folk hoje no Espaço Oficinas O Espaço Oficinas, em Aljustrel, recebe hoje à noite, pelas 22 horas, um espetáculo de música folk protagonizado pela banda The Fellow Man, que apresenta “Of All The People”, um novo EP com cinco canções “que aprimoram a combinação folk/indie/pop”, feitas com o apoio de vários músicos e amigos. As entradas são livres para assistir à atuação deste trabalho a solo de Bruno Mira, vocalista de Cast A Fire, que se apresenta agora numa outra vertente musical.

Exposição Estação Imagem/ Mora 2012 patente em Beja Inaugurada no último sábado, a exposição Prémio de Fotojornalismo 2012 Estação Imagem/Câmara de Mora vai estar patente em Beja, na Casa da Cultura, até ao fim do mês. O concurso, com seis categorias, recebeu nesta sua terceira edição 147 inscrições de fotojornalistas, que submeteram 452 reportagens, num total de mais de 4 500 fotografias. Recorde-se que António Pedrosa arrecadou o principal galardão desta edição com uma reportagem sobre o bairro do Iraque, em Carrazeda de Ansiães, habitado por uma comunidade de etnia cigana. No mesmo espaço bejense ficará patente a mostra “Afeganistão”, de João Silva, que se notabilizou pelo seu trabalho em cenários de guerra em países como o Líbano, o Iraque ou o Quénia. Ambas as mostras podem ser visitadas de segunda a sexta-feira (das 9 às 13 horas e das 14 às 24 horas) e aos sábados (das 9 às 13 e das 14 às 18 horas).

Atriz Maria João Abreu no Pax Julia A atriz Maria João Abreu traz hoje a Beja, pelas 21 e 30 horas, ao Teatro Municipal Pax Julia, o espetáculo “A vida é um cabaret”, que propõe uma viagem no tempo através de temas musicais que marcaram a sua vida. Pelo palco da sala bejense desfilarão, assim, canções imortalizadas nas vozes de Liza Minelli, Edith Piaf, Ute Lemper, Simone de Oliveira, Paulo de Carvalho, Frank Sinatra, Elis Regina ou Hermínia Silva. É o “concretizar de um sonho”, no ano em que comemora 30 anos de carreira, admite a atriz, que convida o público a ser cúmplice nesta aventura.

Certame secular repete-se ao terceiro fim de semana de outubro

“A Magia das Águas” em estreia pelo Teatro do Mar “A Magia das Águas”, texto de caráter ecológico do brasileiro José Facury, vai ser apresentado pela primeira vez em Portugal amanhã, sábado, com a estreia de um espetáculo de rua homónimo, pela companhia Teatro do Mar, no Pátio das Artes, em Sines, pelas 16 horas. A produção, contextualizada pelo Ano Internacional da Água, é uma criação que, embora esteja vocacionada para os mais pequenos, dirige-se a todos os públicos. Conta a história de dois pescadores que se veem a braços com a difícil aventura de encontrar oferendas para uma princesa sereia, filha do Rei dos Mares. Mas, na sua demanda, os “homens só encontram lixo”, sendo “confrontados com a ira de Neptuno, que ameaça a humanidade, ordenando a todos os oceanos que invadam e cubram a terra com as suas águas”, desvenda a companhia, que fará ainda duas sessões no domingo, 20, pelas 11 horas (bairro da Floresta) e pelas 16 horas (bairro 1.º de Maio).

Cante e baldão animam Feira de Castro

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ao terceiro fim de semana de outubro acontece, como há séculos vem sucedendo, mais uma edição da secular Feira de Castro. Durante dois dias, entre amanhã e domingo, dia 20, reúnem-se de novo familiares e amigos, comerciantes e fregueses, num frenesim de cheiros, sons e gentes. Entre as farturas e o polvo assado, os apelos dos homens dos carros de choque e dos carrosséis e as mil e uma mercadorias para aquecer o inverno que se aproxima. Uma animação própria, que se estende também às principais artérias da vila, a par da qual será dinamizado um programa cultural “que tem como referência o valorizar da tradição e do património oral da região”, informa a câmara local. O cante alentejano, a viola campaniça e o cante ao baldão assumem assim especial destaque, em iniciativas como “A Planície a Cantar”,

um desfile de 10 corais alentejanos que acontece amanhã, sábado, entre a rua D. Afonso I e a praça da Liberdade (amanhã, a partir das 16 horas), ou o XXIII Encontro de Tocadores de Viola Campaniça e Cantadores de Despique e Baldão, serão que é promovido pela Cortiçol, com a colaboração da Câmara de Castro Verde, a partir das 21 horas, no Fórum Municipal. Meia hora mais tarde, no Cineteatro Municipal, a dupla bejense Virgem Suta atua em concerto. Hoje ainda, e em jeito de aperitivo, é oferecido, a partir das 21 e 30 horas, um espetáculo no palco do Cineteatro Municipal, que contará com as atuações do grupo coral As Camponesas, de Castro Verde, do grupo de acordeonistas Foles do Sul, e da banda de música tradicional Cantigas do Baú.


PSP transfere manifestação da CGTP na Ponte 25 de Abril para a ponte sobre o Guadiana, na estrada para Serpa, e autoriza a mesma, desde que seja em formato de maratona e no fim ganhe um queniano.

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Última Hora

facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Os seis alentejanos que não foram nomeados para os prémios da revista “Mais Alentejo” admitem apresentar queixa junto do Tribunal Constitucional A revista “Mais Alentejo” já apresentou a lista de nomeados para os prémios homónimos que serão entregues numa gala a realizar no mês de novembro – pode deixar o seu voto no site da revista, tendo, para o efeito, de apresentar o seu cartão de eleitor e uma galinha do campo. Há, contudo, um grupo de seis alentejanos que estão indignados por não terem sido nomeados e já contactaram um advogado do diabo para processar a revista, como nos explicou Júlio Abstenção: “Nós ficámos chocados! Tantos nomeados, tantas categorias, e fomos os únicos a não ser reconhecidos!? Eu podia estar nomeado para a categoria ‘Mais Adegas’ – conheço-as todas! Foi um trabalho exaustivo que implicou horas de trabalho para as minhas papilas gustativas e que não é reconhecido… E por que é que não criaram a categoria ‘Melhor cortador de pão de São Pedro de Solis?’ Ou a categoria ‘Melhor utilizador de Crocs roxos no concelho de Aljustrel?’ É porque sabem que eu limpava os prémios na boa!? Estas coisas revoltam-me, pá!”. (Aproveitando esta oportunidade, a “Não confirmo, nem desminto” gostaria de pedir aos seus leitores que votassem na sua página. Estamos nomeados na categoria “Melhor página de humor num jornal regional que por acaso fica na penúltima página” e “Melhor papel para forrar gaiolas”. Com o vosso voto, isto está no papo!)

Inquérito Alunos de Cuba usam tablets como tabuleiro na cantina Arrancou, no Agrupamento de Escolas de Cuba, um projeto-piloto cujo objetivo é substituir os manuais escolares por tablets, reduzindo os custos na aquisição de materiais escolares, bem como o peso nas mochilas. Todavia, o correspondente da “Não confirmo, nem desminto” em Vila Ruiva deslocou-se a Cuba e descobriu que os tablets também têm sido usados em atividades… “extracurriculares”: “A introdução do tablet foi, tipo, a melhor cena que aconteceu, tipo, desde que vim para a escola… Curto bué almoçar na cantina e usar o tablet, tipo, como tabuleiro… Assim, tipo, dá para jogar Angry Birds e comer os panadinhos ao mesmo tempo. Outra coisa que, tipo, é boa, é a App que come a sopa por mim… Chama-se ‘Come a papa, Joana, come a papa’ e só me custou 30 euros na Feira de Castro do ano passado. Come todo o tipo de sopas e se metermos uma moedinha de 50 cêntimos na porta USB, tipo, também come as couves de bruxelas. LOL”, explicou Adalberto Saga, aluno daquele agrupamento. Ao que parece, o projeto tem sido um sucesso e promete ter continuidade devido à multifuncionalidade do aparelho – este possui, entre outras, aplicações que permitem utilizá-lo para jogar ténis de mesa, aquecer o almoço ou riscar o carro do professor de História.

“Diário do Alentejo” oferece uma linguiça de Vale de Rocins na compra de cada exemplar Com o objetivo de propiciar aos seus leitores uma “campanha de hábitos saudáveis” e melhorar as vendas, o jornal espanhol “La Gaceta” começou a oferecer uma baguete por dia na compra de cada exemplar. Não querendo ficar atrás, o “Diário do Alentejo” decidiu começar a fazer o mesmo. É verdade, prezado leitor, a partir da próxima semana o nosso jornal irá oferecer uma linguiça de Vale de Rocins, com o objetivo de estimular a gastronomia alentejana e propiciar uma alimentação saudável a todos os seus seguidores. Trata-se do

primeiro enchido light da história dos enchidos! E podemos, inclusive, assegurar que todas as linguiças foram minuciosamente inspecionadas pelo autor desta página e cumprem os melhores requisitos definidos pelas autoridades alimentares da Etiópia, de Madagáscar e de Faro do Alentejo. Mas as mãos largas não ficam por aqui… Para os mais novos, o jornal irá disponibilizar também um action figure de Geada de Sousa, o herói da criançada, feito com massapão biológico. Reserve já a sua linguiça e/ou Geada de massapão numa banca perto de si. Caso não consiga adquirir um destes produtos poderá pedi-los para o e mail piteusdocaracas@diariodoalentejo.pt. (Nota: Nenhum porco foi ameaçado ou mag oad o par a a con feçã o das linguiças.)

Viu o programa “O País pergunta”? O que é que gostaria de perguntar ao primeiro-ministro?

LUCRÉCIA ANSIOLÍTICA, 40 ANOS Pessoa que noutra vida foi o João César das Neves Vi e achei uma vergonha! Seguiu logo queixa para a ERC! Noventa minutos de pornografia sem bolinha vermelha no horário nobre da televisão pública!? A última vez que fiquei tão escandalizada foi quando vi o José Castelo Branco pela primeira vez na TV. Tinha acabado de comprar uma TV 3D e foi um choque enorme!… Ainda hoje tenho suores noturnos.

OSCARINO LATRÃO, 27 ANOS Pessoa que se preocupa Vi e fiquei muito preocupado com o PM. Pareceu-me cansado e abatido. O que é que gostaria de lhe perguntar? Bem, gostaria muito de lhe perguntar se já ouviu falar do GLH, aquele spray que faz crescer cabelo… É que se o homem for apanhado numa tempestade fica careca! Também gostaria de saber por que é que deixou de ter lábio inferior desde que chegou ao executivo. Enfim, as perguntas que interessam aos portugueses.

MANUELA MOURA GUEDES, 57 ANOS CONHECEDORA DE DITADOS E PROVÉRBIOS PORTUGUESES Achei o programa muito fraquinho. Aqueles entrevistadores precisam de sangue na guelra e não devem ter medo de colocar as respostas que incomodam. Se o PM é sério, não haverá problema… Afinal, já dizia o ditado: “Quem diz a verdade, não merece postigo”. Se Passos não gostar das perguntas, azar. Aguente-se! Já dizia o outro: “Quem não se sente não é filho do tenente”.


Nº 1643 (II Série) | 18 outubro 2013

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nada mais havendo a acrescentar... A feira Castro Verde espera mais uma vez pela sua grande paixão. Por ser imensa, vem repartida. Vem dentro do coração dos tendeiros, presa ao peito dos comerciantes de figos, montada nas éguas dos ciganos, agarrada à voz dos vendedores de guarda-chuvas, ao colo dos apregoadores do “Borda d´Água”, no fundo dos olhos dos caçadores, atada à alma dos grupos corais. Tiram-na dos corações, dos peitos, dos dorsos das éguas, da voz dos colos, dos olhos, das almas e deixam-na no lugar de sempre. O largo. O largo, esse leito ancestral e imorredoiro onde Castro e a feira se envolvem num abraço apertado. Dão as mãos como se fossem estacas cravadas na

terra e matam logo ali as saudades debaixo dos panos. Chegou a feira. Voltou, como voltam os amores leais. Veio, como sempre, a cheirar a outono, pois é assim que Castro gosta dela. Depois do abraço, Castro reparte-a. Abre as portas da planície, brada às serras algarvias, convida Lisboa. E as pessoas, muitas pessoas, cada vez mais pessoas, fazem a transumância para o lugar onde a tradição e a essência do Alentejo reaparecem no terceiro fim de semana de outubro. É sempre assim. Quando as folhas caem, a feira levanta-se e as ruas da vila são braços cheios de gente que se estendem para lhe tocar. Vítor Encarnação

quadro de honra Arrepiou-se com um fado de Amália, ainda ao colo da mãe. Aos 14 anos, parte rumo a Lisboa e, mesmo sem dinheiro no bolso, faz o que pode para ir aos fados. Canta, pela primeira vez, na Mouraria e, muitos anos mais tarde, tem a felicidade de atuar num restaurante lisboeta com Fernando Maurício, ídolo de sempre. Foi recentemente “descoberto” pelo músico bejense Paulo Ribeiro e acaba de realizar o sonho de gravar um CD, acompanhado por Rogério Mestre (guitarra portuguesa), e por Carlos Franco ( viola).

Cândido Cano apresentou disco de estreia

Um fadista “de corpo e alma”

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Como foram os seus primeiros contactos com o fado?

Lembro-me de estar ao colo da minha mãe e de ouvir a senhora dona Amália Rodrigues. Andavam por ali aqueles cinemas ambulantes, estávamos no quintal, e eu tremia no colo da minha mãe. “Filho, o que é?”, perguntava a minha mãe. Aquilo dizia-me qualquer coisa. Depois, fui para Lisboa aos 14 anos, trabalhar primeiro numa carvoaria, e andei por lá até aos 20 anos. Houve uma festa de despedida do Alfredo Marceneiro, um dos maiores do fado, no cinema São Luiz, e aquilo custava 30 ou 35 escudos. Eu só tinha 25 escudos, e recordo-me tão bem da tristeza que senti. Até me caíram as lágrimas. E quando se atreveu a cantar fado pela primeira vez? PUB

Estava em Lisboa e convidei um amigo meu, de Baleizão, para ir à Mouraria, às tabernas onde se cantava o fado. Fomos e eu comecei a cantar fado vadio. E ele dizia-me “minha mãe, só tu é que consegues cantar aqui na Mouraria”. Havia também uma casa de fados muito conhecida, a Tipoia, que já fechou, e muitas vezes não tinha dinheiro para ir lá. Havia uma janelinha na traseira, onde eu me punha à escuta, de rabo para o ar, até que aparecia um polícia. E eu dizia-lhe “senhor guarda, não faça caso, não tenho dinheiro para ir ali para dentro e gosto muito de fado”. Isto foi tudo antes da tropa, teria aí os meus 18, 19 anos. Depois de ter regressado a Baleizão, continuou a alimentar esta paixão?

Sim. Em Baleizão, tive uma firma de camiões muitos anos. E quando tinha oportunidade de ir a Lisboa carregar, em vez de sair de Baleizão de madrugada, acabava de jantar e punha-me ao caminho. Chegava ao Campo das Cebolas, encostava o camião e ia de táxi para o Bairro Alto, para a Adega Mesquita. Em Baleizão, cantava em todas as tabernas e até, inclusive, aqui em Beja. É também membro do Grupo Coral de Baleizão…

Algumas nuvens no céu e uma temperatura máxima de 27 graus são um bom início para um fim de semana pouco risonho. Aguaceiros e uma diminuição da temperatura (entre os 21 e os 22 graus) é o que se prevê para amanhã e domingo.

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Feira da Caça de Mértola entre hoje e domingo

Cândido Cano, 70 anos, natural de Baleizão

os 70 anos, Cândido Cano acaba de lançar o seu disco de estreia, “Nove fados e um a capella”, onde reúne temas imortalizados pelos seus ídolos de sempre. Cultor do “fado vadio” desde a adolescência, em Lisboa, o fadista de Baleizão confessa que voz não lhe falta para “cantar em qualquer lado”. Só não pensa em “dar ‘concertos”, um formato demasiado formal para o seu cantar “livre”.

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Sim, mas gosto muito mais de fado. Não é muito da minha paixão cantar à alentejana mas canto, olhando aos amigos que me pediram. Mas, digo sinceramente, gosto muito mais de fado. De corpo e alma sou fadista. E como é que surgiram aqui a vontade e a oportunidade de gravar um disco de fado?

Foi com o Paulo Ribeiro, que ensaia o grupo, há cerca de dois anos. Íamos no autocarro, de regresso de um encontro de grupos corais. Vinha tudo dormindo, e eu comecei a pensar “vou cantar aqui um fado para o motorista não adormecer”. E foi aí que o Paulo percebeu que eu cantava o fado. A ideia do disco agradou-me logo e valeu a pena o sacrifício, porque estou muito satisfeito com o resultado. São fados tradicionais, que eu já cantava há 40 anos, quase todos do Fernando Maurício e do Tristão da Silva. Fadistas que eu adorava na altura. Depois, há outro, original, a partir de um poema do Francisco Miguel, uma letra ligada a Baleizão. Foi um sonho realizado?

Sim, eu nunca pensei. Quem me diria que, ao fim de 70 anos, eu iria ter um disco de fado. Carla Ferreira

É inaugurada hoje, sexta-feira, a quarta edição da Feira da Caça de Mértola, certame que se prolonga até domingo, dia 20, no pavilhão desportivo municipal da Vila Museu. O programa, através do qual se pretende “mostrar as potencialidades do concelho na área cinegética e atrair cada vez mais caçadores”, inclui um colóquio, demonstrações de cães de caça, montaria ao javali e corridas de cães galgos, além da transmissão, em direto, no domingo (a partir das 14 horas), do programa da TVI “Somos Portugal”. A banda bejense Anonimato (hoje, pelas 23 horas), e o cantor popular Emanuel (amanhã, à mesma hora) são os convidados para animar os serões.

Vinhos do Alentejo mostram-se em Lisboa Mais de 400 vinhos alentejanos de 72 produtores vão estar à prova entre hoje e amanhã, sábado, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, num evento organizado pela Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA), através do qual se pretende “fomentar o contacto direto entre produtores, consumidores e restantes agentes envolvidos no universo do vinho alentejano”. Para hoje ainda, está agendada, pelas 18 e 30 horas, a tertúlia “Um brinde com a Ciência”, e amanhã, pelas 20 horas, o músico luso-brasileiro Pierre Aderne convida os amigos Susana Félix e Pedro Moutinho para um concerto. Antes, pelas 15 e 30 horas, decorre o seminário “Fisionomia dos Sentidos”, “uma verdadeira aula” com Luís Pedro Amorim, diretor da câmara de provadores da CVRA.

Exposição da 18.ª Galeria Aberta até novembro É já amanhã, sábado, pelas 16 horas, que vão ser conhecidos os trabalhos dos 183 participantes na 18.ª Galeria Aberta, em Beja. A inauguração da exposição de artes plásticas, que estará patente até 15 de novembro, também na Santa Casa da Misericórdia e no castelo da cidade (Casa do Governador), decorre na Galeria Municipal dos Escudeiros.


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