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A industria dos incendios

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ninmro mjiuitimo

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Uma commissao de directores de Companhiasde Seguros em conferencia no Ministerio ^ Justiga e na Felicia

Os constantes incendios que alarmaram a nossa capital, ha, mals ou menos, dois mezes, e que motivaram, de parte da pollcia, energicas medidas, decresceram, deante das mesmas, de maneira a se justificar a presumpcao corrente de que elles eram nada mals do que a obra de crlmlnosos.

Prejudlcadas grandemente com os ultlmos sinistros, as companhlas de seguros naclonaes e estrangeiras, cada uma por seu representante, resolveram solicitar medidas assecuratorias das nossas altas autorldades federaes, afim de garantir a Industria seguradora, fortementp ameaqada com os constantes incendios.

Para isso, estiveram em conferencia com o chefe de pollcia os Srs. coronel Leite Ribeiro, Octavio Noval, Nile Goulart, Paulo Gomes de Mattos, H. White e W. S. Cunningham, que, em seguida, procuraram o coronel Maximlno Barreto, commandants do Corpo de Bombelros.

Apos essas conferencias, a commissao elaborou 0 memorial que se segue, o qual entre•garam, em 22, ao Sr. mlnistro da Justlsa.

S. Ex., recebendo a commissao, prometteu. em nome do governo, patroclnar todas as me didas tendentes a extinguir a calamidade.

E' do seguinte tedr o memorial:

"Exmo. Sr. mlnistro do Interior e Justiga —A Associagao de Companhlas de Seguros, defendendo, de modo geral, os muito respeitaveis Interesses dessa tanto nobre quanto util indus tria. nomeou uma commissao, constituida por tres delegados das companhlas naclonaes e tres das estrangeiras em funccionamento nesta capital, para se entender com os representantes dos altos poderes publicos acerca das providencias convenientes ao combate aos in cendios propositaes, asslm cooperando para a mals que urgente solugao desse problema, que, affectando os nossos foros de terra policiada, ja se constltulu em suppllca de toda a sua populagao, eloquentemente expressa nos appellos da imprensa de todos os credos e matizes sociaes e politlcos, preclsamente porque fere o assumpto que, nimiamente humano e visceralmente relacionado com a economla nacional, fundamente agita, em todos os coracoes bem formados, o sentimento de amor ao proximo e de patrlotismo, Justlficada essa revolta com a perda de vidas e miserla material que tal for ma de banditismo tern produzido, sobretudo nesta cidade, em nada sendo honrosa, sobretu do deante do magnifico apparelhamento de que dispomos e do tradicional denodo da corporagao destinada ao ataque a essa calamida de, a posigao em que, a esse respeito, estamos coUocados na escala das estatisticas mundlaes. Estudando o assumpto com o concurso do seu conhecimento profissional, portanto pratico, achou a commissao que o raal em causa provinha mais de imperfeigoes da lei vigente, adequada a materla, do que de qualquer outre ponto, taes as malhas all existentes, proplcias a Impunldade dos respectivos delinquentes, nlnguem desconhecendo quanto esta incita a pratica do proprio crime, e deliberando apresentar, sobre isso, respeitosas suggestoes ao nobre Congresso e ao emliiente Sr. presidente da Republtca, os dois elementos 'constitutivos da elaboragao, sancgao e execugao das lets.

Comegou por procurar ouvir os dois mais aptos auxlliares do governo federal, nessa especialidade, os Srs. Dr. chefe de Pollcia e coro nel commandante do Corpo de Bombelros mostrando-se digna de mengao e de louvores sem conta a orlentagao perfelta em todos os seus aspectos, que esses illustres funccionarlos revelaram ter do assumpto, inteiramente em unldade de vistas com a commissao.

Foi depots dessa prellminar que a commis sao, methodlzando a sua acgao para attlnglmento de final tanto prompto quanto efflclente, achou acertado um entendlmento directo com 0 Exmo. Sr. presidente da Republica, e. tendo S. Ex., ao decidtr sobre o pedido de audiencia que Ihe fol dirigido pela Associagao de Companhlas de Seguros. mandado que com • V. Ex. a commissao se entendesse, Isto ella faz a V. Ex., apresentando, em annexe a este me morial, 0 que acredlta ser convenlente para, na peor hypothese, a negregada exploragao pelo fogo proposltal ser muitissimo reduzida, em nada, absolutamente nada, prejudicando o suggerido os contractos celebrados com a reciproca honestidade, cumprindo ser notado que a commissao, sem de qualquer modo visar o "brevet" das innovagoes, mals nao fez do que pugnar para que a nossa legislagao seja dotada de providencias existentes, allds de longa data, na de outros palzes, nos quaes, pelo volume e densidade da sua populagao, conquistas sociaes e somma de negocios de suas forgas vivas, mormente industriaes e commerciaes, o seguro, amplamente estudado no campo da sociologia e das finangas, sobre tudo como acto de salutarissimas previdencias, evoluiu de modo a ser hoje considerado uma soiencia. desenvolvida a ponto de ter cursos especiallzados, em escolas de ensino superior. Entregando ao alto criterio e esclarecida in-

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Seguko Calumniado

Pessoas da inaior e melhor idoneidade repetein a tolice de que as corapanhias de seguros nao gostam de pagar os riscos assutnidos. A esse conceito oppomos tenaz contestagao. Somente a ignorancia podera justificar tal depoimento. Um desses levianos julgadores, ao ser contestado, declarou calcular que as companhias pagam uns tres mil contos por anno, mas ao saber que eram cincoenta mil contos, abriu os olhos e soltou um oh! de espantagao. As companhlas prosperas sempre estao promptas ao pagamento, mas deante da prova do damno realmente havido. Raramente se esquivam e muitas vezes levam a sua generosidade ao ponto de admittirem possibilidade de accordo, em casos de culpa exuberantemente provados.

Tudo isto esta claro para aquelles que conhecem os negocios de seguros. Frequentemente veem-se seguros liquidados no dia seguinte ao do sinistro ou antes de encerrado o inquerito. Nao aguardam os segurados os 16 dias depois do incendio ou da apresentagao dos documentos, para receberem os seguros, como apraza o artigo 730 do Cod. Commercial. Os casos de duvida entre segurados e seguradores prov£m quer de inobservancia de condigoes quer de reclamagoes exaggeradas. O segurado vem sempre dizendo que tuao havla se queimado, quando se Ihe replica que "tudo" nao e se Ihe di a prova material disto.

A apolice de seguro escapa sempre is chammas Ella nao se estravia; o fogo nao vae procurai-a dcntro do cofre, como faz aos livros e documentos commerciaes. E' original! 0 prompto pagamento do seguro constitue reclame para a companhia, embora estimule outras calamldades outros incendios. E' innenarravel a multipliei'dade das fraudes contra o seguro. Num curto periodo, em Porto Alegre, os premtos renderam 10.0d0:000|000 e os sinistros consumiram 12.000:000$000. .

Casualidades? Nao. Roubo. Tudo isto estA evidente nos depoimentos da estatistica. E' esta a prova maior da patifaria. A mais recente telUgencia de V. Ex. a apreciagao das provi dencias cuja mengao se segue, e. no caso de distinguidas com o previo apoio do honrado governo federal, o encaminhamento das mes mas ao Poder Legislativo, para que tenham forga de lei, certa esta a commissao de obter o melhor exito para o seu esforgo, em essencia humanitario e de Indiscutivel Interesse na cional." esta no facto das circuhres ultimas do chefe de policia terem evitado, no commercio quebrado, que tudo ardesse.

E' positivamente uma indecencia a fingida crenga de muitas pessoas, na fortuidade de tantos incendios. Prejudica a boa fama do paiz, as decisoes que absolvem e premeiam os incen diaries. Uma sociedade civilisada como a nossa nao pode tolerar essa niancha nos arminhos da justiga.

M. dos Santos.

A SUISSA E O SEGURO

O DESENVOLVIMENTO DESTE RAMO COM MERCIAL NA CONFEDERACAO HELVETICA

A Suissa e dos palzes em que o seguro attinglu ao maior desenvolvimento.

O seguro e conhecldo na Suissa desde o seculo XVin, mas a primelra sociedade de se guros fundada all, data de 1857.

Actualmente, a Suissa conta 11 sociedades de seguro sobre a vida, das quaes 7 por acgoes e 4 mutuas. Em todas as sociedades os segu rados participam dos lucros annuaes.

O activo total das sociedades de seguroa sulssas ultrapassa mil milhoes de francos sulssos. A importancia que assumlu esse ramo de actividade economica na Confederagaa prova-se com o facto de haver actualmente,. 85 apolices de seguro para cada 100 casaes.

Q seguro contra os accldentes tambem se desenvolveu muito rapidamente na Suissa e as sociedades respectivas extenderam sua actividade, ha ja algum tempo, aos palzes vlslnhos. O total dos premtos de seguro contra. OS accldentes e a responsabllidade civil corresponde annualmente. a 12 francos sulssos por habitante.

Calculando o total dos premios pagos pela populagao da Suissa para todas as modalidades do seguro, chega-se a cifra impressionante do 500 milhoes de francos sulssos por anno, o que, para um palz de 4 milhoes de habitantes, representa, sem duvida, contribuigao notavel.

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