REVISTA: Prêmio Silvina Aquino

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Comissão de Comunicação

DIRETORIA

Amanda Ornelas Trindade Melo - CRN-5/2563 (Presidente) Angelina Cordeiro Cavalcante - CRN-5/3499 (Vice-presidente) Michele Oliveira dos Santos - CRN-5/2451 (Tesoureira) Telmara Oliveira Benevides Campos - CRN-5/3520 (Secretária)

CONSELHEIROS EFETIVOS

Amanda Ornelas Trindade Mello (CRN-5/2563) Angelina Cordeiro Cavalcante (CRN-5/3499) Claudia Maria West Nano Rêgo (CRN-5/4040) Cristina Célia Martins Gonçalves Menezes (CRN5/1006) Daniela Silva Menezes (CRN-5/2729) Flávia Martins da Silva (CRN-5/1225) Luciana Labidel dos Santos (CRN-5/3081) Michele Oliveira dos Santos (CRN-5/2451) Telmara O. Benevides Campos (CRN-5/3620)

CONSELHEIROS SUPLENTES

Aisi Anne Carvalho Santana (CRN-5/4556)

Carla Parish Bamberg (CRN-5/1218) Iane Carine Freitas da Silva (CRN-5/4707) Ícaro Ribeiro Cazumbá da Silva (CRN-5/4682) Maria das Graças Wanderley Cruz (CRN-5/0158) Lorena Samantha M. da S. Cordeiro (CRN-5/2528) Sandra Tavares Brito Vieira (CRN-5/1955)

COMISSÕES COMISSÃO DE ÉTICA

Angelina Cordeiro Cavalcante (Coordenadora) Claudia Maria West Nano Rêgo Luciana Labidel dos Santos Colaboradora: Maria das Graças Wanderley Cruz

Comissão de Tomada de Contas

Daniela Silva Menezes (Coordenadora) Cristina Célia Martins Gonçalves Menezes Claudia Maria West Nano Rêgo Colaboradora: Sandra Tavares Brito Vieira

Comissão de Fiscalização

Cristina Célia Martins Gonçalves Menezes (Coordenadora) Amanda Ornelas Trindade Mello Daniela Silva Menezes Colaboradora: Sandra Tavares Brito Vieira

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Luciana Labidel dos Santos (Coordenadora) Angelina Cordeiro Cavalcante Cristina Célia Martins Gonçalves Menezes Colaboradoras: Amanda Ornelas Trindade Mello, Telmara O. Benevides Campos, Iane Carine Freitas da Silva, Aisi Anne Carvalho Santana e Lorena Samantha M. da S. Cordeiro.Cristina Menezes

Comissão de Formação Profissional

Flávia Martins da Silva (Coordenadora) Michele Oliveira dos Santos Luciana Labidel dos Santos Colaboradores: Sandra Tavares Brito Vieira, Carla Parish Bamberg e Ícaro Ribeiro Cazumbá da Silva

FUNCIONÁRIOS

Unidade Administrativa

Christiano Marcello Borges da Silva Souza – CRA/BA 27349 (Coordenador)

Setor Administrativo

Maria Aurelina Dantas Barreiros (Assistente Administrativo - Secretaria)

Atendimento Pessoa Física (PF) e Pessoa Jurídica (PJ) Matheus de Araújo Isensee Priscila Requião de Almeida Santana Silvana Rodrigues Oliveira

Unidade Financeira

Ana Patrícia Oliveira dos Santos (Assistente Financeira)

Unidade de Acordos e Pagamentos

Robson Palmeiras Fiais (Assistente Administrativo - Conciliação)

Unidade de Tecnologia da Informação Thiago dos Santos Esquivel (Assessor de TI)

Serviços Gerais

Euler Jamison Passos dos Santos

Unidade de Fiscalização

Tatiana Rolando dos Santos Sckianta - CRN-5/3216 (Coordenadora)

Apoio Administrativo

Wellington José Santos de Souza Elvia Souza Nogueira

Fiscais

Diva Menezes Moniz de Aragão - CRN-5/1684 (Salvador) Leny Strauch Ferreira - CRN-5/1580 (Salvador) Roberta Silva de Castro - CRN-5/3162 (Salvador) Nati Damásio Barbosa - CRN-5/9894 (Itabuna) Julyanne Ribeiro Moura - CRN-5/3297 (Itabuna) Andréa Cordeiro de Oliveira - CRN-5/1770 (Sergipe)

Assessoria Técnica

Jainei Cardoso da Silva – CRN-5/4486 (Assessora Técnica)

Assessoria Jurídica:

Batista Silva Freire Advogados

Assessoria Contábil: Lívia Silva dos Santos (Assessora Contábil)

Assessoria de Comunicação: Josicleia Seles Barrêto (MTE 6120 SRTE-BA)

Atendimento Pessoa Física e Jurídica (DELEGACIA DE ARACAJU - SE) Lucas Leal Fernandes

Revista científica do Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª Região. Venda, comercialização e impressão proibidas.

Jornalista Responsável: Josicleia Seles (MTE 6120 SRTE-BA) Projeto Gráfico e Diagramação: Pedro Ricardo e André Almeida Rua Dr. José Peroba, nº 149 - Sl. 1001, Ed. Centro Empresarial Eldorado, Stiep, Salvador - BA, CEP: 41.770-235.

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GRADUAÇÃO • Categoria - Alimentação Coletiva • Trabalho 01

1º lugar

AVALIAÇÃO QUANTITATIVA DO CARDÁPIO DOS COLABORADORES DE UMA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO - UAN NO MUNICÍPIO DE ARACAJU - SE Autores(as): Ana Mara Rodrigues dos Santos e Valéria Eugênia Santos Silva Fraga e Heriberto Alves dos Anjos Tipo de Apresentação: Oral

Pág.: 18

• Categoria - Nutrição Clínica e Esportiva • Trabalho 01 A IMPORTÂNCIA DA GASTRONOMIA HOSPITALAR NO TRATAMENTO DE PACIENTES ONCOLÓGICOS Autores(as): Isabelly Rose Prata Santana, Carolina Cunha de Oliveira e Juliana de Souza Oliveira Tipo de Apresentação: Painel

Pág.: 22

Trabalho 02 ADEQUAÇÃO DA INGESTÃO DIETÉTICA E CONTROLE DA HIPERFOSFATEMIA NA DOENÇA RENAL CRÔNICA: UMA REVISÃO Autores(as): Tatiane Ferreira dos Santos

Tipo de Apresentação: Painel

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Pág.: 25

Trabalho 03 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS E SUAS IMPLICAÇÕES NUTRICIONAIS EM IDOSOS: UM ESTUDO COM DUAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA DE SERGIPE Autores(as): Cassia Bonfim de Oliveira, Carolina Cunha de Oliveira e Fábio Resende de Araújo

Tipo de Apresentação: Painel

Pág.: 30

Trabalho 04 ANÁLISE VETORIAL DE BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA E ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS RESIDENTES EM LAGARTO-SE Autores(as): Andréa Costa Goes, Mylena Alves Santos, Rafaela de Siqueira Oliveira, Juliana de Souza Oliveira e Carolina Cunha de Oliveira

Tipo de Apresentação: Painel

Pág.: 34

Trabalho 05 ASSOCIAÇÃO ENTRE GANHO DE PESO E USO DA HORMONIOTERAPIA EM PACIENTES EM TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA EM HOSPITAL PÚBLICO DE SERGIPE Autores(as): Thaliny André Costa, Tirza Ribeiro de Aquino, Doriane da Conceição Lacerdas e Tatiana Maria Palmeira dos Santos Tipo de Apresentação: Painel

Pág.: 38

Trabalho 06 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DA MICROBIOTA INTESTINAL DO IDOSO ATRAVÉS DA AMOSTRA FECAL Autores(as): Mariana Passos Carregosa e Carolina Cunha de Oliveira

Tipo de Apresentação: Painel

Pág.: 41

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Trabalho 07

1º lugar COMPARATIVO DE FÓRMULAS PREDITIVAS X CALORIMETRIA INDIRETA

Autores(as): Nara Nayane Brito Menezes, Fernanda Noronha de Gois, Monique Tavares de Jesus, Juliana Teixeira da Silva e Carolina Cunha de Oliveira Tipo de Apresentação: Oral

Pág.: 44

Trabalho 08 EFEITO ANTIEMÉTICO DO GENGIBRE EM INDIVÍDUOS NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO Autores(as): Rebeca Rocha de Almeida, Débora Silva da Cruz, Kerolay Santos Nikson da Silva, Mayra Santos Lima Silveira e Nivaldo Farias Vieira Tipo de Apresentação: Painel

Pág.: 49

Trabalho 09 EVIDÊNCIAS DE EFEITO HIPOLIPIDÊMICO DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DE PRÓPOLIS VERMELHA EM RATOS Autores(as): Amanda Felício dos Santos Borges, Rafael Barreto Vieira Valois, Marcelle Feitosa Prata, Francine Ferreira Padilha e Ricardo Luiz Cavalcanti de Albuquerque Júnior Tipo de Apresentação: Painel Trabalho 10

Pág.: 54

3º lugar IMAGEM CORPORAL DAS PESSOAS TRANS ATENDIDAS NO AMBULATÓRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE-CAMPUS LAGARTO-SE

Autores(as): Hallan Kaik Santana e Heloisa Mirelle Costa Monteiro

Tipo de Apresentação: Oral

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Pág.: 58

Trabalho 11 INDICADORES DE ADIPOSIDADE E FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM IDOSOS EM UM CENTRO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DE LAGARTO-SE Autores(as): Luana Ferreira Alves, Jeofran Oliveira Cruz, Mylena Alves Santos e Carolina Cunha de Oliveira

Tipo de Apresentação: Painel

Pág.: 63

Trabalho 12 INFLUÊNCIA DA TERAPIA HORMONAL NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE INDIVÍDUOS TRANSGÊNEROS: UM OLHAR CRÍTICO E ATUAL Autores(as): Cleidisson Araújo Santana e Thaise Dos Santos Ramos

Tipo de Apresentação: Oral

Pág.: 67

Trabalho 13 PERFIL NUTRICIONAL E SINTOMATOLÓGICO DE PACIENTES EM CUIDADOS PALIATIVOS INTERNADO EM UM HOSPITAL DE URGÊNCIAS DO NORDESTE BRASILEIRO Autores(as): Fabiana Ferreira da Paixão Santos, Jicelia Santos de Oliveira, Joana Cardoso dos Santos, Larissa Monteiro Costa Pereira e Rebeca Rocha de Almeida Tipo de Apresentação: Painel Trabalho 14

Pág.: 71

2º lugar

PERFIL NUTRICIONAL EM PACIENTES ONCOLÓGICOS PELO MÉTODO NUTRISCORE Autores(as): Chrislayne Barbosa Bispo, Layla dos Santos Ribeiro, Fernanda Noronha de Gois, Monique Tavares de Jesus e Carolina Cunha de Oliveira Tipo de Apresentação: Oral

Pág.: 75

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Trabalho 15 PERFIL SÓCIO DEMOGRÁFICO E ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS ATENDIDOS NO CENTRO DE ESPECIALIDADES EM LAGARTO-SE Autores(as): Jeofran Oliveira Cruz, Luana Ferreira Alves, Mylena Alves Santos e Carolina Cunha de Oliveira.

Tipo de Apresentação: Painel

Pág.: 79

• Categoria - Saúde Coletiva • Trabalho 01

2º lugar

AVALIAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NO MUNICÍPIO DE CONCEIÇÃO DO COITÉ - BA: ESTUDO DE CASO NO POVOADO DE GOIABEIRA. Autores(as): Jackeline Oliveira Ferreira

Tipo de Apresentação: Oral Trabalho 02

Pág.: 84

1º lugar AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTIOBESIDADE DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DA PRÓPOLIS VERMELHA EM MODELO MURINO

Autores(as): Amanda Felício dos Santos Borges, Rafael Barreto Vieira Valois, Camila Neiva Porto Silva, Rose Nely Pereira Filho e Ricardo Luiz Cavalcanti de Albuquerque Júnior

Tipo de Apresentação: Oral Trabalho 03

Pág.: 86

3º lugar COMER, COMER! COMER MELHOR PARA PODER CRESCER.

Autores(as): Jamille Oliveira Costa, Layla dos Santos Ribeiro, Luana Chaves dos Santos, Matheus Moreira de Melo e Djalmir Santos Brandão Filho

Tipo de Apresentação: Oral

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Pág.: 90

• Categoria - Tecnologia dos Alimentos • Trabalho 01

1º lugar

INFLUÊNCIA DO TEMPO NAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS E NO CONTEÚDO DE COMPOSTOS BIOATIVOS NUTRACÊUTICOS EM INFUSÃO DE FOLHA DE MANGABA (HANCORNIA SPECIOSA GOMES) Autores(as): Alaíza Barros Lima Morais, Daniela Nascimento Ferreira, Giannina Soares Taveira, Alessandra Almeida Castro Pagani e Heriberto Alves dos Anjos

Tipo de Apresentação: Oral

Pág.: 94

PÓS-GRADUAÇÃO • Categoria - Nutrição Clínica e Esportiva • Trabalho 01

1º lugar

ANÁLISE DOS EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DO CACAU (THEOBROMA CACAO L.) NA MELHORA DAS CONDIÇÕES DA PELE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA Autores(as): Micheline de Lisandra Santos Silva Gizélia Souza Costa e José Valter Costa Oliveira Tipo de Apresentação: Oral Trabalho 01

Pág.: 98

2º lugar APLICABILIDADE E USO DA LARANJA MORO EM NUTRIÇÃO E FITOTERAPIA: REVISÃO INTEGRATIVA

Autores(as): Natassya Santana Santos Ferreira Melo, Glícia Tamires Nunes Simões e Raíssa Taynara Couto Lima Tipo de Apresentação: Oral

Pág.: 102

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Trabalho 01 ASSOCIAÇÃO ENTRE RISCO CARDIOVASCULAR, QUALIDADE DA DIETA, STATUS DE ZINCO E GENÓTIPOS DO SNP A35C (RS2234694) NO GENE DA SOD1 COM O Autores(as): Gabrielli Barbosa de Carvalho1, Paula Nascimento Brandão Lima, Vivianne de Sousa Rocha, Ramara Kadija Fonseca Santos, Liliane Viana Pires

Tipo de Apresentação: Painel

Pág.: 105

Trabalho 01 DESENVOLVIMENTO DE APLICATIVO DE SUPORTE À ORIENTAÇÃO E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS E PLANTAS MEDICINAIS PARA Autores(as): Samidayane Moreira Guerra, Kérilin Stancine Santos Rocha, Sabrina Cerqueira Santos, Divaldo Pereira de Lyra Júnior, Mairim Russo Serafini

Tipo de Apresentação: Painel

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Pág.: 109

• Categoria - Alimentação Coletiva •

GRADUAÇÃO

Avaliação quantitativa do cardápio dos colaboradores de uma Unidade de Alimentação e Nutrição - UAN no município de Aracaju - SE

Ana Mara Rodrigues dos Santos¹, Valéria Eugênia Santos Silva Fraga¹, Heriberto Alves dos Anjos² ¹Autoras do trabalho; ²Orientador universidade tiradentes

Email: ana_mara_@hotmail.com

1. INTRODUÇÃO Estudos do Ministério da Educação (BRASIL, 2019) revelam que uma alimentação desequilibrada, ou insuficiente favorece o aparecimento ou piora de enfermidades. Vanin et al. (2007) revela que uma refeição balanceada é fundamental para a saúde e produtividade do trabalhador, e pode também contribuir para a diminuição de riscos de acidentes de trabalho. O objetivo do PAT é proporcionar melhorias nas condições nutricionais dos trabalhadores, o programa prioriza trabalhadores de baixa renda, auxiliando na alimentação no trabalho ou ajuda de custo. O PAT é uma importante política pública do governo, que visa melhorar o estado nutricional dos trabalhadores através de uma boa alimentação, e da educação nutricional. O presente estudo mostra que apesar da importância deste programa, nem sempre os objetivos são alcançados.

2. MATERIAIS E METÓDOS Estudo realizado durante 05 dias e direcionado pela Nutricionista Responsável (RT) de uma UAN localizada em Aracaju-SE, que serve cerca de 80 refeições/dia para seus funcionários no estilo selfservice. Apesar da unidade não ser cadastrada no Programa de Alimentação ao Trabalhador – PAT, os parâmetros do programa foram utilizados para avaliação do cardápio. Para calcular Refeição Distribuída (RD) foi utilizada a formula de ABREU et. Al (2011), que diz que RD é igual ao Total Produzido (TP) pela UAN menos as Sobras Prontas (SP). ABREU et. Al (2011) diz ainda que RD divido pelo número nº de refeições é igual ao per capita por refeição. Com o auxílio do programa Excel e o uso das Tabelas de Composição Nutricional dos Alimentos Consumidos no Brasil (POF,

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2008-2009), foram calculados os respectivos valores de carboidratos, proteínas, lipídios, gorduras saturadas, fibras, sódio e Ndpcal% per capitas. Os resultados encontrados foram comparados com os valores recomendados pela Portaria Interministerial nº66/2006.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Com relação aos valores calóricos do cardápio nos dias analisados, observamos que no 1ºdia o valor calórico ofertado foi acima do recomendado pelo PAT, neste dia foi servido 823,42kcal/per capita, quando o recomendado pelo programa é de 600 à 800 kcal. Como mostra a Tabela1, nos outros dias o cardápio apresentou valores calóricos dentro do recomendado pelo programa. Em oposição aos resultados encontrados nesse trabalho, o estudo de Batista et. al (2015) que analisou o cardápio de uma UAN durante 20 dias, mostra uma média geral do VET de 1311,7kcal, enquanto o cardápio realizado na UAN do presente estudo apresentou um valor energético entre 736,84kcal e 823,42kcal, vide tabela 1.

Cardápio realizado Valor calórico PAT Kcal Kcal mínimo Kcal máximo 1º dia 823,42 600 800 2º dia 786,29 600 800 3º dia 790,66 600 800 4º dia 794,19 600 800 5º dia 736,84 600 800

Tabela 1. Média de calorias do cardápio realizado durante a pesquisa e comparação com o PAT

A tabela 2 contém os valores de macronutrientes do cardápio analisado e os valores recomendados por o PAT, observamos que em todos os dias analisados os parâmetros recomendados pelo PAT não estão sendo alcançados, o que não quer dizer que o cardápio não esteja seguindo as recomendações do PAT, mas pode ser um problema ocasionado por conta no tipo de distribuição, self-service, que permite que o funcionário sirva a própria refeição.

CHO (%)

CHO PAT (%)

PTN (%)

PTN PAT (%)

LIP (%)

LIP PAT (%)

G. Sat. (%)

1º dia 53,66 60 30,39 15 15,95 25 5,39 2ª dia 42,29 60 16,73 15 40,98 25 14,93 3º dia 54,77 60 22,36 15 22,86 25 5,68 4º dia 48,14 60 20,98 15 30,88 25 10,85 5º dia 51,89 60 26,92 15 21,19 25 4,26 Média 50,15 60 23,47 15 26,37 25 8.22 Tabela 2. Valores de macronutrientes do cardápio analisado e comparação com o PAT

G. Sat. PAT (%) <10 <10 <10 <10 <10 <10

Na tabela 3 observamos a quantidade de sódio em mg, no cardápio avaliado notamos que o mineral teve uma média de 672,78mg, valor este abaixo do recomendado pelo PAT (720-960mg). O valor de 721,73mg foi encontrado no 2ºdia, que foi o único dia do cardápio que o mineral ficou dentro do recomendado pelo programa. Já no 3ºdia identificamos um valor extremamente alto se comparado aos outros dias, o valor de sódio para este dia foi de 1451,29mg, justificado pelo uso de vinagre como molho na salada de vinagrete, sendo esse rico em sódio.

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Fibra (g) PAT 7 – 10 7 – 10 7 – 10 7 – 10 7 – 10 7 – 10

Fibra (g) 1º dia 2º dia 3º dia 4º dia 5º dia Média

10,96 11,01 13,19 10,90 11,21 11,45

Sódio (mg) 213,76 721,73 1451,29 704,69 272,43 672,78

Sódio (mg) PAT 720 – 960 720 – 960 720 – 960 720 – 960 720 – 960 720 - 960

Tabela 3. Valores fibras e de sódio do cardápio realizado e comparação com o PAT

Como demonstrado na tabela 4 os valores para Ndpcal% alcançaram um média de 15,28%, ou seja, em todos os dias ficaram acima do recomendado pelo PAT (6% - 10%). Este valor pode ser justificado pela alta quantidade de carnes ofertadas na refeição.

Ndpcal %

Ndpcal PAT %

1º dia

19,28

6-10

2º dia

11,17

6-10

3º dia

14,52

6-10

4º dia

13,81

6-10

5º dia

17,63

6-10

Média

15.28

6-10

Tabela 4. Valores de Ndpcal % do cardápio analisado e comparação com o PAT

4. CONCLUSÃO O PAT tem como objetivo melhorar as condições nutricionais e qualidade de vida dos trabalhadores através da boa alimentação e da educação nutricional. Porém, observa-se nesse estudo que alguns parâmetros exigidos pelo Programa não são cumpridos pela UAN. O carboidrato e sódio do cardápio avaliado encontra-se abaixo do recomendado pelo programa, enquanto os níveis de lipídios, proteínas, Ndpcal% e fibras encontram-se acima da recomendação. O único item que encontra-se dentro da recomendação é a gordura saturada. Uma alimentação desequilibrada pode vir a refletir na eficiência e na saúde do trabalhador. É importante ressaltar que o presente estudo avaliou uma UAN com serviço self-service em que apenas a proteína era porcionada, sendo assim, observa-se que os funcionários não tem consciência do que é uma alimentação saudável, e seus benefícios. É importante destacar também que o PAT é um programa falho e precisa ser revisado, pois seus parâmetros são para o público trabalhador em geral. Dado esses resultados, nota-se a importância da intervenção da nutricionista no cardápio e nas atividades de educação nutricional na UAN.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, E. S.; SPINELLI, M. G. N.; PINTO A. M. S. Gestão de unidades de alimentação e nutrição: um modo de fazer. 4 ed. São Paulo: Metha, 2011. 169-184.

BATISTA, P.D.L; STANGARLIN, L; MEDEIROS, L.B; SERAFIM, A.L; JESUS, N.L.D.S; PEIXOTO, C.D.S; MOREIRA, M.R; Refeições servidas em unidades de alimentação e nutrição: uma avaliação da saúde dos trabalhados. Revista Brasil Promoção à Saúde, Fortaleza, 28(4): 578-586, out./dez. de 2015 BRASIL. Portaria Interministerial nº66, de 25 de agosto de 2006. Altera os parâmetros nutricionais do Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT. Diário Oficial da República federativa do Brasil, Brasília, DF, 28 de agosto. 2006.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Orçamentos Familiares 20082009 – POF. Rio de Janeiro, 2011.

VANIN, M et al. Adequação nutricional do almoço de uma Unidade de Alimentação e Nutrição de Guarapuava – PR. Rev Salus-Guarapuava-PR; v.1, n.1, jan/jun 2007.

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• Categoria - Nutrição Clínica e Esportiva •

GRADUAÇÃO

A IMPORTÂNICA DA GASTRONOMIA HOSPITALAR NO TRATAMENTO DE PACIENTES ONCOLÓGICOS Isabelly Rose Prata Santana¹, Carolina Cunha de Oliveira², Juliana de Souza Oliveira3 ¹Graduanda de Nutrição, Universidade Federal de Sergipe- Campus Lagarto. Endereço físico: Praça Senhor do Bonfim 34, Salgado-SE, Brasil. CEP: 49390-000. E-mail: isabellyprata@hotmail.com ² Departamento de Nutrição, Universidade Federal de Sergipe -Campus Lagarto.

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Mestranda em Ciências da Nutrição, Universidade Federal de Sergipe-Campus São Cristóvão;

1. INTRODUÇÃO A gastronomia hospitalar tem o intuito de adequar à referida dieta da patologia com técnicas e ingredientes que respeitem os hábitos regionais do indivíduo, além das suas preferências, ou seja, a combinação da dietoterapia com a gastronomia. O serviço de gastronomia no hospital também é conhecido como Serviço de Nutrição e Dietética (SND) e tenta retirar o estigma de que a comida de hospital é “sem gosto” “sem atrativo”. Esses dois surgem com a necessidade de confortar o paciente, visto que a depender de sua patologia, esse pode apresentar diversos sintomas como: xerostomia, náuseas, disgeusia, constipação intestinal, incômodo com o cheiro da comida, falta de apetite, saciedade precoce, dentre outros; esses possuem influência direta no momento de se alimentar, alterando a percepção do sabor (CABRAL, 2015; PALMIERI et al., 2013).

Além desses sintomas, a oferta de um mesmo sabor ofertado diariamente gera um incômodo, sendo que a comida, ao menos, deveria trazer sensações de conforto, acalento e até mesmo proximidade, seja com a família ou tempos passados, por exemplo. O que pode ser feito uma associação com o novo movimento de alimentação, o Comfort food, que considera a comida como alimento da alma e traz conforto (LIMA, 2018; PALMIERI et al., 2013).

Diante disso, faz necessário compreender a importância da gastronomia hospitalar para que os tratamentos nutricionais obtenham resultados ainda mais eficazes e que a o ato de se alimentar permaneçam prazerosas mesmo no ambiente hospitalar. A pergunta norteadora foi “Existem trabalhos que evidenciam a importância gastronomia hospitalar para obtenção de resultados satisfatórios na ingestão e sintomatologia dos pacientes?”

2. MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de uma revisão de literatura. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados Scielo e Google scholar e outras bases de dados, mas não houve resultado, usando as seguintes combinações de termos: técnicas de gastronomia, oncologia, nutrição, gastronomia hospitalar, sintomas, câncer. Utilizado os boleanos ‘and’ e delimitação do ano de pesquisa até 8 anos de

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publicação, ou seja 2011. Foram analisados estudos disponíveis por completo e na língua portuguesa ou inglesa.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram selecionados 7 artigos relacionados ao tema proposto (Tabela 1). Foi possível identificar, em alguns trabalhos, resultados positivos quando relacionado com a melhora do apetite e sintomas do paciente, sendo mencionado efetivamente que deve ser observado desde a escolha dos ingredientes, até a forma de apresentar e na louça em que for servido. No estudo de Rolim et al. (2011) foi analisado a forma de apresentação da refeição, servindo-a em bandeja e no prato, com resultado de 27% de rejeitos na refeição servida na bandeja e 19% na refeição servida no prato.

No trabalho realizado por Lages (2013) em hospital de Belo Horizonte-MG, foi acrescido nos purês uma apresentação comestível e essa elevou significativamente o valor médio da nota atribuída a aparência. Entretanto, observou-se que não houve melhora no sabor do purê, o que possivelmente estava atrelado ao fato das cozinheiras não utilizarem a mesma técnica de preparo de quantidade dos ingredientes nas produções.

Outro dado interessante é do estudo de Machado et al. (2013), em foi analisado o almoço de maneira qualitativa. Observou-se maior oferta e, consequente, consumo de preparações com frituras, doces e os dois no mesmo prato. Esse resultado pode ter sido obtido levando em consideração que as frituras e doces são mais saborosos, são mais aceitáveis considerando sua palatabilidade.

Tabela 1. Síntese dos artigos incluídos na revisão de literatura de acordo com a questão norteadora.

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*IR: índice de rejeito **AQPC: Avaliação Qualitativa das Preparações do Cardápio 4. CONCLUSÃO Os trabalhos demonstram que a utilização da gastronomia hospitalar melhora os sintomas e a ingestão alimentas dos pacientes. Torna-se evidente que a gastronomia hospitalar deveria ser mais explorada, tanto por parte dos nutricionistas quanto dos gastrólogos, o que necessita de uma equipe multidisciplinar, a fim de melhorar tanto as preparações dos pacientes, quanto no avanço da sua recuperação e na sua qualidade de vida. Embora a importância da gastronomia hospitalar seja positiva, há uma escassez de pesquisas na área para possíveis elaborações de receitas adequadas para patologias e que sejam saborosas e prazerosas.

5. REFERÊNCIAS PALMIERI, Bárbara Nogueira et al . Aceitação de preparações e sua associação com os sintomas decorrentes do tratamento de câncer em pacientes de uma clínica especializada. Cad. saúde colet., Rio de Janeiro , v. 21, n. 1, p. 02-09, mar. 2013 .

CABRAL, João Victor Batsita; OLIVEIRA, Fábio Henrique Portella Corrêa de; SHINOHARA, Neide Kazue Sakugawa. A gastronomia hospitalar como ferramenta de bem-estar ao paciente.

Higiene Alimentar, v. 29, p. 167-171, nov- dez. 2015.

ROLIM, Priscilla Moura; SOUZA, Kaliana Martins de; FIGUEIRA, Lígia Pereira; Silva, Luciana Câmara da. Apresentação da refeição versus desperdício de alimentos na alimentação de pacientes oncológicos. Alim. Nutr., Araraquara, v. 22, n. 1, p. 137-142, jan.-mar. 2011.

GONÇALVES, Mariane Pravato Munhoz et al. A importância da gastronomia para a nutrição.

Revista Empreenda UNITOLEDO, Araçatuba, v. 2, n. 1, p. 251-263, fev.-jun. 2018.

LAGES, Priscilla Ceci; RIBEIRO, Rita de Cássia; SOARES, Luciana Santos. A gastronomia como proposta de qualificação dietética das refeições hospitalares pastosas: análise, intervenção e avaliação. Alim. Nutr.= Braz. J. Food Nutr., Araraquara v. 24, n. 1, p. 93-99, jan.-mar. 2013 MACHADO, Alisson Diego et al. Avaliação do almoço oferecido a pacientes oncológicos e transplantados pediátricos pelo método AQPC. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, Salvador, v.12, n.3, p.332-336, set.-dez. 2013 LIMA, Vanessa Andrade Baracho; LAMOUNIER, Maria Aparecida Teixeira; TEIXEIRA, Natália de Carvalho. Comfortfood: Alimentação emocional e os benefícios de uma doce lembrança. Revista Pensar Gastronomia, v.4, n.2, jul. 2018

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ADEQUAÇÃO DA INGESTÃO DIETÉTICA E CONTROLE DA HIPERFOSFATEMIA NA DOENÇA RENAL CRÔNICA: UMA REVISãO

Tatiane Ferreira dos Santos- Centro Universitário AGES Jamylle de Araújo Costa- Centro Universitário AGES 1. INTRODUÇÃO A Doença Renal Crônica (DRC pode ser caracterizada por duas situações diferentes, a primeira diz respeito a taxa de filtração glomerular (TFG) menor que 60ml/min/1,73m² por três ou mais meses, incluindo ou não um dano renal. A segunda define como perda da função renal por período igual ou superior a três meses, com presença de anormalidades funcionais e/ou estruturais independente do resultado da TFG (VIANA, 2014).

Na DRC, uma preocupação frequente dos profissionais de saúde é a hiperfosfatemia, isto é, acúmulo do fosfato, que ocorre em virtude do dano renal.

Uma das formas de realizar o controle sérico de fosfato é proporcionando uma menor absorção do mesmo por via dietética, ou seja, lançar mão de estratégias que reduzam absorção desse nutriente após a ingestão. Uma forma de fazer isso é através dos quelantes, substâncias químicas que diminuem a concentração de fósforo no sangue e consequentemente a precipitação de cálcio, que por sua vez, pode resultar em calcificação ectópica (CUSTÓDIO., et al 2013).

A utilização desse tipo de substância associada a uma dieta com concentração de fosfato adequada para o estágio da doença é capaz de inibir uma cadeia de problemas secundários advindos da hiperfosfatemia, tais como o hiperparatireoidismo e aumento nos níveis de PTH, podendo levar a osteíte fibrosa.

Desse modo, fica evidente que a não observância e cuidados quanto ao nível sérico desse micronutriente é responsável por diversas complicações da DRC (DE ARAÚJO., et al 2016).

26

O nutricionista deve realizar o controle da ingestão dietética de fosfato através da dosagem sérica desse eletrólito, bem como pelos inquéritos dietéticos fazendo a relação entre fosfato e proteína, tendo em vista que o impacto do mesmo na DRC pode ir desde complicações que aumentam o tempo de diálise até o óbito (BENETTI; SANTOS; VANZ, 2017). Nesse sentido, esta pesquisa, tem por objetivo identificar as estratégias nutricionais para o controle de fosfato na mencionada doença.

2. MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no Centro Universitário AGES, em Paripiranga-BA. Para a realização deste estudo, foram utilizados os descritores a seguir: “hyperphosphatemia”, “Kidney Insufficiency, Chronic ”, “hemodialysis”, “ peritoneal dialysis”, limitando os idiomas ao inglês, espanhol e português, aos textos na íntegra, aos estudos realizados com seres humanos e aos temas compatíveis ao pesquisado nesta produção, com recorte temporal de publicação entre 2009 e 2019, consultados nas bases de dados: PubMed (109 artigos), LILACS (18 artigos) e SciElo (11 artigos).

Na primeira seleção foram retirados os artigos que falavam da ingestão de fosfato por outras vias, que não a dietética, restando 79 artigos. Em seguida, ocorreu a escolha pelos títulos, que resultou em 59 publicações selecionadas. Após a leitura dos resumos, foram excluídos 36 que não abordavam o tema compatível aos objetivos do trabalho. Restaram 23 artigos, que foram lidos na íntegra e, posteriormente, houve a exclusão daqueles que não atendiam ao pesquisado. O estudo foi finalizado com a inclusão de 15 artigos.

3.

3. RESULTADOS RESULTADOSEEDISCUSSÃO DISCURSSÃO Nem sempre uma estratégia medicamentosa se mostra a melhor opção para o tratamento das problemáticas resultantes da IRC, em especial no caso da hiperfosfatemia. Levando em consideração que o fosfato vem da dieta, esse é um dos fatores que merece maior atenção. O fósforo dietético está presente, principalmente, nos alimentos fontes de proteínas, por esse motivo, indivíduos com IRC em estágio avançado (entre três e cinco), que não estão sendo submetidos a diálise, devem realizar uma restrição proteica orientada por nutricionista (DE MEDEIROS; DE SÁ, 2011).

Já na fase dialítica, essa restrição não é necessária, ou melhor, deve ser evitada, levando em consideração o risco de desnutrição, limitando-se apenas os excessos de leite e derivados. Porém, mesmo com o uso do tratamento dialítico e uma dieta adequada, é comum que o paciente renal se mantenha com um balanço positivo de fósforo, sendo necessário o uso de quelantes (DA SILVA et al, 2011).

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Nos estágios avançados da doença, a restrição de fósforo fica entre 540 e 1000 mg/dia, sendo que os pacientes devem ingerir no mínimo uma grama de proteína por quilo de peso ao dia, isto é, uma dieta normoproteica, o que pode dificultar a restrição de fósforo.

Levando em consideração que 60% a 70% de todo o fósforo ingerido é absorvido, meados de 4.000 a 5.000 mg chegam até o fluido extracelular semanalmente, sendo que a maioria dos portadores de IRC hemodialisam três vezes por semana, cerca de 800mg de fósforo por sessão. Desse modo, grande parte dos pacientes, quando bem nutridos, se mantêm com um balanço positivo de fósforo. As dietas com restrição de fósforo são consideradas de difícil execução e nem sempre são o suficiente para manter a fosfatemia dentro dos valores desejáveis (TELLES; BOITA, 2015).

Abaixo de 95% dos pacientes em fase avançada precisam de quelantes de fósforo associado a dieta, como por exemplo, o método de cocção, que pode diminuir consideravelmente o teor de fósforo dos alimentos. Ademais, é importante que os pacientes recebam orientações quanto os riscos do consumo excessivo de alimentos fontes de fósforo, em especial leite e derivados. O fósforo proveniente da dieta deve sofrer uma restrição de 800-1000 mg/dia já com os ajustes proteicos quando o fósforo sanguíneo estiver acima de 4,5 mg/dL em pacientes nos estágios três e quatro e 5,5 mg/dL no estágio 5D (BASTOS; BREGMAN, KIRSZTAJN, 2010).

4. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS A presente pesquisa demonstrou que é possível realizar uma diminuição significativa da absorção de fosfato sem uma alta restrição de proteínas, contanto que haja a diminuição do consumo de alimentos industrializados, adesão a realização de métodos de cocção úmidos e substituição dos alimentos com alto teor de fósforo por alimentos nutricionalmente semelhantes, porém com menor quantidade desse nutriente em específico.

Em casos especiais, é possível recomendar o uso de quelantes para diminuição da absorção de fósforo, contanto que se tenha atenção a composição dos mesmos e consequentemente recomendação para cada caso, enquanto que as nicotinamidas como ferramenta para tratar a hiperfosfatemia ainda são carentes de estudos que comprovem eficácia e inocuidade. Nesse sentido, sua recomendação na prática clínica ainda não é viável, apesar do seu potencial.

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5. REFERÊNCIAS BENETTI, Fábia; SANTOS, Mariana Ferreira; VANZ, Maycon José. Avaliação e educação nutricional de pacientes com insuficiência renal crônica em hemodiálise.

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VIANA, Luciano Beltrão dos Reis. Perfil nutricional de nefropatas em hemodiálise em um hospital universitário de São Luís-MA. 2014.

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ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS E SUAS IMPLICAÇÕES NUTRICIOAIS EM IDOSOS: UM ESTUDO COM DUAS INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANENCIA DE SERGIPE Cassia Bonfim de Oliveira¹, Carolina Cunha de Oliveira², Fábio Resende de Araújo³ ¹Universidade Federal de Sergipe (UFS), ²Universidade Federal de Sergipe (UFS),³ Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Endereço físico e eletrônico: Av. Governador Marcelo Déda, 13, Campus Lagarto - CEP 49400-000- Centro Lagarto (SE), Brasil – Telefone: (79) 99986-5811 - Email: cassia.nutri6@gmail.com

1. INTRODUÇÃO No processo natural do envelhecimento ocorrem alterações metabólicas que podem interferir na absorção e utilização dos nutrientes essenciais. Também, o declínio sistêmico fisiológico do idoso influencia diretamente na biotransformação hepática e na excreção renal de fármacos, favorecendo assim, as interações entre fármacos e nutrientes (NEVES; MARQUES, 2016; PÉTER et al., 2017).

Apesar da relevância do conhecimento sobre essas interações droga-nutriente em idosos, nota-se uma escassez de estudos sobre a utilização de medicamentos com a alimentação, sobretudo em idosos institucionalizados. Além disso, devido ao aumento de doenças crônicas não transmissíveis e psicológicas, existe intensificação no consumo de medicamentos nas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). Evidenciando-se dessa forma, a necessidade de estudos nessa área, que investiguem a temática, a fim de ampliar a produção científica e sensibilizar os profissionais quanto aos cuidados na administração de medicamentos. Assim, o presente estudo teve por objetivo compreender as condutas da administração de medicamentos e suas implicações nutricionais em idosos residentes em duas Instituições de Longa Permanência (ILP) de Sergipe.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo, exploratório, de natureza quali-quantitativa, realizado em duas Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) filantrópicas: o Asilo Santo Antônio (ILPI 1) situado em Lagarto-SE, e o Asilo Lar Cidade de Deus (ILPI 2), situado em Itabaiana-SE.O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em seres humanos da Universidade Federal de Sergipe, de acordo com a resolução do CONEP 466/13. Foram inclusos os dados de todos os idosos que faziam uso de medicamentos, e não inclusos os residentes das ILPIs com idade inferior a 60 anos.

Os dados foram coletados pela própria pesquisadora. Foi elaborado e utilizado um formulário para coleta de dados referentes aos medicamentos administrados pelas ILPIs, suas prescrições médicas, posologia e modo de utilização (horários e uso com alimentação) nos prontuários dos idosos.

Além disso, visando coletar informações quanto à obtenção dos medicamentos, tipo de administração, número e tipo de profissionais assistentes, foram realizadas entrevistas gravadas e semiestruturada com gestores e cuidadoras das duas instituições. Para verificar que possíveis condutas poderiam

31

interferir na biodisponibilidade de nutrientes, foram consultadas as bulas dos medicamentos administrados e a literatura científica. Os dados dos formulários e entrevistas foram analisados através da análise de conteúdo de Bardin (1977). A análise quantitativa foi feita pelo Software Excel versão 2009, e utilizou-se a estatística descritiva.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES O estudo envolveu 88 sujeitos de ambos os gêneros. Destes, 25 eram residentes da ILPI 1e 63 da ILPI 2. Os idosos da ILPI 1, possuíam idade média de 79,8 anos. Já os idosos da ILPI 2, a idade média era de 76,6 anos. A ILPI 1 possuía 2 profissionais de saúde, enquanto na ILPI 2 havia uma equipe multiprofissional. Assim, observou-se que a ILPI 1 não atendia aos requisitos da Portaria nº 810/89, a qual recomenda a assistência multiprofissional nessas instituições (BRASIL, 1989).

Quanto à utilização de medicamentos, na ILPI 1, notou-se que 55,5% usavam de 1 a 3 medicamentos e 44,4% usaram 4 ou mais medicamentos/dia. Na ILPI 2, 65% dos idosos utilizaram de 1 a 3 medicamentos e 34,9% faziam uso de 4 ou mais medicamentos/dia, evidenciando, assim, a polifarmácia (CÓRRALO et al., 2018). Os grupos terapêuticos mais utilizados pelos idosos de ambas as ILPIs foram análogos ao descrito na literatura (CÓRRALO et al., 2018; LIMA et al. 2017), que foram Aparelho Cardiovascular (IPLI1 – 54,2%; ILPI2 – 35%), sistema nervoso (IPLI1–24,2 %; ILPI2 – 28%) e Aparelho digestório e metabólico (IPLI1 – 21,4 %; ILPI2 – 19,8%). As duas IPLIs possuíam horários padronizados para administração de medicamentos e refeições, porém muito próximos. Ainda, muito tipos de medicamentos eram administrados junto com as refeições. O café da manhã foi a principal refeição com horário simultâneo ao da administração de medicamentos, podendo ter afetado a absorção de nutrientes, devido a competição pelos sítios de absorção, e/ou ligação direta do fármaco com componentes dos alimentos (NEVES; MARQUES, 2016).

Observou-se que dentre os tipos de medicamentos prescritos nas duas ILPIs, havia uma quantidade significativa de medicamentos que poderiam provocar implicações nutricionais por meio de interações com nutrientes, os quais constituíam mais da metade na ILPI 1 (60%) e quase a metade na ILPI 2 (44,4%). A tabela 1 mostra os principais medicamentos que provocam interações com nutrientes, o que demonstra a necessidade de aplicar os conhecimentos sobre essas interações no planejamento e organização de ILPIs.

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Tabela 1. Implicações clínicas e nutricionais dos principais medicamentos utilizados sobre os nutrientes, 2014 .

Fármacos

Implicações Clínicas E Nutricionais

ILPI ILPI 2 1 N (%) N (%)

Aparelho Cardiovascular AAS Diminui a absorção de alimentos. os fármacos dessa classe 8 (9,5) promovem diminuição da absorção de ferro e são antagonistas do ácido fólico, depletam vitamina C, tiamina, vitamina K e potássio Captopril A associação com substitutos do sal contendo potássio provoca 12 aumento do potássio sanguíneo (14,2) Espironolacto Aumenta a excreção urinária de sódio, cloro, magnésio, cálcio, água 2 na e diminuição de potássio.causa aumento de glicose sanguínea, bem (2,3) como potássio, ácido úrico, creatinina e uréia nitrogenada, e diminuição de sódio e cloro. o uso concomitante com alimentos ricos em potássio, suplementos de potássio e substitutos do sal pode provocar hipercalemia Furosemida Diminui o sódio, potássio, cálcio, magnésio, cloro e zinco; aumenta uréia nitrogenada, ácido úrico, colesterol, ldl, vldl, tg e glicose.

Aumento da excreção de tiamina, sódio, potássio, cálcio, zinco, magnésio, cloro (alcalose metabólica hiproclorêmica) e água Hidroclorotia Provoca aumento da excreção urinária de sódio, cloro, potássio, 11 zida zinco, magnésio, glicose, bicarbonato e riboflavina. Aumentam a (13,0) necessidade de alimentos ricos em vitaminas b2, k, zinco e magnésio. Interagem com carboidratos elevando glicemia; diminui a tolerância orgânica aos glicídios³ Propanolol Promove bloqueio da glicogenólise 1 (1,2) Sistema Nervoso Amitriptilina Reduz absorção de vitamina b 1 (1,2) Carbamazepi Provoca diminuição do sódio, cálcio, T3 e T4. Interfere na secreção 2 na de 1,25-diidroxicolecaciferol (2,3) Clonazepam Reduz absorção de vitamina b2 1 (1,2) Diazepam Reduz absorção de vitamina b2 Fenorbabital Provoca redução de bilirrubina, diminuição da absorção de cálcio, 2 magnésio, folacina, vitamina B12, K e D e provoca aumenta o (2,3) colesterol e uréia.

Haloperidol Provoca diminuição de vitamina k e sódio3 2 (2,6) Aparelho Digestório E Metabólico Metformina Diminui a absorção de vitamina b12 e ácido fólico 3 (4,2) Óleo Mineral Promove uma barreira física, reduz a formação de micelas e 1 interfere na absorção de água, vitaminas hidro e lipossolúveis, (1,2) cálcio, fósforo e potássio. Reduz a absorção de colesterol

10 (6,1) 8 (4,9) -

3 (1,8)

8 (4,9)

3 (1,8) 3 (1,8) 2 (1,2) 7 (4,2) 3 (1,8) 12 (7,3) 5 (2,9) 5 (2,9)

33

Omeprazol Ranitidina

Diminui a secreção gástrica; reduz a absorção de vitamina b12 e ferro Provoca diminuição da vitamina A, B1, b12

Fonte: Flores (2007), Peixoto (2012), Reis (2011), Secoli (2010), Silveira (2014).

3 (4,2) 1 (1,3)

11 (6,7) -

Observou-se que nem todas as bulas de medicamentos das ILPIs possuíam informações relativas às implicações nutricionais do uso concomitante entre drogas e nutrientes, e sim, somente, de interações entre medicamentos, contribuindo, assim, para a maior dificuldade na compreensão sobre as interações drogas-nutrientes pelos profissionais de saúde, uma vez que as informações sobre um medicamento e sua classe terapêutica devem nortear o paciente e o profissional de saúde de forma adequada, para que assim haja o uso racional de medicamentos (LIMA; JÚNIOR; JÚNIOR, 2018).

4. CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES FINAIS Além do elevado consumo de medicamentos, neste estudo evidenciou-se a utilização de medicamentos com o uso simultâneo à alimentação, e um número significativo dos que possuíam interações potencias com nutrientes, o que demonstra a importância da abordagem dessa temática nas ILPIs. Portanto, é essencial que a equipe multidisciplinar seja formada, capacitada e sensibilizada para a realização de uma avaliação criteriosa não somente sobre os múltiplos medicamentos administrados, mas também em relação à prescrição nutricional, atentando para os horários dos medicamentos e das refeições ofertadas, visto que as interações podem interferir na saúde e trazer prejuízos ao efeito terapêutico desejado e ao estado nutricional dos indivíduos expostos.

5. REFERÊNCIAS BARDIN, L. Análise de conteúdo. Ed. 70, Lisboa, 1977.

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34

ANÁLISE VETORIAL DE BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA E ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS RESIDENTES EM LAGARTO-SE Andréa Costa Goes1, Mylena Alves Santos1, Rafaela de Siqueira Oliveira1, Juliana de Souza Oliveira2, Carolina Cunha de Oliveira3 Graduanda em Nutrição, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Campus Lagarto; 2 Mestranda em Ciências da Nutrição, UFS, Campus São Cristóvão; 3 Departamento de Nutrição, UFS, Campus Lagarto.

1

andreacgoes@hotmail.com – Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Nutrição. Av. Governador Marcelo Deda, 13, Centro Lagarto/SE CEP: 49400-000

INTRODUÇÃO O envelhecimento resulta em mudanças significativas na composição corporal, caracterizadas pela redução do tecido muscular, aumento da gordura corporal e diminuição da quantidade de água corporal total, sendo importante a interpretação criteriosa dos diferentes métodos de avaliação para este grupo etário (RIBEIRO et al., 2011; DE-MATEO-SILLERAS et al., 2018). A bioimpedância elétrica (BIA) é um método não invasivo, simples e de baixo custo, frequentemente utilizado para avaliar a composição corporal. (RIBEIRO et al., 2011).

No entanto, este método apresenta limitações para a população idosa tendo em vista que utiliza de equações pré-definidas e validadas apenas para a população de origem (MARTÍN et al., 2014; SLEE; BIRCH; STOKOE, 2015). Em contrapartida, a Análise Vetorial de Bioimpedância Elétrica (BIVA- bioelectrical impedance vector analysis) supera os limites impostos pela BIA convencional tendo em vista que utiliza apenas os valores de resistência (R) e reactância (Xc) normalizado pela altura do indivíduo (NORMAN et al., 2007), não dependendo de equações preditivas, sendo um método mais individualizado e preciso (MARTÍN et al., 2014; SLEE; BIRCH; STOKOE, 2015). Diante da escassez de estudos com a BIVA e a necessidade de esclarecimento em relação a utilização dos parâmetros da BIVA neste grupo etário, este estudo teve como objetivo avaliar a BIVA para avaliação nutricional em idosos de comunidade.

MÉTODOS Estudo transversal, realizado com idosos atendidos em um Centro de Especialidades Médicas no município de Lagarto-SE. A amostra foi por conveniência, composta por idosos de ambos os sexos, selecionados de forma aleatória. Foram excluídos os indivíduos com: idade <60 anos, alguma limitação física/postural que impediam a aferição de medidas antropométricas, alteração cognitiva, que utilizavam marcapasso, apresentassem edemas, ascite e/ou presença de visceromegalia. Foi realizado a antropometria com base nas técnicas propostas por Lohman et al. (1988), calculado o índice de massa corporal (IMC=peso/altura²) 35

e classificado conforme a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS, 2001). Para a bioimpedância elétrica foi utilizado um aparelho específico, seguindo as orientações do fabricante e conforme Kyle (2004), sendo avaliados a Resistência (R) e Reactância (XC). A análise BIVA foi realizada por meio da plotagem da R e Xc normalizados pela altura, em software específico (PICCOLI; PASTORI, 2002). Os dados foram expressos em distribuições absolutas e relativas. A análise BIVA foi realizada por meio de software específico (PICCOLI; PASTORI, 2002) usando valores de R e Xc ajustadas para a altura, estes foram plotados como um ponto no gráfico de probabilidade (gráfico RXc), mostrando as elipses de 50%, 75% e 95% de tolerância da população de referência, separados por classificação do IMC, sendo Grupo 1: IMC <23kg/m²; Grupo 2: 23< IMC <28kg/m²; Grupo 3: IMC >28kg/m². A população de referência utilizada foram idosos italianos, de ambos os sexos, com idade de 65 a 100 anos (SARAGAT et al., 2014). Trabalho aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe, com parecer nº 559.936.

3.

RESULTADOSEEDISCUSÃO DISCUSSÃO RESULTADOS Participaram do estudo 144 idosos, com média de idade de 80,2+9,2 anos, com maior prevalência para o sexo feminino (77,1%). O baixo peso foi o estado nutricional mais prevalente, inclusive quando analisado por sexo. Ademais, o sexo feminino apresentou maior prevalência de excesso de peso (p=0,038). (Tabela 1) Tabela 2. Estado nutricional dos idosos, por sexo Amostra

Masculino

Feminino

Estado nutricional n (%)

(n=144)

(n=33)

(n=111)

p

Baixo peso

79 (54,9)

23 (69,7)

56 (50,5)

0,038

Adequado

41 (28,5)

9 (27,3)

32 (28,8)

Excesso de peso

24 (16,7)

1 (3,0)

23 (20,7)

As elipses de tolerância mostram a distribuição dos vetores de impedância dos idosos.

A figura 1A revelou que a maioria dos idosos com IMC<23 kg/m² se localizaram no quadrante superior direito, apresentando baixa massa celular corporal e, pelo comprimento do vetor, desidratação. Quanto aos idosos com IMC adequado, a maioria estavam distribuídos até a elipse de tolerância de 75%, embora 2 casos estavam no quadrante inferior direito, indicando caquexia. O idoso com IMC >28 kg/m², embora estivesse dentro da elipse de tolerância de 75%, apresenta deslocamento para acúmulo de líquido. Em relação ao sexo

36

feminino (figura 1B), verificou-se que a maioria estavam localizadas nos quadrantes superior e inferior direito, assim como alguns vetores migraram para fora das elipses de tolerância, independente do grupo. Aquelas com IMC<23 kg/m², observou-se que a maioria apresentava baixa massa celular corporal e desidratação, enquanto que aquelas com IMC>28 kg/m² a maioria estavam no quadrante superior e inferior direito na mesma proporção fora da elipse de tolerância, revelando baixa massa celular corporal para todos, independentemente do IMC. No entanto, em relação a hidratação, aquelas com baixo peso apresentaram desidratação e as idosas com IMC ≥28kg/m² apresentaram acúmulo hídrico.

(A) – Homens

(B) – Mulheres

Figura 1. Análise vetorial dos idosos segundo estado nutricional, segundo plotagem dos vetores de impedância Xc/H e R/H em pontos, seguindo elipses de tolerância (95%, 75% e 50%) da população de referência.

Os indivíduos da amostra, independente do IMC, se localizaram nos quadrantes direito, superior ou inferior, indicando depleção muscular e desequilíbrio hídrico (desidratação ou hiperidratação). Isto também foi observado no estudo Redondo-del-Río et al. (2016), em que os idosos com o peso adequado se localizaram no quadrante superior direito e os idosos com sobrepeso e obesidade estavam no quadrante inferior direito.

CONCLUSÃO O método BIVA foi mais preciso frente a BIA convencional e o IMC, sendo importante para avaliação fidedigna do estado nutricional de idosos bem como na triagem, auxiliando na identificação precoce da desnutrição, caquexia, sarcopenia e obesidade sarcopênica, assim como alterações na hidratação e integridade celular.

37

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ASSOCIAÇÃO ENTRE GANHO DE PESO E USO DA HORMONIOTERAPIA EM PACIENTES EM TRATAMENTO DO CÂNCER DE MAMA EM HOSPITAL PÚBLICO DE SERGIPE

Thaliny André Costa¹, Tirza Ribeiro de Aquino², Doriane da Conceição Lacerdas³, Tatiana Maria Palmeira dos Santos4

¹Universidade Tiradentes (UNIT); Thaliny.costa@hotmail.com; Endereço Físico: Rua Josué de Carvalho Cunha,Coroa do Meio, 958; ² Universidade Tiradentes (UNIT); ³Hospital de urgências de Sergipe (HUSE); 4Universidade Tiradentes (UNIT)

1. INTRODUÇÃO Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a neoplasia mamária é a segunda maior causa dessa doença no Brasil e no Mundo, caracterizada pela multiplicação desajustada das células da mama. Existem vários tipos de câncer de mama, e para estes, existem tratamentos diferentes. Uma das causas que podem levar à doença é quando as células do tumor crescem a partir de estímulos hormonais, os quais representam, segundo a Sociedade Americana de Câncer, 67% dos casos, quando as células do tumor são receptores hormonais positivos utilizando - se como tratamento nesses pacientes, a hormonioterapia. Este, é feito com objetivo de reduzir e/ ou inibir os hormônios femininos. Porém, sabendo que o estrogênio é um hormônio sexual o qual atua dentre muitas funções, no crescimento da mama e regulação da distribuição de gordura dando forma corpórea, pela sua diminuição através do tratamento, supõe se que pode resultar em sobrepeso e obesidade. É importante citar, que o tecido adiposo após o período de menopausa.

2. MATERIAL E MÉTODOS Estudo transversal, descritivo, em que foram coletados dados de pacientes tanto adultas como idosas, do período de dezembro de 2017 a agosto de 2018, sendo estes dados, peso em balança e altura no estadiômetro. Para aqueles impossibilitados de levantar ou se locomover, foi feito estimativa para estes parâmetros. Por meio desses dados foi calculado o índice de massa corporal (IMC) destas pacientes atendidas em Hospital Público de Sergipe.

Número da aprovação no CEP: Número do Parecer: 2.656.512

39

3.

3.RESULTADOS RESULTADOSEEDISCUSSÃO DISCURSSÃO O número de adultas e idosas com o câncer de mama atendidas pelo serviço de nutrição foi de 185 pacientes. A amostra conteve 143 mulheres até 59 anos, das quais 63 apresentavam - se com sobrepeso (44,04%), 33 em obesidade grau 1 (23,07%), 10 em obesidade grau 2 (6,99%), 4 em obesidade grau 3 (2,79%) e 33 estavam eutróficas (23,07%). Já as idosas, estas eram 42, das quais, 16% estavam eutróficas (38,09%), 22 delas com excesso de peso (52,38%) e 4 em estado de magreza (9,52%). Em um estudo feito em no Ceará, com 171 mulheres adultas com câncer de mama em uso de hormonioterapia entre 1 a 3 anos, em sua maioria, apresentaram excesso de peso e predomínio de ganho de peso, mostrando que o uso desse tratamento é um fator que favorece um desequilíbrio ponderal nestas mulheres. Outro estudo, avaliou 24 pacientes, entre 36 e 73 anos, atendidas na Associação de Voluntários no Combate ao Câncer (AVACCI) em Itaúna-MG, com tempo de uso de medicamento hormonal variado entre 4 a 60 meses, apresentaram em sua maioria, 52,4% (10) classificação de IMC com sobrepeso, 45,8% (11) obesas e 1,8% (n=3) eutróficas. Além disso, uma pesquisa com 18 mulheres maiores de 18 anos atendidas em uma clínica oncológica particular em Brasília, variando no tempo de tratamento hormonal porém, e sua maioria (61%) a menos de 1 ano, sobrepeso e a obesidade presente em 74% da população estudada, sendo que 89% das mulheres, tiveram aumento de peso desde o início da hormonioterapia.

4. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS Verificou-se que um grande número de pacientes em tratamento tinha algum grau de excesso de peso. Esse fato pode ter relação com o uso da hormonioterapia, e a partir disso é possível ver a necessidade de acompanhamento nutricional regular para o correto manejo de uma alimentação adequada, nutritiva, ajudando na tentativa de controle de peso diante do que é observado nas pacientes. Desse modo, o ganho de peso pode ser tanto um fator de risco que contribui para o desenvolvimento de tumores, principalmente na menopausa, quando o tecido adiposo fica responsável por uma produção maior de estrógeno, como o ganho de peso também pode ser uma consequência do tratamento da neoplasia mamária. Portanto, a manutenção da alimentação equilibrada e peso adequado são importantes fatores para prevenção e tratamento nutricional.

6. REFERÊNCIAS FIGUEIREDO, Ana Cláudia Dias Sousa. e colaboradores. Prevalência da obesidade em mulheres tratadas de câncer de mama numa UNACOM em Juiz de Fora. Rev Bras Mastologia, v.26,n.4,

40

p.169-74,

2016. Disponível

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http://www.mastology.org/wp-content/uploads/2016/11/MAS-v26n4_169-174.pdf >.

Acesso em: 05 nov. 2019.

HORMONIOTERAPIA

no

câncer

de

mama.

Disponível

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https://www.einstein.br/especialidades/oncologia/examestratamentos/hormonioterapiacancer-mama>. Acesso em: 4 nov.2019.

HORMÔNIOS Femininos : Estrógenos e Progesterona. Disponível em: < http://www.medicinabiomolecular.com.br/biblioteca/pdfs/Doencas/do-0742.pdf >.

Acesso em: 4 nov.2019.

IGNACIO, Daniele L. e colaboradores. Regulação da massa corpórea pelo estrogênio e pela atividade física. Arq Bras Endocrinol Metab, Rio de Janeiro, v.53, n.3, p.310 -317, 2009. Disponível

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http://www.scielo.br/pdf/abem/v53n3/v53n3a03>. Acesso em: 4 nov.2019.

LAGARES, Érika B. e colaboradores. Excesso de Peso em Mulheres com Diagnóstico de Câncer de Mama em Hormonioterapia com Tamoxifeno. Revista Brasileira de Cancerologia, Minas Gerais, v.59,n.2, p. 201-210, 2013. Disponível em: < https://rbc.inca.gov.br/site/arquivos/n_59/v02/pdf/07-excesso-depeso-em-mulherescom-diagnostico-de-cancer-de-mama-em-hormonioterapia-comtamoxifeno.pdf>.

Acesso em: 05 nov. 2019.

MOTA, Jordana C. M. G. e colaboradores. Excesso de peso e de gordura androide em mulheres goianas recém-diagnosticadas com câncer de mama. Rev Bras Mastologia,

v.26, n.2,

p.50-5,

2016. Disponível

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https://www.researchgate.net/profile/Ruffo_FreitasJunior/publication/301791976_Excesso_de_peso_e_de_gordura_androide_em_mul heres_goianas_recem diagnosticadas_com_cancer_de_mama/links/5749b3d008ae5bf2e63f16e3/Excessod e-peso-e-de-gordura-androide-em-mulheres-goianas-recem-diagnosticadascomcancer-de-mama.pdf>. Acesso em : 05 nov. 2019.

Silva, Katiúscia F. L; Dias, Daniela. A. M. Fatores Associados ao Ganho de Peso em Pacientes com Câncer de Mama em Hormonioterapia. Disponível em: < https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/prefix/13306/1/21554830.pdf>.

Acesso em: 05 nov. 2019.

-

SILVA, Nadjara Marciele do Nascimento. Características clínico-patológicas do câncer

de

mama associadas

à

obesidade.

Disponível

em:

http://accamargo.phlnet.com.br/MESTRADO/2017/NadjaraMarciele/NadjaraMarci ele.pdf >. Acesso em: 05 nov. 2019.

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AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DA MICROBIOTA INTESTINAL DO IDOSO ATRAVÉS DA AMOSTRA FECAL Mariana Passos Carregosa¹ (marypariss@hotmail.com), Carolina Cunha de Oliveira² ¹ Graduanda da universidade federal de sergipe ² Nutricionista professora da universidade federal de sergipe, mestre e doutora formada na universidade federal da bahia.

1. INTRODUÇÃO O processo de envelhecimento é caracterizado por algumas alterações funcionais e biológicas responsáveis por mudanças progressivas em todos os sistemas do organismo, em especial no sistema digestório, ocorre redução das vilosidades e diminuição da superfície da mucosa, hipocloridria, além da motilidade intestinal que é alterada (REHMAN, 2012). Dessa forma, o ambiente intestinal tornase propicio há um supercrescimento bacteriano e, consequentemente, um desequilíbrio entre bactérias benéficas e patogênicas, o que é denominado de disbiose (CONRADO, 2018).

Vale ressaltar que, fatores ambientais relacionados ao idoso também favorecem a disbiose intestinal, a exemplo do uso de antibióticos e anti-inflamatórios (CONRADO, 2018). Nesse âmbito, surge então métodos moleculares para caracterizar a microbiota intestinal através da amostras fecais.

Assim, o objetivo desse trabalho foi analisar os estudos que avaliam a composição da microbiota do idoso através da amostra fecal.

2. MÉTODOS O presente estudo é uma revisão narrativa da literatura e de caráter exploratório, realizada em Agosto de 2019, com busca de artigos nas bases de dados Pubmed e Scielo. Utilizaram-se como descritores “elderly”, “dysbiosis”, “microbiota composition” e “fecal analysis”. Os critérios de inclusão nesse estudo foram artigos científicos publicados nos últimos 5 anos (2014-2018), com texto completo disponível, nos idiomas inglês ou português.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram analisados 3 estudos, os quais avaliaram amostras fecais no intuito de analisar a composição da microbiota do idoso. A partir disso, concluiu-se que houve aumento de bactérias patogênicas no resultado das amostras fecais. (Tabela 1)

42

Nesses métodos, como o de FISH e PCR (reação em cadeia da polimerase) em tempo real, as bactérias são identificadas através de seu material genético que está presente na amostra de fezes. Isso se dá a partir do RNA ribossômico 16s, o qual possui regiões de sequência de nucleotídeos que permitem caracterizar a filogenética de grupos e espécies de bactérias de forma altamente conservada do domínio bacteriano. Tais regiões são denominadas de V1 a V9 e, mais precisamente, a V4 apresenta de forma mais confiável o perfil taxonômico das comunidades bacterianas. Com isso, foi possível observar a elevada presença de proteobactérias nas amostras fecais e, sabe-se que, a presença dessas no intestino pode estar associado à

o idoso fisiologicamente mais

disbiose, sendo vulnerável, pois parece haver um declínio na diversidade da microbiota, com menor n úmero de bifidobactérias e aumento de Enterobacterias e certas Proteobactérias. Além disso, Bacteroidetes tornam-se mais abundantes e Firmicutes menos abundante em idosos.

Tabela1. Resultados dos artigos em relação as amostras fecais na composição da microbiota em idosos.

AUTOR (ANO) VOGTMANN E et al. (2017) SINHA R et al.

(2016) RIBEIRO RM et al.

(2017)

TIPO DE ESTUDO E AMOSTRA Estudo transversal 52 voluntários, sem o uso de antibióticos e/ou probióticos Estudo transversal 20 voluntários, sem uso de antibióticos e/ou probióticos, Estudo transversal 10 voluntários

RESULTADOS Abundância de Actinobactérias, Bacterioidetes e firmicutes Elevada presença de Actinobactérias, Bacterioidetes e firmicutes Proteobactérias e firmicutes

4. CONCLUSÃO O estudo mostra que através da análise fecal é possível avaliar a composição da microbiota intestinal do idoso, a qual sofre alterações devido ao processo de envelhecimento e que se mostra diferente da microbiota de adultos e crian ças. Sendo assim, devido ao ambiente mais propício à presença bactérias patogênicas estão mais vulneráveis ao aparecimento de doenças.

5. REFERÊNCIAS REHMAN, T.

Role of the Gut Microbiota in Age-Related Chronic Inflammation.

Endocrine, Metabolic & Immune Disorders - Drug Targets, 2012, 12, 361-367

RIBEIRO, R.M. Estudo do efeito de diferentes métodos de armazenamento de amostras de fezes para a caracterização da microbiota intestinal, por meio do sequenciamento de nova geração. São Paulo.

2017.

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CONRADO, B.A et al. Disbiose Intestinal em idosos e aplicabilidade dos probióticos e prebióticos.

Unifao, 2018.

SINHA R, et al. Collecting Fecal Samples for Microbiome Analyses in Epidemiology Studies. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev.v. 25. N.2. p 407–416, 2016 VOGTMANN E, et al. Comparison of Collection Methods for Fecal Samples in Microbiome Studies.

Am J Epidemiol. V.185. n.2. p 115–123, 2017.

44

COMPARATIVO DE FÓRMULAS PREDITIVAS X CALORIMETRIA INDIRETA

Nara Nayane Brito Menezes¹, Fernanda Noronha de Gois¹, Monique Tavares de Jesus¹, Juliana Teixeira da Silva¹, Carolina Cunha de Oliveira² 1 Centro Especializado de Nutrição – Cenut 2 Universidade Federal de Sergipe nara@cenut.com.br Rua Tenente Aragão, 615, Farolândia, Aracaju - SE / 49032-060

1. INTRODUÇÃO A oferta de calorias com base na condição clínica é fundamental para o controle metabólico adequado em pacientes críticos. O gasto energético é diferente e pode estar aumentado em certos casos, como por exemplo: trauma, sepse ou intervenção cirúrgica. O consenso da American Society of Enteral and Parenteral Nutrition (ASPEN) preconiza a CI como método padrão-ouro (MCCLAVE et al, 2016). É uma técnica que mede as necessidades energéticas estimadas (NEE) com base no consumo de oxigênio (O2) e a produção de dióxido de carbono (CO2), considerando que o oxigênio consumido está relacionado a oxidação de carboidratos, lipídios e proteínas com o dióxido de carbono produzido.

No entanto, o mesmo demonstra alguns vieses devido ao elevado custo, e por necessitar de equipe treinada para manusear o calorímetro (COLETTO et al., 2005). Devido aos fatores que contribuem para inviabilidade da utilização da CI, surge como alternativa as equações de predição do gasto energético, que são muito utilizadas em pacientes internados para estimar as NEE. Entre as equações mais empregadas estão as de: Ireton Jones (IRETON-JONES; JONES, 2002) e o Método Prático ou como conhecido “Fórmula de bolso” (KROSS et al.,2017). Há uma diversidade de métodos que podem ser realizados para a determinação da necessidade energética, mas uma vez que ocorrem patologias é necessário conhecimentos e estratégias que propiciem uma oferta calórica precisa. Diante disso, este estudo tem como objetivo comparar as equações de determinação do gasto energético com a calorimetria indireta em pacientes hospitalizados, com o intuito de identificar o(s) método(s) alternativo(s) que podem ser utilizados na estimativa energética.

2. MATERIAL E MÉTODOS Estudo do tipo transversal e prospectivo, realizado com pacientes de ambos os sexos, com 18 anos ou mais, que receberam a terapia enteral e/ou parenteral por no mínimo 72 horas, em uma unidade de terapia intensiva de um hospital particular em Aracaju/SE. Foi usado como critério de exclusão, as gestantes e os pacientes paliativos, terminais. Realizou a aferição do peso e da estatura,

45

o registro do diagnóstico clínico e do tipo de ventilação no qual o paciente estava submetido. Para estimativa energética utilizou-se CI, fórmula de bolso recomendada pela última diretriz da Sociedade Americana de Nutrição Enteral e Parenteral (ASPEN) e equações propostas por Ireton Jones. O diagnóstico nutricional foi determinado baseado na Avaliação Subjetiva Global (ASG). Para análise estatística utilizou-se Teste Kolmogorov-Smirnov, teste T e test de Bland-Altman com intervalo de confiança de 95% através do SPSS 20.0. A pesquisa foi efetuada em conformidade com a Resolução Nº 466/2013 do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta a pesquisa envolvendo seres humanos no Brasil. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Sergipe, com parecer nº 2.050.656.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram avaliados 84 pacientes, sendo 50,0% do gênero masculino, com média de idade de 76,6±16,2 e Índice de Massa Corporal de 26,8±6,8 kg/m². Quanto ao diagnóstico nutricional, predominou o risco nutricional, 58,3%. Dentre os diagnósticos clínicos, predominaram as neuropatias, 29,8%. No tocante à ventilação, 76,2% estavam em modo mecânico (TABELA 1).

Tabela 1 – Caracterização da amostra, do perfil nutricional e clínico dos pacientes avaliados.

Variáveis Sexo n(%) Masculino Feminino Idade (anos) Peso (kg) Altura (m) IMC (kg/m²) Diagnóstico nutricional n(%) DEP grave DEP moderada DEP leve Continuação Tabela 1 RN Diagnóstico clínico n(%) Cardiovascular Pneumologia Neurologia Endocrinologia Gastroenterologia Outros Temperatura (ºC) FI

46

Amostra (n=84) 42 (50,0) 42 (50,0) 76,6 (+16,2) 66,3 (+16,2) 1,58 (+0,17) 26,8 (6,8) 11 (13,1) 14 (16,7) 10 (11,9) 49 (58,3) 11 (13,1) 12 (14,3) 25 (29,8) 7 (8,3) 7 (8,3) 22 (26,2) 36,3 (+0,6) 28,9 (+5,7)

19,1 (+6,3)

FR

Ventilação n(%) Espontânea Mecânica

20 (23,8) 64 (76,2)

IMC: Índice de massa corporal; DEP: Desnutrição energético proteíca; RN:Risco nutricional; FI: Fração inspiratória; FR: Frequência respiratória.

A média de gasto energético segundo CI foi de 1502,94±407,61 kcal, Fórmula de Bolso foi de 1667,18±231,15 kcal e Ireton-Jones foi de 1395,17±238,37 kcal. Quando comparado com a CI, a Fórmula de Bolso superestimou uma média de 164,24 kcal, e Ireton-Jones subestimou uma média de 107,77 kcal. Houve correlação positiva fraca entre todos os métodos, sendo esta estatisticamente significante para a Fórmula de Bolso (r=0,346; <0,05) e Ireton-Jones (r=0,297; < 0,001). O presente estudo apontou que o Método Prático difere mais da Calorimetria indireta, no entanto, a de Ireton Jones (IRETON-JONES; JONES, 2002) pode-se considerar que houve boa concordância com técnica de mensuração do gasto energético, podendo ser um método alternativo de determinação das necessidades nutricionais em pacientes críticos. Quanto ao MP, como indicado na seção anterior, ocorreu superestimação em relação a CI (164,24 Kcal) (TABELA 2).

Tabela 2. Comparação de média entre o gasto energético pela CI e as equações de estimativa

Método de estimativa

Média

DP

Md

Diferença de média

IC (95%)

r

Calorimetria indireta Método prático Ireton-Jones

1502,94 1667,18 1395,17

407,61 231,15 238,37

1534,50 1663,00 1424,00

164,24** -107,77*

78,95 – 249,53 -196,00 - -19,55

0,346** 0,297*

DP: desvio padrão; Md: mediana; IC: Intervalo de confiança; r: correlação de Pearson * p<0,05; ** p<0,001

Segundo Krenitsky (2014), corrobora revelando que equações mais complexas são mais precisas que o método que utiliza apenas o peso para a estimativa das NEE. A American College of Chest Physicians (CHEST) não apoia o uso do mesmo em pacientes críticos por acontecer tanto sub quanto superestimações se frequentemente for utilizado em pacientes que permanecem a longo prazo internados (KRENITSKY, 2014) (WALKER; HEUBERGER, 2009). Em uma investigação com 187 indivíduos foi reavaliado esse método para analisar sua precisão, houve sujeitos que receberam menos calorias, mas em pacientes que foi ofertado >66% das calorias recomendadas pela CHEST (cerca de 9 a 18Kcal/Kg/d), apresentaram maiores riscos de morbidade e mortalidade (WALKER; HEUBERGER, 2009). Em relação a equação de IJ há controvérsias sobre sua exatidão.

MacDonald e Hildebrand (2013), concluíram que a fórmula apresentou 28% de taxa de precisão, enquanto que no estudo realizado por Frankenfield et al., (2004) demonstraram uma taxa maior com 60% de precisão na equação (NDAHIMANA; KIM, 2018). Devido a equação apresentar no cálculo mais componentes relacionados ao estado do paciente a exemplo do trauma e queimadura, o resultado

47

final da predição da NEE por IJ pode estar mais próximo do que é mensurado pela CI. Dado que a maioria dos estudos revelem imprecisões na determinação das necessidades enérgicas, autores demonstram que diferentes bases metodológicas podem contribuir para que isso ocorra e consequentemente não concorde com a CI (FERREIRA, 2007). Nos achados de Santos et al., (2009) foi possível verificar que o gasto energético estimado pela fórmula de Ireton-Jones superestima o gasto energético mensurado pela CI, com valor médio de diferença de -353,83Kcal.

4. CONCLUSÕES O uso da calorimetria indireta, apesar das limitações técnicas e financeiras, é a mais adequada para avaliar o real gasto energético do paciente, porém parece se aproximar mais dessa prática, a Fórmula de Bolso e a equação de Ireton Jones, sendo esta última a que menos diferiu se comparada com a CI. 5. REFERÊNCIAS COLETTO FA, MARSON F, CAMPOS AD, MARCHINI JS, BASILE-FILHO A. Análise comparativa do gasto energético entre as equações de Harris- Benedict e de Long e a calorimetria indireta em pacientes sépticos. Rev. Bra Terapia intensiva. v.15 n.3: p.93-100, 2005.

FRANKENFIELD D, SMITH JS, COONEY RN. Validation of 2 approaches to predicting resting metabolic rate in critically ill patients. J Parenter Enter Nutr. v.28 n.3: p.259–264, 2004.

FERREIRA I. Terapia nutricional em unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. v.19 n.1: p.90–97, 2007.

IRETON-JONES C, JONES JD. Improved equations for predicting energy expenditure in patients: the Ireton-Jones Equations. Nutr Clin Pr. v.17 n.1: p.29–31, 2002.

KRENITSKY, Joe. Nutrition issues in gastroenterology: The calorie requirement conundrum. Pract Gastroenterol. v.1 n.131: p.12–25, 2014.

KROSS E, SENA M, SCHMIDT K, STAPLETON R. A comparison of predictive equations of energy expenditure and measured energy expenditure in critically ill patients. J Crit Care. v.27 n.3: p.1–16, 2012.

MACDONALD A, HILDEBRANDT L. Comparison of formulaic equations to determine energy expenditure in the critically ill patient. Nutrition. v.19 n.3: p.233–239, 2003.

MCCLAVE SA, TAYLOR BE, MARTINDALE RG, WARREN MM, JOHNSON DR, BRAUNSCHWEIG C, MCCARTHY MS, DAVANOS E, RICE TW, CRESCI GA, GERVASIO JM, SACKS GS, ROBERTS PR, COMPHER C; SOCIETY OF CRITICAL CARE MEDICINE; AMERICAN SOCIETY FOR PARENTERAL AND ENTERAL NUTRITION. SOCIETY OF CRITICAL CARE MEDICINE; AMERICAN SOCIETY FOR PARENTERAL AND ENTERAL NUTRITION. Guidelines for the Provision and Assessment of Nutrition Support Therapy in the Adult Critically Ill Patient: Society of Critical Care Medicine (SCCM) and American Society for Parenteral and Enteral Nutrition (A.S.P.E.N.). J Parenter Enteral Nutr. v.40 n.2: p.159-211, 2016. Erratum in J Parenter Enteral Nutr. v.40 n.8, :1200, 2016.

NDAHIMANA D, KIM EK. Energy Requirements in Critically Ill Patients. Clin Nutr Res. v.7 n.2: p.81–90, 2018.

48

SANTOS LJ, BALBINOTTI L, MARQUES AC, ALSCHER S, VIEIRA SRR. Energy expenditure in mechanical ventilation: is there an agreement between the Ireton-Jones equation and indirect calorimetry?. Rev Bras Ter Intensiva. v.21, n.2: p.129-134, 2009.

WALKER RN, HEUBERGER R A. Predictive equations for energy needs for the critically ill. Respir Care. v.54 n.4: p.509â&#x20AC;&#x201C;521, 2009.

49

EFEITO ANTIEMÉTICO DO GENGIBRE EM INDIVÍDUOS NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO Rebeca Rocha de Almeida1, Débora Silva da Cruz2, Kerolay Santos Nikson da Silva3, Mayra Santos Lima Silveira4, Nivaldo Farias Vieira5 *(E-mail: kerolaynikson.nutri@gmail.com. Endereço: Rua 09 Nº 50 Marcos Freire I – Nossa Senhora do Socorro/SE) Centro Universitário Estácio de Sergipe

1234

1. INTRODUÇÃO A utilização do gengibre (Zingiber officinale) na alimentação de pacientes oncológicos em tratamento quimioterápico pode melhorar ou reduzir os episódios de náuseas e êmeses (BARRETO, 2012). Dentre as plantas principais e mais eficazes no tratamento de náuseas e vômitos, está o gengibre, sem qualquer efeito secundário. O gingerol e shogaol são componentes ativos do que possui atividade farmacológica mais conhecida do gengibre. Estes compostos têm comprovação de efeitos antieméticos, antitérmicos, antitussígenos e anti-inflamatórios (GOZZO, 2014).

Neste caso é necessário compreender o efeito do gengibre sobre essa sintomatologia, bem como a sua influência na qualidade de vida desse grupo de pacientes (SOARES, 2018).

Este estudo tem por finalidade identificar se o consumo do gengibre possui propriedades antieméticas em pacientes oncológicos no tratamento quimioterápico.

2. MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de uma revisão sistemática realizada nos meses de março a setembro de 2019, a qual foi conduzida de acordo com a metodologia Prefered Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Para criação da pergunta de pesquisa foi utilizado o acrônimo PICO. Ppopulação e problema (náuseas e vômitos na quimioterapia); I – intervenção (uso de gengibre); C – comparação (sem uso de medicamentos); O – desfecho (redução da náusea e vômitos e outros). A pergunta foi: O consumo do gengibre possui propriedades antieméticas em pacientes oncológicos no tratamento quimioterápico?

Realizou-se buscas nas seguintes bases de dados: PubMed, Google Acadêmico e na BVS, como também INCA e EMBRAPA, selecionando estudos publicados entre os anos de 2014 a 2019 na língua inglesa e portuguesa. Utilizaram-se os seguintes descritores do Medical Subject Heading (MeSH): ginger, antiemetic e chemotherapy, e os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): gengibre, antiemético e quimioterapia, ajustado com operador booleano (AND). Para inclusão foram utilizadas algumas variáveis como: estudos dos últimos 5 anos e ensaio clínico realizado em humanos. Foram excluídos artigos de revisões de literatura, editoriais, dissertações, teses e outros fundamentos.

Após consultas nas bases de dados acima citadas, os estudos indicados foram iniciados por título, resumo e finalizou com leitura integral, para que assim, fossem pré-selecionados tanto para inclusão quanto exclusão.

3. RESULTADOS Após a finalização das buscas dos dados por meio de palavras-chave já mencionadas, foram encontrados 78 artigos, sendo 20 na BVS, 48 no Google Acadêmico e 10 na PubMed. Foram selecionados 12 artigos para leitura integral. O motivo para exclusão durante essa etapa foi: estudo

50

não randomizado, revisão sistemática e com etiologia diferente da proposta ao tema escolhido (Figura 1).

Estudos encontrados nas bases de dados: BVS: 20 Google Acadêmico: 48 PubMed: 10 Total: 78 Artigos duplicados e excluídos: 4 Artigos excluídos após a leitura do resumo: 65 Artigos selecionados para leitura completa: 12

Artigos excluídos após leitura completa: 3

Artigos incluídos na revisão sistemática: 9 Figura 1: fluxograma de identificação e seleção dos estudos. SE, 2019.

Tabela 1: Resultados dos artigos analisados e selecionados para estudo.

Autor /Ano

Tipo de estudo

Arslan, 2016.

Randomizado Controlado

Nº de pessoas/ duração 60 pacientes (Câncer de mama) 5 dias

Sanaati, et al.

2016.

Ensaio clínico Randomizado Duplo-cego

40 pacientes (câncer de mama) 12 meses

Intervenção Tempo de

Consumo de gengibre em pó 30 minutos antes da administração da quimioterapia. No total 500 mg de gengibre em pó, misturado com uma colher de iogurte para facilitar a deglutição, foi administrado aos pacientes duas vezes um dia por três dias.

Grupo de intervenção 1 (grupo gengibre) por 5 dias antes e 5 dias após a quimioterapia: 2 vezes ao dia e cápsulas de 500 mg de raiz de gengibre em pó além de um regime antiemético de rotina que consiste em cápsulas de dexametasona, metoclopramida e aprepitant (DMA)

Resultados O presente estudo demonstrou que a administração de gengibre foi eficaz em diminuir a gravidade dos sintomas agudos e tardios, náusea em mulheres com câncer de mama em uso de antraciclina na quimioterapia.

Em conclusão, de acordo com os achados deste estudo, deve-se declarar que tomar cápsulas de gengibre (1 g / dia) pode aliviar o CINV* com segurança.

51

Freitas, A.S. al. 2018

Borges, D.O. 2019

Ensaio clínico

16 pacientes, dos et quais 12 Randomizado finalizaram a Todos os pesquisa.

Triplo- cego

Orientou-se ingerir as cápsulas pela manhã, quatro dias antes e quatro dias após a quimioterapia.

A suplementação com 1g de gengibre quatro dias antes e após da quimioterapia não apresentou efeito protetor em relação a náuseas e vômitos induzidos pela quimioterapia.

8 dias Controlado participantes receberam a intervenção com 1g de extrato seco de gengibre ou 1g de celulose microcristalina em momentos alternados, sendo duas cápsulas com 500 mg/dia. tubérculo fracionado para Ensaio clínico 73 pacientes preparo e consumo nos três (câncer de mama e dias subsequentes, 2 vezes ao Randomizado pulmão) dia.

Cinco (5) primeiros Os benefícios do gengibre

dias da terapia.

Chá de gengibre no dia da aplicação do antineoplásico (D0) na especificação de 1 grama/150 ml de água e o

câncer de pulmão ele foi mais eficaz no controle da náusea.

foram observados no manejo do vômito em pacientes com câncer de mama, enquanto no

CINV*: Chemotherapy-induced nausea and vomiting 4. DISCUSSÃO Dos estudos encontrados, a sua maioria colabora com resultados de que o gengibre possui efeito antiemético, mas não teve efeito claramente significativo em indivíduos no tratamento quimioterápico.

Segundo a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP, 2012), estudos mostram que os antieméticos atuam como antagonistas dos receptores presentes na zona de gatilho quimiorreceptora ou inibidores das vias aferentes vagais. O processo do êmese é regulado pelo centro do vômito, localizado no mesencéfalo, uma estrutura do sistema nervoso central (SNC), onde é conectado às seguintes estruturas: zona de gatilho dos quimiorreceptores, sistema vestibular e córtex cerebral e sistema límbico.

Segundo Saad (2013), o uso de antieméticos não farmacológicos deveria abranger ainda mais medidas auxiliadoras, como o uso do gengibre (Zingiber officinale), que possui efeito positivo. O risoma possui em sua composição óleos voláteis, como shogaol e gingerol, que são seus possíveis componentes ativos, sendo apontados dois mecanismos teóricos principais. Compostos esses, que estão associados ao efeito antiemético.

Sendo elucidado o efeito direto no trato gastrointestinal (TGI), graças a suas propriedades espasmolíticas, carminativas e absorventes, considera-se que o gengibre module os movimentos gástricos, favorecendo o esvaziamento gástrico, motilidade antral, proximais dimensões gástricas, e os sintomas pós-refeições, isso alteraria as reações gastrointestinais de retroalimentação responsáveis pela náusea e ação no Sistema Nervoso Central: modulando vias serotoninérgicas, que possui papel importante em alguns quadros de náusea. De acordo com a atuação parecida com o medicamento ondansetrona que age bloqueando o início do reflexo de náuseas e vômitos pelo mecanismo antagonista do receptor 5-HT3 (SAAD, 2013).

Como a náusea está relacionada ao vômito, é importante estimular seu controle através de medidas medicamentosas que consistem no uso de metoclopramida e aprepitan, como também por meios complementares, colocando em prática as orientações nutricionais, evidenciando desta forma as recomendações abordadas no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), que indica a restrição de alimentos ricos em frituras, gorduras saturadas, carboidratos simples, como compotas, goiabada, marmelada e condimentos fortes como pimenta, catchup, mostarda e molho inglês.

52

Dos estudos de Sanaati et al (2016) e Freitas et al (2018), discutidos nos resultados, traz como principais limitações, respectivamente, os tipos de câncer, efeitos do gengibre em diferentes tipos de câncer e efeito do gengibre em pacientes submetidos a quimioterapia de vários dias para obter informações mais precisas sobre a eficácia da erva. Como também a utilização do extrato seco não padronizado; a redução do tamanho da amostra equiparada a outros estudos obtidos a partir do número de participantes limitados que se encaixaram nos critérios de inclusão do estudo e intervenção, pelo curto período para recrutamento e a falta de aplicação regular do questionário, uma vez que, os participantes frequentavam o hospital apenas no ciclo seguinte de quimioterapia, não sendo possível o contato antecipado destes com o pesquisador.

5. CONCLUSÃO Conclui-se que as verificações sobre o papel do gengibre na prevenção de náuseas e vômitos induzidos pela quimioterapia, nos estudos selecionados, mostraram resultados mistos. Possivelmente devido à diversidade dos estudos em termos de características do paciente / doença e tratamento quimioterápico, falta de tratamento antiemético apropriado, não equilibrado as doses de gengibre e formulações. Portanto, faz-se necessário a realização de mais estudos para fornecer evidências bem fundamentadas sobre a eficácia do gengibre.

6. REFERÊNCIAS ARSLAN, M.; OZDEMIR, L. Oral Intake of Ginger for Chemotherapy-Induced Nausea and Vomiting Among Women With Breast Cancer. Clinical Journal of Oncology Nursing • Volume 19, Number 5, Turkey, October, 2015. Disponível em < https://pdfs.semanticscholar.org/31a7/9da1cfd09954fef32565087b54c8bf4f773e.pdf>. Acesso em 08/05/2019.

BARRETO, A.M.C. et al. Efeitos do gengibre (Zingiber officinale) em pacientes oncológicos tratados com quimioterapia. Com. Ciências Saúde, Brasília, 2011; 22(3):257-270. Disponível em < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/revista_ESCS_v22_n3_a08_efeitos_gengibre.pdf>. Acesso em 20/03/2019.

BORGES, D.O. Ensaio Clínico randomizado: Inclusão da terapia complementar no manejo da êmese e mucosite em pacientes oncológicos. Botucatu, 2019. Disponível em < https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/181861/borges_do_me_bot_par.pdf?sequence=5 &isAllowed=y>. Acesso em 12/07/2019.

FREITAS, A.S. et al. O gengibre tem efeito sobre náuseas e vômitos em pacientes submetidos a quimioterapia? Revisão. Compêndio Ciências Saúde, Goiás, julho. 2018. Disponível em < http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faenfi/article/view/30223/17390 >. Acesso em 28/03/2019.

GOZZO, T.O. et al. Ocorrência e manejo de náusea e vômito no tratamento quimioterápico em mulheres com câncer de mama. Rev Gaúcha Enferm, 2014 set;35(3):117-123. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/rgenf/v35n3/pt_1983-1447-rgenf-35-03-00117.pdf>. Acesso em 05/05/2019.

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SANATI, F. et al. Effect of ginger and chamomile on nausea and vomiting caused by chemotherapy in iranian women with breast cancer. Asian Pacific Journal of Cancer Prevention, Iran. 2016.

Disponível em < https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27644672 >. Acesso em 29/09/2019.

SOARES, M.N. Efeito do Gengibre Na Qualidade de Vida de Pacientes Em Quimioterapia.

Programa de Residência Multiprofissional em Saúde – UFG, Goiânia, 2018. Disponível em < https://residenciamultiprofissional.hc.ufg.br/up/1062/o/M%C3%94NICA_BATISTA_SOARES.pdf?

1527604304>. Acesso em 25/05/19.

54

EVIDÊNCIAS DE EFEITO HIPOLIPIDÊMICO DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DE PRÓPOLIS VERMELHA EM RATOS Amanda Felício dos Santos Borges1, Rafael Barreto Vieira Valois1, Marcelle Feitosa Prata2, Francine Ferreira Padilha2, Ricardo Luiz Cavalcanti de Albuquerque Júnior2 (Orientador) Universidade Tiradentes/Nutrição/Aracaju, SE. Universidade Tiradentes/Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente/Aracaju, SE. Amandaborges429@gmail.com

1 2

1. INTRODUÇÃO A obesidade é considerada um grave problema de saúde. A WHO reconhece a obesidade como o acúmulo de tecido adiposo, o acúmulo de gordura corporal potencializa o surgimento de doenças como hipertensão arterial e dislipidemia, (MARQUES et al., 2015). Atualmente existem alguns tratamento como a intervenção cirúrgica, medicamentosa e a alimentação. Infelizmente as intervenções cirúrgicas e medicamentosas não surtem efeito prolongando (WANG et al., 2018).

Com isto os produtos naturais surgem como opção no tratamento da obesidade maneira suplementar auxiliando indivíduos obesos. Devido ao elevado teor de compostos fenólicos e flavonoides nas substâncias

naturais,

são

considerados

fontes

potenciais

para

a produção

de

novos

nutracêuticos/fitoterápicos (TSAO, 2016). De acordo com Batista (2018), no Extrato Hidroalcoólico de Própolis Vermelha (HEPV) foram identificados alto teor de flavonoides. A própolis vermelha é amplamente estudada por suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, sendo assim os seus benefícios nutracêuticos pode atuar no tratamento da obesidade (FREIRES, 2016).

2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Obtenção da própolis vermelha, extração e rendimento A própolis vermelha foi adquirida no Estado de Alagoas Maceió/AL. A amostra bruta de (14 g) foi mantida durante 1 h em béquer contendo 175 mL de álcool a 70%. Logo após foi submetido a ultrasson por1 h em seguida foi colocado em estufa a 50ºC durante sete dias.

2.2 Obtenção da manteiga A manteiga líquida (ML) que foi utilizada para a indução de hiperlipidemia e foi adquirida no Mercado Municipal de Aracaju.

2.3 Ensaio biológico, aspectos Éticos e Delineamento experimental Foi aprovado pelo CÉUA n° 010117R. Foram utilizados 42 ratos machos da linhagem Wistar.

2.4 Procedimentos de indução a dislipidemia e tratamento

55

Trinta e cinco dos 42 animais receberam a administração de manteiga líquida (1mL/100g do peso corporal), via oral (gavagem), por oito semanas.

2.5 Análise Estatística Os dados foram analisados por meio de análise de variância (ANOVA) e tukey. Significância utilizado será de 5%.

3. RESULTADO E DISCUSSÃO 3.1 Rendimento e caracterização química do extrato hidroalcoólico de própolis vermelha Figura 1 - Análise cromatográfica de EHPV realizada em CLAE. (P1) daidzeína, (P2) formononetina (P3) liquiritigenina, (P4) Biochanina A. (P5) composto não identificado (tempo de retenção de 42,86 min, absorção em λ 285 e 330 nm).

Fonte: Autor.

Os mesmos componentes também foram encontrados em estudos anteriores (LOPEZ et al., 2014; SILVA et al., 2015).

3.2 Caracterização da manteiga líquida Figura 2 - Cromatograma de manteiga líquida com a quantificação de colesterol contido na amostra.

Fonte: Autor.

Valores similares foram encontrados nos estudos de Dantas et al., (2006).

3.3 Ganho de massa corpórea

Ganho de massa corporal (%)

Figura 3 - Análise do ganho de massa em valores normalizados (m/mo) dos animais alimentados com dieta normal (grupo CTR) e dieta suplementada com manteiga líquida (grupo DHL), p<0,05.

56

40

*

30 20 10 0

CTR

DHL

Fonte: Autor.

3.4 Série lipídica Figura 4 - Análise dos níveis séricos de colesterol total dos ratos alimentados com dieta normal (grupo CTR) e dieta suplementada com manteiga líquida (grupo DHL), p< 0,05 (oito semanas).

Colesterol (mg/dL)

90

*

80 70 60 50 40

0

8

Semanas

Fonte: Autor.

Neste estudo, o uso da dieta hiperlipídica aumentou os níveis de colesterol total. Valor similares encontrados nos estudos de Dantas et al., (2006); Melo et al., (2012).

3.5 Triglicerídeos Figura 5 - Análise dos níveis séricos de triacilgliceróis dos animais alimentados com dieta normal (grupo CTR) e dieta suplementada com manteiga líquida (grupo DHL) oito semanas, p< 0,05.

Triglicerídeos (mg/dL)

60

*

40

20

0

0

8

Semanas

Fonte: Autor.

No estudo de Melo et al., (2012) apresentou elevação dos teores de triglicerídeos.

3.6 Fase experimental de tratamento do estado dislipidêmico Figura 6 - (A) Avaliação do ganho de peso corporal relativo e (B) índice de obesidade de Lee no grupo experimental no final da fase de tratamento.

Fonte: Autor.

O presente estudo identificou a elevação de massa corpórea e índice de Lee, a mesma situação foi encontrada no estudo de (PEREIRA et al., 2003) e Lio et al. (2010) Figura 7 - (A) Avaliação dos níveis séricos de colesterol total e (B) triglicerídeos em animais com dieta normolipídica e água destilada (CTR), animais dislipidêmicos tratados com veículo (DHL-Veículo) e animais dislipidêmicos tratados com extrato hidroalcoólico de própolis vermelha (DHL-EHPV) no final da fase de tratamento.

57

Fonte: Autor.

Figura 8 - Avaliação do peso ponderal médio do tecido adiposo abdominal nos grupos CTR, DHL e DHL-EHPV. *** p <0,001 representa diferença significativa em relação ao grupo CTR, teste ANOVA seguido do teste de comparações múltiplas de Tukey).

Fonte: Autor.

Para Lio et al. (2010) demonstraram que o extrato etanólico da própolis vermelha brasileira é capaz de aumentar a expressão de receptores ativados por PPARγ que atua na oxidação lipídica.

4. REFERENCIAS MARQUES, ACR, GABBIATTI, GC, GRAVENA, AAF, AMARAL, V. Influência das dietas hipercalóricas sobre os parâmetros de obesidade, dislipidemia e hiperglicemia em ratos. Saúde e Pesquisa. 2015; 6: 145-151.

TSAO, R.; ZHANG, H.; Dietary polyhenols, oxidative stress and antioxidant and anti-inflammatory effects, Curr Opin Food Sci 2016, 8: 33-42.

BATISTA, CM.; ALVES, AVF.; QUEIROZ, LA.; LIMA, BS.; FILHO, RNP.; ARAÚJO, A. A. S.; ALBUQUERQUEJUNIOR, RLC. Atividade fotoprotetora e anti-inflamatória do extrato de própolis vermelha em ratos. Revista de Fotoquímica e fotobiologia. 2018; 23: 41-50.

FREIRES, I. A.; ALENCAR, S. M.; ROSALEN, P. L. Uma perspectiva farmacológica sobre o uso da red própolis Brasileira e seus compostos isolados contra doenças humanas. Revista Européia de Química Medicinal, 2016; 7: 73- 82.

WANG HW, CHEN DR. Economic Recession and Obesity-Related Internet Search Behavior in Taiwan: Analysis of Google Trends Data. JMIR Public Health Surveill. 2018; 6 (4): 37-42.

FIGUEIREDO SM, DE FREITAS MCD, DE OLIVEIRA DT, DE MIRANDA MB, VIEIRAFILHO SA, CALIGIORNE RB. Biological activities of red propolis: a rewiew. Recent Pat Endocr Metab Immune Drug Discov. 2018; 5: 90-101.

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DANTAS, J.A.; AMBIEL, C.R.; CUMAN, R.K.N.; BARONI, S.; BERSANI-AMADO, C.A. Valores de referência de alguns parâmetros fisiológicos de ratos do Biotério Central da Universidade Estadual de Maringá, Estado do Paraná. Acta Scientiarum 2006; 28(2):165-70.

58

IMAGEM CORPORAL DAS PESSOAS TRANS ATENDIDAS NO AMBULATÓRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE-CAMPUS LAGARTO-SE Hallan Kaik Santana¹, Heloisa Mirelle Costa Monteiro² ¹ Graduando em Nutrição, Universidade Federal de Sergipe (UFS), ² Departamento de Nutrição, UFS, Campus Lagarto. halankaik@hotmail.com -Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Nutrição. AV. Governador Marcelo Deda, 13, Centro Lagarto/SE CEP: 49400-000

1. INTRODUÇÃO Os transtornos alimentares são alterações relacionadas com a alimentação do indivíduo devido a aspectos metabólicos ou psicológicos. São patologias graves e de prognóstico reservado, que provocam elevados índices de letalidade e levam a limitações físicas, emocionais e sociais (ABREU; CANGELLI FILHO, 2004).

Os tipos de transtornos alimentares incluem a anorexia nervosa (AN), bulimia nervosa (BN) e compulsão alimentar. AN é caracterizada por alterações extremas do hábito alimentar, consideradas patológicas, associadas a outros comportamentos voltados para o controle do peso, como abuso de drogas laxativas e anfetaminas, vômitos induzidos e exercícios físicos exagerados (FLEITITLICH, et al, 2000). A bulimia nervosa, por sua vez, caracteriza-se por grande ingestão de alimentos de uma maneira muito rápida e com a sensação de perda de controle, os chamados episódios bulímicos. Estes são acompanhados de métodos compensatórios inadequados para o controle de peso, como vômitos auto induzidos, uso de medicamentos (diuréticos, laxantes, inibidores de apetite), dietas e exercícios físicos (ABREU; CANGELLI FILHO, 2004).

A definição da compulsão alimentar apresenta fundamentalmente três critérios: a quantidade de comida consumida, a duração do episódio e a perda de controle durante o ato de comer. Para que se caracterize um episódio de compulsão alimentar, de acordo com a DSM-IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), deve ser consumida uma quantidade de comida definitivamente maior do que a maioria das pessoas consideraria normal em determinadas circunstâncias, o que é denominado por alguns autores como overeating, ou seja, consumo excessivo de 15 alimentos (BUENO et al, 2018).

Os transtornos alimentares afetam predominantemente a população jovem (OLIVEIRA; HUTZ, 2010). De uma forma geral, a prevalência de AN varia entre 0,5 e 3,7% e de bulimia nervosa (BN) de 1,1% e 4,2%, dependendo de definições do transtorno mais restritas ou mais abrangentes (NIELSEN, 2001), em extensa revisão de estudos epidemiológicos, estimou que, entre mulheres a incidência de AN é de aproximadamente 8 por 100 mil indivíduos e, em homens, seria de menos de 0,5 por 100 mil indivíduos por ano. A incidência de BN é de 13 por 100 mil indivíduos numa população pareada por ano.

59

O conflito da imagem corporal juntamente com a satisfação/insatisfação pode resultar em distúrbio nutricional (obesidade) e/ou em distúrbios psicológicos, como os transtornos alimentares.

Nas pessoas transexuais, existe o conflito que uma pessoa tem para com as normas de gênero, o que a leva a reivindicar o reconhecimento de nova identidade de sexo e gênero (QUEIROGA et al, 2015).

Todos esses anseios em relação a imagem na qual se identificam podem trazer sensações de não satisfação com a sua autoimagem e que podem culminar em algum tipo de transtorno alimentar, o que nos motiva essa investigação. Dessa forma, o objetivo do presente estudo é conhecer a autopercepção e satisfação corporal das pessoas Trans atendidas no ambulatório além de conhecer o estado nutricional antropométrico das pessoas Trans; 2. MATERIAIS E MÉTODOS Foi realizado uma pesquisa transversal, de natureza básica e abordagem quantitativa com 40 transexuais atendidos entre abril de 2019 até julho do mesmo ano no Ambulatório Trans situado no município de Lagarto, Sergipe.

Foram incluídos usuários maiores de 18 anos e menores de 18 anos com autorização dos pais ou responsáveis. E foram excluídos transexuais que não são usuários do Ambulatório Trans e que não aceitaram participar da pesquisa.

Os pacientes foram identificados através do nome, idade, renda e local de moradia. Em seguida, foi realizada a avalição das medidas antropométricas, com a geração do IMC e aplicado os instrumentos de percepção de autoimagem corporal, body silhouette questionnaire (BSQ) e silhouette questionnaire test (SQT). Os mesmos retratam sobre autossatisfação da imagem corporal e como estas idealizam o corpo saudável.

A análise estatística dos resultados obtidos será realizada por meio do software IBM® SPSS® v.20. Os dados foram expressos em distribuições absolutas, percentuais, médias e desvio padrão, adotando-se como margem de erro 5,0%.

A presente pesquisa respeitou os preceitos da Resolução de Pesquisa envolvendo Seres Humanos (466/2012), do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa, garantindo sigilo das informações e todos os cuidados relacionados aos aspectos éticos e bioéticos. Para realização das entrevistas e aplicação dos instrumentos de coleta, houve a devida submissão do trabalho ao Conselho de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe, reiterando sempre o respeito à ética e aos direitos individuais e coletivos dos participantes.

Este estudo foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa sob o nº 55833616.9.0000.0030 Todos os participantes foram informados e esclarecidos com relação aos objetivos e procedimentos que foram abordados na pesquisa, bem como benefícios e riscos conforme descritos

60

no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os procedimentos foram realizados pelo próprio pesquisador, devidamente treinado.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Nos resultados infere-se que maioria (34,8%) das pessoas transexuais consideram estar em peso ideal ficando na frente das mesmas que acreditam estar um pouco acima do peso. E, diante os dados coletados é perceptível a diferença entre as porcentagens, no qual as mulheres transexuais se consideram com peso ideal acima da sua realidade, se comparado com os homens trans. Sobre a mudança de peso, os homens trans também mostram mais satisfação com seus corpos (tabela 1). É perceptível também que as mulheres raramente realizam todas as refeições do dia, afim de conseguir uma mudança no peso (figura 1).

Tabela 1. Interpretação das silhuetas das pessoas transexuais.

Interpretação das silhuetas

n (%)

Satisfeito

5 (21,7)

Insatisfeito para magreza

5 (21,7)

Insatisfeito para excesso

13 (56,5)

Figura 1. Consideração do paciente ao próprio corpo Deve-se atentar ao fato de que todos as pessoas entrevistadas sabiam o que eram disturbios alimentares e que a maioria delas conheciam todas as opções que eram apresentadas na pesquisa, como: anorexia, bulimia e compulsão alimentar, também todos eles conheciam pelo menos alguém que sofre com o problema, entre elas amigos, familiares e outros.

61

4. CONCLUSÃO Atualmente as relações com o corpo são amplamente influenciadas por diversos fatores socioculturais. Tais fatores influenciam homens e mulheres em busca de um corpo perfeito. Contatouse que a imagem corporal sofre influências significativas dos fatores socioculturais como a mídia, os país, os amigos e os parentes em todas as fases da vida, não podemos deixar de citar que a insatisfação com a imagem corporal é um dos fatores principais que levam os indivíduos a iniciarem a condutas erradas a respeito da alimentação. Ainda existem poucos estudos que relacionem com o aumento no número de casos de problemas relacionados a imagem corporal e transtornos alimentares para o público LGBTQIA+, mais especificamente as pessoas transexuais e a imagem corporal e com resultados contraditórios, desta forma é necessário pensar e delimitar estudos que verifiquem a insatisfação da imagem corporal de maneira transversal e observe esse público.

5. REFERÊNCIAS ABREU, Cristiano Nabuco de; CANGELLI FILHO, Raphael. Anorexia nervosa e bulimia nervosa – abordagem cognitivo-construtivista de psicoterapia. Rev. Psiq. Clin., São Paulo, p.177-183, 2004.

BELING, Maria Tereza Cordeiro. A auto imagem corporal e a tendência a transtornos alimentares em adolescentes do sexo feminino em Belo Horizonte, MG. 2008.

BRAGA, Ana Claudia Raposo. Body Shape Questionnaire (BSQ) em universitarios do sul de Minas Gerais. 2006.

BUENO, Gina Nolêto; LOBO, Giselle Gomes; NEVES, Sônia Maria Mello. Identifying Environmental Factors that Link When Eating Compulsive: a Behavioral Analytical Vision. Fragmentos de Cultura, v. 28, n. 2, p. 101-110, 2018.

CLAUDINO, Angélica de Medeiros; BORGES, Maria Beatriz Ferrari. Critérios diagnósticos para os transtornos alimentares: conceitos em evolução. Revista Brasileira de Psiquiatria, 2002.

COSIO, R. B. Z.; ROMEIRO, A. T.; ROSSI, L. Avaliação da percepção da imagem corporal em uma academia do município de São Paulo. Revista Digital, p. 6-7, 2008.

DE JESUS BITTENCOURT, Liliane; ALMEIDA, Rafaela Andrade. Transtornos alimentares: patologia ou estilo de vida?. Psicologia & Sociedade, v. 25, n. 1, 2013.

FLEITLICH, Bacy W. et al. Anorexia nervosa na adolescência. Jornal de Pediatria. Rio de Janeiro, p. 323-329. mar. 2000.

FREITASA, Silvia; GORENSTEINB, Clarice; APPOLINARIOA, Jose C. Instrumentos para a avaliação dos transtornos alimentares Assessment instruments for eating disorders. Rev Bras Psiquiatr, v. 24, n. Supl III, p. 34-8, 2002.

62

MANTOVANI B, Pinha G, Corrêa B, Bueno L, Freitas M, Damaceno H, Hirai R. Nível de satisfação com a imagem corporal de universitários [Internet]. Buenos Aires 2009; [cited 2013 Jul 10]. Available from: http://www.efdeportes.com/efd132/nivel-de-satisfacao-comaimagemcorporal.html

63

INDICADORES DE ADIPOSIDADE E FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR EM IDOSOS EM UM CENTRO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DE LAGARTO-SE Luana Ferreira Alves1, Jeofran Oliveira Cruz1, Mylena Alves Santos1, Carolina Cunha de Oliveira².

Graduandos em Nutrição, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Campus Lagarto; ² Departamento de Nutrição, UFS, Campus Lagarto.

1

luanaalves68@hotmail.com - Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Nutrição. Av. Governador Marcelo Deda, 13, Centro Lagarto/SE CEP: 49400-000

1. INTRODUÇÃO O processo de envelhecimento envolve alterações fisiológicas, metabólicas

e

nutricionais que se manifestam por redução da estatura, peso e mudanças na composição corporal, sobretudo resultante da progressiva redução, qualitativa e quantitativa, da massa muscular esquelética dos indivíduos e com aumento da gordura corporal (SILVA; MARUCCI; ROEDIGER, 2016). O envelhecimento é diretamente relacionado com o surgimento de patologias que tornam as alterações (principalmente anatômicas) mais evidentes, pois causam um maior desgaste ao indivíduo (MIRANDA, MENDES; SILVA, 2016; FECHINE; TROMPIERI, 2012).

As doenças

crônicas não transmissíveis (DCNT), tais como

as

doenças

cardiovasculares (DCV), por exemplo, são as principais causas de morte no Brasil e no mundo, e configura-se como um problema de saúde pública de grande magnitude, que atingem em maior proporção os idosos. Isso é importante uma vez que, com o aumento da distribuição de gordura central há o surgimento de anormalidades metabólicas e cardiovasculares, e quando associado à idade avançada a correlação pode ser maior. No entanto, além das medidas e índices clássicos como as medidas de IMC, CC, por exemplo, diferentes estudos tem utilizados de outros instrumentos para a avaliação de problemas cardiovasculares, entre eles estão os fatores que influenciam no risco de doenças cardiovasculares, neste caso, são marcadores do perfil lipídico (MORAIS et al., 2018; OLIVEIRA et al., 2017b; MACIAS et al., 2016; SIMON et al., 2007). O trabalho tem o objetivo de avaliar a relação entre indicadores de adiposidade e fatores de risco cardiovascular em idosos.

2. MATERIAIS E MÉTODOS Estudo transversal realizado com 159 idosos, de ambos os sexos, atendidos no ambulatório geriátrico do Centro de Especialidades Médicas de Lagarto-SE. Foram adotados como critérios de inclusão: indivíduos com idade > 60 anos, sem restrição de classe social, capazes de deambular e aceitassem participar do projeto por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Como critério de não-inclusão foram indivíduos: com idade <60 anos,

64

que apresentem alguma limitação física e/ou postural que não permita a aferição das medidas antropométricas; com limitação cognitiva; que utilizem marcapasso, edemaciados, com ascite e/ou presença de vísceromegalia.

Para coleta de dados foi utilizado um questionário padronizado, relacionado a dados clínicos e nutricionais do paciente. Para esse estudo foram avaliados os indicadores de adiposidade: Índice de Massa Corporal (IMC), Circunferência da Cintura (CC), Razão cintura-estatura (RCEst) e o Índice de Conicidade (índice C); já para os fatores de risco cardiovascular foram o Colesterol Total (CT), Triglicerídeos (TG), Lipoproteína de Baixa Densidade (LDLc), Lipoproteína de Alta Densidade (HDLc), Não-HDLc, Glicose e as razões CT/HDL e LDL/HDL. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe, estando em acordo com a Resolução Nº 466/2013, com parecer nº 559.936. A tabulação e análise dos dados foram feitas pelo programa Statistical Package for the Social Science (SPSS ®) versão 20.0, por meio da Análise descritiva, teste T para amostras independentes e correlação de Pesrson. Para todos os testes adotou-seus nível de significância de p<0,05.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram avaliados 159 idosos, com média de idade de 70,9 +7,5 anos. Observou-se que as mulheres apresentaram maiores valores médios de IMC, RCEst, não-HDLc, CT/HDL e LDL/HDL, enquanto que os homens apresentaram maiores médias de CC e Índice C (p<0,05) (Tabela 1).

Tabela 1. Comparação de média entre os sexos.

Amostra

Homem

Mulher

Variáveis Idade

(n=159)

(n=79)

(n=80)

p

70,94 (7,46)

70,42 (7,02)

71,45 (7,89)

0,385

IMC

26,53 (6,21)

25,24 (6,21)

27,80 (5,97)

0,009

CC

92,35 (10,25)

94,20 (10,58)

90,52 (9,64)

0,023

RCEst

0,58 (0,07)

0,57 (0,07)

0,59 (0,06)

0,044

Índice C

1,32 (0,12)

1,35 (0,11)

1,29 (0,11)

0,001

Glicose

120,94 (53,60)

123,78 (59,94)

118,14 (46,71)

0,508

CT

192,43 (41,75)

186,32 (40,23)

198,45 (42,59)

0,067

TG

152,94 (36,55)

149,71 (30,09)

156,14 (41,92)

0,269

LDLc

141,07 (33,49)

136,36 (32,19)

145,73 (34,30)

0,078

HDLc

41,97 (7,99)

42,83 (6,73)

41,11 (9,04)

0,175

150,46 (42,38)

143,49 (41,61)

157,34 (42,27)

0,039

Não-HDLc

65

CT/HDL

4,72 (1,31)

4,47 (1,28)

4,97 (1,29)

0,014

LDL/HDL

3,49 (1,10)

3,28 (1,03)

3,70 (1,13)

0,017

Teste T para amostras independentes. IMC: Índice de Massa Corporal; CC: Circunferência da Cintura; RCEst: Razão CintutaEstatura; Índice C: Índice de Conicidade; CT: Colesterol Total; TG: Triglicerídeos Total; LDLc: Lipoproteína de baixa desnidade; HDL: Lipoproteína de alta densidade; CT/HDL: colesterol total razão entre HDL-colesterol; LDL/HDL: razão entre LDL colesterol e HDLcolesterol.

Quando analisado a correlação entre indicadores de adiposidade e fatores de risco cardiovascular, observou-se que entre os homens somente a variável RCEst apresentou relação significativa com a glicose (r=0,232; p<0,05); já entre as mulheres, houve relação do IMC com o TG (r=0,297), CT/HDL (r=0,266) e LDL/HDL (r=0,243); o Índice C apresentou relação negativa com o CT (r= -0,347), TG (r= -0,263) e LDLc (r= -0,324), não-HDLc (r= -0,385), CT/HDL (r= 0,383), LDL/HDL (r= -0,33), com p<0,05 (Tabela 2).

Tabela 2. Correlação entre indicadores de adiposidade e fatores de risco cardiovascular em homens e mulheres.

Homens

Mulheres

IMC

CC

RCEst

Índice C

IMC

CC

RCEst

Índice C

Glicose

0,137

0,156

0,232*

0,094

-0,133

0,062

-0,033

0,195

CT

0,086

0,088

0,194

0,091

0,162

-0,145

-0,088

-0,347**

TG

0,083

0,159

0,130

0,089

0,297**

0,059

0,144

-0,263*

LDLc

0,046

-0,007

0,129

0,075

0,173

-0,165

-0,013

-0,324**

HDLc

-0,141

-0,029

-0,086

0,092

-0,136

0,083

-0,065

0,167

não-HDLc

0,106

0,090

0,202

0,073

0,193

-0,164

-0,074

-0,385**

CT/HDL

0,132

0,063

0,188

0,008

0,266*

-0,119

0,042

-0,383**

LDL/HDL

0,096

-0,003

0,132

0,079

0,243*

-0,116

0,080

-0,33**

Variáveis

Teste de correlação de Pearson. * p<0,05; ** p<0,01. IMC: Índice de Massa Corporal; CC: Circunferência da Cintura; RCEst: Razão Cintuta-Estatura; Índice C: Índice de Conicidade; CT: Colesterol Total; TG: Triglicerídeos Total; LDLc: Lipoproteína de baixa desnidade; HDL: Lipoproteína de alta densidade; CT/HDL: colesterol total razão entre HDL-colesterol; LDL/HDL: razão entre LDL colesterol e HDL-colesterol.

Na correlação entre os indicadores de adiposidade e os fatores de risco cardiovascular, entre os homens verificou-se que houve relação glicose e RCEst e entre as mulheres o IMC apresentou relação com TG, CT/HDL e LDL/HDL, enquanto que o índice C apresentou relação inversa com os fatores de risco cardiovascular. O Índice C foi o indicador que menos se associou com os fatores de risco seguido da RCEst, identificando baixa relação, diferentemente do que fora encontrado no estudo 66

de Cunha (2011), que em revisão sistemática concluiu que a maioria dos estudos empregou consistentemente o Índice C e defendeu sua utilização como indicador antropométrico de obesidade central e de fatores de risco para doenças coronarianas. A comparação dos estudos é de certa forma limitada em função de diferentes pontos de corte e faixa etária que podem influenciar de forma importante na interpretação dos resultados, considerando ainda os diferentes dados disponíveis na literatura, amostra exclusiva com idosos e testes aplicados a diferentes avaliações.

4. CONCLUSÃO As mulheres apresentaram maiores valores em relação aos indicadores de adiposidade e fatores de risco cardiovascular, como também apresentou melhor correlação entre o IMC e os fatores de risco TG, CT/HDL e LDL/HDL, quando comparadas com os homens. Isso chama a atenção quanto a influência do sexo no que refere as diferenças fisiológicas do envelhecimento. Contudo, é necessário que mais estudos específicos nesta temática sejam realizados afim de entender melhor a relação e o comportamento dos indicadores e os fatores de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares como possíveis outras patologias.

5. REFERÊNCIAS CUNHA, R. S. P. O estabelecimento de pontos de corte no Índice de Conicidade, como proposta de um indicador antropométrico simples, para avaliação da obesidade e estimativa do risco coronariano elevado no Exército Brasileiro, 2011. 141f. Tese (Doutorado em Ciências na área de saúde pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2011.

FECHINE, B. R. A.; TROMPIERI, N. O processo de envelhecimento: as principais alterações que acontecem com o idoso com o passar dos anos. Revista Científica Internacional, Ceará, Ed. 20, v.1, n. 7, 2012.

MACIAS, N., et al. A precisão do percentual de gordura corporal e os indicadores de adiposidade reduzem os valores para detectar fatores de risco metabólicos em uma amostra de adultos mexicanos.

BMC Public Health, v. 14, n. 1, p. 341, 2014.

MIRANDA, G. M. B.; MENDES, A. C. G, SILVA, A. L. A. O envelhecimento populacional brasileiro: desafios e consequências sociais atuais e futuras. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 19, n. 3, p. 507-519, 2016.

MORAIS, K. B. D., et al. Acurácia da circunferência da cintura na predição de outros componentes da síndrome metabólica: Evidências da coorte de idosos de Bambuí. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, p. 378-382, 2018.

OLIVEIRA, C. C., et al. Preditores de síndrome metabólica em idosos: uma revisão. International Journal of Cardiovascular Sciences, v. 30, n. 4, p. 343-353, 2017.

67

INFLUÊNCIA DA TERAPIA HORMONAL NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE INDIVÍDUOS TRANSGÊNEROS: UM OLHAR CRÍTICO E ATUAL Cleidisson Araújo Santana1, Thaise Dos Santos Ramos2 ¹Graduando do Curso de Nutrição – Faculdade Regional de Alagoinhas (UNIRB) / cleidisson@outlook.com R. Manoel Romão, 150 - Alagoinhas Velha, Alagoinhas - BA, 48030-530; 2 Nutricionista e Docente do Curso de Nutrição – Faculdade Regional de Alagoinhas (UNIRB)

RESUMO Transgêneros não se identificam com o sexo biológico (cis gênero), uma das formas de chegar próximo ao sexo de identificação é a terapia hormonal, que influencia diretamente na composição corporal. O presente estudo teve por objetivo averiguar as possíveis repercussões nutricionais e o impacto da terapia hormonal em indivíduos trans. A metodologia utilizada foi a revisão integrativa de literatura, com abordagem qualitativa, realizada em outubro de 2019, através de busca em bases de dados eletrônicos, foram adotados como critério de inclusão artigos disponíveis na íntegra publicados no período de 2009 a 2019 que respondessem aos objetivos da pesquisa. Constatou-se que a terapia hormonal traz efeitos adversos e efeitos positivos esperados, entre elas é a redistribuição de gordura corporal, fazendo com que o corpo do transgênero fique similar ao do sexo de identificação. Conclui-se que mais estudos necessitam ser realizados e o nutricionista deve avaliar esta pessoa de forma complexa, tendo em vista que ele não pode ter seu estado nutricional avaliado nos pontos de corte do seu sexo biológico.

Palavras-chave: Transexuais. Hormônio. Estado nutricional.

1 INTRODUÇÃO A transexualidade é entendida como uma questão de identidade de gênero, onde o ser humano nasce em um corpo no qual não se identifica. Não existem explicações cientificas que possam concluir a sua causa, assim surgem as teorias que relacionam a sua gênese com fatores biológicos, sociais, psicológicos ou a combinação de ambos (JESUS, 2012).

Na busca para se adequar ao corpo no qual se identifica a pessoa trans passa por variadas mudanças que trazem impacto no seu corpo e na sua composição corporal, dentre os métodos utilizados para realização da transição, destaca-se o uso de hormônios, inserção de silicone ou mastecmização, depilação, cirurgia plástica e a transgenitalização (ROCON et al., 2016).

De acordo com Cuppari (2005) a avaliação do estado nutricional é a identificação de problemas nutricionais a partir de parâmetros empregados juntos com o objetivo de possibilitar uma intervenção nutricional. Um dos parâmetros utilizados é a antropometria que é a medida do tamanho corpóreo e das suas proporções.

68

Segundo Gonçalves e colaboradores (2016) a avaliação nutricional mensura os compartimentos corporais através de parâmetros que são interpretados em pontos de cortes previamente estabelecidos em função do gênero, indaga-se sobre o uso de tais pontos para estes sujeitos, tendo em vista que existe uma mudança corporal e não se pode mais utilizar o sexo biológico como referência para se ter um estado nutricional adequado.

Diante o cenário apresentado, o presente estudo teve como objetivo averiguar o impacto da terapia hormonal na composição corporal de transgêneros e as possíveis repercussões nutricionais.

2 MATERIAL E MÉTODOS Para realização desta pesquisa foi feita uma revisão integrativa de literatura, com abordagem qualitativa e descritiva selecionando estudos que correspondiam aos objetivos da pesquisa. Deste modo, o levantamento bibliográfico foi realizado em outubro de 2019, através de artigos da área, utilizando como descritores: composição corporal, terapia hormonal e transgênero. Foram adotados como critério de inclusão os artigos disponíveis na íntegra de forma gratuita e online, publicados no período entre 2009 e 2019 onde foram utilizados 8 artigos, pois os mesmos apresentavam dados e informações que respondessem aos objetivos da pesquisa. Os critérios de exclusão foram artigos não publicados na íntegra e que não correspondiam aos objetivos do presente estudo.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO O uso de terapia hormonal é utilizado com objetivo de acelerar o aparecimento de atributos do sexo de identificação, uma das características que surgem é a alteração na composição corporal, o que impossibilita o uso do peso nas referências que utilizam sexo biológico como parâmetro (ANDRADE, 2017).

O estudo em meta-analise com uso de 13 artigos desenvolvido por Velho (2016) relatou que homens transexuais (HT) em uso do hormônio undecaonato de testosterona, tiveram alterações no seu índice de massa corpórea (IMC), porém um outro estudo não observou uma alteração significativa. A meta-análise ainda observou um aumento significativo nos níveis de testosterona, hemoglobina, hematócrito e pressão sistólica.

O estudo anterior corrobora para o trabalho de Cunha (2017) que teve uma amostra de 46 HT e foi constatada a prevalência de 42% de casos de dislipidemias; 35% de hipertensão

69

arterial sistêmica; 30% de obesidade; 4% de diabetes mellitus e 20% de tabagismo, os resultados sugerem um potencial efeito venoso da terapia hormonal sobre os vasos arteriais, alertando a necessidade de medidas profiláticas.

No trabalho de Coelho et al. (2018) que estudou 13 adolescentes HT em 6 meses de terapia hormonal, teve como resultado: surgimento de pelos e mudança no timbre de voz, com aumento significativo do IMC. Houve ainda aumento de testosterona, eritrócitos, plaquetas, hemoglobina e hematócrito.

O uso de hormônios femininos em mulheres trans (MT) tem como consequências a diminuição dos pelos, aumento das mamas, mudança no timbre de voz e redistribuição de gordura corporal, com riscos para doenças coronarianas, acidente vascular cerebral e eventos tromboembólicos, além da presença de edema e retenção de líquidos (ANDRADE, 2017).

De acordo com Gonçalves e colaboradores (2016) a terapia hormonal deve ser considerada na avaliação nutricional da MT, pois modificam a redistribuição corporal, desta forma não podem ser comparadas com homens cis gêneros. Os hormônios são capazes de reduzir a massa muscular total e a densidade óssea, além de aumentar o tecido adiposo subcutâneo e total.

No estudo de Fighuera (2018) permitiu-se constatar que MT’s em terapia hormonal obteve aumento de gordura corporal, com preeminência de gordura ginoide e diminuição de massa muscular, observou-se ainda um aumento e preservação da densidade mineral óssea (DMO), enquanto HT’s tiveram redução de gordura ginoide e aumento de massa muscular e não foi observado alterações na DMO. Diante o cenário exposto pelos estudos discorridos, pode-se observar que indivíduos transgêneros em uso de terapia hormonal apresentam mudanças em sua composição corporal e nos seus achados clínicos e laboratoriais, assim não é adequado comparar seu gênero biológico com seu gênero de identificação, não apenas pela questão ética e social, mas por não se obter um estado nutricional adequado (GONÇALVES et al., 2016).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Sujeitos transgêneros atravessam diversos processos na intenção de modificar a estrutura corporal para mais próxima do sexo de identificação, uma das formas de se obter essa mudança é com a terapia hormonal que altera a composição e redistribuição corporal, podendo trazer consequências satisfatórias ou não.

70

Conclui-se que a prática clínica do nutricionista para esta população é complexa, tendo em vista que estes indivíduos não podem ser classificados como cis gêneros, já que sua composição corporal foi alterada, podendo não apresentar um resultado coerente, além disso, a nutrição tem um papel importante na prevenção e retardo dos eventos adversos que podem ser acometidos. Percebe-se que os estudos que relacionam a nutrição e a população trans são escassos, fazendo-se necessário o aprofundamento sobre estes indivíduos que estão invisibilizados na sociedade e precisam de um olhar integral e humanizado.

REFERÊNCIA

ANDRADE, Carla Andreia Alves de. Autocuidado de mulheres transexuais em uso de hormônios à luz da teoria de Orem. 2017. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco COELHO, Vinicius Pacheco. Variáveis clínicas, hormonais e metabólicas de uma amostra de adolescentes transgêneros em uso de terapia hormonal cruzada. 2018 CUNHA, Flávia Siqueira. Prevalência dos fatores de risco cardiovascular em homens transexuais em tratamento com ésteres de testosterona e sua associação com as variantes polimórficas do gene do receptor androgênico. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo CUPPARI, Lilian. Nutrição clínica no adulto: guias de medicina ambulatorial e hospitalar. Unifesp–Escola Paulista, 2005 DE JESUS, Jaqueline Gomes. Orientações sobre identidade de gênero: conceitos e termos. Guia técnico sobre pessoas transexuais, travestis e demais transgêneros, para formadores de opinião, 2012 FIGHERA, Tayane Muniz. Terapia hormonal cruzada, densidade mineral óssea e composição corporal em indivíduos transgêneros. 2018 GONÇALVES, Juliana Lauar et al. Composição corporal em mulheres transgênero vivendo com HIV/Aids: uma discussão das transformações que interferem na avaliação do estado nutricional. Demetra: Food, Nutrition & Health/Alimentação, Nutrição & Saúde, v. 11, 2016 ROCON, Pablo Cardozo et al. Dificuldades vividas por pessoas trans no acesso ao Sistema Único de Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v. 21, p. 2517-2526, 2016 VELHO, Indiara da Rosa. Efeitos da terapia hormonal com testosterona sobre imc, pressão arterial e perfil laboratorial em homens transgêneros: Uma revisão sistemática e meta-análise.

2016

71

PERFIL NUTRICIONAL E SINTOMATOLÓGICO DE PACIENTES EM CUIDADOS PALIATIVOS INTERNADO EM UM HOSPITAL DE URGÊNCIAS DO NORDESTE BRASILEIRO Fabiana Ferreira da Paixão Santos1, Jicelia Santos de Oliveira2, Joana Cardoso dos Santos3, Larissa Monteiro Costa Pereira4 Rebeca Rocha de Almeida5, centro universitário estácio de sergipe

12345

joanna_aju@hotmail.com; Endereço: Travessa Brasil, 192, América, Aracaju, SE

1. INTRODUÇÃO Os cuidados paliativos são prestados à pacientes com doenças irreversíveis, mediante à impossibilidade terapêutica de cura, visando melhorar a qualidade de vida daqueles, que enfrentam doenças que ameaçam suas vidas, com intervenções que pretende alcançar o alivio da dor e de outros sintomas físicos, psicológicas, sociais e espirituais que acometem esses indivíduos, retratando a morte como algo natural e aceitável (SAWATZKY et al.,2016; WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2015).. Diante à escassez na literatura de investigações sobre o estado nutricional desses pacientes e suas sintomatologias, o objetivo desse trabalho foi avaliar o estado nutricional e os sintomas dos pacientes em cuidados paliativos em um hospital de urgência do nordeste brasileiro.

2. MATERIALEMÉTODOS Foi realizado um estudo transversal com uma amostra por conveniência composta por indivíduos com diagnóstico de cuidados paliativos internados no Hospital de Urgência de Sergipe, durante o período de agosto a setembro de 2018. Participaram da pesquisa indivíduos com idade superior a 18 anos, de ambos os sexos e com descrição clínica em prontuário de cuidados paliativos pelo médico, e que aceitassem participar da pesquisa e assinasse o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. E aqueles que estivesse em coma e/ou internados na Unidade de Terapia Intensiva foram excluídos da amostra. Para avaliação do estado nutricional utilizou- se Nutritional Risk Screening (NRS-2002), Avaliação Subjetiva Global Produzida Pelo Paciente (ASG-PPP) para os adultos, Mini Avaliação Nutricional (MAN) para os idosos e os sinais e sintomas foram avaliados por meio dos questionários Memorial Symptom Assessment Scale (MSAS). A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Estácio de Sergipe (número de parecer 2.841.531).

3.

RESULTADOEDISCUSSÃO 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram avaliados 52 pacientes, sendo 53,85% do sexo masculino e 46,15% do sexo feminino.

Do total avaliado, 28,85% eram idosos e de acordo com a classificação feita através da MAN, 66,7%

72

estavam desnutridos. Do total de participantes, 82,69% estavam acometidos por algum tipo de neoplasia, de modo que se utilizou o questionário ASG-PPP para classificação do estado nutricional.

Desse grupo, cerca de 41,9% estavam moderadamente desnutridos e 27,9% gravemente desnutridos (Tabela 1).

Tabela 1- Classificação do estado nutricional dos pacientes em cuidados paliativos internados no Hospital de Urgência em Sergipe, 2018.

VARIÁVEIS ASG PPP(%) Bem nutrido Moderadamente desnutrido Gravemente desnutrido MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL (%) Estado nutricional normal Sob risco de desnutrição Desnutrição

TOTAL n=43 13 (30,2) 18 (41,9) 12 (27,9)

IDOSO n=11 2 (18,2) 5 (45,4) 4 (36,4)

ADULTO n=32 11 (34,7) 13 (40,5) 8 (25,0)

-

n=15 3 (20,0) 2 (13,3) 10 (66,7)

-

Fonte: Hospital de Urgência de Sergipe, 2018, n=52.

Entretanto, há fatores que dificultam a avaliação nutricional desses indivíduos como

mudanças fisiológicas da própria idade, alterações na composição corporal, comorbidades associadas, além de alterações na qualidade de vida (PRIMER; FERRIOLLI, 2015). Um estudo feito por Kwang e Kandia (2010) teve um resultado semelhante ao presente estudo indicando que 69% dos pacientes em cuidados paliativos, de uma determinada unidade hospitalar, estavam desnutridos.

Na tabela 2, observou-se a comparação da classificação segundo o IMC e NRS-2002, por intermédio das quais se verificou a prevalência de eutrofia em 48,08%, quando avaliados segundo o IMC, no entanto, em relação a NRS-2002 a incidência de risco nutricional marcou 94,23%, ultrapassando a primeira.

Tabela 2 - Comparação entre antropometria e NRS-2002 dos pacientes de um Hospital de Urgência em Aracaju, SE, 2018.

VARIÁVEIS n % IMC Magreza 9 17,31 Eutrofia 25 48,08 Sobrepeso/Obesidade 18 34,61 NRS-2002 Sem risco nutricional Com risco nutricional

3 49

5,77 94,23

Fonte: Hospital de Urgência de Sergipe, 2018, n=52

Ao comparar os resultados da NRS-2002 com o IMC, verificou-se resultados opostos. Isso

se justifica pelo fato do IMC não refletir eficientemente o real estado nutricional, posto que se limita

73

a detectar desnutrição, e que este pode estar presente mesmo quando os valores indicam eutrofia ou excesso de peso (INCA,2013). Um estudo feito por Holz (2011), com pacientes portadores de câncer, no município de Rolador/RS, no qual o único índice avaliado foi o IMC, concluiu-se que 50% dos indivíduos estavam pré-obesos, 25% eutróficos e 25% com obesidade grau II. Esses dados diferem do presente estudo, uma vez que, neste, apresentou-se a prevalência de eutrofia.

Na tabela 3, entre os sintomas avaliados, os mais frequentes foram: eu não pareço mais eu mesmo (78,9%), perda de peso (73,1%), dor (69,2%), tristeza (65,4%), boca seca (57,7%), falta de energia (51,7%) Tabela 3 - Avaliação dos sintomas mais prevalentes de acordo com a escala de frequência, intensidade e incomodo dos pacientes internados em um Hospital de Urgência em Aracaju, SE, 2018.

VARIÁVEIS n % SINTOMAS DE MAIOR FREQUENCIA Eu não pareço mais eu mesmo (a) 41 78,9 Perda de peso 38 73,1 Dor 36 69,2 Tristeza 34 65,4 Boca seca 30 57,7 SINTOMAS DE MAIOR INTENSIDADE Dor 12 33,3 Problemas urinários 5 33,3 Falta de apetite 7 36,8 Perda de cabelo 5 45,5 Dificuldade de engolir 8 47,1 SINTOMAS DE MAIOR INCOMODO Tristeza 16 47,0 Falta de energia 15 51,7 Empanzinado 12 52,1 Falta de ar 12 54,5 Dor 20 55,5 Fonte: Hospital de Urgência de Sergipe, 2018, n=52.

Em um estudo realizado por Menezes et al. (2017), que avaliou a confiabilidade testereteste,

da versão brasileira do instrumento, encontrou alguns resultados semelhantes ao da pesquisa aqui exposta. Os sintomas mais frequentes foram boca seca (60,31%,), falta de energia (58,25%), dor (56,19%), sonolência e mudança no gosto dos alimentos (48,97%). Diante do exposto, vale ressaltar a importância da avaliação nutricional, do diagnóstico e do acompanhamento para a realização de uma intervenção adequada e completa, com o intuito de melhorar a relação com o alimento, ajudar no controle dos sintomas, preservar o peso e a composição corporal, melhorando, desse modo, a resposta imunológica e a qualidade de vida (REBOUÇAS et al., 2011).

74

3. CONCLUSÃO Conclui-se que a progressão da doença terminal envolve múltiplos sintomas físicos, psicológicos, espirituais e sociais. Esses sintomas, por sua vez, não resultam apenas da progressão da doença primária, mas também do seu tratamento e das comorbidades, o que se associa ao risco nutricional, tornando evidente que a identificação, a avaliação e o tratamento dos sintomas são de importância fundamental em cuidados paliativos.

4. REFERÊNCIAS HOLZ, A. Avaliação do estado nutricional de pacientes portadores de câncer do município de Rolador. Rio Grande do Sul. Trabalho de Conclusão de Curso. Ijuí, 2011.

Inquérito Brasileiro de nutrição oncológica. Rio de Janeiro: INCA - Instituto Nacional do Câncer, 2013. Disponível em: http://www.cfn.org.br/eficiente/repositorio/documentos%20no vos/736.pdf.

KWANG, A. Y.; KANDIAH, M. Objective and subjective nutritional assessment of patients with cancer in palliative care. American Journal of Hospice and Palliative Medicine®, v. 27, n. 2, p.

117-126, 2010 MENEZES, JOSIANE ROBERTA DE et al . Confiabilidade teste-reteste da versão Brasileira do instrumento Memorial Symptom Assessment Scale para avaliação de sintomas em pacientes oncológicos. Einstein (São Paulo), São Paulo , v. 15, n. 2, p. 148-154, June 2017 .

PFRIMER, K., FERRIOLLI, E. Avaliação nutricional do idoso. In: Vitolo MR, ed. Nutrição da gestação ao envelhecimento. Rio de Janeiro: Rubio, ed.2, p. 568, 2015.

REBOUÇAS, L.M. et al. Impacto da nutrição enteral na toxicidade aguda e na continuidade do tratamento dos pacientes com tumores de cabeça e pescoço submetidos a radioterapia com intensidade modulada. Radiologia Brasileira, v. 44, n. 1, p. 42-46, 2011.

SAWATZKY, Richard et al. Conceptual foundations of a palliative approach: a knowledge synthesis.

BMC palliative care, v. 15, n. 1, p. 5, 2016.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO. Palliative Care facts heet n.402. 2015 Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs402/en/.Acesso em: 03 abr. 2018.

75

PERFIL NUTRICIONAL EM PACIENTES ONCOLÓGICOS PELO MÉTODO NUTRISCORE Chrislayne Barbosa Bispo¹, Layla dos Santos Ribeiro¹, Fernanda Noronha de Gois¹, Monique Tavares de Jesus¹, Carolina Cunha de Oliveira² 1 Centro Especializado de Nutrição – Cenut.

2 Universidade Federal de Sergipe. chrislaynebispo@gmail.com Rua 97, número 10, Albano Franco II. Nossa Senhora do Socorro-SE

1. INTRODUÇÃO O câncer é uma doença crônica caracterizada pelo crescimento acelerado e descontrolado das células, o que resulta em formação de um tumor que pode se deslocar do local de origem e se disseminar por meio da corrente sanguínea ou linfática, alterando o material genético e posteriormente a multiplicação celular de outros tecidos e/ou órgãos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011). O crescimento tumoral causa alterações metabólicas, anorexia, prejuízos na absorção de nutrientes e processo inflamatório crônico com liberação excessiva de citocinas, estes comprometem o estado nutricional e aumentam as necessidades energéticas do indivíduo. Esses fatores em conjunto resultam em um quadro hipercatabólico (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016).

A desnutrição energética proteica, prevalente no paciente oncológico, pode evoluir para um quadro de Síndrome da Anorexia e Caquexia (SAC), caracterizado como perda progressiva e involuntária de peso, devido ao consumo de tecido adiposo e massa muscular como forma de obtenção de energia, o que implica em um balanço nitrogenado negativo. É comum também a presença de anemia, fadiga, hipoalbunemia grave e atrofia do músculo esquelético. ( VARGAS-ARCE; ABARCA-GÓMEZ, 2016). Dessa forma, os métodos de avaliação nutricional devem ser aplicados periodicamente, afim de identificar precocemente situações de risco e/ou desnutrição, tendo em vista que, tais situações retardam a recuperação, prolongam o tempo de internação hospitalar, aumentam os casos de complicações pós-operatórias e de mortalidade. Contudo, o método de avaliação deve ser prático, fidedigno e preciso de forma que possa auxiliar em uma conduta eficaz (SANTOS,2017). Diante disso, o presente estudo tem por objetivo avaliar o perfil nutricional com base na triagem de risco nutricional NUTRISCORE em pacientes oncológicos.

76

2. MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de um estudo descritivo transversal. A amostra foi selecionada, por conveniência, incluindo ambos os sexos, com diagnóstico de câncer, com idade superior a 18 anos, internados em um hospital particular localizado no município de Aracaju-SE e em uso de terapia nutricional. Foram obtidos dados referentes a sexo, idade, tipo de neoplasia e tratamento. O estado nutricional foi identificado pelas informações coletadas através da triagem Nutriscore. Para caracterização da amostra foi realizada a análise descritiva e frequência simples dos dados. Como critérios de nãoinclusão será considerado pacientes que não foi possível a aplicação do método de triagem de risco nutricional, crianças, adolescentes e gestantes ou aqueles sem informações sobre avaliação antropométrica.

3.

3.RESULTADOS RESULTADOSEEDISCUSSÃO DISCURSSÃO A amostra foi composta por 78 pacientes distribuída em 50% adulto e 50% idosos, do total 53,8% pertence ao sexo feminino. O tipo de neoplasia mais prevalente foi na região gastrointestinal (32,1%) e o tratamento mais utilizado foi a quimioterapia.

No que tange ao estado nutricional identificado pela triagem, 16,7% apresentaram baixo peso, 46,2% peso adequado e 37,2% excesso de peso. Não houve associação entre o tipo de neoplasia e o estado nutricional (p<0,101), porém observou-se que 30,8% da amostra de baixo peso apresenta câncer gastrointestinal. No que concerne ao tipo de tratamento, não houve correlação deste com o estado nutricional (p<0,748), no entanto 21% (26,9) dos pacientes que faziam quimioterapia estavam com peso adequado. Os resultados foram expressos na figura no gráfico 1.

Gráfico 1. Estado Nutricional de pacientes internados em um hospital particular de Aracaju/SE.

Assim como no presente estudo, Aguiar et al., (2019) também obteve um maior percentual do sexo feminino em um estudo realizado em ambulatório no Rio de Janeiro através de dois métodos de avaliação nutricional em paciente oncológicos, com melhor resultado para NUTRISCORE. Tumores na localização TGI foi o local mais

77

incidente com maior prevalência da quimioterapia como tratamento. Gomes et al., (2015) evidenciaram mesma prevalência de pacientes com maior percentual de neoplasia na porção gastrointestinal. No tocante do estado nutricional, pacientes eutróficos foi o mais prevalente na pesquisa, seguidos de excesso de peso, que pode ser explicado pelo histórico alimentar e nível atividade física bem como os efeitos medicamentosos em uso devido o tratamento para neoplasia em questão, como evidenciado na pesquisa de Aguiar et al., (2019). Já Marques et al., (2013) observaram que, entre os tipos de câncer, os localizados no pâncreas, estômago e são os que apresentam uma maior prevalência de desnutrição, corroborando com atual estudo.

4. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto, observa-se que o uso da Nutriscore contribui como uma forma precoce de identificar o estado nutricional e evitar piora do prognóstico e agravamento da doença. Concluímos, através desta, que o curso de depleção nutricional entre ambas as localizações tumorais e entre os tipos de tratamento é diferente.

Indivíduos com câncer gastrointestinal estão expostos a maiores alterações fisiológica e metabólicas que são responsáveis por impacto na absorção de nutrientes e consequente risco de desnutrição. No entanto, a conduta nutricional deve levar em consideração tanto o estado nutricional como o tipo de neoplasia.

5. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. ABC do câncer: Abordagens básicas para o controle do câncer. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, 2011. 128 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Consenso Nacional de Nutrição Oncológica: Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). 2. ed. Rio de Janeiro: Coordenação de Prevenção e Vigilância, 2016. p.14.

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OLIVEIRA, LUCIVALDA PEREIRA MAGALHÃES; ANUNCIAÇÃO, TAISE ANDRADE DA; COSTA, MARIA LÚCIA VARJÃO DA. Estado Nutricional de

78

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PERFIL SÓCIO DEMOGRÁFICO E ESTADO NUTRICIONAL DE IDOSOS ATENDIDOS NO CENTRO DE ESPECIALIDADES EM LAGARTO-SE Jeofran Oliveira Cruz1, Luana Ferreira Alves1, Mylena Alves Santos1, Carolina Cunha de Oliveira².

Graduanda em Nutrição, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Campus Lagarto; ² Departamento de Nutrição, UFS, Campus Lagarto.

1

jeofran.oliveira@gmail.com - Universidade Federal de Sergipe, Departamento de Nutrição. Av. Governador Marcelo Deda, 13, Centro Lagarto/SE CEP: 49400-000

1. INTRODUÇÃO O envelhecimento é um processo natural na vida dos seres humanos, o qual é acompanhado de várias alterações fisiológicas, metabólicas e orgânicas. Estudos transversais e longitudinais confirmam que tais modificações envolvem diminuição da massa magra, massa óssea, água, da capacidade cognitiva e aumento do risco de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis, sendo que podem estar ligados a fatores socioeconomicos e demográficos os quais podem afetar no estado nutricional desses idosos (SILVA; MARUCC.; ROEDIGER, 2016).

Em 2050, os idosos corresponderão a 14,2% da população brasileira. Tendo em vista que tanto fatores fisiológicos quanto socioeconômicos podem afetar o estado nutricional desses idosos, se faz necessário dar uma maior atenção para as políticas públicas voltadas a esse grupo etário para que essa população envelheça de forma saudável e funcional, ou seja, de forma ativa (CAMPOS et al., 2006).

O presente trabalho tem como objetivo identificar o estado nutricional e fatores associados em idosos.

2. MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de um estudo de caráter transversal, realizada com 159 idosos (idade > 60 anos) atendidos no ambulatório de geriátrico do centro de especialidades medicas em Lagarto-Se. Foram adotados como critérios de inclusão: indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, sem restrição de classe social, capazes de deambular e que aceitaram participar do projeto por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Como critério de não-inclusão foram indivíduos: com idade inferior a 60 anos, que apresentaram alguma limitação física e/ou postural que não permitiu a aferição das medidas antropométricas; com limitação cognitiva; que utilizem marcapasso, edemaciados, com ascite e/ou presença de visceromegalia.

Para coleta de dados foi utilizado um questionário padronizado, relacionado a dados clínicos e nutricionais do paciente. Para os dados clínicos foram coletadas informações do prontuario sobre presença de morbidades, uso de medicamentos, enquanto que para os parâmetros nutricionais foi avaliado o IMC e referente as informações relativas as condições socioeconômicas e demográficas

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foram coletados através do preenchimento de um questionário, o qual contem perguntas sobre as condições de moradia, renda, escolaridade, estado civil, estilo de vida, entre outras.

Foi realizada por meio do software SPSS® (Statistical Package for Social Sciences), versão 20.0. Os dados foram expressos em distribuições absolutas e relativas, análise descritiva dos dados.

Foi utilizado o teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a normalidade das variáveis quantitativas.

O teste Qui-quadrado de Pearson foi utilizado para testar a associação entre as variáveis. Foi adotado nível de significância de 5%.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Observou-se percentual semelhante entre homens e mulheres, a maior parte na faixa etária entre 60-69 anos (49,1%), sendo a maioria negra (60,4%) e casados/união estável (65,4%). Já quando visto a escolaridade, 90,6% não tem instrução ou possui ensino fundamental incompleto e apenas 5,7% possuíam ensino médio completo ou mais. E como esperado para essa faixa etária, em relação a atividade atual, 88,1% são aposentados e 2,5% vivem de renda ou pensão. Tudo isto está sintetizado na tabela 1, abaixo.

Tabela 01. Caracterização dos idosos atendidos em ambulatório geriátrico

Variáveis

Amostra n (%)

Sexo Masculino Feminino Faixa etária

79 (49,7) 80 (50,3)

60-69 anos

78 (49,1)

70-79 anos

56 (35,2)

> 80 anos

25 (15,7)

Cor da pele Negro Não negro Estado civil Solteiro(a)

96 (60,4) 63 (39,6) 10 (6,3)

Casado(a)/União estável

104 (65,4)

Viúvo(a)

35 (22,0)

Separado(a)/divorciado(a)

9 (5,7)

Sem informação

1 (0,6) 81

Escolaridade Sem instrução/Ensino Fundamental incompleto Fundamental completo/Ensino médio incompleto

144 (90,6) 6 (3,8)

Ensino médio completo ou mais

9 (5,7)

Atividade atual Recebe benefícios/LOAS

4 (2,5)

Aposentado

140 (88,1)

Vive de renda ou pensão

4 (2,5)

Outros

8 (5,0)

Sem Informação

3 (1,9)

LOAS: Lei Orgânica da Assistência Social

Tabela 2. Prevalência de estado nutricional dos idosos e relação com o sexo

Variáveis

Amostra

Masculino

Feminino

p

37 (23,3)

22 (27,8)

15 (18,8)

0,001

Adequado

57 (35,8)

36 (45,6)

21 (26,2)

Excesso de peso

65 (40,9)

21 (26,6)

44 (55,0)

159 (100,0)

79 (100,0)

80 (100,0)

Estado nutricional n (%) Baixo peso

Total

Para o estilo de vida, como mostrado na tabela 2, a maioria não apresentou o habito de fumar (86,2%), não faziam consumo de bebidas alcoólicas (88,1%) e não praticavam atividade física (64,2%). Sobre o estado nutricional, pode-se perceber que a maior parte (40,9%) apresentaram excesso de peso, 35,8% estavam com peso adequado e 23,3% com baixo peso, sendo que, cabe destacar que entre as mulheres, 55% estão com excesso de peso enquanto que 45,6% dos homens foram classificados como adequados (p=0,001).

Tabela 3. Estilo de vida dos idosos

Variáveis

Amostra n (%)

Hábito de fumar Não Sim Consumir bebida alcoólica

82

137 (86,2) 22 (13,8)

Não Sim Pratica atividade física Não Sim

140 (88,1) 19 (11,9) 102 (64,2) 57 (35,8)

Assim como em estudos sobre idosos como a pesquisa de Pereira; Spyrides; Andrade, 2016, nesse caso, essa população apresentou um n maior de sedentários, principalmente as mulheres idosas, sendo que, de toda a amostra, àqueles que possuíam uma companhia para as principais refeições, apresentava hábitos alimentares mais adequados e consequentemente um perfil nutricional mais distante do baixo peso. Além disso, assim como demonstrado na pesquisa de Pereira et al. (2016), o excesso de peso no sexo feminino, principalmente nessa faixa etária, é comum devido às alterações na composição corporal, principalmente em relação ao tecido adiposo, já que há uma redistribuição da massa gorda fazendo com que haja uma prevalência de aumento de gordura corporal em relação aos homens. Sobre o nível de escolaridade, este, está também diretamente relacionado ao estado nutricional, como nesse caso que 64,2% dos indivíduos se encontram fora da adequação nutricional, corroborando com estudos que mostram que quanto menor o nível de conhecimento, mais propicio o indivíduo estará a ter piores hábitos alimentares.

5. CONCLUSÃO É perceptível que o perfil que mais se destacou entre os idosos foi o de baixa escolaridade, aposentados e que não praticam exercícios físicos. Quanto ao estado nutricional das mulheres é notória a discrepância quando comparada aos homens, o que remete a preocupação maior voltada às doenças cardiovasculares nesse grupo. Apesar da saúde do idoso ser um assunto sempre discutido e estudado é de suma importância dar ênfase nas suas relações pessoais, sociais e de estilo de vida para melhor compreender as influencias desses fatores no atual estado nutricional desses indivíduos e, assim, determinar melhores condutas no cuidado dessa população que vem crescendo cada vez mais no âmbito mundial.

6. REFERÊNCIAS CAMPOS, M.A.G.; PEDROSO, E.R.P.; ALVES, L.J.; COLOSIMO, E.A.; ABRANTES, M.M. ESTADO NUTRICIONAL E FATORES ASSOCIADOS ASSOCIADOS EM IDOSOS. Rev. Assoc.

Med. Bras., Minas Gerais, v. 52, n. 4, p. 214-221, 2006.

83

SILVA, M. L. N., MARUCCI, M. F. N., ROEDIGER, M. A. Alterações orgânicas, fisiológicas e metabólicas do processo de envelhecimento e seus reflexos na nutrição do idoso, In: Tratado de Nutrição em Gerontologia. 1 ed., Barueri: Manole Ltda, 2016, p. 49-59.

PEREIRA, Ingrid Freitas da Silva; SPYRIDES, Maria Helena Constantino; ANDRADE, Lára de Melo Barbosa. Estado nutricional de idosos no Brasil: uma abordagem multinível. Cadernos de Saúde Pública, [s.l.], v.

32, n.

5, p.1-12, 2016. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/0102-311x00178814.

PEREIRA, I. F. DA S.; SPYDRIDES, M. H. C.; ANDRADE, L. DE M. B. Estado nutricional de idosos no Brasil : uma abordagem multinível Nutritional status of elderly Brazilians : a multilevel approach Estado nutricional de ancianos en Brasil : un enfoque multinivel. Cadernos UniFOA, VOLTA REDONDA, v. 32, n. 5, p. 1–12, 2016.

84

• Categoria - Saúde Coletiva •

GRADUAÇÃO

AVALIAÇÃO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL NO MUNICÍPIO DE CONCEIÇÃO DO COITÉ/BA: Estudo de Caso no Povoado de Goiabeira.

Jackeline Oliveira Ferreira¹; Ana Paula Conceição Silva²; Larisse Karen Silva Santos Luna³; 1-Graduando (a) do curso de Nutrição da Faculdade da Região Sisaleira (FARESI) 2- Professora do curso Nutrição da Faculdade da Região Sisaleira (FARESI) 3-Nutricionista CRN nº 6604 e Professora do curso Nutrição da Faculdade da Região Sisaleira (FARESI) Saúde Coletiva jofsorriso13@gmail.com Estudante de Graduação.

Artigo da Iniciação Científica do Núcleo de Pesquisa em Saúde e Qualidade de Vida da Faculdade da Região Sisaleira.

1. INTRODUÇÃO A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma alteração permanente na pressão sanguínea. Essa patologia é silenciosa só apresentando sintomas em fases mais avançadas da doença, dificultando assim a prevenção. Frequentemente a HAS está associada a distúrbios metabólicos, a alterações funcionais e/ou estruturais de órgãosalvo (coração, fígado, pulmão, rim), sendo agravada pela presença de outros fatores de risco como dislipidemia, obesidade, intolerância à glicose e diabetes mellitus (MALACHIAS, 2016). O crescente número de hipertensos no município de Conceição do Coité-BA atrelado aos dados subamostrados dessa população e ao não diagnóstico e acompanhamento, bem como o estilo de vida da população, ocasionam um ciclo de incidência e prevalência da doença no município, dificultando as medidas adotadas para prevenção e o controle da patologia.

2. OBJETIVO Avaliar as medidas de controle e prevenção da Hipertensão Arterial Sistêmica no município de Conceição do Coité-BA, identificando patologias fatores relacionados a indecência e prevalência da doença e as medidas de prevenção e controle.

3. MÉTODOS Trata-se de um trabalho quantitativo e qualitativo, na qual foi realizada uma pesquisa de campo na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Goiabeira. Foram aplicados

85

questionários para pacientes hipertensos (60) funcionários da UBS (5) e para o Secretário de Saúde do Munícipio (1), com o intuindo de obtenção de dados referente a patologia estudada e as medidas de prevenção e controle da hipertensão arterial, relacionando aos programas federais implantados neste município.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados demonstram que 70% dos pacientes são mulheres e 30% homens, indicando que a doença tem maior incidência e prevalência entre as mulheres, foi notado que a maioria dos pacientes com HAS são idosos (70%) e adultos (30%), não sendo identificado pacientes infantis. Desde 2009 a incidência da patologia tem aumentado, relacionado ao período de transição nutricional e também a implantação de políticas públicas de distribuição de renda e combate a fome. 96,66% dos pacientes tratam a HAS com uso de medicamentos, 55% também informaram realizar tratamento complementar. Os dados também mostram que 75% dos pacientes possuem na família mais alguém com o diagnóstico. Quando questionados sobre ter ido ao nutricionista apenas 40% informaram que tiveram acompanhamento, receberam planos alimentares, porém não houve adesão.

5. CONCLUSÃO Os dados demonstram a necessidade de alerta referente ao risco de incidência, focando no estilo de vida da população e na necessidade do tratamento multidisciplinar dos hipertensos no intuito de melhorar a qualidade de vida desta população.

6.

REFERÊNCIAS

DATASUS. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Estatísticas Vitais: notificações registradas no Sistema de Informação de Saúde. Conceição de Coité. (Dados de 2011 a 2014.)

Disponível em: <http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0205&id=6937>. Acesso em: 22 maio 2019.

MALACHIAS, M.V.B.; SOUZA, W.K.S.B.; PLAVNIK, F.L.; RODRIGUES, C.I.S.; BRANDÃO, A.A.; NEVES, M.F.T., et al. 7a Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83 PREFEITURA MUNICIPAL DE CONCEIÇÃO DO COITÉ. Disponível em: <http://conceicaodocoite.ba.gov.br/site/>. Acesso em: 15 maio 2019.

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AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTIOBESIDADE DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO DA PRÓPOLIS VERMELHA EM MODELO MURINO Amanda Felício dos Santos Borges1, Rafael Barreto Vieira Valois1, Camila Neiva Porto Silva1, Rose Nely Pereira Filho2, Ricardo Luiz Cavalcanti de Albuquerque Júnior2 (Orientador) Universidade Tiradentes/Nutrição/Aracaju, SE. Universidade Tiradentes/Programa de Pós-Graduação em Saúde e Ambiente/Aracaju, SE. amandaborges429@gmail.com

1 2

1. INTRODUÇÃO A obesidade é um problema de saúde pública em todo o mundo e possui relação com doenças como diabetes, hipertensão e câncer (ARROYO-JOHNSON et al., 2016). A sua etiologia é multifatorial e possui influência dos fatores genéticos, ambientais e fisiológicos (SICHIERI R, MOURA EC, 2009). Sedo considerado um dos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DNCT), (ROCHA et al., 2014). Os compostos fenólicos dietéticos podem melhorar a saúde humana, reduzir o risco do aparecimento de doenças cardiovasculares e desordens metabólicas (TSAO, 2016). Perante a complexidade que abrange os eventos fisiopatológicos da obesidade, há necessidade de novos tratamentos complementares, tem sido demostrado que a utilização de moléculas bioativas pode gerar condições favoráveis ao metabolismo lipídico. (IBARS et al., 2016). Portanto, surge a necessidade da busca por substâncias fitoquímicas. Com isto os produtos naturais surgem como opção para tratar de maneira complementar para o tratamento da obesidade. A Própolis Vermelha tem destaque entre os diversos produtos naturais com potencial biológico. Há evidências que descrevem suas ações antioxidantes, anti-inflamatória e hipolidêmica (PINHEIRO et al., 2014; VATANSEVER et al., 2010).

2. MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Obtenção da própolis vermelha, extração e rendimento A própolis foi adquirida no município de Brejo Grande/SE. A amostra bruta de (14 g) de própolis foi mantida durante 1 h em béquer contendo 175 mL de álcool a 70%. Logo após foi submetido a ultrasson por1 h em seguida foi colocado em estufa a 50ºC durante sete dias.

2.2 Obtenção da dieta de cafeteria A dieta de cafeteria é composta pelos seguintes ingredientes: ração padrão, amendoim torrado, óleo de soja, achocolatado e bolacha maisena.

2.3 Ensaio biológico, aspectos Éticos e Delineamento experimental Foi aprovado pelo CÉUA n° 040418R. Foram utilizados 40 ratos machos da linhagem Wistar.

2.4 Procedimentos de indução a obesidade e tratamento

87

Os 40 animais experimentais serão divididos em 5 grupos (n=8), de acordo com os seguintes critérios: CTR, Veículo, EHPV3, EHPV10 e EHPV30. Na fase de tratamento tem duração de 4 semanas.

2.5 Análise Estatística O dado referente à massa corpórea foi analisado por meio de análise de variância (ANOVA) com extensão post-hoc de tukey. O grau de significância utilizado será de 5%.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Rendimento e caracterização química do extrato hidroalcoólico de própolis vermelha O rendimento do processo de extração do EHPV foi 18,74%.

Figura 1 - Análise cromatográfica de EHPV realizada em CLAE. (P1) daidzeína, (P2) formononetina (P3) liquiritigenina, (P4) Biochanina A.

Fonte: Autor.

Os mesmos componentes também foram encontrados nos extratos etanólicos de própolis vermelha em estudos anteriores (LOPEZ et al., 2014; SILVA et al., 2015).

3.2 Fase de indução a obesidade Figura 2 - (A) Ganho percentual de massa corpórea e (B) determinação do índice de obesidade de Lee para murinos nos animais submetidos à dieta normocalórica (CTR, n=8) e dieta hipercalórica de cafeteria (DHC, n=24). (C e D).

Fonte: Autor.

O protocolo utilizado para indução de obesidade estão em acordo com achados na literatura (LEVIN, DUNN-MEYNELL, 2000; GILES et al., 2016).

Figura 3 - (A) Consumo diário médio de ração nos animais submetidos à dieta normocalórica (CTR, n=8) e dieta hipercalórica de cafeteria (DHC, n=24). (B) Representação dos valores referentes ao consumo diário médio de ração comparando o grupo CTR com os três subgrupos DHC (n=8).

88

Fonte: Autor.

Estudos voltados para a investigação do possível papel dos flavonoides, compostos majoritários neste extrato, na regulação do apetite foram recentemente relatados (PINENT et al., 2017).

Figura 4 - (A) Ganho percentual médio de massa corpórea, (B) índice de obesidade de Lee (C) consumo diário médio de ração nos animais do grupo controle submetidos à dieta normocalórica e dos grupos experimentais previamente a dieta hipercalórica e obesos tratados com tween 80 a 2% (VEÍCULO) e com extrato hidroalcoólico de própolis vermelha nas doses de 3 (EHPV3), 10 (EHPV10) e 30 mg/Kg (EHPV30) durante o período de 4 semanas correspondentes

Fonte: Autor

Lio et al. (2010) demonstraram que o extrato etanólico da própolis vermelha brasileira é capaz de aumentar a expressão de receptores ativados PPARγ parece ser capaz de estimular clearance de ácidos graxos pelo tecido adiposo.

3.3

Análise histomorfológica dos espécimes hepáticos

Figura 5 - Fotomicrografias de secções histológicas do tecido hepático coradas em HE do grupo VEÍCULO. (A) Tecido hepático exibindo acúmulo de pigmento biliar intraductal focal (seta negra) e (b) difuso (400 x). (C) Presença de células exibindo forte eosinofilia citoplasmática e picnose nuclear, compatíveis com hepatócitos apoptóticos (círculo) (400 x). (D) Detalhe dos hepatócitos apoptóticos (setas brancas) (800 x).

Fonte: Autor.

Figura 6 - Fotomicrografias de secções histológicas do tecido hepático coradas em HE dos grupos tratados com as doses mais altas de EHPV. (A) e (B) Grupo EHPV 10 (400 x e 800 x, respectivamente) e (C) e (D) grupo EHPV 30 (400 x e 800 x, respectivamente) exibindo características morfológicas do tecido hepático compatíveis com a normalidade.

89

CONSIDERAÇÃO FINAIS

Fonte: Autor.

O modelo de indução de obesidade por meio da utilização de dieta hipercalórica de cafeteria foi efetivo. A restituição da dieta normocalórica, por si só, não foi suficiente para restaurar as condições dos parâmetros de normalidade. O tratamento com EHPV nas doses de 10 e 30 mg/Kg apresentou efeito antiobesidade em modelo murino.

4. REFERÊNCIAS ARROYO-JOHNSON, C.; MINCKEY, K.D. Obesity Epidemiology Worldwide. Gastroenterol Clin North Am 2016; 45(4): 571-579.

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COMER, COMER! COMER MELHOR PARA PODER CRESCER. Jamille Oliveira Costa¹; Layla dos Santos Ribeiro¹; Luana Chaves dos Santos¹; Matheus Moreira de Melo¹; Djalmir Santos Brandão Filho¹. ¹Centro Universitário Estácio de Sergipe Autor responsável: jamillenutri@gmail.com; Rua Francisco de Paula e Silva, 78, Conjunto JK, Jabotiana, Aracaju-SE

1. INTRODUÇÃO O Brasil tem passado pelas chamadas transições epidemiológica e nutricional, com ascensão nas taxas de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) acompanhadas do excesso de peso. Nos últimos dez anos a obesidade no país cresceu 60% (BRASIL, 2016). Em 2025, serão mais de 75 milhões de casos de crianças obesas se nada for feito (WHO) com maior predisposição para quem tem os pais obesos, onde 80% levarão essa alteração para fase adulta (BRASIL, 2006).

A fase pré-escolar e escolar abrange alterações associadas ao comportamento. Adaptações a prática de atividade física e escolhas alimentares saudáveis ocorrem nesta fase e quando não adequadas favorecem o aparecimento dos desvios nutricionais (SANTOS et al. 2009).

Assim, ações preventivas de intervenção e monitoramento do estado nutricional são indispensáveis para promoção da saúde. Dentre estas, a educação nutricional e alimentar (EAN), campo de conhecimento e de prática contínua e permanente, promove a adesão autônoma e voluntária de hábitos alimentares saudáveis. Por isso, esta é incentivada pela Política Nacional de Promoção da Saúde; o Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil e (BRASIL, 2010 e 2011), recentemente foi incluído no currículo escolar pela lei Nº 13.666, de 16/05/2018.

Diante disso, o objetivo deste projeto é realizar avaliação e educação alimentar e nutricional com crianças e adolescente (2 a 10 anos) no ambiente escolar da rede pública de ensino em Aracaju/SE. 2. MATERIAL E MÉTODOS As atividades são realizadas com crianças de 2 a 10 anos em duas etapas: avaliação antropométrica e EAN.

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Avaliação antropométrica Para realizar a avaliação antropométrica é coletado o peso com o auxílio de uma balança é aferido à estatura com o estadiômetro e data de nascimento de acordo com técnicas padronizadas na literatura. A partir dos valores encontrados é realizado o cálculo do Índice de Massa Corporal e a classificação IMC/idade, utilizando as curvas de crescimento (escore-z) de referência da OMS (2006/2007), para avaliar o estado nutricional dos escolares. O resultado da avaliação é entregue aos responsáveis por um cartão de avaliação elaborado utilizando as cores do semáforo sendo de fácil interpretação, para um melhor entendimento.

Educação Alimentar e Nutricional Em seguida, foram realizadas atividades de EAN de forma lúdica e dinâmica envolvendo os alunos de forma participativa. A definição das atividades foi de acordo com a faixa etária e o nível de entendimento dos escolares. As atividades realizadas foram: Teatro e baile das frutas, jogo da memória, jogo palavras cruzadas dos alimentos, passa ou repassa, Oficina culinária: Aproveitamento integral dos alimentos e o tabuleiro da nutrição.

3.3.RESULTADOS RESULTADOSEEDISCUSSÃO DISCURSSÃO Avaliação nutricional: Participaram até o presente momento 424 crianças de 2 a 6 anos. A maior parte apresentou classificação de eutrofia, ou seja, adequado para idade. Porém, o excesso de peso foi notado em 15,6% e o risco em 11,8,9%. O resultado encontra-se no gráfico 1.

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Gráfico 1. Classificação do IMC por idade de escolares da rede municipal de ensino em Aracaju/SE, 2019 O excesso de peso é um sério agravo que acomete populações e pode acarretar doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, problemas respiratórios, diabetes, dislipidemias e alguns tipos de neoplasias, entre outros distúrbios. Quanto mais intenso e precoce é o seu surgimento, maior o risco de persistência e mais graves as comorbidades associadas. Destaca-se que o excesso de peso na infância e na adolescência predispõe a várias complicações psicossociais, pois, muitas vezes, há isolamento social e afastamento das atividades devido à discriminação e à aceitação diminuída do sujeito pela sociedade. Somado a essas graves consequências, o excesso de peso é considerado a doença de mais crescente evolução em todo o mundo. (KIM; PARK, 2009) (REIS et al., 2011).

Entre as estratégias apontadas para minimizar esses danos está a Educação Alimentar e Nutricional e devido a sua função de formar cidadãos críticos capazes de melhorar a qualidade de vida por meio de conhecimentos como alimentação e nutrição, a escola é um lugar privilegiado para implementação desta, uma vez que são desenvolvidas práticas pedagógicas de aprendizagem associadas à vida (ALBUQUERQUE, 2012). Magalhães e Cavalcante (2019) em revisão bibliográfica com 10 artigos originais sobre influência das ações de EAN como intervenção em hábitos alimentares no ambiente escolar, concluiu que aumentar o conhecimento alimentar e nutricional de escolares promovem mudanças notáveis nos hábitos alimentares, estilo de vida e padrão de saúde da população. E essas ações quanto mais lúdicas são, maior é o entendimento e troca experiências ao promover uma alimentação saudável.

4. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio das avaliações, foi possível perceber que a transição nutricional já se faz presente entre os escolares no município de Aracaju sendo necessário a implantação de ações que visem sanar as alterações do estado nutricional a fim de evitar que elas sejam levadas para a vida adulta e se tornem causa de instalação de patologias que implicam em maiores gastos públicos (atendimentos e medicações) e, principalmente na qualidade de vida.

5. AGRADECIMENTOS

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O projeto de extensão é realizado com apoio do programa “Bolsista Auxílio à Extensão do Centro Universitário Estácio de Sergipe”.

6. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, ALICINEZ GUERRA; PONTES, CLEIDE MARIA; OSORIO, MÔNICA MARIA. Knowledge of educators and dieticians on food and nutrition education in the school environment. Rev. Nutr., Campinas, v. 26, n. 3, p. 291-300, 2013.

BRASIL. IBGE. Pesquisa nacional de saúde do escolar: 2015 – Rio de Janeiro: IBGE, 2016.

KIM B, PARK MJ. The influence of weight and height status on psychological problems of elementary schoolchildren through child behavior checklist analysis.

Yonsei Med J. v.50, n.3, p.340-344, 2009.

MAGALHÃES, QV, CAVALCANTE, JL. Educação alimentar e nutricional como intervenção em hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar. Revis Politicas Publicas. Ceará, v. 18, n.01, p.59-67, 2019.

PINHEIRO, A. R. O.; FREITAS, S. F. T.; CORSO, A. C. T. An epidemiological approach to obesity. Revista Nutrir. São Paulo, v.17, n.4, p.523-33, 2004.

REIS CEG, VASCONCELOS IAL, OLIVEIRA OMV. Panorama do estado antropométrico dos escolares brasileiros. Rev Paul Pediatr. v.29, n.1, p.108-116, 2011.

SANTOS, J. P. C. et al. Avaliac?a?o do padra?o alimentar e perfil antropome?trico de crianc?as de uma escola municipal localizada na periferia do munici?pio de passos – MG. Colec?a?o Pesquisa em Educac?a?o Fi?sica. Minas Gerais, v.8, n.

4, p. 1981- 4313, 2009.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO child growth standards. Methods and development. OMS. Geneva, Switzerland: OMS, 2006.

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• Categoria - Tecnologia dos Alimentos •

GRADUAÇÃO

INFLUÊNCIA DO TEMPO NAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS E NO CONTEÚDO DE COMPOSTOS BIOATIVOS NUTRACÊUTICOS EM INFUSÃO DE FOLHA DE MANGABA (HANCORNIASPECIOSA GOMES) Alaíza Barros Lima Morais1,2, Daniela Nascimento Ferreira1, Giannina Soares Taveira1, Alessandra Almeida Castro Pagani2, Heriberto Alves dos Anjos1* Universidade Tiradentes, SE, 2Universidade Federal de Sergipe, SE

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*Email: heribertoanjos@yahoo.com.br

1. INTRODUÇÃO A mangabeira (Hancornia speciosa Gomes) é uma árvore conhecida pelos índios mesmo antes da chegada dos portugueses. O fruto é fonte de Vitamina C e ferro melhorando a biodisponibilidade deste mineral (RODRIGUES et al., 2017; SILVA JR et al., 2017). As folhas, raízes, cascas do tronco e látex são utilizados, popularmente, no preparo de chás e infusões com fins medicinais. Cientificamente, estudos experimentais têm observado a atividade do extrato etanólico da folha com evidências de seu potencial efeito no tratamento de feridas e distúrbios inflamatórios (GELLER et al., 2015), efeito antidiabético, efeito antioxidante e efeito anti-hipertensivo (SILVA et al., 2016; SANTOS et al., 2018). Infusões de ervas são bebidas altamente consumidas; sua importância reside não apenas em sua capacidade de hidratação, mas também em suas propriedades benéficas devido aos metabólitos secundários, também chamados de substâncias bioativas nutracêuticas (MANACH et al., 2004; HO et al., 2010). Diferentes estudos concluem a elevada concentração e variedade desses compostos capazes de atuar como antioxidantes em plantas comestíveis, justificando a ampla utilização de ervas para a prevenção e tratamento de patologias (HERRERA et al., 2018). Devido aos estudos sobre os efeitos benéficos de extratos da folha para tratamento e manutenção da saúde e seu consumo na forma de chá, faz-se necessário estudar a influência do tempo na composição química dessa forma de ingestão.

2. OBJETIVO Quantificar as características físico-químicas e o conteúdo de compostos bioativos nutracêuticos em diferentes tempos, verificar a influência do tempo em infusões de folhas de mangaba (H. speciosa Gomes).

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3. MATERIAIS E MÉTODOS As folhas foram colhidas em período de entressafra do fruto em reserva de mangue no sul do município de Aracaju, SE, Brasil. As amostras foram higienizadas e armazenadas em sacos de PEBD à - 12ºC ± 5ºC por 2 dias. O trabalho foi desenvolvido no Departamento de Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, SE, Brasil. As infusões foram preparadas em triplicada a partir das plantas selecionadas, adicionando 1:50 (material vegetal in natura: água fervente) (100ºC à 1 atm). A infusão foi realizada a 5 e 10 minutos (I5 e I10, respectivamente) por meio da técnica de prensa. Foram efetuadas análises para caracterização físico-química das folhas in natura, infusões e resíduos (torta da infusão): cor e índice de escurecimento (GENNADIOS et al., 1996; PALOU et al., 1999); Sólidos solúveis totais em ºBrix (IAL, 2005) e; pH (IAL, 2005). As análises dos compostos bioativos nutracêuticos foram realizadas nas folhas e nas infusões imediatamente após a prensagem: clorofilas e carotenóides (LICHTENTHALER, 1987) e; fenóis totais (RAGAZZI & VERONESI, 1973). Os dados foram relatados como média ± desvio-padrão em três repetições. As análises estatísticas foram realizadas usando o Minitab 16 Statistical Software por ANOVA de uma via e teste de Tukey a p <0,05.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Nas análises físico-químicas, o teor de sólidos solúveis totais não variou significativamente nos diferentes tempos de infusão, indicando que os tempos analisados extraíram similarmente os conteúdos de macronutrientes, ácidos orgânicos e minerais a p ≥ 0,05. Em relação aos parâmetros de cor, observou-se a predominância da coloração verde devido ao parâmetro a (-) e Hueº próximo à 90º na folha in natura e resíduos das extrações. Nas infusões (I5 e I10), houve predominância da coloração amarelada, Hueº em torno de 83º (SAPPI, 2013). O I.E. permaneceu constante na folha e resíduos, indicando que o tratamento térmico não foi associado com a ativação enzimática e escurecimento.

Notou-se que a folha in natura é fonte de compostos bioativos, que possuem características antioxidantes. Entretanto, os dados da ANOVA unidirecional mostraram que o tempo de infusão afetou significativamente os fitoquímicos (p < 0,05). Os valores de clorofila total variaram de 2,94 ± 0,09 a 412,61 ± 20,39 µg/g, com diminuição progressiva de aproximadamente 90% a cada tempo de infusão. As frações Cla e Clb também seguiram o mesmo coeficiente de linearidade. A diferença de concentração de clorofila pode ser relacionada ao tempo de extração em temperatura de ebulição que foi capaz de oxidar um maior conteúdo do composto na amostra I10 quando comparada com a I5. A clorofila é considerada um composto importante para determinar o verde de infusões, mas não teve

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impacto na cor das infusões do presente trabalho. A concentração de carotenóides totais e β-caroteno da folha in natura foi aproximadamente 49,9 ± 5,09 e 15,4 ± 3,54 mg/100g, respectivamente. De acordo com CARDOSO et al. (2014), a polpa mangaba apresenta 0,11 ± 0,01 mg/100g de carotenóides totais, sendo 0,06 ± 0,01 mg/100g de βcaroteno. RUFINO et al. (2010) obtiveram concentração média de carotenóides totais em frutos de mangaba igual a 0,3 mg / 100 g. Portanto, destaca-se a elevada concentração de carotenóides nas folhas comparadas ao fruto. Com a infusão de folha de mangaba os valores obtidos foram 4,2 ± 1,00 e 1,9 ± 0,88 mg/100g para a extração em 5 min e, 2,30 ± 0,06 e 1,4 ± 1,01 mg/100g para a extração em 10 min. Os carotenóides seguiram o comportamento observado nas análises da clorofila e suas frações, com diminuição dos compostos nas infusões. Notou-se diferença quantitativa (p < 0,05) de 45 e 30% dos carotenóides totais e β-caroteno na comparação entre a infusão I5 e I10. Destaca-se que a infusão para obtenção de chás degrada os carotenóides: βcaroteno, luteína e zeaxantina, liberando compostos voláteis responsáveis pelo flavor da bebida (MAGAGNA, 2017). A concentração de compostos fenólicos totais na folha in natura do presente estudo foi de aproximadamente 1236,83 ± 64,44 mg de GAE/100g. BASTOS et al. (2017) destacam grande variedade e concentração de compostos fenólicos compreendem a maioria na composição da planta estudada, o que explica os efeito anti-hipertensivo de folhas de mangaba. As infusões I5 e I10 apresentaram, respectivamente, médias de 145,85 e 9,80 mg de GAE/100g - diferença significativa (p < 0,05) de 90% do conteúdo fenólico das infusões. O conteúdo significativo de fenóis obtido na I5 tende a correlacionar-se positivamente com a concentração de flavonóides e com a atividade antioxidante in vitro, como observado por HERRERA et al. (2018) em infusões à 100ºC/5minutos de 19 ervas.

5. CONCLUSÕES A partir das análises realizadas, observou-se que não houve diferença estatística nos diferentes tempos de infusão para extração de sólidos solúveis totais. Na análise da coloração, detectou-se que o tratamento térmico não foi associado com a ativação enzimática e escurecimento. A clorofila total e frações variaram com diminuição progressiva em comparação da folha in natura e diferentes tempos de infusão, comportamento semelhante foi observado com os carotenóides totais e β-caroteno, bem como fenóis, o que sugere influência do tempo na quantidade desses compostos presentes nas infusões, sendo o tempo de 5 minutos o que proporcionou menor perda dos compostos quando comparado à folha in natura. Diante disso, faz-se necessário a continuação de pesquisas sobre a forma mais adequada de preparação de chás da folha da mangaba para melhor aproveitamento das suas propriedades químicas.

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6. REFERÊNCIAS BASTOS, K. X.; DIAS, C. N.; NASCIMENTO, Y. N.; SILVA, M. S.; LANGASSNER, S. M. Z.; WESSJOHANN, L. A.; TAVARES, J. F. Identification of Phenolic Compounds from Hancornia speciosa (Apocynaceae) Leaves by UHPLC Orbitrap-HRMS. Molecules, n.22, v.143, 11p., 2017.

CARDOSO, L. M.; REIS, B. L.; OLIVEIRA, D. S.; PINHEIRO-SANT’ANA, H. M. Mangaba (Hancornia speciosa Gomes) from the Brazilian Cerrado: nutritional value, carotenoids and antioxidant vitamins. Fruits, v.69, p.89–99, 2014.

GENNADIOS, A.; WELLER, C. L.; HANNA, M. A.; FRONING, G. W. Mechanical and barrier properties of egg albumen films. Journal of Food Science, v.61, n.3, p.585-589, 1996.

HERRERA, T.; AGUILERA, Y.; REBOLLO-HERNANZ, M.; BRAVO, E.; BENÍTEZ, V.; MARTÍNEZ-SÁEZ, N.; ARRIBAS, S. M.; DEL CASTILLO, M. D.; MARTÍN-CABREJAS, M. A. Teas and herbal infusions as sources of melatonin and other bioactive non-nutrient components.

LWT - Food Science and Technology, v.89, p.65-73, 2018.

HO, C.; RAFI, M. M.; GHAI, G. Substâncias bioativas: nutracêuticas e tóxicas. In: DAMODARAN, S.; PARKIN, K. L.; FENNEMA, O. R. Química de alimentos de Fennema. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 900p., 2010.

IAL - INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz: Métodos químicos e físicos para análise de alimentos, São Paulo, 533p., 2005.

LICHTENTHALER, H. K. Chlorophylls and carotenoids: pigments of photosynthetic biomembranes.

Methods of Enzymology, v.148, p.350-382, 1987.

LIMA, J. P.; AZEVEDO, L.; SOUZA, N. J.; NUNES, E. E.; VILAS BOAS, E. V. B. First evaluation of the antimutagenic effect of mangaba fruit in vivo and its phenolic profile identification. Food Research International, v.75, p.216-224, 2015.

MAGAGNA, F.; CORDERO, C.; CAGLIERO, C.; LIBERTO, E.; RUBIOLO, O.; SGORBINI, B.; BICCHI, C. Black tea volatiles fingerprinting by comprehensive two-dimensional gas chromatography – Mass spectrometry combined with high concentration capacity sample preparation techniques: Toward a fully automated sensomic assessment. Food Chemistry, v.225, p.276-287, 2017.

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• Categoria - Nutrição Clínica e Esportiva •

PÓS-GRADUAÇÃO

ANÁLISE DOS EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DO CACAU (THEOBROMA CACAO L.) NA MELHORA DAS CONDIÇÕES DA PELE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA 1

Micheline de Lisandra Santos Silva1, Gizélia Souza Costa1, José Valter Costa Oliveira1,2

instituto de ensino superior blauro cardoso de mattos – polo aracaju. 2 docente da pós-graduação em nutrição esportiva

e estética do instituto especializado em saúde. E-mail: micheline_lisandra@hotmail.com. Propriá-SE. CEP, 49900-000.

INTRODUÇÃO A pele é o maior órgão do corpo humano, sendo composta pela epiderme, de epitélio estratificado pavimentoso queratinizado; pela derme, de tecido conjuntivo e, logo a baixo, unindo-a aos órgãos, há a hipoderme ou fáscia subcutânea, de tecido conjuntivo frouxo e adiposo (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013; ROSS; PAWLINA, 2012). O envelhecimento da pele é um processo complexo que envolve causas intrínsecas e extrínsecas. O envelhecimento intrínseco é inevitável, mas o extrínseco é causado por ambientes externos nocivos que podem ser parcialmente reduzidos. O dano foto-oxidativo causado pela luz solar ultravioleta (UV) é a principal causa extrínseca do envelhecimento da pele, fenômeno conhecido como fotoenvelhecimento. Os flavonóides do cacau são moléculas antioxidantes e anti-inflamatórias de origem natural que podem ter um papel expressivo na prevenção de danos cutâneos causados pelos raios UV. Têm surgido evidências científicas de que esses componentes antioxidantes e anti-inflamatórios contribuem para o controle e fotoproteção da pele. Dessa forma, a presente revisão sistemática visa analisar os efeitos da administração do cacau (Theobrama cacao L.) na melhora e manutenção da saúde da pele.

MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de uma revisão sistemática da literatura com caráter expositivo, acerca de estudos clínicos randomizados recentes, relacionados à administração de compostos bioativos do cacau (Theobroma cacao L.) e seus efeitos sobre a saúde da pele. O método desta revisão foi baseado nas recomendações proposta pelo PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses, 2009). Os estudos primários foram identificados através das bases de dados PubMed (US National Library of Medicine National Institutes of Health), SCIELO (Scientific Electronic Library Online) e LILAC’S (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde). Os descritores utilizados na pesquisa integram a lista de DeCs (Descritores em Ciências da Saúde) e MeSH (Medical Subject Headings) sendo eles: “cacau”, “Theobroma cacao L.” e “pele”. Os operadores booleanos utilizados foram or e and. Foram utilizadas as seguintes combinações em inglês:

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(cocoa OR “Theobroma cacao L.”) AND skin; e em português: (cacau OR “Theobroma cacao L.”) AND pele. Posteriormente foram filtrados os achados, obedecendo aos seguintes filtros: estudos clínicos randomizados; realizados em humanos e publicados entre 1º de janeiro de 2014 a 09 de março de 2019, sendo esta a última data de buscas nas bases de dados. Os artigos selecionados foram analisados por duas autoras de acordo com o ano de publicação, tipo de ensaio clínico, método, intervenção, desfecho clínico e conclusão (tabela).

RESULTADOS E DISCUSSÃO Os artigos analisados constam de amostras entre 12 a 74 participantes, sendo elas mulheres, adultas, com idades entre 20 a 86 anos, de regiões distintas – Canadá, Coreia e Ásia. O estudo de Mogollon et al., (2014), teve como desfecho clínico, após 3 semanas de intervenção: diminuição da sensibilidade da pele à radiação UV, medida pela dose mínima de eritema (MED) no grupo HFC (chocolate com alto teor de flavonizantes) e melhora da elasticidade da pele, porém, nesse último resultado, não houve diferença significativa entre o grupo placebo e o grupo intervenção. Segundos os autores, a intervenção teve limitações que puderam interferir no resultado do estudo, como amostra pequena e participantes avaliados em estações do ano diferentes. Os polifenóis, ou compostos fenólicos, têm sido largamente estudados em razão dos efeitos benéficos que propiciam à saúde, como uma potente atividade antioxidante na prevenção de reações oxidativas (ROS) e de formação de radicais livres, bem como na proteção contra danos ao DNA das células (WOLLGAST; ANKLAN, 2000), o que poderia explicar a diminuição da sensibilidade da pele à radiação UV, medida pela dose mínima de eritema (MED) no estudo de Mogollon et al., (2014). Num estudo realizado por Heinrich et al., (2006), 24 mulheres saudáveis com idade entre 18 e 65 anos, fazendo uso de cacau em pó, diluído em água (18g de cacau em pó com 326mg de flavonoides em 100mL de água), dose crônica (12 semanas), resultou em redução significativa de rugosidade e descamação da superfície da pele; melhoria da função de vasos e do fluxo sanguíneo e proteção da pele contra danos provocados por raios ultravioleta. Achados que corroboram os resultados da intervenção de Yoon et al., (2016), no qual, evidenciaram que o grupo, cuja intervenção foi uma bebida de cacau, apresentou melhora na severidade das rugas em comparação com o grupo placebo. Karim et al., (2016), em seu estudo, demonstrou que o gel contendo extrato de cacau (CPE) reduziu linhas de expressão e melhorou a hidratação da pele. Segundo os autores a atividade antioxidante observado pelo gel CPE foi decorrente dos compostos polifenólicos presentes no cacau incluindo a epicatequina, procianidinas, ácidos fenólicos (rosmarínicos e ácidos dimóricos elágicos) e flavona (arabinosil-glicosil-apigenina).

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Segundo Scapaginini et al., (2014) os antioxidantes encontrados no cacau protegem o interior da pele, neutralizando o estresse oxidativo, um dos principais fatores que ocasiona danificação dérmica e envelhecimento prematuro da pele. Por várias razões, os fitoquímicos derivados do cacau estão recebendo crescente interesse de consumidores e fabricantes de alimentos, mas a biodisponibilidade, a cinética de absorção e a bioatividade não estão bem estabelecidas. A tabela a seguir demonstra a análise dos estudos de acordo com o ano de publicação, tipo de ensaio clínico, método, intervenção, desfecho clínico e conclusão.

Tabela - Análise dos estudos clínicos incluídos de acordo com autor, ano de publicação, método, participantes, intervenção, desfechos clínicos e conclusão.

Autor, ano Mogollon et al., (2014)

Método Estudo randomizado duplo-cego.

Grupo experimental HFC (n= 33) e grupo placebo LFC (n=41), durante 15 semanas.

Nº/características dos participantes 74 pacientes, com idades entre 20-65 anos, sexo feminino, canadenses, com fototipos I ou II na escala Fitzpatrick

Yoon et al., (2016)

Estudo randomizado, duplo-cego, controlado por placebo. Grupo placebo (n=32), grupo cacau (n=32), com duração de 24 semanas

64 participantes, com idades entre 43-86 anos, sexo feminino, coreanas com rugas faciais visíveis.

Karim et al., (2016)

Estudo randomizado, controlado por placebo, durante 5 semanas.

12 participantes, idade entre 30 e 45 anos, sexo feminino, asiáticas.

Intervenção 30g/dia de chocolate por 12 semanas.

Grupo HFC: 600mg/dia de flavonoides de cacau.

Grupo LFC: baixo teor de flavonoides.

Grupo placebo: bebida placebo com sabor de cacau sem flavonoides.

Grupo controle: bebida de cacau (320 mg/dia de flavonoides). 4g de pó diluídos em 150 -200 mL de água quente para ambos os grupos.

Cada participante recebeu um gel placebo e um gel CPF. O gel placebo foi aplicado no lado esquerdo do rosto e o gel CPE foi aplicado no rosto direito, aproximadamente 50mg de cada, duas vezes ao dia (manhã e noite).

Desfechos clínicos A elasticidade da pele aumentou ligeiramente, mais significativamente no grupo HFC em 12 semanas, em comparação com grupo LFC

O grupo cacau apresentou melhora na severidade das rugas em comparação com o grupo placebo.

A aplicação de gel do extrato de CPE reduziu as rugas da pele em 3 semanas e após 5 semanas; hidratação da pele também aumentou após 3 semanas de aplicação.

Conclusão O estudo não conseguiu demonstrar um efeito protetor estatisticamente significativo do consumo de HFC vs.

LFC e nem na sensibilidade da pele à radiação UV medida pelo MED. Consumo regular de flavonóides de cacau pode ser uma boa estratégia para prevenção da progressão do fotoenvelhecimento da pele

As mudanças significativas na energia e índices de rugas provaram o potencial de CPE na redução de rugas e aumento da hidratação da pele após 3 semanas de aplicação.

Legenda: LFC = chocolate com baixo teor de flavonizantes; HFC = chocolate com alto teor de flavonizantes; MED = dose mínima de eritema; CPE = extrato de cacau. Fonte: elaborado pelos autores

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CONSIDERAÇÕES FINAIS O consumo regular de flavonóides do cacau pode ser uma boa estratégia para prevenção do fotoenvelhecimento da pele. Vale ressaltar que tem sido demonstrado que o cacau tem grande potencial não só para os tratamentos de doenças de pele, mas também para a sua prevenção. Em suma, várias linhas de evidências apoiam o papel do cacau na melhora e manutenção da saúde da pele, todavia, fazem-se necessários maiores estudos, para compreender o mecanismo de ação dos fitoquímicos derivados do cacau como potentes agentes antienvelhecimentos.

AGRADECIMENTOS Ao Conselho Regional de Nutrição 5ª região pela oportunidade concedida aos alunos, docentes e profissionais da área.

REFERÊNCIAS BOHJANEN, K. Estrutura e funções da pele. I, o Seção I Bases para diagnóstico e tratamento. 1ª ed., 2015.

HEINRICH, U. et al. Long-term ingestion of high flavanol cocoa provides photoprotection against UV-induced erythema and improves skin condition in women. Journal of Nutrition, New York, v.

136, p. 1-5, 2006.

JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 12.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. p. 35.

KARIM, A. A. et al. Efficacy of cocoa pod extract as antiwrinkle gel on human skin surfasse.

Journal of Cosmetic Dermatology, 2016. 15, 283—295.

MOGOLLON, J. A. et al. Chocolate flavanols and skin photoprotection: a parallel, double-blind, randomized clinical trial. Nutrition Journal 2014, 13:66.

MOHER, D.; LIBERATI, A.; TETZLAFF, J.; ALTMAN, D. G. PRISMA Group. Preferred reporting items for systematic reviews and metaAnalyses: the PRISMA statement. PLoS Med. 2009;6.

ROSS, M. H.; PAWLINA, W. Histologia: texto e atlas, em correlação com Biologia celular e molecular. 6.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 498 SCAPAGNINI, G. et al. Cocoa Bioactive Compounds: Significance and Potential for the Maintenance of Skin Health. Nutrients, 2014, 6, 3202-3213; doi:10.3390/nu6083202.

WOLLGAST, J.; ANKLAN, E. Polyphenols in chocolate: is there a contribution to human health?

Food Research International, Essex, v. 33, n. 6, p. 449-459.

YOON, HYUN-SUN. et al. Cocoa Flavanol Supplementation Influences Skin Conditions of PhotoAged Women: A 24-Week Double-Blind, Randomized, Controlled Trial1–3. The Journal of Nutrition, 2016;146:46–50.

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APLICABILIDADE E USO DA LARANJA MORO EM NUTRIÇÃO E FITOTERAPIA: REVISÃO INTEGRATIVA Natassya Santana Santos Ferreira Melo¹, Glícia Tamires Nunes Simões¹, Raíssa Taynara Couto Lima¹ faculdade inspirar¹ natassya.nutricionista@yahoo.com.br, Rua Via Ferra, 260, Condomínio Alameda dos Pássaros, Bairro Inácio Barbosa, Aracaju, Sergipe, Brasil.

1. INTRODUÇÃO De acordo com Cassidy et al. (2011) o consumo de laranjas como a moro, está positivamente associado com redução do risco de hipertensão. As laranjas podem ser consideradas importantes fontes de componentes fenólicos bioativos, principalmente antocianinas e vitamina C. A laranja moro é a que apresenta níveis mais elevados de antocianinas (FALLICO et al., 2017). As antocianinas são pigmentos naturais pertencentes ao grupo dos flavonóides, sendo responsáveis por uma variedade de cores atrativas das frutas, folhas e flores. O principal benefício está relacionado com sua capacidade antioxidante no combate de radicais livres no organismo. Segundo estudo de Wallace et al. (2016) as antocianinas possuem um potente efeito protetor cardiovascular, reduzindo níveis séricos de frações LDL e triglicerídeos, assim como efeito desabsortivo de lipídios e glicose intestinal. O extrato seco da laranja moro, em conjunto com outros elementos químicos (flavanóides e outras substâncias), agem no metabolismo dos adipócitos reduzindo massa de gordura corporal devido à ação molecular que causam (aumento da função orgânica) (CARDILE et al., 2015; BERTOLOTTI, 2016). Diante do exposto, o objetivo desse trabalho é elaborar uma revisão integrativa acerca do uso da laranja moro na pratica clínica e fitoterápica, agrupando achados da literatura científica, os quais podem servir de subsídio à pratica clínica, e elucidar as formas mais efetivas de sua utilização.

2. MATERIAL E MÉTODOS Para a elaboração desta revisão integrativa, foram estabelecidas perguntas orientadoras a partir do objetivo da pesquisa: “Quais as propriedades nutricionais da laranja moro?”, “Qual a influência da laranja moro no funcionamento do organismo?”, “Como o uso da laranja moro influencia na saúde corporal?”, “Qual a aplicação da laranja moro em fitoterapia?”, “Qual associação entre laranja moro e gordura abdominal?”, “Qual a relação entre antocianinas e laranja moro?”. Com base nestas perguntas foram escolhidas como palavras-chave “laranja moro”,

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“laranja sanguínea”, “morosil”, “antocianinas” e seus respectivos sinônimos na língua inglesa. Para o levantamento bibliográfico utilizou-se as bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Science Direct, Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PUBMED, Scielo.

Foram incluídos nesta revisão artigos publicados em português e inglês, artigos na íntegra e revisões publicadas e/ou indexadas, artigos com delineamento de estudo em humanos. Os artigos que não se encaixavam nos critérios descritos foram excluídos do estudo.

3.3.RESULTADOS RESULTADOSEEDISCUSSÃO DISCURSSÃO Observou-se que algumas variedades de laranjas sanguíneas possuíam capacidades diferentes de acumular antocianinas se cultivadas no mesmo local, assim como também notou-se uma correlação positiva entre o conteúdo de antocianina e o estágio e maturação do fruto. (LATADO et al., 2008; BERTOLLI, 2016). Os adipócitos apresentam propriedades as quais envolvem produção de mediadores próinflamatórios, anti-inflamatórios, além de ativação do sistema complemento (BASTARD, et al., 2006). A adiponectina é uma das mais importantes adipocinas sintetizadas exclusivamente pelos adipócitos (SANTOS; TORRENT, 2010). Sua secreção pode ser reduzida pelos níveis elevados de TNF – alfa e IL-6, caracterizando um processo pró-inflamatório. (SANTOS; TORRENT, 2010). O extrato seco padronizado do suco da laranja vermelha possui substâncias ativas que agem no metabolismo dos adipócitos, que em conjunto com flavonoides e outras substâncias aumentam consideravelmente suas funções orgânicas (BERTOLLI, 2016). Podemos afirmar que flavonas possuem efeitos hipolipidêmicos, pois atuam no fígado reduzindo conteúdo de colesterol hepático, que por sua vez, aumentariam a captação de lipoproteínas ricas em colesterol (remanescentes de quilomícrons e LDL) diminuindo sua concentração no plasma. Um dos prováveis mecanismos seria a inibição das glicoproteínas P, responsáveis pelo transporte de colesterol para o interior do retículo endoplasmático do hepatócito, reduzindo esterificação do colesterol, e por consequência, da formação e liberação das VLDL (GARCIA, 2007).

4. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS É de conhecimento que as antocianinas atuam positivamente na redução de frações de colesterol e de gordura abdominal. Porém é necessário que sejam realizados mais estudos na área de nutrição sobre aplicabilidade e eficácia da laranja moro elucidando suas propriedades nutricionais, mecanismos de ação fisiológicos e bioquímicos, assim como dosagem terapêutica, a fim de comprovar sua eficácia no tratamento da obesidade, fornecendo informações seguras para prescrição nutricional e/ou fitoterápica.

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5. AGRADECIMENTOS Agradeço a minha mestra/orientadora Márcia Cândido por me incentivar na buscar pelo conhecimento. Ao meu marido pelo companheirismo, apoio e incentivos.

6. REFERÊNCIAS BASTARD, J.P.; MAACHI, M.; LAGATHU, C.; KIM, M.J.; CARON, M.; VIDAL, H.; CAPEAU, J.; FEVE, B. Recent advances in the relationship between obesity, inflammation and insulin resistance, Eur Cytokine Netw, v. 17, n.1, p.4-12, 2006.

BERTOLOTTI, L.A. estudo comparativo dos efeitos da terapia combinada ultrassom + corrente aussie e extrato seco de laranja vermelha na redução de gordura abdominal, Trabalho de Conclusão de Curso, Bragança Paulista, 2016.

CARDILE, V.; GRAZIANO, A. C. E.; VENDITTI, A. Clinical evaluation of moro (citrus sinensis (l.) Osbeck) orange juice supplementation for the weight management, Natural Product Research. v. 29, p. 2256-2260, p. 2015. Disponível em: Acesso em: 14 abr. 2016.

CASSIDY, A.; O'REILLY, É.J.; KAY, C.; SAMPSON, L.; FRANZ, M.; FORMAN, J.P.; CURHAN, G.; RIMM, E.B. Habitual intake of flavonoid subclasses and incident hypertension in adults. The American Journal of Clinical Nutrition , v.93, n.2, p. 338–347, 2011.

GARCIA, A. C. B. Estudo do efeito do consumo de suco de laranja no perfil lipídico e nutricional de homens / dissertação (mestrado) – Universidade Estadual Paulista.

“Júlio de Mesquita Filho”. Faculdade de Ciências Farmacêuticas. Programa de Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição – Araraquara, 2007.

FALLICO, B.; BALLISTRERI, G.; ARENA, E.; BRIGHINA, S.; RAPISARDA, P . Bioactive compounds in blood oranges (citrus sinensis (l.) Osbeck): level and intake, Food Chemistry, n.215, p.67–75, 2017.

LATADO, R.R.; TOGNATO, P.C.; STENICO, M.E.S., NASCIMENTO, L.M., PEDRO CÉSAR DOS SANTOS, P.C. Acúmulo de antocianinas e características físicas e químicas de frutos de laranjas sanguíneas durante o armazenamento a frio.

Ver. Bras. Frutic., Jaboticaba – SP, v. 30, n.3, p.604-610, 2008.

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DESENVOLVIMENTO DE APLICATIVO DE SUPORTE À ORIENTAÇÃO E PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS E PLANTAS MEDICINAIS PARA PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Samidayane Moreira Guerra1, Kérilin Stancine Santos Rocha2, Sabrina Cerqueira Santos2, Divaldo 1,5 Pereira de Lyra Júnior2, Mairim Russo Serafini 1Departamento de Ensaios Farmacêuticos e Toxicidade (LeFT), Departamento de Farmácia, Universidade Federal de Sergipe, Avenida Marechal Rondon, s/n, Jardim Rosa Elze, São Cristóvão, Brasil samidayane@gmail.com 2Laboratório de Ensino e Pesquisa em Farmácia Social (LEPFS), Departamento de Farmácia, Universidade Federal de Sergipe.

5Instituto de Saúde e Inovação Biomédica, Universidade de Tecnologia de Queensland, Austrália.

1. INTRODUÇÃO O uso de medicamentos fitoterápicos é uma prática comum, entretanto não é isenta de riscos, podendo causar prejuízos a saúde do paciente. Adicionalmente, observa-se que o conhecimento dos profissionais da saúde sobre esses medicamentos é insatisfatório. Assim, estratégias para melhorar a efetividade e segurança no uso de fitoterápicos tem crescido, com destaque para o uso de aplicativos móveis.

2. MATERIAL E MÉTODOS Foi realizado um estudo de desenvolvimento metodológico de maio de 2017 a maio de 2018, em duas etapas.Na primeira etapa foi elaborado um banco de dados sobre fitoterápicos e formulações fitoterápicas fundamentados em artigos científicos, no Vademecum de Nutrição Magistral, Renisus, Memento Fitoterápico e na Farmacopéia Brasileira. A segunda etapa consistiu no desenvolvimento do aplicativo sobre medicamentos fitoterápicos e plantas medicinais para dispositivos móveis, cujo público alvo são profissionais de saúde.

3. RESULTADOS E DISCURSSÃO O conteúdo do aplicativo foi elaborado com 65 diferentes patologias, 71 plantas medicinais, 248 formulações e 27 fitoterápicos registrados, compondo 24 telas com as variáveis necessárias para a prescrição e orientação. As variáveis incluídas no aplicativo seguiram o modelo utilizado no Memento Fitoterápico da Farmacopéia Brasileira, sendo elas: os ativos da formulação, dosagens da formulação, excipientes, posologia, via de administração, usos, prescritores, interação medicamentosa e reações adversas/contra-indicações. O aplicativo está disponível no Google Play e pode ser acessado em

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http://play.google.com/intl/pt-BR/about/index.html, sendo denominado FitoSmart.

Embora existam vários aplicativos disponíveis, são poucos os elaborados especificamente para auxiliar a prescrição e orientação de medicamentos fitoterápicos e plantas medicinais para os profissionais da saúde [17]. Segundo um relatório do IMS Institute of Healthcare Informatic foram disponibilizados em torno de 325 mil aplicativos de saúde, e destes, apenas 31% foram destinados ao uso pelo profissional da saúde [18]. Adicionalmente, segundo Noor e colaboradores [19], os programas informatizados são estratégias úteis na revisão de prescrições e orientações médicas. Dessa forma, o FitoSmart inclui as interações medicamentosas e reações adversas no item de prescrição das formulações fitoterápicas, o que pode melhorar a segurança das prescrições. Uma variável que compõe o aplicativo é a dose, por se tratar de um elemento de suma importância para a prescrição e orientação. Estudos mostram que os profissionais têm dificuldade em conhecer a posologia, apesar de possuírem atitude positiva em relação às terapias com plantas medicinais [7, 19].

Dessa forma, o aplicativo desenvolvido neste estudo pode servir como ferramenta útil de consulta, além de poder melhorar o conhecimento dos profissionais de saúde para o atendimento ao paciente.

4. CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS O aplicativo apresenta as principais orientações e variáreis para a orientação prescrição de medicamentos fitoterápicos para os profissionais da saúde. Assim, tal aplicativo poderá ser uma ferramenta útil para qualificar à prática profissional, trazendo mais agilidade e segurança na tomada de decisão clínica.

5. AGRADECIMENTOS Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e Coordenação de Desenvolvimento Superior de Recursos Humanos (Capes).

6. REFERÊNCIAS

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