DIGESTO ECONÔMICO, número 274, setembro e outubro 1980

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PRnm

At.A. EMPRESA PRIVADA NACIONAL - Paulo VlUares

PROBLEMAS JURÍDICOS DAS FIUAIS DE SOCIEDADES ESTRANGEIRA^

BRASIL NA ORDEM INTERNACIONAL - Glycon de Paiva

THRPF Mii lí ,c. DQ regime LEGAL DA VENDA DAS AÇÕES - Amoldo Wald

THREE MILE ISLAND. OPINIÃO PUBLICA E PROGRAMAS NUCLEARES

ELOGIO DA VERDADE — Jacques Attali

— Alberto Xavier — Luiz Cintra do Prado

ALEGRE HISTÓRIA DOS PARTIDOS - Mello Cancado A URBANIZAÇAO MEDIEVAL ^ A. Deloreneo Neto A BELEZA E A VERDADE DAS PALAVRAS - Julian Martas

OS IMPONDERÁVEIS DA PREVISÃO ECONÔMICA - Morgan Guafahtv Su^p,, O CÁLCULO ECONÔMICO ESTÁ SUPERADO - J^Lcsoíme^ ^ ^

UMA INVENÇÃO DO SECULG XX: AiNFLAÇÃO J A UTOpiA dos "NOVOS ECONOM O PAPEL DA PESQUISA NA SOLUÇÃO DO PRO OS PROBLEMAS pA ENERGIA NOS PAÍSES EM j OS “NOVOS ECONOMISTAS” NÓS ESt/y

c Bouvier Rosanvallon LiEMA ENEÇGETICO

Pierre AlUcret

R»"“" Frtseh

PhlHppe Lefounier

A proposta que trago à aprecia ção dos senhores não se limita à análise de todos estes fatores, mes mo porque ela já foi tentada, ainda que parcialmente, em outras oca siões. Proponho-me, agora, a pen-

longo zação no desempenho da função empresarial, segundo a escala dos projetos, reservando-se ao Estado os grandes negócios e à empresa privada as pequenas e médias uni dades de produção; 5.a) a especia lização da função empresarial, se gundo os segmentos da economia, o que significa exclusão da empresa sar alto com os senhores, a partir privada nacional dos setores em que a grande escala é imperativo econômico ou tecnológico.

Tal situação decorre, necessaria mente, de fatores estruturais que tèm condicionado a produção in dustrial nas duas últimas décadas. brasileira e vão merecer , ao desta palestra, algumas consideraçoes.

da minha vivência como empresá rio, em um modelo de sociedade Due contemple, prioritariamente, a redução das desigualdades sociais. Antes disso, porém, pretendo dei xar explícita minha posição sobre alguns dos temas com que se tem exigindo, de um lado, investimendebatido o empresariado nacional, tos maciços do Estado em setores com ênfase maior na fragilidade da estratégicos e de infra-estrutura e, empresa privada, decorrente da exa gerada intervenção do Estado plano econômico.

de outro, a presença marcante do capital estrangeiro, destinado a financiar os programas de substi tuição de bens de consumo e de -- Diagnóstico das tendências exportação de manufaturados. Mar ginalizado neste processo, era ineAs -tendências observadas atual- vitável que o setor privado nacio- mente no setor econômico preser- i^al tendesse ao enfraqueciment o, vam, fundamentalmente, os mesmos A nível mais geral, foi ele também traços característicos de um pro- quem mais sentiu as repercussões cesso já identificado, há três anos, desta política que gerou, entre por José Luiz Bulhões Pedreira, em outros fatos, o aumento do endivi- palestra proferida nesta Escola damento externo, a expansão da (aoc. n. 039, T214-77). Na oportu- niáquina administrativa do Estado, mdade, o conferencista destacava, ^ virtual desnacionalização de al- como característica da realidade guns setores da indústria de transeconomica brasileira: l.a) a cres- íormação, o endividamento das em- cente concentração das poupanças Presas privadas nacionais e os de- internas nacionais no poder estatal; sequilibrios nos orçamentos mone- 2.a) 0 aumento do espaço econômi- tários e fiscal da União, responsá- co ocupado pelo Estado em detri- pelas atuais taxas de inflação, mento das empresas privadas; 3.a) Aparentemente, a manutenção a incapacidade da empresa priva- ‘bestas tendências podería acarretar, da nacional para promover projetos longo de algumas décadas, a re de grande escala; 4.a) a especiali- ^ução do setor privado a um papel no

marginal na economia, minhará, fatalmente, para um modelo centralmente pla- nificado, incompatível

a economia

Isso enca- transporte ferroviário e marítimo, energia elétrica etc.), setores estes que reclamam grandes capitais, propiciam taxa reduzida de retor no e exigem longo prazo de matu ração.

com a voca ção natural da sociedade brasilei ra, que postula uma ordem política democrática e, por conseguinte, uma economia livre.

III — A dimensão atual da privada nacional empresa

As empresas estrangeiras, por seu turno, continuam contro lando setores como o de material eletrico, eletrodomésticos, constru ção naval, veículos automotores, tra tores e implementos agrícolas, qui- rnica e petroquímica, produtos far macêuticos, perfumes, sabões e Similares. Finalmente, as empresas nacionais preponderam em setores tradicionais como a indústria têx- tu, de alimentação, bebidas, trução civil, comércio, etc.

Uma visão sintética da dimensão relativa dos três tipos de sas.

A observação, ainda que rápida da dimensão atual da empresa pri vada brasileira evidencia que não houve qualquer mudança no quadro geral em relaçao ao Fundamentalmente, predomínio das ano anterior, permanece cons- o empresas estatais básicos, como siderurgia, minerais não me tálicos.

setores produtivos em empreXlITâlS lepresentativas de cada setor, é for necida pelo quadro com base nas unidades gás e petróleo, de infra-estrutura serviços (comunicações, seguinte:

Patrimônio Líquido

EG — Empresas Estatais

EPN — Empresas Privadas Nacionais

EMN — Empresas Multinacionais

Fonte: J. P. de Almeida Magalhães vimento. Paz e Terra, 1979.

No que respeita ao faturamento, o predomínio é das multinacionais’ As empresas estatais

Modelos Alternativos de DesenvoL

infere a importância re«;nnnrt presas privadas nacionais, por mais da metade do patrimônS indúsTri^ especificamente à líquido global. Por seu turno oc Igl” í transformaçao, empresas privadas nacionais são as beS^de'^ setores básicos de-1) mais importantes no que se refere hZl h duráveis; 2) à oíerta de empregos? de onde

social das emconslcome lubrificantes; 4) bens

QUADRO 3

POSIÇÃO MUNDIAL DO BRASIL QUANTO À INDUSTRIA

AGRÍCOLA EM

QUADRO 3

POSIÇÃO MUNDIAL DO BRASIL QUANTO À PRODUÇÃO INDUSTRIAL EM 1976

Borracha

Veículos comerciais

Estanho primário

Algodão industrial

Receptores de TV

Pneus

Raion acetato

Borracha sintética

Não-celulósicos

Cimento

Automóveis de passageiros

Perro gura e ligas ferrosas

Terceiro

Sexto

Sexto

Sexto

Oitavo

Oitavo

Nono

Nono

Nono

Décimo

Importações de petróleo cru

Demanda interna de produtos refinados

Produção de eletricidade

Consumo de energia Produção

QUADRO 4

Opinião pública sobro as centrais nucleares - Estados Unidos -

Quadro I

Oposição âs Centrais Nucleares antes e depois de Thrce Milc Island

Países Datas respectivas Entidacie Antes Dgpsis

Alemanha Federal 21-j

Canadá

H^ança

Japão Jcin 77 Out 78 Set 78 Dez 79 Jun 79 Abr 79 Abr 79 Jun 79

Jan 79

Abr 79 Set 79 Mar 80

AJ-lensbach

Gailup/Ccínplan

Harris

Asalii

SIPD siro

Plebiscito 23.3.8o

FoiUt: RtiüuAceA, Jan-AbfiJ9SQ, p.ê. 4

Esse predomínio foi 42% a 47%). transitório e, já. em dezembro do ano passado e em janeiro do pre sente, voltou a prevalecer a opi nião favorável numa relação da or dem de 49% a 39% (ou de 1,25 por 1) em quatro levantamentos sucessivos.

o autor do artigo há pouco ci tado explica o resultado dos últilevantamentos invocando duas

clara que o " nível de apôio ou de oposição às centrais nucleares (nuclear power) é altamente in fluenciado pelo gráu de persuasão, sobre a segurança, que esteja con tido na redação da pergunta (feita ao votante)”.

Suspensões e adiamentos

Os movimentos de oposição têm corroborado com outros fatores econômicos, técnicos e estratégicos para suspender alguns projetos de centrais nucleares.

Há o caso da usina Turnerfeld-1 (BWR, 700 megawatts) em Zwentendorf, Áustria, construção con cluída, cuja operação não se ciou em virtude do resultado de um plebiscito. mos primeira, a natureza con- razões: traditória do próprio acidente, a saber, para muitos o acidente deu motivo a uma interpretação oti mista, pois ninguém chegou a re ceber malefício se os sistemas de acabaram dominando emergência a situação, outros o acidente ofereceu bastan te motivo para um julgamento pes simista, e foi pura sorte o que im pediu uma catástrofe; a segunda de duas centrais fôra suspensa em razão é que um sensível desloca- 1979: Porsmark-1 e Ringhals-3 (resmento das opiniões para o lado pectivamente BWR 900 MW em desfavorável já tinha ocorrido antes Gavle, e PWR 915 MW em Varberg). Em suma, diz Mit- O plebiscito de 23 março último, com participação de 74,3% dos 6 300 000 eleitores, levou o gover no a autorizar o funcionamento ini- ao passo que para \ Na Suécia, a entrada em operação

Uo acidente, chell, contrariamente à expectativa do movimento anti-nuclear, as co letas de votos (feitas pelas enti dades Harris e Cambridge) antes e depois do acidente mostram ape nas um pequeno acréscimo em o número das pessoas que simpaticom aquele movimento.

daquelas centrais e a levar até o fim a construção das quatro outras centrais do programa. Este fica rá completo em 1990, com doze usi'nas nucleares que vão representar A evolução em alguns outros pai- 46% da capacidade elétrica total ses, conforme os levantamentos de daquele país. várias entidades inquiridoras de opinião, acha-se resumida no Qua- tença judicial, ocorreram na Aledro I, cuja fonte é ainda a publi- manha Federal: Wyhl (PWR 1290 cação já citada. A propósito, o re- megav/atts), Grohnde (PWR 1290 ferido analista R. C. Mitchell de- MW), e Kalkar (reator breecler 280 zam

Três casos de suspensão, por sen-

em ocupante de outro pais comunista. Qual é a reação deles?

Dois dos países comunistas da Europa Oriental, os únicos susce tíveis de ter a mesma sorte da Checosiováquia em 1968 e do Afe ganistão em 1979 — a Iugoslávia e a Romênia — não podem, eviden temente, aprovar essa nova inter venção militar soviética. Mas os |[ dois tomam posição de forma bem mais cautelosa do que na época do caso da Checosiováquia. Não terá y sido obra da famosa “modificação na relação de forças internacio nais”, que se verificou nos últimos ‘i dez anos, em favor da URSS?

berania de um país estrangeiro. É imprensa iugoslava que dá livre curso às criticas contra a URSS, assim, a 6 de janeiro, o Borba, ór* da Liga dos Comunistas, qua- soviética de

a gao lifica a intervenção "inaceitável, injusta, antidemocrá tica e extremamente perigosa para a paz”.

A Romênia, por sua vez, abstém se de incriminar pública e oficial mente a URSS pelo golpe do Aíe ganistão, como fez onze anos atrás

Com efeito, em 1968, Ceausescu en volveu-se pessoalmente:

a 15 de, antes da in-

agosto, uma semana tervenção, foi a Praga e tratado de amizade com a CheConsumada a agrescomitê central do assinou

Em agosto de 1968, a Iugoslávia fez questão de deixar clara sua soli. dariedade para com a Checosiová quia, através de uma série de me didas ostensivas, às vésperas da agressão soviética e logo nos dias seguintes. Tito visitou a Checosio váquia a 9 de agosto e, ao mesmo dia da agressão, 21 de agosto não hesitou em condená-la como um coslováquia. são soviética, o Partido Comunista romeno não he sitou em estigmatizá-la como “ fla grante violação da soberania na cional de um país socialista”, dia seguinte à Em no compensação, ocupação do Afeganistão, Ceausescu tem uma atitude bem mais conti« um ■ golpe brutal contra as forças so cialistas e progressistas do mundo inteiro”. Mas quando ocorre a ocupação do Afeganistão, a voz ofi cial da Iugoslávia não se faz ouvir com igual nitidez, para dizer o mí nimo. Desta vez, nem Tito pessoal mente, nem a direção do partido e do Estado publicam qualquer mo ção contrária a Moscou. A 30 de dezembro, o ministro dos Assuntos Estrangeiros expressa seu espanto e sua inquietação em face da crise afegane, declarando ser inadmissível qualquer intervenção contra a so¬

da do que no tempo da primavera de Praga: suas declarações só alu dem aos fatos em termos vagos, nem o agressor, sem mencionar nem a vítima. Limitam-se a evo car, discretamente, a “dominação”, o “dilttat”, a “hegemonia”, as ‘‘es feras de influência” e as " aventuras militares”. Quando a Assembléia Geral da ONU vota, a 14 de janeiro, a resolução pedindo a retirada das tropas soviéticas do Afeganistão, a maioria é esmagadora: 104 países a favor da retirada (inclusive a Iugos lávia) e 18 contra. Mas a Romê-

nia figura entre os 12 países que mente não-dissimulada, perpetrada se abstiveram de votar. Quanto à pelos bandos armados dos grandes imprensa romena, observa a mes ma prudência: ao contrário dos meios de comunicação iugoslavos, repletos de informações sobre o que está ocorrendo no Afeganistão, os jornais romenos adotam um "des taque mínimo” e mantêm total si lêncio sobre a evolução da situação naquele pais, particularmente sobre os combates e sobre a repressão contra a população.

Entre os partidos comunistas da Europa Ocidental, os que haviam aprovado a intervenção contra Che cosiováquia apressam-se a fazer o mesmo quando do caso do Afega nistão, a saber: os Partidos Comu nistas português, cipriota, grego, alemão-ocidental, berlinense-ocidental, luxemburguês. Só os dois pri meiros representam uma força elei toral de certa importância.

latifundiários, que operam do ex terior. São financiados em dóla res americanos e equipados com armas chinesas. Possuem bases e campos de treinamento no Paquis tão”. Mas, entre esses adesistas de Moscou, apenas o Partido Comu nista finlandês, com quase 18% dos votos, representa uma força elei-, loral de certa importância. Sua aprovação à intervenção soviética no Afeganistão (apesar de a dire ção do partido ser, em sua maio ria, "liberal”) prova, assim, que a íinlandização não se limita ape nas ao governo "burguês” de Hel sinque.

Em outras terras, não podendo arrastar atrás de si a totalidade de um partido comunista estrangei ro, Moscou contenta-se em dispor de uma fração. Na Suécia, por exemplo, onde uma cisão dividira o movimento comunista em duas organizações, o partido de Esquerda Comunista (de tendência liberal) condena inequivocamente a inter venção soviética, ao passo que o Partido Operário Comunista alínha-se fielmente no campo do Crem(A

AKEL cipriota detém cerca de 30^/o e o Partido Comunista português, cerca de 19% dos votos válidos.) Desta vez, no entanto, os soviéti cos conseguem aumentar a lista de seus “supportcrs”; alguns partidos europeus, politicamente insignifi cantes, como o da Áustria (nas úl timas eleições, em maio de 1979, ob- lin. teve 0,95% dos votos válidos), vol tam a integrar-se no âmbito de Moscou, aprovando a intervenção do Exército vermelho. A imprensa soviética dá-se ao luxo de citar, com satisfação, o jornal desse partido esQuelético. o Volksstimmc, que escreve: “O Afeganistão é objeto de uma intervenção militar pratica-

O cômodo PC francês 11

Mas o sucesso mais espetacular de Moscou reside, certamente, na reviravolta do Partido Comunista francês, que passa da desaprova ção à agressão da Checosiováquia, a 21 de agosto de 1968, à aprovação

ravelmente para o português gran de parte da minlia obra. pois, desta vez em Moscou, logo após a ocupação (segundo o teste munho de Zdenek Mlynar, um dos secretários do comitê central do Partido Comunista tcheco, que es tava presente), o Número Um so viético dirigiu-se a Dubcek nestes termos: “ Admitamos que Tito prodiscurso a seu favor.

Admitamos até que Berlinguer lhe dê, de presente, uma declaração. E daí?”

Já se foi o tempo em que o de¬ saparecimento do monolitismo co munista era interpretado como o início de sua decadência.

Falava há pouco o professor Ma rins da língua de Cervantes e da língua de Camões, dizendo que mi nhas obras podiam ser lidas nas duas línguas e eu pensava: ele podia ter dito nas duas línguas de Ca¬ mões, porque as duas eram suas e nas duas ele escreveu admiravel mente, gloriosamente. Mas como foi possível que fizesse amizades tão rapidamente e que vem duran do há 26 anos e que, espero, du rarão o que durar u minha vida?

não diminuíram em nada o expansionismo que inspira os projetos de Moscou. Não resta dúvida de transeuropeu. que a época atual é mesmo a do fim das ilusões.

Hoje Não se pode interpretar isto a não em dia, somos obrigados a cons- ser por pertencermos a alguma coitatar que as cisões dentro do bloco sa em comum: eu tenho dito semsoviético e as oposíões no seio do pre que a Espanha não é um país movimento comunista internacional europeu como outros países euro peus. Não é, pois, um país intraeuropeu é, como Portugal, um país Claro, tão europeu quanto qualquer outro, mas além disso um país americano, existido continuamente uma comunimcie um

Digníssima Academia Paulista de Letras, Senhoras e Senhores:

Tem nidade hispânica, ibérica e da mes ma forma ela se apresenta em dois hemisférios: como uma comunida de histórica, que naturalmente não exclui a outra língua, o outro idio ma. Eu sempre me senti espanhol e irremediavelmente americano e

Permitam-me, antes de mais nada, ao agradecer as palavras tão ge nerosas do meu antigo amigo, o professor Miguel Reale, permitamme recordar minha primeira che gada a esta cidade há 26 anos atrás. Conheço o Brasil desde essa data e o interessante é que desde a pri meira vez em que estive aqui fiz imedíatamente amigos, alguns dos próprio, tão visceralmente me afequais estão agora neste recinto: o ta quanto os países da América que professor Miguel Reale o professor falam a língua espanhola. Por conGilberta de Mello Kujawsky, Pi va seguinte, sinto-me como quem perToledo de Ribeiro Piza, que toma- tence a uma comunidade amphssiram a si a tarefa de traduzir admi- ma, uma comunidade que é o munpara mim nunca houve diferença entre a América que fala espanhol e a América que fala português. Para mim, o Brasil eu o sinto tão

do hispânico ou o mundo ibérico, querem dizer a mesma coisa as duas palavras, ■' uma gente fortíssi ma da Espanha”, como dizia Ca mões ao falar de Portugal precisa mente. Nesse sentido, portanto, me sinto membro de uma comu nidade amplíssima na qual tenho uma enorme fé. Penso que esta comunidade que compomos nós, hispânicos ou ibéricos, é um ver dadeiro mundo; não são esses mun dos inexistentes que têm que ser rotulados com uma classificação ordinal, com números, porque isso encobre uma falta de realidade em Um nível econômico não

Pensem no fato de que

ram ã mesma coroa. Não perten ceram à Espanha: nunca pertence ram à Espanha. Tiveram, isso sim, o mesmo rei que a Espanha, ou melhor dois reinantes que eram também os mesmos reis da Espa nha. Felipe 4.0, tradutor de Guieciardini ao qual apôs sem dúvida um prólogo interessantíssimo, ao falar dos territórios da Europa e dos territórios da América, da mo narquia espanhola, referia-se a “es ses reinos”, “estes reinos””. Nun ca empregou a palavra “colônias” Na Espanha nunca foram conside radas

América: eram “reinos”. Eram verdadeiros países unidos por per tencerem a uma mesma coroa, a um mesmo projeto histórico. Creio que isso faz parte da estrutura do próprio Ocidente, é algo que deve riamos tomar como começo de nos sos projetos históricos e como vín culo da coesão interna de todo este enorme projeto de esperança para o mundo. Deveriamos examinar

Creio que a retórica é uma das grandes forças atuantes na HistóNão se esqueçam de que a retórica, a grande criação ou me lhor uma das melhores criações gre gas é provavelmente a mais resis tente. Quando a filosofia e a ciên cia se atenuam, se esvaem e per dem ó vigor, a retórica continua e reverdece em Roma: pensem em Cícero, em Quintiliano, pensem na na.

colônias”, os países da comum, define um mundo: um mundo é um repertório de crenças, de costumes, de projetos e é isso justamente o que o nosso mundo constitui. Po deriamos ser a comunidade mais importante, a comunidade mais in teressante do mundo atual- natu ralmente isso depende de todos nós somos talvez pessoas de e nao grande continuidade histórica: temo que não o realizemos, mas se não este projeto à luz do tema da reo realizarmos será por culpa nossa tórica, propaganda e violência, mas e teremos mais tarde que prestar pensarão talvez: por que unir es tes três termos e que relação têm Definitivamente, a comunidade entre si? Vou tratar demonstrá-lo. hispânica e a comunidade portu guesa, em ambos os lados do Atlân tico e nos dois hemisférios, foram a primeira realização daquilo que se chama de Ocidente. O Ociden te começou de forma real e não raeramente conceituai em nós, co nosco, durante 60 anos houve uma única unidade política, porque durante 60 anos o Brasil e Portugal pertencecontas de por que não o fizemos.

incrível. Mas assim foi duran- profaná-los. quase ^ realidade. Por te muito e muito tempo. Pensem Respeitando ^ ^^^^^^entalmen- que a retórica, neste sentido do ter- isso ela apar fiQ^escimento na mo, significa o apelo ao mais en- " '"^lá^ica " ao lihera- tranhamente humano, ao melhor liblralismo consiste pre- do ser humano. A retórica ci^ no homem priu uma função de cxaltaçao, exal- dizer de elevaçao daquihumano tem potencialhumanos sem seres época lismo. cisamente na crença , - cisamei consiste em conside- taçao quer

mdividual, pessoal, iivre q ^ retonca para con- apela para aquelas possibilidades herdade. humanas que talvez nao se tenham desenvolvido, mas que se podem

O como pessoa os homens vencer algo é preciso recorrermos a sua liberdade, não à sua passividade. acionar.

Por isso floresceu a retórica esplendidamente na época tica. possível que a retórica se fizesse

Apelo ao homem român-

Se es-

E por isso é que se tornou tece com a te é a preferência por tudo que Percebam como e homem de hoje

Uma das piores coisas que aconhumanidade atualmen-

acompanhar da veracidade, tudarmos as lutas políticas da épo- seja inferior, ca romântica, por exemplo, as lutas fácil convencer o políticas na Espanha durante o rei- que seja que for negativo, como nado de Fernando VII ou as guer- é fácil convencê-lo sobre o que for ras carlistas, especialmente a pri- desagradável ou do que for oem.eira guerra carlista que foi inte- gradante ou até aquilo que vá con- gralmente romântica, observa-se tra a sua própria dignidade. Se extraordinária: o fato dissermos ao bomcm atualmen e men- qu@ ele não é livre, que é um resultado de reflexos condicionados, ele está disposto a reconhecê-lo. Se- ele está condiuma coisa de que os contendores não Não mentem. Dizem a ver¬ tem. dade. Reconhecem seus erros, re conhecem os atos tcrpes e inclu- jhe dissermos que sive os crimes por eles cometidos cionado ou determinado absolutae mantêm o entusiasmo precisa- mente por condições econômicas e sacode os ânimos sociais ele se inclina a aceitar es sas premissas de hom pado. lhe dissermos que ele é um mato ele responderá: lhe dissermos que nao mero organismo ele mente porque beleza enérgica da palavra bem Se essa usada. Não tinham necessidade de Podiam manter o entusiascausa reconhecendo autô^Por que mentir, mo por uma seus -repito, seus crimes, que me parece - traordinário e que hoje nos parece

não?”, se passa de um se mostrará muito inclinado a di zer que sim, realmente. Se ainda lhe dissermos que está destinado defeitos, seus erros, inclusive, Isto é um fato ahsolutamente ex-

a ser aniquilado, que depois da conforme se olha nele, os raios in- morte nada restara dele e, o que cidem no cristal de modo estranho ' grave, nada restará das pes- e quem se mira vê outro planeta, vê outro astro. O mesmo acontece com relação à realidade humana: uma ligeira modificação da pers pectiva nos faz ver outro mundo, nos faz discernir outras coisas ou nos torna dispostos a aceitar outras coisas ou ainda faz com que nos deleitemos e mais soas amadas, em vez de sentir de sespero como o sentia Unamuno diante da mera idéia de pudesse acontecer efetivamente, homem de hoje sente uma inclina ção a concordar e talvez até que isso o mes mo a comprazer-se com tal idéia. Isto nos leva a pensar que algu mas modificações graves sucede ram-se umas às outras neste com nossa suposta, creio que não real, mesquinhez ou , TT, 1 I , . inferioridade, do. Eu lembrava ha pouco a tpn. _ j- ● 1 n ^ niao, e algo enormemente ffrave E dencia para o lado negativo da vida fr.i iu«=iiiciu.e giuve. ji. j ● ●, . ^^na íoi isso que conduziu somado ao que dominou durante o século 19 ouumuu du E há um exemplo trivial, de pouca ele sf fnte^r^frT importância, que é um texío de de certr^rn TTir»nr»iu<a Tnirip. o ^ f ■ certo modo o qu6 levou tam- Hippohte Taine, o qual definia a bém ao descrédito do liberalismotenha fraca^^^^^^ tionvraie”. Não existe m^aioTln: versão daquilo que nos parece es- cisamente aue tn?n^°‘ pontâneo e natural. Se agora apa- ^^®/odos os países que recesse ou se eu acreditasse que ses aue nln^ os pai- estava vendo entrar por aquela por- côp^^p Passaram por situa- ta um elefante amarelo diremos abjecS íeTervTdã^°' que eu estou tendo uma alucinagão. seí^Sam no" undo K uma anomalia uma anormali- liberalismo, um núclX de crenS dade psíquica. Mas o fato é que na capacidade humana drescote se eu os vejo os senhores e senho- por si, de decidir escolher ras, se os percebo, então eu diria que tenho uma alucinação unica mente verdadeira.

A propaganda

Constatam os senhores e senho ras que curiosa distorção, que pe quena transformação se terá duzido na sensibilidade humana como naquele conto de Wells em nelas submersos, que alguém descobre um vidro e, proMas há outro elemento muito di-

Isso, na minha opipor si mesmo, de buscar o seu destino e não de aceitá-lo por imposição alheia. E isto é curioso porque, se adotar mos este ponto de vista, conclui remos que ao contrário de ser ine ficaz o liberalismo teve, isso sim, a máxima eficácia porque salvou alguns países de cair nas situações rea’mente aterradoras em que mui tos outros cairam ou continuam

Diz-se que o homem é um ser social, que o homem é sociável — é verdade. Mas será toda a ver dade? Ortega y Gasset em um ensaio esplêndido publicado há mais ou menos 40 anos, intitulado

Del império Romano assinalou que é necessário destacar-se, ao lado da sociabilidade do homem, a sua insociabilidade também, seu espí rito de dissociação. Isto é um fato, absoluto. E, por conseguinte isto nos força a admitir que exista no mundo essa função triste que é a de se exercer o mando sobre outrem. É É preciso mandar. E isso é um ato degradante: degradante para quem man da, uma função penosa, dizia Or tega, que tomam a seu cargo al guns homens que têm responsabi lidades no verdadeiro sentido da preciso. en espessoas palavra.

Violência e coeição

Andrés; Monarquin, Jovellanos, so- menda violência. Mas, além disso, bretudo, um dos estilos mais no- indaguemos: será que a violência bres da Espanha, surpreende-nos é evitável? Não sei. seu constante acerto. Feijó e Jo vellanos foram os primeiros cris tãos pós-conciliares e nos senti mos hoje muito mais próximos de les do que de qualquer outro cató lico entre aquela época e a nossa. Eram menos brilhantes, mas acer tavam muito mais do que a maior parte dos ilustrados franceses. Pois bem; o século 18 espanhol foi, di gamos assim, um século que pas sou em branco, foi um estranho século de concórdias sem violên cias, e por isso os espanhóis se esqueceram cuidadosamente dele. Ninguém se lembra dele. Agora nós o estamos escavando e eu con tribuí um pouco com um livro se chama La Espana Posible Tiempo de Carlos Tercero, nós o estamos escavando, pesquisando-o, fazendo-o emergir, por meio de tudos feitos por inúmeros em todo o mundo, como quem de senterra arqueologicamente a Tróia soterrada e restaurada â luz por Schliemann. Por quê? Porque nin guém quis ouvir falar do século 18.

Os reacionários não queriam nada com ele porque era um século ilus trado e renovador; os revolucioná-

Não direitos: o direito to.

Mas a violência, que é inevitável, repito, não impõe leis, impõe a coerção. é uma teoria, o que temos é a lei e para que uma lei seja vigen- rios tampouco queriam, porque era te é preciso que ela signifique que um século moderado e não-violen- está em vigor e portanto obrigue Naturalmente as coisas não o cidadão, pois uma lei que não prosseguiram assim mais tarde, no obriga não é uma lei. As leis do século 19. Pois bem^ hoje em dia. Brasil não são vigentes na Espa- descontadas as exceções, em alguns nha, não são leis na Espanha: papaíses ou em algumas épocas ou ralelamente, as leis espanholas não outras, o mundo tem sido um mimdo violento. Tem havido uma tre--

são leis no Brasil, não são vigentes aqui. As leis só são leis desde que

se imponham como tais. E por isso não existe o Direito Interna cional: é algo que não existe, de forma absoluta, pois não há poder algum que o imponha, que o tor ne vigente. O Direito Internacio nal nada mais é do que um pio desejo, nada mais. E naturalmente se alguma vez houver um Direito Internacional será indispensável buscar esse mesmo Direito Inter nacional seja colocado realmente em vigor; tenha, isto é, uma fun ção coativa, de coação legal. Sob esse ponto de vista, como vêem, violência é, repito, inevitável mas além disso a violência pode ser jus tificada: diante de situações extre mas se pode justificar de maravi lhosa argúcia, em A Rebelião das IVIassas: a violência é a razão exas perada. O homem, em certas cir cunstâncias, recorre à violência: é a razão exasperada. Mas é a líltima ratio, é a última razão, quan do já se esgotaram todas as de mais. Justamente essa é a acepção da guerra: a guerra foi uma criação da civilização, uma alta criação da civilização, era a última ratio.

tJltima ratio Rcgim estava inscrito nos canhões de Luiz 14. E natu ralmente esta última razão corres ponde ao que dizia o cardeal Gorja ao Rei do Brasil, dom Felipe 4.0, que foi rei do Brasil e o libe rou dos holandeses. Dizia o cardeal Gorja: a guerra, Senlior, é o remé dio das coisas que não têm remé dio. Não creio que exista uma de finição melhor. Unicamente acrescentaria agora, em nossa épo ca: a frase de que a guerra é

remédio das coisas que não têm remédio nem mesmo mediante guerra.

O espírito da propaganda

Porque atualmente a guerra ul trapassou os limites, deixou de ser controlável, manejável e é como se agora toda ameaça de chuva pre nunciasse o dilúvio Imaginem: todos desejamos que chova de vez em quando, é normal, mas ima ginem que toda e qualquer chuva fosse o dilúvio, aí já não haveria mais chuva, pois não?, mas sim o desastre. Pois bem, a guerra trans cendeu as possibilidaaes humanas e já deixou de ser um instmmento da política, portanto se verifica que a guerra se converte em alguma coisa que podem fazer contra nós, vivemos todos com o temor da guerra, mas nós não podemos fa zer guerra. A guerra se tornou, ago ra, sempre, uma possibilidade dos outros contra nós. O que é triste: nós não podemos fazer a guerra porque seria desastroso mas teme mos que ela seja feita contra nós. Observem como se produziu o in cremento da violência e como a guerra rebaixou a ordem de mag nitude da violência tornando im possível a sua utilização. Mas na turalmente não basta dizermos “Não queremos nunca mais guer ras”, isso é fácil de se dizer mas não leva a nada, é preciso que se invente alguma coisa melhor do que a ^erra, alguma coisa mais inteligente, mais humana que tenha, contudo, a função exercida antiga mente pela guerra que era resol-

liação remonta a janeiro de 1975 e cobria um período de treze anos. Examinando as previsões contidas no Relatório econômico do Presi dente, o autor do artigo, Geoffrey Moore, observa que a margem mé dia de erro na estimativa do PNB cm dólares correntes, ou seja 1,1 ponto da porcentagem, correspon dia à metade do que teria sido se simplesmente se houvesse relatado a tendência registrada no ano pre cedente. Do mesmo modo o erro nas previsões para o PNB real (em dólares constantes) era aproxima damente a metade da que se teria obtido por simples extrapolação.

agrava-

para a in-

Em “Data Resources”, Eckstein afirma, entretanto, que os modelos econométricos de grande envergadu^ ra, quando se acrescenta a eles outros recursos de informação, per mitem obter as melhores previsões, apesar da complexidade crescente dos problemas que se apresentam ao previsor: aumento aparente da frequência dos impactos, mento dos prognósticos fiação, maior vulnerabilidade do sistema financeiro.

Apesar das dificuldades das, a maioria dos analistas afas ta, para o futuro próximo, a even tualidade da volta de abalos tão graves como aqueles que num pas sado recente reduziram a nada suas previsões. A OPEP, depois de ter quadruplicado o preço do petróleo, não está, sem dúvida, prestes a re petir tal medida. A penúria de pro dutos alimentícios que a então ame açava chegou ao fim, graças a uma

meliioria do abatimento ao íim da seca. O ciclo da economia interna* cional, sincronizado, entre 1973 e 197Ó, com o dos Estados Unidos, reencontrou seu ritmo assincrônico normal (as dificuldades atuais dos Estados Unidos, no que con cerne ao comércio exterior e o dó lar, decorrem em parte de uma re tomada relativamente rápida, após a recessão de 1974-75, enquanto no momento a Europa continuava a conhecer níveis de atividade próxi mos da estagnação). Finalmente os “impactos” impostos à economia no período 1973-1975 pela introdu ção, e depois pelo abandono do con trole dos preços, servirão, espera-se, de lição aos homens políticos.

Ê completamente inverossímil, di zem os economistas, que tais trau matismos sejam novamente infligi dos simultaneamente à economia. As previsões portanto, não deve ríam ser novamente postas em cau sa em razão de impactos tão vio lentos. Queremos acreditar. Mas a prudência pediria que se admita que a economia conhecerá, sempre, perturbações inesperadas, reversos imprevisíveis. As condições atmos féricas, as perturbações políticas, os conflitos armados — tudo isto cons titui elementos imprevisíveis e que, portanto, influem de modo impor tante sobre a evolução da economia.

Os economistas e os dentistas, se gundo Keynes, deveriam fazer pro va de humildade. De fato, quando se trata de prever o futuro — quer se trate de uma corrida de cavalos ou da taxa de crescimento

acrescire-

ferindo-se ao passado, a modéstia pela janela, outros sobre os xiltic conveniente. Todas as previsões mos comunicados, nunca passarão de suposições, mes mo que sejam suposições “esclare-

cidas”.

Toda a previsão, não será demais insistir, arrisca tornar-se rapida mente ultrapassada. Mas, modifi car previsões não constitui, de modo algum, para o economista uma con fissão de que estava errado; trata-se simplesmente de reconhecer que o ambiente mudou. O que é absoluíamente necessário é revisar cons tantemente seu trabalho para con siderar todo elemento novo interes sante de que se possa ter conliecimento. “Se temos que fazer pre visões, façamos constantemente sua revisão”, tal era o sábio conselho de Nadler.

Os problemas dos economistas são análogos aos dos meteorologis tas. Estes últimos, atualmente, antes de anunciar precipitações con fiam mais, nas informações trans mitidas pelos satélites que giram cm volta da terra, do que naquilo que vêem olhando pela janela ou no que sentem no joelho, se têm artri te. Os economistas modernos, uti lizam, também, um modelo mate mático e um computador, de pre ferência a confiar em sua intuição pessoal, quando tentam saber o que o futuro reserva à economia. Tan to uns como outros falam em ter mos de probabilidades. Mas seriam bem prudentes, se, antes de tornar públicas suas previsões, dessem, apesar de tudo, uma olhadela, -uns

NOTAS:

(1) O secretário de Estado do Te souro, na época George Shultz, disse que a unanimidade era tão completa que se tornava quase im possível descobrir uma nota discor dante.

(2) Um antigo presidente do con selho econômico junto à Casa Bran ca. que atualmente faz parte do Ins tituto Brookings, Okun, relata suas relações com os previsores ‘‘julgamentalistas ”: " Encontrei muitos economistas engalonados, extremar.iente orgulhosos por nunca terem concebido uma equação em sua vida, e bem resolvidos a continua rem assim. Começaram a expor-me como faziam suas previsões, falan do-me das relações normais entre investimentos e PNB e fatores de divergência entre a realidade e a norma, assim como em correções a introduzir para consideração de cada fator. Do mesmo modo, após terem definido uma taxa de poupan ça normal entre os consumidores, explicavam como esta taxa se afasta e se aproxima da norma. Tudo o que diziam remetia evidentemente a equações. Mas nunca, nunca mesmo, eles as utilizavam.”

(3) Poder-se-ia ver uma prova do prestígio da econometria entre os economistas, no fato de que o prinseiro prêmio Nobel atribuido em economia destinou-se a Tinbergen e Prisch, que colocaram, nos anos 30,

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