REVISTA IDEALIS 1º EDIÇÃO

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Carta ao leitor

No verão do Corpo sem Filtro tá liberado... 5 dicas de como cuidar do corpo após um dia de sol. Como as mídias construíram um corpo para o verão em nossas cabeças e como propagandas com mulheres inclusivas estão desconstruindo esse papel Bate-Papo com a influencer do movimento Corpo Livre

Formas de se manter saudável no verão

Como curtir o Verão (em casa)

Luz, câmera, Corpos de verão! Felicidade por um fio, mas de biquíni: Lojas que propõe um ‘verão inclusivo’ em Salvador

Referências


CARTA AO LEITOR Bota a cara no sol, Corpolete! Enfim, a espera acabou e finalmente estamos lançando a primeira edição da nossa revista, feita com muito amor, viu? Quando começamos a pensar como ela seria, procuramos escolher uma identidade visual que fosse agradável para nossos leitores e agora estamos aqui para te oferecer o melhor! IDEALIS é uma palavra grega que significa IDEAL e como é uma revista recheada de amor e diversidade de corpos, não há um nome que combine mais. O corpo ideal é aquele que nos faz bem. Bonito mesmo é ser feliz, é fazer as pazes com o espelho e viver a vida como se não houvesse amanhã. Nas próximas páginas, você irão se deliciar com um conteúdo caloroso e produzido com muito amor. Não irei mais tomar o seu tempo, fique à vontade para virar a página e obrigada por colaborar para o crescimento do nosso projeto. Divirta-se e não se esqueça de contar pra gente o que achou hein? Beijos de luz, Redação do CSF.

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No verão do Corpo sem Filtro tá liberado... João Pedro, 21 anos, Salvador-BA

Yaçanã Climaco, 23 anos, Salvador-BA

Renata Lopes, 19 anos, Salvador-BA

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Raquel Almeida, 21 anos, Salvador-BA

Alex Varzary e companhia, 18 anos, Porto Feliz-SP

Gabriela Oliveira, 22 anos, Salvador-BA

Yolanda Rafaela Racanelli, 21 anos, Suzano-SP

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5 dicas de como cuidar do corpo após um dia de sol Por: Paola Leoni

AH, O VERÃO! Vamos dar as boas-vindas a melhor estação do ano! Ficamos tão animades com essa época que só pensamos em sol, praia, piscina, curtição e tudo que o verão proporciona, não é? No entanto, deixamos de lado o mais importante, que é cuidar dos nossos corpinhos antes e após coloca-los ‘para jogo’ nesta época do ano. Você está cansade de saber que é extremamente NECESSÁRIO cuidar do corpo antes de se expor ao sol e tomar um banho de mar, piscina ou mangueira — sempre bom reforçar —, porém, mais importante ainda é cuidar do corpo pós sol. Aposto que você já voltou da praia ou de um dia na piscina e eclamou que a sua pele estava ardendo, vermelha, ressecada, descascando, etc. Isso ocorre muitas vezes pela falta de uma rotina de cuidados diários com a pele. Com as altas temperaturas e uma maior incidência da radiação solar, podem surgir consequências graves, como as doenças fungicidas que são transmitidas por fungos — já que o calor e a baixa umidade favorecem para esse aumento de fungos —, e é preciso ficar atento quanto a isso. Algo que também é muito comum é a insolação, que ocorre devido à superexposição ao sol e ao calor. Por isso, preparamos algo para os nossos #Corpoletes não se colocarem em risco. Aqui vão 5 dicas essenciais para você aproveitar o verão com a pele e o corpo saudáveis!

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HIDRATE A PELE E USE FILTRO SOLAR: Como você leu logo acima

hidratar é a principal parte da rotina diária de cuidados pós praia. O hidratante precisa ser aplicado na pele ainda úmida, para uma melhor absorção. Vai de sua escolha a textura ok? Creme ou loção, por exemplo, são os melhores para uma pele que ficou exposta ao sol. AH, UM ALERTA! Tente evitar o uso de sabonetes esfoliantes e de esponjas, ambos podem agredir mais ainda a pele já irritada por conta do sol. Não se esqueça do filtro solar, hein? Usá-lo nunca é demais!

4 DÊ ATENÇÃO AO SEU CABELO, ELE TAMBÉM É IMPORTANTE: Assim como o

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BEBA ÁGUA: Não é novidade para ninguém que isso é MEGA importante em qualquer época do ano, né? É a água que vai hidratar você de dentro para fora, é ela que vai recuperar a sua pele e o seu organismo, gastos num dia de verão. Então, não esquece, hein? Não beba água apenas quando tiver sede. INCLUSIVE, JÁ BEBEU ÁGUA HOJE?

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OPTE POR ALIMENTOS MAIS LEVES: Verão combina com alimentos leves, certo? O corpo sente o que comemos, ou seja, quando você come aquela comida pesada e logo depois dá uma moleza, sono ou até um leve mal-estar, é o seu organismo acelerando a digestão. Por isso, que no verão é recomendado o consumo de alimentos mais saudáveis. A digestão é mais lenta, fazendo você absorver todos os nutrientes necessários. Por essa razão as melhores indicações são frutas e sucos da própria fruta, chás gelados, saladas, carnes magras entre outros.

corpo, o cabelo também precisa de uma atenção especial, seja antes e depois de um dia quente. O sol, o sal e o cloro danificam muito os nossos fios, logo, apostar em limpezas profundas, para a retirada de resíduos, mix’s de hidratações — as caseiras são ótimas — após um banho, contribui muito para que os fios fiquem saudáveis de novo. Então, nada de preguiça e vamos cuidar das madeixas que elas merecem!

5 EVITE FICAR COM A ROUPA DE BANHO MOLHADA POR MUITO TEMPO: É um hábito tão frequente que

passa despercebido. Infelizmente, este é um hábito totalmente perigoso. Com a umidade e a alta temperatura do biquíni, pode se transformar em um ambiente perfeito para a proliferação de fungos e bactérias, gerando doenças e infecções na região íntima, como a candidíase. Evitar o contato com a areia da praia, por exemplo, é quase impossível, os grãos que ficam no biquíni, pode acabar apresentando coceiras lá, tenha cuidado! Tire a roupa de banho assim que voltar para casa, lave a região íntima com água corrente após aproveitar o seu dia e substitua o biquíni ou a sunga por roupas que permitam que o seu corpo respire! Chegamos ao fim das nossas dicas. É evidente que dar devida atenção aos cuidados pré e pós um dia de verão é essencial para que você se mantenha saudável e possa curtir o dia seguinte. Agora que você já sabe de quais precauções tomar, é só se jogar, menine!

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Como as mídias

construíram um corpo para o verão em nossas cabeças e com propagandas com mulheres inclusivas estão desconstruindo esse papel Por: Dandara Goecking

Desde muito novos construímos a ideia de um corpo perfeito, totalmente influenciado pela mídia, no verão isso não seria diferente. Vocês já pararam para pensar quando pessoas gordas são vistas com roupa de banho, em festas na piscina ou como elas são retratadas nessa estação nos filmes e séries que vimos durante a vida? Ou pior, quantas vezes esses corpos são retratados sem um teor pejorativo ou no papel daquele personagem que vai ser “zoado” ? Já perceberam que na vida desses personagens sempre acontece um “milagre” e emagrecem muito facilmente e só assim eles ganham o respeito que merecem? Pois é. É dessa forma que a mídia interfere em nossas vidas, vai construindo pouco a pouco ódio àqueles corpos que não são retratados, sem contar nas pessoas que aparecem nas propagandas, ensaios fotograficos de marcas, nas novelas e assim por diante. O verão é aquela época do ano que imploramos por uma praia, piscina ou, para aqueles amantes de natureza, uma cachoeira, agora imagine o cenário: calor de 40°C e você não se permite ir à praia, mas não porque é longe ou porque está no horário de trabalho, mas por não ter o corpo padrão ou não ter começado o “projeto corpo de verão” a tempo. Triste, não é? Essa é a realidade de muitas das pessoas que não possuem um corpo com esta forma perfeita, pre estabelecida pela sociedade e principalmente pela mídia, o que pode abalar diretamente a autoestima e interfere em diversos campos da vida dessas pessoas.

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Em algum momento, elas deixam de ir a locais em que se sentem expostas ou têm medo de usar algo e serem julgadas. Até quando essa construção vai nos privar de viver e aproveitar a vida de um jeito feliz? Graças a essa nova geração, temas como Gordofobia e Corpo Livre vêm sendo pautados e alguns passos estão sendo dados. Mesmo que aos poucos, cada passo é de extrema importância, pois são eles que estão fazendo com que a mídia — ainda que em pequena escala — comece a abraçar esses corpos e a tornar o mercado mais inclusivo. Nossa sociedade ainda é sustentada por pilares excludentes que enaltece e favorece os que estão mais próximos da “perfeição” e constantemente somos bombardeados por padrões inalcançáveis de beleza. Estamos rodeados por esse modelo de tal forma que as vezes até me sinto no mundo perfeito da Barbie, mas é aí que eu me olho no espelho ou vou a praia e encontro corpos tão reais, tão plurais e diferentes um do outro que chega a ser chato acreditar que apenas um formato é valorizado, é injusto e cruel tentar reduzir essas singularidades em calças 38. Somos construídos com esses valores, aprendemos a só aceitar e nos espelhar nesses formatos que raramente paramos para criticar. Esse desejo pelo corpo “ideal” está enraizado dentro de todos nós e, por isso, muitas vezes nos tornamos os algozes da história, não somente do corpo alheio, mas dos nossos próprios corpos também. Nos comparamos aquela modelo da marca x, fazemos a dieta da atriz Y e assim por diante, nunca valorizamos a beleza que temos — é difícil, eu sei — e está tudo bem! Como disse antes, fomos construídos assim. Como diz aquela frase clichê de Gandhi, “seja a mudança que queremos ver no mundo” então, a partir de hoje, por mais difícil que seja, se olhe com um pouco mais de carinho, elogie, valorize corpos como o seu ao invés de querer mudar para parecer com aquele que aparece na tv. Não há nada de errado em querer mudar, mas faça isso se for realmente da sua vontade. É doloroso não encontrar roupas do nosso tamanho, não sermos representades na mídia ou sentir os olhares de reprovação sobre nós, mas temos que lembrar que o olhar mais importante é o seu. Faça do espelho o seu melhor amigo.

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Não é de um dia para o outro que essas barreiras serão drasticamente quebradas, mas, o que antes era um ambiente heterogêneo, começa a abrir espaços para esta pauta. Foto: Reprodução/google

Quando a Netflix resolve fazer um filme onde é uma mulher gorda que concorre em um concurso de beleza e enfrenta os padrões de beleza — como é o caso de “Dumplin”—, já pode ser considerada uma quebra de padrão muito importante, da mesma forma que grandes marcas também estão inserindo esses corpos em seus desfiles, como Calvin Klein, Victoria’s Secret, Fenty Beauty,entre outras.

eprodução/g Foto: R oog le

Esta iniciativa coloca em evidência aquelas pessoas que nunca foram representadas, mostra que agora há esperança, estes corpos estão virando referência, estes espaços que um dia nos impulsionou a fazer dietas malucas. São essas pequenas conquistas que fazem a diferença, que nos incentivam a nos olhar com mais carinho. O processo de desconstrução é longo, mas não é impossível. Assim como hoje em dia essa

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representação vem ganhando espaço na sociedade, um dia esse “novo normal” mudará para “ser feliz” e aí entendermos que o corpo perfeito é aquele que tem uma pessoa feliz dentro dele. Está mais do que na hora de nos colocarmos em evidência, ocupar esses espaços de referência, enaltecer belezas reais, viver sem medo de críticas e sermos diferente daqueles que nos criticam.


Não importa se naquela

propaganda ou novela o corpo da personagem é diferente, aqui fora são corpos como o meu que vejo, temos que aproveitar a vida independente dos julgamentos. O verão está chegando e temos mesmo que colocar aquele biquíni ou aquela sunga que sempre namoramos e nunca tivemos coragem de usar para aproveitar o sol, com responsabilidade e muito amor próprio!

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ENTREVISTA Naiana Ribeiro @itsnaiana Por: Lilian Guedes 1. Se você tivesse que descrever “quem é Naiana?”, o que você diria? Ariana com ascendente em Leão. Dizem que sou extrovertida, e que não tenho como passar despercebida. Sou a dedicação e entrega em pessoa. Sou Naiana Ribeiro, 26 anos, sou influenciadora digital, jornalista formada pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e ativista gorda. Também sou bissexual/ panssexual - sinto atração por pessoas independentemente de gênero. Desde 2012, estou envolvida com a área de empoderamento feminino,autoestima e luta contra preconceitos e padrões de beleza. Além de participar de eventos como palestras e aulas compartilhando experiências enquanto ativista gorde, também criei e sou editora da PLUS, primeiro veículo para mulheres e adolescentes gordas do país – ainda disponível em eusouplus.com.

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Nas redes sociais, promovo diariamente reflexões, debates e questionamentos, abordando pautas antigordofobia e do universo LGBTQIA+, como sexualidade fluida e lgbtfobia. Também compartilho dicas com mais de 57 mil seguidores – incluindo experiências de vida, produtos de beleza, peças de roupas, gastronomia, etc. Hoje sou editora de home do portal iG. Antes, trabalhei por quase sete anos no Jornal Correio (BA), líder no Norte/Nordeste. Por lá, já passei por diversas áreas, como Economia, Cidades, Cultura, Televisão, Diversidade, Bem-estar e Tecnologia. Como jornalista, já ganhei alguns prêmios renomados como a premiação anual The Most Engaging Stories of 2019, do Chartbeat, principal plataforma de inteligência de conteúdo para editores;Prêmio Gandhi de Comunicação; Newsawards.uk; e INMA Global Media Awards.


2. Você sempre teve uma relação boa com o seu corpo? Não mesmo. Quando eu era criança, eu sofria muito bullying por questões estéticas. Muitas pessoas me davam apelidos, me insultavam, chamavam de “baleia”, etc. Mas eu sempre tive amigas que eram presentes e me davam muita força, que ajudavam meus olhos a ficarem abertos para ir contra essas noções sociais que podem mudar a qualquer momento e que impõem ideia para algo que é tão relativo, como é a beleza. Eu ficava chateada, mas tentava me blindar e seguir em frente. Tentava mostrar para essas pessoas que não tinham poder sobre mim. Acontece que, mesmo quando a pessoa está sorrindo, mostrando que aguenta a barra, as ofensas gratuitas sempre afetam negativamente, sempre causam lágrimas, traumas, mesmo que não externas. No fundo, eu sempre tentava me encaixar nos padrões sociais e pensava que tinha que emagrecer para ser feliz. Por anos, me escondi e me anulei para tentar me enquadrar num padrão que a sociedade me impunha e que era dito como ideal. Pensava que alguém só ia me querer se fosse magra. Escutava isso, inclusive, de familiares. Por isso, cheguei a fazer dietas restritivas insanas e que me fizeram muito mal. Me aprisionei muito tentando me encaixar nesses padrões. Olhava as revistas e propagandas, por exemplo, e não me via. Não me sentia representada. Em 2012, quando comecei a cursar jornalismo na Universidade Federal da Bahia (Ufba), passei a estudar mais sobre consumismo, padrões de beleza e preconceitos. Olhando as revistas que lia na adolescência, comecei a me dar conta sobre como isso tudo me afetava. Foi ali que resolvi criar a PLUS, a primeira revista para adolescentes e mulheres gordas do país. A revista online, em formato flip, explorou diversos temas do universo adolescente e do mercado plus size, ressaltando a diversidade de culturas, raças, orientação sexual, interesses, etc. Durante a produção da revista, passei por um processo de imersão e de autoconhecimento muito intenso. Afinal, esse produto falava muito sobre mim e sobre a minha história. A chave começou a virar na minha mente e entendi, aos poucos, que não precisava me encaixar nas regras dos outros e nem me importar com a opinião alheia. O processo de autoaceitação e de entendimento do meu lugar no mundo é diário, mas foi isso que me fez entender que sou a minha maior paixão... Hoje, luto diariamente por um mundo com mais empatia, respeito às diferenças e equidade. E tento mostrar um pouco desse meu caminho e vivências para inspirar e empoderar outras pessoas. Nessa mesma época que comecei a me aceitar e me entender enquanto gorda, estudei muito sobre gênero e sexualidade. Também foi nesse momento transformador e decisivo que passei a entender melhor a minha sexualidade. Percebi que nunca fui uma coisa só (não é à toa que criei a PLUS – que tem na sua essência a diversidade). Sempre me atrai por homens e por algumas mulheres também. Por pessoas de todos os gêneros. Só não sabia que isso era possível. Na infância e adolescência, outras sexualidades nunca foram me apresentadas como opção. E, naquela época, o meu foco era meu corpo. Sendo assim, eu me afastava e fingia não me importar com temas ligados à sexualidade. Depois de todo esse processo de transformação - que, além de autoconhecimento, contou com muito estudo e busca por representatividade - em 2017 passei a me afirmar enquanto bissexual e pansexual: sinto atração por pessoas, independente de sexo ou identidade de gênero. Além das militâncias de gênero e corpo, outra luta minha é para que as pessoas bissexuais tenham mais visibilidade, inclusive no meio LGBTQIA+.

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3. Desde a época da sua graduação em Jornalismo pela UFBA você já pensava em ser uma influencer e lutar pelas causas que você luta? Sobre ser influencer: na verdade, não. O meu processo de entendimento do meu corpo – não gosto muito do termo ‘aceitação’ porque passa uma ideia de comodismo, o que não é verdade – aconteceu muito por conta dos meus estudos sobre pressão estética e sobre a indústria do emagrecimento. Mas tudo aconteceu ao mesmo tempo. Naquele momento, fui cobrir um dos primeiros atos do Vai Ter Gorda para a revista e, pelo menos a princípio, a ideia era apurar, conversar com as fontes, etc. Apesar da motivação da revista ser muito pessoal, eu ainda me via como ‘sujeito externo’. Mas, quando terminei as entrevistas, as meninas me chamaram para o ato. Naquele momento, me dei ainda mais conta de que, sim, a comunicação/o jornalismo é uma ferramenta que pode dar visibilidade às causas sociais, mas que tudo aquilo só fazia sentido pra mim porque era uma causa própria. Acho que foi naquela época que me entendi enquanto ativista

gorda. Então, sim, eu sempre quis que a minha fala/escrita chegasse a mais pessoas para informar, desconstruir padrões e preconceitos, mas nada foi feito pensando em me tornar influenciadora. Isso acabou acontecendo de uma forma natural. Com o tempo, as pessoas começaram a me seguir – ao invés de seguir o Instagram da revista – por conta das palestras e eventos que participei e ainda participo, e também porque gostam de acompanhar minha rotina e discussões. Logo que lancei a revista, ficou claro pra mim que a PLUS é muito mais do que uma revista, sabe? Fez parte de um movimento maior de inclusão e de empoderamento feminino. Ou seja, independente de formato – seja através da revista, do site, do Instagram ou de palestras – a PLUS (e seus ideais, consequentemente) sempre estariam comigo. Se eu fosse uma revista, eu seria a PLUS. Embora fale sobre temas leves também, não tem um dia em que deixo de militar. Às vezes, é cansativo. Mas não lutar não é uma escolha.

4. De onde veio a ideia de criar a “Revista Plus”? A revista e portal PLUS surgiu com a ambição de concretizar, através doTrabalho de Conclusão de Curso (TCC), um sonho antigo: o de produzir um conteúdo inovador, inclusivo e personalizado para garotas adolescentes gordas. Apesar de ter sido pensada de início apenas para estas jovens, a PLUS se posiciona como uma revista que quer representar todas as mulheres, principalmente as que se sentem excluídas pelos moldes e padrões “tradicionais” da adolescência, amplamente ressaltados pelos meios de comunicação. A PLUS tem como intuito ainda mostrar às suas leitoras a diversidade da nossa cultura e ressaltar que elas têm espaço para ser e crescer do jeito que são. Pessoalmente, apesar de ter sofrido preconceito, ser gorda nunca foi um problema para mim. Entretanto, sobretudo na fase mais turbulenta da minha vida, a adolescência, me sentia em uma situação constrangedora, justamente porque não havia publicações que representassem totalmente os meus gostos, interesses e experiências. Faltava representatividade. Também sentia falta da diversidade de culturas, raça, cor, gênero, orientação sexual, etc. Ao mesmo tempo, desde pequena acompanho a revista Capricho, e desenvolvi imensa afinidade pelo periódico e seu site. Fui assinante da revista e, durante muito tempo, quis ter um blog ou um site que pudesse ser visitado pelo público adolescente. Durante a graduação, percebi que, na verdade, a Capricho, assim como os periódicos e sites online atuais mais acessados pelo público jovem feminino, a exemplo da Todateen e Atrevida, jamais me representaram. Nunca tive o “corpo perfeito”, nem queria saber apenas sobre sexo, moda e beleza, e não era sempre que pensava em meninos. Na verdade, o que sempre quis foi escrever e falar para meninas iguais a mim sobre algumas coisas assuntos, pautas e discussões que não estavam inclusas na abordagem da publicação. Queria ser entendida, mas, principalmente, me sentir representada. Acreditava ainda que existiam muitas jovens que, por diversos motivos, também não se sentiam representadas pelos conteúdos produzidos pelas revistas e sites tradicionais e homogêneos. Por isso, a PLUS trouxe umalinha editorial paralela e alternativa ao que é seguido por essas publicações, que muitas vezes seguem a mesma linha de abordagem e as mesmas pautas e ainda produzem conteúdos contraditórios. Ao mesmo tempo em que recomendam que as adolescentes sejam elas mesmas, por exemplo, produzem editoriais de moda sempre com modelos magras.

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A PLUS quer representar e comunicar para empoderar. Mais do que umarevista é um movimento de inclusão e empoderamento feminino. É uma publicação democrática, colorida e anticonservadora. Não só para adolescentes, como para todos que se identificam com esses valores. A revista mensal é em formato flip (dá pra passar as páginas no próprio computador) e tem treze editorias que exploram diversos temas do universo adolescente e do mundo plus size, ressaltando a diversidade de culturas, raças, orientação sexual, interesses, etc.

5. Mesmo tendo um reconhecimento grande, você ainda sofre muito preconceito por ser gorda? Sim, definitivamente. Por mais que hoje entenda meu corpo como meu lar – ele conta minha história – e trabalhe diariamente a minha autoestima e amor próprio, a gordofobia continua existindo. E, no meu caso, isso ganha proporções grandes, porque sou uma gorda maior – e tenho menos acessos e direitos na sociedade. E também por conta das redes sociais. Se antes as pessoas já opinavam sobre a vida alheia, com a internet - e principalmente com as redes sociais - isso se amplifica e muita gente acredita que pode se expressar sem filtros. Muitos, inclusive, saem por aí destilando ódio e fazendo ‘piadas’ que desrespeitam e machucam. Reconheço a potência das redes sociais. Através delas, recebo diariamente mensagens de mulheres e homens que se inspiram nas minhas postagens, se empoderam e se sentem representados. Esse mesmo meio que une e conecta, paradoxalmente, é usado para difundir ideais pautados no ódio e na intolerância. Portanto, na mesma proporção das mensagens positivas, tenho que lidar com ainda mais comentários gordofóbicos e preconceituosos. Percebo que o anonimato e a falsa sensação de impunidade estimulam que usuários soltem as amarras socialmente construídas e compartilhem desenfreadamente pensamentos racistas, misóginos, xenofóbicos, entre outras formas de discriminação contra as minorias políticas - o que é inadmissível em um Estado democrático de direito que respeita os Direitos Humanos.

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Perguntas para o verão

O Verão é uma época muito problemática pra muitas mulheres e podemos dizer que seria uma das estações que mais mexe com a autoestima delas. Em algum momento da sua vida você passou por alguma dificuldade em realizar alguma atividade durante o verão? Sim, com certeza. Lembro que, logo após fazer o programa Vigilantes do Peso, eu engordei ‘tudo de novo’. Com isso, abandonei os biquínis que tanto amava e passei a usar maiôs justamente com medo desses julgamentos. Mesmo assim, continuava mal. O Verão durante muito tempo passou a ser sinônimo de prazer e de agonia, tristeza. Embora sempre associasse a estação a férias e curtição, também lembro dos olhares e do preconceito que eu sofria. Hoje em dia (sem pandemia) é sinônimo de liberdade.

Existe algum caso que aconteceu com você durante o Verão que te marcou muito? Você poderia nos contar? Lembro de duas. Primeiro, quando estava fotografando para a Exposição M., que rodou várias cidades do Brasil em 2017 e trazia como protagonistas mulheres que foram marginalizadas e lutaram para reconquistar o seu espaço, lembro que o fotógrafo Gabriel Bonfim estava me fotografando e eu estava usando um maiô bem cavado. Uns rapazes passaram e, além de me olharem com cara de nojo, ainda fizeram comentários escrotos e cuspiram perto de mim. A ‘sorte’ é que na hora eu não me dei conta do que tinha acontecido. Mas o Gabriel me contou. É claro que, a princípio, isso me deixou mal, mas também sempre soube que o preconceito diz mais sobre os algozes do que sobre mim, né? E vou ressignificando essas dores e transformando em luta. Me dei ainda mais conta do quão importante era aquilo que eu estava fazendo: ressignificar meu corpo. Hoje enxergo meu corpo como político. Também por isso, não tem um dia que eu saia e não sofra gordofobia. No Verão, é claro, isso fica mais evidente ainda. No último Verão mesmo, lembro de ter notado as pessoas comentarem quando viram eu e mais duas amigas gordas juntas na praia (Thais Carla e Carla Galrão). Mas hoje eu uso da política do constrangimento quando percebo esses preconceitos. Claro que na maioria dos casos eu busco tentar diálogo. Mas nem sempre funciona, né?

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Quando você começou a entender que o seu corpo é o corpo perfeito para curtir o Verão? Você acha que isso mudou algo na sua vida? Acho que esse processo de entendimento do nosso corpo é diário e sem fim. Mas isso ficou mais claro pra mim quando eu comecei a estudar mais obre pressão estética, gordofobia, na mesma época da revista, que relatei acima. Mudou completamente. Hoje o Verão é a minha estação favorita do ano. Eu sempre amei piscina e praia, mas sempre ficava preocupada e às vezes até usava coisas desconfortáveis. Hoje só quero curtir ao máximo e ser feliz! Claro que a gordofobia ainda existe não apenas nos olhares, mas no quesito acessos e direitos negados; mas não deixo de curtir por conta de ninguém. Eles que lutem, né? rs

O que você considera ser o primeiro passo para curtir o Verão sem sentir vergonha do seu próprio corpo? Não acredito que exista ‘passo a passo’ para nada. Cada pessoa tem o seu processo quando o assunto é entendimento do corpo. Mas uma boa dica é que a pessoa comece aos poucos – não faça nada que não se sinta bem. Não se pressione. E, é claro, saia junto com sua rede de apoio. Eu mesma me sinto muito melhor quando estou com amigos que entendem e que estão na luta antigordofobia comigo. Também amo curtir o Verão com minhas amigas gordas. Me sinto mais fortalecida, sabe? Me sinto imbatível! Outra dica: siga pessoas reais, que tenham o corpo parecido com o seu e que produzam conteúdos que te acrescentam e não te fazem mal.

Fotos por: Carla Galrão

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Por: Paola Leoni

Formas de se manter saudável no verão Por: Paola Leoni

Nesta primeira edição, estaremos entrevistando a nutricionista Laura Pitangueira, de 22 anos. Ela vai dar algumas dicas de alimentos saudáveis que podemos consumir e formas de ter uma boa rotina no verão.

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Quais os alimentos são importantes para se consumir nesta época do ano? Nesta época é natural abusar de pouco das bebidas alcoólicas, então é recomendado que a couve esteja presente no preparo de sucos e vitaminas, pois, ela é ótima para limpar o intestino e ainda protege o fígado. A cenoura é rica em substância e estimula a produção da melanina, ótima para um bronze, daqueles, além de cuidar da pele, hidratando-a. Grãos integrais é uma ótima fonte de fibra, que colabora para uma boa digestão. As frutas cítricas, também são uma boa pedida, só cuidado ao consumi-las sob o sol, podem causar manchas na pele. E por fim, a melancia é maravilhosa por ser composta por muita

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água, o que evita a desidratação. Por que ingerir alimentos leves no verão?

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O ideal é que esses alimentos sempre estejam presentes em nossa alimentação, mas é preciso tomar um cuidado redobrado durante o verão. E além doa benefícios já citados, colocar comidas leves como prioridade em dias quentes é que eles podem auxiliar o organismo na sua busca pelo aumento da circulação de sangue por todo o corpo.


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Como adotar hábitos mais saudáveis no verão? E quais são suas principais dicas? Igualmente como foi dito nas perguntas anteriores. Deve-se sempre comer o que lhe fizer bem, sem exageros, mas sempre optando pela opção mais saudável. É normal que tenham excessos, mas é sempre bom ter um controle.

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Como achar esse equilíbrio entre comer comidas mais calóricas e comer comidas mais saudáveis? Como eu sempre digo, em um evento familiar ou com amigos você não deve ficar de lado achando que não pode comer aquilo que te serve por ser mais calórico, é apenas ser uma quantidade controlada e escolhendo outras opções mais saudáveis junto.

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É verdade que ingerir alimentos mais pesados, por exemplo, feijoada no verão pode atrasar a nossa digestão, fazendo assim a gente se sentir mais indisposto? Por quê? Sim, está certo. Quando faz uma refeição pesada, uma parte do volume de sangue é direcionada ao aparelho digestivo, causando mal-estar, cansaço, sono e isso é muito comum nesta época do ano após um dia de praia ou após um churrasco na piscina.

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Como manter uma relação saudável com o corpo, sem se cobrar tanto no verão? A questão não é se cobrar, a questão é se sentir bem. Se você ingerir alimentos bons, seu corpo vai reagir bem; se você ingerir alimentos que não fazem bem para saúde, seu corpo não irá reagir tão bem assim, sendo parecido com a situação da comida leve e a comida pesada. Sobre a ingestão de álcool no verão, o consumo aumenta muito, já que se aproximam das festas de final de ano, quais os cuidados que se precisa ter para curtir, beber com moderação e ainda ter um verão saudável?

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O teor elevado de bebida alcoólica pode causar desidratação, aumentando a excreção de água. É preciso beber com moderação, sempre acompanhado com uma garrafa de água ao lado e não ficar sem comer. Qual a importância de ser nutricionista e poder contribuir nessa nova geração onde o corpo magro não é mais visto como o corpo perfeito e ideal?

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O corpo ideal é o corpo que tem saúde e ser saudável não é ser magro. Se você está em dia com sua saúde física e mental, está tudo ótimo. No verão as pessoas acabam ficando muito expostas ao sol, nessa época do ano é ideal aumentar o consumo de água? Como saber quantos litros de água eu devo consumir para me manter hidratada?

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Se expor muito ao sol pode ocorrer desidratação, insolação, queimaduras, descamação e entre outros problemas. Consome a quantidade de água certa que o corpo precisa para manter hidratado, lembrando que não é suco, cerveja ou refrigerante. Não é líquido que mantém o corpo hidratado, é água.

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Quais as melhores frutas que devem ser ingeridas durante o verão e por quê? Melão, que é refrescante e ajuda a hidratar por conter muita água; O abacaxi alivia no calor; A laranja é rica em vitamina C, ajudando a combater os radicais livres.

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Você poderia ensinar uma refeição para levar para a praia ou piscina e um tipo de bebida também? Uma salada de fruta é uma ótima opção, com melão, abacaxi, melancia. Água de coco ou chá gelado, suco com laranja e couve.

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COMO CURTIR O VERÃO EM CASA

Por: Lilian Guedes

Com a chegada das temperaturas altíssimas sabemos que o corpo pede PRAIA, mas infelizmente esse ano somos surpreendidos com uma pandemia mundial fazendo com que precisássemos repensar todos os nossos planos para a melhor estação do ano. O verão, sem dúvidas nenhuma, é a época mais alegre do ano, O MUNDO INTEIRO SE PREPARA para a chegada dessa estação. Nela viajamos com a família, conhecemos novas praias, saímos com os amigos para beber uma coquinha HAHA. Com o mundo parado por causa do Covid-19 não será possível se reunir com a galera e comemorar como já estávamos acostumados, MAAAAS sem tristeza aqui, Okay?! Foi pensando nisso que o CORPO SEM FILTRO, preparou ALGUMAS DICAS de como curtir um verão EM CASA, livre de aglomerações e sem colocar a saúde de ninguém em risco. Aqui vamos te ensinar que é POSSÍVEL ter DIAS DE SOL alegres e com a carinha de verão que tanto amamos. Quer experimentar? Então, bora lá!

Dica 1 – Pegue aquele Bronze Nada é melhor do que renovar aquela marquinha velha de biquini, ativar a vitamina D e ficar com a pele douradinha. É possível tomar aquele solzinho e aproveitar para se bronzear. E o melhooor, dá para fazer isso sem sair de casa. Mas antes de começar vamos para as recomendações. Não esqueça e passar o protetor solar antes de ficar exposta ao sol. É necessário reaplicar o produto a cada 2 hora; os lábios também precisam ser hidratados, por isso leve sempre contigo um hidratante labial que tenha fator proteção. Também não é recomendado pegar sol nas horas mais quente, das 10 às 15hrs. Agora é só organizar o espaço e adquirir aquela marquinha.

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Dica 2- Ducha externa

Dica 4- Atividades na Piscina

Nem sempre é possível dá uma mergulhadinha no mar ou em uma piscina. Por isso na ausência desses itens nada melhor do que um chuveiro para deixar o dia mais refrescante. A ducha é uma opção pratica e que pode ser sustentável se feita com os equipamentos corretos. E o melhor por ser fora de casa não corre o risco de molhar toda a área interna e da aquela trabalheira para limar. Iae, você está pronto pra uma chuveirada?

Pode ser de plástico, de alvenaria, grande ou pequena. O importante é molhar a cabeça e praticar algumas atividades que renderam muitas risadas. Pode ser plantar bananeira, briga de galo e até mesmo brincar com uma boia, existem diversas V opções de atividades que servem para brincar embaixo d’agua. Agora é só reunir as pessoas que moram com você e se entreter.

Dica 3- Banho de mangueira de Jardim

Dica 5- LOURISSIMA

Quem nunca tomou uma mangueirada na vida? Tomar banho de mangueira é a melhor opção para se refrescar e se divertir também, pode parecer simples, mas é completamente eficaz. Que tal voltar a infância e se refrescar com um delicioso banho de mangueira?!

Descolorir os pelos do corpo na praia é uma pratica que exercemos todo santíssimo verão. Os kits que vendem na praia para realizar essa atividade é possível adquirir em qualquer farmácia ou casa de cosméticos.

O ideal é que tenha bastante produto para realizar esse procedimento. Também é importante ficar atenda sobre a questão do volume da água oxigenada, que pode ser de 30 ou 40vol, e na marca do pó descolorante, que precisa ser a mesma da água oxigenada. O método é o mesmo utilizado na praia, basta só misturar os dois produtos, esperar um tempo para que comece a reagir e aplicar por todo o corpo. Lembre-se de deixar afastado de locais feridos, boca, olhos e nariz.

Prontinho! Você já tem seu kit para ficar loiríssima. Agora é só reunir tudo e curtir seu verão em casa sem preocupações. É importante lembrar que não vale aglomerar mesmo estando em casa. O verão está aí para sermos felizes e aproveita-lo independente dos mais variados estilos de corpos. Se ame! Coloque seu biquini, junte todos os itens e bora fazer esse verão em casa fazer a pena sem deixa-lo passar em branco.

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Indicação

Luz, câmera, Corpos de verão! Filmes, DOCS e livros. Por: Leonardo Luís de andrade

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Embrace (documentário)

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Embrace


viajou o mundo, entrevistando personalidades influentes que levantam esta questão em seus discursos. Também conversou com especialistas e mulheres que encontrava pelas ruas, questionando-as a respeito da quantidade alarmante de conteúdos voltados para como é vista a imagem corporal de pessoas de biótipos variados. Entre essas entrevistadas estão figuras como: Mia Freedman, jovem editora da edição australiana de Cosmopolitan; Harnaam Kauqr, a dama barbada; Amanda de Cadenet, apresentadora de talk show’s no Reino Unido; a blogger de imagem corporal Jess Baker; E a palestrante motivacional Turia Pitt.

A partir disso, em 2013, a ativista buscou iniciar uma jornada a fim de compartilhar mensagens positivas com o objetivo de desmistificar a ideologia de um corpo perfeito, enraizado desde muito cedo dentro do universo feminino e promovido pela indústria da beleza. Com o BIM, Taryn reforçou a ideia de que todos têm o direito de amar e abraçar o corpo que tem, independentemente da forma, tamanho, etnia ou de suas habilidades. Taryn compartilha uma mensagem de amor ao próprio corpo e com ela

Toda essa experiência teve como objetivo a produção de um documentário chamado “Embrace” (abraço, em tradução literal), que vai fundo na questão comum, por aqui ou em qualquer outra parte do mundo: “ Por que se tornou algo tão normal ver pessoas rejeitando seus corpos? ” O filme foi financiado por uma contribuição coletiva de seguidores e apoiadores da iniciativa da ativista.

Foto: Reprodução/ google

Uma ex-participante de concursos de miss moda praia, fotógrafa, mãe de 3 filhos, escritora e criadora da iniciativa “The Body Image Moviment (BIM)” — movimento da imagem do corpo —, Taryn Brumfitt, viralizou na internet ao postar uma foto de “antes e depois¹” de suas três gravidezes e após “quebrar a internet” com esta publicação, ela se transformou numa uma forte influência para aqueles internautas a quem se dirigia. Após isso, Taryn pediu que cem mulheres descrevessem como viam o próprio corpo com apenas uma palavra. Grande parte dessas respostas foram adjetivos como repugnante, flácido, imperfeito, pequeno e desmazelado.

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Foto: Reprodução/ google

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Little Miss Sunshine / Pequena Miss Sunshine

O que fazer nas férias de verão em família? E se for uma família totalmente disfuncional? O que distanciaria os vencedores dos perdedores? As conquistas das derrotas? São esses questionamentos que o longa-metragem traz à tona. Somos guiados por essa família que, em relação ao exterior, poderia ser lida como uma típica família norte-americana mas, ao aproximar-nos de cada falha e anseios desses complexos personagens, tão opostos um ao outro, podemos enxergar no individual uma improvável família funcional. Com um roteiro um pouco sombrio para uma comédia de família, o longa aposta alto, mas é justamente esse o ponto que o torna um dos melhores filmes de sua época. Lançado em 2006 sob a direção de Jonathan Dayton e Valerie Faris, o filme recebeu 4 indicações ao Oscar 2007, conquistando 2 estatuetas, sendo em melhor roteiro original e melhor ator coadjuvante para o Alan Arkin. Little Miss Sunshine tem sucesso graças a um forte elenco que inclui Greg Kinnear, Steve Carell, Toni Collette, Alan Arkin e Abigail Breslin, bem como um roteiro deliciosamente engraçado. Com um gênero cinematográfico de “Road Trip” – filme de estrada –, acompanhamos está família problemática dirigindo-se ao estado da Califórnia com o objetivo levar a pequena Olive Hoover (Abigail Breslin) à um concurso de miss infantil, o “Little Miss Sunshine”, e como o gênero costuma abordar, ficamos abertos a discussões sobre tal produção cinematográfica.

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Foto: Reprodução/ google

Na jornada de nossa protagonista em se tornar a Pequena Miss Sunshine, os membros da família encontram aqui a oportunidade de se redimirem. Não ao resolverem seus problemas, mas a terem harmonia com as pessoas com quem estarão por uma longa estrada de desafios, por vezes, ocasionados pela vida. A vitória, contudo, não está na ausência de derrotas, mas na intenção de manter-se firme perante os obstáculos, que mesmo lhes derrubando, não precisam necessariamente destroçar a esperança, que aos ‘trancos e barrancos’, há de sempre restar.

Fotos: Reprodução/ google

O longa está avaliado pelo site de crítica americano “Rotten Tomatoes” com uma nota de 91%, sendo um consenso a habilidade e maestria de um elenco brilhante e o seu roteiro primoroso. O filme se encontrasse disponível, atualmente, na plataforma de streaming da Amazon Prime – Prime Vídeo.

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Felicidade por um fio, mas de biquíni: Lojas que propõe um ‘verão inclusivo’ em Salvador. Por: Leonardo Luís de andrade

O verão é o momento de curtição, descontração, praias e felicidade, mas o que queremos mostrar aqui sobre essa maravilhosa época é o fato de que esta estação também pode ser inclusiva, abrindo espaço para a diversidade e novos sorrisos. Sendo assim, trazemos o ponto crucial desta coluna: afinal, existem lojas que atendam a essa necessidade do mercado? O Corpo Sem Filtro responde essa questão, trazendo também indicações de algumas lojas focadas na categoria Plus Size. São elas:

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Biquinis Caffé Canela (@biquiniscaffecanela)

Localizado na rua Odilon Santos, no bairro de Rio Vermelho, o ateliê da marca produz artigos de moda praia até o tamanho xgg (54). Em 2018, através de uma ação com a influencer Sista Kátia, a marca trouxe a público a mensagem de que uma mesma peça pode ficar legal nos diversos tipos de corpos. Em suas coleções, a Caffé Canela busca enaltecer os diferentes corpos e suas individualidades e também tem a opção para o cliente montar seu biquíni da forma como bem lhe agradar, olhem que incrível!

Cantuai (@cantuai_)

Na Bahia Marina, avenida Lafayate, no comércio, está loja traz um ótimo diferencial em suas peças, com um trabalho que visa a preservação do meio ambiente (a natureza agradece!). As peças são confeccionadas com o Nylon 6.6 biodegradável e a formulação desse fio permite que roupas se decomponham mais rápido que o normal em caso de descarte nos aterros sanitários. Ou seja, a decomposição da matéria-prima — que levaria décadas, agora ocupa apenas 50% desse tempo — já acontece no primeiro ano e em menos de três anos está totalmente decomposto. Legal essa iniciativa, não é?

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Quero Bloom (@querobloom)

Uma loja de moda artesanal criada pelas empreendedoras baianas Laís Praxedes e Camila Gonzalez, com peças até tamanho XG (equivalente a 50/52). Possui uma coleção Shine, que vem apostando em uma recente tendência para artigos em tons pastéis, mas também possui uma coleção focada em cores neon. E para a felicidade geral da nação, elas aceitam encomendas online para todo o Brasil! A Quero Bloom se define como uma marca “ sem preconceitos, sem padrões. Do jeito que você é! ”. Elas possuem dois estabelecimentos fixos, na cidade de Salvador e zona metropolitana: na loja colaborativa, Guapa, que fica no Rio Vermelho (Shopping Rio Vermelho, loja 001) e na loja do Grupo Colaborativo Senhoritas, que fica na Praia do Forte. O que está esperando? Vai logo encomendar o seu!

Smob (@smoboficial)

A Smob é também uma loja que permite a seu público montar suas peças da maneira que quiserem, possibilitando que aquele biquíni que você tanto amou seja produzido no ateliê de forma que atenda a seu tamanho e corpo, podendo brincar com as diversas estampas, peças combinando ou não, de superfície lisa com estampada – as possibilidades são as que vocês quiserem –, a marca possui 4 estabelecimentos por toda cidade de Salvador, sai esses os pontos: no Barra Center; Shopping Center Lapa; Shopping Itaigara e Shopping Salvador Norte.

Curtiram? Podem dar uma passadinha nesses perfis para apreciar o trabalho lindo que essa galera faz, garantimos que olhar não tira pedaço!

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Sentir Uma série de animações sobre saúde mental. Assista no Instagram

@_apilula

A Pílula Agência de Comunicação

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Referências Matéria: 5 dicas de como cuidar do corpo após um dia de sol Blog Natura. pele/pos-sol-como-cuidar-da-pele-depois-dos-dias-de-praia-e-piscina Blog medicina.ufmg.br. Exposicao-ao-sol-demanda-cuidados-especiais-com-prevencao-de-doencas/

Blog medprev. Saude/alimentacao-leve-e-saudavel-no-verao-veja-quais-sao-os-beneficiospara-a-sua-saude/ Paodeacucar.com. Saudabilidade/priorize-alimentos-leves-em-dias-quentes

Matéria: Como as mídias construíram um corpo para o verão em nossas cabeças e com propagandas com mulheres inclusivas estão desconstruindo esse papel

Estadao. bem-estar-mais-de-2-bilhoes-de-pessoas-tem-sobrepe so-ou-obesidade-aponta-estudo Opantaneiro.com.br. Gordofobia-e-ainda-mais-absurda-no-verao-conta-jove m-que-ouviu Segredosdomundo.r7. 8-modelos-plus-size-mais-bonitas-do-mundo/

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