Edição 274

Diário da Cuesta NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

ano I Nº 24

SEXTA-FEIRA, 24 de setembro de 2021

Botucatu tem registrado um BULLYING POLÍTICO que ficou marcado na história da cidade: o então Prefeito Municipal (1963/68), Joaquim Amaral Amando de Barros, empresário bem sucedido que havia construído o nosso primeiro Arranha-Céu – o Peabiru Hotel – teve encerrada sua carreira política por verdadeiro e implacável “bullying político”: desmontou todo o Jardim da Praça Cel. Moura (Largo do Paratodos) e construiu moderno jardim, com muito concreto, projeto do arquiteto botucatuense Nadir Mezerani. A população não perdoou. Já havia feito o Portal das Três Cruzes (de concreto) no Cemitério e os iglus na avenida Dom Lúcio (de concreto)... Na sua sucessão, nem a escolha de um vereador campeão de votos evitou a derrota para um adversário desconhecido... Nunca mais participou de atividades políticas...

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Criança na escola aos sábados!

Para reforço, cultura, lazer e diversão. Boa Botucatu.

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Diário da Cuesta

A R T I G O AS MARAVILHOSAS GRUTAS FRASSASSI Marcelo Delmanto Uma das visitas que fiz no tempo em que eu morava na Itália, mais precisamente em Perugia, na região da Umbria, foi uma excursão que fiz com a Universidade às Grutas de Frassassi.

As Grutas de Frassassi, (em italiano, Grotte di Frasassi) são uma rede de cavernas carsticas italianas que se encontram no interior do parque natural regional da Gola della Rossa e de Frasassi (Parco naturale regionale della Gola della Rossa e di Frasassi) no município de Genga (província de Ancona e região das Marcas).

As grutas foram descobertas em 28 de junho de 1948 quando alguns componentes do grupo espeleológico de Ancona descobriram a entrada da primeira gruta, chamada “Gro�a del Fiume”.

Foram descobrindo-se outras cavidades da mesma rede até que, em 25 de setembro de 1971 o grupo espeleológico CAI de Ancona descobriu a “Gro�a Grande del Vento”; o equipamento não lhes permitiu descer até base da cavidade, e calcularam a altura lançando uma pedra e medindo o tempo de queda, com o que calcularam 100 metros. Posteriormente dotaram-se de equipamento adequado e exploraram o imenso espaço que foi chamado “Abisso Ancona” (abismo Ancona) em honra da cidade dos descobridores.

A no�cia da descoberta difundiu-se através dos jornais e é a partir de então que começou a fama entre o grande público das Grutas de Frasassi.

Este “Abisso Ancona” tem uma extensão de 180 x 120m e de

200 metros de altura e é tão grande (mais de dois milhões de m³ - metros cúbicos) que em seu interior poderia conter a Catedral de Milão .

As descobertas sucederam-se ao longo dos anos e foram explorados outros ambientes mais ou menos acessíveis. Até o momento o complexo de cavernas de Frasassi tem um comprimento a mais de 30 Km, mas somente são visitados 1,5 Km. No interior a temperatura mantém-se constante ao longo de todo o ano, em 14º Celsius.

Em 1º de setembro de 1974 parte das grutas abriram-se ao público e são uma das maiores atrações turísticas das Marcas, estimando-se em mais de 10 milhões de visitantes.

E é por isso que fomos visitá-las.

A parte visitável tem uma passarela de concreto para facilitar o passeio sem necessitar de nenhum tipo de equipamento. Porém, existe ainda uma grande parte das Grutas que ainda estão sendo exploradas, mas por especialistas com cuidados e equipamentos corretos específicos para tal atividade.

Uma grande surpresa se tem já na entrada, pois a grandiosidade da primeira cavidade é de arrepiar.

Ao longo das visitas, além das formações minerais mais fáceis de serem encontradas em cavernas, as estalactites pendem do teto na forma de cones pontudos e as estalagmites têm aspecto parecido, mas crescem no sentido contrário, do chão para cima; encontram-se outras formações que se assemelham a cortinas que descem do teto da caverna.

A iluminação foi estrategicamente instalada, isto é, as pequenas luzes de LED, de variadas cores, permite que as formações no interior das grutas as reflitam de maneira que as tornam maravilhosas.

A parte das Grutas Frassassi onde não se pode ir, segundo o que nos foi explicado, após estudos dos geólogos, também serão abertas ao público.

Sendo assim, visitas futuras permitirão conhecer mais das Grutas Frassassi, e quem sabe até a sua totalidade.

Todos os que fizeram essa visita ficaram maravilhados. Alguns amigos meus que não tinham ido, depois que souberam quão maravilhosa foi a visita, arrependeram-se de terem perdido essa oportunidade e, curiosamente, só o fizeram por causa do tempo meio fechado que estava fazendo nesse dia.

A Università per Stranieri di Perugia, tinha iniciativas como essas, ou seja, faziam visitas guiadas para as atrações mais famosas e também as regionais que não eram tão conhecidas do público em geral.

EXPEDIENTE

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

NA DEFESA DO MEIO AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

WEBJORNALISMO DIÁRIO

Contato@diariodacuesta.com.br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

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Diário da Cuesta

ARTIGO

AS ÁGUAS PEDEM SOCORRO

Nando Cury

O momento é de poupar um elemento vital: a água. Segundo a Sabesp enfrentamos a maior seca em 91 anos.

As represas de Guarapiranga (1908) e Billings (1925) em São Paulo, foram muito importantes para o abastecimento da cidade. Mas, a ausência de políticas claras de uso e ocupação do solo, permitiu a proliferação de loteamentos clandestinos com despejos de esgoto nessas águas.

Além de providências para saneamento dessas fontes, a Sabesp teve que desenvolver outras alternativas. E conta hoje com um conjunto de sete grandes sistemas de captação e tratamento de água para abastecer a região metropolitana de São Paulo e cidades vizinhas: Rio Grande na Billings, Cantareira, Alto Cotia, Guarapiranga, o Rio Claro, Alto Tietê, Ribeirão da Estiva e o São Lourenço. Na média, estão atualmente com menos de 50% de sua capacidade.

Falando de rios, recordo emocionado, e quem não se encantou, com as aulas de geografia do Cursinho Objetivo do Professor Paulo Kobayashi. Tento lembrar da poderosa voz do Koba, naquelas suas bem ilustradas aulas sobre a Bacia Hidrográfica Brasileira, onde ele arrasava. - “Ao Nooorte. A Bacia Amazônica com o maior rio do mundo, em extensão, largura, profundidade e vazão de água. No Ceenntro, e tomando a direção do nooorte do país, a Bacia Araguaia-Tocantinnnns. Nascendo na Serra da Canassstra em Minas Gerais, o Rio São Francisco que vai em direção ao Sertão Nordestiiino. Situada no cennntro-oeste, nos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a Bacia do Rio Paraguai e seus afluentes alimentam a rica vida da área do Pantanallll. Recebendo as águas do Rio Paraguai, a Bacia do Rio Paraná tem o maior potencial hidrelééétrico da América do Sul, com Usinas como Furnas e Itaipu. E, lá no extreeemo sul, forma-se a Bacia do Rio Uruguai que libera suas águas para o Oceano Atlânnntico.”

Pena que num país tão rico de fontes, rios, riachos e espaços fechados d’água (lagos e lagoas), tem-se tão pouco cuidado com eles. E diretamente para com os seres vivos que poderiam viver dentro deles. São Paulo, quando fundada era conhecida como Piratininga, que em tupi-guarani, significa presença abundante de pira, que é peixe. Os paulistanos não veem, não sabem da existência de muitos de seus rios

e córregos. Estima-se que cerca de 400 já tiveram seus cursos naturais retificados, ou foram canalizados, correndo tampados em galerias subterrâneas, sumindo sobre as pistas de asfalto.

São os casos do rio Anhangabaú sob o vale do mesmo nome, o rio Saracura, sob a Av. 9 de Julho e ruas do Bixiga, do córrego Água Espraiada sob a Avenida Roberto Marinho, do rio Pirajuçara sob a Avenida Eliseu Almeida e do rio da Mooca sob a Av. Anhaia Melo. Os rios Ipiranga, Tamanduateí e o córrego das Corujas, na Vila Madalena, ainda possuem pequenos trechos a céu aberto. Há tempos, ouvimos que vão realizar a limpeza e a revitalização dos tão poluídos e históricos rios Pinheiros e Tietê.

O Rio Piracicaba, com sua bela cachoeira, que já foi um local muito agradável para se degustar um peixe assado em família, também mereceria ser recuperado.

Estendo este apelo em nome de todos os rios, lagos, lagoas de São Paulo e do Brasil, que são visíveis a olho nu e pedem socorro. Os que estão em áreas urbanas e recebem esgotos, para que sejam devidamente tratados. Um grito forte especialmente para aqueles situados em reservas ecológicas e que – por motivos escusos – são invadidos e tomados por garimpeiros. Saem o ouro, a prata, vão para não sei onde. Ficam o mercúrio, os poluentes, matando peixes e a flora que os margeia. Acorda Brasil. Vamos salvar nossa natureza, nossas espécies aquáticas. E, nestes momentos de estiagem, precisamos economizar água, ao lavar a louça, as mãos e ao tomar banho. Água é vida, água é preciosa.

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ARTIGO

“Julgamentos”

Maria De Lourdes Camilo Souza

Nos velhos e bons tempos do meu trabalho no Banco Itaú fui selecionada entre outros colegas de outras instituições bancárias, para participar como jurada de alguns julgamentos, bem como para trabalhar nas eleições.

Recebia a convocação por carta e comparecia préviamente a seleção dos participantes.

E de acordo com os critérios estabelecidos acredito que por tipo psicológico, físico, que fossem auxiliar no veredito do réu a ser julgado, tanto pelo advogado como pelo promotor.

E no dia do julgamento deveríamos estar lá na sede do Fórum, onde hoje funciona a nossa linda Pinacoteca.

Passávamos praticamente o dia todo por lá, inclusive almoçávamos junto com advogados, juiz, promotor público.

Não se podia comentar o caso julgado nessas ocasiões com ninguém, nem entre os participantes.

Dependendo do caso poderia estender-se por dias.

Eram dias atipicos na minha vida, mas tinha grande prazer em cumprir com meu dever cívico.

Só ficava sabendo quem e porque seria julgado no dia e na hora do julgamento.

Ficava com muito medo ao ver entrar o réu após ouvir o relato das circunstâncias e do crime cometido.

O salão e o prédio onde eram realizados esses julgamentos era muito bonito. E agora muito mais, após todo trabalho de restauração feito para abrigar as obras de arte da nossa Pinacoteca.

Encho a boca para falar “nossa” por que me orgulha muito termos esse templo das artes na nossa cidade.

Muitas vezes entre um depoimento e outro, meu olhar se perdia pelas amplas janelas buscando a beleza das flores, nas copas das árvores, no céu, nos pássaros que faziam seu bailado entre um galho e outro, tentando suavizar um pouco a crueza dos fatos relatados.

E tinha o momento em que após abertura do julgamento, a explanação dos fatos, oitiva dos depoimentos pró e contra o réu e as inflamadas defesa do advogado e do promotor,

seguíamos todos para uma sala secreta onde iríamos votar contra ou a favor.

Depois de alguns anos, participando nessa atividade, gostava de todo o processo e não podia deixar de achar até um pouco teatral e até bonitas, todas as performances dos participantes do júri.

Certa vez tivemos um julgamento de um caso que ficou famoso em nossa cidade.

E o advogado seria um amigo meu, orgulho de uma longa linhagem de causídicos da cidade.

Nessa ocasião eu fui como ouvinte.

Fiquei emocionada com a atuação e o brilhante debate do meu amigo que conseguiu a absolvição do seu cliente.

Hoje vemos com tristeza o quanto os pilares da justiça que deveriam defender os cidadãos de bem, se envolveram e se deixaram seduzir pelo vil metal.

E parafraseando o paladino mexicano da justiça: “-E agora? Quem poderá nos defender?

Chapolin Colorado?”