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Anna Clara De Aguiar Rodrigues Escola para quê?

Anna Clara De Aguiar Rodrigues

Escola para quê?

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Quando pequenos, somos ensinados que a escola serve para desenvolvermos conhecimentos em disciplinas clássicas. Porém ao longo dos anos, percebemos que a escola desenvolve algo além da educação intelectual: as relações sociais.

Estudos fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam que passamos cerca de 9 anos na escola, na média brasileira. Com isso, concluímos que a escola afeta nosso desenvolvimento como pessoas dentro de uma sociedade, já que grande parte das relações que vamos adquirir e como nós vamos adquiri-las, vão acontecer na escola.

A vida social e emocional andam juntas com a escola, já que o nosso desenvolvimento social e emocional acontecem em período escolar.

Estudos comprovam que as relações de afeto fornecidas às crianças desenvolvem capacidades de construir amizades, compreender o que é certo e o que é errado, sentir empatia, se expressar e lidar com desafios.

Porém, por conta do alto índice de pobreza, muitas pessoas deixam de ir à escola, e além de isso afetar negativamente suas capacidades intelectuais, acaba afetando o desenvolvimento da pessoa em sociedade.

A ida frequente à escola praticamente garante um lugar na faculdade; quando a ida passa a ser parcial ou inexistente, as chances da pessoa conseguir passar em alguma faculdade com mais facilidade acabam caindo, junto do desenvolvimento social.

Segundo pesquisas do IBGE fornecidas pelo ecodebate.com. br, 3,8 milhões de jovens não frequentam a escola por diversos motivos, como por exemplo a pobreza extrema e falta de acesso.

Porém, mesmo assim, existem adolescentes que têm acesso à escola e não a frequentam. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) mostra que 28,8% dos adolescentes que não frequentam a escola, não vão às aulas pois são mães. Outros estudos mostram que 4,3 milhões de crianças na casa dos 5 aos 17 anos já trabalham, tornando a rotina do dia a dia desbalanceada e fazendo com que se preocupem mais com a situação financeira de suas famílias do que com a situação intelectual delas mesmas. 19,9% dos estudantes que largaram a escola, desistiram do ensino por discriminação racial e geralmente acompanhada de conteúdos muito distantes de suas realidades.

Além desses problemas do lado do aluno, algumas escolas simplesmente não conseguem achar professores, e quando acham, o salário tende a ser injusto, chegando a ser 10 vezes menor que o de um juiz, por exemplo.

Com isso, chegamos à conclusão de que as injustiças que a sociedade atual nos condena, acabam excluindo parte da mesma sociedade, causando grandes problemas educacionais e emocionais para os jovens dessa geração.