
EM 19 DE MAIO DE 1897, O ESCRITOR OSCAR WILDE É LIBERTADO DA PRISÃO. HAVIA SIDO PRESO POR ATENTADO AO PUDOR. SUAS EXPERIÊNCIAS NA PRISÃO SERVIRAM DE BASE PARA SUA ÚLTIMA OBRA: “A BALADA DA PRISÃO DE READING” (1898). Página 2



EM 19 DE MAIO DE 1897, O ESCRITOR OSCAR WILDE É LIBERTADO DA PRISÃO. HAVIA SIDO PRESO POR ATENTADO AO PUDOR. SUAS EXPERIÊNCIAS NA PRISÃO SERVIRAM DE BASE PARA SUA ÚLTIMA OBRA: “A BALADA DA PRISÃO DE READING” (1898). Página 2
“Nunca viajo sem o meu diário. É sempre bom ter algo sensacional para ler no trem.” - Oscar Wilde –O Blog do Delmanto publicou uma seguência de posts culturais, toda semana, uma FRASE DA SEMANA nova referente a uma personagem. E nem sempre são apenas frases, mas, sim, trabalhos de pesquisa e criatividade...São trabalhos da colaboradora requeri – Regina Claudia Brandão dos Santos. A desta semana precisa ter uma amplitude maior para que nossos leitores possam acessar com mais facilidade esta peça valiosa da cultura mundial.
Oscar Fingall O’Flahertie Wills Wilde - Dublin/Irlanda/16/10/1854, Paris/França/30/11/1900 - um dos maiores escritores de língua inglesa do século 19, tornou-se célebre pelo conjunto de sua obra, e pela sua personalidade. Sofisticado, inteligente, dândi, adepto do esteticismo - a arte pela arteé owner de contos notáveis como, O Crime de Lord Arthur Saville, algumas peças de teatro como, O Leque de Lady Windermere, ensaios, A alma do homem sob o socialismo, e romances, O Retrato de Dorian Gray, a sua mais bem sucedida obra.
EXPEDIENTE
Oscar Wilde era filho do médico, Sir William Wilde e da escritora, Jane Francesca Elgee, defensora do movimento da Independência Irlandesa. Desde criança Oscar Wilde esteve sempre rodeado por grandes intelectuais. Criado no protestantismo, destacou-se nos estudos das obras clássicas gregas e no conhecimento dos idiomas
O Blog do Delmanto esclarece: um dândi não nasceu aristocrata mas combina elegância e requinte, no seu jeito de vestir, de falar, além de mesclar conhecimentos refinados e gosto pelas artes. O dandismo foi um comportamente típico dos jovens burgueses do começo do século 19. O irlandês Oscar Wilde é excelente exemplo do dandismo, mas ninguém supera o primeiro dândi da história, o inglês George Bryan Brummel/Beau Brummel/07 de junho de 1778/30 de março, 1840
Ele era uma figura icônica do reino inglês, amigo do Príncipe Regente, o futuro rei George IV.
Beau Brummel estabeleceu o modo de se vestir para os homens que rejeitavam a moda excessivamente ornamental, e queriam discreção, cuja base eram os casacos escuros, calças em vez de calções e meias e, acima de tudo, uma imaculada camisa de linho branca ornada com uma bela gravata.
O mote do dandismo, já que um dândi não nasceu em berço de ouro, é tornar-se amigo de quem nasceu.
DIRETOR: Armando Moraes Delmanto
EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes
O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.
Roque Roberto Pires de Carvalho
Cidades consideradas modernas são aquelas que exibem em sua principal via de entrada um Portal, um obelisco, um monumento para chamar a atenção dos moradores e dos eventuais viajantes. De chamativa beleza ou suspeito bom gosto caminhantes param à sua frente observando os detalhes da obra ou dos dizeres insculpidos nas lápides alinhadas. Para a cidade tem o significado de amor. Para quem se aproxima ao seu derredor constata a homenagem dos moradores citadinos e da área rural. Vez por outra há uma singela reverência ao seu laborioso povo. O portal exibe a plenitude ampla do espaço e o verde das silenciosas árvores sob o vasto céu azul com nuvens brancas.
Possui também a imponência de um Farol luminoso indicando ao forasteiro as avenidas, as ruas, becos, trilhas e pinguelas de uma cidade que quer ser jovem, de costumes cosmopolitas mas mantém, como lembran-
ças, resquícios do chão de terra batida dos seus primeiros habitantes, placas envelhecidas indicando armazéns de secos e molhados, armarinhos, pharmácias e casas exibindo arquiteturas estrangeiras, art déco que começou na Europa em 1910 com suas varandas e sacadas, casas rés das calçadas, muitas vazias ou abandonadas, outras danificadas pela voragem do tempo; algumas antigas com pinturas novas
As coisas da cidade velha sobrevivem num lugar da alma, lugar que atende pelo nome de saudade. Passando pelo Portal e olhando fixamente para ele, repensava suas memórias mais queridas. Em frente ao mesmo, contemplando as nuvens, sabia que muitas pessoas, de todas as origens ali encontraram os caminhos sob a ogiva do céu na saudade dos corações; buscando seus amores, os abraços, os sorrisos, as boas e as notícias não desejadas dissolvidas na poeira das presunções efêmeras. No voo dos pensamentos, imagens confusas se colocam onde querem dando ao Portal uma certidão de nascimento, uma visão de eternidade. À procura do melhor endereço o caminhante lembra-se do Farol...
Sente-se convidado a descansar em sua paz, como o ponto final, verdadeiro e eterno de sua peregrinação ao longo da existência.
DE LOURDES CAMILO SOUZA
“Os sonhos mais lindos, sonhei”
Elis Regina
Então descobri que não eram sonhos, e não eram tão românticos como na letra de Fascinação, mas cheios de aventura.
“Pegar carona no rabo de um cometa” e cair no planeta do Pequeno Príncipe.
Acordar com o focinho molhado nos cheirando e os olhos meigos de brilho dourado da raposa ruiva, perguntando: Quem é você?
Eu respondi, ainda sonolenta : vim daquele planeta azul e apontava com o dedo para uma bola azul
brilhante no céu onde a Lua parecia um queijo cheio de buracos, balançando pequenina ao lado da Terra.
Um velho com grandes bigodes brancos pegou um binóculo e indagando-me com seus olhinhos azuis curiosos - aquele ali, perto das Três Marias?
Aí o cinturão de fótons como uma grande passarela onde muitas estrelas desfilavam orgulhosas desviou sua atenção.
Ficou ali olhando encantado, até que uma chuva de meteoros caiu sobre nós, corremos nos esconder na Caverna onde Ursa Maior dormia seu sono semestral.
Ela nem acordou com a nossa entrada barulhenta, apenas virou-se e continuou a roncar como um trovão.
Pé ante pé fomos indo em direção a uma luz e tropeçamos nas raízes da roseira que crescia e florescia.
Abrindo suas pétalas aveludadas, a rosa espreguiçou-se e sorriu para nós dizendo :- Olá!
Levantamo-nos do tombo e respondemos,- corríamos da chuva de meteoros para nos esconder na Caverna, e quase acordamos a Ursa Maior.
Desculpe-nos por tropeçar nas suas raízes.
Ela balançou sua corola vermelha, dizendo - não foi nada, acontece o tempo todo.
Sacudímos nossas roupas, mas ficamos molhados do orvalho do seu perfume delicioso.
Foi quando uma abelha voou sobre suas pétalas.
Vinha colher o néctar.
No bater ininterrupto de suas pequenas asas formou um vendaval que nos trouxe até o lago de mel, onde morangos debruçavam-se molhando sua polpa adoçando e nos oferecendo para provar.
Agradecemos e comemos deliciados.
Libélulas logo chegaram ali perto para nos pegar para o voo de retorno
Entramos dentro do arco-íris e pousamos alegres perto do pote do tesouro.
Morreu a estória, nasceu a vitória.