Edição N.º 1627

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Por Beja com Todos

Lopes Guerreiro, o caçador de abstencionistas

O Principezinho

Crianças recriam obra de Saint-Exupéry

pág. 6

pág. 30

Este VALE

€1,20 Veja como na página 25

na Postos BP Beja

SEXTA-FEIRA, 28 JUNHO 2013 | Diretor: Paulo Barriga Ano LXXXII, N.o 1627 (II Série) | Preço: € 0,90

Segundo estudo da DECO/Proteste

Beja é a cidade mais cara do País

Em plena Taça das Confederações. Na véspera do Mundial de Futebol de 2014. E a três anos dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, o povo brasileiro saiu à rua para dizer aos políticos que, afinal, sol, samba e futebol não matam a fome. Não resolvem os problemas da saúde. Da educação. Nem da corrupção. E a sua revolta também se faz escutar no Alentejo. págs. 16/17

Desenvolver o Baixo Alentejo até 2020

Empresários alentejanos apostam nas exportações

A Cimbal está a promover o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Baixo Alentejo, que, entre outras medidas, pretende fixar populações, combater o isolamento e atrair empresas para a região. Os trabalhos começaram na passada semana. pág. 9

As associações empresariais dos distritos de Beja, Évora e Portalegre querem aumentar até 2015 o número de empresas exportadoras e as exportações do Alentejo, como forma de contribuir para a internacionalização da economia regional. pág. 11

Perder a cabeça em Geraldos

Reportagem nas págs. 4/5

Meu Brasil alentejano PUB

Zona Azul fecha o ano com ginástica e natação

Saiba onde e como começar a sua horta

A Associação Cultural e Recreativa Zona Azul organizou esta semana uma dupla jornada para celebrar o encerramento das atividades letivas nas modalidades de natação e ginástica. Uma prova da vitalidade do seu tradicional ecletismo. pág. 20

Uma das grandes profecias do arquiteto Ribeiro Telles está a transformar-se em coisa do real. O homem urbano deve saber conviver com os afazeres do campo. Por uma questão de sobrevivência e não só. Mapa das hortas urbanas no distrito. Infografia na pág. 13

JOSÉ FERROLHO

SUSA MONTEIRO

pág. 10


Diário do Alentejo 28 junho 2013

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Editorial Dois tostões

Vice-versa Mobilidade especial é “um termo pomposo” para despedimento. “Chegámos a um momento em que é preciso dizer não” e em que “um sentimento de desespero e impotência” me levou a iniciar a greve de fome. Susana Valente, professora de Português e Inglês em Moura

Paulo Barriga

Várias vezes afirmámos que foram invocados motivos infundados [para a greve] que não correspondiam ao que o ministério declarava, nem ao que iria ou vai pôr em prática.

Q

uanto vale um país? Quanto vale um país que é um continente? Quanto vale um país que é um continente em suposto estado avançado de desenvolvimento? Vale dois tostões do real. Vale pouco mais do que meio tostão do euro. Vale muito pouco. Aliás, vale quase nada quando esse país que é um continente em suposto avançado estado de desenvolvimento está igualmente em avançado estado de decomposição moral. E é este ligeiro pormenor, e apenas ele, que escapou à atenção dos líderes brasileiros nos últimos anos. O povo aguenta, ah aguenta, aguenta, os dois tostões de aumentos nos transportes públicos impostos em algumas cidades do Brasil. Mas o que o povo não aguenta são os milhões de reais em dinheiros públicos que enchem o saco do “mensalão”. Impunemente. O que o povo não aguenta é a corrupção estrutural e endémica do Brasil. O que o povo não aguenta é a putrefação e o compadrio e a imoralidade públicas. Isso, o povo não aguenta. E quando o povo não aguenta, sai à rua. E quando é grande e nobre o povo que não aguenta, sai à rua com a grandeza e a nobreza do povo brasileiro. Os governantes de lá – como os de cá, em boa verdade – julgavam que com sol, futebol e um sambinha de uma nota só conseguiam ir adormecendo a galera. Enganaram-se. O que por estes dias está a acontecer no Brasil, ao contrário das primaveras árabes e dos invernos europeus, é um outono radioso. Desde a revolução francesa de maio de 1968 que nenhum movimento cívico foi tão intenso, justo e realmente civilizacional. O que está em marcha no Brasil é uma verdadeira revolução cultural, em toda a abertura e pluralismo do termo cultura. O que lá se passa é algo que foge ao próprio momento, às necessidades e às urgências do momento, e que aponta para o futuro. Aponta para a moralização da causa pública, para a intervenção cívica, para a liberdade, para os direitos fundamentais do Homem. Nada ficará como dantes após este outono brasileiro. Como nada ficou como dantes após a primavera parisiense das calças à boca-de-sino. E tudo o que aquela gente está a oferecer neste instante ao mundo, à civilização, custou apenas dois tostões do real. A dignidade não tem preço. Ou como diria o belíssimo romancista João Ubaldo Ribeiro: Viva o povo brasileiro. ND – Nesta edição do “DA” fomos conhecer como a revolta dos 20 centavos estava a ser vista pelos brasileiros residentes no Alentejo. E a mensagem é unânime: não fiquem parados, venham connosco.

Nuno Crato, aos jornalistas após a desconvocação da greve

Fotonotícia

Greve de fome. É coisa que já não se usa. É luta de uma pessoa só em nome de todos. É coisa que vem do fundo da convicção e do foro da coragem. Há uma professora de Inglês e de Português, que dá aulas na Escola EB 2,3 de Moura, mas que reside em Cuba, que está em greve de fome. Chama-se Susana Valente. E é valente, a Susana. Tem 41 anos de idade e diz ter receio por todos os restantes anos que lhe faltam. Desde o dia 18 que protesta, sozinha, contra a mobilidade especial dos funcionários públicos, nomeadamente dos professores. O seu exemplo, o seu destemor, solitário, a sua bravura são de assinalar. Como de assinalar, pela negativa, com reprovação e sem recurso, é a política educativa em Portugal. São estes professores, no limite do desespero, que ensinam os nossos filhos. E isto não é um alerta, é apenas uma constatação. PB Foto DR

Voz do povo Como engana o calor?

Inquérito de José Serrano

Hugo Relíquias, 34 anos, vendedor

Rosa Valente, 39 anos, professora

Com água fresca e um bom gaspacho. Também não está esse calor todo. Já houve anos bens piores. A Amareleja até costuma ser um dos sítios mais quentes da Europa. Do mundo. Este é suportável e eu gosto. No trabalho é que é diferente. Ficamos mais moles e só pensamos em férias, praia e descanso. Nesta altura, o horário laboral devia ser das seis da manhã ao meio dia. Só.

Agora, em casa, tenho ar condicionado. Mas quando não tinha fechava as persianas todas. Tudo às escuras. Sempre as casas arrefeciam um bocadinho. Quando está mesmo muito calor, e posso, vou até à piscina refrescar-me. Faço refeições mais leves e bebo muita água durante todo o dia. Mas já tinha saudades deste tempo. Farta de frio e chuva. O calor é muito bem-vindo.

Almerinda Coelho, 59 anos, educadora de infância aposentada

Em casa ligo o ar condicionado. Aligeiro na roupa e evito andar na rua nas horas mais quentes. Faço tudo o que preciso na parte da manhã. E à tardinha gosto de ir um bocadinho até à esplanada. Suporto muito mal o calor. Não me habituo. Mas já foi pior. Verões que chegavam aos 45 graus. Da uma às quatro da tarde devia fechar tudo. Quem é que vem para a rua a essa hora?

Eulália Rosa, 72 anos, doméstica

É difícil enganar o calor. Mas faço o que posso. Levanto-me cedo e despacho tudo de manhãzinha, pela fresca. De tarde fico em casa e durmo uma sesta. Faço refeições mais frescas. Saladas e vinagradas. Mas já o suporto melhor. Há muitos anos que aqui vivo. Beja é a cidade do calor. Lá para cima as temperaturas são sempre um pouco mais baixas. Acabamos por nos habituar.


Rede social JS

Semana passada SEXTA-FEIRA, DIA 21 BEJA PSP CONSTITUI ARGUIDOS DOIS JOVENS SUSPEITOS DE FURTO

DOMINGO, DIA 23 ALCÁCER DO SAL DESACATOS NA PIMEL PROVOCAM 10 FERIDOS Dez feridos, dois deles graves, e seis pessoas identificadas foi o resultado de uma desordem pública que ocorreu na feira Pimel, em Alcácer do Sal, disse à Lusa fonte da GNR. De acordo com a mesma fonte, a desordem, cuja origem as autoridades desconhecem, começou cerca das 5 e 45 horas, quando decorria uma garraiada, e alastrou a vários pontos do recinto da feira, envolvendo mais de 60 pessoas.Entre os feridos, dois sofreram ferimentos graves com arma branca e foram encaminhados para o Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém. Dos oito feridos ligeiros, um é militar da GNR. A normalidade foi restabelecida cerca das 7 horas pela GNR, que identificou seis pessoas e empenhou 13 militares e quatro viaturas. Além da GNR, as operações de socorro mobilizaram os Bombeiros de Alcácer do Sal e a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Litoral Alentejano.

SEGUNDA-FEIRA, DIA 24 MOURA COMEMORAÇÕES DO FERIADO MUNICIPAL Um festival do peixe do rio e do pão e outro de marchas populares e inaugurações de equipamentos municipais marcaram as comemorações do feriado municipal de Moura. Comemorou-se na segunda-feira, dia em que decorreu a cerimónia de entrega de medalhas a funcionários do município e com as inaugurações do edifício de receção ao turista, no castelo, do Espaço Internet, no Pátio dos Rolins, e as obras de requalificação do bairro da Mouraria. Recriações históricas, música tradicional, dança, música e cante alentejano marcaram o Festival do Peixe do Rio e do Pão, que decorreu durante o fim de semana no centro histórico de Moura.

BEJA CAMPANHA DE RECOLHA DE MANUAIS ESCOLARES Começou a campanha de recolha e distribuição de manuais escolares. Da responsabilidade da Loja Social de Beja, da Biblioteca Municipal de Beja e do Movimento Nacional da Reutilização de Livros Escolares. O objetivo é criar um movimento de reutilização dos manuais escolares entre toda a comunidade de Beja e, em simultâneo, promover a preservação do ambiente. A campanha vai prolongar-se até ao fim do mês de outubro e os manuais podem ser entregues na Loja Social, com sede no mercado municipal, ou na biblioteca José Saramago. Os interessados em receber os manuais devem fazer uma inscrição prévia. A distribuição acontece a partir do dia 15 de agosto.

Divulgar os resultados do trabalho realizado na monitorização e avaliação do Plano para a Igualdade da Esdime, bem como todo o trabalho de sensibilização desenvolvido com as entidades parceiras para a adoção de estratégias e práticas promotoras da igualdade de género ao nível organizacional, em particular as questões relativas à elaboração e implementação de planos municipais para a igualdade. A Esdime tem um projeto na área. Tem superado as expetativas?

Diria antes que este projeto tem sido um permanente desafio. Falar de igualdade de género, questionar a nossa formação/educação, olhar para dentro de cada um e cada uma de nós, perceber e entender a forma como somos condicionados socialmente por papéis tradicionalmente atribuídos a homens e a mulheres, é algo que, por muito que possa parecer, não é fácil nem confortável. Acima de tudo porque queremos acreditar que somos iguais, que conquistamos os mesmos direitos, que temos os mesmos deveres. Por isso quando nos propomos discutir/refletir/questionar sobre as questões relacionadas com a igualdade de género nem sempre a adesão é a mais entusiasta. Porque há sempre tarefas que se sobrepõem, que são prioritárias, que são mais importantes no momento. E este tem sido o grande desafio: ultrapassar a resistência e tornar percetível para homens e mulheres o quanto todos e todas temos a ganhar com a implementação de medidas que promovam a igualdade de género. A quem se seminário?

destina

este

A cooperantes, colaboradoras e colaboradores da Esdime, a representantes, técnicas e técnicos dos municípios, a técnicos e técnicas das entidades parceiras das redes sociais dos concelhos de intervenção da Esdime, em particular dos municípios parceiros do projeto. A empresários e empresárias, jornalistas e escritores, que queiram aprofundar conhecimentos nesta área, partilhar opiniões e reflexões. Bruna Soares

As obras de requalificação das Portas de Mértola foram inauguradas e o “coração da cidade” encheu-se de gente. Na zona da “meia laranja” foi muita a animação. Um dia inteiro de festa, com várias atividades, e que terminou com uma concorrida noite de fados. DR

Qual é o objetivo do seminário “A Igualdade de Género e a mudança nas organizações”, que decorrerá hoje em Aljustrel?

Inauguração das obras das Portas de Mértola

Festa rija em Mértola Camané, Clã e Ana Malhoa animaram as festas de Mértola. O recinto encheu para comemorar a Vila Museu. Mas até ao fim do mês há festa, e da rija. Ou não fosse esta a época de comemorar o São Pedro. DR

Os alunos da Universidade Sénior e os participantes do projeto Animasénior de Aljustrel celebraram o fim do ano letivo 2012/2013 com uma festa, que incluiu uma exposição, um lanche convívio e um baile. A festa, no pavilhão do Parque de Exposições e Feiras de Aljustrel, arrancou com a inauguração da exposição de trabalhos realizados pelas cerca de 300 pessoas, com mais de 50 anos. Após uma pausa durante o verão, as aulas da universidade sénior e as atividades do Animasénior retomarão em setembro.

Coordenadora do projeto Construir em Igualdade, da Esdime

“Saúde Escolar” prossegue em Ferreira Todos a promoverem a atividade física em Ferreira do Alentejo. Os mais pequenos cidadãos do concelho foram ao pavilhão municipal, no âmbito do projeto “Saúde Escolar”. E foram muitas as atividades ao dispor. JS

ALJUSTREL SENIORES TERMINAM ANO LETIVO EM FESTA

3 perguntas a Paula Ortiz

Mercado Livre já vai na quinta edição Cinco edições do Mercado Livre, organizado pela Arruaçã. E o largo do Museu Regional de Beja voltou a servir de palco de encontro, de todos aqueles que trouxeram o que já não usam para venda ou troca. DR

A PSP constituiu arguidos dois jovens, de 19 e 21 anos, suspeitos de furto a um estabelecimento de restauração em Beja, do qual resultaram “avultados prejuízos materiais”, devido ao valor dos bens furtados e dos danos patrimoniais causados. Devido aos indícios registados, os suspeitos foram constituídos arguidos, indica a PSP, referindo que “grande parte” dos bens furtados do estabelecimento de restauração foi recuperada.

O avô mais conhecido de Portugal em Beja O Avô Cantigas veio a Beja, com o seu musical “É bom sonhar”, destinado, claro, ao público infantil. Trinta anos de carreira do avô mais conhecido de Portugal. E não faltou o “O fungagá da bicharada” e “Joana come a papa”.

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Geraldos

Francisco Augusto Parreira O último merceeiro da aldeia

A aldeia que convive diariamente com o mito fundador da nacionalidade

Com São Pedro por cima das cabeças Há uma nesga de aldeia a três quilómetros de Castro Verde que se chama

O

Zé da Conceição fechou a taberna há uns anos atrás. Era lá que os despiques, as modas e as histórias ganhavam corpo, a poder de copos de vinho. O Francisco Parreira fechou a mercearia há quase tanto tempo. Era lá que chegavam as novidades, a poder das viagens dos caixeiros e da afiada língua das mulheres. O Henrique Guerreiro e a Piedade Cavaco abalaram para a Suíça, a poder do desemprego. Os habitantes dos Geraldos já não chegam a uma centena. A não ser o Centro Cultural que a câmara levantou, não resta um único estabelecimento comercial. Não há moçada e, talvez por isso, este ano também não há baile no São Pedro. O que “é uma tristeza”, lamenta Josélia Maria Damas. É preciso chegar aos 66 anos “para ver morrer esta tradição”. A população de Geraldos é duplamente devota a São Pedro, embora, por vezes, pareça não se dar conta. É amiga do São Pedro popular, junino, que amanhã, 29, deveria trazer para as ruas de Geraldos os mastros, o mentrasto, a bailação e as fogueiras de alecrim. E do santo que está homenageado na ermida de São Pedro das Cabeças, que D. Sebastião terá mandado erigir em homenagem ao primeiro rei de Portugal, bem no alto do cerro onde terão sido decapitados os cinco reis mouros que a lenda conta. Mas essa festa, a festa da matança, ainda vai a tempo de acontecer. Lá para 25 de junho. Que é quando, supostamente, Afonso I terá quinado os cinco reis mouros. A questão é que o santo da guerra não é Pedro, mas Tiago, o Matamouros. Mas como isso terá sido nos idos 1139, não terá assim tanta importância. É apenas um pormenor. Tão pequeno como o lugar onde habita esta mancheia de pessoas, velhos na generalidade, que são uma espécie de guardiões do mito fundador da nacionalidade. Embora não o saibam. Ou não lhes interesse saber. O que importa é Pedro. O santo folião. Que este ano não terá direito a concertina em Geraldos. “Está a ver aqui esta rua?”, pergunta Aldina Maria Vicente, de 65 anos. Vai dizer mais qualquer coisa mas o ronronar do automóvel desportivo de Henrique Guerreiro, amarelo piu-piu, não é colaborante: “era aqui”, lá consegue prosseguir, “que fazíamos as festas do senhor São Pedro, que é nosso. Havia pessoas de uma ponta à outra da rua”.

Geraldos. Dizem que o nome lhe vem de Geraldo Geraldes, o Sem Pavor. O tal cavaleiro “delinquente” que terá conquistado Évora aos mouros para agrado de D. Afonso Henriques. E que também terá dado uma boa carga de porrada aos sarracenos na lendária batalha de Ourique. Que, nem por acaso, terá acontecido aqui bem ao lado. No cerro de São Pedro das Cabeças. Texto Paulo Barriga Fotos José Ferrolho

Centro Cultural de Geraldos O único local de socialização num lugar com menos de 100 habitantes

Festas de São Pedro As pessoas mais antigas lamentam que este ano não se festeje o padroeiro

Hoje não se vê vivalma. E o silêncio é cortante. Tirando uma ou outra buzinadela dos vendedores ambulantes de pão ou mesmo de caracóis de viveiro, nada. A não ser a sempre animada chegada das técnicas do Lar Frei Manuel de Entradas que, diariamente, têm a empreitada de cuidar da higiene de alguns idosos. “Esta aldeia está muito envelhecida”, explica Irene Lança, “a malta nova tem de ir para fora trabalhar, para conseguir alguma coisa, os que vão cá ficando são os velhos para a gente ir tratando”. Apesar de pouco povoada, a aldeia de Geraldos, como, enfim, todos os pequenos lugares do interior alentejano, tem esse magnetismo, esse chamamento constante junto dos seus naturais. E, por isso mesmo, conseguimos surpreender em pleno junho Henrique Guerreiro, de 24 anos, cuja “única alternativa” foi lançar-se nas arduras da construção civil em Lousane, Suíça. Esse paraíso distante que também chamou por Piedade Cavaco, 46 anos, enfermeira que sente “qualquer coisa” no coração quando chega ao Alentejo. “Um sentimento muito forte”, mas não suficientemente forte para a fazer ficar em definitivo. Porque definitiva só a morte. Poderiam dizer alguns dos habitués do Centro Cultural de Geraldes, que a autarquia mandou construir para travar a solidão, para adiar a abalada. Como é o caso do último merceeiro da aldeia, Francisco Augusto Parreira, 80 anos, ou do antigo tratorista Joaquim valente, 66 anos, que agora toma conta de “três ou quatro ovelhas”. “Ando aí entretido com elas. Não tenho mais nada. Tenho três moços qua andam na roda, nos camiões TIR… é assim a vida”. A única coisa que rompe com a pacatez da aldeia é o ressoar temporário das lâminas que rasgam a pedra na oficina de António Serôdio, 54 anos. Uma pequena indústria de lapidação que ainda consegue dar emprego a quatro trabalhadores locais. Um caso único naquelas paragens. Mas uma batalha diária quase tão grande, reconhece o proprietário, quanto a que travou D. Afonso Henriques contra os mouros: “Isto é trabalhar para o Estado, que os impostos são todos os dias. A construção está parada. Temos que aguentar para pagar os ordenados”. Os seus principais clientes, ironia do destino ou sinal dos tempos, são as agências funerárias.


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Emigrantes Henrique Guerreiro, de 24 anos, passeia pelas ruas da aldeia o automóvel desportivo que comprou da Suíça

Manuela Florêncio Presidente da Junta de Freguesia de Castro Verde

Quantas pessoas vivem em Geraldos?

Não tenho o número exato, até porque o Censos não nos fornecem esses dados relativamente às pequenas localidades, mas penso que será à volta de uma centena, talvez para menos. Te m h a v i d o populacional?

um

decréscimo

Penso que a população tem decrescido ligeiramente, embora não muito. Esse decréscimo advém dos falecimentos e do facto de os mais novos, regra geral, não permanecerem na população depois de constituírem família.

Como carateriza sociologicamente esta aldeia?

É uma aldeia de certa forma envelhecida, como é a maioria das aldeias do nosso Alentejo e com alguma população que ainda tem uma ligação à agricultura. No caso particular de Geraldos, há algumas pessoas, devido à proximidade, que trabalham em Castro Verde. Que tipo de intervenções tem a Junta de Freguesia feito no local?

As intervenções foram, primeiramente, ao nível das infraestruturas básicas. Depois, foi o arranjar das ruas e dos passeios. As

A Batalha de Ourique ter decorrido neste local é lenda ou tem algum fundamento histórico, arqueológico ou documental que possa de alguma forma sustentar essa tese?

A Batalha de Ourique e São Pedro das Cabeças Miguel Rego Arqueólogo

PUB

Pessoalmente, acho que é lenda. Objetivamente é uma lenda que teve um objetivo político muito importante, que tem a ver com a legitimação do poder real em Portugal. Até porque a realidade político-militar da altura de D. Afonso Henriques não se coaduna com os grandes exércitos, isso não existia. A própria história dos príncipes mouros degolados, não podiam ser cinco. Aliás, basta pensar que os reinos Taifa aqui desta região, não eram cinco objetivamente, eram menos do que isso. Agora, que é uma lenda interessante e que é uma lenda em que se mitificou um determinado período, um determinado rei, e uma determinada dinastia e que se tem mantido até aos dias de hoje, não deixa de ser interessante. A própria lenda já criou, se quisermos, um episódio histórico, um fenómeno histórico que tem,

obras de requalificação no edifício da escola primária que está, neste momento, cedida a uma associação de Castro Verde que é a Sem Trilhos. Para além disso, também construímos um centro comunitário, um centro de convívio com um espaço exterior amplo, onde se fazem as festas e onde há um pequeno bar, que é a única casa aberta em Geraldos hoje em dia. São Pedro é o santo festivo de Geraldos. Por que é que este ano não vão acontecer as festas?

Este ano não vai haver festas de São Pedro em Geraldos. São Pedro é o padroeiro de

ao longo dos séculos, servido para vários reis, para D. Sebastião, para D. João II, para D. João V, portanto já serviu para que vários reis fundamentassem ou justificassem um pouco o seu próprio reinado. Do ponto de vista da memória local, para nós é um episódio muito importante, no contexto em que o mito se transformou num episódio histórico. Como se justifica a persistente ocupação humana deste local?

A ocupação contínua nesta zona vem desde o calcolítico, desde o terceiro milénio, não sabendo exatamente se só no aspeto funerário, porque existiam aqui várias antas, neste cabeço, se mesmo do ponto de vista da utilização com estruturas habitacionais. Fundamentalmente porque, pensamos nós, há um domínio total da paisagem aqui em volta. Por outro lado, há aqui também a ribeira de Cobres, que é muito rica em água. E há também a questão da mineração que é

Castro Verde, as festas da vila são realizadas nesse fim de semana. No entanto, no dia 29, que é mesmo o dia de São Pedro haverá festas no próprio local da Batalha de Ourique, em São Pedro das Cabeças. A toponímia de Geraldos tem alguma coisa a ver com o temível Geraldo, o Sem Pavor?

Penso que não está feito nenhum estudo histórico sobre esta questão, mas o nome de Geraldos é, sem dúvida nenhuma, relativo a Geraldo, o Sem Pavor, que foi um combatente das tropas de D. Afonso Henriques.

um aspeto que temos de associar a tudo o que é a ocupação do homem, e naturalmente, nestes períodos em que se começa a trabalhar os metais. Em todo o caso, existe aqui um fenómeno, que está muito mal conhecido, apesar dos professores Maia terem escavado, mas não terem dado continuidade à escavação, que é esta ocupação do século V ao III antes de Cristo, e mesmo até, provavelmente, até ao período republicano romano. Nesta zona existem uma série de pequenos castelos, pequenas estruturas, normalmente quadrangulares, e um pouco elevados acima da paisagem, que devem ter servido, quando os romanos chegam a esta região, provavelmente como armazéns de minério. E este cabeço domina todo este grande vale por onde se estendem esses pequenos castelos. E essa realidade está muito mal conhecida. Agora, S. Pedro das Cabeças, manteve ao longo de milénios, desde três mil antes de Cristo, portanto, há pelo menos cinco mil anos, uma referência muito próxima com o homem.


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Se tivéssemos objetivos de prejudicar uma força política, designadamente aquela de onde eu saí, o PCP e a CDU, naturalmente que as nossas listas podiam estar enxameadas, passo a expressão, de pessoas dessa área política, o que não é o caso.

Autárquicas2013

Movimento “Por Beja com todos” pretende “devolver o orgulho aos bejenses”

Lopes Guerreiro, o caçador de abstencionistas Antigo autarca comunista e membro do Comité Central do PCP, António ADN, refere Lopes Guerreiro, estão a cidadania, a participação ativa e a Lopes Guerreiro apresenta-se a eleições à cabeça de um movimento inclusão. Mesinhas suficientes para “devolver o orgulho aos bejenses” e independente. Uma candidatura que já recebeu o apoio do Bloco de para “ganhar as eleições”. Esquerda, mas que se diz autónoma de qualquer partido ou credo. No seu

Texto Paulo Barriga Fotos José Serrano

O que é que seria um bom resultado eleitoral para o movimento “Por Beja com Todos”?

Esse é um dos nossos grandes adversários. O nosso grande inimigo é o atraso no desenvolvimento do concelho e os nossos adversários são a abstenção, a falta de participação e a acomodação das pessoas. Agora, temos consciência que havendo mais uma alternativa, isso irá afetar os outros. Se vai afetar mais a CDU, se vai afetar mais o PS ou o PSD isso depende de cada uma das forças políticas e como cada uma das forças políticas souber lidar com o aparecimento do “Por Beja com Todos”. E, neste momento, há alguns que não estão a saber lidar com isso, estão demasiado incomodados e a procurar atribuir-nos conotações que a realidade e as evidências demonstram que não existem.

Ganhar as eleições. Concorremos exatamente com esse objetivo. Não concorremos para “participar”, embora tenhamos como principal objetivo mobilizar as pessoas para a participação ativa, para a cidadania, para o combate à abstenção. Mas não ficamos por aí. Queremos ganhar para pôr em prática as nossas propostas e ideias. Tudo o que vier a menos do que a vitória será uma derrota?

Não! Somos ambiciosos naquilo que pretendemos, mas somos também humildes em reconhecer e aceitar o resultado das eleições e a vontade das populações. Não dizemos que apenas participaremos se ganharmos. Tal como diz o próprio nome do movimento, pretendemos trabalhar com todos. Mesmo não tendo a maioria, estamos dispostos a trabalhar com todos aqueles que os eleitores escolherem. Tem a noção que esta poderá ser uma eleição disputada a dois?

Um dos problemas deste concelho é ter um bipartidarismo excessivo. Penso que nestes últimos anos houve um acentuar do conflito entre os dois partidos do poder, o que tem criado algumas dificuldades ao concelho. Vão concorrer em todas as freguesias?

Estamos a trabalhar para isso. Já temos algumas listas completas e outras praticamente completas em várias freguesias. Que análise faz ao trabalho desenvolvido por este executivo?

Preferimos apresentar propostas e nessas propostas naturalmente estão intrínsecas as críticas que fazemos. Se nos apresentamos a eleições é porque achamos que as coisas podem ser melhores do que estão. Mas depois há outros aspetos que têm a ver com a política de proximidade, de relacionamento com as instituições, de cooperação intermunicipal, do tratamento das questões do património... Beja vive uma depressão acentuada como nunca viveu e isso, naturalmente, também se deve à política autárquica.

É correto falar em movimento independente quando há um partido que manifestamente já se disponibilizou para apoiá-lo e até há vários elementos desse partido que fazem parte das suas listas?

O movimento é independente, mas não é um movimento de independentes. Este é um movimento autónomo, sem qualquer subordinação a qualquer força política ou a qualquer credo religioso. Estamos abertos a que qualquer partido, ou que membros de outros partidos, participem neste movimento desde que estejam de acordo com o seu manifesto fundador. Se há um partido, neste caso o Bloco de Esquerda, que deixa de concorrer a eleições porque entende que apoiando um movimento independente está a servir melhor o concelho, isso é de realçar e não de criticar como por vezes é feito. O movimento que lidera poderá “fazer mossa” na candidatura do seu antigo partido, O PCP?

Temos como objetivo combater a abstenção.

O passado de cada um não se apaga de um dia para o outro...

Se tivéssemos objetivos de prejudicar uma força política, designadamente aquela de onde eu saí, o PCP e a CDU, naturalmente que as nossas listas podiam estar es enxameadas, passo a expressão, de pessoa pessoas dessa área política, o que não é o caso. A noss nossa preocupação é evitar que as pessoas que não se reconhecem no atual sistema político partidário parti se acomodem e deixem de ter participação participaçã ativa. O caso da ele eleição on line do cabeça de lista do movimento movimen não lhe augurou um bom princípio...

Foi um incid incidente de percurso. Não foi simpán abalou minimamente as hostico, mas não tes do m movimento. Na reunião em que se discutiu e se decidiu finalmente avançarpa a candidatura autárquica, o mos para meu no nome até foi proposto pela Angelina Soare Soares, que foi quem nesse processo apare apareceu em primeiro lugar. Do ponto de vi vista externo, naturalmente que não é um uma boa imagem. Cada uma fará o apr aproveitamento da situação que enten tender, mas penso que, apesar desse inc incidente, a forma como os nossos ca candidatos têm sido escolhidos e a co constituição das listas tem sido feita, n não nos deslustra, nem nos enfraqu quece, antes pelo contrário.

O que quis dizer quando afirmou que quer devolver o orgulho aos bejenses?

Isso tem a ver com o sentimento depressivo que já referi. Hoje, poucas serão as pessoas que dizem que são de Beja ou que vivem em Beja e que apontam algumas situações e se sentem muito orgulhosas. Sinto muito orgulho em que Beja tenha o Museu Regional Rainha D. Leonor, mas não sinto muito orgulho em dizer a alguém que vá visitar o museu no estado em que ele se encontra. E por aí podia multiplicar os exemplos. Uma das recorrentes bandeiras eleitorais é a falta de centralidade de Beja na região. Concorda?

Devemos preocupar-nos mais em fazer as coisas acontecer do que em falar nelas e, portanto, falarmos em capitalidade, centralidade, é sempre complicado. Aquilo que é importante é que haja uma valorização muito grande da intermunicipalidade, da cooperação com os vários municípios e que os projetos que se façam em Beja, os grande projetos estruturantes, de maior dimensão e maior impacto, tenham em conta igualmente os outros municípios. E que se procure aproveitar também aquilo que os outros municípios fazem como forma de intervir, de contribuir para o desenvolvimento da região. Tem de haver muito essa perspetiva regional, mas sem nos pormos em bicos de pés ou em cima das cadeiras a dizer “atenção, nós somos a capital, aqui é o centro”. o ADN deste movimento é a cidadania, a participação ativa, mas também a inclusão. E aí, a autarquia, direta e indiretamente, tem muito a fazer. É essa uma das nossas grandes apostas e que está na génese da criação deste movimento. Em tempos escreveu o livro Ser comunista. Ainda se revê nesses textos?

O facto de hoje integrar um movimento independente, não significa que tenha abandonado a minha forma de pensar, de estar na vida. Isso mantém-se na mesma. Em termos de ideal mantenho, na forma de intervenção é que está a grande diferença. E, nesse sentido, sinto-me muito bem num movimento como este, porque acho que o futuro passa muito por aqui.


Bisca Lambida

Camuflar génese política

Dividir para confundir

Independente, mas pouco

João Espinho

João Machado

Sérgio Fernandes

O

que significa efetivamente “independente”? Uma pesquisa rápida dá-nos vários resultados: Que não depende de ninguém; livre; autónomo; que não se deixa influenciar; insubordinado. Que não se interessa nem segue doutrinas, movimentos, religiões, ideias ou quaisquer conceitos ligados ao modo de vida convencional; liberal, etc… Ora, o movimento em apreço pode ser tudo o que se enunciou, com pouco esforço é capaz de ser também o seu contrário e, tendo como berço e impulsionador o Bloco de Esquerda, é natural que, passada a campanha eleitoral, a apregoada independência se transforme em radicalismo e extremismo verbal, nada consentâneo com as práticas independentes. É fácil, principalmente na área dita de esquerda, criar movimentos que se batizam de alternativos e independentes, não se percebendo, porém, as razões que os levam a “camuflar” a sua génese ideológica; não havendo “papões” nem polícias políticas, esta camuflagem deverá seguramente ocorrer por razões que a própria razão desconhece... O movimento que agora surgiu em Beja mo e respeito. Sobre tem gente que muito estimo o lugar que vão ocupar no rankingg fide enigma nal, parece ser esse o grande das eleições de setembro. Há quem diga que com a “ajuda” do Por Beja er maiocom Todos não vão haver essupõe rias absolutas, o que pressupõe ria que Lopes Guerreiro seria eleito, roubando um vere-ador ao PS. Não sei bem onde é que a extrema-esquerda bejense vai buscar os votos necessários para alcançar esse desi-eu derato. À direita que elegeu ão Jorge Pulido Valente não eiserá seguramente. E o eleim torado do PCP não vai em afolclores. No outono ficam remos a saber se há e com lque tamanho é a amolos gadela provocada pelos “independentes”. PUB

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o meu ponto de vista este movimento não é independente porque tem por detrás o Bloco de Esquerda, como é do conhecimento público. Não entendo como se permite a colagem de um partido político a um movimento que o pode descaracterizar e ditar o afastamento das pessoas daquilo que é a génese deste tipo de movimentos. Mais uma vez assistimos a um ensaio menos conseguido de criar novas plataformas de entendimento e de atuar na vida política e que deviam ser verdadeiramente independentes. O movimento Por Beja com Todos não é independente. Tem pessoas independentes como todos os partidos políticos e ainda não percebi quais são as suas linhas estratégicas para Beja. Ouvi notas soltas que não permitem analisar com profundidade o que se quer para o concelho e isso, nesta fase do contexto político, é preocupante. Continuo a dizer o que sempre disse, este movimento tem como interesse dividir e apenas vais dispersar e confundir ainda mais o eleitorado.

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m rápido olhar para a grelha de partida das Autárquicas no concelho de Beja devolve a resposta óbvia: o movimento Por Beja com Todos ocupa o lugar do Bloco de Esquerda, ausente das próximas eleições. Donde, partidária não será formalmente, mas independente talvez não seja tanto assim… Tendo a sua génese na candidatura do Bloco em 2009, é na erosão, natural, da atual maioria socialista e na sedução dos eleitores desavindos do PCP e PSD, em resultado dos percalços conhecidos que envolveram a escolha dos candidatos destes dois partidos, que o movimento Por Beja com Todos tenderá a procurar a sua margem de crescimento eleitoral. Donde, o primeiro desafio que se coloca a esta candidatura é o de conseguir dar expressão e conteúdo a interesses tão diversos como são os que aparentemente servem de base às motivações que nela coexistem. Será possível, tendo por base uma mera federação de descontentamentos, construir e afirmar um projeto para a cidade de Beja? Não obrigará esta circunstância a um denominador demasiado mínimo para que seja suficientemente comum?

07 Diário do Alentejo 28 junho 2013

É correto afirmar que o Por Beja com Todos é independente? Que lugar pode ocupar este movimento na luta eleitoral por Beja?

A tarefa não se afigura fácil, sobretudo no contexto de uma eleição que se antevê fortemente bipolarizada, potenciadora do chamado voto útil, e na certeza de que os dois principais partidos – PS e PCP – têm muito a ganhar e tudo a perder. Quando a primeira vaza desta bisca lambida foi puxada justamente ao tema de uma, à data eventual, candidatura independente, joguei o valete de copas. Agora, confirmada a eventualidade, mantenho o naipe e jogo a quina de copas, na falta de cartas para pontuar…

Afirmação pela diferença Luís Miguel Ricardo

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s candidaturas independentes, na sua maioria, apresentam uma vontade de se afirmarem pela diferença e sem condicionalismos partidários. O movimento Por Beja com Todos não foge à regra. Mas, para o meio envolvente, que sempre se habituou a rótulos, conceber a ideia de um projeto apartidário é utópico. Desde que surgiu, que o movimento foi colecionando etiquetagens. Para uns, era uma estratégia do PS para enfraquecer a CDU e possibilitar o novo impulso do Beja Capital; para outros, uma forma de sublimação de ex-comunistas e de outras esquerdas frustradas. E, para poucos, uma possibilidade de candidatura independente assente em ideias e pessoas. Mas essa é a essência do movimento. Um movimento aberto a todos os que queiram propor e discutir ideias para Beja. Aberto ao “Zé”, que teve ligações ao PCP; à “Maria”, que é filiada no CDS-PP; ao “Manel”, que nunca votou; à “Joana”, que não tem preferências partidárias. Porém, esta abertura plena à comunidade tem consequências. E a consequência imediata, talvez por influência indireta dos seus principais rostos, foi a atração de simpatizantes de políticas mais à esquerda e o retrair dos adeptos de outras correntes ideológicas. Isso não lhe altera o caráter independente, mas confere-lhe uma matriz predominantemente de esquerda. O Por Beja com Todos não terá possibilidade de ombrear com as principais candidaturas à autarquia, mas, pelo caráter, postura e experiência de alguns dos seus elementos, contribuirá para elevar o nível da discussão do tema “Beja”.


Aníbal Costa recandidata-se à Câmara de Ferreira

Diário do Alentejo 28 junho 2013

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O presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo, o socialista Aníbal Costa, vai recandidatar-se ao cargo, nas Autárquicas deste ano, para tentar um terceiro e último mandato. A Câmara de Ferreira do Alentejo é liderada desde 2005 por Aníbal Costa, que, no atual mandato, dispõe de maioria absoluta, num executivo composto por três eleitos pelo PS e dois pela CDU. Aníbal Costa, pelo PS, e Jorge Santos, pelo PSD, são os candidatos conhecidos, até hoje, à presidência da Câmara de Ferreira do Alentejo.

Miguel Góis não vai a eleições Miguel Góis, vereador na Câmara Municipal de Beja, eleito pelo PS, anunciou no início da semana, na sua página pessoal do Facebook, que não fará parte “de qualquer lista candidata à câmara ou a qualquer outro órgão político no próximo quadro eleitoral”. Miguel Góis anunciou a sua não recandidatura na antevéspera da apresentação oficial das listas do PS, justificando que o fez para que não

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Beja

Moura

PS apresentou candidatos

CDU inaugurou sede

PS apresentou, na quarta-feira, os candidatos às próximas Autárquicas. Jorge Pulido Valente, como já era sabido anteriormente, é o cabeça de lista à Câmara Municipal de Beja. José Velez, atual vereador, mantém-se como número dois. Ana Horta, professora universitária, é a terceira da lista e Rui Marreiros, diretor delegado da EMAS, é o quarto candidato do PS. Agostinho Moleiro, PUB

“houvesse especulações” em torno da sua decisão. O autarca alega “motivos pessoais” e considera: “Os quase quatro anos na autarquia bejense foram um desafio enorme e foram anos que muito me orgulharam. Quer pelas pessoas com quem tive oportunidade de trabalhar, interna e externamente, quer por todos os objetivos atingidos nos mais difíceis tempos de gestão autárquica de que há memória”.

médico e antigo governador civil de Beja, é o mandatário da candidatura do PS. Na sessão, que decorreu nas Portas de Mértola, e que juntou vários militantes e simpatizantes, foram ainda apresentados os candidatos à Assembleia Municipal e às assembleias de freguesia. No mesmo dia foi inaugurada a sede de campanha do PS. Miguel Góis e Cristina Valadas ficaram de fora das listas socialistas.

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CDU inaugurou a sua sede de campanha em Moura, depois de na sexta-feira passada ter apresentado publicamente candidatos autárquicos num jantar que, segundo a coligação, contou com a presença de “mais de 400 pessoas” e com a participação do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e de outros dirigentes e responsáveis partidários. A abertura da sede de campanha, no largo General Humberto Delgado, no centro histórico da cidade, contou com música ao vivo e intervenções políticas.

Castro Verde

PS revelou candidatos

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PS apresentou, na quarta-feira, dia 26, a lista completa dos candidatos que irá concorrer à Câmara Municipal de Castro Verde nas próximas Autárquicas. Liderada por António José Brito, a lista de candidatos apresenta, segundo o PS, “uma profunda renovação e é marcada pela participação de uma nova geração de pessoas de todo o concelho de Castro Verde, com diferentes experiências públicas e percursos profissionais reconhecidos”.

Alcácer do Sal

Xutos com Proença

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s músicos Tim e Zé Pedro, dos Xutos e Pontapés, manifestaram o seu apoio à candidatura da CDU às próximas eleições Autárquicas em Alcácer do Sal, lista encabeçada por Vítor Proença. Recorde-se que já outras figuras públicas, das mais diversas áreas, tinham anteriormente manifestado o seu apoio ao atual presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém.

Sines

SIM debate educação

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Movimento SIM – Sines Interessa Mais promoveu, na terça-feira, dia 25, no Centro de Artes de Sines, um debate sobre educação, aberto à participação de todos os sineenses. À conversa com Marisa Rodrigues dos Santos, candidata do SIM à presidência da Câmara Municipal de Sines, estiveram Bernardette Almeida, Emérico Gonçalves e Celina Arroz.

Aljustrel

“Fórum Aljustrel 2020”

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candidatura do PS à Câmara Municipal de Aljustrel organizou ontem, quinta-feira, o “Fórum Aljustrel 2020”, que os socialistas definem “como um espaço de reflexão e debate alargado a todos os cidadãos”. O objetivo foi agendar ideias e iniciativas, visando debater o futuro do concelho.


Foi apresentado, na quarta-feira, dia 26, o vídeo promocional do concelho de Beja. Segundo a câmara municipal, “o vídeo apresenta Beja, cidade e concelho, sob o olhar de uma jovem turista que se apaixona pela cidade, pelas paisagens, pelo património, pela gastronomia e pela vida vivida e que o concelho pode oferecer a quem fica”. A

autarquia adianta ainda que “o pulsar da cidade é apresentado por uma ‘Mariana do século XXI’ que transforma a experiência da sua visita em poema e nos relembra Mariana Alcoforado com ‘promete-me que terás saudades minhas’”. O vídeo foi produzido pela Magik Studios, uma empresa criada por dois jovens criativos de Beja.

Ruas, os nomes e a memória coletiva debatidos em Beja A Associação de Defesa do Património de Beja (ADPBeja) organizou na terça-feira, 25, na Biblioteca Municipal de Beja, um debate sobre “As ruas, os nomes e a memória coletiva”. A iniciativa surgiu, segundo a ADPBeja, “depois da decisão da Câmara Municipal de Beja de alterar os nomes de algumas ruas centenárias”, atribuindo-lhe o nome de reconhecidos cidadãos falecidos recentemente. Florival Baiôa, da ADPBeja, considera que “esta é uma importante questão para os cidadãos de Beja” e que importa, assim, discutir a situação.

Atual

Plano estratégico está a ser elaborado pela Cimbal

Um pacto para o desenvolvimento do Baixo Alentejo Está a ser elaborado o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Baixo Alentejo, que, entre outras medidas, pretende fixar as populações, combatendo o isolamento, e atrair empresas, fomentando o emprego. Na semana passada, quatro workshops serviram de base para se pensar o futuro do Baixo Alentejo.

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stá em marcha, pela mão da Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (Cimbal), o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Baixo Alentejo 2014-2020, que pretende “assumir-se como um exercício integrado de planeamento estratégico conducente à definição das grandes orientações de desenvolvimento para a região”. Recorde-se que as orientações do Plano Estratégico de Desenvolvimento do Baixo Alentejo coincidem com a implementação do próximo período de programação dos fundos estruturais em Portugal. No âmbito do processo de preparação, a Cimbal promoveu, na semana passada, um ciclo de workshops, para discutir

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Beja apresentou vídeo promocional

o documento de suporte à elaboração do plano com várias entidades da região, e, segundo Orlando Pereira, secretário-executivo da Cimbal, “a intenção foi ouvir as mais diversas entidades e foram deixados contributos válidos e em áreas diversificadas”. “Dividimos a iniciativa em quatro workshops e, num momento posterior, vamos fazer a apresentação dos resultados, até porque importa trazer à discussão vários temas”, adiantou Orlando Pereira. Neste momento, para já, de acordo com o secretário-executivo da Cimbal, “será elaborado um documento que conterá a proposta de todos aqueles que participaram”. Os objetivos estratégicos propostos pelo Plano Estratégico de Desenvolvimento do Baixo Alentejo para orientar as iniciativas de suporte à materialização da visão de desenvolvimento também já estão definidos e Orlando Pereira adianta que se pretende “posicionar o Baixo Alentejo como um território amigo do investimento, como um território empreendedor e produtivo, como um território de excelência ambiental, como um território residencial apelativo e como

uma território que sabe trabalhar em rede”. Para a concretização deste desafio estão, assim, em carteira, uma série de ações mobilizadoras, uma vez que, para a Cimbal, “se impõe a concretização de intervenções estruturantes”. Numa primeira abordagem, de acordo com a comunidade intermunicipal, “já se encontram propostas um conjunto de 16 ações”, destacando-se, entre outras propostas, a “criação de um dispositivo regional de apoio fiscal e financeiro à atividade empresarial, a consolidação da rede de serviços e equipamento coletivos, a promoção da eficiência energética e das energias renováveis e um programa de promoção do empreendedorismo e valorização do trabalho”. “A nossa expetativa é que este plano possa assumir-se como um verdadeiro pacto para o desenvolvimento do Baixo Alentejo”, referiu Orlando Pereira. Reconhecendo que “são muitos os desafios” e que “agora há que continuar este trabalho, em conjunto com os diversos parceiros regionais”, para que futuramente beneficie “o território e as suas populações”. Bruna Soares

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CDU preocupada com Lar Para Todos Os eleitos da Coligação Democrática Unitária (CDU) na Assembleia Municipal de Beja, em comunicado, manifestaram a sua preocupação relativamente ao processo de insolvência em curso da Cooperativa de Habitação Económica Lar Para Todos. Os eleitos da CDU na Assembleia Municipal de Beja recomendaram, assim, “a intervenção da câmara municipal no processo de leilão”, devendo esta “exercer todos os direitos e utilizar todos os meios de que disponha por forma a garantir que estes equipamentos se mantêm para uso comunitário”.

Eurodeputada do PCP visita distrito Amanhã, sábado, a eurodeputada do PCP, Inês Zuber, visitará o distrito para um conjunto de encontros e visitas com diversos agentes económicos e sociais, com o objetivo, esclarece o PCP, de aprofundar o conhecimento, informação e ação do partido sobre as realidades locais. A visita inicia-se em Serpa, pelas 10 horas, com uma reunião com uma ida à Queijaria Guilherme, seguindo-se uma visita à Casa do Cante. Pelas 13 horas marcará presença na apresentação pública dos candidatos autárquicos da CDU ao concelho de Alvito. Pelas 16 horas a eurodeputada visitará a Feira Nacional da Água e do Regadio, em Ferreira do Alentejo, e, pelas 19 horas, marcará presença numa sessão pública em Aljustrel.


Câmara de Beja tem novo site

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A Câmara Municipal de Beja apresentou na quarta-feira um novo site. O endereço, já conhecido de todos, mantém-se em www.cm-beja.pt, mas as novidades, segundo a autarquia, são ao nível da imagem e das novas funcionalidades. A autarquia garante que o “novo portal permite ao visitante, de forma mais fácil, consultar informações do seu interesse”. Também os empresários podem agora aceder a informação útil ao exercício da sua atividade, nomeadamente através do Balcão do Empreendedor. Os serviços municipais estão disponibilizados também on line.

Obras em Alcácer sem data de conclusão O presidente da Câmara de Alcácer do Sal evitou avançar uma data para a conclusão das obras na zona ribeirinha da cidade, prevista para o início deste mês, admitindo aplicar multas ao empreiteiro pelo atraso. A requalificação da margem norte do rio Sado, em curso desde o início do ano passado, deveria ter ficado pronta em fevereiro, mas, sucessivos atrasos têm adiado a conclusão da intervenção, que abrange uma área de 34 mil metros quadrados.

Preços nos supermercados da cidade subiram de “forma colossal”

Beja é uma das cidades mais caras do País A revista “DECO Proteste” visitou 581 supermercados em todo o País, seis dos quais na cidade de Beja, e comparou os preços de mais de 50 mil produtos. As lojas da cadeia de hipermercados Jumbo foram as que apresentaram os preços mais baixos. Em Beja, o Continente bate a concorrência, mas os preços subiram de “forma colossal”.

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a lista elaborada pela DECO para o concelho de Beja, constam seis superfícies comerciais: Continente, Pingo Doce, Intermarché, Minipreço,

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Cooperativa Proletário Alentejano e Supermercado Veríssimo que aparecem classificados, exatamente, por esta ordem. Segundo a Deco, “os resultados são apresentados em forma de índice, do menor para o maior. A loja mais barata obtém o índice 100, e os restantes são calculados em função deste”. No caso da capital do Baixo Alentejo, o Continente foi considerada a loja mais barata, e o Supermercado Veríssimo a mais cara, com uma diferença de preços de 26 por cento, o que a transforma, segundo a avaliação da DECO, a par com mais três lojas na zona de Lisboa, numa das mais caras do País.

O Pingo Doce e o Intermarché, seguem de perto com, respetivamente, três e quatro por cento a mais. O minipreço atinge os 10 por cento e a Cooperativa Proletário Alentejano fica perto dos 20 por cento. A revista dos consumidores analisou os preços para dois cabazes tipo: um com 85 produtos de características definidas (para quem privilegia as marcas do fabricante mais vendidas) e outro adaptado aos novos hábitos dos portugueses, combinando marcas de fabricante com as chamadas marcas brancas. O Jumbo da Amadora foi aquele que se classificou em primeiro lugar no cabaz

preenchido com produtos do primeiro tipo de produtos, seguido pelo da Maia e de Setúbal. Já no cabaz que combina dois tipos de produtos, sobressaem o Pão de Açúcar de Vila Nova de Gaia e o Intermarché de Vila Pouca de Aguiar. A DECO conclui neste estudo que “trocar alguns produtos por equivalentes das marcas mais baratas pode render uma redução de 20 por cento nos gastos”. Por distritos, Porto, Lisboa e Vila Real são os distritos onde se fazem compras com menos dinheiro, enquanto Guarda, Bragança e Beja são as mais caras.


A Resialentejo assinou um protocolo de parceria com a EDIA, no âmbito do projeto “Academia de Hortícolas de Alqueva”, comprometendo-se a empresa com a recolha, transporte e tratamento de materiais recicláveis resultantes da implementação do projeto. No protocolo, assinado recentemente, não se preveem contrapartidas financeiras, mas sim e apenas, segundo a Resialentejo, “a troca recíproca de serviços, de forma equitativa e equilibrada, e que façam parte do objeto social de cada uma das entidades envolvidas”.

Porto de Sines contra adiamento de ligação ferroviária a Madrid O presidente da Comunidade Portuária de Sines considerou um “crime” a perspetiva de se vir a investir na ligação ferroviária entre Sines e Madrid apenas a partir de 2020, por impedir o desenvolvimento do porto alentejano. Carlos

Vasconcelos apresentou o “não desenvolvimento” da ferrovia para a capital espanhola como uma “ameaça” ao crescimento do terminal de contentores do porto de Sines. O plano da empresa pública que gere a rede ferroviária nacional contempla, segundo o responsável, o investimento de 160 milhões de euros “para uns

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Resialentejo parceira da “Academia das Hortícolas de Alqueva”

hipotéticos oito quilómetros na Trafaria, onde nada existe”. O representante da comunidade portuária defendeu que, com a construção de uma ligação entre Sines e Évora e a melhoria da via até Grândola, “gastar-se-ia muito menos dinheiro e teríamos resultados imediatos e retorno imediato para o País”.

Internacionalização da economia regional do Alentejo

“Aldeias Riberinhas” premiadas

Associações empresariais querem exportar mais

O projeto que colocou 15 jovens licenciados em cinco aldeias ribeirinhas do Alqueva, para dinamizarem as economias locais, foi um dos cinco premiados na categoria “Outros Projetos de Desenvolvimento Socioeconómico” do programa EDP Solidária 2013. Segundo a Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA), um dos promotores, o prémio vem permitir que o “Aldeias Ribeirinhas de Alqueva” tenha continuidade, nomeadamente na definição dos modelos de negócios e na disponibilização de parte do capital necessário para o arranque e concretização de projetos desenvolvidos pelos jovens.

JOSÉ FERROLHO

As associações empresariais dos distritos de Beja, Évora e Portalegre querem aumentar até 2015 o número de empresas exportadoras e as exportações do Alentejo, como forma de contribuir para a internacionalização da economia regional.

Nações Unidas distingue ADPM

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s objetivos deverão ser alcançados com o projeto “Alentejo 2015 Exportar+”, que envolve a Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral (Nerbe/Aebal), o Núcleo Empresarial da Região de Évora (NERE) e o Núcleo Empresarial da Região de Portalegre (Nerpor). Através do projeto, as associações querem “aumentar o número de empresas exportadoras e o volume de exportações e de negócios internacionais do Alentejo”, concretamente dos distritos de Beja, Évora e Portalegre, explicou à agência Lusa o presidente do Nerbe, Filipe Pombeiro. Desta forma, o projeto, que pretende abranger “o maior número possível de empresas” e beneficiar, “pelo menos, 30”, quer “contribuir para a internacionalização da economia alentejana, que é uma das menos internacionalizadas do País”, com exceção do setor agrícola e de algumas fileiras, como as do vinho e do azeite, frisou. Segundo Filipe Pombeiro, a “grande maioria” das empresas de Beja, Évora e Portalegre é de micro, pequena ou média dimensão e,

por isso, “não tem, por si só, capacidade e a escala necessária para poderem exportar os seus produtos e serviços”. “Queremos facilitar a vida às empresas e apresentar-lhes boas oportunidades de negócio, para que, sozinhas ou em parceria, possam ganhar a escala necessária para começarem a exportar e internacionalizarem-se”, disse. Segundo informações prestadas, o projeto, num investimento total de 620 mil euros, prevê várias ações, como workshops sobre internacionalização destinados a empresas e 18 ações exploratórios internacionais para identificar mercados externos de destino para setores, fileiras e produtos do Alentejo identificados como prioritários. As associações empresariais já têm “uma

ideia” de quais os setores, fileiras e produtos prioritários, mas, no âmbito do projeto, vai ser efetuado um estudo para os identificar, refere o Nerbe. No entanto, o projeto não irá cingir-se aos setores, fileiras e produtos identificados como prioritários, já que, através das ações exploratórias internacionais poderão ser identificadas oportunidades de negócio para setores, fileiras e produtos que não tenham sido referenciados como prioritários, explica o Nerbe. Através das ações exploratórios internacionais, as associações irão “tentar fazer notas de encomenda para que empresas, de forma isolada ou em parceria, consigam responder às encomendas do exterior e exportar” produtos e serviços, explica a Nerbe.

Conferência Uva d’Ouro sobre vinhos regionais

Vinhos do Alentejo à conquista do mundo Dos 20 970 hectares de vinha existente no Alentejo, saem cada vez mais néctares para o estrangeiro. Neste momento mais de 20 por cento da produção vitivinícola destina-se à exportação, mas os consumidores nacionais, apesar de estarem a consumir menos, ainda preferem os vinhos da região, com 43,2 por cento da quota de mercado.

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ora Simões, presidente da Comissão de Viticultura da Região do Alentejo (CVRA) disse, segunda-feira, em Évora, que “o Alentejo nunca exportou tanto vinho como agora, porque sempre esteve muito alavancado no mercado nacional”. No entanto, a quebra de consumo verificada nos últimos

tempos, a par de uma redução no preço do vinho, “levou as empresas a reorientarem-se para a exportação”. A presidente da CVRA, que falava na conferência Uva d’Ouro, organizada pelo “Jornal de Notícias”, “Diário de Notícias”, “TSF” e uma cadeia da grande distribuição, considera que a fileira do vinho “tem de encontrar formas de estar presente” no mercado, para contrariar a baixa no consumo. Os bares, por exemplo, podiam ser uma solução, aponta Dora Simões, que vê nos estabelecimentos noturnos um mercado a explorar. No entanto, não deixa de ser assinalável a performance nos mercados externos. Na última década as exportações para países fora da União Europeia aumentaram 458,7

por cento, com destaque para o Brasil e Angola, onde a marca Alentejo é reconhecida por si. Já na China, Estados Unidos ou Canadá, “que têm pouco conhecimento das regiões vitivinícolas portuguesas”, importa fazer um esforço para divulgar primeiro a marca Portugal. A região conta atualmente com 263 produtores de vinho, que certificam 97 por cento da produção, o que “é importante”, já que “o nome Alentejo agrega valor ao produto”, disse a presidente da CRVA ao “JN”. Os mais de 20 mil hectares de vinha garantem por si só 14 por cento da produção nacional, distribuídos por 78,2 por cento de tintos e 20 por cento de brancos, enquanto os rosés não chegam aos dois por cento.

O trabalho de gestão sustentável para combate à desertificação, à degradação dos solos e à seca, desenvolvido pela Associação de Defesa do Património de Mértola (ADPM) no Alentejo e em Cabo Verde, foi distinguido por um programa das Nações Unidas. Segundo a ADPM, na base da distinção, no âmbito do programa “Campeões das Zonas Áridas”, lançado este ano pelo Secretariado Executivo da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, está o trabalho desenvolvido pela associação no Monte do Vento, em Mértola, e no município de Porto Novo, na ilha de Santo Antão, em Cabo Verde.

Nerbe em Castro Verde A Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral (Nerbe/Aebal) reuniu-se na terça-feira com empresários de Castro Verde, sobretudo para conhecer as dificuldades das empresas do concelho e tentar encontrar soluções. A reunião, que decorreu no auditório do Fórum Municipal de Castro Verde, será a oitava da tournée de reuniões descentralizadas com empresários dos concelhos do distrito de Beja que a associação tem vindo a realizar. Através das reuniões, a associação quer apresentar projetos seus, partilhar ideias e experiências com o tecido empresarial dos concelhos e, sobretudo, conhecer as dificuldades das empresas locais e, dentro da sua área de intervenção, tentar encontrar soluções.

Terminal de Sines bateu recorde O terminal de granéis líquidos do porto de Sines bateu em maio o recorde mensal de movimentação de crude e produtos petrolíferos, num total de 1,78 milhões de toneladas, revelou a Galp Energia. O número envolveu quase 80 operações de carga e descarga de navios, indicou a empresa, que gere a refinaria. De quase um milhão de toneladas de produtos acabados movimentados, 43 por cento referem-se a produtos destinados ao mercado externo.


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Aeroporto debatido em Ferreira do Alentejo

A Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo e a Esdime, com o apoio dos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) e do grupo Oásis Atlânticos Hotels & Resortes, organizam amanhã, sábado, pela 9 e 45 horas, no âmbito da Feira Nacional da Água e do Regadio, o evento “Cooperação descentralizada nas áreas de aviação e turismo”. Participam na iniciativa especialistas nacionais e brasileiros.

Feira Nacional da Água começa hoje

Ferreira capital do regadio A Feira Nacional da Água e do Regadio, certame que se realiza de dois em dois anos, volta a animar, durante este fim de semana, o concelho de Ferreira do Alentejo. A organização encontra-se a cargo do município e, segundo Aníbal Costa, presidente da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo, “são esperados dezenas de expositores, entre empresários e entidades”.

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ste ano, apesar das dificuldades que o País atravessa, fomos mais procurados. Há cada vez mais um interesse nesta feira, que mostra o que de melhor o concelho de Ferreira do Alentejo tem, mas também o que de melhor existe na região”. E, neste sentido, o autarca não tem dúvidas: “É o espelho mais visível do que de bom tem acontecido a este concelho, nomeadamente no que diz respeito aos inúmeros investimentos que têm sido feitos neste território”. O certame tem como missão “promover e valorizar o território” e Aníbal Costa garante que “os objetivos têm sido alcançados”. “Esta feira é já uma imagem de marca de Ferreira do Alentejo, mas também do Alentejo. É uma feira que se tem afirmado, indiscutivelmente, na região e no País, e isso orgulha-nos muito. Julgamos que, posteriormente, podem ser dados outros passos, nomeadamente no que diz respeito à sua internacionalização, mas gostamos de ter os pés bem assentes na terra. Queremos criar aqui condições de excelência, queremos trazer mais-valias para o concelho, de modo a que possam ter repercussão no futuro, de modo a que as gerações mais novas possam

vir a beneficiar dos investimentos que agora estão a ser feitos. Queremos que se orgulhem do caminho traçado e da solidez deste projeto”. À semelhança das edições anteriores, a participação dos comerciantes e empresas locais é gratuita, tendo-lhes sido disponibilizado um espaço no pavilhão “Marca Ferreira”. Esta feira, porém, já abarca muito mais do que as questões da água e do regadio, indispensáveis, segundo o presidente da câmara municipal, “para o desenvolvimento”. “Pratica-se aqui, hoje, uma agricultura moderna, uma nova agricultura, aliada à melhor tecnologia. O regadio é a grande alavanca, mas há outros investimentos da região que também necessitam de ser potenciados e que podem ser determinantes para a sustentabilidade e promoção destes projetos”, recorda o autarca. E daí não se estranhar que na Feira Nacional da Água e do Regadio haja também espaço para debater o aeroporto de Beja, o turismo, o empreendedorismo, entre outros. O certame irá, assim, “mostrar a quantidade e qualidade do investimento que tem chegado ao concelho” e a autarquia, garante, “preparou um programa arrojado, dentro das possibilidades e prioridades”. A animação, essa, também será uma constante e hoje, sexta-feira, Paulo Ribeiro sobe ao palco. Mas são mais os espetáculos agendados. Amanhã, sábado, Os Azeitonas vão abrilhantar a noite, seguindo-se as atuações de Dj Christian F e Dj Seven. O cantor popular Toy, no domingo, encerra o certame. Bruna Soares

Criados 27 lotes para empresas

Cuba inaugura parque empresarial

É

inaugurado, amanhã, sábado, pela 11 horas, o Parque Empresarial Quinta da Graciosa, em Cuba. Tem cerca de seis hectares e 27 lotes. O município dispõem também de mais duas áreas contíguas, não infraestruturadas, mas disponíveis para venda imediata. Segundo a Câmara Municipal de Cuba, “o investimento empresarial diversificado é decisivo para a modernização do te-

cido empresarial do concelho de Cuba e constitui uma condição indispensável à melhoria da qualidade de vida e desenvolvimento social das populações residentes”. Pretende-se, assim, que “esta infraestrutura empresarial imprima um maior dinamismo à atividade económica do concelho”. A inauguração contará com a presença do secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, Manuel Almeida.


Gonçalo Ribeiro Telles

INFOGRAFIA JOSÉ SERRANO

Infografia

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“O homem do futuro está a nascer por todo o lado e é aquele que, com memória do passado, vai conseguir construir o futuro, ou seja, juntar a cidade e o campo.”


Diário do Alentejo 28 junho 2013

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A verdadeira silly season autárquica está a começar agora. Um pouco por todo o País, e ao longo do verão, vamos assistir a um corrupio de inaugurações, de iniciativas avulsas, de tapar buracos, de arranjar jardins, de fazer umas pinturas, de exibir umas íntimas simpatias, de dar folclore, enfim, de querer exibir uma grande capacidade de fazer bem, rápido e bonito. António Carmona Rodrigues, “Diário de Notícias”, 26 de junho de 2013

Opinião

E para o Benfica não vai nada, nada, nada? Não. Bruno Ferreira Humorista

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esde as madrugadoras jornadas do campeonato que todos vimos que esta não seria a época do Sporting. E o timoneiro do Benfica, Jorge Jesus, não conseguiu ser exceção. Por isso mesmo, e tal como o Sporting do seu coração, o clube da Luz perdeu tudo. Com o campeonato praticamente arruinado, com um ambiente irremediavelmente afetado para as duas finais que se avizinhavam, Jesus continuava a afirmar que nada estava perdido, e que o Benfica ainda jogava nas três frentes. Jesus não sabia, mas estava ao nível do porta-voz do governo iraquiano, Muhammad Al-Sahhaf, durante a segunda Guerra do Golfo. Tal como Jesus, Al-Sahhaf garantia que a vitória estava perto. Tal como Al-Sahhaf quando asseverava que as tropas de Saddam controlavam o país, Jesus afiançava que os infiéis do Porto seriam rechaçados. Isto quando, aos olhos do mundo, os americanos estavam a horas de entrar em Bagdad depois dizimar um aturdido exército iraquiano. Exatamente da mesma forma que as tropas benfiquistas estavam prestes a tombar às mãos das forças do Porto, Chelsea e Guimarães. Depois de perdida a Liga Europa – ou Euro Liga, para Jorge Jesus –, e com a equipa em acelerado ritmo descendente, Jorge fez o que podia. Garantiu que os jogadores estavam motivados para conquistar o único troféu ainda possível: a Taça de Portugal. Devo dizer, enquanto sportinguista, que não exultei por nenhuma das três retumbantes derrotas do velho rival. Não me senti particularmente contente, nem mesmo ali na casa do minuto 92. Porque como sportinguista vi o meu clube perder um antigo recorde que detinha já desde 2005. Quando em apenas quarto dias, sob o comando de José Peseiro, conseguiu perder o campeonato para o Benfica e a Taça UEFA, cuja final disputou em casa, para o CSKA. Só o Benfica desta época conseguiu fazer melhor. Valeu-nos a conquista da pior classificação de sempre num campeonato nacional: 7.º lugar, destronando o 6.º conseguido pelo Benfica em 2001. Falando de conquistas, não foi muito diferente a presente temporada para Benfica e Sporting: o Benfica de Jesus conquistou, precisamente, tantos títulos quanto o Sporting de Domingos Paciência, Ricardo Sá Pinto, Oceano Cruz, Franky Vercauteren, e Jesualdo Ferreira. Nenhum. A diferença é que o Sporting precisou de cinco treinadores para não ganhar nada. Enquanto que ao Benfica bastou um para perder tudo. Não é meu hábito fazer zombaria de clubes rivais, ou dedicar-lhes uma crónica inteira, mas neste caso a pertinência do tema justifica-o por completo. Desde já porque isso afeta uma parte substantiva da população portuguesa que, segundo o Censos, são seis milhões (esta sondagem foi realizada entre os dias 9 e 16 de maio de 1963, com base em 134 entrevistas por telex, a indivíduos do sexo masculino e algumas mulheres de bigode, com mais de 58 anos e recenseados em Portugal Continental, Berlengas e no Ultramar). Mas o tema também merece destaque porque marcou a agenda nacional ao mais alto nível. Por exemplo o ministro das finanças pediu, há dias, “simpatia pelas difíceis semanas” que tem vivido “como adepto do Benfica”; a juntar a

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As POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO do atual Governo são uma verdadeira barafunda. A estabilidade emocional dos agentes da escola pública é equivalente à corda bamba dos circos. Os professores são sistematicamente “desautorizados” e “enxovalhados”, o que leva a casos extremos como o da professora Susana Valente, que está em greve de fome há mais de uma semana. PB

Mas esperem lá: então e se o Tribunal Constitucional, que nos últimos tempos tanto tem concordado com as opiniões do Governo, entender que, de facto, a lei proíbe os presidentes de câmara com mais de três mandatos de se candidatarem a qualquer autarquia? Ah, bom, nesse caso, quando faltar um par de semanas para as eleições, tenta-se convencer o PS a alinhar na mudança de uma lei sobre a qual já disse, com o habitual sentido de Estado socialista, não ser problema seu. Como é que isto se compreende? João Miguel Tavares, “Público”, 25 de junho de 2013

isto a declaração do presidente da EDP, António Mexia, que desejou que o Benfica vencesse o campeonato porque era bom para o PIB – o que fez com que Pinto da Costa cancelasse o contrato de todas as instalações do FCP com a EDP, mudando de imediato para outro distribuidor de energia do mercado. Depois de ter sido apedrejado e cruxificado, Jesus manteve-se fiel aos escritos sagrados. E voltou ao terceiro dia conforme as escrituras. Só que a ganhar quatro milhões por ano. Sobre riqueza, Disse o seu homónimo Jesus Cristo (Evangelho segundo S. Marcos 10, 17-27) aos Seus discípulos: “É mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus». Ao que Jorge Jesus já terá respondido: “Dou-le o artifício da dúvida mas não arrespondo a essa pragunta, porque isso é do forno interno do clube e vossemecêzes tão a quererem arranjarem um bode respiratório. Só que comigo nem na Playchtaixon. Chau.”

Dilemas do mister de professor Ana Paula Figueira Docente do ensino superior

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filme de Peter Weir – “O Clube dos Poetas Mortos” - de 1989 foi, desde a primeira vez que o vi, absolutamente inspirador. Havia concluído a minha licenciatura pouco tempo antes e dava os primeiros passos na docência. No meu percurso de formação académica recordo dois nomes que me marcaram como professores: Adriano Moreira, na licenciatura, e Carlos Henriques de Jesus, no mestrado. Homens de personalidades muito vincadas, com formações muito distintas, que me ensinaram o prazer de descobrir algo novo, da experimentação, de interpretar o mundo e me educaram para a cidadania. Diria que ao longo destes 20 anos tenho procurado seguir estes exemplos e não defraudar as expectativas que, ano após ano, um conjunto de jovens que pouco sabem (ainda) do mundo, colocam na pessoa do professor. Constato, todavia, que o conceito de educação/ensino/aprendizagem, o mister de professor, assim como o seu papel em sala de aula têm vindo a ser gradualmente adulterados num mundo que se diz globalizado, e por isso, demasiado dominado pela técnica (exogénica aos grupos e portanto, autónoma) que está, por sua vez, subordinada ao mercado (o que a distancia da verdade, do interesse das coisas, limitando o pensamento das pessoas). Estes pressupostos, aplicados de forma liminar aos fundamentos do ensino, provocam resultados catastróficos. Surgem, por exemplo, interpretações extremadas, como é o caso do preconizado por Frank Furedi, e plasmado no seu livro de 2001 - “Where have all the intelectuals gone?”. Em síntese, o autor defende que “as actuais políticas educativas constituem um cruzamento entre a menorização e a psicoterapia: menorizam os estudantes, porque os nivelam pelo menor denominador comum, e psicoterapizam a cultura, porque não querem beliscar a «auto-estima» dos adolescentes. (…)“A exigência de níveis de excelência é tida como um pecado, uma vez que, por implicação, desrespeita aqueles que não conseguem chegar ao patamar superior. (…) A institucionalização das atitudes antielitistas [não constitui] uma resposta à procura vinda de baixo, das populações, mas [corresponde] a uma ideia surgida no interior da própria elite. Trata-se de um caso evidente de snobismo invertido.” Remata a sua análise com um sentimento saudosista do “tempo em que existiam intelectuais (…) capazes

de, em simultâneo, produzirem obras intelectuais de peso e de se envolverem nos debates contemporâneos”. Jean François Lyotard classifica a actualidade como “a era da morte do professor” já que este “na transmissão do conhecimento, (…) não é mais competente do que um banco de dados”. Nesta ordem de ideias, poderíamos imaginar que seria possível a escola ser substituída, vantajosamente, por um computador onde estivessem disponíveis os conteúdos das disciplinas ou unidades curriculares. Volto agora às palavras com as quais dei início a este texto: recordamos apenas aqueles professores que nos marcaram para a vida, muito mais pelas suas personalidades do que pelos conteúdos das disciplinas que leccionaram. Mas, se assim é, talvez fosse importante reflectir a propósito de: 1. O que se entende por “educação” - esta não deve/pode ser trabalhada como um produto cujo meio para obter um resultado calculado seja a reunião de competências e planificações, mas antes deve ser vista como uma prática social, uma acção e interacção cultural, um continuum que resulta da relação do homem com o mundo. 2. A profissão docente – existe uma excessiva responsabilização dos professores relativamente à prática pedagógica e à qualidade/sucesso do ensino quando o ensino/aprendizagem resulta da interação entre (pelo menos) dois intervenientes (professor e aluno). Ou seja: o professor não é apenas um técnico, e a competência docente não pode ser traduzida por técnicas ou habilidades; o professor é um sujeito com uma identidade específica, dotado de conhecimento e de experiências que deve saber partilhar com os seus alunos, também eles, cada um deles, seres únicos e diferentes, com apetências e um nível de inquietação e predisposição diferente para a aprendizagem. Cabe, é certo, ao professor “seduzir” o estudante, encontrar o ponto de equilíbrio e de comunicação, despertá-lo para a importância dos conteúdos em causa. Contudo, não podemos esquecer que o professor, em qualquer nível de ensino, possui hoje uma autonomia relativa, dependendo de coordenadas político-administrativas reguladoras, quer do sistema educativo, como da própria instituição em que lecciona. Apesar de se lhe exigir capacidade criativa (e constante formação), grande parte do seu tempo é gasto a solucionar problemas administrativos e burocráticos que se prendem com a adequação às regras, internas e externas, instituídas. Assim, e apesar de, por um lado, esta reflexão fazer emergir a necessidade de “restaurar” a visão do “professor intelectual”, ao mesmo tempo faz cair por terra a visão edílica e carismática do “velho” professor disponível para ajudar à descoberta e à construção do mundo, protagonizado por John Keating no filme antes citado. Mas então em que ponto ficamos nesta encruzilhada? Vivemos numa época marcada pelo domínio da economia (dinheiro) e da informação; cabe aos professores educar e reeducar as gerações para a cidadania, ajudar a construir individualidades fortes e não debilitadas. Não me parece que ser professor implique obrigatoriamente ser intelectual, em particular porque parte do nosso trabalho implica a repetição “seja como um porta-voz da produção alheia [resultado do fenómeno da globalização], seja através de uma forma repetitiva de produzir”. Mas já me confunde quando o professor renuncia ser intelectual, quero dizer, renuncia criticar o mundo à sua volta, a começar pela sua própria instituição, apenas pelo conforto, pela sua presumível utilidade política, pelo conformismo com o instituído, quando a crítica interna é condição sine qua non para que qualquer instituição de ensino possa ambicionar crescer. Quando assim acontece, por infortúnio, passamos a criar tão-somente “homens instruídos, mas não educados, desinteressados de qualquer discussão mais profunda, subordinados ao pensamento técnico e à lógica dos instrumentos, mantendo uma fé cega nos ritos já dados, nos caminhos preestabelecidos.” E o mister de professor está muito para além disso: passa pela interpretação do mundo, numa busca ideal da verdade, e na esperança de ajudar a construir, reiteravelmente, um mundo melhor! Por decisão pessoal, a autora do texto não escreve segundo o Novo Acordo Ortográfico.


O BRASIL está a ferro e fogo contra a corrupção nos corredores da política, contra a falta de investimentos nas funções sociais do estado e a favor da moralização geral do sistema. Os protestos vivem-se diariamente nas ruas das grandes cidades brasileiras, mas também já transpuseram fronteiras. No Alentejo também há quem grite bem alto a sua revolta. PB

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A Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo (CIMBAL) deu início à preparação do Plano de Desenvolvimento Estratégico do Baixo Alentejo 2014-2020. Um documento que visa planificar as grandes orientações de desenvolvimento da região para os próximos seis anos. Uma iniciativa a considerar, uma vez que estão a ser chamadas à discussão todas as entidades representativas da região. PB

Há 50 anos Por que não exportamos melões para Inglaterra?

Direito de resposta Casa do Estudante Sandra Costa Presidente da direção da Casa do Estudante

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esses dias de junho de 1963, o “Diário do Alentejo” abordava placidamente problemas da região (“Por que não abre o Museu de Beja?”), do País (“O chefe do Estado visitou a região centro”) e do Mundo (“O novo Papa é o cardeal Montini, que adoptou o nome de Paulo VI”, além do “escândalo Profumo”, um caso de espionagem envolvendo alegadamente uma jovem e bela actriz, um diplomata soviético e um ou dois ministros britânicos). O vespertino bejense publicava também os habituais “recortes” de outros jornais. Uma forma de contornar a Censura fascista e de noticiar assuntos delicados ou simplesmente curiosos. Como por exemplo esta transcrição, cuja origem não era citada, intitulada “Portugal não exporta melões para Inglaterra... Porquê?”. Assim: “Portugal já marcou posição muito valiosa como exportador de melões para Inglaterra. Presentemente, cremos que nem sequer figura na lista dos importadores. A maioria dos fornecimentos são feitos [sic] pela Espanha, cujas exportações para aquele mercado totalizaram em 1962 cerca de 20 mil toneladas. O Chipre coloca-se em segunda posição, com 5.400; os fornecimentos de Israel diminuíram em 1780 toneladas (2.640 em 1961). O que é interessante registar, sem dúvida, é que entre os diversos produtos agrícolas importados para Inglaterra, os melões são objecto de uma procura cada vez mais animada. Durante o ano de 1962 as importações atingiram 33.500 toneladas, ou seja, diz-se, um aumento de 5.000 toneladas em relação ao ano anterior.” Já numa edição do final do mês, uma outra transcrição, esta sobre “americanices”: “Nova Iorque – Expressamente convidados para o efeito, alguns dos mais conhecidos elementos da vida mundana nocturna de Nova Iorque deram largas á sua fúria destruidora, colaborando na demolição do restaurante ‘Delmonicos’, um dos mais afamados e elegantes da cidade. Empunhando picaretas, broquins eléctricos, martelos pés-de-cabra e outras ferramentas adequadas á circunstância, homens e mulheres do escol da sociedade de Nova Iorque, entre as quais se via a conhecida actriz cinematográfica Anita Louise, ajudaram o seu anfitrião, S. Joseph Tankos – proprietário do restaurante – a destruir tudo quanto de belo havia nas salas, que vão ser remodeladas e decoradas noutro estilo, numa grande operação de transformação orçamentada em mais de um milhão de dólares (20 mil contos).” Carlos Lopes Pereira

Na publicação deste jornal de 31-05-2013 foi dirigida uma carta ao diretor assinada por Manuel Aires que falta propositadamente com a verdade pelo que, como se impõe, deverão os leitores deste jornal ser devidamente esclarecidos quanto à verdade da realidade da Instituição Particular de Solidariedade Social Casa do Estudante. Ao presente a IPSS Casa do Estudante está a ser presidida e dirigida pelo único grupo de pessoas que se mantêm fiel aos seus princípios, ideias e à memória do nosso padre Joaquim Fatela. A direção da Casa do Estudante está a promover desde janeiro de 2011 todos os esforços para a sobrevivência e resolução dos problemas inerentes à sua gestão, deixados que foram por todos aqueles que até hoje não mostram interesse ativo na salvação dos ideais da Casa do Estudante. Todas as decisões de gestão referentes à Casa do Estudante são tomadas em sede de assembleia geral. Nesta podem participar todos os sócios da instituição que mantenham as suas quotas em dia (resulta da lei); ou sem direito de participação, pode assistir qualquer pessoa com interesse legítimo. Cumpre informar os leitores que a “trupe”, indicada na carta que se responde, está apenas a gerir os únicos bens móveis ou imóveis que são então a Casa do Estudante-Beja (a sede) e Sines (casa de férias). A quinta de Évora foi alienada para pagamento das dívidas à banca e a antigos trabalhadores. A quinta da Saúde e a casa de Lisboa nunca foram propriedade da Casa do Estudante, tendo ambas sido entregues aos seus legítimos proprietários. Da mesma forma, este esclarecimento impõe-se para repor a verdade dos factos aos leitores sem prejuízo do procedimento criminal que será levado a cabo para defesa do nome e honra não só da Casa do Estudante, mas também das pessoas que a ela continuam fieis.

Carta ao diretor Eles podem ser tudo mas não donos do País Dídimo Godinho, Aljustrel

Cada vez se vai tornando mais difícil este governo continuar à frente deste país. Mas também é verdade que não houve qualquer outro governo que se aguentasse apesar de tanta oposição. Mas por que razão este governo ainda não caiu? A razão é porque ainda nem todos compreenderam que os principais responsáveis do governo e seus colaboradores não são amigos do povo. É evidente que nos últimos 37 anos de “liberdade”, sempre mas sempre foram vividos com governos da direita. Mas acredito que milhões de portugueses nunca pensaram que um governo desta natureza viesse a tomar lugar na liderança desta conformidade. É possível acreditar que não serão poucos os portugueses que infe1izmente ainda não se aperceberam da lamentável situação que os rodeia. Porque se assim não fosse este governo já tinha tomado o caminho certo. Tinha ido por água abaixo. (...) Virá o dia que eles deixem de dizer a este humilde povo para emigrar e serão eles próprios a tomar o caminho da emigração, do paraíso! Quando isso acontecer não interessa quando e onde, muito provavelmente irão ler nas capas dos jornais! A Reforma Agrária está a florir em Portugal! Estas pessoas que estão neste governo se realmente pensam em deixar um único parágrafo na vossa história que se assemelhe à consolidação do povo então demitam-se e deixem-no em paz.

Radical Estatística: um projeto para jovens e menos jovens Dulce Gomes Departamento de Matemática da Universidade de Évora

A Radical Estatística é um projeto promovido pela Sociedade Portuguesa de Estatística e dirigido às Escolas Secundárias, com o objetivo de envolver os estudantes do 10.º e 11.º anos em atividades que promovam a utilização da Estatística, procurando assim despertar o interesse por este ramo do conhecimento e sensibilizar alunos e professores para a sua importância no esforço de compreender o mundo de incertezas em que vivemos. O projeto da Radical Estatística (www.radicalestatistica.net), que este ano vai na 2.ª edição, contou com a participação de cerca de 300 alunos de várias Escolas Secundárias de norte a sul do país. Desde meados de dezembro até princípios de maio de 2013, estes alunos, acompanhados dos respetivos professores de Matemática, participaram num jogo on line – construído de raiz para o evento – constituído por oito níveis de dificuldade onde foram testados vários conhecimentos de Estatística, desde a estatística descritiva à regressão linear simples. As 15 equipas vencedoras do jogo on line tiveram como desafio seguinte a participação no Campo Estatístico Júnior, que decorreu de 17 a 19 de maio de 2013, no Campo Aventura em Óbidos. Durante este fim de semana, alunos e professores participaram em várias atividades radicais (mina velha, GPS, slide, high ropes e low ropes) findas as quais os alunos tinham um desafio estatístico para solucionar. Os vencedores desta 2.ª edição do Campo Estatístico Júnior foram as equipas “We love Lilocas” (1.º lugar), “Os Quartis” (2.º lugar) e “Nome da equipa” (3.º lugar) das Escola Secundária de Camões –Lisboa, Escola Secundária de S. Lourenço – Portalegre e Centro de Estudos de Fátima, respetivamente. Nesta 2.ª edição, e a propósito das comemorações do Ano Internacional da Estatística, foi incorporado no programa do campo duas palestras, para alunos e professores, intituladas “Viajando por África com a Bioestatística” e “Que curso escolher... eu gostava de ir fazer ski aquático no Ártico... já sei... vou para Estatística!”, proferidas por Luzia Gonçalves e Tiago Marques. Este projeto incluiu ainda um curso de formação de 25 horas para os professores (acreditado pelo Conselho Cientifico-Pedagógico da Formação Contínua) intitulado “Radical Estatística: uma maneira diferente de ensinar estatística”. Pretende-se com este curso transmitir aos formandos conteúdos e competências que lhes permitam melhorar e aprofundar os seus conhecimentos sobre Estatística, delinear estratégias de resolução de problemas e promover a utilização de novas tecnologias no apoio ao processo de ensino de aprendizagem.

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Achava importante que acontecesse alguma coisa parecida com as revindicações do Brasil aqui em Portugal. Contra esta ditadura monetária que estamos a viver na Europa e que está a sugar e a acabar com tudo. Para dizer a verdade nunca esperei que os europeus chegassem a este nível de permissão”. Lincoln Pinheiro

Reportagem As manifestações que estão a decorrer desde o início do mês em várias cidades do Brasil são consideradas as maiores dos últimos 20 anos. Os brasileiros protestam contra os elevados custos do Mundial de Futebol de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 e exigem investimentos na educação e na saúde e menos corrupção. Os imigrantes brasileiros ouvidos pelo “Diário do Alentejo” estão solidários com os protestos dos seus conterrâneos. Texto Nélia Pedrosa Fotos José Ferrolho

Lincoln Pinheiro

Lígia Mestre

Imigrantes reclamam investimentos na educação e na saúde e menos corrupção

Revolta brasileira chega ao Alentejo

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m maio último, durante uma breve visita a São Paulo, sua cidade natal, Lígia Mestre apercebeu-se de alguma insatisfação com o estado do sistema de saúde do país e com os aumentos das tarifas “dos autocarros, comboios e metro” anunciados para o início deste mês. Os meios de comunicação social também já davam conta de algum descontentamento. Por isso não ficou minimamente surpreendia quando pouco tempo depois, já em Beja, onde vive há sensivelmente oito anos, tomou conhecimento dos protestos que tiveram início no passado dia 6 em São Paulo, exclusivamente contra a subida das tarifas dos transportes públicos, mas que rapidamente se estenderam a outras cidades brasileiras e de outros países. Entretanto, outras queixas foram surgindo, nomeadamente contra a corrupção e os elevados gastos com a organização de eventos desportivos como o Mundial de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, em detrimento de outras áreas consideradas fundamentais como a saúde e a educação. Para Lígia, os protestos são mais do que justificados. Os cuidados de saúde, salienta, “são uma vergonha, estão desorganizados”: “Uma pessoa pode estar a morrer, mas eles só a atendem se estiver baleada ou esfaqueada, se não tem de esperar horas e horas, com febre, convulsões. Não sei se é um problema interno do hospital, não sei se é um problema do governo, do estado, não sei, sempre foi assim, não é de agora”. Nas escolas dos bairros da periferia, como acontece no bairro onde vivem os seus familiares, “há jovens a vender droga e falta de segurança”. Há pais inclusivamente que “têm medo de levar os filhos à escola, que receiam que os filhos saiam de lá traficantes, viciados, porque não vão para aprender nada, e os professores também não se arriscam a entrar em conflito com alunos que matam, que vão armados e que levam

drogas. Afinal que educação é essa? Será que ninguém vê isso?”, questiona-se. Atualmente a trabalhar num lar de terceira idade, na cidade de Beja, Lígia considera ainda “vergonhosos” os investimentos feitos para o Mundial de 2014 e para os Jogos Olímpicos de 2016 que decorrerão no Rio de Janeiro. Esse dinheiro, defende a jovem de 36 anos que deixou o Brasil por amor, “devia ser focado na saúde e na educação” e em soluções que permitam retirar das ruas “os viciados em droga e em álcool – crianças, jovens, idosos”. No seu entender, os referidos eventos desportivos “só vão mascarar os problemas” do país, problemas que só seriam resolvidos “em primeiro lugar, com uma limpeza no senado, em Brasília”. O que considera, no entanto, difícil de se vir a concretizar, “já que a maioria é corrupta”. Nesta sua última visita a São Paulo, depois de quatro anos “sem ir ao Brasil”, Lígia esperava encontrar algumas mudanças, fruto do tão apregoado “desenvolvimento e crescimento” do país. Mas as suas expetativas saíram completamente goradas. As pessoas “continuam a andar

Entretanto, outras queixas foram surgindo, nomeadamente contra a corrupção e os elevados gastos com a organização de eventos desportivos como o Mundial de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

na rua com medo, na periferia continua tudo na mesma”. Melhorias “só se for para a classe média alta”, diz. “Os meus familiares perguntaram-me quando estive lá em maio se não tinha vontade de voltar para o Brasil e eu respondi que só sinto saudades da minha família e dos meus amigos, que ainda não tenho saudades do Brasil, e isso é muito triste. Eu queria ter saudades, acreditar que o meu país é agora um continente novo, que é para todos, mas continua tudo na mesma”. Ao contrário de Lígia, as manifestações desencadeadas no Brasil surpreenderam o paulista, e filho de pai português, Lincoln Pinheiro, porque não “esperava esse tipo de visão, de cobrança”, por parte dos seus conterrâneos. Os últimos protestos do género, de que tem memória, foram os que levaram ao afastamento do presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, acusado de corrupção. Mas se na ocasião as manifestações contra Collor “foram em parte provocadas pelos media”, as atuais “foram convocadas pelas redes sociais”, o que poderá justificar a sua durabilidade. “Tudo no Brasil é abusivo” “Há um descrédito

na política, e não é só no Brasil, acho que é quase no mundo inteiro. Os políticos não resolvem mais nada, os partidos não resolvem mais nada, então as pessoas cansaram-se e foram para a rua. Até não dei muita atenção às primeiras manifestações porque pensei que ia ser mais uma coisa que ia ser logo abafada e que ia perder forma, mas, pelo contrário, ganhou mais e teve até reconhecimento internacional, foi notícia no mundo inteiro”, diz o jovem de 33 anos, atualmente a trabalhar como empregado de mesa num restaurante de Beja, depois de ter passado por Lisboa e por Londres. O aumento das tarifas dos transportes públicos acabou por ser o “rastilho”, salienta. O preço

das tarifas dos autocarros “é abusivo, é uma das mais caras do mundo, e, para além disso, [a rede] não funciona, é defeituosa. As frotas são antigas, uma pessoa fica muito tempo à espera de um autocarro para se poder deslocar para qualquer lugar, raramente consegue sentar-se, é superlotado. Enfim, o sistema público de transporte é disfuncional pelo preço”. “Tudo no Brasil é abusivo. Temos muita coisa errada. A corrupção, os políticos ganham milhares de reais por mês e os sistemas de educação e de saúde não funcionam”, continua. O sistema público de educação, “até ao secundário”, é “precário, quase falido, até na questão da metodologia de ensino”. Precário é também “o sistema de saúde”. Os hospitais públicos “não funcionam, não têm aparelhos, não têm médicos. No Brasil, ao contrário de Portugal, não se pagam taxas no sistema público, é de graça, mas não adianta fazer um bom modelo quando depois os hospitais parecem favelas”, acrescenta. E enquanto o Brasil não apostar “no básico”, ou seja, “na educação e na saúde”, nunca será um país desenvolvido, considera, adiantando que, ao nível da educação, o Brasil “poderia aproximar-se mais às metodologias europeias ou até de alguns países latino-americanos, como a Argentina”, que “também tem falhas”, mas “é bem melhor” que o brasileiro. “Tem que se começar por estas coisas básicas, tendo isso é possível começar a pensar no futuro, a médio, longo prazo”. Para além disso, Lincoln, que espera um dia vir a formar-se em História, defende “uma melhor redistribuição dos rendimentos” e a atribuição “do salário mínimo aos políticos, tanto do Brasil como de Portugal”, de forma a aferir as reais intenções de quem opta pelo mundo da política: “Eu queria ver quem se prestaria a ser político ganhando só isso”. Em relação ao dinheiro público usado nas


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medidas concretas realizadas pela presidente em resposta aos protestos que têm tido lugar nas últimas semanas. Segundo a presidente, as manifestações das últimas semanas mostraram que “o Brasil está maduro e não quer mais ficar parado no mesmo lugar”. Dilma Rousseff propôs ainda uma mudança na legislação interna para punir a corrupção “de forma mais contundente”. A intenção seria classificar a corrupção dolosa como crime hediondo, com a aplicação de “penas mais severas”.

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Dilma propõe referendo Na segunda-feira, 24, a presidente do Brasil anunciou a intenção de realizar um referendo popular para discutir uma “ampla reforma política” no país. A declaração de Dilma Roussef foi feita na abertura da reunião com governadores e prefeitos (presidentes de câmara), em Brasília, na qual a presidente avançou a intenção de fechar pelo menos “cinco pactos” com vista a melhorias nas áreas de transporte, saúde, educação e política fiscal. A reunião foi uma das primeiras

Elisabet Gonçalves

Marisa Onofrei

Elane Pereira

obras do Mundial de Futebol de 2014, está convicto de que o evento “não vai dar lucro nenhum ao povo”, apesar de recentemente a presidente Dilma Rousseff “ter dado uma garantia” de que os montantes “vão ser recuperados”. “Estes eventos são muito lucrativos quando o lugar onde se realizam já tem estruturas para os receber, como Londres, onde estive a trabalhar durante as Olimpíadas [2012]. Aí fizeram-se poucas obras, gastou-se muito pouco para receber o evento, assim o que veio de turismo foi lucro. O Brasil já gastou rios de dinheiro, para respeitar as exigências da FIFA (Federação Internacional de Futebol), e eu duvido que um mês de evento consiga cobrir metade do que já foi gasto, duvido muito”, diz Lincoln, que gostaria de ver os portugueses seguirem o exemplo dos seus conterrâneos. “Achava importante que acontecesse alguma coisa parecida com as revindicações do Brasil aqui em Portugal. Contra esta ditadura monetária que estamos a viver na Europa e que está a sugar e a acabar com tudo. Para dizer a verdade nunca esperei que os europeus chegassem a este nível de permissão, uma vez que a Europa é o berço de tantos filósofos e sociólogos. Em Portugal também se fizeram manifestações, mas foram de carácter muito pacífico. É claro que não sou a favor da violência generalizada, mas acho que os políticos têm de se sentir intimidados, se não fazem tudo o que querem”. A primeira reação de Elane Pereira, de 32 anos, quando tomou conhecimento dos protestos através da mãe, que reside em Salvador da Bahia, foi de preocupação. Que logo foi substituída por um sentimento de satisfação, por saber

“que existem pessoas que acordaram para a situação que se está a viver no Brasil, onde se está a camuflar muita coisa. Pobreza, saúde, educação, tudo está a ficar para trás para que se mostre aos turistas que vão ao Brasil assistir ao Mundial” um Brasil que não corresponde minimamente à verdade. Um Mundial que, realça, custa “35 biliões de reais”, enquanto “que os três últimos campeonatos do mundo custaram 33 biliões”: “É acima do que o povo consegue tolerar”, afirma, salientando que “não vai haver retorno para o povo”. E dá o exemplo das Baianas de Acarajés, que, “por exigências da FIFA, têm de vender os seus quitutes [tradicional bolinho frito], uma coisa que é típica da terra, que é cultural, a 200 metros do estádio de futebol. E entretanto a FIFA colocou dentro do estádio um McDonald’s”.

ao facto de termos criado hábitos muitos diferentes dos do Brasil, o que torna difícil a readaptação” e também às dificuldades sentidas no reconhecimento legal das suas formações superiores – engenharia civil e enfermagem, explica. O atual custo de vida no Brasil é muitas vezes tema de conversa entre Marisa Onofrei, de 48 anos, a residir em Moura há cerca de seis, e a mãe, que vive em São Bernardo do Campo, cidade situada a cerca de 20 quilómetros de São Paulo e que também foi palco de protestos. O pai, já reformado, gasta “80 por cento da reforma em medicamentos”. “O preço dos medicamentos é um absurdo. Às vezes comparo determinadas situações, entre Portugal e o Brasil, com a minha mãe. Por exemplo, um pobre que ganha 530 reais, cerca de 270 euros, não pode comer um bife de carne de vaca, porque o bife de carne de vaca lá custa 12 reais o quilo. O preço dos combustíveis lá é o mesmo que aqui, sendo que o salário mínimo português é mais do dobro do brasileiro”, refere. Se não tivesse deixado o Brasil à procura de melhores condições de vida, Marisa, que entretanto casou com um cidadão romeno que conheceu em Lisboa, diz que dificilmente conseguiria proporcionar ao filho de 22 anos, fruto de um primeiro casamento, o tipo de vida que lhe consegue proporcionar vivendo em Portugal. “Ele está a terminar o 12.º ano, já conseguiu tirar a carta de condução, ontem [dia 20] fez o exame de pesados”. É por isso que não se vê a regressar ao seu país natal. Saudades só tem “das pessoas que lá estão, pais, irmãos, sobrinhos”. “Hoje – e digo hoje e não amanhã, porque amanhã não

“As pessoas já não suportam tanta exigência” A questão do aumento dos preços das tari-

fas”, considera Elane, “é, na verdade, apenas uma desculpa. Foi um rastilho para tudo o que precisamos de mudar no Brasil. Os 20 centavos, que correspondem a seis ou sete cêntimos (em euros), foram o ponto de partida para as pessoas acordarem e irem para a luta. As pessoas já não suportam tanta exigência, tantos aumentos, impostos, burocracia e pouco retorno”, diz a jovem, atualmente a residir em Serpa, depois de ter vivido cerca de cinco anos na cidade de Beja, de onde é natural o marido, e de uma brevíssima passagem pelo Brasil, no ano passado. “Tentámos ir viver para o Brasil, mas o país estava realmente numa situação caótica. Foi uma tentativa que falhou devido ao elevado custo de vida, à violência,

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sabemos o que pode acontecer – estou bem, tenho trabalho [é empregada de balcão numa estação de serviço em Moura e trabalha a meio tempo na cooperativa Comoiprel], consigo pagar a minha renda e colocar comida na mesa, por isso posso dar-me por satisfeita”. Marisa realça que é frequente “ouvir dizer-se que o Brasil está a melhorar”, mas possivelmente só “para a mão-de-obra especializada, para as pessoas que têm um salário um pouco maior. Para o pobre, que vive de um salário mínimo, não”: “Acho que as pessoas realmente têm que reivindicar os seus direitos. É como li numa reportagem, ‘o gigante acordou’. As pessoas têm pensado melhor na situação e já não veem as coisas só de braços cruzados, estão a fazer para que as coisas aconteçam”. Elisabet Gonçalves, 53 anos, natural de Angola, viveu 20 no Rio de Janeiro. Reside no concelho de Odemira desde 1989. Nessa altura, recorda, “o Rio era uma cidade muito violenta, em termos de segurança pessoal, a inflação era enorme, vivia-se com muito medo e com algum desemprego”. O filho tinha nascido no ano anterior e Elisabet e o marido resolveram emigrar para Portugal, “experimentar e tentar uma nova vida”. O marido “começou logo a trabalhar” e Elisabet, que é professora de Português e de Inglês do 2.º ciclo do ensino básico, começou a lecionar no ano letivo seguinte. “Acredito que está a acontecer uma mudança de atitude entre os jovens brasileiros, com as manifestações que começaram com o protesto contra o aumento de 0,20 centavos nas tarifas das passagens urbanas e tornaram-se um protesto contra o ‘sistema’, tentando demonstrar que ‘um outro mundo é possível’. Os protestos são a representação da insatisfação dos jovens com o futuro que os espera, desprezando os atuais partidos políticos. Se o Brasil assumiu o compromisso de sediar os referidos eventos desportivos, é natural que faça investimentos para a sua realização, no entanto, o povão acha ser um desperdício de verbas para a construção das infraestruturas necessárias para a realização do Mundial e dos Jogos Olímpicos, porque eles próprios não irão usufruir das mesmas”, justifica, adiantando que o aumento da inflação, a valorização do dólar e os privilégios dos políticos são, atualmente, os principais problemas do país. Otimista, acredita, no entanto, que o Brasil “será uma futura potência mundial”. E confessa que já pensou em regressar ao país que a acolheu durante duas décadas, mas diz já não ter idade “para recomeçar”: “Em relação aos meus filhos, acredito que o Brasil será a primeira opção, caso eles queiram começar as vidas fora de Portugal”, conclui.


Torneio Lopes da Silva em Bragança

Diário do Alentejo 28 junho 2013

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A seleção sub/14 da Associação de Futebol de Beja defronta hoje pelas 11 horas a sua congénere de Castelo Branco, encerrando a 1.ª fase do Torneio Nacional Inter Associações Lopes da Silva que está a decorrer na cidade de Bragança. A equipa de Beja ficou enquadrada no grupo da Guarda, Braga, Coimbra, Setúbal e Castelo Branco.

Desporto

BTT “Pela Encosta da Serra” em Grândola

O Clube BTT de Grândola organiza no próximo dia 20 de julho a 1.ª Prova de Resistência Noturna em BTT, nas variantes de duas horas (a solo) e quatro horas (a solo ou equipas de dois elementos). A largada para os percursos, que terão uma extensão de 8,5 quilómetros, está marcada para as 20 horas, junto ao Complexo Desportivo José Afonso.

Jovens alentejanos no Mundial de Pesca Desportiva Os pescadores Ivo Figueira (Beja), juvenil, e Luís Fernandes (Viana do Alentejo), júnior, ambos filiados do Clube de Amadores de Pesca Desportiva de Alvito, integram a pré-convocatória para as seleções nacionais que em 27 e 28 de julho vão disputar os Campeonatos do Mundo de Pesca à Boia (Água Doce) na cidade francesa de Rieux.

Jogos Concelhios de Castro Verde estão enraizados na comunidade local

O desporto e o convívio social O Anfiteatro Municipal de Castro Verde foi o palco do remate final aos Jogos Concelhios, iniciativa que se desenvolveu ao longo dos últimos quatro meses, com 1800 participações em 30 diferentes modalidades. Texto e foto Firmino Paixão

A

s atuações do Grupo de Danças do Mundo, da Associação Pé de Chumbo, e dos alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico do Agrupamento Escolar de Castro Verde, que integram o projeto “Agita a Tua Vida”, coloriram a festa de encerramento PUB

dos Jogos Concelhios de Castro Verde, iniciativa do município local ancorada à promoção de estilos de vida ativa e saudável, associados ao convívio social e ao despertar para novas vivências. As juntas de freguesia do concelho, o movimento associativo e os estabelecimentos de ensino foram parceiros do município nestas atividades. Paulo Nascimento, vereador com o pelouro do desporto no município de Castro Verde, referiu que “os Jogos Concelhios são uma iniciativa enraizada na comunidade local e têm como objetivo estimular os nossos munícipes para uma vida ativa,” pormenorizando “ativa em termos de atividade física, mas também ativa em ter-

mos de encontros e de convívio social, porque, a par do exercício físico, estes jogos são compostos por um conjunto de iniciativas lúdicas e de recreio que visam proporcionar o encontro das pessoas de diversas camadas etárias”. Segundo o autarca, os jogos estenderam-se a toda a área territorial de Castro Verde, em parceria com as associações, estabelecimentos de ensino e juntas de freguesia, entidades que, referiu, “são peças fundamentais neste processo. Os jogos concelhios situam-se algures dentro daquilo que são os processos formais do – Programa Atividade com Vida – que acontecem ao longo de toda uma época desportiva e

entre aquilo que é a prática federativa promovida pelos clubes desportivos do concelho”. Paulo Nascimento reafirmou o objetivo dos jogos sublinhando que “procuramos motivar alguns públicos, sobretudo os mais jovens, para poderem aderir aos projetos desportivos que acontecem no concelho”, e lembrou “geralmente são atividades que se praticam aqui, mas procuramos proporcionar experiências inovadoras e, este ano, por exemplo, foi a canoagem, com a descida do rio Guadiana, temos a preocupação da pluralidade a pensar nos diversos públicos e nas diversas camadas etárias”, concluiu o vereador.


Os Campeonatos Distritais de Absolutos e de Veteranos, competições que encerram a época desportiva ao nível distrital, realizam-se na tarde de amanhã na Pista de Atletismo do Complexo Desportivo Fernando Mamede, com organização da Associação de Atletismo de Beja. As provas disputam-se entre as 15 e as 19 horas.

Maratona Futsal de Alvito Disputa-se no próximo fim de semana no Pavilhão Municipal de Alvito a 3.ª Maratona de Futsal Ucasul Alvito 2013, competição apoiada pelo município local e pela Junta de Freguesia de Alvito, com interessantes prémios para as três melhores equipas.

BTT na Rota do Medronho em Amoreiras Gare

O 7.º Passeio BTT na “Rota do Medronho”realiza-se no próximo domingo em Amoreiras Gare. Trata-se de uma prova organizada pelo Grupo Desportivo e Recreativo de Amoreiras Gare, pontuável para a Taça do Algarve de XCM, com percursos na extensão de 29, 44 e 67 quilómetros.

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Campeonatos de Atletismo amanhã em Beja

Jessica Pacheco na Seleção A futebolista Jessica Pacheco, da Casa do Benfica de Castro Verde, foi uma das atletas chamada pelo treinador, José Paisana, para integrar a seleção nacional feminina sub/18 que durante o fim de semana estagia no Estádio Nacional.

Núcleo Sportinguista de Moura reativa o atletismo na cidade de Moura

Os vencedores do costume Com o termo da época desportiva já no horizonte realizou-se em Moura o I Grande Prémio de São João, prova organizada pelo Núcleo Sportinguista local, o novo filiado na Associação de Atletismo de Beja. Texto e foto Firmino Paixão

O

ito dezenas de atletas de todos os escalões competiram num circuito urbano na festiva cidade de Moura ao mesmo tempo que se celebrava o São João, que abençoou os triunfos absolutos de Ana Catarina Dias (N.D.C.Odemira) e de Mussa Djau (Beja Atlético Clube), naquelas que foram as principais provas do certame. PUB

Mussa Djau (Beja AC) foi o vencedor

Na corrida masculina, o guineense do BAC teve nas primeiras voltas a boa oposição do colega de equipa João Cruz e do castrense Fábio Fernandes (vencedor e segundo classificado no escalão de seniores, respetivamente), mas a meio da corrida de 6000 metros (que cumpriu com o registo de 19.27’) arrancou para mais um triunfo da sua já brilhante carreira. No final, Mussa Djau comentou: “Controlei bem a corrida, as primeiras três voltas foram mais difíceis porque os adversários ainda me acompanhavam. A competição é sempre mais exigente do trabalho que fazemos no treino, mas assim que vi oportunidade ataquei e consegui isolar-me”. O atleta treinado por António Casaca revelou que

“a época correu-me muito bem, foi o primeiro ano de Júnior, a transição foi um pouco difícil, mas consegui vencer muitas provas, foi uma temporada positiva. Agora é continuar a trabalhar, com muita aplicação e muito sacrifício, estou consciente das dificuldades”. Sobre o sonho de dar o salto para um clube de outra dimensão, Mussa confessa “não tenho propostas para sair para outros clubes, mas o meu treinador já me pediu para continuar a aplicar-me bem com a camisola do Beja Atlético Clube, para evoluir mais, até que surja uma oportunidade num outro clube de nível mais elevado. Gosto muito do Beja Atlético Clube, estou aqui bem, mas gostava de ter uma oportunidade a outro nível”.

Resultados: Femininos – Benjamins A: 1.ª Beatriz Pardal (Portel). Benjamins B: 1.ª Sara Góis (Portel). Infantis: 1.ª Patrícia Pardal (BAC). Iniciados: 1.ª Raquel Abade (NSMoura). Juvenis: 1.ª Angela Oliveira (NSMoura): Juniores: 1.ª Ana Catarina Dias (Odemira). Veteranos: 1.ª Paula Laneiro (Ind). Masculinos – Benjamins A: Hugo Filhó (BAC). Benjamins B: 1.º Pedro Pereira (Castrense). Infantis: 1.º João Pais (NSMoura). Iniciados: João Silva (Messejana). Juvenis: Luís Paulino (Castrense). Juniores: 1.º Mussa Djau (BAC). Seniores: 1.º João Cruz (BAC). Veteranos I: Raul Lourenço (Odemira). Veteranos II: António Urbano (Castrense). Veteranos III: António Casaca (BAC).


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Memorial João Magalhães amanhã

Futsal José Saúde

Flutuando nas ondas encrespadas de um mar já revoltoso, eis-me a reviver tempos que nos remetem para noites de verãos quentes e de jogatanas de futebol de salão no inesquecível ringue do jardim público de Beja. O povo vivia ao rubro as peripécias do torneio. As surpresas eram uma constante. O pessoal juntava-se e constituía um time. O tempo era de férias. O futebol de competição encontrava-se em pausa. Nesse tempo, alguns atletas que haviam saído de Beja para clubes de outra dimensão, juntaram-se e formaram uma equipa para participar na prova. Estávamos no ano de 1968. Vaz Lança (Sporting), Cano Brito (Benfica), Saúde (Sporting), Caetano (Belenenses) e Zé Manuel Serrano (Despertar) eram os mosqueteiros que aparentavam dar cartas entre os potenciais candidatos. Mas nestas coisas da bola nem sempre o que parece se assume como inquestionável verdade. No primeiro jogo os craques defrontaram uma equipa de miúdos onde sobressaiam o Vítor Madeira, o Zé António, entre outros, sendo o maestro da sinfonia o veterano Ildo, e o resultado, na altura, registava uma vantagem (3-1) para a equipa dos putos. A surpresa resvalou para bronca (golo mal validado na baliza de Vaz Lança) e o jogo, dirigido pelo saudoso Ferreira (pé de ginja) não chegou ao fim. Hoje, o futebol de salão deu lugar ao futsal. Regras e conteúdos diferentes que fez da modalidade um dos ícones no desporto mundial. A sua evolução galgou barreiras, conheceu novos atrativos e tornou-se um símbolo para uma geração que faz do período de verão motivo de orgulho para participar nas diversas maratonas de futsal amadoras em solo luso. No pretérito fim de semana a secção de futsal do Desportivo de Beja organizou uma maratona no pavilhão municipal João Serra Magalhães, sendo que na prova participaram 16 equipas que envolveram cerca de 160 atletas. Enalteço a dedicação da organização num evento que se pautou pelo sucesso.

Realiza-se amanhã, pelas 15 e 30 horas, no Pavilhão Municipal da cidade de Beja, mais uma edição do “Memorial João Magalhães”, evento que assinala o encerramento anual das atividades do Clube de Patinagem de Beja.

Raid BTT Cidade de Beja O VI Raid BTT Cidade de Beja, que se realiza na manhã do próximo domingo, com organização do Despertar Sporting Clube conta já com mais de 250 atletas inscritos. A prova tem a extensão de 25, 50 e 80 quilómetros e inicia-se às 9 horas junto à sede do Despertar.

Natação Cerca de 160 jovens nadadores participaram no festival

Ginástica Muito público no Sarau de Ginástica da Zona Azul

Atletismo e ginástica da Zona Azul

Beja ainda merece mais... A Associação Cultural e Recreativa Zona Azul organizou uma dupla jornada para encerramento das atividades nas modalidades de natação e ginástica. Uma prova da vitalidade do seu tradicional ecletismo. Texto e fotos Firmino Paixão

É

um grande prazer, uma satisfação enorme e um grande orgulho pertencer a um clube que tenta passar os seus valores de boa prática desportiva e o gosto pela modalidade e ver os miúdos com este sorriso e tanta vontade de virem nadar”, confessou Nuno Loureiro, responsável pela Secção de Natação da Zona Azul, durante o XI Festival de Natação que o clube organizou em Beja, onde reuniu cerca de 160 jovens nadadores de todas as suas clas-

ses de aprendizagem. Loureiro fez uma avaliação positiva da dinâmica da disciplina, mas foi mais longe ao revelar que “nós acreditamos sempre que Beja merece um bocadinho melhor. Beja merece mais, agora, nós fazemos o que podemos e com os meios que temos, não nos queixamos, achamos que podemos fazer mais se nos derem condições para isso, mas fazemos o nosso papel e a avaliar pelas 160 miúdos que estão cá hoje connosco, achamos que a natação da Zona Azul está bem e recomenda-se”. Quando quisemos saber se é a falta de mais e melhores espaços que impede a otimização desse rendimento, Nuno Loureiro foi perentório na afirmação de que “não vale a pena entrarmos por aí, porque esse é o choradinho habitual e nós não fazemos essa política. Fazemos a política da qualidade, fazemos a política de que cada criança é importante, cada um tem os seus ganhos, apenas sentimos que podíamos fazer mais e que temos qualidade para o fazer”. Ainda assim lembrou que “os nossos técnicos têm formação superior, fazem formação sistemática e sentimos que podíamos chegar a mais crianças, mas que não nos deixam ou que não é possível neste momento”. O dirigente explicou a dinâmica da secção revelando que “as nossas atividades aquáticas estão montadas desde os três anos de idade, até aos dezasseis, porque a partir dessa idade o nível competitivo já é só para alguns que o conseguem acompanhar, apesar de termos grupos para adolescente e para adultos” e concluiu “a nossa grande preocupação com eles é que tenham vontade e sintam necessidade de praticar natação”. Quinze anos de prática da ginástica em Beja foram acentuados com sarau A Secção de

Ginástica da Zona Azul “está de boa saúde”

afirma o responsável pela secção Carlos Jara, dinamizador da modalidade e rosto principal dos tradicionais saraus onde o clube e os ginastas fazem uma pública avaliação das suas capacidades técnicas. Carlos Jara lembrou “este foi o XV Sarau de Ginástica da Zona Azul, o que revela antes de mais que há 15 anos que a ginástica existe em Beja e que está de boa saúde”. Referiu ainda que “apesar de este ano não ter havido competição nesta modalidade, temos tido uma representatividade muito grande ao nível da ginástica, mostrando esta modalidade em eventos em todas as freguesias do concelho de Beja”. No XV sarau, que foi também o culminar da época desportiva “mostrámos aos pais e familiares dos nossos ginastas que este é um bom investimento e uma prática que todas a crianças adoram e que transparece na alegria que é visível na expressão de todas elas”. Quinze anos depois a modalidade está enraizada e Carlos Jara recorda que “apesar das dificuldades que temos que ultrapassar todos os anos, as pessoas já sabem que existe ginástica em Beja e quando se realiza um evento somos bem recebidos em todo o lado, porque as pessoas gostam de ver o que nós fazemos, é um motivo de muito orgulho para todos nós”. Uma modalidade que assenta numa retaguarda de intensa atividade sobretudo ao nível da motivação das crianças para a aprendizagem e treinos de aperfeiçoamento e que o dirigente elogia “o nível de assiduidade é bastante elevado. As crianças estão motivadíssimas e com muita vontade”. A Zona Azul tem, atualmente, classes de aprendizagem desde os dois anos e meio, uma classe de acrobática, uma de trampolins, outras de hip-hop, uma classe de ginástica rítmica e duas de dança, e mantém protocolos com infantários onde os técnicos vão ministrar aulas”.


institucional diversos

21 Diário do Alentejo 28 junho 2013

Diário do Alentejo n.º 1627 de 28/06/2013 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1627 de 28/06/2013 Única Publicação

Diário do Alentejo n.º 1627 de 28/06/2013 Única Publicação

CARTÓRIO NOTARIAL DE SERPA

CARTÓRIO NOTARIAL DE SERPA

Maria Vitória Amaro Notária de Ourique

EXTRACTO Certifico para efeitos de publicação que no dia 21 de Junho de 2012, iniciada a folhas 22 do livro de notas número 36-A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, pela qual ANTÓNIO DA CONCEIÇÃO LAGARTO LUCAS, NIF 119.210.177 e mulher ANTÓNIA MARIA GANCHINHO CHAPARRO LUCAS, NIF 155.260.928, casados no regime da comunhão de adquiridos, naturais, ele da freguesia de Vila Verde de Ficalho, concelho de Serpa, onde residem na Rua das Amendoeiras, número 2, e ela da freguesia de Sobral da Adiça, concelho de Moura, alegam que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do direito a metade indivisa do prédio rústico de cultura arvense de sequeiro, com a área total de dois hectares e três mil cento e vinte e cinco centiares, denominado “Pego dos Cavalos”, sito na freguesia de Vila Verde de Ficalho, concelho de Serpa, descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa sob o número seiscentos e oitenta e sete, daquela freguesia, direito este sem qualquer inscrição, de transmissão, direito ou posse, inscrito na matriz sob o artigo 381, da secção F, com o valor patrimonial tributário para efeitos de IMT correspondente à fracção de € 1.916,28, direito a que atribuem igual valor. Que a metade indivisa do identificado imóvel veio à sua posse por a haverem adquirido em dia e mês que ignoram do ano de mil novecentos e oitenta e sete, por compra verbal efectuada a António Cândido Valente Júnior, solteiro, maior, já falecido, residente que foi na citada freguesia de Vila Verde de Ficalho, não tendo, todavia, sido celebrada a respectiva escritura. Que, porém, desde aquele ano de mil novecentos e oitenta e sete e sem interrupção, os justificantes entraram na posse do dito prédio rústico, com os demais compossuidores Ana Oliveira Grilo e marido José Candeias Valente, cultivando-o, usufruindo todas as suas utilidades e suportando os respectivos encargos, tendo adquirido e mantido a sua posse sem a menor oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua e de boa-fé, que dura há mais de vinte anos, pelo que o adquiriram por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição documento algum que lhes permita fazer a prova do seu direito de propriedade. Que, desta forma, justificam a aquisição da metade indivisa do mencionado imóvel por usucapião. Está conforme o original. Cartório Notarial de Serpa, a cargo da Notária Joana Raquel Prior Neto, vinte e um de Junho de dois mil e treze A Notária, Joana Raquel Prior Neto

Diário do Alentejo n.º 1627 de 28/06/2013 2.ª Publicação

TRIBUNAL JUDICIAL DE MOURA Secção Única

ANÚNCIO Processo: 113/12.6TBMRA Incumprimento das Responsabilidades Parentais Requerente: Maria de Fátima Pica Furão Requerido: Cirilo Márcio de Sousa Nos autos acima identificados correm éditos de 30 dias, contados da data da segunda e última publicação do anúncio, notificando o Requerido Cirilo Márcio de Sousa, nascido em 23-03-1974, natural de Brasil, BI: 15832177, domicílio: Herdade do Monte Branco, Apartado 7, Pias, com última residência conhecida na morada indicada para no prazo de 5 dias, decorrido que seja o dos éditos, alegar, querendo, o que tiver por conveniente, nos termos e para os efeitos do art° 181º n°2 da OTM. O duplicado da petição inicial encontra-se nesta Secretaria, à disposição do citando. Fica advertido de que não é obrigatória a constituição de mandatário judicial, salvo na fase de recurso. Passei o presente e mais dois de igual teor para serem afixados. Moura, 06-06-2013 N/Referência: 762842 A Juíza de Direito, Dr(a) Cláudia Silva Pimenta O Oficial de Justiça, António Carvalho

OFICINA RECTIFICAÇÕES DE CABEÇAS E DE BLOCOS (Novos preços) z TESTAGENS z SERVIÇO DE TORNO z SOLDADURAS EM ALUMÍNIO z

Encamisar blocos orçamentos com ou sem material PREÇOS SEM CONCORRÊNCIA

CASADINHO Sítio Horta de St. António Caixa postal 2601 BEJA Tm. 967318516

EXTRACTO Certifico para efeitos de publicação que, no dia 4 de Junho de 2013, iniciada a folhas 124 do livro de notas número 35-A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, pela qual IRIA AUGUSTA VARELA GRILO, NIF 158.277.848, viúva, natural da freguesia da Ajuda, concelho de Lisboa, residente na Rua do Galego, número 15, freguesia de Vila Nova de São Bento, concelho de Serpa, a qual outorga em nome e representação na qualidade de cabeça de casal da herança aberta por óbito de seu marido José Dias Grilo, com poderes necessários para o ato conforme verifiquei pelo procedimento simplificado de habilitação de herdeiros e registos número seis barra dois mil e treze, lavrado em onze de Abril de dois mil e treze, na Conservatória do Registo Civil de Serpa, alega que, conjuntamente com os demais herdeiros Maria Varela Grilo Costa, Bento Varela Dias Grilo, Teresa Varela Grilo, Virgínia Maria Dias Grilo e José Varela Dias Grilo, em comum e sem determinação de parte ou direito, são donos e legítimos possuidores, por sucessão na posse e com exclusão de outrem, do prédio urbano de rés-do-chão e quintal, destinado a habitação, sito no “Beco do Rocio”, freguesia de Vila Nova de São Bento, concelho de Serpa, descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa sob o número quatro mil oitocentos e quarenta e quatro, daquela freguesia, inscrito na matriz sob o artigo 928, com o valor patrimonial de €990,11, a que atribui igual. Que apesar do citado imóvel se encontrar registado na mencionada Conservatória a favor dos titulares inscritos Manuel Soares Charraz, viúvo, de Mário do Carmo Charraz, casado com Francisca Grilo, de António Valente Charraz, casado com Sebastiana Perdigão Valente, todos residentes em Aldeia Nova de São Bento, Serpa, na proporção de um/quarto indiviso para cada um, de Manuel Charraz Calvinho, solteiro, maior, de Bento Charraz Calvinho, casado com Maria de São Miguel Condeças, de Ermelinda dos Anjos Calvinho, casada com António Soares Carapinha, de Antónia dos Anjos Calvinho ou Antónia Charraz Calvinho, casada com Estevão Sargento Lopes, e de Ana Maria Grilo Charraz, solteira, maior, todos residentes em Aldeia Nova de São Bento, Serpa, na proporção de um/vinte avos indivisos para cada um, pela apresentação um, de dez de Fevereiro de mil novecentos e sessenta e sete, desconhecendo-se actualmente o seu paradeiro, tendo os mesmos e respectivos herdeiros incertos sido previamente notificados editalmente, nos termos do artigo noventa e nove, do Código do Notariado, através da notificação já arquivada neste Cartório como documento número oitenta e um, no maço referente às notificações avulsas do ano corrente, o mesmo imóvel é pertença dos justificantes. Que o referido imóvel fazia parte do património do aludido José Dias Grilo, falecido no dia nove de Maio de mil novecentos e noventa e dois, na freguesia de Alcântara, concelho de Lisboa, no estado de casado com ela outorgante, em primeiras núpcias de ambos e sob o regime da comunhão geral, o qual era natural da freguesia de Aldeia Nova de São Bento, concelho de Serpa, com última residência habitual na Rua Visconde de Moreira Reis, Vivenda Irene, Águas Furtadas, freguesia de Carnaxide, concelho de Oeiras, tendo-lhe sucedido como únicos herdeiros seu referido cônjuge Iria Augusta Varela Grilo e cinco filhos, Maria Varela Grilo Costa, NIF 157.916.855, casada com Patrício Carrasco Costa, no regime da comunhão de adquiridos, Teresa Varela Grilo, NIF 108.033.961, divorciada, ambas residentes na Avenida de Portugal, número 45, 3.º, direito, Carnaxide, Oeiras, Bento Varela Dias Grilo, NIF 145.798.860, solteiro, maior, residente na Rua do Galego, número 15, Vila Nova de São Bento, Serpa, Virgínia Maria Dias Grilo, NIF 146.064.119, e José Varela Dias Grilo, NIF 189.750.170, ambos divorciados e residentes na Rua Visconde Moreira de Rei, Vivenda Irene, 2°, frente, Águas Furtadas, Carnaxide, Oeiras, como consta do procedimento simplificado de habilitação de herdeiros e registos já acima indicado, e veio à posse daquele José Dias Grilo e mulher por o haverem adquirido aos titulares inscritos, através de compra verbal, efectuada em dia e mês que se ignora do ano de mil novecentos e sessenta e oito, tendo pago o ajustado preço, não tendo sido celebrada a respectiva escritura pública, motivo pelo qual não são detentores de qualquer documento formal que legitime o seu domínio sobre o mesmo. Porém, desde aquela data ano de mil novecentos e sessenta e oito e sem interrupção, o referido José Dias Grilo e mulher entraram na posse do referido imóvel, habitando-o e usufruindo todas as suas utilidades e suportando os respectivos encargos, tendo adquirido e mantido a sua posse sem a menor oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo, por isso, uma posse pública, pacífica, contínua e de boa-fé, que durou até à morte daquele José Dias Grilo, posse essa continuada pelos seus referidos herdeiros após a sua morte, com as mesmas características, que por sucessão na posse, que dura à mais de vinte anos, o adquiriram por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, documento algum que lhes permita fazer a prova do seu direito de propriedade. Que, desta forma, justifica, em comum e sem determinação de parte ou direito, a aquisição do mencionado imóvel por usucapião. Está conforme o original. Cartório Notarial de Serpa, a cargo da Notária Joana Raquel Prior Neto, quatro de Junho de dois mil e treze. A Notária Joana Raquel Prior Neto

CERTIFICADO Certifico, narrativamente, para efeitos de publicação que no dia vinte de Junho do ano dois mil e treze, no Cartório Notarial de Ourique, a folhas trinta e oito e seguintes, do Livro de Notas Para Escrituras Diversas número Cinquenta e Três D, se encontra exarada uma escritura de Justificação, na qual Ventura José Paulino e mulher Maria Guerreiro Francisco Paulino, casados segundo o regime de comunhão geral de bens, naturais, ele da freguesia de Santa Clara-a-Velha, concelho de Odemira e ela da freguesia e concelho de Monchique, N.I.F.s 109 292 014 e 149 170 718 e Manuel José Paulino, solteiro, maior, natural da freguesia de Santa Clara-a-Velha, concelho de Odemira, N.I.F. 151 503 648, todos residentes em Nave Redonda, freguesia de Sabóia, concelho de Odemira, se declaram donos e legítimos possuidores, em comum e partes iguais, com exclusão de outrem, do seguinte prédio: Urbano, sito em Nave Redonda ou Foz de Vale Matos, freguesia de Sabóia, concelho de Odemira, constituído por uma morada de casas de rés-do-chão, destinada a habitação, com a superfície coberta de quinze metros quadrados e descoberta de trinta e cinco metros quadrados, a confrontar do norte com Foz de Vale Matos e Palmira Perpétua Coelho, do sul com caminho, do nascente e poente com Foz de Vale Matos, inscrito na respetiva matriz em nome do justificante marido identificado na alínea a) e do justificante identificado na alínea b), sob o artigo 2306, com o valor patrimonial de €1.530,00, igual ao atribuído, omisso na Conservatória do Registo Predial de Odemira. Que os justificantes não possuem qualquer título para efetuar o registo a seu favor, deste prédio, na Conservatória, embora sempre tenham estado, há mais de trinta e cinco anos, na detenção e fruição do citado prédio, o qual veio à sua posse por compra feita a Maria José ou Maria José Coelho, viúva, a Bárbara Maria Guerreiro e Ventura Guerreiro, casados que foram segundo o regime da comunhão geral de bens e a José António Guerreiro e Idalina Maria Duarte, casados que foram segundo o regime da comunhão geral de bens, em dia e mês que não podem precisar, mas no ano de mil novecentos e setenta e oito, não tendo tal compra sido reduzida a escritura pública, mas que desde logo entraram na posse e fruição do prédio, em nome próprio, posse que assim detêm há mais de trinta e cinco anos, sem interrupção ou ocultação de suem quer que seja, de modo a poder ser conhecida por todo aquele que pudesse ter interesse em contrariá-la. Esta posse assim mantida e exercida, foi-o sempre em seu próprio nome e interesse, e traduziu-se nos factos materiais conducentes ao integral aproveitamento de todas as utilidades do prédio designadamente, utilizando-o, fazendo as necessárias obras de conservação, e pagando os respetivos impostos. É assim tal posse pacífica, pública e contínua e durando há mais de vinte anos, facultando-lhes a aquisição do direito de propriedade do citado prédio por USUCAPIÃO, direito que pela sua própria natureza, não pode ser comprovado por qualquer título formal extrajudicial. Nestes termos, e não tendo qualquer outra possibilidade de levar o seu direito ao registo, vêm justificá-lo nos termos legais. Está conforme o original. Cartório Notarial em Ourique, da Notária, Maria Vitória Amaro, aos vinte de junho de 2013. A Notária, Maria Vitória Amaro

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Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/ Desabituação tabágica – H. Pulido Valente Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva – Instituto Português de Reumatologia de Lisboa Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja Dr.ª Sandra Martins – Terapia da Fala – H. de Beja Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo. Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento inovador para deixar de fumar Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar Dr.ª Nídia Amorim – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja Drª Margarida Loureiro – Endocrinologia/Diabetes/ Obesidade – Instituto Português de Oncologia de Lisboa Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias – H. Beja Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospitalar de Lisboa (H.Júlio de Matos). Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva. Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/ Alergologia Respiratória/Apneia do Sono Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da Cuf – Infante Santo Dr. Jorge Araújo – Ecografias Obstétricas Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do Sangue – Hospital de Beja Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja Dr. Diogo Matos – Dermatologia – Hospital Garcia da Orta. Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/ Orientação Vocacional Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala Dr.ª Maria João Dores – Psicomotricidade/Educação Especial e Reabilitação Dr.ª Joana Leal – Medicina Tradicional Chinesa/ Acupunctura e Tuina. Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados ao recémnascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja Marcações diárias pelos tels. 284 322 503 Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481 Rua Zeca Afonso, nº 6, 1º B, 7800-522 Beja Clinipaxmail@gmail.com www.clinipax.pt

Convenções:

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Telef. 284318490 Tms. 960284030 ou 915529387

Clínica Médico-Dentária de S. FRANCISCO, LDA. Gerência de Fernanda Faustino Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E., Portugal Telecom e Advancecare

Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão; TEL. 284327260 7800-064 BEJA

23 Diário do Alentejo 28 junho 2013


necrologia diversos

24 Diário do Alentejo 28 junho 2013

MISSA DO 30.º DIA

BEJA

BEJA

BEJA

SALVADA

Antónia Maria Rebocho

†. Faleceu o Exmo. Senhor JOAQUIM AFONSO BALHOTE, de 83 anos, natural de Santana - Portel, casado com a Exma. Sra. D. Maria Bárbara Mascarenhas. O funeral a cargo desta Agência, realizouse no passado dia 20, das Casas Mortuárias Beja, para o cemitério desta cidade.

†. Faleceu o Exmo. Senhor AFONSO JOSÉ GUERREIRO, de 87 anos, natural de São Brissos - Beja, viúvo. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 20, das Casas Mortuárias Beja, para o cemitério desta cidade.

†. Faleceu o Exmo. Senhor JOSÉ FRANCISCO MENDES FAUSTINO, de 73 anos, natural de Portel, casado com a Exma. Sra. D. Maria de Fátima Moita Peres. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 21, das Casas Mortuárias Beja, para o cemitério desta cidade.

†. Faleceu o Exmo. Senhor MANUEL DA PALMA GATINHO, de 85 anos, natural de Salvada - Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 21, da Casa Mortuária da Salvada, para o cemitério local.

NOSSA SENHORA DAS NEVES

MOMBEJA

BERINGEL

BEJA

Faleceu em 27/05/2013 1.º Mês de Eterna Saudade Suas filhas, genros e netos participam a todas as pessoas de suas relações e amizade que será celebrada missa pelo eterno descanso da sua ente querida no dia 30/06/2013, domingo, às 10 horas, na Igreja de Quintos, agradecendo desde já a todos os que nela participarem.

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

†. Faleceu o Exmo. Senhor MARIANO ABÍLIO GABRIEL, de 78 anos, natural de Nossa Senhora das Neves - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Idalina Maria da Silva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 21, da Casa Mortuária de Nossa Senhora das Neves, para o cemitério local.

†. Faleceu o Exmo. Senhor FRANCISCO NUNES FIALHO MATEUS, de 97 anos, natural de Mombeja - Beja, solteiro. O funeral a cargo desta Agência, realizouse no passado dia 21, da Casa Mortuária de Mombeja, para o cemitério local.

BEJA

SANTA VITÓRIA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. DOLORES MARIA PENAS PATRÍCIO ALVES, de 87 anos, natural de Santa Maria da Feira - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 25, das Casas Mortuárias Beja, para o cemitério desta cidade.

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIA JESUÍNA POMBINHO, de 89 anos, natural de Beringel - Beja, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizouse no passado dia 23, da Casa Mortuária de Beringel, para o cemitério local.

SEVILHA

†. Faleceu o Exmo. Senhor FRANCISCO ANTÓNIO SOUSA, de 91 anos, natural de São Matias - Beja, casado com a Exma. Sra. D. Albertina Rosa Patinha. O funeral a cargo desta Agência, realizouse no passado dia 25, da Casa Mortuária de Santa Vitória, para o cemitério local.

†. Faleceu o Exmo. Senhor JOÃO NOÉMIO ROSA BICO, de 82 anos, natural de Vidigueira, casado com a Exma. Sra. D. Mariana Rosa Fialho Rosa Bico. O funeral a cargo desta Agência, realizou-se no passado dia 24, das Casas Mortuárias Beja, para o cemitério desta cidade.

BEJA

†. Faleceu o Exmo. Senhor SR. JOSÉ LUÍS TROYA MEDINA, de 64 anos, natural de Sevilha - Espanha, casado com a Exma. Sra. D. Teresa Smith Morrondo. O funeral a cargo desta Agência realizou-se no passado dia 25, do Hospital de Beja, para o cemitério de San Fernando – Sevilha, Espanha.

†. Faleceu a Exma. Senhora D. JULIETA MOITA GUTIERRES, de 89 anos, natural de Vila Real de Santo António, viúva. O funeral a cargo desta Agência, realizouse no passado dia 26, das Casas Mortuárias Beja, para o cemitério desta cidade.

SÃO MATIAS

José Francisco Mendes Faustino Esposa, filhos, noras, genro, netos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido ocorrido no dia 19/06/2013 e, na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, agradecem por este meio a todas as pessoas que o acompanharam à sua última morada ou que de outra forma manifestaram o seu pesar. Agradecem também a todos os que compareceram na sua missa de 7.º dia, celebrada em sua memória e pelo seu eterno descanso, no passado dia 26 de junho, às 18 e 30 horas, na igreja da Sé, em Beja.

MISSA

†. Faleceu a Exma. Senhora D. MARIANA ROSA HORTA, de 80 anos, natural de São Matias - Beja, casada com o Exmo. Sr. Francisco António de Brito. O funeral a cargo desta Agência, realizouse no passado dia 26, da Igreja Paroquial de São Matias, para o cemitério local.

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6.º Ano de Eterna Saudade Querida mãe, Passaram 6 anos que fisicamente deixámos de nos ver e de conviver, mas espiritualmente a nossa vida continua, relembramos o passado e vivemos o presente.Tudo isso dá-me força para continuar a enfrentar o dia a dia, suaviza a dor e a saudade. Recordarte-ei sempre com o privilégio de ter tido a melhor mãe que Deus me podia ter dado. Um enorme beijo e até sempre. Mariana Filha, genro e netos informam que será celebrada missa no dia 03/07/2013, quarta-feira, às 18 e 30 horas, na igreja da Sé, em Beja.


institucional diversos Diário do Alentejo n.º 1627 de 28/06/2013 Única Publicação

25 Diário do Alentejo 28 junho 2013 Diário do Alentejo n.º 1627 de 28/06/2013 Única Publicação

Maria Vitória Amaro Notária de Ourique

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Assembleia Geral Extraordinária Nos termos do disposto no n° 2 do Art.° 28° e n° 5 do Art° 30° do Compromisso da Santa Casa da Misericórdia de

Diário do Alentejo n.º 1627 de 28/06/2013 2.ª Publicação PEDRO BRANDÃO Agente de Execução C.P. 3877

ANÚNCIO Tribunal Judicial de Serpa – Secção Única Divisão de Coisa Comum Processo n.° 216/08.1TBSRP Requerentes: António Domingues Preto Candeias e outros Requeridos: Maria Celeste de Abreu Tomás Candeias e outros FAZEM-SE SABER que nos autos acima identificados se encontra designado o dia 11 de Julho de 2013, pelas 14:00 horas, no Tribunal acima identificado, para abertura de propostas que sejam entregues até esse momento na Secretaria do mesmo, pelos interessados na compra dos seguintes bens: VERBA ÚNICA Prédio Misto, situado em “Barranco de Dorde”, em cuja matriz se acha inscrito sob o artigo matricial urbano 3106, rústico n.° 261 secção N, descrito na Conservatória do Registo Predial de Serpa sob a ficha 134/19851203, Freguesia de Vila Nova de São Bento Concelho de Serpa. VALOR BASE: 77.000,00€ Será aceite a proposta de melhor preço acima do valor de 64.450,00€, correspondente a 85% do Valor Base. Nos termos do artigo 897° n.° 1 do CPC, os proponentes devem juntar à sua proposta, como caução, cheque visado à ordem do agente de execução, no montante correspondente a 5% do valor base do bem, ou garantia bancária, no mesmo valor. É Fiel depositário que o mostrará a pedido a Sra Antónia Domingues Preto Candeias, residente na Rua Cláudio de Oliveira Basto, nº 15 - 1° Drt., em Linda a Velha.

Aljustrel e conforme número 3 do Art° 59 do DecretoLei n° 119/83 de 25 de Fevereiro, convoco os irmãos a reunirem em Assembleia Geral Extraordinária, no próximo dia 08 de Julho de 2013 pelas 19h30, no edifício do Lar do Jardim, sito na Avenida 1.° de Maio, em Aljustrel, com a seguinte ordem de trabalhos: 1.° ponto: Permissão para a contração do empréstimo BEl, reembolsável no âmbito do QREN-EQ, a conceder pelo Estado através do IFDR, no montante de 212 399,00€ (duzentos e doze mil trezentos e noventa e nove euros) e, para o efeito, autorização de constituição da hipoteca do Prédio Urbano descrito com o Artigo Matricial n° 19, sito na Avenida de Algares n° 11, em Aljustrel. 2° ponto: Autorização de constituição da hipoteca do Prédio Urbano descrito com o Artigo Matricial n° 4075, sito na Avenida 1° de Maio n° 4, em Aljustrel para efeitos do empréstimo a contrair junto da Caixa Geral de Depósito, SA no montante de 250 000,00€ (duzentos e cinquenta mil euros). Nos termos do n° 2 do Artigo 28° do Compromisso da Misericórdia, se à hora marcada não estiver presente maioria legal, a sessão terá lugar meia hora depois, em segunda convocatória, com qualquer número de Irmãos. Aljustrel, 21 de Junho de 2013. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Luís Maria Bartolomeu Afonso da Palma

O Agente de Execução, Céd Prof. 3877 Pedro Brandão

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1. Válido nos Postos BP Beja Luzias, BP Beja Variante e BP Beja Castilho; 2. Este vale só poderá ser descontado no ato de pagamento de abastecimentos iguais ou superiores a 20 lts., até um máximo de 3 vales por abastecimento (60 lts); 3. Este vale não é acumulável com outras campanhas desconto a decorrer no Posto de Abas-

por litro

tecimento; 4. Este vale só é válido para abastecimentos

desconto em combustÍvel

com cartões: Routex, Azul e de Sócio ACP; 5. Nenhuma

atÉ 30 de junho

em combustíveis cujos pagamentos não sejam efetuados responsabilidade será aceite nos seguintes casos: perda, roubo ou danificação do vale quer tenha sido utilizado ou não; 6. Este vale não pode ser trocado por dinheiro; 7. Válido até 30 de junho de 2013.

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Certifico, para fins de publicação, que no dia vinte de Junho do ano dois mil e treze, no Cartório Notarial em Ourique, a folhas trinta e quatro e seguintes, do Livro de Notas Para Escrituras Diversas número Cinquenta e Três-D, se encontra exarada urna escritura de Justificação, na qual Joaquim Nobre Vieira e mulher Joana da Conceição Silva, casados segundo o regime de comunhão de adquiridos, ambos naturais da freguesia de Santa Claraa-Velha, concelho de Odemira, residentes no Monte Ruivo, Corte Brique, Santa Clara-a-Velha, N.I.F.s 129 081 086 e 129 081 094 se declaram donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, dos seguintes prédios: a)- Rústico denominado “Vale das Hastes”, sito na freguesia de Sabóia, concelho de Odemira, composto de cultura arvense e oliveiras, com a área de dois hectares quatro mil setecentos e cinquenta centiares, inscrito na respetiva matriz, em nome dos antepossuidores, Manuel da Silva ou Manuel da Silva Rodrigues, sob o artigo 9 da secção T, descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira sob o número trezentos e dezoito-Sabóia. b)- Rústico denominado “Vales de Cima”, sito na mesma freguesia de Sabóia, composto de cultura arvense e sobreiros, com a área de dezasseis hectares três mil duzentos e cinquenta centiares, inscrito na respetiva matriz, em nome dos antepossuidores, Manuel da Silva ou Manuel da Silva Rodrigues e de Manuel João Vieira, sob o artigo 3 da secção Z, descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira sob o número mil novecentos e dezoito-Sabóia. c)- Misto denominado “Castanha”, sito na dita freguesia de Sabóia, composto de cultura arvense, sobro, leito de curso de água e casa de rés-do-chão, com a área de quarenta e três hectares nove mil e quinhentos centiares, sendo duzentos e cinquenta metros quadrados de superfície coberta, inscrito nas respetivas matrizes rústica e urbana, em nome do antepossuidor, Manuel cia Silva ou Manuel da Silva Rodrigues, sob o artigo 5 da secção L e sob o artigo 589, descrito na Conservatória do Registo Predial de Odemira sob o número mil novecentos e vinte e dois-Sabóia. d)- Metade, do prédio rústico denominado “Mata”, sito na freguesia de Santana da Serra, concelho de Ourique, composto de cultura arvense, sobro e azinho, com a área de trinta e sete hectares seis mil duzentos e setenta e cinco centiares, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 30 da secção K, em nome de Joaquim Nobre Vieira e dos antepossuidores Ventura Nobre Vieira. Manuel da Silva Nobre Vieira e de Manuel da Silva Rodrigues, descrito na Conservatória do Registo Predial de Ourique sob o número setecentos e sete - Santana da Serra. e)- Mil setecentos e vinte e oito/dois mil trezentos e quatro avos do prédio misto denominado “Albricoque”, sito na mesma freguesia de Santana da Serra, composto de cultura arvense, sobreiros e de uma morada de casas térreas, inscrito na respetiva matriz rústica sob os artigos 31 da Secção K, com a área de dezassete hectares mil e cinquenta centiares e 32 da Secção K, com a área de sete mil setecentos e cinquenta metros quadrados, em nome de Joaquim Nobre Vieira e dos antepossuidores Ventua Nobre Vieira e Manuel da Silva Nobre Vieira e na respetiva matriz urbana sob o artigo 251, com a superfície coberta de sessenta e cinco vírgula oitenta metros quadrados em nome de Joaquim Nobre Vieira, do antepossuidor Ventura Nobre Vieira e de Planicultura, Sociedade Agrícola. Lda. e Manuel da Silva Nobre Vieira (cabeça de casal da herança de), descrito na Conservatória do Registo Predial de Ourique sob o número quatrocentos e sessenta e oito-Santana da Serra. Que, por atos não titulados e nunca reduzidos a escritura pública, adquiriram, em vinte e oito de Setembro de mil novecentos e oitenta e um, por meio de permutas, aos seus irmãos Manuel da Silva Nobre Vieira e mulher Generosa Correia Sequeira Vieira, residentes que foram na Rua da Bempostinha, n°.64, 1.º B. em Lisboa e Ventura Nobre Vieira, então solteiro, residente em Besteiros, freguesia de São Marcos da Serra, concelho de Silves, as seguintes frações: um/terço indiviso do primeiro prédio; seis/vinte e quatro avos indivisos do segundo prédio; dois/terços indivisos do terceiro prédio; um/terço indiviso do quarto prédio e novecentos e oitenta e oito/dois mil trezentos e quatro avos indivisos do quinto prédio, dando-lhes em troca outros bens imóveis, sendo que as indicadas frações que adquiriram por permutas, se encontram registadas a favor dos seus irmãos pelas inscrições constantes das respetivas descrições prediais. Que, por partilha adicional, não titulada e nunca reduzida a escritura pública, feita no verão de mil novecentos e noventa e um, dos bens da herança dos avós, Manuel da Silva Rodrigues e mulher Maria José, a metade que estes haviam adquirido por compra a José Bernardo Nobre do prédio identificado na alínea a), foi adjudicada e ficou a pertencer ao ora outorgante, ficando assim dono da totalidade do prédio, sendo certo que a compra feita por aquele a José Bernardo Nobre, também não foi reduzida a escritura pública, mas apenas por ato não titulado, feito no ano de mil novecentos e vinte e um, em data que não pode precisar. Que, pela mesma partilha adicional, não titulada, o outorgante adquiriu mais a fração de cinco/vinte e quatro avos do segundo prédio (Vales de Cima) que pertencia à herança dos avós Manuel da Silva Rodrigues e mulher Maria José. Que, a partir dos citados atos não titulados, os ora justificantes tomaram posse dos identificados imóveis, semeando-os e colhendo os respetivos frutos, extraindo a cortiça e ocupando as moradas de casas, sem oposição de quem quer que fosse, designadamente dos demais interessados. Que a posse exercida sobre os identificados imóveis, foi sempre em nome próprio e desde o indicado dia vinte e oito de Setembro de mil novecentos e oitenta e um, com exceção do primeiro prédio que com relação à sua totalidade foi a partir de mil novecentos e noventa e um. Que, não possuindo título para efetuar o registo a seu favor dos bens adquiridos por permuta aos seus referidos irmãos e cunhados, bem como pela citada partilha, têm que recorrer à presente escritura de justificação com base na figura de usucapião. É assim tal posse pacífica, pública e contínua e durando há mais de vinte anos, facultando-lhes a aquisição do direito de propriedade dos citados prédio por USUCAPIÃO, direito que pela sua própria natureza, não pode ser comprovado por qualquer título formal extrajudicial. Nestes termos, e não tendo qualquer outra possibilidade de levar o seu direito ao registo, vêm justificá-lo nos termos legais. Foi dado cumprimento ao que se dispõe no artigo 117º G, n. °2 e 6, do C.R.P. conjugado com o artigo 99° do Código do Notariado. Está conforme o original Cartório Notarial em Ourique, da Notária, Maria Vitória Amaro, aos vinte de Junho de 2013. A Notária, Maria Vitória Amaro


Baixo Guadiana tem novo roteiro turístico

DR

Diário do Alentejo 28 junho 2013

26

O baixo Guadiana luso e espanhol tem um novo e sugestivo roteiro turístico do território. Um dos mais completos guias, com a particularidade de escolha de roteiros turísticos personalizados, reúne concelhos do baixo Guadiana algarvio, alentejano e espanhol cujo grande elo de ligação é o “Grande rio do sul”. O mais recente roteiro dispõe de uma estrutura atrativa e sugestiva que ajuda o leitor a conhecer os recursos turísticos, culturais e ambientais do baixo Guadiana no seu contexto histórico.

Empresas

Uma edição editada pela Junta de Andalucia – Consejeria de turismo y Comércio, a publicação está dividida em quatro grandes capítulos e inclui informação acerca do território, as suas paisagens e gentes, costumes e uma série de dados úteis relativos a alojamentos, restauração, compras e serviços e ainda festividades do território. Trata-se de uma iniciativa de cooperação entre o Algarve, Alentejo e Andaluzia, financiado pelo Programa de Cooperação Transfronteiriça Portugal – Espanha.

Inovobeja instala novas unidades de microgeração Durante este mês, a Inovobeja – Empresa Municipal de desenvolvimento EM irá instalar novas unidades de microgeração nos edifícios da Casa Pia, Centro de Acolhimento Temporário A Buganvília e ainda no campo de futebol do União Beringelense, em Beringel. Estas três novas instalações representam uma clara aposta na colaboração do município de Beja com outras entidades na diminuição da sua fatura energética através da empresa municipal Inovobeja EM, que suporta na totalidade os custos destas operações. Até ao final do ano serão 18 sistemas de microgeração em funcionamento.

Xerox apresenta ConnectKey

““U Uma ma exc xcel elen ntee for or m maa paarraa as em p mpres preesssas pr as as r du re duzi zirem zire reem os os cus usto os ffiix ixo xos, n nom om o mea ead daam meen ntttee no o que ue dizz res espe p it ito o ao aos reecu curs urrssos sos os human uman um anos, oss, perm perm pe miittin indo ain nda da aao o em empr mp prres esár ário rio o terr m mai aiss tteemp temp mp po o pa parraa ssee deedica para dicaar di ao o seu eu cco oree bus u in ines esss”. ess ”.

O franchising que visa dar respostas de gestão às empresas

Secretariado virtual é lançado no Algarve e Alentejo É já no dia 1 de julho que o franchising de secretariado virtual se afirma na região do Algarve e Alentejo. A “suaassistente” é um secretariado virtual que parece ser uma excelente forma de ajudar as empresas a poupar nos custos associados a um tipo de serviço no modelo tradicional. Publireportagem Sandra Sanches

N

o intuito de oferecer às empresas o serviço de secretariado em sistema outsourcing, Ana Vasco, licenciada em Assessoria Internacional, não hesitou em lançar o primeiro franchising de secretariado virtual no Algarve e Alentejo. Considera que o secretariado em sistema outsourcing “vai ser o futuro, tanto no setor privado como no setor público”. Lança-se no desafio já no próximo dia 1 de julho, acreditando, desde já, que este serviço vai ser, sem dúvida, “uma excelente forma para as empresas reduzirem os custos fixos, nomeadamente no que diz respeito aos recursos humanos, permitindo ainda ao empresário ter mais tempo para se dedicar ao seu core business”.

Um conceito até há bem pouco tempo quase inexistente parece agora já estar a dar que falar. Apesar de Ana Vasco só arrancar oficialmente no início de julho, a mesma garante que a marca “já se está a espalhar por várias cidades e também já se está a internacionalizar”. A empresária, que refere ter ficado apaixonada pelo conceito desde que conheceu o projeto pessoalmente no Porto, pretende dar resposta ao tecido empresarial português através de um trabalho desenvolvido essencialmente de forma “virtual”. Este serviço pode ajudar a organizar qualquer empresa, pois a “suaassistente” trata de serviços tão diversos como serviço de secretariado, administrativo, faturação, cobranças, agendamentos, telemarketing, atendimento telefónico personalizado em várias línguas e gestão de base de dados, entre outros. Um franchising dirigido a todas as empresas: start ups, profissionais liberais e médias empresas. O conceito assenta em personalizar o orçamento à necessidade do cliente, querendo a empresária, acima de tudo, sentir que o cliente paga em função das suas necessidades. Desde os 20 euros qualquer

empresa poderá solicitar os serviços da “suaassistente”. Empenhada a 100 por cento num projeto inovador “dinâmico” e “gratificante”, segundo o descreve, a empresária inicialmente lançar-se-á sozinha no projeto, no entanto, pondera a médio prazo a hipótese de contratar alguém para a ajudar nas tarefas, contudo “tudo dependerá do número de clientes angariados”. O caminho agora passa essencialmente em apostar na recuperação das empresas e empresários para juntos ultrapassarem a presente conjuntura económica que o País atravessa. A empresária revela que primeiramente gostaria de tornar a população portuguesa mais empreendedora, permitindo às pessoas criarem o seu próprio emprego a partir de casa, com um custo reduzido e ser para as mesmas uma espécie de “hospital”, ajudando-as a reestruturarem-se. Questionada quanto ao facto de considerar esta alternativa uma tendência futura, refere que “já o é”, pois todas as empresas, acima de tudo, pretendem reduzir custos no imediato, tendo a empresária consciência de que o trabalho virtual está a tornar-se cada vez mais real.

Foi no passado dia 25, na pousada de São Francisco, em Beja, que teve lugar a apresentação do ConnectKey, uma plataforma desenvolvida pela Xerox. Na presença de várias entidades convidadas, a empresa JV – Joaquim Vargas –, após a receção feita aos presentes, apresentou a mais recente inovação desenvolvida. ConnectKey, um sistema de software integrado sobre os equipamentos multifunções Xerox, juntamente com um conjunto de soluções, visa essencialmente responder às necessidades específicas dos ambientes de trabalho atuais, especialmente os que têm maior necessidade de mobilidade e precisam dos mais elevados níveis de segurança. Funcionalidades extra como produtividade, acessibilidade e segurança em todos os dispositivos, e em todo o lado, passam agora a estar disponíveis com esta nova plataforma. Uma tecnologia que a empresa vê como “adequada aos desafios de hoje e às tarefas de amanha”. É sem dúvida uma mais-valia para as pequenas e médias empresas e empresários, pois, sendo sistemas fáceis de implementar, oferecem soluções práticas que facilitam a forma de comunicar, processar e partilhar a informação importante e ao mesmo tempo reduzindo custos. Com uma interface fácil de utilizar, funções práticas e inovadoras, permite ainda partilhar informações confidenciais com total confiança. Porque trabalham com parcerias “poderosas” como McAfee e Cisco, garantem que apenas ficheiros de sistemas seguros e previamente aprovados são executados nos respetivos dispositivos reduzindo desta forma a necessidade de atualizar manualmente níveis de software face às novas ameaças, acelerando a produtividade de cada trabalhador e simplificando a vida no trabalho.

Vinho alentejano no top 10 mundial Syrah du Monde O vinho português Cem Reis Tinto 2011, produzido na herdade da Maroteira pelo empresário Michael Brian Mollet, foi distinguido com medalha de ouro no concurso internacional Syrah du Monde 2013, onde foi eleito o 8.º melhor vinho. A competição, que decorreu no passado mês em França, a maior do mundo no que diz respeito à casta Syrah, premeia a qualidade como chave para uma diferenciação real. A herdade da Maroteira, localizada no concelho de Redondo e que pertence a esta família há cinco gerações, desde sempre apostou alto, sendo este vinho o resultado da introdução de técnicas inovadoras como garantia de qualidade da matéria-prima, aliada a uma vindima manual muito seletiva e a um prolongado estágio em barricas de carvalho.


No âmbito das oficinas de teatro que decorreram durante este ano letivo, promovidas pela Câmara Municipal de Vidigueira, para crianças dos sete aos 10 anos, vai ter lugar no domingo, pelas 18 horas, no Centro Multifacetado de Vidigueira, a apresentação da peça de teatro “PeterPão”.

27 Diário do Alentejo 28 junho 2013

“PeterPão” apresenta-se em Vidigueira

A páginas tantas... Pais Um verdadeiro cachorro-quente e se acha que não tem tempo para fazer a massa de pão, pode sempre passar na padaria e adquirir uma pequena porção. Basta depois dar a forma do focinho de um cachorro. Para os olhos e o focinho usar azeitonas pretas.

O Carnaval dos Animais é um livro-cd que conjuga a magnífica interpretação da Orquestra da Academy of London com o humor das ilustrações de João Vaz de Carvalho, ao longo de uma narrativa em torno do que pode ser o Carnaval dos animais quando das celebrações do aniversário do rei da selva, o leão. Foi escrito por José António Abad, psicólogo e especialista em projetos educativos ligados à música. Deste autor é também o livro publicado pela Kalandraka, As Quatro Estações de Vivaldi.

Dica Diverte-te a criar o teu livro e a misturar as personagens. Vai ser a loucura total.

À solta

Koinobori, ou carpa em japonês, é uma espécie de papagaio de papel e que simboliza os rapazes da casa, mas as meninas não fiquem tristes porque no Japão também há um dia só para elas. Sejas rapaz ou rapariga segue este passo a passo e faz o teu koinobori.


Diário do Alentejo 28 junho 2013

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Ana Maria Baptista – Beja Taróloga – Método Maya Contacto para marcação de consultas: Telemóvel: 968117086 E-mail: missbeja@yahoo.com

Caranguejo

Características dos nativos de (22 de junho a 22 de julho) Com uma intensa vida emocional, a força do nativo de Caranguejo vem da profundidade dos seus sentimentos e a sua sensibilidade da sua grande intuição. Baseia os seus valores num sentimento de continuidade com o passado. A casa torna-se facilmente num abrigo dos perigos do mundo real.

Boa vida

Previsões – Semana de 28 de junho a 4 de julho

Comer Bife de atum de cebolada com batata nova Ingredientes para 4 pessoas: 800 gr. de bifes de atum, com mais ou menos 1 cm de altura; 400 gr. de cebola; 4 dentes de alho; 2 dl. de azeite; 1 molho de salsa; 1 folha de louro; q.b. de sal; q.b. de pimenta branca moída; 1 dl. de vinho branco; q.b. de colorau; q.b. de vinagre de vinho branco; 1 kg. de batata nova; q.b. de salada a seu gosto. Confeção: Coloque os bifes numa travessa e tempere com sal e pimenta. Reserve. Numafrigideiracoloque azeite, cebola cortada às rodelas, alho às rodelas, louro e deixe refogar um pouco. Quando a cebola começar a ficar dourada adicione o vinho branco, sal e um pouco de colorau. Deixe ferver para o álcool do vinho evaporar. Coloque dentro os bifes de atum e deixe cozinhar na cebolada. Retifique os temperos e no final borrife com um pouco de vinagre. No momento de servir polvilhe com salsa picada. Acompanhe com batata nova cozida e salada a seu gosto. Bom apetite… Nota: Não deixe o atum, cozer demasiado para não ficar seco. António Nobre Chefe executivo de cozinha – Hotéis M’AR De AR, Évora

Filatelia Fíbula de Beja em selo de correio

O

selo de 1,70€ da emissão Ourivesaria Arcaica em Portugal reproduz uma fíbula dos séculos VI e VII, encontrada no Convento de Santa Clara em Beja. Este convento fundado por D. Afonso IV, em meados do século XIV, foi extinto em 1896 aquando da morte da sua última freira. Os restantes selos da série reproduzem uma bracelete compósito de Cantonha, Costa (Guimarães) do século XI-X a.C. no selo de 0,36€. O de 0,70€ mostra-nos uma arrecada orientalizante de Odemira do século VIII-VI a.C.. Uma phiale de prata dourada de Lameira Larga (Penamacor), com uma cena mitológica sobre Perseu é o motivo do selo de 0,80€. O bloco tem a franquia de 3€ e mostra-nos um torques do século IV-III a.C., encontrado em Vila Flor (Vila Real), e que pertence ao acervo do Museu Nacional de Arqueologia (situado numa das alas do Mosteiro dos Jerónimos). O bloco tem como fundo a fachada do museu.

belo. Vai à praça pelo valor base de 2 500 €. Chamamos ainda a atenção para dois interessantíssimos lotes: selo de 1$00 da emissão “Europa CEPT” de 1966, com o número 983 do catálogo Afinsa, impresso sem a cor preta originando a omissão da palavra “PORTUGAL”. O outro lote que destacamos é o selo de $70 azul-escuro de 1968 de “Assistência” (Imposto Postal) de Timor (número 13 Afinsa), com um interessantíssimo duplo erro: “POTUGUESA” em vez de “Portuguesa”; “ASSSITÊNCIA” em vez de “Assistência”; selo com 18 mm, isto é, com largura superior àquela que deveria ter, pelo que a ilustração se encontra muito descentrada.

O 59.º Leilão P. Dias é a 20 de julho O segundo leilão deste ano da casa leiloeira P. Dias já tem a sua data marcada para sábado dia 20 de julho e, como é habitual, terá lugar no Hotel Lisboa Plaza (junto ao Parque Mayer/avenida da Liberdade). Já estão disponíveis (embora sem a numeração final), seis dezenas de lotes de alta qualidade em http://www. leiloespdias.pt. Chamamos a atenção para um sobrescrito de 1876, Coroa (1.ª emissão), circulado de Lourenço Marques com marca postal de saída de 26-1-1889) para a Suécia/Estocolmo; apresenta no verso a marca de chegada de 18-3 e a de trânsito por Lisboa de 23-2,franqueado com o selo de 200 réis, laranja, denteado 12½, com o número oito do catálogo Afinsa, remetida pelo Consulado, com marca oval azul de Coroa Real. Trata-se da única peça conhecida com este selo de 200 réis de Moçambique. É um exemplar raríssimo, em estado de belo/muito

Vote no “O melhor selo da Europa” Está

a decorrer até ao fim de agosto um concurso promovido pela PostEuropa, organismo postal ao qual os correios portugueses também pertencem, para eleger “O melhor selo da Europa”. Os selos a concurso são obrigatoriamente do tema “Veículos postais”. Portugal concorre com os três selos da chamada emissão “Europa 2013”, que tiveram o seu primeiro dia de circulação em 9 de maio, que reproduzem três meios de transporte usados diariamente pelos carteiros portugueses e que são: um veículo elétrico, um motociclo e uma moto 4. Os CTT recomendam a todos os interessados na votação que o façam preferencialmente no selo que nos mostra o veículo elétrico (que reproduzimos) desta emissão. Todos os selos desta emissão têm a franquia de 0,70 €. A votação, exclusivamente por via eletrónica, pode ser feita em: http:// www.posteurop.org/europa2013. Geada de Sousa

g

a

Carneiro – (21/3 - 20/4) Por esta altura sentirá uma certa nostalgia por não conseguir resolver rapidamente algumas questões que o preocupam. Refreie a impetuosidade. Tudo tem o seu tempo. Depois de uma fase conturbada terá momentos de verdadeira felicidade na relação amorosa. Poderá fazer planos a dois. Seja rigoroso com a saúde. Em família tudo fluirá com satisfação.

Balança – (24/9 – 23/10) Nesta altura conseguirá pôr em prática quase todos os seus projetos. Neste processo seja cuidadoso e não gaste as suas energias até à ultima gota. Seja equilibrado e oriente os seus recursos. Profissionalmente, pondere sempre. As amizades estão em harmonia. Nova fase no âmbito do relacionamento amoroso trará a possibilidade de estruturar os laços afetivos.

h

b

Touro – (21/4 – 21/5) Um dos melhores momentos para si! Com excelente predisposição face ao exterior e segurança interior, estará disposto a tomar iniciativas para consolidar as conquistas dos últimos tempos. Apaixonado, terá facilidade em formalizar orientações na sua relação amorosa, mas não pressione. Dificuldade na gestão de orçamentos.

i Gémeos – (21/5 – 21/6) Alguma fadiga interior obrigará a esforços suplementares para atravessar esta semana. A saúde será o aspeto mais afetado e o sistema nervoso manifestará as consequências. Procure tranquilizar-se. Pode contar com os bons amigos. Profissionalmente a fase é de análise rigorosa e desprendida. O amor trará compensações com alegrias que não esperava.

j Caranguejo – (22/6 – 22/7) A sua estrela vai brilhar e o amor sorrir-lhe-á, mas não cruze os braços e saiba construir sólidas estruturas. Empenhe-se e envolva-se a sério. Faça uma viagem ao seu mundo interior, medite. No seio familiar as coisas não serão fáceis e as dificuldades de entendimento surgirão. Seja paciente. A nível profissional insista no rigor e planeie, a nível financeiro, o mês seguinte.

k Leão – (23/7 – 23/8) No trabalho alcançará finalmente momentos de tranquilidade e verá reconhecido o seu mérito. Poderá atravessar os dias mais difíceis e desconfortáveis do ano na relação amorosa e até perder a confiança no seu parceiro. A comunicação é sempre a melhor solução para a resolução de problemas. Saúde irregular, com problemas digestivos.

l Virgem – (24/8 – 23/9) Calcular devidamente riscos e consultar pessoas em quem confia constitui uma ajuda de valor nas decisões importantes que tem para tomar. Desta forma, agirá com segurança e evitará as consequências desastrosas da impulsividade. Profissionalmente, necessitará de informação detalhada para poder dar o próximo passo neste aspeto. O contacto com familiares será auspicioso.

Escorpião – (24/10 – 22/11) A autoestima necessitará de ser cuidadosamente e seriamente cuidada. Visite um especialista em terapias alternativas e faça um programa na área com que mais se identificar. A família será o elo mais forte nesta fase. Os amigos nem tanto. Quanto ao trabalho será importante uma atualização de conhecimentos. As ilusões amorosas trazem desconforto e são de evitar.

c Sagitário – (23/11 – 21/12) As questões profissionais tenderão a tomar grande parte das suas energias. Porque não gosta de ser observado e submetido a avaliações pouco ortodoxas, procure encarar esta situação com tranquilidade para evitar contrariedades ou clima de grande tensão à sua volta. Não descure a saúde. A relação amorosa estará numa das melhores fases do ano.

d Capricórnio – (22/12 – 20/01) Apesar da conjuntura lhe ser favorável quase na totalidade, terá, de início, tendência para algum ceticismo. A sua energia interior estimulará a criatividade e a perspicácia para agir de forma inesperada e eficiente. Encontrará alegria, equilíbrio e harmonia no plano afetivo. Favorecidas as formalizações de toda a ordem. Siga os conselhos do seu médico.

e Aquário – (21/1 – 19/2) A sua originalidade e capacidade de inovação estarão em alta. Coloque-as em prática, mas com método e sem qualquer idealismo. Alguma rebeldia interior pode ter de ser harmonizada. Com a conjuntura a seu favor poderá romancear e vivar momentos felizes, mas precisa de expor o seu amor. Faça-o sem receios, será entendido na perfeição.

f Peixes – (20/2 – 20/3) O ritmo de trabalho acelerado e intenso afetará sobremaneira a sua condição física e a sua capacidade para ouvir os membros da equipa. Procure a moderação. O ambiente à sua volta apela à sua atenção de várias formas, vire-se para o mundo exterior que tem muito para lhe proporcionar. O seu amor entrará numa fase mais complexa, com alguns problemas que poderão resultar num distanciamento.


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Diário do Alentejo 28 junho 2013

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Francisco Camacho Dom Quixote 236 págs. 14,90 euros

Letras A última canção da noite

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epois do sucesso da estreia na ficção com Niassa, Francisco Camacho regressa ao romance com A última canção da noite. A obra evidencia o talento de Camacho como contador de histórias e entretece-se com o conhecimento e paixão pela atualidade política e musical do jornalista (e atual editor da Oficina do Livro), obviamente melómano. A história começa pela narração, alternada, do desaparecimento de Jack Novak, o guitarrista da banda britânica do momento, os Bitters, que, desde o início do milénio, assina álbuns que são clássicos instantâneos. Entretanto, em Lisboa, David Almodôvar é um publicitário caído em desgraça porque “ousou”, no exercício do seu hobbie – a crítica musical – julgar negativamente a fadista

Toiros Amadores de Évora assinalam 50 anos a pegar toiros

O

Grupo de Forcados Amadores de Évora fez a sua estreia em 11 de agosto de 1963, na Praça de Touros do Redondo, tendo os seis toiros do ganadeiro Manuel Lampreia, de Aljustrel, sido pegados por João Patinhas, Estevão Lencastre, Evaristo Cutileiro, Luís Rui Cabral/João de Saldanha (cernelha), Francisco José Abreu e Manuel Ramos de Figueiredo. Três cabos sucederam o pioneiro João Patinhas, sendo João Pedro Oliveira

do momento. A crise económica do País agudiza-se e o “mau nome” do publicitário traduz-se numa proposta de indemnização atraente, o início de um processo de psicanálise e, claro, no tédio que se instala. Vera, a suposta “mulher da vida” de Almodôvar, também não se sente bem amada e escreve-lhe uma bela carta de desaparecimento. São dois, pois, os supostos desaparecidos deste romance e Novak, aquele que tem maior notoriedade internacional, é aquele acaba por ser o mais fácil, pelo menos para o crítico musical, de encontrar. O romance tem ritmo, é bem escrito e lê-se de um fôlego. De resto, Camacho tem mundo – o romance ganha mais densidade precisamente quando recorre à sua paixão pela história e pela atualidade política – mas contenção suficiente para não abusar, em geral, do recurso às referências, musicais, geográficas, políticas, que dão vivacidade a A última canção da noite. Maria do Carmo Piçarra

(1989-2001), João Pedro Rosado (2001-2008) e Bernardo Patinhas (2008-2011). Neste momento é António Alfacinha, conceituado forcado de caras, que comanda os destinos do Grupo da Cidade Museu. A tradicional corrida de São Pedro, que se realiza amanhã, sábado, pelas 21 e 30 horas, na Arena de Évora, assinalará este ano o 50.º aniversário da fundação do Grupo de Forcados Amadores de Évora. O histórico grupo eborense terá pela frente o desafio de pegar sete toiros da ganadaria Pinto Barreiros, “a mãe” das ganadarias portuguesas. Este dia de festa, em que muitos dos forcados antigos que marcaram várias gerações dos amadores de Évora irão voltar a envergar a jaqueta da ramagens, começa com uma missa de Ação de Graças pelos 50 anos que o Grupo de Forcados Amadores de Évora completa este ano na Igreja de São Brás, em Évora, pelas 11 e 30 horas. Vítor Morais Besugo

www.diariodoalentejo.pt


30 Diário do Alentejo 28 junho 2013

Os últimos dias do festival Sulinidades

Termina este fim de semana no Parque da Cidade de Beja o festival Sulinidades. Para esta noite, concertos com Cantigas do Baú e Terraza. Amanhã, 29, atuam os Ho Chi Minh e os Lvnae Lumen. E no domingo, a encerrar o programa, Ruben Baião. Todas as noites há música eletrónica pela noite dentro. Os concertos começam sempre às 22 horas.

Fim de semana

Terras Sem Sombra no asteroide B612

Crianças do litoral recriam O Principezinho

Iris mostram último álbum no Pax Julia Os “moces marafades da Fuseta” estão de regresso a Beja, ao Pax Julia, para um concerto de apresentação do seu oitavo álbum. O espetáculo está agendado para amanhã, sábado, pelas 21 e 30 horas. As entradas custam oito euros. A banda algarvia foi criada em 1979 e, em 1995, ofereceu ao público o seu primeiro longa duração “Vão dar banho ao cão”. Roqueiros de primeira água, os Iris atravessaram um longo período de incerteza com a doença do seu vocalista e guitarrista Domingos Caetano, mas agora estão de regresso com o oitavo trabalho discográfico.

Paulo Ribeiro, Os Azeitonas e Toy em Ferreira Começa hoje, no Parque de Exposições e Feiras de Ferreira do Alentejo, a XV Feira Nacional da Água e do Regadio. A par do vasto programa temático e das exposições relacionadas com o evento, a câmara preparou uma agenda de espetáculos para animar as noites do certame. Hoje, sexta-feira, é dia de o cantautor bejense Paulo Ribeiro subir ao palco. Amanhã tocam Os Azeitonas, seguidos dos Dj Christian F e Seven. A noite de encerramento está a cargo do cantor popular Toy.

Richie Campbell, Áurea e Dário em Castro Está fechado o cartaz das Festas da Vila 2013 que, de 28 a 30, animam o Largo da Feira, em Castro Verde, em honra do padroeiro São Pedro. Hoje à noite sobe ao palco Richie Campbell, nome de referência do reggae português. Amanhã, sábado, é a vez da cantora Aurea apresentar, a partir das 23 e 30 horas, o seu último álbum, “Soul Notes”. As Festas da Vila encerram no dia 30 com um concerto do cantor Dário, natural de Castro Verde, que se destacou em 2009 por ter lançado um disco de tributo ao seu ídolo (Tony Carreira).

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espertar novos olhares sobre a cultura e as questões ambientais foi o grande desafio proposto pelo Festival Terras Sem Sombra às escolas das freguesias de Melides, Carvalhal e Comporta. Quase meio milhar de crianças, entre os três e aos 10 anos, corresponderam, durante este ano letivo, ao projeto centrado no musical O Principezinho, de Victor Palma, adaptação da obra de SaintExupéry, um trabalho com abrangência nas áreas das artes e da educação ambiental. A estreia terá lugar amanhã, 29, às 21 e 30 horas, no recinto de feiras do Carvalhal, sendo os atores e os figurantes os próprios alunos, dirigidos pelo maestro Nuno Lopes, do Teatro Nacional de São Carlos, e acompanhados pelo Coro Juvenil de Lisboa. A direção coreográfica é de Maria Luísa Carles,

da Companhia Nacional de Bailado. Esta iniciativa solidária surgiu como uma experiência vocacionada para a dinamização da comunidade escolar na vertente artística. “Com o gosto e a disciplina transmitidos pelo ensino da música – salienta Nuno Lopes –, as crianças ligam-se ao canto, aos instrumentos, ao movimento e, finalmente, ao espetáculo em si.” A escolha recaiu na célebre obra de Antoine de Saint-Exupéry pois, como explica Victor Palma, “tal como a história do Principezinho, um menino que vive sozinho com a sua rosa no asteroide B612, nos deixa a mensagem de que ‘o essencial é invisível aos olhos’, também nós, através deste projeto, pretendemos demonstrar às crianças e à população local que a cultura e o ambiente são fundamentais para o desenvolvimento de uma

sociedade, e que o seu comportamento e práticas sustentáveis tem repercussões evidentes nestas duas áreas tão sensíveis”. O projeto espelha também a dimensão pedagógica que é conferida ao Festival Terras Sem Sombra pela entidade organizadora, o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, enquanto fator de inclusão cultural no campo da música. Segundo José António Falcão, diretor-geral, “a responsabilidade social não se cinge às questões relacionadas com a salvaguarda da biodiversidade, de que o festival é um grande impulsionador; há que ir mais longe e, através deste projeto, pretendemos alargar a nossa atuação e garantir o acesso de muitas crianças à cultura e, particularmente, à música – ou seja, estamos a preparar os públicos do futuro”.

Arraias em Vidigueira e marchas em Odemira Esta noite, a partir das 21 e 30 horas, há desfile de marchas populares em Odemira. O encontro, que reúne cinco diferentes marchas daquele concelho, está agendado para o Cerro do Peguinho. Já em Vidigueira há amanhã, 29, arraial e marchas por São Pedro. Os marchantes partem em desfile pelas 20 e 30 horas do largo da Cascata e chegam à praça Vasco da Gama, cerca de uma hora depois.


31 Diário do Alentejo 28 junho 2013

Sondagem revela que autarcas da região admitem engolir documento comprometedor para fugir a buscas da polícia desde que possam barrá-lo com manteiga de alho. Beja: Depois da “inauguração” das Portas de Mértola, destaque para a “abertura” do Castelo de Beja e “fundação” do Regimento de Infantaria 3. facebook.com/naoconfirmonemdesminto

Compras mais caras no interior levam alentejanos a fazer compras de propósito ao Porto Um estudo da Deco revelou que zonas do interior do País, como Bragança, Guarda e Beja, são mais caras na hora de ir ao supermercado, quando comparadas com Lisboa e Porto. “A Não confirmo, nem desminto” saiu à rua e foi perguntar aos alentejanos como é que ultrapassavam estas dificuldades: “É muito simples,” – explicava Gertudes Aforro – “o melhor é pegar no carro e ir diretamente a Lisboa. Mesmo com o preço dos combustíveis, portagens, imposto único de circulação, imposto para respirar oxigénio e o desgaste da viatura, compensa. A diferença é tão grande que agora até sobra dinheiro para cometer pequenas loucuras, como comprar gás e pagar uma ou outra conta. Costumo utilizar o simulador da DECO para ver onde é mais barato, e em Beja não compensa nada! Geralmente esta entidade sugere um cabaz de compras económico, um normal e um delux, mas em Beja as únicas opções são os cabazes assalto, saque e sodomia financeira”.

Miguel Góis não integra recandidatura do PS à Câmara de Beja: autarquia quer homenagear vereador rebatizando a rua Luiz de Camões de Michael Góis Street A notícia chegou através da rede social Facebook – Miguel Góis anunciou que não iria integrar a recandidatura do PS à Câmara de Beja por motivos de ordem pessoal. Desconsolado com a decisão, Pulido Valente decidiu homenagear o seu vereador atribuindo o nome de Michael Góis Street à rua Luiz de Camões. Mas a polémica sobre a toponímia da cidade, ao que parece, não irá ficar por aqui, já que outras ruas serão rebatizadas em inglês em homenagem ao idioma tão caro ao vereador Góis: o bairro Miramortos será o “I see dead people neighbourhood”; o bairro do Pelame será o “Fur District”; a rua das Portas de Moura será a “Doors of Sherazade Street”; e a rua 1.º de Dezembro será a “Kicking Spanish Ass Street”. (“A Não confirmo, nem desminto” gostaria de agradecer ao tradutor do Google o facto de ter patrocinado esta notícia. Fankiu veri mach!)

Inquérito Inquérito: Tem acompanhado as manifestações no Brasil?

Adelino Carrapiço, heterónimo alentejano de Pessoa, numa das suas raras aparições públicas

Exclusivo mundial “Não confirmo, nem desminto”: descobrimos o heterónimo alentejano de Fernando Pessoa! Passaram 125 anos sobre o nascimento de Fernando Pessoa e a “Não confirmo, nem desminto” não quis deixar de se associar a este acontecimento. Para tal, anunciamos, nesta página, num exclusivo mundial, e também em São Marcos da Ataboeira, a descoberta de mais um heterónimo pessoano: chama-se Adelino Carrapiço, é agricultor, vidente e apreciador de caldo de bacalhau. Este lado mais rural de Pessoa evidenciou-se em inúmeros manuscritos, misturados com raspadinhas e cautelas da lotaria popular, descobertos num bloco de notas que o poeta deixou num piquenique realizado algures em Portel. A poesia de Adelino Carrapiço revela alguns traços singulares, como a ligação à natureza, à comida, dons premonitórios e a aptidão natural para trazer o Alentejo no coração, como se pode observar no texto seguinte: Sou um simples rapaz do campo… Não gosto de água, sou de sequeiro. ‘Tou sossegado, não quero complicações… Comendo uns ovos com ervilhas, Evito a praia por causa dos escaldões, É isso, e a areia nas virilhas. Às vezes passam-me coisas pela cachimónia, Descobrir o Quinto Império e assim… Não sei o que é que se passa comigo, Fico cá num frenesim! Até parece que tenho outras pessoas dentro de mim. Ou então é capaz de ser gases… Um Ricardo, um Alberto e um Álvaro, Não devem ser maus rapazes. Tenho vontade de descobrir o mundo, Fico mesmo almariado! Mas a minha Maria, muito a preceito, Diz-me “pssshhttt, ‘tá quieto, Deixa-te estar mas é sossegado”.

LUISINHA MALMEQUER, 25 ANOS, Fashion adviser Tenho acompanhado, e deixe-me que lhe diga que acho super bem. O Brasil está na moda, e estes protestos estão super na moda, ao contrário dos protestos na Turquia, que estão completamente ultrapassados… São tãããããããããããõooooooo primeiro semestre de 2013! Aconselho a Dilma a rever as suas posições e a renovar a sua imagem: no lugar dela optava por um visual mais simpático, algures entre a Dona Xepa e o Sassi Pereira, ou assim…

LAURINDO JARDEL, 68 ANOS Pessoa que acha que o Brasil precisava de um Sinhozinho Malta em cada esquina O povo brasileiro faz muito bem! Tem de sair à rua para mandar a Dilma Coelho embora! E a seguir era mandar o Aníbal Cavaco Tony Ramos embora e a troika p’ró caraças, que eles não aguentam aquele crescimento económico todo… E àquele ministro das finanças, o Michel Teló Gaspar, também era deportá-lo para Casével… Estou a fazer uma grande confusão? É a última vez que bebo guaraná fora do prazo…

LUIZ FELIPE SCOLARI, 64 ANOS Selecionador brasileiro e pessoa que tem um franchising da Nossa Senhora do Caravaggio Eu entendo a posição do povo brasileiro. Acho qui tem toda a razão. Não é justo pagar tanto djinheiro para o futchibou quando o paíssse precisa dji tanta coisa. Eu tenho dji assumir que eles mi pagam bem djimaissse. Com o que eu recebo dava para pagá ao melhor treinador do mundo em termos de relação qualidadji/preço: o meu amigo Murtosa – dois jogos pela seleção portuguesa, duas vitórias! Nem o Guardjiola faz melhó. Eu posso ficar por aqui, mas só para defender os mininos…


Nº 1627 (II Série) | 28 junho 2013

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nada mais havendo a acrescentar... Afrontamentos Os estrogénios vão morrendo como abelhas cansadas. Mês. Pausa. Vem do grego. E ela vê-se grega para aceitar que o tempo lhe faça isto. Esta atrofia, esta secura, esta impaciência, esta insónia, este calor, esta palpitação, este desassossego. As amarguras atacam todas ao mesmo tempo como se fossem lacraus zangados com o mundo, como se fossem cadelas com saudades do cio. Já que é assim devia haver esquecimento. O corpo devia olvidar-se do que foi, do que queria, do que teve, do que não teve. Devia esquecer-se da primeira noite, da segunda noite, daquela noite e da outra noite que engoliu o dia e era já manhã quando adormeceram, da absoluta

perdição, do encantamento, da fricção da carne, da outra parte de si, da humidade das púbis, do desejo saciado à dentada, das línguas sorvidas como gelados de baunilha, dos lábios desdobrados em mil, das mãos fugidias dos braços da vergonha, dos braços atracando o suor, dos peitos apontados à luz dos olhos, dos olhos semicerrados, dos umbigos que se tocam, das pernas encaixadas, das bocas cheias de palavras escorregadias, dos dedos como colibris com unhas famintas à procura de doce, do mundo que se calava e dormia feliz nos braços da noite. O tempo devia vir provido de uma esponja que apagasse as memórias que a carne tem. Vítor Encarnação

quadro de honra

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As previsões para hoje, sexta-feira, apontam para céu limpo e temperaturas entre os 18 e os 38 graus centígrados. O céu deverá manter-se limpo no sábado e no domingo.

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Marchas populares em Ourique

António Ferreira Lopes, 55 anos, natural de Vila Verde de Ficalho É “professor de profissão, músico autodidata e aprendiz de contador de histórias, por devoção”. Licenciado em Ensino de Português e Francês e mestre em Estudos Portugueses pela Universidade Aberta, dinamizou atividades culturais na Biblioteca-Museu de Vila Verde de Ficalho, onde, na recolha de poesia popular, trabalhou com Francisco Valente Machado e conheceu Michel Giacometti. Leciona a disciplina de Português na EB 2,3 Abade Correia da Serra, em Serpa.

António Ferreira Lopes lança dissertação de mestrado

“Resgatar os contos da avó”

A

ntónio Ferreira Lopes publicou recentemente, com a chancela da editora Colibri, parte da sua dissertação de mestrado, sobre os contos populares da Adiça, “um livro de matéria-prima pura e que escancara as portas da oficina: explica detalhadamente como se fez”. Publicou recentemente parte da sua dissertação de mestrado com o título Contos Populares da Adiça. Quais as razões que o levaram a escolher esse tema para a sua tese?

As razões desta escolha são muito do domínio dos afetos. Tive a sorte de ter em criança uma avó disponível, que nos contava histórias. Mais tarde, após a sua morte, na roda dos familiares, comentávamos, com mágoa, o facto de não sabermos alinhavar os seus contos. A motivação intrínseca à recolha foi, em primeira instância, essa demanda dos contos da avó, para suprir uma lacuna familiar. Já durante a frequência da parte curricular do mestrado em Estudos Portugueses Interdisciplinares aproveitei algumas recolhas que tinha, como corpus de trabalhos de avaliação dos módulos do curso. PUB

Como decorreu o processo de recolha?

A maior parte da recolha decorreu em 1999 e 2000. Foi feita a partir de uma lista que integrava o nosso dossiê de informantes, fruto do conhecimento do meio e do trabalho de recolha de poesia, realizado na Biblioteca-Museu. A esta carteira acrescentámos familiares e vizinhos, nossos e dos alunos. As crianças foram importantes, com a sua presença no ato das entrevistas, uma vez que eram os ouvintes dos contadores de histórias. Os textos foram obtidos a partir de alguns manuscritos de alunos e familiares, mas na maioria foram gravados em fita magnética. A recolha integra ainda um vídeo gentilmente cedido pelos professores António Monge e Josefa Carrasco e pela antropóloga Fernanda Soares, gravado nos anos oitenta, bem como 13 contos recolhidos, em manuscrito, por Francisco V. Machado, nos anos 50, 60 e 80. Afirma que este é “um livro interessante para a comunidade científica e académica de diferentes áreas”. Em que medida?

Os primeiros estudiosos desta

matéria ocupavam-se sobretudo da génese do conto, com a descoberta do que supunham ser “o texto original”. Hoje em dia prevalece o estudo da sua forma, da sua utilidade e do seu significado e por isso se têm constituído como objeto de estudo de diferentes disciplinas, como a Psicologia, a Linguística, a Literatura ou a Antropologia. O psicólogo freudiano Bruno Bettelheim, por exemplo, explica muito bem na sua obra Psicanálise do Conto de Fadas como estas narrativas são importantes para ajudar as crianças a “crescer”, fornecendo-lhes, de forma velada, soluções satisfatórias para a resolução dos seus conflitos interiores e favorecendo a sua integração social. Durante a parte curricular do mestrado, fiz um estudo, no âmbito da Análise do Discurso, que cedi a um professor para apresentar numa universidade canadiana, no qual demonstrava que, para o mesmo conto, era maior a eficácia do discurso do texto oral, contado pelo contador tradicional X, do que o do texto escrito, narrado pelo escritor Y num livro de histórias para crianças. Nélia Pedrosa

A Câmara de Ourique promove amanhã, sábado, Dia de São Pedro, um desfile de marchas populares, a partir das 21 e 30 horas, na avenida 25 de abril. As marchas contarão com a participação de todas as freguesias do concelho de Ourique, explica a autarquia, referindo que o desfile terá como convidada a Marcha Popular do Centro Republicano de Aljustrel. Segundo a autarquia, a animação terá início às 18 horas, com um barraquinha de comes e bebes, dinamizada pela Associação de Pais de Ourique, e após o desfile haverá música com Filomena Raposo.

Pax Julia Metal Fest em novembro Já são conhecidos os primeiros nomes do cartaz do Pax Julia Metal Fest, que se realizará a 9 de novembro, após alguns anos de interregno. Lvnae Lvmen (Beja) e Cruz de Ferro (Torres Novas) são, assim, os primeiros nomes anunciados. O evento vai acontecer na Casa da Cultura, local onde se estreou em 2009.

Feira da Ladra anima Grândola A Feira da Ladra, onde “basta aparecer e expor as tralhas”, realiza-se mensalmente, em Grândola. Amanhã, sábado, 29, o largo Catarina Eufémia, a partir das 9 horas, volta a encher-se de vendedores. E são muitos os objetos usados, com as mais variadas características, que vão estar em exposição. A Feira da Ladra de Grândola permite ainda aos jovens artesãos um espaço para mostrar e venderem os seus trabalhos. A organização encontra-se a cargo da câmara local.

Nova campanha Turismo do Alentejo A Turismo do Alentejo, ERT lançou a campanha de marketing operacional “Alentejo 365 Dias de Emoção”, cujo objetivo é promover a oferta ao nível da animação turística do destino. Inspirada nas emoções/ /experiências que os turistas podem vivenciar, a campanha comunica os múltiplos produtos que podem ser fruídos ao longo de todo o ano, dinamizados pelos agentes e empresas de animação.


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