Correio da Venezuela 559

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P r é m i o Ta l e n t o d a C o m u n i c a ç ã o S o c i a l 2 0 0 9 Correio de Venezuela

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CaraCas, junHo 2014

publiCaÇão nº 559

Ano 14 • Depósito LegAL: 199901DF222 • BsF. 10

VAI PORTUGAL! A festa do futebol também se celebra na Venezuela Com transmissões na tV, internet e na rádio, os crioulos celebram cada golo das suas equipas favoritas a partir das suas casas, locais comerciais, praças e nos automóveis. pag. 22 pub

‘Golaço’ de vendas

Chegou a febre dos cromos

o Mundial é um evento desportivo de grande envergadura e também uma oportunidade para o comércio.

Cada vez existem mais adeptos que coleccionam os álbuns de cromos que são lançados no mercado em cada edição do Mundial de futebol.

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Junho 2014 | correio da Venezuela

fifa world cup brasil 2014

a semana

O

fotoflash

futebol tem sido, ao longo dos anos, um factor de união dos Portugueses espalhados pelo mundo. Naturalmente que nos referimos às provas maiores, em que Portugal se apresenta ao nível de selecção, em que todos, os que seguiram na esteira dos navegadores de antanho, confluem o seu pensamento e olhar na busca de resultados que, de vez em quando, nos animam e nos recordam sermos os herdeiros dessa gesta, outrora ímpar, do domínio dos mares. Pois é… o futebol tem mesmo este condão de nos colocar a falar, de procurar conversar, mesmo que não nos conheçamos. E sobretudo quando estão em causa as cores nacionais conseguimos esquecer preferências clubisticas, das quais somos também ferrenhos adeptos, para nos deter no essencial que é defender a cor da bandeira e seguir, com o sofrimento e a esperança por companhia, as evoluções que fazem dos futebolistas os heróis do momento e cujas vitórias assumimos como de uma Pátria que se projecta em cada golo… Reconhecemos o exagero das palavras anteriores, mas foram de propósito para que possamos agora desmontar ou desconstruir o que tão alto subiu neste palco dos estádios de futebol, para descermos à terra e reflectirmos sobre aquilo que nos une e que nos poderá unir cada vez mais. São os símbolos pátrios, de uma Nação que se despedaça pela Diáspora que nos conduz de volta, com a mesma mágoa com que, muitas vezes, nos despedimos. São fases que se superam, porque a universalidade que nos rodeia e da qual fazemos parte já não se compadece com uma vida amarrada a um sítio ou a um lugarejo, onde se juntam raízes, mas onde não há futuro nem se vislumbra progresso. Afinal fizemos tudo bem. Partimos na busca de melhor. Trabalhámos e trabalhamos para garantir sustento, para ajudar as comunidades em que nos integramos a crescer e a progredir com objectivos e metas ambiciosas. Gostamos de fazer parte dos sítios onde nos reconhecem o esforço, onde nos reconhecem pelo trabalho e pela produção e não pela condição social. Não esquecemos aqueles que, muitas vezes, ainda esperam por nós. Porque transportámos connosco a vontade de devolver em dobro o que não nos facultaram e, porque, saímos na esperança de voltar ou de ajudar os que ficaram, muitas vezes de braços caídos, a nos esperar. A história repete-se, com novos protagonistas, mas com o mesmo enredo. Hoje e nestas próximas semanas vamos viver a alegria da grande Festa do Futebol Mundial, onde Portugal volta a estar. Os Portugueses seguirão a Selecção das Quinas, em todas as esquinas do Mundo, atentos aos seus feitos, espreitando o momento de mostrarem aos outros que a camisola vencedora tem essas tais cores de que nos orgulhamos. Mas mesmo que não ganhemos a relevância que, por diversos motivos, está ao nosso alcance, que nos baste a consolação de estarmos entre os grandes e de sermos parte de uma elite do desporto-rei mundial. E não só a equipa, também temos o melhor futebolista do mundo, um orgulho que ninguém nos nega. Um emigrante como nós, que teve de sair da sua terra para ser um grande vencedor. É o derrube destas barreiras que nos une e fortifica o sentir de um Português, mesmo que, no país onde viva, a Pátria do passaporte lhe negue a oportunidade de aprender melhor o linguajar do País, porque não se cuidam os sistemas de ensino que possam agregar na mesma linhagem os Portugueses de todo o mundo. Vivamos com muita esperança este tempo maravilhoso em que veremos nas televisões de todo o mundo a palavra Portugal. Se estiver associada a vitórias ainda melhor. A certeza, porém, é de que será tempo de confraternização e de comemoração, sobretudo nos centros portugueses, em que se dão as mãos pelos nossos jogadores, em que se evocam orações e em que se pede, em surdina, aos mais poderosos dos nossos Santos para ajudarem, também, nos resultados. Tempo de festa e de confraternização. Tempo de irmandade e de reflexão, em união com os desígnios do País, mesmo que a ponte que nos leva e revitaliza seja o futebol. Viva a Copa do Mundo!

Grupo Editorial

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Director Aleixo Vieira Subdirector Agostinho Silva Gerente: Carla Vieira Editor Sergio Ferreira Soares Endereço: Av. Veracruz. Edif. La Hacienda. Piso 5, ofic. 35F. Las Mercedes, Caracas. Telefones: (0212) 9932026 / 9571 Telefax: (0212) 9916448 E-mail: editorial@correiodevenezuela.com

Cristiano Ronaldo faz ‘selfie’ da Selecção Nacional com Cavaco Silva

“A team representing a country” (Uma equipa a representar um país) é a a frase que acompanha a mais recente ‘selfie’ feita por Cristiano Ronaldo que corre ‘sérios’ riscos de bater recordes nas redes sociais. O craque da Selecção Nacional, que partiu na segunda-feira, 2 de Junho, juntamente com os colegas rumo aos Estados Unidos, apanhou na selfie, nada mais, nada menos, que o presidente da República, além de jogadores como Raul Meireles, João Moutinho, Nani, entre outros. No mesmo dia, a selecção portuguesa de futebol foi hoje recebida pelo Presidente da República, Cavaco Silva, numa comitiva liderada pelo dirigente máximo da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, que prometeu representar “dignamente” o país no Mundial 2014 no Brasil. O presidente da República desejou à Selecção “o maior sucesso” no Mundial do Brasil e fez votos para que dê “alegrias aos portugueses”

Chefe de redacção Sergio Ferreira Soares |Jornalistas Carla Salcedo Leal, Victoria Urdaneta, Jean Carlos de Abreu, Kenner Prieto, Antonio Da Silva |Correspondentes Edgar Barreto (Falcón), Carlos Balaguera (Carabobo), Sandra De Andrade (Aragua), Sandra Rodríguez (La Victoria), Trinidad Macedo (Lara), Silvia K. Gonçalves (Bolívar), Ricardo Santos (Nueva Esparta), Luis Canha (Mérida), Daniela García (Miranda), Antonio Dos Santos (Zulia) |Colaborações Catanho Fernandes, Arelys Gonçalves, Antonio López Villegas, Isabel Idárraga, |Administração Ma.Fernanda Pulido |Publicidade e Marketing Carla Vieira |Paginação Elsa de Sá |Fotografia Francisco Garrett |Distribuição Luis Alvarado, Carlos Agostinho Perregil R. |Impressão Cadena Capriles, Operadora La Urbina C.A. Caracas -Venezuela |Tiragem 15.000 exemplares |Fontes de Informação Agência Lusa, Diário de Notícias, Diário de Notícias da Madeira, Ilhapress, Portuguese News Network e intercâmbio com publicações em língua portuguesa.


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FiFa world cUp Brasil 2014

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Brasil 2014

Só falta o apito inicial da

taça mais desejada

dados Árbitros dos cinco continentes • confederação de Futebol de Norte, américa central e o caribe (concacaf) Marco Rodríguez, Joel Aguilar e Mark Geiger.

América do Sul volta a acolher um Mundial da FIFA

• confederação de Futebol da Ásia (aFc) Benjamin Williams, Peter O’Leary, Nawaf Shukralla e Yuichi Nishimura.

sergio Ferreira soares Victoria Urdaneta

• confederação africana de Futebol (caF) Djamel Haimoudi, Bakary Gassama e Noumandiez Doue.

Após anos de espera com grandes expectativas, no próximo 12 de Junho será finalmente possível ouvir o apito inicial da Taça do Mundo 2014 da FIFA. Brasil, o maior país da América Latina será sede, pela segunda vez, da grande festa do desporto-rei, desta feita a 20.ª edição. Será a primeira vez, desde 1978, que um campeonato mundial se realiza na América do Sul, motivo pelo qual o Governo do Brasil e os representantes da FIFA se esforçaram em trabalhar todos os pormenores necessários para oferecer uma competição de grande nível, demonstrando o progresso registado no continente nas últimas décadas. Recorde-se que foi em 2004 que a FIFA escolheu a América do Sul como sede da prova, baseando-se no critério de rotatividade continental. Pese o entusiasmo inicial de vários países, apenas o Brasil e a Colômbia apresentaram candidaturas. Alguns meses depois, Bogotá retirou a sua candidatura, pelo que a FIFA designou oficialmente o Brasil como o país sede do campeonato. Os preparativos para o mundial esti-

• confederação sul-americana de Futebol (conmebol) Carlos Vera, Enrique Osses, Sandro Ricci, Néstor Pitana e Wilmar Roldán. • União das Federações Europeias de Futebol (UEFa) Björn Kuipers, Carlos Velasco, Cüneyt Çakır, Ravshan Irmatov, Felix Brych, Jonas Eriksson, Milorad Mažić, Nicola Rizzoli, Howard Webb e Pedro Proença.

Mascote: “Fuleco” é um armadilho de três bandas e o seu nome une as palavras futebol e ecologia.

Logótipo: Emula a forma da taça utilizando três mãos com as cores da bandeira do Brasil. Bola: A “Brazuca” significa “estilo de vida brasileiro” e imita as pulseiras tradicionais do país.

Slogan: “Juntos num só ritmo”, faz referência a uma festa vibrante e colorida, repleta de irmandade.

veram envoltos em polémicas derivados pelos atrasos nas obras e protestos socais contra o Governo por investir rios de dinheiro quando falta de tudo um pouco em sectores como o da saúde e educação. No entanto, a federação assegurou que dedicaria 2.000 milhões de dólares para cobrir os custos operacionais do Mundial e lembrou que o legado resultante dos investimentos efectuados no país anfitrião em estradas, infra-estruturas e sistemas de telecomunicações, perdurará após o evento desportivo. Segundo a Fundação Instituto de Investigações Económicas, do Brasil, o Mundial gerará receitas da ordem dos 27.700 milhões de dólares.

Mundial em números

conheça as características e curiosidades do evento futebolístico mais importante

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2004

É a primeira vez desde 1978 que um Mundial se joga na América do Sul.

Foi o ano em que a FIFA elegeu a América do Sul como sede da Copa Mundial de 2014.

202

12

das 208 federações afiliadas da FIFA participaram na fase de classificação.

2 Número de vezes em que o Mundial foi organizado no Brasil (contando com a actual), depois da Copa de 1950, e depois de o presidente da FIFA, Joseph Blatter, ter estabelecido o critério de rotatividade continental.

Número de estádios onde irão decorrer os jogos do Mundial.

25

Número de árbitros anunciados pela FIFA, provenientes das seis confederações continentais.

5

Número de participações da Colômbia.

12 É o dia de Junho em que começa o Mundial.

13 É o dia de Julho em que o evento desportivo termina.

5

Número de mundiais ganhos pelo Brasil.

3

A Holanda jogou três finais mas não venceu nenhuma: 1974 (triunfo da Alemanha), 1978 (vitória da Argentina) e 2010 (Espanha).

4

É o número de estádios novos que foram apresentados, e os restantes sofreram importantes remodelações.

4k

Os jogos de futebol poderão ser vistos no Japão com recurso a altíssima tecnologia televisiva, já que serão emitidos num formato quatro vezes a resolução Full HD (4K).

17 Este é o número de participações da Alemanha nos 19 Mundiais celebrados. É o país que mais vezes chegou a uma final (7).

2

É o número de títulos consecutivos perseguidos pela Espanha, algo que não consegue desde 1962.

1,1 mil milhões de dólares é o montante aproximado de custo das obras de renovação dos estádios.

3 É a terceira participação do Equador num Mundial, sempre com um técnico colombiano: Hernán Darío Gómez, no Mundial da Coreia e Japão 2002, e Luis Fernando Suárez, Alemanha 2006 e na edição actual.

1.119.539 brasileiros participaram na votação do nome da bola oficial, e a opção vencedora foi ‘Brazuca’, com mais de 70 % dos votos.

2007

A 30 de Outubro desse ano, a FIFA designou, oficialmente, o Brasil como o país anfitrião do Mundial de 2014.

2 Número de vezes em que a Argentina foi campeã. É a única selecção da América do Sul a ter ganho a Copa Mundial, os Jogos Olímpicos e a Copa Confederações.

20

4 Número de ‘repescagens’ consecutivas disputadas pelo Uruguai, a última selecção a classificar-se para o Mundial.

1

A única selecção estreante no Mundial de 2014 é a Bósnia. Em 2006, foram nove os países debutantes.

47

Número de propostas de seis agências brasileiras que foram analisadas, saindo vencedora “100% Design”.

Número de Copas Mundiais da FIFA, contando com a edição do Brasil 2014.


fifa world cup brasil 2014

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sedes do Mundial

12 estádios para ‘sambar’ Conheça os palcos, remodelados ou construídos de raiz, que vão acolher os 64 jogos da grande festa do desporto-rei Manaus Arena da Amazónia capacidade: 39 118 (novo) A Arena Amazónia, antigo Estádio Vivaldão, pode não ser um palco tradicional do futebol brasileiro, mas atrairá um grande número de torcedores graças à sua localização privilegiada, no coração da maior floresta em área contínua do mundo. Ela receberá quatro jogos de primeira fase da Copa do Mundo e servirá posteriormente como um grande pólo de atracção turística para shows e eventos na região.

Rio de Janeiro Estádio do Maracanã

Brasília Estádio Nacional

Cuiabá Arena Pantanal

capacidade: 74 689 (requalificado) Construído para o Mundial de 1950 e imortalizado como palco da inesquecível final entre o Brasil e Uruguai, o Estádio Jornalista Mário Filho, no Rio de Janeiro, reassume a condição de protagonista no Brasil 2014. O estádio abrigará o maior número de partidas da competição, sete confrontos no total.

capacidade: 69 432 (novo) Seguindo os padrões de uma das cidades mais modernas do país, o Estádio Nacional de Brasília é um dos mais imponentes da Copa do Mundo Brasil 2014. O antigo estádio Mané Garrincha, praticamente demolido, deu lugar a uma arena que conta com uma nova fachada, com cobertura em estrutura metálica e novas arquibancadas.

capacidade: 39 859 (novo) O estádio que abrigará os jogos da Copa do Mundo à beira de uma região de flora e fauna tão riquíssima como a do Pantanal não poderia deixar de apresentar entre suas metas a construção e manutenção de uma estrutura sustentável, desde a concepção de seu projecto. Ocupa o terreno em que antes estava o Estádio José Fagelli.

Salvador, BA Arena Fonte Nova

São Paulo Arena de São Paulo

Fortaleza Estádio Castelão

capacidade: 51 708 (requalificado) Primeira capital do Brasil, Salvador receberá a Copa do Mundo em casa nova: palco de grandes confrontos do futebol baiano como o clássico Ba-Vi, a Fonte Nova, oficialmente Estádio Octávio Mangabeira, foi implodida para dar lugar a uma moderna arena que sediará quatro confrontos da primeira fase do torneio.

capacidade: 61 606 (novo) O antigo sonho da nação corintiana convergiu com a realização da Copa do Mundo da FIFA, e o resultado foi a construção da Arena de São Paulo, no bairro de Itaquera, na Zona Leste da cidade. A Arena de São Paulo foi a escolhida para receber a partida de abertura da Copa do Mundo, e abrigará ainda outros cinco jogos.

capacidade: 60.348 (requalificado) Construído em 1973, o Estádio Governador Plácido Castelo, conhecido popularmente como Castelão, foi inteiramente reformado para acolher confortavelmente públicos de até 60.348 pessoas. A arena ganhou um estacionamento coberto com 1.900 vagas e conta com estrutura de camarotes, área VIP e sector de imprensa.

Recife Arena Pernambuco

Belo Horizonte Estádio Mineirão

Porto Alegre Estádio Beira-Rio

capacidade: 42 583 (novo) Recife, uma cidade entusiasta do futebol, que abriga três clubes tradicionalíssimos em cenário nacional como Náutico, Santa Cruz e Sport e já sediou uma partida da Copa do Mundo 1950, ganha um novo estádio, que receberá cinco partidas do Brasil 2014. A arena fica localizada em São Lourenço da Mata, na zona metropolitana da cidade.

capacidade: 58 259 (requalificado) Um dos templos do futebol brasileiro, casa dos multicampeões Atlético Mineiro e Cruzeiro, a arena está completamente reformada para receber seis jogos desta Copa do Mundo, incluindo um confronto de semifinal. O projecto de modernização incluiu o rebaixamento do campo, melhoria em sua acessibilidade e outros quesitos.

capacidade: 42 991 (requalificado) Erguido em uma área aterrada do Rio Guaíba, um dos cartões-postais de Porto Alegre, o Beira-Rio é a casa do Sport Club Internacional, que divide com o arquirival Grêmio os holofotes do polarizado futebol gaúcho. O maior estádio da região Sul do país, inaugurado em 1969, se prepara para receber cinco jogos da Copa do Mundo.

Natal Estádio das Dunas capacidade: 38 958 (novo) Para que a capital potiguar se tornasse sede da Copa do Mundo, era necessária uma estrutura maior e mais moderna. A solução encontrada foi demolir completamente tanto o Machadão quanto o ginásio anexo. O resultado é o projecto do Estádio das Dunas, cuja referência a uma das atracções naturais mais impressionantes da região de Natal não se limita ao nome, mas também à construção ondulada.

Curitiba Arena da Baixada capacidade: 38 533 (requalificado) Desde que foi reinaugurado em Junho de 1999, o tradicional Estádio Joaquim Américo, conhecido como Arena da Baixada, tem a reputação de ser um dos mais modernos e bem estruturados do Brasil. Para receber o evento, o estádio recebeu uma série de adaptações e em que foi construído mais um lance de arquibancadas paralelas ao campo.

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fifa world cup brasil 2014 dEpois da ‘copa’ No brasil

TAP terá voos diários para Venezuela catanho fernandes

Rimet, o homem que

idealizou o Mundial

Brasil acolhe a 20.ª edição do campeonato do mundo de futebol; muito mudou em relação ao primeiro, realizado em 1930 pedro freitas oliveira dN MadEira

Tudo começou na sequência de uma ideia de Jules Rimet. O Mundial deste ano será a 20.ª edição da principal prova futebolística do planeta. Muitas são as histórias, umas marcadas pelas lágrimas dos vencidos, outras carimbadas pelos sorrisos dos campeões. O primeiro torneio realizou-se em 1930, mas o projecto arrancou alguns anos antes, ainda no período pré-Primeira Guerra Mundial. Em Março de 1921, Jules Rimet, que então dirigia a Federação Francesa de Futebol, foi eleito presidente da FIFA. Juntar selecções de todo o mundo numa competição, tendo como lema a confraternização entre povos, de modo a ajudar a sarar as profundas feridas da guerra, era o objectivo principal de Rimet. De facto, a história demonstraria, com diferentes exemplos, a importância do desporto na harmonização mundial. Os Jogos Olímpicos já tinham esse carácter e o então presidente da FIFA agarrou-se a tal facto para convencer as federações a enveredarem por caminho idêntico, mas no futebol. Nas Olimpíadas de Paris, em 1924, o Uruguai encantou com o seu futebol, transportando para o campo toda a paixão que o povo sul-americano já nessa altura nutria pela modalidade. Ora, Jules Rimet viu nessa expressão a oportunidade de reforçar a sua ideia, encetando reuniões para levar, finalmente a cabo, o seu projecto. Pensou ele que, pelo que tinha visto, o Uruguai seria o país ideal para acolher a primeira edição do Campeonato do Mun-

13 Selecções em 1930 Eram outros tempos, claro! Os tempos em que a selecções europeias atravessam o Atlântico de barco. Do Velho Continente, somente a Roménia, Bélgica, França e Jugoslávia rumaram ao Uruguai. As restantes foram: Argentina, Brasil, Chile, Estados Unidos, Bolívia, México, Paraguai e Peru, além do país organizador. Muitas selecções europeias recusaram participar, com base em diferentes pretextos: atravessar o Atlântico de barco demorava 15 dias, ou seja, só em viagens perderiam um mês, com todo o desgaste inerente a tal situação. Alguns jogadores já eram profissionais, mas durante o Mundial, os clubes aos quais pertenciam recusavam-se a pagar os salários.

Quem foi Jules Rimet? Jules Rimet, nascido em 1873, liderou a FIFA entre 1921 e 1954, acumulando essa tarefa com a de presidente da Federação Francesa de Futebol, cargo que ocupou entre 1919 e 1945. Foi o grande mentor do Campeonato do Mundo de futebol. Aliás, esteve ligado à fundação do organismo que rege a modalidade a nível mundial. Rimet sempre mostrou vontade de utilizar o futebol para esbater as diferenças, reinantes à data, entre as distintas classes sociais. É nesse sentido, que aponta a uma competição à escala planetária. A I Guerra Mundial adiou essa vontade. Jules Rimet serviu mesmo o exército francês, como oficial, e foi posteriormente condecorado. Continua a ser dele o maior mandato da presidência da FIFA. Deu nome à taça original do Campeonato do Mundo, mas não se livrou de algumas críticas, nomeadamente das federações dos países europeus, que não viram com agrado a escolha do Uruguai para acolher o Mundial de 1930. Jules Rimet faleceu a 16 de Outubro de 1956.

do. Era uma época em que selecção ‘celeste’ encantava, assumindo-se como todopoderosa no futebol, repetindo, nos Jogos Olímpicos de 1928 (Amesterdão), o êxito de Paris. O sonho de Rimet estava cada vez mais próximo e, para alinhavar tudo a preceito, criou uma comissão que ficou com a tarefa de reunir os elementos necessários para executar a ideia, tornando-a sustentável e sem encargos elevados para a própria FIFA (era o país organizador que pagava as despesas relativas a viagens e alojamento das selecções participantes). Decidiu-se, então, que o primeiro Mundial seria realizado em 1930. Apesar de ter o Uruguai como favorito à organização da prova, outros países também mostraram interesse em acolher o evento, casos da Espanha, Hungria, Itália, Holanda e Suécia. Mas cumpriu-se o desejo de Rimet e foi mesmo o Uruguai a ser escolhido como país organizador. Um país que respirava futebol, com sucessos que atestavam precisamente essa ideia, além de assinalar, em 1930, o centenário da sua independência. A classe política uruguaia empenhou-se para deixar a melhor imagem a nível internacional e ordenou a construção de um estádio monumental, o Centenário, com capacidade para acolher 108 mil espectadores. Assim nascia o Campeonato do Mundo de futebol, coroando precisamente o Uruguai como o primeiro vencedor, além de perpetuar a ideia e desejo de Jules Rimet, que mais tarde viria a dar nome à competição que ainda hoje desperta o interesse e paixão dos amantes do desporto rei.

Uma boa notícia para todos os Portugueses que vivem na Venezuela e que se ajusta a este período de celebração que a Copa do Mundo e as férias se avizinham: a TAP decidiu voar todos os dias entre Portugal e o Aeroporto Internacional Simón Bolivar, em Maiquetia, que serve a cidade de Caracas. Depois das saídas e das reduções de voos por parte de algumas companhias internacionais na rota de Venezuela, a TAP Portugal ponderou o seu futuro na linha e obteve algumas garantias de que no caso da companhia portuguesa poderá haver complacência das autoridades de Venezuela, quanto à exportação para Portugal das divisas obtidas nas vendas de passagens aéreas, com taxas satisfatórias e por um processo mais célere do que tem acontecido até agora. Por isso a TAP vai continuar a voar para Caracas e passará o número de frequências de três por semana para um voo diário na época alta do Verão, com partidas de Lisboa, Porto e Madeira. Mais um do que no Verão de 2013, em que teve seis viagens de ida e volta. A notícia do reforço dos voos da TAP para Caracas foi divulgada ao fim da noite de quinta-feira, dia 28 de Maio, através de um despacho da agência noticiosa TAP, em Lisboa. Assim, a companhia portuguesa irá passar, progressivamente, de três para sete voos semanais durante a próxima época alta de Verão. “Vamos aumentar a frequência, dentro do planeamento normal que já tínhamos para este ano, passando de três para quatro voos a partir de 1 de Junho, de quatro para cinco a partir de 1 de Julho, de cinco para seis a partir de 7 de Julho e a partir de 11 de Julho efectuaremos um voo diário até 30 de Setembro”, disse a fonte da TAP à Lusa. A mesma fonte precisou que, a partir de 1 Junho, haverá voos às terças, quartas, sábados e domingos e em Julho passará também a haver às sextas-feiras, depois às segundas-feiras e depois todos os dias. “Já está publicado, os agentes têm conhecimento, estão abertas as vendas, não há restrição nenhuma. No planeamento para este ano, a diferença relativamente ao ano passado é que vamos ter um voo diário, que não tínhamos, portanto há um aumento de capacidade efectiva”, frisou. Por outro lado, precisou que a taxa de ocupação dos voos da TAP entre Portugal e a Venezuela para os próximos meses ronda os 100%.


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fifa worLd Cup braSiL 2014 De animais a homens No Mundial de México 1970, a mascote tornou-se pela primeira vez num personagem humano, interpretado por um mexicano de nome Juanito, que usava um ‘sombrero’, tradicional mexicano, que chamava a atenção do público. Esta iniciativa foi seguida pela República Federal Alemã em 1974, que decidiu que a mascote do torneio seria os meninos Tip e Tap, dois futebolistas alemães que usavam camisolas com a sigla WM, que representava a palavra Weltmeisterschaft, que significa Copa Mundial em alemão. Gauchito é talvez uma das mascotes mais recordadas, e até considerada por muitos a primeira mascote do Mundial, já que foi uma das mais vendidas da história. Gauchito era um menino argentino que usava vestes tradicionais de gaúcho, e que ficou conhecido praticamente em todas as esquinas do Planeta. ...E a comida também conta Em 1982, uma fruta tornou-se mascote do Mundial, quando coube à Espanha ser o país anfitrião. Naranjito foi o escolhido e era uma laranja, fruta tradicional do país ibérico, vestido com o uniforme da equipa espanhol, e uma situação familiar viveu-se no Mundial do México, em 1986, com Pique, uma pimenta ‘chile jalapeño’ a ter as honras de receber o público.

Os mundiais e

as suas mascotes

Fuleco não está só. Antes deles, existiram 13 encantadores personagens que se tornaram na imagem dos mundiais de futebol.

Carla Salcedo Leal csalcedo@correidevenezuela.com

As mascotes das equipas tornaram-se, com o tempo, um dos melhores produtos de marketing do mundo desportivo, passando a ser as figuras principais dos eventos até à sua inauguração, já que antes dos encontros desportivos, são estas as figuras que captam a atenção de adeptos e curiosos. A Copa Mundial de Futebol FIFA não é excepção, e apesar de ter sido criada em 1930, só no Mundial de 1966, realizado em Inglaterra, se aplicou pela primeira vez esta técnica de criar uma mascote como anfitriã do evento. Foi assim que se iniciou esta tradição, que se expandiu pelo mundo, e que ganha cada vez mais força, inclusive em áreas ligadas à consciencialização da Humanidade, mas ressaltando, além disso, características muito específicas dos países anfitriões dos diferentes eventos desportivos. No caso dos Mundiais de Futebol FIFA, o World Cup Willie foi a primeira mascote da história, e uma das primeiras associadas

Mascotes com intenção Chegado o Mundial da África do Sul, em 2010, as mascotes mudaram um pouco o seu sentido, e voltaram às causas sociais, concentrando-se não só na beleza do país anfitrião e na sua fauna, mas também mandando uma mensagem de consciencialização sobre a importância de preservar a nossa fauna e flora. Chegou, assim, Zakumi, um leopardo africano um pouco peculiar, que, com a sua cor amarela e o seu penteado verde, tornou-se num dos bonecos favoritos da temporada para os mais pequenos da casa. E mais ou menos com a mesma tónica, nasceu Fuleco, um simpático armadilho brasileiro composto por três bandas. Fuleco não só chamou a atenção pelas suas atractivas piruetas, durante as quais se pode transformar numa bola de futebol, mas talvez o que tenha atraído mais tenha sido o facto de representar uma espécie em extinção. Vale a pena destacar que antes de Fuleco ser escolhido como mascote, disputou o seu lugar com outros três animais da selva brasileira que se encontram na mesma condição.

a um evento desportivo importante. Willie é um leão futebolista que veste uma camisola com a bandeira de Inglaterra (1966).

Um abstracto nacionalista Mas não foi senão no Mundial de Itália, em 90, que realmente uma mascote e um hino encaixaram tão bem na população. Sem dúvida alguma que os italianos puseram todo o seu empenho neste evento e conseguiram que tanto a mascote como a canção do mundial tornassem num acessório numa experiência de vida para quem assistiu no evento, mas também para quem o viveu nos ecrãs das televisões. A canção ‘Un’estate italiana’, interpretada por Gianna Nannini, e a mascote Ciao, apesar do seu peso nacionalista, tornaramse num êxito histórico nos mundiais de futebol, que esteve longe de ser superado por Striker, o simpático cão futebolista que foi a mascote escolhida para o Mundial de Estados Unidos em 1994. Footix fez com que as mascotes dos mundiais voltassem à ‘baila’, quando foi dado a conhecer o anfitrião da França 98. Este galo doméstico, com as cores mais representativas de França, tornou-se numa das mascotes favoritas das crianças, e deu a volta ao mundo não só em figuras de plástico mas também em peluches, camisolas e até em roupa interior e calções. No Mundial Coreia-Japão, em 2002, a popularidade das mascotes voltou a cair um pouco, pois nesta oportunidade foram utilizadas três personagens denominadas Spheriks. Esta dupla de países decidiu-se por criaturas futuristas que, apesar da modernidade, não conseguiram destacar-se, e foram ultrapassados facilmente por Goleo VI e Pille, na Alemanha 2006, quando já ninguém se recordava quem eram as mascotes do Mundial anterior. Goleo VI tornou-se no segundo leão nomeado mascote de um mundial de futebol, e estava sempre acompanhado por Pille, uma bola de futebol que deu a volta ao mundo.


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fifA worlD cup brAsil 2014

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Rumo ao

sexto mundial Equipa de Portugal no mundial de Inglaterra 1966

Selecção Nacional de Futebol de Portugal nasceu há 100 anos

Portugal no México 1986

Selecção portuguesa no mundial 2002

Portugal no mundial Alemanha 2006

dados Os 31 treinados da “equipa das quinas”

Equipa lusa no mundial da África do Sul 2010

Yasireth De Aguiar

Scolari iniciou a nova era Luiz Felipe Scolari, ou “Felipão”, nascido a 9 de Novembro de 1948, em Passo Fundo, Brasil, injectou uma nova força na selecção lusitana entre 2002 e 2008. Já foi treinador de equipas como o Caixas, Juventude, Novo Hamburgo e Centro Sportivo Alagoano. Em finais de 2002 passou a dirigir a Portugal, permitindo que a selecção chegasse à final do Euro 2004 e fosse semifinalista no mundial 2006. Deixou a selecção no final do Euro 2008, para ir treinar o Chelsea.

Carlos Queiroz reavivou os ânimos Nascido a 1 de Março de 1953, em Nampula Moçambique, Carlos Queiroz é membro do departamento técnico da FIFA desde 1990 e já esteve à frente da selecção lusitana em várias ocasiões. Dirigiu jogadores como Luís Figo, Fernando Couto, João Pinto e Rui Costa. Em Julho de 2008, foi anunciado como novo seleccionador de Portugal, logrando classificar o conjunto português para o Mundial da África do Sul 2010, onde passou aos oitavos de final, onde foi derrotado pela campeã: Espanha.

A Federação Portuguesa de Futebol foi fundada há 100 anos, sendo afiliada da FIDA desde 1923. Os primeiros passos da “equipa das quinas” não deixaram antever os feitos que viria a realizar no futuro. A selecção falhou o apuramento para o mundial do Uruguai, em 1930, tal como um grande número de países europeus devido ao elevado custo da viagem até o país sul-americano. A selecção luso lutou durante longos anos para se qualificar para uma fase final do campeonato do mundo, mas falhou sempre na conquista da “passagem dourada”: para o Itália 1934, França 1938, Brasil 1950, Suíça 1954, Suécia 1958 e Chile 1962. A estreia chegou finalmente na Taça do Mundo de Inglaterra, em 1966, onde conseguiu um dos melhores lugares da sua história: o terceiro lugar. E também teve Eusébio como o máximo goleador do torneio. Portugal integrou o Grupo C donde, o qual venceu e, juntamente com a Hungria. O sonho da presença na final caiu frente à Inglaterra, com a qual perdeu por 2-1. O lugar de honra foi alcançado frente à então União Soviética.

A segunda participação numa taça do mundo ocorreu no México 1986, onde integrou o Grupo F, juntamente com Marrocos, Inglaterra e Polónia, onde não se logrou superar a primeira fase. Depois voltou a estar ausente dos mundiais de Itália 1990, Estados Unidos 1994 e França 1998. A terceira incursão num mundial teve lugar no campeonato organizado conjuntamente pela Coreia do Sul e o Japão, em 2002, evento no qual participou um grupo de jogadores que foi qualificado por muitos como a “Geração de Ouro”. Luís Figo, Fernando Couto, Rui Costa, Pauleta, Nuno Gomes e João Pinto, destacavam-se no seleccionado. Com vários sobreviventes do CoreiaJapão, como Figo e Pauleta, além de novos jogadores como Deco e Cristiano Ronaldo, o combinado lusitano classificou-se para o Mundial da Alemanha 2006, onde veio a ser derrotado na semifinal pela França. Em 2010, a “equipa da quinas” classificou-se, pela quinta vez, para um mundial (África do Sul), onde veio a cair frente à Espanha. Agora, quatro anos depois, a equipo lusa participará no grupo G juntamente com a Alemanha, Gana e Estados Unidos, e com Paulo Bento como treinador.

Paulo Bento mantém a esperança Apesar de ter nascido em 1969, Paulo Jorge Gomes Bento possui muitos anos de experiência em equipas como o Benfica, Estrela Amadora e Vitória Guimarães; além de uma participação na liga espanhola. Este conhecedor do desporto-rei encontra-se à frente da “equipa das quinas” desde Setembro de 2010, logrando desde então a classificação para o Euro 2012 (onde alcançou as semi-finais que perdeu contra a Espanha) e o para o Mundial de 2014. A Federação Portuguesa de Futebol anunciou, em Abril passado, a renovação do contrato do seleccionador até ao Euro de 2016.

Desde o nascimento da selecção portuguesa de futebol, passara pelos seus comandos 31 treinadores: 1925-1926: Ribeiro dos Reis 1926-1929: Cândido de Oliveira 1929-1930: A. Maia Lourenço 1930-1931: Laurindo Grijó 1931-1932: Tavares da Silva 1932-1933: Salvador do Carmo 1933-1935: Ribeiro dos Reis 1935-1945: Cândido de Oliveira 1945-1947: Tavares da Silva 1947-1948: Virginio Paula 1948-1949: Armando Sampaio 1949-1951: Salvador do Carmo 1951-1952: Tavares da Silva 1952-1953: Cândido de Oliveira 1953-1954: Salvador do Carmo 1954-1955: Fernando Vaz 1955-1957: Tavares da Silva 1957-1961: José Maria Antunes 1961-1962: Armando Ferreira 1962-1964: José Maria Antunes 1964-1967: Manuel Da Luz Alfonso 1967-1968: José Gomes da Silva 1968-1970: José Maria Antunes 1970-1972: José Gomes da Silva 1972-1974: José Augusto de Almeida 1974-1977: José Maria Pedroto 1977-1978: Júlio Cercado Pereira 1978-1980: Mário Wilson 1980-1982: Júlio Cercado Pereira 1982-1983: Otto Glória 1983-1984: Fernando Cabrita, António Morais, António Oliveira y José Augusto de Almeida 1984-1986: José Torres 1986-1987: Rui Seabra 1987-1989: Júlio Cercado Pereira 1989-1989: Artur Jorge 1989-1993: Carlos Queiroz 1993-1994: Nelo Vingada 1994-1996: António Oliveira 1996-1998: Artur Jorge 1998-2000: Humberto Coelho 2000-2002: António Oliveira 2002-2003: Agostinho Oliveira 2003-2008: Luiz Felipe Scolari 2008-2010: Carlos Queiroz 2010-actualidade: Paulo Bento


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fifa worLd Cup braSiL 2014

Altos e baixos

até à repescagem A selecção não chega como favorita ao Mundial, mas espera poder superar-se após ter sido repescada. Falta saber se a estrela da companhia está em condições para ajudar nesta árdua missão Carla Salcedo Leal*

“Só digo uma coisa: o primeiro objectivo é passar a fase de grupos. Depois, jogar contra que for e tentar avançar. Há selecções muito mais favoritas que a nossa, mas temos capacidade para competir com elas”, disse Paulo Bento, seleccionador de Portugal aos jornalistas. Analisando as suas palavras, pode-se concluir muito, pois se é certo que Portugal não é um das selecções favoritas para vencer o mundial, também o é que possui algumas cartas que pode jogar de modo a chegar longe no torneio. Muitos estão preocupados porque não se sabe se Cristiano Ronaldo estará bem ou não para jogar, e essa preocupação aumenta quando se ouve e ê que o seu próprio treinador tem como favoritos para campeão outras quatro selecções e que não inclui a sua. Mas Bento quer sobretudo gerar tranquilidade quando transmitir: “o primeiro objectivo é passar a fase de grupos”. Isto quer dizer que o director técnico de 44 anos está consciente de que é necessário dar um passo de cada vez, independentemente de se sentir já um vencedor. Da repescagem ao “grupo da morte” Com a participação no Mundial Brasil 2014, a selecção lusa soma seis presenças no prestigioso torneio internacional (Inglaterra 1966; México 1986; Coreia-Japão 2002, Alemanha 2006 e África do Sul 2010), sendo esta a segunda vez consecutiva, e também após uma fase de repescagem. Após superar a Bósnia-Herzegovina há quatro antes, a selecção luso desfez-se

desta vez da Suécia com duas vitórias, garantindo um bilhete para o Brasil. Ronaldo converteu-se no herói do processo ao marcar os quatro golos da equipa. Portugal deixou escapar o primeiro posto do Grupo F, que começou a disputar como favorito, e inclusivamente a classificação directa, em benefício de uma Rússia com quem perdeu em Moscovo. A “equipa das quinas” redimiu-se em Lisboa, vencendo o jogo da segunda volta, mas resultaram decisivos os empates cedidos em casa frente à Irlanda do Norte e Israel. Passado o susto, Portugal ganhou o direito de colocar o seu nome no sorteio, e este veio a colocar os lusos no “grupo da morte”... O Grupo G em que Portugal surge como um dos favoritos, está conformado pelas selecções da Alemanha, Gana e Esta-

dos Unidos; formações fortes mesmo sem que nenhuma figure como favorita para vencer a taça. Tal dá a Portugal uma oportunidade única de mostrar a sua táctica no terreno de jogo. Uma coisa é certa: terá toda atenção do torneio, já que será um dos grupos mais seguidos neste mundial. Falhar uma qualificação que parecia fácil Seis vitórias, três empates, uma derrota, 20 golos marcados e nove golos sofridos é o saldo de uma fase de qualificação que remeteu Portugal para o “play-off” de acesso ao Mundial. Com a vitória alcançada na recepção ao frágil Luxemburgo, por 3-0, Portugal terminou no segundo lugar - atrás de uma selecção da Rússia que também nunca deslumbrou -, tendo vencido apenas seis dos 10 jogos que disputou, empatado

três - dois dos quais em casa -, e perdido um, precisamente, em Moscovo. As dificuldades surgiram logo no jogo inaugural, no Luxemburgo, que se adiantou no marcador aos 13 minutos, por Daniel da Mota, e o melhor que a “equipa das quinas” conseguiu perante um adversário que normalmente sai goleado foi virar o resultado para vantagem mínima, com tentos de Ronaldo e Hélder Postiga. Portugal pareceu ter entrado em “velocidade de cruzeiro” ao impor-se por 3-0 na recepção ao Azerbaijão, mas o primeiro golo surgiu apenas aos 63 minutos, marcado pelo suplente Varela, e os adeptos lusos só descansaram perto do fim, quando Hélder Postiga e Bruno Alves, dilataram o resultado. Depois, Portugal comprometeu seriamente a vitória no grupo no espaço de quatro dias, ao perder por 1-0 na Rússia, e ao empatar 1-1 com a Irlanda do Norte. O jogo seguinte, em Israel, não poderia ter começado melhor, com um golo de Bruno Alves no minuto inicial, mas os anfitriões viraram o resultado para 3-1, por intermédio de Hemed (24), Ben Basat (40) e Gershon (70), antes de Hélder Postiga reduzir, aos 72, e de Fábio Coentrão minimizar os danos já em período de compensação, ao fixar o empate 3-3. Sem Cristiano Ronaldo, que tinha visto em Telavive o segundo cartão amarelo na qualificação, a selecção portuguesa só voltou a quebrar a resistência do Azerbaijão na segunda parte, graças a um remate certeiro de Bruno Alves, aos 68 minutos, cabendo ao suplente Hugo Almeida confirmar, aos 79, o triunfo por 2-0 em Baku. No fecho da época passada, Portugal conquistou uma preciosa vitória por 1-0 em casa sobre a Rússia, somando pela primeira vez duas partidas consecutivas sem sofrer golos e respondendo na mesma moeda à derrota sofrida em Moscovo, graças ao golo marcado aos nove minutos por Hélder Postiga, melhor marcador luso nesta campanha, com seis tentos. As fragilidades da defesa lusa ficaram bem expostas no jogo seguinte, na Irlanda do Norte, onde esteve a ganhar com um golo marcado aos 21 minutos por Bruno Alves, que se tornou o defesa mais goleador da selecção, com nove remates certeiros, antes de permitir que McAuley (36) e Ward (52) dessem a volta ao resultado. Após seis jogos em “branco”, Cristiano Ronaldo regressou aos golos em grande estilo, resgatando a equipa ao concretizar o primeiro “hat-trick” pela selecção nacional, aos 68, 77 e 83 minutos, tornando-se o segundo melhor marcador da selecção, ultrapassando Eusébio e ficando a quatro tentos do recordista Pauleta. Com seis alterações forçadas relativamente ao jogo de Belfast, devido a suspensões e lesões, Portugal protagonizou uma exibição descolorida na recepção a Israel, pensando ter garantido os “play-offs” com o primeiro golo internacional de Ricardo Costa, aos 28 minutos, mas o erro do guarda-redes Rui Patrício ofereceu o empate a Ben Basat, aos 85. No último jogo, a selecção voltou a não impressionar, inaugurando o marcador por intermédio de Varela, aos 30 minutos, tendo Nan e Hélder Postiga, dilatado o resultado e ajudado a reservar um lugar nos “play-offs”. *COM LUSA


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fifa world cup brasil 2014

A ‘revolução’ com menos expressão paulo bento fará a sua estreia num campeonato do Mundo como treinador. um total de 11 jogadores repete a presença num mundial, cenário diferente em 2006 e 2010 pedro freitas oliveira DN MADEIRA

Dos 23 eleitos por Paulo Bento, 11 repetem a presença no Mundial. Muita coisa mudou em quatro anos. Mas esta até é a ‘revolução’ menos expressiva dos últimos anos. Entre o Mundial da Coreia/Japão e o seguinte, na Alemanha, transitaram somente sete jogadores, aí sim uma autêntica revolução, com o adeus de grande parte daqueles que formaram a denominada ‘geração de ouro’. Entre 2006 e 2010, o mesmo cenário: dos 23 chamados por Scolari para a Alemanha, apenas sete integraram os eleitos de Queiroz para a África do Sul. Nota para

o caso de Postiga: volta ao campeonato do mundo, mas oito anos depois, já que esteve presente somente no Alemanha 2006. De facto, alguns aspectos mudaram em quatro anos. O seleccionador é outro, as ideias também. É normal que assim seja. Carlos Queiroz, em 2010, apostou num lote de jogadores já em fim de carreira. A renovação seria, por isso, inevitável. Mais radical é a mudança, quando lembramos o ‘onze’ base de Portugal no último campeonato do mundo. Há alterações significativas em todos os sectores. Já não há Paulo Ferreira, Ricardo Carvalho, Pedro Mendes, Tiago, nem Simão. A estes, juntam-se nomes como Miguel, Deco, Danny ou Lied-

Lesões constantes afastaram Danny da convocatória O luso-venezuelano Danny Alves ficou de fora do Mundial do Brasil. Opção regular durante a fase de qualificação, Danny não mereceu a confiança da equipa técnica liderada por Paulo Bento para integrar os 30 pré-convocados para a prova maior de selecções, apesar desta época ter marcado mais golos do que nunca no Zenit. “Escolhi aqueles que estão sempre com a equipa”. Foi desta forma que Paulo Bento justificou a ausência de Danny da lista de convocados para o Mundial. Percebeu-se que o assunto Danny não era fácil também para Paulo Bento. Haverá, porventura, ainda muito por explicar. Mas, pelo discurso de Bento, nota-se alguma insatisfação do seleccionador relativamente ao jogador, nomeadamente pelas constantes lesões, que Paulo Bento fez, inclusivamente, questão de lembrar e enumerar: “Ele esteve connosco alguns meses, no arranque para a fase de qualificação para o Euro-2012. Depois teve uma lesão grave no joelho. Regressou connosco no jogo com o Equador, em Guimarães, depois teve mais algumas participações. A verdade é que com a Irlanda teve de se ausentar com problemas físicos. Depois teve de se ausentar com problemas físicos após o jogo com Israel em Alvalade. Também estava com problemas

no play-off com a Suécia.” Está à vista que a ausência de Danny não se relaciona com a falta de rendimento do jogador. Os números no campeonato russo comprovam o bom momento de forma que atravessa. Ao dizer que prefere optar por “aqueles que estão sempre com a equipa”, Paulo Bento poderá estar a indicar que já não tem a mesma confiança no jogador. Ao lembrar a condição física do jogador do Zenit nos diferentes momentos da fase de qualificação, o seleccionador acaba por levantar alguma estranheza relativamente à onda de lesões que acabaram por afastar Danny dos trabalhos da selecção. “Opto por jogadores que dão garantias, não só em termos técnicos e tácticos, como também emocionais”, acrescentou.

son, que também foram utilizados, como alternativas aos primeiros. Destes, só o madeirense Danny poderia ser seleccionado para o Brasil. Os restantes, ou penduraram as chuteiras, ou renunciaram à selecção. Na África do Sul, a selecção portuguesa apenas sofreu um golo, o suficiente para não ir além dos oitavos-de-final, numa campanha que ficou aquém das expectativas. É verdade que foi eliminada pela campeã do mundo, Espanha, mas o percurso na fase de grupos não encheu as medidas. Sete golos marcados, todos diante da frágil Coreia do Norte, e dois nulos, com Costa do Marfim e Brasil, também deixaram a nu o défice de concretização. Sublinhou, também, esse grande problema da Selecção Nacional, desde a saída de Pedro Pauleta: a falta de um ponta-de-lança capaz de marcar a diferença. Há quatro anos, a aposta recaiu em Hugo Almeida e Liedson. O primeiro regressa ao grande palco. Para o Brasil, o seleccionador aposta inclusivamente em alguns jogadores que não tem experiência ao nível das principais competições, como Europeus e Mundiais. Nessa situação, estão Luís Neto, André Gomes, William Carvalho, Éder, Rafa e Vieirinha. Ao invés, Paulo Bento não teve qualquer problema em deixar de fora elementos que já possuem esse traquejo, casos de Rolando e Quaresma. No total, são 11 os jogadores a participar pela primeira vez num campeonato do mundo. No entanto, ressalvando algumas excepções, a maioria tem já um historial assinalável ao nível dos jogos mais exigentes, nomeadamente nos respectivos clubes, mas inclusivamente com a camisola das Quinas. Numa abordagem ao último Europeu, em 2012, observamos igualmente algumas alterações, mesmo com o mesmo seleccionador. Rolando, Miguel Lopes, Custódio, Rúben Micael, Hugo Viana, Quaresma e Nélson Oliveira foram apostas de Paulo Bento há dois anos. O mesmo não acontece desta vez. A aposta na polivalência é grande. Muitos jogadores chegam ao Mundial após uma época desgastante, agravada por problemas físicos que, em certos casos, não estão ainda totalmente resolvidos.

As estreias no mundial que era feito deles em 2010 rui patrício Titularíssimo no Sporting, foi preterido por Carlos Queiroz na lista para a África do Sul. Nani Falhou o Mundial devido a uma lesão na clavícula. Atravessava um grande momento de forma. João Moutinho Apesar da boa época do Sporting, a última em Alvalade, não mereceu a confiança do seleccionador. João pereira Depois de uma grande temporada, repartida entre Braga e Sporting, faltou convencer Queiroz. Varela Na primeira época no FC Porto, não teve o estatuto de indiscutível no onze de Jesualdo. luís Neto Começava a dar nas vistas com a camisola do Varzim, na II Liga. Mas ainda pouco utilizado. andré almeida Em 2009/2010 foi uma das agradáveis surpresas no Belenenses, equipa que ainda assim desceu de divisão. Vieirinha Jogava nos gregos do PAOK. No campeonato, actuou em 34 jogos e marcou sete golos. rafa Em 2009/2010 cumpria a segunda época de juvenil, com a camisola do Alverca. william carvalho Era ainda júnior de primeiro ano no Sporting. Em 2011 estreou-se na I Liga, frente ao V. Guimarães. Éder Com a camisola da Académica, participou em 22 jogos e apontou quatro golos na I Liga.


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fIfA WORld CU

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GRUPO A • Brasil, Croácia, México e Camarões Quinta-feira, 12 de Junho • 21h00 (PT) / 15h30 (VE) • São Paulo

BRASIL

VS

CROACIA

Sexta-feira, 13 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Natal

MÉXICO

VS

CAMARÕES

Terça-feira, 17 de Junho • 20h00 (PT) / 14h30 (VE) • Fortaleza

BRASIL

VS

MÉXICO

Quarta-feira, 18 de Junho • 23h00 (PT) / 17h30 (VE) • Manaus

CAMARÕES

VS

CROACIA

Segunda-feira, 23 de Junho • 21h00 (PT) / 15h30 (VE) • Brasília

CAMARÕES

VS

BRASIL

Segunda-feira, 23 de Junho • 21h00 (PT) / 15h30 (VE) • Recife

CROACIA

VS

MÉXICO

GRUPO B • Espanha, Holanda, Chile e Austrália Sexta-feira, 13 de Junho • 20h00 (PT) / 14h30 (VE) • Salvador

ESPANHA

VS

HOLANDA

Sexta-feira, 13 de Junho • 23h00 (PT) / 17h30 (VE) • Cuiabá

CHILE

VS

AUSTRÁLIA

Quarta-feira, 18 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Porto Alegre

AUSTRÁLIA

VS

HOLANDA

Quarta-feira, 18 de Junho • 20h00 (PT) / 14h30 (VE) • Rio de Janeiro

ESPANHA

VS

CHILE

Segunda-feira, 23 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Curitiba

AUSTRÁLIA

VS

ESPANHA

Segunda-feira, 23 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • São Paulo

HOLANDA

VS

CHILE

GRUPO C • Colômbia, Grécia, Costa do Marfim e Japão Sábado, 14 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Belo Horizonte

COLÔMBIA

VS

GRÉCIA

Domingo, 15 de Junho • 02h00 (PT) / 20h30 (VE) • Recife

C. DO MARFIM

VS

JAPÃO

Quinta-feira, 19 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Brasília

COLÔMBIA

VS

C. DO MARFIM

Quinta-feira, 19 de Junho • 23h00 (PT) / 17h30 (VE) • Natal

JAPÃO

VS

GRÉCIA

Terça-feira, 24 de Junho • 21h00 (PT) / 15h30 (VE) • Cuiabá

JAPÃO

VS

COLÔMBIA

Terça-feira, 24 de Junho • 21h00 (PT) / 15h30 (VE) • Fortaleza

GRÉCIA

VS

C. DO MARFIM

GRUPO D • Uruguai, Costa Rica, Inglaterra e Itália Sábado, 14 de Junho • 20h00 (PT) / 14h30 (VE) • Fortaleza

URUGUAY

VS

COSTA RICA

Sábado, 14 de Junho • 23h00 (PT) / 17h30 (VE) • Manaus

INGLATERRA

VS

ITÁLIA

Quinta-feira, 19 de Junho • 20h00 (PT) / 14h30 (VE) • São Paulo

URUGUAY

VS

INGLATERRA

Sexta-feira, 20 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Recife

ITÁLIA

VS

COSTA RICA

Terça-feira, 24 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Belo Horizonte

COSTA RICA

VS

INGLATERRA

Terça-feira, 24 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Natal

ITÁLIA

VS

URUGUAY

OItAvOs dE fInAl Sábado, 28 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Belo Horizonte

A-1A

VS

2B

vai Portugal! He

Sábado, 28 de Junho • 21h00 (PT) / 15h30 (VE) • Rio de Janeiro

B-1C

VS

2D

Domingo, 29 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Fortaleza

C-1B

VS

2A

Domingo, 29 de Junho • 21h00 (PT) / 15h30 (VE) • Recife

D-1D

VS

2C

Segunda-feira, 30 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Brasília

E -1E

VS

2F

Segunda-feira, 30 de Junho • 21h00 (PT) / 15h30 (VE) • Porto Alegre

F -1G

VS

2H

Terça-feira, 1 de Julho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • São Paulo

G-1F

VS

2E

Segunda-feira, 30 de Junho • 21h00 (PT) / 15h30 (VE) • Salvador

H-1H

VS

2G

1

Eduardo

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Ricardo Costa

2

Bruno Alves

14 neto

3

Pepe

15 Rafa

4

Miguel veloso

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Raul Meireles

5

fábio Coentrão

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William Carvalho

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vare


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Correio da venezuela | Junho 2014

GRUPO E • Suíça, Equador, França e Honduras Domingo, 15 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Brasília

SUÍÇA

VS

EQUADOR

Domingo, 15 de Junho • 20h00 (PT) / 14h30 (VE) • Porto Alegre

FRANÇA

VS

HONDURAS

Sexta-feira, 20 de Junho • 20h00 (PT) / 14h30 (VE) • Salvador

SUÍÇA

VS

FRANÇA

Sexta-feira, 20 de Junho • 23h00 (PT) / 17h30 (VE) • Curitiba

HONDURAS

VS

EQUADOR

Quarta-feira, 25 de Junho • 21h00 (PT) / 15h30 (VE) • Manaus

HONDURAS

VS

SUÍÇA

Quarta-feira, 25 de Junho • 21h00 (PT) / 15h30 (VE) • Rio de Janeiro

EQUADOR

VS

FRANÇA

GRUPO F • Argentina, Bósnia, Irão e Nigéria Domingo, 15 de Junho • 23h00 (PT) / 17h30 (VE) • Rio de Janeiro

ARGENTINA

VS

BÓSNIA

Segunda-feira, 16 de Junho • 20h00 (PT) / 14h30 (VE) • Curitiba

IRÃO

VS

NIGÉRIA

Sábado, 21 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Belo Horizonte

ARGENTINA

VS

IRÃO

Sábado, 21 de Junho • 23h00 (PT) / 17h30 (VE) • Cuiabá

NIGÉRIA

VS

BÓSNIA

Quarta-feira, 25 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Porto Alegre

NIGÉRIA

VS

ARGENTINA

Quarta-feira, 25 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Salvador

BÓSNIA

VS

IRÃO

GRUPO G • Alemanha, Portugal, Gana e EUA Segunda-feira, 16 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Salvador

ALEMANHA

VS

PORTUGAL

Segunda-feira, 16 de Junho • 23h00 (PT) / 17h30 (VE) • Natal

GANA

VS

E.U.A

Sábado, 21 de Junho • 20h00 (PT) / 14h30 (VE) • Fortaleza

ALEMANHA

VS

GANA

Domingo, 22 de Junho • 23h00 (PT) / 17h30 (VE) • Manaus

E.U.A

VS

PORTUGAL

Quinta-feira, 26 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Brasília

PORTUGAL

VS

GANA

Quinta-feira, 26 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Recife

E.U.A

VS

ALEMANHA

GRUPO H • Bélgica, Argélia, Rússia e Coreia do Sul Terça-feira, 17 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Belo Horizonte

BÉLGICA

VS

ARGÉLIA

Terça-feira, 17 de Junho • 23h00 (PT) / 17h30 (VE) • Cuiabá

RÚSSIA

VS

COREIA DO SUL

Domingo, 22 de Junho • 20h00 (PT) / 14h30 (VE) • Porto Alegre

COREIA DO SUL

eróis do Mar

VS

ARGÉLIA

Domingo, 22 de Junho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Rio de Janeiro

BÉLGICA

VS

RÚSSIA

Quinta-feira, 26 de Junho • 21h00 (PT) / 15h30 (VE) • Curitiba

ARGÉLIA

VS

RÚSSIA

Quinta-feira, 26 de Junho • 21h00 (PT) / 15h30 (VE) • São Paulo

COREIA DO SUL

VS

BÉLGICA

QUARtOs dE fInAl Sexta-feira, 4 de Julho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Rio de Janeiro

I-GA

VS

GB

Sexta-feira, 4 de Julho • 21h00 (PT) / 15h30 (VE) • Fortaleza

J-GE

VS

GF

Sábado, 5 de Julho • 21h00 (PT) / 15h30 (VE) • Salvador

7

Cristiano Ronaldo

8

rela

8

João Moutinho

19

André Almeida

9

Hugo Almeida

20

Rúben Amorim

10

vieirinha

21

João Pereira

11 Éder

22 Beto

12

Rui Patrício

23

Hélder Postiga

K-GC

VS

GD

Sábado, 5 de Julho • 17h00 (PT) / 11h30 (VE) • Brasília

L-GG

VS

GH

MEIAs fInAIs Terça-feira, 8 de Julho • 21h00 (PT) – 15h30 (VE) • Belo Horizonte

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GJ

Quarta-feira, 9 de Julho • 21h00 (PT) – 15h30 (VE) • São Paulo

N-GK

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fInAl Domingo, 13 de Julho • 20h00 (PT) – 14h30 (VE) • Rio de Janeiro

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fifa world cUp brasil 2014

Os navegantes do futebol O Mundial é uma oportunidade para que os portugueses descubram novas rotas e empreendam a viaje rumo à vitória Victoria Urdaneta

“O mundo é uma bola”. Assim se intitula a coluna que José Visconti, director do semanário desportivo El Heraldo, reconhecido analista desportivo e professor universitário, escreve há décadas e que representa o que hoje se sente nos cinco continentes em relação ao futebol. Visconti afirma que este mundial é o cenário ideal para que a selecção portuguesa demonstre tudo o que é capaz de fazer. “É uma das selecções mais duais. Ainda este seja um termo enganoso porque ‘dual’ significa também uniforme, que não implica qualquer declive e isso é impossível. Digo dual porque tem muito bons jogadores que sabem fazer o trabalho com um espírito maravilhoso”, explica. Por outra lado, destaca “o carácter ofensivo do grupo”. O que resulta paradoxal, porque “tendeu para a defensiva com Arthur Jorge, mas ultimamente não se fortaleceu tanto, por isso creio que deveriam reforçar mais a defesa já que enfrentam países muito talentosos”. Também necessita contar com Cristiano Ronaldo na sua melhor forma e não se refere à física mas sim a psicológica. “Se souber sobrepor-se a qualquer adversidade será formidável, porque ele tem muita visão de jogo. Aliás, estou seguro que se ele quiser no futuro ser director técnico, será grandioso. Conhece todas as possibilidades do jogo, é o tipo de gente que sabe para que se utiliza a bola e além disso domina no o jogo no vazio, sem bola, armando jogadas”. Por todas estas razões, é inquestionável que Portugal conta com Cristiano Ronaldo mas, na óptica de Visconti, isto não quer dizer que seja uma carga negativa e os que demais tenham menos valor. Pelo contrário, “todos os

José Visconti afirma que este mundial é o cenário ideal para que a selecção portuguesa demonstre tudo o que é capaz de fazer

jogadores que seguem na selecção lusa são muito bons mas é uma fortuna ter um jogador tão imponente”. Inclusivamente, Visconti compara-o com outro famoso da bola: “Se Messi é para o futebol como o Farol de Vigo, Cristiano é como o Farol de Alexandria”. Outro personagem que marcou a história do futebol de Portugal é Eusébio, a quem entrevistou pela primeira vez quando a “pantera negra” veio à Venezuela, nos anos 70. “Foi muito amável e deu-me muito orgulho conhecer uma figura tão importante para o futebol a nível mundial. Deixou uma marca inapagável, já que é impossível conceber o Mundial de 66 sem Eusébio. Nele reflectiu a expansão de Portugal que transcendeu em todos

o dado

Domínio de bola Pedro Ricardo Maio: “a selecção de Portugal dispõe de uma boa oportunidade

Saúl Maldonado, director técnico do Deportivo Petare, explica que a sua filosofia de jogo “é o domínio da bola. O meu ideal de trabalho é o defensivo para que o contrário não converta e isso é um dos reptos de Portugal neste Mundial”. Por outra lado, Maldonado ressalta “a figura indispensável que é Cristiano Ronaldo porque é muito ‘desequilibrante’ com o qual a selecção aumenta as suas possibilidades de avançar. No entanto, temos a incógnita de como estará a sua força porque foi submetido a demasiada actividade. Ainda assim, as expectativas são altíssimas sobre ele”.

porque possui o melhor jogador do mundo”.

os aspectos, não apenas no marítimo e na concepção da navegação, senão que inclusivamente na vertente desportiva, já que Portugal semeou o futebol nas colónias, como Moçambique, que depois o representaram”. Além disso, “Eusébio demonstrou que ‘o futebol é uma dinâmica do impensável, como diria o cronista desportivo argentino Dante Panzeri”, conta Visconti, que

não é luso-descendente mas assume-se como “luso-dependente”, tal como se autodefine, por estar casado há 43 anos com a comunicadora social María Teresa País de Visconti, nascida e criada em Portugal, além de ter uma nora madeirense. “Levo Portugal no meu coração”, assegura, emocionado. A grande oportunidade Pedro Ricardo Maio, jornalista desportivo do diário Meridiano e chefe de Imprensa do Caracas FC, fala com objectividade da representação portuguesa ainda que reconheça que é a sua selecção favorita, fiel ao legado que os seus pais madeirenses lhe deixaram; chegaram à Venezuela há 44 anos. O pai é oriundo da freguesia do Monte, e a mãe de Santo António. Para Maio, “a selecção de Portugal dispõe de uma boa oportunidade porque possui o melhor jogador do mundo que é Cristiano Ronaldo, que já o demonstrou em vários torneiros e além disso levou Portugal ao Mundial. Recordemos que ao não somar pontos suficientes para avançar de maneira directa, foi disputada uma série de repescagem ante a Suécia”, onde anotou os quatro tentos com que Portugal superou com marcador global de 4-2 a formação sueco e assim assegurou a passagem para o Brasil. “Ainda assim está num grupo complicado e tem fortes competidores porque está a Alemanha, o Gana (que no último Mundial ficou bem classificado) e Estados Unidos”, indica Maio, o qual pode ser escutado no seu programa “Deportivas Unión Rádio”, entre as 5:00 e as 6:00 pm, acompanhado por John Carillo e Luis Enrique Sequera. O melhor cenário David Ferreira, chefe de Audiovisuais do Aragua FC, está acostumado a analisar os vídeos e capturar imagens da equipo para a qual trabalha, mas desta vez o seu foco de atenção será a selecção “verderubra”, não apenas pelo seu gosto pelo desporto mas também pelas suas raízes: o seu pai nasceu em Lisboa e chegou à Venezuela quando tinha 13 anos, na década de 70, enquanto que a sua mãe é oriunda de Maracaibo, mas em casa mantém-se o orgulho lusitano. “Vamos com boas ferramentas porque esta é a melhor selecção em muito tempo e não só estão figuras como Ronaldo, também há jogadores que valem muito como Pepe, por exemplo. Creio que a defesa e os médios são excelentes e podem protagonizar jogos dar vistosos”. Quanto o director técnico, Paulo Vento, “não é o meu favorito mas apoio o facto de que cada técnico seja do país que dirige, para que realmente seja uma selecção nacional sobretudo porque se trata de um Mundial”, observa Ferreira, que além da comunicação social se dedica à cinematografia. “As pessoas esperam muito da selecção e é lógico porque está Cristiano Ronaldo e ele é um fora de série, é melhor do mundo e foi a chave na classificação. Os adeptos querem que marque golos porque os padrões do futebol são muito altos, estão acostumados a ver vários golos de um mesmo jogador num só partido”.


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Portugal não é favorito mas pode dar lucro

O Brasil lidera em todos os sites consultados, enquanto a selecção portuguesa não vai além do oitavo lugar na lista de principais candidatos à conquista do Mundial pedro freitas oliveira DN MADEIRA

Portugal não surge entre os favoritos ao título nas principais casas de apostas. O Brasil lidera em todos os sites consultados, enquanto a selecção portuguesa não vai além do oitavo lugar na lista de principais candidatos à conquista do Mundial. Na cauda da tabela, de forma unânime, encontram-se selecções como a Argélia, Irão, Costa Rica e Honduras. Os sites especializados em apostas desportivas disponibilizam uma imensidão de possibilidades na hora de arriscar. Há de tudo um pouco: desde apostas relacionadas com a competição, até aquelas destinadas especificamente a um jogo, passando pelas individuais, como melhor marcador ou até melhor guarda-redes. Não há limites para a imaginação e é possível apostar em praticamente tudo. No que diz respeito aos favoritos, na Bwin, Portugal aparece em oitavo lugar com uma odd de 26 euros. À frente surgem Brasil (3.85), Alemanha (6), Argentina (6), Espanha (7.50), Bélgica (17), Itália (21) e França (21). Já na Betfair, a selecção portuguesa fica-se pelo 9.º lugar da lista de favoritos à conquista do campeonato do mundo, com uma odd de 34 libras. É também nessa posição que Portugal aparece nas apostas da Bet365 (odd de 29 euros). Entre os quatro sites consultados pelo DIÁRIO, a selecção nacional tem a pior cotação na Betclic, com o 12.º lugar entre os favoritos, e uma odd de 30 euros. Quanto ao grupo G, em termos de favoritismo, Portugal só fica atrás da Alemanha. Tendo em conta o duelo entre estas duas selecções, na Bwin a vitória

Os favoritos à conquista do mundial bwiN

bETfair

bETclic

Brasil 3.85 para 1

Brasil 4 para 1

Brasil 4 para 1

Alemanha 6

Argentina 6

Argentina 5.50

Argentina 6

Alemanha 7.6

Alemanha 6.50

Espanha 7

Espanha 8

Espanha 7.50

Bélgica 17

Bélgica 22

Bélgica 20

Itália 21

França 26

França 20

França 21

Inglaterra 28

Colômbia 25

Portugal 26

Itália 28

Itália 25

Colômbia 26

Portugal 34

Holanda 25

Inglaterra 29

Uruguai 34

Inglaterra 25

Uruguai 29

Holanda 36

Uruguai 30

Holanda 34

Colômbia 40

Portugal 30

(Valor diz respeito à odd apresentada pelos sites para cada uma das selecções. Valores da Betfair estão em libras).

Explicação O que é a ‘ODD’? A ‘odd’ reflecte, no fundo, a probabilidade de algo acontecer. Quando mais alta for a odd, maior será o risco, mas também mais elevado será o lucro. Como se calcula o ganho do apostador? Equivale à multiplicação do valor da aposta pelo valor da odd. Por exemplo, tendo em conta a Bwin, alguém que decida apostar 10 euros na vitória de Portugal no Mundial, terá um ganho de 260 euros, caso a selecção das Quinas vença a competição. O cálculo é o seguinte: valor da aposta (10 euros) vezes valor da odd (26 euros). Neste caso, o ganho líquido é de 250, já a descontar os 10 euros que apostou. No entanto, as casas retiram uma pequena comissão sobre o valor a receber pelo apostador. Para os mais entendidos na matéria, as técnicas de ‘trading’ são bastante úteis, especialmente na Betfair, que coloca a opção das apostas contra.

Gana, a selecção lusa volta a ser cotada como favorita. O triunfo português vale 1.85, enquanto se os ganeses ganharem o valor já é de 4.00 euros por cada euro apostado. O empate fica nos 3.40. Nos jogos do grupo G, a tendência é idêntica nos restantes sites, variando somente o valor da odd.

portuguesa vale 4.10 euros por cada euro apostado. O empate fica-se pelos 3.50, e o triunfo alemão nos 1.83. Já quanto ao segundo jogo, o cenário é diferente e apostar na vitória lusa (1.67) não traz lucro significativo. Pelo contrário, os apostadores que arrisquem nos Estados Unidos podem tirar bom proveito, caso os norteamericanos surpreendam Portugal: a casa paga cinco euros por cada euro apostado. O empate vale 3.50. No que diz respeito ao jogo com o

Selecção treinada por Paulo Bento não é favorita ao Mundial mas tudo pode acontecer.

Messi favorito Lionel Messi surge como favorito à conquista do troféu de melhor marcador do Mundial nos quatro sites consultados. Na Betclic o jogador argentino tem uma odd de 9 euros. No top-5 seguem-se Neymar (12), Cristiano Ronaldo (14), Aguero (16) e Luis Suárez (18). Ou seja, por cada euro apostado em Cristiano Ronaldo, a casa irá pagar 14 euros, caso o madeirense fique no primeiro lugar entre os goleadores do torneio. Nessa lista surgem ainda Hélder Postiga e Hugo Almeida, com a odd de 100 e 150 euros, respectivamente. A Betfair também coloca Messi no topo dos favoritos. De resto, os cinco primeiros são os mesmos e surgem pela mesma ordem. Mas aqui aparecem outros nomes portugueses como possíveis vencedores da bola de ouro, para o melhor marcador, casos de Nani, João Moutinho, Raul Meireles e Bruno Alves, todos com a odd acima das 320 libras. Na Bwin, a diferença prende-se com o quinto posicionado entre os favoritos, já que neste site é Diego Costa e não Luis Suárez, que surge em sexto. Na Bet365 a ordem também é essa.

Estudo atribui 1% de hipóteses à selecção das “quinas” o dado

A probabilidade de Portugal passar a primeira fase do Mundial é, segundo um estudo matemático, de 45%, mas, daí para a frente, a margem reduz-se até 1% de hipóteses de sair campeão. Se passar aos oitavos-de-final, a selecção portuguesa, que defronta Alemanha, Gana e Estados Unidos no Grupo G, tem então 23% de chances de chegar aos ‘quartos’ e somente 3% de atingir a final, mostra o simulador desenvolvido por dois matemáticos brasileiros da Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

“Foi uma surpresa para nós, porque achamos a selecção de Portugal forte, e no ‘ranking’ da FIFA também não está ruim. Mas há sempre o imprevisível, pode ser que um suplente de Portugal entre no jogo e se mostre um génio da bola que ninguém conhecia”, brinca o professor Moacyr Alvim, em declarações à Lusa, sublinhando que o “acaso” vai estar sempre presente. “O sistema é baseado nos resultados de cada selecção nos últimos quatro anos. Não só na vitória, mas no empate e derrota também. Chega-se então a um

cálculo que indica qual a força de defesa e de ataque de cada selecção”, explicou o professor Moacyr Alvim. Para chegarem às percentagens, ele e Paulo Cezar Carvalho simularam 100 mil campeonatos do Mundo partindo dos mesmos grupos do Mundial do Brasil. Pelo estudo, o Brasil é o país com mais hipóteses de se sagrar campeão do Mundo, com 28% de probabilidade de vencer a final, seguido da Espanha, detentora do título, com 16%, e Argentina, com 12%. Em todas as simulações feitas, Nigéria e Coreia do Sul jamais erguem o troféu em 2014.


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sergio ferreira soares

Apesar de a Venezuela nunca ter sido um país de mundiais, este evento consolidouse como uma grande festa, que enche de alegria as ruas ao longo de toda a nação. Com transmissões na TV, Internet e na rádio, os crioulos celebram cada golo das suas equipas favoritas a partir das suas casas, locais comerciais, praças e nos automóveis. Este ano, os adeptos crioulos ficam novamente com o doce amargo de La Vinotinto não se ter classificado para o Mundial do Brasil 2014, mesmo tendo um melhor desempenho e ter ficado às portas da repescagem. Recorde-se que a selecção nacional iniciou, em Outubro de 2011, o seu percurso no Mundial, ao enfrentar o conjunto do Equador, e terminou dois anos depois, perante o 11 do Paraguai, finalizando com 20 pontos, conseguidos em cinco jogos ganhos, cinco empatados e seis perdidos, conseguindo o sexto lugar. Canais transmitem jogos Apesar de o sonho do Mundial ter de ser adiado por mais quatro anos, os crioulos já se preparam para desfrutar de uma grande festa do futebol, na companhia de familiares, amigos e companheiros de trabalho. São três os canais de televisão que têm os direitos de transmissão oficial dos jogos: A governamental Televisión Venezolana Social (Tves) e as privadas Venevisión e Meridiano Televisión; para além disso, a operadora de televisão por cabo DIRECTV conta com direitos exclusivos para a transmissão de alguns jogos, que poderão ser vistos apenas através do seu sinal. Uma novidade trazida por esta operadora de TV cabo é uma cobertura do

fifa world cup brasil 2014

A festa do futebol também se celebra na Venezuela Durante um mês, o país deverá paralisar enquanto são transmitidos os jogos do mundial evento sem precedentes na Venezuela, que incluirá a possibilidade de ver todo o campeonato em live streaming através de computadores, tablets e smartphones. Na aplicação, estarão disponíveis seis ecrãs em simultâneo para ver cada detalhe dos encontros: Imagem principal, câmara táctica, visão da equipa A e da B, assim como o campo de jogo de cada um deles, tudo isto graças a 24 câmaras colocadas em cada estádio. Futebol por todo o lado Uma tradição que ganhou dimensão na Venezuela é a transmissão dos jogos nas principais praças de algumas cidades. No entanto, perante os protestos de rua em todo o país, até ao encerramento desta edição ainda não tinha sido dado a conhecer se haveria alguma transmissão pública do Mundial, para além das que vão sendo anunciadas em bares, restaurantes e locais comerciais. Entretanto, surgiram novas iniciativas

Caminho percorrido pela “Vinotinto” Equador - Venezuela (2-0) Venezuela - Argentina (1-0) Colômbia - Venezuela (1-1) Venezuela - Bolívia (1-0) Uruguai - Venezuela (1-1) Venezuela - Chile (0-2) Peru - Venezuela (2-1) Paraguai - Venezuela (0-2) Venezuela - Equador (1-1) Argentina - Venezuela (3-0) Venezuela - Colômbia (1-0) Bolívia - Venezuela (1-1) Venezuela - Uruguai (0-1) Chile - Venezuela (3-0) Venezuela - Peru (3-2) Venezuela - Paraguai (1-1)

Comunidade lusa reúne-se A Academia da Espetada Caracas está a organizar a tertúlia ‘Mundial 2014’, que decorre no próximo domingo, 8, no restaurante Amazonia Grill de Las Mercedes. O Centro Português, em Caracas, transmitirá os jogos da selecção lusa em ecrãs gigantes que serão instalados na área da Fonte de Soda e no Salão Nobre. O Centro Português Venezuelano de Guayana, no Estado de Bolívar, colocará um ecrã gigante num dos concessionários comerciais estabelecidos na área da piscina. Os restaurantes da Casa Portuguesa do Estado de Aragua estarão abertos para que todos os seus associados desfrutem dos jogos do Mundial.

como a da CINEX, que coloca à disposição do público 20 salas de cinema a nível nacional, nas quais serão transmitidos mais de 30 jogos em ecrãs gigantes de alta definição, com brindes e prémios. O custo da entrada é de 175 bolívares por pessoa. Também uma reconhecida marca de cervejas colocará à disposição dos seus fãs ambientes onde poderão viver de perto os jogos. Em Caracas, os pontos de encontro situam-se no Centro Comercial Tolón, Centro San Ignacio e Paseo El Hatillo. Os caraquenhos poderão desfrutar ainda de outras iniciativas: A primeira é a Expo Futebol Venezuela 2014, que decorre entre 1 e 3 de Julho no Millenium Mall e onde as crianças poderão viver uma experiência diferente através de jogos, transmissão dos jogos do Mundial, interacção e muita diversão; a segunda é um ciclo de cinema e documentários dedicados aos amantes do futebol, que se levará a cabo no centro de arte PDVSA La Estancia até ao final da Copa do Mundo.


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‘Golaço’ de vendas O Mundial é um evento desportivo de grande envergadura e também uma oportunidade para o comércio. Victoria urdaneta

“Senhor, senhor! Quanto custa a mascote do Mundial?”, perguntavam três crianças em uniforme da escola ao encarregado do quiosque. Mais à frente, a euforia era a mesma e assim acontecia em cada local visitado, independentemente da idade, género ou classe social. “A emoção por ter algum acessório ou objecto é igual para todos”, assegura Alexander González, do quiosque Acuario, em Santa Paula, em El Cafetal. No que diz respeito às preferências dos clientes, González não tem dúvidas. “Tudo o que tenha a imagem de Portugal é muito procurado, as bandeiras custam bs 100 e 160 (podem vender-se até 50 por semana), as pulseiras tecidas bs 120, os cachecóis, bs 200. Também são muito procuradas as coisas com a imagem de Espanha. Esses dois países são os mais famosos aqui.” Também “as camisolas têm um grande público”, acrescenta Hernán Restrepo, representante da loja Hollywood dvd, situada na avenida Luís de Camões em Macaracuay. “Mas nem todas são iguais, há as de bs 600, do Mundial passado, enquanto as

do Mundial actual custam bs 1300 e 1500.” Uma vez mais, as da selecção verde e vermelha figuram entre as mais famosas. “Podem vender-se umas 30 ou 40 camisolas de Portugal por semana, enquanto dos outros países saem 10 ou 15”, assegura Restrepo, que esperou por este evento

futebolístico não só por ser adepto do desporto mas também pelo aumento das vendas. A venda e a troca de cromos é outro ramo que tem muito movimento, e existem grupos especializados nisto. “Somos estudantes e estamos da 1:00 da tarde às 7:00 da noite a vender cromos detalhados”, explica Jhonathan Sánchez, que faz parte de um grupo de 7 rapazes. “Os mais procurados estão nas primeiras páginas, da 1 à 30, e o número 00 é o mais raro, e também um dos mais caros, pode ser vendido até bs 300. Os escudos também são bastante valorizados. Os jogadores brasileiros, espanhóis e portugueses são os mais difíceis de encontrar que os de outras nacionalidades, como a chinesa, e podem custar bs 40 ou 50. Os mais desejados são os de Cristiano Ronaldo e de Messi.”


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Coleccionadores a trocar os seus cromos

testemunhos Simón e a sua filha de 7 anos coleccionam o álbum desde o Mundial dos Estados Unidos 94. Assegura que indo a estes locais, não é impossível conseguir os cromos que faltam, já que se conseguem através da compra e da troca. Está disposto a pagar o custo de cada figura para poder encher por completo a colecção. As suas equipas favoritas são Portugal e Espanha.

Posto de compra/venda Panini

Chegou a febre

dos cromos

A febre do Mundial do Brasil 2014 faz-se notar também nos coleccionadores de artigos. Yasireth de aguiar

Valentin não se recorda há quantos mundiais é coleccionador dos álbuns Panini, e actualmente, os seus filhos também se juntaram à sua tradição. No entanto, em casa, só se colecciona um álbum, devido aos elevados custos. “Não estou muito contente com os preços, fazemos mais para agradar aos meus filhos do que por qualquer outra coisa”, disse, indicando que não sabe se vai poder completar o álbum de 2014. A sua equipa favorita é o Uruguai.

Com 11 anos, Alejandro colecciona, pela segunda vez, um álbum do Mundial: A primeira ocasião foi no África do Sul 2010, e este ano, espera completar todos os cromos. “A figura mais difícil de conseguir é a 00, e também os cromos do Irão”, diz, enquanto o seu pai explica que o valor mais elevado por cromo que já pagou foi de 30bs. As equipas favoritas deste menino são a Itália e Uruguai.

Maria Mercedes Blanco e Luís Arocha são um casal que decidiu coleccionar um álbum em conjunto. Para a mulher, este costume de coleccionar deve-se a uma tradição familiar, enquanto para Luís, trata-se de um verdadeiro adepto, que surgiu durante a competição França 98. Tornou-se-lhes difícil conseguir o cromo do logo dos Estados Unidos, e asseguram que o custo mais alto que pretendem pagar por ela é de 200bs. Maria é adepta da selecção da Espanha e Luís da Alemanha.

Cada vez existem mais adeptos que coleccionam os álbuns de cromos que são lançados no mercado em cada edição do Mundial de futebol. Com efeito, faz já parte da magia do evento. No entanto, este ano, parte dos adeptos crioulos decidiu não investir no álbum de cromos devido aos elevados preços dos cromos. Mas há sempre quem, assumindo a sua paixão, faz todo o tipo de sacrifícios para completar a colecção. Surgiram, por isso, na capital e noutras partes da Venezuela, alguns lugares para compra e troca de cromos. No caso de Caracas, a zona de Santa Rosa de Lima tornou-se numa das mais tradicionais para os adeptos destes álbuns. Rubén Amado Villegas é o supervisor dos postos onde se compram e vendem os cromos da Panini em Santa Rosa desde 98. Considera que há sempre um cromo que é mais difícil de conseguir, dependendo do Mundial. “Por exemplo, este ano, é complicado conseguir algumas figuras da equipa do Brasil, e não é por ser a equipa do país que acolhe o Mundial, porque é complicado em qualquer Mundial. Acontece o mesmo com os jogadores da equipa do Uruguai e alguns da Coreia, e futebolistas de renome como Neymar. Isto acontece porque realmente a tiragem que a Panini imprime é reduzida para certas equipas ou personalidades”, explicou Villegas. Neste sector, existem cerca de 10 locais disponíveis até ao fim do Mundial, e inclusive mais algumas semanas, para todos aqueles que queiram terminar de preencher o álbum.

Comparação do preço dos cromos em relação ao salário mínimo paÍs-MoEda

prEÇo dE caiXa

salÁrio MÍNiMo

Argentina

400,00 pesos

3.600,00 pesos

Uruguai

1.000,00 pesos

8.960,00 pesos

Peru

120,00 soles

750,00 soles

Colômbia

120.000,00 pesos

616.000,00 pesos

México

550,00 pesos

1.485,00 pesos

Venezuela

5.000,00 bolívares

4.251,40 bolívares

Os custos dos cromos variam, dependendo da dificuldade em arranjá-los. Rubén indica que nos postos de venda, os preços vão desde os 10bs por cromo, até aos 150bs. “Entre os mais caros estão as figuras brilhantes, que são as da primeira página. Em cada pacote de cromos, saem aproximadamente 28 destes, pelo que evidentemente são difíceis de conseguir e aumenta o custo”, acrescentou Villegas. Para os coleccionadores de cromos da Panini que queiram comprar o álbum completo, existe também a opção de comprálo a um custo que vai desde os 10.000 aos 12.000 bs, aproximadamente. Mito ou realidade? O jogador da selecção da Costa Rica, Joel Campbell, comprou, no princípio de Abril, cem pacotes para procurar o seu cromo. O seu rosto não apareceu em nenhum das 500 figuras e contou isso mesmo na rede social Twitter. “100 caixas e não me encontrei #BadLuckCampbell (#MalaSuerteCampbell)”, escreveu o costa-riquenho, publicando uma imagem das caixas

Rubén Amado, supervisor dos postos de compra e venda da Panini

abertas. Entre as mais de 7.400 respostas que o comentário obteve, estava uma da Panini: “Estás aí, prometemos! Diz-nos se queres que te enviemos o teu. Boa sorte com a colecção e com o torneio!” 931 caixas para encher o álbum Segundo Sylvain Sardy e Yvan Velenik, dois matemáticos da Universidade de Genebra, o número de pacotes que é preciso comprar para encher o álbum é de 931. Os estudiosos também calcularam que se um grupo de dez pessoas trocarem cromos com eficiência, e aproveitarem que a Panini lhes venderá em separado os últimos 50 cromos que lhes faltar, precisariam de 1.435 pacotes comprados em conjunto para completar dez álbuns. Os matemáticos começaram este estudo em 2010, para o Mundial de África do Sul.


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4ta. Transversal, entre A. Andr茅s Bello y Alfredo Jhan. Urbanizaci贸n Los Palos Grandes, Caracas, ZP 1060

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O melhor do Mundo

ninguém nos tira Os miúdos de há 40 anos jogavam à bola na rua, colavam cromos com milho na caderneta e sonhavam que, um dia, a selecção portuguesa havia de dar muitas alegrias Marta caires

Vem aí o Mundial e os miúdos vão usar, com orgulho, as cores portuguesas e a camisola do Cristiano Ronaldo. Seja qual for o resultado da selecção no Brasil ninguém nos tira o melhor jogador do Mundo. Não é só português, nasceu lá em Santo António, na Madeira e é ainda mais importante se se pensar como era tudo há 40 anos. Como era tudo para os miúdos de há 40 anos. A geração de miúdos que corria em bando pelos caminhos e becos da Madeira, a mesma terra do craque, era mais ou menos órfã em matéria de bola e jogadores. Os tempos do Eusébio tinham passado e a selecção não ia a fase finais, mesmo que, por cá, se achasse o Chalana um grande jogador. O azar era ser português e ninguém sabia onde ficava Portugal. O Chalana jogava no Benfica, tinha cabelo aos caracóis e um grande bigode. Era como um jogador devia ser, não havia dúvidas disso. E se um futebolista do Benfica custava a vencer no estrangeiro, na Madeira ficava tudo ainda pior. Nem sequer se podia ver os jogos em directo, era sempre em diferido, no dia seguinte e já depois de se saber o resultado. O maior feito - e a maior festa também - que se assistiu na Madeira foi quando o Marítimo subiu à primeira divisão e, durante uns anos, os miúdos idolatraram o Eduardinho e o Calisto, as grandes glórias do clube, glórias domésticas. Portugal só ganhava no hóquei em patins - os relatos davam na telefonia -, mas não era a mesma coisa e a malta sonhava com o futebol, quem sabe repetir a proeza de 1966 em Inglaterra. E, enquanto se falhava a qualificação, os miúdos continuavam a torcer pela selecção

das quinas, que era como os locutores da rádio e da televisão se referiam à selecção portuguesa. Mesmo sem um jogador para igualar o Eusébio, futebol era futebol jogado no meio da rua por miúdos que só tinham sonhos e esperança. Tinham também imaginação e isso não custava dinheiro. O campo era o caminho, na parte mais larga, para desviar dos poucos carros que passavam. Não havia balizas de verdade, metiam-se umas pedras e pronto, era golo se passasse a meio. A bola também não era bem uma bola, nunca os pequenos tinham ouvido falar de bolas oficiais da FIFA. O melhor que conheciam era o catchu - o nome que se dava à bola de futebol - que vendeiros penduravam no tecto da venda. O catchu entrava no reino das coisas impossíveis, ninguém tinha. Só os ricos, talvez os que chegavam da Venezuela, aqueles que o pai tinha um Mercedes dourado e uma casa de sobrado. Os outros jogavam

com bolas feitas de meias de senhora. E era o cabo dos trabalhos até para fazer uma bola destas, as senhoras só deitavam fora as meias depois de as remendar umas 20 vezes com verniz das unhas. O sonho era a bola pendurada no tecto da venda, até havia umas rifas, mas nunca saía. O catchu ganhava pó ao lado das bonecas, dos chinelos de meter no pé e das panelas, ao lado de tudo o que os vendeiros penduravam no tecto. Todos o cobiçavam e porque, não eram de deitar fora os sonhos sem dar luta, preenchiam a caderneta dos cromos a ver se saía uma bola de prémio. E, para ter uma caderneta completa, era preciso muito. Lá se iam as moedas de escudos e, para poupar, faziam-se trocas de cromos repetidos. Cola não havia, era caro, mas aqueles miúdos não se deixavam abater, iam à cozinha e usavam milho e semilhas, que pregavam bem. As folhas empapavam e uniam umas às outras, mas não era isso que desanimava. O azar era o cromo que nunca saía, não estava naquele molho da venda, nem das vendas todas das redondezas. E lá se ia o catchu, a caderneta estava incompleta, mas ninguém desistia. Seria na próxima, ia ser mesmo. Era como a qualificação da selecção para o Mundial e para o Europeu, seria na próxima. Os miúdos de há 40 anos acreditavam de alma e coração que Portugal lhes daria um dia muitas alegrias. E acreditavam sem ter visto jogar a geração de ouro de Rui Costa e Luís Figo, sem ter visto o Porto ganhar a Taça dos Campões e sem o Fernando Gomes ter duas botas de ouro. Essas glórias estavam ainda para chegar. Há 40 anos jogava-se no caminho com uma bola feita em casa, descalços ou com os sapatos que davam para tudo, menos para ir à missa ou ao médico. O apoio à selecção era sentido, não havia sequer transferências milionárias. A mais extravagante foi a de Paulo Futre, já nos anos 80, por três milhões e meio de euros. Até custou a acreditar. Tudo isto estava ainda para chegar e mais tempo teria de passar até termos o melhor jogador do Mundo. Às vezes até custa a acreditar que Cristiano Ronaldo é nosso, mas é e já ninguém nos tira.


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fifa world cup brasil 2014

Uma canção move o planeta De quatro em quatro anos, milhões de pessoas fazem coro em diferentes línguas mas num mesmo ritmo. sergio ferreira soares

“Vai Portugal”

Desde 1962 que a Copa Mundial da FIFA não só se tornou num grande evento desportivo como também numa grande festa multicultural que permite que milhões de pessoas se juntem ao ritmo de uma mesma canção, cantada nos mais diversos idiomas. Assim, de quatro em quatro anos, surge a grande expectativa em torno da decisão de quem terá a seu cargo o tema oficial do Mundial de Futebol, o que permitirá captar a atenção de todos. As origens desta iniciativa cultural no evento desportivo remontam ao Mundial do Chile, quando um grupo chamado Los Ramblers apresentou-se na Terceira Edição do Festival da Canção de Viña del Mar, e popularizou uma canção de apoio à competição: O tema ‘Rock del Mundial, criado pelo director do grupo, Jorge Rojas Astorga. A partir desse momento, a FIFA pro-

Música Oficial da Selecção Nacional interpretada por Kika

dados Um trio explosivo e outros temas ‘We are one’ (Somos uno) é a canção oficial com que Pitbull, Jennifer López e a cantora brasileira Claudia Leitte colocarão o Mundo a dançar a partir de 12 de Junho. Trata-se de um trio explosivo que já conseguiu posicionar a frase ‘Ole Ola’ nos principais locais do report record em cada país e promete converter-se no momento de ouro durante a inauguração da Copa do Mundo 2014. Para o Brasil 2014, a FIFA lançou ‘One love, one rhythm’, álbum oficial da competição desportiva, onde serão recompiladas as canções oficiais para que o Mundo viva esta festa fora e dentro dos campos. Shakira e Carlinhos Brown interpretam ‘La La La’, uma adaptação da canção ‘Dare’, incluída no último álbum de estúdio da barranquilheira. Ricky Martin dá voz à canção que a FIFA, junto com a Sony Music, impulsionou através de um concurso. Trata-se do tema ‘Vida’, de Elijah King, vencedora da competição. Como em 2010, com ‘Wavin’ Flag’, a Coca-Cola lançou ‘The World Is Ours’, de David Correy e Aloe Blacc, que se fazem a acompanhar por Wisin, Paty Cantú, Speto e Carlos Vives, para as versões latinas intituladas ‘La copa de todos’; enquanto que para o tema português ‘Copa de todo mundo’, aparecem junto com Gaby Amarantos e Monobloco. Este tema não faz parte das canções oficiais do Mundial do Brasil 2014, segundo a FIFA, no entanto, tornou-se numa das mais ouvidas na Internet e emissoras de rádio. Outras canções que farão parte, segundo a FIFA, das oficiais para o Brasil 2014 são ‘Tatu Bom de Bola’, de Arlindo Cruz; ‘Lepo Lepo’, de Psirico; ‘One Nation’, de Sergio Mendes; ‘It’s Your Thing’, de The Isley Brothers com Studio Rio; ‘Tico Tico’, de Bebel Gilberto e Lang Lang; ‘Olé (Stadium Anthem Mix)’, de Adelén; ‘This Is Our Time (Agora É a Nossa Hora)’, da banda MAGIC!; ‘Night and Day (Carnival Mix)’, de Baha Men; ‘Go, Gol’, de Rodrigo Alexey com Preta Gil, e ‘Fighter (Tachytelic World Cup Brazil 2014 Remix)’, de Mika Nakashima e Miliyah Kato.

moveria a criação de diferentes hinos em variados estilos musicais, que cativaram adultos e crianças. Em Inglaterra, em 1966, foi utilizada uma balada folk de Lonnie Donegan, chamada ‘Cuando en este mundo nos vamos’. Quatro anos mais tarde, Roberto do Nascimento lançaria ‘Fútbol México 70’, conseguindo com que a frase ‘A la bim boa bam’ fosse cantada por todo o Planeta. ‘El fútbol es nuestra vida’, de Werner Drexler e Jack (Alemanha 1974), ‘La Marcha del Mundial’, de Enio Morricone (Argentina 1978) e ‘El Mundial’, de Plácido Domingo (Espanha 1982), continuariam a cativar os adeptos do desporto rei. Uma curiosidade histórica apresenta-se no Mundial México 1986, quando os jogadores da selecção local entoaram ‘La ola verde’. A década de 90 iniciaria com ‘Un verano italiano’ (Itália 1990), interpretado por Gianna Nannini e Edoardo Bennato, tema seguido por ‘Gloria de la Tierra’, de Daryl Hall and Sounds Of Blackness (Estados Unidos 1994). Mas não seria senão em 1998 que as canções do Mundial ganhariam força e gozariam de toda a glória: ‘La copa de la vida’ ou ‘The Cup of life’ teve um longo per-

dados Frase da selecção portuguesa “O passado é história, o futuro é a vitória”. Foi esta a frase escolhida pelos utilizadores do sítio da FIFA na Internet para estar escrita no autocarro da selecção portuguesa de futebol, durante o Mundial2014. Esta frase levou a melhor sobre as outras duas possibilidades colocadas a votação em Abril, em detrimento de “Aqui vai uma selecção que orgulha uma nação. Força Portugal!” e de “Muito mais que futebol, uma paixão!”. Para a primeira adversária de Portugal no Grupo G do Mundial2014, a Alemanha, foi seleccionada a frase “Um país, uma equipa, um sonho”, enquanto para os Estados Unidos a escolha recaiu na mensagem “Unidos pela equipa, guiados pela paixão”.

curso, chegando a fazer parte do disco do porto-riquenho Ricky Martin e alcançando o primeiro lugar nos Estados Unidos e num sem número de países do globo. A cantora e compositora australiana Anastacia Lyn Newkirk foi a intérprete da canção ‘Boom’ para o Mundial da Coreia – Japão 2002. Nesse mesmo ano, popula-

Portugal, meu Portugal De mãos dadas pela seleção Portugal, meu Portugal Todos juntos com a mesma paixão Portugal alé, campeão alé Traz contigo mais uma vitória Portugal, meu Portugal Viveremos momentos de glória Portugal que alegria Mostra em campo a tua magia Portugal que emoção Nos teus pés a força da nação Todos nós a torcer Uma força está sempre a crescer Coração a bater Contigo só podemos vencer Portugal, meu Portugal De mãos dadas pela seleção Portugal, meu Portugal Todos juntos com a mesma paixão Portugal alé, campeão alé Traz contigo mais uma vitória Portugal, meu Portugal Viveremos momentos de glória Cada jogo uma final Nos teus ombros vai Portugal O povo inteiro a vibrar No Brasil é para triunfar Todos nós a torcer Uma força está sempre a crescer Coração a bater Contigo só podemos vencer Portugal, meu Portugal De mãos dadas pela seleção Portugal, meu Portugal Todos juntos com a mesma paixão Portugal alé, campeão alé Traz contigo mais uma vitória Portugal, meu Portugal Viveremos momentos de glória Força, Portugal, Força ohh Força, Portugal, Força ohh Força, Portugal, Força ohh Força, Portugal, Força ohh Portugal, meu Portugal De mãos dadas pela seleção Portugal, meu Portugal Todos juntos com a mesma paixão Portugal alé, campeão alé Traz contigo mais uma vitória Portugal, meu Portugal Viveremos momentos de glória https://www.youtube.com/watch?v=sG7wH3QhEFk www.facebook.com/kikafans https://itunes.apple.com/album/vai-portugal!-single/ id883408844?ls=1

rizou-se na Venezuela a canção ‘Que el fútbol no pare’, da cantora mexicana Patricia Manterola. Composta pelo sueco Jörgen Elofsson e produzida pelo músico britânico Steve Mac, o grupo Il Divo popularizou, em 2006, a canção ‘The Time of Our Lives’, enquanto a colombiana Shakira interpretou, no encerramento do Mundial da Alemanha, o tema ‘Hips Don’t Lie’. No Mundial de Futebol da África do Sul 2010, Shakira repete, com o tema ‘Esto es África’, mais recordado por todos como ‘Waka-Waka’.


fifa world cup brasil 2014

Pontapé de saída do Mundial dado por um paraplégico vestido com um fato controlado pelo pensamento O projecto Walk Again, liderado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, pretende restabelecer o controlo motor em pacientes com um grau de paralisia muito severo. sergio ferreira soares

O espectáculo de abertura do Mundial do Brasil deverá contar com a apresentação de uma inovação tecnológica que, segundo os seus criadores, vai permitir que uma pessoa paraplégica possa dar o primeiro pontapé na bola. O projecto chama-se Walk Again – Andar de Novo, na versão Brasil - e teve início há mais de 10 anos. Através deste projecto, liderado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, foi criado um exoesqueleto, uma espécie de fato-robot, que deverá ser comandado através da mente. Foram oito os pacientes que disputaram a hipótese de dar o pontapé inicial da competição. Os testes decorreram na Associação de Assistência à Criança Deficiente, em São Paulo. Em declarações ao canal do Youtube Portal da Copa, Miguel Nicolelis explicou que o Walk Again, um projecto considera-

do inovador, é fruto de um consórcio internacional sem fins lucrativos que envolve universidades e institutos de investigação de todo o Mundo com o objectivo de criar novas tecnologias de assistência que possam restabelecer, de forma significativa, o controlo motor em pacientes que sofram de doenças como lesões na medula espinal ou outras doenças neurológicas que provocam um grau de paralisia muito severo.

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Quanto ao exoesqueleto, tem em conta “as últimas invenções disponíveis no mundo da robótica. É algo que nunca foi feito, não havia nada semelhante desenvolvido. Incorpora conceitos de controle que permitem a interacção do cérebro, em tempo real, com todos os circuitos robóticos”. Ou seja, o cérebro gera mensagens como “eu quero andar, eu quero parar, eu quero me mexer, eu quero chutar a bola, e essas mensagens interagem com os controles de baixo nível das articulações do robot, de todos os motores hidráulicos – também outra inovação muito grande – usados para fazer com que os movimentos sejam gerados.” Nesta entrevista ao canal do youtube Portal da Copa, Miguel Nicolelis explicou ainda as fases do projecto, da criação das interfaces aos testes com os sensores. A título de exemplo do trabalho envolvido, uma das interfaces demorou quase uma década a ficar pronta. Uma vez concluída a fase de criação de todos os componentes tecnológicos necessários à criação do exoesqueleto, teve início a fase de testes, já no início deste ano. Para esta fase, os pacientes tiveram de treinar cenários virtuais, com recurso a avatares. A pouco mais de 10 dias para o arranque do Mundial 2014, o mundo da tecnologia aguarda pelo pontapé de saída, que será dado no espectáculo de abertura por uma pessoa com um grau severo de paralisia, com recurso a um exoesqueleto – um fato-robot –comandado com o poder do pensamento.

‘Olho de falcão’ e spray são novidades no Brasil FIFA Quer evitar golos fantasma e acabar com as discusses nas barrerias pedro freitas oliveira

O golo fantasma no Inglaterra-Alemanha, de 1966, é um dos casos mais conhecidos, mas a história relembra outros momentos bastante duvidosos, com enorme polémica à mistura. Muitas vezes os lances são tão rápidos que tornam ingrata a tarefa do árbitro. O clique que alertou para a urgência de adoptar esta medida terá surgido após o Inglaterra-Ucrânia, do Euro 2012. Marko Devic rematou para a baliza deserta e John Terry só afastou a bola, quando esta já tinha ultrapassado, na totalidade, a linha de golo. Nenhum dos cinco árbitros analisou correctamente o lance e o jogo prosseguiu. Os ingleses venceram por 1-0 e a Ucrânia disse adeus ao campeonato da Europa. Aliás, os ingleses são os líderes nos golos fantasma, mas nem sempre com um desfecho favorável, como aconteceu no Mundial de 2010. Num jogo frente à Alemanha, Lampard introduziu a bola na baliza (ultrapassou claramente a linha), mas o golo não foi validado. Para evitar que esses erros marquem negativamente o Mundial, a FIFA já aprovou uma nova tecnologia, que vai colocar em prática no Brasil. O objectivo é ajudar a equipa de arbitragem no momento de ajuizar se a bola ultrapassou na totalidade

a linha de golo. Conhecida também como a tecnologia do ‘olho de falcão’, mereceu, numa primeira fase, muita resistência por parte dos organismos que dirigem o futebol. A solução não agrada a todos, mesmo com os benefícios já comprovados. A prova de fogo A tecnologia já foi testada na Taça das Confederações, em 2013, mas esta será a verdadeira prova de fogo. A FIFA tem outra denominação oficial: tecnologia da linha de golo, que já foi introduzida nas regras oficiais, após ratificação por parte da International Board. Desenvolvida pela Goalcontrol, uma empresa alemã, utiliza 14 câmaras de alta velocidade, sete apontadas para cada baliza. Capturam de forma constante, e em 3D, a movimentação da bola. A indicação de golo é dada aos árbitros com o tempo de apenas um segundo. Cada elemento da equipa de arbitragem utiliza um relógio, para o qual essa informação é enviada. As câmaras são colocadas em redor do relvado, sempre com o foco nas balizas. Dessa forma é possível obter um ângulo de 360 graus, o que permite o controlo total sobre qualquer trajectória da bola. Mas esta não será a única tecnologia para tentar evitar os golos fantasma. Será co-

locado ainda um chip na bola, que é activado por sensores instalados nos postes, com a informação enviada ao árbitro, no momento. A tecnologia já foi testada em várias competições, inclusivamente em ligas europeias. Barreira controlada Na marcação de um livre, a distância entre os jogadores adversários e a bola deve ser de 9.15 metros. Pois, mas esta regra nem sempre é respeitada. No Mundial,

os árbitros vão utilizar o spray limitador, para marcar o local onde a barreira deve permanecer. Uma linha traçada no relvado que terá de ser respeitada. Nem mais um passo à frente. Acabam-se as discussões e os truques daqueles que avançam, de mansinho, para encurtar a distância em relação à bola. A linha traçada pelo árbitro desaparece automaticamente ao fim de alguns segundos. O spray, de resto, já foi utilizado noutras competições, mas só agora vai chegar ao campeonato do mundo.


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Rif.: J-40058840-5

P r é m i o Ta l e n t o d a C o m u n i c a ç ã o S o c i a l 2 0 0 9

Legado

Novos recordes à vista para CR7

A selecção lusa tem contado com jogadores de grande gabarito ao nível do futebol mundial

Pedro Freitas oliveira

As marcas de três lendas Yasireth de aguiar

Eusébio da Silva Ferreira

Desde a fundação, em 1914, que a Selecção Portuguesa de Futebol vêm conquistando o respeito e a admiração por parte de adeptos e especialistas dos quatro cantos do planeta, graças aos jogadores e técnicos que têm defendido as cores nacionais nos diversos torneios internacionais. No entanto, os grandes destaques nestes 100 anos de futebol luso são protagonizados por três jogadores que fizeram da sua vida um campo de futebol e de uma bola a sua maior paixão. Eusébio da Silva Ferreira (falecido em Janeiro deste ano) e Luís Figo marcaram o futebol português e mundial, arrastando milhares de adeptos aos estádios e influenciando milhões de crianças a seguir os seus passos. Foi na senda destas lendas que Cristiano Ronaldo abraçou o desporto-rei e, inquestionavelmente, já se juntou a elas no firmamento das estrelas do futebol mundial apesar de ainda lhe faltar alguns anos para ‘arrumar as botas’.

O “Pantera negra”, nasceu a 25 de Janeiro o de 1942 em Maputo, na África Oriental Portuguesa (hoje Moçambique) e morreu em Lisboa 5 de Janeiro de 2014. Eusébio cresceu num meio extremamente pobre. Durante a infância, costumava fugir à escola para jogar futebol, descalço, com os amigos em campos improvisados. O Desportivo de Lourenço Marques foi o clube onde Eusébio começou a jogar, aos 15 anos. Três anos depois, aos 18, foi contratado pelo Sport Lisboa e Benfica, onde viria a converter-se numa estrela. Eusébio ajudou a Selecção Nacional Portuguesa a alcançar o terceiro lugar no Campeonato do Mundo de 1966, sendo o maior marcador da competição (recebendo a Bota de Ouro), com nove golos (seis dos quais foram marcados em Goodison Park) e tendo recebido a Bola de Bronze. Ganhou a Bola de Ouro em 1965 e ficou em segundo lugar na atribuição da mesma em 1962 e 1966. Eusébio jogou pelo Sport Lisboa e Benfica 15 dos seus 22 anos como jogador de futebol, sendo associado principalmente ao clube português, e é o melhor marcador de sempre da equipa, com 638 golos em 614 partidas ofi-

ciais. No Benfica ganhou onze Campeonatos Nacionais, cinco Taças de Portugal, duas Taça dos Campeões Europeus e ajudou a alcançar mais três finais da Taça dos Campeões Europeus. Foi o maior marcador da Taça dos Campeões Europeus em 1965, 1966 e 1968. Ganhou ainda a Bola de Prata sete vezes (recorde nacional). Foi o primeiro jogador a ganhar a Bota de Ouro, em 1968, façanha que mais tarde repetiu em 1973. Alcunhado de O Pantera Negra, A Pérola Negra ou O Rei em Portugal, Eusébio marcou 733 golos em 745 partidas oficiais na sua carreira. Era conhecido pela sua velocidade, técnica, atleticismo e pelo seu poderoso e preciso remate de pé direito, tornando-o num prolífico goleador e num dos melhores marcadores de livres de sempre.

Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro

Luís Filipe Madeira Caeiro - “Figo”

Conhecido como o “craque português”, Ronaldo nasceu a 5 de Fevereiro de 1985, na ilha da Madeira, mais especificamente na cidade do Funchal. Actualmente é o capitão da selecção de Portugal e herdou a camisola 7 do seu antecessor Figo. Ronaldo foi o primeiro futebolista a vencer todos os quatro prémios principais PFA e FWA, em 2007. Ronaldo ficou em terceiro lugar na votação de melhor jogador do mundo pela FIFA de 2007 e em segundo lugar na votação da Bola de Ouro de 2007. Em 2008, Ronaldo conquistou a sua primeira Liga dos Campeões com o Manchester United, foi considerado o melhor avançado e o melhor jogador da competição e foi o maior marcador da mesma, assim como ganhou a Bota de Ouro, tornando-se no primeiro médio ala

Figo nasceu em Lisboa, a 4 de Novembro de 1972, e começou a jogar futebol no União Futebol Clube “Os Pastilhas”, um clube de bairro da freguesia da Cova da Piedade, antes de ser transferido para o Sporting Clube de Portugal. Nas camadas jovens, ganhou o Campeonato de sub-20 pela Selecção Portuguesa em 1991 juntamente com Rui Costa e João Vieira Pinto, ano em também que se estreou pela Selecção AA frente ao Luxemburgo, num amigável que terminou empatado 1 - 1. Representou a Selecção das Quinas no Euro 1996, Euro 2000, no Campeonato do Mundo de 2002, e no Campeonato do Mundo de 2006. Figo inicialmente anunciou o fim da sua carreira internacional depois da derrota frente à Grécia na final do Euro 2004 por 1-0, com 117 internacio-

a consegui-lo, e ainda ganhou a Bota de Ouro da Premier League. Prémios e títulos que veio a repetir este ano, ao serviço do Real Madrid. Ronaldo tornou-se no maior marcador numa temporada na história do Real Madrid, com 53 golos, superando o recorde anterior do clube de 49 golos por Ferenc Puskás. Seis dias depois, Ronaldo quebrou o recorde de mais golos marcados numa temporada no campeonato espanhol, com 40, superando a marca de Telmo Zarra estabelecida em 1951 (38 golos) e a marca de Hugo Sánchez estabelecida em 1990 (38 golos). Ronaldo também quebrou o recorde de Telmo Zarra de mais golos por minuto, com um golo marcado a cada 70,7 minutos. Ao marcar 40 golos, ganhou de novo a Bota de Ouro, tornando-se no primeiro jogador a vencer o troféu em dois campeonatos diferentes.

Cristiano Ronaldo está a dois jogos de ultrapassar Simão Sabrosa na lista de jogadores portugueses que mais vezes actuaram no Mundial. O madeirense contabiliza 10 partidas, fruto das presenças no Alemanha 2006 e África do Sul 2010. Essas são também as duas fases finais que integram o currículo do actual jogador do Espanhol, mas há um detalhe a ditar a diferença: Ronaldo não foi utilizado no último jogo da fase de grupos, em 2006, diante do México. Nesse Mundial jogou por seis ocasiões, às quais juntou mais quatro partidas em 2010. No Brasil, o madeirense vai perseguir também outra marca: superar o número de golos apontados por Pedro Pauleta em fases finais do campeonato do mundo. O antigo avançado açoriano contabilizou quatro golos (três à Polónia, em 2002, e outro frente a Angola, em 2006). Para já, Ronaldo tem dois golos marcados no palco mais importante do planeta futebol. O jogador luso terá ainda a oportunidade de estabelecer um novo registo, entre os portugueses: marcar em três fases finais consecutivas.

nalizações e 31 golos, mas em Junho de 2005 reverteu a sua decisão e voltou ao serviço da Selecção para os jogos de qualificação para o Mundial da FIFA de 2006, frente às selecções da Eslováquia e da Estónia. Figo foi o capitão de Portugal no Campeonato do Mundo de 2006, levando as Quinas às semifinais, jogo que Portugal foi derrotado pela França por 1-0. Figo conseguiu assim levar Portugal às semifinais de um Mundial da FIFA, um feito que Portugal não alcançava desde 1966. Figo venceu o Ballon d’Or em 2000, foi o Melhor Jogador do Mundo pela FIFA em 2001 e está incluído no FIFA 100. Figo é um dos poucos futebolistas a ter jogado pelos dois rivais espanhóis, Barcelona e Real Madrid. Ganhou diversos campeonatos e troféus, como uma Taça de Portugal, quatro Campeonatos Espanhóis de Futebol, uma Liga dos Campeões da UEFA, uma Taça das Taças, uma Supertaça Europeia, uma Copa Intercontinental, quatro Campeonatos Italianos, uma taça de Itália, e três Supertaças Italianas. O seu último jogo, com o Inter, foi a 31 de Maio de 2009.


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