Saúde Mental

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nn grupo A: personalidade paranoide, esquizoide e esquizotípica; nn grupo B: personalidade antissocial, Borderline, histrônica e narcisista. Há evidências epidemiológicas que este grupo possui as maiores associações com problemas relacionados ao álcool e a transtornos do humor, sendo então considerado extremamente importante para explicar os altos graus de violência cometidos por estes sujeitos;12 nn grupo C: personalidade esquiva, dependente e obsessiva-compulsiva. Pode haver um quarto subgrupo de pacientes que possuem a combinação entre o transtorno Borderline e o antissocial, fato que poderia torná-los ainda mais capazes de manifestar más condutas e violência.12,13 Por serem esses os diagnósticos que envolvem maior polêmica e questionamentos, tornar-se-ão o foco deste capítulo. Compreendendo esses transtornos como reais transtornos mentais, pode-se dizer que as pessoas que os possuem apresentam padrões profundamente enraizados no comportamento e nas atitudes, sendo inflexíveis e mal ajustadas do ponto de vista do relacionamento e percepção do ambiente e de si mesmos. Com grande frequência, elas não percebem seus “sintomas” como prejudiciais a si ou aos outros e, por causa disso, não costumam buscar ajuda profissional, tornando-se, muitas vezes, irrecuperáveis. Muitas dessas pessoas chegam aos serviços de saúde em virtude de problemas ou acidentes automobilísticos, homicidas, decorridos do uso de drogas etc. Apesar de ser polêmico e difundido o debate acerca da criminalidade exercida por pessoas que se enquadram nos critérios diagnósticos para esses transtornos, não há uma resposta quanto ao adequado local de tratamento para elas. Os autores que se baseiam nessa afirmação, mesmo sustentando que há grande dificuldade de diagnóstico e de intervenção para esses transtornos, ainda sugerem o comportamento do TP antissocial como um transtorno mental.13 Contudo, não se sustenta cientificamente a associação da violência causada pelo sujeito como parte do transtorno de personalidade, uma vez que é frequente a correlação dele com o uso de drogas e álcool. Em alguns casos, há uma interligação entre ambos, em que um se torna causa do outro e vice-versa, provocando um círculo vicioso.13 O relacionamento interpessoal com um portador de TP tipo dependente, ou mesmo o tipo antisocial, por exemplo, pode ser considerado como relacionamento unilateral, já que há uma incapacidade de trocas interpessoais afetivas positivas entre uma pessoa considerada “normal” e uma “doente”.14

estudos em transtornos de personalidade antissocial e borderline

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9/19/11 4:30 PM


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