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Mariana Ferreira Tome Machado Vidas, Não Tão Mais Secas

Mariana Ferreira Tome Machado

Vidas, Não Tão Mais Secas

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A viagem foi longa e dura. Mas mesmo com as condições precárias, a família conseguiu chegar a um lugar que parecia ser uma cidade grande, graças à comunicação e colaboração dos demais, que se manteve durante o trajeto.

Lá parecia ter muito mais gente do que a família estava acostumada, na verdade, tudo lá funcionava com um ritmo mais acelerado e caótico do que a antiga casa. Fabiano sentiu-se inseguro com tantos olhares apressados, Sinha Vitória manteve uma postura sóbria. Os dois menores estranhavam as outras crianças ao redor, que também os estranharam.

O sol, não tão mais quente, se pôs e a noite caiu. A família não sabia onde se encaixar naquela cidade, não haviam achado um lar e bem menos alguém que os ajudasse. Aquela noite eles decidiram parar em um pequeno canto com grama para descansar, a grama molhada pinicava. Sinha Vitória pensou novamente na cama de Seu Tomás da Bolandeira, mas essa lembrança rapidamente cessou.

Como sempre, eles acordaram cedo. Aquela noite não tinha sido boa, todas as luzes e todos os barulhos da cidade incomodaram a família, e, no meio da noite, Sinha Vitória acordou com o filho mais velho incomodado por um pesadelo que ele relatou ser sobre a cachorrinha Baleia. Todos se levantaram e começaram a andar em busca de um lugar melhor para ficar.

Depois de caminhar pelas ruas confusas da cidade, a família encontrou uma pequena comunidade de casas construídas de restos de construções, ou pelo menos era isso que parecia ser. Fabiano rapidamente se interessou em construir um novo lar para a família, ele sabia que era experiente o bastante para fazer algo decente. Ficariam lá, Sinha Vitória, os dois filhos, todos os dias vivendo melhor, eles dariam um jeito. Adaptariam-se ao novo ambiente, não tão mais seco.