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Um novo caminho

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Espiritualidade

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Superação

UMA NOVA VIDA

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Meu nome é Max, Maxwell Silva. Vim de São Paulo, de uma família humilde e passei por situações muito difíceis até chegar em Campinas.

Em um momento da minha vida eu me perdi, quando conheci as drogas. Por mais de 20 anos fiquei em um “vai e vem”, com meus pais tentando me ajudar. Estava na Cracolândia, em São Paulo, e em 2017 eu cheguei ao fundo do poço e me entreguei. Não tinha mais controle da minha vida e não sabia mais quem eu era, cheguei ao meu limite. Meus pais nunca desistiram de mim, tentavam me ajudar, mas não sabiam como.

Eu percebi que sozinho não conseguiria e muitos serviços tentaram me ajudar. Em um momento fui retirado da Cracolândia, de ambulância, e levado para o CRATOD - Centro de Referência de Álcool Tabaco e Outras Drogas. Era um dia muito frio, em junho, e eu estava muito mal. Fui encaminhado para o Bairral, e lá fiquei por volta de três meses. Nunca tinha passado pela área de Psiquiatria e lá “dei muito trabalho”, mas eles me ajudaram a entender o que eu queria para a minha vida.

Meus vínculos familiares estavam rompidos e me falaram que após 3 meses eu teria que sair, mas se eu realmente quisesse ajuda me encaminhariam para o Instituto Padre Haroldo, em Campinas.

ACOLHIMENTO

No IPH eu comecei um processo. Já na triagem fui acolhido, me falaram que eu era a pessoa mais importante naquele momento e isso me marcou. Me falaram que eu era importante e há muito tempo eu não escutava isso. Passei pela enfermagem e pela psicóloga, me falaram sobre o cronograma e as atividades, e fui informado que estava ali voluntariamente e poderia ir embora quando quisesse. Isso me motivou, porque não estava “preso” e não queria ficar internado por muito tempo.

Aqui não olharam minha raça, minha cor ou minha sexualidade. Eu cheguei aqui como Marina e hoje sou o Max, inclusive me ajudaram nesse processo de transição. Isso me motivou muito, porque olharam o ser humano que eu poderia me tornar. Hoje sou bem resolvido e esse espaço me deu a oportunidade de ser quem eu sou de verdade.

RECUPERAÇÃO

Aqui foi um processo. Passei pelo acolhimento, a fase da adesão e depois a reinserção. Cheguei aqui sem nada, depois voltei a estudar. Terminei meus estudos, fiz voluntariado, fui agilizador e trabalhei com a comunidade. Fui acolhido na Casa de Guadalupe e tenho a oportunidade de acolher outras meninas que chegam.

Hoje estou trabalhando aqui, na comunidade terapêutica. Fiz um curso da FEBRACT para saber mais sobre a minha doença e hoje eu sei o que aconteceria comigo se eu continuasse o uso das substâncias. Isso me deu ainda mais força e estou limpo há mais de 6 anos!

Sempre tive muito amor por essa obra e quando fui convidado para trabalhar aqui, meu coração se encheu de alegria. Aqui retomei meu amor próprio, minha dignidade, encontrei minha missão. Tenho muita fé e gratidão pelo Padre Haroldo que me acolheu e sempre me falou sobre amor.

Me reinventei como ser humano, descobri meus valores e minha responsabilidade. Hoje moro em Campinas, retomei os vínculos familiares, minha mãe mora comigo e eu sou o chefe da família. Tenho tudo de volta e dou muito valor ao que conquistei. Olho as pessoas que chegam e sempre passo para elas que podem mudar! Eu mudei, com o meu esforço, fiz essa escolha de vida.

Tenho gratidão por ter me tornado um profissional na área da dependência química, um educador do Instituto Padre Haroldo. A mensagem que eu deixo para quem está lendo minha história é: foco e fé, não desistam dos seus sonhos!

Me reinventei como ser humano, descobri meus valores e minha responsabilidade. Hoje moro em Campinas, retomei os vínculos familiares, minha mãe mora comigo e eu sou o chefe da família. Tenho tudo de volta e dou muito valor ao que conquistei. Olho as pessoas que chegam e sempre passo para elas que podem mudar! Eu mudei, com o meu esforço, fiz essa escolha de vida.

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