DIGESTO ECONÔMICO, número 84, novembro 1951

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DICESTO EMMICO ' SOB OS auspícios oo ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO I 00 FEDERAÇÃO DO COMERCIO 00 ESTADO DE SÃO PAULO s u ni A iM 0 Pá-J.j 22^í Imprensa e governo — A. C. de Sallcs Júnior Heflexões sôbre a Carla Econômica da Amazônia — Moacyr Paixão A Igreja e a questão social — José Pedro Galvão de Sousa Desdobramento do mercado cambial — Dorival Teixeira Vieira Um grande Juiz — Dario de Almeida Magalhães Notas Elomentarcs de Economia Monetária — DJaclr Menezes A Escola Clássica e os países subdesenvolvidos — Koberto Pinto de Sousa Artur de Oliveira O problema dos campos cerrados — José Setzer Anibal Freire O Papal Governo — Aldo M. Azevedo Negócio e Cultura — Cândido Mota Filho Orville Derby — Jesuino Felicíssimo Júnior A manutenção da renda do latifúndio e suas deformações na economia soviética — Bernard Pajiste 2a* 36 42' 48‘‘ S3/58 65^ 700' 73y' 78^ 95 y Novos Planos (VIII) — Nelson Werneck Sodré Dirigismo ou livre iniciativa, na cafeicultura? — José Testa Crescimento da população e seus asoecíos econômicos no Estado de São Paulo José Francisco de Camargo iot> Novas riquezas agrícolas — Pimentel Gomes 116^ 93 103 A inaudita façanha de Bartolomeu Fernandes de Faria — Afonso de Taunay .... 121^ São Paulo na Constituinte de 1891 — Otto Prazeres 126/^ Autores & Livros 8e Hevistas — Redação 132^

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ESTA A VENDA

nos principais pontos de jomais m BrasjJ, ao proço tie CiS õ,Ü0. Os nossos agentes dn relação abaixo estão aptos n suprir qualquer encomenda, bem como receber pedidos de assinatu^ar., u - pr(>çc' de Cr$ 50.00 anuais.

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Ceará: J. Alaor de Albuquerque & Cli Praça do Ferroira. 621, ForSiSâ:

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Território do Acre: Diógenes de Oli veira, Rio Branco.

p O DIGESTO ECONÔMICO
I ■

Por deliberação das diretórios da Associação Comercial e da Federação do Comércio do Estado do São Poulo, o Instituto de Economio dessas entidades posso o se denominar "Instituto do Economio Gastõo Vidigol".

Não poderio ser mais feliz o escolho do nome e nem mais merecida o home nagem que se presta ò memória'do grande lideradas classes produtoras do Srosil, na ocasião em que fronscorre o primeiro aniversário de suo morte. 1 Recopitular o vido e o obro de Gastõo Vidigol em tõo poucos linhos, não serio E nõo serio mesmo necessário, foi o intensidade com que ainda vibro possívelpor . todo o país o éco de suas realizações.

Como homem de empreso, dotou o Brosil de grondes organizações comerciais industriais e bancários, coloborodoros importantes do progresso nodonol. Como lider de classe, dirigiu vários entidades, inclusive a Assodoção Comercial de Soo Paulo cm cuja direção prestou relevantes servi ços às classes produtoras e à coletividode.

homem público, ocupou postos de destaque nc odministroçáo do Estado e da União, inclusive 05 de Secretário do Fazendo de Sõo Paulo, Di retor da Carteiro de Exportação e Importoçõo do Eanco do Brosil e Ministro do Fozendo, além de Câmara FeComo ter tido uma destacado afuaçao no deral como deputado por Sõo Paulo.

Em todos os cargos que ocupou, missões quo lhe forom confiadas em todos os atos de sua vida, Gastõo Vidigol revelou homem dotado de excepcional capacidade, ener gia c inteligência, Nenhuma tarefo Tomou sôbre bom termo.

●Iodos emos ser um seus ombros que não levasse o Nenhum encargo lhe poreceu demasiado pesado, vido de Gastõo ViPor isso o sente-se Por isso, proveitosa foi o digol para sua terra e sua gente. Instituto de Economia "Gastõo Vidigol honrado em portar seu nome.

t.' - SUPLEMENTO DO DIGESTO ECONÔMICO N.o 2 — NOVEMBRO DE ANO1951 I
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. Digesio Economico n. 84

I

— Solenidade no Instituto.

— Curso de economia, finanças e conjuntura.

— Busca de dados sòbre o interior do Estado.

— Projetos sóbre matéria bancária. Escassez de dinheiro. Financiamento e produção.

SOLENIDADE NO INSTITUTO

No dia 14 de novembro corrente, data do primeiro aniversorio da morte de Gastâo o perocaplacc comemoroinstalações do Nessa Vidigol, teve lugar uma solenidade no Insti tuto de Economia na qual discursou seu presi-

dente sr. Carlos Dias de Costro, sóbre sonalidade do nosso patrono, siõo for descerrada uma tivo e inaugurados os novos Instituto.

CURSO DE ECONOMIA. FINANÇAS E CONJUNTURA r

No mês de outubro ijltimo, iniciou o Insti tuto de Economia Gastõo Vidigol um curso-de conjuntura econômica funcionários da Associação Comercial e da Federação do Co mércio.

Esse curso visa, principalmente, dor nele se inscreveram, economia, finanças e do Brasil para diretores e aos que conhecimentos sistematizodos dessas disciplinas e certos princípios de r teoria econômica e financeira, indispensáveis à boa interpretação do conjuntura brasi leiro .

A aula inaugural foi dada pelo diretor do í- Instituto, dr. José Luiz de Almeida Nogueira

Porto, e contou com a presonço dos Henrique Bastos Filho, presidente da Associa ção Comercial de São Poulo o Carlos Dias de Castro, presidente do Instituto de Economia ''Gastõo Vidigol", além de gronde de diretores e funcionários da Associação Comerciol e da Federação do Comércio e de convidados.

As oulos serão ministrados pelos professo res Theotônio Monteiro de Barros Filho, Do rival Teixeira Vieira, Eduardo Alcanfaro do Oliveira, Roberto Pinto de Souza e pelo di retor do instituto dr. José Luiz de Almeida Nogueira Porto. srs. numero

BUSCA DE DADOS SÓBRE O INTERIOR DO ESTADO

o Instituto de Economia

Gastõo Vidigol" está altamente interessado na coleta de da-( dos estatísticos relativos ao interior do Es tado.

Como se sabe, a vida econômica e financeira da maioria dos municípios é total mente desconhecida e essa circunstância im pede que se tenha um conhecimento exato da economia paulista.

Por esse motivo, foram dirigidos oficios o todos os prefeitos municipais do Estado, solicitondo o preenchimento de um questionário sobre economia c finanças locais.

Os elementos que forem fornecidos, possirealizaçõo de umo série de es tudos de grando interesse. bilitarõo a

o Instituto de Economia tem a palavra . .
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PROJETOS SÔBRE MATÉRIA BANCÁRIA

o Prof. Dorival Teixeira Vieira opresentou oo Conselho Técnico do Instituto dois traba lhos de sua aulorio relotivos aos projetos de lei, rospectivomenie, dos deputados Herbert Levy 0 Cormelo D'Agostino, trabalhos esses que mereceram a aprovação daquele órgão.

O primeiro projeto, apresentado pelo de putado Herbert Levy, determina uma redução progressiva dos taxas de juros bancários, tanto para depósitos como para operoções de empréstimo e desconto.

O assunto TOi detidamente exominado, in clusive quonto aos seus objetivos, chegandose à conclusão de que o projeto não merece ser apoiado, devendo, entes ser combatido.

Em primeiro lugar, um rígido mecanismo de crédito seria inconveniente à economia

nacional na presente conjuntura e o projeto parece mesmo transformar o Banco Central venha a ser criado em um organismo A obtenção de depósitos prati¬ que inoperante. comente sem juros poderio, cerfamenfe, interessor aos banqueiros, mas não encontraria justificativa alguma e teria por efeito desen corajar os poupanças ou encaminha-las poro outros empreendimentos pouco reprodutivos, especialmente inversões em bens imobiliários permitissem reservar valor, queconstituindo um meio de defesa contra a inflação que seria ocelerada pelo mecanismo previsto no projeto.

O trabalho extende-se em outras consideroções demonstrando a inconveniência do piano proposto pelo deputado Herbef Levy.

O segundo projeto onalizado, visa creor nos bancos secções especiais de depósitos pa ra pagamentos, tornando obrigatorio o paga mento por cheques quando o quantia exce desse CrS 5.000,00. Poro esse fim os cheques teriam características especiais o goza riam de poder liberatório.

O projeto, em verdade, sintetiso uma luta secular entre o poder do Estado de cunhar e, posteriormente, emitir moeda e as tentativas dos bancos particulares paro quebrarem esse monopólio.

Hó um ponto que é especialmente salienta do no trabalho : o da compulsoriedade dos depósitos para pagamentos os quais vencerão juros uniformes de 4 % ao ono. Procurase, com isto, evitar que o dinheiro seja em pregado noutros fins, fugindo ao depósito bancário, mas, se por um lado a evasão de capitais sob forma monetária é impedida, por outro, ao se impor aos detentores de pou panças em dinheiro a obrigatoriedade de ce dê-las por umo taxa de juro fixa, contrariase o próprio princípio constitucional de res peito ao direito de propriedade privoda.

Considera-se, ainda, que, embora indireta mente, limita-se o poder liberatório da nota

A evasão de capitais do circuito bancário seria, portanto, muito grande e a idéia tal inconveniente poderio ser evitado com ' que i

do Tesouro, hoje ilimitado. Este projeto, transformado em lei e combinado com a p se I ro posição do Deputado Herbert Levy sobre a emissões da Carteira de Redescontos teria o alteroção do limite de taxas de depósitos, empréstimos e redescontos bancarios, senta uma ofensiva contra a reprereforma bancá

lado vulnerável, sabido como é que a inflação de crédito é ainda mais perigosa do que a monetória, por ser mais dificilmente controlável. seu ria ainda em estudos, podendo ter danosos efeitos sobre o economia brasileira.

ESCASSÊS DE DINHEIRO — FINANCIAMENTO E PRODUÇÃO

o Instituto de Economia analisou o traba lho de autoria do Dr. Camilo Ansarah sôbre "Escassês de dinheiro — Financiamento e Pro¬

dução”, sendo relator o Prof. Roberto Pinto de Souza.

Em síntese, o autor após apontar o mon-

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lante do circulação monetória, o produção "per copita" e a população de vóríos países e do Brosil, conclue ser diminuto o volume do meio circulante nacional, o que impede não só o financiamento exigido pela produção co mo a alta interna dos preços. Como solução aconselha emissões especiois paro o íinonciamento de produção.

A análise feito foi o seguinte: — os meios oficiais acusam o montante de 34 bilhões de cruzeiros em circulação o no entretanto, os encaixes bancários são pequenos, hovendo si nais evidentes de falto do numerário em cir culação.

lumc considerável dc moedo cm circulação, ao mesmo tempo que o clevoçõo de nosso nivel de vido determinou o aumento de moeda em mãos do particulares.

Ao Iodo destas causos [untam-se outras mo o desenvolvimento dos negócios e oumento do preços que requerem montonte maij elevado de moeda.

Hó, entretanto, sinois evidentes do nosso meio econômico estó tnflacionado fotos apontados não autorizam que se oconsclhem novas co¬ que o o os emissões.

Paro sanar o deficiência do financiamento 6 necessário articulor cficienlemcnto os copttais existentes, encaminhondo-so paro otivU dodos produtivas. O governo devo lonçor empréstimos o títulos destinados oo financio, mento do produção c, airovés de componho detolhoda, mas a observaçõo permite que aponto as causas que estão agindo no sentido de deflocionar se nosso meio circulante e devem ser, dentre outros, as seguintes:

Este fato estó o exigir uma pesquiza mais

o) o receio dos estrangeiros de deposita rem seus saldos monetários nos bancos, da do o situação Incerta atual e tendo em visto que educativo o pela adoçao do certas medidas procurar aumentar os depósitos boncários ampliando o crédito, e resfobeiecendo o Con fiança dos súditos estrangeiros ofraindo poro o circuito da produção grandes somas entesourodas. os prejuízos e oborrecimenos que sofreram os súditos do "Eixo" na guerro possada ;

b) a posição internodonol do cruzeiro que, nõo tendo sofrido desvalorização no apósimpôs confianço e determinou guerro,suo

Finalizando, o soluçõo devo ser obtido POf meio do próprio mercado nacional de copi. tais, que está apto para fornecer amplos financiamento da produção c recursos para maioro procura nos praças internacionais, do que resultou sua evasão paro o exterior;

c) o alargamento do mercado interno, pois novas regiões do Brosil apresentam, atual mente, gronde desenvolvimento, exigindo vosomente após o esgotamento de todos tros meios possíveis, serio dc se cogitar do os ouemissão monetária, como meio poro o finan ciamento da produção.

Leis em andamento

Estão sendo discutidos no Câmara Federal diversos projetos que visam estabelecer preços fixos.

Um deles, propõe um preço máximo paro o algodão em pluma, e outro, de auto ria do governo, visa o garantia de preços mí-

tende limitar os intervenções do especulação no mercado, fixando o preço-teto poro a f|. bro em CrS 260,00 poro o presente safra.

a medida é proposta para Como,viporém,

somente até o dio 28 de Fevereiro gorarde 1952, há poucas probabilidades de que nimoselo para cereais.

votada a tempo, e que venho; por uma influência efetiva no possa ser conseguinte, rexercer mercado.

As violentas flutuações do preçó do algo dão, desde o começo do ano em curso, pro vocaram demoradas discussões nos meios in teressados e agora no Congresso Nacional.

O projeto do deputado Anísio Moreira pre-/

O projeto 'governamental que visa a fixoçõó de um preço-mlnimo para trigo, milho,

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O projeto constituí,

ço de varejo e pagos por melo de sêlo ade- jr_

O projeto discrimina aindo considerados de luxo e que abrahg© vestuá-. rios, artigos de uso doméstico, artigos de lefe, bebidas, fumos, automóveis, quando preços por unidade excedam de certo limite ● e bem assim os covalos de corrida de quolquer preço.

sivo.osortigos toi- J os orroz, amendoim, girassol, feijão e soja,'pre vê a ufilizoçõo de um fundo rotativo de 8001000 milhões dc Cruzeiros pora o íinonciomenfo desses cercais, sob todos os ângulos, umo nova edição dos planos de emergência, que foram adotados dirsde 1945 para facilitar o comercialização düs sofras do País.

O novo projeto prevê, aindo, medidas ten dentes ò expansão de umo rôde de frigorífi cos, câmoras du expurgo e de armozens, fa cilitando. assim, o acosso dos produtores òs fontes do íinonciomenlo.

Tombém as bebidas em geral, com excessõo ● das águas minerais, estão sendo visadoç projeto de autoria do deputado Moura uma por ● um Por êsse projeto seria Brasil,criada "taxa da criança", variável d© 10 a 40% <' sôbre os preços de vendo no vorejo dos o-

A matéria fiscal continuo o ser objeto de grande número de projetos e omendas no Câmora e no Senado, imposto do ren nõo temos em maos o

Os projetos sôbre da, segundo se noticia (aindo Diário do Congrespro-

so" respectivo) receberam umo emenda de autoria do Senador Viforino Freire reduzindo 20 % o desconto na fonte dcde 30 poro rendimento do títulos ao portodor. O Sena dor Ivo de Aquino propôs ainda, para finan ciamento do Plono Lafer, o lançamento de empréstimo compulsório, de renda e nos reservas das sociecom base no um imposto

dados comerciais. Esse empréstimo, que vi goraria pelo prazo de cinco anos, serio de 15 % do imposto e de 3 % da reserva.

As bebidas dutosestrangeiras citados. pooguordenfes gariamnacionais. 40 % ; 30%; os outras bebidas nacionais 20 as e os refrigerantes 10%.

O problema de turismo foi objeto de um projeto de lei, de autoria do deputodo Rui ● de Almeida, criando um Deportomento No- ] cionol de Turismo, o órgão, Indico suas atribuições e prevê vá rias' outras medidos, inclusive a autorízaçâ oos grandes bancos para emitirem "troveller's cheks" brasileiros, em cruzeiros. O referido projeto crio

Em lugar de empréstimo, prefere a banca do trabalhista do Senado a criação de um adicional, aproximadamente com es tendo sido o respectivo projeto res Alberto Pasquaimposto sas bases, opresentado pelos Senado J lini e Ismar de Góes.

Os produtos de luxo estão sendo objeto de cogitações para efeitos tributários. Assim é que o deputado Ruí Ramos opresfentou bm projeto instituindo um -imposto de consumo especial sobre -artigos de luxo, imposto esse quo seria de 5 % "od Valorèni" sobre o pré-

No plano estadual, o projeto de lei im|5ortante é o encaminhado pelo Govern,odor do Estado ò Assembléio, estabelecendo medidas de carater financeiro.

O projeto é longo e atinge quosi todos tributos estaduais. A alíquota dos Impostos de vendas e consignações e de transações nõo é alterada, mas o campo de incidência deste último sofre grande ampliação. Basta dizer os que o projeto prevê o pagamento' d'o

iVnpbsfo de transações nas seguintes' operações, além de manter a Incidência atuol

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vendas feitas por intermédio de mandatário ; serviços de ostomporio, tinturario, '.ecelogem e engomagem de tecidos; processos de golvonoplastio; bem como o transformoçõo nos mesmos uperados, por conto de terceiros; vulcanizoçõo c produção de quaisquer oo.utos

Mercados mundiais

recauchutagcm do pncumóticos o c:tada. Ia* vogem 3 lubrifÍço:õo de veículos o motor.

O projeto prevê, oíndo, o pogomento de um sulo de 3 % pelos '.roosfcrêncios de cer tificado de propriedade dc- automóvel, colcuíodo sobro o volor deste.

RESSURGEM OS CARTÉIS INTERNACIONAIS

Ê interessante observar que os controles c "ogreements" entre produtores ou consu midores em escalo mundial, ressurgem coda vêr que uma fose de prosperidode cheg seu fim. os a a

ALGODÀO

V. rios-

o algodão não se ressentiu ainda, diretomente, da mundiais. repercussão dos grandes safras O "dumping do finonciomento", iniciado pelos Estados Unidos otrovés do Quando o alto dos preços nos mercodos internacionois rovel (até Junho passado), ninguém quis sa ber das propostas omericanas de um sistema de cotas e de preços fixos, tanto parecia ser um fenômeno duParece, ontroqye alguns produtores de mofé um vosto plano de créditos concedidos cm favor dos compradores do "Middling", está em pleno funcionamento e o grande Repu blico do Norte nõo hesito jm oferecer nio à Colombia, nos. portos do Perú e do Brasil, um crédito de USS 20.000.000 adquirir o algodão americano.

primos nõo-metólicas, mudorom de idéia fretempo. Folo-se do próxima conclusõo cnde acordos sobre lõ ; surgiu mesmo o booto de que o olgodõo poderio constituir mento de um elenegociações entre os Esfodos Uni í dos, Brasil, Perú, Egito e o Poquisto. Mas por enquanto, os boatos nõo se concretizoI í ram. e o espectotiva continuo sendo o ele¬ mento coroferístico da presente fase de evo lução entre paz e guerro".*'

De um modo geral, podemos distinguir a tendência dos preços dos metais, me, e a de outras que ó firmatérias-primas pera os

Evidentemente nosso pois nõo pode petir com êsse "dumping", que íére todos princípios do comercialização normal do fi bra. Assistimos oo desoporecimento gressivo de todos os nossos fregueses c, menos que recorramos ò compensação, deve mos admitir o possibilidade de contar só dalmente com os mercados externos escoomenfo do sofro olgodoeiro. mesporo com¬ os proa porporo 0

CAFÉ , market

"seller's market". ameaça O Ca quaisíransforo "buyer's mar-se em

Para o cofé a situação básico & boa. relativa escassez do produto nos mercados e se nõo fosse a competição entre os porlos de embarque no Brasil, o frente dos midores não ferio meios para prejudicar a defesa do produto.

A ligação entre esses fatos c, porém, des conhecida por muitos exportadores, especialmente dos portos do Rio e de Poronaguá ; mas tal desconhecimento nõo impediu que, no pa:codo, esses mesmos exportadores tiHa consufé, o co¬ cou e o algodão, nossos três detos de principais proexportação, pertencem indiscutivel mente à categoria dos vitimas eventuais des sa evolução. O cacau foi submetid pressão tao forte, por parte dos centros de importação de Novo York, que o sistema de defesa da Comissão de Comercialização do Produto de Bahia o a uma desmantelou secompleta.Tiente;

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vessem se beneficiado da proteção dos pre ços da rubíaceo que a liderança santisto as segurou ao mercado.

A especuloçõo dc Nova York se utiliza das discussões internas brosileiros, para com prar cafés semelhantes ao "Santos tipo 4", a preços mais bo‘xos, em outros portos, ni velando assim, a cotação para toda a pro dução de nosso Pais.

PRODUTOS CRÍTICOS

Assistimos o um reaparecimento dos cha mados produtos críticos, cujos preços inter nos estovam sensivelmente acima das cofaNos últimos mòses houve çõesum externas.

ligeiro oumenfo dos pregos desses produtos, -1 o que facilitou seu escoamento poro os mer cados mundiais.

A Cêra de Carnaúba (prime yellow} ó co tada cm USS 1 .10 por libra-peso, f.o.b., portos do Nordeste brasileiro.

A Mamono consegue USS 200,00 por to nelada (em socasi, também í.o.b. portos nocionois.

As Nózes do Pará são cotadas em CrJ 205,00 por hecfolitro.

A Diticica encontra comprodores o USS 0,20 por libra-peso.

O Pinho, está sendo exportado a í 95 por "Standard", f.o.b. Paranaguá.

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4 MERCADOS MUNDIAIS COTAÇÁO DE LONDRES ● NOVA YORK ● _J N '_d 1 % 225 i, S\ MILHO CÍAfíS P.BVSHll' TRIQO Cffirs p.eusMCf { 200 //\\\I 75 . V V NI..‘●V ISO \// / JUTA Í/5WS P TOnHADA ESTANHO H8f!A$PT0/t[lAÜ* “ CAFE cfnn p 125uBP*5 9#9 s 100 99 BORRACHA DOLAPlS P UDPA75 50 ir#—., A 2 5 ^ AL60DA0 C(f/TS P UBPA CACAU CtfJTS P UBPA O —JUNHO 1950pre-coae'ia4post-(oreiA' MARÇO JUNHO A60.8AC0.I5 AG0.22 AG0.29 ouTua 19 5 I POST-KAESONQ Ç

REAPARECE O DÉFICIT COMERCIAL

COMÉRCIO EXTERNO ABRASILEIRO euforia sobre o prosperidade das ex portações durou pouco tempo. Depois de al guns meses de "superávit", observado nos trocas entre o nosso país e os Estados Unidos, reaporece o "déficit" contra o Brasil.

O foto é grove, pois a balanço de pagomentos entre os dois poises inclui muitos eleinvisiveis" (como frètes, seguros, "royoities" e remessas de capitais), cujo pa gamento exige, iustomente, o existência de soidos no balança comercial, dos os itens da balança de pogamentos tornam negativos poro o Brasil, a cscossez de dólares deverá logo reoporecer o nifestor.

Mas, o crea do dolar. mentos

saldo dos primeiros semestres (em milhões dc Cruzeiros) 1948 1949 1950 (- ) 2.320 2.268 1 130 I ( + I ( — I1951 662

Se porém tose se ma-

I tivo nas tróeas com o maioria de nossos par-

déficit" comercial nõo se limito ò Registramos um saldo nega

Essa visivel dtlorioração do nossa balanço comercial, nõo ó devida o uma crise dos c-xAo contrario, o volume das portoções.vendas no ex terior aumentou de 39 % nos primesos, om relação correspondente dc 1950 e o volôr dc 48%. melros oito aoperíodo

O que provocou o "déficit", foi o maciço o gonovo política um no mercado interno. se verifica pelos seocrescimo nas importações, osperondo verno federal tirar dessa efeito anti-inflacionisto ceiros europeus, como guinfes dados:

O BRASIL TEM MUITO A VENDER

Em 1949/50, era voz corrente em Londres, que o nosso País nada tinha para vender a O argumento certamente não pode mais ser olegado, em foce da gulnte evolução das exportações do Brasil: preços "razoaveis' se-

EXPORTAÇÕES (Joneiro-Agôsto)

em milhares do toneladas em milhões de Cruzeiros 1949 1950 2.380 2.21 1 3.090 11 .943 14. 153 195121.036

E difícil calcula participação dos negócios de compensação nêsse total, mas, segundo certas estimativas, ela nõo é inferior a 11 % dos totais acima.

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Santos em íóco
J

A alio dos preços, que em 1950 se limitou oo café. otingiu no ono em curso quosi todos os produtos exportoveis do Brasil. Assim, o despeito do maior volume de café exportado nos primeiros 8 môses de 1951. a participa ção da rubiaceo no lotol dos exportações brosileiras. diminuiu em relação a igual pe ríodo do 1950 :

Valôr das exportoções de Café (1) Janeiro até Junho

em porccntageM do valôr total das exportações 1949 1950 6.209 8.947 11 .691 52 % 63 % 56 1951%

0> em milhões de Cruzeiros.

O RETORNO DA ALEMANHA

o termo ''espetacular" não ó oxogerado poro corocterizar o aumento das trocas en tre o Erosil e o Alemanho. Nossas expor tações destinadas oo antigo Reich passaram do 99 milhões de Cruzeiros, no período de Joneiro o Junho de 1950, para 563 milhões semestre do ano em nocurso. primeiro

no dos exportações, a Alemanha rivalisa com Q Inglaterra; e, a crescente participoçõo do comércio germânico nos fornecimentos bósicos paro o Brasil, inquieta visivelmente a im prenso econômica de Londres, na qual se em presta grande destaque especiolmente ò pró xima instolaçõo em Minas Gerais de uma fábrico de tubos pela firma TantoMannesmann. no terreno dos importações, como

SANTOS PERDE E GANHA

o desvio da safro cafeeira paro os portos de Poronaguá e Rio de Janeiro, é o responyavei pelo diminuição proporcional das exportações santistos no conjunto do comercio externo brasileiro.

PARTICIPAÇAO DE SANTOS ● JaneiroJunho nas exportações nas importações 1950 52.3 % 44.7 % 43. 1 % 48.1 1951%

O fato de ter aumentado a participação de Santos nas importações, nos íróz um certo consolo.

AUMENTAM OS PREÇOS DE IMPORTAÇÃO

o valôr de uma tonelada d emercodorias importadas passou o Cr$ 2. 114,00. no l.° de 1950, para Cr$ 3.153,00 em 1951. se¬ mestre

IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS Janeiro-Junho

Valor em milhões de Cruzeiros Volume em milhares de toneladas 3.768 5.050 1950 7.966 195115.921

56% DO VALÔR É REPRESENTADO PELO CAFÉ

ESTACIONÁRIO O VOLUME DO TRÁFEGO FERROVIÁRIO

Ainda umo vêz, devemos timotivas. Não recebemos

recorrer o esos dodos sobre o movimento da Cio. Poulisfo ultimo mês, mas, odmitindo que não tenha havido modificação em reloção oo mês de Agosto chegamos ò conclusão do tol dos quotro ferrovias paulistas, o númeno que, poro o to-

o numero do vugóes corregados não indico, mofemóficomente, o volume rias fransporlodas. de mercadoUm vogôo do 'No¬

roeste', por exemplo, carrego 16 toneladas de produtos, bono transportam trafego do primeira enquanto que os da Soroco30 toneladas. Como o aumentou de 1 .240voro de vogoes corregados foi de 100.157 em Setembro, contra 100.927 no mês ongoes entre Agósto o Sofemb o do segunda diminuilU ro. enquanto que de 2. 171 vagões, no diferença entro os dois al garismos não exprime exatamento ficações observadas mesmo periodo. a as modino púso das mercadorias terior.

Nota-se pois uma dizer recuo, no veri)os porém,/ estagnação, poro não movimento ferroviário; defomor em consideração.que transportadas.

MOVIMENTO DE CARGA NAS FERROVIAS de vagões carregados) Sorocabana Noroeste 21.383 19.392 21.392 21 .797 21 .858 25.049 25.555 23.386 10.544 10.912 11 .511 10.636 12.333 13.984 13.425 13.755 14.995 85.134 78.596 87.480 98.231 .93.748 97.952 100.927 100. 157 454.594 203.354 112.095 820.946

(*) Como faltam dados referentes admitindo que o movimento d a Setembro (Paulista), calculamos o total .1 em Setembro tenha sido idêntico o aproximado, de Agosto. a Paulista o

A estagnaçao do entre dois mêses movimento ferroviário, consecutivos, é, no fundo, um fenômeno comum observado nos útimos

quinze anos. este respeito, sobre 13 ferrovias nacionais, são eloquentes:

As informações fornecidas. a

ITransporíes
PAULISTAS (número
1951 Mogían* Paulista I
I
totalI Jonoíro Fevereiro Março . , Abril Maio .. . Junho Julho Agosto Setembro 5.544 4.651 4.267 5.317 6.420 5.962 5.971 6.558 6.719 47.663 43.641 50.310 41 .477 55.934 51 .944 53.507 55.059
23.544
79.227
(*) Janeiro-Setembro do 1951 51.409
J

O volumo do transporte mos o tráfego, cresceu quontitativamente.

Ou, em outros palavras, a distância média das viagens efetuadas aumento, com o pro- » gressiyo afastamento dos centros de produ- ^ çòo; mas, a ir.tensidode do tráfego voi di- j minuindo. ' noo oumentou, expresso em tonelodas-lcm, milhares Tonclados-km milhares) 2.Ó79 2.758 633.783

AEROPORTO CONGONHAS

As fusões de vórias Companhias de aviação, registradas nos últimos meses, nõo contribui ram poro diminuir o vivocidade da competição existente nèsse ramo. Das 16 companhias que atuolmentc servem o aeroporto de Congonhas, sómente 7 têm expressão comercial ; e, entre c-stas a concurrència é fortissima. )

MOVIMENTO DO AEROPORTO DE SÂO PAULO Mercadorias 1951(**) Passageiros embarcados (*} | descarregadas 530 Jonciro41,5917

Fevereiro

Março Maio ● Junho Julho . . Agôsfo Setembro 39,8 535 858 1.203 1.231 1 . 182 1.224 1 .273 1 .256 1 .283 43,6 758 39,0 703 < 40,5J 720 38,3 746 50,91 685 41,0 744 36,3 676

Em milhares Em toneladas

Pora o trafego de mercadorias, a luta comerciol não é menos aguda, ospecialmente de pois do aparecimento de companhios que só trobalham nêsse setor, desprezando a exploroção do transporte de passageiros :

DIVISÃO DO TRÁFEGO EM CONGONHAS

Setembro do 1951 (em pcrcei tagens)

CompanhiasPassageiros Mercadoria: 32 % % % 13 % % % % % 29 %.

f13 FERROVIAS BRASILEIRAS
'' Mercadorias transportadas (em
de tonelodas)
efetuados (em
t 1938
i500.777 1950
■i * I
t
'1
carregadas4 * I
Abril
J
i
1
(■**)
(*)
Real Vasp Cruzeiro Aerovias Panoir Varig Itaú
19
17
11
13
7 9% % 8 % 3
6 % 14
*L J.

Entre Junho e Julho do corrente ono, o iníc-

4Ò0.0 440.6 433.5 Outubro Novembro Dezembro

Índice do custo da vida São Paulo (1939 = 100) 1950 437,7 449,1 Agôsto Setembroüf

P aumento foi de pouco menos de 2 %, fior, porlonto, oo verificado nos mêses ontePelo índice do Prefeituro do Soo Paulo, o custo de vido subiu í riores. em um ono 1951 (agosto de 1950 o julho de 1951 . em 11,8%. 444,1 453.2 455,9 461,2 468.9 480.5 489,6

Joneiro Fevereiro Março Abril Maio .. Junho . Julho

Mercado imobiliário itIII

PARCIAL RECUPERAÇÃO Do mercado imobiliário

Si bem que o volôr das transoções cm Outubro tenha crescido fortemente, cm rela ção ao mês anterior, nõo foram otingidos os "records" dos mêses Julho-Agôsto. A cri se passageiro de Setembro foi superada, o recuperação é sómente porcial. mas 151,5 174,9 157,9 217,3 174,5

Valôr das transações imobiliárias (Prédios e terrenos) (em milhões de Cruzeiros)

Abril Maio ... Junho .. Julho ... Agôsto Setembro Outubro 89,9 145,8

2/3 dos negócios registrados nesto tabelo, dizem respeito à venda de prédios, e comen te 1/3, à de terrenos. O volôr médio dos ter renos vendidos foi de 253.825 Cruzeiros om Setembro e de 364.666 Cruzeiros em Ou tubro, respectivomente. Para os prédios os volôres médios foram, respectivamente, de 375.21 1 e 425.954 Cruzeiros. 1951 Janeiro Fevereiro

Março

MERCADO DE CAPITAIS

Somando o oumento do capito! declarado de Sociedades Anônimas no Distrito Federal e em São Paulo, bem como o capital de nò-

O .movimento ascendente 6, vas empresas fundadas, chega tal de 1,5 bilhões de Cruzei certamente.

um reflexo do fébre de exponsoo tomos, especialmente, no manufatura nacioMos, por outro lado, certas medidas fiscais projetadas (como o taxação dos lu* distribuídos) estimulam o transfor mação de porte dos reservas em capital no minal. que nonai. cros nao mos o um to-iros, em Setem bro, contra 1,4 bilhões em Agôsto. 900 mi lhões em Julho e 804 milhões em Junho.

l o custo da vida
a í
.
.. 155,2 114,7 142,8
V
ii:-. .* ; /

Cheques compensados

Nos primeiros nove mêses de 1951, o valÔr dos cheques compensados em todas as 15 Câmaras dc Compensação do Brasil, foi de 321 bilhões de Cruzeiros, <»ntra 227 bilhões período correspondente de 1950. O aumento foi, portanto, de 42%.

AS MAIORES PRAÇAS

Volôr dos cheques compensados (em milhões de Cruzeiros)

Joneiro-Agôsto de 1951

São Poulo

R io de Janeiro . Santos Recife 20

Pôrto Alegre ... Belo Horizonte Curitibo no 109 102 29 e 7 3 I

É interessante notar que, no ano passado,o total poro a capital federol foi superior ao movimento de São Paulo.

SÃO PAULO

Janeiro Fevereiro Março . Abril Maio .. Junho Julho Agosto Setembro

Quantidade1951 340.554 302.326 356.014 341 .354 382.993 358.498 384.052 393.469 356.570 12.073 10.773 12.504 13.366 15.465 14.427 15.384 14.828 13.805 35.451 35.634 35.122 39.156 40.379 40.243 40.057 37.685 38.716

Valôr médio (em Cruzeiros) Valõr (em milhões de Cruzeiros)

Média mensal 1951 (9 meses) 357.314 13.625 38.132

Valôr medio Cruzeiros) Valôr milhões de Cruzeiros)

Quantidade Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro 149.551 149.894 137.423 123.012 1 19.627 115. 193 79.255 132.760 138. 154 28.833 25.865 27.841 27.981 29.776 27.658 30.446 32.653 30.683 4.312 3.877 3.826 3.442 3.562 3.186 2.413 4.335 4.239

I Média mensal 1951 (9 meses) 29.082 3.688 126.814

SANTOS I I
(cm
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i,’- 1951 I 1
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i. '1. i: í i ■I f, .●J I (/ i f ■li'T 'I J'.' t I M

FALÊNCIAS E CONCORDATAS São Paulo)

falência's Decretadas Requeridas Homologadas

Janeiro Fevereiro

] Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro 13 5 6

Média mensal:

Jan.-Out. 10,6 2,5

essasindicações com Foios surpresa para nós, descobrir que os al garismos sobre o mesmo assunto, mas de ou tra fonte, sõo bem diferentes dos nossos. Serviço de Estatística Econômica e Financei ra do Ministério da Fazenda, publica o res peito os seguintes dados

Comparando-se cálculos do Instituto de Económia, verificamos

O 1 enorme discrepância. O total das falências requeridas entre Janeiro e Julho foi de 175, ‘ e de falências decretadas de 72. Ora, o ●’ Ministério da Fazenda apresenta como total para este período 59. Como, porém, o serviço federal não especifica quais são as fon- } tes de informação, e nem declara si se trata de falências requeridas ou decretadas, temos ] toda a razão de confia f mais na estatística

Janeiro-Julho Falências Cor ncordatas 1950 1951 1950 1951 -I nas informações protestos de Sõo Paulo.

São Paulo Distrito Federal. 104 59 68 40 94 do Instituto, que é baseada dos tabeliões 23de 62

I. Falências e Protéslos
(declaradas em
t
CONCORDATAS PREVENTIVAS Requeridas
1951V
. :
i
...
I
.. 1
1
!
I 35
29 7 1 26II 4 V i287 2310 199 rj 15 152 s] 101303 12 254 28 12
25,8
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y> lO o- >0 ç^ o -tÇ ^o <0 03 O- O ●«T ^- CN O- X -O lo C'! CO ^ h«. CO C^ -«f <r> OJ“3 ■O -O O CJ ●o o "O CO ■c rv. TT cJu < E o o Io a > o 2lO 03 Í| <n« T, CF) Ote É U Ocu £ c o o L< P < C ol > oA 2c^■f oJ ■'.ír < </>O u ■D p 2 3 ■q ó c f' CO E'r-, « ■'Fh 'í^i. ^ O o o o o o. > o 2 Pí 1V) I0) T3 O u COí?* i c c o Eo E 0)o o O) ●o P H a o a o CL. > ●Ç 'H o 2 u o ÍV<-i ●■●*( i: to ■'1-, o U -D;=s O oo — 3 r1 o>I r-
I 5 (£ O 4 > 1 CO í o O 1 < </) LU o 8 o o 8 o oo o o o o o o o o o lO S8 in«D o in o o IO <o m ça g (04 ro(» O ' '●«íS6i;:-?£.i3aBíKr^üErat.i^'^. I^^BiMt^^sEraiiBiaswKnsatteEc'!^'iTninBiin II iiiwii-ii- II 1 1 1 - ■—■[■! %;●... .●●v ^33B^SBr oc CL »b to o> t iDsa cn o KBsgK«Nai^:r%.K-:;^K^':-^ssi<£^ íw*«ssífl*raawfós»;'^c®t'i^y2â:£j»rá^^ ■w)cwsB»«»»gaB3a»^;rfsar.i^^ ^●^irTOTTTWMrr «WBOWBSXSSSSiSSó^-^^ o ■in o 0) cc I r lu 3 E T rrr-T 1r? ● t tHt I9) 4O)AÁ ■? t fsr^E tz Xi £ LU II o o o o o o oo o o o o o ooo o o o p o os o'●pj 1 ● , 4 CDM CD (O 4PJCsi

AS RECEITAS PÚBLICAS SE ADAPTAM A DESVALORIZAÇÃO DA MOÉDA

Acenfua-£e, de mès em mês, o considerável aumento de arrecodo^õo no Estado de Sõo Cresceu olo em 40,7 % em Agosto, (comporoda com o mês correspondente do ano Paulo. passado.' e em 42,9 % em Setembro, em reloçõo oo mès correspondente do 1950 ;

RECEITA DO ESTADO DE SÃO PAULO

(om m'lhões de Cruzeiros) 1950 1951

Agosto 473 Ó65

Setembro ....| 468 668

I De Janeiro à Junho, o aumento foi com o evolução no Distrito Federol. menos pronunciado, como evidencia, umconfronto

RECEiTA PUBLICA JaneiroUunho ll (em milhões de Cruzeiros)

Estado de São Paulo Distrito Federal rt 1 1950.748 2.191 19512.527 2.924

Aumento 50/51 + 44 % + 33.5 % t

LIBERALIZAR AS IMPORTAÇÕES TAMBÉM AUMENTA A RENDA DO TESOURO

o imposto sobre render em 1951, 2.500.000.000 Cruzei

o u importação promete tn total aproximado de iros. Até Julho últi

A RECEITA MUNICIPAL de São Paulo, de Janeiro ò Julho do corrente Cr$ 1 .007.741.000,00. ono, totalizou mo, os cofres federais receberam 1.591 Ihões de Cruzeiros, micontra sómente 814 mi Pouco auspicioso foi o crescimento da ron da proveniente do IMPOSTO DE CONSUMO. E:ta só aumentou de 21 % ontre Janeiro-JuIho de 1950 e 1951. lhões nos primeiros sete mêses de 1950.

Finanças
K
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RELATÓRIO DA CEPAL PARA 1950

A nuolmentc, a CEPAL {Comissõo Econômi co poro o Amúrico LoMno' com séde om San tiago do Chile, publico um detalhado docu mento sobre « evolução econômica do Con tinente 1 .449 592 I 91 TOTAL.993

Temos em mãos o relotorio de 1950, com um estudo cm seporafa sobre o Brosil. trabalho ó de tão excepcional importância, O

Produção exfrotivQ ; vegetol minerol

"L'INDUSTRIE SIDÉRURGIQUE DANS LE MONDE" que serio desejável que uma tradução portudo texto castelhano, fosse preparada Nenhum dos numerosos regueso em nosso Pois.

(Ediçôo Presses Universitaires de France)

Autor : Maurice Fontaine lotórios estrangeiros sobre o Brasil pode ser comporado, quallfativamente, com o estudo da CEPAL que, entre outros assuntos, estabe lece uma intoressantissima comparação entre

setor da produção bósica ase inversões no no mercado imobiliário.

Na parte do relotorio que trato da renda nacional, os autores (dentre os quais 2 re presentantes do Brasil 1 adotaram o seguinte cálculo : alusão às crescentes dificuldades de abaste cimento em matérias-primas (ferro e monga-

Essa tése de doutorado, apresentado em fins de 1949 ò Universidade de Paris, é um ‘ "tour d'horizon" através às indústrias básicas do globo. O capítulo sobre a França, Ale- '● manha e Inglaterro contém, certomente, in dicações novas mas, a descrição da siderur gia norte-americona parece ultrapassada pefos acontecimentos. O autor não falo do , deslocamento do "eixo" da indústria ameri cano de Pittsburgh-Gary-Chicogo para te, nem do crescimento de manufaturas locais sul dos Estados Unidos. Também não faz o oesno

R-snda nêsl dessa indústria, chegando assim o con¬ clusões unilaterais sobre o e sobre os preços de custo da siderurgia americana.

Nacional Brasileira em 1949 (em milhões de Cruzeiros)

força competitiva ■1

O capítulo sobre América Latina é rio, e, visivelmente, faltaram les de informação. e sumacio autor fon34.3564 Pecuária8.944

Literatura econômica
Manufatura42.217
Construção4.435 Agricultura
1 1 J
.'J V-,,. Jt*- ■ ifl^

PRECISÃO 1 onomia i£C

em corte de metais. . ivcl scaba- ●, elaboradas pcU sua ^ agora plctumcnte (jesces íluide me tais: S/ASuIcran e VacmuI Cuteing mento das peças indúscriaasestá segurado pelo emprego dos transparentes para corte » jf' O rigoroso c impccav Oils. Resistem às extremas pressoes máximo dcresserviço, garantem Írianícnto c lubrificação das ferra- J poupando-as do desgaste velomentas, excessivo e permitindo maior cidade de corte Menos rejeições, esmerado acabamento das peças, lonvida das ferramentas, gaprodução maior por custo menor — eis as vantagens que lhe oferecem os S/V Sultran e Vacmul Cutting Oils!

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A direção não se responsabiliza pelos dados cujas fontes estejam devidamente citadas, nem pelos conceitos emitidos em artigos assi nados. Ncl.son NOVOSWerneck PLANOS

OSodré.

Na transcrição de artigo.s pede-^e citar o nome do D í g e s 1 o Econômico.

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TRIAIS — José da Costa Boucinhas. Aceita-se intercâmbio com publi cações congêneres nacionais e es trangeiras.

ASSINATURAS: Digesto Econômico

Ano (simples) ... '■ (registrado) Número do mês Atrasado: 50.00

Redação e Administração: Rua Boa Vista, 51 Telefone: 33-1112 Caixa Postal. 8240 São Paulo 9.0 andar Ramal 19

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IMPRENSA E GOVÊRNO

se com Diderot, estacou de repente, no meio da estrada, um jovem e obs curo escritor francês, que dentro pouco se tornaria célebre. Afadigado, convidava-o em a repousar um arvore do próximo, cuja sombra fugia do sol e do calor. Foi entãi) que, sob 09 olhos, lhe caiu um número do Mercure de France”, com esta ques tão, proposta pela Academia de Dijon: “Contribuem as ciências o as (( artes para corromper, ou melhoi^ar os costumes?” Veio-lhe a idéia de concorrer ao prêmio; e empolgado pelo assunto, quase delirou, dinnte da insidiosa interrogação. Que par tido tomar? Pró? Contra? Sem dúvida, pró: a negativa era uma he resia, de tal modo se impunha a afir mativa.

— Não faça.isso, atalhou Diderot, o organizador da “Enciclopédia”, que abria exatamente com o “Discurso Preliminar”, onde D’Alembert fazia apologia do progresso* científico e do método experimental. E explicou porque: a grande maioria, constituída de espíritos vulgares, respondería pe la afirmativa, que é um lugar comum. A pergunta dissimulava uma ponte para asnos. O lugar comum não é digno de um verdadeiro talento, se não o paradoxo, onde, muitas vezes, de preferência se esconde capricho samente a verdade.

mais de duzentos anos, ali por 1749, numa das vezes em que vencia a pé as duas léguas de Paris a Vincennes, onde costumava avistarFoi assim, sustentando em delgadas 1 50 páginas: “as almas se corrompe ram, à medida que as ciências e as artes caminharam para a perfeição”, ^ que de um salto J. J. Rousseau se ●] alcandorou não apenas ao prêmio ofe- jj recido, mas à glória inesperada. No V momento preciso em que viam o pro gresso chegar ao auge (aduzia em favor da tese), tombaram velhas ci vilizações, aparentemente imperecíveis — o Egito, a Grécia, Roma, ■ Bizâncio, enquanto os primeiros per sas e os primeiros romanos, embora em estágio muito mais atrasado, construíram, por suas virtudes mode lares, não só a própria felicidade, mas a de outros povos. Era um filóso fo que se rebelava contra os outros filósofos, a quem chamava charlatães; e a invenção da imprensa, que lhes propagava o pensamento, tinha acar retado, por isso, mal incalculável. Sem o suspeitar, incorria êle censura, denunciando a decadência de um regime, que aluiria quarenta anos depois, ao sopro das idéias, contidas no “Contrato Social”, que em 1778 Marat lia, na praça pú blica, a uma multidão frenética de en- ● tusiasmo. E não tardaria que homen« e mulheres saíssem à rua para fazer a Revolução, entoando Allons enfants de la Tudo sequência e Idade do Papel, "The paper Age”, na fraseologm de nm dos mais louvados historiadores dessa é mas Carlyle, que teria 'i na mesma novas a Marselhe^ patrie. ” sa: consequência da epoca, Thoprovàvelmente

1
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f- preferido não se haver incumbido disso, pois, no seu dizer: os povos sem história!”

'' seria um Éden, se a cpiietação fôsse

' geral, estendendo-se a tôdas as coi sas, sem que a perturbasse o minimo rumor. A história é um estrondear

de impiedade, já latente, f|ue defla graria ainda no seu pontificado, de o Papa Pio X f> sinal do alai-nie, albores déste svciilo, cfim a nienioráí^ominici Greírii-.”, de 1007, em (|ue combateu dc frente o movimento chamado Modeinismo, dc incursão da ciência na reliífião, com o que ameaçava destj-ui-la. a pretexto de renová-la. milde camponês, nasceu pastor aque le Santo Padre, e bem o provou, con duzindo suas ovellia.s só u nos velEncíclicaPascendi Huna direção

j contínuo de raios e coriscos, no de tonar incessante das meti-alhas e no “Felizes O mundo troar ininterrupto dos canhões. Nun ca se elevou tanto a Eloquência, como para êsse elogio tonitruanto do Silêncio, na retórica do escritor inglês, que só faltou exaltar a paz, o sossê^ go dos cemitéj-ios, talhando na morte modelo à vida... Que diria. então, de Deus, sem cuidar do César, não diminuir c* enfraquecer a IgreO modernismo, ou por ja. o progresso se alcançasse a dissonância modernis ta do jaz, do cláxon e do altifa lante ? científico, era o inimigo que se apro ximava, o fruto i)roihido, a volta pecado original. A religião ê a ciên cia das causas primeiras e finais, tem origem divina, transcendente; cia. ou a ignoi-ância dessas no u ciencausas

Ainda hoje doutores solenes di tem a tese labiríntica da Academia de Dijon, sem que lhe encontrem saída. O certo é que de todos os tem pos deu maus frutos a Árvore da Ciência, que começou por perder casal bíblico, ocasionando-lhe a expul são do Paraíso Terrestre, cruel íoi a punição de Prometeu, por haver roubado o fogo do céu, pois ao homem é defesa a ciência, segre do dos deuses.

I.SCUa o E mais Ai daqueles que o , restringe-se ao olijetivo, to, que mal se pode conter nos exí guos limites da inteligência humana. Não há como entrelaçar ou confundir coisas tão diversas, nivelar planos perpostos, instituir o livre exame da verdade revelada, dissecá-la, profaEssa indagação leva, mano a ao mianensuná-la. 1 r, niano, do agnosticismo ao materialisnio, ao imanentismo, ao monismo, ao panteísmo, ao ateísmo, teve de arrepiar carreira da teologia Souvenirs d'EhfanRenan (confessa-o em violarem! Desabam sôbre a terra tô das as calamidades. Que outro resul tado veio da descoberta da pólvora, da dinamite, da energia atômica? O '/ I et de Jeunesse”), porque tôdas as idéias científicas entravam sub-reptlciamente no Seminário dTssy, e de pois em Saint-Sulpice, solapando a i ce escolástica tomista. E ássim se vai i crestando a fé, último reduto da mo- J ral, tão profundamente atingida, nesta era maravilhosa da Técnica. I

Tal o epílogo da versus

progresso mergulhou o mundo tenebras exteriores, no Caos, ante rior ao próprio mundo, ma de Milton; a luz fêz dão. na como no poe s --se escurimecanizou a vida, varreu-lhe a espiritualidade; tudo se reduziu a matéria. luta dramática: Progresso Civilização. A técnica

Com 0 senso divinatório da crise

O problema de Pio X está pôsto ● hoje, mais do que nunca. De nada S

. 8 Dx-iak) r’f:oNósi

vak*m meios de difundi-la oprotrresso das idéias e os ticulando o sistema instituído em São Paulo por Cesário Mota, de modo que nunca mais pôde readquirir o prestigio antigo...

s, por mais enge nhosos, SC não conduzem a aperfei çoar ,o homem, iiromovendo-lhe a felicidade interna, subjetiva. Se, pelo contrário, lhe deformam o espírito, embí>tando-lhe os sentimentos, e exci tando instintos, que se desenfreiam nci hedonismo grosseiro da vida sen sual vigente, malditos sejam!

Sim, se todos os meios de comuni cação do pensamiento convergissem para um entendimento universal tre os homens, o progresso seria in tegral, fundido com a civilização, no mais alto significado do termo. Da eni allabeto, a imprensa, o telégrafo, o i'ádio, o cinema, a televisão, todas as transmissões de palavras e de imagens, resultam inoperantes, na melhor das hipóteses, se não servem de conduto à Idéia, se se escoam vazias de sentido, se não levam a uma super, em vez de uma infracivilização, como vai acontecen do. Nada mais louvável que’ instruir, informar, mas para educar. Não se tomem os meios pelos fins: a nenhu ma ciência é melhor que a meia

O gráficas e heitzianas ciencia, porque

compreensão recíproca dos povos, a falarem a mesma linguagem, é que , poderia nascer um mundo só, onde não desencadeariam guerras, não fermentariamj rivalidades de classes, nao se embateríam Opressões e i*ebeldias, e onde tudo seria ritmo, con sonância, mais lugar para a Utopia; tudo seria Realidade, cessidade de governo, como inelutá vel mal, cada vez mais difícil de suharmonia. Não haveria Desaparecería a neíportai’. Não se preci saria nem de monarquia, '. 1 nem de nãoaristocracia ilude, como esta; antes o analfabeto que o semi-alfabetizado, por que se ambos são cegos, aquele é inofensivo, e êste se acha munido de , nem de democracia, nos meainda de demagogia e tirania... Reinaria

a anarquia, o Não-Govêrno, das formas a mais perfeita armapolíticas perigosa, voltada contra a sociedade, de diferentes modos, se a ocasião se apresenta. A pedagogia moderna

imagináveis, pela elevaao maximo do grau de moralida de social, reinante a ordem, automá tica, imperturbàvelmente. A reden ção do homem seria completa os de lensores graciosos do povo, os cau dilhos e demagogos não teriam profissão... Proudhon foi ro a usar a palavra çao mais o primeiacabou com a velha superstição do saber ler, escrever e contar, escola primária se mostra incapaz de modelar o espírito e o caráter, a fim de preparar homens úteis e cidadãos conscientes, para o exer cício das diferentes atividades civis e cívicas, então é preferível que não exista, por inútil. E dizer-se que um governo inepto reduziu de quatro pa ra dois anos o curso básico, desar-

Se a ra rep-esentar êsse estado ideal dè orgamzaçao social. u„a vez que do governo do homen, pelo honrem, qualquer que seja a sua forma dizer opressão”. Sob toquer êsse regime,

. .'v lljlif 1Dií.i sro Ec;c)nómic{)

'

^ pontos extremos do planeta, tanjíencentros populosos mais denParis, Londres, Nova York, ciais os t sos, como L Chanííai, Buenos Aires, São Paulo.

5. Numa comunidade assim imensa, não t' haveria ^andes nem pequenos, todos à igualmente operários da riqueza coletiva, cada um a fazer incansàvel^ mente o trabalho da abelha, movido espírito da colmeia”, que a moral do 4i só pelo ! Maetcrlinck qualifica ' trabalho ardente e desinteressado”, r Nesse dia, chegaria o homem à grandeza do inseto.

B Longe disso, o que vige é a inBT compreensão geral: quanto mais se Iji estreitam uns com os outros, quan' to mais falam, quanto mais discutem, ^ menos se entendem, me¬ nos se interpretam; num recuo milenar voltamos aos tempos diluvianos j da confusão babálica. rí Não caberá acaso maior ou menor culpa disso à ^ imprensa, êsse tentacufe lar instrumento de difu% são de informações, no|É ticias e modos de ver as coisas? E’ p pelo jornal que ao amanhecer de cada dia, abrimos as janelas para o K panorama do mundo. Nada falta nessa tela, que se reproduz de moK, mento a momento, através de múltijí' pias e sucessivas edições, desde o fato K mais importante ao mais insignificahte. As agências telegráficas lançam f suas rêdes pelo orbe, e complementant:' do-se mútuamenté trazehí informes de tôda a parte, com tàl uniformida de, tal monotonia, que'a pluralidade

de ór^rãos de impicnsa dá a inipiTssão do que não j>assam do simples cópias multiplicadas, perdida lidado do cada um. Onde a função de orientar, de K^uiai-, de (Juarto Po der, a (jue já um dia aspiraram, se hoje o essencial é pascor a curiosidado ])opular, provocar sensações, apai xonar, excitai- emoções sensoriais? Onde a obra de elaboração de um pensamento condutoi-, de uma men talidade comum, de uma opinião pú blica, como fôrça de libertação de todos as juífos e servidões, no plano político, na ordem moral, no ecúmeno econômico? Kssa a missão que, co mo razão de ser, se iiropõe a impren sa, e em princípio lhe cabo, na acep ção moderna, única em (jue verda deiramente se podo falar de imprenKxemplos nesse sentido, dos mais edificantes, não i*areiam. aindividuasa.

deixa o indivíduo de pertencer a nação, à cidade, à vila, à Universo, contitíuidade dos aldeia, para A vida ó ' ■» se absorver no total, perfeita a

Bastaria citar Voltairc. No dizer do conhe cido critico o historia dor da literatura franVol-cesa G. Lanson: tairo c um jornalista dd genio: atuar sobre a opinião, que por sua vez atua sobre o govêrno, num país onde o poder opinião poderosa, éeis fraco e a todo o sistema do jornali.smo cone foi Voltaire que o Da sua mansão cm Ferney, temporâneo; criou”, fito a fito com o Mont-Blanc, sôbre águas azuis do lago de Léman, êle na mesma altitude as conservou-se dominadora, dm’ante todo o tempo ali residiu, recebendo em pemundo inteiro, como em que regrinaçao o expoente dd pensamento do século, realeza da emintelíqué exerceu a gência. Dêssú trono, enfrentou e

l.l Dkík^ 1 o !●!<■« >N«'»MICOÍT 10
i

venceu erros petrificados, preconceito.s hirtos, injustiças cruéis, célebre i>rocesso Calas representa um episódio épico dessa luta heróica, pela emancipação do espírito: é a defesa da liberdade de consciência contra tôda espécie de fanatismo religio.so, um ti*atado de tolerância e do humanismo, que inaugura uma nova cra. O k

Em contraposição, existe vim rei nado antipoda, e mais antigo tão poderoso: ó o do Aretino, na ver dade o ijrimoiro jornalista que sur giu com essa qualidade, e que razão de sua glória e de sua desonGuillaune Apollinaire, se tornou mas em ra , escreve prefaciando-lhe a obra uma das figuras mais atraentes do século XVI”. A época era extraordinàriamonte brilhante, como todas as épocas de decadência, a mesma de Maquiável e do Ariosto, o fim da independência e da hegemonia his tórica da Itália.

Sanctis, o emérito historiador da li teratura peninsular, o Aretino foi retrato vivo desse mundo puramente humano e natural, fechado no egoís mo individual, a última pincelada do século em que viveu, na sua forma mais cínica e degradante”, acabado da publicidade desonesta e escandalosa, efígie imperecível, perpètuamente reproduzida no tempo e no espaço, onde quer que um bandido monto uma tipografia, para assaltar a reputação alheia, sob color de acen der o facho simbólico do progresso eterno emblema Na frase de De o E' o tipo — a imprensa, o

ceu, a circunstâncias oprobriosas, não de sua culpa, mas de que natu ralmente guardaria ódio oculto con tra todos que não proviessem da mes ma baixa extração: haveria de os calcar aos pés. Filho adulterino de um sapateiro com uma prostituta, pretendem alguns de seus biógrafos mais hostis que teria antes nascido do conúbio sacrílego de um monge com uma monja, pois só assim poderia ser concebido o anticristo, que nêle viam. O fato é que, arvorandose censor de costumes, outra coisa não foz tôda a vida senão atirar aos outi*os a lama do lupanar, onde se gerou, procedendo como os portado res de certo mal repugnante, que acreditam curar-se, transmitindo aos sãosVivo, o vírus, que os corrompe,

sagaz, inteligente, bem que incul to, coisa extranhável num meio de Ivumanistas, sofreu uma doentia fas cinação por tôda espécie de frioleiras, gloríolas e vaidades mundanas, no meio das quais buscou abrir-se um caminho na vida, custasse o que custasse, infiltrando-se onde quer se encontrasse heráldica, grandeza, di nheiro; sobretudo dinheiro. íntimo de papas, reis, imperadores, prínci pes, nobres e artistas, tanto quanto ‘ da canalha grossa, constituída de barregãs, rufiões, alcoviteiros, usou dos mais sórdidos processos para ascender ao fastígio do poder. Intri gante, caluniador, chantagista, do minou pelo terror, ameaçando e assal, tando a honra dos homens de bem, com a audácia e o cinismo dos “gangsters” americanos. Por isso mesmo covarde, desvergonhado, cara de bronze, suportava com absoluta insensibilidade as desafrontas daque les que, não se deixando intimidar, mercadejado.

Como tôda a sua numerosa descen dência, uma prole imensa e inextinguível de foliculários, deveu o Are tino o triste ofício, em que enrique-

11Dk;i-:s ro Econômico

t

castiífavam-no corporalmente, ao ponw to de, no dizer de um contemporâneo, W lhe desenharem no dorso uma carta

B marinha, tanta a pancadaria, p nada servia de exemplo, h alguém a um amigo, a propósito do |t haver um sábio dado a honra de res-

ca saciada, logrou dos giamles que bajulava, recompensas j-égias. (juando, no início <la líoma, não tinha vinfém Começou logo poi- o.\ploj-ar merciante Kicolau (!higi, recebeu o primeiro bafejo d; Sentindo-se animatio penetrai- aqui, ali, um até ingressar na <'arreira, chegou a no MasIjMso.

P ponder ao Aretino: “Ri-me dessa res; posta: não se pode imaginar maior ridículo que ver um beneditino, i filósofo, um teólogo descer à liça pa ra se ombrear ~

o ric» codc iiuem i fortu¬ na. pass«ni a cm tôfla a jiartc, corte dos papas Leão X e Clemente Víl, triz o não fizeram ca)'d <iue por um ,^c‘al.Franesquecendo o respeito que a si pi-óprio”. Pelo que, acabou o di. famador por adquirir imunidades incensor de costumes. se deve violáveis, como CISCO J cstipcndiou-o No auge do prestígio e da fixou-se pròcliganumte. opulência.

Escreveu com Pedro Aretino

República verdadeira mente real, ornamento aiquitetônieo do Grande Canal, onde às suas plan tas rastejava longa cauda de los. Chamou-.se a si mesmo: vino”; chamou-lhe o Ariosto; gelo dos Príncipes”. na Sereníssima de Veneza, num jialácio vassa“O Di“ FlaK fazia jus a no lugar de Catão.. .

Mas não é só. Além da tolerância,' que largamente lhe cobriu a licenciosidade, recebeu não poucos aplau J sos, inclusive de religiosos, que viam I nêle um punidor de faltas, um vin^ gador de pecados, a li bêsta do Apocapse, vinda de propósito, no dia do ‘ juízo, para a expiação de todos crimes! E' difícil triunfo os mais comepítetos, como inotagonista de que bruxoleava. Só é esses uma idade virgem, <u nada naturezade flores simple.s, pura a q

S- pleto e mais insolente, só admissível i no seio de uma sociedade, como aque3* la, em plena deliquescência. Não é : . à toa que se diz, parafraseando um prolóquio, assaz conhecido: cada povo ^ ● tem a imprensa que que rescendia mal era do' gôsto da A época. Disso é prova a literatura tor', pe que o Aretino deixou, namenti”, ou diálogos sôbre temas ' depravados; ) merece. Tudo osRaggioos famosos dezesseis

^ sonetos fesceninos, do pior gênero

ue brotam espontâ neas do seio de uma torra ainda bravia, mas fecunda; cores brandas, artificialmente das mâos do homem em canteiros sáfaros, esses vivem do esterquilínio subjacente; vilizações requintadas, novos jardins da Babilônia. os lindos rosais de matizadas. nascidos assim as ci-

Dai o afirmarem al guns pensadores a nece.s.sidade do torno cíclico à selva bruta, à liarbárerie, para injeção de sangue vermelho nas veias dos velhos povos linfáticos, debilitados pelo refinamento das ra ças, e, sobretudo, esgotados de ])ra-

I que zei'.

► Bocage, que ilustram as gravuras de Marco Antônio Raimondi; bem assim peças de teatro com títulos obscenos, como as de Jean-Paul Sartre,

r hoje se representam para platéias

! melindrosas.

.

.

A história do Aretino deve ser re tida, como documento humano de va lor inestimável para o estudo de um dos capítulos mais importantes Escravoda do dinheiro, de avidez nun-

12

cada vez mais seu i*aio de ação, patoloi?iaà social — os vícios, as en fermidades, as contaminações da impi-cnsa contumeliosa e mercenária, que busca ilaquear e explorar o públi co, dissimulada sob a toga da magis tratura n\oral, que deve envolver os órgãos da opinião, dignos dêsse no me. A pasquinada é o achaque crô nico do jornalismo, impossível de guareccr; o Aretino existe sempre, e universalmente, mas em cópias canhestras, caricaturais, sem a atra ção e, digamos, a beleza impudica do original. Uma delas denominou-se Apulcro dc Castro, diretor d’“0 Cor sário”, que se editou no Rio de Ja neiro, de 1880 a 1883, espalhando o pânico no Brasil patriarcal de Pedro II. O meio era inóspito, a repulsa irrompeu impiedosa: o pobre diabo acabou justiçado por suas próprias vitimas, na praça pública, sob o olhar complacente da policia imperial.

medida que se alargava, nas repúbli cas, a participação de cada um na vi da de todos, a ingerência do cidadão na vida pública. Não coube aos-revo lucionários franceses, como geralmen te se supõe, a primazia da inscrição dessa liberdade, em monumento le gislativo. Ainda neste particular a prioridade pertence aos americanos, que na sua Constituição reproduziram texto preexistente nas constituí da Pensilvânia, do o ções anteriores Delaware, do Maryland e da Carolina do Norte. Era a herança colonial da velha libei'dade inglesa, por sua vez havida dos antepassados teutões, pois, por mais paradoxal que isso paa democracia nasceu das reça,florestas germânicas, é legado dêsses povos, segundo o testemunho de Tá cito, referido por Montesquineu (“De VEsprit des Lois”), e Freeman (“The Gro\vth of the English Constitution”). Mas não há negar que a con quista do mundo para o idealismo lii

Enfim, viria a ginmde imprensa... E viria com um sentido muito mais alto da vida, e a consciência da res ponsabilidade inerente à função polí tica, que passou a exercer, dizer, essa fôrça geradora e regula dora da opinião é contemporânea da democracia, um fato moderno, senão recente: havia, portanto, de acompa nhar-lhe as vicissitudes. Desde que

os direitos do homem se proclamaram, imediata das comlibera assunçao dades individuais, a igual às demais, singularizou-se, to davia, como condição do exercício e arma de defesa de todas as outras. Como falar desta ou daquela liberda de, no reinado do silêncio? Qual de las, aí, pràticamente existe? Entrou, pois, o papel impresso a influir dire ta e profundamente no espírito e no destino dos povos livres, estendendo de imprensa,

A bem beral se realizou principalmente atra vés da universalidade da língua e do pensamento francês, embebido nos princípios revolucionários de 89. Mas todo princípio contém dentro em si a própria contradição: a pro clamação solene, enfática, da liber dade de imprensa na Declaração dos Direitos do Homem, teria logo de fi car no papel, desmentida pela prá tica, que no primeiro ensejo não tre pidou em violentá-la, pôsto que represália aos abusos cometidos, regi me do talião, do crime contra em 0 crime,

numa atmosfera de terror. O sinistro Marat apresentava “L’Ami du Peuple”, programa: dar o alarme, conduzir à desordem, dividir

0 seu jornal, com um único a naçao, provocar

13Dt(a„sro Ec:on6mico
.

a guerra civil, injuriar, confundir e intimidar; o rei era um traidor, ape sar de imbecil, a rainha uma sulta na germânica, e a última das mulhe res; a Assembléia Constituinte' um covil de tratantes. Donde se vê que o processo de desmoralização sistemá tica e cavilosa do poder público, tão em voga nos nossos dias, nada tem de original...

Também nada mais frontalmente contrário âi missão da imprensa, consiste exatamente em transformarse em poder público, o Quarto Poder das nações democráticas, estabeleci do sôbre as bases de ganizada e esclarecida, com direti, vas nítidas, seguras, retilíneas. Ain da sob êste aspecto revela-se a supe rior aptidão dos anglo-saxões para o governo popular; não conhecem necessidade de medidas da liberdade de i que uma opinião or-

I a repressivas imprensa

Costa na obra da independência na cional; pela de Evaristo da Veiga, no período da Regência; pela de José do Patrocínio, na campanha da liber tação dos escravos; pela de (Quinti no Bocaiúva, na blicana; c pola de Rui Barbosa, na demolição do antigo e construção do novo regime. Para só ficar mes simbólicos... Jsso, rcalmente, é imprensa!

Na Inglaterra, cendente da democracia, superou, se possível, pelo menos, ocupou-lhe o lugar, de tal sorte propaganda repunos nocom a marcha asa imprensa o governo, ou. que pôde dizei- em jileno

, parlamento,referido Lord Bulover, por Georges Woill: eu tivesse do transmitir í futuras Senh íi uma prova da civili ores! Se as idades zação in glesa no século XIX, nem as nossas docas, esti*adas de fer edifícios públicos, nem sequer o mag nífico Parlamento, onde nos achamos. Nada disso. não escollieria nem as nossas ro, nem os nossos

um número do Tinie.s.” Que longa curva, essa descrita do Aretino Time.s! ao

E’ que existe, de fato, num i*egime que assim funciona, uma opi nião pública, de autenticidade inso fismável, que se pode à primeira vis ta reconhecer e identificar sem nor risco de o meerro ou engano, tal a impossibilidade de a falsear ou equiÊsse o requisito essencial vocar.da democracia. Mas tão difícil de cher! preen-

Eu escolheria apenas , quaisquer que sejam as emergências, como as das duas últimas grandes nunca a conheceram. “ prensa livre que os homens nentes dos Estados Unidos revolução da independência; Frankiin, John e Samuel Adams, Jefferson, Jay, Hamilton. Observa, a propósito, um escritor; “A espada de Washington não fêz senão defender uma revolução já confirmada pela opinião; mas formar esta opinião, quebrar uma a uma tôdas as cadeias existentes, despertar no povo o senti mento dos seus direitos e a consciên cia de um futuro distinto do da In glaterra, guerras; Foi pela immais emiprepararam a criar um espírito nacional

E’ que, como bem observa Gabriel Tarde (“L’Opinion et la Foule”) diferença entre “público tidão”, é uma coletividade espiritual, ou pen sante, formada por laços puramente mentais, da massa constituída por a tr mul-UG mesma que adistingue americano, tudo foi obra da impren sa”. Outro tanto é lícito dizer da elaboração política do Brasil, suas fases culminantes, nas com a ação exercida pela pena de Hipólito da

14 Dk:k«>to Econômico

contactos individuais, físicos, ou me ras aproximações corporais, destituí das de afinidades psicológicas, isto é, apenas um rebanho humano, “que apresenta qualquer coisa de animal”, na expressão do sociólogo francês. Evidentemente, não é dêsse ajunta mento informe e heterogêneo que emerge a opinião pública”, ou seja, uma cristalização do pensamento co mum, elaborado pelos órgãos supe riores da organização social, a inte ligência, o cérebro de uma nação. Tal a função das “elites”. Só elas pos suem capacidade para preparar e di rigir a opinião, que não se confun de com uma simples maioria eleitoral, constituída quase sempre por influên cia de interesses inconfessáveis, à revelia das idéias dominantes no es pírito público, inclusive no dos mem bros insinceros dessa mesma maioria, conduzidosmotivos

, em regra, por egoísticos, antagônicos com as con vicções íntimas recalcadas. Isso prin cipalmente nas democracias burles cas, como a nossa do tempo presente, despida de “espírito público”, inimi ga das “elites”, e portanto refratária às ações e reações da opinião.

Num meio assim, a liberdade se torna cada vez mais preciosa, por que é o respiradouro da minoria, o direito de dissentir, a defesa da ra zão contra o arbítrio, a sobrevivên cia da verdade ao êrro, a irredutibilidade do bem ao mal, a vindita da justiça, a afirmação do indivíduo ante as negações do totalitarismo. Não há pior tirania que a do númei-o. Fora absurdo aquilatar um go vêrno livre pelo critério aritmético, exclusivamente formal, só adotado por falta de melhor. A substância da democracia é a opinião, única fôr-

ça capaz de a sustentar; e a opinião existe independente, e não raro di vorciada da maioria. Êsse o tema do ensaio célebre de Stuart Mill “On Liberty”, ainda hoje o breviário do liberalismo inglês. Em sín tese, o que ensina o grande pensador é que nenhum govêrno, ainda que confundido com o povo, tem o direitodo o povo to,assiste, que nem a

de censurar qualquer manifestação dc opinião, pois tal poder seria tanto, ou mais prejudicial, se exercido de acordo com o povo, do que oposição dêle. Mais que isso: quando a humanidade inteira pensasse de um modo, e apenas um único indivíduo de modo contrário, não podería ela reduzir ao silêncio o dissidente, pela mesma razão em virtude da qual não isto lhe estivesse com a poderia êste, se ao alcance, impor silêncio à humaniPorque uma dadeopinião inteira, deixa de pertencer a quem a emite, para se incorporar ao patrimônio das gerações: se é justa, ofei*ece ensejo de abandonar o êrro pela verdade; se é falsa, torna mais clara e per ceptível a verdade, na sua colisão com o êrro, já que só se conhece

sufieientemente o que uma cousa é, conhecendo-se igualmente o que ela não é. Além de que inúmeras vêzes opiniões aparentemente contraditó rias se conciliam e se completam, contendo, cada uma, parte da verda de. Para que tal aconteça, cumpre se encontrem face a face. Não há o privilégio da infalibilidade, ninguém pode alimentar a presunção de pos suir a verdade absoluta: modo de petrificá-la, condenando à inércia o espírito humano, sem pos sibilidade de movimentar-se acelerar o progresso das idéias; as seria um para

DioiiSTO15 Econômico

● ciências e as artes jazeríam estratiL. ficadas, como camadas íreolóíjicas. Nada mais restaria que fazer ao ho mem. Finalmente, fôra ijínorai- que a verdade não é um ente de razão, per se stante, sem comunicação com , o mundo exterior; mas fugidia e es corregadia, difícil de ser intciramonte envolvida pelas nossas faculdades ^ cognoscitivas, dela sabemos só a parte que tangenciamos, por intermédio dos sentidos. Definiam-na muito bem ● os escolásticos: intellectus”, tui-a do espírito, i\ realidade. adaequatio rei et ou uma simples para a adequação aven-

ças políticas subterrâneas e obscuras. O regime do opinião posição de todos os interêsscs numa í'Osultante comum, o interesse públi co, superior a todos, e neutral entre os indivíduos, grupos ou classes, dis criminados, COS uns dos outi-os.

supoe a comsogi’egados e antinômi-

,

embora isso lhe custe lágrimas de sangue, como as que lhe arrancaram as conclamações ao sacrifício, ainda à flor da nossa memória, partidas grande Primeiro .Ministro Winston Churchill, em hora crucial.

/ Ma.s a Inglaterra é uma ilha, e tam[ bém insular o exemplo que ofei'ece.

A democracia é o govêi no do povo total. olksstaat”, da definição in.suspeita da Con.stituição de Weimai-, o ({ue serviu de as Cíinstituições ração socialista. púi)lica majoritária,” escreve KJmond Vei-nieil, da Univei\sidade de buj‘go (La ('onstitiition de Weimar), "mas no sentido orgânico e sintéti co do têrmo. Maioria cjuei- tlizer conciliação dos contrários modelo a todas modernas, de inspi"Fsta é bem a ReSti-asaqui compi‘oNão há mais bela liberalismo, concepção do que essa dos ingleses, . um povo de espírito evangélico, Ic diariamente a Bíblia, e > verdade acima de todas que ama a as coisas missos e soluções médias, inclusive respeito das minorias”. Não bá es))aço, nessa concepção jenovada da democracia, para separação e luta de classes, oposição entre emprega dores e empregados, esmagamento de uns pelo ódio de outros. 0 interesse coletivo continua a pairar acima das competições dessa ordem; total, classes ativas da sociedade, das mais altas às mais liumildes, não se con funde, de modo nenhum, com o poviléu, a ralé, em cjue se apoiam os de magogos, jjaia subverter os princí pios estáticos de uma soberania verdadeiramente popular. o e ü ])ovo em que se integram tódas as

j. Decai em tôda a parte do seu ^ plendor a democracia liberal, t ela a grande imprensa de opinião. Êsse enfraquecimento de outra do seu exe com uma e de vem se processando paralela r e iniludivelmente, sob ) siva dos a ação depresentre mesmossi fatores, ^ livais, e por isso mesmo determinan^ tes da crise do um lado, a plutocracia, mo, ou judaísmo, . várias coisas distintas, f verdadeira; de outro lado, socialismo, " trabalhismo, nomes diferentes de

mundo moderno: de ou capitalisou imperialismo, mas uma so comunismo, populismo, um geral

, pôsto

P que desordenado, movimento de fôr-

Não se exjilica, pois, nos nossos dias, o esmaecimento da opinião, co mo reflexo do intei-êsse iniblico bem entendido, uma luz direta, de proje ção forte e irresistível. No entanto, as imagens que dela nos buscam ofe recer, sob o estímulo de paixões in feriores e motivos ocultos, revelam-

● 'P I IG Dicksto Kf:oNÓ.\íico

se cada vez mais deformadas, o atá ridículas, como as aberrações produ zidas pelos espelhos convexos. De há muito já se vinham diluindo, nos órírãos dc publicidade, os traços ca racterísticos, fisionômicos, da demo cracia: o espírito público, a isenção de ânimo, a imparcialidade, o culto ô- justiça. A política facciosa criou a imprensa tendenciosa, subordinada, sob o manto hipócrita de opin'ão pú blica. a sentimentos primitivos de clã, ou de hostilidade a tudo e todos quantos se não coadunem com ês.se odioso repime dc filnucia e protér-

jornalista no tempo em que êsse ofí cio era um sacerdócio; nao uma advo-

cacia.

Quando as democracias entram em d^^solução, por obra das facções des tituídas de sentimento cívico, de idéias., de propramas, a imprensa piora juntamente com o cidadão. Multiplicam-se as minorias, dissociase ó Estado. A atmosfera política, saturada do baixas emuliçôes, malódios, torna-se abafaE cai o Quarto Porque já não orienta, dequerenças e d’ça, irrespirável. Poder, i sorienta; não coordena, dispersa; não harmoniza, conflita; não compõe, de compõe; não pacifica, revoluciona. Deflapra-se a prande crise, campeia ü tumulto, reina soberana a desordem. O que era uma melodia transmuda-se numa bulha enervante, num vozerio ensurdecedor, num ulular selvapem de paixões que uivam. E’ o espetá culo dos nossos dias, a crise tanto do povêrno como da imprensa política, uma e outra coisa enfraquecida, per dido o poder de direção, que lhes compete, e não podem deixar de exer cer simultâneamente, se não quise rem frustrar-se na sagrada missão

via, fazendo-os, por isso, vítimas ino centes de puerras pessoais, ora pela nies(uúnha conspiração do silêncio, cscandalosamente a quever.sonepa dado, ora por ataques pérfidos e ca luniosos. de afronta à verdade. As dissensões dessa espécie extremavamse a tal ponto no Brasil, por ocasião das antipas campanlias presidenciais, travadas cm termos dc feroz apres.sividade, que fizeram medrar no jor nalismo um novo pênero de advoca cia, ao serviço das causas políticas em litípio. O periodismo dêsse naipe provocou de Rui Barbosa apóstrofes candentes, o ferro em brasa, na sua conferência de 1919 às classes arma das, onde exclama indipnado: to maiores mais azado o ensejo para o florescer dessa indústria criminosa, dessa in dústria de lesa-naçào!” E’ explicá vel que com o aparecimento de se melhante concorrência desleal, so fresse a prande imprensa indizível constranpimento e vexame. Quando celebraram o jubileu de Quintino Bocaiúva, como “príncipe dos jorna listas”, opôs restrições o patriarca da nossa imprensa republicana: “Fui Quanos interesses em jôgo.

Sendo a opinião do comum. que 0 governo: povo a base do nosso governo”, crevia Thomas Jefferson, nos acima de tudo preservar êsse di reito, pois se me fôsse lícito decidir o que deveriamos preferir escumpreum go verno sem imprensa, ou uma impi’ensa sem governo, eu não hesitaria instante em optar pela segunda al ternativa.” um

E a imprensa ainda mais

De todas as corrido para a causas que têm condiminuição do pode rio da imprensa, a mais grave, alarmante, procede da mais intromissão

't 17IDlCKSTO ICrONÓMU^O

velada dasí grrandes concentrações ca pitalistas na orientação, tôda desvia da no interesse delas, dos órícãos de maior penetração no espírito popu lar. E’ o ludibrio da opinião pública, por apentes ocultos, que a mistificam em proveito próprio, fraudando a eco nomia coletiva, sob máscai-a de jjroteção. As írrandes empresas, incor poradas para a exploração de servi ços estatais, ou de riquezas perten centes ao patrimômio comum, ou de privilégios obtidos à custa do sacri fícios do povo, mediante monopólios, concessões, tarifas protecionistas, brança de taxas especiais, isenção de impostos, numa palavra, mi] e favores, lançam pontas de lança imprensa, para ções aliás insustentáveis. " org-anizado à fortuna pública, o que não opõem muralhas, acham em condições de faze-lo, democracias falidas. coum na defesa de asitualí’ 0 saque contra nao se a.s rico.s, insaciávííis como abutres. Foi dessa premissa verdadeira que de duziu Mussolini uma conclusão falsa, a fim de suprimir a liberdade de im-

<!ue “no com prensa, sob o fundamento de fascismo llie cabe, juntamonte a escola, plasmar o GS])írito das ções, gozando, verdadeira lil)erdado. em servir uma fimção oficial, novas nessa alta esfer uma causa e nm re a de gera- i a, da ejueconsiste gime, grupos c potências Sim, dizem todos os amai- a liberdade... Mas desposaram, jneferindo com a violência. e não partidos, financeiras. tiranos

nunce. a amanoebar-sG es})írito público, sob tal freu aleijões terríveis, como os de que a teratologia nos dá mostras, quan do a natureza aberra da sua admi- ! rável perfeição, indignidade 0 regime, soNunca so viu maior que a servidão em que a imprensa mergulhou, reduzidos à condição de escravos homens (jue um dia conheceram a liberdade. Sob os princípios de Mussolini ergucu-se no mundo a ordem totalitária: a fascistização foi completa, ítália, caminhou para a Espanha de Primo de Rivera e de Franco, para a Alemanha de Ilitler, para o Brasil do Estado Novo, para a Ai-gentina do galante casal Peron, para o Japão militarista, para os países satélites da União Soviética, para tôda a par te, inclusive países tradicionalmente democráticos, que não souberam re sistir à nefasta, mas tentadora inPartindo da

Não podiam encontrar melhor texto para van-ê-las, de os aventureiros do fa.scismo propósito, está claro, de sanar êsses males, senão de preum sõpro, sem 0 os agravar j)ara mais completa escravização do povo, sob o domínio de partido umúnico”, arregimentado aparentemente para o efeito de sobreestar na obra de desa gregação da sociedade e do Estado, mas na realidade para levá-la a cabo. Para os totalitários, a liberdade indi vidual, das teorias clássicas, é o cal do de cultura dos sapadores da dem, da moral e do direito; tiriente para todos os abusos; um veículo para tôdas as licenças; instrumento para todos Era preciso orum conum os delitos, cassar aos corsários da fluência.

Quando acordamos de tão prolon gado sono letárgico, e nos supuse mos no mesmo lugar onde antes nos encontravamos, não podia ser maior a decepção, nada se conservava no seu lugar. Estava tudo imprensamudadO;

o direito de vender galhas dos pobres, em benefício dos as miràíi

18 DíCÍKSTO l^CONÓMICO

Democracia, tica.. opiniao, imprensa, poH. Onde se achavam? Desapa recera a memória dessas antiqualhas. O que antes revestia n austeridade e o prestíííio de um Senado romano,

mente derrotados pelo voto secreto. Um Rodrigues Alves não conseguiria hoje eleger-se juiz de dera! Faltava-lhe a popularidade das ruas; era incapaz de descamisar-se na praça pública; não sabia mentir, nem prometer o que não pudesse cum prir. Em compensação, sabia resis tir aos inimigos do povo, defender as arcas do Tesouro... paz. Pumetamorfoseia-se agora num perma nente carnaval, tanto assim que ao baile de máscaras, da terça-feira gor comparecem pessoalmonte as altas ^titoridades, para dar arras do pojHilismo, deixando-se envolver turbillião da folia, de Arlcquins e Colombinas, Quebram o sapateiam em rataplãs. A da. seu no liermeio com que se recã-cãs e opmiao, outrora pode-

losa, coitada! anda por aí despreza da, ninguém faz caso dela, é objeto de motejo, vive enxovalhtida. tronou-a a propaganda, um estriden te aparelho o infernal, destinado Desmecânico, ensurdecedor a enganar as ingênuas e ignaras, país, como êste, onde a maioria da população é de ilotrados. Infelizmente, não puderam os tempos, que em vão pi’otendem voltar, livrar-se dessa tara, uma das piores transmitidas pelos regúmes ditatoriais: o convite à inibição mental, o entorpecimento letal do massas num senso crítico, a aceitação

Declinando, teve a imprensa de cingir-se, quanto possível, à função informativa, alargando-se principal mente como indústria de publicidade, para sobreviver sem descer à condi ção de reles instrumento de propa ganda, a serviço da mentalidade doSofreu^^estarte, por fôrçs das circunstâncias, profunda evolu ção, com 0 transportar-se do mar lar go da opinião para os estreitos canais minante.

da simples informação. Êsse o ca pítulo essencial de tôda a moderna legislação a respeito. Foi êsse o ele mento introduzido, através do art. 19 da Declaração Universal dos Di reitos do Homem, pela Assembléia Geral das Nações Unidas, reunida em Paris, no outono de 1948: indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que impli ca 0 de não ser inquietado opiniões, bem assim o de obter, ceber e transmitir, sem consideração de fronteira, informações e idéias quaisquer que sejam os meios de Dependendo tal afir Todo por suas reexpressão,

)mae Uma elefantíase.

Quantos insistiram em militar na vida pública, conservando, num am biente dêsses, a discrição, a elegân cia moral característica dos nossos homens de Estado, foram estrondosa-

pura e simples do prato graciosamen te oferecido aos incautos, com vitualha.s falsificadas e condimentos toxicos. Tal o pão espiritual dos po bres, cad vez mais pobres, graças u pregação messiânica da propaganNão há meio de extirpar êsse tumor, que se intumesce dia a dia, horrendamente, a dando a impressão d ção de princípio, para se fazer efi caz, de um pacto com fôrça obriga tória para todos os Estados, a Con ferência de Genebra, realizada logo depois, nao duvidou estabelecer-lhe sanções, condições ou restrições tão latitudmanas e imprecisas, que dis tanciaram de muito o texto moderno

Digi:sto EcoNÓ.\rico 19

da singela Declaração de 1789, tao I espontânea e eloquente, lidar o principio na prática, basta ale, gar qualquer razão de Kstad<», como, por exemplo, a necessidade de inter dizer a.s opiniões “que incitem as mudanças de sistema de governo" (letra b do art. 17 do Pacto). Certo, Espanha de Franco

Para invanao vigora na legislação diferente, tocante ao assunAlém de que, conviría averiguar que sistema de governo é esse, (lue não pode ser mudado; e no caso de tratar-se de sistema democrático, so os governos que assim se intitulam são realmente democráticos, ou ape nas o simulam, já que nenhum dos regimes existentes, ainda to. os mais despóticos, leveste forma diferente. A questão não admite métodos sim plistas, superficiais, dada a comple xidade que a envolve.

Como se vê, as concepções fascis tas deixaram persistentes resíduos no subconsciente de todos os povos, que as adotam... sem o saber, do mesmo modo que M. Jourdain fazia a prosa, n?. comédia de Molière. A propósi to, é oportuno transcrever Arturo Assante, numa recente monografia jurídica, assaz interessante (“II Giornale”): de distância, reler um trecho do dis curso que Mussolini pronunciou em presença dos jornalistas italianos, ponto de partida da radical trans formação da imprensa na Itália, e cujos cânones ainda sobrevivem só no nosso país, mas na quase tota lidade das nações democráticas que saíram da segunda guerra mundial íascistizadas, senão na letra, certa mente nos costumes políticos, assim se explica como, em regimes que se proclamam republicanos e deE’ azado, a vinte anos nao Só

mocráticos, om vhlucle de uma rí‘. vencida sôhre n f.iscismo e o to talitarismo tenham sido repropostos esquemas e re^ula.mentus da impren sa. ciue reproduzem aciuêlo tipo dc orííanização, dentro do ()ual são períeitos, tanto quanto liíhridos e fal sos nos rejrimes de liberdade.”

Diante désse depoimente», podemo.s nos roK<>'''djai\ e bem avaliar o alcan ce da ol)ra de libertação do peii.samento, realizada no Hrasil, com in flexibilidade, durante todo o ^rovèrno do Sr. Kurico Oaspai- Dutra. \ão precisa o lionrado soldado de outro título à u^iatidào dos seus contempo râneos 0 à Justiça da jiostoridadc, pois nenhiãn maior serviço lhe seria possível prestar à pátria, por hon rar a confiança da nação. Nenlnim eouivale, nenhum pode ser compara do ao da )'cdenção da inteliírância brasileira. Só essa henemerência lhe basta como pedes^ta] à j^lória, resga tando todos os erros, acaso cometi dos na administração da República, todos reparáveis, i)orque serão dc ordem material, suhstancialmente di ferentes dos danos morais, por na tureza irrcssarcíveis.

E’ o começo da reconstrução polí tica, que 0 Brasil aguarda paciente mente, uma esperança sempre adinPraza aos céus nunca mais se interrompa a tradição liberal, que é todo o nosso orgulho de patriotas. Como outrora, competirá à imprennovas balizas da nossíi abrir os ciclos do futurCf da. sa marcar as história, desvendar destinos ainda ignorados, conduzindo, preparando, educando aS gerações para a grandeza da pátria, é uma terra a conquistar, quepela abnegação e o sacrifício. A impren sa livre é o governo livre, a democra-

F.( ONÓMICOI^u;kstí>20

cia ffeninna, o Mas a liberdade fundida com

reírime da opinião, só é preciosa, cona verdade, tão difícil

de ser dita na aspereza que lhe é própria, pois não pode deixar de rude e ser aíírcste, como o que há de

CIOS, nenhuma fantasia sobre essa riudez forte, Queiroz. como queria Eça de Portiue na natureza, como via o grande escultor Auguste Rodin, tudo é belo, inclu sive o horrível. realista Pior que a menti ra é a deformação da verdade, isso. dizia o velho Boileau: Por Rien n*est beau que le vrai: le vrai seul est aimable”. Entretanto, não fazem senão aleijá-la os que apenas tratam a si mesmos, quando buscam misturar a impureza dos seus baixos sentimentos com as coisas que dizem reproduzir, refratando-as através de prismas pessoais: simpatias ou antipatias, idiossincrasias, alergias, ódio ou inveja, ciúme ou despeito, imprensa parcial, exclusivista, serve de modelo ao exercício do di reito político do opinião, nímio espírito de justiça, retidão mo ral de caráter, impersonalismo, inclinações nem para (t se reEssa nao que supoe sem o panegírico, vemos a nos mesmos, aos nossos es forços e sacrifícios, o lugar ao sol que se amplia hora a hora frente. Guardemos, com a democra cia, a nossa soberania. Temos conta do até hoje com a proteção de Deus e de outra não havemos misteré a Terra de Santa Cruz. na nossa esta nem para a diatribe, dando a cada um o que é seu, severa com os ami gos, leal com os adversários, ■ sobretudo, de discernir e julgar, critério objetivo e conhecimento de causa, como se exige dos dos.magistra capaz, com Abrem-se, ' felizmente agora

escolas de jornalismo, que se esme rarão em ministrar úteis ensinamen tos técnicos; mas o essencial, que não será sem dúvida transcurado, é a ética, no exercício de tão elevada profissão. E' preciso que o públifco se encontre diariamente com o seu puro na natureza. Nada de artifijornal, de coração aberto, sem pre- j venções nem suspeitas, na certeza de' que se confidencia com um amigo, j um companheiro, mais ainda que um orientador, um guia, na jornada in- j finda da vida política.

Rasguem-se esses largos caminhos, ^ por onde poderão todos marchar jun- ' tos. como combatentes na ânsia da vitória, que nunca deixa de aos que lutam com sinceridade, tusiasmo e desassombro, na* defesa ; dos seus ideais. Para isso, cumpre * primeiro que tudo confiar nas qua lidades. na energia deste povo, afron- ^ tando a pedanteria dos "snobs” maldizentes, de modo que não gonhe, antes se orgulhe todo bom brasileiro de proclamar: ufano do meu país.” Desenha-se pa ra a nossa terra posição de imenso relevo, na órbita internacional, tão perturbada nos dias presentes. sorrir eni se enverEu me De

r Dici>;r<) Kconómico 2' 1 ■:
0Be"3BC

reflexões sôbre a carta econô mica DA AMAZÔNIA

Moacyix Paixão

contribuir com sugestões estudos para a compreensão ob‘jetiva dos problemas da Amazíuiia, pro curada na Conferência dos Governadorcunida em Manaus, preferi »itiliX4ir ; do DiG5::STO ECONÓMICO C descoberto.

transporl<'S, a fniij^ratória — na tatrgorui (1(‘ ({nc‘sl<H-s fimclaincnlais.

Sabc-.sc- (|m‘ o Chnfír da Nação igualmc-nto pr<-lcnd(‘ lançar nm largo plano de governo — não mais apenas nin diseiirso literário, como o do “Hio Atnazonas” — dirigido à solução dos proble

^*onvidadooua res as páginas opinar a Não se entenda o fato como um desapreço à Comissão Organizadora da Conferência, mas conos desejocírcidos de moagitar um mas <la Aina/.ònia, e ness(í sentido des tacou o economista Uòimdo de Almeida para fazer estudos em Helém e Manaus, além de entregar rais a i-laboração de programas parciais, com idêntica finalidade.

pelo Dioksto uma nova inter pretação, fora do àngido coimnn, em torno da Amazônia, dos vellios prol)lenias de seu povo.

a eérlos é)rgãos atingidosfede-

Que conteúdo deve apresentar a Car ta Econômica da Amazônia ? Que medi das imediatas, práticas, dcvcin os gover nos adotar, no sentido da aplicação do arl. 199 da Constituição e \isando su perar as condições atuais de jíobrcza c atraso na economia da região? Há os que apelarão prefercneialmcnte para so luções do alcance apenas eleitoral. Ou tros martelarão os antigos erros teóricos que colocam questões tlc periferia, sub sidiárias a sanitária, a escolar, a dc

Estou a enxergar o desfile dos sábios. Minha xingança é saber qiiif só os ingê nuos, os de atitude contemplatíxa c os mal-inlcncionados balem-lbes palmas.

Vii\ü Vkhi JCc()ii(í>iiir(i à Faria

Eni])ora a Amazônia seja mn mundo, reprcscnlando, cjuanlo ao sou território, rnais de 40% da superfície do país, a posição ocupada pela sua ladro da lavoura nacional é insignifiEm 1950 a situação sc expri-

laxoura no cante, mia assim:

Amazônia Pcrcentaf^cnsBrasil Área cultivada com lavoura (cm mil hectares)

Valor da produção agrícola (em mi lhões crs. )

Ê o nível de pobreza e deficiência. Ao falar-sc em riqueza agrícola brasilei ra não liá onde incluir a Amazônia, que planta dentro de .suas imensas ferras 16.9541380.7

. 1.031.577 42.5740.6 nos

282

apenas 138 mil hectares, ou sejam, me de 1% da área plantada do país.

Hclativamento à indústria, o jôgO' dos números sc assemelha. Apreciemos êsto quadro: Brasil

Á7)wzônia 9.660 Percentagens

Operários0,9

ocupados cm 1948

Produção industrial em 1949 (valor, em milhões crs.) 29.5902560,8

L

Aí estão computadas as indústrias de carne, banlia. (jueijo e manteiga, trigo,

Grande do Sul ou São Paulo — não está se processando, senão em algumas re-_* giücs, no Baixo Amazonas sobretudo atra\és da agricultura juleira, mas ainda* assim muito Naigarosamente. Noutras latifúndio e com êle tôda o a estrutura açúcar, farinha de mandioca, bebidas, óleos vegetais. couros c peles, têxtil e industria pesada (forro, a^xj c cimento).

A Amazônia só as conhece e possui precàrianu-nte.

Sua indústria se limita a econômica retrógrada vem sendo susten- _Í tada a pretexto de salvar a região da derrocada.

umas raras jisinas dc beneficiar borra cha, de tratamcuito primário doutras materias-primas florestais, c quase nada rcalmente mais.

Só isso que a Amazônia 4

LatifúiuUo, Fator de A/r<iso no conjunto da economia brasileira. Hicjuíssima, ao que avaliam os técnicos, de recursos natu rais — dispondo dc grandes reservas de manganês, fcrn>, (piarlzo, berilo, certanu-nte ]>c“tióIeo, um potencial hidráulico de cachoeira avaliado cm 5 milhões de C.V. ja rt‘vcia constiljii »im 4tfp vazu)

— não conseguiu até aqui cons

truir uma economia moderna, que er guesse a população local dos seus níveis de pobreza. A renda produzida Amazônia é espantosamenlc baixa: siderada per capita, é a mais baixa do país. na con-

Poucos aceitam a idéia do ser o lati fúndio, na Amazônia, um fator de atra so eeonómieo e .social. Uma tese vito riosa e aplaudida, fugindo à realidade considera que na região há imensa bras de terra. Como a ocupação humana da terra é quase nula, expressa na densidade demográfica de 0,8 habitan tes por km2, isso dá força aos analistas do problema que se colocam a serviço _^ da santificação do latifúndio.

-

Níus os fatos não admitem duas ca ras. O próprio Censo, em 1940 (de lá cm diante não ocorreram mudanças subs tanciais), assinalou na Amazônia a ação do regime do monopólio da terra, da al ta concentração da propriedade rural extrativa, criatória ou de lavoura, nas mãos de uns [xjucos “coronéis” da bor racha ou da castanha. so-

Situ;i-se a Amazônia, dentro do qua dro econômico nacional, entre as zonas dc “periferia”, zonas de economia mor ta c cujo grande e imediato problema é romper as cadeias do primitivasmo das suas forças produtivas para colocá-las ao menos no nível atual das economias do Êsse<1 centro”. avanço — a passagem Vejamos como é impressionante quadro abaixo, dando a posição dos grandes latifúndios, com mais de 1.000 hectares, no corpo da propriedade rural da região; O das formas dc produção semi-servis e i\s -J mesmo scmi-cscravagistas dos ringais para as formas capitalistas intro duzidas v'ôzes sena lavoura, digamos, do Rio

Núnwro de % s/ o Área das proproprieda- total pricdaaes (md ha.) 6.859 des 33231,3 % s/ 0

Unidade total Território do Ac Amazonas (inclusiye os Territórios do Guaporé c Rio Branco) ( rc P inclusive o Território do AMAZÔAmapá) ará NIA 98,2 1.560 7,1 6.828 80,3 1.597 2.389 2,7 7.290 20.977 2,972.3 82,3

DiotvSTo Econômico 23 .1 j
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Isso esclarece que a concentração da propriedade territorial atinge na Ama/aãnia, em relação ao Brasil, a um^ ponto record. São cérea de 21 milbões de hectares de terras, ou sejam 82 % da glol>al ocupada pelas propriedades k da região, pertencendo a 2.389 grandes latifundiário.s, emjuanlo cmase 50 md ^ pequenos proprietários pobres (de termedindo até 20 hectares), partiagrícolas, sentem 200 mil Iraíirea r renos cularmente das >u)na.s “fome” dc terra, e cjuase 1 balhadores rurais adultos, sem terra, \ èem-se obrigados a alugar sua força de trabalho, em condições de e.xlrcma pe-

A terra présa às mãos (!«● nma minoria monopolista, gerando rcIai,õi'S ele produ ção semifeiiclais e até seiui-esera\’istas, í 1 ) eonverleii-se mima barreira ao dcsí-nvol\imento das forças produti\as (c-mprê^o íle má(|uin.is, ete.), impede a passagem elos métodos de produção do minantes na região, primilivislas, atra sados, para métodos mais aeliaiitados.

() “Velho" c o “Wovo” tui Ainozòiiiíi

1.

nuna, nos seringais, castanhais, fazendas ou lavouras dos

|b*

I néis”.

' os dados do Censo refletem. coro-

E note-se qiic não nem de lon¬ ge, o problema da con centração territorial cm tòda agrandeza, sua casta-Há seringais c nhaís no Solimões, Pu nis, Madeira, Tapajós, Xingu, Tocantins, dos grandes cursos fluviais da Amazônia, verdadeiros que sao mundos.

Quando em 1949 foi vendida a proprie dade do sr. José Júlio de Andrade, dc Almeirim e Mazagão, no Pará, soubc-se que sua mil hectares, enraizadas 600 área legal” era superior Outras muitas existem ascantos da a smiquatro nos í (

Os processos de produção na Ainazòapresenlam predominantemente No último quiu{|uènio, cérca de 70 'Á do \ alor da produção sujiãta ao mercado resultaram cias atividades de sacjue aos produtos espontâneos da noi-i‘sla, a borraelui, castanha, madei ras, óleos \egetais, sor va, etc. l’roduçã<i extrativa, no caso especí fico, significa traballio rudimentar, de baixa rentaljilidade, executa do dentro de condições difíceis, com brutais sacrifícios e pesada carga de miséria da mão-de-obra. A Ama/ònia devido a essa ma se extrati\istas. manlém-sc paupérrima base econômica arcaica,

atraso de suas forças queproexprime o dutivus frente à etapa alcançada noutras regiões do país c do mundo, onde o hoda técnica e da memciência arma-seAmazônia. para construir sua economia. O caso da Mas dirão, teimosos, os defensores do latifúndio e da velha ordem dc cousas, que essa concentração nada dc prpjudicial significa para o desenvolvimento da economia local. Contra isso, entretanto, de cada espiadela aos problemas de pro dução e de sociedade na Amazônia er gue-se uma resposta clara e inflexível.

(1) Sabe-se que um órgão especializa do da ONU mandou tomar depoimentos Brasil, recentemente, para esclarecer uma denúncia acerca da existência do trabalho semi-eseravo cm seringais da Amazônia. Por que não foram direta mente espiar as condições de trabalho nos seringais dos altos rios ? no

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borracha ílu(,-íi«) cli‘ láU'\ na no <-\trali\i.snu) nnantc cm seringais i' ilustrativo; laujiianlt) a proAinax.ònia hascia-se poro. no trabalho exteoulros paiscs já snpcr;iram os próprios seringais ilc plantio c atingiram al!<i nível téeniconi a borrach;i sintética ; atrasados de doas cpoc;is históricas, nos<ampo ciominiico. siKfstres, CO estamos ,se

Como explicar ipu* até h.oje a .Ama zônia não haj;i rtnnpido eoin essa ordem cotisas já c-achica ? Como imtender a aiisémia, cm siia (“conomi.i. ihi técnica, dos iioxo.s métodos d.- trabalho e produ ção, já introdn/.ido i noutros lug.ires ? Aijiii é ([ue ictornanuís ao problema do à hanxàra opOsta cl(“sc-n\()l\im{'nto da de monopólio da Icrr.i, j>clo Ialifóndio ao i'Cí)nomia regional.

Na.s condições \igentes na Amazônia, de aj^ropriação monopolista da laz-se difieil lir.ir u hnonra de sna incipiéueia e p:)l)r; z.i, de seu eíreulo fecha do à técnica. Ci-rtos bcn.s agrícolas, mais solicitados pelos mercados (caso da jnta, do cacau e guaraná), ainda saltam os embaraços oposto.s pela produção tratix ista sustentada pelos latifúndios, priiK-i]íaImenle a juta, que é sua econo mia mais penetrada por fenômenos capi talistas, do arroz, terra, exA agricultura de alimentação, ícijãü, mandioca, millio, bataetc., essa é precária, geralmente fei ta em pequena.s roças dc quintal ou beira-de ta, -praia, para consumo imediato no

halhador à cxinta-corrcnte do cão” c do U c-oronel” “harraMesmo a agricultura da borracha não foi instalada na Amazônia devido às bar reiras oferecidas pelos latifundiários. Is so pode parecer exagero. Mas \’ejamos o fato em detalhes: há cerca de 40 anos, desde que surgiu nos mercados mundiais a concorrência da “hévea” plantada Or;ente, compreendeu-sc que a solução do problema nacional da borracha dexia J ser procurada na formação dos seringais « de cultura. O estudo da bibliografia * existente a respeito da borracha não dei xa dm-idas sòbre essa compreensão, y Contudo os “coronéis”, terras, não escutaram a palavra da técni- i preferindo continuar explorando os ‘ seringais nativos, as estradas de borra- -● cha perdidas na mala, com o trabalho do seringueiro fatigado e doente. Ainda em 1948, 0 Instituto Agronômic-o do iXorte apresentou aos latifundiários e ca pitalistas da Amazônia um plano de racionaliziição da economia da borraclia, pelo plantio de milhões de seringueiras. Recebeu uma resposta franca, em ter mos que pro\’am o interesse dos círcu los econômicos dominantes na manuten ção do velho estado de cousas; no ● senlmrcs das ca.

<< se■ie própriose círeiilo dos produtores.

Substituir a produção sihestre' ' da borracha por uma produção sis- - ● tematizada de ordem capitalista ria provocar o exodo de grandes massas da população, que hoj dedicam àquele ingrato labor”.

Só excepeionalmcntc existem lavouras zonas de produção extrativa. certos seringais costuma mesmo ser proibido ao seringueiro qualquer planE onde não bá essa proibição pressa, a barreira à la\-oura é o annazém do latifúndio, mentos de mercadoria, toda a teia das relações de dependência pessoal do tradentro das Em tio. exregime dos oavia.1

E noutro trecho significativo d ao desenvolvi sua -- imento á pa.ssagem , na economia posição contrária dos processos de trabalho, í do “velho” para o “novo da região;

“Não somos partidários de ati\idades tipicamente capitalistas na

<■

Dic ) !●> ●<) NÓ Miro 25
J

tarefa de montar a grande produ ção da borracha na Amazônia"(Helatório da Associação Comercial do Amazonas, 1946).

latifúndio, c com “avíadoras", o í-caA verdade é tjuc o êle 0 regime das casas barracão”, todos os caracteres pre pitalislas enraizados Amazônia constituem um economia obstáculo da ao das fôrças produtivas, à formação da agricultura em grande es cala, à introdução de métodos e instru mentos de trabalho mais adiantados. É o “velho”, tpier dizer, o reinado da pro dução extrati\a, da velha lavoura de coivaras" c queimas do mato aprendi da aos índios, das relações sociais anti quadas, primitivistas tjue afundam na miséria consideráveis parcelas da popu lação, dificultando o nascimento c a ex pansão elo “no\o”, resistindo às novas formas de trabalho e à melhoria das condições de vida na região. na dcsenvolvimcmto

O.ç Pianos e os Problemas

higiene, princípios sanitários a milhares ele caboclos (jiic imnca liv<*ram um sa pato e moram cm “tapiris" abertos aü« temporais c às pragas ? (^)m- se alimen tam exclusi\'amciitc, duranti- anos. tlc farinha e peixe ?

O problema elo ensino, ela mesma forma, tc in th- ser colocado nos seus de vidos têrnios. As escolas às vc/.cs exis tem. nas cidades e no interior, mas uma

parcela ctmsiderávcl de alunos n.ão as pode frccjueiitar, purfpu- ajuda seus pais no trabalho. Não é mero acaso tpic das 200 mil crianças matriculadas amialmcnte nas escolas primárias da Amazônia (média do tjuiiKjuénio 1913-19-17) cèrea de metade não chega até o fim do Quando pereorri o interior da Amazônia, ohscrvci certos aspectos im pressionantes (juc toma ali o fenômeno da evasão escolar, o abandono cio ensi no pela criança. Vi como c-scolus ru rais se esvaziavam (piase compl<'tamc'btc durante os meses dc! safra da borracha, devido ao deslocamento das populações dos núcleos para o.TScjringais longíncjuos metidos no mato. ciir.so.

6 irracional a idéia dc OsTambcmamplanos até aqui surgidos u procura da salvação da Amazônia podem mudar pliar o sistc-nia dc transportes na Amade forma, porque não se repetem sem- zônia, instalar novas linhas fluviais, pôr pre nu fixação das prioridades, mas são mais navios em tráfego. A navegação perfeitamente idênticos no conteúdo. existente já tem pouca mercadoria para Colocam como fundamentais os proble- movimentar, tanto assim cpie a maioria mas de saúde, educação, transportes c dos navios que trafegam na região coemigração, que na realidade são de peri- hrc o custo dc seus serviços fazendo ncferia c assim devem ser tratados. gócios dc "regatão”, (lucr chzer trans¬ portando mercadorias da cidade vender com ágio no interior e vice-vcrsa. Sômente um aumento dos volumes da produção comportaria uma ampliação do parque de transportes.

Já mo um

Quanto à rarefação demográfica, ao povoamento da terra, que Araújo Lima e seus seguidores consideram cofator decisivo da pobreza e do atraso da economia regional, é assunto

Falarpiu^a que se defende a saúde do poapenas pela instalação de uma boa rede de hospitais, ambulatórios, maternidades, pola realização de obras sani tárias, sem antes ou paralelamente solu cionar os problemas econômicos das classes sociais espoliadas, das massas que vivem dentro de absurdos níveis de mi séria, decididamente é mistificar. pensaram o que seria exigir regras dc vo escasso

Dici-sto Econômico 28

Apleno questão central é esta: século <lo socialismo, da técnica nuclear e da biologia michuriana, a Amazônia metade do território brasileiro em — quase discutir cuidadosamente. paraComo i>o\oar a Aina/.ònia ? — levando do Nor<lcst«- ou do cxliTior milliarcs de novos einiiíranlcs ? sendo I rc-< jumilcmcntc posta om Sem r<-suliados iiositivos, tlesalcntadt)rcs di-saslrcs. foram tentados K uma solii(,ião (pie vem prática, e antes, com

No passado, invitilmente nuclcamen— mantém-se amarrada às etapas da eco nomia scmifcudal e scmi-escra\agista, dentro dos seringais, das outras zonas de produyão extrativa e de pecuária. Suas populações, em consequência, nu) sociedade ou individualmente, refle tem todo esse quadro econômico da baixa produtividade, dos embaraços á e desenvolvimento da co¬ modemização tos alc com emigrantes dólicos alemães, na parle amazônica da “hova peruana”. Uc-c-eiileuumU*, a “halalba da borracha”, uma lenlativa pAra repovoar os seringais desertos, terminoví inupiilo a que a na ção assistiu espantada: milhares dc nordc*sliuos “arigós” morreram pela selva, outros milhares retornaram às cidades inutilizados, doentes, om situação dc causar <ló. O latifúndio, o regime priinilivisla do “barracão” os expulsava, impedí' a lixação do homem ao interior, na escala desejada.

Ê claro (pie os problemas dc saúde, educacional, íle transportes c dc povoa mento Icm í-norme importância, represonlani uma parle substancial do qua dro da \ ida social e econômica na Ama zônia . K necessário atacá-los, urgenteMas partindo da consideração são (lepcndcnrclaçõcs dc na remente. de quí< èsses prí)blemas les, são manilestaçüos das produção antiejuadas dominantes agricultura, dos níveis gerais de miséria. * ♦ ^ devemos ser utopistas, acredi tando que é possível salvar a Amazônia disponibilidades financei ras asseguradas na Constituição, muita gente que tendo largas ba.s, anualmentc, para aplicar cm obras e serviços reprodutivos, tudo caminhará para o céu. Sério engano. Também admitamos o caminho apontado pe los advogados do imperialismo, os que entrega da Amazônia aos norte-americanos, Não amparados nas Parecovera nao pregam a trusts e monopólios é o caminho do Instituto da Hiléia. econômicos e sociais queda Os problemas

gião. Cultura, savidc, sociabilidade, são fenômenos dc padrão-de-\-ida, noutros termos, existem por cima da estrutura econômica. Para resolvè-los, c ao de transportes, é preciso vencer o latifún dio e as velhas relações sociais que elo determina.

Amazônia são uma parte dos problemas Só salvaremos essa doregião Brasil, l.* dentro do processo de modificações da própria estrutura da economia nacional, particularmcnte quando o país atingir a etapa da sua rc\oluçâo industrial e libertar-sc do jugo dos capitais estran¬ geiros.

r Digicsto27 Eco^●ó^^co
i

A IGREJA E A QUESTÃO SOCIAL

O✓ a que (.‘Stá pura finei; a passagem do 60. famosa Enciclica /fert/7?i muito acàrto chamada da classe opcniriu.

O grande nnmdo inteiro

; O nov interesse desp ir assin;iIoii ;uiiversário da im- roda deiitc.ula operário, ta: “I-iin de ;i triturar uni K íonio legeml.i. nina ci\ ilizavãoy”

A tnesina interroga(,âo iio\ar .M;ircei de Corte, iijagnificanuiile pensado, a /i.v.‘,«í M/r Ia fiii rivilist/lion. \’eni ;igo e <ine in traiido e\at;tnii-nte no regime de pohre pergnnanwi. com a Magna Carta ra rc‘●ni s.-ii nsaio « ertado no por a<piele meinorind documento deve-se, sem dú\id;i, á suma sravidade <pie atingiu chamada cni nos.sos dias a ‘(piestão sockd” titul;! : i' inosinasmais nin pelo industrialismo sintoma tia .igonia o d ●7 sas criado alarmant<‘ Parecee esta ser a questão por excecontempor;inco, a (lue mais preocupa as inteligências a que mais agila as assas, a ,,„e mais dasafia a arguciu do.s honi Nem é para menos, riuestão da s-ida o do morto pttra imonsa multidão de seres humanos, cujas con■ dições de existência representam, \-èzcs, flagrante \-io!ação d;i jnentar justiça social.

sistema : oc. ial.

Digo ma qu í <- o ilustre pensador ludga n ilerar uma pergimla. Kle o ;ifirCi.ti-gòrieaimmtc; estamos minj fim s'eni m;i d(,‘ ei\’iiiz.t(.';io,

N;'io é preciso desere nos oferecem as lência do inundo

E, como èlc. muitos outros o têm dito. Muitos o seiilian sem o di/.er. l^nicos r i surpreenderão com ivssa liuLf Estamos lioje hem gêniio otimismo da er.i \itoriana, do ainda se aeredit;ix'.i no definido cia luinianichide. se guageni. longe chujuele 1,iníjuanpiogresso inEstamos iá I

ver o grandes

t-*ns púidicos. Trata-se de mn;i por mais elequadro qne uglomeraç(')es

-■ certas ;fVií)2>erárias, ou o ambiente de ' bricas. BasLi apontar alguns problemas ●' oriundos cL- tão ínfimas condições de i ■ \ida: s:ilário,s insuficientes p « lenção do lar, quando tento pessoal do próprio cnibruteeimento do nao

ara a manupara o sustraballiador; operário, transfor mado num autômato pelo e.xccsso da es pecialização; crianças nas fábricas, \icla da família; trabalho das mulheres e desorganizando uioléstias advind is da nlimentaçao deficiente ou das cias inerentes a certos a contingènramos da produ

industrial; iiTcligiosidade e ambiente * propicio para a genninação das idéias^ r subversivas.

bem longe de.s tempos em (jue uin Cambetta podia afirmar da sua tribuna: ll n’{j a j)(i\ da (juaslion socialc!

Mas era ainda ein lace de tal otimi.smo, de tal cegueira, que Leão XIII levanla\;i a \oz para dcaiuneiar ;u) mun do as injustiças clamorosas de ciedade cujas bases começa\’am lar sem que o percebessem os estadistas imbuídos dos princípios do liberalismo então dominantes. uma sou vaci-

Veio, pois, a Enciclica licnim mm .despertar a muitos c abrir um lar caminho cie reformas sociais tendentes a a crise avassaladora. UOUrtgo çãoC(mjur;ir

Má alguns anos atrás, b cesa Vu publicava em sua capa uma

Sessenta anos são passados. A crise . ainda aí está. Ou, para ser mais exato; a revista fraii- a.ssume proporções cada vez mai.s gustiosas.

Terá sido vã a paUn ra do Papa ? angravura alegórica, representando enor-

l
!● ;

Titó l.ilhaclo Ou a mVitiio Y

o fallia Iriá

l>romanni ciuo lru(,oii ? rxislido no siu tliag-

O s«-\lo dccònio da Rcrum nocarum t'oin icla-Mos a ívllotir sòbro o assunto. jTrofuramlo tlar ivsposlas a tais cpicstoes.

Anlrs. poróm. transportomo-nos para o ano ele liS91. r trairmos dr responder a uma »|m“slão preliminar cpie, naquela éi>oea de apogi-u do liberalismo, teria surgido em muilos círculos burgueses.

Os mesmos lib(‘rais. (jue, com Cambetta. negavam a existência da (picstâo social, arinnav am o princípio da “Igreja livrc' no Ivslado livre”. Sendo espiritual a mi.ssão da Igreja, nada teria esta que ver com as coisas temporais. Como, pois. explicar (pic um Papa viesse dar li(,-õcs dc economia? Não era evidentcincnte exorbitar de suas atribuivõíxs? Que Ican a Igre ja coin t)s problemas atinentes à produção e dislribuiç.âo diis ri<pH'/.as?

Não admira que assim pen assem homens para os (ptais a (picstão social não existia. Cà)mo poderíam conhcci'r a verdadeira nature7ai dc tal (piestãü, se nem s\‘qucr admitiam a sua exis tência?

1. Que é a (juestão social?

A questão social mo é uow questão ^ mcramcutc econômica

Desde logo podemos distinguir dois ^ Num sentidos.signifi* ne.ssa expressão, cado muito amplo, ela se refere ao pro- | blemu da vida dos homens na socieda- ] de. Como estabelecer a coexistência humana cm bases pacíficas e assegurando a todos as condições necessárias para Mais restritamente, a J questão social significa o problema da ^ boa distribuição das riquezas, ou seja, a (juestão dos ricos e dos pobres, que, em tempos de crise como o nosso, forma da luta do trao seubem-estar? SC apresenta sob a halho com o capital.

Vejamos, pois, em que consiste a (picstão social, e como não c uma questão meramente econômica. Vejamos porque a Igreja tem uma palavra a dizer a respeito. Não apenas uma palavra. Mas a palavra de finitiva. A solução completa e radical do tormentoso problema.

E passemos depois a responder o ou tro quesito: como explicar que, ses¬

LEA senta anos depois de haver Leão XIII preconizado essa solução, a questão so cial ainda subsista e, sob certos aspectos, se tenha agravado mais?

Claro está que no primeiro sentido, trata-se de uma questão cuja amplitude excede de muito os limites da ordem econômi ca. Uma vez que os homens podem viver senão em sociedade, o problema da vida social é para êles um problema vital. E não será possí\'cl resolvê-lo senão à luz dc uma determinada con da vida, das idéias nao cepçao gerais sòbrc a natureza hu mana, suas origens, seus fins. Mas, ainda considerada sob 3 o segundo aspecto, enquan- ' o problema da distribuição ' a questão social não é sim- ' OXlll

to designa das riquezas, plcsmente economica.

Capital e trabalho não são apenas termos ds economia. O capital supõe propriedade particular. A propriedade é um direito natural, ensinam uns. propriedade é um roubo, repetem outros, como Proudhon. Em que ficamos? Tud(> depende da concepção que tivermos do homem e da sociedade, determinando nossas idéias jurídicas fundamentais. a A as O

2■ Díc;ks9 i() Kt:()N(').\ní:o
i

próprio-direito natural c posto cm dúvi da por alguns. E, se f> admitimos, onde Sim-

a f{uestáo social é sobretudo nionil c religiosa.

E tanto é verdade que os emas humanos são proencontrarmos o seu fundamento? plesmente lei divina superior? teologia, grandes probl bl

Frecisamente a èsse; propósito, lese magistral, trsereve Leão .\m lierum iwvarwn-. “O século passado des truiu as antigas corporavões, sem as substituir tevão. em sinpor outros organismos de proTodo princípio e todo emas teológicos.

na razão Immanu, ou numa Eis-nos ein plena

O mesmo se diga do trabalho, com I maior evidência ainda. Para certa escola

J de economia política, não passava o traf' "balho de mercadoria, sujeita à lei da I oferta e da procura. Partindo de tal ● , premissa, tinha que chegar / clusão diametralmcnte oposta à dos reclamam a humanização do

a uma .sentiminto hgioso desapareceram das leis e dis re instituições públicas, e assim COS. os trabalhadores isolados’ fesa, se viram entregues à aos IX)Uc* sem denicree de senhores desumanos e à cupidez d concorrência dcs(*iifreada, voraz veio e uma ^ma usura agravarCo o mal ndenada jmV.o da Igreja, nao , , . praticada, sob uma ou outra forma . muitas \ezcs pelo dei.voii de .ser , por homens á\idos do nho e de ga-uniainsaciável cupid conque conceito do trabalho, fazendo tim ato humano, c assim deve siderado pelos ver com economistas. o êste é ser con-

Estas breves- reflexões bastam mostrar

porque a Igreja não só pode, como deve interessar-se pela questão so cial, sob pena de trair a missão para que foi instituída pelo seu Divino Fundador.

I tudo isso, deve tração, tria e do partilha de um e opulentos, ez. A a concenpoucos, da indúsIransformados pequeno número de ricos que impõem assim um iueo quase servil á infinita multidão de letanospro. ^ acresceutar-so nas mãos de comércio. cm

Aí SC acham muito bem discriminadas as causas da saber:. crise social hodiema. a para

Com efeito, tem a Igreja uma fina lidade essencialniente espiritual; vação das almas. a salNão a preocupam, mesmo, questões puramente técnicas na ordem teinj>oraI, assuntos econômicos concernentes à ma neira da produção das riquezas, à orga nização das fábricas, ao padrão tário e assim por diante. Nunca, po rém, pode ficar indiferente às questões econômicas relacionadas com a ordem moral, pois lhe cabe exigir dos : filhos a observância dos deveres de i— tiça c de caridade no uso das vastíssimo domínio por ISSO como certos moneseus jUSriquezas, que

, frequente mente, se viola a lei de Deus em e se atenta contra a dignidade da criatura humana.

Legítima é, pois, a interferência da E a Igrejahistória na questão social, confiniia esta análise conceptual, trando como, em sua natureza íntima, mos-

l.°) — á extinção das corporações; 2.°) — a secularização do Estado; 3.°) — a usura; 4°) — a concentração excessiva do capital c, paralelamcntc. a proletarização dos trabalhadores.

Ora, todas essas causas podem roduzir-sc a uma só.

Qual foi o principal fator que deter minou a extinção das corporações de ofício, outrora poderoso instrumento de amparo e defesa dos trabalhadores? Foi o liberalismo da Revolução Francesa, em nome da liberdade de trabalho, liberdade abstrata e jnal entendida, a lei francesa de 1791, imitada depois

uma Foi

30 Econômico

gaçao que na sua reconliecer a sobe-

por outros povos, e aplicando ao pé da letra as idéias aljstratas dc Uousseau que, n(» (Umtralo Social, íjual<[iier sixàechulv Donde veií) proscre\ia lòda c Estado.parcial no a seculariz;ição do Estado inodenio, o laieisnio que haniu das ins tituições públicas iodo princípio c lodo sentimento religioso? — Désse nmsmo li beralismo. (“lu nome da liberdade do eün'‘CÍéneia, entendida à sua maneira, })ipartindo a consciência hutnana, como se o homem, na vida social, não ti vesse a mesma obri \'ida parlieular de rania absoluta de Deus.

E a íisura? E a concentração do ca pital? E a eseravização do operário no miserável estado de proletário? Que é tudo isto senão consc(juência lógica do regime da livro concorrência, que se torna o regime do osmagamento dos fra cos pelo.s fortes, quando justiça e cari dade não mais existem por terem desa parecido os princípios c sentimentos re ligiosos das relações sociais? E a livre concorrência, por sua vez, que é senão o fruto das liberdades naturais ou das

harmonias econômicas preconizado pelo liberalismo? (1)

Ora, o liberalismo é um produto do racionalísmo filosófico, o qual decorre em linha reta do protestantismo. E as sim, liistòricamente, fica patente a ori gem religiosa da questão social.

Muito bem o demonstrou, na sua mo numental história do capitalismo, o emi nente economista alemão Werncr Sombart. Com outros sociólogos c historia dores, aponta Sombart, nu pseudo-re-

(1) Foi o liberalismo que provocou a concentração das riquezas e a proletarização dos operários, deu cm virtude das novas condições eco nômicas oriundas da aplicação da má quina a vapor às indústrias. Mas a cau sa daquele desequilíbrio social não foi a máquina, e sim o modo de utilizar a má quina no regime da livre concorrência.

Claro que isso se

fomia protestante, lun elemento prepon derante na gênese do sistema capitalista. \‘indo ensinar a doutrina da pr^estinação, o que a Fé sem obras basta para salvar, Lulero e Cahino separavam a vida temporal do homem da vida trans cendente a que se destina. A saU^nção ou condenação, segundo a heresia pro testante, não depende do nosso proce dimento nesta Wda, pois o destino de cada um está fixo de antemão por Deus. Nada, portanto, de subordinação da atix idade econômica às normas éticas, me.sma duplicidade de consciência que \-ai reaparecer no liberalismo, dando margem a todos os abusos nas relações econômicas. O mesmo que fazia Maquiavel com a consciência política, critério do ‘'iitil”, desvinculado de todo

A 0

\-alor moral, passou assim a dominar as relações políticas e econômicas: estas, girando em torno da idéia do “lucro” e dirigidas pela “razão de Esinterêsse do partido” e as aquelas, tudo”, ambições pessoais (2).

(< o (2) Em alentado estudo, publicado dois após. a Rerum novarum, na Rivisla iníernazionale dl scienze sociali, o grande economista italiano Giuseppe Toniolo apontava essas mesmas causas na origem remota da crise social hodierna. O hu manismo renascentista, que preparou e reforçou o movimento protestante, "no lugar de Deus, princípio e fim das rela ções sociais, colocou o homem; de sorte que, não mais o dever, em relação a um fim supremo, ficou servindo de regra nas ações reciprocas do homem, mas apenas o útil; e eis que se manifesta em todas as ordens sociais, civis, econômicas, um pro cesso fatal de concentramento egoístico de poderes e interêsses, o qual. em bre ve tempo, provoca a revolução,' e depois leva a restaurar um novo absolutismo pa ra reprimi-la. Processo semelhante da ciência que. separando-se da fé: batendo-a em seguida, oscilou, daí por diante, entre um sistema doutrinário de individualismo, que corrompe o conceito de liberdade e desconhece o organismo social, e um panleísmo poUlico, que fal seando o conceito de autoridade, justifi ca e estatolatria". (G. TONIOLO, Opera omaia, vol. I, Roma, 1947, p. 188-189). anos ao e com-

31Oir;i-sT<> licoNÒMiro
j

2.

Por uma .'.oluçfto completa c Fala-seradical. muito. em n<j.ssos dias, na linnianizíi(,ão do trabalho. Em .sliÍ)ordÍnar , a produc;ão aos inU-rèsses vitais do ho-

l* mcm.

Em restaurar a jiisti(,'a social atra vés de uma ordem nova (jue tenha por . ponto de partiíia f) respeito à dit;nidad« da pessoa Immana.

Depois de diauno* tiear as causas do mal. Leão XIII rejiele a l.ils.i solução do socialismo. f|ue viria a^ravá-lo ainda mais. A Ijin-ja condena ao mesmo tem po os abusos do capitalismo e os erros \'ai à rai/. da (jm\stão é fundamenlalmenli- reliíjioe fa/ da justiça e da caridade ; dras anenlares dèsse ampl em cuja execução de\ci bém o Estado (Io comunismo. KOtrial. (jue sa.

iS peprogr.una. o u cooperar tame as associai(ães profis¬ e

Humanizar significa imprimir o sèlo do homem nas coisas <jue lhe dizem respeito. Uma destas coisas é a eco nomia. Na organiz.ução do trabaüiO e na produção das riíjuezas, cumpre lesar cm conta a finalidade para a ([ual Deus criou o homcin. S() o reslaljclccimento do primado da lei moral, (juc é a lei de sionais.

I rala-se de uma reconstrução da oreconotnica. mas esta só será possíi união das classes sociais , Deus, pode conduzir a uma verdadeira ^ restauração da ordcm social. dem \t'l mediante ; prática das virtudes cristãs, disso, medi uile : n 1 e al('m a e\ist('ncia de institni-

● í í

l

Pretendendo torn; pendente de Deus, o humanismo da re nascença veio .separar as relações .sociai.s da ordem moral e religiosa como, por outras razões, fazia o protestantismo. ir o homem inde-

Para sujeitar deve, antes de mais nada Deus. a ntalcria, o homem siijuitar*se a A restauração da ordem ço-ãal exige primeiramente, e sobretudo, a lestaiirução da consciência.

E o domínio da consci('nda escapa a todos os reformadores os legisladores, a todos os políticos. £ó uma instituição pode atravessar-lhc os limites e penetrar no seu interior cheio de.mistério: a Igreja. sociais, a todos Eis porque a Igreja tinha cpic dizer palavra sobre a questíio social.

* I uma . Proferiu-a Leão XIII, aplicando í... cun.stancias da sua época os princípios eternos do Evangelho. E a Encíclica Rerum as cirnovarum

k l , na qual mesmo ho mens sem fe saudaram a Magna Carta dos operários, ai está, até hoje, comple tada pela Quadragésimo anno dc Pio XI, grande programa da redenção da sociedade moderna. como o r*

coes pulilicas (|iie não dificultem, antes fa\-oreç.un essa união e aind.i a ação da Igreja.

Eis aí. precisamenle. zão de rariim produzido todos os efeitos (pic $c dc\'iam esper.ir. O programa (|iie traça »'● nm program i completo, abrangendo também uma reforma política c, sobretn<lo, a r(‘forina dos coslniiics. Essi rofonna política diz respeito à constituição dos Estados modernos c|uc, cm geral, assenta nas bases nnlicristãs do inclividnalisino liberal, com marcadas lc*nd(*ncias para o colclivismo.

a primeira ranão Irr a I-aicíclica licnim iwnum Encíclica, o so¬ cialismo Estado e a família, sacrificado.s a o sao

Sc.Tia nm absindo pretender aplicar os princípios da fíertwi uovarta7i regime; sociídista. Como Lcao XIII de monstra nessa mesma dcsnatnra as rclaçõe.s entre cujos direitos um exagcrad(V interven cionismo do poder público. Como tal, o socialismo não é apenas um erro eco nômico; é também um ôrro político. Ne gando o direito natural da propriedade e pregando a luta de classes, o socialis-

V,-' Econômico32
1
II

nio st* coloca

acobertam na própria lei, comunismo com maior eficácia do que

semeiam c\o identcijícntc contra a Mas ele é também i ma* c(mccl)cr o lüstailo c suas <l(uitrina cia I^irja. i:K-onipalivci coin essa doutrina peL II ira {!<● a pregarão direta.

A revolução .social e da imoralidade, causas do pauperismo. bém combater a cornipção de costumes, com a qual pactuam, entretanto, certas autoridades e. em muitos casos, em vir tude das próprias instituições políticas, de uma liberdade \eni da miséria Não basta atalhar as É preciso taminspiradas na idéia In nçõe.s.

I.. por .sua \-e/.. a maioria dos Estados cK- boje tao pouco se conforma ; cipii s iunclamentais Basta cotejar a cicies i-oin o ms prmd<i direito crislãt». orgaui/.ação de cada um que tlevi* ser a “constitui ção cristã do Estado”, tal Boiilílici- Leão XIII esboçou na Enciclica hnmorlolr Dd. refutando os falo “dirt'ito no\'o”, oriundo b'r.mcesa. como o mes¬ mo M>. princ-ipios il Be\ d.iolução

mal compreendida. Tudo is.so bem o mostrou Leao XIII na Rcrum iiovarum e noutras Eneíclicas como a <pjoDiutur a procederam, tais mmi illud, sobre a soberania política, publicada em 1881, a Immortale Dei, sobre a constituiçãe) cristã do Estado, em 1885, e a Uhcrtau, sobre a \ erdadoira e a falsa noção do liberdade, em 1888.Êstes documentos anteriores são, aliás,

do mellior atender, Ibisla, os interesses da (Quanto a éste aspecto, (pie foram ouvidas lieruni tiovanim.

no correu- dos sessenta anos

Aeliam-se condenado im lniidos da(juóle liberalisno SyllalítiM d<* Pio IX ou na.s Eneíclicas Immortale Dei e Lihertd.s di" Leao XIII. E certo cpie muito.s Estados se afastaram do liberalismo t'Ctm()inico do século passado, promoven do uma série de obr; nio sociais i' procuranna legislação Irabaclasse oj>erária. não resta diuida algumas lições da NI u itos benefícios advieram, nesse sentido, da Encíclica de l.,eão XIII.

lembrados no início da Reruin nooartim, fazer compreender comoque para nos c dentro do conjunto dc tôdas essas Encíclicas (juc sc de\'ü eon.siderar as lições da que. em 1891, vinha focalizar o pro blema e.speeial da condição dos traba lhadores.

lições da Kcnim noeürtim cm prática, timidaAplicar as — ou melhor, pôr mente, alguns de seus conselhos — e deixar de lado os demais ensinamentos da Igreja sôbre a sociedade e o Esta do. é recorrer a paliativos. O blcma social requer uma solução plela. e não apenas imiu rofonii; nómiea. procom‘ t*c«cjucntcincnte emerodar pelos rumos ain da mai.s nocivos do socialismo — dc \ale essa solução parcial do blcma tão complexo, sc se mantém que pro, mui¬ tos dos princípios do liberalismo polí tico, entre os quais, por exemplo, o laieismo, elemento descrislianizador d ciedade e nm dos fatores a que se deve a origem da questão social?

(juc nos separam dc sua publicação. Mas dc cpie \ale abandonar o liberalismo econômico assmi mesmo para fre

um a soNolc-se bem que, a propósito das formas dc go\’érno ou dos regimes polil ticos, a Igreja não so define por esta ou por aquela iiustituição particular. Como na ordem econômica, normas técnicas gerais que qualquer tipo de ção econômica deve observar cogita das condições organizapara me nao e sim das Não é apenas a careslia da vida ou o trabalho mal pago que preparam as subversões sociais. O ensino sem Deus, publicações dissolventes, os espetá culos licenciosos, que muitas vêzes se as

Di(.j:>to33 Kc:<)nómk;<)

Ihor garantir a justiça 5fj bém, na ordem política, estabelece uma princípios dccf)rrcntes da pr<)cri.stã da vida e da socicsocial, assim tam-

r série de pria concepção

T- É o que não tem sido feito. C ria dos Estados continua hoje a manter contrários ao estruturem as

A maioinstituições flagranteniente direito público cristão. L ainda aquelas que Sombart aponta\a como características do Estado moderno, apogeu do capitalismo: 1. O Esf tado moderno é ruiluralÍÁta-sccularizíidn, quer dizer, libertado de tòdas as rclaç-ões ou vínculos snpra-estatais, “.sobe rano”, ipse Dem; 2. em sua estrutura interior é individuídisía-alòmico-nomítuilista (3).

Uma segunda causa, aitula mais proliinda c mais dolorosa, está na inércia <■ na indiferença Para quantos clèles as l●>lc■íeIicrls — como, c- (js H\-angellu)S Não conhecem as direda Igreja e, pior ainda (juando, não deixaíii de j)actuar ini<juidade.s d<“ um sistema cconomico tantas vtv.es denunciadas pelos Papas, lisino político e, antepondo a Declaração de Direitos ao Si/llahus, visar fantasiosanicnte mocracia revolucionária de J789, o “fer mento” do Evangelho. Outros estendem a niao ao comunismo. E há também os qtie, acreditando mais no socialismo que Igreja, caem no contrassenso dc se e socialistas, não obspercanptória dt.-claração nesse sentido feita por Pio XI na Çtiadragesinu) mino (4).

Tais de muitoscatólicos. alias, o (àitecisino .■“ão l(.-tra morta, tri/.es conhecendo-as. com as

Pactuam também com o lihcrachegam a dinos ideais da dcna dizerem católicos tante a são os maiores responsáveis pelo dade. A todos os governos cumpre resis formas t peitá-los, sejam quais forem ; particulares em cpic se instituições públicas.

Em meio dc tais instituições, c sem fazer face à a\’alanche dos costumes dissolventes que \ão descristianizando cada vez mais a sociedade, num regitransforma nas

■a me em que o povo se massas embrutecidas, — de que \-alc querer aplicar os princípios da Rerum nocarum e pedir socorro à Igreja horas de maior apuro?

Suas bases são no agravamento da questão social, cpuindo liçao da Rerum rxovarum de\‘cria ter sido mais do que suficiente para a ter mos polo menos cm caminho da dese jada solução.

A grande Encíclica vai-se tornando chapa de discursos K banquetes e nas homenagens, poucos lhe conhecem o pouquíssimos se decidem a aplicar rajosamente a reforma completa dical por ela preconizada.

Eis nas de Leão - XIII nos mas bem conteúdo, c coe radc não se ater primeira causa

Discorrendo .sòbre “a dignidade do Cristianismo c a indignidade dos cris tãos”, Nicola.s Berdiacff disse que o co munismo é um resultado de Ia tacho plio du ClirisUanisme. O Cristianismo não non accom Não é verdade.

Desde jesus Cristo até hoje, faliu.a encontrado ainda o caminho para a soOii melhor, luçãoo da questão social,

{4) “Se, porventura, o socialismo, como todos os ferros, tem uma parte de verda de (o que jamais o negaram os Sumos Pontífices), o conceito de sociedade, que lhes é característico e sobre o qual se baseia, é inconciliável com o verdadeiro Cristianismo. Socialismo religioso, socia lismo cristão são tôrmos contraditórios; ninguém pode ao mesmo tempo ser bom católico e verdadeiro socialista’’. XI, Quadragésimo anno). (PIO caminho aí está, apontado pela Igreja; ' o que não se quer é segui-lo.

(3) W. SOMBART, El apogeu dei Capi talismo (trad. de Der Moderne Kapilalismus). Fondo de Cultura Economica. Mé xico, vol. I, p. 64.

DtoKSTo Kconó.\!ICO t1 í 34
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fi<l à S( (. ulos. iDuiiiclaclf

U-m sido sn.t missão, os l\ipas U'm I oiilra semp sando pela ordem do trabalho e da pro dução e distribuição das riquezas. Sem ser conseiradora nem re\oliicio-. . nária, a Igreja fomecc-nos os princípios para c.ssa grande renovação, a qual ha de começar pela renovação do próprio homem. A nós, compete aplicá-los den tro das condiç-ões históricas dos povos a que perlenccmos, condições essas tas vèzes violadas pelas abstrações do ' direito moderno. í lan-

Mas o pensador russo teria dito uma grande \erdaíle se falasse na missão não cumprida dos cristãos.

C)s cristãos c‘ cpic, muitas vèzes, faE. no nosso século, estão falhan do lami-iilà\'clmente II lain. na tarefa que lhes incumbe, de restaurar n Cri.standade.

Não SC trata apenas de resob ei a u questão social, mas de salvar a civili- , zação e os valores essenciais de todos re perieitamente No correr de vinte ad\ertido a Inias insídia.s de todas as ^-potas, apontando sempre o caminho certo.

b’rge uma renovaç.ão social completa, a partir da Eainília até o Estado, pas- os povos.

r Dicksto Econômico 35

Desdobramento do mercado cambial

ca encaminhou ao Congresso Na cional um projeto, elaborado pelo Conselho da Superintendência da Moeda e do Crédito, relativo a alte rações das disposições sóbre as ope■ rações de câmbio.

O tcom ISSO. prejuem parte as operações Exmo. Sr. Presidente da Repúbli

A Mensagem Presidencial é lacô nica, afirmando apena.s que, por de terminação do governo, aquele Con selho havia sido incumbido de estu dar medidas adequadas para a extinção virtual do mercado clandestino de câmbio e para a concessão de facili dades ao ingresso do capital estran geiro destinado ter permanente.

cional paridade monetária a qual, no caso de reajustamento cambial, deve ria ser alterada e, dicaríamo.s cambiais normais.

A exposição de motivos da Supe rintendência da Moeda e do Crédito é mais extensa e elucidativa, que a existência de um mercado clan destino de câmbio, gerou dificuldades V '~faís como desviar parte de capitais estrangeiros que aqui ingressam a ^ fim de alimentá-lo, impedir o governo da faculdade de poder usar substan ciais parcelas de divisas, diminuir possibilidade de se fazerem inversões permanentes de capital e, além disso, ● . privar o fisco da arrecadação da taxa de 8% que pesa sôbre cambiais normais.

Ideal seria restabelecer-se, no mer-

a inversões de caráAfirma a as operaçoes nesse

\! ● cado cambial, o livre jôgo da oferta * e da procura, diz o Conselho; caso, porém, criar-se-iam sérias difi culdades para o país, pois, nos acordos monetários de Bretton Woods, V" assumimos certas obrigações, decla ramos ao Fundo Monetário Interna-

Com êstes argumentos propõe-se desdobrar o mercado cambial em ofi cial o livre. No oficial vigorai*ão as taxa.s cambiais afixadas pela Cartei ra de Câmbio do Banco do Brasil S. A., resultantes da paridade decla rada ao Fundo Monetário Internacio- / hal; as taxas cambiais decorrentes da ofer- f ta e da procura. Serão efetuadas ^ mercado oficial as operações re ferentes a exportação e importação no mercado livre prevalecerão no de mercadorias e aos serviços a estas ’ ligados, aos serviços governamentais e a tôdas as transações em moeda es criturai, estipuladas em ajustes, acor dos ou convênios. No mercado livre, de acordo com a regulamentação que fôr baixada, poderão ser realizadas ' as operações de câmbio que não se enquadrem naqueles itens. O ingres- i ,S so de capitais estrangeiros poderá ser feito através de ambos os mercados, mas, normalmente, salvo motivo de interesse nacional, a juízo do ConseIho da Superintendência da Moeda e do Crédito, será vedado realizar em H um mercado operações pertinentes a ^ outi’o. Tôdas as operações efetuadas ^ no mercado livre estarão isentas da taxa de 8%-, para remessa de valores para o exterior e incidente sôbre quaisquer transferências, destinadas ao pagamento de mercadorias impor- A tadas, fretes ou outras despesas, cus-

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toio do pagamentos do j^essoas fora do pais o sobre quaisquer transferènoia.s para outros fins.

O projeto acima referido, na reali dade. visa legalizar uma situação de fato

gro de câmbio. A idéia subjacente é que, permitindo Icgalmente o in gresso duma parcela de capitais es trangeiros para destinadas a operações concluídas do mercado oficial, graças ao novo mecambial a oferta cresceria a existência do mercado ncfornecer cambiais canisino e, em consequência, aos poucos a ta xa cambial clandestina sc reajustaria o, no futuro, chegaria a coincidir com a paridade. O Banc^ do Brasil estinui em niadamcnte, os créditos de brasileilocalizadas no Brasil Estados Unidos

que pelo câmbio negro tinham sido antecipadas, tornou-se possível colo cá-las em crédito aberto nos Estados Unidos, e, de então por diante, o im portador nacional pôde libertar-se do mercado negro, visto possuir crédito próprio que lhe garantia autofornecimonto de divisas. Os possuidores de cambiais viram, assim, sua procura muito reduzida, e passaram a se li mitar ao fornecimento de dólares pa ra pagamentos de serviços, para cus teio de despesas fora do país e para pequenas transações. Ora, a criação de um mercado livre de câmbio faci litaria o afluxo dêsse dinheiro em Êste proporçoesaumento maciças,

5)0 milhões de dólares, aproxilos ou finiias r[Uo SC encontram nos da oferta, sem paralelo aumento da procura, faria com que, bruscamente, a taxa cambial se reajustasse e, no futuro, coincidisse com a paridade.

a espera do vepatriamonto; não o fa zem, porém, pela taxa do mercado oficial, visto terem oportunidade de fazê-lo pela cotação do mercado ncA esta altura convém lembrar circuito do crédito internaciogro. que o

Da parte do Executivo há inteira razão ao afirmar que se devem con ceder facilidades ao ingresso do ca pital estrangeiro destinado a inver sões de caráter permanente. Com muita pi*opriedade mais de um autor tem afirmado que o Brasil necessita de capitais estrangeiros para expan dir seu parque industrial. Aponta serem notórias as falhas do nosso arcabouço industrial, sobrelevando o fato de indústrias brasileiras funda mentais não poderem viver sem gran nal, para fins comerciais, nos mostra que tal repatriamento seria lento. Por ocasião do período agudo da crio comércio seimportador do dólar, efetuou compras pagas divisas adquiridas no mercado mercadobrasileiro com de importação de matérias-primas estrangeiras e que, dos 165 produtos tidos como fundamentais ao funcio namento da indústria brasileira, só se produzem em nosso território’80 e, destes, somente 2 atendem negro, fazendo entrar essa ria por antecipação, enquanto espeBanco do Brasil fornecesIsto rava que o se as cambiais à taxa oficial. se tornou possível graças a um en tendimento entre as firmas situadas no Brasil e possuidoras de crédito aberto na América do Norte, os im portadores brasileiros e os exporta dores norte-americanos. Quando, po rém, o Banco do Brasil colocou à disposição do importador as divisas j ^ a 90% das exigencias do consumo. Isso está a indicar que “a indústria brasileira, embora com a vesponsabilidade de atender ao ^ consumo interno de um sem-mmero de artigos, carece ainda

S7niCKSTO Econômico

da indispensável independência, que toca aos suprimentos do maté rias-primas”. E’ verdade que não nos devemos fechar num nacionalis mo estreito, impedindo que novas ini ciativas permitam alargar a base de nossa estrutura econômica.

no Nas Con novos governos não respeitarem os compromisso.s assumidos pelos seus antecessores. Em terceiro lugar, há a apontar a legislação fiscal a esta belecer bitributações, absorvendo em ambos o.s países .significativas parce las do lucro, a criar dificuldades de movimentação, seja do próprio ca pital seja dos seus rendimentos.

ferências de Teresópolis c Araxá as classe.s produtoras tiveram de apontar quais os óbices ã livre entrada de capitais estrangeiros c na Conferência Interamericana de ' Comércio e Produção foi salientado que três grandes problemas deveríam ser resolvidos para dissipar o temor que os capitalistas estrangeiros têm pelos investimentos na América La tina: ocasiao 1. à desvalorização monetária interna; 2. à falta de confiança governos; 3. à política fiscal. nos

A contínua desvalorização monetá ria interna impede cálculos micos seguros, capazes de permitir a previsão do real rendimento do pitai investi do, pois, é óbvio 0 fato de as cam biais estraneconócai à V, geiras, uma vez entradas no país, se transformarem em moe da nacional; uma vez realizada a transformação, r este capital passa pelas vicissitudes f. de todo empreendimento sujeito às V. flutuações internas do poder de com► pra. O segundo óbice reside na falta de confiança noa governos, não tanto 0 na sua estabilidade política, na sua firmeza de propósitos; da par te dos investidores existe a verificamas sim ção quase centenária do fato de os

Deveremos, portanto, indagar da adequação do projeto, ora proposto, à resolução destes problemas.

A afirmação de que o aumento da oferta permitirá fazer cair a taxa cambial do mercado negro ao nível da taxa oficial é problemática; para que isto ocorresse seria necessário supor-se a constância da procura. Nossas previsões, no entretanto, nos conduzem à convicção de que esta aumentará consideravelmente. Cum pre notar-se, em primeiro lugar, que hoje várias 'empresas estrangeiras estão legalmentc impedidas de re patriar o ca pital além de 20% anual mente e os juros, lucros e dividendos, além de 8%.

O afluxo de divi.sas n o mercado li vre permitirIhes-á proceder a êsto repatriamento. A atração fica aumentada ainda pelo fato de todas as operações efetuadas no moj*cado livro e.stai-cm isentas da taxa de 8% .sôbie as remessas de va lores pai*a o exterior. Neste caso a tendência será antes para a elevação que para a baixa, principalmente se considerarmos que no mercado negro a contenção da taxa em certo nível

■ 38 Djcmsto E<'onòmico ✓ í
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não se deve íi inexistência de uma oferta, nias, sim, às dificuldades, limi tações e perigos a que está sujeita

Na compra de cambiais talvez possa resultar a procura, para retorno o clebilitamento da estrutura econô mica do pais, pelo abandono de cer tas iniciativas estrangeiras, pois, muitas vezes, o ê.xito de determinase dosencontra em])reendimentos

aplicar-sc a operações rôferentes a importação e exportação de merca- o doidas e aos serviços a estas ligados, teremos a possibilidade de se debi- ^ litar a atual estrutura da produção, ao mesmo passo que contaremos com menor quantidade de meios de paga mentos para importação. Retornará, assim, pura e simplesmente a es- ^ cassez de dólares, contra a qual com j tanta felicidade o país lutou.

Segundo parece, na regulamenta- " ção do mercado cambial, o Banco do Brasil está a contornar o problema obrigando a realização de importações exclusivamente contra cartas de crédito. Julgamos que isto, além de não resolver o problema, representani mais um embaraço às transações in ternacionais, com evidentes prejuí zos para o país. Continuará a haver o ingresso de capitais flutuantes, aventureÍi*os e não daqueles perma nentes, como é do desejo do governo, tanto mais se notarmos que os óbices ] à livre entrada de capitais não desa-

A procura, mais em sua orgamzaçao. além disso, poderá aumentar proporcionalmente ao aumento a um fenômeno Ao se faque da oferta graças de arbitragem cambial, lar em câmbio temos a tendência a raciocinar em termos de moedas for tes esquecendo, porém, que também Países existemhá moedas fracas, onde a escassez de dólares continua sendo uma realidade, se tornará quase impossível o trôle do mercado livre, países de poderão convertê-la Uma vez que conmoedafraca em cruzeiros, para, com estes, adquiNeste caso, as rirdivisas dólares. d 0 pareceram; permanecem de pé dúvi- ' das sobre a desvalorização monetá- / ria interna, medidas fiscais restriti vas, acrescentando-se agora de uma futura quebra de padrão. É de se notar, por exemplo, a desigual dade de tratamento entre os dois tipos ^ de capital: o que se destina timento económicoj quer dizer, pretende transformar-se técnico, ou, por outras palavras, dinheiro que ingressa para permitir aquisição de maquinaria, instrumental e matérias-primas de origem estran geira, fica amarrado 0 receio í ao inves0 que ; em capital j o a norte-americanas país, sem beneficiar a economia na cional, a um duplo fenômeno: no a uma escassez desequilíbrio de nossa baescoai’-se-ao Com isto, nos arriscaremos 1. 0 retôrde dólares, ou seja, ao lança de pagamentos e 2. desvalomonetária pura e simples. Com efeito, se os capitais estrangeipuderem destinar-se, indiscinminadamente, a um ou outro mercado, lógica será a existência de prefe rências para o mercado livr*e, primei ro devido à atração da maior taxa, e segundo, devido u isenção do iniEstabelecida, porém, rizaçao ros posto de 8%.

. ^ mercado ofi- 1 ciai, sujeito a taxa cambial mais bai- * xa e, ainda, ao pagamento do imposto de 8%. Lnquanto isto, ua divisas de ' aventura, destinadas iiü retorno de a separação entre os dois mercados, vedando-se que o capital estrangeientrado pelo mercado livre, ropossa

r 39 Dicf-sto». Econ'6mico
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' capitais estrangeiros já investidos, de juros, dividendos e despesas pes soais, beneficiam-se com a taxa mais

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^ alta do mercado livre e não estão sujeitas ao pagamento do tributo acima referido. A aceitarmos as i‘azões apontadas em abono da vinda de capitais estrangeiros permanentes, te remos de combater êste desdobramen to cambial.

I Note-se que os próprios defensores j da dualidade de mercados e, em conI sequência, do desdobramento das taI xas de câmbio apontam o perigo de uma desvalorização do IK esta se fizesse após ter trazido beneIft fícios maiores nada teríamos a opor; m não julgamos, R

cruzeiro. Se porem, isto ocorra quer dizer, que , , . ^ nossa estrutura eco^ nomica sofra alterações substanciais ■ e profundas graças ao desdobramento , do mercado cambial. É preciso não ^ esquecermos que a quase totalidade dos produtos brasilei ros, no exterior, ● ’ mercê das desvalorizações ocorridas ; no plano internacional e da conse-

Alepou-se que uma ijressão exte- ' rior da parte dos principais compra dores de produtos brasileiros talvez so teria feito sentir, determinando, até certo ponto, a apresentação dêste projeto — piãmeiro j)asso para poste rior desvalorização; as primeiras no tícias dos jornais, relativas à reunião dos ííovernador Internacional, fato. Conhecido melhoi’ Relatório, es do Fundo Monetário pareciam con fi r m ar o <) conteúdo do aí) contrário, verifica-se

<iue o Fundo Monetário Internacio nal cuidou de 4 problemas: fiação mundial, o da proiiosta para dominar a alta dos pi’eços pela valo rização das moedas, para que as taxas ' flutuar em obediência movimentos do ouro (Flutuação conti da entre os gold-points do entrada e de saída e prevista pelo Regulamen to do Fundo Monetário em \''i

da oino da sugestão cambiais possam aos naturais para

mais ou para menos, ao redor da paridade), e finalmente o das transa ções internacionais, em ou»-o a preços «uperiores à paridade. O Relatório salientou que o primeiro jiasso para

I *

\, quente elevação dos custos internos, se encontra hoje em posição privile giada, e mesmo aqueles como o cacau, a carnaúba, o babaçu, que no inicio ^ da quebra das moedas da área da li-

' bra se viram afugentados do mercado, puderam retornar e se encontram em boa situação. Tanto isto é verdade

' que, no Brasil, a escassez de moedas fortes desapareceu e no plano internacional o cruzeiro hoje é considerado uma das moedas

f ■ que maior con

fiança inspiram. A existência do atual

, projeto de lei, modificando as disposições sôbre operações de câmbio,

! ao contrário, reforçou um dos moti-

/ vos de fuga do capital estrangeiro:

● a falta de continuidade na política

^ íconómica e financeira dos governos.

resolver-se o problema cambial inter nacional era o de conter o movimento inflacíonista dentro de cada nação e que não haveria possibilidade duma solução satisfatória sem a estabiliza ção do podei- de compra interno das Varias moedas; quanto ao mercado cambial, acrescenta ser muito salutar a disciplina requerida para defender e manter uma dada taxa; acrescenta ainda que a existência de taxas variá veis é um suposto luxo cujos efeitos não podem ser duradouros.

Nem mesmo se poderá invocar, no referido projeto, a finalidade fiscal; muito embora a Superintendência da Moeda e do Crédito tenha afirmado

DrcESTo Económico^I
40
●'«■d

quo o mercado clandestino de câmbio tom privado o fisco da arrecadação da taxa de 8'/<, que pesa sôbre as operações cambiais normais, no arti go 7.0 do i>rojeto, ao isentar tôdas oj)orações efetuadas no mercado livre, continuou a impedi-lo de obter êste rendimento. Se considerarmos, alcmi disso, a possibilidade de vir a diminuir o movimento das transações lo mercado oficial, por influência do tiercado livre, o prejuízo fiscal auoiontará, longe de diminuir.

balança de pagamen tos e pelo fortalecimento do cruzeiro no mercado cambial.

saldos em nossa

Pela sua simples existência êste projeto, mesmo que não chegue a transformar-se em lei, já terá criado um clima psicológico desfavorável, fato que devemos lamentar,justamen te no momento em que a moeda bra sileira vem sendo bem aceita no ex terior, devido ã resistência que ate hoje conseguiu manifestar.

Por amor a um aspecto ético o de legalizar-se uma situação exis tente — não devemos correr o risco de causar consideráveis prejuízos à nossa economia e de perdermos uma uma posição vantajosa. Necessitamos expandir e diversificar nossa estru tura econômica, pois não há dúvida que as reservas de cambiais só po derão resultar dos movimentos Comde nossa balança de contas, cuja prin cipal parcela ativa é representada pelos saldos da balança comercial; mas não cremos que isto se possa fazer na dependência pura e simples

A exposição de motivos c o projeto om verdade derivam de um êrro mui to comum em economia: considerar a niocda como realidade em si mesma. O próprio argumento de que nossa paridade monetária declarada ao Fundo Monetário Internacional, está fora da realidade, no momento, deve ser usado com muita cautela. í‘azão os governadores do Fundo Mo netário Internacional afirmaram que u (luestão de se saber se em determi nadas circunstâncias, dada taxa cam bial está num nível exato, só poderá ser decidida depois de muito tempo, de uma regulamentação de operações

quando se ofereça oportunidade para de câmbio e muito menos nos têrnios observar a reação da balança de pa- ora propostos. Se o Brasil pôde, com fí'amentos a determinada taxa de câm- sucesso, opor-se a tôdas as pressões bio. Ora, a observação desta reação exteriores, no sentido de quebrar nos está a indicar que antes houve moeda, não nos parece lógico realizar sua benefícios do que prejuízos, o que o primeiro passo para uma futura pôde ser aferido pela existência de desvalorização.

_1 OlOF.STO F.conómico 41

UM GRANDE JUIZ

{"DiscuviO do ilufitrc jurista Advogados do liruMl. de saudação ao

c escritor, cm tionic do Camdho da Ordem dos Exuio. Sr. A/ÍMt.s7rí> í.audo de Catnargo)

Em meio as tações que V. Excia., Sr. MinisLaudo de Camargo, vem trorecebendo dos órgãos mais representativos de toda a nação, ao ensejo de sua retirada do serviço ativo da magis tratura, não podería faltar a dos adi' vogados brasileiros, sob pena de in corrermos em estranhável omissão e de cometermos gravíssima injus tiça, precisamente em relação a quem tanto se engrandeceu no oficio de distribuir justiça.

excepcionais manifes- ató mesmo por recomendação expres sa do estatuto <pio lhe disciplina a atividade, sóbria e disc-reta nas suas expansões, Preservamo.s zelosamente a autor'dade oficial da corporação, fugin do as manifestações graciosas de lou vor; aplauso, educam e em f|ue vivem os advoga dos é 0 da luta, das refregas de to dos os dias, da controvérsia, da crí tica e do combate.

Os sentimentos dos que integram a Ordem dos Advogados do Brasil já se traduziram pelo seu órgão mais autorizado — o eminente “bâtonnier" i i

na sessão solene daem classe que V. Excia. se despediu dos seus pares no Supremo Tribunal.

Quisemos, todavia, propositadamente, marcar o acontecimento — in fausto para tôda a coletividade brasjleira, e especialmente para nós, advogados — da aposentação com pulsória de V. Excia., ainda em plena força de trabalho e íntegra matu ridade de espírito com manifesta ções que significassem, de maneira fiel e duradoura, a admiração, o res peito e o reconhecimento que lhe devem e tributam os militantes da A P' advocacia.

Eis a razão por que disputamos a honra deste encontro, que há de ser grato, sem dúvida, ao coração de V. Excia.

A nossa Ordem é, por índole, e

somos avaros no elogio e no O clima moral cm que se o

O fôro é uma arena de batalhas, o ofício que exercemos é o de contestantes e censore.s profissionais.

A nossa tarefa é a de provocar julgamentos, pondo todo o ardor de combatentes infatigáveis em alcan çar vitória para a causa cujo patro cínio nos foi confiado. E uma vez proferido o julgamento, que há de forçosamente contrariar uma das par tes empenhadas no combate judiciá rio, o nosso dever é desfechar sobre a sentença, que não nos acolheu a argumentação, crítica implacável, provocando a manifestação da ins tância revisora, até que se esgotem todas as oportunidades de vermos reconhecido o direito, em cuja defe sa nos empenhamos, E, frequente mente, mesmo a palavra derradeira da Justiça não nos convence de que a verdade que abraçamos não se sa crificou, ainda uma vez, em holo causto a mais um lamentável erro judiciário.

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Respirando essa atmosfera arden te, satm*ada de estímulos para a luta, a contestação e a crítica, os advoga dos, polo próprio destino profissio nal, não somos propensos à lisonja e u benignidade nos nossos julgamento.s. O orgulho secular da classe reside na altiva independência, que alimenta e vivifica o verdadeiro es pírito da advocacia nos regimes li¬ vros.

Por dever de ofício, somos sobre tudo críticos e censores dos juizes. Aos magistrados perante os quais postulamos, tributamos respeito e acatamento; permanentemente ao cumprimento do dever, junto dêles vigiamos com so branceria e lealdade. E, se a pessoa do julgador paira censura, sôbre as suas sentenças in cide com a maior liberdade a nossa mas se os convocamos acima da nossa análise severa.

O dissídio e a controvérsia domi nam o meio em que atuamos, mais difícil do que alcançar, nesta corporação, pronunciamentos ou ma nifestações unânimes. Instintivamente, somos levados a provocar o deba te, contrariando o ponto dc vista ma nifestado, mesmo que seja para o efeito apenas de obrigar à ção de razões e argumentos que ha bilitem o impugnador a se convenda improcedência da sua dúvida Nada enunciacer ou objeção.

Não apoiamos qualquer decisão ou iniciativa, sem que o apoio traduza uma convicção, e, portanto, um jul gamento de consciência. Somos o con trário dos “yes-men” — seres passi vos e inertes, submissos e inexpres-

procedimento como juiz, Sr. Minis tro Laudo de Camargo. Foi, porém, impossível alcançar um pronuncia mento nos moldes dos que estamos habituados a provocar nos prélios fo renses. Frustrou-se o nosso intento, porque não houve contestação, que permitisse formar o contraditório. Ninguém teve objeções ou restrições a oferecer; e V. Excia. não nos fará nenhum favor, senão justiça (a mes ma justiça que de maneira tão per feita distribuiu durante tantos anos), reconhecendo que não foram a timi dez, a cortesia ou o respeito humano que inspiraram esta atitude. Os pre cedentes da corporação abonara esta conclusão, que valoriza o sentido do nosso gesto.

A unanimidade exprimiu, neste ca so, um sentimento profundo, vivo e real, que todos nós identificamos no íntimo da consciência, todos entendemos que a V. Excia. eram devidas homenagens e reverên cias excepcionais. E o obstáculo, que pudesse decorrer da letra do regimen to, se afastou pela consideração, adu zida por um dos nossos eminentes confrades, de que o preito tributado a V. Excia. exprimia um preito im pessoal à própria justiça, tal a ascen dência da sua autoridade moral no seio da magistratura, que nas excelsas virtudes do juiz homenageado orgulha de encontrar o símbolo de sua mesma missão superior.

Una voce”, se

Frisamos o significado especial do nosso gesto ao rendermos a- V. Excia. tributo que não encontra precedente anais. A um juiz nosda nossos qua lidade de V. Excia. não dispensamos julgamento tolerante, critério mais rigoroso, mos um magistrado que se retira do Seguimos o E defrontasivos.

Quisemos promover entre nós um julgamento sôbre a sua figura e o seu

Digesto●13 Econômico

serviço ativo, e perante o qual ja mais pleitearemos. Certamente, se todos nós, .são, fomos contrariados por votos proferidos por V. Excia.; e é também quase certo que, acatando embora pronunciamento adverso, demos a conclusão que desconheceu a certeza circunstâncias iniciativa, e nos fazem sentir honra desta homenaí^em não sõ ao que a que a promovem, animados da lealdade. quano exercício da profis* o nao nos ren¬ que nos animava. Tais prestiíriam a no.ssa que a pertence, recebe, como aos maior

esmero, como se constrói uma obra destinada a atravessar os séculos.

A jurisprudência se formavíi por uni movimento natural dt* sedimentação.

A coletividade se sentia lializada por sólidas leírras de compoitamento; c os aplicadores da lei se moviam cautelosamente, de modo a velar pela paz dos espíritos. lOi^am possíveis os cálculos

a confiança no futui-o era uma condi ção indispensável à vida coletiva, e jiarecia uma conquista definitiva. As ap-itaçoes esporádicas se circunscre viam ao campo poHtico. e previsões a Ionp:o jirazo;

A bela carreira de juiz de V. Excia Sr. Ministro Laudo de Camarpo, é rica de sugestões e Iniciou-a V. Excia. culo, em modestas rior, para encerrá-la cias da Presidência do Sup mo Tribunal, percorrendo to dos os estágios da gloriosa minhada ascensional.

A terrível guerra mundial foi o pri meiro tufão de insânia que soprou sôbre êste mundo em apaiente equi líbrio, dilacerando as almas, subver tendo regimes, matando milhões, des truindo nações, anitiuilando princí k pios, idéias e filosofias, centro de gravidade perdido desde então 0 nunca mais sc re¬ conquistou. A perplexidade, a, angústia e o desespero subs tituíram a tranquilidade e a confian ça de maneira irremediável. 0 de senvolvimento da técnica e a expan* são dos negócios criaram uma reali dade nova c brutal

ensinamentos, no comêço do sécomarcas do intenas culminànreca-

A primeira etapa se desdo brou tranquilamente num quadro de serenidade e de equilíbrio, do social e jurídico em que V. Excia. formou o seu espírito era de ordem e estabilidade: era o O munmundo da segurança”, em que a sociedade bur guesa desfrutava ainda o clima té pido e repousante da era vitoriana. O sistema jurídico se assentava sô bre pilares que tudo indicava firmes e duradouros. Os princípios estruturais e. as normas básicas eram de molde a inspirar a maior confian ça. Transformaram-se em autêntico.s mitos, cujo respeito se impunha por uma força supersticiosa. A evolução fazia pausadamente, sem surpre sas, nem sobressaltos. A elaboração legislativa era lenta e trabalhada com serem se , desencadeando fôrças gigantescas, que, ao invés de libertar o homem que constituíram novas formas de desasso.ssêgo e opressão. As lutas sociais* ganharam ferocidade e extensão, sus citando problemas agudos e inquietantes. as concebei^a»

A liberdade e a dignidade passaram a viver sob risco constan0 mal-estar e a incompreensão, desequilíbrio generalizado, fermen taram a segunda conflagração mun dial te. o cuja consequência foi manter 0 mundo em estado espiritual de guerra sem intermitência, sob »

44 Dicf-sto Fconómíco
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íinieaça sombria de destruições cí^ló])icas.

No nosso próprio pais, em estágio ainda incipiente de evolução políti ca e social, o clima de ordem criado, c sustentado, de maneira talvez ar tificial, ijorém benfazeja, pela forma ção juridica.de suas elites dirigentes, os abalos adquiriram extensão e prot^undidade desconhecidas. Desviou-se o curso de sua evolução; submeteramno a experiências temerárias; fomos nirastados a agitações que destruí ram o frágil arcabouço do sistema Sob que vínhamos procurando o caniinho do progresso.

A ordem jurídica neste mundo em Convulsões titanicas, em delírio per¬ manente, viu desaparecerem os seus pontos de sustentação, rídico, destinado a ser o mundo da segurança e do equilíbrio, passou Ser por excelência o mundo da inseda instabilidade. Os prinas doutrinas e mais estrati-

O mundo jua gurança e cípios tradicionais, us regras que pareciam ficadas no espírito humano, repudiaram como velhaUm preconceito se ne¬ garam e se rias imprestáveis, mórbido da novidade e do ineditismo se sobrepôs a tôdas as conquistas alcançadas através dos tempos, mes mo quando apenas se ressuscitavam instituições e se renovavam expe riências já superadas na caminhada dos povos, para alcançar um nível de maior dignidade e liberdade. Um processo alarmante de "desintegra ção espiritual da sociedade gundo o diagnóstico de Mannheim. se-

O maremoto das leis afogou o mun do jurídico na mais completa deso rientação: quanto maior o número de leis, fabricadas a jacto contínuo, maior a insegurança, que começava

pela busca exaustiva da norma apli cável, no pandemônio dos textos que se sucedem e se contradizem. A superabundância legislativa gerou um estado angustioso que se podería caraterizar pela expressão de Durkheim: anomia — ou ausência de lei.

Em suma, um mundo cujos valores essenciais entraram em processo de deterioração progressiva.

Do ponto de partida de sua carrei ra luminosa até atingir à cumiada em que acaba de a encerrar, V. Excia. Sr. Ministro Laudo de Camargo, vi veu plenamente, como espectador e como participante ativo, tôdas as pe-' ripécias e etapas dessas transforma ções marcadas pelas aflições e pela tragédia. Viveu-as e sofreu-as, colo cado no centro em que mais aguda mente se faziam sentir as suas re percussões. Viveu-as e sofreu-as co mo juiz, assistindo ao desmoronamen to da ordem jurídica tradicional em que se formara, dos princípios, nor mas e teorias que compunham a es trutura do direito, destinado a disci plinar a vida coletiva, que cada dia se transfigura, não através de uma evolução normal e benfazeja, porém, por saltos, avanços, e recuos desar ticulados, em movimentos espasmódicos e incoercíveis, como se impul sionados por abalos sísmicos inin terruptos.

Teve V. Excia., sem dúvida, de realizar um esforço de adaptação per manente, procurando guardar a li nha de equilíbrio e encontrar nho a seguir, em meio ao desnorteamento e à desorientação reinantes. Foi uma dura prova de consciência o camipara um homem e para um juiz de

espírito sereno como V. Excia. essa prova Suportoue V. Excia.

Dicesto Econômico 45

viveu plenamente essa experiência, sob certos aspectos sedutora, con servando-se fiel a si mesmo, guar dando inalterável a sua personalida de, o seu espírito e a sua consciên cia: o juiz Presidente do mais alto tribunal do país era, nos seus traços essenciais, exatamente o mesmo juiz iniciante da humilde comarca do in terior de São Paulo, apenas acrescido no seu cabedal de saber, de traba lhos e de compreensão humana.

sonalidade moral íntcgi^a, apresen tando um conjunto om <iue qualquer falha ou excesso perturba u expres são do todo, que traz o timbre da obra perfeita.

íJste o patrimônio inestimável que V. Excia. enriquecendo-o, pondo-o ao serviço da justiça brasileira.

e a erosão ree preno seu Foi ancorado nestas

O milagre desta vitória de V. Excia. sobre o desgaste do tempo e dos acontecimentos pousa no conjunto de virtudes das excepcionais que compõem perfil de juiz. ~ qualidades superiores que o seu es pírito resistiu às tempestades e aos cataclismos.

As teorias, os princípios, os códi gos podem ser negados e substituí dos; a inteligência os cria, os adota ou os repudia ao sabor da moda, curso dos tempos. As virtudes atributos morais, sobretudo elegem o destino de distribuir jus tiça, é que sobrevivem sub aeternitatis. Foi dessa armadura no e os nos que specie que V. Excia. veio armado para enfrentar o bom e áspero combate.

Na personalidade de V. Excia., Sr. Ministro Laudo de Camargo rem, em equilíbrio raro, todos aquêles requisitos morais grandes juizes de verdade. , concorque marcam os Não é a posse isolada. mesmo em alto grau, de uma ou outra virtude superior bastante para elevar um magistrado a uma qualificação excep cional. E' imprescindível a coexistên cia de todas elas em grau de equi líbrio, de forma a compor uma per-

Honradez imaculada — não apenas uma honradez passiva e infecunda, porém, uma honradez militante que irradia estímulos e impõe o exemplo, formando um ambiente de ção pela própria honra; isenção per feita, que não cede a nenhuma ra zão subalterna, nem ao temor, nem à vaidade, nem à fama; equaniniidade, que permite encontrar sem esfor ço a solução da moderação e da har monia;

tar com tolerância a crítica, conduz, sem arrogância, à revisão dos erros cometidos, e aguarda com resignação a hora da recompensa pelos trabalhos e sacrifícios; confunde com timidez, moda aos excessos do poder, pelo ceio de provocar crises ou choques; humildade, pela renúncia às recom pensas materiais, pelo espírito de re signação, pela autocrítica leal de suas decisões, sem contudo consentir no menor desrespeito à autoridade de que está investido; sensibilidade e compreensão humanas, que traduzam a esclarecida consciência de que a ta refa de julgar não se subalterniza a uma técnica árida de lidar com textos legais e desenvolver temas doutrinários; espírito cívico, que sig nifique a majestade da função e o relevo social que apresenta a figura do juiz, destinado sempre a ser um modêlo para os seus concidadãos; possui, e pode preservar venerapaciência, que leva a suporprudência, que não se nem se acore-

DinnsTo EcoNÓ^^co' ^4r,
r
J

aplicação integral ao exercício do seu ministério, pondo nele o coração o identificando com êle o destino eis alguns dos atributos essenciais que deve apresentar um servidor e aplicador da lei, para que possa ser apontado como paradigma, orgulho da sua classe e de seus contempo râneos.

Em V. Excia., Sr. Ministro Laudo de Camargo, os advogados brasilei-

ros reconhecem e identificam esta figura modelar de juiz. E por isto proclamam esta convicção sincera: retirando-se do serviço ativo da Jus tiça, V. Excia. continuará a servi-la de maneira fecunda, como estímulo e como exemplo, a todos os que pre tenderem alcançar a mesma gloriosa recompensa que V. Excia. conquistou pelos seus méritos e pela pureza de sua vida.

, j|. ■ Dicesto●17 Econômico

NOTAS ELEMENTARES DE ECONOMIA

MONETARIA

I

A modificação enorme que a i^uerra determina no aproveitamento dos recursos produtivos alteração no tar liífeiramente ticas no período intcrbélico. as suas ca racterís() mevolume de mão-de-obra, na distribui ção dos capitais, nos or;?anismos nómicos, no racionamento do mo, nos métodos de intervenção do Estado — cria uma ecoconsusérie de proble canismo multilatejal dá luírar ao bi lateral, que são acoidos concertados entre duas ; libra e do dólar: nações jn-oscindindo da a Alemanha combi nava com o Brasil, j)or exemplo, man dar produtos maquinofaturados mas para restauração das forças eco nômicas e das instituições que disci plinam a vida da comunidade, dias que seguem os episódios dos. Com a denominação de nos armaaposom troca de café, de ífodão. seus cacau, de alReffredia-se à troca direta. As nações vencidas em 1018 não dis punham de ouro suficiente para reereconomia comprantio no a matéria-prima.

I queremos caracterizar a guerrafisionomia des.sa época, que se distin gue por desajustamentos típicos.

O crescimento das relações inter nacionais, intensificados nos fins do século passado, está ligado volume de trocas entre a maior os paí.ses

Japão, Alemanha estavam, pràticamente, em posição difícil — e caminharam çuer sua mercado Itália, mundial bilateralismo,

com medidas de crescente autarquizaçao de suas economias, tomado de excessivo zelo, chama de infames as medidas aconselhadas pe lo Dl’. Schacht p.133). para o Haberler, país a(ob.cit. seu agrários e os industriais: e no centro dessas trocas esteve até bem pouco tempo a finança inglesa, que possibi litou o mecanismo do comércio miiltilateral. A sua balança comercial

deficitária, permitindo às nações ex portadoras de matérias-primas dutos agrários obterem créditos moeda de curso internacional, torna va possível a multilateralidade das e proem trocas.

Depois da primeira guerra mundial, a situação internacional, do ponto de vista econômico, era inteiramente Não cabe outra.analisar aqui as causas dos acontecimentos, mas apon-

Os problemas monetários passam a ocupar a atenção dos economistas. O dirigismo econômico, que se insta la abrangendo toda a produção nacio nal, não é compatível com a instabi lidade das instituições políticas: o caminham para regimes ditatoriais. A fixação autoritária dos preços, o controle cambial do comércio exterior são medidas primordiais: já não será mais possível voltar aos sistemas an tigos de liberdade de importação e ex portação, manipulados ao sabor das emprêsas privadas.

I ■

() 2.0 após-guerra

0 segundo “após-guerra” apresen ta, por sua vez, sintomas económicofinanceiros diversos. Apesar da pro paganda em tôrno de uma volta sal vadora às trocas multilaterais, as me didas empreendidas não lograram al cançá-las. As nações de “moeda frapuderam aceitar a política preconizada porque precisaram de fender a integridade de sua economia ●— o, por processos indiretos, se vi ram forçadas a exercitar uma polí tica de controle do comércio exterior.

“Sustentou-se — lemos numa pu— que o períoca” nao blicação da “Unesco do de liberdade comercial, longe de tipo da aplicação prática de universais descobertas ser o regras

economias complementares: reina, de maneira crescente, uma tendência competitiva. Outro fato altera a perspectiva dêste “após-guerra”: o de a grande nação norte-americana não ter balança comercial deficitária co mo acontecia à Inglaterra, facultan'do-lhe 0 jôgo de intermediária iios mercados internacionais. Tudo isso cria as dificuldades que enfrentam og estadistas atuais.

A dança das moedas no plano in ternacional, divididas em moedas for tes e fracas, não é senão um reflexo das condições sumàriamente indica das.

A forma fiduciária do dinheiro

Internamente, com a cessação da circulação-ouro, o problema monetário definiu-se de modo diverso.

Façamos ligeiro repasse crí tico do assunto.

pela simples razão nas uma etapa do desenvolvi mento das sociedades indus triais cujos princípios histó ricos foram erradamente con siderados como verdade transcenden te absoluta, universal e de todos os era apetempos.

Assim, a paisagem histórica muda mesmas medidas passam a ter e até contráe as significados diferentes

A concorrência desempenhava, na Inglaterra do século passado, pa pel estimulante no plano nacional: mantinha os preços acessíveis à masO encarecimento dos preços de custo era evitado pelos investimentos rios. sa. dos excedentes comerciais em cconocomplementares e miastributárias. incentivando, ao mesmo tempo, a pro cura, nesses mercados, de exporta ções britânicas. Atualmente, com a primazia dos Estados Unidos como país exportador de capitais livres, diminuiu o equilíbrio entre nações de

Todo estudante sabe que é no progresso circulatório que surge o fenômeno monetário. Uma investi gação histórica nos mostraria como apareceu a moeda: a princípio, nas trocas diretas, no troe, ou em bom vernáculo, no escambo, permutava-se bem por bem. A dificuldade de ava liação, nas proporções a serem tro cadas (a relação quantitativa, que objetiva o valor de troca entre eles), fez surgir, na mercadoria mais acei ta, um aferidor comum, uma medida de valor. E’ a fase da moeda-mercadoria. Há uma ambivalência: é mer cadoria e é moeda; isto é, satisfaz necessidades humanas e serve para instrumento de permuta. Num caso, atende à necessidade biológica; nou tro, à necessidade social. Mas, ao entrarem em cena os metais precio-

Dicf-sto●19 EconcSmico

sos, a função social vai sobrelevando. O ouro, oferecendo muitas quali dades para a função social, acaba se impondo como a moeda por exce lência. Deixa de ser mercadoria, pa ra se tornar moeda, dinheiro. Mono poliza aquelas funções sociais do tro ca. Deixa-se mesmo de ver acpielas funções, para ver néle apenas o di nheiro.

A evolução prossoíjue. O papel que dá direito a recebei' certa porçfu» de ouro, representando-o, desempe nha as mesmas funções nos atos do troca: paga dívidas, libera devedo res de credores. E’ também dinheiro. Nessa nova fase, temos a forma fiduciária da moeda. Baudin fala, meteòricamente, numa espiritualização do dinheiro, vindo de formas tas a formas abstratas, essa evolução, ligam-se condi ções sociais definidas: a organização da autoridade emissora da moeda sultou de progressiva organização so cial e política, quando se integram as nações, e não podemos dar aqui resumo, que demandaria largas plicações históricas. concrereex-

O Estado não podia deixar de chasi a função reguladora das trocas — a regulação dos meios de troca existentes, como regalia e atri buto de sua própria soberania, continuou fascinando mentalidade dos que estudavam o asMas cedo começaram as hemuitos passaram ouro um símbolo que significava a mesma coisa que o papel emitido lo Estado. mar a O ouro a sunto. resias: a ver no peFendixen disse: Dinhei ro é o que o Estado deseja que seja dinheiro. A matéria de que é feito Essa tendência, teoria monetária, foi denominada pouco importa. na

teoria jurídica ou estatal do dinheiro. Digamos nós: uma teoria nominalista do dinheiro, que se contrapõe à teoria realista do dinheiro.

A teoria realista ou metalista a verdadeira tnoe<la. como escreve Gondra. As demais foinias de moeda são apenas meros substi tutivos ou rc})resentativos do metal, consequência c o imperativo (ju ; garantir, por stock” áureo, o valor de ve no ouro A 0 resulta para o E.stacIo: meio de sua moeda.

Estudaremos, na nota dc aula guinte, a história do suas vicissitudos até o abandono fi nal cm 1933. se padrão-ouro e No momento queremos con.siderar o jiroblcma: de onde rosulta o poder aquisitivo da moeda? Da .substancia de que é feita? Do pro cesso de produção e (luanticlade de moeda cm circulação? Examinemos rapidamente a questão.

Teoria quantitativa

Quando o Estado lança em circula ção certa quantidade de moeda sob a forma de papel, declarando-a do curso legal, isto é, servindo para pa gamento de dívidas, de aceitação obri gatória para liberação do devedor, criou dinheiro. Aumentou o poten cial monetário existente. O poder aquisitivo das espécies emitidas, po rém, se avalia em face das utilidades e serviços a serem comprados. Estas utilidades e serviços são resultantes do processo geral de produção, oue atingiu determinado nível e propor ciona o abastecimento dos mercados. A quantidade de moeda serve à mo bilidade da riqueza, isto é, à circula ção variada dos bens. Uma velha teoria, incessantemente aperfeiçoada,

150 Dk;i^std EcoN<)Miro

diz-nos que se a quantidade de sinais monetários aumenta e perma nece a quantidade de mercadorias à sua disposição, dar-se-á mais moeda por uma mesma mercadoria. O que sipnifica ipie a moeda perdeu um pou co de seu valor, que ó medido em face dos bens quo se desejam adquirir. 0 valor da moeda se estabelece, portantomer, no ato prático da troca por cadoria, no ato da compra e venda.

Esta teoria quantitativa da moeda valor do pretendeinstrureduzir o monto de. troca apenas ã sua quanti dade, osíiuecendo outras influencias do ordem psicológica e histórica. um modo geral, fornece um esquema (lue dá meios de apreciação, aproxiinativa do fenômeno. Fisher suniaviou-a em nova apresentação didátia sua velocidade de De ca

, abrangendo circulação.

modificações nos outros termos da- J quela equação. A variável T goza jj de certa estabilidade: o aumento das 4 transações implicaria numa expansão das forças produtivas, e isto é mais lento. O resultado é uma mudança de P, simetrizando. Noutras pala vras, há tendência para modificação do nível de preços existentes.

A fórmula, que parece explicar, per summa capita, fatos que são por sua natureza mais complexos, nhou còleremente os espíritos, base das discussões sôbre inflação, es tá sempre latente. Mas elimina con siderações outras, de ordem qualita- j tivn, que não são apanhadas no seu J esquematismo. Na

Gxterioriza, objetivamente, o poder aquisitivo da moeda, be, é o valor da moeda que baixa. A'conhecida fórmula do economista norte-americano é como se segue:

O nível de preços é que Sc o preço soM.V = P.T.

quantidade ondede M representa moeda existente, V sua velocidade de praticados ocorridas. a circulação, P os preços médios, Significa que, num de equilíbrio dos negócios das transações é igual ao volume momoeda podo T as transações determinado nível 0 volume netário; como a mesma

Continuemos, entretanto, observan- ' do a sua aplicação aos fenômenos -| monetários. Tiremos uma consecjuGn- ■ cia importante: a de que 0 poder aqui sitivo, que possui 0 dinheiro, deriva da produção existente, pois é do au- f mento das mercadorias e serviços que se originará maior proporção a fa vor da moeda. Concluir-se-á, portan to, que 0 Estado poderá criar os sig nos, que representam 0 poder -le com pra, mas não criará jamais 0 poder de compra. Não poderá então valo rizar a moeda a seu talante. :i d ●I

De modo indireto, controlando a sua quantidade, êle poderá regalar o seu poder de compra: e, segundo sua política financeira, encaminhará os níveis do poder aquisitivo. A alma dos símbolos criados pelo Estado pro realizar, em certo período de tempo, várias transações, a velocidade média da moeda, multiplicada pela sua quantidade é que nos dá o fluxo das moedas, cm frente ao fluxo dos bens e serviços prestados.

Quando a variável M é alterada, V também se altera; o restabeleci mento de equilíbrio se faz mediante cede da produção; mas os símbolos repartem entre si essa alm poder de compra, de acordo explicação esboçada na teoria fisheriana. Estão, de certo modo, _ alçada, os processos de valori_desvalorizar a moeda. a, que e _i com a em sua izar ou

—--■j, V. 51Du;i«T(>Económic:o
l t

Tentando maior aproximação dos fatos, Fisher observou que a moeda que interfere nas transações efetua das não é idêntica; e distinj?uiu as duas categorias, que têm clientelas e eficiência diversas: a moeda manual e a moeda escriturai (cheques). Seu conjunto constitui o total dos meios de pagamentos.

T o

e T -T a aT T 1o 1

escrevendo a fórmula: M.V. a T.P. A seguir, introduziu o valor da moe da em substituição a I*, (]ue é seu in verso (designado por r): .M.\\ e = a T que é a chamada sia; no fundo, mencionar o valor da m<icda, Fisher insere o preço, que é sua expressão de mercado. eqiiaçao de Divia mesma: em vez de Todas as transações mais vultosas são realizadas por meio do checjue. Êste tem velocidade circulatória e ampliação de clientela segundo os há bitos do povo em relação à prática bancária. O certo é que tem cada '1

De modo geral, os índices P expri mem indicações objetivas sôbre o cus to de vida. versas t Se, em duas épocas die t , os respectivos níveis t uma daquelas categorias caracterís ticas diversas no movimento da rique-

. A fórmula de Fisher foi desdo brada: za i

1o* médios de preços forem P simples relação e P aJ 1M.V. + N.W. = p.T.

onde N representa a moeda o + 7 Tir escri¬ turai e W a sua respectiva velocidade. A análise das variáveis da equação

P P > 1 <1ouP P mostra a exatidão aparente com traduz a realidade observada, isso, muito se criticou o conceito de velocidade de circulação da moeda, difícil de ser determinada através das estatísticas e de acordo que Por com seus

significa, em cada mento ou barateamento de vida. caso, o encareci-

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Divisia quis modificar a fórmula de Fisher, introduzindo, na equação, o valor da moeda. Chamou T o voluo me das transações no instante inicial e T ^ o volume de transações no tér mino do prazo observado, em função de T : ExprimiuT o 1 I

Djacir Menezes, "Curso de Economia Politica” Lív. Freitas Bastos. Rio, 1948.

Dicesto EconiVmi^^I^ / 52
J

PAÍSES SUBDESENVOLVIDOS

1 . O gmpn cU- tOcnicos em assuntos ecomunicos cia CJIÜPAL e os economistas <las nac.ões siihclesenvolvidas, analisanílo a c*\()Iiu,’ão cio c’omc“rcio internacional das nac,'c*)c‘.s c-con(>micamcnte atrasadas, elic-garani, por caminhos diferentes, à oiesma conclusão: as relações comerciais i‘\lcrnas dos países em atraso econômico íuiinnain a tc-oria clássica do comércio internacional.

A conclusão desses especialistas sc re\’cstc: dc uma importância extraordinária, parlicnlarnu-nto nas sentes, cm ciuc cer o direito desse grupo de nações de melhorar as suas condições econômicas, a fim dc proporcionar nível de vida mais elevado às suas populações.

circunstâncias pre so principia a reconheagrícolas, seria um passo seguro piua afastar a depressão, a espada de Dàmo- ●; eles cjue ameaçava continuamente o progresso econômico. '[ Outros teóricos da economia partiam dc idéias di\-ersas, para chegar à mes ma conclusão. Ê que certos inquéritos ^ le\'udos a efeito nos anos que medeiam as duas grandes guerras, prineipalmente ^ jwlos técnicos da Sociedade das Nações, ' mostraram que o comércio entre as na ções tende a aumentar e diversificar-se i u medida que os países se inclustriali^am. ‘ Dessa forma, a industrialização se tra- '* duzia em enriquecimento geral. Êsses estudos contradiziam a opinião, geral- ; mente aceita, de que a industrialização . dos países novos criava concorrência às , indústrias das nações já exoluídas, tendendo assim restringir o comércio

De fato, até o momento presente, as altamcnte industrializadas, inoviscntimcnlos altruístas, falavam internacional e a conter a e.xpansão eco nômica. nações das por necessidade de erguer as economias do.s paíse.s dc fraca produção interna, mas dc grandes possibilidades de desen\'olvimcnto econômico. Tais idéias, an tes de 194Ü, eram assunto para confe rências c artigos de fundo, principalmento de economistas estudiosos da dina

Terminada a guerra, as nações subde- * sen\'olvidas, procurando tirar partido do auxílio que os Estados Unidos presta vam aos países europeus devastados pela guerra, lutaram para obter recursos da América do Norte, no intuito de pro- 4 cedej à industrialização de suas econo mias. O embate atingiu o seu ápice na Conferência Interamericana realizada em Petrópolis. quando o govêrno de ' Washington declarou, formalmente não concedería nenhum ’ que , aos paí auxílioí ses latino-americanos durasse a recuperação d ropéia. A ordem meiro; depois inos fazer. enquanto pera economia euera: veremos nàmica econômica. Procuravam êsses autores mostrar que a existência de de sigualdades econômicas tão flagrantes entre os países industrializados e os pro dutores de matérias-primas era uma das grandes responsáveis pelas crises eco nômicas. Portanto, enquanto a desi gualdade existisse, havia sempre o pe rigo da eclosão de uma depressão eco nômica. Eliminar no mais alto grau possível a desproporção das riquezas en tre nações industrializadas e nações « a Europa pri- í 0 que podere- ●

Em 1950, os fatos começaram a pen-

A ESCOLA CLÁSSICA E OS
Ja

der a favor dos países subdesenvolvidos, pois Truinan anuncia num discurso a 1^' necessidade de os Estados Unidos aju darem o desen\oIvimento econômico das . áreas econòmicamcnte atrasadas. Êsse

]»rrbisch, (j chefe da Comissão Latino-Amcriatrasada. de Estiulos Econômicos da CEP.AL, já sc levantou contra Outros canos a tese absurda dc Jacol) Vincr. Cabe a nc)S acrescentar um pedra' o ca! nesse edif*cio o seguiram, pouco tópicodc do discurso presidencial foi dcdenominado “ponto IV”. tada a idéia, <[ue ao mesmo tempo iria c^onfirmada pelos estudos e pesqui sas dos técnicos da CEPAL e dos eco nomistas dos países subdesenvolvidos, da desvantagem que sofrem os países em - atraso econômico nas suas relações co merciais com as nações industrializadas c jpie o fator decisivo do a industrialização.

Estava assenser progresso era teórico c crítico, <jiic sc levanta centra da escola osclássica. princípios

AA teoria classica dos custos rativos recebia o golpe mortal compacom a . propagação desses novos princípios, pois ^ cia se torna\'a insustentável em face dos fatos revelados pelas pesquisas das lações comerciais internacionais relações de intercâmbio econòmicamcnte atrasadas mente desenvolvidas. ree das entre as áreas e as plena-

2. Começaremos por analisar o con ceito d(? nação subdesenvolvida, pois alega J. \'incr (juc‘, cm parli" alguma da literatura csp<'cializ;ida ptkle encontrar o (juc vem a ser país subdesenvolvido. Dc fato, a maioria dos economistas íjuc estudaram a economia dos países classi ficados sob essa rubrica, não definiram o tèrino, inclusive II. W. Singer, que publicou rcccntemcnte um estudo dedi cado a ésse tema. Contudo, o conceito não é difícil de ser elaborado, pois há uma compreensão geral a ésse respeito, uma vez que existo diferença substancial entre a estrutura econômica dos Estados

I:I^ Unidos, da Inglaterra, da Alemanha, da França e a da índia, da China c dos países latino-americanos. Alguns eco nomistas, porém, já procura ram esclarecer essa idéia geral, que paira na com preensão dc todos que sc dedicam a esses estudos.

Por ésse motivo, foi com ^ que lemos as conferências ' feitas no Rio de Janeiro por ^ Jacob Viner e publicadas I: pela Revista Brasileira de I Economia. Sustenta o gran^ de economista de Harvard y o acerto da teoria clássica ;; e infirma o valor das idéias novas que apontamos

surpresa

Fato curioso: não R fora o conferencista o ilustre teórico do ^ comércio internacional e um dos maioIfe res nomes da t ■ atualidade, ciência econômica na a observação passaria des-

Singer, no tender. aquela qu

Não desconhecemos que há ainda muita divergência na conceituação. H. 'V^'. estudo referido, parece enpor nação subdesenvolvida, c ainda não se industrialiâu

zoii. Se bem não seja pròpriamente definição, pois o autor não se preo cupou com esse aspecto da terminologia, considerá-lo óbvio, não podemos uma por íj percebida. Mas, feita por quem foi, e na capital de um dos países que ocupam lugar de destaque na área da economia subdesenvolvida, o fato torna-se sumaaceitar a sua noção. Outros escritores, tomando o tênno significação estritamente lógica, definiram nação subdesenvolvida como sendo o país ou a região cujos recursos na mentesua grave e é preciso ser contestado por todos que se preocupam com assun tos economicos nos países de economia rn

jf' 54 Dicksto E<^ON<')Micn
’ÍF1
r--.

naturais rstão innms explorados do que (l<*\iani, U“vando ein consideração todos os falòrcs <-conóniict)s de relevância, co mo a ri(jueza, a acessibilidade, a locali zação com rc-lação aos mercados, a ocor rência ele reiairsos similares cm outras naçõ<-s, i-lc. 'l'al conceito não discrimina bem, jiois abr.mt;e também nações allanuaili' industrializadas, uma voz que aljíumas delas jxul('m ter ainda muitas oporlnnidatU-s para aumentar sensivclnienli- a exploração de suas riquezas.

Mellior definição seria talvez a de N. Mc- Leod, rpie se prende a noçõe-s mais usuais do (jue lógicas e, por isso, traduz melhor a eompreensão co mum de país subdesenvobido. Segun do o referido autor, é a nação ou a índice relaticamciite baixo arcade com vinlia manifestando incessantemente a técnica, atingiram apenas uma pequena parte da população mundial.”

capita! c ele empreendimentos em relafatõrcs dc produção disponíveis, nia.s com ótimas per.spcctivas dc remu nerações para çao aos inxestimcntü dc novos capitais.

Seguindo esta conccituação. .subclcsc-nvob ido como sendo a região dc grandes possibilidades econômicas ainda não exploradas falta dc capital, dc técnica linha mais prá por tica da definiriamos país e de máo-dc-obra especializada.

Creio ser esta a noção dc país subde■olvido, pois a êlc não escasseiam re cursos naturais, mas ate o presente não os pôde explorar, porque se manteve na periferia do progresso técnico. Como aponta muito bem Prcbisch: “Conside rada do ponto dc vista de cada nova geração, t<?in sido rclativamente lenta e irregular a expansão universal do pro gresso técnico, cujo impulso, partindo dos países em. que teve origem, se esten deu, pouco a pouco, a todo o mundo. No longo período que vai da revolução industrial à primeira guerra mundial, os novos métodos dc produção, em que se .sen\

“Irrompo o mo\âmenlo na Grã-Bre tanha, c.spalha-se para o continente eu ropeu, onde se manifesta com graus di- í versos dc intensidade e, alcançando os Estados Unidos, registra um ímpeto excepcional. Finalmcnte, manifesta-sc no ' lapão, ao empenlmr-sc êsse país em 4 assimilar, rapidamente, os métodos do produção do Ocidente. Criaram-se, des-, sa maneira, os grandes centros indus triais, ao redor dos quais a periferia do novo sistema — extensa e heterogênea pouco proveito tira\’a dos melhoramentos verificados na produtividade.”

“O progresso técnico afeta, apenas, .J pequenos setores dn vasta população da periferia, pois se implanta, como regra geral, tão somente onde sc toma essen cial a produção dc gêneros alimentícios e matérias-primas a baLxo custo, sendo : estas mercadorias destinadas aos ditos grandes centros industriais.”

Transcrevemos êsse longo tre cho do economista da CEPAL, a fim do mostrar que, se o es tudo criticado por J. Vincr não traz uma definição implicitamente ela já está con- s tida na explanação daquele cientista ar gentino. . )

explícita, '

3. Outro ponto da conferência de J. ^ Viner que merece reparos, e êsse é dúvida, a pedra angular da do economista i sem argumentaçaolanque

, é salienta:quando

Tudo quanto encontro no estudo do Prebisch e em trabalhos de se melhante teor emanados das Nações Umdas e de outras fontes, é TSt,f.oaçuo dogmitica da agricultura -

pobreza agrícola pur leis n ^ íentes, em virtude ’ quais os pro- i

1Diuksto Econômico 55
V

dutos agrícolas tendem a permutar-se por manufaturas cm termos de cres cente; deterioração; o progresso tec nológico tende a limitar suas bênçãos à indústria manufalureira, e a popu lação agrícola não se beneficia do progresso tecnológico nas manufatu ras, nem sequer como compradora. porquanto os preços dos produtos ma nufaturados não acompanham a baixa de seus custos reais”.

Não nos parece exata a conotação de J. Vincr. Os estudos a que nos referi mos no início deste artigo e o f próprio traballio de Prebisch não ' asseveram que a causa da po breza se encontre na agricultura, mas que as áreas subdesenvol\-idas foram colocadas à do progresso técnico y margem e que esse progres i' r, f í' so técnico é uma decorrência da indus trialização.

A explicação, portanto, é bem diver sa da salientada por J. Viner. Nem se hctck-ground dc qualquer estrutun nómica desenvolvida.

tòda a produção agrícola ó f.vportada ou lonsiimída int<Tnann-nlc “iti luiliira”). '<●-111 arma/t'-n.s gerais, s<-ni frigoríficos e silos, ctc. Todas (;ssas alividades conipU-iiK-ntares da cfícic-nte produção agrí cola implicam em induslriali/açãt) da economia interna. Xão sc pode admi tir fjiie o país agrícola cm (juestão import«- tòdas as mercadorias mamifaluradas <lc quo necessita p.ira a sua produ ção rural. Não teria recursos cambiais para tal volume dc importaçã<J. Aliás, o ● ●xcelc-ntc trabalho de Pr<-bisch visa juslainente mostrar èsse ponto — a impossil)ilidade em que se en contram os países sul5dcsiín\'ol\ idos de inuxjrtarem í)s equipa mentos necessários à airipliação da produção interna. Por prothição interna entende êle, e os demais especialistas (pic trataram do assunto, produção tanto agrícola como industrial, sendo (juc esta se aj^rcsenla como

O exemplo mencionado por J. Viner economia agrícola próspera e det minadora de alta renda nacional f> a oct)de crcomo a ria possível que o vasto esforço de pes quisadores c dc homens de ciência che gasse a uma conclusão tão simplista, como dá a entender o professor dc Harvard. É e\idente que um país de solos ■ férteis pode enriquecer-se, explorando, pela agricultura, o Jiúmus contido nas suas terras.

Porém, a produção agríDinamarca, a Nova Zelândia, a Califór nia, lowa e Ncbraska, não fundamenta nenhum argumento a favor da oxclusi\'a capacidade da agricultura do criar lima economia próspera, colaijoram res a cada uma acima e que não podem ser estendidi a todos os países agrícolas.

í : Isto cola, para alcançar\idade porque não é possível cultivar cicntlficamcnte a terra sem boa distri buição de energia elétrica, rede dc comunicações ferroviárias doviárias, sem adubos, arados e tratores, sem possibilidade de manufaturação dos produtos agrícolas (não se supõe que sem vasta e ro-

o nível de produtique permita o real aproveita mento das condições naturais o, conse quentemente, conceda altos lucros à po pulação rural, necessita de uma técnica avançada, que só pode ser obtida com , níveis elevados de industrialização.

A Dinamarca c a Nova Zelândia são .satélites da Inglaterra. A primeira, dada a proximidade do mercado britânico, pódc cspccializar-sc na manteiga para dicar-se à produção dc artigos faturados. A segunda produz lã e trigo, que exporta para a Inglaterra e donde Isto porque condições especiais, pceuliadas regiões referidas is pi-odução ele c toucinho c cxportá-Ia tòda a Grã-Bretanha, que prefere demanu-

Dicesto Kc:onómk;o56
f.

recdx' os ouiros ptodiitos dc que ne cessita. Como nações complementares da economia inglèsa, jx)dem espccialix.ar-s<^ na produção agroj>ecuária e en\‘iar todos os produtos para o povo bri tânico. A Grã-Brctanlia funciona assim como o centro imhistrial de um sistema, <|ue sí: articula como um todo. O sis tema c (juc c próspero e que permite alta renda nacional aos países que o compõem, e não o caso particular da organização econômica dinamarquesa ou íiosaizelandcnse o fator decisivo da ri(jue/.a dos referidos países. O mesmo se passa cm escala ainda maior com a Ca lifórnia, lowa e Nebraska, pois são re giões econômicas dc um riquíssimo país — os Estados Unidos — que possui a maior estrutura industrial do mundo.

É evidente que a índia, a China e os latino-americanos não se incluem c nem podem limitara produção exclusivamcnte agrícola, dada a impossibilidade dc se engrena rem num sistema internacional capaz de consumir os produtos por èles produzi dos e fornecer as mercadorias manufatude que necessitam c, nessa recipaiscs no exemplo acima se radas procidade, criarem internamento altos ní\ ci.s de vida. A capacidade de consumo dc produto.s agrícolas da Europa e da América do Norte é limitada e não po derá absorver o volume de mercadorias necessário para contrabalançar as im portações de artigos manufaturados das referidas nações. Somos forçados a re conhecer que, para a índia, a China e a América Latina se desenvolverem econòmicamontc, é preciso criar, cada uma de por si, um sistema próprio de produ ção agrícola e industrial, pois cada c por si só um mundo, tal a diversidade dc suas regiões, a variedade de recursos, a multiplicidade de suas produuma seus

ali\idades econômicas, é estagná-las no atraso econômico em que vivem. Para saírem da situação de pobreza em que .se encontram, lèm forçosumente que me canizar o amanho da terra, que e.xplorar as riquezas de seus subsolos, que de senvolver as suas fontes de energia, que tran.sformar as matérias-primas agrícola.s c e.Ntrativas, enfim, industrializar as suas produç-ôes.

A industrialização é um processo complexo. Não se pode dizer que de terminada nação só pode ter esta aquela e.spécie de indústria. Tal.vez isso seja possível em países diminutos e de recursos parcos. No grupo de nações que estamos focalizi\ndo, semelhante dis criminação é absurda, pois a modificação da técnica tradicional de produção, a fim de adotar uma técnica de acordo com a ciência e os equipamentos moder nas, envolve a criação de uma série enorme de atividades produtivas indus triais correlatas que, por sua vez, obri ga a implantação de outra série de ati vidades produtivas fabris, e assim sucessivamente, até a formação de uma estrutura manufatureira complexa." ou

É esse o sentido de industrialização dos países subdesenvolvidos, e não a implantação forçada de empresas manufatureiras, só pelo prazer de as ter den tro de suas fronteiras. Como a diversi dade dos recursos econômicos dos gran des países mencionados requer, para devido aproveitamento, a industria lização dos mesmos, é ine\itável a cons tituição de um variegado parque fatureiro, pois as fábricas são como r células, subdividem-sc e, por fim tecem largo sistema de produção industrial Por êsse motivo, afirmam 0 seu manuas , „ - TT .j , economistas d as Nações Unidas e dos países subde senvolvidos, não é realizável ções e o volume de suas populações. econômico dos Condicioná-las apenOvS a determinadas trializaçâo.

0 progresso mesmos sem a indus-

Dkíesto Econômico 57

ARTUR DE OLIVEIRA

o discurso coni que ingressei nesta Casa expus a minha opinião pessoal sòbre os méritos literários de Artur de Oliveira. Cabe-mc falar agora, em nome da Academia Brasileira, ao se comemorar centenário do nascimento do patrono ● da cadeira n.

:

Nasceu éle no Rio Grande do Sul, aos o 3. dc agosto de 1851. Da sua infãn■■ cia nada se sabe. O escasso material

V colhido por mãos pacientes em tômo da I personalidade de Artur de Oliveira ncp nhuma informação fornece sôbre esta

< parte de sua vida nem os seus traba lhos publicados fazem ferência a êsse período. Montherlant exaltação das crianças, diz /- periência, elas descobrem fio de Ariane do conhecimento.

f um temperamento como o de Artur de Oliveira, seria interessante conhecer os seus primeiros contactos com a vida, nessa fase de mentiras imaginárias, das f primeiras verificações entre o sonho e a t realidade, na própria desconfiança, a t* germinar na exuberância dos sentimen* tos que enleiam a alma da criança.

L- Da sua adolescência, a primeira nota a r. encontrarmos é a de desafogo e de re volta, em carta dirigida ao pai, a quem informaram do desconceito do filho junto ^ a pessoas que no Rio de janeiro deviam dedicar-lhe interesse e apreço. Que êle linha cometido estúrdias próprias da idade, há a confissão em carta posterior, rapazinho de de’ zesseis anos — isto ocorrera em 1867 para desfazer a intriga, afirma que “não \ ai ã bailes, rejeita convites para reujl^v niões, não frequenta sociedades equívoc ostenta que a sua sociedade é N nove

a mais leve re, na que, sem exe seguem o Para Mas no momento, ,vo jí- cas

licl ao seu j)ro(>ram<i dc divulgar hiografia.s dc brasileiros esquecidos, o "Digesto Iscoiiómico” publica nestas pá ginas a confcrõncia que Aníbal freire, Professor de Direito, antigo Ministro da Fazenda e Ministro do Su])rcmo Tribu nal federal, proferiu iw Academia Bra sileira de Letras sòbre a individualidade de Artur de Oliveira, por ocasião do centenário dc seu nascimento. a das letras, no cullíxo de amizade com Souza Filguciras, com Machado de Assis, com Pires dc Almeida.

Já aí aparece a primeira demonstração do culto por Macliado de Assis, a per durar nos trinta anos dc vida de Artur de Oliveira.

Ei-lo depois no Caraça, de 1868 a Já era nessa época o célebre colégio um dos cumes da educação na cional. Nunca é demais exalçar-llie os méritos e relembrar aos pósteros a sua contribuição poderosa no valor, idonei dade c lisura do ensino pátrio. O prolío e consciencioso trabalho dc D. FranSilva é o marco inicial dessa me1869. cisco moração. Na Voz de Minas, Alceu AmoLima dá em síntese límpida o subsatuação no espírito e na roso trato dessa feitura moral da juventude. Em artigo publicado no Digesto Econômico, Antô nio Gontijo de Carvalho, que, com inte ligência, finura e elevada intuição, se tomou o evocador de figuras primaciais da vida bra.sileira, retraça o papel do Caraça, a irradiação do seu prestígio, o domínio de sua austeridade. O aspecto

r
í? f 1^
. :

(( como c a da \i(!a <los aliino.s, sujeitos ao rigor d:i cliseipliiia c u unidade dos métodos df ensino, encontrou em joaquim de .Sales narrador ecmiovido e imaginoso.

9u influência Icria exercido o Caraça num adítlescente, como Artur dc Olivei ra, transportado de um meio intelectual dÍ\t*rso, como era o Ri<i de Janeiro, já impregnado de idéia.s liberai.s e pendo res litíTarios ({ite abstraíam o dogmatismo?

s;»lõc*s das cidades são cantos de retro cesso e de corrupção”, a sociedade nu sua verdadeira nudez, “feia e nojenta que mete inèdo”. Todo êsse pessimismo é, porém, artificial. Mais tarde, \-eremos, a fé sc apaga, reingressa êle nossa sociedade, a absorver-lhe o aroma sentir-lhe os fluidos.

A julgar pelas cartas panegiristas, de\’ia afer\orar-se no estudo das disciplido curso. Mas a instabilidade nasreponta incocrcível e já o domina a ànsiu de terminar os preparatórios. Fala en-' tão em ir para Pernambuco, pela facili dade dos c.xames, que ali “não são mui- u to apertados”, como lhe dizem.

Satisfeito o desejo, a realidade é di-' \ersa do que a fabulação engendrara. Encontrou exames muito mais difíceis do colégio ministrava o ensino eni \inte (* cinco cadeiras. Um cronista (pialificasLi-o dc “pequena academia”.

■ A \'ida colegial era permanente, porque o colégio continuava a abrigar os alu nos (pie, )>or circunstâncias várias, não podiam gozar o período de férias. O dc bumanidades era de sete anos

que se realizam no Rio de JaDcclara-se então “comàcto do ; \ que üs neiro.

O cur.so completos, tória, retórica, no .sexto ano. sistema com

O latim em cinco anos. Hismatemática e literatura

O sétimo completava o a filosofia e ciências natu-

aperto com que em Pernambuco são feitos os exames” e no de matemática

As cartas de Artur de Oliveidatadas do Caraça, refletem a Ncncração que o colégio lhe Aqui fazem-se hosábios e eleitos por Deus”. rais. -sas , ●tum ra (( mens foi reprovado.

As imaginações ardentes e sequioencontravam campo ilumi nado para se nutrir e flo rescer.

“Ninho da religião e da ciência”. Tais exclamações do seu entusiasmo asé

A figura central do Caraça é o padre Clavcliu, benemérito do ensino, de bon dade miraculosa e intuição e.xcepcional. O aluno manifesta a sua admiração pelo mestre: “a suavidade religiosa é que go verna esta casa, sob a fornh\ humana cliamada Júlio José Clavelin, santo ho mem, a inspirar amor e confiança”.

Ainda no terreno da sociabilidade, as discordàncias são ma nifestas. Em fevereiro de 1870, eonfessa-se dominado por pensa mentos hostis. Julga ter contra si a animosidade de todos, pela afirmação corrente de que fôra 5 mandado a Pernambuco pelos jesuítas para fazer todos os exames. Por ter cumprimentado a ninguém e ^ dado trelas”, ao prestar exa- 1 é apontado como orgulhoso. Pre- ‘ não fazendo Mas '5 nao não ter mes, tende então vingar-se, união com acadêmico nenhum”, tt (< muKlI

Em meados de 1870. temo-lo Paris. Limiar de nova vida, a e muito em em que emoção.

Ob.serva-se assim a adaptação do ado lescente sôfrego c inquieto ao ambiente de fé e ciência do Caraça. Para ôle os

um mês depois, em convivência com Maciel Monteiro e os Melo Rego, elogia “boa província, onde querem fazê-lo ^ de ilustrado e literato” e farta-se de * “ser muito bem conceituado convidado e festejado”.

Digksto EcoxÓNnco 50

reaparece a inclinação literária e a imafebril encontra meios de e.\gmaçao pandir-se c, af) in\és de se cristalizar, se dilui na arte precária da conversação, a encantar e fulgir.

ArtiJr dc Oliveira dc*sobedcccu à von tade paterna, dc'ixando-se ficar em Paris. Êle mesmo confessa o remorso e o castígo que mereceu “pelos inúmeros so frimentos e angústias de cada dia. t<jin da confissão é dilacerante: “sofro IO d(; tudo, apresento a imensa tristeza de ter-lhe causado desgostos imensos, com èste meu gênio curioso, sem c sem ter vícios; o remorso ser mau implacável \ que faz da minha cama um leito de Procusto, pois que sou, apesar de toda a ciência que me possam dar os homen muito supersticioso”. s.

CJunlitT, cnahccc o “inc-strc de Uxlos aqiirUís (jni* professam a r<‘liiiiao do Ideal”. Eni arlígo <le jonial, exalta ‘‘a prodij^iosa e exatíssima tec-nica iiniwrsal de i-scrilor. o forte e polido mar móreo de sen estilo largo e impt*cá\el." Compreende-se a atração do jo\em es trangeiro jjelo anlnr de “Emoux ci C«mécs. .\ml)os sentiam o fascínio do \erbo na sua ext(TÍori/4ição pronta e fulgurante.

t 4

Segue então para Berlim, a fim de ingressar na Universidade. O seu pri meiro contacto com a gente é desolador. Para êle “a santa Alemanha é por exce lência o país da exploração e da filança.” Embora conviva com famílias re.speitá-

J veis, julga o alemão, “disfarçado, ma ligno, sarcástico, explorador e filante”.

É evidente por essas mostras que a sua estada na Alemanha seria passagei ra. Foi expul.so do país, conforme asseSr. Luís Felipe Vieira Souto, na introdução cuidadosa dos Dis}?ersos, de Artur de Oliveira, publicado por esta Academia, por iniciativa do inolvidável Afrànio Peixoto. Regressa então a Paris, onde permanece até 1872.

Escritor algum foi objeto, no seu tem po. de juízos mais contro\ertidos <lü (jue Caulier. Anat{)le France, céptico e ico noclasta, não cessa de Ibc celebrar a arte e render à filha preito fervoroso, '{ualificando o seu estilo cm termos enalteeedores. “Estilo tranquilo v seguro, ríeo e plácido, como o de Theophile Ciautier, menos robusto, menos rmtrido, mas igualmente fluido.” Balzac dizia: “Sòniente Gautier, Hugo c eu sabemos a língua”. Eaguet, embora as reservas fipostas à obra do poeta, ratifica o con ceito, ao ; foi Gautier afirmar cpic depois de Hugo o homem do século dezenove

c[ue melhor conlicceu pode apreender, tier fizera u o estilo (]ue se A verdade é t[ue Gauaprendizagem em todos os recantos em <|iie se pratica a arte, mes mo a arte frívola e pas,sageira. Denise Bourdet, a propósito do bimilenário de Paris, ao traçar o papel da capital na alta costura, recordou que Gautier foi cronista de elegância, assim como Malassinava Miss Sutin. Mas arme, (jue se

Todos os vera o que se ocuparam de Artur » crítico da arte afirmou-se em cocrônicas de Oliveira são acordes em acentuar a influencia sôbre êle exercida por Theo phile Gautier. Na sua correspondênc o jovem brasileiro fala la, na sua frequência memoráveis.

Mesmo em instantes fugazes na.vida do jornalista e do escritor, o estilo dc Gautier era cuidadoso c polido, prefácio aos levy, Daniel Halevy narra que uma noite, após o espetáculo, Ludovic cor rigia provas na mesma mesa em que se achava Gautier. Deliciosos tempos em Em Carnets, de Ludovic Hatf às recepções de Leconte de Lisle e de Catulle Mendès, onde encpntra Gautier. Em documentos literários sente-se a fas cinação pelo poeta. Na carta a Judith H

Dioesto 60Econónoco

(jnc os lioim*ns <lr U-tras erum os cloininaclorcs cios cafcs c os magnatas das ter túlias. O paiiinacli>r cio jornal, que viera n-c-olIuT as j>rovas. clirigo-sc a Gautier: r«-mos ainda inn t‘spa<.o na composição. .Scr-llir-ia possíscl dar-nos inn texto?” (àmlicr inlerroga: ‘‘(Quanto?” A resposta ioi: ‘‘l'ina jiághui e mc‘ia de sua letra”, poeta começou a esere\er. Terminada primeira página. Halcvy Icu-a:... i*!ra nina longa Irase conduzida com art(‘ e segurança maravilhosa”. Os jincns confrades felicitaram «●ntnsiasmados o mestre. Êste, - acrescenta llale\')' os cumprimentos sem O porcMii. rc“C‘íkl')C‘u

na Gazeta dc Noticias, a qual se estende I até 1880. O legendário órgão de nossa imprensa aparece em grande formato, em regra com página teria cie redação c duas páginas e meia | de anúncios. O primeiro artigo é datado de 28 de janeiro. Não o precede no tícia de apresentação aos leitores. Da coleção da GazeUi não se colhe, porém, ^ a existência de uma colaboração assídua: cinco artigos cm 1878, um em 1879, a 29 de julho; trés em 1870 cie maio, 20 de maio, 5 dii :

meia de cma18'' agôsto.

Tenta, em cadeira de professor, concurso de Literatura do ^ A tese de concurso, * 1879, obter uma ' Inscre\’e- t se .ilegria.”no

.●\o lachí dessa opulência dc imagina(huitier tinha prodigalidades afeticomovccloras. Era o bom Theo, da çao, '■as. Colégio Pedro II. tem, no entender de Afránio Peixoto, o ■ mérito da primazia no Brasil do conhe cimento do meio no estudo do indivíduo. ^ Afránio atribuía a idéia do jovem patrí cio à assimilação de teorias de Tainc j e outros, na sua estada em países eurocandidato ver sa- ^ Não logrou peuso coiTcsponclência de 1’laiibc‘rt, cpic a res peito tio Ca})it(iinc Fracasse, enaltece ‘niara\ilha do estilo, de còr c essade gòslo”.

Conjunto lão radio.so dc poder imaginati\o c cio graças acolhedoras de co ração teria de fascinar o jovem estran geiro, amargurado pelo desalento, enliistcciclo eom os espetáculos da guerra clc‘ 1870 o obscclado por fantasmas que instabilidade acriava. sna ti: feita sua aspiração.

A doze de abril de 1880 surgiu o primeiro número do Combate, dirigido J O artigo inicial, [xirasLopes Trovão, siiiado pelo ardoroso tribuno, declara que 0 jornal vem ocupar um “ponto va zio na cai’ea vasta do jornalismo flumi- . É posto de luta. Vem comba- . a favor do terpo\o”. I

Regressa depois ao Rio de janeiro. Rcintcgra-sc no convívio com a mocida de* cia c*poea, inicia a sua colaboração em jornais c ccimeça a exercer nas rodas literárias verdadeira fascinação pela ver ve, imaginação prodigiosa e agudeza das observações. Dcs.sa sementeira restaram poucas manifestações, vindas à publici dade. Datam daí as Flechas, editadas em 1873 pela livraria Dupont, e os es tudos cie crítica sôbre Porto Alegre, Rernardo Guimarães e Fagundes Varela.

Passam-sc os anos nessa peregrinação objetivo concreto c l)om êxito eviEm 1878 inicia a colaboração sem dente.

●nense.

, portanto.

Jornal leve, procura interessar na sua ’ .sorte as radiosas figuras da mocidade d intelectual, No mesmo artigo, Trovão Combate reúne em anunciasua que o redação “três valentes organizações cere- 4 brais - Sílvio Romero, Artur de Oli- ' veira, Alberto de Oliveira”.

Noutra coluna, 0 jornal anuncia a pu blicação de um romance em folhetim, escrito por uma plèiade de moços. Acrescenta a notícia: — as únicas consideraçóe.s estabelecidas são: que cada

Dícesto Econômico 61

IxTto cic Oli\trira, ao inserir as cartas cliritjiclas a Trovão, assim se expressa ein relação a “Ciraticlí' cente cia Ilipérholc, Alitliel qiie se vcntleii às h-tras cin corTU) e alma para nos fascinar eon> as suas toiiterias lumi nosas e resplandi seentes, como uma co luna cl«“ borboletas dançando à clarida de do sol.” Artiir (h“ Olivcara: exilado do país resplandesautor tem o direito de introduzir um novo personagem, de matar um outro c fazer passar a ação unicamente no Rio dc Janeiro.”

Os autores são vinte, entre os mais notáveis Araripe Júnior, José do Patro cínio, Alberto de Oliveira, Artur AzeVedo, Felinto de Almeida, llcnricjuc Chaves, Lopes Trovão, übaldino do Amaral, Ferreira de Menezes, Machado de Assis e Artur de Oliveira.

A instabilidade, como sempre, a ron,dar o destino do <;scritor. A colabora-

A admiração (jiie deu maic)r projeção a Artur de Oliveira foi a de Machado dc Assis. Admiração singular, pelo con traste entre os dois: um, exuberante, hiexpressão, impeexteriores, hicráxurioso na forma e na nítcnle corredor dos prazerc-s outro sóbrio, preciso, metckhco, ção no Combale durou pouco; très crô nicas a 12, 20 e 21 de abril. Xo nú mero 10, de 22 de abril, aparece uma crônica de Alberto de Oliveira, em q\ie se insere uma carta de Artur, dirigida Lopes Trovão, da qual há a destacar o seguinte trecho:

Separado de ti n n cm muitos pontos tico e controlado nas cxpan.sões do afeto c reservado nos atrativos da vida social.

No meio das \aricdades de tempera mento e mutações dc atitude de Artur de Oliveira, a sua de Assis assume impressionante relevo. Começ-ou cm plena ju\’entiide, antes do seu ingresso no Caraça, invariável até a morte. Ainda a dez de agôsto dc 1882, onze dias antes do falecimento, dirigia-se a Machado de Assis cm termos de encantadora simpli cidade, agradecendo-llie a oferta de vi nhos e doces dc cidra, na qual re conheceu “os dedos de fada que os pre-

A 21 de agôsto de 1882, faleceu, não tendo a sua morte a repercussão na im prensa que seria dc esperar, pola vida rumorosa a que nao com a assiduidade que sua c inquieta c sobretudo pararam

amizade u Macluido Rermancccu de doutrina política, abraço contudo bandeira que hasteaste, certo de trabalhas para o ensinamento o preparo da geração que tem de responder peran te a história pelo destino de nossa pátria. A única cooperação, pois, que as circunstáncia.s atuais f>ermitem-me dispen.sar à tua obra rc\oJucionária — digo re volucionária no sentido da transformação lógica e fatal — é a minha colaboração literária, pede o meu coração.

Também o glorioso soberano das nosletras retribuiu, scni cálculo nem o afeto do companheiro Além das provas de efuas cartas e bilhetes traduzem. sas dissimulação, atormentado. sao, que que e.xerceu sobre pelaos influencia contemporâneos.

Essa influência c incontestável, por demais conhecidos desta Academia os juízos de Araripe Júnior, de Artur Azevedo, de Eunapio Deiró, dc Carlos de Laet. São deixou em páginas literárias o culto pelo ● escritor, de um dos seus contos, O Erradio, e Fêz délc a personagem central dedicou-lhe admirável poema, em que se refere ao poeta que não usa andar no chão, c calça o pé de fôllia e flor, sol e neve, cristal e espuma

Na coleção do Combate, existente na Biblioteca Nacional e incompleta, AI-

D1CE.ST0 Econômico 62”

EnuT^iillia, Leandro, A forma rara No Po. no S(ma, cm Guanabara E no Scamandro. como

Macliailo conlu-cia a organÍ2uiçâo do termo da sua \ida

a fé c a descrença, entre o entusiasmo e o amargor.

Explicar-se-á essa dissociação pelos influxos de sua constituição psíqmca. Èle mesmo confessa a “vivacidade doen* tia”, a su[X‘rstiçâo, o gênio excêntrico, a predisposição para p èrro, sem ser mau, a angústia que o oprime, o quase de sespero a que se entrega e que nada justifica. Desregrado sem que fosse li bertino. Fantástico e inconsistente.

O soneto termina com a um Deus enfèrnio uimgo «● j)r<-\ni o acidi-ntada. referência ao riso de abíjrrcec da di\'indadc epu'1 e cpie api'teee tamlHun um termo.

Sl’

Dcsculpaxa iiliciro c o rcccsso cm i.solar, cio corto em giistia c oprossão.

as oscilações do compaque procurava se momento do an-

Os Dispersos insorom o fac-siniile de iini billioto do Machado a Artur, cm que éslc é assim o.slorootipado: O fugitivo, o imj5alpá\cl, o in\isí\cl, o iuooercível, o mortf).”

Infrutíforo história sorá encontrar nos livros literária obra do Artur de Oli\oira. de a ressonância da Sílvio Ro sou contemporâneo, não lhe faz na monumental Hismero, a menor rcfciência fóriü cia Literatiim Brasileira. Apenas Afrànio Peixoto, nas Noções cie História da Literatura Brasileira, publicada 1931, antc.s, portanto, dos Dispersos, lhe dedica rápidas linhas. em das plantas!”

Salvani-sc desse olvido as linhas que lhe dedicou Alfredo Pujol, nas suas meíiioráveis conferências sobre Machado de Assis. O brilhante homem de letras e jurista, aludindo ao movimento literário iniciado em 1879, não hesita em quali ficar Artur de Oliveira de “precursor da idéia nova”.

As indecisões de caráter, a flutuação das idéias, os contrastes chocantes entre o pensamento e os atos, tudo não per mitiu a Artur de Oliveira realizar obra duradoura. É ela dispersa e fragmentá ria, como foi a sua vida, oscilando entre

O secretário da nossa Academia, sr. Pliocion Serpa, brilhante e.scritor e apai xonado de assuntos literários, confiou-me a impressão que sôbre Artur de Oliveira recolheu de Alberto de Oliveira e se contém no caderno, onde anotou; que ouvi contar: “Era um homem nçr\oso, vivo e loquaz. Um temperamento fan tástico. Poucos dias após o to, desapareceu, misteriosamente, do lar. A esposa, aflita, procurou-o em vão por toda parte. Foi, afinal, aos amigos, contando-lhes o .sucedido. Ninguém sa bia do seu paradeiro. Afinal, Artur de Oliveira apareceu, e, com a maior natu ralidade dêste mundo, contou-lhe que csti\era nas matas da Tijuca, de ouvido colado aos troncos das árvores, ourindo o rumor da seiva correndo nas veias ‘0 casamen-

Martins Fontes, conversador exímio, também era fértil em fantasias dêste gê nero, as quais são lembradas ainda ago ra nas Memórias, vivazes e interessante.s do nosso querido companheiro Luís Edmundo. O poeta santista, porém é autor dc versos enaltecidos pela crítica. Em regra, os exímios conversadores deixam-sc levar pela fantasia e nem sem pre são vorazes na narrativa.

, Pascal foi irreverente em relaçao a esse gênero de exercício intelectual. “Diseur de bo mots, mauvais caractère", exclamav filósofo. ns a 0

Dicivsto Econômico m

Níarcel Proiist, conversador deslum brante, também, era sujeito a essas transformações do ser, a essas fugas para o irreal. Charles Briand em Lc Secrel de Marcei Promi escreve páginas admiráveis sôbre ôsse al?uso da imagi nação proustiana, diferente da transfi guração id(ral dos sères e das cousas de um Byron ou à transcrição misteriosa, esotérica de um Baudelaire ou de um Edgar Poe. Mas as dissonâncias de ca■ ráter e as excentricidades de Proust não o impediram de realix-ir a obra extraor dinária, cjue tanto entusiasnu) transbordante tem inspirado.

Artur de Oliveira deslumbrava os seus companheiros de rodas literárias. com

jii.niifc.slavõí‘S c!<- talento <● eniclição. Mas se tinlia de transpor para a página es* crita o íjtie í> \er})o idea\a -● deixava franslit/ir, (raiisfonnava-se no hrradio, do conto cl<- Machado. Ic.T<lo, vaiíaroso, revela\a soma tal o habilitariam a opresso. Na palestra conhec-iim-nlo. «jiie

professar várias disciplinas. Xo concnr-SO, a (pie se submeteu, rnostrou-se Hvido, trêmulo, litnbeante, com espatUo dos mc-.sln‘S e dos assistentes. cl<-

De Artur dc- Oli\-eira ficará. < ntretanto, a lembrança da ascendência sõbre jovens espíritos de sua ci>oca. forma coiKjuistar o aprêço tia posos lídima de teridade.

Dioksto Econômico64
J'

0 PROBLEMA DOS CAMPOS CERRADOS

MOSTUAMOS nos

o extremo prau de pobreza do soeanipos cerrados prática de c a imniclhorá-lo 1<> dos possibilidade por outrti processo que r<‘floi'esta mento nâo seja o com oucali])tos.

«rtipos anteriores de plantas herbáceas entre as mudas clc árvores. As árvores fixaram as dunas e serviram de quebra-vento, impedindo assim a erosão eólica nas ‘ terras cultivadas adjacentes. Em vis ta do crescimento lento dos pinheiros o outras árvores de clima frio, usadas ali, houve casos de insucesso de cultivo do solo após 30 e mesmo 40 anos desde o primeiro plantio de ár- ’ vores, mas nas manchas de terras de

Oe acôrdü com a loi inexorável dos climas úmidos, quanto mais pobre ó a terra, tanto mais é ela maltratada. Somente enévfi-ioa rejiressâo governa mental podo impedir que o homem ru ral (pieimo insistontemonte ção do solo pobro a fim de alimenta seu irado com brotos ])aísos mais são reflorcstadas clavadas a veí?etar novos. Nos adiantados tais terras G as áreas são defloi-estas nacionais”

areia menos grosseira ou menos mo vediça, houve casos de recuperação completa do solo para a agricultura. Grande extensão de terras foi assim melhorada, produzindo aumento pon derável na produtividade agrícola do pais. , modo <1110 somente os técnicos do vôrno são autorizados u permitir aos interessados o corte das árvores, me diante pagamento módico gação de plantar árvores novas lado das derrubadas. de gocom obriao Em certos paí Não vamos citar aqui as medidas eficientes aplicadas em várias partes do mundo para salvar da erosão ter ras excessivamente maltratadas em costas de morro de grande declividade, ou em climas áridos, ou nos casos de solo muito raso, em que as enxur-

ses a taxa arrecadada é usada pelo serviço florestal federal ou estadual no reflorestamento contínuo, em subs tituição dos bosques abatidos.

Esta medida, decorrente de visão realista do problema, já provou ser a mais eficiente. Na Dinamarca já radas arrastavam morro abaixo a terra fina, deixando paisagem desoladora de pedras e matacões de todo tamanho. São casos que nada têm a ver com o nosso problema dos pos cerrados, tante raros no Estado de S. Paulo com exceção do caso citado * camFelizmente, são basem primeiro lugar, representado foi assim reflorestada área enorme de terras arenosas, algumas tão bres que não passavam de sucessão de dunas movediças. Movendo-se da costa na direção do interior, cheg vam a soterrar baixadas cultivadas, estradas e fazendas. Muitas vezes poa-

ona reflorestamento só se tornava pos sível após forte estrumação e plantio

aqui, por exemplo, pelas encostas abruptas das serras voltadas para o mar, caso este cuja única solução parece consistir proibição de qualquer devastação da mata virgem.

, ,

I
at

● Graças às boas chuvas e temperatu ras c à profundidade e permeabilida-

^ de do solo, qualquer campo cerrado do Estado de S. Paulo pode ser reflor tado, se, como dissemos nos artigos f. anteriores, o fôr com eucaliptos e sob :● as várias precauções mencionadas. es-

A direção não visível, dti arenito que aflora, depende da topoí^rafia, superfície, e sim da topografia ocul ta da camada subterrânea subjacente arenito. Essa camada, como aodis-

\'emos então

As terras de campo cerrado que atingiram o grau mais agudo de deÇ pauperamento e que, portanto. exigem os trabalhos mais árduos e dis pendiosos, são as sulcadas por rocas profundas. Êstes vales de ero são impetuosa, com seu perfil trans versal em U, de paredes ticais, exigem enorme movimento de terra a fim de transformar em V bem aberto.

vocoquase verseu perfil

„ j ^ seguida, m duas encostas assim formadas devem g| ser bem estercadas e plantadas com V capins frugais, de crescimento rápiW doe folhagem entrelaçada, como, por exemplo, o capim gordura. as

Consegue-se assim aumentar rapi damente a capacidade de retenção de água pelo solo, que é o essencial para V ‘ frear a erosão subterrânea, pois, gra ças à enorme permeabilidade do solo e topografia quase sempre muito sua ve, não se forI mam enxurra¬ das. Como dis semos, a voço roca é resulta do de erosão s u bt e r r â n e a causada pela confluência de águas do subsolo nas , depressões da camada impermeável , subjacente, constituída pelo sedimen' mento argiloso ou laje de rocha eruptiva existente sob a camada de are nito que originou o solo de campo cerrado. A profundidade da voçoroé igual à espessura da camada cade

semos, só aflora na saída da voçoroca, onde a altura das paicdes do U dimi nui até desaparecer, uma baixada tributária do vale do ribeirão, com a diferença de termos um leque de areias espraiadas e des providas de húmus, ao contiário da baixada do ribeirão.

0 controle da voçoroca não consis te em entulharmo-la com terra ou fecharmo-la com tábuas ou paredes, trabalhos êstes que já provaram sua ineficiência ou durabilidade efêmera. O que devemos realmente fazer, é eliminar o perfil em U e aumentar a capacidade de retenção dágua pelo solo.

mas não para pastagem, cobrir com ele o solo desnudado, e depois reflorestar com eucaliptos to da a área sujeita à voçoroca. raízes das árvores passarão sumir a água do subsolo que a terra não possa reter na parte mais úmi da da estação chuvosa.

O movimento de terra e o vo lume de estéreo ou composto ne cessários grandes, são o único remédio à altura das pro porções gigantescas do mal que voçorocas quando a camada de arenito possui dezenas de metros de espessura. As consequências do precausado ao solo dos campos cerrados pelas dezenas de anos e messéculos de queimadas despreo-

O capim deve ser plantado, Devemos As a cons a o mas sao as JUÍZO mo

DiOI.STO
ifc

cupadas, enquanto o solo exigria, ao contrário, .prrandes cuidados, por ser muito arenoso e Hxiviável, essas más consequências não podem ser fàcilmente eliminadas. Pecados graves exigem duras penitências.

O estudo físico-químico e geológico dos solos paulistas de campo cerrado, aliado às observações executadas em quase tôdas as áreas representa tivas, sugerem ótimas idéias sobre as medidas necessárias a fim de pro mover a recuperação do solo, ou ao menos indicam as soluções mais acer tadas a experimentar na prática. Ou tra coisa é a maneira de pôr em exe cução os ti*abalhos previstos não obs tante a viabilidade econômica do em preendimento.

Neste assunto a prática nos suge re algumas idéias. Em primeiro lugai*, achamos que o governo deve ser o primeiro a agir a fim de dar exem plo aos particulares.

na lista negra dos incendiários, para que sua reincidência possa ser notada em outros lugares. E’ preciso apli car toda a energia para que sejam respeitadas com exatidão as nossas boas leis há muitos anos promulga das, visando a preservação das matas e impedindo a eliminação (e, portan to, a queima) da vegetação além do estritamente necessário para o culti vo. Talvez não seja preciso aumentar o número de fiscais, mas obrigá-los a reais trabalhos de campo, multan do impiedosamente os contraventores por mais que aleguem possuir amigos influentes entre deputados, prefeitos, políticos ou poderosos latifundiários e ricaços.

Entre as terras devolutas há mínimo uma dezena de milhares de quilômetros quadrados de campos cer rados, além de outra dezena de radinhos” e outros tipos de vegeta ção pobre de terras arenosas e secas que as constantes queimadas estão inexoravelmente arrastando ao desti no dos campos cerrados de barba-debode e indaiá.

Antes de tudo é preciso mudar lei que, como prêmio aos incendiários, es torna donos da terra quando ^am que estão “utilizando certo número de anos. E' preciso dis tinguir os tipos de uso da terra. E’ preciso sempre definir o tipo de solo ® fazer distinção entre as práticas nteis e prejudiciais ao mesmo. Quem pratica queimadas deve ser castiga do com expulsão da terra e inscrito no cera proo solo há

Deste modo, nenhuma das terras devolutas de campo cerrado passaria a particulares, e o govêrno poderia reflorestá-las. Mas aqui se levanta o grande problema da execução, visto que o govêrno muitas vêzes fracassou em empreendimentos industiúais ou de administração. Possuímos diver sas estações experimentais de agri cultura em boas condições de funcio namento porque as suas finalidades não são lucrativas. Talvez seriam outros tantos fracassos se obrigadas a apresentarem balanço financeiro fa vorável dentro das normas de conser vação do patrimônio e do solo.

Êste problema parecería insolúvel se não fôsse o belo exemplo de certos países sul-americanos que, aprovei tando sàbiamente a feliz circunstân cia de não temer guerras com vizi nhos e não necessitar de exércitos para a manutenção da paz interna, resolveram proporcionar aos seus sol dados vida saudável e laboriosa, fa zendo-os, em rodízio, atacarem em larga escala trabalhos agrícolas, se-

Dic;i:si<> EcuNÓmico 67

ja para efetuar rapidamente plantio mecanizado de vastas áreas, seja pai-a realizar defesa sanitária fulminan te de municípios inteiros por meio de pulverizações, seja para realizar a colheita do inúmeros triiíais ou alííodoais tardios ameaçados pela prf)ximidade de nova estação chuvo sa, etc.

InfoH/.mcntc, tais esc’aso ile cala* tfci'al do povíi. forços só se fazc-ni em midado jndíliea e nao tfazcm pvovei-

to algum.

Mas no nosso caso nao .se trata dc fins aplicarnão verbas enormes em lucrativos. Muito pelo contrário: tiata-se de enipi^cemlimenlo altamonto remuneradoi-. Dez mil (piilômetros <luadi-aclos de campf>s cei iiulos trans formados cm eucali])tais valcriam mais que 20 l)ilhões de cruzeiros só pela lenha (jue .seria iiroduzida, por mais baixo valor cjuc s(> dê ao produ to. Outro tanto valoria a recupera ção do solo, a sua salvação <la vuina e a gratidão da posteridade. E (luan- . to vale a beleza do emi)ieendimento de o exército trabalhar em tempo r . I ( de paz na obra verdadeiranicnto pa cífica da defesa do valor do solo cia pátria ?

O mesmo combustível e o mesmo trabalho que se pasta para manter em boa forma tôda sorte de veículos e máquinas motorizadas de um exér cito, são aplicados de vez em fjuando na apricultura. A disciplina militar, o planejamento prévio cuidadoso o o exato cumprimento das ordens, mesmo tempo que constituem bom treino, produzem ótimos práticos e com rapidez inesperada.

Se muitos países não podem, hoje em dia, desviar a atenção dos seus planos de puerra, os que felizmente o podem deveríam aproveitar a oca sião. A julpar pela constante redu ção da fraternidade entre as nações, ao mesmo tempo que crescem os protecionismos, os governos vão se tor nando cada vez mais autoritários, erguem-se em muralhas cada vez mais altas as fronteiras internacio nais, e as possibilidades de entendi mento entre ideologias diferentes pa recem se tornar cada vez mais utó picas, deve ser conveniente aprovei tar as últimas possibilidades de usar parte dos exércitos para uma obra de defesa agrícola do solo pátrio.

E’ forte o argumento de que em tempo de guerra até mesmo países fracos arranjam verbas fabulosas, cuja quinta ou décima parte, aplicada ao solo em tempo de paz, traria a esses países uma soma enorme de be nefícios, enriquecimento e bem-estar ao resultados

Asentido nossa sugestão seria no de organização de batalliões de florestamento, a e.xcmplo dos bata lhões rodoviários e ferroviários, tal vez com caráter menos permanente. Sob a orientação de agrônomos e téc nicos especializados, a disciplina o o cumprimento exato de ordens resul tantes de planejamento prévio dadoso, peculiares ao agudo senso de responsabilidade dos militares, eles realizariam com notável rapidez um

A concentração recuitrabalho admirável, de máquinas e homens, bem divididos tarefas sob boas nasnormas varias de racionalização do trabalho, faria surgir em pouco tempo resultados ad miráveis, como acontece nos muti¬ rões.

Em seguida ao reflorestamento dos cerrados das terras devolureflorestar os dos campos tas, poder-se-ia particulares mediante contrato, pelo

DiOF:S10 riCONÓMl^^^j68

ffiial o governo seria reembolsado com a inópria produção do.s eucaliptais. (íuando há mais do 10 anos publi camos rclattoios técnicos e trabalhos 'ele divulgação mostrando pela pri meira vi'Z iiuc solo ácido o pobre é um mal g<-nc*ralizado no Estado de 8. 1‘aulo. o cm i>roccs.so de constan te agravamento, sofremos ataques do joinalistas não liahituados a estudos técnicos sòhvo <' assunto. Alegaram pies SC o nosso “pessimismo" fósse fuiuiaílo, o Estado não poderia upj-esentar o:^ seus dez bilhões dc produção agrícola anual, sustentando o balanço econômico do país inteiro e scMvinclo dc base a um ritmo pro<ligioso no croscimonto da população o das cidades, entre ns quais o colos so de concreto que é a sua capital.

Nii i-ealidade, isto sc devo às vir tudes do clima (luo canalizou para correntes imigratórias do c:\Noras deste e do exterior, as quais se dedi caram à mineração febril do solo, ex traindo dêle, em poucas dezena.s dc j)e(iueno contingente de anos,nutrio mento (jaímico (pie a natureza manti nha ligado ao húmus, llojo, são pouas tei‘ras de ai)reciável fertilidaBilhões de cafeeiros já foram oas de. plantados sem <iue seus vestígios te-

nham chegado até nós, pois as terras nâo podiani sustentar cafèzais. Enorde trabalho perdeu-sc inu tilmente, deixando como apenas terras devastadas e em pro gressivo depauperamento, sob tigma do fogo.

Clima de boas chuvas e tempera turas faz crescer as plantas mesmo cm terras pobres, enquanto estas nao adquiram defeitos graves, como a fal ta de húmus, a erosão, que elimina a parte superficial mais rica do solo, acidez que paralisa o seu funciomento biológico, a insolubiliza^ão do fósforo 0 a exaustão quimica certos elementos vitais.

me soma resultado 0 esa na em rescom

Achamos, porém, que a ação prin cipal do clima foi no estímulo à imi gração, pois a produtividade agrí cola do nosso litoral é ínfima, o cli ma aí sendo ainda melhor para as plantas, mas bem pior para o homem. Pois êste clima, excelente para as plantas, pode ser aproveitado na tauração dos solos empobrecidos. Mas 6 preciso possuir idéias realistas e acertadas quanto à natureza e às possibilidades dos vários tipos de^ so lo, tratando cada um dêles de acôrdo as condições atuais e as reali dades econômicas.

69DicivsroF!roN(*>Mico

●í ● ii

PAPAI GOVÊRNO

Os cento c vinte nove anos de vida independí-nlc não foram suficien tes pjira destruir certos vícios de formação do povo brasileiro, introduzidos , nos trezentos e vinte dois anos da vida ' colonial. Corno é sabido, o Brasil ví/ vcu até a \inda de Dom João VI ^ mais estreita dependência das cortes porL tuguêsas. Xada se fazia aqui sem que fôsse antes apro\ado pelo governo [' tropolitano; o, para ser verdadeiro, tas coisas boas dei.xaram de porque a metrópole não consentia, mos criados, nesses très séculos “menores”... e èsse “i noridade” perdurou até tão arraigado ficara nos nossos hábitos, transmitido de ração a geração como tara das indesejá\’cis. na meniiiiser feitas I'ocom.) complexo de mios nossos dias. na nossa vida c Á mais

par.í evpliiar o fenômeno brasileiro, elaro (pie ficam. o e.vplieani mas não o jn É slíA primeira (’● nina circunstân cia c-ondicionante, no senlido de sôbre inna <juc age «●slriitnração receptiva, (juc poderia, entretanto, .seguir outra dÍr(*çâo. \ estrutura d: |X)piilação brasili-ira fa-i eílilu a influencia de sua formação cul tural. -Mas, é claro formação ,c-cnl tural taniixan ;ige p .ssa ar.i preparar a pro(|ue é a segunda cirda.ílâ. pria estruturação, ciin.slàmia aponta interação nesses dois princísua influência excede certaincnle. K uma forte pai-; fulôr{‘s.

íí-s limites du simples atuação individual, para tornar-se po.sití\amentc nacional, cm todos os setores das atividades lítieas, poeconômicas e sociais.

Antigamente, quando surgiam dificul dades, despachav;a-se mu emissário para

O Brasil é o po\o brasileiro. Sua ? \entucle entre as nações se reflete bém nu l lam as cortes de Lisboa, a fim dc pleitear iiina solução. . . Pa.ssam-.se anos e sé culos c, boje em diu, repete, quando seguem para a Ca pita! Federal o mesmo .seprocesso comissões c mais comis u-

composição demográfica da po pulação. Condições prevalccentes grande parte do território nacional, .séria econômica e a mais completa ígr. rància dos preceitos dc higiene, consti tuem os em a mioprincipais fatores negativos que sões a pedirem providências. Papai Go\èrno é pronto socorro para tudo. Seca, alta de preços, c.speculações coin zebu, falta dc transportes, brigas políticas den tro do partido, grande estoque de qual quer produto, os mais \ariados motivos, enfim, dão o ensejo para reproduzir-se o tradicional sistema de recorrer ao poder central para ofei-ecer soluções (e os para cias. .) para os probleda periferia. recursos mas contam a vida média do brasileiro casa dos quarenta. Assim, devido à alta mortalidade precoce, o se compõe em considerável maioria de homens de menos, de trinta anos. Somos um po\o jovem. Comparada com as dos velhos países da Europa, na povo brasileiro a composição Sl i] da população do Brasil mostra forte acréscimo pura o lado das idades mais moças, com grande predominância nu», mérica e eleitoral sôbre os mais velhos.

Eudoro L. Berlinck, do cm 1948 (“Fatores adversos ação brasileira”) procurou pôr a lume origens e as causas de nossos mais clamorosos males, em trabalho de pes¬ em li\To edituna form as ●

Temos, pois, nessas simples observa ções, duas circunstâncias importantes

t '*.-*v ■ 0
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cjuisador hone.slo. Seu diagnóstico, exa lo em íjuasi* todos os pontos, c terrível:

— “Càjin a n-pnl>liea, podc-sc di7.er, aparcc<*u a Ncrdadeira oportunidade dc nos lornarnios uina nação com vicia pró pria (● adiíjiiada às terras da América. Mas a erosla eoloni.il, tão hem conser vada j^eli) Império, ainda não dcNiparce«Mi. A c-om’alesct'nça está sendo por demais longa; ;i.s recaídas frecpientes. Em todo o caso. nK*lhon>u. . . Mas OS

acontoc-eu ao Brasil e aos brasileiros, ainda é possível, com vontade e perse\eranca do duas ou trôs gerações, endireitar a nossa pátria e colocá-la no pedestal que merece, dercinos passar ao ufanismo... ({ue todos os nossos homens públicos, a pelos milhares de \ereadores, cie deputados estaduais e de do deputados e senadores £ederai.s, tèm a obrigação de passar por essa \erdadeira cartilha de nossa formação Então, sim, poCreio começnir centenas zenas

I prohlc-mas tpie defrontaram os brasilei ros de 1S22 ainda não estão resolvidos: — instrução e saúde do povo: estradas; libi‘rdade política; xalorização cio homem enfim. .” (Pag. II) .*V tese nck está amplamonte documenno decorrer de sua exposição, um verdanrasueiro, tlc Bcrli tad.i e. toma às \’è/.es o ;ispeeto de politica e econômica. Mas, não há dÚNida, cabe ao povo bra sileiro reagir também por si mesmo tra tudo isso e la mística do ‘‘filho pródigo”, q«e tra o Papai Governo sempre pronto acollic-lo e prestar-lhe os socorros de que necessita. É preciso que cada brasileiro se capacite dc sua responsabilidade nessa atitude anacrônica de tudo esperar dos

O pronto socorro oficial custa ' eficiente. conperder para sempre aqueencona governos, muito caro e nem sempre e <leiro libelo: “Pois bem. os brasileiro.s (pie rec-eberam o encargo dc adniini.slrar èste país, .seguem ;i escola dos coloni7aidorc*.s, c realiz;\m a incrível es túpido/. dl- maeaquear na forma, lòdas as \ulpinices dos tempos de antanho, sem lhes compreender o fundo. Aban dono dos problemas mais sérios de uma coleti\idacle, como sejam a educação, a ■Saúde e os transportes, forte mentali dade policial, \'isível nus atuações vio lentas dc praça pública, na censura à ●nanifestação livre do pensamen to; oprc.ssão política que sem pre SC exerceu no país, e final- ; ●uente na incrível volta ao pas sado dos monopólios, estancos V Companhias de Comércio, pela política de proibir e limi tar a produção de artigos bási cos para a vida das populações; — açú car, sal, peixe, ovos etc.” (Pág. 14).

Engenheiro, o autor do livro acima ●riencionado não adota uma atitude arrasadora; polo contrário, seu trabalho se desenvolve no sentido construtivo, para provar que, a despeito de tudo o que 5

Melhor seria que nós nos esforçássemos de fato para resol\’er as nossas questões, nos vários círculos concêntricos que for¬ mam o seu umbito, sem esperar ou so licitar a ação do Papai Govêmo. Uma campanha nesse sentido poderia todos os centros culturais, principiar pelas entidades que forças econômicas, í são, em grande parte, as mais constantes frequentadoras désses caminhos tradicionais. É necessário que os órgãos do Go^●ê^ao mais solicitados, por sua não fiquem passivamente à do chamado para agirem. Como

ser feita em a reáneni as que vez, espera I 1 1 .so vè, também aqui encontramos um problema que, no fundo, e de educação. Tem a palavra, no^●araento, Berlinde, concluir: - “A solução é uma só estabelecimento da educação gra tuita em todos os graus e de hôkas, muipara —- 0

71Dicksto Econômico

ias húlsas da r'.liidoò. pura f|ui n paiip(?risino iiâí) lÍMiil<- o campo «1 ● ■'«■l< <;áo (los \alnrc-s liiiiinuios «Ic <jin- tmhi pr<-Ha/õfs p;ir.in;--tit‘: TiUlilári.i'» «r.'sil'-iri;s a ma (lo c-íliitatão. cisamcís. coiiclu/icm os proljicdoSI lO r.ifa d'-i«-s.i d<

iiao ●..lí- osj.í (Icmoiislr.icii). l*;m líoral pro\</'. , iii .i|H 11,1 iiMi sorri'ii l)i nr\oK’ntc <● idiota d'' apro\a(..'in. r.d. ● -i no lailso; ( -oís l^ lí i iK !l'[●.''lò> »Oi- I

i< ● :ii. Í iln p.Ms r a (!■ < isj\ ,1111' n!i‘ d I r'(|iu'ai,âo, ●\ iiil pi .d< ● SoIlK .U) (Io |)| o| ijcilM i.i':o. I iil Iim^ I ; a (J11 ii Sfii.st intr-rcssc.s, p.ira atim* ii‘; r o míiinro do -si ir, t oii-iiiníilori s. os indir Iriais doxcTÍam niiir à caiiipaiili.i < m prol da (,'diic.i:.rio it.t< jíral dail i poln Kstado. ()a ('.scTÍton s. o.s jornalísl. s. as cniprò* sas do pjihlioidado. os iiii[>r< s .oics si riani < {;(»n(.Miif.iiMonlí- la nofic iados ooiii a di fusão da c-olliira das nnosis. () nulrcio amnont.iria co¬ Niias Irans.H ("k s a

ti ios ijiii ' a pailic ul.iros por proMí ma; í I '( 'são a. r. dit ' o!.;s 'i id II. ío ido.distas lo.soKa u .11, ao I' pi'il>loiua do l'i pi'o( í'.i) ionn.ir iiiii do oso > !i l*:io/.i t st.il d.

1, d.i li\ loi.i.lli li'.'.oii. nto Ksl.ulo I (ti' a iil’ca l-dut ■id>'i 11 por iMoio (la nnntiNM prop.iti.il ida si.s■ |íor!ina/ r[iio miido dofiiiio loitío iiioraiiioiilo policial do lirasiloilo. Ir.tnsloiiii.niclo-o l.tvonracin

ahaiidonaria os iiiólodos (jiiiidic U.slas apontados pc^r .\a\arro d do c* oii'r()S. Isssc I. .Andr nio\inioiii() si‘) pod n<■ .Aijiii MUI i o anior seu li\ m, i'an!)ora ■ nl),sore\ ,i inlcaralmeiitoIMO aopor inicialisa da elite inlerá se* fa/er i; olnal do pais; oandentes de Isndoro ller-

kI ela l^reeisa ab.tiuloi .a .sua ahtudc,- conlemplalica de moti<ios medio\'ais e melcr oinÍ)n)-, t.irela. ()iio líiVstf) d" vi\cr em casa suja e dosamimada, cpiando a .solu(,âo está eni .suas nmo.s. (.errar fileira eiti l('>rno do proIdeina da edueai,ao do j)o\o hrasileiro. E .sobretudo não falar lar {●ni idealisinos ' p.d;i\ ras lin- k, do idc-i.is cujo li\ro ..pro'. eitei faiitas p.ira I inidaiiienlar esl.- artiiio. sua setiura. sen dia',in('islioo é iniprossion.inte j')ela re.didade dos latos ■ -]Jonl;;dos. Basta de apelos ao B.ipai ( .overiio par.i resolver o isos partieularcvs e\olusi\amente da coinpolèueia do cada eidadao ou seus aiíi iipanieiitos. l)oi\el'-slado, pelos seus ivprescntanresoliK.-ão dos erandes .tierais do Bra il. '1'tTemos Mporlunidade par.i eoinpro\ar a re;di/adora do brasileiro.

^H *mI;*< ,t<j f ● inos ; o 1<‘S legítimos {)robli'mas a enlão a (apaeidade I-Vases como as de jtui Barbosa e do Martim l’raiieisoo, re!ali\as deri\-aclo.s da itpiorànc-i.i, devem dadosamc-nle evitada.s na males ser euiaos fimipanlia Ela.s já são ditas e repetidas Iiá mais d um século cui loclo.s os tons, em todos |iarl;um-nlos, iios jorrevislas. nos disV o.s lunares: — nos nai.s, nos livros, tuis clesdí' <{ue eurso.s de pra';a púlílica.

Bor aí a coisa

saúde e e mor.d. (.)esteja provido de de formação profissional resto virá de soI)ejo

^ 72
1

NEGÓCIO E CULTURA ^

cíp. positiva são os dois rostos de uma mesma realidade. O homem > iN-pA poixhua. cMu nosso tempo, uinafiramitro jn-oconcoito cpie

A realmente secularizndo pela descren ça, se tornou um “animal instrumentificum”, que encontrou no dinheiro a melhor arma para seus desígnios.” Vamos, com efeito observando, que o dinheiro, no que êle tem de atuante c dc abstrato, tem levado também 0

nia n antaLToinsmo onlro e a cultura. .\ào raro o noíTÓcio SC IC* que vivopccaminosamcnte renegando as vivda inteligência. nio.^-. materialista uma ep«>ea «lue. tudes do espirito e osdueee dt>sai)riclamente os valores da Xão faltam assim* os que em favor obscurantiscultura. piestanL seu <lepoimento dessa tese pi-opícia ao mo. l*or ela, passa a civilização pelos tormentos da eri^se. justamente poi*(pie o homem se entregou aos capri chos tle um processo de vida (pie tem como lema a ambição do luxo c do dinheiro.

Não SC ]>ode negar, com efeito, o.s males <lo dinheiro, (●'mento (lue í'*le s(* tornou para o ho mem a melhor, a mais fácil c a me nos arriscada arma de domínio. Um interes:-;ante, Ernesto SabaDesdo o Renasoscriteu*

homem a uma perversão constante de si mesmo. Assim como êle se tor na um escravo da máquina, torna-se um escravo do dinheiro. Assim,' co mo so sente vacinado pelo número, pela quantidade, sente-se também dis- ' tanciado de si mesmo, embevecido pela extorioridade, um ser verdadei ramente desalmado que, à semelhan ça do romano antigo, no dizer de Rudbruch, é um indivíduo sem indi vidualidade.

0 judeu Shylock, universalizado pelo genio de Shakespeave, teria hotrado assim na maioria dos espíri tos, afirmou um conceito novo de vi da, estabeleceu que todo sistema ciai deve possuir direito e justiça, ordem e Estado, para garantir priedade multiplicada em dinheiro. No fundo então dos dramas mais obs-curos e dos dramas mais vivos da hist(h*ia, encontra-se como razão de o dinheiro. O gênio inventivo do ho mem cria a civilização industrial industriulisnio, em todos pesoa proser e 0 os seus as to^ (lue particip(»u da aventura comu nista, escreveu sóbre ê.sso assunto um interessante, .sob o título engrennje.s”, reflexiles dinheiro e a razão e qued.i on.saio Homhres y sobro o í () dcRenascimento nosso tem])o.

êle, assumiu uma fisionomia parain1 teiranicnto negativa, polo predomínio da razão o do dinheiro o, por isso, 1 manifestou na forma de três paraFoi um movimento indi-U sc düxos:3 vidualista, cpie terminou em massifi cação; foi um movimento naturalista, terminou na máquina; foi queum j

pectos e em todas as suas consequên cias, é um produto do dinheiro.

Renascimento, os Medieis' Fuggars financiam príncipes Se, no e movimeiitoos humanista, que terminou ,, ^ e papas, e porque, desse tempo em diante, O if E emacrescentou: desumanização.

O capitalismo moderno e a cien-a f

>
i

Jr- governo dos príncipes é o governo do dinheiro. O século XIX deu conscién-

5 cia dessa verdade, que o malicioso Anatole France caricaturou, com tan ta graça, em “Ilha dos Pinguins":

Muito embora as crianças morresf'' sem de fome, diz o envolvente sarcasta francês, — e a fome e a peste despovoassem com perfeita regulari dade, vilas inteiras, novos pinguins, sempre mais numerosos, contribuíam com a sua miséria privada para a prosperidade pública.”

A interpretação econômica da His tória, que é a menina dos olhos do marxismo, foi colocada dentro dêsse quadro, como transformado rigorosamento, pelo di nheirão, numa luta entre ricos e no bres!

se a vida tivesse .se Charles

Daí a afirmativa que se fixou como um dogma; — a única coisa que ex plica uma revolução ó a relação exis tente entre ricos e pobres. Beard, que escreveu um ensaio sôbre os fundamentos econômicos da política, recor da a autoridade de Aristóte les, para quem ^ í, a pobreza é pa rente próximo da revolução e do ciânie.

E foi fácil explicar tudo pelo di nheiro, a glória vitoriana, a expan são americana, o.s primeiros sucessos da democracia francesa, inclusive o golpe de Estado de Nai^oleão III, a conquista das zonas petrolíferas, o sistema colonial, a liberdade dos ma res, as revoluções sul-americanas e, por fim, as guerras parciais e mun' diais. E foi por isso que Beard, ana lisando os processos da burguesia, «

a militarização dos povos, as niani- * festaçõcs do fascismo o do hitlerismo, achou indispensável estudar-se <j aspecto econômico da jjíilitica e afiianou (jue era mesmo de jíiande ui-K-éncia a “ n valoi-ização do funda mento econômico da j)olitÍca.”

A explicação econômica da civili zação contemporânea como (lue so t()i*nou habitual, princij)almenle (piantio se considerava o stui aspeerto opres sor e injusto. No fundo sempre se anotava o diama de uma ecunomm

insuficiente, (jue se ti-ansformava nu ma economia de produção, ao invés (le ser uma economia de i.sso mesmo incaj)az de Qual teria .sido

consumo, por ser ahsorvio motivo da.da as mÍTias de ouro (Jual a razão

guerra dos hoers? A res])osta vinha naturalmente: da África do Sul. dos constantes conflitos no Oriente próximo ? curso.s petrolíferos, de ser das últimas guerras mundiais?

Evidentemente, seus reQual a razão

A concorrência. Inglaterra ameaçada pela Alemanha. Jã

SA em 1914, os trusts ale mães de carvão c de aço tinham fomentado e finan ciado a guerra e o mesmo quadro se manifestou com a última guerra.

O mundo catastrófico em que vi vemos, de guerras e revoluções, de ff

Não houve um movimento coletivo que não so explicasse pelo dinheiro. Surgiu o interesse econômico da Mandchúria, o interesse econômico de Marrocos. 0 que justificava o pla no do caminho de ferro Berlim-Bagdã era o inconfessável interesse de banqueiros alemães.

Dicesk) KroNÓ.\ti3|H
^ 74
í li'. ff í r C'

( descrenças c fanatismo, de irrncionalisnio o violência, de miséria e de ruina, é o fruto demoníaco do di1

A huigucsia vendera, na nheiro.sua vocação 0]íortunísta, a alma ao diabo e estava juM-dida.

E quem lesse, não só os livros teó ricos do socialismo marxista, mas o.s discursos dos dirigentes russos, de liCínin a Stalin, veria que nossa época estava sendo interpretada co mo a do c)‘epúsculo de um grande e tormentoso êrro. Só a Rússia é que teria conqn-eendido o verdadeiro sig nificado da economia, segurando o animal danado pelo chifre e pondo-u à disposição de seus planos.

dar se o homem que sabe é um escrado homem ignorante e rico? A rioueza, diz Sismondi, substituiu o poder político nas democracias.”

E’ o dinheiro que inspira as gran des revoltas literárias, que inspira Shalicspeare no Renascimento e Dostoievski, em nossos dias, porque quan do cie desaparece, desaparece a feli cidade, a saúde, o conforto.

Essa dinheiro, que afinal caracteriza a fi sionomia de nosso época, justifica plenamcnte a proposta de Beard de estudar de frente as realidades eco nômicas, os efeitos sociais e morais, negativos e positivos das lutas fiFala-se mesmo numa revo revolta crescente contra 0 nanceiras.

Ilojc cm dia, a civilização se re nova de um lado e de outro oferece visão dos processos capitalistas, de uma racionalização do capitalismo, de uma reintegração do capitalismo finalidades humanas, nasdo suaç 1 espetáculo de envilecimento. O oferecer uma um dinheiro acabou por moralidade de compi*a e venda. Os 4 aproveitamento, enfim, das reduções capitalistas em favor dos direitos impostergáveis da dignidade humana. Essa revisão já vai produzindo seus O exame concreto das frutos,ati-

homens são homens compradores e vendedores. A Rússia enfrenta o di nheiro americano, que tudo compra, povos e nações, vidas e mortes. Por Estados Unidos que, em isso,1929 os *1 vidados do homem de negócios, dos grandes capitães de indústria, a aná lise feita, pelos discípulos de Jlax Weber, da relação constante entre civilização e economiá.

Essa concepção provocou o surto do uma enorme literatura, cujos autores participavam das mais opos tas correntes do pensamento, idea listas, realistas, espiritualistas, mar-

O dinheiro se tornou Xiatas.assim a medida da sensibilidade humana. Êle era mesmo não só o nervo da guerra, mas o nervo da paz. magogia socializante dizia então: adianta ao homem ter direito

O próprio Marx reconheceu a efi cácia da burguesia endinheirada, que realizou, através dos tempos, uma grande obra civilizadora. 0 caminho expansionista da civilização, 0 cami nho para a unificação do mundo, a propagação mais profunda e mais densa dos conhecimentos e da téc nica indispensável para a defesa da vida humana, o prodígio dos inventos, das máquinas e dos laboratórios, a luta organizada contra as moléstias, os novos meios obtidos para resguarrepresentavam a quarta parto da pro dução mundial, hoje são senhores da economia mundial. Essa supremacia significaria, então, o desaparecimento da liberdade dos povos.

A deo que de voto, se não tem dinheiro para matar a sua fome? “Para que estu-

Dic;i:sio<o Iíconíimico
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daj' a saúde, a penetração da ciência em regiões dominadas pelas endernias e por todos os fatores da miséria or gânica, o aperfeiçoamento dos meios de comunicação e do transporte, rea lizando a aproximação humana c de senvolvendo a consciência d<; uma necessária e justa solidariedade so cial, tiveram o apoio dos homens de negócio e foram conscíiuentemonte obra do dinheiro.

manência dessa energia. Todas «s grandes fundaçòe.s em favoi- das ciên cias e das art(‘s semeadas ih*U)s nnliaidários ame)'i canos se exiilicnm por essa energia cjiadora, aquela mesma eneigia fpie fazia o estranho Kiriloff, flfi i-orníínc(' de nosloicvski, dizer: mundf»”. negócio é de “('reio na vida i-ferna nesto A j)si<-olugia do homem dc s.sa c‘.stani)'a. Nêlo iin-

»

IV

V otimismo, uma esn seu destino vitorioso, na i>ermanénciíi d<’ sua r)i>]'a. ●lá no j)era um sistemático fé singular Kenasci mento

Assim, o estudo sociológico da nomia na civilização levou derar as conseciuências do dinheir de dois modos diferente.s. TJ sequência provinda do dinhei si mesmo, do dinheiro como fim. derado como veículo, se chegar a um fim.

princi])almente os Medieis aos artistas, provinham dessa . concepção tipicamente lena.scentistn de que há mundo. uma vida eterna neste , o dinhei-

0 dinheiro er-o a consi ma con Outra, do dinhei em si mesmo i, os Fuggars viveram dentro dêssc o e os Medieis ro em considerado -iro consicoino meio para conceito, 0 prestígio que ílavam aos humanis tas.

ro, despei-tando, pela sua capacidade de domínio, tôdas as formas do bição humana, foi um veículo da ci vilização e da cultura, plica-se o desenvolvimento do mundo C0211 0 início da civilização capitalis ta. Como êle não é estável por nat reza, como, por natureza, passa de amPor isso, exli¬

mão em mao; como, para conquistálo, há a necessidade de uma série dc qualidades, vai o dinheiro alimenta do a expansão humana, dos capitais, a necessidade de mentá-los, dá a êles força criadora. 11-

A aplicação moviLima inaudita

O famoso livro flc Lcwis Munford “Techniíiue et civili.sation”, enfo cou êsso a.specto ])ava nos levar a í concluir (juc tanto a máciuina como capitalismo fundamento do da civilização, de uma cultura que se forma também com o auxílio decidido cio capitalis mo, trutura das cidades da Itália do nor te, no .século XIV, Munford assinala O.ne, com o aparecimento da bôlsa em Anvers, com a aceitação da con tabilidade ]ior partidas dobradas, da letra de câmbio, da letra do crédito, dos o são aspectos e não o um desenvolvimento Esta resulta sempre Começando por examinar a cspagamentos a têrmo

Mas o dinheiro é, na realidade, veículo, ja o dinheiro pelo dinheiro acaba por ver que isso não basta, sob pena de repetir, na realidade, a lenda trá gica do rei Midas. vém de uma energia, de um sistema de capacidades. E ele assegura a perum E me.smo aquêle que dese0 dinheiro pro-

, começam as transformações básicas da cultura moderna. O movimento, que toma corpo com Galileu, ganiia plenitude, mais tarde, em Newton. De começo surge um Jacob Fuggar e, depois, nò oxjilendor americano, um J. Pierjiont Morgan e, correspondentemento, apa-

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h

rcce, (li* coniôço, um Paracelso c, por fim, um hanstein.

O capitalismo, exigindo o cálculo, a intcHgcncia, o inodomínio da razão, aquilo ([Ue nergson qualifica como “a lógica tios .sólidt)s”, abre imensos hori/oiili‘s ou, como diz âlunford:

“o cajiitalismo contluz o homem do langivcl ao intangível." Hentro em poucí), o dinheiro é um compromisso coletivo, que exige de seus manejadores um constante intevêsse social. Será por acast>, diz Mnnford, que os fundadores e protetores da Royal Society, de Londres, que foram os pri meiros exiKUÚmentalistas cm ciência física, tenham sido comerciantes da cidade ?

K por esse estudo se verifica, com muito mais iirecisão, tiuc o capitalis mo não desenvolveu somente as abs-

à libertação das iniciativas pelo di nheiro, que, já no século XVI, se faz a distinção entre o animado e o me cânico, fazendo surgir a máquina vapor e depois, os sucessivos inven tos, até a máquina de voar.

Já não precisamos lembrar, com Karl Marx, que a indústria abre um mundo de possibilidades. Uma orgade lucro, hoje em dia bem de ocaa mzaçao dirigida

, oferece uma porção ^ ^ siôes para melhorar as condições de vida, de relações sociais, de defesa comum c mesmo de compreensão mo ral dos acontecimentos. Assim como ^ a máquina facilita a comunicação dos , homens, o sistema bancário facilita também a relação entre os homens. A higiene do homem que trabalha se apresentou como problema e depois como solução frente ã máquina. Desproblema de sua antiga pauta: — maior lucro para o jiatrão e maior salário para os operários. Hoje se verifica que não há só o problema do lucro e 0 problema do salário,

políticos, os homens dc E para confirmarmos essa relação, pensamento que, ]>aradoxalmeiite, se cada vez mais densa, entre o negótraçõe.s do pensamento e preparou o caminho para a técnica moderna. Na esperança ele luci-os maiores, ôle pro piciou o aiicrfeiçoamento das ciências 0 das artes, os homens viou 0 Muitas vêzGs até são

do espírito, propiciadas opoem ao cia e às conquistas pelos homens do negócio, audaciosos e intrépidos

desenvolvimcnto da ciên- cio e a cultura, basta abrir um joimelhores c mais atrevillas nal domingueiro e observar a nova técnica da propaganda. 0 interesse que se procura despertar nasce do va lor social, do valor cultural do produ to anunciado, da mercadoria exposta. No anúncio de uma máquina apeifeiçoada está a rememoração de um esforço pela cultura, de uma luta pela civilização, de uma conquista útil para a solidariedade entre os ho- '

A introdução das máquinas de im por exemplo, foi retardada abridores de caminho. pressão, durante vinte anos em Paris, devido à violenta oposição da corporação dos escribas e e dos escrivães públi■R’ graças ao capitalismo, gra ças aos homens de negócio, graças COS. mens.

I M jpiHi _l DicKvm Fx‘oNÓMiro

ORVILLE DERBY

Comemoração do r.cnteiuírio dr .scti luisci/jicnla }io fji.-itilufo Cloo^ráfico e doGitilógico São Fatdo.

Jf-SUÍNCJ KkI.K.ÍsSIMO Jl NIOU (Geólogo do Instituto Cícográficcj r. (Hológieo)

JJá cem anos atrás, em 2‘i de Ju, * Iho de 1851, na pequena ci<lade de Kelloggsville, Estado de Nova ' York, nasceu Orvílle Adelbert Derby, ’ terceiro filho do casal John C. Derby e Malvina A. Lindsay Derby.

É Derby passou a infância na pe-

P quena fazenda de seus pais, situada na região de “Finger Lakos”, ^ xima de Kelloggsville. Fêz dos primários proseus estusua cidade natal, seus primeiros preparatórios na Es cola Normal de Albany em e, em 1869, f. ingressou na Universidade de Cor● nell, em Ithaca, Estado de Novu York.

Derby, já no início de sua vida universitária, excelente e promissor, chamando atenção de seu admirável mestre revelou-se estudante a o sábio Charles Frederic Hartt, pro 7 fessor de Geologia e Geografia Física da Universidade de Cornell.

tar, por duas semanas, da Universi dade de Corncll. nou que, durante sua ausência, o jo vem aluno Derby estudasse o trata do de Hall sobre os briozoários fós seis do Nova York, que no dizer de John Casper pre.sidente emérito da dade de Stanford, na Califórnia, era um trabalho que, com tôda cer teza, gelaria maioria dos principiantes. Na sua volta, Hartt se entusiasmou com a prova de paciência e o progresso rea lizado por Derby no estudo dos brioCom esta prova de capaci dade e merecimento, Derby fizera jus ao convite que lhe fêz Hartt, para visitar o Brasil.

Com enorme satisfação, Derby acei tou o convite de Hartt, que determi nou, para sempre, a trajetória de sua vida e de Poj- isso, determi¬ Bi'annor, professor eUniversio ardor sem guia da zoários. sua carreira

.

Hartt viera ao Brasil em 1865, Expedição Thayer”, í sob a direção do notável professor » Jean Louis Agassiz, da UnivorsidaDesde então, Hartt i tornara-se um grande admirador e P dedicado amigo do Brasil, elegendoB. fervorosamente, para objeto de estu fa do no campo de sua alta e magnífica ' especialização.

Precisando providenciar rativos da participando da de de Harvard. o,

. OS prepal.a Expedição Morgan”

A “I.'^ Expedição Morgan”, cons tituída pelos professores Hartt o Prentiss c nove estudantes da Uni versidade de Cornell e Harvard, entre êles Derby, Branner, Rathbun, Smith, Wilmot e Comstock, estão consagrados na história da Geo logia no Brasil, estudou o litoral do nordeste Brasileiro, Baixo-Tocantins e os terrenos devonianos de Ererê. Nessa viagem Derby e Wilmot fize ram considerável coleção de fósseis, de primeira mão, em Maria Farinha, Estado de Pernambuco.

CUJOS nomes para o Brasil, que se realizou ;■ rão de 1870, Hartt teve que no vese ausenI ■

● 4

No verão cie 1871, Hartt empreen deu nova viagcin de estudo ao Bra sil, conliocida como Expedição Morgaií”, dessa vez tendo sòmente Derby por companheiro. Nessa ex pedição, Derby Cêz importante cole ção do fosseis carboníferos no calcáreo de Itaituba, no Baixo-Tapajós, regressando aos Estados Unidos em Janeiro de 1872.

Derby jírosseguiu seus estudos em Cornell c, cm 1873, alémi de suas atribuições do estudante, desempe nhou a função de instrutor de Geo logia e Zoologia na Universidade de Cornell, estreou na literatura geolótrabalho “Hints to Geoe graduou-se em gica com sou logical Students

Geologia. Estudando e lecionando em Cornell, obteve, em Junlio de 1874, o grau de professor, defendendo, briíhantemente, sua notável tese versan do sobre “Braquiópodes Carboníferos de Itaituba, Rio Tapajós” que foi, também, sua primeira publicação so bre geologia do Brasil. Na elabora ção dessa tese, obra de grande valor científico c ponto de partida de mui tos outros estudos, Derby trabalhou arduamente, visto que a perfeita sedos fósseis de Itaituba, da matriz, um calcáreo compacto si¬ paraçao sua

Dessa vez, Hartt se fizera acompa nhar sòmente de John Casper Branner, deixando Derby na regência de cátedra, em Cornell.

Em Maio de 1875, foi criada a “Comissão Geológica e Mineralógica do Império do Brasil” e Hartt no meado seu chefe, Hartt finalizou a exposição de eeu plano para a fundação da “Comissão Geológica e Mineralógica do Império do Brasil” com estas palavras; sua

Já tenho gasto quase dez anos estudo do Brasil, e, depois da “Tliayer Expedition”, do meu vene rando amigo, — 0 Professor Agassiz, cujo ajudante tive a honra de ser, tenho feito quatro viagens científicas país, largamentc à minha custa. Mas a empresa já passou além dos recursos e dos meus amigos; minhas obras publicadas formam sòmente uma pequena parte dos re sultados dos meus estudos; tenho ainda cinco tomos que publicar, e não obstante o ter eu empregado dois ajudantes, a metade das coleções geo lógicas não está descrita. Acho-me agora obrigado, ou a deixar o campo, pedir 0 auxílio do governo imno no meus as ou a

perial. Dedicado, há tantos anos, a investigações cientificas no Brasil, desejaria deixar o campo, pre feria antes dedicar a minha vida à licificado,nao preliminar necessária para a ulterior classificação dos espécimes, era serviço de paciência e grande peFoi a primeira tese e talvez ricia.a ciência brasileira”.

Êsse modo de sentir do notável e inolvidável Professor Hartt, prosse guiu, ampliou e cristalizou-se no seu grande e dedicado discípulo Derby.

Hartt escolheu para seus auxiliaComissão Geológica e res,Mina única até hoje defendida em Univer sidade norte-americana, versando so¬ bro geologia do Brasil.

Em Outubro de 1874, Hartt voltou para o Brasil, a convite oficioso do Ministro da Agricultura, José Fernan des da Costa Pinheiro, que desejava apresentar plano para a criação de um Serviço Geológico do ● Império. neralógica do Império do Brasil”, Orville Adelbert Derby, Richard Rathbun, Francisco José de Freitas, Luther Vagonner, Franck Carpenter,

DíC.KSTO79 Econômico

John Casper Branner o Klias í'austo Pacheco .Jíjrdão, tomando como fo tógrafo da Comii-sjio um profisriiomd — Marc Ferroz - - o notável fotójíiMfo do “Rio AntiKf)”, mais tarde a;;raciado por IJ. I’edro lí com a insíiínia de Cavaleiro da (Jrdem da Rosa.

Derby cheífou a»> UÍo de Janeii’o em Dezembro de 1875 e, lotro dep<iis, iniciou estudos peolóííicos Recôncavo, se guindo daí para estudo.s no PaAmazono rana, nas e Bacia do Rio São FranEm cisco.Junho de 1877, O Ministro Agricultura Cansanção Sinimbu tinguiu a missão Geológi ca e Mineralóda de exCo-U S? r l': M gica , por me dida de econo mia.

Hartt, r

Derby e Rathbun, da data da extinção até Ja neiro de 1878, passaram pre parando e e ncaixotando o material da extinta Comissão e, do Janeiro até Março desse mesmo ano, se emprega ram a fundo na elaboração do Rela tório Geral da Comissão, na gran de esperança de re.stabelecê-la.

Em 18 de Março de 1878, no Rio de Janeiro, à rua Princesa Isabel, faleceu Hartt, vitimado de febre amarela.

Dtf.i ●.!<» K(

Dcrby foi o linico d-.,^ atixiliarc.s <lc Hartt, de oídirmii moi-- americann, oue permarnofu n*) Rra~il. To.los seus <Íemais c<.mi>:tnlicii <* vokaram parji sua pátria. manteve-so, sem eniprÓKo, mais dr um ano, fro«pientandf» o auxiliando, irraiuiiamente o .Museu Xacioiml. Km I <le .luiiho de IHTlí, foi nonu-ado diieioi- da Sec^âo do .MusfU Xacional (.^Iineral(.)Jrla e (Jcolojria ► on de jnunianepeu alé 27 de .Abril de ISSii. pres tando t e m p o inteirral de ser viço e, dessa data até Julho <le I8ÍH), aten dendo ora aos e n c a r íí o s do Mu.seu, ora aos da “ Comissão

Cicoííráfica c Geolófi-ica d a Pi-ovíncia do São Paulo”, a c u m u 1 a ndo, pois, o care:o de diretor c o do chefe, rcspectiV a m e n t e , destas duas instituiçr>es.

Durante sua permanência no Mu seu Nacional, Derby fêz o que pôde para salvar os estudos realizados por Ilartt c seus comjianhciros e reali zou inúmeras viagens a São Paulo, Mina.s Gerais, Paraná, Bahia, Arquipélafio de Fernando Noronha e outros recantos, levando a efeito os mais

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vnriadns i‘studo.s o tra/endo a lume Ism .Taneiro váriasde puhlu-ae‘”os. IKHh. iK-rby voltou aos l'’stados Uniílonioranilo-si' at»* Junho (Ins.desse ano. |>:ira tratar ila p\ihlica(;âo da ma gistral obra do Dr. Whito, iníitulad-- ‘●(●(iXTmBriCÃO PARA A I A I ,K()\Tn!.<u;iA 1)0 BRASIL”, marcou época na história Brasil, saída do pre-do i obr: (ia. ^-cohigia lo sí-nu-ntr i-m IKSã. o ConselluMvo João ,\1i\v Oliveira, filho ÍlusIri* do l'cM iiambuoo, o ot\tão Presiden te' da l*ro\ invia <lo São Dorby ã ga-(; d(‘ <lUO 18S7. írode ('orreia Paulo, chama capital paulista c. encarroformulur um jdano para a netro.

de Abril dêsse ano, Dcrby foi nomea do Chefe da Comissão Gooífiáfica o Geolóf?ica da Província do São Pau lo. chefia quo exerceu juntamente com seu cargo do Museu Nacional até Junho ou Jullio de 1890, época em que gou dêste último cargo, para < car-se somente à chefia da Comissão Geográfica e Geológica, acumulou êsses dois cargos, Derby despachava o expediente da Comissão, ora de São Paulo, ora do Rio de Ja-

de diretor da secção se deslidediEnquanto

A imrtij' de 27 de Abril de 188G, novos aumnoperíodo de 19 anos me’s, uns sucedendo a outros, vieram figurarreduzinn brilhante cU'porém um sorvi(jo cavtaz de rouoxatas e minuciogoografin, rclêvo do sodo oonuinica(,-ão, estrutura riíiuox.a mineral e caráter (lualichules de terra”. a da falange de técnicos e auxiliares sob a chefia de Dorby. Êsses nomes, em sua maioria, são: Alberto Loefgren, João Frederico Washington de Aguiar, Eugênio Hussak, Antônio Avé Lallemant, Augusto de Abreu Axel Frick, Horácio Arthur Horta 0’Leary, Lacerda,E. Williams cnac^ao nir “ iiirorma(;õi's ^ sa;>bl'(* s lo, vias gi'o]ojrica das <livt‘rsas propõe um plano tiuc, em )H)Uco difere do que fôra por llarlt para os trada “Comissão Geológica c do Império”. Em lõ Fcv('iviro de 188(5, o Conselheiro João Alfredo submete o plano à AsL('gislativa Provincial, que 1 )<‘rl>y .-ubst ãncia, organi::ado lialbos M>nerah'»gicti de s(‘mbléiii

Gustavo Edwall, David MacKnight, F. J. Schneider, Pais Leme, Ângelo Felicíssimo, Alexandre Mariano Cococi, Giles Williams Lane, Guilherme Florence, Gentil Assis Moura, Ricar do Grünewald. Henrique Bauer, Ale xandre Humel: Hermann Von Ihering, José Nunes Belfort de Matos, Frané siincionado sob o texto da Lei n.o 9. de 27 de Maiço do 188(5, quo criou “Comissão Geográfica e Geológi ca da Província do São Paulo”. Em 7 de Abril do mesmo ano, o Presi dente João Alfredo estabelecia ns instruç<ões para a loi. a execução da citada Nossa mesma data, por indica cisco Felicíssimo.

9 çao três i>rimeiros

Começaram a surgir, sob a égide da Comissão Geográfica e Geológica, em número emboraparcimonioso, do Derby, foram nomeados os Gng‘onheiros e técnitrabalhos valiosos e preciosos versan do geografia, geologia, meteorologia, botânica, arqueologia, etnografia, ter minologia indígena, história, etc. em forma de relatórios, mapas, boletins, pareceres e outros meios de divulga-

COS da Comissão: — Toodoro Fernan des Sam}iaio, Francisco cie Paula Oli veira e Luís Felipe Gonzaga de CamVinte dias depois, por ato de pos.27 çao.

SI l*'(:oNcSMicr>Dif.i s 1 <í

O primeiro serviço da Comi.ssão foi

* a exploração do rio Paranapanema, que se estendeu até Setembro de 1886. Em Outubro dê.sse ano teve início o serviço de levantamento da carta geográfica, topográfica e geo lógica. A primeira base para os ser-

f viços de triangulação foi implantada em Campo Largo de Sorocaba, orien tada lesto-oeste e medindo 5.771 metros e 271 milímetros.

Em 7 de Julho de 1877, Gonzaga

: de Campos concluía os estudos rea[ lizados na jazida de carvão do Corquilho, juntando novos dados

P 4. 1 J

^ o estudo da geologia da Província j Nesse mesmo ano, Derby e Gonzaga ;● de Campos iniciaram estudo nas iazidas de ferro de Jacupiranga de ferro e fosfato de Ipanema.

O serviço geológico fêz o reconhe cimento dos terrenos sedimenta entre Sorocaba e Laranjal e esboçou a coluna geológica do Estado, dis3^ tinguindo. 4 séries: l.a) Gnái.ssica; ^ 2.a) Xistos Metamórficos; .3.a) See nas

i res C dimentares e 4.a) Rochas eruptivas

■ — Granitos de vários tipos.

L. As formações sedimentares dos í' arredores da cidade de São Paulo já < estavam distinguidas em terciárias . e _ quartenárias. Conheciam-se os h- xistos de Itu (varvitos) e os calcáP.' reos da Serra São Francisco, Caiei* - ras, Pantojo, São Roque e Boturuna que já vinham sendo utilizados i fabricação de cal, bem assim os diabásicos e lavas do oeste e sudoeste L do Estado. na

p Em 31 de Dezembro de 1887, pelo Decreto n.o 513, a Comissão Geogi*áfica e Geológica é reorganizada em três secções: Geográfi¬ ca, Geológica e Botânica e Meteoro logia. e dividida ,*i 5* ;

A área .abraní?ida jjelos estudos de finitivos da Comissão, para a Carta do Estado, até 1888, olevava-se a 33.1G2 Km2.

As publicações sobre da<los olimatolóí^icos tiveram sultados de 1887 e 1888. Km 1889, saiu o líoletim N.o 1 <la Comissão Geofrráfica e Gc>olóíri<a da Província de São Paulo intitulado TROSPECTO trabalhos GEOLÓGICOS EFETUADOS NA PROVÍNCIA DE SÃO PAULO”, de autoria de Derby. i^no, em* Abril, o pfcóloKO Francisco de Paula Oliveira concluía o seu estu do ideológico do Vale do Rio Paranapanema. viços de triangulação progredido mui to, foi estabelecida imediações ,da cidade do RÍo Claro, orientada norte-sul e medindo 6.GG8 metros e 7Gfe milímetros. Esta base tinha a dupla finalidade: de verifica ção dos trabalhos já feitos e do pon to de apoio par rêde geodésica. voltou aos Estados Unidos para partmipar da Conferência da Ção Americana para o Progresso da Ciência”, realizada- em Indiannpóhs, voltando em princípios de Janeiro de 1891 para o Rio de Janeiro, via Inglaterra, onde permaneceu algun.s dias. Durante sua ausência, de qua se seis meses, Teodoro Sampaio res pondeu pela Chefia da Comissão. Nes sa ocasião, Derby deixou definitiva mente o cargo que vinha ocupando no Museu Nacional, que foi ocupado a partir de Julho de 1890 pelo geólo go Francisco de Paulo Oliveira, que então deixou a Comissão Geográfica e Geológica. Nesse ano saiu o Boleimcio com os reREHISTÓRICO DOS GEOGRÁFICOS e Nesse mesmo

Em 1890, tendo os sernova base nas a o prosseguimento da Nesse ano Derby Associa-

Dicrsto EroNÓMic^H
G'
I

CONSIDER.AÇôES

iltim n.o -1 GEOC;UAFK'AS K ECONÔMICAS SÕHKE O VAEE DO RIO PAR.ANAT.ANM-IM.A ●● o o n.o õ — “CON TRIBUIÇÃO !’AR.A .A BOTÂNICA PAULISTA.”

O.s acontecimentos <ic 1889 pertmbaram ba.stanto a vida da Comissão, que jíouco pôile produzir nos três anos 9 de Fevereiro consecutivosde . 1892 Derby tomou uma atitude que muito llie devera Fm ter magoado: de Teodoro propusera n exoneração Sampaio, uma das mais brilhantes ficampos da geomagnífico e exda Comissão guras da época nos grafiii e história, o cepcional topógrafo Geográfica e Geológica, seu dedica do companheiro desde os primórdios da Comissão. Devido ao desequilí¬ brio da vida econômica que se rea lizou nesse tempo, não do se manter com os exíguos promais podenventos obtidos na Comissão, Teodoro atividades Derby conSampaio enveredou para estranhas à Comissão. temporizou o mais que pôde com essa disse situação,êle, na esperança de o ver afinal voltar, com o U antigo entusiasmo e dedicação, ao trabalho que iniciou com tanta profi ciência Derby era um divorciado das ambições de bem-estar e riqueverdadeiramente intransi-za mas gente e fervoroso devoto da ciência e em benefício dela, se preciso fôs se, sacrificava a si próprio e aos seus suboi'dinados. Teodoro Sampaio era dedicado servidor da Comissão mas tinha encargos de família e não dis punha de fortuna para que pudesse se manter, sem enormes sacrifícios, à frente dos serviços que lhe foram confiados dentro da Comissão.

Eis, em inteiro teor, a carta que Derby dirigiu a Teodoro Sampaio: “São Paulo,9 de Fevereiro de 1892.

Ao cidadão Dr. Teodoro Sampaio.

Em resposta ao seu oficio de hoje, transmitindo-me seu pedido de ração do cargo de l.o ajudante destó Comissão, cabe-me declarar remeti ao Cidadão Presidente do Es tado o dito pedido. Tenho um profun do pesar em ver assim terminadas as nossas relações oficiais no serviço em que temos trabalhado com tanta uni dade e harmonia de vistas. A êste sentimento pessoal ajunta-se um ou tro de desgosto a ver com esta sua resolução ruírem as esperanças que tinha alimentado de poder contribuir com meus próprios esforços para que 0 pessoal nacional pudesse tomar a parte que lhe competia no desenvol vimento da ciência neste país.”

Esta carta de Derby, nos permite ler, em suas entrelinhas, o juízo que êle firmara no seu trato e convivio já razoavelmente longo com o pessoal e o meio brasileiro. Desde cedo Der by compreendera a necessidade de preparar o elemento nacional para os postos de comando dos serviços ofi ciais, obstante fôsse real e notoriamente possuidor de qualidades excepcionais de comando e reputada bagagem téc nica ou científica, jamais deixaria de pagar pesado tributo de sua quali dade de estrangeiro, nos casos em que viesse desfrutar posições mais ele vadas. E’ a consequência de um fator reacionário de extensão universal, e não é particularidade do tempera mento latino ou, mais estritumeiue, brasileiro. exoneque ja 0 elemento alienígena, não

Saúde e Fraternidade Orville Derby

S3DlCFSTn ErONÓMIf^O
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r V

Rm IG d<* Março de 1802. I)erl»y pedia ao Secretário da Aííri>‘uHinM autorização para contratai' um nhciro nos Estados Unidos, para rul)stituir Teodfiro Sampaio, jior ná'i achar no país, dizia éle. “onde a es pecialidade de topo^íiafia tem sido pouco cultivadii, um en}í'-nlieiro idô neo para jireenclicr a va^a de cliefe da secção lícoiíiáfica fia Comissão." Essa falta de tato de Derliy no modo de se expressar iria custar-Uie duros abori-ecimentos, em futuro não mui to remoto.

Em Abril de 1892 Derby ao Dr. Alfredo Maia da Agricultura em São Paul seguinte ofício: enviou Secrctái io o o

Í6

Tenho a honra de propor para o Jugar de chefe da Secção Geográfica da Comi.s.são

te vago, o nome do engenheiro llr race Willams, indicado pelo Dr. J, Branner como apto e pronto tar 0 lugar, em resposta do telegr devidamente autorizado do dia iG d comente. ”

a meu cargo, atuahnen●)C. a Ucóiama f)

entro vivos, Willianis ó o mais antigf) tre<»Ic»go do Hrasil.

Km IKIrj Ijorby foi aer;.ciado ct)m o pv-mio Wítllaston. conferido i>ola Londres, piaiono mundo cientifico e poucos (|uc livera.m ol>tc-Io l'igur;tm Wiliium Agassiz, Ilroumai t. Kiie de llesumont, I)auln'cc, 1 )ufrenoy. I)arwin, .Murchisfin. (rOrbieny e Dans.

Kin .Ianeii'o de 1H98 nova ))erda se registiíju n<j coipo técnico da Uoinis('anipos aliando● nara o sei'viço <● Deiby propôs sua cx^oneração. logos da C<miisKâf) faziam nhamentos e levantamentos topográ ficos das zonas onde executavam es tudos goológico.s. Km 18í>8, o Museu ●Seit(>riü Soeicdaílc (jeoit')*'ica i-;ste in-ômio eoii'tit'ii uma da res dist inçõe.ilc entie «is fie Imnra de .Smitb, sao.(íonzaga de .‘\té essa época, os gooos ennnorig^em do atual Museu

l’aulista - - oferecido pelo Conselhe'J'o jMayrink ao (Jfjvêrno do (Cstado, cm 28 de Dezembro de 1899. fôra anexado a Comissão Geográfica c Ês.sc* Museu estivera Geológica.abandonaclo muito.s meses e fui salvo do destruição graças à dedicação de Al berto Lüefgren, seu chefe interino desde 7 de Aliril de 1891. À sombra da Comissão Geográfica c Geológicar que tinha a seu cargf) diversos scivi-

p criara no rccnque a saídar. corpo IIoracG Wil liams, rapidamente se adaptando ao meio brasileiro, foi uma grande con quista para o nosso meio técnico-c.ientífico e contribuiu, brilhanteiiiente, para o melhoramento dos geodésicos até então consagrados Comissão, indo além dos limites de função especializada, exercendo, niélodüs na sua Çps (juG podiam contrilniir para vãi'ias de .suas soeções, o Museu dcuauivolvGu-se modestameiitc, de modo nas secções de maisGoolonotável R'ia, Mineralogia c Botânica. Derby, desejando formar um verdadeiro MuseU; propôs a criação de uma secção zoológica na Comissão, em 28 do Fe vereiro de 1803, c para dirigi-la in dicou o nome do Di'. Ilermann Von Ihering, médico e naturalista de grande renome, residente no Rio também com brilhantismo, a geologia. Williams foi um dos grandes cooperadores no estudo científico e técnico da geografia e geologia nacional e

Derby, com essa iniciativa, i cheu à altura a lacuna de Teodoio Sampaio técnico da Comissão.

l 84 íhci.STiy l"í
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1 >

Von Ihering iniouni tlireção da ni)va sccNo exercício (Irantle d«> Sul. sua run«,''^‘=' cão <011 Maio tl(‘ ISP;i. do IhPi a ligação jirovisona tio Musou com a ('omissão, pela criaMuscu ilo Ipiranga, passando nova cnlidade o pt‘SSoul ‘la l)tM'by muita con-

CfSSOU ç;io »lo para a ^'●oçà' ;'.oolop'ica. trihuiu para a criaçãti do Museu l'aulista.

tânieo, propondo n criação das íTuintes divisões: I.° Serviço Botâni co Sistemático, II.o Serviço Experi-* mental e, III o Serviço Florestal,, te cendo preciosos ensinamentos do que a cada um destes serviços competia lazer.

.hmlio do (úiillierme Florenee ingrt‘ssava na ('omissão Geo.\'o cori-er dèase ano saiu t i'al»allio “ SA ãl BA(^UIS” de Loefgren, ICm Ag’ôsto do a()^. lOsladtis lAiidos, pela última vez, roíissumimlo a chefia da Comissão em ●luneiro dt* Oe.ssa feita Alberto Lbcí'gi'cn rospondeu pela Cliefia da (,b)niis.srio.

'.m gráfica. o constituimlo o Boletim n.o 9. 1896, voltou Derby sano

Em Janeiro de 1896 Hussak, ata cado de beribéri, sejfuiu para a Eu ropa, a fim de se tratar. Essa viaKcm teve muitas peripécias e Derby foi incansável em fazer tudo que es- i tava ao seu alcance em beneficio de , sou notável auxiliar.

Em 28 de Abril de 1897, Derby recebeu carta do I)r. Julius Hann, ' diretor do Real e Imperial Instituto de Meteorologia e Magnetismo Ter-, restre e redator-chefe da mais im portante revista meteorológica do '^ mundo — “ Meteorologische Zeistschrift,"

Eis os termos da carta de Hann, então considerado o Deão dos meteo rologistas do mundo: '

“Viena, 4 de Abril do 1897.

Acabo de receber os ‘‘dados meteo- ^ rológicos” dos anos de 1893, 1894 c 1895, pelos quais vos agradeço penhorado.

I.

Kni 1 tle Nbívemlirt) de 1891 Derby, Jimtamcnte com Eduardo rrado, CcMota «Ir., Toodüio Sampaio, Leão Hourioul, llonnann Yon Ihering', Miranda Azevedt>, IMorais Barros, Antônio Toledo Diza, cônego Josc Valois de ('astro e outros, fundou o Instituto Ilistórieo e Geográfico de São Paulo, do (pial foi o primeiro sócio fundatlor benemérito e colaborador eficiente, enritiucccmlo a Re vista dessa Instituição eom 22 notá veis trabalhos, sendo cpio o seu arti go; A DEN(.)MINAÇÃO DE "SERUA MANI^KJUEIRA”, foi o primei ro tiaballio imblicado nessa Revisti

Em 10 de Fevereiro de 1896, Derby apresentou ao Dr. Teodoro Dias de Carvalho Júnioi', Secretário da Agri cultura do Estado, um esboço de pro jeto para organi.zação da Secção de Dotânica dá Comissão Geográfica e Geológica, a fim de atender ao pro jetado serviço florestal e Horto Bo-

Muito estimo Estado de São Paulo desenvolve tão valio.sa atividade científica como o demons tram os trabalhos que tenho presen tes, os quais testemunham que a ve de meteorológica do Estado de São Paulo^ não fica aquém de nenhuma das redes européias. ver que o

Os resultados das observações ho rárias da temperatura e das chuvas máximo interesse. pressão atmosférica da desao Brevemente os coinunicarei no nosso jornal meteo rológico e terei então ocasião de pro var que estas observações de São e

ni(;j:sr<> I-z-onAmico

Paulo merecem a máxima atenção c louvor.

Universidade de Leland Stanfoní, na Califórnia.

Pelizmente, poderei ainda incluir êste.s dados na 2.a edição de minha “Climatologia”.

Portanto, ainda uma vez vos agra deço cordialmente e peço que tenhais a bondade de continuar a mandar-me êstes interessantes “Dados Climato lógicos”.

Com a máxima consideração Vosso dedicadíssimo — a) Julius Hann. f

Em 1898, Derby esclareceu o go verno estadual a respeito do proje to de abastecimento de água a São Paulo por meio de suas águas sub terrâneas e descreveu o estado dos conhecimentos, até a época, relati-

^ vos à constituição geológica das vi-

' zinhanças da cidade de São Paulo, com referência especial à questão das águas profundas. Nesse mesmo ano exarou notável parecer sôbre projeto de registro territorial e le vantamento da carta cadastral do 0 Estado. Em 1899, fêz urr. apanhado geral sôbre a indústria ài mineração e recursos minerais do Estado de São Paulo, para atender à circular 1899 do Ministro da Indústria, Viae Obras Públicas. São çaotrabalhos interessantes, esquecidos nos arqui¬ vos.

Num dos tópicos do Relatório re lativo ao ano de 18Í)Ü, entregue em 31 de Janeiro de 1000 ao Secretário da Agricultura, I)r. Alfredo (luedes, Derby assim se referiu, no condizen te às folhas topográficas: folhas, do Santos, já foram entregues em edição preliminar, e uma terceira, a de Atibaia, já .se acha em estado adiantado de que o estabelecimento tem dado a êste sei'viço se pode calcular a saí da anual de 4 para 6 folhas do mapa definitivo — marcha esta que o cor po topográfico, como atualmente se acha organizado, parece habilitado a sustentar”. E, mais adiante: “Além das folhas de São Paulo, Barra de Santos e Atibaia já entregues ao gra vador, há substancialmente prontas para seguir as de Jundiaí, CampTnas, Moji Mirim, Araras e Piracicaba, e quase concluídas as de Pôrto Feliz e São José dos Campos. Além destas acham-se bastante adiantadas as de Pindamonhangaba, Buquira e Bra gança, que estavam sendo levantadas ^ conjuntamente com a Comissão Mi neira, mas que ficaram paradas por causa da suspensão daquela Comissão.

Duas a da Capital e a da Barra preparo. Pela marcha

Em 31 de Dezembro de 1900, a área abrangida pelos estudos defini tivos da Comissão atingia 41.880 Km2, dos quais 31.600 feitos até o fim de 1899 e 10.280 durante o ano de 1900.

Em 1899, a Comissão deu inicio à publicação do seu mapa definitivo na escala de 1:100,000, A primeira fo lha distribuída foi apreciada favoràvelmente, tanto pelo lado da exe cução artística como técnica, por crí ticos tão abalizados como Henry Garmett, Topógrafo-Chefe do Serviço Geológico dos Estados Unidos, e John C. Branner, Professor de Geologia na it

Em 21 de Fevereiro de 1901, Derby apresentou interessante parecer ao Marechal J. N. de Medeiros Mallet, Ministro da Guerra, sobre o projeto elaborado no Estado Maior do Exér cito para o levantamento da Carta

DrcESTo SGKcoNóMiro(||^

desde Lorena até o rio Pardo, ao norte de Poços de Caldas, numa tensão de 400 Km, medidas pela divi sa nominal, estavam levantadas topoAs folhas de Rio exgrãficamente. do Brasil, fazendo sugestões à par te topográfica do projeto. Nesse ano, o Serviço Geográfico fêz o le vantamento definitivo de uma área de 13.229 Km2, sondo a maior regis trada até então, em uma só estação de trabalhos do campo. Foram im pressas as folhas de Araras e Guareí e, em processo de impressão, u de Espírito Santo do Pinhal. O Servi ço de Geologia deu início ao levanta mento geológico das folhas de Itu, Jundiaí e Araras.

Em 1903, o Serviço Geológico le vantou 9.530 Kni2 de área definiti va, atingindo o total geral até esse ano 75.CIO Km2. Foram gravadas impressas 6 folhas: Botucatu, Moji Mirim, careí. Jaú. G São Carlos, São Pedro, Ja-

Em 1904 havia IG folhas publica das: Jaú, São Carlos do Pinhal, Rio Claro, Moji Mirim, Botucatu, São Pe dro, Itu, "Roque, Capital e Barra de Santos, abrangendo uma área total de 45.411 Km2.

do impressão, seis folhas: — PiraCasa Branca, Ouro Fino, Piracicaba, Campinas, Guareí, Jundiaí, Atibaia, Jacareí, São

Claro, Jundiaí, Itu e Campinas estagrande parte, vam,levantadas em geologicamente.

Em Fevereiro de 1900, o Dr. Fran cisco Behring, professor da Escola Politécnica de São Paulo e ex-aluno do Observatório de Paris, publicou um trabalho intitulado “GEOGRA FIA NO BRASIL” — CONTRIBUI ÇÃO PARA O ESTUDO DO PRO BLEMA CARTOGRÁFICO NO BRA SIL”. Nesse trabalho o professor Behring criticou os trabalhos que vi nham sendo executados na Comissão Geográfica e Geológica e a morosi dade em fazê-los. O Professor Beh ring era de opinião que o Estado de São Paulo ressentia-so, enormemen te, da falta de uma Carta Geográfi ca e que urgia a rápida execução de uma carta desta ordem, em pre cedência à Carta Topográfica, como vinha sendo executada pela Comissão. Os tópicos seguintes do trabalho de Behring dão bem a idéia fundamen tal de seu modo de pensar.

folhas, havia 7.820 Km2 já levanta dos, mente até fim de 1904, sem levar em conta diversos reconhecimentos, consistindo no*resultado exclusivo da O total levantado topogràficaadministração Derby, foi de 81.83G Km2, ou seja, um terço da área to tal do Estado.

As divisas de São Paulo e Minas,

nao

Estavam terminadas, esperançununga, Bragança, Pindamonhangaba e Tatuí. Outras cinco folhas estavam A Comissão já tem gasto quatorquase prontas: — Caldas, São Ben- ^ ze anos a esmiuçar detalhes topográto de Sapucaí, Taubaté, Salesópolis e Apiaí, abrangendo 28.605 Km2. Em avulsas, interessando diversas ficos, num raio médio bem inferior a 200 quilômetros em torno da Capi tal, amontoando cadernetas de areascaminhamentos, aproveitando as contri buições da Inglesa, Paulista, Mojiana, Sorocabana, itinerários do tempo da Província, etc. esquecendo-se sem pre que no adiantado Estado de São Paulo ainda existem regiões, vales, planaltos, sobre os quais ainda temos sequer uma primeira idéia geo gráfica”.

Digesto57 Econômico

L K('hrin>í achava rjue f> Kstarlo (Ic S. ● Paulo necessitava, dc* pronto, “duM ^ traçado suficienteinenit* ai)r«ixhnadí> r de nossos rios, montanhas, ctc., assinalando os nossos núclfos dc pfjpnlaI. ; ção, a fim dc termos njna iii imcira s idéia do j^elévo do solo brasÍlc;ro’\

Du.J-vrc) l-,( n\(’)Mic*n^|

posto para a criação tia í'omissã»), o.ue fôra transfornjad ● J 7 no .Artíjro dl- Março <lo CjUC' C3-ÍOU ;i (■()tn:--.-ão. ic-dijri, s(*y^uc:

Artiiío li.otaiá. na cs<’ala d< 2.0 da I.ci n.o P, dc 1880. do c-omo /\ í oinissàii Icvannm ccni iiiicti-o por 'luilómetfo, a carta K‘'0':i'.'ifit a. topoirráfica <‘ íí<'o!ó/;'i<-a da provim-ia

[ Como exeíiuil)ilidíid<? c exemplo desta proposição, citava a feliz ini ciativa do eminente ireó^rafo Ainoicm l'(‘pi'e>;c?lLadas a ele\'açao d<js pj-ineipai acidentes <ia

<|Ue sej-fuj posição ais p«*ntos »ui snjiet rícic e , dos cí-tUros ;ao e d<is pi ineipais c.stairnliisf l iais e a-4:i ii-olas; «●"inunicaçao fluviais e tor¬ ne d’AbVjadie, que <-m c-c-rca de cin co anos líquidos, compreendidos no período do 1840 a 1848. levantou, sò»; zinho, uma árí^a de 820.OCo Kni2, na ‘ ICtiópia. O ponto especial e <aiacíe' rístico do sistema adotarlo jior d’AI badie consistia no empriVo de ele mentos astronômicos jiara determina ção dos vértices da rédo de triani.rulação, em lugar de se fazer esta de terminação, ])or piocessos geodésicos. E, em se baseando no fatf» de que a Comissão levava ejuatorzo anos para levantar um oitavo dc Estado, ^ concluía (pie o E.stado não poderia aguardar mais í)8 anos par ' Cai’ta concluída. Como adiante, esta interpretação de Beh ) -

ide )io))ulaçã lielecimentos as vias de icstres; solo com a ten-enos; a constituição geológica do dist|●ibuição dos diversos a distriliuição di* matas e campos e ílas teuras de di\-ersas na turezas (■ condições agrícolas. Num g)‘ando rasgo tle otimismo, (pianclo da apresentação de s(*u plano ao Cojiselheiro .João Alfrerlo Derby afir<;● t●/ ft l)ess(jal tiMOiico, maralimitaouc íía a fpiatro profissionais, vêrea do consumira flez amis para completar u carta da província iniiura", prestamlo obediêm-ia às e.xigênciíis de riring não era uma expressão fidedig na da realidade. gor compatíveis com a escala espeei ficada.

a ver sua veremos

Behring cnconti-ou apoio no seio da Escola Politécnica, e também da parte de muitos conhecedores do as sunto, entre os quais destacamos o Dr. Manoel Pereira Reis, Lente de A.stronomia e Geodésia da Escola Po litécnica do Rio e ex-chefe da Co-

: missão da Carta Cadasti-al do Rio de I Janeiro, qub participou da Campanha fazendo carga contra Derby.

; Por sua vez, Derby, por convicção

^ e por um imperativo de ordem moral, defendeu intransigentemonto o plano de levantamento que indicara ao Con; sellieiro João Alfredo no projeto pro-

Derby^ cm d< fesa cie seu jnmto de argumentava ({ue “a oln-a i-epreensível da Comissão consiste em e.star levantando um mapa topográfi co, riuando o grau de adiantamento c dc civilização do Estarlo não admite mais do que um sim])los ma))a geo gráfico, em escala ixHluzida”.

Esta polêmica marcou época e foi o })rincij)al agente que al)aIou a esta bilidade de De)'l>y na Chefia da Co missão Geográfica e Geolcégica do São Paulo.

AmI)os o.s pontos de vista — o de Derby e o de Behring eram respeitávisla,

*● 88
Í.V-A..Í

vois f na prática não c*ram antagôni< <is, pois po<K j-iain coexistir, bas tando para tal a introdução de uma nova sia ção [íara atender à nova proteíisão. Mas a caii^ía não era puranieiil'* atadêmica e de objetivo verdadeii anient e <lee]arailo; ela tinha lai/.es mais profundas e vistas mais j>enef rantes.

I)erí>\' era ex<-essivamento teimoso síunprí’ forçava a imposição de sua votitade, si-ndo poueo sereno e tole rante para erítieas (jiie recaíssem em seus atos. Ademais. Derby era um convicto de tine m(>smo os mais evo luídos técnicos nacionais aijula não estavam bastaitto caitaeitados para ditar-lhe normas na conduta da Co missão. Daí a impossibilidade de hartnoni/.ação ou reconciliação com seus críticos.

Por sua v(‘x, entre os antagonistas de Derby, Imvia alguns que cobi çavam o seu DÔsto ou desejavam quo tal jiôsto fôsse ocupado por um téc nico nacional.

Na verdade, esta itolêmica gorou ojTÍniões valiosas jtara serem aprovei tadas pelos dirigentes do Estado, sen do (luc Derby, na maioria das fa ses da contenda, foi superior a seus antagonistas.

ciòncin íieológica, obtendo por ôssc feito o prêmio Wollaston.

A partir de 1902, houve um apai-cnte período de trégua nessa polêmica, que deixQU as colunas dos jornais para prosseguir veladamente noutros i setores, pràticamente mais eficientes desfecho final desfnvo*Mveí l>ara« o

V. Derby.

Um mérito realmente teve esta polêmica — foi o de forçar Derby a se empenhar com mais pi'esteza na publicação dos trabalhos realizado:^ pela Comissão. Em rápida verifica ção, vê-se que, de 1900 a 1004, a Co missão publicou mais de 20C( dos trabalhos de sua autoria até a presen te data, que assinala um período do 05 anos de existência.

O orçamento para o exercício do 1901 consignou à Comissão Geográfi ca e Geológica apenas GO^^r da verba que lhe fôra votada em 1903 e o seu pessoal técnico, justamente o de mais difícil substituição em todo o funcio nalismo do Estado, sofreu uma re dução de 30 até 40% nos seus venci mentos. A intervenção de Derby jun to no govêrno para minorar essa si tuação aflitivg, redundara em com pleto fracasso. Derby, que estivera a ponto de demitir-se, protelou esta resolução na esperança de encontrar maior compreensão nos novos mem bros do govêrno Jorge Tibiriçá, qu^ iam tomar posse em Maio dêsse ano. Carlos Botelho foi escolhido para Secretário da Agricultura do govêrno Tibiriçá. Plomem realizador, de visão e força de vontade, autoritário e nada vacilante em adotar medidas extre

A iiolômica se estendeu píiblicanieiitc até 1902, descambando para o campo pessoal, a ponto de ser tachaostrangeiro doingj-ato do U esso mesmo Derby (lue era uma das maio res glórias da geologia mundial, de cominovada dedicação o a quem o Brasil devia relevantes serviços, que trazia o mundo cientifico atento a mas para consumar seus intentos, ern mais propenso à causa defendida p<’ ' Behring e seus adeptos do que ã sus tentada por Derby. Não tardou muisuas pronunciações e que, baseado em estudos realizados no país, des truira, definitivamento, conceitos até então firmados como definitivos na

I^ir:i*s'i í> ■.< n.NoMico

to para Derby sentir que não encon traria em Carlos Botelho o apoio de que tanto precisava para reerguer a Comissão Geo^áfica e Geológica. A circular n.o 617 de 11 de Junho de

eng.o João Pedro Cardoso, jovem c reputado técnico ferroviário, de com provados e reais dotes do administra dor, que tomou po.ssc do cargo a 26 dêsse mês.

No relatório do.s ti‘al)alhos do ano de 1904, o secretário Carlos Botelho tornava público o seu ponto de vista, com estas pahivras: 1904, do Secretário da Agricultura, condizente com o “Livro de Ponto”, que não havia na Comissão, foi o pri meiro sintoma do descnlace que la ocorrer. A 18 de Julho de 1904, governo não mais fazia segredo da reorganização que ia realizar na Co missão Geográfica e Geológica e pusera a Derby sua transferência do cargo de chefia para um outro essoncialmente técnico-científico, onde êle pudesse dedicar todo o seu tempo na divulgação das riquezas do subsolo paulista. Essa solução que, do lado prático, era realmente conduzia o cientista o proa ideal, para o seu

“Existindo, porém, no momento, a máxima oportunidade em reconhecer a vasta zona do Sertão Pauli.sta, ain da completamentc desconhecida c fi gurando nos de nossosmodo mapas pouco lisonjeiro para o nosso grau de adiantamento e progresso, pareceu mais acertado adiar por um pouco continuação do Serviço de levanta mento da parte povoada do Estado, a fim de atacar e realizar de vez a dadeiro lugar, do lado moral tícamente inadmissível, e Derby se mostrara propenso a se acomodar dentro da situação proposta. Final mente, a 19 de Janeiro de 1905, Carlos Botelho fizera ver a Derby que o pla no de reforma da Comissão era fato assentado e que a Derby, reconheci damente avesso ao trato da geologia econômica, entregava o assunto lativo aos limites do Estado. pois verera prànão reo reconhecimento geral daquela zona, facilitando para a colonização e resolvendo im portante dúvida acerca da área total do Estado”. oaproveitamento seu

Derby não aceita essa situação 20 de Janeiro de 1905 envia a Carlos Botelho o seguinte ofício: Cidadão: e a

Tenho a honra de pedir-vos exonei;ação do cargo de Chefe da Comissão Geográfica e Geológica. Saúde e Fraternidade”.

Em 24 de Janeiro de 1905, saiu o decreto de exoneração de Derby e, nesse substituí-lo no cargo de Chefe da Co missão Geográfica e Geológica, o mesmo dia, foi nomeado para

A exoneração de Derby foi assunto de grande repercussão na Imprensa de São Paulo e Estados mais evoluídos do Brasil.

O “Coméi*cio de São Paulo”, órgão da oposição, critica acerbamente ’o governo e tece justos elogios ao exo nerado, afirmando que êle exonerou, mas fora compelido a exonerar-se, e estampa a seguinte ex pressão, que dez anos depois teria o seu triste reverso se tomada ao pé da letra:

“O Dr. Orville Derby exonerou-sc para não sucumbir.”

Derby saiu da Comissão Geográfi ca e Geológica justamente quando co meçara a colher os melhores frutos de sua obra. A Comissão Geográfide alguns nados não se

no Dicfato Eí-ON-ÓMICO

oa o Geolcígica gozava ontão de ele vada reputação cm todo o mundo e cru a única instituição do gênero em tôda a América do Sul.

O.s serviços topográficos tinham adquirido ritmo, c, nos últimos anos de .sua Chefia, sem quebra de padrão inicial, área da ordem ou superior a 10.000 Kn\- de levantamento defini tivo era a média anual. Um terço do Kstado já estava levantado topogràficamentc.

O.s serviços geológicos, embora res tritos, foram suficientes para esta belecer, (^uase que completamente, a coluna geológica do Estado. Com ex ceção do glacial, que só veio ser posi tivado por Woodworth, em 1908, to das a.s demais formações geológicas estavam pràticamente conhecidas, faltando só fazer a delimitação de seus contatos geológicos. Quanto à geologia econômica, devido ã natudos minérios existentes em reza.São

sâo Geográfica e Geológica, num pe ríodo de 19 anos, deixou mais de 61) J obras de sua exclusiva autoria, ver- ●, saudo os mais diversos e variados i assuntos.

Foi providencial o afastamento de Derby do âmbito estadual, porque Brasil lucrou muito com isto. Der by estava predestinado a criar novos j serviços técnico-científicos no Bra sil e a abrir novos horizontes para a geologia nacional.

Não resta a menor dúvida de que a exoneração repentina de Derby fo- ‘ ra motivo de apreensão para êle e pu- jj ra aqueles que o admiravam. Derby J o I

era um patrimônio paulista, pois aqui 1 labutara cerca de 20 anos conseculi- d vos, engrandecendo ainda mais o nonie de São Paulo, projetando-o na literatura científica do mundo.

O período de apreensão e expecta- J Ao notável .Jj cientista foi, imediatamente, oferecida ótima situação para ir estudar \ as jazidas diamantíferas da índia, \ mas êle recusou esta oferta para acei tar a que lhe fizera o Dr. Miguel i Calmon du Pin e Almeida, então Se cretário da Agricultura da Bahia, para reorganizar o Serviço de Terras e Minas daquele Estado e estudar as regiões diamantíferas, manganesíferas, petrolíferas e, também, a geolo gia do Estado.

Já em Março de 1905, menos de dois meses após sua saída, Derby iniciava nova fase de vida cientifica, no Estado da Bahia. Aí começou uma nova era de trabalhos geológicos tão ^ eficientes que o elevou e engrandeceu “* no concei^to de Miguel Calmon, que s desde então se tornou seu grande ami go e admirador. tiva fôra curto demais. Paulo, o seu parque industrial, na quela época, não era propício à sua utilização. Ela restringiu-se aos ma teriais de construção e cerâmica e a algumas caieiras nos arredores de Perus, Sorocaba, Pirapora e Parnaíba. As jazidas de carvão de CerquiIho, ferro de Jacupiranga, ferro e fosfato de Ipanema, foram objeto de tentativas de aproveitamento sem re sultado prático; mais feliz foi uma iniciativa de Plussalc e Mac-Knight, que exportaram cerca de 850 tonela das de minério de esmeril, durante o ano de 1904. Os serviços geodésiCOS e meteorológicos estavam bem aparelhados e atendendo de sobejo às suas finalidades.

São Paulo foi o teatro das maiores manifestações científicas de Derbj. Durante sua permanência na Comis-

Dií:kstoJ)1 Ecosómic:o i
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3 \ (
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I

^ então Ministivi de Viação e Obras Públicas, criou o Serviço fíeoló^ico e >■ Mineralóífico do Brasil, pelo Decreto I** G.32J de 10 dc Janeiro désse o I)]-. Mitfuel Calmon, ano, confiando

Em 1907,

() ano <lc 1ÍM5 foi fatídico imra Dorhy, com conscijuõncias mais pro fundas do tjm* as 1’auio. Já c-m <!{● Jamarc» <!»● Ií*ln, de !!»()} em São i

t* decreto JI . llM j-ciluzia ã expressão mais simphís o iiiçanuoito <lo Si-rviço (íeolóíjico e Miiicral«';i'ico do Brasil e nuidifieava as dii‘etrÍ7.e> tjaçadas p(jr Derby, sacrificando científicos e visando resultados ime diatos de natureza osserviç»)." econotnica.

sua direção. criaçã<i de tal a na Bahia, trabalho para Deiby, que logo se cerca de uma plêiade de ex perimentados geólogos, onde, de inía Derby a oportunidade de . Fácil é notar (pic a serviço fóia engcndradí L Nova I

[' científico se abre

|Kf. CIO, vamos encontrar Francisco de Paula Oliveira, Luís Gonzaga de Campos, Eusébio Paulo de Oliveir

I Cícero de Campos, Carlos Moreira, ii. Alberto Betim Pai.s Leme, Benedito

A deflagraçao da guerra ftd a caunu-ilida. A pasta eia <uUão ocupada por Pandiá Calógeras, um <los gran des adeptos e gia do Brasil. sa luincipal dessa daAgricultura

ostudios(is da (ícoloXão fôra êle c tal-

|L José dos Santos e Eugênio Hussak. Ademais, conta a, com a preciosa e efi cni vez de vez,acentuada dução no orçamento do Serviço, viria o decreto de sua extinção. umarociente colaboraçao de John Caspei' Branner, que faz excelentes estudos ^ ●● sob regime de contrato, além de Horace Williams e Miguel Arrojado Lisboa. Pelo Decreto n.o 7.5U1 de 12 dc Agosto de 1900; Mineralógico do Brasil Serviço Geológico oe passou para

Em 8 de Julho de lOlõ Pandiá Ca lógeras é substituído por José Bufino Bezerra Cavalcanti. Derby inicia junto ao novo Ministro suas investi das ])ara a melhoria do seu serviço. Porém, tudo em vao. Na pi^esunçao <iue sua qualidade de de“estrangeiI; o Ministério da Agricultura, sofrendo, logo dejiois duas reformas: a dc ro” era um estorvo para a consecução í^eus fins, Derby, mais uma vex demonstrando o seu grande amor ao Brasil e seu ardente interêsse no de senvolvimento da geologia nacional, naturaliza-se brasileiro. E na qua lidade de cidadão brasileiro, prosseft ue na sua luta, momontâneamente esperançoso. Porém, novamonde mais

9 de Novembro de 1910 — Decreto 8.359, e a de 18 de Dezembro de 1911, — Decreto n.o 9.212, que redu zia os vencimentos de seus técnicos ] de 25 até 33''Á , o que causou profundo desalento e desgosto ao corpo tccto, tudo nico.

Daí por semeem ser reproduzido sua peregrina em vao. Nas vésperas dc 27 dc Novembro, quando de uma visita ao Ministro da Agricultura, Derby experimenta nova.s decepções e fracasso de seus intentos. Essa nova carga ultrapassou o seu poder de resistência e outão êle premeditou um paradeiro para suas lutas, antecipando o seu epílogo. r ção pelas repartições federais, podiam auxiliá-lo em sua obra, que co¬ meçou.

E a hi.stória se repete, diante Derby sente que drama lhante ao que teve dc enfrentar 1904, em São Paulo, iria, sob aspectos bastante parecidos, no palco federal. E a

● »2 DtCrsTO ríONÓNtlCO

Assim, enlrc' 0 o 10 horas da manliã (lo dia 27 <lo Xovombro de lOlã, sficna <● <'alculadnnu'nto. pòs tC‘rmo inilhanto oxistôncia, suicidantiro n<' crânio, sôbro ocupava há 8 anos, num junto ao torroiTo do l'’s(ran^turos, na cidade do

a í^ua do-sc-, c-oni um o lidto uuo miarto .'ituado Hotel d<is

Uio dl* Jamúro. Derby sucumbiu para não exonerar-se f:lc quisera dar um desfecho dife rente piira o drama que represontara no Rio de Janeiro.

Derli.s' l inha dl anos, ilos quais 10 vividos no lírasil, justamento os -10 anos mais propieios jiara dedicar ao Hrasil tudo o que de mellior lhe po dia of’ei'ec<*r. 1 )i'dieando-se de corpo e alma à i-ieneia, nunca pensou om fazer fortuna e, segundo contempo râneos dc suas relações, a sua situafinam-eira. ijuando de sua morte, ba.stante precária. çao cru

Não s(* pode imputar ao nosso Mini.stro a responsabilidade total nesta fratrédia. A resolução do Derby foi motivada por muitas causas e não só única.]>oi' uma

Aniilisemos Derby com a opinião de seu maioi' c mais dedicado amigo c íiTande admiradi>r — John Caspor Brannei', a quem o Brasil também deassinalados serviços.

Do início ao fim cie sua magistral caiTcira, Derby foi um paleontologista. Não tinha afeição pola geo logia estrutural o seus métodos ve c,

que não só prejudicavam suas pi‘0’ prias realizações dc seus auxiliares. também comoas Derby nunca se sentiu obrigrado a mostrar os resul- J tados de seus ti'abalhos e, possivel mente, essa foi uma das razões que contribuíram para o governo acei-tar a carga qiie lhe fizeram renunciar a seu cargo na Comissão Geográfica 0 Geológica de São Paulo.

Branner conta que uma vez, cn-5 ticando-o por não ter dado publicidado a muitos de seus trabalhos, guntou-lho onde ele os guardava, c j Derby respondeu-lhe: — “Em minha cabeça”. I

A intromissão dc Derby de direção dos nos nosso 1

cargos J serviços oficiais noq Brasil foi, para êsse pais, de enorme ► benefício, porém, altamente prejudiciai para èle próprio. Tivesse Perby^ se conformado em viver dentro de. ambiente apenas no desempe-. nho direto do trabalhos técnico-cien* tificos, sem dispersão de sen pi*ecio3o tempo nas lides administrativas o,J então, não temos dúvida, a sua olu^a seria muito mais grandiosa e o colo- \ caria em posição muito mais alta do, que a já bastante elevada em que ers tido no mundo científico. Derby era ; de dicção dura e pouco atraente, mas ^ empregava magistralmente o portu- í guês c sua argumentação era incisiva ] e clara. i

^ Alíeu Diniz Gonçalves, um dos dis- j cipulos nacionais mais sinceros de Derby, que começou a servir o degran mestre desde os primeiros dias muitodo menos, pai*a a geologia eco nômica. A sua verdadeira obsessão foi sempre a geologia pura. Como autor e naiTador científico era extve-

sua campanha de 1905 Bahia, e 190G, nae vem colhendo, cuidadosa e pacentemente. dados, referências e , incidentes interessantes da vida de Derby, classificou número de 174 ns suas obras, cm ■ como segue: mamento cauteloso e essa excessiva cautela foi razão dc demova na impi-e.ssãü de muitos de seus trabalhos,

93Oic;i:s'i(> lÜcoNÓMUo
J

48

Mineraloífin e Geolopia Geoí?rafia física o Cartografia (ieolofirla

Meteorologia e outros assuntos r\'ilcontolojjia e ArqMooloíria Petrografia Polêmicas.

tos, seus feitos ligados eternamento àgrande geologia do Brasil

fiOU

em

; A obra de Derby foi grande demais e não pòde ser senão pàlidamente sin tetizada neste rápido bosquejo, que procuramos firmar, no espaço o no tempo, a sua brilhante trajetória por esta terra.

Rememoremos Derby êle fêz de grandioso. no muito que Derby partiu para o repouso eterno, deixando, an-

0 muito amado campo do ação. Rendemos, neste momento, nossas maiores homenagens de gloidfieação e gratidão ao sábio, inolvidável inspi rador da fundação da ('omissão Geo gráfica e Geológica de São Paulo, da qual somos os mais diretos des cendentes.

94 Digksto Kconómico
vcr.sanclo sôbre 44 31 19 18 10 4

A manutenção da renda do latifúndio e suas deformações na economia soviética ^

Públifus du Esudu de Socioloeia c Política de -r S.ii' ; antigo professor c'atedrátic“0 da Universidaoe do Bucareste)

, |’n>tt-ssoi- iK'

Ai. ri uNA I i\ A cia csc-iíiHuic: ra a economia soviética í)ii ;i retribuição do ●nti- <l:i piodução resulta cla na-

A fatia aií» tnrc-x.a tm-siiia th) proces.st) oconoinico c, caM». a «‘fniirvmia soxiética deveria ri itfi»rar a renda t- os outros rondimonlos fapilalistas aos t)ii os ii-mliiufiilos inttTc.sst-proxfilo)

artificiais ilo prct,-os das morcadorias; capitalistas (rendasão apenas e.xcresum regmie (|ue cfnciasexuessn hipótese, ima abolição di- tais rendimentos. traballio piorat\ o pnii!ia-sf

Cpnal foi a atitude tio sistema econóniico so\ ictict) tlianlc de tal alternatix a ?

tado, caso cm que as empresas quo ex ploram essixs torras são chamadas so\j kho7.es”; ou as propriedades agrícolas .são exploradas sob a fonua de cooperaj tiva, chauiando-se “kolkhozes”.

Essas empresas cooperativas nauí sob o regime do certa autonomias baseada num princípio fundamental qu(3 tem o nome de “khozraztchot”, segundo o qual são encarregadas de executar pkmo. prescrito pelo \olume da produ-í (,’ão a ser atingida. São obrigadas, sem^ pre em virtude dêsse princípio funda mental, a equilibrar seu orçamento. 0 proí.x) conseguido com a \cnda dos pro dutos deve, portanto, em princípio, ser ri’muncrador, isto é, deve cobrir as des-' posas diretas e indiretas e, ao mesmo tempo, dar margem a um benefício, quí a assembléia geral dos membros do “kolkhoz” distribuirá a cada “kolkhoj funcio0

A rt-ntla Ialifundária, assim como o intlo capital o o prt>vcito do cinclctlor ft)ram mantidos, com a dios referidos It-ròssc l>rctMi ft-rc-nça, loda\ ia, dt‘ que rtMiclinicntt)S it)ram, sempre que isso se tornou poí’''bfl. retirados pelo Estado. Ou então so deformou também a manide tais feslaçat)íenônionos cconomicos, 7,iano”, levando em conta os dias-traba Iho efetuados por cada qual.

tlecrelandt) o desaparecimento dc suas funções, cjut! derivavam da própria nadèsses tiirex.afenômenos. -^ cola estabelecida e que funciona numa \ propriedade do Estado, pertencente a i èste último, toda a produção lhe cab^ automaticamente. Os operários agríco las dt) sovkhoz não passam, portanto de .simples assalariados do Estado.

O lato de (pie os rendimentos capita listas não tenham podido ser eliminados dt> proecssso da produção infirma a tese marxista do “valor-trabalbo”. A elimi¬ nação díi renda, do interesse e do pro veito líão c possível e a e.xperiéncia so viética vcni nos confirmar essa tese, já cvúdôncia econômica soviética fjncreii

Sendo o "sovkhoz uma empresa agri

Os “sovkhozes” são

, assim, obrigados .1 entregar tòda sua produção ao Estado,' enquanto qrre os “kolkhoEes” devem forí neeer apenas algumas quantidades prèV,amente frxadas. Para o pagamento da produção fornecida, o Estado credita essas empresas no Banco, na base dá um preço estabelecido autoritàriameniM

Apenas os kolkllozes" têm direito dt‘ flc-tc a existência desses rendimentos ca¬ pitalistas

A produção agrícola é, no regime so viético, levada a efeito sob um duplo regime de propriedade socialista: ou as propriedades agrícolas pertencem ao Es-

.t
L V

MJldíT dtiit' -.

nos riicrcatlos «●r.pcfiais os nfio n lir.idos pt-lo Esl.tdo. *● f{n.iiilida<li-> ru-crssári iv à i’. d.i coop ra{Ml > 1 1)1,1 . ton.s<r\ar us al:mi')ila(,.io dos iiicinlm

Milisistc- f.italmriilf n.i i toiituiii.i ,i loniM «Ia <iiil.1. r (jin- i

St-s-ln.n.ao Uim..i mus I u: .1 «l(-s "Mi\kIii)/r uiiil' I"d ‘ a "_'i u u! I ( ,il ii '!●II ao I ● ,k ti% a.

[)IlKlllC,âo li- os Oj)«‘il.iri ai"S Dis.sf) n-Kiiita o ap-in t-iiiiciito d<- dois p»'i'C,()S d:f»r< ut( - pari um UK-sino {)rodi”(»: ] ) I uj {)r ●( n tii\<idu para <is j)rodutüs rcUrado.s pelo Ksiado; 2.) Um j)rr<,() do jui rcado p.ira os {)rodulos postos à Vfiida, c-iii i{iiaiilida<lrs rcdu/idas, jxlos “kolkhi//.fs". iòssi" j)n-vo Huliia sogoiido a lei fia ofi-rla <● da procura.

Muíiialidadc ilc fjiic a i-sta!)( Iccessf |)ri {,os Mesmo na i i tonomia so\ ictica di j .trajs .1^1 < { a sm.[s, UI .is●

I , lolalidadc polda ili< < i>. [>● I I 1'pi, .u " l>da p- !o 1',st,ido SI liadi i/. 1“ '* d ●. i-m uma d k .iilo Id.lda 1"I si ^n.i .did.iosasos Opfdc irajaiiai, ●,s|Òíl.'0< s..Kiri,.ilos 'íi :Io( IpaUos. ririr<s i'ii','lolj,idos i-m n il i t lasse b.Jliadori s < Uaiiliam s.tlat iimu li'\ a<io cm 1 <]nc aluiii is luila o d,\cm iorncodiu ão oiii IcrI II ijiio scja ; i.iis iiiíi-iisiui ( -r |iai'a nm.i r.' iia iiu' <●1 l

versos, scoiimlo dufos n linulos ja-l miria a renda latifmidiári \is*.o, entro outras siüiialdadra rc^ia o ...iri a o. para os proKstado, não .suprimrsma ])i eis ,

subsisto. i«'í; (voMomía so\ U'ti* idcllL-Kla, coisas de terras para canprc-.sa.s \izin!ias nina de epio existe mesmo

A n nda laiilu, na i-Sse íato o 1. *● to-

f ■niiis ip'*-’ auriiie du (jiiando \i dus Os proilnio-' olas oiilra.sfio

A renda \'Íético é, j)orLanto, \isj\el ainda do no siste ( l'lslado ‘> nniloniic. alidado ' iilrem:: -.s ao ma soiin ju'i‘eo faz abstrai,'ão da i|i' da terra e de sna si mais liun,'-'**’de sof jiic na (‘tonomia capitalista, já <[ue, para os j-)rodulns retir.idos pelo E.slaclo, scniélico fixa o reírmie preços únicos {)ara toclo o

1 eorieameiiio, a nuida não eliminada, mesmo em inn onlro sisloni-^ iipeias^c dea economia socialista. < I ● outras rórninl; is ([iie nãopaís. ●stra)(aS ip>*‘ noje em xi^ov na economia c'islo (jiie a dest^naldadi ' iirij^i”'* siea siiljsislc, natureza. Mix \irlndep de su.i

Os j)ieços c!o klioziano iniTcaclo “livre dos cvc(‘( lentes são fixaclo.s pelo jòtfo du oferta e da elninclo a'sim, eles lambe latifimcliária. 'külproeiira, m, imm renda miética, 1 e Ikiriipida

■ Aflmifindoliininacla. (s<‘r desigualdade coiisumido({iie ]iossa '●iieoariamos a outra ' Pela prodiieão dos quantidades entreeues , pelos “kolkliozi‘s”, o pereeije i-le prójirio a renda (]iic não po de destruir. soxkliozes” e da

Quanto aos exeeclenle s obrigatòriainento Estado soviético «liria resj)eilo aos {xudiamus (l"i‘ não eonos eleito, sii desla \'ez Com {>reços dos produtos aipicolas tém renda e res. representam exal sexc-lukolkbo/ianos”, a rcaicla cabe aos mem bros cia cdoperativa.

A renda <\stá em liinção da rcrlilidade (la terra, de sna situa(;'ão especial e, co mo esses fatòres não podem ser recliizi,● dos a um denominador comum, a renda

H a o si\'amente a reninneração do trabalho, lemos então uma ^ama infinita dc’ pieços, em fuiu-ão da fertilidade cia terra le\’a ã possibi0 de sua situac,'ão. lidado, por parle de alguns consumido res, de ajn'(í\isionavE isso preços SCmeno a s

"í)'! í-;í IDlCto\i>>uf;o MO

si'Hul dus olVito. opoiArios ajçrícohis. Coinj stnwuliamos dois “kolkhozt’s”>Í qm- lífort^tTin no morcado livre umaí (pianlidade de* produtos, vondi-i dos ao mesmo preço. Um “kolkhoz’'3 podo muito l>cm pt)ssuir um mimem j mais reduzido do operários c produzir , to.nto t|uaulo, senão mais. do que outro 1| “kolklioz”, em \irlude tâo somente da | fertilidade extvpeional dc suas terras.V Ali'm d’SM), SC .se encontra nas proximi*j d.ales do mercado, há nisso uma vanla- 1 <'h'\.uh»s im-' '●●l,i(i\ iliii.iM ide <1.. P«-l eejx.ãi oiilros. (lèsse ri'ndi* ulanto. muna iUsfa\oráv‘d .1 eoniprar o-< a » ● in-fii,) t« Hsi I rm ir-'.(●-.'i. p ● listo.

.i<m. !■ .jii> s.u' oi.ii.^ idus ptíid. il, i-:e. l.iri,; r n-nti 1,1.ale d<1 Ic 1 .11 Ios ! ' c.■ -mtoril.u |> (1 .1 ● ; ■ I re' .1 n r4“lidifc-jo. ipie , ● ● 'diit»'s .1 preços in preço inecii<i iinii 'tioe. .1 d<-si i'ii.ilil,nl,. seria PUIU>S tul. sse 11111.i pi.compen' o'i (oilus os fons:iniid<'ri'S. lomi. í; M IO' ' aç ã< > '■el üeiii certa. I' ●! ioi iinil.i so\iélic.i. ..ir.odi I á \i(l i rionóinica iiori.uilnuiile atiniíir iim la-einie

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ni 1] '( )U- ● 11., M I M )

Ii.u ,io ,e.iJ-ieol.i ilo país. trilnilação auricolas. nietodo alista aros - i.i fiscal'\ 11 I < )iiI mi daa I *> 1 ; -rr.isI <da lUioinia). I ea Si 1 n

● ●lifão jíi-1.111'h > pai'a I’ I.lis-\ , ! i .I ,>l >; .e 1 1 ! I issi \ < -I propi icil.ul'' <h>iuul(> c-um< l)('ii tlcfitiilix in

O iui|U)slo pri\ein .1, i.i. ni' li"h> liseal nuliineiitar. abanc-ii'iKÍafinanceira iiilrns inslriinirntos. da\'a. ein i)S i iusinus resultados.

ipie ; (lirciln (If inchogar por cpic à flesigimlciade. do consuinidore.s, pie aipièli' ,jiu* repousa na Icladi- i|uant() ao proilutor, deipie (leri\a do IVnòmeno da rciula, tpK' algiuiN propriidários as

í-iiios 11 te\ oina sisii-ii i.i ‘|'ie \ isla liosd.|)oiiliiscria iiiellinr (lo (t. ‘.{●roa Idad (' provcnioiites da própria iia(Ir Mia (erra. X .uil,;o;eiis fui<-/:a

Os membros do primeiro “kolkhoz ixceberão. portanto, um salário maisl el('\'ado do cpie os dü segundo. Do on-"l de provém, assim, essa desigualdade dei remuneração, a não ser da renda ? (lilerença entre a eamomia soviéti- í ca e a economia capitalista reside, nes,sas condições, aqui, no fato dc que l\á j a substituição do beneficiário (juanto à ^ p(’rcepção da renda. .J

Mas é licita indagar então sc a ronda J ganha pelo operário é mai.s legítima do 1 tpu' a do proprietário. m

H<-lalix ai 11' 'lUe a reuda cpie sc concrolix.a seiii pr,-eos loniiados pela lei da oferta klioziaiiD-s” J^aia das li\reiiK-ult', é intc'r,'ssante fazer al()l)ser\ ações.

<● da inoeiira iios m(‘ieados “kolas (pumlidades \endigiiinas

As reii

das das empresas “kolkbozàauas” são rep;^utidas entre os membros da e«oper.ili\a, na base* do número de diasfíaliallio eíátixos. Èsso princípio dc «●lislribiiicrio leva a uma renuincração dc-

.\cr(‘ditamos (jue é um èrro colocar ;\H (picstão dessa maneira. \Mirque, na rea-l lidadi', o prolilema c .saber se se deveí preferir que a renda de uma corta cate-’*f gmia dc proprietários — no caso aíjucles ^ <pie possuem terras naluralmentc pri\í- í logiadas — abranja apenas um munero ^ limitado dc operários agrícolas. Por-^í que, na verdade, não sc limita a substi- * tuir os beneficiários, colocando os opc-1 rários cm lugar dos proprietários, mas 3 clao-se \ iintagcns a alguns operários, em y detrimento dc outros.^ j

A propriedade de Estado, assim como I a propriedade pri\ada, ás quais cabe ajj renda como produto natural, podem, de-^ pois da distribuição dos produtos. si*rl sobrecarregadas de encargos, seja em,J fa\ or dos consumidores, seja em f:uor N

. II. Dit;rs r o i
i

renda latifundiária na economia so viética. dos operários. Isso pode ser feito pelo mecanismo da redistribuição orçamentá ria, que dará à economia privada ou o produto integral da renda — no primei ro caso —ou uma cota-parte da mesma, na hipótese da propric^dade privada.

Da mesma fonna que não se po<le detransferéncía da renda do doc) setor propriedadedo para cidir a tnitiio da não se pode também transfeconsuinidoros dossem trabalho. em favorri-ia

Tal concepção da economia financei ra, é natural, não entra em atrito com a naturezíi das coisas e concordará tam bém com o fenômeno da manutenção da 1

contradi/.er o jixiom.i de que ela é o reItado da prod' siderada como ta!. .só pode s<-r a>nS11 uçao e

DiOKSTO EcONÓNOcfi'98

NOVOS PLANOS

tècnicaniente oroalí-

<iuí' ocorrido d<- transportes, com reflexos diretos na vida das popvdavões, não fc7. acordar os sonliado!<‘S, <‘ntrt‘tanlo. cm matéria Conlinuavilhas ? As ligações ::áveis, ao ver cia comissão, seriam, dessa fonna: M

nios a planejar can iiramlc escala o limiamos a p«'»f de lado os incômodos processos (|iic- ol>riiíam à obscr\ação da rc*alidad('. o csttulo das condições econô micas do país. qucT no .sentido dc conconssidades de transportes, de simples sua produção inicaçoc‘s o um jnjrar as ncc-e ({«ic asconu as nec‘cssidades do sa meio, c- da repartição g<-ográfica des.sa produ ção, das orientaçõ(‘s de ●ntido d(' sou escoamento rpicr no .■« , \’orificar as possibili-

dades <lt) T esouro para tornar real aquilo c c}bjt“lo dc agitadas c x^erturbadoras c-ogilações dc galíinclc. Onde não há o fronto de ní'ccs.sidadcs qiic* e dc possibinão existe p>lancjamcnlo algum; poderá ba\'cr i^irojetos, sonhos, ideais, tcmdcncia.s, o que quer que seja, menos X>lanejamcnto.

Oc algum modo, o -encarccimento da ferro\’iária cf)n Iidad<‘S, rcx>erculiu entre lilancjadorcs da viação nacional.

— do rio Pròto c^om o rio do Sono cS Gurquéia, interligando as bacias do J Tocantins e do S. Francisco entre si eJ com a do Pamaiba ;

— a do S. Francisco com a do Pa- , raná, através do rio Grande; « o

— a do Araguaia com a do Paraguai,^ através do juruena, Guaporé e Jauru

— a do Tocantins com a do Araguaia,-! através dos rios das Almas e Vermelho u

— a do Paraíba com a do Ticté;

— a do Jacuí com a do Ibicuí, ídraJB \’és do Vacacai; .

— a do Itapicuru com a do Pamaibãj entre Ca.\ias e Teresina ; '9H

— u do Mearim com a do TocantiiísJ através do Grajaú; ~

— e a do Paranã com a do ParaguaiS através dos rios Irinheima, Brilhante el Miranda.

●SC tratar da rexisao do antigo plano dc 1034, o geografismo encontrou um ata lho maravilhoso: em seus estudos sôbrc ') interior do Bra.sil, cm particular dos si.stcnias hidrográficos, um dos redaquclc x^lano verificara, ^jor ob●Sí‘r\ ação direta, aquilo que todos os es tudiosos dc geografia sabiam de há muito, isto é, que as nossas bacias prin cipais tôm as suas primeiras águas mui to próximas umas das outras, havendo vários casos de comunicação entre elas. Como não e.xplomr essa fonte dc maraCíuistruçao osAo

■Seus visores

Ao lado de tais interligações, consta-9 tou-sc o aproveitamento das ligações § naturais seguintes da bacia amazônica S

— a bacia do Orcnoco, por íntenné^ diü de afluentes e sub-afluentes do rio | Negro e canal Cassiquiare ; ' J ' bacia do Paraguai, em sele pontos J diversos, através de afluentes do Tapajós ^ e do Araguaia ; j

— a — à bacia do S. Francisco, através^ dos rios do Sono e Preto, na lagoa do 1 Veredão. u

Enquanto a revisão que dava tantoJ realce às ligações fluviais se processava, ;

■' Ti,

r<o\(>NfirívDi(.»sn)

niarclia\am no f.ontjn.-sso projt-tos sos. como o (Ir) Pl.ino dil'crro\iári;i. "tiTiclo o riam nove miliiõ- ■li iira^ão (!*■ <!-● cru/''iros

fl'ui(l;i. Min ;ir(l'-nlt‘ ]i;ítrintis-

■●'tll ' lifl .'l‘- I Çiaiirlcs projK>rc<us não lirvc● 'lOi

MIOU. ‘cmcunoHíshiiir.u,ão qual - .-iilr- '..'til'\I Ti^òntnii.i f IMil 1 !'.v|nii 1 11 "■ !". , ■ jiit.

is p 'Ii'( i!. I.t fr -.m;m j) lOjllc (pir <!á à ri.iáíi .um il 'i.i <jr(ir !.i (!»●

lu ;ii iim i lii/rio d'iiiii mico● r

*●< oiiomíIS fi irovi.is \ .11 S' ;l I' > !*● 1 /' 111 -iT r jiM is' I !'- ii i :i ■ ni la I -I I I 111*' ; I' l’:UM O csl.d)' I :< ral. for.i II' lilo ''' ● I oiinini' o í|i: :iM<''il 1 (:> * ( ' I' 1 r- ( ( ilK d)')rdiit,id: snbinrtido (● grosso o 1*1 iiio dr- X im.ão Xacioii.d as rcvisõc‘ f' it is, os seus íiidicr-s fund; Verifica-se. d'- sen < IS O Il c-oii apr'-se!ií;md()--.(● iincii!c 'sfiido a siii'

V

Ml ipc -n.,-- Ia ■' .1● i.H '■ \is.'iO dn pro<■ o .ítr.iiiji I I ●! ij< 1 i - it i uor :● I ●^r,.\ id rl.td.d'lt : .1 I .iI 'lii.i - f pol.aiilirm, p Irc.irln. II.M) [) ’ r»

[i ssl S I )::i1111Ui iinitrinhimis prcjm/o nião de (Tiiz- irr^s mo dc costnni prioridadr-' ir m as <ondi'p')cs ca.s <l.is ri'.riõcs '<rvid.;s (ontt nipladils. ni in r> r- ^iiní i sõcs a f|ni- < stãi) i l.is vi ]’onco adiante, i r.i

iiii qu.idro pl.meja‘i (!' ■ n,d'|ii« r l(i‘,.)rio. pncli'gr.iiices linlia.s. suas si ia. ir.n.os priiui!-.|ii-it‘ncias, ● I I i ( fUM alter ulos r: iii'i iiK ‘r ;r, i m si i..s i |■<●l tid ide < '. 'ni|iii II j( i ■l i'.!' !1S. M '1 p I' s,i(|.). i.ii-. de<■ llis.is modéstia do pro-^riama de ferroviárias. qa*' jire\i,i .f 'onslriK.õe, ajienas 4.205) ''\eeiil;idos lar eiii isiOliMMli I. el i Mini ili'tii jar IIIII ●● i lein.i de \ iiu ao. OIIIU eiii nlltli S I.IS I l\)i <|IMlqi'el (jiiilíjmetros p.ira seir-m largo prazo, da rt'de rodo-prazo <●111 -<|ite. para Ikasi! «'■ iiulislio slM cjiiealimento

I opensáci de tildo, conlu,,er lu-m eondiv»’^r niistor coimO' ■nas. I, antes cè ap viária seria d.i ordem cie 46.000 (|iiii<',metros. Cioiiio

a época era de debates c m -las sòmeii●s de oulão léirno (Ia (jiie.stão do apro\(‘itamento do petriileo nacional, ([iii.s dei.xar a (piestão ao abandono .se ({iii.s ficar atnis (mi planej. ssi grandeza, e quem

te,atra\esV estmlost(‘óri●onlieeimcnUi Ihanr( COS. como proprio iinilaleral ( Sou/si !(> e nem dirí to pode dão eonlu-e s<'r lioi ■ oleofbitos ligando po interior d.i cunsMacaoi\( ia |)irr<'ilanienle ai(li’'ia t. t . los extreiiK..s do u pais e lias proporções da bela fra.se; “O Hrasil de\'c ter planos de dl) tamanho de Mia geografia \! jacao

●'iia \ ida ecomniiica Os p l.mos por léciiieos em \'iac,-âo c.’liegaram a con.stitii ir-' ●lentes exemplares, eqtianem exe< deIo aos aspectos geogréificiis, mas iiao a mínima iinpurláncía

Onde não existe o cpie uma íicc,'ão geosenticlo às ramcorrentes de transporte, transpoilur, a via(,-ão é* gráfica Viação sé) adípiire quando ser\e aos transportes. Procurar

do pais e defendia iriição de V entre pa e a fronteira colombiana) eiso. nmaerrm'M etii priini'ira mgciieia. I E pietonli'.'e<'r a Antesfeitos d<' mais nad.i. gnir, ainda (jiie r'ni uni ponto ess<'ii(-jal: dores, a todos os ram unm parecia de t(>ntribiii(,'rio paru u soluvão (lo jirolilcnm da \ia(,'ão e dos tran.sporte.s no Brasil (viaeão e transportc'S sempre i:'io confnmliclns. embora (|ua.se .sempre nial compreendidos), anicumpre dislinrepelieãf) c‘()nslaiile, a Iodos os pliineja({II' '. algum dia, Ironxe-

100 ●i
■/
/

como se vom — atravé.s fazendo.de d«- \elhos anos. iim simpl<-s nivio. tíniu) é a consisto

problema . pressão, esses interesses, nas orguniz \ iação, não seiiao i’in ínxerler os tèrmos do 1'iie-se. Jor.i de (jman l<'ni iiUerèsse.s (jualqiuT comuns, c aç-õe.s n;icioviila econômica, na ri‘giões c das zo-

íinalicladv unitária. geiros quirimos o que não podemos ainda pro duzir, om virtude do nosso estágio eco nômico rudimentar, as máquinas combustíveis em primeiro lugar. As cor rentes de transjx)rte da produção para mercados externos exigem:

nais, ancoram aa intcrdcpcndcniia das nas. nas trocas rc‘cijirocas com . <!< ni às suas n«'ees.sidades. «lue atcii●st.iln lecimenlo cK‘ de <pu' Para o e: um sistema u \ iação* deé transportes, simples iiu'io. é neei-ssario. atUc‘s de mais nad.i : um

nos e os

provòni as divisas em que aad-

- iranspçrtcs terrestres, na sua qua● totalidade ferroviários, do interior ós portos de embarque ;

— transbordo, nos portos de em barque ;

— transportes occàniws, dos portos dc embarque aos mercados consumidt>res estrangeiros.

— fax.iT mna c-on\ ergir fonslJiição.nos

Sempre (juc alguma coisa de anormal perturba e.ssas etapas do transporte produção destinada ao exterior, anormalidade se reflete si para da do nos preços

|)lan<-jar●íimuh» ijoiliien. se nina política cstal)c‘lccer mn sislcaua de prioridairdem de um critério ecodmrdiiuulo a um conjunto, a ccoiKunica : <lcsurgência, ainda econômicas ; esforços, melhoramentos os na ou no produto. Durante a última guerra perturbações abrangeram as très etapas: o transporte ferronário sofreu conge::' tionamonto, o pòrto principal padeceu da mesma anomalia o o transporte oceâ nico sofreu das dificuldades iwlurai> daquela época. Mas não é só a guerra que traz tais perturbações. Em tenqm cie paz elas são comuns. Enquanto não nos aparelharmos comenientemente pa ra executar os transportes terrestres, em primeiro lugar; para movimentar as car gas nos porto.s, particularmente cm San tos e no Rio de Janeiro, gar; e para transportar a produção aoj: mercados con.sumidores, por último, ' sofreremos tais contratempos, e eles ■'^e refletirão nos preços, em detrimento dos nossos intcrè.sses. as segundo emlu;

●f[ui[)amcnl<>, ataeanclo, a totaliilade dos ordem (1(> rcton tom com a maioria meios, e ainda urgência, v(dejrinulo aqm la tt-rminaclus /.onas ott ' ias ;

— planejar curto, para (jm. o trabuimalkle em p<nico lempo, ou \arieiii cie forma a plano, inclusive as financiamento.

Isso é alguma cois>' fniidii<la nas ncccssidadc's

O Hrasil tc-m peculiaridades cpie dcconsicleradas v cujo estpiccinto torna incxccjuí\'('l cjualquer plano, mais alto idcaliscliscorclanU' do <piadro apre‘alidíule. No cpie toca à tais peculiaridades podem scr cscpicnializadas; perturcondições de scr mas llio naí) sc c-oncliçõc'S bar o scii \ cm nic fundado fpic seja no mo, sentado j^cla produção. ràpidum(“ntc

] _ Produção para mercados externos

_ con.stitnindo o maior volume e o maior n que ultrapassa, cmno sc vè. mn simples plano de \iação nacional.

2.- Produção para mercados nacio nais - em que se disünguem, do fonu^i global, duas correntes principais transportes: u corrente do interior para os portos, destinada aos mercados na\ alor da produção nacional, cuja impor tância, na \'ida brasileira, não é preciso vez cpic de sua colocaincrcados consumidores estranciicavcccr, mna ção nos

101Dk;ksio ICconómic.o

cionais abastecidos p<'la cabotaiícni; <■ a corrente interna, íocorricla p<*Ios trans portes inttriramcntc terrestres. Tais correntes eonstituein-se, principalim-nti*. de utilidades e prodntos alinientícios. Dificilmente stjportinn fretes altos e <listingnern-sc da prnclm.ão destinada aos mercados c.xtcrnos náo só por i'SO como por características diversas, entre as quais está o seu bai.xo valor íinitário e ’ o seu volume variável. Exigem, para [ as correntes completadas prda navegarão costeira, no treclio terre.stre. as mesmas vias ducpiela <jue se destina ao estran geiro; no trcclio marítimo, pela nalizavão da cabotagem, o aparelliaíiu* to da frota nacional de forma ; tir o barateamento dos fretes. nacio●na permiA movi

limito recentes e .sna interpriiação particiilarment»- difícil p.ira cpie admitajiKis. (l' s(le logo. aijiiela snpiTÍorid.ide. A primazia da c-abotagem. no que diz. res peito ao mcriatlo interno, p.irece ainda assegurada por algum tempo, de uma iiiam-ira eenil. embora a própria grandezalerrilorial geoiirafie.t e a dispers.io das ilhas (i<* consumo e de algnns cen¬ tros ílistribnidon s não di’-pense, tai.s correntes de tanto qii.mto se possa prever, transporte.

Pelc) exame do sentado, .itencler: esque acima apre●ssidadi- di‘ ma verifieaiiKis a nect

as correntes terresporlos exporli ferrovias exislcni-

— com prioridade, tres (!o interior e dores, aparelhando ; tí“s, pois (pie atendem a mc^reados exter nos de importância i-ssíaicial para o nos so desi-nvoKinu-nto <-eonómieo, c grande parti- (lo.s pró[)rios iiiereaclo.s internos ; arelhapara os as em M-gniula urgência mentação nos portos impõe qnc sc es tenda, em menor escala, a outms' portos litorànco.s a reforma indispensável, forma a não encarecer produtos innito de sc-nsivcis às alti-mções de fretes.

'*5 — Priiclução pura mercados , ao ap navegação de cabotagem, ']oe ‘ ce as ligações mais ilistantcs, na grandeza geográfica do pais ; — finalmcnte. po.ssibililam mento da e.stabel

internas qn^^" íonal vias circulação as anaei regio nais — exigindo correntes cie l(*rrestrestransporte cpie, em sua maioria, pode ser i acudida pelo sistema rodoviário. Cons titui-se, em sna maioria, de produtos ali mentícios, de natureza perecível, consumo imediato. características se conjugam perfeilamente transporte rodoviário, dc porta a porta. Articula-sc, muitas vezes, com as corren tes de transporte internas ferroviárias, daí a necessidade dc as fi-rrovias, além dc outros motivos, constituírem um sistema para que com as do f:

" complementar dc transporte automóvel, .senão mesmo entrarem na velha senda, para as estradas dc outros países, da co lonização das terras marginais.

Ainda que as estatí.sticas, ultimamcnte, tenliíim mostrado a superioridade, no mercado interno, das correntes terrestres sôbrc as que se apóiam na navegação de cabotagem, tais estatísticas são ainda

restre.

Dentro desses Irès itens, todo mn levantado. ;sidadc pne transportes podería ser » nece.s no d nao licando esquecida ; mordia) di* ligá-lo a uma política econô mica nai-ional, isto é, a um conjunto de Tuedidas destinadas dução, fomento da aoprodeà segurança interessantes, produ tor, quer ao consumidor, quer aos órgãos governamentais dc crédito c de trans portes . Isto é algo mais do que traçar linhas numa carta geográfica, e planos de viação que não encontram re flexo algum na realidade.

ao seu amparo, colocação, i-m suabases <\v fonna a nao onerar quer ao levantar

Dir.KSTO Econômico102

CAFEICULTURA?

Josjí: Testa (Clicif cl.i c Publicidade, da Superintendência do Café) comerciantes deve ser próprios produtores e de café acordaram eni que Só 0 poder público, con●ecente convênio aütoridamantida, cluíram êles, em i no Rio de Janeiro

Ri:i-ATi\A.Mi:.N TI’: ao aspecto comer* ciai das atividades cafeeiras, isto é, ao controlo do café depois dc colhido, lui nuiitos anos que cias diripfidas pela administração, estadual, ou por entidaautárquicas jrovernamentais. j)lantio, cm certa época, atividade (lue ostêve na alçada sao federal ou dos Mesmo o foi , tem a de necessária para estabelecer e n zer vigorar certas normas discip^i nadoras do escoamento da produção cafeeira, sem o que entrariam prejudicial concorrência as várias giões e Estados brasileiros que produ-:^B zem e exportam a rubiácea. necessário restaurar, so V em se, assim, da administração pviblica, não sendo senão em algumas zonas K o próprio café, depois nem sempre foi vendido pelo i>rodutor: durante foi compulsòriamente Departamento Nacional permitido do país. de colhido, livi*ementc muitos anos entregue ao

do Café, para ser retirado das exis tências nacionais e incinerado.

A clisciplinação do escoamento paos portos já era feita desde muiO nível dos estoques uesra to antes, sesportos, própria saída do aproduto pai-a o estrangeiro, a comercia lização do artigo, no mercado intertorração e moagem, no,suatudo é objeto de controles, alguns específicos sobre o café, a outi‘os gêneros aliisso deles mas aplicáveis mentícios.

Até onde e quando deve ir êsse E’ indispensável que seDove ser ampliado e nao controle ? ja mantido ? estendido a outras esferas da caleicultura ?

novos moldes, o antigo Departamen Nacional do Café, que, aliás, era un prolongamento do Conselho Naciona do Café, no qual se representavam ocafeicultores.

O amparo governamental tem sid< também solicitado, e concedido, nc que diz respeito a financiamentos defesa dos preços.

E na parte propriamente agrícols do café, o que se entende com a esco lha e preparo do terreno, o plantio a cultura, o beneficiaménto do produ to, depois de colhido? Que se ten' solicitado dos poderes públicos nessí sentido ? Que têm êles feito ? Q^^ í podem fazer? Que podem realizai os particulares, de per si?

Iremos examinar sintèticamente es sas questões, sem entrar em minucio sos detalhes. Nosso desejo é mais o de focalizar os assuntos, despertando interesse para um aspecto dos mais interessantes da atualidade cafeeira no Brasil.

Eis algumas perguntas talvez in cômodas, mas que devem ser propos tas e respondidas. Quanto à necessida de da existência de regulamentações de embarques e de escoamento, os * * ífí

DIRIQISMO OU LIVRE INICIATIVA, NA

Antes de mais nada, deixemos cla ro que somos inteiramente pela livre iniciativa. Só ela pode fazer a gran deza e a liberdade dos povos e do.s in● divíduos. Quaisquer re.striçôes, quaisí quer interferências do poder público, a qualquer título e sob qualquer rótuJ lo, só devem ser admitidas em caráteuj esporádico e de emergência, ou, enr tão, devem ser livremente solicitadas l; e aceitas por uma dada classe ou cole^ tividade, em certo momento, como y aliás, é o que agora acontece em i-elação ao escoamento do café.

IE, com referência à lavoura cafeeira, 08 que a i-ealizam constituem exa●W tamente uma classe muito cio.sa de Iç, sua livre iniciativa, clas.se essa que, ^ desde os tempos do Império, sempre se acostumou a ^discutir os seus pro^ blemas com as autoridades dentro do y normas sobranceiras e francas. Os plantadores de café, como também os de cana de açúcar, constituíram um patriarcado, / uma nobreza rural e, muito V embora o ambiente da lavoura tenha hoje se plebeizado, por , assim dizer, são ainda numerosos expoentes daquelas idéias e daquele ,* espínto. os

caminhada pelos próinios cafciculto* res, com a cooi)cração dos organis mos técnicos oficiais. K’ isso, até certo ponto, o (jue se propõe seja feito pelo futuro Instituto Nacional do Café e pelo Ministéi io da .\k>Ícu1tura.

Todos nós sabemos que a cultura do café não mais pode ser realizada, hoje^em dia, pelos métodos antigos. O esgotamento da fertilidade das ter ras exige, agora, e cada vez mais, a adubação, de que antigamente não se cogitava. A falta de braço para a lavoura vem requerendo, cm escala crescente, a mecanização, que só não é mais ampla devido aos processos defeituosos de plantio que se usavam, e que devem ser modificados. Semen tes de alta linhagem existem, hoje, selecionadas pelos Institutos oficiais, e não é razoável que um cafézal seja formado ou replantado SN com progênies ordinaríssimas quando o poderia ser com w riedades escolhidas.

Interferir o govêrno, pois, nas próprias atividades agrícolas cafeeiras, ^ não seria cousa bem recebida, já poj’ I» esse estado de espírito dos cafeicultoi*es, já pelo motivo acima exposto, de representar uma grave intromis' .são na atividade privada.

'U

Há tam-

>í bém, atualmente, uma ciência do solo muito adiantada, e que deve ser chamada a determinar se o cafeeiro pode ser plantado neste ou naquele terreno, nesta ou naquela fai xa climática. va-

0 lavrador que, por atraso, por pressa ou por desleixo, prescinde de todos êsses ensinamentos e planta indevidamente o seu cafòzal, não está apenas prejudicando a si próprio ou descendentes. aosPrejudica seus também a sua sociedade e o seu país, defrontará, denti-o de mais tempo, com a baixa produque se ou menos

Entretanto, se examinarmos obje tivamente os problemas da hodier cafeicultura brasileira, somos obriga dos a admitir que essa interferência deve ser feita, e em escala cada vez f maior. Apenas, o que cumpre fazer é que seja orientada, pleiteada e na entividade, dos antieconômicos cafèzais formados, por erosão, por má semen te, por fraca “durabilidade” de terras demasiado rasas ou arenosas, pela

* 104 IJicKsro FnoNiS.\nro ^
c I
' il*

● unidade de área, e do produção’-í por qualidade do produto. Com uma lheita de lõ arrobas por mil pés, não Mas, uma safra cohá preço que sirva, fxapTGvadu distância das plantações aos centi*os consumidores ou exportadorc.s, por má bebida, por geadas e por inaplicabüidade de mecanização, já pelo arruamento do plantio, já pe la inclinação dos terrenos.

Atualmente, até mesmo os fazen deiros e sitiantes menos cultos já co nhecem c compreendem as vantagens de se servirenr dos técnicos e da téc nica.

Já desapareceram a suspeita e a incredulidadeEntretanto, antigas, muitos ainda, especialmente nas zo nas novas, continuam a plantar sem os necessários cuidados, ou por pressa de enriquecer ou por desídia ou mes mo por falta do conhecimentos adeíiuados. E’ indispensável que os mais c-ultos, de per si, ou pelas suas asso ciações de classe, promovam, de*^ um modo geral e intensivo, a adoção de vima nova mentalidade em relação a i^sse grave problema.

1

de 100 arrobas por mil pés proporcio- : sempre lucro, principalmente se r o artigo é de bom aspecto e de boa| E, se êle tem essas carac- s 1 na bebida, terísticas, nem será mesmo de temer superprodução, máxime devido tempo e em dese couma gitarmos, em vida forma, de um aumento dos nosserviços de propaganda, que por somente se leva a efeito nos Es- ‘ T sos ora

O próprio sombreamento, do qual tanto e tão discordemente se fala, deveria ser experimentado, na práti ca, não em uma ou algumas regiões, mas em todas, forma bre o assunto. Tirar-se-ia, dessa uma conclusão definitiva so¬ tados Unidos.

* sfí *

Temos que nos convencer de que problema do café, embora complexo, pinncipalmente um problema de o e

Em resumo: a cafeicultura não po- ^ de continuar a ser feita, por muitos,_*i a esmo, como no presente. Urge que ^ seja racionalizada, de acordo com a 1 orientação dos técnicos ou dos estu- j diosos. Mas, essa i-acionalização, que é indispensável, não deverá ser compulsória, e sim requerida pelos pró- ' prios interessados. Se não o fizerem, ^ caberá ao poder público agir, em de fesa de ura ponto vital para a nacio- ' nalidade, como é a cultura cafeéira.

Se nem uns nem outros tiverem qualquer iniciativa, e tudo continuar a ser feito como na atualidade, em são raras, principalmente nas 4 que zonas novas, as culturas racionalmente feitas, então poderemos esperar > futuramente sérias dificuldades, ou ' pelo menos uma substancial redução ' das no3sas disponibilidades cambiais.

105 ^ IDioKSTO KroNÓMu:o 'J

Crescimento da população e seus aspectos econômicos no Estado de São Paulo

JosK 1'manc;is(;o di-; Camaiu.o

de longe e alcançam os nossos dias os longos e apaixonados de bates suscitados pelas relações entre o crescimento da população e os pro blemas econômicos que o mesmo

nomia podo grandes períodos: sei- dividida em dois 0 primeiro, (pie vai de 1830 a 1880 o o segundo, de 1880 aos nossos dias. Kssa divisão nos permitirá salientar, no primeiro peJ lo o, a importância representada pe la população escrava na constituição üa população total; e no segundo, a acarreta. Com base nessas relações fala-se em regiões superpovoadas ou subpovoadas, colocando-se entre as primeiras grande parte da Europa e da Ásia e entre as últimas os cha mados países novos.

Dentre os países novos destaca o Brasil, cuja densidade demográ fica mal ultrapassa 6 habitantes quilômetro quadrado, índice baixí simo em confronto -se por iscom os seus fartos importância do trabalhador alieníge na livro como fator positivo no auo, mentorepresentando da populaçã a mbos amão-de-obra (pio tornaria possível o intenso desenvolvimento da economia paulista.

Entre 183G G 1880 apresenta a po pulação paulista um crescimento inin terrupto: lento nos j)rimeiros decê recursos naturais.

I nios para acelerar-se depois. Foi de 329,6% aumento demográfico da

O Estado de São Paulo, unidades da federação brasileira, apresenta uma densidade ficademográ das ■ ■ ■ uma das mais elevadas do Brasil ou

nesse meio século, contana mesma com 1.221.380 habitan tes em 1886. o província do , seja, mais de 37 habitantes lômetro quadrado, mos de por quiSe nos lembrarque, no início dêste século, a população paulista apenas ultra passava os 2 milhões, com uma den sidade de 8 habitantes por quilômetro quadrado, vemos quão rápido foi seu desenvolvimento demográfico.

Tendo a o população do Estado d

Sao Paulo crescido te com a sua concomitantemenpropria economia, pro curaremos ao traçar mostrar os aspectos principais das mter-relaçoes existentes entre esses dois fenomenos.

Concentrava-se essa população, nes se ano, em mais de suas três quartas partes, nas seguintes regiões: a do vale do Paraíba e nas servidas pelas Estradas de Ferro Paulista e Mojiana, isto é, a parte da província onde predominava a lavoura cafeeira; distribuía-se o restante da popu lação pela capital e pelo litoral do Estado.

suaevolução

A evolução da população do Esta do de São Paulo em suas relações com 0 desenvolvimento da sua eco-

Constituíam essas zonas todas o conjunto de povoamento mais antigo do Estado de São Paulo, conjunto em cuja composição destacavam-se, pela sua importância numérica, os africanos e seus descendentes, for mando o contingente escravo da proe

víncia. Êsse contingente chegou a abranger, nos meados do século XIX, mais da quarta parte da população paulista, proporção que se reduziría na medida da intensificação da camj)anha abolicionista.

Quanto à população estrangeira li vre na província paulista nesse pe ríodo. pequena era a sua importân cia. Num total de 29.622 estrangei ros em 1874, abrangia então ape nas 3,5'r da população total. Integi-avam os escravos africanos mais da metade dessa população estran geira vindo em seguida os portuguêalemães. Representava sosentão G

exclusivamente ã agricultura, aliás única atividade compatível com o bai xo padrão da mão-de-obra com que era até então possível contar.

Esboça-se, entretanto, na própria agricultura, uma evolução no senti do da policultura para a monocultu ra; policultura de subsistência, de fraco valor econômico, e monocultura cafeeira, visando objetivo puramente econômico.

Seguiam-se-lhe, por a colônia estrangeira da província ))aulista somente 7,8Ç'r> dos estrangeirecenseados em todo o Brasil.

A densidade demográfica não che gava a ser de 4 habitantes por qui lômetro quadrado na província, em 1866, índice igual a 1,86 em 1874. Neste ano abrangia a população pau lista apenas 8,2% do total do país.

Delimitada por êsse quadro demo gráfico, desenvolveu-se tímida e uni lateralmente a economia paulista.

Timidamente, por estar o seu de senvolvimento condicionado pela pró pria situação demográfica da pro víncia, cuja população, além de apre sentar fraquíssima densidade, estava mal distribuída, concentrando-se em pequena parte do território ros uma

Naquela' fase do predomínio das culturas de subsistência, algumas se destacavam pela sua importância: ocupava o primeiro lugar a planta ção de cana. Transformada esta em açúcar, pi-oduzia-se mais do que o necessário à satisfação das necessi dades locais, ordem de importância, o algodão e os cereais.

Apesar, porém, do possível peso representado por esses produtos na vida econômica da província, não lhe permitiam ultrapassar os limites de uma economia regional, va-se Concentraessa agricultura rudimentar zona do vale do Paraíba gião em que se destacavam cípios de Campinas e Itu.

A fisionomia econômica da provín cia assume novo aspecto com a inva são e 0 alastramento da cultura feeira que, penetrando pelo vale do Paraíba, dominará toda na e na reos municaessa regiao naquela mais voltada para a sede do governo central.

E unilateralmente por se haver cingido a sua atividade econômica para estender-se depois às zonas que anteriormente eram do domínio do açúcar.

Êsse predomínio da agricultura na

DrcFSTO Econômico 107

economia paulista dêsse período, com base no trabalho escravo, constituiría fator negativo para a implantação ’ e desenvolvimento da indústria. Além de ser o fator humano da produção monopolizado pela faina agrícola, não se sujeitava também ãs condições exi, gidas pela atividade industrial.

víncia com os países consumidores ^ do nosso produto, rcduzindo-se o seu comércio de cabotagem, ([ue por as-, sim dizer era o único existente antes do surto cafeeiro.

De modo que neste primeiro pe ríodo, apesar das primeiras experiên cias na metalurgia e dos primeiros passos da indústria têxtil, pode-se afirmar não ter a indústria consegui do despertar o interesse do empreen dedor paulista, inteiramente voltado para a atividade agrícola.

O mesmo não se pode dizer em re lação aos meios de transportes, cujo desenvolvimento foi incentivado pel cultura cafeeira. Alastrando-se esta pelo interior da província e devendo o produto colhido ser colocado no pôr ● to de embarque para o exterior, voltar-se-ia a atenção dos cafeicultorcs para a estrada de ferro. E, com efei to, encontrou esta condições econômi cas favoráveis ao seu desenvolvimen to, orientando-se o mesmo na direção das lavouras cafeeiras; em primeiro lugar a ligação da capital com o pôrto de Santos — principal escoadouro da produção cafeeira para o exterior — e a seguir a penetração dos tri lhos através das zonas de café.

Alastiamento da lavoura cafeeira, expansão deniojíiáfica da província, extensão das vias férreas c- do comér cio exterior, constituem, i)ois, elemen tos sincrônicos e i)ásicos do desen volvimento da economia paulista, nes sa fase do século XIX. Elementos fundamentais, realmente, mas sòriamente ameaçados pela desorganização do trabalho, consequência ine vitável da abolição do trabalho escra vo, já próxima e prevista por todos. Xovo elemento então ocorrerá para restabelecer aquele equilíbrio: o imi grante europeu virá constituir a mãode-obra necessária para ção das lavouras formadas pelos es cravos e, especialmcnte, para a ex pansão de novas culturas. Constituem-se, assim, século, as bases do desenvolvimento da economia do Estado dc São Paulo, destacando-se entro os seus elemen tos fundamentais, a cultura cafeeira — que se colocaria como a atividade condutora de tôda a economia paulis ta do final do século passado e de grande parte deste to da sua população, fenômeno fa vorecido pela imigração que apenas se iniciara. a conservanesse meio e o incremen-

Veremos, depois de 1886, acentuarsincronismo no sedesenvolviêsse mento econômico do Estado, estabe lecendo o mesmo as condições para formação de uma estrutura econô mica complexa e do menor fragilidaa U' de.

O comércio marítimo da província desenvolveu-se também no mesmo ritmo da produção cafeeira. De fa to, representando o açúcar, em 1836, o dôbro do café então exportado pela província, o deste último passou, em 1854, três vezes maior que o do açúcar, suplantando-o totalmente depois de As exportações de café vão aumentar o comércio direto da proa ,/ volume de exportação a ser 1874. i Ç, .1

Realmente, acentuar-se-ão após os últimos decênios do século passado

/.-> »r s.’,i !●> '>\('»M|(JDick.siíi108L? *
áÍÊ

uquelns tendências da população e da economia paulista, esboçadas no IH-imciro período. Continuará o cres<’iinc‘nto intenso e ininterrupto da po pulação do Estado: o número de seus habitantes aumenta do quase vòzes entro 188d o 1050, ultrapassar.<lo nos.se ano, os 0 milbões.

'Pai aumento se processou com intonsidado variável nas diversas faso> dôs.st' período: 8(),G''f de 1880 a 1900; nos vinlo anos seguintes dobra a po pulação; <le 1920 a 1940, o crescimen to seria do 60,4'» , tendo também a ilensidado demográfica aumentado de 1S.(> liubitantes por quilômetro qua drado para 20 no decurso desse vintênio. aumento de 28,72%, iiassando a den sidade demográfica do Estado de bão a 37,89 habitantes por quilO'sote e 1950 seria Entroo 1940 I»aulo

tància o elemento nacional que se des loca de um para outro Estado ua p’edei*ação.

De modo que, em 1920, encontra mos na composição da população pau lista, cerca de uma quinta parte re presentada por esti-angeiros, reduzin do-se essa fração à décima parte em 1940.

Naquele ano, a metade dessa popu lação estrangeira, constituía-se de ● italianos, reduziiido-se o seu número, i vinte anos depois, à quarta parte relativamente aos outros estrangei ros.

l

ílO '

Radioaram-se os estrangeiros preferência nas zonas mais prósperas ^ do Estado: na capital, que sempi'0 exerceu forte atração sobre êles, xaram-se 26% do seu contingente to tal em 1920, índice elevado a 37,6% em 1940. A zona Mojiana depois do município da capital, foÍ aquela que, , em 1920, abrigou o maior número de ,■ estrangeiros: 16,8% do total do Esta- , do. Decorridos vinte anos, concen tra-se nas zonas novas a têrça parte dos estrangeiros do Estado de São Paulo. fimotio quadrado.

A distribuição da população pela zona rural o urbana nos anos de 1934, 1940 o 1050 mostra ostav-se mani festando no Estado pronunciada ten dência à urbanização, da população paulista fixada nos cenurbanos, que era igual a 36,7% 1934, passará u 44,1% em 1940 o Pois a parte tros om

ii 50,1%^ em 1060.

Acentua-se também, nesse período, a contribuição do elemento alienigedesenvolvimento da deniograIntensificada a corrente na no fia paulista, imigratória do Estado depois de 1886, pai-a aqui se dirigiram, entre esse de 1946, mais de 3,3 milhões do imigrantes e trabalhadores nacio nais, representando os primeiros apro ximadamente as três quartas partes dêsse contingente. A corrente imifoi alimentada quase que ano e o g-ratória

Aliás, a localização dos estrangeiros pelas diversas zonas do Estado, confirma o sentido geral dos desloca mentos da população paulista, deslo camentos êsses sempre processados das zonas decadentes para aquelas em franco desenvolvimento. Assim é que, contendo as zonas do vale do Paraíba e de Campinas-Itu — zonas das mais antigas do Estado — mais da metade da população paulista em 1886, não conterão, em 1900, senão 36% da mesma. A partir

, pois, do final do século XIX deslocam-se as populações das zonas velhas para a da capital, para outras zonas já exclusivamente pelo estrangeiro 1920, quando começa a tomar imporate

existentes, mas em franco desenvoU vimento e pai*a zonas completamentc novas. Em 1D40 abri^ra-se nestas

mais de 35'.< da população <lo Esta do, concenti-ando-se na capital 18,5', dessa população. P',leva-se esto úliimo índice a 21,1'; em IbõO.

Essas tendências de cix'scimcnt de distribuição da população do Es tado de São Paulo .salientam-se, í: bretudo, no seu entrosamento desenvolvimento fia '» (● socom o economia paulis-

ta.

ífado ciasubstituído d(? Iiavoi* o café.

I.UK^ar â parte ocupam, nestas con siderações, os municípios onde à fuj>n do café succdcu-se estahelecimen-(> to íle indústrias, as (piais atrairani kn-andc j)artc da antiíra mão-de-obin dos cafèzais. Foi o servidas pela Companhia I’aulista de Estradas de Ferro e de altruns munido Paraília. Xão se esta^rnação demoírrãmesmo aljíuns municaso das zonas eípios do vale verificou aí a fi<ai, acusando eípios apreciável índice de crescimen. to. Nestes, pondei-ável ff>i o movimen to do url)anização, destacando-se cni I!)5í) aljíiins municípios industriai^

Após 1886, acentua-se o sincronismo entre o crescimento da população o a expansão da cultura através das diversas tado. cafeoira zonas do Esem cujas sedes municipais se locali^●am mais do 65'; da população: eip Santo André, 76,78'; , em Sorocaba, 73,40'/; , em Taubaté, 66,55'; e em Campinas 65,40'/(. Não se deve tam bém esquecer dn importância da atra ção exercida por ês.ses centros indus triais sobre o ex-colono das fazendas ● dos municípios vizinhos. Devo-se, ontão, em jçrande j)arte o desenvolvíniento indu.strial do Estado à deca dência da lavoura cafocii^a nas zonas

São fenômenos paralelos mais antipas cafeeira nas zonas reti'açãü da lavoui-a e o declínio da população No vale do Paraíba, por exemplo começa a população a se reduzii- dcPois de 1920. quando r vão sendo abandonados em virtude da sua fraca produtividade natural, ío^^ zonas, somente depois dc 1034 se v os seus cafêzais erificará um déficit demo gráfico em relação aos recenseamontos anteidores. a\ ( i inas antigas, de onde afluiu para os centros industriais j)ai'te da mão-deobra que não quis se dedicar a ati vidades agrícolas estranhas à cafoicultura, nem acompanhar o café na sua marcha para as terras virgens das zonas pioneiras.

A retração demográfico-económica dessas zonas foi geralmente panhada pela divisão das acom. , , antigas propriedades cafeicultoras e pelo au mento simultâneo da área cultivada especialmente no que diz respeito a cereais, algodão e cana de açúcar, ausência de uma atividade condutora, dificultou porém o crescimento e mes' mo a conservação da antiga popula ção. Naqueles municípios onde maior a resistência à divisão das priedades, A foi promais acentuada se tornou

A importância do elemento estrnng^eiro nessas zonas, onde primeiro so verificou a estagnação e retraimento da lavoura cafeeira, constitui interes sante barômetro para as diversas fases do seu desenvolvimento, pêso dêsse elemento, quer na compo sição da população, quer na qualida de de proprietário agricola, fica reO a estagnação econômica e demográ fica, principalmente em consequên-

duzíclo à medida que a vida econômi ca das diversas zonas perde sipnificação. Foi, por exemplo, o que se verificou no vale do Paraíba c na zona da Mojiana, tendo sido esta última uma das mais beneficiadas do Estado na distribuição de imiffran’ tos no decurso do primeiro vintênio do século. A sua população estran-

sam estas pois a servir de ponto de atração para as novas correntes imi gratórias no Estado, do mimero total de imigrantes e tra balhadores nacionais encaminhados entre 1921 e 1930 para a lavoura paulista, 70% dirigiu-se para as zo nas novas, e entre 1901 e 1920 rece beram as zonas mais antigas mais da metade do total encaminhado nessè vintênio.

Em algumas zonas foi a industriacomo vimos, o fator Uzação,principal explicativo da continuidade da colaboração do estrangeiro prestada à atividade agrícola após o abandono I.,ocalizando-se o dosanticafèzais.

go colono ao i’edoi dos centros indus triais, desenvolveu aí a polícultura intensiva com base na pequena propidedade agrícola, entregando-se ou, tras vêzes à 'canavieira, cujos produtos são bási cos nos .setores principais da indúsMesmo nas zonas onde lavoura algodoeira ou tria paulista, o café entrou cedo, como no vale do Paraíba, verificou-so o mesmo fenômeno: Taiibutc, com sua importante indústria têxtil, constitui o melhor exemplo. em decadência mais

Nas zonas novas repete-se no século XX, principalmente no segundo vintêbio, o fenômeno verificado nas zonas mais antigas, no final do século ante rior; isto é, grande parte da população das zonas cafeicultoras, cujas terras não apresentavam a mesma produti vidade dos primeiros tempos, deixaas eni busca de terras virgens. Pas-

Assim é que. elevai‘-se-á Não se pode, no zonas, nessas regiões ííííira rliogou a representar, em 1920, cio sou número total do Esta do, índice reduzido a 6,1'"1 em 1940. No valo do Paraíba, pertencendo aos o.strangoiro.s 14,8%- das propriedades ag-rícolas oni 1020, terão êles em suas 8,2%- das mesmas mãosvinte apt^nas anos depois.

Também cresce em importância, no segundo vintênio do século, o papel dos estrangeiros como proprietários rurais nas zonas novas: concentran do-se nelas 45% das propriedades agrícolas pertencentes a estrangeiros no Estado, em 1920, êsse índice a 60%r, em 1940. Varian do nesse ano a área média dessas propriedades entre 30 e 40 alqueires, pode-se afirmar pertencer à catego ria de sitiantes a maioria dos lavra dores estrangeiros aí radicados, cuja atividade básica é constituída ainda pela cafeicultura. entanto, deixar de mencionar também o papel desempenhado pelos pequenos agricultores estrangeiros, xacareiros japonêses na sua maioria que, esta belecendo-se nos arredores dos cen tros urbanos, praticam a horticultura, e levam os seus produtos diariamente à cidade para abastecer a sua popu lação.

Constitui, aliás, outro traço distin tivo das zonas novas, essa transfor mação verificada na composição das nacionalidades dos elementos estran geiros da população: enquanto o it?.liano predominou em outras superpuseram-se-lhe pioneiras o japonês e o espanhol: tornou-se mesmo o. oriental o elemen to característico da economia estran-

TTI'," I^íc;i:sio Ec-onómico 111

geira da Noroeste, Alta Paulista c Alta Sorocabana.

Essas observações sôbre a influêndo alienígena no desenvolvimen to demográfico cia e econômico do Esta-

Nesse segundo pei iodo o ambien te foi mais favorável ao desenvolvijiiento da indústria, i}ue podo contai" com fatores sem empi-égo na agricultm'a, em conse<iuóneia das crises café. Desonvolvem-so então as indúsdoí o de São Paulo levam-nos a algumas considerações interessantes; tidas com especial destaiiue no município da capital e naijUidas zonas on de o café foi em gi"ande parte aban donado pelos emprcendedo!‘es e trabalhado)’os, em busca de novas zonas, onde a fertilidade natural das terras todo o seu virgenssacompensasse

quanto ao elemento estrangeiro, o imigrante propriamente dito, é no tável a sua tendência f y geralmente acompanhando o sentido _P^®^P®i'idade econômica da popu lação paulista, isto é, nas diversas fases do desenvolvimento do Estado, o movimento da sua população fêzdas zonas velhas

para aquelas econômica ou demogràficamente consolidadas. Não e.xerceu o imigrante, portanto, a função de preencher os claros deixados pela população nativa nas zonas decaden tes, adensar adeslocar-se S(* para as novas ou tnas contribuiu sempre para correntes de população crifício.

Apreciável foi a influência dos es trangeiros no surto industrial do Es tado, Gspecialmente como empreendeilores individuais. Verifica-se ter o estrangeiro se salientado primeiro co mo empreendedor agrícola e depois como empreendedor industrial, nas zonas antigas, onde ao surto cafeoiro sucedeu-sc o surto industrial. Nas que se dirigiam para os novos centros demográficos e as econômicos das di¬ zonas novas, onde mais uma vez sc verifica o pi^edomínio da lavoura cainfluência feeirado t'. f». versas regiões do Estado; , manifesta-se alienígena apenas como proprietá rio agrícola. Deserta daquelas zonas onde se estagnou a agricultura e on de a produção industrial não chegou a conquistar o antigo lugar da laa quanto ao trabalhador nacional originário de outros estados do Br sil, constituí a a sua migração um ver \4

t dadeiro sintoma peculiar à economia brasileira em treitas suas relações mais escom a demografia: isto é, seria esse movimento interno da ]5opulaçâo do Brasil uma consequência voura.

Ao lado do surto industrial do Essua réde tado,ferroviáprossegue a ria na expan.são iniciada no período Prolonga-se no sentido da marcha do café, incentivando o des locamento da população. anterior. Não nos da escassez da .sua mão-de-obra, fe nômeno explicativo da sucessão de ciclos”.H que caracteriza y evolução econômica, demográfica explicaria, assim, a pró pria evolução da nossa estrutur nómica. Com efeito, a predominância periódica de certas atividades prejuízo de outras, dificulta sobre maneira a constituição de uma econo mia complexa. nossa

A deficiência a a ecoem i if. dcesqueçamos de que surgem e se senvolvem com a abertura de novas em consequência lavourasdelas, e, verdadeiras cidades, centros de atrade elementos ligados a outras çaoatividades que não a agrícola, os quais satisfazer uma procura visammul-

-yy 112 OlOKSTO Rconómjco !●
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vidade multiforme, uma agricultura com pronunciada tendência a policultui'a e uma indústria em franco desenvolvimento. — complexo susten tado por importante rêde de estra das de ferro e de rodagem e intenso tifíM-HK* do bens e serviços de quantos so dedicam oxclusivaniente à lavoura monocultora. De modo que as estra das dt* ferro vão se expandindo tam●tundo as regiões bém,econòmicacoi monto mais prosperas do Estado, não no entanto, de doixando.favorecer comércio interno e externo.

Em resumo, vimos, pois, entrosamovimentos internos e a culturêde rem-se exteimos da população, com ra cafeeira o intonsíTicar essa mesma prosperi- 4 , a industrialização, a ferroviária e o comércio exterior, fa tores principais, explicativos do de senvolvimento demográfico e economico do Estado de São Paulo.

Da exposição sumária aqui feita sobre o crescimento da população no Estado de São Paulo e suas relações econômicas, podemos concluir os o sedado.

Antecedendo o aparecimento das do forro e entrando ost3*adasdepois om concorrcMicia com estas, os transdoviárioscaminhõespoi-tosos rt) o as “ jardineira.s”, os primeiros para transporte de mercadorias o ííundos veículos paradominamtransporte as zoos o co●so letivo de pessoas nas pioneiras, tradas, Atra muito vés de toscas esmais se assemeguinte:

a sinipií^s caminhos, devassam esses veículos as zonas sertanejas, levando-lhes os bafejos da civilização ●esso humano, o comércio exterior do Es tado cujo desenvolvimento já se faz notai- no primeiro período, acentuase à medida que o café se torna mais ponderável na balançii comercial pau lista Expandem-se a;; exportações, eflVtindo-se a sua importância sôbre imento de importação

modo que, a cafeicultura, ativida economia do EsIham e do progi Também r o moví

Do dade condutora . . , ^ tado de São Paulo, pnncipalmente cio último quartel do século a partir passado, orientou os movimentos in ternos e externos da sua população, construindo ao mesmo tempo as bases sua estrutura deeconômica. tôda a Essa estrutura, de base agrícola e onocultora até há dois decênios, tennossos dias, a atingir uma m de em maior complexidade. Formando a sua base temos: uma população de comvariada, desenvolvendo posiçãoati-

1) _ Contínuo e ininterrupto tem sido o crescimento da população do Estado de São Paulo de 1836 aos nos sos dias.

A relação entre êsse crescimento e desenvolvimento econômico do Es tado permite-nos dividir a sua evo lução económico-demográfica em dois grandes períodos:

— o primeiro, que abrange cerca de meio século, alcança a abolição do trabalho escravo no Brasil; segundo, que vai da abolição aoR dias de hoje. Esboçüu-se sentido que ina tomar o desenvol vimento demográfico e econômico do Estado, acentuando no segundo, substituindo-se então o trabalho escravo pelo trabalho livre.

2) — Das relações entre o desen volvimento demográfico e econômico ■ do Estado ressalta a importância ca pital assumida pela cultura cafeeira, cujo roteiro atuou como fio condutor o — 0 no primeiro período. 0

r nici:sT(» Economico
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do deslocamento interno da popula ção e das vias de comunicação, a cultura cafeeiia para as regiões de terras de maior fertilidade natural.

Deslocando-se formaram-so IKi e zonas

Estado dois grupos distintos d demogi-áfico-económieas:

a) — um de povoamento “antig<i'', se podem distinguir nodois qual subgrupos:

i) — aquéle onde a cafelcultura e pc/pulação se desenvolveram sincrónicamente, assinalando-se de expansão seguida de de retração de ambos cs fenômenos;

ii) — aquele — que também inclui a zona da capital — onde o desen volvimento demográfico e uma fase uma fase o econô mico se processaram a salvo da de pendência direta da cultura cafeeira.

b) um grupo de povoamento mais recente, constituído pelas zona.s pioneiras do Estado, onde se estabelece surto demográfico novamente o paralelismo enti^e o e o cafeeiro.

A população paulista deslocou âssim, das zonas do para as do segundo, cafèzais, rumo aos no -se, primeh'0 grupo vos que foi acompanhada expansão das estradas de fer — As crises ; produto condutor da ta, bem no lape¬ ro. por que passou o . economia pauliscomo o fato de haver o cafô se deslooado do «ma das zoníu, para outras, favoreceram no; um lado, o desenvolvimento da pecuária e da lavoura algodoeira e canavieira, e, por outro, possibilitaram o surto indus tria) do Estado, o qual pode ser ob●servado em algumas das zonas aban donadas pelo café desde século. XX. o início do

Essa mudança de atividade como fator de fixaçã de grande atuou 0, nessas zonas, parte da população que,

(li* maneira, teria acompanha¬ do a maj-cha da lavoura cafeeira- 'e-< ●Vos municipioH intlusti-ializados notoii-se mesmo uma intensificação do ritmo de crescimento <la sua popula ção, com pronunciada tendência paro uihanização.

●I) — Xo decurso do periodo estu dado destaca-se, no desenvolvimento da população e <la economia paulisapreciável contribuição Uinto do imiíTiante estranííeiro (juanto do tra balhador nacional originário de outros Estados da Federação.

Verificou-se, lealmente, um parale lismo entre o movimento imigratório no Kstado do São i^aulo e a expansão de sua cultura cafeeii^a, paralelismo visível desde os últimos decênios do .século passado e que se acentuaria após a abolição da escravatura. Substituindo, à .sua chc‘í?ada, o anti- / lío trabalhador escravo das fazendas do café, vai o colono estrangeiro constituindo aos poucos a sua inde pendência econômica, salientando os diversos rccenseamontos do século XX, a sua posição como proprietário rural.

Dicf-sto ta. parque in-

A colaboração prestada pelo ele mento estrangeiro não se restringiu, contudo, à atividade agrícola, mas se estende também à indústria, onde se ' faz .sentir a sua influência na forma ção e desenvolvimento do dustrial paulista, quer como parte integrante da mão-de-obra, quer co mo pequeno ou grande empreendedor.

Ésses fatos são da maior significa ção pois nos revelam a possibilidade de alcançar o imigrante a recompen.sa devida à sua colaboração no le- ' vantamento demográfico e econômico da terra estranha que o acolheu. E no que respeita particularmente

EconW(1í^*1^

à corrente inifirratória de trabalhado res nacionais orientada para o Es tado de São Paulo, paroce-nos êste um niovinicnto que explicaria a pró pria evolução cíclica da economia brasileira com base na doinofírafia; seriam esses ciclos a consequência da deficiência da mão-de-obra nacio nal, cujo inci'cmcnto se vem proces sando em ritmo sempre mais lento do (jue a atividade econômica das diversas repriões do país.

5) — Embora se possa afirmar estar a economia paulista, principal mente depois de 1930, se desenvolven do no sentido de uma maior comple xidade, entregando-se a sua popula ção aos mais variados misteres, não se pode deixar de acentuar a in fluência decisiva exercida pela cafeicultura na constituição dos fun damentos demográficos e econômicos do Estado de São Paulo.

i Dk;i:sro Econômico 115

^

NOVAS RIQUEZAS AGRÍCOLAS

yV '»>tuação U(.'Oi»ráficu cio Hrasil, a

■ vastidão de suas terras «■ a altitude' da maior parle de seti território nos per1'nitem dispor de todos os climas, menos os excessivos. Não tomos os calon.-s do

ao nnmmo as uma seinipaextcnio. i‘in caso proctu/« iii: i('(lu/iri'mos (lificiiMades (ra/idas por rali.síieão do comórcio (Ic iio\a guerra.

]á estamos fa/c-ndo ali^o de muito iniporlanlc- pela introdução de no\as cul turas iio Hrasil. Kxamineiiios. ràpidani«'ute, almiiuas delas.

S , o o trigo, o centeio e

mar Vermelho, os verõets ardentes do *; sul dos Estados Unidos e da Espanha, do centro e norte da Argentina, e da índia, Iracjuc' e Pérsia, nem os frios do ' Canadá, Rússia e Escandinávia. Essa disparidade de climas, acrescida do uma - desigual distribuição de chuvas, possibi lita-nos faz('r, em boas condições econô micas, todas as culturas. Já plantamos a seringueira, o cacaueiro e a mandio ca; o cafeeiro e o algodoeiro; o milho arroz, o adiai,

oliicira

logistas inionnam muito bem sob Os agrônomos i'co cpie a oliveira cresce temperaturas médias (jue não sejam in feriores a 15 graus nem muito os 20 graus, de Porlug;d, Espanlia, Itália, Grécia, Sí ria e Palc'Slina siluam-se sob temperatu ras medias anuais cie 16, 17, 18 e 19

Os grandes olixaís graus centígrados. cjlivais no .. aveia; a oliveira e a parreira; a batalinlia í e o linho; fruteiras de todos os climas, coqueiros da praia, bananeiras, cainiteiros. a como

sapotisciros, ateiras, beriba^ seiros, cajueiros, laranjeiras, figueiras, í damasqueiros, pessegueiros, macieiras c 1 framboeseiras. E tudo dá bem, desde que se saiba escolher o clima e o solo.

Infelizmente, algumas culturas ainda as fazemos em escalas mínimas. Urge, intensificá-las e introduzir novas cultu ras, de modo a diversificar ao máximo a produção agrícola brasileira. O Sul e os planaltos do Leste Meridional devem r cuidar carinbosamente das lavouras dos climas temperados, para as quais pos suem, em áreas imensas, ecologias mui to apropriadas. Daremos, assim, maior c mais sólida base à economia brasileira; re.sistircmos magnificamente aos ehos dos mercado.s externos e às prest .sõe.s econômicas; intensificaremos o cocapri-

Má, porém, grandes norte da África, onde, conultrapassem

forme o Irccbo, há médias anuais dc‘ 19, 20 c‘ mais graus centígrados, des olivais cm Conientes, Argentina, onse aproxima de 22 graus Ilá gran¬ de a média (21,9).

No Brasil, Caxias do Sul (Rio Grande do Sid) e Lages (Santa Catarina) tom centígrados de temperatura (Paraná) e 15 graus média anual; Guarapuava Tcrcsópolis (Rio dc Janeiro), 16 graus; Caldas (Minas Gerais) c Caxambu (Mi nas Gerais), 17 graus; Cunha (São Pau lo), Petrópolis (Rio dc Janeiro) e Mor(Bahia), 18 graus; roFordo Chapéu (Goiás), Guaramiranga (Ceará), (Pernambuco), Santa Luzia Belo Horizonte (Minas Geniosa Garanluins (Goiás), rais), 20 graus. Itatiaia (Rio de Janei-

) tem 11 graus centígrados de tem peratura média anual. mércioro interno; aproveitaremos zonas que atualmente pouco ou nada

III , í r --v'"●V *«»»
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^ enormes
/< rJÀ I: ^

ink'1011 a primeiro dc oulubro, se plan tem mais de um milhão de oliveiras em plagas gaúchas. As análises quimiciis provaram que o azeite sul-rio-grandenso ^ _^

ti é igual aos melhores que importamos. São Paulo começou depois, mas comeEstá trabalhando de ^ çou firmemente,

conta apenas Assim.a lc\ando oin média e a pluviosidade, a «●cològicamcnto favorável à olivii elesde o oxlrcmo sul, onde quase, em (“IPedo mar, ou Irmpcralura área cultura alinhe lotas. \;u o 11ÍV Bagc c Uruguaiana, ate os pia,mIkis cl,- I\-rnambi'.co, Pamiba e Ceará, \ pni.lència, porém, manda que. agora, aprna,. sejam plantados grande olivais a„ snl do paralelo 16. Talhoes expen,.,e„lais devem ser feitos nos planaltos do Leste Setentrional c do Kordeste Ilá. no momento, olivais pro'nte no Rio ()ricntal.Grande modo verdadeiramente admirável. O esfôrço tem sido de tal ordem *que só èle permite-nos garantir (|ue teremos azeite 4 de oliva c azeitonas brasileiras para o _] nosso consumo em futuro muito pró.\i- ^_^ mo. Para que tal aconteça, a Secreta-^,_j ria du Agricultura detenuinou qual n<‘ _J de Piratininga ecologicamente fa-x_^ vorávcl u oliricultura. Importa, prepa-^> ●_^

rar o Articulou-se com o (luzimlo magnificaim ch) Sul. Paraná. São Paulo XImas Gerus c Kslaclo cio Rio. Justifica-se, cslamosdesmuitofazendotcc\ue luoclo. o ●la oliNÍcultiira.

O Hio Estado a sc uli'’iciiltvira, j comporlamcnto magmfico de Mirio.s iicqucnos talhoes plantados por alguns colo nos italianos. O fomento cU Secretaria da Agricultura ^ UMu-se intensificado extraordinariamente últimos anos. As plantações de en xertos c mudas devem ultrapassar, anualmente o meio milhão. Parte das muc enxertos é produzida em viveiros públicos c particulares do Rio Grande (lo Sul. Apenas iim viveirista de Peloestá preparando, este ano, quase 50 q jiiucla.s. Outra parte é importada da nicípio Ilá, no momento, verdadeira fe de oliveiras. Olivais cm r-v V llOS

Grande do Sul foi o primeiro intcrc.ssar pela face do

ra c compra aos viveiristas particulares \_^ c-entenas de milhares de mudas e enxertos de ohveiras. Enviou agrônomos aos y '' olivais da Argentina e da g _\ Europa. Organizou o finau- ^ ciamento da olivicultura, \\m financiamento especial, mui to favorá\-el. Pode-se espe-^ plantio de um milhão * 1l de oliveiras anualmente, a y_j partir do presente ano agrícola.

A Secretaria da AgrictiUura do Esta-^_^ do do Rio entrou, últimamente, na liça. Ministério da Agri4 zona ._4

10 mil a 25 mil árvores começam a

O atual secretário da plano clc‘ tornar-se comuns. Agricultura, agrônomo Manuel técnicoVargas, italiano, autor de O tec

os olivais da proIntensificade enxertos e contratou um várias obras sobre olivicultura. nico o.stá percorrendo dando víncíaconselhos. c também, o preparo mudas. Talvez no ano agrícola que se se

A Secretaria da Agricultura do Espí rito Santo também se entrosou com o Ministério da Agricultura para o plantio ri

cultura tas nu Itália. hrc de plantação e com o sr. Manuel Mariano Ma-;, deira, técnico e industrial lusitano que|: transferiu seus negócios para o Brasil .X > Plantará, êste ano, em fazendas do mu'Ç de Sumidouro, cm altitudes su-^ periores a 700 metros, meio milhão de ^ oliveiras. O govêmo do Estado do Rio|^ financiará parcialmentc a plantação. 0^ inclui o plantio ele milhões de oliveiras neste e noutros municípios flu minenses. Oportunamente, serão insta-=i> lados lagares e a indústria da conserva-^ ção de azeitonas.

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dc olivai — ais eni ^rantU* <*.scula, Dispõi-. para isto, clc bons solos calc-árcos < clima temperado de ● que o sr. Almada Aze-nba, industrial eni altitude.Par<*ce por^raiicb-

parte, os traballios e\perinu-nt.tis a realizar enfr«- o Cc-ará e a Haliia.

A C-art<’ira Aíirieola e Indiislríal do líaneo dn HrasM, jielo scij novo remilafinaneia o planiio de oli\c-iras e elímas temprratlos. sub● Iropie-als <-om o pra/ai de oito em c'ondí(,’oes muito fa\or.'iv<*is. K mento, de fruteiras <!*● tropicais .luos e tuguès, emigrado p.ira o Brasil, foriieee rá as mudas. Para estas <● outras plari' taçoes está importando eèrea de Ibão de cepas e miid. atingirão Barbacena e outros municípios mineiros, emiiíira des.ijudado pela Secr«‘taria da Agricultura de Minas Cà-rais.

As Secretarias da Aiíricullura de .S; . ta Catarina, Paraná <; Minas Gerais nada estão fazendo em um miSuas ati\itladesi'S lUprol da olivicultura

possi\«-I p.tgtr o empr(’'sliiuo eom «> pro duto do oIi\ais e dos L'in.i [>i)iuar«-s. uo\a riíjiiez.a — a oli\iiultura < sLá surgindo Xecessil.mios. rapi( l;iiuent<[lorém, plantar uns Oliveiras anuaimente e em nosso pas. seis milliões de dur.mte \ários anos com graves prejuíz.os seus respectivos Estados, que ficam, sim, cm situacao de inferioridade, compensação, Goiás, fjue já produz bons ^ maneios e marmelada em escala indusPtnal ra os asEm , também \ai plantar oliveiras.

O Ministério da Agricultura nad nha fazendo iízmcnte, èste ano, füs mudou dc . milhares de í-conomieos pa em

para ([iie atinjamos o fim ecoli-dcompletameut»press.i m.ulo.

A «grtce a \ipro) da oli\ ictiIltira. Fef-'iitr.i ri queza uma i-m franco desena agave, mais conhecida, c.xUtmo.s e erradanu-nle, sisal.

o ministro João C rumo. enxertos clc oliveir

'olvímeiito é IcoImportoii alguns no‘ mercados Jiela denominação d<as, que cni Santa 'asC.itariestão sendo plantad; na, Paraná c Minas

●Seu clc.sc-n\’oK iinento começou depois de 1930. Os princípios foram difíceis. Depois eonieçou a tomar alc-nlo, palmcnte na Paraíba, buindo com diição brasileira. pnnci([uc está contria (juase totalidade da Dc início, abastece proGerais. Espera-se programa muito agrícola. am realizaçao de maior no atual ano u

A Bahia dc ^■cria plantar petiiienos oli^ e.xperimentai.s cm Marucás, uma colônia agrícola alemã possui bons p mares de fruteiras cie climas temperaclos, como macieiras, pessegueiros e pe reiras. Em Conquista, onde ^0‘^‘'?l'rndas quatrocentas famílias de agricultores alemães e nas colônias agrí colas italianas, outros olivais cleveriam ■ ser plantados, também em caráter expernr.fr. n ' Guaraiiiiranga \ rímental. líá oliveiras , Ceara, a uns SOO metros de alti tude. Estavam crescendo regularmente, t^embora nao fossem suficientes os cuídados que lhes dispensavam. Ao Instituto Agionômfco do Nordeste c ao Ins tituto Agronômico do Leste cabem. vais onde em

mos o mercado interno, tIc*pois começou a e.xportação das .sobras, e.xportação que \aii nmn crescenclo surpreendente.

1930, não exportavamos fibra de Em 1946, exportamo.s 5 mil toncTadas, \aiIendo uns 15 milliões de cruzeiros. E 1917, exportamos 15 rnil tonelada.s, valor de 96 milhões clc cruzeiros. Em agave. m no Em

1H4S, a e.xportação em volume alcança\-a as 20 mil toneladas e, em valor, os 116 milhões de cruzeiros. Em 1950, expor tamos 47 mil toneladas, cpic valiam 244 milliões de cruzeiros. No primeiro qiuidrimestre dôste; ano, mandamos para o exterior 25 míl toneladas de fibra, \ aIor dc 162 milhões de cruzeiros. Aercno

118 IDlGKSTí) I*/'ONÕMKO

<li(u-.sc (|iic a cwporlação deste ano ultrapass<' as 60 mil toneladas em volume <● os 400 milliões cie cruzeiros, cm valor. Mas não fieamnos aí. As plantações no\as são tão grandes que se pode espe rar uma e-\i>orlação ele 100 mil tonela das. talwz, (‘111 195-y .Antes dc 1960, (IrNcicmos ser o maior produtor de fibra (h- aga\ (■.

As plantações inieiaram-sc no litoral paraibano. (u slf. .Asançaram depois para Penetraram as terras semi-áridas do planalto da Borboronia, valorizandoas (. (ão fazemlo grandes plantações na Baliia e eiii Pernambuco. Alagoas e Rio (.‘rande do Norte também estão plantanC) Ceará \'ai plantar dois milhões São Paulo tom algumas ●onsiderà\-elm(‘nte. Ülliniamente, csdo de bulhilbos. cnlliiras.

I iú \árias fábricas, trabalhando em nosso pais, com a fibra do agave. Abastecem o mercado nacional. Montase nina nova e grande fábrica cm For taleza

() no\o regulamento da Crédito Agrícola e Industrial vai permi tir uin ainda mais rápido progredir da ●cnltiira. Carteira de agast

.A juta

A eiikiira da ,juta foi inutilmente ten tada por alguns colonos japoneses no do rio Amazonas, 1935. Em 1936, em culturas realizadas no \'aie do Rio-Mar, cuja.s terras muito SC assemelliam as do delta do Canges, apareceram algiima.s plantas com altura superior a quatro metros, maiores, por tanto, que os melhores espécimes obtido.s na índia. A seleção possibilitou a criação da cxeelcnte \-ariedade cultivada no Brasil.

Os primeiros jutais se desenvolveram no município de Parintins, no Pará. Em \'alc entro 1930 c

1937, collicrani-sc 11 toneladas de fi bra. Em 1938, 52 toneladas. Em 1939, 171 toneladas. A cultura tomou, de aí por diante, grande impulso nas viírzeas inundáveis e nas ilhas do rio .Amazonas^ Posteriormente, passou a ser também cultivada no‘valo do bai.xo rio Doce.

Amparados pelo Ministério da Agri cultura, que lhes fornece, anualmente, muitas toneladas de sementes seleciona das, e pelo Banco do Brasil, os planta dores de juta aumentam rapidamente, dc ano para ano, as suas plantações. Em consequência, as safras estão crescendo' b-istante. Em 1945, colhemos 6.598 toneladas de fibra de juta. 8.123. Em 1947, 6.316. 9.369. Em. 1949, 13.110. cèrca de 15.000 toneladas. A safra déste ano deve aproximar-se de 22.000 toneladas. O agrônomo Felisberto dc Camargo, diretor do Instituto Agronô mico do Norte, avalia a colheita amazô nica de juta e uacima (as duas fibras se equivalem) em 19.638 toneladas, em 1950. A safra déste ano, das duas fi bras, ultrapassíxrá as safra do próximo ano ultrapassará as 30 mil toneladas. Dentro de uns dois anos, deveremos produzir mais de 40 jiiil toneladas de juta e uacima. No mo-1 mento em que escrevo, organiza-se um plano de recuperação econômica da Amazônia, que disporá de uma verba| anual de até mais de 600 milhões det cruzeiros. O Instituto Agronômico do* Norte deverá produzir e fornecer aos in(ere.ssados umas 200 toneladas de semen tes de juta selecionada, anualmente. O Banco de Crédito da Borracha fará gran-' des financiamentos.

Em 1946, Em 1948. Em 1950,, 25 mil toneladas. A, n;

A industrialização da juta, em nosso) país, é feita fora da Amazônia, princi palmente cm São Paulo. Uma compa..hia particular, fortemente amparada] pelo Banco dc Crédito da Amazônia, es-

]19DfOKSTO ECO^●Ó^fICO

t

Outra semelhante

tá monlmido unm fábrica no valor de t28 inilliões dc cruzeiros, em Santarém, às margens do 'rapajós, aí navegá\cl : pí;r transatlânticos, será instalada em .Manaus. Já foi subs^^crito o capital, equi\alcntc ao da fábri-

f.i de Santarém. Orgatii/.a-se uma coinpanliia para instalar terc<‘ira fábrica amazônica, esta em Ik-Iém. I'abricarão atíiagens (r sacos. Inicia-se a in(lnslriab'za(,ão da planí cie amaz.ônica.

DK:FSTn I%<<»sóMiro■ 120
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A inaudita façanha de Bartolomeu Fernandes de Faria Akoxso de E. Taunay

J^HOmCIO.SA impressão causou em todo o Brasil o desfôrço tomado, em 1710, por Bartolomeu Fernandes de Faria, dos monopolistas do sal em Santos.

Abundante documentação existe a tal propósito, cientificando-nos dos da inaudita façanha do vassalo que à força se apoderava dos arnuidiretamente protegidos pelos ecos zens oficiais da coroa, civis e militares.

Seja como fôr, não há dúvida alde que a explosão guniadesfechada pelo regulo de Jacareí provocou sa lutares resultados.

Na junta convocada por Antônio de Albuquerque Coelho de Carva lho, para o apaziguamento de paulis tas e emboabas, se tratou muito par ticularmente da magna questão do aprovisionamento do sal.

Assim pediam os homens de prol da vila paulistana ao seu governador e capitão-geral:

Assim devia elle, dito Sr. Governador, dar licença para que fossem al- , guas sumacas de Santos a buscalo ) aonde quer que o achassem para lhes ‘ ser vendido por preços justos e se 1 accomodados e que com o que na dita -j Villa se achasse de particulares executasse o que S. Magestade tem 1 ordenado. J se

He que outrosy esta camara a elle .j dito Sor. Governador e a dita Villa de Santos devião dar conta a sua i Magestade e pedir se servisse para ^ remedio de tão grande dano, per- 5 mittir e ordenar, viessem para o dito porto de Santos, em as suas encom- i niendas, pois de ser em direytura ao Rio de Janeiro se lhe occasionarão mil descaminhos, e despesas pois na . dita Villa se acha' Alfandega e minis- A

tros delia, em que póde haver a arre cadação conveniente para os direitos, concedendo-se aos donos dos navios, qualquer preferencm como melhor parecer a S. Magestade que Deus guarde, ria pedir ordem para se franquear J dito porto".

Certamente nada se fizera após ^ tão positiva denúncia do mal-estar insuportável, que aos povos oprimia. ^ Daí 0 inaudito desabafo de Bartolo meu Fernandes de Paria, em nome ;■ dos habitantes de serra acima. ]

quem também se manda0 Agora, depois da sua interferência, recebiam os povos alívio.

A 26 de ju^ho de 17H o Rei a Alb' escrevia

devia representar a “S. que se Magestade a pouca, ou ninhuma ob●vancia que tinhão as suas reaes ordens expedidas para o sal, que se obrigou o contratador a metter na Villa de Santos para provimento de todas estas da serra assima, pois se tem experimentado não só falta granmas vexações consideráveis, sei de, aquella em não vir nenhu do contracto, e estes porque algu, que entra dita villa por particullares, que ainda que o trazem occulto do mesmo contraétador, Iho vendem por exor bitantes preços, a que os faz sogeitar a sua necessidade. na @

i^uerque contando-lhe que haviam si<^0 dadas cabais pro vidências para ^ue os seus vassalos

de São Paulo recebessem todo o sal de que precisavam (Arc. de Minas Gerais, cd. 3). Já a 13 de maio solvera atender ao pedido súplice dos camaristas de Santos sôbre do indispensável cloreto (Ibid).

Como tudo andasse do modo mamente lento, na era colonial, princípios de 1712 é que Souto Maior aparecia em São Paulo para dar co meço à execução de seu mandato primitivo de Bartolomeu Fernandes.

A 24 de maio dava posse a diversos Trazia em sua comissão de alta relevância diversas incumbe cias como, por exemplo, a de fazer deva.ssa geral e. sobretudo, apurar o que havia de verdade na denúncia da existenc.a de grande quadrilha de moedeiros falsos, em Parnaíba. dicaria também desvio de dizia rea remessa suso cm almotacéis. nSinm a respeito de grande quintos do ouro que se haver

em terras de São Paulo. E, segundo parece, começou com grande açodamento o seu inquérito, visava, sobretudo, a pessoa de cer to Francisco Jorge, apontado em Par naiba como chefe dos moedeiros falsos.

Passando-se a esta vila, a fim de compelir Jorge a se apresentar pe rante êle, sindicante, sofreu tremenda assuada que que o forçou a sair imedia

tamente do têrmo parnaibano. dade é que fôra Ver0 insuflador deste motim um dos mais ilustres paulistas do seu tempo, creso parnaibano bandeirantes, Era êle o famoso 0 banqueiro dos o grande protetor e

benfeitor dos jesuítas, “o herói dos «: ])aulistas famoso, saudoso e apete cido, Guilherme Pompeu de Almeida", como déle escrevería o linhagista da Xobiliarchia I^aulistana; como de ho?nem cuja memória “duraria na notí cia ({ue SC estabelecesse nos vindou ros de uns pai-a os outi-os".

A respeito dêsto i)ersonagem notabilíssimo do Brasil colonial, e figu ra única na capitania de São Paulo, ja assaz largamente escrevemos eiu nossa Historia Geral das Bandeiras Paulistas a tores.

Em São Paulo mais infeliz do que em Parnaiba ainda seria o desembar gador sindicante. Ver-se-ia obrigado a fugir i‘eceoso, de perder a vida. Espavorido, correría da cidade piratiningana, ante o levante geral de seus jurisdicionadoR, endereçando lo go depois ao HÓlio real as suas fundas queixas. Deu-se o motim, que o forçou a es capulir, a 28 de outubro de 1712, do-lhe de pre texto curiosíssima circunstância; um desfôrço provocado por questão amo rosa. cjue reportamos os lei-

■Is servin-

Deixara-se o nosso gravibundo de sembargador aprisionar pelas lhas da rede do “deus cego e alado do chavão gongórico, tão em uso por aqueles anos. E daí lhe proviria uma série de dissabores enormes e so bressaltos profundos.

A 24 de maio de 1712 passava Sou to Maior a ouvidoria geral interina

nici-srif122

do Sao Paulo ao Dr. Sebastião Galvão Kíisquinho.

A ciiiostão do aprovisionaniento do sal continuava a ]5ieooupar a aten ção ílo governador de São Paulo, ceoso de que se desse a repetição do caso de Bartoloineu Fernandes. rero de 1713, louvava-lhe 0 procedimento.

ICm cartas do 18 de setembro de 171.'} podia ao Uoi, encarecidamente, providências po.'?itivas para que do Reino viessem, sem falta alguma, anualmente, como aos paulistas fôra jn-ometido, dois navios carregados do sal e destinados a Santos, mo mais dois de Angola ou da Costa da Mina, carregados de escravos (Arch. de Minas Gerais, Cd. 4.173 e 173 v).

Referira Souto Maior ao monarca tentara levar a cabo a prisão de assim coque Bartolomeu Fernandes. No entanto, quando tinha ordens régias a fim de poder fazer-se seguir por tropa da de Santos guarniçaoo comandante desta praça lhe negara a escolta.

Denunciando a má vontade do mes tre de campo, igualniente represen tara Souto Maior a Antônio de Al buquerque, e, êste, peremptório, 10 de agosto de 1712, intimava Barbosa, “por ordem d’ El Rei, e sem contestação possível”, pusesse à disposição do magistrado quantoá ho mens entendesse requisitar da nição de Santos, soldados bos, os quais deveriam ser providos de munição de bôca e guerra para vinte dias. Idêntica intimação ende reçou ao provedor da Fazenda Real.

Assim Iho ordenara, também, El Rei e por especial determinação “em cujo cumprimento não haveria nor dúvida ou demora na execução da dita ordem” (Does. Int. 49, 72).

Negou-se o Mestre de Campo kovamente a executar o mandato, expendendo as mesmas razoes dilatórias que contemporâneamente expusera ao Rei. Menos de dois meses mais tarde saía Souto Maior a “toque de caixa” de São Paulo e assim, por mais algum tempo, respirava o rebelde Bartolomeu Fernandes de Faria, cuja pro digiosa façanha não deixara de tra zer vivo contentamento às popula ções paulistas.

Mandou D. João V que o oficial a causa desta 1 explicasse lita, e desobediência, e o Mestre de Campo, Governador Manuel Gomes Barbosa, por carta de 10 de julho de 1712, explicava que se não aten dera ao juiz é que interesses muito mais sérios da Coroa o haviam im possibilitado de o fazer. recusa insó-

Achavani-se navios de França de São Paulo; desguarnecer fortalezas de pequenos recursos bélicos, e a marinha, na costa como poderia para atender a mera diligência policial? Era absurdo o que pretendera o De; sembargador naquele momento tehieroso, quando tão poucos meses ain-

I da havia que Duguay — Trouin

. apossara do Rio de Janeiro. se

Respondendo-lhe, a 15 de feverei-

Desiludidos estavam de melhoria de situação abastecimento de sal. Ultramarino negava-se à da remessa anual de dois Porto a Santos, alegand riam à Europa vazios, capitania de São Vicent tar, como carga d© Assim, aos povos de 0 desfôrço violento de Fernandes. Continuavam

0 monarca a a guare seus caa mequalquer no tocante O Conselho ao concessão navios, do n que voltanão tendo ® 0 que exporretôrno. a pouco valera Bartolomeu - os abusos

Dic.ks i o M<;on(’)M1C<) 123

I terríveis dos monopolistas aproveitar dores da desorganização comercial, a operarp^ Nesta ocasião começou j no comércio do sal um indivíduo (jue 7 chegaria a adquirir rápida fortuna â custa de uma sequência dc crimes í e atentados de toda a espécie: o fa^ moso ladravaz Sebastião Fernandes !● do Ttêgo, célebre nos anais paulistas e paulistanos pelas inauditas tranquiK: bérnias oriundas de audacia e de in-

I Já a 8 de outubro de 1713 estava [ em São Paulo, como nos assinalam $ documentos do arquivo municipal paulistano. Pouco depois encontramo-lo y relacionado com. os monopolistas do ^ sal, de quem era um dos mais atim vos representantes.

va«a!los dar-nos providoncia exccssão (sio) a pstí* negocio do tanta utili dade para esta republica com preço racionavel e abundancia, para em tu do termos mais cm fiuo obedecermos de Vossa Real aMagestadc”. i^essoa

A 13 de julho de 171R ainda estava Bartolomeu Fernandes em liberdade.

Nesta data escrevia ao ouvidor Rafael Pires Pardinho o Governador fluminense Antonio dc Brito Mene¬ zes (Arch. Nac. Col. “Governadores do Rio de Janeiro):

Logo depois deve ter o caudilho de Jacareí caído às garras da justiça teligência.

Mais tarde, enriqueceria extraordínàriamente com os despojos dos in felizes e facinorosos Irmãos Leme, para depois deixar-se levar à aventu■f; ra espantosa da substituição do ouro ^ dos quintos reais de Cuiabá por chumbo de caça, proeza que lhe traria a ET' prisão e o confisco dos já enormes bens. Provàvelniente, por volta de t 1717, seria um dos grandes respont - sáveis pelo açambarcamento do sal. ' Desesperada, apelava a Câmara a I' 30 de janeiro, para o Rei, como ma ratio.

“Como V,M. nic diz <iue por via do governador da praça de Santos se poderá conseguir a prizão do Regullo Bartholomeu Fernandes do Fa ria, e seus socios, cujos nomes decla ra a lista que V.M. me remeteo, a renietto nesta mesma ocazião ao mes mo Governador ordenando-lhe que com todo o cuidado faça delligencia por prendellos, o que espero execu tará promptamente se não for certa a noticia que aqui tive, de que elle já tinha prezo o dito Bartholomeu e alguns socios talvez por algua recommendação de V.M. ou noticia que tivGce de seus graves delictos”.

Vs*' últi- real.

Já a 25 de dezembro do mesmo ano de 1718 estava El Rei informado a res peito deste assunto, escrevia o govêrfluminense numa carta em que sur gem pormenores inéditos, como o rela tivo à captura de mais de trinta asse clas do régulo, brancos e mulatos, além de numerosos escravos do rebelde.

P' 49, 249).

Senhor — Tem e sal chegado a " tal altura, o estado, que nos resolveU mos a dar parte a Vossa Real Ma* gestade que em breves tempos o pre■ ço delle, arruinará o pouco cabedal rf que possuem poucos, e ainda acresce mais que além de nos estar em a vil, la de Santos a tres mil e duzentos fc;- o alqueire não é com aquella abun\ dancia que chegue a todos, permittanos Vossa Real Magestade como tão zeloso do bem conimum dos seus

Tudo isto gi’aças à atividade do De sembargador Pardinho (Cf. Does. Int. no

Satisfeitíssimo com a notícia, sobre ela se estendia o Rei. Fora o execu-

124 I «vivi ■ r' ■* t ^ H Dicksto F.í:on6miC()

roiensc.

Também Iho destinava especialissima gratificação, extraordinária, da<lu a sovinice réjriu dos tempos.

“Fui

<loclavava o monarca, por resolução do vinte e dons do presente mez o. tomada em consulta do meu Concelho Ultramarino que ao ouviílor frcral do Sam PnuUo mando or denar toda a segurança reanno metta os prezos com as devaças, que dos seus insultos tem tirado a Rellução da Bahia para nella haverem do ser julgados pelos merecimentos das suas culpas. sorvido mandar-vos dizer,

E a vüS vos recomendo que logo que ouvidor geral do Sam Paullo reaos ditos Reos com as devnsdas suas culpas os remetaes a

, e para que veja como agradavel este serviço, que nha real fazenda mando que se ic dem cem mil reis de ajuda de cus o para que este prêmio nam só seja em parte sntisfacção do esforço com Que procedeo, mas também hum exemp o os mais, da mique sirva de estimulo para vendo que se sabe attender aos que obnse empenhão a fazer a sua semelhantes casos, sem rçse suggeitão. gaçao em parar no risco a que

Respondendo pela frota seguinte 2 de julho de 1719 informava o novo governador fluminense, Ayres e Saldanlia de Albuquerque ao Rei que noticia da morte a já lhe chegara a o meter sas Rellação da Bahia com toda a segupara cujo effeito mandareis elles os soldados que vos parecabo que os governe, e que entanto que nam vão os terança com cer, e entre de Bartolomeu Fernandes no carcere baiano:

nhaes ^ bom recado e juntamente enviareis ao Paulista que prendeo ao ouvidor passado que se acha ainda em Fortaleza dessa praça.

E se vos declara que ao ouvidor da dita cappitanya de Sam Paullo Rapliael Pires Pardinho mando agradezello, e diligencia com que se hua cer o houve na prizam do dito Bartholomeu Fernandes hum dos mais insultuosos homens e maior regulo que houve na dita cappitanya, e que nella tem co metido muitas mortes, e terríveis delictos chegando (a) assaltar a praça de Santos.

E que este serviço fica na minha

“Snr. — Aqui acho noticia que rcmettendo o ouvidor Geral de Sam Paullo por via do Governador de Sanctbs para a Bahia o facineroso Bartholomeu Frz. de Faria, poucos dias depois da sua chegada aquella cidade falecera na Cadea delia. E com os seus companheiros logo que aqui cheguem e o Paulista que se acha prezo em hua fortaleza desta praça executarei o que V. Magestade nesta me ordena como também o que me manda a respeito de Jozeph Coutinho cabo da partida dos soldados que acompanharam o dito Ouvidor para a prizão delles”.

125 real lembrança, para ter muito pui'« attenção aos seus acrescentamentos cabo da e porque se mostra que o tor da <lit*^ prisão .loseph Coutinho do Andracla, soldado de assinalado pro ceder e cabo da partida que assaltascciuazes do caudilho rajacaos partida dos soldados que o acompa nharam, procedeo muito valerosamente nesta occazião, segundo repicsenta o Governador da praça de San tos; vos ordeno que em meu real nome lhe agradeçais o bem com que se houdita deligencia deste facineroso me 101 ve na homem

SÃO PAULO NA CONSTITUINTE DE 1891

vida republicana do Brasil, sem dúvida, o acontecimento máximor (Ultimo jiinuili^ld r srcrrfdrio thi VrcSÍf/(.'7l cid (1(1 C.titifira d,)s Deputados

' foi a Assembléia Constituinte de I 1890-91, pois foi ela que elabojou a j primeira organização do regime, fêz de tal e o maneira que ainda hoje

, dr. OHn I’rnz'T( s'. inicia, ennt n prcscnic ar//gf», nina .\('tíc de csítido.s rejrrenlea papel dn.s (. ■'onslitnintc de IHi)l. ao rcprcscnlantcs pmdhtas na Seste número 'ê o seu trabalho continua a ser elogiay do. S. Paulo teve um papel de des, taque, elegendo um grupo de homens ■'que formou uma das mais brilhantes i;^ bancadas do conclave.

, A história completa da Constitui s te de 1891 ainda está crita. npoi- ser esfoc.dizada a aliiação do aiitioi) profes■uir de hconomia Política da Faculdade de Direito de São Paulo. ,sr. fíMc l.uiz de Almeida Kouncira.

^ Agenor de Roure, o inesquecível ' funcionário legislativo, em assuntos parlamentares, combinou comigo fazer a histói-ia que falta. / Êle se incumbiría do estudar, explicar e comentar as matérias votadas e - eu cuidaria dos constituintes, isto é, I faria o estudo de cada congressista e j respectiva ação na assembléia. Agenor de Roure terminou a tai-efa em f dois meu mestre i grossos e utilíssimos volumes, [ em que todo o material está contido. Eu comecei o trabalho, isto é, estu dei cinco ou seis dezenas de persona gens e tracei o papel de cada uma. Estou, pois num têrço do trabalho.

vez reunidos, compõem o perfil segu ro que se deseja obter.

Cuvier dizia que, por um simples osso que lhe fôsse apresentado, poderia éle descreve todo o arcabouço e todo o corpo de um animal desa parecido. Sem irreverência, pode afirmado que um simjiles aparte ou uma simples assinatura num docu mento parlamentar mostra ou dese nha bem a fisionomia do congressisser

O plano escolhido é o de acompaJ. nhar cada congressista pelos Anais ^ a dentro, verificar as emendas e ouI tros documentos que assinou, os discursos que pronunciou e os apartes ta.

E’, como se vê, um trabalho que exige paciência, mas que não pede grande mérito, o que mostra caber dentro das minhas forças, personagem do montão complicado dos Anais e o exponho, numa ligeira lapidação, na vitrina de artigos, que os de grande brilho poderão dar expansão às suas luzes.

Tiro o em y com que interveio nos debates. Tudo ■y isto constitui traços nítidos da sonalidade parlamentar, ípere que, uma

Além disso, ter-se-á, com o refe rido método, dado o seu a seu dono, pois há muito dispositivo da nossa

f

primeira constituição atribuído a representante quando o seu verda deiro autor foi outro, tem, assim, uma certa dose de jus tiça. Jiistórica.

Começo hoje a tarefa do estudo dos rei)resentantes de S. Paulo pelo De putado .íosé Luiz de Almeida Noguei ra, nome por demais conhecido leti-as jurídicas brasileiras. Monarcpiista, ade riu, com ombri ílado ao regime r e p 11 b 1 i c a n o tendo explica do, com aplau sos, mesmo.s di seus antig●o^ c o r !● e 1 i g i o n li rios, a sur atitude.

Repetiu n explicação s e u primeiro discurso peran te a Assembléia Constituinte.em oração que foi classificada de “notável constantes apartes. Nesum

O trabalho nas 1 I nc >» e m

Nêle mostrou um grande oti mismo em relação ao desenvolvimen to do país, 0 que S. Paulo confirmou de maneira exuberante.

Salientou, para pÔr à vista as suas idéias sobre organizações de gover nos que, a seu ver, não afetava de modo profundo mentais o modo de estabelecer ffo. os regimes governaos po deres Legisla tivos e Judiciá rios. Êstes po dem ter a mes ma feição, tan to numa Repú blica, como nu ma Monarquia. 0 que caracte riza, nitidamen te, um sistema de governo é o seu Poder Exe cutivo. A tem'porariedade do chefe dêste po der espelha o regime, bem co mo a procedênI cia.

O ponto prin cipal a estudar 'e resolver, no pais, seria, po rém, a federaAchava, como Campos Sales, que poderia haver duas soberanias paralelas, uma da União e outra dos Estados ou Unidades Federadas. Teria que ser, pois, estabelecida independência política acentuada ra a çao. uma paaçao local sa oraçao, espp-tIha nao só o seu procedimento, como traça a situação política do país, mos trando a necessidade de antes, organizada ser, quanto a República com uma imprescindível constituição fe deral. Era urgente sair da fase de transiçao para a de tranquilidade pú blica, tranquilidade jurídica e tran quilidade econômica. Acompanhemos o seu discurso, resumo, conforme comporta êste artiem

Dependia essa inde pendência, também, da discriminação do rendas, isto é, dos recursos dados aos Estados. O Presidente da Repúbli ca deveria ser eleito pela maioria dos

1")lí;RSTO LCconú.n Iic() ]-27
F-

reitos ílos brasileiros natos, podendo inclusive, 1’residento da Repúí'itou lejrislaçõos americanas admitiam êsse fato, a principiar ser, hlica. que sufrágios populares, embora em elei ção de dois graus.

Incidentemente, nessa parte do seu relêvoKeque a pela norte-americana.

Permitiiia (lue os d iscurso, pôs em pública fóra obra de uma convicta e exaltada, contra uma maio ria monárquica desalentada... Êsso desalento facilitou e apressou o golmesnio os chamado.s minoria. pe, pois que

Prcsiílentes da República fôssem reeleitos. Proibida i\ reeleição, deveria ser aumentado o período governamental, pelo nionos republicanos históricos que do novo regime. para seis anos.

Narrou que, na Capital de S. Pau lo, a 14 de Julho de 1889, numa do Partido Conservador reuniaoPaulista, sob a presidência do conselheiAntônio Prado, presente a quase totalidade dos seus chefes, resolvida fôra a adoção deu ma política clas sificada como ro evolucionista”, pois

t^uanto ao mostrou-se federalista, de dar achavam ainda era cedo para o advento

Deveria ser concedida a mais am pla liberdade religiosa, casamento, deveria ser regulado pe las leis estaduais, pois jiartidário, como aos Estados o direito civil, a exemplo dos Estados Unidos.

Achava que não poderia haver re gime parlamentar com o Executivo eleito pelo voto popular, consigo mesmo, Oliefe do (< Foi, a princípio, parlamentarista, pois temia o incon veniente de que o Executivo podendo ser afastado dos seus postos, abusasse.

I» nuo somente um cego não enxergava que a República se aproximava. Os si nais eram cada vez mais acentuados. A abolição lançara muita lenha na fogueira...

Êsse mesmo Partido, em manifes to que causou sensação, proclamara a necessidade de uma ampla Federa ção, cuja semente estava de há mui to plantada no chamado ato adicio nal. A Federação poderia vir, tran sitoriamente, mesmo sob o regime monárquico. A República, desse mo do, já encontraria o terreno prepa rado...

Não encontrava profundas diferen ças entre os regimes de governo, mas reconhecia que o republicano seria o regime do futuro.

Entretanto, (e estas são palavras textuais do orador) em resposta a essa objeção, ocorreu-me ao espírito que, desde que preendessem ggforços, nao se agitariam estciâlmente, não se deixariam dominar por 'econceitos de ordem política, converteríam em instrumento de pedientes partidários para derru bar o Governo, não por não ser bom, mas por não ser partidário ou, anser do partido da maioAssim, com preendendo a improficuidade dos seus Câmai*as Legislativas as Câmaras coma impotência dos seus não pr se ex tes, por nao ria dos representantes. esforços, as

Passando ao ponto de vista cons titucional, objeto em estudo, opinou no sentido de que o brasileii’o natu ralizado deveria ter os mesmos di¬ manter-se-iam dentro de sua ação constitucional e esta convicção traefeito preventivo coibir nao como

njGMSTn 128Econí^jmíco

T-e^islativo dc uma agitação estéril, cie unia, existência de dema siada djíria.

(Juanto à eleição do Presidente da Ucpública, propugnou o sufrágio ge ral, embora indireto. Não havendo maioria absoluta, o Congresso teria o direito dc escolha entre votados. os mais

brasileiro - naturalizado pudesse até mesmo Presidente da República.

Votou contra a emenda que dava o direito de voto às mulheres, por entender que êsse direito estava con■ , Sempre quo cidadãos, incluido.s mulheres.

A sua demesa ser ferido na constituição. estp. falava em estavam os homens e as Foi, portanto, favorável ao voto ao sexo feminino,

Lembrou próprio Brasil. 1’üdcr preocupação político-partidáoxomplo monárquico ono claração de voto mandada a r . de 16 de Janeiro e naexsessão

A votação para a escolha deveria acr feita pelos votos indivi duais dos Congressistas e não pelos Katado.s, tendo cada bancada direipressiva:

. direito dc

votei contra “Declaroa que emenda assinada pelo Sr. Sal anha Marinho e outros, conferindo mulheres, idéias de 2 do direito eleitoral às coerente com as 0 porque, que expendi na sessão to a um voto único. Restringia as incompatibilidades dos Ministros, vis to (lue estos eram meros secretários do Pre.sidcnte da República e não se cretários do Estado.

Ngssc discurso, que vimos de resu mir rigorosamonte, Almeida Noguei ra inscreveu-so na lista dos que me lhor discutiram o projeto de consti tuição enviado pelo General Deodoro e emendado pola grande comissão es pecial do Congresso.

Almeida Nogueira, inspirado no exemplo norte-americano, dava aos Estados a legislação civil. Desse mo do, assinou a emenda de Leopoldo de Bulhões, que restringia a competên cia do Congresso Nacional e, portan to, da União, à decretação de leis processuais da Justiça Federal e leis gerais sobre naturalização e falênCompetiria também à União definir e punir os crimes políticos os de falsificação de moeda e dos títulos públicos da União e os crimes cometidos em alto mar”.

corrente, considero escusada e conveniente aquela menção espe visto achar-se 0 diindal 0 expressa,

compreendido implicitamente reito das mullieres ao alistamento eleitoral e ao exercício do voto, na generalidade dos têrmos projeto constitucional e de todas leis e regulamentos eleitorais. do as

Aceito 0 ponto de vista de Almei da Nogueira ou o seu modo de inter pretar 0 projeto de constituição, as mulheres poderiam ser nomeadas ou eleitas para os mais altos cargos públicos, inclusive o de Ministro do Supremo Tribunal...

Apresentou emenda e por ela se bateu em várias ocasiões para que cia.

« o 0

Foi dos que votaram a favor da emenda, rejeitada pela maioria, íncompatibilizando os Governadores dos Estados para a eleição do mesmo car go. Achava que a providência ca bería aos Estados, no seu direito do regerem-se ou organizarem-se pelas

1:29 Dic.ksto Kconómico

7 leis que votassem. Sob o ponto de [; vista moral, o Congresso tinha de-

. sincompatibilizado o Presidente da K República, o que era muito mais gra

I Sempre ao lado dos que desejavam dar aos Estados uma intervenção ● mais larga no direito substantivo,

tos correspondessem ao duplo da pectiva representação no Congresso Federal. Não poderíam ser escolhi dos como eleitores presidenciais que ocupassem cargos retribuídos de caráter legislativo, judiciário, admi nistrativo ou militar. Não obtendo os candidatos presidenciais maioria absoluta, caberia ao Congresso lher, também por maioria absoluta entre os três candidatos tados. resos escomais vove ou muito mais importante..

^ acompanhou Adolfo Gordo na emenda que, dando à União o direito de L definu* os crimes políticos'V. , o fazia somente quando Ôstes dessem a intervenção federal crimes relativos ● moeda falsa, contra

^ União t moti¬ vo e, quanto a contrabandos, o patrimônio aos r Uvesse qualquer relação direta ^ a cousa prejudicada.

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1^ Entretanto, " «stabelecia Est com ainda acompanhando qpe os ados somente tivessem ou milícias cívicas e não licial," guardas fôrça pocno omo estava dito

Que essa projeto diversas : deEntendia cabotagem, navegação deveria ser livre as bandeiras. ^ tôdas constitucional,Assinou 1- emendas com

Votou contra a emenda, conforme declaração de voto escrita, r tada pelo Sr. Lauro Muller, e criava um apresenadicional de 15Vc sôbre o imposto de importação, em benefi cio dos Estados. Ainda em documen to escrito salientou ter votado tra a reserva ao país da connavegação

Foi um dos signatários da uioção de Quintino Bocaiuva, apresentando Benjamin Constant como um mode lo aos futuros Presidentes da Repú blica. essa finalidade.

Dava aos Estados bancos de são, ficando emis, ^ União Federal / apenas o direito de estabelecer :> pectiva legislação.

; ■ emenda de Campos Sales dando E aos stados o direito de com a resSubscreveu a organizarnos Êsse documento que, em trabalh publicado, classifiquei de Moção de gato morto, não teve somente o nobre intuito de render homenagem grande brasileiro, que falecera antes. o ao pouco Amai sua finalidade era ,

respectivos territórios, a Guarda Na cional, devendo haver lei em que o i,'. Governo Federal, em caso de necessidade, pudesse fazer requisição dessa milícia. s intimamente, política...

Apresentada a moção no dia da eleição presidencial, se fôsse recusa í'-

Com apoio de diversos constituinrepresentação paulista, pro pôs 0 seguinte método para a elei ção do Presidente e Vice-Presidente da República: a eleição seria indire ta, constituindo cada Estado circunscrição eleitoral, ria de escolher tantos eleitores tes da uma Cada um tequanda, poderia causar profundo desgos to e reação aos amigos de Benjamin Constant e dos positivistas que pu¬ lulavam no Congresso. A eleição que se ia realizar se apresentava duvidosa quanto à vitória de Deodoro, pois, que eram muitos os par-

Dicesto Ecoxómico
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Se, deodoristas recusassem

tidários de Prudente de Morais, portanto, os a moção, penderíam para de Morais, dando, possivelmente, a vitória a êste. Assim bem compreen deram os líderes deodoristas que, ha bilmente, aprovaram a moção, pre¬ os benjaministas zangados, o lado de Prudente tituinte republicana

judicando ou inutilizando, dessa for, manobra política, cujos auto- ^ não trepidaram em usar o estra tagema com o nome do grande Ben- , jamin... . .j '■ ma, a i*es Almeida Nogueira foi, sem dúvida, grande figura na primeira cons-uma

jr Dicksto Econômico 131 ●
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AUTORES & LIVROS & REVISTAS

do Sr. Barbosa Lima DalavijasSo^ brinho ao encaminhar ii Mesa daí li-Academia Brasileira de Letras o vro Notícia de Vária autoria do nosso ilustre colaborador José Honório Rodrlí^ues: História, de J r

scr mais justas as {lalavras oscrítas pelo Sr. Jcísú Honório a r*'spcilo do Harão de Studart, (!<● .Ios<!‘ Ili^ino. de .Mfredo de Carvallxi c de l’(M-eira da. Costa. I‘]xpressivos, lambêni, os julíjamentos feitos â inajLrein do tral>alho de \’arnhaL?t‘M, Capistrano, Ro dolfo (iai^eia e .Afonso 'raunay.

Em nome do autor, ofereço a .Academialivro Brasileira de Letras o José Honório Kodritíues o título que o Sr. acaba de publicar, sob Notícia de Vária História” — reu nindo ensaios divulí^ados em revistas Há eestudos jornais brasileiros, excelentes, nesse volume, sobretudo o tema da osinfluência que versam do protestantismo no desenvolvimen to do capitalismo. Pela informação bibliográfica, pela segurança de seu critério, bastaria êsse estudo para justificação do volume e para o elo gio do autor. Mas, ao lado desse capítulo, figuram outros, também no táveis, sôbre a concessão de terras no Brasil e o valor de duas das me lhores revistas de história regional, do Instituto do Ceará e a do Insti tuto de Pernambuco. Não poderíam a I

O autor de “AMria História" ))c*rtenee a escohi (pie VarnhuLíen criou no Urasil, escola íle jicstiuisa o do e.xati<irio. Seu prcpaio melodolójrico é excelente e sua.s (jualidades pessoais se ajustam à especialidade a que se dedicou. lí’ meticuloso na indajjação e equilibrado no juliíamento, man tendo sob severa visiirmcia a imap:inação, que embora possa valorizar as pápcinas do escritor, muitas vôzes responde, também, pelos enos e fan tasias de muitos autores ilustres. 0 Sr. José Honório é histoi-iador de afirmação sóbria o sejyrura. Creio que não possa haver eloí^io mais alto, para quem, como êle, se dedica, com elevação e serenidade, ao estudo de nosso passado.

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