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Diogo Pedroso Corradini Novas oportunidades

árvore que ficava do lado da ponte. Quando chegou, viu os dois meninos sentados, dormindo juntos; Sinhá Vitória foi juntar-se a eles, estava exausta.

Fabiano estava cansado de tanto tentar entregar panfletos, quase ninguém os pegava e ele começava a se desesperar, se continuasse naquele ritmo, ele nunca conseguiria o dinheiro. Já estava anoitecendo quando Fabiano viu dois homens com roupas estranhas vindo em sua direção, quando chegaram pegaram um papel e se encararam.

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– Você vai pra prisão por ficar vendendo esse tipo de porcaria – diz o homem mais alto entre eles. – enquanto pegava uma algema de seu bolso. – sabia que é proibido prostituicao nesse país?

Fabiano estava pasmo, protituição? Não acreditava que se meteu nessa encrenca, de certa forma, culpava a si mesmo, por que aceitou algo de um homem estranho que nunca vira em sua vida? Porém, estava morrendo de vontade de bater naquele calvo maldito.

– Você não fala, não? – diz o policial

Fabiano tentava falar algo, no entanto sentia medo de que lhe batessem de novo, como fizeram antes. Os dois homens arrastam Fabiano para a parte de trás do carro grande. “Maldito homem careca, Maldita cidade grande.”, pensava Fabiano, enquanto encarava da janela do carro, a imensidão de São Paulo. Diogo Pedroso Corradini

Novas oportunidades

Após muitas dificuldades, havia de se mudar do sertão nordestino, não tinham escolhas a não ser ir a Fortaleza, com a esperança de ter uma vida mais digna. Precisaram poupar por muito tempo os míseros trocados que lhe davam pelo seus serviços. Diante de tantos problemas, sem dinheiro, eles não teriam um transporte que os levasse à cidade grande.

O pouco que eles tinham, era cada vez menos , tiveram que enfrentar a fome, a seca e a pobreza, a falta de recursos era imensa para aquela família, tendo o objetivo de poupar o dinheiro que lhe era escasso, acreditando que naquele momento a fome era violenta mas no futuro, habitando Fortaleza, a triste situação que se encontrava a família seria amenizada por novas oportunidades que viriam a mudar a sua realidade triste e desigual.

conseguiram juntar dinheiro suficiente para um ônibus de viagem levá-los a Fortaleza. À procura de novas oportunidades na tão distante cidade grande.

Analfabeto, sem nenhuma experiência de trabalho na cidade grande, Fabiano não conseguia achar um emprego que lhe aceitasse. Sinha Vitória, mesmo

escolarizada, enfrentava grandes dificuldades na inserçao do mercado de trabalho pelo fato do seu sexo receber menos oportunidades. Ela conseguiu trabalho na casa de uma senhora como doméstica e cuidadora, já seus filhos tinham um futuro guardado para eles,vender doces no farol.

A rotina da família era muito difícil, Sinhá Vitória tinha de acordar às cinco da manhã para chegar à casa da sua patroa às seis. Às seis da tarde vinha para a sua casa jantar a comida que ela trazia da casa de sua patroa, os filhos, às seis da manhã, iam à escola e saíam uma da tarde. o Vendiam doces no farol pois sabiam que, sem trabalhar, eles nunca conseguiriam mudar de vida e acabariam iguais ao seu pai.

Fabiano não conseguiu um emprego formal, o que lhe restava era catar latinha por mais de 12 horas por dia, no forte calor nordestino, para no final do dia não receber mais de R $20,00. O forte preconceito ao nordestino do sertão tornava-o um alvo fácil de discriminaçao e exclusão social. Não se adaptando à forma com que o tratavam na cidade grande, poeque ele era uma pessoa indefesa, sem educação e conhecimento. pareceu, finalmente, uma oportunidade de trabalhar como açougueiro em um pequeno frigorífico da cidade, ele já possuía algum conhecimento na área, devido às suas experiências na fazenda q. Primeiramente, lhe pareceu muito favorável esta profissão, ele foi aprendendo cada vez mais a forma de trabalhar com o animal abatido, seu chefe ciente da falta de escolaridade e conhecimento de Fabiano, o enganava drasticamente dizendo que o salário inicial seria de R$ 1.000,00, ele havia doava os restos das piores carnes para Fabiano poder consumir em casa, para Fabiano estava ótimo. Ele recebia comida, coisa que sempre faltou em sua vida, mas na hora de receber seu chefe pagava-lhe R$ 500,00 pelos gastos .

Fabiano não conseguia se expressar da forma que ele queria, nem reclamar pelos seus ganhos, apenas trabalhava e recebia uma miséria em troca, restos bovinos deixados pelo açougue. Fabiano não tinha noção que as latinhas poderiam dar muito mais dinheiro no final do mês Sinha Vitória, não tinha olhos para enxergar a violência que Fabiano sofria dentro do trabalho, apenas conseguia pensar na crueldade de sua patroa que abusava dela diariamente, a forma com que ela era tratada, com descaso e inferiorizada, era totalmente abusiva Ela fazia comentários xenofóbicos contra Sinhá Vitória, humilhava-a de tal forma que fazia com que ela limpasse o chão de forma esdrúxula e depois sujava-o de novo, agredia-a tanto fisicamente como verbalmente. A senhora usava Sinhá Vitória como um saco de pancadas para descontar tudo o que ela sentia,

Não podia largar seu emprego que garantia a comida na mesa de sua família, ela sabia que caso ela abandonasse o emprego, as dificuldades seriam muitas para achar um novo O que restava para a família era sonhar qu, mesmo com o abandono do governo, estudando na educação pública, os filhos pudessem ter um ensino de qualidade, conseguindo mudar o seu destino Os filhos, ao menos, tinham o que comer, tinham acesso ao ensino