LIVRO THAU (AF) - GRUPO B06

Casa Catasús e o conceito de Casa Pátio Thau I

Autores: BEATRIZ CARNEIREIRO FURTADO - 32165285 DANILO LUIZ TOTARO FERNANDES - 32132840 MARCELA QUEIROZ GREGORIN - 32113171 VICTÓRIA AKEMI ISHII - 32130831 Professor orientador: Carlos Alberto Coelho

Casa Catasús e o conceito de Casas Pátio Thau I Autores: BEATRIZ CARNEIREIRO FURTADO - 32165285 DANILO LUIZ TOTARO FERNANDES - 32132840 MARCELA QUEIROZ GREGORIN - 32113171 VICTÓRIA AKEMI ISHII - 32130831 Carlos Alberto Coelho (Professor orientador)

ÍNDICE Apresentação

4

Sobre o Arquiteto

10

Sobre a casa Catasús

13

Proposta

18

Residências individuais

20

Casa da Lagoa - Marcelo Carvalho Ferraz e Francisco de Paiva Fanucci

21

(Autor: Danilo Totaro)

Residência Elza - J.B Vilanova Artigas

30

(Autora: Victória Akemi)

Casa de vidro - Lina Bo Bardi

39

(Autora: Beatriz Furtado)

Casa Oscar Americano - Oswaldo Bratke

47

(Autora: Marcela Queiroz)

Bibliografia

1 55

Apresentação

A Casa Catasús fica localizada no bairro de Vinyet, em Barcelona (Espanha), foi construída em 1956 e inaugurada em 1958. Coderch definiu a casa como uma residência com segmentos formais funcionalistas que possui uma organização funcional. O bairro Vinyet tem uma topografia praticamente plana, e o arquiteto opta por criar um sistema doméstico referindo-se ao jardim do terreno. Assim, a casa se configura em um só andar em formato L que transita entre o urbano e o natural.

Em relação aos critérios de análise, é possível ordenar a sequência das casas de acordo com a comparação da sua tipologia, ou seja, por meio da semelhança do sistema estrutural, forma, programa de necessidades e aberturas.

A Casa Catasús converge com a Casa da Lagoa em seu sistema estrutural, visto que ambas são construídas em concreto armado e tem paredes brancas caiadas. Apesar desses fatores que as assemelham, a da Lagoa utiliza o concreto aparente (nas lajes e muros de sustentação) e materiais mais “sofisticados” como pedra branca “goiás” e caixilhos de madeira, assim como a Casa Elza Berquó, que também tem concreto aparente em sua estrutura.

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1. Localização da Casa Catasús no Google Maps 2. Planta Térreo da Casa Catasús

2 Apresentação N2

página 05

A Residência Elza Berquó assemelha-se ao formato da Casa Catasús através da existência de um único pavimento horizontal, com o conceito de uma arquitetura brutalista e com o uso de pilares de sustentação aparentes, acabam dando ênfase na vivência do seu habitar, em que o pátio é programado como uma paisagem habitada contida dentro de um viés modernista, assim, acabam conversando entre si por conta da disposição dos ambientes em seu único pavimento, diferente da Casa de Vidro de Lina Bo Bardi, que contém dois pavimentos.

Em relação ao programa de necessidades, a Casa de Vidro de Lina Bo Bardi se assemelha com a Casa Catasús devido à divisão entre as áreas destinadas aos moradores e às áreas destinadas aos empregados. Ambas as residências permitem o acesso aos aposentos dos funcionários através da cozinha e possuem saídas para o pátio nessa área também. Além disso, elas têm ambientes com conceito mais aberto e consequentemente menos delimitado, diferente da casa Oscar Americano de Oswaldo Bratke que possui ambientes com limites mais rígidos.

Quando se leva em consideração o critério de aberturas, ambas as casas: Catasús e Oscar Americano, tem aberturas de forma a não só valorizar mas integrar seus pátios ao interno e ao externo. A Casa Catasús tem janelas de vidro voltadas para o pátio conectando o interior e exterior por meio dessa materialidade. Já a Casa Oscar Americano tem vazios paralelos ao pátio central que servem de espaço de circulação entre os lados opostos da casa.

Apresentação N2

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2 1. Pátio externo da Casa Catasús 2. Vista acesso principal da Casa Catasús

página 06

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2 Apresentação Final

O conceito de Casa Pátio envolve uma paisagem habitada contida dentro de uma tendência modernista: uma casa térrea comprimida entre o piso e um plano de cobertura, ou seja, onde a parte principal do edifício está disposta em torno de um pátio central. A Casa Catasús se encaixa nessa tipologia, na qual, seus cômodos principais se abrem para o pátio.

José Antonio Coderch de Sentmenat, arquiteto espanhol, desenvolveu o projeto da Casa Catasús na íntegra, incluindo a decoração de interiores, Coderch opta nesta casa por criar um sistema de espaços domésticos referindo-se exclusivamente ao grande jardim do terreno. A residência fica localizada no bairro de Vinyet, em Barcelona (Espanha), foi construída em 1956 e inaugurada em 1958.

A transição entre o urbano e o natural da casa é facilitada pela topografia praticamente plana do bairro e pela configuração em só um andar em formato L, em que o arquiteto opta por criar um sistema doméstico articulando-se com o pátio. Coderch definiu a casa como uma residência com segmentos formais funcionalistas que possui uma organização funcional.

De acordo com os critérios de análise, é possível classificar a comparação da sequência das casas de acordo com sua tipologia, ou seja, por meio da semelhança do sistema estrutural, forma, programa de necessidades e aberturas.

1. Cortes A.A e B.B da Casa Catasús desenhado em Escala 1:100 Feitos por Danilo Totaro 2. Planta Térreo da Casa Catasús desenhada em escala 1:100 Feitos por Danilo Totaro

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1. Caixilhos e porta de correr da Casa Catasús 2. Caixilhos da Casa da Lagoa 3. Casa Catasús 4. Casa Elza Berquó

Apresentação Final

O sistema estrutural de ambas as casas, Casa da Lagoa e Casa Catasús, se assemelham através de suas construções em concreto armado, paredes externas brancas caiadas e grandes caixilhos de madeira, porém a de Coderch utiliza madeira branca e portas de correr para proteção das aberturas (imagem 1), enquanto que a da Lagoa usa madeira em sua cor original e não tem tais portas de proteção (imagem 2). Apesar desses fatores que as assemelham, a da Lagoa utiliza o concreto aparente (nas lajes e muros de sustentação) e materiais mais “sofisticados” como pedra branca “goiás”, assim como a Casa Elza Berquó, que também tem concreto aparente em sua estrutura.

A Casa Catasús e a Residência Elza Berquó assemelham-se ao formato em um conceito e tipologia de Casa Pátio, na qual, na casa, o pátio ocupa uma centralidade formal. Ademais, o seu formato coincide através da existência de um único pavimento horizontal, abordando os conceitos e ideais da arquitetura brutalista e nos demais aspectos estruturais em exposição, como os pilares de sustentação. A composição da exposição do sistema de sustentação da ênfase na vivência do seu habitar, em que o pátio é programado como uma paisagem habitada contida dentro de um viés modernista, assim, acabam dialogando entre si por conta da distribuição dos espaços em seu único pavimento, diferente da Casa de Vidro de Lina Bo Bardi, que contém dois pavimentos. página 08

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1. Planta da Casa Catasus 2. Planta da casa de vidro 3. Vista interna da circulação ao redor do pátio central da Residencia Oscar Americano 4. Vista do pátio da Casa Catasus

Apresentação Final

Em relação ao layout, a Casa de Vidro de Lina Bo Bardi se assemelha com a Casa Catasús devido à forma na qual é feita a divisão entre as áreas destinadas aos moradores e às áreas destinadas aos empregados. Em ambas as residências o acesso aos aposentos dos funcionários e as áreas de serviço, que se dão através da cozinha e possuem saídas para o pátio assim como as áreas destinadas aos moradores. Além disso, ambas possuem layouts com conceito semiaberto (a sala de estar e jantar são integradas, entretanto a cozinha é delimitada por paredes). Dessa forma é correto afirmar que em decorrência da disposição da planta de forma menos rígida as casas de Coderch e Bo Bardi destoam da Casa Oscar Americano de Oswaldo Bratke que possui ambientes mais segmentados, divididos por paredes, tendo assim um layout mais rígido.

Quando se leva em consideração o critério de aberturas, ambas as casas, Catasús e Oscar Americano, tem aberturas cuja principal função é integrar os espaços internos e externos de forma natural, sem excluir a presença da natureza que circunda tais residências. A Casa Catasús possui janelas de vidro voltadas para o pátio de forma a conectar o interior e o exterior por meio dessa materialidade e da disposição dos cômodos. Já a Casa Oscar Americano conta com vazios paralelos ao pátio central que servem de espaço de circulação entre lados opostos da casa, ao mesmo tempo que aproxima a natureza que cerca a casa de forma direta e ativa.

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Sobre o arquiteto página 10

Nascido em Barcelona em 25 de Novembro de 1913, filho mais velho de 8 irmãos e pai de 4 filhos, Coderch estudou na Architecture in the Secció d'Exactes of the Facultat de Ciències in Barcelona em 1931. 5 anos depois, após estudar estradas de ferro na Alemanha, participou da Guerra Civil, onde conheceu sua esposa. Somente em 1940 ele conclui sua formação de arquiteto. Logo em seguida se muda para Madrid para trabalhar com Secundino Zuazo. No ano seguinte até 1949 ele forma um escritório com Manuel Valls i Vergés fazendo reconstruções e pequenos prédios. Concomitantemente ele realiza projetos para órgãos governamentais. Ao estabelecer sua família ele acha refúgio em Plaza de Calvó, Barcelona. Lá ele passaria o resto de seus dias de maneira mais reclusa, o que resultou em seu apelido “arquiteto de Sant Gervasi”. Em 1950 participa da primeira fase do Grupo R. 7 anos depois, após ter um artigo seu publicado por uma revista francesa, Frank Lloyd Wright aponta Coderch como o arquiteto mais interessante de seu país. Em 1965 começa a lecionar na Escola Tècnica Superior d'Arquitectura de Barcelona. Ao longo de sua carreira como arquiteto, teve inúmeras obras indicadas e vencedoras do prêmio FAD até morrer em 1984 em seu país natal.

1, 2. José Antonio Coderch de Sentmenat

1 sobre o arquiteto

2 página 11

1 OBRAS REPRESENTATIVAS 1. Casa Ugalde, Caldas de Estrach (Barcelona), 1951 2. La Barceloneta (Barcelona), 1951 3. Casa Catasús, Sitges (Barcelona), 1956 4. Casa Senillosa, Cadaqués (Girona), 1956 5. Edifício residencial Calle Compositor J. S. Bach (Barcelona), 1958 6. Casa Uriach, La Ametlla (Barcelona), 1961 7. Casa Rozes, Roses (Girona), 1962 8. Hotel de Mar (Palma de Mallorca) 1962 9. Casa Luque, Sant Cugat del Valles (Barcelona), 1965 10. Casa Entrecanales (Madrid), 1966 11. Edifício Girasol (Madrid), 1966 12. Cocheras de Sarriá (Barcelona), 1968

1. Casa Ugalde, Caldas de Estrach (Barcelona) 2. Casa Rozes, Roses (Girona), 1962 3. Edifício Girasol (Madrid)

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sobre o arquiteto

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Sobre a Casa Catásus página 13

José Antônio Coderch de Sentmenat (1913-1984) foi um dos nomes mais importantes da arquitetura espanhola, as primeiras obras domésticas de Coderch parecem se desenvolver a partir da arquitetura catalã popular e às vezes até literalmente da própria terra.

A realização do projeto da Casa Catasús se iniciou em 1956 e foi inaugurada em 1958, em Barcelona (Espanha), mais especificadamente na rua C, Josep Carner - 32, no bairro de Vinyet. A residência não passou por outras reformas ao longo dos anos, mantendo-se da mesma forma que foi construída. Não foi possível encontrar projetos complementares do arquiteto Coderch e nem da edificação atual.

A Catasús, uma casa fantástica do ponto de vista de um arquiteto, pertence ao D. Francisco Catasus em um terreno de esquina com uma área estimada de 1.500m², na qual, a casa tem uma estimativa de 300m².

1 1. Casa Catasús

sobre a casa

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Sistema estrutural A construção é feita a partir de tijolo e concreto armado, o revestimento exterior é constituído por uma deslumbrante cal mediterrânea, os pavimentos são de raspagem recortada escolhida. A casa possui um diferencial comparado às outras obras autorais de Coderch, como o invólucro formado por paredes com espessura exclusivamente convencional, de aproximadamente 25 cm, rebocadas e pintadas de branco.

1 sobre a casa

1. Exemplo de Concreto Armado utilizado na construção da Casa 2. Exemplo de Cal Mediterrânea utilizada na construção da Casa

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Descrição arquitetônica A Casa Catasús, localizada em Barcelona (Espanha), foi construída em 1956. A residência foi um tour de um espaço tipológico e espacial, com resultados formais funcionalistas. A casa é consagrada a um conjunto de quartos a um nível de sol com jardim, unindo as principais partes da vida doméstica, enquanto a entrada e as de serviços permanecem ocultas e geram seus próprios espaços livres.

A Catasús foi construída com os mesmos critérios de Can Boada, mas com muito mais meios, mais espaço e piscina. Podemos reconhecer nestas duas casas o mesmo esquema das casas-pátio de Mies van der Rohe, mas adaptadas à tradição mediterrânica e aos materiais e sistemas de construção locais.

A funcionalidade do acesso e a forma como mostra e esconde a casa ao mesmo tempo é uma das maiores virtudes desta casa. O conceito das paredes planas autônomas que, ao se estenderem para além do volume da casa, parecem fazer referência ao neoplasticismo holandês.

A Casa Catasús é definida como uma casa residencial com segmentos formais funcionalistas que possui uma organização funcional, Coderch promove o acesso à casa produzindo uma transição entre o urbano e o natural-privado, a sua distribuição em alas de acordo com as funções e a diferenciação das sensações entre o dia e noite estimuladas pela forma correta de resolver a casa. sobre a casa

1 1. Casa Catasús vista do Pátio

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Programa de necessidades

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A Casa Catasús possui uma organização funcional, com distribuição em planta em forma de T, na qual, de um lado está a área diurna, do outro a área noturna e, no terceiro, a garagem e o recinto.

A residência possui 3 alas em que se constitui, primeiro a parte da área de serviço, incluindo a cozinha, serviço zona, quarto e banheiro, por outro lado a ala dos quartos, e por último a sala.

Implantação

1. Implantação da Casa Catasús

sobre a casa

O bairro onde a casa está localizada (Vinyet) tem uma topografia praticamente plana, e Coderch opta nesta casa por criar um sistema de espaços domésticos referindo-se exclusivamente ao grande jardim do terreno. A Catasús é a mais urbana das outras, sua fachada frontal, em vários planos, é virada para a rua. Já a elevação oposta tem vista para o muro que determina os fundos.

O terreno da residência é de esquina, o que representa um desafio ao arquiteto, devido ao fato de ter que ser projetado levando em consideração como a casa se relacionará em duas ruas. No caso, o terreno de esquina permitiu uma entrada larga na garagem ao lado do pátio, integrando até mesmo a garagem com o pátio. página 17

Proposta página 18

1 1. Planta digitalizada da Casa Catasús

Proposta

A Casa Catasús se localiza em Sitges (Barcelona), próxima a praia, em um bairro predominantemente residencial e, além disso, é um lote de esquina. Foi construída com paredes de tijolo vermelho e o telhado com vigas unidirecionais.

Já a casa Villa Lobos se localiza em São Paulo, próxima ao rio Pinheiros, em um bairro residencial. Construída em concreto e com vigas metálicas de suporte.

A partir da tipologia podemos comparar a Casa Catasús (Coderch) e a Casa Villa Lobos (Una Arquitetos) por compartilharem o ideal de Casa Pátio. Ambas construções tem seus espaços de convivência e pessoais (quartos) voltados para o pátio aberto, utilizando de grandes aberturas para integrar o exterior da casa (pátio e vista) com o interior. Apesar da Casa Villa Lobos estar sobre pilotis, ela segue o mesmo estilo de horizontalidade da Catasús, no qual o objetivo é justamente promover para os moradores a possibilidade de sempre estar conectado com o espaço aberto.

No entanto, uma diferença importante é que a Villa Lobos tem aberturas maiores em vidro, justamente por conta da sua construção sob vigas, que possibilita a diminuição do uso de paredes, deixando a casa mais exposta às áreas externas do que a Catasús, visto que essa utiliza mais paredes em sua construção. Ademais, a arquitetura de Coderch tem maior tendência à privacidade dos espaços particulares, com mais janelas de venezianas de madeira móvel do que a Villa Lobos, permitindo “fechar” o pátio.

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Residências Individuais página 20

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Casa da Lagoa Danilo Luiz Totaro Fernandes (32132840)

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BRASIL Arquitetura (Marcelo Ferraz Carvalho e Francisco de Paiva Fanucci), Casa da Lagoa, Lagoa da Conceição, Florianópolis, 2019 Área Construída: 174m² Uso: Residencial Proprietário: Maria Isabel Kanan Fabricantes: GRAPHISOFT, Mazal Indústria de Esquadrias de Madeira 1. Fachada Oeste da Casa da Lagoa 2. Pátio da Casa da Lagoa visto do interior do pavimento inferior 3. Vista do acesso principal da Casa da Lagoa

1 texto N1

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A Casa da Lagoa, assim como a Catasús, tem o pátio como elemento principal da casa, em que este exerce o papel de organizador e de maior importância na arquitetura. Na Residência localizada em Florianópolis, o desnível do terreno foi utilizado para construir dois pavimentos, separados no térreo por um pátio principal, e ligados no primeiro andar por uma passarela. Nessa obra, o vidro foi muito utilizado, em muitos casos até atuando como “parede”, isso foi pensado para que tanto a paisagem das montanhas quanto da lagoa se sobressaísse como vista, unindo ambos os pavimentos e seus interiores com o pátio e a localização envolta pela natureza.

Tal como a Casa da Lagoa, a de Barcelona procura conectar o interior da casa com o exterior do terreno através de aberturas e uma conexão entre os ambientes e o pátio central, que nesse caso tem uma piscina. A grande diferença entre ambas é que a do Coderch está implantada em um terreno plano, é térrea e dá o foco para o pátio de uma maneira mais “privativa”, como se vê através do maior número de paredes.

1 texto N1

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1. Vista pátio e piscina da Casa Catasús 2. Pátio da Casa da Lagoa

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A Casa da Lagoa está localizada em Lagoa da Conceição, Florianópolis, bairro predominantemente residencial, em um pequeno lote de esquina com terreno altamente desnivelado, e, portanto, ela se sustenta em três patamares. Ela foi projetada com o intuito de servir tanto para ateliê como para residência, buscando evidenciar sua bela vista para a lagoa e o bairro, integrando a casa ao seu entorno.

Assim como exibido na imagem 1, percebe-se a presença do concreto no sistema estrutural da casa, como nas lajes e na sustentação, já na estética exterior a preferência foi pelas paredes brancas caiadas, que contrastam com o entorno verde e durante períodos mais quentes do ano amenizam o calor. Em relação as aberturas, foi utilizado grandes caixilhos de madeira para emoldurar as paredes de vidro, que proporcionam a transparência necessária para exaltar a vista do azul da lagoa e do verde das montanhas.

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A residência buscou se alojar na topologia íngreme do terreno sem alterá-lo, tal qual se vê na elevação oeste (imagem 2), através da construção de patamares de arrimo de pedra que delimitam o terreno do lote, criando dois volumes afastados entre si por um pátio interno, mas conectados por uma passarela.

A obra remete a assuntos analisados em aula visto que a casa tem aspectos estruturais que remetem a Escola Paulista e ao Brutalismo, como a utilização do concreto aparente nas lajes e no muro de sustentação. Ou seja, a casa une a arquitetura contemporânea, como a valorização da luz natural através dos vidros, à antiga, em que as construções com pedras simples eram amplamente difundidas.

1 texto N1

1. Foto tirada no pavimento superior da Casa da Lagoa ressaltando os vidros contínuos que permitem vista da paisagem de ambos os volumes 2. Elevação Oeste da Casa da Lagoa

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Marcelo e Francisco também idealizaram o azul e o vermelho para pintura de alguns panos cegos de madeira (imagem 1), pois buscavam a referência das embarcações tradicionais do litoral brasileiro e em Florianópolis, construindo um diálogo entre a obra e a cultura na qual ela está imersa.

Ademais, essas cores remetem a paleta modernista, em que o vermelho tem um caráter forte e marcante, amenizado pelo azul que transparece elegância e leveza ao ambiente, construindo um espaço, que além de fortemente iluminado pela luz natural direta, emana um aspecto de equilíbrio.

1 texto N2

2

Tanto na Casa da Lagoa quanto na Casa Catasús o pátio é o elemento principal da casa, sendo aquele que organiza os ambientes e no qual a casa está “centrada”. Ambas utilizam do sistema estrutural de concreto e suas aberturas se voltam para o pátio. A grande diferença entre elas é que a residência localizada em Floripa tem dois pavimentos e está implantada em um terreno inclinado, e, por isso, cria o diálogo com o pátio interno através da transparência (vidros), enquanto que a do Coderch está em um local plano e é térrea, isto significa que ela já está em toda sua unidade no mesmo nível que o pátio, necessitando apenas de janelas móveis e algumas aberturas para unir o interno ao externo (pátio e piscina).

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1. Foto do interior da sala/cozinha do pavimento superior, com destaque para os panos cegos de madeira pintados 2. Planta Pavimento Superior da Casa da Lagoa 3. Planta Térreo da Casa Catasús desenhada em Escala 1:100

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1 2 1. Foto perspectivada no sentido Noroeste da Casa da Lagoa 2. Perspectiva isométrica analítica da Casa da Lagoa com foco nos pátios, feita pelo aluno Danilo Totaro (escala 1:200)

texto N2

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A Casa da Lagoa foi projetada pelo escritório BRASIL Arquitetura, fundado em 1979 pelos arquitetos Marcelo Ferraz, Marcelo Suzuki e Francisco Fanucci, os dois primeiros participaram no projeto do Sesc Pompéia da Lina Bo Bardi, experiência que influenciou fortemente os projetos do escritório, com características de intervenção em patrimônio histórico e diálogo entre cultura brasileira, aspectos locais e elementos eruditos.

Essa influência também está presente na casa localizada em Florianópolis, visto que a ideia inicial dessa obra foi construir um diálogo entre a própria Casa da Lagoa, em um terreno de esquina, com uma edificação antiga de arquitetura luso brasileira do início do século XIX que fica do outro lado da rua.

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1 texto final

A partir da imagem 1 (sobrado antigo luso brasileiro) e da imagem 2 (Casa da Lagoa) é possível notar que existem contrastes entre ambas as edificações devido suas diferentes épocas, enquanto a primeira tem janelas menores que remontam em certo aspecto ao barroco, delimitando uma casa tradicional que separa o interior do exterior, a segunda tem enormes caixilhos que conectam o interior e seus residentes com a rua, a paisagem e os pátios externos. Outra relevante diferença entre ambas está nos telhados, a antiga faz uso de telhas cerâmicas e uma espécie de um recuo com design barroco, já a recente utiliza do telhado embutido com platibandas, produzindo um visual mais geométrico (linhas retas) e contemporâneo.

Apesar dessas divergências, a Casa da Lagoa foi projetada para se relacionar com o sobrado, e, portanto, adotou o mesmo tom de branco nas paredes externas, patamares de arrimo de pedras semelhantes e grades de ferro que remetem ao portão baixo da arquitetura luso brasileira.

1. Street-view da edificação luso brasileira do início do século XIX 2. Casa da Lagoa

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A respeito de sua implantação no terreno, a residência se encaixou no lote respeitando a topografia íngreme, tal qual se vê na elevação oeste (imagem 1), para isso, foi necessário a construção de patamares de arrimo de pedra que sustentam os pavimentos, criando dois volumes afastados entre si por um pátio interno e conectados por uma passarela.

A partir disso que o acesso principal da casa, que está na entrada pelo portão da garagem (ponto mais alto a esquerda na elevação oeste) se encontra no mesmo nível dos pavimentos superiores de ambos os volumes (imagem 2), e pelo amplo uso do vidro desde essa entrada ocorre uma interação entre todos os cômodos da casa, caracterizando uma liberdade e conexão entre os espaços interiores, os pátios e a natureza do entorno.

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2 texto final

Como representado na imagem 3, para essa obra foi idealizado a pintura de alguns panos cegos de madeira de azul e vermelho, retomando os mesmos tons de cores usados nas embarcações tradicionais do litoral brasileiro e de presença marcante na ilha de Santa Catarina., construindo um diálogo entre a obra e a cultura na qual ela está imersa.

Ademais, essas cores remetem a paleta modernista, em que o vermelho tem um caráter forte e marcante, amenizado pelo azul que transparece elegância e leveza ao ambiente, construindo um espaço, que além de fortemente iluminado pela luz natural direta, emana um aspecto de equilíbrio.

3 1. Elevação Oeste da Casa da Lagoa 2. Foto do quarto da Casa da Lagoa visando o interior da residência 3. Panos cegos de madeira pintados em azul e vermelho

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2 texto final

Da mesma maneira que a Casa da Lagoa tem o pátio central que divide os dois pavimentos e exerce papel de organizador da residência, a Casa Catasús também foi construída a partir de seu pátio, que define o formato em T da obra, aproximando os ambientes dos quartos e da sala de estar ao pátio externo que conta com uma piscina. Portanto, ambas as casas podem ser definidas como casas pátio.

No entanto, o terreno delas são distintos, enquanto a residência localizada em Floripa está implantada em um terreno com alta inclinação, a do Coderch está em um local plano. Com isso, a obra da BRASIL Arquitetura se moldou em dois volumes de dois andares, necessitando da forte presença dos caixilhos de madeira envidraçados para criar um diálogo entre os cômodos e projetar a ideia de uma casa ateliê, que convida os moradores a experimentarem todos os ambientes, já a Casa Catasús foi projetada em outra época e em uma arquitetura plana, ou seja, as maiores aberturas se localizam nos locais de convivência próximos ao pátio.

Por fim, a casa localizada em Barcelona converge com a Casa da Lagoa em seu sistema estrutural, visto que ambas são construídas em concreto armado e tem paredes brancas caiadas. Apesar desses fatores que as assemelham, a da Lagoa utiliza o concreto aparente (nas lajes e muros de sustentação) e materiais mais “sofisticados” como pedra branca “goiás”.

1. Vista pátio externo da Casa Catasús 2. Pátio central da Casa da Lagoa e sua passarela

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Residência Elza Victória Akemi Ishii (32130831)

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2 J.B Vilanova Artigas, Residência Elza Berquó, Chácara Monte Alegre São Paulo, SP, 1967 Área do Terreno: 556 m² Área Construída: 239 m² Uso: Residencial Proprietário Original: Elza Salvatori Berquó Construção: Cenpla - Construções, Engenharia e Planejamento Ltda

3 texto N1

1. Visão frontal da Residência Elza Berquó 2. Visão Frontal 2 da Residêcia Elza Berquó 3. Visão Frontal 3 da Residência Elza Berquó

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A Residência Elza Berquó, localizada na Chácara Monte Alegre (São Paulo), foi construída em 1967. Essa tipologia de casa possui semelhanças com a Casa Catasús (Barcelona), pois ambas podem ser classificadas como Casa Pátio, na qual, é programada como uma paisagem habitada contida dentro de um viés modernista, fornecendo uma transição entre o urbano e o natural-privado. A Catasús e Berquó tem um sistema estrutural a base de concreto armado aparente, da ênfase na vivência do seu habitar, inspirado na arquitetura mediterrânea e apresenta um conjunto em um único pavimento (desconsiderando o subsolo).

Mesmo partilhando a mesma tipologia, é possível identificar certas diferenças entre as mesmas. A Residência Berquó apresenta uma proporção da planta que mostra o controle formal de traçados reguladores, com pilares centrais feitos de troncos de árvore. Também ocorre uma mesclada a uma segura alta dose de perícia técnica e artística, na qual, o arquiteto flerta a possibilidade artística do popular naïve. Outra diferença identificada foi na distribuição dos espaços, na qual, na Catasús, há uma separação entre os espaços de convivência em 3 módulos, enquanto a Casa Elza Berquó busca a integração dos espaços sem divisão de módulos.

1. Visão Interior do Pátio da Residência 2. Visão Interior dos Pilares de madeira e das técnicas artísticas

1 texto N1

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A Residência Elza Berquó, localizada na Chácara Monte Alegre, em São Paulo, foi construída em 1967. Nesta casa o arquiteto, J.B Vilanova Artigas, estuda as possibilidades artísticas do popular naïve, desde estampas nos pisos, até os pseudo lambrequins nos beirais. A residência reúne um conjunto de experimentos de linguagens, a residência se organiza ao redor de um pátio central, iluminado zenitalmente com inspiração na arquitetura mediterrânea.

O arquiteto menciona que esta residência é um estilo “pop” irônico, onde através da estrutura de concreto apoiada por troncos, mostra como Artigas estava expressando sua crítica às condições políticas naquela época. A partir da análise do projeto em geral, embora Artigas utilize em muitas de suas obras as cores azuis e vermelho, nesta obra não se faz presente nenhuma dessas cores. O arquiteto adotou o uso de pisos diferentes para demarcar os ambientes diversos. Em relação a implantação, a casa segue o desnível natural do terreno. A espacialidade da edificação apresenta um “rasgo” no meio da sala, na qual se encontra um jardim interno. Em relação a distribuição dos espaços, a zona íntima (sala, cozinha, sala de jantar e escritório) estão presentes logo na entrada da residência, assim, deixando com que a zona privada (quartos e banheiros) fiquem para o fundo da casa.

1. Planta (Croqui) com o esquema do pisopor Artigas, da Residência Elza Berquó 2. Corte (Croqui) por Artigas, da Residência Elza Berquó

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texto N2 página 33

A casa se trata de arquitetura erudita com plantas de controle formal de traçados reguladores e possui uma transição estrutural que parte do simples para o sofisticado. Com base no conhecimento do sistema estrutural, a tipografia da residência se aproxima dos conceitos da Escola Carioca e sua Difusão, nos anos de 1935 a 1955, que como principais elementos caracterizadores são a estrutura independente em concreto armado com a exploração das potencialidades do material e a integração entre arquitetura e artes plásticas na edificação (azulejaria, mosaico e pinturas). Os dois elementos caracterizados citados são possíveis ser identificados na Residência Elza Berquó de Vilanova Antigas, na qual, ocorre uma mesclada a uma segura alta dose de perícia técnica e artística.

Identificadas como Casa Pátio, a Residência Elza Berquó (1967) e a Casa Catasús (1956) possuem paisagem habitada dentro de um viés modernista.

Ambas apresentam um sistema estrutural a base de concreto armado aparente, relacionando com os conceitos de uma arquitetura brutalista. Em um único pavimento, as residências acabam produzindo uma transição entre o urbano e o natural-privado. Porém, a Casa Catasús possui uma maior distribuição dos ambientes, em três diferentes alas, já a Casa Berquó busca uma integração dos ambientes, sem muitas divisões. Outro ponto é que a Catasús tem uma referência do neoplasticismo holandês, e a Elza Berquó possui alta dose de perícia técnica e artística, puxando um lado mais “pop” irônico. texto N2

1 1. Visão do interior da Residência Elza Beqruó, com ênfase nos elementos componentes de decoração

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2 1 texto N2

1. Perspectiva Isométrica e Analítica em grafismo somente da edificação feita pela aluna Victória Akemi Ishii (Escala 1:100) 2. Planta baixa da Residência Elza Berquó

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O "artista ignorante", conhecido como João Batista Vilanova Artigas, deixou um longo legado arquitetônico, além de um conjunto de ideias a respeito da arte, da realidade, da educação e da coletividade. O grande nome da arquitetura moderna pertenceu a um movimento conhecido por Escola Paulista, termo que se usa para definir uma parte da produção de arquitetura moderna no Brasil. Seu projeto da tipologia Casa Pátio, Residência Elza Berquó, possui grandes influências entre o poder público e a arquitetura moderna, projetando na edificação variadas tonalidades, integrando as artes mais variadas, valorizando espaços coletivos, de convivência, em detrimento de áreas individuais. A Residência Elza Berquó está localizada no bairro Chácara Monte Alegre, em São Paulo, sendo projetada no ano de 1967 pelo arquiteto J.B Vilanova Artigas, em um entorno predominante de escala residencial e com abundante área verde.

2 texto final

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A residência segue a tipologia da Casa Catasús, no conceito de Casa Pátio, na qual, na casa, o pátio ocupa uma centralidade formal, servindo assim como um componente essencial na ordenação do espaço arquitetónico. Artigas procurou a utilização de troncos de árvores como pilares, o inovador uso do neoprene para a época e o rompimento com a rigidez do modernismo. O interessante do projeto é a inovação e a combinação da arquitetura com a linguagem artística Pop Art. O diferencial da Casa Elza Berquó é a sustentação da edificação, feita com troncos de árvores, ao invés de pilares de concreto. Os troncos compõem o cenário da residência como se fossem partes do jardim de inverno, valorizado pela iluminação zenital.

Artigas pôde brincar com o piso da casa, que atualmente é composto de diferentes materiais tais como pedras, madeiras, ladrilhos e cerâmicas, como se fossem diversas colagens, assim fazendo uma integração entre arquitetura e artes plásticas na edificação. página 36

1. João Batista Vilanova Artigas 2. Foto externa da Residência Elza Berquó

A casa organiza-se segundo a direção norte-sul proposta pelo lote, em torno de um pátio central, que incorpora a paisagem natural. O espaço interior acaba se somando ao exterior, os limites se dissolvem, tanto fisicamente quanto visualmente. O conceito artístico que caracteriza profundamente a casa são as possibilidades plásticas, espaciais e conceituais do concreto armado, dando ênfase do contraste entre o edifício e a natureza, sendo implantada em meios níveis por onde as áreas sociais, íntimas e de serviço se alinham com o terreno. Na casa Berquó, a divisão entre as áreas sociais e privativas confunde-se, em que o pátio é o ponto central do projeto. Todos os ambientes dão acesso ao pátio central, exprimindo um propósito de integração do exterior com o interior, sendo um jardim que não está lá somente para apreciação visual. A casa Berquó tem poucas aberturas, ainda assim, é uma experimentação espacial sobre a forma do habitar.

A beleza diferenciada do brutalismo colocava vigas, pilares e os demais aspectos estruturais em exposição, e materiais como concreto armado, e foi isso que Artigas buscou implantar na Casa Berquó, garantindo um ar moderno nas construções, de tal forma que as casas pareciam ser perfeitamente moldadas. A Escola Paulista foi responsável por inserir traços de criatividade no “brutalismo universal” junto com os princípios da Escola Carioca.

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1. Planta detalhada da Residência Berquó 2. Foto Satélite da localização da Residência

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1. Casa Catasús (Vista externa) 2. Casa Elza Berquó (Vista externa)

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A Casa Catasús e a Residência Elza Berquó apresentam características em comum provenientes do contexto da arquitetura modernista do século XX, que contava com obras mais críticas em um momento em que o mundo passava por transformações tecnológicas e as desigualdades sociais eram mais evidentes e criticadas. Ambas possuem um estilo brutalista, um estilo que nasceu em período da história marcado pelo recomeço da Europa após a 2ª Guerra Mundial. Com esse contexto histórico, essas residências apresentam semelhanças como o concreto aparente, organização dos espaços, distribuição dos objetos, estruturas suspensas e recortes inusitados. Identificadas como Casa Pátio, vivem épocas diferentes mas com conceitos parecidos, produzindo uma transição entre o urbano e o natural-privado. Em relação à topografia do terreno, a Catasús está implantada em uma topografia praticamente plana, e Coderch cria um sistema de espaços domésticos referindo-se exclusivamente ao grande jardim do terreno. Artigas buscou seguir o desnível natural do terreno ao implantar a residência, e todos os espaços dão acesso ao pátio central, não limitando seu acesso só que de um modo invertido, ou seja, voltado para o interior da residência. Portanto, a criação de um pátio interno dentro das residências, além de proporcionar naturalidade nos ambientes, comunica e integra os espaços, estimulando a interação e convívio das atividades da casa. página 38

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Casa de Vidro

Beatriz Carneireiro Furtado (32165285)

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A casa de vidro foi o primeiro projeto construído de Lina Bo Bardi, sendo concluído em 1951. A residência em questão, assim como a casa Catasus, se encaixam na tipologia de casa pátio. No cenário da casa de vidro devido a existência de um pátio central que ajuda a integrar o projeto à vegetação originária da mata atlântica presente nos arredores. Em decorrência de terem sido construídas na mesma década e em um mundo globalizado, as residências foram construídas com materiais similares, no caso, concreto para a estrutura e vidro nas grandes aberturas que conectam interior e exterior.

Entretanto, na casa de vidro foi necessário muito mais tecnologia para tornar a edificação possível, já que grande parte da residência está suspensa, apoiada apenas por algumas finas colunas, aproveitando o terreno em declive pré existente, diferente da casa Catasus, que está em uma região plana. As estruturas também diferem no número de pavimentos que no projeto de Bo Bardi existem dois enquanto no de Coderch existe apenas um. Não obstante, a casa de vidro possui uma divisão muito menos rígida em relação aos segmentos funcionais do que a casa Catasus, já que para transitar dos quartos para a sala é necessário passar pela cozinha, o que não ocorre na casa situada na Espanha, pelo fato da cozinha estar afastada dos espaços de convivência.

1. Maquete da área de estar da Casa de vidro 2. vista aérea da Casa de Vidro

texto N1

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A casa de vidro foi o primeiro projeto construído de Lina Bo Bardi, localizado no bairro do Morumbi em São Paulo e concluído em 1951. A residência em questão, assim como a Casa Catasús, se encaixa na tipologia de casa pátio. A residência de Bo Bardi foi construída em um declive, fazendo com que para ficar nivelada, boa parte da construção está suspensa, sendo apoiada somente por finos pilares fazendo com que a casa de vidro requeira muito mais tecnologia para tornar a edificação possível.

No cenário da casa de vidro existem três pátios: o jardim externo, visto pelas paredes de vidro e acessado ao descer as escadas da entrada principal. O segundo pátio de serviço, acessado tanto dos quartos dos moradores quanto dos funcionários e lavanderia, dessa forma, pode ser utilizado para estender roupas ou tomar um banho de Sol. O terceiro e último pátio é o interno, no qual existe uma árvore que passa desde o solo, por dentro da área suspensa da casa até o telhado.

Todos os pátios podem ser vistos do interior da casa, em decorrência do uso extensivo do vidro. Assim, é possível afirmar que o uso do vidro é crucial para que exista uma integração entre o interno e o interno, o natural e o produzido pelo homem.

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1. Vista Lateral da casa de vidro, esplicitando o terreno 2. foto interna da área social da Casa de Vidro

2 texto N2

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Em decorrência de terem sido construídas na mesma década e em um mundo globalizado, as residências foram construídas com princípios e materiais similares, motivo pelo qual ambas têm um estilo moderno, estruturas de concreto com muito vidro nas grandes aberturas que conectam interior e exterior. Além disso, o interior das duas casas seguem o mesmo padrão minimalista, sem muitos adornos e geometria descomplicada, típico do meio do século XX. Não obstante, ambas as residências possuem a mesma divisão entre áreas de serviço e áreas familiares. Em ambas as casas a lavanderia e quarto dos empregados possuem acesso ao pátio e se conectam à ala dos moradores através da cozinha.

Entretanto, as estruturas também diferem no número de pavimentos que no projeto de Bo Bardi são dois enquanto no de Coderch existe apenas um. Isso se dá pelo grande declive no terreno que impossibilita a construção da casa de Bo Bardi em um único pavimento, fazendo com que parte da residência esteja suspensa, apoiada apenas por algumas finas colunas. Diferença que se dá pois a Casa de Vidro se aproveita do terreno em declive pré existente, o que não é possível na Casa Catasús, visto que está situada em um terreno plano.

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1. Croqui da área social realizado por Lina Bo Bardi 2. vista da Casa de Vidro

2 texto N2

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Casa de Vidro - Lina Bo Bardi área do terreno 7000m² área construída: não encontrada uso original: residencial uso atual: institucional donos originais: Lina Bo Bardi

1 1. vista da Casa de Vidro ao anoitecer

texto final

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A casa de vidro foi o primeiro projeto construído de Lina Bo Bardi e concluído em 1951, localizado no bairro do Morumbi em São Paulo em uma área circundada de área verde. A residência em questão, assim como a Casa Catasús, se encaixa na tipologia de casa pátio. Isto significa que a casa foi planejada com o foco na relação entre a construção e o entorno, tentando aproximá-los ao máximo através do uso do vidro.

A casa de Vidro, residência projetada e habitada pela arquiteta Lina Bo Bardi por mais de 40 anos, foi construída em um terreno acidentado. Desta maneira, para que a casa ficasse nivelada com a parte superior do declive, grande parte da construção está sendo apoiada somente por finos pilares. Dessa maneira, sendo correto afirmar que mesmo que tenha sido concluída 5 anos antes, para que a casa de vidro pudesse ser construída, foi preciso muito mais tecnologia do que na casa de Coderch, já que a casa Catasus foi construída em um cenário topográfico menos desafiador, não necessitando de soluções tão complexas para tornar a edificação possível.

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1. casa Catasus 2. Casa de Vidro em relação aos arredores (Imagem do período da construção) 3. Implantação da casa no terreno (Planta original digital)

1 texto final

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Ambas as casas foram construídas no mesmo período histórico. Sendo assim é esperado que apresentem características em comum provenientes do contexto global. No caso ambas as casas foram construídas na década de 1950, no pós segunda guerra mundial, período crucial para a história da arquitetura, já que devido a necessidade de construções em alta velocidade e a escassez de determinados materiais o movimento Modernista que já vinha crescendo desde o começo do século XX ganhou mais força e marcou o período. Por esse motivo, características marcantes do movimento tais quais ambientes integrados, o uso de concreto e vidro em larga escala e construções com formas simples, sem muitos adornos estão presentes tanto na casa brasileira quanto na espanhola.

Não obstante, a configuração das duas edificações também são muito parecidas, principalmente na divisão entre áreas de serviço e áreas familiares, que em ambas as casas a lavanderia e quarto dos empregados possuem acesso ao pátio e se conectam à ala dos moradores através da cozinha.

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1. Perspectiva isométricas feitas pela aluna Beatriz Carneireiro Furtado 2. Interior da residência (Imagem do período da construção) 3. Planta Baixa do Pavimento Superior (Planta original)

texto final

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Entretanto, por estarem em contextos geográficos diferentes, apenas a residência de Bo Bardi possui também características da escola paulista, sendo a principal delas a ênfase no método construtivo, que no caso é a construção com o uso extenso de materiais como o concreto armado e vidro, que se encontram suspensos, já que toda a área de entretenimento da casa está suspensa por pilares devido a maneira com a qual a arquiteta decidiu trabalhar com o declive do terreno.

Em decorrência do terreno pré existente, os pátios foram construídos de formas diferentes nas duas casas, o que consequentemente muda a forma com a qual os residentes irão interagir com os pátios. Enquanto na casa de Coderch o pátio serve como uma extensão da casa e espaço de socialização. Já na casa de Bo Bardi o pátio externo se relaciona com a casa no sentido de contemplação. Ao olhar através das grandiosas janelas o observador contempla a natureza ao seu redor e se sente parte dela, mesmo que não possa tocá-la pelo fato de estarem separados por um vidro. O pátio de serviço possui caráter mais funcional, para estender roupas que acabaram de ser lavadas, entretanto pode ser utilizado também para se bronzear, já que é um dos únicos locais do terreno no qual o sol consegue chegar sem ser interceptado por árvores.

Por fim, o pátio interno traz a sensação de proximidade e coexistência com a natureza ao atravessar a edificação com uma árvore.

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1. Vista da "Casa de Vidro" 2. Perspectiva isométrica feitas pela aluna Beatriz Carneireiro Furtado com destaque nos pátios

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Casa Oscar Americano Marcela Queiroz Gregorin (32113171)

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A Residência Maria Luisa e Oscar Americano (Morumbi, SP, 1952) e a Casa Catasús (Barcelona, 1956) são, ambas tipologicamente classificadas como Casas Pátio. Isso se dá por terem toda a estrutura construtiva da casa voltada para o pátio no centro das residências. Criando ao mesmo tempo adesão entre os espaços da casa, com integração ao pátio e, principalmente, à natureza. Ambas casas Catasús e Americano tem sua modulação estrutural a base de concreto armado aparente e são residências familiares com forma horizontal.

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Apesar de compartilharem a tipologia, as casas possuem diferenças entre si, como a presença de dois pavimentos da Casa Americano e pela sustentação feita por pilares aparentes por conta do desvio do terreno. Também percebe-se a diferença no programa de necessidades, no qual a Casa Catasús tem divisão clara entre 3 segmentos funcionais (diurno, noturno e garagem) enquanto a Casa Americano, por possuir dois pavimentos, mescla esses módulos.

texto N1

1. Vista lateral leste da Residencia Oscar Americano 2. Vista interna do pátio central 3. Planta 1º pavimento 4. Planta térreo

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A residência Oscar Americano de Oswaldo Bratke foi projetada entre os anos de 1952 e 1954 no Morumbi em São Paulo com o objetivo de comportar uma família de seis pessoas com vida social ativa enquanto integrava a casa à natureza. Em um terreno de 75000m2, com 1500m2 construídos, tem projeto paisagístico do Engenheiro Agrônomo Otávio Augusto Teixeira Mendes. Essa obra tem como partidos projetuais a grande integração com a natureza e a marcante volumetria.

O extenso terreno conta com um declive de 50 metros e elevação de 90 cm do solo para a construção da casa com dois pavimentos cujas áreas úteis são praticamente iguais - de forma a atender o programa de necessidades da casa pela setorização objetiva da residência em áreas social, íntima e de serviço.

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O pavimento superior tem espaços amplos de convívio social com grandes salas e área íntima com 5 suítes e ambientes de serviço com cozinha. Já no pavimento inferior há as áreas de apoio e os espaços de integração família-natureza que se organizam ao redor do pátio central.

O pátio é a concomitância das matrizes compositivas, que integra a natureza, a família e o espaço social. O espelho d'água e a vegetação do pátio dão o benefício visual para os espaços sociais que contribuem para o funcionamento dinâmico mais integrador da casa e para espaços de circulação que passam ao redor desse pátio para integrar, de um lado, as áreas de serviço e, do outro, as íntimas.

Texto N2

1. Planta 1º pavimento 2. Vista interna do pátio 3. Planta Térreo

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Para a integração da casa com a natureza não só a tipologia foi levada em consideração, como também a materialidade - além de o vidro ser usado para integrar, materiais e texturas diferentes foram explorados - os móveis internos - que contam com geometria simples e disposição espaçadas que não comprometem a fluidez dos espaços - e a arte usada para compor - como o piso de mosaico portugues de Lívio Abramo "A Foz do Rio Amazonas". Assim como, na tipologia, a Residência Oscar Americano é um Casa Pátio, a Casa Catasús (1956) de Cordech, na Espanha, também. Ambas casas têm seus espaços e divisões de programas de necessidades dependentes de seus respectivos pátios e se organizam ao redor deles. Por exemplo, as áreas de circulação se baseiam integralmente na disposição dos pátios, como na Oscar Americano cujas áreas de circulação lateral entre áreas opostas da casa são paralelas entre si e ao pátio. Da mesma forma, na casa Cátasus seu corredor integra os diferentes setores da casa e segue, do lado de dentro, a geometria do pátio de fora.

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Porém, mesmo que tipologicamente semelhantes ambas casas possuem diferenças. A casa Catasus tem três setores de segmentos funcionais bem definidos - diurno, noturno e garagem - enquanto a Residência Oscar Americano possui de forma mais mesclada entre seus dois pavimentos as áreas íntima, social e de serviço. Já estruturalmente a Residência Oscar americano, por se localizar em um declive possui pilares de sustentação aparentes, enquanto a casa Catasus pela baixa declividade do terreno é majoritariamente plana.

1. Perspectiva isométrica feita pela aluna Marcela Queiroz Gregorin visando focar na disposição do pátio interno da casa Texto N2

Oscar Americano 2. Perspectiva isométrica feita pela aluna Marcela Queiroz Gregorin visando a vista aérea da residencia Oscar Americano 3. Vista do pátio lateral com a obra "A Foz do Rio Amazonas" de Lívio Abramo cuja cobertura foi recentemente adicionada.

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A Residência Oscar Americano, localizada na Avenida Morumbi no bairro Morumbi em São Paulo é uma obra referência de Oswaldo Arthur Bratke tanto pelo seu projeto residencial quanto pelo pioneirismo de transformação do bairro Morumbi no que conhecemos hoje.

Meados de 1950, São Paulo estava em constante expansão e lugares onde predominavam chácaras e fazendas logo se tornariam bairros residenciais. Os responsáveis primários dessa transformação no Morumbi foram Oscar Americano e Oswaldo Bratke que deram palco para projetos de urbanização, saneamento básico e transporte coletivo que fundamentaram o que o Morumbi um dia se tornaria. Apesar de anos terem se passado, as características iniciais projetadas, um bairro residencial com grandes espaços verdes, se mantém até hoje.

2 Texto final

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O projeto da casa foi feito entre os anos de 1952 e 1954 com o objetivo de comportar uma família de seis pessoas com vida social ativa enquanto integrava a casa à natureza em terreno de 70.000 m² com 680 m² ocupados pela residência em dois pavimentos que somados totalizam 1.030 m² de área residencial construída. A casa também conta com o projeto paisagístico do Engenheiro Agrônomo Otávio Augusto Teixeira Mendes.

A ideia principal do arquiteto foi “adaptar a casa ao homem, não o homem à casa”, estudando assim a família e suas necessidades primarias, desenvolveu um projeto com matrizes compositivas que visavam integrar as pessoas por meio dos ambientes e a natureza com a construção. A solução encontrada foi criar grandes espaços sociais e muitos vidros de forma a salientar essa integração com a natureza externa da casa.

1. Vista do pavimento térreo da Residencia Oscar Americano 2. Vista do pátio do fundo da Residencia Oscar Americano

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A área construída do terreno conta com um declive de 50 metros e elevação de 90 cm do solo para a construção da casa com dois pavimentos cujas áreas úteis são praticamente iguais - de forma a atender o programa de necessidades da casa pela setorização objetiva da residência em áreas social, íntima e de serviço. Mas de forma a não deixar a fachada densa Bratke optou por afunilar o setor de dormitórios.

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Texto final

A entrada da casa acontece pelo primeiro pavimento através de uma espécie de vestíbulo para a distribuição dos demais ambientes de ordem pública da residência como escritório, passagem para a copa e cozinha, sala de almoço, sala de jantar e sala de estar principal.

Esse ambiente tem dois lados rodeado de vidro de forma a integrar de um lado um parque e do outro o pátio central da residência. Nesse mesmo pavimento ainda, há a área privada com 5 suítes – 1 para cada um dos quatro filhos e a do casal. Esse bloco privado da casa é ligado aos outros ambientes por uma escada até o pavimento térreo. Já no pavimento inferior encontra-se a sala de estar, sala de estudos, áreas de serviço – como dormitórios, banheiro e rouparia – salão de jogos, garagem, adega e porão. A lavanderia e mais dormitórios de serviço ficam na lateral da casa.

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3 1. Vista do declive da Residencia Oscar Americano 2. Planta térreo Residencia Oscar Americano 3. Planta 1º pavimento Residencia Oscar Americano

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Mesmo com esse extenso programa de necessidades o arquiteto precisou integrar não só os ambientes entre si, mas as pessoas que os ocupariam e a natureza a sua volta. A solução adotada foi o pátio central que é uma concomitância das matrizes compositivas – caracterizadas pela prioridade de integração da natureza, dos espaços e das pessoas – em um único ambiente. O uso dos espelhos d'água e a vegetação presente nesse pátio central dão o benefício visual para os espaços sociais que contribuem para o funcionamento dinâmico e integrador da casa e como moldura para espaços de circulação que passam ao redor desse pátio com o objetivo integrar os diferentes blocos do extenso programa de necessidades que caracteriza a Residência Oscar Americano.

Mais de um pátio foi explorado na integração desses ambientes. Fora o pátio central – que tem os ambientes girando a seu redor – temos um pátio inferior que conta o piso de mosaico português de Lívio Abramo "A Foz do Rio Amazonas" para dar ainda mais vida e natureza para essa construção.

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1 1. Pátio central 2. Pátio central 3. Pátio inferior atualmente 4. Pátio inferior antigamente 5. Vista lateral

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Essa integração da casa com a natureza não foi apenas adotada em sua tipologia; a materialidade da construção também buscou explorar por meio do alto uso de vidros de diferentes texturas e matérias essa “mescla” com o ambiente externo e natural. Os móveis internos - que contam com geometria simples e disposição espaçadas que não comprometem a fluidez dos espaços também foram pensados de forma a transformar esses ambientes em lugares acolhedores e habitáveis. página 53

Desse modo, a Residência Oscar Americano é classificada pela sua tipologia de ser uma Casa Pátio – que consiste em casas cuja centralidade gira em torno de um pátio. Da mesma forma que essa construção de Oswaldo Bratke recebe a tipologia de casa pátio, a Casa Catasús (1956) de Cordech, na Espanha, também recebe. Ambas as casas têm seus ambientes e divisões de programas de necessidades dependentes e circundantes de seus respectivos pátios. Por exemplo, na Residência Oscar Americano as áreas de circulação se baseiam integralmente na disposição dos pátios e de como eles ligam os diversos blocos nos quais a casa é dividida. Já no caso da Casa Catasús, apesar de não ser um pátio central, todos os ambientes fazem ligação com o pátio e sua estrutura interna segue a geometria externa. Também pode-se dizer que ambas as casas seguem o sistema modernista Dom-ino de Le Corbusier que se apropria do uso de vidros em grandes vãos livres e construção brutalista que valoriza o destaque de suas vigas e pilares.

Ademais, mesmo que compartilhem da mesma tipologia, essas casas possuem diferenças significativas. A Casa Catasús tem três setores de segmentos funcionais bem definidos - diurno, noturno e garagem - enquanto a Residência Oscar Americano possui de forma mais mesclada entre seus dois pavimentos as áreas íntima, social e de serviço. Já estruturalmente a Residência Oscar americano, por se localiza em um declive possui pilares de sustentação aparentes, enquanto a Casa Catasús pela baixa declividade do terreno é majoritariamente plana.

1. Vista da circulação lateral ao patio central da Residencia Oscar Americano 2. Vista circulação pátio central da Casa Catasus

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1. Interior da Casa Catasús

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