Diário da Cuesta
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ANO III Nº 733 TERÇA-FEIRA , 14 DE MARÇO DE 2023
NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU
ANO III Nº 733 TERÇA-FEIRA , 14 DE MARÇO DE 2023
O saudoso Príncipe dos Poetas
Brasileiros, PAULO BOMFIM, fez a POESIA DE BOTUCATU!
É registro histórico e caminho para o futuro�”!
Na foto, na capital paulista, visita histórica à Biblioteca Municipal "Poeta Paulo Bom m"
A poesia de PAULO BOMFIM a homenagear a cidade de Botucatu – EU VOU PRA BOTUCATU ! -, tornou-se a oração de amor à cidade dos BONS ARES E DAS BOAS ESCOLAS!
Verdadeiramente é um privilégio: o saudoso Príncipe dos Poetas Brasileiros homenageando Botucatu, em 2001, com a poesia EU VOU PRA BOTUCATU e escrevendo a carta de 1993, na qual o poeta exalta a nossa cidade.
Nasceu na Capital, em 1926 e faleceu em 2019, tendo recebido inúmeros prêmios, com destaque para o Prêmio Juca Mulato, em 1981. PAULO BOMFIM pertenceu à Academia Paulista de Letras e produziu extensa obra: Transfiguração (1951), Relógio do Sol (1952), Cantiga do Desencontro e Poemas do Silêncio (1954), Armorial (1954), Quinze anos de Poesia e Poema da Descoberta (1958), Sonetos (1959), Colecionador de Minutos e Ramo de Rumos (1961), Antologia Poética (1962), Sonetos da Vida e da Morte (1963), Tempo Reverso (1964), Canções (1966), Poemas Escolhidos (1973), Praia de Sonetos (1981), Sonetos do Caminho (1983), Súdito da Noite (1992), 50 Anos de Poesia (1999), Sonetos e Aquele Menino (2000), O Caminheiro (1991), Tecido de Lembranças (2004), Rituais (2005), Janeiros de Meu São Paulo (2006) e Cancioneiro (2007).
Particularmente, trago boas lembranças de Paulo Bomfim. Ainda calouro da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco tive a oportunidade de conhece-lo... Através de meu padrinho no jornalismo – o saudoso jornalista Arruda Camargo -, participei no final dos anos 60 de reunião na casa do poeta, quando fui por ele apresentado à “verdadeira instituição cultural” que era Aureliano Leite e para a “lenda viva”, o “Tribuno da Revolução Constitucionalista”, Ibrahim Nobre... Imaginem o que isso significou para um jovem estudante “botucudo” que chegava à capital cheio de sonhos e encontrava, de uma só vez, “os referenciais maiores da alma paulista...”
Em suas palavras, o seu retrato:
“Procuro renascer todos os dias. Não concordo em morrer vivo. Sou um rebelde de paletó e gravata, um grão que teima em não virar massa, um pássaro que persiste no canto dentro da gaiola dos horários. Gosto de morar em pessoas, de falar dialetos de ternura e de dar asas a tudo o que me cerca. Creio na alquimia de certos encontros e que a eternidade é uma questão de garra e de graça...”
Assim foi o poeta... (AMD)
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
EU VOU PRA BOTUCATU
À PROCURA DE BONS ARES, EM BUSCA DAQUELAS NOITES
ONDE O SONO VAI CHEGANDO COM SABOR DE SERENATA.
EU VOU PRA BOTUCATU
PARA REVER A SAUDADE DE ALCEU MAYNARD DE ARAÚJO
E IBIAPABA MARTINS.
E OUVIR ZALINA ROLIM
CONVERSAR NA TARDE CALMA COM SEU GATINHO “CETIM”.
EU VOU PRA BOTUCATU
PEDIR BÊNÇÃO A D. ZIONI, LEMBRAR ALCIDES FERRARI, ABRAÇAR A PEDRO CHAVES, JOGAR TÊNIS COM AGNELO, CAMINHAR COM PAGANINI
E OUVIR OS CASOS CABOCLOS
DE UM PROFESSOR DE GINÁSTICA
CHAMADO CORNÉLIO PIRES.
EU VOU PRA BOTUCATU
À PROCURA DE MIM MESMO, DAS LEMBRANÇAS QUE CARREGO EM BAGAGENS ANDARILHAS, DESSA ROSA DE TERNURA
QUE TROUXE EM MINHA LAPELA.
E UM DIA QUANDO A SAUDADE
ENCILHAR O MEU CAVALO, EU TELEFONO AO MARINS, PEÇO AO HERNÂNI DONATO
O MAPA DO PEABIRU,
E GALGAREI ESSAS SERRAS
REPETINDO NAS QUEBRADAS: - EU VOU PRA BOTUCATU!
Como diz uma canção, "receba as rosas que te dou".
Hoje me lembrei de duas ocasiões que ganhei rosas.
A primeira foi do meu primeiro namorado, que é amigo de toda vida.
Não foi uma rosa roubada de algum jardim, nem uma rosa natural e vermelha.
Era uma rosa cor de rosa, e era para ser eterna. Era de plástico e ficou muito tempo guardada, naquela caixa das memórias, que nós , mocinhas românticas, tínhamos guardadas no baú, junto com o enxoval que as mães , juntavam as nossas peças, compradas dos mascates, roupas de cama, toalhas de mesa, finamente bordadas, vindas da Ilha da Madeira, acondicionadas com saches perfumados, e um saquinho de bolinhas de naftalina.
Essa rosa ficou eternizada na minha memória, claro!
A outra, dessa vez um lindo botão de rosa vermelho natural, cuidadosamente acondicionado em uma redoma de vidro, com todo cuidado para mantê-la viva, veio-me pelos Correios, lá do Rio Grande do Sul, carinhosamente, enviada, pelo primeiro namorado virtual.
Um gaúcho de Poá, piloto da Varig, o Fernando, um homem muito bonito, moreno, alto, que mandava e-mails de LAX (Los Angeles), Frankfurt, Roma
E lá do Vaticano, Fernando enviou-me um lindo terço, cujas contas eram pequeninas rosas, feitas de pétalas de rosas maceradas pelas freiras , em sua cruz, traz um pouquinho da terra das catacumbas, onde estão enterrados os mártires.
Foi bento pelo Papa João Paulo II, naquelas audiências que os Papas dão aos fiéis visitantes.
Ao suste-lo em minhas mãos, sinto que ainda exalam o perfume das rosas.
Minha mãe, Yolanda, tinha uma linda concha de madrepérola, com um fecho dourado, onde guardava cuidadosamente sobre um chumaço de algodão , pétalas de rosas vermelhas.
Tinham uma linda estória, pois tinham se materializado numa sessão espírita e eram um verdadeiro milagre.
Quem assistiu a "A Bela e a Fera" e não se emocionou ?
Acho uma das mais lindas estórias, com uma belíssima música.
A Bela chega ao castelo da fera, passando por um jardim das mais belas rosas, mas cercado por um emaranhado de espinhos pontiagudos. No decorrer da estória os espinhos vão desaparecendo, o ar tenebroso do castelo abandonado some e a luz vai se espalhando, com a magia do amor.
A cena das pétalas da rosa na redoma, representando a vida da fera, caindo uma a uma, enquanto se humaniza através do amor, minuto a minuto sua vida se esvai como as areias caindo pela ampulheta.
Até que ao defender a Bela numa luta, a fera ferida de morte, finalmente se transforma no príncipe, o ser perfeito que estava adormecido. Representou com toda sua magnitude: a luta do ser humano em busca da sua ascensão.