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"Receba as rosas que te dou"

Maria De Lourdes Camilo Souza

Como diz uma canção, "receba as rosas que te dou".

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Hoje me lembrei de duas ocasiões que ganhei rosas.

A primeira foi do meu primeiro namorado, que é amigo de toda vida.

Não foi uma rosa roubada de algum jardim, nem uma rosa natural e vermelha.

Era uma rosa cor de rosa, e era para ser eterna. Era de plástico e ficou muito tempo guardada, naquela caixa das memórias, que nós , mocinhas românticas, tínhamos guardadas no baú, junto com o enxoval que as mães , juntavam as nossas peças, compradas dos mascates, roupas de cama, toalhas de mesa, finamente bordadas, vindas da Ilha da Madeira, acondicionadas com saches perfumados, e um saquinho de bolinhas de naftalina.

Essa rosa ficou eternizada na minha memória, claro!

A outra, dessa vez um lindo botão de rosa vermelho natural, cuidadosamente acondicionado em uma redoma de vidro, com todo cuidado para mantê-la viva, veio-me pelos Correios, lá do Rio Grande do Sul, carinhosamente, enviada, pelo primeiro namorado virtual.

Um gaúcho de Poá, piloto da Varig, o Fernando, um homem muito bonito, moreno, alto, que mandava e-mails de LAX (Los Angeles), Frankfurt, Roma

E lá do Vaticano, Fernando enviou-me um lindo terço, cujas contas eram pequeninas rosas, feitas de pétalas de rosas maceradas pelas freiras , em sua cruz, traz um pouquinho da terra das catacumbas, onde estão enterrados os mártires.

Foi bento pelo Papa João Paulo II, naquelas audiências que os Papas dão aos fiéis visitantes.

Ao suste-lo em minhas mãos, sinto que ainda exalam o perfume das rosas.

Minha mãe, Yolanda, tinha uma linda concha de madrepérola, com um fecho dourado, onde guardava cuidadosamente sobre um chumaço de algodão , pétalas de rosas vermelhas.

Tinham uma linda estória, pois tinham se materializado numa sessão espírita e eram um verdadeiro milagre.

Quem assistiu a "A Bela e a Fera" e não se emocionou ?

Acho uma das mais lindas estórias, com uma belíssima música.

A Bela chega ao castelo da fera, passando por um jardim das mais belas rosas, mas cercado por um emaranhado de espinhos pontiagudos. No decorrer da estória os espinhos vão desaparecendo, o ar tenebroso do castelo abandonado some e a luz vai se espalhando, com a magia do amor.

A cena das pétalas da rosa na redoma, representando a vida da fera, caindo uma a uma, enquanto se humaniza através do amor, minuto a minuto sua vida se esvai como as areias caindo pela ampulheta.

Até que ao defender a Bela numa luta, a fera ferida de morte, finalmente se transforma no príncipe, o ser perfeito que estava adormecido. Representou com toda sua magnitude: a luta do ser humano em busca da sua ascensão.

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