Hotel Brasil

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Câmara de Dirigentes Lojistas de Carandaí

PRATA DA CASA

Julho 2017

Em meados da década de 60, o senhor Eliseu da Silva viu, na compra do Hotel Carlydia, uma oportunidade para que seus filhos pudessem estudar. Na época, ele morava na zona rural do município de Casa Grande e vinha à Carandaí, à cavalo, vender os produtos lácteos que ele e a família produziam em sua fazenda. Foi em uma dessas vindas, que lhe possibilitaram fazer muitas amizades, que ficou sabendo que o senhor Cristóvão Limpe tinha interesse em vender a hospedaria, que na época estava alugada e sob administração da dona Albertina Colombini. O empreendedor decidiu, então, comprar o hotel. Sem experiência no ramo, até o final da década de 70 o senhor Eliseu contou com a ajuda dos funcionários do estabelecimento para administrar os negócios. Nesse período, o filho Jaime Tavares e as filhas Audália Silva e Leni Silva, tiveram a oportunidade de aprender a gerenciar o hotel. Entre os nove irmãos, os três foram os que mais se envolveram e assumiram a administração da hospedaria. Em 1975, Jaime teve a ideia

Foto: Helena Amaral

Hotel Brasil aposta na tradição para se manter em tempos de crise

O edíficio que abriga o Hotel Brasil já passou por algumas reformas, sempre preservando as características do casarão original

de mudar o nome do estabelecimento para Hotel Brasil. Ele conta que o nome antigo, Carlydia, foi dado pelo senhor Cristóvão em homenagem aos filhos Carlos e Lydia. Assim, a mudança foi importante para dar identidade ao negócio. O empresário relembra que, no começo, o hotel contava com poucos colaboradores. “Naquela época eram poucos quartos, era bem pequeninho, então dava pra gente tocar assim”, conta. Ele ressalta ainda que, como forma de ampliar

o movimento, uma vez que a capacidade da hospedaria era pequena, o restaurante do local era aberto ao público. De acordo com Jaime, por ser um dos poucos no munícipio, a demanda era alta e o lucro obtido ajudava na manutenção das despesas do hotel. Reforma Foi apenas no início dos anos 90 que o Hotel Brasil passou por uma grande ampliação. Na ocasião, Jaime já era o único sócio proprietário do estabe1


lecimento: em 1988, o pai fez uma doação em vida e passou a hospedaria para ele e a irmã Nadir Silva. Para facilitar a administração, o empresário decidiu comprar a parte da irmã e assumiu de vez os negócios. Visando ampliar o atendimento e acomodar melhor os hóspedes, Jaime investiu em uma grande reforma. “Era um casarão e eu sabia que teria que dar uma investida boa”, afirma. Além de construir mais quartos - hoje o hotel conta com 30 - investiu na construção de suítes e de mais banheiros sociais, uma vez que, até então, o estabelecimento possuía apenas um. Em 2013, o empresário fez uma nova reforma, dessa vez sem grandes mudanças, com fins de manter o edifício bem cuidado. Apesar das obras, Jaime sempre fez questão de preservar as características arquitetônicas do casarão, que, ao lado de muitos outros, compõe parte importante da história de Carandaí. Em família Assim como o pai, a família de Jaime também se envolveu na administração dos negócios. A esposa, Fátima Tavares, e a filha mais velha, Fernanda Tavares, o ajudam a gerenciar o hotel. Fernanda relembra que foi criada na hospedaria e, desde cedo, se envolveu nos negócios. Há cerca de cinco anos, dedica-se ao gerenciamento do estabelecimento ao lado dos 2

Câmara de Dirigentes Lojistas de Carandaí

Foto: Arquivo pessoal

Julho 2017

Fachada do Hotel Brasil em 1969, época em que a família do senhor Eliseu assumiu de vez a administração da hospedaria

pais. Ela acredita que, por se situar às margens da BR-040, Carandaí atrai muitos viajantes e representantes comerciais, público principal do Hotel Brasil. “Quando tem alguma obra na cidade, também vem muita gente de fora, aumentando o movimento”, complementa Fernanda. Jaime ressalta, ainda, que o movimento é maior a partir do carnaval e que eventos como este, que integram o calendário nacional, bem como outras festividades municipais e festas particulares, como aniversários e casamentos, também são bons momentos para os negócios. Para fidelizar os clientes, os empresários apostam no bom atendimento e na tradição. “Não somos de fazer muita propaganda, não temos página nas redes sociais, nem site. É mais a tradição mesmo. O pessoal

mais antigo vai passando para frente. É a propaganda de boca a boca”, afirma Fernanda. Jaime acredita que são justamente essas duas características, a tradição e a qualidade do atendimento, que tem contribuído para a manutenção dos negócios, mesmo em meio aos momentos difíceis da economia. “Nessa época de crise, o movimento não deixa de cair, mas acaba que vamos superando”, ressalta Fernanda, reforçando a importância de perseverar. Para quem está empreendendo, a empresária dá a dica: “Tem que ter persistência, porque tem os altos e baixos. Às vezes dá lucro, às vezes não dá, mas a pessoa não pode desistir”, afirma, ressaltando também a importância de se planejar, garantindo os meios necessários para enfrentar os momentos difíceis.


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