mos associados. São conhecidos mais de 5.000 produtos diferentes e estima-se que se caracterizam mais de 200 metabólitos anuais. Estes dados mostram a alta diversidade biológica e química das esponjas, nas quais podem ser encontrados terpenos bioativos, esteróis, peptídeos cíclicos, alcaloides, ácidos graxos, etc. Sua presença ao longo da evolução permitiu a estes animais desenvolverem avançados sistemas de defesa e conseguir um alto nível de adaptabilidade às condições do meio. Sua aplicação na indústria cosmética e farmacêutica passa por convertê-los em precursores de produtos antibacterianos, antifúngicos e antivirais. Biotecnología azul Estas linhas de pesquisa que vão além dos usos tradicionais dos recursos marinhos e que buscam novas aplicações e novas fontes também necessitam enfoques diferentes em P&D. A biotecnologia azul é um termo cunhado para referenciar a aplicação de métodos biológicos moleculares em organismos de origem marinha ou de água doce. Engloba o uso destes organismos e seus derivados para múltiplos propósitos, entre os quais se destacam, a identificação, o processo e o desenvolvimento de novos ingredientes ativos de origem marinho. No entanto, grande parte do potencial de tais ingredientes se mantém sem se descobrir, devido à grande diversidade de organismos e a que, até então, os oceanos são extremamente vastos e desconhecidos para que o homem os explorasse. Assim, estes recursos permaneceram como tesouros ocultos até há uns trinta ou quarenta anos.
Na Espanha o setor biotecnológico está mostrando taxas de crescimento superiores ao 20% anual durante os últimos cinco anos, dando lugar à mais de 200 empresas, algumas delas líderes em suas respectivas áreas de pesquisa. Este alto crescimento teve um impacto direto sobre a criação de emprego, o investimento estrangeiro e um maior peso do setor no Produto Interno Bruto (PIB). Ao mesmo tempo, o setor farmacêutico e cosmético na Espanha, que é o principal cliente da Biotecnologia Marinha, cresceu em torno de 3% antes da estagnação econômica propiciada pela crise. Apesar disso, as empresas espanholas oferecem um alto nível de conhecimento em um entorno com grande potencial de biodiversidade marinha e centros de pesquisa de ponta no setor. Por se tratar um País rodeado de mar, possui uma longa trajetória em pesquisa em biologia marinha. No entanto, na exploração de recursos marinhos um problema vem sendo objeto de estudo. A indústria da beleza se aproxima dos mares e oceanos na busca de novos ingredientes. Estas novas matérias que surgem a favor da indústria cosmética, e também da farmacêutica, devem se desenvolver mantendo o equilíbrio do ecossistema marinho. Igual que outras indústrias, como a alimentar, existe uma preocupação pela sustentabilidade paralela à exploração destes recursos. As empresas do setor cosmético estão desenvolvendo novos materiais a partir de plantas costeiras, algas marinhas, e animais marinhos. Estes materiais têm sido especialmente favorecidos pelas empresas de cosméticos naturais que buscam novas fontes de inovação. O problema pode aparecer se a popularidade dos ingredientes marinhos dá lugar a uma necessidade de abastecimento a grande escala e a métodos de produção não sustentáveis, alterando os ecossistemas marinhos. Em resumo, as características únicas dos organismos marinhos, sua estrutura e atividade biológica tornam interessante sua possível utilização na indústria cosmética, farmacêutica e agroquímica. Para isso, os estudos desenvolvidos nos principais centros de pesquisa têm como objetivo, além da melhora dos recursos conhecidos, o descobrimento de novas moléculas de macro-organismos e micro-organismos marinhos e sua aplicação terapêutica através do estudo de sua atividade biológica. Estes organismos são sensíveis às condiciones ambientais, portanto, a busca de substâncias bioativas de interesse terapêutico de algas e de invertebrados marinhos (esponjas, moluscos, corais...) recolhidos em diversos habitat é complexa. A lista é abundante, apesar de que 95% dos oceanos ainda não foi explorado. À medida que a humanidade avança na exploração do oceano seu potencial como um recurso bioquímico essencial torna-se mais evidente.
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